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Prof. Dr. Eng.

Antonio Nunes Barbosa Filho


Introdução à Engenharia Legal

Introdução à
Engenharia Legal

Prof. Dr. Eng. Antonio Nunes Barbosa Filho


Departamento de Engenharia Civil
Escola de Engenharia - UFPE
antonio.barbosafo@ufpe.br

Formas diferenciadas
de contratação pública

ESMATRA – 6ª Região
Prof. Dr. Eng. Antonio Nunes Barbosa Filho
Introdução à Engenharia Legal

Formas diferenciadas de contratação pública:

Estabelece o Art. 175 da Constituição Federal que:

Incumbe ao Poder Público, na forma da Lei, diretamente ou sob regime de


concessão ou permissão, sempre através de Licitação, a prestação de Serviços
Públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

        I -  o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
        II -  os direitos dos usuários;
        III -  política tarifária;
        IV -  a obrigação de manter serviço adequado.
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A Administração Pública transfere, sob condições, a execução e exploração de certo


Serviço Público que lhe é privativo a um particular, que para isso manifeste interesse e
será por isso remunerado.

Lei n. 8.987/1995:

Concessão comum ou de serviço público: por conta e


risco do concessionário, tarifa ao usuário.

Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não


da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação,
nos termos da legislação própria e com observância dos
princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade,
do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao
instrumento convocatório
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Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:

I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;


II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os
relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e
consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de
execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma
de aplicação;
IX - aos casos de extinção da concessão;
X - aos bens reversíveis;
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à
concessionária, quando for o caso;
XII - às condições para prorrogação do contrato;
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XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da concessionária ao poder


concedente;
XIV - à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária; e
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.

Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de


obra pública deverão, adicionalmente:

I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e


II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras
vinculadas à concessão.

Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para
resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser
realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de
1996.
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Art. 31. Incumbe à concessionária:

I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no
contrato;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos
no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos
equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;
VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente,
conforme previsto no edital e no contrato;
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los
adequadamente; e
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão


regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo
qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.
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Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada


mediante contrato de adesão, que observará os termos desta
Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do
contrato pelo poder concedente.

Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.


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Parceria Público-Privada (PPP)


Lei n. 11.079/2004
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Lei n. 11.079/2004:

Art. 2º: PPP é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada


ou administrativa.

§ 1º - Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras


públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do
parceiro público ao parceiro privado.

§ 2º - Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

§ 4º - É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);


II - cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III - que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e
instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
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Art. 10 - A contratação de PPP será precedida de licitação


na modalidade de concorrência, estando a abertura do
processo licitatório condicionada a:

I - autorização da autoridade competente, fundamentada em


estudo técnico que demonstre:

a) a conveniência e a oportunidade da contratação,


mediante identificação das razões que justifiquem a opção
pela forma de parceria público-privada;
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Critérios de Julgamento – Lei das Concessões:

Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios:

I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;


II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão;
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da
tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela
outorga da concessão com o de melhor técnica; ou
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas
técnicas.
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Critérios de Julgamento – Lei das PPP:

Art. 12, Inc. II - o julgamento poderá adotar como critérios, além dos
previstos nos incisos I e V do art. 15 da Lei nº 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, os seguintes:

a) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração


Pública;

b) melhor proposta em razão da combinação do critério da alínea a


com o de melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no
edital;
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Como regra, os Programas de Concessão e de PPP


dependerão de:

i) Estudos jurídicos;
ii) Projeto Operacional;
iii) Anteprojeto de obras de Engenharia;
iv) Estudos de demanda;
v) Estudos financeiros;
vi) Estudos ambientais;
vii) Outras demonstrações e levantamentos.
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REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - RDC


(LEI Nº 12.462, DE 4 DE AGOSTO DE 2011)

Inicialmente restrito às licitações e contratos necessários à


realização dos Jogos Olímpicos (2016), das Copas FIFA (2013 e
2014) e infraestutura das cercanias cidades-sede (até 350 km);

Em 2012, ampliou-se para as ações do PAC, das obras e


serviços de Engenharia no âmbito do SUS e junto aos Sistemas
Públicos de Ensino;

Em 2015, ampliação para obras e serviços de Engenharia para


construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e
unidades de atendimento socioeducativo e ações no âmbito da
Segurança Pública.
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Art. 8º Na execução indireta de obras e serviços de engenharia,


são admitidos os seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário;


II - empreitada por preço global;
III - contratação por tarefa;
IV - empreitada integral; ou
V - contratação integrada.

§ 1º Nas licitações e contratações de obras e serviços de


engenharia serão adotados, preferencialmente, os regimes
discriminados nos incisos II, IV e V do caput deste artigo.

Art. 9º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, no


âmbito do RDC, poderá ser utilizada a contratação
integrada...

§ 1º A contratação integrada compreende a elaboração e o


desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a
execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a
realização de testes, a pré-operação e todas as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do
objeto.
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Art. 10. Na contratação das obras e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser
estabelecida remuneração variável vinculada ao desempenho da contratada,
com base em metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade
ambiental e prazo de entrega definidos no instrumento convocatório e no contrato.

Parágrafo único. A utilização da remuneração variável será motivada e respeitará


o limite orçamentário fixado pela administração pública para a contratação.
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“Não há nada mais motivador para um


pesquisador de que ver o seu aprendiz
encantar-se com a mais óbvia das
descobertas, porque isso significa que ele
terá muito mais estímulo para ir além e
buscar descobrir, até mesmo, o infinito!”
Antonio Nunes Barbosa Filho

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