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UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

Componente curricular: Fundamentos da Sociologia - D1


Professor: Rosane Maria Alencar da Silva
Grupo: Juristas Virtuosos

Análise do documentário “As cidades dentro do Recife: a


capital da desigualdade”

O documentário produzido pelo Diário de Pernambuco “As cidades dentro do


Recife: a capital da desigualdade” aborda os contrastes sociais presentes na capital
pernambucana, que desde 1991 é a capital com o maior índice de desigualdade do
país, ou seja, determinados indivíduos se encontram em posições mais vantajosas
socialmente do que outros.
A estratificação social representa a classificação dos indivíduos a partir da
sua condição socioeconômica, essa classificação é representada por uma pirâmide
que mostra que sempre vai existir uns que estão no topo, outros no meio, e a
maioria na parte inferior, representando a parte pobre daquela população. A primeira
pessoa a estudar e falar sobre as disparidades entre as classes foi o sociólogo
alemão Karl Marx. Para ele, a desigualdade social era um fenômeno provocado pela
divisão de classes. Por haver as classes dominantes, detentoras dos meios de
produção, que se beneficiam da miséria gerada pela desigualdade social, graças ao
acúmulo de propriedades, para dominar a classe proletária, numa espécie de ciclo.
Um índice que evidencia de forma clara esse problema social existente na
sociedade é o coeficiente de Gini, um instrumento que tem como função medir o
grau de concentração de renda em determinada sociedade, refletindo diretamente a
qualidade de vida dos cidadãos. Em Recife, por exemplo, o grau de Gini é de 0,68,
muito próximo do coeficiente 1 (nível máximo). Tal fator representa uma grande
concentração de renda nas mãos de poucas pessoas.
Ao longo da reportagem do Diário de Pernambuco, são exibidos diversos
depoimentos de pessoas, que independente das classes sociais, atribuem à
educação um papel determinante para conseguir uma ascensão social. A exemplo
de uma das entrevistadas no documentário, a advogada Laura Ferraz, que
conseguiu, através dos estudos, melhorar consideravelmente sua condição
financeira. Sob outra perspectiva, Maria Anunciada, outra entrevistada, lamenta por
não ter tido acesso a educação e mostra como isso influenciou a sua realidade.
Dona Maria não tem oportunidades no mercado de trabalho, a não ser como
empregada doméstica, uma vez que essa é a única coisa que ela aprendeu a fazer
ao longo da vida.
Analisando o papel do direito frente a esse problema social, o mesmo garante
a igualdade dos indivíduos perante a justiça, apesar da imensa desigualdade social
presente na sociedade. É possível fazer uma analogia à própria Constituição
Federal de 1988, a qual garante que todos são iguais em direitos e deveres,
assegurando que todos devem ter igual acesso à educação, saúde, segurança,
moradia, trabalho, lazer, entre outras coisas imprescindíveis ao indivíduo.
Entretanto, na realidade pode-se observar que nesse sistema existem grandes
falhas, e que apesar de existirem programas governamentais e leis que atuem no
combate às desigualdades, como por exemplo o “minha casa minha vida”, o “bolsa
família”. Ainda sim, a desigualdade é enorme e existem projetos que tendem a
aumentá-la, como o Projeto Novo Recife que planeja construir 12 torres, entre
prédios residenciais e empresariais, no centro da cidade, apesar de seus
defensores falarem o contrário, o projeto tende reduzir ainda mais a democratização
do acesso à cidade.
Portanto, fica evidente que a desigualdade social é uma problemática grave e
muito presente na nossa sociedade, derivada da omissão estatal ao fornecer uma
educação de qualidade de maneira isonômica a toda sociedade. Sendo assim, cabe
ao Poder Legislativo combater esse problema, por meio de uma criação de lei que
sancione as instituições de ensino que sucateiam a educação nas escolas públicas
e particulares do ensino fundamental e médio, por indenizações e reformas do setor
educacional. Em função desses fatores, a sociedade caminhará aos poucos para
uma formação igualitária e com uma maior gama de oportunidades para todos terem
acesso a uma melhor qualidade de vida.

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