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SEE-MG
Professor de Educação Básica – Conhecimentos
Gerais (Comum a Todos os Cargos)
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NV-011NB-22
Cód.: 7908428803674
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Monalisa Costa, Nelson
Sartori e Paloma Leite
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS• Aline Melo Borges, Ana Philippini, Camila Cury, Gabriel Barreto,
Kamila Karines, Marina Paludetto, Nayara de Lima Oliveira e Samantha Rodrigues
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ISBN: 978-85-93690-98-3
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Edição: Novembro/2022
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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à Atualidades – Tópicos Relevantes e Atuais de Diversas Áreas - 2022
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
TEXTOS: INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS............................................................. 9
LÍNGUA E LINGUAGEM....................................................................................................................... 11
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM..........................................................................................................................11
TEXTO NARRATIVO...........................................................................................................................................12
TEXTO DESCRITIVO..........................................................................................................................................12
TEXTO DISSERTATIVO.....................................................................................................................................13
MORFOLOGIA...................................................................................................................................... 22
DE PALAVRAS....................................................................................................................................................22
6-
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LITERATURA........................................................................................................................................ 63
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B
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO............................................................................................................................63
a
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GÊNEROS LITERÁRIOS......................................................................................................................................63
MATEMÁTICA ......................................................................................................................81
NÚMEROS E OPERAÇÕES: CÁLCULO ARITMÉTICO ....................................................................... 81
EM MINAS GERAIS............................................................................................................................198
.
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.3
ESCOLAS DO CAMPO.......................................................................................................................202
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a
EDUCAÇÃO BÁSICA..........................................................................................................................203
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INTERDISCIPLINARIDADE................................................................................................................217
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A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA GARANTINDO A FORMAÇÃO
HUMANA E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ESTUDANTES............................................222
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INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
ser reconhecido por quem o lê. dor está trabalhando (informação comprovada pela
6-
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
84
breve diferença entre os termos compreensão e da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
.
92
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
21
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste interpretar essas informações.
-1
material, ainda que existam relações de sinonímia Tratando-se de interpretação textual, os processos
a
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
s
bo
por um termo ao invés de outro reflete um sentido tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
ar
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
B
interpretação realiza ligações com o texto a partir texto junto da articulação com as informações acessa-
a
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. das pelo leitor do texto.
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Já a compreensão busca a análise de algo exposto no A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
ar
INFERÊNCIA
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os con- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo.
A partir desse esquema, conseguimos visualizar
Esses assuntos completam o estudo basilar de semân- melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
tica com foco em provas e concursos, sempre de olho iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
com afinco e dedicação, sem esquecer de praticar seus ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
conhecimentos realizando a seleção de exercícios finais, seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
selecionados especialmente para que este material cum- tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
pra o propósito de alcançar sua aprovação. de mundo na interpretação de textos. 9
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A INDUÇÃO Fique atento a essa informação, pois é uma das
primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
As estratégias de interpretação que observam pretação textual: formular hipóteses, a partir da
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
texto e que variam conforme o tipo textual. entre outras informações que podem vir como “aces-
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
identificar uma organização cronológica e espacial no leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação um objetivo mais definido.
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- O processo de interpretação por estratégias de dedu-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
ideia/ponto de vista.
z Conhecimento Linguístico;
No processo interpretativo indutivo, as ideias são
z Conhecimento Textual;
organizadas a partir de uma especificação para uma
generalização. Vejamos um exemplo: z Conhecimento de Mundo.
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma las-
timável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de Conhecimento Linguístico
receitas, só capazes de colher fatos detalhados
e impotentes para generalizar, curvados aos for- Esse é o conhecimento basilar para compreensão
tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
(BARRETO, 2010, p. 21)
nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhe-
cimento sobre o funcionamento da língua não são,
O trecho em destaque na citação do escritor Lima necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
indutivo compõe a interpretação e decodificação de que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- bo-objeto (SVO) etc.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
07
ção cronológica de um texto. sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
6-
localizadores textuais
ar
B
A DEDUÇÃO
a
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conhecimento de mundo em um processo de interpre- Essa função serve para estabelecer ou interromper a
6-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em
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disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam correta- Acontece quando a linguagem é usada para explicar
mente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor explica o
sa
fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrin- código utilizando o próprio código. Na categoria de tex-
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do caminho, às vezes através de imensidões tranqui- tos, merecem destaque as gramáticas e os dicionários.
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Função Poética
a
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Agora tente responder as seguintes perguntas será transmitida. Essa função, embora seja comum
sobre o texto: em poesias, também pode ser encontrada em slogans
Quem é o herói de que trata o texto? publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
Quem são as três irmãs? etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
LÍNGUA PORTUGUESA
Era um garoto que como eu Amava os Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o
Beatles e os Rolling Stones responsável por contar os fatos que compõem o texto
Girava o mundo sempre a cantar Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
07
As coisas lindas da América Situação inicial: soa. O narrador participa dos fatos
6-
Havia mil garotas afim equilíbrio Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
.
Cantava Help and Ticket to Ride soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
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Amava os Beatles e os Rolling Stones fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
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sobre o assunto.
M
apresentar uma organização estrutural que conduza to. Hoje é possível visitar um museu, consultar uma
6-
as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto biblioteca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por
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ao reconhecimento da verdade proposta como tese. meio da internet, saberes de nível mundial podem ser
.
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Compreende-se como estrutura básica de uma disser- alcançados por qualquer pessoa que os deseje. Basta
.3
partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a con- desses modernos aparelhos celulares, para se ligar a
-1
clusão. Acompanhe cada uma dessas partes a seguir. qualquer momento ao universo virtual. Hoje é pos-
sível ler qualquer livro a qualquer momento em um
s a
desses dispositivos.
bo
Introdução
Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o
ar
ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- dos serviços sociais”:
a
destacaremos a seguir:1
ma o leitor da história.
.3
Características:
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z MUDANÇA
bo
z É iniciado por um travessão, que indica a mudança 1ª pessoa passa para 3ª pessoa
B
pronomes (ele,
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1 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/. Acesso em:
28 mar. 2022. 15
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Mudança nos tempos verbais z Exemplo de Discurso Indireto Livre
Prosa
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DISCURSO DISCURSO
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ontem passa para no dia anterior z Texto objetivo: transmitir uma mensagem;
-1
hoje passa para naquele dia z Não há métrica, nem rima, nem ritmo;
Texto escrito em forma de parágrafos.
a
z
s
aquele, aquela,
in
este, esta, isto passam para atentar para o fato de que poema e poesia não
ar
vo Bilac)
bons no mundo de graves tormentos.
.3
Oliveira)
Anástrofe
-1
Assíndeto
a
É a figura que consiste na omissão reiterada de na inversão mais sutil dos termos da oração, não pre-
ar
clara e dinâmica.
Não destrates o amor”. (Jacob do Bandolim)
ar
Anáfora Silepse
LÍNGUA PORTUGUESA
Consiste na repetição de palavra ou expressões no Consiste na concordância com o termo que está sub-
início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum tendido na oração e não com o termo expresso na oração.
em textos estruturados em versos consecutivos (poe- (Concordância ideológica). Existem três tipos de silepse:
mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a
mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido. z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre
Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e
É um resto de toco, é um pouco sozinho adjetivos. Notamos na oração a presença do con-
É um caco de vidro, é a vida, é o sol traste entre os gêneros masculino e feminino.
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de trata-
Jobim) mento certamente se refere a alguma autoridade do
“Quando não tinha nada eu quis sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.) 17
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z Silepse de Número: Há uma discordância entre o z Comparação: relação de semelhança estabele-
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa cida por conectivos.
uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo con-
corda com a ideia que nele está contida.
Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (“fala-
vam” concorda com “alunos”)
z Silepse de Pessoa: Há uma discordância entre o
verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujeito
da oração. Geralmente o emissor se inclui no sujei-
to expresso em 3ª pessoa do plural, realizando a
flexão verbal na primeira pessoa.
Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do fute-
bol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)
Anacoluto
Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã Ex.: Minha filha pediu uma Melissa de aniversário
6-
nublada.
(Minha filha pediu uma sandália de aniversário).
