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GEMAS SILICÁTICAS: ESMERALDAS

Introdução - Sistema Cristalino e Habito - Propriedades Físicas Filtro Chelsea


Luminescência Inclusões imitações - Jazimentos.

INTRODUÇÃO A Esmeralda e a mais valiosa variedade do Berilo. Conhecida já no


antigo Egito, foi, entretanto, só depois do descobrimento das Américas que
chegaram à Europa os mais belos exemplares. O nome Esmeralda deriva-se do grego
"smaragdos", que significa "pedra ver de". Na Esmeralda, o elemento químico que
confere a cor verde e o Crômio. Entretanto, pode-se encontrar certas Esmeraldas
brasileiras em que, alem do Crômio, aparece também o Vanádio; e em outros poucos
casos, o Ferro.
SISTEMA CRISTALINO E HABITO

A Esmeralda cristaliza-se, como as demais variedades do Berilo, no sistema


cristalino hexagonal. Apresenta-se, no estado bruto, como prismas hexagonais
terminados por pinacoides basais.
Entre as faces de prisma e pinacóide pode-se observar,em alguns casos, faces de
bipirâmide. Um tipo interessante de Esmeralda e a "Trapiche". Descoberta na
Colômbia' em 1926, a "Esmeralda Trapiche" é constituída por uma mistura, no
mesmo cristal, de Esmeralda e Berilo esbranquiçado, Há casos em que essa
associação ocorre entre Esmeralda e Mica preta (Biotita)
PROPRIEDADES FÍSICAS
A propriedades físicas das Esmeraldas variam ligeiramente conforme o local de
origem da gema. Na Tabela 1 são apresentados os valores de Índice de refração,
birrefringência e densidade relativa de Esmeraldas naturais de varias localidades e
de algumas Esmeraldas sintéticas.

Os valores mais frequentes das propriedades: Índice de refração, birrefringência e


densidade relativa, encontrados nas Esmeraldas naturais e sintéticas são,
respectivamente:
(1.577-1.5831/ 1.560-1.563), ( 0,006/0,003) e ( 2,70/2,65)

Nas Esmeraldas da África do Sul (Transvaal) as principais inclusões são: lâminas de


Mica verde de forma irregular e bordos arredondados; cristais lamelares de
Molibdenita, com brilho negro-acinzentado; cristais de Quartzo e Actinolita. A
Esmeralda indiana tem como inclusões características: a inclusão bifásica de forma
retangular.
Laminas de Mica paralelas ao pinacóide basal.
Na Esmeralda russa (Urais) encontram-se cristais de Actinolita na forma de
caniço de bambu, e raras inclusões trifásicas.
A Esmeralda da Áustria (Habachtal) tem inclusões de: Mica com bordas
irregulares, e Actinolita de forma acicular.
Nas Esmeraldas do Egito (Etbai) observam-se: inclusões bifásicas de peque no
tamanho que lembram um pouco aquelas que ocorrem nas Água-marinha.
As Esmeraldas sintéticas podem ser obtidas por três diferentes processos:
a. dissolução (hidrotermal)
b. fusão (melt-flux)
c. recobrimento (semissintético),
Entre as Esmeraldas sintáticas mais conhecidas temos: a Chatham (São Francisco,
Califórnia) fabricada por fusão; a: Gilson (Pas de Caiais, França 7 por fusão;
Zerfass (idar Oberstein, Alemanha) por fusão; Linde Air Products (USA) produto
hidrotermal; Lennix (Mr. Lens, Marselha - França ) por fusão; Inamori (Kyocera,
Japão) por fusão; Esmeralda russa (URSS) produto hidrotermal; C.S.I.R.O.
(Austrália) produto hidrotermal. Os materiais produzidos pela Casa Lechleitner
(Áustria) são híbridos (Esmeralda recoberta) com um núcleo natural e um camada
externa sintética Desses produtos um e a "Emerita" constituída de uma gema já
facetada de Água-Marinha, ou então, Berilo de baixa qualidade sobre a qual se
deposita, por via hidrotermal, uma camada de Esmeralda artificial.
Quando a "Emerita" e colocada em um líquido com índice de refração ao redor de
1,56 (beuzilbenzoato) o revestimento e facilmente reconhecido. Outro tipo de semi-
síntese e a "Symerald", uma espécie de estratos alternados de Esmeralda sintética
e Esmeralda natural.

