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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

A PROFISSÃO DE CONTADOR: ÉTICA E


TÉCNICA PROFISSIONAL

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Conhecer o histórico da profissão contábil e da Contabilidade.

2- Identificar o mercado de atuação do profissional contábil.

3- Verificar e conhecer as legislações proposta pelo Conselho Federal de Contabilidade, órgão representativo da

categoria, sobre as exigências técnicas, éticas e responsáveis, para o exercício da profissão.

4- Apresentar a nova visão legal da Contabilidade e o novo Código Civil Brasileiro.

1 Introdução
A profissão contábil apresenta duas categorias de profissionais: Técnicos em Contabilidade (Formação em

ensino médio); e Contadores (Bacharel em Ciências Contábeis, com formação em Nível Superior). No entanto,

ambos são chamados de contabilistas. Esta profissão vem se transformando ao longo do tempo, e essas

mudanças acompanham basicamente a economia global.

Alguns estudiosos definem a função do contador como um profissional capaz de produzir e/ou gerenciar

informações úteis aos usuários da Contabilidade, para tomada de decisão, traçando um perfil mais gestor.

Observa-se que o profissional contábil precisa deter conhecimento técnico e geral diversificado dentro de sua

formação, para ser bem aceito no mercado de trabalho. Na sua área de atuação, nos dias atuais, espera-se um

profissional capaz de solucionar os problemas da organização, que vão desde o controle da produção até a venda

ao consumidor final. Contudo, não basta saber fazer seu trabalho, esperam-se do profissional contábil.

Assim, esta aula apresentará um breve histórico da profissão contábil e da ciência da Contabilidade e o mercado

de trabalho e de ocupações em que o exercício profissional pode se realizar, assim como a relação ética de

conduta e o ambiente empresarial, proposta pelas legislações do Conselho de representação da categoria

contábil e pelo novo Código Civil Brasileiro.

A história da Contabilidade é quase tão antiga, quanto o homem. Suas bases já eram utilizadas, quando o homem

primitivo contava seu rebanho. Essa contagem servia também para avaliar o crescimento ou a redução dos

animais, isto é, a variação do patrimônio. Na Bíblia, há relatos já no Velho Testamento que dão sinal da utilização

da uma contabilidade primitiva no dia-a-dia da civilização judaica.


• 1202: Na Itália, as técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio já eram estudadas, tornando-se mais
evoluídos os conhecimentos comerciais e financeiros, surgindo, nesse período, noções elementares de
débito e crédito, em virtude do desenvolvimento do comércio exterior. Este foi um período importante na

história da Contabilidade, tendo em vista as necessidades crescentes, demandadas pelo surgimento do

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história da Contabilidade, tendo em vista as necessidades crescentes, demandadas pelo surgimento do
capitalismo.
• 1494: Nesse cenário de crescente complexidade dos negócios, surgiu na Itália,a importante publicação
denominada Summa de Aritmética, geometria, proporções e proporcionalidades, escrita pelo Frei, mestre
e escritor Luca Pacioili, que se celebrizou, por meio dessa publicação, como grande disseminador dos
critérios de escrituração mercantil, divulgando largamente o processo das partidas dobradas. O advento
da indústria da impressão gráfica, pelo processo de Gutemberg, foi responsável pela difusão dos
conceitos contábeis, pesquisados por Pacioili.
Com o aumento do volume de negócios, em decorrência da Revolução Industrial e com a maior complexidade das

transações comerciais, a contabilidade tornou-se ferramenta necessária, principalmente para as organizações

mercantis.

Por isso, a contabilidade, ao longo desse tempo, vem, dinamicamente, acompanhando a evolução social,

financeira, econômica e cultural da sociedade, transformando-se em importante instrumento de tomada de

decisões nas organizações, por meio de demonstrativos. Outro grande papel dessa Ciência dos Negócios é o de

informar aos investidores, acerca da situação econômico-financeira de uma entidade.

2 O Profissional da Contabilidade: o seu perfil atual e suas


áreas de atuação
Com as transformações pelas quais passou a humanidade, do ponto de vista tecnológico, econômico e cultural, a

Contabilidade veio, ao longo do tempo, se ajustando às realidades que se apresentavam no contexto de suas

competências.

No eixo central desta adequação, está a figura do técnico contábil.

No início de século XXI, o mundo passou por uma grande revolução, advinda do grande avanço tecnológico. Por

isso, cada vez mais, a sociedade viveu uma grande revolução por conta do advento da “Era da Informação”,

exigindo dos profissionais maior conhecimento e maior qualificação. Com um mundo cada vez mais globalizado,

a demanda tornou-se muito menor que a oferta, e o mercado, por sua vez, mais seletivo, exigindo do profissional

as habilidades que extrapolam as anteriormente requeridas nesta profissão.

Neste contexto, as empresas perceberam que não se podia administrar, sem fazer um controle efetivo do

patrimônio. Para isso, houve a necessidade do profissional contábil. O contador, atualmente, tem condições de

orientar, conduzir e, até mesmo, tomar as decisões dentro de um ambiente empresarial. Isso deixa claro que ele

não estuda somente números, como ao leigo deva parecer.

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O trabalho começa com a interpretação dos números, ou seja, o contador contemporâneo precisa atuar como um

assessor empresarial, ajudando a melhorar sempre o ambiente em que atua. Por isso, afirma-se que a

contabilidade é, também, pensamento crítico sobre a situação existente dentro da entidade e em todo o seu

ambiente externo.

Conforme explicita Iudícibus e Marion (2002): “Há um campo muito amplo de atuação de um profissional

formado em Contabilidade em nível superior.”

Saiba mais
Assista ao vídeo "Entrevista José Antonio Felgueiras", disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=nspg2VvoP8g.

3 Os campos de atuação do contabilista


Empresas:

- O Planejamento Tributário: orientador dos processos tributários/ICMS/IR e outros, bem como o especialista

nas fusões, incorporações e cisões.

- O analista financeiro: analista de: crédito, desempenho, mercado de capitais, investimentos, custos.

- O contador geral: poderá especializar em contabilidade: rural, hospitalar, fiscal, imobiliária, hoteleira,

industrial, securitária, de condomínio, comercial, de empresas transportadoras, bancárias, pública, de empresas

sem fins lucrativos, de empresas de turismo, de mineradoras, cooperativas.

- Os cargos administrativos: Área Financeira, Comércio Exterior, CIO (Chief Information Officer), Executivo e

Logística.

- O auditor interno: auditoria de sistema, auditoria de gestão, controle interno.

- O contador de custo: custos de empresas prestadoras de serviços, custos industriais, análise de custos,

orçamentos, custos dos serviços públicos.

- O contador gerencial: controladoria, contabilidade: internacional, ambiental, contabilidade e controladoria

estratégica, Balanço Social.

- O Atuário: contador que se especializa em previdências privada, pública e seguros.

Autônomo:

- O auditor independente: especialização em Sistemas, Tributos, Custos.

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- O consultor: expert em Avaliação de Empresas, Tributos, Comércio Exterior, Informática, Sistemas de Custos,

Qualidade Total, Planejamento Estratégico, Orçamento.

- O empresário contábil: escritório de contabilidade, “despachante” (serviço fiscal, departamento Pessoal...),

Centro de Treinamento.

- O perito contábil: perícia contábil, judicial, fiscal, extrajudicial.

- O investigador de fraude: detecta o lado “podre” da empresa. Empresas nos Estados Unidos contratam, às

vezes, semestralmente estes serviços. : contador que se especializa em previdências privada, pública e seguros.

Ensino:

- O professor: cursos técnicos, cursos especiais (“In Company”, concursos públicos...), carreira acadêmica

(mestre, doutor...)

- O pesquisador: pesquisas autônomas (recursos FAPES, CNPq, empresas...), fundação de pesquisas (Fipecafi, FIA,

FIPE...), pesquisas para sindicatos, instituição de ensino, órgãos de classe.

- O escritor: de revistas/boletins que remuneram os escassos escritores contábeis. Livros didáticos e técnicos,

articulista contábil/financeiro/tributário para jornais, revisão de livros.

- O parecerista: docente e pesquisador com currículo notável. Parecer sobre: laudo pericial, causa judicial,

envolvendo empresas, avaliação de empresas, questões contábeis.

- O conferencista: palestra em universidades, empresas, convenções, congressos.

Órgão/Público:

- O contador público: gerenciar as finanças dos órgãos públicos.

- O agente fiscal de renda: agente fiscal de Municípios, Estados e União.

- Os diversos concursos públicos: controlador de arrecadação, contador do Ministério Público da União, fiscal do

Ministério do Trabalho, Banco Central, analista de finanças e controle...

- O Tribunal de Contas: controladoria, fiscalização, parecerista, analista contábil, auditoria pública, contabilidade

orçamentária.

- O oficial contador: policia militar, exército, contador e auditor com a patente de general.

4 O contabilista – um mediador
Na profissão contábil, pode-se identificar a existência de dois sujeitos: o tomador e o prestador. O primeiro é

aquele que se vale dos conhecimentos e dos serviços disponibilizados que atendam às suas necessidades; o

segundo é o que oferta e detém determinada técnica ou conhecimento – o prestador. Nesses conceitos,

identificam-se diversas necessidades e, para cada uma destas, uma forma disponível de solução.

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Nesta mesma linha de reflexão, enquadra-se outra necessidade – o cumprimento das obrigações acessórias de

natureza fiscal-tributária; trabalhista e previdenciária; contábil e de tributação federal. Nesta lógica, o

contabilista é duplamente responsável, pois se está referindo a uma nova modalidade de responsabilidade,

vinculando o contabilista, também, ao credor de seu tomador. Trata-se de mais um aspecto importante a

destacar do contador, profissional nobre, sob todos os pontos de vista, de importância social, pois ele é o elo

entre o fisco e o contribuinte.

O contador, enquanto profissional, não pode mais ser visto como o profissional dos números, e sim um

profissional que agrega valor, de espírito investigativo, e alta consciência crítica e sensibilidade ética. Se a atual

conjuntura exige maior qualificação profissional, o conhecimento contábil deve transcender o processo técnico e

visualizar questões globais pertinentes ao novo mundo do trabalho, exigindo a criatividade e, por isso, um perfil

de empreender e de desenvolver habilidade do aprender a aprender sempre, principalmente, no meio social e

com as interações que estabelece com pessoas e organizações.

Dessa forma, o profissional contábil media a sociedade, a empresa e o Estado, como verdadeiro elo entre fisco e

contribuinte. É importante que este profissional aprimore seu entendimento tributário, percebendo a

necessidade do mesmo. Reiterando, assim, o conceito de que a conscientização tributária pode representar um

ponto de partida para a formação cidadã como uma das formas eficazes de atender as demandas sociais, e gerar

maior controle sobre aquilo que é de público.

Saiba mais
Leitura complementar: Similares. Disponível em: http://rep.educacaofiscal.com.br/material
/fisco_contador.pdf.

5 A formação profissional nas escolas da contabilidade


Na atualidade, em face do mercado de trabalho tão dinâmico e competitivo, o profissional de contabilidade se vê

obrigado a dividir seu espaço com profissionais do Direito, Economia e Engenharia, que disputam vagas no

campo da gestão.

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Cabe, por isso, ao contabilista ter uma ótima formação técnica e científica, para desenvolver atividades

específicas da prática profissional. Assim, deve buscar uma boa base educacional, por meio de constante

atualização do conhecimento, desenvolver pesquisas, realizar estágios, participar de eventos que lhe sirvam de

aprimoramento profissional e pessoal.

Em suma: ser proativo e usufruir intensamente da academia e do espaço profissional, desenvolvendo

competências, habilidades e atitudes que serão requeridas no mercado de trabalho e de ocupações na área

contábil.

Por esse motivo, os cursos de formação superior devem oferecer formação polivalente, para que o profissional

esteja preparado para enfrentar esta nova demanda latente. Como exemplo, no Curso de graduação em Ciências

Contábeis, há várias áreas do conhecimento que interagem na formação do contador. São elas:

Assim, devem se desenvolver competências que congreguem esses vários saberes, de forma interdisciplinar.

Contudo, não basta apenas saber fazer e atuar tecnicamente; é preciso postura comportamental e ética que

conduza para o saber ser e para o saber conviver.

6 Deveres do contabilista
Existem deveres obrigatórios que o contabilista deva cumprir. São eles que delineiam a conduta básica

profissional daqueles que atuam no mercado de trabalho e de ocupações da área contábil.

Art. 2º do Código de Ética Profissional do Contador:

a) Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os

interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais.

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b) Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço

público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os

Conselhos Regionais de Contabilidade.

c) Zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo.

d) Comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa

que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a

obrigação a sócios e executores.

e) Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso.

f) Renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a

quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando,contudo, para que os interesses daquelas

pessoas não sejam prejudicados e evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia.

g) Se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento deste,

a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas.

h) Manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão.

i) Ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por remuneração

condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da

Contabilidade e seu aprimoramento técnico.

7 A profissão contábil e a visão legal da Contabilidade no


Novo Código Civil
A responsabilidade técnica dos contadores aumentou com o novo Código Civil. Existem 18 artigos do novo

código civil, definindo as responsabilidades do contabilista. Os artigos 1.177 e 1.178 que tratam da

responsabilidade do profissional em Contabilidade apontam para isso:

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Com isso, o Conselho de representação da categoria, CFC, necessitou adequar a sua legislação ao que propôs o

Código Civil Brasileiro e realizando algumas adequações e criando resoluções necessárias.

Saiba mais
Conheça as resoluções do CFC em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/resolucoes.
htm.

A real mudança ocorre quanto à responsabilidade do profissional da Contabilidade, pois ele passa a ser tão

responsável quanto o responsável legal pela empresa e, num processo judicial, é solidário à empresa e tem o seu

patrimônio disponível para quitar dívidas.

Antes, os contadores apenas escrituravam os documentos que lhes eram entregues, e agora os credores e o fisco

podem questioná-los se os números não forem corretos.

A Lei não ampara alegação de desconhecimento da norma, ficando responsável pelo seu ato ilegal qualquer

pessoa que infrinja a norma.

Os contadores devem investigar as informações, a fim de garantir um padrão técnico confiável.

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A atividade contábil não pode ser exercida por quem não é habilitado junto ao Conselho Regional de

Contabilidade do Estado onde o serviço é prestado. Esta é uma exigência prevista em várias leis e normativas, a

exemplo do Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade.

Quando determina que o exercício de qualquer atividade que exija a aplicação de conhecimentos de natureza

contábil constitui prerrogativa dos Contadores e dos Técnicos em Contabilidade em situação regular perante o

CRC.

Saiba mais
Conheça a Resolução CFC Nº 960!

