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JHONATAS DA SILVA
São Paulo
2015
JHONATAS DA SILVA
São Paulo
2015
Dedico este trabalho a meu pai (no coração), minha
família, amigos que me apoiaram nessa jornada, à
minha orientadora e a todos aqueles que
afetivamente transformam vidas.
AGRADECIMENTOS
À Professora Ms. Ana Edina de Melo Sampaio, que me ensinou a ver muito
“além do biológico”, meu muito obrigado.
À Professora Dra. Liliana Pereira Lima Azevedo por me encantar e por ser um
exemplo de profissional.
À Professora Ms. Carla Anauate, por permitir ser possível o que era incerto.
RESUMO
The present study proposes to analyse the professor position upon the students and
the role affectivity assume on this relationship, starting from the hypothetic that
affectivity act in a facilitate dimension on the teaching learning relation of the student,
from the essential role the Other, the professor, assume upon Me, the student, upon
his development and personality. From the relevant authors and studies in
psychology, it was found that the decisions, how the professor stands and relates to
students, having affectivity as a facilitator, allows a positive experience on the
learning-teaching relation.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
HIPÓTESE ............................................................................................................. 12
JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 13
OBJETIVOS: .......................................................................................................... 14
Objetivos Gerais:.................................................................................................... 14
Objetivos Específicos:......................................................................................... 14
MÉTODO ............................................................................................................... 15
CAPITULO 1 ............................................................................................................. 16
O PAPEL DO PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR ........................................ 16
CAPITULO 2 ............................................................................................................. 22
AFETIVIDADE COMO FACILITADORA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ..... 22
2.1 - A afetividade no processo ensino-aprendizagem .......................................... 27
CAPITULO 3 ............................................................................................................. 30
CRUZANDO-SE OS CAMINHOS, OS ENCONTROS ............................................... 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
10
INTRODUÇÃO
relação, como uma facilitadora entre o aprender e o lidar com o erro por parte do
aluno.
afetivo, mas não “romântico” (RIOS, 2003), produzia em mim uma motivação para
ocupado pelo professor, sendo uma figura marcante em nossas lembranças, como
pelo aluno.
11
Nesse sentido, se propõe pensar a afetividade na formação do professor, que
descreve Rosa (2002, p.26): ”educar é um ato de intenção em que ser humano e
profissional se fundem […] trata-se de uma relação humana na qual entram com
(2010; 2014), serviram de ponto de partida, por destacar o papel do outro, aqui
Wallon.
12
HIPÓTESE
Objetivos Gerais:
Objetivos Específicos:
(espaço físico, materiais de trabalho, gestão) e externas (bairro em que está situada,
estabelecida pelo professor nas relações professor – aluno, que vão refletir
que muitas vezes é frustrante e impõem certos entraves ao seu trabalho, muitas
Tais situações acabam por tornar um desafio diário sua tarefa de ensino,
gerando estresse e desmotivação, fazendo com que o professor acabe por assumir
condições de ensino, como um dos fatores que operam contra seu trabalho e o
aprendizado do aluno, são desafios estes impostos por questões estruturais e que
são muitas vezes confundidas como fracassos pessoais pelos alunos como aponta
de modo a relegar aos alunos as suas dificuldades, atribuindo a eles a culpa de seu
ocupam ao se sentirem impotentes diante das políticas públicas as quais não podem
devida articulação com o contexto e as dinâmicas vivenciais dos seus alunos, que,
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diga-se de passagem, são vividas de modos muito distintos e muitas vezes
pelo insucesso.
alunos, contando com 35 alunos ou mais para apenas um professor, o que requer
uma habilidade para lidar com os desafios que tal situação produz, muitas vezes
sociais básicos veem nela um contato mais próximo com o que chamam de cultura
(BARRETTO, 2010).
espaço escolar, onde vão conviver com tantos outros, um todo pronto que os
ocorrerão ao longo do período letivo e toda uma programação pedagógica que vão
determinar seu percurso escolar e sua trajetória enquanto aprendizes, com destaque
para o professor que administrará as atividades previstas, que muitas vezes são
pensadas sem que haja uma ideia sobre o aluno para o qual os conhecimentos
serão transmitidos.
conhecimentos que são ensinados, com a realidade, os alunos nesse sentido, vão
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acumulando conteúdos que são percebidos como descolados da realidade e sem
sentido, como visto na fala Mercedes (DUARTE, 2004), o que muitos alunos se
utilizam de frases do tipo “nunca vou usar isso na vida” (sic) ou “que aula
insuportável” (sic) que serão esquecidas e que muito provável julgarão como perda
Almeida (2010, p.80) descreve muito bem a função que compete ao professor
para com o seu grupo de alunos, “seu objetivo não é só trazer um conhecimento
Nesse sentido, cabe analisar o modo como cada aluno aprende, o que recai
em ter respeito por seu aluno, levando em conta o desempenho do grupo num todo,
esquecer que a criança traz para a escola as características de seu ser biológico,
psicológico, além das condições materiais e sociais de sua existência” (Op cit, p. 85).