Essa gema e talhada com a mesma paralela aos estratos, de modo que, a alternância
desses vários estratos não seja visível do alto, quando a pera está montada,
A identificação das Esmeraldas sintéticas e feita com base nas suas inclusões.
As Esmeraldas sintéticas obtidas pelo processo de fusão (melt-flux) apresentam
um "véu" chamado de "pluma" com aspecto de bandeira de varias formas e
tamanhos. Em algumas Esmeraldas Gilson,observa-se uma serie de inclusões
retangulares de duas fases, semelhante aquelas da Esmeralda indiana. As inclusões
são sempre mais fáceis de serem estudadas quando se tem o auxílio de um bom
microscópio (50 a 60X).
Nas Esmeraldas Zerfass a "pluma", observada segundo a direção do eixo óptico da
gema, aparece com o contorno grosseiramente hexagonal, As Esmeraldas obtidas
pelo processo de fusão podem apresentar cristais de Fenacita, formados por
segregação do "líquido mãe". As inclusões características das Esmeraldas sintéticas
hidrotermais são tais de Fenacita, "plumas" e inclusões bifásicas com a forma de um
cone 4 longo e em cuja base estão um ou vários cristais de Fenacita. O aspecto
dessas inclusões bifásicas e o de um "prego". Outro tipo de Inclusão bifásica, que
costuma aparecer na síntese hidrotermal, tem a forma de tubo semelhante àquelas
da Água-Marinha.

IMITAÇÔES
O vidro verde é um dos produtos mais usados na imitação da Esmeralda.Suas
constantes físicas de índice de refração e densidade relativa são, respectivamente,
1,60 a 1,66 e 3,40 a 4,00. Existe, também, o vidro da própria Esmeralda com índice
1,5l5 e D.R. de 2,49.
Todos esses vidros exibem as tradicionais bolhas esféricas que logo denunciam a
sua natureza. As pedras duplas e triplas também podem imitar a Esmeralda. A
pedra dupla consiste na colagem de duas substancias diferentes, uma formando a
coroa da pedra e outra o pavilhão. As duas partes são coladas na altura da cintura.
A pedra dupla mais comum na imitação da Esmeralda é aquela em que a coroa é
Granada e o pavilhão é vidro verde. O reconhecimento desta imitação é feito pela
observação das inclusões aciculares da granada e pelas bolhas de ar que se dispões
no plano de colagem

FILTRO CHELSEA
O filtro Chelsea foi fabricado, ao redor de 1934, com a finalidade de reconhecer as
Esmeraldas naturais daquelas que eram antigamente chamadas de sintéticas, mas
que na verdade, são vidros verdes ou gemas duplas e triplas.
O Chelsea é um filtro que absorve os comprimentos de onda do espectro numa
faixa relativamente estreita, do vermelho escuro (690 nm) ao amarelo/ esverdeado
(570 nm).
Todas as Esmeraldas naturais têm certa absorção, em maior ou menor grau, no 600
nm, e uma emissão no 680 nm. Se confrontarmos os espectros de absorção da
Esmeralda e do Chelsea, fica claro que a única radiação de luz que passa em
quantidade apreciável é o vermelho, isto é, a Esmeralda olhada através do Chelsea
fica vermelha.
Este e um comportamento genérico que pode ter exceções. Certas Esmeraldas T
naturais podem apresentar reações diferentes como, por exemplo, mostrar um rosa
pálido (indianas) ou cinza/escuro (algumas brasileiras, rhodesianas e sul-africanas).
Na época da construção do filtro Chelsea ainda não eram conhecidos os jazimentos
africanos e brasileiros e nem existiam as Esmeraldas sintéticas (entendendo por
sintético, um produto fabricado pelo homem mas com as mesmas características
químicas e físicas do similar natural), assim, todas as Esmeraldas verdadeiras
ficavam vermelhas no Chelsea e as que não ficassem eram consideradas como uma
imitação.
Hoje em dia, entretanto, existem muitas fábricas de Esmeraldas sintéticas, de tal
modo que, uma gema verde que no Chelsea fica vermelha não precisa mais ser uma
Esmeralda verdadeira. Atualmente, o Chelsea deve ser olhado como um
Instrumento gemológico que da reação positiva (vermelho) para aquelas substancias
que têm, na sua constituição química, os elementos corantes Crômio ou Cobalto. De
modo geral, as Esmeraldas sintéticas, no Chelsea, mostram um vermelho mais
intenso do que aquele das naturais.