84
Metáfora
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Consiste em usar uma palavra ou expressão em lu- (Os cidadãos devem cumprir seus deveres legais).
21
logia) conceituais. É recurso que está associado ao em- Ex.: A juventude está cada vez mais ansiosa (Os
a
prego da palavra fora do seu sentido normal. jovens estão cada vez mais ansiosos).
s
Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernan- Ex.: Comprei a casa com o meu suor (Comprei a
B
Observe:
ar
Atualmente as gramáticas não realizam distinção Consiste no emprego de conceitos opostos e contra-
entre metonímia e sinédoque; a diferença entre essas ditórios na representação de uma ideia. No paradoxo,
figuras é tênue. Na sinédoque, a relação que se estabe- embora os termos pareçam ilógicos, são perfeitamen-
lece entre os termos é quantitativa, ou seja, quando te aceitáveis no campo da literatura, o que confere ao
se amplia ou se reduz a significação das palavras. As autor uma licença poética.
relações entre os termos são basicamente as seguin-
Ex.: “Se lembra quando a gente chegou um dia a
tes: parte pelo todo, singular pelo plural, gênero pela
espécie, particular pelo geral (ou vice-versa). acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o
Ex.: O homem é um ser mortal (os homens). pra sempre sempre acaba” (Cássia Eller)
É preciso pensar na criança (nas crianças). “Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves)
A antonomásia é uma figura que consiste na subs- Consiste no emprego de uma palavra ou expressão
tituição de um nome próprio (de pessoa) por uma ex- que serve para amenizar/ suavizar uma informação
pressão que lhe confere alguma característica ou atri- desagradável ou fatídica. É um recurso essencial para
buto que o distingue (epíteto). É a substituição de um validar a polidez nas relações sociais.
nome por outro, o que pode configurar uma espécie Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de bele-
de apelido para o ser designado. za.” (feia)
Ex.: O poeta dos escravos é autor do célebre poema
“Aquele pobre homem entregou a alma a Deus”
“O navio negreiro”. (Castro Alves)
Este aeroporto tem o nome do pai da aviação. (San- (morreu)
tos Dumont)
Observação: A antonomásia é uma espécie de Hipérbole
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi-
sas, animais ou lugares) por meio de características, Uso de expressões intencionalmente exageradas
atributos ou um fato que o celebrizou. para dar maior ênfase à mensagem expressa pelo
Ex.: Fomos ao zoológico ver o rei da selva. (leão) emissor.
Adoraria conhecer a cidade luz. (Paris) Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
Qualquer dúvida consulte o pai dos burros. Nossos destinos foram traçados na maternidade”.
(dicionário)
(Cazuza)
“Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”.
Sinestesia
(Pollo)
Consiste no recurso que engloba um conjunto de
percepções e sensações interligadas aos processos Ironia
sensoriais provenientes de diferentes sentidos (visão,
audição, olfato, paladar e tato). Na sinestesia, a per- Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga-
cepção ou sensação de um sentido é atribuída a outro. mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia
07
Ex.: “As falas sentidas, que os olhos falavam.” (Ca- tem como objetivo satirizar uma situação desagradá-
6-
“E o pão preserve aquele branco sabor de alvora- Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e
.
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FIGURAS DE PENSAMENTO
-1
Gradação
Processo expressivo que enfatiza o aspecto semân-
s a
zem uma ideia diferente daquela que a palavra em Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou
ar
seu sentido real exprime. não) em uma escala progressiva de maior ou menor
B
te ou decrescente.
ar
Consiste no emprego de conceitos que se opõem e que Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bi-
M
podem ocorrer de maneira simultânea em uma mesma lião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.”
oração. Na antítese, os conceitos antônimos não se contra- (Machado de Assis)
dizem e estão relacionados a referentes distintos. “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Montei-
LÍNGUA PORTUGUESA
seja, sem obstáculos sonoros. As vogais são: a, e, i, o, u. Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
a
A semivogal é um som de vogal que perdeu a força guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
s
bo
sonora da vogal, juntam-se a uma vogal e são pronun- cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
ar
ciadas com menos força. São semivogais clássicas: /i/ à escrita correta. Veja:
B
e /u/.
a
Consoantes são os sons emitidos com obstáculos; z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
in
m, n, p, q, r, t, v, x, y, z, w.
O encontro na mesma sílaba de duas consoantes,
USAMOS X: USAMOS CH:
como RR, LH, PR etc. configura um encontro conso-
nantal. Dentre os encontros consonantais, destaca-se � Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se
os dígrafos, que são o encontro de duas consoantes a palavra não for deri- a palavra for derivada de
que representam um único som, como: CH, NH, LH, vada de palavras inicia- palavras iniciadas por
SC, SÇ, XC, XS, RR, SS, QU, GU. das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar
Já o encontro de duas vogais origina um encontro enxada � Em palavras derivadas
vocálico, que pode ser: � Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
xa, faixa grafados com CH: re-
z Tritongo: três sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.: � Depois da sílaba inicial me cauchutar, fechadura
Pa-ra-guai, I-guais, Sa-guão; se a palavra não for deri-
� Ditongo: dois sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.: vada de vocábulo iniciado
Pei-xe, Trou-xa, A-mei-xa; por CH: mexer, mexilhão
z Hiato: sons vocálicos em sílabas diferentes. Ex.:
20 Pa-ís, Ci-ú-me, Pi-a-da. Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020.
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z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- TONICIDADE SILÁBICA
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem;
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio. monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou (forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu-
lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força.
-jer. Ex.: viajar, lisonjear.
Termos derivados do latim escritos com j;
Monossílabas Átonas
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente,
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
Os monossílabos átonos são designados assim, pois
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa;
não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto,
z É com S ou com Z? palavras que designam nacio-
pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso.
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
Ex.: Essa chance nos foi dada.
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa;
inglês; marquesa; duquesa. Monossílabas Tônicas
Palavras que designam qualidade, cuja termina-
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: Os monossílabos tônicos apresentam autonomia
Embriaguez; lucidez; acidez. fonética e, por isso, são proferidos fortemente nos
contextos de uso em que aparecem. É importante fri-
Essas regras para correção ortográfica das pala- sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado,
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é Ex.: “Essa chance foi dada a nós”.
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. Oxítonas
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos São chamadas assim as palavras que apresentam
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a
informação, pois além de contribuir para seu conhe- sílaba mais forte.
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê.
também aumentará.
Paroxítonas
NÚMERO DE SÍLABAS
São chamadas assim as palavras que apresentam a
Antes de compreendermos os processos norteado- sílaba tônica na penúltima sílaba.
res da divisão silábica, é importante identificar uma Ex.: a-çú-car.
sílaba. Sílaba é um grupo de palavras que se pronun-
cia em apenas uma emissão de voz, como a palavra Proparoxítonas
07
Para compreender o processo de formação silábi- São chamadas assim as palavras que apresentam a
84
Ex.: rá-pi-do.
92
MORFOLOGIA
s
Exs.:
desinências, são os mais estudados na língua portu-
-1
Gas - ô - metro;
guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
Alv - i - negro;
a
Tecn - o - cracia;
bo
Inset - i - cida;
M
Como o próprio nome indica, as palavras forma- A derivação imprópria, a partir de seu processo de
das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci- formação de palavras, provoca a conversão de uma
mo de um prefixo à estrutura primitiva, como: classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho- tantivo, por exemplo.
mem; infeliz; refazer. A seguir, apresentamos alguns processos de con-
Pré-vestibular: prefixo pré-;
07
- O passado;
92
Derivação Sufixal
leão - Nara Leão;
a
formação de palavras por derivação sufixal refere-se ao Judas - ele é o judas do programa.
ar
Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofri- Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos
a
mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria. são mais comuns no processo de formação de deter-
in
As palavras formadas por processos de composi- sentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coo-
84
ção podem ser classificadas em duas categorias: justa- rientador, coautor, preenchimento, reeleição,
.
reeducação, preestabelecer;
92
posição e aglutinação.
