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ALIANÇAS ENTRE INSTITUIÇÕES PARA A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL EM

RONDÔNIA, AMAZÔNIA OCIDENTAL

Marcos do Carmo Oliveski- marcos_oliveski@yahoo.com.br


Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA
Ricardo Alves Oliveira (Autor de Contato) – ricardo.alves@unir.br
Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Mariluce Paes de Souza - mariluce@unir.br
Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Osmar Siena - siena@unir.br
Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA
Universidade Federal de Rondônia – UNIR
Gleimiria Batista da Costa - gleirimira@unir.br
Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA
Universidade Federal de Rondônia – UNIR

Tema 3: Investigação em Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar as alianças formadas por instituições que atuam
na preservação ambiental no estado de Rondônia. O estado de Rondônia convive com a
constante preocupação com o seu desenvolvimento e com a preservação de seus recursos
naturais. Todas as atividades econômicas constituem-se em riscos ambientais, as quais se não
forem devidamente acompanhadas e fiscalizadas podem comprometer tanto os próprios
empreendimentos econômicos quanto o equilíbrio da natureza, que é a presença marcante
nesta área da Amazônia Brasileira. Desmatamento, poluição, queimadas, caça, pesca,
extrativismo mineral, dentre outras atividades necessitam de controle rígido, de fiscalização
constante e, quando necessário, sanções rigorosas. As instituições estudadas foram o IBAMA,
ICMBio, Ministério Público de Rondônia, SEDAM e Polícia Ambiental. Parkhe (1991, p,
581) considera que uma aliança é uma manifestação de estratégias cooperativas
interorganizacionais. Estas envolvem um conjunto de habilidades e recursos dos aliados, a fim
de obter um ou mais objetivos ligados as estratégias das firmas em cooperação. Trata-se de
uma pesquisa qualitativa com duas estratégias de coleta de dados: 1) em sites das instituições
e sites de noticias da região para verificar evidências de alianças; e 2) questionário às
instituições estudadas para identificar as características das alianças formadas. Dentre os
resultados, apresenta-se a visão de uma instituição, o ICMBio, sobre a necessidade de
cooperação entre instituições para a maximização dos resultados das ações em defesa do meio
ambiente. Ficou evidenciado, nas pesquisas realizadas ao longo do trabalho e nos
questionamentos feitos às instituições, que a formação de alianças maximizam resultados e
ajudam na execução dos objetivos organizacionais. Foram encontradas várias parcerias entre
as instituições, as quais potencializam os resultados, os quais são essenciais para a defesa do
meio ambiente.

Palavras Chave: Alianças, instituições, preservação ambiental, Rondônia.


ABSTRACT
This work aims to identify the alliances formed by institutions involved in environmental
preservation in the state of Rondônia. The state of Rondônia live with the constant concern for
their development and the preservation of its natural resources. All economic activities are in
environmental risk, which if not properly monitored and supervised can compromise both
their own economic enterprises as the balance of nature, which is a strong presence in this
area of the Brazilian Amazon. Deforestation, pollution, fires, hunting, fishing, mineral
extraction and other activities requiring strict control, constant monitoring and, when
necessary, strict penalties. The institutions studied were IBAMA, ICMBio, prosecution of
Rondônia, SEDAM and Environmental Police. Parkhe (1991, 581) believes that an alliance is
a manifestation of inter-cooperative strategies. These involve a set of skills and resources of
the allies in order to achieve one or more objectives linked the strategies of firms in
cooperation. It is a qualitative research with two data collection strategies: 1) on institutional
websites and news sites in the region to verify evidence alliances; and 2) questionnaire to the
institutions studied to identify the characteristics of the formed alliances. Among the results,
shows the view of an institution, ICMBio on the need for cooperation between institutions to
maximize the results of actions in defense of the environment. Evidenced in the research
carried out during the work and inquiries by the institutions, the formation of alliances
maximize results and help in the implementation of organizational goals. Several partnerships
were found between the institutions, which leverage the results, which are essential for the
protection of the environment.

Keywords: alliances, institutions, environmental preservation, Rondônia.

