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MÓDULO XII Lei de Sociedade e Lei de Trabalho

Quadragésima Sétima Aula: Limite do trabalho e do repouso

Objetivos específicos: Identificar o limite do trabalho e do repouso; Justificar a necessidade do


repouso.

Conteúdo básico:

■ Qual o limite do trabalho? O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente
livre o homem. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 683.

■ Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo
trabalho? Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável
pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride
a lei de Deus. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 684.

■ O repouso serve para reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um
pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria. Allan Kardec: O
livro dos espíritos, questão 682.

Subsídios:

Sendo o trabalho uma lei natural, o repouso é a consequente conquista a que o homem faz jus
para refazer as forças e continuar o ritmo de produtividade. O repouso se lhe impõe como
prêmio ao esforço despendido, sendo-lhe facultando o indispensável sustento nos dias da
velhice, quando diminuem o poder criativo, as forças e a agilidade na execução das tarefas
ligadas à subsistência. Assim, o limite do trabalho é o das próprias forças. [...] Em suma, a esse
respeito Deus deixa inteiramente livre o homem. Isso deixa claro que, sendo, como é, fonte de
equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos
mantenhamos válidos. É preciso buscar a medida do equilíbrio nessa questão, evitando, sempre
que possível, comportamentos extremos: nem nos entregar à ociosidade degradante, filha da
preguiça, nem nos impor um ritmo excessivo de trabalho, causador de enfermidades. A natureza
exige o emprego de nossas energias e aqueles que se aposentam, sentindo-se ainda em pleno
gozo de suas forças físicas e mentais, depressa caem no fastio, tornando-se desassossegados,
irritadiços ou hipocondríacos. Alguns tentam eliminar o vazio de suas horas em viagens; outros,
em diversões; quase todos, porém, se cansam de uma coisa e outra, entregando-se, por fim, ao
alcoolismo, à jogatina e a outros vícios que lhes arruínam, de vez, tanto a saúde como a paz
íntima. Abalizados psiquiatras e psicanalistas afirmam, com exato conhecimento de causa, que
todos os seres humanos precisam encontrar alguma coisa que possam fazer, pois ninguém
consegue ser feliz sem que se sinta útil ou necessário a alguém; por outro lado, as exigências e
competições existentes no mudo moderno vêm contribuindo para que, um número significativo
de pessoas, adotem comportamentos compulsivos, em relação à atividade laboral. São pessoas
denominadas Workaholics (ou Work-a-holics), palavra inglesa usada para designar pessoas que
têm compulsão por trabalho. Elas trabalham em excesso, vivem e respiraram trabalho vinte e
quatro horas por dia. Dividido o tempo entre o trabalho e o lazer, ação e espairecimento,
ampliam-se as possibilidades da existência do homem que, então, frui a decorrência do
progresso na saúde, nas manifestações artísticas, na cultura, no prazer, dispondo de tempo para
as atividades espirituais, igualmente valiosas, senão indispensáveis para a sua paz interior.
Mediante o “trabalho-remunerado” o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria
condições de conforto. Através do “trabalho-abnegação”, do qual não decorre troca nem
permuta remuneração, ele se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual. O
limite do trabalho e do repouso é observado, inclusive, no plano espiritual. André Luiz nos faz
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inúmeras referências a respeito deste assunto em sua obra. Em Nosso Lar, por exemplo, nos
informa: Aqui, em verdade, a lei do descanso é rigorosamente observada, para que
determinados servidores não fiquem mais sobrecarregados que outros; mas a lei do trabalho é
também rigorosamente cumprida. Em Os Mensageiros, há um relato do benfeitor Aniceto
relacionado a uma específica distribuição de tarefas entre os colaboradores: Na oficina – disse-
nos, bondoso – encontramos revigoramento imprescindível ao trabalho. Recebemos reforços
de energia, alimentando-nos convenientemente para prosseguir no esforço, mas convenhamos
que, para muitos de nós, a noite representou uma série de atividades longas e exaustivas.
Necessitamos de algum descanso. Se nos propomos retratar mentalmente a luz dos Planos
Superiores, é indispensável que a nossa vontade abrace espontaneamente o trabalho por
alimento de cada dia. No pretérito, apreciávamo-lo por atitude servil de quantos caíssem sob o
ferrete da injúria. A escola, as artes, as virtudes domésticas, a indústria e o amanho do solo eram
relegados a mãos escravas, reservando-se os braços supostos livres para a inércia dourada. O
trabalho escravo, ainda existente em muitas nações, inclusive no Brasil, foi uma prática muito
comum no passado. Na época exclusivamente agrícola, a produção exigia uma mão-de-obra
permanente, não-remunerada. Por muitos anos, após o período da revolução industrial, o
trabalhador era remunerado, mas, em contrapartida, deveria assumir o ônus de uma desumana
carga de trabalho, sem descanso ou com pouquíssimo tempo destinado ao repouso. Nesse
sentido, o Espiritismo esclarece que devemos ser muito cuidadosos, pois não é correto abusar
da autoridade, impondo aos subalternos excessivo trabalho. Segundo os Espíritos Orientadores,
quem assim procede está cometendo [...] uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder
de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto,
assim fazendo, transgride a lei de Deus.

Anexo 1

Trabalha Agora
Pondera o tempo — mar em que navegas,

Invisível apoio que te escora.

Não te afundes no abismo, senda afora, Hoje! Trabalha agora, em cada instante;
Nem prossigas, em vão, tateando às cegas. Agora! trilha aberta ao sol triunfante!...

Muitas vezes, depois é muito tarde!...


Glórias, delitos, lágrimas, refregas, Auta de Souza
Tudo é feito no tempo, de hora a hora...

Estende o amor e a paz, semeando agora

As riquezas do tempo que carregas!

Inda que a dor te oprima e o mal te afronte,

Vive, qual novo dia no horizonte,

Sem que a névoa do mundo te abastarde. . .

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