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18/08/2021

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDOS DE TENSÕES 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDOS DE TENSÕES

1.1  e ee


1.2  xii e ee mi A Resistência dos Materiais é um ramo da Mecânica que estuda as
1.3 e de cilhme relações entre as cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade
1.4 e de emgme das forças internas que agem no interior do corpo. Assim, tem-se envolvido o
1.5 e em um pl bliqu  eix
1.6 e b cegme gei cálculo das deformações do corpo e o estudo da estabilidade do mesmo quando
1.6.1 Ed de e sujeito a forças externas.
1.7 e dmiei e ulim e ceficiee de egu
O estudo da Resistência dos Materiais tem por objetivo fornecer
conhecimentos básicos das propriedades mecânicas de sólidos reais, visando
utilizá-los no projeto, modelagem e cálculo de estruturas.

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1. INTRODUÇÃO AO ESTUDOS DE TENSÕES 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDOS DE TENSÕES

O estudo da Resistência dos Materiais tem por objetivo fornecer conhecimentos


básicos das propriedades mecânicas de sólidos reais, visando utilizá-los no projeto,
modelagem e cálculo de estruturas. O cálculo de uma estrutura depende de três critérios:
 Estabilidade: Toda estrutura deverá atender às equações universais de equilíbrio
estático.
 Resistência: Toda estrutura deverá resistir às tensões internas geradas pelas ações
solicitantes.
 Rigidez: Além de resistir às tensões internas geradas pelas ações solicitantes, as
estruturas não podem se deformar excessivamente.

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1.1 FORÇAS E TENSÕES 1.1 FORÇAS E TENSÕES

A força por unidade de área ou a intensidade das forças distribuídas


Consideremos uma barra reta submetida a duas forças axiais P e P’
numa certa seção transversal é chamada tensão atuante (σ) “sigma”. A
tensão em uma barra se seção transversal A, sujeita a uma força axial P
é obtida dividindo-se o módulo P da força pela área A.

(1.1)

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1.1 FORÇAS E TENSÕES 1.2 FORÇAS AXIAS E TENSÕES NORMAIS

O σ representa o valor médio das tensões na seção transversal. Para


Na eq. 1.2 o valor da tensão é diferente do valor obtido com a eq. 1.1, pois σ
definir a tensão em um dado ponto Q da seção transversal, deve-se
varia ao longo da seção transversal (em 1.2).
considerar uma pequena área ΔA. Fazendo ΔA tender a zero, obtém-
A distribuição real das tensões em uma certa seção transversal é estaticamente
se a tensão no ponto Q. indeterminada. Na prática, vamos assumir que a distribuição de tensões é
uniforme em uma barra carregada axialmente, com a exceção das seções
vizinhas ao ponto aplicação da carga.
(1.2)

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1.2 FORÇAS AXIAS E TENSÕES NORMAIS 1.2 FORÇAS AXIAS E TENSÕES NORMAIS

Uma distribuição uniforme de tensões só é possível se a linha de ação das forças


aplicadas P e P’ passar pelo centroide da seção considerada abaixo. A carga
Se a barra estiver
centrada será adotada como carregamento atuante em todas as barras do eixo reto
excentricamente carregada, então a resultante da
das treliças e estruturas reticuladas (barras conectadas por pinos). distribuição de tensões em uma seção deve
produzir uma força axial aplicada no centroide e um
momento conjugado.

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1.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO 1.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO

Consideremos a barra da figura abaixo onde duas forças P e P’ são aplicadas na


direção transversal à barra. A resultante de intensidade P é chamada de força
cortante na seção. Ao dividirmos a força P cortante pela área da seção transversal A
obtemos a tensão média de cisalhamento na seção.

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1.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO 1.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO

Por consequência, para equilíbrio, a área da seção transversal do conector e a


Contrariamente ao que foi dito para tensões normais, a distribuição das tensões de
superfície de fixação entre os elementos estão sujeitos a somente uma única força de
cisalhamento na seção transversal não pode ser assumida como uniforme. As
cisalhamento simples e P = F.
tensões de cisalhamento (eq. 1.4) são encontradas em parafusos, pinos e rebites
ligando membros estruturais ou componentes de máquinas. Sendo estes elementos
finos, pode-se desprezar o momento criado pela força F.

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1.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO 1.4 TENSÃO DE ESMAGAMENTO

Cisalhamento Simples Cisalhamento Duplo


Os parafusos, pinos e rebites provocam tensão de esmagamento nas barras que
estão ligando, ao longo da superfície de contato. A tensão de esmagamento (σe) é
obtida dividindo-se a força P pela área que representa a projeção do rebite sobre a
seção da chapa. Essa área é igual a t.d, onde t é a espessura da chapa e d é o
diâmetro. do rebite.

