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DANI NUNES – DIREITO CIVIL III

DIREITO DE VIZINHANÇA
ITEM 8 ONDE ESTAMOS
A partir do art. 1277 do CC
Finalidade: Convivência harmônica entre vizinhos

Dois tipos de vizinhos:


Vizinhos contigo: é o confinante, do seu lado
Vizinho não contigo: é o seu vizinho, mas não é “de muro”.

Art. 1277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as


interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam,
provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da
utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações
em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.

O artigo acima traz o balizamento para analisar se está sendo feito o uso
normal ou anormal do prédio (prédio, nesse caso, é na acepção de terreno).
Uso normal – ok
Uso normal – dano anormal – cessar essas interferências
Uso anormal – dano anormal - paralisação das atividades

O uso anormal da propriedade se exterioriza quando se viola qualquer um do


“3s” (saúde, sossego e segurança). Quando violados, os vizinhos contigo/não
contigo detêm legitimidade para fazer cessar essas interferências.

Parágrafo único. Traz o balizamento. Para se configurar o uso anormal deve-se


levar em consideração as interferências caracterizadas no p.ú.
O trinômio dos “s” visa assegurar a harmonia entre vizinhos.

Art. 1278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as
interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o
possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.

Quando as interferências forem justificadas com interesse público, os direitos


citados no artigo anterior não prevalecerão. É o caso de quem mora ao lado de
hospitais, linhas férreas etc.

16/07/2021

Das Árvores Limítrofes:


É quando se tem uma árvore nos limites entre as propriedades.

Art. 1282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em
comum aos donos dos prédios confinantes.
Esse limite significa dizer que eu tenho uma presunção de condomínio. É
relacionada ao condomínio comum, que surge quando se tem duas ou mais
pessoas exercitando posse, tem-se a figura da composse (1199 do CC), por
outro lado, quando se tem duas ou mais pessoas proprietárias da mesma coisa,
configura-se condomínio.

Art. 1283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio,


poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno
invadido.

O artigo permite a figura da autotutela privada. A lei autoriza o direito de corte


ao proprietário do imóvel que sofre a invasão. Todavia, esse direito não pode
comprometer a árvore, sob pena de se configurar o art. 187 (abuso de direito).

Frutos naturais:
- Pendentes: unidos ao principal;
- Percebidos (colhidos): separados do principal;
- percipiendos: aqueles que deveriam ser
colhidos e, então, deterioraram;
- Estantes: colhidos separados do principal e
separados para a venda.
- Consumidos: consumidos, e portanto, não
existem mais,

Art. 1284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo
onde caíram, se este for de propriedade particular.

O fruto tem que cair de forma natural e não provocado por intervenção do ser
humano (princípio da gravitação jurídica – art. 92).
No caso dos frutos caírem em local público, por exemplo calçada, continua
pertencer ao dono da árvore.
Da passagem forçada
Art. 1285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto,
pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar
passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1  o  Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se
prestar à passagem.
§ 2  o  Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o
acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a
passagem.
§ 3  o  Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da
alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário
deste constrangido, depois, a dar uma outra.

Lembrar da frase: “prédio encravado”.

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