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REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA
CONCEITO 1
IMPORTANTE SABER
Mais adiante vamos conhecer os modelos que compõem a parte variável da remuneração
estratégica.
Mas seja qual for o tipo de remuneração utilizada, é importante que esteja atrelada às
estratégias organizacionais, como salienta Pontes (2019). Também precisa se basear na
retroalimentação, que “deve reforçar, fortalecer e incrementar o desempenho excelente”,
citando Chiavenato (2014, p. 267), bem como deixar claro a relação entre a recompensa
paga e o resultado obtido.
Também é importante frisar que a adoção da remuneração estratégica não implica na
utilização do mesmo modelo para todas as organizações, uma vez que cada organização
pode adotar diferentes tipos de remuneração estratégica, desde que a mesma atenda aos
objetivos organizacionais e seja elaborada a partir das características das pessoas e da
organização.
Mas por que as empresas resolvem mudar sua forma de remuneração?
DICA PROFISSIONAL
Para atuar na área de recursos humanos, em especial no que se refere à remuneração
estratégica, é preciso que o profissional tenha conhecimento e prática de planejamento
estratégico e das ferramentas para sua realização, pois vai realizar o vínculo da
remuneração à estratégia organizacional.
CONCEITO 2
IMPORTANTE SABER
Mas qual é a vantagem de utilizar a remuneração estratégica em uma organização? Não
bastaria pagar um bom salário fixo e oferecer um bom plano de benefícios? Não será
melhor receber um bom salário fixo mensal?
Há quem diga que prefere um bom salário mensal fixo do que um plano de benefícios.
Mas também há quem prefira um bom pacote de benefícios e bonificações, sobre as
quais não incidem impostos e tributos. Para as empresas, o que a utilização da
remuneração estratégica pode trazer de vantagens e desvantagens?
Quando a organização adota um sistema de remuneração estratégica, surgem vantagens
e desvantagens, especialmente se a implantação se dá com simples adoção de um outro
modelo inicialmente adotado por uma outra organização, sem considerar as
especificidades da própria organização e de seus colaboradores.
É preciso ficar atento, pois a adoção de um sistema de remuneração estratégica propicia
vantagens para as organizações e para as pessoas que ali trabalham. Possibilita a
relação “ganha-ganha” e é vista como um diferencial competitivo.
OBSERVAÇÃO
Iniciamos com a seguinte afirmativa de Wood Jr. e Picarelli Filho (2004):
“a remuneração estratégica derruba o mito do sistema universal de gestão de salários. O
sistema de remuneração passa a ser parte do sistema gerencial da organização e, se
bem balanceado, fonte autêntica de diferenciação e vantagem competitiva.”
Podemos afirmar, então, que a implantação de um sistema de remuneração estratégica
busca criar condições externas relacionadas às recompensas oferecidas aos
colaboradores, para impactar no processo motivacional desses, gerando aumento de
produtividade, desenvolvimento de competências e habilidades, e alcançando os
resultados organizacionais desejados.
Com isso, a remuneração estratégica se traduz como um forte instrumento para que a
empresa possua um diferencial competitivo. Nesse sentido, podemos destacar algumas
vantagens possíveis ao adotar a remuneração estratégica. Vejamos algumas:
•Contribuir para o aumento da produtividade e lucratividade da organização;
•Contribuir para atrair e reter os talentos necessários à organização;
•Promover maior engajamento dos colaboradores com os objetivos e resultados
organizacionais;
•Contribuir para a melhoria do desempenho dos colaboradores;
•Promover reconhecimento dos colaboradores que apresentam melhor desempenho;
•Contribuir com o processo motivacional dos colaboradores;
•Estimular os colaboradores a buscarem maior desenvolvimento profissional, novas
competências e habilidades;
•Contribuir para que os colaboradores alcancem melhor poder aquisitivo para satisfação
das necessidades e objetivos individuais.
A implantação de um sistema de remuneração estratégica precisa considerar, no entanto,
as especificidades organizacionais e as especificidades do time de colaboradores, e
precisa ser elaborado de modo claro e transparente. Deve ser feito de modo a garantir
que os colaboradores compreendam o seu funcionamento, especialmente no que se
refere às recompensas vinculadas ao desempenho, às competências e às habilidades.
Precisa esclarecer por que diferentes pessoas, que em tese ocupam o mesmo cargo, têm
remunerações diferenciadas. É necessário que produza a real percepção de que o
sistema é justo e equitativo.
Desse modo, podemos destacar como desvantagens:
•Pode aumentar os níveis de competição entre colaboradores, afetando o clima
organizacional negativamente;
DICA PROFISSIONAL
Um profissional da área de recursos humanos precisa lidar com processos que
demandam competências comportamentais ligadas às relações interpessoais,
comunicação, liderança, entre outras. Mas também é necessário ter capacidade de
negociação, e saber discernir o ideal, o desejável e o possível. Nem sempre as mudanças
necessárias se efetivam. É preciso desenvolver sua capacidade de ser resiliente, saber
lidar com as pressões, mediar necessidades entre pessoas e organização que nem
sempre são convergentes, receber aceites e recusas para as mudanças propostas,
aprender com os processos, se recompor e continuar. Como diz o ditado: “é como bambu,
enverga, mas não quebra”.
