Você está na página 1de 18

1 COMPORTAMENTO ALIMENTAR, RITMOS DE LOCOMOÇÃO E

2 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO CATFISH NEOTROPICAL


3 (Phractocephalus hemioliopterus), UTILIZANDO AUTOALIMENTADORES
4 AUTOMATIZADOS E SENSORES DE INFRAVERMELHO.

6 Helder O. Guilherme1*, Leandro S. Costa2, Verônica G. Landa Prado1, Pedro G.


7 Gamarano1, Paula Adriane P. Ribeiro1

1
9 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
10 Veterinária, Laboratório de Aquacultura, Avenida Antônio Carlos, nº 6627, CEP 31270-
11 901 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

12

2
13 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Campus Universitário,
14 Av. Peter Henry Rolfs, s/n -, CEP 36570-900 Viçosa, Minas Gerais, Brasil

15

16

17

18

19

20

21 Autor correspondente: Helder de Oliveira Guilherme, e-mail: helderog@gmail.com

22

23

24

25

26

27

28
29 Resumo

30 O estudo avaliou o comportamento alimentar e os ritmos de locomoção de vinte e quatro


31 juvenis de P. hemioliopterus. Os animais (35,28 ± 0,62 g) foram distribuídos em oito
32 tanques de 48L. O estudo foi feito em três fases. Na fase I, os tanques foram equipados
33 com um sistema de autoalimentação, e consistiu em avaliar se os animais conseguiam se
34 adaptar ao sistema de autoalimentação, avaliando também os horários de preferência
35 alimentar e a atividade locomotora desses animais. Essa fase teve duração 30 dias. Na
36 fase II, com base nos resultados da fase I, foi determinado um desafio alimentar aos
37 animais. Os resultados da primeira fase, deixam claro a preferência alimentar noturna.
38 Dessa forma, o desafio alimentar consistiu em mensurar se o animal se alimentaria no
39 período diurno e o tempo que levaria para essa adaptação. A ração foi fornecida duas
40 vezes ao dia por alimentadores automáticos, a quantidade fornecida foi baseada na % de
41 consumo médio de ração/peso vivo/dia observado na primeira fase. Quando os animais
42 consumiram 100% da quantidade de ração fornecida diariamente, a fase II foi encerrada.
43 Na fase III, vinte e quatro juvenis de P. hemioliopterus (182,00 ± 14,03 g) foram
44 distribuídos em oito tanques de 96L. Essa fase experimental foi composta por dois
45 tratamentos com quatro repetições, onde, com alimentação exclusiva durante o meio do
46 ciclo de luz e alimentação exclusiva no meio do ciclo do escuro. Ao final foram coletadas
47 amostras sanguíneas dos animais, para avaliações de bioquímica sanguínea. Na fase I, os
48 resultados demonstraram que os peixes se adaptaram muito bem ao sistema de
49 autoalimentação, e tiveram um comportamento alimentar e um ritmo locomotor
50 estritamente noturno. Ao serem submetidos ao desafio alimentar, na segunda fase, a partir
51 do 18º dia o consumo de ração foi estabilizado proporcionalmente com o consumido no
52 período noturno, observado na primeira fase. Assim, demonstraram plasticidade
53 alimentar. Na fase III o horário de alimentação influenciou os parâmetros bioquímicos
54 dos animais. Os animais que alimentavam durante o período noturno apresentaram
55 maiores valores de colesterol e triglicerídeos, em relação aos animais que alimentavam
56 no período diurno. Conclui-se que a P. hemioliopterus possui rápida adaptabilidade a um
57 sistema de autoalimentação, tendo um comportamento alimentar e locomotor estritamente
58 noturno. Entretanto, possui plasticidade alimentar, adaptando seu comportamento de
59 acordo com a disponibilidade de alimento. Os parâmetros bioquímicos sanguíneos são
60 influenciados pelo ciclo claro/escuro de alimentação.

