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LEVANTAMENTO GEOFÍSICO, BATIMÉTRICO E

GEOTÉCNICO - MARINA BEIRA-MAR

SURVEY Nº CB&I PÁGINA


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REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA CONHECIMENTO E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO

Rev. TE Descrição Por Ver. Apr. Aut. Data

0 B EMISSÃO INICIAL GB CS JS JS 06/10/14

1 C REVISÃO GERAL GM JJM JS AM 20/10/15


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ÍNDICE

ITEM DESCRIÇÃO PÁGINA

1.0 INTRODUÇÃO 3

1.1 ÁREA DE ESTUDO 3

1.2 PLANEJAMENTO DAS LINHAS DE SONDAGENS BATIMÉTRICA E GEOFÍSICA 5

2.0 LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO 6

2.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 6

2.2 EXECUÇÃO DOS LEVANTAMENTOS BATIMÉTRICOS 9

2.3 MAREGRAFIA 10

2.4 PROCESSAMENTO DE DADOS 13

3.0 LEVANTAMENTO GEOFÍSICO 14

3.1 LEVANTAMENTO SÍSMICO DO TIPO CHIRP 14

3.2 METODOLOGIA 16

3.3 PARAMETROS DO EQUIPAMENTO 16

4.0 LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO JET-PROBE 17

4.1 SONDAGEM JET-PROBE 17

5.0 RESULTADO DO LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO 19

5.1 ANÁLISE DAS INCERTEZAS 19

6.0 RESULTADOS LEVANTAMENTO GEOFÍSICO 23

6.1 INTERPRETAÇÃO GEOFÍSICA 25

7.0 RESULTADOS LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO JET-PROBE 34

8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

ANEXO 1 38
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1.0 INTRODUÇÃO

Neste documento são apresentados os resultados e as análises dos dados hidrográficos e geofísicos
adquiridos na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, SC.

O Levantamento hidrográfico realizado na área de estudo se enquadra na Categoria “B” e atende à


Portaria nº 8 da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), que dispõe de normas e procedimentos
para controle dos levantamentos hidrográficos em território nacional (NORMAM-25).

A batimetria foi realizada nos dias 14 e 15 de agosto de 2014 e a geofísica foi realizada no dia 28 de
agosto de 2014 pela CB&I Meio Ambiente e Infraestrutura Ltda., inscrita sob o nº 245 no cadastro de
entidades executantes de Levantamento Hidrográfico, em conformidade com o art. 37 do Decreto-
Lei nº 243 de 28/02/1967, de acordo com a autorização Nº 239/14 (Anexo 1), emitida no dia 06 de
agosto de 2014, pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) da DHN.

O intuito principal para o desenvolvimento do levantamento hidrográfico e geofísico foi gerar dados
de forma a subsidiar o projeto de implantação de uma marina na Avenida Beira-mar Norte, em
Florianópolis, SC. Desta maneira, todos os dados batimétricos estão referenciados ao nível de
referência da DHN.

1.1 ÁREA DE ESTUDO

A Ilha de Santa Catarina, que tem por limites as coordenadas geográficas de 27º22’49” e 27º50’10”
de latitude sul e 48º21’37” e 48º34’49” de longitude oeste, é individualizada do continente pela Baía
de Florianópolis, denominadas baías Sul e Norte. A área de execução do levantamento em questão é
a Baía Norte, popularmente conhecida como Beira Mar Norte (Figura 1).

O clima local é classificado em subtropical mesotérmico úmido, com verões quentes e invernos
amenos, apresentando temperatura média anual de 20,4ºC (Prefeitura Municipal de Florianópolis).

A atual ilha de Santa Catarina resulta da interligação de um grande número de morros que
correspondem aos topos de blocos mais elevados, separados do continente e entre si por fossas
tectônicas hoje preenchidas, parcial ou totalmente, por sedimentação quaternária (Prefeitura
Municipal de Florianópolis).
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Figura 1: Área do levantamento batimétrico.


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1.2 PLANEJAMENTO DAS LINHAS DE SONDAGENS BATIMÉTRICA E GEOFÍSICA

O planejamento das linhas de navegação foi realizado através do software Hypack 2012a seguindo
os padrões internacionais que constam na publicação especial nº 44 (S44 – 5a edição) da IHO
(International Hidrography Organization) e a NORMAN 25 / Anexo J / capítulo “Procedimentos para
LH categoria B ordem 1B”.

