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Rev. bras. zootec., v.28, n.5, p.

919-927, 1999

Produção Forrageira de Gramíneas Cultivadas sob Luminosidade Reduzida1

Carlos Renato Tavares de Castro2, Rasmo Garcia3, Margarida Mesquita Carvalho4,


Laércio Couto5

RESUMO - O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de três níveis de sombreamento artificial (0,30 e 60%) sobre a produção
de matéria seca, a concentração de nitrogênio e as características morfológicas de seis espécies de gramíneas forrageiras tropicais
(Andropogon gayanus, cv. Planaltina, Brachiaria brizantha, cv. Marandu, B. decumbens, Melinis minutiflora, Panicum maximum, cv.
Vencedor, e Setaria anceps, cv. Kazungula). Foi usado delineamento em blocos ao acaso, com parcelas subdivididas e quatro repetições;
nas parcelas foram distribuídos os níveis de sombreamento e nas subparcelas, as espécies forrageiras. Os resultados demonstram que
o sombreamento influenciou a produção de matéria seca, a concentração de N e as características morfológicas das espécies avaliadas.
A produção forrageira foi influenciada diferencialmente pelo sombreamento. A produção de matéria seca do P. maximum, cv. Vencedor
foi 19,72% maior à sombra moderada que a pleno sol. A produção de S. anceps, cv. Kazungula, entretanto, não foi influenciada pelo
sombreamento. As demais espécies tiveram decréscimo da produção de matéria seca com a redução da luminosidade. Em todas as espécies,
houve aumento da concentração de N e redução do teor de matéria seca da forragem, que se tornou mais suculenta à sombra. As
características morfológicas não apresentaram comportamento padrão, variando conforme a espécie avaliada.

Palavras-chave: alterações morfológicas, nitrogênio, sombreamento artificial

Grass Forages Production Cultivated under Light Reduction

ABSTRACT - The objective of this work was to evaluate the influence of three levels of artificial shade (0, 30 and 60%) on dry matter
production, nitrogen content and morphological characteristics of six forage grasses (Andropogon gayanus cv. Planaltina, Brachiaria
brizantha cv. Marandu, B. decumbens, Melinis minutiflora, Panicum maximum cv. Vencedor and Setaria anceps cv. Kazungula). A
randomized block design, with split plots and four replicates, was used; the shading levels were allotted to the plots and the species
to the split plots. The results showed that shading affected the production of dry matter, the nitrogen content and the morphological
characteristics of the evaluated species. The production of forage was differentially affected by the shade. The dry matter production of
P. maximum cv. Vencedor was 19.72% higher, at moderate shade than in broad daylight. The forage production of S. anceps cv. Kazungula,
however, was not affected by the shade. The dry matter production of other species decreased with the reduction of the light. In all species
there was an increase of N content and reduction of the content of dry matter of the forage, which became juicier in the shade. The
morphological characteristics did not show a standard behavior, which varied according to the studied specie.

Key Words: morphological characteristics, nitrogen, artificial shading

Introdução Diversos estudos indicam que a sombra pode


proporcionar aumento da produção forrageira, quan-
O interesse pelo estabelecimento de forrageiras em do em pastagens com baixa densidade arbórea, média
condições de sombreamento tem crescido nos últimos fertilidade do solo (BURROWS et al., 1990;
anos, em virtude, principalmente, do desejo de se asso- WILSON et al., 1990) e baixa precipitação (BELSKY
ciarem pastagens com árvores, em sistemas silvipastoris. et al., 1989; WELTZIN e COUGHENOUR, 1990).
O sucesso desses sistemas depende de alguns fatores, A literatura também revela alguns exemplos em
como a identificação de espécies tolerantes ao que a produção forrageira foi indiferente ou muito
sombreamento e a adoção de práticas de manejo que pouco influenciada pela redução da luminosidade
assegurem a sua produtividade e persistência no sub- ambiente (ANDERSON e MOORE, 1987;
bosque (TORRES, 1982; WONG e STÜR, 1993). MARQUES, 1990). No entanto, o sombreamento

