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Moderna visão da evolução da virulência*


A modern view of the evolution of virulence
Selma Giorgio
Departamento de Parasitologia, Instituto de Biologia da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) - Campinas, SP - Brasil

Atualmente considera-se que parasitas devem evoluir em direção à virulência reduzida, pois patógenos virulentos
apresentam maiores probabilidades de levarem seus hospedeiros e eles próprios à extinção. A virulência é assim
considerada estágio primitivo da associação parasita-hospedeiro. A validade dessas idéias tem sido questionada. Portanto,
fez-se revisão dos estudos recentes que sugerem que parasitas não evoluem necessariamente em direção à reduzida
virulência. Do ponto de vista da medicina darwinista, na evolução da virulência podem haver muitas trajetórias coevolutivas
possíveis, que dependerão da história natural do parasita, do comportamento do hospedeiro e da via de transmissão.

Virulência. Relações hospedeiro-parasita. Evolução. Transmissão de doenças.

Visão Tradicional da Relação Parasita** - biose devem ser vistos como o resultado evolutivo
Hospedeiro das associações parasitárias"; e Dobzansky2, 1973,
"Espécies interdependentes podem sofrer coevo-
A visão aceita atualmente é aquela que consi- lução, minimizando os prejuízos que atingem
dera que a coevolução de parasitas e hospedeiros ambos os elementos associados... A baixa virulên-
resultará na atenuação da virulência dos parasitas cia é provavelmente resultado da coevolução para
e no comensalismo. Esse conceito é bastante acomodação mútua".
difundido, estando presente na maioria de livros- Essa teoria considera que não há vantagens para
textos de parasitologia e genética evolutiva. Como o parasita eliminar seu hospedeiro (o que acarretaria
exemplo, citamos: Pessoa e Martins 16 , 1982, sua própria extinção) e, portanto, as conseqüências
"Existem hospedeiros e parasitas que, no curso da inevitáveis da coadaptação são a redução da vi-
evolução adaptam-se uns aos outros, chegando a rulência e o comensalismo. Considera-se que a vi-
um estado de equilíbrio, de tolerância mútua, rulência é um sinal de falta de adaptação do parasita
quase perfeita. Aliás, um caráter da associação e que esse está em estágio primitivo de associação
parasita-hospedeiro é o de permitir, em geral, que com seu hospedeiro. Por outro lado, parasitas
ambos vivam e propaguem a espécie. Quando isso pouco virulentos são um indicativo de prolongada
se torna difícil ou mesmo impossível, trata-se de associação com seu hospedeiro, que resultou na
parasitismo mal ajustado"; Trager17, 1988, redução gradual da virulência.
"Considerando que o parasita não pode existir sem Dois dos exemplos mais utilizados pelos que
seu hospedeiro, não há vantagens para o parasita acreditam que a virulência é um estágio primitivo
destruir esse hospedeiro ... Mutualismo ou sim- da associação parasita-hospedeiro são os da disper-

