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Secretaria de Educação de Minas Gerais

SEE-MG
Professor de Educação Básica – Conhecimentos
Gerais (Comum a Todos os Cargos)
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NV-011NB-22
Cód.: 7908428803674
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

SEE-MG – Secretaria de Educação de Minas Gerais


Professor de Educação Básica – Conhecimentos Gerais (Comum a Todos
os Cargos)

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Monalisa Costa, Nelson
Sartori e Paloma Leite

MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof. Kaká), Sérgio Mendes

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS• Aline Melo Borges, Ana Philippini, Camila Cury, Gabriel Barreto,
Kamila Karines, Marina Paludetto, Nayara de Lima Oliveira e Samantha Rodrigues

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ISBN: 978-85-93690-98-3
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Edição: Novembro/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
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PIRATARIA
É CRIME!
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ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.
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Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


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com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento


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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de
sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pensando
no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi orga-
nizado de acordo com as matérias em Comum a todos os Cargos
do último edital e principais atualizações para o cargo de Profes-
sor de Educação Básica da Secretaria de Educação de Minas Gerais
– SEE-MG.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, faci-


litando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sempre
a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em uma
sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abordando os
principais itens do edital e reorganizando-os quando necessário,
de uma maneira didática para que você realmente consiga apren-
der e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica –


com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados nas
provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados
da banca FUMARC, organizadora do último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de


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nosso time editorial e da vasta experiência de nossos professores


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e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que


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você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial


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na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando no seu sonho de


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ser aprovado em um concurso público. Agora é com você!


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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
TEXTOS: INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS............................................................. 9

LÍNGUA E LINGUAGEM....................................................................................................................... 11

AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM..........................................................................................................................11

TEXTO NARRATIVO...........................................................................................................................................12

TEXTO DESCRITIVO..........................................................................................................................................12

TEXTO DISSERTATIVO.....................................................................................................................................13

DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE.........................................................................................15

O GÊNERO POÉTICO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM..................................................................... 16

FONÉTICA - FONOLOGIA: FONEMAS: VOGAIS, CONSOANTES E SEMIVOGAIS;


ENCONTROS VOCÁLICOS, CONSONANTAIS E DÍGRAFOS; SÍLABAS........................................... 20

ORTOGRAFIA: CORREÇÃO ORTOGRÁFICA; ACENTUAÇÃO GRÁFICA; DIVISÃO SILÁBICA........ 20

MORFOLOGIA...................................................................................................................................... 22

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS; MORFEMAS, AFIXOS; PROCESSOS DE FORMAÇÃO


07

DE PALAVRAS....................................................................................................................................................22
6-
. 84

CLASSES GRAMATICAIS: IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÕES E EMPREGO............................... 26


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SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; PERÍODO SIMPLES - TERMOS DA ORAÇÃO:


-1

IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÕES E EMPREGO ........................................................................... 47


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LITERATURA........................................................................................................................................ 63
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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO............................................................................................................................63
a
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CONCEITUAÇÃO DE TEXTO LITERÁRIO...........................................................................................................63


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GÊNEROS LITERÁRIOS......................................................................................................................................63

PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA E ESTUDO DOS PRINCIPAIS AUTORES DOS


ESTILOS DE ÉPOCA............................................................................................................................. 65

MATEMÁTICA ......................................................................................................................81
NÚMEROS E OPERAÇÕES: CÁLCULO ARITMÉTICO ....................................................................... 81

ÁLGEBRA E FUNÇÕES: PROPORCIONALIDADE, SEQUÊNCIAS E RACIOCÍNIO LÓGICO ...........109

GRANDEZAS E MEDIDAS: ESTIMATIVAS E NOÇÕES DE MEDIÇÕES ..........................................128


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ESPAÇO E FORMA: DESLOCAMENTOS E MOVIMENTOS NO PLANO E NO ESPAÇO .................................128

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO: LEITURA E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM


GRÁFICOS, TABELAS E PICTOGRAMAS.........................................................................................142

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS ........................................................................ 153


DIREITOS HUMANOS........................................................................................................................153

ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ...................................................................................155

DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS ..................................178

PROGRAMA NACIONAL DIREITOS HUMANOS..............................................................................179

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS......................................................184

DIREITOS DAS MULHERES...............................................................................................................185

A EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA NO BRASIL......................................................................189

A ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA NO


ESTADO DE MINAS GERAIS.............................................................................................................190

A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL......................................................194

A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A DÉCADA INTERNACIONAL DOS


POVOS AFRODESCENDENTES........................................................................................................196
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6-

DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO


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EM MINAS GERAIS............................................................................................................................198
.
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.3

DIRETRIZES OPERACIONAIS BÁSICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS


21

ESCOLAS DO CAMPO.......................................................................................................................202
-1
a

POLÍTICA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA


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EDUCAÇÃO BÁSICA..........................................................................................................................203
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ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DO ENSINO NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE


a
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EDUCAÇÃO BÁSICA DE MINAS GERAIS.........................................................................................206


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O CURRÍCULO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO, DA DIVERSIDADE E DO DIREITO À


APRENDIZAGEM...............................................................................................................................211

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E A ESTREITA RELAÇÃO COM O PLANO DE ENSINO, O


PLANO DE AULA E A GESTÃO DA SALA DE AULA.........................................................................213

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO..........................................................................................215

INTERDISCIPLINARIDADE................................................................................................................217

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DE UM CURRÍCULO INCLUSIVO.........219

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A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA GARANTINDO A FORMAÇÃO
HUMANA E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ESTUDANTES............................................222

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS............................................224

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INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
interpretação de texto.
LÍNGUA PORTUGUESA
Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.
TEXTOS: INTERPRETAÇÃO E
COMPREENSÃO DE TEXTOS Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”
para se buscar essas pistas.
INTRODUÇÃO A primeira e mais importante delas é identificar a
orientação do pensamento do autor do texto, que fica
A interpretação e a compreensão textual são aspec- perceptível quando identificamos como o raciocínio
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos da análise de dados, informações com fontes confiáveis
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer das consequências, a fim de se identificar as causas.
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse Por isso, é preciso compreender como podemos
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
a aprovação. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
Além disso, seja a compreensão textual, seja a que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
interpretação textual, ambas guardam uma relação de neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
proximidade com um assunto pouco explorado pelos zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma
que focam nas formas de inferência sobre um texto.
linguística pode assumir.
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
Portanto, neste material você encontrará recursos
o processo de inferência, que se dá por dedução ou
para solidificar seus conhecimentos em interpretação
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
e compreensão textual, associando a essas temáticas
O marido da minha chefe parou de beber.
as relações semânticas que permeiam o sentido de
Observe que é possível inferir várias informa-
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual-
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada enunciador é casada (informação comprovada pela
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
07

ser reconhecido por quem o lê. dor está trabalhando (informação comprovada pela
6-

Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
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breve diferença entre os termos compreensão e da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
.
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interpretação textual. pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas


.3

Para muitos, essas palavras expressam o mesmo contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
21

sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste interpretar essas informações.
-1

material, ainda que existam relações de sinonímia Tratando-se de interpretação textual, os processos
a

entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
s
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por um termo ao invés de outro reflete um sentido tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
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que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
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interpretação realiza ligações com o texto a partir texto junto da articulação com as informações acessa-
a

das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. das pelo leitor do texto.
in

Já a compreensão busca a análise de algo exposto no A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
ar

senta como ocorre a relação desses processos:


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texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma


expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti-
cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
essencialmente relacionados à significação das palavras
LÍNGUA PORTUGUESA

INFERÊNCIA
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os con- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo.
A partir desse esquema, conseguimos visualizar
Esses assuntos completam o estudo basilar de semân- melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
tica com foco em provas e concursos, sempre de olho iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
com afinco e dedicação, sem esquecer de praticar seus ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
conhecimentos realizando a seleção de exercícios finais, seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
selecionados especialmente para que este material cum- tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
pra o propósito de alcançar sua aprovação. de mundo na interpretação de textos. 9
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A INDUÇÃO Fique atento a essa informação, pois é uma das
primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
As estratégias de interpretação que observam pretação textual: formular hipóteses, a partir da
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
texto e que variam conforme o tipo textual. entre outras informações que podem vir como “aces-
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
identificar uma organização cronológica e espacial no leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação um objetivo mais definido.
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- O processo de interpretação por estratégias de dedu-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
ideia/ponto de vista.
z Conhecimento Linguístico;
No processo interpretativo indutivo, as ideias são
z Conhecimento Textual;
organizadas a partir de uma especificação para uma
generalização. Vejamos um exemplo: z Conhecimento de Mundo.

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma las-
timável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de Conhecimento Linguístico
receitas, só capazes de colher fatos detalhados
e impotentes para generalizar, curvados aos for- Esse é o conhecimento basilar para compreensão
tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
(BARRETO, 2010, p. 21)
nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhe-
cimento sobre o funcionamento da língua não são,
O trecho em destaque na citação do escritor Lima necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
indutivo compõe a interpretação e decodificação de que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- bo-objeto (SVO) etc.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
07

ção cronológica de um texto. sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
6-

mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o


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conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).


A propriedade vocabular leva o cérebro
.
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PROCURE Um exemplo em que a interpretação textual é preju-


a aproximar as palavras que têm maior dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
SINÔNIMOS
.3

associação com o tema do texto


21

Os conectivos (conjunções, prepo-


-1

ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores


a

CONECTIVOS claros de opiniões, espaços físicos e


s
bo

localizadores textuais
ar
B

A DEDUÇÃO
a
in

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


ar

aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de


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maneira implícita no enunciado.


Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema;
ele estará também postulando uma possível estru-
tura textual; na predição ele estará ativando seu
conhecimento prévio, e na testagem ele estará enri-
10 quecendo, refinando, checando esse conhecimento. Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
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Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores LÍNGUA E LINGUAGEM
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
são algumas estratégias de interpretação em que Função Emotiva ou Expressiva
podemos usar métodos dedutivos.
Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo-
Conhecimento Textual ções e objetividades do emissor. O uso de verbos na
primeira pessoa do singular evidencia seu mundo
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- interior; também é comum o uso de interjeições, reti-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência cências, ponto de exclamação e interrogação para
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de reforçar a expressividade do emissor. Essa função é
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
narrativas de teor romântico ou dramático.
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê Função Apelativa ou Conativa
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
Tem como objetivo convencer e influenciar o com-
reportagem como se lê um poema.
portamento do receptor da mensagem. Essa função
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de (explícitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. formas verbais no imperativo que expressam ordem,
sugestão, apelo etc. Essa função é predominante em tex-
Conhecimento de Mundo tos publicitários, propagandas, horóscopos, manuais de
advertências, tutoriais etc.
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre Função Referencial
importante que o candidato a cargos públicos reserve
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o pró-
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- prio assunto, o que faz dela uma função predominan-
tar seu conhecimento de mundo. te nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso livros instrucionais, contratos etc. A linguagem, nes-
conhecimento de mundo que é relevante para a com- se caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um
cérebro associar informações, a fim de compreender sentindo específico.
o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- Função Fática
cício para atestarmos a importância da ativação do
07

conhecimento de mundo em um processo de interpre- Essa função serve para estabelecer ou interromper a
6-

tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em
84

expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.


.
92

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou


.3

valentemente todos os risos desdenhosos que tenta- Função Metalinguística ou Metalinguagem


21

ram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam”


-1

disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam correta- Acontece quando a linguagem é usada para explicar
mente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor explica o
sa

fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrin- código utilizando o próprio código. Na categoria de tex-
bo

do caminho, às vezes através de imensidões tranqui- tos, merecem destaque as gramáticas e os dicionários.
ar

las, mas amiúde através de picos e vales turbulentos


B

Função Poética
a
in

(KLEIMAN, 2016, p. 24).


ar

Preocupa-se com a maneira como a mensagem


M

Agora tente responder as seguintes perguntas será transmitida. Essa função, embora seja comum
sobre o texto: em poesias, também pode ser encontrada em slogans
Quem é o herói de que trata o texto? publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
Quem são as três irmãs? etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
LÍNGUA PORTUGUESA

Qual é o planeta inexplorado? ritmo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o


sentido da mensagem que se quer passar ao receptor,
Certamente, você não conseguiu responder nenhu-
que a interpreta de maneira subjetiva.
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
Importante!
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder às questões; certamente você não terá mais Observe que, quando se trata de identificar uma
as mesmas dificuldades. determinada função em um texto, dizemos que
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar ela predomina naquele texto (ou em grande parte
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do dele). Isso porque dificilmente uma função ocorre
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- isoladamente: o mais comum é que em um texto
vio que é essencial para a interpretação de questões. se combinem duas ou mais funções de linguagem. 11
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TEXTO NARRATIVO Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
Narrativo ção linguística que são caracterizadas por:

Os textos compostos predominantemente por z Presença de marcadores temporais e espaciais;


sequências narrativas cumprem o objetivo de contar z Verbos, predominantemente, utilizados no
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man- passado;
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão z Presença de narrador e personagens.
de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão
de um momento de tensão (chamado de clímax) e um Importante!
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. Os gêneros textuais que são predominantemen-
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- te narrativos apresentam outras tipologias tex-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: tuais em sua composição, tendo em vista que
nenhum texto é composto exclusivamente por
z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí- uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
brio, o que demanda uma situação conflituosa; pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre- dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
sentada inicialmente;
z Ações (para o clímax): Acontecimentos que am-
pliam a tensão; Para sua compreensão, também é necessário saber o
z Resolução: Momento de solução da tensão; que são marcadores temporais e espaciais. São formas
z Situação final: Retorno da situação equilibrada; linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc.
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre Utilizadas para demarcar um espaço físico ou temporal
a resolução; em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elemen-
z Moral: Apresentação de valores morais que a his- tos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da
tória possa ter apresentado. história, além de garantirem a coesão do texto. Exem-
plos de marcadores temporais e espaciais: Atualmente,
Esses sete passos podem ser encontrados no naquele dia, nesse momento, aqui, ali, então...
seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como Outro indicador do texto narrativo é a presença do
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, narrador da história. Por isso, é importante apren-
bem como aprender a identificar outros pontos do dermos a identificar os principais tipos de narrador
tipo textual narrativo. de um texto:

Era um garoto que como eu Amava os Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o
Beatles e os Rolling Stones responsável por contar os fatos que compõem o texto
Girava o mundo sempre a cantar Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
07

As coisas lindas da América Situação inicial: soa. O narrador participa dos fatos
6-

Não era belo, mas mesmo assim predomínio de


84

Havia mil garotas afim equilíbrio Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
.

Cantava Help and Ticket to Ride soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
92

Oh Lady Jane e Yesterday porém, não participa das ações


.3

Cantava viva à liberdade


21

Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª


Mas uma carta sem esperar
-1

ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não


Da sua guitarra, o separou
Complicação: início participa das ações, porém, o fluxo de consciência do nar-
a

Fora chamado na América


s

da tensão rador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa


bo

Stop! Com Rolling Stones


Stop! Com Beatles songs
ar

Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-


B

Mandado foi ao Vietnã


Clímax
dominantemente narrativas são notícia, diário, conto,
a

Lutar com vietcongs


in

Era um garoto que como eu


fábula, entre outros. É importante reafirmar que o
ar

Amava os Beatles e os Rolling Stones fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
M

Resolução vos não significa que não possam apresentar outras


Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Cabelos longos não usa mais classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
Não toca a sua guitarra e sim
marcas que predominam no texto.
Um instrumento que sempre dá
Após demarcarmos as principais características do
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá
Situação final / tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Avaliação cas mais importantes da sequência textual classifica-
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão da como descritiva.
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã [...] TEXTO DESCRITIVO
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim
Moral Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas


Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do- nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili-
12 hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021. zam esse tipo textual geralmente utilizam a sequência
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descritiva como suporte para um propósito maior. Note que há a presença de muitos adjetivos, locu-
São exemplos de textos cujo tipo textual predominan- ções, substantivos, que buscam levar o leitor a ima-
te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, ginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta
classificados, lista de compras. a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de
relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de alguns queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele
aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.
está organizado de forma esquematizada em seções
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente.
que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim TEXTO DISSERTATIVO
nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tin- Dissertação
gida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor
natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser
assim tintas, e também os colos dos pés; e suas ver- cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta-
gonhas tão nuas, e com tanta inocência assim desco- ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição de
bertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.” seus conhecimentos em questões discursivas.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz- Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma
de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021. suposta verdade. Tal verdade deve ter existência
substancial, por isso, é representada por uma pala-
Note que apesar da presença pontual da sequência vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua
narrativa, há predominância da descrição do cenário vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti-
e dos personagens, evidenciada pela presença de adje- vas. Veja o texto a seguir:
tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
Dissertação é um trabalho baseado em estudo teó-
de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores. rico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação
Considerando as emergências comunicativas do de ideias sobre um determinado tema. A característi-
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos ca básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico.
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros, Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar
como, por exemplo, o e-mail. ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um
A sequência descritiva também pode se apresentar raciocínio, desenvolver argumentos que fundamen-
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode- tem posições. É polemizar, inclusive, com opiniões e
mos ver no cardápio a seguir: com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer
relações de causa e consequência, é dar exemplos, é
tirar conclusões, é apresentar um texto com organiza-
ção lógica das ideias. Basicamente um texto em que o
autor mostra as suas ideias.
07

Assim, podemos entender a dissertação, diferen-


6-

ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que


84

apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um


.
92

entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou.


.3

Por isso, dissemos inicialmente que é um texto que


21

apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é,


-1

esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol-


veu sobre um determinado assunto.
sa

Além disso, todas as informações que forem apre-


bo

sentadas sobre o assunto analisado serão os argu-


ar

mentos que representarão a análise feita pelo autor.


B

Note que os argumentos são os motivos que levaram


a
in

o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese


ar

sobre o assunto.
M

Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como


um simples exemplo de existência biológica. Já está na
hora de se entender que é preciso ter respeito à vida
como uma atitude existencial que deve ser encarada
LÍNGUA PORTUGUESA

como essência de nossa natureza, o que vai além das


próprias leis de um país.
Atente-se para o que se pode destacar agora:

z A verdade geral defendida, o nome do assunto =


vida, especificamente a humana;
z Argumentos que sustentam essa verdade: respei-
to e essência.

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/


O substantivo vida representa a palavra-chave
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para- quanto à verdade defendida na tese do autor de que
divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: “Não se pode mais tratar a vida humana como um sim-
30 ago. 2021. ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é 13
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sustentada por dois argumentos positivos na defesa Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência mentando novos valores à vida do homem moder-
de nossa natureza. no principalmente no que diz respeito a sua vida
Observe que, nesse texto, não há progressão tempo- em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
ral, pois não há mudança alguma, já que não existe uma tecnologia em campos como o da educação (2) e o
sequência de fatos; não há também a criação de uma dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
imagem de alguém ou de algo; mas há uma evolução, um muito além disso, atingindo vários outros espaços
desenvolvimento da ideia apresentada no início do texto do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
em relação à vida humana, ao que chamamos de progres-
são dissertativa, afinal, a ideia “progrediu”, a ideia inicial z (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
foi ficando sólida à medida que o texto se desenrolou.
valores à vida do homem moderno principalmente
O que caracteriza definitivamente o texto disserta-
no que diz respeito a sua vida em sociedade;
tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen-
z (2), (3), (4) Argumentos levantados a fim de sus-
tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando
tentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
em seu fortalecimento por meio dos argumentos.
Esse fortalecimento chama-se fundamentação. em campos como o da educação (2) / o dos serviços
No texto bem elaborado, a tese é tida como verda- sociais (3) / inovações atingindo vários outros espa-
de pela fundamentação, portanto, podemos reconhe- ços do cotidiano (4).
cer nele a progressão discursiva.
Por ora, vamos retomar o esquema anterior e Desenvolvimento
aprofundá-lo para que não se esqueça de como dife-
renciar os três tipos de texto: O desenvolvimento é a parte em que você deve
expor os elementos que vão fundamentar sua tese,
descrição  imagem — não há progressão temporal que pode vir especificada por intermédio de argu-
narração  fato — há progressão temporal mentos, pormenores, exemplos, citações, dados esta-
dissertação  ideia — progressão discursiva tísticos, explicações, definições, confrontos de ideias e
contra-argumentações.
Você poderá usar tantos parágrafos quanto achar
ESTRUTURA DISSERTATIVA E PROGRESSÃO
necessário para desenvolver suas teorias; porém, em
DISCURSIVA
redações de curta extensão, o ideal é que cada pará-
grafo apresente objetivamente apenas um dos argu-
Neste assunto, trabalharemos alguns elementos mentos a serem desenvolvidos ou, ainda, que esses
importantes para iniciarmos nossa produção de textos. argumentos sejam agrupados caso vários deles devam
A dissertação é um tipo de texto que se caracteriza ser apresentados para sustentar sua tese.
pela exposição e defesa de uma ideia que será anali- Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
sada e discutida a partir de um ponto de vista. Para desenvolvimento da tecnologia em campos como o
tal defesa, o autor do texto dissertativo trabalha com da educação”:
argumentos, fatos, dados, os quais utiliza para refor- Alguns argumentam que é importante reconhecer
çar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. o papel das redes mundiais de informação para
Para atender a esse propósito, a dissertação deve o favorecimento da construção do conhecimen-
07

apresentar uma organização estrutural que conduza to. Hoje é possível visitar um museu, consultar uma
6-

as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto biblioteca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por
84

ao reconhecimento da verdade proposta como tese. meio da internet, saberes de nível mundial podem ser
.
92

Compreende-se como estrutura básica de uma disser- alcançados por qualquer pessoa que os deseje. Basta
.3

tação a divisão da exposição da argumentação em três estar diante de um computador, ou de posse de um


21

partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a con- desses modernos aparelhos celulares, para se ligar a
-1

clusão. Acompanhe cada uma dessas partes a seguir. qualquer momento ao universo virtual. Hoje é pos-
sível ler qualquer livro a qualquer momento em um
s a

desses dispositivos.
bo

Introdução
Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o
ar

desenvolvimento da tecnologia em campos como o


A introdução do texto dissertativo é a apresenta-
B

ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- dos serviços sociais”:
a

Outro aspecto que merece destaque especial é


in

sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento


quanto ao atendimento oferecido ao cidadão pelos
ar

sobre o tema proposto pela banca.


órgãos do serviço público. Já é possível registrar
M

Esse momento é muito importante para o leitor,


pois é aí que será mostrada a identificação de suas um boletim de ocorrência via computador ou ainda
ideias com o tema. É um bom momento para apresen- agendar a emissão de passaportes junto às agencias
tá-lo aos argumentos sequencialmente ordenados de da Polícia Federal em qualquer lugar do Brasil. Con-
acordo com a progressão que você dará à sua redação sultas médicas podem ser marcadas em hospitais
(progressão textual). públicos ou privados e os exames realizados podem
A introdução deve ser clara e chamar a atenção para ser consultados diretamente do banco de dados des-
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do sas entidades.
desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar alguma Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as
previsibilidade de seu projeto, você, autor, deve expor inovações em vários outros espaços do cotidiano”:
os caminhos por que percorrerá em sua explanação. E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que
Lembre-se de que o leitor, corretor de seu traba- de muitas outras formas a tecnologia interfere
lho, é um professor experiente e é a organização que positivamente em nossas vidas. As relações sociais
mais o impressionará nesse momento. Por isso, não intensificaram-se depois do surgimento das várias
tenha medo de ser objetivo e previamente ilustrativo redes de relacionamento, tendo início com o Orkut e o
quanto aos seus propósitos de trabalho. Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem
14 Ex.: Parágrafo de introdução em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria
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muito esforço coletivo para tais eventos. Programas Discurso Indireto
como o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pes-
soas conversem e interajam em diferentes partes do Neste discurso, o narrador traz, em suas palavras,
mundo sem nenhum custo além dos já dispensados as falas das personagens.
com seus provedores residenciais. Uma mãe que mora Características:
longe dos filhos já pode vê-los, ou aos netos, pela tela
de um notebook ou celular, sempre que sentir saudade. z É introduzido por um verbo de elocução;
z Logo após há um termo (geralmente “que”), que
Conclusão mostra a mudança da voz do narrador para a men-
sagem da personagem;
A conclusão é a retomada da ideia principal, que z Não há mudança de linha ou de parágrafo, o texto
agora deve aparecer de forma muito mais convin- corrido;
cente, uma vez que já foi fundamentada durante o z O discurso em si está na terceira pessoa do discur-
desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter, so (ele, ela, eles, elas).
de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a
confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu- Mudança entre os Discursos
mentação básica empregada no desenvolvimento.
Ex.: considerações finais: Em questões de concurso, geralmente é aborda-
Tendo em vista os aspectos observados sobre esse da a mudança de um discurso para o outro. Seja do
admirável mundo de facilidades técnicas, só nos resta direto para o indireto ou do indireto para o direto, há
comentar que não foi só o computador que tornou mudanças principalmente nos verbos, e elas devem
a vida do cidadão mais simples e confortável, mas ser observadas para manter a correção gramatical.
outros campos da tecnologia também contribuíram
z Passagem de Discurso Direto para Discurso
para isso. Os aparelhos de GPS, que nos orientam
Indireto
a qualquer direção, ou ainda diversos dispositivos
médicos portáteis, garantem a melhora da qualida-
de de vida de todos os homens do nosso tempo. No caso da passagem do discurso direto para o dis-
curso indireto, é necessário acrescentar informações
como um pronome ou o nome do autor da mensagem
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE
e mudar o tempo verbal. Além disso, são eliminadas
as pontuações como travessão e dois-pontos, já que o
Nos textos narrativos, existem dois tipos de discur-
texto é corrido.
so que podem ser utilizados ao tratar de diálogos ou
Por exemplo:
“falas” dos personagens. São eles o discurso direto e o
Discurso direto: João afirmou:
discurso indireto, explicaremos as características de
— Comecei minha faculdade na semana passada.
cada um a seguir.
Discurso indireto: João afirmou que começou sua
faculdade na semana anterior.
Discurso Direto
Discurso direto: Luna e Ana disseram:
— Nós viajaremos amanhã.
07

É a reprodução exata ou literal da fala das perso-


Discurso indireto: Elas disseram que viajariam
6-

nagens, sem participação do narrador. Ele é bastante


no dia seguinte.
84

comum em muitos textos exatamente por transcrever


As mudanças ocorrem em diversos aspectos, como
.

literalmente as palavras do outro, além disso, aproxi-


92

destacaremos a seguir:1
ma o leitor da história.
.3

Características:
21

„ Mudança das pessoas do discurso


-1

z Introduzido por um verbo de elocução;


a

Usa dois-pontos; DISCURSO DISCURSO


s

z MUDANÇA
bo

z Há mudança de linha para um novo parágrafo; DIRETO INDIRETO


ar

z É iniciado por um travessão, que indica a mudança 1ª pessoa passa para 3ª pessoa
B

da voz do narrador para a voz da personagem;


pronomes (eu, pronomes (ele,
a

z O discurso em si está na primeira pessoa do discur- passam para


in

so (eu/nós). nós) ela, eles, elas)


ar

pronomes (ele,
M

pronomes (me, ela, eles, elas,


Importante! mim, comigo, nos, passam para lhe, lhes, se, si,
conosco) consigo, o, os, a,
LÍNGUA PORTUGUESA

Cabe relembrar aqui o que são e quais são os ver- as)


bos de elocução.
Os verbos de elocução são aqueles que introdu- pronomes (meu,
meus, minha,
zem as falas dos personagens. pronomes (seu,
minhas, nosso, passam para
Os principais são: seus, sua e suas)
nossos, nossa,
Falar, contar, destacar, ressaltar, dizer, afirmar,
nossas)
perguntar, declarar, indagar e questionar.

1 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/. Acesso em:
28 mar. 2022. 15
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„ Mudança nos tempos verbais z Exemplo de Discurso Indireto Livre

DISCURSO Juliana estava revoltada com o namorado e com


DISCURSO DIRETO MUDANÇA a briga que tiveram. Como Paulo foi capaz de falar
INDIRETO
aquelas coisas? Quem é que ele pensa que é?
pretérito
presente do
passa para imperfeito do
indicativo
indicativo
pretérito mais- O GÊNERO POÉTICO E AS FIGURAS DE
pretérito perfeito do
passa para que-perfeito do
indicativo
indicativo LINGUAGEM
futuro do PROSA E POESIA
futuro do presente
passa para pretérito do
do indicativo
indicativo
Os textos literários se dividem em duas partes: pro-
pretérito sa e poesia, nesse tópico encontraremos a definição de
presente do
passa para imperfeito do cada uma dessas. Comecemos pela poesia: a poesia é
subjuntivo
subjuntivo a linguagem subjetiva, metafísica, vaga com o mundo
pretérito interior do poeta. Quanto a sua forma, é um texto curto
futuro do subjuntivo passa para imperfeito do com orações e períodos curtos, em que sobressaem a
subjuntivo estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se da mais antiga
composição do mundo. Antes da existência do papel já
pretérito existia os textos literários. Com os livros de argila e o
imperativo passa para imperfeito do uso de poemas, seria possível transmitir muita coisa
subjuntivo com pouco material. A Prosa, por sua vez, é a lingua-
gem objetiva, usual, veículo natural do pensamento
z Mudança na pontuação das frases humano. A prosa possui diversas formas, chamadas de
subgêneros literários, como: romances, crítica, novela,
DISCURSO conto, etc. Vejamos as diferenças entre um texto em
DISCURSO DIRETO MUDANÇA forma de poesia e outro em forma de prosa:
INDIRETO
frases interrogativas frases
passam para Poema
(?) declarativas (.)
frases exclamativas frases z Frases curtas;
passam para
(!) declarativas (.) z Destaque para a beleza dos versos;
frases imperativas frases z De rimas: Porta/importa, minha/vizinha;
passam para z Uso de métrica - contagem de sílabas poéticas;
(! ou .) declarativas (.)
z Escrito em forma de versos.
07

„ Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais


6-

Prosa
. 84

DISCURSO DISCURSO
92

MUDANÇA z Frases longas, em só período;


DIRETO INDIRETO
.3

z Não há beleza no texto, somente a informação;


21

ontem passa para no dia anterior z Texto objetivo: transmitir uma mensagem;
-1

hoje passa para naquele dia z Não há métrica, nem rima, nem ritmo;
Texto escrito em forma de parágrafos.
a

z
s

agora passa para naquele momento


bo

amanhã passa para no dia seguinte Dica


ar
B

aqui, aí, cá passam para ali, lá


Embora os nomes sejam parecidos, você deve se
a

aquele, aquela,
in

este, esta, isto passam para atentar para o fato de que poema e poesia não
ar

aquilo são a mesma coisa. Poema é um texto literário


M

composto de versos, estrofes e, às vezes, rima.


Discurso Indireto Livre Já a poesia é a própria manifestação artística,
baseada na linguagem subjetiva e estética.
Para finalizar, é importante mencionar o discurso
indireto livre, que é mais dinâmico. Nele, as falas das FIGURAS DE SINTAXE
personagens (na 1ª pessoa) estão inseridas dentro do
discurso do narrador (na 3ª pessoa). Ou seja, há uma Consistem em modificações da estrutura da oração
mistura dos dois tipos anteriores. Neste tipo, nem (ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou repe-
sempre há o uso dos verbos de elocução. tição de termos. Nesse caso, essas alterações ocorrem
Esse tipo de discurso não apresenta uma estrutura para conferir mais expressividade ao enunciado.
fixa, mas também não há indício da introdução das
falas das personagens no texto. Elipse
Não é muito indicado porque as duas vozes são
confundidas dentro da narração, já que ele funciona Utilizada para omitir termos numa oração que não
como se o narrador assumisse o papel do personagem, foram mencionados anteriormente, mas que podem
16 mostrando o seu ponto de vista. ser facilmente identificados pelo interlocutor. Essa
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omissão pode ser percebida por indícios gramaticais Quando tudo era ausência, esperei
ou dentro do próprio contexto. Quando tive frio, tremi
Ex.: Ana Rita arrumou-se para o trabalho. Estava Quando tive coragem, liguei”. (Daniela Mercury)
atrasada. (“elipse sujeito -ela”)
Os alunos e as alunas, mãos erguidas contra os Aliteração
políticos, caminhavam pelas ruas. (elipse da preposi-
ção – “de mãos erguidas”) Recurso sonoro que consiste na repetição de sons
consonantais para intensificar a rima e o ritmo.
Zeugma Ex.: “Chove chuva choverando” (Oswald de
Andrade)
Considerado um caso particular de elipse, o zeug- “Se desmorono ou se edifico,
ma consiste omissão em orações seguintes de palavras se permaneço ou me desfaço,
expressas na oração anterior.
— não sei, não sei. Não sei se fico
Ex.: Eu sou professora; minha amiga, advogada.
ou passo.” (Cecília Meireles)
Desembrulhe essa caixa enquanto eu desembru-
lho a outra.
Assonância
Pleonasmo
Figura de linguagem que aborda o uso de som em
Consiste na repetição de termos ou ideias com o harmonia. Caracterizada pela repetição de vogais.
objetivo de realçá-las, tornando-as mais expressivas. Ex.: “A pálida lágrima de Flávia” – repetição da
Ex.: “É rir meu riso e derramar meu pranto”. (Viní- vogal a.
cius de Moraes) “Amo muito tudo isso” – repetição do som da vogal u.
“Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se
a si mesma.” (Machado de Assis). Onomatopeia

Dica Recurso sonoro que procura representar os sons


específicos de objetos, animais ou pessoas a partir de
Existe o pleonasmo literário, que é um recurso esti- uma percepção aproximada da realidade.
lístico aceitável e muito explorado na literatura e Ex.: “O tic tac do relógio me deixava mais angus-
na música. O problema é quando o pleonasmo se tiado na prova”.
torna vicioso. Expressões como “fatos reais”, “subir “Psiiiiiu! – Falou o professor no momento da
para cima”, “ganhar de graça”, “cego dos olhos” e reunião”.
outras constituem um vício de linguagem. A repeti-
ção da ideia torna-se, portanto, desnecessária, pois Hipérbato ou Inversão
não traz nenhum reforço à ideia apresentada.
Caracteriza-se pela inversão proposital da ordem
Polissíndeto direta dos termos da oração. Essa inversão confere
07

maior efeito estilístico na construção do enunciado.


Figura que consiste no uso excessivo e repetitivo
6-

Ex.: “Os bons vi sempre passar / no mundo graves


de conjunções.
84

tormentos” (Luiz Vaz de Camões)


Ex.: “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...” (Ola-
.

Na ordem direta seria: Eu sempre vi passar os


92

vo Bilac)
bons no mundo de graves tormentos.
.3

“Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto


21

Oliveira)
Anástrofe
-1

Assíndeto
a

Diferentemente do hipérbato, a anástrofe consiste


s
bo

É a figura que consiste na omissão reiterada de na inversão mais sutil dos termos da oração, não pre-
ar

conjunções. Geralmente a conjunção omitida é a coor- judicando o entendimento do enunciado.


B

denativa. Essa estratégia torna a leitura do texto mais Ex.:


a

“Sabes também quanto é passageira essa desavença


in

clara e dinâmica.
Não destrates o amor”. (Jacob do Bandolim)
ar

Ex.: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se


M

esqueça.” (Pitty) Utilizando a figura de linguagem teríamos: “Sabes


“Vim, vi, venci.” (Júlio César) também quanto essa desavença é passageira”.

Anáfora Silepse
LÍNGUA PORTUGUESA

Consiste na repetição de palavra ou expressões no Consiste na concordância com o termo que está sub-
início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum tendido na oração e não com o termo expresso na oração.
em textos estruturados em versos consecutivos (poe- (Concordância ideológica). Existem três tipos de silepse:
mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a
mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido. z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre
Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e
É um resto de toco, é um pouco sozinho adjetivos. Notamos na oração a presença do con-
É um caco de vidro, é a vida, é o sol traste entre os gêneros masculino e feminino.
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de trata-
Jobim) mento certamente se refere a alguma autoridade do
“Quando não tinha nada eu quis sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.) 17
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Silepse de Número: Há uma discordância entre o z Comparação: relação de semelhança estabele-
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa cida por conectivos.
uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo con-
corda com a ideia que nele está contida.
Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (“fala-
vam” concorda com “alunos”)
z Silepse de Pessoa: Há uma discordância entre o
verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujeito
da oração. Geralmente o emissor se inclui no sujei-
to expresso em 3ª pessoa do plural, realizando a
flexão verbal na primeira pessoa.
Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do fute-
bol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)

Anacoluto

Consiste na quebra ou interrupção da estrutura


normal. Um dos termos da oração fica desvinculado
do restante da sentença e não estabelece nenhuma Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 16/10/2020.
ligação sintática com os demais.
Ex.: Meu vizinho, ouvi dizer que está muito doente. Metonímia

FIGURAS DE PALAVRAS Consiste na substituição de um termo pelo outro


em virtude de uma relação de proximidade ou conti-
As figuras de palavras estão associadas ao significa- nuidade. Essa relação é qualitativa e pode ser realiza-
do delas. Caracterizam-se por apresentar uma substi-
tuição ou transposição do sentido real da palavra para da dos seguintes modos:
assumir um sentido figurado construído dentro de um
contexto. A substituição de uma palavra por outra pode � A parte pelo todo:
acontecer por uma relação muito próxima (contiguida- Ex.: O brasileiro trabalha muito para garantir o
de) ou por uma comparação/analogia (similaridade). pão aos filhos (O brasileiro trabalha muito para
garantir alimento aos filhos).
Comparação � O autor pela obra:
Ex.: Os leitores de Machado de Assis são cultos (Os
Analogia explícita entre dois termos; a principal
diferença entre a comparação e a metáfora, que é leitores da obra de Machado de Assis são cultos).
outro tipo de relação de semelhança, é que a compa- � O continente pelo conteúdo:
ração se estabelece com o uso de conectivos. Ex.: A menina bebeu a jarra de suco inteira (A
Ex.: Minha boca é como um túmulo. menina bebeu todo o suco da jarra).
A menina é como um doce. � A marca pelo produto:
07

Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã Ex.: Minha filha pediu uma Melissa de aniversário
6-

nublada.
(Minha filha pediu uma sandália de aniversário).
84

� Singular pelo plural:


.

Metáfora
92

Ex.: O cidadão deve cumprir seus deveres legais


.3

Consiste em usar uma palavra ou expressão em lu- (Os cidadãos devem cumprir seus deveres legais).
21

gar da outra em razão de algumas semelhanças (ana- � O concreto pelo abstrato:


-1

logia) conceituais. É recurso que está associado ao em- Ex.: A juventude está cada vez mais ansiosa (Os
a

prego da palavra fora do seu sentido normal. jovens estão cada vez mais ansiosos).
s

Ex.: O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.


bo

� A causa pelo efeito:


(Carlos Drummond de Andrade)
ar

Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernan- Ex.: Comprei a casa com o meu suor (Comprei a
B

do Pessoa) casa com o meu trabalho).


a

� O instrumento pelo agente:


in

Observe:
ar

Ex.: O carro atropelou o cachorro (O motorista do


M

z Metáfora: relação de semelhança não explícita. veículo atropelou o cachorro).


� A coisa pela sua representação:
Foi um candidato Ex.: O sonho de muitos candidatos é chegar ao
O que foi isso,
“ficha suja” que me Palácio do Planalto (O sonho de muitos candida-
homem?
abraçou... tos é chegar à Presidência da República).
� O inventor pelo invento:
Ex.: Diego comprou um Picasso no museu (Diego
comprou uma obra de Picasso no museu).
� A matéria pelo objeto:
Ex.: Custou-me apenas algumas pratas aque-
la mobília. (Custou-me apenas algumas moedas
aquela mobília.)
� O proprietário pela propriedade
Ex.: Vou ao médico buscar meus exames (Vou ao
18 consultório médico buscar meus exames).
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Sinédoque Paradoxo

Atualmente as gramáticas não realizam distinção Consiste no emprego de conceitos opostos e contra-
entre metonímia e sinédoque; a diferença entre essas ditórios na representação de uma ideia. No paradoxo,
figuras é tênue. Na sinédoque, a relação que se estabe- embora os termos pareçam ilógicos, são perfeitamen-
lece entre os termos é quantitativa, ou seja, quando te aceitáveis no campo da literatura, o que confere ao
se amplia ou se reduz a significação das palavras. As autor uma licença poética.
relações entre os termos são basicamente as seguin-
Ex.: “Se lembra quando a gente chegou um dia a
tes: parte pelo todo, singular pelo plural, gênero pela
espécie, particular pelo geral (ou vice-versa). acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o
Ex.: O homem é um ser mortal (os homens). pra sempre sempre acaba” (Cássia Eller)
É preciso pensar na criança (nas crianças). “Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves)

Antonomásia ou Perífrase Eufemismo

A antonomásia é uma figura que consiste na subs- Consiste no emprego de uma palavra ou expressão
tituição de um nome próprio (de pessoa) por uma ex- que serve para amenizar/ suavizar uma informação
pressão que lhe confere alguma característica ou atri- desagradável ou fatídica. É um recurso essencial para
buto que o distingue (epíteto). É a substituição de um validar a polidez nas relações sociais.
nome por outro, o que pode configurar uma espécie Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de bele-
de apelido para o ser designado. za.” (feia)
Ex.: O poeta dos escravos é autor do célebre poema
“Aquele pobre homem entregou a alma a Deus”
“O navio negreiro”. (Castro Alves)
Este aeroporto tem o nome do pai da aviação. (San- (morreu)
tos Dumont)
Observação: A antonomásia é uma espécie de Hipérbole
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi-
sas, animais ou lugares) por meio de características, Uso de expressões intencionalmente exageradas
atributos ou um fato que o celebrizou. para dar maior ênfase à mensagem expressa pelo
Ex.: Fomos ao zoológico ver o rei da selva. (leão) emissor.
Adoraria conhecer a cidade luz. (Paris) Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
Qualquer dúvida consulte o pai dos burros. Nossos destinos foram traçados na maternidade”.
(dicionário)
(Cazuza)
“Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”.
Sinestesia
(Pollo)
Consiste no recurso que engloba um conjunto de
percepções e sensações interligadas aos processos Ironia
sensoriais provenientes de diferentes sentidos (visão,
audição, olfato, paladar e tato). Na sinestesia, a per- Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga-
cepção ou sensação de um sentido é atribuída a outro. mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia
07

Ex.: “As falas sentidas, que os olhos falavam.” (Ca- tem como objetivo satirizar uma situação desagradá-
6-

simiro de Abreu) vel ou depreciar alguém pelo seu comportamento.


84

“E o pão preserve aquele branco sabor de alvora- Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e
.
92

da”. (Ferreira Gullar) onze contos de réis...” (Machado de Assis)


.3

“Parece um anjinho, briga com todos”.


21

FIGURAS DE PENSAMENTO
-1

Gradação
Processo expressivo que enfatiza o aspecto semân-
s a

tico da linguagem. As figuras de pensamento introdu-


bo

zem uma ideia diferente daquela que a palavra em Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou
ar

seu sentido real exprime. não) em uma escala progressiva de maior ou menor
B

intensidade à expressão. Os termos da oração são fru-


a

Antítese tos de uma hierarquia e podem ser de ordem crescen-


in

te ou decrescente.
ar

Consiste no emprego de conceitos que se opõem e que Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bi-
M

podem ocorrer de maneira simultânea em uma mesma lião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.”
oração. Na antítese, os conceitos antônimos não se contra- (Machado de Assis)
dizem e estão relacionados a referentes distintos. “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Montei-
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: “Tristeza não tem fim, felicidade sim!” (Viní-


ro Lobato)
cius de Moraes)
“O mito não é nada que é tudo”. (Fernando Pessoa)
Apóstrofe
Personificação ou Prosopopeia
Consiste na invocação de alguém ou alguma coisa
Consiste em atribuir características, sentimentos e personificada. Essa figura de linguagem realiza-se por
comportamentos próprios de seres humanos a seres meio de um vocativo. A apóstrofe é um recurso estilís-
irracionais ou inanimados. É uma figura muito usada tico muito utilizado na linguagem informal (cotidia-
em textos literários, como fábulas e apólogos. na), nos textos religiosos, políticos e poéticos.
Ex.: “O cravo brigou com a rosa debaixo de uma Ex.: “Liberdade, Liberdade! É isso que pretende-
sacada...” (cantiga popular). mos nessa luta”.
“As pedras andam vagarosamente”. “Senhor, tende piedade de nós”. 19
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A diferença entre ditongo, tritongo e hiato é a pre-
FONÉTICA - FONOLOGIA: FONEMAS: sença de vogal e de semivogais nos dois primeiros,
VOGAIS, CONSOANTES E SEMIVOGAIS; enquanto o hiato apresenta duas vogais e, por isso,
precisa designar uma sílaba para cada uma, tendo em
ENCONTROS VOCÁLICOS,
vista que, na língua portuguesa, não há espaço para
CONSONANTAIS E DÍGRAFOS; duas vogais em uma mesma sílaba.
SÍLABAS Atente-se à diferença entre vogal e semivogal:
a vogal sempre apresentará um som mais forte,
CONCEITOS BÁSICOS DE FONOLOGIA enquanto a semivogal designa um som mais fraco.
Além disso, a vogal é o núcleo da sílaba, por isso, serve
A fonologia é a área do saber que se dedica aos de apoio às semivogais.
estudos dos sons e de sua organização dentro de uma IV - Ortografia: Correção ortográfica; acentuação
língua natural. O objeto de estudo da fonologia é o gráfica; divisão silábica. V - Morfologia: Estrutura e
fonema, que se trata da menor unidade significativa formação de palavras; morfemas, afixos; processos
diferençável na língua. Ex.: p/a/t/o ≠ b/a/t/o. de formação de palavras; classes gramaticais: identi-
Dessa forma, podemos afirmar que o fonema é ficação, classificações e emprego. VI - Sintaxe: Frase,
uma unidade distintiva, ou seja, reconhecemos um oração e período; período simples - termos da oração:
fonema distinguindo-o de outro a partir dos significa- identificação, classificações e emprego. VII - Literatura:
dos diferentes que esses sons ensejam nas palavras, Denotação e conotação; conceituação de texto literário;
como no exemplo: pato ≠ bato, pois, trocando um des- gêneros literários; periodização da literatura brasilei-
ses sons, o significado sofrerá alterações. ra; estudo dos principais autores dos estilos de época.
Logo, um som pode alterar completamente o senti-
do de uma palavra; esse som deve ser denominado de
fonema. Ele representa os sons emitidos pelos falan-
tes; é, portanto, a representação gráfica das letras. ORTOGRAFIA: CORREÇÃO
ORTOGRÁFICA; ACENTUAÇÃO
Importante! GRÁFICA; DIVISÃO SILÁBICA
Nem sempre há correspondência entre o núme- ORTOGRAFIA
ro de fonemas e de letras. Ex.: a palavra carro-
ça tem 7 letras, porém só apresenta 6 fonemas As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos
[karosa]. casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica
da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é
derivada de processos históricos de evolução da língua.
Conhecer o alfabeto fonético internacional e as Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
regras de transcrição fonética são passos importan- que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
tes para compreender outros processos da ortografia, leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra-
07

bem como da divisão silábica. fia das palavras.


6-

Em relação à acentuação, por outro lado, a maior


84

parte das regras não são efêmeras, porém, são em


VOGAL, SEMIVOGAL E CONSOANTE
.
92

grande número. Neste material, iremos apresen-


tar uma forma condensada e prática de nunca mais
.3

A vogal é o núcleo da sílaba em língua portuguesa.


21

esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-


Não há sílaba sem vogal; o som das vogais é puro, ou vras são acentuadas.
-1

seja, sem obstáculos sonoros. As vogais são: a, e, i, o, u. Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
a

A semivogal é um som de vogal que perdeu a força guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
s
bo

sonora da vogal, juntam-se a uma vogal e são pronun- cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
ar

ciadas com menos força. São semivogais clássicas: /i/ à escrita correta. Veja:
B

e /u/.
a

Consoantes são os sons emitidos com obstáculos; z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
in

em nossa língua há 21 consoantes: b, c, d, f, g, h, j, k, l, Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.


ar
M

m, n, p, q, r, t, v, x, y, z, w.
O encontro na mesma sílaba de duas consoantes,
USAMOS X: USAMOS CH:
como RR, LH, PR etc. configura um encontro conso-
nantal. Dentre os encontros consonantais, destaca-se � Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se
os dígrafos, que são o encontro de duas consoantes a palavra não for deri- a palavra for derivada de
que representam um único som, como: CH, NH, LH, vada de palavras inicia- palavras iniciadas por
SC, SÇ, XC, XS, RR, SS, QU, GU. das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar
Já o encontro de duas vogais origina um encontro enxada � Em palavras derivadas
vocálico, que pode ser: � Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
xa, faixa grafados com CH: re-
z Tritongo: três sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.: � Depois da sílaba inicial me cauchutar, fechadura
Pa-ra-guai, I-guais, Sa-guão; se a palavra não for deri-
� Ditongo: dois sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.: vada de vocábulo iniciado
Pei-xe, Trou-xa, A-mei-xa; por CH: mexer, mexilhão
z Hiato: sons vocálicos em sílabas diferentes. Ex.:
20 Pa-ís, Ci-ú-me, Pi-a-da. Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- TONICIDADE SILÁBICA
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem;
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio. monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou (forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu-
lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força.
-jer. Ex.: viajar, lisonjear.
Termos derivados do latim escritos com j;
Monossílabas Átonas
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente,
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
Os monossílabos átonos são designados assim, pois
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa;
não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto,
z É com S ou com Z? palavras que designam nacio-
pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso.
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
Ex.: Essa chance nos foi dada.
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa;
inglês; marquesa; duquesa. Monossílabas Tônicas
Palavras que designam qualidade, cuja termina-
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: Os monossílabos tônicos apresentam autonomia
Embriaguez; lucidez; acidez. fonética e, por isso, são proferidos fortemente nos
contextos de uso em que aparecem. É importante fri-
Essas regras para correção ortográfica das pala- sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado,
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é Ex.: “Essa chance foi dada a nós”.
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. Oxítonas
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos São chamadas assim as palavras que apresentam
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a
informação, pois além de contribuir para seu conhe- sílaba mais forte.
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê.
também aumentará.
Paroxítonas
NÚMERO DE SÍLABAS
São chamadas assim as palavras que apresentam a
Antes de compreendermos os processos norteado- sílaba tônica na penúltima sílaba.
res da divisão silábica, é importante identificar uma Ex.: a-çú-car.
sílaba. Sílaba é um grupo de palavras que se pronun-
cia em apenas uma emissão de voz, como a palavra Proparoxítonas
07

“pá”, por exemplo.


6-

Para compreender o processo de formação silábi- São chamadas assim as palavras que apresentam a
84

ca e, consequentemente, reconhecer os números de sílaba tônica na antepenúltima sílaba.


.

Ex.: rá-pi-do.
92

sílabas em uma palavra, é fundamental saber como


.3

dividir a palavra em sílabas.


Notações Léxicas
21

Esse processo é chamado de divisão silábica e


-1

constitui a identificação e delimitação das sílabas de


cada palavra. As palavras classificam-se em monossí- São notações léxicas todos os sinais e símbolos
a

acessórios que servem para auxiliar a pronúncia das


s

labas (se apresentam apenas uma sílaba) ou polissíla-


bo

palavras. Vejamos alguns exemplos:


bas (mais de uma sílaba).
ar

Veja alguns exemplos:


B

z Acento agudo (´): sinal com um traço oblíquo para


Separam-se:
a

direita que indica sílaba tônica em palavras que


in
ar

precisam ser sinalizadas;


z Hiatos: sa-í-da; va-zi-o;
M

z Acento circunflexo (^): sinal que indica vogal


z Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ, XC): car-ro; ces-são; cons-
tônica e fechada em palavras que precisam ser
-ci-ên-cia; cres-ça; ex-ce-ção; sinalizadas;
z Vogais iguais / grupo consonantal CC (Ç): Co-or-de- z Acento grave (`): sinal com traço oblíquo para
LÍNGUA PORTUGUESA

-nar; ca-a-tin-ga/fic-ção; con-fec-cionar; esquerda que representa a junção de duas vogais


z Encontros consonantais disjuntos (pt, dv, gn, bs, A em funções sintáticas diferentes, fenômeno cha-
tm, ft, ct, ls): Ap-ti-dão; ad-vo-ga-do; dig-no; ab-sol- mado de crase;
-ver; rit-mo; as-pec-to; con-vul-são. z Diacrítico til (~): indica nasalização em som vocá-
lico, não é considerado um sinal.
Não se separam:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
z Ditongos e Tritongos: Gló-ria/ U-ru-guai;
z Dígrafos (CH, LH, NH, GU, QU): cha-ve; ga-lho; Muitas são as regras de acentuação das palavras
ni-nho; lin-gui-ça; quei-jo; da língua portuguesa; para compreender essas regras,
z Encontros consonantais em sílaba inicial: psi-có- faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e
-lo-go; pneu. respeitar a divisão das sílabas. 21
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Regras de Acentuação Porém, precisamos ter consciência de que nem todo
contexto é apropriado para o uso de novas estruturas
z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossí-
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os
chá; pé, fé, mês; nó, pó, só; processos de formação de palavras e as consequências
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto- dessas novas constituições, focando nesse conteúdo;
nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua- sempre cobrado pelas bancas mais exigentes.
raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto- ESTRUTURA DAS PALAVRAS
nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.:
bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; Radical e Morfema Lexical
abdômen, hímen.
As palavras são formadas por estruturas que, uni-
das, podem se modificar e criar novos sentidos em
Importante! contextos diversos. Os morfemas são as menores uni-
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em dades gramaticais com sentido da língua. Para identifi-
cá-los é preciso notar que uma palavra é formada por
ditongo. pequenas estruturas. Para isso, podemos imaginar que
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça no qual
rádio etc. podemos juntar outra peça para formar uma estrutura
maior; porém, se você já montou um quebra-cabeça,
deve se lembrar que não podemos unir as peças arbi-
z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e trariamente, é preciso buscar aquelas que se encaixam.
fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem Assim, como falantes da língua, reconhecemos
ser acentuadas! essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois, a
todo momento estamos aptos a criar novas palavras a
Porém, esse grupo de palavras divide uma polê- partir das regras que o sistema linguístico nos oferece.
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o
vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por- surgimento de novos vocábulos a partir de “peças”
tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona existentes na língua, algumas misturando termos de
ou proparoxítona. outras línguas com morfemas da língua portuguesa
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas para a formação de novas palavras, como: bloguei-
palavras apresentam um ditongo crescente no final de ro (blogger), deletar (delete); já algumas palavras
suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser ganham novos morfemas e, consequentemente, novas
considerado hiato. É o que ocorre com as palavras: acepções nas redes sociais como, por exemplo, biscoi-
HIS-TÓ-RIA/ HIS-TÓ-RI-A teiro, termo usado para se referir a pessoas que bus-
VÁ-CUO/ VÁ-CU-O cam receber elogios nesse ambiente.
PÁ-TIO/ PÁ-TI-O As peças do quebra-cabeças que formam as pala-
Antes de concluir, é importante mencionar o uso vras da língua portuguesa possuem os seguintes nomes:
do acento nas formas verbais ter e vir:
Ele tem / Eles têm
07

Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos,


Ele vem / Eles vêm
6-

Consoantes e Vogais de Ligação


Perceba que, no plural, essas formas admitem o
84

uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-


.

O radical, também chamado de semantema, é o


92

cia verbal quando usar esses verbos.


núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
.3
21

se anexam os demais morfemas, criando as palavras


derivadas. Devido a essa importante característica, o
-1

radical é também conhecido como morfema lexical,


a

MORFOLOGIA
s

pois se trata da significação própria dos vocábulos,


bo

designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti-


ar

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS; do propriamente dito.


B

MORFEMAS, AFIXOS; PROCESSOS DE FORMAÇÃO Alguns exemplos de radicais:


a

DE PALAVRAS Ex.: pastel – pastelaria – pasteleiro;


in
ar

pedra – pedreiro - pedregulho;


M

No dia a dia, usamos unidades comunicativas Terra – aterrado – enterrado - terreiro.


para estabelecer diálogos e contatos, formando enun-
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de Importante! Palavras da mesma família etimo-
palavras. Elas surgem da necessidade de comunica- lógica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e
ção e os processos de formação para sua construção guardam o mesmo valor semântico no radical, são
são conhecidos da nossa competência linguística, pois conhecidas como cognatas.
como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse ter-
mo tem relação com o ato de ver antecipadamente, Afixos ou Morfemas Derivacionais
dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na forma- A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras
ção de novas palavras é essencial para o estudante da formas e sentidos pelos morfemas derivacionais, que
língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido são assim chamados pois auxiliam no processo de cria-
pelo nosso cérebro, que identifica os prefixos, sufixos e ção de palavras a partir da derivação, ou seja, a inclusão
palavras novas que podem ser criadas a partir da estru- de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos.
tura da língua; não é à toa que, muitas vezes, somos Vale notar que algumas bancas denominam os afi-
22 surpreendidos com o uso inédito de algum termo. xos de infixos.
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São morfemas derivacionais os afixos, estruturas Vogais Temáticas
morfológicas que se anexam ao radical das palavras e
A vogal temática liga o radical a uma desinência,
auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver-
Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias: bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
radical para a união de outras desinências.
z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante- Ex.: Amar e Amor.
rior do radical. Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju-
Exs.: gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou
In: infeliz. 3º conjugação:
Anti: antipatia. Exs.:
Pós: posterior. Amar – 1º conjugação;
Bi: bisavô. Comer – 2º conjugação;
Contra: contradizer. Partir – 3º conjugação.
z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste- É importante não se confundir: a vogal temática
rior do radical. não existe em palavras que apresentam flexão de
Exs.: gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma
mente: Felizmente. desinência e não uma vogal temática!
dade: Lealdade. Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja
(essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis-
eiro: Blogueiro.
te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá
ista: Dentista.
ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s.
gudo: Narigudo.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas
não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
É importante destacar que essa pequena amostra,
listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue- Tema
sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que
você tenha consciência do quão rico é o processo de O tema é a união do radical com a vogal temática.
formação de palavras por afixos. A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
Além disso, não é interessante que você decore esses esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
morfemas derivacionais, mas que você compreenda apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras
que não apresentem vogal temática também não irão
o valor semântico que cada um deles estabelece na
possuir tema.
língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados,
Exs.:
comumente, para criar uma relação com o ambiente
Vendesse – tema: vende;
profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro,
Mares – tema: mare.
blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Os sufixos costumam mudar mais a classes das Vogais e Consoantes de Ligação
palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos
07

vocábulos. As consoantes e vogais de ligação têm uma função


6-

eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de


84

Desinências ou Morfemas Flexionais palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais


.
92

de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên-


cias, aquelas facilitam a pronúncia.
.3

Os morfemas flexionais, mais conhecidos como


21

Exs.:
desinências, são os mais estudados na língua portu-
-1

Gas - ô - metro;
guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
Alv - i - negro;
a

estruturas no singular e no plural, os verbos em tem-


s

Tecn - o - cracia;
bo

pos e conjugações e as relações de gênero em femini- Pe - z - inho;


ar

no e masculino. Cafe - t- eira;


B

Para facilitar a compreensão, podemos dividir os Pau - l - ada;


a

morfemas flexionais em: Cha - l - eira;


in
ar

Inset - i - cida;
M

z Aditivos: Adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro- Pobre - t- ão;


fessor/professora; livro/livros; Paris - i - ense;
z Subtrativos: Elimina-se um elemento do morfema Gira - s - sol;
lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã; Legal - i - dade.
LÍNGUA PORTUGUESA

z Nulos: Quando a ausência de uma letra indica


uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos é mar- PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
cado por essa ausência, como em: mesa (0)2 /mesas. A partir do conhecimento dos morfemas que auxi-
liam o processo de ampliação das palavras da língua,
Não confunda: podemos iniciar o estudo sobre os processos de for-
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos); mação de palavras.
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos; As palavras na língua portuguesa são criadas a
Morfema lexical: radical. partir de dois processos básicos que apresentam clas-
Morfema gramatical: significado interno à estrutura ses específicas. O quadro a seguir organiza bem os
gramatical, como artigos, preposições, conjunções etc. processos de formação de palavras:
2 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 23
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Derivação Parassintética
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO Na derivação parassintética, um acréscimo simul-
tâneo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma
� Prefixal � Justaposição
estrutura primitiva. É importante não confundir, con-
� Sufixal � Aglutinação
tudo, com o processo de derivação por sufixação e
� Prefixal e sufixal
prefixação. Veja:
� Parassintética
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o senti-
� Regressiva
do, como em “emagrecer” (sem um dos afixos: “ema-
� Imprópria ou conversão
gro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para
estabelecer por qual processo a palavra foi formada:
Como é possível notar, os dois processos de formação
retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira
de palavras são a derivação e a composição. As pala-
dúvida. Caso a palavra que restou exista, estaremos
vras formadas por processos derivativos apresentam
mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las agora! diante de um processo por derivação sufixal e prefi-
xal; caso contrário, a palavra terá sido formada por
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO derivação parassintética.
Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar,
As palavras formadas por processos de derivação entediar etc.
são classificadas a partir de seis categorias:
Derivação Regressiva
z Prefixal ou prefixação;
z Sufixal ou sufixação; Já na derivação regressiva, a nova palavra será
z Prefixal e sufixal; formada pela subtração de um elemento da estrutura
z Parassintética ou parassíntese; primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
z Regressiva; Almoço (almoçar);
z Imprópria ou conversão. Ataque (atacar);
Amasso (amassar).
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada A derivação regressiva, geralmente, forma substanti-
uma dessas classes e identificar as peculiaridades de vos abstratos derivados de verbos. É possível que alguns
cada uma. autores reconheçam esse processo como redução.

Derivação Prefixal Derivação Imprópria

Como o próprio nome indica, as palavras forma- A derivação imprópria, a partir de seu processo de
das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci- formação de palavras, provoca a conversão de uma
mo de um prefixo à estrutura primitiva, como: classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho- tantivo, por exemplo.
mem; infeliz; refazer. A seguir, apresentamos alguns processos de con-
Pré-vestibular: prefixo pré-;
07

versão das palavras por derivação imprópria:


Disposição: prefixo dis-;
6-

Deslealdade: prefixo des-;


84

Super-homem: prefixo super; z Particípio do verbo - substantivo: Teria passado


.

- O passado;
92

Infeliz: prefixo in-;


z Verbos - substantivos: Almoçar - O almoço;
.3

Refazer: prefixo re-.


z Substantivos - adjetivos: o gato - mulher gato;
21

z Substantivos comuns - substantivos próprios:


-1

Derivação Sufixal
leão - Nara Leão;
a

z Substantivos próprios - comuns: Gillete - gilete;


s

De maneira comparativa, podemos afirmar que a


bo

formação de palavras por derivação sufixal refere-se ao Judas - ele é o judas do programa.
ar

acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:


B

Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofri- Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos
a

mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria. são mais comuns no processo de formação de deter-
in

Lealdade: sufixo -dade; minadas classes gramaticais, vejamos:


ar

Francesa: sufixo -esa;


M

Belíssimo: sufixo -íssimo; z Sufixos nominais: originam substantivos, adjeti-


Inquietude: sufixo -tude; vos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
Sofrimento: sufixo -mento; z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer,
Harmonizar: sufixo -izar; -izar, -ar;
Gentileza: sufixo -eza; z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.:
Lotação: sufixo -ção; -mente.
Assessoria: sufixo -ria.
LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS
Derivação Prefixal e Sufixal
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a
Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto
seguir que podem auxiliar na compreensão do proces-
um sufixo quanto um prefixo; vejamos alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infeliz- so de formação de palavras. Novamente, alertamos que
mente (prefixo in- com sufixo -mente); ultrapassagem essa lista não deve ser encarada como uma “tabuada” a
(prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração ser decorada, mas como um método para apreender o
24 (prefixo -re com sufixo -ção). sentido de alguns desses radicais e prefixos.
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RADICAIS E PREFIXOS GREGOS z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente etc.;
z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.
RADICAL/
SENTIDO EXEMPLO
PREFIXO
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir
Acro Alto Acrofobia/acrobata de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras
Agro Campo Agropecuária que detêm a raiz com sentido lexical independente.
Algia Dor Nevralgia São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc.
A partir das palavras primitivas, o falante pode
Bio Vida Biologia
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala-
Biblio Livro Biblioteca vras derivadas, assim chamadas pois derivam de um
Crono Tempo Cronologia dos seis processos derivacionais.
Caco Mau cacofonia Já as palavras compostas guardam a independên-
cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala-
Cali Belo Caligrafia vras para a formação de um novo sentido.
Dromo Local Autódromo
USO DO HÍFEN CONFORME O NOVO ACORDO
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da ORTOGRÁFICO
língua portuguesa também se aglutinam a radicais e
prefixos latinos. O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformu-
lado com a reforma ortográfica da língua que entrou
em vigor em 2009 no Brasil.
RADICAIS E PREFIXO LATINOS A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO contextos, o que podemos ver como uma facilitação
do aprendizado de quando usá-lo ou não.
Arbori Árvore Arborizar
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen,
Beli Guerra Belicoso conforme o novo acordo ortográfico, é esta:
Cida Que mata Homicida
z Palavras com final em vogais iguais: Usa-se hífen.
Des- dis Separação Discordar
Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório.
Equi Igual Equivalente
Ex- Para fora Exonerar Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa
Fide Fé Fidelidade regra geral. Por isso, iremos apresentar alguns exem-
plos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar
Mater Mãe Materno seu aprendizado.

Processos de Composição z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão


07

unidos por hífen quando o segundo termo apre-


6-

As palavras formadas por processos de composi- sentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coo-
84

ção podem ser classificadas em duas categorias: justa- rientador, coautor, preenchimento, reeleição,
.

reeducação, preestabelecer;
92

posição e aglutinação.
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen
.3

As palavras formadas por qualquer um desses pro-


21

cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma deve permanecer caso a palavra seguinte seja ini-
-1

vez que nesse processo há a junção de duas palavras ciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático,
hiper-requintado, inter-racial, super-racional;
a

que já existem para a formação de um novo termo,


s

z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais


bo

com um novo sentido.


utilizado em palavras formadas de prefixo termi-
ar

nado em vogal seguido de palavra iniciada por R


B

z Composição por justaposição: nesse processo, ou S. Ex.: antessala, autorretrato, contrarregra,


a
in

as palavras envolvidas conservam sua autonomia antirrugas etc;


ar

morfológica, permanecendo a tonicidade original z É importante esclarecer que em prefixos termina-


M

de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz dos em vogais, aplicados a palavras cuja primei-
de conta, navio-escola, malmequer; ra letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói;
z Composição por aglutinação: na formação de anti-higiênico; extra-humano; semi-herbáceo;
LÍNGUA PORTUGUESA

palavras por aglutinação, há mudanças na toni- z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados),
cidade dos termos envolvidos, que passam a ser Ex, Vice, Soto, Além, Aquem, Recém, Sem devem
subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró- ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal;
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice-
leo (petra + óleo); aguardente (água + ardente);
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea-
vinagre (vinho + agre); você (vossa + mercê).
no; recém-nascido; sem-teto;
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas
Palavras Compostas e Derivadas a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano;
Agora que já conhecemos os processos de forma- z Também devemos empregar hífen em palavras for-
ção de palavras, precisamos identificar as palavras madas pelos sufixos de origem tupi-guarani, como
que são compostas e as palavras que são derivadas. Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; capim-açu. 25
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Dica
Importante!
Toda palavra determinada por um artigo torna-se
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
das palavras compostas por justaposição com
um termo de ligação. Assim, palavras como Pé NUMERAIS
de moleque, que antes contavam com o hífen,
agora já não utilizam mais. Porém, não foram São palavras que se relacionam diretamente ao
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
todas as palavras justapostas que foram atin-
ção. Os numerais podem ser:
gidas pela reforma; palavras justapostas que
designam plantas ou bichos ainda são escritas z Cardinais: Indicam quantidade em si. Ex.: Dois
com hífen. Ex.: Cana-de-açúcar; pimenta-do-rei- potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
no; castanha-do-Pará; João-de-barro; bem-te-vi; meninos eram bons em português;
porco-da-Índia. z Ordinais: Indicam a ordem de sucessão de uma
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: Indicam o número de vezes pelo
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
CLASSES GRAMATICAIS: Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: Indicam frações, divisões ou dimi-
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÕES E nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
EMPREGO um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
recebeu metade do pagamento.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
e suas funções. quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Analogamente, para compreender bem as funções Dúzia: conjunto de doze unidades;
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, Novena: período de nove dias;
precisamos conhecer como essa forma se classifica e Década: período de dez anos;
Século: período de cem anos;
como se organiza.
Bimestre: período de dois meses.
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as
formas das palavras na morfologia, que organiza as
Um: Numeral ou Artigo?
classes das palavras em dez categorias. A seguir, estu-
daremos detalhadamente cada uma delas e também
A forma um pode assumir na língua a função de
veremos um “bônus” para seus estudos: as palavras artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
07

denotativas, atualmente, muito cobradas por bancas podemos reconhecer cada função? É preciso observar
6-

exigentes. o contexto em uso. Observe:


. 84

ARTIGOS
92

z Durante a votação, houve um deputado que se


.3

posicionou contra o projeto;


21

Os artigos devem concordar em gênero e número z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
-1

com os substantivos. São, por isso, considerados deter- cionou contra o projeto.
minantes dos substantivos.
s a

Essa classe está dividida em artigos definidos e Na primeira frase, podemos substituir o termo um
bo

artigos indefinidos. Os definidos funcionam como por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
ar

determinantes objetivos, individualizando a palavra, o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
B

já os indefinidos funcionam como determinantes der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
a
in

imprecisos. contra o projeto é um deputado e não uma deputada,


ar

O artigo definido — o — e o artigo indefinido — por exemplo.


M

um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
indefinidos. Assim, temos:
deputado, marcando a quantidade.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
z Artigos definidos: o, os; a, as;
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
Os artigos podem ser combinados às preposições. seguir:
São as chamadas contrações. Algumas contrações
comuns na língua são: z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z em + a = na; cordância com palavras femininas é inaceitável
z a + o = ao; pela gramática.
z a + a = à; Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
26 z de + a = da. Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
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z A forma 14 por extenso apresenta duas formas z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
SUBSTANTIVOS A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.

Os substantivos classificam os seres em geral. Uma Já os substantivos biformes designam os substan-


característica básica dessa classe é admitir um deter- tivos que apresentam duas formas para os gêneros
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
xionam-se em gênero, número e grau. Destacamos que alguns substantivos apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for-
Tipos de Substantivos mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
A classificação dos substantivos admite nove tipos Outros substantivos modificam o radical para
diferentes. São eles: designar formas diferentes no masculino e no femini-
no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
z Simples: Formados a partir de um único radical. Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.
Ex.: vento, escola;
z Composto: Formados pelo processo de justaposi- Gênero e Significação
ção. Ex.: couve-flor, aguardente;
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo Alguns substantivos uniformes podem aparecer
substantivo. Ex.: pedra, dente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.: modificação no sentido. Veja, por exemplo:
pedreiro, dentista;
z Concreto: Designam seres com independência z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- z O testemunho: Relato de experiência, associado a
pendentemente de sua conotação espiritual ou religiões.
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro;
z Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua- Algumas formas substantivas mantêm o radical e
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, significado:
depende de uma pessoa, um substantivo concreto
a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora- z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
gem, liberalismo, feiura; z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z Comum: Designam todos os seres de uma espécie. z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
Ex.: homem, cidade;
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: Além disso, algumas palavras na língua causam
Pedro, Fortaleza; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
07

z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- das em contextos informais com gêneros diferentes.
6-

to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
84

a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-


.
92

É importante destacar que a classificação de um fonema; o trema.


.3

substantivo depende do contexto em que ele está inse- Algumas formas que não apresentam, necessaria-
21

rido. Vejamos: mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no


-1

Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
a

pessoa = Próprio); sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.


s
bo

O amigo mostrou-se um judas (judas significando


traidor = comum).
ar

Flexão de Número
B
a

Flexão de Gênero Os substantivos flexionam-se em número, de


in

maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:


ar

Os gêneros do substantivo são masculino e Casa / casas.


M

feminino. Porém, podem apresentar outras terminações:


Porém, alguns deles admitem apenas uma forma males, reais, animais, projéteis etc.
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
LÍNGUA PORTUGUESA

formes. Os substantivos uniformes podem ser: das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- terminada em L e que tem como plural “males”.
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
te / a cliente; O líder / a líder; corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
z Epicenos: Designam geralmente animais que Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
apresentam distinção entre masculino e feminino, mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo e méis.
macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
fêmea; girafa macho / girafa fêmea; Ex.: capelães, capitães, escrivães. 27
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Contudo, há substantivos que admitem até três O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
formas de plural, como os seguintes:
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; inicial maiúscula.
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as
inicias das palavras que designam:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
órgãos; órfão / órfãos. reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
Plural dos Substantivos Compostos z Nomes de cidades, países, estados, continentes
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
Os substantivos compostos são aqueles formados Ceará, Nárnia, Londres;
por justaposição. O plural dessas formas obedece às z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
seguintes regras: das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
z Variam os dois elementos: xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
Gabinete da Vice-presidência, Organização das
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- Nações Unidas;
tres -salas; z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
das -noturnos; nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
-feiras. de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
z Varia apenas um elemento: Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
canas-de-açúcar; Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Substantivo + substantivo com função adjetiva. fados com maiúsculas apenas quando utilizados
Ex.: navios-escola. indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
abaixo-assinados. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
07

Destacamos, ainda, que os substantivos compostos Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).


6-

formados por
84

verbo + advérbio
Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar
.

verbo + substantivo plural


92

pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são


ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha.
.3

aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e


21

vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma


Variação de Grau
-1

forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos


a

por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-


s

A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-


bo

las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.


ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou
ar

uma diminuição.
B

ADJETIVOS
a

z Grau aumentativo: Quando o acréscimo de sufi-


in

Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-


ar

xos aos substantivos indicar um aumento de


tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
M

tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, podem indicar:
fogaréu, boqueirão, poetastro;
z Grau diminutivo: Exprime, ao contrário do z Qualidade: professor chato;
aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção z Estado: aluno triste;
do ser. z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
pequenina, papelucho. Locuções Adjetivas

Dica As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos


adjetivos, indicando as mesmas características deles.
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo Elas são formadas por preposição + substantivo,
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
vras, podendo assumir um valor: tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
Afetivo: filhinha / mãezona; A seguir, colocamos diferentes locuções adjetivas ao
28 Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. lado da forma adjetiva, importantes para seu estudo:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Voo de águia / aquilino; Variação de Grau
z Poder de aluno / discente;
z Conselho de professores / docente; O adjetivo pode variar em dois graus: compara-
z Cor de chumbo / plúmbea; tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
z Luz da lua / lunar; respectivas categorias.
z Sangue de baço / esplênico;
z Nervo do intestino / celíaco ou entérico; z Grau comparativo: Exprime a característica de
z Noite de inverno / hibernal ou invernal. um ser, comparando-o com outro da mesma classe
nos seguintes sentidos:
É importante destacar que, mais do que “decorar”
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun- „ Igualdade: Compara elementos colocando-os
damental reconhecer as principais características de em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto
uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos
apresentar valor de posse. quanto simplórios;
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta; „ Superioridade: Compara, evidenciando um
A abertura de conta pode ser realizada on-line. elemento como superior ao outro. Mais do que,
Quando a locução adjetiva é composta pela prepo- melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente
sição “de”, pode ser confundida com a locução adver- do que o dinheiro;
bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante „ Inferioridade: Compara, evidenciando um ele-
perceber que a locução adjetiva apresenta valor de mento como inferior ao outro. Menos do que,
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da do que mulheres.
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
zando o substantivo “abertura”. z Grau superlativo: Em relação ao grau superlati-
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- vo, é importante considerar que o valor semântico
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- desse grau apresenta variações, podendo indicar:
ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
demonstrando seu caráter adverbial. „ Característica de um ser elevada ao último
As locuções adjetivas também desempenham fun- grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
numerais e orações substantivas. ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. absoluto analítico).
Já as locuções adverbiais desempenham função de O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e sintético);
orações adjetivas com esses valores. „ Característica de um ser relacionada com
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. outros indivíduos da mesma classe: Superla-
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv. tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
07

mais) ou de inferioridade (o menos).


Adjetivo de Relação
6-

Ex.: O candidato é o mais humilde dos concor-


84

rentes? (Superlativo relativo de superioridade).


.

No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer


92

O candidato é o menos preparado entre os con-


o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
.3

correntes à prefeitura (Superlativo relativo de


relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
21

inferioridade).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
-1

Importante! Ao compararmos duas qualidades


seguintes características:
de um mesmo ser, devemos empregar a forma
s a

analítica (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).


bo

z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-


Ex.: A modelo é mais alta que magra.
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
ar

Porém, se uma mesma característica referir-se


B

bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub-


a seres diferentes, empregamos a forma sinté-
a

jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos


tica (melhor, pior, menor etc.).
in

de quem o descreve;
ar

Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.


z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
M

relação sempre são posicionados após o substanti-


vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial; Formação dos Adjetivos
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
LÍNGUA PORTUGUESA

tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal


— pai; mundial — mundo; simples ou compostos.
z Não admitem variação de grau: os graus com-
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.: z Primitivos: Adjetivos que não derivam de outras
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco palavras. A partir deles, é possível formar novos
mundial”. termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: São palavras que derivam de verbos ou
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.;
te americano (não é subjetivo; posicionado após o z Simples: Apresentam um único radical. Ex.: por-
substantivo; derivado de substantivo; não existe a tuguês, escuro, honesto etc.;
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- z Compostos: Formados a partir da união de dois ou
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro,
roteiro carnavalesco. amarelo-ouro etc. 29
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Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.

Plural dos Adjetivos Compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes regras:

z Invariável:

„ Os adjetivos compostos por azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;


„ Locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

z Varia o último elemento:

„ Primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


„ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.

z Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para desig-
nar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializavam o
pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.

Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

07
6-
. 84
92
.3
21
-1
s a
bo
ar
B
a
in
ar
M

30
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ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:

z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
07

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
6-

biais apresentam um valor passivo.


84

Ex.: Ameaça de colapso.


.
92

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
.3

temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
21

Ex.: Colapso foi ameaçado.


-1

Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
s a

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
bo

não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
ar

Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
B

passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
a
in

isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.


ar
M

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo
Locuções adjetivas apresentam valor de posse
LÍNGUA PORTUGUESA

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova? 31
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Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
GRAU Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
COMPARATIVO
Muito Mais - -
Pouco Menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO

Bem Otimamente Muito bem Inferioridade


GRAU -
SUPERLATIVO Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
07

Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
6-

caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.


84

Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.


.
92

Os homens responderam felizes às esposas.


.3

Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.


21

Agora, acompanhe o seguinte exemplo:


-1

Ex.: A cerveja que desce redondo.


a

As cervejas que descem redondo.


s
bo

Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.


ar
B

Palavras Denotativas
a
in
ar

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
M

não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.


Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: Sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: Sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: Sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: Sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: Sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
32 Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
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Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:

PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO


1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
07

Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.


6-
84

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
.
92

sobre todas as questões;


z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre-
.3

posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).


21
-1

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


a

Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
s
bo

“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
ar

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:
B
a

z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


in

z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);


ar

z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).


M

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
LÍNGUA PORTUGUESA

que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.


Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:

z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; 33
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z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à PRONOMES INDEFINIDOS3
3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Muito, muita, muitos, muitas Algo
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Certo, certa, certos, certas Nada
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Vários, várias Cada
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Quanto, quanta, quantos, quantas Que
e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem Tanto, tanta, tantos, tantas
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Qualquer, quaisquer
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
zes, reis, clérigos, entre outras. Qual, quais
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Um, uma, uns, umas
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
sociais que designam:
As palavras certo e bastante serão pronomes
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu- indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
ques e seus respectivos femininos; serão adjetivos quando vierem depois.
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover- indefinido).
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus A palavra bastante frequentemente gera dúvida
respectivos femininos; quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
do. Por isso, atente-se ao seguinte:
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
cerimonioso a comerciantes importantes; z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa; te ao termo “muito”.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev- Ex.: Elas são bastante famosas.
ma.): Bispos. z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
ao termo “suficiente”.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
nomes de tratamento e suas respectivas designações a festa.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
da Presidência da República. Portanto, essas designa- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- quantidade de algo.
ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
Pronomes Demonstrativos
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
07

tamento é importante destacar que o plural de


6-

algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
84

como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na apontam elementos a que se referem as pessoas do
.
92

maioria das abreviaturas terminadas com a letra discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
.3

a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
21

Exas.; V. Ema. / V.Emas.; textual.


-1

z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-


tíssimo Juiz; z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
a

z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-


s

z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;


bo

blica nunca deve ser abreviado. z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
ar

z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.


B

Pronomes Indefinidos
a

Usamos este, esta, isto para indicar:


in

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de


ar

maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-


M

� Referência ao espaço físico, indicando a proximi-


soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar dade de algo ao falante.
e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela: Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova.
PRONOMES INDEFINIDOS3 � Referência ao tempo presente.
Variáveis Invariáveis Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
pagarei a última prestação da casa.
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém � Referência ao espaço textual.
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
nenhumas curava um presente para o marido (o pronome
refere-se ao último termo mencionado).
Todo, toda, todos, todas Quem
Outro, outra, outros, outras Outrem Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
me “este” refere-se ao próprio texto).

3 Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-


34 quanto-qual.htm>. Acesso em: 14 jul. de 2020.
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Usamos esse, essa, isso para indicar: Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- a algo subentendido: Quem cala consente (aquele
mento de algo de quem fala. que cala).
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você. � Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
z Indicar distância que se deseja manter. deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- vo; pode sofrer flexões.
fia nesses políticos. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
z Referência ao tempo passado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias � Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado
estive em São Paulo.
para indicar posse e aparecer relacionando dois
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
possuída.
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
sa expressão utilizada. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: matéria (coisa possuída).

� Referência ao espaço físico, indicando afastamen- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
to de quem fala e de quem ouve. ro com a coisa possuída.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
� Referência a um tempo muito remoto, um passa- cujo: Cujo o, cuja a
do muito distante. Não podemos substituir cujo por outro pronome
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- relativo.
tas abertas. Bons tempos aqueles! O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
� Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Ex.: Não conheço mais aquela mulher. Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
� Referência ao espaço textual, indicando o pri- gunta: “de quem/do que?”
meiro termo de uma relação expositiva. Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- do que? Do filme).
riu beber chá; aquela, refrigerante. Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em � Emprego do pronome relativo onde: Empregado
função demonstrativa referencial. Veja: para indicar locais físicos.
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
esqueceu de preencher o gabarito. � Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- mindo as formas aonde e donde.
07

ceu de preencher o gabarito. Ex.: Irei aonde você for.


6-

� O relativo “onde” pode ser empregado sem


84

Pronomes Relativos antecedente.


.

Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.


92

� Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual”


.3

Uma das classes de pronomes mais complexas, os


e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
21

pronomes relativos têm função muito importante na


do em substituição a outros pronomes relativos,
-1

língua, refletida em assuntos de grande relevância


em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
a

guísticos, como o “queísmo”.


s

é essencial conhecer adequadamente a função desses


bo

elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
ar

Os pronomes relativos referem-se a um substantivo guém se lembra.


B

ou a um pronome substantivo mencionado anterior-


a

O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão


in

mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-


ar

nado anteriormente) chamamos de antecedente. textual, desfazendo estruturas ambíguas.


M

São pronomes relativos:


Pronomes Interrogativos
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto,
São utilizados para introduzir uma pergunta ao
LÍNGUA PORTUGUESA

quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta,


quantas; texto.
z Invariáveis: Que, quem, onde, como; Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso- Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O Quantos anos tem seu pai?
cachorro que estava doente morreu. A caneta que O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
emprestei nunca recebi de volta. tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
relativo “que”. indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem
� Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
ser uma pessoa ou objeto personificado. tantivos, dando fluidez à leitura. 35
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- to honrada com esse título.
zação da atividade. O tempo estava instável)4. „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
favor.
Pronomes Possessivos „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir: Casos proibidos:

1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas „ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas Dá-me esse caderno! (certo).
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas „ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
-se de nada (correto).
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).

Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, VERBOS


a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
a uma coisa. Certamente, a classe de palavras mais complexa e
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o importante dentre as palavras da língua portuguesa é
pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
do pronome é com o objeto da posse. e os agentes desses atos, além de ser uma importante
Outras funções dos pronomes possessivos: classe sempre abordada nos editais de concursos; por
isso, atente-se às nossas dicas.
z Delimitam o substantivo a que se referem; Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
z Concordam com o substantivo que vem depois dele; em número, pessoa, modo e tempo, além da designa-
z Não concordam com o referente; ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um
z O pronome possessivo que acompanha o substan- fato.
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. As flexões verbais são marcadas por desinências,
que podem ser:
Colocação Pronominal
z Número-pessoal: Indicando se o verbo está no
Estudo da posição dos pronomes na oração. singular ou plural, bem como em qual pessoa ver-
bal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Próclise: Pronome posicionado antes do verbo. z Modo-temporal: Indica em qual modo e tempo
Casos que atraem o pronome para próclise: verbais a ação foi realizada.
07

„ Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: Iremos apresentar essas desinências a seguir.
6-

Não me submeto a essas condições. Antes, porém, de abordarmos as desinências modo-


84

„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- -temporais, precisamos explicar o que são modo e
.
92

tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel. tempo verbais.
.3

„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se


21

apresente como um rico investidor, ele nada Modos


-1

tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex:
a

Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma


s

Em se tratando de futebol, Maradona foi um relação enunciada pelo verbo.


bo

ídolo.
ar

„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na z Indicativo: O modo indicativo exprime atitude de


B

esperança de sermos ouvidos, muito lhe certeza.


a
in

agradecemos. Ex.: Estudei muito para ser aprovado.


ar

„ Orações interrogativas, exclamativas, opta- z Subjuntivo: O modo subjuntivo exprime atitude


M

tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! de dúvida, desejo ou possibilidade.


Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver- z Imperativo: O modo imperativo designa ordem,
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise: convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.
„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
que estejam conjugados no futuro, caso não Tempos
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei O tempo designa o recorte temporal em que a ação
dos nossos estudantes. verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
que atraem o pronome para ênclise: a seguir:

36 4 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021.


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z Presente:

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).

z Passado:

„ Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente no passado.


Ex.: Estudei até ser aprovado.
„ Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Ex.: Estudava todos os dias.
„ Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à outra mais antiga.
Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.

z Futuro:

„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
„ Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:

Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª conjugações) -sse
07

Pretérito mais-que-perfeito -ra *


6-
84

Futuro -rá e -re -r


.
92

Futuro do pretérito -ria *


.3
21

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.


-1
a

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)


s
bo
ar

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
B

Ex.: Tenho estudado.


a

� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
in

cipal no particípio.
ar

Ex.: Tinha passado.


M

� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no
LÍNGUA PORTUGUESA

particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado. 37
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Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.

z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: Marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:

„ Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
„ Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:

z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
07

morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:


6-
84

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


.
92

Eu canto Cantei
.3
21

Tu cantas Cantaste
-1

Ele/ você canta Cantou


s a

Nós cantamos Cantamos


bo

Vós cantais Cantastes


ar
B

Eles/ vocês cantam Cantaram


a
in
ar

z Irregulares: Os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
M

bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.

Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu estou Estive
Tu estás Estiveste
Ele/ você está Esteve
Nós estamos Estivemos
Vós estais Estivestes
Eles/ vocês estão Estiveram
38
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z Anômalos: Esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.

Vejamos a conjugação o verbo “ser”:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu sou Fui
Tu és Foste
Ele / você é Foi
Nós somos Fomos
Vós sois Fostes
Eles / vocês são Foram

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.

z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
Despertar Despertado Desperto
07

Dispersar Dispersado Disperso


6-
84

Eleger Elegido Eleito


.
92

Encher Enchido Cheio


.3

Entregar Entregado Entregue


21

Morrer Morrido Morto


-1

Expelir Expelido Expulso


s a

Enxugar Enxugado Enxuto


bo
ar

Findar Findado Findo


B

Fritar Fritado Frito


a
in

Ganhar Ganhado Ganho


ar

Gastar Gastado Gasto


M

Imprimir Imprimido Impresso


Inserir Inserido Inserto
LÍNGUA PORTUGUESA

Isentar Isentado Isento


Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago
Prender Prendido Preso
Romper Rompido Roto
Salvar Salvado Salvo 39
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Torcer Torcido Torto

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Aceitar Eu já tinha aceitado o convite O convite foi aceito
Entregar Aviso quando tiver entregado a encomenda Está entregue!
Morrer Havia morrido há dias Quando chegou, encontrou o animal morto
Expelir A bala foi expelida por aquela arma Esta é a bala expulsa
Enxugar Tinha enxugado a louça quando o programa começou A roupa está enxuta
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou Trabalho findo!
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar Onde está o documento impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela Informações estavam omissas
Submergir Após ter submergido os legumes, reparou no amigo Deixe os legumes submersos por alguns minutos
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém Você está suspenso!

z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.

z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
07

te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
6-
. 84

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


92
.3

Eu me sento Sentei-me
21

Tu te sentas Sentaste-te
-1

Ele/ você se senta Sentou-se


s a

Nós nos sentamos Sentamo-nos


bo

Vós vos sentais Sentastes-vos


ar
B

Eles/ vocês se sentam Sentaram-se


a
in
ar

z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
M

to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.

„ O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
„ Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
„ O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
„ O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
„ Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
„ O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns
40 bons anos que não vejo Mariana”.
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z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
nas formas compostas dos verbos e também nas mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
locuções verbais. Os principais verbos auxiliares cumprimentaram.
dos tempos compostos são ter e haver.
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
concordância verbal; porém, o verbo principal deter- transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
mina a regência estabelecida na oração. se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
Apresentam forte carga semântica que indica indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do
modo e aspecto da oração. São importantes na forma- objeto direto.
ção da voz passiva analítica. Importante! Não confunda os verbos pronomi-
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
três formas nominais dos verbos: xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
pronome que faz parte integrante do seu significado,
diferentemente das vozes verbais, que acompanham
„ Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor
o pronome “se” com função sintática própria.
durativo da ação e equivale a um advérbio ou
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;
Outras Funções do “Se”
„ Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go,
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi-
Como vimos, o “se” pode funcionar como item
ficado em particípio regular e irregular, sendo
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
mento também acumula outras atribuições:
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
ticípio irregular.
o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
“Se” (partícula apassivadora).
„ Infinitivo: Marca as conjugações verbais.
O “se” exercerá essa função apenas:
AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar,
passear); „ Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, „ Com verbos que concordam com o sujeito;
pôr); „ Com a voz passiva sintética.
IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
sair). Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire-
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
07

Dica
6-

z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun-


84

O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- cionará nessa condição quando não for possível
.
92

ção, pois origina-se do verbo “poer”. identificar o sujeito explícito ou subentendido.


.3

O mesmo acontece com verbos que deste Além disso, não podemos confundir essa função
21

derivam. do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-


-1

ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa


estar na voz ativa.
a

Vozes Verbais
s
bo

As vozes verbais definem o papel do sujeito na Outra importante característica do “se” como índi-
ar

oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
B

verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
a
in

verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá


ar

� Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação estar na 3ª pessoa do singular.


M

verbal. Ex.: Acredita-se em Deus.


Ex.: O policial deteve os bandidos.
� Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle-
LÍNGUA PORTUGUESA

verbal. xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-


Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — procidade, auxiliando a construção dessas vozes
passiva analítica; verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. cipais características são:
� Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes-
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. „ Sujeito recebe e pratica a ação;
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O „ Funcionará, sintaticamente, como objeto direto
menino se agrediu. ou indireto;
� Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes- „ O sujeito da frase poderá estar explícito ou
mo tempo, porém há uma ação compartilhada implícito.
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti-
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
e sofrem a ação. presente de aniversário (implícito). 41
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z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se” Conjugação de Alguns Verbos
será parte integrante dos verbos pronominais,
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan- Vamos agora conhecer algumas conjugações de
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun- verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá to de questões em concursos.
estar explícito ou implícito. Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha.
z Partícula de realce: Será partícula de realce o PRESENTE — INDICATIVO
“se” que puder ser retirado do contexto sem pre-
juízo no sentido e na compreensão global do texto. Eu Adiro
A partícula de realce não exerce função sintática, Tu Aderes
pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Ele/Você Adere
z Conjunção: O “se” será conjunção condicional Nós Aderimos
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
“se” exerce função de conjunção integrante, ape- Vós Aderis
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Eles/Vocês Aderem
pela conjunção “caso”.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
dar, será aprovado). A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
Conjugação de Verbos Derivados interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
entrepor, supor.
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo
primitivo; para trabalhar a conjugação desses verbos, é
importante ter clara a conjugação de seus “originários”. PRESENTE — INDICATIVO
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos Eu Ponho
relevantes em provas diversas: Tu Pões

z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor; Ele/Você Põe


z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se; Nós Pomos
z Ver: Antever, rever, prever;
Vós Pondes
z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
Eles/Vocês Põem
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. PREPOSIÇÕES
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais Conceito
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
07

ção são, predominantemente, regulares. São palavras invariáveis que ligam orações ou
6-

outras palavras. As preposições apresentam funções


84

PRESENTE — INDICATIVO importantes tanto no aspecto semântico quanto no


.

aspecto sintático, pois complementam o sentido de


92

Eu Crio
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
.3

Tu Crias
21

sem a presença da preposição, modificando a transiti-


Ele/Você Cria vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
-1

Nós Criamos sentido de palavras deverbais5.


s a

As preposições essenciais são: a, ante, até, após,


bo

Vós Criais com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
ar

Eles/Vocês Criam te, por, sem, sob, trás.


B

Existem, ainda, as preposições acidentais, assim


a

chamadas pois pertencem a outras classes grama-


in

Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-


ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
ar

mente são irregulares e apresentam alguma modifi-


M

cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
PRESENTE — INDICATIVO (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
Ele/Você Passeia “A”

Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;


Vós Passeais z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam
Santos à Bahia;
5 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
42 termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
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z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; mãos em concha;
z Direção: Levantar as mãos aos céus; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; res em reais;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Lugar: Ir a Santa Catarina; z Fim: Pedir em casamento;
z Modo: Falar aos gritos; z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Sucessão: Dia a dia; z Modo: Escrever em francês;
z Tempo: Nasci a três de maio;
z Sucessão: De grão em grão;
z Proximidade: Estar à janela.
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Após”
“Entre”
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
“Com” z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Causa: Ficar pobre com a inflação; discórdia.
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- “Para”
nos para o futuro;
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; z Consequência: Você deve ser muito esperto para
z Matéria: Vinho se faz com uva; não cair em armadilhas;
z Modo: Andar com elegância; z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
comigo sempre é assim. z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
como nós estamos para as galinhas;
“Contra” z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Destino ou direção: Olhe para frente!
z Direção: Olhar contra o sol;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho “Perante”
contra o peito.
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.
“De”
“Por”
z Causa: Chorar de saudade;
z Assunto: Falar de religião;
07

z Matéria: Material feito de plástico; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por


6-

z Conteúdo: Maço de cigarro; sorteio;


84

z Origem: Você descende de família humilde; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
.

Posse: Este é o carro de João; z Conformidade: Copiar por original;


92

z
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Favor: Lutar por seus ideais;
.3

Tempo: Ela dorme de dia; z Medida: Vendia banana por quilo;


21

z
z Lugar: Veio de São Paulo; z Meio: Ir por terra;
-1

z Definição: Pessoa de coragem; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;


a

z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
s
bo

z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Quantidade: Chocar por três vezes;


Instrumento: Comer de garfo e faca;
ar

z z Substituição: Comprar gato por lebre;


Meio: Viver de ilusões;
B

z z Tempo: Viver por muitos anos.


Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
a

z
in

z Modo: Olhar alguém de frente;


“Sem”
ar

z Preço: Caderno de 10 reais;


M

z Qualidade: Vender artigo de primeira;


z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
corajosa. dinheiro.
LÍNGUA PORTUGUESA

“Desde” “Sob”

z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
“Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.

z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de “Sobre”


dólares;
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi z Direção: Ir sobre o adversário;
bom; z Lugar: Cair sobre o inimigo. 43
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Locuções Prepositivas Veja a lista a seguir7, que apresenta as preposições
que se contraem e suas devidas formas:
São grupos de palavras que equivalem a uma
preposição. z Preposição “a”:
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) „ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
A locução prepositiva na segunda frase substitui tivo feminino:
perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre- a + a= à
positivas sempre terminam em uma preposição (há a + as= às
apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti- „ Com o pronome demonstrativo:
do concessivo “não obstante”). a + aquele = àquele
Veja alguns exemplos: a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta- a + aquelas = àquelas
ram logo; a + aquilo = àquilo
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
de finanças; z Preposição “de”:
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
nada grave; „ Com artigo definido masculino e feminino:
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt, de + o/os = do/dos
a língua é indispensável para que possamos pen- de + a/as = da/das
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos; � Com artigo indefinido:
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, de + um= dum
não passei no exame; de + uns = duns
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito de + uma = duma
para com os mais velhos; de + umas = dumas
� Com pronome demonstrativo:
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
de + este(s)= deste, destes
um short.
de + esta(s)= desta, destas
de + isto= disto
Outros exemplos de locuções prepositivas:
de + esse(s) = desse, desses
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
de + essa(s)= dessa, dessas
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
de + isso = disso
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a
de + aquele(s) = daquele, daqueles
fim de; por meio de; em virtude de.
de + aquela(s) = daquela, daquelas
de + aquilo= daquilo
� Com o pronome pessoal:
Importante! de + ele(s) = dele, deles
07

Algumas locuções prepositivas apresentam de + ela(s) = dela, delas


6-

� Com o pronome indefinido:


84

semelhanças morfológicas, mas significa-


dos completamente diferentes. Observe estes de + outro(s)= doutro, doutros
.
92

exemplos6: de + outra(s) = doutra, doutras


.3

� Com advérbio:
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
21

de + aqui= daqui
jamento inicial = Concordância.
-1

de + aí= daí
As decisões do público foram de encontro à pro-
a

de + ali= dali
s

posta do programa = Discordância.


bo

Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru- z Preposição “em”:


ar

tas = Substituição.
B

Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = „ Com artigo definido:


a
in

Oposição. em + a(s)= na, nas


ar

em + o(s)= no, nos


M

� Com pronome demonstrativo:


Combinações e Contrações em + esse(s)= nesse, nesses
em + essa(s)= nessa, nessas
As preposições podem se ligar a outras palavras de em + isso = nisso
outras classes gramaticais por meio de dois processos: em + este(s) = neste, nestes
combinação e contração. em + esta(s) = nesta, nestas
em + isto = nisto
z Combinação: Quando se ligam sem sofrer nenhu- em + aquele(s) = naquele, naqueles
ma redução. em + aquela(s) = naquelas
a + o = ao em + aquilo = naquilo
a + os = aos � Com pronome pessoal:
z Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem em + ele(s) = nele, neles
redução. em + ela(s) = nela, nelas
6 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
44 7 Disponível em: <https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2020.
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z Preposição “per”: CONJUNÇÕES

„ Com as formas antigas do artigo definido (lo, la): Assim como as preposições, as conjunções também
per + lo(s) = pelo, pelos são invariáveis e também auxiliam na organização
per + la(s) = pela, pelas das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
ções. Por manterem relação direta com a organização
z Preposição “para” (pra): das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
coordenativas ou subordinativas.
„ Com artigo definido:
para (pra) + o(s) = pro, pros Conjunções Coordenativas
para (pra) + a(s)= pra, pras
As conjunções coordenativas são aquelas que
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
Preposições fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
o que significa Semântica. Semântica é a área do
conhecimento que relaciona o significado da palavra z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como,
ao seu contexto. não só, mas também, não apenas, como ainda,
É importante ressaltar que as preposições podem senão (após não só).
apresentar valor relacional ou podem atribuir um Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
valor nocional. O gato era o preferido, não só da filha, senão de
As preposições que apresentam um valor rela- toda família.
cional cumprem uma relação sintática com verbos z Adversativas: Colocam informações em oposição,
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
bios, os quais também apresentarão função deverbal. A culpa não foi a população, senão dos vereadores
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida (equivale a “mas sim”).
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo Importante! A conjunção “e” pode apresentar
complemento nominal). valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
gida pelo adjetivo). não deixava.
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
advérbio). z Alternativas: Ligam orações com ideias que não
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
07

acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,


relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
6-

ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.


84

sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença. Ex.: Estude ou vá para a festa.
.

De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
92

nal é preponderante apresentam uma modificação


.3

no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são


21

Importante! A palavra “senão” pode funcionar


componentes obrigatórios na construção da senten-
-1

como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-


ça, divergindo das preposições de valor relacional. marei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”).
sa

As preposições de valor nocional estabelecem uma


bo

noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
ar

etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
B

que, pois, (se vier no início da oração), porquanto.


a
in

VALOR NOCIONAL DAS Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
SENTIDO
ar

PREPOSIÇÕES enxada!
M

Posse Carro de Marcelo Viva bem, pois isso é o mais importante.


O cachorro está sob a
Lugar Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-
mesa
LÍNGUA PORTUGUESA

cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto


Votar em branco / Chegar
Modo saudades.
aos gritos
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
Causa Preso por agressão entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
Assunto Falar sobre política pois, a subir.
Descende de família
Origem z Conclusivas: Ligam duas ideias, de forma que a
simples
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
Olhe para frente! / Iremos portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
Destino
a Paris destarte, pois (deslocado na frase).
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se. 45
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Dica
Importante!
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que Os valores semânticos das conjunções não se
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso prendem às formas morfológicas desses elemen-
concomitante acarreta em redundância. tos. O valor das conjunções é construído contex-
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
Conjunções Subordinativas aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor- procura? (Se = causal = já que)
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido. Conjunções Integrantes

� Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa. As conjunções integrantes fazem parte das orações
subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
oração principal à outra, subordinada. Existem apenas
uma vez que, como (equivale a porque) etc. dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia � Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
modo que, de forma que, de sorte que etc. integrante.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
� Comparativa: Iniciam orações comparando ações Isso).
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que � Sempre haverá conjunção integrante em orações
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, substantivas e, consequentemente, em períodos
maior), tanto... quanto etc. compostos.
Ex.: Corria como um touro. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
Ela dança tanto quanto Carlos. quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
� Conformativa: Expressam a conformidade de
bo e uma conjunção integrante.
uma ideia com a da oração principal. Conforme, Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual
como, segundo, de acordo com, consoante etc. (errado).
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado. Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
Amanhã chove, segundo informa a previsão do
tempo. INTERJEIÇÕES
� Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
07

As interjeições também fazem parte do grupo de


to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que palavras invariáveis, tal como as preposições e as
6-
84

etc. conjunções. Sua função é expressar estado de espíri-


Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
.
92

tivesse gostado. semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a


.3

Trabalhava, por mais que a perna doesse. uma frase. Ex.: Tchau!
21

� Condicional: Iniciam uma oração com ideia de As interjeições indicam relações de sentido diversas.
-1

A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos


hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
a

e sensações mais expressos pelo uso de interjeições:


que, a menos que, somente se etc.
s
bo

Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-


VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
ar

do sua mensagem.
B

Posso lhe ajudar, caso necessite. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!


a

� Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-


in

Alívio Arre! Ufa! Ah!


porção que, à medida que, quanto mais...mais,
ar

Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!


M

quanto menos...menos etc.


Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
ser aprovado. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
� Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
que, a fim de que etc. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Ex.: A professora dá exemplos para que você Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
trabalhar tranquilamente.
� Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de É salutar lembrar que o sentido exato de cada
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal, interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
logo que, desde que etc. texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
do Futuro. interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
46 Mal cheguei à cidade, fui assaltado. expresso no texto.
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Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- Termos Essenciais da Oração
va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
exemplo, que são interjeições por excelência, mas que, da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado. ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! seguir cada um deles.
Ora bolas! Valha-me Deus!
SUJEITO

SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo.
PERÍODO SIMPLES - TERMOS O sujeito pode ser:
DA ORAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO,
CLASSIFICAÇÕES E EMPREGO � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
� O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE pelo verbo;
� O termo que pode ser substituído por um pronome
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre do caso reto;
os grandes grupos de palavras existentes na língua, � O termo com o qual o verbo concorda.
como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- Ex.: A população implorou pela compra da vacina
pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, da COVID-19.
nós construímos um painel morfológico.
As palavras normalmente recebem uma dupla classi- No exemplo anterior a população é:
ficação: a morfológica, que está relacionada à classe gra-
matical a que pertence, e a sintática, relacionada à função z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
específica que assumem em determinada frase.
rou pela compra da vacina);
z O elemento que pratica a ação de implorar;
Frase
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Frase é todo enunciado com sentido completo.
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O termo que pode ser substituído por um pronome
conjunto de palavras. do caso reto.
Ex.: Fogo! (Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Núcleo do Sujeito
Ramos).
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
07

Oração porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O


6-

núcleo indica a palavra que realmente está exercen-


84

Enunciado que se estrutura em torno de um verbo do determinada função sintática, que atua ou sofre a
.
92

(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
.3

ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-


ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.
21

tá-lo completo ou incompleto.


-1

Ex.: Você é um dos que se preocupam com a


poluição. z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
a

“A roda de samba acabou” (Chico Buarque). Ex.: O povo pediu providências ao governador.
s
bo

Sujeito: O povo
ar

Período Núcleo do sujeito: povo


B

z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído


a

Período é o enunciado constituído de uma ou mais de dois ou mais termos.


in

orações. As luzes e as cores são bem visíveis.


ar

Classifica-se em: Sujeito: As luzes e as cores


M

Núcleo do sujeito: luzes/cores


� Simples: possui apenas uma oração.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Dica
LÍNGUA PORTUGUESA

Ninguém viu o acidente.


� Composto: possui duas ou mais orações. Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” as expressões interrogativas quem? ou o quê?
(Chico Buarque)
antes do verbo.
Chegou em casa e tomou banho.
Ex.: A população pediu uma providência ao
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Os termos que formam o período simples são dis- Resposta: A população (sujeito).
tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte- Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o
grantes (complemento verbal, complemento nominal outro.
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal, O que iria de um lado para o outro?
adjunto adverbial e aposto). Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito). 47
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Tipos de Sujeito Classificação do Sujeito Quanto à Voz

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Simples Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
ce a ação na frase;
DETERMINADO Composto z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Elíptico Ex.: Corta-se cabelo.
Com verbos flexionados na 3ª Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
pessoa do plural “cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do
INDETERMINADO item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
Com verbos acompanhados do se oração.
(índice de indeterminação do sujeito)
Usado para fenômenos da natureza Importante notar que não há preposição entre
INEXISTENTE
ou com verbos impessoais o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o Precisa-se de cabelo.
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
„ Simples: quando há apenas um núcleo. indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-
Ex.: O [aluguel] da casa é caro. ção “-se”.
Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa; z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
„ Composto: quando há dois núcleos ou mais. Ex.: A minha saia azul está rasgada.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
ça da partícula -se.
Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores; PREDICADO
„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) mos essenciais na oração, há casos em que a oração
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
z Indeterminado: quando não é possível identificar torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. impossível existir uma oração sem sujeito.
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa- O predicado pode ser:
do por um índice de indeterminação do sujeito, a
07

z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.


partícula “se”.
6-

Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”


84

(José de Alencar);
.

„ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,


92

Predicado: seguem sua marcha;


não se referindo a nenhuma palavra determi-
.3

z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-


21

nada no contexto. to (oração sem sujeito):


-1

Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Entende-se que alguém passou cedo; Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
sa

„ Colocando-se verbos sem complemento direto


bo

(intransitivos, transitivos diretos ou de ligação) Para determinar o predicado, basta separar o


ar

na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
B

do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo


a

nome se, que atua como índice de indetermina-


in

é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:


ção do sujeito.
ar

Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves


Ex.: Não se vê com a neblina.
M

Dias)
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
condição. Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito
Classificação do Predicado
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos A classificação do predicado depende do significa-
são impessoais e normalmente representam fenôme- do e do tipo de verbo que apresenta.
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer
z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
ou haver no sentido de existir.
nificativo se concentra em um nome (corresponde
Geia no Paraná. a um predicativo do sujeito).
Fazia um mês que tinha sumido. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Basta de confusão. O predicado nominal tem por núcleo um nome
48 Há dois anos esse restaurante abriu. (substantivo, adjetivo ou pronome).
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Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Objeto indireto 1: lhe
Mendes) Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Predicado: são mais bonitas. Objeto direto 2: outras
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Objeto indireto 2: lhe;
Bilac) z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons-
Predicado: estão cheias de calafrios. truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
É importante não confundir: oração.

z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
mas um estado momentâneo ou permanente que Verbo intransitivo: adormeciam.
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é Predicado Verbo-Nominal
o predicativo do sujeito;
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs-
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Ocorre quando há dois núcleos significativos:
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
Ex.: O garoto está bastante feliz. transitivo, predicativo do objeto).
Verbo de ligação: está. Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
Verbo intransitivo: parou
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: Seu batom é muito forte. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Verbo de ligação: é. considerado predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: muito forte. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo intransitivo: marchou
Predicado Verbal Predicativo do sujeito: desorientado
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os do de Assis)
demais termos do predicado. Verbo transitivo direto: achou
O verbo do predicado pode ser classificado em Objeto direto: o raciocínio
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-
Predicativo do objeto: exato
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi-
07

que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos


ge um complemento não preposicionado, o objeto
6-

concluir que temos um caso de predicativo do obje-


direto.
84

to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é


.
92

Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” o sujeito.


.3

Noel Rosa O que é o predicativo do objeto?


21

Verbo Transitivo Direto: Fazer. É o termo que confere uma característica, uma
-1

Ex.: Ele trouxe os livros ontem. qualidade, ao que se refere.


Verbo Transitivo Direto: trouxe; A formação do predicativo do objeto se dá por um
s a

z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- adjetivo ou por um substantivo.


bo

vo indireto tem como necessidade o complemen- Ex.: Consideramos o filme proveitoso.


ar

to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do objeto: proveitoso


B

sentido. Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.


a
in

Ex.: Nós acreditamos em você. Predicativo do objeto: vitoriosa


ar

Verbo transitivo indireto: acreditamos Para facilitar a identificação do predicativo do


M

Preposição: em objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-


Ex.: Frida obedeceu aos seus pais. centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Verbo transitivo indireto: obedeceu fica é relacionar o predicativo ao nome.
LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição: a (a + os) O filme foi proveitoso.


Ex.: Os professores concordaram com isso. Ela era vitoriosa.
Verbo transitivo indireto: concordaram Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Preposição: com; dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o ligação (foi e era, respectivamente).
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
indireto (com preposição).
Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou- São vocábulos que se agregam a determinadas
tras.” (Machado de Assis) estruturas para torná-las completas. De acordo com
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava a gramática da língua portuguesa, esses termos são
Objeto direto 1: anedotas divididos em: 49
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Complementos Verbais z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência
dessa função sintática na mesma oração, a fim de
São termos que completam o sentido de verbos enfatizar um único significado.
transitivos diretos e transitivos indiretos. Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
Andrade)
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom- z Objeto direto interno: Representado por palavra
panhado de preposição. que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta
Ex.: Examinei o relógio de pulso. mesmo significado.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo. Ex.: Riu um riso aterrador.
O técnico convocou somente os do Brasil. (os = Dormiu o sono dos justos.
aqueles).
Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre va analítica e se transforma em sujeito.
exercem função de objeto direto, os pronomes oblí- Os jogos da seleção foram ignorados.
quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa
função sintática. z Objeto indireto: É complemento verbal regido de
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
preposição obrigatória, que se liga diretamente a
quem? A minha pessoa”)
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
(= “Nunca tomeis quem? Vós”)
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
“Convidaram quem? Ela”) casa 260.
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= Gosto de ti, meu nobre.
“Receberam quem? Nós”) Não troque o certo pelo duvidoso.
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem Vamos insistir em promover o novo romance de
ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do ficção.
pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
esse algo é o objeto direto)
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome Pode ser representado pelos seguintes pronomes
feminino definido) oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
z Objeto direto preposicionado Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
07

preposição no seu complemento, algumas palavras indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
6-

requerem o uso da preposição para não perder o sen- Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
84

tido de “alvo” do sujeito.


.
92

Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros


z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida
facultativos.
.3

dessa função sintática com o objetivo de enfatizar


21

uma mensagem.
-1

Exemplos com Ocorrência Obrigatória de Preposição: Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
s a

Não entendo nem a ele nem a ti.


bo

COMPLEMENTO NOMINAL
Respeitava-se aos mais antigos.
ar

Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.


B

Completa o sentido de substantivos, adjetivos e


Amavam-se um ao outro.
a

advérbios. É uma função sintática regida de preposi-


in

“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
ar

feita.” (Ciro dos Anjos). presença de um complemento nominal nos contextos


M

de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-


Exemplos com Ocorrência Facultativa de Preposição: do do nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque- Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
le templo. Para melhor identificar um complemento nomi-
A escultura atrai a todos os visitantes. nal, siga a instrução:
Não admito que coloquem a Sua Excelência num Nome + preposição + quem ou quê
pedestal. Como diferenciar complemento nominal de com-
Ao povo ninguém engana. plemento verbal?
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre- diretamente ao verbo “obedecia”)
sente para indicar parte de um todo, quando assim Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
50 bebeu uma porção da água, e não ela toda. ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
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Agente da Passiva z Tempo: Quero que ele venha logo.
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
z Modo: O dia começou alegremente.
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
z Intensidade: Almoçou pouco.
raramente, da preposição de.
z Causa: Ela tremia de frio.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
z Companhia: Venha jantar comigo.
ser, estar, viver, andar, ficar.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as
Termos Acessórios da Oração roupas.
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo.
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu- z Finalidade: Vivia para o trabalho.
ra básica da oração, são importantes para compreen- z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
são do enunciado porque trazem informações novas. z Assunto: Falávamos sobre o aluguel.
Esses termos são chamados acessórios da oração. z Negação: Não permitirei que permaneça aqui.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã.
Adjunto Adnominal z Origem: Descendia de nobres.

São termos que acompanham o substantivo, Não confunda!


núcleo de outra função, para qualificar, quantificar, Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
especificar o elemento representado pelo substantivo. adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
Categorias morfológicas que podem funcionar nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
como adjunto adnominal: o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
z Artigos;
é um adjunto adnominal)
z Adjetivos;
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
z Numerais;
adjunto adverbial)
z Pronomes;
z Locuções adjetivas.
Aposto
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
ficaram esquecidos no quarto. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes
Iam cheios de si. ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
Estava conquistando o respeito dos seus. identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
O novo regulamento originou a revolta dos tar algo, alguém ou um fato.
funcionários. Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. bicicleta.
Aposto: filha de D. Raimunda
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes des obras.
exercem essa função sintática quando assumem Aposto: Machado de Assis.
07

valor de pronomes possessivos. Classifica-se nas seguintes categorias:


6-
84

Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
.
92

Separa-se do substantivo a que se refere por uma


z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
.3

pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões


21

plemento nominal? ou dois-pontos.


-1

Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram


Quando o adjunto adnominal for representado por
ontem, acabaram de voltar de férias.
a

uma locução adjetiva, ele pode ser confundido com


s

Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;


bo

complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:


� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
ar

„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-


B

rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.


a

qual se liga for concreto.


in

Ex.: A casa da idosa desapareceu. Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
ar

Se indicar posse ou o agente daquilo que riachos.


M

expressa o substantivo abstrato. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,


Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; preconceito, antipatia e arrogância;
„ Será complemento nominal: se indicar o alvo z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
LÍNGUA PORTUGUESA

daquilo que expressa o substantivo. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não malmente, por um pronome indefinido.
foi respeitada. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Notava-se o amor pelo seu trabalho. estavam empolgados com a feira.
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. -Bissau, países africanos onde se fala português;
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Adjunto Adverbial Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
rumo;
Termo representado por advérbios, locuções � Circunstancial: exprime uma característica
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- circunstancial.
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
circunstâncias. apropriadas; 51
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� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por outro termo da oração.
substantivos próprios.
Exs.: O mês de abril. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
O rio Amazonas. O aposto se relaciona sintaticamente com outro
Meu primo José; termo da oração.
z Aposto da oração: é um comentário sobre o A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe-
fato expresso pela oração, ou uma palavra que cável.
condensa. Sujeito: a cozinha de Lufe.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
preocupação. sujeito).
O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada;
PERÍODO COMPOSTO
� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
para as perguntas. Observe os exemplos a seguir:
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples
Dica Português e Matemática são disciplinas essen-
ciais para ser aprovado em concursos.
� O aposto pode aparecer antes do termo a que
Dois verbos: duas orações = período composto
se refere, normalmente antes do sujeito. O período composto é formado por duas ou mais
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
na marcou uma geração. períodos simples e período compostos.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o apos-
to se refere a um termo preposicionado, pode ele
vir igualmente preposicionado. PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de O povo levantou-se cedo
tudo ele tinha medo. Era dia de eleição
para evitar aglomeração
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. Para não esquecer:
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Período simples é aquele formado por uma só
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- oração.
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial Período composto é aquele formado por duas ou
de modo). mais orações.
Classifica-se nas seguintes categorias:
z Diferença de aposto especificativo e adjunto
07

adnominal: normalmente, é possível retirar a z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;


6-

preposição que precede o aposto. Caso seja um


84

adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura „ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
.

fica prejudicada.
92

sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.


.3

Ex.: A cidade Fortaleza é quente.


21

(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) z Por subordinação:


-1

O clima de Fortaleza é quente.


„ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
a

(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);


s

vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-


bo

z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o


aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo pletivas nominais, predicativas, apositivas;
ar

adjetivo. „ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,


B

explicativas;
a

Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.


in

„ Orações subordinadas adverbiais: causais,


ar

(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- comparativas, concessivas, condicionais, con-


M

jetivo) formativas, consecutivas, finais, proporcionais,


Homem desesperado, João sempre perde o con- temporais.
trole.
(aposto; núcleo: homem – substantivo). z Por coordenação e subordinação: orações for-
madas por períodos mistos;
Vocativo z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.

O vocativo é um termo que não mantém relação Período Composto por Coordenação
sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para As orações são sintaticamente independentes. Isso
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- significa que uma não possui relação sintática com ver-
ja se comunicar. É um termo independente, pois bos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
não faz parte da estrutura da oração. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha (Fernando Pessoa)
consulta. Oração coordenada 1: Deus quer
52 Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 2: o homem sonha
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Oração coordenada 3: a obra nasce. Orações Subordinadas Substantivas
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à z Orações subordinadas substantivas conectivas:
porta da sala de Damasceno são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi integrantes que e se.
Conjunção adversativa: mas nada Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
impostos.
Orações Coordenadas Sindéticas Não sei se poderei sair hoje à noite;
z Orações subordinadas substantivas justapos-
tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
As orações coordenadas podem aparecer ligadas
interrogativos (onde, como, quando, quanto,
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- quem etc.);
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
sindética. Veremos agora cada uma delas: roubadas.

z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
simultaneidade. z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- no infinitivo.
bém, mas ainda, bem como, como também, se-
não também, que (= e). Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
Os convidados não compareceram nem explica- exercem a função de sujeito. O verbo da oração
ram o motivo; principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- rir a nenhum termo na oração.
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- cional) (or. sub. subst. subje.);
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. z Orações subordinadas substantivas objetivas
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. diretas: exercem a função de objeto direto de um
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
morte.” (Laurindo Rabelo); reto da oração principal.
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
se excluem. Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... subst. obj. dir.);
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez z Orações subordinadas substantivas completi-
... talvez). vas nominais: exercem a função de complemento
07

Ex.: Ora responde, ora fica calado. nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
6-

Você quer suco de laranja ou refrigerante? da oração principal.


84

z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
.
92

sobre um raciocínio. mento nominal)


.3

Tenho necessidade de que você me apoie. (com-


Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con-
21

plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-


seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início
-1

pl. nom.);
de frase).
z Orações subordinadas substantivas predicati-
a

Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima vas: funcionam como predicativos do sujeito da
s
bo

semana. oração principal. Sempre figuram após o verbo de


“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
ar

ligação ser.
Mendes Campos);
B

z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
a
in

expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, sujeito)


ar

porquanto, pois. Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do


M

sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);


Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale z Orações subordinadas substantivas apositivas:
a “pois”) funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Vamos almoçar de novo porque ainda estamos


com fome. Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);

Formado por orações sintaticamente dependentes, Orações Subordinadas Adjetivas


considerando a função sintática em relação a um ver-
bo, nome ou pronome de outra oração. Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
Tipos de orações subordinadas: minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a
z Substantivas; qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.)
z Adjetivas; As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
z Adverbiais. explicativas e restritivas. 53
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z Orações subordinadas adjetivas explicativas: Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen- “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
tam uma explicação sobre o termo antecedente. fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles);
São consideradas termo acessório no período, � Orações subordinadas adverbiais finais: indi-
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas
das por vírgulas. por: para que, a fim de que, porque e que (= para
que)
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
cria trinta gatos;
tivessem bom estudo;
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: � Orações subordinadas adverbiais proporcio-
especificam ou limitam a significação do termo nais: são introduzidas por: à medida que, à pro-
antecedente, acrescentando-lhe um elemento porção que, quanto mais, quanto menos etc.
indispensável ao sentido. Não são isoladas por Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
vírgulas. aprecio;
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é � Orações subordinadas adverbiais temporais:
incurável. são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
agora que etc.
Dica
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
Como diferenciar as orações subordinadas adje-
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- Para separar as orações de um período composto, é
vas explicativas? necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
Ele visitará o irmão que mora em Recife. tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
visitar apenas o que mora em Recife) esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que ções verbais. Exs.:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
mora em Recife)
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
Orações Subordinadas Adverbiais
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
ção (M. de Assis)
Exprimem uma circunstância relativa a um fato
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
expresso em outra oração. Têm função de adjunto
basta, pertencente à 1ª (oração principal).
adverbial. São introduzidas por conjunções subor-
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
seguintes grupos:
Orações Reduzidas
07

� Orações subordinadas adverbiais causais: são


6-

introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-


z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
84

que, visto que etc.


nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
.
92

Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-


z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
que ficamos sem gasolina;
.3

iniciadas por conjunções;


21

� Orações subordinadas adverbiais comparati-


z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
-1

vas: são introduzidas por: como, assim como, tal


por pronomes relativos;
qual, como, mais etc.
a

z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses


s

Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)


bo

conectivos;
que a importada;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
ar

� Orações subordinadas adverbiais concessivas:


prepositiva.
B

indica certo obstáculo em relação ao fato expres-


Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
a
in

so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
ar

introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, conjunção.


M

por mais que, se bem que etc. Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã; rante. (desenvolvida).
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
contanto que, a menos que etc.
Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
tal;
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
do, consoante.
z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
são introduzidas por: que (precedido na oração Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
anterior de termos intensivos como tão, tanto, direta reduzida de infinitivo)
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
54 que, sem que. predicativa reduzida de infinitivo)
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Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva 3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta
completiva nominal reduzida de infinitivo) em relação à 2ª oração.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. Resumindo: período composto por coordenação e
substantiva apositiva reduzida de infinitivo); subordinação.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés As orações subordinadas são coordenadas entre si,
pelas mãos. ligadas ou não por conjunção.
O meu manual para fazer bolos certamente vai
z Orações subordinadas substantivas coordena-
agradar a todos;
das entre si
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
continua jogando bola. meus pais, nem que culpe meus parentes.
Sem estudar, não passarão. Oração principal: Espero.
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Orações Reduzidas de Gerúndio Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes.

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-


sitivas, adjetivas, adverbiais. Importante!
O segredo para classificar as orações é per-
z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando ceber os conectivos (conjunções e pronomes
livre dos juros; relativos).
z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo
ajudando um ao outro. (subjetiva)
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping. � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
(objetiva direta); entre si
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
coração; cautelosa, não faz tudo sozinha.
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
contou a verdade. Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
cautelosa;
Orações Reduzidas de Particípio
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas
entre si
Podem ser adjetivas ou adverbiais.
Ex.: Não só quando estou presente, mas também
quando não estou, sou discriminado.
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou
Nosso planeta, ameaçado constantemente por
presente
nós mesmos, ainda resiste;
Oração subordinada adverbial 2: quando não
07

� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-


estou;
6-

ria problemas. (condicional) � Orações coordenadas ou subordinadas no mes-


84

Dada a notícia da herança, as brigas começaram. mo período


.

(causal/temporal)
92

Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram


Comprada a casa, a família se mudou logo.
.3

seu papel, no entanto a realidade não é assim.


(temporal).
21

Oração principal: Presume-se


-1

Oração subordinada subjetiva da principal: as


O particípio concorda em gênero e número com os penitenciárias cumpram seu papel
a

termos referentes.
s

Oração coordenada sindética adversativa da ante-


bo

Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- rior: no entanto a realidade não é assim.
ar

quentes em provas de concurso.


B

REGÊNCIA
a

Períodos Mistos
in
ar

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se


M

São períodos que apresentam estruturas oracio- relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
nais de coordenação e subordinação. posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas advérbio) exige complemento preposicionado, esse
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
LÍNGUA PORTUGUESA

nome é um termo regente, e seu complemento é um


das a uma oração principal. termo regido, pois há uma relação de dependência
entre o nome e seu complemento.
1ª oração 2ª oração 3ª oração O nome exige um complemento nominal sempre ini-
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
O homem entrou na que todos forma de pronome oblíquo átono.
e pediu
sala calassem. Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
foram leais.
verbo verbo verbo Observação: Complemento de “lhe”: predicativo
do sujeito (desprovido de preposição)
1ª oração: oração coordenada assindética. Pronome oblíquo átono: lhe
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração. sujeito (desprovido de preposição). 55
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Regência Verbal Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
Relação de dependência entre um verbo e seu O médico assistia os acidentados.
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia aos acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Há verbos que admitem mais de uma regência sem Não assisti ao final da série;
que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
V. T. D: esquecia É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
Objeto direto: os favores recebidos.
res de pessoas.”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
Objeto indireto: dos favores recebidos.
direto e indireto
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que,
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
seu significado.
vo indireto)
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
(aspiramos = sorvemos)
V. T. D.: aspiramos to e indireto);
Objeto direto: ar poluídos. � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
Os funcionários aspiram a um mês de férias. predicativo do objeto
(aspiram = almejam) Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to com sentido de “convocar”);
Objeto indireto: a um mês de férias Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
A seguir, uma lista dos principais verbos que dicativo do objeto com sentido de “denominar,
geram dúvidas quanto à regência: qualificar”);
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Abraçar: transitivo direto reto; intransitivo
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço; indireto com sentido de “ser difícil”)
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
to com sentido de “acariciar”) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto � Esquecer: admite três possibilidades
no sentido de “ser agradável a”); Ex.: Esqueci os acontecimentos.
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Esqueci-me dos acontecimentos.
transitivo direto e indireto Esqueceram-me os acontecimentos;
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
07

personificado) transitivo direto e indireto


6-

Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
84

personificado) (transitivo direto com sentido de “acarretar”)


.
92

Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
.3

reto: refere-se a coisas e pessoas); (transitivo indireto com sentido de “mostrar má


21

� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto disposição”)


-1

Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
preposição a, rege indiferentemente objeto direto direto e indireto com sentido de envolver-se”);
s a

e objeto indireto. � Informar: transitivo direto e indireto


bo

Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
ar

Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
B

indireto) sobre
a
in

Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, Informaram o réu de sua condenação.


ar

rege apenas objeto direto: Informaram o réu sobre sua condenação.


M

Ajudaram o ladrão a fugir. Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-


Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto sa: objeto indireto, com a preposição a
direto: Informaram a condenação ao réu;
Ajudei-o muito à noite; � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto reto, com as preposições em e por
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;
sitivo direto com sentido de “angustiar”)
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” tivo direto e indireto
como complemento); Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”)
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
vo direto com sentido de “respirar”) indireto com sentido de “desejar muito”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
indireto no sentido de “desejar”); ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
56 � Assistir: transitivo direto; transitivo indireto “encantar-se”);
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� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos A pequena garota andava sozinha pela cidade.
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. A: Artigo, feminino, singular;
Não desobedeçam à sinalização de trânsito; Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- Garota: Substantivo, feminino, singular.
tivo direto e indireto Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo número (singular) do substantivo.
indireto). Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo cia: verbal e nominal.
direto e indireto);
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
Concordância Verbal
transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) É a adaptação em número – singular ou plural –
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
indireto); sujeito.
� Suceder: intransitivo; transitivo direto Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen-
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as
sentido de “ocorrer”). quais insistem em desmentir que nosso país é cheio
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido de ‘brasis’ – digamos assim –, ganha disparando dos
de “vir depois”). outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos.
Regência Nominal Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um
sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo correspon-
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- dente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
bios) exigem complementos preposicionados, exceto Destrinchando o período, temos que os termos
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
Advérbios Terminados em “Mente” cado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a Ex.: Prefiro natação a futebol.
regência dos adjetivos: Verbo bitransitivo: Prefiro
análoga / analogicamente a Objeto direto: natação
contrária / contrariamente a Objeto indireto: a futebol
compatível / compativelmente com
diferente / diferentemente de Concordância Verbal com o Sujeito Simples
favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
próxima / proximamente a/de
sujeito.
07

relativa / relativamente a
6-

Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário


84

Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos exorbitante.


.

Nomes a que se Referem


92

Diferentes situações:
.3

Alguns nomes regem preposições semelhantes a


21

z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de


sua primeira sílaba. Vejamos:
-1

sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A


dependente, dependência de multidão gritou entusiasmada;
a

inclusão, inserção em
s

z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o


bo

inerente em/a
verbo posterior ao pronome relativo concorda
descrente de/em
ar

com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limi-


desiludido de/com
B

desesperançado de tes do Brasil que se situam mais próximos do


a
in

desapego de/a Meridiano?;


ar

convívio com z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o


M

convivência com verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós


demissão, demitido de quem resolveu a questão;
encerrado em
Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
LÍNGUA PORTUGUESA

enfiado em
imersão, imergido, imerso em cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
instalação, instalado em nós quem resolvemos a questão.
interessado, interesse em
intercalação, intercalado entre z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
supremacia sobre demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
CONCORDÂNCIA plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se essa questão;
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- z Quando o sujeito é formado por palavras plu-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. ralizadas, normalmente topônimos (Amazonas,
Observe o exemplo: férias, Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), 57
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se houver artigo definido antes de uma palavra d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
esse artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Esta- tados apenas por aquela contribuição.
dos Unidos continuam uma potência. e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados
por intermédio de instituições financeiras foi tributado
z Estados Unidos continua uma potência.
apenas por aquela contribuição.
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
de de Santos fica em São Paulo.”)
Em “grande parte dos pagamentos realizados...
foi tributado”, não houve concordância adequada,
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o
Importante! núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C.
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
verbo fica no singular ou no plural. � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
chegou (Duas horas deram...).
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: badaladas soaram).
Mais de um aluno compareceu à aula. Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio
Mais de cinco alunos compareceram à aula. da escola soou dez badaladas).
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
A expressão mais de um tem particularidades: verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo dem-se casas de veraneio aqui.
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
interessada;
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Mais de um irmão se abraçaram.
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. Majestade está preocupada?
Mais de um aluno, mais de um professor esta- Suas Excelências precisam de algo?
vam presentes. z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
z Quando o sujeito é formado por um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o Concordância Verbal com o Sujeito Composto
numerado ou com o número inteiro, mas pode
concordar com o especificador dele. Se o numeral � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
vier precedido de um determinante, o verbo con- ticais diferentes
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
07

das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
6-

Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-


84

garam ontem;
.
92

Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
.3

viver bem. ou nenhum


21

Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
-1

Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. ter o espírito esportivo;
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
s a

singular
bo

A seguir, pratique seus conhecimentos com o exer- Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
ar

cício comentado abaixo. davam (preferencialmente no singular);


B

� Gradação entre os núcleos do sujeito


a
in

1. (FGV – 2008) “... mostram que um terço dos pagamen- Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
ar

me acalmar (preferencialmente no singular);


tos realizados por intermédio de instituições financei-
M

� Núcleos do sujeito no infinitivo


ras foi tributado apenas por aquela contribuição...”
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde;
Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
“um terço”, não se tenha mantido a concordância em
mitivo (nada, tudo, ninguém)
conformidade com a norma culta. Desconsidere a
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
possibilidade de concordância atrativa. � Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
nem um nem outro
a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui;
intermédio de instituições financeiras foi tributado � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
apenas por aquela contribuição. Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realiza- foco nos estudos;
dos por intermédio de instituições financeiras foram � Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
tributados apenas por aquela contribuição. como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
c) mostram que grande parte dos pagamentos realiza- bem como, assim como, tanto quanto
dos por intermédio de instituições financeiras foi tribu- Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
58 tado apenas por aquela contribuição. final;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim (verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.) Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua indicando tempo)
popularidade em alta; Estudo para me considerarem capaz de aprova-
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
co núcleo, o verbo fica no singular concordando
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
com o núcleo único. Mas, se houver determinante
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o particípio);
sujeito passa a ser composto. z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos ção verbal)
combustíveis aumentaram. Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
sendo sujeito do infinitivo).
Concordância Verbal do Verbo Ser
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
� Concorda com o sujeito no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
Ex.: Nós somos unha e carne; impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
� Concorda com o sujeito (pessoa) Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
Ex.: Os meninos foram ao supermercado; com valor genérico)
� Em predicados nominais, quando o sujeito for São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
representado por um dos pronomes tudo, nada, dido de preposição de ou para)
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
dará com o predicativo (preferencialmente) ou imperativo)
com o sujeito
Ex.: No início, tudo é/são flores; � Concordância do verbo parecer
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for Flexiona-se ou não o infinitivo.
que ou quem Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
Ex.: Quem foram os classificados? equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo do de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas. Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
É frio aqui. logo o infinitivo será impessoal);
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? � Concordância dos verbos impessoais
� O verbo fica no singular quando precede termos São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, sempre na 3ª pessoa do singular.
menos etc. junto a especificações de preço, peso, Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
07

quantidade, distância, e também quando seguido Fazia quinze anos que ele havia se formado.
6-

do pronome o Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo


84

Ex.: Cem metros é muito para uma criança. auxiliar fica no singular)
.
92

Divertimentos é o que não lhe falta. Trata-se de problemas psicológicos.


Dez reais é nada diante do que foi gasto;
.3

Geou muitas horas no sul;


21

� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- � Concordância com sujeito oracional


-1

ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
s a

verbo concordará com o termo não preposiciona- singular.


bo

do entre eles. Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.


ar

Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
B

São eles que sempre chegam cedo. Ficou combinado que sairíamos à tarde.
a

É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-


in

Urge que você estude.


ar

trução adequada) Era preciso encontrar a verdade


M

São nessas horas que a gente precisa de ajuda.


(construção inadequada) Casos mais Frequentes em Provas

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL


LÍNGUA PORTUGUESA

Veja agora uma lista com os casos mais abordados


em concursos:
Concordância do Infinitivo
� Sujeito posposto distanciado
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- cal brasileira seres estranhos;
to esclarecido) � Verbos impessoais (haver e fazer)
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
implícito “nós”) Havia problemas no setor.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
(dois pronomes implícitos: eu, nós) vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável);
Até me encontrarem, vocês terão de procurar � Verbo na voz passiva sintética
muito. (preposição no início da oração) Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta; 59
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� Verbo concordando com o antecedente correto Há casos em que o adjetivo concordará apenas
do pronome relativo ao qual se liga com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que tencer somente a este.
tinham experiência; Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
� Sujeito coletivo com especificador plural Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
� Sujeito oracional
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
singular); cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Existem complicadas regras e conceitos.
to ou complemento no plural Quando houver apenas um substantivo qualifica-
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar do por dois ou mais adjetivos pode-se:
atrito. (verbo no singular). Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
Casos Facultativos francesa e alemã.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
estádio; a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ língua inglesa, a francesa e a alemã.
fizeram rir;
z Fui eu quem faltou/faltei à aula; z Com função de predicativo do sujeito
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
brasileira; Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a com a soma dos elementos.
ciência. (1,5% corresponde ao singular); Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z Chegaram/Chegou João e Maria; Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
aqui;
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
brasileira; quanto com o nome mais próximo.
z O problema do sistema é/são os impostos; Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
z Hoje é/são 22 de agosto; vam abandonados a casa e o quintal.
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
a aprovação; to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Silepse de Número e de Pessoa (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Conhecida também como “concordância irregular, existem complicados”.
07

ideológica ou figurada”. Vejamos os casos: Como o adjetivo desapareceu com a substituição,


6-

então é um adjunto adnominal.


84

z Silepse de número: usa-se um termo discordando


.
92

do número da palavra referente, para concordar z Com função de predicativo do objeto


com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
.3

vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-


21

Recomenda-se concordar com a soma dos substan-


dade: todas as flores);
-1

z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
dância com o termo mais próximo.
a

processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-


s

Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.


bo

ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de


diversas etnias, somos multiculturais. Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
ar

seus subordinados.
B

Concordância Nominal
a
in

Algumas Convenções
ar

Define-se como a adaptação em gênero e número


M

que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como � Obrigado / próprio / mesmo
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
adjetivos, numerais). A própria enfermeira virá para o debate.
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Elas mesmas conversaram conosco.
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos. Dica
O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Casos com Adjetivos invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
z Com função de adjunto adnominal: quando o
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- z Só / sós
ver após os substantivos, poderá concordar com Variáveis quando significarem “sozinho” /
as somas desses ou com o elemento mais próximo. “sozinhos”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Invariáveis quando significarem “apenas,
60 Encontrei colégios e faculdades ótimos. somente”.
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Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas PLURAL DE COMPOSTOS
apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável. Substantivos
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
ficar a sós; O adjetivo concorda com o substantivo referen-
� Quite / anexo / incluso te em gênero e número. Se o termo que funciona
Concordam com os elementos a que se referem. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
Ex.: Estamos quites com o banco. invariável.
Seguem anexas as certidões negativas. Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
Inclusos, enviamos os documentos solicitados; também é um substantivo; mantém-se no singular)
� Meio Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Quando significar “metade”: concordará com o um substantivo; mantém-se no singular)
elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Adjetivos
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
� Grama
mo elemento concordará com o substantivo referente.
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
Os demais ficarão na forma masculina singular.
do significar unidade de medida, é masculino.
Se um dos elementos for originalmente um subs-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”; tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
� É proibido entrada / É proibida a entrada Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou plural, pois ambos são adjetivos.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
rão com o determinante. singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- Nesse caso, o termo composto não concorda com o
nhada está boa. plural do substantivo referente, “folhas”.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
entrada de crianças. O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?; bém pode ser um substantivo.
� Menos / pseudo O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
São invariáveis. lógica de “musgo” do exemplo anterior.
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- Dica
to é pseudo-objetivo;
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
07

ele. sempre invariáveis.


6-

Quando modificam o verbo: invariáveis. O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
84

Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
.
92

irritados.
Lista de Flexão dos Dois Elementos
.3

Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-


21

tante irritados.
-1

Se ambos os termos puderem ser substituídos por � Nos substantivos compostos formados por pala-
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- vras variáveis, especialmente substantivos e
s a

tuídos por “bem”, ficarão invariáveis; adjetivos:


bo

� Tal qual segunda-feira – segundas-feiras;


ar

Tal concorda com o substantivo anterior; qual, matéria-prima – matérias-primas;


B

com o substantivo posterior. couve-flor – couves-flores;


a

guarda-noturno – guardas-noturnos;
in

Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os


ar

pais. primeira-dama – primeiras-damas;


M

Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais � Nos substantivos compostos formados por
quais os pais. temas verbais repetidos:
z Silepse (também chamada concordância figurada) corre-corre – corres-corres;
É a que se opera não com o termo expresso, mas o pisca-pisca – piscas-piscas;
LÍNGUA PORTUGUESA

que está subentendido. pula-pula – pulas-pulas.


Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é Nestes substantivos também é possível a flexão
linda!) apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos -piscas, pula-pulas;
com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi- Flexão Apenas do Primeiro Elemento
leiros, estamos esperançosos.);
� Possível z Nos substantivos compostos formados por subs-
Concordará com o artigo, em gênero e número, em tantivo + substantivo em que o segundo termo
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”. limita o sentido do primeiro termo:
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / decreto-lei – decretos-lei;
Conheci crianças as mais belas possíveis. cidade-satélite – cidades-satélite; 61
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público-alvo – públicos-alvo; � Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
elemento-chave – elementos-chave. ca do objeto direto
Nestes substantivos também é possível a flexão Ex.: Admiravam-se de longe;
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, � Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
públicos-alvos, elementos-chaves; ca do objeto indireto
z Nos substantivos compostos preposicionados: Ex.: Eles retribuíram-se as respectivas malvadezas;
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; � Pronome reflexivo com a função de sujeito de um
pôr do sol – pores do sol; infinitivo
fim de semana – fins de semana; Ex.: Ela deixou-se ir;
pé de moleque – pés de moleque. � Pronome apassivador
Ex.: Compram-se jornais;
Flexão Apenas do Segundo Elemento � Pronome de realce
Ex.: O mestre da outra escola sorriu-se da tradução;
� Nos substantivos compostos formados por tema � Índice de indeterminação do sujeito
verbal ou palavra invariável + substantivo ou Ex.: Assistiu-se a um belo espetáculo;
adjetivo: � Parte integrante dos verbos essencialmente
bate-papo – bate-papos; pronominais
quebra-cabeça – quebra-cabeças; Ex.: Queixou-se muito da vida;
arranha-céu – arranha-céus; � Conjunção subordinativa integrante
ex-namorado – ex-namorados; Ex.: Ela queria ver se conseguiria;
vice-presidente – vice-presidentes; � Conjunção subordinativa condicional
� Nos substantivos compostos em que há repeti- Ex.: Se eles vierem, serão bem-vindos.
ção do primeiro elemento:
zum-zum – zum-zuns; FUNÇÕES DO QUE
tico-tico – tico-ticos;
lufa-lufa – lufa-lufas; Funções Morfológicas
reco-reco – reco-recos;
� Nos substantivos compostos grafados ligada- z Pronome;
mente, sem hífen: z Substantivo;
girassol – girassóis; z Preposição;
pontapé – pontapés; z Advérbio;
mandachuva – mandachuvas; z Interjeição;
fidalgo – fidalgos; z Conjunção.
� Nos substantivos compostos formados com
grão, grã e bel: Funções Sintáticas
grão-duque – grão-duques;
grã-fino – grã-finos; � Pronome relativo (igual a “o qual”, “a qual”)
07

bel-prazer – bel-prazeres. Ex.: A curiosidade é um vício que desconhece


Não flexão dos elementos;
6-

termos;
84

� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos


� Pronome substantivo indefinido (igual a “que coi-
.

formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-


92

re em frases substantivadas e em substantivos sa”) ligado ao verbo


.3

compostos por um tema verbal e uma palavra Ex.: Elas não sabiam o que fazer;
21

invariável ou outro tema verbal oposto: � Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
-1

o disse me disse – os disse me disse; “quanta”) ligado ao substantivo


a

o leva e traz – os leva e traz; Ex.: Que alegria!


s
bo

o cola-tudo – os cola-tudo. � Pronome interrogativo (no final de frase é


ar

acentuado)
B

FUNÇÕES DO SE Ex.: Por que não vai conosco?


a

Não vai conosco por quê?


in

Embora já tenhamos abordado esse tema anterior- � Substantivo (quando é antecedido de artigo) (é
ar
M

mente, deixamos aqui uma síntese das funções mais acentuado)


cobradas desse vocábulo. Ex.: Havia em seus olhos um quê de curiosidade;
� Preposição (a depender do contexto, pode ser subs-
Funções Morfológicas tituído por “de”)
Ex.: A gente tem que explicar com franqueza cer-
z Pronome; tas coisas;
z Conjunção. � Advérbio de intensidade (igual a “muito”, ligado ao
adjetivo)
Funções Sintáticas Ex.: Que bela tarde!
� Interjeição (sempre acentuado)
� Pronome reflexivo com a função sintática de obje- Ex.: Quê! Você tem coragem?
to direto � Partícula expletiva
Ex.: Elas não se encontram na redação; Ex.: Que experto que é teu irmão!
� Pronome reflexivo com a função sintática do obje- � Faz parte da locução expletiva
to indireto Ex.: Ele é que sabe das coisas!
62 Ex.: Ele atribuía-se o direito de julgar; � Conjunção causal (igual a “porque”)
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Ex.: Disse que não iria, que não tinha roupas O coração é um músculo que bombeia sangue para
adequadas; o corpo. (coração: parte do corpo)
� Conjunção integrante
Ex.: Suponhamos que elas viessem; Conotação
� Conjunção comparativa
Ex.: Uma era mais esperta que a outra; O sentido conotativo compreende o significado
� Conjunção concessiva (igual a “embora”) figurado e depende do contexto em que está inserido.
Ex.: Que não seja rico, sempre me casarei com ele; A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
� Conjunção condicional (igual a “se”) dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
Ex.: Que você pague a promissória, hão de entre- tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e
gar a mercadoria; poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase
� Conjunção conformativa (igual a “conforme”) à expressividade da mensagem de maneira que ela
Ex.: Aos que dizem, os exames serão dificílimos; possa provocar sentimentos ou diferentes sensações
� Conjunção temporal no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
Ex.: Chegados que foram à cabana, reviraram sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
tudo; publicitários e outros.
� Conjunção final Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse; Você mora no meu coração.
� Conjunção consecutiva
Ex.: Falou tanto que ficou rouco; CONCEITUAÇÃO DE TEXTO LITERÁRIO
� Conjunção aditiva
Ex.: Anda que anda e nada encontra; A Literatura está ligada à escrita, sua origem per-
de-se nos tempos. Não há um único marco histórico do
� Conjunção explicativa
surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos
Ex.: Fique quieto, que eu quero dormir.
das cavernas são considerados escritos antigos.
A Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em
FUNÇÕES DO SEM QUE
prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e
práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia.
Locução conjuntiva com valor de condição, con- Sabe-se que a “Literatura” vem do latim “litteris”,
cessão, consequência, negação de consequência, em tradução “Letras”, e possivelmente uma tradução
negação de causa, modo. Essa locução pode ser subs- do grego “grammatikee”. Na Roma antiga, literatura
tituída para formar orações subordinadas reduzidas significava uma instrução ou um conjunto de saberes
de infinitivo. ou habilidades de escrever e ler bem. O escrever e o
Ex.: “Empurrava a cadeira sem que a mãe corresse ler bem, por sua vez, relaciona-se com as artes da gra-
atrás.” mática, da retórica e da poética. Por extensão, refe-
Poderia ser reescrita como “Empurrava a cadeira re-se especificamente à arte ou ofício de escrever de
sem a mãe correr atrás”, e então teríamos uma ora- forma artística. Nos dias atuais, o termo “Literatura”
ção reduzida de infinitivo. também é utilizado como referência a um corpo ou
07

Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberda- um conjunto escolhido de textos como, por exemplo,
6-

de de informação e não será exercida sem que esta a literatura inglesa, a literatura médica, a literatura
84

esteja assegurada a todos os veículos de comunicação portuguesa, literatura japonesa etc.


.
92

visual.” Mais profícuo do que tentar definir a Literatura é


.3

Poderia ser reescrita como “A democracia não será encontrar um caminho para decidir o que torna um
21

efetiva sem liberdade de informação e não será exer- texto, em sentido lato, literário. A literatura está geral-
-1

cida sem esta estar assegurada a todos os veículos mente associada à ideia de estética, ou melhor, a ideia
de comunicação visual”, formando agora uma oração de ocorrência de algum procedimento que seja estéti-
s a

reduzida de infinitivo. co. Segundo Aristóteles, um texto é literário, portanto,


bo

quando consegue produzir um efeito estético no leitor


ar

e quando provoca catarse no receptor. Uma estraté-


B

gia para entender o fenômeno literário é a oposição.


a
in

Vamos opor o texto científico ao texto artístico, por


LITERATURA
ar

exemplo: enquanto o texto científico emprega as pala-


M

vras sem preocupação com a beleza, o texto artístico,


DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO ao contrário, terá essa preocupação. Outra compara-
ção é em relação ao emprego e o sentido das palavras.
Denotação Sabe-se que no texto científico emprega-se as palavras
LÍNGUA PORTUGUESA

no seu sentido dicionarizado, denotativo, enquanto


O sentido denotativo da linguagem compreende que no texto artístico busca-se empregar as palavras
o significado literal da palavra independente do seu com mais autonomia, preferindo o seu sentido cono-
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais tativo, figurado.
objetivo e literal associado ao significado que aparece
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar GÊNEROS LITERÁRIOS
ênfase à informação que se quer passar para o recep-
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por Na teoria literária, o estudo dos gêneros literários
isso, é muito utilizada em textos informativos, como ocupa-se em agrupar as diversas modalidades de
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- expressão literária pelas suas características de forma
ticos, entre outros. e conteúdo. Cada gênero possui uma técnica, um esti-
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas) lo e uma função. Vale destacar que a distinção entre 63
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os gêneros é bem flexível, sendo possível às vezes a Vale destacar que uma peça é uma obra literária,
mistura deles. Para classificar uma obra, então, é enquanto texto destinado à leitura. Por outro lado,
necessário verificar a predominância de um gênero. A como espetáculo teatral, depende dos meios técnicos
classificação básica dos gêneros compreende: o lírico, empregados na apresentação, como: maquilagem, ilu-
o épico e o dramático. minação, imposição de voz, cenário e figurino.
z Gênero Lírico – A poesia lírica surgiu na Grécia
Exemplos de Textos Dramáticos
Antiga, sendo originalmente declamada ao som da
lira, daí a origem da palavra lírico. A lira, pela tra-
„ Tragédia: acontecimentos trágicos, temas deri-
dição literária, passou a simbolizar a poesia.
vados das paixões humanas do qual fazem parte
No gênero lírico predomina o sentimento, a emo- personagens nobres e heroicas, sejam deuses
ção, a subjetividade, a expressão do “eu”. Trata-se da ou semideuses. Os finais são sempre nefastos.
manifestação do mundo interior através de uma visão Como exemplo, podemos citar “Édipo Rei”, de
pessoal do mundo. Sófocles; “Romeu e Julieta”, de Shakespeare;
Quanto à temática, o tema lírico por excelência é o „ Comédia: textos humorísticos de caráter crí-
amor, sendo que os demais lhe são correlatos: a soli- tico, irônico, jocoso e satírico, podendo ser até
dão, a angústia, a saudade, a tristeza. mesmo obsceno, cuja temática são ações coti-
A linguagem lírica mostra-se densamente metafó- dianas das quais fazem parte personagens
rica, sendo predominante a exploração da sonoridade humanos e estereotipados, geralmente o
e o arranjo das palavras. povo e a nobreza. O objetivo era fazer sátiras
Aqui estamos falando especificamente do lirismo políticas, críticas sociais, fazer paródias com o
na Literatura, mas o lirismo identifica-se com outras intuito de causar o riso;
formas de arte, podendo ser encontrado na própria „ Tragicomédia: textos que trazem a junção de
poesia, em um romance, em um filme ou quadro e em elementos trágicos e cômicos na representação
outras formas de arte. teatral;
Observe neste poema as características do gênero „ Farsa: surgida por volta do século XIV, a far-
lírico, o espírito subjetivo, que aparece embalado por sa caracteriza-se pela crítica social. É um texto
emoções e sentimentos. curto, formado por diálogos simples e repre-
Eu cantarei de amor tão docemente, sentado por personagens caricaturais em ações
Por uns termos em si tão concertados, corriqueiras, cômicas, burlescas. Como exem-
Que dois mil acidentes namorados plo famoso na língua portuguesa, podemos
Faça sentir ao peito que não sente. citar “A farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente;
„ Auto: surgido na Idade Média, os autos são
Farei que amor a todos avivente, textos curtos, de linguagem simples, com ele-
Pintando mil segredos delicados, mentos cômicos e intenção moralizadora.
Brandas iras, suspiros magoados, Suas personagens simbolizam as virtudes, os
Temerosa ousadia e pena ausente. pecados, ou representam anjos, demônios e
07

santos. Um dos autos mais famosos na língua


6-

Também, Senhora, do desprezo honesto portuguesa é o “Monólogo do Vaqueiro ou Auto


84

De vossa vista branda e rigorosa, da Visitação”, de Gil Vicente. Modernamente,


.
92

Contentar-me-ei dizendo a menor parte.


encontramos textos notáveis que revelam certa
.3

influência medieval, como é o caso do “Auto da


21

Porém, pera cantar de vosso gesto


Compadecida”, de Ariano Suassuna.
-1

A composição alta e milagrosa


Aqui falta saber, engenho e arte.
a

Luís de Camões z Gênero Épico ou Narrativo – O gênero narrativo


s
bo

estrutura-se pela narração, sendo característico a


ar

narração das ações dos personagens em determi-


Importante!
B

nado tempo e espaço.


a
in

Para a compreensão dos gêneros literários, pre-


A forma narrativa consagrada na antiguidade era
ar

cisamos saber que o lirismo, a subjetividade, não


a épica em que se faziam relatos de versos sobre as
M

são exclusividade do gênero lírico, podendo apa-


origens das nacionalidades, os acontecimentos histó-
recer nos demais. Também é preciso saber sepa-
ricos que mudaram o curso da humanidade. Os heróis
rar a participação do “eu-lírico”, ou seja, a própria
das epopeias eram personagens históricas ou semi-
voz que fala no poema do artista (o poeta).
deuses, isto é, pessoas que se destacaram por excep-
cionais façanhas. Cumpre ressaltar as mais célebres
z Gênero Dramático – Do grego, a palavra “drama” epopeias: a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero; a “Enei-
significa “ação”. Trata-se de um modo específico da”, de Vergílio; “Os Lusíadas”, de Camões.
de textos, baseado na performance, sendo assim, Modernamente, as formas narrativas resultam da
o gênero dramático abrange os textos em forma de evolução do gênero épico, a saber: o romance, o conto, a
diálogo destinados à encenação. novela e a crônica. O romance e a novela possuem uma
estrutura de múltiplos conflitos, em que se caracteriza
No gênero dramático, não há a narração de fatos, a pluralidade de ações. De modo contrário, o conto gira
como existe no romance, tendo em vista que os per- em torno de um único conflito, decorre disso a unidade
sonagens assumem seus papéis diante de um público de ações. A crônica, por sua vez, que nasceu das colunas
64 que assim é envolvido com os acontecimentos. dos jornais, explora fatos da atualidade.
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z Linguagem simples;
PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA z Crônicas de viagens;
BRASILEIRA E ESTUDO DOS z Destaque para a conquista material e espiritual.
PRINCIPAIS AUTORES DOS ESTILOS DE
Autores e Obras
ÉPOCA
O marco inicial da Literatura Brasileira coincide z Pero Vaz de Caminha (1450–1500)
com o período histórico chamado Renascimento. Em
Portugal, especialmente, este período coincide com Conhecido como autor da famosa “Carta de Pero Vaz
o esplendor das conquistas ultramarinas, grandes de Caminha”, ao rei D. Manuel I, considerada o primeiro
navegações, continentes recém descobertos e a fase documento escrito sobre o Brasil, que relata o descobri-
de colonização de povos. mento das terras do país. Ficou conhecida como sendo o
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Mar- marco inicial da literatura de informação do Brasil.
tinho Lutero, no fim do século XV, Portugal recupera-
va o prestígio com a descoberta por Vasco da Gama de z Padre José de Anchieta (1534-1597)
um novo caminho para as Índias. Esse espírito de ufa-
nia geraria a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os Um dos primeiros autores da literatura brasileira
Lusíadas, escrita por Luís Vaz de Camões, compreen-
escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e “Arte de
dida como a mais alta expressão de amor à pátria.
Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil”
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras pro-
duções possuíam mais caráter documental do que lite- (1595).
rário. Desde então, a forma como foi escrita a história É também conhecido como o Apóstolo do Brasil –
de nosso país tem refletido até hoje nas produções artís- embora seja espanhol – por ter sido um dos respon-
ticas e, consequentemente, literárias. Se observarmos, sáveis por trazer o Cristianismo no país, sendo
desde o período Colonial (do Descobrimento a chega- também um dos fundadores da cidade de São Paulo.
da da Família Real ao Brasil), passando pelo Período
Imperial, além de diversas revoltas internas em prol z Padre Manuel de Nóbrega (1517-1570)
da Independência e da abolição da escravatura, Perío-
do Regencial, a Proclamação da República, em 1889, Suas obras são consideradas documentos históricos
o Período Republicano, marcado pelos governos mili- sobre a colônia e a ação jesuítica no Brasil do século XVI.
tares, ditaduras e a reconquista da democracia, todos Entre elas, podemos destacar “Cartas do Brasil” (1886) e
esses acontecimentos permeiam a nossa Literatura.
um “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios” (1557).
Mais recentemente, diversas transformações de
âmbito político e social decorreram das duas Grandes
Guerras, que refletiram no mundo e, consequente- BARROCO
mente no Brasil, ideológica e politicamente. Políticas
mundiais de combate ao comunismo influenciaram No período entre (1601-1768), enquanto o mundo
07

líderes e momentos, a liberdade de expressão foi cer- Ocidental vivia uma atormentada crise entre homem
6-

ceada e um período sombrio foi instaurado em nossa e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon-
84

história até 1985, quando o direito à democracia foi ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais
.
92

restabelecido, além da globalização, a internet e as subjetiva e conflituosa. Para diversos pesquisadores, o


.3

mídias sociais, tudo isso reflete no pensamento, no Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas
21

sentimento e na expressão artística, como poderemos todo um período histórico e um movimento sociocul-
-1

acompanhar nas Escolas Literárias. tural em que se formularam novos modos de enten-
a

der o mundo, o homem e Deus.


s

CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS AUTORES E


bo

OBRAS DO QUINHENTISMO
ar
B

O Quinhentismo corresponde às manifestações


a

literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI,


in
ar

momento de descobrimento, exploração e colonização.


M

Durante esse período, uma literatura genuinamen-


te brasileira, a qual mostra visão do homem brasileiro,
ainda não era possível. O que temos é um ponto de vista
do viajante colonizador acerca do Novo Mundo, além
LÍNGUA PORTUGUESA

de uma preocupação em documentar e descrever a


viagem para o Rei de Portugal, cujas pretensões eram
mercantilistas: novas terras e riquezas para Portugal.

Contexto Histórico

z Os portugueses chegam ao Brasil;


z A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil. A arte barroca é então caracterizada pelos deta-
lhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É comum
Características
encontrar o uso de imagens contrastantes como o cre-
z Textos informativos e descritivos; púsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia), além de tex-
z Utilização de adjetivos; tos repletos de antíteses e inversões sintáticas. 65
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Na literatura, o marco inicial do barroco é a publi- ARCADISMO
cação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento Teixeira
e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poé- No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coincide
ticas”, de Cláudio Manuel da Costa. com a expulsão dos jesuítas do Brasil, a vinda da corte
Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem portuguesa, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a
dúvida um dos maiores artistas barrocos brasileiros. Proclamação da Independência. Artisticamente, é um
período marcado pela recuperação da cultura greco-la-
Contexto histórico tina e apreciação da natureza e da simplicidade.

z O Barroco surgiu pelas oposições e pelos conflitos


religiosos. Esse contexto histórico acabou influen-
ciando na produção artística, gerando o fenômeno
do Barroco. As obras são marcadas pela angústia
e pela oposição entre o mundo material e o espi-
ritual. Quanto às características do estilo, pode-se
encontrar metáforas, antíteses e hipérboles;
z As invasões holandesas no Brasil;
z Os bandeirantes.

Características na Arte

z Contrastes: luz/sombra, bem/mal, divino/humano; “O Senhor e a Senhora Andrews”, de Thomas Gainsborough


z Riqueza de detalhes, preferência pelas curvas e
contornos e ausência de simetrias; O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publi-
z Temas religiosos;
cação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa
z Personagens retratadas com expressões dramáti-
cas, cenas conflituosas; em 1768 e, ademais, a fundação da “Arcádia Ultrama-
z Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e rina”, em Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa
essência íntima; escola literária provém das Arcádias, ou seja, das
z Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade sociedades literárias da época.
do tempo e incerteza da vida.
Contexto Histórico
Características na Literatura
z A Inconfidência Mineira;
z Rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exa- z A Revolução Farroupilha;
gerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de z A vinda da Família Real para o Brasil.
metáforas e associações;
z Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas,
07

Características na Arte e na Literatura


hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem
6-

culta, jogo de palavras.


84

z Rompimento com a estética barroca, opondo-se


.
92

Autores e Obras aos exageros e rebuscamentos;


.3

z Influência do movimento iluminista;


21

z Padre Antônio Vieira (1608-1697) z Equilíbrio e busca pela perfeição na tentativa de


-1

resgatar as tradições clássicas, a estética greco-ro-


Foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador
a

mana e as figuras mitológicas;


s

sacro da Língua Portuguesa. As suas principais obras


bo

z Preferência por sonetos;


são “Sermão da Sexagésima”, que retrata sobre a arte z Racionalismo: A razão era constantemente valorizada;
ar

de pregar, além do “Sermão de Santo Antônio”, que


B

z Bucolismo e pastoralismo em que retrata uma


tem como tema a escravidão indígena.
a

natureza tranquila e serena, um refúgio calmo do


in

campo, os costumes rurais, que se contrastava com


ar

z Bento Teixeira (1561-1600)


M

os centros urbanos monárquicos.


Foi um poeta luso-brasileiro cuja principal obra z Idealização da mulher amada, assim como a valo-
é “Prosopopeia”, considerada o marco inicial do Bar- rização da pureza e ingenuidade humana;
roco na Literatura Brasileira. Trata-se de um poema z Uso de pseudônimos, geralmente nomes de pastores;
escrito à semelhança de “Os Lusíadas”, sobre os feitos z Expressões em latim como inutilia truncat (“tirar
dos heróis portugueses em terras brasileiras e africa- o inútil” da poesia, entendendo-se esse inútil como
nas, com o objetivo de louvar o donatário da capitania sendo o excesso de rebuscamento formal), fugere
de Pernambuco, Jorge de Alburqueque Coelho. urbem (“fuga da urbanidade” e preferência pela
vida campestre), locus amoenus (preceito de que
z Gregório de Matos (1636-1696)
o campo, o ambiente bucólico, é o ideal para o
homem), carpe diem (“aproveitar o presente” para
Conhecido como “Boca do Inferno”, foi um advo-
gado e poeta do Brasil colônia, sendo considerado um contemplar a realidade, sem preocupar-se com o
dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Bra- futuro) e aurea mediocritas (o “homem mediano”
sil. Produziu diversas sátiras desumanas, além de poe- é aquele que alcança a felicidade, não se devendo,
66 sias religiosas, líricas e satíricas. assim, procurar riquezas e posses em vida).
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Autores e Obras Características
z Liberdade de expressão e de criação, retrato e
z Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
valorização do “eu”;
z Rebeldia e idealismo, preocupação em retratar o
Poeta, advogado e jurista brasileiro, é considerado
mundo não como ele é, mas como ele poderia ser,
o precursor do Arcadismo no Brasil e destacou-se por
uma vez que a realidade para esses autores era
sua obra literária, mais precisamente a poesia. O poe-
considerada desesperadora, repleta de limitações
ta mineiro em seus textos aborda elementos locais,
ao crescimento pessoal, político e artístico;
descrevendo paisagens, temática pastoril e expressan- z Exaltação da pátria, da mulher e do amor.
do um forte sentimento nacionalista. z Indianismo e culto à nossa fauna e flora. Tam-
bém está presente o nacionalismo, o regionalismo
z José de Santa Rita Durão (1722-1784) ou o sertanismo;
z Individualismo e sentimentalismo, considerando que
Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire
seus desejos, paixões e frustrações pessoais são mais
Santa Rita Durão foi poeta e orador, considerado um
importantes do que os acontecimentos externos;
dos precursores do indianismo no Brasil.
z A natureza como força incontrolável e transcenden-
z José Basílio da Gama (1741-1795) tal, uma personagem que reflete o “eu”, assumin-
do emoções, como tristeza, e esbanja exuberância
Poeta mineiro e autor do poema épico “O Uraguai” diante da alegria e das conquistas do indivíduo;
(1769), um marco na literatura brasileira, no qual abor- z Pessimismo da realidade e escapismo, expressões
da as disputas entre os europeus, os jesuítas e os índios. de angústia, frustração, desespero, tristeza, entre
outras emoções que acabam caracterizando esse
z Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) estado de espírito como o “mal do século”;
z Temas como morte, suicídio, fuga para a natureza
Um dos grandes poetas árcades de pseudônimo Dir-
ou a pátria são os escapes possíveis para esse mal.
ceu. Sua obra que merece destaque é Marília de Dirceu
(1792) carregada de lirismo e baseada no seu romance z Primeira Geração - Nacionalista
com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas. As obras desse período abordam a natureza, o país
ROMANTISMO e idealizam tudo maravilhoso. Em Portugal, os temas
mais frequentes eram o nacionalismo, o romance
O Romantismo corresponde ao período aproxima- histórico e o medievalismo. No Brasil, esse apego ao
do entre 1774 e 1849 – embora influencie a arte até passado era visto no indianismo.
hoje – na Era das Revoluções, quando diversas trans- z Segunda Geração - Ultrarromântica
formações políticas, sociais e econômicas ocorreram
no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revo- O mal do século tem papel de destaque e as obras
lução Francesa. Os artistas românticos, movidos por acabam sendo caracterizadas pelo exagero no subjeti-
esse ideal de mudanças, começaram a mudar a teo- vismo e emocionalismo. As menções ao tédio e desejo
07

ria e a prática de suas artes. Além do campo artístico, de morte são frequentes.
6-
84

observamos uma visão transformadora também na z Terceira Geração - Romântica


.

filosofia e em toda a cultura ocidental, que passou a


92

aceitar a emoção e os sentidos como uma forma váli- Há a quebra das regras da literatura. Os poemas
.3

da de experimentar a vida. começaram a ser escritos de maneira diferente e, na


21

O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e o prosa, começam a aparecer palavras que antes não
-1

subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas eram da literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo
a

povo. Nessa geração os autores também começaram a


s

no período. Na Europa, obras com temáticas medie-


bo

vais eram bastante comuns, já que esse era o passado falar de questões sociais. Foi o primeiro passo para o
ar

histórico europeu. realismo, próximo movimento literário.


B

No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 Autores e Obras


a
in

a 1880, período da consolidação da independência.


z Primeira Geração
ar

Seu marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros


M

poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães, Poesia


em 1836. Porém, o Romantismo brasileiro busca-
va resgatar os nossos ancestrais que já viviam aqui: „ Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” (1848),
“Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857),
LÍNGUA PORTUGUESA

os índios. A literatura desse período também retra-


tava as lutas políticas e sociais existentes em nosso “Cantos” (1857);
„ Casimiro de Abreu: Primaveras, poesias (1859)
país, como o movimento abolicionista. Também não
podemos nos esquecer que, devido à época, começa- Prosa
vam a surgir problemas urbanos relacionados à rela-
„ José de Alencar: “O guarani” (1857), “Iracema”
ção delicada entre indústrias e operários, assim como
(1865).
a corrupção e o materialismo.
z Segunda Geração
Contexto Histórico
„ Álvares de Azevedo: “Lira dos vinte anos”;
z A Imprensa no Brasil; “Noite na Taverna” e “Macário”;
z A crise do 2º reinado; „ Fagundes Varela: “Noturnas”; Cantos e Fanta-
z A abolição da escravidão. sias e Anchieta ou O Evangelho nas Selvas; 67
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„ Casimiro de Abreu: As Primaveras (1859), Sau- z Literatura de combate social, crítica à burguesia,
dades (1856) e Suspiros (1856); ao adultério e ao clero.
„ Junqueira Freire: “Inspirações do Claustro” e
“Contradições poéticas”. Autores e Obras

z Terceira Geração z Machado de Assis (1839-1908): Ressurreição (1872),


A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia
„ Castro Alves: “Espumas Flutuantes”, 1870, “Os (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881),
Escravos” (O Navio Negreiro), 1883. Quincas Borba (1886), Dom Casmurro (1899), Esaú e
Jacó (1904), Memorial de Aires (1908);
Modalidades do Romantismo z Raul d’Ávila Pompeia (1863-1895): “O Ateneu”.

z Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho NATURALISMO


do pescador”;
z Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, Surgido no século XIX, é considerado uma ramifica-
“A Moreninha”; ção do Realismo, pois traçam o mesmo objetivo: retra-
z Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O tar a realidade como ela é, porém, usando de métodos
ermitão de Muquém”, “Escrava Isaura”; um pouco distintos. Uma das grandes preocupações das
z Romance indianista e histórico - José de Alencar, obras naturalistas é a relação entre o homem e as “forças
“O Guarani”. da natureza”, voltando-se às descobertas relacionadas
à biologia e a sociologia, especialmente considerando
REALISMO comportamentos patológicos, os desejos e as taras, com
destaque para as tendências animalescas dos homens.
Isso ocorre devido ao fato de que esse movimento ter
O Realismo é um movimento cultural e literário que
grande influência da Teoria da Evolução de Charles Dar-
surgiu em oposição ao Romantismo no século XIX. Sua
win e de outras correntes de pensamento científico que
temática principal foca nos problemas sociais da épo-
predominavam na Europa na época.
ca, usando de linguagem clara e objetiva. A Revolução O Naturalismo surgiu na França, tendo como prin-
Francesa e Revolução Industrial trouxe o crescimento cipal representante o escritor francês Émile Zola, que
do poder da burguesia na sociedade, portanto, as pes- ficou famoso com a publicação de “Germinal”, em 1881,
soas nas cidades em busca de melhores condições de e marcou o início deste movimento artístico na Europa,
vida por meio do trabalho nas fábricas e comércios e sobre as péssimas condições de vida dos trabalhadores
a vida burguesa passaram a estar mais presentes nas das minas de carvão no interior da França no século XIX.
narrativas. Em certas obras, percebe-se um forte tom Os escritores naturalistas do Brasil se ocuparam,
de ironia e crítica social. Os integrantes desse movi- principalmente, com os temas mais obscuros da alma
mento repudiavam a artificialidade do Arcadismo e do humana e, por isso, outros fatos importantes da histó-
Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a ria do país acabaram sendo deixados de lado, como a
vida, os problemas e costumes das classes média e bai- Abolição da Escravatura e a proclamação da República.
07

xa sem haver a necessidade de se inspirar em modelos


6-

do passado. O movimento manifestou-se também na Características


84

escultura, na pintura e em alguns aspectos sociais.


.

O marco do Realismo foi a publicação do romance z Desdobramento do Realismo;


92

“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. No z Escritores naturalistas retratam pessoas margina-
.3

Brasil, foi a publicação do livro “Memórias Póstumas lizadas pela sociedade;


21

de Brás Cubas”, de Machado de Assis. z As personagens são comparadas aos animais


-1

(zoomorfismo);
a

Contexto Histórico z Análise biológica e patológica das personagens;


s
bo

z Abordagem de temas polêmicos como miséria,


ar

z A Proclamação da República; adultério, crimes e sexualidade desvelada;


B

z A Primeira República. z Forte influência Darwinista, na qual o homem não


a

possui livre arbítrio, sendo guiado pela heredita-


in

riedade e pelo meio social em que vive;


ar

Características
z Cientificismo exagerado, apontando para as rela-
M

ções e fenômenos sociais como se observasse uma


z Objetividade como forma de opor ao excesso de sub- experiência científica;
jetividade e idealizações existentes no Romantismo; z A realidade é abordada a partir do pensamento
z Correção e clareza de linguagem para manter o científico, sob influência do positivismo;
ideal de representar a realidade verdadeiramente; z Linguagem simples e objetiva;
z Contenção das emoções, focando-se em análises z Os pintores recriavam paisagens naturais, ou seja,
mais objetivas; pintavam aquilo que observavam;
z Análise psicológica dos personagens; z Grande desejo de reformar a sociedade nas obras.
z Narrativa lenta, buscavam construir análises –
muitas vezes, inclusive, utilizando métodos cientí- Autores e Obras
ficos – da sociedade contada nas histórias;
z Impessoalidade do Narrador, em terceira pessoa, z Aluísio de Azevedo (1857-1913): “O Mulato”
sugerindo-se certo grau de impessoalidade; (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço” (1890);
z A filosofia positivista de Auguste Comte, olhar cientí- z Adolfo Caminha (1867-1897): “A Normalista”
fico para analisar comportamentos sociais, o Cientifi- (1893) e “Bom Criolo” (1895);
68 cismo, o Darwinismo, o Empirismo, o Determinismo; z Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
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IMPRESSIONISMO Autores e Obras

O Impressionismo não chegou a configurar, na z Graça Aranha (1868-1931): Espírito Moderno, 1925;
Literatura, uma escola, corrente ou movimento artís- z Raul Pompeia (1863-1985): “O Ateneu”.
tico, mas a teorização da atitude artística impressio- PARNASIANISMO
nista deve muito à pintura (Monet, Degas, Cézanne,
Pissaro, Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel). O Parnasianismo localiza-se entre o final do sécu-
lo XIX e o início do século XX, foi contemporâneo do
Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianismo
remonta à denominação de um monte da Grécia Anti-
ga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os
poetas se isolavam do mundo para maior integração
com os deuses, por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana.

Contexto Histórico

z Contemporâneo do Realismo – Naturalismo;


z Estilo especificamente poético, desenvolveu-se
junto com o Realismo – Naturalismo;
z A maior preocupação dos poetas parnasianos é
com o fazer poético.

Pierre-Auguste Renoir (1881) Le Déjeuner des canotiers

Aos impressionistas não interessa a fixação “foto-


gráfica” das formas e das imagens. Valorizando a cor
e os efeitos tonais, pretendem reproduzir a “percep-
ção visual do instante”, as “impressões” provocadas
pelo objeto no sujeito. O romance psicológico de tipo
moderno, de estrutura não-linear, em que a história é
narrada do ponto de vista do herói-autor, ou do ponto
de vista plurifocal, a partir da perspectiva de várias per-
sonagens, surge no bojo do Impressionismo, com Henry
James (Os Embaixadores – 1903); Joseph Conrad (Lord- O espelho de Vênus
07

Jim- 1900); ítalo Svevo (A Consciência do Zeno – 1923) e


6-

Os únicos países em que ele floresceu de forma


Marcel Proust (Em Busca do Tempo Perdido 1913-1927).
84

expressiva foram na França e no Brasil. Na França,


No Brasil, é perfeitamente identificável em autores como
.

o movimento surgiu em 1866, com a publicação da


92

Machado de Assis, Raul Pompeia e Coelho Neto, entre os


revista Le Parnasse Contemporain, que congregava
.3

brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário Verde entre os


21

poetas defensores de uma poesia antirromântica, des-


portugueses. As obras buscam grafar a aparência vivida
critivista, mimética e formalista. Entre esses poetas,
-1

da realidade humana, com exatidão e esmero científi- destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
a

co, mas voltados para a pintura refinada das impressões


s

No Brasil, o movimento por uma poesia de reação


bo

subjetivas, dos estados d’alma das personagens. contrária ao Romantismo teve lugar no início da déca-
ar

da de 1880, com a publicação do livro Fanfarras (1882),


B

Características de Teófilo Dias, obra inaugural da estética no país. Três


a
in

grandes autores destacam-se: Olavo Bilac (“o príncipe


ar

z Descrição de impressões e aspectos psicológicos dos poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.
M

das personagens com detalhes para constituir as


impressões sensoriais de um incidente ou cena; Características
z Caráter “hermético” (= difícil), exigindo leitores
z Estilo majoritariamente poético, não produzindo
LÍNGUA PORTUGUESA

intelectualmente sofisticados;
grandes manifestações em prosa;
z Pesquisas sobre óptica e seus efeitos, a presen-
z A “arte pela arte” como um movimento para rebater o
ça dos contrastes e de transparências luminosas,
excesso de sentimentalismo trazido pelo Romantismo;
auxiliam no desvanecimento da forma, percebida z Aproximação entre a literatura e as artes plásticas;
agora sem contornos; tinha apreço pelas métricas, geralmente caracteriza-
z União entre o concreto e o abstrato; das por versos decassílabos; apresentava cunho des-
z A percepção do tempo e o fluxo da memória, a lem- critivo, temas clássicos, objetividade, impessoalidade
brança crítica e a compreensão do sentido da expe- e temas universais, como poesia, vaidade e beleza;
riência passada e a “procura do tempo perdido”; z O racionalismo da poesia como fruto do trabalho
z A fixação do instante, momentos cotidianos fugazes, do poeta – um trabalho árduo, difícil, que depen-
as impressões da realidade em detrimento da razão dia de fatores como o conhecimento técnico, apli-
e da emoção. cado com esmero na produção poética; 69
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z Rigidez formal no tocante ao vocabulário (refina- PRÉ-MODERNISMO
do e erudito), à sintaxe, à rima e à métrica utiliza-
dos pelo poeta. É o período de transição entre as tendências do
final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o
Modernismo. O Pré-Modernismo acontece anos antes
Autores e Obras
da Semana da Arte Moderna, em 1922.
Alguns anos após a abolição da escravatura, muitos
z Olavo Bilac: “Via Láctea”; imigrantes – a maioria italianos – vêm ao Brasil com
z Raimundo Correia: “Sinfonias” (1883). o intuito de substituir a mão de obra rural e escrava.
Enquanto os ex-escravizados são marginalizados
SIMBOLISMO nos centros urbanos, a urbanização de São Paulo faz
surgir uma nova classe social: a operária.
Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo Há algumas mudanças nos estados brasileiros,
em alguns aspectos, o Simbolismo dividiu com aquele como a ascensão do café no Sul e Sudeste e o declí-
estilo o espaço cultural europeu entre o final do século nio da cana-de-açúcar no Nordeste. Em termos de
XIX e o início do século XX. regência administrativa, o governo republicano não
promovia as esperadas mudanças sociais – a socieda-
de se encontrava dividida entre a elite detentora de
dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a
classe trabalhadora rural, bem como dos marginaliza-
dos nos centros urbanos.
Eclodiram diversos movimentos sociais pelo Brasil
em virtude da desigualdade social – como a Revolta de
Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da
Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro. Além desse,
surgiram os movimentos protestantes no meio urbano,
como a Revolta da Chibata, em 1910 – contra o maltrato
da Marinha à corporação – e as greves de operários.
No começo do século XX aparecem os primeiros
indícios da crise cafeeira com a superprodução de
café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.
É em meio a este quadro na sociedade brasileira
que começa no Brasil uma nova produção literária,
intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário
A Noite Estrelada – Van Gogh
Tristão de Ataíde. Destacam-se neste período as obras
Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Ara-
Se, no Brasil, foi superado pela escola parnasiana, nha). Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como
que dominou a cena artística do período, na Europa uma “escola literária”, pois apresenta características
07

representou considerável avanço em direção à arte individuais muito marcantes. No entanto, há caracte-
6-

moderna que dominaria o século XX. rísticas comuns às obras desse período: a ruptura com
84

a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da rea-


.
92

Contexto Histórico lidade social brasileira; o regionalismo; a marginali-


.3

dade exposta nas personagens e associação aos fatos


21

z Fundação da Academia Brasileira de Letras; políticos, econômicos e sociais.


-1

z Origem: a poesia de Baudelaire; Caracteriza-se pelas produções desde o início do


século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Foi
a

z Características: desmistificação da poesia, sines-


s

um período de intensa movimentação literária que


bo

tesia, musicalidade, preferência pela cor branca,


marcou a transição entre o Simbolismo e o Modernis-
ar

sensualismo, dor e revolta.


mo. Apesar disso, para muitos estudiosos deve ser con-
B

siderado uma escola literária, uma vez que apresenta


a

Características
in

inúmeras produções artísticas e literárias distintas.


ar

Em outras palavras, ele reúne um sincretismo


M

z Formação das bases intelectuais de filósofos como estético, com presença de características neorrealis-
Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e Soren tas, neoparnasianas e neossimbolistas.
Kierkegaard;
z Decadentismo, marcado pela agonia, pela melan- Vanguardas Europeias
colia e pelo pessimismo, descrença nos atributos
racionais e a saturação das conquistas científi- Tendo início nas duas primeiras décadas do Sécu-
cas conduziram à crença em uma decadência da lo XX, as vanguardas europeias foram manifestações
artístico-literárias surgidas na Europa e vieram pro-
civilização;
vocar uma ruptura da arte moderna com a tradição
z A arte da sugestão;
cultural do século anterior.
z A sinestesia e a musicalidade. Em relação ao contexto histórico, houve o advento
da tecnologia, as consequências da Revolução Indus-
Autores e Obras trial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política
que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu um
z Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: “Mis- sentimento nacionalista, um progresso espantoso das
70 sal” e “Broquéis”. grandes potências mundiais e uma disputa pelo poder.
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Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram A expressão Op Art deriva do inglês Optical Art,
criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo. significando Arte Óptica. A Op Art passou por um
Outros movimentos surgiram com a mesma terminação desenvolvimento relativamente lento, apesar de ter
“ismo”, os movimentos artísticos que chamamos de van- ganhado força na metade da década de 1950. Trata-se
guardas. É importante conhecer alguns dos objetivos das de um movimento excessivamente cerebral e sistemá-
vanguardas: o questionamento, a quebra dos padrões, o tica, mais próxima das ciências do que das humanida-
protesto contra a arte conservadora, a criação de novos des, e não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da
padrões estéticos que fossem mais coerentes com a rea- Pop Art. Por outro lado, suas possibilidades parecem
lidade histórica e social do século que surgia. ser tão ilimitadas quanto às da ciência e da tecnologia.
Estas manifestações se destacaram por sua radica- A razão da Op Art é a representação do movimento
lidade, que influenciou a arte em todo o mundo. através da pintura apenas com a utilização de elemen-
Os movimentos e as tendências artísticas, tais tos gráficos. Outro fator fundamental para a criação
como o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o da Op Art foi a evolução da ciência, que está presen-
Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrea- te em praticamente todos os trabalhos, baseando-se
lismo, a Op art e a Pop art expressam a perplexidade principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida
do homem contemporâneo. moderna e da Física sobre a Óptica. A alteração das
Como uma reação ao Impressionismo, o Expressio- cidades modernas e o sofrimento do homem com a
nismo surge. Subjaz ao Expressionismo a preocupação alteração constante em seus ritmos de vida.
em expressar as emoções humanas, transparecendo As principais características da Op Art são:
em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angústias
do homem moderno. No Impressionismo, o enfoque z Explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões
se resumia na busca pela sensação de luz e sombra. de óticas;
Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que z Defender para arte “menos expressão e mais
teve basicamente dois princípios: a simplificação das visualização”;
figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figu- z Quando as obras são observadas, dão a impressão
ras não são representadas tal qual a forma real, ao passo de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes
que as cores são usadas de maneira organiza, como saem parecem inchar ou deformar-se;
do tubo de tinta. O nome deriva de “fauves” (feras, no z Oposição de estruturas idênticas que interagem
francês), devido à agressividade no emprego das cores. umas com as outras, produzindo o efeito ótico;
No Cubismo também não há a preocupação de z Observador participante;
representar realisticamente as formas de um objeto, z Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
porém a intenção do movimento artístico era represen- z As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas
tá-lo de vários ângulos, em um único plano. O Cubis- ao observador.
mo, com passar do tempo, evoluiu em duas grandes
tendências: Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O
movimento teve o seu melhor momento entre 1907 e
1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade.
07

Foi um movimento que se desenvolveu em todas


6-

as artes e exerceu influência sobre vários artistas.


84

O Futurismo abrange sua criação em expressar o


.

real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras


92

em movimento no espaço. Posteriormente, criaram


.3
21

outros movimentos de arte moderna. Repercutiu prin-


cipalmente na França e na Itália.
-1

O movimento Abstracionista surgiu em oposição à


s a

arte figurativa ou objetiva. São formas de arte que não O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês
bo

são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo. Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954,
ar

O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar
B

em todos os seus campos, pois não foi apenas uma cor- a arte popular que estava sendo criada em publicida-
a

rente artística, mas um verdadeiro movimento literá-


in

de, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas


ar

rio, musical, filosófico e até mesmo político. A palavra ilustradas. Representava os componentes mais osten-
M

dada em francês significa cavalo de madeira, mas sua sivos da cultura popular, de poderosa influência na
utilização marca o nonsense ou falta de sentido que vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era
pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). À a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expres-
princípio, o movimento não envolveu uma estética sionismo abstrato que dominava a cena estética desde
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, mas provavelmente as principais expres- o final da Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia
sões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do
ready made. O intuito deste movimento era protestar cinema e da publicidade.
contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de A Pop Art proporcionou a transformação do que
forma irônica toda aquela loucura que estava acon- era considerado vulgar em refinado, e aproximou a
tecendo. Como negação total da cultura, o Dadaísmo arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de
defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. objetos próprios e populares. Com o objetivo da crítica
Sobre o Surrealismo, trata-se de um movimen- irônica do bombardeamento da sociedade pelos obje-
to artístico e literário surgido em Paris por volta dos tos de consumo, operava com signos estéticos massifi-
anos 20, inserido no contexto das vanguardas que cados da publicidade, quadrinhos, ilustrações. Muito
viriam a definir o modernismo no período entre as do que era considerado brega, virou moda.
duas Grandes Guerras Mundiais. Suas principais características são: 71
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z Linguagem figurativa e realista, referindo-se aos cos- No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a
tumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo; Semana de Arte Moderna de 1922, momento marcado
z Temática extraída do ambiente urbano das gran- pela fervura de novas ideias e modelos. O Modernismo
des cidades, de seus aspectos sociais e culturais: surge em um momento de insatisfação política no Bra-
história em quadrinhos, revistas, jornais sensa- sil, causada também em decorrência da Primeira Guer-
cionalistas, fotografias, anúncios publicitários, ra Mundial (1914-1918), que trouxe reflexos para a
cinema, rádio, televisão, música, espetáculos sociedade brasileira. Assim, numa tentativa de reestru-
populares, elementos da sociedade de consumo e turar o país politicamente, também no campo das artes
de conveniências (alimentos enlatados, geladeiras, – estimulado pelas Vanguardas Europeias – encontra-
carros, estradas, postos de gasolina, etc.); -se a motivação para romper com o tradicionalismo.
z Ausência de planejamento crítico: os temas são
concebidos como simples motivos que justificam a Primeira Fase do Modernismo (1922-1930): “Fase
realização da pintura; Heroica”
z Representação de caráter inexpressivo, preferen-
cialmente frontal e repetitiva; Os artistas buscam a renovação estética inspira-
z Combinação da pintura com objetos reais integra- da nas vanguardas europeias (Cubismo, Futurismo,
dos na composição da obra como flores de plástico, Surrealismo).
garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), Manifesto
consonância aos novos tempos; Antropófago (1928), Manifesto Regionalista (1926) e
z Formas e figuras em escala natural e ampliada; Manifesto Nhenguaçu Verde-Amarelo (1929).
z Preferência por referências ao status social, fama,
violência e desastres, a sensualidade e o erotismo, Segunda Fase do Modernismo (1930-1945): “Fase
aos símbolos da tecnologia industrial e a sociedade de Consolidação”
de consumo; As temáticas nacionalistas e regionalistas com pre-
z Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, domínio da prosa de ficção caracterizam esse momen-
produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes to de amadurecimento. Na década de 30, a poesia
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo; brasileira se consolida, o que significa o maior êxito
z Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho para os modernistas.
maior, transformando o real em hiper-real.
Terceira Fase do Modernismo (1945-1980):
Pós-Modernista”

Muitos estudiosos afirmam que essa fase termina


em 1960, enquanto outros, definem o fim dessa fase
nos anos 80. Há ainda os que ponderam que a tercei-
ra fase modernista prolonga-se até os dias atuais, não
havendo, pois, um consenso.
Nesse momento, tem-se um predomínio e diversi-
dade da prosa, com a prosa urbana, a prosa intimista
07

e a prosa regionalista. Além disso, surge um grupo de


6-

escritores denominado “Geração de 45”, muitas vezes


84

chamados de neoparnasianos, pois eles buscavam


.

uma poesia mais equilibrada.


92
.3

Características
21
-1

Características z Libertação estética;


Ruptura com o tradicionalismo;
a

z
s

Ruptura com o academicismo; z Experimentações artísticas;


bo

z
z Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana; z Liberdade formal (versos livres, abandono das for-
ar

z Linguagem coloquial, simples; mas fixas, ausência de pontuação);


B

z Exposição da realidade social brasileira; z Linguagem com humor;


a
in

z Regionalismo e nacionalismo; z Valorização do cotidiano.


ar

z Marginalidade das personagens: o sertanejo, o cai-


M

pira e o mulato; Alguns Autores e Principais Obras


z Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais.
z Oswald de Andrade (1890-1954): Memórias Sen-
Autores e Obras timentais de João Miramar, Serafim Ponte Grande,
Marco Zero I - A Revolução Melancólica, Marco
z Euclides da Cunha (1866-1909): “Os Sertões: Cam- Zero II – Chão;
panha de Canudos”; z Mário de Andrade (1893-1945): Amar, verbo
z Aranha (1868-1931): “Canaã”; intransitivo (1927) e Macunaíma (1928);
z Monteiro Lobato (1882-1948): série de livros do z Bandeira (1886-1968): Libertinagem (1930), Estre-
Sítio do Pica-Pau Amarelo. la da Manhã, 1936;
MODERNISMO z Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): A
Rosa do Povo (1945);
O Modernismo é o principal movimento literário z Rachel de Queiroz (1902-2003): O quinze (1930);
do século XX. Fortemente influenciado pelos movi- z Ramos (1892-1953): Angústia (1936), Vidas Secas
mentos de vanguarda que ocorreram na Europa no (1938), Memórias do Cárcere 1953; (obra póstuma);
início dos anos 1900, esse estilo literário foi revolucio- z João Cabral de Melo Neto (1920-1999): Morte e
72 nário em diversos níveis. vida Severina;
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z Lispector (1920-1977): A Hora da Estrela, A Paixão O pós-modernismo também teve uma expressivida-
segundo G.H., Laços de Família e Perto do Coração de na economia. Seu papel foi mostrar aos indivíduos
Selvagem; a capacidade de consumo, a adotarem estilos de vida
z Rosa (1908-1967): Corpo de Baile: Noites do Sertão e de filosofias, o consumo personalizado, usar bens e
(1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Primeiras serviços e se entregarem ao presente e ao prazer.
Estórias (1962) e Campo Geral (1964). O ambiente pós-moderno significa simulação, ele
não nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua
PÓS-MODERNISMO maneira, hiper-realiza o mundo, transformando-o em
um espetáculo. Os pós-modernistas querem rir levia-
Trata-se de um dos conceitos mais discutidos nas namente de tudo, encaram uma ideia de ausência de
questões relativas à arte, à literatura ou à teoria social, valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida.
mas a noção de pós-modernidade reúne uma série de No pós-modernismo o homem vive imerso em um rio
conceitos e modelos de pensamento em “pós”, dentre os de testes permanentes, em que a informação e a comu-
nicação transportam a impulsividade para o consumo.
quais: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-
Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em
-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierár- 1945. Nos anos 60 foi a época de grandes mudanças e
quico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós-urbano, descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas
pós-capitalismo. A pós-modernidade se coloca também e arquitetônicas.
em relação com o feminismo, a ecologia, o ambiente, a Completando o cenário moderno as metrópoles
religião, a planificação, o espaço, o marketing, a adminis- industriais, as classes médias consumidoras de moda
tração. O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é e de lazer, surgiram a família nuclear - pessoas isola-
incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”. das em apartamentos - e a cultura de massa (revistas,
Resumiremos algumas das características da pós- filmes, novelas), dando vitória à razão técnico-cientí-
-modernidade: propensão a se deixar dominar pela fica, inspirada no Iluminismo, a máquina fez a huma-
imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu nidade recuar seus hábitos religiosos, morais e foi
universo pelos mercados (econômico, político, cultu- ditado novos valores, mais livres, urbanos, mas sem-
pre atrelados no progresso social.
ral e social); celebração do consumo como expressão
As multinacionais trouxeram os serviços de tecnologia
pessoal; pluralidade cultural; polarização social devi-
em geral, como informações e comunicações em tempo
do aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; real, o que proporciona uma economia pela informação.
falências das metanarrativas emancipadoras como Nas chamadas sociedades programadas, codificar
aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberda- e manipular o conhecimento e a informação é vital,
de, igualdade e fraternidade. onde a programação da produção do consumo e da
A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos, vida social significa projetar o comportamento.
de modo que conduz em um único e mesmo movimen- O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética,
to, a uma lógica cultural que valoriza o relativismo e a robótica industrial, a biologia molecular, a medicina
a (in)diferença, a um conjunto de processos intelec- nuclear, a tecnologia dos alimentos, as terapias psicoló-
tuais flutuantes e indeterminados, a uma configura- gicas, a climatização, as técnicas de embelezamento, o
ção de traços sociais que significaria a erupção de um trânsito computadorizado e os eletroeletrônicos.
movimento de descontinuidade da condição moderna: Em resumo, o pós-modernismo pode ser caracte-
07

rizado como as definições de natureza sociocultural


mudanças dos sistemas produtivos e crise do trabalho,
6-

e estética que marcam o capitalismo da era contem-


84

eclipse da historicidade, crise do individualismo e oni-


porânea. Este movimento, que também pode ser
presença da cultura narcisista de massa. A pós-moder-
.
92

chamado de pós-industrial ou financeiro, predomi-


nidade tem predomínio do instantâneo, da perda de na mundialmente desde o fim do Modernismo. Ele é
.3

fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada


21

caracterizado pela avalanche recente de inovações


vez menor através do avanço da tecnologia. tecnológicas, pela subversão dos meios de comunica-
-1

No campo urbano, a cidade está em pedaços, porque ção e da informática, com a crescente influência do
a

nela há caos, (des)ordem: padrões de diferentes graus universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista
s
bo

de complexidade: o efêmero, o fragmentário, o descontí- que seduz o homem pós-moderno.


ar

nuo, o caótico predomina. Mudam-se valores: é o novo, Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo
B

o fugidio, o efêmero, o fugaz e o individualismo que é fluido na pós-modernidade. Dessa afirmação pode-
a

valem. A aceleração transforma o consumo numa rapi- mos retirar o termo proferido pelo polonês Zygmunt
in

dez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde copos Bauman, que tornou popular esta expressão, e pre-
ar

fere traduzi-la como ‘modernidade líquida’. Tempo e


M

a maridos/ou esposas). A publicidade manipula desejos,


espaço são reduzidos a fragmentos; a individualidade
promove a sedução, cria novas imagens e signos, even-
predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado
tos como espetáculos, valorizando o que a mídia dá ao pela ética do prazer imediato como objetivo prioritá-
transitório da vida. As telecomunicações possibilitam
LÍNGUA PORTUGUESA

rio, denominado hedonismo.


imagens vistas em todas as partes do planeta, facilitando A humanidade é induzida a levar sua liberdade
a mercadificação de coisas e gostos. A informatização, o ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de
computador, o caixa 24 horas e a telemática são compul- probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre
sivamente disseminadas. As lutas mudam: agora não é no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetivi-
contra o patrão, mas contra a falta deles. Os pobres só dade também ser incessantemente fracionada.
dizem presente nos acontecimentos de massa, lugar de
deslocamento das energias de revolta. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Nesse sentido, o pós-modernismo invade o cotidia-
no com a tecnologia eletrônica em massa e individual, CAMPEDELLI, S. Y. Português – Literatura, Produ-
onde a saturação de informações, diversões e serviços, ção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia pro- Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3ª edição
gramando cada vez mais o dia a dia dos indivíduos. – São Paulo: Saraiva, 2002. 73
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) Aí, pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e
HORA DE PRATICAR! pidi pra ela me leva, no clube, com o carro dela, para jogar
vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
Leia os textos a seguir para responder às questões 1 e) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e
e 2: pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar
vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
O texto II foi produzido por uma aluna do 7º ano do
ensino fundamental II, como resposta à proposição de 3. (FUMARC — 2018) Tendo em conta o Acordo Ortográ-
sua professora, exibida no texto I, abaixo. fico de 1990, assinale a afirmativa CORRETA.

TEXTO I a) No presente do indicativo, o acento circunflexo deixou


de ser usado na terceira pessoa do plural de verbos
O texto a seguir apresenta apenas a introdução de um como “crer”, “ler” e “ver”.
enredo narrativo, conforme estamos estudando em b) Nos hiatos, o “i” e o “u” tônicos deixaram de ser acentua-
sala. Será sua tarefa continuar a história, com coerên- dos graficamente sempre que antecedi-dos de ditongos.
cia, criando conflito, clímax e desfecho, de acordo com c) O emprego do trema foi completamente abolido.
sua imaginação. Procure dar coerência à sua narrativa. d) Os acentos diferenciais deixaram de ser empregados.
e) Os ditongos abertos “eu”, “ei” e “oi” não são mais acen-
Naquela amanhã, acordei feliz. Era domingo, dia de clu- tuados graficamente.
be, picolé, vôlei. Enfim, apenas alegria. Estranhei muito
que meus pais não estivessem ainda de pé. Nem meu Leia o texto a seguir para responder às questões de 4 a 9:
irmão. Fiquei apreensiva. Foi então que.....
Terrorismo lógico
TEXTO II
Antônio Prata
Foi então que pensei: nossa, esta tarde demais. Por-
que será que ninguém acordou ainda? Teve ter aconte- Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigran-
cido algo muito ruim aqui em casa. Aí pus meu biquine tes. Said e Chérif Kouachi são suspeitos do ataque
e telefonei para a minha madrinha, e pidi pra ela me ao jornal “Charlie Hebdo”, na França. Se não houves-
levá no clube com o carro dela, para jogar vole no se imigrantes na França, não teria havido ataque ao
domingo que era o dia de folga dela no hospital. Era “Charlie Hebdo”.
gratuito tudo lá. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal
Foi muito legal, nós tomamos sorvete e, jogamos bola “Charlie Hebdo”, eram filhos de argelinos. Zinedine Zida-
com outras meninas, ninguém queria jogar vole comi- ne é filho de argelinos. Zinedine Zidane é terrorista.
go. Ela disse: Zinedine Zidane é filho de argelinos. Said e Chérif
– Que droga! O sorvete sujou meu cabelo todo. Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal “Char-lie Heb-
Então eu falei que não era culpa minha. do”, eram filhos de argelinos. Said e Chérif Kouachi
Eu ri muito dela por que é super-engraçado quando sabiam jogar futebol.
07

alguém fica sujo sem querer. Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de
6-

Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha
84

para o vestuario do clube para tomar banho. aí no que dá defender minoria...


.

A esquerda francesa defende minorias. Membros de


92

O dia foi muito lindo. Eu adorei tudo lá. Quando voltamos


vou contá tudo para meus pais. Eles gostaram muito uma minoria são suspeitos pelo ataque terrorista. A
.3

esquerda francesa é culpada pelo ataque terrorista.


21

A extrema direita francesa demoniza os imigrantes. O


-1

1. (FUMARC — 2018) .Abaixo se apresentam problemas


formais do texto que deveriam ser apontados pela pro- ataque terrorista fortalece a extrema di-reita france-
a

sa. A extrema direita francesa está por trás do ataque


s

fessora, visando à sua reescrita, EXCETO:


bo

terrorista.
ar

a) biquine. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le


B

b) contá. Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o artigo em francês


a

c) super-engraçado. e o substantivo em inglês. Eis aí uma demonstração


in

de apoio da extrema direita francesa à liberdade de


ar

d) teve.
expressão – e aos erros de concordância nominal.
M

e) vestuario.
(Este último parágrafo não fez muito sentido. Os fil-
2. (FUMARC — 2018) Assinale a alternativa que ilustra mes do David Lynch não fazem muito sen-tido. Este
correção ADEQUADA de problemas de pontuação do último parágrafo é um filme do David Lynch.) O “Char-
texto, em uma possível reescrita pela aluna. lie Hebdo” zoava Maomé. Eu zoo negão, zoo as bichi-
nhas, zoo gorda, zoo geral! “Je suis Charlie!”
a) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e Humoristas brasileiros fazem piada racista, e as pessoas
pidi pra ela me leva, no clube, com o carro dela, para jogar os criticam. “Charlie Hebdo” fez piada com religião, e ter-
vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital. roristas o atacam. Criticar piada racista é terrorismo.
b) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam
pidi pra ela me levá no clube, com o carro dela, para jogar livres para se expressar. Algumas dessas expressões
vole no domingo que era o dia de folga dela, no hospital. podem ofender indivíduos ou grupos. Numa democracia,
c) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e é desejável que indivíduos ou grupos sejam ofendidos.
pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. A edito-
vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital. ra Abril foi pichada por meia dúzia de jacus. A editora
Abril é Charlie.
74
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” e) às relações e conclusões estabelecidas com o sobre-
usavam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pre- nome de Marine Le Pen.
tos. “Black blocs” são terroristas. “Black blocs” não
são terroristas. A polícia os trata como terroristas. Os 7. (FUMARC — 2018) Leia as considerações abaixo,
“black blocs” têm o direito de tocar o terror. sobre o texto.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” I. Os recursos de construção recorrentemente adotados
usavam gorros pretos. Drones não usam gorros pre- em cada parágrafo do texto atuam dire-tamente na
tos. Ataques com drones não são terrorismo. Ata- construção da ironia.
ques com drones matam inocentes mundo afora. O II. O texto toma como objeto central de reflexão os ata-
“Ocidente” usa drones. É justificável o terror contra o ques terroristas na França.
“Ocidente”. III. Em alguns parágrafos do texto, revela-se, de forma explí-
O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia cita, a defesa do autor ao combate ao terror do Ocidente.
7/1. A derrota brasileira para a Alemanha foi por 7 x IV. Subjaz ao texto uma crítica à fragilidade das generali-
1. O 7 e o 1 devem ser imediatamente presos e sub- zações e conclusões apressadas ou in-consistentes.
metidos a “técnicas reforçadas de interrogatório”, tais
como simulação de afogamento, privação de sono e Está CORRETO apenas o que se afirma em:
alimentação via retal. Por via das dúvidas, o 6 e o 8 e o
0 e o 2 também. a) I e II.
Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrí- b) I e IV.
vel Hulk é um abacate. c) II.
d) II e III.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ e) III e IV.
antonioprata/2015/01/1573334-terrorismo-logico.shtml. Acesso em:
2 fev. 2015.)
8. (FUMARC — 2018) Do ponto de vista do gênero, o tex-
4. (FUMARC — 2018)Todas as alternativas abaixo tra- to é:
zem reformulações de trechos do texto sem compro-
metimento da orientação de sentido original, EXCETO a) um conto.
em: b) um texto de lógica filosófica.
c) uma crônica.
a) “Black blocs” não são terroristas, mas a polícia os tra- d) uma notícia.
ta como terroristas. e) uma piada.
b) Humoristas brasileiros fazem piada racista, por isso
as pessoas os criticam.
c) Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam 9. (FUMARC — 2018) Todas as alternativas a seguir apre-
livres para se expressar, ainda que algu-mas dessas sentam sugestões de reformulação do texto, entre
expressões possam ofender indivíduos ou grupos. parênteses, em consonância com a norma padrão do
d) Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigran- português, EXCETO:
tes e são suspeitos do ataque ao jornal “Charlie Heb-
07

do”, na França. a) A extrema direita francesa demoniza os imigrantes.


6-

e) Said e Chérif Kouachi, que são suspeitos do ataque (Os imigrantes são demonizados pela ex-trema direita
84

ao jornal “Charlie Hebdo”, eram filhos de argelinos, tal francesa.)


.
92

como Zinedine Zidane. b) A polícia os trata como terroristas. (A polícia trata-os


.3

como terroristas.)
21

5. (FUMARC — 2018) Observe os excertos retirados do c) O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. (Terroris-
-1

texto, atentando para os itens grifados. tas atacaram o “Charlie Hebdo”.)


d) O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia
a

I. [...] não teria havido ataque ao “Charlie Hebdo”.


s

II. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. 7/1. (O ataque terrorista contra o “Char-lie Hebdo” deu-
bo

III. Ataques com drones matam inocentes mundo afora. -se em 7/1.)
ar

IV. É justificável o terror contra o “Ocidente”. e) Se não houvesse imigrantes na França, não teria havi-
B

do ataque ao “Charlie Hebdo”. (Não teria havido ata-


a

que ao “Charlie Hebdo”, se não houvessem imigrantes


in

Exercem a mesma função sintática os itens grifados em:


ar

na França.)
M

a) I e II.
b) I e III. Leia o texto a seguir para responder às questões 10
c) I e IV. e 11:
LÍNGUA PORTUGUESA

d) II e III.
e) III e IV. TEXTO

6. (FUMARC — 2018) Em “Este último parágrafo não fez Noivo é preso suspeito de matar mulher atropelada no
muito sentido”, o enunciador remete o leitor casamento

17 de abril de 2011 • 19h33 • atualizado às 19h36


a) à falta de coerência da direita francesa.
b) à quantidade de inferências que o parágrafo demanda
Um noivo foi preso na madrugada deste domingo em
ao leitor.
Santo André (SP) suspeito de atropelar uma mulher
c) aos aludidos problemas formais dos discursos de
durante a sua própria festa de casamento. Segundo
Marine Le Pen.
o 2º Distrito Policial da cidade, ocorriam duas festas
d) aos filmes herméticos do diretor David Lynch.
de casamento no bairro Campestre, uma ao lado da 75
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outra, e, quando o noivo ia embora, por volta das 2h, vez na história, talvez, os sinos da Capela do Padre
ele atropelou a convidada da outra festa, que morreu. Faria destoaram do concerto. Tocaram, sozinhos, uma
A polícia afirma que, antes do atropelamento, ocorreu batida fúnebre pelo martírio de Tiradentes.
uma briga entre convidados dos dois casamentos, Não conheço bem a história e não sei o que motivou as
com agressões físicas entre eles. O noivo, então, teria badaladas subversivas. Um pedido de secretos simpa-
entrado em um carro, atropelado a vítima e fugido para tizantes da Inconfidência? Apenas uma manifestação
sua casa, onde foi preso. de piedade cristã? Um sineiro bêbado? Não sei. Minha
O noivo foi indiciado por homicídio qualificado – devido tese preferida é que alguém responsável pelos sinos
a motivo fútil – e passou a noite de núpcias na cadeia. teve um vislumbre histórico. Teve a presciência que
ninguém mais teve e ordenou o toque plangente, em
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/policia/ homenagem precoce ao futuro herói e pelo ocaso do
noivo-e-preso-suspeito-de-matar-mulher-atropelada-no-ca-samento,e poder colonial que seu sacrifício desencadearia.
4ba0970847ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html. Acesso em:
19 fev. 2018.
Nossa Senhora do Rosário serviria como padroeira,
não necessariamente de quem consegue adivinhar a
História, mas de quem entende o momento que está
10. (FUMARC — 2018) Abaixo, apresentam-se termos e
vivendo ou destoa da maioria, com ou sem razão. Des-
orações, sublinhados na notícia, os quais exercem a
toantes deveriam ir regularmente em romaria à peque-
mesma função sintática, EXCETO:
na capela e pedir a bênção dessa Nossa Senhora do
a) duas festas de casamento.
Contexto Maior, para melhor poder enfrentar a maioria
b) motivo fútil.
que badala o que não tem importância e o fato errado
c) o noivo.
e menospreza qualquer batida diferente.
d) que
Os outros sineiros de Ouro Preto não tinham como
e) uma briga entre convidados dos dois casamentos.
saber que estavam festejando a morte de um herói.
Faltava-lhes a perspectiva histórica para entender o
momento e só cumpriram o que se esperava deles.
11. (FUMARC — 2018) Examine os sintagmas abaixo:
Estão perdoados. Mas que nos sirvam de lição.
I. mulher atropelada no casamento. (Disponível em https://jornalggn.com.br/noticia/nossa-senhora-dos-
II. mulher no casamento. destoantes-por-luis-fernando-verissimo. Acesso em: 9 fev. 2018)
III. mulher atropelada.
IV. mulher. 12. (FUMARC — 2018) “É curioso como elas [as crônicas]
mantêm o ar despreocupado, de quem está falando
Tendo em vista a organização sintática da manchete, de coisas sem maior consequência e, no entanto, não
mas sem levar em conta as informações trazidas pelo apenas entram fundo no significado dos atos e senti-
corpo da notícia, pode(m) ser tomado(s) como com- mentos do homem, mas podem levar longe a crítica
plemento do verbo matar apenas: social”.

a) IV. CÂNDIDO, Antônio. Para gostar de ler: crônicas. Volume 5. São


b) III. Paulo: Ática, 2003. pp.89-99.
07

c) I.
6-

d) I e III. O trecho em destaque faz parte do texto de Antônio


84

e) I e II. Cândido, A vida ao rés do chão, no qual o autor discor-


.
92

re sobre o gênero crônica. A produção de Luís Fernan-


.3

Leia o texto a seguir para responder às questões 12 e 13: do Veríssimo ilustra as ideias de Antônio Cândido pelo
21

fato de que
-1

Nossa Senhora dos Destoantes


a) alerta quanto à falta de sensibilidade e perspectiva
sa

Luís Fernando Veríssimo histórica para o entendimento de atos de injustiça do


bo

passado e do presente.
ar

A pequena Capela de Nossa Senhora do Rosário do b) considera irrelevante culturalmente o toque dos sinos
B

Padre Faria é uma das tantas joias arquitetônicas de nas cidades históricas de Minas Gerais.
a
in

Ouro Preto. O exterior despojado não prepara o visi- c) denuncia os frequentadores da igreja do Rosário que
ar

tante para a opulência barroca do interior. O campaná- não se deram conta da importância da sentença dada
M

rio fica afastado do corpo da igreja, como a “casinha” a Tiradentes.


numa morada sem banheiro, e nada tem de imponen- d) promove, por meio da linguagem descompromissa-
te. Os sinos da Capela de Padre Faria badalam em da, a despreocupação quanto a problemas de ordem
concerto com os outros sinos da região, cantando as social e política.
horas e os eventos, e não soam nem melhor nem pior e) valoriza a profundidade dos sentimentos de quem
do que os outros. Mas os sinos da Capela do Padre comemorou a sentença sofrida por Tiradentes.
Faria têm uma história diferente dos outros.
Quando Tiradentes foi enforcado e esquartejado no 13. (FUMARC — 2018) “O contexto maior não absolve,
Rio de Janeiro todos os outros sinos celebraram a exatamente, o contexto imediato, a triste realidade de
notícia. Afinal, tratava-se da execução de um traidor, revelações e escândalos de todos os dias, mas con-
de um inimigo da sociedade. Os sinos de Ouro Preto sola. Nossa inspiração deve ser o historiador francês
festejaram o castigo exemplar de um réprobo e o triun- Fernand Braudel, que — principalmente no seu monu-
fo da legalidade sobre a rebeldia. Mesmo que o toque mental estudo sobre as civilizações do Mediterrâneo
festivo não tivesse sido recomendado pela Coroa, a — ensinou que, para se entender a História, é preciso
celebração se justificaria. Mas os sinos da Capela do concentrar-se no que ele chamava de lalonguedurée,
76 Padre Faria dobraram Finados. Pela primeira e única
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que é outro nome para o contexto maior. Braudel partia decifro devoro persigo persigno
do particular e do individual para o social e daí para o redecifroredevoro
nacional e o generacional, se é que existe a palavra, e na entre signos perdido
sua história da região, o indivíduo e seu cotidiano eram devoro decifro
reduzidos a “poeira” (palavra dele também, que incluía sigo poesigno
até papas e reis) em contraste com a longuedurée, o redevororedecifro
longo prazo da história verdadeira. Assim na sua obra entreperdido paraíso
se encontram as minúcias da vida diária nos países do voraz cifro
Mediterrâneo mas compreendidas sub specieaeternita- desenho & desígnio
tis, do ponto de vista da eternidade, que é o contexto
maior pedante.” (ÁVILA, Carlos. Sinal de menos. Ouro Preto / MG: Tipografia do
Fundo de Ouro Preto, 1989)
(Disponível em https://jornalggn.com.br/noticia/o-contexto-maior-
por-luis-fernando-verissimo. Acesso em 09 fev. 2018). A leitura do poema de Carlos Ávila sugere que a cria-
ção literária se dá
O segmento em destaque também foi produzido por
Luís Fernando Veríssimo, em sua crônica, de fevereiro a) pela elaboração persistente.
de 2015, O contexto maior, título retomado no trecho b) pela força da inspiração.
da crônica Nossa Senhora dos Destoantes, publicada c) pelo aprendizado de fórmulas.
em 09 de fevereiro de 2018 em: “Destoantes deveriam d) pelo sofrimento existencial do poeta.
ir regularmente em romaria à pequena capela e pedir e) pelo talento desenvolvido.
a bênção dessa Nossa Senhora do Contexto Maior,
para melhor poder enfrentar a maioria que badala o 16. (FUMARC — 2018) TEXTO
que não tem importância e o fato errado e menospre-
za qualquer batida diferente”. A terra é nossa

Sobre essa referência de O contexto maior em Nossa A terra é um bem comum


Senhora dos Destoantes, pode-se afirmar que Que pertence a cada um
Com o seu poder além,
a) constitui-se como um elemento incoerente na compo- Deus fez a grande natura
sição de 2018, pelo fato de ironizar o comportamento
de pessoas conservadoras. Mas não passou escritura
b) indica que a compreensão de Nossa Senhora dos Des- Da terra para ninguém
toantes é determinada pela leitura de outras produções
do cronista, sob pena de se perder a intencionalidade. Se a terra foi Deus quem fez
c) sugere que a leitura do gênero crônica se faz mediante Se é obra da criação
a leitura de outras produções de mesmo gênero, em Deve cada camponês
especial as construídas pelo mesmo cronista. Ter uma faixa de chão.
d) tem sua importância comprometida pela distância
07

temporal entre as publicações, pois a crônica é uma Sei que o latifundiário


6-
84

produção que remete a uma situação específica. Egoísta e usuário


e) trata-se de um conhecimento prévio que contribui para
.

Da terra toda se apossa,


92

a percepção da intencionalidade de criticar certo com- Causando crises fatais


.3

portamento político da sociedade atual. Porém nas leis naturais


21

Sabemos que a terra é nossa.


-1

14. (FUMARC — 2018) TEXTO


a

Quando um agricultor solta


s
bo

Encostei meu ombro naquele céu curvo e terno No O seu grito de revolta
ar

lago as estrelas molhavam-se Tem razão de reclamar,


B

Sussurravam que meu abraço Contivera a terra inteira Não há maior padecer
a

e os ares Do que um camponês viver


in

Sem terra pra trabalhar.


ar

ALVIM, Francisco. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. 26 poetas


M

hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. p. 23 (Disponível em: http://patativadoassare.com/a-terra-e-nossa/.


Acesso em: 5 jan. 2018)
No poema de Francisco Alvim, o lirismo se dá por meio da
LÍNGUA PORTUGUESA

Considere a seguinte declaração de Patativa do Assa-


a) composição de imagens sensoriais. ré e as afirmativas abaixo:
b) expressão melancólica do eu poético.
c) manifestação de um eu lírico em conflito. “Não é, então, o papel do poeta um papel neutro, de
d) referência a poetas clássicos. simples observador. O poeta nasceu não só com o
e) seleção de vocábulos oníricos. dom da poesia, como também com o da verdade e o
da justiça. O poeta comenta, critica, ensina...”.
15. (FUMARC — 2018)
I. A rigidez da métrica configura a rigidez ideológica que
De Sinal de menos perpassa a composição das estrofes.
II. Busca pela igualdade social, injustiça social e crítica
perddo entre signos política são temas encadeados presentes nas estrofes.
77
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III. A presença de discurso religioso contribui para a pro- 19. (FUMARC — 2018) Leia a seguir uma das habilidades
posição da justiça defendida nos versos. previstas pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC)
IV. O sujeito poético fala sobre o sofrimento de um homem para o 8º e o 9º anos e responda à questão. TEXTO
que, sendo da terra, vê-se alijado de seu direito.
Analisar a modalização realizada em textos noticiosos
Anúncios Ilustra(m) a declaração de Patativa do Assaré, e argumentativos, por meio das modalidades aprecia-
apenas: tivas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais
como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locu-
a) I. ções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, ora-
b) I e III. ções relativas restritivas e explicativas etc., de maneira
c) II e IV. a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noti-
d) II, III, IV. ciados ou as posições implícitas ou assumidas.
e) III e IV. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_20dez_site.pdf. Acesso em: 19 fev. 2018.

17. (FUMARC — 2018) Considerando a habilidade descrita pela BNCC, o estudante


deve ser levado a perceber que a manchete publicada pelo
Discreta e formosíssima jornal O Globo, em 29/1/2009 – “Lula amplia Bolsa Família
um dia após cortar orçamento” – traz o ponto de vista do jor-
Maria Gregório de Matos Guerra
nal sobre o fato noticiado. Esse ponto de vista se evidencia:
Discreta e formosíssima Maria, I. pelo uso do verbo “ampliar”, no lugar de “aumentar”,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora que seria mais neutro;
Em tuas faces a rosada Aurora, II. pelo uso da forma “Lula”, no lugar de “presidente do
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: Brasil”, que indicaria respeito;
III. pela inserção de informação temporal, que não é cen-
Enquanto com gentil descortesia tral à natureza do fato relatado.
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora, Tendo em vista o exposto acima:
Quando vem passear-te pela fria:
a) apenas I e III são pertinentes.
Goza, goza da flor da mocidade, b) apenas I é pertinente.
Que o tempo trota a toda ligeireza, c) apenas II é pertinente.
E imprime em toda a flor sua pisada. d) apenas III é pertinente.
e) I, II e III não são pertinentes.
Oh não aguardes, que a madura idade
Te converta em flor, essa beleza
20. (FUMARC — 2018) Atente para o excerto da BNCC
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada
referente ao trabalho com o Eixo da Leitura e a tirinha
de Bill Waterson, na sequência:
07

O poema de Gregório de Matos salienta


6-

TEXTO I
84

a) a certeza de que o castigo divino advirá.


.
92

b) a consciência da efemeridade e vanidade da existência. A demanda cognitiva das atividades de leitura deve
c) a desilusão diante de valores tanto terrenos quanto aumentar progressivamente desde os anos iniciais do
.3
21

divinos. Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Esta comple-


-1

d) a necessidade de valorizar a materialidade da vida. xidade se expressa pela articulação: da diversidade


e) a precisão da fuga para a morte como escape das dos gêneros textuais escolhidos e das práticas consi-
sa

dores da vida. deradas em cada campo; da complexidade textual que


bo

se concretiza pela temática, estruturação sintática,


ar

18. (FUMARC — 2018) TEXTO vocabulário, recursos estilísticos utilizados, orquestra-


B

ção de vozes e linguagens presentes no texto; do uso


a

Chegando à fazenda dos avós, para visitá-los, o neto de habilidades de leitura que exigem processos men-
in

tais necessários e progressivamente mais deman-


ar

se dirige ao avô, que está na sala:


M

– Firme, vô? dantes, passando de processos de recuperação de


– Não, fio, Sírvio Santos. informação (identificação, reconhecimento, organi-
zação) a processos de compreensão (comparação,
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_ distinção, estabelecimento de relações e inferência) e
volume_01_internet.pdf. Acesso em: 2 fev. 2018. de reflexão sobre o texto (justificação, análise, articu-
lação, apreciação e valorações estéticas, éticas, políti-
Pode-se dizer que a informação trazida pela oração cas e ideológicas); da consideração da cultura digital e
adjetiva explicativa na piada é relevante para que o lei- das TDIC; da consideração da diversidade cultural, de
tor signifique adequadamente: maneira a abranger produções e formas de expressão
diversas, a literatura infantil e juvenil, o cânone, o culto,
a) a distração do avô. o popular, a cultura de massa, a cultura das mídias, as
b) a informalidade do neto. culturas juvenis etc., de forma a garantir ampliação de
c) a pergunta do neto. repertório, além de interação e trato com o diferente.
d) a resposta do avô.
e) o cumprimento do neto. (Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCC_20dez_site.pdf. Acesso em: 19 fev. 2018). TEXTO XIV
78 (Disponível em: http://tiras-do-calvin.tumblr.com/. Acesso em 10 fev.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2018)

TEXTO II

OH, PODEROSO DA MÍDIA DE OBRIGADO PELA ARTIFICIALIDADE ESTA TIGELA DE TAPIOCA MORNA
MASSA, DAS SOLUÇÕES RÁPIDAS E PELA REPRESENTA MEU CÉREBRO, EU
OBRIGADO POR ELEVAR A EMOÇÃO, MANIPULAÇÃO TRAIÇOEIRA DOS OFEREÇO EM HUMILDE SACRIFICO,
REDUZIR O PENSAMENTO E DESEJOS HUMANOS PARA FINS MANTENHA SUA LUZ OSCILANTE
ANIQUILAR A IMAGINAÇÃO COMERCIAIS PARA SEMPRE

(Disponível em: http://tiras-do-calvin.tumblr.com/. Acesso em 10 fev. 2018)

Considerando a tirinha e o excerto, assinale a afirmativa INCORRETA:

a) No aspecto composicional da tirinha, gênero de circulação comum em jornais, a constituição do sentido se realiza por
meio da combinação de frases curtas – geralmente de efeito ambíguo – com desenhos, que ilustram e complemen-
tam o sentido pretendido pelo autor.
b) O gênero tirinha apresenta geralmente temática humorística, contudo se encontram também tirinhas satíricas, de cunho
social ou político, que abrangem temas metafísicos, ou até mesmo eróticos. Pode o aprendiz lidar, por meio desse gênero,
com valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas, o que ampliará seu repertório textual-discursivo e pragmático.
c) Considerando-se os campos de atuação em que se inscrevem os gêneros a serem trabalhados durante o ensino
fundamental, a tirinha, como gênero do campo da vida cotidiana, é pertinente para levar o leitor a refletir sobre algum
aspecto social, de forma crítica, e a elaborar opinião sobre o tema.
d) Esta tirinha e outros textos similares (como as charges, por exemplo), exigem processos mentais “progressivamente
mais demandantes”; para a compreensão das semioses presentes. A abordagem adequada desse exemplar do gênero
constitui-se não só de questões de recuperação de informações, mas também daquelas que requerem operações mais
complexas (de análise, julgamento, etc.), além da reflexão sobre as condições de produção e circulação do gênero.
e) Um dos expedientes linguísticos presentes na tirinha em análise é o recurso à ironia, que se encontra marcada em aspec-
07

tos viso-linguísticos, sem cuja apreensão compromete-se a percepção da intencionalidade do autor, Bill Waterson.
6-
84

9 GABARITO
.
92
.3
21

1 A
-1

2 C
s a

3 A
bo
ar

4 C
B
a

5 B
in
ar

6 E
M

7 B

8 C
LÍNGUA PORTUGUESA

9 E

10 B

11 D

12 A

13 E

14 A

15 A
79
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16 D

17 B

18 D

19 D

20 C

ANOTAÇÕES

07
6-
. 84
92
.3
21
-1
s a
bo
ar
B
a
in
ar
M

80
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Porém, algumas questões acabam sendo um pouco
mais complexas e pode ser útil conhecer algumas pro-
priedades para facilitar. Vamos a elas.

MATEMÁTICA
Propriedade das Proporções

� Somas Externas:

a c a+c
= =
NÚMEROS E OPERAÇÕES: CÁLCULO b d b+d

ARITMÉTICO Vamos entender um pouco melhor resolvendo


uma questão-exemplo:
PROBLEMAS ARITMÉTICOS Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
Vamos relembrar alguns conceitos e fórmulas e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
sobre aritmética para que possamos resolvermos porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
questões sobre esse tópico. Como o próprio nome já está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan-
diz “Problemas de Raciocínio Lógico envolvendo Arit- to cada um vai receber?
mética”. Então, vamos fazer várias questões ao longo Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
da teoria para entender e praticar mais ainda sobre a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
esse assunto. Diego vai receber, então temos:

RAZÃO E PROPORÇÃO COM APLICAÇÕES C D


=
3 2
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
entre elas, veja: Utilizando a propriedade das somas externas:

2 C D C+D
5 = =
3 2 3+2

Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
para 5”). então podemos substituir na proporção:
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
C D C+D
2 4 = = = 10.000 = 2.000
= 3 2 3+2 5
3 6
07

Aqui cabe uma observação importante: esse valor


6-

Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6


84

2.000, que chamamos de “Constante de Proporcionali-


(Lê-se “2 está para 3 assim como 4 está para 6”).
.

dade”, é que nos mostra o valor real das partes dentro


92

Os problemas mais comuns que envolvem razão da proporção. Veja:


.3

e proporção é quando se aplica uma “variável” qual-


21

quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o


-1

C
valor dela. Veja o exemplo: = 2.000
3
s a

C = 2000 x 3
bo

2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
=
ar

3 6 C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)


B
a

D
Para resolvermos esse tipo de problema devemos = 2.000
in

2
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
ar
M

ção: “produto dos meios pelos extremos”. D = 2.000 x 2


Meio: 3 e x
Extremos: 2 e 6 D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
numa igualdade. Observe:
ber R$4.000;
3·X=2·6
MATEMÁTICA

z Somas Internas:
3X = 12
a c a+b c+d
X = 12/3 = = =
b d b d
X=4
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol- minador ao efetuar essa soma interna, desde que
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro- o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
priedade fundamental. proporção. 81
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a c a+b = c+d 2A = 4 x 1.000
= =
b d a c
2A = 4.000
Vejamos um exemplo:
A = 2.000
x 2
=
-
14 x 5 Fazendo a mesma resolução em B:
3B
x + 14 - x 2+5 = 1.000
= 9
x 2
3B = 9 x 1.000
14 7
= 3B = 9.000
x 2
7 · x = 2 · 14 B = 3.000

14 · 2 Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa


x= =4
7 receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
Portanto, encontramos que x = 4. O total pago pela empresa será:

Observação: vale lembrar que essa propriedade Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
também serve para subtrações internas;
Agora vamos estudar um tipo de problema que
z Soma com Produto por Escalar: aparece frequentemente em provas de concursos
envolvendo razão e proporção.
a c a + 2b c + 2d
= = =
b d b d REGRA DA SOCIEDADE

Vejamos um exemplo para melhor entendimento: Diretamente Proporcional


Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na va é dividir uma determinada quantia em partes
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. proporcionais a determinados números. Vejamos um
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B exemplo para entendermos melhor como esse assun-
o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, to é cobrado.
temos: Exemplo:
A B A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
=
2 3 partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
07

dessas partes corresponde a:


6-

Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3


84

Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-


funcionários na categoria B, podemos escrever que a porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
.
92

soma total dos prêmios é igual a R$13.000. é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-


.3

cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de


21

2A + 3B = 13.000 razão. Veja:


-1
a

Agora, multiplicando em cima e embaixo de um X Y Z


s

= = = constante de proporcionalidade
bo

lado por 2 e do outro lado por 3, temos: 4 5 6


ar
B

2A
=
3B Usando uma das propriedades da proporção,
a

4 9 somas externas, temos:


in
ar

Aplicando a propriedade das somas externas,


M

X+Y+Z 900.000
podemos escrever o seguinte: = 60.000
4+5+6 15

2A 3B 2A + 3B A menor dessas partes é aquela que é proporcional


= =
4 9 4+9 a 4, logo:

Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- X


= 60.000
porção, temos: 4

2A 3B 2A + 3B 13.000 X = 60.000 x 4
= = = = 1.000
4 9 4+9 13 X = 240.000

Logo, Inversamente Proporcional

2A
= 1.000 É um tipo de questão menos recorrente, mas,
82 4 não menos importante. Consiste em distribuir uma
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quantia X a três pessoas, de modo que cada uma rece- M 5
=
ba um quinhão inversamente proporcional a três T 8
números. Vejamos um exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes A turma tem 120 alunos, então: T = 120
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. Fazendo os cálculos:
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- M
=
5
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao T 8
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso M 5
cálculo, veja: 120
=
8
X X X 8 x M = 5 x 120
+ + = 740.000
4 5 6
8M = 600
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl- M=
600
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 8
mos a fração.
M = 75
4–5–6|2 A quantidade de homens da sala:
2–5–3|2 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
1–5–3|3
2. (VUNESP — 2020) Em um grupo com somente pessoas
1–5–1|5 com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
Assim, dividindo o M. M. C. Pelo denominador e
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é:
15x 12x 10x
+ + = 740.000 a) 30.
60 60 60
b) 29.
37x
= 740.000 c) 28.
60 d) 27.
X = 1.200.000 e) 26.

Agora basta substituir o valor de X nas razões para A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
achar cada parte da divisão inversa. número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
07
6-

x 1.200.000 120 4x
= = 300.000 =
84

4 4 121 5x Total de 9x
.
92

x 1.200.000 No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão


= = 240.000
.3

5 5 aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e


21

a razão em questão passará a ser de 5/8.


-1

x 1.200.000
= = 200.000 120 4x - 2
6 6 = 5
a

=
s

121 5x + 2 - 1 8
bo

Logo, as partes divididas inversamente proporcio- 4x - 2


ar

5
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K, =
B

5x + 1 8
240K e 200K.
a

Exercite seus conhecimentos realizando os exercí-


in

8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
ar

cios que seguem.


32x – 16 = 25x + 5
M

1. (FAEPESUL — 2016) Em uma turma de graduação 7x = 21


em Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos
que a razão entre o número de mulheres e o número x=3
total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120 valor de X na primeira equação:
alunos.
MATEMÁTICA

9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse


a) 43 homens. grupo. Resposta: Letra D.
b) 45 homens.
c) 44 homens. 3. (IBADE — 2018) Três agentes penitenciários de um
d) 46 homens. país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem
e) 47 homens. juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
A razão entre o número de mulheres e o número o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
total de alunos é de 5/8: de cada um, em ordem crescente de valores. 83
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a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00. b) 225
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00. c) 165
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. d) 154
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00.
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00. Total de alunos = 396

D + A + W = 721 Meninos = H
A = D + 36 Meninas = M
W = A - 44
Substituímos Arley em Wanderson: H 5x
Razão: +
W= A - 44 M 7x
W= 36+D-44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
W= D-8
Substituímos na fórmula principal: 12x é igual ao total que é 396
D + A + W = 721
12x = 396
D + 36 + D + D – 8 = 721
3D + 28 = 721 x = 33
3D = 721 - 28
D = 693/3 Portanto o número de meninos será:
D = 231 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
Substituímos o valor de D nas outras:
A = D + 36 REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
A= 231+36= 267
W = A - 44 Regra de Três Simples
W= 267-44
W= 223
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
grandezas. São elas:
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de razões, pro- deseja calcular a partir da grandeza explicativa;
porções e inequações, julgue o item seguinte. z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam la utilizada para calcular a variação da grandeza
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham, dependente.
para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes- Existem dois tipos principais de proporcionalida-
sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500. des que aparecem frequentemente em provas de con-
cursos públicos. Veja a seguir:
07

( ) CERTO ( ) ERRADO
6-

z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen-


84

6x 9x 8x to de uma grandeza implica o aumento da outra;


+ + = 7.900
.

z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-


92

1 2 3
to de uma grandeza implica a redução da outra.
.3

Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:


21
-1

36x 27x 16x Vamos esquematizar para sabermos quando será


+ + = 7.900
6 6 6 direta ou inversamente proporcionais:
s a
bo

79x
= 7.900 DIRETAMENTE
ar

6
PROPORCIONAL + / + OU - / -
B

x = 600
a
in

Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio- Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
ar

nal a: (sinais iguais)


M

9x
2
PROPORCIONAL + / - OU - / +
Basta substituirmos o valor de X na proporção.
9x 9 x 600
= = 2.700 Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
2 2
(sinais diferentes)
(Valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500). Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas:
Resposta: Errado.

5. (IESES — 2019) Uma escola possui 396 alunos matri- DIRETAMENTE


Multiplica cruzado
PROPORCIONAL
culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de
5/7, determine o número de meninos matriculados.
INVERSAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal
84 a) 183
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Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
mais como isso tudo funciona. chegou de surpresa para passar o restante do mês
Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construído uti- com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
lizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um muro de seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
tijolos serão necessários? casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente ( ) CERTO ( ) ERRADO
proporcional.
4 Pessoas ------- 24 Dias
12 m -------- 2 160 (tijolos) 6 Pessoas ------- x Dias
30 m -------- X (tijolos) Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
na horizontal:
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumen- 6x = 4 . 24
to (+) e que para fazermos um muro maior vamos 6x = 96
precisar de mais tijolos, ou seja, também deverá ser x = 96/6
aumentado (+). Logo, as grandezas são diretamente x = 16
proporcionais e vamos resolver multiplicando cruza- Como já haviam comido por 6 dias é só somar:
do. Observe: 6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
12 m -------- 2.160 (tijolos) Resposta: Errado.

30 m -------- X (tijolos) 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O motorista de uma


empresa transportadora de produtos hospitalares
12 · X = 30 . 2160 deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega
12X = 64800 de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima-
damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des-
X = 5400 tijolos pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu
veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside-
Assim, comprovamos que realmente são necessá- rou que esse consumo é constante.
rios mais tijolos. Considerando essas informações, julgue o item que
Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 segue.
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 gasolina.
professores para corrigir as provas?
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos ( ) CERTO ( ) ERRADO
montar a relação e analisar:
Com 1 litro ele faz 10 km.
07

5 (prof.) --------- 12 (dias) Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos


6-

30 (prof.) -------- X (dias) dizer que com 1dm³ ele faz 10km
84

Portanto,
.

Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um


92

10 km -------- 1dc³
aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
.3

1.100 km --------- x
21

pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente. 10x = 1.000


-1

Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des- x = 110dm³ (a gasolina que será consumida).
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio- Resposta: Errado.
sa

nais e vamos resolver multiplicando na horizontal.


bo

Observe: 3. (VUNESP — 2020) Uma pessoa comprou determinada


ar

quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2


B

5 (prof.) 12 (dias) guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar


a
in

30 (prof.) X (dias) 15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guarda-


ar

napos por dia. O número de guardanapos comprados foi:


M

30 · X = 5 · 12
30X = 60 a) 60.
b) 70.
X=2 c) 80.
d) 90.
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias e) 100.
para corrigir as provas.
MATEMÁTICA

Abaixo, coloque seus conhecimentos em prática. x = dias


3 guardanapos por dia -------- x
1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No item seguinte apre- 2 guardanapos por dia -------- x+15
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser- São valores inversamente proporcionais, quanto
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
porcentagens e descontos. Assim, multiplicamos na horizontal:
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com- 3x = 2 . (x+15)
prou alimentos em quantidades suficientes para que 3x = 30+2x
eles e seus dois filhos consumissem durante os 30 3x-2x = 30 85
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
x = 30 Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
Podemos substituir em qualquer uma das duas como isso tudo funciona.
situações: Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem
3 guardanapos x 30 dias= 90 1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 des-
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90. sas impressoras produziriam 2000 desses panfletos?
Resposta: Letra D. Da mesma forma que na regra de três simples,
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
4. (FUNDATEC — 2017) Cinco mecânicos levaram 27 cada uma delas isoladamente duas a duas.
minutos para consertar um caminhão. Supondo que
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e 6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan- 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
mesmo caminhão? Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
parte dependente de um lado e igualando às razões da
a) 20 minutos. seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
b) 35 minutos. agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe:
c) 45 minutos.
d) 50 minutos. 40 ? ?
= #
e) 55 minutos. X ? ?

Mecânicos ------ Minutos Analisando isoladamente duas a duas:


5 ---------------- 27
3 ---------------- x 6 (imp.) -------- 40 (min)
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas- 3 (imp.) ---- ---- X (min)
tarão para finalizar o trabalho, logo a grande-
za é inversamente proporcional. Multiplica na Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
horizontal: o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
3x = 27.5 pois agora teremos menos impressoras para realizar
3x = 135 a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
x = 135/3 inverter a razão.
x = 45 minutos.
Resposta: Letra C. 40 3 ?
= #
X 6 ?
5. (IESES — 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta- Analisando isoladamente duas a duas:
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica-
ria pronta? 1000 (panf.) -------- 40 (min)
07

2000 (panf.) ------ -- X (min)


a) 18 dias.
6-
84

b) 16 dias. Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle-


.

c) 20 dias.
92

tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá


d) 22 dias.
.3

aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-


21

mos manter a razão.


5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
-1

7 (pedreiros) ------------- X (dias) 40 3 1000


a

Perceba que as grandezas são inversamente propor- = #


s

X 6 2000
bo

cionais, então basta multiplicar na horizontal.


ar

5 . 28=7 . X Agora basta resolver a proporção para acharmos


B

7X = 140 o valor de X.
a

X = 140/7
in

X = 20 dias.
ar

40 3000
=
M

Resposta: Letra C. X 12000

Regra de Três Composta 3X = 40 x 12


3X = 480
A Regra de Três Composta envolve mais de duas
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta- X = 160
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
cautelosamente, levando em conta alguns princípios: As três impressoras produziriam 2000 panfletos
em 160 minutos, que correspondem há 2 horas e 40
z As análises devem sempre partir da variável minutos.
dependente em relação às outras variáveis; Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
z As análises devem ser feitas individualmente. Ou vamos analisar mais um exemplo.
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas, Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
mantendo as demais constantes; cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
z A variável dependente fica isolada em um dos Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o
86 lados da proporção. número de linhas por página e para 40 o número de
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letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas min.-----Dias-----Pag.
condições, determine o número de páginas ocupadas.
300 -------4-------1800
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida. 270 -------3-------X
Resolvendo temos:
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras) 300 (Simplifica por 30)
1800 4
= # 270 (Simplifica por 30)
6 ? ? X 3
= #
X ? ?
1800 4 10
= #
X 3 9
Analisando isoladamente duas a duas:
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
X (pág.) -- ----- 30 (linhas) capaz de digitalizar.
Resposta: Letra C.
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor
diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar
2. (VUNESP — 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver-
operando com a mesma capacidade de produção,
ter a razão.
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
horas por dia. O número de dias necessários para que
6 30 ?
= # 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
X 45 ?
quem dois lotes dessas peças é:
Analisando isoladamente duas a duas: a) 11.
b) 12.
6 (pág.) -------- 80 (letras) c) 13.
X (pág.) ------- 40 (letras) d) 14.
e) 15.
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, 5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. 4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos
6 30 40 horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
= #
X 45 80 nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
6 2 1 serem entregues (direta).
= #
Resolvendo:
07

X 3 2
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
6-

6 2
= 8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
84

X 6
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
.
92

2X = 36 8/x = 8/15
.3

8x = 120
21

X = 18 x = 120/8
-1

x = 15 dias.
a

O número de páginas a serem ocupadas pelo texto Resposta: Letra E.


s

respeitando as novas condições é igual a 18.


bo

A seguir, realize os seguintes exercícios para prati- 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir é apre-
ar

car seus conhecimentos. sentada uma situação hipotética, seguida de uma


B

assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-


a
in

1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Determinado equipa- de, divisão proporcional, média e porcentagem.


ar

mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
M

funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual
a: ( ) CERTO ( ) ERRADO
MATEMÁTICA

a) 2.666. 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos


b) 2.160.
5 caixas - 20 clientes - x minutos
c) 1.215.
d) 1.500. 10
=
5
#
12
e) 1.161. X 3 20
5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
Primeiro vamos passar para minutos:
5h = 300min. 60x = 600
4h30min= 270min. X = 10. 87
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Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos. Obs: Para transformar horas em minutos, basta mul-
Não em menos de 10 como a questão afirma. tiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas =
Resposta: Errado. 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min.
Resposta: Letra C.
4. (VUNESP — 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan- PORCENTAGEM
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
des de determinado produto. Para a fabricação de 400 A porcentagem é uma medida de razão com base
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas, 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
do para a realização do serviço é de:
como podemos representar um número porcentual.
a) 5 horas e 54 minutos.
b) 6 horas e 06 minutos. 30% = 30 (forma de fração)
100
c) 6 horas e 20 minutos.
d) 6 horas e 40 minutos. 30
e) 7 horas e 06 minutos. 30% = = 0,3 (forma decimal)
100
30 3
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min 30% = = (forma de fração simplificada)
100 10
360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os zeros iguais)
x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os zeros iguais) Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
várias maneiras:
360 3 6
= #
X 5 4 30 3
30% = = 0,3 =
100 10
x·3·6 = 360·5·4
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
x·18 = 7.200 é, transformar um número qualquer em porcentual.
x = 7200/18 Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:

x = 400 25 x 100 = 2500%


Logo, transformando minutos para horas novamen- 0,35 x 100 = 35%
te temos: 0,586 x 100 = 58,6%

X = 400min Número Relativo


X = 6h40min
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
Resposta: Letra D.
07

um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-


6-

ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo


5. (VUNESP — 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
84

que estamos especificando. Para descobrir a quanto


máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
.
92

isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.


ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
.3

refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas


21

10
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen- 10% de 1000 = 100 x 1000 = 100
-1

to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado


a

para a realização desse trabalho será de:


s

Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a


bo

a) 6 horas e 40 minutos. parte que corresponde a 10% de 1000.


ar

Quando o todo varia, a porcentagem também


B

b) 6 horas e 58 minutos.
varia, veja um exemplo:
a

c) 7 horas e 12 minutos.
in

d) 7 horas e 20 minutos. Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.


ar

e) 7 horas e 35 minutos. Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
M

de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas


3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas por Roberto?
2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são 2 1
=
menos máquinas trabalhando (inversa). 8 4

4 5000 2
= # Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
X 6000 3
vamos multiplicar a fração por 100:
2·X·5 = 4·6·3
1 x 100 = 25%
10X = 72 4
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
88 60 min = 7 horas e 12 minutos)
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Soma e Subtração de Porcentagem Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
As operações de soma e subtração de porcentagem No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz 800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- (juros) e dividir por 800,00 resultado:
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- está errada.
car pelo valor da grandeza. Resposta: Errado.
Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200
horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a esco- 2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati-
la precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
total de horas-aula do curso ao final? entre homens e mulheres. Em determinada sessão
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% parlamentares presentes à sessão.
+ 15% das aulas inicialmente previstas, portanto,, o Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
total de horas-aula do curso será: bleia legislativa, havia:

(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula. a) 10 deputadas.


b) 14 deputadas.
Dica c) 15 deputadas.
A avaliação do crescimento ou da redução per- d) 20 deputadas.
centual deve ser feita sempre em relação ao e) 25 deputadas.
valor inicial da grandeza.
50 parlamentares
Final - Inicial
Variação percentual = Deputadas = X
Inicial Deputados = 50-X
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Veja mais um exemplo para podermos fixar parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
melhor. cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
Exemplo 2: Juliano percebeu que ainda não assis- valor de X.
tiu a 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o 20% x + 10% (50-x) = 7
número de aulas não assistidas a 180. É correto afir- 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
mar que, se Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
número terá caído 20%? 2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
A variação percentual de uma grandeza corres- 2x + 50 - x = 70
ponde ao índice: 2x - x = 70 - 50
07

Variação percentual = x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia


6-
84

Legislativa.
Final - Inicial 180 - 200 20 Resposta: Letra D.
.

= =– = - 0,10
92

Inicial 200 200


.3

3. (VUNESP — 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-


21

Como o resultado foi negativo, podemos afirmar crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
-1

que houve uma redução percentual de 10% nas aulas prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram
a

ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
s
bo

errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. número de homens que fizeram a prova corresponde a
ar

uma porcentagem de:


B

A seguir, analise os exercícios de bancas comenta-


a

das dispostos abaixo. a) 45,2%.


in

b) 46,5%.
ar

1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Em determinada loja,


M

c) 47,8%.
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em d) 48,4%.
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- e) 49,3%.
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma prova.
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
MATEMÁTICA

parcela. res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar


Com base nessas informações, julgue o item a seguir. o percentual dos homens pelo total:
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan- 55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês. 0,55 x 0,88 = 0,484.
Transformando em porcentagem
( ) CERTO ( ) ERRADO 0,484 x 100 = 48,4%.
Resposta: Letra D.
Valor da bicicleta =1720,00
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela) 89
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4. (FCC — 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevista- sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando
dos preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. o dinheiro).
Se 15% dos entrevistados gostam dos dois sabores, “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
então, a porcentagem de entrevistados que não gos- do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan-
tam de nenhum dos dois é de: tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
remuneração em cima do valor que ele te emprestou,
a) 80%. pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
b) 61%. ro por um certo tempo. Essa remuneração é expressa
c) 20%. pela taxa de juros.
d) 10%. Nos juros simples, a incidência recorre sempre
e) 5%. sobre o valor original. Veja um exemplo para melhor
entender.
Vamos dispor as informações em forma de conjun- Exemplo 1:
tos para facilitar nossa resolução: Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um
Graviola Açaí regime de juros simples de 5% ao mês para um ami-
go,, o qual ficou de quitar o empréstimo após 5 meses.
Dessa forma, teremos o seguinte:
60% - 15% = 15% 50% - 15% =
CAPITAL
45% 35% EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
(1000,00)
Nenhum = x
1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que 2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
95% + X = 100%
X = 5%. 4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
Resposta: Letra E. 5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00

5. (FUNCAB — 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação de juros.
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez Fórmulas utilizadas em juros simples:
meses. O restante foi investido em uma aplicação,
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas J=C·i·t
no sistema de juros simples.
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
tiveram: M=C+J
07
6-
84

a) prejuízo de R$2.800,00.
M = C · (1 + i ·J)
b) lucro de R$3.200,00.
.
92

c) lucro de R$2.800,00. Onde,


.3

d) prejuízo de R$6.000,00.
21

e) lucro de R$5.000,00. z J = juros;


-1

z C = capital;
a

3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 z i = taxa em percentual (%);


s
bo

12.000,00 · 4% = 480,00 z t = tempo;


ar

480 · 10 (meses) = 4.800 (juros) z M = montante.


B

O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-


a

cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao Taxas Proporcionais e Equivalentes


in

mês, durante 10 meses:


ar
M

8.000,00 · 5% = 400,00
400 · 10 meses= 4.000 Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im-
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 - portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros. de juros é definida. Isto é, não adianta saber apenas
Resposta: Letra C. que a taxa de juros é de “5%”, é preciso saber se essa
taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas
JUROS SIMPLES E COMPOSTO taxas de juros são proporcionais quando guardam a
mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo,
Juros Simples 12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam-
bém é proporcional a 1% ao mês.
A premissa, base da matemática financeira é a Basta efetuar uma regra de três simples. Para
seguinte: as pessoas e as instituições do mercado obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar é proporcional à taxa de 12% ao ano:
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso 12% ao ano ----------------------- 1 ano
90 não haja incidência de juros (ou caso esses juros Taxa bimestral ------------------ 2 meses
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Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- 3. (FUNDATEC — 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade aplicação, sob regime de juros simples, de um capital
temporal, temos: de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros
de R$ 240,00?
12% ao ano ---------------------- 12 meses
Taxa bimestral ------------------ 2 meses a) 8%.
b) 5%.
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: c) 3%.
d) 2%.
12% x 2 = Taxa bimestral x 12 e) 1%.
Taxa bimestral = 2% ao bimestre.
J = 240
C = 3.000
Duas taxas de juros são equivalentes quando são
i=?
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
t = 4 bimestres, ou seja, 4 · 2 = 8 meses.
te final M após o mesmo intervalo de tempo.
Substituindo:
Uma outra informação importante e que você deve J=C·i·t
memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes 240 = 3000 · i · 8
quando estamos no regime de juros simples pode ser 240 = 24000 · i
entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semes- i = 240 / 24000
tre ou 12% ao ano e levarão o mesmo capital inicial i = 0,01 ou 1%
C ao mesmo montante M após o mesmo período de Resposta: Letra E.
tempo.
É relevante também você saber que no regime de 4. (VUNESP — 2020) Um capital de R$ 1.200,00, aplicado
juros simples, taxas de juros proporcionais são, tam- no regime de juros simples, rendeu R$ 65,00 de juros.
bém, taxas de juros equivalentes. Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5% ao
Abaixo, realize os exercícios que seguem. ano, é correto afirmar que o período da aplicação foi de:

1. (FEPESE — 2018) Uma TV é anunciada pelo preço a) 20 meses.


de R$ 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de b) 22 meses.
159,00. A mesma TV custa R$ 1.410,00 para paga- c) 24 meses.
mento à vista. Portanto o juro simples mensal incluído d) 26 meses.
na opção parcelada é: e) 30 meses.

a) Menor que 2%. J = c. i. t/100


b) Maior que 2% e menor que 2,5%. 65 = 1.200 x 2,5 x t/100
c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%. 65 = 30t
d) Maior que 2,75% e menor que 3%. t = 65/30 x 12
07

e) Maior que 3%. t = 26 meses


6-

Resposta: Letra D.
84

1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)


.
92

J=C·I·t 5. (IBADE — 2019) Juliana investiu R$ 5.000,00, a juros


.3

498 = 1410 · 12 · i / 100 simples, em uma aplicação que rende 3% ao mês,


21

durante 8 meses. Passados 8 meses, Juliana retirou


49800 = 16920i
-1

todo o dinheiro e investiu somente metade em uma


i = 49800/16920
outra aplicação, a juros simples, a uma taxa de 5% ao
a

i = 2,94%. Resposta: Letra D.


s

mês por mais 4 meses. O total de juros arrecadado por


bo

Juliana após os 12 meses foi:


ar

2. (CESPE — 2018) Uma pessoa atrasou em 15 dias o


B

pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja taxa de


a) R$ 1.200,00.
a

juros de mora é de 21% ao mês no regime de juros


in

b) R$ 1440,00.
simples.
ar

c) R$ 620,00.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o
M

d) R$ 1820,00.
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. e) R$ 240,00.
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
equivalente à taxa de 252% ao ano. J=C·i·t
J= 5000 · 0,03 · 8
( ) CERTO ( ) ERRADO J= 150 · 8
J = 1200 de lucro
MATEMÁTICA

No regime simples, sabemos que taxas propor- Montante do aplicado com lucro M= C + J
cionais são também equivalentes. Como temos 12 M=5000 + 1200
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am M = 6200 montante inicial e lucro
é, simplesmente: Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100
21% x 12 = 252% ao ano J=C·i·t
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também J = 3100 · 0,05 · 4
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está J = 155 · 4
certo. J = 620 lucro da nova aplicação
Resposta: Certo. Somatório dos lucros: 91
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M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
Resposta: Letra D. mos é a seguinte:

Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B
Imagine que você pegou um empréstimo de
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. igual à subtração dos logaritmos de cada número.
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês Também, é importante ter em mente que “logA”
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e significa “logaritmo do número A na base 10”.
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investido
para produzir o montante de R$120.000 é expressa por:
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
1º MÊS 11.000,00 log2, 1
2º MÊS 12.100,00 log1, 01
3º MÊS 13.310,00
4º MÊS 14.641,00 Temos a taxa j=1%am, capital C=100.000 e montan-
te M=120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
M = C x (1+j)t
ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
(R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00. 120000 = 100000 x (1+1%)t
Fórmula utilizada em juros compostos:
12 = 10 x (1,01)t
1,2 = (1,01)t
M = C · (1 + i)t
Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem-
plo. Veja: log1,2 = log (1,01)t

M = 10000 x (1 + 10%)4 log1,2 = t · log 1,01

M = 10000 x (1 + 0,10)4 log1, 1


t=
log1, 01
M = 10000 x (1,10)4
07

M = 10000 x 1,4641
6-

Logo, questão errada.


M = 14.641,00 reais
84

A seguir, realize os exercícios que seguem para


.
92

praticar seus conhecimentos.


Podemos fazer a comparação entre juros simples e
.3

compostos. Observe a tabela abaixo:


21

1. (FCC — 2017) A Cia. Escocesa, não tendo recursos


-1

para pagar um empréstimo de R$ 150.000,00 na data


JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS do vencimento, fez um acordo com a instituição finan-
sa

Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1 ceira credora para pagá-la 90 dias após a data do
bo

vencimento. Sabendo que a taxa de juros compostos


ar

Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1 cobrada pela instituição financeira foi 3% ao mês, o
B

Juros capitalizados no final Juros capitalizados periodi- valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
a

do prazo camente (“juros sobre juros”) vos, foi, em reais,


in
ar

Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial


M

a) 163.909,00.
Valores similares para pra- Valores similares para pra- b) 163.500,00.
zos e taxas curtos zos e taxas curtos c) 154.500,00.
d) 159.135,00.
Juros Compostos – Cálculo do Prazo e) 159.000,00.

Nas questões em que é preciso calcular o prazo, Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga após
você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t” t = 3 meses no regime de juros compostos, com a taxa
está no expoente da fórmula de juros compostos. A de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é dado por:
propriedade mais importante a ser lembrada é que, M = C x (1+j)t
sendo dois números A e B, então: M = 150.000 x (1+0,03)3
M = 150.000 x (1,03)3
log AB = B × log A M = 150.000 x 1,092727
M = 15 x 10927,27
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente M = 163.909,05 reais
92 B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A. Resposta: Letra A.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. (FCC — 2017) O montante de um empréstimo de 4 Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
anos da quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao mês —
juros compostos de 10% ao ano, será igual a: 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo um a juros
simples e outro a juros compostos. Nessa situação, o
a) R$ 26.000,00. montante auferido com a capitalização no regime de
b) R$ 28.645,00. juros compostos será superior ao montante auferido
c) R$ 29.282,00. com a capitalização no regime de juros simples.
d) R$ 30.168,00.
e) R$ 28.086,00. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Temos um prazo de t = 4 anos, capital inicial C = Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli-
20000 reais, juros compostos de j = 10% ao ano. O cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias).
montante final é: Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida-
M = C x (1+j)t de temporal), juros simples rendem MAIS que juros
M = 20000 x (1+0,10)4 compostos. Logo, o montante auferido com a capi-
M = 20000 x 1,14 talização no regime de juros compostos será INFE-
M = 20000 x 1,4641 RIOR ao montante auferido no regime simples.
M = 2 x 14641 Resposta: Errado.
M = 29282 reais
Resposta: Letra C. PROBLEMAS ARITMÉTICOS

3. (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo Vimos no início dessa apostila toda a parte teóri-
real cobra juros compostos de 10% ao mês para os ca que nos dá suporte para que cheguemos até aqui
empréstimos pessoais. Gustavo obteve nessa empre- e consigamos resolver mais algumas questões sobre
sa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, esse tópico. Todavia antes disso, lembre-se que, geral-
incluindo os juros, três meses depois. mente, os tópicos como fração, razão e proporção e
O valor que Gustavo deverá pagar na data do venci- porcentagem são os mais cobrados e por isso este é o
mento é: nosso foco principal. Mãos à obra.

a) 6.600 reais. 1. (FGV — 2015) Francisco vendeu seu carro e, do valor


b) 7.200 reais. recebido, usou a quarte parte para pagar dívidas, fican-
do então com R$ 21.600,00. Francisco vendeu seu car-
c) 7.800 reais.
ro por:
d) 7.986 reais.
e) 8.016 reais.
a) R$ 27.600,00.
b) R$ 28.400,00.
Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a m e t = 3
c) R$ 28.800,00.
meses. Aplicando a fórmula, temos:
d) R$ 29.200,00.
07

M = C x (1 + j)t
e) R$ 29.400,00.
M = 6000 x (1,1)³
6-
84

M = 6000 x 1,331
Aqui temos uma questão clássica sobre problemas
.

M = 7986 reais
92

com frações. Para resolver, você precisa ficar atento


Resposta: Letra D.
.3

ao enunciado da questão para extrair os dados da


21

melhor maneira possível. Veja:


4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Um indivíduo investiu a
-1

Se Francisco usou 1/4 do valor recebido para pagar


quantia de R$ 1.000 em determinada aplicação, com dívidas, a fração restante é igual a 3/4, pois essa é
a

taxa nominal anual de juros de 40%, pelo período de 6


s

a fração complementar para completar um inteiro


bo

meses, com capitalização trimestral. Nesse caso, ao ¼ + ¾ = 1.


ar

final do período de capitalização, o montante será de: Assim, 3/4 do valor do carro equivalem a R$
B

21.600,0. Qual o valor do carro todo?


a

a) R$ 1.200.
in

3/4x = 21600
b) R$ 1.210.
ar

4x * 21600 = 3
M

c) R$ 1.331. x = 28800.
d) R$ 1.400. Resposta: Letra C.
e) R$ 1.100.
2. (FCC — 2016) Em um curso de informática, 2/3 dos alu-
Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes- nos matriculados são mulheres. Em certo dia de aula,
tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 = 2/5 das mulheres matriculadas no curso estavam pre-
10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2 sentes e todos os homens matriculados estavam pre-
MATEMÁTICA

trimestres, o montante será: sentes, o que totalizou 27 alunos (homens e mulheres)


M = C x (1+j)t presentes na aula. Nas condições dadas, o total de alu-
M = 1.000 x (1+0,10)2 nos homens matriculados nesse curso é igual a:
M = 1.000 x 1,21
M = 1.210 reais a) 18.
Resposta: Letra B. b) 10
c) 15.
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Julgue o item seguinte, d) 12.
relativo à matemática financeira. e) 21. 93
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Seja x a quantidade de alunos matriculados no cur- Após esses dois pagamentos, restaram 200 reais.
so, sabemos que 2/3 são mulheres. Assim, temos Portanto:
2x/3 mulheres e x/3 homens. Sabemos que 2/5 das
mulheres e todos os homens estavam presentes, x - 3x - x = 200
4 20
totalizando 27 pessoas. Temos:
20x - 15x - x
2 2x x = 200
# + = 27 20
5 3 3
4x
4x x = 200
+ = 27 20
15 3
4x = 200 × 20
5x + 4x
= 27 4x =4000
15
9x = 27 × 15 x =1000

9x = 405 Os valores usados para pagar os serviços A e B foram:

x=45 Serviço A = 3000/4 = 750 reais

O total de homens é igual a x/3 = 45/3 = 15. Resposta: Serviço B = 1000/20 = 50 reais
Letra C. Logo, o valor de A em relação a B é: 750/50 = 15
vezes maior.
3. (FGV — 2017) Fernando teve três filhos em três anos
Resposta: Letra C.
seguidos. Quando ele fez 39 anos reparou que essa
sua idade era igual à soma das idades dos seus três
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma
filhos. Nesse dia, o seu filho mais velho tinha:
mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
a) 12 anos.
misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
b) 13 anos.
A respeito dessas misturas, julgue os itens subsequentes.
c) 14 anos.
Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique
d) 15 anos.
igual à do tanque B é suficiente acrescentar no tanque
e) 16 anos. A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L.

Perceba que os filhos nasceram em anos seguidos, ( ) CERTO ( ) ERRADO


então, podemos dizer que o mais novo tem X anos,
os demais têm X+1 e X+2 anos de idade. Sabemos A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
que a idade de Fernando (39) é igual à soma das ida- = 1/3.
des dos filhos, ou seja, Suponha que precisamos acrescentar uma quanti-
39 = X + X+1 + X+2 dade X de álcool no tanque A para ele chegar nesta
07

39 = 3X + 3 mesma proporção. A quantidade de álcool passará


6-

3X = 39 – 3 a ser de 60 + X e a de gasolina será 240, de modo que


84

3X = 36 ficaremos com a razão:


.
92

X = 12 1/3 = (60+X) / 240


.3

O filho mais velho tem X+2 = 12+2= 14 anos. Como o 240 está dividindo o lado direito, vamos
21

Resposta: Letra C. passá-lo para o lado esquerdo multiplicando:


-1

240 × 1/3 = 60 + X
80 = 60 + X
a

4. (VUNESP — 2018) Três quartos do total de uma ver-


s

60 + X = 80
bo

ba foi utilizada para o pagamento de um serviço A, e X = 80 - 60


ar

um quinto do que não foi utilizado para o pagamento X = 20 litros.


B

desse serviço foi utilizado para o pagamento de um Resposta: Certo


a

serviço B. Se, da verba total, após somente esses


in

pagamentos, sobraram apenas R$ 200,00, então, é


ar

6. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os indivíduos S1, S2, S3


verdade que o valor utilizado para o serviço A, quando
M

e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram


comparado ao valor utilizado para o serviço B, corres- interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No
ponde a um número de vezes igual a: depoimento, com relação à responsabilização pela
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse
a) 13. que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.
b) 14. A partir dessa situação, julgue os itens a seguir.
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja 8
c) 15.
anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho que
d) 16.
S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a 140 anos,
e) 17. então é correto afirmar que S2 nasceu antes de 1984.

Seja “X” o valor da verba. O serviço A foi pago com ( ) CERTO ( ) ERRADO
¾ dessa verba: ¾ de x = 3x/4. Não foi utilizado, por-
tanto, ¼ de x = x/4. S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que S3,
O serviço B foi pago com um quinto do que não foi ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de idade.
utilizado do serviço A. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos dizer que:
94 Logo: 1/5 de x/4 = x/20. Idade de S2 = Idade de S4 + 2
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Usando X1, X2, X3 e X4 para designar as respectivas „ Pontos colineares são aqueles que pertencem à
idades no ano de 2020, podemos escrever que:
X2 = X4 + 2
Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a mesma reta.
140 anos:
X1 + X2 + X3 + X4 = 140
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
74 + 2X4 = 140
2. X4 = 66 C
X4 = 33 B
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. A B
E S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985. Não A c
podemos afirmar que S2 nasceu antes de 1984. r
Resposta: Errado. COLINEARES
r
NÃO COLINEARES
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS

Antes de começar a resolver exercícios sobre esse


assunto, é necessário ter o entendimento adequado
sobre geometria e matrizes. Para isso, vamos expla- „ Um plano pode ser determinado de algumas
nar a parte teórica sobre geometria e matriz e logo em
seguida iremos resolver algumas questões envolven-
do problemas geométricos e matriciais. maneiras. Veja:

GEOMETRIA

Ponto, Reta e Plano Três pontos não colineares:

Quando falamos sobre ponto, reta e plano, deve-


mos ficar atentos que a parte mais importante é em
relação à sua representação geométrica e espacial. C α

z Representação Simbólica:

„ Os pontos são representados por letras maiús- B


culas do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C etc.; A
„ As retas são representadas pelas letras minús-
culas do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c etc.;
07

„ Os planos são representados pelas letras gregas


6-

minúsculas, ou seja, β, ∞, α etc.


84

Por uma reta e um ponto fora dela:


.
92

z Representação Gráfica:
.3
21

r
-1

P
α P α
as

ponto
bo
ar
B

reta plano
a
in

r A B
ar

Vamos, agora, há alguns pontos interessantes:


M

„ Passando por um ponto “P” qualquer podemos


traçar infinitas retas e dois pontos determinam
uma única reta. Veja: Por duas retas concorrentes:

Pelo ponto P podemos Os pontos A e B definem a


MATEMÁTICA

traçar infinitas retas posição de uma reta

α
A
P S C

B B
r A

95
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Por duas retas distintas Vamos destacar algumas proporções:

z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F;
α
z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F;
z D E ⁄ AB = EF ⁄ BC.
S
Ângulos
r
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo
z Razão entre Segmentos de Reta: A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas
desenhadas:
Quando dois pontos delimitam um conjunto de
pontos numa mesma reta, chamamos de segmento de
reta e podemos representar por duas letras como, por
exemplo AB. O início do segmento é em A e termina
em B. Veja a seguir:
A
Reta s
s

Segmento de Reta AB O ponto desenhado acima no encontro entre as


A B t
duas semi-retas é denominado “Vértice do ângulo”.
Um ângulo é medido de acordo com a sua abertura.
Semirreta AB
A B u Dizemos que uma abertura completa mede 360 graus
(360º). Veja:
z Feixe de Retas Paralelas:

Um conjunto de três ou mais retas paralelas num


plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos,
ainda, uma reta que corta a reta de feixe que é chama- A
da de reta transversal. Veja:

s t

a
07

Como 360o representam uma volta completa, 180º


6-

b
84

representam meia-volta, como você pode ver a seguir


.
92

c 180°
.3
21
-1

d
as
bo

Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta,


ar

z Teorema de Tales:
B

isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu-


a

Quando temos um feixe de retas paralelas sobre lo reto e tem uma representação bem característica:
in

duas transversais quaisquer, determinamos segmen-


ar

tos proporcionais. Veja a figura a seguir para entender


M

um pouco mais:

s t

A D a
90°
B E
b

C F Os ângulos podem ser classificados quanto ao


c
valor do ângulo em relação à 90°:
D G
d
z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à
90°. Ex.: 30o, 42o, 63o;
z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores
96 à 90o. Ex.: 100o, 125o e 155o.
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Observação: os ângulos de 0 e 180º são denomina-
dos de ângulos rasos.
Outra classificação de ângulos é em relação à
medida:

z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais)


quando possuem a mesma medida;
z Ângulos complementares: são complementares
Os elementos de qualquer polígono são:
quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° +
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares z Lados: são os segmentos de reta que formam o
um do outro; polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
z Ângulos suplementares: são suplementares quan- segmentos de reta, isto é, 5 lados);
z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
do a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + 70°
tos de reta consecutivos. Estão marcados com
= 180°. Os ângulos 70° e 110° são suplementares letras maiúsculas na figura seguir;
entre si. z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
A semi-reta que divide um ângulo em duas partes lha traçadas no polígono a seguir:
iguais é denominada Bissetriz. Veja:
A

B E
A/2

A/2

C D

Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos


Para calcular o número de diagonais de um polí-
tirar algumas conclusões interessantes.
gono, vamos precisar levar em consideração os vér-
tices (lados). Dessa forma, chegaremos na seguinte
B fórmula:

A n # (n - 3)
C
D=
2
D
07
6-

Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.


84

Os ângulos formados pelo cruzamento das retas


.
92

são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem z A soma do ângulo interno e do ângulo externo de
.3

o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D. um mesmo vértice é igual a 180º;


21

z A soma dos ângulos internos de um polígono de n


Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma
-1

lados é:
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
sa

e C, C e D, e D e A. S = (n – 2) × 180°
bo

Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida.


ar

Uma outra unidade de medida de ângulos é cha- Dica


B
a

mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem


in

A soma dos ângulos internos de um triângulo (n =


a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-
ar

3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados)


M

ples para convertermos qualquer ângulo em radia- esta soma é 360º.


nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:
Os polígonos que possuem todos os lados iguais
180° ---------------------------------- π radianos e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são
chamados de polígonos regulares. Conheça algumas
60° ------------------------------------ x radianos nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
os seus números de lados.
MATEMÁTICA

180x = 60 π
60r r Nº DE Nº DE
x= = radianos NOME NOME
180 3 LADOS LADOS
3 Triângulo 9 Eneágono
Polígonos
4 Quadrilátero 10 Decágono
5 Pentágono 11 Undecágono
Polígono é qualquer figura geométrica fechada for-
6 Hexágono 12 Dodecágono
mada por uma série de segmentos de reta. Observe: 97
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Nº DE Nº DE n # (n - 3)
NOME NOME D=
LADOS LADOS 2
7 Heptágono ... ... 2
n - 3n
8 Octógono 20 Icoságono 20 =
2

Abaixo, realize os seguintes exercícios. 40 = n2 - 3n


n2 – 3n - 40 = 0
1. (IDECAN — 2013) No triângulo a seguir, o lado KL é
paralelo ao segmento DE. Vamos achar as raízes da equação do 2° grau:

J - (-3) ± √(-3)2 -4 · 1 · (- 40)


n=
2·1
x
D E 3 ± √9 + 160
115° n=
2

a 55°
3 ± 13
K L n=
2
A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é:
Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
a) 170°. nas pegar o resultado positivo. Logo,
b) 180°.
c) 185°. 3 + 13
n= = 8 lados
d) 190°.
e) 195°. 2
Aplicando a fórmula da soma dos ângulos internos
J
de um polígono, temos:
S = (n – 2) × 180°
S = (8 – 2) × 180°
55° x
a
D S = 1080°.
E
115°
Resposta: Letra D.
07

3. (FEPESE — 2019) Na figura abaixo, as retas r e s são


6-

paralelas.
84

a 55°
.
92

K L r
α
.3
21

Veja que podemos colocar o ângulo “a” como suple-


-1

mentar de 115°, pois os segmentos KL e DE são


paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar
as

do ângulo “x”. Assim, β


bo
ar

a + 115 = 180 θ
s
B

a = 65º
a

------------------
in

x + 55 = 180 Se o ângulo α mede 44°30’ e o ângulo θ mede 55°30’,


ar

x = 125º então a medida do ângulo β é:


M

Logo, x + a = 190º.
Resposta: Letra D. a) 100°.
b) 55°30’.
2. (CONSULPLAN — 2018) A soma dos ângulos internos c) 60°.
de um polígono regular que tem 20 diagonais é: d) 44°30”.
e) 80°.
a) 495.
b) 720. r
α
c) 990.
d) 1080.
α
Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-
gono para descobrir o número de lados: β
θ θ
98 s
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β=α+θ
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100° (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
Resposta: Letra A.
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
4. (ESAF — 2003) Os ângulos de um triângulo encon-
tram-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo,
portanto, é igual a: Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

a) 40°.
:100 :100 :100 :100 :100 :100
b) 70°.
c) 75°.
d) 80°. Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
e) 90°. Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
Se os ângulos do triângulo se encontram na razão (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 =
dos ângulos de um triângulo qualquer é sempre 53000 cm2.
180º.
Assim, 2x + 3x + 4x = 180° Medidas de Volume (Capacidade)
9x = 180°
x = 20° A unidade principal tomada como referência é o
O maior ângulo é 4x = 4 ∙ 20° = 80° metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
Resposta: Letra D. diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
MÉTRICA, ÁREAS E VOLUMES, ESTIMATIVAS,
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir
APLICAÇÕES

Sistema de Unidades de Medidas Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3


(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

Quando estudamos o sistema de medidas nos


atentamos ao fato de que ele serve para quantificar ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Todavia existem as conversões entre as unidades para
uma melhor interpretação e leitura. Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

Medidas de Comprimento :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000

A unidade principal tomada como referência é o


07

metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
6-

rentes que servem para medir dimensões maiores ou Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
84

menores. A conversão de unidades de comprimento cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
.
92

segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
.3

cúbico. Logo,
21

Km hm dam m dm cm mm
-1

(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro) 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
as

Veja, agora, algumas relações interessantes e que


bo

×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10


você precisa ter em mente para resolver a diversas
ar

questões.
B

Km hm dam m dm cm mm
a
in

UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE


ar

:10 :10 :10 :10 :10 :10


M

1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)


1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros:
Para sair do metro e chegar no centímetro deve- 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
casas até chegar em centímetro. Logo,
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
MATEMÁTICA

5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm. 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)

Medidas de Área (Superfície) Medidas de Tempo

A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
diferentes que servem para medir dimensões maiores se faz a relação nessa unidade.
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir: unidade menor, multiplica-se por 60. Veja: 99
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1 hora = 60 minutos Quadrado
h = 4 x 60 = 240 minutos
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
Para transformar de uma unidade menor para a ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
unidade maior, divide-se por 60. Veja: do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
remos de L. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
L
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) L L

1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Aqui vale fazer uma observação que os minutos e


os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema L
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja: A área também será dada pela multiplicação da
base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do mos L x L, ou seja:
dia.
A = L2
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
Trapézio
GEOMETRIA PLANA
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles
Retângulo
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os
na figura a seguir
ângulos internos iguais à 90°.
b
b

h
h h
07
6-
84

B
.
92

b
.3

Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do


21

trapézio por meio da fórmula abaixo:


Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
-1

menor “h” de altura.


a

(B + b) # h
s

A=
bo

Área do Retângulo 2
ar
B

Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli- Losango


a

cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a


in

fórmula: É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-


ar
M

to. Veja a seguir:


A=b×h
L L
Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
lado e 5 centímetros de altura, a área será:

A = 10cm × 5cm = 50cm2


L L
Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas- Para calcular a área de um losango, vamos preci-
samos para centímetros quadrados, que neste caso é a sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
unidade de área. acordo com a figura a seguir:

100
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O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
L L
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
d lo utilizando a seguinte fórmula:

D b#h
L L A=
2

Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:


Assim, a área do losango é dada pela fórmula a
seguir: z Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois lados
iguais. Consequentemente, os 2 ângulos internos da
D#d base são iguais (simbolizados na figura pela letra A):
A=
2

Paralelogramo

É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos a a


paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho. c
b

h A A

C
b z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
três lados com medidas diferentes, tendo também
A área do paralelogramo também é dada pela mul- os três ângulos internos distintos entre si:
tiplicação da base pela altura:

A=b×h
a B c
Triângulo

Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados. C A


Veja-a a seguir:
07

b
6-
. 84
92

z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos


os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos
.3
21

a c os ângulos internos iguais:


-1
s a
bo

A
ar

a a
B

b h
a
in
ar

A A
M

Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-


cer a sua altura (h):
a

Podemos calcular a altura usando a seguinte fórmula:


MATEMÁTICA

a c h=
a 3
2

h Para calcular a área do triângulo equilátero usan-


do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:
b a
2
3
A=
4 101
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z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°. A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
B
Vejamos um exemplo para calcular a área de um
c
círculo com 10 centímetros de raio:
a
A = π × r2
A A = π × (10)2
b A = π × 100

Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado Substituindo π por 3,14, temos:
do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = 3,14×100 = 314cm2
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, O perímetro de uma circunferência que é a mesma
que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de coisa que o comprimento da circunferência é dado por:
catetos.
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre C=2×π×r
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- Para exemplificar, vamos calcular o perímetro
nusa: a2 = b2 + c2. daquela circunferência com 10cm de raio:
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes-
santes que estão presentes no triângulo retângulo. C = 2 × 3,14 × 10
C = 6,28 × 10 = 62,8 cm

O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-


b h c
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
n m mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
C H B

Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas


que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-
D = 2r
dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:
07
6-
84

h2 = m×n
.
92

b2 = m×a
.3

c2 = n×a
21
-1

b×c = a×h
Repare na figura a seguir:
a
s
bo

Essas fórmulas são chamadas de relações métricas


do triângulo retângulo. A
ar
B
a

Círculo
in

α
ar

Todos os pontos estão a uma mesma distância em B


M

C
relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura a seguir:

Note que formamos uma região delimitada dentro


do círculo. Essa região é chamada de setor circular.
Temos ainda um ângulo central desse setor circular
r simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui-
mos determinar a área do setor circular e o compri-
mento do segmento de círculo compreendido entre os
pontos A e B. Sabemos que o ângulo central de uma
volta completa no círculo é 360º.
102
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E também sabemos a área desta volta completa, Agora, no paralelepípedo reto-retângulo, temos 2
que é a própria área do círculo ( π × r2). Vejamos como retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
calcular a área do setor circular, em função do ângulo c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
central “α”: total de um paralelepípedo é:

360° ---------------------- π × r2 AT = 2ab + 2ac + 2bc


α ------------------------- Área do setor circular
Prismas
Logo, área do setor circular =
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
2 que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
a # rr Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
360c os cilindros. O que os difere é que a base de um pris-
ma não é uma circunferência.
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com- O prisma será classificado de acordo com a sua
primento do segmento circular entre os pontos A e B, base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir- ma será pentagonal.
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:

360° --------------------- 2 πr
α -------------------------- Comprimento do setor circular

Logo, comprimento do setor circular =


Prisma triangular Prisma Prisma Prisma
Pentagonal Hexagonal Quadrangular
a # 2rr
360c O volume para qualquer tipo de prisma será sem-
pre o produto da área da base pela altura. Veja:
GEOMETRIA ESPACIAL
V = Ab × h
Poliedros
A área total de um prisma será a soma da área late-
São figuras espaciais formadas por diversas faces, ral com duas bases.
cada uma delas sendo um polígono regular. Vamos
conhecer os principais poliedros, destacando alguns AT = Al + 2Ab
pontos importantes como área e volumes.
Cilindro
Paralelepípedo Reto-Retângulo e Cubo
07

Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são


6-

perpendiculares às bases. Observe a figura a seguir:


. 84
92

c a
.3
21

b
-1

a a
as

base (círculo)
bo

O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-


ar

to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores


B

de a = b = c. Geratriz
a
in

Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-


ar

-retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.


M

Veja: A distância entre as duas bases é chamada de altu-


V=a×b×c ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro
da base, o cilindro é chamado de equilátero.
No caso do cubo, o volume fica:
Cilindro equilátero: ℎ = 2r
V=a×a×=a 3

A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da


MATEMÁTICA

As faces do paralelepípedo são retangulares, base do cilindro é igual a πr2.


enquanto as faces do cubo são todas quadradas. Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e
A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra- ““abrirmos” todo o cilindro, temos o seguinte:
das. Ou seja,

AT = 6a2

103
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G

H H

R C

R R

A área da superfície lateral do cilindro é igual a


2πℎ e o volume do cilindro é o produto da área da Temos, também, a área lateral que é dada pela fór-
base pela altura: V = πr2 × ℎ. mula πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do
cone.
Esfera Para calcularmos o volume de um cone, basta
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
Quando estamos estudando a esfera, precisamos da base pela altura. Veja:
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar. 2
rr h
V=
3
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual ao
diâmetro, ou seja, 2r.

Pirâmides

A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-


gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ-
mides regulares.

O raio é simplesmente a distância do centro da es-


fera até qualquer ponto da sua superfície.
O volume da esfera é calculado usando a seguinte
fórmula:
4 3
V = 3 # rr Pirâmide
07

Pirâmide Pirâmide
Triangular
6-

Quadrangular Pentagonal
84

E a área da superfície pela fórmula a seguir:


.
92

A = 4 × πr2
.3
21
-1

Cone
s a

Observe a figura a seguir:


bo
ar
B

Altura
a
in

Pirâmide Pirâmide
ar

Geratriz
M

Hexagonal Heptagonal

O segmento de reta que liga o centro da base a um


ponto médio da aresta da base é denominado “apótema
da base”. Por sua vez, indicaremos por “m” o apótema
da base. E o segmento que liga o vértice da pirâmide ao
ponto médio de uma aresta da base é denominado “apó-
Base tema da pirâmide”. Indicaremos por m′ o apótema da
pirâmide. Veja:
Vamos extrair algumas informações:
A base de um cone é um círculo, então a área da
base é πr2.
Quando “abrimos” um cone, temos seguinte figura:

104
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Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno


m' quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração,
e ele foi registrado como se o comprimento do lado
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa
situação, deixou-se de registrar uma área do terreno
igual a:

m a) 20 m².
b) 100 m².
c) 1.000 m².
d) 1.900 m².
A área lateral da pirâmide é dada por: e) 2.000 m².

Aℓ = pm′ A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados


do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
A área total da pirâmide é dada por: área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
AT = Ab + Aℓ 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
base pela altura. Veja: 3. (IDECAN — 2018) A figura a seguir é composta por
losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
Ab # h da figura mede:
V=
3
A seguir, analise os exercícios comentados que
seguem.

1. (VUNESP — 2018) Uma praça retangular, cujas medi-


das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro.
07

a) 48 cm2.
6-
84

b) 50 cm2.
×
.

c) 52 cm2.
92

d) 60 cm2.
.3

e) 64 cm2.
21
-1

Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é


× + 20
a

dada por:
s
bo

Figura fora de escala Área = D x d / 2 = 6 x 4 / 2 = 12cm2


ar

Como ao todo temos 5 losangos, a área total é:


B

Sabendo que 70% da área dessa praça estão recober- 5 x 12 = 60cm2. Resposta: Letra D.
a

tos de grama, então, a área não recoberta com grama


in

4. (IBFC — 2017) A alternativa que apresenta o número


ar

tem:
total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:
M

a) 450 m2.
b) 500 m2. a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas.
c) 400 m2. b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
d) 350 m2. c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas.
e) 550 m2. d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
MATEMÁTICA

Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde


à soma de todos os lados. Logo: Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces ape-
2x + 2(x + 20) = 160 nas, veja:
2x + 2x + 40 = 160
4x = 120
x = 30 m
A área, portanto, será:
Área = 30 x (30 + 20)
Área = 30 x 50 = 1500 m² 105
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V MATRIZES E DETERMINANTES

Matrizes
a
a
Uma matriz Mmxn é uma tabela com “m linhas e n
colunas”. Os elementos desta tabela são representa-
C dos na forma aij, onde “i representa a linha e j repre-
A senta a coluna” deste termo. Veja um exemplo de uma
a matriz A2x2:
a

B
; E
5 -3
A=
1 7
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta-
do ou, então, obtido pela relação: Veja que temos 2 linhas e 2 colunas, ou seja, Aij =
V+F=A+2
A2x2.
4+4=A+2
A = 6 arestas . O termo a12, por exemplo, é igual a -3.
Resposta: Letra D. É importante saber que dizemos que a ordem des-
ta matriz é 2x2. A partir dela, podemos criar a matriz
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma transposta AT, que é construída trocando a linha de
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com- cada termo pela sua coluna, e a coluna pela linha.
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram Repare que a ordem de AT é 2x2:
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse

< 3 7F
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme 5 1
mostra a figura. AT =
-

Uma matriz é quadrada quando possui o mesmo


número de linhas e colunas. Foi o que aconteceu no
nosso exemplo.
Uma matriz possui uma diagonal principal, que no
× nosso exemplo da matriz A2x2 é formada pelos núme-
ros 5 e 7. A outra diagonal é dita secundária, formada
h pelos números -3 e 1.
07
6-

2
; E
84

5 -3
A=
.
92

1 7
2,5
.3

Secundária Principal
21
-1

Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans-


Falamos que há uma matriz de identidade de or-
a

bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água.


s

dem “n” quando a matriz quadrada possui todos os


bo

Nessas condições, é correto afirmar que a medida da


termos da diagonal principal iguais a 1 e todos os de-
ar

altura desse reservatório, indicada por h na figura, é,


mais termos iguais a zero. Veja a matriz identidade de
B

em metros, igual a:
ordem 3:
a

RS1 0 0VW
in

a) 1,25. SS W
ar

SS0 1 0W
W
M

b) 1,5. WW
c) 1,75. SS0 0 1W
d) 2,0. I3 = T X
e) 2,5.
Dada uma matriz A, chamamos de inversa de A, ou
O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
A-1, a matriz tal que:
Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
A x A-1 = I (matriz identidade)
7,5 = 2,5 x 2 x h
3=2xh Determinantes
h = 1,5m
Resposta: Letra B. O determinante de uma matriz é um número a ela
associado. Vejamos como calcular.

106
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z Matriz de ordem 1 „ Multiplicar cada termo da linha ou coluna
escolhida pelo seu respectivo cofator e, então,
Em uma matriz quadrada de ordem 1, o determi- somar tudo.
nante é o próprio termo que forma a matriz. Exemplo:
„ Cofator
Se A = [4], então det(A) = 4.
O cofator de uma matriz de ordem n ≥ 2 é definido
z Matriz de ordem 2
como:
Aij = (-1) i + j. Dij
Em uma matriz quadrada de ordem 2, o determi-
nante é dado pela subtração entre o produto da dia-
Veja um exemplo:
gonal principal e o produto da diagonal secundária.
Veja: JK1 2 1 0N
KK O O
3 1 0O
; E Se A = K
5 -3
KK
2 O O
Se A = 1O
1 7 KK2 -3 2 OO
K2 1 1 4O
L P
Então det(A) = 5×7 – (-3) × 1 = 38.

z Matriz de ordem 3 Então, devemos seguir os passos apresentados


acima:
Em uma matriz quadrada de ordem 3, o determi-
nante é calculado da seguinte forma: „ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê
preferência para a que tiver mais zeros);
RS 1 1 2V
W
S W
Se A = SSS- 2 3 5W
W JK1 2 1 0N
O
SS 0 WW KK O
7 - 1W KK2 3 1 0O
O
T X KK2 O
3 2 1O
OO
KK
Então, veja o passo a passo como calcular o det(A). 2 1 1 4O
L P
„ Repetir as duas primeiras colunas: „ Calcular o cofator relativo a cada termo da
linha ou coluna escolhida;
1 1 2 1 1
-2 3 5 -2 3 Os termos da quarta coluna são o a14, a24, a34 e a44, e
07

chamaremos os respectivos cofatores de A14, A24, A34 e


6-

0 7 -1 0 7 A44. Como os termos a14 e a24 são iguais a zero, eu não pre-
84

ciso calcular os cofatores A14 e A24, pois eles serão multi-


.

„ Multiplicar os termos no sentido da diagonal


92

plicados por zero e o resultado final será igual a zero.


principal (retas pontilhadas) e subtrair a mul- O cofator A34 será:
.3

tiplicação dos termos no sentido da diagonal


21

secundária (retas lisas):


-1

„ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê


preferência para a que tiver mais zeros);
as
bo

1 1 2 1 1
JK1 2 1 0N
ar

-2 3 5 -2 3
KK O O
B

0 7 -1 0 7 KK2 3 1 0O
O
a

KK2 O
1O
in

3 2 OO
ar

KK
[(1 × 3 × (-1) +1 × 5 × 0 + 2 × (-2) × 7)] - [(2 × 3 × 0 + 1 × 5 4O
M

2 1 1
× 7 + 1 × (-2) × (-1))] L P
(-3 + 0 – 28) – (0 + 35 + 2) = Olhando somente para os termos que sobraram,
-31 – 37 = -68. veja que temos uma matriz com 3 linhas e 3 colunas
apenas, cujo determinante sabemos calcular:
Logo, o det(A) = -68. Determinante = 1.3.1 + 2.1.2 + 2.1.1 – 1.3.2 – 2.2.1
MATEMÁTICA

– 1.1.1
Determinante = -2
z Matriz de ordem 4 ou superior
O cofator A34 será:
Siga os seguintes passos:
A34 = (-1)3+4 × determinante
„ Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê A34 = (-1)7 × (-2)
preferência para a que tiver mais zeros);
A34 = (-1) × (-2)
„ Calcular o cofator relativo a cada termo da
linha ou coluna escolhida; A34 = 2 107
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Agora, vamos calcular o cofator A44. Para isso, c) 1.000 m².
devemos excluir a quarta linha e a quarta coluna da d) 1.900 m².
matriz original, ficando com: e) 2.000 m².

JK1 2 1 0N A área de um quadrado é L². Inicialmente, os lados


KK O O do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
KK2 3 1 0O
OO área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
KK2 -3 2 1OOO trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
KK 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
2 1 1 4O Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
L P
10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
Calculando o determinante 3x3 que restou, temos:
2. (FCC — 2017) Um terreno tem a forma de um trapézio.
Determinante = 1.3.2 + 2.1.2 + 2.(-3).1 – 1.3.2 – 1.(-
Os lados não paralelos têm a mesma medida.
3).1 – 2.2.2
A base maior desse trapézio mede 12 m, a base menor
Determinante = -7
mede 6 m e a altura mede 4 m. A área e o perímetro
Assim, o cofator A44 é:
desse terreno são, respectivamente, iguais a:
A44 = (-1)4+4× determinante
a) 32 m² e 28 m.
A44 = (-1)8 × (-7) b) 36 m² e 28 m.
c) 36 m² e 24 m.
A44 = 1 × (-7)
d) 32 m² e 24 m.
A44 = -7. e) 36 m² e 26 m.

Agora, podemos calcular o determinante da matriz Extraindo os dados temos B = 12 m, b = 6 m e H =


original: 4m. Vamos chamar os lados não paralelos de “L”.
Determinante = a14× A14 + a24× A24 + a34 × A34 + a44× A44 Veja como fica esse trapézio:
Determinante = 0A14 + 0A24 + 1.2 + 4 (-7)
Determinante = 0 + 0 + 2 - 28 6m

Determinante = -26
As principais propriedades do determinante são: L
4m
L

z O determinante de A é igual ao de sua transposta AT 3m 3m

z Se uma fila (linha ou coluna) de A for toda igual a 12 m

zero, det(A) = 0;
z Se multiplicarmos todos os termos de uma linha Para descobrir o valor de L, basta aplicar o Teore-
ou coluna de A por um valor “k”, o determinante ma de Pitágoras no triângulo formado pelo lado L
da matriz será também multiplicado por k; com a altura de 4m e o trecho de 3m. Veja:
07

z Se multiplicarmos todos os termos de uma matriz


6-

por um valor “k”, o determinante será multiplica- L² = 4² + 3²


84

do por kn, onde n é a ordem da matriz; L² = 16 + 9


.
92

z Se trocarmos de posição duas linhas ou colunas de A, L² = 25


.3

o determinante da nova matriz será igual a –det(A);


L=5m
21

z Se A tem duas linhas ou colunas iguais, então


O perímetro do trapézio é dado pela soma de seus
-1

det(A) = 0;
z Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, quatro lados. Logo:
sa

det(AxB) = det(A)det(B); L + L + 6 + 12 = 5 + 5 + 18 = 28 m
bo

z Uma matriz quadrada A é inversível se, e somente A área é dada por:


ar

se, det(A) ≠ 0;
B

z Se A é uma matriz inversível, det(A-1) = 1/det(A). (B + b) # h


A=
a
in

2
ar

PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS (12 + 6) # 4


A=
M

2
Agora que já relembramos a parte teórica sobre 18 # 4
geometria e matrizes, chegou o momento de resolver- A=
2
mos mais questões sobre esses tipos de problemas.
Assim, saberemos exatamente como as questões são A=
72
= 36m2
cobradas em provas. 2
Resposta: Letra A.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno
quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração, 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O preço do litro de deter-
e ele foi registrado como se o comprimento do lado minado produto de limpeza é igual a R$ 0,32. Se um
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa recipiente tem a forma de um paralelepípedo retângu-
situação, deixou-se de registrar uma área do terreno lo reto, medindo internamente 1,2 dam × 125 cm × 0,08
igual a: hm, então o preço que se pagará para encher esse reci-
piente com o referido produto de limpeza será igual a:
a) 20 m².
108 b) 100 m².
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a) R$ 3,84. Sabendo que o volume dessa peça é 720 cm3, a área
b) R$ 38,40. da base é:
c) R$ 384,00.
a) 40 cm2.
d) R$ 3.840,00.
b) 48 cm2.
e) R$ 38.400,00.
c) 44 cm2.
d) 36 cm2.
Devemos colocar todas as medidas na mesma uni-
e) 52 cm2.
dade. Veja que:
1,2 dam = 12m = 120dm = 1200 cm
O volume é dado pela multiplicação das dimensões,
0,08hm = 0,8dam = 8m = 80dm = 800cm
ou seja,
Assim, o volume total é de:
720 = 15 . 6 . x
V = 1200 x 125 x 800
120 = 15 . x
V = 120.000.000 cm3
40 = 5 . x
V = 120.000 dm3
8=x
V = 120.000 litros
A área da base é:
Se cada litro custa 0,32 reais, o preço total será de:
Área = 6.x = 6.8 = 48 cm2.
Preço = 0,32 x 120.000
Resposta: Letra B.
Preço = 38.400 reais. Resposta: Letra E.

4. (IBFC — 2016) Considerando as matrizes:

ÁLGEBRA E FUNÇÕES:
; E e B = < 1 2F
3 -2 1 4
A= PROPORCIONALIDADE, SEQUÊNCIAS E
1 2 -
RACIOCÍNIO LÓGICO
Então, o resultado da expressão ÁLGEBRA

detA Na álgebra, usamos letras para representar núme-


detB ros. Essas letras tanto podem representar números
desconhecidos quanto um número qualquer per-
É igual a: tencente a um conjunto numérico. Logo, a álgebra é
um ramo da matemática que serve para generalizar
a) 4/3. o estudo da aritmética. Há algumas propriedades
b) -2. importantes na álgebra. Considere as letras x, y e z a
c) 3/4. título de cálculo nas propriedades:
d) 2.
e) ½. Associatividade
07

(x + y) + z = x + (y + z)
6-

Para encontra a resposta da questão, você precisa


84

achar o determinante de cada matriz. Sendo assim: (x·y)·z = x·(y·z)


.
92

3 2
Comutatividade
.3

det A = = 3 × 2 – (-2 × 1) = 6 + 2 = 8
21

1 2
x+y=y+x
-1

1 4
det B = = 1 × 2 – 4 × (-1) = 6 x·y = y·x
a

1 2
s
bo

Logo, Existência de elemento neutro (1 para a multipli-


ar

cação e 0 para a adição)


B
a

detA 8 4 x+0=x
in

= =
6 3 x·1 = x
ar

detB
M

Resposta: Letra A.
Existência de elemento oposto (ou simétrico).
5. (VUNESP — 2017) Uma peça de madeira tem o for-
mato de um prisma reto com 15 cm de altura e uma x + (– x) = 0
base retangular com 6 cm de comprimento, conforme x· 1 = 1
mostra a figura. x
MATEMÁTICA

Distributividade (também chamada de proprie-


dade distributiva da multiplicação sobre a adição)
15 cm

x·(y + z) = x·y + x·z

x
Essas cinco propriedades são válidas para todos os
6 cm
números reais x, y e z, uma vez que essas letras foram
(Figura fora de escala) usadas para representar qualquer número real.
109
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EXPRESSÃO ALGÉBRICA 2x + 5 = 25
2×10 + 5 = 25
É uma expressão matemática que contém núme- 20 + 5 = 25
ros e letras ou apenas letras. Ou seja, é quando temos 25 = 25
as incógnitas ou variáveis na expressão. 25 – 25 = 0
Exemplo:
Logo, o valor de “x” = 10 satisfaz a equação.
x+15 Abaixo, analise os exercícios comentados de ban-
x+2y cas variadas dispostos a seguir.
x.y.z
1. (ENCCEJA — 2019) Para estimar a extensão de um
As expressões algébricas contêm números conhe- engarrafamento (E) em uma via com três pistas de
cidos, números desconhecidos (incógnitas) e opera- rolagem onde só trafegam carros de passeio, o Depar-
ções matemáticas. tamento de Trânsito considera, para efeito de cálcu-
lo, que cada carro ocupa 5,5 m de extensão da pista
Valor Numérico de uma Expressão de rolagem onde se encontra, conforme indicado na
figura.
É o resultado das operações efetuadas em uma
expressão algébrica, após a substituição das variáveis
Extensão do engarrafamento (E)
por números. Veja um exemplo:
Qual o valor da expressão 2x + 2y quando x = 2 e
y = 3?
Basta substituir as variáveis pelos valores núme-
ros que a questão falou
Últimos carros 5,5m 5,5m Primeiros Carros
2 × 2 + 2 × 3 = 4 + 6 = 10.
A expressão matemática que expressa a relação entre
EQUAÇÃO ALGÉBRICA a extensão do engarrafamento (E), medido em qui-
lômetro, e o número (N) de carros envolvidos nesse
É uma igualdade entre expressões algébricas que pos- engarrafamento é dada por:
suem incógnitas em suas estruturas. Observe os exemplos:
Exemplos: N
X 5,5
a) E= 3
2x + 5 = x + 15
3y + 4 = 18 1000
2y = 6 N
x3
b) E= 5,5
07

As equações algébricas contêm números desco-


nhecidos (incógnitas) e operações matemáticas. 1000
6-
84

N x 5,5
.