1 Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor, parcialmente financiada pela Embrapa Gado de Leite.
2 Engo. Agrônomo, DS, Pesquisador visitante, Bolsista recém-doutor (CNPq), Embrapa Gado de Leite. R. Eugênio Nascimento, 610, Juiz de Fora,
MG, 36038-330. E-mail: decastro@cnpgl.embrapa.br
3 Engo. Agrônomo, PhD, Professor titular, Depto de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, MG. E-mail: rgarcia@mail.ufv.br
4 Enga. Agrônoma, PhD, Pesquisadora Embrapa Gado de Leite. E-mail: mmcarval@cnpgl.embrapa.br
5 Engo. Florestal, PhD, Professor titular, Depto de Engenharia Florestal, UFV, MG. E-mail: lcouto@mail.ufv.br
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intenso pode ser fator limitante à produção de forra- Material e Métodos
gem. A produtividade forrageira é passível de redu-
ção pela presença de árvores nas pastagens, as quais O ensaio foi conduzido na Estação Experimental
competem com o estrato herbáceo do sub-bosque da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco,
pelos fatores de produção, principalmente pela luz MG, em Latossolo Vermelho-Amarelo de textura
(BURROWS et al., 1990; PIEPER, 1990). Assim, média. Os tratamentos consistiram de seis espécies
alguns estudos têm demonstrado que o rendimento de gramíneas forrageiras tropicais (Brachiaria
forrageiro aumenta com a redução do componente brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf, cv. Marandu;
arbóreo (WALKER et al., 1986; HARRINGTON e B. decumbens Stapf; Melinis minutiflora Beauv.;
JOHNS, 1990; e BARBOSA e GURGEL Andropogon gayanus Kunth var. bisquamulatus
GARRIDO, 1990) ou da intensidade de sombreamento (Hoscht) Hack, cv. Planatina; Panicum maximum
(WONG e STÜR, 1993; MORITA et al., 1994). Jacq., cv. Vencedor; Setaria anceps Stapf ex
O estudo da adaptação morfológica de gramíneas a Massey, cv. Kazungula) submetidas a três níveis de
ambientes com baixa luminosidade é importante para a sombreamento (0, 30 e 60% de sombra, respectiva-
melhor compreensão do seu crescimento em sistemas mente, luz plena, sombra moderada e sombra inten-
silvipastoris. A distribuição de matéria seca entre os sa), segundo o delineamento em blocos ao acaso, com
diferentes órgãos das plantas é um processo fortemente parcelas subdivididas e quatro repetições. Foram
influenciado pelas condições ambientais, sendo também adotadas parcelas retangulares (níveis de
dependente de diferenças genéticas entre as espécies. sombreamento) de 12 x 3 m e subparcelas (gramíneas)
O cultivo de várias espécies de gramíneas de 3 x 2 m, coletando-se dados apenas na área interna
forrageiras sob diferentes níveis de redução da inten- útil (2 x 1 m) de cada subparcela.
sidade luminosa resultou em plantas mais altas e com As análises químicas de amostras de solo (0-20 cm
colmos mais longos (WONG e WILSON, 1980; de profundidade) apresentaram os seguintes resulta-
ERIKSEN e WHITNEY, 1981; SAMARAKOON et dos: pH em água, 4,52; P (Mehlich) 5,03 mg/dm 3 ; e
al., 1990a; e MORITA et al., 1994), reação conside- cátions trocáveis em cmolc /dm3 – Ca, 0,64; Mg, 0,39;
rada por SKUTERUD (1984) como forma de K, 0,68; e Al, 0,91.
compensação à deficiência de luz. KNAKE (1972) A área foi preparada mecanicamente por meio de
observou que a maior extensão do colmo de plantas aração e gradagem; foi feita a calagem, aplicando-se
de Setaria faberii cultivadas sob 30% de 2 t/ha de calcário dolomítico (correspondente à metade
sombreamento foi atribuída a entrenós mais longos, e da dose calculada pelo método do Al e Ca + Mg trocáveis)
não ao seu maior número; porém, a queda mais e adubação básica com P e K, sendo 500 kg/ha de
acentuada da luminosidade resultou em plantas com superfosfato simples e 167 kg/ha de cloreto de potás-
menor estatura. sio. As gramíneas foram semeadas em novembro de
Sob níveis decrescentes de luminosidade, as folhas 1992 e durante a sua fase de estabelecimento a
de Panicum maximum ficaram mais longas e mais largas ressemeadura foi feita sempre que necessária.
(WONG e WILSON, 1980). Da mesma forma, BUBAR O sombreamento artificial foi obtido pela cobertu-