O contabilista deve subscrever sua assinatura e o número de registro no CRC, em todo e qualquer trabalho

realizado. Assim, os documentos contábeis só terão valor jurídico, quando assinados e indicados o número de

registro e da categoria.

Cabe ressaltar que o exercício da profissão contábil também está sujeita às normas do Código de Defesa do

Consumidor (Lei 8078 de 11 de setembro de 1990) que, entre outras regras, estabelece em seu artigo 14,

parágrafo quarto que "A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação

de culpa.”

Em decorrência das mudanças e das novas prerrogativas do Código Civil, o CFC e os CRC passaram a adequar

suas normativas ao que foi proposto pela lei. Assim, houve algumas adequações do Código de Ética Profissional

do Contador, que aumentam as responsabilidades do contabilista e cria punições mais severas, bem como indica

a educação continuada como necessária e se cria a prova de suficiência profissional para o contador.

Saiba mais
MATOS, Francisco Gomes de Matos. Ética na gestão empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
Capítulos 1 e 2.
Regulamentação da Profissão, disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br
/legislacao/resolucaocfc560.htm.
“Os sete saberes necessários à educação do futuro”, disponível em: http://portal.mec.gov.br
/seb/arquivos/pdf/EdgarMorin.pdf.
Conselho Federal de Contabilidade, disponível em: https://cfc.org.br/.

Código de ética profissional do contador – CEPC, disponível em: http://www.

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Código de ética profissional do contador – CEPC, disponível em: http://www.
portaldecontabilidade.com.br/nbc/res803.htm.
Depoimento de um profissional de Ciências Contábeis, disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=NG73EB4RmPA&feature=related.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a história da contabilidade e da profissão contábil.
• Identificou as possíveis formas de atuação do contador no mercado de trabalho.
• Aprendeu sobre o que determinam as normativas e legislações do CFC sobre a atuação profissional na
área contábil.

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

A ÉTICA E O AMBIENTE PROFISSIONAL DO


CONTADOR

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Conhecer a postura ética do contador no ambiente profissional.

2- Identificar as recomendações do código de ética do contador para o exercício da profissão.

3- Conhecer a Lei de Responsabilidade Fiscal e suas proposições.

4- Reconhecer as Competências, Habilidades e Atitudes dos Contabilistas exigidas pelo mercado de trabalho.

1 Introdução
O Código de ética Profissional do Contador Código dispõe sobre os padrões éticos de conduta para o exercício da

profissão da área contábil. Define a postura da forma de atuar no mercado, estabelecendo direitos e deveres do

profissional que atua nas atividades e ocupações no âmbito da contabilidade.

Por sua vez, serão vistos deveres e direitos do contabilista, baseados nas novas proposições do Código Civil

Brasileiro e as responsabilidades assumidas pelo Contador em função desta normativa. A Lei de

Responsabilidade Fiscal, decorrente da nova legislação, vem a corroborar com as responsabilidades do Contador

na esfera pública.

Serão vistas, também, os Conhecimentos, as Competências, as Habilidades e as Atitudes necessárias àqueles que

atuam no mercado de trabalho e de ocupações contábeis.

Nesta aula, serão visto, também, casos experienciais profissionais que o Código de Ética e o exercício da

profissão demandam.

Independente de qual sejam as classes profissionais, elas são caracterizadas pela ligação do trabalho exercido,

pelo conhecimento exigido e pela habilitação para o exercício da profissão. As relações existentes entre a moral

traçada e os vários campos de atuação da conduta humana buscam seguir objetivos, com a intenção de

estabelecer linhas ideais e valorativas da ética.

O Código de Ética visa o bem-estar da sociedade, de forma a garantir a franqueza dos procedimentos de seus

membros dentro ou fora de uma instituição. O Código de Ética também pode ser entendido como uma relação

das práticas de comportamento que são esperadas no exercício da profissão.

Conforme a CFC n° 803, de 10 de outubro de 1996 "em 1970, o Conselho Federal de Contabilidade, atendendo

determinação expressa no art. 10 do Decreto-Lei nº 1.040-69 aprovou perante a Resolução de nº 290 o Código

de Ética Profissional do Contabilista, que no decorrer de vinte e seis anos orientou como deveria ser a conduta

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ética do Contador no exercício de sua profissão, alterados no início de dezembro de 2010, os dispositivos do

Código de Ética Profissional do Contabilista (CEPC) - Resolução CFC n.° 803/96, por meio da Resolução CFC n.°

1.307/10.

As alterações que foram realizadas são decorrentes da mudança da Lei de Regência da classe (DL 9295/46).

Estas alterações são de diversos pontos, das quais a denominação, que passa a se chamar Código de Ética

Profissional do Contador. O Código de Ética se destina a todos os Profissionais da Contabilidade, assim

entendidos os Contadores e os Técnicos em Contabilidade.

Saiba mais
Assista ao vídeo “Entrevista de emprego”, de Justus, sobre postura ética, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=EBX7z5hINN4&feature=related.

O Código determina deveres do contabilista, com algumas alterações em relação ao Código anterior:

I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação

vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os

interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;

(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço

público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os

Conselhos Regionais de Contabilidade;

III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;

IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa

que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a

obrigação a sócios e executores;

V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso.

VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador,

a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos mesmos

não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia;

VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento

desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas;

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VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão;

IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por remuneração

condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da

Contabilidade e seu aprimoramento técnico.

X – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC; (Criado pelo Art. 5º, da

Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

XI – comunicar, ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e da organização contábil de sua

responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao controle e fiscalização profissional.

(Criado pelo Art. 6º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

XII – auxiliar a fiscalização do exercício profissional. (Criado pelo Art. 7º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09

/12/2010)

Destaque-se a exigência do cumprimento de Programas Obrigatórios de Educação Continuada, que antes não era

exigência do Código anterior.

2 A ética e o ambiente profissional do contador


Outra importante mudança, foi-se criar um artigo sobre O Profissional da Contabilidade, em relação aos seus

colegas contabilistas, observando as seguintes normas de conduta: (Redação alterada pela Resolução CFC nº

1.307/10, de 09/12/2010)
• abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;
• abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido para
preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam as mesmas
condições que ditaram o referido procedimento;
• jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles não
tenha participado, apresentando-os como próprios;
• evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional.
O Profissional da Contabilidade deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de conduta: (Redação

alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010 em seu artigo 11)


• prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que justifiquem a sua
recusa;
• zelar pelo prestigio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas instituições;
aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo-se a justa recusa;
• acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários profissionais;
• zelar pelo cumprimento deste Código;
• não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;
• representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades comprovadamente ocorridas na
administração de entidade da classe contábil;
• jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe em benefício próprio ou para
proveito pessoal.

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Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes: (Redação alterada pela Resolução

CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

I – ação desenvolvida em defesa de prerrogativa profissional; (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307

/10, de 09/12/2010)

II – ausência de punição ética anterior; (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade. (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09

/12/2010)

§ 2º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes: (Criado pelo Art. 25, da

Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

I – Ação cometida que resulte em ato que denigra publicamente a imagem do Profissional da Contabilidade;

(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

II – punição ética anterior transitada em julgado. (Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12

/2010)

A transgressão de preceito do Código constitui infração ética, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação

de uma das seguintes penalidades:

advertência reservada;

censura reservada;

censura pública.

Entre as mudanças, passaram a ser considerados a infração ética o não cumprimento dos programas de

educação continuada estabelecidos pelo CFC, a falta de comunicação de mudança no domicílio ou da organização

contábil, a falta de comunicação de fatos necessários ao controle e fiscalização profissional e a falta de auxílio à

fiscalização do exercício profissional.

Também foram incluídas novas condutas contrárias à ética profissional no Código, tais como apropriar-se

indevidamente de valores confiados à sua guarda, exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade

técnica e deixar de apresentar documentos e informações, quando solicitados pela fiscalização dos Conselhos

Regionais.

Com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, as informações a respeito da situação financeira se tornam

de fundamental importância, por meio da utilização de dados da contabilidade e do orçamento, de forma a

elaborar um relatório gerencial que possibilite ao administrador, em qualquer época, ter conhecimento da

situação financeira no final do exercício e tomar decisões administrativas, quanto à consecução de gastos.

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Com isso, a contabilidade pública e seu exercício se tornam importantes, criando um grande mercado de atuação

para o contador, mas, ao mesmo tempo, colocando-o em constante controle profissional e necessidade de

atualização.

3 Um caso experiencial da atividade profissional contábil e


o Código de Ética
EXEMPLO:

Como parte de seus serviços de contabilidade, você fornece serviços de planejamento financeiro para seus

clientes. Um de seus novos clientes (um casal de meia idade) pede-lhe para rever seu portfólio e fazer

recomendações para investir mais R$ 100 mil que atualmente têm em dinheiro. Ao rever sua carteira você nota

que o cliente diversificou o investimento entre renda fixa e renda variável. A parcela de capital da sua carteira é

fortemente ponderada (cerca de 35%), em um investimento com um gerente de dinheiro particular chamado

Bernardo Vadof. Esses valores superaram todos os outros investimentos de 3 a 4% ao ano. Quando você

pergunta ao cliente sobre o investimento, o casal diz que se sente com sorte, pois eles foram capazes de obter do

Sr. Vadof a aceitação de sua conta. Eles também lhe disseram que o Sr. Vadof foi presidente da NASDQ e tem um

histórico de mais de 25 anos de experiência. Você ao fazer a sua diligência, confirma as declarações de seu cliente

sobre o Sr. Vadof. Ele de fato tem um histórico de longo tempo na área e foi um dos fundadores da NASDQ. Ele é

considerado uma espécie de guru, mas com uma ênfase diferente.

Contudo, percebe que a rentabilidade é alta devido à sonegação ao fisco. Por sua vez, ao assumir o planejamento,

passará a ser responsável pelo não recolhimento dos valores devidos.

Ao refletirmos sobre o Código de Ética Profissional do Contador, em relação aos clientes, deve haver de sua parte

um tipo de conduta ética. Quanto ao Sr. Bernardo Vadof, seu colega, também. Em relação à categoria

determinada postura.

Para nos posicionar sobre o caso apresentado, precisaremos recorrer aos deveres do Contador:

Art. 2º

I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada

toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas

Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou

empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais.


Clientes

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IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual

circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou

lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores.

Art. 10º

II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha

desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que


Colega de
permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento;
Profissão
Art.9º Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não

induz nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de

normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão.

Art. 2º

I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada

toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas

Categoria de Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou

Contabilistas empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais.

IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual

circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou

lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores.

4 Conhecimentos, Competências, habilidades e Atitudes do


Contabilista
O novo milênio requisita profissionais cada vez mais capacitados para competir no meio profissional. O Atual

mercado de trabalho está cada vez mais exigente e requer de qualquer que seja o profissional qualificação. No

caso particular do profissional contábil, o perfil atual é de um profissional autêntico, criativo, prudente,

atualizado, correto, e possuidor de conhecimentos em várias áreas, procurando sempre estar em contanto as

diversas áreas da empresa e, sobretudo, ser um profissional ético.

Esse profissional deve mostrar clareza nos serviços prestados aos usuários da contabilidade, demonstrando o

seu diferenciado potencial às entidades e, que os serviços por ele prestados, atingem as expectativas de seus

clientes na área publica ou privada.

-7-
Para que se crie esse perfil, é preciso estudar, se aperfeiçoar cada vez mais, para se adquirir conhecimentos.

Contudo, saber e deter a técnica na basta. É necessário desenvolver competências e um conjunto de habilidades,

que promovam um perfil de profissional empreendedor, criativo e preparado às mudanças que ocorrem no dia a

dia da profissão.

Saiba mais
Veja o vídeo sobre competência, habilidades e atitudes, disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=mEQA0lODEy0&feature=player_embedded.

5 Educação continuada na formação do contador


O ato de educar traz de “dentro para fora” as potencialidades do indivíduo. Essa tarefa é iniciada quase sempre

no centro da família, com os exemplos dos pais, com os ensinamentos religiosos, sendo aperfeiçoada na escola,

onde o indivíduo apreenderá conhecimentos e habilidades científicos, técnicos ou humanos. Desse ponto de

vista, não há dúvidas de que o processo de ensino aprendizagem é contínuo, em virtude, principalmente, dos

avanços tecnológicos e científicos no atual modelo de sociedade do conhecimento, em um mundo globalizado e

intermediado pela tecnologia.

É imprescindível que o profissional da Contabilidade, mesmo tendo concluído sua graduação, atualize

constantemente seus conhecimentos por meio da educação continuada, para que não perca sua competitividade

e capacidade de acompanhar a evolução da técnica e dos conhecimentos que influenciam a profissão contábil.

No caminho da valorização do profissional contábil, faz-se necessário que ele desenvolva estudos para conhecer

as necessidades dos usuários da informação contábil e que as assimile, pois só assim poderá alcançar qualidade

em seus serviços.

Portanto, durante a graduação, os futuros egressos dos cursos de Ciências Contábeis devem adquirir o espírito

do aprender a aprender, percebendo que o saber não se esgota nem se invalida, mas necessita de constante e

rápida de atualização.

Assim, já foi o tempo em que terminar o curso de graduação na área contábil bastava para se tornar apto ao

mercado. Hoje é preciso uma capacitação contínua e diversificada, pois a nova realidade de trabalho implica

formação polivalente e empreendedora. Nessa linha, o Conselho Federal de Contabilidade determina em suas

Resoluções a obrigatoriedade de um conjunto de atividades de educação.

-8-
6 Competências a desenvolver na formação do Contabilista
A noção de competência remete a situações para as quais é necessário tomar decisões e resolver problemas.

Assim, cada competência reunirá um conjunto de habilidades que, articuladas e em ação, se reverterão em

atitudes para buscar resultados.

Perrenoud afirma que possuir conhecimentos ou capacidades não significa ser competente. Diariamente,

pessoas que possuem conhecimentos ou capacidades não sabem utilizá-los convenientemente em uma situação

de trabalho.

Na atualidade, sabe-se que não há transferência automática de conhecimentos, mas que o conhecimento é

adequado pela realização de exercício e pela prática reflexiva. Só a experimentação é capaz da mobilização de

saberes, combinados para criar uma estratégia pessoal.

O papel da escola é fornecer os saberes e as habilidades básicas; contudo, cabe ao exercício da vida profissional a

tarefa de desenvolver competências. Muitos conhecimentos adquiridos na vida escolar permanecem inúteis no

dia-a-dia, pois os alunos não foram preparados para utilizá-los em situações concretas.

A formação da competência é conseguida por meio da escolaridade básica e a outra parte é conseguida por

outros meios.

A questão, conforme ensina Perrenoud (2002): é saber quais são as competências mais importantes a serem

desenvolvidas. Assim, cada área de formação encaminha ao desenvolvimento de um conjunto de habilidades, de

forma a alcançar as competências requeridas, mas também demanda um conjunto básico de habilidades

necessárias à vida, à cidadania e ao bem viver.