O plano de navegação foi elaborado com linhas dispostas perpendicularmente à costa, com
espaçamento regular determinado de acordo com a profundidade da área a ser estudada. Para
aferição do levantamento batimétrico dos perfis, foram planejadas linhas de verificação, dispostas de
modo aproximadamente perpendicular às linhas regulares de sondagem (Figura 2).

Figura 2: Linhas planejadas para levantamento batimétrico realizado na Beira Mar Norte, Ilha de Santa
Catarina (SC).
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2.0 LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO

2.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Os equipamentos utilizados para a realização dos levantamentos batimétricos foram: (I) ecobatímetro
com transdutor da Odom (200 kHz), (II) compensador de movimento triaxial Teledyne TSS DMS-25;
e (III) DGPS-RTK Trimble R6 (Figura 3).

Para realização dos levantamentos, todos estes instrumentos são acoplados a um sistema de
navegação e aquisição de dados: o software Hypack 2012a.

Figura 3: Equipamentos levantamento batimétrico montado na embarcação CB&I Brasil 1.

As especificações de todos os equipamentos utilizados são fornecidas a seguir:

Ecobatímetro

• Ecobatímetro Odom Hydrographic Echotrac CV 100 - 200 kHz (Figura 4):

• Resolução: 0,01 m;
• Exatidão: 0,01 m +/- 0,1% da profundidade em frequência 200 KHz;
• Range de profundidade: <30cm a 600m (dependendo da frequência e do transdutor
utilizado);
• Velocidade do som: 1370 a 1700 m/s, resolução de 1 m/s;
• Dimensões: 230 mm altura x 280 mm largura x 115 mm de altura;
• Peso: 5,0 kg.
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• Transdutor Odom Hydrographic modelo OTSBB200-9 (Figura 4):

• Frequência: 200 kHz;


• Largura do beam: 4o/20o em frequência 200 kHz;
• Peso: 1,0 Kg.

Figura 4: Ecobatímetro Odom Hydrographic Echotrac CV 100; e Transdutor Odom Hydrographic modelo
OTSBB200-9.

Compensador de Movimentos

• Compensador de Movimentos Odom Hidrographic Teledyne TSS DMS-25 (Figura 5):

• Compensa os movimentos de heave, pitch e roll;


• Exatidão do compensador de heave: 5 cm ou 5% (período de 0 a 20 s);
• Exatidão pitch e roll: 0,25o;
• Range máximo: heave +/- 10 m; pitch e roll +/- 30°;
• Dimensões: 172 mm altura x 99 mm diâmetro;
• Peso: +/- 4,0 kg.

Figura 5: Compensador de Movimentos Odom Hidrographic Teledyne TSS DMS-25.


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Sistema de Posicionamento

• Receptor GPS Trimble R6 RTK Base (base fixa). Receptor GPS com antena GPS e rádio
UHF integrados em uma única peça. Receptor GPS com 72 canais paralelos e tecnologia R-
Track para rastreamento de GPS L1/CA/L2 com suporte para WASS e EGNOS, GLONASS
L1/CA/L2;

• Receptor GPS Trimble R6 RTK Rover (base móvel). Receptor GPS, antena GPS e rádio
UHF, integrados em uma única peça; Receptor GPS com 72 canais paralelos e tecnologia R-
Track para rastreamento de GPS L1/CA/L2 com suporte para WASS e EGNOS, GLONASS
L1/CA/L2; Tecnologia de transmissão de dados sem fio, Bluetooth™, integrada. Capacidade
de operar com GSM/GPRS para conexão à Internet para operar como Rover em uma rede
Trimble VRS (Virtual Reference Station);

• Coletor de dados TSC2 em ambiente Microsoft Windows Mobile for Pocket PC, com
Bluetooth™ e Wi-Fi integrados e programa Survey Controller;

• Rádio Base UHF Trimble HPB450, com 14 canais selecionáveis; Potência configurável em 2
ou 35 W; Seletor de canais integrado, a prova d’água e completamente selado; Display de
LCD para visualização dos canais, acompanhado de antena de 3 db e cabos de conexão para
antena e GPS;

Acessórios Relacionados aos Serviços

• Junction Box Teledyne Odom Hydrographic TDSI Model 3017;

• Medidor de velocidade do som na coluna de água Odom Hydrographic Digibar Pro™ Model
DB 1200 (Figura 6):

• Range de velocidade: 1400 - 1600 m/s;


• Resolução de velocidade: 0,1 m/s;
• Range de temperatura: 4 - 40 °C;
• Frequência: 11 kHz;
• Exatidão de velocidade: +/- 0,3 m/s;
• Taxa de aquisição: 10 Hz;
• Exatidão do sensor de profundidade: 31 cm;
• Dimensões: 373 mm altura x 50 mm diâmetro;
• Peso: 1,9 kg.

