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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CBD/ECA/USP ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES


DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

DISCIPLINA DE
REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA II

APOSTILA DE AULA

Catalogação, cooperação e tecnologia: uma tradição de 150 anos

Prof. Fernando Modesto


São Paulo
Versão
2007
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Catalogação Cooperativa
• Trabalho realizado por vários serviços de
informação e enviado a uma Central, responsável
pela normalização e reprodução e distribuição dos
registros a uma coletividade.
• Catalogação compartilhada (share cataloging)
• Exemplos Brasil:
– Bibliodata -
http://www.fgv.br/bibliotecas/idx_bibliodata.asp

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Catalogação Centralizada
• Atividade realizada por uma Central para atender
às necessidades de departamentos, ramais etc.
• Comum em universidades ou em sistema com
aquisição planificada.
• Exemplo
• Catalogação na fonte - CBL
• Unicamp – www.unicamp.br
• Sistema de Bibliotecas Públicas do Município de
SP
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Diagrama

Cooperativa Centralizada

Diferentes bibliotecas
Uma única biblioteca atuando
compartilhando os serviços
como central, catalogando para
bibliográficos através de
outras bibliotecas.
uma central.
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Catalogação Cooperativa

A cooperação é um
meio de alcançar
êxito, com projetos
ou atividades que
Cooperativa
tenha por objetivo a
recuperação mais
eficiente da
informação.

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Catálogo
• Popularidade no séc. 19 - catálogo dicionário.
• 1901, LC define padrão 12,5X7,5 cm.
• A preparação e a produção de registros
preocupam os bibliotecários - motivo:
• Desperdício de tempo e gasto de mão-de-obra
em um trabalho repetitivo de se tratar o
mesmo documento inúmeras vezes.

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Catalogação na fonte
Catalogação compartilhada
• objetivo:
– Facilidade na busca
– Identificação de autoria da obra
– Compra de material
– Elaboração de bibliografia
– Confecção de catálogo
– Padronização de dados descritivos

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Uniformidade dos catálogos

• A necessidade da
organização dos
catálogos
bibliográficos
obrigou o
estabelecimento de
regras para redação
das informações.

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Catalogação cooperativa
• Idéia secular
• Ações de catalogação eram feitas em
papeletas ou folhas de papel, quando ainda
não havia fichas padronizadas.

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Catalogação cooperativa - I

• Marcos históricos
• 1850, lançamento da idéias de forma
sistematizada.
• Principais articulistas:
• Charles Coffin Jewett – Smithsoniam
Institution, criar um sistema uniformizado
de catalogação.
• Idealizador do catalogo coletivo

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Catalogação cooperativa - II
• Sir Antony Panizzi – Museu
Britânico – cria o primeiro
código de catalogação
(1839) com regras válidas
até hoje.
• Publicação de um catálogo
incluindo livros editados em
língua inglesa.
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Catalogação cooperativa - III
• 1876 – ano das grandes contribuições à
biblioteconomia.
• Criação da ALA – www.ala.org
• Lançamento da CDD
• Publicação do código de Cutter
• Ampliação do trabalho cooperativo e
normas de catalogação
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Catalogação cooperativa - IV
• No período
• Papeletas passassem a ser impressas e permutadas
entre as bibliotecas (espec. as Nacionais)
• Idéias aproveitada pela LC como programa de
catalogação compartilhada.
• Possibilidades dos autores em acordo com
bibliotecários prepararem as papeletas de suas
obras – (100 anos depois metadados)

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Catalogação cooperativa - IV
• Para diminuir os custos , a idéia:

• Editoras deveriam distribuir seus livros com a


informação bibliográfica impressa numa papeleta
de papel resistente e num formato padronizado ou
então numa folha tendo na parte superior os dados
bibliográficos, e na inferior o sumário da obra,
propaganda de novos lançamentos etc..

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Catalogação cooperativa - V
• 1901, catalogação centralizada
• Melvil Dewey justifica criação de um
programa de catalogação cooperativa e
centralizada.
• LC assume a função e coordenação do
projeto por:
• Instituição oficial do governo
• Controlar direitos autorais
• Manter alto índice de permuta
• Possuir equipe técnica gabaritada
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Brasil
• Anos 40
• Desenvolvimento das modernas técnicas
biblioteconômicas.
• Criação do Departamento Administrativo do
Serviço Público (DASP), por meio de concursos e
cursos de especialização na área.
• Instalação do Serviço de Intercâmbio de
Catalogação - SIC
• Reforma da Biblioteca Nacional

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Brasil
Pioneirismo
Lydia de Queiroz Sambaquy
em visita a LC - idéia da catalogação cooperativa e do
serviço de catalogação.
Anos 40 – 60, mudança do domínio dos códigos

• Vaticana em SP
• AACR – DF e resto do Brasil
• 1954, criação do IBBD
• (Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação)
– atribuição, a manutenção do
SIC
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Brasil
• Catalogação Cooperativa – finalidade:
• Colocar o volume de documentos recém-
chegados à disposição do leitor/usuário, o mais
rápido.
• (1942) temor da idéia ser prematura para sua
aceitação:
• Devido ao estado de nossas bibliotecas, em sua
maior parte pobres, de recursos financeiros e
de pessoal qualificado.

