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I - DOS FATOS
Neste dia, o requerente, na condução de seu automóvel, passou por uma longa
estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na
estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar,
que estava no local realizando buscas, a fim de localizar um outro indivíduo que estava
foragido do presídio próximo à localidade.
Logo, foi abordado pelos policiais militares que o compeliram de forma INCISIVA a
realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar, mais conhecido como teste do
bafômetro. Tendo sido realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de
álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o
conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante,
sendo-lhe negado no referido auto de prisão em flagrante o direito de entrevistar-se com seus
advogados ou com seus familiares.
Atualmente, o acusado encontra-se recolhido junto à DP …, em virtude da prisão
supramencionada, sendo que seus familiares não conseguem vê-lo ou manter qualquer
comunicação com o requerente. Além disso, o delegado não comunicou o fato ao juízo
competente, tampouco à Defensoria Pública.
II -DO DIREITO
Importante mencionar que tal direito está expressamente previsto nos artigos 5º,
incisos LXII e LXIII da Constituição Federal e 306, parágrafo 1º do Código de Processo
Penal, in verbis:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso
o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública.
Ou seja, em até 24 horas deveria ter sido encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante, bem como deveria ter sido encaminhada a cópia do auto à Defensoria
Pública, pois houve a negação ao direito do preso de entrevistar-se com seus advogados.
Cabe esclarecer que a prisão preventiva não poderia ser decretada, pois a suposta
infração cometida pelo requerente não incide nos requisitos previstos no artigo 313, do
Código de Processo Penal, o que configura novamente a ilegalidade da prisão.
Uma vez verificado que estão ausentes os requisitos do artigo acima citado, a
liberdade provisória é a medida que deverá ser imposta ao requerente, conforme determina o
artigo 321, do Código de Processo Penal.
a) Relaxamento da prisão, visto que não foram cumpridas nenhuma das determinações
legais, previstas nos artigos 5º, incisos LXII e LXIII da Constituição Federal e 306,
parágrafo 1º do Código de Processo Penal , o que enseja a ilegalidade da prisão;
b) Que seja deferida a liberdade provisória sem fiança ao requerente, com a expedição do
devido alvará de soltura;