• Disco de aferição metálico (bar check) com 60 cm de diâmetro e peso total de 4 kg,
recomendado pela Odom Hydrographic (Figura 6);

• Computador Panasonic Toughbook.


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Figura 6: Medidor de velocidade do som na coluna da água Odom Hydrographic Hydrographic Digibar
Pro™ Model DB 1200; e Disco de aferição do transdutor do ecobatímetro (barcheck).

2.2 EXECUÇÃO DOS LEVANTAMENTOS BATIMÉTRICOS

O levantamento hidrográfico foi executado através da utilização de um ecobatímetro com


posicionamento obtido através da base móvel do RTK.

O ecobatímetro emite ondas acústicas para a determinação da profundidade, com uma exatidão de
até 0,01 metros. Este equipamento possibilita a entrada de dados relativos à velocidade de
propagação do som na água e da profundidade (draft) relativa ao transdutor (sonda que emite e
recebe o som, pelo qual a profundidade é determinada).

De acordo com as especificações técnicas do equipamento, podem ser obtidas medidas de


profundidade compreendidas no intervalo estabelecido entre valores menores que 30 cm a 600
metros (dependendo da frequência e do transdutor utilizado). É importante ressaltar que, durante a
coleta, a velocidade da embarcação deve ser sempre inferior a 4 nós.

As distâncias (offsets) entre os equipamentos foram realizadas de forma precisa a fim de minimizar
possíveis erros no levantamento batimétrico. Neste levantamento, foi utilizado como centro de
referência o transdutor monofeixe, adotando assim as medidas de X e Y como zero e a medida
vertical Z foi mensurada até a linha d’ água, sendo esta inserida no software Echart. O software
Echart, por sua vez, adquire os dados de profundidade e os envia com a devida correção para o
software Hypack. Os offsets referentes ao DGPS e MRU foram inseridos diretamente no software
Hypack. Na Tabela 1 a seguir são apresentados os offsets mensurados de todos os equipamentos
utilizados no presente levantamento.

Tabela 1: Offsets utilizados no levantamento.


Offsets X Y Z
CV100 0m 0m 0m
DGPS 0m 0m 3,06 m
MRU 1,22 m -0,930 m 0m
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Também foram realizadas aferições dos sistemas do ecobatímetro e do compensador de


movimentos. A distância entre a lâmina d’água e o centro do transdutor (draft), foi verificada no início
do levantamento, descontando possíveis mudanças no peso da embarcação, a fim de que a
profundidade de imersão do equipamento fosse adicionada à profundidade medida.

A aferição (ajuste) do ecobatímetro é realizada através da medição da velocidade do som na coluna


d’água, obtida através de um sensor Digibar Pro™ Model DB 1200 (Figura 6), associada ao
procedimento de barcheck, onde o disco metálico (Figura 6) é posicionado abaixo da sonda em
profundidades conhecidas. As profundidades são definidas através da marcação a cada 1 metro no
cabo utilizado para o barcheck.

Com o objetivo de eliminar o efeito heave, pitch e roll, que correspondem aos movimentos triaxiais da
embarcação provocados principalmente por ondas e correntes, foi utilizado um compensador de
movimento MRU (Motion Reference Unit), modelo TSS/DMS-25.

O MRU disponibiliza em formato digital informações sobre os ângulos instantâneos relacionados ao


caturro (“pitch”) e balanço (“roll”) sofridos pela embarcação durante a navegação, podendo ser
utilizados no processamento dos dados. Previamente ao início das atividades o mesmo foi calibrado
seguindo especificações do fabricante, garantindo a precisão nas correções do movimento da
embarcação.

Para o posicionamento, foi utilizado um DGPS (Differential Global Positioning System) modelo
Trimble SPS852, com diferencial fornecido pelo sistema Omnistar. Este sistema consiste na
utilização de uma constelação de satélites, a qual localiza o usuário através do número de série do
receptor GPS utilizado em um quadrante especificado por limites de latitude e longitude. Os dados de
correção são enviados ao receptor de acordo com o quadrante, fornecendo um nível de serviço
decimétrico.

2.3 MAREGRAFIA

O marégrafo utilizado foi o modelo Aanderaa WLR-1068 que utiliza sensor de pressão para a
medição da variação de nível da água. Os sensores do marégrafo foram fixados juntamente com a
base de uma régua linimétrica, em uma haste metálica (Figura 7). A inicialização do marégrafo foi
realizada com mar calmo e ajustada para a aquisição de dados a um intervalo de aquisição a cada
10 minutos.
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Figura 7: Marérafo Aanderaa instalado no pier da beira-mar norte.

