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RESUMO
ABSTRACT
Acoustic treatment is crucial nowadays due to the great development of urban areas and
machines, which has taken to a strong increase of noise pollution. Thus, this study has aimed
to achieve a selection of the main types of materials and technics for soundproofing intending
the comfort and the quality of life improvement for minimizing the harmful physiological and
morphological effects caused by the continuous exposition to noises. For that, it was studied
the main materials that are used currently for the wall soundproofing, such as rock wool, glass
wool, cork, coconut fiber; besides the mass-spring-mass and DryWall techniques. It was
concluded that for the external walls, the best frame, among all the analyzed ones in relation to
the cost / benefit was the one of plaster/brickwork/rock wool with a total thickness of 240 mm,
with a sound reduction index of 53 dB, costing R$ 168,43; and for the internal walls: gypsum
plaster/coconut fiber/gypsum plaster, with total thickness of 86 mm and sound reduction index
of Rw(dB) 56 and cost of R$ 354,31.
Key words: Comparative. Efficiency. Noise. Technical standards of ABNT.
mail: felipeiser@prof.unipar.br
1 INTRODUÇÃO
Ferreira (2010) afirma que a música surgiu juntamente com a humanidade e seu estudo
e desenvolvimento deu origem à acústica. Tendo em vista que com o passar do tempo diversas
pesquisas foram realizados com o intuito de entender a propagação da onda sonora, tais como:
a percepção de timbre por Aristóteles (384-322 a.C.); a velocidade do som por Galilei Galileu
(1564-1642) e Mersenne (1558-1648); a interferência da temperatura na propagação do som de
Lagrange (1736-1813); e a dedução de expressões para a obtenção do tempo de reverberação
por Wallace Clement Sabine (1868-1919).
Estas descobertas possibilitaram a aplicação do isolamento do som em construções.
Levando-se em conta que apesar das inúmeras aplicações e benefícios trazidos pelo som, o
excesso de ruídos e a poluição sonora são responsáveis por causarem irritabilidade, estresse,
desconcentração, distúrbios de sono, que em graus extremos pode levar à deficiência auditiva.
Sendo sua prevenção crucial para o bem-estar e a garantia da qualidade de vida da população.
Diante do exposto o presente trabalho busca estabelecer um comparativo entre custos e
benefícios dos principais materiais e técnicas utilizados para o isolamento acústico em paredes,
analisando-os quanto ao custo-benefício, a espessura e a redução sonora. Para tanto, diversas
fontes literárias foram examinadas.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Acústica é a ciência que através da física estuda as ondas sonoras - vibrações mecânicas
que se propagam em um meio elástico podendo ser sólido, líquido ou gasoso - bem como sua
produção, propagação e recepção (FERREIRA, 2010).
Ademais, é a responsável pela descoberta das aplicações do som em áreas como:
geociências, engenharia, biociências e artes. No entanto, até atingir essa gama de possibilidades
de aplicações, demonstradas na Figura 1, a área da acústica física fundamental sofreu muitos
estudos e desenvolvimento (BISTAFA, 2011).
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Figura 1 - Subgrupos de atuação da acústica nas áreas da engenharia, geociências, artes e
biociências.
Para melhor compreensão dos estudos da acústica, faz-se necessário a análise de alguns
de seus conceitos, sendo eles:
2.1.1 Som
Conforme Barbosa (2015), o som é o resultado da vibração de uma fonte, que transmite
energia através da colisão das moléculas do meio de propagação e essas por sua vez geram
compressão e rarefação, causando uma diferença de pressão, que formam ondas longitudinais.
Essas, são captadas e identificadas pelo ouvido humano.
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2.1.2 Ruído
Como afirma Couto (2014), a amplitude é a altura gerada pela diferença entre os pontos
médio e máximo/mínimo de pressão na direção da propagação da onda, em dado instante de
tempo. De tal forma que quanto menor a amplitude, menos energia ela transporta e
consequentemente menor é a intensidade da pressão sonora, como demonstrado na Figura 2.
Já a frequência é o inverso do período, tempo necessário para que a onda seja repetida
em amplitude e fase (e representado como comprimento de onda na Figura 2), sendo medida
em Hertz (Hz). O ouvido humano constata apenas sons de 20 a 20000 Hz (COUTO, 2014).
O comprimento da onda é a divisão da velocidade do som no meio (dada em metros
percorridos), pela frequência da onda em questão. É importante notar que diferentes estados
(sólido, líquido ou gasoso), materiais e temperaturas, acarretam em uma variação da velocidade
de propagação (BISTAFA, 2011).
