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Etec Cel.

Fernando Febeliano da Costa

LARISSA PAES DA SILVA

Escassez hídrica e a crise enérgica brasileira


Introdução

A escassez hídrica é causada por uma série de fatores que poderiam ser
evitados.

Os dados sobre a disponibilidade de água no mundo são de amplo


conhecimento: embora o planeta tenha sua superfície composta por 70% de
água, a maior parte desse montante (97% do total) é formada por oceanos e
mares, sendo imprópria para consumo humano. Dos 3% restantes, 69,8%
encontram-se em geleiras, 29% em aquíferos (alguns sem fácil acesso), 0,9%
em outras composições e apenas 0,3% em rios e lagos.

Diante desses números e dos sucessivos efeitos da ação antrópica sobre o


meio natural, a disponibilidade de água encontra-se cada vez mais reduzida em
várias partes do mundo, o que faz com que áreas inteiras tenham de enfrentar
a escassez total ou parcial desse recurso. Por esse motivo, a grande questão
é: o que causa a escassez hídrica?

Motivos ambientais e antrópicos para a escassez hídrica

 Consumo crescente

O aumento no consumo de água no mundo vem contribuindo para a diminuição


da disponibilidade dos recursos hídricos. Embora a água tenha uma
capacidade de renovação cíclica, o aumento do consumo pode ser maior do
que essa reposição natural, gerando a escassez. Esse quadro é característico
de várias partes do mundo – incluindo algumas regiões do Brasil – e é
denominado de estresse hídrico.

As causas para a elevação do consumo de água são várias: crescimento


populacional, desenvolvimento econômico e aumento da produção em
economias periféricas ou emergentes, aumento das atividades produtivas,
elevação do consumo de produtos que utilizam muita água na sua produção,
entre outras.
 Poluição e degradação das reservas hídricas

O ser humano, na maior parte de suas atividades, precisa da água doce para
garantir sua subsistência. Mesmo assim, muitas atividades contribuem para a
diminuição dessa água, principalmente com a poluição de rios e mananciais,
que se tornam inutilizáveis em um curto período de tempo.

Uma das maneiras mais frequentes em que isso acontece é a poluição gerada
pela deposição de esgoto ou pela poluição excessiva das cidades. Em áreas
de aquíferos e reservas subterrâneas, a poluição do solo leva, muitas vezes, à
intoxicação do lençol freático, afetando a obtenção de água mineral.

 Degradação dos recursos naturais

Não é somente a degradação propriamente dita da água e suas reservas que


afeta a disponibilidade hídrica. A natureza, afinal, funciona a partir de um
equilíbrio, e a alteração deste provoca uma série de efeitos em cadeia

A destruição de florestas com as queimadas e o desmatamento também fazem


parte do problema. A vegetação possui a função de preservar nascentes de
grandes rios e também fornecer, em alguns casos, umidade para a atmosfera,
o que origina as chuvas. Com a diminuição da cobertura vegetal em todo o
mundo, a água vai tornando-se gradativamente mais escassa.

 Mudanças climáticas

As mudanças climáticas estão causando o aumento das temperaturas da


Terra como resultado da poluição e da intensificação do efeito estufa, o que
caracteriza o aquecimento global. Com isso, embora o volume de água no
planeta seja sempre o mesmo, o ciclo da água vem ocorrendo com uma
frequência menor, causando secas severas e tornando a falta de água um
problema crônico.

 Ausência de infraestruturas básicas

A escassez hídrica chega a ser um problema mesmo em países ou localidades


do mundo que apresentam certa disponibilidade de água. Isso acontece por
questões econômicas, sobretudo em países periféricos, onde os problemas
relativos à falta de recursos afetam os investimentos em sistemas de captação,
armazenamento e distribuição da água para a população e atividades
produtivas.

Formas de geração de energia elétrica no Brasil

 Energia Hidrelétrica

As usinas hidrelétricas utilizam a força da água para produção de energia


elétrica. Para que isso aconteça, são construídas barragens em rios com o
objetivo de represar a água, formando um reservatório, muito semelhante a um
lago.

