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DICAS PARA A PROVA DO ITA
reconhecidamente a mais abrangente possível: raramente algum ⎪ sen x > 1 ⇒ π < x < π
tópico do Ensino Médio não é cobrado. ⎪⎩ 2 6 2
Isso, para o candidato, traz vantagens e desvantagens. Vantagens no 4 − sec 2 x > 0 ⇒ −2 < sec x < 2 ⇒ como cos x > 0 , temos apenas que
sentido de que existem várias questões de assuntos conhecidos e
desvantagens no sentido de que podem existir temas que o aluno não 1 π π
0 < sec x < 2 ⇒ cos x > ⇒ − < x < .
domine. Porém, até nisso se faz justiça: não é possível contar apenas 2 3 3
com a sorte, uma vez que a prova é bem variada e abrangente. Aplicando finalmente as propriedades dos logaritmos, temos:
E, além de uma prova bem diversificada, uma marca interessante é a ⎛ 4sen2 x − 1 ⎞
presença de vários temas numa única questão (cossenos com logcos x (4sen2 x − 1) − logcos x (4 − sec 2 x ) = logcos x ⎜ ⎟>2
⎝ 4 − sec x ⎠
2
logaritmos, progressões com circunferências, etc.), sempre com o
intuito de aumentar o nível de dificuldade, favorecendo o candidato Lembrando que no domínio considerado temos para a base do
que tem o domínio de diversos temas. logaritmo: 0 < cos x < 1 . Logo, ao aplicarmos a definição de logaritmo,
Mas não é só o conhecimento que é fundamental. A prova não mede temos que inverter a desigualdade (pois a base é menor que 1).
apenas o quanto o candidato sabe, mas sim como o candidato Assim:
lida com o que sabe. Ao longo dos anos, várias questões são tais ⎛ 4 sen2 x − 1 ⎞ 4 sen2 x − 1
que a aplicação de fórmulas é praticamente inviável, o que força o logcos x ⎜ ⎟ > 2 ⇔ < cos2 x
⎝ 4 − sec x ⎠ 4 − sec 2 x
2
candidato a ter algo a mais. Não adianta apenas conhecer milhares de
fórmulas. Um bom raciocínio é peça fundamental nesse vestibular. 4 sen2 x − 1 4sen2 x − 1 − cos2 x(4 − sec 2 x )
Assim, o que se espera dos candidatos é conhecimento razoável − cos2 x < 0 ⇒ <0
4 − sec x
2
4 − sec 2 x
aliado com bom raciocínio.
Considerando apenas o numerador da fração, temos:
Neste material temos uma análise do vestibular de Matemática do
ITA. Procuraremos ajudá-lo a melhorar o seu desempenho com 1
4 sen2 x − 1 − cos2 x(4 − sec 2 x ) = 4 sen2 x − 4cos2 x − 1 + cos2 x.
algumas dicas que serão de grande valia na hora da prova. cos2 x
= −(4cos2 x − 4 sen2 x ) − 1 + 1 = − cos 2 x .
Bons estudos!
Assim, a desigualdade fica:
UMA QUESTÃO INTERESSANTE
− cos2 x cos2 x
<0⇒ >0
O exercício a seguir, retirado do vestibular de 2005, ilustra um fato 4 − sec 2 x 4 − sec 2 x
interessante da prova do ITA: normalmente, existem dois ou mais
Por uma das condições de existência ( 0 < sec x < 2 ) , é obrigatório
modos para se resolver um exercício. Destes, um é razoavelmente
rápido, enquanto o outro é mais trabalhoso. que 4 − sec 2 x > 0 (denominador positivo). Logo, para resolvermos a
Exemplo: (ITA 2005) Sobre o número x = 7 − 4 3 + 3 é correto inequação, basta que tenhamos para o numerador
π π
afirmar: cos2x > 0 ⇒ − < x < .
a) x ∈]0;2[ 4 4
d) x 2 é irracional
π π
b) x é racional e) x ∈]2;3[ Considerando todos os intervalos, chegamos em − < x < − ou
4 6
c) 2 x é irracional
π π
<x< .
Resolução: (Alternativa B) 6 4
Num primeiro instante, é fácil “chutar” que x provavelmente é A seguir, forneceremos algumas ferramentas que podem ajudá-lo na
irracional. Mas, isso não nos serve de muita coisa, afinal não prova, a respeito destes dois assuntos.
conseguimos encontrar nenhuma resposta que nos satisfaça apenas
chutando. FORMULÁRIO DE TRIGONOMETRIA
Uma primeira tentativa de resolução poderia ser a seguinte:
Fórmulas básicas
x = 7 − 4 3 + 3 ⇒ ( x − 3)2 = 7 − 4 3 sen2 x + cos2 x = 1 tg2 x + 1 = sec 2 x cotg2 x + 1 = cosec 2 x
x − 2 x 3 + 3 = 7 − 4 3 ⇒ x − x.2 3 − 4 − 4 3 = 0
2 2
1 sen x
Essa tentativa nos leva a uma equação do segundo grau não muito sec x = tg x =
cos x cos x
agradável, que exigirá um tempo razoável só pra terminar as contas.
Este caminho com certeza nos levará a uma resposta correta, mas a 1 cos x 1
cosec x = cotg x = =
questão não é essa. Será que não existe outro modo, menos sen x sen x tg x
trabalhoso, para se resolver esse exercício? A resposta é sim.
Soma e subtração de arcos
Observe que 7 − 4 3 = 22 − 2.2. 3 + ( 3)2 = (2 − 3)2 .
sen(a + b ) = sen a.cos b + sen b.cos a tg a + tg b
tg(a + b ) =
Assim: x = 7 − 4 3 − 3 = 2 − 3 + 3 ⇒ x = 2 sen(a − b ) = sen a.cos b − sen b.cos a 1 − tg a.tg b
cos(a + b ) = cos a.cos b − sen a.sen b tg a − tg b
MISTURANDO TEMAS DIFERENTES tg(a − b ) =
cos(a − b ) = cos a.cos b + sen a.sen b 1 + tg a.tg b
A prova de Matemática do ITA também é famosa por sua grande
capacidade de “misturar” conceitos distintos. Como exemplo, temos a Arco duplo
seguinte questão, retirada do vestibular de 2006 (se você sentir cos2 x = cos2 x − sen2 x sen2 x = 2.sen x.cos x
dificuldades, revise os tópicos, que abordados na questão):
cos2x = 2.cos2 x − 1 2.tg x
tg2 x =
Exemplo: (ITA 2006) Determine para quais valores de x ∈ (-π/2,π/2) cos2 x = 1 − 2sen2 x 1 − tg2 x
vale a desigualdade logcosx(4sen2x - 1) - logcosx(4 - sec2x) > 2.
Resolução: Arco triplo
Temos aqui a presença de trigonometria e logaritmos. Tanto um sen3 x = 3 sen x − 4 sen3 x cos3 x = 4cos3 x − 3cos x
quanto o outro são fundamentais para a resolução desse exercício. A
partir da condição de existência da base, temos: Arco metade
⎛ −π π ⎞ −π π ⎛x⎞ 1 − cos x ⎛x⎞ 1 + cos x ⎛x⎞ 1 − cos x
cos x > 0 e cos x ≠ 1 ⇒ x ≠ 0 e x ∈ ⎜ ; ⎟ ⇒ < x < 0 ou 0 < x < sen ⎜ ⎟ = ± cos ⎜ ⎟ = ± tg ⎜ ⎟ = ±
⎝ 2 2⎠ 2 2 ⎝2⎠ 2 ⎝2⎠ 2 ⎝2⎠ 1 + cos x
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DETERMINANTE DE VANDERMONDE
O Determinante de Vandermonde é um conhecido método de calcular
determinantes onde se tem em todas as linhas ou todas as colunas da
Aplicando a lei dos cossenos no triângulo OPQ:
matriz uma Progressão Geométrica. Seu valor é dado por:
QP 2 = OP 2 + OQ 2 − 2 ⋅ OP ⋅ OQ ⋅ cos θ ⇒
1 a1 a12 a1n −1 ( x1 − x2 )2 + ( y1 − y 2 )2 = ( x12 + y12 ) + ( x22 + y 22 ) − 2⋅ | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ ⇒
1 a2 a22 a2n −1 x1 ⋅ x2 + y1 ⋅ y 2 = | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ ⇒ u ⋅ v = | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ
1 a3 a32 a3n −1 = ( a1 − a2 )( a1 − a3 ) ... ( a2 − a3 ) ... ( an −1 − an )
Em particular, se u e v são vetores não nulos perpendiculares entre
1 an an2 ann −1
si, temos que θ = 90° ⇒ cos θ = 0 ⇒ u ⋅ v = 0 .
= ∏ ( ai − a j )
i<j
Produto vetorial: Dados dois vetores u = ( x1, y1, z1 ) e v = ( x2 , y 2 , z2 )
Exemplo: (ITA 2003) 3
Sejam a , b , c e d números reais não-nulos. Exprima o valor do em , o produto vetorial entre eles é dado pelo determinante:
determinante da matriz:
⎡ bcd 1 a a2 ⎤ i j k
y z1 z x1 x y1
⎢ ⎥ u ∧ v = x1 y1 z1 = 1 ⋅i + 1 ⋅j+ 1 ⋅k
⎢ acd 1 b b2 ⎥ y2 z2 z2 x2 x2 y2
⎢abd 1 c c2 ⎥ x2 y2 z2
⎢ ⎥
⎣⎢ abc 1 d d 2 ⎦⎥
Na forma de um produto de números reais. O produto vetorial resulta, para cada par de vetores u e v , num
outro vetor u ∧ v , que é perpendicular ao plano determinado por
Resolução: esses dois vetores. Seu módulo é dado por:
Multiplicando a primeira linha por a , a segunda por b , a terceira por
| u ∧ v | = | u | ⋅ | v | ⋅ sen θ
c e a quarta por d (e então dividindo o determinante por abcd para
não alterar seu valor):
Esse módulo representa, geometricamente, a área do paralelogramo
bcd 1 a a 2 abcd a a 2 a3 1 a a2 a3
determinado pelos vetores u e v :
acd 1 b b 2 1 abcd b b 2 b3 abcd 1 b b 2 b3
2
= ⋅ = ⋅
abd 1 c c abcd abcd c c 2 c 3 abcd 1 c c 2 c 3
abc 1 d d 2 abdc d d 2 d 3 1 d d2 d3
v
h = | v | ⋅ sen θ
E o determinante acima é o Determinante de Vandermonde, então:
θ
bcd 1 a a2 1 a a2 a3
u
acd 1 b b2 1 b b2 b3
= = Observe que, se um dos vetores u ou v for nulo, ou se eles forem
abd 1 c c2 1 c c2 c3 colineares, o produto vetorial será o vetor nulo.
abc 1 d d2 1 d d2 d3
Com base nesses produtos, conseguimos outro exemplo de aplicação
= ( a − b )( a − c )( a − d )( b − c )( b − d )( c − d ) . da teoria de vetores, que é o produto misto, no qual utilizamos
simultaneamente o produto escalar e o produto vetorial.
