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1 ISBN: 978-65-87174-00-6
indivíduos e seus familiares, visto que muitos não conse- registros de 6 meses de sua execução, no período de
guiam comparecer às atividades oferecidas no turno di- outubro de 2018 à março de 2019. O grupo é aberto e
urno. Assim, com a criação do ANCAD, propôs-se um tem uma perspectiva multiprofissional de escuta, acolhi-
espaço para familiares de pessoas que fazem uso de mento e educação em saúde mental. Os participantes
substâncias a fim de garantir o cuidado ampliado. O gru- são familiares de pessoas que fazem uso problemático
po tem por objetivo a promoção de um espaço de apoio, de álcool e outras drogas, acompanhados ou não no
reflexão e troca de experiências entre pessoas que viven- CAPS AD. Neste período foram realizados 19 encontros
ciam a situação de ter um familiar que faz uso prejudicial do grupo, com uma média de 12 participantes. A média
de substâncias psicoativas. O grupo de família é aberto, de participantes homens nesse período foi de 0,7, por-
não possui um número pré-definido de participantes, tanto um grupo composto em sua maioria por mulheres.
tem frequência semanal - com uma hora de duração - Os encontros são em formato de roda de conversa. A
em um sala de atendimento no IPQ e conta com uma estrutura básica dos encontros é: apresentação e acolhi-
participação média de oito a quinze familiares em cada mento dos participantes; apresentação do tema orienta-
encontro. É coordenado por residentes e supervisiona- dor do encontro e metodologia proposta para o dia, com
do, também, por uma equipe multiprofissional composta flexibilidade para atender outra demanda latente no dia;
por assistente social, enfermeiro, médico e terapeuta fechamento e avaliação do encontro. Os temas escolhi-
ocupacional. Em seis meses de encontros do grupo de dos partem de demandas apresentadas pelas participan-
família, foi possível proporcionar acolhimento aos famili- tes ou identificados pelos coordenadores. Os resultados
ares em circunstâncias de sofrimento e desesperança, na identificados são: vinculação entre as participantes; for-
medida em que o grupo possibilitou que falassem sobre mação de rede de proteção entre as participantes; recur-
suas vivências e elaborassem o sofrimento a partir da sos de comunicação criado pelas participantes em redes
identificação entre os pares; promoção da saúde e das sociais; relatos de contato frequente entre as participan-
práticas de cuidado de si, a partir do estímulo a mudan- tes fora do espaço do grupo; aumento de frequência e
ças nos estilos de vida; ampliação dos referenciais pesso- de estratégias de autocuidado; inserção das mulheres
ais e coletivos sobre o cuidado da própria saúde mental em espaços de lazer; de mobilização social e de forma-
e, por fim, educação em saúde que contribuíram com ção; conhecimento e acesso além da Rede de Atenção
esclarecimentos acerca do uso prejudicial de álcool e Psicossocial.
outras drogas.
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Política de drogas, autonomia e cuidados | 05 a 08 de junho de 2019 | Curitiba - PR