61 Palavras-chave: pirarara, comportamento alimentar, autoalimentalção.

62
63 1. Introdução

64 O comportamento alimentar de peixes é considerado complexo, estando


65 diretamente ligado a fatores como hábito alimentar, mecanismo de detecção do alimento,
66 quantidade, frequência alimentar, habitat e fatores ambientais (temperatura, fotoperíodo
67 e salinidade) (Volkoff e Peter, 2006). Esse comportamento, em diversas espécies de
68 peixes, tem sido objetivo de estudos atualmente (Santos et al., 2019; Shi et al., 2019;
69 Batzina et al., 2020; Butler et al., 2020; Li et al., 2020; López-Olmeda et al., 2021). As
70 pesquisas visam compreender os mecanismos e interações que possam estar atrelados ao
71 comportamento alimentar (Marusov e Kasumyan, 2017). Os peixes possuem ritmos
72 alimentares, com horários de preferência, onde buscam e consomem o alimento, tanto
73 durante o dia quanto à noite, variando conforme a espécie (Sánchez-Vázquez et al., 1996;
74 Sánchez et al., 2009; Montoya et al., 2010; Del Pozo et al., 2012; Mattos et al., 2016;
75 Ebrahimi et al., 2017). Informações sobre o comportamento alimentar são importantes no
76 processo de desenvolvimento de estratégias para que se tenha um manejo alimentar
77 eficiente (Zhou et al., 2017). Estudos precisos sobre os ritmos alimentares são importantes
78 em novas espécies (Pedrosa et al., 2019), para o desenvolvimento de protocolos de
79 alimentação adequadas, tendo impactos significativos no bem-estar e crescimento dos
80 peixes (Lazado et al., 2017).

81 A nutrição pode representar cerca de 70% dos custos em uma produção comercial
82 de peixes (Dossou et al., 2018). A ração utilizada e o método de fornecê-la aos animais,
83 são cruciais na viabilidade econômica de uma criação intensiva. De forma geral, existem
84 três estratégias para fornecimento de dieta: alimentação manual, alimentadores
85 automáticos e autoalimentadores (Stejskal et al., 2019). Os sistemas de autoalimentação
86 são ferramentas que auxiliam no estudo do comportamento alimentar dos peixes, para
87 compreensão dos ritmos de alimentação, sendo objetivo de estudo. Podem ser integrados
88 a softwares computacionais que registram dados referentes ao comportamento alimentar
89 (horário, frequência e padrões de alimentação) (Kitagawa et al., 2015; Mattos et al., 2016;
90 Benhaim et al., 2017; Fortes-Silva et al., 2018; Reis et al., 2019). A grande vantagem de
91 um sistema de autoalimentação é fornecimento preciso de ração de acordo com a demanda
92 dos animais, reduzindo perdas de ração e diminuindo os impactos na qualidade de água
93 (Sterwart et al., 2012; Mukai et al., 2021). Esse sistema de alimentação tem sido
94 desenvolvido para evitar a subalimentação e a superalimentação, com os animais
95 alimentando-se de acordo com suas necessidades nutricionais (Covès et a., 2006). Nesse
96 sistema, os peixes precisam necessariamente aprender a relação entre ativação e
97 disponibilidade de alimento, e esse período de aprendizagem é variável entre as espécies
98 (Mukai et al., 2021). Dessa forma, Pratiwy e Khobara, (2017) destacam que esse método
99 de alimentação pode contribuir para uma melhor produção dos peixes em cativeiro,
100 diminuindo o impacto na qualidade da água e trazendo benefícios a aquicultura.

101 Os ritmos biológicos relativos ao comportamento e parâmetros fisiológicos são


102 impulsionados por osciladores endógenos no cérebro, que são sincronizados pelos ciclos
103 claro/escuro do ambiente e pela disponibilidade de alimento (Sánchez et al., 2009). Além
104 disso, o ciclo claro/escuro e o tempo de alimentação dos animais são fatores de grande
105 relevância, atuando diretamente como sincronizadores dos ritmos biológicos dos peixes
106 (Reis et al., 2019). O padrão diário de atividade da maioria dos animais é sincronizado
107 com a fase clara ou escura, de forma que sejam diurnos ou noturnos (Del Pozo et al.,
108 2012). Os peixes exibem um ritmo diário de atividades locomotoras em ciclos de claro-
109 escuro (Scaglione et al., 2017). Análises de parâmetros hematológicos e bioquímicos
110 sanguíneos em animais alimentados estritamente em um ciclo claro ou escuro são
111 escassos na literatura. Entretanto, essas análises estão se tornando cada vez mais comuns
112 e importantes em peixes (Yeganeh et al., 2015). O estudo dos parâmetros bioquímicos
113 sanguíneos são ferramentas importantes para fornecer informações essenciais sobre as
114 condições fisiológicas, metabólicas e de saúde dos animais (Wagner e Congleton, 2004;
115 Higuchi et al., 2011; Bastami et al., 2012; Simková et al., 2015).

116 O catfish de cauda vermelha, Phractocephalus hemioliopterus (Bloch, Schneider,


117 1801) conhecido na Venezuela e Colômbia como “cajaro”, e no Brasil como “Pirarara”
118 (Lundberg e Aguilera 2003), é um catfish neotropical, que habita as bacias do Amazonas
119 e do Orinoco (Goulding 1980; Freitas et al., 2019). Poucos estudos são encontrados na
120 literatura descrevendo a ecologia, reprodução, nutrição e comportamento dessa espécie.
121 No entanto, tem grande importância econômica para pesca esportiva, comercial
122 (Carolsfeld et al., 2003; Barletta et al., 2015; Mesquita, Isaac-Nahum, 2015) produção
123 aquícola e como peixe ornamental, sendo uma valiosa fonte de renda para produtores e
124 pescadores.