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Segue que:
2 x
x1 y1 z1 1− 3 A
[u,v ,w ] = x2 y2 z2
x3 y3 z3 Observe que é incoerente apresentar os vértices do tetraedro, uma
figura tridimensional, através de apenas duas coordenadas. Vamos
Vamos determinar um significado geométrico para o produto misto assumir uma identificação do plano cartesiano (esboçado acima) com
dos vetores u , v e w . Considere a figura a seguir: o plano z = 0 de um sistema de coordenadas tridimensional, de eixos
x, y e z. Assim, os três vértices apresentados seriam adequadamente
descritos por A = (0,0,0) , B = (2,2,0) e C = (1 − 3,1 + 3,0) .
v ∧w
A aresta do tetraedro é dada por:
= AB = (2 − 0)2 + (2 − 0)2 + (0 − 0)2 = 2 2
A
A'
D
C
h u
θ w
C
O v B A
G
A partir do produto escalar, temos: M
[u,v ,w ] = | u ⋅ (v ∧ w ) | = | u | ⋅ | v ∧ w | ⋅ | cos θ |
B
Pela figura, note que a altura h do paralelepípedo, relativa à base
formada pelos vetores v e w , é h = | u | ⋅ | cos θ | . Como | v ∧ w |
A altura do triângulo equilátero ABC será:
representa a área do paralelogramo de lados OB e OC , segue que o 3 2 2 3
CM = = = 6
módulo do produto misto [u,v ,w ] representa o volume do 2 2
paralelepípedo determinado pelos vetores u , v e w .
Sendo G o baricentro do triângulo ABC, correspondente à projeção do
vértice V no plano da base ABC, temos:
Como consequência imediata, também podemos calcular o volume do
tetraedro OABC. Para tanto, observe que a área do triângulo OBC é 2 2
CG = CM = 6
metade da área do paralelogramo de lados OB e OC . Como essa 3 3
área é dada pelo módulo do produto vetorial | v ∧ w | , temos:
Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo DGC,
1 determinamos a altura DG relativa à base ABC:
SOBC = ⋅|v ∧w |
2 ⎛2 6⎞
2
( ) 4
2
(DG )2 + (CG )2 = (DC )2 ⇒ (DG )2 + ⎜ = 2 2 ⇒ DG =
⎜ 3 ⎟⎟ 3
Além disso, a altura do tetraedro, relativa a essa base OBC, será a ⎝ ⎠
mesma altura h considerada para o paralelepípedo. Assim:
1 1 ⎛1 ⎞ O volume do tetraedro será dado por:
VOABC = ⋅ SOBC ⋅ h = ⋅ ⎜ ⋅ | v ∧ w | ⎟ ⋅ | u | ⋅ | cos θ | ⇒
3 3 ⎝2 ⎠ 1 1 (2 2)2 3 4 8
VABCD = ⋅ SABC ⋅ DG = ⋅ ⋅ ⇒ VABCD =
1 3 3 4 3 3
VOABC = ⋅ [u,v ,w ]
6
Vamos agora analisar o mesmo problema por um ponto de vista
Exemplo: (ITA 2005) Em relação a um sistema de eixos cartesiano vetorial:
ortogonal no plano, três vértices de um tetraedro regular são dados
2ª Resolução: Seguindo o mesmo desenho da 1ª resolução, seja
por A = (0,0) , B = (2,2) e C = (1 − 3,1 + 3) .
D = ( xD , y D , zD ) o vértice do tetraedro fora do plano determinado pelo
O volume do tetraedro é
triângulo ABC, com altura (cota) zD > 0 (escolhemos por simplicidade
8 3 3 5 3
a) . b) 3 . c) . d) . e) 8 . o ponto de altura positiva, embora exista uma segunda solução com
3 2 2
zD < 0 , totalmente análoga a esta). Como sua projeção sobre o plano
1ª Resolução: (Alternativa A) do triângulo ABC é exatamente o baricentro G, sua abscissa xD e sua
Desenhando a figura no plano cartesiano de acordo com os pontos ordenada y D são dadas por:
dados, temos:
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VABCD =
1 4 3 ⎡
⋅
6 3 ⎣
( ⎦) (
⋅ 1 + 3 − 1 − 3 ⎤ ⇒ VABCD =
8
3
) Assim, calculando cada termo separadamente:
2
⎛ 3w ⎞ ⎛ w ⎞ w ⎛ 3w ⎞ w 3 w 3 3w
DP ⋅ AQ = ⎜ − ⎟⋅⎜− ⎟ + ⋅⎜− ⎟+ ⋅ =
O próximo exemplo ilustra como a introdução dos vetores pode ⎝ 4 ⎠ ⎝ 4⎠ 4 ⎝ 4 ⎠ 4 4 16
simplificar a resolução de um exercício que, se resolvido apenas com 2
⎛ 3w ⎞ ⎛ w ⎞ ⎛ w 3 ⎞
2 2
ferramentas de Geometria Espacial pura, poderia se tornar muito w 13
DP = ⎜ − ⎟ ⎜ ⎟ +⎜
+ ⎟ =
trabalhoso. ⎝ 4 ⎠ ⎝ 4 ⎠ ⎜⎝ 4 ⎟⎠ 4
Exemplo: (IME 2010) A área da superfície lateral de uma pirâmide 2
⎛ w ⎞ ⎛ 3w ⎞ ⎛ w 3 ⎞
2 2
w 13
quadrangular regular SABCD é duas vezes maior do que a área de AQ = ⎜ − ⎟ + ⎜ − ⎟ +⎜ ⎟⎟ =
⎝ 4 ⎠ ⎝ 4 ⎠ ⎝ ⎜ 4 4
sua base ABCD. Nas faces SAD e SDC traçam-se as medianas AQ e ⎠
DP. Calcule o ângulo entre estas medianas. Substituindo:
3w 2
Resolução: Estabelecendo um sistema de coordenadas DP ⋅ AQ 16 3 ⎛ 3 ⎞
tridimensionais, como indicado na figura a seguir, e chamando o lado cos θ = = = ⇒ θ = arccos ⎜ ⎟
do quadrado da base da pirâmide de w, temos: DP ⋅ AQ w 13 w 13 13 ⎝ 13 ⎠
⋅
z 4 4
S CÔNICAS
ELIPSE
Dados dois pontos F1 e F2 distantes 2c. Uma elipse de focos em F1 e
F2 é o conjunto dos pontos P(x,y) cuja soma das distâncias a F1 e F2 é
constante e igual a 2a, com 2a > 2c.
