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DISCIPLINA DE GEOTÉCNICA
VITÓRIA
2019
DATAÇÃO PARA AMOSTRAS DE ‘’GRANITO PEIXOTO’’
O biotita granodiorito é uma rocha de coloração cinza clara, textura porfirítica de granulação
média (Figs. 5A e 5C) cuja assembleia mineralógica principal é representada por quartzo,
plagioclásio, feldspato alcalino e biotita, e localizadamente hornblenda. Os fenocristais de
plagioclásio (1,5 cm) predominam sobre fenocristais de feldspato alcalino (2,0 cm). Enclaves de
mesma composição e granulação fina são feições comuns nesses granitos e variam de
centimétricos a métricos. Microscopicamente, observa-se textura hipidiomórfica porfirítica a
inequigranular onde os minerais estão assim representados: quartzo (40%); plagioclásio (39%);
feldspato alcalino (13%); biotita (5%); opacos e; hornblenda (3%). Nos termos porfiríticos, os
fenocristais de plagioclásio e feldspato alcalino perfazem cerca de 60% da rocha, sendo a matriz
(40%) constituída por quartzo anédrico ou agregados policristalinos e biotita. O quartzo formou-
se em duas etapas: o primeiro de hábito anédrico (até 1,5 mm) e com extinção ondulante e outro
tardio, intersticial, formando agregados policristalinos.
Figura 5. Granodiorito Peixoto: (A e B) granodiorito com textura porfirítica, evidenciada por
fenocristais de feldspato alcalino e plagioclásio, com inclusões poiquilíticas de hornblenda; (C)
textura porfirítica; (D) fenocristais de plagioclásio com zoneamento oscilatório, quartzo
anédrico e intersticial; (E) enclave microcristalina de mesma composição; (F) minerais
secundários: epidoto, clorita e muscovita. Fotomicrografias com os polarizadores cruzados.
Resultados:
O Gnaisse Rio Fortuna aflora como lajedos e blocos principalmente na porção SW da área de
estudo constituindo pequenas porções descontínuas de ocorrência restrita. Apresenta contato
com o Granito Tarumã através de Zona de Cisalhamento reversa, Matos et al. (2005) descreve a
observação de enclaves do embasamento no Granito Tarumã, sugerindo a sua correspondência
às encaixantes dessa unidade e a leste ocorre o corpo granítico discretamente foliado
denominado de Granito Lajes, Matos & Ruiz (1991), que através de relações intrusivas
mapeadas que coloca este Granito como sendo mais jovem que o Granito Tarumã, encontrada.
O estudo petrográfico, incluindo microscopia, permitiu caracterizar, mineralogicamente, as
rochas do Rio Fortuna como biotita gnaisse com titanita, classificadas de acordo com diagrama
QAP de Streckeisen (1976) como granodioritos e monzogranitos. Apresenta cor cinza-
esbranquiçado, textura inequigranular média a fina e bandamento gnáissico formado por faixas
claras compostas por quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio e bandas cinza-claras
constituídas, essencialmente, por biotita e titanita. Suas rochas são ortoderivadas e evidenciam
efeitos de polideformação marcada pela presença de bandamentos expressivos, dobramentos e
transposição de dobras, foliações, intrusões de veios de quartzo que se encontram,
freqüentemente, paralelizados ao dobramento (Figura 15A e 15B).
Os dados analíticos obtidos em zircões pelo método U-Pb (laser ablation) forneceram uma idade
concórdia no intercepto superior de 1711±13 Ma, interpretada como a idade de cristalização do
Gnaisse Rio Fortuna. O mesmo corpo foi datado na Bolívia por Santos et al. (2008), as idades
obtidas 1772-1734 Ma (intercepto superior) e 1336±3 Ma ( intercepto inferior) são interpretadas
neste trabalho como equivalentes à cristalização do protólito ígneo e rejuvenescimento isotópico
durante a Orogenia San Ignácio, respectivamente.
DATAÇÃO PARA AMOSTRAS DE BASALTO DA FORMAÇÃO
APOTERI
A Formação Apoteri ou Suíte Básica Apoteri (MELO et al., 1978), ou como definido pela
CPRM (1999), Complexo Vulcânico Apoteri corresponde a corpos de diabásio na Apoteri
corresponde a corpos de diabásio na falhas de direção predominantemente NE-SW. Derrames
vulcânicos também ocorrem associados e interpretados como pertinentes à evolução da Bacia
Tacutu, correspondendo a um magmatismo básico instalado no Mesozóico, o qual é um período
marcado por uma expressiva tectônica distensional do Escudo das Guianas. A CPRM (1999)
descreve que no interior do Hemigraben Tacutu, basaltos e diferenciados andesíticos constituem
a associação mais comum de derrames na unidade Apoteri. Conforme Eiras e Kinoshita (1988),
o magmatismo Apoteri marca a fase pré-Rifte do Tacutu. O Rifte do Tacutu está correlacionado
com o estágio de abertura da porção meridional do Atlântico Norte. Seis seqüências foram
estabelecidas, sendo a primeira referente à fase inicial de rifteamento representada pela
Formação Apoteri, constituída predominantemente por basaltos e andesito basaltos. Um
conjunto de dados geocronológicos pelo método K-Ar indica um intervalo de ocorrência entre
178 e 114 Ma. A datação de uma amostra de um derrame de basalto andesítico pelo método Ar-
Ar, forneceu uma idade de 135 Ma, enquanto para dique máfico de cerca de 200 Ma
(MENEZES LEAL et al., 2000). As demais seqüências são todas sedimentares, sendo
determinadas especialmente por poços exploratórios da PETROBRAS, destacando-se a
Formação Manari assentada discordantemente sobre os basaltos da Formação Apoteri composta
por siltitos, folhelhos e, localmente, dolomitos. Posteriormente temos a Formação Pirara
composta de evaporitos; a Formação Tacutu com siltitos avermelhados, calcíferos e argilosos; e
a Formação Tucano representada por sedimentos arenosos e raros siltitos. Por fim depositaram-
se sedimentos pleistocênicos a holocênicos compostos por arenitos, lateritos, argilitos e níveis
conglomeráticos da Formação Boa Vista.
SUPERPOSIÇÃO: Este princípio reitera que numa sucessão de estratos não deformados,
qualquer deles é mais recente do que aquele que lhe serve de base e mais antigo do que aquele
que o cobre. Este princípio também é aplicado a camadas resultantes da consolidação de lavas e
deposição de cinzas vulcânicas.Porém, este princípio não se aplica a todos os casos, como por
exemplo, os terraços fluviais, as séries sedimentares deformadas e invertidas, as intrusões
magmáticas quando interestratificadas com camadas sedimentares. Exemplo: uma rocha do
período pleistoceno acima de uma do arqueano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS