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Brasília - DF
2019
ALEXANDRE NONINO
Brasília
2019
N813p Nonino, Alexandre.
Perfil clínico e genômico de pacientes com Mielofibrose/ Alexandre
Nonino – 2019.
114 f.: il. ; 30 cm.
CDU 616
Ao Prof. Rinaldo Wellerson Pereira, meu orientador, pela confiança e liberdade que me
proporcionou, pelas discussões riquíssimas tendo ciência ou qualquer outro tema de fundo e
pelo exemplo de buscar “mens sana in corpore sano”.
À Profa. Juliana Forte Mazzeu, por ter acreditado na formação de uma linha de pesquisa
sobre Mielofibrose, pela disponibilização da estrutura do laboratório de Genética da UnB e pelo
auxílio inestimável na análise dos CMAs.
À Profa. (e futura colega médica) Cíntia do Couto Mascarenhas, pelo apoio nos estágios
iniciais deste projeto.
NONINO, Alexandre. Perfil Clínico e Genômico de Pacientes Com Mielofibrose. 2019. 111
folhas. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia) –
Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2019.
4 Resultados ..................................................................................................... 52
4.1 Achados clínicos e laboratoriais ........................................................................ 52
4.1.1 Distribuição das mutações driver ....................................................................... 53
4.2 Tratamentos e desfechos clínicos ...................................................................... 55
4.2.1 Complicações trombóticas e hemorrágicas ....................................................... 56
4.2.2 Progressão para fase acelerada ou blástica ....................................................... 56
4.2.3 Sobrevida Total................................................................................................... 56
4.2.3.1 ST versus mutações driver ......................................................................................... 57
4.2.3.2 ST versus IPSS ao diagnóstico .................................................................................... 57
4.2.3.3 Impacto de outros fatores analisados sobre a ST ...................................................... 58
4.3 Resultados do Next Generation Sequencing ...................................................... 59
4.4 Alterações cromossômicas detectadas por CMA ............................................... 62
4.4.1 Padrões de associação entre alterações genômicas .......................................... 65
4.5 Avaliação prognóstica baseada nos achados genômicos.................................... 67
5 Discussão ....................................................................................................... 71
6 Conclusões ..................................................................................................... 83
7 Referências .................................................................................................... 85
1 INTRODUÇÃO
Na PV (linha 1) há aumento da massa eritrocitária (tubo à esquerda), medula óssea (MO) com hiperplasia mieloide e fibrose
medular ausente ou leve. Na TE (linha 2) há plaquetose, MO normocelular, com hiperplasia megacariocítica e fibrose ausente ou
leve. Na MF (linha 3) ocorre padrão leuco-eritroblástico no sangue e, classicamente, fibrose medular.
Fonte: Adaptado de Campbell (2006)2
17
1.2.2 Elucidação das alterações genéticas e dos mecanismos fisiopatogênicos das NMPs
clássicas Ph negativas
Sem sinalização
Na presença de ligante, o receptor de Epo sofre alteração conformacional, autofosforilação e fosforilação de JAK,
seguida de ativação de vias intracelulares. JAK2 mutante promove estes efeitos na ausência de Epo.
Fonte: Campbell (2006)2
Este achado foi inicialmente surpreendente, uma vez que a CALR não é um receptor de
citocinas e não era um participante conhecido da via JAK-STAT. Suas funções mais bem
caracterizadas são de molécula chaperona no Retículo Endoplasmático (RE), auxiliando na
aquisição da conformação espacial de suas proteínas clientes e de reguladora da homeostase de
cálcio25. Contudo, o conhecimento de que MPL é uma proteína cliente de RE, de que mutação
de CALR é encontrada apenas em pacientes com TE e MF (similar às mutações de MPL) e,
ainda, de que CALR mutante em modelos animais causa fenótipo mieloproliferativo apenas na
presença de MPL, sugeria que estes mutantes ativavam a sinalização de MPL26. Estudos
subsequentes demonstraram que o mecanismo molecular desta ativação se dá pela ligação entre
a porção C-terminal da CALR mutante e MPL, induzindo fosforilação de JAK2 e ativação da
sinalização downstream27.
Mais de 50 mutações diferentes de CALR foram descritas. Duas delas, porém, perfazem
aproximadamente 80% dos casos: E364fs (tipo 1), quando ocorre deleção de 52 pares de base
(pb) e K385fs (tipo 2), quando há inserção de 5pb28.
1.2.2.4 Mutações determinantes das NMPs clássicas são exclusivas e convergem para a
ativação da via JAK-STAT.
A descoberta das mutações dos genes JAK2, MPL e CALR explica o mecanismo de
desenvolvimento de doença em ao menos 90% dos casos das NMPs clássicas, através da
convergência da ativação da via JAK-STAT (figura 3).
Estudos de Sequenciamento de Exoma Total (Whole Exome Sequencing, WES) em
pacientes Triplo-Negativos (TN) encontraram outras mutações com ganho-de-função nos genes
JAK2 e MPL, com consequente ativação da mesma via29.
Figura 3. Mutações dos genes JAK2, MPL e CAL-R levam a mieloproliferação excessiva por meio da ativação
constitutiva das mesmas vias de sinalização downstream.
Fatores específicos dos pacientes também podem influir na apresentação, como gênero,
adequação de estoques de ferro, função renal/níveis de Epo e variações genéticas germinativas,
além do tipo de CTH ou progenitora em que ocorre a mutação (figura 4).
Figura 4. Apresentação Clínica das NMPs na fase crônica e relação com mutações driver.
Figura 5. Prevalência (%) das mutações somáticas adicionais e proporções relativas entre as 3 NMPs clássicas.
As mutações envolvendo genes associados à regulação epigenética e estrutura da cromatina são as mais frequentes.
Fonte: Grinfeld (2017)36
Figura 6. Resumo das vias regulatórias epigenéticas afetadas por mutações conhecidas nas NMPs.
Figura 6. Resumo das vias regulatórias epigenéticas afetadas por mutações conhecidas nas NMPs.
Bloqueio de Diferenciação
Expansão de Células-Tronco
Progressão de Doença
Mutações de ganho ou perda de função em diferentes genes associados à regulação epigenética e estrutura da
Mutaçõeslevam
cromatina de ganho ou perda
a aumento de função de
de expressão emgenes
diferentes genesa associados
associados à regulação
expansão das epigenética
CTH e bloqueio e estrutura da
de maturação.
cromatina levam a aumento de expressão de genes associados a expansão das CTH e bloqueio de maturação.
Fonte: Grinfeld (2017)3636
Fonte: Grinfeld (2017)
Factor 1 (U2AF1) e Zinc Finger RNA Binding Motif and Serine/arginine Rich 2 (ZRSR2),
também são encontradas em NMPs, particularmente na MF e em casos de síndrome de overlap
NMP/SMD. O papel destas mutações na patogênese não é totalmente compreendido, mas levam
a mis-splicing de múltiplos genes e agem também desregulando a função de PRC236.
A figura 6 esquematiza a inter-relação de diferentes vias de controle epigenético e de
splicing que levam à desregulação de genes envolvidos no comportamento das CTH.
1.2.2.6.4 Heterogeneidade da arquitetura clonal
Estudos de Sequenciamento de Próxima Geração (Next Generation Sequencing, NGS)
direcionados a genes de interesse, quando realizados em colônias de células mononucleares
derivadas de pacientes com NMPs, permitem inferir a ordem de aquisição das mutações
somáticas cooperativas, entender a arquitetura clonal e a correlação do número ou tipo de
mutação com os desfechos clínicos. Um destes estudos37 mostrou que pacientes com sub-clones
apresentando mutações somáticas adicionais tem maior risco de transformação leucêmica e pior
sobrevida.
A figura 7 mostra a arquitetura clonal de 8 pacientes com NMPs. Uma das observações
importantes destes estudos é de que a grande maioria de mutações somáticas já estavam
presentes ao diagnóstico da NMP e muito poucas mutações adicionais são detectadas durante
seguimento.
observação é a de que estes indivíduos têm risco aumentado para o desenvolvimento de eventos
arteriais coronarianos (HR=2.0) e de mortalidade em geral (HR=1.4)41.
Figura 7. Padrão de evolução clonal de pacientes com NMPs com mutações somáticas múltiplas
Estudos em colônias derivadas de CTL permitem inferir a arquitetura clonal e a sequência de aquisição das
mutações. A maioria das mutações já está presente ao diagnóstico.
Fonte: Lundberg (2017)37
doenças do desenvolvimento por expressão anormal de genes com imprint, mas podem ser
encontradas em controles saudáveis48.
CN-LOH pode levar a duplicação de alteração germinativa predisponente a neoplasia (A), ou de uma mutação adquirida (B);
também pode levar a perda de uma marca epigenética repressiva (C) ou redução de expressão gênica por duplicação de marca
epigenética repressiva (D); Deleções podem levar ao aparecimento de efeitos de uma alteração germinativa predisponente (E), de
mutações (F) ou a consequências de alterações do equilíbrio de padrões epigenéticos (G, H) e de haplo-infuficiência (I).
Fonte: O’Keefe (2010)49
padrão-ouro para esta distinção, critérios de tamanho da área de CN-LOH são frequentemente
utilizados. UPDs germinativas tipicamente são menores [mediana de 1,3 megabases (Mb) e 99º
percentil em 8,5 Mb]51 que as adquiridas. Em neoplasias hematológicas, as regiões de LOH
frequentemente tem extensão superior a 20-25 Mb. 49,52.
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A) resultante de recombinação mitótica entre cromossomos homólogos; B) Como consequência de deleção seguida
whereby the de lostrecombinação
region is replaced using the remaining
usando o homólogo a Thus,
allele as como copy number variants and segmental duplications may
modelo
template can lead to segmental LOH (Figure 2). represent DNA breakage-prone regions that may contribute to the
Fonte: O’Keefe
Mitotic recombination (2010)a 49major
is considered ; contributor to generation of chromosomal alterations by facilitating nonallelic
acquired CN-LOH.27 In the first whole-genome SNP-A study of homologous recombination, similar to fragile sites.35-37 Additional
aUPD in AML, large regions of CN-LOH were identified in 20% of mechanistic clues have been derived from colon cancer, in which
the patients studied; 8 separate nonrandom regions were identi- mitotic recombination appears to be important for inactivating
fied,6 differing in locations from those identified in similar studies tumor suppressor genes. The APC gene located at 5q21 is
1.2.2.11 aUPDs nas Neoplasias Mielóides
of epithelial cancers.28,29 Most regions of homozygosity were frequently mutated, often in a homozygous constellation resulting
partial but extended to the telomere, consistent with UPD occurring from CN-LOH, through a mitotic recombination mechanism.38
1.2.2.11.1 aUPD do segmento 9p
as a result of a single mitotic recombination. Subsequent studies of Studies demonstrate that copy number changes in aneuploid/
other myeloid malignancies also identified partial aUPD as the polyploid colorectal tumors generally occur as additional genetic
most frequent type of CN-LOH in these disorders.1 However, events, whereas LOH by mitotic recombination is an early event
Esta alteração foi descrita em cerca de um terço dos pacientes com PV53 e seu
investigations of the molecular basis for somatic NF1 inactivation that initiates tumorigenesis.39 By mapping mitotic recombination
in childhood leukemias associated with neurofibromatosis type I breakpoints between the centromere and APC, they were again
significado ficou obscuro até a descrição das mutações de JAK2. Os pontos de quebra se
elegantly illustrated that interstitial UPD can also represent a found to be nonrandom, with the highest frequency close to locus
pathway of aUPD by double-homologous recombination events30; control regions at 68 to 71 Mb, far from APC. Low copy repeats
distribuem ao longo do braço curto do cromossomo 9, entre o lócus JAK2 e o centrômero,
8 of 10 cases had large LOH, half were partial UPD, but 4 had predispose to chromosomal breakage, perhaps via replication fork
interstitial UPD. Preferred sites of mitotic recombination were also stalling, leading to mitotic recombination and ultimately CN-LOH.
identified, with a clustering of the centromeric and telomeric In contrast, breakpoints involved in APC copy number 18 loss
sugerindo que não há um sítio frágil específico para recombinações .
breakpoints. Similarly, a careful analysis of the sites of aUPD clustered to a different, more centromeric region near a suggested
origin in low-risk MDS showed that 43% of UPD regions were area of the greatest chromosomal fragility. Consequently, it is
aUPD9p em pacientes com JAK2 mutado é o principal mecanismo de aquisição de
localized to within or as part of a previously identified fragile site.31 possible that breakage through the centromere cannot be readily
Fragile locations correspond to known sites of frequent genomic repaired by mitotic recombination because the exposure of pericen-
homozigose para a mutação, o que pode influir, através de efeito de dose do gene, no fenótipo
instability. They are associated with the breakpoints of chromo- tromeric repeats produces a chromosome that is prone to nonspe-
somal aberrations in hematologic malignancies32 and often track cific pairings and recombination.
with regulatory microRNA amplifications and deletions.33 Specific oncogenes have also been implicated in mechanisms of
da doença. Como há grande variação na taxa de recombinação mitótica em indivíduos normais,
A high-resolution SNP-A profiling of mantle cell lymphoma genomic instability, which make these intriguing candidates to
(MCL) cell lines and primary tumors34 has provided additional consider as potentially mechanistically involved in the generation
fatores genéticos e ambientais que influenciem esta suscetibilidade podem ter impacto em qual
insight into mechanics of aUPD. In MCL, pathognomonic t(11; of CN-LOH. For example, BRCA1/2 has been linked to UPD seen
14)(q13;q32) are associated with secondary chromosomal alter- in ovarian cancer.40 Cyclin D1 is overexpressed in the majority of
ations, including frequent areas of partial UPD, such as54
NMP pode-se desenvolver . UPD17p MCLs, which have abundant aUPD.34 UPD has also been associ-
coinciding with homozygous TP53 inactivation. The breakpoints ated with microsatellite instability in AML with normal karyo-
flanking the genomic alterations, including regions of UPD, were type.41 The JAK2 V617F mutation is frequently observed in classic
significantly associated with genomic regions enriched in copy MPN, and disease progression is associated with biallelic acquisi-
number variants and segmental duplications, suggesting that recom- tion of the mutation through mitotic recombination and aUPD.
bination at these regions may play a role in the genetic instability. However, in manipulated cell lines and CD34! cells from patients
29
1.3 MIELOFIBROSE
1.3.1 Epidemiologia
MFP é a menos frequentes das NMPs, com incidência inferior a 1,5 casos por 100.000
pessoas por ano. Acomete preferencialmente indivíduos de meia idade e idosos, com discreta
preponderância entre homens (em torno de 60% dos casos). Em coortes de países
desenvolvidos, a idade mediana foi de 60 a 67 anos, com apenas cerca de 5% de indivíduos
acometidos com menos de 40 anos60–62. Há poucos dados publicados sobre a epidemiologia no
Brasil63,64.
30
Evolução para Leucemia Aguda ocorre em até 1/3 dos pacientes e é a causa mais
frequente de mortalidade, seguida de progressão de doença sem transformação leucêmica
(caquexia, citopenias) e de complicações trombóticas ou hemorrágicas66.
31
Anemia ocorre em cerca de metade dos pacientes e tem etiologia multifatorial, incluindo
redução da hematopoiese medular, hematopoiese ineficaz nos sítios de metaplasia mieloide,
sequestro esplênico, sangramentos, hemólise auto-imune ou secundária ao processo
inflamatório crônico. Um achado característico no sangue periférico é a presença de anisocitose
e dacriócitos. É frequente a dependência de transfusões de hemácias para controle dos sintomas
relacionados à anemia.
O padrão das contagens de plaquetas e leucócitos é bastante variável, desde plaquetose
e leucocitose, tipicamente associada a quadro leuco-eritroblástico, a plaquetopenia e
leucopenia. Citoses são mais frequentes ao diagnóstico, principalmente nos casos de
Mielofibrose Pré-Fibrótica, e as citopenias tendem a se instalar progressivamente com o avanço
da doença e aumento da fibrose medular.
Um achado típico da MF é o aumento do número de precursores hematopoiéticos
circulantes, que podem ser identificados pela expressão da molécula de superfície CD34. A
quantificação de precursores circulantes pode auxiliar no diagnóstico diferencial com outras
NMPs67.
A histologia da medula óssea mostra, na chamada fase pré-fibrótica, hiperplasia
granulocítica e megacariocítica e os precursores plaquetários tem atipia e heterogeneidade de
forma, variando de pequenas e com núcleos hipolobados até grandes e hiperlobados. A presença
destas atipias megacariocíticas e a hipercelularidade da série granulocítica ajuda na distinção
entre TE e MFP pré-fibrótica. Esta diferenciação é importante, pois esta última tem prognóstico
de sobrevida inferior68.
A fibrose medular está presente em quase todos os casos, mas com intensidade variável.
O critério da OMS1 classifica sua intensidade de 0 a 3 e permite a distinção entre MFP celular
(ou pré-MFP) e MFP estabelecida (overt) ou em estágio fibrótico.
Ao menos 90% dos pacientes com MF apresentam mutações nos genes JAK2, CAL-R
ou MPL. Uma pequena fração dos chamados pacientes triplo negativos (TN) apresentam
mutações não canônicas no gene MPL, identificáveis em sequenciamento de alta cobertura29.
O tipo de mutação pode influenciar a apresentação da MF. Mutação de CAL-R está
associada a idade mais jovem, maiores contagens plaquetárias e melhores escores
prognósticos69.
32
Parte dos casos TN que não apresentam mutações não canônicas em genes driver tem
apresentação similar a SMD com mielofibrose, incluindo displasia multi-linhagem, citopenias
severas e sobrevida curta70.
As mutações fundadoras conferem vantagem proliferativa e viés para a linhagem mieloide. O clone neoplásico
altera o nicho medular, que por sua vez reforça a vantagem das CTL sobre as CTH normais.
Fonte: Mead (2017)78
1.3.8 Prognóstico da MF
1,5 anos, no alto risco86. A figura 11 mostra a Curva de Sobrevida Total dos diferentes grupos
de risco estratificados segundo o IPSS.
Este sistema pode ser adaptado – atribuindo-se maior valor ao achado de anemia (2
pontos) – a fim de ser utilizado em qualquer momento do seguimento, sendo então denominado
Dynamic IPSS (DIPSS)87.
DIPSS-Plus91. Alguns estudos sugerem que o prognostico favorável das mutações de CALR é
restrito às mutações do tipo 192. Em contraste, os pacientes sem uma das 3 mutações canônicas,
chamados triplo negativos (TN) tem maior risco de progressão e mortalidade. Prognóstico de
ST inferior também foi associada aos casos de carga alélica de JAK2 V617F baixa (<25%)93.