CONCEITO 3
IMPORTANTE SABER
Se existem diferentes modelos de remuneração estratégica, não basta apenas escolher
uma forma de remuneração variável para implantar a remuneração estratégica?
Vamos entender aos poucos. Existem diferentes formas de remunerar os colaboradores
de uma empresa. Para definir o melhor modelo a ser adotado, é preciso a combinação
dos diferentes modos de recompensa, considerando a parte fixa e a parte variável da
remuneração.
Como vimos no conceito 1, a parte fixa da remuneração é composta pela remuneração
funcional, acrescida dos benefícios e vantagens que são usualmente oferecidos pelas
organizações, conhecidos como salário indireto. Vamos conhecer um pouco mais sobre
essas formas de remuneração.
OBSERVAÇÃO
Como vimos nas competências 1 e 2, a remuneração funcional se baseia no cargo e nos
benefícios. Agora vamos estudar a remuneração funcional alternativa, que se baseia no
cargo e não nas pessoas, é a remuneração por competência. Em seguida,
apresentaremos a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) como uma das formas
possíveis de remuneração variável.
Não temos a intenção de esgotar todos os modelos, mas apresentar a vocês aqueles
mais utilizados.
Remuneração por competências
A remuneração por competência se insere na parte fixa da remuneração estratégica.
Entretanto, diferente do salário fixo, pago em decorrência do cargo, a remuneração por
competência muda o seu foco, do cargo, seu conteúdo e requisitos, para as pessoas.
Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) afirmam que “competência significa conhecimento
aplicado e orientado para melhorar o desempenho do grupo e da organização”. Além
disso, ao se propor uma remuneração por competências é importante que estas
competências possam ser objetivamente observadas e mensuradas, medidas de acordo
com padrões previamente estabelecidos.
CONCEITO4
Quais são as etapas e fases necessárias para que um plano de remuneração estratégica
seja implementado? Não basta apenas escolher um dos modelos existentes?
A resposta é não. Conhecer os modelos é imprescindível para que se possa entender
qual é o mais indicado para a organização. Entretanto, não basta apenas a escolha do
modelo. Para que o sistema de remuneração estratégica seja implementado, são
necessárias múltiplas ações. Como salienta Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) “a tarefa de
construir um sistema de remuneração estratégica não é simples”. Vejamos a seguir
alguns aspectos essenciais no processo de implantação da remuneração estratégica:
•É necessário fazer um diagnóstico organizacional, antes de tudo, de modo a avaliar o
ambiente interno e o posicionamento estratégico da empresa;
•É importante conhecer todas as alternativas de remuneração e saber quando e como
aplicá-las. Esta ação requer um estudo aprofundado;
•É preciso que sejam definidos quais componentes da remuneração estratégica serão
adotados e que obterão os melhores resultados;
•É fundamental que o sistema de remuneração estratégia seja transparente,
possibilitando a ampla aceitação por parte de todos, e, funcional, de fácil
operacionalização.
Ao ter esses cuidados, é possível a implantação de um sistema de remuneração
especializado, adequado às especificidades de cada empresa, em função das suas
características e estratégias adotadas. A importação de modelos prontos de outras
organizações não cabe nesta perspectiva.
Vamos avançar na compreensão desse processo para a implantação da remuneração
estratégica.
OBSERVAÇÃO
Para que o sistema de remuneração seja construído, Wood Jr. e Picarelli Filho (2004)
apontam que é preciso estabelecer os princípios centrais da remuneração, alinhados aos
objetivos estratégicos da organização, com foco dirigido aos comportamentos essenciais
para seu alcance. Além disso, como salienta os autores, é importante que esses
princípios sejam definidos por meio de processo participativo, com a representação dos
diferentes grupos existentes e de interesse da empresa. Além disso, o estilo de gestão da
empresa determinará qual será o alcance que esses princípios permitem.
Princípios norteadores para a implantação do sistema de remuneração estratégica:
•Melhoria do desempenho: É necessário identificar – e comunicar a todos − que
desempenho se quer motivar. Afinal, não se trata de qualquer desempenho, mas aquele
necessário à organização para alavancar seus resultados. Aplicar esse princípio em
uma organização cujo estilo de gestão se caracteriza como tradicional, possibilita a
consolidação da sua liderança e da rentabilidade da empresa. Por sua vez, para uma
empresa de gestão considerada avançada, esse princípio permite que a empresa
aproveite as oportunidades encontradas no mercado, alavanque resultados e alcance
taxas mais significativas de crescimento.
•Valor da recompensa: Diz respeito à importância de identificar, e comunicar a todos,
quais são as diretrizes que norteiam o valor da recompensa que será oferecida, tanto
do ponto de vista monetário quanto simbólico. A recompensa traz ganhos objetivos,
financeiros, mas também significados e simbolismos que podem gerar percepção de
reconhecimento, poder, status. Nesse sentido, em uma empresa de gestão tradicional,
o impacto é o pagamento de salários fixos que são compatíveis com as estratégias
organizacionais, inclusive a de remuneração, além do pagamento de bônus aos cargos
gerenciais e de direção em função do alcance das metas definidas. Para uma empresa
de gestão avançada, esse princípio pode sustentar a adoção de pagamento de grande
parte da remuneração, em função dos resultados obtidos, recompensando aqueles
desempenhos que são considerados excepcionais, não apenas para os cargos
gerenciais e de direção.