observar indo ao encontro de Freire (2014, p.64): “se a opção do trabalhador social é
pela antimudança (sic), sua ação e seus métodos se orientarão no sentido de frear
as transformações”.
sistema de ensino, que precisa mudar, e sente-se impotente nas suas ações
Nesse sentido Cortella (2012, p.114) traz uma noção importante acerca do
papel do professor, nos seus dizeres, “o educador é alguém que tem um papel
institucional a qual o professor deve se submeter, mas deve atuar numa via de mão
competência, por ter o saber e por saber fazer (RIOS, 2003) e não atuar com a
ilusão de que ser bonzinho e simpático com seus alunos é o sinônimo de ser um
Tal atitude denúncia uma atitude ingênua, na qual, por não saber fazer bem,
faz de um “jeito legal”, para que os alunos gostem, menosprezando assim suas
potencial.
portanto, cabe a ele a reflexão acerca do seu papel na vida do outro, que é o aluno.
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Tal ideia nos remete a levantar questões acerca do tipo de formação recebida
e como ele se relaciona com seu objeto de conhecimento, visto que os professores
professor que não sabe ensinar traz em consequência a possibilidade de alunos que
precisa nesse sentido Ricieri (2012, p. 120) quando aponta que “a qualidade da
recordação.
22
CAPITULO 2
Henri Wallon.
aluno, o professor ocupa a posição de um outro importante, por seu "papel essencial
sendo muitas vezes um alvo de admiração por parte os alunos, com os quais
Nesse sentido, a sala de aula, por ser uma oficina de convivência, se torna o
palco onde as emoções, frustrações e desafios para aluno e para o professor estão
relação as suas emoções que as situações numa sala de aula podem lhe suscitar,
2004).
24
Atuar nesse espaço requer um olhar mais acolhedor por parte do professor,
cativando o aluno para o processo do aprender, sem que seu olhar seja inquisitivo
aprendizagem e que pode ser sentido por ele, por meio do olhar recebido, pelo tom
de voz emitido pelo professor, que o aluno percebe e internaliza, considerando que
as emoções são parte das nossas experiências com o outro e com o mundo,
com respeito e afeto, tornando o contato possível, criando uma cumplicidade com
seu aluno, com aceitação de empatia (Op. Cit, 2004), Wallon (2007, p.122) aponta
O professor deve ser aquilo que espera que seu aluno seja, assumindo o
percebem como tal e reagem de acordo, com o mesmo contraste percebido, o que
trabalho, a afetividade como coloca Moraes et al. (2009, p. 412) "é a capacidade de
afetar e ser afetado, pelo mundo interno e externo", o professor afeta os seus alunos
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e também é afetado por estes, possibilitando criar pontes ou abismos entre ambos,
motivação para o aprender, facilitado pela figura do professor, que atuando com o
cuidado sobre as diferenças como características de cada aluno, sem que isso seja
algo para afastá-las, mas algo que irá aproximá-los, por meio do respeito,
meramente “romântico”, como ilustra Rios (2003), na qual “faz o bem”, quando se
deveria “fazer bem”, tornando o aprender como algo remediado, com um conteúdo
simplista e adaptado, numa linguagem mais fácil, que não os desafie, porque são
modo.
É preciso ir além, o que requer uma competência para o ato de educar, que
se faz possível por meio de uma atitude crítica e de uma postura coerente com o
26
papel político de sua atividade, trazendo para a sala de aula, temas que despertem a
mas tendo-se o cuidado de como o aluno pode aprender, inovando a sua prática, o
que recai numa reflexão sobre a sua atividade, evitando-se práticas engessadas e
práticas e diárias em sala de aula, percebendo o que pode promover e auxiliar cada
aluno e aquilo, pois pensadas para eles, e excluindo aquilo que pode comprometer e
inviabilizar o aprender por cada aluno, devendo assim ser deixado descartado.
27
2.1 - A afetividade no processo ensino-aprendizagem
PUC/SP, foi realizada uma pesquisa para identificar os trabalhos de mestrado que
Aprendizagem”.
ser determinantes.
estados emocionais positivos ou negativos, dado que a emoção possui também uma
Por outro lado, Moraes et al. (2009) traz uma valiosa contribuição à nossa
professor ou o interesse do aluno que não era levado em consideração por seu
pelo professor pode servir como instrumento de grande valia, a questão teoria e
Mahoney et al. (2009) descreve que o professor muitas vezes lida com os
reflexões constituam sua prática, o que favorece e possibilita que o professor volte
um olhar para o seu fazer docente e assim possa rever sua atuação profissional.