y
y a 2 = b2 + c 2
B1 ( b,0 )
P Q
c
e= <1
a a a
B A x
A1 ( −a,0 ) F1 ( −c,0 ) O F2 ( c,0 ) A 2 ( a,0 )
O
M x
C D B2 ( −b,0 )
As coordenadas dos vértices da base quadrada são: O: centro B1B2: eixo menor (2b)
F1, F2: focos F1F2: distância focal (2c)
⎛w w ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛w w ⎞ A1, A2, B1, B2: vértices e: excentricidade
A = ⎜ , ,0 ⎟ , B = ⎜ − , ,0 ⎟ , C = ⎜ − , − ,0 ⎟ e D = ⎜ , − ,0 ⎟ .
⎝2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝2 2 ⎠ A1A2: eixo maior (2a)
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e // Ou: ( x − x0 ) = 4 p ( y − y 0 )
2
•
(II) Sendo O a origem do plano cartesiano, definimos OP = x 2 + y 2
RECONHECIMENTO DE UMA CÔNICA como o módulo | z | do número complexo z = x + y ⋅ i ;
Dada uma equação do 2o grau redutível à forma
( x-x0 )
2
( y-y0 )
2 (III) Se z = x + y ⋅ i , z ∈ e z0 = a + b ⋅ i é um número complexo
+ =1
k1 k2 qualquer, temos: z − z0 = ( x + i ⋅ y ) − (a + b ⋅ i ) = ( x − a )2 + ( y − b )2 ,
k1 = k 2 Circunferência que é a distância entre dois pontos da Geometria Analítica;
k1>0, k2>0 e k1>k2 Elipse de eixo maior horizontal (IV) De (III), temos que:
k1>0, k2>0 e k1<k2 Elipse de eixo maior vertical • z − z0 = R é uma circunferência de centro z0 e raio R;
k1>0 e k2<0 Hipérbole de eixo real horizontal • z − z1 + z − z2 = 2k é uma elipse de focos z1 e z2 , e eixo
k1<0 e k2>0 Hipérbole de eixo real vertical maior de comprimento 2k , para k > 0 ;
• z − z1 − z − z2 = 2k é uma hipérbole de focos z1 e z2 , e
Rotação de eixos eixo transverso de comprimento 2k , para k > 0 .
As coordenadas de um ponto P(x,y) após a rotação de eixos de
(V) Com relação ao argumento de z, temos que arg( z ) = θ é uma
um ângulo θ são dadas por (x’,y’) tais que
x = x’.cosθ - y’.senθ y = x’.senθ + y’.cosθ semirreta iniciada na origem, e arg( z − z0 ) = θ é uma semirreta com
início em z0 .
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(VI) No Plano de Argand-Gauss, cada complexo pode ser associado a Substituindo x na primeira fórmula, temos:
(ou representar) um vetor, ou seja, z = x + iy ≡ ( x, y ) . Ao se multiplicar i 2θ2 i 3 θ3 i 4 θ4 i 5θ5 i 6θ6
ei θ = 1 + i θ + + + + + ...
um vetor nos complexos por um complexo de módulo unitário e 2! 3! 4! 5! 6!
argumento α , estamos rotacionando nosso vetor em α radianos no
θ2 θ3 θ4 θ5 θ 6
sentido anti-horário, pois ei θ = 1 + i θ − −i + +i − ...
2! 3! 4! 5! 6!
ρ ( cos θ + i sen θ ) ⋅ ( cos α + i sen α ) = ρ ( cos ( θ + α ) + i sen ( θ + α ) ) .
Observe que cada termo de potência ímpar está multiplicado por i, de
modo que podemos colocar a unidade imaginária em evidência:
Exemplo: (ITA 2000) Seja z0 o número complexo 1 + i . Sendo S o ⎛ θ2 θ 4 θ6 ⎞ ⎛ θ3 θ5 ⎞
ei θ = ⎜1 − + − + ... ⎟ + i ⎜ θ − + ... ⎟
conjunto solução no plano complexo de | z − z0 | = | z + z0 | = 2 , então o ⎝ 2! 4! 6! ⎠ ⎝ 3! 5! ⎠
produto dos elementos de S é igual a cos θ sen θ
a) 4(1 − i ) b) 2(1 + i ) c) 2(i − 1) d) −2i e) 2i Assim, temos então que e = cos θ + i .senθ , a conhecida iθ
identidade de Euler.