•Timing de reconhecimento: É imprescindível que seja estabelecido quando o
reconhecimento será apresentado em função do alcance dos objetivos e metas. Em
empresas tradicionais, as bonificações e outras formas de remuneração variável são
pagas uma vez ao ano. Já em empresas avançadas o pagamento da parcela variável
pode ser feito tão logo sejam apurados os resultados.
•Estabelecimento de metas: A definição das metas deve ser estabelecida, mas de
modo consensual, negociado junto aos colaboradores, uma vez que com isso aumenta
o comprometimento com a alcance das metas. Nas empresas tradicionais elas são
definidas entre os líderes e seus liderados, em consonância com os objetivos
estratégicos da empresa. As empresas com processos de gestão avançados, em regra,
adotam células e equipes de trabalho para a realização dos projetos e, com isso, as
metas são propostas por elas, a partir dos objetivos estratégicos dos negócios. Não se
trata mais de metas individuais, mas de grupos, equipes, times de trabalho.
•Desenvolvimento: Em empresas tradicionais, é necessário que sejam definidas as
competências e habilidades, individuais e de equipe, que serão prioritárias, gerando
manutenção dos programas de treinamento e educação disponíveis para todos os
colaboradores. Já em empresas de gestão avançada, esse processo de
desenvolvimento acontecerá no âmbito da gestão de remuneração por habilidades e
competências, direcionada para aqueles funcionários que precisam do desenvolvimento
delas. O processo de treinamento e desenvolvimento se insere no contexto do sistema
de remuneração.
•Atração e retenção:Esse princípio refere-se a importância que um determinado tipo de
profissional tem para as organizações, que querem atrair e manter esse perfil de
colaborador no seu quadro de funcionários. É preciso divulgar isso de modo amplo.
Empresas tradicionais, em regra, têm interesse por profissionais experientes e com
maturidade. Enquanto empresas avançadas preferem os mais jovens, com
características empreendedoras e que assumem riscos.
A partir desses seis princípios norteadores, e considerando o perfil das empresas no
tocante à gestão, começa a ser delineado o sistema de remuneração estratégica a ser
implantado. Mas ainda é necessário que sejam garantidos alguns passos adicionais
para que a remuneração estratégica possa ser implantada. Vejamos então.
Etapas para implantação da remuneração estratégica
Em muitas empresas, como Amazon, Nubank, Google, Netflix, foi adotada a remuneração
estratégica. São empresas que se destacam no mercado. E será que a utilização da
remuneração estratégica contribui efetivamente para esse crescimento organizacional?
Sim, especialmente quando se investe na formação de equipes de trabalho de alta
performance.
DICA PROFISSIONAL
A realização de um diagnóstico organizacional é feita para subsidiar tomadas de decisão
a partir do cenário identificado durante o diagnóstico, inclusive dos elementos facilitadores
e dificultadores para a implantação de qualquer mudança. Então, é preciso que o
profissional desenvolva não apenas a sua capacidade analítica, mas, que aprenda a
produzir métricas e indicadores que norteiam os processos de avaliação, bem como
correlacionar fatos, eventos e comportamentos para analisar a conjuntura que se
apresenta, elaborar relatórios robustos, consistentes, bem escritos e capazes de subsidiar
processos decisórios.
CONCEITO 5
IMPORTANTE SABER
Até agora você compreendeu o que significa um sistema de remuneração estratégica, as
etapas e cuidados necessários à sua implantação. E talvez você até esteja se
perguntando para que analisar os desafios para a utilização da remuneração estratégica?
Afinal, ela não tem mais vantagens do que desvantagens se bem estruturada?
Sim, a remuneração estratégica é uma ferramenta importante para a atração e retenção
de talentos, para contribuir com o alcance das metas e objetivos organizacionais. Mas
será que é tão simples sua utilização? A resposta é não. A remuneração estratégica não é
simples de ser implantada, como vimos no conceito 4, e esbarra em muitos desafios que
precisam ser superados para que possa ser implantada e implementada de fato.
OBSERVAÇÃO
Considerando todos os aspectos necessários à implantação de um sistema de
remuneração variável, vamos destacar dois desafios que interferem na implantação e na
implementação de um sistema de remuneração variável: a comunicação organizacional e
a avaliação de desempenho, competências e resultados.
Comunicação organizacional
Em qualquer relação estabelecida, a comunicação é elemento vital. E nas organizações
isso não é diferente. Em muitas pesquisas de clima organizacional, o problema de
comunicação aparece como um dos maiores e que afeta sobremaneira as relações. A
comunicação permeia todos os processos organizacionais e isso não é diferente quando
se fala de remuneração estratégica.
