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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DA CÃMARA DE

DIREITO CRIMINAL DO TJSP

Processo n°

GOLIAS, devidamente qualificado nos autos do Recurso em epígrafe, vem tempestiva


e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
com fundamento no Artigo 619 do Código de Processo Penal em face de decisão que negou
provimento ao recurso defensivo, afim de corrigir omissões existentes no processo, cuja
declaração se requer, como de direito.

DA BREVE SINTESE

Trata-se de decisão condenatória, pela qual o magistrado proferiu seu posicionamento


condenando o réu nos crimes tipificados no art. 155, §1, §2 e art. 171, §1 c/c art. 14, II, todos
do Código Penal.

No entanto, pela simples leitura da decisão, vê-se que há OMISSÃO, haja vista que houve o
esquecimento em relação a ausência de defensor desde a defesa por escrito, sendo considerada
nula a ação penal seguindo o artigo 564, inc. III, “c” do CPP, ademais, o magistrado omitiu-se
em relação ao caso de inversão do interrogatório, nos termos do artigo 400 do CPP, em que
ofende o direito ao contraditório e ampla defesa do réu, devendo, portanto, ser sanada.

Deste modo, não restou alternativa ao embargante senão a oposição dos presentes embargos
declaratórios.

DA OMISSÃO

A omissão ocorre quando a decisão falta clareza em sua redação, especialmente quando
deixa de considerar matéria de direito trazida nos autos.
Ademais, neste caso, nota-se que a decisão sequer menciona a nulidade da ação pela ausência
de defensor constituído desde a defesa por escrito a qual fundamenta o Artigo 564, inc. III, “c”
do CPP, muito menos, pela inversão do interrogatório, nos termos do artigo 400, CPP, a qual
ofende o direto a ampla defesa e contraditório. Desconsiderando todo arrazoado sobre o tema
trazido na peça defensiva.

Ou seja, a sua não apreciação configura grave ofensa à ampla defesa por manifesta
desconsideração de tese defensiva.

Sobre a matéria, a doutrina destaca:

“ A omissão decorre da ausência de manifestação sobre questão de fato ou de direito


arguida pela parte, ou sobre questão que o julgador deveria conhecer ex officio(...) A
necessidade de fundamentação exige que o julgador analise, na sentença ou no acórdão, todos
os pontos com potencial de influenciar o julgamento da causa. Assim, toda vez que o juiz
deixar justificar a resolução de pontos necessários para apoiar as conclusões do julgado, ou
ignorar outros pontos ou provas que, se tivessem considerados, teriam aptidão de infirmar sua
conclusão, levando a resultado diverso, ele estará violando o dever de fundamentação. Haverá,
pois, uma omissão do discurso justificativo do ato decisório, passível de impugnação por
embargos de declaração. ” (BADARÓ, Gustavo Henrique. Manual do Recursos Penais. 2ªed.
Revista dos Tribunais, 2017. Versão ebook, 14.3.1.4. Omissão)

Dessa forma, considerando que a decisão deixou de considerar elementos relevantes que
influenciam no julgamento, e, indispensável à correta analise do direito, deve ser revista, em
observância ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.

DOS PEDIDOS

Portanto, requer seja sanada a OMISSÃO com recebimento do presente embargo de


declaração, para fins de que haja a Absolvição dos crimes, declarando a nulidade da ação penal
por ausência de defensor, e pela inversão da ordem do interrogatório, assim como dispõe o
artigo art. 564, inc. III, “c” do Código de processo penal e art. 400 do Código de Processo Penal
respectivamente.
Caso, não seja acolhido os pedidos expostos, que seja declarado, para fins de
prequestionamento e interposição de recurso em instância superior se a r. sentença, não ofende
o princípio da ampla defesa e contraditório bem como nega a vigência ao disposto nos artigos
400 do Código de Processo Penal, art. 564, inc. III, “c” do Código de Processo Penal e art 400
do mesmo diploma legal.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, Data.

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