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TOXICOLOGIA OCUPACIONAL

Prof.ª Dra. Daniela Fernanda de Freitas


prof.daniela.freitas@unincor.edu.br
BENZENO

Portaria nº 3 MT 28 de abril de 1982

Art.1º - Proibir, em todo o Território Nacional, a fabricação de produtos


que contenham “benzeno” em sua composição, admitida, porém, a
presença dessa substância, como agente contaminante, em
percentual não-superior a 1% (um por
cento), em volume.

Art. 3º - O não-cumprimento do disposto nesta Portaria implicará a


apreensão do produto pelos órgãos competentes, sem prejuízo das
demais sanções previstas em lei.

Art. 4º - O cumprimento das determinações desta Portaria será objeto


de fiscalização, a cargo dos Ministérios da Saúde e do Trabalho.
BENZENO

Usos e fontes:
• Indústria de síntese química (álcool anidro)
• Indústria petroquímica = síntese de
etilbenzeno, estireno, poliestireno, ciclo
hexano, nitrobenzeno
• Siderúrgica que utilizam carvão vegetal
• Fumantes
BENZENO
Toxicocinética:
Absorção:
Via Dérmica e Pulmonar (50%)
Distribuição:
Lipoproteínas (SNC, fígado, baço e medula óssea).
Excreção:
3,8% a 27,8% inalterado pelo ar exalado
Conjugados com ác. Glicurônico e sulfatos
BENZENO
Mecanismo de ação não é totalmente elucidado

Toxicodinâmica:
Provoca irritação na pele
Propriedade radiomimética: gera radical oxigênio livre

Agudo: depressor do SNC


excitação, sonolência, perda da consciência e morte.
BENZENO
Mecanismo de ação não é totalmente elucidado

Toxicodinâmica:

Crônicos: ação mielotóxica


Leucemia mielóide aguda – mieloblásto
Anemia aplástica

CARCINOGÊNICO DO GRUPO I
EFEITOS NOCIVOS

Agudos:

sinais de embriaguez
cefaléia
tontura e tremores
naúseas, vômito, visão turva, sonolência
 inconsciência, convulsão, arritmia cardíaca
falha respiratória e morte
EFEITOS NOCIVOS:

Crônicos:

Fadiga, palidez
cefaléia, perda do apetite e Irritabilidade
Trombocitopenia
Infecções bacterianas e lesões necróticas
 leucemia
TRATAMENTO:
• LAVAGEM GÁSTRICA, LAXANTES

• LAVAGEM COM ÁGUA

• CAFEÍNA E BENZOATO DE SÓDIO: estimulação do


centro respiratório
MA e MB

Valor de referência tecnológico


VRT: 1,0 – 2,0 ppm

Indicador Biológico:
Àcido trans-trans mucônico: não é específico (fumo;
dieta (ácido sórbico)
Ácido fenilmercaptúrico = CG/MS sofre menos
interferências
Hemograma completo
TOLUENO

Líquido incolor
Volátil IMPUREZA = BENZENO
PE = 110,6°C
Lipossolubilidade

FONTES DE EXPOSIÇÃO

Solvente, óleos, borracha natural e sintética,


resinas, carvão, piche,
FONTES DE EXPOSIÇÃO

Diluente: tintas e vernizes


Síntese: Cloreto de benzoato, sacarina, cloramina T,
trinitrotolueno, betume, acetilcelulose
CH 3

Tolueno
SOLVENTES
10%

17%
40%

33%
solventes intermediário químico tintas e vernizes colas e adesivos

solvente intermediário químico tintas e vernizes colas e adesivos

Usos do tolueno no Brasil


TOXICOCINÉTICA

ABSORÇÃO

VIA PULMONAR:
40 A 60%
ESFORÇO FÍSICO

VIA DÉRMICA:
DISTRIBUIÇÃO

-Fase inicial: tecidos vascularizados


- Fase rápida: tecidos moles
- Fase lenta: tecido adiposo e medula óssea
EXCREÇÃO