* Estudo subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq e pela Fundação
de Apoio ao Ensino e à Pesquisa/UNICAMP.
** Neste artigo, o termo parasita abrange vírus, bactérias, protozoários e helmintos.
Separatas/Reprints: Selma Giorgio - Caixa Postal 6109 - 13083-970 Campinas - SP - Brasil
Edição subvencionada pela FAPESP. Processo 95/2290-6.
Recebido em 14.2.1995. Aprovado em 18.7.1995.
são da mixomatose em coelhos da Austrália e da cina insere-se na moderna área denominada
infecção de ruminantes com tripanossomatídios2,13. "medicina darwinista"19.
A mixomatose é uma doença devida a vírus que
ocorre naturalmente em coelhos (Sylvilagus
brasiliensis) na América do Sul, provocando uma A Moderna Visão da Relação Parasita-
infecção relativamente benigna (pequenos tumores Hospedeiro
e mortalidade muito baixa). Em coelhos europeus e
australianos esse vírus provoca doença letal com Como primeiro exemplo utilizou-se o já citado
lesões graves. Na década de cinqüenta a população vírus da mixomatose. Apesar de responsável pela
de coelhos na Austrália (Orytolagus cuniculus, diminuição drástica da população de coelhos, na
descendentes de indivíduos trazidos da Inglaterra) Austrália, no início da década de cinqüenta, obser-
era estimada em centenas de milhões. Como medi- vou-se que formas menos virulentas do vírus
da de controle populacional, foi introduzido o vírus começaram a preponderar com o tempo, naquele
da mixomatose naquele País. Após alguns anos da País9. Concomitantemente, os coelhos apresen-
dispersão do vírus a população de coelhos reduziu- taram-se mais resistentes à infecção. Formas do
se a cerca de l % do seu tamanho anterior. No caso vírus encontradas no campo foram testadas, expe-
do tripanossomatídio, este parasita provoca uma rimentalmente, em linhagens de coelhos de labo-
infecção moderada, com taxas de mortalidade ratório e também a susceptibilidade dos coelhos foi
muito baixas em ruminantes nativos da região Leste analisada após inoculação de formas do vírus man-
da África, mas torna-se extremamente virulento, tidas em condições controladas de cultura. Os
ocasionando doença fatal em ruminantes domésti- resultados obtidos e reanalisados mostraram que
cos, recentemente introduzidos naquela região. após a introdução do vírus com grau I de virulência
Tais exemplos sugerem que em associações (altamente virulento), formas menos virulentas
antigas os parasitas, tanto o vírus da mixomatose foram surgindo no campo, com a predominância de
como o tripanossomatídio, sofreram com o tempo vírus com grau médio de patogenicidade, isto é, em
pressão seletiva que favoreceu virulências atenu- graus intermediários (III-IV) entre a forma original
adas. Em associações recentes, isto é, com espé- (grau I) e a forma atenuada (grau V)9,10. Em relação
cies de hospedeiros "exóticas" ou "novas" de à infecção de coelhos do campo com vírus de la-
diferentes regiões, os parasitas apresentam maior boratório constatou-se que há vários graus de
virulência. Essas colocações são, no entanto, resistência na população. Discute-se, entretanto, se
passíveis de discussão. A seleção que favorece a tal resistência teria um papel significativo na
atenuação da virulência não é a única explicação evolução da associação vírus-coelho, no curto
possível para o fato de parasitas serem pouco vi- espaço de tempo analisado1,10,14. Pode-se assim su-
rulentos em seus hospedeiros naturais. Na ver- gerir que no caso do vírus da mixomatose na
dade, parasitas podem ter sido, no passado, menos Austrália, a virulência intermediária predominou,
virulentos em seus hospedeiros naturais do que são sendo resultado de coevolução. Observações feitas
atualmente18. Além disso, a virulência em alguns na França e Inglaterra com esse vírus assemelham-
hospedeiros "exóticos" pode ser reflexo de meca- se aos dados descritos acima. Reforçando também
nismos pelos quais os parasitas proliferam nessas essa hipótese são os aspectos ecológicos da
espécies. O mixoma vírus, por exemplo, não é vi- relação. O vírus é transmitido por picadas de mos-
rulento em todos os seus hospedeiros "exóticos", quito e moscas. O grau de infecção e o número de
esse parasita multiplica-se em camundongos vírus infectando o coelho que estará disponível
recém-nascidos sem, no entanto, provocar qual- para o vetor devem ser fatores importantes para a
quer doença13. transmissão. Coelhos com infecções graves têm
No presente artigo, pretende-se revisar e dis- número elevado de lesões, o que facilita o acesso
cutir algumas das pesquisas recentes que ques- dos vetores a locais do corpo que contenham muito
tionam a teoria tradicional da associação para- parasitas. A virulência, no entanto, sendo muito
sita-hospedeiro. A conclusão principal que se alta, causaria morte rápida do hospedeiro e assim a
extrai desses trabalhos teóricos e experimentais é transmissão seria prejudicada. Linhagens atenu-
que há muitas trajetórias evolutivas possíveis (e adas, por sua vez, seriam rapidamente eliminadas
não apenas em direção ao comensalismo), e do organismo do hospedeiro e a transmissão do
essas dependerão da história natural, da via de vírus pelo vetor não ocorreria14,15. Portanto, seriam