P F P F
 med    med  
A A A 2A

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1.4 TENSÃO DE ESMAGAMENTO 1.5 TENSÃO EM UM PLANO OBLÍQUO AO EIXO

Parafusos, rebites, pinos criam tensõ Consideremos agora tensões que surgem sobre uma seção oblíqua de uma barra
es ao longo da superfície de sujeita a um par de cargas axiais. Observa-se que ambas as tensões normais e de
esmagamento, ou de contato, nos
cisalhamento ocorrem nessa situação. Denotando por θ o ângulo entre a seção e o
elementos que eles se conectam.
plano normal e por A0 a área de uma seção perpendicular ao eixo da barra, podemos
A resultante da distribuição de
escrever:
força na superfície é igual e
oposta à força exercida sobre o
pino.
A intensidade da força média
correspondente é chamada de tensão
de esmagamento
P P
e  
A td

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1.5 TENSÃO EM UM PLANO OBLÍQUO AO EIXO 1.5 TENSÃO EM UM PLANO OBLÍQUO AO EIXO

Passe uma seção através da barra formando Tensões normais e cisalhantes em um plano
um ângulo θ com o plano normal. inclinado
Das condições de equilíbrio, as forças
P P
distribuídas sobre o plano deve ser equiva-  cos2    sen cos
lente à força P. A0 A0
Decompondo P em componentes normais e
tangenciais à seção oblíqua,
A tensão máxima normal ocorre quando o plano de
F  P cos  V  Psen
referência é perpendicular ao eixo da barra (θ=0),
As tensões normais e de cisalhamento
P
m    0
média sobre o plano inclinado são A0
F P cos  P
   cos 2 
A A0 A0
cos 
V Psen P A tensão máxima de cisalhamento ocorre
   sen cos  para uma inclinação de + 45 º com relação ao eixo
A A0 A0
cos  da barra,
P P
 m  sen45 cos 45  
A0 2 A0

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1.6 TENSÃO SOB CARREGAMENTOS GERAIS 1.6 TENSÃO SOB CARREGAMENTOS GERAIS

Um elemento submetido a uma Um elemento submetido a uma


combinação de cargas em geral é combinação de cargas em geral é
cortado em dois segmentos por cortado em dois segmentos por
um plano que passa por Q um plano que passa por Q
A distribuição de componentes da
A distribuição de componentes da tensão interna pode ser definida
tensão interna pode ser definida como,
como, F x
 x  lim
A 0 A

V yx Vzx
F x  xy  lim  xz  lim
 x  lim A A
A 0 A A 0 A0

V yx Vzx
Para o equilíbrio, uma distribuição
 xy  lim  xz  lim igual e oposta de forças internas e
A 0 A A0 A
tensões deve ser exercida sobre
Para o equilíbrio, uma distribuição o outro segmento do elemento.
igual e oposta de forças internas e
tensões deve ser exercida sobre
o outro segmento do elemento.

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1.7 TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES ÚLTIMAS E


1.6.1 ESTADO DE TENSÃO
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
Componentes de tensão são definidas para os
planos cortados paralelamente aos eixos x, y Um engenheiro responsável pelo projeto de um elemento estrutural ou
e z. Para o equilíbrio, tensões iguais e
opostas são exercidas sobre os planos ocultos. mecânico, deve restringir a tensão atuante no material a um nível seguro. Além
A combinação de forças geradas pela disso, uma estrutura ou máquina em uso contínuo deve ser analisada
tensão devem satisfazer as condições para o
equilíbrio: periodicamente para que se verifiquem quais cargas adicionais seus elementos
 Fx   Fy   Fz  0
ou partes podem suportar. Portanto, deve-se fazer os cálculos usando-se uma
Mx  M y  Mz  0
tensão admissível.
Considere os momentos em torno do eixo z:
 M z  0   xy Aa   yx Aa
 xy   yx
Similar,  yz   zy e  zx   xz

Segue-se que apenas 6 componentes de tensão


são necessárias para definir o estado
completo de tensão.