Resolução: (Alternativa E) A partir daí, conseguimos determinar a forma exponencial de um
Identificando no plano complexo o afixo de z0 = 1 + i como o ponto número complexo:
(1,1) , e o afixo de − z0 = −1 − i como ( −1, −1) , temos as circunferências z = ρ.(cos θ + i .sen θ) ⇒ z = ρ.e i θ (ρ = módulo )
A forma exponencial de um número complexo consegue simplificar a
λ1 : | z − z0 | = 2 , de centro (1,1) e raio 2, e λ 2 : | z − ( − z0 ) | = 2 , de
maior parte das fórmulas que envolvem números complexos, além de
centro ( −1, −1) e raio 2. A representação no plano cartesiano seria: suas respectivas demonstrações. Como exemplo, considere a
primeira fórmula de De Moivre:
y
z = ρ.[cos(θ) + i .sen(θ)] ⇒ z n = ρn .[cos(nθ) + i .sen(nθ)]
λ1 Esta fórmula possui, normalmente, duas demonstrações. A primeira
utiliza o Princípio De Indução Finita, e é um pouco demorada
(sugerimos, como exercício, que cada candidato tente demonstrar tal
fórmula). A segunda demonstração é baseada na forma exponencial,
e é praticamente imediata:
z = ρ.(cos θ + i .sen θ) = ρ.e i θ ⇒ z n = (ρ.e i θ )n = ρn .e inθ
Q (1,1)
⇒ z n = ρn .[cos( nθ) + i .sen( nθ)]
Dois lemas úteis também podem ser retirados facilmente da
identidade de Euler:
O x
⎧ iθ θ iθ2
( −1, −1) ⎪⎪1 − e = −2i ⋅ sen 2 ⋅ e
P ⎨
⎪1 + e i θ = 2 ⋅ cos θ ⋅ e i θ 2
⎪⎩ 2
A demonstração da primeira é:
iθ ⎛ e 2 − e 2 ⎞
( )
iθ −i θ
iθ −i θ iθ θ iθ
λ2 1 − e i θ = e 2 e 2 − e 2 = −2i ⋅ e 2 ⎜ ⎟ = −2i ⋅ sen ⋅ e 2
⎜ 2i ⎟ 2
⎝ ⎠
Pelo desenho, claramente os pontos em comum às duas iθ ⎛ θ −i θ θ⎞ ⎛ θ θ⎞ θ
Pois e 2
−e
= ⎜ cos + i sen ⎟ − ⎜ cos − i sen ⎟ = 2i ⋅ sen .
2
circunferências são P = (1, −1) e Q = ( −1,1) , de modo que o conjunto S ⎝ 2 2⎠ ⎝ 2 2⎠ 2
é dado por S = {1 − i , −1 + i } . Assim, o produto de seus elementos é: A demonstração do segundo lema é análoga e fica como exercício.
(1 − i ) ⋅ ( −1 + i ) = 2i .
Observe a questão a seguir, retirada do vestibular ITA-97. Essa
questão é uma boa aplicação da forma exponencial, ao invés da
A IDENTIDADE DE EULER utilização direta da fórmula de De Moivre.
Você sabe qual é a origem da identidade de Euler? A resposta está
em Taylor! Exemplo: (ITA 1997) Considere os números complexos z = 2 +i 2
2
Em Matemática, uma série de Taylor é uma série de potências 6
w + 3z + 4i 4
utilizada para aproximar funções. Elas recebem esse nome em e w = 1 + i 3 . Se m = , então m vale:
z 2 + w 3 + 6 - 2i
homenagem ao matemático inglês Brook Taylor. Várias funções
podem ser aproximadas por esse método, que, por envolver derivadas a) 34 b) 26 c) 16 d) 4 e) 1
de funções, só é ensinado nas disciplinas de Cálculo.
Entre as funções que estudamos, existem três que merecem Resolução: (Alternativa A)
destaque: Utilizando a forma exponencial, temos:
iπ iπ
x2 x3 z = 2e 4
e w = 2e 3
ex = 1+ x + + + ...
2! 3!
x2 x4 x6 Dessa forma, temos então que o numerador é dado por:
cos x = 1 − + − + ... w 6 + 3.z 4 + 4i = 64.e 2 πi + 3.16.e πi + 4i = 16 + 4i
2! 4! 6!
x3 x5 x7
sen x = x − + − + ... Fazendo o mesmo para o denominador:
3! 5! 7!
iπ
A partir destas fórmulas, podemos calcular o valor das funções seno, z 2 + w 3 + 6 − 2i = 4.e 2
+ 8.e i π + 6 − 2i = −2 + 2i
cosseno e exponencial em pontos não só reais, como também
complexos! De fato, como o lado direito de cada expansão depende 16 + 4i
2
272
apenas do valor “x”, nada impede que utilizemos valores complexos. Dessa forma temos m = 2
= = 34 .