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen
.3
cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma deve permanecer caso a palavra seguinte seja ini-
-1
vez que nesse processo há a junção de duas palavras ciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático,
hiper-requintado, inter-racial, super-racional;
a
de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz dos em vogais, aplicados a palavras cuja primei-
de conta, navio-escola, malmequer; ra letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói;
z Composição por aglutinação: na formação de anti-higiênico; extra-humano; semi-herbáceo;
LÍNGUA PORTUGUESA
palavras por aglutinação, há mudanças na toni- z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados),
cidade dos termos envolvidos, que passam a ser Ex, Vice, Soto, Além, Aquem, Recém, Sem devem
subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró- ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal;
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice-
leo (petra + óleo); aguardente (água + ardente);
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea-
vinagre (vinho + agre); você (vossa + mercê).
no; recém-nascido; sem-teto;
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas
Palavras Compostas e Derivadas a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano;
Agora que já conhecemos os processos de forma- z Também devemos empregar hífen em palavras for-
ção de palavras, precisamos identificar as palavras madas pelos sufixos de origem tupi-guarani, como
que são compostas e as palavras que são derivadas. Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; capim-açu. 25
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Dica
Importante!
Toda palavra determinada por um artigo torna-se
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
das palavras compostas por justaposição com
um termo de ligação. Assim, palavras como Pé NUMERAIS
de moleque, que antes contavam com o hífen,
agora já não utilizam mais. Porém, não foram São palavras que se relacionam diretamente ao
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
todas as palavras justapostas que foram atin-
ção. Os numerais podem ser:
gidas pela reforma; palavras justapostas que
designam plantas ou bichos ainda são escritas z Cardinais: Indicam quantidade em si. Ex.: Dois
com hífen. Ex.: Cana-de-açúcar; pimenta-do-rei- potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
no; castanha-do-Pará; João-de-barro; bem-te-vi; meninos eram bons em português;
porco-da-Índia. z Ordinais: Indicam a ordem de sucessão de uma
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: Indicam o número de vezes pelo
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
CLASSES GRAMATICAIS: Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: Indicam frações, divisões ou dimi-
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÕES E nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
EMPREGO um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
recebeu metade do pagamento.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
e suas funções. quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Analogamente, para compreender bem as funções Dúzia: conjunto de doze unidades;
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, Novena: período de nove dias;
precisamos conhecer como essa forma se classifica e Década: período de dez anos;
Século: período de cem anos;
como se organiza.
Bimestre: período de dois meses.
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as
formas das palavras na morfologia, que organiza as
Um: Numeral ou Artigo?
classes das palavras em dez categorias. A seguir, estu-
daremos detalhadamente cada uma delas e também
A forma um pode assumir na língua a função de
veremos um “bônus” para seus estudos: as palavras artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
07
denotativas, atualmente, muito cobradas por bancas podemos reconhecer cada função? É preciso observar
6-
ARTIGOS
92
Os artigos devem concordar em gênero e número z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
-1
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- cionou contra o projeto.
minantes dos substantivos.
s a
Essa classe está dividida em artigos definidos e Na primeira frase, podemos substituir o termo um
bo
artigos indefinidos. Os definidos funcionam como por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
ar
determinantes objetivos, individualizando a palavra, o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
B
já os indefinidos funcionam como determinantes der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
a
in
um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
indefinidos. Assim, temos:
deputado, marcando a quantidade.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
z Artigos definidos: o, os; a, as;
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
Os artigos podem ser combinados às preposições. seguir:
São as chamadas contrações. Algumas contrações
comuns na língua são: z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z em + a = na; cordância com palavras femininas é inaceitável
z a + o = ao; pela gramática.
z a + a = à; Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
26 z de + a = da. Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
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z A forma 14 por extenso apresenta duas formas z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
SUBSTANTIVOS A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- das em contextos informais com gêneros diferentes.
6-
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
84
substantivo depende do contexto em que ele está inse- Algumas formas que não apresentam, necessaria-
21
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
a
Flexão de Número
B
a
formes. Os substantivos uniformes podem ser: das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- terminada em L e que tem como plural “males”.
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
te / a cliente; O líder / a líder; corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
z Epicenos: Designam geralmente animais que Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
apresentam distinção entre masculino e feminino, mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo e méis.
macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
fêmea; girafa macho / girafa fêmea; Ex.: capelães, capitães, escrivães. 27
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Contudo, há substantivos que admitem até três O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
formas de plural, como os seguintes:
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; inicial maiúscula.
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as
inicias das palavras que designam:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
órgãos; órfão / órfãos. reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
Plural dos Substantivos Compostos z Nomes de cidades, países, estados, continentes
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
Os substantivos compostos são aqueles formados Ceará, Nárnia, Londres;
por justaposição. O plural dessas formas obedece às z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
seguintes regras: das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
z Variam os dois elementos: xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
Gabinete da Vice-presidência, Organização das
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- Nações Unidas;
tres -salas; z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
das -noturnos; nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
-feiras. de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
z Varia apenas um elemento: Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
canas-de-açúcar; Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Substantivo + substantivo com função adjetiva. fados com maiúsculas apenas quando utilizados
Ex.: navios-escola. indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
abaixo-assinados. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
07
formados por
84
verbo + advérbio
Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar
.
uma diminuição.
B
ADJETIVOS
a
tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, podem indicar:
fogaréu, boqueirão, poetastro;
z Grau diminutivo: Exprime, ao contrário do z Qualidade: professor chato;
aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção z Estado: aluno triste;
do ser. z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
pequenina, papelucho. Locuções Adjetivas
inferioridade).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
-1
de quem o descreve;
ar
z Invariável:
Adjetivos Pátrios
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
z Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para desig-
nar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializavam o
pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
07
6-
. 84
92
.3
21
-1
s a
bo
ar
B
a
in
ar
M
30
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ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
07
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
6-
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
.3
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
21
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
s a
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
bo
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
ar
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
B
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
a
in
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo
Locuções adjetivas apresentam valor de posse
LÍNGUA PORTUGUESA
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova? 31
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Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
07
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
6-
Palavras Denotativas
a
in
ar
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
M
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
32 Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
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Algumas Observações Interessantes
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
.
92
Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
s
bo
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
ar
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:
B
a
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; 33
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z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à PRONOMES INDEFINIDOS3
3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Muito, muita, muitos, muitas Algo
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Certo, certa, certos, certas Nada
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Vários, várias Cada
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Quanto, quanta, quantos, quantas Que
e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem Tanto, tanta, tantos, tantas
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Qualquer, quaisquer
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
zes, reis, clérigos, entre outras. Qual, quais
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Um, uma, uns, umas
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
sociais que designam:
As palavras certo e bastante serão pronomes
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu- indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
ques e seus respectivos femininos; serão adjetivos quando vierem depois.
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover- indefinido).
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus A palavra bastante frequentemente gera dúvida
respectivos femininos; quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
do. Por isso, atente-se ao seguinte:
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
cerimonioso a comerciantes importantes; z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa; te ao termo “muito”.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev- Ex.: Elas são bastante famosas.
ma.): Bispos. z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
ao termo “suficiente”.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
nomes de tratamento e suas respectivas designações a festa.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
da Presidência da República. Portanto, essas designa- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- quantidade de algo.
ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
Pronomes Demonstrativos
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
07
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
84
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na apontam elementos a que se referem as pessoas do
.
92
maioria das abreviaturas terminadas com a letra discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
.3
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
21
blica nunca deve ser abreviado. z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
ar
Pronomes Indefinidos
a
� Referência ao espaço físico, indicando afastamen- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
to de quem fala e de quem ouve. ro com a coisa possuída.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
� Referência a um tempo muito remoto, um passa- cujo: Cujo o, cuja a
do muito distante. Não podemos substituir cujo por outro pronome
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- relativo.
tas abertas. Bons tempos aqueles! O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
� Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Ex.: Não conheço mais aquela mulher. Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
� Referência ao espaço textual, indicando o pri- gunta: “de quem/do que?”
meiro termo de uma relação expositiva. Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- do que? Do filme).
riu beber chá; aquela, refrigerante. Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em � Emprego do pronome relativo onde: Empregado
função demonstrativa referencial. Veja: para indicar locais físicos.
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
esqueceu de preencher o gabarito. � Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- mindo as formas aonde e donde.
07
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
ar
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas Dá-me esse caderno! (certo).
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
-se de nada (correto).