e MORRISON (1984) constataram que Setaria viridis ra das parcelas com telas plásticas (sombrite) a 1,5 m
e S. lutescens produziram folhas mais longas, quando de altura do solo, tendo sido imposto somente após o
cultivadas sob menor intensidade luminosa. completo estabelecimento das forrageiras, quando se
A exploração de sistemas silvipastoris implica na fez um corte geral de uniformização, a 10 cm do solo,
escolha de espécies ecológica e economicamente em novembro de 1994. Nessa ocasião foi realizada
apropriadas às finalidades desejadas. Entretanto, ainda adubação de manutenção, aplicando-se, em cobertu-
são insuficientes as informações acerca de espécies ra, 200 kg/ha de superfosfato simples e 100 kg/ha de
forrageiras tropicais passíveis de utilização em tais cloreto de potássio.
sistemas. Nesse sentido, o objetivo do presente A cada oito semanas, a partir da imposição do
trabalho foi estudar o efeito de três níveis de sombreamento, as subparcelas foram ceifadas,
sombreamento artificial sobre a produtividade, a con- totalizando três cortes (20/01, 17/03 e 12/05/95);
centração de nitrogênio e o comportamento dos atri- quantificou-se a produção de massa verde total na
butos morfológicos de seis espécies de gramíneas área útil e retiraram-se amostras para determinação
forrageiras tropicais tradicionalmente cultivadas dos teores e produções de matéria seca (MS) total e
pelos pecuaristas brasileiros. das frações gramínea, material morto e invasoras.
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A concentração de N, pelo método Kjeldahl, foi et al. (1997) em ensaio com sombreamento natural. O
determinada em amostras de folhas e caules da decréscimo na produtividade forrageira dessas
fração gramínea obtida nos 1o e 3 o cortes, ocasiões gramíneas pode ser decorrente do fato de a radiação
em que as plantas foram avaliadas quanto às suas luminosa do ambiente sombreado ser inferior à cor-
características morfológicas, obtendo-se valores respondente ao ponto de compensação lumínico ca-
médios para os seguintes parâmetros: comprimento racterístico de cada espécie.
do colmo, número de entrenós, comprimento da lâmi- A produção forrageira de B. brizantha decres-
na e sua largura máxima na última folha completa- ceu com o sombreamento, resultado contrastante
mente expandida. com os relatos de ERIKSEN e WHITNEY (1981),
O teor de carboidratos totais não-estruturais que, sob condição de baixo nível de N no solo,
(CTN), conforme procedimento descrito por SILVA obtiveram produção máxima dessa espécie quando
(1990), foi determinado apenas no 3o corte, em amos- cultivada sob 55% de sombreamento. No estudo de
tras da porção basal dos colmos, considerando como CARVALHO et al. (1997), a produção dessa gramínea
tal os seus 5 cm iniciais. a pleno sol não diferiu significativamente da obtida
Os dados foram submetidos à análise de variância em um bosque de angico-vermelho (Anadenanthera
e o efeito do sombreamento analisado por meio da macrocarpa Benth), no qual, ao longo do ano, o
técnica de polinômios ortogonais. sombreamento variou de 60 a 70%.
O sombreamento resultou em decréscimo do
Resultados e Discussão acúmulo de material morto em A. gayanus (Tabela
1), comportamento semelhante ao observado por
Efeito do sombreamento sobre o crescimento das SAMARAKOON et al. (1990b), em que a redução
gramíneas de 50% na luminosidade ambiente promoveu queda
O efeito do sombreamento sobre a produção total do percentual de tecidos mortos em Pennisetum
de MS nas parcelas e produção de MS de gramíneas clandestinum e Stenotaphrum secundatum. A re-
variou entre as espécies (Tabela 1). dução do acúmulo de tecidos mortos devido ao
O P. maximum apresentou resposta quadrática à sombreamento, ou a sua não alteração, parece estar
redução da luminosidade, com aumento da produção relacionada com a menor velocidade de desenvolvi-
de MS à sombra moderada e queda sob sombreamento mento das plantas cultivadas sob luminosidade redu-
intenso. A produção de S. anceps não foi significati- zida e também às condições microclimáticas do am-
