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SISTEMAS ELEVATÓRIOS
FEVEREIRO DE 2009
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2007/2008
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
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Editado por
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Autor.
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A meus Pais
AGRADECIMENTOS
Este trabalho contou com a colaboração de algumas pessoas às quais queria expressar os meus
agradecimentos, em especial:
• Ao Professor Francisco Oliveira Piqueiro, como orientador deste trabalho, pela sua
disponibilidade e por todo o apoio prestado relativamente ao esclarecimento de dúvidas e à
concretização deste trabalho;
• Aos meus pais, namorada e amigos pelo apoio e incentivo para a concretização deste trabalho.
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
RESUMO
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
ABSTRACT
The main goal of this research is the development of a computer code in order to analyse the Water
Hammer phenomenon in pipelines and pumping systems, using the methods of characteristics. The
model was developed using the Visual Basic computer language, which is easy to use and allows the
user to visualize in real time the overpressure and under pressure dynamic waves that occur on specific
pumping systems that integrate air chambers, different pipeline inclinations, the pumps moment of
inertia and changes in pipes sections. The program has full background situations possible, easy to
apply as well as to visualise the outputs. Simulations of Water Harmer present correct with theoretical
foundations. These facts are important, for the projectors or students understand and analyze the
phenomenon.
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
1.1. ENQUADRAMENTO DO TEMA ........................................................................................................... 1
1.2. ESTRUTURA DO PROJECTO ............................................................................................................ 2
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 91
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 2.2 – Força resultante da diferença de pressões entre as duas secções do tubo corrente ............. 6
Fig. 2.4 – Variação de velocidade e caudal, entre as duas secções da conduta .................................. 10
Fig. 2.6 – Curva característica de uma bomba isolada e do conjunto de 2 ou três iguais, e curva de
instalação ............................................................................................................................................... 20
Fig. 2.7 – Combinação de curvas de bombas idênticas, com uma curva de instalação íngreme ......... 21
Fig. 2.8 – Curvas características de combinação em paralelo, com diferentes bombas, e curva de
instalação ............................................................................................................................................... 21
Fig. 2.9 – Curvas características da combinação em paralelo, com diferentes bombas, e curva de
instalação íngreme ................................................................................................................................. 22
Fig 3.3 – Desenvolvimento do método das características no plano (x,t), não considerando os pontos
intermédios ............................................................................................................................................ 46
Fig. 3.7 – Intersecção da C.C.B. somada à Cota do Reservatório, com a Característica negativa ..... 50
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 3.8 – Intersecção da C.C.B. somada à Cota do Reservatório, com a Característica negativa para
o ponto o qual o caudal é negativo........................................................................................................ 51
Fig. 3.16 – Visualização das linhas características num plano (x,t), para o caso da mudança de
secção.................................................................................................................................................... 63
Fig. 3.18 – Problema da Intersecção das Linhas Características com ∆x diferentes ........................... 65
Fig. 3.19 – Visualização das Linhas Características para o procedimento de interpolação ................. 66
Fig. 4.3 – Envolventes de pressões , para o caso da mudança de secção com comprimento ficticio ............... 75
Fig. 4.4 – Onda de Reflexão..................................................................................................................... 76
Fig. 4.11 – Variação da carga na secção da bomba, sendo λ variável, sem mudança de secção ................... 80
Fig. 4.12– Estudo da variação de carga na secção da bomba, sendo λ variável, com mudança de secção .... 81
Fig. 4.13 – Variação da carga na junção das condutas, sendo λ variável, sem mudança de secção ............... 81
Fig. 4.14 – Estudo da variação de carga para o tempo de 300 segundos, sendo λ variável, com mudança de
secção ..................................................................................................................................................... 82
Fig. 4.18 – Carga ao fim de 300 segundos, sendo o escoamento turbulento rugoso .......................... 84
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 4.21 – Estudo do parâmetro R, variação da carga na secção da bomba para um tempo de
150segundos, comparação de λ ............................................................................................................ 85
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
a2 – celeridade na secção 2
d – diâmetro da tubeira
e – espessura da conduta
g - aceleração da gravidade
n – expoente politrópico
p – pressão
t – tempo
xA - coordenada da secção A
xB - coordenada da secção B
xP - coordenada da secção P
x1 - coordenada da secção 1
x2 - coordenada da secção 2
z - cota topográfica
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
D - diâmetro da conduta
H - carga
HB - carga ou altura de elevação da bomba
Hj - carga em j
H0 – carga inicial
HA - carga em A
HB - carga em B
HP - carga em P
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
L – comprimento da conduta
L1 - equação diferencial
L2 - equação diferencial
Mm - momento motor
Mr - momento resistente
Q - caudal
QB - caudal da bomba
Qo - caudal inicial
QA - caudal em A
QB - caudal da bomba
QP - caudal em P
QAi - caudal no ponto fictício Ai, calculado pela equações que se regem da primeira secção
QBi - caudal no ponto fictício Bi, calculado pela equações que se regem da segunda secção
RA - valor de R em A
RB - valor de R em B
RP - valor de R em P
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
S - secção da conduta
T - parâmetro definido em (3.50)
TA - valor de T em A
TB - valor de T em B
TP - valor de T em P
d
TP - valor de T, à direita, em P
e
TP - valor de T, à esquerda, em P
β1 - mesmo que β
β2 - mesmo que β
2
βQ - perda de carga da conduta
ε - modulo de elasticidade do fluido
γ - peso volúmico do fluido
η - rendimento da bomba
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
λA - factor de resistência em A
λB - factor de resistência em B
λP - factor de resistência em P
µ - fase
µx - fase generalizada
τ 0 - tensão tangencial
ωB - velocidade angular das massas girantes da bomba
∆t - intervalo de tempo
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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DESCRIÇÃO DO
TRABALHO E OBJECTIVOS
1
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Desta feita, os danos são numerosos e irreversíveis, podendo chegar a ser fatais. Em 1934, houve um
acidente, na estação de bombeamento em Lec Blanc Lac Noir (França), sendo fatal.
Linsley e Francini (1978) reportaram que em Junho de 1950, deu-se um sério incidente, numa fabrica
em Oigawa, no Japão, pois o fechamento abrupto de uma válvula borboleta gerou uma sobrepressão
que rompeu um trecho de cerca de 7 metros de comprimento, bem a montante da válvula. Com isso,
uma vazão excessiva escoou pela conduta interrompida, formando um vácuo a montante do trecho
rompido, assim como mais de 50 metros na conduta.
No seguimento deste problema, foi desenvolvido um programa de cálculo que visa prevenir e estudá-
lo, de forma a encontrar soluções que evitam estes danos. O programa foi efectuado em Visual Basic
Aplicação (usualmente designado por VBA) para Excel, foi, também, elaborado noutras linguagens
computacionais, tentando encontrar-se uma solução, quando se tentava encontrar uma solução para se
visualizar o fenómeno, ao longo do tempo.
2
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
2
ESCOAMENTOS TRANSITÓRIOS
2.1. INTRODUÇÃO
Um escoamento é, principalmente, caracterizado pelo caudal e pela pressão. Se estas variáveis
sofrerem alterações num determinado intervalo de tempo, o escoamento é definido como sendo
variável. Estas variações normalmente são provocadas por manobras de abertura ou fecho de válvulas,
accionamento ou desligamento das bombas assim como qualquer outro tipo de perturbação que resulte
numa variação do sistema.
Existem dois tipos de regimes variáveis: regime gradualmente variável (quase permanente) e regime
rapidamente variável. No que concerne ao regime gradualmente variável, diz-se que as variações de
escoamento são lentas; por outro lado, relativamente ao regime rapidamente variável, existem
significativas variações de pressão e caudal que, por sua vez, mobilizam forças elásticas resultantes da
compressibilidade da água e da deformabilidade da conduta.
Caso um regime rapidamente variável ocorra entre dois regimes permanentes ou quase-permanentes,
dá-se o nome de regime transitório. Por conseguinte, ao fenómeno de variações de pressão e de caudal
acompanhadas da mobilização das forças elásticas designa-se por choque hidráulico. A análise do
choque hidráulico é baseada na aplicação dos princípios de equilíbrio dinâmico e conservação de
massa.
O fenómeno do choque hidráulico também é designado por golpe de aríete. Este termo foi forjado por
pesquisadores franceses, que assimilaram o som rítmico produzido pelas sucessivas ondas de pressão
ao som das batidas de um aríete aquando o arrombamento de portas e muralhas das fortificações. O
aríete é uma antiga máquina de guerra, usada até o século XV, consistindo basicamente num tronco de
madeira pendurado num pórtico; o tronco, impulsionado por vários soldados, era arremetido
consecutivamente contra a porta ou muralha a ser arrombada. A palavra aríete é de origem latina,
aries, arietis, que significa carneiro.
Joukowski (séc. XIX) foi o primeiro investigador a realizar trabalhos importantes nesta área, tendo
realizado ensaios sistemáticos em condutas de abastecimento de água, contribuindo com uma
importante fundamentação teórica do fenómeno. No inicio do séc. XX, Allievi continuou o seu
trabalho de forma detalhada e sistemática, analisando casos importantes, sobretudo relacionados com
manobras lineares de válvulas.
O fenómeno do choque Hidráulico exige especial atenção, porque decorrente da resposta da estrutura a
súbitas e significativas variações da característica do escoamento, nomeadamente a variação de
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
caudais e pressões, esta vem a alterar o estado de solicitação sobre a estrutura e colocar a atenção no
seu comportamento mecânico. Para além de poder provocar danos irreparáveis na conduta, as
consequências do choque hidráulico podem ser letais, como já ocorreu. Os danos provocados por este
fenómeno, normalmente, são graves e numerosos como por exemplo, rompimento da conduta por
excesso de pressão, rotação inversa da bomba com risco de queimar a mesma, rompimento da
tubulação por fadiga pela elevada frequência deste fenómeno.