7 – 14% = inalterado pelo ar expirado


31 – 80% = ácido hipúrico
EXPOSIÇÃO AGUDA
SINAIS E SINTOMAS
INICIAL EUFORIA, DOR DE CABEÇA,
PRESSÃO NO PEITO,
FRAQUEZA, FADIGA E
NAÚSEA
SEVEROS DISTÚRBIOS DA VISÃO,
TREMORES, CONFUSÃO
MENTAL, ANDAR
CAMBALEANTE, PARALISIAS
E CONVULSÕES

Arritmias cardíacas, depressão


MORTE do SNC, asfixia, insuficiência
renal e hepática
EXPOSIÇÃO CRÔNICA

SNC DEMÊNCIA,
ENCEFALOPATIA
CRÔNICA,ALTRAÇÕES
DAS FUNÇÕES
NEUROVEGETATIVAS

ANOREXIA, ASTENIA,
HEMATÚRIA,
ALBUMINÚRIA E UREMIA
MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL E BIOLÓGICA
LT = 78 ppm

ÁCIDO HIPÚRICO URINÁRIO (DOSE INTERNA)


BIOMARCADORES
VR = 1,5 g/g de creatinina
IBMP = 2,5 g/g de creatinina
-Alimentos: ameixa, pêssego e grão de café
- Medicamentos ( isocarboxazida, dietilpropiona,
femprobamato)

Tratamento: sinais e sintomas


CHUMBO
• Chumbo metálico – maleabilidade,
ductibilidade, resistência à corrosão
• metal cinza azulado  cinza fosco
• Pbo  PbO
• Sais de Pb++
• Compostos orgânicos: Pb(CH3)4 e
Pb(C2H5)4
• PbS (minério de chumbo): GALENA

MEPBS
CHUMBO
FONTES DE EXPOSIÇÃO ALIMENTAR

Principal via de exposição do homem

Alimentos e Bebidas

Alimentos processados: latas

Água: Pb no sedimento (>) e dissolvido


na água (<)
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CHUMBO
FONTES DE EXPOSIÇÃO

 Últimos anos: diminuição nos níveis


ambientais de Pb (retirada do Pb tetraetila da
gasolina e de soldas)

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CHUMBO
TOXICOCINÉTICA
ABSORÇÃO

GASTRINTESTINAL

Adultos: 5 a 10% de absorção do Pb ingerido


(crianças 45 a 50%)

 Intestino delgado: transporte facilitado


(transportador do cálcio); absorção influenciada
por íons Ca, Fe e fosfato

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CHUMBO
TOXICOCINÉTICA
ABSORÇÃO

PULMONAR

 poeiras: depende do diâmetro das partículas; no


epitélio alveolar – absorção de cerca de 30-50%.

 fumos de PbO – absorção superior a 80%

 Pb (CH3)4 - absorção total

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CHUMBO
TOXICOCINÉTICA
DISTRIBUIÇÃO/ARMAZENAMENTO

Sangue ( > 90 % nos eritrócitos)

Distribui-se

Tecidos Órgãos Ossos

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CHUMBO
INALAÇAO Suor
INGESTÃO Cabelo
Saliva

epitélio alveolar Leite


30-50 %
92-94 %
SANGUE
intestino 15 %
< 10
Tecido ósseo
soro eritrócitos
delgado
> 50 % < 1% livre 90 -95 %
bile
rins

fígado baço músculos cérebro

EXCREÇAO EXCREÇAO

MEPBS
CHUMBO
TOXICOCINÉTICA
ARMAZENAMENTO/ EXCREÇÃO

t½ média no esqueleto= 20 anos

Excreção: fezes, urina, leite, cabelos e unhas,


saliva

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CHUMBO: EXCREÇÃO
76% Filtração glomerular

16% Bile

8% outros
TOXICODINÂMICA
SNP: destruição da bainha de mielina.

Rim: Pb forma um complexo com a metalotioneína:


produção anticorpos.