Sabe-se que uma parcela dos saberes disciplinares será útil ao aprofundamento de certas formações

profissionais. O acúmulo de saberes somente será útil se estes estiverem em consonância com a formação

profissional, contextualizando-os e exercitando-os, com vistas à solução de problemas e na tomada de decisões

nas organizações e na própria vida.

-9-
As habilidades de ler, escrever e contar, trilogia que fundou a escolaridade obrigatória no século XIX, não está

mais à altura das exigências destes tempos modernos. A abordagem por competências busca demonstrar como a

escola deve mudar para aqueles que saem, ainda hoje, desprovidos das numero-sas competências indispensáveis

para viver melhor no século XXI.

As Atitudes são ações resultantes das habilidades. Pressupõem agir sobre a realidade, por isso, devem ser muito

bem pensadas e planejadas. Para que seus resultados sejam satisfatórios para a o próprio que promove a ação,

bem como ao grupo em que está inserido.

7 As competências requeridas na formação dos


profissionais da área contábil
Competências de técnica:
• Domínio conceitual, funcional e operacional dos sistemas contábeis, aplicando consistente, integrada e
adequadamente princípios, normas e políticas referentes às atividades desenvolvidas por entidades
públicas e privadas;
• Compreender as questões técnicas da atividade contábil, suas relações e repercussões socioeconômicas
e financeiras, no âmbito nacional e internacional, nos diferentes modelos de organização;
• Capacidade de planejar, implementar e manter sistemas contábeis de informações;
• Visão estratégica, crítica, reflexiva e holística da atividade contábil e suas interrelações;
• Percepção da necessidade de se manter informado e atualizado em virtude das constantes mudanças na
sociedade e na tecnologia;
• Desenvolver atributos motivadores de liderança e de negociação, nas relações interpessoais e nas
equipes multidisciplinares de trabalho.
Competências Comunicativas
• Realizar comunicação, e produzir opiniões, pareceres e arbitragens de forma lógica, fidedigna, clara e
objetiva;
• Coletar, registrar, controlar e analisar dados contábeis e de produzir relatórios, agregando valor ao
processo decisório;
• Dominar os códigos de várias linguagens: línguas, informática, gestos, trânsito, entre outras.
Competências Sociais e Éticas

• Agregar valor à sociedade, guardando sintonia com a realidade política, econômica e social;

- 10 -
• Agregar valor à sociedade, guardando sintonia com a realidade política, econômica e social;
• Ser solidário e responsável com assuntos da comunidade e do grupo;
• Atuar, profissionalmente, na preservação da moral e dos bons costumes em sociedade;
• Realizar as atividades profissionais com respeito e postura ética;
• Exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhes são inerentes.
Competências Quantitativas
• Utilizar com desembaraço o raciocínio lógico-matemático, ferramental quantitativo e a tecnologia da
informação;
• Compreender o significado dos números em relação à realidade social e profissional.
Competências Comportamentais
• Ser criativo, proativo, empreendedor e comprometido.
• Saber se relacionar com pessoas, tanto no nível pessoal como profissional.
• Compreender e ouvir as pessoas.
• Saber trabalhar em Equipe.
• Buscar ser feliz na profissão exercida.
• Saber se relacionar e possuir uma rede de contatos – network.

Saiba mais
Assista ao vídeo com depoimento sobre formação e mercado de trabalho, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YlEBbJaOWPw&feature=related, e ao vídeo sobre a força
do trabalho em equipe e em grupo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?
feature=endscreen&NR=1&v=PnYUbaWe0hY.

8 Caso experiencial de um profissional da Contabilidade


que atua em uma empresa particular multinacional
Ferdinand é funcionário da Empresa Larius do Brasil. Como contador sênior, ele é responsável pela

documentação contábil da empresa, desde o balanço até o pagamento de impostos em geral. Ele precisa

contratar um Contador Júnior, por meio de uma empresa de Recursos Humanos, mas necessita apresentar o

perfil do candidato. A empresa de RH solicita informações sobre as habilidades necessárias que o novo

profissional deva possuir.

Para auxiliar Ferdinand, devemos apresentar algumas habilidades que o novo contador necessita ter:
• Dominar de forma conceitual, funcional e operacional os sistemas contábeis. (Competência Técnica)
• Compreender as questões técnicas da atividade contábil (Competência técnica)
• Exercer com ética e proficiência as atribuições profissionais. (Competência Social ou Ética)
• Utilizar com desembaraço o raciocínio lógico-matemático. (Competência quantitativa)
• Ser criativo, proativo, empreendedor e comprometido (Competência Comportamental)

• Coletar, registrar, controlar e analisar dados contábeis e de produzir relatórios (Competência

- 11 -
• Coletar, registrar, controlar e analisar dados contábeis e de produzir relatórios (Competência
Comunicativa)
• Dominar os códigos de várias linguagens: línguas e informática. (Competência Comunicativa)
• Saber se relacionar com pessoas, tanto no nível pessoal como profissional. (Competência
Comportamental e Comunicativa)

Saiba mais
Regulamentação da Profissão, disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br
/legislacao/resolucaocfc560.htm.
Conselho Federal de Contabilidade, disponível em: https://cfc.org.br/.
Código de Ética do Contador, disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc
/res803.htm.
Competências, Habilidades e Atitudes, disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=mEQA0lODEy0&feature=player_embedded.
Dez dicas para fazer sucesso com Marketing Pessoal, disponível em: https://www.youtube.com
/watch?v=Nz0c0aK7A98&feature=related.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• O Estágio suas definições e realizações.
• Estágio: um elo forte entre as instituições universitárias e o mercado de trabalho.
• O Estágio como preparação profissional e campo de observação dos problemas das empresas.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a importância do Código de Ética do Contador e seus elementos.
• Identificou as mudanças ocorridas no Código de Ética, dando maior responsabilidade ao contador.
• Conheceu a Lei de Responsabilidade Fiscal sob a ótica da participação contábil para sua realização e a
responsabilidade do Contador.
• Reconheceu os Conhecimentos, as Competências, as Habilidades e as Atitudes exigidas pelo mercado de
trabalho e de ocupações do contador.

- 12 -
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

O ESTÁGIO COMO ATIVIDADE DE


FORMAÇÃO PROFISSIONAL

-1-
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Conhecer as diferentes formas do estágio e sua relação com a formação profissional.

2- Identificar as novas regras da Lei de Estágio (Lei Nº 11.788/2008).

3- Compreender as prerrogativas da lei para a prática da atividade de estágio supervisionado.

4- Verificar as formas de realização do Estágio Curricular em cursos de gestão e negócios.

1 Introdução
Neste século, a maior atribuição das instituições de ensino superior, realmente, é a formação para o mercado de

trabalho. A visão do passado que antes atribuía às instituições de ensino superior a formação de elites não mais

existe. A massificação na Educação Superior é fato, levando a maior número de egressos e menos emprego neste

nível de ensino, o que acarreta maiores exigências às vagas de estágio e de emprego.

O estágio, como o fundamental exercício de formação profissional, vem para diminuir o distanciamento entre a

teoria aprendida na universidade e as práticas realizadas no mercado de trabalho e de ocupações na área

contábil. Contudo, existem estágios obrigatórios, geralmente, chamados de Estágios Supervisionados ou

Curriculares, e aqueles que se realizam sem a vinculação acadêmica, tanto em nível superior, quanto em nível

médio.

Serão vistos os tipos de estágio e suas definições, assim como a Lei de Estágio que traz algumas novas

determinações para a atividade e como se pode realizar essa atividade, tanto nas empresas, quanto nas escolas

superiores de ensino.

2 Entenda o que é Estágio Supervisionado


Inicialmente, cabe aqui distinguir termos que facilmente se substituem sem o valor de sentido que realmente

possuem. Estágio é diferente de Estágio Supervisionado ou Estágio Curricular. Distinguem-se um do outro

termo por um fácil referencial: a obrigatoriedade.

-2-
O estágio, como atividade remunerada, sem vinculação acadêmica em cursos de graduação, não é o termo que se

trata aqui especificamente, apesar de seu envolvimento legal. O foco aqui considerado é do Estágio Curricular,

atividade obrigatória ao cumprimento das horas de estudo na matriz curricular de cursos de bacharelado na

área de Ciências Contábeis.

Não importa o nome ou a denominação, Estágio Curricular, Estágio Supervisionado ou Prática de Capacitação

Profissional, o estágio, legalmente, viria para suprir o distanciamento entre o saber teórico e o prático.

Contudo, tornou-se uma atividade lucrativa para as empresas, ao recrutar mão de obra barata ou para cumprir

meramente um relacionamento com o mundo profissional. Na tentativa de minimizar o problema, foi criada a

nova Lei nº 11.788, de 26/09/2008, com a finalidade de legislar sobre estágio de estudantes, tanto em nível

superior, quanto no ensino médio.

3 Nova Lei do Estágio


A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 - que dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art.

428 da Consolidação das Leis do Trabalho, com suas análises e resumos, de forma a instruir todos os envolvidos

nesta atividade. Com a finalidade de esclarecer dúvidas sobre o tema, o Ministério do Trabalho criou uma

cartilha, em forma de questões, que dirimem sobre a prática do estágio por empresas, instituições de ensino e

estudantes na realização do estágio. Para ler a Nova Lei na íntegra, clique no link a seguir.

Saiba mais
Leia a nova lei do estágio em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei
/l11788.htm.

4 O objetivo do Estágio
Segundo a Lei nº 11.788 , em seu artigo 1º:

“O estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação

para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação

superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino

fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos”.

-3-
O citado artigo da Lei ainda complementa o objetivo da Atividade de Estágio ao considerar que:
• Faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.
• Visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular,
objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.
No artigo 2º, a Lei propõe algumas determinações ao estágio obrigatório, atividade que constitui disciplina

obrigatória do curso de Ciências Contábeis em seu Projeto Pedagógico que, no caso, possui carga horária de 300

horas, com 48 horas desenvolvidas em aulas teóricas.

“Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para

aprovação e obtenção de diploma”.

5 Sobre o Estágio
O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:

I – Matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de

ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da

educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino.

II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de

ensino.

III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.

Assim, se percebe a importância da documentação a ser assinada pelo aluno, e entregue ao coordenador de

estágio presencial.

Ressalte-se, ainda, o que diz a lei sobre a relação do estudante X local de estágio X universidade:

“O estágio como ato educativo escolar supervisionado deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor

orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios

referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final”.

A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte

concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser

compatível com as atividades escolares, observado as seguintes determinações:

-4-
O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas

presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto

pedagógico do curso e da instituição de ensino.

Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a

carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para

garantir o bom desempenho do estudante.

A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos.

O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo

compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório.

A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza

vínculo empregatício.

Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Previdência Social.

É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de

recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado, preferencialmente, durante suas férias escolares.

O recesso deverá ser remunerado, quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.

6 A Nova Lei de Estágio registra compromisso social e legal


com os portadores de deficiência
Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas

pela parte concedente do estágio.

A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de

estagiário portador de deficiência.

O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de

1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

-5-
“Art. 428 § 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho

e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino

médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade

qualificada em formação técnico-profissional metódica. § 3o O contrato de aprendizagem não poderá

ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de

deficiência. § 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do

disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola,

desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.” (NR)

Art. 20. O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 82.

Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei

federal sobre a matéria”.

7 Sobre o Estágio
Existem várias modalidades de estágio previstas para o curso de graduação: o Estágio Profissional, o Estágio

em Pesquisa Aplicada (iniciação científica) e o Estágio em Atividades de Prática Profissional (Laboratórios,

Empresa Júnior, Escritórios Profissionais, entre outros) quando constarem do Projeto Pedagógico do Curso.

O Estágio Profissional é definido como aquele em que o aluno aplica, diretamente, o que foi aprendido na

universidade, em uma empresa, concedente da atividade, pública ou privada. Nele o estudante poderá observar:

como são realizados todos os atos e os fatos administrativos de uma empresa, como ela se destaca em relação ao

grande mercado e como se comporta diante de acontecimentos econômicos e impostos, geridos pelo governo

(federais, estaduais, municipais etc.). A referida empresa precisa demonstrar atitudes éticas e transparentes e,

ao mesmo tempo, funcionar no mercado competitivo.

O profissional de gestão deve demonstrar habilidades que mantenham a empresa saudável e dando lucros,

resultados esperados não só pelo mercado de trabalho, mas também pelos proprietários que participam direta

ou indiretamente da gestão da empresa. O domínio dessas habilidades, pelo trabalhador organizacional, é cada

vez mais cobrado nas atividades de trabalho na área de gestão e negócios.

-6-
8 Seleção para o estágio: postura profissional,
apresentação e habilidades de gestão
O currículo é o cartão de visita de quem deseja conseguir um estágio. Para tanto, ele deve ser focado no objetivo

desejado e conter todas as informações indispensáveis.

-7-
Existem habilidades a serem desenvolvidas nos estudantes em estágio supervisionado de cursos da área de

gestão, como Ciências Contábeis. O estágio como atividade estudantil que relaciona o mundo do trabalho ao

acadêmico busca desenvolver algumas habilidades básicas que todo estudante deve alcançar. São elas:

-8-
9 Áreas de atuação do Estágio Supervisionado em cursos
de Gestão e Negócios
A atuação do estudante na disciplina de Estágio Supervisionado, com atividades práticas e teóricas, pode ser

realizada em vários ambientes, tanto empresarial ou organizacional, quanto no próprio contexto acadêmico que

demande a prática profissional.

Institucional

O aluno poderá atuar em algumas áreas da organização, como a Administração Financeira, a Contabilidade

Gerencial, a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, a Organização, Sistema e Métodos, Sistema de

Informações Gerenciais e outras (a critério do colegiado do curso, em que se leciona a disciplina de Estágio).

Magistério

O estudante poderá atuar como assistente ou monitores de docentes em aulas-laboratórios em cursos de

graduação, ministrar aulas em cursos livres e cursos técnicos profissionalizantes, nas disciplinas específicas do

curso, limitando-se, no máximo, a um total de 50 (cinquenta horas) de estágio supervisionado.

Acadêmico de Práticas Profissionais

O discente poderá atuar em Empresa Júnior, nos Laboratórios práticos ou Escritórios de Práticas Profissionais,

realizando as seguintes tarefas: elaboração de projetos, plano de negócio, que se aprovado com viabilidade de

-9-
implantação, será de propriedade da própria instância de prática profissional, não caracterizando impedimento

da aplicabilidade do mesmo pelo aluno.