Segundo Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) a comunicação é um dos pressupostos que
compõe o Sistema de Remuneração Estratégica, uma vez que é necessário definir qual o
grau de acesso às informações relativas a salário, canais de comunicação para
esclarecimento de dúvidas, comentários e reclamações. Além disso, a premissa da
remuneração estratégica, especialmente nos aspectos relativos à recompensa variável –
que não mais se baseia no cargo, mas sim no desempenho, nos resultados e metas
atingidos, nas competências e habilidades apresentadas pelos colaboradores para o
resultado organizacional −, é fundamental que seja informada de modo claro, de forma a
minimizar desconfianças no processo. Ao ter acesso às informações que orientam a forma
como a remuneração será estruturada, os critérios e indicadores de avaliação das
competências, dos resultados, do desempenho, é possível reduzir receios e
desconfianças, especialmente quanto um colaborador for recompensado de modo
diferente de outro, que tem as mesmas atribuições e responsabilidades.
Para isso, é necessário que o sistema de comunicação organizacional seja mais
transparente, com menos barreiras e interferências. Em estruturas hierarquizadas, a
comunicação também é hierarquizada, passando por níveis diferentes de filtros, que
possibilitam maior ou menor acesso às informações. Dessa forma, em muitos casos, a
comunicação hierarquizada, centralizada, se torna um obstáculo para que a utilização da
remuneração estratégica alcance efetivamente seus objetivos.
Avaliação de desempenho, competência e resultados
A remuneração estratégica, especialmente aquelas variáveis, requer processos de
avaliação de desempenho ou de competências ou de resultados que se distanciam dos
tradicionais métodos baseados na descrição dos cargos apenas, realizados anualmente
pelo superior e sem considerar critérios objetivos necessários à avaliação.
Para a utilização do método de avaliação 360 graus, que possibilita uma avaliação circular
do avaliado, feita por todas as pessoas com as quais ele tenha interação − clientes,
superiores, pares, além de uma autoavaliação −, cabe ressaltar:
“O avaliado, contudo, fica na passarela sob os olhos de todos, o que não é nada fácil.
Pode se tornar vulnerável, se não for bem preparado ou não tiver a mente aberta e
receptiva para esse tipo de avaliação ampla e envolvente” (Chiavenato, 2014).
Apesar de ser um dos métodos recomendados, não é o mais utilizado e requer preparo,
não só do avaliado, mas também dos avaliadores. Requer estilo gerencial que promova
diálogo, participação, envolvimento.
Por fim, é preciso compreender que a implantação de um sistema de remuneração
estratégica muitas vezes requer mudanças organizacionais profundas.
DICA PROFISSIONAL
Para atuar na área de cargos, salários e benefícios, é preciso que você domine a
articulação com os demais processos de recursos humanos. Já deu para perceber que
esses processos se separam por uma questão técnica específica, mas um só funciona
sustentado pelos demais. Desenvolva curiosidade, criatividade e amplie sua visão dos
processos de gestão de recursos humanos, visualizando os diferentes impactos que
podem gerar nos resultados organizacionais e no bem-estar das pessoas.
HABILIDADE 6
PLANO DE CARREIRAS
CONCEITO 1
IMPORTANTE SABER
Trabalho na mesma empresa há mais de 10 anos e nunca mudei de cargo, será que
posso afirmar que tenho uma carreira profissional? Minha formação é tecnólogo em
gestão de recursos humanos, qual pode ser a minha carreira? Mas, afinal, o que é
carreira? Vamos por partes para responder a todas a esses questionamentos, mas, antes,
vamos ver qual é a definição de carreira.
Primeiro vale buscar a definição de carreira, considerando a palavra e seus significados:
“1. Caminho estreito; vereda. 2. Corrida em alta velocidade. 3. REG (N.E.) Ruela aberta
nas plantações de café, milho, trigo etc.. 4. Risca que divide cabelo. 5. Pessoas ou coisas
em sequência ou fila. 6. HIP Espaço fechado entre barreiras para corrida de cavalos.
7. Profissão com possibilidade de crescimento. 8. COLOQ Cocaína disposta em filas;
carreirinha. 9. Duração da vida. 10. Rampa de madeira em que se constroem ou montam
embarcações e de onde deslizam quando são lançadas ao mar.” Fonte:
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/carreira/.
Múltiplos significados, aplicados a diferentes contextos, mas com uma nuance comum em
todos. A carreira pressupõe um caminho, com característica sequencial, ou seja, eventos
que ocorrem em uma sequência. Do ponto de vista profissional, revela que a carreira é
uma profissão com possibilidades de crescimento.
De fato, quando pensamos em carreira do ponto de vista profissional, é possível que os
primeiros conceitos que nos venham à mente sejam:
•uma pessoa que ingressa em uma empresa ocupando inicialmente um cargo de
nível mais baixo na hierarquia organizacional e que, ao longo do tempo, em função
de seu esforço e desempenho, chegou a ocupar um dos cargos de níveis mais
altos, tendo construído ali sua carreira profissional;
•uma pessoa que entende que, para ter uma carreira profissional, precisa obter
alguma formação acadêmica que lhe possibilitará alcançar cargos que representem
status e reconhecimento.
Veremos adiante que essas duas referências são de fato pertinentes à carreira. Mas, por
outro lado, será preciso enxergar além, percebendo a importância do planejamento da
carreira, que às vezes foge um pouco desse olhar tradicional que apontamos,
especialmente porque a carreira é responsabilidade exclusiva de cada profissional.