Valor Numérico de uma Equação c) E=


92

1000
.3

É o resultado das operações efetuadas em uma


21

3N x 5,5
equação algébrica, com a intenção de achar o valor de d) E=
-1

uma variável. Veja um exemplo: 1000


a

Qual o valor de “x” na equação 2x + 5 = 25?


s
bo

Devemos isolar o “x” em um dos lados da igualda- Vamos precisar calcular a expressão matemática
ar

de e passar todos os outros valores para o outro lado. que expressa a relação entre a extensão do engarra-
B

famento (E), medido em quilômetro, e o número (N)


a

2x + 5 = 25 de carros envolvidos nesse engarrafamento. Note:


in

2x = 25 – 5 Dica: transformar 1kilômetro para metros, pois as


ar
M

alternativas estão em metros, ou seja,


(o número 5 muda sinal quando troca o lado na 1 km = 1000 m.
igualdade) Substituindo as informações que o enunciado nos deu:
Cada carro 5,5m e temos 3 fileiras de carros.
2x = 20 Como não sabemos a quantidade correta de carros,
vamos chamar de “N”
(o número 2 está multiplicando, então ele irá pas-
N
sar dividindo) × 5,5
E= 3
x = 20/2 1000
x = 10
Resposta: Letra A.
Como saber se o valor encontrado de “x” está correto?
Basta substituir o resultado encontrado na equa- 2. (ENCCEJA — 2019) Estudo feito com 1 220 adolescen-
ção. Se o resultado for igual a zero está tudo certo e tes norte-americanos aponta que redes sociais estão
110 você realmente encontrou a resposta correta. substituindo passeios com colegas. Três quartos
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desses adolescentes dizem que enviam mensagens A f B
escritas aos amigos todos os dias.
Dos adolescentes que participaram desse estudo, a
quantidade dos que enviam mensagens escritas aos
amigos diariamente é:

a) 35.
b) 105.
c) 915.
A g B
d) 1 624.

3 3 3660
4 de 1220 = 4 × 1220 = 4 = 915 enviaram men-
sagens. Resposta: Letra C.

FUNÇÕES — INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES

O conceito de função é um dos mais importantes


em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui- A
H B
tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser
encontrado em diversos assuntos, como por exemplo,
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
depende da quantidade de energia consumida? Ou será
que a temperatura influencia o aumento de vendas de
sorvete? E assim, o seu estudo se torna apropriado para
que sua aplicação ajude na resolução de problemas.
Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de Geralmente existe uma expressão y = 𝑓 (x) que
associação entre eles, que faça corresponder a todo expressa todos os elementos da relação, assim, para
elemento do primeiro conjunto um único elemento do representar uma função 𝑓, de A em B, segundo uma
segundo, ocorre uma função, ou dizemos, que um está lei de formação, tem-se:
em função do outro. Podemos representar uma função
de duas maneiras, tabela ou fórmula. Abaixo segue 𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
uma tabela que relaciona dois conjuntos, distância per- 𝑓: A → B
corrida e valor pago em uma corrida de taxi:
x ↦ 𝑓(x)
DISTÂNCIA PERCORRIDA
07

10 15 20 25 Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-


(KM)
6-

ro real x ao número 2x é expressa da seguinte forma:


84

VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55


.
92

𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
.3

Para toda distância percorrida nesta tabela, existe 𝑓: A → B


21

um único correspondente de valor pago por corrida.


-1

x ↦ 2x
Um matemático diria que o valor pago na corrida de
s a

taxi está em função da distância percorrida. Se cha- Domínio, Contra Domínio e Imagem da Função
bo

marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se


ar

escrever então a fórmula que represente essa função: O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
B

VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
a
in

variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia- possíveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos
ar

ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O
M

função permite escrever a sua correspondente Tabe- contra domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, for-
la, bastando substituir os valores D e obter seus res- mado por todos os elementos do conjunto B e são for-
pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na mados por todos os valores que as ordenadas (eixo y)
fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. podem assumir. A imagem (Im) é formada por todos os
Definição: uma relação 𝑓 de um conjunto A em um elementos do contra domínio que se relacionam com
algum elemento do domínio. Assim, quando todo ele-
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota-
MATEMÁTICA

mento x ϵ A está associado a um elemento y ϵ B, dize-


do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: ⩝x mos que y é a imagem de x, e denotamos por y = 𝑓(x).
ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓. Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio
Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g e contra domínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x)
não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A = x + 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da
tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se substituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, perten-
tem todo elemento de A com um único respectivo em cente aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para + 2 = 3, e assim sucessivamente, de modo geral, a Im(
todo elemento de A existe um único respectivo em B, 𝑓) = x + 2. 111
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Importante! z Diagrama para funções sobrejetora

Se tivermos um elemento do conjunto de parti-


da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não -2 12
é função. -1 3
1 27
3
O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas
B
as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
a função abaixo qual seria seu domínio? A

z Diagrama para funções bijetoras


√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x
1 -1
4 2
Assim, o domínio são todos valores possíveis para 7 5
x tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restri- 9 7
ções na função, a primeira que não existe raiz quadra- 11 9
da negativa e que o denominador não seja nulo. Para
isso faremos: B
A
x – 2 ≥ 0 → x ≥ 2 e 3 – x > 0 → x < 3, note que a
desigualdade do denominador exclui o zero. Assim, a
As funções Sobrejetoras são funções nas quais
intersecção dessas duas condições é 2 ≤ x < 3. Logo, o
o seu conjunto imagem (Im) é igual ao contra domí-
domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.
nio (CD), isto é, Im=CD=B (Figura 5b). Em funções que
B⇒CD(f) aconteçam as duas situações ao mesmo tempo, ou
seja, a função é Injetora e Sobrejetora, então dizemos
que ela é uma função Bijetora (Figura 5c).
A⇒D(f)
Funções Pares e Ímpares

a d
Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) =
g 𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x
b e devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a
h função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a
c f função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun-
07

ções par e ímpar seguem na Figura 6.


6-
84


.

z Diagramas para funções pares


92

Im(f)
.3
21
-1

Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contra domínio (CD) e


imagem (Im). -2
a

-1 1
s
bo

Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras 0 2


ar

1 5
B

As funções Injetoras são funções tais que os dis- 2


a
in

tintos elementos do domínio se relacionam com dis-


ar

tintos elementos da imagem, ou seja, dois elementos B


M

do domínio não podem ter a mesma imagem (Figura A


5a). Uma função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora,
visto que para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓 z Funções Pares e Ímpares
(x2).

z Diagrama para funções injetoras


-2 -10
-1 -5
2 0 0 0
3 2 1 5
5 4 2 10
6
A 8
A B
10
112 B Diagramas para funções par (a) e ímpar (b).
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Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ,
com potências pares são funções pares e com potên- 12 – 1
g(1) = =0
cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x) 1+1
= x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3
22 – 1
= –x3 = –𝑓(x). g(2) = =1
Observando o gráfico de uma função par notamos 2+1
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y). 32 – 1
Já a função ímpar é simétrica em relação a origem g(3) = =2
((x, y) = (0, 0)) 3+1

Funções Periódicas e Compostas Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Funções periódicas a grosso modo são funções Podemos ter outras relações entre funções, como
especiais de fácil identificação visual ou gráfica, onde a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:
se observa uma característica de repetição do decor-
rer da curva em intervalos subsequentes. (𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x)
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T,
se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x + A diferença entre funções, definida por:
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x)
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
cos(x), são funções periódicas de período T =2π. O produto entre funções:
Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do (𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x)
domínio e contra domínio definido, ou seja, 𝑓: A → B
e g: B → C, então para todo x ϵ A temos um único y ϵ E o quociente entre funções:
B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z
ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C, (𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0
definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg
ou h(x) = 𝑓[g(x)]. Em cada uma das operações anteriores o domínio
Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A da função resultante consiste naqueles valores de x
composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2
que estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e
= 9x2 +2.
g, sendo que quando tivermos o quociente existe a
Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] =
necessidade do denominador ser não nulo e algumas
3(x + 2) = 3x2 + 2.
2
outras funções também podem ter restrições espe-
Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
cíficas, como por exemplo, a função raiz quadrada
07

tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) =


que precisa ser positiva. Logo, o domínio do resulta-
6-

2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)?


do delas deve satisfazer as duas funções ao mesmo
84

Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-


tempo.
.

bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:


92

Supondo duas funções 𝑓(x) = √x + 1 e g(x) = √x – 4 , os


.3

x+3 domínios delas são D𝑓 = [–1, +∞[ e Dg = [4, +∞[, notem


21

𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) = que raiz quadrada pode assumir somente valores
-1

2 positivos incluindo o zero.


Se fizermos o quociente delas, teremos:
sa

Relações entre Funções


bo
ar

√x + 1
A igualdade entre duas funções, é uma relação
B

(𝑓/g)(x) =
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja √x – 4
a
in

as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e


ar

somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A.


M

Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
funções de A em B definidas por: nesse caso o denominador não pode ser nulo.

RAIZ DE UMA FUNÇÃO


x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1 Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe-
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor de
MATEMÁTICA

x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0.


Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se: Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:
𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
𝑓(3) = 3 – 1 = 2 2

E 113
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car- FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA
tesiano será:
Funções definidas por mais de uma sentença
são funções em que cada subdomínio tem uma função
1 associada a ela e a união desses subdomínios forma
(x, y) = ,0
2 o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse-
guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com
FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E mais de uma sentença e diferentes subdomínios.
DECRESCENTE

Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de


função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto
a) 𝑓(x) =
{ –x + 1, se x < –2
x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
–x + 1, se x > 1
(Figura 10a);
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.

b) 𝑓(x) = { –x2 + 1, se x < 1


(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
(Figura 10b).

Função constante 𝑓(x) = c.

Assim, temos exemplos de funções constantes


como mostra a figura a seguir.

(Figura 10a)

y=4 y=–2
07

Exemplos de funções constante.


6-
84

Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita


.
92

função crescente em um intervalo, se para dois valo-


.3

res quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo, se


21

x1 < x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os valo-


-1

res de x os valores de y também aumentam (Figura


a

9a).
s

Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente


bo

(Figura 10b)
nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
ar

todo {x1, x2} ∊ ℝ.


B

FUNÇÃO INVERSA E SEU GRÁFICO


Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
a
in

função decrescente em um intervalo, se para dois Uma função 𝑓: A → B, bijetora de A em B, ou seja,


ar

valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva- distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
M

lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a
os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b). relação inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que
Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres- denominamos de função inversa e denotada por 𝑓 -1.
cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 > Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
–3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ. 3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da
função inversa de 𝑓 é definida por:

a) b) y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
114 Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b).
2
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
{
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:

𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2

O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o


domínio de f–1 é B que é a imagem da f.
Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4).
plano cartesiano e traçar uma reta.
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
na Figura 13.

Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.
07
6-
. 84
92
.3
21
-1
as
bo
ar
B
a
in
ar
M

Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).

Figura 11. Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
duas funções mais a bissetriz em pontilhado. ficiente angular for positivo e decrescente quando o
mesmo for negativo.
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA
MATEMÁTICA

Sinal da Função Afim


Função Linear e Afim
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida
A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan- por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com 𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0. Inicialmente, identificamos onde a função é igual
O gráfico da função linear é uma reta que passa a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos
cartesiano (Figura 12). a raiz sendo: 115
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a

Agora, teremos dois casos para estudo do sinal da


função afim, um quando o coeficiente angular é posi-
tivo (a > 0) outro quando é negativo (a < 0):
1º caso: a > 0 (crescente):

Inequações Produto e Quociente para Função Afim


 b b
 f ( x==
𝑓(x) + b+>b0 >
) axax →0x →
> – x > −; ;
 a a Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-

b b to delas são dadas por:
 f ( x=
 + b+<b0 <
𝑓(x) =) axax →0x →
< – x < −; ; 𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
 a a 𝑓(x) · g(x) ≤ 0
De acordo com a regra de sinais do produto de
números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas
inequações pode ser encontrada da seguinte forma,
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou
𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
os sinais positivos e negativos da função. chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
2º caso: a < 0 (decrescente): Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) ·
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S =
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
 𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b ;b inequações produto.
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a Tomemos como exemplo a inequação produto (x +
 2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x)
b b = 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos:
 f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;
 a a
 x+2>0→x>–2 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
07
6-

a

84

1
 3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
.
92

 3 a
.3
21
-1
sa
bo

Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:


ar
B
a
in

1
2x + 1 = 0 → x = – Logo, a solução para esse primeiro caso é:
ar
M

{
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0), S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será: 3

 x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b


 x+2<0→x<–2
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ; b
2 a  f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
  a
1 b 
 fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x)  f3x(–x1=
1
x <+ b < 0 → x < −
b
 )< 0 →ax ;
2 a 
 3 a

116
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𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)

Seguindo os dois passos acima temos:

Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 =  – 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b


{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-  f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:
 2 a

1 b
 f3x( –x1= → x+
) > 0 ax > b<0→ x<− ;

{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{ 
 3 a
3

Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-


tes delas são dadas por:
Logo, a solução para esse primeiro caso é:
𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)

{
g(x)
> 0 ou
g(x)
< 0 ou
g(x)
≥ 0 ou
g(x)
≤0
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{
De acordo com a regra de sinais do quociente de 3 2
números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)  – 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
para uma dessas inequações pode ser encontrado da  f ( x =
) ax + b > 0 → x > − ;
2 a
seguinte forma, seja a inequação quociente:

1 b
 f (3xx=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
𝑓(x)
≥0
 3 a
g(x)

Para o produto ser positivo temos duas situações:


𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
07

chegando na solução geral S1 ⌒ S2. Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒
S4} = {∅}. Assim, o conjunto solução para inequação
6-

Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-


84

ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0, quociente:


.

chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .


92

Por fim, a solução para a inequação quociente:


.3

(x + 2)
21

≥1
-1

𝑓(x) (3x – 1)
≥0
a

g(x)
s

É:
bo
ar

{
É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1 {
B

⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras x∊ 1 3


a

S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = <x≤


in

inequações quocientes. ℜ| 3 2
ar

Tomemos como exemplo a inequação quociente:


M

Quando se está trabalhando algebricamente com


(x + 2)
uma inequação e no momento que se tem a necessida-
≥1
(3X – 1) de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .
Ou seja,
MATEMÁTICA

Funções Quadráticas
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3
≥1→ –1≥0→ ≥0 A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1 cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
Assim temos: ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.

117
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +
bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é – (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
necessário mais que dois pontos, diferente do visto 2·1 2
anterior na construção da reta. Inicialmente encon-
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon- – (–3) + √1 3+1
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na x2 = = =2
função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a 2·1 2
concavidade da parábola está voltada para cima (a >
0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1,
parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar Importante!
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não
(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto: temos raízes reais, pois raiz quadrada de um
número negativo é um número complexo. Quan-
3 1 do o delta é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes
(xv, yv) = ,– são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá-
2 4
tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0)
teremos então a situação de duas raízes reais.
Logo seu gráfico segue na Figura 14.

Sinal da Função Quadrática

O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida


por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, x ∊ D𝑓 com.
Inicialmente, identificamos onde a função é igual
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função quadrática
vimos que as raízes são:

– b ± √∆
x=
07

2a
6-
84

Com ∆ = b2 – 4ac.
.
92

Agora, teremos os casos para estudo do sinal da


.3

função quadrática, quando o coeficiente a é positivo


21

Figura 14. Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com


^3 1
h
vértice: (x v, y v = 2 , – 4 e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
(a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando
-1

As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a ∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0
sa

𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0. Para ∆ < 0 temos:


bo
ar

Pela forma canônica tem-se que a função 𝑓(x) = ax2 a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ
B

+ bx + c pode ser escrita da seguinte forma: a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ


a
in

[ ]
ar

2
b ∆ No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como
M

𝑓(x) = a x+ – não existe raiz real, logo a parábola não corta o eixo
2a 4a2
x (abscissa).

Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa


função canônica a zero chegamos nos valores das
raízes:

– b ± √∆
x=
2a Para ∆ = 0 temos:

Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun- a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ

118 ∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,


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No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-
zes são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o
eixo x (abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a
𝑓(x) = 0.

Para ∆ > 0 temos:

 b
 f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x 0< x→
) 0, {x 1 x > −2 ;
ou x > x }
 a
a>0→ 
𝑓(x) b
f ( x<= ax∊+ℜb|<x0
) 0, {x <→x <x x<2}− ;


1
a
 b
 f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x0
) 0, {x 1 → x >
< x < x2} − ;
No caso de inequação produto faz-se o estudo de
 a
a<0→  sinal de cada uma das funções quadráticas e define-se
𝑓(x) b como solução de acordo com a regra de sinais do pro-
f ( x<= ax∊+ℜb|<x <0 x→
) 0, {x oux x<>−x2} ;


1
a duto de números reais, temos que (+ × + = +); (– × – =
+); (+ × – = –), assim, um conjunto solução (S) para uma
No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis- dessas inequações pode ser encontrada da seguinte
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x forma, seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o
(abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0. produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e
g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2
+ 2x – 1) > 0, para achar o conjunto solução primeiro
encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e
g(x) = –x2 + 2x – 1:

 b
f ( x= +b > 0 → x > −
 ∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
) 2
ax ;
 a
Logo no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x) ∆ = b – 4ac →
2 
b
 f ( x=
 ∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a
) 2 ax + b < 0 → x < −
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor 
;
07

do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim,



6-

concluímos para o estudo de sinal: –(–1) – √25 b


= + > → > −
84

 f
x
1
( x
= ) ax b 0 = x
–2 ;
.

2·1 a
92

 b 𝑓(x) = 0 
.3

 f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x0< →
) 0, {x 1 oux x>>−2} ;
 fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
21

 a
a>0→   2
-1

2·1 a
𝑓(x) b
f ( x<= ax∊+ℜb|<10< →
) 0, {x x <x2}< − ;
a




b
s

a  f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 √0→ x > − ;

bo

a
g(x) = 0  x =x =
 f (1x=
= 1 b
) 2 ax + b < 0 → x < −
2 · (–1)
ar

;

 a
Inequações para Função Quadrática
B
a

Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:


in

Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx


ar

+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0.


M


Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- f ( x= ax + b > 0 → x > −
b
 𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
 ) ;
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O 
 f ( x= b
ax + b < 0 → x < −
 𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
) ;
resultado para resolver essa inequação é encontrado  a
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo
dos valores de a e de delta temos algumas combina- Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0:
MATEMÁTICA

g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.

Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)


· g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.

119
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No caso de inequação quociente faz-se o estudo b   b
; − > x →0f > =
)+x
( xb axa +=
b (1f
) x> 0→ x > − ;
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi- a   a
=  x∊ℜ|0<x< 
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
b 0  b
− < x → f < =
)+x a +=
) x< → x < −
;
a 

( xb ax b
2f 
( 0
 a
;
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrada da Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x) – 1)/(–x2 + 2x) < 0 é:
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. 
f ( x=
b
− +
) ; ax >bx>→ 00→ >xb>+1x
b
−a ;= )x ( f


 

Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 + S1 ◡ S 2 =
a
 x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x <
a
ou x >2 
 f ( x= b b 
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon- 

−+
) ; ax
a
<bx<→ 00→ <xb<+x
2 −aa ;=) x ( f 

tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x)
= – x2 + 2x:
 b e Mínimo para Função Quadrática
Máximo
f ( x =
) ax + b > 0
 ∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a que o número y ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-
Dizemos
 ∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓 M
∆ = b2 – 4ac → mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, y ≥ M
2
y oub
 f ( x=
g

) –(1) ax + b < 0 → x <


y ≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D tal que
y−= 𝑓(x; ) chamamos de ponto máximo ou mínimo da
M 𝑓

 fx( x==) ax +–b√9> 0 → x>− ;


= –1
b função.
M M

a Esse ponto também é conhecido como vértice


  1
2·2 a da função quadrática ou da parábola. Denotamos o
𝑓(x) = 0  vértice como:
 f ( x= –(1) + √9 1 b
 x2 =) ax + b < 0 →
= x<− ;
 2·2 2 a
 ∆
−–b −
b −∆ − 
b–∆
(= yM ,)y
xM , (x (
)V==
Vx(x ) V 
v ,v,yyvv) = V ,,  V = ) vy , vx ( V =
) My
 x = –(2) – √4 = 2 b
M M
 a22a
4a a44a2a 
 f (1 x=
) ax + b > 0 → x > − ;
 2 · (–1) a
g(x) = 0  Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice
b
 f ( x=) –(2)
ax ++b√4< 0 →
= 0x < − ; é dado por:
 x2 =
 2 · (–1) a
 ∆−–b
−b b−∆− 
–∆
Para 𝑓(x) = 2x2 + x – 1, com ∆ > 0 e a > 0: (=
xM , yM ) (V(x
V= xv ,v ,yyv v)) = VV  ,,  V = ) vy , vx ( V =
) My , Mx
 a22a 2a 
4a a44a
 
b 1 
b b
−∆ –((–3) –∆4−· 1 b· −2)
−–b( –3)
( xv , yv ) =VV  , ,   ,  V =
− > xf →
( x=
)0 >ax
b++x
ba> 0
= → ( fx > −
 𝑓(x) a
;  )x ;
2

) vy , vx ( V =
) My ,
 

( )
a
f ( x =
)> 0,ax
+xf →
∊xℜ
b > |
0 x→<+–1
x >ou −x0 > <=
; ( fx V=

 ;
b
− <x


( =
)0 < ax
b + x
b a< =)→
a 2
x


x
− ,;
M
b
yM
 2a2 · 14a  4 a· 14 a2 
07

a a
 b
6-

 f; (ax−=  b( → 
+ b < 0 → x < − 1 ; 
b
) > ax →
x f (0x>
= + x+
) b ax ab = >) x0 f x > − ;
84

a
 < 0, x ℜ | –1 < x < ∆
−3− b−
b −∆1
( xv , yv ) =VV  , ,– 4  V =
 ; − < x →
𝑓(x) 
∊ a( → 

(=
xM , yM ) ) vy , vx ( V =
) My , Mx (
b b
f x < −
f (0x<
= + x+
) b ax ab = <) x0
2
;
V=
.


 

92

a a

 a224a a42a 
.3
21

Para g(x) = – x2 + 2x, com ∆ > 0 e a < 0:


-1

Sendo a = 1 > 0, então a concavidade da parábola


está voltada para cima e o vértice será ponto de míni-
a


g(x) > 0, {x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
b
f ( x= ax + b > 0 → x > −
s

 ) ;
 a
mo da função.
bo


 f ( x= b
ax + b < 0 → x < −
g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2} O vértice de uma função quadrática será ponto de
) ;


ar

máximo da função quando a < 0 e ponto de mínimo


B

da função quando a > 0.


a

Assim, para a inequação quociente ser negativa,


in

𝑓(x)/g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situa-


ar

ções, a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solu- FUNÇÃO MODULAR
M

ção será:
Definição, Gráfico, Domínio e Imagem
 
(1f
b b
; − >x f→ =
) > ax
( x0 b ++xba >=0) x→ x
 > − ;
a   Uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida pela associação de
b 1  x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
S =  ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
a

(2f cada x ∊ ℝ a 𝑓(x) = |x| ∊ ℝ é denominada Função
 b
; − < x f→ =
) < ax
( x0 b ++xba <=0) x→ x < − ;
a 
 
 a
Modular.
= {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2 Considerando a definição de módulo de um núme-
ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução ≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função
será: modular também da seguinte forma:

b   b  b
(1f
 x, se x ≥ 0
; − > x →
 f0( x>
=
) b+
ax + b=
xa >
) x0 →  x > − ;  f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a   a a
b S2 =  x ∊ ℜ | – 1 < x < ⌒ { x ∊ ℜ | 0 < x < 2} 𝑓(x) =
  
 x < − b  f ( x= b
− < x → ( x<
=
) b+ + b=< ( → ax + b < 0 → x < −
120
;
a 

f 0 axxa ) x0
2f 
 a
;
 – x, se x < 0

)
a
;

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi- As raízes das sentenças definidas pela função
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas modular podem também ser chamadas de ponto (s)
sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta
origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas (funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse
retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran-
caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓)
tes do plano (Figura 15).
= 𝔑+.
O domínio da função modular é o conjunto dos
reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somen-
te valores positivos (reais não negativos (ℝ+)). Logo,
Im(𝑓) = ℜ+. Note que no gráfico da função as retas
ficam acima do eixo x, onde todos valores para y são
positivos (Figura 15).

Figura 16. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = | x2 + 4x|.

Equações Modulares

Lembrando da definição de módulo de um núme-


Figura 15. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = |x|. ro real, em que para um número k > 0 tem-se |x| = k
⇔ x = k ou x = –k. Então a solução da equação modu-
Para funções modulares com potência quadrática lar |x + 2| = 3 é:
como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-
 b
lar em funções definidas por duas sentenças:  x+2=3→x=1
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
a
;
|x + 2| = 3 ⇔ 
 f ( x= b
ax + b < 0 → x < −
 x + 2 = –3 → x = –5
) ;
 a
 b
f 2( x= ax + b > 0 → x > −
 x + 4x
 ) ;
a
𝑓(x) = 
 f ( x2 = b S = {–5, 1}
 –(x + 4x)
) ax + b < 0 → x < − ;

07

a
6-

Caso tenhamos duas funções modulares, como a


84

A essas duas funções encontramos as suas raízes: equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
.

te forma:
92

∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16
.3
21

 3 b
= + > → > −
-1

 –(4) – √16 b  f
3x( x+ )2 = ax
x – 1 b
→ x 0
= – x ;
f ( x =
) ax + b > 0 → x > − ; 2 a
a

 x = = –4

s

1
2·1 a |3x + 2| = |x – 1| ⇔
bo

  f3x( x+=)2 =ax


–x +
1 b
< x0=→– x < − ;
ar

+ 1b →
 fx( x==) –(4) + √16
ax + b < 0 =→0 x < − ;
b  4
B

a

2
a

2·1 a
in

b   b
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
ar

a   a
S = – , – 
M

b b
As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença ; − < x → 0 < b+fx(a
2x=
) = )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
a 
 
 a
o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja, E na situação de uma função modular, como a
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi- equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo-
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva- res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
lo de x abaixo: ção é dada por:
MATEMÁTICA

 2  3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
b
 x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
f ( x= ax + b > 0 → x > −

 ) ;
𝑓(x) = 
a
 a
 f (2x=

) ax + b < 0 → x < −
 –x – 4x, –4 < x < 0
b
; |3x + 2| = 2x – 3 ⇔  1
 f3x( x+= b
)2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ;
a


 5 a
Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2,
intervalo entre –4 e 0 (Figura 16). então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}. 121
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Inequações Modulares z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 →
𝑓(x1) < 𝑓(x2);
Uma das propriedades de módulo para números z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 <
reais, em que para um número k > 0 tem-se |x| < k ⇔ x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2);
–k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa proprie- z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n
dade podemos resolver inequações modulares como > 0;
|3x – 2| < 4 e sua solução é: z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente
se, r > 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se,
2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2 s > r;
3 z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente
b   b se, α > 0;
; − > x→ x=
f (0 )> bax
+2+ab >
x =
)0x (→f x > − ;
a   a z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b
S =  x∊ℜ|– < x < 2 
;
b
− < x→ 0=
f (x +3
)< bax +ab <
x =
)0x (→f x < −
b
; > 0;

 

a a
z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente
se, x1 > x2;
Mas se a inequação for |5x + 4| ≥ 4, a solução é: z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente
se, b < 0;
|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8 z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen-
te se, x1 < x2.
Ou,
O domínio da função exponencial é o conjunto
8 dos reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
5x ≥ 0 ⇔ x ≤ – ou x ≥ 0 Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
5 valores positivos não nulos (reais não negativos e não
b   b nulo (ℝ*+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note que no gráfico da
− >
f (xx→
= >+ +
8> 0→ =
) xx( > −
;
a 

) 0
ax bb xa f
 a
;
função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x,
S=b
 x∊ℜ|x≤– ou x ≥ 0  b pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ. Além disso, temos que o pon-
< f
; −

f (xx=
→ ax
) 0 <+
bb5<
+ 0→
xa ) xx( <
= −

;
a   a to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y)
= (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o gráfico para duas
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos: funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente
(0 < a < 1), segue como na Figura 17.
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x

 b
f ( x= ax + b > 0 → x > −
 x + 1, se x ≥ – 1
 ) ;
a
|x + 1| = 
b
 f ( x=
 –x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;

07

a
6-

Para x ≥ –1 temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:


. 84
92

S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
.3
21

Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com


-1

solução:
as
bo

S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}


ar
B

Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:


a
in

S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
ar
M

FUNÇÃO EXPONENCIAL

Definição, Características, Domínio, Imagem e


Gráfico

Seja a um número real, tal que seja maior que zero


e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓:
ℝ → ℝ que associa a cada x ∊ ℝ o número 𝑓(x) = ax,
é conhecida como Função Exponencial. Assim fun-
ções como: 2x, (√2)x e 10x são exemplos de funções
exponenciais.
Da definição de função exponencial, a partir de
algumas características, pode-se notar:
Figura 17. Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e
122 z x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1; (b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ).
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Equações Exponenciais 5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
Equações exponenciais são aquelas equações onde x x x x x x x x
a incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x  111 x  111 x  111 x  111 –3
= 2. 5 2 1 ≥     ≥ 125 →     ≥ 5 →     ≥     ≥ 125
≥ 125
5 2 1 ≥ ≥ 125
5 3 1≥
2 5 ≥
2 1 ≥
125
A forma de solucionar a equação exponencial é  555   555   555   555 
deixando todas as potências com a mesma base, como
x ≤ –3
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja,
ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu- FUNÇÃO LOGARÍTMICA
ção o valor de x igual a:
Logaritmo
2x = 128 → 2x = 27→ x = 7
S = {7} Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
2+3x–2
Agora para a equação exponencial 52x = 1 ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
temos x igual a: exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que
não são possíveis deixar os dois membros com a mes-
2 2
52x +3x–2 = 1 → 52x +3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 ma base, assim define-se o conceito de logaritmo, seja
∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25 dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se
 –b – √∆ –3 – √25b x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se
 f
x
1
( x
= =
) ax + b > 0 →
= x > − ; = –2 deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
2a 2 · 2a igual a b, ou seja:

–b + √∆ –3 +√25b 1
 fx( x==) ax +b < 0 →= x<− ; = loga b = x ⇔ ax = b
 2
2a 2 · 2a 2
b   b Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(1f ax
 +b > 0 → x > − ;
a   a e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2
S=  – 2, 
;
b
− < x → 0 < b + x )(2f
)xx=
a f (=  +b < 0 → x < −
ax
b
; 8 = 3 pois 23 = 8.
a 
 
 a
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie-
dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0:
Inequações Exponenciais

Inequações exponenciais são aquelas inequações z loga 1 = 0;


onde a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e
2x – 4x < 2. z loga a = 1;
07

A forma de solucionar a inequação exponencial é


z aloga b = b;
6-

deixando todas as potências com a mesma base, como


84

a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescen-


z loga b = loga c ⇔ b = c;
.

te com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a


92

desigualdade se mantém para as potências quando a


.3
21

função é crescente e inverte quando é decrescente, ou z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode
seja:
-1

ser generalizada para:


sa

a > 1 → ax > ay ⇔ x > y; x x


bo

0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y  1  1  n


52a1≥Πnb ≥125
log = Σ loga bi, n ≥ 2;
ar

 5i =1 5i  i = 1
B

Seja a inequação exponencial 2x < 32 (crescente),


a

temos a solução igual a:


in

x x
 1b1 
ar

z b>0ec>05 1 ≥a     ≥
→2log 125a b – loga c, então loga
M

2x < 32 → 2x < 25 → x < 5 = log


S = {x ∊ ℜ | x < 5} x x  5c5 
 111 
521 ≥     ≥ = –125
loga c;
E na inequação exponencial (decrescente):  5c5 
x x
11x z α ∊ ℝ → loga bα = α · (loga b);
521 ≥ 1  ≥≥ 125
MATEMÁTICA

125
555 1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) = loga b ;
*

Temos duas formas: n

x x x x z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
 11   11 
x x

521 ≥   5≥2≥125≥→   ≥≥5 125


1125 → (5 ) 3 –1 x
≥ 53 → 5–x ≥ 53
 55   55  loga b =
logc b
, mudança de base com quociente; 123
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, log a
vedada,
c por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a
c,
mudança de base com produto;

1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a

1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β

Definição, Características, Domínio, Imagem e


Gráfico

Seja a um número real, tal que seja maior que zero


e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+
Figura 18. Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2
→ ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é
x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x).
conhecida como Função Logarítmica. Assim funções
como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções Equações Logarítmicas
logarítmicas.
Da definição de função logarítmica algumas carac- Equações logarítmicas são aquelas equações do
terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1}, pode-se notar: tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
z 𝑓: ℝ*+ → ℝ e g: ℝ → ℝ*+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) = A forma de solucionar a equação logarítmica é
ax , relação inversa; deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan-
z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1; do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade
inversa e transformando em equação exponencial,
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1;
loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα
z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0;
Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x +
z a > 1; x > 1 → loga x > 0; 5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que
z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0; x > –2/3 e x > –5/2:
z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0;
 b
f ( x=
 3x + 2
 )
0 →+xb>>–2/3
< ax 0→ x > −
;
O domínio da função logarítmica é o conjunto 
a
07

 f ( x= b
dos reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊  2x + 5

)
0 →+xb><–5/2
> ax 0→ x < −
a
;
6-

ℝ*+, existe um único y ∊ Im(𝑓), como a função 𝑓: ℝ*+


84

→ ℝ, 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3
.
92

ax, assim 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função S = {3}


.3

assume qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ. Note que


21

Agora para a equação logarítmica log4 (2x2 + 5x + 4)


-1

no gráfico da função 𝑓(x) = loga x, a curva está toda a


direita do eixo y, pois x > 0. Além disso, temos que o = 2 temos x igual a:
sa

ponto de encontro da curva com o eixo x, é no ponto


bo

2x2 + 5x + 4 > 0
(x, y) = (1, 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfi-
ar

∆ = b – 4ac = 25 – 32 = –7
2
B

co para duas funções logarítmicas, crescente (a > 1) e logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊ ℜ


a

decrescente (0 < a < 1), segue como na Figura 18.


in
ar

log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4 =


M

16 → 2x2 + 5x – 12 = 0

∆ = b2 – 4ac = 52 – 4 · 2 · (–12) = 25 + 96 = 121

 – b – √∆ b
– 5 – √121
 1
f
x ( x
= =
) ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2a 2 ·a2

– b + √∆ – 5 +√121
b 3
 fx( x==) ax +b < 0 → = x<− ; =
2
2a 2 ·a2 2

b   b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
 +b > 0 → x > − ;
a   a
b S =  – 4, 
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx=  +b < 0 → x < −
ax ;
124 a 
 
 a
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inequações Logarítmicas Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
então a solução para g(x) ≤ 0 é:
Inequações logarítmicas são aquelas inequações
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com b   b
; − > x
 → 0=
f (x )> b
ax++
1ab >=)0x (→
x x > −
f ;
(a ∊ ℜ*+ –{1}). a   a
b 2=
S  x∊ℜ|– ≤x≤3 
A forma de solucionar a inequação logarítmica é ; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
++
x f
x< −

b
;
a 
  a
deixando os logaritmos com as mesma base, e aplican-
do as desigualdades em casos de bases maiores que
Assim, a solução da inequação logarítmica log2
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x)
(2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções
> 0 ou aplicando propriedade inversa e transforman-
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. acima:
Esquematizando temos:
 b b 
 ) −
f ( x;= ax>
1+xb→>0> →bx +>
5a− a=);x ( f
x 
 a 

f ( x= ax + b > 0 → x > −
b S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3 
 𝑓(x) > g(x) se a > 1
) ;  f ( x= b 
 a )
; −
ax2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − = ); x ( f

 

loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔ 
b
a a
 f ( x=
 0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
 a
E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
Ou
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
 b
f ( x= kax + b > 0 → x > −
 𝑓(x) > a se a > 1
 ) ;
a Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então:
loga 𝑓(x) > k ⇔ 
b
 f ( x=
 0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
 a
 b 5
 0 < 𝑓(x) < a se a > 1
f ( x= ax k+ b > 0 → x > −
 )
a
;
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
loga 𝑓(x) > k ⇔ 
 f ( x= b 3
kax + b < 0 → x < −
 𝑓(x) > a se 0 < a < 1
) ;
 a

Como a solução x > 1 é também maior que:


Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23,
para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x: 5
x>–
3
2x2 – 5x > 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · 0 = 25

Logo temos o intervalo de solução para x sendo:


 – (–5) – √25 b
 fx( x==) ax2+· b2 > 0 →= x 0> − a ;
07

1
S = {x ∊ ℜ | x > 1}

6-
84

 fx( x==) –(–5) + √25 5


ax + b < 0 →= x < − ;
b Logaritmos Decimais
.


92

1
2·2 2 a
.3

São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou


21

Como para a 𝑓(x) = 2x – 5x temos a > 0 e ∆ > 0,


2 pode ser escrita como potência de base 10, como: log10
-1

então a solução para 𝑓(x) > 0 é: 𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
a

ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de


s
bo

b   b escrever o valor 10 na base. Todas as características


− >xf → )0 >ax
( x= b++x =
ba> 0)→x (5fx> −
ar

; ;
a   a e propriedades de logaritmos também valem para os
S1 =  x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 
B

b b
; − <xf →
( x=
)0 <ax
b++xba< 0
=)→x (2fx< − ; logaritmos decimais.
a

a 
 
 a
in

Segue algumas propriedades:


ar

Agora o estudo da inequação logarítmica começa


M

na relação entre os logaritmos de mesma base, como z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x
a base é 2 então a função é crescente: < c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ;
z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1
a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2 – é a mantissa;
5x – 3 ≤ 0 z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
MATEMÁTICA

2x2 – 5x – 3 ≤ 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · (–3) = 25 + 24 = 49 z A mantissa do decimal de x não se altera quando


multiplica-se x por potência de 10 com expoente
 – (–5) – √49 1b inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda
 1
f
x ( x
= =
) ax + b > 0 →
= x –> − ; quando temos log10p x, p ∊ ℤ.
2·2 2a

 fx( x==) – ax
(–5) + √49 b
+ b < 0 →= x 3< − ;
1
2·2 a 125
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Valores da característica (c) são dados da seguinte Mantissas
forma: N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

 log 2,3 → c = 0 b 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
=) ax + b > 0 → x > − ;
 flog( x31,421
46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
→c=1 a 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
x>1  48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
 flog( x204 →c=2
=) ax + b < 0 → x < − ;
b 49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981

 log 6542,3 → c = 3 a 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
 log 0,2 → c = –1 b
=) ax + b > 0 → x > − ;
 flog( x0,035
52
53
7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
→ c = –2 a
0<x<1  54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396

 flog( x0,00405 → c = –3 b
=) ax + b < 0 → x < − ; Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549
 log 0,00053 → c = –4 a (IEZZI; MURAKAMI, 1977).

Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte Exercite seus conhecimentos realizando os exercí-


inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o cios que seguem.
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga- 1. (FCC — 2018) Inicialmente o domínio da função y =
rismo significativo. – x² + 2x + 15 é o conjunto dos números reais e essa
Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m = função será chamada de função J. Uma outra função,
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c + K, também dada por y = −x² + 2x + 15, tem como domí-
m = 1 + 0,3692 = 1,3692. nio o conjunto {−4,−3,−2,3,4,5,6,7}. A diferença entre a
maior imagem da função J e a menor imagem da fun-
Mantissas
ção K, nessa ordem, é igual a:
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
a) 18.
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374 b) 41.
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755 c) 36.
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106 d) 4.
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430 e) 15.
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732

15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014 Para saber temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D =
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279 Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A =
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529 {−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}.
07

18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765 Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a
6-

19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 maior imagem para a função J, como o coeficiente
84

a< 0, a concavidade está voltada para baixo e o seu


.
92

20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
ponto de máximo será o:
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
.3
21

22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
∆ 64
-1

23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784 yvértice = – =– = 16
24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962 4a 4 · (–1)
as
bo

25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
Fazendo a diferença na ordem mencionada temos:
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
ar

16 – (–20) = 16 + 20 = 36. Resposta: Letra C.


27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456
B
a

28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
2. (FCC — 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato
in

29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
ar

representativo dos trabalhadores de uma empresa de


M

30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900 alta tecnologia em manufatura de peças para compu-
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038 tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172 uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por
33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302 unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428 sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
12,03 reais por taxa de empreitada por unidade intei-
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670 ra produzida por hora. Na audiência de negociação,
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786 foram estabelecidas equações para o salário por hora
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899 de cada uma das propostas em termos de n, o número
39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010 inteiro de peças produzidas por hora. O valor por hora
trabalhada mais a taxa de empreitada que a empresa
40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117 ofereceu só é maior que o valor solicitado pelo sindi-
41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222 cato quando:
42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425 a) n<2.
126 44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522 b) n=2.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) n=3.
d) n<3. 2 2 10
t= = =2· = 20 anos
e) n>3. 0,1 1 1

Inicialmente temos as seguintes funções para sindi- 10


cato e empresa, respectivamente:
yS = 31,25t + 7,05n Resposta: Letra A.
yE = 12,03t + 12,03n
Para a empresa ser maior que a do sindicato temos: 5. (FAFIPA — 2016) Os valores de x que satisfazem a ine-
quação (x2 + 2x -15 / x + 2 )≤ 0 pertencem a:
yE > ys → 12,03t + 12,03n > 31,25t + 7,05n
Deixando em função de número de peças produzi-
a) (-∞-5]U[-2,3].
das por hora temos:
b) (-∞-5]U(-2,3].
12,03n – 7,05n > 31,25t – 12,03t → 4,98n > 19,22t →
c) (-∞-5]U(-2,3).
n > 3,86t
d) (-∞-5)U[-2,3].
Logo, para o valor da empresa ser maior que a do
sindicato os funcionários terão que produzir mais
Para a razão ser negativa existem dois conjuntos de
que três peças por hora trabalhada, ou seja, n>3.
soluções possíveis:
Resposta: Letra E.
1º) x2 + 2x – 15 ≥ 0 e x + 2 < 0:
3. (FCC — 2016) O valor da expressão log2 16 + log4 8 +
x < –2
log8 4 é igual a:
x2 + 2x – 15 ≥ 0
a) 5. ∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64
b) 23/2.
c) 37/6.
 – b – √∆ –2–8 b
d) 5/4.
 f
x1
( x
= =
) ax + b > 0
= → x > − =;–5
e) 41/8. 2a 2 a

Resolvendo deixando todos log na mesma base:  fx( x==) – ax
b + √∆ –2 + 8 b
+ b < 0= → x < − =; 3
log2 16 + log4 8 + log8 4 = log2 24 + log 22 23 + log23 22  2
2a 2 a
Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e a con-
3 2 cavidade voltada para cima assim para que a função
= 4log2 2 + log2 2 + log2 2
2 3 quadrática seja positiva a solução é em S1 = {x ∊ ℜ | –
5 ≤ x ou x ≥ 3} mas também deve satisfazer a solução
Como log2 2 = 1 então temos: S2 = {x ∊ ℜ | x < –2}, assim, S1 ⌒ S2 = {x ∊ ℜ | x ≤ –5}.
2º) x2 + 2x – 15 ≤ 0 e x + 2 > 0:
07

3 2 3 2
6-

= 4log2 2 + log2 2 + log2 2 = 4 + + x > –2


84

2 3 2 3
x2 + 2x – 15 ≤ 0
.
92
.3

24 + 9 + 4 37 ∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64
21

= =

-1

6 6 – b – √∆ –2–8 b
 f
x ( x
= =
) ax + b > 0
= → x > − =;–5
a

Resposta: Letra C. 1
2a 2
s

a

bo

4. (VUNESP — 2014) Uma população P cresce em fun-


 fx( x==) – ax
b + √∆ –2 + 8 b
ar

+ b < 0= → x < − =; 3
B

ção do tempo t (em anos), segundo a sentença P =


 2
2a 2 a
a

2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a população é de


in

2000 indivíduos. A população será de 50000 indiví-


ar

Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e


duos daqui a:
M

a concavidade voltada para cima assim para que a


função quadrática seja negativa a solução é em S3
a) 20 anos. = {x ∊ ℜ | – 5 < x < 3} mas também deve satisfazer
b) 25 anos. a solução S4 = {x ∊ ℜ | x > –2}, assim, S3 ⌒ S4 = {x ∊
c) 50 anos. ℜ | –2 < x ≤ 3}.
d) 15 anos.
e) 10 anos. A solução final é dada pela união das parciais:
MATEMÁTICA

(S1 ⌒ S2) ◡ (S3 ⌒ S4) = {x ∊ ℜ | x ≤ – 5 ou –2 < x ≤ 3} =


Resolvendo deixando todos log na mesma base: (– ∞, –5] ◡ (–2, 3]. Resposta: Letra B.
P = 2000 · 50,1t → 50000 = 2000 · 50,1t → 50,1t
REFERÊNCIAS
50000 50
= = = 25 DANTE, L. R. Matemática: contexto e aplicações. 3.
2000 2 ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v.
IEZZI, G. et al. Fundamentos de Matemática Ele-
50,1t = 25 = 52 → 0,1t = 2 → mentar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. 127
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IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações. 9.
ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v. C
LEONARDO, F. M. de et al. Conexões com a Mate- B
mática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 v. A B
PAIVA, M. R. Matemática. 2. ed. São Paulo: Moder- c
A
na, 2010. 3 v. r
SOUZA, J. R. de; GARCIA, J. da S. R. #Contato Mate- COLINEARES
r
mática. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016. 3 v. NÃO COLINEARES

„ Um plano pode ser determinado de algumas


maneiras. Veja:
GRANDEZAS E MEDIDAS:
ESTIMATIVAS E NOÇÕES DE Três pontos não colineares:
MEDIÇÕES
C α
ESPAÇO E FORMA: DESLOCAMENTOS E
MOVIMENTOS NO PLANO E NO ESPAÇO

Ponto, Reta e Plano B


A
Quando falamos sobre ponto, reta e plano, deve-
mos ficar atentos que a parte mais importante é em
relação à sua representação geométrica e espacial.
Por uma reta e um ponto fora dela:
z Representação Simbólica:
P α
„ Os pontos são representados por letras maiús-
culas do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C etc.;
„ As retas são representadas pelas letras minús-
culas do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c etc.;
„ Os planos são representados pelas letras gregas
minúsculas, ou seja, β, ∞, α etc. r A B

z Representação Gráfica:
Por duas retas concorrentes:
r
P
07

α α
6-

ponto
84

S C
.
92

reta
.3

plano r A B
21
-1

Vamos, agora, há alguns pontos interessantes:


as

Por duas retas distintas:


bo

„ Passando por um ponto “P” qualquer podemos


traçar infinitas retas e dois pontos determinam
ar

uma única reta. Veja:


B

α
a
in

Pelo ponto P podemos Os pontos A e B definem a


ar

traçar infinitas retas posição de uma reta


M

S
A
P r

B z Razão entre Segmentos de Reta:

Quando dois pontos delimitam um conjunto de


pontos numa mesma reta, chamamos de segmento de
„ Pontos colineares são aqueles que pertencem à reta e podemos representar por duas letras como, por
mesma reta. exemplo AB. O início do segmento é em A e termina
em B.

128
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Veja a seguir:

Reta s
s
A
Segmento de Reta AB
A B t

Semirreta AB O ponto desenhado acima no encontro entre as


A B u
duas semi-retas é denominado “Vértice do ângulo”.
Um ângulo é medido de acordo com a sua abertura.
z Feixe de Retas Paralelas:
Dizemos que uma abertura completa mede 360 graus
(360º). Veja:
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos,
ainda, uma reta que corta a reta de feixe que é chama-
da de reta transversal. Veja:

s t A

Como 360o representam uma volta completa, 180º


c
representam meia-volta, como você pode ver a seguir

d 180°

z Teorema de Tales:

Quando temos um feixe de retas paralelas sobre Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta,
duas transversais quaisquer, determinamos segmen- isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu-
tos proporcionais. Veja a figura a seguir para entender lo reto e tem uma representação bem característica:
um pouco mais:

s t
07
6-

A D a
.84
92

B E
b
.3

90°
21

C F
c
-1
a

D G
s

d Os ângulos podem ser classificados quanto ao


bo

valor do ângulo em relação à 90°:


ar
B

z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à


a

Vamos destacar algumas proporções: 90°. Ex.: 30o, 42o, 63o;


in

z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores


ar

AB ⁄ BC = DE ⁄ E F;
M

z à 90o. Ex.: 100o, 125o e 155o.


z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F; Observação: os ângulos de 0 e 180º são denomina-
z D E ⁄ AB = EF ⁄ BC. dos de ângulos rasos.
Outra classificação de ângulos é em relação à
Ângulos medida:
MATEMÁTICA

Ângulo é a medida de uma abertura delimitada z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais)
por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo quando possuem a mesma medida;
A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas z Ângulos complementares: são complementares
desenhadas: quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° +
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares
um do outro;

129
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z Ângulos suplementares: são suplementares quan- z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
do a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + 70° dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
= 180°. Os ângulos 70° e 110° são suplementares lha traçadas no polígono a seguir:
entre si. A

A semi-reta que divide um ângulo em duas partes


iguais é denominada Bissetriz. Veja:
B E

A/2
C D
A/2
Para calcular o número de diagonais de um polígo-
no, vamos precisar levar em consideração os vértices
(lados). Dessa forma, chegaremos na seguinte fórmula:
Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos
tirar algumas conclusões interessantes. n # (n - 3)
D=
2
B
Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.
A
C
z A soma do ângulo interno e do ângulo externo de
D
um mesmo vértice é igual a 180º;
z A soma dos ângulos internos de um polígono de n
Os ângulos formados pelo cruzamento das retas lados é:
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem S = (n – 2) × 180°
o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D.
Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma Dica
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
e C, C e D, e D e A. A soma dos ângulos internos de um triângulo (n =
Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida. 3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados)
Uma outra unidade de medida de ângulos é cha- esta soma é 360º.
mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim- Os polígonos que possuem todos os lados iguais
ples para convertermos qualquer ângulo em radia- e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos: chamados de polígonos regulares. Conheça algumas
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
07

180° ---------------------------------- π radianos os seus números de lados.


6-
84

60° ------------------------------------ x radianos


Nº DE Nº DE
.

NOME NOME
92

180x = 60 π LADOS LADOS


.3

r 3 Triângulo 9 Eneágono
21

60r
x= = radianos
180 3 4 Quadrilátero 10 Decágono
-1

5 Pentágono 11 Undecágono
a

Polígonos
s
bo

6 Hexágono 12 Dodecágono
ar

Polígono é qualquer figura geométrica fechada for- 7 Heptágono ... ...


B

mada por uma série de segmentos de reta. Observe: 8 Octógono 20 Icoságono


a
in
ar

Analise os exercícios comentados de bancas varia-


M

das dispostos a seguir.

1. (IDECAN — 2013) No triângulo a seguir, o lado KL é


paralelo ao segmento DE.

Os elementos de qualquer polígono são:


x
z Lados: são os segmentos de reta que formam o D E
polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
115°
segmentos de reta, isto é, 5 lados);
z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
tos de reta consecutivos. Estão marcados com
a 55°
letras maiúsculas na figura seguir;
130 K L
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A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é: Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
nas pegar o resultado positivo. Logo,
a) 170°.
3 + 13
b) 180°. n= = 8 lados
c) 185°. 2
d) 190°.
e) 195°. Aplicando a fórmula da soma dos ângulos internos
de um polígono, temos:
J S = (n – 2) × 180°
S = (8 – 2) × 180°
S = 1080°.
55° x
a Resposta: Letra D.
D E
115° 3. (FEPESE — 2019) Na figura abaixo, as retas r e s são
paralelas.

a 55° r
α
K L

Veja que podemos colocar o ângulo “a” como suple-


mentar de 115°, pois os segmentos KL e DE são
β
paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar
do ângulo “x”. Assim, θ
s
a + 115 = 180
a = 65º Se o ângulo α mede 44°30’ e o ângulo θ mede 55°30’,
------------------ então a medida do ângulo β é:
x + 55 = 180
x = 125º a) 100°.
Logo, x + a = 190º. b) 55°30’.
Resposta: Letra D. c) 60°.
d) 44°30”.
2. (CONSULPLAN — 2018) A soma dos ângulos internos e) 80°.
de um polígono regular que tem 20 diagonais é:
r
α
a) 495.
b) 720.
07

c) 990.
6-

α
d) 1080.
84

β
.
92

Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí- θ θ


.3

gono para descobrir o número de lados: s


21
-1

n # (n - 3) β=α+θ
D=
a

2
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100°
s
bo

2
n - 3n Resposta: Letra A.
ar

20 =
2
B

4. (ESAF — 2003) Os ângulos de um triângulo encon-


a

40 = n2 - 3n
in

tram-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo,


ar

n2 – 3n - 40 = 0 portanto, é igual a:
M

Vamos achar as raízes da equação do 2° grau: a) 40°.


b) 70°.
- (-3) ± √(-3)2 -4 · 1 · (- 40) c) 75°.
n= d) 80°.
2·1 e) 90°.
MATEMÁTICA

Se os ângulos do triângulo se encontram na razão


3 ± √9 + 160 2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma
n=
dos ângulos de um triângulo qualquer é sempre
2 180º.
Assim, 2x + 3x + 4x = 180°
3 ± 13 9x = 180°
n= x = 20°
2 O maior ângulo é 4x = 4 ∙ 20° = 80°
Resposta: Letra D. 131
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UNIDADES DE MEDIDA ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir
Métrica, Áreas, Volumes, Estimativas e Aplicações
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quando estudamos o sistema de medidas, nos (quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro
cúbico)
(centímetro
cúbico)
(mlímetro
cúbico)
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
Porém, existem as conversões entre as unidades para
uma melhor interpretação e leitura.
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Medidas de Comprimento
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
A unidade principal tomada como referência é o
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
menores. A conversão de unidades de comprimento Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo,
Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)

5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.


×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
Veja, agora, algumas relações interessantes e que
você precisa ter em mente para resolver a diversas
Km hm dam m dm cm mm questões.

:10 :10 :10 :10 :10 :10 UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE


1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros: 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
casas até chegar em centímetro. Logo, 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
Medidas de Área (Superfície)
Medidas de Tempo
07

A unidade principal tomada como referência é o


6-

Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-


metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
84

to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como


diferentes que servem para medir dimensões maiores
.

se faz a relação nessa unidade.


92

ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
.3

segue potências de 100. Veja o esquema a seguir:


21

unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:


-1

Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2 1 hora = 60 minutos


as

(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro


h = 4 x 60 = 240 minutos
bo

quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)


ar

×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 Para transformar de uma unidade menor para a
B

unidade maior, divide-se por 60. Veja:


a
in

Km2 mm2
ar

hm2 dam2 m2 dm2 cm2 20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.


M

:100 :100 :100 :100 :100 :100 Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:

Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2: 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
(100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 = Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
53000 cm2. os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
Medidas de Volume (Capacidade)
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do
A unidade principal tomada como referência é o
dia.
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
132 diferentes que servem para medir dimensões maiores 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Medidas de Massa ToF = 185°

As unidades a seguir são as mais utilizadas quando Veja, agora, algumas relações que você precisar ter
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja em mente para resolver diversas questões:
quais são:
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
z Tonelada (t);
z Quilograma (kg); 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
z Grama (g) e; 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
z Miligrama (mg).
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
Vamos tomar como base as relações a seguir para 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
converter uma unidade em outra. Observe: 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)

z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas);
z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). Resolução de Problemas Envolvendo Grandezas

Observe o exemplo a seguir de uma conversão: Após olharmos toda a parte teórica, vamos resolver
algumas questões de diversas bancas que envolvem
Vamos transformar 3,5 kg em gramas. as grandezas de comprimento, volume, capacidade,
Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo: tempo, massa, temperatura e área.

1 kg — 1000 g 1. (ENCCEJA — 2019) Tonel é um recipiente utilizado


para armazenar líquidos. Uma vinícola utiliza tonéis
3,5 Kg — x com capacidade de 1 000 litros cada um, para armaze-
x = 3,5 × 1000 nar sua produção de 50 m³ de vinho.
Quantos tonéis serão necessários para armazenar
x = 3500 g
toda a produção dessa vinícola?
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3500 g.
a) 50.
b) 20.
Medidas de Temperatura
c) 5.
d) 2.
O instrumento para a medição de temperatura é o
termômetro, que é um tubo graduado com um líquido
Para responder à questão, é necessário que lembre-
em seu interior (mercúrio ou álcool). As escalas mais
mos da seguinte relação:
comuns para medir temperatura são:
1 m³ = 1000 l. Logo, 50 m³ = 50000 l. Então, a quan-
07

tidade de tonéis é de: 50000 / 1000 = 50 tonéis. Res-


6-

z Celsius: Medida em graus centígrados;


posta: Letra A.
84

z Kelvin: Medido em Kelvin;


.

z Fahrenheit: Medida em graus Fahrenheit.


92

2. (ENCCEJA — 2019) De acordo com dados do Instituto


.3

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ-


21

As conversões entre essas escalas termométricas


são dadas pelas fórmulas a seguir: ção brasileira de café, no segundo semestre de 2014,
-1

foi estimada em 47 milhões de sacas de 60 kg cada.


s a

„ De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273;


bo

Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2014 (adaptado).


„ De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-
ar

32) / 9.
B

A produção brasileira de café, em milhão de quilogra-


a

Veja os exemplos a seguir: mas, segundo essa estimativa, foi de:


in
ar

a) 107.
M

Exemplo 1: Transformar 250 K para °C:


b) 282.
TK = ToC + 273 c) 2 420.
250 = ToC + 273 d) 2 820.
ToC = 273 – 250
ToC = –23° Para responder à questão, basta fazermos a seguin-
te multiplicação: 47 milhões × 60 kg.
MATEMÁTICA

Exemplo 2: Transformar 85 oC para oF: Como a resposta é pedida em milhão de quilogra-


mas, faremos uma multiplicação direta:
ToC / 5 = (ToF-32) / 9 47 × 60 = 2820 milhões de quilogramas. Resposta:
Letra D.
85/5 = (ToF-32) / 9
17 = (ToF-32) / 9 3. (ENCCEJA — 2018) Uma comunidade rural de um
estado brasileiro possui 4 hectares de terra, em forma
17 × 9 = ToF-32
quadrada, para plantação de cana. Sabe-se que 1 hec-
153 + 32 = ToF tare equivale a uma área de 10 000 m2. 133
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Dessa forma, a medida do lado, em metro, das terras Área do Retângulo
dessa comunidade é:
Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
a) 200. cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
b) 400. fórmula:
c) 20 000.
d) 40 000. A=b×h

Extraindo os dados, temos: Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de


1ha ------ 10 000m2 lado e 5 centímetros de altura, a área será:
4ha ------- x
x = 4 × 10000 A = 10cm × 5cm = 50cm2
x = 40 000 m2
Como o terreno é quadrado, então sabemos que sua Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
área é calculada elevando um lado ao quadrado, ou das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
seja: do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
l2 = 40000 samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
l = √40000 unidade de área.
l = 200 metros.
Logo, a medida do lado é de 200 metros. Resposta: Quadrado
Letra A.
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
4. (ENEM — 2020) É comum as cooperativas venderem ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
seus produtos a diversos estabelecimentos. Uma do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
cooperativa láctea destinou 4 m3 de leite, do total remos de L. Veja:
produzido, para análise em um laboratório da região,
separados igualmente em 4 000 embalagens de mes- L
ma capacidade.
Qual o volume de leite, em mililitro, contido em cada
embalagem?
L L
a) 0,1
b) 1,0
c) 10,0
d) 100,0 L
e) 1 000,0
A área também será dada pela multiplicação da
07

Vamos fazer as devidas conversões: 4 m3 = 4 × 103


base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
6-

dm3 = 4 000 dm3 = 4 000 litros


84

mos L x L, ou seja:
O volume de leite, em litros, contido em cada emba-
.
92

lagem é (4000 litros) ÷ 4000 = 1 litro.


A = L2
.3

Logo, 1 litro = 1000 ml. Resposta: Letra E.


21

Trapézio
-1

GEOMETRIA PLANA
a

Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles


s

Retângulo
bo

paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e


ar

base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que


Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
B

é a distância entre a base menor e a base maior. Veja


a

gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os


na figura a seguir:
in

ângulos internos iguais à 90°.


ar

b
M

h
h h

b
Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do
trapézio por meio da fórmula abaixo:
Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
menor “h” de altura.
(B + b) # h
A=
134 2
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Losango Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
cer a sua altura (h):
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
to. Veja a seguir:

L L
a c

h
L L

b
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
acordo com a figura a seguir: chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula:
L L
b#h
A=
d 2

D Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:


L L
z Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois
lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
Assim, a área do losango é dada pela fórmula a internos da base são iguais (simbolizados na figu-
seguir: ra pela letra A):

D#d
A=
2

Paralelogramo a a
c
É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos
paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho.
A A
b
C
07
6-

h
84

z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os


.

três lados com medidas diferentes, tendo também


92

os três ângulos internos distintos entre si:


.3
21

b
-1
a

a B
s

A área do paralelogramo também é dada pela mul- c


bo

tiplicação da base pela altura:


ar
B

C A
A=b×h
a

b
in
ar

Triângulo
M

z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos


Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados. os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos
Veja-a a seguir: os ângulos internos iguais:
MATEMÁTICA

A
a a
a c
h

A A

a
b
135
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Podemos calcular a altura usando a seguinte fórmula: Círculo

a 3 Todos os pontos estão a uma mesma distância em


h= relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
2
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura a seguir:
Para calcular a área do triângulo equilátero usan-
do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:

2
a 3
A=
4
r
z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.

B
c
a A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
A Vejamos um exemplo para calcular a área de um
b círculo com 10 centímetros de raio:

A = π × r2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado
A = π × (10)2
do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = π × 100
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, Substituindo π por 3,14, temos:
que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de
catetos. A = 3,14×100 = 314cm2
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos O perímetro de uma circunferência que é a mesma
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- coisa que o comprimento da circunferência é dado por:
nusa: a2 = b2 + c2.
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- C=2×π×r
07

santes que estão presentes no triângulo retângulo.


6-
84

Para exemplificar, vamos calcular o perímetro


daquela circunferência com 10cm de raio:
.
92
.3

C = 2 × 3,14 × 10
21

b h c
-1

C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
as

n m O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-


bo

C H B mento de reta que liga um lado ao outro da circun-


ar

ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro


B

a
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
a
in
ar

Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas


M

que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-


dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:

h2 = m×n D = 2r

b2 = m×a
c2 = n×a
b×c = a×h

Essas fórmulas são chamadas de relações métricas


do triângulo retângulo.

136
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Repare na figura a seguir: -retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores de a
= b = c.
A Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-re-
tângulo, devemos multiplicar suas três dimensões. Veja:
V=a×b×c
α

C B No caso do cubo, o volume fica:

V = a × a × = a3

As faces do paralelepípedo são retangulares,


enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
Note que formamos uma região delimitada dentro das. Ou seja,
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. AT = 6a2
Temos ainda um ângulo central desse setor circular
simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui- Agora, no paralelepípedo reto-retângulo, temos 2
mos determinar a área do setor circular e o compri- retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
mento do segmento de círculo compreendido entre os c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
pontos A e B. Sabemos que o ângulo central de uma total de um paralelepípedo é:
volta completa no círculo é 360º. E também sabemos
a área desta volta completa, que é a própria área do AT = 2ab + 2ac + 2bc
círculo ( π × r2). Vejamos como calcular a área do setor
circular, em função do ângulo central “α”: Prismas

360° ---------------------- π × r2 Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles


α ------------------------- Área do setor circular que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
Logo, área do setor circular = os cilindros. O que os difere é que a base de um pris-
ma não é uma circunferência.
2 O prisma será classificado de acordo com a sua
a # rr
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
360c
ma será pentagonal.
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir-
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:
07

360° --------------------- 2 πr
6-
84

Prisma Prisma Prisma


α -------------------------- Comprimento do setor circular Prisma triangular
.

Pentagonal Hexagonal Quadrangular


92
.3

Logo, comprimento do setor circular =


O volume para qualquer tipo de prisma será sem-
21

pre o produto da área da base pela altura. Veja:


-1

a # 2rr
a

360c V = Ab × h
s
bo

A área total de um prisma será a soma da área late-


ar

GEOMETRIA ESPACIAL
ral com duas bases.
B
a

Poliedros
in

AT = Al + 2Ab
ar

São figuras espaciais formadas por diversas faces, Cilindro


M

cada uma delas sendo um polígono regular. Vamos


conhecer os principais poliedros, destacando alguns Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são
pontos importantes como área e volumes. perpendiculares às bases. Observe a figura a seguir:

Paralelepípedo Reto-Retângulo e Cubo


MATEMÁTICA

c a
base (círculo)

b
a a
Geratriz

O cubo é um caso particular do paralelepípedo reto- 137


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A distância entre as duas bases é chamada de altu- Vamos extrair algumas informações:
ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro A base de um cone é um círculo, então a área da
da base, o cilindro é chamado de equilátero. base é πr2.
Quando “abrimos” um cone, temos seguinte figura:
Cilindro equilátero: ℎ = 2r

A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da


base do cilindro é igual a πr2.
G
Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e
““abrirmos” todo o cilindro, temos o seguinte:

R
H H

R C Temos, também, a área lateral que é dada pela fór-


R mula πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do
cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
A área da superfície lateral do cilindro é igual a
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
2πℎ e o volume do cilindro é o produto da área da
da base pela altura. Veja:
base pela altura: V = πr2 × ℎ.
2
Esfera rr h
V=
3
Quando estamos estudando a esfera, precisamos Em um cone equilátero a sua geratriz será igual ao
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio, diâmetro, ou seja, 2r.
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
Pirâmides

A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-


gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ-
mides regulares.
07
6-
84

O raio é simplesmente a distância do centro da es-


.
92

fera até qualquer ponto da sua superfície.


.3

O volume da esfera é calculado usando a seguinte Pirâmide Pirâmide Pirâmide


21

fórmula: Triangular Quadrangular Pentagonal


-1

4 3
V = 3 # rr
sa
bo

E a área da superfície pela fórmula a seguir:


ar
B
a

A = 4 × πr2
in
ar

Cone
M

Observe a figura a seguir:

Pirâmide Pirâmide
Altura Hexagonal Heptagonal

O segmento de reta que liga o centro da base a um


Geratriz
ponto médio da aresta da base é denominado “apótema
da base”. Por sua vez, indicaremos por “m” o apótema
da base. E o segmento que liga o vértice da pirâmide ao
ponto médio de uma aresta da base é denominado “apó-
tema da pirâmide”. Indicaremos por m′ o apótema da
pirâmide. Veja:
Base
138
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Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno


m'
quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração,
e ele foi registrado como se o comprimento do lado
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa
situação, deixou-se de registrar uma área do terreno
igual a:
m
a) 20 m².
b) 100 m².
A área lateral da pirâmide é dada por: c) 1.000 m².
d) 1.900 m².
Aℓ = pm′ e) 2.000 m².

A área total da pirâmide é dada por:


A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
AT = Ab + Aℓ
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
base pela altura. Veja: Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
Ab # h
V=
3
3. (IDECAN — 2018) A figura a seguir é composta por
A seguir, analise os exercícios comentados que losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
seguem. da figura mede:

1. (VUNESP — 2018) Uma praça retangular, cujas medi-


das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro.
07
6-
84

×
.
92
.3

a) 48 cm2.
21

b) 50 cm2.
-1

c) 52 cm2.
× + 20
s a

d) 60 cm2.
bo

Figura fora de escala e) 64 cm2.


ar
B

Sabendo que 70% da área dessa praça estão recober- Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é
a
in

tos de grama, então, a área não recoberta com grama dada por:
ar

tem:
Área = D x d / 2 = 6 x 4 / 2 = 12cm2
M

Como ao todo temos 5 losangos, a área total é:


a) 450 m2.
b) 500 m2. 5 x 12 = 60cm2. Resposta: Letra D.
c) 400 m2.
d) 350 m2. 4. (IBFC — 2017) A alternativa que apresenta o número
e) 550 m2. total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:
MATEMÁTICA

Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas.
à soma de todos os lados. Logo: b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
2x + 2(x + 20) = 160 c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas.
2x + 2x + 40 = 160
d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
4x = 120
x = 30 m e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
A área, portanto, será:
Área = 30 x (30 + 20) Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces ape-
Área = 30 x 50 = 1500 m² nas, veja: 139
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V UTILIZAÇÃO DE ESCALAS

A escala é a razão constante entre qualquer gran-


a
a deza química ou física que possamos fazer uma com-
paração, isso quando nos referimos às medidas de
áreas. Já quando estamos falando de um desenho ou
C mapa, chamamos de escala cartográfica. É uma rela-
A ção matemática entre as dimensões apresentadas no
a desenho e o objeto real por ele apresentado. É impor-
a tante lembrar que as dimensões devem ser sempre
usadas na mesma unidade. Podemos representar da
B seguinte forma:

Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que Escala = medida no desenho : medida no objeto real
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta-
do ou, então, obtido pela relação: ou
V+F=A+2
4+4=A+2 Escala = medida no desenho / medida no objeto real
A = 6 arestas .
Resposta: Letra D. Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:30,
significa que 1 cm no mapa é equivalente a 30 cm na
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma área real. Caso seja necessário indicar que cada cen-
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com- tímetro de um mapa representa 1 metro na área real,
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram utilizamos a escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse convertemos 1 metro para centímetros (100 centíme-
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme tros), pois ambas as medidas precisam estar na mes-
mostra a figura. ma unidade.
Geralmente, as escalas aparecem em figuras ou
mapas da seguinte maneira:

ia
ár
nd
cu
×

se
a
Vi
Via principal
h
07

2
6-

Escola
84

2,5
.
92

via
rro
.3

Fe
21

Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans-


bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água.
-1

co
Nessas condições, é correto afirmar que a medida da Be
sa

altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, Igreja


bo

em metros, igual a:
ar

Hotel
B

a) 1,25.
a

b) 1,5.
in
ar

c) 1,75.
M

d) 2,0. 0 100 200


e) 2,5. Escala 1: 10.000

O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3. 1 cm na planta corresponde a 10.00 cm


Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja, ou 100 m na realidade
Volume = comprimento x largura x altura
7,5 = 2,5 x 2 x h
3=2xh
h = 1,5m
Resposta: Letra B.

140
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
X=24 km
Resposta: letra E.

2. (CONSESP — 2018) Num mapa de escala gráfica


representado por 1: 20.000.000, a capital São Luis se
distancia 7 cm da capital baiana. Qual é a distância
real em linha reta entre as duas capitais?

a) 140 km.
b) 285, 7 km.
c) 310 km.
d) 1400 km.

1 cm ------------- 200 km
7cm -------------- x km
x = 7 . 200
x = 1400 km
Resposta: Letra D.

3. (IBADE — 2018) Caso um pesquisador queria fazer


um estudo somente sobre a cidade Madrid, a partir
do mapa a seguir da península Ibérica, deve-se ter o
seguinte prosseguimento na construção do mapa,
Fonte: Google. com base na concepção de escala cartográfica:

Podemos usar a seguinte classificação quanto ao


tamanho da representação:

z Escala natural: representada numericamente


como 1:1 ou 1/1. É usada quando o tamanho do
objeto (físico) representado no plano é igual ao
tamanho na realidade;
z Escala reduzida: quando o tamanho real é maior
do que a área representada em escala. Costuma
ser usada na geografia em mapas de territórios ou
plantas de habitações;
z Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é
maior do que o real. É usada para mostrar detalhes
07

mínimos de determinada área, principalmente de


6-

espaços com tamanhos pequenos.


84

a) aumentar a escala para aumentar o detalhamento.


.
92

Dica b) diminuir a escala para aumentar o detalhamento.


.3

c) diminuir a escala para diminuir a área representada.


A escala é inversamente proporcional, ou seja,
21

d) aumentar a escala para aumentar a área representada.


quanto maior a escala, menos detalhes há, pois
-1

é menor a área representada no mapa e quanto


a

Uma questão de interpretação sobre os conhecimen-


s

menor a escala, maior a área representada no tos de escalas. Veja:


bo

mapa (mais detalhes). Escala maior é igual a Área menor com Detalhe maior.
ar

Escala menor é igual a Área maior com Detalhe menor.


B

A seguir, realize os exercícios que seguem. Logo, deve-se aumentar a escala para aumentar o
a
in

detalhamento. Resposta: Letra A.


ar

1. (VUNESP — 2020) Maurício desenhou um mapa com


M

um percurso partindo da empresa em que trabalha 4. (IBADE — 2018) A distância entre uma cidade locali-
até o local onde será realizada uma festa para os fun- zada na região norte do país e outra localizada no Uru-
cionários. Nesse mapa, 1 cm corresponde a 2 km de guai é de 4.200 quilômetros. A distância sobre uma
distância real. Se no mapa o percurso é de 12 cm, a representação cartográfica é de 105 mm. Dessa for-
distância real é de: ma, a escala cartográfica da representação é de:

a) 240 km. a) 1:4.200.000.


MATEMÁTICA

b) 200 km. b) 1:10.500.000.


c) 122 km. c) 1:105 000.
d) 50 km. d) 1:40.000.000.
e) 24 km.
E = d/D (Escala = mapa / realidade)
Por meio de regra de três: 105mm = 10,5cm
1cm ------- 2km 4200km = 420000000cm
12cm -------X 1/x = 420000000/10,5
1.X=12.2 X= 1:40 000 000. Resposta: Letra D. 141
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5. (ITAME — 2019) Analise o mapa a seguir para respon- VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
der corretamente. Masculino 34
Feminino 26

Observe que na coluna da esquerda colocamos as


categorias de valores que a variável pode assumir, ou
seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
camos o número de Frequências, isto é, o número de
observações (ou repetições) relativas a cada um dos
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.
Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
mos, ainda, representar as frequências relativas (per-
centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em
60 são 43,33%. Portanto, teríamos:

VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS


RELATIVAS (Fri)
Masculino 56,67%
Feminino 43,33%

Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,


O mapa apresenta uma linha reta de 2 centímetros,
onde Fi é o número de frequências de determinado
equivalente à distância entre os municípios de Goiânia
valor da variável, e n é o número total de observações.
e Cristalina. Isso significa dizer que:
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
pode assumir um grande número de valores distintos.
a) Cristalina fica à 150 km de distância do município de
Goiânia. Vamos representar na tabela a variável “Altura dos
b) Cristalina fica à 75 km de distância do município de moradores de Campinas”:
Goiânia.
c) Cristalina fica à 300 km de distância do município de VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
Goiânia. 1,51m 12
d) Cristalina fica à 37,5 km de distância do município de 1,54m 17
Goiânia.
1,57m 4
Distância real (D) 1,60m 2
07

Distância no mapa (d) 1,63m 10


6-

Escala (E) 1,67m 5


84

D = E x d= 75x2= 150 km 1,75m 13


.
92

Resposta: Letra A. 1,81m 15


.3

1,89m 2
21
-1

Quando isto acontece, é importante resumir os


TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
a

dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-


s
bo

LEITURA E REPRESENTAÇÃO DA ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar


ar

INFORMAÇÃO EM GRÁFICOS, TABELAS intervalos que chamaremos de “Classes”.


B

E PICTOGRAMAS
a
in

CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)


ar

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E


M

1,50 | - 1,60 33
GRÁFICOS APRESENTADOS EM DIFERENTES
LINGUAGENS E REPRESENTAÇÕES 1,60 | - 1,70 17
1,70 | - 1,80 13
A apresentação de dados estatísticos por meio de
tabelas e gráficos fazem parte do ramo da Estatística 1,80 | - 1,90 17
Descritiva. Esta tem por objetivo descrever um con-
junto de dados, resumindo as suas informações prin- O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
cipais. Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
ferramentas muito importantes. | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
Tabelas
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
Para descrever um conjunto de dados, um recurso contabilizadas.
muito utilizado são tabelas, como essa a seguir, refe- Veja novamente a última tabela, agora com a colu-
rente à observação da variável “Sexo dos moradores na de frequências absolutas acumuladas à direita:
142 de São Paulo”:
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z Gráfico de Setores (ou de Pizza)
CLASSE FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS AB-
(FI) SOLUTAS ACUMU-
LADAS (FCA) Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-
mente a relação com o total de observações. Vamos
1,50 | - 1,60 33 33 supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
1,60 | - 1,70 17 50 alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
de pizza.
1,70 | - 1,80 13 63
1,80 | - 1,90 17 80

A coluna da direita exprime o número de indiví-


duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior
da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
altura inferior a 1,80m.

Gráficos Estatísticos Média de Notas Escolares Trimestrais

Uma outra maneira muito utilizada para a Estatís- z Gráfico de Linha


tica Descritiva são os gráficos. Vejamos a seguir alguns
tipos. São mais utilizados nas representações de séries
temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para
z Colunas ou barras justapostas o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo
no número de alunos dentre as séries que estão em
Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos- evidência para estudo dentro da escola. Observe:
tas para dados agrupados por valor ou por atributo.
Evolução anual no número de alunos do sétimo ao nono anos
Vamos supor que estamos interessados nas idades de
35
alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
respectivas frequências. 30
25
Idade X Frequência 20
25
15
Frequência Absoluta Simples

07

20 10
6-

5
84

15 0
.

2017 2018 2019 2020


92

10
.3

sétimo ano oitavo ano nono ano


21

5
-1

Histograma
a

0
s

20 23 27 30 33 É muito utilizado na representação gráfica de dados


bo

agrupados em classes (distribuição de frequências).


ar

Agora suponha, por exemplo, que queremos saber Imagine que realizamos uma pesquisa sobre os salá-
B

a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida- rios dos funcionários de uma empresa de cosméticos e
a
in

des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar obtivemos a seguinte distribuição de frequências:
ar

em usar um gráfico de barras justapostas. Veja:


M

Cidade Natal X Frequência SALÁRIOS EM FREQUÊNCIA


MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
Salvador
15 – 20 17
Florianópolis 20 – 25 13
MATEMÁTICA

25 - 30 7
Rio de Janeiro
Esses dados podem ser resumidos com um histo-
São Paulo
grama, como mostra o gráfico a seguir.

0 2 4 6 8 10 12 14

143
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Salário dos Funcionários da Empresa de Cosméticos X Em
18
Milhares de Reais MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
16 Matemática 9,7 4
14
12 Física 8,8 4
10
Química 7,3 2
8
6 História 6,0 1
4
Biologia 5,7 1
2
0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30) Vamos calcular a média ponderada das notas des-
se aluno:
É importante destacar que a área de cada retângu-
lo é proporcional à frequência.
9,7 × 4 + 8,8 × 4 + 7,3×2 + 6,0×2 + 5,7×1
X=
CÁLCULO DE MÉDIAS E ANÁLISE DE DESVIOS DE 4+4+2+1+1
CONJUNTOS DE DADOS
38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7
X=
Média Aritmética 5

A média aritmética é um valor que pode substituir 100,3


X= = 20,06
todos os elementos de uma lista sem alterar a soma 5
dos elementos dessa lista. Considere que há uma lista
de n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos des-
Moda
ta lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de A moda é definida como sendo aquele valor ou
números, basta somar todos os elementos e dividir valores que ocorrem com maior frequência em um
pela quantidade de elementos. Ou seja, rol. É interessante saber que a moda pode não existir
e, quando existir, pode não ser única. Veja os exem-
X = X1+X2+ ⋯ +Xn plos a seguir:
n
A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5
Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda
números 5, 10, 15, 20, 50:
C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou seja,
07

M1 = 3 e M2=7.
6-

5+10+15+20+50 100
X= = = 20
84

5 5 Caminhando um pouco mais dentro do nosso


.

.
92

estudo de Estatística, vejamos, agora, um exemplo de


.3

A média aritmética é igual a 20. quando temos os dados dispostos em uma tabela com
21

frequências e não agrupados em classes. Quando isso


-1

Média Ponderada acontece, a localização da moda é imediata, bastando


a

para isso, verificar na tabela, qual o valor associado à


s
bo

maior frequência. Observe:


Para o cálculo da média aritmética ponderada (em
ar

que levamos em consideração os pesos de cada parte),


B

devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo ESTATURA (M) FREQUÊNCIA
a
in

peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:


ar

1,53 3
M

X = X1P1+X2P2+ ⋯ +XnPn 1,64 7


P1+P2+ ⋯ +Pn
1,71 10
Interpretando a fórmula, temos uma lista de 1,77 15
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,80 5
pela fórmula apresentada acima.
1,81 2
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular
para Engenharia e realizou provas de matemática, 1,89 1
Física, Química, História e Biologia. Suponha que o
peso de Matemática seja 4, de Física seja 4, de Química Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
seja 2, de História seja 1 e de Biologia seja 1. Suponha, ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.
ainda, que o estudante obteve as seguintes notas:
144
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Mediana Considerando a média dos salários, o valor do desvio
do salário de quem ganha R$ 1.400,00 mensais é:
Uma outra medida que estudamos em Estatística
é a mediana (ou valor mediano), que é definida como a) −1.000.
número que se encontra no centro de uma série de b) −400.
números, estando estes de forma organizada segundo c) 0.
um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no d) 200.
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mes- e) 400.
mo número de elementos. Veja os exemplos:
Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms):
A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3.
900+1200+1400+1500+2000
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os dois Ms = = 1400
termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5. 5

Agora, observe esse outro exemplo e perceba que Como estamos estudando e aprendendo sobre o
os dados não estão ordenados. assunto, vou fazer o cálculo de todos os desvios em
relação à média, mas podemos calcular apenas o
C: {2;3;;7;6;6;8;5;5;5} valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 e achar
o gabarito mais rápido. Usamos a nossa relação,
Para acharmos a mediana é necessário ordenar temos:
os números primeiro e depois fazer a média entre os di = xi - m
dois termos centrais, pois o número de elementos é
par. Vejamos: d1 = 900 – 1400 = -500
d2 = 1200 – 1400 = -200
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre
os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10. d3 = 1400 – 1400 = 0
d4 = 1500 – 1400 = 100
Dica
d5 = 2000 – 1400 = 600
Moda: elemento(s) que mais aparece(m).
Mediana: elemento central de um conjunto de O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
números. 1400 – 1400 = 0.
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então, Resposta: Letra C.
a mediana é o termo do centro;
� Se a quantidade de elementos for par, então, a Desvio Absoluto Médio
mediana será a média entre os dois elementos
centrais. O desvio absoluto médio também pode ser cha-
07

mado de desvio médio. Para calcularmos, usamos a


6-

Desvio seguinte fórmula:


. 84
92

Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2, x3,


DM = Ʃ|xi - x|
.3

… xn} e um número real qualquer m. O desvio de um


21

número qualquer do conjunto X em relação ao núme- n


-1

ro m é a diferença entre eles, que pode ser represen-


tada pela fórmula: O desvio médio é uma medida de dispersão que
s a

leva em consideração todos os valores.


bo

di = xi – m É importante lembrarmos que quando os dados


ar

estiverem agrupados, precisamos calcular a média


B

z A soma dos desvios tomados em relação à média ponderada dos desvios, em que os pesos são as fre-
a
in

aritmética é sempre nula; quências. Veja como fica a fórmula:


ar

z A soma dos quadrados dos desvios é mínima quan-


M

do os desvios são calculados em relação à média


aritmética;
z A soma dos módulos (valores absolutos) dos des-
vios é mínima quando os desvios são calculados
em relação à mediana. O cálculo do desvio médio com dados agrupados é
feito multiplicando cada desvio (em módulo) pela sua
Vamos analisar uma questão de concurso para respectiva frequência, somando os resultados e divi-
MATEMÁTICA

sabermos como esse assunto é cobrado nas provas. dindo por n.

1. (VUNESP — 2015) Uma pequena empresa que empre- Variância


ga apenas cinco funcionários paga os seguintes salá-
rios mensais (em mil reais):
σ² = Ʃ(x - x)²
N
0,9 1,2 1,4 1,5 2,0
145
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A variância é a média aritmética dos quadrados c) a mediana.
dos desvios. Ou seja, para calcular a variância, deve- d) a moda.
mos elevar cada um dos desvios ao quadrado, somar
todos os valores, e dividir por “n”, que é a quantidade O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se
de elementos. A variância é representada simbolica- a variância é igual a zero, então, o desvio padrão
mente por 2. vale σ = √σ² = √0 = 0.
Resolução: Letra B.
Desvio Padrão
Coeficiente de Variação
O desvio padrão está inteiramente ligado à variân-
cia. O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A O coeficiente de variação é a razão entre o desvio
sua representação simbólica é dada por σ. padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância(√σ² seguinte fórmula: Cv = σ / x.
= σ). A variância é o quadrado do desvio padrão σ²). É muito comum que o coeficiente de variação seja
Só há dois casos em que a variância e o desvio expresso em porcentagem.
padrão são iguais, sendo ela quando ambos valem Logo, se
zero ou ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
padrão só serão iguais a zero se todos os elementos Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen- Variância Relativa
te, a variância será nula e também o desvio padrão.
Uma outra medida de dispersão que podemos fa-
lar, ainda, é a variância relativa. A variância relativa é
Importante!
simplesmente o quadrado do coeficiente de variação.
Quando os dados são todos iguais, não há dis- Pode ser representada simbolicamente por Vr = (Cv)2.
persão. Todas as medidas (desvio médio, variân- Usando o mesmo exemplo anteriormente, temos:
cia, desvio padrão etc.) são iguais a zero. Se
σ = 1 cm e x = 10 cm

Vamos analisar dois exemplos em que foram Temos:


cobrados esses tópicos em concurso público. Observe:
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%
1. (VUNESP — 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6, 4,
3, e 5 é, aproximadamente, Logo,

a) 2,00. Vr = (1/10)2 = 1/100 = 0,01 = 1%.


07

b) 1,83.
6-

c) 1,65. Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-


84

d) 1,41. ria com exercícios comentados de diversas bancas.


.

e) 1,29. Vamos lá!


92
.3
21

Vamos calcular a média dos valores: 1. (VUNESP — 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
-1

ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco


dias de uma semana em determinada empresa.
a

2+6+4+3+5
s

x = =4
bo

5 NÚMERO DE
ar

DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS


B

FALTANTES
a

Agora, vamos calcular a média dos quadrados:


in

2ª feira 13
ar

22+62+42+32+52
M

x2= = 18 3ª feira 9
5 4ª feira 6
Aplicando a fórmula da variância: 5ª feira 18
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 6ª feira 23
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: A média diária do número de funcionários que falta-
σ = √σ² = √2 ≅ 1,41. ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
Resposta: Letra D. a média diária do número de funcionários que falta-
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em:
2. (UFMT — 2017) Um conjunto de dados sobre a plaque-
topenia de pacientes com dengue tem variância igual a) 7.
a zero. Pode-se concluir que também vale zero: b) 8.
c) 9.
a) a média. d) 10.
146 b) o desvio padrão. e) 11.
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Vamos calcular a média de segunda e sexta: A moda da distribuição dos valores X registrados na
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao amostra foi igual a 22 kg.
trabalho. Veja que o número 22 (a quantidade diária de dro-
Agora, vamos calcular a média de terça a quinta: gas apreendidas) aparece 2 vezes (frequência = 2),
(9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao enquanto todos os outros números aparecem apenas
trabalho. uma vez (frequência = 1). Logo, a moda é igual a 22.
Como a questão quer a diferença, fica: Resposta: Certo.
18 – 11 = 7.
Resposta: Letra A. 4. (FCC — 2018) Em um grupo de pessoas encontramos
as seguintes idades: 20, 30, 50, 39, 20, 25, 41, 47, 36,
2. (CEBRASPE-CESPE — 2015) A equipe de atendentes 45, 41, 52, 18, 41. A mediana é:
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de a) 36.
acordo com a seguinte escala. b) 40.
c) 41.
Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6 d) 42.
h às 12 h. e) 39.
Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das 9
h às 15 h. A primeira coisa a ser feita é dispor os termos em
Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das ordem crescente. Ou seja, 18, 20, 20, 25, 30, 36, 39,
12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item 41, 41, 41, 45, 47, 50, 52.
que se segue. Quando o número de termos é par, precisamos tirar
a média entre as posições centrais para podermos
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida- achar a mediana. Temos 14 números, então, é um
des das atendentes for de 21 anos e a média das ida- número par. Assim, a mediana será a média aritmé-
des dos atendentes for de 31 anos, então a média das tica entre os dois termos centrais: o sétimo (39) e o
idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos. oitavo (41). Veja: Md = (39+41) / 2 = 40.
A mediana é 40.
( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra B.
Total de Homens: 7 + 4 + 1 = 12. 5. (IESES — 2019) Assinale a alternativa que representa a
Média dos homens = 31.
nomenclatura dos três gráficos a seguir, respectivamente.
Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan-
tidade de homens PIB Brasil - Variação Anual
31 = Soma total / 12 8 7,5
Soma total = 372 7
6,1
Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18. 5,7
6 5,2
Média das mulheres = 21
5
Média = Soma de todas as idades das mulheres / 4,3 4,0
07

4
Quantidade de mulheres 3,2
6-

2,7 2,7
21 = Soma total / 18 3 2,3
84

Soma total = 378 2


1,3 1,2
.

0,9
92

Média de todos os atendentes = (372 + 378) /30 = 25 1


0,3
/ja 1 .3

A média das idades de todos os 30 atendentes será 0


n/ 1

de 25 anos.
/ja 2

-1
00

/ja 2
01 /03

/ja 4

/ja 5
01 /06

01 /07

01 /08

/ja 9

/ja 0
01 /11

/ja 2
13
0
01 n/0

01 n/0

01 n/0

0
01 /1

1
01 1
-jan/

n/

n/
Resposta: Errado. n/
n

n
/ja

/ja

/ja

/ja

/ja
a01/

01

01

01
s

3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) GRÁFICO 1


bo
ar

Cia. Rio do Sul - Destino das Vendas - 2012


B

DIA
a

15%
in

1 2 3 4 20%
5 Região Sul
ar

Região Sudeste
M

X (QUANTIDADES 10%
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28 Região Centro Oeste
APRESENTADAS, EM KG) 5% Região Nordeste
Região Norte
Tendo em vista que, diariamente, a Polícia Federal 40%
apreende uma quantidade X, em kg, de drogas em
determinado aeroporto do Brasil, e considerando os GRÁFICO 2
MATEMÁTICA

dados hipotéticos da tabela precedente, que apre-


senta os valores observados da variável X em uma
amostra aleatória de 5 dias de apreensões no citado
aeroporto, julgue o item.

( ) CERTO ( ) ERRADO

147
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Evolução dos Preços do Produto Y a) 1.418
35,00 b) 1.644
30,00 30,00 30,30 c) 6.938
28,20
25,00
27,40 d) 8.356
25,30 24,20
20,20 20,00 e) 9.774
20,00 18,20 28,20
15,00 15,60
12,20
14,70 3. (FUMARC — 2018) Um avião fez uma viagem de 3h
10,00
e 30min com 285 passageiros. A companhia estimou
5,00 que o custo operacional total dessa viagem foi de R$
596.534,00.

14
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Aproximadamente, qual o custo médio por hora viaja-
GRÁFICO 3 da para cada passageiro?
a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
a) R$ 528,00
Linha.
b) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de b) R$ 624,00
Tendência. c) R$ 598,00
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de d) R$ 634,00
Linha. e) R$ 697,00
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras. 4. (FUMARC — 2018) Matheus anotou um código binário,
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de utilizando apenas 0 e 1, em uma matriz 4 x 4 para for-
Linha. mar uma senha. Quando precisou do código, percebeu
que seu cachorro havia rasgado o papel em que ano-
O primeiro gráfico é um gráfico de colunas ou de tara e conseguiu achar apenas um pedaço do papel.
barras. O segundo gráfico é um gráfico de setores,
que também é chamado de “gráfico de pizza”. O
terceiro gráfico é um gráfico de linha. Utilizamos o
gráfico de linha para representar séries temporais.
Resposta: Letra C.

HORA DE PRATICAR! Como Matheus sabia que o código era formado por 7
dígitos 1’s e 9 dígitos 0’s, ele resolveu testar todas as
possibilidades. Qual o número máximo de tentativas
1. (FUMARC — 2018) Em uma sala do último ano do ensi-
que ele deve fazer para descobrir o código que esta-
no médio com 50 alunos, sendo 28 meninas, foi feita
va escrito anteriormente, se no pedaço que ele achou
uma pesquisa sobre o curso que pretendiam fazer na
estavam escritos 3 dígitos 1’s e um dígito 0?
faculdade. Entre os 6 alunos que responderam que pre-
07

tendiam fazer Arquitetura estavam apenas 2 meninas.


6-

a) 63
84

b) 495
Tomando ao acaso um desses alunos, qual é a probabili-
.
92

c) 990
dade de que, sendo menina, pretenda fazer Arquitetura?
d) 2.192
.3
21

1 e) 5.040
a)
-1

2
5. (FUMARC — 2018) No último dia de aula, os alunos do
a

1
b)
s

6º ano se abraçaram totalizando 36 abraços trocados.


bo

3
1
ar

c) Sabendo que cada um dos alunos abraçou todos os


11
B

1 outros, quantos alunos estavam presentes naquele dia?


a

d)
in

14
ar

1 a) 8
e)
M

25 b) 9
c) 10
2. (FUMARC — 2018) Foi feito um levantamento com
d) 11
10.000 crianças para saber quantas haviam recebido
e) 12
a vacina contra Febre Amarela e a vacina contra a Den-
gue. Os resultados obtidos estão na tabela a seguir.
6. (FUMARC — 2018) Numa indústria farmacêutica, um
tanque está cheio com 10.000 L de um composto para
VACINA NÚMERO DE CRIANÇAS produção de um xarope. Uma bomba retira 10% do
líquido a cada hora. Depois de 4 horas, quanto restará
Febre amarela 5.428 do composto no tanque?
Dengue 4.346
a) 6.000 L
Nenhuma 1.644 b) 6.429 L
c) 6.561 L
Quantas crianças receberam apenas uma das vacinas? d) 7.000 L
148 e) 7.290 L
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7. (FUMARC — 2018) Durante um dia do carnaval, 120 pessoas foram monitoradas sobre o meio de transporte utilizado
para a participação em um bloco no centro da cidade. A tabela abaixo mostra o meio de transporte utilizado na ida e
na volta por essas pessoas. Por exemplo, o número 7 na tabela indica que 7 pessoas utiliza-ram táxi na ida e carona
na volta.

VOLTA

TAXI A PÉ CARONA ÔNIBUS

TAXI 12 6 7 2

A PÉ 2 4 11 5
IDA
CARONA 13 9 10 4

ÔNIBUS 9 8 12 6

Dentre as monitoradas, quantas pessoas utilizaram meio de transporte na volta diferente do meio de transporte que
utilizaram na ida?

a) 32
b) 54
c) 66
d) 88
e) 94

8. (FUMARC — 2018) Um trem faz uma viagem de 279 quilômetros a uma velocidade constante de 54 km/h, sem para-
das. Qual o tempo gasto para essa viagem?

a) 5h e 20 min
b) 5h e 16 min
c) 5h e 12 min
d) 5h e 10min
e) 5h e 08 min

1 1
9. (FUMARC — 2018) O valor da expressão A = log + log — log 0, 05 + log 0, 25 log 3 é:
10 150
a) 1
b) 2
07

c) 3
6-
84

d) -1
e) -2
.
92
.3

10. (FUMARC — 2018) Um objeto é solto de um balão em voo e cai em queda livre percorrendo 3 m no primeiro segundo,
21

12 m no segundo, 21 m no terceiro segundo, e assim por diante. Continuando nessa sequência, o objeto atinge o solo
-1

após 19 segundos. A que altura do solo esse objeto foi solto?


sa
bo

a) 156 m
ar

b) 165 m
B

c) 1.431 m
a

d) 1.596 m
in

e) 1.770 m
ar
M

11. (FUMARC — 2018) Em um laboratório, uma colônia com 5.000 bactérias foi colocada em observação. Notou-se que, a
cada 45 minutos, a quantidade de bactérias parecia triplicar. Supondo corretas as observações dos cientistas, quantas
bactérias haveria após 6 horas de observação?

a) 10.935.000
b) 32.805.000
MATEMÁTICA

c) 40.500.000
d) 67.500.000

12. (FUMARC — 2018) A água lançada obliquamente para cima por um chafariz é uma curva que se assemelha ao gráfico
de uma função quadrática. Sabendo disso, um arquiteto projetou o chafariz da praça de sua cidade de tal forma que a
—x2 + 18x + 40
trajetória da água lançada descrevesse uma parábola cuja equação pode ser dada por h(x) = , sendo
10
h a altura, em decímetros, do jato de água e x, a distância horizontal até o chafariz, em decímetros.
149
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A altura máxima, em decímetros, que esse jato de b)
água atinge é:

a) 2,0
b) 4,0
c) 8,1
d) 9,0
e) 12,1

13. (FUMARC — 2018) A lei de resfriamento de Newton


afirma que a diferença de temperatura entre um corpo
e o meio que o contém decresce a uma taxa de varia-
ção proporcional à diferença de temperatura.
Considerando ΔT0 a diferença de temperatura no ins-
tante t = 0 ΔT(t) = ΔT0 ⋅ e−kt , em que a constante k
depende do corpo.
e ΔT(t), a diferença em um instante t qualquer, essa lei c)
se traduz pela expressão
Suponha que, em uma cozinha, cuja temperatura
ambiente constante é de 30ºC, um bolo é retirado do
forno e colocado sobre a pia. Nesse momento, a tem-
peratura do bolo é de 100ºC.
Após 5 minutos, verifica-se a temperatura do bolo e o
termômetro marca 65ºC.
Se o bolo estiver no ponto para servir quando sua tem-
peratura atingir 37ºC, depois de quanto tempo, a partir
do momento em que foi colocado sobre a pia, ele esta-
rá pronto para ser servido?