Os dados de variação de nível de maré foram referenciados ao Nível de Redução (NR) descrito
diagrama de nivelamento (Figura 8). A redução foi aplicada a partir dos valores observados no
nivelamento geométrico do marégrafo utilizado nos dias do levantamento, sendo o controle vertical
transferido do marco de Referência de Nível RN2, homologado pela DHN.

Figura 8: Diagrama de Nivelamento do Marégrafo Aanderaa WLR-1068.


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Após serem processados, os dados do marégrafo utilizados no tratamento dos perfis batimétricos
medidos são apresentados na Figura 9 e Figura 10. Nas Tabela 2 e Tabela 3 são fornecidos os
valores médios de elevação da maré em intervalos de aproximadamente 10 minutos, a fim de facilitar
a visualização dos dados.

14/08/2014
1.20

0.80
Elevação (m)

0.40

0.00

-0.40

-0.80
13:55 15:00 16:04 17:09 18:14 19:19 20:24
Tempo (h)
Figura 9: Dados de maré coletados durante o levantamento batimétrico na Beira Mar Norte,
Florianópolis (SC) no dia 14 de Agosto de 2014.

15/08/2014
0.80

0.60
Elevação (m)

0.40

0.20

0.00

-0.20
12:00 13:12 14:24 15:36 16:48 18:00 19:12
Tempo (h)
Figura 10: Dados de maré coletados durante o levantamento batimétrico na Beira Mar Norte,
Florianópolis (SC) no dia 15 de Agosto de 2014.
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Tabela 2: Dados de maré em intervalos de aproximadamente 10 minutos, coletados durante o
levantamento batimétrico na Beira Mar Norte, Florianópolis (SC) no dia 14 de Agosto de 2014 (UTC).
14/08/2014
Tempo Elevação Tempo Elevação Tempo Elevação Tempo Elevação
(h) (m) (h) (m) (h) (m) (h) (m)
14:35 0,07 15:55 0,03 17:15 0,17 18:35 0,58
14:45 0,05 16:05 0,04 17:25 0,22 18:45 0,60
14:55 0,04 16:15 0,03 17:35 0,30 18:55 0,63
15:05 0,01 16:25 0,01 17:45 0,37 19:05 0,64
15:15 0,01 16:35 0,02 17:55 0,44 19:15 0,66
15:25 0,03 16:45 0,04 18:05 0,48 19:25 0,69
15:35 0,04 16:55 0,06 18:15 0,52 19:35 0,72
15:45 0,04 17:05 0,11 18:25 0,56 19:45 0,73

Tabela 3: Dados de maré em intervalos de aproximadamente 10 minutos, coletados durante o


levantamento batimétrico na Beira Mar Norte, Florianópolis (SC) no dia 15 de Agosto de 2014 (UTC).
14/08/2014
Tempo Elevação Tempo Elevação Tempo Elevação Tempo Elevação
(h) (m) (h) (m) (h) (m) (h) (m)
12:55 0,28 14:25 0,38 15:55 0,31 17:25 0,29
13:05 0,30 14:35 0,38 16:05 0,28 17:35 0,31
13:15 0,32 14:45 0,39 16:15 0,25 17:45 0,35
13:25 0,33 14:55 0,39 16:25 0,23 17:55 0,35
13:35 0,35 15:05 0,39 16:35 0,22 18:05 0,36
13:45 0,35 15:15 0,41 16:45 0,22 18:15 0,40
13:55 0,36 15:25 0,39 16:55 0,24 18:25 0,44
14:05 0,38 15:35 0,38 17:05 0,26
14:15 0,38 15:45 0,35 17:15 0,27

2.4 PROCESSAMENTO DE DADOS

O processamento dos dados batimétricos adquiridos em campo foi realizado utilizando o software
Hypack 2012a, o qual possibilita uma análise criteriosa de cada linha de levantamento. Por meio da
ferramenta single beam editor procede-se a remoção “ponto a ponto” de eventuais valores espúrios,
ou spikes, decorrentes de ecos refletidos a partir de bolhas de ar, rastros de embarcações, material
em suspensão e demais situações nas quais o registro correto do fundo é mascarado ou deturpado
por fatores ambientais. Juntamente, foram avaliados os dados de navegação e altitude.