From www.bloodjournal.org by guest on April 3, 2018. For personal use only.
A figura 12 mostra a ST de uma coorte de pacientes com MF de acordo com o tipo de mutação
BLOOD, 14 AUGUST 2014 x VOLUME 124, NUMBER 7 From www.bloodjournal.org
MUTATIONS byMYELOFIBROSIS
AND PROGNOSIS OF PRIMARY guest on November
1065 15, 2018. For personal use o
driver.
2898 CERVANTES et al BLOOD, 26 MARCH
Figura 11. Estimativa de ST por Kaplan-Meyer de Pacientes com MFP de acordo com escore IPSS.
Figure 2. Cumulative incidence of thrombosis in PMF patients stratified ac- Figure 3. Cumulative incidence of leukemic transformation in PMF patients
cording to their driver mutation. Vertical tick marks indicate right-censored patients. stratified according to their driver mutation. Vertical tick marks indicate right-censored
JAK2-mutant patients had a higher incidence of thrombosis than those with CALR patients. Triple-negative patients had higher incidence of leukemic transformation compared
mutation (P 5 .021). This difference remained statistically significant after adjusting for with both CALR-mutant and JAK2-mutant patients (maximum P value equal to .043).
age (SHR, 2.19; 95% CI, 1.15-4.18; P 5 .017), the estimated risk of thrombosis being
about 2-fold in JAK2-mutant compared with CALR-mutant patients.
Figura 13. Sobrevida Total (A) e Sobrevida Livre de Leucemia (B) estratificada pelo número de mutações
Cooperativas de Alto Risco.
Um importante estudo recente38 avaliou 2035 pacientes com NMPs, 309 dos quais com
MFP, correlacionando dados clínicos com achados de alterações genômicas (mutações em um
painel de 69 genes associados a canceres mieloides, CNVs e CN-LOH) e propuseram uma
38
classificação genômica das NMPs, definindo 8 grupos com diferentes riscos de transformação
para a fase fibrótica, progressão para LMA e óbito. Criaram e validaram, ainda, um modelo
prognóstico baseado em 63 variáveis clínicas e genômicas capaz de gerar previsões
personalizadas para o risco destes eventos, tanto para pacientes com PV e TE como para os
com MFP, através de ferramenta disponível na Internet. O desempenho deste modelo, neste
estudo, foi superior aos sistemas acima descritos101.
1.3.9 Tratamento da MF
2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
1.1 JUSTIFICATIVA
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 7 - Critérios diagnósticos para Mielofibrose pós Policitemia Vera, IWG-MRT, 2008
hipercromático, bulboso ou irregular e aglomerados densos.
‡ Fibrose reticulínica secundária a infecção, doença auto-imunes ou outras condições inflamatórias
crónicas, tricoleucemia ou outras neoplasias linfóides, malignidade metastática ou mielopatias
tóxicas (crônicas).
Adaptado de: Swerdlow S.H., Campo E., Harris N.L., Jaffe E.S., Pileri S.A., Stein H., Thiele J. VJW 42
(Eds. . WHO Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues. 4th
Edition. Lyon: International Agency for Research on Cancer, 2008; 2008.
Fonte: Arber de:1 Arber DA, Orazi A, Hasserjian R, Borowitz MJ, Beau MM Le, Bloomfield CD, et al. The
(2016)
Adaptado
2016 revision to the World Health Organization classification of myeloid neoplasms and
acute leukemia. Blood. 2016;127(20):2391–406.
O DNA genômico foi extraído da amostra de sangue total por meio do método Puregene
Salting out (Gentra, Minneapolis, MN, USA) de acordo com as instruções do fabricante. De
forma breve, produziu-se lise celular com soluções hipotônicas contendo EDTA. Ao lisado
adicionou-se solução de precipitação de proteínas, que contem acetato de amônia, e o material
foi centrifugado. Para a precipitação de DNA, o sobrenadante foi transferido para um tubo
contendo isopropanol e invertido lentamente até formação de precipitado que contem DNA.
Após nova centrifugação, o sobrenadante foi retirado e adicionou-se etanol absoluto, seguido
de nova centrifugação. O tubo foi, então, drenado e deixado em temperatura ambiente para
secagem. Por fim, acrescentou-se ao tubo 200-250 μL de água milliQ. A pureza e quantidade
do DNA foram determinadas no espectrofotômetro Nanovue® (GE).
Quarenta e sete pacientes realizaram pesquisa da mutação JAK2 V617F por Reação em
Cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction, PCR) alelo-específica108 no laboratório da
Unidade de Hematologia do HBDF ou em laboratórios não associados.
Holland)110,111. Os kits continham 25 sondas de MLPA, sendo oito para mutações relacionadas
a NMPs, incluindo CALR tipos 1 e 2, KIT D816V, JAK2 V617F e exon 12 (2 sondas), MPL
W515K e W515L, além de 17 sondas de referência e nove fragmentos de controle. O mix P420-
A1 detecta mutações presentes em, no mínimo, 10 a 20% dos alelos. Para cargas alélicas mais
baixas é utilizado o mix P520-A1, com sensibilidade de detecção de mutações de51ponto com
carga alélica de até 1%.
Figura 14. EtapasFigura 11 - Visão geral da reação de MLPA
do MLPA
O mix contem sondas para mutações (picos com setas vermelhas), fragmentos Q, de controle de quantidade de
DNA (setasAlém das sondas
pretas); paraD,
fragmentos mutações, o mix
de controle dede sondas contém
desnaturação fragmentos
do DNA Q, de controle
(setas verdes); de
fragmentos específicos
quantidade
para o cromossomo X de DNA
(seta (setas
rosa) e Ypretas); fragmentos
(seta azul) e sondasD,dedereferência
controle de desnaturação
posicionadas em do DNA conservadas do
regiões
(setas
DNA (esferas verdes); fragmento X, específico para o cromossomo X (seta rosa); fragmento Y,
verdes).
específico para 112
o cromossomo Y (seta azul), e sondas de referência posicionadas em
Fonte: Nascimento (2017) . do DNA (esferas verdes) que servem para validação interna da reação
regiões conservadas
e de controle de qualidade. As setas vermelhas indicam os picos referentes às mutações. A
altura dos picos referentes aos fragmentos Q e D indicam quantidade suficiente de DNA e
desnaturação adequada.
3.5 SEQUENCIAMENTO DO PAINEL DE GENES DE INTERESSE
Figura 14 – Eletroferograma de paciente masculino com a mutação CALR tipo 1
Realizamos NGS direcionado (target NGS) para painel de 255 genes envolvidos em
leucemogênese e falência medular (Tabela 9) em 27 pacientes da coorte.
A biblioteca de DNA genômico para o target NGS foi realizada com o kit SureSelectXT
Custom da Agilent, seguindo as instruções do fabricante. De forma sintética, o DNA foi
fragmentado por sonicação [pico de comprimento de 170 pares de base (bp)], seguido de reparo
de terminações, inserção de overhang 3’dA e ligação de adaptador. Após purificação em gel
dos produtos da ligação e remoção dos adaptadores não ligados, as amostras foram submetidas
a amplificação por PCR. A seguir, a captura das sequências de interesse, constituídas por exons
e regiões de splicing dos genes listados, foi realizada por hibridização com baits de RNA
customizados. A biblioteca foi hibridizada a estas sequências de RNA por 24hs a 65oC e,
posteriormente, as sequências hibridizadas foram capturadas por seleção por beads magnéticos.
47
O DNA capturado passou, então, por amplificação por PCR e avaliação de qualidade em
bioanalyzer.
O NGS foi realizado em sequenciador Illumina Hiseq ® no laboratório Quick Biology
Inc. em Pasadena, California, EUA. Os dados do sequenciamento foram recebidos em arquivos
no formato FastQ. A etapa de filtro por qualidade e tamanho foi realizada por meio do software
CLC Bio Workbench 6.0.5 (http://www.clcbio.com). Após os filtros, as sequências foram
mapeadas contra o genoma humano (versão GRCh37/hg19 Ensembl) utilizando o software
BWA versão 0.7.10 (http://sourceforge.net/projects/bio-bwa/). A marcação de duplicatas de
PCR foi realizada com o software Picard, versão 1.94 (http://picard.sourceforge.net) e o
realinhamento ao redor de inserções/deleções e recalibramento da qualidade das bases, com as
ferramentas do Genome Analysis Toolkit (GATK; versão 2.7-4; http://www.broadinstitute.org
/gatk/index.php).
Para identificação de Variantes de nucleotídeo único (Single Nucleotide Variants, SNV)
foram utilizados os softwares MuTect (http://www.broadinstitute.org/cancer/cga/mutect) e
SomaticSniper (https://omictools.com/ somaticsniper-tool) e para identificação de indels foi
utilizado o software MuTect2 (http://www.broadinstitute.org/cancer/cga/mutect2).
Após a identificação das mutações o resultado foi convertido para Variant Call
Format 4.1 (VCF) e procedemos a anotação funcional das variantes com o software
ANNOVAR (http://www.openbioinformatics.org/ annovar/), que utiliza diversos algoritmos de
alteração funcional das proteínas e bancos de dados de frequência alélica.