(Considere log 2 = 0,3.)


d)
a) 14 min 08 s
b) 14 min 14 s
c) 16 min 06 s
d) 16 min 40 s
e) 20 min 10 s

14. (FUMARC — 2018) O gráfico da função f(x) = | |x+1| +


07

|x-3| - 4| é melhor representado em:


6-
84

a)
.
92
.3
21
-1
a

e)
s
bo
ar
B
a
in
ar
M

15. (FUMARC — 2018) O gráfico abaixo representa uma


função trigonométrica.

150
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18. (FUMARC — 2018) Uma foto foi impressa em papel
especial na forma de um retângulo, conforme figura
abaixo.

6 cm

10 cm

A lei dessa função pode ser dada por:

a) f (x) = 2 - sen(x)
b) f (x) = 1+ 2sen(x)
c) f (x) = -1- 2sen(x) A razão entre a medida do lado menor e a medida do
d) f (x) = 1- 2sen(x) lado maior nesse papel é 0,6.
e) f (x) = -2 - sen(x)
Se fosse utilizado um papel com 6 cm a mais na lar-
16. (FUMARC — 2018) Durante um campeonato de bas- gura e 6 cm a mais na altura, a razão entre a medida
quete, a comissão técnica de um time anotou a pon- do lado menor e a medida do lado maior, nesse caso,
tuação de alguns jogadores na matriz a seguir: seria:

11 6 5 6 6 a) 0,6
b) 0,66
13 6 6 11 10 c) 0,75
d) 1,33
8 14 17 9 18
e) 1,6
14 17 11 14 11
19. (FUMARC — 2018) Uma fábrica de sorvetes decidiu
17 18 14 18 12 lançar o Kornetone: uma casquinha de sorvete de for-
ma cônica com 6 cm de diâmetro e 10 cm de altura,
6 10 10 7 12
totalmente preenchida com sorvete de chocolate, sem
transbordar, e sobre o sorvete de chocolate, meia bola
07

O elemento a ij dessa matriz representa o número de de sorvete de morango, formando uma semiesfera
6-

que se encaixa perfeitamente sobre a casquinha.


84

pontos marcados na partida i pelo jogador j.


.
92

Qual jogador marcou mais pontos nesse campeonato?


.3
21

a) Jogador 1
-1

b) Jogador 2
a

c) Jogador 3
s
bo

d) Jogador 4
ar

e) Jogador 5
B
a

17. (FUMARC — 2018) Para o início do ano letivo, a mãe


in

de Luiza foi à papelaria e comprou 10 canetas, 10 bor-


ar

Considerando π = 3, 14, o volume de sorvete necessá-


rachas e 10 lápis, pagando R$ 23,00. A mãe de Larissa
M

rio para fabricar um Kornetone é de, aproximadamente,


foi à mesma papelaria e adquiriu 8 canetas, 4 borra-
chas e 20 lápis, gastando R$ 22,00. Também nessa
a) 151 ml
loja, a mãe das gêmeas Larissa e Melissa adquiriu 18
b) 188 ml
canetas, 14 borrachas e 15 lápis, dos mesmos tipos
c) 207 ml
dos outros, e pagou R$ 36,00.
d) 433 ml
e) 829 ml
MATEMÁTICA

Se a mãe de Fernanda for à mesma papelaria e com-


prar 20 canetas, 5 borrachas e 30 lápis, de quanto será
20. (FUMARC — 2018) Em um projeto, uma praça está
a sua despesa?
representada pela circunferência de equação x² + y²
+ 2x + 2y - 3 = 0 num sistema em que cada coordena-
a) R$29,00 da equivale a 1 m. Essa praça terá um lago que será
b) R$32,50 separado por um pequeno muro representado por um
c) R$38,50 segmento da reta x + y -1 = 0 nesse mesmo sistema.
d) R$42,00
e) R$48,00
151
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ANOTAÇÕES
A

Uma pessoa que anda sobre o muro do ponto A até o


ponto B terá andado:

2
a) m
2
5
b) m
2
5
c) m
3
d) 5m

e) 2m

9 GABARITO

1 D

2 C
07

3 C
6-
84

4 B
.
92

5 B
.3
21

6 C
-1

7 D
s a
bo

8 D
ar

9 E
B
a

10 D
in
ar

11 B
M

12 E

13 D

14 A

15 D

16 B

17 C

18 C

19 A

20 E
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Quando se fala em direitos humanos, estamos
mencionando um rol de direitos pertencentes ao indi-
víduo. São reconhecidos internacionalmente, mas
também constam nas normas de direito interno dos

CONHECIMENTOS Estados. Dentre estes direitos, temos: o direito à vida;


à liberdade; à educação; à saúde. No Brasil, tais direi-

PEDAGÓGICOS tos estão elencados na Constituição Federal. São os


direitos fundamentais e sociais.
A questão da nomenclatura é técnica, porém, em
nada interfere ao fato de que estes direitos devem ser
garantidos a todos os cidadãos. Nacionais ou estrangei-
DIREITOS HUMANOS ros, que estejam ou não no território de sua terra natal,
isto em nada interfere à obrigação dos Estados de res-
CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA peitarem os direitos humanos de cada um.
Recomendo para aprofundamento sobre a história
Estabelecer um conceito de direitos humanos, embo- da ONU e para informações mais detalhadas, a respeito
ra pareça simples, exige que se faça uma análise his- do marco inicial dos direitos humanos, o acesso à página
tórica para compreensão de como surgiu a definição.
da ONU no endereço: https://nacoesunidas.org/conheca/.
Embora todos saibam mencionar quais são estes direi-
tos, há que se entender como se chegou a um conceito.
Como dito, o conceito de direitos humanos foi Importante!
construído ao longo dos tempos, razão pela qual se
torna necessário abordar alguns aspectos referentes Direitos humanos são os direitos de cada indi-
à sua evolução histórica. víduo reconhecidos em seu país e em âmbito
À princípio, é possível dizer que os direitos huma- internacional.
nos, tamanha sua importância, decorrem da dignida-
de inerente a cada ser humano. Porém, em verdade,
estes direitos não foram desde o início efetivamente NOÇÕES GERAIS, DIFERENÇAS E CONVERGÊNCIAS
previstos e protegidos. DAS TRÊS VERTENTES JURÍDICAS DOS DIREITOS
A preocupação em se estabelecer um conceito aos HUMANOS NO PLANO INTERNACIONAL
direitos humanos decorreu do período pós II Guerra
Mundial. Tal evento de total relevância para a história As vertentes constituem uma divisão dos direitos
mundial, encerrou-se em setembro de 1945. humanos relacionada ao âmbito de proteção pretendido
Em decorrência deste fato histórico, em 24 de pelos diversos tratados que foram assinados pelas nações.
outubro de 1945 foi criada a Organização das Nações A doutrina reconhece a existência de três verten-
Unidas (ONU) por meio da Carta da ONU. A ONU se tes: direito internacional dos direitos humanos; direi-
07

estruturou a partir da união de países de diferentes to humanitário e o direito dos refugiados.


6-

continentes que tinham um único objetivo: a promo- Segue abaixo uma tabela importante para sua
84

ção da paz em todo o mundo e a proteção dos Estados, memorização, em que são demonstradas as três ver-
.
92

de forma que pudessem se reestruturar no pós-guerra. tentes e suas principais características:


.3

O ano de 1948 é um marco histórico para a defesa dos


21

direitos humanos, tendo em vista ter havido a proclama-


VERTENTES CARACTERÍSTICAS
-1

ção da Declaração Universal dos Direitos Humanos.


É válido lembrar de que os dois importantes Garantir a todos as pessoas indepen-
s a

momentos para os direitos humanos foram a Carta da Direito dentemente de sua raça, cor, religião,
bo

ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Internacional nacionalidade ou gênero, que possa ter
ar

Também é importante esclarecer que não se pode dos Direitos uma vida digna, em razão de sua con-
B

dizer que os direitos humanos surgiram a partir da Humanos dição humana e que também tenha ga-
a
in

definição de um conceito. Isto porque, é possível defen- rantido seu direito de liberdade
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

der que se tratam de direitos inerentes à condição Origem no período pós-guerra em que
M

humana, segundo a doutrina, são direitos naturais. se tornou necessário o cuidado e respei-
Direito
No entanto, seu reconhecimento, porém, decor- to com o próximo
Humanitário
re de fato da positivação. A positivação se refere ao Está vinculada à Convenção de Gene-
momento em que um direito é reconhecido, sendo bra de 1949
escrito por meio de uma lei que tramita em um pro- Consequência do pós-guerra. Diversas
cesso legislativo e a partir de sua aprovação passa a pessoas precisaram deslocar-se de
Direito dos
ser de observância obrigatória a todos. suas regiões de origem em virtude da
Refugiados
Preste atenção na informação a seguir, pois é muito devastação e destruição resultantes
importante para sua aprovação: é possível dizer que do conflito bélico mundial
os direitos humanos são inerentes à condição huma-
na dos indivíduos. São os chamados direitos naturais. Como visto, os direitos humanos foram assim concei-
Quando estes mesmos direitos passam a ser previstos tuados e entendidos a partir da Declaração Universal dos
em uma lei escrita devidamente aprovada por meio Direitos Humanos. Desde então, a garantia de preserva-
do processo legislativo de cada Estado, dizemos que ção dos direitos humanos é uma preocupação internacio-
tais direitos estão positivados. nal especialmente das nações que compõe a ONU. 153
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É possível fazer uma breve síntese, de forma que Contudo, a doutrina recente entende que o termo
se identifique o Direito Internacional Humanitário gerações não se mostra adequado, pois traria uma
como o ramo do Direito Internacional Público dedi- ideia de superação, sucessão, o que não corresponde
cado à proteção do ser humano, civil ou militar, em à realidade, visto que os direitos humanos, embora
contexto de conflito armado e identificado pelo grupo reconhecidos em diferentes períodos, não se suce-
das chamadas “quatro correntes”: O “Direito de Gene- dem, mas sim se complementam, formando um
bra”, o “Direito de Haia”, o “Direito de Nova York” e o todo indispensável para a proteção do ser humano.
“Direito de Roma”1. Neste sentido, Silvio Beltramelli Neto ensina que
Fica evidente que, nesta vertente, a preocupação existe:
é com o ser humano independentemente de qual-
quer condição ou posição em que esteja inserido na [...] uma predileção da doutrina especializada pelo
sociedade. uso da expressão “dimensões” em substituição à
Silvio Beltramelli Neto afirma que o Direito dos ideia de “gerações”, de modo a escapar às falsas
Refugiados: “mira a proteção da pessoa do refugiado”. ideias acima mencionadas, buscando-se destacar, a
Em razão disto, em 28 de julho de 1951, a ONU pro- bem da concretização, que os direitos humanos são
mulgou a Convenção conhecida como Estatuto dos (I) decorrentes de um processo de acumulação; (II)
interrelacionados; (III) interdependentes. (Direitos
Refugiados. O objetivo é que as nações se comprome-
Humanos. Coleção Concursos Públicos, p. 89)
tam a auxiliar as pessoas que tenham saído de seu local
em busca de uma vida digna em outra região. Assim,
Desta forma, são reconhecidas como três as gera-
o país que receber este refugiado deverá garantir que
ções ou dimensões dos direitos humanos. Ao final,
seus direitos a uma vida digna sejam respeitados, inde-
atente-se para um esquema que deixo para facilitar
pendentemente de sua raça, origem, nacionalidade,
seus estudos sobre as gerações e suas características.
religião ou convicções políticas. Ou seja, a pessoa em
A primeira delas é caracterizada como a dimensão
situação de refugiada não poderá ser vítima de qual-
dos direitos individuais. O contexto histórico desta
quer discriminação. Por outro lado, o refugiado deverá
dimensão decorre do período pós-Revolução Francesa.
respeitar às leis do país em que ingressou.
Assim, tratam-se dos direitos que reconhecem ao
Porém, esta Convenção mostrou-se deficiente, pois
indivíduo, a liberdade para poder agir e viver con-
trazia limitações aos refugiados de determinados paí-
forme suas convicções e poder manifestar-se, sem a
ses, destinando-se primordialmente àqueles que pro-
influência do Estado.
vinham dos países europeus e também de conflitos
Portanto, aqui consagra-se o valor da liberdade.
ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951.
Na Constituição Federal Brasileira, mais especifica-
Assim, como forma de afastar esta lacuna, que cer-
mente no art. 5°, a liberdade é definida como indis-
tamente gerava discriminações aos refugiados e afastar
pensável ao indivíduo, como por exemplo:
qualquer limite geográfico, foi aprovado, em 1967, um
Protocolo adicional ao Estatuto, que passou então a
Art. 5° [...]
proteger de forma ampla aqueles que precisaram sair II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
de seus territórios em virtude de conflitos armados. fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
No ordenamento jurídico brasileiro, o Estatuto dos IV–é livre a manifestação do pensamento, sendo
07

Refugiados foi regulamentado pela Lei nº 9.474, de vedado o anonimato;


6-

1997.
84

Atualmente, com a situação de alguns países em Ademais, o mesmo dispositivo constitucional traz
.
92

situação de guerra, diversas pessoas saíram de sua meios pelos quais o indivíduo poderá buscar a tutela
.3

região de origem em busca de condições dignas em estatal caso sofra qualquer interferência indevida em
21

outros países, especialmente na Europa e também seu direito de liberdade, como o acesso ao Poder Judi-
-1

aqui no Brasil. ciário previsto no XXXV, art. 5º:


a

Houve grande discussão, pois algumas nações não se


s

mostraram dispostas a acolher os refugiados, embora


bo

Art. 5° [...]
esta seja uma das vertentes dos direitos humanos. XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder
ar

Judiciário lesão ou ameaça a direito;


B

Dica
a
in

Já em relação ao valor da igualdade, podemos rela-


ar

As vertentes de direitos humanos são: direi- cioná-lo à segunda dimensão dos direitos humanos.
M

to internacional dos direitos humanos; direito Após as conquistas decorrentes dos direitos e
humanitário e o direito dos refugiados. garantias individuais, a igualdade, tornou-se um
anseio social, de forma que todos pudessem ter acesso
GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS a direitos sociais, econômicos e culturais. O objeti-
vo, portanto, era a superação de desigualdades e que
Quando se fala em direitos humanos há sempre o Estado pudesse, de fato, oferecer oportunidades e
que se entender em que contexto histórico determina- garantir direitos iguais para todos.
do direito foi considerado como indispensável para a O contexto histórico da segunda dimensão é a Revo-
proteção do homem. lução Industrial e os movimentos populares que eclodi-
A doutrina ensina que o jurista tcheco chamado ram pelo mundo na primeira metade do século XIX.
Karel Vasak dividiu os direitos humanos de acordo Um marco importante também relacionado a esta
com o contexto histórico vivenciado no momento de dimensão é a Constituição de Weimar. Trata-se da
seu reconhecimento. Esta divisão é conhecida como Constituição Alemã que trouxe em seu texto direitos
Teoria das Gerações de Direitos Humanos. sociais e econômicos, dentre outros.
154 1 NETO, S. B. Direitos Humanos. Coleção Concursos Públicos, p. 211.
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E, finalmente, a terceira dimensão é conhecida pela Desta maneira, foi publicada a Lei nº 8.069, de 13
solidariedade. Nesta dimensão, que se verifica é uma de julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e
preocupação mundial com o coletivo. Passada a fase em do Adolescente (ECA).
que se buscavam as garantias individuais vinculadas à
liberdade e os direitos sociais, relacionados à igualdade, CONSIDERAÇÕES INICIAIS ACERCA DO ESTATUTO
nesta fase, a preocupação se volta para o todo. DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

PRIMEIRA SEGUNDA TERCEIRA Primeiramente, é importante tecer algumas consi-


DIMENSÃO DIMENSÃO DIMENSÃO derações acerca de termos comuns da Lei.
Crianças e adolescentes não cometem crimes e,
Característica: Característica:
Característica: sim, atos infracionais. O ato infracional consiste na
liberdade solidariedade
igualdade conduta descrita como crime ou contravenção
Direitos Direitos
Direitos sociais penal, conforme estabelece o art. 103, do ECA, que
individuais coletivos
será estudado em momento oportuno.
O menor sob a proteção do Estatuto da Criança e
Após um período em que as pessoas passaram
do Adolescente jamais será preso, mas, nas hipóteses
a viver em busca de seus anseios, sem uma preocu-
estritamente previstas no ECA, poderá ser apreendido.
pação com o ambiente que lhes cercava, tornou-se
Finalmente, o menor sob a proteção do referido
necessidade urgente voltar-se para o meio ambiente
texto legal não será submetido à pena, mas a medidas
que sofreu grandes degradações, bem como buscar a
socioeducativas (aplicáveis somente a adolescentes)
paz depois de terem passado por duas guerras mun-
e medidas de proteção (crianças e adolescentes).
diais, especialmente pela devastação que decorreu da
Segunda Guerra Mundial.
Apenas à título ilustrativo, para complementar MENORES DE 18 ANOS
seus estudos, alguns doutrinadores da área dos direi- MAIORES DE 18 ANOS (CRIANÇAS E
tos humanos defendem a existência de uma quarta (IMPUTÁVEIS) ADOLESCENTES SOB
geração ou dimensão, que estaria relacionada à glo- PROTEÇÃO DO ECA)
balização e às questões políticas, como democracia,
direito à informação e pluralismo político. Atos infracionais
Podem ser apreendidos
Dica Crimes
Estão sujeitos a medidas
Podem ser presos
socioeducativas (ado-
Primeira dimensão = direitos de liberdade; Estão sujeitos ao cumpri-
lescentes) e a medidas
Segunda dimensão = direitos de igualdade; mento de pena
de proteção (crianças e
Terceira dimensão = direitos de solidariedade. adolescentes)

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
07

ESTATUTO DA CRIANÇA E
6-

As disposições preliminares do Estatuto da Criança


ADOLESCENTE
84

e do Adolescente (ECA) estão contidas nos arts. 1º ao


.

6º. Vemos que o principal objetivo do referido Estatu-


92

LEI Nº 8.069, DE 1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E to está descrito em seu art. 1º, qual seja: a proteção
.3

DO ADOLESCENTE) integral à criança e ao adolescente.


21

Essa proteção é uma doutrina, inclusive constitu-


-1

Ter acesso à saúde, à educação, manter relações cionalmente estabelecida, tal a importância do insti-
a

sociais saudáveis, ter uma alimentação adequada, tuto, sendo indispensável ter em mente a literalidade
s
bo

atendimento e acompanhamento médico de qualida- disposta do art. 227, da Constituição Federal.


Conforme o artigo citado, a proteção integral é
ar

de são indispensáveis para que crianças e adolescen-


dever da família, da sociedade e do Estado, e indica
B

tes cresçam saudáveis física e mentalmente.


que nada deve faltar à criança e ao adolescente em
a

Todos os direitos básicos e fundamentais para o


in

desenvolvimento saudável da criança e do adolescen- todas suas necessidades essenciais.


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

te têm respaldo constitucional, especificamente no Na interpretação dos dispositivos do ECA, é neces-


M

sário levar em conta os fins sociais aos quais eles


art. 227. Veja:
se dirigem, as exigências do bem comum, os direitos
e deveres individuais e coletivos e a condição pecu-
Art. 227 (CF, de 1988) É dever da família, da socie-
liar da criança e do adolescente como pessoas em
dade e do Estado assegurar à criança, ao adoles-
desenvolvimento.
cente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito
O critério que define quem é legalmente conside-
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
rado criança ou adolescente é a idade.
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao res-
O ECA estabelece, em seu art. 2º, que são crianças
peito, à liberdade e à convivência familiar e comu-
aqueles que possuírem até 12 anos incompletos (11
nitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
anos e onze meses) e adolescentes aqueles com idade
negligência, discriminação, exploração, violência,
de 12 a 18 anos.
crueldade e opressão.

até 12 anos
Contudo, tornou-se imprescindível a criação de Criança
incompletos
legislação especial para regulamentar sobre as pecu- ECA — ART 2º
liaridades e sobre a proteção que deve ser direciona- de 12 a 18
Adolescente
anos
da aos adolescentes e às crianças. 155
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O parágrafo único apresenta uma exceção à regra c) preferência na formulação e na execução
relativa ao critério etário, ao estabelecer que, excep- das políticas sociais públicas;
cionalmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente d) destinação privilegiada de recursos públi-
poderá ser aplicado a pessoas entre 18 e 21 anos de cos nas áreas relacionadas com a proteção à infân-
idade. Essa determinação possui relação direta com cia e à juventude.
duas disposições estatutárias: a primeira é o art. 40, do
ECA, que prevê a aplicação do parágrafo único, do art. z Princípio da dignidade: a criança e o adolescente
12, nos casos de jovens entre 18 e 21 anos de idade que, gozam de todos os direitos fundamentais ineren-
à época do pedido de adoção, já se encontravam sob a tes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
guarda e tutela dos adotantes; a segunda é o § 5º, do art. integral de que trata o Estatuto, assegurando-lhes,
121, também do ECA, que prevê a aplicação de medi- por lei ou por outros meios, todas as oportunida-
das socioeducativas de internação e de manutenção do des e facilidades, a fim de facultar-lhes o desen-
jovem sob a custódia do Estado até os 21 anos de idade. volvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 40 O adotando deve contar com, no máximo,
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será obje-
sob a guarda ou tutela dos adotantes. to de qualquer forma de negligência, discrimina-
ção, exploração, violência, crueldade e opressão,
Art. 121 [...] punido na forma da lei qualquer atentado, por ação
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
anos de idade.
z Princípio da não discriminação: os direitos enun-
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STF) ciados na Lei nº 8.069, de 1990, aplicam-se a todas as
adota a corrente que entende que há uma distin- crianças e adolescentes, sem discriminação de nas-
ção entre as esferas cíveis e penais. Portanto, com o cimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia
advento do Código Civil de 2002, o ECA não se apli- ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pes-
ca aos maiores de 18 anos. Contudo, em relação aos soal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
aspectos infracionais, aplica-se o parágrafo único, art. econômica, ambiente social, região e local de mora-
2º, do ECA, uma vez que o próprio Estatuto prevê libe- dia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
ração compulsória aos 21 anos de idade. famílias ou a comunidade em que vivem.
Veja a decisão do STJ:
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em
HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO conta os fins sociais e a que ela se dirige, as exi-
ADOLESCENTE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. gências do bem comum, os direitos e deveres indivi-
SEMILIBERDADE. MENOR QUE COMPLETARA duais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
DEZOITO ANOS. PRETENSÃO DE EXTINÇÃO DA do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
MEDIDA. CONTRARIEDADE LEGAL. ART. 120, §
2º. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
07

1. A teor do que dispõe o art. 104, parágrafo único,


da Lei n° 8.069/90, considera-se a idade do menor à
6-

Do Direito à Vida e à Saúde


época da prática do ato infracional.
84

2. Somente quando o reeducando completar 21


.
92

O Estado, em todas as suas esferas (federal, esta-


anos de idade será obrigatoriamente liberado, nos
dual e municipal), tem o dever de fomentar políticas
.3

termos do art. 121, § 5º, do Estatuto da Criança e do


21

Adolescente, que não foi alterado com a entrada em públicas voltadas à proteção integral da saúde de
-1

vigor da Lei n° 10.406/02. crianças e adolescentes, em regime da mais absoluta


3. Ausência de ilegal constrangimento decorrente prioridade.
s a

da manutenção da medida socioeducativa imposta Para tanto, devem ser destinados percentuais
bo

a infrator que atingira os 18 anos de idade. mínimos em política social básica de saúde com foco
ar

4. Ordem denegada. na criança e no adolescente. Não é possível respeitar


B

direitos fundamentais sem destinação mínima de


a
in

Princípios Fundamentais recursos para essa finalidade. Esses recursos devem


ar

ser aplicados à luz do princípio da máxima eficiên-


M

O ECA estabelece três princípios fundamentais: cia. Veja o que diz o art. 7º, do ECA:

z Princípio da prioridade absoluta: é dever da Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a


família, da comunidade, da sociedade em geral proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
e do poder público assegurar, com absoluta prio- de políticas sociais públicas que permitam o nasci-
ridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, mento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao condições dignas de existência.
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e Com relação à proteção à vida, todas as legisla-
comunitária. A garantia de prioridade, de acordo ções consagram tal direito como aquele necessário à
com o parágrafo único, do art. 4º, compreende: consecução dos demais. É interessante observar que
o art. 8º e seus respectivos parágrafos dispõem sobre
a) primazia de receber proteção e socorro em os direitos da mulher durante toda a gestação e após
quaisquer circunstâncias; o parto com a finalidade de garantir o bem-estar do
b) precedência do atendimento nos serviços feto. Os cuidados com a mãe devem ocorrer tanto no
156 públicos ou de relevância pública; plano físico quanto no emocional.
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Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso O aleitamento materno deve ser estimulado, por
aos programas e às políticas de saúde da mulher meio de campanhas de orientação, ao menos, até o
e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, sexto mês de vida da criança.
nutrição adequada, atenção humanizada à
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimen- Art. 9º O poder público, as instituições e os empre-
to pré-natal, perinatal e pós-natal integral no gadores propiciarão condições adequadas ao
âmbito do Sistema Único de Saúde. aleitamento materno, inclusive aos filhos de
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por mães submetidas à medida privativa de liberdade.
profissionais da atenção primária. § 1º Os profissionais das unidades primárias de saú-
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da ges- de desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
tante garantirão sua vinculação, no último trimes- coletivas, visando ao planejamento, à implementa-
tre da gestação, ao estabelecimento em que será ção e à avaliação de ações de promoção, proteção e
realizado o parto, garantido o direito de opção apoio ao aleitamento materno e à alimentação com-
da mulher. plementar saudável, de forma contínua.
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for reali- § 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva
zado assegurarão às mulheres e aos seus filhos neonatal deverão dispor de banco de leite humano
recém-nascidos alta hospitalar responsável e con- ou unidade de coleta de leite humano.
trarreferência na atenção primária, bem como
o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à
amamentação.
Visando ao crescimento saudável como direi-
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assis- to de todos os menores, as presidiárias têm direi-
tência psicológica à gestante e à mãe, no período to a amamentar seus filhos. O inciso XLV, do art. 5º,
pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir da Constituição Federal, faz alusão ao princípio da
ou minorar as consequências do estado puerperal. intranscendência ou pessoalidade da pena, ou seja,
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deve- somente a pessoa sentenciada irá responder pelo cri-
rá ser prestada também a gestantes e mães que me que praticou. Assim sendo, o caráter tutelar do art.
manifestem interesse em entregar seus filhos para 9º, do ECA, visa a reafirmar a proteção ao direito de
adoção, bem como a gestantes e mães que se encon- amamentação ao filho da mulher que estiver cum-
trem em situação de privação de liberdade. prindo pena de reclusão.
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 O caráter tutelar do ECA garante os direitos da
(um) acompanhante de sua preferência durante criança que não podem ser suprimidos pela situação
o período do pré-natal, do trabalho de parto e do em que se encontra sua genitora, como consequência
pós-parto imediato.
da proteção integral aos mesmos.
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre
Além disso, o ECA, visando a tutelar o recém-nas-
aleitamento materno, alimentação complementar
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, cido, trouxe uma série de regras aos estabelecimentos
bem como sobre formas de favorecer a criação de de saúde que atendem gestantes.
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento De acordo com o que estabelece o art. 10, os hos-
integral da criança. pitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
07

saudável durante toda a gestação e a parto natural


cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesa- Art. 10 […]
6-
84

riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos I - manter registro das atividades desenvolvi-
médicos. das, através de prontuários individuais, pelo prazo
.
92

§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa de dezoito anos;


.3

da gestante que não iniciar ou que abandonar as II - identificar o recém-nascido mediante o regis-
21

consultas de pré-natal, bem como da puérpera que tro de sua impressão plantar e digital e da impres-
-1

não comparecer às consultas pós-parto. são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
§ 10 Incumbe ao poder público garantir, à gestante normatizadas pela autoridade administrativa
s a

e à mulher com filho na primeira infância que se competente;


bo

encontrem sob custódia em unidade de privação de III - proceder a exames visando ao diagnóstico
ar

liberdade, ambiência que atenda às normas sanitá- e terapêutica de anormalidades no metabolis-


B

rias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para mo do recém-nascido, bem como prestar orienta-
a

o acolhimento do filho, em articulação com o sis-


in

ção aos pais;


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
tema de ensino competente, visando ao desenvolvi-
ar

IV - fornecer declaração de nascimento onde


M

mento integral da criança. constem necessariamente as intercorrências do


Art. 8º-A Fica instituída a Semana Nacional de parto e do desenvolvimento do neonato;
Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser rea- V - manter alojamento conjunto, possibilitando
lizada anualmente na semana que incluir o dia 1º ao neonato a permanência junto à mãe.
de fevereiro, com o objetivo de disseminar informa- VI - acompanhar a prática do processo de ama-
ções sobre medidas preventivas e educativas que mentação, prestando orientações quanto à técnica
contribuam para a redução da incidência da gravi- adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
dez na adolescência. hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o § 1º Os testes para o rastreamento de doenças no
disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do recém-nascido serão disponibilizados pelo Sistema
poder público, em conjunto com organizações da Único de Saúde, no âmbito do Programa Nacional
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da regula-
ao público adolescente. mentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com
implementação de forma escalonada, de acordo
A primeira infância compreende o período entre com a seguinte ordem de progressão:
os primeiros 6 anos completos ou 72 meses de vida I - etapa 1:
da criança. a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; 157
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b) hipotireoidismo congênito; Os estabelecimentos que atendem as gestantes
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; deverão proporcionar condições para a permanência
d) fibrose cística; em tempo integral de um dos pais ou do respon-
e) hiperplasia adrenal congênita; sável, nos casos de internação de criança ou adoles-
f) deficiência de biotinidase; cente. Os pais ou o responsável poderão fiscalizar o
g) toxoplasmose congênita; atendimento que está sendo dispensado ao seu filho,
II - etapa 2:
garantindo-lhe rápida recuperação.
a) galactosemias;
O art. 13 estabelece que qualquer suspeita ou con-
b) aminoacidopatias;
c) distúrbios do ciclo da ureia;
firmação de crianças ou adolescentes submetidos
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; a castigo físico, tratamento cruel, degradante ou
III - etapa 3: doenças lisossômicas; maus-tratos deverá ser, obrigatoriamente, comuni-
IV - etapa 4: imunodeficiências primárias; cada ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.
V - etapa 5: atrofia muscular espinhal.
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas Art. 13 Os casos de suspeita ou confirmação de cas-
pelo teste do pezinho, no âmbito do PNTN, será tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
revisada periodicamente, com base em evidências maus-tratos contra criança ou adolescente serão
científicas, considerados os benefícios do rastrea- obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
mento, do diagnóstico e do tratamento precoce, lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
priorizando as doenças com maior prevalência providências legais.
no País, com protocolo de tratamento aprovado e
com tratamento incorporado no Sistema Único de A omissão da comunicação de agressões contra
Saúde. crianças e adolescentes importa na prática de infração
§ 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo administrativa, prevista no art. 245, do ECA. Nas situa-
poderá ser expandido pelo poder público com base ções em que pese a alusão ao Conselho Tutelar, é mais
nos critérios estabelecidos no § 2º deste artigo. adequado que os casos de suspeita ou confirmação de
§ 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de
casos de violência contra crianças e adolescentes sejam
puerpério imediato, os profissionais de saúde
diretamente comunicados à autoridade policial.
devem informar a gestante e os acompanhantes
sobre a importância do teste do pezinho e sobre as
eventuais diferenças existentes entre as modalida- § 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse
des oferecidas no Sistema Único de Saúde e na rede em entregar seus filhos para adoção serão obri-
privada de saúde. gatoriamente encaminhadas, sem constrangi-
Art. 11 É assegurado acesso integral às linhas mento, à Justiça da Infância e da Juventude.
de cuidado voltadas à saúde da criança e do
adolescente, por intermédio do Sistema Único O objetivo do legislador com esse dispositivo foi
de Saúde, observado o princípio da equidade no coibir práticas ilegais, abusivas ou criminosas de ado-
acesso a ações e serviços para promoção, proteção ção mediante pagamento ou promessa de recompen-
e recuperação da saúde. sa. As mães que pretendem entregar seus filhos para
a adoção devem receber a devida orientação psicoló-
07

O acesso universal não derroga, ou seja, não anula, gica e jurídica, de modo que a criança também tenha
a necessidade de metodologia própria para o enfren- identificada sua paternidade e lhe sejam asseguradas
6-
84

tamento das diversas demandas e situações pecu- condições de permanência junto à família de origem.
.

liares às quais estão sujeitos os recém-nascidos, de


92

acordo com o art. 11: § 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas


.3

de entrada, os serviços de assistência social em seu


21

§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão componente especializado, o Centro de Referência


-1

atendidos, sem discriminação ou segregação, em Especializado de Assistência Social (Creas) e os


a

suas necessidades gerais de saúde e específicas de demais órgãos do Sistema de Garantia de Direi-
s
bo

habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei tos da Criança e do Adolescente deverão conferir
nº 13.257, de 2016) máxima prioridade ao atendimento das crianças
ar

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuita- na faixa etária da primeira infância com suspeita
B

mente, àqueles que necessitarem, medicamentos, ou confirmação de violência de qualquer natureza,


a
in

órteses, próteses e outras tecnologias assisti- formulando projeto terapêutico singular que inclua
ar

vas relativas ao tratamento, habilitação ou intervenção em rede e, se necessário, acompanha-


M

reabilitação para crianças e adolescentes, de mento domiciliar.


acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas
necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº Institui-se, a partir do Marco Legal da Primeira
13.257, de 2016) Infância (do zero aos seis anos de idade), uma “prio-
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diá- ridade dentro da prioridade”, como forma de evitar
rio ou frequente de crianças na primeira infância prejuízos decorrentes da demora na realização das
receberão formação específica e permanente para a intervenções a favor das crianças e dos adolescentes
detecção de sinais de risco para o desenvolvimento
vítimas de violência. Isso pressupõe planejamento de
psíquico, bem como para o acompanhamento que
ações, protocolos de atendimento, adequação de espa-
se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016) ços e equipamentos e qualificação de servidores.
Art. 12 Os estabelecimentos de atendimento à O art. 14, por sua vez, estabelece que o Sistema
saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia Único de Saúde promoverá programas de assistên-
intensiva e de cuidados intermediários, deverão cia odontológica para a prevenção das enfermidades
proporcionar condições para a permanência em que ordinariamente afetam a população infantil, e
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos campanhas de educação sanitária para pais, educado-
158 casos de internação de criança ou adolescente res e alunos.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dispõe ainda, em seus respectivos parágrafos: O art. 17 trata do direito ao respeito, que consiste
em três pilares:
Art. 14 [...]
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos z inviolabilidade da integridade física;
casos recomendados pelas autoridades sanitárias. z inviolabilidade psíquica;
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a aten- z integridade moral.
ção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
forma transversal, integral e intersetorial com as
Esses valores abrangem a preservação da ima-
demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e
à criança. gem, da identidade, da autonomia, dos valores,
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função edu- ideias e crenças e dos espaços e objetos pessoais
cativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de das crianças e adolescentes.
o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, Não incumbe ao Conselho Tutelar a investigação
e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos criminal acerca da efetiva ocorrência de maus-tratos.
de vida, com orientações sobre saúde bucal. A notícia deve ser encaminhada ao Ministério Público,
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odonto- que decidirá ou não pela propositura de ação judicial.
lógicos especiais será atendida pelo Sistema Único Veja a literalidade disposta no art. 18, do ECA:
de Saúde.
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, Art. 18 É dever de todos velar pela dignidade da
nos seus primeiros dezoito meses de vida, de proto- criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual-
colo ou outro instrumento construído com a finali- quer tratamento desumano, violento, aterrorizan-
dade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica
te, vexatório ou constrangedor.
de acompanhamento da criança, de risco para o
seu desenvolvimento psíquico.
Todo cidadão tem o dever de agir em sua defesa,
diante de qualquer ameaça ou violação. A inércia,
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
em tais casos, pode mesmo levar à responsabilização
daquele que se omitiu.
A partir do art. 15, o Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê regras para garantia do direito à Quanto ao direito à preservação da imagem, deve
liberdade, ao respeito e à dignidade à criança e ao ser esclarecido que este se reveste de duplo conteúdo:
adolescente. moral, porque direito de personalidade, e patrimo-
nial, uma vez que a ninguém é lícito locupletar-se à
Art. 15 A criança e o adolescente têm direito à custa alheia.
liberdade, ao respeito e à dignidade como pes- Em se tratando de direito à imagem, a obrigação
soas humanas em processo de desenvolvimento e da reparação decorre do próprio uso indevido do
como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais direito personalíssimo, não havendo de cogitar-se da
garantidos na Constituição e nas leis. prova da existência de prejuízo ou dano, nem a con-
sequência do uso, se ofensivo ou não. Independe de
O princípio da dignidade da pessoa humana é uni- prova do prejuízo a indenização pela publicação não
07

versalmente consagrado, sendo inerente a todo ser autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos
6-

humano, independentemente da idade. ou comerciais.


84

No art. 16, podemos encontrar expresso o direito à É considerado infração administrativa o ato de
.

liberdade, que compreende os seguintes aspectos:


92

divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi-


da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
.3

Art. 16 O direito à liberdade compreende os seguin-


21

documento de procedimento policial, administrativo


tes aspectos:
-1

ou judicial relativo à criança ou adolescente a que se


I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
atribua ato infracional.
a

comunitários, ressalvadas as restrições legais;


s

E, é considerada não infração administrativa, mas


bo

também crime, a conduta de subtrair criança ou ado-


ar

Como ocorrência desse dispositivo, não mais se


lescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em
B

admite a expedição de “portarias” judiciais estabelecen-


virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de coloca-
a

do “toques de recolher” para crianças e adolescentes.


in

ção em lar substituto. Tal conduta pode resultar em


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

II - opinião e expressão;
pena de multa de três a vinte salários de referência,
M

Trata-se da reafirmação da obrigatoriedade da oiti- aplicando-se o dobro em caso de reincidência (art. 237).
va da criança ou do adolescente quando da aplica- O ECA, no art. 18-A, cuidou em estabelecer a dife-
ção de medidas socioeducativas dispostas nos arts. rença entre castigo físico e tratamento cruel ou degra-
101 e 112, do ECA, que serão estudadas em momen- dante e, no art. 18-B, estabeleceu medidas aplicáveis
tos oportuno. às referidas situações:
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito
V - participar da vida familiar e comunitária, sem de ser educados e cuidados sem o uso de cas-
discriminação; tigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
VI - participar da vida política, na forma da lei; dante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos
Refere-se ao alistamento eleitoral e ao voto faculta- pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
tivo para maiores de dezesseis anos de idade e meno- responsáveis, pelos agentes públicos executores de
res de 18 anos. medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. protegê-los. 159
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A legislação procurou deixar ainda mais explícito o Nesse sentido, estabelece o art. 19, do ECA:
direito de as crianças e os adolescentes serem criados e
educados de uma forma não violenta, não apenas pelos Art. 19 É direito da criança e do adolescente ser
pais ou pelo responsável, mas por quaisquer pessoas criado e educado no seio de sua família e, excepcio-
encarregadas de cuidá-los, tratá-los, educá-los e pro- nalmente, em família substituta, assegurada a con-
tegê-los. Isso inclui profissionais da saúde, educação, vivência familiar e comunitária, em ambiente que
assistência social, que atuem em programas e serviços garanta seu desenvolvimento integral.
de atendimento, e mesmo as autoridades públicas.
O menor colocado em programa de acolhimento
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: familiar ou institucional terá os seguintes direitos:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar
ou punitiva aplicada com o uso da força física § 1º Toda criança ou adolescente que estiver inseri-
sobre a criança ou o adolescente que resulte em: do em programa de acolhimento familiar ou institu-
a) sofrimento físico; ou cional terá sua situação reavaliada, no máximo,
b) lesão; a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judi-
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou ciária competente, com base em relatório elabora-
forma cruel de tratamento em relação à criança ou do por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
ao adolescente que: decidir de forma fundamentada pela possibilidade
a) humilhe; ou de reintegração familiar ou pela colocação em
b) ameace gravemente; ou família substituta, em quaisquer das modalida-
c) ridicularize. des previstas no art. 28 desta Lei.
Art. 18-B Os pais, os integrantes da família amplia- § 2º A permanência da criança e do adolescente
da, os responsáveis, os agentes públicos executores em programa de acolhimento institucional não
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa se prolongará por mais de 18 (dezoito meses),
encarregada de cuidar de crianças e de adoles- salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
centes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que uti- superior interesse, devidamente fundamentada
lizarem castigo físico ou tratamento cruel ou pela autoridade judiciária.
degradante como formas de correção, disci- § 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou
plina, educação ou qualquer outro pretexto adolescente à sua família terá preferência em rela-
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções ção a qualquer outra providência, caso em que será
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas está incluída em serviços e programas de proteção,
de acordo com a gravidade do caso: apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23,
I - encaminhamento a programa oficial ou comuni- dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos
tário de proteção à família; I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou § 4º Será garantida a convivência da criança e
psiquiátrico; do adolescente com a mãe ou o pai privado de
III - encaminhamento a cursos ou programas de liberdade, por meio de visitas periódicas promo-
orientação; vidas pelo responsável ou, nas hipóteses de aco-
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamen- lhimento institucional, pela entidade responsável,
to especializado; independentemente de autorização judicial.
07

V - advertência. § 5º Será garantida a convivência integral da crian-


6-

VI - garantia de tratamento de saúde especializado ça com a mãe adolescente que estiver em acolhi-
84

à vítima. mento institucional.


.
92

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo § 6º A mãe adolescente será assistida por equipe
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuí-
.3

especializada multidisciplinar.
21

zo de outras providências legais.


-1

As medidas relacionadas nos incisos do art. 18-B Cuidado para não confundir os prazos de reavalia-
ção e o período de acolhimento:
a

têm maior abrangência em aplicação, posto que tam-


s
bo

bém podem atingir outros agentes autores de vio-


lência contra crianças e adolescentes. Interessante REAVALIAÇÃO A cada 3 meses
ar
B

observar que as medidas arroladas acima não são de


a

caráter punitivo (a punição, nesse caso, deverá ocor- Até 18 meses, salvo
in

comprovada necessidade
rer no âmbito jurídico com a instauração do devido
ar

que atenda ao seu superior


processo legal). Sua aplicação, como visto no parágra- ACOLHIMENTO
M

interesse, devidamente
fo único, é de responsabilidade do Conselho Tutelar. fundamentada pela autoridade
judiciária
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Trata-se de um dos direitos fundamentais a serem Como visto, a gestante ou a mãe que vier a mani-
assegurados a todas as crianças e adolescentes com a festar interesse em entregar seu filho para adoção,
mais absoluta prioridade, tendo a lei criado meca- antes ou logo após o nascimento, será encaminhada
nismos para, de um lado (e de forma preferencial), à Justiça da Infância e da Juventude, conforme dis-
permitir a manutenção e o fortalecimento dos vín- posto no art. 19-A.
culos com a família natural (ou de origem) e, de Uma possibilidade para as crianças e os adoles-
outro, quando por qualquer razão isso não for possí- centes em programa de acolhimento institucional ou
vel, proporcionar a inserção em família substituta familiar são os programas de apadrinhamento:
de forma criteriosa e responsável, procurando evitar
os efeitos deletérios tanto da chamada “institucionali- Art. 19-B A criança e o adolescente em programa
zação” quanto de uma colocação familiar precipitada, de acolhimento institucional ou familiar poderão
160 desnecessária e/ou inadequada. participar de programa de apadrinhamento.
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§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e Dica
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência O parágrafo 2º foi acrescentado pela Lei nº 13.715,
familiar e comunitária e colaboração com o seu de 2018, e vem sendo cobrado pelas bancas.
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico,
cognitivo, educacional e financeiro.
Da Família Natural
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas
nos cadastros de adoção, desde que cumpram De acordo com o que estabelece o art. 25, do ECA,
os requisitos exigidos pelo programa de apadrinha- família natural é aquela formada pelos pais ou por
mento de que fazem parte. qualquer deles e seus descendentes.
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar crian- Já a família extensa ou ampliada tem um conceito
ça ou adolescente a fim de colaborar para o seu mais amplo, estendendo-se para além da unidade pais
desenvolvimento. e filhos ou da unidade do casal, formada por paren-
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser tes próximos com os quais a criança ou o adolescente
apadrinhado será definido no âmbito de cada pro- convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade
grama de apadrinhamento, com prioridade para (parágrafo único, art. 25).
crianças ou adolescentes com remota possibi-
lidade de reinserção familiar ou colocação em FAMÍLIA
família adotiva. NATURAL
Pai / Mãe + Filhos
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude FAMÍLIA EXTENSA OU
AMPLIADA
Pai / Mãe + Filhos + Parentes
poderão ser executados por órgãos públicos
ou por organizações da sociedade civil.
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinha- Art. 26 Os filhos havidos fora do casamento pode-
mento, os responsáveis pelo programa e pelos rão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou sepa-
serviços de acolhimento deverão imediatamente radamente, no próprio termo de nascimento,
notificar a autoridade judiciária competente. por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem
O art. 20 estabelece uma regra quanto à proibição da filiação.
da discriminação sobre a origem da filiação: Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimen-
Art. 20 Os filhos, havidos ou não da relação do
to, se deixar descendentes.
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direi-
Art. 27 O reconhecimento do estado de filia-
tos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ção é direito personalíssimo, indisponível e
ções discriminatórias relativas à filiação.
imprescritível, podendo ser exercitado contra
Todos os filhos havidos fora do casamento, bem os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
observado o segredo de Justiça.
como os filhos adotados, terão os mesmos direitos e
qualificações dos demais.
O reconhecimento dos filhos tidos fora do casa-
07

O ECA repete a disposição constitucional e tem


mento é irrevogável e pode ser feito a qualquer tem-
6-

como objetivo eliminar a discriminação de filhos tidos


po, ou seja, antes ou depois de sua morte, e nas formas
84

em outras relações como ilegítimos ou bastardos.


do art. 1.609, do Código Civil. Pode ser feito no registro
.
92

Art. 21 O poder familiar será exercido, em igualda- do nascimento, por escritura pública ou escrito par-
.3

de de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do ticular, a ser arquivado em cartório, por testamento,
21

que dispuser a legislação civil, assegurado a qual- ainda que incidentalmente manifestado e por mani-
-1

quer deles o direito de, em caso de discordância, festação direta e expressa perante o juiz, mesmo que
a

recorrer à autoridade judiciária competente para a o reconhecimento não haja sido o objeto único e prin-
s

solução da divergência.
bo

cipal do ato que o contém.


ar

A partir do art. 23, do ECA, são estabelecidas algumas


B

Da Família Substituta
regras acerca da perda e da suspensão do poder fami-
a
in

liar. Esses institutos poderão ser decretados judicialmen-


A colocação em família substituta far-se-á median-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

te, em procedimento contraditório, nos casos previstos na


te guarda, tutela ou adoção, independentemente da
M

legislação civil, bem como na hipótese de descumprimen-


to injustificado dos deveres e das obrigações: situação jurídica da criança ou do adolescente (art. 28).

Art. 23 A falta ou a carência de recursos mate- Art. 28 [...]


riais não constitui motivo suficiente para a § 1º Sempre que possível, a criança ou o ado-
perda ou a suspensão do poder familiar. lescente será previamente ouvido por equi-
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só auto- pe interprofissional, respeitado seu estágio de
rize a decretação da medida, a criança ou o adoles- desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
cente será mantido em sua família de origem, a qual implicações da medida, e terá sua opinião devida-
deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e mente considerada.
programas oficiais de proteção, apoio e promoção. § 2º Tratando-se de maior de 12 anos de idade,
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não será necessário seu consentimento, colhido em
implicará a destituição do poder familiar, exceto audiência.
na hipótese de condenação por crime dolo- § 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta
so sujeito à pena de reclusão contra outrem o grau de parentesco e a relação de afinidade
igualmente titular do mesmo poder familiar ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as
ou contra filho, filha ou outro descendente. consequências decorrentes da medida. 161
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§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob
GUARDA
adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, ressalvada a comprovada existência
de risco de abuso ou outra situação que justifique Assistência
plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi- Material
mento definitivo dos vínculos fraternais.
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em famí- Moral
lia substituta será precedida de sua preparação
gradativa e acompanhamento posterior, realizados Educacional
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com o Para estimular que a criança e o adolescente sejam
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
inseridos em uma família substituta e não tenham que
política municipal de garantia do direito à convi-
ser levados para uma instituição de menores, o poder
vência familiar.
público está obrigado por lei a conceder incentivos fis-
cais e subsídios à família candidata ao acolhimento.
O ambiente familiar é de suma importância para
É importante salientar que “a guarda poderá ser
a boa formação do menor. É nesse ambiente que a
revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial
criança e o adolescente vão moldar sua personalidade
fundamentado, ouvido o Ministério Público” (art.
e tornar-se aptos para o convívio social. Para que isso
35).
ocorra, não se deferirá colocação em família substitu-
ta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompa-
tibilidade com a natureza da medida ou não ofereça Da Tutela
ambiente familiar adequado.
Uma decisão judicial colocará o menor em deter- A tutela possui o objetivo precípuo de conferir
minada família substituta e somente outra decisão poderes necessários a um representante legal à crian-
judicial poderá tirá-lo dessa família. Assim, ça ou ao adolescente para que possa protegê-lo.

Art. 30 A colocação em família substituta não Art. 36 A tutela será deferida, nos termos da lei
admitirá transferência da criança ou adolescente civil, a pessoa de até 18 anos incompletos.
a terceiros ou a entidades governamentais ou não- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressu-
-governamentais, sem autorização judicial. põe a prévia decretação da perda ou suspensão do
poder familiar e implica necessariamente o dever
de guarda.
Além disso, importa saber que “a colocação em famí-
lia substituta estrangeira constitui medida excepcional,
somente admissível na modalidade de adoção” (art. 31). A destituição da tutela será decretada quando
o tutor for negligente, prevaricador ou incurso em
incapacidade, ou quando deixar de cumprir injustifi-
Da Guarda
cadamente os deveres de prestar total assistência ao
07

menor.
A partir do art. 33, o ECA estabelece disposições
6-

acerca da guarda da criança e do adolescente. Confere


84

à criança ou ao adolescente a condição de dependen- Da Adoção


.
92

te, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive pre-


De acordo com o art. 39, do ECA, a adoção é medida
.3

videnciários (§ 3º).
21

excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer ape-


-1

Art. 33 A guarda obriga a prestação de assistência nas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa. A
a

material, moral e educacional à criança ou adoles-


s

cente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se adoção não poderá ser feita por procuração (§ 2º).
bo

a terceiros, inclusive aos pais.


ar

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de


B

fato, podendo ser deferida, liminar ou incidental- Importante!


a
in

mente, nos procedimentos de tutela e adoção, exce-


Em caso de conflito entre direitos e interesses do
ar

to no de adoção por estrangeiros.


adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
M

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora


dos casos de tutela e adoção, para atender a situa- biológicos, devem prevalecer os direitos e os inte-
ções peculiares ou suprir a falta eventual dos pais resses do adotando, à luz do § 3º, do art. 39.
ou responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a Art. 40 O adotando deve contar com, no máximo,
condição de dependente, para todos os fins e efeitos dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
de direito, inclusive previdenciários. sob a guarda ou tutela dos adotantes.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação Art. 41 A adoção atribuiu a condição de filho ao
em contrário, da autoridade judiciária competente, adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclu-
ou quando a medida for aplicada em preparação sive sucessórios, desligando-o de qualquer vín-
para adoção, o deferimento da guarda de criança culo com pais e parentes, salvo os impedimentos
ou adolescente a terceiros não impede o exercício matrimoniais.
do direito de visitas pelos pais, assim como o dever Art. 42 Podem adotar os maiores de 18 anos,
de prestar alimentos, que serão objeto de regula- independentemente do estado civil.
mentação específica, a pedido do interessado ou do § 1º Não podem adotar os ascendentes e os
162 Ministério Público. irmãos do adotando.
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§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que § 8º O processo relativo à adoção assim como outros
os adotantes sejam casados civilmente ou mante- a ele relacionados serão mantidos em arquivo,
nham união estável, comprovada a estabilidade da admitindo-se seu armazenamento em microfilme
família. ou por outros meios, garantida a sua conservação
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis para consulta a qualquer tempo.
anos mais velho do que o adotando. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os adoção em que o adotando for criança ou adoles-
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, con- cente com deficiência ou com doença crônica
tanto que acordem sobre a guarda e o regime de visi- § 10º O prazo máximo para conclusão da ação de
tas e desde que o estágio de convivência tenha sido adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
iniciado na constância do período de convivência e uma única vez por igual período, mediante decisão
que seja comprovada a existência de vínculos de afini- fundamentada da autoridade judiciária.
dade e afetividade com aquele não detentor da guar- Art. 48 O adotado tem direito de conhecer sua origem
da, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao pro-
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que cesso no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
assegurada a guarda compartilhada, conforme
previsto no art. 1.584 da Lei n° 10.406, de 10 de
Caso seja de interesse do adotado, pelo disposto no
janeiro de 2002 - Código Civil.
art. 48, ele terá acesso irrestrito a todo o seu processo
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que,
após inequívoca manifestação de vontade, vier a
de adoção.
falecer no curso do procedimento, antes de prola- Segundo o art. 49, a morte dos adotantes não resta-
tada a sentença. belece o pode familiar dos pais naturais.
O Estatuto da Criança e do Adolescente também
Em regra, a adoção será deferida quando apresen- apresenta disposição sobre a adoção internacional,
tar reais vantagens para o adotando. Deverá fundar-se ou seja, quando pessoas que têm residência em outros
em motivos legítimos e dependerá do consentimento países estão na fila de adoção de crianças brasileiras.
dos pais ou do representante legal do adotando, salvo Veja o que alude o art. 51, do Estatuto:
nos casos cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
sido destituídos do poder familiar (caput e § 1º, art. 45). Art. 51 Considera-se adoção internacional aquela
na qual o pretendente possui residência habitual
O consentimento será expresso, colhido em audiência
em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de
e perante a autoridade judiciária. Em se tratando de
maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e
adotando maior de doze anos de idade, será também à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional,
necessário o seu consentimento (§ 2º, do art. 45). promulgada pelo Decreto nº 3.087, de 21 junho de
No caso de tutor ou curador, se houver interesse 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte
em adotar seu pupilo ou curatelado, é necessário pri- da Convenção.
meiro prestar contas do seu exercício como tutor ou § 1º A adoção internacional de criança ou adoles-
curador e saldar eventuais débitos do patrimônio do cente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente
mesmo, a fim de que possa adotá-los. Intenciona a lei terá lugar quando restar comprovado:
07

que os objetivos da adoção não sejam desvirtuados I - que a colocação em família adotiva é a solução
6-

pela ganância do homem. adequada ao caso concreto;


84

A adoção será precedida de estágio de convivên- II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
.

colocação da criança ou adolescente em família


92

cia com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo


de 90 dias, observadas a idade da criança ou adoles- adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
.3

nos autos, da inexistência de adotantes habilitados


21

cente e as peculiaridades do caso, conforme disposto


residentes no Brasil com perfil compatível com a
-1

no art. 46, do referido Estatuto.


criança ou adolescente, após consulta aos cadas-
O vínculo da adoção constitui-se por sentença
a

tros mencionados nesta Lei;


s

judicial, que será inscrita no registro civil mediante


bo

III - que, em se tratando de adoção de adolescen-


mandado do qual não se fornecerá certidão, conforme te, este foi consultado, por meios adequados ao seu
ar

é disposto no art. 47: estágio de desenvolvimento, e que se encontra pre-


B

parado para a medida, mediante parecer elaborado


a
in

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes por equipe interprofissional, observado o disposto
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

como pais, bem como o nome de seus ascendentes. nos §§ 1ºe 2º do art. 28 desta Lei.
M

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cance-


lará o registro original do adotado. Atenção especial deve ser atribuída ao § 2º, do art. 51:
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá
ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Muni-
Art. 51 [...]
cípio de sua residência.
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
poderá constar nas certidões do registro.
internacional de criança ou adolescente brasileiro.
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
determinar a modificação do prenome.
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
§6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo Lazer
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observa-
do o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. Os arts. 205 e 206, da Constituição Federal de 1988
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trân- (CF, de 1988), estabelecem que a educação, direito de
sito em julgado da sentença constitutiva, exceto na todos e dever do Estado e da família, será promovida
hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso e incentivada com a colaboração da sociedade, visan-
em que terá força retroativa à data do óbito. do ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 163
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para o exercício da cidadania e sua qualificação para I - de maus-tratos envolvendo seus alunos;
o trabalho. O Estatuto da Criança e do Adolescente II - reiteração de faltas injustificadas e de eva-
também apresenta suas próprias disposições sobre são escolar, esgotados os recursos escolares;
o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, III - elevados níveis de repetência.
que se iniciam com o art. 53:
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no
Art. 53 A criança e o adolescente têm direito à edu- Trabalho
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e O ECA estabelece regras atinentes ao Direito à Pro-
qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: fissionalização e à Proteção no Trabalho aos menores
I - igualdade de condições para o acesso e perma- sob a proteção do referido instrumento de proteção.
nência na escola; Em primeiro lugar, e de suma importância, é a
II - direito de ser respeitado por seus educadores; regra que proíbe qualquer trabalho a menores de 14
III - direito de contestar critérios avaliativos, poden- anos de idade, salvo na condição de aprendizes, pelo
do recorrer às instâncias escolares superiores; que dispõe o art. 60, do referido Estatuto.
IV - direito de organização e participação em enti-
O art. 62, do ECA, define como aprendizagem “a
dades estudantis;
formação técnico-profissional ministrada segundo as
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
diretrizes e bases da legislação de educação em vigor”,
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma que deverá observar os seguintes princípios (art. 63):
etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao
ter ciência do processo pedagógico, bem como par- ensino regular;
ticipar da definição das propostas educacionais. II - atividade compatível com o desenvolvimento do
Art. 53-A É dever da instituição de ensino, clubes adolescente;
e agremiações recreativas e de estabelecimentos III - horário especial para o exercício das atividades.
congêneres assegurar medidas de conscientização,
prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência Serão garantidos alguns direitos aos adolescentes
de drogas ilícitas. que prestarem serviços de aprendizagem; esses direi-
tos têm previsão legal nos dispositivos apresentados
Com relação a esses direitos, cabe ao Estado asse- a seguir:
gurar à criança e ao adolescente, de acordo com o art.
54, do ECA: Art. 64 Ao adolescente até quatorze anos de idade é
assegurada bolsa de aprendizagem.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, Art. 65 Ao adolescente aprendiz, maior de quator-
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na ze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
idade própria; previdenciários.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gra- Art. 66 Ao adolescente portador de deficiência é
tuidade ao ensino médio; assegurado trabalho protegido.
07

III - atendimento educacional especializado


6-

aos portadores de deficiência, preferencialmente na Os adolescentes empregados, aprendizes, em regi-


84

rede regular de ensino; me familiar de trabalho, alunos de escola técnica ou


.
92

IV - atendimento em creche e pré-escola às crian- aqueles assistidos em entidade governamental ou não


.3

ças de zero a cinco anos de idade; governamental estão sujeitos às seguintes vedações
21

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da relacionadas ao trabalho, que não pode ser:
-1

pesquisa e da criação artística, segundo a capa-


cidade de cada um;
a

Art. 67 [...]
s

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas
bo

às condições do adolescente trabalhador; de um dia e as cinco horas do dia seguinte;


ar

VII - atendimento no ensino fundamental, através II - perigoso, insalubre ou penoso;


B

de programas suplementares de material didáti- III - realizado em locais prejudiciais à sua for-
a

co-escolar, transporte, alimentação e assistên-


in

mação e ao seu desenvolvimento físico, psíqui-


cia à saúde.
ar

co, moral e social;


M

IV - realizado em horários e locais que não per-


O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito mitam a frequência à escola.
público subjetivo (§ 1º, do art. 54) e a falta do ofe-
recimento do ensino obrigatório pelo poder público Além disso, o adolescente tem direito à profissio-
ou sua oferta irregular importa responsabilidade da nalização e à proteção no trabalho por meio do respei-
autoridade competente (§ 2º, do art. 54). to à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
Compete ao poder público recensear os educandos e capacitação profissional adequada ao mercado de
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, trabalho.
junto aos pais ou ao responsável, pela frequência à Por fim, veja o que dispõe o art. 68:
escola (§ 3º, do art. 54).
Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matri- Art. 68 O programa social que tenha por base o
cular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino, trabalho educativo, sob responsabilidade de enti-
nos termos do art. 55, do ECA. dade governamental ou não-governamental sem
Conforme estabelece o art. 56, os dirigentes de fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente
estabelecimentos de ensino fundamental comunica- que dele participe condições de capacitação para o
164 rão ao Conselho Tutelar ao tomarem ciência: exercício de atividade regular remunerada.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DA PREVENÇÃO violência, de tratamento cruel ou degradante e de
formas violentas de educação, correção ou disciplina;
A prevenção da ocorrência de ameaça ou violação XI - a capacitação permanente das Polícias Civil e
dos direitos da criança e do adolescente é um dever Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bom-
de todos, nos termos do art. 70. beiros, dos profissionais nas escolas, dos Conse-
lhos Tutelares e dos profissionais pertencentes aos
O art. 70-A, do Estatuto, diz o seguinte:
órgãos e às áreas referidos no inciso II deste caput,
para que identifiquem situações em que crianças
Art. 70-A A União, os Estados, o Distrito Federal e
e adolescentes vivenciam violência e agressões no
os Municípios deverão atuar de forma articulada
âmbito familiar ou institucional;
na elaboração de políticas públicas e na execução
XII - a promoção de programas educacionais que
de ações destinadas a coibir o uso de castigo físi- disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
co ou de tratamento cruel ou degradante e difundir dignidade da pessoa humana, bem como de progra-
formas não violentas de educação de crianças e de mas de fortalecimento da parentalidade positiva,
adolescentes, tendo como principais ações: da educação sem castigos físicos e de ações de pre-
I - a promoção de campanhas educativas perma- venção e enfrentamento da violência doméstica e
nentes para a divulgação do direito da criança e familiar contra a criança e o adolescente;
do adolescente de serem educados e cuidados sem XIII - o destaque, nos currículos escolares de todos
o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou os níveis de ensino, dos conteúdos relativos à pre-
degradante e dos instrumentos de proteção aos venção, à identificação e à resposta à violência
direitos humanos; doméstica e familiar.
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, Art. 70-B As entidades, públicas e privadas, que
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com atuem nas áreas da saúde e da educação, além
o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos daquelas às quais se refere o art. 71 desta Lei, entre
da Criança e do Adolescente e com as entidades não outras, devem contar, em seus quadros, com pes-
governamentais que atuam na promoção, proteção soas capacitadas a reconhecer e a comunicar ao
e defesa dos direitos da criança e do adolescente; Conselho Tutelar suspeitas ou casos de crimes pra-
III - a formação continuada e a capacitação dos pro- ticados contra a criança e o adolescente.
fissionais de saúde, educação e assistência social e Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
dos demais agentes que atuam na promoção, prote- comunicação de que trata este artigo, as pessoas
ção e defesa dos direitos da criança e do adolescente encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
para o desenvolvimento das competências necessá- ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
rias à prevenção, à identificação de evidências, ao assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
de violência contra a criança e o adolescente; retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução Art. 71 A criança e o adolescente têm direito a
pacífica de conflitos que envolvam violência contra informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
a criança e o adolescente; espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
visem a garantir os direitos da criança e do adoles- Art. 72 As obrigações previstas nesta Lei não
excluem da prevenção especial outras decorrentes
07

cente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto


aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a dos princípios por ela adotados.
6-

informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre Art. 73 A inobservância das normas de prevenção
84

alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento importará em responsabilidade da pessoa física ou


.
92

cruel ou degradante no processo educativo; jurídica, nos termos desta Lei.


.3

VI - a promoção de espaços intersetoriais locais


21

para a articulação de ações e a elaboração de pla- Prevenção Especial


-1

nos de atuação conjunta focados nas famílias em


situação de violência, com participação de profis-
a

A prevenção especial refere-se às questões da


s

sionais de saúde, de assistência social e de educa- informação, cultura, lazer, esportes, diversões e espe-
bo

ção e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos táculos. Observe o arrolado nos arts. 74 e seguintes:
ar

direitos da criança e do adolescente.


B

VII - a promoção de estudos e pesquisas, de esta- Art. 74 O poder público, através do órgão compe-
a

tísticas e de outras informações relevantes às con-


in

tente, regulará as diversões e espetáculos públicos,


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

sequências e à frequência das formas de violência informando sobre a natureza deles, as faixas etá-
M

contra a criança e o adolescente para a sistemati- rias a que não se recomendem, locais e horários em
zação de dados nacionalmente unificados e a avalia- que sua apresentação se mostre inadequada.
ção periódica dos resultados das medidas adotadas; Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
VIII - o respeito aos valores da dignidade da pes- espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visí-
soa humana, de forma a coibir a violência, o trata- vel e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
mento cruel ou degradante e as formas violentas de informação destacada sobre a natureza do espetá-
educação, correção ou disciplina; culo e a faixa etária especificada no certificado de
IX - a promoção e a realização de campanhas educati- classificação.
vas direcionadas ao público escolar e à sociedade em Art. 75 Toda criança ou adolescente terá acesso às
geral e a difusão desta Lei e dos instrumentos de pro- diversões e espetáculos públicos classificados como
teção aos direitos humanos das crianças e dos ado- adequados à sua faixa etária.
lescentes, incluídos os canais de denúncia existentes; Parágrafo único. As crianças menores de dez anos
X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajus- somente poderão ingressar e permanecer nos
tes, de termos e de outros instrumentos de promoção locais de apresentação ou exibição quando acom-
de parceria entre órgãos governamentais ou entre panhadas dos pais ou responsável.
estes e entidades não governamentais, com o obje- Art. 76 As emissoras de rádio e televisão somente
tivo de implementar programas de erradicação da exibirão, no horário recomendado para o público 165
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infanto juvenil, programas com finalidades educa- § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
tivas, artísticas, culturais e informativas. de multa, a autoridade judiciária poderá determi-
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apre- nar o fechamento do estabelecimento por até 15
sentado ou anunciado sem aviso de sua classifi- (quinze) dias.
cação, antes de sua transmissão, apresentação ou § 2º Se comprovada a reincidência em período infe-
exibição. rior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será defini-
Art. 77 Os proprietários, diretores, gerentes e funcio- tivamente fechado e terá sua licença cassada.
nários de empresas que explorem a venda ou aluguel
de fitas de programação em vídeo cuidarão para que Da Autorização para Viajar
não haja venda ou locação em desacordo com a clas-
sificação atribuída pelo órgão competente. O art. 83, do ECA, estabelece regras para os casos
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo em que crianças ou adolescentes precisarem viajar
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a desacompanhados dos pais ou responsáveis.
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam. Em regra, nenhuma criança poderá viajar para
Art. 78 As revistas e publicações contendo material fora da comarca onde reside desacompanhada dos
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes pais ou responsáveis sem a devida autorização judi-
deverão ser comercializadas em embalagem lacra-
cial. Entretanto, o Estatuto da Criança e do Adolescen-
da, com a advertência de seu conteúdo.
te estabelece algumas exceções:
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
capas que contenham mensagens pornográficas ou Art. 83 [...]
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. § 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 79 As revistas e publicações destinadas ao
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
público infanto-juvenil não poderão conter ilustra-
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
ções, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluí-
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e
da na mesma região metropolitana
deverão respeitar os valores éticos e sociais da pes-
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezes-
soa e da família.
seis) anos estiver acompanhado:
Art. 80 Os responsáveis por estabelecimentos que
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou con-
grau, comprovado documentalmente o parentesco;
gênere ou por casas de jogos, assim entendidas as
que realizem apostas, ainda que eventualmente, 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
cuidarão para que não seja permitida a entrada e pai, mãe ou responsável.
a permanência de crianças e adolescentes no local, § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
afixando aviso para orientação do público. responsável, conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84 Quando se tratar de viagem ao exte-
rior, a autorização é dispensável, se a criança ou
Dos Produtos e Serviços
adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
Ao lado dos outros direitos garantidos pela Cons- responsável;
tituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Ado- II - viajar na companhia de um dos pais, autori-
lescente, é necessário que alguns produtos e serviços zado expressamente pelo outro através de docu-
07

sejam restringidos quanto ao acesso a essas pessoas mento com firma reconhecida.
6-

em condição peculiar de desenvolvimento. Art. 85 Sem prévia e expressa autorização judicial,


84

Nesse sentido, o art. 81 estabelece produtos que não nenhuma criança ou adolescente nascido em terri-
.
92

poderão ser vendidos para crianças e adolescentes. tório nacional poderá sair do País em companhia
.3

de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.


21

I - armas, munições e explosivos;


-1

II - bebidas alcoólicas; Portanto, a depender se a viagem é dentro do ter-


III - produtos cujos componentes possam causar ritório nacional ou para o exterior, as regras serão
a

dependência física ou psíquica, ainda que por


s

diferentes. O ECA estabelece que comete infração


bo

utilização indevida; administrativa aquele que infringir as regras acerca


ar

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto de viagem de criança ou adolescente:


B

aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam


a

incapazes de provocar qualquer dano físico em Art. 251 Transportar criança ou adolescente, por
in

caso de utilização indevida; qualquer meio, com inobservância do disposto nos


ar

V - revistas e publicações a que alude o artigo 78; arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
M

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. Pena - multa de três a vinte salários de referência,


aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
O art. 82, por sua vez, trata de importante regra
acerca da proibição de hospedagem de criança ou DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabeleci-
mento congênere, salvo se autorizado ou acompanha- As medidas de proteção à criança e ao adolescente
do pelos pais ou pelo responsável. estão previstas a partir do art. 98 e são aplicáveis sem-
O proprietário do estabelecimento que infringir pre que os direitos reconhecidos no Estatuto da Crian-
essa regra cometerá infração administrativa sujeita à ça e do Adolescente forem ameaçados ou violados:
penalidade de multa, conforme previsão do art. 250:
z Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado
Art. 250 Hospedar criança ou adolescente desa- (inciso I);
companhado dos pais ou responsável, ou sem auto- z Por falta, omissão ou abuso dos pais ou respon-
rização escrita desses ou da autoridade judiciária, sável (inciso II);
em hotel, pensão, motel ou congênere: z Em razão da conduta do próprio adolescente ou
166 Pena - multa. criança (inciso III).
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Das Medidas Específicas de Proteção desenvolvimento e capacidade de compreensão,
seus pais ou responsável devem ser informados
Poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamen- dos seus direitos, dos motivos que determinaram a
te, bem como substituídas a qualquer tempo (art. 99). intervenção e da forma como esta se processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a crian-
Art. 100 Na aplicação das medidas levar-se-ão em ça e o adolescente, em separado ou na companhia
conta as necessidades pedagógicas, preferindo- dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vín- cada, bem como os seus pais ou responsável, têm
culos familiares e comunitários. direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na
definição da medida de promoção dos direitos e de
A aplicação das medidas deve observar uma série proteção, sendo sua opinião devidamente conside-
de princípios, que estão previstos no art. 100 e dispos- rada pela autoridade judiciária competente, obser-
tos a seguir: vado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

I - condição da criança e do adolescente como Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são 98 (ação ou omissão da sociedade ou do Estado; falta,
os titulares dos direitos previstos nesta e em outras omissão ou abuso dos pais ou responsável; conduta
Leis, bem como na Constituição Federal; do próprio adolescente ou criança), a autoridade com-
II - proteção integral e prioritária: a interpre- petente poderá determinar, dentre outras, as medidas
tação e aplicação de toda e qualquer norma conti- descritas a seguir e previstas no art. 101.
da nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
prioritária dos direitos de que crianças e adolescen- I - encaminhamento aos pais ou responsável,
tes são titulares; mediante termo de responsabilidade;
III - responsabilidade primária e solidária do II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
poder público: a plena efetivação dos direitos III - matrícula e frequência obrigatórias em estabe-
assegurados a crianças e a adolescentes por esta lecimento oficial de ensino fundamental;
Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
esta expressamente ressalvados, é de responsabi- comunitários de proteção, apoio e promoção da
lidade primária e solidária das 3 (três) esferas de família, da criança e do adolescente;
governo, sem prejuízo da municipalização do aten- V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
dimento e da possibilidade da execução de progra- psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
mas por entidades não governamentais; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário
IV - interesse superior da criança e do adoles- de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
cente: a intervenção deve atender prioritariamente toxicômanos;
aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
VII - acolhimento institucional;
te, sem prejuízo da consideração que for devida a
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
outros interesses legítimos no âmbito da pluralida-
IX - colocação em família substituta.
de dos interesses presentes no caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e pro-
Antes de encaminhar a criança ou o adolescen-
07

teção da criança e do adolescente deve ser efetua-


da no respeito pela intimidade, direito à imagem e te para colocação em família substituta, prioriza-se
6-

a tentativa de manutenção ou reinserção no seio da


84

reserva da sua vida privada;


VI - intervenção precoce: a intervenção das auto- família à qual a criança ou adolescente já pertencem.
.
92

ridades competentes deve ser efetuada logo que a Ademais, ainda no art. 101, o acolhimento institu-
.3

situação de perigo seja conhecida; cional e o acolhimento familiar não devem ser eter-
21

VII - intervenção mínima: a intervenção deve nos, possuindo caráter provisório e excepcional.
-1

ser exercida exclusivamente pelas autoridades e


a

instituições cuja ação seja indispensável à efetiva § 1º O acolhimento institucional e o acolhimento


s

promoção dos direitos e à proteção da criança e do


bo

familiar são medidas provisórias e excepcionais,


adolescente; utilizáveis como forma de transição para reinte-
ar

VIII - proporcionalidade e atualidade: a inter- gração familiar ou, não sendo esta possível, para
B

venção deve ser a necessária e adequada à situa- colocação em família substituta, não implicando
a
in

ção de perigo em que a criança ou o adolescente se privação de liberdade.


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

encontram no momento em que a decisão é tomada; § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergen-
M

IX - responsabilidade parental: a intervenção ciais para proteção de vítimas de violência ou abu-


deve ser efetuada de modo que os pais assumam os so sexual e das providências a que alude o art. 130
seus deveres para com a criança e o adolescente; desta Lei, o afastamento da criança ou adolescen-
X - prevalência da família: na promoção de te do convívio familiar é de competência exclusiva
direitos e na proteção da criança e do adolescente
da autoridade judiciária e importará na defla-
deve ser dada prevalência às medidas que os man-
gração, a pedido do Ministério Público ou de quem
tenham ou reintegrem na sua família natural ou
tenha legítimo interesse, de procedimento judi-
extensa ou, se isto não for possível, que promovam
cial contencioso, no qual se garanta aos pais ou
a sua integração em família substituta;
ao responsável legal o exercício do contraditório
X - prevalência da família: na promoção de
e da ampla defesa.
direitos e na proteção da criança e do adolescente
deve ser dada prevalência às medidas que os man-
tenham ou reintegrem na sua família natural ou DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
extensa ou, se isso não for possível, que promovam
a sua integração em família adotiva; O ECA regula a prática do ato infracional a partir
XI - obrigatoriedade da informação: a crian- do art. 103. Ato infracional é, portanto, a conduta defi-
ça e o adolescente, respeitado seu estágio de nida como crime ou contravenção penal. 167
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Por serem penalmente inimputáveis, os menores O art. 111, por sua vez, descreve quais são essas
de dezoito anos estão sujeitos apenas às medidas pre- garantias. Veja no quadro a seguir:
vistas na lei em estudo. Para todos os efeitos, deve
ser considerada a idade do adolescente à data do fato
(parágrafo único, art. 104). GARANTIAS PROCESSUAIS (ECA)

Dos Direitos Individuais Pleno e formal conhecimento da atribuição


I de ato infracional, mediante citação ou meio
De acordo com a previsão do art. 106, equivalente

Art. 106 Nenhum adolescente será privado de sua Igualdade na relação processual, podendo con-
liberdade senão em flagrante de ato infracional II frontar-se com vítimas e testemunhas e produ-
ou por ordem escrita e fundamentada da autori- zir todas as provas necessárias à sua defesa
dade judiciária competente.

Assim como os maiores, o adolescente também III Defesa técnica por advogado
possui direito à identificação dos responsáveis pela
sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus Assistência judiciária gratuita e integral aos
direitos (parágrafo único). IV
necessitados, na forma da lei
Outro importante direito garantido ao adolescente
apreendido, conforme previsão do art. 107, consiste Direito de ser ouvido pessoalmente pela autori-
V
na imediata comunicação da apreensão “à autori- dade competente
dade judiciária competente e à família do apreendi-
Direito de solicitar a presença de seus
do ou à pessoa por ele indicada”.
VI pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento
Art. 107 [...]
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
pena de responsabilidade, a possibilidade de libe- Das Medidas Socioeducativas
ração imediata.
São medidas aplicáveis a adolescentes autores de
O art. 108 determina que a internação, antes da atos infracionais e estão previstas no art. 112, do ECA.
sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de Apesar de configurarem como resposta à prática de
45 dias. “A decisão deverá ser fundamentada e basear- um delito, apresentam caráter predominantemente
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, educativo e não punitivo.
demonstrada a necessidade imperiosa da medida”, As medidas são aplicadas por um Juiz da Infân-
nos termos do parágrafo único, do art. 108. cia e Juventude às pessoas na faixa etária entre 12 e
Por fim, conforme previsão do art. 109, o adoles- 18 anos, podendo, excepcionalmente, ser aplicadas a
cente civilmente identificado não será submetido à jovens com até 21 anos incompletos.
identificação compulsória pelos órgãos policiais, de Portanto, de acordo com o art. 112, uma vez “verifica-
07

proteção e judiciais, “salvo para efeito de confronta- da a prática de ato infracional, a autoridade competente
6-

ção, havendo dúvida fundada”. poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas”:


. 84
92

Identificação dos responsáveis pela sua I - advertência;


.3

apreensão, devendo ser informado II - obrigação de reparar o dano;


21

acerca de seus direitos III - prestação de serviços à comunidade;


-1

IV - liberdade assistida;
Imediata comunicação da apreensão
V - inserção em regime de semi-liberdade;
a

DIREITOS DO
à autoridade judiciária competente e à
s

ADOLESCENTE VI - internação em estabelecimento educacional;


bo

família do apreendido ou à pessoa por


APREENDIDO VII - qualquer uma das previstas no art.101, I a VI.
ele indicada
ar

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em


B

A internação, antes da sentença, pode conta a sua capacidade de cumpri-la, as cir-


a

ser determinada pelo prazo máximo de


cunstâncias e a gravidade da infração.
in

45 dias
ar
M

Não se admitirá, em hipótese alguma e sob qual-


Das Garantias Processuais quer pretexto, a prestação de trabalho forçado (§ 2º).

Em um primeiro momento, vimos os direitos indi- § 3º Os adolescentes portadores de doença ou


viduais do adolescente quando suspeito de come- deficiência mental receberão tratamento indivi-
ter prática de ato infracional. Ainda sob a tutela dos dual e especializado, em local adequado às suas
direitos e garantias já estudados neste capítulo, os condições.
adolescentes gozam de proteção especial quanto às Art. 114 A imposição das medidas previstas nos
garantias processuais. incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
Nesse sentido, o art. 110 estabelece que “nenhum provas suficientes da autoria e da materiali-
adolescente será privado de sua liberdade sem o devi- dade da infração, ressalvada a hipótese de remis-
são, nos termos do art. 127.
do processo legal”. Não há privação de liberdade para
crianças. Estas, quando acusadas da prática de ato infra-
cional, deverão ser encaminhadas ao Conselho Tutelar.

168
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Advertência § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
A primeira medida socioeducativa e uma das mais ser prorrogada, revogada ou substituída por
brandas é a advertência. Ela poderá ser aplicada sem- outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
pre que houver prova da materialidade e indícios Público e o defensor.
suficientes da autoria; consiste em uma admoesta- Art. 119 Incumbe ao orientador, com o apoio e a
ção verbal, que será reduzida a termo e assinada, supervisão da autoridade competente, a realização
conforme exposto no art. 115. dos seguintes encargos, entre outros:
Admoestar, no caso, significa aplicar reprimenda I - promover socialmente o adolescente e sua
em razão de incorreção ou inconveniência acerca do família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
se necessário, em programa oficial ou comunitário
comportamento de alguém.
de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a frequência e o aproveita-
Obrigação de Reparar o Dano
mento escolar do adolescente, promovendo, inclu-
sive, sua matrícula;
O art. 116, por sua vez, prevê a obrigação de repa- III - diligenciar no sentido da profissionalização
rar o dano: do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
Art. 116 Em se tratando de ato infracional com IV - apresentar relatório do caso.
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter-
minar, se for o caso, que o adolescente restitua a
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por Dica
outra forma, compense o prejuízo da vítima. Prestação de serviços à comunidade: período
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili-
máximo de 6 meses.
dade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada. Liberdade assistida: período mínimo de 6 meses.

Todavia, caso haja impossibilidade de impor as Regime de Semiliberdade


obrigações acima, a reparação do dano poderá ser
substituída por outra medida adequada. É a vinculação do adolescente a unidades especia-
lizadas, com restrição da sua liberdade, possibilitada
Da Prestação de Serviços à Comunidade a realização de atividades externas, sendo obrigató-
rias a escolarização e a profissionalização.
Trata-se de medida socioeducativa prevista no art.
117. Veja: Art. 120 O regime de semiliberdade pode ser deter-
minado desde o início, ou como forma de transição
Art. 117 A prestação de serviços comunitários con- para o meio aberto, possibilitada a realização de
siste na realização de tarefas gratuitas de interesse atividades externas, independentemente de autori-
geral, por período não excedente a seis meses, zação judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissio-
07

junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e


nalização, devendo, sempre que possível, ser utili-
6-

outros estabelecimentos congêneres, bem como em


zados os recursos existentes na comunidade.
84

programas comunitários ou governamentais.


Parágrafo único: As tarefas serão atribuídas con- § 2º A medida não comporta prazo determinado
.
92

forme as aptidões do adolescente, devendo ser cum- aplicando-se, no que couber, as disposições relati-
.3

pridas durante jornada máxima de oito horas vas à internação.


21

semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em


-1

dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à Internação


a

escola ou à jornada normal de trabalho.


s
bo

É a mais grave dentre as medidas socioeducativas,


Frisa-se que a prestação de serviços à comunidade sendo considerada como uma medida privativa da
ar

não poderá exceder 6 meses. liberdade. Trata-se, portanto, de medida excepcio-


B

nalmente aplicada, que será adotada pela autorida-


a
in

Liberdade Assistida de judiciária quando o ato infracional praticado pelo


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

adolescente se enquadrar nas situações previstas nos


M

Consiste no acompanhamento, no auxílio e na incisos I, II e III, do art. 122, do ECA.


orientação do adolescente em conflito com a lei por
equipes multidisciplinares, por período mínimo de 6 Art. 121 A internação constitui medida privativa
meses, objetivando oferecer atendimento nas diver- da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
sas áreas de políticas públicas, como saúde, educação, excepcionalidade e respeito à condição peculiar
cultura, esporte, lazer e profissionalização, com vistas de pessoa em desenvolvimento. A internação
a sua promoção social e a de sua família, bem como à pode ocorrer em caráter provisório ou estrito.
inserção no mercado de trabalho. § 1º Será permitida a realização de atividades
externas, a critério da equipe técnica da entidade,
Art. 118 A liberdade assistida será adotada sem- salvo expressa determinação judicial em contrário.
pre que se afigurar a medida mais adequada para § 2º A medida não comporta prazo determinado,
o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o devendo sua manutenção ser reavaliada, median-
adolescente. te decisão fundamentada, no máximo a cada seis
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para meses.
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomenda- § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
da por entidade ou programa de atendimento. internação excederá a três anos. 169
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo Os parágrafos 1º e 2º, do art. 124, estabelecem
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colo- regras quanto à incomunicabilidade do menor
cado em regime de semiliberdade ou de liberdade apreendido. A regra geral é, portanto, a vedação da
assistida. incomunicabilidade. Entretanto, excepcionalmente,
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um o juiz poderá suspender as visitas ao adolescente,
anos de idade. inclusive de seus pais, caso considere que as visitas o
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será prejudicam.
precedida de autorização judicial, ouvido o Minis-
tério Público, § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tem-
Em nenhuma hipótese será aplicada a internação porariamente a visita, inclusive de pais ou respon-
havendo outra medida adequada (§ 2º, art. 122). A sável, se existirem motivos sérios e fundados de sua
medida de internação só poderá ser aplica nos casos a prejudicialidade aos interesses do adolescente.
seguir (art. 122): Art. 125 É dever do Estado zelar pela integridade
física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante medidas adequadas de contenção e segurança.
grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infra- Por fim, o art. 125 contempla a responsabilidade
ções graves; do Estado em “zelar pela integridade física e mental
III - por descumprimento reiterado e injustificável dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequa-
da medida anteriormente imposta. das de contenção e segurança”.

O prazo de internação por descumprimento reite- Remissão


rado e injustificável da medida anteriormente impos-
ta não poderá ser superior a 3 meses, devendo ser A remissão é um instituto peculiar do Estatuto da
decretada judicialmente após o devido processo legal Criança e do Adolescente, uma vez que não encontra
(§ 1º, art. 122). paralelo com o direito penal.
De acordo com o art. 126:
Art. 123 A internação deverá ser cumprida em
entidade exclusiva para adolescentes, em local Art. 126 Antes de iniciado o procedimento judi-
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida cial para apuração de ato infracional, o repre-
rigorosa separação por critérios de idade, complei- sentante do Ministério Público poderá conceder a
ção física e gravidade da infração. remissão, como forma de exclusão do processo,
Parágrafo único. Durante o período de internação, atendendo às circunstâncias e consequências
do fato, ao contexto social, bem como à perso-
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
nalidade do adolescente e sua maior ou menor
pedagógicas.
participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a conces-
O art. 124 elenca um rol dos direitos assegurados são da remissão pela autoridade judiciária importa-
07

pelo ECA ao adolescente em cumprimento de medida rá na suspensão ou extinção do processo.


6-

privativa de liberdade.
84

Antes do início
.

Forma de exclusão
92

I - entrevistar-se pessoalmente com o represen- do procedimento


tante do Ministério Público; do processo
.3

judicial
21

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; REMISSÃO


III - avistar-se reservadamente com seu defensor; Após o início do Suspensão ou
-1

procedimento extinção do
IV - ser informado de sua situação processual,
a

judicial processo
sempre que solicitada;
s
bo

V - ser tratado com respeito e dignidade;


ar

VI - permanecer internado na mesma localidade ou Art. 127 A remissão não implica necessariamente
B

naquela mais próxima ao domicílio de seus pais o reconhecimento ou comprovação da responsabi-


a

ou responsável; lidade, nem prevalece para efeito de antecedentes,


in

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; podendo incluir eventualmente a aplicação de qual-
ar

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; quer das medidas previstas em lei, exceto a colo-
M

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e cação em regime de semi-liberdade e a internação.
asseio pessoal; Art. 128 A medida aplicada por força da remissão
X - habitar alojamento em condições adequadas poderá ser revista judicialmente, a qualquer
de higiene e salubridade; tempo, mediante pedido expresso do adolescen-
XI - receber escolarização e profissionalização; te ou de seu representante legal, ou do Ministé-
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: rio Público.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsáveis
crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e Os pais ou responsáveis podem ser responsabiliza-
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo dos sempre que os direitos reconhecidos da criança e do
comprovante daqueles porventura depositados em adolescente forem ameaçados ou violados. A aplicação
poder da entidade; destas medidas é de competência do Conselho Tutelar.
XVI - receber, quando de sua desinternação, os O art. 129 prevê o rol de medidas que poderão ser
documentos pessoais indispensáveis à vida em aplicadas aos pais ou responsáveis em situação de vio-
170 sociedade. lação dos direitos das crianças e dos adolescentes:
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Art. 136 São atribuições do Conselho Tutelar:
MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
RESPONSÁVEIS
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
Encaminhamento a serviços e programas previstas no art. 101, I a VII;
I oficiais ou comunitários de proteção, apoio e II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
promoção da família aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, poden-
Inclusão em programa oficial ou comunitário
do para tanto:
II de auxílio, orientação e tratamento a alcoóla- a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
tras e toxicômanos educação, serviço social, previdência, trabalho e
Encaminhamento a tratamento psicológico ou segurança;
III b) representar junto à autoridade judiciária nos
psiquiátrico
casos de descumprimento injustificado de suas
Encaminhamento a cursos ou programas de deliberações.
IV
orientação IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
Obrigação de matricular o filho ou pupilo e fato que constitua infração administrativa ou penal
V acompanhar sua frequência e aproveitamento contra os direitos da criança ou adolescente;
escolar V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
sua competência;
Obrigação de encaminhar a criança ou adoles- VI - providenciar a medida estabelecida pela auto-
VI
cente a tratamento especializado ridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de
I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII Advertência
VII - expedir notificações;
VIII Perda da guarda VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
de criança ou adolescente quando necessário;
XI Destituição da tutela IX - assessorar o Poder Executivo local na elabora-
ção da proposta orçamentária para planos e pro-
X Suspensão ou destituição do poder familiar gramas de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente;
Art. 130 Verificada a hipótese de maus-tratos, X - representar, em nome da pessoa e da família,
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou contra a violação dos direitos previstos no art. 220,
responsável, a autoridade judiciária poderá deter- § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
minar, como medida cautelar, o afastamento XI - representar ao Ministério Público para efeito
do agressor da moradia comum. das ações de perda ou suspensão do poder familiar,
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a após esgotadas as possibilidades de manutenção da
criança ou do adolescente junto à família natural.
fixação provisória dos alimentos de que necessitem
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
grupos profissionais, ações de divulgação e trei-
DO CONSELHO TUTELAR namento para o reconhecimento de sintomas de
07

maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído


6-

De acordo com o art. 131, pela Lei nº 13.046, de 2014)


84

XIII - adotar, na esfera de sua competência, ações


.
92

Art. 131 O Conselho Tutelar é órgão permanente e articuladas e efetivas direcionadas à identificação
.3

autônomo, não jurisdicional, encarregado pela da agressão, à agilidade no atendimento da crian-


21

sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos ça e do adolescente vítima de violência doméstica e
-1

da criança e do adolescente. familiar e à responsabilização do agressor;


Art. 132 Em cada Município e em cada Região XIV - atender à criança e ao adolescente vítima ou
s a

Administrativa do Distrito Federal haverá, no míni- testemunha de violência doméstica e familiar, ou


bo

mo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante submetido a tratamento cruel ou degradante ou a
ar

da administração pública local, composto de 5 (cin- formas violentas de educação, correção ou discipli-
B

co) membros, escolhidos pela população local para na, a seus familiares e a testemunhas, de forma a
a

prover orientação e aconselhamento acerca de seus


in

mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
direitos e dos encaminhamentos necessários;
ar

por novos processos de escolha (redação pela Lei


M

13.824, de 2019). XV - representar à autoridade judicial ou policial


Art. 133 Para a candidatura a membro do Conselho para requerer o afastamento do agressor do lar, do
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: domicílio ou do local de convivência com a vítima
I - reconhecida idoneidade moral; nos casos de violência doméstica e familiar contra
II - idade superior a vinte e um anos; a criança e o adolescente;
III - residir no município. XVI - representar à autoridade judicial para reque-
[...] rer a concessão de medida protetiva de urgência à
criança ou ao adolescente vítima ou testemunha de
Art. 135 O exercício efetivo da função de conselhei-
violência doméstica e familiar, bem como a revisão
ro constituirá serviço público relevante e estabele-
daquelas já concedidas;
cerá presunção de idoneidade moral.
XVII - representar ao Ministério Público para reque-
rer a propositura de ação cautelar de antecipação
Das Atribuições do Conselho de produção de prova nas causas que envolvam vio-
lência contra a criança e o adolescente;
O art. 136, do ECA, apresenta o rol taxativo de atri- XVIII - tomar as providências cabíveis, na esfera
buições do Conselho Tutelar no desempenho de suas de sua competência, ao receber comunicação da
funções administrativas e assistenciais: ocorrência de ação ou omissão, praticada em local 171
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público ou privado, que constitua violência domés- Art. 141 É garantido o acesso de toda criança ou ado-
tica e familiar contra a criança e o adolescente; lescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público
XIX - receber e encaminhar, quando for o caso, as e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
informações reveladas por noticiantes ou denun- § 1º A assistência judiciária gratuita será presta-
ciantes relativas à prática de violência, ao uso de da aos que dela necessitarem, através de defensor
tratamento cruel ou degradante ou de formas vio- público ou advogado nomeado.
lentas de educação, correção ou disciplina contra a § 2º As ações judiciais da competência da Justiça
criança e o adolescente; da Infância e da Juventude são isentas de custas e
XX - representar à autoridade judicial ou ao Minis- emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
tério Público para requerer a concessão de medidas de má-fé.
cautelares direta ou indiretamente relacionada à
eficácia da proteção de noticiante ou denuncian-
te de informações de crimes que envolvam vio- Importante!
lência doméstica e familiar contra a criança e o
adolescente. O STJ já decidiu que a isenção de custas e emo-
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribui- lumentos é deferida às crianças e adolescentes
ções, o Conselho Tutelar entender necessário o enquanto autores ou réus, não sendo extensível aos
afastamento do convívio familiar, comunicará demais sujeitos processuais que figurem no feito.
incontinenti o fato ao Ministério Público, prestan-
do-lhe informações sobre os motivos de tal entendi-
mento e as providências tomadas para a orientação, Em regra, pelo disposto no art. 142,
o apoio e a promoção social da família. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 142 Os menores de dezesseis anos serão repre-
Art. 137 As decisões do Conselho Tutelar somente sentados e os maiores de dezesseis e menores de vinte
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a e um anos assistidos por seus pais, tutores ou cura-
pedido de quem tenha legítimo interesse. dores, na forma da legislação civil ou processual.

Da Escolha dos Conselheiros Há casos, no entanto, em que os interesses dos


menores podem vir a colidir com os de seus pais ou
Art. 139 O processo para a escolha dos membros do responsáveis, ou, ainda, casos em que venha o menor
Conselho Tutelar será estabelecido em lei munici- a carecer de representação ou assistência legal, ainda
pal e realizado sob a responsabilidade do Conselho que eventual. Nesses casos, o parágrafo único, do art.
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescen-
142, determina que a autoridade judiciária dê cura-
te, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação
dor especial à criança ou ao adolescente.
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Os arts. 143 e 144, do ECA, estabelecem regras quan-
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conse-
lho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o to à publicidade dos procedimentos que envolvam
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no pri- menores. Essas regras possuem o objetivo de proteger
meiro domingo do mês de outubro do ano subse- a condição do menor em desenvolvimento, a fim de evi-
quente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei tar que sejam atingidas a sua moral, honra e imagem.
07

nº 12.696, de 2012)
6-

§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no Art. 143 É vedada a divulgação de atos judiciais,
84

dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo policiais e administrativos que digam respeito a
.

de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) crianças e adolescentes a que se atribua autoria
92

§ 3º No processo de escolha dos membros do Con- de ato infracional.


.3

selho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do
21

prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem fato não poderá identificar a criança ou adoles-
-1

pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de cente, vedando-se fotografia, referência a nome,
a

pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive,
s
bo

iniciais do nome e sobrenome.


Art. 144 A expedição de cópia ou certidão de atos a
ar

Dos Impedimentos
que se refere o artigo anterior somente será deferida
B

pela autoridade judiciária competente, se demons-


a

Art. 140 São impedidos de servir no mesmo Conse-


in

trado o interesse e justificada a finalidade.


lho marido e mulher, ascendentes e descendentes,
ar

sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante


M

o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta A proibição da divulgação de informações acerca


e enteado. de crianças e adolescentes aos quais se atribua a auto-
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do con- ria de ato infracional alcança atos judiciais, policiais
selheiro, na forma deste artigo, em relação à auto- e administrativos.
ridade judiciária e ao representante do Ministério Estabelece ainda a lei que as notícias não identifica-
Público com atuação na Justiça da Infância e da rão o menor, “vedando-se fotografia, referência a nome,
Juventude, em exercício na comarca, foro regional apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, ini-
ou distrital. ciais do nome e sobrenome” (parágrafo único, art. 143).