vamente alterada pelo sombreamento. Em B. biente sombreado, onde predominaram temperaturas
decumbens e A. gayanus, o rendimento forrageiro amenas, umidade relativa do ar ligeiramente mais alta
decresceu linearmente com o sombreamento pro- e elevado teor de umidade no solo.
gressivo; B. brizantha também apresentou resposta O teor de MS de todas as espécies foi maior sob
decrescente, porém quadrática. Embora tenha havi- luminosidade ambiente, decrescendo com o
do redução na produção de M. minutiflora, essa não sombreamento (Tabela 1). Outros autores também
foi estatisticamente significativa ante a grande vari- observaram que as gramíneas cultivadas à sombra são
ação ocorrida entre as parcelas em decorrência da mais suculentas, possuindo menor teor de MS
infestação por invasoras. (ERIKSEN e WHITNEY, 1981; SMITH e
O estímulo à produção forrageira de P. maximum, WHITEMAN, 1983; SAMARAKOON et al., 1990b;
observado nas parcelas com sombreamento modera- e CARVALHO et al., 1995), em conformidade com os
do, está em conformidade com a literatura (WONG e resultados obtidos no presente estudo, o que se deve ao
WILSON, 1980; ERIKSEN e WHITNEY, 1981; e desenvolvimento mais lento das plantas à sombra, com
WILSON et al., 1986). A tolerância média dessa reduzida velocidade de perda de água pelos seus
espécie ao déficit de luminosidade (SHELTON et al., tecidos, os quais permanecem mais tenros e suculentos
1987) e a baixa disponibilidade de nitrogênio no solo por maior período de tempo (JEFFERIES, 1965).
podem explicar seu maior rendimento de MS quando Alterações morfológicas
cultivada sob 30% de sombreamento. A redução da luminosidade promoveu o maior
As produções de A. gayanus e B. decumbens crescimento do colmo de B. brizantha, M.
decresceram com o sombreamento, resultado seme- minutiflora, P. maximum e S. anceps (Tabela 2).
lhante ao obtido com essas espécies por CARVALHO É interessante observar que, nas gramíneas em
922 CASTRO et al.
Tabela 1 - Produção (kg/ha) de MS total de gramíneas e tecidos mortos e teor (%) de MS de gramíneas
cultivadas sob três níveis de sombreamento
Table 1- Yield of total DM (kg/ha), of grasses, dead tissues, and DM content of grasses cultivated under three shade
levels
Componente Sombreamento (%) Efeito
Component Shade Effect
0 30 60
Brachiaria brizantha
MS total1 10.327,69 7.809,80(75,62)* 7.563,21(73,23) Linear6
MS de gramíneas2 9.882,60 6.690,68(67,70) 7.289,97(73,77) Quadrático7
MS de tecidos mortos3 445,09 1.119,15(251,44) 273,24(61,39) Quadrático
MS de invasoras4 0 0 0
Teor de matéria seca5 26,46 22,66 20,65 Linear
Brachiaria decumbens
MS total 10.593,17 7.315,00(69,05) 5.749,78(54,28) Linear
MS de gramíneas 9.273,02 6.901,01(74,42) 5.448,36(58,76) Linear
MS de tecidos mortos 848,37 414,06(48,81) 301,42(35,53)
MS de invasoras 471,43 0 0
Teor de matéria seca 27,20 23,60 22,08 Linear
Melinis minutiflora
MS total 4.902,08 5.667,74(115,62) 4.327,52(88,28)
MS de gramíneas 3.585,80 2.034,48(56,74) 1.752,87(48,88)
MS de tecidos mortos 440,52 674,00(153,00) 849,80(192,91)
MS de invasoras 871,46 2.957,14(339,33) 1.714,29(196,71)
Teor de matéria seca 28,02 25,87 26,40
Andropogon gayanus
MS total 15.343,63 10.570,77(68,89) 7.701,49(50,19) Linear
MS de gramíneas 11.333,95 9.522,08(84,01) 6.690,94(59,03) Linear
MS de tecidos mortos 4.009,65 1.048,68(26,15) 1.010,54(25,20) Quadrático
MS de invasoras 0 0 0
Teor de matéria seca 28,51 24,10 22,37 Linear
Panicum maximum
MS total 7.152,53 8.257,07(115,44) 5.378,62(75,20) Quadrático
MS de gramíneas 6.362,22 7.617,07(119,72) 4.825,38(75,84) Quadrático
MS de tecidos mortos 790,30 639,99(80,98) 553,24(70,00)
MS de invasoras 0 0 0
Teor de matéria seca 24,86 22,19 19,77 Linear
Setaria anceps
MS total 6.755,26 7.077,44(104,77) 5.904,02(87,04)
MS de gramíneas 5.882,49 5.910,86(100,48) 5.429,08(92,29)
MS de tecidos mortos 846,20 1.166,57(137,86) 474,94(56,13)
MS de invasoras 28,57 0 0
Teor de matéria seca 20,34 16,85 16,43 Linear
*Valores percentuais relativos ao tratamento não-sombreado (Relative yield - %).
1Total DM; 2Grasses DM; 3Dead tissue DM; 4Weed DM; 5DM content; 6Linear; 7Quadratic.