Essa água, que fica represada, é captada e conduzida por meio de tubulações
até uma edificação chamada de casa de força, onde ficam as turbinas e
geradores que vão transformar a pressão da água da barragem em movimento
e esse movimento em energia elétrica.

 Energia Termoelétrica

Atualmente as usinas termelétricas são responsáveis por cerca de 27% da


energia elétrica gerada no país. Elas operam por meio do aquecimento de água
com combustíveis fósseis como carvão, gás natural ou derivados de petróleo.

O aquecimento da água produz vapor, cujo fluxo é conduzido por tubulações


até as turbinas fazendo com que elas girem. As turbinas são conectadas a
geradores que produzem um campo eletromagnético internamente, produzindo
energia elétrica.

 Energia Eólica

Diferente da termelétrica, a energia eólica é considerada 100% limpa e


renovável. Hoje, ela representa cerca de 7% da energia gerada no Brasil.

Essa produção de energia acontece a partir de parques eólicos, que são


construídos para aproveitar o potencial do vento e transformá-lo em energia
elétrica. Eles operam por meio de turbinas – uma espécie de cata-vento – que
giram impulsionados pelo vento.
Geradores são acoplados a essas turbinas e por causa de uma parte móvel
interna chamada rotor, geram campos eletromagnéticos que são convertidos
em energia elétrica.

 Energia Nuclear

A energia gerada a partir de usinas nucleares corresponde a cerca de 1% da


matriz energética nacional. Essas usinas utilizam elementos radioativos,
principalmente o urânio, para gerar energia.

Nesse processo de geração, o núcleo do átomo de urânio é desintegrado,


liberando grande quantidade de energia térmica (calor) – por isso o nome
“nuclear”.

O calor liberado é utilizado para aquecer e transformar água em vapor. O vapor


é levado por tubulações e promove o movimento de turbinas que, por sua vez,
movem um gerador de eletricidade.

 Energia Solar

A energia solar é a quinta maior fonte de energia no Brasil. Atualmente ela


representa cerca de 0,1% da matriz energética nacional. É uma energia
totalmente limpa e renovável, já que o sol é um recurso que não se esgota.

Essa geração de energia, que também pode ser chamada de fotovoltaica,


acontece por meio do aproveitamento da luz do sol, que transforma essa luz
em energia elétrica, utilizando painéis fotovoltaicos ou um sistema heliotérmico.

O sistema fotovoltaico utiliza aqueles painéis solares bem comuns no mercado,


e por meio deles a irradiação solar é convertida diretamente em energia
elétrica. Já no sistema heliotérmico, a energia do sol é convertida em energia
térmica (calor) e posteriormente em energia elétrica.

Relação entre a produção de energia elétrica e os índices pluviométricos

A primeira condição para produção de energia nas hidrelétricas, e a mais


importante, é a vazão do rio, ou seja, o volume de água disponível. Isso quer
dizer que em períodos de chuva, quando há aumento significativo do volume
de água, a produção de energia nas hidrelétricas aumenta. O contrário também
acontece, em períodos de estiagem, com pouca frequência de chuvas, há uma
redução na produção de energia elétrica.

Nesse sentido, a relação entre o índice pluviométrico de uma região e o


abastecimento de energia elétrica dessa mesma região se dá pelo fato de que
boa parte de nossa energia elétrica atual é obtida por meio de usinas
hidrelétricas, com isso, tal usina para funcionar suas turbinas precisam ser
giradas por meio de água, que por sua vez são águas de rios que dependem
da chuva para obter cheias e com isso proporcionar mais giro ao motor dessas
usinas.

Impactos econômicos causados pelo aumento no custo de geração de


energia

A conta de luz, e o contínuo aumento da energia elétrica, impacta o bolso de


todos os habitantes do país que são responsáveis por um lar ou por uma
empresa.

O Brasil passa mais uma vez por um momento de forte crise na disponibilidade
de energia causada pela seca histórica nos reservatórios das hidrelétricas. Os
níveis dos reservatórios, hoje, estão a piores que os da época do Apagão de
2001.