−2 + 2i 8
Ora, isso motivou vários matemáticos a fazerem a seguinte
substituição:
x = i .θ , onde i é a unidade imaginária
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Resolução: (Alternativa E)
E' Do binômio de Newton, temos:
12
⎛ 33 x ⎞
12
⎛ 1
−
1
⎞
3 2 −1 3 3 1
⎟ = ⎜ ⎜⎛ ⎟⎞ x 3 − ⎜⎛ ⎟⎞ x 6 ⎟ =
5x
⎜ −3
(II) VOLUMES: PAPPUS-GULDIN ⎜ 5x
⎝ 3 x ⎟
⎠ ⎜⎜ ⎝ 5 ⎠ ⎝5⎠ ⎟⎟
Seja S a área da figura e d a distância do centro de massa ao eixo de ⎝ ⎠
rotação EE’. O volume V do sólido obtido pela rotação da figura em 12 − k k
⎡ 1
⎤ ⎡ −
1
1⎤
36 − 5 k
3 k − 24
torno do eixo EE’ é dado por: 12
⎛ 12 ⎞ ⎛ 3 ⎞ 2 − 1 ⎛3⎞ 3 12
⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ 6
= ∑ ⎜ ⎟ ⋅ ⎢⎜ ⎟ x 3 ⎥ ⋅ ⎢ − ⎜ ⎟ x 6 ⎥ = ∑ ⎜ ⎟ ⋅ ( −1)k ⎜ ⎟ ⋅x 6
V = 2π ⋅ S ⋅ d k =0 ⎝ k ⎠
⎢⎝ 5 ⎠ ⎥ ⎢ ⎝5⎠ ⎥ k =0 ⎝ k ⎠ ⎝5⎠
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
E
36 − 5 k
3 k − 24
⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ 6
E o termo geral de tal binômio é: Tk +1 = ⎜ ⎟ ⋅ ( −1)k ⋅ ⎜ ⎟ ⋅x 6 .
⎝k ⎠ ⎝5⎠
S d Assim, para que tenhamos o termo independente de x, o expoente de
•
3k − 24
x deve ser zero. Logo, = 0 ⇔ k = 8 . Portanto, o termo
6
independente de x é obtido se k = 8 , e tal termo é:
4
−
⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ 6 25
E’ T9 = ⎜ ⎟ ( −1)8 ⎜ ⎟ x 0 = 495 3 ⇔ T9 = 165 3 75 .
⎝8⎠ ⎝5⎠ 9
Exemplo: (IME 2010) Sejam ABC um triângulo equilátero de lado Se podemos desenvolver o binômio de Newton, também podemos
2 cm e r uma reta situada no seu plano distante 3 cm do seu desenvolver o polinômio de Newton, que é conhecido como polinômio
baricentro. Calcule a área da superfície gerada pela rotação desse de Leibniz.
triângulo em torno da reta r.
a) 8π cm2 b) 9π cm2 c) 12π cm2 Tal polinômio é obtido do desenvolvimento de ( x1 + x2 + + x p )n .
d) 16π cm2 e) 36π cm2 Pensando analogamente ao binômio de Newton, podemos
desenvolver o polinômio de Leibniz como uma generalização do
Resolução: (Alternativa E) binômio. Assim:
Como a distância x do centro de massa do triângulo à reta r é 3 cm,
temos, pelo teorema de Pappus-Guldin, que a área da superfície n!
+ x p )n = ∑
α
gerada é dada por A = 2π ⋅ x ⋅ p , onde p é o perímetro do triângulo ( x1 + x2 + x1α1 x2α2 xp p ,
α1 ! α 2 ! α p !
equilátero. Logo:
onde α1 + α 2 + + αp = n .
A = 2π ⋅ x ⋅ p = 2π ⋅ 3 ⋅ 6 ⇔ A = 36π cm2
⎝ n − 1⎠ n
⎝ ⎠
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DICAS PARA A PROVA DO ITA
No vestibular de 2006, o tópico de Teoria dos Conjuntos rendeu um Equações algébricas que são importantes no vestibular do ITA, sendo
total de três questões, ou seja, 10% da prova. Pode parecer pouco, um assunto recorrente nesse vestibular, são as equações polinomiais
mas na verdade esse foi um dos tópicos mais cobrados, justamente recíprocas. Vamos desenvolver dois pontos: como reconhecer tais
por ser um tema que exige boa capacidade de abstração por parte equações e como trabalhar com elas.
dos candidatos.
(I). Reconhecimento
Conjunto: é uma coleção de elementos. Uma equação da forma an ⋅ x n + an −1 ⋅ x n −1 + + a1 ⋅ x + a0 = 0 é dita
a) vazio: não possui elementos
recíproca se e somente se ak = ±an − k , com 0 ≤ k ≤ n . Isto fornece um
b) unitário: possui um único elemento
c) universo: conjunto que possui todos os elementos conjunto de equações “simétricas”, por exemplo:
Relação de pertinência: se x é um elemento do conjunto A ⇒ x ∈ A . a) 2 x 2 + 3 x + 2 = 0 ;
Caso contrário, x ∉ A . b) 4 x 3 − 3 x 2 + 3 x − 4 = 0 ;
c) a ⋅ x 6 − b ⋅ x 5 + c ⋅ x 4 − c ⋅ x 2 + b ⋅ x − a = 0 , com a ≠ 0 ;
Subconjunto: se todos os elementos de um conjunto A pertencem a
d) a ⋅ x 5 + b ⋅ x 4 + c ⋅ x 3 + c ⋅ x 2 + b ⋅ x + a = 0 , com a ≠ 0 .
um conjunto B então A é subconjunto de B, ou seja, A ⊂ B .
p
Se a = 2 , ficamos com a equação 0 ⋅ x = 0 , que é satisfeita para todo
técnica de resolução é dividir a equação por x 2 , onde p é o grau do
x ∈ . Nesse caso, temos conjunto verdade V = .
polinômio resultante, e usar as identidades a seguir:
1 1 1
x + = α , x 2 + 2 = α 2 − 2 , x 3 + 3 = α3 − 3α ,... Se a = −2 , ficamos com a equação 0 ⋅ x = −4 , que não é satisfeita
x x x
para nenhum valor real de x. Assim, temos conjunto verdade V = ∅ .
