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Matheus Domingues
LEA0430
Algodão, soja e milho integram um sistema de produção de sucessão no Brasil inteiro
ALGODÃO
DADOS ECONÔMICOS
QUESTÕES AGRÍCOLAS
Gossypium hirsutum L.
Cultura anual (maior parte) – algodão herbáceo
Quase 100% da área brasileira
Cultura anual – algodão arbóreo
CICLO
Ciclo geralmente entre 6 a 7 meses – desenvolvimento longo
Obs.: a própria planta aborta parte de suas estruturas importante para o controle de pragas.
CAPULHO
Produto comercial
DADOS FITOTÉCNICOS
De uma forma geral produz 25-30 maçãs por planta, das quais, cerca de 70% sofre o
abortamento natural
TECNIFICAÇÃO
Uso intensivo da mecanização para o plantio e colheita
Alto padrão de qualidade
Tecnologias para controle de pragas
DOENÇAS
Mela/tombamento
Ramulose
Doenças virais
Azulão
PRAGAS DO ALGODOEIRO
Insetos sugadores
Insetos mastigadores
Pragas iniciais – causam danos mais impactantes na fase inicial, fase vegetativa da cultura
Pragas tardias – causam danos mais impactantes na fase final, reprodutiva
PRAGAS INICIAIS
Pulgões
Mosca-branca *
Tripes *
Broca-das-raízes
Percevejo-castanho
Lagarta-rosca
Lagarta-elasmo (eventualmente)
Bastante polífaga
PULGÕES
Nome formal: Afídeos
Ordem Hemiptera / Subordem Sternorrhyncha / Família Aphididae
Pequenos, corpo ovalado mole, coloração amarelo-esverdeada ou claros
Espécies:
Aphis gossypii
Principal
Verde-amarelados
Myzus persicae
Menos comum nos algodoeiros
Mais comum em anos mais quentes
Sifúnculos que liberam feromônios de alarme
DESCRIÇÃO E BIOTECNOLOGIA
Sugadores do floema
Se alimentam da seiva (rica em aminoácidos), filtram (câmera-filtro) e o excedente é eliminado
na forma de gotículas (honey dew) que são depositadas sobre a folha
Desenvolvem altas população pois possuem alto potencial biótico, que decorre de 2
características importantes:
Ciclo muito curto (10-12 dias para uma nova geração)
Nas condições tropicais, todos os indivíduos são fêmeas e tem capacidade de se
reproduzir (embrião se forma a partir de óvulos não fecundados) Partenogênese
60 ninfas por fêmeas
Polimorfismo
Adulto alado – colonizam a cultura
Adulto áptero – reproduzem, gerando grandes colônias
Colocam diretamente a ninfa, não o ovo
DANOS
DANOS DIRETOS
Sucção de seiva
Encarquilhamento da folha pela sucção da seiva prejudica o desenvolvimento da planta que
acaba ficando raquítica
Folha encarquilhada
Planta raquítica
DANOS INDIRETOS
TRIPES
Sugadores
Asas franjadas, mal podem ser enxergadas a olho nu
Danos logo no início (20-30 dias)
Frankliniella schultzei (espécie predominante em algodão)
Coloração amarronzada
Ordem Thysanoptera: Thripidae
DESCRIÇÃO E BIOTECNOLOGIA
Danos importantes
DESCRIÇÃO E BIOTECNOLOGIA
Besouros que se alimentam no interior do tecido vegetal, por isso chamam broca
Se alimentam da região basal da planta (haste)
Insere o ovo
Larva formam galerias na forma basal
CICLO
Ciclo de 70 dias
Fase inicial da planta é mais suscetível
DANOS
50-60 dias
Entumecimento da região do colo
Planta reage a lesão com hiperplasia
Avermelhamento das folhas
Algodão produz antocianinas em situações de estresse
Murcha das folhas
Dessecamento
Áreas arenosas, terreno solto, baixadas, próximos a umidade são locais com maior incidência da praga.
PERCEVEJO-CASTANHO
Hemiptera: Cydnidae
Espécies (ambos conhecidos como percevejos castanhos)
Scaptocoris castânea
Scaptocoris carvalhoi
Pernas anteriores fossoriais, que permitem escavações e movimento no solo
DESCRIÇÃO E BIOTECNOLOGIA
As ninfas e adultos se aglomeram no sistema radicular, onde se alimentam
Insetos sugadores da seiva
DANOS
Sugam raízes de plantas bem jovens
Definhamento e morte das plantas
Observação: falhas no plantio
Sintomas são vistos quando o dano já é grande. É necessário algum tipo de prevenção.
