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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS


UNIDADE ESEFFEGO-GOIÂNIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL: COMO RESGATAR 3 SEMESTRES


DE TREVAS?

Mikael Mendonça da Costa1

RESUMO

O presente artigo tem como intuito abordar questões relacionadas aos tempos de
pandemia e isolamento social nesta atualidade, retratando seus efeitos referentes aos
processos de ensino e aprendizagem, discorrendo sobre as condições de trabalho que são
mais viáveis ao momento, dada as circunstâncias, origina-se um pensamento analítico voltado
para repensar os métodos de trabalho que são mais pertinentes dentro desse contexto de caos
vivido pela sociedade.

Palavras-Chave: Ensino; Pandemia; Educação.

INTRODUÇÃO

Na realidade social em que vivemos nos dias atuais, grande parte da população ao
redor do mundo está sendo afetada pelos riscos disseminados pelo vírus COVID-19, a vida
das pessoas em um parâmetro geral, vem sendo afetada pelas circunstâncias da quarentena,
que foi estabelecida como medida protetiva contra essa doença, isso é, mesmo aqueles que
não contraíram esse mal, ainda se encontram a mercê desses sistemas de restrição. O

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Mikael Mendonça da Costa. Graduando do curso de Licenciatura em Educação Física. UEG – Unidade
ESEFFEGO. Goiânia/2020
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distanciamento e a limitação das atividades cotidianas, são medidas adotadas pelas


autoridades no Brasil e mundo a fora, essa série de proposições vai afunilando cada vez mais
as relações entre as esferas sociais presentes na nossa vida, tal modelo de convivência chega
devido ao grande número de casos de pessoas afetadas, acrescido da facilidade de transmissão
pelo contato e a constante velocidade de propagação dos seus malefícios, acontecendo a nível
global.
Estamos completamente imersos dentro de uma pandemia, que inevitavelmente
refletiu no contexto educacional, pois a maioria das ferramentas e recursos costumeiramente
utilizados pelos docentes para se trabalhar com a educação, tiveram que ser substituídos por
outros, haja vista, que, foram cessadas todas as atividades presenciais das instituições de
ensino, partindo desde a iniciação até as longínquas prolongações do ensino superior.
Neste cenário os professores encontram um grande desafio tentando combater a
defasagem do aprendizado, já que a situação demanda transformações nas abordagens para
com os discentes, sendo assim, novos encaminhamentos devem ser aderidos com a finalidade
de ajustar as formas ensino.
Em contrapartida, os alunos também assumem um desafio de mesma, ou maior
proporção, procurando se adaptarem dentro desses moldes remotos, juntamente aos
professores, ocasião que está passível de uma grande discrepância de alcance, considerando as
distinções das realidades vividas por cada um. O corpo docente em colaboração com os
gestores da educação necessitam se reinventar e pensar a respeito de uma nova configuração
que contemple o melhor aproveitamento possível de todas as disciplinas, no intuito de
minimizar os impactos para os estudantes, não só para o hoje, mas também visando um futuro
próximo, na reestruturação pedagógica da pós-pandemia.
Ao passo que a saúde humana deve ser priorizada e preservada, os processos de
educação são essenciais para a formação do indivíduo crítico, como um ser pensante, não
podendo de nenhuma forma serem negligenciados, todavia, com o surgimento dessas novas
diretrizes, nos deparamos com muitos empecilhos que constroem questões diante da
comunidade estudantil, como por exemplo: realmente é possível recuperar os semestres
letivos atravessados ao decorrer dessa pandemia?
Essa pergunta percorre através de vários pontos e muitas variantes que devem ser
consideradas antes de se decidir qualquer coisa -levando em conta que os resultados são
múltiplos de acordo com a medida que for adotada- podemos citar as consequências do
sistema de ensino que estará vigente ao momento, suas metodologias embasadas em ações de
intervenção, sua eficácia no que remete ao planejamento, bem como os percalços a serem
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contornados, partindo da premissa que o reconhecimento é crucial para a compreensão das


dimensões do problema que será discutido.
Todos esses fatores, são determinantes na forma que desenhará o desenvolvimento dos
alunos e, suas resultantes, sejam elas boas ou ruins, puxarão o centro das atenções para a
maneira com a qual o trato pedagógico estará sendo dirigido pelas redes de ensino,
qualificando o percurso mais eficaz ou apontando para a necessidade de novas buscas, em
prol de melhoras na organização.