OBSERVAÇÃO
Segundo Dutra (2019), a base da administração de carreira está vinculada à
administração científica e à relação entre os cargos, os postos de trabalho e ao sistema
de diferenciação entre eles. Nesse sentido, a gestão de carreiras era de exclusividade da
empresa. Ao ingressar em uma empresa, assumir um posto de trabalho vinculado a um
cargo, a carreira será determinada pela forma como estes foram estabelecidos. É só a
partir da década de 1960 que as pessoas passam a ser alvo de estudos como promotoras
das carreiras.
Dutra (2019) ainda revela que a conceituação de carreira não é fácil, especialmente
porque, em geral, se vincula aquelas duas imagens comumente formadas quando se
pensa em carreira: uma trajetória profissional em uma organização ou vinculada à escolha
profissional. Em ambos os casos, a ideia de carreira está diretamente relacionada às
pessoas, suas escolhas, vocações, que trilham determinado caminhado estruturado que
lhe possibilita obter mobilidade social.
Entretanto, a compreensão do que vem a ser a carreira também tem seu significado para
as organizações, que pode ser a sucessão de posições ocupadas ou as possibilidades
que a própria empresa oferta para que os funcionários possam ocupar futuras posições.
Cabe ressaltar que, ainda que a empresa possua cargos descritos e especificados, não
significa necessariamente que possua um plano de carreiras.
Dutra (2017) descreve o conceito proposto por London e Stumpf (1982), no qual a carreira
apresenta duas facetas, uma ligada ao indivíduo e outra às organizações. Dessa forma, a
carreira implica nas posições ocupadas sequencialmente ao longo da vida de uma pessoa
e ao mesmo tempo possibilita mudanças e transições que tanto espelham motivos,
necessidades e desejos individuais como também expectativas e determinações feitas
pela organização e pela sociedade. Podemos pensar em uma pessoa que ingressa em
uma empresa, ocupando um cargo de nível hierárquico mais baixo, mas que busca se
aprimorar, adquirir maiores conhecimentos para galgar novos cargos, em posições mais
elevadas. Mas, ao mesmo tempo, para que isso aconteça, depende também das políticas
organizacionais estabelecidas para que essa movimentação ocorra.
Diferente da ideia de uma trajetória linear, essa compreensão de
carreira, na qual indivíduo e organização fazem parte, a carreira
pressupõe a existência de estágios e transições, que sofrerão pressões
originadas tanto dos indivíduos que ocupam aquelas posições quanto
da própria organização. Além disso, a partir do conceito proposto por
London e Stumpf (citado por Dutra, 2019), a carreira é compreendida
como um produto da relação estabelecida entre a pessoa e a
organização, incorporando desejos e necessidades de ambos. E, nesse
sentido, a carreira torna-se também um elemento que permite conciliar
as expectativas das duas partes, pessoa e organização.
Além disso, como salienta Chiavenato (2014), com mudanças na gestão de pessoas, o
foco não está mais nos cargos, a concepção de carreira passa a ser construída a partir de
concepção das competências. Veremos este tema um pouco mais adiante, quando
estudarmos os tipos de carreira.
COMO ACONTECE NO MERCADO
Dutra (2019) nos indica que uma pesquisa realizada sobre carreira, em 2014, identificou
que apenas 2,5% das organizações pesquisadas possuíam um plano de carreira
estruturado. Por outro lado, a pesquisa também indicou que as pessoas ao mesmo tempo
que possuem uma avaliação negativa das organizações por não oferecerem a seus
funcionários um plano de carreiras estruturado, também demonstram ter dificuldade em
projetar suas carreiras e seu desenvolvimento profissional. E aí cabe a pergunta: afinal,
de quem é a responsabilidade pelo planejamento da carreira?
Para o autor, ao longo de sua trajetória, foi possível identificar que o planejamento de
carreiras não é algo “natural” ao brasileiro. E, nesse sentido, destaca a importância de
investir na construção de projetos profissionais, nos quais as pessoas assumam o lugar
de protagonista de suas carreiras.
DICA PROFISSIONAL
CONCEITO 2
IMPORTANTE SABER
É possível planejar a carreira? Se a carreira possui aspectos individuais e
organizacionais, como posso planejar minha carreira? Qual será o meu papel nesse
planejamento? Qual será o papel da organização?
Sim, é possível que cada pessoa faça um planejamento do que pretende alcançar em sua
carreira profissional, e muitos o fazem. Estabelecem cargos a serem alcançados,
qualificações e competências a serem desenvolvidas, tempo para obtenção dos cargos
almejados. Aliás, esse é o aspecto mais tradicional no planejamento de carreira, feito por
exclusividade por cada pessoa. Mas, como já dissemos, a carreira é impactada pelo
indivíduo e pela organização e sociedade. Nem sempre o planejamento individual
acontece da forma prevista, porque adversidades, mudanças e inovações, novos
caminhos e oportunidades levam a diferentes lugares.
Além do mais, para a empresa, em decorrência da importância de atrair e manter em seu
quadro de colaboradores os talentos necessários ao desempenho organizacional, torna-
se necessário que as organizações também se preocupem em planejar as carreiras com
seus funcionários e criar planos e processos de gestão das carreiras.
OBSERVAÇÃO
Pontes (2019) define planejamento de carreira como o estabelecimento de um plano de
desenvolvimento individual, realizado em conjunto com o funcionário, mas de
responsabilidade de cada indivíduo. Já Chiavenato (2014) entende que o planejamento da
carreira “é o processo pelo qual a empresa identifica futuras necessidades de promoção e
implementa meios de preenchê-las”.
Ambos os planejamentos são importantes e podem impactar em um processo de gestão
de carreira compartilhada, como veremos mais adiante. De um lado, cada pessoa planeja
sua carreira, e, por outro lado, a organização, pode auxiliar os colaboradores nesse
planejamento, mas ela cria planos de carreira que possibilitem trajetórias de crescimento,
como salienta Pontes (2019). Para que funcione bem, é necessário que colaboradores,
gestores e a área de recursos assumam a responsabilidade no processo de
planejamento.
No que tange aos colaboradores, é importante que cada um faça uma autoavaliação que
permita identificar seus interesses, seus valores, quais habilidades possui. É preciso que
façam uma análise das opções de carreira disponíveis e decidam quais são os objetivos e
quais as necessidades de desenvolvimento identificadas. Também precisam mapear suas
expectativas de carreira e de que modo se conciliam com as necessidades
organizacionais. Além disso, precisam comunicar aos gestores quais são as suas
preferências de carreira e realizar seu plano de ação.
Por outro lado, os gestores, nesse processo de planejamento de carreira, precisam
encorajar e estimular seus colaboradores para que façam seu planejamento de carreira.
Também precisam avaliar os objetivos e necessidades que o colaborador precisa
desenvolver, de modo realista, aconselhando-os a realizar o processo de
desenvolvimento em consonância com as necessidades da organização, acompanhando
o processo de implementação do plano de carreira estabelecido.
Mas esse planejamento requer que a área de recursos humanos dê suporte e realize
ações que permitam aos colaboradores conhecer os planejamentos de carreira possíveis,
esclarecendo dúvidas e orientando-os. Além disso, devem realizar treinamentos voltados
para o planejamento de carreira, tanto para os colaboradores quanto para os gestores.
COLABORADOR GESTOR RH
• IDENTIFICAÇÃODOS • ENCORAJAR OS • DAR SUPORTE AOS
INTERESSES COLABORADORES GESTORES E
• AVALIAR AS NECESSIDADES COLABORADORES
• ANÁLISE DAS OPÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DO • ESCLARECER DÚVIDAS DOS
DE CARREIRA COLABORADOR E ESTIMULAR COLABORADORES
• MAPEAR SUAS QUE SEJA FEITO EM • REALIZAR TREINAMENTOS
CONSONância COM AS PARA O PLANEJAMENTO DE
EXPECTATIVAS NECESSIDADES CARREIRA
• COMUNICAR AO ORGANIZACIONAIS
GESTOR • ACOMPANHAR O PROCESSO
•
Com isso, o planejamento possibilita as seguintes vantagens:
•Contribuir para a motivação dos colaboradores para desenvolverem competências
técnicas e para explorarem suas capacidades e potencialidades;
•Contribuir para que a organização atinja maior nível de qualidade e produtividade
em função do crescimento dos colaboradores;
•Propiciar a ascensão do colaborador na empresa;
•Promover a valorização dos colaboradores a partir do recrutamento interno;
•Contribuir para retenção dos talentos a partir da perspectiva do crescimento
profissional, diminuindo índices de rotatividade;
•Promover condições para que sejam atingidos os objetivos profissionais dos
colaboradores em consonância com o alcance dos objetivos organizacionais;
•Estabelecer as possíveis trajetórias de carreira, que serão configuradas no Plano
de Carreira, garantindo aos colaboradores a perspectiva de que é possível obter
desenvolvimento e ascensão profissional.
DICA PROFISSIONAL
Para que você construa seu planejamento de carreira, é preciso fazer uma autoavaliação
aprofundada, que lhe permita identificar onde estão suas fraquezas e potencialidades,
para que possa traçar ações necessárias que lhe possibilitem alcançar maior nível de
desenvolvimento.
CONCEITO 3
OBSERVAÇÃO
Para Chiavenato (2014), “a gestão de carreira é o processo pelo qual uma organização
seleciona, avalia, dá atribuições e desenvolve as pessoas que nela trabalham para obter
um grupo de pessoas qualificadas a atender às necessidades atuais e futuras”.
E complementando com o pensamento de Pontes (2019), a gestão de carreiras deve dar
suporte para que seus colaboradores possam planejar suas carreiras, conciliando as
necessidades de desenvolvimento das pessoas em consonância com os objetivos
organizacionais.
Nesse contexto, é sempre importante lembrar que, no que se refere à carreira, o
planejamento dela é de responsabilidade de cada colaborador. Mas, por outro, a empresa
também tem importante papel nesse processo. Como salienta Pontes (2019,) apesar da
carreira ser uma responsabilidade de cada pessoa, cabe à empresa definir um plano de
carreiras que contribua para o crescimento dos colaboradores, bem como oferecer as
necessárias ferramentas de apoio para o desenvolvimento deles.