Na Figura 2, pode-se observar a demonstração da amplitude e comprimento de onda,
através da representação gráfica da pressão versus distância, de uma onda sonora gerada por
um diapasão, um instrumento em formato de forquilha que ao vibrar emite a nota lá como
referência de afinação.
Figura 2 - Propagação de uma onda sonora gerada por um diapasão.
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Onde:
𝜆 = comprimento de onda;
𝐴 = amplitude;
𝑃𝑚𝑎𝑥 = pressão máxima;
𝑃𝑚𝑖𝑛 = pressão mínima;
𝑃 = pressão sonora;
𝑋 = distância;
𝑃(𝑋) = pressão versus distância.
Figura 3 - Curvas isofônicas (de mesma sensação sonora), que correlacionam o nível sonoro
(dB), com a frequência (Hz).
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Dessa forma, surgiu a necessidade da criação de curvas de ponderação A, B e C
(contidas na Figura 4). Essas servem para níveis de pressão baixo (40 dB), intermediário (70
dB) e elevados (100 dB). Portanto, deve-se escolher a que mais se enquadra ao estudo afim de
obter resultados realistas (MATEUS, 2008).
Levando-se em conta que o conforto acústico varia de acordo com cada ambiente, os
intervalos de conforto são regulamentados pela NBR 10151:2003 e NBR 10152:1987.
O ruído por não ser um som harmônico, traz muitos efeitos colaterais. Esses, são
exprimidos por mudanças fisiológicas e morfológicas. Por consequência o indivíduo fica mais
propenso a ser afetado por efeitos nocivos causados por ruídos (RODRIGUES, 2015).
Alguns problemas que podem ser causados, são:
• Deficiência auditiva: ruídos com longa duração e intensidade acarretam em
perda da capacidade auditiva (paracusia e tinittus), que pode levar a dificuldade
na percepção de discursos.
• Diminuição da capacidade de execução de tarefas: a poluição sonora aumentam
os erros e diminui o desempenho e a motivação na execução de tarefas.
• Interferência na comunicação: dificulta na compreensão de discursos, levando à
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deficiências comportamentais e pessoais, tais como: incerteza, falta de
autoconfiança, irritação e desconcentração.
• Perturbações do sono: um sono ininterrupto é necessário para bom
funcionamento fisiológico e mental. No entanto, ruídos ambientes causa
dificuldades em adormecer, redução e alteração do estágio do sono. Por
consequência leva à fadiga, alterações de humor e bem-estar, indisposição,
dentre outros (RAMOS; LOPES; SILVA; 2010).
• Distúrbios cardiovasculares: os ruídos resultam alterações nos sistemas
hormonais o que altera temporariamente a tensão arterial, frequência cardíaca e
vasoconstrição. Com exposição prolongada, pode-se desenvolver hipertensão e
doença isquêmica cardíaca (RAMOS; LOPES; SILVA; 2010).
• Distúrbios na saúde mental: apesar de não ser o causador, é o acelerador e
intensificador dessas doenças, dentre elas: ansiedade, stress emocional, náuseas,
instabilidade, dores de cabeça, alterações de humor, histeria, neuroses, dentre
outras (RAMOS; LOPES; SILVA; 2010).
Figura 5 - Níveis de pressão sonora em dB(A), para diferentes tipos de zonas de edificações,
avaliados nos períodos diurno e noturno.
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melhor forma de utilização de modo a garantir conforto, não sendo aplicável à fiscalização.
Figura 6 - Níveis de pressão sonora médio em dB(A) máximos e mínimos, para diferentes
locais.
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Figura 7 - Níveis de ruído em dB(A) e seu tempo máximo de exposição permitido.
Fonte: Anexo Nº 1 – NR 15
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2.5 MATERIAIS PARA ISOLAMENTO ACÚSTICO
Para atender as NBR’s foram desenvolvidos diversos estudos sobre materiais que podem
atuar como isolantes acústicos. Além disso, essa gama vem crescendo devido às constantes
pesquisas na área de desenvolvimento. Dessa forma, alguns dos materiais mais utilizados na
construção civil atualmente são:
2.5.1 Lã de rocha
Composta por fibras de basalto aglomeradas com resina sintética. Pode ser aplicada em
forros, divisórias, dutos de ar condicionado e tubulações. Pois é um isolante térmico,
incomburente, não corrosível e imputrescível, não poluente ou nocivo e resistente a
temperaturas de 50°C à 70°C. Encontrada no mercado em diversos dimensionamentos nas
formas de manta, camada, placa ou flocos (CATAI; PENTEADO; DALBELLO; 2006).
2.5.2 Lã de vidro
É uma fibra mineral fabricada com sílica e sódio aglutinada com resinas sintética e
composta por filamentos de vidro. Apesar de ser relativamente cara, ela tem a vantagem de não
pegar fogo, não sofre ataque de animais, e não putrifica. Sendo muito utilizada em ambientes
de incombustibilidade obrigatória e comercializada em rolo de diferentes dimensionamentos
(CAZELOTO; TAMANINI; 2003).
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2.6 TÉCNICAS PARA ISOLAMENTO ACÚSTICO
2.6.2 Massa-mola-massa
Constrói-se paredes duplas com espaçamento, podendo este ser deixado vago ou
preenchido com material isolante. Quanto maior o espaço entre as barreiras maior será a
absorção da pressão sonora. Ademais, é recomendado a utilização de materiais diversos ou de
diferentes espessuras para não ocorrer excitação (SIMÕES, 2011).
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Figura 9 –Massa-mola-massa
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Tabela 1 – Espessura do material, índice de redução sonora 𝑅𝑤 , preço por metro quadrado.
Paredes
Espessura Rw Preço
Material Espessura (mm) R$/Rw
total (mm) (dB) (R$/m²)
Gesso cartonado 13 + lã de
7- lã de rocha/gesso
rocha 48 + gesso cartonado 74 42 296,88 R$ 7,07
cartonado
13
Gesso cartonado 15 + lã de
8- lã de rocha/gesso
rocha 48 + gesso cartonado 78 44 323,7 R$ 7,36
cartonado
15
Gesso cartonado 15
9-
+ aglomerado negro de
Reboco/alvenaria/ 60 45 327,99 R$ 7,29
cortiça 30 + gesso cartonado
cortiça
15
Gesso cartonado 13 + gesso
10- fibra de
cartonado 10 + fibra de coco
coco/gesso 86 56 354,31 R$ 6,33
40 + gesso cartonado 10 +
cartonado
gesso cartonado 13
Fonte: O Autor (2018).
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Tabela 2 – Espessura do material, índice de redução sonora 𝑅𝑤 , preço por metro quadrado.
Paredes em alvenaria
Espessura Rw Preço
Material Espessura (mm) R$/Rw
total (mm) (dB) (R$/m²)
11- Reboco 20 + alvenaria 110 +
150 40 129,5 R$ 3,24
Reboco/alvenaria reboco 20
12- Reboco 20 + alvenaria 150 +
190 46 135,95 R$ 2,96
Reboco/alvenaria reboco 20
13- Reboco 20 + alvenaria 200 +
240 52 158,15 R$ 3,04
Reboco/alvenaria reboco 20
Reboco 20 + alvenaria 150 +
14-
caixa de ar 30 + alvenaria 110 330 50 155,27 R$ 3,11
Reboco/alvenaria
+ reboco 20
Fonte: Ferreira, 2007.
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5 CONCLUSÃO
Percebe-se com esse breve estudo, nos expoentes analisados em suas obras disponíveis,
que a poluição sonora está presente no meio social da maioria das pessoas, praticamente em
todos os ambientes da sociedade. Quanto às edificações, estas poderão ser melhoradas com
investimentos na construção civil, através de estudos técnicos e de materiais e estes quando
implementados, trarão benefícios para a saúde e bem-estar das pessoas. Fazendo um
comparativo dos materiais e técnicas estudados e analisados nas Tabelas 1 e 2, com relação ao
melhor custo/benefício conclui-se que para paredes externas: Reboco/alvenaria/lã de rocha com
espessura total 240 mm, índice de redução sonora RW(dB) 53, custo de R$ 168,43; para paredes
internas: gesso cartonado/fibra de coco/gesso cartonado, espessura total 86mm, índice de
redução sonora RW(dB) 56, custo R$ 354,31.
REFERÊNCIAS
______. ABNT NBR 10.151: Acústica do Ruído em Árias Habitadas, Visando o Conforto da
Comunidade. Brasil. Rio de Janeiro, 2017.
______. ABNT NBR 10.152: Nível de Ruído para Conforto Acústico. Brasil. Rio de Janeiro, 1987.
Bíblia. Português. Bíblia sagrada. João Ferreira de Almeida. 3. ed. São Paulo-SP-Brasil: Geográfica,
2016. 345 p.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle de ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.
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COUTO, F. M. G. Aplicação de Procedimento para Análise do Desempenho Acústico de Pisos em
Unidade Habitacional Multifamiliar com Base na NBR 15.575:2013. Rio de Janeiro: UFRJ/
ESCOLA POLITÉCNICA, 2014.
RAMOS, C.; LOPES, J.; SILVA, M. Levantamento de Informação sobre os Efeitos na Saúde
Humana Associados à exposição a ruídos ambiente. Escola Superior de Tecnologia da Saúde de
Lisboa. Agência Portuguesa do Ambiente. Lisboa, 2010.
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