125 Portanto, o presente estudo busca avaliar o comportamento alimentar de P.


126 hemioliopterus, avaliando aprendizagem em sistema de autoalimentação, horários de
127 preferência alimentar, atividade locomotora, plasticidade alimentar, além dos parâmetros
128 de bioquímica sanguínea de animais alimentados em um ciclo claro/escuro.

129

130
131 1. Material e métodos

132 1.1 Condições de habitação dos animais

133 Os procedimentos desse trabalho estão de acordo com os protocolos aprovados


134 pelo Comissão de Ética na Utilização de Animais - CEUA. Os juvenis de pirarara
135 (Phractocephalus hemioliopterus) foram adquiridos de uma psicultura localizada em
136 Contagem, Minas Gerais. O experimento foi conduzido no Laboratório de aquacultura da
137 Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte - MG) em um sistema de
138 recirculação de água contendo filtragem mecânica, biológica e ultravioleta (60W) além
139 da renovação de água de acordo com a evaporação diária. Os animais foram mantidos em
140 um fotoperíodo de 12h luz / 12h escuro (500 lux durante o período de iluminação e 0 lux
141 durante o período noturno), as luzes eram acesas às 6:00 h e apagavam ás 18:00 h através
142 de um sistema automatizado (Key West group DNI, timer digital). A iluminação na
143 superfície da água era fornecida por lâmpadas de led de 25W. Os parâmetros de qualidade
144 de água como temperatura, oxigênio dissolvido, Ph e amônia foram mensurados
145 diariamente (temperatura 29 ± 0,8 °C, Ph 6,55 ± 0,5, oxigênio 7,80 ± 0,6 mg/l e amônia
146 0,00 ± 0,5 mg/l) e se mantiveram adequados para a espécie, baseando em valores
147 adequados para espécies do mesmo habitat (Baldisserotto e Carvalho Gomes, 2013).

148 1.2 Configuração experimental: Autoalimentação, atividade alimentar e atividade


149 locomotora

150 Os tanques foram equipados com um sistema de autoalimentadores operacionais


151 (EHEIM 3581, Deizisau, Estugarda, Alemanha) ligados a uma fotocélula de luz
152 infravermelha (modelo Omron, E3SAD62, Japão) localizado 3 cm abaixo da superfície
153 da água e cerca de 5 cm da lateral esquerda do tanque (Fig. 1) (Del Pozo et al., 2011;
154 Kitagawa et al., 2015; Santos et al., 2016; Fortes-silva et al., 2017; Reis et al., 2019;
155 Santos et al., 2019). Cada vez que um peixe cruzava o feixe de luz infravermelha da
156 fotocélula, o alimentador automático era ativado e fornecia 0,1 g de peletes de ração. A
157 demanda de acionamento do alimentador automático e os horários de atividade alimentar
158 foram registradas a cada dez minutos usando Measurement Computing usb-1024ls data
159 logger (USA) e software DIO98USB (Universidade de Murcia, Espanha), que fornecem
160 informações precisas de acionamento para cada alimentador e o horário de alimentação.

161 Cada tanque era equipado com um sistema para mensurar a atividade locomotora
162 dos animais. Uma fotocélula de infravermelho (modelo Omron, E3SAD62, Japão) foi
163 instalada a 20cm do fundo do tanque e a 20 cm da lateral do tanque (na metade da coluna
164 d’água). Esse sistema de sensor era ligado no mesmo computador que registrou os dados
165 de atividade alimentar. Cada vez que um peixe cruzava o feixe de luz infravermelha da
166 fotocélula esses dados eram enviados para o computador que registrava em um intervalo
167 de dez minutos a movimentação desses animais ao longo do dia (Fig. 1).

168 1.3 Design experimental

169 Vinte e quatro juvenis de P. hemioliopterus (média de peso inicial ± SEM: 35,28
170 ± 0,62 g) foram distribuídos em oito tanques de 48L (três peixes por tanque). Os tanques
171 foram equipados com um sistema de autoalimentação, para a avalição do comportamento
172 alimentar e locomotor dos animais (conforme descrito anteriormente). O experimento foi
173 desenvolvido em duas etapas.