Como se pode verificar então, no caso de um regime gradualmente variável, não é errado desprezar a
compressibilidade do fluido. No entanto, para a situação de choque hidráulico esta simplificação não é
possível.
2g
p
H=z+ (2.1)
γ
4
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
dz
=0 (2.4)
dt
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A simplificação da equação de equilíbrio dinâmico resulta da adição das várias acções que se
encontram no eixo da conduta:
- Força resultante da diferença de pressões entre as duas secções do tubo de corrente,
separadas por dx (figura 2.2);
∂p ∂S ∂s
pS − ( p + dx)( S + dx) = − S dx (2.7)
∂x ∂x ∂x
Fig. 2.2 – Força resultante da diferença de pressões entre as duas secções do tubo de corrente.
6
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
γJD
τ0 = (2.10)
4
λU 2
J= (2.11)
2 gD
Em que:
J – perda de carga unitária
F – factor de Darcy – Weisbach (ou coeficiente de resistência)
γλU 2 S
± dx (2.12)
2 gD
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Deste modo, pode-se atribuir o sentido da força, tendo em conta o sentido do escoamento:
γλU U S
− dx (2.13)
2 gD
- Força de inércia definida como simétrico do produto da massa elementar pela respectiva
aceleração (substancial), sendo expressa pela seguinte expressão:
dU ∂U ∂U
a= = +U (2.14)
dt dt ∂t
A aceleração local é:
∂U
(2.15)
∂t
A aceleração convectiva é:
∂U
U (2.16)
∂x
∂U ∂U
− ρS ( +U )dx (2.17)
∂t ∂x
∂U ∂U ∂p λU U
+U + + gsenθ + =0 (2.18)
∂t ∂x ρ∂x 2D
ou
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
∂Q Q∂Q ∂p λQ Q
+ 2 + + gsenθ + =0 (2.19)
S∂t S ∂x ρ∂x 2 DS 2
P
gH = gz + (2.20)
ρ
∂H ∂z ∂p
g =g + (2.21)
∂x ∂x ρ∂x
Atendendo a:
∂z
= senθ (2.22)
∂x
Então, fica:
∂H ∂p
g = gsenθ + (2.23)
∂x ρ∂x
∂Q Q∂Q ∂p ∂H λQ Q
+ 2 + +g + =0 (2.24)
S∂t S ∂x ρ∂x ∂x 2 DS 2
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A equação de continuidade deve ser escrita, tendo em conta que em regime variado as paredes da
tubulação não são fixas, mas deformam-se sob influência da flutuação de pressão. Esta deformação é
bastante complexa, consistindo, não apenas, em mudanças na forma da secção transversal, mas
também em alongamentos ou encurtamentos do tubo na direcção axial, em função do tempo. A
equação de continuidade será calculada através de um controlo de volume fixo da conduta, seguindo-
se uma deformação.
O volume definido num determinado intervalo de tempo corresponde a um sistema isolado, cujo
elemento líquido está situado entre duas situações fixas transversais ao eixo de tubulação, distantes
entre si de dx, apresentando uma deformação axial da secção transversal em função do tempo. A
velocidade faz com que a parede do tubo se mova na direcção do eixo da conduta.
∂ρ ∂s ∂U
M saída = ( ρ + dx)( S + dx)(U + dx)dt (2.26)
∂x ∂x ∂x
∂U
M saída = ρS (U + dx ) dt (2.27)
∂x
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
∂U ∂U
M saída − M entrada = ρS (U + dx )dt − ρSUdt = ρS dt (2.28)
∂x ∂x
∂ ( ρS )
− dxdt (2.29)
∂t
A diferença entre a massa de entrada e de saída durante determinado intervalo de tempo deve coincidir
com a variação de massa no mesmo intervalo de tempo:
∂U ∂ ( ρS )
ρS dxdt = − dxdt (2.30)
∂x ∂t
∂ ( ρS ) ∂ ( ρUS )
+ =0 (2.31)
∂t ∂x
Esta expressão, após ser dividida por pS, e atendendo à definição da derivada total em coordenadas de
Euler, resulta:
1dρ dS ∂U
+ + =0 (2.32)
ρdt Sdt ∂x
dρ
dp = ε (2.33)
ρ
11
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Então, fica:
1dp ds ∂U
+ + =0 (2.34)
εdt Sdt ∂x
Introduzindo-se:
1
a=
1 dS (2.35)
ρ( + )
ε Sdp
∂U dp
ρa 2 + =0 (2.36)
∂x dt
A grandeza a representa a celeridade das ondas de pressão e revela-se como um dos parâmetros
fundamentais na análise dos escoamentos transitórios.
Este valor de a, poderá ser avaliado para o caso de condutas circulares de pequena espessura relativa,
ou seja, em que a espessura e da parede é substancialmente inferior ao diâmetro D da conduta, pela
aplicação da expressão:
1
a=
1 DC1 (2.37)
ρ( + )
ε Ee
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
∂U d ∂(H − Z )
ρa 2 + γ ( H − z ) + γU =0 (2.39)
∂x ∂t ∂x
Por outro lado, atendendo à invariabilidade temporal da posição do eixo da conduta, e que dz/dx
representa o seno do ângulo θ, de acordo com o representado na figura 2.1, para um escoamento
transitório sob pressão, apresenta a forma:
a 2 ∂Q ∂H Q∂H Q
ρ +γ +γ − γ senθ = 0 (2.40)
S ∂x ∂t S∂x S
13
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
No método das características, são conhecidas as condições fronteiras, assim como as equações
diferenciais. Por exemplo, o método dos elementos finitos torna-se desnecessário, sendo que este
método é normalmente utilizado em casos de menor aproximação, quando não são conhecidas as
fronteiras.
14
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Esta hipótese surge em muitos casos, excessivamente, a favor da segurança, sendo, hoje, possível
estudar com mais pormenor o fenómeno que consiste na fase de paragem de uma bomba. Considere-se
uma curva de instalação dada por:
∆H = Yg + β Q 2 (2.41)
Sendo:
∆H a altura de elevação da bomba;
Yg o desnível geométrico;
βQ2 a perda de carga da conduta.
No regime transitório, a paragem da bomba é feita de um modo progressivo, e de uma forma que pode
ser calculada, igualando a variação da energia cinética das massas girantes com a potência da corrente
de energia:
2
d I ⋅ ωb γ ⋅ Q ⋅ ∆H
− = (2.42)
dt 2 η
Onde I é o momento de inércia das massas girantes, que se calcula através da expressão:
P ⋅ D2
I= (2.43)
4⋅ g
Sendo:
P o peso da massa girante;
D o diâmetro de inércia.
Então, tendo como objectivo estudar o choque hidráulico a partir da paragem da bomba, é fundamental
aceitar a hipótese em que se baseiam as leis de simultaneidade:
2 (2.44)
Q1 η1 ∆H 1 η1
e =
∆H 2 η 2
= e
Q2 η 2
(2.45)
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
2πN
ωb = (2.46)
60
Os valores de (2.44) e (2.45) são aceitáveis para um número de voltas não muito diferentes dos do
regime, portanto é necessário usá-los somente quando não existirem mais informações sobre o
comportamento da bomba de diferentes números de rotações.
Parece evidente que quanto maior é a inércia das massas girantes, maior será o tempo de paragem da
bomba, e consequentemente, as sobrepressões geradas na conduta serão menores. Para esse efeito, são
muitas vezes adicionadas massas ao motor da bomba, que permitem, precisamente, reduzir a
sobrepressão do regime variado.
Admite-se, portanto, que as massas girantes da bomba são rígidas, e a equação diferencial escreve-se:
M 0 = M m − M r = αb I0 (2.47)
Sendo:
M0 o momento actuante sobre as massas girantes da bomba;
Mm o momento motor;
I0 o momento de inércia das massas girantes relativamente ao eixo de rotação;
αb a aceleração angular das massas girantes da bomba.
dω b
αb = (2.48)
dt
2π dN
M0 = Mm − Mr = I0 (2.49)
60 dt
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Mm = 0 (2.50)
2π dN
Mr = − I0 (2.51)
60 dt
O momento resistente Mr, depende da altura de elevação Hb, do caudal Qb e da velocidade de rotação
da bomba N, na zona de bombagem normal. Para valores de caudal diferentes de zero, o momento
resistente pode ser expresso de uma forma aproximada por:
Pb
Mr = (2.52)
ωb
Atendendo a que, num movimento de rotação, a potência desenvolvida por um binário é definida pelo
produto deste pela velocidade angular, a potência no eixo da bomba, Pb, é calculada pela relação:
γQb H b
Pb = (2.53)
η
60 γQb H b
Mr = (2.54)
2πN η
Introduzindo (2.54) em (2.51) a equação das massas girantes toma o seu aspecto final:
dN 900γ Qb H b
=− 2 (2.55)
dt π I 0 Nη
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
N i +1 900γ t i +1 Qb H b
∫Ni
dN = −
π 2I0 ∫ti Nη
dt (2.56)
A integração numérica de (2.56) recorrendo a uma técnica de diferenças finitas permite escrever:
900γ Qb H b
N i +1 − N i = − (t i +1 − t i )
π 2 I 0 Nη ti + k∆t
(2.57)
Sendo ∆t = ti+1-ti
Para evitar um processo iterativo e conveniente adoptar a integração explicita (k=0):
900γ Qb H b
N i +1 − N i = − ∆t
π 2 I 0 Nη ti + k∆t
(2.58)
Esta equação, resultante da integração da equação diferencial das massas girantes, é conhecida como a
lei de paragem da bomba.