DESENVOLVIMENTO

A situação caótica desencadeada pela pandemia de COVID-19, colocou os professores


e estudantes em uma situação bem diferente daquela que estão acostumados, os quadros e a
sala de aula foram trocados por telas de aparelhos eletrônicos e o ambiente de seus próprios
domicílios. Os exercícios e atividades estão sendo repassados em um contexto adaptado para
o momento, o que ocasiona em reconsiderações nos métodos avaliativos.
Pasini, Carvalho e Almeida (2020, p. 4), afirmam que "A educação está sendo
modificada pela adaptação docente e discente, acerca de diversos programas, aplicativos,
ferramentas que passaram a ser utilizadas na educação".
Além da tecnologia, também podemos mencionar a importância das interações
comportamentais que envolvem a comunidade estudantil. A comunicação se trata de um
elemento essencial para promover uma determinada aproximação que auxilie o aluno no seu
processo de compreensão e estudo, porém esse novo sistema digital, que impera no sistema
de ensino a distância, ainda se encontra dependente da maneira com a qual os estudantes irão
se adaptar, estamos falando de um processo de transição que apresentou um universo novo
para as pessoas que não tinham experiência ou contato com essa modalidade fora dos
domínios presenciais que aparece acompanhada de diversos acirramentos.
A realidade do ensino remoto nessa pandemia difere bastante de acordo com as
condições sociais de cada família, contrastando ainda mais se considerarmos os variados
patamares de aprendizado, seja na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio) ou no ensino superior, acrescido com a pós-graduação, juntamente aos cursos
técnicos e afins. Muitos alunos da rede pública não tem acesso a internet, um problema que
acaba sendo alvo de várias pautas na gestão escolar. Em função de viabilizar novos métodos
para não segregar as pessoas, a saída encontrada para algumas instituições está na impressão
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de textos informativos e materiais direcionados ao estudo, que são disponibilizados pela


escola para que posteriormente possam ser buscados e entregues de forma concluída.

A disruptividade provocada pela pandemia do Corona vírus evidenciou,


destacadamente, para países que apresentam percentuais significativos de
pobreza e desigualdade social acirradas, como o Brasil, as barreiras físicas,
culturais, econômicas e tecnológicas que estruturam a sociedade, dando
visibilidade àqueles que eram considerados invisíveis e muitas vezes
esquecidos. Essa parcela da população vem sendo muito afetada
especialmente no que se refere às questões relacionadas a sobrevivência
durante esse período. Para essa população muitas vezes, a educação não é
uma prioridade, sobretudo neste momento. Mas a achatada classe média que
tem seus filhos na rede privada de ensino também está sendo afetada por essa
disruptividade e tem medos que vão desde manter o emprego e o padrão de
vida antes da pandemia até o déficit escolar que seus filhos terão ao fim do
distanciamento social constatados diariamente por meio das aulas remotas
(ALVES, p. 357, 2020).