Acadêmico Científico (Iniciação Científica)

O estudante poderá atuar, junto ao professor, com sua orientação e acompanhamento, em atividades de pesquisa

aplicada que relacione as práticas profissionais às teorias aprendidas no curso de formação, como: a elaboração

de Projeto de Pesquisa Aplicada ao Mercado de sua área, e sua realização, por meio da orientação e entrega de

relatório de pesquisa.

Saiba mais
Acesse os links a seguir para ter acesso a mais informações sobre o Estágio Supervisionado:
Conselho Federal de Contabilidade, disponível em: https://cfc.org.br/.
Artigos - Lei de estágio, disponível em: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/556471/artigos-
lei-de-estagio.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• O Estágio Supervisionado e sua integração com o Trabalho de Conclusão de Curso.
• Os procedimentos para a integração.
• O estágio como campo de observação e inovação.
• Alguns relatos de problemas verificados no ambiente de estágio.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu as distinções entre tipos de estágio e a vinculação acadêmica ou não da atividade.
• Conheceu a Nova Lei de Estágio e seus pressupostos legais.
• Verificou como o estágio se realiza tanto no mercado de trabalho, em empresas, quanto no ambiente
universitário.

- 10 -
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUA


INTEGRAÇÃO COM O TRABALHO DE
CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

-1-
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Verificar como o ambiente de estágio é excelente local para apreensão de problemas de estudo para o TCC.

2- Identificar quais são os processos para que a integração entre Estágio e TCC se realize, por meio da pesquisa

aplicada.

3- Compreender como observar problemas de estudo no ambiente de estágio e de trabalho, com vistas à

inovação de resultados.

4- Verificar exemplos de observação de problemas no ambiente de estágio e de trabalho.

1 Introdução
O estágio, como se viu, é um momento de exercício para a formação profissional. Contudo, não representa,

apenas, aspecto agregador de formação, sem que haja a experimentação e a visualização de problemas reais, de

forma que haja a possibilidade de trazer respostas inovadoras para solucioná-los.

É nesta perspectiva que o Estágio e TCC se integram. Nesta aula, será visto o estágio como campo de exercitação

e experimentação das atividades profissionais e, em consequência, local de observação de problemas reais, assim

como para a solução inovadora.

Assim, nesta aula, será tratada a integração entre Estágio e TCC, realizada por meio da pesquisa aplicada, e como

constitui processo de integração entre as duas disciplinas do curso e de suas ações, de forma a se observar um

problema, em estágio, que seja relevante para a área de Ciências Contábeis, com vistas à solução em TCC.

Também serão vistos casos de problemas formulados, a partir da contextualização de fatos no ambiente de

estágio ou de trabalho.

2 Teoria da Aprendizagem
A Teoria da Aprendizagem Vivencial de Kolb (1983) constitui a base teórica de reflexão, para se delinear uma

proposta prática para a atividade de Estágio Curricular Supervisionado, vendo-se na pesquisa aplicada o grande

elo entre a teoria e a prática para o estudante universitário.

Kolb afirma que é na prática e nas situações experienciais que o indivíduo se desenvolve, reflete e consegue

realizar aquilo que aprende em instituições de conhecimento formal. É a pesquisa, com o reconhecimento de um

-2-
problema bem percebido e definido, que se fixa a possibilidade de solução, onde as experiências do aprendizado

se consolidam. Contudo, inicialmente, deve-se atentar para a integração do Estágio na estrutura curricular e,

consequentemente, nos procedimentos para a realização da pesquisa, como forma de integração entre a teoria,

aprendida ao longo do curso de graduação e a prática, vivenciada nas disciplinas práticas de formação

profissional, como é o caso do estágio.

Nessa concepção, o estágio possui como foco a solução de um problema percebido e verificado na realidade da

empresa, com vistas à formação profissional. Nesta análise, é absolutamente passível de se transformar essa

atividade desenvolvida em relatório acadêmico-científico-profissional que resulte em uma monografia, um

artigo, um relatório de campo, como estudo de caso, entre outras possibilidades.

A lógica apresentada determina que a atividade de produção acadêmica de prática científica para conclusão do

curso seja decorrente da disciplina Estágio, pois desde lá, o problema foi detectado e se buscou uma solução e

resultados em TCC. Assim, a disciplina de Estágio assume a responsabilidade de pensar sobre o problema real da

empresa ou local de estágio ou de trabalho, por meio de um relatório de observação empresarial e, a partir daí, a

produção de um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Subsequente ao Estágio, independente de

se chamar Estágio II, TTC ou TCC, virá a disciplina, em que se executará o projeto de trabalho de conclusão do

curso, constituindo-se, Estágio e TCC em disciplinas de supervisão à prática profissional e à produção do

trabalho acadêmico-científico final.

Em termos acadêmicos, o estudante ficará melhor orientado e terá mais tempo para a elaboração de seu

trabalho, posto que haverá quase um ano para elaborá-lo, já que a atividade de estágio se localiza, no sétimo

período, na matriz do Curso de Ciências Contábeis.

3 A prática do Estágio Curricular


Servindo como base para a conclusão do Curso de Ciência Contábeis, e sendo obrigatório ao aluno, o Estágio

Curricular deve se relacionar a, pelo menos, duas disciplinas que fazem parte do Currículo, identificando-se com

a área de pesquisa pretendida pelo estudante. Assim, o tema a ser investigado e sua devida problematização

também devem estar relacionados. Com essa atitude, o Estágio passa a referendar as linhas de pesquisa e de

maior vocação do curso em que se insere.

Diferente do que se pratica na realização do Trabalho de Conclusão de Curso, como relato geralmente teórico,

em que o aluno fica a imaginar problemas que “ouviu falar” ou “lhe contaram”, sem qualquer vínculo com a sua

realidade e vivência, a nova proposta de atividade de pesquisa, em cumprimento às disciplinas práticas, exigirá

uma nova mentalidade na vinculação empresa x ensino superior, levando o aluno a realizar pesquisa social

-3-
aplicada, cuja empresa ou local de estágio será o ponto de partida para a constatação do problema real a ser

resolvido, por meio do instrumental de conhecimentos e habilidades aprendidas pelo estudante, por meio de

método científico, ao longo da realização do seu curso de graduação.

4 O Método Científico e sua forma simplificada de conhecer


a realidade
O Método Científico é um conjunto de processos para conhecer a realidade do mundo, dentro de representações

precisas, confiáveis, consistentes, levando a resultados úteis e mais ou menos exatos de forma a dar solução a

alguns problemas do homem e da sociedade.

Alguns Simples Passos do Método Científico:


• Perceba um problema no universo – ele pode estar próximo a você. Represente esse problema por meio
de uma pergunta.
• Pesquise sobre o problema – tente responder a estes questionamentos: O que preciso para resolver o
meu problema? O que sei e preciso saber sobre o meu problema? Assim, conheça sobre o problema.
• Formule uma possível solução para o problema – a hipótese (geralmente é a resposta mais simples e
evidente que lhe vem à mente).
• Teste a possível solução (hipótese), por meio de elementos que possam comprová-la, apresentando
evidências da prova.

• Tire conclusões – suas percepções sobre as provas alcançadas.

-4-
• Tire conclusões – suas percepções sobre as provas alcançadas.

5 As partes responsáveis pelo Estágio


Na perspectiva dos profissionais envolvidos na atividade de Estágio Supervisionado, serão importantes algumas

condições, para viabilizá-lo:

1) Universidades ou IES

A Universidade ou IES, responsável acadêmica pela realização do estágio curricular, necessita criar alguns

suportes para a melhor realização da atividade:


• Dedicação de Orientadores – Supervisores (professores e tutores do curso) que garantam a qualidade da
proposta do aluno (Projeto) e seu resultado.
• Garantia de confiabilidade e confidencialidade dos dados levantados.
• Disponibilidade de tempo, prevista na carga horária do aluno, nos períodos, em que as disciplinas são
alocadas.
• Qualidade de ensino e busca de identidade e reconhecimento com a área de pesquisa aplicada.
• Integração entre as disciplinas de fundamentação acadêmico-científica como, Metodologia Científica,
Análise e Avaliação de Projetos e as disciplinas práticas de Estágio e TCC.
2) Empresa

A empresa, concedente da atividade, deve criar elementos de ambientação e infraestrutura para que tudo se

realize da melhor forma, de modo a usufruir dos resultados alcançados:


• Criação de um setor de supervisão de Estágio, que conte com profissionais preparados para receber o
aluno, facilitar a coleta de dados e sua permanência na empresa.
• O Orientador-Supervisor na empresa deve possibilitar ao estudante o conhecimento da organização e as
informações sobre a mesma (profissional que acompanha o aluno em suas atividades.
• Confiabilidade no trabalho do Estagiário, como formação profissional.
• Permanente contato dos Orientadores-Supervisores das universidades e das empresas.
Importante: as atividades profissionais desenvolvidas na disciplina de Estágio Supervisionado poderão ser

realizadas e aproveitas em atividades do trabalho formal, desde que comprovadas, por meio de documentos

específicos e validados pela empresa ou local da atividade.

6 A integração de disciplinas e formação de habilidades na


estrutura curricular dos cursos
O Estágio Curricular Supervisionado não é apenas uma experiência prática vivenciada pelos estudantes, mas

também consiste na oportunidade de refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentais

aprendidos durante o curso superior. Esta testagem está relacionada diretamente ao conjunto de habilidades e

conhecimentos que permitam resolver problemas encontrados no dia-a-dia das organizações, na área das

Ciências Contábeis.

-5-
Assim, como se percebe, a aproximação entre a teoria e a prática deve ocorrer em função de meios científicos

que tragam resultados satisfatórios para solução de problemas, de acordo com as especificidades de cada

empresa e seu foco de atividade produtiva.

Desta forma, Roesch (2006) acredita que o Estágio Curricular é a chance de aprofundar conhecimentos e

habilidades na área de interesse do aluno, onde o conhecimento é produzido e o aluno, ao observar situações

problemáticas nas organizações, é levado a propor “sistemas, avaliar planos ou programas, bem como testar

modelos e instrumentos”, podendo utilizar a pesquisa para melhorar as práticas organizacionais.

Nesta lógica apresentada, toda atividade de produção acadêmica científica do aluno, como trabalho de

finalização de curso, deve ser decorrente da disciplina Estágio, pois desde lá, o problema foi detectado e se

buscou uma solução e resultados. Assim, a disciplina TCC passaria a ser orientação de trabalho, iniciado e

investigado em Estágio, momento em que o aluno constrói relações práticas com a empresa, visualizando o dia-a-

dia-organizacional.

A Metodologia Científica ou da pesquisa, disciplina anterior na estrutura curricular do curso, servirá como base

do pensamento da ciência, para o Estágio ao planejar o TCC, por meio de um projeto. Sua continuidade se dará na

disciplina TCC, momento em que o estudante produzirá seu trabalho, na modalidade que escolher: Monografia,

Artigo ou Relatório de Pesquisa Aplicada, como um Estudo de Caso, entre outras.

Segue o quadro ilustrativo da de interdisciplinaridade entre as disciplinas:

7 Estágio e TCC – Ações e Atividades


Pode-se resumir a relação Estágio e TCC em um quadro:

1) ESTÁGIO – 7º período:

-6-
1ª Etapa – Elaboração do Relatório a ser realizado pelo aluno, no local escolhido para realização do Estágio

Supervisionado ou em outros locais permitidos de prática profissional, orientado pelo professor coordenador da

disciplina Estágio Supervisionado, produzido, digitado e entregue pelo aluno, na data marcada pelo professor,

equivalendo à primeira avaliação.

2ª Etapa – Desenvolvimento das atividades práticas em campo de trabalho sob a supervisão e avaliação de

desempenho por parte da empresa ou local de estágio ou trabalho e da disciplina. Diagnóstico da organização ou

do respectivo local de prática profissional, e os problemas pertinentes às atividades contábeis, conforme o

respectivo programa de Estágio, gerando a elaboração e a apresentação do Projeto de TCC.

2) TCC – 8º período:

3ª Etapa – Elaboração do Relatório de TCC, a partir do Projeto de TCC, segundo a modalidade escolhida, baseado

no Relatório de Estágio. (Orientação); o aluno apresentará parte do TCC até a data da primeira avaliação.

4ª Etapa – Entrega total do Relatório Final de TCC, na modalidade escolhida, na segunda avaliação.

Fique ligado
As notas das disciplinas serão dadas ao final, em apenas uma avaliação formal, quando o aluno
se obriga a apresentação e entrega impressa e/ou digital dos trabalhos nas disciplinas.

8 Teoria da Aprendizagem
Como se percebeu, a pesquisa realizada no método científico nasce da observação de um problema real e, para se

planejar o estudo (o Projeto) é necessário que se escolha e se observe um problema na área de formação do

curso.

Assim, é preciso definir que um problema é sempre uma indagação, uma pergunta que norteará o estudo a ser

realizado.

EXEMPLO:

Se desejamos estudar os lançamentos fiscais de uma determinada empresa, com a finalidade de investigar o

impacto dos impostos no resultado financeiro da empresa, teremos o seguinte problema formulado:

Quais são os impactos dos impostos pagos pela empresa X em seus resultados financeiros?

Como se pode ver, o problema é uma pergunta direta. (Usa-se a interrogação.)

-7-
Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto desta aula, acesse os vídeos a seguir: Conhecimento,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg&feature=related-. Platão –
Mito da Caverna, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Rft3s0bGi78. Produção
Científica, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Aa3Wj4xnwYw.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• A forma de produção do relato de observação empresarial e de TCC.
• O Registro de aspectos profissionais vivenciados na empresa ou local da atividade de estágio ou de
trabalho.
• O registro da pesquisa aplicada a ser desenvolvida em TCC.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a integração entre Estágio e TCC, por meio da pesquisa aplicada.
• Identificou a forma de integração entre Estágio e TCC.
• Verificou a observação de problemas reais no ambiente de estágio ou de trabalho.
• Conheceu de que forma o problema observado será a base de reflexão científica e profissional para o
Trabalho de Conclusão de Curso.

-8-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

A PROFISSÃO DE CONTADOR: ÉTICA E


TÉCNICA PROFISSIONAL

-1-
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Identificar as articulações do Estágio na vinculação teoria e prática;

2- Conhecer as etapas do Relatório de Estágio Supervisionado a ser entregue como documentação obrigatória;

3- Compreender como produzir as etapas do relato de Observação Empresarial e o TCC.

1 Introdução
O estágio é uma forma de integrar os estudantes ao mundo do trabalho, tendo em vista possibilitar a troca de

experiências, o trabalho em equipe e o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores inerentes à cultura do

trabalho na área de Ciências Contábeis e na própria vida.

Deve-se considerar o seu forte caráter pedagógico, pois “o estágio é parte do processo de ensino e aprendizagem,

ao articular teoria e prática, e um meio de fazer interagir a universidade e as organizações” , como bem

caracteriza a Lei de Estágio, já estudada anteriormente.