È de salientar que para conhecer o valor do momento de inércia, I0, este valor tem de se relacionar
com PD2:
Este parâmetro diz respeito ao conjunto das massas girantes, rigidamente ligadas à bomba, e da massa
líquida arrastada por esta. Embora existam expressões experimentais que permitem calcular o PD2 em
função da potência e do regime da bomba, é preferível a utilização do valor deste parâmetro respectivo
a cada caso, ou seja, após a consulta do fabricante.
18
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
2
H B = AN 2 + BNQ B − CQ B (2.60)
A, B e C são três incógnitas que podem ser obtidos a partir de três valores (HB,QB) da curva que
correspondem à velocidade de rotação em regime permanente.
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 2.6 – Curva característica de uma bomba isolada e do conjunto de 2 ou três iguais, e curva de instalação.
[Volk, 1997]
20
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
bomba está a funcionar em grupo – ponto ab (figura 2.6). Assim, a linha tracejada que parte do ponto
de intersecção da curva C (conjunto das três bombas) com a curva X, intersecta o ponto de
funcionamento de cada uma das bombas individualmente (ponto ac). Em geral, na ligação em paralelo,
o caudal total é sempre inferior à soma do caudal de cada uma das bombas, funcionado separadamente.
Fig. 2.7 – Combinação de curvas de bombas idênticas, com uma curva de instalação íngreme. [Volk, 1997]
Se a curva de instalação é demasiado íngreme, a situação pode ser causada por diversos factores,
sendo exemplo disso a figura 2.7. Como se pode verificar na figura, o caudal bombeado na ligação de
bombas em paralelo, com duas ou três bombas, apresenta uma diferença muito pequena de caudal,
tornando-se este conjunto desnecessário. Neste caso, é melhor investir num sistema em que a curva
não seja tão íngreme, ao invés de adicionar bombas em paralelo.
Fig. 2.8 – Curvas características da combinação em paralelo, com diferentes bombas, e curva de instalação.
[Volk, 1997]
21
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Quando se considera as bombas em paralelo, deve-se ponderar todos os tipos de bombas, assim como
as suas curvas características, para estabilizar um ponto de funcionamento das bombas, ou seja, por
quanto tempo cada bomba irá funcionar para os determinados pontos específicos. Aquando do
funcionamento das bombas deve ter-se em conta a potência, NSPH, a carga e o caudal mínimo.
A figura 2.8 mostra duas bombas não idênticas funcionando em paralelo. Na figura 2.8, as curvas
características das bombas são diferentes, traçado A e B, desta combinação resulta a curva C,
acrescentado o caudal das duas bombas, arbitrariamente seleccionados, pelas curvas de instalação. A
combinação não resulta numa curva continua, devido à forma como é gerada a soma gráfica das
curvas A e B. A curva C segue a maior curva (curva A) enquanto esta for mais elevada do que a curva
B, ou seja, a curva C é coincidente com a curva A, enquanto a bomba A elevar uma carga maior do
que a bomba B. Tendo em conta o raciocínio referido anteriormente, a intersecção da curva C com a
curva de instalação no ponto c determina o caudal das duas bombas, quando funcionam em paralelo. A
linha tracejada horizontal que parte do ponto c, no sentido direita esquerda, intersecta em cada curva
característica da bomba individual, no ponto em que cada uma destas duas bombas funcionam, operam
em conjunto.
Fig. 2.9 - Curvas características da combinação em paralelo, com diferentes bombas, e curva de intalação
íngreme. [Volk, 1997]
A figura 2.9 mostra duas bombas não identificáveis que funcionam em paralelo, e os problemas que
podem surgir neste tipo de ligação, quando estão a trabalhar. As figuras 2.9 e 2.8 são idênticas,
variando apenas a curva de instalação, representada pela curva Y, sendo mais inclinada do que a curva
X da figura 2.8. Uma tentativa de executar estas duas bombas em paralelo no sistema representado
pela curva Y é equivalente a um sistema com a bomba A em funcionamento, apenas. Isto significa que
o ponto de intersecção da curva de instalação com a curva característica do grupo elevatório (ponto a)
22
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
é o mesmo que o ponto de intersecção da curva de instalação com a curva da bomba A a operar
sozinha. A bomba representada pela curva B, por outro lado, jamais seria capaz de desenvolver o
suficiente para superar contra-pressão, se ambas as bombas estão executando. Assim, a tentativa de
executar as duas bombas em paralelo causaria a bomba representada pela curva B, a correr a toda a
velocidade, mas não seria bombeado caudal para o sistema, como se existisse uma válvula na bomba
de descarga que fosse completamente fechada. Além de não fornecer qualquer fluxo para o sistema, a
bomba seria operacional em funcionamento em vazio, um ponto não aconselhável para o
funcionamento das maiorias das bombas.
Mesmo se a forma da curva característica de instalação neste exemplo eram tais que a intersecção
entre a curva característica do grupo elevatório e curva C para funcionar para um caudal muito baixo.
Este tipo de bombas não idênticas em um sistema deve ser obviamente evitado.
23
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
O volante de inércia é um disco construído em aço, instalado através de acoplamentos, entre o motor e
a bomba. São dimensionados para aumentar o momento de inércia da bomba. Uma massa adicional
acoplada ao eixo da bomba aumenta o tempo de anulação do caudal, na secção imediatamente a
jusante do grupo, tendendo a aumentar, e a pressão decresce de um modo mais suave até atingir o
valor mínimo.
Quando o sentido do escoamento inverte, a válvula de retenção de protecção do grupo deverá fechar-
se, anulando-se o caudal na secção a jusante da mesma. Nesta primeira fase, a energia acumulada nas
massas girantes é determinante nas variações de pressão, do caudal e da velocidade do grupo. Após o
fechamento da válvula de retenção, os efeitos elásticos têm predominância e o valor da pressão, após
subir rapidamente, até atingir o valor correspondente da cota piezométrica máxima, passa a oscilar
com um período aproximadamente igual a à fase e amplitudes decrescentes por efeito da dissipação de
energia.
No comportamento deste dispositivo há assim que considerar duas fases distintas. Na primeira fase, a
energia é fornecida pelas massas girantes, a qual permite prolongar o funcionamento da bomba na
zona de bombagem (com binário hidráulico positivo); relativamente à segunda fase, o regime variável
está isento de qualquer dispositivo atenuador activo, para além dos efeitos de perda de carga. A cota
piezometrica mínima é atingida na primeira fase e depende, fundamentalmente, de Yg. Por outro lado,
a cota piezometrica máxima atinge-se na segunda fase e depende, quer do valor da cota piezometrica
24
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
mínima, quer das perdas de carga hidráulica. O volante de inércia só readquire a energia cinética de
rotação após o arranque do grupo por efeito do binário do motor eléctrico.
Num sistema elevatório, a interrupção brusca do caudal causa, a jusante do próprio sistema de
depressão que podem ter implicações bastante significativas. Um dispositivo muito utilizado para
evitar a cavitação na conduta, ou seja, para uma depressão demasiado elevada, reduzindo a pressão da
conduta abaixo de zero, para o zero absoluto. O reservatório de ar comprimido, também designado
pela abreviatura RAC, é um dispositivo que tem como objectivo amortecer a amplitude das variações
de pressão ao longo da conduta, pela mobilização do efeito de oscilação de massa, consistindo num
reservatório, localizado imediatamente a jusante do grupo elevatório, parcialmente cheio de água e em
parte com um gás comprimido (normalmente ar).
25
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Em regime permanente, o RAC está em equilíbrio sob a acção do ar e da pressão na conduta. Quando
ocorre o regime variável, acontecendo normalmente, devido à interrupção do grupo elevatório, a
pressão baixa e a conduta passa a ser alimentada pelo RAC. O volume de ar aumenta e diminui a
pressão, para valores inferiores, correspondentes ao regime permanente, até um mínimo. Inicia-se uma
nova fase, onde o caudal na conduta se inverte, diminuindo o volume do ar e aumentando a pressão
para um valor máximo. O processo repete-se com uma série de oscilações, até atingir o equilíbrio, ou
seja, estabelecendo um regime permanente.
Tratando-se da paragem da bomba, a capacidade do RAC, para reduzir a depressão máxima resulta de
tornar possível uma variação mais lenta do regime transitório. De facto, a capacidade de alimentação
da conduta, resultante da água armazenada, impede uma queda brusca da grandeza do caudal na
mesma, enquanto a energia potencial de pressão acumulada é transferida para o escoamento,
atenuando, desta forma, a diminuição de energia fornecida pela bomba.
No tubo de ligação entre a conduta e o RAC, é usual a presença de um estrangulamento, designado por
tubeira. A sua finalidade é de produzir uma perda de carga, durante as transferências de água entre o
RAC e a conduta. O amortecimento das variações extremas de pressão, não é só verificado pelo RAC
mas também pelas perdas de carga adicionais; verificando-se na conduta e na tubeira. A perda de carga
na tubeira é desfavorável à redução da depressão, visto que, atenua a transferência de energia do RAC
para a conduta. Devido a este facto, a tubeira assume uma forma, a qual produz uma perda de carga
superior à da entrada, relativamente à da saída do RAC, para o mesmo valor do caudal.
Quando ocorre a entrada de serviço da bomba, realiza-se um procedimento análogo, onde o início se
caracteriza pelo aumento da pressão na conduta, a jusante da bomba, assim como pela absorção, pelo
RAC, de parte do caudal.
No que diz respeito ao sistema elevatório, normalmente são equipamentos que introduzem ar na
conduta, devido à forte pressão que é dissolvida em água e transportada para o sistema.
