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São Paulo, Segunda-feira, 27 de Setembro de 1999

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MÍDIA
Novo texto do anteprojeto traz mudanças quanto à
propriedade de emissoras e concentra poderes no
ministério
Governo nega versões da lei de TV
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Com a divulgação pela Internet de uma segunda versão do


anteprojeto da Lei de Comunicação Eletrônica de Massa,
com normas para a radiodifusão, o Ministério das
Comunicações soltou nota dizendo que o mesmo "ainda se
encontra sob estudos".
O site www.anatele.com.br, que divulgou o texto, diz tratar-
se da "íntegra do projeto de lei que se encontra na Casa Civil
da Presidência", o que o ministério nega.
Diz a nota que, "no momento em que o anteprojeto estiver
pronto para ser enviado à Casa Civil, o ministério colocará
seu texto para consulta pública, na Internet". Não foi
definida data para divulgação do texto final, o que deve ser
feito no site da própria pasta (www.mc.gov.br).
É prometido na "nota oficial" um mês de "amplos debates
com a sociedade", antes do envio do projeto ao Congresso.
Em relação à primeira versão, também disponível na Internet
(www.acessocom.com.br/ lei-comunica.htm) e também
negada oficialmente pelo ministério, a nova mantém quase a
mesma redação, com mudanças pontuais, mas importantes.
A mais significativa retira do anteprojeto o veto à
propriedade, "na mesma localidade, de prestadora de serviço
de TV a cabo e de radiodifusão de sons e imagens". Assim,
não seria mais proibida a propriedade cruzada, por exemplo,
da Net (cabo) e da Globo (radiodifusão) em São Paulo.
Outras regras desconcentradoras do texto original, como a
exigência de maior programação regional nas emissoras
afiliadas, também seriam suprimidas ou limitadas.
Segundo o site que divulgou o texto alterado, para fazer as
mudanças "foram ouvidos (pelo ministério) principalmente
os donos de emissoras".
Mas a nova versão manteve o veto à propriedade de
"prestadoras de serviço de radiodifusão que, em conjunto,
cubram mais de 30% dos domicílios com aparelhos
receptores de televisão no país". É uma restrição a redes
como Globo e Record, que já teriam hoje, com emissoras
próprias, cobertura superior aos 30%.
Em outro ponto polêmico, a nova versão adia a transferência
de poderes do Ministério das Comunicações para a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações).

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