Dessa forma, podemos mencionar uma gestão compartilhada de carreira, na qual cada
colaborador, a partir de sua definição sobre sua trajetória de carreira, se torna
protagonista, mas recebe da empresa suporte e apoio, sendo a organização a
responsável pelo gerenciamento de oportunidades a serem oferecidas a seus
colaboradores.
E esse processo está diretamente relacionado ao planejamento de carreira, envolvendo
ações necessárias e responsabilidades nos três segmentos envolvidos no gerenciamento
de carreira: os colaboradores, os gestores e a área de RH.
Cabe aos colaboradores nesse processo de gestão, fornecer à organização as
informações necessárias e de modo preciso, sobre quais são as suas expectativas,
experiências e habilidades. Trata-se de informar o resultado do seu planejamento
individual de carreira.
PARA OS GESTORES , POR SUA VEZ, A PARTIR DAS INFORMAÇÕES RECEBIDAS
PELO COLABORADOR , CABE:
Por fim, a área de recursos humanos deve fornecer o necessário suporte às ações que os
gestores realizam no gerenciamento de carreiras, bem como manter o sistema de
informações relativo às necessidades organizacionais sempre atualizado.
CONCEITO 4
OBSERVAÇÃO
Pontes (2019) distingue planejamento de carreira (responsabilidade do indivíduo) e plano
de carreira (responsabilidade da organização). Entende que o plano de carreira funciona
como uma ferramenta que estabelece quais são as trajetórias possíveis para que os
colaboradores possam crescer na empresa.
Ao construir um plano de carreira, essa trajetória é desenhada, mostrando os possíveis
caminhos a partir do ponto de saída (posição atualmente ocupada), até onde se pode
chegar, bem como os aspectos que o colaborador precisa desenvolver, conhecimentos a
serem adquiridos, competências, habilidades, dentre outros. Se essa trajetória será
baseada nos cargos existentes na organização ou se nas competências individuais, isso
dependerá do foco de gestão existente nas organizações.
Para isso, é necessário que se conheça os diferentes tipos de carreira possíveis para que
a empresa defina o que será compatível com a própria organização.
Carreira por linha hierárquica
É o modelo mais tradicionalmente utilizado pelas organizações, e se caracteriza por estar
vinculado a estruturas organizacionais verticalizadas, com muitos níveis hierárquicos.
Dessa forma, o encarreiramento é verticalizado também. O plano visa preparar os
colaboradores para ocupar gradativamente, como salienta Chiavenato (2014), cargos em
níveis hierárquicos superiores, tais como gerente, diretor, vice-presidente, presidente.
Um aspecto a ser considerado é que, em geral, estruturas verticalizadas possuem menos
cargos gerenciais do que os demais cargos, o que por si só limita as possibilidades de
que o colaborador alcance esses cargos, o que também é dificultado pela necessidade de
haver vagas disponíveis para ser preenchidas. Além disso, a organização deve ter como
premissa valorizar e estimular o crescimento dos colaboradores em vez de primar por
buscar fora do quadro os profissionais para preencher as vagas disponíveis.
Na perspectiva da carreira por linhas hierárquicas, existe a concepção de que cargos
gerenciais são mais importantes do que cargos técnicos. E, muitas vezes, o perfil do
colaborador não é gerencial, e sim técnico, o que pode afetar o desempenho no cargo de
nível hierárquico superior. Considerando a inflexibilidade da carreira e o fato de que não
existe retorno ao cargo anterior, corre-se o risco de perder o colaborador, uma vez que
não pode ser rebaixado de cargo.
Carreira em Y
Nessa modalidade, a possibilidade de ascensão na carreira não está vinculada
exclusivamente aos cargos gerencias. É possível que o colaborador possa alçar cargos
gerenciais ou cargos técnicos dentro de sua especialidade, com níveis salariais
semelhantes.
Chama-se em Y porque os níveis iniciais são básicos, mas, a partir de um determinado
ponto, a carreira sofre bifurcação, podendo ser direcionada para os cargos gerenciais ou
para os cargos técnicos, especializados. Nesse caso, o colaborador pode optar para que
lado ele quer seguir, se gerencial ou técnico.
Para Pontes (2019), os inconvenientes da carreira em linha hierárquica são resolvidos
com a carreira em Y, uma vez que se trata de uma trajetória de carreira mais flexível.
Possibilita que o profissional se desloque de uma linha de carreira para outra, além de ter
um maior número de pessoas no topo da organização, sem, contudo, implicar no aumento
da estrutura organizacional. Além disso, possibilita que os colaboradores tenham seus
desejos considerados, uma vez que pode optar por qual caminho trilhar, valorizando o
trabalho do especialista, o que não acontece no modelo anterior. A remuneração, tanto
para a linha gerencial quanto para a de especialização, é igual.
DICA PROFISSIONAL
Você tem claro qual é o seu perfil profissional? Gerencial? Especialista? Para cada um
deles é necessário o investimento no desenvolvimento de habilidades e competências
específicas. Identifique seu perfil e comece a fazer sua gestão de carreira.
CONCEITO 5
OBSERVAÇÃO
Em primeiro lugar, é importante relembrar que o plano de carreira a ser implantado se
ancora em uma estrutura de carreira, que representa a forma como as carreiras são
organizadas na empresa. E, obviamente, as mesmas devem ser compatíveis com a
estrutura organizacional existente na empresa.