Os dados de navegação correspondem à velocidade de navegação, posicionamento e curso de


navegação durante o levantamento batimétrico. Os dados de altitude correspondem às informações
de heave, pitch e roll adquiridos durante o levantamento. Salienta-se que estes dados não sofreram
correções, portanto, foram mantidos os seus valores originais.

Para uma melhor avaliação e tratamento dos dados também foi utilizado o ecograma gerado pelo
software Hypack 2012a, permitindo assim uma visualização do comportamento do sinal ao atingir o
fundo marinho.
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3.0 LEVANTAMENTO GEOFÍSICO

O levantamento geofísico foi realizado utilizando o perfilador de sub superfície do tipo Chirp com
espectro de frequência entre 2 a 16 kHz e um DGPS para georreferenciamento dos dados e
navegação no plano de linhas. A Figura 11 apresenta um desenho esquemático da embarcação e a
disposição dos equipamentos para a aquisição dos dados.

Figura 11: Imagem esquemática da embarcação e da disposição do Chirp e DGPS.

3.1 LEVANTAMENTO SÍSMICO DO TIPO CHIRP

O objetivo do levantamento sísmico para a presente área foi determinar a composição estrutural do
substrato através da identificação dos refletores sísmicos presentes. Tais refletores são oriundos de
variações de impedâncias das ondas acústicas, às quais indicam a ocorrência de substratos
rochosos, de sedimentos consolidados e de mudanças na matriz sedimentar. O mapeamento da
composição do substrato é de extrema importância para as atividades de dragagem por indicar a
localização, e por vezes, o molde dos substratos, sejam estes consolidados e/ou rochosos.

O perfilador de sub superfície utilizado foi o transdutor com tecnologia Full Spectrum CHIRP
acoplado a um sistema fonte-hidrofones modelo SB 216i do fabricante Edgetech (Figura 12).

Trata-se de um perfilador sísmico que visa alta resolução e transmite pulsos em frequência modulada
(FM), os quais são distribuídos pelo espectro de frequência do instrumento (2 - 16 kHz) ao longo de
um determinado tempo de pulso. A modulação de frequências fornece ao sinal uma característica de
baixa frequência, auxiliando na penetração do sinal na camada sedimentar sem comprometer as
resoluções fornecidas pela alta frequência. O sinal acústico de retorno é captado pelos hidrofones,
processado pela topside e armazenado no computador.
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Figura 12: Conjunto de equipamentos que compõe a sísmica CHIRP 216i (Perfilador de sub superfície,
cabo de aquisição, Topside e computador).

Figura 13: Equipamentos montados na embarcação para o levantamento geofísico ultra-raso (prof.
<1.0m)
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3.2 METODOLOGIA

O perfilador sísmico é acoplado à embarcação permanecendo em uma profundidade fixa de


aproximadamente 0.20 metros abaixo da linha d’água. Sua posição é corrigida informando o
deslocamento (offset) ao programa de navegação Hypack. O deslocamento do equipamento é
medido em relação a antena do DGPS que faz a navegação (Figura 13).

Os dados de sísmica rasa foram adquiridos pelo programa Discover Sub-Bottom da Edgtech e
visualizados em tempo real pelo mesmo programa. No programa SonarWiz 5 os dados sísmicos
foram processados e analisados. No programa de processamento foi realizada a aplicação de
ganhos e atenuações em cada perfil sísmico. Na plataforma SonarWiz5® foram marcados e
exportados os refletores principais identificados para a plataforma SIG (sistema de Informações
Geográficas) e geração dos mapas de ocorrência e disposição em xyz dos principais refletores
mapeados.

3.3 PARAMETROS DO EQUIPAMENTO

Na área foi utilizado um intervalo de pulso curto de 4 Hertz no qual se desenvolveram frequências de
2 a 12 kHz.
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4.0 LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO JET-PROBE

O levantamento geotécnico com jet-probe foi realizado no dia 12 de setembro de 2014 com a
realização de 10 furos de sondagens.

4.1 SONDAGEM JET-PROBE

A metodologia de execução das sondagens com Jet Probe consiste em utilizar uma moto-bomba
para bombear a água do mar por uma mangueira conectada a um cano de PVC graduado, formando
um jato de água. Dois mergulhadores são requeridos para aplicação desta técnica, um na superfície
para auxiliar a estabilização do cano e visualizar a presença ou não de plumas de turbidez devido à
remobilização dos sedimentos, e outro junto ao fundo, que direciona e pressiona a ponta do cano
onde sai o jato de água em direção ao fundo, penetrando-o nas camadas de sedimento de sub-
superfície.