26
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
27
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
• Chaminé diferencial
• Chaminé com câmara de expansão
28
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
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Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
30
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
31
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
32
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
3
MÉTODO DAS CARACTERÍSTICAS
3.1. INTRODUÇÃO
No estudo do choque hidráulico, existem vários métodos de estudos, baseando-se na equação da
dinâmica e da continuidade. Essas equações formam um conjunto de equações que não apresentam
solução exacta, sendo necessário recorrer a várias técnicas específicas para determinar uma solução
aproximada do problema. Neste sentido, foram criados diferentes métodos gráficos e analíticos,
baseados em diferentes suposições restritivas. Numa solução explícita, os valores de H e Q podem ser
calculados para qualquer valor dado de x e t. Por sua vez, numa solução numérica, a solução destas
equações é obtida para valores discretos x e t, ou seja, para valores conhecidos de H e Q num
determinado instante. Allievi (1902) simplificou as equações, admitindo condições fronteiras muito
simplificadas determinando para alguns casos simples soluções formais, não considerou as perdas de
carga, simplificação que nem sempre se poderá justificar na prática. Na década de 30, apareceu o
método Schnyder-Bergeron que adquiriu grande popularidade. Este admitia as perdas de carga
mediante o artifício de diafragmas localizados em determinadas secções.
Com a evolução dos computadores, a análise do choque hidráulico passou a poder ser feita de um
modo rápido, sendo os circuitos e condições de funcionamento complexos simulados em modelos de
cálculo computacionais.
O método das características é a técnica mais difundida e empregada para a solução de equações que
governam um escoamento unidimensional, não permanente em condutas sob pressão. Com o meio
computacional, este método torna-se potente e versátil do ponto de vista da engenharia.
Algumas das razões da popularidade do Método Das Características são as seguintes:
- A sua conceituação e fundamentação exprimem bem a natureza física real do escoamento variável
sob pressão;
- Facilidade de escrever e implementar um programa de computador, por meio de uso do esquema
explícito;
- Historicamente, é a técnica mais utilizada.
No método das características, o fenómeno segue uma lei da propagação de ondas que associa o tempo
com a abcissa x, definida ao longo do comprimento com tubulação através da celeridade. As equações
indefinidas formam um sistema de equações parciais hiperbólicas quase lineares.
33
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Recordando que uma combinação linear de uma derivada parcial de uma função genérica u(x,t):
∂u ∂u
a +b (3.1)
∂x ∂t
∂t a
Representa a derivada da mesma função ao longo da direcção =
∂x b
Se é possível identificar, no plano (x, t) ao longo de determinada direcção da equação da dinâmica e
continuidade da função H (x, t) e p (x, t), adquire-se a seguinte abreviação das equações (2.24) e (2.40):
∂Q ∂H λQ Q
L1 = 0 ⇔ + gS + =0 (3.2)
∂t ∂x 2 DS
∂H ∂Q
L 2 = 0 ⇔ gS + a2 − gQsenθ = 0 (3.3)
∂t ∂x
Aparecerá a segunda derivada, a fim de reduzir o diferencial para a derivada parcial de um sistema de
equações, como um sistema de equações diferenciais ordinárias. Estas instruções são as características;
se elas são reais e distintas, o sistema é chamado de hiperbólico.
Para a determinação destas direcções é suficiente combinar as duas equações lineares, multiplicando a
equação do movimento por um parâmetro β da equação e adicionando o resultado de continuidade.
Obtém-se, então:
L = L1 + β L2 = 0 (3.4)
Assim são transformadas em equações diferencias ordinárias integráveis pelo método das diferenças
finitas, sendo desprezados os termos convectivos, adquirindo uma versão simplificada das referidas
equações.
34
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Como L1 e L2 são iguais a zero, também qualquer combinação linear das duas é nula. Isto é,
∂Q ∂H λ Q Q ∂H ∂Q
+ gS + + β ( gS + a2 − gQsenθ ) = 0 (3.5)
∂t ∂x 2 DS ∂t ∂x
Considerando-se:
λ
F= (3.6)
2 DS
assim
∂Q ∂Q ∂H 1 ∂H
+ βa 2 + β gS ( + ) + F Q Q − βgQsenθ = 0 (3.7)
∂t ∂x ∂t β ∂x
Logo, para cada valor β corresponde uma equação diferencial. Assim sendo, para um par de valores de
β, corresponderão um sistema de equações diferenciais (A1=0 e A2=0) equivalentes a (3.2) e (3.3):
A1 = L1 + β 1 L2 = 0 (3.8)
A2 = L1 + β 2 L2 = 0 (3.9)
Com o objectivo de encontrar as referidas equações diferenciais ordinárias, escolher-se-á dois valores
para β que traduzem esse efeito. Considerem-se os diferenciais totais das variáveis dependentes Q e H:
∂Q ∂Q
dQ = dt + dx (3.10)
∂t ∂x
∂H ∂H
dH = dt + dx (3.11)
∂t ∂x
dQ ∂Q ∂Q dx
= + (3.12)
dt ∂t ∂x dt
35
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
dH ∂H ∂H dx
= + (3.13)
dt ∂t ∂x dt
Tome-se, agora:
dx 1 dx
= e = βa 2 (3.14) e
dt β dt (3.15)
e verifique-se o efeito produzido na combinação linear das duas equações diferenciais (3.16):
∂Q dx ∂Q ∂H dx ∂H
+ + β gS ( + ) + F Q Q − βgQsenθ = 0 (3.16)
∂t dt ∂x ∂t dt ∂x
dQ dH
+ β gS + F Q Q − β gQsenθ = 0 (3.17)
dt dt
dx 1
= = βa 2 (3.18)
dt β
Esta condição tem dois efeitos: a fixação do valor β e a descrição de uma relação entre as variáveis
independentes x e t, para qual é valida a equação 3.17, conclui-se que:
1 1
= βa 2 ⇒ β = ± (3.19)
β a
dx dx (3.20) e
=U +a e =U −a
dt dt (3.21)
36
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Vemos agora que, em termos absolutos, a velocidade U tem valores bem inferiores a 10, enquanto a
velocidade da perturbação toma valores dentro da normalidade 800, portanto podemos assumir U + a =
a e U – a = -a.
A relação entre x e t resulta agora do conhecimento de β:
dx 1
= +a para β =+ (3.22)
dt a
ou
dx 1
= −a para β =− (3.23)
dt a
O sistema consiste na equação de movimento e de continuidade, podendo ser substituído, através das
expressões β=+a e β=-a.
Assim, a cada valor de β corresponde uma equação diferencial ordinária e uma relação entre x e t,
gerando-se dois conjuntos de equações:
1
- Para β = + , tem-se um conjunto de Equações C+:
a
dQ g dH g
+ S + F Q Q − Qsenθ = 0 (3.24)
dt a dt a
dx
= +a (3.25)
dt
1
- Para β = − tem-se um conjunto de Equações C-:
a
dQ g dH g
− S + F Q Q + Qsenθ = 0 (3.26)
dt a dt a
37
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
dx
= −a (3.27)
dt
Num plano cartesiano, com as variáveis x e t (fig.3.1), em que cada ponto representa uma dada secção,
x em determinado instante t, obtém-se um respectivo caudal e uma respectiva carga. Observando o
facto de a celeridade a ser constante para uma determinada conduta, a integração de (3.25) e (3.27)
conduz a:
x p − x a = a ⋅ (t + ∆t − t ) (3.28)
x p − xb = − a ⋅ (t + ∆t − t ) (3.29)
As linhas características consideram-se equações de rectas no plano (x, t), ao longo das quais
as equações características (3.2) e (3.3) são válidas. A estas equações, atrás deduzidas, corresponde
uma integração em ordem ao tempo. Assim, pode-se obter equações equivalentes integráveis, em
ordem ao espaço. Para tal, começa-se por dividir por dx as expressões (3.10) e (3.11), ficando:
dQ ∂Q ∂Q dx
= + (3.30)
dt ∂t ∂x dt
dH ∂H ∂H dx
= + (3.31)
dt ∂t ∂x dt
38
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
dt 1
=β = (3.32)
dx βa 2
dQ gS dH F Q Q g
+ + − 2 Qsenθ = 0 (3.33)
dx β a 2 dx βa 2 a
1
- Equações C+ ( β = + ):
a
dH a dQ F Q Q Q
+ + − senθ = 0 (3.34)
dx gS dx gS aS
dx
= +a (3.35)
dt
1
- Equações C- ( β = − ):
a
dH a dQ F Q Q Q
− + + senθ = 0 (3.36)
dx gS dx gS aS
dx
= −a (3.37)
dt
Apesar das equações (3.34) e (3.36) corresponderem, respectivamente a (3.24) e a (3.26), estão mais
próximas da forma final adaptada à integração. Facilmente conclui-se:
39
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
dH a dQ F Q Q Q
C +: + + − senθ = 0 (3.38)
dx gS dx gS aS
dH a dQ F Q Q Q
C-: − + + senθ = 0 (3.39)
dx gS dx gS aS
a
C +: Hp − HA + (Q p − Q A ) + I + = 0 (3.40)
gS
a
C-: H p − HB − (Q p − Q B ) + I − = 0 (3.41)
gS
Sendo:
xP F QQ Q
I+ = ∫ ( − senθ )dx (3.42)
xA gS aS
xP F QQ Q
I− = ∫ ( + senθ )dx (3.43)
xA gS aS
Correspondentes à integração das perdas de carga e do efeito originado pela inclinação da conduta.
x2
I = ∫ f ( x)dx ≈ f ( x1 + K∆x)∆x (3.44)
x1
40
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
f ( x1 + K∆x ) = (1 − K ) f ( x1 ) + Kf ( x 2 ) (3.45)
Assim:
x2
I = ∫ f ( x)dx ≈ [(1 − k ) f ( x1 ) + Kf ( x 2 )]( x 2 − x1 ) (3.46)
x1
λ A Q A Q A Q A senθ A λ p Q p Q p Q p senθ p
I + = (1 − K ) 2
− (
px − x A ) + K 2
− (x p − x A ) (3.47)
2 gDS aS 2 gDS aS
λ B QB QB QB senθ B λ p Q p Q p Q p senθ p
I − = (1 − K ) 2
− (x p − x B ) + K 2
− (x p − x B ) (3.48)
2 gDS aS 2 gDS aS
λ
R= ∆x (3.49)
2 gDS 2
senθ
T= ∆x (3.50)
aS Q
As expressões dos integrais I+ e I- podem ser reescritas de uma forma mais sintética:
41
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
C + : H p + A + K (R p )QP QP − C A = 0
[ ] (3.53)
C − : H p − A + K (R p )QP QP − C B = 0
[ ] (3.54)
a
A= (3.55)
gS
Logo:
C A = H A + [A + K (R A ) Q A ]Q A (3.56)
C A + CB
Hp = (3.58)
2
Agora, com o objectivo de resolver em ordem a QP, começa-se pela subtracção ordenada das equações
características da qual resulta:
K 2 R p Q p Q p + 2 AQ p − C A + C B = 0 (3.59)
42
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
a x x + bx + c = 0 (3.60)
Como RP e A são não negativos, logo a e b são não negativos, demonstrando que existe apenas uma
solução, expressa por:
2c
x=− (3.61)
b + b 2 + 4a c
C A − CB
Qp = (3.62)
A1
Sendo
A1 = A + A 2 + 2 KR P C A − C B (3.63)
Sendo
∆x = a ∆t (3.64)
O parâmetro da perda de carga está presente em RP tal como foi definido em função do caudal. Alguns
autores ultrapassam este problema, admitindo que o escoamento apresenta características de turbulento
rugoso, pelo que a perda de carga, depende, apenas da rugosidade da conduta:
K
λ = λ (3.65)
D
Adquirindo o valor de QP no instante anterior, obtém-se uma primeira aproximação ao valor de RP,
que possibilitará dar início a um processo iterativo convergente para valores de QP e RP compatíveis.
Resolvida desta forma a equação, determina-se a carga HP.
43
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Resta referir a conveniência de usar o facto de ponderação K=0.5, correspondente a uma integração
numérica que valoriza de igual modo a perda de carga e a inclinação da conduta nos extremos dos
intervalos de integração [xA, xP] ou [xP, xB].
44
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A primeira forma de resolver este problema consiste em introduzir esses pontos no plano (x,t), ficando
com mais pontos em relação aos que foram determinados e introduzidos na condição inicial. Desta
forma, passa-se a resolver as variáveis de forma intercalada quer no espaço quer no tempo, ou seja,
para um determinado instante são calculadas as variáveis nos extremos da secção, e no instante
seguinte são calculadas as variáveis nos pontos intermédios das secções. Este cálculo é repetido
ciclicamente no tempo.
Passa-se a explicar agora uma forma mais prática de ver o problema, ou seja, como se processa a nível
computacional. Como foram introduzidos os pontos intermédios das secções, em vez de m+1 pontos
passa a ter-se 2m+1 pontos. Para o primeiro instante t=0, calcular-se-ão as variáveis de m+1 pontos (as
das extremidades das secções); como existem 2m+1 pontos estes calcular-se-ão de forma intercalar, ou
seja, iniciando-se no ponto 1, desta forma, os pontos determinados na condição inicial correspondem a
números (pontos) ímpares. Para o instante seguinte, que corresponde a um número impar as variáveis
determinadas correspondem a pontos de números pares (pontos intermédios das secções).
A outra forma de resolução do problema, consiste em não considerar os pontos intermédios. Neste
processo apesar de as características se intersectarem em pontos intermédios, continua a prolongar-se a
característica até à extremidade da secção, como se verifica na figura (3.3) nas linhas (características)
assinaladas a verde. Deste modo, só são calculados os pontos da extremidade (os que foram calculados
em regime permanente), evitando assim o cálculo dos pontos intermédios.
45
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 3.3 – Desenvolvimento do método das características no plano (x, t), não considerando os pontos
intermédios.
Como não são calculados para pontos intermédios das secções, o intervalo de tempo é maior. Logo,
existem menores dados das variáveis para espaços de tempos maiores, sendo lógico aumentar o
número de secções, para se obter mais dados das variáveis ao nível do tempo, explícito na figura (3.4).
Com o objectivo de adquirir mais informação na conduta, é lógico aumentar o número de secções,
conseguindo desta forma reduzir o intervalo de tempo. No exemplo seguinte (figura (3.4)), optou-se
por este procedimento, acrescentando à figura (3.2) mais secções, adquirindo as linhas a cinzento
(figura (3.4)). Estas secções têm metade do comprimento das secções do exemplo da figura (3.2), que
correspondem à intersecção dos pontos intermédios do exemplo inicial. Assim duplicou-se o número
de secções, constatando-se tal facto na figura (3.4) (linhas a azul e a cinzento), neste sentido obtém-se
o mesmo intervalo de tempo da figura (3.2). Assim, é necessário proceder a um maior volume de
cálculos para o mesmo instante de tempo, mas por outro lado obtém-se mais informação.
46
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
47
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
H P = Z R + K L QP QP (3.66)
Trata-se, novamente, de uma equação do tipo (3.62) e como RP é positivo, a solução se traduz-se por:
2(C A − Z R )
Qp = (3.68)
A2
Sendo:
A2 = A + A 2 + 4(K L + KR P ) Z R − C A (3.69)
48
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
No grupo elevatório a equação característica C+, é substituída pela soma da curva característica da
bomba com a cota do reservatório de montante expressa por:
2
H p = DN 2 + BNQ P − CQ P + Z R (3.70)
O parâmetro D aparece em (3.68) para se diferenciar e evitar a confusão com o parâmetro A, tal como
foi definido em (3.55). A velocidade angular N é determinada pela lei da paragem da bomba.
Fig. 3.7 – Intersecção da C.C.B. somada à Cota do Reservatório, com a Característica Negativa.
[Figueiredo, 2007]
49
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A figura procura representar uma das possíveis configurações, quer para a parábola quer para a recta,
sendo que a intersecção da C- com a curva característica da bomba, mais a cota topográfica, encontra o
ponto para qual o caudal e a carga funcionam, nesse instante. Este caso só é possível quando CB ≤ DN2:
Introduzindo na equação característica C- obtém-se:
2
− (C − KR P )Q P − KR P Q P Q P + BNQ P − AQP + DN 2 + Z R − C B = 0 (3.71)
2
− (C − KR P )QP + (BN − A)Q P + DN 2 + Z R − C B = 0 (3.72)
H p = ( A + KR P QP )AQP + C B (3.74)
Se, pelo contrário CB > DN2e A>BN (em geral A>>BN), pode existir uma solução negativa, como se
pode ver na figura. Então deve-se tomar QP =0 devido à presença da válvula de retenção,
imediatamente a jusante da bomba.
50
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 3.8 - Intersecção da C.C.B. somada à Cota do Reservatório, com a Característica Negativa, para o ponto em
que o Caudal é negativo. [Figueiredo, 2007]
51
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Q P = Q B + Q RAC (3.75)
QB = 0 (3.76)
n
V
PRAC = PRAC ,0 RAC , 0 (3.77)
VRAC
52
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Uma vez que n pode variar entre 1,0 e 1,4, em geral, assume-se que n = 1,4, por ser uma hipótese a
favor da segurança, e tendo em conta que a diferença nos resultados que se pode obter é limitada. Se n
for igual 1, representa um processo isotérmico; por outro lado, se assumir o valor de 1,4 trata-se de um
processo adiabático. Na ausência de pontos de estrangulamento, pressupõe-se que a carga na primeira
secção da conduta é igual à carga em estudo.
A carga no RAC é determinada a partir de:
Durante o escoamento variável, estabelece-se um escoamento entre o RAC e a conduta, pelo que a
igualdade das respectivas cargas é desfeita. A diferença resulta da perda da carga na tubeira:
dV RAC
= Q RAC (3.80)
dt
53
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
VRAC ( t + ∆t ) t + ∆t
∫
VRAC ( t )
dVRAC = ∫Q
t
RAC dt (3.81)
Integrando, fica:
Se, para QB resultar um valor negativo, a presença da válvula de retenção impõe que QB seja
considerado nulo. A equação característica C-, escrita para a extremidade da conduta (bomba+RAC)
no instante t+∆t e para a primeira secção da malha de aplicação do Método das Características a
jusante do conjunto bomba + RAC no instante t, tem o seguinte aspecto:
Fig. 3.11- Método das Características – Aplicação à Fronteira de Montante. [Figueiredo, 2007]
Sendo:
54
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
KR P QP QP + AQP +C B − H P = 0 (3.85)
2(H P − C B )
QP = (3.86)
A3
Sendo:
As equações, uma vez reescritas e ordenadas pela ordem de utilização, adquirem o seguinte sistema de
equações:
4V RAC (t + ∆t )
2) Z RAC (t + ∆t ) = − Z RAC , MAX (3.89)
πD 2 RAC
n
V RAC 0
3) PRAC (t + ∆t ) = PRAC 0 (3.90)
V RAC (t + ∆t )
2(H P − C B )
5) QP = (3.92)
A3
55
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Para a primeira aproximação toma-se QP(t+∆t)=QP(t). Sendo conhecidas as variáveis para um dado
instante t, a sua determinação no instante seguinte t+∆t inicia-se pela equação (1). Resolvendo as 6
equações pela ordem apresentada, o caudal QP(t+∆t) é recalculado. O valor determinado, obviamente é
diferente do inicialmente arbitrado, sendo inserido na primeira equação, resultando numa nova
determinação das 6 equações. Este procedimento é repetido ate que as diversas variáveis apresentem
variações inferiores a limites (erros) previamente definidos. Desta forma, concluído o processo
iterativo passa-se ao instante seguinte.