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: Iremos apresentar essas desinências a seguir.
6-
Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- -temporais, precisamos explicar o que são modo e
.
92
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel. tempo verbais.
.3
tem.
Gerúndio, precedido da preposição em. Ex:
a
ídolo.
ar
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
z Futuro:
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
B
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
in
cipal no particípio.
ar
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no
LÍNGUA PORTUGUESA
particípio.
Ex.: Teria estudado.
� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado. 37
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Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: Marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:
z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
07
Eu canto Cantei
.3
21
Tu cantas Cantaste
-1
z Irregulares: Os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
M
bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:
z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
07
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
6-
. 84
Eu me sento Sentei-me
21
Tu te sentas Sentaste-te
-1
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
M
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns
40 bons anos que não vejo Mariana”.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
nas formas compostas dos verbos e também nas mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
locuções verbais. Os principais verbos auxiliares cumprimentaram.
dos tempos compostos são ter e haver.
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
concordância verbal; porém, o verbo principal deter- transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
mina a regência estabelecida na oração. se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
Apresentam forte carga semântica que indica indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do
modo e aspecto da oração. São importantes na forma- objeto direto.
ção da voz passiva analítica. Importante! Não confunda os verbos pronomi-
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
três formas nominais dos verbos: xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
pronome que faz parte integrante do seu significado,
diferentemente das vozes verbais, que acompanham
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor
o pronome “se” com função sintática própria.
durativo da ação e equivale a um advérbio ou
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;
Outras Funções do “Se”
Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go,
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi-
Como vimos, o “se” pode funcionar como item
ficado em particípio regular e irregular, sendo
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
mento também acumula outras atribuições:
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
ticípio irregular.
o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
“Se” (partícula apassivadora).
Infinitivo: Marca as conjugações verbais.
O “se” exercerá essa função apenas:
AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar,
passear); Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, Com verbos que concordam com o sujeito;
pôr); Com a voz passiva sintética.
IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
sair). Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire-
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
07
Dica
6-
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- cionará nessa condição quando não for possível
.
92
O mesmo acontece com verbos que deste Além disso, não podemos confundir essa função
21
Vozes Verbais
s
bo
As vozes verbais definem o papel do sujeito na Outra importante característica do “se” como índi-
ar
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
B
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
a
in
ção são, predominantemente, regulares. São palavras invariáveis que ligam orações ou
6-
Eu Crio
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
.3
Tu Crias
21
Vós Criais com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
ar
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
PRESENTE — INDICATIVO (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
Ele/Você Passeia “A”
z Origem: Você descende de família humilde; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
.
z
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Favor: Lutar por seus ideais;
.3
z
z Lugar: Veio de São Paulo; z Meio: Ir por terra;
-1
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
s
bo
z
in
“Desde” “Sob”
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
“Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
� Com advérbio:
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
21
de + aqui= daqui
jamento inicial = Concordância.
-1
de + aí= daí
As decisões do público foram de encontro à pro-
a
de + ali= dali
s
tas = Substituição.
B
Com as formas antigas do artigo definido (lo, la): Assim como as preposições, as conjunções também
per + lo(s) = pelo, pelos são invariáveis e também auxiliam na organização
per + la(s) = pela, pelas das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
ções. Por manterem relação direta com a organização
z Preposição “para” (pra): das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
coordenativas ou subordinativas.
Com artigo definido:
para (pra) + o(s) = pro, pros Conjunções Coordenativas
para (pra) + a(s)= pra, pras
As conjunções coordenativas são aquelas que
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
Preposições fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
o que significa Semântica. Semântica é a área do
conhecimento que relaciona o significado da palavra z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como,
ao seu contexto. não só, mas também, não apenas, como ainda,
É importante ressaltar que as preposições podem senão (após não só).
apresentar valor relacional ou podem atribuir um Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
valor nocional. O gato era o preferido, não só da filha, senão de
As preposições que apresentam um valor rela- toda família.
cional cumprem uma relação sintática com verbos z Adversativas: Colocam informações em oposição,
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
bios, os quais também apresentarão função deverbal. A culpa não foi a população, senão dos vereadores
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida (equivale a “mas sim”).
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo Importante! A conjunção “e” pode apresentar
complemento nominal). valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
gida pelo adjetivo). não deixava.
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
advérbio). z Alternativas: Ligam orações com ideias que não
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
07
sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença. Ex.: Estude ou vá para a festa.
.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
92
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
ar
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
B
VALOR NOCIONAL DAS Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
SENTIDO
ar
PREPOSIÇÕES enxada!
M
� Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa. As conjunções integrantes fazem parte das orações
subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
oração principal à outra, subordinada. Existem apenas
uma vez que, como (equivale a porque) etc. dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia � Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
modo que, de forma que, de sorte que etc. integrante.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
� Comparativa: Iniciam orações comparando ações Isso).
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que � Sempre haverá conjunção integrante em orações
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, substantivas e, consequentemente, em períodos
maior), tanto... quanto etc. compostos.
Ex.: Corria como um touro. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
Ela dança tanto quanto Carlos. quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
� Conformativa: Expressam a conformidade de
bo e uma conjunção integrante.
uma ideia com a da oração principal. Conforme, Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual
como, segundo, de acordo com, consoante etc. (errado).
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado. Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
Amanhã chove, segundo informa a previsão do
tempo. INTERJEIÇÕES
� Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
07
Trabalhava, por mais que a perna doesse. uma frase. Ex.: Tchau!
21
� Condicional: Iniciam uma oração com ideia de As interjeições indicam relações de sentido diversas.
-1
do sua mensagem.
B
SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo.
PERÍODO SIMPLES - TERMOS O sujeito pode ser:
DA ORAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO,
CLASSIFICAÇÕES E EMPREGO � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
� O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE pelo verbo;
� O termo que pode ser substituído por um pronome
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre do caso reto;
os grandes grupos de palavras existentes na língua, � O termo com o qual o verbo concorda.
como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- Ex.: A população implorou pela compra da vacina
pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, da COVID-19.
nós construímos um painel morfológico.
As palavras normalmente recebem uma dupla classi- No exemplo anterior a população é:
ficação: a morfológica, que está relacionada à classe gra-
matical a que pertence, e a sintática, relacionada à função z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
específica que assumem em determinada frase.
rou pela compra da vacina);
z O elemento que pratica a ação de implorar;
Frase
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Frase é todo enunciado com sentido completo.
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O termo que pode ser substituído por um pronome
conjunto de palavras. do caso reto.
Ex.: Fogo! (Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Núcleo do Sujeito
Ramos).
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
07
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo do determinada função sintática, que atua ou sofre a
.
92
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
.3
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque). Ex.: O povo pediu providências ao governador.
s
bo
Sujeito: O povo
ar
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Simples Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
ce a ação na frase;
DETERMINADO Composto z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Elíptico Ex.: Corta-se cabelo.
Com verbos flexionados na 3ª Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
pessoa do plural “cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do
INDETERMINADO item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
Com verbos acompanhados do se oração.
(índice de indeterminação do sujeito)
Usado para fenômenos da natureza Importante notar que não há preposição entre
INEXISTENTE
ou com verbos impessoais o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o Precisa-se de cabelo.
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
Simples: quando há apenas um núcleo. indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-
Ex.: O [aluguel] da casa é caro. ção “-se”.
Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa; z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Composto: quando há dois núcleos ou mais. Ex.: A minha saia azul está rasgada.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
ça da partícula -se.
Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores; PREDICADO
Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) mos essenciais na oração, há casos em que a oração
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
z Indeterminado: quando não é possível identificar torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. impossível existir uma oração sem sujeito.
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa- O predicado pode ser:
do por um índice de indeterminação do sujeito, a
07
(José de Alencar);
.
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Entende-se que alguém passou cedo; Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
sa
na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
B
Dias)
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
condição. Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito
Classificação do Predicado
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos A classificação do predicado depende do significa-
são impessoais e normalmente representam fenôme- do e do tipo de verbo que apresenta.
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer
z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
ou haver no sentido de existir.
nificativo se concentra em um nome (corresponde
Geia no Paraná. a um predicativo do sujeito).