O jato de água que sai pelo cano expulsa os sedimentos inconsolidados da camada prospectada,
sendo depositados sobre os sedimentos superficiais nas cercanias do cano. Esta porção de
sedimentos é coletada pelo mergulhador e é submetida posteriormente à análise sedimentológica.

A força necessária para que ocorra a penetração do cano também é percebida e registrada pelo
mergulhador, que, pela sua experiência e treinamento é capaz de distinguir camadas de diferentes
materiais e a presença de conchas, cascalho, areia, lama e rochas na medida em que o tubo de PVC
penetra no substrato marinho. Estas percepções são repassadas imediatamente para um auxiliar a
bordo da embarcação, que registra as informações obtidas em uma planilha de campo padrão,
contendo informações sobre o local da coleta, profundidade, nome dos mergulhadores de superfície
e fundo, comprimento do tubo, profundidade penetrada na camada sub-superficial, potência da
bomba de água, condições do tempo, níveis de turbidez e características do material inconsolidado
coletado (tamanho de grão, conteúdo de lama, etc).

Através das marcações graduadas do cano de PVC o mergulhador identifica a profundidade de


penetração nas camadas sub-superficiais. As amostras coletadas são colocadas em sacos plásticos
devidamente identificados e são repassadas para a embarcação. Dependendo do tipo de substrato, a
penetração do cano de PVC pode chegar a 6 metros de profundidade. O fator limitante da
penetração do cano é a presença de camadas mais duras e/ou rochas. A Figura 14 mostra um
desenho esquemático dos componentes do sistema descrito acima.

Devido à baixa profundidade da área de levantamento do presente trabalho, não foram utilizados
mergulhadores e a sondagem foi realizada diretamente da embarcação (Figura 15). Como o objetivo
da sondagem era de validar os refletores sísmicos interpretados no levantamento geofísico, não
houve coleta de material.
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Figura 14: Desenho esquemático mostrando as partes componentes da aplicação da metodologia do


Jet Probe.

Figura 15: Sondagem jet-probe realizada diretamente da embarcação devido as baixíssimas


profundidades da área de levantamento.
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5.0 RESULTADO DO LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO

Todos os resultados do levantamento hidrográfico estão no sistema de coordenadas UTM, Datum


WGS-84, zona 22 sul e profundidades reduzidas para o nível de redução da DHN.

Os dados brutos obtidos em campo, após serem processados por meio do uso de softwares, geram
como resultado mapas dos perfis batimétricos. Na Figura 16 observa-se um mapa com intervalos de
classes de profundidades e na Figura 17 pode-se observar a batimetria local interpolada para a área
de abrangência do projeto.

Pode-se observar, de acordo com a Tabela 4 abaixo, que as profundidades encontradas no local
estão entre 0,75 e 4,71 metros, apresentando profundidade média de 2,35 metros.

Tabela 4: Profundidades máxima, mínima e média encontradas no local.


Profundidade

Mínima Máxima Média

0,75 m 4,71 m 2,35 m

5.1 ANÁLISE DAS INCERTEZAS

Para aferição do levantamento batimétrico dos perfis de praia, foram executadas linhas de
verificação dispostas de modo aproximadamente perpendicular às linhas regulares de sondagem
(Figura 2). Estas linhas têm como finalidade possibilitar a detecção de erros grosseiros e/ou
sistemáticos.

De acordo com o indicado na NORMAN-25/DHN de 17 de janeiro de 2011, no caso de


levantamentos monofeixe classificados como ordem 1b, a incerteza vertical total não deve
ultrapassar os valores apresentados na Figura 18, conforme profundidade do local do levantamento.

Na Figura 19, são apresentados os valores de Incerteza Vertical Total (IVT), obtidos entre as
interseções das linhas sondadas que correspondem à diferença entre a sondagem regular e a
sondagem da linha de verificação. Conforme é possível observar na Figura 19, as incertezas obtidas
estão de acordo com os limites estabelecidos pela NORMAN-25/DHN de 17 de janeiro de 2011.
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Figura 16: Perfis batimétricos medidos – Beira Mar Norte, Ilha de Santa Catarina (SC).
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Figura 17: Perfis batimétricos medidos interpolados pelo método natural neighbor – Beira Mar Norte,
Ilha de Santa Catarina (SC).
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Incerteza Vertical Total (LH Ordem 1b - S44/OHI)


1.6

1.4
Erro Máximo Permitido (m)

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Profundidade da Área do Levantamento Batimétrico (m)

Figura 18: Valores limites de Incerteza Vertical Total de acordo com o indicado na NORMAN-25/DHN.

IVT NORMAN-25 (m) IVT Levantamento (m)

1.00
0.90
Incerteza Vertical Total (m)

0.80
0.70
0.60
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00
Profundidade (m)

Figura 19: Comparação entre os valores de Incerteza Vertical Total (IVT), obtidos no levantamento, e
valores indicados pela NORMAN-25.
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6.0 RESULTADOS LEVANTAMENTO GEOFÍSICO

Foram executadas 21 linhas de sondagem, com espaçamento de 80m entre elas, que totalizaram
28.18 Km de linhas sísmicas adquiridas na área (Figura 21). A proximidade com a costa foi a máxima
possível, navegando em profundidades abaixo de 1.0m.

Nas áreas ultra rasas (1.0m) o contraste elevado e espesso apresentado pelo primeiro refletor foi
atribuído à impedância acústica gerada na passagem água/sedimento e pelo curto espaço para
propagação e penetração da onda sísmica. Mesmo com a baixíssima profundidade foi possível
observar as variações estratigráficas que compõem o fundo marinho da área de estudo (Figura 20).

Figura 20: Mosaico 3D dos perfis sísmicos adquiridos cm fonte tipo CHIRP de 2 a 12 kHz.

Os principais elementos identificados no levantamento sísmico foram os refletores RC (Material


consolidado) e os refletores R1 (Unidade basal) exemplificados e detalhados na continuação do
capítulo.

Os sedimentos presentes na área do levantamento não apresentaram reflexões internas, indicativas


de mudança de material de deposição ou preenchimento. Apenas foi observada a variação na
intensidade do sinal sísmico, que foi interpretado como a variação de composição, (tipo do material
sedimentar) e/ou variação no tamanho do grão (areia grossa, areia fina, argila).
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Figura 21: Mapa de linhas planejadas (em preto) e executadas no levantamento sísmico (cinza).
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6.1 INTERPRETAÇÃO GEOFÍSICA

Posteriormente ao processamento dos perfis sísmicos foram mapeados os principais refletores,


identificando os padrões das reflexões sísmicas existentes e agrupando-os de acordo com as
características predominantes. Estes foram classificados como:

• Refletor RC (Refletor Consolidado)

• Refletor R1

6.1.1 Refletor RC

O refletor consolidado foi reconhecido e delimitado a partir de refletores com o topo bem marcado por
linhas com formato curvilíneo, geralmente em formando uma estrutura do tipo cume. As reflexões
internas são classificadas como caótica ou não possuem padrão (Figura 22, Figura 23 e Figura 24).

As unidades do refletor consolidado ocorrem tanto isoladas como agrupadas, desde áreas mais
rasas, chegando a aflorar (Figura 24 e Figura 22), como em áreas mais profundas.

As unidades consolidadas podem ou não apresentar inter-relação com outras unidades/refletores.


Geralmente as unidades isoladas não apresentam ligação com outros refletores e/ou outras
unidades.

A localização dos refletores esta exposta nas Figura 25 e Figura 26. Na primeira figura o valor de Z é
a profundidade dos refletores, que remete a distância entre a superfície marinha e o topo do refletor
RC. Na Figura 26 o valor de Z é a cota dos refletores, referenciado ao nível de referência da DHN,
que representa a distância do topo da coluna d’água até o topo do refletor RC.

Na Figura 27 visualizam-se os refletores RC com o plano de fundo a batimetria gerada com o


levantamento na área.
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Superfície marinha Refletor


Consolidado
NW SE

Figura 22: Perfil da linha 30. Em vermelho destaca-se a unidade do refletor consolidado que aflora na
superfície marinha.

SE NW
Refletor Refletor
Consolidado Consolidado

Figura 23: Perfil da linha 24. Em vermelho, as unidades do refletor consolidado, com diferentes
tamanhos, mas todas as unidades possuem formato tipo cume e o padrão caótico do sinal.

SE NW
Refletor
Consolidado

Refletor
Consolidado

Figura 24: Perfil da linha 12. Em vermelho as unidades do refletor consolidado. As unidades mais
profundas apresentam apenas o contorno bem delimitado.
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Figura 25: Mapa de localização dos Refletores RC na área do levantamento. A profundidade é a


distância entre a superfície marinha e o topo da unidade.
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Figura 26: Mapa de localização do Refletor RC na área do levantamento. A Cota (referenciada com a
DHN) é a distância entre a lâmina d’água e o topo da unidade.
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Figura 27: Mapa de localização do Refletor RC na área do levantamento e no plano de fundo a


batimetria realizada.
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6.1.2 Refletor R1

O Refletor R1 é uma superfície onde, geralmente, abaixo deste refletor não houve registro de dado
sísmico. A morfologia desta superfície é curvilínea com ascensão gradual para a costa (Figura 28 e
Figura 29).