Exemplo: (ITA 1997) Seja S o conjunto de todas as raízes da
a−2 1
equação 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 0 . Sobre os elementos de S podemos Se a ≠ 2 e a ≠ −2 , temos x = = e, nesse caso, o
afirmar que: (a + 2) ⋅ (a − 2) a + 2
a) todos são números reais. ⎧ 1 ⎫
b) 4 são números reais positivos. conjunto verdade V = ⎨ ⎬ é unitário.
⎩a + 2 ⎭
c) 4 não são números reais.
d) 3 são números reais positivos e 2 não são reais.
Via de regra, nesse tipo de exercício, o aluno deve ficar muito atento
e) 3 são números reais negativos.
para as condições de existência sobre a variável x, principalmente
com relação a valores do parâmetro que zeram algum denominador,
Resolução: (Alternativa D)
raízes de índice par (que só existem em para radicandos não-
A equação é recíproca de segunda espécie, de modo que x = 1 é negativos), etc.
raiz. Dividindo p( x ) = 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 por x − 1 , temos:
p( x ) = 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 2 ⋅ ( x − 1) ⋅ ( x 5 − x 4 − x 3 − x 2 − x + 1) Um cuidado extra é necessário ainda para resolver inequações
envolvendo parâmetro, pois nesse caso, deve-se atentar para as
condições em que o sinal da inequação se mantém ou se inverte.
A equação x 5 − x 4 − x 3 − x 2 − x + 1 = 0 , por sua vez, é recíproca de Considere, por exemplo, a inequação, na variável x:
primeira espécie e grau ímpar, de modo que x = −1 é raiz, e podemos (a 2 − 4) ⋅ x ≥ a − 2
dividir por x + 1 :
p( x ) = 2 ⋅ ( x − 1) ⋅ ( x + 1) ⋅ ( x 4 − 2 x 3 + x 2 − 2 x + 1) Começamos, novamente, fatorando a expressão no primeiro membro:
(a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2
A equação x 4 − 2 x 3 + x 2 − 2 x + 1 = 0 é recíproca de primeira espécie e
grau par. Como x = 0 não é raiz, dividindo os dois membros por x 2 , Se a = 2 , ficamos com a inequação 0 ⋅ x ≥ 0 , que é satisfeita para
vem que: todo x ∈ . Nesse caso, temos conjunto verdade V = .
2 1
x 4 − 2x 3 + x 2 − 2x + 1 = 0 ⇔ x 2 − 2x + 1 − + 2 = 0 Se a = −2 , ficamos com a inequação 0 ⋅ x ≥ −4 , que também é
x x
satisfeita para todo x ∈ . Assim, aqui também temos conjunto
1 1 verdade V = .
Fazendo a troca de variáveis x + = α , temos x 2 + 2 = α 2 − 2 , de
x x
modo que caímos na equação em α : Se a ≠ 2 e a ≠ −2 , devemos agora analisar o sinal do coeficiente
1 a 2 − 4 . Considerando a função f (a ) = a 2 − 4 , temos graficamente:
α 2 − 2α − 1 = 0 ⇔ α = 1 ± 2 ⇔ x + = 1 ± 2
x
Temos:
x+
1
= 1 + 2 ⇔ x 2 − (1 + 2) ⋅ x + 1 = 0 ⇔ x =
1+ 2 ± 2 2 − 1
+ +
x 2 –2 2 a
E ainda: –
1
x + = 1 − 2 ⇔ x 2 + ( 2 − 1) ⋅ x + 1 = 0
x
Δ = ( 2 − 1)2 − 4 ⋅ 1⋅ 1 = −2 2 − 1 < 0
Assim, se a < −2 ou a > 2 , tem-se a 2 − 4 > 0 , de modo que:
1 ⎡ 1 ⎡
(a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2 ⇒ x ≥ ⇒V = ⎢ , + ∞⎢
Portanto, das seis raízes (complexas) da equação a+2 ⎣a + 2 ⎣
2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 0 , temos quatro raízes reais, das quais três
Por outro lado, se −2 < a < 2 , tem-se a 2 − 4 < 0 e, portanto:
1+ 2 ± 2 2 − 1
positivas (1 e ) e uma negativa (–1), além de duas 1 ⎤ 1 ⎤
2 (a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2 ⇒ x ≤ ⇒ V = ⎥ −∞ ,
complexas não-reais. a+2 ⎦ a + 2 ⎦⎥
EQUAÇÕES COM PARÂMETROS O exemplo a seguir foi, originalmente, uma das questões, proposta
pela então Tchecoslováquia, presentes na prova da quinta Olimpíada
Discutir uma equação, ou uma inequação, em função de um ou mais Internacional de Matemática (IMO), realizada em 1963.
parâmetros, consiste em determinar, para cada valor assumido pelos
parâmetros, o conjunto verdade das mesmas. Considere, por Exemplo: (ITA 2007) Considere a equação:
exemplo, a equação a seguir, na variável x:
(a 2 − 4) ⋅ x = a − 2 x2 − p + 2 x2 − 1 = x .
