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31/08/2021

ME - 30 de Agosto

Lei do Ambiente de Negócios simplifica e incentiva comércio exterior no Brasil

Sancionada na última quinta-feira (26/8), a Lei nº 14.195/2021 – que simplifica a abertura e o funcionamento de empresas no
país – também traz medidas que vão facilitar o comércio exterior e ajudar a impulsionar o processo de inserção da economia
brasileira nos mercados globais. Com origem na chamada MP do Ambiente de Negócios (Medida Provisória nº 1.040/2021), de
iniciativa do Ministério da Economia (ME), a nova lei cria diversas melhorias para desburocratizar e simplificar o comércio de
serviços e a exportação e importação de bens – entre elas, a consolidação em lei do Portal Único Siscomex como guichê único de
comércio exterior no país; boas práticas na imposição de licenças de importação e exportação; dispensa de exigência legal de
prestação de informações sobre comércio exterior de serviços no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis
e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv); e avanços na investigação de origem não preferencial.
“A nova legislação se alinha ao disposto na Lei de Liberdade Econômica, à recomendação do Conselho sobre Política Regulatória
e Governança da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e ao Acordo sobre Facilitação de
Comércio da Organização Mundial de Comércio (OMC)”, explica o secretário de Comércio Exterior do ME, Lucas Ferraz.
O guichê único eletrônico sob gestão do Ministério da Economia – Portal Único Siscomex – facilita o envio, pelos operadores de
comércio exterior, de documentos, dados ou informações exigidas como condição para as operações. A criação corriqueira de
sistemas e formulários em papel alternativos desconexos do guichê único acarretava redundâncias na relação de operadores
econômicos com o governo. Por isso, foi necessária a vinculação legal para que os órgãos e as entidades de governo que atuam
em comércio exterior operem exclusivamente por meio do Portal Único Siscomex.
Serviços
Com a modificação da Lei nº 12.546/2011, foi revogada a obrigação de prestar informações em sistema mantido pelo Ministério
da Economia relativas às transações entre residentes ou domiciliados no país e residentes ou domiciliados no exterior que
compreendam serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio. O principal resultado é que mais
de cinco milhões de registros por ano deixaram de ser apresentados ao governo pelos agentes privados, o que gera economia de
recursos e facilita o comércio internacional de serviços.
Essa alteração legal é relacionada ao desligamento definitivo do Siscoserv, em 2020, uma vez que o sistema gerava burocracia e
insegurança jurídica para o setor privado, com redundâncias na prestação de informações ao governo, além de não ter regras
totalmente claras para os registros na plataforma. Agora, a execução dessas atividades vai ocorrer com base em informações já
apresentadas ao governo nos contratos de câmbio, em linha com as melhores práticas verificadas em países como Estados
Unidos e Reino Unido e com as recomendações de manuais internacionais, como o de Balanço de Pagamentos e Posição
Internacional de Investimento (BPM6), do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Regras de origem
Outra mudança que vai beneficiar o setor é a modernização do sistema de verificação de regras de origem não preferenciais. Na
prática anterior, os indícios de não observância dos requisitos de origem ensejavam a exigência de licenciamentos de importação
desses produtos. A sanção da Lei nº 14.195/21 permite que o controle sobre essas mercadorias seja feito após o despacho
aduaneiro, sem necessidade de atrasar o processo de importação nem comprometer os fluxos comerciais até a conclusão do
processo investigatório. “Sem obstáculos na fase de licenciamento, o importador estará livre para internalizar as mercadorias
enquanto aguarda a conclusão do procedimento de verificação e controle de origem”, explicou Ferraz.
Além disso, a alteração legal traz a possibilidade de cumprimento de uma regra de origem alternativa, baseada na
representatividade do valor dos materiais importados no produto. Com isso, o produtor estrangeiro que não atender à regra de
mudança de posição tarifária terá como alternativa uma regra de valor. Segundo o secretário, essa medida dá maior flexibilidade
e está de acordo com a prática internacional, a agenda de facilitação do comércio e a lógica das cadeias globais de valor. “A
legislação anterior criava a possibilidade de a mercadoria não se configurar originária de país algum, o que trazia insegurança
jurídica, dado que a declaração de origem é obrigatória. O novo critério eliminará esse problema”, comentou.
Boas práticas
A nova lei promove ainda a adoção de boas práticas na imposição de licenças à importação e à exportação, além de revogar
diversos atos que estavam em desarmonia com o arcabouço legal que rege o comércio exterior brasileiro atualmente. Em alguns
casos, eram normas envolvendo figuras extintas – como a Carteira de Comércio Exterior (Cacex) e o Ministério da Fazenda – ou
que apresentavam incompatibilidades com acordos da Organização Mundial do Comércio e com o artigo 3º da Lei nº
13.874/2019. Outras situações geravam custos adicionais a exportadores e potenciais incompatibilidades com interesses dos
comerciantes.
Também foi revogada a obrigatoriedade de utilização de navios de bandeira brasileira no transporte de mercadorias importadas
por qualquer órgão da Administração Pública ou as adquiridas com financiamento oficial de crédito ou com financiamentos
externos concedidos a órgãos da Administração Pública Federal.
 

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31/08/2021
 

Por: Ministério da Economia

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