LUMINESCÊNCIA
Quando as Esmeraldas são observadas sob luz ultravioleta (U.V.) elas dão reação
semelhante àquela do Filtro Chelsea, ficam vermelhas. Na onda longa a tonalidade é
mais forte do que na onda curta, Geralmente, a Esmeralda que tem um vermelho
intenso no Chelsea, terá vermelho na onda longa e vermelho claro na curta. Algumas
Esmeraldas, entretanto, não dão reações em nenhum desses estímulos. O óleo usado
para esconder as fraturas de certas Esmeraldas é revelado pela fluorescência
amarelo claro, quando a gema e colocada sob a U.V. de onda longa.

INCLUSÕES
As Esmeraldas apresentam, ao microscópio, vários tipos de inclusões que permitem
o reconhecimento da natural e da sintética. Além disso, é possível sugerir, através
do estudo das inclusões das Esmeraldas naturais, o seu local de origem. As
inclusões das Esmeraldas colombianas da mina de Muzo apresentam os seguintes
aspectos:
trifásicas (Cloreto de Sadio, solução salina e dióxido de carbono),
cristais romboédricos de Calcita, e
cristais hexagonais de Parisita que tem um bandeamento em cores castanhas claras
e escuras que se alternam.
Em El Chivor (Colômbia) as inclusões são: trifásicas (como Muzo); cristais de Pirita
isolados ou em grupos, e cristais de Calcita.
Nas Esmeraldas brasileiras as principais inclusões são: Quartzo; Inclusões bifásicas
com formas irregulares ou como tubos, estes últimos lembram aqueles das Águas-
Marinhas; inclusões trifásicas alongadas.
Nas gemas de Santa Terezinha (GO) observam-se: Piritas cúbicas com arestas
vivas ou arredondadas e faces corroídas, podendo ainda estar isoladas ou agrupadas
em vários cristais; cristais octaédricos de Cromita isolados ou em nuvens paralelas
ao pinacóide basal; lâminas de Talco e de Hematita:Calcita romboédrica: e inclusões
bifásicas.
As inclusões características das Esmeraldas da Rhodésia (Sandawana) são: cristais
filiformes ( em forma de fios) de tremolita: bandas alternadas retilíneas de
coloração clara e escura.

As pedras triplas são, geralmente, formadas por duas partes de Berilo, Quartzo ou
Espinélio sintético incolores coladas com um cimento verde, o qual transmite a sua
cor para toda a pedra. Para o reconhecimento desta imitação de Esmeralda é
suficiente que se observe a gema de perfil contra uma fonte de luz. O cimento
colorido logo se destaca das partes incolores que formam a coroa e o pavilhão da
pedra. As pedras duplas e triplas são, comercialmente, conhecidas como "Esmeralda
soude" (Esmeralda soldada).
JAZIMENTOS
As jazidas de Esmeralda são geralmente do tipo primário, isto é, as concentrações
desse material ainda estão associadas às rochas que lhe deram origem. As
minerações mais antigas, do ponto de vista histórico, estão no Egito (Etbai, próximo
ao mar Vermelho) e na Áustria (Salisburg7).
Os principais produtores mundiais. de Esmeralda são:
Colômbia com as minas de Muzo e Cosquez, Peria Blanca, ei Chivor, Gachaíã e Borur;
Rhodesia com minas no vale de Sandawana;
Brasil com jazidas em Carnaíba (Bahia) e desde 1981 em Santa Terezinha de Goiás
(GO) ;
Rússia em xistos ao longo do rio Takovaya. Outras ocorrências menores estão no
Pakistão, Índia, África do Sul,Tanzânia, Austrália e Estados Unidos da America do
Norte.

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