30
CAPITULO 3
Sara Pain.
(CORTELLA, 2011).
acaba por ser afetado pelo modo como o professor se posiciona e atua perante suas
aulas (MORAES et. al., 2009), assim configurando um ciclo de reprodução que
vezes diante a contradição, sempre o aluno será eleito como o responsável pela
situação.
pois os mesmos passam grande parte do seu tempo em sua presença, a escola é
em sua subjetividade.
palco no qual elas atuam não dispõe de um roteiro, são aleatórias, mas com
potencial para um contágio a partir do que o outro sinaliza, como nos ensina Wallon
todos envolvidos, que pode ser pensada como uma resposta a uma frase muito
espaço escolar.
Placco (2004) nesse sentido coloca que há uma troca na relação pedagógica
numa dialética, em que o afetivo influi no cognitivo e o cognitivo que influi sobre o
interpessoais, na qual os atores envolvidos desse cenário escolar são o palco para a
alternativas para que o professor não engesse a sua prática, uma vez que se faz
vivemos numa cultura marcada pela tecnologia, em que a internet se tornou uma
pessoas.
É importante pensar que o professor ocupa uma figura que precisa ser
tornando a sua ação em práxis, pois os alunos como destacou Almeida (2014)
podem tomá-lo como um modelo para suas vidas, com o qual irão se identificar.
permeada por explicações diversas, mas que traz a reflexão a ideia acima discutida,
modo como leciona, “a forma pela qual aprendemos determina, em parte, o modo
como ensinamos”, abrindo-se espaço a partir desta colocação para uma discussão
aluno para o professor e o que esses dois entendem por conhecimento, ensino ou
aprendizagem?
33
Tais perguntas trazem a discussão a colocação de Almeida (2010, p.81)
A cultura de que fala a autora (Op. cit., 2010) se refere a vida em sociedade,
contemporânea ao aluno, na qual ele vive e da qual irá exercer uma função ativa
alusão ao filme Escritores da Liberdade (2007), que pode ser pensado aqui como
exemplo ilustrativo do tema que estamos abordando, cuja professora Erin Gruwell,
interpretada pela atriz Hilary Swank, ao lecionar para um grupo de alunos, cuja
escola havia desistido deles, assume uma disputa com diferentes personagens do
com seus alunos, dando-lhes voz, o que possibilitou promover não apenas um
Pensar um professor assim pode parecer uma utopia, dado que este envolto
aprendizagem”.
aprendizagem.
Se faz relevante pensar com Demo (Op. cit, 88) de que “não se aprende
participação e pesquisa, tanto para o professor como para o aluno, uma ação em
conjunto.
simples ouvir, desde que moldados pela sinceridade e respeito, transmitidos para
práticos (DEMO, 2011, p. 76), o que se refere a "descer de seu pedestal fictício e
não apenas no de quem ensina, sendo justamente aquilo que espera de seus
cada dia.
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
por representar o adulto da sociedade para o jovem que irá se formar ou está no
processo ensino-aprendizagem.
compreendem a sua forma de olhar para os seus alunos, como ele os percebe e o
forma de aprender, portanto ele precisa ser crítico, ter didática e ter respeito por seu
aluno.
Uma pergunta se faz oportuna e se coloca além do que fora proposto neste
trabalho, será que o professor compreende que sua mediação pode surtir o efeito de
"luz no fim do túnel", de esperança para um futuro melhor e mais proveitoso por
parte do aluno? Ele compreende que o aprender não é algo linear, mas múltiplo e
Por ser um ator presente desde muito cedo na vida das crianças que se
esperança, sendo o Outro que será a referência, o outro que irá contagiar com
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. AZEVEDO, Vera Lucia Antonio. FERRARI, Ana
Lucia Sant’Ana. VEREDA, Rita de Cassia. Sentimentos e Emoções no processo de
ensino-aprendizagem: a voz do aluno. In: CILENTO, Àngela Zamora; INOCÊNCIO,
Doralice; MASSON, Terezinha Jocelen. Licenciaturas em debate: ciência, ensino e
aprendizagem. São Paulo: Plêiade, 2009. v.2,. In: 2009. p. 419-425.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio cientifico e educativo. In: DEMO, Pedro. Praticar
ciência: metodologias do conhecimento cientifico. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.
p. 65-101.
ROSA, Sanny Silva da. Mudar ou não mudar: eis a questão. In: ROSA, Sanny Silva
da. Construtivismo e mudança. 9º ed. São Paulo: Cortez, 2002. p. 21-39.