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direito à educação.
RESUMO: As crianças de 0 a 5 anos de idade há tempos vêm tendo cerceado o seu direito à
educação. Aludido direito social, na realidade, é igualmente direito da personalidade e
compõe, indubitavelmente, o princípio magno da dignidade da pessoa humana. Neste ínterim,
é dever do Estado promover a garantia do acesso à educação infantil, até mesmo em
decorrência do insculpido em nossa Carta Magna junto ao Artigo 205, bem como junto ao
próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, além da Lei de Diretrizes Escolares e
Declarações Universais. Há, no entanto, notória precariedade na prestação e efetivação desta
garantia constitucional. Desta forma, o tema está delimitado pela demonstração do papel das
políticas públicas como forma de garantir a todos o direito social, fundamental e da
personalidade à educação, como forma de formação humana, transformação da sociedade e
manutenção da democracia, analisando-o sob o enfoque não recair a favor do ente público a
possibilidade de escolha na consecução e efetivação de direitos fundamentais.
ABSTRACT: Children 0-5 years of age have long having curtailed their right to education.
Alluded to the social right, it is actually also the right personality and composed undoubtedly
the magnum principle of the dignity of the human person. Meanwhile, it is the duty of the
State to promote secure access to early childhood education, even as a result of insculpido in
our Constitution with the Article 205, as well as with the actual Statute of Children and
Adolescents, and the Law School and Guidelines Universal Declarations. There are, however,
notoriously unreliable delivery and effectiveness of this constitutional guarantee. Thus, the
theme is bounded by the demonstration of the role of public policies in order to guarantee
everyone the right social and personality fundamental to education as a form of human,
societal transformation and maintenance of democracy, analyzing it under focus does not lie
in favor of the public entity a choice in achieving and enforcing fundamental rights.
1
Pós-doutor em Direito Educacional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor permanente
do Programa de Mestrado em Direito do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR, advogado e consultor
em Direito Educacional. Endereço eletrônico: <ivanmotta@cesumar.br>
2
Formado em Direito pela Universidade Norte do Paraná, especialista em Direito Tributário, Direito Civil,
Direito Processual Civil e Direito Público, Mestrando em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário de
Maringá – CESUMAR, advogado com escritório profissional situado em Londrina/PR e professor universitário
da Universidade Norte do Paraná.
KEYWORDS: Early childhood education; dignity of the human person; Children.
1 INTRODUÇÃO
3
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
educação infantil sendo obrigação estatal. Aludido direito social, na realidade, é igualmente
direito da personalidade e compõe, indubitavelmente, o princípio magno da dignidade da
pessoa humana. Tem-se, portanto, diante do defeituoso fornecimento da educação infantil a
violação do princípio da dignidade da pessoa humana.
Neste ínterim, é dever do Estado promover a garantia do acesso à educação infantil,
até mesmo em decorrência do insculpido em nossa Carta Magna junto ao Artigo 205, bem
como junto ao próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, além da Lei de Diretrizes
Escolares e Declarações Universais.
Há, no entanto, notória precariedade na prestação e efetivação desta garantia
constitucional. Desta forma, o tema está delimitado pela demonstração do papel das políticas
públicas como forma de garantir a todos o direito social, fundamental e da personalidade à
educação, como forma de formação humana, transformação da sociedade e manutenção da
democracia, analisando-o sob o enfoque não recair a favor do ente público a possibilidade de
escolha na consecução e efetivação de direitos fundamentais.
É inegável que o direito à educação faz parte das condições para a existência digna
da pessoa humana, muito embora o conceito de dignidade seja extremamente amplo e, ainda,
nos dias de hoje, de difícil conceituação e delimitação, se é que se pode limitar a dignidade
humana.
É justamente em razão da importância do direito à educação que nosso ordenamento
jurídico prevê, junto a inúmeras legislações, o dever do Estado e a necessidade de garantia do
acesso à educação a toda coletividade, fazendo-o junto à Constituição Federal, Código Civil,
Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Defesa do Consumidor e também junto à
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, além da previsão, igualmente, em diversas
declarações universais.
