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O filme “O nome da Rosa” trata da história ocorrida no ano de 1327 – Século XIV -

num Mosteiro Beneditino Italiano que continha, na época, o maior acervo Cristão do
mundo. Poucos monges tinham o acesso autorizado, devido às relíquias arquivadas
naquela Biblioteca.

No Filme, um monge Franciscano e Renascentista, interpretado pelo ator Sean


Conery, foi designado para investigar vários crimes que estavam ocorrendo no
mosteiro. Os mortos eram encontrados com a língua e os dedos roxos e, no
decorrer da história, verificamos que eles manuseavam (desfolhavam) os livros,
cujas páginas estavam envenenadas. Então, quem profanasse a determinação de
“não ler o livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura.

O Livro havia sido escrito pelo Filósofo Aristóteles e falava sobre o riso: “Talvez a
tarefa de quem ama os homens seja fazer rir da verdade, porque a única verdade é
aprendermos a nos libertar da paixão insana pela verdade”.

Isso tudo sugeria, além de outras coisas, principalmente pela razão, que Jesus
sorriu, pois Ele (Jesus), além de amar todos os homens, desejava que todos
encontrassem a verdade e, através dela (da verdade), fossem libertos.

Acho que esta frase está ligada à máxima “Conhecereis a verdade e ela vos
libertará”.

E na história, por trás de “quem matou e quem morreu” aparecem nítidas disputas
entre o misticismo, o racionalismo, problemas econômicos, políticos e,
principalmente, o desejo da Igreja em manter o poder absoluto cerceando o direito
à liberdade de todos.

A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso ao significado de seus
dogmas (fundamentos da religião) nem questionassem e fossem contra os mesmos
e, por esse motivo, para definir o poder sobre o povo, houve a instauração da
Inquisição que foi criada para punir os crimes praticados contra a Igreja Católica
que se unia ao poder monárquico.

O período Renascentista que se desenvolveu na Europa entre 1300 e 1650, época


em que se desenrola o filme (1327), vinha de encontro a Igreja, exatamente
porque o Renascimento pregava a valorização do homem e da natureza, em
oposição ao divino e ao sobrenatural.

Dessa forma, o Monge Francisco e Renascentista, William de Baskerville, utilizava-


se da Ciência e conseqüentemente da razão para dar solução aos crimes do
mosteiro e desagradava, em muito, a Santa Inquisição, na figura do Inquisidor
Bernardo Gui que realmente existiu e foi considerado um dos mais severos
inquisidores.

Entendi que na Biblioteca do Monastério haviam  pergaminhos que falavam sobre a


infalibilidade de Deus e que não era preciso se ter uma fé cega em detrimento à
figura do homem.

Para não se ter uma fé cega é preciso utilizar-se da Ciência como instrumento
principal para se desvendar os mistérios impostos pela religião.
Por esse motivo, creio eu, que a Ciência teve ascendência sobre a religião, pois
através da razão vários mistérios eram descortinados, inclusive o poder
desenfreado da Igreja que, na verdade, só contribuiu para o misticismo e o entrave
do desenvolvimento intelectual de todo um período histórico, principalmente o da
Idade Média, cercado pela Inquisição e seu poderio absurdo e desmedido.

MEG KLOPPER

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