Com isso, a disciplina reúne em si a relação teoria e prática de forma expressiva e necessária ao seu

cumprimento, enquanto atividade obrigatória. As atividades das disciplinas estão relacionadas com o exercício

experiencial no mundo do trabalho e na interação com as teorias, competências e atitudes apreendidas em meio

à formação no curso de Ciências Contábeis.

Como ferramentas reveladoras dessa integração, serão realizados relatórios e plano de estudo que vinculam os

saberes da academia com os saberes da prática profissional. Assim, nesta aula, serão vistos os modelos de

relatório para o acompanhamento e a exercitação da Teoria vista na universidade com a prática realizada e

vivenciada nos locais de Estágio e de Trabalho.

Se esse trecho foi retirado de algum lugar, inserir a referência.

2 Estágio: Junção de Prática e Teoria


O Ensino Superior tem como um de seus objetivos levar o estudante a pensar sobre a sua participação na

construção de uma sociedade crítica, tendo em vista como se inserir, participar e transformar essa sociedade.

-2-
Nesta lógica, a universidade tem o papel de formar cidadãos aptos para exercerem suas funções em diversas

áreas, tal como na profissão escolhida pelos egressos de cursos superiores, onde são oferecidos subsídios

teóricos e práticos para que ocorra a formação adequada do contador.

Com esse intuito, as Instituições de Ensino Superior empregam diversas ferramentas no processo de ensino e

aprendizagem, e um dos instrumentos mais utilizados nos cursos de graduação é o Estágio Supervisionado, uma

vez que proporciona ao graduando um contato direto com a realidade de mercado de trabalho e de ocupações.

Haverá a troca de saberes que ocorrerá entre o estagiário ou o profissional de mercado com o meio de trabalho,

e com isso extrapole as fronteiras escolares, dando uma nova visão de mundo que o tornará um profissional

competente, visto que alcançará novos saberes com os quais compreenderá o porquê e para quê de tudo que faz

em relação à sua profissão.

O papel da teoria é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise e investigação que permitam

questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, elas próprias em

questionamentos, uma vez que as teorias são explicações provisórias da realidade (PIMENTA & LIMA, 2004, p.

43).

Valorização da prática profissional como momento de construção de conhecimento por meio de reflexão, análise

e problematização dessa prática e a considerações do conhecimento tácito, presente nas soluções que os

profissionais encontram em ato (PIMENTA & LIMA, 2004, p. 48).

Assim, o estágio não é apenas momento dedicado à formação profissional em suas práticas, mas,

fundamentalmente, um campo para observação, para pesquisa, formulação de problemas e busca de soluções.

3 Modelo relatório parcial de estágio - observação


empresarial-AV1
Note-se que a finalização do Relatório, a seguir, encaminha à produção do Relatório Final de Estágio e Projeto de

Pesquisa a ser produzido como 2ª etapa avaliativa do Estágio Supervisionado, com vistas à aprovação em Estágio

em Ciências Contábeis pelo aluno.

Como Modelo de avaliação da disciplina Estágio, o Relatório Final de Estágio e Pesquisa Aplicada reúne as

atividades profissionais do aluno vivenciadas e a observação de um problema verificado na empresa que possa

ser estudado, por meio de uma Pesquisa Aplicada, que se poderá aproveitar como trabalho de conclusão do

curso de Ciências Contábeis.

-3-
A estrutura do relatório proposta apresenta:

INFORMAÇÕES GERAIS

DADOS DO ALUNO

Nome, matrícula, e-mail

DADOS DA EMPRESA

Nome da concedente do estágio

PERÍODO DE REALIZAÇÃO

Relatório referente ao período de / / a / /.

ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO

Nomes do:

-4-
1 Coordenador de estágio do curso (Professor presencial no Polo EAD, a quem se entregará os documentos

necessários e obrigatórios à aprovação em Estágio)

2 Orientador (Professor-tutor da disciplina)

3 Supervisor(a) do local do estágio (pessoa responsável por assinar e acompanhar o estudante no local de

estágio ou de trabalho)

1. INTRODUÇÃO

Nesta primeira parte, o acadêmico contextualizará o relatório, tratando, sucintamente, da importância do estágio

para a sua formação profissional; do tempo e local onde é realizado o estágio; dos objetivos do seu estágio.

2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Deverá conter um breve histórico da empresa, a descrição da mesma e suas principais áreas de atuação. Nos

últimos parágrafos, o(a) estagiário(a) deverá apresentar de forma mais detalhada o setor/departamento, onde

desenvolve seu programa de estágio.

3. PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES

No relatório, deverá constar uma programação com a identificação das atividades a realizar e aquelas já

desenvolvidas trabalhadas, e organizadas por data. Pode ser apresentada em forma de gráfico.

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4.1, 4.2., 4.3.,...

As atividades desenvolvidas no estágio deverão ser redigidas em forma de texto e para melhor organização das

informações, pode-se subdividir o texto em subseções.

Na sequência, o aluno descreverá as atividades desenvolvidas.

É importante, também, mencionar as disciplinas que se relacionam com as atividades desenvolvidas no estágio.

Faz parte do estágio curricular agregar “valores” – conhecimentos que vão além da técnica, como: aspectos

administrativos, filosofia da empresa, relacionamento com pessoas de diferentes níveis sociais e postos de

trabalho, aspectos éticos, enfim, o(a) estagiário deverá aproveitar a oportunidade para observar a “vida da

empresa”.

É importante descrever a sua participação em treinamentos dentro da empresa, caso participe de algum.

5. COMENTÁRIOS E CONCLUSÃO e FOLHA DE ASSINATURAS

O aluno deverá emitir sua opinião sobre a importância do estágio para a sua formação, relatando experiências

importantes e dificuldades encontradas na realização do mesmo.

Ao finalizar, é importante tecer comentários, apresentando sugestões necessárias.

Destaque pontos positivos e negativos observados durante as atividades do estágio e avalie o aproveitamento do

estágio, destacando experiências e conhecimentos da vida acadêmica que o auxiliaram no desempenho das

atividades de estágio.

-5-
ASSINATURAS:

Aluno(a)

Supervisor(a) do Local do Estágio:

Coordenador(a) de Estágio do Curso

Relatório entregue na Coordenadoria de

Estágio do Curso em: .........../............./..........

Professor da Disciplina: Data: .........../............./..........

A 2ª parte do RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO E PESQUISA APLICADA será a produção de um Projeto de

Pesquisa Aplicada que se desenvolverá em aulas posteriores.

Saiba mais
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez,
2004.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• Experiências profissionais significativas e o problema a ser estudado.
• Problemas de pesquisa observados em Estágio.
• O Projeto como elemento de planejamento de estudo para a solução do problema.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu como se estabelece a integração teoria e prática.
• Identificou as formas de relatos a serem produzidos na disciplina.
• Aprendeu como se produz os relatórios de Estágio para acompanhamento e de Observação Empresarial.

-6-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
SIGNIFICATIVAS E A INICIAÇÃO CIENTÍFICA
À PESQUISA

-1-
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Compreender os Relatórios como produção técnico-metodológica e ética.

2- Identificar possibilidades temáticas relevantes na área de Ciências Contábeis.

3- Conhecer os problemas possíveis, a partir de temas emergentes e atuais da área contábil.

1 Introdução
Em aulas anteriores, foi visto o problema como o foco da observação para qualquer estudo de iniciação científica

que se deseja realizar no campo das Ciências Contábeis. Nesta aula, serão vistas situações profissionais, de onde

se possam extrair temas e problemas de estudo para o projeto que se irá realizar.

Inicialmente, será tratado o procedimento básico de quem deseja redigir qualquer relato de situação profissional

e acadêmica. A seguir, serão vistas situações profissionais na área contábil que constituem, atualmente, ponto de

partida para se pensar temas e problemas relevantes, na área da Contabilidade, para a iniciação científica, com

vistas ao TCC.

Serão apresentados, também, possíveis problemas a serem estudados nos projetos, sobre temáticas emergentes

e atuais, a serem propostos como planejamento do Trabalho de Conclusão de Curso.

2 Os relatórios como produção técnica e ética


Os Relatórios são comunicações, que têm por finalidade expor informações sobre um fato, uma decisão, um

projeto, uma atividade, uma pesquisa ou algo semelhante, a fim de expressar, por escrito, dados acadêmicos ou

corporativos. Pode ser complexo como de uma empresa e mais simples como de um estágio. Contudo, há sempre

algumas posturas e compromissos na sua produção: a visão técnico-metodológica e a visão ética.

Assim, a ênfase aqui é no Relato corporativo e acadêmico, visando à melhor comunicação no ambiente das

empresas e da universidade.

-2-
3 O relator e sua conduta técnica e ética
Qualquer relator, quando realiza uma observação, seja de que fato for, coloca em ação um conjunto de valores,

conhecimentos e habilidades que interferem no seu ato de expressão escrita, a que se chama de Repertório.

Cada pessoa, como indivíduo, constrói seu próprio Repertório, em função de sua existência: nível de

escolaridade, conhecimentos adquiridos na vida, tipo de formação, família a que pertença, valores morais,

experiências de vida, grau de letramento, entre outros. É um conjunto enorme de fatores que irão aflorar,

quando se realiza qualquer tipo de observação e posterior relato escrito.

Por mais que se exija imparcialidade na observação, torna-se quase que impossível tal realização, haja vista que

não há neutralidade na manifestação do que se expressa. Barthes (1999) afirma que “não há neutralidade na

expressão humana” já que se é impregnado pelo contexto histórico, ideológico e pelas vivências adquiridas na

existência.

Assim, quando se vai realizar uma observação profissional, por mais que seja difícil a imparcialidade, quase

impossível, deve-se permitir na expressão a marca de aspectos relacionados à vivência técnica e aos valores

morais mais comprometidos com a ética profissional, já que é dela a base da construção da vida profissional.

Assim, qualquer atividade profissional deve ser exercida com zelo, diligência e honestidade, como cidadão

comprometido com a sociedade, com os colegas e com a classe profissional a que pertença.

4 O relatório sobre a ótica da escrita


Antes de qualquer abordagem, deve-se estabelecer a distinção entre Redação e Estilo. Redação é a forma de se

expressar, na escrita, o pensamento; já o Estilo é o modo pessoal de expressar os pensamentos.

No ato de redigir, existe uma influência significativa do repertório pessoal que cada pessoa possui. É

indispensável buscar uma forma de escrever mais universal, de maneira a não gerar incompreensões pelo valor

subjetivo dado ao texto. Portanto, no texto acadêmico-corporativo não há lugar para conotações, linguagens

figuradas, que promovam plurais interpretações para aquele que lê. Assim, a linguagem do Relatório deve ser

clara, coerente, denotativa, referencial, objetiva e informativa, guardando apego às normas, tanto gramaticais,

como metodológicas (ABNT).

-3-
5 Algumas características de redação do relatório
Diferente de outras redações, o Relatório deve ser detalhado, amplo, com o máximo de informações possíveis.

Redação logicamente estruturada em início – meio – fim. Linguagem clara, precisa, com comprovações. Envolve

responsabilidade e fidedignidade nos fatos apresentados. Passa pelas três tipologias de redação:

Narração

Apresentação do observado.

Descrição

Detalhamento do ambiente, das pessoas envolvidas, dos objetos ou ferramentas, de tudo que deve ser

caracterizado para apresentação do relato.

Dissertação

A opinião ou parecer do relator.

6 O profissional contábil e as novas tecnologias


Antes de prosseguir, leia o texto “Adequação do profissional contábil às novas tecnologias”, disponível em:

https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/informatica/adequacao-profissional-contabilidade-junto-as-novas-.

htm.

Problemas de estudo sobre o tema:

1 - Quais são as vantagens na área contábil da empresa Y ao utilizar o software X?

2 - Quais tecnologias contábeis que a empresa X necessita para torná-la mais competitiva no mercado?

3 - Quais tecnologias contábeis são utilizadas pela empresa X, em virtude do negócio realizado?

4 - Como é realizada escrituração fiscal da empresa X tecnologicamente?

5 - De que forma a empresa X deve realizar o controle contábil, utilizando a tecnologia?

-4-
7 Áreas de atuação do profissional contábil
A observação da atuação do profissional contábil nas empresas constitui um tema decorrente de uma questão

profissional percebida no local de Estágio ou de Trabalho, que envolva as práticas do profissional da

contabilidade.

Pela ampla área de atuação profissional, há uma série de possibilidades no tratamento do tema e sua verificação

no dia-a-dia das empresas.

Saiba mais
Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto “Áreas de atuação do profissional de
contabilidade”, disponível em: https://www.cosif.com.br/publica.asp?arquivo=especializ2.

Alguns problemas de estudo sobre o tema:

-5-
8 A padronização das normas contábeis e as novas regras
contábeis
As Normas Contábeis se internacionalizam e devem ser conhecidas e aplicadas pelos profissionais que atuam no

mercado de trabalho da Contabilidade.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou cinco novas normas Contábeis, emitidas pelo Comitê de

Pronunciamentos Contábeis (CPC).

A emissão dessas normas faz parte do processo de convergência do padrão contábil brasileiro com o

internacional, conhecido pela sigla em inglês IFRS.

Criar uma proposta de estudo observando as novas regras contábeis e suas aplicações nas empresas, seria uma

proposta muito atual e necessária à comunidade acadêmica e de mercado da área contábil.

Saiba mais
Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto “A padronização das normas contábeis”,
disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/padronizacao_normas.htm
.

9 Empreendedorismo: micro, pequenas empresas e


empreendedor individual
Como abri-las e adequá-las ao negócio?

Com o empreendedorismo, abrir empresas para legalizar o negócio tem se tornado um ótimo campo de atuação

do profissional contábil. Também estudar os tipos de empresa e o foco do negócio é tema atual e relevante.

A questão de riscos financeiros da empresa é foco em que o profissional da contabilidade pode atuar: mensurar o

fluxo de caixa, a escrituração contábil, entre outras atividades, dão ao contabilista a atuação de consultoria.

Alguns problemas de estudo sobre o tema:


• Como se realiza a abertura de uma empresa?
• Para ser consultor na área contábil, como se legalizar?
• A empresa em que atua constitui que tipo de empresa?
• Como constitui uma empresa individual?
• Como abrir uma microempresa na modalidade Simples?

• O que distingue a micro da pequena empresa, a partir de dois casos reais no mercado?

-6-
• O que distingue a micro da pequena empresa, a partir de dois casos reais no mercado?
• Como controlar, de forma prática, o fluxo de caixa em uma microempresa?
• Quais são os riscos contábeis em uma empresa familiar?
• Segundo o aspecto legal, como se configura uma empresa simples?