Ocorre em várias culturas
LAGARTA-ROSCA
Inseto mastigador
Agrotis ipsolon
Adulto mariposa (3-4 cm de envergadura)
Larva se enrola
Lepidoptera: Noctuidae
CICLO BIOLÓGICO
Lagarta vive no solo com hábito noturno
Alimenta-se da haste
Fase inicial
Geralmente favorecida por condições de maior umidade
DANOS
Falhas no número de plantas por metro
Tombamento
MOSCA-BRANCA
Hemiptera: Aleyrodidae
Inseto sugador
Bemisia tabaci
Praga polífaga
Biótipo B (que atinge o algodão)
Polífaga
Ocorre principalmente em algodoeiro plantado após a soja
2mm de comprimento
Não é uma mosca, não é Diptera
PRAGAS TARDIAS
Ácaros
Bicudo-do-algodoeiro
Lagartas
Percevejos
ÁCARO-RAJADO
Não são insetos
Tetranychus urticae ácaro rajado
Acari: Tetranychidae
Dimorfismo: mancha escura no dorso
Ocorre na fase reprodutiva
RECONHEICMENTO E BIOTECNOLOGIA
São muito pequenos (0,5mm)
Tecem teias
Vivem agrupados em pequenas colônias na face inferior das folhas, onde se reproduzem e
botam ovos
Perfuram as paredes das células com o auxílio de quelíceras e sugam o conteúdo celular
DANOS
Áreas cloróticas que evoluem para o avermelhado (antocianinas), especialmente nas regiões
internervais
Para comprovar, verifica a presença de ácaro na porção abaxial da folha
Preferem as folhas do terço médio
Impacto quantitativo e qualitativo (qualidade de fibras)
Ácaro rajado = bastante favorecido por veranicos (temperatura elevada e pouca chuva)
ÁCARO-BRANCO
Acari: Tarsonemidae
Polyphagotarsonemus latus
Coloração clara (aspecto vítreo)
0,2mm de comprimento (não pode ser visto a oho nu)
Ficam na face inferior das folhas mais jovens (ápice ou ponteiro da planta).
RECONHECIMENTO E BIOTECNOLOGIA
Quelíceras utilizadas para sugar o conteúdo celular
Não formam teias
CICLO DE VIDA
3 a 5 dias
Deve ser controlado rapidamente
DANOS
Folhas no ponteiro da planta são danificadas, no entanto, esses sintomas aparecem quando as
folhas já estão no terço médio da planta
Deformação foliar – o ataque ocorre no terço apical (novas), mas os sintomas aparecem no
terço-médio
Bordos voltados para baixo (côncavo)
Coriácea (perde a flexibilidade)
Rasgam (com o vento)
Danos quantitativos e qualitativos
Para uma mesma população, o dano é menos intenso do que o ácaro rajado
BICUDO DO ALGODOEIRO
Anthonomus grandis
Coleoptera: Curculionidae
Principal praga do algodoeiro na atualidade
Besouro
Mastigador
O nome “bicudo” é porque a parte apical se alonga em bico
6mm de envergadura
Espinho no fêmur anterior
Coloração marrom-acinzentada
Espécie exótica até a década de 80
Poucos inimigos naturais
Tanto os adultos como as larvas causam danos
CICLO DE VIDA
Ovos botados em estrutura reprodutiva
Larva ápoda, branca, e levemente curvada
Pupa também fica dentro de estruturas
reprodutivas
Adulto eclode e se reproduz
DANO
O bicudo é fortemente atraído pelos odores do botão floral, assim, o primeiro ataque ocorre
nos botões florais
2 tipos de furos:
Alimentação
Oviposição – postura, tornando o furo saliente coberto com substância gelationosa
Larva eclode
Flor atacada não abre as pétalas e forma uma estrutura chamada de balão (estrutura que se
perde)
Após a formação da maçã, pode atacá-la, destruindo a fibra e permitindo a entrada de
microrganismos.