e
e senθ p
TP = ∆x (3.94)
aS Q p
d
d
senθ p
TP = ∆x (3.95)
aS Q p
56
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
C + : H p + A + K (R p − T p )QP QP − C A = 0
[ ] (3.96)
C − : H p − A + K (R p + T p )QP QP − C B = 0
[ ] (3.97)
Logo:
C A = H A + [A + K (R A − T A ) Q A ]Q A (3.98)
e d
Hp =
( )
K TP + TP Q P Q P + C A + C B
(3.101)
2
Agora, com o objectivo de resolver em ordem a QP, inicia-se pela subtracção ordenada das equações
características, resultando:
d e
( )
K 2 R p + TP − TP Q p Q p + 2 AQ p − C A + C B = 0 (3.102)
a x x + bx + c = 0 (3.103)
57
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Sendo a e b não negativos, demonstra-se que existe apenas uma solução, expressa por:
2c
x=− (3.104)
b + b 2 + 4a c
d e
2 R P + TP − TP ≥ 0 (3.105)
A≥0 (3.106)
Enquanto esta última condição é automaticamente verificada, já o mesmo poderá não ocorrer com a
anterior a esta. Como foi referido, a grandeza relativa de R e T (R>T) e o facto de os parâmetros T à
direita e a esquerda se subtraírem, asseguram o cumprimento da referida condição. Então, a equação
resolvida em ordem ao caudal fica:
C A − CB
Qp = (3.107)
A1
Sendo:
d /2 e/2
A1 = A + A 2 + 2 K R P + TP
( − TP )C A − CB (3.108)
58
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Neste caso deve ser feita sobre o recrutamento de movimento que ocorre através da válvula. Supondo
que, para um certo grau de abertura da válvula corresponde unicamente um valor de velocidade (sobre
o valor da velocidade máxima, que corresponde à válvula totalmente aberta). O caudal na válvula pode
ser generalizado, considerando as operações não-lineares de acordo com o seguinte:
i
t
Q(0, t ) = Q0 1 − quando t ≤ Tc (3.109)
Tc
59
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
A função B (t) corresponde a lei da manobra da válvula, e TC corresponde ao tempo fecho da válvula.
Então a lei da manobra pode ser determinada a partir de:
B0
B(t ) = B0 − t (3.111)
tc
Para simplificar:
B0 = C C S 2 g (3.113)
Logo,
Desta forma, a linha da característica negativa vai ser substituída pela condição da válvula:
Q2
Cv : + Zv − H p = 0 (3.115)
B2
Obtendo:
C + : H p + A + K (R p − T p )QP QP − C A = 0
[ ] (3.116)
60
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Figura 3.15 – Método das Características – Condição Fronteira de Jusante. [Figueiredo, 2007]
Com o objectivo, de encontrar uma solução para a carga e o caudal, soma-se a característica positiva e
a condição da válvula, ficando com:
2
Qp
2
+ Z v + ( A + KR P QP )QP − C A = 0 (3.117)
Bv
Com o objectivo de determinar em ordem ao caudal, e como tanto o caudal na válvula como a lei da
manobra da válvula são sempre maior ou igual a zero, resulta uma equação do tipo:
ax 2 + bx + c = 0 (3.118)
Se a incógnita for maior ou igual a zero, existe uma a solução da raiz positiva é expressa por:
b + b 2 − 4ac
x= (3.119)
2a
1 2
2 + KR P Q P + AQP + Z V − C A = 0 (3.120)
B
61
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
2 2
(1 + KB RP Q P + AB 2 QP + B 2 (Z V − C A ) = 0
) (3.121)
(Para Q p ≥ 0 e B>0)
− AB 2 + A 2 B 4 − 4 B 2 + KB 4 R P (Z V − C A )
( )
QP = 2
(3.122)
2 + 2 KB R P
Agora, para solucionar em ordem a carga basta resolver na característica positiva em determinação do
valor de HP:
[
H p = − A + K (R p − T p )QP QP + C A] (3.123)
De modo a ter em conta a perda de carga, é suficiente adicionar a perda correspondente ao regime
permanente. Quando se calcula o valo de x de montante e jusante, depara-se com um problema que
representa a resolução por via numérica, pois ∆t =∆x/a, e como se pretende analisar em ordem ao
tempo, deve-se ter muita atenção fazendo corresponder sempre ao mesmo instante de tempo. Existem
pelo menos três métodos para concluir este problema: comprimento fictício, espaços temporais
diferentes, interpolação das características.
62
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Fig. 3.16 – Visualização das linhas Características num plano (x, t), para um caso de mudança de secção
Na verdade, não é necessário que o espaço temporal seja o mesmo desde que se interpole na secção de
jusante. Neste caso, porém, poderiam verificar-se erros de aproximação que se poderiam propagar e
afectar o resultado final, e também devem ser introduzidos algoritmos de interpolações ao invés de
diminuir a velocidade de execução. Como se pode verificar, este procedimento não é muito
aconselhável.
∆x1 ∆x 2
∆t = = (3.126)
a1 a2
Ou ainda:
l1 l
= 2 (3.127)
ma1 wa 2
Os parâmetros m e w devem ser inteiros. Atendendo a esta condição, pode ser necessário calcular um
novo comprimento (comprimento fictício). Normalmente, este comprimento é adicionado ao troço de
jusante, mas, também, pode ser adicionado no troço de montante ou nos dois, conforme o caso em
estudo.
Assim o comprimento que se calcula, difere do comprimento de origem (comprimento efectivo). Se a
conduta tem um comprimento, na ordem dos mil metros, e se se alterar uns centímetros, como se pode
perceber empiricamente, a diferença é insignificativa no resultado final. Para solucionar este problema,
pode-se multiplicar a perda de carga por um factor de correcção, como é demonstrado a seguir:
63
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
L
fp = (3.128)
L ficticio
As duas condições, acima referidas, devem ser associadas a características positivas (com referência
ao comportamento de montante) e negativas (referência conduta jusante).
A característica positiva tem uma celeridade maior, apresentando um percurso maior para o mesmo
espaço de tempo, logo terá um x maior, enquanto a característica negativa, para o mesmo intervalo
de tempo, terá um x menor.
Então, para a secção de montante, ficam as seguintes equações:
C + : H p + [A + K (R A ) QP ]QP − C A = 0 (3.129)
K (R A − R B ) Q p Q p + C A + C B
Hp = (3.131)
2
64
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
K (R A + RB ) QP QP + 2 AQP − C A + C B = 0 (3.132)
2c
x=− (3.133)
b + b 2 + 4a c
2 ⋅ (C A − C B )
QP = (3.134)
A11
Sendo:
65
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Neste caso, as características não se intersectam no ponto pretendido. Deve-se calcular a característica
positiva e negativa de acordo com a secção, ou seja, para a secção de montante, a característica
positiva de acordo ∆t/a1, e para a secção de jusante a característica negativa para ∆t/a2. Porém, se se
intersectarem num ponto não pretendido, assim como num espaço temporal distinto, não se obterá
directamente as variáveis, porque desta forma estava-se a calcular as variáveis, noutro instante e
noutro ponto, como se pode constatar na figura. Uma das várias soluções possíveis neste caso, consiste
em calcular dois pontos fictícios, para o ponto p, e através desses pontos, determinar as variáveis para
o respectivo ponto de transição.
A figura (3.19) mostra a secção de transição, calculando as características para dois pontos fictícios
(Bi e Ai). Assim, conhece-se o caudal e as cargas nestes pontos. Desta forma, para o mesmo instante
(que corresponde ao instante estudado de toda a conduta) é interessante determinar as variáveis para o
ponto p.
Resolvendo, com o objectivo de encontrar a carga na junção, fica:
Q Ai + QBi
Qp = (3.137)
2
Quando se inicia o regime transitório, na secção de montante, surge uma onda que reflecte para jusante
da conduta. Ao passar no nó de transição, propaga-se para o troço de montante, como se pode ver na
66
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
figura (3.20). Esta reflexão apenas se verifica em condutas elevatórias, não se verificando, portanto,
em condutas gravíticas. Ou seja, quando ocorre este fenómeno nas condutas gravíticas, este ocorre
normalmente, como senão existisse uma mudança de secção.
Quando a onda principal passa na junção, produz um coeficiente de transmissão designado por s que
vale:
2S j
aj
s= n
(3.138)
Sm
∑
i =1 a m
r = s −1 (3.139)
67
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
68
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
4
ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1. INTRODUÇÃO
Para analisar matematicamente o regime transitório, foi desenvolvido em Visual Basic Aplicação
(VBA) para Excel, um programa de cálculo automático. Sempre existiram vários programas de cálculo
automático, mas quase sempre incompletos e limitados em alguns aspectos, por vezes, só determinam
solução em casos específicos. Na maioria dos casos, trata-se de várias iniciativas individuais, com
diferentes abordagens em termos de métodos de análise e linguagem computacional. Deste modo,
tentou-se formular um programa de cálculo automático, o mais completo possível, com o objectivo de
integrar todos os problemas, mais importantes, associados ao fenómeno do choque hidráulico, sendo
colocado à disposição da comunidade técnica e académica.
O programa de cálculo automático foi desenvolvido para estudar o fenómeno de regime variável em
condutas gravíticas e sistemas elevatórios, com os dispositivos de protecção do volante de inércia e do
reservatório de ar comprimido. Foi, também, criado para resolver os problemas de mudança de
inclinação e de mudança de secção para os respectivos casos. Para além destes problemas, também, foi
criado para resolver os problemas de mudança de inclinação e de mudança de secção para os
respectivos casos.
Este programa foi testado em várias simulações teóricas, sobretudo, para verificar se a sua execução
correspondia perfeitamente aos aspectos teóricos. Desta forma, será testado num problema real e,
consequentemente, comparado com os resultados da memória descritiva e justificativa do projecto
executado, de forma a validar o modelo.
