GESS- GRUPO DE ESTUDOS EM SERVICO SOCIAL TJ-MG

Registros Profissionais:
dimensões teórico-metodológicas,
ético-políticas e técnico-operativas

Profas Abigail Franco e Rita Oliveira

1
Ponto de Encontro… Plataforma ZOOM
Dias

18.08

Quartas-Feiras 08 e 22.09
20h00 às 22h00 13.10
03 e 17.11
01.12

2
 Pauta do 1º encontro
• Perfil grupo e expectativas
• Laudos, relatórios e pareceres em Serviço Social
reveladores da identidade profissional (Cap 3 livro
Perícia em SeSo)
• Metodologia das oficinas
• Como os grupos trabalharão a análise dos registros
compartilhados
• Dúvidas e sugestões das participantes
• Encerramento
3
Pressupostos oficinas
• encontros que viabilizem a discussão em grupo a partir do produto
privilegiado de nossa ação profissional no Judiciário – os registros:
laudos, relatórios, pareceres sociais como expressões do estudo
social articulado aos fundamentos históricos- teórico- metodológicos
da profissão;
• exercício de suspensão do cotidiano, identificando aspectos da
elaboração do estudo social e dos registros, que favorecem que
sucumbamos à reprodução de demandas equivocadas a respeito do
Serviço Social, atravessadas pelas categorias do cotidiano indicadas
por Agnes Heller.
• “Não há vida cotidiana sem espontaneidade, pragmatismo,
economicismo, precedentes, juízo provisório, ultrageneralização,
mimese e entonação”.(1970,p.37)
 Os relatórios, os laudos e os pareceres sociais,
como produtos concretos de nosso trabalho

• sintetizam múltiplas determinações e expressam (ou não)

a articulação entre as dimensões teórico-metodológicas,
técnico-operativas e ético-políticas;
• revelam uma imagem das pessoas envolvidas no processo
judicial, mas também uma imagem da profissão;
A dimensão técnico operativa “é a forma de aparecer da
profissão pela qual é conhecida e reconhecida. Dela emana a
imagem social da profissão e sua autoimagem. Ela encontra-
se carregada de representações sociais e da cultura
profissional”. Guerra (2012, p. 40)
Não se constituindo uma ciência,
com teoria e método próprios,

• o Serviço Social, como nos lembra Souza (2018),

geralmente é valorizado por sua dimensão técnica,
prática, muitas vezes desconsiderando-se sua
dimensão intelectiva e sua rica contribuição para a
produção de conhecimentos científicos sobre a
realidade social, conhecimentos esses que não são
neutros e que revelam a visão de mundo construída
coletivamente, que confronta a ideologia burguesa
que o Judiciário representa e reproduz.
Tais registros não são artigos científicos e,
portanto, não cabe o uso de citações
bibliográficas e fundamentação teórica
• tal qual utilizamos na escrita acadêmica. No
entanto, é preponderante fazê-lo de forma a
sustentar a dimensão profissional de um trabalho
que não pode se pautar no senso comum.

Que fundamentação teórica e citação bibliográfica

faz sentido para você? (Re)Leia o 1º. Parecer Social
reproduzido no Cap.3 do livro Perícia em SeSo e
reflita sobre o uso da fund teor e das citações ali
presentes. Como você faria?
 Desafios

• Superação do legado SS Tradicional/ e da identidade atribuída –

averiguação de modos de vida, a partir da imediaticidade, com foco
na individualização de expressões da questão social
• Da situação social problema às expressões da questão social
• Distinção entre objetivo profissional x institucional para cada
estudo/perícia social (necessidade descolamento da 2ª)
• Superação do empiricismo/mera descrição sem seleção de
inf./Superação da razão instrumental
• Produção de registro que expresse as relações entre as dimensões
T-M, T-O e E-P
Quem somos?

O que esperamos?
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
 Resumo Perfil Grupo
PESSOAL
• 100% sexo feminino
• 52,5% de 35 a 44 anos;
33,8% de 45 a 54 anos
• 60% branca; 31,3%
parda; 8,8% preta;
• 57,5% nuclear c filhos;
13,8% nuclear s filhos;
• 28,4% não tem filhos
morando juntos; 25,9% 0
a 6 anos; 16% 11 a 15
anos; 16% acima 18anos
TRABALHO
FORMAÇÃO • 54,3% de 11 a 15 anos no
TJMG; 22,2% de 16 a 20
• 71,6% particular anos;
• 77,8% moram na mesma
• 46,9% de 16 a 20 anos;
28,4% há mais de 21 comarca q trabalham;
• 76,5% interior; 19,8%
anos;
• 76,5% especialização; capital
• 98,8% não cumulam;
12,9% mestrado; 7,4%
graduação; • 50,6% modo híbrido;
46,9% só presencial;
• 86,4% não fez outra
graduação • 50,6% c outros ASs;
49,4% EUquipe
• Maiores Desafios:
• 72,8% ab.sex; 65,4% AP;
58% guarda, 49,4% DPF.
16. O que você acha importante ocorrer nas oficinas? 70 respostas
Espaço Formato das Oficinas Elaboração de Registros Fundamentos