174 1.3.1 Etapa 1. Aprendizagem de autoalimentação, atividade alimentar e atividade


175 locomotora

176 A primeira etapa teve duração de 30 dias e consistiu em avaliar se os animais


177 conseguiam se adaptar ao sistema de autoalimentação. Todos os dias o alimentador
178 automático foi abastecido com 30g de ração comercial extrusada (45% de proteína bruta,
179 5mm, Supra Aqualine). O consumo foi determinado através de pesagem da quantidade
180 de ração presente no alimentador no dia seguinte e subtraindo-o do peso inicial. Em caso
181 de possíveis sobras de ração nos tanques, as dietas úmidas eram secas em uma estufa a
182 55ºC, e seu peso era considerado no cálculo de consumo. Outros índices de desempenho
183 zootécnico também foram mensurados, como, peso final (PF), ganho de peso (GP), ganho
184 de peso diário (GPD), conversão alimentar (CV), % de consumo de ração em relação peso
185 vivo/dia (%CPV) e sobrevivência. A demanda média de acionamento diário juntamente
186 com o consumo médio diário, são variáveis que demonstram a adaptação do animal ao
187 sistema de autoalimentação.

188 O banco de dados gerados através do sistema de atividade alimentar e atividade


189 locomotora, foram utilizados para dimensionar os ritmos alimentares e os ritmos de
190 locomoção dos animais ao longo do dia e noite. Dessa forma, foi possível estabelecer
191 esses padrões comportamentais para essa espécie.

192 1.3.2 Etapa 2. Desafio alimentar

193 Com base nos resultados da etapa 1, foi determinado um desafio alimentar aos
194 animais. Os resultados do primeiro teste, deixam claro a preferência alimentar noturna,
195 dessa forma, o desafio alimentar consistiu em mensurar se o animal se alimentaria no
196 período diurno e o tempo que levaria para essa adaptação. A quantidade de dieta fornecida
197 diariamente, foi baseada na % de consumo médio de ração/peso vivo/dia, da etapa 1
198 (fornecimento de 3% do peso vivo diário). A ração foi fornecida duas vezes ao dia (8:00h
199 e 16:00h) por alimentadores automatizados (EHEIM 3581, Deizisau, Estugarda,
200 Alemanha). Foi mensurado a % consumo de ração médio durante o dia. A dieta foi pesada
201 de acordo com o peso vivo dos animais de cada tanque, e em seguida, foi colocada nos
202 alimentadores automatizados, após 30 minutos foram coletadas as sobras. As sobras de
203 ração foram secas em estufa a 55ºC. Para o cálculo do consumo de dieta diário, foi levado
204 em consideração o peso inicial de dieta fornecida, subtraindo-se o peso das sobras.
205 Quando os animais consumiram 100% da quantidade de ração fornecida diariamente, a
206 etapa 2 foi encerrada.

207 1.3.3 Etapa 3. Parâmetros de bioquímica sanguínea durante o dia e noite

208 Vinte e quatro juvenis de P. hemioliopterus (média de peso inicial ± SEM: 182,00
209 ± 14,03 g) foram distribuídos em oito tanques de 96L (três peixes por tanque). Essa fase
210 experimental foi composta por dois tratamentos com quatro repetições, onde, quatro
211 tanques foram alimentados exclusivamente durante o meio do ciclo de luz (ML) e quatro
212 tanques foram a alimentação exclusivamente no meio do ciclo escuro (MD). Os animais
213 foram alimentados uma vez ao dia, sendo às 12:00 h o horário de alimentação do
214 tratamento diurno, e 00:00 h o horário de alimentação do tratamento noturno (Lópes-
215 Olmeda et al., 2009; Montoya et al., 2010; Pietro-Guevara et al., 2014; Rodriguez et al.,
216 2021). Os tanques foram equipados com um sistema de alimentadores automatizados
217 (EHEIM 3581, Deizisau, Estugarda, Alemanha), onde era fornecido 3% do peso vivo dos
218 animais de cada tanque (quantidade baseada no primeiro teste). Foram feitas biometrias
219 quinzenais e a quantidade de ração foi ajustada de acordo com o peso vivo dos animais
220 de cada tanque. Essa fase experimental teve duração de 60 dias.

221 Ao final do período experimental, os animais passaram por um jejum padronizado


222 de 12 horas (Battisti et al., 2017). De acordo com seus devidos horários (dia e noite) de
223 alimentação. Três peixes de cada tanque (doze peixes por tratamento) foram amostrados.
224 Os peixes foram retirados dos tanques, contidos em um pano úmido e o sangue
225 imediatamente foi coletado. A amostragem durante a fase escura foi realizada sob luz
226 vermelha fraca ( λ > 600 nm) para evitar o estresse dos animais (Montoya et al., 2010).
227 Um total de 1,0 mL de sangue foi coletado de cada peixe através de uma punção na veia
228 caudal com o auxílio de seringas de 3,0 mL contendo heparina de sódio (0,1 a 0,2% mg
229 mL − 1 de sangue). As alíquotas de sangue foram centrifugadas a 1000 rpm por 5 min e
230 depois a 3000 rpm por 4 min para separar a fração sobrenadante (Mattioli et al., 2017). O
231 perfil bioquímico foi obtido utilizando um dispositivo automático (Mindray BS-200E;
232 Shenzhen Mindray Bio-Medical Electronics Co., Ltd., Shenzhen, China) com amostras
233 de plasma. Foram utilizados os kits Bioclin / Quibasa (Minas Gerais, Brasil) para analisar
234 a concentração sérica de glicose (kit # K082-3), proteína total (kit # K031-1), albumina
235 (Kit # k040-1), triglicerídeos (kit # K117-3), colesterol (kit # K083-3) e lipoproteína de
236 alta densidade (HDL; kit # K071-23), lipoproteína de baixa densidade (LDL; kit # K088-
237 27), Transaminase AST (TGO; kit # K048-6), Transaminase ALT (TGP; kit # K049-6).
238
239 1.4 Análise da dados