Fazia um mês que tinha sumido. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Basta de confusão. O predicado nominal tem por núcleo um nome
48 Há dois anos esse restaurante abriu. (substantivo, adjetivo ou pronome).
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Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Objeto indireto 1: lhe
Mendes) Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Predicado: são mais bonitas. Objeto direto 2: outras
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Objeto indireto 2: lhe;
Bilac) z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons-
Predicado: estão cheias de calafrios. truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
É importante não confundir: oração.
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
mas um estado momentâneo ou permanente que Verbo intransitivo: adormeciam.
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é Predicado Verbo-Nominal
o predicativo do sujeito;
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs-
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Ocorre quando há dois núcleos significativos:
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
Ex.: O garoto está bastante feliz. transitivo, predicativo do objeto).
Verbo de ligação: está. Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
Verbo intransitivo: parou
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: Seu batom é muito forte. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Verbo de ligação: é. considerado predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: muito forte. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo intransitivo: marchou
Predicado Verbal Predicativo do sujeito: desorientado
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os do de Assis)
demais termos do predicado. Verbo transitivo direto: achou
O verbo do predicado pode ser classificado em Objeto direto: o raciocínio
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-
Predicativo do objeto: exato
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi-
07
Verbo Transitivo Direto: Fazer. É o termo que confere uma característica, uma
-1
preposição no seu complemento, algumas palavras indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
6-
requerem o uso da preposição para não perder o sen- Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
84
uma mensagem.
-1
Exemplos com Ocorrência Obrigatória de Preposição: Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
s a
COMPLEMENTO NOMINAL
Respeitava-se aos mais antigos.
ar
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
ar
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
.
92
Ex.: A casa da idosa desapareceu. Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
ar
daquilo que expressa o substantivo. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não malmente, por um pronome indefinido.
foi respeitada. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Notava-se o amor pelo seu trabalho. estavam empolgados com a feira.
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. -Bissau, países africanos onde se fala português;
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Adjunto Adverbial Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
rumo;
Termo representado por advérbios, locuções � Circunstancial: exprime uma característica
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- circunstancial.
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
circunstâncias. apropriadas; 51
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� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por outro termo da oração.
substantivos próprios.
Exs.: O mês de abril. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
O rio Amazonas. O aposto se relaciona sintaticamente com outro
Meu primo José; termo da oração.
z Aposto da oração: é um comentário sobre o A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe-
fato expresso pela oração, ou uma palavra que cável.
condensa. Sujeito: a cozinha de Lufe.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
preocupação. sujeito).
O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada;
PERÍODO COMPOSTO
� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
para as perguntas. Observe os exemplos a seguir:
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples
Dica Português e Matemática são disciplinas essen-
ciais para ser aprovado em concursos.
� O aposto pode aparecer antes do termo a que
Dois verbos: duas orações = período composto
se refere, normalmente antes do sujeito. O período composto é formado por duas ou mais
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
na marcou uma geração. períodos simples e período compostos.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o apos-
to se refere a um termo preposicionado, pode ele
vir igualmente preposicionado. PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de O povo levantou-se cedo
tudo ele tinha medo. Era dia de eleição
para evitar aglomeração
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. Para não esquecer:
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Período simples é aquele formado por uma só
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- oração.
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial Período composto é aquele formado por duas ou
de modo). mais orações.
Classifica-se nas seguintes categorias:
z Diferença de aposto especificativo e adjunto
07
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
.
fica prejudicada.
92
explicativas;
a
O vocativo é um termo que não mantém relação Período Composto por Coordenação
sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para As orações são sintaticamente independentes. Isso
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- significa que uma não possui relação sintática com ver-
ja se comunicar. É um termo independente, pois bos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
não faz parte da estrutura da oração. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha (Fernando Pessoa)
consulta. Oração coordenada 1: Deus quer
52 Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 2: o homem sonha
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Oração coordenada 3: a obra nasce. Orações Subordinadas Substantivas
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à z Orações subordinadas substantivas conectivas:
porta da sala de Damasceno são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi integrantes que e se.
Conjunção adversativa: mas nada Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
impostos.
Orações Coordenadas Sindéticas Não sei se poderei sair hoje à noite;
z Orações subordinadas substantivas justapos-
tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
As orações coordenadas podem aparecer ligadas
interrogativos (onde, como, quando, quanto,
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- quem etc.);
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
sindética. Veremos agora cada uma delas: roubadas.
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
simultaneidade. z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- no infinitivo.
bém, mas ainda, bem como, como também, se-
não também, que (= e). Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
Os convidados não compareceram nem explica- exercem a função de sujeito. O verbo da oração
ram o motivo; principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- rir a nenhum termo na oração.
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- cional) (or. sub. subst. subje.);
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. z Orações subordinadas substantivas objetivas
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. diretas: exercem a função de objeto direto de um
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
morte.” (Laurindo Rabelo); reto da oração principal.
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
se excluem. Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... subst. obj. dir.);
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez z Orações subordinadas substantivas completi-
... talvez). vas nominais: exercem a função de complemento
07
Ex.: Ora responde, ora fica calado. nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
6-
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
.
92
pl. nom.);
de frase).
z Orações subordinadas substantivas predicati-
a
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima vas: funcionam como predicativos do sujeito da
s
bo
ligação ser.
Mendes Campos);
B
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
a
in
conectivos;
que a importada;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
ar
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
ar
por mais que, se bem que etc. Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã; rante. (desenvolvida).
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
contanto que, a menos que etc.
Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
tal;
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
do, consoante.
z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
são introduzidas por: que (precedido na oração Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
anterior de termos intensivos como tão, tanto, direta reduzida de infinitivo)
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
54 que, sem que. predicativa reduzida de infinitivo)
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Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva 3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta
completiva nominal reduzida de infinitivo) em relação à 2ª oração.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. Resumindo: período composto por coordenação e
substantiva apositiva reduzida de infinitivo); subordinação.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés As orações subordinadas são coordenadas entre si,
pelas mãos. ligadas ou não por conjunção.
O meu manual para fazer bolos certamente vai
z Orações subordinadas substantivas coordena-
agradar a todos;
das entre si
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
continua jogando bola. meus pais, nem que culpe meus parentes.
Sem estudar, não passarão. Oração principal: Espero.
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Orações Reduzidas de Gerúndio Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes.
(causal/temporal)
92
termos referentes.
s
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- rior: no entanto a realidade não é assim.
ar
REGÊNCIA
a
Períodos Mistos
in
ar
São períodos que apresentam estruturas oracio- relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
nais de coordenação e subordinação. posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas advérbio) exige complemento preposicionado, esse
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
LÍNGUA PORTUGUESA
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
84
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
.3
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
preposição a, rege indiferentemente objeto direto direto e indireto com sentido de envolver-se”);
s a
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
ar
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
B
indireto) sobre
a
in
relativa / relativamente a
6-
Diferentes situações:
.3
inclusão, inserção em
s
inerente em/a
verbo posterior ao pronome relativo concorda
descrente de/em
ar
enfiado em
imersão, imergido, imerso em cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
instalação, instalado em nós quem resolvemos a questão.
interessado, interesse em
intercalação, intercalado entre z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
supremacia sobre demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
CONCORDÂNCIA plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se essa questão;
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- z Quando o sujeito é formado por palavras plu-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. ralizadas, normalmente topônimos (Amazonas,
Observe o exemplo: férias, Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), 57
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se houver artigo definido antes de uma palavra d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
esse artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Esta- tados apenas por aquela contribuição.
dos Unidos continuam uma potência. e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados
por intermédio de instituições financeiras foi tributado
z Estados Unidos continua uma potência.
apenas por aquela contribuição.
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
de de Santos fica em São Paulo.”)
Em “grande parte dos pagamentos realizados...
foi tributado”, não houve concordância adequada,
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o
Importante! núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C.
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
verbo fica no singular ou no plural. � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
chegou (Duas horas deram...).
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: badaladas soaram).
Mais de um aluno compareceu à aula. Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio
Mais de cinco alunos compareceram à aula. da escola soou dez badaladas).
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
A expressão mais de um tem particularidades: verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo dem-se casas de veraneio aqui.
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
interessada;
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Mais de um irmão se abraçaram.
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. Majestade está preocupada?