10 A formação continuada do contador


No mercado em que a concorrência cresce a cada dia, o Contador precisa se atualizar e se qualificar em termos

deconhecimentos, competências, habilidades, atitudes e valores, para melhor atuar como profissional. Antes de

ingressar no mercado, o profissional passa por um processo educacional que, hoje, não basta para se manter

apto no mercado contábil.

Anos de estudo ao cursar uma faculdade, no intuito de obter conhecimentos técnicos, desenvolver uma

personalidade adequada com a profissão escolhida, descobrir o seu papel a desempenhar como profissional, são

ações obrigatórias de qualquer contador; contudo, manter-se qualificado e atualizado torna-se indispensável

para que possa acompanhar as mudanças nacionais e mundiais no campo da Contabilidade.

Na formação profissional, a instituição de ensino superior é grande responsável, porém, outras instituições

poderão somar esforços para a formação continuada do Contador. Os Conselhos Regionais de Contabilidade,

empresas de educação corporativa, escolas de ensino superior colaboram com a obrigatoriedade que se cria de

constante atualização profissional.

Saiba mais
Sugestões de leitura:
Ética Profissional é compromisso social, disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica
/eticprof.htm.
Assista aos vídeos:
Abertura de empresa definição e plano de negócio, análise do mercado (SEBRAE), disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=cr--NPyhxUc.
Custos e Manutenção de Empresa (SEBRAE), disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=eZrloYMp6WI&feature=related.
Passo a passo para abrir uma empresa, disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=6dnTYssluiA&feature=related.

-7-
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• O Estudo dos elementos básicos de metodologia da pesquisa.
• A argumentação científica como comprovação do observado.
• Os tipos de pesquisa, quanto aos objetivos e aos procedimentos.
• O respeito à palavra dos autores: as citações e as referências.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a produção do relatório como instrumento de registro escrito técnico-metodológico e
ético.
• Verificou possibilidades temáticas relevantes e emergentes da área de Ciências Contábeis.
• Conheceu possíveis temas de estudo a problemas em situações profissionais e da empresa.

-8-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

ASPECTOS METODOLÓGICOS E TÉCNICOS


DA PRODUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
APLICADA

-1-
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Conhecer elementos básicos da metodologia da pesquisa.

2- Identificar as formas de se evidenciar provas nos trabalhos acadêmico-profissionais, como argumentos.

3- Compreender como se utiliza as palavras e as ideias de autores no trabalho acadêmico, como referência e

citações.

1 Introdução
O próximo passo é a elaboração de um projeto que constituirá o planejamento do Trabalho de Conclusão de

Curso. Contudo, para isso, é preciso de uma base metodológica e técnica da pesquisa, para que possamos

formular de forma mais exata o Projeto de Pesquisa que se almeja alcançar.

O pensar as Ciências Contábeis em seus conhecimentos e teorias constituem algo importante e saber relacionar o

aprendido e verificado no curso com as problemáticas do mercado são ainda mais relevante. Assim, nesta aula,

são vistos aspectos básicos da metodologia científica, já estudada pelos alunos, mas que são indispensáveis para

o relacionamento entre o que se aprende e o que se pratica.

Serão vistos aspectos básicos, como o método científico e o pensamento da ciência; tipos de Pesquisa, quanto aos

objetivos e aos procedimentos; As formas de se construir o conhecimento, por evidências que provem aquilo que

se deseja; e, ainda será vista uma variedade de argumentos que podem ser utilizados nos relatos acadêmicos e

profissionais.

Também serão estudadas as formas de Citação como argumentos fortes e metodológicos, em razão do uso das

palavras e ideias de autores sobre os temas tratados. Serão vistos, ainda, os critérios de utilização das Citações e

como se constrói a Referência e/ou a Bibliografia.

Pode-se definir a Ciência como “estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes entre causa e efeito

de um fenômeno qualquer, no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações

práticas”. (Oliveira, 2001, p.47)

A Ciência pressupõe um conjunto de conhecimentos organizados e sistematizados, em contraposição ao

conhecimento espontâneo, empírico e popular que não se preocupa com a sistematização. É através desse

conhecimento organizado que se pode procurar e atingir a verdade, as causas dos fatos e dos fenômenos.

-2-
Como objetivo, a Ciência se propõe a estabelecer as leis que regem as relações, nos fenômenos, entre a causa e o

efeito. A Ciência possui como principal função o aprimoramento do conhecimento, do saber.

O papel da ciência é produzir, interpretar e divulgar o conhecimento e os métodos para alcance de resultados.

Realizar a Ciência significa agir e pensar dentro de um conjunto de procedimentos que possam ser

sistematizados. É um processo que exige uma atitude crítica, de forma a não se contentar com explicações

incompletas ou passageiras, cujos argumentos não possuem caráter de aceitabilidade inequívoca.

O papel da ciência no mundo acadêmico é importante para todos, porque é por meio dela que se descobre e se

encontra respostas para os problemas sociais. Assim, criam-se melhorias ao homem, para viver melhor no

mundo.

Na atualidade, a ciência necessita trazer contribuições à sociedade. Não apenas a uma classe ou grupo

privilegiado, mas a todos, por meio dela resolver problemas que aflijam o homem, o grupo social em sua

totalidade. Esta é a grande discussão atual da ciência, o compromisso social, a relevância de seu desenvolvimento.

Conhecer é atuar sobre o objeto, de forma a compreendê-lo, interpretá-lo, ou mesmo “interpenetrá-lo” com

habilidade. Contudo, o conhecimento não é estático, é dinâmico, necessita estar em sinergia com a realidade,

pois, senão, estará vencido. Por outro lado, o conhecimento não deve ser confundido com a informação. O

conhecimento é dinâmico, é ativo e se transforma; a informação é estática; quando ela evolui, passa a ser outra

informação.

Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base

procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem dados

para solucioná-lo.

Lembre-se: o problema é sempre uma pergunta que norteia a pesquisa.

Saiba mais
Para mais informações, leia o texto “Pesquisa: para quê?”, de Rubem Alves.

A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para que seus

objetivos sejam atingidos: os métodos científicos. Método científico é o conjunto de processos ou operações

-3-
mentais que se deve empregar na investigação. É a linha de pensamento adotada no processo de estudo. Os

métodos lógicos de se pensar para a realização da investigação são: Dedutivo, Indutivo, Hipotético-dedutivo,

Dialético e Fenomenológico. (GIL, 2002)

2 Os métodos lógicos científicos


Método dedutivo: método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que só a

razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo

das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem decrescente, de análise do geral para o

particular, chega a uma conclusão. (LAKATOS; MARCONI, 2005).

EXEMPLO

Todo contador sabe matemática (Proposição geral)

Lauro é contador.

Logo, ele sabe matemática. (Conclusão)

Método indutivo: método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume.

Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios

preestabelecidos. No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta.

As constatações particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 2002).

EXEMPLO

Lauro é contador e sabe matemática.

João é contador e sabe matemática.

Paulo é contador e sabe matemática.

Logo, todo contador sabe matemática. (Proposição geral e Conclusão)

Método hipotético-dedutivo: proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: quando

os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno,

surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou

hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se que deverão ser testadas ou falseadas. (GIL, 2002).

EXEMPLO

João é Contador e sabe matemática.

Paulo é Contador e não gosta de matemática.

Lauro é Contador e sabe que precisa lidar com números.

Hipóteses: O Contador deve saber matemática.

-4-
O Contador nem sempre gosta de matemática.

O Contador não gosta de matemática, apesar de precisar lidar com números.

Método dialético: fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se transcendem

dando origem às novas contradições que passam a requerer solução.

É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos não podem ser

considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc.

Empregado em pesquisa qualitativa (LAKATOS; MARCONI, 2005).

EXEMPLO

Problema de estudo: No mundo capitalista, o Contador é um profissional a serviço do capital?

Método fenomenológico: preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo, e tampouco

indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente

e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade não é única: existem tantas

quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no

processo de construção do conhecimento (GIL, 2002). empregado em pesquisa qualitativa.

Problema de Estudo: Sob o aspecto da estruturação metal, em que etapas o aprendizado da matemática se dá

no cérebro do contador?

A ciência não existe a partir de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma

maneira de raciocínio capaz de resolver o complexo mundo das investigações científicas.

3 Classificações das pesquisas


Existem várias formas de classificar as pesquisas.

Do ponto de vista da sua natureza, pode ser:


• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação
prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigida à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, as pesquisas podem ser:

Pesquisas Qualitativas

Estimulam os entrevistados a pensarem livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas têm como

objetivo forçar o surgimento de aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo conscientes,

de maneira espontânea.

-5-
São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço

para a interpretação. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo da

pesquisa qualitativa.

Exemplo de problema de Pesquisa Qualitativa:

Por que a Comunidade Sabiá votou expressivamente no Candidato XXX a vereador, nas eleições de 2008?

Pesquisas Quantitativas

Tem como objetivo descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica

ou um grupo de características. Ela é especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que

permitam uma análise estatística. Uma análise quantitativa apresenta os dados e requer o uso de recursos e de

técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de

regressão, etc.).

Exemplo de problema de Pesquisa Quantitativa:

Nas eleições de 2008, qual foi o candidato a vereador mais votado na Comunidade Sabiá?

Do ponto de vista de seus objetivos (gil, 2002) a pesquisas podem ser:


• Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo
explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.
• Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados:
questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Pesquisa de Levantamento.
• Pesquisa Exploratória: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas.
Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método experimental, e nas ciências sociais
requer o uso do método observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa
Expost-facto.
Quanto aos procedimentos, as pesquisas podem ser:

- Pesquisa Bibliográfica:

Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e

atualmente com material disponibilizado na Internet.

EXEMPLO

Um contador deseja estudar quais atitudes auxiliam no sucesso profissional, por meio do planejamento do

marketing pessoal. Para tanto, utilizará livros e periódicos variados.

- Pesquisa Documental:

Quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, meramente informativos.

EXEMPLO

-6-
Um jornalista quer estudar as imagens criadas na Guerra do Iraque, por meio dos jornais e a publicidade da

época.

- Pesquisa Experimental:

Quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo,

definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto na realidade.

EXEMPLO

Um agricultor quer saber o efeito do clima sobre o plantio do café. Para isso, produz controle e

acompanhamento, por meio de relatórios diários, sobre a evolução da plantação.

- Pesquisa de Levantamento:

Quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas, cujo comportamento se deseja conhecer.

EXEMPLO

Um diretor de empresa deseja saber a satisfação de seus clientes sobre atendimento.

Solicita ao gerente de marketing que elabore um questionário e envie por e-mail aos clientes.

- Estudo de caso:

Quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo

e detalhado conhecimento.

EXEMPLO

Um contador é solicitado pelo diretor financeiro de uma empresa a estudar a reestruturação do setor contábil-

financeiro.

Para isso, é preciso analisar as especificidades financeiras da empresa e seu foco de negócio.

- Pesquisa Expost-Facto:

Quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador cria uma previsão sobre o problema.

Pesquisa Prospectiva.

EXEMPLO

Um empresário projeta gratificações aos seus funcionários, por dez anos, a contar da data determinada em

portaria da empresa. Ano a ano, ele acompanha o desempenho da empresa e o impacto da gratificação.

- Pesquisa de Levantamento:

Quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema

coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de

modo cooperativo ou participativo, intervindo no objeto estudado.

EXEMPLO

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Uma empresa de telemarketing solicita ao gerente da área de atendimento que aplique uma nova tática de

atendimento aos clientes por telefone e pede que ele mesmo ligue para a empresa e crie um problema, para

saber como a operação realiza o atendimento. Serão coletadas as informações e como elas foram passadas pelos

atendentes.

- Pesquisa Participante:

Quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas, sem

interveniência no objeto estudado dos que participam.

EXEMPLO

Uma empresa de telemarketing solicita ao gerente da área de atendimento que aplique uma nova tática de

atendimento aos clientes por telefone. O gerente da área acompanha o trabalho dos colaboradores, por meio de

gravações e observações diretas.

- Pesquisa Expost-Facto:

Possui o nome de seu criador. Está relacionada a um estudo, sobretudo, comparativo e evolutivo, entre os

mesmos fenômenos ou objetos de estudo ou sobre o mesmo, tendo em vista uma relação temporal ou

circunstancial.

EXEMPLO

O Diretor da empresa XXX quer saber qual foi o seu desempenho financeiro antes e depois da implantação do

novo plano estratégico.

Quadro Importante:

-8-
4 Técnicas de pesquisa
Os instrumentos de pesquisa mais utilizados e mais usuais são o Questionário, Formulário e Entrevista.

(LAKATOS; MARCONE, 2005)


• Questionário: Tecnicamente, Questionário é uma investigação composta por um número mais ou
menos elevado de questões, por escrito, a pessoas que tem por objetivo propiciar determinado
conhecimento ao pesquisador. Focado no coletivo. Mais respondentes.
• Entrevista: A Entrevista se distingue do questionário, porque suas respostas são feitas de maneira oral
e mais focada no sujeito. Menos respondentes.
• Formulário: O Formulário é diferente da Entrevista, pois ele pode ser qualquer impresso com campos
próprios para anotação de dados, não importando a razão por que são preenchidos os dados.
• Teste: O Teste tem por objetivo incentivar determinadas reações através de perguntas.
• Enquete: A Enquete trata de reunir testemunhos de pessoas sobre determinados assuntos, em relação
ao objeto em estudo.
• Escala: A Escala visa a estabelecer grandezas em relação ao objeto a ser coletado.
Todo instrumento de pesquisa deve passar pela realização do Pré-Teste.

Verificadas as falhas, devem-se reformular as questões. O Pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, até que o

instrumento de pesquisa esteja ajustado.

O pré-teste deve ser aplicado à população com características da população a ser pesquisada, mas nunca naquela

que será alvo do estudo.

O Pré-teste serve também para verificar se o questionário apresenta três importantes elementos:
• Fidedignidade - qualquer pessoa que aplique obterá sempre os mesmos resultados;
• Validade - os dados recolhidos são necessários à pesquisa;
• Operacionalidade - vocabulário acessível e significado claro.
Observe que todo conteúdo tratado, até aqui, deverá ser usado no item METODOLOGIA de seu Projeto de

Pesquisa.

5 Argumentação na pesquisa: evidências que provam


Quando se constrói o conhecimento científico, se elabora um conjunto de provas sobre aquilo que se deseja

estudar. A ciência está na dependência da compreensão que dela se faz.

O quesito em que se sustenta o procedimento científico é a busca incessante da verdade. Para que a verdade seja

encontrada, é necessário ter o domínio da certeza, por meio de evidências, comprovações.

Segundo Aristóteles, na Retórica da Argumentação, existe um conjunto de evidências que provam e se pode

utilizar para comprovação da verdade. A ciência, expressada pelo conhecimento científico, ira-se valer de muitos

instrumentos de evidências da prova, para construir a verdade científica.