1. INTRODUÇÃO
A busca por recursos naturais para viabilidade dos projetos econômicos e sociais, públicos
e/ou privados, pode provocar impactos ao meio ambiente. Alinhar o desenvolvimento
econômico e social com o econômico pode ser o ideal para a sociedade e a missão das
instituições que atuam neste contexto, no entanto, deve ser considerado que a preservação
ambiental e o desenvolvimento sustentável consistem em desafios complexos.
Em função de sua biodiversidade, do vasto território com cobertura florestal e recursos
hídricos, o Bioma Amazônico vem se tornando um alvo de novos empreendimentos. A
agropecuária, o comércio de madeira, tráfico de animais, garimpos, crescimento urbano,
industrialização são exemplos de intervenções humanas afetam o bioma e podem
comprometer a sua sustentabilidade.
Alianças entre uma ou mais organizações são uma prática comum no cotidiano empresarial,
mas até em que ponto essas alianças fazem parte da estratégia das empresas envolvidas. De
acordo com Gulati (1998) alianças estratégicas são arranjos voluntários entre uma ou mais
organizações envolvendo troca, compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos,
tecnologias e serviços.
O conceito de Alianças Estratégicas, embora carregue em si mesmo um grande significado,
ainda não tem uma definição de consenso. A principal discordância é percebida quanto à
abrangência de uma aliança. Enquanto alguns sugerem que um simples contrato de compra e
venda já pode ser considerado uma aliança, outros defendem que uma aliança se constitui
quando reúne características de fusão entre organizações. Parkhe (1991, p, 581) considera que
uma aliança é uma manifestação de estratégias cooperativas interorganizacionais. Estas
envolvem um conjunto de habilidades e recursos dos aliados, a fim de obter um ou mais
objetivos ligados às estratégias das firmas em cooperação. (SELOTI JR, 2008)
Neste sentido, as instituições que se destacam na atuação e promoção da preservação
ambiental no contexto de Rondônia são oriundas de vertentes nacionais ou estaduais. As
organizações estudadas atuam em Rondônia e respondem hierarquicamente ao Ministério do
Meio Ambiente, no caso do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade
(ICMBio) e ao Governo do Estado de Rondônia, ao Ministério Público de Rondônia (MPRO),
da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) e da Polícia Florestal.
Trata-se de organizações situadas no estado de Rondônia cujos objetivos são promover a
preservação e a proteção do meio ambiente, seja na forma de fiscalização, patrulhamento ou
na aplicação de sanções a infratores.
Localizado na Amazônia Ocidental, o estado de Rondônia possui uma extensão territorial de
237.590.547 Km². Cerca de setenta por cento deste é recoberto pela floresta pluvial
amazônica. Os restantes trinta por cento correspondem a cerrados e cerradões. Todos os rios
do estado pertencem à bacia do rio Madeira, afluente do Amazonas. Predomina em Rondônia
o clima tropical úmido com estação seca e a temperatura mantém-se elevada durante todo o
transcorrer do ano. É composto atualmente por uma população de aproximadamente 1, 7
milhão de habitantes. A economia do estado é baseada na pecuária, na agricultura
(café, cacau, arroz, mandioca, milho) e no extrativismo da madeira, de minérios e
da borracha. (IBGE, 2010)
Com estas características, o estado de Rondônia convive com a constante preocupação com o
seu desenvolvimento e com a preservação de seus recursos naturais. Todas as atividades
econômicas constituem-se em riscos ambientais, as quais se não forem devidamente
acompanhadas e fiscalizadas podem comprometer tanto os próprios empreendimentos
econômicos quanto o equilíbrio da natureza, que é a presença marcante nesta área da
Amazônia Brasileira. Desmatamento, poluição, queimadas, caça, pesca, extrativismo mineral,
dentre outras atividades necessitam de controle rígido, de fiscalização constante e, quando
necessário, sanções rigorosas.
No entanto, a atuação para o enfrentamento destes desafios é complexo e de difícil
operacionalização. O estado de Rondônia para viabilizar o combate aos crimes ambientais, a
fiscalização ambiental e a regularização de atividades ligadas ao meio ambiente, conta com
algumas organizações públicas. Estas organizações precisam produzir resultados relevantes
para a sociedade. A atuação destas organizações no contexto da Amazônia é de difícil
articulação, o que leva a necessidade de cooperação.
Tais organizações, como alternativa de sobrevivência, buscam superar o atual modelo por
outro, o de cooperação. Dentre as alternativas colaborativas que podem ser utilizadas estão a
estratégia de benchmarking, que segundo Colauto, Beuren e Sant’ana (2004) pode ser
entendido como um processo de comparação sistemática de bens e serviços oferecidos por
uma determinada organização a fim de melhorar os processos internos, e principalmente as
Alianças.
As principais investigações sobre alianças entre organizações estão relacionadas às
motivações, para formá-las e como estas geram valor à dinâmica organizacional entre os
parceiros. São relativamente raras as investigações sobre as fontes de tensão nas alianças e à
evolução estratégica sobre governança em alianças. As organizações objetos deste estudado
atuam no estado de Rondônia e tem o objetivo promover a defesa do meio ambiente, embora
cada uma, tenha uma atribuição neste contexto. Para nortear a pesquisa formulou-se a
seguinte questão: quais são as alianças existentes entre as instituições para a preservação
ambiental em Rondônia?
Diante desse questionamento, este trabalho tem o objetivo de identificar as alianças formadas
por instituições que atuam na preservação ambiental no estado de Rondônia.