transmissão e de aspectos ecológicos relaciona- as linhagens de vírus com graus de virulência inter-
dos às duas espécies1,8,18. Esse ramo da biomedi- mediário (causando lesões, mas que não matam
rapidamente seu hospedeiro) que apresentariam A gravidade das doenças associadas com trans-
vantagens na transmissão. missão por vetores resulta em parte da adaptação
Uma série de experimentos realizados recente- do parasita5. Agentes infecciosos transmitidos por
mente reforça o conceito de que a virulência pode vetores biológicos (insetos hematófagos, por
ser mantida em parasitas transmitidos horizontal- exemplo) com virulência relativamente alta e que
mente, com o decorrer do tempo3,4. Analisou-se se desenvolvem em vários tecidos do hospedeiro,
fecundidade e sobrevivência de Daphnia magna, a ponto de impedi-lo de se locomover, teriam mais
crustáceo plantônico, hospedeiro de um proto- chances de se multiplicar. Isso ocorreria porque o
zoário microsporídeo Pleistophora intestinalis. A hospedeiro debilitado e imóvel tem maior proba-
transmissão horizontal desse parasita ocorre quan- bilidade de ser picado por insetos, facilitando a
do hospedeiros infectados defecam e outros transmissão de parasitas para outros indivíduos. A
indíviduos capturam e ingerem os esporos libera- gravidade de doenças tais como a febre amarela,
dos na água. Populações de D.magna originadas tripanossomíase africana e malária poderia ser
de três regiões da Europa (Inglaterra, Alemanha e explicada como uma conseqüência evolucionária
Rússia) foram experimentalmente infectadas com da transmissão de parasitas por vetores biológicos.
o protozoário originado da cepa da Inglaterra. Exemplo da relação entre virulência, compor-
Contradizendo a visão tradicional, os resultados tamento do hospedeiro e transmissão direta seria o
mostraram que o crustáceo originado do mesmo do rinovírus (causador da gripe) que infecta célu-
país (Inglaterra) era o que apresentava maior las das vias respiratórias superiores. Esses vírus
número de esporos (maior infecção), quando com- são liberados durante espirros e coriza. Indivíduos
parado a populações de hospedeiros originadas de resfriados podem transmitir o vírus através do con-
outras regiões da Europa. Essa é uma das tato direto com outros indivíduos (tocando objetos
primeiras evidências experimentais confirmando a de uso comum, por exemplo). Mas, se, devido a
hipótese de que o grau de virulência é determina- doença, o hospedeiro deixar de se locomover, mi-
do pela seleção natural para maximizar a transmis- lhares de vírus liberados diariamente morrerão
são do parasita (e não um indicativo da ''anti- sem contaminar outros indivíduos. Portanto, há
güidade" da relação parasita-hospedeiro). vantagens evolutivas para o rinovírus manter seu
hospedeiro em movimento, e para tal, é necessário
não debilitá-lo ao extremo, isto é, não ser alta-
Importância das Vias de Transmissão mente virulento8,12.
Em doenças transmitidas pelo que se denomi-
Na tentativa de questionar a visão tradicional na "vetores culturais" (por exemplo, transmissão
que aponta o comensalismo como o resultado final por água) e que é uma soma do comportamento do
da evolução da relação parasita-hospedeiro, alguns hospedeiro e das condições físicas do ambiente,
autores interpretaram dados epidemiológicos de prevê-se que os parasitas serão mais virulentos
várias doenças e compararam com as vias de trans- que aqueles transmitidos pelo contato direto (hos-
missão, as taxas de virulência e o comportamento pedeiro-hospedeiro). Uma população densa e
do hospedeiro5,6,7,8. Da análise desses dados, con- altamente virulenta de patógenos terá maior faci-
cluiu-se que a virulência de parasitas transmitidos lidade em superar o efeito da diluição na água. E
por vetores artrópodes é maior que aquela de pa- como os parasitas transmitidos por insetos, esses
rasitas transmitidos por outras vias. Os dados com- também terão "vantagens evolutivas" na imobi-
pilados mostraram que dos 38 parasitas não trans- lização de seus hospedeiros8. Revisando-se a lite-
mitidos por vetores artrópodes, 86,8% deles oca- ratura epidemiológica de algumas doenças gas-
sionam doença em que a taxa de mortalidade trointestinais transmitidas por bactérias, encon-
(usada como indicador de virulência) é menor que trou-se correlação positiva entre transmissão pela
1%. Por outro lado, apenas 42% das doenças ana- água e mortalidade do hospedeiro. A gravidade de
lisadas, associadas a parasitas transmitidos por doenças como a febre tifóide, cólera e outras for-
esses vetores, apresentam taxas de mortalidade mas de disenteria podem ser explicadas como
menor que 1%. É necessário, entretanto, assinalar resultado da transmissão pela água. Durante sur-
o fato de que doenças como tuberculose, raiva e tos diarréicos provocados por bactérias patogêni-
AIDS, não transmitidas por vetores artrópodes, cas, indivíduos podem liberar os parasitas em
foram excluídas dessa análise. A inclusão dessas suas roupas. Havendo precárias condições sani-
patogenias, poderia alterar os resultados e as con- tárias, a água utilizada para lavagens dessas