Trocas de Experiência, Que ocorra de forma dinâmica e Confecção da escrita de Fundamentar a questão social/
Aprendizado e Discussões pratica. Relatórios/ de um bom relatório Fundamentação
em equipe; Teórica nos Relatórios
Sugestão/algum modelo de um
laudo sobre o assunto
especifico, para avaliarmos o que
podemos mudar ou melhorar.
Ambiente de confiança Objetividade/Questões práticas e Formas de escrever que Resgate do referencial
Respeito e Ética; objetivas representem qualitativamente o ético/político para orientação
serviço social. dos instrumentais;
Debates sobre a questão ética
do trabalho
Trabalhar em grupo, Parte teórica associada com a Distinção das técnicas de Construção conjunta de um
contribuindo para uma prática entrevista. referencial operativo, unificação
reflexão sobre nosso de termos de identidade
fazer profissional a partir Dicas sobre expressões coletiva;
da prática cotidiana inadequadas (ou em desuso) na
elaboração de laudos e O que enfatizar nos pareceres;
relatórios; Análise social
estrutura do documento e
procedimentos técnicos!
16. O que você acha importante ocorrer nas oficinas? 70 respostas

Enfoque prático na escrita e conteúdos que fundamentam os laudos, com base nas reais requisições judiciais.
Por mais que o objetivo da profissão deva se sobrepor, nenhum trabalho pode ficar alheio as demandas
institucionais.

Estudos sobre inclusão de termos técnicos próprios do Serviço Social nos laudos. Como inseri-los nas
contextualizações , análises conjunturais, etc. Às vezes, penso que minhas análises tendem para o campo da
psicologia, visto que trabalho com avaliações de relações familiares em contexto de vara de família.

As trocas de experiências, a definição do objeto do Serviço Social, os limites profissionais (percebo que
apropriamos de saberes da psicologia e do direito e não conseguimos delimitar o que é ou não é do Serviço
Social).

Discussões sobre como garantir a qualidade dos relatórios em um contexto de alta demanda. Como
equacionar cumprimento dos prazos, atendimentos humanizados e relatórios bem elaborados?

Que realmente mostrem um laudo certo e completo pontuando os elementos necessários para constarem
nos estudos.
17. O que você NÃO quer que ocorra nas oficinas? 55 respostas

✓Sair do foco/objetivo proposto

✓Falta de objetividade
✓Desrespeito com as dificuldades dos colegas/ críticas
✓Colegas dividirem interminavelmente suas angústias do exercício profissional ( desabafo) "
roubando" o tempo de discussão dos conteúdos
✓ Muitos exercícios durante as aulas on line ou em grupo.
✓Discussão de casos/Monopólio da fala
✓Que não fique focada somente na atuação de servidores de grandes centros, uma vez que nas
comarcas de interior, não há especificidade na atuação. Fazemos de tudo um pouco e gostaria que
essa realidade fosse levada em conta.
✓Falta de ética profissional/Falta de empatia ou desvalorização do trabalho e/ou opinião da/o outra/o.
✓Apenas teoria sem relacionar com a prática e assuntos que não estão em nossa demanda
✓Ficar trazendo avanços históricos pq acaba tirando tempo de trabalhar o que precisamos no hoje,
aqui e agora.
✓Desrespeitos em relação ao sigilo que será exigido no decorrer das oficinas.
✓Ultrapassar muito os horários combinados
✓Tudo é aprendizado! Não tenho nenhuma questão.
18. Outros comentários 22 respostas
Muita expectativa!

Espero que as oficinas sejam espaços de reflexão

Estou muito feliz com este momento de partilha.

Meus agradecimentos pela iniciativa do grupo e disponibilidade das brilhantes profissionais que conduzirão esse
processo. Abraços afetivos

Gostaria de parabenizar às colegas que aceitaram nos auxiliar e agradecer desde já.

Ansiosa para aprender e qualificar o meu trabalho, atendendo melhor as demandas e com resultados eficazes.

Acredito que a oficina é a primeira grande materialidade do GESS. Por isso importante para o serviço social no
judiciário mineiro.
Obrigada pela disponibilidade de vocês. Vocês fazem a diferença no TJMG.

Estou muito ansiosa para que aconteçam as oficinas, necessito de adquirir muito conhecimento. E sou muito grata
pela atitude e generosidade das colegas da coordenação do grupo.

Técnicas para elaboração de laudos e análises. Tenho dificuldades em parecer técnico do serviço social.
Ajustando a Rota...

Onde Estamos?