Nos perfis sísmicos, na região mais distal da costa foram registradas as cotas mais profundas do
Refletor R1, entre 23 e 10 m (Figura 30).

NW SE
Superfície
marinha

Refletor R1

Vale

Figura 28: Perfil da linha 34. O refletor R1 está delineado em azul e em verde destaca-se o um vale
moldado na unidade do refletor R1. Destaca-se também a terminação abrupta do topo do refletor
quando este se aproxima da costa.

SE NW
Superfície
marinha

Gás

Refletor R1

Vale

Figura 29: Perfil da linha 24. O refletor R1 está delineado em azul, em verde destaca-se o um vale
moldado na unidade do refletor R1 e em amarelo o gás proveniente dos sedimentos depositados no
vale.
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Figura 30: Mapa de localização do Refletor R1 na área do levantamento. A Cota (referenciada com a
DHN) é a distância entre a lâmina d’água e o topo da unidade. Observa-se a característica ascendente
do R1 em direção à costa.
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Entre a porção mais distal e o centro da área, o Refletor R1 possui morfologia de canal (paleocanal)
e além da forma de vale, foi detectado também a ocorrência de gás (Figura 30 e Figura 31).

Na porção mais rasa da área o Refletor R1 ascende de forma mais íngreme e o registro se torna
mais fraco, sendo ocultado pelos registros da variação sedimentar de material mais grosso e pelos
registros do Refletor RC.

Acima do refletor R1 é possível determinar o pacote sedimentar. Na Figura 28 e Figura 29 observa-


se a ocorrência desses pacotes sedimentares mais homogêneos onde não foram encontrados
refletores indicativos do processo de sedimentação (variações internas das possíveis camadas de
material sedimentar distintos).

As variações na impedância do sinal sísmico é interpretada como mudanças na composição


sedimentar do material que fora depositado na área. Esta mudança pode ser correlacionada ao tipo
do material sedimentar (granulometria) e/ou ao seus níveis de compactação.
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Figura 31: Mapa de localização do Refletor R1 e do gás na área do levantamento. Observa-se que o gás
geralmente esta localizado na área mais profunda do refletor R1.
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7.0 RESULTADOS LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO JET-PROBE

Foram executados 10 furos ao longo da área de levantamento (Figura 32). Dos furos realizados, a
menor cota de penetração foi no F_08 com apenas 10 cm e a maior cota foi no F_09 com 3,8m de
penetração.

Na Tabela 5 são apresentadas as profundidades de penetração de cada furo de sondagem jet-probe


executado. Na Figura 33 tem-se as profundidades e localização de cada sondagem jet-probe
executada.

Tabela 5: Penetração sondagem geotecnica jet-probe.


Coordenadas UTM
Furo x y penetração (m)
F_01 742212 6946748 2,01
F_02 742159 6946883 1,57
F_03 741920 6946761 1,93
F_04 741709 6946515 0,85
F_05 741723 6946610 1,23
F_06 741990 6946513 1,56
F_07 741887 6946587 1,63
F_08 742103 6946634 0,1
F_09 741980 6946681 3,79
F_10 741998 6946813 2,0
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Figura 32: Geotecnica jet-probe realizada na área de estudo com a execução de 20 furos de sondagens.
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Figura 33: Pontos de sondagens geotecnia jet-probes executados e profundidade de penetração obtida.
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8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HYPACK INC. Hypack User Manual. Usa, 2012

INTERNATIONAL HYDROGRAPHIC ORGANIZATION (IHO). Iho Standards For Hydrographic


Surveys. Special Publication N. 44. 5.Ed. Principado De Mônaco: International Hydrographic
Bureau, 2008.

NORMAN-25/DNH. Normas da Autoridade Marítima para Levantamentos Hidrográficos. Marinha


do Brasil, Diretoria de Hidrografia e Navegação, 17 de janeiro de 2011.

PREFEITURA MUNICIPAL DE Florianópolis. Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico -


PMISB. Acesso Em: 03 de Setembro de 2014. Disponível Em:
http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/19_07_2010_17.32.06.d8b34934130a180a109f15ce1
ad52eb1.pdf

TRIMBLE. Trimble SPS 852 Modular GPS Receiver User Guide. Ohio, USA, 2010.
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ANEXO 1

Autorização CHM 239/14 Baia Norte Florianópolis

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