Analisando a bagagem histórica dos recursos tecnológicos sob uma ótica pedagógica,
podemos perceber que eles sempre foram retratados nas salas de aula, como ferramentas
didáticas, para expandir as possibilidades de ensino, na finalidade de criar laços mais
próximos com o público a que se destina, premissa que se desenvolveu na medida em que
foram ganhando espaço de trabalho dentro das instituições. Todavia, agindo como uma “ de
dois gumes” é notável que o trabalho integral com a tecnologia pode se apresentar como um
obstáculo para pessoas que acabaram sendo pegas de surpresa por esse ocorrido pandêmico,
devido aos problemas com a obtenção e manutenção dessa estrutura digitalizada.
Faria e Alves (2020, p. 5), ainda mencionam que “O aluno, na mesma situação de
isolamento social também encontrou dificuldades com o acesso à internet, equipamento de
qualidade para acessar, espaço para estudos, adaptação a aulas online, quantidades exacerbada
de atividades a realizar”.
No âmbito das formações acadêmicas de ensino superior, surge uma preocupação
entre os formandos presenciais, a respeito da conclusão de seus devidos cursos, a transição
para o EAD (ensino a distância) impactou de uma forma que levou muitos a trancarem seus
estudos e os remanescentes ainda mantém um pé atrás, pensando no comprometimento de sua
formação. Porém é necessário entender que nessa situação os gestores e docentes podem usar
esse sistema de ensino para agregar essa tecnologia de forma que ela seja pertinente em seus
ambientes de trabalho, haja vista que, o mercado se tornou mais globalizado e as exigências
de uma era digitalizada cobram uma inovação nas áreas desses futuros profissionais.
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Com a finalidade de evitar que essas tais desistências aconteçam, é correto alegar que
se faz necessário uma flexibilização nos meios de ensino para abarcar as necessidades e os
problemas enfrentados pelos alunos, sem é claro, negligenciar a qualidade do aprendizado,
pois não estamos considerando nenhuma banalização, mas sim o encaixe do planejamento
presencial numa transição para o remoto, de maneira que eles sejam assimilados e se
apresentem como algo viável a todos.
De acordo com Menezes e Santiago (2014, p. 59):

Nesse contexto, o conhecimento produzido será um conhecimento capaz de


contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária, pois o ato
educativo permitirá a identificação de contradições e alternativas para a
transformação da realidade social. Sendo assim, reconhecer a importância da
prática dialógica na construção do conteúdo da ação educativa possibilita
diferentes maneiras de formular e organizar o currículo na perspectiva
libertadora.

Nesse momento de cautela restritiva, onde os estudantes se encontram envolvidos de


muita insegurança e receio, o diálogo é algo de vital importância para que seja desenvolvido
um planejamento, entre as partes, auxiliando na construção de caminhos para atravessar as
dificuldades, quaisquer que elas sejam.
Paulo Freire (1980) já mencionava que as relações de diálogo movem e transformam o
mundo, através das mediações dos sujeitos que nele vivem. A comunicação está carregada de
significado, esse, que é determinante na identidade dos homens, se trata de uma troca de
códigos/informações que acompanha a nossa própria existência.
A educação remota através dos meios eletrônicos não deve ser encarada como um
vilão, é necessário ter entendimento de que o processo de ensino se dá por diferentes
diretrizes e dentro dessas configurações é preciso tirar proveito das especificidades de cada
vertente para preparar os formandos para possíveis eventualidades de cunho semelhante no
futuro, já que o governo não amparou muito bem essa carência da população brasileira, algo
que é perceptível quando apuramos os fatos históricos para realizar um comparativo.
Voltando há pouco mais de 100 anos, nos deparamos com a pandemia de gripe espanhola que
vitimizou milhões de pessoas ao redor do mundo em um período que já não era dos melhores,
se tratando da época da primeira guerra mundial, essa pandemia envolveu as pessoas nas
mesmas condições desfavoráveis que passamos nos dias atuais, por tal razão, existe a
necessidade de uma política de ensino, que vise contemplar um sustento estável para o ensino
se valendo de estratégias específicas para esses momentos.
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Mais de um século se passou e não podemos evidenciar nenhum contraste favorável