Hoje, no Nordeste, há reservatórios com 6,15% da Capacidade, ou seja, quase


esgotados. A energia só não acaba pois houve um forte investimento em
usinas eólicas nos últimos 10 anos que estão ajudando a suprir o déficit de
água nos reservatórios.

As empresas do setor se encontram endividadas até hoje e essa dívida só tem


como ser paga com o aumento da energia elétrica através das tarifas de
energia que, consequentemente, aumenta a receita das distribuidoras.

Um outro efeito colateral do aumento da energia elétrica é o aumento dos


próprios índices de inflação. Se a energia sobe, o IPCA também sobe, pois a
energia faz parte da cesta de produtos do índice e isso piora os indicadores do
país.

Impactos sociais e ambientais


As principais desvantagens ou impactos negativos sociais e ambientais das
hidrelétricas estão relacionadas com o alagamento de grandes áreas.

Os impactos sociais envolvem tanto as populações ribeirinhas, que precisam


ser deslocadas, quanto as que ficam em regiões próximas não inundadas.

As alterações no microclima do entorno das barragens são relevantes. Ocorre


alteração na umidade relativa do ar, nos ciclos e quantidade das chuvas, no
sistema de ventos etc.

Durante tempestades, a quantidade de matéria inorgânica em suspensão na


água aumenta. Isso diminui a entrada de luz na água e altera a produção de
fitoplâncton e a sobrevivência das macrófitas. Como consequência a
quantidade de oxigênio dissolvido na água pode diminuir muito,
comprometendo toda a vida aquática.

Além disso, devemos considerar os impactos socioambientais causados


durante a construção da barragem e hidrelétrica. Durante a construção da
usina de Itaipu, no Paraná, foram elencados os seguintes problemas:

Aumento da demanda de mão de obra, o que provocou o surgimento de vários


vilarejos sem a estrutura adequada (saneamento básico e vias de circulação)
para a recepção de novas famílias;

Extinção de inúmeras propriedades rurais, o que provocou o deslocamento das


comunidades rurais para as cidades do entorno, aumentando as aglomerações
urbanas; e

Devastação da mata nativa provocada pelo crescimento desordenado das


cidades do entorno da usina.

Conclusão

Como fazer para diminuir esses impactos?

Uma das possibilidades é a construção de usinas hidrelétricas “a fio d'água”,


que são aquelas que não precisam de reservatório de água ou o têm em
dimensões menores do que poderiam ter.
Essa foi uma opção adotada para a construção da Usina de Belo Monte e
parece ser uma tendência a ser adotada em projetos futuros, porque a redução
da área alagada tem como consequência a maior preservação das áreas de
entorno, a proteção da fauna e da flora e o deslocamento, se necessário, de
uma quantidade menor de pessoas.

A desvantagem desse tipo de usina é que ela usa o fluxo de água do próprio rio
para movimentar suas turbinas, ficando à mercê do volume de chuvas para a
geração de energia. Em época de cheia a geração de energia aumenta, mas
em época de seca, diminui.

Apesar de ser um modelo sustentável, com vantagens ambientais e sociais, a


usina a fio d'água diminui a segurança energética do país devido, exatamente,
à sua dependência dos ciclos pluviais.

No entanto, implantar sistemas de pequenas e médias barragens é uma das


atitudes cada vez mais necessárias para equilibrar a necessidade de geração
de energia com a sustentabilidade ambiental e social do país.

Referências bibliográficas
https://www.preparaenem.com/geografia/o-que-causa-escassez-hidrica.htm
https://iconeenergia.com.br/fontes-de-energia-usadas-no-brasil/
https://aliancaenergia.com.br/br/influencia-das-chuvas-na-geracao-de-energia-eletrica/
https://pt.khanacademy.org/science/8-ano/fontes-de-energia/produzindo-energia-
eletrica/a/impactos-socioambientais-das-usinas-hidreletricas
https://blog.bluesol.com.br/aumento-da-energia-eletrica/

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