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Pedagogia da indignação:

cartas pedagógicas e outros escritos


FREIRE, P. 1.ed. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

(...) quero que os leitores e leitoras de Paulo não


considerem que esta é “uma obra póstuma” dele, como
tanto se fazia e algumas vezes ainda se faz. Prefiro que
esta seja considerada como a obra que celebra a sua
VIDA.
(Palavras finais da Apresentação de Ana Maria Araújo
Freire, Pedagogia da indignação, p.13)

Na verdade, se a morte é inexorável, se palavra Verdade. Palavra como práxis, que,


este é o único destino certo que nos é dado, o mesmo incorporando algumas dessas
qual não podemos mudar, portanto, nos é compreensões citadas, as supera. Falo de
dado, por outro lado, o direito de Verdade como uma epistemologia ontológica
celebrarmos a todos e a todas, que, na que possibilita fazerem-se os homens e as
passagem pela vida humana a marcaram de mulheres seres autenticamente humanos.
alguma forma com sua presença benfazeja no Como uma ciência político-antropológica que
mundo. se preocupa fundamentalmente com o
Paulo foi um desses homens que venceu o humanismo dignificador e libertador de todos
ciclo de sua vida com o mundo e se pereniza os seres humanos. Como uma Filosofia Social
com a sua presença de VIDA entre nós pelas que não se desgruda da ética humanista e
suas qualidades de gente e de intelectual abomina, portanto, todas as formas de
comprometido com a Verdade, não entendida discriminação que oprimem e excluem. Falo
esta simplesmente como atributo do ser, da Verdade como Paulo a entendia e
como coincidência com um objeto que deve praticava.
ser visto como tal ou como reflexão do ser No seu ato de pensar e escrever, Paulo
sobre si mesmo, como correspondência, teve, realmente, uma capacidade
enfim. Ou ainda como revelação, sensação, extraordinária, a de ter dado unidade ao
evidência das coisas; como conformidade do conjunto de toda a sua obra. Coerência que
conhecimento com as suas regras; como fez com que nunca se afastasse de suas
coerência perfeita; como o que pode ser crenças político-ideológicas e ético-
verificável empiricamente ou demonstrável pedagógicas, demonstradas em cada um dos
ou baseada na sua efetiva utilidade; como seus escritos até a sua morte. Coerência
ciência decorrente do que pode ser necessária a sua autenticação como pensador
comprovadamente medido e proclamado das liberdades dentro dos limites da Verdade
como o certo e eterno, na visão cientificista. que criou. Coerência nascida da condição
Falo no sentido mais rigoroso, mais humana de incompletude que o fez entender
autêntico e verdadeiro que podemos dar à a esperança como algo mais do que acreditar

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num futuro melhor, mas num futuro sonhado, transformações sociais necessárias para
projetado pelas possibilidades dos homens e concreta justiça, eqüidade e paz no amanhã.
mulheres poderem ser Seres Mais. Entendendo que, para celebrarmos a sua
Em outras palavras: na sua extensa obra VIDA, devemos perenizar intencionalmente a
Paulo teve claramente a preocupação de, ao sua práxis político-pedagógica, entre outras
escrever cada uma delas, partir da realidade possibilidades, divulgando o seu trabalho,
que exigia um pensar crítico e imbricá-las nos agrupei uma coletânea de textos seus:
momentos históricos nos quais ele ia Pedagogia da indignação: cartas
refletindo para nos dar meios de reflexão e pedagógicas e outros escritos.
ação. Muitos dos temas-problema foram, Esta Pedagogia é composta de duas partes.
entretanto, sendo re-trabalhados, atualizados Na primeira estão as Cartas Pedagógicas1,
com novas abordagens, aprofundados pelas como Paulo mesmo as nomeou. Na segunda
suas novas leituras de mundo sempre que parte, os Outros Escritos, estão textos
julgava necessário fazer isso. Teve esta prática produzidos por Paulo no ano de 1996 e um de
durante todo o curso de sua vida, diante do 1992, pela importância de seu tema
crescimento da sua radicalidade de pensar e “Descobrimento da América” no ano em que o
das mudanças conjunturais ou estruturais que Brasil comemorava oficialmente o seu
foram ocorrendo na sociedade. Isso denota “descobrimento”.
sua lúcida percepção de tempo e espaço. De Participam, também, deste livro, três
como, sem perder a coerência de seu estar intelectuais brasileiros, aos quais junto agora
com mundo, ao contrário, foi elaborando o o filósofo argentino Cirigliano, todos amigos
“novo” partindo da re-elaboração do “velho”, pessoais de Paulo e identificados sobretudo
do dito e escrito por ele mesmo. Coerência que com o seu pensamento dialógico libertador.
não é, pois, prender-se ao passado com medo Destacarei, de cada um deles, o que disseram
de mudar, mas coerência que, partindo do sobre a esperança e coerência em Paulo.
passado, faz igualmente atualizadas as Um deles, outro mestre nosso, o professor
reflexões sobre os temas-problema Antonio Candido, escreveu para a “orelha” do
genuinamente humanos que não devem ser mesmo, com sua permanente e serena lucidez:
esquecidos, ao contrário, devem permanecer
nos fustigando crítica e esperançosamente De fato, é freqüente lermos e
para suas soluções. Enfim, Paulo mudou ouvirmos que o povo não deve ser
adjetivamente, mas substantivamente foi tutelado pelas elites, devendo para isso
sempre o mesmo, o pedagogo dos oprimidos, o tornar-se ele próprio agente de seu
educador para a libertação. destino. Mas como? A pedagogia
Daí a necessidade de relermos sempre seus radical de Paulo Freire aponta o
escritos para, contraditoriamente, lendo-os, caminho com extraordinária lucidez e
desde os mais “antigos”, os da década de coragem, ao fazer do ato educacional
cinqüenta, os do “passado”, porque um processo dialético no qual o
infelizmente ainda presente entre nós, nos educando constrói o conhecimento a
atualizarmos na leitura crítica deste presente partir do contexto, fundindo
e, assim, termos os elementos de esperança aprendizagem e experiência social
para sonharmos os inéditos viáveis de hoje, as numa aventura de aquisição da

1
Teriam sido de dez a 12 Cartas, como planejara Paulo, se a morte não o tivesse levado, em 02 de maio de 1997. Por isso a terceira
delas ficou incompleta.

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liberdade. Por isso o seu famoso freireana: não se educa sem a


método é o das conquistas mais capacidade de se indignar diante das
positivas do pensamento humanizador injustiças”. (grifos meus)
neste século.(...) homem que viveu
intensamente as suas idéias, lutou Por fim as palavras de Gustavo F. J.
por elas, pagou por elas um alto Cirigliano, amigo trazido “de empréstimo”
preço, sem temer, sem capitular, para esta resenha2 :
sem mudar suas convicções.
(grifos meus) O que caracteriza Paulo Freire é a sua
fidelidade consigo mesmo, sua lealdade
De Balduíno Andreola, que fez muito com o próprio caminho. Não perdeu a
freireanamente do Prefácio do livro uma palavra, não debandou-se para os
carta-resposta a Paulo, ou uma Carta-Prefácio, novos tempos da globalização, do
como acertadamente o chamou, destaco neoliberalismo e do mercado (...).
passagem de seu texto carregada de agudeza
de análise e sensibilidade humanista: A seguir, sintetizo alguns pontos
fundamentais de cada um dos ensaios contidos
Paulo, a leitura de tuas Cartas nesta Pedagogia da indignação, nos quais os
pedagógicas foi para mim como a seus leitores e leitoras poderão encontrar a
imersão numa imensa onda cósmica de tenacidade e a coerência no refazer, a lucidez e
ânimo, de esperança e do sentimento a esperança na sabedoria, a coragem e
de que vale a pena persistir na luta. criatividade na capacidade de ousar de Paulo.
Sinceramente há momentos em que a
desesperança e a depressão parecem DA PRIMEIRA CARTA: DO ESPÍRITO DESTE LIVRO.
prevalecer. Mas ao sentir-te e ao Paulo, a tendo escrito especialmente para pais
ouvir-te inteiramente fiel até o fim e mães, não esqueceu de contar-lhes e
na tua opção de lutar, denunciando advertir-lhes sobre a questão da autoridade e
e anunciando com a veemência de dos limites inerentes a esta, do risco do ato de
sempre, tais sentimentos se esvaem. educar para a liberdade, relacionando-o com a
(p. 18) (grifos meus) inovação da história e da cultura e com a
possibilidade de podermos dar nomes às
Alípio Casali, restrito a uma pequena coisas, de decidir, perceber, escolher, valorar e
quarta capa, condensou impecavelmente suas de eticizar o mundo. Fala-nos sobre a
idéias e nos disse com poucas palavras sobre disciplina da vontade e da recusa à tentação da
essa unidade da obra de Paulo presente até a autocomplacência [que] nos forjam como
Pedagogia da indignação: sujeitos éticos. Sobre a necessidade do
desenvolvimento da mentalidade democrática;
Toda a sua obra aqui se encurva, e da coerência; da pureza (não do puritanismo!);
reencontra o essencial da educação o de negar o discurso ideológico da
diálogo que compartilha e provoca (..) impossibilidade de mudar o mundo ou o
velhos e novos temas se entrelaçam discurso ideológico da inviabilização do
e realçam a antiga verdade possível; do ato de resistir e não fraquejar; da

2
Em resenha sobre a Pedagogia da indignação publicada na Argentina nos jornais El tiempo, em 2 de julho de 2000 e Gaceta de
la UNICEN, no. 62, de setembro de 2000, e, nas revistas Situacion, no. 8, 2000 e Vivencia Educativa, no. 125, julho 2000.
(tradução minha).

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metodização da curiosidade. Das artimanhas DA TERCEIRA CARTA: DO ASSASSINATO DE


do “pragmatismo” neoliberal e do GALDINO JESUS DOS SANTOS- ÍNDIO PATOXÓ.
treinamento no lugar da formação. De “uma As últimas reflexões sistematizadas de
das primordiais tarefas da pedagogia crítica Paulo nesta carta revelam toda a sua
radical libertadora [que] é trabalhar a generosidade ontológica e compaixão ética
legitimidade do sonho ético-político da pelos seres humanos que o fizeram o filósofo
superação da realidade injusta” (p.43). substantivamente humanista. Todo o seu
Declara querer transparecer com essas Cartas amor pela VIDA que traduz todo o gosto que
sua abertura ao diálogo e seu gosto de tinha de viver. Terminou-a, pois, como viveu,
convivência com o diferente e, com sua conclamando o amor, a justiça, a construção
humildade habitual, o seu gosto de ser gente! de uma sociedade fraterna e solidária,
democrática. Expondo-se como gente,
DA SEGUNDA CARTA: DO DIREITO E DO DEVER DE mostrando sua gentidade, como gostava de
MUDAR O MUNDO. dizer:
Paulo escreveu logo no princípio desta Desrespeitanto os fracos, enganando
Carta não ter medo dos sorrisos irônicos dos os incautos, ofendendo a vida,
que não acreditam que mudar é difícil, mas é explorando os outros, discriminando
possível. Jamais vi, acompanhando-o nas suas o índio, o negro, a mulher não estarei
“peregrinações pelo mundo” intimidar-se de ajudando meus filhos a ser sérios,
dizer, pela sua coerência, cortesmente, justos e amorosos da vida e dos
mesmo diante de situações mais adversas, o outro. (p.67)
que entendia ser a Verdade. Nesta Carta diz
que “os sonhos são projetos pelos quais se Esta Carta nos oferece, de modo especial,
luta”, na legitimidade do “ímpeto de rebeldia subsídios para reflexões sobre a ética
contra a agressiva injustiça” instaurada pelo universal dos seres humanos e a valorização
secular sistema latifundiário brasileiro. Assim, do diferente. Radicando-se no doloroso e
fala da importância da militância do M.S.T.; abominável assassinato de Galdino, o objetivo
da necessidade do testemunho dos de Paulo foi nos levar a pensarmos também
educadores(as) progressistas de respeito à na questão dos valores, no modelo político-
dignidade do outra e da outra; da diferença econômico no qual os seus defensores, de
entre condicionamento e determinação; da modo geral, não se perturbam como são
ética universal do ser humano. Fala da tratadas as pessoas desprivilegiadas, as
necessidade das crianças crescerem gentes excluídas do mercado, consideradas
exercitando-se no pensar, no indagar, no apenas “Uma espécie de sombra inferior no
duvidar, no decidir, “na assunção ética de mundo. Inferior e incômoda, incômoda e
limites necessários”. Termina esta Carta ofensiva”, como denunciou.
conclamando “Marchas” — à exemplo da dos
Sem Terra que entraram em Brasília em abril DO DESCOBRIMENTO DA AMÉRICA.
de 1997 — dos desempregados; dos Paulo começa afirmando que “(...)o
injustiçados; dos que protestam contra a passado não se muda. Compreende-se,
impunidade; dos que clamam contra a recusa-se, aceita-se, mas não se muda”
violência, contra a mentira e o desrespeito à (p.73). Analisa o fato apontando a
coisa pública; dos sem-teto, sem-escola, sem- “malvadeza intrínseca a qualquer forma de
hospital, dos renegados. “A marcha colonialismo, de invasão, de espoliação”
esperançosa dos que sabem que mudar é (p.74). Assevera que, na verdade, sofremos
possível” (p.61). uma conquista, uma invasão que não deve ser
amaciada numa visão crítica e que dele, nós
latino-americanos, deveríamos e podemos