Mais de um aluno, mais de um professor esta- Suas Excelências precisam de algo?
vam presentes. z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
z Quando o sujeito é formado por um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o Concordância Verbal com o Sujeito Composto
numerado ou com o número inteiro, mas pode
concordar com o especificador dele. Se o numeral � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
vier precedido de um determinante, o verbo con- ticais diferentes
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
07
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
6-
garam ontem;
.
92
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
.3
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
-1
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. ter o espírito esportivo;
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
s a
singular
bo
A seguir, pratique seus conhecimentos com o exer- Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
ar
1. (FGV – 2008) “... mostram que um terço dos pagamen- Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
ar
quantidade, distância, e também quando seguido Fazia quinze anos que ele havia se formado.
6-
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. auxiliar fica no singular)
.
92
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
s a
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
B
São eles que sempre chegam cedo. Ficou combinado que sairíamos à tarde.
a
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
dância com o termo mais próximo.
a
seus subordinados.
B
Concordância Nominal
a
in
Algumas Convenções
ar
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como � Obrigado / próprio / mesmo
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
adjetivos, numerais). A própria enfermeira virá para o debate.
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Elas mesmas conversaram conosco.
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos. Dica
O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Casos com Adjetivos invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
z Com função de adjunto adnominal: quando o
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- z Só / sós
ver após os substantivos, poderá concordar com Variáveis quando significarem “sozinho” /
as somas desses ou com o elemento mais próximo. “sozinhos”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Invariáveis quando significarem “apenas,
60 Encontrei colégios e faculdades ótimos. somente”.
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Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas PLURAL DE COMPOSTOS
apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável. Substantivos
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
ficar a sós; O adjetivo concorda com o substantivo referen-
� Quite / anexo / incluso te em gênero e número. Se o termo que funciona
Concordam com os elementos a que se referem. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
Ex.: Estamos quites com o banco. invariável.
Seguem anexas as certidões negativas. Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
Inclusos, enviamos os documentos solicitados; também é um substantivo; mantém-se no singular)
� Meio Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Quando significar “metade”: concordará com o um substantivo; mantém-se no singular)
elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Adjetivos
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
� Grama
mo elemento concordará com o substantivo referente.
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
Os demais ficarão na forma masculina singular.
do significar unidade de medida, é masculino.
Se um dos elementos for originalmente um subs-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”; tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
� É proibido entrada / É proibida a entrada Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou plural, pois ambos são adjetivos.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
rão com o determinante. singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- Nesse caso, o termo composto não concorda com o
nhada está boa. plural do substantivo referente, “folhas”.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
entrada de crianças. O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?; bém pode ser um substantivo.
� Menos / pseudo O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
São invariáveis. lógica de “musgo” do exemplo anterior.
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- Dica
to é pseudo-objetivo;
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
07
Quando modificam o verbo: invariáveis. O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
84
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
.
92
irritados.
Lista de Flexão dos Dois Elementos
.3
tante irritados.
-1
Se ambos os termos puderem ser substituídos por � Nos substantivos compostos formados por pala-
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- vras variáveis, especialmente substantivos e
s a
guarda-noturno – guardas-noturnos;
in
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais � Nos substantivos compostos formados por
quais os pais. temas verbais repetidos:
z Silepse (também chamada concordância figurada) corre-corre – corres-corres;
É a que se opera não com o termo expresso, mas o pisca-pisca – piscas-piscas;
LÍNGUA PORTUGUESA
termos;
84
compostos por um tema verbal e uma palavra Ex.: Elas não sabiam o que fazer;
21
invariável ou outro tema verbal oposto: � Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
-1
acentuado)
B
Embora já tenhamos abordado esse tema anterior- � Substantivo (quando é antecedido de artigo) (é
ar
M
Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberda- um conjunto escolhido de textos como, por exemplo,
6-
de de informação e não será exercida sem que esta a literatura inglesa, a literatura médica, a literatura
84
Poderia ser reescrita como “A democracia não será encontrar um caminho para decidir o que torna um
21
efetiva sem liberdade de informação e não será exer- texto, em sentido lato, literário. A literatura está geral-
-1
cida sem esta estar assegurada a todos os veículos mente associada à ideia de estética, ou melhor, a ideia
de comunicação visual”, formando agora uma oração de ocorrência de algum procedimento que seja estéti-
s a
líderes e momentos, a liberdade de expressão foi cer- Ocidental vivia uma atormentada crise entre homem
6-
ceada e um período sombrio foi instaurado em nossa e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon-
84
história até 1985, quando o direito à democracia foi ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais
.
92
mídias sociais, tudo isso reflete no pensamento, no Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas
21
sentimento e na expressão artística, como poderemos todo um período histórico e um movimento sociocul-
-1
acompanhar nas Escolas Literárias. tural em que se formularam novos modos de enten-
a
OBRAS DO QUINHENTISMO
ar
B
Contexto Histórico
Características na Arte
ria e a prática de suas artes. Além do campo artístico, de morte são frequentes.
6-
84
aceitar a emoção e os sentidos como uma forma váli- Há a quebra das regras da literatura. Os poemas
.3
O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e o prosa, começam a aparecer palavras que antes não
-1
subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas eram da literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo
a
vais eram bastante comuns, já que esse era o passado falar de questões sociais. Foi o primeiro passo para o
ar
“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. No z Escritores naturalistas retratam pessoas margina-
.3
(zoomorfismo);
a
Características
z Cientificismo exagerado, apontando para as rela-
M
O Impressionismo não chegou a configurar, na z Graça Aranha (1868-1931): Espírito Moderno, 1925;
Literatura, uma escola, corrente ou movimento artís- z Raul Pompeia (1863-1985): “O Ateneu”.
tico, mas a teorização da atitude artística impressio- PARNASIANISMO
nista deve muito à pintura (Monet, Degas, Cézanne,
Pissaro, Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel). O Parnasianismo localiza-se entre o final do sécu-
lo XIX e o início do século XX, foi contemporâneo do
Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianismo
remonta à denominação de um monte da Grécia Anti-
ga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os
poetas se isolavam do mundo para maior integração
com os deuses, por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana.
Contexto Histórico
da realidade humana, com exatidão e esmero científi- destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
a
subjetivas, dos estados d’alma das personagens. contrária ao Romantismo teve lugar no início da déca-
ar
z Descrição de impressões e aspectos psicológicos dos poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.
M
intelectualmente sofisticados;
grandes manifestações em prosa;
z Pesquisas sobre óptica e seus efeitos, a presen-
z A “arte pela arte” como um movimento para rebater o
ça dos contrastes e de transparências luminosas,
excesso de sentimentalismo trazido pelo Romantismo;
auxiliam no desvanecimento da forma, percebida z Aproximação entre a literatura e as artes plásticas;
agora sem contornos; tinha apreço pelas métricas, geralmente caracteriza-
z União entre o concreto e o abstrato; das por versos decassílabos; apresentava cunho des-
z A percepção do tempo e o fluxo da memória, a lem- critivo, temas clássicos, objetividade, impessoalidade
brança crítica e a compreensão do sentido da expe- e temas universais, como poesia, vaidade e beleza;
riência passada e a “procura do tempo perdido”; z O racionalismo da poesia como fruto do trabalho
z A fixação do instante, momentos cotidianos fugazes, do poeta – um trabalho árduo, difícil, que depen-
as impressões da realidade em detrimento da razão dia de fatores como o conhecimento técnico, apli-
e da emoção. cado com esmero na produção poética; 69
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Rigidez formal no tocante ao vocabulário (refina- PRÉ-MODERNISMO
do e erudito), à sintaxe, à rima e à métrica utiliza-
dos pelo poeta. É o período de transição entre as tendências do
final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o
Modernismo. O Pré-Modernismo acontece anos antes
Autores e Obras
da Semana da Arte Moderna, em 1922.
Alguns anos após a abolição da escravatura, muitos
z Olavo Bilac: “Via Láctea”; imigrantes – a maioria italianos – vêm ao Brasil com
z Raimundo Correia: “Sinfonias” (1883). o intuito de substituir a mão de obra rural e escrava.
Enquanto os ex-escravizados são marginalizados
SIMBOLISMO nos centros urbanos, a urbanização de São Paulo faz
surgir uma nova classe social: a operária.
Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo Há algumas mudanças nos estados brasileiros,
em alguns aspectos, o Simbolismo dividiu com aquele como a ascensão do café no Sul e Sudeste e o declí-
estilo o espaço cultural europeu entre o final do século nio da cana-de-açúcar no Nordeste. Em termos de
XIX e o início do século XX. regência administrativa, o governo republicano não
promovia as esperadas mudanças sociais – a socieda-
de se encontrava dividida entre a elite detentora de
dinheiro, respeito e poder das oligarquias rurais e a
classe trabalhadora rural, bem como dos marginaliza-
dos nos centros urbanos.
Eclodiram diversos movimentos sociais pelo Brasil
em virtude da desigualdade social – como a Revolta de
Canudos, ocorrida no final do século XIX no sertão da
Bahia, sob liderança de Antônio Conselheiro. Além desse,
surgiram os movimentos protestantes no meio urbano,
como a Revolta da Chibata, em 1910 – contra o maltrato
da Marinha à corporação – e as greves de operários.
No começo do século XX aparecem os primeiros
indícios da crise cafeeira com a superprodução de
café, a chamada crise da “República Café-com-Leite”.
É em meio a este quadro na sociedade brasileira
que começa no Brasil uma nova produção literária,
intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário
A Noite Estrelada – Van Gogh
Tristão de Ataíde. Destacam-se neste período as obras
Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Ara-
Se, no Brasil, foi superado pela escola parnasiana, nha). Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como
que dominou a cena artística do período, na Europa uma “escola literária”, pois apresenta características
07
representou considerável avanço em direção à arte individuais muito marcantes. No entanto, há caracte-
6-
moderna que dominaria o século XX. rísticas comuns às obras desse período: a ruptura com
84
Características
in
z Formação das bases intelectuais de filósofos como estético, com presença de características neorrealis-
Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e Soren tas, neoparnasianas e neossimbolistas.
Kierkegaard;
z Decadentismo, marcado pela agonia, pela melan- Vanguardas Europeias
colia e pelo pessimismo, descrença nos atributos
racionais e a saturação das conquistas científi- Tendo início nas duas primeiras décadas do Sécu-
cas conduziram à crença em uma decadência da lo XX, as vanguardas europeias foram manifestações
artístico-literárias surgidas na Europa e vieram pro-
civilização;
vocar uma ruptura da arte moderna com a tradição
z A arte da sugestão;
cultural do século anterior.
z A sinestesia e a musicalidade. Em relação ao contexto histórico, houve o advento
da tecnologia, as consequências da Revolução Indus-
Autores e Obras trial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política
que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu um
z Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: “Mis- sentimento nacionalista, um progresso espantoso das
70 sal” e “Broquéis”. grandes potências mundiais e uma disputa pelo poder.
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Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram A expressão Op Art deriva do inglês Optical Art,
criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo. significando Arte Óptica. A Op Art passou por um
Outros movimentos surgiram com a mesma terminação desenvolvimento relativamente lento, apesar de ter
“ismo”, os movimentos artísticos que chamamos de van- ganhado força na metade da década de 1950. Trata-se
guardas. É importante conhecer alguns dos objetivos das de um movimento excessivamente cerebral e sistemá-
vanguardas: o questionamento, a quebra dos padrões, o tica, mais próxima das ciências do que das humanida-
protesto contra a arte conservadora, a criação de novos des, e não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da
padrões estéticos que fossem mais coerentes com a rea- Pop Art. Por outro lado, suas possibilidades parecem
lidade histórica e social do século que surgia. ser tão ilimitadas quanto às da ciência e da tecnologia.
Estas manifestações se destacaram por sua radica- A razão da Op Art é a representação do movimento
lidade, que influenciou a arte em todo o mundo. através da pintura apenas com a utilização de elemen-
Os movimentos e as tendências artísticas, tais tos gráficos. Outro fator fundamental para a criação
como o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o da Op Art foi a evolução da ciência, que está presen-
Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrea- te em praticamente todos os trabalhos, baseando-se
lismo, a Op art e a Pop art expressam a perplexidade principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida
do homem contemporâneo. moderna e da Física sobre a Óptica. A alteração das
Como uma reação ao Impressionismo, o Expressio- cidades modernas e o sofrimento do homem com a
nismo surge. Subjaz ao Expressionismo a preocupação alteração constante em seus ritmos de vida.
em expressar as emoções humanas, transparecendo As principais características da Op Art são:
em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angústias
do homem moderno. No Impressionismo, o enfoque z Explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões
se resumia na busca pela sensação de luz e sombra. de óticas;
Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que z Defender para arte “menos expressão e mais
teve basicamente dois princípios: a simplificação das visualização”;
figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figu- z Quando as obras são observadas, dão a impressão
ras não são representadas tal qual a forma real, ao passo de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes
que as cores são usadas de maneira organiza, como saem parecem inchar ou deformar-se;
do tubo de tinta. O nome deriva de “fauves” (feras, no z Oposição de estruturas idênticas que interagem
francês), devido à agressividade no emprego das cores. umas com as outras, produzindo o efeito ótico;
No Cubismo também não há a preocupação de z Observador participante;
representar realisticamente as formas de um objeto, z Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
porém a intenção do movimento artístico era represen- z As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas
tá-lo de vários ângulos, em um único plano. O Cubis- ao observador.
mo, com passar do tempo, evoluiu em duas grandes
tendências: Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O
movimento teve o seu melhor momento entre 1907 e
1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade.
07
arte figurativa ou objetiva. São formas de arte que não O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês
bo
são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo. Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954,
ar
O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar
B
em todos os seus campos, pois não foi apenas uma cor- a arte popular que estava sendo criada em publicida-
a
rio, musical, filosófico e até mesmo político. A palavra ilustradas. Representava os componentes mais osten-
M
dada em francês significa cavalo de madeira, mas sua sivos da cultura popular, de poderosa influência na
utilização marca o nonsense ou falta de sentido que vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era
pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). À a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expres-
princípio, o movimento não envolveu uma estética sionismo abstrato que dominava a cena estética desde
LÍNGUA PORTUGUESA
específica, mas provavelmente as principais expres- o final da Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia
sões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do
ready made. O intuito deste movimento era protestar cinema e da publicidade.
contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de A Pop Art proporcionou a transformação do que
forma irônica toda aquela loucura que estava acon- era considerado vulgar em refinado, e aproximou a
tecendo. Como negação total da cultura, o Dadaísmo arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de
defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. objetos próprios e populares. Com o objetivo da crítica
Sobre o Surrealismo, trata-se de um movimen- irônica do bombardeamento da sociedade pelos obje-
to artístico e literário surgido em Paris por volta dos tos de consumo, operava com signos estéticos massifi-
anos 20, inserido no contexto das vanguardas que cados da publicidade, quadrinhos, ilustrações. Muito
viriam a definir o modernismo no período entre as do que era considerado brega, virou moda.
duas Grandes Guerras Mundiais. Suas principais características são: 71
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z Linguagem figurativa e realista, referindo-se aos cos- No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a
tumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo; Semana de Arte Moderna de 1922, momento marcado
z Temática extraída do ambiente urbano das gran- pela fervura de novas ideias e modelos. O Modernismo
des cidades, de seus aspectos sociais e culturais: surge em um momento de insatisfação política no Bra-
história em quadrinhos, revistas, jornais sensa- sil, causada também em decorrência da Primeira Guer-
cionalistas, fotografias, anúncios publicitários, ra Mundial (1914-1918), que trouxe reflexos para a
cinema, rádio, televisão, música, espetáculos sociedade brasileira. Assim, numa tentativa de reestru-
populares, elementos da sociedade de consumo e turar o país politicamente, também no campo das artes
de conveniências (alimentos enlatados, geladeiras, – estimulado pelas Vanguardas Europeias – encontra-
carros, estradas, postos de gasolina, etc.); -se a motivação para romper com o tradicionalismo.
z Ausência de planejamento crítico: os temas são
concebidos como simples motivos que justificam a Primeira Fase do Modernismo (1922-1930): “Fase
realização da pintura; Heroica”
z Representação de caráter inexpressivo, preferen-
cialmente frontal e repetitiva; Os artistas buscam a renovação estética inspira-
z Combinação da pintura com objetos reais integra- da nas vanguardas europeias (Cubismo, Futurismo,
dos na composição da obra como flores de plástico, Surrealismo).
garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), Manifesto
consonância aos novos tempos; Antropófago (1928), Manifesto Regionalista (1926) e
z Formas e figuras em escala natural e ampliada; Manifesto Nhenguaçu Verde-Amarelo (1929).
z Preferência por referências ao status social, fama,
violência e desastres, a sensualidade e o erotismo, Segunda Fase do Modernismo (1930-1945): “Fase
aos símbolos da tecnologia industrial e a sociedade de Consolidação”
de consumo; As temáticas nacionalistas e regionalistas com pre-
z Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, domínio da prosa de ficção caracterizam esse momen-
produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes to de amadurecimento. Na década de 30, a poesia
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo; brasileira se consolida, o que significa o maior êxito
z Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho para os modernistas.
maior, transformando o real em hiper-real.