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Estados Unidos
• Berço da catalogação cooperativa
• Empresas comerciais realizam trabalho similar ao
iniciado pela LC – OCLC
• Anos 60, 3 programas de impacto mundial
• Revigoramento da catalogação na fonte – CIP
(cataloging in publication)
• Catalogação compartilhada (shared cataloging)
• Formato MARC
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Catalogação Compartilhada
• A partir de 1945,
• crescimento da literatura técnico-científica,
• Processos de catalogação têm dificuldades
em atualizar ou tratar rapidamente a
documentação, principalmente nas áreas da
Ciência e da Tecnologia.

Começa a se cristalizar o conceito da chamada


“explosão da informação”
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Catalogação Cooperativa

• Significativa EUA - pela LC


• 1901 - comercialização fichas.
• Acelera sua produção catalográfica por
meio de dois projetos:
• Plano Farmington & Public Law 480

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Catalogação Cooperativa
• P. Farmington: • Public Law:
• criado após a Segunda • uso de créditos
Guerra Mundial, americanos existentes
• objetivo de garantir em certos países com a
que pelo menos um finalidade de comprar
exemplar de cada obra e catalogar
publicada no exterior publicações de valor
existisse no acervo de científico e enviá-las
uma biblioteca às bibliotecas
americana. ©fmodesto
americanas.
Segunda Guerra Mundial

Uma nova aliança mundial - ONU


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UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura

• Atividades em Janeiro de 1946.


• Origem das idéias dos países aliados
durante a 2a. Guerra, preocupados com a
situação da educação no pós-guerra.

www.unesco.org
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UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura

• Finalidades e Funções:
• Manter, desenvolver e disseminar o conhecimento,
por meio da cooperação internacional, para acesso
a todos os materiais publicados.
• Para consecução desses objetivos, tem-se voltado
ao estabelecimento de padrões para bibliotecas
nacionais, que se refletem diretamente sobre
práticas biblioteconômicas.

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Criou o programa de
UNESCO Controle
Bibliográfico
Universal
Gerenciado
Federação
Internacional de
Associações
• Finalidade Bibliotecárias (IFLA)
• Disponibilizar universalmente, sob forma
tradicionalmente aceita, os dados bibliográficos
de todas as publicações editadas por cada país.
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Cooperação significando

• Cada país é
• Respeito aos padrões responsável pelo
controle bibliográfico
nacional

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A idéia da uniformidade na
catalogação
• Associada a dois objetivos
• Formar um catálogo
coletivo nacional,
• Catalogar uma única vez -
reunindo as descrições
(o material catalogado por
fornecidas por cada
uma biblioteca não deveria
biblioteca de um país -
ser catalogado por outra.)
daí a cooperação
internacional para a
formação de uma
bibliografia universal.
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Outros motivos
• 2a. Guerra destruiu muitos acervos de
bibliotecas.
• Bibliotecários insatisfeitos com as regras.
• Países desejavam definir políticas nacionais
de bibliotecas, com sistemas catalográficos
padronizados.
• Necessidade de estabelecer-se um conjunto
universal de princípios de catalogação
apoiando o desenvolvimento da produção
de informações bibliográficas.
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CBU - Objetivo
• Promover um sistema mundial de
controle e permuta de
informações bibliográficas

• em forma internacionalmente
aceita,

• todas as publicações editadas em


todos os países.

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Papel das normas catalográficas
• Para que o
Intercâmbio de • O código de catalogação
informações é um documento
bibliográficas possa reunindo conjunto de
ocorrer é necessário regras com aplicação
um vocabulário limitada, ligada ao
comum. ambiente bibliotecário.
• É um objeto físico,
porque é um instrumento
de trabalho.

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Código Catalogação e CBU
• Dentro dos padrões internacionais do CBU,
é essencial um código de catalogação para o
registro de dados, estabelecendo regras
aceitas internacionalmente.
• Com algumas variações, devem determinar
a responsabilidade de autoria de uma obra e
ao mesmo tempo padronizar uma descrição
física.
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CBU
Seu conceito, pressupõe a
criação de uma rede formada
em parte por componentes
nacionais integrados, cada
um cobrindo uma vasta
atividade editorial e
biblioteconômica para
formar um sistema global.
global

CATALOGAÇÃO COOPERATIVA
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UNESCO

Um aspecto essencial é que a ação em termos


nacionais esteja de acordo com padrões
bibliográficos internacionais já aceitos ou
aceitáveis, através de sistemas manuais ou
automatizados.

CATALOGAÇÃO COOPERATIVA

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UNESCO
Padrões do CBU não são
apenas aqueles aprovados
pela ISO, mas também
códigos e praticas de
catalogação aceitas
internacionalmente. Ex. Nenhum conjunto de
regra de catalogação ou
Isto porque inúmeras classificação podem ser
situações bibliográficas não aprovados por órgãos de
podem ser padronizadas normalização nacional ou
pela sua complexidade e internacional, porque
situações bibliográficas nunca
detalhamento. são estáticas.
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• Bibliografia:
• Barbosa, Alice Príncipe. Novos rumos da
catalogação. Organização Elza Lima e Silva Maia.
Rio de Janeiro : BNG/Brasilart, 1978.
• Campelo, Bernadete S.; Magalhães, Maria Helena
de A. Introdução ao controle bibliográfico.
Brasília : Briquet de Lemos, 1997.
• Matthew, Battles. A conturbada história das
bibliotecas. Tradução João Vergílio Gallerani
Cuter. São Paulo : Editora Planeta, 2003.
• Balby, Claudia N. Formatos de intercâmbio de
registros bibliográficos: conceitos básicos.
Cadernos da FFC, Marília, v. 4, n. 1, 1995.

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