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Projecto Monografico
Projecto Monografico
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2020
Justino Alexandre Mimbir
Supervisor
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2020
Índice
CAPÍTULO I.............................................................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................4
1.1. Delimitação do Tema.................................................................................................................4
1.2. Problema....................................................................................................................................4
1.3. Hipóteses.....................................................................................................................................5
1.4. Justificativa................................................................................................................................5
1.5. Objectivos...................................................................................................................................6
1.5.1. Geral...................................................................................................................................6
1.5.2. Específicos..........................................................................................................................6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................................6
2.1. Responsabilidade Civil..............................................................................................................6
2.1.1. Pressupostos.......................................................................................................................7
2.2. Responsabilidade Civil Ambiental............................................................................................7
2.2.1. O Dano Ambiental.............................................................................................................8
2.3. O Nexo de Causalidade............................................................................................................11
2.3.1. Teorias explicativas..........................................................................................................11
2.3.2. O Nexo de Causalidade na Responsabilidade Civil Ambiental....................................12
2.3.3. Algumas soluções propostas ao tratamento da prova da causalidade..........................13
3. METODOLOGIA............................................................................................................................15
3.1. Metodologia Científica................................................................................................................15
3.1.1. Método de Abordagem....................................................................................................16
3.1.2. Método de Procedimento.................................................................................................16
3.2. Cronograma de Actividades....................................................................................................16
3.3. Orçamento................................................................................................................................17
Bibliografia..............................................................................................................................................18
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CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
1.1. Delimitação do Tema
No presente trabalho, far-se-à uma análise das propostas de superação à vexata quaestio da prova
do nexo de causalidade na responsabilidade civil ambiental.
Portanto, já se pode aferir do tema supra, que o contexto em que o mesmo se insere é objecto do
Direito Civil-Obrigações e Direito do Ambiente concomitantemente.
1.2. Problema
No entanto, a responsabilidade civil tem seus pressupostos, dentre eles, um que é indispensável,
o nexo de causalidade1, diferente do pressuposto da culpa que é afastado pela responsabilidade
objectiva. Se por um lado, o nexo de causalidade é um pressuposto da responsabilidade civil, por
outro o dano ambiental é complexo, pelas suas características da globalidade- refere-se ao facto
de o dano ambiental transcender os limites do território em que o facto danoso se verificou;
transtemporalidade - está ligada a protelação do dano no tempo; invisibilidade- muitos danos
ambientais não podem ser captados pelos sentidos; e multicausalidade- um dano pode ser
causado conjuntamente por vários agentes. Essa complexidade do dano ambiental, gera uma
complexidade do nexo de causalidade, caracterizada pela existência de extremas dificuldades
para que o lesado possa provar a existência de uma ligação entre o dano e o facto danoso.
Constatando-se uma verdadeira lacuna no nosso ordenamento jurídico no que diz respeito ao
tratamento desta matéria, importa levantar a seguinte questão: Que soluções ao Direito
moçambicano convêm adoptar?
1
O nexo de causalidade é o elo de ligação entre o facto e o dano.
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1.3. Hipóteses
1.4. Justificativa
Este fenómeno gera tanto uma enorme esperança no elevado crescimento económico do país,
quanto uma enorme preocupação pelos efeitos adversos da exploração destes recursos,
assumindo enorme destaque as adversidades ambientais, que comprometem a subsistência das
futuras gerações.
Os danos ambientais, as mais das vezes, protelam-se no tempo, portanto, verifica-se uma enorme
necessidade de adopção de soluções jurídicas eficientes para a salvaguarda deste bem jurídico
constitucionalmente tutelado, que é o meio ambiente.
1.5. Objectivos
1.5.1. Geral
1.5.2. Específicos
Compreender a complexidade do dano ambiental;
compreender a relevância do nexo de causalidade na responsabilidade civil ambiental;
Analisar as propostas ao tratamento do ónus de prova da causalidade.
CAPÍTULO II
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.Responsabilidade Civil
Antes de fazer referência sobre qualquer aspecto da responsabilidade civil ambiental, mostra-se
indispensável fazer uma nota de aspectos gerais relacionados à responsabilidade civil.