-9-
6 Tipos de evidências utilizadas como argumentos
científicos
Citação direta (uso da palavra literal de outros autores) e Citação indireta (uso das ideias de outras pessoas em

uma obra). A Citação é proveniente do registro verbal escrito - Normas gerais para apresentação de citação

(ABNT nº 10520).

7 Bibliografia e Referências
Apresenta a consulta de acervo utilizada pelo pesquisador, desde as primeiras leituras até a finalização do

projeto. Diferente das Referências, na bibliografia do Projeto, as fontes de leitura serão colocadas, mesmo não

utilizadas no corpo do Projeto, mas que tenham auxiliado na sua confecção.

Assim, em resumo, tem-se a seguinte distinção:


• Bibliografia – é o acervo bibliográfico sem manipulação (Projetos);
• Web-Bibliografia – é a parte do acervo em endereço eletrônico (Projetos)
• Referência Bibliográfica – é o acervo com manipulação pessoal das obras, através de fichamentos e
citações (relatórios de pesquisa, Monografia, Artigos, resenhas, Teses, Dissertações, entre outros).
• Referências - o acervo, quando houver a citação de endereços eletrônicos.

Saiba mais
DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. GIL, Antonio
Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002. LAKATOS, Eva Maria;
MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2005.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 2000.
Filosofia Da Ciência 02 Pensar a Ciência, disponível em: https://pt.scribd.com/doc/6278421
/Filosofia-Da-Ciencia-02-Pensar-a-Ciencia.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• Modalidades de Trabalho de Conclusão de Curso: distinções.
• Artigo Acadêmico.
• Relatório de Estudo de Caso.
• Monografia.

- 10 -
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu as bases da pesquisa científica e do pensamento da ciência.
• Identificou as classificações e tipos de pesquisa.
• Conheceu os argumentos utilizados em qualquer relato acadêmico e profissional.
• Aprendeu sobre a utilização das Citações e Referências/Bibliografias, como uso intertextual e polifônico.

- 11 -
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

PROJETO DE PESQUISA – MODALIDADES DE


TCC

-1-
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Identificar as distinções, em geral, entre as principais modalidades para o Trabalho de Conclusão de Curso –

TCC.

2- Conhecer cada estrutura da modalidade de TCC, para a escolha do que mais se coadune a sua proposta de

estudo (Projeto).

3- Reconhecer características de cada modalidade de TCC em relação ao problema observado no estágio e sua

temática.

1 Introdução
Tanto os projetos como os planejamentos de estudo resultarão em um trabalho de conclusão de curso que

justificarão uma produção inovadora de resposta a um problema verificado em estágio ou na atividade de

trabalho do aluno. Com isso, é necessário conhecer as modalidades de relato acadêmico que mais se

compatibilizam com a proposta de cada um.

Para esta escolha, devem-se levar em conta alguns aspectos: tempo disponível para seu desenvolvimento do

estudo, o problema e o tema pretendidos, material de consulta como referência da pesquisa, acesso às

informações sobre o objeto a ser estudado (um empresa, um setor, uma organização etc.).

Ainda, é preciso conhecer as características de cada modalidade de TCC, como o Artigo, o Relato de Estudo de

Caso e a Monografia. Interessa ao curso a possibilidade de flexibilizar formas de apresentação do trabalho final

que será produzido em consequência do Projeto proposto em Estágio.

Assim, nesta aula, serão vistas as modalidades de TCC e suas características, de acordo com a ABNT, e formas de

produção escrita.

2 Trabalhos acadêmicos e as normas da ABNT


O Artigo, o Relatório de Estudo de Caso e a Monografia são modalidades de produção para o Trabalho de

Conclusão de Curso mais usuais, e as três modalidades de Trabalhos Acadêmicos seguem as normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT.

-2-
Segundo a ABNT, o estabelecimento de normas a serem utilizadas nas produções acadêmicas brasileiras tem

como principais objetivos ordenar e padronizar os trabalhos acadêmicos, instituindo uma linguagem uniforme

nacional e internacional. A sigla ABNT NBR significa Norma Brasileira aprovada pela ABNT.

As normas estabelecidas para os trabalhos acadêmicos são as seguintes:


• NBR 14724: Contém os princípios para a elaboração de teses, dissertações, trabalhos de conclusão de
curso (elementos: pré-textuais, textuais e pós-textuais).
• NBR 6022: Informações para artigos em publicação periódica científica impressa.
• NBR 15287: Informação e documentação a respeito de Projeto de pesquisa.
• NBR 6023: Critérios e ordem em relação às referências, convenções a respeito da transcrição e
informações a serem retiradas de documentos ou de outras fontes de informação, como anais de eventos,
periódicos, jornais, monografias, site da internet etc.).
• NBR 10520: Informações sobre as citações em documentos.
• NBR 6028: Contém os requisitos para apresentação de resumos e redações.
• NBR 6027: Estabelece os itens para apresentação de sumário.
• NBR 6024: Informações sobre o sistema de numeração progressiva (títulos, subtítulos etc.).

3 Distinção entre as Modalidades


Dentre as possibilidades de Relatos que constituem o trabalho de conclusão de curso, estão entre os mais usuais

o Artigo, o Relatório de Estudo de Caso e a Monografia.

Com o objetivo de flexibilizar as possibilidades do estudante de produzir seu trabalho final, mediante sua

própria escolha, o Curso de Ciências Contábeis oferece as três modalidades.

Há alguns aspectos por meio dos quais se podem estabelecer diferenças entre as três modalidades de Trabalho

de Conclusão de Curso, entre eles: a Extensão, a Amplitude do tratamento temático, a Visão e a Avaliação.

Quanto à Extensão, é possível estabelecer a quantificação de páginas como elemento de mensuração entre as

modelagens:
• Artigo: de 15 a 20 páginas (sem contar com as partes pré e pós-textuais).
• Relatório de Estudo de Caso: 15 a 25 páginas (sem contar com as partes pré e pós-textuais).
• Monografia: 50 a 70 páginas (sem contar com as partes pré e pós-textuais).
Quanto à Amplitude do tratamento temático, é comum se estabelecer alguns padrões em relação a cada

modalidade.
• Artigo: mais específico no tratamento do tema; quanto maior o recorte do tema e seu problema de
estudo, mais fácil e melhor será seu desenvolvimento. O Artigo se dedica a estudo de um fragmento
aprofundado sobre o tema.
• Relatório de Estudo de Caso: específico no tratamento temático, porém, direcionado a único ambiente
de estudo (uma empresa, uma corporação etc.). Esta modalidade foca um tema e o aprofunda, em relação
ao ambiente determinado de sua ação.
• Monografia: específico no tratamento do tema, mas amplo no seu desenvolvimento, tendo em vista a
necessidade de maior explanação e de variáveis a serem consideradas sobre assuntos correlatos e que
somam ao estudo do problema e tema.

-3-
Quanto à Visão, tem-se mais apego à visão corporativa, mais mercadológica ou mais acadêmica. Contudo, é

importante destacar que os estudos a serem realizados precisam ser aplicados, com resultados que contribuam e

inovem sobre o tema.


• Artigo: pode possuir a visão mais mercadológica ou mais acadêmica, mas também pode reunir
simultaneamente as duas visões.
• Relatório de Estudo de Caso: assim como o artigo, apresentam as duas possibilidades de visão;
contudo, constitui um estudo bem aceito no mercado, pois trata um tema com profundidade, mas
direcionado a um ambiente específico, o que torna o resultado facilmente aproveitável por outros
ambientes (empresas, organizações, corporações).
• Monografia: modalidade mais acadêmica, cuja visão exige conduta metódica em suas etapas.
Quanto à Avaliação, cada modalidade exige um tipo de apresentação oral e escrita.
• Artigo: exige entrega de trabalho impresso em única via e apresentação oral, de 15 minutos, a único
professor presencial.
• Relatório de Estudo de Caso: exige entrega de trabalho impresso em única via e apresentação oral, de
15 minutos, a único professor presencial.
• Monografia: exige entrega de trabalho impresso em três vias, com banca de avaliação com três
professores, em que o aluno apresenta o trabalho em 20 minutos e os professores perguntam sobre
assuntos do trabalho não compreendidos ou incompletos, durante 20 minutos. A banca de apresentação e
avaliação é obrigatória nesta modalidade de TCC.
Quanto à redação, as três modalidades seguem a lógica dedutiva, com início, meio e fim, bem determinados.

4 O tema delimitado
Quanto mais delimitado for o tema escolhido para o trabalho, em função de um problema observado, mais fácil

será para o aluno o seu desenvolvimento e sua realização. Delimitar é criar enfoque, focar e direcionar os

elementos dispostos no tema. EXEMPLO Um aluno pretende estudar o seguinte tema: “Características

qualitativas de uma empresa especializada em Folha de Pagamento”. Repare que este tema está ainda muito

amplo, é preciso delimitá-lo. Delimitado o tema ficaria: “As características qualitativas, segundo os clientes da

Empresa XXX, de médio porte, prestadora de serviços terceirizados em Folha de Pagamento, na cidade de São

Paulo”. Repare como a delimitação deu enfoque mais claro ao estudo pretendido pelo aluno. Portanto, quando

propuser seu tema de Projeto, não esqueça de delimitá-lo. IMPORTANTE: O TEMA não é o TÍTULO do Projeto e

do TCC. O Título deve motivar a leitura, mas com vínculo lógico com o Tema proposto.

5 Estrutura do artigo
1) Elementos pré-textuais:
• Título: o artigo dever ter um título que expresse seu conteúdo.
• Autoria: o artigo deve indicar o(s) nome(s) do(s) autor(es) acompanhado(os) de suas qualificações na
área de conhecimento do artigo.

• Resumo: parágrafo que sintetiza os objetivos do autor ao escrever o texto, a metodologia e as

-4-
• Resumo: parágrafo que sintetiza os objetivos do autor ao escrever o texto, a metodologia e as
conclusões alcançadas. Para elaborar o resumo, veja a NBR 6028 (NB88) da ABNT.
• Palavras chave: termos escolhidos para indicar o conteúdo do artigo. Pode ser usado vocabulário livre
ou controlado.
2) Elementos textuais:
• Texto: composto basicamente de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Se for divido em
seções, deverá seguir o Sistema de Numeração Progressiva (NBR 6024 (NB69) da ABNT).
• A Introdução expõe o objetivo do autor, a finalidade do artigo e a metodologia usada na sua elaboração.
• O Desenvolvimento mostra os tópicos abordados para atingir o objetivo proposto. Nos artigos
originais, quando relatam resultados de pesquisa, o desenvolvimento mostra a análise e a discussão dos
resultados.
• A Conclusão, ou Considerações Finais, sintetiza os resultados obtidos e destaca a reflexão conclusiva do
autor.
• São considerados elementos de apoio ao texto notas, citações, quadros, fórmulas e ilustrações. As
citações devem ser apresentadas de acordo com a NBR10520:2001 da ABNT.
• Referências: lista de documentos citados nos artigos de acordo com a NBR 6023:2000 da ABNT.
3) Elementos pós-textuais (não obrigatórios):
• Apêndice: documento que complementa o artigo.
• Anexo: documento que serve de ilustração, comprovação ou fundamentação.
• Tradução do Resumo: apresentação do resumo, precedido do título, em língua diferente daquela na
qual foi escrito o artigo. Geralmente usa-se o Abstract (Resumo em Inglês) acompanhado de Keywords
(Palavras Chave em Inglês).

6 Estrutura do relatório de estudo de caso


Modelagem do Relatório de Estudo de Caso:

Resumo:
• É a apresentação concisa e seletiva de um texto, pondo em relevo os elementos de maior interesse tais
como objetivos do relato, assuntos tratados de mais relevância. É de natureza descritiva.
Introdução:
• É a apresentação do Objetivo do Trabalho e seu Tema. Assuntos Tratados no Levantamento
Organizacional, Definição e Tratamento Teórico da(s) Ferramenta(s) de Análise ou Diagnóstico e Análise
e Diagnóstico da Organização. O método e a técnica de pesquisa utilizados para o desenvolvimento do
estudo.
1 Levantamento Organizacional (Desenvolvimento):

1.1 Uma análise descritiva do histórico e da missão da Organização, bem como um memorial descritivo

de suas atividades durante o Programa de Estágio:


• Histórico e evolução temporal da Organização.
• Missão, Objetivos e Mercado a ser atingido — filosofia de atuação.
• Linha de pesquisa da área da Administração pretendida de estudo.
1.2 Levantamento das estratégias, das estruturas e das atividades de valor da Organização em relação ao

tema proposto:
• Descrição do ambiente.

• Descrição da estratégia competitiva genérica e o negócio da empresa.

-5-
• Descrição da estratégia competitiva genérica e o negócio da empresa.
• Descrição da estrutura organizacional.
• Descrição das atividades da empresa
• Descrição das atividades foco do tema e problemas tratados.
1.3 Reconhecimento do Problema encontrado na Organização, em função da área pretendida

(contextualização e planejamento):
• Definição do (objeto) e sua contextualização na realidade empresarial.
• Justificativa para a escolha do (objeto) a ser estudado.
2 Definição e tratamento teórico da(s) ferramenta(s) de análise ou diagnóstico:
• Base teórica na área da linha de pesquisa que aborde o tema pretendido, com sua delimitação.
3 Análise e diagnóstico da organização:
• Tabulação e Análise dos dados alcançados.
• Apresentação de resultados, cruzando aspectos teóricos com a análise.
4 Considerações finais:
• Apresentação de resultados — proposta de solução ou melhoria para o problema observado na
organização.
Referências bibliográficas ou Referências:
• Lista de livros e demais fontes de consulta que gerem o Referencial Teórico da pesquisa. Mínimo de 5
livros e demais fontes presenciais ou em endereços eletrônicos.
A linguagem em 3ª pessoa, impessoal, em que se utilizará a mesma metodologia científica utilizada nas demais

modalidades, seguindo criteriosamente as normas da ABNT. (NBR 14724)

Saiba mais
Leia:
Como escrever Artigo, disponível em: https://blog.kanitz.com.br/escrever-artigo/.
Como fazer a Monografia, disponível em: https://www.universia.net/br/actualidad
/orientacao-academica/como-fazer-sua-monografia-418931.html.
Temas e trabalhos na área da Contabilidade e Controladoria, disponível em: http://www.
portaldecontabilidade.com.br/.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• A estrutura de um projeto acadêmico.
• Os elementos do Projeto.
• Como se produz cada elemento e suas etapas de apresentação.

-6-
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conheceu as modalidades de TCC, como consequência do Projeto de pesquisa a ser executado.
• Identificou as diferenças básicas entre cada modalidade de TCC.
• Aprendeu sobre as características e estruturas de cada modalidade de trabalho final.