O bicudo é facilmente reconhecido pois a larva tem coloração esbranquiçada, levemente
curvada e sem pernas (ápodas)
Danos nas maçãs (frutos) = destruição das fibras, não se forma o capulho, formando uma
estrutura enegrecida com as fibras emplastadas Carimã
LAGARTAS
CURUQUERÊ
Alabama argilácea
Lepidoptera: Erebidae
Coloração marrom avermelhada
Pinta nas asas anteriores das mariposas
Lagartas se alimentam de folhas na parte superior
Exclusivamente desfolhadora
Lagartas se alimentam de folhas na parte superior
Inseto desfolhador
Desfolha significativa em populações elevadas
Podendo gerar quedas na produção e na resistência da fibra
LAGARTA-DAS-MAÇÃS
Chloridea virescens
Lepidoptera: Noctuidae
Coloração parda-esverdeada
Três listras transversais na asas anteriores
Ovos brancos, colocados no ponteiro
Fácil observação dos ovos
Postura em folhas novas e brácteas
Destruição de fibras
Carimã
Orifício com excrementos de saída da lagarta
LAGARTA-ROSADA
Lepidoptera: Gelechiidae
Pectinophora gossypiella
Coloração parda
Asas com cerdas (franjadas)
Pequenas
Coloca ovos nas folhas e brácteas
Se desenvolve dentro de estruturas de reprodução (botão floral e maçãs)
Lagarta: levemente rosada, 1 cm de comprimento, com pernas
LAGATA-DO-CARTUCHO DO MILHO
Spodoptera frugiperda
Adulto: mariposa com 4cm de envergadura
Postura com característica: várias camadas de ovos com aspecto de lã
Lagarta com 4 a 5 cm de desenvolvimento e coloração perda
Ataque a folhas e estruturas reprodutivas (principal)
Dano semelhante a lagarta da maçã
Presença muito visível, furo e excrementos
HELICOVERPA
Helicoverpa armigera
Principal lagarta
Asa parda
Várias manchas
3-4cm (adulto)
Danos nos botões florais e estrutura reprodutiva (maçãs)
Lagarta: inúmeros pelos brancos, protuberância em forma de sela e tegumento levemente
coriáceo
PERCEVEJOS
PERCVEJO-RAJADO
Hemíptera: Miridae
Horcias nobilellus
Colorações que alteram entre o vermelho e bege
Parte posterior da asa chanfrada para baixo
PERCEVEJO MANCHADOR
Dysdercus spp.
Hemiptera: Pyrrhocoridae
Maior
Gostam de capulhos (fase mais tardia do desenvolvimento das plantas)
Cabeça avermelhada e asas semi-élitro (como todos percevejos)
1,5 cm
Sempre em cópula sobre as plantas
Ovos brancos
Tanto os adultos e as ninfas sugam sementes, passando pelos capulho
Sugam as sementes e defecam nas fibras
Escurecimento das fibras
Inseto comum
Controlado por tabela, encontrado em baixas populações no final do ciclo
PERCEVEJOS DA SOJA
Espécies:
Edessa meditabunda
Euschistus heros (Marrom)
Nezara viridula
Hemiptera: Pentatomidae
Família Malvaceae
Gênero Gossypium
Planta importante para a produção de fibras (indústria têxtil), óleos e ração animal
A planta produz as suas estruturas reprodutivas em forma de um espiral
Estruturas reprodutivas:
Botão floral (40 dias após a semeadura)
Flor (70 dias)
Amarela - não fecundada
Avermelhada – fecundada
Maçãs
Capulho – maçã que se abre e expõe as fibras
Problemas fitossanitários
Pragas
Pragas iniciais
Pulgões (Aphis gossypii e Myzus persicae) – insetos que se
caracterizam por ter corpo mole, presença de sifúnculo e codícula,
insetos sugadores de seiva (floema) causando o encarquilhamento
das folhas mais novas da planta, prejudicando o seu
desenvolvimento
Percevejos
Percevejo-raspador (Horcias nobilellus) – percevejo da
família Mirinae, que se caracteriza por apresentar uma
estrutura chamada cúneo em suas asas; pequeno; rápido;
mancha em forma de V no dorso; suga flores e maçãs,
causando um sintoma conhecido como “bico-de-papagaio”
oriundo da deformação das maçãs
Percevejo-manchador (Dysdercus sp.) – ocorre no final do
ciclo da cultura causando danos na fibra do algodoeiro
quando o capulho abre e expõe as fibras; maior, com
coloração bastante evidente; suga (adultos e ninfas) a
semente do algodoeiro e acabam defecando nas fibras
prejudicando a sua qualidade
INSPEÇÃO
Presença de ácaros
Presença de mosca branca
Presença de pulgões
Presença de bicudo (inspeção de buracos em capulhos)
Aplicação semanal de inseticidas
Uma mesma planta tem órgãos reprodutivos em diferentes estágios de desenvolvimetno, o que torna a
cultura mais suscetível a pragas.
Safra 2021/2020 – a cultura enfrentará vários veranicos porque o algodão foi semeado tardiamente já
que a cultura anterior (soja) teve seu plantio atrasado pelo atraso das chuvas. Além disso, também por
falta de chuvas, no ano passado, a destruição da soqueira de algodão também foi comprometida, assim,
o algodão começou a rebrotar na cultura da soja, tornando-se um grande hospedeiro do bicudo, que
ficou na lavoura.
* Veranico são períodos curtos sem precipitação, que afeta a população de pragas e performance de
produtos.
A mosca branca tem como hospedeira a soja e, na próxima safra, o algodão, tendo assim uma redução
muito grande da área. Dessa maneira, a quantidade desse inseto na lavoura de algodão é muito grande.
Assim, o controle é feito por tratamento de sementes e pulverizações frequentes (pode ter problemas
com resistência) para evitar o dano direto e indireto. Inseticidas comumente usados são os
neonicotinóides.
Danos da mosca-branca:
A Spodoptera frugiperda voltou a ser um problema para o algodão por quebra da resistência à planta Bt,
assim como na soja e no milho. A Helicoverpa armigera também passou a ser mais comum nas lavouras
de algodão.
Ácaro (rajado) é um grupo de pragas que voltou a ter importância como consequência da explosão
populacional de bicudos, porque as aplicações para bicudo quase sempre apresentam algum piretróide.
Bicudo-do-algodoeiro
Principal praga
População cada vez maior
Presente em soqueira e tiguera na entressafra
Parasita o botão-floral
Produtos cada vez mais ineficientes
Helicoverpa armigera
Quebra de tecnologia
Maior parte das lavouras usa variedades com a tecnologia (80-90%)
Mosca-branca
A cultura da soja fechou com alta população
Algodão iniciou o seu desenvolvimento com alta pressão de moscas
Principal no início do ciclo
Nematóides – uso de cultivar resistente e rotação
Pratylenchus – desenvolve-se em qualquer cultura
Meloydogyne
Rotylenchulus – tem preferência pelo algodão
VÍDEO 4 - HELICOVERPA
Lagarta que se alimenta de soja, milho, sorgo, feijão, tomate e algodão ...
Crescimento rápido, rápida multiplicação, alimentação voraz
Preferência por atacar a fase inicial da formação da carga do algodão, furando o botão floral,
impedindo o desenvolvimento de flores e da fibra.
A lagarta pode atacar outras brotações do algodoeiro ou atacar o fruto em uma fase mais
avançada
O ataque reduz a produtividade da lavoura
Helicoverpa armigera
O gênero Helicoverpa é tido como um gênero de pragas extremamente prejudiciais a
agricultura
Praga exótica, de origem incerta, mas que causa grandes problemas em todo o mundo
(Austrália, China, Índia, África, Europa).
Ainda não se sabe como essa praga entrou no Brasil. Pode ter vindo com plantas e
mudas importadas, migração natural ou ação criminosa.
Pode ter cores diferentes, o que é uma característica própria da espécie, mas também pode ter
uma influência do ambiente e da alimentação da praga
As condições climáticas permitem que se cultive o ano todo no Brasil, sendo assim, um local
perfeito para a disseminação dessa praga
Ciclo de vida (38/50 dias)
Entrada da mariposa na área
Oviposição de ovos
Eclosão das lagartas depois e 3-4 dias
Alimentação voraz
Tamanho máximo em 25 dias (3-4 cm)
Transformação em pupa (marrom, dura e fechada) em galerias do solo
Após 15 dias se transforma em mariposa
Características que favorecem a expansão
Uma mariposa chega a depositar 1000 ovos
Alta capacidade de migração (voos no final da tarde e durante a noite)
Polífaga
Ciclo curto