2. ALIANÇAS ESTRATEGICAS
As estratégias organizacionais, frequentemente, tem se delineado para manter os
empreendimentos em atividade mesmo em um cenário altamente competitivo. Novos
empreendimentos, novos produtos, novas visões de mercado, aceleram o processo de
transformação do ambiente e estimulam a inovação em busca de sobrevivência. Porém, a
competição pura e simples entre as organizações pode resultar em “ou ganha ou,
necessariamente, perde”. Estas estratégias de “vencer o outro” vêm constantemente sendo
relativizada, principalmente pelo crescimento de outras relações empresariais, de “ganha-
ganha”, implementadas a partir dos anos de 1980. Estas são reconhecidas como Alianças
Estratégicas (GULLATTI, 1998).
O conceito de Alianças Estratégicas, embora carregue e si mesmo um grande significado,
ainda não têm uma definição de consenso entre os autores. A principal discordância é
percebida quanto à abrangência de uma aliança. Enquanto alguns sugerem que um simples
contrato de compra e venda já pode ser considerado uma aliança, outros defendem que uma
aliança se constitui quando reúne características de fusão entre organizações. (SELOTI JR,
2008)
Todavia, as organizações com diferentes estruturas e áreas de atuação usam este módus
operanti para o seu fortalecimento. De acordo com Child, Faulkner e Tallman (2005),
Estratégias Cooperativas são incorporadas pelas empresas no intuito de lograrem êxito em
suas atividades. Substitui-se o foco na competição para a cooperação, o que traz significativos
benefícios tais como suprir a carência de recursos ou competências. As carências de uma
organização são complementadas pelas potencialidades de outra. Obviamente que, por
possuírem relações de aliança, não quer dizer, necessariamente, que as organizações
abandonaram definitivamente a competitividade. As duas estratégias (competitiva e
colaborativa) permanecem, o que torna o fenômeno de difícil interpretação.
O motivo mais forte para se trabalhar com um concorrente é poder unir forças a fim de
enfrentar um inimigo comum. A sinergia decorrente da aliança daria condições às parceiras de
fazer frente à concorrência. A união com um concorrente também é prudente quando as
empresas enfrentam condições adversas de negócio ou o poder combinado de outras alianças.
(SELOTI JR, 2008, p. 38)
De acordo com este raciocínio Parkhe (1991, p, 581) considera que uma aliança é uma
manifestação de estratégias cooperativas interorganizacionais. Estas envolvem um conjunto
de habilidades e recursos dos aliados, a fim de obter um ou mais objetivos ligados aos
objetivos estratégicos das organizações em cooperação.
As alianças estratégicas são arranjos voluntários entre uma ou mais empresas envolvendo
troca, compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, tecnologias e serviços. Já a
governança corporativa “refere-se ao sistema pelo qual os órgãos e os poderes são
organizados dentro de uma empresa.” O termo está comumente relacionado à direção,
controle, distribuição de direitos e responsabilidades entre os diferentes participantes da
empresa, e monitoramento estabelecidos pelos acionistas controladores de uma determinada
empresa (GULATI, 1998; CARVALHAL, 2006)
Na literatura sobre aliança, duas diferentes perspectivas - estrutural e relacional contribuíram
para a construção de teoria sobre governança da aliança. Estas duas perspectivas têm os seus
pressupostos específicos, bases teóricas e focos de análise. Conforme pode ser visto no
Quadro 1.
Quadro1
Perspectivas estruturais e relacionais sobre Governança da Aliança

Característica Perspectiva Estrutural Perspectiva Relacional

Foco de análise Transação Única Relacionamento entre empresas


Base Teórica Teoria dos Custos de Transação Teoria da troca Social
As Principais Parceiros tendem a agir de forma
Parceiros tendem a agir de forma oportunista
Premissas confiável
Desempenho da Aliança é impulsionado Desempenho da Aliança é
Desempenho pela qualidade da concepção estrutural impulsionado pela qualidade dos
inicial processos contínuos relacionais
Mecanismo de
Contratos Complexos Confiança
Governança Proposto
Visão supersocializada da ação
Criticismo Visão subsocializada da ação humana
humana
Fonte: Traduzido de Toward An Integrative Perspective On Alliance Governance: Connecting Contract Design,
Trust Dynamics, And Contract Application - Academyof Management Journal 2008, Vol. 51, No. 6, 1053–1078.