Imagem Disponível em:https://medium.com/@medidasp/roteando-caminhos-com-qgis-tutorial-parte-1-df603123594f: acesso

25.08.2018 31
Alguns apontamentos: Estrutura de Registros

Toda redação de informe, relatório, laudo, parecer, exige:

▪ Parte Introdutória

▪ Desenvolvimento do assunto

▪ Conclusão

-Em toda instituição, a realização de um estudo ou avaliação/análise

de uma situação tem por “finalidade esclarecer questões ou subsidiar
tomada de decisão” (MAGALHÃES, 2003).
 Dimensões
Os estudos em Serviço Social ... E
X
E

Se dão sobre a realidade

TM R
C
social de crianças, Í
adolescentes, idosos, C
homens, mulheres, pessoas I
O
com necessidades
P
específicas e suas famílias
e se dirigem a uma
instituição
EP R
O
F
Representam a I
dimensão do fazer S
S
profissional I
O

TO N
A
L
Construindo Rotas… metodologia
Plano de Viagem Partidas 2 Partidas 4 Diário de Bordo 2
1 3 5 7

GPS EM AÇÃO ...............

2 4 6

Partidas 1 Partidas 3 Diário de Bordo 1

34
GRUPOS REGISTROS DISPONIBILIZADOS

Grupo 1 Relatório Social (N.4) Relatório Social (N.7)

Regulamentação de Visitas Pessoa com Deficiência

Grupo 2 Laudo Social (N.5) Laudo Social (N.6)

Violência Sexual Interdição/Curatela
Laudo Social (N.8)
Laudo Social (N.1)
Grupo 3 Inscrição no Sistema Nacional de
Inclusão em Programa de
Adoção (SNA)
Acolhimento

Relatório Social (N.2)

Relatório Social (N.3)
Grupo 4 Providência (Exploração Sexual)
Artigo 136 do CPB – (Maus Tratos)

Obs: Os laudos e relatórios destacados em amarelo serão trabalhados pelos grupos

35
36
Estrutura de Registros – Laudo/Relatório em Serviço Social: uma
possibilidade
Introdução [breve identificação da demanda, finalidade do estudo registrado no laudo apresentado, etc.]
1. Procedimentos metodológicos [relatar, explicitando procedimentos utilizados e, quando
necessário, anotar em rodapé alguma conceituação. Ex: entrevista semi-dirigida]
2. Histórico [relacionado à demanda e sua ‘construção’ no contexto sociofamiliar – e apenas em sintonia
com a finalidade do trabalho]
3. Composição e Situação Familiar* [se importante para a finalidade, pode ser incluído também
referências a percurso de vida, relações de gênero, aspectos culturais etc.;]
4. Situação Socioeconômica-profissional* [acesso a bens e direitos sociais no percurso de vida e no
momento vivido etc.]
5. Outras informações [se necessário, quando não contempladas nos itens anteriores]
Parecer Social* [analítico e conclusivo – do ponto de vista da área profissional]
*Inclusão de citações de outros autores ou dados relacionados ao assunto (no corpo do texto ou em
rodapé), apenas e quando servir de suporte ao melhor entendimento/explicação da situação – em
redação articulada ao conteúdo apresentado [Ex: definição de violência doméstica; alienação parental;
família extensa; multiparentalidade; trabalho decente; moradia adequada etc.]
Data / Assinatura / Registro Conselho Profissional [Fávero]

37
Leitura, análise e discussão dos relatórios/laudos em Serviço Social a partir dos
seguintes eixos:
1) Tomando por base o conteúdo expositivo sobre os fundamentos do
estudo social em Fávero:
a) é possível identificar as “chaves” do estudo social (relação do sujeito com o trabalho, a
família, a cultura, o território, as políticas sociais)?
b) pode-se considerar que os produtos escritos expressam o projeto profissional do Serviço
Social na direção da garantia dos direitos sociais?
2) Considerando o conteúdo sobre entrevista e visita domiciliar:
a) como se deu a escuta de adulto/s, criança/s e/ou adolescente/s? Que outras pessoas
poderiam ter sido entrevistadas?
b) do ponto de vista da ética profissional como se deu a entrada na privacidade familiar por
meio da visita domiciliar? qual foi sua intencionalidade (finalidade e objetivo profissional) ? que
relação a/o Assistente Social fez entre a realidade dos sujeitos e o objetivo do estudo social?
Qual é a relação estabelecida com a rede socioassistencial e de saúde? Seu uso reiterou a visão
do assistente social fiscalizador de comportamento e modo de vida ou defensor de direitos?

38
"Somos profissionais que chegamos o mais
próximo possível da vida cotidiana das
pessoas com as quais trabalhamos. Poucas
profissões conseguem chegar tão perto deste
limite como nós. É, portanto, uma profissão
que nos dá uma dimensão de realidade
muito grande e que nos abre a possibilidade
de construir e reconstruir identidades – a da
profissão e a nossa – em um movimento contínuo."

Maria Lúcia Martinelli, 2006

39
40