clusões dos autores. roupas pode entrar em contato com outros indiví-
duos. Nesse caso, um doente imobilizado poderá doenças transmitidas por esses vetores são mais
infectar outros hospedeiros. freqüentes em países menos desenvolvidos, onde a
A introdução de mecanismos de tratamento de mortalidade é maior por razões outras que a
água e de instalações sanitárias reduziria a vi- intrínseca virulência do parasita.
rulência dos parasitas transmitidos pela água, pois Forattini11 aponta vários exemplos das duas
estes não teriam "vantagens evolutivas" em se direções possíveis na relação parasita-hospedeiro
reproduzir rapidamente. Os dados obtidos na (comensalismo ou incremento da virulência). O
índia, nas décadas de cinqüenta e sessenta, após autor aponta os casos de resistência de Plasmodium
medidas de saneamento básico em áreas endêmi- falciparum e Neisseria gonorrhoeae a cloroquina e
cas de cólera, atestariam essa hipótese. O agente a penicilina, respectivamente, e os interpreta como
da cólera com virulência mais atenuada (Vibrio "... análogos à evolução da resposta do parasita
cholerae, El Tor) predominou em lugar da forma frente à resistência do hospedeiro". Admite a possi-
mais virulenta, provavelmente devido a sua menor bilidade de que a evolução da relação parasita-hos-
patogenicidade e também a sua capacidade maior pedeiro encaminhe-se para situações de equilíbrio
de sobrevivência. Em Bangladesh, no entanto, caracterizada por estados de elevada virulência para
onde conflitos politícos e dificuldades econômicas o hospedeiro. Conclui, baseado em diversas evidên-
ocorreram nessa época (1950-1960) resultando no cias, que não há necessariamente evolução do para-
atraso de medidas sanitárias, o V.cholerae, da sita para coexistência pacífica com os hospedeiros e
forma mais virulenta, continuou a predominar. Em nem que os contatos iniciais no caminho evolutivo
vários países a bactéria Shigella dysenteriae (a se façam, obrigatoriamente, de maneira virulenta.
mais virulenta do seu gênero) foi praticamente Contudo, apesar de reforçar a nova teoria sobre
eliminada após tratamento de água, e a espécie coevolução de parasitas e hospedeiros, os dados re-
predominante tornou-se a S.flexneri (com virulên- trospectivos e epidemiológicos precisam se somar a
cia moderada). Com as condições sanitárias e estudos experimentais como o do mixoma vírus e
redes de distribuição de água ainda mais desen- àqueles mais recentes como o do microsporídeo
volvidas, S.flexneri foi "substituída" por uma Pleistophora intestinalis, ambos descritos anterior-
espécie de bactéria ainda menos virulenta a S.son- mente. Também crucial para a compreensão dos
nei. Nessas mesmas regiões o agente da febre processos que originam os caminhos evolutivos da
tifóide Salmonella typhi também deixou de pre- associação parasita-hospedeiro e da filogenia, su-
dominar, ocorrendo o aparecimento de espécies gere-se11 os estudos de biologia molecular com
menos patogênicas da bactéria5,8. análises de seqüências do RNA ribossômico e do
Apesar de consistentes com a nova visão da DNA mitocondrial dos participantes dessa relação.
evolução de parasitas e hospedeiros, esses estudos
suscitam alguns comentários. Entre eles pode-se
citar o da virulência elevada atribuída a parasitas Agradecimentos
transmitidos por insetos. Os vetores artrópodes
podem aumentar a probabilidade de qualquer pa- Aos Drs. O. Augusto da Farmácia de
rasita colonizar um hospedeiro, simplesmente por Bioquímica da USP e S. Furtado dos Reis do
facilitar e acelerar sua passagem através do tegu- Departamento de Parasitologia da UNICAMP,
mento. Somando-se a isso, há o fato de que pelas sugestões e discussões.

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Abstract
According to the prevailing, traditional view parasites should develop reduced virulence towards their hosts, because
more virulent pathogens are more likelyto drive the hosts, and thus themselves to extinction. Virulence is considered
to be a primitive stage of a parasitive-host association. However the usefulness and validity of this view have been
questioned. Recent studies suggest that parasites need not necessarily evolve towards reduced virulence. The points
of view of Darwinian medicine in the direction of the evolution of virulence there may be many possible revolutionary
trajectories, depending on the details of the parasite's life-history, the host's behavior and the transmissibility of the
parasite. Theoretical and epidemiological evidences indicate that pathogens transmitted by arthropod vectors are
significantly more lethal to humans than those transmitted by personal contac. Water borne enteric pathogens are less
virulent after purification of water supplies. Recent experiments also support the emerging theory that parasitism can
evolve to be either more or less virulent in a long-term host, depending on the way the parasite is transmitted to the
host and on the environment in which they live.

Virulence. Host-parasite relations. Evolution. Disease transmission.

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