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HISTÓRIA DA UMBANDA

Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino

Aula Digitada 02 Parte 04


Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros gramaticais
mantendo a originalidade da origem.

Olá irmãos. Vamos falar um pouquinho sobre Umbandas, porque falamos sobre origens. E dentre
as diversas origens falamos sobre a origem Afro, origem Indígena, origem Espírita, origem Cristã ou
Católica, origem Mítica, enfim, falamos sobre diversas origens. E é importante salientar que cada uma
dessas origens aparece como uma influência diversa dentro da religião de Umbanda. Então, no
momento em que a gente pratica Umbanda, existe a oportunidade de praticá-la com maior ou menor
ênfase desta ou daquela origem. O que eu quero é, há Terreiros, Tendas, Centros, Núcleos, há Templos
de Umbanda aonde a religião é praticada com maior ênfase para a sua origem Africana, outros praticam
Umbanda com maior ênfase para sua origem Indígena ou para origem Mágica ou pra dentro da Origem
Mágica e da Mítica tem a influência Esotérica. E aí, surgem as vertentes da Umbanda ou Umbandas. A
gente já havia comentado que em religião é muito comum você ter vários tipos de Cristianismo,
existem muitos Cristianismo e existem muitos Catolicismos. Existem vários tipos de Budismo e existem
várias formas de Umbanda.
Então, existe Umbanda Branca, Umbanda Pura, Umbanda Tradicional, Umbanda de Caboclo,
Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, Umbanda Trançada, Mista, Omolocô surgem muitas Umbandas.
E a gente ouve o próprio Umbandista sem entender o porquê de existirem muitas Umbandas. E é
simplesmente porque em religião a diversidade é algo muito natural, porque a diversidade é algo
natural do ser humano. O ser humano é semelhante, mas ele não é igual. Então, nós não somos iguais,
nós somos semelhantes, nós temos o mesmo corpo biológico, mas nós temos uma diversidade de
formas, de pensar, de agir, de ser e de culturas. Então, a Umbanda é uma única religião brasileira que
se manifesta por algumas formas diversas. Então, a gente pode falar em unidade e diversidade. O que é
a unidade da Umbanda? A unidade da Umbanda é aquilo que fala da sua origem e de seu fundamento de
base. Eu posso falar em Cristianismo, existe um único Cristianismo que se manifesta em vários
Cristianismos que é a diversidade do Cristianismo. Existe uma religião Católica, mas muitos
Catolicismos que são a diversidade da: a religião Católica. Então, existe a Umbanda e existe a
diversidade dentro da Umbanda. Essa diversidade, geralmente, tem uma relação forte com as origens
da religião de Umbanda. Eu vou ler um textinho aqui do Rubens Saraceni que é do livro “Umbanda
Sagrada”, ele diz: - “Umbanda traz em si energia Divina, viva e atuante, a qual nos sintonizamos a
partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais. Energias estas que se amoldam segundo
nosso entendimento de mundo”. Então, o que o Rubens ou Pai Benedito de Aruanda por meio de Rubens
Saraceni no livro “Umbanda Sagrada”, ele diz que essas energias da Umbanda atuantes no universo, nos
cosmos e até as entidades se amoldam muito segundo a nossa forma de ver o mundo. Eles nos ensinam
e ao mesmo tempo se amoldam aos nossos campos de interesse também. Pois, um grupo de
Umbandistas que tem o maior interesse pela cultura Afro, é comum praticar Umbanda um pouco mais
Africanizada. E aí, surge o termo “Umbanda Omolocô”, “Umbanda Mista”, “Umbanda Trançada”,
chegando ao ponto de inclusive praticar “Umbadoblé” ou “Candomblé de Caboclo” e aí não dizemos
mais que é Umbanda, dizemos que é uma prática que não chega a ser Umbanda e nem Candomblé ou
que pratica os dois ao mesmo tempo, mas, não dizemos Umbanda. Da mesma forma, Umbanda Branca,
geralmente o que se chama de Umbanda Branca é uma Umbanda mais Espírita, ou seja, que usa menos
elementos mágicos. Há aqueles que praticam Umbanda e definem como Umbanda Branca por não
trabalharem com a Esquerda, alguns que trabalham com Umbanda e definem como Umbanda Branca
não usam fumo, não usam bebidas, agora, se você radicalizar acaba se tornando um Espiritismo de
Caboclo, um Espiritismo de Preto Velho, se perder toda ritualística aí descaracteriza a religião de
Umbanda, é aquilo que se chama de Umbanda Branca. Alguns se identificam como Umbanda Pura, não
existe pureza ritual na religião de Umbanda, religião nenhuma tem pureza no ritual porque todas as
religiões beberam em outras religiões. Então, não existe uma pureza, o que existe é fundamento.
Umbanda Tradicional é um termo utilizado para identificar Terreiros de Umbanda que seguem uma
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mesma vertente, uma mesma Linha a mais de duas gerações. Aquilo que já existe a mais de duas
gerações já é considerado algo tradicional dentro daquela família, e aí, costuma-se dizer eu pratico a
Umbanda Tradicional. Mas, lembrando que a Umbanda tem um pouco mais de 100 anos, talvez o mais
tradicional dentro da Umbanda seja o trabalho que se realiza na “Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade”. No entanto, cada um que se sente a vontade para identificar qual é a sua Umbanda
tradicional. Umbanda Popular costuma-se chamar e identificar de Umbanda Popular a prática da
Umbanda sem interesse no estudo e no conhecimento, sem interesse de fundamentar o que se está
praticando. Umbanda Esotérica e Umbanda Iniciática, aquilo que se chama de Umbanda Esotérica
Iniciática surgiu com a Tenda Espírita Mirim fundada em 1924, que a gente vai falar mais um pouquinho
sobre ela que é a Umbanda aliada aos estudos de Ocultismo e Esoterismo, daí que surgiu a teoria da
Aumbandã. O primeiro autor a falar sobre a Umbanda Esotérica Iniciática foi Oliveira Magno em 1951.
Então, é também uma vertente, estudar a Umbanda buscando quais os seus fundamentos ocultos, daí se
tem Umbanda Esotérica Iniciática. No entanto, hoje em dia nada mais é oculto, tudo foi publicado,
então, não tem mais conhecimento secreto, que se diga esse é o conhecimento fechado do Templo que
os profanos não tem, é, ciência desse saber, não. Aliás, o grande objetivo da Umbanda não é prender o
saber na mão, nem ocultar, nem esconder. É abrir o saber, divulgar o saber, comunicar o saber, ensinar
o saber, praticar o saber que é em si a prática da religião de Umbanda.
Então, dessa forma surgem as qualificações: Umbanda Branca, Umbanda Pura, Umbanda
Tradicional, Umbanda Popular, Umbanda de Caboclo - que seria e é uma prática de Umbanda um pouco
mais Xamânica, com uma influência maior da cultura Indígena - Umbanda Esotérica, Iniciada, Trançada,
Mista, Omolocô. A questão é: qualificar ou não qualificar? Hoje em dia se diz Umbanda Sagrada. No
momento em que começou a se identificar Umbanda Sagrada na literatura do Rubens Saraceni como
“Umbanda Sagrada” não havia a intenção de diferenciar aquela forma de ver Umbanda das outras
formas de ver Umbanda. A ideia é: toda a Umbanda é sagrada. Porque senão, se uma Umbanda é
sagrada as outras seriam profanas. Então, todas as formas de Umbanda são sagradas. A única questão é:
o Rubens Saraceni disse que Pai Benedito de Aruanda sempre que se manifestava gostava de se referir a
Umbanda deixando claro que aquilo é algo sagrado, por isso, ele sempre dizia: - “A nossa Umbanda
Sagrada” – “A nossa religião de Umbanda Sagrada” – “A religião de Umbanda Sagrada”. Então, não
houve a intenção de criar uma nova vertente, mas, hoje se fala sobre a filosofia do Rubens Saraceni, o
conhecimento que ele trouxe, a revelação que ele trouxe, as obras que ele trouxe como obras da
Umbanda Sagrada. Eu não vejo problema nenhum, a única questão é de identificar, é, nesse caso
identificar por autor ou identificar por revelação ou por seguimento. Então, a gente pode também dizer
que existem seguimentos dentro da Umbanda, a Umbanda é um todo, uma unidade que em uma
diversidade de seguimentos. E hoje é inegável que existe um seguimento chamado “Umbanda Sagrada”,
ou seja, o seguimento no qual está inserido a doutrina, literatura, teologia do, revelado por Rubens
Saraceni, mas, que não tem a intenção de ser algo separado, e sim, de trazer os fundamentos, o
conhecimento acerca do todo da religião de Umbanda, de entender a religião. E nós voltamos a
questão, qualificar ou não qualificar? Não há necessidade. Quando me perguntam: “Qual a sua
religião?”, eu digo: “Minha religião é Umbanda”, eu não digo é Umbanda Sagrada. Minha religião é
Umbanda, não há necessidade de qualificar. Se minha Umbanda é Branca, Pura, Tradicional, Popular,
de Caboclo, Sagrada, Iniciática, Esotérica, não há necessidade porque tudo é Umbanda, mas, às vezes,
a questão é que às vezes, nós nos deparamos com irmãos que qualificam na intenção de se diferenciar
do todo, ou seja, aqui entra a questão do preconceito. Então, muitas vezes a gente reclama do
preconceito do outro, mas nós mesmos temos preconceito com a nossa religião. Do que é que estou
dizendo? De irmãos que quando perguntam: “Qual é a sua religião?”, ele diz: “Umbanda, mas veja bem,
eu pratico a Umbanda Branca”, isso passa uma ideia de que esta Umbanda é boa e as demais não são.
Então, é nesse ponto é, exclusivamente, nesse em que eu faço questão de dizer nesse ponto não
precisa qualificar, porque toda forma de Umbanda é boa. Porque Umbanda é religião e não importa
qual q vertente, não importa se é Branca, Pura, Tradicional, de Caboclo, Esotérica, Iniciada, Trançada,
Mista, não importa qual a vertente, se é Umbanda é para praticar o bem. Então, toda a Umbanda é
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boa, eu posso dizer: “Qual a sua religião?” – “Umbanda”, mas não devo dar ênfase que a minha
Umbanda é esta Umbanda diferente daquela porque esta Umbanda é melhor, porque esta Umbanda é a
Pura, porque esta é a Branca, porque esta é a Tradicional, não, eu pratico Umbanda e ponto final. Não
importa qual a filosofia que eu creio que eu sinto, que eu acredito, qual vertente, não importa, porque
no trabalho prático, na prática todo mundo faz a mesma coisa. Todo mundo faz, todo Umbandista faz a
mesma coisa, entra no Terreiro vestido de branco, se coloca de frente para o altar, reza, faz a
saudação pra Esquerda, faz uma defumação, toca e canta pra abrir Gira, pra bater cabeça, pra abrir
cortina, faz a saudação do Guia chefe da Casa e aí, chama Caboclo, Preto-Velho, Baiano, Boiadeiro pra
dar atendimento, todos nós fazemos a mesma coisa hein, então, por que querer se diferenciar. Então,
eu creio que não é necessário qualificar com a intenção de diferenciar no sentido de dizer, o que eu
faço é melhor do que o fulano porque todos nós fazemos a mesma coisa. Desculpa, ser tão repetitivo,
todos nós fazemos a mesma coisa. Então, essa diferenciação é tão sutil mais tão sutil que pode se dizer
o que nos diferencia essa diversidade é muito pequena com relação aquilo que é a unidade. O que nos
iguala a todos é muito maior do que aquilo que nos diferencia porque o trabalho de Umbanda de fato é:
criar um ambiente, um ritual para incorporar Caboclo, Preto Velho, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro,
incorporar os espíritos de Umbanda, então, esse é o trabalho de fato. Dizer que a minha Umbanda é
essa, aquela ou aquela outra são nuances de uma sutileza muito pequena com relação aquilo que nos
tornam iguais, a unidade. Somos todos nós Umbandistas, a nossa religião é Umbanda e ponto final, o
resto é uma sutileza, está bem?
Então, essa pelo menos é minha opinião e minha forma de abordar aquilo que a gente chama de
Umbanda e Umbandas, unidade e diversidade. A Umbanda tem muita diversidade, tem tanta
diversidade quanto qualquer outra religião. Ela é uma única religião que tem, sim, algumas nuances
sutis de diferenças dentro de si e como toda e qualquer outra religião. No entanto, é única e,
simplesmente, Umbanda.
Muito obrigado e até o próximo bloco.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD

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