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tirar os ensinamentos dos e das que tiveram e formação genuinamente humana. Alerta para
têm a ousadia, a coragem e a capacidade de a compreensão crítica das tecnologias, que
lutar para nossa autonomia e dignidade não devem ser repudiadas, mas que devem
enquanto povos e nação. ser passadas pelo nosso crivo político e ético.
Re-enfatiza as suas clássicas perguntas: o
DA ALFABETIZAÇÃO E MISÉRIA. quê? O para quê? O em favor de quê e de
Paulo insiste em que a realidade não é quem? O contra quê e contra quem? No
inexorável, de que de um domínio humano da exercício de pensar o tempo, a técnica e o
determinação dificilmente se poderia falar de conhecimento.
opções, de decisão, de liberdade, de ética. Que
a história é possibilidade e não determinação. DA ALFABETIZAÇÃO EM TELEVISÃO.
Nos faz entender que a ordem estabelecida Este tema, diz Paulo, nos remete à
injusta é indecente, que a “miséria é uma curiosidade humana e à leitura do mundo,
imoralidade” não, obviamente sob o ponto de anterior à leitura da palavra. Fala da
vista moral, mas ético, estético, ontológico, curiosidade ingênua que leva ao “saber de
antropológico e político. Afirma não por pura experiência feito”, o senso comum e da
teimosia mas diante da natureza ontológica curiosidade epistemológica que entende
dos humanos que “mudar é difícil mas nascer da criticização da curiosidade ingênua
possível” e que há “legitimidade da raiva pelo rigor metodológico do objeto em
contra a docilidade fatalista diante da questão. Entre uma e outra há diferença de
negação das gentes”. qualidade e não de essência, afirma. Conclui
dizendo que os educadores progressistas não
DOS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS ANTE A podem desconhecer a televisão. Que ela não é
NOVA REESTRUTURAÇÃO TECNOLÓGICA. nem “um demônio que nos espreita para nos
esmagar” nem “um instrumento que nos
Jamais pude pensar a prática salva”. Devemos usá-la, sobretudo, discuti-la.
educativa, de que a educação de
adultos e a alfabetização são DA EDUCAÇÃO E ESPERANÇA.
capítulos, intocada pela questão dos Paulo volta a afirmar que a vida se alonga
valores, portanto da ética, pela na existência e que essa eticiza o mundo. Fala
questão dos sonhos e da utopia, quer do papel da consciência humana no lugar do
dizer das opções políticas, pela “ser aí” dos outros animais “aderidos ao
questão do conhecimento e da mundo” nos dá a “responsabilidade no mover-
boniteza, isto é da gnosiologia e da me no mundo”. Da diferença entre
estética. (p.89) condicionamento e determinação. Da
“natureza esperançada da educação”, (d)a
Explicita mais cuidadosamente a sua “matriz da esperança é a mesma da
compreensão da politicidade da educação, da educabilidade do ser humano: o
impossibilidade de dicotomizar ler de inacabamento de seu ser de que se tornou
escrever e da unidade entre arte e educação. consciente”. Critica as concepções fatalistas
Enfatiza a necessidade de apreensão do da História, o poder da ideologia liberal, cuja
objeto para a experiência cognitiva ética perversa se funda nas leis do mercado.
verdadeira, entendendo que a memorização Reafirma sua crença de que “mudar é difícil
do conhecimento se constitui no ato mesmo mas é possível” e que sua luta “pelo sonho,
de sua produção. Critica a negação das pela utopia, pela esperança de uma Pedagogia
ideologias, o neoliberalismo como ‘uma crítica. “Esta não é uma luta vã” (p.116).
fatalidade do fim do século”, os
pragmatismos, o treinamento no lugar da

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DA DENÚNCIA, ANÚNCIO, PROFECIA, UTOPIA E solidariedade e do desemprego; da violência e


SONHO. da necessidade da justiça para se criar a paz;
Paulo fala da profecia e do das práticas negadoras da vida, entre outras,
as que destroem o meio ambiente. Denuncia a
profeta que é o que, fundado no que transgressão da ética e a malvadez da ética
vive, no que vê, no que escuta, no do mercado. Termina o ensaio dizendo da
que percebe, no que intelige (...) necessidade da luta contra o desrespeito à
atento aos sinais que procura coisa pública e contra a mentira e falta de
compreender, apoiado na leitura do escrúpulo, que estabelecem momentos “de
mundo e das palavras(...) tornando-se desencanto, mas sem jamais perder a
assim cada vez mais uma presença no esperança” (p.134).
mundo à altura de seu tempo, fala,
quase adivinhando, na verdade Em síntese, todos os ensaios da Pedagogia
intuindo, do que pode ocorrer nesta da indignação, embora com diferentes
ou naquela dimensão da experiência temas, estão molhados, como ele mesmo
histórico-social. (p.118) gostava de dizer, de coerência e de esperança,
como também da sua mais justa raiva ou
Falava de si próprio?!. Diz que o pensamento indignação, que, dialeticamente relacionada
profético é também utópico, anuncia um com a sua amorosidade, levam, como ele
novo ao denunciar o velho, porque na “real mesmo entendia, às ações éticas capazes de
profecia, o futuro não é inexorável, é denunciarem o feio, o injusto e o perverso e
problemático” (p.119). Na responsabilidade anunciarem os “inéditos-viáveis” embutidos
como exigência fundamental da liberdade. nas utopias esperançosas, nos sonhos
Critica a “política de fazer coisas” sem as humanistas que deveremos tornar possíveis
perguntas fundamentais: para que? em favor de democracia, de justiça e de tolerância.
de quem?..; os partidos políticos interessados
em ocultar as verdades atrelados ao “rouba, Ana Maria Araújo Freire
mas faz”. Fala do “núcleo fundamental da Organizadora do livro Pedagogia da indignação:
vida”, a liberdade e o medo de perdê-la, da cartas pedagógicas e outros escritos.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; cidadania;


teoria pedagógica.
KEY WORDS: Education; citizenship;
pedagogical theory.
PALABRAS-CLAVE: Educación; ciudadanía;
teoría pedagógica.

Recebido para publicação em: 18/01/01.


Aprovado para publicação em: 24/01/01.

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