aos sujeitos que se envolvem nesse âmbito de relações, é de fato que o poder público deveria
tomar parte dessa situação, assumindo sua responsabilidade em amparar os professores para
que seja feito uma ação de força conjunta construída nos alicerces de um planejamento
educacional, no entanto, os auxílios que temos disponíveis são oriundos do próprio avanço da
humanidade e do mundo globalizado que produz incessantemente. Esse tipo de situação
caótica a nível mundial, raramente pode ser prevista, o que acaba pegando as pessoas de
surpresa, essas que tem suas vidas afetadas abruptamente, em um modo geral, por tais
motivos, é sempre interessante que ambas as partes -discentes e docentes- estejam bem
preparados para continuar suas rotinas educacionais, enfrentando seus infortúnios.
A educação engendra o molde das vidas e do caráter humano, portanto, deve ser
retratada com a devida importância pelo peso que exerce nos sujeitos de uma sociedade.
Em vista deste presente momento delicado, podemos constatar que a solução para reestruturar
a produção dos conhecimentos de forma consistente, será apresentada através de projetos a
longo prazo, segmentando-se em muitas etapas, primordialmente em prol minimizar os
impactos e posteriormente preparando os terrenos para receber o retorno a normalidade.
A iniciativa dos professores, sempre será um ótimo ponto de largada, quando falamos
em recuperar o que foi perdido, as abordagens didáticas transformadas juntamente com a
manutenção da seriedade nas aulas, pode afetar os alunos de forma positiva, de modo que ele
se sinta seguro para continuar firme nos estudos, contribuindo nas questões de motivação e
interesse pelo conteúdo. É importante tomar ciência da responsabilidade que vem
acompanhada da atuação do profissional formado. Elementos como: atitude, orientações,
postura, fala e tratamentos, refletem diretamente no público presente a qual tudo isso é
direcionado, se materializando de um jeito determinante em suas vidas, seja de forma positiva
ou negativa.
Sobre isso, nós temos o seguinte pensamento:

[...] aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente parte e


contemplado pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer
pelo aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos,
pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo em alguns casos
encarada como obrigação. Para que o professor consiga êxito entre os alunos,
cabe uma difícil tarefa de despertá-los à curiosidade, ao aprendizado
prazeroso, e à necessidade de cultivar sempre novos conhecimentos em meio
às atividades propostas e acompanhadas pelo professor. (BRAIT et al., 2014,
p. 3).
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Nessa quarentena que deixou todos reclusos a seus domicílios, é possível inovar,
encontrando brechas que deverão possibilitar o emprego de uma transmissão de
conhecimentos pautada em torno de métodos proficientes, logo, a aproximação entre as partes
-professor e aluno- deve ser priorizada ao máximo, para que não ocorro um empobrecimento
na conexão necessária para o desenvolvimento de competências no aluno, se tratando de um
elemento determinante em resultados futuros. A inovação se dá através de novas conjecturas
afloradas em base do diálogo, ao passo a maneira que as melhoras vão se encaminhando,
novos sistemas são adotados no intuito de realizar uma progressão gradativa culminando no
definitivo retorno as aulas.
Essa citada progressão gradual, pode abrir portas em direção aos caminhos mais
adequados para atravessarmos a situação atípica que impacta no dia-a-dia da população, (em
especial a comunidade estudantil) a partir dessa premissa, as redes de ensino podem seguir
montando o cenário mais ideal para receber os alunos na pós-pandemia, realizando
reprogramações referente ao período de férias e remontando as grandes horárias para que elas
possam se encaixar da melhor forma nesse sistema de reposição, além é claro, de aproveitar
aulas ao sábados dentro deste modelo.
A curto prazo, podemos citar uma futura volta reduzida do ensino presencial na
medida em que os passos para normalidade forem dados, condição que pode se encaminhada
através de um ensino híbrido revezando as turmas em agrupamentos limitados para
comparecerem nas instituições de ensino, preservando sempre os cuidados relativos as
condições de saúde. Com a chegada da vacina desenvolvida e colocada em circulação, já seria
justificável afirmar que os planejamentos próximos já devem ser realizados baseados nas
margens de previsão para a vacinação dos docentes e terceiros que cooperam no
funcionamento da instituição.
Diversos são os cursos de ensino superior vigentes na presente educação brasileira,
disponíveis para formação em muitos âmbitos de trabalho diferentes, consequentemente ao
avanço da era digitalizada, foi surgindo um solo fértil para a chegada de uma imensa
variedade de cursos ofertados em EAD, os adeptos dessa modalidade não foram tão afetados
pelas transformações dos hábitos educacionais. Apesar de haver muitos estereótipos sobre a
qualidade na formação dos alunos dentro dessa proposta, o ensino à distância continuou
ganhando mais força com o passar do tempo, apesar de não bater a proporção presencial, o
avanço foi notável, crescendo mais ainda a demanda por instituições de ensino superior que
viabilizem graduações por esses meios. Acompanhe o gráfico a seguir sobre a evolução desse
modelo:
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Gráfico I – Evolução do EAD no Brasil de 2007 à 2017.