240 Os dados da aprendizagem de autoalimentação foram transferidos para um


241 computador e com o auxílio do Microsoft Excel foi calculada a média de demandas
242 diárias, juntamente com o consumo de dieta diário ao longo dos 30 dias e posteriormente
243 foi feita a plotagem gráfica. Os dados de ritmos de atividade alimentar e atividade
244 locomotora serão demonstrados através de plotagem de actogramas usando software de
245 cronobiologia El Temps (v. 313; Dr. Diez Noguera, Barcelona). Os resultados serão
246 expressos como a média de oito tanques ± erro padrão da média (SEM). Os dados de
247 referentes ao ritmo alimentar, atividade locomotora e parâmetros de bioquímica
248 sanguínea foram submetidos ao teste de Levene para homocedasticidade e o teste de
249 Shapiro-Wilk para normalidade. Quando a distribuição dos dados se apresentou de forma
250 normal, os dados foram submetidos ao teste T de student. A significância estatística foi
251 considerada em P <0,05. Na apresentação de dados não normais, os dados foram
252 submetidos a uma análise não paramétrica com o teste Mann-Whitney, e a significância
253 estatística foi considerada em P <0,05. Os dados foram analisados pelo InfoStat® (versão
254 2016, 240 Universidade de Córdoba, Argentina).

255 2. Resultados

256 2.1 Aprendizagem de autoalimentação, desempenho, ritmo alimentar e ritmo


257 locomotor

258 2.1.1 Aprendizagem de autoalimentação e desempenho

259 Os animais ativaram a fotocélula de autoalimentação desde o primeiro dia de


260 experimento. Essa demanda de autoalimentação, juntamente com o consumo foram
261 crescentes ao longo dos 30 dias, não havendo sobras durante o período experimental,
262 mostrando a adaptação dos animais a esse sistema de alimentação. A demanda se
263 estabilizou em 145 ativações diárias e o consumo se estabilizou em 14,5 g/ dia por tanque
264 (fig. 2).
265 Não foram observadas mortalidades nem patologias durante o período
266 experimental. O peso final dos peixes foi de 166,89 ± 10,91 g (média ± erro padrão), o
267 ganho de peso foi de 131,61 ± 10,68 g, o ganho de peso diário foi de 4,39 ± 0,36 g, a %
268 de consumo de ração em relação peso vivo/dia foi de 3,0 ± 0,3 %, juntamente com uma
269 conversão alimentar de 0,66 ± 0,2 durante o período de 30 dias.

270

271 2.1.3 Ritmo alimentar e locomotor

272 Os animais tiveram um comportamento alimentar majoritariamente noturno. O


273 gráfico de ondas (Fig. 3A), juntamente com o actograma (Fig. 4A), demonstram esse
274 ritmo de alimentação, onde a pirarara apresentou atividade alimentar de 1,5 ± 0,6 %
275 diurna e 98,5 ± 0,6 % noturna (p < 0,05) (Fig. 5A). Os animais se alimentavam durante
276 todo o período noturno, entretanto, os maiores picos de alimentação eram às 18:00 horas
277 e 5:00 horas.

278 Os peixes apresentaram um ritmo locomotor semelhante a atividade alimentar. O


279 gráfico de ondas (Fig. 3B), juntamente com o actograma (Fig. 4B), demonstram esse
280 ritmo de locomoção, onde a pirarara apresentou uma atividade locomotora de 3,5 ± 0,5
281 % diurna e 96,5 ± 0,5 % noturna (p < 0,05) (Fig. 5B). Os animais apresentaram uma
282 atividade locomotora durante todo o período noturno, entretanto, os maiores picos de
283 locomoção eram às 18:00 horas e 5:00 horas.

284

285 2.2 Desafio alimentar

286 Os animais ficaram três dias sem se alimentar. No quarto dia iniciou-se a
287 alimentação, e continuou de forma crescente. A partir do 18º dia o consumo de ração foi
288 estabilizado proporcionalmente ao que era consumido no experimento 1, equivalendo a
289 quantidade consumida no período noturno. Demonstrando assim, que mesmo os animais
290 tendo um hábito alimentar noturno, conseguem se adaptar a uma alimentação diurna (Fig.
291 6). Apesar dos animais terem um hábito alimentar noturno é possível observar pelo
292 actograma (Fig. 7A) a movimentação de busca e alimentação dos animais durante o dia
293 nos horários pré-estabelecidos de alimentação. Através do actograma (Fig. 7B) é possível
294 perceber o mesmo ritmo na atividade locomotora dos animais.

295 2.3 Parâmetros de bioquímica sanguínea


296 O período de alimentação (dia/noite) influenciou os parâmetros bioquímicos
297 sanguíneos dos animais. Os animais que se alimentavam no período noturno apresentaram
298 maiores valores de colesterol e triglicerídeos (p<0,05) do que os animais que se
299 alimentavam durante o dia. Já para as variáveis glicose, LDL, HDL, ALT, AST, proteína
300 total e albumina não houve diferenças estáticas entre os tratamentos (Tabela 1.)

301

302 3. Discussão

303 Este estudo mostrou que juvenis de Phractocephalus hemioliopterus usaram o


304 sistema de autoalimentação de forma eficiente, demonstrando claramente um ritmo de
305 atividade alimentar e um ritmo de atividade locomotora. Além disso, os animais tiveram
306 um desempenho de crescimento muito satisfatório, alimentando-se sem haver sobras de
307 ração. Nossos resultados estão de acordo com Kotani e Fushimi (2011), que sugerem que
308 estratégias de alimentação ideais, incluindo horários e regimes de alimentação, devem ser
309 determinadas a partir de investigações detalhadas dos ritmos de alimentação dos animais.

310 Os peixes foram capazes de acionar os alimentadores desde o primeiro dia do


311 estudo. O acionamento crescente ao longo dos dias seguido de uma estabilização ao final
312 dos trinta dias, acompanhou o consumo de ração sem desperdício, demonstrando a
313 aprendizagem alimentar nesse sistema. Esse comportamento é descrito por Forbes (2001),
314 como ´´aprendizagem associada a recompensa``. Resultados semelhantes foram descritos
315 para Tinca tinca (Herrero et al., 2005), Arapaima gigas (Mattos et al., 2016), catfish
316 híbrido (Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus) (Fortes-Silva et al.,
317 2016), e Colossoma macropomum (Reis et al., 2019), onde através do acionamento
318 crescente com o passar dos dias e posteriormente a estabilização da demanda alimentar,
319 juntamente com um consumo de dieta sem sobras, demonstraram que esses animais se
320 adaptaram muito bem ao sistema de autoalimentação. Endo et al, (2002) descreveram que
321 o sistema de autoalimentação para peixes pode diminuir o estresse e consequentemente
322 melhorar a imunidade dos animais.

323 Os ritmos circadianos dos peixes amazônicos em seus habitats são mal
324 compreendidos. Isso não é surpreendente porque os protocolos tradicionais usados em
325 estudos nutricionais não permitem que os peixes escolham quando se alimentar (Reis et
326 al., 2019). Além disso, resultados sobre os ritmos alimentares e ritmos de locomoção da
327 P. hemioliopterus são inexistentes na literatura. Dessa forma, esse estudo demonstra
328 resultados importantes sobre o comportamento dessa espécie. A P. hemioliopterus
329 demonstrou uma atividade alimentar (98,5%) e locomotora (96,5%) majoritariamente
330 noturna. Resultados semelhantes foram descritos para outros catfishes, como
331 Lophiosilurus alexandri (90% de atividade alimentar e 88% de atividade locomotora no
332 período noturno) (Kitagawa et al., 2015; Santos et al., 2019) e o catfish híbrido
333 (Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus) (89% de atividade alimentar e
334 94,1% de atividade locomotora no período noturno) (Fortes-Silva et al., 2016). Através
335 desse sistema de autoalimentação foi possível identificar a preferência alimentar de
336 Colossoma macropomum, onde o mesmo, apresentou uma atividade alimentar de 84,9%
337 noturna (Reis et al., 2019) e locomotora > 90% (Fortes-Silva et al., 2015; Fortes-Silva et
338 al., 2018). Já para Danio rerio esse sistema demonstrou que a os animais apresentam uma
339 atividade alimentar noturna (88%) e atividade locomotora diurna (88,2%) (Del Pozo et
340 al., 2011). Nem sempre a atividade alimentar acompanha a atividade locomotora, esses
341 fatores são variáveis entre as espécies. Nossos resultados estão de acordo com Del Pozo
342 et al (2011) e Fortes-Silva et al (2016), que indicaram que esse sistema utilizado é valido
343 para avaliação dos ritmos alimentares e locomotores de peixes, como catfishes.

344 Embora o principal objetivo deste trabalho não seja avaliar o desempenho
345 produtivo, os peixes apresentaram excelentes parâmetros produtivos em comparação com
346 outros estudos. Os animais apresentaram ganho de peso médio de 131,61 ± 10,68 g,
347 consumindo cerca de 3% de ração em relação peso vivo/dia, com uma conversão
348 alimentar média de 0,66 ± 0,2 ao final do período experimental. Resultados semelhantes
349 em relação ao desempenho de crescimento de animais utilizando sistemas de
350 autoalimentação foram descritos em outros estudos. Várias espécies de peixes, como,
351 Dicentrarchus labrax, L (Azzaydi et al., 2000), Salmo salar (Shi et al., 2000), Tinca tinca
352 (Herrero et al., 2005), Lophiosilurus alexandri (Kitagawa et al., 2015), Oreochromis
353 niloticus (Pratiwy et al., 2017), Arapaima gigas (Mattos et al., 2016; Pedrosa et al., 2019)
354 apresentaram excelentes índices para as variáveis de desempenho: ganho de peso,
355 consumo, taxa de crescimento específico e conversão alimentar. Alguns autores relataram
356 uma associação positiva de aumento de enzimas digestivas e preferência de horário de
357 alimentação (Greenwood e Metcalfe, 1998 , López-Vázquez et al., 2009). Isso pode
358 explicar o bom desempenho dos peixes que se alimentam nos horários de sua preferência.

359 No experimento 1 ficou clara a preferência alimentar e locomotora noturna de P.


360 hemioliopterus. Quando foi feito o desafio alimentar, fixando duas alimentações durante
361 o período diurno, contrariando a preferência dos animais, os peixes foram capazes de
362 alterar seu padrão de atividade alimentar e locomotora, sincronizando essas atividades
363 com a alimentação disponível durante o dia. Os peixes demoraram cerca de 18 dias para
364 se adaptarem por completo a alimentação diurna. Dessa forma, ficou evidente que a
365 espécie possui uma plasticidade alimentar. Resultados semelhantes foram descritos para
366 Silurus glanis (Boujard, 1995), Tinca tinca (Herrero et al., 2005), Sparus aurata
367 (Montoya et al., 2010), Catfish híbrido (Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius
368 marmoratus) (Pietro-Guevara et al., 2014), Lophiosilurus alexandri (Kitagawa et al.,
369 2015), Oreochromis niloticus (Pratiwy e Khobara, 2018) que possuem plasticidade
370 alimentar, podendo alterar seus ritmos de atividade diária de acordo com a disponibilidade
371 de alimento. Assim, nosso experimento se assemelham a outros estudos que demonstram
372 que os alimentos exercem grande influência na sincronização dos ritmos de atividade
373 diárias (Sánchez-Vázquez et al., 2001 , Vera et al., 2007). Dessa forma, em cativeiro, a
374 P. hemioliopterus pode se desenvolver adequadamente em qualquer regime de
375 alimentação, adaptando-se à disponibilidade de alimento. Apesar de alterarem seus ritmos
376 diários, devido a alimentação diurna, a P. hemioliopterus ainda possuía intensa atividade
377 noturno. Del Pozo et al. (2011) destacaram que espécies estritamente noturnas, mesmo
378 submetidas à alimentação diurna mantém intensa atividade durante o período noturno.

379 A avaliação da hematologia e bioquímica sanguínea em peixes permite uma


380 compreensão mais clara da condição metabólica e fisiológica dos animais e como
381 metabolismo se comporta frente a situações relacionas à nutrição, fisiologia e
382 desequilíbrios de forma geral (Wagner e Congleton, 2004; Higuchi et al., 2011; Costa et
383 al., 2019; Fazio, 2019; Ahmed et al., 2020). Além disso, as análises de parâmetros
384 bioquímicos sanguíneos podem refletir o estado de saúde do animal (Simková et al.,
385 2015). A mensuração de proteínas plasmáticas em peixes tem grande importância para
386 verificação de potenciais danos teciduais no animal (Melo et al., 2009). Umas das
387 principais proteínas é a albumina, cuja síntese está diretamente relacionada a fatores
388 nutricionais, hormonais, estresse e condição hepática (Hasegawa et al., 2002) sofrendo
389 alterações frente a agentes estressores e doenças (Kim et al., 2011; Jia et al., 2018). Em
390 nosso estudo, tanto a proteína plasmática e albumina se mantiveram igual para todos os
391 tratamentos. Resultados semelhantes foram descritos para Lophiosilurus alexandri,
392 alimentados no meio do ciclo claro ou escuro, onde os valores de proteína plasmática não
393 apresentaram diferenças entre os tratamentos (Kitagawa et al., 2015). Da mesma forma,
394 a glicose é um dos metabólitos mais importantes do sangue e pode ser usada como
395 indicador do estado nutricional dos peixes (Congleton & Wagner, 2006). Além disso, tem
396 grande importância como substrato oxidativo para alguns tecidos e células, sendo que a
397 glicemia apresenta ampla variabilidade entre as espécies de peixe (Hemre et al., 2002).
398 No presente estudo, os níveis de glicose dos animais alimentados durante o dia ou a noite
399 se mantiveram iguais. Resultados semelhantes foram descritos para juvenis de Sparus
400 aurata, onde a glicose de animais alimentados na fase clara ou escura apresentaram baixa
401 variação de amplitude, sem ritmos diários sendo detectados (López-Olmeda et al.,
402 2009b). Para juvenis de Lophiosilurus alexandri o ciclo de alimentação claro/escuro
403 também não influenciou nos níveis de glicose dos animais (Kitagawa et al., 2015). As
404 enzimas AST e ALT são transaminases que desempenham papel importante no
405 metabolismo proteico, sendo índices importantes na avaliação da integridade hepática
406 (Rahimnejad & Lee, 2013; Wu et al., 2018), não apresentando diferenças entre os
407 tratamentos no presente estudo.

408 As lipoproteínas atuam no transporte de lipídeos (Champe et al., 2009; Ribeiro et


409 al., 2013). A lipoproteína de baixa densidade (LDL) tem a função de transportar o
410 colesterol do fígado para tecidos periféricos. E a lipoproteína de alta densidade (HDL)
411 atua no transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado (Chen et al., 2003;
412 Champe et al., 2009). No presente estudo, os valores de LDL e HDL não apresentaram
413 diferenças entre os tratamentos. Entretanto, os níveis de colesterol e triglicerídeos foram
414 afetados pelos tratamentos, mostrando valores mais elevados para os animais que se
415 alimentavam no período noturno. O colesterol tem grande importância como constituinte
416 das membranas garantindo fluidez e permeabilidade, além de ser precursor de vários
417 compostos biologicamente ativos, incluindo ácidos biliares, hormônios esteroides e
418 vitamina D (Geodeke e Fernádez-Hernando, 2012). Já os triglicerídeos são usados como
419 fonte de energia para diferentes processos metabólicos (Pavlidis et al., 2007; Tolussi et
420 al., 2010; Tammam et al., 2020).

421 Conclui-se que a P. hemioliopterus possui rápida adaptabilidade a um sistema de


422 autoalimentação, tendo um comportamento alimentar e locomotor estritamente noturno.
423 Entretanto, possui plasticidade alimentar, adaptando seu comportamento de acordo com
424 a disponibilidade de alimento. Os parâmetros bioquímicos sanguíneos são influenciados
425 pelo ciclo claro/escuro de alimentação.

426

427

428

429

430

431
432 Tabela 1. Bioquímica sanguínea de juvenis de Phractocephalus hemioliopterus
433 submetidos a alimentação diurna e noturna.

Alimentação Alimentação
Variáveis P-value
diurna (ML) noturna (MD)
Glicose (mg/dL) 59.17±13.81 61.34±18.61 >0.05
Colesterol Total (mg/dL) 176.02±20.65b 224.85±57.39a 0.0278
Triglicérides (mg/dL) 554.05±111.70b 856.12±270.94a 0.0203
LDL (mg/dL) 39.35±8.16 43.83±6.74 0.1962
ALT (U/L) 20.05±6.70 22.85±4.17 0.2466
AST (U/L) 173.72±21.72 184.18±29.55 0.3637
HDL (mg/dL) 16.08±4.16 15.42±6.60 0.8045
Proteína Total (g/dL) 1.80±0.30 1.90±0.22 0.5824
Albumina (g/dL) 1.29±0.18 1.40±0.36 0.4855
434 * Médias na mesma linha com sobrescritos diferentes são significativamente diferentes
435 (p <0.05).

436

437

438 Fig. 1. Unidade experimental.


439

440 Fig. 2. Aprendizagem alimentar: Acionamento do sistema de autoalimentação/Consumo


441 alimentar.

442
443 Fig. 3. A) Gráfico de ondas médias da atividade alimentar das pirararas. B) Gráfico de
444 ondas médias da atividade locomotora das pirararas.

445

446 Fig. 4. A) Actograma da atividade alimentar dos animais. B) Actograma da atividade


447 locomotora dos animais.
448

449 Fig. 5. A) boxplot da % da atividade alimentar dia/noite. B) boxplot da % da atividade


450 locomotora dia/noite.

451
452 Fig. 6. Gráfico de % de consumo de ração durante o dia (desafio alimentar) até a
453 adaptação.

454

455 Fig. 7. A) actograma da atividade alimentar do experimento de adaptação a alimentação


456 diurna. B) actograma da atividade locomotora do experimento de adaptação a alimentação
457 diurna.

Você também pode gostar