Também, para que o plano de carreiras seja implantado, é preciso que algumas definições
aconteçam. Pontes (2019) salienta que é necessário que a organização defina qual é o
formato a ser adotado, as características das estruturas de carreira, os possíveis níveis
existentes em cada estrutura, indicando a base da estrutura e o topo dela. Além disso,
como ressalta o autor, devem ser definidos quais serão os requisitos para avançar na
carreira, bem como quais serão os instrumentos para a gestão de carreira
disponibilizados.
É importante que todo esse processo leve em consideração a cultura organizacional, o
contexto histórico no qual está sendo proposto e quais são as reais necessidades da
empresa, para que se possa estabelecer que metodologia irá ser adotada para
implementar as ações que possibilitem efetivar o plano de carreira, bem como a
necessidade de possíveis atualizações.
Para definir o tipo de estrutura de carreira a ser adotada pela organização, Pontes (2019)
ressalta duas possibilidades: a estrutura baseada em cargos; e a estrutura em segmentos
de carreira. Vamos conhecê-las.
Estrutura baseada em cargos
Esse tipo de estrutura é decorrente o Plano de Cargos e Salários existente na
organização. A trajetória de crescimento está vinculada à área na qual o colaborador atua
e é estabelecida conforme a hierarquia ali existente. É nesse tipo de estrutura que se
delineia o plano de carreira por linha hierárquica, como vimos no conceito anterior.
Estrutura em segmentos de carreira
Também pode ser chamada por cargo amplo, uma vez que, como salienta Pontes (2019),
não é o cargo ocupado pelo colaborador o elemento mais importante. O aspecto
orientador da carreira passa a ser a capacitação de cada colaborador, da qualificação
profissional que apresenta, dos conhecimentos, experiência e habilidades, e é isso que
permitirá a ascensão para níveis mais elevados no segmento de cargos. Nesse sentido, à
medida que os colaboradores desenvolvem suas competências, passam a receber
atribuições com maior grau de complexidade e importância, avançando na carreira.
Mas também vale destacar as outras estruturas de carreira citadas por Dutra: em linha;
em rede; e paralela. Vejamos suas características:
Estrutura em linha
Com essa estrutura, o plano de carreiras determina a direção em que a trajetória será
cursada. A ascensão ocorre em linha vertical, do nível mais baixo para o mais alto. Em
cada nível são identificados diferentes conjuntos de responsabilidades e atribuições.
Pode-se dizer que a estrutura em linha é totalmente compatível com a estrutura baseada
em cargos, sendo a mais comum.
Esse tipo de estrutura, segundo Dutra, se caracteriza por ser pouco flexível e atrelada às
áreas existentes na organização. Além disso, não abre possibilidade de outras trajetórias
de carreira, e o grau máximo a que o colaborador pode chegar é o de gerenciamento.
Para aqueles que não têm perfil para gerenciamento, não existe alternativa de ascensão
em uma carreira técnica.
Estrutura em rede
Diferente da estrutura em linha, as estruturas em rede possibilitam várias alternativas de
trajetória a partir dos critérios que a organização estabelece para cada cargo ou posição
existente. Pode seguir uma trajetória para cargos gerenciais ou pode optar por seguir a
carreira para cargos mais técnicos, sendo possível migrar de uma para outra.
Estrutura paralela
A estrutura paralela define as trajetórias técnicas e gerenciais, e elas correm
paralelamente. Se tornam mais abrangentes em termos de possibilidades de carreira e de
migração entre elas, uma vez que não seguem a linha fixa originada do organograma. A
carreira em Y se enquadra nesse modelo de estrutura de carreira. Mas pode também ser
totalmente paralela, apesar de menos usual, na qual são oferecidas duas possibilidades
de trajetória, a operacional e a administrativa, sendo que, em cada uma, a trajetória
possui administração e recursos próprios.
Além da definição de qual estrutura adotar, é necessário que sejam definidos quais
instrumentos e técnicas serão adotados para impulsionar e monitorar o desenvolvimento
das carreiras. Como vimos no planejamento de carreira, algumas ações são requisitos
básicos e, para isso, devem ser definidos:
•os instrumentos que possam nortear o processo de autoavaliação dos
colaboradores, que podem ser workshops, manual para planejamento de carreira,
softwares, vídeos de orientação, dentre outros;
•o aconselhamento individual;
•o recrutamento interno, com a divulgação das oportunidades existentes, os
requisitos necessários;
•a avaliação de potencial dos colaboradores, na qual são disponibilizados meios
para identificar e avaliar as potencialidades e necessidades de desenvolvimento;
•os programas de desenvolvimento, nos quais os colaboradores tenham a
possibilidade de desenvolver os potenciais que foram identificados.
DICA PROFISSIONAL
Você se sente pronto para alavancar sua carreira? Para isso, é necessário que estabeleça
seu plano de ação, compatível com o plano de carreira oferecido pela organização onde
você se encontra. Ou, ainda, o elabore considerando uma carreira proteana, na qual o
autogerenciamento da carreira é uma das premissas básicas. Isso implica em investir em
capacidade de organização e planejamento. O que desejamos é que tenha sucesso em
sua carreira, seja qual for a trajetória escolhida.