• SNVs coincidentes com uma variante COSMIC (em posição genômica ou posição de
aa) não reportadas no COSMIC como somáticas e com frequência alélica (Variant
Allele Frequency, VAF) >40% foram removidas.
• SNVs com prevalência superior a 1% em qualquer um dos 3 bancos de dados
populacionais foram descartadas.
• SNVs não prevalentes nos bancos de dados de SNPs, que não coincidissem (por
mutação exata, coordenada genômica ou posição de aa) a uma variante COSMIC e que
tivesse VAF>40% foram removidas para reduzir potencial contaminação por SNP
germinativo raro e privado.
• SNVs não reportados em banco de dados de SNPs, ocorrendo em até 3 aa de distância
de uma variante reportada COSMIC foram mantidas se VAF menor que 40%, pela
possibilidade de que estas mutações representassem eventos somáticos não previamente
reportados.
• Variante com VAF <1% foram removidas.
• Inserções e deleções foram removidas se detectadas apenas em reads unidirecionais, se
localizadas em trechos de homopolímeros ou presentes em painel de amostras normais.
• Mutacões de perda de função (causadas por mutações nonsense, frameshift ou em sítios
de splicing) nos genes ASXL1, BCOR, CUX1, DNMT3A, TET2, PPM1D, EZH2,
GATA2, MBD1, RB1, RUNX1, SH2B3, NFE2, NF1, TP53, CBL, MLL3, ZRSR2 foram
mantidas, desde que descartados artefatos de sequenciamento.
Análises in silico de mutações missense de interesse foram realizadas por meio dos
aplicativos Provean, Polyphen2, SIFT (Separate Intolerable from Tolerable) e FATHMM.
(a)
Em (b)
seguida as amostras foram submetidas a PCR com objetivo de aumentar a
concentração final do DNA genômico. Amostra de produtos desta PCR foram, então,
submetidos a eletroforese em gel de agarose com brometo de etídeo a fim de confirmar o
sucesso dos passos prévios.
Tabela 8. Comparação entre as coberturas das plataformas de CMA utilizadas
Parâmetro CytoScan® 750k CytoScan® HD
Marcadores de número de Cópias
Número total de sondas 750.436 6.876.796
Marcadores não polimórficos 550.000 1.953.246
Marcadores de SNPs 200.436 743.304
Marcadores Intragênicos 532.850 1.410.535
Marcadores Intergênicos 217.586 1.286.015
Espaçamento médio 4.125 pb 1.148 pb
Intragênico 1.737 pb 880 pb
Intergênico 6.145 pb 1.737 pb
Percentual de genes cobertos (25 sondas/100kb)
Cancer genes 100% 100%
OMIM genes 83% 100%
RefSeq genes 80% 98%
Fonte: http://www. affimetrix.com
50
Os fragmentos de DNA produzidos nas PCRs foram capturados com o uso de esferas
magnéticas (Affymetrix, EUA), seguido de eluição e quantificação em espectrofotômetro.
A seguir, o DNA foi fragmentado em termociclador após mistura com reagente de
fragmentação, que foi confirmada em eletroforese em gel com brometo de etídeo, pela presença
de fragmentos entre 25 e 125 pb.
Os fragmentos de DNA assim obtidos foram, a seguir, marcados com biotina, em reação
contendo a enzima TdT (Terminal Deoxynucleotydil Tranferase), em termociclador.
A seguir, promoveram-se as reações de hibridização. Esta mistura contendo os
fragmentos de DNA e tampão de hibridização foi aquecida e a mistura desnaturada foi
depositada imediatamente em cada um dos GeneChip®. Os chips foram então incubados em
no forno de hibridização (modelo Hybridization Oven 645, Affymetrix, EUA) a 50oC durante
16 a 18 horas a 60 rpm.
Posteriormente, a lavagem e marcação dos GeneChip® foi realizada em estação
automatizada Fluidics Station 450 (Affymetrix, EUA), com tampões de marcação contendo
estreptavidina e anticorpo antiestreptavidina ligado ao fluoróforo ficoeritrina. A seguir, os chips
foram colocados no GeneChip® Scanner 3000 7G (Affymetrix, EUA). As imagens captadas
por excitação da ficoeritrina foram inicialmente submetidas a análise de controle de qualidade
geral (QC) por meio do software Genotyping Console versão 3.2.2 (Affymetrix, EUA).
Os dados de captura foram então digitalizados e os arquivos gerados foram visualizados
e analisados por meio do software de análise Chromosome Analysis Suite (ChAS) versão 3.0
(Affymetrix, EUA), que permite filtrar os dados por parâmetros de qualidade e anotação das
alterações cromossômicas (duplicações, deleções, CNVs e LOH) ao longo do genoma de cada
amostra, após normalização dos achados em relação aos controles. A estratégia de filtragem
aplicada para anotação de alterações respeitou as recomendações do fabricante: a) deleções
foram definidas como mais de 25 sondas sequenciais deletadas, b) duplicações como mais de
50 sondas duplicadas e c) LOH como regiões superiores a 5Mb. Alterações menores que
envolvam genes associados a câncer, baseados no OMIM®, foram também consideradas.
A fim de reduzir o risco de considerarmos como somática uma alteração germinativa,
todas as análises envolvendo áreas de CN-LOH consideraram apenas aquelas maiores que 10
megabases (Mb) ou que ocorreram em áreas de genes de interesse concomitantemente mutados.
A identificação de genes contidos em MARs foi feita por listagem no próprio software
ChAS e por busca no University of California Santa Cruz (UCSC) Genome Browser (www.
http://genome.ucsc.edu), com filtro para genes OMIM e alterações contidas nos bancos de
dados ClinVar e COSMIC.
51
O escore prognóstico personalizado foi calculado por meio da entrada dos dados clínicos
e genômicos em aplicativo baseado nos dados de Grinfeld et al38 e disponível em
https://cancer.sanger.ac.uk/mpn-multistage/.
4 RESULTADOS
Característica N
Hemoglobina, mediana (variação) (g/dL) 10,8 (5,9-14,5)
Leucócitos, mediana (variação) (x109/L) 11.700 (1.600-110.00)
Plaquetas, mediana (variação) ) (x109/L) 247.000 (10.000-1.814.000)
Cariótipo de Medula Óssea
Anormal/Realizados (%) 4/22 (18,2%)
Normal/Realizados (%) 18/22 (81,8%)
Não Realizado (%) 31/53 (58,5%)
IPSS
Baixo Risco (% dos disponíveis) 9 (18%)
Risco Intermediário I (% dos disponíveis) 14 (28%)
Risco Intermediário 2 (% dos disponíveis) 11 (22%)
Alto Risco (% dos disponíveis) 16 (32%)
Indisponível 3(5,3%)
Quarenta e sete pacientes (88,7%) tiveram pesquisa da mutação JAK2 V617F realizada
por PCR alelo específico, por MLPA ou NGS. Destes, 24 (51,1%) mostraram positividade para
esta mutação. Houve discordância entre os métodos em 1 caso em que o paciente foi
54
classificado como CALR mutado pelo MLPA (pico baixo pelo kit MPN MIX-2) e que a
alteração não foi encontrada no NGS.
A figura 18 mostra a distribuição das mutações driver obtidas pelos métodos de MLPA
e/ou NGS nos 36 pacientes submetidos a um ou ambos os métodos. Cinquenta porcento dos
casos apresentou mutação para JAK2 V617F.
Figura 18. Distribuição das mutações driver
Legenda: as regiões 1, 2 e 3 representam sequencias de aminoácidos com carga negativa na molécula. Dependendo de quais destas
sequencias estejam deletadas, as mutações são classificadas como tipo 1-símile (seq. 2 e 3 deletadas), outras (se apenas 3 deletada)
e tipo 2-símile (todas as 3 seq. mantidas). A sequência consensual de 36aa dos mutantes (parcial no caso da nova variante) está
colorida em laranja.
55
Tratamento N (%)
Hidroxicarbamida ou outras terapias citorredutoras 32 (60,3%)
Anagrelida 2 (3,8%)
Imunomoduladores (Talidomida) com ou sem corticosteróides 10 (18.9%)
Eritropoetina 2 (3.8%)
Androgenos 6 (11.3%)
Ruxolitinibe 1 (1.9%)
Transplante Alogênico de Medula Óssea 2 (3.8%)
Esplenectomia/Radioterapia Esplênica 6 (11.3%)
Observação 12 (22.6%)
Cinco (10,4%) casos apresentaram progressão para excesso de blastos (>10% de blastos
circulantes) ou Leucemia Aguda (>20% de blastos), após tempo mediano de seguimento de 26
meses (0,9-119,7 meses). Todos os pacientes faleceram após tempo mediano de 8,7 semanas (1
dia a 111 sem), o que revela prognóstico de ST limitada para aqueles que sofrem progressão de
doença.
Trinta e um dos 53 pacientes (60,3%) haviam falecido até dez/2018, 27 deles por
complicações relacionadas à MF.
Dos 36 pacientes com diagnóstico posterior a jan/2013, 20 (55,5%) haviam falecido,
todos por problemas diretamente relacionados à doença. A figura 19 mostra a curva de
sobrevida total deste subgrupo de pacientes. Após seguimento mediano de 44 meses, a ST
mediana foi de 35,6m.
57
Figura 19. Sobrevida Total dos pacientes com MF diagnosticados após 2013.
100
% Sobreviventes 50
0
0 20 40 60
meses
Legenda: A) ST de pacientes segundo IPSS; B) Pacientes agrupados com IPSS baixo e Intermed.1 ou Intermed.2 e Alto
MF22MF25 MF19MF02 MF15MF18MF32 MF04MF17MF29 MF34MF28MF20 MF36MF08MF16 MF05MF31 MF24MF23MF03 MF30MF06MF33 MF10MF12MF35
Os cromossomos estão representados com tamanho semelhante para facilitar a visualização. Áreas de CN-LOH com tamanho
inferior a 10Mb estão representadas com traço mais delgado.
65
A figura 29 mostra o Circos Plot das associações entre os achados mais frequentes de
CMA e as mutações driver.
Figura 29 – Circos Plot das associações de CNV e CN-LOH com as mutações driver
67
É digno de nota que 12 dos 24 pacientes assim classificados encontram-se nos grupos 1
ou 2, que apresentaram, nas coortes que validaram o escore personalizado, os piores
prognósticos.
Calculamos o escore personalizado nos 27 pacientes submetidos a NGS, 24 dos quais
dispunham também de informações de alterações cromossômicas por CMA. O tempo de
seguimento mediano deste grupo de pacientes foi de 57 meses. A figura 31 apresenta as curvas
de Sobrevida Livre de Eventos (SLE) projetadas e o desfecho observado dos 15 pacientes que
haviam falecido até dez/2018.
68
A figura 33 mostra que a ST observada em nossa coorte é, na maioria das vezes, inferior
à estimada pelo escore personalizado. Dois terços (10/15) dos casos tiveram ST abaixo da linha
de estimativa perfeita.
Tabela 16. Escores de concordância e acurácia obtidos para os modelos prognósticos IPSS e Personalizado.
5 DISCUSSÃO
Tabela 17. Dados comparativos entre diferentes coortes de pacientes com MF.
Cervantes et Passamonti et Souza MC et Benites BD et Este estudo
al. 86* al.87* al.115 al64
Internacional Internacional 3 centros 1 centro 1 centro público
(Europa) (Europa e EUA) acadêmicos acadêmico e 1 privado (não
Características brasileiros brasileiro acadêmicos)
Tipo Observacional, Observacional, Observacional, Observacional, Observacional,
Retrospectivo Retrospectivo Retrospectivo Retrospectivo Retrospectivo
Período de 1980-2007 1980-2008 2000-2011 1992-2011 2013-2018
Observação
N 1131 525 62 74 53
Seguimento NR 39,6 44 NR 43,9
mediano (meses)
Idade mediana 64(10-90) 65 (NR) 71 (40-91) 71,5(31-92) 63,5 (35-92)
% de Homens 60,5% 63,8% NR NR 54,7%
Grupos de risco prognóstico (IPSS)
Baixo 22% NR 11% 26% 16,7%∎
Intermed.1 29% 44% 32% 22,2%∎
Intermed.2 28% 29% 26% 19,4%∎
Alto 21% 16% 31% 41,7%∎
Sobrevida Total 69m NA 84% em 4 NA 35,6m∎
mediana anos
Baixo/Int.1 135m (baixo) NA (baixo) 96% em 4 NA NA∎
95m (Int.1) 170m (int.-1) anos
Int.2 48m 48m 72% em 4 122m** 53% em 48m∎
Alto 27m 18m anos 49m** 13,9m∎
Tratamentos (%)
Hydroxicarbamida
ou outros agentes 335(64) 26 (42) 66 (89) 32 (60.4)
citorredutores
Anagrelide NR 3 (4) 2 (3,8)
Talidomida e/ou NR 187(36) 4 (6) 3 (4) 10 (18,9)
Prednisona
Eritropoetina 51(11) 2 (3,8)
Androgenos 88(16) 6 (11,3)
Ruxolitinibe 0 0 0 1 (1,9)
AlloTCTH 5(0,4) 8(1,5) 1(1,3) 2 (3,8)
Esplenectomia ou NR
Radioterapia 111(9,8) 46(9) 5 (6,8) 6 (11,3)
Esplênica
Observação apenas NR 3 (4) 12 (22.6)
NR: não reportado; NT: não testado; NA: não atingida; * pacientes com MF pré-fibrótica e MF pós PV/TE foram excluídos **
ST extrapolada a partir da curva de Kaplan-Meyer publicada ∎ Análise realizada apenas em pacientes com diagnóstico posterior
a 2013.
73
secundária a MPNs JAK2 positivas não apresentam esta mutação em mais de 50% dos
casos78,117.
Nós não encontramos diferenças significativas entre diferentes frequências alélicas de
JAK2 mutado em relação à apresentação clínico-laboratorial ou ST. Outros estudos
retrospectivos, contudo, sugerem que pacientes com VAF superior a 50% tenham melhor
prognóstico que os heterozigotos96,118.
Trinta e seis porcento dos pacientes apresentavam mutação do exon 9 de CALR. A
literatura mostra que em cerca de 80% dos casos a mutação é uma deleção de 52 pb ou inserção
de 5pb. Em todos os casos mutados, porém, há uma característica comum, que é a perda parcial
(tipo 2) ou completa (tipo 1) das sequências de aminoácidos com carga elétrica negativa na
porção C-terminal da proteína. Mutações diferentes destas, a depender da alteração causada na
proteína, são classificadas como tipo 1-símile, tipo 2-símile ou, ainda, outras. As mutações tipo
1 e tipo-1 símile parecem impactar positivamente o prognóstico92,119. Na coorte aqui descrita,
2 pacientes apresentavam mutações diferentes das comuns, uma tipo 1-símile e outra tipo 2-
símile ainda não descrita na literatura ou incluída em bancos de dados de variantes patológicas.
Em ambas, a característica de perda de sequências eletricamente negativas estava presente. É
importante ressaltar que estas alterações não seriam detectadas em métodos como MLPA ou
PCR alelo-especificas, podendo levar a classificação inadequada dos pacientes.
Os casos apresentados com mutação JAK2 V617F tem idade significativamente superior
aos pacientes com mutação da CALR. Nossos dados estão em conformidade com os descritos
nas NMPs em geral. Especula-se que a intensidade de sinalização de MPL/JAK/STAT nos
casos com mutações de CALR seja superior aos casos com JAK2 e MPL mutantes, e este efeito
poderia encurtar o tempo entre a ocorrência da mutação e o início da apresentação clínica26.
Pacientes com mutação no gene JAK2 também apresentaram maiores taxas de leucócitos e uma
tendência não estatisticamente significativa a maiores escores IPSS.
Além das mutações driver, os genes mais frequentemente mutados foram aqueles
associados à regulação epigenética e estrutura da cromatina (TET2 e ASXL1, cada um em 25,9%
dos casos, DNMT3A em 22% e EZH2 em 14,8%) e relacionados ao maquinário de splicing
(SF3B1 em 18,5%, SRSF2 em 11,1% dos casos e U2AF1 em um caso). Estudos prévios
mostraram que cerca de 20 a 30% dos pacientes com MF apresentavam mutações nestes grupos
de genes, que sua prevalência era maior em pacientes com IPSS mais elevados e que sua
presença impactava o prognóstico dos pacientes de forma negativa97,120,121. Na nossa coorte,
detectamos mutações neste grupo de genes em 21/27 casos (78%). Além da maior prevalência
de pacientes com IPSS alto em nossa coorte, este maior percentual pode estar relacionado à
75
estratégia de definição de genes mutados. O estudo no qual baseamos nossa estratégia descreve
mutações adicionais em cerca de 80% dos casos de MF JAK2 positivas e próxima a 55% de
pacientes com mutação de CALR38.
Uma consideração necessária é relacionada ao momento de coleta das amostras. O
tempo mediano da coleta da amostra para sequenciamento em nosso estudo, em relação à data
da biópsia de medula óssea, foi de 72 dias (-139 dias a + 4781 dias). Embora casos com tempos
longos entre o diagnóstico e a coleta pudessem influenciar os achados, por progressão de
subclones com maior número de mutações, em MF a maioria das anormalidades genéticas já
estão presentes no diagnóstico. A exceção são genes com JARID2 e TP53 que tendem a se
acumular quando da transformação leucêmica122.
Encontramos também mutações no gene CSF1R (alias c-fms) em 3 de 27 casos (11%).
CSF1R exerce seu papel fisiológico na presença dos ligantes CSF1 e IL34, que promovem
homodimerização e autofosforilação do receptor, seguidas de ativação de várias vias intra-
celulares, incluindo a via de PI3K-AKT. A sinalização de CSF1 exerce papel na sobrevivência,
proliferação e diferenciação de precursores hematopoiéticos, especialmente de monócitos e
macrófagos123. CSF1R também promove a liberação de citocinas pro-inflamatórias e regulação
dos osteoclastos124. A atividade do receptor é inibida por diversas pequenas moléculas,
incluindo imatinibe125. Mutações em CSF1R já foram descritas em LMA com diferenciação
monocitica e em LMMC126 e em casos de neoplasias histiocíticas127.
Dois dos nossos casos apresentaram a mutação G413S (MF16 e MF20) e um (MF19) a
mutação V279M. Apenas este último apresentava monocitose evidente (6612/mm3).
Ambas as mutações missense acometem as regiões repetitivas imunoglobulina-símile
do domínio extra-celular (figura 34). Há apenas um estudo descrevendo o achado de CSF1R
G413S em MF128. Este autor aponta que em outros receptores tirosina-quinases de membrana
com estrutura similar (c-KIT, EGFR, PDGFRalfa), mutações no domínio extra-celular levaram
a ativação do receptor independente de ligantes, por interferir com regiões de regulação
negativa.
A avaliação in silico forneceu resultado sugestivo de alteração da função da proteína
para a mutação G413S em 3 dos 4 aplicativos utilizados; todos foram sugestivos de alteração
benigna/tolerada para a V279M. Os algorítmos de análise das mutações são específicos para
cada aplicativo, mas em linhas gerais baseiam-se na característica físico-química da
substituição e grau de conservação da região mutada entre espécies. Frequentemente estes testes
precedem a realização de testes funcionais, determinando quais mutações mereceriam ser
76
investigadas a seguir. Testes funcionais, entretanto, podem revelar que alterações consideradas
benignas ou neutras podem afetar de forma substancial a atividade da proteína129.
As mutações V279M e G413A acometem a porção extra-celular, nas regiões imunoglobulina-símile. Fonte:
modificado de Fischer et al130.
A CNV mais frequente na nossa casuística foi a del (13q), identificada em 4 pacientes.
Estes casos delimitaram uma MAR de 2,4Mb que contém o loco do gene RB1. Em um paciente
adicional encontramos mutação missense neste gene, perfazendo 15% de casos com disrupção
de RB1.
O gene de suscetibilidade ao Retinoblastoma foi o primeiro GST caracterizado do
ponto-de-vista molecular137. Seu produto pRB é um regulador negativo da proliferação celular
e, classicamente, mutações de RB1 tem caráter recessivo para o desenvolvimento do câncer
78
ocular. Contudo, trabalhos recentes demonstram que a presença de um único alelo funcional é
insuficiente para manter a estabilidade genômica, especialmente se acompanhado de perda de
função de outros GST, como TP53138. Um dos casos (MF30) apresentava também del(17p)
associada a mutação de TP53 e cursou com transformação leucêmica e óbito após 31 meses de
follow-up. A ocorrência de mutações somáticas associada a perda de heterozigose (LOH) do
gene TP53, um dos mais bem caracterizados GSTs, está fortemente associada à transformação
leucêmica das NMPs. Mutações no TP53 podem estar presentes por muitos anos, em baixa
carga alélica, e quando ocorre a LOH, o clone rapidamente se expande levando à progressão
para LMA37.
A frequência da del(13q) é bastante variada em diferentes casuísticas139 e deleção
críptica, como encontrada em 1 dos casos, é considerada rara140. Numa série de 2035 casos de
NMPs, a prevalência deste achado foi inferior a 0,5%38. Um levantamento do MDAnderson
Cancer Center encontrou 17 casos com del(13q) isolada, que apresentavam maior número de
blastos, fibrose medular e esplenomegalia141. Esta alteração não é considerada um parâmetro
de mau prognóstico no DIPSS-Plus. Contudo, dos 5 casos com disrupção do RB1 de nossa
coorte, 4 haviam falecido, com ST mediana de 18,5 meses.
Del (18p11) foi encontrada em 2 pacientes, sendo que um deles (MF30) apresenta
cariótipo complexo, com várias regiões de perdas em diferentes cromossomos. Trata-se de uma
alteração raramente descrita em neoplasias hematológicas.
Del (20q) foi identificada em 2 pacientes. Genes de interesse contidos nesta MAR são:
SAMHD, PTPRT, L3MBTL1, MYBL2, PIGT e NCOA3. Trata-se de uma alteração detectada em
SMD, síndromes de Overlap e é especialmente prevalente em NMPs clássicas (10-15%)80.
Outra alteração frequente em neoplasias mieloides (especialmente SMD e LMA secundária) é
del (7q)142, identificada em 2 pacientes deste estudo, ambos com doença com escores
prognósticos elevados.
Quanto à terapêutica dos pacientes, dois dados são dignos de destaque. Embora 9
pacientes tivessem idade inferior a 60a e (D)IPSS int-2/Alto, apenas 2 foram levados a
AloTCTH. Também um único paciente teve acesso ao inibidor Ruxolitinibe, a despeito dos
dados de literatura mostrarem melhora de sobrevida com esta droga quando comparada às
demais terapias disponíveis104,105. Esta medicação é indicada para casos de risco Intermediário
2 e Alto, que perfazem mais de 50% desta coorte. O acesso à droga foi limitado porque apenas
recentemente teve sua cobertura tornada obrigatória aos pacientes da rede suplementar e não
está disponível na rede publica de saúde.
79
A: Distribuição dos casos com TE, PV e MF na coorte de treino do estudo de Grinfeld et al. B: A mesma distribuição em pacientes
com MF na coorte de nosso estudo.
Nós avaliamos o desempenho do escore prognóstico personalizado proposto por estes
autores por meio do cálculo de concordância (C) para desfechos de sobrevida. De maneira
breve, estes índices são medidas da adequação para desfechos binários em um modelo de
regressão logística dependente de tempo. Um índice C igual a 1,0 significa que o modelo é
perfeito. Um valor de 0,5 significa que o modelo não é superior a predição por sorte.
O índice C pelos métodos de Harrell e Uno do modelo personalizado foram
nominalmente superiores àqueles obtidos para o IPSS. Ainda, o escore de Brier e o Erro
preditivo absoluto foram nominalmente inferiores para o primeiro modelo, sugerindo maior
acurácia. Após a publicação dos autores do Reino Unido, ainda não houve artigos publicados
de validação externa do modelo.
81
Notamos que a maioria dos pacientes brasileiros submetidos a este modelo tem ST
inferior à prevista. A principal contribuição para este desvio se deu pelo óbito precoce de 5
pacientes, com ST variando entre 3 e 7 meses, por complicações associadas a doença avançada,
caracterizada por caquexia e citopenias, ou evento isquêmico agudo.
A importância da caracterização genômica individual dos pacientes pode ser
exemplificada por dois casos representativos desta coorte. O paciente MF19 teve diagnóstico
aos 59 anos com IPSS intermediário-1 (grupo com sobrevida total mediana estimada próxima
a 8 anos). Após apenas 19 meses de seguimento, evoluiu para LMA e óbito. Os dados de NGS
mostraram mutações em JAK2 (VAF <0,5), ASXL1, SRSF2, IDH2, PTPN11 e CSF1R e CMA
revelou del TP63 e del (21q). Com estes dados, a predição pelo modelo personalizado era de
ST mediana de 21,6 meses (vide figura 30). Em contraste, a paciente MF03 teve diagnóstico de
MF TN (driver investigada por PCR alelo-específico para JAK2 V617F e MLPA) aos 43 anos,
com IPSS e DIPSS-Plus inicial Intermediário-1 (por anemia grau 2) e, após 53 meses de
seguimento, cursou com progressão do DIPSS-Plus para Intermediário-2 (por plaquetopenia
grau 1). Neste momento, com 47 anos e com doadores aparentados HLA-compatíveis,
classicamente se recomenda avaliação para AloTCTH, pois a ST mediana deste grupo é de 35
meses. O NGS revelou mutação de CALR tipo 2-símile e SH2B3 em homozigose. A aplicação
do escore personalizado prediz ST mediana de 17 anos, com baixo risco de transformação para
LMA (figura 36). Com estes dados, portanto, seria razoável considerar apenas o tratamento
clínico da anemia e controle clínico e laboratorial próximos.
6 CONCLUSÕES
A região deletada mais prevalente envolvia o loco do gene RB1. Cinco casos (15% dos
testados) apresentavam disrupção de RB1, sugerindo que haploinsuficiência deste gene
supressor de tumor tenha papel na fisiopatogênese da MF.
Onze porcento dos pacientes apresentaram mutação no gene CSF1R, alteração
raramente descrita em NMPs. Por se tratar de receptor de Fator de Crescimento associado a
proliferação de células mieloides, acreditamos que o papel destas mutações mereça ser melhor
caracterizado.
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1/7
Abstract
Myelofibrosis (MF) is characterized by increased circulating hematopoietic progenitor cells (HPCs), abnormal cytokine levels,
and the survival advantage of neoplastic progenitors over their normal counterparts, which leads to progressive disappearance
of polyclonal hematopoiesis. CD47 is a surface glycoprotein with many functions, such as acting as a phagocytosis inhibitor of
the expressing cell, that is increased in normal hematopoietic stem and progenitor cells mobilized into the blood and several
human cancer-initiating cells, such as in acute myeloid leukemia. We compared CD47 expression in hematopoietic stem and
progenitor cells of patients with MF and controls and found it to be decreased in progenitors of MF. Exposure of control HPCs to
the cytokines transforming growth factor b and stromal-derived factor 1, which are important regulators of hematopoietic stem
cell cycling and are overexpressed in patients with MF, did not modulate CD47 expression.
Key words: Myeloproliferative disorders; Primary myelofibrosis; Hematopoietic stem cells; Neoplastic stem cells; Antigens;
CD47
Introduction
Myelofibrosis (MF) is a myeloproliferative neoplasm cycling of hematopoietic stem cells (HSCs) (6). The
(MPN) that can present as de novo (primary) MF (PMF) abnormal expression of these two cytokines and their
or as MF after transformation of polycythemia vera (PV) receptors on MF HSCs can be associated with myelopro-
or essential thrombocythemia (ET). MF is characterized liferation and enhanced circulation of myeloid progenitors,
by clonal hematopoiesis, bone marrow stromal changes, and could collaborate in the disappearance of polyclonal
and myeloid metaplasia, which cause debilitating symp- HSCs (7).
toms, hepatosplenomegaly, ineffective hematopoiesis, More than 85% of patients with MF have a mutually
and increased risk of morbidity and mortality because exclusive mutation in one of the following three genes:
of bone marrow failure, thrombotic/hemorrhagic events, JAK2 (60–65%), MPL (5%), or CAL-R (20–25%). All of
and transformation to acute leukemia (1). Patients with these mutations, which are called ‘‘driver’’ mutations,
MF frequently present with blood showing a leucoerythro- activate the janus kinase-signal transducer and activator
blastic picture and an increased number of circulating of transcription (JAK-STAT) pathway. The type of driver
hematopoietic progenitor cells (HPC) characterized by mutation may have prognostic impact (8,9). Independently
the expression of CD34 antigen. The increased number of the driver mutation, circulating CAL-R protein is
of CD34 cells can help distinguish between MF and increased in patients with MF, it participates in the
other MPNs (2). inflammatory network, and correlates with the aggressive-
MF is an inflammatory disease with elevated circulat- ness of the disease (10). CAL-R induces phagocytosis,
ing levels of many cytokines and growth factors, such as is overexpressed on the surface of many human cancer
transforming growth factor b (TGF-b) and stromal-derived cells, and its prophagocytic signaling is opposed by
factor 1 (SDF-1) (3–5). TGF-b has been associated with CD47 (11).
the development of bone marrow fibrosis and is involved, The ubiquitous cell surface glycoprotein CD47 (integrin-
together with SDF-1, in the regulation of quiescence or associated protein) is an important regulator of integrin
function, but it also interacts with other proteins, such as main epidemiologic and clinical characteristics of patients
thrombospondins (TSP) and signal regulatory proteins and controls.
(SIRP). Depending on the type of cell or biological context,
ligation of CD47 may result in cell activation or apoptosis. Driver mutation genotyping
For instance, ligation of CD47 with TSP-1, a glycopro- All patients had their genotype for JAK-2, V617F, CAL-R,
tein derived from megakaryocytes, which is increased in or MPL mutation tested by multiplex ligation-dependent
MF and causes activation of TGF-b (12), can induce probe amplification assay with P420-X2 MPN Mix-2 (MrC
proliferation of some cancer cells, such as astrocytoma Holland, Netherlands).
cells, but not of their normal counterparts (13).
By binding to SIRPa, CD47 can function as a marker of Cell separation and CD34 enrichment
self on host cells (14,15). In the macrophage, triggering of Mononuclear cells (MNCs) were isolated by density
phagocytosis of a target cell is based on the balance gradient centrifugation using Ficoll-Paque (GE Healthcare
between positive prophagocytic signals and inhibitory Bio-Science AB, Sweden). The MNC fraction was then
CD47/SIRPa signaling. In hemophagocytic lymphohistio- enriched for CD34 cells using a CD34+ immunomagnetic
cytosis, a systemic inflammatory disorder characterized isolation kit (Miltenyi Biotec, USA) according to the
by phagocytosis of HSCs, these target cells were found to manufacturers’ instructions. After enrichment, a minimum
express reduced levels of CD47 (16). of 0.5 ! 106 control cells (median 0.84 ! 106 cells) and
CD47 is upregulated on circulating HSCs and on 1 !106 cells from patients with MF (median 1.8 !
several human hematologic and solid cancer-initiating 106 cells) were obtained and taken for further assays.
cells (17–19). This can be an advantageous mechanism CD34 purity for controls and patients with MF ranged from
for neoplastic cells over their normal counterparts, which 29 to 68% (median 60%) and 48 to 92% (median 75%),
allows the former to evade phagocytosis by cells of the respectively.
innate immune system. CD47 expression on leukemic
stem cells (LSCs) predicted worse overall survival of
Cryopreservation
patients with acute myeloid leukemia (AML) and anti-CD47
After separation and CD34 enrichment, MNC cells
blocking monoclonal antibodies preferentially enabled
were either frozen in isopropanol and kept at " 80°C or
phagocytosis of AML leukemic HSCs (20).
directly cultured in the presence of cytokines. Before flow
The objective of this study was to compare the expres-
cytometry analysis, cryopreserved cells were thawed at
sion of CD47 antigen on the surface of HSCs, HPCs, and
37°C and washed twice in phosphate-buffered saline
lineage-committed cells from patients with MF and con-
(PBS).
trols. We also tested whether the expression of CD47
could be modulated in control CD34-positive cells when
exposed to the abnormal concentrations of TGF-b and Control cell cultures
SDF-1 seen in patients with MF. MNC CD34-enriched control cells were incubated at
approximately 5 ! 105 cells/mL in serum-free medium
Material and Methods (Stemline II; Sigma-Aldrich, USA), in the presence or
absence of TGF-b (5 ng/mL; Sigma-Aldrich) or SDF-1
Sample collection (0.5 ng/mL; Life Technologies, USA) for 72 h at 5% CO2
The study was approved by Escola Superior de at 37.5°C.
Ciências da Saúde do Distrito Federal Research Ethics
Committee. Patients and controls were followed at Flow cytometry
Hospital de Base do Distrito Federal, Brasilia, Brazil and Multiparameter analysis of purified cells for surface
gave informed consent in accordance with the Declaration antigen expression was performed by incubating thawed
of Helsinki (1975, revised in 2000). Peripheral blood or cultured cells at room temperature for 15 minutes in
samples (n=8) were obtained from patients with MF PBS/1% bovine serum albumin and washed twice before
whose diagnosis had been established according to the flow cytometric analysis. The monoclonal antibodies were
2008 World Health Organization criteria (21) and con- anti-CD34 APC-Cy7 (clone 581; Biolegend, USA), anti-
firmed by 2016 criteria (22) and that presented with CD38 V450 (clone HIT2; Exbio, Czech Republic), anti-
increased circulating CD34-positive cells (more than CD90 PE-Cy7 (clone 5E10; Biolegend), anti-CD47 PerCP
10 cells/mL). Control marrow cells (n=4) were obtained Cy5.5 (clone CC2C6; Biolegend), PerCP Cy5.5 isotype
from previously treated patients with acute promyelocytic (clone MOPC-21, Biolegend), and lineage cocktail FITC
leukemia (APL) who were in complete hematologic against CD3, CD14, CD16, CD19, CD20, CD56 (Cat.
remission after the end of maintenance chemotherapy and No.6K01-T050; Exbio). Flow cytometric analysis was
who had their bone marrow collected as part of routine performed on a Beckton-Dickson FACS Canto II. A mini-
minimal residual disease monitoring. All controls were mum of 2400 events (median 16,500) for CD34 positive
found to be in molecular remission. Table 1 shows the cells were obtained in each sample.
Table 1. Main epidemiologic and clinical characteristics of myelofibrosis patients and controls.
For CD47 expression analysis of non-cultured cells, we higher than that of MF cells (20181±1520 vs 14961±
defined different cell populations as follows: HSC (CD34+ 955, P=0.0302) (Figure 2).
CD38- CD90+Lin-), pluripotential progenitor cells (PPC) When we analyzed each cell compartment, the expres-
(CD34+CD38-CD90-Lin-), lineage-committed progenitors sion of CD47 was significantly reduced in MF PPCs (CD34+
(LCP) (CD34+CD38+Lin-), and differentiated cells (DC) CD38-CD90-Lin-) and LCPs (CD34+CD38+Lin-) (P=0.048
(CD34-Lin+) of patients and controls. Figure 1 shows the and 0.028, respectively) (Figure 3).
gating strategy. For every population, CD47 expression
intensity was calculated by subtracting its mean fluores-
CD47 expression in CD34+ cells increased with
cence intensity (MFI) from the isotype MFI.
cell differentiation
Figure 4 shows that there was a pattern of increasing
Statistical analysis
CD47 expression along with the differentiation of CD34+
Statistics were calculated using Prism 4.0 software
cells from HSC and PPC to LCP, for both patients with MF
(GraphPad Software, USA). Comparison of CD47 expres-
and controls (P values for linear trend between column
sion between MF and control cells and between treated
mean and left-to-right column order: o0.001 and o0.05,
versus non-treated control cells used the Welch-corrected
respectively).
Student’s t-test. For comparison of expression of different
groups of cells from patients with MF or controls, one-way
analyses of variance (ANOVA) was used. Post hoc Driver mutation did not influence CD47 expression
analysis of ANOVA data included test for linear trend and in MF HSC
correction for multiple comparisons with Bonferroni test. The distribution of patients according to driver muta-
Two-tailed P values o0.05 were considered statistically tion was as follows: four patients were JAK-2 V617-
significant. positive, two were CAL-R type 2 (insertion)-positive,
one was MPL 515L-positive, and one was triple negative.
Results We compared CD47 expression in JAK2 V617F-positive
and -negative patients and CAL-R-positive and -negative
CD47 expression was reduced in MF CD34-positive cells patients. There was no significant difference between
We measured CD47 expression in control and MF these groups (P=0.843 for JAK2-positive or -negative and
CD34-positive cells. The mean MFI of control cells was P=0.359 for CAL-R-positive or -negative patients).
Figure 1. Gating Strategy. LCP: lineage committed progenitors; PPC: pluripotential progenitor cells; HSC: hematopoietic stem cells.
Figure 2. CD47 expression in control vs myelofibrosis (MF) CD34-positive (pos) cells. A, Histogram of representative experiments;
B, Comparison of average mean fluorescence intensity (MFI). Data are reported as mean±SD; Welch-corrected Student’s t-test.
PMF: primary myelofibrosis.
Figure 3. CD47 expression in different cell compartments of control vs myelofibrosis (MF) cells. A, Histograms of representative
experiments; B, Comparison of average mean fluorescence intensity (MFI) (Welch-corrected Student’s t-test). Data are reported
as mean±SD. HSC: hematopoietic stem cells; PPC: pluripotential progenitor cells; LCP: lineage committed progenitors; DC:
differentiated cells.
Figure 4. Comparison of CD47 expression among different CD34-positive cell compartments (ANOVA with Bonferroni post-test). Data
are reported as mean±SD. A, Patients with myelofibrosis; B, Controls; MFI: Mean fluorescence intensity; HSC: hematopoietic stem
cells; PPC: pluripotential progenitor cells; LCP: lineage committed progenitors; ns: non-significant.
Figure 5. CD47 expression after exposure to SDF-1 and TGF-!. A, Comparison in CD34 positive cells and B, Hematopoietic stem cells
(Welch-corrected Student’s t-test). Data are reported as mean±SD. MFI: mean fluorescence intensity.
MF, ET, and PMF (n=5). Unlike that report, our study from different sources because bone marrow aspiration
tested CD47 expression not only in total CD34-positive in patients with MF is usually unsuccessful. However,
population, but also in different hierarchic hematopoietic considering previous results showing that resident bone
populations. We found that there was an increasing marrow HSCs express less CD47 than circulating cells, the
pattern for CD47 expression as patients’ or controls’ different sources of cells could underestimate the difference
HPCs matured to LPC and that patients with MF showed between controls and MF cells. It could also be argued that
comparatively decreased CD47 expression in PPC (CD34 the CD34 cells from patients with MF do not represent
pos, CD90neg, CD38neg, Lin neg) and LCP (CD34 pos, solely the neoplastic clone, but a mixture of normal and MF
CD90neg, CD38pos, Lin neg). cells. However, unlike other MPNs, the neoplastic clone is
As HPCs from patients with MF and controls were predominant in MF hematopoiesis and, again, the admix-
submitted in vivo to different microenvironment conditions, ture of normal and malignant cells could underestimate
we tested whether this difference could be due to the difference, instead of causing it. Although the control
hematopoietic cell exposure to two of the most pathophys- samples were obtained from previously treated APL
iological important cytokines found elevated in patients patients instead of healthy individuals, they were free of
with MF serum, SDF-1 and TGF-b. We showed that CD47 cytotoxic treatment for more than 3 months, were proven
expression in control CD34-positive cells or HSCs was not not to have minimal residual disease by polymerase chain
modulated by high concentrations of these cytokines after reaction, and had normal blood counts and, therefore,
72-h culture in stem cell media. normal hematopoiesis. Two of the 8 patients with MF were
We currently do not know whether our findings have receiving treatment with HU at the time of sample collec-
any relevance to the pathophysiology of MF. CD47 is a tion, but their average CD47 expression did not differ from
glycoprotein with multiple roles. Although one of its best those without HU. Also, excluding these 2 patients from
characterized functions is inhibiting phagocytosis by the analysis did not affect our findings.
macrophages, even this role can be modulated by different In conclusion, in our experimental conditions, HPCs
protein interactions, as demonstrated in red blood cells from patients with MF have reduced CD47 expression
(RBC). CD47 can act as a molecular switch controll- compared to control cells. These findings suggest that
ing RBC phagocytosis because it undergoes structural CD47-related inhibition of phagocytosis of neoplastic cells
changes in aged erythrocytes, favoring binding to TSP-1, by macrophages may not play a role in the survival advan-
which is a protein that is abundant in the bone marrow tage of MF progenitors over their non-clonal counterpart,
stroma of MF (12). This interaction with TSP-1 changes the although this has not been tested.
‘‘don’t eat me’’ signal to a phagocytosis-inducing signal We believe our results may stimulate further investiga-
(23). Also, despite the description of CD47 expression as tion on the possible role of HPCs’ CD47-reduced expres-
an advantageous feature for neoplastic cells, CD47 ligation sion on the pathogenesis of MF.
by monoclonal antibodies can induce apoptosis in many
tumor cell lines, such as chronic lymphocytic leukemia cells Acknowledgments
(24), and binding of CD47 by TSP-1 has also been
described to induce cell apoptosis (14). We thank Peter Fogarty, MA English 1st Class, from
Our study has some possible limitations that deserve Edanz Group (www.edanzediting.com/ac), for editing a
comment. Cells from controls and patients with MF were draft of this manuscript.
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ID MF01
4p15.32p15.1(17,707,300-30,328,979)hmz
5q35.1q35.3(171,766,824-180,692,321) hmz
9p24.3p13.3(216,123-34,431,079)hmz
CMA
12q22q23.2(95,963,706-102,978,696) hmz
19p13.3p13.12(260,911-14,742,924)hmz
22q11.1q11.22(16,888,899-23,275,341) hmz
ID MF02
1q24.2q25.2(170,365,327-176,346,512) hmz
1q41q42.13(222,161,988-229,516,511) hmz
4q28.3q34.3(133,645,289-179,928,406)hmz
12q13.2q24.33(56,002,232-133,778,166)hmz
CMA
17q21.2q24.3(39,624,325-69,311,217)hmz
17p12p11.1(13,675,000-22,217,883) hmz
17q11.1q12(25,309,336-36,049,552)hmz
Xq21.33q23(97,629,749-111,888,527) hmz
ID MF03
ID MF04
ID MF05
107
ID MF06
1p35.2p34.2(30,478,995-43,548,398)hmz
9q33.1q33.2(117,808,079-124,657,456) hmz
CMA 11q23.3q24.3(120,972,517-128,650,029) hmz
13q14.13q14.2(46,722,034-49,139,504)x1
Xq22.1q22.3(99,700,785-106,311,924) hmz
ID MF07
1p22.3p13.1(86,010,458-116,805,160)hmz
11p15.5p12(372,355-41,907,116)hmzmos
12q24.31(122,161,101-122,266,479)x1;
CMA
13q13.1q21.33(33,571,752-69,638,023)x1;
14q12(27,970,825-29,004,858)x3
19q13.33(49,274,808-49,513,502)x1;
ID MF08
ID MF09
CMA 11q24.1q25(121,768,985-132,498,284)hmz
ID MF10
1p36.33p21.1(849,466-96,290,550)hmzmos
CMA 3q13.31q29(114,957,134-
197,831,255)hmzmos
ID MF12
1p12p11.2(120,553,551-120,624,056)x1
CMA
Xq13.1q21.1(70,848,162-77,290,593) hmz
ID MF13
CMA normal
ID MF14
CMA normal
ID MF15
ID MF16
ID MF17
CMA 13q13.2q14.3(34362403_53378532)x1-2,
ID MF18
ID MF19
PTPN11 G503R 96
CSF1R V279M 0,48
3q28(189048804_190139329)x1
CMA
20q11.21q11.23(29510306_34971869) hmz,
ID MF20
9p24.3q13(208,454-68,234,097)x3
CMA 18p11.32p11.21(136,227-15,170,636)x1
Xq21.33q22.2(97,970,490-103,210,146) hmz
ID MF21
CMA Normal
ID MF22
2p13.1p11.2(74,139,628-89,129,064)hmz
6q22.31q23.2(122,165,276-134,129,708)hmz
CMA
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11p14.3p13(24,549,526-35,437,736)hmz
ID MF23
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3p13q22.1(72,568,037-131,849,410)hmz
6p22.3p12.3(15,735,087-49,880,005)hmz
7q21.11q22.1(83,470,313-103,219,027)hmz
9q33.1q33.2(120,027,912-125,306,402) hmz
CMA 10q25.1q26.13(107,670,340-124,523,169)hmz
11q12.1q13.5(56,930,833-76,123,829)hmz
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16p13.2p13.11(9,182,576-16,159,628) hmz ???
Xp11.3p11.1(43,815,818-58,337,890) hmz
Xp21.1p11.4(34,218,865-40,790,309) hmz
ID MF24
CMA normal
ID MF25
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7q11.22q32.3(71110232_131244778)x1-2,
CMA
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CMA
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ID MF30
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17p13.3p13.1(2,245,751-7,158,485)x1-2
5q15q31.2(94,322,981-139,358,626)x1-2,
6p25.3p24.3(157070_7870497)x1-2
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11p11.2(46,838,250- 47,071,043)x3,
13q13.1q21.32(32877758_67527643)X1-2
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ID MF31
ID MF32
ID MF33
CMA 20q11.23q13.2(35,525,521-52,555,927)x1
ID MF34
CMA 4q24(105495445_106428401)x1
ID MF35
NGS normal
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3p13p11.1(70516420_90485635) hmz
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CMA
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18p11.22p11.21(10039132_15079294) hmz;
ID MF36
ID MF51
ID MF52
+21 (mosaico)
Xp22.31p11.4(7,951,091-37,806,422) hmz
1p36.12p34.1(20,745,484-46,602,294) hmz
5q13.2q15(70,688,401-95,373,029) hmz
1q24.2q31.1(167,513,158-190,595,906) hmz
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CMA
5q11.2q13.2(57,244,231-68,826,246) hmz
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hmz