Vamos analisar o conjunto verdade, em , dessa equação, em a) Para que valores do parâmetro real p a equação admite raízes
função do parâmetro real a. Observe que podemos fatorar o reais?
coeficiente de x no primeiro membro da equação: b) Determine todas essas raízes reais.
(a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x = a − 2
Resolução:
Muito cuidado para não cancelar diretamente o fator (a − 2) , pois ele Da condição de existência em sobre as raízes de índice par,
pode ser zero. temos:
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DICAS PARA A PROVA DO ITA
⎪⎧ x − p ≥ 0
2
⎪⎧ x ≥ p
2
(I) Se p < 2 , o denominador é positivo, de modo que podemos
⎨ 2 ⇔⎨ 2
⎪⎩ x − 1 ≥ 0 ⎪⎩ x ≥ 1 (II) multiplicar os dois membros da inequação por 8 ⋅ (2 − p ) , mantendo o
sinal da inequação:
Além disso, desde que essas condições sejam satisfeitas, tem-se por p 2 − 8 p + 16 ≥ 16 p − 8 p 2 ⇔ 9 p 2 − 24 p + 16 ≥ 0 ⇔ (3 p − 4)2 ≥ 0
consequência:
⎧⎪ x 2 − p ≥ 0 Sendo o primeiro membro da última inequação um quadrado perfeito,
⎨ ⇒ x = x 2 − p + 2 x 2 − 1 ⇒ x ≥ 0 (III) a desigualdade sempre será satisfeita (para p < 2 ).
⎩⎪ x − 1 ≥ 0
2
≥0 ≥0
( p − 4)2
Levando em consideração as restrições (I), (II) e (III), elevamos Para a condição (II), temos: x 2 ≥ 1 ⇔ ≥1
8 ⋅ (2 − p)
ambos os membros da equação irracional ao quadrado, observando,
Novamente levando em consideração que o denominador é positivo
porém, que podemos introduzir novas raízes na equação obtida a
partir desse ponto, que não satisfazem a equação original. Daí a para p < 2 , como no caso anterior, segue que:
necessidade de verificar as três condições obtidas até então. ( p − 4)2 ≥ 8 ⋅ (2 − p ) ⇔ p 2 − 8 p + 16 ≥ 16 − 8 p ⇒ p 2 ≥ 0
( )
2
x 2 − p + 2 x 2 − 1 = ( x ) ⇔ 4 x 2 − p x 2 − 1 = ( p + 4) − 4 x 2
2
(4 ) = ( ( p + 4) − 4 x 2 ) ⇔ (16 − 8 p ) ⋅ x 2 = p2 − 8 p + 16
2 2
x2 − p x2 − 1 Assim, a condição sobre o parâmetro real p para que se tenha
4−p
⇔ 8 ⋅ (2 − p ) ⋅ x 2 = ( p − 4)2 x= como raiz da equação apresentada é:
2 2 ⋅ (2 − p )
Se p = 2 , temos a equação incompatível: 0 ⋅ x 2 = 4 . ⎧p < 2
⎪ 4
⎨ 4 ⇒0≤p≤
⎪0 ≤ p ≤ 3 3
Se p = 4 , temos: x = 0 , o que não satisfaz a condição (II). ⎩
⎧⎪2 − p < 0 ( p − 4)2 Resumimos toda essa análise respondendo formalmente aos dois
Se p > 2 e p ≠ 4 , temos: ⎨ ⇒ x2 = < 0 , também itens do exercício:
⎪⎩( p − 4) > 0
2
8 ⋅ (2 − p )
4
impossível em . a) A equação admite raízes reais apenas para 0 ≤ p ≤ .
3
x
( p − 4)2 Nesse caso, associamos, para cada x ∈ , com −1 ≤ ≤ 1 , um único
Para a condição (I), temos: x 2 ≥ p ⇔ ≥p. 2
8 ⋅ (2 − p )
x
θ ∈ [0, π] tal que = cos θ ⇔ x = 2cos θ . Além disso, garantida a
2
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DICAS PARA A PROVA DO ITA
1ª Resolução:
Pela condição de existência sobre a raiz quadrada, temos: θ
1 − x 2 ≥ 0 ⇔ −1 ≤ x ≤ 1 x
–1 cos θ 1
é a reta ficar totalmente acima da semicircunferência. Assim, o maior COMENTÁRIOS FINAIS DE MATEMÁTICA
valor do parâmetro a que ainda dá certo é aquele que torna a reta
tangente à semicircunferência, como ilustra a figura: É importante ficar claro que, embora o vestibular do ITA seja uma
y prova de grande inteligência, na qual muitas vezes existem dois ou
mais métodos de resolução para uma dada questão (um normalmente
mais rápido e outro um pouco mais trabalhoso), o mais importante é
RESOLVER O EXERCÍCIO. De fato, não importa o caminho, e sim o
resultado. Embora seja muito importante manter o espírito crítico e
refletir a cada questão, não vale à pena perder muito tempo
procurando um caminho curto quando se sabe uma maneira de
resolver a questão, pois tempo é um bem precioso nesse
1 vestibular. Boa prova!
45° 45°
x
–1 1 a
1
Nesse caso, temos cos 45° = ⇔a= 2 .
a
Portanto, de acordo com os gráficos, a inequação tem solução se e
somente se a ≤ 2 .
Resolução:
Primeiramente definimos os eventos: