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TGD
João Lordelo
Aula 1
ROTEIRO DE AULA
1. Previsão em editais
=> Noções gerais do direito e formação humanística previstas na Resolução n. 75/2009 do CNJ, que
trata do conteúdo programático mínimo para a carreira da magistratura.
2. Cobrança em provas
=> Incidência muito imprecisa. O programa dá margem para cobrança de aspectos amplos.
3. Bibliografia recomendada
SUMÁRIO
2.3 Jurisprudência
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2.4 Súmula vinculante
4. O CONCEITO DE POLÍTICA
5. IDEOLOGIAS
• Direito objetivo (norma agendi) = direito posto, a ordem jurídica de onde se extraem todas as normas
objetivamente consideradas, oriundas da atividade legislativa. Norma.
=> Norma positivada, em sentido amplo (engloba princípios).
• Direito subjetivo = poder de ação contido na norma, ou seja, a faculdade de exercer, em favor do
indivíduo, o comando emanado do Estado. Posição de vantagem.
=> Posição jurídica de vantagem (ex: possibilidade de cobrança em juízo de valor em mora).
=> Núcleo: Vontade x Interesse x Vontade + Interesse.
=> Prevalece a teoria mista, que parte da ideia de que o direito subjetivo consiste no interesse de uma
pessoa, juridicamente protegido, por meio do qual é reconhecido uma vontade para representa-lo o u
defende-lo.
=> Deve-se buscar uma homogeneização das fontes do direito aplicáveis a todos os ramos do direito.
a) Fontes materiais = “elementos econômicos, políticos e ideológicos que perfazem dada realidade
social, interferindo na produção, interpretação e aplicação da normatividade jurídica, visto que tais
elementos sociais oferecem a matéria-prima para a confecção normativa do sistema jurídico” (Ricardo
Maurício Soares).
=> Elementos fáticos.
=> O elemento econômico tem relação com o materialismo histórico desenvolvido por Marx, o qual
pressupõe que o mundo das ideias é influenciado diretamente pelos meios de produção.
=> Ao falar em interpretação, devemos lembrar do método científico espiritual de Rudolf Smend, o
qual afirma que a interpretação do direito deve considerar a realidade social, os elementos e a
realidade subjacente à constituição. Ou seja, as fontes materiais influenciam não apenas a produção,
mas também a interpretação do direito.
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Obs.1: influências do NEOCONSTITUCIONALISMO
O que é o neoconstitucionalismo?
=> Neoconstitucionalismo é o novo paradigma jurídico, que abrange por completo a forma de
concepção, interpretação e aplicação do direito. Um paradigma novo inspirado no pós-positivismo e
que reorienta toda a concepção jurídica.
MAZZARESE:
• referência a sistemas jurídicos caracterizados pela existência de um catálogo constitucional expresso
de direitos fundamentais + dispositivos legais destinados a garantir a sua implementação e proteção;
• novo paradigma de cognição e aplicação do direito;
• modelo axiológico-normativo.
=> conjunto de valores que deve inspirar a produção do direito.
• Paradigma tradicional. Código Civil de Napoleão. método de integração. LINDB. Art. 4o “Quando a lei
for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito”.
=> Os princípios gerais do direito como forma de integração.
2.3 Jurisprudência
• Precedente
• Sentido amplo
=> Significa julgado, decisão anterior, que pode servir como norma de orientação para um
julgamento futuro.
• Sentido estrito (ratio decidendi ou holding)
=> Razão abstrata necessária e suficiente à conclusão tomada.
=> Não se confunde com fundamentação.
• Enunciado de Súmula
=> Método de Trabalho.
=> Reunião de enunciados.
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• Jurisprudência
=> Reiteração de determinado posicionamento. Por isso, não se fala em “achar uma jurisprudência”,
uma vez que o que se acha é um julgado que pode revelar ou não o posicionamento do Tribunal.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
=> O efeito vinculante não vincula apenas o plenário, o qual poderá realizar o “overeruling”, que
consiste na superação do precedente.
• § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
• Lei n. 11.417/2006: disciplina a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante
pelo Supremo Tribunal Federal.
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3. Eficácia da lei no tempo
• Vacatio legis (eficácia) – Art. 1º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n.
4.657/1942): "Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada”.
• nos Estados estrangeiros, "a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses
depois de oficialmente publicada" (§ 1º).
• Caso concreto: Lei A é revogada pela Lei B. Pergunta-se: revogando-se a Lei B, a Lei A voltará a
produzir efeitos?