que a produção de MS (Tabela 1) aumentou com o MS dessas espécies. O aumento da extensão do caule
sombreamento, como em P. maximum, ou se mante- parece ser a tendência geral das plantas cultivadas à
ve estável, como em M. minutiflora e S. anceps, sombra, forma comum de se compensar a deficiência
também houve aumento do comprimento médio do de luz, conforme constatações de SKUTERUD (1984)
colmo (Tabela 2); da mesma forma, a queda na e SAMARAKOON et al. (1990a).
produção forrageira de B. decumbens e A. gayanus Apenas em M. minutiflora e S. anceps o número
foi acompanhada pelo decréscimo no comprimento de entrenós foi significativamente alterado pela redu-
do colmo, embora o sombreamento não tenha exercido ção da luminosidade ambiente. Nota-se que esse
efeito significativo sobre o referido comprimento na parâmetro foi sempre mais elevado em M. minutiflora,
última gramínea. Este comportamento sugere a influ- independente do grau de sombreamento (Tabela 2),
ência do alongamento do colmo sobre a produção de tendo ambas espécies atingido o número máximo de
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Tabela 2 - Comprimento do colmo (cm), número de entrenós, comprimento e largura máxima da lâmina
foliar de gramíneas cultivadas sob três níveis de sombreamento
Table 2 - Stem lenght (cm), number of internodes, maximum lenght and width of leaves of grasses cultivated under
three shade levels
Componente Sombreamento (%) Efeito
Component Shade Effect
0 30 60
Brachiaria brizantha
Comprimento do colmo 1 22,00 32,69 38,05 Linear5
Número de entrenós 2 3,06 3,73 3,81
Comprimento da lâmina 3 24,72 32,80 32,71 Quadrático7
Largura da lâmina 4 1,51 1,39 1,55 Quadrático
Brachiaria decumbens
Comprimento do colmo 55,17 49,51 42,91 Linear
Número de entrenós 4,12 4,31 4,29
Comprimento da lâmina 19,08 22,64 23,73 Linear
Largura da lâmina 1,43 1,38 1,34
Melinis minutiflora
Comprimento do colmo 19,60 28,93 28,59 Quadrático
Número de entrenós 7,10 6,44 8,19 Quadrático
Comprimento da lâmina 8,59 11,73 11,27
Largura da lâmina 1,09 1,14 1,24 Linear
Andropogon gayanus
Comprimento do colmo 35,46 35,63 30,74
Número de entrenós 1,97 2,08 1,85
Comprimento da lâmina 71,66 66,49 62,66 Linear
Largura da lâmina 1,46 1,54 1,33 Quadrático
Panicum maximum
Comprimento do colmo 25,31 40,87 33,08 Quadrático
Número de entrenós 3,07 3,41 3,48
Comprimento da lâmina 47,06 48,18 41,73 Quadrático
Largura da lâmina 1,09 1,29 1,43 Linear
Setaria anceps
Comprimento do colmo 27,84 60,27 64,52 Quadrático
Número de entrenós 4,19 5,89 7,18 Linear
Comprimento da lâmina 29,89 32,47 29,55
Largura da lâmina 0,87 1,03 0,95 Quadrático
1 Stem lenght; 2 Number of internodes; 3 Leaves lenght; 4 Leaves width; 5 Linear; 6 Quadratic.