3. BENCHMARKING
O processo de benchmarking empresarial teve inicio no século XX, quando Taylor introduziu
o método científico e estimulou a comparação de processos de trabalhos. Com o advento da 2ª
Guerra Mundial, as empresas se comparavam a fim de determinar padrões para cargas de
trabalho, segurança. Pagamentos e outros relativos à administração empresarial. (COLAUTO;
BEUREN; SANT'ANA, 2004).
Uma das contribuições técnicas mais significativas para a evolução do benchmarking foi dada
pelos japoneses, por meio do sistema de produção da Toyota e os esforços pós-Segunda
Guerra Mundial. Quanto mais os japoneses visitavam os Estados Unidos mais se via a
semelhança dos supermercados e o estilo de vida dos dois países.
Por volta dos anos 1980 o benchmarking, estudado e praticado hoje, foi concebido, por meio
da Companhia Xerox. Ao constatar que estava perdendo mercado para seus concorrentes, a
empresa percebeu a necessidade de melhorar o seu desempenho. Passou a identificar padrões
específicos de medição, custos de produção, tempo de ciclo, custos gerais, preços de venda e
varejo e características de produtos que foram comparados aos seus principais concorrentes.
O processo de benchmarking, a princípio, foi entendido como um tipo de coleta de
informação para a inteligência competitiva. Com a familiarização desse processo ele passou a
ser utilizado para entender tanto os concorrentes quanto a estrutura interna de qualquer
organização. As organizações focavam na medição de resultados finais ou de produtos
acabados. Após este período o benchmarking foi além dos resultados ou do produto acabado
concentrando-se nos processos. A importância era entender como a organização concorrente
projetava, produzia, comercializava e dava suporte a um serviço ou a um bem (COLAUTO,
BEURIEN E SAT’ANA, 2009)
De acordo com Martins, Protil e Doliveiras (2010) o Benchmarking é um processo que
começa com uma organização identificando quais são suas forças e fraquezas em relação a
suas concorrentes e não concorrentes que possuem desempenho superior, ou seja, empresas
que são capazes de melhor realizar processos necessários a um melhor desempenho. Este
processo continua com a incorporação das melhores práticas das empresas que se adotou
como referência, ou seja, com a adaptação e adoção de melhores formas de se realizar os
processos necessários para um desempenho superior. Por fim, utilizando-se métricas que
permitem mensurar as variações de desempenho e estabelecendo-se metas de desempenho a
serem atingidas, as empresas passam a perseguir uma posição de superioridade em relação ao
grupo de empresas tomado como referência.

Figura 1 – Processo de Benchmarking

Fonte: Colauto, Beurien e Sat’ana, 2009.

Colauto, Beurien e Sat’ana (2009) destacam que as especificidades do mercado e do ambiente


econômico são elementos que precisam nortear a seleção das estratégias empresariais, pois se
constituem um referencial para as ações que vão possibilitar a criação de vantagem
competitiva. O Benchmarking propicia a monitoração do mercado de maneira a buscar meios
para igualar ou superar a competitividade local e global. É visto como um instrumento
gerencial para comparar vários aspectos dos produtos, processos e fatores de sucesso de
organizações do mesmo segmento.
Quadro 2 – Tipos e Características de Benchmarking
Tipos de Benchmarking Características
comparação entre os processos similares dentro da própria Organização, ou
seja, entre departamentos e unidades que têm processos e/ou equipamentos
idênticos ou similares. Os resultados desses processos são comparados entre si
Benchmarking Interno
obtendo assim a melhoria, optando-se por executar aquele que apresenta
melhor desempenho. O objetivo é a uniformizar as práticas competitivas pelo
nível mais elevado.
compara-se o processo da empresa com aquele igualou similar da empresa que
Benchmarking
mais se destaca (a melhor das melhores), independentemente do seu ramo de
funcional/genérico
atividade.
comparar as saídas de um processo com as do concorrente. É a atividade
complexa tendo em vista às dificuldades de se obter as informações.
Dificilmente um concorrente se predispõe a trocar dados sobre seus processos.
Benchmarking Competitivo
Por este motivo, o benchmarking competitivo é realizado ao nível de
indicadores macros, através de dados estatísticos específicos do ramo de
atividade do praticante.
Fonte: elaborado a partir de Malik, Ferezin e Belinelo (1994).
Embora, tenha evidências de poucos estudos nos meios acadêmicos, o benchmarking
vem sendo utilizado nas organizações como uma ferramenta estratégica e diversas
publicações não acadêmicas vêm apontando as vantagens de sua utilização por organizações
de diferentes setores.
4. PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
A preservação ambiental é a prática de ações que visam proteger o ambiente natural, devido
às atividades humanas, tanto no nível individual, organizacional quanto governamental.
Oriundo de movimentos ambientalistas, a preocupação com a preservação ambiental resultou
em discussões internacionais sobre o problema ambiental. Destaca-se o Clube de Roma no
qual pessoas ilustres se reúnem desde a década de 1970 para refletir sobre os problemas que
afetarão o futuro do desenvolvimento da humanidade. Dentre os principais aspectos
verificados por este grupo destacam-se energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente,
tecnologia e crescimento. O Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows tornou-se o
livro sobre ambiente mais vendido da história.
No ano de 1983 a Organização das Nações Unidas criou Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, cujos trabalhos resultaram no Relatório Brundtland, que
enfatizou a associação entre pobreza e subdesenvolvimento e dano ambiental, e sedimentou o
conceito de desenvolvimento sustentável. Este relatório recomendou a criação de uma
conferência internacional para discutir temas ligados ao meio ambiente. Em 1992
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também
conhecida como Rio-92 ou ECO-9 produziu uma série de documentos importantes, entre eles
a Carta da Terra, a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Convenção
sobre a Biodiversidade, a Convenção sobre as Mudanças Climáticas e a Agenda 21,
estabelecendo compromissos e metas a serem alcançadas pelos países signatários.
No Brasil a constituição de 1988 trata sobre o meio ambiente direcionando inclusive capítulo
exclusivo ao tema: o capítulo IV do Título VIII. As constituições brasileiras anteriores nada
traziam de específico e global acerca do meio ambiente, e a expressão sequer havia sido
utilizada. Em que pese à existência de um capítulo específico sobre o tema, consubstanciado
no artigo 225, ao longo do texto constitucional são feitas diversas referências ao meio
ambiente em artigos esparsos, o que evidencia a intenção do legislador constituinte de
conferir ao mencionado tema, bem jurídico de efetiva proteção das mais diversas formas
(BRASIL, 2015).
A competência material para proteção do meio ambiente e combate à poluição é comum à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, tendo em vista que a intenção é
ampliar o leque protetivo, na medida em que uma proteção exercida de forma conjunta por
todos os entes federativos tende a ser mais eficaz e completa (BRASIL, 2015).

5. INSTITUCIONALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÕES VOLTADAS PARA A


PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
No estado de Rondônia existem diversas organizações que atuam na área de preservação
ambiental. Para dar suporte às argumentações deste trabalho foram selecionadas cinco
organizações, federais e estaduais, que desenvolvem trabalhos de fiscalização, licenciamento
ambiental, patrulhamento, dentre outras atividades ligadas ao meio ambiente.

5.1 Organizações Federais


O Ministério do meio Ambiente foi criado, em 1992, para promover, em todos os níveis e
instâncias de governo e sociedade brasileira, a adoção de princípios e estratégias para o
conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos
naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável
na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e
compartilhada, participativa e democrática (MMA, 2015).
Por meio da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, foram constituídas: a política nacional do
meio ambiente e dos recursos hídricos; política de preservação, conservação e utilização
sustentável de ecossistemas, e biodiversidade e florestas; proposição de estratégias,
mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e o
uso sustentável dos recursos naturais; políticas para a integração do meio ambiente e
produção; políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e zoneamento ecológico-
econômico.
O Ministério do Meio Ambiente possui autarquias que promovem o trabalho de preservação
ambiental. Estas autarquias são: Agência Nacional de Águas (ANA); Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (JBRJ). Para o desenvolvimento deste trabalho serão estudadas duas instituições que
atuam no estado de Rondônia: o ICMBio e o IBAMA. (MMA, 2014)
ICMBio - O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia em
regime especial. Criado dia 28 de agosto de 2007, pela Lei 11.516, é vinculado ao Ministério
do Meio Ambiente. Cabe ao Instituto executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs
instituídas pela União e, ainda, fomentar e executar programas de pesquisa, proteção,
preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a
proteção das Unidades de Conservações federais (ICMBio, 2014).
IBAMA - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis foi
criado pela Lei nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989, é uma autarquia federal vinculada
ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). É o órgão executivo responsável pela execução
da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), instituída pela lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981, e desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio
natural, exercendo o controle e fiscalização sobre o uso dos recursos
naturais (água, flora, fauna, solo, etc). Também cabe a ele conceder licenças ambientais para
empreendimentos de sua competência (IBAMA, 2014).

5.2 Organizações estaduais


O Estado de Rondônia conta com algumas instituições que fazem o trabalho relativo à
preservação ambiental, destacando-se neste trabalho: o Ministério Público de Rondônia
(MPRO), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) e a Polícia
Ambiental.
Ministério Público de Rondônia (MPRO) - é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado. Criado pela Lei Complementar nº 93/93, do Governo do Estado, a
qual incumbiu-lhe a missão de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis. A lei define também os princípios institucionais
de unidade, indivisibilidade e independência funcional.
O MPRO conta com centros de apoio operacional, que são órgãos auxiliares da atividade
funcional do MPRO dentre eles o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente
(CAOMA). O CAOMA tem a finalidade de estimular a integração e o intercâmbio entre
órgãos de execução que atuem na mesma área de atividade e que tenham atribuições comuns;
remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados a cada área de atuação; prestar
auxílio aos órgãos do Ministério Público na instrução de inquéritos civis e na preparação e
proposição de medidas processuais; promover o levantamento periódico das necessidades
materiais das Promotorias, adotando as providências necessárias para supri-las; estabelecer
intercâmbio permanente com entidades, órgãos públicos ou privados que atuem em áreas
afins, para prestar atendimento e orientação, bem como para obtenção de elementos técnicos
especializados necessários ao desempenho de suas funções; sugerir a realização de convênios
e zelar pelo seu cumprimento. (MPRO, 2015)
SEDAM – compete à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental a implantação e
administração de Unidades de Conservação, criadas no âmbito do Estado, após autorização
prévia da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. As atividades utilizadoras de
recursos ambientais consideradas efetivas e potencialmente poluidoras, capazes de causar
degradação ambiental são as ferrovias; portos e terminais de minérios, petróleo e produtos
químicos, barragens, usinas e linhas de transmissão de energia elétrica, extração de petróleo,
xisto e carvão, abertura e drenagem de canais de navegação e retificação de cursos de água,
complexos ou unidades petroquímicas, cloroquímicos, siderúrgicas e usinas de destilação de
álcool; distritos industriais e zonas estritamente industriais, projetos agropecuários, projetos
de assentamentos humanos, vinculados à reforma agrária, extração de minérios, inclusive
areia; e estradas de rodagem. Cabe também a SEDAM, proteger os monumentos geológicos,
os sítios arqueológicos, espeleológicos e os restospaleomerídios, manter o controle e registro
sobre a produção, transformação e comercialização de produtos ou substâncias que afetem a
saúde pública e o meio ambiente. Deve proteger e dar apoio, respeitando a competência da
União, às comunidades indígenas do Estado de Rondônia, promover a educação ambiental em
articulação com outros órgãos afins, sejam estaduais ou municipais, organizar regulamentos e
administrar o Fundo Especial de Proteção Ambiental. (RONDÔNIA, 2014)
POLÍCIA AMBIENTAL – Tem como principal função a fiscalização da exploração florestal,
o transporte de produtos e subprodutos florestais, transporte e o comércio de pescados, o
transporte e o comércio de plantas vivas, procedentes de florestas, os desmatamentos e
queimadas, os criadouros de animais silvestres, as atividades de pisciculturas. Coíbe as
atividades poluidoras do meio ambiente. Implementa campanhas educativas na área
ambiental. Coopera com as promotorias de justiça e meio ambiente, fornecendo relatórios e
laudos necessários para dar início à ação penal e civil de reparação de danos ao meio
ambiente. Em Rondônia o Batalhão de Polícia Ambiental é subordinado a Policia Militar
Estadual. (PM AMBIENTAL, 2015)
O Regulamento geral da Polícia Militar de Rondônia destaca o Batalhão de Polícia Ambiental
como órgão responsável pela execução das atividades operacionais de proteção do meio
ambiente, compreendendo o policiamento ostensivo e a fiscalização ambiental, competindo-
lhes: assessoramento ao Comando da Corporação e executar o policiamento ostensivo fardado
do meio ambiente.

6 METODOLOGIA
O presente estudo constitui-se em uma pesquisa qualitativa, ancorada por duas estratégias de
coleta de dados. Análise documental o questionário.
Na análise de conteúdo, proposta neste estudo, foram recolhidos dados e informações
secundárias, contidas nos respectivos sites das instituições estudadas, no intuito de
caracterizá-las e identificar a atuação e conduta, sempre buscando identificar o
relacionamento interorganizacional existente. Outros documentos também foram analisados,
principalmente informações colhidas nos veículos de comunicação do estado. Reportagens,
notícias, veiculadas na mídia em geral foram coletadas e tratadas, no intuito de identificar
padrões de atuações das instituições que promovem a preservação ambiental em Rondônia.
Os questionários foram direcionados aos coordenadores do IBAMA, do ICMBio, do
Ministério Público, da Policia Ambiental e da SEDAM. A abordagem destes questionários
procurou identificar qual a perspectiva das alianças, seus benefícios e suas características.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir são apresentados os resultados das pesquisas realizadas com as organizações
estudadas. Em um primeiro momento, as evidências de alianças com base em pesquisa de
dados secundários, nos respectivos sites das instituições. Na sequência, apresenta-se os dados
secundários obtidos em pesquisa realizada em sites da mídia em geral, as quais apresentam
resultados de ações conjuntas pelas instituições estudadas. No terceiro momento será
apresentada a visão de uma instituição, o ICMBio, sobre a necessidade de cooperação entre
instituições para a maximização dos resultados das ações em defesa do meio ambiente.

7.1 Evidências de cooperação nos sites institucionais


Em pesquisa realizada nos sites das instituições fica evidenciado que as mesmas buscam a
cooperação e a formação de alianças a todo o momento.
No Site do ICMBio estão disponibilizadas normas que regulam a atuação da instituição as
quais evidenciam que “o ICMBio realizará parcerias institucionais no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante a celebração de convênios ou
instrumentos similares.”
Sendo assim as principais alianças formadas pelo ICMBio são firmadas por meio de
convênios, os quais são evidenciados em programas e projetos desenvolvidos pelo órgão, tais
como: projeto práticas inovadoras, projeto de conservação das espécies, projeto corredor
ecológico, programa de cativeiro, programa voluntariado, projeto nacional de ações integradas
público-privadas para a biodiversidade – Próbio II e projeto manguezais do Brasil. É
importante ressaltar que o site do ICMBio é nacional e não aborda só programas e projetos da
região de Rondônia.
Em pesquisa realizada no site do IBAMA que, assim como o ICMBio, tem seu site nacional e,
por isso, as evidências de alianças aparecem em parcerias entre instituições que possuem
abrangência nacional tais como o próprio ICMBio, o Serviço Florestal Brasileiro, a Agencia
Nacional de Águas, dentre outras. Estas evidências aparecem nos regulamentos, normas, e,
principalmente no seu Plano Estratégico o qual prioriza as ações em parceria com órgãos
federais, estaduais e municipais.
No site do Ministério Público de Rondônia, na área de meio ambiente, o Centro de Apoio
Operacional do Meio Ambiente (CAOP-Meio Ambiente) atua como órgão de apoio às
Promotorias de Justiça na defesa do meio ambiente buscando a atuação interinstitucional
junto com os outros órgãos que agem com os mesmos propósitos e na realização de operações
de fiscalização das áreas especialmente protegidas. O próprio CAOP-Meio Ambiente
apresenta, em sua lista de links de interesse, vários órgão em que atua em conjunto, dentre
eles, o Batalhão de Polícia Ambiental do Estado de Rondônia, a Delegacia Especializada em
Crimes contra o Meio Ambiente, o IBAMA, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente –
SEMA, Secretaria do Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, dentre outros. O MP
também promove audiências públicas com a participação de diversos órgãos, estudiosos e
especialistas na área ambiental.
O site da SEDAM oferece uma quantidade significativa de informações que evidenciam a
constante cooperação interagências que esta organização mantém. Dentre os principais órgãos
que atua em parceria, e que aparecem nos banners do site estão o Ministério Público, a Polícia
Militar (Ambiental), IBAMA, Corpo de Bombeiros, Agencia Nacional de Águas, Ministério
do Meio Ambiente.
O Batalhão de Polícia Ambiental de Rondônia não possui site próprio e suas informações
aparecem em conjunto com as informações no site da Policia Militar do Estado de Rondônia.
As evidências de alianças estão nas reportagens elaboradas pela seção de comunicação da
PMRO quando abordam os resultados de operações, principalmente em conjunto com a
SEDAM, MP e o IBAMA.

7.2 A mídia destaca as alianças


Foram consultados alguns veículos de comunicação de Rondônia, os quais evidenciam as
alianças das instituições de atuação na preservação ambiental quando apresentam reportagens
sobre operações de fiscalização, patrulhamento e abordagens. A seguir trechos de algumas
reportagens que demonstram os resultados de ações combinadas:
“A operação em conjunto com o Exército, Polícia Federal, ICMBio, FUNAI, IBAMA e Polícia
Militar faz parte da operação Curaretinga que acontece no Acre, Rondônia e Sul do Amazonas.”
(G1, 2014)
“Após incidente, criou-se um comitê gestor de crise, formado por membros da Secretaria de
Segurança Publica de Rondônia, ICMBio, IBAMA, Polícia Federal, Exército e Força
Nacional. O comitê decidiu pela retirada dos novos invasores da área e lançou uma nova
ofensiva. A área foi sobrevoada por um helicóptero do Ibama, na terça-feira (12). Constatou-
se um acampamento de cerca de 20 barracos de lona e um grupo entre 60 e 100 pessoas no
local. A equipe de fiscalização chegou ao local dentro da Floresta Nacional para desocupá-la.
Eram três equipes formadas por 77 homens - sendo oito servidores do ICMBio, quatro
servidores IBAMA, oito Policiais Federais, 13 Policiais da Força Nacional, 14 Policiais da
Policia Militar Ambiental de Rondônia, dois Policiais da Policia Militar de Rondônia, dois
Bombeiros Militares de Rondônia e 26 Policiais da Companhia de Operações Especial de
Rondônia/COE.” (OECO, 2013)
“A Operação Ágata 7 é coordenada pelo Ministério da Defesa e está sendo realizada em
parceria com agentes governamentais, como as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Polícia
Militar do Estado de Rondônia, Receita Federal, bem como Anatel, Aneel, ANP, DNPM,
ICMBio, Funai e Ibama.” (ROTA COMANDO, 2013)
“A Operação Aluvião é um desdobramento da Operação Brasil Integrado, que ocorreu em
dezembro de 2014 e flagrou embarcações realizando garimpo ilegal no Rio Madeira. A ação
pode desencadear ainda a autuação de outros crimes ambientais, ou tráficos de pessoas e
drogas. A operação é promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), em
conjunto com as Polícias Federal e Ambiental.” (RONDÔNIA DIGITAL, 2015)
“O Ministério Público (MP) de Rondônia abriu inquérito civil para investigar um possível crime
ambiental no aterro sanitário de Vilhena (RO), município distante cerca de 700 quilômetros de
Porto Velho. De acordo com a promotoria, em uma vistoria realizada no local no final do mês de
maio, os técnicos do MP encontraram diversas irregularidades, como a não separação correta dos
resíduos sólidos e o chorume de uma das lagoas que estaria sendo despejado diretamente no solo,
em uma área de plantio de eucaliptos.
Devido às irregularidades encontradas, o MP solicitou uma vistoria do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no aterro de Vilhena. Após fiscalizar, o
órgão ambiental multou os proprietários do aterro sanitário em R$ 600 mil.” (G1, 2014)
7.3 O posicionamento do ICMBio
Em questionário enviado ao ICMBio foram identificados os principais pontos que levam a
organização a unir suas forças com outros órgãos para executar seus objetivos com maior
efetividade.
O ICMBio tem a missão de proteger o patrimônio natural e promover o desenvolvimento
socioambiental. Isso se dá através da criação e gestão das unidades de conservação federais e
produção de conhecimento voltado para a fauna e flora brasileiras através da atuação dos
centros nacionais de pesquisa, que são também administrados pelo instituto.
As atividades desenvolvidas por essa Organização são compartilhadas com outras que têm
finalidades similares, dentre elas destacam-se: a SEDAM – mais de sete anos (desde a criação
do ICMBio em 2007), o IBAMA (mais de sete anos), a POLÍCIA AMBIENTAL (mais de
sete anos), o MINISTÉRIO PÚBLICO (mais de sete anos). Outras instituições também fazem
parte do rol das organizações que contribuem com o Instituto: o Serviço Florestal Brasileiro
(SFB) (cinco anos), o INCRA (mais de sete anos), o SIPAM (mais de sete anos), Associações
das Populações Extrativistas (mais de sete anos), Instituições de Ensino e Pesquisa (mais de
sete anos). (GESTOR ICMBIO)
As parcerias que mantém com as organizações supracitadas são voltadas para proteção das
unidades de conservação, investigação e ajuizamento de ações referentes a crimes ambientais,
gestão florestal, assistência técnica para atividades produtivas, monitoramento e levantamento
de dados espaciais, vigilância e ações voltadas para conservação e preservação ambiental,
promoção da regularização fundiária das unidades de conservação. (GESTOR ICMBIO)
As operações feitas em parceria não seriam possíveis de serem feitas somente por uma
Organização, pois as “ações voltadas para a gestão das unidades de conservação são muito
variadas e dependem da atuação de agentes com perfis e funções variadas para dar resultado.
Por exemplo, para as atividades de fiscalização é necessária aatuação de agentes de segurança
pública (policiais) para promover segurança aos agentes de fiscalização (fiscais ambientais).
As multas lavradas pelos fiscais são posteriormente encaminhadas ao Ministério Público, para
ajuizamento da ação penal e responsabilização dos infratores. O ICMBio, somente com seu
quadro de servidores, tem atuação limitada na gestão das unidades de conservação.”
(GESTOR ICMBIO)
O ICMBio considera que “as ações realizadas em parceria melhoram a atuação institucional
na defesa do meio ambiente e proporcionam resultados mais eficazes, otimizando o uso dos
recursos públicos e trazendo mais retorno para a sociedade.” (GESTOR ICMBIO).

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo principal identificar as alianças firmadas entre as
organizações que atuam na preservação ambiental, no estado de Rondônia. Segundo Gulati
(1998) alianças estratégicas são arranjos voluntários entre uma ou mais organizações
envolvendo troca, compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, tecnologias e
serviços.
A preservação ambiental é a prática de ações que visam proteger o ambiente natural,
principalmente devido às atividades humanas, tanto no nível individual, organizacional
quanto governamental.
No estado de Rondônia existem diversas organizações que atuam na área de preservação
ambiental. Para dar suporte às argumentações deste trabalho foram selecionadas cinco
organizações, federais e estaduais, que desenvolvem trabalhos de fiscalização, licenciamento
ambiental, patrulhamento, dentre outras atividades ligadas ao meio ambiente. Estas
organizações são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
o Ministério Público de Rondônia (MPRO), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Ambiental (SEDAM) e a Polícia Ambiental.
Fica evidenciado, nas pesquisas realizadas e nas respostas da instituição, exemplo, que a
formação de alianças maximizam resultados e ajudam na execução dos objetivos
organizacionais. As alianças formadas trazem resultados significativos, como destaca as
reportagens pesquisadas, onde as operações conjuntas se destacam no cumprimento de
apreensões, fiscalizações e patrulhamentos ambientais.
Como destacou o ICMBio sem as alianças formadas a atuação do Instituto é limitado e várias
delas nem poderiam ser desencadeadas visto que existem interdependências das instituições
para a realização de suas tarefas. Como enfatizou o gestor do ICMBio “as ações realizadas
em parceria melhoram a atuação institucional na defesa do meio ambiente e proporcionam
resultados mais eficazes, otimizando o uso dos recursos públicos e trazendo mais retorno para
a sociedade”.
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