ACESSO À JUSTIÇA Da Justiça da Infância e da Juventude

O acesso à justiça, no âmbito do Estatuto da Crian- De acordo com a previsão do art. 145:
ça e do Adolescente, é o instrumento de proteção de
qualquer criança ou adolescente à Defensoria Públi- Art. 145 Os estados e o Distrito Federal pode-
ca, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por rão criar varas especializadas e exclusivas
172 qualquer de seus órgãos. da infância e da juventude, cabendo ao Poder
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Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por II - indicação de eventual parentesco do requerente e de
número de habitantes, dotá-las de infraestrutura e seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adoles-
dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. cente, especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescen-
Competência te e de seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nasci-
De acordo com o que dispõe o art. 147, a competên- mento, anexando, se possível, uma cópia da respec-
cia para os processos da Infância e da Juventude será tiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
determinada:
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, obser-
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
var-se-ão também os requisitos específicos.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou ado-
lescente, à falta dos pais ou responsável.
Conforme o art. 166, do ECA:
As regras acima, no entanto, são aplicáveis aos
Art. 166 Se os pais forem falecidos, tiverem sido
casos que não envolvam ato infracional, uma vez que
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
o § 1º estabelece que, “nos casos de ato infracional,
houverem aderido expressamente ao pedido de
será competente a autoridade do lugar da ação ou colocação em família substituta, este poderá ser
omissão, observadas as regras de conexão, continên- formulado diretamente em cartório, em petição
cia e prevenção”. Nos casos que envolvam ato infra- assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
cional, a autoridade competente é a do lugar da ação assistência de advogado.
ou omissão. § 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as par-
Dos Procedimentos tes, devidamente assistidas por advogado ou por
defensor público, para verificar sua concordância
Com base no que determina o art. 152, as regras com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
estabelecidas no Código de Processo Civil são aplica- contado da data do protocolo da petição ou da
das subsidiariamente ao ECA quando este não regula- entrega da criança em juízo, tomando por termo as
mentar especificamente situação condizente. declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Contudo, no que for relacionado ao regramento de II - declarará a extinção do poder familiar.
apuração de infrações e medidas de privação de liber- § 2º O consentimento dos titulares do poder familiar
será precedido de orientações e esclarecimentos
dade, aplicar-se-ão, de forma subsidiária, as regras
prestados pela equipe interprofissional da Justiça
estabelecidas no Código de Processo Penal.
da Infância e da Juventude, em especial, no caso de
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.
Art. 152 Aos procedimentos regulados nesta Lei
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais pre-
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigi-
vistas na legislação processual pertinente.
lo das informações.
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá
07

Aos menores será assegurada a: validade se não for ratificado na audiência a que se
6-

refere o § 1º deste artigo.


84

§ 1º [...] prioridade absoluta na tramitação dos § 5º O consentimento é retratável até a data da rea-
.

processos e procedimentos previstos nesta Lei, lização da audiência especificada no § 1º deste arti-
92

assim como na execução dos atos e diligências judi- go, e os pais podem exercer o arrependimento no
.3

ciais a eles referentes. prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação


21

da sentença de extinção do poder familiar


-1

Com relação aos prazos, serão aplicáveis aos seus § 6º O consentimento somente terá valor se for
a

procedimentos, ocasião em que serão: dado após o nascimento da criança.


s
bo

§ 7º A família natural e a família substituta rece-


§ 2º [...] contados em dias corridos, excluído o dia berão a devida orientação por intermédio de equi-
ar

pe técnica interprofissional a serviço da Justiça da


B

do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o


prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Minis- Infância e da Juventude, preferencialmente com
a
in

tério Público. apoio dos técnicos responsáveis pela execução da


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

política municipal de garantia do direito à convi-


M

Da Colocação em Família Substituta vência familiar.

Família substituta é aquela que se propõe a tra- Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
zer para dentro de sua residência uma criança ou Adolescente
um adolescente que, por qualquer circunstância, foi
desprovido da família natural, para que nela possa se “O adolescente apreendido por força de ordem
desenvolver como parte integrante. judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
O art. 165 apresenta alguns requisitos que são judiciária”, nos termos do art. 171.
necessários para que a criança ou o adolescente seja Por sua vez, o art. 172 descreve que “o adolescente
colocado em família substituta. Veja: apreendido em flagrante de ato infracional será, desde
logo, encaminhado à autoridade policial competente”.
Art. 165 São requisitos para a concessão de pedi- O policial que descumprir a regra incidirá na con-
dos de colocação em família substituta: duta criminosa prevista no art. 231, do ECA:
I - qualificação completa do requerente e de seu
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa Art. 231 Deixar a autoridade policial responsável
anuência deste; pela apreensão de criança ou adolescente de fazer 173
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imediata comunicação à autoridade judiciária Art. 179 Apresentado o adolescente, o representan-
competente e à família do apreendido ou à pessoa te do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do
por ele indicada: auto de apreensão, boletim de ocorrência ou rela-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. tório policial, devidamente autuados pelo cartório
judicial e com informação sobre os antecedentes do
De acordo com o art. 173, no caso em que ocorrer adolescente, procederá imediata e informalmente à
flagrante de ato infracional cometido mediante vio- sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou res-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade poli- ponsável, vítima e testemunhas.
cial deverá: Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
representante do Ministério Público notificará os
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemu- pais ou responsável para apresentação do adoles-
nhas e o adolescente; cente, podendo requisitar o concurso das polícias
II - apreender o produto e os instrumentos da civil e militar.
infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à Adotadas as providências descritas acima, de acor-
comprovação da materialidade e autoria da infração. do com o art. 180, o representante do Ministério Públi-
co poderá:
Nas demais hipóteses de flagrante sem violência
ou grave ameaça, “a lavratura do auto poderá ser subs- I - promover o arquivamento dos autos;
tituída por boletim de ocorrência circunstanciada” II - conceder a remissão;
(parágrafo único, art. 173). III - representar à autoridade judiciária para apli-
cação de medida sócio-educativa.
Art. 174 Comparecendo qualquer dos pais ou
responsável, o adolescente será prontamente Acompanhe, ainda, o disposto nos arts. 181 e 182:
liberado pela autoridade policial, sob termo de
compromisso e responsabilidade de sua apre- Art. 181 Promovido o arquivamento dos autos ou
sentação ao representante do Ministério Público, concedida a remissão pelo representante do Minis-
no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro tério Público, mediante termo fundamentado, que
dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclu-
do ato infracional e sua repercussão social, deva sos à autoridade judiciária para homologação.
o adolescente permanecer sob internação para § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão,
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção a autoridade judiciária determinará, conforme o
da ordem pública. caso, o cumprimento da medida.
Art. 175 Em caso de não liberação, a autoridade § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
policial encaminhará, desde logo, o adolescente remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
ao representante do Ministério Público, junta- mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
mente com cópia do auto de apreensão ou bole- representação, designará outro membro do Minis-
tim de ocorrência. tério Público para apresentá-la, ou ratificará o
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade policial encaminhará o adolescente à
07

autoridade judiciária obrigada a homologar.


entidade de atendimento, que fará a apresentação
6-

Art. 182 Se, por qualquer razão, o representante do


ao representante do Ministério Público no prazo
84

Ministério Público não promover o arquivamento


de vinte e quatro horas.
.

ou conceder a remissão, oferecerá representação à


92

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de


autoridade judiciária, propondo a instauração de
.3

atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade


procedimento para aplicação da medida socioedu-
21

policial. À falta de repartição policial especializada,


cativa que se afigurar a mais adequada.
-1

o adolescente aguardará a apresentação em depen-


§ 1º A representação será oferecida por petição, que
dência separada da destinada a maiores, não
a

conterá o breve resumo dos fatos e a classificação


s

podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo refe-


bo

do ato infracional e, quando necessário, o rol de


rido no parágrafo anterior.
testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em
ar

sessão diária instalada pela autoridade judiciária.


B

Caso a autoridade policial entenda ser necessária a § 2º A representação independe de prova pré-cons-
a

não liberação do menor, este deverá ser imediatamente


in

tituída da autoria e materialidade.


ar

encaminhado ao Ministério Público. Não sendo possível


M

o encaminhamento imediato, o prazo é de 24 horas. O art. 183 determina que:


Art. 176 Sendo o adolescente liberado, a autorida-
Art. 183 O prazo máximo e improrrogável para
de policial encaminhará imediatamente ao repre-
a conclusão do procedimento, estando o adolescen-
sentante do Ministério Público cópia do auto de
te internado provisoriamente, será de quarenta e
apreensão ou boletim de ocorrência.
cinco dias.
Art. 177 Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
Art. 184 Oferecida a representação, a autoridade
indícios de participação de adolescente na prática
judiciária designará audiência de apresentação do
de ato infracional, a autoridade policial encami-
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decre-
nhará ao representante do Ministério Público rela-
tação ou manutenção da internação, observado o
tório das investigações e demais documentos.
Art. 178 O adolescente a quem se atribua autoria disposto no artigo 108 e parágrafo.
de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de Caso seja oferecida a representação do adolescen-
veículo policial, em condições atentatórias à sua te, deverá ser designada audiência de apresentação,
dignidade, ou que impliquem risco à sua integrida- na qual se decidirá pela decretação ou manutenção
174 de física ou mental, sob pena de responsabilidade. da internação (art. 184).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De acordo com o § 1º, do art. 184, Quando houver sentença aplicando medida de
internação ou regime de semiliberdade, a intimação
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão será feita:
cientificados do teor da representação, e notifica-
dos a comparecer à audiência, acompanhados de Art. 190 A intimação da sentença que aplicar medi-
advogado. da de internação ou regime de semiliberdade será
feita:
Caso não sejam localizados pais ou responsáveis, I - ao adolescente e ao seu defensor;
será nomeado curador especial pela autoridade judi- II - quando não for encontrado o adolescente, a seus
ciária ao adolescente (§ 2º, art. 184). E, caso, não seja pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
localizado o adolescente, será expedido mandado de § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação
busca e apreensão, determinando-se o sobrestamento far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
do feito, até a efetiva apresentação (§ 3º, art. 184). § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescen-
te, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer
da sentença.
Dica
O instrumento para efetuar a prisão de maior de Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
idade é o mandado de prisão. Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
O instrumento para efetuar a apreensão do Criança e de Adolescente
menor é o mandado de busca e apreensão.
A Lei nº 13.441, de 2017, instituiu no Estatuto da
Art. 184 [...] Criança e do Adolescente (arts. 190-A a 190-E, da Lei
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisi- nº 8.069, de 1990) a infiltração policial virtual. Trata-
tada a sua apresentação, sem prejuízo da notifica- -se de uma nova modalidade de infiltração de agentes
ção dos pais ou responsável. policiais a ser realizada de forma virtual, por meio da
Art. 185 A internação, decretada ou mantida pela internet.
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em A infiltração consiste em técnica de investigação,
estabelecimento prisional. mediante a utilização de disfarces pelos policiais a
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as carac- fim de obter elementos de prova aptos a ensejarem
terísticas definidas no art. 123, o adolescente deve- a repercussão penal dos crimes alcançados pela Lei.
rá ser imediatamente transferido para a localidade A infiltração, na forma do art. 190-A, dar-se-á para
mais próxima. a elucidação dos seguintes crimes:
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
adolescente aguardará sua remoção em repartição
policial, desde que em seção isolada dos adultos e
z Pedofilia (arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-
com instalações apropriadas, não podendo ultra- D, do ECA);
passar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de z Crimes contra a dignidade sexual de vulnerá-
responsabilidade. veis: estupro de vulnerável (art. 217-A, do CP),
corrupção de menores (art. 218, do CP), satisfação
de lascívia (art. 218-A, do CP) e favorecimento da
07

A internação de adolescente jamais poderá ser


prostituição de criança ou adolescente ou de vul-
6-

realizada em estabelecimento prisional (art. 185).


nerável (art. 218-B, do CP);
84

Caso não haja unidade de internação na localidade de


z Invasão de dispositivo informático (art. 154-A,
.

residência do menor, ele será transferido para aquela


92

que seja mais próxima (§ 1º). do CP).


.3

Em caso de ser impossível a pronta transferência,


21

o adolescente poderá permanecer em repartição poli- Art. 190-A A infiltração de agentes de polícia na
-1

cial, separado dos presos maiores, pelo período máxi- internet com o fim de investigar os crimes previs-
a

mo de 5 dias, sob pena de responsabilidade (§ 2º). tos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B,241-C e 241-
s
bo

D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e


218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
ar

Art. 187 Se o adolescente, devidamente notificado,


1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras:
B

não comparecer, injustificadamente à audiência de


(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
a

apresentação, a autoridade judiciária designará


in

I - será precedida de autorização judicial devida-


nova data, determinando sua condução coercitiva.
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

mente circunstanciada e fundamentada, que esta-


Art. 188 A remissão, como forma de extinção ou
M

belecerá os limites da infiltração para obtenção de


suspensão do processo, poderá ser aplicada em
qualquer fase do procedimento, antes da sentença. prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela
Lei nº 13.441, de 2017)
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério
O art. 189 estabelece que a autoridade judiciá- Público ou representação de delegado de polícia
ria não aplicará qualquer medida, reconhecendo na e conterá a demonstração de sua necessidade, o
sentença: alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou ape-
lidos das pessoas investigadas e, quando possível,
I - estar provada a inexistência do fato; os dados de conexão ou cadastrais que permitam
II - não haver prova da existência do fato; a identificação dessas pessoas (Incluído pela Lei nº
III - não constituir o fato ato infracional; 13.441, de 2017)
IV - não existir prova de ter o adolescente concor- III - não poderá exceder o prazo de 90 (noventa)
rido para o ato infracional. dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte)
Nos casos acima, “estando o adolescente internado, dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a
será imediatamente colocado em liberdade” (parágra- critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº
fo único, art. 189). 13.441, de 2017) 175
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Para os fins acima, considera-se (§ 2º, art. 190-A, desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a
do ECA): seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-
ração de nascimento, onde constem as intercorrên-
I - dados de conexão: informações referentes a cias do parto e do desenvolvimento do neonato:
hora, data, início, término, duração, endereço de Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de Parágrafo único. Se o crime é culposo:
origem da conexão; Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
II - dados cadastrais: informações referentes a Art. 229 Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente
nome e endereço de assinante ou de usuário regis- de estabelecimento de atenção à saúde de gestante
trado ou autenticado para a conexão a quem endere- de identificar corretamente o neonato e a partu-
ço de IP, identificação de usuário ou código de acesso riente, por ocasião do parto, bem como deixar de
tenha sido atribuído no momento da conexão. proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Importante! Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230 Privar a criança ou o adolescente de sua
“A infiltração de agentes de polícia na internet liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
não será admitida se a prova puder ser obtida por em flagrante de ato infracional ou inexistindo
outros meios” (§ 3º, art. 190-A). ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS procede à apreensão sem observância das formali-
dades legais.
Os crimes e as infrações administrativas abran- Art. 231 Deixar a autoridade policial responsável
gem as condutas criminosas e ilegais praticadas con- pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
tra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, imediata comunicação à autoridade judiciária
sem prejuízo do disposto na legislação penal, segundo competente e à família do apreendido ou à pessoa
o art. 225, do ECA. por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 226 Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as Art. 232 Submeter criança ou adolescente sob sua
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. constrangimento:
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o ado- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
lescente, independentemente da pena prevista, não se Art. 233 Revogado
aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Art. 234 Deixar a autoridade competente, sem justa
§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar con- causa, de ordenar a imediata liberação de criança
tra a criança e o adolescente, é vedada a aplicação de ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ile-
penas de cesta básica ou de outras de prestação pecu- galidade da apreensão:
niária, bem como a substituição de pena que implique Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235 Descumprir, injustificadamente, prazo
07

o pagamento isolado de multa.” (NR)


fixado nesta Lei em benefício de adolescente priva-
6-

do de liberdade:
84

Os crimes são de ação pública incondicionada,


ou seja, prescindem (dispensam) de representação da Pena - detenção de seis meses a dois anos.
.
92

Art. 236 Impedir ou embaraçar a ação de autori-


vítima ou de seu responsável legal.
.3

dade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou


Atenção para o art. 227-A, que foi incluído pela Lei
21

representante do Ministério Público no exercício de


nº 13.869, de 2019:
-1

função prevista nesta Lei:


Pena - detenção de seis meses a dois anos.
a

Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no


s

Art. 237 Subtrair criança ou adolescente ao poder


bo

inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº


de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
ar

ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar


para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
B

substituto:
servidores públicos com abuso de autoridade, são
a

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.


in

condicionados à ocorrência de reincidência.


Art. 238 Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
ar

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou


M

pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:


da função, nesse caso, independerá da pena aplica-
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
da na reincidência.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Nos tópicos que veremos a seguir, não nos resta Art. 239 Promover ou auxiliar a efetivação de ato
alternativa senão gravar os principais crimes e infra- destinado ao envio de criança ou adolescente para
ções cobrados em provas. Sugerimos que faça uma o exterior com inobservância das formalidades
leitura atenta dos dispositivos e invista na resolução legais ou com o fito de obter lucro:
de questões sobre o assunto. Dessa forma, você certa- Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
mente estará preparado para sua prova. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
Dos Crimes em Espécie Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da
pena correspondente à violência.
Art. 228 Deixar o encarregado de serviço ou o diri- Art. 240 Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
gente de estabelecimento de atenção à saúde de filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
gestante de manter registro das atividades desen- sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança
176 volvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 ou adolescente:
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Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e § 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois
multa. terços) se de pequena quantidade o material a
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, faci- que se refere o caput deste artigo
lita, recruta, coage, ou de qualquer modo interme- § 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento
deia a participação de criança ou adolescente nas tem a finalidade de comunicar às autoridades
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda competentes a ocorrência das condutas descritas
quem com esses contracena. nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agen- a comunicação for feita por:
te comete o crime: I - agente público no exercício de suas funções;
I - no exercício de cargo ou função pública ou a pre- II - membro de entidade, legalmente constituída,
texto de exercê-la; que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
II - prevalecendo-se de relações domésticas, de coa- recebimento, o processamento e o encaminhamen-
bitação ou de hospitalidade; ou to de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III - representante legal e funcionários res-
III - prevalecendo-se de relações de parentesco con-
ponsáveis de provedor de acesso ou serviço
sanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por ado-
prestado por meio de rede de computadores, até
ção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
o recebimento do material relativo à notícia feita
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha
à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Poder Judiciário.
Art. 241 Vender ou expor à venda fotografia, § 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deve-
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo rão manter sob sigilo o material ilícito referido.
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Quanto ao crime previsto no art. 241-A (divulgação
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
de imagem pornográfica de adolescente via WhatsA-
multa.
pp e Facebook), a competência para julgamento, em
regra, é da Justiça Estadual. Todavia, será da Justiça
Infelizmente, hoje em dia, por ocasião da tecnologia Federal nas hipóteses em que estiver evidenciada a
e de seu uso cada vez maior por crianças e adolescen- internacionalidade da conduta.
tes, há uma proliferação de crimes cibernéticos envol-
vendo a pornografia com crianças e adolescentes. Art. 241-C Simular a participação de criança ou
Aquele que compartilhar, enviar ou até armaze- adolescente em cena de sexo explícito ou pornográ-
nar conteúdo pornográfico envolvendo crianças e fica por meio de adulteração, montagem ou modifi-
adolescentes cometerá o crime previsto no art. 241-A. cação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma
de representação visual:
Art. 241-A Oferecer, trocar, disponibilizar, trans- Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
mitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
meio, inclusive por meio de sistema de informática vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publi-
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro ca ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi- armazena o material produzido na forma do caput
ca envolvendo criança ou adolescente: deste artigo.
07

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 241-D Aliciar, assediar, instigar ou constran-
6-

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: ger, por qualquer meio de comunicação, criança,
84

I - assegura os meios ou serviços para o armaze- com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


92

namento das fotografias, cenas ou imagens de que


Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
.3

trata o caput deste artigo;


I - facilita ou induz o acesso à criança de material
21

II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede


contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
-1

de computadores às fotografias, cenas ou imagens


com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
de que trata o caput deste artigo.
a

II - pratica as condutas descritas no caput deste


s

§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do §


bo

artigo com o fim de induzir criança a se exibir de


1º deste artigo são puníveis quando o responsável forma pornográfica ou sexualmente explícita.
ar

legal pela prestação do serviço, oficialmente noti- Art. 241-E Para efeito dos crimes previstos nesta
B

ficado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou porno-
a

ilícito de que trata o caput deste artigo.


in

gráfica” compreende qualquer situação que envol-


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

va criança ou adolescente em atividades sexuais


M

Acerca dos delitos relacionados à pornografia explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
infantil, importa citar o Informativo nº 335, do STJ, órgãos genitais de uma criança ou adolescente
que determinou: para fins primordialmente sexuais.
Art. 242 Vender, fornecer ainda que gratuitamente
Compete à Justiça Federal processar e julgar os ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
crimes consistentes em disponibilizar ou adqui- lescente arma, munição ou explosivo:
rir material pornográfico envolvendo criança ou Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
adolescente [artigos 241, 241-A e 241-B da Lei Art. 243 Vender, fornecer, servir, ministrar ou
8.069/1990] quando praticados por meio da rede entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer for-
mundial de computadores. ma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componen-
tes possam causar dependência física ou psíquica:
Art. 241-B Adquirir, possuir ou armazenar, por Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de ta, se o fato não constitui crime mais grave.
registro que contenha cena de sexo explícito ou por- Art. 244 Vender, fornecer, ainda que gratuitamen-
nográfica envolvendo criança ou adolescente: te, ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. adolescente fogos de estampido ou de artifício, 177
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exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, Justifica-se a importância do tema na educação
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico pelas violações de direitos humanos que aconteceram
em caso de utilização indevida: no país entre as décadas de 1960 até 1980, advindas do
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. período da Ditadura Militar.3
Art. 244-A Submeter criança ou adolescente, como Alguns anos antes dessas Diretrizes, em 2010, já
tais definidos no caput do art. 2 desta Lei, à prosti- haviam sido implementadas Diretrizes Gerais para a
tuição ou à exploração sexual: Educação Básica (2010). Veja o que esse relatório diz
Pena - reclusão de quatro a dez anos e multa, além
sobre o direito à educação:
da perda de bens e valores utilizados na prática cri-
minosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança
[...] o direito à educação é concebido como direito
e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
inalienável de todos(as) os(as) cidadãos(ãs) e con-
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
dição primeira para o exercício pleno dos Direitos
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
Humanos. Recomenda-se que o tema dos Direitos
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
Humanos seja abordado ao longo do desenvolvi-
gerente ou o responsável pelo local em que se veri-
mento de componentes curriculares com os quais
fique a submissão de criança ou adolescente às prá-
guardam intensa e relativa relação temática.4
ticas referidas no caput deste artigo.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a
cassação da licença de localização e de funciona- Nesse mesmo sentido, foi implementado no Brasil o
mento do estabelecimento. Programa Nacional de Educação Continuada em Direi-
Art. 244-B Corromper ou facilitar a corrupção de tos Humanos, entre 1996 e 2002, que gera efeitos até os
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando tempos atuais, com formação de professores e comuni-
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: dades escolares nos temas de direitos humanos.5
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Portanto, é na década de 1990 que temos o início
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste do marco jurídico pela educação em direitos huma-
artigo quem pratica as condutas ali tipificadas uti- nos. A partir desse período, a busca pela universaliza-
lizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive ção da educação básica, ao lado da democratização do
salas de bate-papo da internet. acesso ao ensino superior, é atravessada pela defesa e
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são promoção dos direitos humanos.6
aumentadas de um terço no caso de a infração Para tanto, o ambiente educacional relaciona-
cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
do à educação em direitos humanos deve promover
1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990.
nas escolas, institutos e faculdades constantes ações,
experiências e vivências que promovam os direitos
Segundo a Súmula nº 500, do STJ, “a configuração humanos com a comunidade escolar, nas quais se
do crime previsto no art. 244-B” (corrupção de meno- abranja também as pessoas do entorno da instituição
res) do Estatuto da Criança e do Adolescente “inde- educacional. Além disso, deve-se promover condições
pende da prova da efetiva corrupção do menor, por se socioafetivas, materiais e estruturais para as propos-
tratar de delito formal.” tas culturais educativas.7

Princípios da Educação em Direitos Humanos


07
6-

DIRETRIZES NACIONAIS PARA A No texto das Diretrizes Nacionais para a Educação


84

EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS em Direitos Humanos8, temos a descrição dos funda-


.
92

mentos desse tipo de educação. Vejamos cada um deles.


.3
21

Em 2012, foram definidas pelo Conselho Nacional


da Educação e pelo Ministério da Educação as Dire- z Dignidade Humana
-1

trizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos.


a

Essas diretrizes se focam no ensino médio. É a existência humana baseada no exercício de


s
bo

Nesse documento, podemos conferir a sua concei- direitos. O conceito de dignidade pode variar, depen-
dendo do contexto histórico e cultural. Contudo, deve
ar

tuação de direitos humanos, uma vez que se evidencia


B

o caráter internacional: estar ligado à efetivação de direitos que garantam uma


a

vida de acordo com seus pressupostos de dignidade.


in

[o] conjunto de direitos internacionalmente reco-


ar

nhecidos, como os direitos civis, políticos, sociais, z Igualdade de Direitos


M

econômicos, culturais e ambientais, sejam eles indi-


viduais, coletivos, transindividuais ou difusos, que Todos os direitos ligados à dignidade da pessoa
se referem à necessidade de igualdade e de defesa humana devem ser garantidos de maneira igual a
da dignidade humana.2 todos os indivíduos, não havendo distinção de cor,
gênero, origem, cultura e religião. Esse princípio se

2 BRASIL. Governo Federal. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. 2012. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/
navegue-por-temas/educacao-em-direitos-humanos/diretrizes-nacionais-para-a-educacao-em-direitos-humanos. Acesso em: 8 abr. 2022. p. 32.
3 BRASIL, 2012, p. 4.
4 BRASIL. Governo Federal. Curso Educação em Direitos Humanos. Escola Virtual. Módulo 2. p. 1-17. Disponível em: https://www.escolavirtual.
gov.br/curso/129. Acesso em: 4 fev. 2022.
5 BRASIL, 2012, p. 5.
6 Ibid.
7 BRASIL, 2012, p. 11.
178 8 BRASIL, 2012, p. 9-10.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
liga às mudanças legislativas relacionadas à amplia- É importante lembrar que o compromisso com a
ção de direitos civis, políticos, econômicos, sociais, educação não é apenas do poder público, mas é um
culturais, ambientais, entre outros. dever da família, da sociedade, de todos. Dessa forma,
o estudo de direitos humanos deverá ser realizado
z Reconhecimento e valorização das diferenças e nos âmbitos da escola pública e da escola privada.12
das diversidades Confira os objetivos da educação em direitos huma-
nos a seguir:
Esse princípio leva ao enfrentamento das mais
diversas discriminações e preconceitos, dando às z Construção de sociedades que promovam a garan-
alteridades garantia de existência, para os mais diver- tia dos direitos ligados à dignidade humana;
sos grupos e coletivos. Nesse sentido, afirma-se que a z Entendimento de que qualquer pessoa/grupo
“igualdade e diferença são valores indissociáveis [,] social é sujeita de direitos;
que podem impulsionar a equidade social”.9 z Desenvolvimento de sensibilidade ética nas relações
interpessoais.
z Laicidade do Estado
Os objetivos das diretrizes definem que o objeto das
O princípio da laicidade do Estado assegura-se no ações em prol dos direitos humanos é o próprio sujeito
detentor de direitos, que deve se conscientizar sobre suas
direito constitucional de liberdade de credo, respei-
garantias e defender as liberdades de todos a sua volta.
tando, além das religiões, o não-credo. Assim, o Estado
deve manter-se imparcial diante de conflitos e dispu-
tas dentro do campo religioso, desde que não atentem
contra outros direitos fundamentais.
PROGRAMA NACIONAL DIREITOS
z Democracia na educação HUMANOS
É defendido que tanto a democracia quanto os PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS –
direitos humanos se alicerçam sobre a mesma base, 3 (PNDH-3)
que seria feita sob os conceitos de “liberdade, igual-
dade e solidariedade”. A expressão desses direitos se A Política de Proteção dos Direitos Humanos é
daria no reconhecimento de direitos civis, políticos, compreendida dentro de três programas de proteção.
sociais, econômicos, culturais e ambientais.10 Trata-se da implementação das recomendações feitas
na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos de
z Transversalidade, vivência e globalidade 1993, também denominada Conferência de Viena.
Em síntese, no início da década de 90, houve a
Essas características são apontadas como essen- necessidade de se reafirmar os direitos humanos
ciais para que a educação em direitos humanos tenha estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos
sua aplicação plena. Por meio da transversalidade, há Humanos de 1948. Como consequência, os Estados
promoção de um ensino interdisciplinar, que não con- que participaram da Conferência de Viena, compro-
07

sidera as áreas do conhecimento fechadas em si mes- meteram-se em criar, no âmbito de sua legislação
6-

mas, promovendo um debate mais amplo. A vivência interna, políticas para promoção e efetivação dos
84

dá-se por meio de aplicações práticas em atividades direitos humanos. Assim, em 1996 foi elaborado o
.
92

na sala de aula e no dia a dia escolar, com estratégias Programa Nacional de Direitos Humanos – 1 (PNDH-
.3

práticas de concretização de valores. A globalidade 1) pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Na


21

fecha a trinca fundamental de características com o sequência, em 2002, o mesmo presidente lançou o Pro-
-1

envolvimento de todos os indivíduos envolvidos na grama Nacional de Direitos Humanos – 2 (PNDH-2). Já


comunidade escolar, sendo todos essenciais para o
a

sob a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,


s

fortalecimento de boas práticas. foi aprovado o Decreto n° 7.037, de 21 de dezembro


bo

de 2009, instituindo o Programa Nacional de Direitos


ar

z Sustentabilidade socioambiental Humanos – 3 (PNDH-3).


B
a
in

A educação em direitos humanos deve importar-se,


Dica
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

ainda, com a promoção e valorização de ações que pau-


M

tem no desenvolvimento sustentável, com preservação Já foi cobrado em concurso público o ano dos
da diversidade, vida e culturas. Nesse sentido, deve-se programas e o nome do presidente que instituiu
estimular o respeito aos espaços públicos, a boa convi- o PNDH.
vência e a utilização democrática do bem coletivo.
Considerando o edital do certame, o presente estu-
Objetivos da Educação em Direitos Humanos do será voltado para a análise do Programa Nacional
de Direitos Humanos – 3 (PNDH-3).
No texto das Diretrizes Nacionais de Educação em Antes de iniciar o estudo do PNDH-3, é preciso ter
Direitos Humanos, há ainda o elenco de objetivos que em mente que, para melhor compreendê-los, é primor-
essas políticas pretendem alcançar.11 dial entender a estrutura e as ideias mais importantes

9 BRASIL, 2012, p. 9.
10 BRASIL, 2012, p. 10.
11 Ibid.
12 BRASIL. Governo Federal. Curso Educação em Direitos Humanos. Escola Virtual. Módulo 1. p. 1-19. Disponível em: https://www.escolavirtual.
gov.br/curso/129. Acesso em: 4 fev. 2022. 179
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da legislação. Por esta razão, é extremamente impor- c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da crimina-
tante ler o texto de lei e tentar compreender os pontos lidade e profissionalização da investigação de atos
mais importantes dos artigos, sem precisar, contudo, criminosos;
decorá-los. d) Diretriz 14: Combate à violência institucional,
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos! com ênfase na erradicação da tortura e na redução
da letalidade policial e carcerária;
ESTRUTURA DO PNDH-3 e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;
Art.1º Fica aprovado o Programa Nacional de f) Diretriz 16: Modernização da política de execu-
Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com ção penal, priorizando a aplicação de penas e medi-
as diretrizes, objetivos estratégicos e ações progra- das alternativas à privação de liberdade e melhoria
máticas estabelecidos, na forma do Anexo deste do sistema penitenciário; e
Decreto. g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a
O art. 1o estabelece que o PNDH-3 é estabelecido garantia e a defesa de direitos;
conforme as diretrizes, objetivos estratégicos e ações V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direi-
programáticas que acompanham o decreto (fazem tos Humanos:
parte do anexo do Decreto n° 7.037, de 2009). a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos prin-
A estrutura do PNDH-3 é a seguinte: cípios da política nacional de educação em Direitos
Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;
z eixos orientadores; b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
z diretrizes; democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas
z objetivos estratégicos; de educação básica, nas instituições de ensino supe-
z ações Programáticas. rior e nas instituições formadoras;
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não
Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo formal como espaço de defesa e promoção dos
com os seguintes eixos orientadores e suas respec- Direitos Humanos;
tivas diretrizes: d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Humanos no serviço público; e
Estado e sociedade civil:
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado
democrática e ao acesso à informação para conso-
e sociedade civil como instrumento b) Diretriz 2:
lidação de uma cultura em Direitos Humanos; e
Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-
mento transversal das políticas públicas e de inte- VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à
ração democrática; e Verdade:
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da
de informações em Direitos Humanos e construção verdade como Direito Humano da cidadania e
de mecanismos de avaliação e monitoramento de dever do Estado;
sua efetivação; b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e
07

II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos construção pública da verdade; e


6-

Humanos: c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacio-


84

a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvi- nada com promoção do direito à memória e à ver-
.
92

mento sustentável, com inclusão social e econômi- dade, fortalecendo a democracia.


.3

ca, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente Parágrafo único. A implementação do PNDH-3,


21

responsável, cultural e regionalmente diverso, par- além dos responsáveis nele indicados, envolve par-
-1

ticipativo e não discriminatório; cerias com outros órgãos federais relacionados


b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como
a

com os temas tratados nos eixos orientadores e


s

sujeito central do processo de desenvolvimento; e


bo

suas diretrizes.
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos
ar

ambientais como Direitos Humanos, incluindo as


B

gerações futuras como sujeitos de direitos; O PNDH é dividido em eixos. Cada um dos eixos
a

III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em traz um aspecto motivacional, isto é, o motivo pelo
in

qual cada um dos eixos deve existir. Os eixos orien-


ar

um contexto de desigualdades:
M

a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de tadores são compostos por diretrizes. Dentro de cada
forma universal, indivisível e interdependente, uma das diretrizes, há objetivos estratégicos, que, por
assegurando a cidadania plena; sua vez, contam com ações programáticas para conse-
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e
cução destes objetivos. Portanto, esta é a forma como
adolescentes para o seu desenvolvimento integral,
de forma não discriminatória, assegurando seu o documento foi organizado.
direito de opinião e participação; De acordo com o art. 2º, a PNDH-3 é estruturada da
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estrutu- seguinte forma: 6 (seis) Eixos orientadores e 25 (vinte
rais; e e cinco) Diretrizes. Observa-se do anexo, no entanto,
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; que existem 82 (oitenta e dois) Objetivos estratégicos e
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso 521 (quintos e vinte e um) Ações Programáticas.
à Justiça e Combate à Violência:
Portanto, são 634 (seiscentos e trinta e quatro)
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do
sistema de segurança pública; pontos tratados na PNDH-3.
b) Diretriz 12: Transparência e participação popu- Os concursos públicos, de um modo geral, cobram
lar no sistema de segurança pública e justiça apenas os eixos e diretrizes. Os objetivos estratégicos
180 criminal; são muito pouco cobrados.
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Eixo Orientador I O PNDH-3 inovou ao enquadrar o meio ambien-
te saudável e as cidades sustentáveis como temas de
O Eixo Orientador I dispõe sobre a “Interação direitos humanos.
democrática entre Estado e sociedade civil”. Tra- Outra finalidade deste Eixo é o papel da equidade no
ta-se da interação entre o Poder Público e a socieda- Plano Plurianual, como mecanismo de salvaguardar a
de para debates de ideias e deliberação de propostas priorização orçamentária de programas sociais. Ele é
para consecução do pleno exercício da democracia. O composto por três diretrizes. Vejamos cada uma delas:
objetivo deste eixo é dar continuidade ao processo de A Diretriz 4 trata da “Efetivação de modelo de
integração e aprimoramento dos meios de participa- desenvolvimento sustentável, com inclusão social
ção social existentes, além de estabelecer novos meca-
e econômica, ambientalmente equilibrado e tecno-
nismos de construção e monitoramento das políticas
logicamente responsável, cultural e regionalmen-
públicas sobre Direitos Humanos no Estado brasilei-
ro. Busca-se a participação da sociedade no sentido de te diverso, participativo e não discriminatório”.
exigir, pressionar, cobrar, propor, fiscalizar e criticar É importante saber que as diretrizes são numera-
as ações desenvolvidas pelo Estado. das de 1 a 25 em ordem sequencial, ou seja, não são
O Eixo Orientador I é composto por três diretrizes. numeradas por eixos.
Vejamos cada uma delas: A Diretriz 4 apresenta os seguintes objetivos:
A Diretriz 1 trata da “Interação democrática
entre Estado e sociedade civil como instrumento z Objetivo estratégico I: implementação de polí-
de fortalecimento da democracia participativa”. ticas públicas de desenvolvimento com inclusão
Seus objetivos estratégicos são: social;
z Objetivo estratégico II: fortalecimento de mode-
z Objetivo estratégico I: garantia da participa- los de agricultura familiar e agroecológica;
ção e do controle social das políticas públicas em z Objetivo estratégico III: fomento à pesquisa e à
Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal implementação de políticas para o desenvolvimen-
entre os vários atores sociais; to de tecnologias socialmente inclusivas, emanci-
z Objetivo estratégico II: ampliação do controle patórias e ambientalmente sustentáveis;
externo dos órgãos públicos. z Objetivo estratégico IV: garantia do direito a
cidades inclusivas e sustentáveis.
A Diretriz 2 trata do Fortalecimento dos Direi-
tos Humanos como instrumento transversal das A Diretriz 5 dispões acerca da “Valorização da
políticas públicas e de interação democrática. Seus pessoa humana como sujeito central do processo
objetivos estratégicos são: de desenvolvimento”. Ela é composta pelos seguin-
tes objetivos estratégicos:
z Objetivo estratégico I: promoção dos Direitos
Humanos como princípios orientadores das políti- z Objetivo estratégico I: garantia da participação e
cas públicas e das relações internacionais; do controle social nas políticas públicas de desen-
z Objetivo estratégico II: fortalecimento dos instru-
volvimento com grande impacto socioambiental;
mentos de interação democrática para a promoção
z Objetivo estratégico II: afirmação dos princípios
07

dos Direitos Humanos.


da dignidade humana e da equidade como funda-
6-

mentos do processo de desenvolvimento nacional;


84

Finalizando o Eixo Orientador I, a Diretriz 3 tra-


z Objetivo estratégico III: fortalecimento dos direitos
.

ta da “Integração e ampliação dos sistemas de


92

informação em Direitos Humanos e construção de econômicos por meio de políticas públicas de defesa
.3

mecanismos de avaliação e monitoramento de sua da concorrência e de proteção do consumidor.


21

efetivação”. Seus objetivos estratégicos são:


-1

A Diretriz 6 busca “Promover e proteger os direi-


a

z Objetivo estratégico I: desenvolvimento de meca- tos ambientais como Direitos Humanos, incluindo
s
bo

nismos de controle social das políticas públicas de as gerações futuras como sujeitos de direitos”. Ela
Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e é composta por um objetivo estratégico:
ar
B

a transparência das ações governamentais;


z Objetivo estratégico II: monitoramento dos com-
a

z Objetivo estratégico I: afirmação dos direitos


in

promissos internacionais assumidos pelo Estado ambientais como Direitos Humanos.


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

brasileiro em matéria de Direitos Humanos.


M

Eixo Orientador III


Eixo Orientador II
O Eixo Orientador III tem como tema “Universali-
O Eixo Orientador II tem como tema o “Desenvol- zar direitos em um contexto de desigualdades”. Seu
vimento e Direitos Humanos”, estando ligado ao objetivo é garantir os direitos de determinados grupos,
desenvolvimento sustentável, ao protagonismo cida-
tais como mulheres, crianças e adolescentes, negros,
dão e ao meio ambiente equilibrado. Sua finalidade
entre outros. Por esta razão, o eixo envolve aspectos
é propor instrumentos de desenvolvimento e reforço
das políticas públicas voltadas para a proteção dos que tratam da diversidade e o acesso a direitos iguais a
direitos humanos, tais como a redução das desigual- pessoas que vivem em grupos muito diversos.
dades sociais, concretizadas por meio de ações de Tratam-se dos objetivos estratégicos direcionados
transferência de renda, estímulo à economia solidária à promoção da cidadania plena em conformidade com
e ao cooperativismo, desenvolvimento de ações para a universalidade, indivisibilidade e interdependência
concretização da reforma agrária, incentivo à aqui- dos direitos humanos, como condições para sua efeti-
cultura, pesca e extrativismo, bem como a promoção vação integral e igualitária. Este eixo é comporto por
do turismo sustentável. quatro diretrizes. 181
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Este eixo é composto por três diretrizes. A Dire- z Objetivo estratégico III: garantia dos direitos das
triz 7 trata da “Garantia dos Direitos Humanos de mulheres para o estabelecimento das condições
forma universal, indivisível e interdependente, necessárias para sua plena cidadania.
assegurando a cidadania plena”. Seus objetivos
estratégicos são: Por fim, a última diretriz do eixo, ou seja, a Dire-
triz 10, trata da “Garantia da igualdade na diversi-
z Objetivo estratégico I: universalização do regis- dade”. Seus objetivos estratégicos são:
tro civil de nascimento e ampliação do acesso à
documentação básica; z Objetivo estratégico I: afirmação da diversidade
z Objetivo estratégico II: acesso à alimentação ade- para construção de uma sociedade igualitária;
quada por meio de políticas estruturantes; z Objetivo estratégico II: proteção e promoção da
z Objetivo estratégico III: garantia do acesso à ter- diversidade das expressões culturais como Direito
ra e à moradia para a população de baixa renda e Humano;
grupos sociais com vulnerabilidades; z Objetivo estratégico III: valorização da pessoa
z Objetivo estratégico IV: ampliação do acesso uni- idosa e promoção de sua participação na sociedade.
versal a sistema de saúde de qualidade; z Objetivo estratégico IV: promoção e proteção dos
z Objetivo estratégico V: acesso à educação de qua- direitos das pessoas com deficiência e garantia da
lidade e garantia de permanência na escola; acessibilidade igualitária;
z Objetivo estratégico VI: garantia do trabalho de- z Objetivo estratégico V: garantia do respeito à
cente, adequadamente remunerado, exercido em livre orientação sexual e identidade de gênero;
condições de equidade e segurança; z Objetivo estratégico VI: respeito às diferentes
z Objetivo estratégico VII: combate e prevenção ao crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade
trabalho escravo; do Estado.
z Objetivo estratégico VIII: promoção do direito à
cultura, lazer e esporte como elementos formado- A Diretriz 9 e a Diretriz 10 tem como foco os grupos
res de cidadania; vulneráveis que foram elencados: negros, indígenas,
z Objetivo estratégico IX: garantia da participação mulheres, idosos, portadores de deficiência e comu-
igualitária e acessível na vida política. nidade LGBT.

A Diretriz 8 dispõe sobre a “Promoção dos direi- Eixo Orientador IV


tos de crianças e adolescentes para o seu desenvol-
vimento integral, de forma não discriminatória, O Eixo Orientador IV tem como tema a “Seguran-
assegurando seu direito de opinião e participa- ça Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência”,
ção”. Seus objetivos estratégicos são: tendo como ênfase a erradicação da tortura e redução
da letalidade policial e carcerária.
z Objetivo estratégico I: proteger e garantir os Trata-se da necessidade de padronizar procedi-
direitos de crianças e adolescentes por meio da mentos operacionais, previr as ocorrências de abuso
consolidação das diretrizes nacionais do ECA, da de autoridade e violência institucional, bem como
07

Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa conferir maior segurança a policiais e agentes peni-
6-

dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Con- tenciários. Esse eixo dispõe de sete diretrizes.
84

venção sobre os Direitos da Criança da ONU; O Eixo Orientador IV é o mais cobrado em concur-
.
92

z Objetivo estratégico II: consolidar o Sistema de sos policiais, sendo as Diretrizes 11 a 17 as de maiores
.3

Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes, incidências na prova.


21

com o fortalecimento do papel dos Conselhos Tute- A Diretriz 11 dispõe sobre a “Democratização e
-1

lares e de Direitos; modernização do sistema de segurança pública”.


z Objetivo estratégico III: proteger e defender os Seus objetivos estratégicos são:
s a

direitos de crianças e adolescentes com maior


bo

vulnerabilidade; z Objetivo estratégico I: modernização do marco


ar

z Objetivo estratégico IV: enfrentamento da vio- normativo do sistema de segurança pública;


B

lência sexual contra crianças e adolescentes; z Objetivo estratégico II: modernização da gestão
a
in

z Objetivo estratégico V: garantir o atendimento do sistema de segurança pública;


ar

especializado a crianças e adolescentes em sofri- z Objetivo estratégico III: promoção dos Direitos
M

mento psíquico e dependência química; Humanos dos profissionais do sistema de seguran-


z Objetivo estratégico VI: erradicação do trabalho ça pública, assegurando sua formação continuada
infantil em todo o território nacional; e compatível com as atividades que exercem.
z Objetivo estratégico VII: implementação do Sis-
tema Nacional de Atendimento Socioeducativo Busca-se a com o objetivo estratégico III a promo-
(SINASE). ção dos direitos humanos de quem está envolvido no
trabalho de segurança pública.
A Diretriz 9 trata do “Combate às desigualdades A Diretriz 12 trata da “Transparência e partici-
estruturais”. Seus objetivos estratégicos são: pação popular no sistema de segurança pública e
justiça criminal”. Seus objetivos estratégicos são:
z Objetivo estratégico I: igualdade e proteção dos di-
reitos das populações negras, historicamente afetadas z Objetivo estratégico I: publicação de dados do
pela discriminação e outras formas de intolerância; sistema federal de segurança pública;
z Objetivo estratégico II: garantia aos povos indí- z Objetivo estratégico II: consolidação de meca-
genas da manutenção e resgate das condições de nismos de participação popular na elaboração das
182 reprodução, assegurando seus modos de vida; políticas públicas de segurança.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante saber que A participação popular na A Diretriz 16 trata da “Modernização da políti-
elaboração das políticas de segurança pública é um ca de execução penal, priorizando a aplicação de
dos meios de garantir a promoção e a efetividade dos penas e medidas alternativas à privação de liber-
direitos humanos. dade e melhoria do sistema penitenciário”. Esta
A Diretriz 13 dispõe sobre a “Prevenção da vio- diretriz possui quatro objetivos estratégicos:
lência e da criminalidade e profissionalização da
investigação de atos criminosos”. Seus objetivos z Objetivo estratégico I: reestruturação do sistema
estratégicos são: penitenciário;
z Objetivo estratégico II: limitação do uso dos insti-
z Objetivo estratégico I: ampliação do controle de tutos de prisão cautelar;
z Objetivo estratégico III: tratamento adequado de
armas de fogo em circulação no País;
pessoas com transtornos mentais;
z Objetivo estratégico II: qualificação da investiga-
z Objetivo estratégico IV: ampliação da aplicação
ção criminal;
de penas e medidas alternativas.
z Objetivo estratégico III: produção de prova peri-
cial com celeridade e procedimento padronizado. A Diretriz 17 dispõe acerca da “Promoção de sis-
z Objetivo estratégico IV: fortalecimento dos ins- tema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para
trumentos de prevenção à violência; o conhecimento, a garantia e a defesa dos direi-
z Objetivo estratégico V: redução da violência moti- tos”. Seus seis objetivos estratégicos são os seguintes:
vada por diferenças de gênero, raça ou etnia, idade,
orientação sexual e situação de vulnerabilidade; z Objetivo estratégico I: acesso da população à
z Objetivo estratégico VI: enfrentamento ao tráfico informação sobre seus direitos e sobre como
de pessoas. garanti-los;
z Objetivo estratégico II: garantia do aperfeiçoa-
A Diretriz 14 trata do “Combate à violência ins- mento e monitoramento das normas jurídicas para
titucional, com ênfase na erradicação da tortura proteção dos Direitos Humanos;
e na redução da letalidade policial e carcerária”. z Objetivo estratégico III: utilização de modelos
Seus objetivos estratégicos são: alternativos de solução de conflitos;
z Objetivo estratégico IV: garantia de acesso uni-
z Objetivo estratégico I: fortalecimento dos mecanis- versal ao sistema judiciário;
mos de controle do sistema de segurança pública. z Objetivo estratégico V: modernização da gestão e
z Objetivo estratégico II: padronização de procedimen- agilização do funcionamento do sistema de justiça;
z Objetivo estratégico VI: acesso à Justiça no cam-
tos e equipamentos do sistema de segurança pública.
po e na cidade.
z Objetivo estratégico III: consolidação de políti-
ca nacional visando à erradicação da tortura e de
Eixo Orientador V
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
degradantes;
07

Eixo Orientador V tem como escopo a “Educação


z Objetivo estratégico IV: combate às execuções e cultura em Direitos Humanos”. Para elaboração
6-

extrajudiciais realizadas por agentes do Estado.


84

de tal eixo, houve a necessidade de estrutura-lo em


.

conformidade com o Plano Nacional de Educação em


92

Dica Direitos Humanos (PNEDH), para consecução de uma


.3

política nacional adequada.


21

Trata-se da diretriz de maior incidência nas pro- O Eixo Orientador possui quatro diretrizes. A pri-
-1

vas. A letalidade policial, por exemplo, foi des- meira diretriz do eixo é a Diretriz 18, que trata da
a

taque no relatório sobre o Brasil elaborado pela “Efetivação das diretrizes e dos princípios da polí-
s
bo

Anistia Internacional no ano de 2020. Segundo tica nacional de educação em Direitos Humanos
ar

o documento, o número de execuções extraju- para fortalecer cultura de direitos”. Seus objetivos
B

diciais cometidas por policiais aumentou apro- estratégicos são:


a

ximadamente 1/3. Além disso, tal documentou


in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
z Objetivo estratégico I: implementação do Pla-
ar

destaca as lutas das pessoas por igualdade e


M

por direitos humanos. no Nacional de Educação em Direitos Humanos


- PNEDH;
z Objetivo Estratégico II: ampliação de mecanis-
A Diretriz 15 trata da “Garantia dos direitos das
mos e produção de materiais pedagógicos e didáti-
vítimas de crimes e de proteção das pessoas amea-
cos para Educação em Direitos Humanos.
çadas”. Seus objetivos estratégicos são:
A Diretriz 19 trata do “Fortalecimento dos prin-
z Objetivo estratégico I: instituição de sistema cípios da democracia e dos Direitos Humanos nos
federal que integre os programas de proteção; sistemas de educação básica, nas instituições de
z Objetivo estratégico II: consolidação da política de ensino superior e outras instituições formadoras”.
assistência a vítimas e a testemunhas ameaçadas; Seus objetivos estratégicos são:
z Objetivo estratégico III: garantia da proteção de
crianças e adolescentes ameaçados de morte; z Objetivo Estratégico I: inclusão da temática de
z Objetivo estratégico IV: garantia de proteção Educação e Cultura em Direitos Humanos nas
dos defensores dos Direitos Humanos e de suas escolas de educação básica e em outras institui-
atividades. ções formadoras; 183
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Objetivo Estratégico II: inclusão da temática da art. 8o do ADCT da Constituição, a fim de efeti-
Educação em Direitos Humanos nos cursos das var o direito à memória e à verdade histórica e
Instituições de Ensino Superior; promover a reconciliação nacional.
z Objetivo Estratégico III: incentivo à transdiscipli-
nariedade e transversalidade nas atividades aca- A Diretriz 24 dispõe acerca da “Preservação da
dêmicas em Direitos Humanos. memória histórica e construção pública da ver-
dade”. Esta diretriz funda-se no seguinte objetivo
É interessante saber que a Diretriz 19 apresenta estratégico.
os direitos humanos como um tema importante em
todos os níveis de ensino os cursos, cujo aprendizado z Objetivo Estratégico I: incentivar iniciativas de
é essencial a todos os cursos, por trazer as noções bási- preservação da memória histórica e de construção
cas de dignidade da pessoa humana. pública da verdade sobre períodos autoritários.
A Diretriz 20 dispõe sobre o “Reconhecimento da
educação não formal como espaço de defesa e pro- Por fim, a Diretriz 25 trata da “Modernização da
moção dos Direitos Humanos”. Seus dois objetivos são: legislação relacionada com promoção do direito à
memória e à verdade, fortalecendo a democracia”,
z Objetivo Estratégico I: inclusão da temática da tendo como objetivo estratégico:
educação em Direitos Humanos na educação não
formal; z Objetivo Estratégico I: suprimir do ordenamen-
z Objetivo estratégico II: resgate da memória por to jurídico brasileiro eventuais normas remanes-
meio da reconstrução da história dos movimentos centes de períodos de exceção que afrontem os
sociais. compromissos internacionais e os preceitos cons-
titucionais sobre Direitos Humanos.
A Diretriz 21 trata da “Promoção da Educação em
Direitos Humanos no serviço público” e tem como DEMAIS REGRAS DO PNDH
objetivos estratégicos:
Art. 3º As metas, prazos e recursos necessários
z Objetivo Estratégico I: formação e capacitação para a implementação do PNDH-3 serão definidos e
continuada dos servidores públicos em Direitos aprovados em Planos de Ação de Direitos Humanos
Humanos, em todas as esferas de governo; bianuais.
z Objetivo Estratégico II: formação adequada e
qualificada dos profissionais do sistema de segu- O art. 3º estabelece que as regras para cumprimen-
rança pública. to do programa devem ser definidas e aprovadas a
cada dois anos em plano de ação próprio.
A última diretriz deste eixo é a Diretriz 22. Ela trata
da “Garantia do direito à comunicação democrática Art. 5º Os Estados, o Distrito Federal, os Municí-
pios e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder
e ao acesso à informação para consolidação de uma
Judiciário e do Ministério Público, serão convida-
cultura em Direitos Humanos”, tendo como objetivos: dos a aderir ao PNDH-3.
07
6-

z Objetivo Estratégico I: promover o respeito aos A última disposição acerca do PNDH-3 está disci-
84

Direitos Humanos nos meios de comunicação e o plinada no art. 5º. Trata-se dos órgãos que podem ade-
.
92

cumprimento de seu papel na promoção da cultu- rir ao programa.


ra em Direitos Humanos;
.3
21

z Objetivo Estratégico II: garantia do direito à co-


-1

municação democrática e ao acesso à informação.


a

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM


s

Eixo Orientador VI
bo

DIREITOS HUMANOS
ar

Finalizando o PNDH-3, tem-se o Eixo Orientador


B

VI, cujo tema é “Direito à Memória e à Verdade”. Tal PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS
a

eixo foi elaborado tendo como contexto o período do


in

HUMANOS (PNEDH)
ar

regime militar (1964 e 1985) e se foca nos aspectos vol-


M

tados ao acesso às informações daquele período histó- A partir de 2003, houve a criação do Plano Nacional
rico. Trata-se, portanto, de uma tentativa de resgate a de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), que tinha
história nacional. Seu objetivo é assegurar o processa- o objetivo de mobilizar agentes públicos e privados
mento democrático e republicano desse período histó- para a promoção dos direitos humanos na educação
rico. Para tanto, possui três diretrizes. brasileira por meio de comitês nacionais e estaduais.13
A Diretriz 23 trata do “Reconhecimento da Para o PNEDH, educação em direitos humanos seria:
memória e da verdade como Direito Humano da
cidadania e dever do Estado”. Para tanto, busca-se a [...] um processo sistemático e multidimensional
consecução do seguinte objetivo estratégico: que orienta a formação do sujeito de direitos, arti-
culando as seguintes dimensões:
z Objetivo Estratégico I: promover a apuração e o a) apreensão de conhecimentos historicamente
esclarecimento público das violações de Direitos construídos sobre Direitos Humanos e a sua relação
Humanos praticadas no contexto da repressão com os contextos internacional, nacional e local;
política ocorrida no Brasil no período fixado pelo

184 13 Ibid.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais 4. o pleno exercício de todos os direitos e liberdades
que expressem a cultura dos Direitos Humanos em fundamentais para distintos grupos de mulheres;
todos os espaços da sociedade; 5. o equilíbrio de poder entre mulheres e homens,
c) formação de uma consciência cidadã capaz de se em termos de recursos econômicos, direitos legais,
fazer presente em níveis cognitivo, social, ético e político; participação política e relações interpessoais;
d) desenvolvimento de processos metodológicos 6. o combate às distintas formas de apropriação e
participativos e de construção coletiva, utilizando exploração mercantil do corpo e da vida das mulheres;
linguagens e materiais didáticos contextualizados; 7. o reconhecimento da violência de gênero, raça
e) fortalecimento de práticas individuais e sociais e etnia como violência estrutural e histórica, que
que gerem ações e instrumentos em favor da pro- expressa a opressão das mulheres que precisa ser
moção, da proteção e da defesa dos Direitos Huma- tratada como questão de segurança, justiça e saúde
nos, bem como da reparação das violações.14 pública;
8. o reconhecimento da responsabilidade do Estado
Em 2008, por meio do Comitê Nacional de Educa- na implementação de políticas que incidam na divi-
ção em Direitos Humanos, previsto no Plano Nacional são social e sexual do trabalho;
de Educação em Direitos Humanos de 2007, afirma-se 9. a construção social de valores, por meio da Educa-
que a educação em direitos humanos se dá por meio ção, que enfatizem a importância do trabalho historica-
de desenvolvimento normativo e institucional que mente realizado pelas mulheres, além da necessidade
de viabilizar novas formas para sua efetivação;
garanta o acesso à informação em censura, produção
10. a inclusão das questões de gênero, raça e etnia
e divulgação de materiais sobre o tema, a formação
nos currículos escolares, além do reconhecimento
de profissionais capacitados nesse tipo de ensino, que e busca de formas que alterem as práticas educati-
desenvolva projetos em prol dos direitos humanos na vas, a produção de conhecimento, a educação for-
escola e na universidade, e que avalie e monitore a mal, a cultura e a comunicação discriminatórias;
eficácia das medidas e ações estabelecidas.15 11. a inclusão de recursos nos Planos Plurianuais,
Leis de Diretrizes Orçamentárias e Leis Orçamen-
tárias Anuais para implementação de políticas
públicas para as mulheres;
12. a elaboração e divulgação de indicadores
DIREITOS DAS MULHERES sociais, econômicos e culturais sobre a população
afro-descendente e indígena, como subsídios para a
POLÍTICA NACIONAL PARA MULHERES formulação e implementação de políticas públicas
de saúde, previdência social, trabalho, educação
Em 2003, foi criada a Secretaria Especial de Polí- e cultura, que levem em consideração a realidade
ticas para as Mulheres da Presidência da República urbana e rural;
(SPM/PR), com o objetivo de formular, coordenar e 13. a capacitação de servidores(as) públicos(as) em
articular políticas que promovam a igualdade entre gênero, raça, etnia e direitos humanos, de forma a
mulheres e homens. Assim, para a consecução de garantir a implementação de políticas públicas vol-
seus objetivos, foi realizada, em 2004, a I Conferên- tadas para a igualdade;
cia Nacional de Políticas para as Mulheres (I CNPM), 14. a participação e o controle social na formula-
ção, implementação, monitoramento. e avaliação
07

resultando na elaboração do I Plano Nacional de


Políticas para as Mulheres. de políticas públicas, disponibilizando dados e indi-
6-

cadores relacionados aos atos públicos e garantin-


84

A Política Nacional para as Mulheres (PNPM) foi


do a transparência das ações;
.

estabelecida com base nos seguintes princípios:


92

15. a criação, o fortalecimento e a ampliação de


.3

organismos específicos de defesa dos direitos e


igualdade e respeito à diversidade;
21

z de políticas para as mulheres no primeiro esca-


z equidade;
-1

lão de governo, nas esferas federal, estaduais e


z autonomia das mulheres; municipais.
a

z laicidade do Estado;
s
bo

z universalidade das políticas; As ações desse I Plano foram traçadas a partir de


ar

z justiça social; 4 linhas de atuação, consideradas, na época, como as


B

z transparência dos atos públicos; mais importantes e urgentes para assegurar o direito
a

z participação e controle social. a uma vida melhor e mais digna para as mulheres. As
in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

linhas de atuação foram: autonomia, igualdade no


A PNPM foi estruturada em 199 ações, distribuídas
M

mundo do trabalho e cidadania; educação inclusiva


em 26 prioridades. Cada uma dessas ações tinha como e não sexista; saúde das mulheres, direitos sexuais
objetivos: e direitos reprodutivos; e enfrentamento à violência
contra as mulheres.
1. a igualdade de gênero, raça e etnia; Para o monitoramento das ações desenvolvidas no
2. o desenvolvimento democrático e sustentável, PNPM foi criado, em 2005, um Comitê formado por
levando em consideração as diversidades regionais representantes:
com o objetivo de superar as desigualdades econô-
micas e culturais;
3. o cumprimento dos tratados, acordos e conven-
z da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres;
ções internacionais firmados e ratificados pelo z do Ministério da Educação;
Governo Brasileiro, relativos aos direitos humanos z do Ministério da Justiça;
das mulheres; z do Ministério da Saúde;

14 BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007, p. 11.
15 BRASIL, 2007, p. 21-32. 185
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z do Ministério das Cidades; Antes de tratar de cada eixo, faz-se necessário con-
z do Ministério das Minas e Energia; signar que o PNPM acrescentou outros princípios
z do Ministério de Desenvolvimento Social e Comba- orientadores, além daqueles que constavam dos pla-
te à Fome; nos anteriores. São eles:
z do Ministério do Desenvolvimento Agrário;
z do Ministério do Planejamento, Orçamento e z Autonomia das mulheres em todas as dimensões
Gestão; da vida;
z do Ministério do Trabalho e Emprego; z Busca da igualdade efetiva entre mulheres e
z da Secretaria Especial de Direitos Humanos; homens, em todos os âmbitos;
z da Secretaria Especial de Políticas da Promoção da z Respeito à diversidade e combate a todas as for-
mas de discriminação;
Igualdade Racial;
z Caráter laico do Estado;
z do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
z Universalidade dos serviços e benefícios ofertados
pelo Estado;
Na sequência, em 2007, foi realizada a II Conferên- z Participação ativa das mulheres em todas as fases
cia Nacional de Políticas para as Mulheres, resultando das políticas públicas;
na aprovação do II Plano Nacional, tendo como fina- z Transversalidade como princípio orientador de
lidade validar os princípios e pressupostos da PNPM, todas as políticas públicas.
bem como as diretrizes e prioridades apontadas na
primeira conferência. EIXO ESTRATÉGICO I — IGUALDADE NO MUNDO DO
No entanto, buscou-se, também, ampliar o escopo TRABALHO E AUTONOMIA ECONÔMICA
do plano e introduzir novos eixos estratégicos, uma
vez que, embora o I PNPM tenha representado avan- O Eixo Orientador I dispõe sobre a autonomia econô-
ços na inserção da temática de gênero, raça e etnia no mica e a igualdade entre mulheres e homens no mun-
processo de elaboração do orçamento e planejamento do do trabalho, sendo estruturado em ações específicas
do governo, na criação de organismos governamentais para eliminação da desigual divisão sexual do trabalho,
estaduais e municipais para coordenação e gerencia- com foco na erradicação da pobreza e garantia de partici-
mento das políticas para as mulheres e na incorpo- pação das mulheres no desenvolvimento do Brasil.
ração da transversalidade de gênero nas políticas O objetivo geral do eixo é:
públicas, existiam pontos que necessitavam ser supe-
rados, como a não existência de organismos de políti- Promover a igualdade no mundo do trabalho e a
cas para as mulheres em inúmeros governos estaduais autonomia econômica das mulheres urbanas, do
e na maioria dos governos municipais, além de baixo campo e da floresta, considerando as desigualdades
entre mulheres e homens, as desigualdades de clas-
orçamento para as políticas, criminalização do aborto,
se, raça e etnia, desenvolvendo ações específicas
falta de dados, baixa incorporação da transversalidade
que contribuam para a eliminação da desigual divi-
de gênero nas políticas públicas, discrepância nas tare-
são sexual do trabalho, com ênfase nas políticas de
fas do trabalho doméstico e de cuidados, fragilidade
erradicação da pobreza e na valorização da parti-
dos mecanismos institucionais, entre outros. cipação das mulheres no desenvolvimento do país.
Além disso, foram acrescentados mais seis eixos
07

estratégicos:
Seus objetivos específicos são:
6-
84

z Participação das mulheres nos espaços de poder e I. Ampliar a participação e a permanência das mulhe-
.
92

decisão; res no mundo do trabalho, garantindo a qualidade nas


.3

z Desenvolvimento sustentável no meio rural, condições e igualdade de rendimentos. Igualdade no


21

na cidade e na floresta, com garantia de justiça mundo do trabalho e autonomia econômica;


-1

ambiental, soberania e segurança alimentar; II. Promover a organização produtiva e o acesso à


z Direito à terra, moradia digna e infraestrutura
a

renda para mulheres, especialmente das em situa-


s

social nos meios rural e urbano, considerando as ção de vulnerabilidade social.


bo

comunidades tradicionais; III. Promover a valorização e o reconhecimento da


ar

z Cultura, Comunicação e Mídia igualitárias, demo- contribuição das mulheres do campo, da floresta,
B

cráticas e não discriminatórias; mulheres indígenas, das comunidades tradicionais


a
in

z Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia; e das mulheres com deficiência para o desenvolvi-
ar

z Enfrentamento das desigualdades geracionais mento econômico do país.


M

que atingem as mulheres, com especial atenção às IV. Promover políticas que visem o compartilhamento
jovens e idosas. das responsabilidades domésticas e que contribuam
para a superação da divisão sexual do trabalho.
Na sequência, em 2011, foi realizada a III Confe- V. Ampliar a formalização do trabalho das mulhe-
rência Nacional de Políticas para as Mulheres, geran- res e a garantia de direitos.
do, como resultado, o PNPM 2013-2015.
O PNPM é dividido em 10 eixos estratégicos, que EIXO ESTRATÉGICO II — EDUCAÇÃO PARA
constam como Capítulos próprios. Cada um dos eixos IGUALDADE E CIDADANIA
traz um aspecto motivacional, isto é, o motivo pelo qual
cada um dos eixos deve existir. Além disso, cada eixo O Eixo Orientador II dispõe sobre a importân-
orientador é composto por objetivos gerais, objetivos cia da educação para consolidação do exercício
específicos, metas, linhas de ações e planos de ações. de direitos, construção da autonomia individual
Cumpre mencionar que o plano possui caráter trans- e coletiva e desenvolvimento econômico e social.
versal e complexo, pois algumas ações podem ser imple- Para tanto, busca-se eliminar as desigualdades sociais
mentadas por diversos órgãos e não só pela SPM. É por de gênero, raciais, étnicas, geracionais, de orientação
186 esta razão que o PNPM é extremamente detalhado. sexual, regionais e locais.
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Seus objetivos gerais são: O objetivo geral do eixo é:

I - Contribuir para a redução da desigualdade entre Promover a melhoria das condições de vida e saúde
mulheres e homens e para o enfrentamento do das mulheres em todas as fases do seu ciclo vital,
preconceito e da discriminação de gênero, étnica, garantindo os direitos sexuais e os direitos repro-
racial, social, religiosa, geracional, por orientação dutivos, bem como os demais direitos legalmente
sexual, identidade de gênero e contra pessoas com constituídos; e ampliar o acesso aos meios e servi-
deficiência por meio da formação de gestores/as, ços de promoção, prevenção e assistência da saúde
integral da mulher em todo o território brasileiro,
profissionais da educação e estudantes em todos os
sem discriminação de qualquer espécie, resguarda-
níveis e modalidades de ensino.
das as identidades e especificidades de gênero, raça,
II. Consolidar na política educacional as perspecti-
etnia, geração, classe social, orientação sexual e
vas de gênero, raça, etnia, orientação sexual, gera- mulheres com deficiência.
cional, das pessoas com deficiência e o respeito à
diversidade em todas as suas formas, de modo a Já os objetivos específicos são:
garantir uma educação igualitária e cidadã.
III. Promover o acesso e a permanência de meni- I. Fortalecer e implementar a Política Nacional de
nas, jovens e mulheres à educação de qualidade, Atenção Integral à Saúde da Mulher - PNAISM, con-
prestando particular atenção a grupos com bai- siderando as mulheres em sua diversidade.
xa escolaridade (mulheres adultas e idosas, com II. Garantir os direitos sexuais e os direitos reprodutivos
deficiência, negras, indígenas, de comunidades das mulheres em todas as fases do seu ciclo de vida e
tradicionais, do campo e em situação de prisão, e nos diversos grupos populacionais, sem discriminações.
meninas retiradas do trabalho infantil). III. Contribuir para a redução da morbidade e mortali-
dade das mulheres no Brasil, especialmente por causas
Já os objetivos específicos são: evitáveis, em todas as fases do seu ciclo de vida e nos
diversos grupos populacionais, sem discriminações.
IV. Promover a ampliação, qualificação e humani-
I. Eliminar conteúdos sexistas e discriminatórios zação das ações de atenção integral à saúde das
e promover a inserção de temas voltados para a mulheres na rede pública e privada. V. Contribuir
igualdade de gênero e valorização das diversidades para a redução da gravidez na adolescência.
nos currículos, materiais didáticos e paradidáticos
da educação básica. EIXO ESTRATÉGICO IV — ENFRENTAMENTO DE
II. Promover a formação continuada de gestores/as TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA AS
e servidores/as públicos/as de gestão direta, socieda- MULHERES
des de economia mista e autarquias, profissionais da
educação, como também a formação de estudantes de O Eixo Orientador IV busca coibir a violência
todos os níveis, etapas e modalidades dos sistemas de doméstica e familiar contra a mulher.
ensino público de todos os níveis nos temas da igualda- O objetivo geral do Eixo é:
de de gênero e valorização das diversidades.
III. Promover políticas para a ampliação do acesso
07

Reduzir os índices de todas as formas de violência


e permanência das mulheres no ensino profissional, contra as mulheres.
6-

tecnológico e no ensino superior, com destaque para


84

as áreas científicas e tecnológicas, com igualdade de Seus objetivos específicos são:


.
92

gênero, raça, etnia, considerando as mulheres em sua


.3

diversidade. I. Garantir e proteger os direitos das mulheres em


21

IV. Estimular a produção de conhecimento sobre rela- situação de violência considerando as questões
-1

ções sociais de gênero, identidade de gênero e orientação étnicas, raciais, geracionais, de orientação sexual,
a

sexual, levando em consideração os aspectos étnicos, de deficiência e de inserção social, econômica e


s

regional.
bo

raciais, geracionais e das pessoas com deficiência.


V. Promover políticas para reduzir o analfabetismo II. Garantir a implementação e aplicabilidade da
ar

feminino, em especial entre as mulheres acima de Lei Maria da Penha, por meio de difusão da lei e do
B

50 anos, negras e indígenas. fortalecimento dos instrumentos de proteção dos


a
in

VI. Contribuir para a redução da violência de gêne- direitos das mulheres em situação de violência.
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

ro no ambiente escolar e universitário, com ênfase III. Ampliar e fortalecer os serviços especializados,
M

no enfrentamento do abuso e exploração sexual de integrar e articular os serviços e instituições de


atendimento às mulheres em situação de violência,
meninas, jovens e adolescentes.
especialmente as mulheres do campo e da floresta.
IV. Proporcionar às mulheres em situação de vio-
EIXO ESTRATÉGICO III — SAÚDE INTEGRAL DAS lência um atendimento humanizado, integral e
MULHERES, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS qualificado nos serviços especializados e na rede de
REPRODUTIVOS atendimento.
V. Desconstruir mitos e preconceitos em relação
O Eixo Orientador III considera a mulher como parte à violência contra a mulher, promovendo uma
de um segmento social fundamental para as políticas de mudança cultural a partir da disseminação de ati-
saúde, em especial porque as desigualdades históricas tudes igualitárias e valores éticos de irrestrito res-
peito às diversidades e de valorização da paz.
entre mulheres e homens impactam sua condição de
VI. Identificar e responsabilizar os agressores das
saúde. Além disso, existem questões importantes relati- mulheres que sofrem violência doméstica e sexual.
vas às relações sociais de gênero e outras variáveis como VII. Prestar atendimento às mulheres que têm seus
raça, etnia, situação de pobreza, orientação sexual e ida- direitos humanos e sexuais violados, garantindo
de, que aprofundam essas desigualdades. os direitos sexuais e os direitos reprodutivos na 187
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perspectiva da autonomia das mulheres sobre seu Assim, seu objetivo geral é:
corpo e sobre sua sexualidade.
VIII. Garantir a inserção das mulheres em situação Incentivar o desenvolvimento sustentável com a
de violência nos programas sociais nas três esferas inclusão das mulheres em todas as suas especifici-
de governo, de forma a fomentar sua independên- dades e diversidades, considerando as dimensões
cia e autonomia. sociais, econômicas e ambientais, democratizando
o acesso aos bens da natureza e aos equipamentos
EIXO ESTRATÉGICO V — FORTALECIMENTO E sociais e serviços públicos.
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS ESPAÇOS DE
PODER E DECISÃO Seus objetivos específicos são:

O Eixo Orientador V busca ampliar a participação I. Promover alterações no padrão de desenvolvi-


das mulheres em postos de direção, espaços de poder e mento econômico, social e ambiental no sentido
de decisão dos governos, nos espaços de controle social do reconhecimento do trabalho reprodutivo como
das políticas públicas, no Poder Legislativo, nos parti- essencial para a sociedade, articulando de forma
dos políticos, nos movimentos sociais, no meio acadê- harmônica, produção, reprodução e consumo.
mico e no acesso às profissões tidas como masculinas. II. Estimular a participação das mulheres em todas
Seu objetivo geral é: as instâncias de formulação, implementação e con-
trole social das políticas ambientais e do desenvol-
Fomentar e fortalecer a participação igualitária, vimento socioambiental.
plural e multirracial das mulheres nos espaços de III. Estimular o crescimento da participação das
poder e decisão, por meio da promoção de mudan- mulheres nas atividades econômicas relacionadas
ças culturais, legislativas e institucionais que con- à soberania e segurança alimentar, com vistas à
tribuam para a construção de valores e atitudes transição agroecológica e a promoção do desenvol-
igualitárias e democráticas e para a construção de vimento com sustentabilidade socioambiental.
políticas para a igualdade. IV. Promover as políticas públicas de defesa da água
como bem público e da democratização de seu uso.
Já os objetivos específicos são: V. Promover a ampliação da infraestrutura social
nas áreas urbana e rural, garantindo o direito das
I. Apoiar a reforma política, bem como a criação, mulheres à habitação e moradia digna, com acessi-
revisão e implementação de instrumentos normati- bilidade, por meio, dentre outras ações, da facilita-
vos com vistas à igualdade de oportunidades entre ção de formas de financiamento.
mulheres e homens, e entre as mulheres, na ocupa-
ção de postos de decisão nas distintas esferas do EIXO ESTRATÉGICO VII — DIREITO À TERRA COM
poder público. IGUALDADE PARA AS MULHERES DO CAMPO E DA
II. Estimular a ampliação da participação das mulhe- FLORESTA
res em cargos de poder e decisão nos três poderes das
três esferas federativas, considerando as dimensões O Eixo Orientador VII estabelece as políticas públi-
étnicas, raciais, de orientação sexual, identidade de cas e ações voltadas para viabilizar a produção das
gênero, geracionais e mulheres com deficiência. mulheres no campo e na floresta, considerando tais
07

III. Promover criação e institucionalização de orga- ações como condição básica para a conquista, o forta-
6-

nismos de políticas para as mulheres com o papel lecimento e a consolidação da autonomia econômica
84

de articular, elaborar, implementar e monitorar as da mulher.


.
92

políticas nos estados, Distrito Federal e municípios


Seu objetivo geral é:
.3

e promover a gestão transversal da Política Nacio-


21

nal para as Mulheres.


Promover o fortalecimento econômico e o direito à
-1

IV. Estimular a ampliação da participação de


vida de qualidade das mulheres no meio rural, res-
mulheres nos partidos políticos e nos cargos de
a

peitando as especificidades das mulheres do campo


s

liderança e de decisão no âmbito das entidades


e da floresta e comunidades tradicionais (inclusive
bo

representativas de movimentos sociais, sindicatos, ribeirinhos), com garantia do acesso à terra, aos
ar

conselhos de naturezas diversas e em todos os tipos bens, aos equipamentos e aos serviços públicos.
B

de associação considerando as dimensões étnicas,


a

raciais, de orientação sexual, identidade de gênero,


in

Já os objetivos específicos são:


geracionais e mulheres com deficiência.
ar

V. Fortalecer a participação social na formulação e


M

I. Promover a autonomia econômica das mulhe-


implementação das políticas públicas de promoção
res do campo, da floresta, por meio do fortaleci-
da igualdade de gênero e de combate a todas as for-
mento da organização produtiva, da participação
mas de discriminação considerando as dimensões
na gestão econômica, da ampliação do acesso aos
étnicas, raciais, de orientação sexual, identidade de
recursos naturais e à renda, da qualificação da
gênero, geracionais e mulheres com deficiência.
agricultura familiar e da participação ativa na for-
mulação de políticas.
EIXO ESTRATÉGICO VI — DESENVOLVIMENTO
II. Promover os direitos das mulheres ao acesso
SUSTENTÁVEL COM IGUALDADE ECONÔMICA E à terra, à reforma agrária e ao desenvolvimento
SOCIAL sustentável, garantindo a disponibilização de ins-
trumentos e a implementação de políticas públicas
O Eixo Orientador VI reflete a importância de para este fim.
implementar políticas e ações para promoção das III. Fortalecer políticas públicas que incidam sobre
mudanças necessárias para o desenvolvimento sus- toda a cadeia produtiva, garantindo instrumentos
tentável, a proteção e a justiça ambiental brasileira, de apoio à produção, o acesso à comercialização e
com a ampla participação das mulheres do campo, da à expansão da produção estruturada em padrões
188 floresta e das cidades. de sustentabilidade ambiental e social.
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IV. Garantir a participação das mulheres na defi- III. Contribuir para a superação da violência contra
nição das políticas agrícolas e agrárias e nos pro- as mulheres, decorrente do racismo, do sexismo e
cessos de definição da estrutura fundiária do país. da lesbofobia.
IV. Contribuir para a superação do racismo institu-
EIXO ESTRATÉGICO VIII — CULTURA, ESPORTE, cional contra mulheres, garantindo o acesso equâ-
COMUNICAÇÃO E MÍDIA nime aos diferentes serviços e políticas públicas.
V. Contribuir para a superação de todas as formas de
O Eixo Orientador VIII busca agregar ações nas violência institucional que atingem as mulheres em
áreas de cultura, esporte, comunicação e mídia, de razão do racismo, sexismo, lesbofobia e de todas as
forma a construir uma cultura igualitária, democráti- formas de preconceito e discriminação baseadas em
ca e não reprodutora de estereótipos de gênero. gênero, orientação sexual e identidade de gênero.
Seus objetivos gerais são:
EIXO ESTRATÉGICO X — IGUALDADE PARA AS
I. Contribuir para a construção de uma cultura iguali- MULHERES JOVENS, IDOSAS E MULHERES COM
tária, democrática e não reprodutora de estereótipos DEFICIÊNCIA
de gênero, raça, etnia, orientação sexual e geração.
II. Promover a visibilidade da contribuição cultural das
Por fim, o Eixo Orientador X busca promover a igual-
mulheres na sociedade brasileira e o acesso das mulhe-
dade para as mulheres jovens, idosas e com deficiência,
res aos meios de produção cultural e de conteúdo.
garantindo seu protagonismo nas políticas públicas e no
III. Promover maior participação e assegurar a
inserção igualitária das mulheres no esporte e acesso a equipamentos e serviços públicos.
lazer, considerando as dimensões étnicas, raciais, Seus objetivos gerais são:
de classe social, orientação sexual, identidade de
gênero, geracionais e mulheres com deficiência. I. Garantir o protagonismo das mulheres jovens,
idosas e mulheres com deficiência na elaboração,
Já os objetivos específicos são: no monitoramento e na avaliação das políticas
públicas.
I. Promover uma imagem não estereotipada das II. Garantir o acesso das mulheres jovens, idosas e
mulheres, valorizando-as em sua diversidade. mulheres com deficiência a políticas, equipamentos
II. Valorizar e promover as iniciativas e a produção e serviços públicos.
cultural das mulheres e sobre as mulheres.
III. Valorizar e promover a participação das mulheres Já os objetivos específicos são:
no esporte e no lazer, favorecendo maior divulgação.
IV. Estimular, ampliar e qualificar o acesso de I. Garantir a igualdade de direitos e oportunidades
meninas, adolescentes, mulheres adultas, idosas e no acesso, permanência e promoção das adolescen-
mulheres com deficiência ao esporte e ao lazer, pro- tes e jovens no mercado de trabalho, em especial as
movendo a qualidade de vida, a inclusão social, a negras e as mulheres com deficiência.
cidadania e o desenvolvimento humano. II. Ampliar a permanência das meninas e mulhe-
V. Promover a participação das mulheres na prepa- res jovens na educação formal, evitando a evasão
ração e realização dos grandes eventos esportivos. escolar, em especial para as negras, trabalhadoras
07

VI. Contribuir para o debate do marco regulatório rurais, quilombolas, indígenas, lésbicas, deficientes
6-

do sistema de comunicação brasileiro e formular e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas.


84

propostas que contribuam para veiculação não III. Fortalecer ações de prevenção, especialmente
.

discriminatória e não estereotipada da imagem da


92

em relação a DSTs e HIV/Aids, e assistência integral


mulher nos meios de comunicação e em mensagens à saúde de meninas, adolescentes e jovens, conside-
.3

de utilidade pública, promovendo a participação


21

rando as especificidades de raça, etnia, identidade


social. de gênero, orientação sexual e deficiência.
-1

IV. Fortalecer ações de promoção da autonomia


a

EIXO ESTRATÉGICO IX — ENFRENTAMENTO DO das mulheres jovens e idosas, considerando as suas


s
bo

RACISMO, SEXISMO E LESBOFOBIA especificidades e diversidades.


ar

V. Fortalecer ações de promoção da autonomia das


O Eixo Orientador IX cuida do enfrentamento das
B

mulheres com deficiência, considerando as suas


questões relacionadas ao racismo, sexismo e lesbofo-
a

especificidades e diversidades, com especial aten-


in

bia, além do preconceito e discriminação baseada na ção ao que se refere à acessibilidade, acesso ao
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

orientação sexual e identidade de gênero. mercado de trabalho, educação especial e enfrenta-


M

Constitui objetivo geral do eixo: mento à violência.


VI. Incentivar e fortalecer a inclusão das mulheres
Instituir políticas, programas e ações de enfren- no sistema previdenciário.
tamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e ao pre-
conceito e discriminação baseadas na orientação
sexual e identidade de gênero.

Já os objetivos específicos são: A EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA


I. Contribuir para a superação das desigualda-
NO BRASIL
des baseadas no racismo, sexismo, na orientação
sexual e identidade de gênero. EDUCAÇÃO QUILOMBOLA
II. Fomentar a produção e difusão de conheci-
mentos sobre a dimensão ideológica do racismo, Em primeiro lugar, precisamos compreender o
sexismo e lesbofobia e sobre todas as formas de dis- que chamamos de quilombos. De acordo com a legis-
criminação e preconceito contra as mulheres, em lação educacional, entende-se por quilombos os gru-
especial a misogenia e a heteronormatividade. pos étnico-raciais definidos por: 189
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Resolução nº 8, de 2012 contribuir para o seu reconhecimento, valorização
Art 3º [...] e continuidade;
I- [...] auto-atribuição, com trajetória histórica pró- XVIII - trabalho como princípio educativo das ações
pria, dotados de relações territoriais específicas, didático-pedagógicas da escola;
com presunção de ancestralidade negra relaciona- XIX - valorização das ações de cooperação e de soli-
da com a resistência à opressão histórica dariedade presentes na história das comunidades qui-
lombolas, a fim de contribuir para o fortalecimento das
Também se entende, como quilombo, as comuni- redes de colaboração solidária por elas construídas;
dades que lutam historicamente pelo direito ao ter- XX - reconhecimento do lugar social, cultural, polí-
ritório e, além disso, que fazem uso de costumes e tico, econômico, educativo e ecológico ocupado
pelas mulheres no processo histórico de organiza-
tradições específicas.
ção das comunidades quilombolas e construção de
A Educação Quilombola se estrutura a partir da
práticas educativas que visem à superação de todas
memória coletiva, das línguas reminiscentes, das prá- as formas de violência racial e de gênero.
ticas culturais, dos marcos civilizatórios, dos acervos,
dos repertórios orais e da territorialidade, conforme A Educação Escolar Quilombola pode ser organi-
descrito nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a zada por séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
Educação Quilombola (I, § 1º, art. 1º). alternância regular de períodos de estudos com tem-
A Educação Quilombola engloba todas as etapas pos e espaços específicos ou, ainda, em grupos não-
e as modalidades (Educação Infantil, Ensino Funda- -seriados, com base na idade, na competência e em
mental, Ensino Médio, Educação do Campo, Educação outros critérios ou por forma diversa de organização,
de Jovens e Adultos). É oferecida para as populações sempre que o interesse do processo de aprendizagem
quilombolas urbanas e rurais, por estabelecimentos assim o recomendar.
de ensino localizados nas próprias comunidades, bus- Assim como na Educação Indígena, o calendário
cando garantir aos alunos o direito de se apropriar escolar da Educação Quilombola deverá ser flexibi-
dos conhecimentos tradicionais. lizado, considerando a realidade da população local.
Alguns princípios regem a educação quilombola. Além disso, é recomendado que os sistemas de ensino
São eles: e suas escolas contratem profissionais de apoio esco-
lar oriundos das comunidades quilombolas para pro-
Art. 7º [...] duzir a alimentação escolar, considerando a cultura
I- direito à igualdade, liberdade, diversidade e e os hábitos alimentares das próprias comunidades.
pluralidade; O Projeto Político Pedagógico dessas instituições
II - direito à educação pública, gratuita e de deverá estar relacionado com a realidade histórica,
qualidade; regional, política, sociocultural e econômica das popu-
III - respeito e reconhecimento da história e da cul- lações quilombolas.
tura afro-brasileira como elementos estruturantes
do processo civilizatório nacional; Art. 32 […]
IV - proteção das manifestações da cultura § 3º A questão da territorialidade, associada ao
afro-brasileira; etnodesenvolvimento e à sustentabilidade socioam-
V - valorização da diversidade étnico-racial; biental e cultural das comunidades quilombolas
07

VI - promoção do bem de todos, sem preconceitos deverá orientar todo o processo educativo definido
6-

de origem, raça, sexo, cor, credo, idade e quaisquer no projeto político-pedagógico.


84

outras formas de discriminação;


.
92

VII - garantia dos direitos humanos, econômicos, É importante que o Estado articule as ações de dife-
.3

sociais, culturais, ambientais e do controle social rentes setores “que garantam o direito às comunidades
21

das comunidades quilombolas; quilombolas à educação, à cultura, à ancestralidade, à


-1

VIII - reconhecimento dos quilombolas como povos memória e ao desenvolvimento sustentável” (art. 61).
ou comunidades tradicionais;
sa

XIX - conhecimento dos processos históricos de luta


bo

pela regularização dos territórios tradicionais dos


ar

povos quilombolas; A ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO


B

X - direito ao etnodesenvolvimento entendido como


DA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA
a

modelo de desenvolvimento alternativo que consi-


in

NO ESTADO DE MINAS GERAIS


ar

dera a participação das comunidades quilombolas,


M

as suas tradições locais, o seu ponto de vista ecoló-


gico, a sustentabilidade e as suas formas de produ- LEGISLAÇÕES ANTECEDENTES E AS DEFINIÇÕES
ção do trabalho e de vida; GERAIS SOBRE QUILOMBOS E EDUCAÇÃO
XI - superação do racismo – institucional, ambiental, ESCOLAR QUILOMBOLA
alimentar, entre outros – e a eliminação de toda e qual-
quer forma de preconceito e discriminação racial;
A Resolução SEE nº 3.658, de 24 de novembro de
XII - respeito à diversidade religiosa, ambiental e sexual;
2018, instituiu as Diretrizes para a organização da
XV - superação de toda e qualquer prática de sexis-
mo, machismo, homofobia, lesbofobia e transfobia;
Educação Escolar Quilombola no Estado de Minas
XVI - reconhecimento e respeito da história dos Gerais. Para compreendê-la, é importante destacar
quilombos, dos espaços e dos tempos nos quais as que se mostra associada a outras legislações pertinen-
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos qui- tes à temática, a saber:
lombolas aprendem e se educam;
XVII - direito dos estudantes, dos profissionais da z Lei nº 9.394, de 1996 — Lei de Diretrizes e Bases
educação e da comunidade de se apropriarem dos (LDB): define normas gerais, complementa arti-
conhecimentos tradicionais e das formas de pro- gos sobre a educação da Constituição e organiza o
190 dução das comunidades quilombolas de modo a ensino no Brasil;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Parecer do Conselho Nacional de Educação nº em localidades comunitárias reconhecidas pelos
16, de 05 de junho de 2012: através de relatos de órgãos públicos como quilombolas, ou próximos a
Nilma Lino Gomes, professora e intelectual refe- essas comunidades, e as aulas devem ser frequenta-
rência para os movimentos negros, apresenta as das por estudantes oriundos de territórios quilombolas.
considerações da comissão responsável pela ela- Para garantir o direito à educação, deve-se, ainda,
boração das futuras Diretrizes Curriculares Nacio- levar em conta a apropriação dos conhecimentos
nais para a Educação Escolar Quilombola, em tradicionais e outras formas de produção, con-
acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais tribuindo para o reconhecimento, valorização
Gerais para a Educação Básica; e continuidade cultural, a partir da instituição da
z Resolução CNE/CEB nº 8, de 20 de novembro de Educação Escolar Quilombola como política pública
2012: define as Diretrizes Curriculares Nacio- educacional, em interface com outras políticas para
nais para a Educação Escolar Quilombola na os povos do campo e indígenas.
Educação Básica; Sobre as atribuições dos entes federativos, a Reso-
z Resolução SEE nº 2.197, de 26 de outubro de lução CNE/CEB nº 8 destaca a garantia de:
2012: dispõe sobre a organização e o funciona-
mento do ensino nas Escolas Estaduais de Edu- Art. 2º […]
cação Básica de Minas Gerais; I) apoio técnico-pedagógico aos estudantes, professo-
z Resolução SEE nº 3.658, de 24 de novembro de res e gestores em atuação nas escolas quilombolas;
2017: institui as Diretrizes para a organização II) recursos didáticos, pedagógicos, tecnológicos,
da Educação Escolar Quilombola no Estado de culturais e literários que atendam às especificida-
Minas Gerais. des das comunidades quilombolas;
c) a construção de propostas de Educação Escolar
Essas legislações destacaram e reforçaram a cen- Quilombola contextualizadas.
tralidade da Educação Escolar Quilombola. Segundo
apresentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Além disso, é importante entender a própria defi-
Educação Básica (2013), nição de quilombo. Para as Resolução CNE/CEB nº 8.

Art. 41 A Educação Escolar Quilombola é desenvol- Art. 3º Entende-se por quilombos:


vida em unidades educacionais inscritas em suas I - os grupos étnico-raciais definidos por auto-atri-
terras e cultura, requerendo pedagogia própria em buição, com trajetória histórica própria, dotados
respeito à especificidade étnicocultural de cada de relações territoriais específicas, com presunção
comunidade e formação específica de seu quadro de ancestralidade negra relacionada com a resis-
docente, observados os princípios constitucionais, tência à opressão histórica;
a base nacional comum e os princípios que orien- II - comunidades rurais e urbanas que: a) lutam
tam a Educação Básica brasileira. historicamente pelo direito à terra e ao território
Parágrafo único. Na estruturação e no funciona- o qual diz respeito não somente à propriedade da
mento das escolas quilombolas, bem como nas terra, mas a todos os elementos que fazem parte
demais, deve ser reconhecida e valorizada a diver- de seus usos, costumes e tradições; b) possuem os
sidade cultural (BRASIL, 2013, p. 74). recursos ambientais necessários à sua manutenção
07

e às reminiscências históricas que permitam perpe-


6-

tuar sua memória.


No caso da Educação Básica, a Educação Escolar
84

III - comunidades rurais e urbanas que comparti-


Quilombola em instituições educacionais fundamen-
.
92

lham trajetórias comuns, possuem laços de per-


ta-se, ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares
.3

tencimento, tradição cultural de valorização dos


Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na
21

antepassados calcada numa história identitária


Educação Básica, nos seguintes princípios:
-1

comum, entre outros.


a

a) da memória coletiva;
s

Ademais, segundo a Convenção 169 da Organiza-


bo

b) das línguas reminiscentes;


ção Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indí-
c) dos marcos civilizatórios;
ar

genas e Tribais, destacada na Resolução nº 8, de 2012,


d) das práticas culturais;
B

e) das tecnologias e formas de produção do


as comunidades quilombolas são:
a
in

trabalho;
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

f) dos acervos e repertórios orais; Art. 4º […]


M

g) dos festejos, usos, tradições e demais elemen- I - grupos culturalmente diferenciados e que se
tos que conformam o patrimônio cultural das reconhecem como tais;
comunidades quilombolas de todo o país; II - possuidores de formas próprias de organiza-
h) da territorialidade. ção social;
III - detentores de conhecimentos, tecnologias,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela
A Educação Escolar Quilombola compreende as
tradição;
diversas etapas e modalidades, como Educação Infan-
IV - ocupantes e usuários de territórios e recur-
til, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação do
sos naturais como condição para sua reprodução
Campo, Educação Especial, Educação Profissional Téc- cultural, social, religiosa, ancestral e econômica.
nica de Nível Médio, Educação de Jovens e Adultos, Art. 5º Observado o disposto no art. 68 do Ato
incluindo a Educação à Distância. das Disposições Constitucionais Transitórias e no
Em relação aos sujeitos a que se destina, o atendi- Decreto nº 6.040/2007, os territórios tradicio-
mento abrange populações quilombolas, das zonas nais são:
rurais e urbanas, em suas diferentes formas de I - aqueles nos quais vivem as comunidades qui-
produção de cultura, sociedade, política e economia. lombolas, povos indígenas, seringueiros, casta-
Deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino nheiros, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhos, 191
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
faxinalenses e comunidades de fundo de pasto, den- Em relação às Etapas e Modalidades da Educação
tre outros; Básica, o Capítulo V reforça que a Educação Escolar
II - espaços necessários à reprodução cultural, Quilombola na Educação Básica compreende todas
social e econômica dos povos e comunidades tradi- as etapas e modalidades de ensino, sendo as ofertas
cionais, sejam eles utilizados de forma permanente definidas por essa Resolução.
ou temporária.
No caso da Educação Infantil, primeira etapa da Edu-
cação Básica e direito das crianças dos povos quilombolas,
ASPECTOS GERAIS — DIRETRIZES PARA A
deve privilegiar práticas de cuidar e educar, sendo sua
ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR
oferta obrigatória pelo poder público municipal para
QUILOMBOLA NO ESTADO DE MINAS GERAIS
crianças de 4 a 5 anos de idade (nesse caso, é dever dos
pais ou responsáveis matricular essas crianças). Enquan-
A Resolução da SEE nº 3.658, de 2017, mostra-se,
to a decisão pela matrícula e frequência das crianças de 0
portanto, relacionada aos princípios e definições
a 3 anos é uma opção das famílias quilombolas, levando
apresentadas acima. Além de definições já menciona-
das, reforça-se como centrais: em conta suas referências culturais e demandas.
Sobre as instituições que oferecem Educação Infantil,
z O conhecimento dos históricos de luta pela regu- estão previstas as creches ou entidades equivalentes e as
larização dos territórios tradicionais dos povos pré-escolas. Há previsão ainda para que a oferta da Edu-
quilombolas; cação Infantil Quilombola deva assegurar à criança o
z O reconhecimento dos quilombolas como povos direito de permanecer, de forma prioritária, em seu
ou comunidades tradicionais; espaço comunitário de referência, evitando, assim, o
z O direito ao etnodesenvolvimento, visto como seu deslocamento.
um modelo de desenvolvimento alternativo; É definido como responsabilidade da Secretaria de
z A superação do racismo — institucional, ambien- Estado de Educação a colaboração com os municípios,
tal, alimentar, entre outros; através da cessão de espaço e da preparação de professo-
z A articulação entre os conhecimentos cientí- res em nível médio para atuar nessa etapa de ensino, ou
ficos, os conhecimentos tradicionais e as prá- de forma indireta, por meio de apoio pedagógico, volta-
ticas socioculturais próprias das comunidades do a favorecer o padrão de qualidade em diálogo com as
quilombolas, em processo educativo dialógico e peculiaridades locais.
emancipatório. O Ensino Fundamental, direito humano, social e
público subjetivo, deve envolver a ação educativa da
Sobre os sujeitos a quem se destina, a Resolução defi- família e da comunidade, articulando, no contexto da
ne que cabe à Secretaria de Estado de Educação garantir Educação Escolar Quilombola, os conhecimentos tradi-
a identificação dos estudantes advindos de territó- cionais, com o direito à identidade étnico-racial e à
rios quilombolas no sistema de informações educacio- dinâmica própria de organização de cada comunida-
nais, além do monitoramento do acesso, permanência de quilombola.
e aproveitamento escolar dos estudantes, que devem O respeito à diversidade é um princípio fundamen-
ser identificados ainda no Plano de Atendimento Educa-
07

tal, sendo previsto que o Estado, em colaboração com os


cional das instituições regionais.
6-

municípios, deve garantir o Ensino Fundamental, com


No Capítulo IV, há previsão para que o calendário da
84

duração de nove anos, para toda a população quilombo-


Educação Escolar Quilombola se adeque às especifi-
.

la de 6 a 14 anos de idade. Quanto à proposta pedagógica,


92

cidades locais, inclusive climáticas, da agricultura de prevê-se que deve ser coerente, articulada e integrada com
.3

base familiar e socioculturais. Além disso, examinadas


21

os modos de ser e desenvolver das crianças e adolescentes


as comunidades e lideranças quilombolas, o calendário
-1

quilombolas em diferentes contextos sociais.


deve incluir datas consideradas significativas para a Sobre o Ensino Médio na Educação Escolar Quilom-
a

população negra e para cada comunidade quilombo-


s

bola, deve proporcionar uma formação que viabilize o


bo

la, de acordo com a região e a localidade.


desenvolvimento de capacidades de analisar e tomar
ar

Sobre o Projeto Político-Pedagógico das institui-


decisões, resolver problemas, flexibilizar e valorizar
B

ções, devem expressar os princípios da Educação Escolar


os conhecimentos tradicionais produzidos por suas
a

Quilombola na Educação Básica, sob uma perspectiva


in

comunidades e o aprendizado de conhecimentos para


coerente, articulada e integrada à realidade das comuni-
ar

aprofundamento das interações dentro de seu grupo


dades quilombolas. Para isso, o PPP deve ser construído
M

de maneira autônoma e coletiva, considerando o diag- de pertencimento e com a sociedade mais ampla.
nóstico da realidade, o envolvimento e a participação de Além disso, aos estudantes é prevista a participação
toda a comunidade escolar, dialogando com as lideran- em projetos de estudo, trabalho e atividades pedagógicas
ças e outras organizações existentes no território. que objetivem conhecer as dimensões do trabalho, da
Nesse processo, são elementos a serem considerados: ciência, da tecnologia e das culturas inerentes às comu-
os conhecimentos tradicionais, a oralidade, a ancestrali- nidades quilombolas e da sociedade mais ampla.
dade, a estética, formas de trabalho, tecnologias e a histó- Para tal, cabe ao Estado garantir a universalização
ria de cada comunidade quilombola; as diversas formas do atendimento escolar do Ensino Médio para toda
pelas quais as comunidades quilombolas vivenciam os a população quilombola de 15 a 17 anos, e a proposta
seus processos educativos cotidianos, articulando os pedagógica deve abrir perspectivas para que esses estu-
conhecimentos escolares e demais conhecimentos pro- dantes vislumbrem o ingresso no Ensino Superior.
duzidos pela sociedade mais ampla; a possível articu- Na Resolução, há ainda orientações sobre a Educa-
lação entre Escola Quilombola e instituições de Ensino ção Profissional Técnica de Nível Médio e sobre a
Superior; e os processos de aprendizagens dos próprios Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Educação Esco-
192 moradores e lideranças locais (BRASIL, 2012). lar Quilombola.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre o primeiro, deve articular os princípios da for- Associando-se às legislações em vigor acerca da
mação ampla e da sustentabilidade socioambiental Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de
à diversidade dos estudantes, levando em conta as História e Cultura afro-brasileira, africana e indígena,
formas de organização das comunidades quilombolas e o currículo deve reforçar a importância do reconhe-
cimento da história e cultura afro-brasileira no pro-
suas diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais.
cesso de formação nacional e regional, e os processos
A ser realizada preferencialmente em seus territó- dinâmicos que fundamentam as concepções de vida
rios, a Educação Profissional Técnica de Nível Médio dos afro-brasileiros na diáspora africana.
deve focar em uma gestão territorial autônoma, con- Além disso, atento às dinâmicas históricas e
tribuindo para projetos de desenvolvimento sustentá- sociais, há menções ao fortalecimento da identidade
vel e de produção alternativa para as comunidades étnico-racial, história e cultura afro-brasileira e afri-
quilombolas; deve articular-se também aos projetos cana ressignificada, recriada e reterritorializada nos
comunitários, considerando as demandas coletivas das espaços quilombolas; à garantia de discussões sobre
identidade, cultura e linguagem, que são os eixos nor-
comunidades quilombolas e a reflexão e construção de
teadores do currículo; à consideração da liberdade
alternativas para os seus territórios, sustentabilidade religiosa, diversidade e inclusão, entendidos como
econômica, soberania alimentar, educação, saúde e de princípios jurídicos, políticos e pedagógicos centrais
atendimento às diversas necessidades cotidianas. para superar preconceitos em relação às comunida-
Em relação à EJA, também deve atender às realidades des quilombolas, de matriz africana ou não.
socioculturais, interesses, projetos de vida e trabalho das Portanto, em cada etapa e modalidade de ensino,
comunidades quilombolas. A formação ofertada deve ser a constituição dos currículos da Educação Escolar
ampla, possibilitando aos estudantes a atuação nas ativi- Quilombola deve considerar as particularidades
dades socioeconômicas e culturais das comunidades, de aprendizagens dos estudantes quilombolas,
os tempos e espaços da escola e outras institui-
fortalecendo os laços de pertencimento, protagonismo ções educativas da comunidade e fora dela, como
quilombola e em diálogo com o mundo do trabalho. museus, centros culturais, laboratórios de ciências e
A oferta de EJA no Ensino Fundamental não deve, de informática, associações comunitárias, cooperati-
entretanto, substituir a oferta regular dessa etapa da vas locais e outros espaços comunitários e educativos.
Educação Básica, independentemente da idade, e os cri- O art. 28, da Resolução nº 3.658, de 2017, prevê:
térios para a abertura de turmas de EJA em escolas qui-
lombolas serão diferenciados e em consonância com as A organização curricular da Educação Escolar
demandas das comunidades. Quilombola deverá se pautar em ações e práticas
Por fim, no art. 24, da Resolução SEE nº 3.658, de 2017, político-pedagógicas que visem: I - a interdisci-
plinaridade e contextualização na articulação
há menção ao atendimento da Educação Especial, que
entre os diferentes campos do conhecimento, por
deve ser contemplada nas escolas quilombolas e naque-
meio do diálogo entre disciplinas diversas e do
las que atendem estudantes oriundos de territórios qui- estudo e pesquisa de temas da realidade dos estu-
lombolas, em todas as etapas e modalidades da Educação dantes e de suas comunidades; II - a adequação
Básica, considerando orientações específicas. das metodologias didático-pedagógicas às
características dos estudantes, em atenção ao
07

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR, CALENDÁRIO modos próprios de socialização dos conhecimen-


6-

ESCOLAR, FINANCIAMENTO E FORMAÇÃO DOS tos produzidos e construídos pelas comunidades


84

PROFESSORES quilombolas ao longo da história; III - as estraté-


gias e metodologias de pesquisa como eixo para a
.
92

produção de conhecimentos; IV - os conhecimentos


A Resolução reforça a importância de uma orga-
.3

produzidos no percurso formativo dos estudantes


21

nização curricular adaptada às realidades e especi-


tornar-se-ão uma fonte para a elaboração e pro-
-1

ficidades desses sujeitos. As atividades pedagógicas dução de materiais pedagógicos, contemplando


devem considerar os modos de organização dos tem-
a

os conteúdos culturais, sociais, políticos e identitá-


s

pos e espaços escolares, sendo o currículo da Educa- rios específicos das comunidades quilombolas.
bo

ção Escolar Quilombola relacionado às interações do


ar

ambiente educacional com a sociedades e às formas O Capítulo VIII, leva em conta que a avaliação é
B

de conceber e construir conhecimentos escolares, de um dos elementos que compõem o processo de ensino
a
in

acordo com os processos sociopolíticos e culturais na e aprendizagem. Por isso, deve garantir o direito de o
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

construção das identidades. estudante ter considerados e respeitados os seus pro-


M

cessos próprios de aprendizagem, a partir de alguns


Essa organização deve observar e respeitar as
princípios: aspectos qualitativos, diagnósticos, pro-
orientações de políticas curriculares nacionais, como cessuais, formativos, dialógicos e participativos do
a Base Nacional Comum Curricular, e estaduais, como processo educacional; direito de aprender; experiên-
o Currículo Básico Comum (CBC). Os conhecimentos cias de vida e características históricas, políticas, eco-
previstos devem, portanto, ser articulados a uma nômicas e socioculturais das comunidades; valores,
parte diversificada, que garanta “a indissociabili- dimensões cognitivas, afetivas e lúdicas, desenvolvi-
dade entre o conhecimento escolar e os conheci- mento físico e motor etc.
mentos tradicionais produzidos pelas comunidades De acordo com o Capítulo VII, a Educação Escolar
quilombolas” (BRASIL, 2012, p. 72). Quilombola deverá atender aos princípios constitu-
cionais da gestão democrática, através do diálogo,
Segundo o art. 26, da Resolução nº 3.658, de 2017, o parcerias e participação das comunidades quilombo-
currículo deverá ainda garantir ao estudante o direito las atendidas. Ademais, prevê que estejam envolvidos,
ao conhecimento do conceito e da história dos qui- nesse processo periódico e participativo, a gestão da
lombos brasileiros e de Minas Gerais, assim como o escola, a coordenação pedagógica, professores, demais
histórico e o protagonismo dos movimentos quilom- profissionais da escola, Colegiado Escolar e organiza-
bolas e negros. ções locais e regionais do movimento quilombola. 193
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nas Disposições Finais, prevê-se ainda que a SEE- Infantil, é um indicador preciso – não o único,
-MG deve manter em seu espaço virtual e/ou eletrô- evidentemente, – a confirmar as reiteradas obser-
nico a divulgação das ações pedagógicas, normas, vações de inúmeros agentes educacionais de que
orientações e informações pertinentes à Educação há um hiato, já preocupante, entre as determina-
Escolar Quilombola. Sobre a composição do quadro de ções das Diretrizes Curriculares Nacionais para
pessoal, serão observadas normas específicas, assim a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o
como o processo de escolha de servidor ao exercício Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (dora-
vante Diretrizes), tornadas públicas desde o início
de cargo de diretor e à função de vice-diretor das esco-
de 2004, e sua execução concreta nos sistemas de
las estaduais quilombolas.
ensino distribuídos em todo o território nacional.
(BRASIL, 2007, p. 2)
REFERÊNCIAS
O hiato refere-se a uma lacuna, que pode resultar
BRASIL. Ministério da Educação. LDBEN - Lei de em muitos prejuízos educacionais no tocante à edu-
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Nº cação étnico-racial. Argumenta-se nesse sentido que:
9.394. Brasília: MEC, 1996.
BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 8, de 20 de A persistência desse hiato pode resultar em prejuí-
novembro de 2012. Define as Diretrizes Curricula- zos à celeridade do processo de construção de uma
res Nacionais para a Educação Escolar Quilombola efetiva igualdade étnico-racial na educação brasi-
na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasí- leira, atrasando a oportunidade histórica conquis-
lia, DF: MEC/CNE/CEB, 21 nov. 2012. tada pela sociedade, em especial, pelas populações
MINAS GERAIS. Resolução SEE nº 3.658, de 24 de negras e demais grupos populacionais, historica-
dezembro de 2017. Institui as Diretrizes para a mente discriminados, de verem as suas especifici-
organização da Educação Escolar Quilombola no dades culturais, suas identidades, seus sistemas
Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG: SEE- filosóficos, suas artes, seu conjunto de valores rela-
-MG, 25 nov. 2017. cionais, suas religiões e celebrações, seus heróis
míticos e históricos, seus homens, mulheres e crian-
ças, não mais serem retratados e representados em
materiais didáticos, órgãos, instituições e práticas
pedagógicas de modo pejorativo, desrespeitoso,
A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO- inferiorizante e subalternizados pela hegemonia
RACIAIS NO BRASIL de referenciais de pensamento e de conhecimento
intrinsecamente refratários à riqueza representada
pela diversidade. (BRASIL, 2007, p. 2)
PARECER CNE/CEB Nº 2 DE 31 DE JANEIRO DE
2007 — PARECER QUANTO À ABRANGÊNCIA DAS
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA Essa discussão é totalmente pertinente, pois, como
A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E aponta Costa (2019), nas últimas décadas, o Brasil tem
PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO- avançado no enfrentamento do racismo, a partir do cam-
BRASILEIRA E AFRICANA po educacional, com a criação de políticas de educação
voltadas à educação das relações étnico-raciais. Outrora,
07

parece haver certo desencontro na efetivação dessas polí-


6-

O Parecer CNE/CEB nº 2, de 2007, de 31 de janeiro


ticas, à medida que são entendidas de modo dissociado
84

de 2007, refere-se à abrangência das Diretrizes Cur-


uma da outra ou hierárquico entre si (COSTA, 2019).
.

riculares Nacionais para a Educação das Relações


92

Destacam-se ainda como argumentos no Parecer:


Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
.3

Afro-Brasileira e Africana no que diz respeito à Edu-


21

Mesmo que a existência de problemas prático-con-


cação Infantil.
-1

cretos, em alguns casos, possa dificultar o cumpri-


Desse modo, a consulta do parecer foi formalizada
mento integral das determinações das Diretrizes
a

pelas representantes do Centro de Estudos das Rela-


s

– dentre eles, salvo as louváveis exceções conhe-


bo

ções de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e Movi- cidas, a ainda escassa produção e distribuição
ar

mento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil de material didático diversificado, de qualidade e


B

(MIEIB) do estado de São Paulo, solicitando-se o pare- adequado aos níveis de ensino, assim como a insu-
a

cer orientador quanto à abrangência das Diretrizes ficiente atenção oficial dada ao necessário processo
in

na Educação Infantil baseadas em pequenas citações de formação de professores com conteúdos espe-
ar

e referências a documentos produzidos pela SECAD/ cíficos e metodologias apropriadas aos objetivos
M

MEC; SEB/MEC; SEPPIR; na Lei Federal nº 10.639, de preconizados pelas Diretrizes – não se pode tran-
9 de janeiro de 2003, e, em especial, no Parecer CNE/ sigir com qualquer evidência de descaso ou negli-
CP nº 3, de 2004, e na Resolução CNE/CP nº 1, de 2004. gência no seu cumprimento, nem tampouco tolerar
O parecer destaca algumas ações a serem revis- a inoperância diante de qualquer obstáculo ou difi-
tas no Parecer CNE/CP nº 3, de 2004, que configura as culdade. (BRASIL, 2007, p. 2)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana, documento norma- Importante!
tivo oficializado pela Resolução CNE/CP nº 1, de 2004. Problemas que dificultam o cumprimento das
Declara-se que a:
Diretrizes:
� escassa produção e distribuição de material
[...] provocação do CEERT e do MIEIB para que a
Câmara de Educação Básica deste Conselho se didático;
pronuncie acerca da abrangência do referido docu- � formação de professores;
mento normativo, no que diz respeito à Educação � metodologias apropriadas.
194
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Há também uma discussão relativa a comprova- A Lei Federal nº 10.639, de 2003, enfatiza que:
ções de desigualdades étnico-raciais através de dados
publicados por órgãos oficiais, como a seguir: O ensino sistemático de História e Cultura Afro-Bra-
sileira e Africana na Educação Básica, nos termos da
Além das razões legais que determinam a obriga- Lei nº 10.639/2003, refere-se, em especial, aos compo-
toriedade da sua execução, a comprovada existên- nentes curriculares de Educação Artística, Literatura
cia de desigualdades étnico-raciais atestadas em e História do Brasil. (BRASIL, 2007, p. 3)
estudos publicamente disponíveis, produzidos por
órgãos oficiais como, por exemplo, o INEP, o IBGE Todas as citações acima respaldadas em leis, pare-
e o IPEA, bem como em estudos publicados por ceres e resoluções buscam enfatizar a relevância da
vários pesquisadores na área de educação, agre- abrangência da educação étnico-racial na educação
gam razões históricas, sociais e éticas suficientes infantil. Apesar de os conteúdos da Educação Infantil
para que as referidas Diretrizes traduzam-se, rapi- não estarem organizados em componentes curricula-
damente, em ações efetivas em todas as instâncias res, os temas referentes à História e Cultura Afro-Bra-
do sistema educacional brasileiro, sejam elas muni- sileira e Africana devem estar presentes no conjunto
cipais, estaduais ou federal. (BRASIL, 2007, p. 2) de todas as atividades desenvolvidas com as crianças.
O próprio Parecer CNE/CP nº 3, de 2004, orienta-
Em resumo, sabe-se das lacunas existentes, que dor filosófico e conceitual da referida resolução, ante-
são de fato comprovadas através de pesquisas científi- cipando as determinações da Resolução CNE/CP nº 1,
cas, solicitando-se, assim, através desse parecer, ações de 2004, deixa evidente a referência inclusiva da Edu-
mais concretas em relação a temática. cação Infantil, mencionando a responsabilidade dos
Todas as discussões do parecer solicitam uma pos- diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como
tura mais ativa dos órgãos competentes na elaboração definindo espaços escolares e atividades a serem
das Diretrizes, e que, de fato, elas saiam do papel, mas desenvolvidas com vistas à execução das Diretrizes:
para que isso ocorra são necessários aportes estrutu-
O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
rais e pedagógicos, além de avaliação dos processos,
e Africana, a educação das relações étnico-
como em destaque: -raciais, tal como explicita o presente parecer, se
desenvolverão no cotidiano das escolas, nos dife-
As indicações acima mencionadas nos asseguram rentes níveis e modalidades de ensino, como
a imperiosa necessidade de orientar as instâncias conteúdos de disciplinas, particularmente, Educa-
competentes a adotarem mecanismos de observa- ção Artística, Literatura e História do Brasil, sem
ção da aplicação das determinações presentes nas prejuízo das demais, em atividades curriculares ou
Diretrizes, tanto no que concerne ao acompanha- não, trabalhos em sala de aula, nos laboratórios de
mento regular da sua execução quanto no referente ciências e de informática, na utilização da sala de
à avaliação periódica dos seus resultados, cabendo leitura, biblioteca, brinquedoteca, áreas de recrea-
também a recomendação de que as experiências ção, quadra de esportes e outros ambientes escola-
educacionais que se configurem como eficazes na res. (BRASIL, 2007, p. 3)
promoção da igualdade étnico-racial, sejam ampla-
07

mente divulgadas. (BRASIL, 2007, p. 2) Complementado as observações acima, alguns


6-

documentos que especificam o direito das crianças e


84

O parecer também aponta algumas divergências dos adolescentes também são citados no parecer para
.
92

em documentos publicados sobre a educação étnico- confirmação da inclusão da Educação Infantil no âmbi-
.3

-racial através de argumentos para que aconteçam to das normas estabelecidas pelas Diretrizes referidas.
21

modificações e abrangências.
-1

Quanto à necessidade de abrangência das Diretri- Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, ao especifi-
car os direitos fundamentais inerentes às crian-
a

zes na Educação Infantil, destaca-se que no:


s

ças e aos adolescentes, o § 3° estabelece que esses


bo

cidadãos terão assegurados, por lei ou por outros


[...] Parecer CNE/CP nº 3/2004, parecer que corpori-
ar

meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim


fica as Diretrizes, lê-se: A obrigatoriedade de inclu-
B

de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,


são de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
a

moral, espiritual e social, em condições de liberda-


in

nos currículos de Educação Básica trata-se de


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
de e dignidade. (BRASIL, 2007, p. 4)
ar

decisão política, com fortes repercussões pedagógi-


M

cas, inclusive na formação de professores (negrito


Acompanhe o seguinte:
do relator). A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996 – LDB, estabelece no inciso I do art. 21 que a
Art. 5° Nenhuma criança ou adolescente será
Educação Básica é formada pela Educação Infan-
objeto de qualquer forma de negligência, discri-
til, Ensino Fundamental e Ensino Médio [...].
minação, exploração, violência, crueldade e
[...] a Resolução CNE/CP n° 1, de 17 de junho de opressão, punido na forma da lei qualquer aten-
2004, ao oficializar a instituição das Diretrizes tado, por ação ou omissão, aos seus direitos funda-
Curriculares Nacionais para a Educação das Rela- mentais. (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990).
ções Étnico-Raciais e para o Ensino de História e [...]
Cultura Afro-Brasileira e Africana, expressa no seu Art. 17 O direito ao respeito consiste na inviola-
art. 1° que essas Diretrizes devem ser observadas bilidade da integridade física, psíquica e moral da
pelas instituições de ensino, que atuam nos níveis criança e do adolescente, abrangendo a preserva-
e modalidades da educação brasileira e, em ção da imagem, da identidade, da autonomia,
especial, por instituições que desenvolvem progra- dos valores, ideias e crenças, dos espaços e
mas de formação inicial e continuada de professo- objetos pessoais. (Lei nº 8.069, de 13 de julho de
res (negrito do relator). (BRASIL, 2007, p. 3) 1990). 195
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[...] A partir dos argumentos e discussões apresenta-
Art. 18 É dever de todos velar pela dignidade da das no parecer, o voto do relator declara:
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual-
quer tratamento desumano, violento, aterrorizan- Com base nos documentos legais e normativos con-
te, vexatório ou constrangedor. (Lei nº 8.069, de 13 sultados, não há dúvidas quanto à inclusão da Edu-
de julho de 1990). (BRASIL, 2007, p. 4-5) cação Infantil no âmbito de incidência das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Rela-
A Constituição Federal de 1988, reforça em seu art. ções Étnico-Raciais e para o Ensino de História e
227: Cultura Afro-Brasileira. No entanto, os argumentos
que embasam a consulta somados às observações
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do de vários agentes educacionais ouvidos pelo relator
Estado assegurar à criança e ao adolescente, com deste parecer indicam a necessidade urgente de ado-
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à ali- ção de mecanismos de incentivo à implementação das
mentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza- Diretrizes, bem como as decorrentes ações de acom-
ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade panhamento e avaliação do seu cumprimento em
e à convivência familiar e comunitária, além de todo o território nacional. (BRASIL, 2007, p. 6).
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, cruelda- REFERÊNCIAS
de e opressão.
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/
Observe ainda a menção a seguir: CEB nº 2/2007, 31/01/2007. Brasília, 2007. Disponí-
vel em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/
Convenção sobre os Direitos da Criança, em vigor pceb002_07.pdf. Acesso em: 08 nov. 2022.
internacional desde 2 de setembro de 1990, e que foi COSTA, C. S. Educação das relações étnico-raciais,
ratificada pelo Governo Brasileiro, em 24 de setem- educação escolar quilombola e educação escolar
bro do mesmo ano. No art. 29, ao emitir orientações
indígena na educação básica: especificidades e
aos Estados-Parte da Convenção sobre a educação
aproximações. Educação e Fronteiras On-Line, v.
das crianças, recomenda: preparar a criança para
9, n. 26, p. 128-140, 2019.
assumir uma vida responsável numa sociedade
livre, com espírito de compreensão, paz, tolerância,
igualdade de sexos e amizade entre todos os povos,
grupos étnicos, nacionais e religiosos e pessoas de
origem indígena. (BRASIL, 2007, p. 5) A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-
De acordo com Costa (2019), todos esses documen-
RACIAIS E A DÉCADA INTERNACIONAL
tos são aportes importantes para o alcance de obje- DOS POVOS AFRODESCENDENTES
tivos de políticas curriculares e educacionais com
ênfase no reconhecimento e valorização das diferen- Em relação a essa temática, inicialmente, é impor-
ças étnico-raciais. No próprio parecer, argumenta-se: tante mencionar a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro, de
07

2003, resultado de discussões e avanços dos movi-


6-

A decisão constitucional de incluir as crianças e mentos negros e outras organizações coletivas,


84

adolescentes no âmbito da cidadania codificando pois, por meio dela, tornou-se obrigatório o ensino
.
92

legalmente os seus direitos fundamentais, dentre da história africana e afro-brasileira no ensino


eles os mencionados direitos à dignidade, ao respei-
.3

fundamental e médio, público e particular.


21

to, à liberdade e a não discriminação, foi sabiamen- Em seus termos:


te interpretada pela relatora do texto das Diretrizes
-1

ao incorporar a Educação Infantil na órbita da sua Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
a

abrangência. Ao fazer isso, transformou as Diretri-


s

passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A,


bo

zes, além de texto normativo específico voltado à 79-A e 79-B:


ar

promoção da igualdade étnico-racial na educação, Art. 26-A Nos estabelecimentos de ensino funda-
B

em documento caucionador e ao mesmo tempo mental e médio, oficiais e particulares, torna-se


a

complementar de uma política pública de Estado obrigatório o ensino sobre História e Cultura
in

relativa à proteção dos direitos das crianças e dos Afro-Brasileira.


ar

adolescentes, em especial, daquelas que, historica-


M

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o


mente, mais têm sofrido com a violação dos seus caput deste artigo incluirá o estudo da História da
direitos: as crianças e adolescentes negros. África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil,
[...] as Diretrizes, pela oportunidade do seu sur- a cultura negra brasileira e o negro na formação da
gimento e pelos objetivos preconizados nas suas sociedade nacional, resgatando a contribuição do
determinações, no que diz respeito à construção povo negro nas áreas social, econômica e política
da igualdade étnico-racial, configura-se como um pertinentes à História do Brasil.
documento normativo impar cuja aplicação ime- § 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura
diata, da Educação Infantil à Educação Superior, é Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de
uma necessidade indiscutível. (BRASIL, 2007, p. 5) todo o currículo escolar, em especial nas áreas
de Educação Artística e de Literatura e História
É importante ressaltar que, a educação das rela- Brasileiras.
ções étnico-raciais tem a finalidade de ensinar o con- § 3º (VETADO)”
teúdo de história e cultura afro-brasileiras e indígenas “Art. 79-A (VETADO)”
em todos os níveis da educação, abarcando todos os “Art. 79-B O calendário escolar incluirá o dia 20
sistemas de ensino, tanto público quanto particular de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
196 (COSTA, 2019). Negra’’.
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Atualmente, esta legislação é considerada um Com o tema “Afrodescendentes: reconhecimen-
marco histórico da luta antirracista no Brasil e da to, justiça e desenvolvimento”, objetivou-se criar
transformação da política educacional e social brasi- uma estratégia a fim de pressionar os Estados-Mem-
leira em direção ao fortalecimento de uma Educação bros e demais países do mundo a tomar uma posição
para as Relações Étnico-Raciais. em relação à superação do racismo e das desigualda-
Ao assumir a importância do Estado em divulgar/ des que incidem sobre negros e negras no mundo.
valorizar o legado cultural africano, assume-se, tam- Sob três eixos principais, as ações a serem reali-
bém, que o conhecimento da História da África é fun- zadas durante a referida década apontam para ques-
damental para a compreensão da História Geral e do tões centrais:
Brasil, uma vez que, entre esses povos, há um inegável
conjunto de relações (guerras, dominação, comércio, z discriminação e desigualdade racial;
alianças internacionais etc.). z feminicídio negro;
Em continuidade à Lei nº 10.639, de 2003, em 2004, z genocídio da população negra.
foram publicadas, também pelo MEC, as Diretrizes
Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Além desses, como recurso para a justiça cogni-
-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro- tiva e para a superação do racismo epistêmico,
-Brasileira e Africana, responsáveis por estabelecer entendido como inferiorização dos conhecimentos
uma série orientações às instituições de ensino. não ocidentais, prevê-se a ênfase à contribuição dos
Entretanto, é importante reforçar, ainda, a neces- afrodescendentes ao longo da história da humanida-
sidade de políticas de reparação em prol da desmis- de, na África e na diáspora africana.
tificação da democracia racial no país e, também, do
direcionamento dos professores em relação ao trata- A CENTRALIDADE DA EDUCAÇÃO PARA A DÉCADA
mento adequado do tema e à explicitação de equívo- INTERNACIONAL DE AFRODESCENDENTES
cos comuns na abordagem da questão racial.
Nesse contexto, a Educação como direito social
O DIÁLOGO ENTRE A LEI Nº 10.639, DE 2013, E AS tem um destaque central para a comunidade inter-
DISCUSSÕES INTERNACIONAIS nacional e para o Movimento Negro brasileiro. Diz-
-se isso, pois esta é considerada fundamental para a
Em 2011, a III Conferência Mundial contra o Racis- formação de novas gerações com subjetividades
mo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância emancipatórias, já que não se restringe à escola, mas
Correlata, realizada pela ONU, conferiu visibilidade alcança, também, o processo de formação humana e
internacional à situação dos afrodescendentes, con- de construção de uma postura crítica e reflexiva dian-
siderando todos que habitavam – ou não – o con- te da vida.
tinente africano (muitos desses, em uma situação e Como atribuições dos Estados, prevê-se:
com experiências de vida resultantes do tráfico tran-
satlântico da escravidão moderna, da migração, de a) Celebrar o lançamento da Década Internacional
guerras e de necessidade de refúgio). em âmbito nacional, e desenvolver programas de
Na referida Conferência, discutiu-se, ainda, a ação e atividades nacionais para a implementa-
07

situação naturalizada de pobreza, fome, discrimi- ção plena e efetiva da Década;


6-

nação e, também, as violências sobrepostas às pessoas b) Organizar conferências nacionais e outros even-
84

negras, que, historicamente, as colocam em restri- tos com o objetivo de acionar um debate público
.

e conscientização sobre a luta contra o racismo,


92

ção dramática de direitos básicos, tais como saúde,


discriminação racial, xenofobia e intolerâncias
.3

emprego, moradia e educação.


relacionadas, com a participação de todas as par-
21

Como encaminhamento, o Brasil tornou-se sig-


tes interessadas, incluindo o governo, represen-
-1

natário da Declaração e do Programa de Ação de tantes da sociedade civil e indivíduos ou grupos de


Durban, instrumentos jurídicos que fortaleceram a
a

indivíduos vítimas desses atos;


s

luta por respeito, proteção e cumprimento dos direi-


bo

c) Promover um melhor conhecimento, reconheci-


tos humanos e ratificaram, ainda, políticas de igual- mento e respeito quanto às culturas, à história e às
ar

dade racial no Brasil, a exemplo das legislações tradições da população afrodescendente, inclusive
B

supracitadas. por meio de pesquisas em educação, e promover


a
in

Tratando-se de um país no qual há fortes desigual- a inclusão plena e correta da história e das contri-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

dades raciais, sociais e de gênero, no período de 2003 buições da população afrodescendente no currículo
M

a 2016, o Estado brasileiro foi pressionado e adotou educacional;


políticas e medidas para superação do racismo e em d) Promover o papel positivo que líderes políti-
direção à igualdade racial. Dentre estas, encontra-se cos e partidos políticos, líderes de comunida-
a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da des religiosas e a mídia poderiam desempenhar
Igualdade Racial (SEPPIR), associada a uma série de no enfrentamento ao racismo, à discriminação
ações junto a outros ministérios, Movimento Negro, racial, à xenofobia e intolerâncias relacionadas,
por meio, entre outros, do reconhecimento e do res-
ONGs e movimentos sociais antirracistas.
peito público às culturas, à história e às tradições
Apesar dessas e outras ações à nível nacional ou
da população afrodescendente;
internacional, o racismo continuou fortalecido e pre-
e) Aumentar a conscientização por meio de infor-
sente, conforme atestado por denúncias do Movimen- mação e medidas educativas, a fim de restau-
to Negro, pesquisas oficiais e acadêmicas. Assim, para rar a dignidade da população afrodescendente, e
enfrentar essa permanência, por meio da Resolução considerar disponibilizar suporte a organizações
nº 68.237, de 23 de dezembro, de 2013, a ONU, em não governamentais para a realização dessas
Assembleia Geral, proclamou a Década Internacio- atividades;
nal de Afrodescendentes, com início em 1 de janeiro f) Apoiar iniciativas de educação e treinamen-
de 2015 e fim em 31 de dezembro de 2024. to de organizações não governamentais e da 197
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população afrodescendente para a utilização das pela Resolução SEE nº 2.820, de 11 de dezembro de
ferramentas fornecidas pelos instrumentos 2015, que ratificaram orientações e determinações
internacionais de direitos humanos sobre presentes em outras legislações, a saber:
racismo, discriminação racial, xenofobia e intole-
râncias relacionadas; z Resolução nº 1 do Conselho Nacional de Edu-
g) Garantir que livros e outros materiais edu-
cação — CNE, de 3 de abril de 2002: instituiu as
cacionais retratem fatos históricos correta-
Diretrizes Operacionais para Educação Básica das
mente ao reportarem-se a tragédias e atrocidades
Escolas do Campo;
passadas, especialmente a escravidão, o tráfico de
escravos, o comércio transatlântico de escravos e z Decreto nº 7.352, de 04 de novembro de 2010:
o colonialismo, a fim de evitar estereótipos e a dis- dispõe sobre a Política Nacional de Educação do
torção ou falsificação desses fatos históricos, que Campo.
podem desencadear o racismo, a discriminação
racial, a xenofobia e intolerâncias relacionadas, A Resolução de 2002 reconheceu o modo de vivên-
incluindo a função desempenhada pelos respectivos cia social próprio e o usufruto do espaço do campo
países nessa matéria, ao: como imprescindíveis à constituição da identidade
I) Apoiar pesquisa e iniciativas educacionais; da população rural e à sua inserção nos rumos da
II) Dar reconhecimento às vítimas e seus descen- sociedade brasileira.
dentes através do estabelecimento de memoriais Assim, os projetos das instituições dos diversos
em países que se beneficiaram e/ ou foram respon- sistemas de ensino passaram a se orientar pelas Dire-
sáveis pela escravidão, pelo tráfico de escravos,
trizes Operacionais para a Educação Básica nas esco-
pelo comércio transatlântico de escravos e pelo
las do campo. Por meio da definição de princípios e
colonialismo e tragédias passadas, nos quais não
procedimentos, a identidade da escola do campo foi
há nenhum, como também nos pontos de partida,
chegada e realocação, protegendo os locais cul- definida através de sua vinculação à realidade, à tem-
turais relacionados a isso. poralidade, aos saberes próprios dos seus estudantes,
à memória coletiva, entre outros.
Em relação à educação primária gratuita e ao aces- Ao Poder Público, responsável direto pela segu-
so a todos os níveis e formas de educação pública de rança do direito à educação escolar, cabe o papel de
qualidade, sem discriminação, é um dever, ainda, a garantir a universalização do acesso da população
garantia de uma educação pública de qualidade que do campo à Educação Básica e à Educação Profissio-
seja acessível e disponível nas áreas onde vivem nal de Nível Técnico. Para isso, os projetos institucio-
comunidades de afrodescendentes, principalmente nais e as propostas pedagógicas dessas escolas devem
em zonas rurais e comunidades marginalizadas. contemplar a diversidade do campo e considerá-lo um
Além disso, é importante mencionarmos a necessi- espaço público voltado para a investigação e articula-
dade de garantir que não haja discriminação direta ção de experiências e estudos.
ou indireta, esteriótipos negativos, estigmatização e Além disso, a Resolução também garante que
violência contra crianças afrodescendentes em siste- sejam regulamentadas estratégias específicas de aten-
mas de educação pública e privada. Para tal, é dever dimento escolar do campo por meio da flexibilização
07

dos Estados o treinamento e sensibilização dos curricular, da organização do calendário escolar e dos
diversos espaços pedagógicos e tempos de aprendiza-
6-

docentes e a adoção de outras medidas em prol de


84

aumentar o número de professores afrodescen- gem. Prevê-se, ainda, que:


.

dentes trabalhando nas instituições de ensino.


92

z O ano letivo pode ser estruturado independente-


.3

mente do ano civil;


21

REFERÊNCIAS
z Atividades podem se organizadas e desenvolvidas
-1

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. em diferentes espaços pedagógicos;


a

z Demandas dos movimentos sociais poderão sub-


s

Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,


bo

que estabelece as diretrizes e bases da educação sidiar os componentes estruturantes das políticas
ar

nacional, para incluir no currículo oficial da Rede educacionais;


B

de Ensino a obrigatoriedade da temática “História z É central a perspectiva da gestão democrática.


a

e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providên-


in

Quanto à formação dos profissionais para o


ar

cias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10jan.


M

2003. exercício da docência na Educação Básica, é prevista


ONU. Escritório do Alto Comissariado das Nações formação inicial e continuada, mas também a com-
Unidas para os Direitos Humanos. Década Inter- plementação em estudos que respeitem a diversida-
nacional de Afrodescendentes (2015-2024), 2014. de e o efetivo protagonismo das crianças, dos jovens
e adultos do campo e o protagonismo de propostas
pedagógicas que valorizem a diversidade cultural,
a qualidade social da vida individual e coletiva e a
DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO diversidade cultural do campo.
Sobre o financiamento da educação nas escolas
BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO EM do campo, prevê-se o cumprimento das legislações
MINAS GERAIS nacionais, como o FUNDEB e consideram-se, ainda,
outras necessidades, tais como materiais didáticos,
Ainda na gestão do então governador Fernando equipamentos, laboratórios e transporte/deslocamen-
Pimentel, foi publicado o documento referente às to dos alunos e professores quando não for possível
Diretrizes da Educação do Campo da Secretaria assegurar o atendimento escolar diretamente nas
198 de Estado de Educação de Minas Gerais, instituídas comunidades rurais.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, por V - controle social da qualidade da educação esco-
sua vez, dispõe sobre a Política Nacional de Educa- lar, mediante a efetiva participação da comunidade
ção do Campo e o Programa Nacional de Educação na e dos movimentos sociais do campo.
Reforma Agrária – PRONERA e destina-se à amplia-
ção e qualificação da oferta de educação básica e Entre os objetivos principais, o Decreto destaca a
superior às populações do campo. redução dos indicadores do analfabetismo por meio
Vejamos algumas disposições importantes. da oferta de políticas de educação de jovens e adultos,
a contribuição para a inclusão digital e o fomento à
Art. 1º A política de educação do campo destina-se à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
ampliação e qualificação da oferta de educação básica Além disso, para ampliação e qualificação da ofer-
e superior às populações do campo, e será desenvolvi- ta de educação básica e superior às populações do
da pela União em regime de colaboração com os Esta- campo, são importantes:
dos, o Distrito Federal e os Municípios, de acordo com
as diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional
de Educação e o disposto neste Decreto.
z Oferta de educação infantil;
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, entende-se por: z Oferta de EJA;
I - populações do campo: os agricultores familiares, z Acesso à educação profissional e tecnológica;
os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeiri- z Acesso à educação superior, com prioridade para
nhos, os assentados e acampados da reforma agrária, formação de professores do campo;
os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, z Construção, reforma, adequação e ampliação das
os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros escolas do campo atendendo critérios de sustenta-
que produzam suas condições materiais de existência bilidade e acessibilidade;
a partir do trabalho no meio rural; e z Formação inicial e continuada específica de
II - escola do campo: aquela situada em área rural, professores;
conforme definida pela Fundação Instituto Brasileiro
z Formação específica de gestores e profissionais da
de Geografia e Estatística - IBGE, ou aquela situada em
educação;
área urbana, desde que atenda predominantemente a
populações do campo. z Produção de recursos didáticos, pedagógicos, tec-
§ 2º Serão consideradas do campo as turmas anexas nológicos, culturais e literários;
vinculadas a escolas com sede em área urbana, que z Oferta de transporte escolar.
funcionem nas condições especificadas no inciso II do
§ 1º. DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO DO ESTADO
§ 3º As escolas do campo e as turmas anexas deverão DE MINAS GERAIS: ASPECTOS GERAIS
elaborar seu projeto político pedagógico, na forma
estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação. Considerando as legislações nacionais menciona-
§ 4º A educação do campo concretizar-se-á median- das acima, as Diretrizes estaduais, tema central do
te a oferta de formação inicial e continuada de
presente tópico, são vistas como um novo paradig-
profissionais da educação, a garantia de condições
ma na educação escolar mineira, pois buscam con-
de infraestrutura e transporte escolar, bem como
de materiais e livros didáticos, equipamentos, tribuir para a superação de um contexto de exclusão
07

laboratórios, biblioteca e áreas de lazer e despor- social que tornou direitos de cidadania inacessíveis à
6-

to adequados ao projeto político-pedagógico e em grande parte da população rural, desconsiderando,


84

conformidade com a realidade local e a diversidade marginalizando e estigmatizando os direitos e aqueles


.
92

das populações do campo (BRASIL, 2010). que vivem no campo.


.3

Nesse contexto, a LDB, de 1996, também é conside-


21

Entre os princípios da educação do campo, estão: rada um marco central na mudança de perspectiva, já
-1

que, nesta, a educação rural aparece enquanto cons-


a

Art. 2º São princípios da educação do campo: trução com e dos povos do campo, reconhecendo suas
s

I - respeito à diversidade do campo em seus aspec-


bo

especificidades e direitos a um ensino de qualidade.


tos sociais, culturais, ambientais, políticos, econô- Contudo, é importante destacarmos que esse reco-
ar

micos, de gênero, geracional e de raça e etnia; nhecimento, associado à própria instituição das Dire-
B

II - incentivo à formulação de projetos político-


a

trizes da Educação do Campo de Minas Gerais, foi


in

-pedagógicos específicos para as escolas do cam-


acompanhado de disputas e participação de vários
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

po, estimulando o desenvolvimento das unidades


sujeitos que apresentaram demandas nacionais e
M

escolares como espaços públicos de investigação e


articulação de experiências e estudos direcionados estaduais dos povos do campo.
para o desenvolvimento social, economicamente Dentre os marcos históricos, o documento destaca:
justo e ambientalmente sustentável, em articulação
com o mundo do trabalho; z O I Encontro Nacional de Educadoras e Educa-
III - desenvolvimento de políticas de formação de dores da Reforma Agrária (ENERA), em 1997;
profissionais da educação para o atendimento da z A I Conferência Nacional Por uma Educação do
especificidade das escolas do campo, considerando- Campo, em 1998;
-se as condições concretas da produção e reprodu- z A organização, na mesma década, da Rede Minei-
ção social da vida no campo;
ra de Educação do Campo, contando com a par-
IV - valorização da identidade da escola do campo
ticipação da Associação Mineira das Escolas
por meio de projetos pedagógicos com conteúdos
curriculares e metodologias adequadas às reais Famílias Agrícola (AMEFA), Federação dos Tra-
necessidades dos alunos do campo, bem como flexi- balhadores na Agricultura de Minas Gerais
bilidade na organização escolar, incluindo adequa- (FETAEMG) e do Movimento dos Trabalhadores
ção do calendário escolar às fases do ciclo agrícola Rurais Sem Terra (MST), além do apoio de uni-
e às condições climáticas; e versidades, sindicatos, entre outros. 199
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Portanto, as Diretrizes da Educação do Campo de e pelo Conselho Estadual de Educação, especi-
Minas Gerais são, também, resultado de um longo ficada nas resoluções instituídas pela Secretaria
processo de discussões, ocorridas, inicialmente, a par- de Estado de Educação de Minas Gerais. (MINAS
tir da articulação do MST, em 2011, no IV Encontro dos GERAIS, 2015, p. 8)
Movimentos Sociais. Na oportunidade, houve uma
Em relação aos princípios da Educação do Cam-
reunião entre representantes do movimento, secreta-
po, retoma-se, também, o Decreto nº 7.352, de 2010.
rias do governo, incluindo a SEE-MG, universidades
e apoiadores. A partir desta, foi criado um grupo de Nesse sentido, são princípios fundamentais:
Trabalho, realizado um seminário e constituída uma z o respeito à diversidade do campo;
Comissão Permanente de Educação do Campo até que, z o incentivo à formulação de projetos político-peda-
em 2015, as Diretrizes foram aprovadas. gógicos específicos;
Segundo apresentado: z o desenvolvimento de política de valorização dos
profissionais da Educação do Campo (reconheci-
Neste exposto, sinaliza-se que essas Diretrizes mento de diplomas de Licenciaturas do Campo por
representam a síntese do amplo diálogo entre a
editais de concurso público, por exemplo);
sociedade civil, a Secretaria de Estado de Educa-
z o desenvolvimento de políticas de formação de
ção, os movimentos sociais, instituições de ensino
superior e as entidades de formação de educadores
profissionais de educação;
e educadoras, que são mediações fundamentais na z a valorização da identidade da escola do campo; e
construção dos saberes necessários à formulação z a implementação de gestão democrática das insti-
de uma política pública educacional pertinente tuições escolares.
às necessidades dos povos do campo, tendo como
desafio, a partir da aprovação da Resolução n° Para a ampliação e qualificação da oferta de Edu-
2.820 de 11 de dezembro de 2015, a implementação cação Básica às populações do campo, reforça-se que
de um Plano de Ação que efetive melhorias na reali- devem ser consideradas as orientações e metas esta-
dade educacional dos diferentes territórios do cam- belecidas no Plano Nacional de Educação e nas pró-
po de Minas Gerais. (MINAS GERAIS, 2015, p. 7) prias diretrizes, a saber:

I- alfabetização e redução das desigualdades


RESOLUÇÃO SEE Nº 2820, DE 11 DE DEZEMBRO DE
educacionais para a população jovem e adulta;
2015: ORIENTAÇÕES E DETERMINAÇÕES
II- universalização da Educação Básica confor-
me a legislação;
Em termos de organização, a Resolução SEE nº III- desenvolvimento de políticas que promovam a
2.820, de 11 de dezembro de 2015, que instituiu as permanência e a aprendizagem dos estudan-
referidas Diretrizes, apresenta 20 artigos e foi assi- tes em todos os níveis e modalidades da Educação
nada pela então Secretária de Estado de Educação, Básica. (MINAS GERAIS, 2015, p. 9)
Macaé Maria Evaristo dos Santos.
No primeiro artigo, define-se que as Diretrizes Os arts. 5º ao 9º referem-se às especificidades e
deverão ser observadas para o desenvolvimento de orientações acerca da oferta da Educação Infantil, do
programas e projetos e para a atuação das institui- Ensino Fundamental, Ensino Médio, EJA e Educação
07

ções educacionais que integram o sistema estadual de Especial. Vejamos com mais detalhes.
6-

Minas Gerais.
84

No segundo artigo, são apresentadas definições z Educação Infantil: promoção do desenvolvimen-


.
92

mais explícitas retomando os termos da própria to integral de crianças de zero a cinco anos de
.3

Política Nacional de Educação do Campo, de 2010. idade em creches e escolas do campo. É papel da
21

Observemos: Secretaria de Estado de Educação definir a meta


-1

de expansão da rede de educação infantil do cam-


po de acordo com o estabelecido no PNE 2014;
a

I- populações do campo: os agricultores familiares,


s

os extrativistas, os ribeirinhos, os assentados e acam- z Ensino Fundamental: duração de 9 anos, gratuito


bo

pados da reforma agrária, os trabalhadores assalaria- na escola pública, iniciando-se aos 6 anos de idade.
ar

dos rurais, os quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, Dentre as orientações voltadas ao Ensino Fundamen-
B

caatingueiros, veredeiros, pescadores artesanais, inte- tal, encontram-se a definição sobre papel da SEE-MG
a
in

grantes do movimento dos atingidos por barragens, para a garantia da universalização dessa etapa,
ar

apanhadores de sempre viva, faiscadores e outros que a garantia de meta prevista no PNE, a criação de
M

produzam suas condições materiais de existência mecanismos para acompanhamento e monitora-


a partir do trabalho no meio rural; mento do acesso, permanência e aproveitamento
II- escola do campo: aquela situada em área rural, escolar das crianças e adolescentes do campo e a
conforme definida pela Fundação Instituto Brasileiro promoção de busca ativa de estudantes do campo
de Geografia e Estatística – IBGE ou aquela situada fora da escola em parceria com órgãos públicos de
em área urbana, desde que atenda, predominante-
assistência social, saúde e proteção à infância;
mente, às populações do campo.
z Ensino Médio: são orientações voltadas a esta
§ 1º Serão consideradas do campo as turmas ane-
etapa da educação a consolidação e aprofunda-
xas e/ou localizadas nos segundos endereços vin-
culados às escolas com sede em área urbana (sede mento dos conhecimentos adquiridos no ensino
de município) que funcionem nas condições especi- fundamental, a garantia da universalização do
ficadas no inciso II, do art.2º. atendimento escolar para toda a população do
§ 2º As escolas do campo, as turmas anexas e/ou campo de 15 a 17 anos, até o final da vigência do
localizadas nos segundos endereços de escolas com PNE, a garantia de oferta de educação profissio-
sede em área urbana (sede do município), deverão nal e tecnológica, integrada, concomitante ou
elaborar seu projeto político pedagógico na forma sucessiva ao Ensino Médio de acordo com as carac-
200 estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação terísticas distintas das regiões e a parceria com os
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serviços públicos para identificação da popula- o menor tempo de deslocamento, a melhoria das condi-
ção nessa faixa etária fora da escola; ções do transporte, vias de acesso e rotas utilizadas.
z Educação de Jovens e Adultos (EJA): o EJA rela- Em relação à formação e valorização dos profissio-
ciona-se ao atendimento às populações do campo nais, as orientações respeitam a Política Nacional de
que não tiveram acesso ou não concluíram seus Formação de Profissionais do Magistério da Educação
estudos no Ensino Fundamental ou no Ensino Básica, de 2009, e se dá em colaboração com os entes
Médio. Nesse ponto, segundo a legislação, há possi- federativos.
bilidade de articulação entre a EJA e a qualifica- Entre os objetivos, prevê-se a busca por garantia
ção social e profissional objetivando a promoção de remuneração digna, melhoria nos planos de
do desenvolvimento sustentável do campo; carreira e realização de concursos públicos; a ins-
z Educação Especial: por fim, a educação especial é titucionalização de programas de formação inicial e
uma modalidade da educação escolar voltada aos
continuada para profissionais da educação do cam-
estudantes com deficiência, transtornos globais do
po; formação específica de gestores e profissionais
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
da educação; produção de recursos didáticos, peda-
É importante que haja garantia de acesso à Educa-
gógicos e tecnológicos adequados às especificidades
ção Básica e ao atendimento educacional especia-
lizado em escolas da rede de ensino regular para formativas das populações do campo; formação de
esses estudantes residentes no campo. professores podendo ser oferecida concomitante-
mente à atuação profissional, levando em conta
O art. 10 determina a avaliação da demanda esco- metodologias adequadas, como a Pedagogia da Alter-
lar da população do campo de cada município, que nância e a Educação a Distância, entre outros.
deve ser feita de forma anual, no período do cadastro Levando em conta os hábitos alimentares pró-
escolar, a fim de verificar as taxas de frequência líqui- prios de cada contexto e a realidade nas quais as esco-
da e relacioná-las aos dados da população do campo las do campo estão inseridas, há previsão para que
por faixa etária. haja a garantia de alimentação escolar aos estudantes,
Para desenvolvimento e manutenção da política do
a partir da colaboração dos diversos entes federativos.
campo, o art. 11 se refere à possibilidade de organi-
zação e funcionamento de turmas com diferentes Além disso, determina-se que, no Âmbito do Pro-
idades e graus de conhecimento de uma mesma eta- grama Nacional de Alimentação Escolar, no mínimo
pa de ensino, especialmente nos anos iniciais do Ensi- 30% dos recursos do FUNDEB devem ser utilizados
no Fundamental; possibilidade de oferta de princípios para aquisição de gêneros alimentícios direta-
da pedagogia da alternância nos anos finais do Ensi- mente da agricultura familiar e do empreendedor
no Fundamental e do Ensino Médio, em suas diversas familiar rural, priorizando-se, ainda, o fornecimento
modalidades; organização do calendário escolar, con- por assentamentos da reforma agrária, comunidades
siderando as fases do ciclo produtivo, as condições cli-
tradicionais indígenas e quilombolas.
máticas e características socioculturais de cada região.
Quanto à oferta da Educação Básica do Campo, o art. Nos últimos artigos, menciona-se a possibilida-
12 destaca que deve ser preferencialmente nas pró- de de apoio técnico e financeiro para as escolas do
prias comunidades rurais, evitando, assim, processos campo, por meio de transferência direta de recur-
07

de nucleação de escolas e o deslocamento de estudan- sos, mas em colaboração com os demais entes federa-
6-

tes para fora de sua comunidade de pertencimento. tivos. Para isso, devem ser elaborados Planos de Ação
84

Para isso, nos incisos desse artigo, são apresen- específicos para atender demandas para a cobertura
tadas estratégias e possibilidades, como a adoção de
.

de despesas de custeio, capital, reforma, ampliação e


92

oferta multisseriada, classes unidocentes ou ciclos manutenção e para pequenos investimentos.


.3

por idade de formação; a importância de se evitar o


21

Por fim, no art. 19, reforça-se que, para a formula-


agrupamento de crianças da Educação Infantil e do
-1

Ensino Fundamental em uma mesma turma; para a ção, implementação e acompanhamento das políticas
nucleação rural (intracampo), é considerada fun- de Educação do Campo, é papel da Secretaria de Esta-
s a

damental a participação das comunidades e das do de Educação, em colaboração com os municípios,


bo

famílias para se definir o local, avaliando as pos- buscar constituir instâncias colegiadas, que envol-
ar

sibilidades de percurso a pé pelos alunos na menor vam a participação de representantes municipais,


B

distância possível, em casos que não possam ser de organizações sociais do campo, das universidades
a

ofertados os anos iniciais do Ensino Fundamental nas


in

públicas e outras instituições afins.


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

próprias comunidades das crianças.


M

No caso do Ensino Fundamental, do Ensino Médio,


EJA, para essa nucleação, devem ser respeitados o REFERÊNCIAS
princípio intracampo, o diálogo, respeito e valores
das comunidades atendidas, cabendo à SEE-MG, em BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 1, de 3 de abril
colaboração com os municípios, estabelecer o tempo de 2002. Institui as Diretrizes Operacionais para a
máximo de deslocamento, de acordo com as realida- Educação Básica das Escolas do Campo. Brasília,
des e considerando as menores distâncias possíveis. DF: Ministério da Educação, 2002.
Sobre essas questões, o art. 13 se refere à transfe- _________. Decreto nº 7.352, de 04 de novembro de
rência de recursos financeiros, de forma direta, aos
2010. Dispõe sobre a política de educação do cam-
municípios que realizam transporte escolar dos alu-
nos da rede estadual de ensino, residentes em zona po e o Programa Nacional de Educação na Refor-
rural. Para isso, devem ser criados procedimentos de ma Agrária - PRONERA. Diário Oficial da União,
controle e monitoramento do transporte escolar, com Brasília, DF: 2010.
participação dos municípios, das Superintendências MINAS GERAIS. Resolução SEE nº 2.820, de 11 de
Regionais de Ensino (SER) e comunidades. dezembro de 2015. Institui as Diretrizes para a
Respeitando as normas do Código Nacional de Trân- Educação Básica nas escolas do campo de Minas
sito, visa-se assim o melhor atendimento aos estudantes, Gerais. Belo Horizonte, MG: SEE-MG, 2015. 201
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LEGISLAÇÃO
DIRETRIZES OPERACIONAIS BÁSICAS
PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS No art. 28, da LDB, Lei nº 9.394, de 1996, há o reco-
nhecimento da diversidade sociocultural na educação
ESCOLAS DO CAMPO
brasileira. A referida legislação afirma que os sistemas
A Educação do Campo opõe-se à educação rural; de ensino promoverão adaptações necessárias às pecu-
a base dessa oposição está na contradição entre uma liaridades da vida rural e de cada região, especialmen-
pedagogia do trabalho e uma pedagogia do capital, te em relação a conteúdos curriculares e metodologias
que se desdobrará nas questões fundamentais de de ensino apropriadas, organização escolar própria e
objetivos formativos, de concepção de educação, de adequação à natureza do trabalho na zona rural.
matriz formativa e concepção de escola.16 Esse artigo possibilitou a construção das Diretrizes
EDUCAÇÃO TRADICIONAL RURAL X EDUCAÇÃO DO Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do
CAMPO Campo (BRASIL, 2002), documento que é considerado um
marco do direito à educação nos territórios camponeses.
Para Arroyo (2015), Vejamos, na tabela a seguir, Resoluções e Parece-
res que versam sobre a Educação do Campo:
A escola tem que se preocupar com a formação ple-
na dos educandos, sobretudo com aquelas infâncias
e adolescências que a sociedade trata de maneira tão Diretrizes Operacionais da Edu-
injusta, tão dura, tão cruel, aqueles a quem se nega RESOLUÇÃO CNE/
cação do Campo
a sua possibilidade de ser criança, de ser adolescente CEB Nº 01, DE 03
Significou/significa um grande
[...].17 DE ABRIL DE 2002
avanço na Educação do Campo
No quadro a seguir, vejamos a sistematização das Reconhece dias letivos da al-
diferenças entre Educação Tradicional Rural X Educa- PARECER CNE/CEB ternância, sendo assunto estra-
ção do Campo: Nº 1, DE 2006 tégico para o desenvolvimento
socioeconômico do meio rural
EDUCAÇÃO Diretrizes complementares, nor-
EDUCAÇÃO DO CAMPO
TRADICIONAL RURAL RESOLUÇÃO Nº 2, mas e princípios para o desen-
DE 28 DE ABRIL DE volvimento de políticas públicas
Sempre teve tratamento Educação que seja no e 2008 de atendimento da Educação Bá-
periférico na legislação do campo sica do Campo
Pensada a partir do mun- No: o povo tem direito a ser
do urbano educado no lugar onde vive Traz a Educação do Campo
Retrata o campo a partir Do: o povo tem direito a uma como modalidade específica e
do olhar do capital e seus educação pensada desde o define a identidade da escola do
sujeitos de forma estereo- seu lugar e com a sua parti- RESOLUÇÃO CNE/ campo. A educação para a po-
CEB Nº 4, DE 2010 pulação rural está prevista com
07

tipada, inferiorizada cipação, vinculada à sua cul-


tura e às suas necessidades adequações necessárias às pe-
6-

culiaridades da vida no campo e


84

humanas e sociais
de cada região
.
92

Kolling, Cerioli e Caldart (2002). Dispõe sobre a Política Nacional


.3
21

de Educação do Campo e sobre o


Dica Programa Nacional de Educação
-1

DECRETO Nº
na Reforma Agrária (Pronera),
a

De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 1, de 7.352, DE 4 DE NO-


s

que se destinam à ampliação e


VEMBRO DE 2010
bo

2002, a afirmação de professores para atuar na qualificação da oferta de educa-


ar

educação do campo deve observar alguns com- ção básica e superior às popula-
B

ponentes; entre eles, deve-se promover estudos a ções do campo


a

respeito da diversidade e o efetivo protagonismo


in

das crianças, dos jovens e dos adultos do campo.


ar

É importante notar que não há dicotomia entre


M

campo e cidade, pois ambos são lugares distintos com


ATENDIMENTO ÀS POPULAÇÕES RURAIS seus valores e sua importância. Deve haver a supera-
ção da noção de campo como lugar de atraso e de que
O atendimento da educação do campo destina-se
a cidade é o lugar para o qual se deve ir para estu-
ao atendimento às populações rurais em suas mais
variadas formas de vida — por exemplo, agricultores dar. A educação deve partir da cultura, valorizando o
familiares, extrativistas, pescadores artesanais, lugar onde os indivíduos vivem e buscando tecnolo-
ribeirinhos, assentados e acampados da reforma gias para o seu desenvolvimento. Por fim, é essencial
agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas.18 lembrar que essa educação deve ser emancipatória.
16 CALDART, R. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In: KOLLING, E. J.; CERIOLI, P. R., CALDART, R.
(Org). Educação do campo: identidade e políticas públicas. (Coleção por uma educação do Campo, 4). Brasília: Articulação Nacional por Uma
Educação do Campo, 2002, p. 16.
17 ARROYO, M. Miguel Arroyo: “A escola tem que se integrar com uma pluralidade de forças para dar conta da educação integral”. Educação e
Participação, 2015. Disponível em: https://legado.educacaoeparticipacao.org.br/acontece/miguel-arroyo-a-escola-tem-que-se-integrar-com-uma-
pluralidade-de-forcas-para-dar-conta-da-educacao-integral/. Acesso em: 11 mar. 2022.
202 18 Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 de abril de 2008.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
REFERÊNCIAS à valorização dos profissionais da educação a partir de
planos de carreira, salários atrativos, processos de for-
ARROYO, M. Miguel Arroyo: “A escola tem que se inte- mação, condições de trabalho, entre outros.
grar com uma pluralidade de forças para dar conta da Para o presente tópico, destacam-se as metas 15 e
educação integral”. Educação e Participação, 2015. 16, mencionadas no Decreto de 2016. Observemos:
Disponível em: https://legado.educacaoeparticipacao.
org.br/acontece/miguel-arroyo-a-escola-tem-que-se- Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre
-integrar-com-uma-pluralidade-de-forcas-para-dar- a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
-conta-da-educacao-integral/. Acesso em: 11 mar. pios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE,
2022. política nacional de formação dos profissio-
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. nais da educação de que tratam os incisos I, II
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacio- e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de
nal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ dezembro de 1996, assegurado que todos os pro-
ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 11 mar. 2022. fessores e as professoras da educação básica pos-
CALDART, R. Por uma educação do campo: traços suam formação específica de nível superior,
de uma identidade em construção. In: KOLLING, E. obtida em curso de licenciatura na área de conheci-
J.; CERIOLI, P. R., CALDART, R. (Org). Educação do cam- mento em que atuam.
Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50%
po: identidade e políticas públicas. (Coleção por uma
(cinquenta por cento) dos professores da educação
educação do Campo, 4). Brasília: Articulação Nacional
básica, até o último ano de vigência deste PNE, e
por Uma Educação do Campo, 2002, p. 25-36.
garantir a todos(as) os(as) profissionais da edu-
MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais cação básica formação continuada em sua
da Educação Básica. Ministério da Educação. área de atuação, considerando as necessidades,
Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Cur- demandas e contextualizações dos sistemas de
rículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, ensino. (BRASIL, 2014, p.12)
DICEI, 2013.
ASPECTOS GERAIS DA POLÍTICA NACIONAL DE
FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
POLÍTICA NACIONAL DE FORMAÇÃO
DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO Para garantir a efetivação dessas metas supracita-
das, é instituída a Política Nacional de Formação dos
DA EDUCAÇÃO BÁSICA Profissionais da Educação Básica, que fixa princípios
e objetivos e, além disso, define os programas e ações
DECRETO Nº 8.752, DE 09 DE MAIO DE 2016 a serem organizados em regime de colaboração entre
— POLÍTICA NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS os sistemas de ensino e em consonância com o PNE e
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA planos decenais dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Promulgado sob a gestão da presidenta Dilma Retomando ao art. 61, da LDB (1996), por profissionais
07

Rousseff, o referido decreto dispõe sobre a Política da educação básica, são consideradas três categorias de
6-

Nacional de Formação dos Profissionais da Educa- trabalhadores, nas diferentes etapas e modalidades da
84

ção Básica considerando as metas 15 e 16 do Plano educação básica: professores, pedagogos e funcioná-
.
92

Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei nº rios da educação, atuantes nas redes públicas e priva-
.3

13.005, de 24 de junho de 2014. das da educação básica ou a elas destinadas.


21

O PNE (2014-2024), cuja vigência é de dez anos, foi


Ao Ministério da Educação, cabe coordenar a refe-
-1

elaborado segundo alguns compromissos. Vejamos:


rida Política Nacional assegurando a coerência entre
a

esta e as Diretrizes Nacionais do Conselho Nacional de


s

z eliminação de desigualdades;
bo

Educação — CNE, a Base Nacional Comum Curricular


z enfrentamento das barreiras para o acesso e a
(BNCC), os processos de avaliação da educação básica e
ar

permanência;
B

superior, os programas e ações supletivas do referido


z enfrentamento das desigualdades educacionais
a

Ministério e as iniciativas e programas de formação


in

em cada território, considerando as especificida-


implementados pelos entes federativos.
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

des da população;
Considerando esses aspectos gerais, no Capítulo 1, do
M

z formação do trabalho e identificação das poten-


Decreto nº 8.752, são apresentados os princípios para a
cialidades das dinâmicas locais;
formação dos profissionais da educação, a saber:
z exercício da democracia;
z respeito aos direitos humanos; sustentabilidade
I - o compromisso com um projeto social, político
socioambiental;
e ético que contribua para a consolidação de uma
z valorização da diversidade e da inclusão; e
nação soberana, democrática, justa, inclusiva e que
z valorização dos profissionais que atuam na promova a emancipação dos indivíduos e dos gru-
educação. pos sociais;
II - o compromisso dos profissionais e das insti-
Envolvendo avaliações periódicas, reformulações tuições com o aprendizado dos estudantes na
e colaborações para sua efetivação, o PNE é pensado idade certa, como forma de redução das desigual-
a partir de 20 metas estruturantes, que remetem ao dades educacionais e sociais;
esforço por acesso, universalização e ampliação da esco- III - a colaboração constante, articulada entre o
laridade e oportunidades educacionais; à redução das Ministério da Educação, os sistemas e as redes de
desigualdades e valorização da diversidade; à amplia- ensino, as instituições educativas e as instituições
ção e fortalecimento da qualidade do Ensino Superior e formadoras; 203
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - a garantia de padrão de qualidade nos cur- Além desses, são objetivos previstos:
sos de formação inicial e continuada;
V - a articulação entre teoria e prática no z a promoção da integração da educação básica
processo de formação, fundada no domínio de com a formação inicial e continuada;
conhecimentos científicos, pedagógicos e técnicos z o apoio à oferta e expansão de cursos de forma-
específicos, segundo a natureza da função; ção inicial e continuada em exercício para profis-
VI - a articulação entre formação inicial e for-
sionais da educação básica;
mação continuada, e entre os níveis, as etapas e
z a promoção da formação de profissionais com-
as modalidades de ensino;
prometidos com valores da democracia, defe-
VII - a formação inicial e continuada, entendidas
como componentes essenciais à profissionali- sa dos direitos humanos, ética, respeito ao meio
zação, integrando-se ao cotidiano da instituição ambiente e às relações étnico-raciais em um
educativa e considerando os diferentes saberes e a ambiente educativo, inclusivo e cooperativo;
experiência profissionais; z garantia de que os cursos de licenciatura contem-
VIII - a compreensão dos profissionais da educa- plem carga horária de formação geral, forma-
ção como agentes fundamentais do processo ção na área do saber e formação pedagógica
educativo e, como tal, da necessidade de seu aces- específica, incluindo, no campo prático, a residên-
so permanente a processos formativos, informa- cia pedagógica;
ções, vivência e atualização profissional, visando à z promoção da atualização teórico-metodológica na
melhoria da qualidade da educação básica e à qua- formação, incluindo o uso das tecnologias de comu-
lificação do ambiente escolar; nicação e informação nos processos educativos.
IX - a valorização dos profissionais da edu-
cação, traduzida em políticas permanentes de ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
estímulo à profissionalização, à progressão na car-
NACIONAL E PLANOS ESTRATÉGICOS DOS
reira, à melhoria das condições de remuneração e à
ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
garantia de condições dignas de trabalho;
X - o reconhecimento das instituições educati-
vas e demais instituições de educação básica como O Capítulo II refere-se à organização da referi-
espaços necessários à formação inicial e à forma- da política Nacional, que deve ser orientada por um
ção continuada; Planejamento Estratégico Nacional, documento de
XI - o aproveitamento e o reconhecimento da referência proposto pelo Ministério da Educação. Para
formação, do aprendizado anterior e da expe- ações e programas integrados e complementares, con-
riência laboral pertinente, em instituições edu- siderando o fortalecimento dos processos de formação,
cativas e em outras atividades; profissionalização, avaliação, supervisão e regulação
XII - os projetos pedagógicos das instituições da oferta de cursos técnicos e superiores, há previsão
formadoras que reflitam a especificidade da for- de apoio técnico e financeiro aos entes federativos.
mação dos profissionais da educação básica, que Ademais, a Política Nacional de Formação de Pro-
assegurem a organicidade ao trabalho das dife- fissionais da Educação Básica deve contar com Comitê
rentes unidades que concorram para essa forma- Gestor Nacional e com Fóruns Estaduais Perma-
ção e a sólida base teórica e interdisciplinar e que nentes de Apoio à Formação dos Profissionais da
07

efetivem a integração entre teoria e as práticas


Educação Básica com composição, atribuições e for-
profissionais;
6-

mas de funcionamento a serem definidos por ato do


84

XIII - a compreensão do espaço educativo na edu-


Ministro de Estado da Educação.
cação básica como espaço de aprendizagem, de
.
92

convívio cooperativo, seguro, criativo e adequada- Sobre o Comitê, entre as suas atribuições, encontram-se:
.3

mente equipado para o pleno aproveitamento das


21

potencialidades de estudantes e profissionais da z a aprovação do Planejamento Estratégico


-1

educação básica; e Nacional;


XIV - a promoção continuada da melhoria da ges- z a sugestão de ajustes, recomendações e revisões
s a

tão educacional e escolar e o fortalecimento do para os planos estratégicos estaduais;


bo

controle social z a definição de normas gerais para o funcionamen-


ar

to e acompanhamento dos Fóruns Estaduais Per-


B

Quanto aos objetivos, a Política Nacional de For- manentes e do Fórum Distrital Permanente.
a
in

mação dos Profissionais da Educação Básica busca


ar

instituir o Programa Nacional de Formação de Pro- Além disso, o Comitê deverá ser presidido pelo
M

fissionais da Educação Básica, que deverá: Secretário-Executivo do Ministério da Educação e con-


tar, ainda, com a participação das secretarias e autar-
z articular ações das instituições de ensino superior quias do MEC, representantes dos sistemas de educação
vinculadas aos sistemas federal, estaduais e distri- (federal, estaduais, municipais e distrital), profissionais
tal de educação; da educação básica e entidades científicas.
z induzir avanços na qualidade da educação As atribuições dos Fóruns Estaduais Permanen-
básica; tes e do Fórum Permanente do Distrito Federal de
z ampliar oportunidades de formação dos profis- Apoio à Formação dos Profissionais da Educação Bási-
sionais garantindo a apropriação progressiva da ca, por sua vez, relacionam-se à elaboração e propo-
cultura, valores e conhecimento; sição do plano estratégico estadual ou distrital, ao
z identificar, a partir de um planejamento estratégi- acompanhamento da execução do plano, à manuten-
co nacional, e suprir, em regime de colaboração, a ção de agenda permanente de debates, entre outros.
necessidade das redes e dos sistemas de ensino O Planejamento Estratégico Nacional, elaborado
por formação inicial e continuada dos profissio- pelo MEC e aprovado pelo Comitê Gestor Nacional,
nais, assegurando a oferta em quantidade e nas de acordo com previsão, terá duração quadrienal e
204 localidades necessárias. revisões anuais e deve assegurar a oferta de vagas
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
em cursos de formação de profissionais da educação III - formação pedagógica para graduados não
de acordo com a demanda regional projetada de licenciados ;
novos professores. IV - formação inicial em nível médio, na moda-
Além disso, é dever deste: lidade normal para atuantes em todas as redes de
ensino, na educação infantil e nos anos iniciais do
z Assegurar a oferta de vagas em cursos de formação ensino fundamental na função de magistério;
inicial e continuada de professores em exercício V - estímulo à revisão da estrutura acadêmi-
ca e curricular dos cursos de licenciatura, em
que não possuam a graduação e a licenciatura na
articulação com as Diretrizes Curriculares Nacio-
área de sua atuação;
nais e com a Base Nacional Comum Curricular da
z Assegurar a oferta de vagas em cursos de forma-
Educação Básica;
ção continuada integrados à pós-graduação;
VI - estímulo ao desenvolvimento de projetos
z Promover, junto aos entes federativos, a forma- pedagógicos que visem a promover desenhos cur-
ção continuada de professores de educação básica riculares próprios à formação de profissionais do
mediante integração ensino-serviço. magistério para atendimento da Educação Pro-
fissional e Tecnológica, Educação de Jovens
Os planos estratégicos também são quadrie- e Adultos, Educação Especial, Educação do
nais, com revisões anuais. Esses devem contem- Campo, de povos indígenas e de comunidades
plar o diagnóstico e identificação das necessidades remanescentes de quilombos;
de formação inicial e continuada de profissionais da VII - estímulo ao desenvolvimento de projetos peda-
educação e da capacidade de atendimento das insti- gógicos que visem a promover novos desenhos
tuições envolvidas, definir ações para o atendimento curriculares ou percursos formativos destina-
das necessidades nas diferentes etapas e modalidades dos aos profissionais da educação básica;
de ensino e definir as atribuições, responsabilidades VIII - residência docente, que estimulem a inte-
e compromissos assumidos (inclusive financeiros) de gração entre teoria e prática em escolas de compro-
cada participante. vada qualidade educativa;
Para o diagnóstico, planejamento e organização do IX - formação continuada no contexto dos pactos
atendimento das necessidades de formação inicial e nacionais de desenvolvimento da educação básica;
X - mestrados acadêmicos e profissionais para
continuada, são centrais os dados do Censo Escolar
graduados;
da Educação Básica, do Censo Escolar de Educação
XI - intercâmbio de experiências formativas e
Superior e informações oficiais disponibilizadas
de colaboração entre instituições educacionais;
por outras agências públicas.
XII - formação para a gestão das ações e dos pro-
A Política Nacional reforça, ainda, que, nos planos gramas educacionais e para o fortalecimento do
estratégicos, cabe ao Ministério da Educação o apoio controle social;
técnico ou financeiro nos seguintes casos: XIII - apoio, mobilização e estímulo a jovens
para o ingresso na carreira docente;
z Cursos de formação inicial de nível superior em XIV - financiamento estudantil a estudantes
licenciatura; matriculados em cursos de licenciatura com avalia-
z Cursos de formação inicial necessários para cada ção positiva pelo Sistema Nacional de Avaliação da
07

categoria dos profissionais da educação e de acordo Educação Superior - Sinaes, na forma disciplinada
6-

com as demandas das funções desempenhadas; pela Lei nº 10.861, de 10 de abril de 2004, inclusive
84

z Cursos de segunda licenciatura para profissio- a amortização do saldo devedor pela docência efe-
.
92

nais do magistério em exercício, buscando garan- tiva na rede pública de educação básica;
.3

tir a formação na área de atuação; XV - cooperação com os Estados, o Distrito Federal


21

z Cursos de formação pedagógica para graduados e os Municípios nos processos de ingresso e for-
-1

não licenciados; talecimento dos planos de carreira, melhoria


da remuneração e das condições de trabalho,
a

z Cursos de formação técnica de nível médio e


s

superior nas áreas de Secretaria Escolar, Alimen- valorização profissional e do espaço escolar; e
bo

XVI - realização de pesquisas, incluídas aquelas


tação Escolar, Infraestrutura Escolar, Multimeios
ar

destinadas ao mapeamento, ao aprofundamento e


Didáticos, entre outros;
B

à consolidação dos estudos sobre perfil, demanda e


z Cursos de formação continuada;
a

processos de formação de profissionais da educação


in

z Programas de iniciação à docência, como a resi-


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

dência pedagógica;
M

No que diz respeito aos cursos de formação inicial


z Ações de apoio aos órgãos e instituições forma-
e continuada, o art. 13º destaca que esses devem privi-
doras públicas.
legiar a formação geral, a formação na área do saber
e a formação pedagógica específica. Para profissio-
Atenção: programas e ações integradas e com-
nais que atuem em áreas do conhecimento nas quais
plementares devem ser previstos, também, no Pla-
não possuam formação específica de nível superior, o
nejamento Estratégico Nacional, sendo realizados a
Ministério da Educação apoiará programas e cursos de
partir de uma série de iniciativas. Observemos:
segunda licenciatura e complementação pedagógica.
Nesses processos, a Política prevê o fortalecimento
I - formação inicial e continuada em nível
médio e superior para os trabalhadores da educa- das funções de avaliação, regulação e supervisão da
ção que atuem na rede pública e nas escolas comu- educação profissional e superior. No caso da avalia-
nitárias gratuitas da educação básica, em funções ção das licenciaturas e para o próprio Exame Nacional
identificadas como da Categoria III dos profissio- de Desempenho dos Estudantes — Enade, tem papel
nais da educação; destacado o Sistema Nacional de Avaliação da Edu-
II - iniciação à docência e ao apoio acadêmico cação Superior (Sinaes), cujos processos são coorde-
a licenciandos e licenciados; nados e supervisionados pela Comissão Nacional de 205
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Avaliação da Educação Superior (Conaes) e opera- norteadores éticos, democráticos e estéticos em
cionaldos pelo Inep. suas ações pedagógicas.
A Coordenação Nacional de Aperfeiçoamento de Art. 5º A educação básica tem por finalidade
Pessoal de Nível Superior — Capes, por sua vez, é desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação
responsável por fomentar a pesquisa aplicada nas comum indispensável para o exercício da cidada-
licenciaturas e nos programas de pós-graduação nia e fornecer-lhe meios para progredir no traba-
considerando a investigação dos processos de ensi- lho e em estudos posteriores.
no-aprendizagem e o desenvolvimento da didática Art. 6º A transição entre as etapas da educação
específica. básica - educação infantil, ensino fundamental e
Por fim, para harmonizar a conclusão da forma- ensino médio - deve assegurar formas de articu-
lação das dimensões orgânica e sequencial que
ção inicial com o início do exercício profissional,
garantam aos estudantes um percurso de avanço
o Ministério da Educação é definido como o respon-
contínuo de aprendizagem, com qualidade.
sável por coordenar a realização de prova nacional
Art. 7º A rede estadual deve oferecer, como prio-
para docentes, além de apoiar os entes federativos
ridade, o ensino médio e assegurar o ensino
nos concursos públicos de admissão de profissio-
fundamental.
nais do magistério da educação básica pública. Parágrafo único. A educação infantil, na rede
estadual, será ofertada em situações excepcio-
REFERÊNCIAS nais, com prévia autorização da SEE para as esco-
las estaduais indígenas.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. Brasília/
DF: MEC, 2014. Pensando na educação como declaração de um
_______. Decreto n° 8.752, de 9 de maio de 2016. Dis- direito, a estruturação da Resolução propõe medidas
põe sobre a Política Nacional de Formação dos para organizar e exercer o ensino nas escolas esta-
Profissionais da Educação Básica. Brasília/DF: duais de educação básica de Minas Gerais. Também
Ministério da Educação, 2016. concebe educação por “formação integral dos sujei-
tos”, isto é, consiste em prepará-los para enfrentar e
solucionar problemas, intervindo proativamente no
território e exercendo a plena cidadania.
ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO
DO ENSINO NAS ESCOLAS ESTADUAIS COMO SE CONSTITUI O PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO?
DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE MINAS
GERAIS Veja a redação da Resolução especificamente nos
arts. 8º e 10:
A organização e o funcionamento das redes de ensi-
no são temas inerentes aos certames da educação e Art. 8º O projeto político pedagógico, que se cons-
cada vez mais cobram detalhes e expressividade. É de titui num documento formal, intencional e
suma importância que você, candidato, se atente para articulador dos processos que ocorrem na escola,
07

cada peculiaridade de cada documento: seus princí- é um conjunto de diretrizes organizacionais e ope-
6-

pios, atuações, abrangências e pontos cruciais, que são racionais que expressam e orientam os programas,
84

cobrados em todas as provas das carreiras da educação. projetos e práticas pedagógicas e administrativas
.
92

Aqui, os assuntos mais importantes da resolução da escola, obedecidas as normas do sistema


.3

foram sistematizados em formato de perguntas e educacional.


21

respostas. § 1º Os planos e projetos de que a escola faz parte


-1

devem estar contemplados no projeto político


pedagógico.
a

QUAL RESOLUÇÃO ORGANIZA O FUNCIONAMENTO


s

§ 2º A escola estadual deverá avaliar seu proje-


bo

DO ENSINO NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE


to político pedagógico anualmente e atualizar
EDUCAÇÃO BÁSICA DE MINAS GERAIS?
ar

periodicamente e sempre que houver alteração na


B

oferta de nível/modalidade de ensino.


a

A Resolução SEE nº 4.692, de 29 de dezembro de


Art. 10 O projeto político pedagógico e o regi-
in

2021. A presente Resolução apresenta medidas para a


ar

mento escolar devem ser aprovados pelo cole-


organização e o funcionamento do ensino nas escolas
M

giado da escola, implementados e amplamente


estaduais de educação básica de Minas Gerais. discutidos e divulgados na comunidade escolar.

COMO ESTÁ ORGANIZADO O FUNCIONAMENTOS O Projeto Político-Pedagógico (PPP) se estabelece


DAS ESCOLAS? como uma ferramenta de planejamento, instrumen-
to ativo de intervenção na prática educacional exe-
Segundo a respectiva Resolução, organiza-se: cutada no dia a dia escolar. Vasconcellos (2006, p. 61)
salienta que “ser elemento estruturante da identidade
Art. 2º O disposto nesta Resolução, complemen-
da instituição” é uma das principais finalidades do
tada por normas específicas, quando necessário,
projeto político-pedagógico (PPP), documento este que
aplica-se a todas as etapas e modalidades da
educação básica.
todas as instituições educativas devem emitir e man-
Art. 3º As escolas da rede estadual de ensino ado- ter atualizado.
tarão a concepção de educação voltada para a
formação integral dos sujeitos. COMO DEVE SER ELABORADO O CALENDÁRIO
Art. 4º As escolas da rede estadual de ensino deve- ESCOLAR E A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
206 rão considerar a diversidade e inclusão como ESCOLAR?
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Veja a seguir como são elaborados o calendário Veja a seguir como é a aplicação dessa Resolução e
escolar e a organização do tempo escolar: considerações:

Art. 11 O calendário escolar deve ser elaborado Art. 17 A inscrição e o encaminhamento para matrí-
pela escola, em acordo com os parâmetros defini- cula dos estudantes e candidatos às vagas no ensi-
dos em norma específica, publicada anualmente
no fundamental e ensino médio, para ingresso na
pela Secretaria de Estado de Educação, discutido e
aprovado pelo colegiado e amplamente divulgado rede pública de ensino de Minas Gerais, será
na comunidade escolar. regulamentada por normas específicas.
§ 1º Cabe ao Serviço de Inspeção Escolar das Supe- […]
rintendências Regionais de Ensino supervisionar o Art. 23 O controle de frequência diária dos estu-
cumprimento das atividades nele previstas. dantes é de responsabilidade do professor, sob
§ 2º Serão garantidos, no calendário escolar, o monitoramento do especialista da educação básica,
mínimo de 200 (duzentos) dias letivos e carga
e deverá ser registrada no diário escolar digital.
horária obrigatória de:
I - 800 horas para o ensino fundamental anos
iniciais; Documentar o índice de frequência escolar do estu-
II - 833 horas e 20 minutos para o ensino funda- dante é imprescindível, pois através desse parâmetro
mental anos finais; é possível identificar, por exemplo, se há estudantes
III - 1000 horas para o ensino médio; lidando com problemas particulares que interfiram
IV - 1466 horas e 40 minutos para o ensino fun-
em sua assiduidade e aproveitamento das aulas.
damental em tempo integral anos iniciais
- EFTI;
V - 1500 horas para o ensino fundamental em tem- O QUE DEVE SER OBSERVADO NO CURRÍCULO
po integral anos finais - EFTI; REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS?
VI - 1500 horas para o ensino médio em tempo
integral - EMTI; Veja como é organização curricular da referência
VII - 1500 horas para o ensino médio em tempo
de MG:
integral - EMTI Profissional.
§ 3º Para a educação de jovens e adultos, na
etapa ensino fundamental e ensino médio, serão Art. 28 Na organização curricular da educação
garantidos o mínimo de 100 dias letivos e a carga básica, deve ser observado o conjunto de com-
horária mínima de 400 horas semestrais. petências e habilidades estabelecidas no cur-
§ 4º Para os cursos de educação profissional, deve- rículo referência de Minas Gerais a serem
rá ser considerado o cumprimento da carga horá- desenvolvidas e trabalhadas, obrigatoriamente,
ria total prevista na matriz curricular específica. por todas as unidades escolares da rede estadual
de ensino.
Aqui chamamos a atenção para o aumento da jor-
Parágrafo único. Na perspectiva da formação inte-
nada escolar. Deve-se compreender que esse aumento
gral dos estudantes para o desenvolvimento da
07

não garante a implementação significativa da Educa-


cidadania, deverão ser incluídos, permeando todo
6-

ção Integral e Integrada se não atender aos objetivos


o currículo, os Temas Integradores.
84

previstos no Decreto Estadual nº 47.227, de 2017. Nes-


.

se sentido, a Política de Educação Integral e Integrada,


92

estabelecida pelo referido decreto, foi uma conquista, Deve-se observar que o conjunto de competências
.3

e habilidades, estabelecidas no currículo referência


21

a partir da visão e perspectiva de atendimento aos


estudantes das escolas estaduais de Minas Gerais, que:
-1

de Minas Gerais, devem ser desenvolvidas e trabalha-


das, obrigatoriamente, por todas as unidades escola-
a

Decreto Estadual nº 47.227, de 2017


s

res da rede estadual de ensino.


bo

Art. 1º [...] visa a assegurar o acesso e a perma-


nência dos estudantes na educação básica, com
ar

a melhoria da qualidade do ensino e o respeito à DE QUEM É A RESPONSABILIDADE DA EDUCAÇÃO


B

diversidade, garantindo-se as condições necessá-


a

rias ao desenvolvimento dos diversos saberes e INFANTIL?


in

habilidades pelos estudantes e a ampliação da ofer-


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

ta da jornada em tempo integral, em consonância


Art. 29 A educação infantil, de responsabilidade
M

com as metas estabelecidas no Plano Nacional de


Educação. do Município, tem como finalidade o desenvolvi-
mento integral da criança de zero a cinco anos e
Desse modo, para acontecer a Política de Educação onze meses de idade em seus aspectos físico, afeti-
Integral e Integrada, é necessário um grande esforço vo, intelectual, linguístico e social, complementan-
e compromisso, uma vez que a permanência dos estu- do a ação da família e da comunidade. Parágrafo
dantes na escola por um período de tempo estendido único. Às escolas estaduais que ofertam a educação
é uma ação complexa que demanda apoio estrutu- escolar indígena é autorizada a oferta da pré-esco-
ral (financeiro e pedagógico) dos órgãos públicos, da la, etapa da educação infantil.
organização e administração da Gestão Escolar, além
da atuação eficaz de toda Gestão Pedagógica e, princi-
A responsabilidade da educação infantil é do
palmente, requer a participação dos estudantes.
município.
COMO ACONTECE O ATENDIMENTO DA DEMANDA, O artigo trata do desenvolvimento integral da
DA MATRÍCULA E DA FREQUÊNCIA NA REDE criança até cinco anos nos aspectos: físico, afetivo,
PÚBLICA DE ENSINO DE MINAS GERAIS? intelectual, linguístico e social. 207
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QUAL O COMPROMETIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL?

Art. 30 O ensino fundamental, etapa de escolarização obrigatória, deve comprometer-se com a formação inte-
gral dos estudantes, ofertando uma educação com equidade e qualidade.
Parágrafo único. O ensino fundamental deve promover um trabalho educativo inclusivo e equitativo que reconheça
e valorize as experiências e habilidades individuais; atenda às diferenças e necessidades específicas de cada
um, favorecendo, assim, uma cultura escolar respeitosa à diversidade de indivíduos e garantidora do direito a uma
educação de qualidade. (Grifos nossos).

O Ensino Fundamental tem duração de 9 anos e inicia-se aos 6 anos de idade. Deve estar alinhado com o pro-
pósito de formação integral dos estudantes, ofertando uma educação por meio de equidade e qualidade.

QUAIS AS FINALIDADES DO ENSINO MÉDIO?

Art. 39 O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando
o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
capaz de se adaptar a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria
com a prática, no ensino de cada componente curricular;
V - o desenvolvimento do protagonismo juvenil como forma de exercício da autonomia e fortalecimento dos
processos de escolhas dos estudantes. (Grifos nossos)

A etapa final da educação básica deve durar, pelo menos, 3 anos e ter como finalidade: a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando; a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; fundamentos científico-tecnológicos,
relacionando a teoria com a prática no ensino de cada componente curricular; protagonismo juvenil como forma
de exercício da autonomia e fortalecimento dos processos de escolhas dos estudantes.

QUAIS MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PRESENTES NA RESOLUÇÃO?

Art. 46 São modalidades da educação básica:


I - Educação de Jovens e Adultos;
II - Educação Especial;
III - Educação Profissional e Tecnológica;
IV - Educação do Campo;
07

V - Educação Escolar Indígena;


6-

VI - Educação Escolar Quilombola.


. 84

Além dos diferentes níveis e etapas da educação escolar, de acordo com a LDB e a Resolução do CNE N4
92

13/06/201, são consideradas modalidades de ensino na Educação Básica:


.3
21
-1

EDUCAÇÃO
A educação de jovens e adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à
a

DE JOVENS E
considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio
s

ADULTOS
bo
ar

A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de


EDUCAÇÃO
B

ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógi-
ESPECIAL
a

co da unidade escolar
in
ar

EDUCAÇÃO A Educação Profissional e Tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional,


M

PROFIS- integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciên-
SIONAL E cia e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais:
TECNOLÓGICA Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância

EDUCAÇÃO
Na modalidade da Educação Básica do Campo, a educação para a população rural está prevista
BÁSICA DO
com adequações necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região
CAMPO

A Educação Escolar Indígena ocorre em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultu-
EDUCAÇÃO ras, as quais têm uma realidade singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especifici-
ESCOLAR dade étnico-racial e cultural de cada povo ou comunidade e formação específica de seu quadro
INDÍGENA docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que
orientam a Educação Básica brasileira

208
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A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas
EDUCAÇÃO
terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-racial de cada
ESCOLAR
comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucio-
QUILOMBOLA
nais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira

A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela mediação didático pedagógica nos pro-
EDUCAÇÃO A cessos de ensino e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de infor-
DISTÂNCIA mação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos

Entende-se por Educação Bilíngue de surdos, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação
escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), como a primeira língua, e em português
EDUCAÇÃO escrito como a segunda língua, em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos,
BILÍNGUE DE escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-
SURDOS -cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou
com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos
(incluído na LDB 2021)

Fonte: LDB e a Resolução do CNE N4 13/07/2010 (página 10 a 13).

Observando todas essas modalidades de ensino, fica evidente o objetivo da legislação, a qual garante a toda
população acesso a qualidade de ensino, independentemente de sua idade, condição social e etnia.

Importante!
Atualmente, temos 8 modalidades: Educação de Jovens e Adultos; Educação Especial; Educação Profissional
e Tecnológica; Educação Básica do Campo; Educação Escolar Indígena; Educação Escolar Quilombola; Edu-
cação a Distância; Educação Bilíngue de Surdos.

QUAIS SÃO AS AÇÕES DOS CONSERVATÓRIOS?

Art. 75 Os conservatórios estaduais de música integram a rede de escolas estaduais e têm suas ações voltadas para
a formação profissional de músicos em nível técnico, a educação musical e a difusão cultural.
§ 1º A educação musical abrange a formação inicial e sistemática na área da música pela oferta de cursos regulares
a crianças, jovens e adultos.
§ 2º A formação profissional de músicos abrange as funções de criação, execução e produção próprias da arte musi-
cal, objetivando:
07

I - a capacitação de estudantes com conhecimentos, competências e habilidades gerais e específicas para o exercício
6-

de atividades artístico-musicais;
84

II - a habilitação profissional em nível técnico para o exercício competente de atividades profissionais na área da
.
92

música;
.3

III - o aperfeiçoamento e a atualização de músicos em seus conhecimentos e habilidades, bem como a qualificação,
21

a profissionalização e a requalificação de profissionais da área da música para seu melhor desempenho no trabalho
-1

artístico.
§ 3º A difusão cultural deverá ocorrer por meio de cursos livres, oficinas e atividades de conjunto, visando ao enri-
s a

quecimento da produção artística dos conservatórios e à preservação do patrimônio artístico-musical regional.


bo
ar

Conservatórios Estaduais de Música de Minas Gerais constituem um contexto educacional único e de grande
B

relevância para a área da Educação Musical no Brasil. Em Minas Gerais, os conservatórios integram a rede de
a
in

escolas estaduais e têm suas ações voltadas para a formação profissional de músicos em nível técnico, a educa-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

ção musical e a difusão cultural.


M

QUAL O OBJETIVO DO CURSO NORMAL EM NÍVEL MÉDIO?

Art. 78 O curso normal possibilita a formação docente para o exercício do magistério a partir do desenvolvimento
de competências necessárias ao exercício da atividade inicial docente e de atividades curriculares integradas à prá-
tica de formação.

O Curso Normal tem como objetivo a formação inicial da carreira profissional docente fundamentado numa
proposta integrada ao Ensino Médio que busca abranger uma ação educativa pautada em respeito, interação,
dialogicidade e valorização das diferentes culturas.

QUAL A PROPOSTA DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TEMPO INTEGRAL — EFTI?

Art. 80 A proposta pedagógica das escolas que ofertam o ensino fundamental em tempo integral - EFTI - terá por
base a formação integral dos estudantes a partir da ampliação da carga horária da matriz curricular, de forma a
garantir os direitos à aprendizagem e o pleno desenvolvimento do estudante. 209
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A proposta pedagógica das escolas que ofertam o O art. 106 está em acordo com o art. 24, da Lei de
ensino fundamental em tempo integral — EFTI — terá Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que diz:
por objetivo a formação íntegra dos estudantes a par-
tir da ampliação da carga horária. Sendo: […] III- nos estabelecimentos que adotam a pro-
gressão regular por série, o regimento escolar pode
z 1500 horas para o ensino médio em tempo integral admitir formas de progressão parcial, desde que
preservada a sequência do currículo, observadas
— EMTI;
as normas do respectivo sistema de ensino.
z 1500 horas para o ensino médio em tempo integral
— EMTI Profissional.
EM QUAIS SITUAÇÕES A CLASSIFICAÇÃO
ACONTECE?
COMO ACONTECE A OFERTA DA EDUCAÇÃO
ESCOLAR DOS ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO
A legislação apresenta que:
DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA?
Art. 110 O recurso da classificação, na educação
Art. 86 O atendimento escolar dos adolescentes básica, tem por objetivo posicionar o estudante
em cumprimento de medidas socioeducativas, ofer- no ano de escolaridade compatível com sua idade,
tado em unidades educacionais localizadas nas experiência, nível de desempenho ou de conheci-
dependências dos centros socioeducativos, levará mento, nas seguintes situações:
em consideração os direitos e deveres individuais I - por promoção, para estudantes que cursaram, com
e coletivos e a condição peculiar do adolescente aproveitamento, o ano anterior, na própria escola;
como pessoa em desenvolvimento, atendendo-se às II - por transferência, para estudantes procedentes
normas específicas. de outra escola situada no país ou no exterior, con-
siderando a idade e desempenho;
A Resolução conjunta SEE/SEJUSP/ nº 09, de 17 III - independentemente de escolarização anterior,
de dezembro de 2021, traz normas e diretrizes que mediante avaliação feita pela escola, que defina o
regem o processo de escolarização de adolescentes grau de desenvolvimento, considerando a idade do
estudante, exceto no 1º ano do ensino fundamental.
e jovens que cumprem medidas socioeducativas em
Minas Gerais.
QUAIS INFORMAÇÕES AS ESCOLAS DEVEM
DIVULGAR AMPLAMENTE?
COMO ACONTECE A AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM?
Art. 112 A escola deve divulgar, amplamente, os
dados e as informações relativos:
Art. 88 A avaliação da aprendizagem, de caráter I - ao projeto político pedagógico;
processual, formativo e participativo, deve: II - às diretrizes previstas no regimento escolar;
I - ser contínua, cumulativa e diagnóstica; III - às formas de avaliação interna;
II - utilizar vários instrumentos, recursos e IV - aos projetos, propostas e ações previstas e
procedimentos; desenvolvidas para melhoria dos processos de ensi-
07

III - fazer prevalecer os aspectos qualitativos do no e aprendizagem;


6-

aprendizado dos estudantes sobre os quantitativos; V - aos resultados do desempenho escolar dos
84

IV - assegurar tempos e espaços diversos para que estudantes;


.

os estudantes com menor rendimento tenham con- VI - aos indicadores, estatísticas e resultados edu-
92

dições de ser devidamente atendidos ao longo do cacionais obtidos pela instituição nas avaliações
.3
21

ano letivo; externas.


V- prover, obrigatoriamente, intervenções pedagó- § 1º - A escola, ao publicitar os atos, dados e
-1

gicas, ao longo do ano letivo, para garantir a apren- informações deve atentar-se para as restrições da
a

dizagem no tempo certo; Lei de Acesso à Informação em vigor.


s
bo

VI- possibilitar aceleração de estudos para os estu- § 2º - Considera-se relevante para o cumprimento
ar

dantes com distorção idade/ano de escolaridade; do que estabelece o caput, informar:


B

VII- considerar as habilidades desenvolvidas ao I - número de estudantes matriculados por


a

longo do processo de ensino e aprendizagem. ciclo ou ano escolar;


in

II - percentual de estudantes em abandono por


ar

ano e as medidas para evitar a evasão escolar; III


M

Em consonância com as Diretrizes Curriculares


- taxas de distorção idade/ano de escolaridade e as
Nacionais Gerais da Educação Básica, a avaliação do medidas adotadas para reduzir esta distorção;
aluno deve ser dotada de caráter processual formati- IV - resultado do desempenho dos estudantes
vo e participativo, contínua, cumulativa e diagnós- de acordo com a etapa e modalidades da Educação
tica. É executada pelo educador e pela escola. Básica;
V - medidas adotadas no sentido de melhorar o
COMO O ESTUDANTE PODE SE BENEFICIAR COM A processo pedagógico e garantir o sucesso escolar.
PROGRESSÃO PARCIAL?
O artigo trata da obrigatoriedade de divulgar
Art. 106 O estudante poderá beneficiar-se da pro- informações relativas ao projeto político-pedagógi-
gressão parcial em até 3 (três) componentes curri- co; às diretrizes previstas no regimento escolar; às
culares no ano letivo subsequente. formas de avaliação interna; aos projetos, propostas
Parágrafo único. O estudante promovido em progres- e ações; aos resultados do desempenho escolar; aos
são parcial tem sua matrícula garantida no ano de indicadores, estatísticas e resultados educacionais;
escolaridade subsequente apenas nas escolas da rede aos número de estudantes matriculados; ao percentu-
210 pública estadual de ensino de Minas Gerais. al de estudantes em abandono; às taxas de distorção
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
idade/ano de escolaridade; ao resultado do desempe- REFERÊNCIAS
nho dos estudantes; às medidas adotadas no sentido
de melhorar o processo pedagógico e garantir o suces- BRASIL. Decreto nº 47 .227, de 2 de agosto de
so escolar. 2017. Dispõe sobre a Educação Integral e Integra-
da na rede de ensino pública do Estado de Minas
O QUE É VEDADO À ESCOLA PÚBLICA? Gerais. Disponível em: https://www.almg.gov.br/
consulte/legislacao/completa/completa.html?ti-
Art. 115 É vedado à escola pública estadual: po=DEC&num=47227&comp=&ano=2017. Acesso
I - cobrar taxas, contribuições ou exigir pagamen- em: 20 set. 2022.
tos a qualquer título;
_____. Lei nº 14.191, de 3 de Agosto de 2021.
II - exigir das famílias a compra de material
escolar mediante lista estabelecida pela escola;
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
III - impedir a frequência às aulas ao estudante (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio-
que não estiver usando uniforme ou não dispuser nal), para dispor sobre a modalidade de educa-
do material escolar; ção bilíngue de surdos. Disponível em: https://
IV - vender uniformes. in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.191-de-3-de-agosto-
-de-2021-336083749. Acesso em: 17 out. 2022.
O artigo está em consonância com a Constituição _____. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996.
Cidadã, em seu art. 3: Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília, 1996.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos ______. Ministério da Educação. Conselho Nacional
seguintes princípios: de Educação/Câmara de Educação Básica. Resolu-
I - igualdade de condições para o acesso e perma- ção nº. 4, de 13 de julho de 2010. Diretrizes Cur-
nência na escola;
riculares Nacionais Gerais para a Educação
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul-
gar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
Básica. Brasília: MEC, 2010.
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; ______. Resolução SEE nº 4.692, de 29 de dezem-
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; bro de 2021. Dispõe sobre a organização e o fun-
V - coexistência de instituições públicas e privadas de cionamento do ensino nas Escolas Estaduais de
ensino; Educação Básica de Minas Gerais e dá outras pro-
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos vidências. Disponível em: https://www2.educacao.
oficiais; mg.gov.br/images/documentos/RESOLU%C3%87%-
VII - valorização do profissional da educação escolar; C3%83O%20SEE%20N%C2%BA%204.692,%20
VIII - gestão democrática do ensino público, na for- DE%2029%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202021.
ma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
pdf. Acesso em: 20 set. 2022.
IX - garantia de padrão de qualidade;
VASCONCELLOS, C. dos S.. Planejamento: Plano
de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São
COMO DEVEM OCORRER OS PROJETOS E AÇÕES
Paulo: Libertad, 2006.
PROPOSTAS PELA ESCOLA?
07
6-

Art. 116 Os projetos e ações propostos pela escola


84

devem ser desenvolvidos de maneira integrada


ao projeto político pedagógico e estar alinhados com O CURRÍCULO NA PERSPECTIVA DA
.
92

as diretrizes da Secretaria de Estado de Educação.