entrenós, quando cultivadas sob 60% de redução da longas que as de porte baixo, destacando-se a maior
intensidade luminosa. extensão da lâmina foliar de A. gayanus.
A literatura é escassa em citações referentes ao O desenvolvimento do aparelho fotossintético foi
número de entrenós; todavia, a ausência de efeito marcadamente influenciado pela intensidade luminosa
significativo da redução da luminosidade sobre essa do ambiente, sendo observados, em várias espécies de
característica nas demais espécies estudadas parece gramíneas, aumentos significativos no comprimento da
ser a tendência geral, uma vez que outros autores já lâmina foliar das plantas, em resposta ao cultivo sob
correlacionaram a maior altura de plantas sombrea- luminosidade reduzida (SCHNYDER e NELSON, 1988;
das com a ocorrência de entrenós mais longos, sem DONG e KROON, 1994; e MORITA et al., 1994).
alteração significativa do número desses (KNAKE, De acordo com MITCHELL e SOPER (1958), o
1972; DONG e KROON, 1994). comprimento da lâmina foliar é determinado pelo
O sombreamento exerceu efeito significativo número de divisões celulares que ocorrem perpendi-
sobre o comprimento médio da lâmina foliar de A. cularmente à nervura central da folha e pelo alonga-
gayanus, B. brizantha, B. decumbens e P. maximum mento das células; segundo esses autores, a epiderme
(Tabela 2). Em todos os níveis de sombreamento, as das folhas de plantas sombreadas contêm mais célu-
gramíneas de porte alto apresentaram folhas mais las no sentido longitudinal, que possuem maior com-
924 CASTRO et al.
primento que as observadas em folhas de indivíduos da foi 84,01% da obtida sob luz plena, sendo a
mantidos sob luminosidade plena. Completando esse gramínea que apresentou maior rendimento forrageiro
raciocínio, SCHNYDER e NELSON (1988) afirma- absoluto em tal condição (Tabela 1).
ram que a maior taxa de alongamento foliar em As duas espécies de Brachiaria sofreram redu-
Festuca arundinacea cultivada sob baixa intensida- ção significativa na produção de MS com o
de luminosa se deve ao maior influxo de água para os sombreamento crescente, porém, no sombreamento
tecidos que estão se alongando, fenômeno mais intenso (60%), a B. brizantha foi mais tolerante
incrementado pela reduzida velocidade de perda de que a B. decumbens, resultado semelhante ao obser-
água pelas plantas cultivadas à sombra, conforme vado por CARVALHO et al. (1997). Embora a
preconizado por JEFFERIES (1965). redução da luminosidade não tenha influenciado sig-
A insensibilidade da extensão foliar de M. nificativamente a produção de MS de M. minutiflora,
minutiflora e S. anceps ao sombreamento e o seu houve decréscimo da ordem de 50% do seu rendi-
efeito negativo em A. gayanus são respostas atípicas mento a pleno sol, revelando-se a gramínea menos
das gramíneas à redução da luminosidade ambiente. tolerante à baixa luminosidade, apresentando as me-
Com exceção de B. decumbens, a largura das nores produções relativas, fato que, associado à sua
folhas de todas as espécies estudadas foi significativa- baixa agressividade, possibilitou grande desenvolvi-
mente influenciada pelo sombreamento (Tabela 2). O mento de plantas invasoras (Tabela 1). GARCIA et
aumento da largura da lâmina foliar de A. gayanus, M. al. (1994) observaram que nos espaçamentos mais
minutiflora, P. maximum e S. anceps, em resposta ao estreitos de Eucalyptus grandis essa gramínea foi
sombreamento, concorda com as observações de naturalmente eliminada do sub-bosque, persistindo
WONG e WILSON (1980), em P. maximum, e apenas nas parcelas de espaçamento mais amplo,
MORITA et al. (1994), em Cynodon dactylon e com maior intensidade luminosa, comportamento atri-
Lolium perenne. buído ao seu elevado ponto de compensação lumínico.
A não alteração da largura das folhas de plantas CARVALHO et al. (1997) também constataram
cultivadas sob baixa intensidade luminosa, como ob- redução significativa no rendimento forrageiro de M.
servado nesse ensaio em B. decumbens, já foi rela- minutiflora cultivada à sombra de um bosque de
tada em outras gramíneas (MORITA et al., 1994). angico-vermelho. As demais espécies forrageiras
Comparação entre espécies estudadas, mesmo nos casos em que sofreram redu-
ção do rendimento forrageiro devido ao sombreamento,
A espécie mais tolerante ao sombreamento foi o
ainda manifestaram agressividade suficiente para
P. maximum, apresentando melhor desempenho rela-
impedir o crescimento de invasoras.
tivo à sombra moderada, produzindo 119,72% em
São poucas as informações disponíveis sobre as
relação ao tratamento a pleno sol, e segundo melhor
causas da tolerância de gramíneas forrageiras às
desempenho à sombra intensa, 75,84% (Tabela 1),
condições de luminosidade reduzida. WONG e STÜR
comportamento concordante com a literatura, que
(1996) compararam duas espécies de Paspalum quan-
classifica essa espécie como uma das mais adapta-
to à tolerância ao sombreamento e observaram que a
das às condições de sombreamento (SHELTON et
mais tolerante apresentou teor mais elevado de CTN
al., 1987; WONG et al., 1985). CARVALHO et al.
na base do caule.
(1997) observaram que essa espécie teve desempe-
No presente estudo, as gramíneas de porte alto
nho inferior quando cultivada à sombra de angico-
foram as mais produtivas, apresentando maior tole-
vermelho que em área sem sombra, provavelmente
rância ao sombreamento e, também, teores mais
devido à competição com a espécie arbórea e ao fato
elevados de CTN na base do caule que as espécies de
do seu plantio já ter sido feito em condição de
porte baixo (Tabela 3).
sombreamento. No entanto, esses autores verifica-
Em todas as gramíneas, as menores concentra-
ram que o P. maximum, cv. Vencedor teve excelente
ções de CTN foram observadas no sombreamento
recuperação, após fraco estabelecimento
mais intenso; a tendência geral de variação dessas
(CARVALHO et al., 1995) nas condições citadas.
reservas sugere resposta decrescente e contínua ao
A S. anceps foi a segunda espécie mais tolerante
sombreamento progressivo, concordando com a afir-
à sombra, não tendo sido significativamente influen-
mação de LARCHER (1975), segundo a qual as
ciada pela redução da luminosidade ambiente, segui-
variações nos teores de tais reservas estão associa-
da por A. gayanus, cuja produção à sombra modera-
das à intensidade luminosa, graças à relação direta
Rev. bras. zootec. 925
entre a fotossíntese líquida e a intensidade da radia- ensaio é um aspecto do sombreamento digno de
ção luminosa que chega às folhas. estudos mais profundos, visando determinar a mag-
O decréscimo dos teores de CTN foi relatado em nitude deste declínio passível em comprometer o vigor
diversas gramíneas cultivadas sob luminosidade re- e a intensidade de rebrota dos relvados mantidos à
duzida (WONG e WILSON, 1980; SAMARAKOON sombra permanente, pois, segundo SHEARD (1973) e
et al., 1990a; e WONG e STÜR, 1996). Este declínio SMITH (1972), nas espécies perenes a rebrota ocorre
é reação comum à maioria das plantas (WILSON e às expensas de substâncias orgânicas acumuladas nos
WONG, 1982), podendo restringir a capacidade de órgãos permanentes das plantas, sendo consideradas
rebrota de relvados intensamente sombreados e sub- fontes de energia prontamente disponíveis.
metidos a cortes freqüentes (WONG e WILSON, A redução da luminosidade influenciou significa-
1980), pois o baixo nível de reservas é fator crítico tivamente os teores de N em todas as espécies
para a rebrota e sobrevivência das gramíneas em estudadas (Tabela 3). Nas espécies de porte alto, a
ambiente sombreado (WONG e STÜR, 1996). concentração de N nas folhas e nos caules de plantas
A redução dos níveis de CTN observado nesse sombreadas foi maior que a observada nas cultivadas

Tabela 3 - Teores (%) de N nas folhas e nos colmos (médias de duas avaliações) e teor (%) de
carboidratos totais não-estruturais na base do caule de gramíneas cultivadas sob três níveis
de sombreamento
Table 3 - Concentrations (%) of N in the leaves and stems and total non structural carbohydrate concentration (%)
of grasses cultivated under three shade levels
Componente Sombreamento (%) Efeito
Component Shade Effect
0 30 60
Brachiaria brizantha
N na folha 1 1,86 1,90 2,32 Linear4
N no colmo 2 0,98 0,98 1,17 Linear
CTN3 5,63 5,71 5,15 Quadrático5
Brachiaria decumbens
N na folha 1,74 1,83 2,32 Linear
N no colmo 0,86 0,90 1,16 Linear
CTN 5,28 5,20 5,10
Melinis minutiflora
N na folha 2,07 1,97 2,49 Quadrático
N no colmo 1,24 1,01 1,28 Quadrático
CTN 4,86 4,50 3,98 Linear
Andropogon gayanus
N na folha 1,80 2,39 2,52 Quadrático
N no colmo 0,62 1,17 0,92 Quadrático
CTN 6,88 6,61 6,41 Linear
Panicum maximum
N na folha 1,75 2,33 2,56 Linear
N no colmo 0,87 1,11 1,11 Linear
CTN 6,38 6,23 6,11 Linear
Setaria anceps
N na folha 2,03 2,56 2,84 Linear
N no colmo 1,08 1,28 1,57 Linear
CTN 7,19 7,03 6,97 Linear
1N in leaves; 2N in stems; 3TNC (Total non structural carbohydrates); 4Linear; 5Quadratic.
926 CASTRO et al.
a pleno sol, fato também constatado nas duas espé- light intensity and nitrogen fertilization on six forage grasses.
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cies de Brachiaria. O aumento da concentração de
GARCIA, N.C.P., REIS, G.G., SALGADO, L.T. et al. Consórcio
N na fração folhosa em resposta ao sombreamento do Eucalyptus grandis com gramíneas forrageiras em áreas de
crescente também foi observado por CARVALHO encosta na Zona da Mata de Minas Gerais. In: CONGRESSO
et al. (1997), ao cultivarem as mesmas gramíneas à BRASILEIRO SOBRE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 1,
1994, Porto Velho. Resumos... Porto Velho: EMBRAPA,
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As espécies P. maximum e S. anceps foram as
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mais tolerantes ao sombreamento, atingindo, à som- MARQUES, L.C.T. Comportamento inicial de paricá, tatajuba
bra moderada, 119,72 e 100,48% da produção de MS e eucalipto em plantio consorciado com milho e capim
obtida a pleno sol, respectivamente. marandú, em Paragominas, Pará. Viçosa, MG: UFV, 1990.
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