Neste ínterim, pode-se afirmar que a disposição do direito à educação junto ao texto
constitucional e que, tal disposição, em conjunto com as demais, é reveladora da tendência
das constituições em favor de um Estado Social, que tem como valor final a justiça social em
uma democracia pluralista exigida pela sociedade de massas.
Desde a Constituição do Império, datada de 1824, já havia disposição no sentido de
garantir o direito à educação, em seu artigo 179, XXXII, ao dispor que: “A instrução primária
é gratuita a todos os cidadãos”. Muito embora fosse singela aludida disposição constitucional,
depreende-se a preocupação com a educação e a verificação de sua importância desde os
primórdios.
Já a Constituição de 1934 deu passos significativos ao elencar um capítulo próprio
para os temas relativos à educação, estabelecendo ser direito de todos, evidenciando, ainda,
que deveria ser ministrada pela família e pelos poderes públicos, consoante o artigo 149 de
referido diploma legal. Este mesmo regramento constitucional estabeleceu que a educação
deveria possibilitar “eficientes fatores da vida moral e econômica da Nação” e que deveria ser
desenvolvida “num espírito brasileiro a consciência da solidariedade humana”.
Junto a Constituição de 1946 houve a inauguração de um curto período de Estado de
Direito, a qual, junto ao artigo 168 estabelece a obrigatoriedade do ensino primário oficial e
gratuito para todos e o ulterior também terá assegurada a gratuidade para aqueles que
comprovadamente não tiverem recursos suficientes.
Nem mesmo com o golpe militar houve a alteração substantiva no que concerne à
previsão constitucional relacionada à educação, pois, também junto ao artigo 168 do texto
constitucional de 1967, de forma expressa, residiu a menção de ser a educação um direito de
todos podendo ocorrer no lar e na escola e devendo ser inspirada, paradoxalmente, nos ideais
de liberdade e de solidariedade humana, porquanto o Estado era de exceção, com cerceamento
da liberdade. Além da garantia constitucional da educação universal, o ensino torna-se
obrigatório dos sete aos quatorze anos e ministrado nos diferentes graus pelo Poder Público.
De simples análise deste breve percurso histórico pelas constituições brasileiras pode
se perceber que o direito a educação jamais foi suprimido. Mesmo nos momentos ditatoriais
este direito manteve-se presente nos textos constitucionais, demonstrando que é essencial,
necessário e fundamental.
4
PORTELLA, Simone de Sá. Considerações sobre o conceito de mínimo existencial. Âmbito Jurídico, Rio
Grande. 2007. P. 41.
5
PORTELLA, Simone de Sá. Considerações sobre o conceito de mínimo existencial. Âmbito Jurídico, Rio
Grande. 2007. P. 42.
Também, o direito à educação infantil é um direito inalienável, pois a matrícula é
obrigatória e a disponibilidade de vagas é obrigação do Estado, o qual resta compelido a
garantir a todos quanto delas necessitarem. Para que possa existir referida garantia,
imprescindível é, portanto, a promoção de políticas públicas com vistas à necessidade de a
União Federal e os demais entes federados aplicarem, anualmente, receitas provenientes de
impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino, conforme preleciona o Artigo 212
do texto constitucional.
Desta feita, é de suma importância registrar que não somente ao Estado incumbe o
dever de garantia do direito à educação, mas, também, por ser um direito fundamental, o
ordenamento jurídico pátrio confere à família e à sociedade a responsabilidade de,
igualmente, de garantir e proteger o direito das crianças à educação.
É exatamente neste sentido, também, a Declaração dos Direitos da Criança, adotada
pela Assembléia das Nações Unidas, a qual dispôs, em seus princípios, que a criança terá
direito a receber educação, gratuita e compulsória, pelo menos no grau primário.
O direito à educação infantil é direito fundamental, inalienável, indisponível e
impostergável, sendo exatamente neste sentido o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, o qual dispõe ser a educação infantil prerrogativa constitucional indisponível.
