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7 de Setembro: uma suposta independência e patriotismo

O Brasil era uma colônia de Portugal, como todos sabemos, e uma colônia de exploração. Também fomos
um dos últimos países da América a abandonarmos a escravidão. Fomos produtores de cana de açúcar,
fornecedores de ouro, pagávamos um imposto chamado de “quinto”, que era pago com 1/5 de nosso ouro
em pó, além de outras situações, como o Pau Brasil e demais riquezas que nos eram levadas. Portugal era
um império, e ao lado de Espanha, que mais que a Espanha que conhecemos, Inglaterra, Holanda, e estava
com grande papel no chamado Novo Mundo. Naquele tempo, havia D. Pedro, na nossa versão de
Monarquia, um farrista que não se interessava por política, mas antes por cavalos, touros, modinhas e
damas, este simplório e bonachão. Chega enfim um momento que diversos países se voltam para a
independência, um tanto movimentados com ideais de liberalismo, filosofia de liberdade de comércio, de
igualdade perante a lei, liberdade de culto e outras situações. Fatos como a Confederação do Equador, bem
como uma revolta em Pernambuco, além de rebelião na província Cisplatina, e a guerra mesmo, e por D
Pedro ter perdido trono para irmã mais velha, Maria II em Portugal, e pela perda de Cisplatina, que virou
Uruguai, e mesmo pelos escândalos amorosos de D Pedro, abdicação ao filho menor, D Pedro II, tudo isso
resultou depois na independência, onde houve a guerra da independência, com a expulsão de exército
português de Pernambuco. No Ipiranga então houve o grito da independência, com o famoso “fico”, e o
grito de independência, de “Independência ou Morte”. Mas mesmo independente, o Brasil pagou uma
indenização a Portugal, pelo Tratado da Amizade e Aliança. Lá em Portugal o nosso governante era antes
motivo de chacota, bem como havia um espírito de independência no mundo. Daí surge o império do
Brasil. Isso é comemorado todo o 7 de Setembro, com muito patriotismo. Ocorre que atualmente esse
patriotismo é usado por movimento político, em vez de identificar a nação brasileira. Também, como disse
o escritor Balzac, existe duas histórias, a de mentira, e a verdadeira, que é secreta. Parecendo algo popular
ou patriótico, na verdade D Pedro estava entre grupos de elite e confrarias que estavam nos bastidores
dessa independência, em duas facções, a de Gonçalves Lêdo e a de José Bonifácio. Os iluminados que na
verdade encabeçavam a independência, a proclamação da república, e mesmo heróis nacionais, como o
nosso Tiradentes, que teria sido visto por Portugal, após sua morte, ou mesmo com túmulo na Argentina.
Vários nomes de influentes podem se dar nesse caminho, como José Clemente, Soares Lisboa, Januário da
Cunha Barbosa, e por outro lado os Andrada, José Joaquin da Rocha, Carneiro Leão, Azevedo Coutinho, ao
lado de D Pedro. Nomes secretos de D. Pedro, como Guatimozin e mesmo Arconte-Rei, que talvez da
população passasse longe. E já antes, em dia 20 de agosto já estava decidida a independência em atas de
confrarias. Os dois grupos interessados eram de republicanos e monarquistas, e o povo assim como hoje,
apenas recebe em manada o resultado. Hoje um se diz de esquerda, outro de direita, e vemos um vai e vem
de governos que pouco resultam na vida do povo mais humilde, do patriota e mesmo de qualquer um que
pise nesse país, ou outro. Quando se triangular esse aspecto, ao estilo de Hegel, em dialética, se poderá
perceber que nem um lado e nem outro são tão vantajosos, apesar da esquerda ser mais vantajosa ao
pobre. São grupos de elites, grandes corporações, etc, bastidores que escolhem quem governa. O povo se
veste enganado de patriota, e acredita numa independência, que na verdade trocou por outras
dependências, como bancos internacionais, imperialismo americano, trocas comerciais etc, dívidas. A
dependência continua. Bom é ser brasileiro mesmo assim, e marchar sem política nesse 7 de setembro,
apenas pelo Brasil, na independência que apenas se acha no conhecimento.

Mariano Soltys, advogado e filósofo

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