INCLUSÃO, DA DIVERSIDADE E DO
.3

Parágrafo único. A direção da escola poderá buscar


21

parcerias para o desenvolvimento de suas ações e DIREITO À APRENDIZAGEM


-1

projetos junto a associações diversas, instituições


a

filantrópicas, iniciativa privada, instituições públi- O currículo, na perspectiva da inclusão, da diversi-


s

cas e comunidade em geral, propondo às Superin-


bo

dade e do direito à aprendizagem, está presente na Lei


tendências Regionais de Ensino, quando for o caso,
ar

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a


a assinatura de convênios ou instrumentos jurídicos
B

equivalentes para viabilizar as referidas parcerias. Lei nº 9.394, de 1996, conhecida como Lei Darcy Ribei-
a

ro; e nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs),


in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
que são normas obrigatórias para a Educação Básica,
ar

Curiosidades da Resolução
M

que orientam o planejamento curricular das escolas e


O texto está organizado em 10 títulos, sendo 119 dos sistemas de ensino.
artigos. São eles: Na DCN, Moreira e Candau (2007) definem currí-
culo como
z Título I — Da Organização E Funcionamento Escolar;
z Título II — Das Etapas E Organização Curricular […] um conjunto de práticas que proporcionam a
Da Educação Básica; produção, a circulação e o consumo de significados
z Título III — Das Modalidades Da Educação Básica; no espaço social e que contribuem, intensamente,
z Título IV— Dos Conservatórios; para a construção de identidades sociais, culturais,
z Título V — Do Curso Normal Em Nível Médio; ambientais (BRASIL, 2013, p. 551).
z Título VI — Da Educação Integral;
z Título VII — Da Educação Escolar Dos Adolescen- Assim, o currículo se configura como “um dispositi-
tes Em Cumprimento De Medida Socioeducativa; vo de grande efeito no processo de construção da iden-
z Título VIII — Da Avaliação da Aprendizagem; tidade do(a) estudante” (BRASIL, 2013, p. 23), que atua
z Título IX — Da Publicidade dos Atos; nos espaços escolares, estando diretamente implicado
z Título X — Das Disposições Finais. na criação, recriação, contestação e transgressão. 211
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica que nenhum cidadão que acesse à escola fique excluí-
do dos processos de ensino-aprendizagem desenvolvi-
Ter conhecimento sobre o currículo na perspec- dos pela instituição.
tiva da inclusão, da diversidade e do direito à
aprendizagem e suas diferenças é importante,
pois, certamente, em sua prova haverá questões Importante!
sobre o tema.
É preciso problematizar ações dos professores,
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS quanto à didática deles, a fim de potencializar a
DA EDUCAÇÃO BÁSICA relevância de se pensar em direitos de aprendiza-
gem, diversidade e inclusão no cotidiano escolar.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Edu-
cação Básica explicitam a necessidade de considerar
O CURRÍCULO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO
as reflexões teóricas sobre currículo e têm por refe-
rência os princípios educacionais assegurados para a
Na perspectiva da LDB e na Declaração de Sala-
educação formal. Assim, os princípios educacionais:
manca (1994), pode-se dizer que a escola inclusiva
tem por princípio fundamental que:
[…] estão orientados pela liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa-
[…] todas as crianças devem aprender juntas, sem-
mento, a arte e o conhecimento científico, além do
pre que possível, independentemente de quaisquer
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas,
dificuldades ou diferenças que elas possam ter.
assim como a valorização da experiência extraes-
Escolas inclusivas devem reconhecer e responder
colar, e a vinculação entre a educação escolar, o
às necessidades diversas de seus alunos, acomo-
trabalho e as práticas sociais. (BRASIL, 2013, p. 24)
dando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem
e assegurando uma educação de qualidade a todos
O texto, quando trata sobre os princípios educa- através de currículo apropriado, arranjos organi-
cionais garantidos à educação formal, tem por intuito zacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e
fortificar a ideia de que a escola de Educação Bási- parceria com a comunidade. (BRASIL, 1994, p. 5)
ca precisa ser reconhecida como espaço coletivo de
inclusão, proporcionando “o bem-estar de crianças, Ao falarmos de políticas de inclusão e participação
adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre de estudos de revisão de currículo e programas de
si e com as demais pessoas” (BRASIL, 2013, p. 25). ensino, devemos pensar em adaptações nos currículos
Na perspectiva das diretrizes, a escola se constitui- que correspondam à diversidade e ao respeito às dife-
ria como espaço-tempo de diferentes aprendizagens renças. Numa sociedade democrática, os princípios
coletivas, entre as quais, a valorização da riqueza de igualdade e diversidade devem ser pilares para a
das raízes culturais próprias das diferentes regiões construção dos currículos escolares. Dessa forma as
do país que, juntas, compõem a Nação. Assim, contri- adequações curriculares são pensadas como estraté-
buem para a ressignificação e a recriação da cultura gias de adequação à necessidade de cada aluno, fun-
07

herdada, “viabilizando a reconstrução das identidades cionando como uma inovação, que leva em conta:
6-

culturais, aprendendo a valorizar as raízes próprias


84

das diferentes regiões do País” (BRASIL, 2013, p. 25). A z ações sobre o currículo, objetivando ao aprimora-
.

discussão diz respeito aos diversos processos de inclu-


92

mento curricular e das competências dos alunos,


são que precisam ser incentivados e executados nos
.3

dos professores e da escola no geral;


21

cotidianos dessas escolas. Nesse caso: z principalmente, um plano de ação docente para
-1

detalhar, precisamente, como conduzir a ajuda


Cabe, pois, à escola, diante dessa sua natureza, que os alunos necessitam;
s a

assumir diferentes papéis, no exercício da sua mis- z maneiras organizativas e didático-pedagógicas


bo

são essencial, que é a de construir uma cultura de que visam a ajustar a programação às situações
ar

direitos humanos para preparar cidadãos plenos.


dos alunos no processo ensino-aprendizagem.
B

A educação destina-se a múltiplos sujeitos e tem


a

como objetivo a troca de saberes, a socialização e


in

É necessário destacar que ter acesso à instituição


o confronto do conhecimento, segundo diferentes
ar

abordagens, exercidas por pessoas de diferentes escolar não assegura que os alunos tenham suporte
M

condições físicas, sensoriais, intelectuais e emo- suficiente ao desenvolvimento de seu processo de


cionais, classes sociais, crenças, etnias, gêneros, ensino e aprendizagem.
origens, contextos socioculturais, e da cidade, do Para Vasconcelos (2003), na perspectiva de um cur-
campo e de aldeias. Por isso, é preciso fazer da rículo inclusivo, realiza-se uma avaliação focada nos
escola a instituição acolhedora, inclusiva, pois essa aspectos formativo, processual e contínuo, que serve
é uma opção ‘transgressora’, porque rompe com a para que os professores programem intervenções que
ilusão da homogeneidade e provoca, quase sempre, atendam às necessidades pedagógicas de seus alunos.
uma espécie de crise de identidade institucional Normativas como a Base Nacional Comum Cur-
(BRASIL, 2013, p. 25). ricular (BNCC) são orientadas por princípios éticos,
políticos, administrativos e estéticos que objetivam
O texto elenca a diversidade humana presente à formação humana integral e à construção de uma
na sociedade e, consequentemente, nas instituições sociedade justa, democrática e inclusiva, assim como
de ensino e delega à escola a tarefa de acolher, edu- também é fundamentado nas Diretrizes Curriculares
car e acompanhar o desenvolvimento dos estudan- Nacionais da Educação Básica.
tes enquanto sujeitos e produtores de conhecimento. Atenção: educação especial e educação inclusiva
212 Dessa forma, possibilita as condições necessárias para são a mesma coisa?
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Educação Especial é uma modalidade de ensino portanto, intrínseco ao direito à dignidade huma-
que percorre todos os níveis, sendo direcionadas na, à liberdade, à inserção social, ao acesso aos
aos alunos com deficiência mental, visual, audi- bens sociais, artísticos e culturais, significando
tiva, física e aos alunos com altas habilidades/ direito à saúde em todas as suas implicações, ao
superdotação; lazer, ao esporte, ao respeito, à integração familiar
z Educação Inclusiva é uma modificação no siste- e comunitária.
ma educacional de ensino que possibilita a inser-
ção total e incondicional, no ambiente escolar de
todo e qualquer aluno, independentemente de Dessa forma, a proposta de currículo deve dialo-
classe social, cor, deficiências etc. gar com o contexto diário da escola e do estudante
como parte ativa da comunidade escolar em todos os
CURRÍCULO NA PERSPECTIVA DA DIVERSIDADE seus aspectos, podendo partilhar seus conhecimen-
tos e acessar aos dos demais colegas e profissionais
Como a escola pode pensar modos de organização da educação na escola, onde será pautado seu pro-
da aprendizagem, de conteúdos curriculares e da for- tagonismo e consciência de seus direitos e de suas
ma como são ministrados, na perspectiva da inclusão
especificidades.
e da diversidade?
O acesso a manifestações socioculturais diversas é Vale enfatizar que não se concebe um currículo
um passo indispensável para a alteridade e a inclusão da que não abranja a educação inclusiva, educação para
diversidade. Nessa perspectiva, torna-se imprescindível a diversidade e tantas outras específicas.
a elaboração e a organização da aprendizagem em cur-
rículos que tenham, como ponto de partida, a diferença. REFERÊNCIAS
Atenção: um currículo que atende às especificidades
contempla a diversidade da sala de aula e cada aluno no
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curricu-
seu jeito de ser, na sua subjetividade, na sua identidade.
O entendimento de currículo, pela concepção do lares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasí-
multiculturalismo, reconhece as diferentes situações lia: MEC, SEB, DICEI, 2013.
sociais e culturais que compõem as salas de aula e as BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
relações de poder. Essa construção deve contemplar Comum Curricular. Brasília, 2018.
as diferenças culturais, linguísticas, étnicas, de gêne- BRASIL. Declaração de Salamanca e Linha de Ação
ro, além de englobar alunos que fazem parte da Edu- sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília:
cação Especial. Isso amplia o acesso ao conhecimento,
a participação de todos os alunos e considera os direi- Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
tos de aprendizagem. Portadora de Deficiência, 1994.
Dica: o currículo não se torna multicultural apenas MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Indagações sobre
pela inclusão de informações sobre outras culturas. currículo: currículo, conhecimento e cultura. In:
Sendo assim, é necessário levar em conta as diferenças BEAUCHAMP, J.; PAGEL, S. D.; NASCIMENTO, A. R. do
étnicas e raciais como uma questão histórica e política. (Org.). Indagações sobre o currículo. Brasília: Ministé-
rio da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
CURRÍCULO NA PERSPECTIVA DO DIREITO À
VASCONCELOS, G. A. N. (Org.). Como me fiz professo-
APRENDIZAGEM
07

ra. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2003.


6-

Partindo da compreensão do currículo enquan-


84

to elaboração desenvolvida no ambiente escolar em


.
92

acordo com as pluralidades de aprendizagens cons-


truídas pelas trocas de saberes entre os indivíduos
.3

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E
21

que estão na escola, é necessário observar estudantes


com problemas ou dificuldades de aprendizagem. A ESTREITA RELAÇÃO COM O PLANO
-1

Dessa forma, ao invés da noção de problemas de


DE ENSINO, O PLANO DE AULA E A
a

aprendizagem, que reforça uma ideia hegemônica de


s

GESTÃO DA SALA DE AULA


bo

estudante fora dos padrões, se propõe a percepção de


que cada indivíduo tem distintas formas de constru-
ar

ção do saber e, nessa perspectiva, todos nós temos o


B

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA


direito de aprender. Vale levar em consideração que
a
in

os diversos frequentadores do ambiente escolar são


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
O Projeto Político Pedagógico (PPP) configura-se
ar

influenciados por diferentes convívios, diferentes


como uma forma de planejamento, um instrumento
M

experiências sociais e culturais, diferentes leituras


sobre o mundo e sobre si mesmo e, por essas diferen- de intervenção na prática educacional que se rea-
tes construções fora da escola, é inegável que suas liza na escola. Trata-se de um documento que todas
composições de saberes estão diretamente ligadas as instituições educativas devem elaborar e manter
aos seus contextos. Assim, a escola tem como dever atualizado, pois possibilita aos membros da escola a
considerar esses saberes e ampliá-los na perspecti- tomada de consciência dos problemas e das possíveis
va ético-estético-político, como previsto no texto das soluções, estabelecendo a responsabilidade de todos.
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação A presença do debate democrático favorece a produ-
Básica (BRASIL, 2013, p. 26),
ção de critérios coletivos no seu processo de elabora-
ção, assimilando significados comuns aos diferentes
[…] no projeto nacional de educação, tanto a escola
agentes educacionais e colaborando com a identifica-
de tempo integral quanto a de tempo parcial, dian-
te da sua responsabilidade educativa, social e legal, ção desses com o trabalho desenvolvido na escola.
assumem a aprendizagem compreendendo-a como As três palavras que constituem o nome do docu-
ação coletiva conectada com a vida, com as neces- mento dizem muito sobre ele. Vejamos os concei-
sidades, possibilidades e interesses das crianças, tos propostos por Veiga (1995, p. 13),, que definem a
dos jovens e dos adultos. O direito de aprender é, nomenclatura de Projeto Político Pedagógico (PPP): 213
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ELEMENTOS ESTRUTURANTES

Proposta Ações educativas


Em Para Vasconcellos (2006, p. 61) uma das finalidades
de ação a e características
compromisso do Projeto Político Pedagógico (PPP) é “ser elemento
executar necessárias
com a formação estruturante da identidade da instituição”. Assim, o PPP
durante às escolas de
do cidadão é um referencial teórico da escola e constitui-se de três
determinado cumprirem seus
para um tipo de marcos: situacional, conceitual e operacional. Vejamos:
período de propósitos e sua
sociedade
tempo intencionalidade
MARCO MARCO MARCO
SITUACIONAL CONCEITUAL OPERACIONAL
Ao integrar as três dimensões, o PPP fortalece sua Define linhas
função social. O documento constitui, neste sentido, de ação e a
um marco de referência elaborado e definido pela e Trata de uma Explicita
reorganização
análise da objetivamente
para a comunidade escolar, com o intuito de registrar, do trabalho
realidade, de e estabelece
orientar, estabelecer ações, metas, estratégias e inten- pedagógico escolar
um diagnóstico relações
ções da escola. na perspectiva
da escola entre os
Na perspectiva de Vasconcellos (2006, p. 169), o pedagógica
e suas fundamentos
Projeto Político Pedagógico (ou Projeto Educativo) é: administrativa,
especificidades teóricos
financeira e
político-social
[...] o plano global da instituição. Pode ser enten-
dido como a sistematização, nunca definitiva, de
O PPP, em suas várias dimensões de elaboração,
um processo de Planejamento Participativo, que se
aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define
toma sempre como ponto de partida o já instituído,
claramente o tipo de ação educativa que se quer rea- aquilo que já foi historicamente construído, não para
lizar. É um instrumento teórico-metodológico para a perpetuar ou para se afirmar fatalismos (oi sempre
intervenção e mudança da realidade. É um elemento assim e nada mudará), mas para criar uma nova uto-
de organização e integração da atividade prática da pia, um novo instituinte (GADOTTI, 2000).
instituição neste processo de transformação.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROJETO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, CONFORME A POLÍTICO PEDAGÓGICO
LEI Nº 9.394, DE 1996
Conforme Veiga (1991, p. 82), os princípios do Pro-
jeto Político Pedagógico são: igualdade, qualidade,
A partir dos princípios democráticos presentes na
gestão democrática, liberdade/autonomia e valoriza-
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
ção do magistério. Esses possuem um caráter perma-
— Lei nº 9.394, de 1996 — encontramos o aporte legal
nente e fundamentado nas ações pedagógicas.
da escola na elaboração da sua proposta pedagógica.
07

Vejamos alguns dispositivos da referida Lei:


6-

Dica
84

Faz-se relevante a leitura do livro Projeto Político


.
92

Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respeitadas


Pedagógico da escola: uma construção possível,
.3

as normas comuns e as do seu sistema de ensino,


21

terão a incumbência de: de Ilma Passos Veiga.


-1

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;


[…] z Igualdade: esse princípio revela que a igualdade de
s a

Art. 13 Os docentes incumbir-se-ão de: oportunidades, mais do que a expansão quantitativa


bo

I - participar da elaboração da proposta pedagó- de ofertas, necessita da ampliação do atendimento


ar

gica do estabelecimento de ensino; […] com simultânea manutenção de qualidade. Isso quer
B

Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas dizer acesso e permanência com sucesso escolar;
a
in

da gestão democrática do ensino público na educa- z Liberdade: está sempre associada à ideia de autono-
ar

ção básica, de acordo com as suas peculiaridades e mia, a qual nos remete a regras e orientações criadas
M

conforme os seguintes princípios: pelos próprios sujeitos da ação educativa sem impo-
I - participação dos profissionais da educação sições externas. A liberdade deve ser considerada,
na elaboração do projeto pedagógico da escola; também, como liberdade para aprender, ensinar,
[…] pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados
para uma intencionalidade definida coletivamente;
z Qualidade: a escola tem obrigação de evitar de
Importante!
todas as maneiras possíveis a repetência e a eva-
Projeto Político Pedagógico, Proposta Curricular
são. Nesta linha, precisa garantir a meta qualitati-
e Proposta Pedagógica são nomenclaturas va do desempenho satisfatório de todos;
relativas ao mesmo documento. Note que, nos z Gestão democrática: esse é um princípio fun-
arts. 12 e 13, da LDB (Lei nº 9.394/96), aparece damental para a elaboração do PPP. A gestão
“proposta pedagógica” e, no art. 14 da mesma democrática constitui-se como um importante
lei, “proposta curricular”, não existindo diferença direcionamento, pois, a partir dela, a integralidade
entre os termos. das ações da escola, sejam elas políticas ou peda-
214 gógicas, é definida por toda a comunidade escolar;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Valorização do magistério: a qualidade da educa- z Luckesi (2011, p. 130):
ção está relacionada à formação inicial e continuada,
condições de trabalho e remuneração dos profissio- É um processo que consiste em preparar um conjun-
nais do magistério. A formação continuada é indis- to de decisões tendo em vista agir, posteriormente,
pensável para a discussão da organização da escola para atingir determinados objetivos.
como um todo e de suas relações com a sociedade.
Elementos do Planejamento
Para Veiga (1991, p. 82), a importância desses prin- � Objetivos: Para quê e por quê?
cípios está na garantia de sua operacionalização nas z Conteúdos: O quê?
estruturas escolares. Ademais, uma coisa é algo que está z Procedimentos: Como?
no papel, na legislação, na proposta, no currículo pensa- z Recursos: De que preciso?
do e outra, é estar acontecendo na dinâmica interna da z Tempo e espaço da educação: Quando e onde ensi-
escola, na ação-reflexão-ação, no real, no concreto. nar e aprender?
Cinco tópicos costumam cair com frequência quan- z Avaliação: Deu certo? O que manter e o que modificar?
do o assunto é PPP. São eles: documento flexível; parti-
cipação da coletividade em sua construção; autonomia Na prática pedagógica, não se pode agir com base no
pedagógica; participação de especialistas em sua for- improviso, pois “Ensinar requer intencionalidade e siste-
mulação; documento com caráter emancipador. matização” (FUSARI, 1990). O poder de improvisação é
sempre necessário, mas não pode ser considerado regra.
“Não há ensino sem planejamento” (GANDIN, 1991).
REFERÊNCIAS
Níveis do Planejamento
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de
1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Os planejamentos, de acordo com Chiavenato
Nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http:// (2000), são divididos em três níveis, o institucional,
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. tático e operacional, conforme apresentado na pirâ-
Acesso em: 3 mar. 2022. mide organizacional:
GADOTTI, M. Perspectivas Atuais da Educação.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: projeto Planejamento Estratégico
de ensino aprendizagem e projeto político-pedagó- (Longo Prazo)
gico. 16ª ed. São Paulo: Libertad, 2006. Planejamento Tático
VEIGA, I. P. Projeto Político Pedagógico da esco- (Médio Prazo)
la: uma construção possível. Campinas: Papirus, Planejamento Operacional
1995. (Curto Prazo)
_______. Escola, currículo e ensino. In: VEIGA, I. P.
A.; CARDOSO, M. H. (Orgs.). Escola Fundamental:
currículo e ensino. Campinas, SP: Papirus, 1991. Planejamento em níveis. Fonte: Chiavenato et al. (2000)
07

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO z Estratégico/Institucional: “relaciona-se com obje-


tivos de longo prazo e com estratégias e ações para
6-
84

Processo de Planejamento: Concepção, Importância, alcançá-las” (CHIAVENATO, 2000, p. 18);


z Tático/Departamental: “relaciona-se a objetivos
.

Dimensões e Níveis
92

de mais curto prazo e com estratégias e ações [...]”


.3

O planejamento e a organização norteiam a prá- (CHIAVENATO, 2000, p. 18);


21

tica do trabalho e prática pedagógica. Quando essas z Operacional: “pode ser considerado como a formali-
-1

práticas são citadas, logo perguntamos: por que plane- zação, principalmente através de documentos escritos,
a

jar? De acordo com Piletti (1997), essa prática evita a das metodologias de desenvolvimento e implantação
s
bo

improvisação, traz mais segurança, economiza tempo, estabelecidas” (CHIAVENATO, 2000, p. 19).
energia e promove um trabalho mais eficiente para
ar
B

alcançar os objetivos definidos. Níveis da Educação


A seguir, acompanhe as concepções de planeja-
a
in

mento apoiadas na teoria de três autores: O planejamento da educação é composto por dife-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

rentes níveis de organização. Nesse sentido, leia as


M

z Libâneo (2013, p. 131): descrições do quadro a seguir:


é um processo de sistematização e organização das
ações do professor. É um instrumento da racionali-
zação do trabalho pedagógico que articula a ativi-
dade escolar com os conteúdos do contexto social.

z Vasconcellos (2000, p. 79):

Antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto


de ações a ser realizadas e agir de acordo com o
previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se
faz antes de agir, mas é também agir em função
daquilo que se pensa.

215
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NÍVEIS DEFINIÇÃO
Planejamento do Sistema de
Corresponde ao planejamento da educação em âmbito nacional, estadual e municipal
Educação
Corresponde às ações sobre o funcionamento do funcionamento administrativo e
Planejamento global da escola pedagógico da escola; para tanto, este planejamento necessita da participação em
conjunto da comunidade escolar
É a organização da dinâmica escolar. É um instrumento que sistematiza as ações
Planejamento curricular
escolares do espaço físico às avaliações da aprendizagem
Envolve a organização das ações dos educadores durante o processo de ensino, in-
Planejamento de ensino tegrando professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de
ensino, que será projetada para o ano letivo e constantemente avaliada
Organiza ações referentes ao trabalho na sala de aula. É o que o professor prepara para
Planejamento de aula o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado com o
planejamento curricular, com o planejamento escolar e com o planejamento de ensino

Fonte: Quadro com base na questão da Banca IBFC — Professor B (Pref. Conde — PB)/Matemática/2019.

Qualquer um dos níveis citados deve ser articulado com os demais, ou seja, não há uma independência entre
eles, mas todos são complementares entre si.

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: CONCEPÇÃO, CONSTRUÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

O Planejamento Participativo (PP) é o processo que envolve a organização do trabalho em grupo de uma ins-
tituição escolar. Também tem como base o trabalho coletivo com objetivo de solucionar os problemas comuns
existentes no meio social.
Para acontecer um PP, as pessoas envolvidas decidem, discutem, refletem e questionam, ou seja, elas realmente
participam e possuem um papel transformador.
Ferreira (1979) identifica três fases do processo de construção, dentro do planejamento participativo:

z a preparação do plano escolar;


z o acompanhamento da execução das operações pensadas no plano escolar;
z a revisão de todo o processo.

Dica
Planejamento (perspectiva participativa): heterogêneo, descentralizador, inclusivo, conflitos e flexibilidade.
07
6-

Planejamento Escolar: Planos da Escola, do Ensino e da Aula


. 84
92

De acordo com Libâneo (2013), há três modalidades de planejamento articulados entre si: o plano da escola, o
plano de ensino e o plano de aulas:
.3
21
-1

PLANO DA ESCOLA
a

(PLANO DE ENSINO/PLANO DE PLANO DE ENSINO


PLANO DE AULA
s

CURSO/PLANO DE UNIDADE (PLANO DE UNIDADE)


bo

DIDÁTICAS)
ar
B

Previsão do desenvolvimento do con-


a

Documento mais global; expressa Previsão dos objetivos e tarefas do tra- teúdo para uma aula ou conjunto de
in

orientações gerais que sintetizam, de balho docente para o ano ou semes- aulas e tem um caráter específico.
ar

um lado, as ligações da escola com o tre; é um documento mais elaborado, Etapas:


M

sistema escolar mais amplo e, de ou- dividido por unidades sequenciais, � Tema abordado
tro, as ligações do projeto pedagógico no qual aparecem objetivos especí- � Objetivos gerais
da escola com os planos de ensino ficos, conteúdos e desenvolvimento � Metodologia
propriamente ditos metodológicos � Avaliação
� Bibliografia
Fonte: Quadro com base na questão da Banca FUNDATEC (Pref. São Borja — RS) Professor — Geografia/2019

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 3. Ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
FERREIRA, F. W. Planejamento Sim e Não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. 11. Ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989.
FERREIRA, J. W. Avaliação da aprendizagem e outros temas do ensino superior. Cuiabá: Kcm, 2008.
FUSARI, J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. In: Ideias.
216 São Paulo, n. 8, p. 44-58, 1990.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 6. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011.
PILETTI, N. Psicologia Educacional. São Paulo: Ed. Ática, 1997.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino aprendizagem e projeto político-pedagógico. 16.ed. São
Paulo: Libertad, 2002.

INTERDISCIPLINARIDADE
INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE DO CONHECIMENTO

A transversalidade e a interdisciplinaridade são duas categoriasimportantes para um trabalho de desenvolvi-


mento do currículo que tenha por objetivo formar sujeitos capazes de uma leitura de mundo crítica e propositiva.
De acordo com Garcia (s.d.),

A transversalidade e a interdisciplinaridadesão modos de se trabalhar o conhecimento que buscam uma reintegra-


ção de aspectos que ficaram isolados uns dos outros pelo tratamento disciplinar.

A autora também esclarece que, com a transversalidade e com a interdisciplinaridade, busca-se conseguir uma
visão mais ampla e adequada da realidade.
Tanto a transversalidade quanto a interdisciplinaridade são modos de se trabalhar o conhecimento e ambas
buscam reintegrar aspectos que, no tratamento disciplinar, aparecem isolados uns dos outros.

Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica

A Resolução CNE/CEB nº 04, de 2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica, ao apresentar Formas para a Organização Curricular, em seu Capítulo I, conceitua, nos parágrafos 4º, 5º e
6º, do art. 13, transversalidade e diferencia-a da interdisciplinaridade. Vejamos:

Art. 13 [...]
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático pedagógico em que temas e eixos
temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas.
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a concepção de conhe-
cimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado.
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à abordagem epistemo-
lógica dos objetos de conhecimento.

Dessa forma, a transversalidade e a interdisciplinaridade diferem uma da outra e ambas se complementam,


07

rejeitando a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado.
6-
84

Dica
.
92

A concepção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem seus fundamentos na perspectiva interdisci-
.3

plinar, inclusive o trabalho com os temas transversais. Nesta perspectiva, inclui-se também a pesquisa como
21

estratégia metodológica e a utilização de disciplinas como meio para a construção de saberes desejados.
-1
a

Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade são formas de articulação das disciplinas. Essas estratégias


s
bo

podem reunir as possibilidades de produção de conhecimentos que trazem cada área.


Nos estudos sobre educação no século XXI, tem-se refletido sobre as diferenças conceituais nas abordagens
ar
B

educacionais. Para compreender a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, é importante entender os con-


a

ceitos das diferentes abordagens. Vejamos:


in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

ABORDAGEM CONCEITO
M

Multidisciplinaridade Justaposição de disciplinas diversas desprovidas de relação aparente entre elas


Disciplinaridade Organização do conhecimento existente pela especificidade do seu objeto de estudo
Coordenação, cooperação e integração entre disciplinas, suas especificidades e seus domí-
Interdisciplinaridade nios linguísticos, acerca de uma temática em comum, que demanda diálogo, abertura e atitu-
de colaborativa dos sujeitos no ato de investigar e conhecer juntos
Busca romper as fronteiras disciplinares, com o intuito de superar a fragmentação do conhe-
cimento e constituir uma compreensão que organiza holográfica e sistematicamente o objeto
Transdisciplinaridade
de estudo. Para tal, promove migração e articulação de conceitos e metodologias de diferen-
tes áreas de conhecimento
Transversalidade São temas que “atravessam”, que perpassam os diferentes campos do conhecimento

Fonte: Adaptado de Suanno e Moraes (2014)

217
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Interdisciplinaridade Transdisciplinaridade

Segundo Saviani (2003), é através da interdiscipli- A transdisciplinaridade seria o nível mais alto das
naridade que o conhecimento passa de algo setorizado relações iniciadas nos níveis de multi, pluri e interdis-
para um conhecimento integrado no qual as discipli- ciplinaridade. Trata-se do rompimento das barreiras
nas científicas interagem entre si. Isso quer dizer que criadas pela perspectiva disciplinar.
a interdisciplinaridade é a resposta para superar a O termo transdisciplinaridade surgiu no I Semi-
fragmentação e o caráter de especialização do conhe- nário Internacional sobre Pluri e Interdisciplinari-
cimento, consequências da tendência positivista, em dade, realizado em Nice, na França, em 1970. Piaget
apresentou o termo e suas reflexões sobre o assunto e
cujas raízes estão o empirismo, o naturalismo e o
chegou a afirmar que, um dia, a interdisciplinaridade
mecanicismo científico do início da modernidade.
seria superada pela transdisciplinaridade.
Bochniak (1992) afirma que a interdisciplinaridade é
Para Morin (1991), na transdisciplinaridade, o
a forma correta de superar a fragmentação do saber ins-
principal objetivo da educação é a formação de sujei-
tituída no currículo formal. Essa perspectiva transcende
a justaposição das disciplinas. Mostra-se um “processo tos críticos e autônomos, que tenham plena consciên-
de coparticipação, reciprocidade, mutualidade, diálogo, cia dos problemas que enfrentarão no futuro e que
que caracterizam não somente as disciplinas, mas todos saibam como resolvê‐los, principalmente por meio da
os envolvidos no processo educativo” (BOCHNIAK, 1992). transdisciplinaridade, que vai além das disciplinas,
Para Freire (1987), a interdisciplinaridade é o pro- buscando, com a colaboração de todas elas, a organi-
cesso metodológico de construção do conhecimento zação de novas formas de pensamento.
pelo sujeito com base em sua relação com o contexto, De acordo com Vasconcelos, “a proposta da trans-
com a realidade, com sua cultura. Busca-se a expres- disciplinaridade implica uma radicalização do nível
são dessa interdisciplinaridade pela caracterização anterior, com a criação de um campo teórico, opera-
de dois movimentos dialéticos: a problematização da cional ou disciplinar de tipo novo e mais amplo” (2010,
situação, pela qual se desvela a realidade, e a sistema- p. 48).
tização dos conhecimentos de forma integrada.
São pressupostos da interdisciplinaridade:

z Mais de uma disciplina trabalhas em um projeto


comum;
z Proporcionar significado ao saber através da troca
de conhecimento entre áreas;
z Planejar de forma a considerar quais conceitos
podem ser explorados por outras disciplinas;
z Trabalhar por projetos que propiciem a busca por Esquema ilustrativo sobre transdisciplinaridade
soluções com a ajuda de diversas disciplinas.
Como se pode observar pelo esquema, na transdis-
ciplinaridade, existe cooperação e diálogo entre todas
os níveis de disciplinas e interdisciplinaridade. Essa
07

perspectiva também envolve, entre outras, tendências


pedagógicas, metodologias, conceitos etc.
6-
84

Considerando o conceito de transdisciplinaridade,


pode-se ensinar, em sala de aula,
.
92
.3

[…] A interpretação dos dados de um gráfico, aliado


21

ao trabalho de transparecer as características cli-


-1

Esquema ilustrativo sobre interdisciplinaridade


máticas de determinada região do mundo e como
a

isso pode afetar a população. No exemplo, é pos-


Como se pode observar pelo esquema, na inter-
s
bo

sível perceber a navegação livre entre a Ciência


disciplinaridade, existe cooperação e diálogo entre
Exata e a Ciência da Natureza, aumentando a baga-
ar

as disciplinas. Essa perspectiva envolve, entre outras,


gem lógica do estudante. Fica evidente que a ideia
B

tendências pedagógicas, metodologias, conceitos etc.


central é cada vez mais aproximar a educação da
a
in

realidade.
ar

Importante!
M

Transversalidade
Durante uma reunião de planejamento de ativida-
de em uma escola na qual a proposta de trabalho A transversalidade possibilita
se pauta na interdisciplinaridade, é comum que
os professores emitam comentários como este: Estabelecer, na prática educativa, uma relação
“Precisamos um do outro para ampliar os conhe- entre aprender conhecimentos teoricamente siste-
cimentos. Isso implica coletividade, cooperação matizados (aprender sobre a realidade) e as ques-
e inter-relação das disciplinas, o que exige a rea- tões da vida real e de sua transformação (aprender
lização de um planejamento coletivo”, levando- a realidade da realidade). (BRASIL, 1998, p. 30)
-se em conta que tal afirmação traduz o conceito
de interdisciplinaridade. É entendida como uma forma de organizar o tra-
Atente-se, pois esse comentário já foi alvo de balho didático-pedagógico em que temas e eixos temá-
questionamento em prova. ticos que são integrados às disciplinas e às áreas ditas
“convencionais”, de forma a estarem presentes em
todas elas.
218
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os temas transversais foram recomendados ini- A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apon-
cialmente nos Parâmetros Curriculares Nacionais ta seis macroáreas temáticas (Cidadania e Civismo,
(PCNs), em 1996, acompanhando a reestruturação do Ciência e Tecnologia, Economia, Meio Ambiente, Mul-
sistema de ensino. Nos PCNs, os temas transversais ticulturalismo e Saúde) englobando quinze temas con-
eramseis. Vejamos: temporâneos “que afetam a vida humana em escala
local, regional e global”.20

Ética

Orientação
Importante!
Saúde
sexual
TEMAS Enquanto, nos PCNs, os TCNs eram recomen-
TRANSVERSAIS dações facultativas, nas Diretrizes Curriculares
NOS PCNs
Trabalho e Pluralismo Nacionais (DCNs) sinaliza-se a sua obrigatorie-
Consumo cultural dade, conforme as Resoluções CNE/CEB nº 7, de
2010, e nº 12, de 2012; na BNCC, eles passaram
Meio ambiente
a ser considerados como conteúdos essenciais
para a educação básica.
BRASIL, 1998, p. 30.

REFERÊNCIAS
Temas Contemporâneos Transversais

[...] Temas Contemporâneos Transversais têm a BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
condição de explicitar a ligação entre os diferentes Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
componentes curriculares de forma integrada, bem BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacio-
como de fazer sua conexão com situações vivencia- nal de Educação/Câmara de Educação Básica.
das pelos estudantes em suas realidades, contri- Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Diretrizes
buindo para trazer contexto e contemporaneidade
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica. Brasília: MEC, 2010.
aos objetos do conhecimento descritos na BNCC.19
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ampliação dos Temas terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas
transversais. Secretaria de Educação Fundamen-
Enquanto os Parâmetros Curriculares Nacionais tal. Brasília: MEC, SEF, 1998.
(PCNs) abordavam seis Temáticas, Na BNCC, os Temas BOCHNIAK, R. Questionar o conhecimento: Inter-
disciplinaridade na escola. São Paulo: Loyola, 1992.
Contemporâneos Transversais (TCTs) foram ampliados
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro:
para quinze, distribuídos em seis macroáreas temáticas: Paz e Terra, 1987.
GARCIA, L. Transversalidade e Interdisciplina-
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS NA
ridade. [s.d.]. Disponível em: http://smeduque-
BNCC decaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Formação%20
Meio Ambiente Continuada/Artigos%20Diversos/garcia-transver-
07

Educação ambiental salidade-print.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022.


6-

Educação para o consumo MARQUES, C. da S. Relatório do Estágio Curri-


84

cular em Pedagogia I — Ensino Fundamental


Economia
.

— Anos Iniciais. Universidade Anhanguera — Uni-


92

Trabalho derp. Caxias do Sul, 2020.


.3

Educação financeira MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo.


21

Educação fiscal Lisboa: Instituto Piaget, 1991.


-1

Saúde SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primei-


a

ras aproximações. 8ª ed. Campinas, SP: Autores


Saúde
s

associados, 2003.
bo

Educação alimentar e nutricional SUANNO, J. H.; MORAES, M. C. (Org). O pensar


ar

Cidadania e Civismo complexo na educação: sustentabilidade, trans-


B

Vida familiar e social disciplinaridade e criatividade. Rio de Janeiro:


a

Wark Editora, 2014.


in

Educação para o trânsito


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

Educação em Direitos Humanos


M

Direitos da criança e do adolescente


Processo de envelhecimento, respeito e valorização do
idoso A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Multiculturalismo NA PERSPECTIVA DE UM CURRÍCULO
Diversidade cultural
Educação para valorização do multiculturalismo nas INCLUSIVO
matrizes históricas e culturais brasileiras
A avaliação da aprendizagem na perspectiva de
Ciência e tecnologia um Currículo Inclusivo é um processo de conscien-
Ciência e tecnologia tização em torno da cultura do educando, com suas
potencialidades, seus limites, seus traços e seu ritmos
BRASIL, 1998, p. 30. específicos de aprendizagem. Assim, ela desenvolve

19 MARQUES, C. da S. Relatório do Estágio Curricular em Pedagogia I — Ensino Fundamental — Anos Iniciais. Universidade Anhanguera — Uni-
derp. Caxias do Sul, 2020, p. 14.
20 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017, p. 19. 219
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no docente a capacidade de revisar seus procedimen- De acordo com Brasil (2006), o currículo deve-
tos e questionar suas maneiras de enxergar a ciência rá levar em conta, ainda, a interação dos alunos e o
e encarar o mundo. E, nesse caso, como adverte (COLL sequenciamento dos conteúdos, considerando que
et al., 2004) existem diferentes ritmos e formas de aprendizagem.
A construção do currículo educacional privilegia o
A avaliação das aprendizagens dos alunos é um elenco de conhecimentos essenciais (global), estraté-
ingrediente fundamental da educação escolar e dos
gias e procedimentos.
processos escolares de ensino e aprendizagem; os
esforços para melhorar a educação exigem, neces-
sariamente, a revisão e a melhoria das práticas de POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
avaliação; um ensino adaptador, isto é, um ensino PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
que respeite a diversidade de capacidades, interes-
ses e motivações dos alunos exige uma avaliação O documento foi elaborado pelo Grupo de Tra-
‘inclusiva’, isto é, práticas de avaliação que tam- balho nomeado pela Portaria nº 55, de 2007, que foi
bém levem em conta a diversidade (COLL et al., prorrogada pela Portaria nº 948, de 2007, e entregue
2004, p. 370-371). ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008.
A elaboração da Política Nacional de Educação
Devemos observar, que a avaliação da aprendiza-
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, acom-
gem aponta para ações pelas quais se distanciam de
panhou os “avanços do conhecimento e das lutas sociais,
procedimentos classificatórios. Desse modo, a avalia-
ção deve ter sempre visando constituir políticas públicas promotoras de uma
educação de qualidade para todos os alunos” (BRASIL,
[…] a característica de processo, de um caminho e 2008, p. 5). Na direção da educação inclusiva, de acor-
não de um lugar, porque implica numa sequência do com Brasil (2008), a educação especial foi incluída
contínua e permanente de apreciações e de análises na proposta pedagógica da escola, tendo como público-
qualitativas, com enfoque compreensivo. Por isso, -alvo os alunos com:
convém evitar as atitudes maniqueístas dos juízos
de valores em termos de bom/mau, certo/errado, z Deficiência;
que descaracterizam os objetivos a serem alcança-
z Transtornos globais de desenvolvimento;
dos pelas crianças quanto às aprendizagens (GUST-
z Altas habilidades ou superdotação.
SACK; RECH, 2010, p. 106).

Ainda de acordo com Brasil,


Dica
Avaliação Classificatória: “tipo de avaliação que As definições do público alvo devem ser contextua-
tem como referencial a aquisição de conteúdos lizadas e não se esgotam na mera categorização e
sequenciados em pré-requisitos. O que está em especificações atribuídas a um quadro de deficiên-
questão, nesse tipo de avaliação, não é o aluno, cia, transtornos, distúrbios e aptidões. Considera-
mas o que estava previsto para ser avaliado” -se que as pessoas se modificam continuamente
07

(MENEZES, 2001). transformando o contexto no qual se inserem. Esse


6-

dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada


84

O CURRÍCULO E AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS para alterar a situação de exclusão, enfatizando a


.

importância de ambientes heterogêneos que pro-


92

ESPECIAIS
movam a aprendizagem de todos os alunos. (BRA-
.3
21

SIL, 2008, p. 15)


Para Brasil (2006), a formulação do currículo, na
-1

visão de uma escola inclusiva, deve ter como refe-


rência o projeto pedagógico das escolas, que poderão Importante destacar que a educação especial é uma
s a

prever e rever necessidades e mudanças de ações que modalidade de ensino que engloba todos os níveis,
bo

levem em conta: etapas e modalidades, além de ser responsável por


ar

realizar o atendimento educacional especializado,


B

a responsabilidade de todos os elementos da socie- disponibilizar os serviços e recursos próprios desse


a
in

dade para com todos os alunos; atendimento e orientar alunos e professores sobre sua
ar

a formação de todos os educadores para todos os utilização nas turmas de ensino regular (BRASIL, 2008).
M

alunos;
o compromisso de todos os âmbitos do sistema edu-
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
cacional para a construção de uma sociedade para
todos;
a construção de um currículo integrado para todos, A avaliação é um processo que permite rever
como meio de conduzir o planejamento e a orga- metodologias e adequá-las às necessidades dos alu-
nização do ensino como benefício da melhoria da nos. Dessa forma, a avaliação tem finalidade identifi-
educação para todos; car, elaborar ou organizar os recursos pedagógicos e
o compartilhamento de recursos e serviços comu- de acessibilidade com vistas à manutenção de barrei-
nitários, integrados à escola, como acesso aos ser- ras específicas.
viços para todos; Nesse cenário, a avaliação da aprendizagem é um
o acesso às tecnologias apropriadas como apoio e
componente fundamental do planejamento do educa-
complementação para os avanços das aprendiza-
gens para todos; dor. No entanto, não se deve confundir o ato de avaliar
o fortalecimento da política educacional favorecen- com a busca da homogeneidade, mas, sim, entendê-la
do as ações de compromissos e valorização da edu- como elemento fundamental para compreender as
220 cação para todos. (BRASIL, 2006, p. 28-29) singularidades dos educandos frente à aprendizagem.
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Sistemas eletrônicos que permi-
Importante!
tem às pessoas com limitações
O que a maioria das escolas faz, ao examinar os SISTEMAS DE moto-locomotoras, controlar remo-
alunos, não é considerado avaliação. Isso por- CONTROLE DE tamente aparelhos eletroeletrôni-
que promover exames é também classificar e AMBIENTE cos, sistemas de segurança, entre
selecionar alunos, enquanto avaliar é incluir. outros, localizados em seu quarto,
Dessa forma, a avaliação deve servir para sala, escritório, casa e arredores
que o estudante dê um passo à frente na sua Adaptações estruturais e reformas
aprendizagem. na casa e/ou ambiente de traba-
PROJETOS AR-
lho, através de rampas, elevadores,
QUITETÔNICOS
adaptações em banheiros entre
No processo de avaliação, de acordo com Kassar e PARA ACESSI-
outras, que retirem ou reduzam as
Rebelo (2018, p. 911), BILIDADE
barreiras físicas, facilitando a loco-
moção da pessoa com deficiência
[…] o professor deve criar estratégias considerando
que alguns estudantes podem demandar ampliação Troca ou ajuste de partes do cor-
do tempo para realização dos trabalhos e o uso da po, faltantes ou de funcionamento
língua de sinais, de textos em Braille, de informáti-
comprometido, por membros artifi-
ca ou de tecnologia assistiva como uma prática
ciais ou outros recursos ortopédi-
cotidiana.
ÓRTESES E cos (talas, apoios etc.). Incluem-se
PRÓTESES os protéticos para auxiliar nos
Tecnologia Assistiva
déficits ou limitações cognitivas,
como os gravadores de fita magné-
A Lei nº 13.146, de 2015, conhecida como a Lei Bra- tica ou digital que funcionam como
sileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, explici- lembretes instantâneos
ta o conceito de Tecnologia Assistiva (TA) como:
Adaptações para cadeira de rodas
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, ou outro sistema de sentar visando
consideram-se: o conforto e distribuição adequada
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, da pressão na superfície da pele
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, (almofadas especiais, assentos e
estratégias, práticas e serviços que objetivem pro- ADEQUAÇÃO
encostos anatômicos), bem como
mover a funcionalidade, relacionada à atividade e POSTURAL
posicionadores e contentores que
à participação da pessoa com deficiência ou com
propiciam maior estabilidade e
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
postura adequada do corpo atra-
independência, qualidade de vida e inclusão social;
vés do suporte e posicionamento
de tronco/cabeça/membros
No quadro que segue, verificamos a importância das
07

classificações no âmbito da TA, que propõe organização Cadeiras de rodas manuais e mo-
6-

desta área de conhecimento. Veja alguns exemplos: torizadas, bases móveis, anda-
AUXÍLIOS DE
84

dores, scooters e qualquer outro


MOBILIDADE
.
92

veículo utilizado na melhoria da


Materiais e produtos para auxílio e
mobilidade pessoal
.3

AUXÍLIOS tarefas rotineiras, tais como comer,


21

PARA A VIDA cozinhar, vestir-se, tomar banho e Recursos que incluem lupas e
-1

DIÁRIA executar necessidades pessoais, lentes, Braille para equipamentos


a

manutenção da casa etc. com síntese de voz, grandes telas


s
bo

AUXÍLIOS de impressão, sistema de TV com


Recursos, eletrônicos ou não, que
ar

PARA CEGOS aumento para leitura de documen-


permitem a comunicação expres-
B

CAA (CSA) CO- OU COM VISÃO tos, impressoras de pontos Braille


siva e receptiva das pessoas sem a
a

MUNICAÇÃO SUBNORMAL e de relevo para publicações etc.


in

fala ou com limitações. São muito


AUMENTATI- Incluem-se os animais adestrados
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

utilizadas as pranchas de comuni-


VA (SUPLE- para acompanhamento das pes-
M

cação com os símbolos ARASAAC,


MENTAR) E soas no seu dia a dia
SymbolStix, Widgit, PCS ou Bliss,
ALTERNATIVA
além de vocalizadores e softwares Auxílios que incluem vários
dedicados para este fim AUXÍLIOS equipamentos (infravermelho, FM),
PARA SURDOS aparelhos para surdez, telefones
Equipamentos de entrada e saída
OU COM DÉFI- com teclado — teletipo (TTY), sis-
(síntese de voz e Braille), auxílios
CIT AUDITIVO temas com alerta tátil-visual, cam-
alternativos de acesso (pontei-
RECURSOS painhas luminosas entre outros
ras de cabeça, de luz), teclados
DE ACESSI-
modificados ou alternativos, acio-
BILIDADE AO
nadores, softwares especiais (de
COMPUTADOR
reconhecimento de voz etc.), que
permitem às pessoas com defi-
ciência usarem o computador

221
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional
Acessórios e adaptações veicula- de Educação Especial da Perspectiva da Educação
res que possibilitam o acesso e a Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
condução do veículo, como arranjo BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Edu-
de pedais, acessórios para guidão,
ADAPTAÇÕES cação Especial. A inclusão escolar de alunos com
rampas e elevadores para cadeiras
EM VEÍCULOS necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/
de rodas, em ônibus, camionetas e
SEESP, 2006.
outros veículos automotores mo-
BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui
dificados para uso de transporte
a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên-
pessoal
cia (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial
Fonte: adaptação da tabela publicada por Bersch (2017)21.
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 jul.
2015.
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. Desenvolvi-
Sendo assim, a classificação tem como finalidade
mento psicológico e educação: transtornos de desen-
didática considerar a existência de recursos e serviços.
volvimento e necessidades educativas especiais. Porto
Tomando por referência a Política Nacional de Educa-
Alegre: Artmed, 2004.
ção Especial no panorama da Educação Inclusiva, GUSTSACK, F.; RECH, M. K. Inclusão e avaliação de
alunos com necessidades educacionais especiais.
[…] a avaliação pedagógica como processo dinâ- Roteiro, Joaçaba, vol. 35, n. 1, jan-jun, 2010, pp.
mico que deve considerar tanto o conhecimento 95-113. Disponível em: https://www.redalyc.org/
prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno pdf/3519/351961813006.pdf. Acesso em: 14 out. 2022.
quanto às possibilidades de aprendizagem futura, KASSAR, M. C. M.; REBELO, A. S. Avaliação em lar-
configurando uma ação pedagógica processual e ga escala e educação inclusiva: os lugares do aluno
formativa que analisa o desempenho do aluno em da Educação Especial. Revista Educação Especial,
relação ao seu processo individual, prevalecendo Santa Maria, vol. 31, núm. 63, Out-Dez, 2018, pp. 907-
na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem 922. Disponível em: https://www.redalyc.org/jour-
as intervenções pedagógicas do professor. (KAS- nal/3131/313158928009/313158928009.pdf. Acesso em:
SAR; REBELO 2018, p. 911) 14 out. 2022.
MENEZES, E. T. de. Verbete avaliação classificatória.
ASPECTOS IMPORTANTES QUE DEVEM SER Dicionário Interativo da Educação Brasileira — Educa-
CONSIDERADOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO Brasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível
INCLUSIVA em: https://www.educabrasil.com.br/avaliacao-classi-
ficatoria/. Acesso em: 03 out. 2022.
É necessário considerar tanto o conhecimento
prévio do aluno quanto seu nível atual de desenvol-
vimento, bem como trabalhar ponderando não as
deficiências, mas, sim, as potencialidades de cada um, A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL
adaptando o currículo e o planejamento organizado
E INTEGRADA GARANTINDO
07

de forma a atender o aluno, considerando que todos


6-

aprendem no seu tempo e a seu modo. Veja alguns A FORMAÇÃO HUMANA E O


84

aspectos importantes que devem ser considerados no DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS


.
92

processo de avaliação inclusiva: ESTUDANTES


.3
21

z estudar sobre a deficiência, transtorno ou síndro- A educação integral tem como princípio responder ao
-1

me do aluno; direito à educação entre a ampla gama de direitos sociais,


a

z buscar alternativas que estejam de acordo com a políticos e humanos de todos os cidadãos. Vejamos a
s
bo

realidade; seguinte definição da concepção de educação integral:


ar

z analisar a real necessidade de adaptação curricu-


B

lar do aluno; A Educação Integral é uma concepção de educação


a

z acompanhar a evolução e manter contato com a definida pelo compromisso com o desenvolvimento
in

família; integral de todos os sujeitos. Ou seja, a Educação


ar

Integral reconhece os sujeitos na sua multidimen-


M

z conhecer o aluno, colaborar na elaboração das ati-


vidades com temas de interesse. sionalidade e se compromete com a estruturação de
estratégias que garantam a todos, em condições de
igualdade, o direito à uma educação de qualidade.22
Vale destacar que a avaliação inclusiva precisa
estar combinada à atenção diversificada, por meio da Nessas circunstâncias, podemos considerar a Edu-
adequação do currículo às diferenças características e cação Integral como uma proposta contemporânea
necessidades educativas de cada um dos alunos. porque, alinhada às demandas do século XXI, tem
como foco a formação de sujeitos críticos, autônomos
REFERÊNCIAS e responsáveis consigo mesmos e com o mundo.
Torna-se inclusiva porque reconhece a singula-
BRASIL, Ministério da Educação. Marcos Político- ridade dos sujeitos, suas múltiplas identidades e se
-Legais da Educação Especial na Perspectiva da sustenta na construção da pertinência do projeto edu-
Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2010. cativo para todos e todas.
21 Disponível em: https://www.assistiva.com.br/tassistiva.html. Acesso em: 14 out. 2022.
222 22 Conceito. Centro de Referências em Educação Integral, [s.d.]. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/conceito/. Acesso em: 11 mar. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobretudo é uma proposta alinhada com a noção EDUCAÇÃO INTEGRAL X EDUCAÇÃO EM TEMPO
de sustentabilidade porque se compromete com pro- INTEGRAL
cessos educativos contextualizados e com a interação
permanente entre o que se aprende e o que se pratica. z Educação integral: promoção do desenvolvi-
mento integral do indivíduo em todas as suas
Consequentemente,
dimensões: desenvolvimento intelectual, físico,
Promove a equidade ao reconhecer o direito de emocional, social e cultural;
todos e todas de aprender e acessar oportunidades z Educação em tempo integral: diz respeito à amplia-
educativas diferenciadas e diversificadas a partir da ção do tempo escolar. De acordo com Maurício (2009):
interação com múltiplas linguagens, recursos, espa-
Aulas, práticas de educação física, atividades artís-
ços, saberes e agentes, condição fundamental para
ticas, de estudo dirigido, com vídeos, frequência à
o enfrentamento das desigualdades educacionais.23 biblioteca, computadores, atividades com animado-
res culturais, práticas para o desenvolvimento de
O desenvolvimento integral é um direito dos estu-
uma vida saudável.25
dantes da educação básica brasileira.

PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL


Dica
As provas de carreiras educacionais costumam
De acordo com o Centro de Referências em Educa- cobrar questões pautadas na diferença entre
ção Integral24, essa concepção de formação está defi- educação integral e ensino em tempo integral.
nida pelos seguintes princípios inalienáveis:
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR — BNCC
z Centralidade do Estudante

Todas as dimensões do projeto pedagógico (cur- A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz a edu-
rículo, práticas educativas, recursos, agentes cação integral como uma proposta formativa de todos os
educativos, espaços e tempos) são construídas, per- segmentos da escola. As premissas do documento apre-
manentemente avaliadas e reorientadas a partir do sentam os fundamentos pedagógicos da BNCC pautados
contexto, interesses, necessidades de aprendizagem no compromisso com a educação integral, partindo da
e desenvolvimento e perspectivas de futuro dos compreensão das diversidades e particularidades dos
estudantes. sujeitos. Uma educação que se volte para o desenvolvi-
mento pleno do estudante nas diferentes dimensões for-
z Aprendizagem Permanente mativas é a proposta. Veja o que diz o documento:

Os conteúdos acadêmicos se articulam aos saberes […] a Educação Básica deve visar à formação e
dos alunos e comunidades, dialogam com diferen- ao desenvolvimento humano global, o que implica
tes linguagens e compõem experiências formativas compreender a complexidade e a não linearidade
que envolvem e integram o conhecimento do corpo, desse desenvolvimento, rompendo com visões redu-
das emoções, das relações e códigos socioculturais. cionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual
07

(cognitiva) ou a dimensão afetiva.26


z Perspectiva Inclusiva
6-
84

Assim, a formação integral é levada para as escolas


Respeitar todas as diferenças representadas pelas do Brasil por meio de uma visão plural e multidimen-
.
92

deficiências, origem étnico racial, condição econô- sional da criança e do adolescente, o que significa que
.3

mica, origem geográfica, orientação sexual, religio- a educação básica precisa estimular o desenvolvimen-
21

sa ou qualquer outro fator; to de seus estudantes na sua totalidade.


-1

z Gestão Democrática
a

REFERÊNCIAS
s
bo

Garantir que o processo educativo esteja de fato


ar

orientado pelo contexto, interesses e necessidades BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
B

de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.


a

MAURÍCIO, L. V. Políticas públicas, tempo, escola.


in

[...] Para isso é fundamental o diálogo permanente e


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
In: Educação integral em tempo integral: Estudos
ar

que o acompanhamento das ações e resultados das


e experiências em processo. Petrópolis: DPetAlii/
M

escolas seja feito coletivamente por todos e todas;


FAPERJ, 2009.
z Ampliação do Tempo Conceito. Centro de Referências em Educação
Integral, [s.d.]. Disponível em: https://educacaointe-
Ampliação da jornada para um período entre sete e gral.org.br/conceito/. Acesso em: 11 mar. 2022.
nove horas diárias. Esta jornada deve ser definida O que é Educação Integral. Centro de Referências
de acordo com os contextos locais e as necessida- em Educação Integral, [s.d.]. Disponível em: https://
des dos alunos em cada etapa, sem perder de vista educacaointegral.org.br/curriculo-na-educacao-inte-
a importância de que os alunos tenham acesso a gral/o-que-e-educacao-integral/. Acesso em: 11 mar.
diferentes interações mediadas pela escola. 2022.
23 O que é Educação Integral. Centro de Referências em Educação Integral, [s.d.]. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/curriculo-na-edu-
cacao-integral/o-que-e-educacao-integral/. Acesso em: 11 mar. 2022.
24 Conceito. Centro de Referências em Educação Integral, [s.d.]. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/conceito/. Acesso em: 11 mar. 2022.
25 MAURÍCIO, L. V. Políticas públicas, tempo, escola. In: Educação integral em tempo integral: Estudos e experiências em processo. Petrópolis:
DPetAlii/FAPERJ, 2009, p. 18.
26 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018, p. 14. 223
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA E O PAPEL DO PROFESSOR

A educação especial na perspectiva da educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de


todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular, independentemente da sua condição.
Historicamente, a escola caracterizou-se pela exclusão de uma grande parcela da população, passando a ser
privilégio de um grupo, exclusão apresentada através da segregação e integração no momento em que os sistemas
de ensino passaram a universalizar o acesso de todos na escola (BRASIL, 2015).
Veja a seguir um quadro com os principais acontecimentos acerca da educação especial em nosso país:

ANO FOCO LEGISLAÇÃO INTENCIONALIDADE


No que for possível serem
1961 Educação de excepcionais Lei n° 4.024, de 1961
atendidos
1971 Deficiências físicas ou mentais e superdotados Lei n° 5.692, de 1971 Tratamento especial
Preferencialmente na rede regular
1988 Portadores de deficiência Constituição Federal
de ensino
Declaração de Dentro do sistema regular de
1994 Necessidades educacionais especiais
Salamanca ensino
Educandos com deficiências, transtornos glo-
Lei n° 12.796, de Preferencialmente na rede regular
2013 bais do desenvolvimento e altas habilidades ou
2013 de ensino
superdotação

Quadro com base em questões dos anos 2020/2021.

Como podemos observar,

A inclusão de alunos com deficiência tem passado por mudanças importantes nas duas últimas décadas. Tais
mudanças alcançadas retratam uma nova configuração no que diz respeito ao acesso e permanência desses alunos.
A legislação brasileira, através de documentos internacionais, passou a assumir, significativamente, mudanças no
sistema educacional brasileiro, inclusive aos estudantes com deficiência.27

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tem especial atenção aos estudantes com necessidades especiais
(termo utilizado na criação da lei). Os arts. 58 e 60 são constantemente cobrados em provas.
O art. 58 apresenta o entendimento sobre Educação Especial e destaca o apoio especializado, na escola regular,
07

para atender às peculiaridades da clientela de educação especial; o atendimento educacional feito em classes,
6-

escolas ou serviços especializados; e a oferta de educação especial (a parte final do artigo foi revogada pela reda-
84

ção dada pela Lei nº 13.632, de 2018).


.
92
.3

Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida pre-
21

ferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
-1

e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)


§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiarida-
s a

des da clientela de educação especial.


bo

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
ar

função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
B

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,
a

durante a educação infantil.


in

(Revogado)
ar

§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil e estende-se ao longo
M

da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)

O art. 60 dispõe que as instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial serão caracterizadas a partir de critérios estabelecidos pelos órgãos normativos dos sistemas
de ensino dos entes federados, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

Art. 60 Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições pri-
vadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico
e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educan-
dos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede
pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 12.796, de 2013)

27 RODRIGUES, A. P. N.; LIMA, C. A. de. A história da pessoa com deficiência e da educação especial em tempos de inclusão. Revista Interritó-
224 rios. v. 3, n° 5, 2017.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE) ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
(AEE)
Veja o que dispõe a meta 4, do Plano Nacional de
Educação: Acompanhe a seguir algumas disposições trazidas
pelas Diretrizes Operacionais da Educação Especial
Meta 4 Universalizar, para a população de 4 a 17 anos para o Atendimento Educacional Especializado na
com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- Educação Básica acerca do conceito de Atendimento
mento e altas habilidades ou superdotação, o acesso Educacional Especializado (AEE):
à educação básica e ao atendimento educacional espe-
cializado, preferencialmente na rede regular de ensino, A educação especial é uma modalidade de ensino
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades,
salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou realiza o atendimento educacional especializado,
serviços especializados, públicos ou conveniados. disponibiliza os recursos e serviços e orienta quan-
to a sua utilização no processo de ensino e apren-
De acordo com especialistas, dizagem nas turmas comuns do ensino regular. [...]
O atendimento educacional especializado - AEE
O desafio da inclusão trazido pela meta 4 do PNE tem como função identificar, elaborar e organizar
demanda não apenas modificações na estrutura recursos pedagógicos e de acessibilidade que elimi-
física das escolas, mas também mudanças paradig- nem as barreiras para a plena participação dos alu-
máticas do ensino nas escolas. No entanto, além de nos, considerando suas necessidades específicas.
garantir os direitos de crianças e adolescentes com Esse atendimento complementa e/ou suplementa
necessidades educativas especiais, a efetivação da a formação dos alunos com vistas à autonomia e
meta 4 pode ajudar no desenvolvimento integral independência na escola e fora dela.
de todos os alunos e na construção de uma escola Consideram-se serviços e recursos da educação
mais aberta aos diferentes ritmos de aprendizado e especial àqueles que asseguram condições de aces-
de uma sociedade mais tolerante.28 so ao currículo por meio da promoção da acessi-
bilidade aos materiais didáticos, aos espaços e
equipamentos, aos sistemas de comunicação e
Importante! informação e ao conjunto das atividades escolares.
Para o atendimento às necessidades específicas rela-
Atente-se à expressão “preferencialmente”, pre- cionadas às altas habilidades/superdotação são desen-
sente na meta 4, pois ela, de acordo com especia- volvidas atividades de enriquecimento curricular nas
listas, pode abrir margem para que crianças com escolas de ensino regular em articulação com as insti-
deficiência continuem matriculadas somente em tuições de educação superior, profissional e tecnológica,
escolas especiais. de pesquisa, de artes, de esportes, entre outros.
Nos casos de escolarização em classe hospitalar
ou em ambiente domiciliar, o AEE é ofertado aos
EDUCAÇÃO INCLUSIVA alunos público-alvo da educação especial, de forma
complementar ou suplementar.
O AEE é realizado, prioritariamente, na Sala de
A educação inclusiva é um paradigma educacional
07

Recursos Multifuncionais da própria escola ou em


com fundamento na concepção de direitos humanos
6-

outra escola de ensino regular, no turno inverso da


84

que, no Brasil, tem como amparo legal a Política Nacio- escolarização, podendo ser realizado, também, em
nal de Educação Especial na Perspectiva da Educação
.

centro de atendimento educacional especializado


92

Inclusiva (BRASIL, 2008). O documento prevê que: público ou privado sem fins lucrativos, conveniado
.3

com a Secretaria de Educação.29


21

O movimento mundial pela educação inclusiva é


-1

uma ação política, cultural, social e pedagógica, DO PÚBLICO-ALVO


a

desencadeada em defesa do direito de todos os estu-


s
bo

dantes de estarem juntos, aprendendo e participan-


De acordo com as Diretrizes Operacionais da
do, sem nenhum tipo de discriminação.
ar

Educação Especial para o Atendimento Educacional


B

Especializado na Educação Básica, considera-se públi-


De acordo com o referido documento,
a

co-alvo do AEE:
in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

A educação inclusiva constitui um paradigma edu-


Alunos com deficiência: aqueles que têm impedi-
M

cacional fundamentado na concepção de direitos


mentos de longo prazo de natureza física, intelec-
humanos, que conjuga igualdade e diferença como
tual, mental ou sensorial, os quais, em interação
valores indissociáveis, e que avança em relação à
com diversas barreiras, podem obstruir sua parti-
ideia de equidade formal ao contextualizar as cir-
cipação plena e efetiva na sociedade em igualdade
cunstâncias históricas da produção da exclusão
de condições com as demais pessoas.
dentro e fora da escola.
Alunos com transtornos globais do desenvol-
vimento: aqueles que apresentam um quadro de
Atenção: os princípios da educação inclusiva são alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
equidade, autonomia, oportunidades, dignidade comprometimento nas relações sociais, na comu-
humana, educabilidade. nicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa

28 SADA, J. Desvendando o PNE: inclusão pode ajudar na construção de uma sociedade mais tolerante. Centro de Referências em Educação
Integral, 2014. Disponível: https://educacaointegral.org.br/reportagens/desvendando-pne-inclusao-pode-ajudar-na-construcao-de-uma-socieda-
de-mais-tolerante/. Acesso em: 17 mar. 2022.
29 BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Diretri-
zes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009. 225
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infân-
cia (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.
Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimen-
to com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora,
artes e criatividade.30

DIFERENÇA ENTRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Na educação especial, o ensino é direcionado ao público alvo mencionado anteriormente. Na educação inclusi-
va, todos os alunos, com e sem deficiência, têm a oportunidade de conviverem e aprenderem juntos. Acompanhe
a seguir algumas características de cada conceito:

z Educação Especial

[...] é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacio-
nal especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e apren-
dizagem nas turmas comuns do ensino regular.31

z Educação Inclusiva

Compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Favorece
a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento
de sua vida escolar.32

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 11 mar. 2022.
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução nº 4,
de 2 de outubro de 2009. Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Edu-
cação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação Inclusiva: direito à diversidade. Docu-
mento Orientador. Brasília/DF: MEC/SEESP, 2005.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
______. Orientações para implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Brasília, 2015.
EDUCAÇÃO - Os desafios da Educação inclusiva. Ministério Público do Paraná, 2017. Disponível em: https://
crianca.mppr.mp.br/2017/03/12701,37. Acesso em: 17 mar. 2022.
07

RODRIGUES, A. P. N.; LIMA, C. A. de. A história da pessoa com deficiência e da educação especial em tempos de
6-

inclusão. Revista Interritórios. v. 3, n. 5, 2017.


84

SADA, J. Desvendando o PNE: inclusão pode ajudar na construção de uma sociedade mais tolerante. Centro
.
92

de Referências em Educação Integral, 2014. Disponível: https://educacaointegral.org.br/reportagens/desven-


.3

dando-pne-inclusao-pode-ajudar-na-construcao-de-uma-sociedade-mais-tolerante/. Acesso em: 17 mar. 2022.


21
-1
s a

HORA DE PRATICAR!
bo
ar
B

1. (FUMARC — 2018) Leia o texto a seguir:


a
in
ar
M

30 Ibid.
31 Ibid.
32 Ministério Público do Paraná. Os desafios da Educação inclusiva. 2017. Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/2017/03/12701,37. Aces-
226 so em: 17 mar. 2022.
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Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente 4. (FUMARC — 2018) Sobre o objetivo de ensino da Edu-
(1990), adolescente é a pessoa que tem cação Física nas escolas de educação básica, de acor-
do com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
a) até onze anos de idade. de 1997, NÃO é correto afirmar:
b) até vinte anos completos.
c) entre doze e dezoito anos de idade. a) A disciplina deve desenvolver a capacidade de utiliza-
d) entre doze e vinte e um anos de idade. ção da cultura corporal como instrumento de comuni-
e) entre onze e quinze anos de idade. cação, lazer e saúde.
b) A disciplina tem a tarefa de garantir o acesso dos alu-
2. (FUMARC — 2018) O movimento pela redemocratiza- nos e das alunas às práticas da cultura corporal de
ção do país, na primeira metade da década de 1980, movimento.
que culminou com o fim do regime militar, a volta c) Ao passar pela Educação Física em sua trajetória
das eleições diretas para presidência da república e escolar, as pessoas devem desenvolver um estilo pes-
a elaboração de uma nova Constituição Federal (CF) soal de realizar as práticas da cultura corporal.
encheu de esperança os brasileiros. A nova CF de d) O ensino da cultura corporal deve tratar dos benefícios
1988 estabeleceu a educação como um direito social e das possibilidades da área no auxílio da aprendiza-
e conduziu os esforços legislativos para a elaboração gem do conteúdo de outras disciplinas escolares.
de uma nova lei sobre a educação que regulasse a e) O ensino da disciplina deve levar à compreensão dos
oferta desse direito a todos os brasileiros. Assim, a Lei benefícios e das possibilidades da vivência de espor-
9.394, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da tes, jogos, danças, lutas e ginásticas.
Educação Nacional (LDBEN), foi aprovada em 1996.
No que diz respeito à Educação Física, as discussões 5. (FUMARC — 2018) Corporal de Movimentos, é uma
promovidas pelos movimentos renovadores da déca- orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais
da de 1980 marcaram a elaboração da legislação e (PCN), de 1997. Sobre a relação entre mídia e Educa-
levaram a uma nova compreensão que ficou registra- ção Física, analise as afirmativas a seguir.
da no texto da LDBEN.
I. Não cabe à escola combater a tecnologia, mas auxiliar
Assinale a alternativa que apresenta corretamente seus estudantes para fazerem uso adequado dela. No
essa nova compreensão de Educação Física de-termi-
que diz respeito à Educação Física, é preciso instru-
nada pela LDBEN de 1996.
mentalizar alunos e alunas para que consumam o que
lhes é oferecido de maneira crítica, a fim de que com-
a) Área da saúde.
pre-endam as relações das práticas da cultura corpo-
b) Área de conhecimento.
ral de movimento com mídia.
c) Atividade física.
II. A mídia está cada dia mais presente no cotidiano das
d) Iniciação Esportiva.
crianças e dos adolescentes. Por meio dela, infor-
e) Psicologia do esporte.
mações são reproduzidas, conceitos são formados,
visões de mundo são construí-das. Com os avanços
4. (FUMARC — 2018) Sobre o ensino da Educação Físi-
da tecnologia, o mundo está interligado em tempo real
07

ca e a responsabilidade das escolas e da comunidade


e praticamente todos estão online o tempo todo, na
6-

escolar, tendo em vista a Lei de Diretrizes e Bases da


84

televisão e nos telefones celulares.


Educação Nacional (LDBEN), de 1996, e os Parâme-
.
92

tros Curriculares Nacionais (PCN), de 1997, analise as


Sobre a relação entre as duas asserções, é CORRETO
.3

afirmativas a seguir.
afirmar:
21
-1

I. Cada escola, considerando a autonomia determinada


pela LDBEN, deve integrar a Educação Física à sua pro- a) I é falsa e II é verdadeira.
a

b) I e II são falsas.
s

posta pedagógica. Assim, escola e professores são


bo

responsáveis pela adaptação do ensino da disciplina c) I e II são verdadeiras e I é causa de II.


ar

à sua realidade, a fim de garantir o acesso dos alunos d) I e II são verdadeiras e I é consequência de II.
B

e das alunas aos conhecimentos definidos pelos PCN. e) I é verdadeira e II é falsa.


a
in

II. As escolas, a comunidade de pais e alunos, bem como


CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
6. (FUMARC — 2018) “A Base Nacional Comum Curricu-
ar

os professores, devem assumir a responsabilidade


M

pela integração da Educação Física à proposta peda- lar (BNCC) é um documento de caráter normativo que
gógica. Se a autonomia garantida pela LDBEN não for define o conjunto orgânico e progressivo de aprendiza-
bem utilizada, poderá descaracterizar o ensino da dis- gens essenciais que todos os alunos devem desenvol-
ciplina, levando-o a se tornar uma simples atividade ver ao longo das etapas e modalidades da Educação
técnica ou recreativa, desprovida de função no proces- Básica, de modo a que tenham assegurados seus
so educativo pleno. direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em con-
formidade com o que preceitua o Plano Nacional de
É CORRETO afirmar que: Educação (PNE)”. (Fonte: BRASIL, 2017, p. 7).

a) I e II são proposições falsas. Considerando a concepção presente no texto, analise


b) I e II são proposições verdadeiras e I é causa de II. as afirmativas a seguir:
c) I e II são proposições verdadeiras e I é consequência de II.
d) I é uma proposição falsa e II é uma proposição I. A BNCC reconhece que a Educação Básica deve visar
verdadeira. à formação e ao desenvolvimento humano global, o
e) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição que implica compreender que esse desenvolvimento é
falsa. linear. 227
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II. A dimensão conceitual da BNCC permite que os estu- d) o regionalismo e as crenças de determinados grupos,
dantes desenvolvam aproximações e compreensões não interferindo em questões religiosas culturais, se pri-
sobre os saberes científicos e os presentes nas situa- vando de alguns conteúdos que causariam polêmicas.
ções cotidianas. e) os limites regionais das escolas e educandos, e se ate-
III. A noção de competência é definida na BNCC como a nha às questões técnicas de cada expres-são artística,
mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes se limitando à interdisciplinaridade com as linguagens
e valores para resolver demandas complexas da vida e suas tecnologias.
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
do trabalho. 9. (FUMARC — 2018) De acordo com os documentos da
IV. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a ser- Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para que
viço do desenvolvimento de competências, a LDBEN se desenvolva um raciocínio geográfico nos alunos,
orienta a definição das aprendizagens dos conteúdos é necessário que se exercite o pensamento espacial
mínimos a serem ensinados na proposta da BNCC. embasado em aspectos fundamentais da realidade,
tais como a localização, a extensão e a distribuição
Está CORRETO apenas o que se afirma em: dos fatos e fenômenos na superfície terrestre; o orde-
namento territorial e as conexões existentes entre
a) I e II. componentes físico-naturais e as ações antrópicas.
b) III e IV.
c) I e III. Segundo a BNCC, são princípios do raciocínio geográ-
d) II e IV. fico, EXCETO:
e) II e III.
a) Conexão: Um fenômeno geográfico nunca acontece
7. (FUMARC — 2018) A Música é a expressão artística isoladamente, mas sempre em interação com outros
que se materializa por meio dos sons, que ganham fenômenos próximos ou distantes.
forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensi- b) Distribuição: Exprime de que forma os objetos se dis-
bilidade subjetiva quanto das interações sociais, como seminam pelo espaço.
resultado de saberes e valores diversos estabelecidos c) Extensão: Refere-se ao espaço infinito e descontínuo,
no domínio de cada cultura. delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico.
d) Localização: Refere-se à posição particular de um objeto
De acordo com a BNCC, a ampliação e a produção dos na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta
conhecimentos musicais passam pela (definida por um sistema de coordenadas geográficas)
ou relativa (expressa por meio de relações espaciais
a) experiência artística multissensorial de encontro com topológicas ou por interações espaciais).
o outro em performance. Os processos de criação pas- e) Ordenamento: É o princípio geográfico de maior comple-
sam por situações de criação coletiva e colaborativa. xidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço
b) experiência sensível dos sujeitos em relação ao espa- de acordo com as regras da própria sociedade que o
ço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio produziu.
corpo e aos diferentes materiais.
07

c) impressão que impulsiona os sujeitos em direção a 10. (FUMARC — 2018) Segundo a Convenção da Organi-
6-

novas compreensões do espaço em que vivem, com zação da Nações Unidas – (ONU) sobre a Eliminação
84

base no estabelecimento de relações, por meio do de Todas as Formas de Discriminação Racial (1966),
.

os Estados Parte condenam a discriminação racial e


92

estudo e da pesquisa.
d) percepção, experimentação, reprodução, manipulação e comprometem-se a adotar uma política de eliminação
.3
21

criação de materiais sonoros diversos, dos mais próxi- da discriminação racial em todas as suas formas e de
promoção de entendimento entre todas as raças. Para
-1

mos aos mais distantes da cultura musical dos alunos.


e) prática artística pelo pensamento e sentimento do cor- esse fim, cada Estado Parte compromete-se a não efe-
s a

po, mediante a articulação dos processos cognitivos e tuar ato ou prática de discriminação racial praticada por
bo

das experiências sensíveis implicados no movimento. uma pessoa ou organização qualquer, a tomar as medi-
ar

das eficazes, a fim de rever as políticas governamentais


B

8. (FUMARC — 2018) Na BNCC, as linguagens artísticas nacionais e locais e para modificar, ab-rogar ou anular
a

das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro, qualquer disposição regulamentar que tenha como obje-
in

tivo criar a discriminação ou perpetrá-la onde já existir;


ar

consideradas em suas especificidades, e as experiên-


M

cias e vivências dos sujeitos em sua relação com a a adotar as medidas legislativas, proibir e pôr fim à dis-
Arte não acontecem de forma compartimentada ou criminação racial praticada por pessoas, por grupos ou
estanque. Assim, é importante que o componente cur- organizações; favorecer, quando for o caso, as organiza-
ricular Arte leve em conta ções e movimentos multirraciais e outros meios próprios
e eliminar as barreiras entre as raças e desencorajar o
a) a mistura terminológica e o limite conceitual de cada que tende a fortalecer a divisão racial. Os Estados Parte
educando comprometem-se a proibir e a eliminar a discriminação
b) as demais disciplinas que sempre necessitam de um racial em todas suas formas e a garantir o direito de cada
reforço em suas aulas, num processo de servidão, um à igualdade perante a lei, sem distinção de raça, de
como complementação das ações interdisciplinares. cor ou de origem nacional ou étnica.
c) o diálogo entre essas linguagens, o diálogo com a lite-
ratura, além de possibilitar o contato e a reflexão acer- (Fonte: Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial. ONU,1998. p. 02-03. Disponível em:
ca das formas estéticas híbridas, tais como as artes http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139390 por.pdf>
circenses, o cinema e a perfor-mance. Acesso 26 fev 2018).

228
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Assim, a todos os cidadãos, deve ser garantido: III. A avaliação da aprendizagem dos estudantes será
contínua, cumulativa, diagnóstica e possibilitar a ace-
I. Direito de um tratamento diferenciado, perante os tribu- leração de estudos para aqueles com distorção idade-
nais ou outro órgão que administre justiça; direito à segu- série e para aqueles que tiverem frequência superior a
rança ou à proteção do Estado, contra violência ou lesão 75%, no final do ano letivo.
corporal cometida, seja por funcionários de Governo, seja IV. As formas e procedimentos utilizados pela escola
por qualquer indivíduo, grupo ou instituição. para diagnosticar, acompanhar e intervir pedagogica-
II. Direito de participar das eleições - votar e ser votado - de mente no processo de aprendizagem dos estudantes
acordo com o sistema de sufrágio universal e igual direi- devem expressar, com clareza, o que é esperado deles,
to de tomar parte no Governo, assim como na direção de em relação a sua aprendizagem e ao que foi realizado
dois assuntos públicos, em qualquer grau, e o direito de pela escola, devendo ser registrado para subsidiar as
acesso, em igualdade de condições, às funções públicas. decisões e informações sobre sua vida escolar.
III. Direito de circular parcialmente e de escolher residência V. No caso de desempenho satisfatório dos estudantes e
dentro das fronteiras do Estado; direito de deixar qualquer de frequência inferior a 75%, no final do período letivo, a
país, inclusive o seu, e de retornar a seu país. escola deve usar o recurso de reclassificação para posi-
IV. Direito a uma nacionalidade; direito de casar-se e esco- cionar o aluno no ano seguinte de seu percurso escolar.
lher o cônjuge; direito tanto individual como coletivo à
propriedade. Está CORRETO apenas o que se afirma em:
V. Direito ao trabalho, à escolha do trabalho, a condições
equivalentes e satisfatórias de trabalho, à proteção contra a) II, IV e V.
o desemprego, a um salário igual para um trabalho igual e b) II, III e IV.
a uma remuneração equitativa e satisfatória. c) I, III e V.
d) I, II e III.
Está CORRETO apenas o que se afirma em: e) III, IV e V.

a) I, IV e V. 13. (FUMARC — 2018) Para Dante (2003), um problema


b) II e III. matemático é qualquer situação que exija a maneira
c) II, III e IV. matemática de pensar e conhecimentos matemáticos
d) II, IV e V. para solucioná-lo.
e) III e V.
Segundo Dante (2003), é CORRETO afirmar que
11. (FUMARC — 2018) Segundo Borba e Penteado (2001),
é INCORRETO afirmar que a) situações-problema são problemas de aplicação que
retratam situações reais do dia a dia e que exigem o
a) quando se iniciaram as discussões sobre o uso de novas uso da Matemática para serem resolvidos.
tecnologias na escola, houve um medo de que os profes- b) problemas devem sempre ser apresentados em forma
sores fossem substituídos pelos computadores. de projetos e usando conhecimentos e princípios de
b) a prática docente não pode ficar imune à presença da outras áreas que não a Matemática.
07

tecnologia informática. c) para um problema ser considerado como realmente resol-


6-

c) aspectos como incerteza e imprevisibilidade, geradas vido, o aluno deve apenas encontrar a resposta certa.
84

num ambiente informatizado, podem ser vistos como d) para o aluno ficar motivado, devem ser apresentadas
.
92

possibilidades para desenvolvimento. situações-problema que sejam simples de resolver.


d) é impossível haver uma ressonância entre uma dada e) através da repetição de procedimentos matemáticos,
.3
21

pedagogia, uma mídia e uma visão de conhecimento. procura-se matematizar uma situação real, organizan-
-1

e) o computador é visto como uma mídia que traz inúme- do os dados em tabelas, traçando gráficos, fazendo
ras possibilidades para o meio educacional. operações, etc.
sa
bo

12. (FUMARC — 2018) A organização e o funcionamento 14. (FUMARC — 2018) A obrigatoriedade de inclusão da
ar

do ensino nas Escolas Estaduais de Educação Bási- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currí-
B

ca de Minas Gerais, regulamentada pela Resolução culos da Educação Básica trata-se de decisão política,
a

n. 2.197/2012, estabelece princípios éticos, políticos com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na
in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

e estéticos que deverão ser adotados para nortear as formação de professores. Com esta medida, reco-
M

ações pedagógicas nelas desenvolvidas. nhece-se que, além de garantir vagas para negros nos
bancos escolares, é preciso valorizar devidamente
Sobre o processo de avaliação, esse documento estabelece: a história e a cultura de seu povo, buscando reparar
danos, que se repetem há cinco séculos, à sua iden-
I. A avaliação da aprendizagem dos estudantes será rea- tidade e a seus direitos. A relevância do estudo de
lizada pelos professores, em conjunto com toda equi- temas decorrentes da história e da cultura afro-bra-
pe pedagógica da escola, e deverá assumir um caráter sileira e africana não se restringe à população negra,
processual, formativo e participativo, prevalecendo os ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros, uma
aspectos quantitativos do aprendizado do estudante vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes
sobre os qualitativos. no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica,
II. A avaliação da aprendizagem deverá prover, obrigato- capazes de construir uma nação democrática.
riamente, intervenções pedagógicas, ao longo do ano
letivo, para garantir a aprendizagem no tempo certo, (Fonte: Resolução Nº 1, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Re-lações Étnico-
e assegurar tempos e espaços diversos para aqueles
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
com menor rendimento, para que tenham condição de Brasileira e Africana. p.17. Disponível em: http://por-tal.mec.gov.br/
ser devidamente atendido. cne/arquivos/pdf/res012004.pdf> Acesso 26 fev 2018). 229
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É urgente que professores, gestores e todos os que fazem parte do contexto escolar tenham, em sua formação, con-
dições para o trabalho pedagógico com toda e qualquer expressão de diversidade cultural. Cabe a todos que educam
exigir a educação para a diversidade, reconhecendo as alteridades presentes nas relações étnico- raciais, além de
pensar nos grupos que foram e são excluídos da sociedade. Sabendo desses princípios, é CORRETO afirmar:

a) A reeducação das relações étnico-raciais, a partir da Lei 10.639/2003 e de suas Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, diz da
responsabilidade das instituições públicas de ensino da Educação Básica, em suas práticas, acabar com o modo falso
e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação
brasileira, bem como de fiscalizar os cursos de formação docente, já que as práticas dos futuros professores serão
importantes para a materialidade da lei.
b) Assumir a responsabilidade para a promoção das relações étnico-raciais no Brasil implica o compromisso a favor da igual-
dade, já que todos os seres humanos são iguais, o compromisso com o diálogo com o entorno onde se encontra a escola,
o compromisso com a formação de cidadãos críticos e que sejam capazes de compreender as relações étnico-raciais de
que fazem parte. Ademais, a educação das relações étnico-raciais demanda professores qualificados para o ensino das
diferentes áreas de conhecimentos e o compromisso social para direcionar positivamente as relações entre pessoas de
diferentes pertencimentos étnico-raciais.
c) O discurso histórico carregado de estereótipo e preconceito criou a desigualdade entre negros e brancos. A necessidade
de domínio sobre os negros, com objetivo de colonizá-los, enraizou um ocultamento sobre a vida social e histórica desses
grupos humanos. Por isso, a obrigatoriedade do ensino da História da África e Afro- Brasileira na Educação Básica provoca
bem mais do que a inclusão de novos conteúdos, exige que se repensem relações étnico-raciais, sociais e pedagógicas,
elaboradas pelas escolas, sejam elas públicas ou privadas.
d) O ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana deve contribuir com a desconstrução de distorções em relação
às populações africanas e a seus descendentes, como no caso dos cidadãos negros. Por isso, a importância de con-
siderar apenas a História do tempo presente, já que o passado ficou marcado por sofrimento, subjugação e exclusão.
Assim, é o único meio para a educação das relações étnico-raciais e o reconhecimento e valorização da identidade,
história e cultura dos afro-brasileiros, a garantia dos direitos de cidadãos, o reconhecimento e a valorização das raízes
africanas, indígenas, europeias e asiáticas.
e) Trata-se de mudar o foco do conhecimento etnocêntrico por um conhecimento afrocêntrico e ampliar os conteúdos
curriculares escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Cabe às escolas incluir na grade
curricular estudos e atividades que proporcionem diariamente as contribuições histórico- culturais dos povos de raiz
africana e afro-brasileira.

15. (FUMARC — 2018) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de 1997, o ensino da Educação Física na escola
deve se preocupar com a formação do cidadão que será responsável pela produção, reprodução e transformação da cultura
corporal de movimentos na sociedade. Tendo em vista essa afirmação, a professora Isabela propôs aos seus estudantes do
ensino médio uma prática de futsal na qual alunos e alunas deveriam construir coletivamente o regulamento para um evento
da modalidade em que todos deveriam participar e cuja vitória não estava centrada apenas em ganhar do adversário, mas na
07

participação, no prazer e no significado do evento para todos. Dessa maneira, o evento ocorreu com a participação conjunta
6-

de meninos e meninas nos diferentes papéis que poderiam ser representados em uma partida de futsal. Todas as equipes se
84

enfrentaram, todos os alunos jogaram, todos ganharam e perderam, e todos exerceram papéis de comissão técnica, arbitra-
.

gem, dirigentes, torcedores, pais de atletas. Para avaliar o significado da prática, Isabela realizou rodas de conversa, identificou
92

pontos positivos e negativos e finalizou com uma mesa- redonda, como as realizadas pelas redes de televisão, com represen-
.3

tantes das equipes para discussão dos diferentes pontos de vista. Considerando a prática desenvolvida pela professora Isabe-
21

la relativa à relação entre Educação Física e cidadania, tendo em vista as orientações dos PCN, assinale a afirmativa CORRETA.
-1
a

a) Competir é, por natureza, a maneira mais democrática de ensinar esporte, uma vez que, na sociedade, cada um deverá
s
bo

se destacar em alguma atividade.


ar

b) Dar oportunidade para os que não são bons tecnicamente terem papéis de árbitro ou de torcedores no lugar de jogar
B

é uma estratégia eficaz de inclusão.


a

c) Relacionar teoria e prática é uma das formas que a Educação Física tem para afirmar o direito de todos de acesso e de
in

participação.
ar

d) Romper com o histórico centrado no desempenho físico e técnico significa fortalecer a seletividade entre alunos aptos
M

e inaptos.
e) Tomar o princípio da inclusão e o direito de todos de acesso e de participação evidencia o tratamento de alunos e
alunas como uma totalidade homogênea.

16. (FUMARC — 2018) Numere a Coluna 2 conforme a Coluna 1, levando em consideração os recursos de acessibilidade
que o estudante com Necessidades Educacionais Especiais precisa ter, com a adaptação no seu currículo, garantindo-
-lhe o direito à aprendizagem e efetividade na vida escolar.

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COLUNA 1 ALUNO
COLUNA 2 RECURSOS NECESSÁRIOS
COM NEE

( ) Rotina diária organizada, agenda com esquema de aulas com símbolos ou desenhos,
1 Aluno Surdo
ordens claras e cartões de comunicação

( ) Teclados especiais, programas para uso no computador (como instrumento para escre-
2 Aluno Cego
ver), tesoura adaptada, engrossadores e material pedagógico adaptado

3 Aluno ( ) Material pedagógico adaptado para facilitar sua compreensão, material concreto para
Superdotado auxiliar na matemática, adaptações curriculares nas provas e no material da aula

4 Aluno com
( ) Uso de tecnologias computacionais: softwares educativos, enciclopédias digitais, jogos
Transtorno do
pedagógicos e simuladores
Espectro Autista

5 Aluno com
( ) Aprendizagem do Português como segunda língua e aprendizagem da LIBRAS como lín-
Deficiência
gua materna para aperfeiçoar
Intelectual

6 Aluno com ( ) Recursos didáticos em alto relevo, reglete e punção, recursos ópticos e programas leito-
Paralisia Cerebral res de tela

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:

a) 5, 4, 2, 6, 1 e 3.
b) 4, 6, 5, 3, 1 e 2.
c) 3, 4, 5, 2, 6 e 1.
d) 2, 1, 6, 5, 3 e 4.
e) 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

17. (FUMARC — 2018) O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é o conjunto de atividades e recursos de aces-
sibilidade, com objetivos pedagógicos, organizados institucional e continuamente para atender aos estudantes com
algum tipo de necessidade especial escolar.

Quanto ao AEE (Atendimento Educacional Especializado), analise as afirmativas a seguir e identifique-as com (V) ou
(F) conforme sejam verdadeiras ou falsas.

( ) O Atendimento Educacional Especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da
07

família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas do público-alvo
6-

da educação especial e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.


84

( ) A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltados a eliminar as barreiras que possam obs-
.

truir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, mas não dos transtornos globais do desenvolvimento
92

e altas habilidades ou superdotação.


.3

( ) O Atendimento Educacional Especializado para o aluno com deficiência intelectual deve permitir que esse aluno saia
21

de uma posição de “não saber”, para se apropriar de um saber que lhe é próprio, ou melhor, que ele tem consciência de
-1

que o construiu.
a

( ) O Atendimento Educacional Especializado existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteú-
s
bo

dos curriculares do ensino comum, exceto o que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela
ar

deficiência.
B
a

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:


in

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar

a) V, F, V, F.
M

b) V, V, F, F.
c) V, F, V, V.
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, V.

18. (FUMARC — 2018) A criança e o adolescente que se identificam e são identificados como brancos têm muito a ganhar
com um ensino qualificado das histórias e culturas afro-brasileiras e indígenas. Se um menino que se identifica como
branco se acha no direito de xingar um colega de classe identificado como negro por causa de sua raça ou cor, esse
menino necessita de tanta ajuda quanto seu colega que sofre o pre-conceito [...] (ALBERTI, Verena. Algumas estra-
tégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In.: PEREIRA, Amilcar Araujo, MONTEIRO, Ana Maria (Orgs.).
Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 28)
No Brasil, por meio da legislação, o ensino de história e cultura da África e dos afrodescendentes e indígenas são obri-
gatórios. Primeiro, a Lei 10.639/03, que tornou obrigatório em todas as escolas do país o ensino de história e cultura da
África e afro-brasileira e, posteriormente, a Lei 11.645/08, que acrescentou a essa obrigatoriedade o ensino de história
e cultura indígena.
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Tomando como base o trecho e o conhecimento da Resolução 2197/2012. Dispõe sobre a organização e o
Lei, é CORRETO afirmar: funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Edu-
cação Básica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2012.)
a) A proposta é incluir atores na História brasileira, tomando
como suficiente para superação da desigualdade de raça. Considerando o tema abordado e o contexto em que
b) Acima de tudo, tal obrigatoriedade torna-se instrumento se insere, é CORRETO afirmar:
importante para o combate do racismo no Brasil.
c) Assume o Brasil como um país racista e exige da escola a) O Calendário Escolar elaborado pela Escola, em acor-
que se posicione contra a visão herdada dos europeus. do com normas específicas, publicado anualmente
d) Atualmente se questiona a eficácia legal, já que a legislação pela Secretaria de Estado de Educação, é parte inte-
acaba por discriminar um grupo em detrimento de outro. grante do Projeto Político-Pedagógico.
e) Volta-se para a adoção de medidas inclusivas na Edu- b) O Plano de Intervenção Pedagógica elaborado, anual-
cação, ampliando as culturas que vieram a existir na mente, pela equipe Pedagógica da Escola é parte inte-
Constituição/88. grante do Projeto Político-Pedagógico da Escola.
c) O Projeto Político-Pedagógico deve privilegiar a
19. (FUMARC — 2018) De acordo com Vasconcelos participação dos coordenadores e professores em
(2005), Projeto Político-Pedagógico é o plano global detrimento da participação dos demais membros da
da instituição. Pode ser entendido como a sistema- comunidade escolar.
tização, nunca definitiva, de um processo de planeja- d) O Projeto Político-Pedagógico é um documento cons-
mento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza truído pelos professores e tem como característica
na caminhada, que define claramente o tipo de ação principal explicitar os processos de avaliação.
educativa que se quer realizar. É um instrumento teó- e) O Projeto Político-Pedagógico é um instrumento teóri-
rico-metodológico para a intervenção e mudança da co-metodológico que representa o ideário de uma ins-
realidade. É um elemento de organização e integração tituição e tem como objetivo privilegiar os processos
da atividade prática da instituição nesse processo de de subjetivação coletiva e o saber sistematizado.
transformação.

(Fonte: VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: projeto de


9 GABARITO
ensino–aprendizagem e projeto político-pedagógico. São Paulo,
Libertad Editora, 2005. Coleção Cadernos Pedagógicos).
1 C
Diante do texto, analise as asserções a seguir: 2 B

I. O Projeto Político-Pedagógico está relacionado com a 3 B


organização do trabalho pedagógico em dois níveis: 4 D
na organização da escola como um todo e na orga-
nização da sala de aula, incluindo sua relação com 5 D
o contexto social imediato, procurando preservar a
visão de totalidade. 6 E
07
6-

7 D
PORQUE
84

8 C
.
92

II. O Projeto Político-Pedagógico, sendo a sistematização


.3

de um processo de planejamento participativo, substitui 9 C


21

o Regimento Escolar e dá o devido suporte para a elabo- 10 D


-1

ração dos planos de ensino e dos planos de aula.


a

11 D
s
bo

Está CORRETO o que se afirma em:


12 A
ar
B

a) I e II são proposições falsas. 13 A


a

b) I e II são proposições verdadeiras e II é uma justificati-


in

va correta de I. 14 C
ar

c) I e II são proposições verdadeiras, mas II não é uma


M

justificativa correta de I. 15 C
d) I é uma proposição falsa e II é uma proposição 16 B
verdadeira.
e) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição 17 A
falsa.
18 B
20. (FUMARC — 2018) O Projeto Político-Pedagógico de 19 E
cada unidade de ensino deve ser elaborado e atualiza-
do em conformidade com a legislação, assegurada a 20 B
participação de todos os segmentos representativos da
escola, com assessoramento do Serviço de Inspeção
Escolar e Equipes Pedagógicas Central e Regional, e
aprovado pelo Colegiado de cada escola, implementado
e amplamente divulgado na comunidade escolar. (Fon-
te: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação.
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