=> Repristinação: é o fenômeno que gera o retorno da eficácia de uma lei revogada em razão da
revogação da lei revogadora.
• Art. 2º, § 3º da LINDB: "Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência”. Exceção: efeito repristinatório.
=> Efeito repristinatório tácito: controle concentrado de inconstitucionalidade pelo STF, revogando lei
B.
• Novatio legis incriminadora - O fato era atípico e a lei posterior o tornou típico. Irretroatividade (art.
1º do CP).
• Abolitio criminis - O fato era típico e a lei posterior o tornou atípico. Retroatividade (art. 2º do CP).
• Lex gravior (ou novatio legis in pejus). Lei posterior mais rígida em comparação com a lei anterior.
Irretroatividade (art. 1º do CP).
• Lex mitior (ou novatio legis in mellius) - Mantém o fato típico, mas é mais benigna em relação à sanção
penal ou à forma de seu cumprimento. Retroatividade (art. 2º do CP)
=> Lex Tertia: Possível a combinação de leis? Súmula 501 do STJ – Teoria da ponderação
unitária/global. Cabível a aplicação retroativa de lei mais favorável desde que seja mais favorável ao
réu na íntegra, vedada a combinação de leis.
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efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver
sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
=> Retroatividade mínima ou motivada – efeitos futuros de atos pretéritos.
=> Alguns autores entendem ser este dispositivo inconstitucional.
• Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como
os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
• “Retroatividade motivada” (Tartuce).
• surgimento de uma nova Constituição: gera a total revogação da anterior, por normação geral.
• Problemas: recepção dos atos normativos infraconstitucionais anteriores à nova Constituição.
• incompatibilidade formal superveniente - via de regra, não impede que determinada norma seja
recepcionada, apenas alterando o seu status.
Ex: O CTN foi recepcionado como lei complementar pela nova constituição.
• Exceção: competência superveniente do órgão legiferante. Caso: a competência para legislar sobre
determinado tema, na Constituição revogada, era do Estado-membro, mas passou a ser da União na
nova Constituição.
Retroatividades constitucionais:
• b) Retroatividade média.
=> Aquela que atinge atos pendentes. Ex: questionamento de cobrança tributária em sede de recurso.
=> Necessita de previsão expressa.
• c) Retroatividade máxima ou restitutória. Ex.: art. 231, § 6º - considera nulos e extintos, os atos que
tenham por objeto a ocupação, o domínio, a posse e a exploração das terras indígenas.
=> Desfaz atos passados e recai sobre tudo.
=> Necessita de previsão expressa.
4. O conceito de Política
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4.1 Aspectos gerais
• Outras concepções:
• tema genérico, em que se inserem os fatos cotidianos relativos às decisões tomadas pelos
governantes, na administração da coisa pública.
• estrutura organizada para um determinado fim social de natureza pública (política pública) - política
educacional, política de saúde etc.
• arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo (Nicolau Maquiavel).
• meios adequados à obtenção de qualquer vantagem (Hobbes).
=> Politicagem.
• ciência política - tem por objeto os sistemas de governo públicos e privados.
=> Política, na antiguidade, tinha relação direta com o direito. O direito não era visto como algo
dissociado e com autonomia científica. Ética, política e direito eram praticamente a mesma coisa no
mundo antigo. A ideia era pensar a melhor forma de interagir na polis.
=> Direito e Política não se confundem, embora existam intersecções entre eles.
=> A política é fonte material do direito.
=> O direito se alimenta da política ao mesmo tempo que a disciplina (ex: processo legislativo).
=> A política é orientada pelo consensualismo e pelo princípio majoritário (a tomada de decisão pela
maioria).
5. Ideologias
• Sentido tradicional.
=> Visão de mundo (liberal, conservadora, reacionária, etc).
• Sentido marxista.
=> Ideologia é uma falsa percepção da realidade.
• Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948.
• Antecedente: Carta da ONU (São Francisco, 1945). Objetivo de proteção dos direitos humanos. Sem
listagem. Sem criar órgãos específicos para a sua proteção.
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• Consequência = Declaração Universal (1948). 30 artigos explicitando tais direitos. Princípios regentes:
da universalidade, igualdade e não-discriminação.
Grupos de direitos:
a) a Carta da ONU (tratado) faz referencia expressa ao seu dever de estímulo e proteção aos “direitos
humanos”;
=> A Declaração explica o que a Carta havia previsto, logo, também é vinculante.
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