PINTO (2005, p. 128) considera que: “quando a lei impõe ao autor de certos factos ou ao
beneficiário de certa actividade a obrigação de reparar os danos causados a outrem, por esses
factos ou por essa actividade, depara-se-nos a figura da responsabilidade civil”.
PINTO (2005, p. 128) afirma que: “a responsabilidade civil consiste, por conseguinte, na
necessidade imposta pela lei a quem causa prejuízos a outrem de colocar o ofendido na situação
em que estaria se não fosse a lesão (arts. 483 e 562 do CC)”.
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2.1.1. Pressupostos
Para que haja responsabilidade civil, é necessário que se verifiquem os seguintes pressupostos: o
dano, a ilicitude, a culpa e o nexo de causalidade (PINTO, 2005, p. 130)
“O dano é definido como a frustração de uma utilidade que era objecto de tutela
jurídica” (LEITÃO, 2010, p. 343);
“A ilicitude se traduz na violação de direitos subjectivos ou interesses alheios”
(PINTO, 2005, p. 130);
“A culpa é definida como o juízo de censura ao agente por ter adoptado a conduta
que adoptou, quando de acordo com o comando legal seria obrigado a adoptar
uma conduta diferente” (LEITÃO, 2010, p. 323); e
“o nexo de causalidade é a imposição segundo a qual, o comportamento imputado
deve ser a causa do dano sofrido” (LEITÃO, 2010, p. 358).
Segundo MEZZAROBA (2014, p. 360) “na responsabilidade civil ambiental, que é a que resulta
de danos ambientais, verifica-se a superação dos pressupostos do dever de indemnizar: acto
ilícito, dano e nexo de causalidade”.
2
Lei nᵒ 20/97 de 1 de Outubro.
8
Por consequência do especial tratamento que merecem, pelas particularidades que possuem e de
acordo com o desiderato da presente pesquisa, cabe-nos analisar mais detalhadamente os
pressupostos do dano e do nexo de causalidade.
Assim, os danos ambientais são aqueles que se fazem sentir em bens como a
saúde humana ou o património, tendo como meio ou veículo da lesão algum
componente ambiental (o ar, a água, o solo, etc). Os danos ambientais,
rigorosamente, resultam directa ou indirectamente de atividades humanas que,
ao poluir ou causar a degradação de um componente ambiental, causam
prejuízos mensuráveis (patrimoniais ou não) em vítimas humanas. Os danos
ecológicos, por sua vez, são situações de degradação de um meio receptor (mais
uma vez, o ar, a água, o solo, a biodiversidade, etc) independentemente de esse
dano afetar o Homem. Os danos ecológicos puros, sem danos ambientais
associados são raros, na medida em que sempre haverá alguns prejuízos
humanos, pelo menos indirectos, pelo menos potenciais, pelo menos futuros,
resultantes daquele dano ecológico. Os danos ecológicos sem danos ambientais
(significativos) ocorrem quando os componentes naturais afetados não estão
apropriados individualmente (são res communes ou omnium), nem são objecto
de qualquer aproveitamento económico, recreativo ou outro. Os danos
ecológicos devem ser reparados prioritariamente através da restauração natural.
Entre nós, nos é trazida a distinção entre dano ao ambiente e dano ecológico, por SERRA (2008,
p. 573), segundo o qual:
Os danos ao ambiente abrangem não somente danos ao ambiente natural propriamente dito, isto é,
a bens ecológicos ou ainda aos componentes ambientais naturais, como tambem os danos
provocados sobre os componentes culturais ou humanos, como é o caso da paisagem e do
património construido. Quanto ao dano ecológico, tende sempre a eleger o objecto material do
dano – o ambiente enquanto conjunto dos recursos bióticos (seres vivos) e abióticos (ar, água,
terra) e a sua interacção – como critério orientador.
O dano ambiental é difuso e muitas vezes reflexo, constituindo uma lesão a um bem de uso
colectivo, cuja apuração é de difícil constatação dada a incerteza, a transtemporalidade e a
cumulatividade (FREITAS, 2017, p. 39).
Como já se fez referência supra, o dano ambiental é complexo e a seguir iremos apresentar os
tipos de dano ambiental que revelam a complexidade deste, nomeadamente, o dano efectivo, o
dano transnacional, dano potencial e o dano multicausal.
“Dano efectivo é aquele que realmente ocorre, que há perda de bens ou dano ambiental
comprovado” (MEZZAROBA, 2014, p. 365).
Dano potencial é aquele que pode ocorrer, há possibilidade de um evento prejudicial futuro.
Entende-se também por dano potencial, aqueles danos ambientais continuados ou acumulados,
característicos de atividades de riscos, podendo gerar prejuízos num lapso de tempo maior
(MEZZAROBA, 2014, p. 366). Neste sentido:
O risco é, hoje, o dado de grande discussão, pois o mesmo dificulta a implementação de medidas
capazes de dar proteção ao meio ambiente, com intuito de prevenção de danos. Um exemplo de
dano potencial seria a instalação de antenas de celulares, A própria Organização Mundial de
Saúde (OMS) informa que a convivência próxima a estas antenas pode ocasionar efeitos na saúde,
como cataratas, glaucomas, doenças cardiovasculares. Entre outros efeitos, temos casos de
distúrbios do sono, atividades epilépticas em crianças (MEZZAROBA, 2014, p. 366).
Segundo MEZZAROBA (2014, p. 368), “o dano transnacional é o dano que afeta países
transfronteiriços”.
“No que tange à questão do espaço, os danos ambientais podem ser originados pela actividade de
diversos agentes, localizados em pontos diferentes do território e seus efeitos também podem
extrapolar fronteiras de diversos Estados” (FREITAS, 2017, p. 43).
privado”. Dessa forma, a degradação do meio ambiente não respeita fronteiras políticas ou
geográficas e os efeitos dela provenientes podem expandir sobre o território de mais de um país,
inclusive alcançando nível global.
É o dano que é quase impossível localizar sua origem, devido várias causas ligadas ao dano.
Podemos destacar o dano à saúde: a noção de que a saúde é um processo continuado
interdependente de preservação da vida, criou uma nova dimensão social e o modo de entender a
saúde abrange aspectos individuais e colectivos, envolvendo questões ambientais e sociais
(MEZZAROBA, 2014, p. 370).
O uso de agrotóxico de forma irregular e muitas vezes proibida, é causador de danos multicausais
no meio ambiente e a saúde humana. No que diz respeito a saúde o maior índice de incidência de
lesão, está ligada ao mal uso dos agrotóxicos, ou seja, a inadequada, de quantidade superior a
recomendada, e, até mesmo aplicação de produtos não permitidos ou não indicados para o uso
(MEZZAROBA, 2014, p. 370).
Para que se possa ter uma compreensão nítida sobre o instituto do nexo de causalidade,
necessário é, que se faça uma breve abordagem sobre as teorias que tentam explicá-lo,
nomeadamente, a teoria da equivalência das condições, teoria da última condição, teoria da
condição eficiente, teoria da causalidade adequada e a teoria do fim da norma violada.
“A teoria da equivalência das condições, igualmente designada como teoria da conditio sine qua
non, considera causa de um evento toda e qualquer condição que tenha concorrido para a sua
produção, em termos tais que a sua não ocorrência implicaria que o evento deixasse de se
verificar” (LEITÃO, 2010, p. 359);
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“A teoria da última condição, ou da causa próxima, só considera como causa do evento a última
condição que se verificou antes de este ocorrer e que, portanto, o precede directamente”
(LEITÃO, 2010, p. 360);
“A teoria da condição eficiente, formulada por BIRKMEYER, pretende que, para descobrir a
causa do dano terá que ser efevtuada uma avaliação quantitativa da eficiência das diversas
condições do processo causal, para averiguar qual a que se apresenta mais relevante em termos
causais” (LEITÃO, 2010, p. 360);
“A teoria do escopo da norma violada defende, pelo contrário, que para o estabelecimento do
nexo de causalidade é apenas necessário averiguar se os danos que resultaram do facto
correspondem à frustração das utilidades que a norma visava conferir ao sujeito através do
direito subjectivo ou norma de protecção” (LEITÃO, 2010, p. 362).
O sistema civil moçambicano, adoptou a teoria da causalidade adequada no artigo 563 do C.C.
com a seguinte redacção: “a obrigação de indemnização só existe em relação aos danos que o
lesado provavelmente não teria sofrido se não fosse a lesão”. Esta norma vem rejeitar as demais
teorias sobre o nexo de causalidade, adoptando a causalidade adequada.
dita, tratando-se, desta forma, do liame entre os outros dois elementos, isto é, da
relação entre a causa e o efeito (LEITE, 1999, p. 174).
Nas palavras de MACHADO (2013, p. 411) “quando é somente um único emissor não existe
nenhuma dificuldade jurídica. Quando houver pluralidade de autores do dano ecológico,
estabelecer-se o liame causal pode resultar mais difícil, mas não é tarefa impossível”.
CARVALHO (2013 apud FREITAS, 2017, pp. 72-73) disserta ainda que:
Outra solução proposta é a inversão do ónus de prova previsto no nᵒ1 do artigo 341 do C.C. e
artigo 516 do C.P.C.. Neste sentido, FERRAZ (1979 apud LEITE, 1999, p. 183) declara que:
“Entretanto a presunção de causalidade não prevalece quando a instalação demonstrar que estava
em conformidade com a legislação vigente, cumprindo os deveres especiais das actividades, e
que não existia qualquer anomalia, cabendo ao titular da instalação fazer a prova do
preenchimento dos pressupostos mencionados” (OLIVEIRA, 2007, apud FREITAS, 2017, p.
102).
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
3.1. Metodologia Científica
“Os métodos variam de acordo com a natureza da pesquisa, a área da ciência, a forma de
abordagem, o objecto-problema e as fontes, os objectivos e ainda os procedimentos” (GIL, 2007,
p.23).
A natureza da pesquisa tem por base a distinção entre pesquisa quantitativa e pesquisa
qualitativa.
O mesmo autor define a pesquisa qualitativa como aquela que pode se utilizar de dados
quantitativos mas, ao contrário daquela preocupa-se mais com a compreensão e interpretação dos
fenómenos e objectos.
A presente pesquisa tem uma natureza qualitativa, uma vez que busca a compreensão de dados já
existentes.
“O método indutivo parte das observações particulares para chegar a conclusões gerais. A
constância e a regularidade dos fenômenos produzem uma generalização, querem levar a
uma lei geral e universal. Induzir é chegar a uma conclusão a partir de dados particulares”
(GIL, 2007, p.38).
O método de abordagem a ser utilizado na presente pesquisa é o método indutivo, uma vez
que o objectivo é partir de análises sobre ordens jurídicas concretas para concluir uma
verdade implicitamente consagrada nos princípios estruturantes do sistema romano-
germánico.
“Há muitas formas de se classificar os métodos de procedimento. Eles podem ser do tipo:
bibliográfico, documental; levantamento de dados, estudo de campo, estudo de caso,
pesquisa participante” (GIL, 2007, p. 51).
3.3. Orçamento
Nᵒ de Designação Quantidade Preço Total
Ordem unitário
1 Livros 5 4.000,00MT 20.000,00MT
2 Papéis de resma A4 4 350,00MT 1.400,00MT
3 Esferográfica 4 10,00MT 40,00MT
4 Computador portátil 1 40.000,00M 40.000,00MT
T
5 Impressora 1 25.000,00M 25.000,00MT
T
6 Tinteiro de 4 4.000,00MT 16.000,00MT
impressora
7 fotocópias 100 1,50MT 150,00MT
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8 Sub-total 102.590,00MT
9 Contingências (10%)---------------------------------------10.259,00MT
10 Total--------------------------------------------------------- 112.849,00MT
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Bibliografia
Doutrina
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social - 6 ed. Porto Alegre: Atlas, 2008.
MACHADO, P. A. L., Direito Ambiental Brasileiro, 21ᵃ edição, São Paulo, Malheiros Editores,
2013.
MEZZAROBA, O., et al, Direito Ambiental II, Vol.5, Curitiba, Clássica Editora, 2014.
PINTO, C. A. M., Teoria Geral do Direito Civil, 4ᵃ edição, Coimbra, Coimbra Editora, 2005.
SERRA, C. & CUNHA, F., Manual de Direito do Ambiente, 2ª edição, Maputo, Ministério da
Justiça – CFJJ, 2008.
Legislação