69
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
70
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Admitiu-se que as celeridades são de 347 e 216 m/s, respectivamente para os trechos com DN315 e
DN280., de forma a considerar um modo conservativo. Assim, verifica-se o fenómeno para duas
secções diferentes com a celeridade mais gravosa para cada troço.
NPSH 3,7 M
Potencia absorvida 60 Kw
71
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
0 0,000 220
20 0,017 219
40 0,033 216
60 0,050 210
62 0,052 209
70 0,058 205
80 0,067 200
400,000
350,000
300,000
250,000 Regime Permanente
Envolvente Máxima
200,000
Envolvente Mínima
150,000 Cota do terreno
100,000
50,000
0,000
0,000
143,363
286,725
430,088
573,450
716,813
860,175
1003,538
1146,900
1290,263
1433,625
1576,988
1720,350
1811,803
1908,202
2004,602
2101,001
2197,401
2293,800
Como se pode observar no gráfico anterior, a linha da cota do eixo da conduta intersecta a envolvente
da pressão mínima, portanto vão existir depressões na mesma (pressões negativas), em particular no
72
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
troço de jusante entre os km 2,15 a 2,27 (referenciados pela distância à captação). Relativamente às
pressões máximas, quando se inicia o fenómeno, registam-se pressões superiores às do regime
permanente.
Verifica-se que, na ocorrência do choque hidráulico, devido à paragem instantânea dos grupos
elevatórios (sem considerar dispositivos de protecção), existem fenómenos de macrocavitação
(separação da veia líquida), embora não seja previsível a ruptura dessa mesma veia. Sendo que, a
depressão máxima corresponde à distância de 2270 metros para um valor de 21 m.c.a.
Como se verifica, é aconselhável a consideração de dispositivos especiais de protecção contra o
choque hidráulico.
73
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
250,000 Regime Permanente
Envolvente Máxima
200,000
Envolvente Mínima
150,000 Cota do terreno
100,000
50,000
0,000
0,000
143,363
286,725
430,088
573,450
716,813
860,175
1003,538
1146,900
1290,263
1433,625
1576,988
1720,350
1813,534
1909,587
2005,640
2101,694
2197,747
2293,800
Fig. 4.2 – Envolventes de Pressões, com dispositivos de protecção
Após a análise do gráfico, pode constatar-se que existe depressões negativas, as quais se verificam,
quando a linha do eixo da conduta intersecta com a linha da pressão mínima, precisamente entre os
2173 e os 2270 metros. A pressão máxima negativa é de 6,6 m.c.a. Através deste raciocínio, pode
concluir-se que existem fenómenos de macrocavitação, embora não seja previsível a ruptura da veia
líquida.
Verificou-se, também, que, na existência de um RAC com estas características, é insuficiente para um
grupo elevatória de três bombas.
74
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
Regime Permanente
250,000
Envolvente Maxima
200,000
Envolvente Mínima
150,000
Cota do Terreno
100,000
50,000
0,000
21 00
43 92
64 84
86 76
10 768
12 960
15 152
17 344
18 536
20 999
21 599
98
0
,1
0,
6,
2,
8,
4,
,
80
97
13
29
97
42
87
Fig. 4.3 – Envolventes de Pressões, para o caso de mudança de secção, com comprimento fictício
Interpolação de Dados
340,000
330,000
320,000
310,000
300,000
290,000
280,000
270,000
14 00
28 63
43 25
57 88
71 50
86 13
10 175
11 538
12 900
14 263
15 625
17 988
18 350
19 803
20 202
21 602
21 001
22 401
00
3
,8
0
0,
3,
6,
0,
3,
6,
0,
,
03
46
90
33
76
20
11
08
04
01
97
93
75
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Com o fim de comparar este procedimento com o do comprimento fictício, acrescentou-se ao gráfico
anterior, o mesmo fenómeno determinado através do comprimento fictício (linha a vermelho, na figura
4.5). Como se pode ver na figura abaixo, estes procedimentos demonstram resultados iguais,
concluindo-se que os mesmos são de grande fiabilidade.
340,000
330,000 Interpolação de
Dados
320,000 Comprimento
Ficticio
310,000
300,000
290,000
280,000
270,000
17 00
35 0 3
53 0 6
71 0 9
89 1 3
10 01 6
12 ,219
14 422
16 625
17 828
18 031
20 ,102
21 602
22 101
00
0
,6
0,
9,
8,
7,
6,
6,
,
75
54
33
12
92
84
04
25
45
Contudo é interessante analisar a evolução das variáveis na junção das condutas. Desta forma, ajuda a
compreender e aprofundar melhor este problema. O gráfico seguinte mostra a variação de carga na
junção da conduta ao longo do tempo calcula através pela interpolação das características.
400,000
350,000
300,000
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
3,020
6,040
9,050
12,070
15,090
18,110
21,120
24,140
27,160
30,180
33,190
36,210
39,230
42,250
45,260
48,280
51,300
54,320
57,330
60,350
63,370
66,390
69,400
76
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Agora, introduziu-se no gráfico a variação da carga na junção pelo comprimento fictício, como se
pode ver a variação é igual á do outro procedimento. Apenas existe uma pequena diferença, em que a
interpolação das características apresenta um pequeno retardo de tempo nas oscilações de carga. Pode
se pensar que o retardo seria no comprimento fictício, já que a conduta tem um comprimento maior,
mas isto é analogia errada, porque pelo outro procedimento, os pontos são interpolados o que faz que
sejam mais pontos necessários até esse instante de tempo, e como os ∆x são menores na junção, e para
calcular as variáveis na secção para o mesmo instante de tempo de toda a conduta é necessário
interpolá-las, logo esta interpolação faz com que haja um pequeno retardo na conduta que vai
crescendo ligeiramente com a evolução temporal.
400,000
350,000
300,000
Carga(m)
250,000
Série1
200,000
Série2
150,000
100,000
50,000
0,000
1 47 93 139 185 231 277 323 369 415 461 507 553 599 645 691 737
Tem po (s)
Como é óbvio a variação de caudal se comporta como foi anteriormente descrito na análise da carga,
como se pode ver na figura abaixo.
0,100
0,080
0,060
caudal(m3/s)
0,040
0,020 Comprimento Ficticio
0,000 Interpolação de Dados
0,000
4,620
9,240
13,860
18,480
23,100
27,720
32,340
36,970
41,590
46,210
50,830
55,450
60,070
64,690
69,310
-0,020
-0,040
-0,060
-0,080
Tempo(s)
77
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Conclui que para os dois procedimentos se pode verificar a análise do choque hidráulico, ambas
apresentam resultados idênticos.
O principal obstáculo no comportamento fictício, é o do comportamento ser maior em relação ao da
conduta do projecto, logo este vai ter uma perda de carga total maior, isto não tem grande relevância
no resultado final, por exemplo para este projecto a diferença foi na ordem de uma décima para carga
da secção da bomba em regime permanente.
Em relação à interpolação das características, este apresentam um infinitésimo atraso temporal, isto
devido à interpolação das variáveis. Este atrazo das oscilações vai evoluir com o tempo, isto devido a
acumulação das interpolações.
Então se pode concluir que para o procedimento dos espaços temporais diferentes em que os ∆x são
iguais e os ∆t são diferentes, sendo necessário interpolar sucessivas vezes os ∆t, é lógico que este vai
produzir um retardo considerável, devido ao elevado número de interacções necessárias para um ciclo
(sendo necessário numerosos ciclos para estudar este fenómeno). Como se pode ver, este método não e
aconselhável, é muito trabalhoso, já que as sucessivas interpolações precisão de ser programadas no
programa de calculo, e o que não justifica o trabalho, existindo soluções com melhores resultados e de
mais rápida programação.
Este fenómeno num sistema com dispositivo de protecção nomeadamente o RAC, este tende a
diminuir do tempo de variação do caudal, desta forma a onda de reflexão apresenta menor declividade.
Neste projecto é menos perceptível. Para o fenómeno do choque hidráulico numa conduta elevatória,
não existe a onda de reflexão na mudança de secção.
Variação da carga
340,000
330,000
320,000
carga(m)
310,000
linha de carga
300,000
290,000
280,000
270,000
3 6 60
5 4 20
7 2 80
9 0 40
1 0 800
1 2 960
1 4 120
1 6 280
18 0
2 0 667
2 1 733
2 2 800
66
1 8 00
1 9 1 ,6
4
1
,4
,8
0
0
0,
0,
0,
0,
0,
0,
,
80
61
41
21
21
41
61
81
Comprimento(m)
Fig.
4.9 – Onda de reflexão
78
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Variação da carga
340,000
330,000
320,000
carga(m)
12 960
14 120
16 280
18 0
20 667
21 733
22 800
66
36 60
54 20
72 80
90 40
10 8 00
19 1 ,6
18 00
4
,4
,8
1
6
0
0
,
,
0,
0,
0,
0,
0,
0,
80
61
41
21
21
41
61
81
Com prim ento(m )
79
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
6,220
12,450
18,670
24,900
31,120
37,340
43,570
49,790
56,010
62,240
68,460
74,690
80,910
87,130
93,360
99,580
105,800
112,030
118,250
124,480
130,700
tempo (s)
Fig. 4.11 – Variação da carga na secção bomba, sendo λ variável,, sem mudança de secção
Quando se analisa o regime transitório para um elevado período de tempo, onde exista uma mudança
de secção, sendo λ variável, e que esta não coincida com o meio do período, irão existir varias ondas
de refracção devida a passagem da onda de choque principal na junção. Desta forma, a amplitude de
pressão aumentará com o tempo devido ao acumular de ondas de refracção e da onda principal. De
forma semelhante, se comporta a variação da carga na junção das condutas.