Fonte: Inep/Censo da Educação Superior (2017).


Para Bueno (2011) a validação do EAD perante as sistematizações da lei, acabam
conferindo o seu verdadeiro sustento e credibilidade para todos aqueles que levantam suas
dúvidas mediante sua valoração, já que os órgãos educacionais estão em conformidade com a
participação deste arquétipo atuando na formação dos indivíduos, e isto por consequência já
pressupõe o cumprimento dos requisitos necessários para entrar em vigência legalmente,
como uma modalidade incontestável de ensino, nesse contexto, o ensino a distância garante a
possibilidade de ser formar em qualidade e excelência em todos os cursos que são ofertados,
capacitando o indivíduo formado para adentrar no universo englobado pelo mercado de
trabalho, agindo sobre a vida dos formandos com um esforço diligente, edificando seu
profissionalismo para inseri-los em suas áreas de atuação.
Para aqueles que não estavam habituados a esse modelo de ensino, surge então, uma
oportunidade para adentrar nesse mundo novo, e extrair os valores proporcionados pelo mesmo,
adquirindo uma série de conhecimentos em todas as competências abarcadas nas videoaulas,
configurando um elemento importante, principalmente para aqueles que buscam formações de
licenciatura, pois mesmo que as pretensões de atuação profissional do graduando não
atravessem o EAD em primeiro momento, ainda lhe estará atributado o domínio de lecionar e
ministrar os tratos pedagógicos mais adequados para esse esquema de ensino, podendo ser útil
em opções futuras de trabalho ou agindo como ferramentas de saída para esses momentos que
obrigam que a educação seja reformulada. Quando se tem uma mente mais aberta para
enxergar as características multidimensionais do ensino, acaba se tornando mais fácil lidar
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com as adversidades adiante, já que ganhamos a flexibilidade de trabalho em nosso favor, o


cerne desses pontos destacados, passa diretamente nas experiências de diversificação da
aprendizagem, que mantém imutável sua presença na didática do professor. Segundo Ximenes
(2020, p.252),

O que vivenciamos agora mostra que somos dependentes dos meios digitais
para sermos eficientes em ações de assistência social, em saúde e educação
massivas, só para citar os exemplos mais gritantes. É óbvio que a realidade
factual se sobrepõe ao mundo virtual e que as pessoas e a vida cotidiana são o
centro de todos os processos, mas se maioria da população brasileira tivesse
melhores níveis de proficiência no uso de artefatos digitais básicos, se antes
lhes fosse favorecido ter em sua posse um computador básico ou um Tablet, e
se o acesso à internet já fosse garantido e gratuito, a distribuição de recursos
financeiros emergenciais, o acompanhamento da contaminação, a
organização logística dos atendimentos médicos, de assistência social e a
continuidade de atividades letivas em escolas públicas, por exemplo, estariam
em melhores condições de execução. A consequência seria que a população
mais necessitada e carente sofreria menos.