A sociedade brasileira, entendendo a importância do direito à educação e a
necessidade de garantia de seu acesso, deu mostras nas últimas décadas do empenho pela
universalização do acesso à educação nas escolas, especialmente no que tange à educação
infantil. Esta reivindicação garantiu que nossos legisladores pátrios trouxessem junto ao texto
constitucional a educação como um direito de todos, definindo a quem cabe a
responsabilidade por sua promoção e incentivo e estabelecesse seus fins junto ao Artigo 205.
A idéia da educação como direito subjetivo e dever do Estado e da família deve ser
analisada sob o enfoque da escola republicana, ou seja, “para todos”. No entanto, não basta a
simples oferta de vagas na rede pública de ensino, uma vez que ente público deverá garantir
também todos os meios necessários para a permanência do educando nas salas de aula. Resta
inegável, portanto, embora não haja menção expressa nos textos legais, que além do acesso e
da permanência é indispensável a efetividade. Sem este último quesito, o dispositivo
constitucional citado perde sua razão de existir, tornando-se inócuo.
Compete ao ente estatal, através das instituições de ensino, em colaboração com a
família e a sociedade de modo geral, buscar os meios para que a escola desempenhe seu papel
e garanta a aplicabilidade do artigo 205 da Constituição Federal. Desta feita, o Estado tem o
dever de garantir o acesso e a permanência das crianças na escola, pois o ensino fundamental,
até a oitava série ou o nono ano, será obrigatório e gratuito.
6
Disponível em:
<http://www.omancarneiro.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=670:educacao-infantil-e-
a-carencia-de-creches&catid=47:noticias&Itemid=96>, acessado em 24.jan.13.
7
Disponível em:
<http://www.omancarneiro.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=670:educacao-infantil-e-
a-carencia-de-creches&catid=47:noticias&Itemid=96>, acessado em 24.jan.13.
A justificativa apresentada pela grande maioria dos municípios é a falta de recursos
para investimento na construção de creches e pré-escolas para atender a educação infantil.
Para conter o déficit, e atendendo à justificativa da insuficiência de recursos, alegada por
maior parte dos municípios, o Governo Federal em nota publicou que estará investindo R$
800 milhões na construção e equipagem das creches.
Mas, para atender a estimativa de 11 milhões de crianças com idade de 0 a 3 anos
que estão desprovidas deste direito constitucional, o País precisa construir, pelo menos, de 9 a
12 mil creches por ano.
Com vistas à estas informações, dúvidas não remanescem. Existe evidente
problemática inerente à promoção de políticas públicas pelo poder estatal e, não só isso, mas,
também, vícios na consecução das políticas públicas já existentes, como, por exemplo, o
Plano Nacional de Educação.
As idéias e tentativas são válidas de consecução de políticas públicas. Todavia, não
são eficazes e, na grande maioria das vezes acabam por esbarrar na burocracia e também na
própria corrupção.
Dúvidas, portanto, não existem com relação à deficiência enfrentada nos dias de hoje
inerente à educação infantil a qual não prospera em razão da ineficácia, tanto de elaboração
como de procedimento, das políticas públicas.
A democracia, no Brasil, ainda está por ser inventada e não há, nem nunca haverá
democracia, isonomia e justiça social sem o acesso pleno à educação como único caminho a
ser trilhado no sentido de ver concretizados os anseios do legislador constituinte. A carência
de políticas públicas ou sua ineficiência, contribuem para má formação dos cidadãos e a
consequente manutenção de nossa sociedade em um estado de alienação quase que completo.
Na situação atual, não há que se falar em civismo, em democracia, em justiça social ou sequer
em dignidade, pois, aludidos institutos podem ser considerados, hoje, irreais e um objetivo a
ser atingido.
Veja, portanto, a importância da educação. Neste ínterim, é inconcebível que se
admita, como justificativa para negativa de implementação e garantia deste direito
fundamental, a carência de recursos públicos.
A pergunta que se deve fazer neste momento é: o administrador público possui,
em todos os casos, carta branca para escolher as prioridades, ou seja, para decidir quais
8
FACHIN, Luiz Edson. Teoria Crítica do Direito Civil. RJ-SP: Renovar, 2000, p.3.
9
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999, p. 42.
10
CHAUI, Marilena. Contive à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2004, 13ª ed. 2ª tiragem.
valores serão contemplados e, consequentemente, quais serão postergados em face da
escassez dos recursos públicos? Tal pergunta deve ser respondida com cautela.
A regra é que, por atribuição constitucional, cabe ao Poder Executivo definir os
programas de governo que serão tratados com prioridade; boa parte deles, referendados pela
vontade manifestada nas urnas. Todavia, há um núcleo de direitos que não pode, em hipótese
alguma, ser preterido, pois constitui o objetivo e fundamento primeiro do Estado Democrático
de Direito.
O termo "em hipótese alguma" frisa que nem mesmo a vontade da maioria pode
tratar tais direitos como secundários. Isso, porque a democracia não se restringe na vontade da
maioria. O princípio do majoritário é apenas um instrumento no processo democrático, mas
este não se resume àquele. Democracia é, além da vontade da maioria, a realização dos
direitos fundamentais.
Explica-se. Só haverá democracia real onde houver liberdade de expressão,
pluralismo político, acesso à informação, à educação, inviolabilidade da intimidade, o respeito
às minorias e às ideias minoritárias etc. Tais valores não podem ser malferidos, ainda que seja
a vontade da maioria. Caso contrário, se estará usando da "democracia" para extinguir a
Democracia.
Com isso, observa-se que a realização dos Direitos Fundamentais não é opção do
governante, não é resultado de um juízo discricionário nem pode ser encarada como tema que
depende unicamente da vontade política.
A não priorização de direitos essenciais implica o destrato da vida humana como um
fim em si mesmo, ofende, às claras, o sobreprincípio da dignidade da pessoa humana.
Assim, aqueles direitos que estão intimamente ligados à dignidade humana, dentre os
quais os relacionados às liberdades civis e aos direitos prestacionais essenciais como a
educação e a saúde, não podem ser limitados em razão da escassez quando esta é fruto das
escolhas do administrador.
A argumentação até aqui apresentada expõe a existência de duas questões que
precisam ser conciliadas. De um lado, tem-se o real problema da ausência de recursos
orçamentário; do outro, a necessidade de realização dos Direitos Fundamentais.
A tese não deixa de ser uma decorrência do reconhecimento da reserva do possível.
Por não haver recursos para tudo, é que se deve garantir, ao menos, o suficiente para que se
possa viver com dignidade. Esse mínimo existencial não pode ser postergado e deve ser a
prioridade do Poder Público.
Somente depois de atendido é que se abre a possibilidade para a efetivação de outros
gastos, não entendidos, num juízo de razoabilidade, como essenciais. Por esse motivo, pelo
menos a priori, a teoria da reserva do possível não pode ser oposta ao mínimo existencial.
Antes, mais uma consideração. O mínimo existencial não se resume ao mínimo vital,
ou seja, o mínimo para se viver. Não deixar alguém morrer de fome é, certamente, o primeiro
passo, mas não é, nem de longe, o suficiente para fazê-lo viver com dignidade.
O conteúdo daquilo que seja o mínimo existencial abrange também as condições
socioculturais, que, para além da questão da mera sobrevivência, asseguram ao indivíduo um
mínimo de inserção na "vida" social.
Definido o conteúdo do mínimo existencial, não fica difícil perceber que dentre os
direitos considerados prioritários encontra-se o direito à educação.
O que distingue o homem dos demais seres vivos não é a sua condição de animal
social. Animal social a abelha é, a formiga é, inúmeros outros são. O traço diferencial do
homem é a sua condição de ser um animal político; a sua capacidade de relacionar-se com os
demais e, através da ação e do discurso, programar a vida em sociedade.
A distinção é importante, pois denota a existência de uma dupla dimensão da vida
humana. Há a vida natural, biológica, que faz do homem um animal como qualquer outro. Há,
também, uma espécie de segunda vida, a que é exercida na esfera pública, nas relações
intersubjetivas e políticas que o indivíduo realiza com os demais integrantes da sociedade.
A consciência de que é da essência do ser humano, inclusive sendo o seu traço
característico, o relacionamento com os demais em um espaço público - onde todos são, in
abstrato, iguais, e cuja diferenciação se dá mais em razão da capacidade para a ação e o
discurso do que em virtude de atributos biológicos - é que torna a educação um valor ímpar.
Em outras palavras, no espaço público - onde se travam as relações comerciais,
profissionais, trabalhistas, bem como onde se exerce a cidadania - a ausência de educação, de
conhecimento, em regra, relega o indivíduo a posições subalternas, o torna dependente das
forças físicas para continuar a sobreviver e, ainda assim, em condições precárias. Daí surge a
necessidade do insculpido junto aos Artigos 205 e 227 da Constituição Federal.
Observa-se, nesse ponto, que a priorização dos investimentos na educação infantil,
devido a sua essencialidade, não é resultado de opções políticas dos ocupantes momentâneos
do cargo chefe do Poder Executivo, mas sim uma imposição da própria Carta Federal.
Com efeito, o princípio da reserva do possível não pode ser oposto - quando a
escassez é resultado de um processo de escolha das atividades que serão atendidas - ao
mínimo existencial, aos direitos que a própria Constituição Federal elege como prioritários,
como é o caso do direito à educação infantil.
11
IANNI, Octávio. A sociedade global. 8 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. P. 115.
É certo que a República falhou em suas tarefas educacionais. Mas
falhou por incapacidade criadora: por não ter produzido os modelos de
educação sistemática exigidos pela sociedade de classes e pela
civilização correspondente, fundada na economia capitalista, na
tecnologia científica e no regime democrático. Em outras palavras,
suas falhas provêm das limitações profundas, pois se omitiu diante da
necessidade de converter-se em Estado educador, em vez de manter-se
como Estado fundador de escolas e administrador ou supervisor do
sistema nacional de educação. Sempre tentou, não obstante, enfrentar
e resolver os problemas educacionais tidos como “graves”, fazendo-o
naturalmente segundo forma de intervenção ditada pela escassez
crônica de recursos materiais e humanos. Isso explica por que acabou
dando preeminência às soluções educacionais vindas do passado, tão
inconsistentes diante do novo estilo de vida e das opções republicanas,
e por que simplificou demais a sua contribuição construtiva,
orientando-se no sentido de multiplicar escolas invariavelmente
obsoletas, em sua estrutura e organização, e marcadamente rígidas, em
sua capacidade de atender às solicitações educacionais das
comunidades humanas brasileiras.12
12
FERNANDES, Florestan. Educação e Sociedade no Brasil. São Paulo: Dominus, 1966. P. 4.
13
AZEVEDO, Fernando de. et. al. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores
(1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 2010. P. 40.
Uma vez reconhecida a educação como direito de todos, o Manifesto dos Pioneiros
confere um progresso qualitativo junto à compreensão da educação como fundamental para o
desenvolvimento da cidadania. O papel desempenhado no contexto do Manifesto, que trouxe
em seu bojo as importantes reivindicações de uma educação pública, obrigatória, gratuita,
leiga e igual para ambos os sexos. Neste sentido, tem-se os dizeres de Fernando de Azevedo:
14
FERNANDES, Florestan. Educação e Sociedade no Brasil. São Paulo: Dominus, 1966. P. 44.
15
CURY, Carlos Roberto Jamil. Legislação educacional brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A ,2002.
prioridade, nos termos do artigo 208, IV, da CF, e artigo 54, IV, do
ECA.
10 CONCLUSÃO
11 REFERÊNCIAS:
CHAUI, Marilena. Contive à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2004, 13ª ed. 2ª tiragem
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1999
AZEVEDO, Fernando de. et. al. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos
educadores (1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 2010.
FACHIN, Luiz Edson. Teoria Crítica do Direito Civil. RJ-SP: Renovar, 2000,
CURY, Carlos Roberto Jamil. Legislação educacional brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro:
DP&A ,2002