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1.7 TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES ÚLTIMAS E 1.7 TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES ÚLTIMAS E
COEFICIENTE DE SEGURANÇA COEFICIENTE DE SEGURANÇA

 Carga última ou carregamento último: é a força que o membro estrutural ou


componente de máquina está no limite de falhar. Deve ser
consideravelmente maior do que a carga admissível. A carga de ruptura é determinada por ensaios experimentais do material e
 Carga admissível: carga que o membro ou componente irá suportar em o fator de segurança é selecionado com base na experiência.
condições normais de utilização. A escolha de um CS baixo pode levar a possibilidade de ruptura de uma
 Coeficiente ou fator de segurança (CS): é a relação entre carga última e estrutura muito alta, enquanto que um CS muito alto torna projetos
carga admissível. antieconômicos ou pouco funcionais. O fator de segurança escolhido é
maior que 1, para evitar o potencial de falha.

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1.7 TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES ÚLTIMAS E 1.7 TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES ÚLTIMAS E
COEFICIENTE DE SEGURANÇA COEFICIENTE DE SEGURANÇA

A escolha de um CS deve levar em conta:


Seus valores, os quais podem ser encontrados em normas em normas de
projeto e manuais de engenharia, pretendem manter um equilíbrio entre
 Modificações nas propriedades dos materiais;
garantir a segurança pública e ambiental e oferecer soluções de projetos
 Número de vezes de aplicação de carga;
econômicos e razoáveis.
 Tipo de carregamento do projeto e futuro;
 Modo de ruptura que pode ocorrer;
 Métodos aproximados de análise;
 Falta de manutenção ou causas naturais imprevistas;
 A importância do membro para estrutura.

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

1) Duas barras circulares maciças estão soldadas em B, como mostrado na figura. Determine a tensão 2) (BEER, 2006) Observe a estrutura abaixo e a seguir responda as seguintes questões apresentando a
normal na seção média de cada trecho. resolução com todos os cálculos necessários:

a) Sabendo-se que a barra AB é feita de aço com a


tensão última de 600 MPa, qual o diâmetro da barra para
que o CS seja de 3,3?
b) O pino do ponto C é feito de aço com tensão última
de cisalhamento de 350 MPa. Qual o diâmetro do pino C
que leva um CS de cisalhamento de 3,3?
c) Qual a espessura necessária das chapas de apoio em
C, sabendo-se que a tensão admissível para
esmagamento do aço utilizado é de 300 MPa?

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

3) As duas partes da peça AB são coladas em um plano que forma um ângulo 𝜃 com a horizontal. As 4) Determinar as tensões nas barras e conexões da estrutura mostrada.
tensões ultimas para a união colada valem 𝜎 = 17 MPa e 𝜏 = 9 MPa. Determine a faixa de valores de
𝜃 para os quais o coeficiente de segurança é pelo menos igual a 3.

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

5) (Adaptado de POPOV, 1978) Uma força de 500 KN é aplicada ao nó B do sistema de duas barras 6) Sabe-se que a haste BE tem seção transversal retangular uniforme de 12 x 25 mm. Determine a
articuladas representadas na figura. Determinar a área necessária para a seção transversal da barra BC intensidade P das forças aplicadas, de forma que a tensão normal em BE seja de +90 MPa.
se as tensões admissíveis valem 100 MPa à tração e 70 MPa à compressão.

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

7) A haste AB será construída em aço, para o qual a tensão última normal é de 450 MPa. Determine a 8) Duas barras de alumínio AB e AC têm, respectivamente, diâmetros iguais a 10 mm e 8 mm.
área da seção transversal para AB admitindo um coeficiente de segurança igual a 3,5. A haste está Determinar a maior força vertical P que pode ser aplicada ao conjunto como mostrado na figura. A
adequadamente reforçada em torno dos pinos A e B. tensão normal admissível para o alumínio vale 150 MPa.

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

9) (HIBBELER, 2010) Dois cabos de aço AB e AC são usados para suportar a força P indicada na 10) Cada barra da treliça mostrada na figura tem área transversal igual a 1,25 in². Se a tensão normal
figura. Se ambos cabos têm tensão admissível à tração igual a 200 MPa, determinar o diâmetro mínimo admissível para as barras vale 20 ksi, quer à tração quer à compressão, determinar a máxima carga P
necessário para cada um desses cabos quando P = 5 kN. que pode ser aplicada a esta treliça como indicado.

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS

11) (Adaptado de POPOV, 1978) Dimensionar as barras FC e CB da treliça representada na figura de 12) (BEER, 2006) Para a treliça e o carregamento mostrados na figura, determinar a tensão normal na
modo a resistir à ação de uma força indicada P de 650 kN. Admitir para a tensão admissível um valor barra AD indicando se é de tração ou de compressão. Sabe-se que a área da seção transversal desta
de 140 MPa. barra é igual a 1200 mm².

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