450,000
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
13,730
27,470
41,200
54,940
68,670
82,410
96,140
109,880
123,610
137,350
151,080
164,820
178,550
192,280
206,020
219,750
233,490
247,220
260,960
274,690
288,430
tempo (s)
Fig. 4.12 – Estudo da variação da carga na secção da bomba, , sendo λ variável,, com mudança de secção
80
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
450,000
400,000
350,000
Carga (m)
300,000
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
14,980
29,970
44,950
59,930
74,920
89,900
104,880
119,870
134,850
149,830
164,820
179,800
194,780
209,760
224,750
239,730
254,710
269,700
284,680
299,660
tempo (s)
Fig. 4.13 – Variação da carga na junção das condutas, , sendo λ variável,, sem mudança de secção
Na figura 4.13 a amplitude da variação da carga cresce com o tempo, surgindo numerosas pequenas
oscilações da mesma, devido às ondas de reflexão. O gráfico abaixo transcrito, representa a carga ao
fim de cinco minutos na conduta, existindo várias ondas de reflexão, sendo que a onda principal não se
distingue em relação as outras. Para se compreender e analisar melhor este fenómeno, é necessário
observar num determinado período de tempo, a simulação no programa de cálculo.
Carga na conduta
(t=300 segundos)
340,000
330,000
320,000
Carga (m)
310,000
300,000
290,000
280,000
270,000
260,000
250,000
12 52
14 45
15 38
17 31
18 24
19 27
20 99
21 70
22 42
14
31 3
47 6
63 9
79 2
94 6
11 59
15 0
19
38
57
77
96
00
,3
,5
,7
,9
,1
,1
,4
,8
,2
,6
1
8,
6,
4,
2,
0,
9,
0,
07
65
23
81
40
15
21
27
34
40
Fig. 4.14 - Estudo da variação de carga para o tempo de 300 segundos, , sendo λ variável,, com
mudança de secção
Pode-se concluir que quando o se considera o parâmetro R variável com o caudal, não é a melhor
solução quer para o estudo ou analise do choque hidráulico, sendo ainda mais errado e gravoso se
houver mudanças de secção.
81
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
13,530
27,050
40,580
54,110
67,630
81,160
94,690
108,210
121,740
135,270
148,790
162,320
175,840
189,370
202,900
216,420
229,950
243,480
257,000
270,530
284,060
297,580
tempo (s)
Fig.
4.15 – Estudo do parâmetro R, λ definido em regime permanente
Durante todo o fenómeno, λ é constante, definido como um escoamento turbulento rugoso. Como se
pode ver na figura 4.16, é considerado o escoamento como sendo turbulento rugoso, pois neste caso o
amortecimento do caudal é nulo ou pouco significativo. Aplicando o mesmo raciocínio de λ variável
em secções diferentes, pode-se perceber que irão ser produzidas várias ondas de choque ao longo do
tempo.
82
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
6,220
12,450
18,670
24,900
31,120
37,340
43,570
49,790
56,010
62,240
68,460
74,690
80,910
87,130
93,360
99,580
105,800
112,030
118,250
124,480
130,700
tempo (s)
Carga na conduta
(t=300 segundos)
350,000
300,000
250,000
Carga (m)
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
15 0
31 3
47 6
63 9
79 2
94 6
11 59
12 52
14 45
15 38
17 31
18 24
19 27
20 99
21 70
22 42
14
00
19
38
57
77
96
,3
,5
,7
,9
,1
,1
,4
,8
,2
,6
0,
8,
6,
4,
2,
0,
9,
07
65
23
81
40
15
21
27
34
40
Comprimento (m)
Fig. 4.18 – Carga ao fim de 300 segundos, sendo como um escoamento turbulento rugoso
83
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
450,000
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000
0,000
13,530
27,050
40,580
54,110
67,630
81,160
94,690
108,210
121,740
135,270
148,790
162,320
175,840
189,370
202,900
216,420
229,950
243,480
257,000
270,530
284,060
297,580
tempo (s)
Fig. 4.19 – Variação da carga na conduta, sendo como um escoamento turbulento rugoso
450,000
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
λ rugosso
250,000
λ inicial
200,000
150,000 λ variável
100,000
50,000
0,000
0,000
16,860
33,710
50,570
67,420
84,280
101,140
117,990
134,850
151,700
168,560
185,420
202,270
219,130
235,990
252,840
269,700
286,550
Tem po (s)
Fig. 4.20 – Estudo do parâmetro R, variação da carga na secção da bomba para um tempo de 300 segundos,
comparação do λ.
84
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
400,000
350,000
300,000
Carga (m)
250,000 λ rugosso
200,000 λ inicial
150,000 λ variável
100,000
50,000
0,000
0,000
3,540
7,080
10,610
14,150
17,690
21,230
24,760
28,300
31,840
35,380
38,910
42,450
45,990
49,530
53,070
56,600
60,140
Tem po (s)
Fig. 4.21 - Estudo do parâmetro R, variação da carga na secção da bomba para um tempo de 150 segundos,
comparação do λ.
Quando se abre a folha de Excel, aparece o modelo do programa representado na figura. Existe um
botão e duas caixas de opção: relativamente à primeira caixa de opção, escolhe-se o tipo de conduta e
as condições fronteira; na segunda caixa de opção, escolhe-se o que se pretende visualizar
dinamicamente podendo ser o caudal, a carga ou a velocidade.
85
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Depois de se escolher o tipo de conduta e as condições fronteira, assim como a variável que se
pretende visualizar, carrega-se no botão iniciar. Em seguida irá aparecer a caixa de comando
correspondente as escolhas, que se podem ver nas figuras em baixo. Como se irá ver existe um grande
leque de opções.
86
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
87
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
Devido ao projecto e às várias simulações teóricas, o programa permite introduzir as mais variadas
condições iniciais, cobrindo uma grande variedade de cenários possíveis. Desta forma, facilita aos
projectistas a introdução dos dados dos seus problemas, uma vez que, muitas vezes, a informação que
vem dos fabricantes também é muito variada. Este programa tem, também, uma vantagem ao nível
académico, pois pode contribuir como ferramenta de ensino, de uma forma geral ou aprofundada.
88
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
5
CONCLUSÕES E
RECOMENDAÇÕES
5.1. CONCLUSÕES
O presente trabalho permitiu tirar as seguintes conclusões:
- O modelo computacional desenvolvido apresenta resultados bastantes satisfatórios na análise do
choque hidráulico, sendo de fácil utilização e visualização de resultados. Este permite visualizar
dinamicamente o fenómeno, e fornecer uma grande quantidade de informação, parâmetros e variáveis,
visto que se encontram numa ferramenta de fácil utilização (Microsoft ExcelTM) permitindo aprofundar
o estudo do fenómeno. Isto é fundamental para os projectistas e estudantes compreenderem o
fenómeno, sem que simplesmente aceitem os resultados de programas cujo processo interno de cálculo
não conhecem.
- O programa determina uma solução considerando as mais variadas condições, como por exemplo, a
mudança de inclinação, mudança de secção, condições de fronteira, etc.
- No caso de um problema com mudança de secção, os procedimentos apresentados e nos quais o
programa se baseou, conduzem a uma correcta simulação teórica dos resultados.
- No caso de estudo de uma conduta gravítica, ou de um sistema elevatório com os dispositivos de
protecção (volante de inércia e reservatório de ar comprimido (RAC)), o programa de cálculo
demonstra excelentes resultados do ponto de vista teórico.
- Devido ao projecto e às várias simulações teóricas, o programa permite introduzir as mais variadas
condições iniciais, cobrindo uma grande variedade de cenários possíveis. Desta forma, facilita aos
projectistas a introdução dos dados dos seus problemas, uma vez que, muitas vezes, a informação que
vem dos fabricantes também é muito variada. Este programa tem, também, uma vantagem ao nível
académico, pois pode contribuir como ferramenta de ensino, de uma forma geral ou aprofundada.
- Ao analisar o parâmetro R, teoricamente este deve ser calculado em função do caudal, de forma, a
evitar processos iterativos, alguns autores defendem que este deve ser calculado para o regime
turbulento rugoso. Através da utilização do modelo de cálculo concebido neste trabalho, comprovou-
se que λ apresenta os resultados mais próximos da realidade, quando é fixo e calculado em regime
permanente.
- A análise do choque hidráulico não deve ser feita de forma simplista e usual, pois essa metodologia
conduz a resultados bastantes imprecisos e contrários à segurança da instalação.
89
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
- o programa herda um importante código computacional, que pode e deve ser aproveitado para a
concepção de novos programas, não só a nível de matérias de hidráulica, como também outras áreas da
engenharia.
5.2. RECOMENDAÇÕES
Por fim, tendo em consideração as limitações do modelo computacional, recomenda-se:
- Ampliar o numero de condições fronteira do programa de calculo, acrescentando outros dispositivos
de protecção contra o choque hidráulico, tais como: chaminés de equilíbrio, reservatórios
unidireccionais, conduta de aspiração paralela, válvula de descarga automática.
- Outra das limitações do programa desenvolvido reside no facto de, no caso de uma análise de
mudança de secção, o mesmo considerar a hipótese de apenas uma mudança de secção. Por esse
motivo, recomenda-se que, no futuro, esta limitação seja ultrapassada, através da consideração e
concepção de modelos computacionais que englobem a problemática varias mudanças de secção e de
bifurcações. As condições fronteira são as mesmas para estas duas situações.
90
Comportamento Dinâmico de Sistemas Elevatórios
BIBLIOGRAFIA
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Exel Avançado em 120 Lições: www.juliobattisti.com.br. 12 de Dez. de 1998.
Figueiredo, M.M.P., (1990). Choque Hidráulico em condutas elevatórias — Protecção com
reservatórios de ar comprimido. Prova de Agregação, Faculdade de Engenharia Universidade do Porto.
Green, J. (2002). Excel 2000 VBA Programm’s Reference. Birminghan.
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Mambretti, S.(2004). Fenomeni di moto vario nelle correnti in pressioni. Ed Aracne, Roma.
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