Nas especificidades da Educação Física que requerem a prática, o EAD ainda pode
fornercer uma saída mais imediatista, para formalizar pontes de ligação com o ensino a ser
transmitido, exemplificando essa afirmação, a proposta que a qualifica seria a de apresentar
vídeos gravados de exercícios e atividades para serem executadas, se valendo de mais
detalhamentos, em vista da distância que impossibilita correções presentes ao momento do
exercício em curso, assim anexamos uma característica de maior minuciosidade nas tarefas, o
professor também saber aproveitar a disponibilidade de tempo dos alunos para explorar
melhor o seu conteúdo, enriquecendo a sua abordagem.
Ademais, esse aproveitamento também tem o seu sustento no próprio espaço que
compreende cada indivíduo, mesmo que este seja limitado, mas anteriormente a essa
aplicação, ainda é gerada a necessidade de qualificações para que o corpo docente esteja apto
para reconfigurar um trabalho pedagógico de recursos mútuos, isso é, saber trabalhar com a
estrutura do próprio aluno, usando ela para desenvolver sua consciência de saberes, o que
consequentemente, abrirá um leque de possibilidades que fornecem condições tangíveis e
abertas para todos.

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR

O COVID-19 ataca a socidade através da sua manifestação como vírus contagioso e de


fácil transmissão, apesar de ser uma doença nova, as situações de pandemia já estão marcadas
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na história da humanidade, essas que requisitaram as mesmas protetivas que aderimos nos
dias atuais, o planejamento educacional próprio para essa eventualidade deverá ser formulado
com base nesses embaraços históricos, uma vez que o olhar para o passado nos permite
potencilizar os métodos mais eficazes para estruturar o ensino em meio a essa turbulência, de
forma condizente ao momento.
É importante asseverar que a recuperação de um ensino comprometido, se apresenta
no desenvolver de sistemas e padrões em características de mutabilidade, modificando-se de
acordo com as circunstâncias, já que todos foram puxados involuntariamente para dentro
desse cenário. Se valendo desse viés, seguimos objetivando contemplar uma diversidade
maior de caminhos concebíveis para os alunos, preservando a equidade de guiar a todos para
o mesmo destino.
Voltando olhares de planejamento para o contexto da pós-pandemia, podemos dizer
que esta natureza de trabalho também pode auxiliar futuramente numa progressão gradual
direcionada ao retorno das aulas presenciais, isso é, a evolução do ensino e aprendizado
agindo em paralelo com a evolução de saída rumo ao fim da pandemia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Lynn. Educação remota: entre a ilusão e a realidade. Interfaces Científicas,


Aracaju, v.8, n.3, p. 348-365, 2020.
BRAIT, Lilian Ferreira Rodrigues. A relação professor/aluno no processo de ensino e
apredizagem. Itinerarius Reflection, Jataí, v. 8, n. 1, jan/jul 2010.
BUENO, Noemi Correa. A Educação a Distância no Brasil: um debate para valorização e
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p.31-40, 2011.
ESPÓSITO, Eduarda; LISBOA, Ana Paula; MARTINS, Thays. Graças à EAD, matrículas do
ensino superior voltam a crescer após dois anos. Correio Braziliense, 2017. Disponível em:
<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-
estudante/ensino_ensinosuperior/2018/09/20/ensino_ensinosuperior_interna,707000/matricula
s-em-cursos-superiores-voltam-a-crescer.shtml>. Acesso em: 25 março 2021.
FARIA, Denilda Caetano de; ALVES, Jesus Elaine. Educação em tempos de pandemia: lições
aprendidas e compartilhadas. Revista Observatório, Palmas, v. 6, n. 2, p. 1-18, abr-jun.
2020.
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MENEZES, Marilia Gabriela de; SANTIAGO, Eliete Maria. Contribuição do pensamento de


Paulo Freire para o paradigma curricular crítico-emancipatório. Pro-Posições, Pernambuco, v.
25, n. 3 (75), p. 45-62, set/dez. 2014.
PASINI, Carlos G. D.; CARVALHO, Élvio de.; ALMEIDA, Lucy H. C. A educação híbrida
em tempos de pandemia: algumas considerações. Texto para discussão, RS: UFSM, 2020.
XIMENES, Martins Ronei. O Covid-19 e o fim da educação a distância: um ensaio. EmRede,
v. 7, n. 1, p. 242-256, jan/jun. 2020.

(MÉTODO USADO: MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO)

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