-7-
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

PROJETO DE PESQUISA – ESTRUTURA

-1-
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Identificar o que é um projeto de pesquisa.

2- Conhecer as etapas de um projeto de pesquisa.

3- Compreender cada etapa do Projeto de forma a criar o seu próprio Projeto.

1 Introdução
O Estágio, como foi visto, é um momento importante para a formação profissional. Atualmente, devido à

dinâmica das mudanças em todas as áreas, os problemas surgem e necessitam de respostas rápidas e eficazes.

Assim, observar um problema real na atividade de Estágio ou no Trabalho e buscar soluções é uma forma de se

preparar para um mercado de trabalho contingencial e em transformação.

O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que compreende

etapas que podem ser detalhadas e organizadas, para que, mais tarde, na disciplina de Trabalho de Conclusão de

Curso se possa desenvolver e trazer contribuições profissionais às empresas, aos profissionais da área contábil,

assim como ao próprio estudante.

Nesta aula, será visto o Projeto de Pesquisa Aplicada, baseado na observação no campo de Estágio ou Trabalho,

com vistas a produzir resultados inovadores como resposta aos problemas encontrados. Serão tratadas, também,

as etapas do Projeto e como devem ser elaboradas.

2 O Projeto e o Projeto de Pesquisa


O trabalho científico, invariavelmente, desenvolve-se por meio de uma pesquisa que, por tratar-se de

procedimento formal e sistemático, requer que sejam planejadas as ações que se fazem necessárias à realização.

Daí, o porquê da importância do projeto de pesquisa, entendido como fase preliminar à execução da pesquisa.

O Projeto é um plano traçado, esboçado, elaborado ou arquitetado para qualquer atividade que se tenha em

mente e que se pretenda realizar.

Segundo Gil (2002), o Projeto é a primeira fase de qualquer pesquisa. O autor diz, ainda, que há uma estrutura a

seguir, não muito, livre na formatação, mas que foca elementos mais ou menos, de acordo com sua finalidade.

-2-
O Projeto de Pesquisa é a primeira etapa componente de um plano, de um empreendimento ou de um processo

de elaboração, execução e apresentação do estudo de assunto ou tema, referente a um problema verificado, que

se propõe e se quer pesquisar.

A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas ainda não solucionados,

por isso, a importância de sair do lugar comum, na busca de estudar problemas e trazer soluções inovadoras.

Segundo França, o Projeto de Pesquisa é:

Um projeto acadêmico, diferente de projetos mais mercadológicos, não fixa os Custos como sem

maior aporte, ao contrário, visualiza primeiramente o tema delimitado e sua relevância, na

perspectiva de abordar um problema empírico, que mereça ser tratado e resolvido, por meio da

pesquisa. (2011:51)

3 Etapas do Projeto — Como elaborar


Vários são os modelos encontrados na literatura em relação à estrutura e etapas do Projeto Acadêmico.

Entretanto, embora difiram em forma, são sempre os mesmos tópicos imprescindíveis à realização de uma

-3-
pesquisa: o problema (o tema apresentado de forma problematizada como questão a ser estudada), os objetivos

apreendidos pelo estudo e, como trabalho científico, os procedimentos metodológicos.

Quanto à formatação, serão adotadas as normas técnicas oriundas dos documentos NBR 6023/2000 e NBR

14724/2001, publicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.1 Introdução

Apresenta a proposta a ser realizada, em linhas gerais, focando tema, o problema e os encaminhamentos dados à

pesquisa para a sua execução.

A Introdução é breve, e não passa de uma página. Dois ou três parágrafos satisfazem bem a sua produção escrita.

Recomenda-se que ela seja realizada no final, quando o projeto estiver pronto, pois a visão do todo estará

completa.

3.2 Tema

Este é o momento em que o aluno processa a busca, e pode até transformar-se em fator inibidor para o estudo.

Aqui ocorre o maior problema, quando não se vincula a pesquisa a uma atividade vivenciada ou experimentada,

principalmente, quando vinculada à formação profissional. Pensa-se sobre o tema no abstrato, na sugestão, e não

com apego ao real, ao tangível e ao alcançável como observação.

Entretanto, se houver a vivência sobre o tema, transformará esta etapa significativa para a sua qualificação

profissional e, certamente, uma exitosa experiência acadêmica. Antes de tudo, é preciso pesar o gosto pessoal e o

profissional, em relação a determinado tema. A atualidade e o destaque do tema na área de Ciências Contábeis

são também importantes. Valorizar acontecimentos da realidade e os problemas vivenciados também auxilia.

Contudo, é a prática profissional a maior fonte temática para estudos universitários para a realização de

pesquisa.

A escolha do Tema e sua delimitação levam em conta algumas variáveis que pode intervir para a melhoria do

trabalho ou para dificultá-lo e, até mesmo, inviabilizá-lo. São eles:


• Motivação e gosto pelo tema.
• Disponibilidade de tempo para se dedicar.
• Espaço físico e distância do objeto de estudo.
• Disponibilidade de fontes de pesquisa.
• Empatia com a área e o tema, entre outros.
• Maior oferta de fontes de consulta sobre o tema.
Não se esqueça de delimitar o Tema da pesquisa. A Delimitação significa explicar: o que será objeto de estudo?

O que será abordado? E por quê?

A delimitação fixa a abrangência do estudo, quanto ao tempo e ao local de estudo.

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3.3 O Problema

Nesta etapa você refletirá sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é realmente um problema e se

vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do

problema, isto porque objetiva buscar sua solução.

Segundo Gil (2002), um problema de pesquisa é de natureza científica quando envolve as variáveis que sejam

vistas como testáveis.

O problema é verificado na realidade de forma interrogativa e representa a questão que o pesquisador pretende

esclarecer a respeito do tema escolhido. Portanto, o Problema é sempre uma pergunta que a pesquisa deseja

responder, conforme foi visto em aulas anteriores.

O problema é o fundamento da pesquisa, pois ele determina o caminho lógico a percorrer para alcançar

respostas, resultados, que colaborem ou resolvam questões reais, foco da pesquisa.

Tratando-se da determinação de um problema, para projetos acadêmicos, em curso de gestão, como é o caso do

Curso de Ciências Contábeis, indica-se o ambiente profissional e das empresas como local próprio e adequado

para a percepção e observação do problema de estudo.

Em um Tema como “Lei de Responsabilidade Fiscal”, são possíveis Problemas:


• Quais são as forma de controle que exerce a Lei de Responsabilidade Fiscal sobre empresas públicas, na
área de contabilidade?
• Quais exigências são impostas aos profissionais da área pública contábil, a partir da Lei de
Responsabilidade Fiscal?
• Como a empresa pública XXX se estruturou no setor contábil, para cumprir a Lei de Responsabilidade
Fiscal?
O Projeto de Pesquisa deve determinar apenas um problema de estudo.

3.4 Justificativas

Nesta etapa você refletirá sobre “o porquê” da realização da pesquisa procurando identificar as razões da

preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a outros temas de sua área de formação. Pergunte

a você mesmo:

O tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta?

Quais as vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar?

A justificativa deverá convencer o leitor do projeto com relação à importância e à relevância da pesquisa

proposta. Assim, a pergunta que norteia a Justificativa é:


• Quais são as contribuições da pesquisa para a sociedade, para um grupo (coletividade de indivíduos, de
profissionais) e para aquele que realiza a pesquisa?

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profissionais) e para aquele que realiza a pesquisa?
Observe que as justificativas podem ser de várias óticas:
• Pessoal (o que contribui ao estudante como pessoa e como trabalhador).
• Profissional (que contribuições traz em nível da categoria profissional da contabilidade).
• Social (como o trabalho é relevante para a sociedade).

3.5 Referencial Teórico

Nesta fase, você deverá responder às questões que se relacionam aos objetivos específicos traçados:
• Quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais as
lacunas existentes na literatura. Pode objetivar determinar ser uma revisão teórica, ser uma revisão
empírica ou ainda ser uma revisão histórica.
• O Referencial Teórico representa a coleta de informações e conhecimentos, produzidos na área em
estudo que, de alguma forma, venha a desenvolver subtemas que solucionem o Problema determinado
para a pesquisa.
• Para redigir esta etapa, é preciso já ter consultado e coletado dados de fontes diversas, como livros,
artigos, revistas especializadas, periódicos científicos, entre outros.
Repare: se um dos objetivos for “identificar as etapas da criação de uma empresa contábil”, sabe-se que no

referencial Teórico haverá o tema: “Etapas da criação de uma empresa contábil”.

3.6 Metodologia

Nesta etapa você definirá onde e como será realizada a pesquisa. Definirá o tipo de pesquisa (Aula7), a população

(universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma como pretende tabular e

analisar seus dados. População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas

características definidas para um determinado estudo. Amostra é a parte da população ou do universo,

selecionada de acordo com uma regra ou plano. Conforme afirma Gil (2002), toda pesquisa cumpre uma

finalidade, necessita de um modelo de estudo para ser executada com cientificidade e solicita que os dados

coletados sejam tratados com método, utilizando uma técnica correta.

3.7 Os Procedimentos Metodológicos

Os Métodos e as técnicas constituem etapas obrigatórias da investigação cientifica. No Projeto da Pesquisa já se

deve determinar as ferramentas com as quais se pretende realizar o trabalho sistematizado da pesquisa para

que realmente traga resultados à questão problema que norteia o estudo pretendido.

Método está relacionado ao modelo de pesquisa e reflete o problema a ser estudado. Conhecer o problema e suas

as variáveis encaminha ao método mais preciso e às técnicas mais adequadas para a sua solução. Desta forma,

muita vezes o pesquisador adota no mesmo estudo dois ou mais procedimentos metodológicos.

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A Técnica é constituída do conjunto de ferramentas com que o pesquisador contará para coleta de dados.

Quando se vai determinar a técnica da pesquisa, duas variáveis são mais importantes nesta ação: o Tempo e o

Custo.

Além de estarem relacionadas ao método, as Técnicas são meios de operacionalizar o próprio Método.

Repare: se a Pesquisa é Bibliográfica, será usada a técnica de pesquisa bibliográfica, coletada em livros, revistas

especializadas, artigos publicados etc. Se a Pesquisa é de Levantamento, será usada como técnica de coleta de

dados um questionário ou uma entrevista.

3.8 Cronograma

Nesta etapa, você identificará cada passo da pesquisa:

Use os passos citados para montar seu cronograma. Lembre-se que o Cronograma faz parte do planejamento

geral da execução da pesquisa. Presuma o tempo para cada passo apontado e monte em um quadro. A pergunta

que norteia o Cronograma é: O que fazer e em quanto tempo?

3.9 Bibliografia

Nesta etapa você irá arrolar as fontes consultadas, de acordo com a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT). Faça a referência dos documentos de onde você extraiu as citações feitas no

Referencial Teórico. A Bibliografia é norteada pela seguinte pergunta: Que materiais foram citados e usados

na produção do projeto? Reveja a aula 7 que já tratou sobre o tema. Lembrete: a Bibliografia é o uso do acervo

coletado de fontes, sem a manipulação do pesquisador, pois ainda não se desenvolveu a coleta de dados

definitiva (usada em Projetos). Já as Referências Bibliográficas e Referências são o acervo manipulado pelo

pesquisador para construir a base teórica da pesquisa. Assim, o critério de distinção está na forma de uso.

Saiba mais
Leia:
DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.
São Paulo: Atlas, 2005.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 2000.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
• O Projeto e suas qualidades.
• Como avaliar em um projeto acadêmico.
• Um Modelo de Projeto na área de Ciências Contábeis.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o Projeto como planejamento de um estudo de realização acadêmica.
• Identificou as etapas do projeto.
• Aprendeu como se elaboram as etapas.

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

PROJETO DE PESQUISA – MODELO DE


PROJETO E SUAS ETAPAS

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Conhecer as características que trazem qualidades ao Projeto de Pesquisa Aplicada.

2- Identificar os pontos a serem avaliados no Projeto de Pesquisa Aplicada.

3- Conhecer um modelo de Projeto de Pesquisa Aplicada na área de Ciências Contábeis.

1 Introdução
Em aulas anteriores, falou-se sobre o Projeto de Pesquisa Aplicada e suas etapas, demonstrando, teoricamente, à

luz da ABNT, como ele se desenvolve e se configura.

Nesta aula, é visto o Projeto na sua prática. Há apresentação de um projeto inédito na área de Ciências Contábeis,

com as etapas obrigatórias, inclusive com a Capa e a Folha de rosto para apresentação e entrega final do Projeto,

enquanto trabalho avaliativo. Também são vistas as características qualitativas de um Projeto de Pesquisa e os

pontos importantes para a sua avaliação.

O Projeto é a primeira fase de qualquer pesquisa, como foi visto. Também se conheceu as etapas obrigatórias de

um Projeto, teoricamente, segundo aspectos formais do conhecimento científico. Nesta aula, é apresentado um

Projeto Modelo de Pesquisa Aplicada, como prática.

Um projeto acadêmico, diferente de projetos mais mercadológicos, não fixa os Custos como seu maior aporte, ao

contrário, visualiza primeiramente o tema delimitado e sua relevância, na perspectiva de abordar um problema

real, que mereça ser tratado e resolvido, por meio da pesquisa.

É importante, agora, saber que qualidades são esperadas para a realização de um bom projeto e quais pontos

serão vistos na sua avaliação.

2 Qualidades do projeto
Há qualidades a serem observadas, quando se formula um projeto acadêmico. São elas:

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Outras qualidades: adequado, original, inédito, imparcial, claro, preciso, coerente, objetivo, unidade, honestidade,

exatidão.

3 Pontos a serem avaliados no projeto


Veja pontos fundamentais de um projeto acadêmico que norteiam sua avaliação. Tais pontos serão destacados

aqui como itens de orientação docente e discente nas disciplinas que envolvem projetos e pesquisa:

Conteúdo do - identificação dos objetivos do trabalho; - metodologia de pesquisa; - consistência na

trabalho fundamentação teórica; - bibliografia clássica e atualizada.

Relevância

científica e - relevância do tema/problema; - inovação; - contribuição para novas pesquisas.

social

Qualidade do - normas da ABNT; - normas internas, vocabulário técnico e adequado; - normas

texto gramaticais.

Apresentação - clareza; - precisão; - objetividade; - unidade; - coerência; - consistência; - coesão; -

escrita correção.

Valor

acadêmico,

valor social e

-3-
contribuição

à área

Saiba mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou aspectos qualitativos de um Projeto de Pesquisa Aplicada.
• Compreendeu aspectos importantes para a avaliação do Projeto de Pesquisa Aplicada.
• Conheceu um modelo de Projeto de Pesquisa Aplicada na sua área de formação.

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