Medula Óssea: Interferência na síntese do Heme


CHUMBO
EFEITOS TÓXICOS

INTOXICAÇÃO AGUDA

1. Compostos inorgânicos:

 alterações gastrintestinais: cólica,


diarréia, vômitos, sabor metálico
 albuminúria, cilindrúria
 parestesias, fraqueza e convulsões
 coma e morte (2-3 dias)
CHUMBO
EFEITOS TÓXICOS
INTOXICAÇÃO AGUDA

2. Compostos orgânicos:

 hipertermia; hipotensão com taquicardia


 encefalopatia com delírios e convulsão
 ebriedade, anorexia, irritação, cefaléia,
e náuseas
CHUMBO
EFEITOS TÓXICOS

INTOXICAÇÃO CRÔNICA
síndrome gastrintestinal: anorexia, dores
difusas, constipação, orla gengival, cólicas

síndrome renal: lesão tubular (s. Fanconi);


nefropatia crônica (fibrose)

 síndrome neuromuscular: fraqueza, fadiga,


paralisia e atrofia
CHUMBO
EFEITOS TÓXICOS

INTOXICAÇÃO CRÔNICA

SNC: encefalopatia hipertensiva (rara)- com


sequelas permanentes, incluindo problemas
comportamentais, enfraquecimento intelectual
e hiperreatividade

Efeitos irreversíveis
CHUMBO
LIMITES PERMITIDOS (ALIMENTOS)

Brasil: ingestão diária calculada em 12, 6 μg/kg


frutas, água potável, bebidas, cereais e
vegetais

LMT no Brasil - variam com o alimento:


entre 0,05 (leite) e 2,0 (pescado e outros
se industrializados) mg/ kg
CHUMBO
TRATAMENTO ANTIDOTAL

EDTA Na2 Ca – quela o chumbo livre –


usado nas intoxicações agudas (cólicas) ou
quando há suspeita de elevada
acumulação nos ossos.
Não recupera lesões renais e neurológicas
e há risco de quelar outros metais
Não usar como
profilático
MERCÚRIO

 COMPOSTOS

- Hgo (metal líquido e volátil)

- sais de Hg++ e de Hg2++ (cloreto, sulfato)

- derivados orgânicos (alquilados, arilados,


alcoxialquilados).
MERCÚRIO
 USOS:

Hg0: amálgamas; aparelhos científicos de


precisão; cubas eletrolíticas (soluções NaCl)
e eletrodos.

Sais de Hg: pigmentos, catalizadores; alguns


foram usados como diurético
MERCÚRIO

 Atividade humana: mineração (HgS)


responsável pelo > acúmulo de Hg no ambiente

 Peixe: principal fonte de mercúrio


(metilmercúrio) - Bioacumulação

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TOXICICINÉTICA

Absorção
Via Pulmonar 80%
Via Dérmica
Via Oral: metilmercúrio em peixes
Distribuição
> concentração nas hemácias
órgãos alvos: glândulas salivares, sudoríparas e
tireóide; rim, cérebro e testículo
ELIMINAÇÃO

 Principais vias de excreção:


Fezes (90%), urina, unhas e cabelos, suor e
saliva
 t½ média:
mercúrio orgânico*: ~ 70 dias
mercúrio inorgânico: 40 dias
MERCÚRIO
EFEITOS TÓXICOS- AGUDOS (HG++; HG2++)

 Rins: falência renal (albuminúria, cilindrúria e


hematúria)
Gastrintestinal: sabor metálico, inflamação língua,
mucosas, lesões (ingestão);
 Sistema Nervoso: mal estar, visão obscurecida e
parestesias (morte após 1-5 dias da ingestão).
MERCÚRIO
EFEITOS TÓXICOS - AGUDOS (METILMERCÚRIO)

 Predominam efeitos neurotóxicos: constrição do


campo visual, disartria, surdez, ataxia, tremores, coma
e morte
MERCÚRIO
Efeitos Tóxicos - Agudos (fumos de Hg0)

Pulmonares: bronquite e peneumonite


Neurológicos: tremores, hiperexcitabilidade
Renais: lesões acontecem ocasionalmente
MERCÚRIO
EFEITOS TÓXICOS- CRÔNICOS

 Neurotoxicidade (todos os compostos)


- Psicose Tóxica: alterações comportamentais e da
personalidade; Parkisonismo mercurial
- Alterações cardiovasculares: insuficiência coronária,
hipertrofia ventricular, hipertensão.
- Alterações renais (síndrome nefrótica, proteinúria).
- Danos cromossômicos (metil-mercúrio).
MERCÚRIO
LIMITES PERMITIDOS (OCUPACIONAL)

TLV-TWA (ACGIH-USA)= 0,025 mg/m3

LT (Brasil/ NR15)= 0,04 mg/m3

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