Terceira Fase do Modernismo (1945-1980):
Pós-Modernista”
Características
21
-1
z
s
z
z Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana; z Liberdade formal (versos livres, abandono das for-
ar
No campo urbano, a cidade está em pedaços, porque ção e da informática, com a crescente influência do
a
nela há caos, (des)ordem: padrões de diferentes graus universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista
s
bo
nuo, o caótico predomina. Mudam-se valores: é o novo, Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo
B
o fugidio, o efêmero, o fugaz e o individualismo que é fluido na pós-modernidade. Dessa afirmação pode-
a
valem. A aceleração transforma o consumo numa rapi- mos retirar o termo proferido pelo polonês Zygmunt
in
dez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde copos Bauman, que tornou popular esta expressão, e pre-
ar
alguém fica sujo sem querer. Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de
6-
Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha
84
terrorista.
ar
d) teve.
expressão – e aos erros de concordância nominal.
M
e) vestuario.
(Este último parágrafo não fez muito sentido. Os fil-
2. (FUMARC — 2018) Assinale a alternativa que ilustra mes do David Lynch não fazem muito sen-tido. Este
correção ADEQUADA de problemas de pontuação do último parágrafo é um filme do David Lynch.) O “Char-
texto, em uma possível reescrita pela aluna. lie Hebdo” zoava Maomé. Eu zoo negão, zoo as bichi-
nhas, zoo gorda, zoo geral! “Je suis Charlie!”
a) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e Humoristas brasileiros fazem piada racista, e as pessoas
pidi pra ela me leva, no clube, com o carro dela, para jogar os criticam. “Charlie Hebdo” fez piada com religião, e ter-
vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital. roristas o atacam. Criticar piada racista é terrorismo.
b) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam
pidi pra ela me levá no clube, com o carro dela, para jogar livres para se expressar. Algumas dessas expressões
vole no domingo que era o dia de folga dela, no hospital. podem ofender indivíduos ou grupos. Numa democracia,
c) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e é desejável que indivíduos ou grupos sejam ofendidos.
pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. A edito-
vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital. ra Abril foi pichada por meia dúzia de jacus. A editora
Abril é Charlie.
74
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Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” e) às relações e conclusões estabelecidas com o sobre-
usavam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pre- nome de Marine Le Pen.
tos. “Black blocs” são terroristas. “Black blocs” não
são terroristas. A polícia os trata como terroristas. Os 7. (FUMARC — 2018) Leia as considerações abaixo,
“black blocs” têm o direito de tocar o terror. sobre o texto.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” I. Os recursos de construção recorrentemente adotados
usavam gorros pretos. Drones não usam gorros pre- em cada parágrafo do texto atuam dire-tamente na
tos. Ataques com drones não são terrorismo. Ata- construção da ironia.
ques com drones matam inocentes mundo afora. O II. O texto toma como objeto central de reflexão os ata-
“Ocidente” usa drones. É justificável o terror contra o ques terroristas na França.
“Ocidente”. III. Em alguns parágrafos do texto, revela-se, de forma explí-
O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia cita, a defesa do autor ao combate ao terror do Ocidente.
7/1. A derrota brasileira para a Alemanha foi por 7 x IV. Subjaz ao texto uma crítica à fragilidade das generali-
1. O 7 e o 1 devem ser imediatamente presos e sub- zações e conclusões apressadas ou in-consistentes.
metidos a “técnicas reforçadas de interrogatório”, tais
como simulação de afogamento, privação de sono e Está CORRETO apenas o que se afirma em:
alimentação via retal. Por via das dúvidas, o 6 e o 8 e o
0 e o 2 também. a) I e II.
Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrí- b) I e IV.
vel Hulk é um abacate. c) II.
d) II e III.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ e) III e IV.
antonioprata/2015/01/1573334-terrorismo-logico.shtml. Acesso em:
2 fev. 2015.)
8. (FUMARC — 2018) Do ponto de vista do gênero, o tex-
4. (FUMARC — 2018)Todas as alternativas abaixo tra- to é:
zem reformulações de trechos do texto sem compro-
metimento da orientação de sentido original, EXCETO a) um conto.
em: b) um texto de lógica filosófica.
c) uma crônica.
a) “Black blocs” não são terroristas, mas a polícia os tra- d) uma notícia.
ta como terroristas. e) uma piada.
b) Humoristas brasileiros fazem piada racista, por isso
as pessoas os criticam.
c) Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam 9. (FUMARC — 2018) Todas as alternativas a seguir apre-
livres para se expressar, ainda que algu-mas dessas sentam sugestões de reformulação do texto, entre
expressões possam ofender indivíduos ou grupos. parênteses, em consonância com a norma padrão do
d) Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigran- português, EXCETO:
tes e são suspeitos do ataque ao jornal “Charlie Heb-
07
e) Said e Chérif Kouachi, que são suspeitos do ataque (Os imigrantes são demonizados pela ex-trema direita
84
como terroristas.)
21
5. (FUMARC — 2018) Observe os excertos retirados do c) O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. (Terroris-
-1
II. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. 7/1. (O ataque terrorista contra o “Char-lie Hebdo” deu-
bo
III. Ataques com drones matam inocentes mundo afora. -se em 7/1.)
ar
IV. É justificável o terror contra o “Ocidente”. e) Se não houvesse imigrantes na França, não teria havi-
B
na França.)
M
a) I e II.
b) I e III. Leia o texto a seguir para responder às questões 10
c) I e IV. e 11:
LÍNGUA PORTUGUESA
d) II e III.
e) III e IV. TEXTO
6. (FUMARC — 2018) Em “Este último parágrafo não fez Noivo é preso suspeito de matar mulher atropelada no
muito sentido”, o enunciador remete o leitor casamento
c) I.
6-
Leia o texto a seguir para responder às questões 12 e 13: do Veríssimo ilustra as ideias de Antônio Cândido pelo
21
fato de que
-1
passado e do presente.
ar
A pequena Capela de Nossa Senhora do Rosário do b) considera irrelevante culturalmente o toque dos sinos
B
Padre Faria é uma das tantas joias arquitetônicas de nas cidades históricas de Minas Gerais.
a
in
Ouro Preto. O exterior despojado não prepara o visi- c) denuncia os frequentadores da igreja do Rosário que
ar
tante para a opulência barroca do interior. O campaná- não se deram conta da importância da sentença dada
M
Encostei meu ombro naquele céu curvo e terno No O seu grito de revolta
ar
Sussurravam que meu abraço Contivera a terra inteira Não há maior padecer
a
TEXTO I
84
b) a consciência da efemeridade e vanidade da existência. A demanda cognitiva das atividades de leitura deve
c) a desilusão diante de valores tanto terrenos quanto aumentar progressivamente desde os anos iniciais do
.3
21
Chegando à fazenda dos avós, para visitá-los, o neto de habilidades de leitura que exigem processos men-
in
TEXTO II
OH, PODEROSO DA MÍDIA DE OBRIGADO PELA ARTIFICIALIDADE ESTA TIGELA DE TAPIOCA MORNA
MASSA, DAS SOLUÇÕES RÁPIDAS E PELA REPRESENTA MEU CÉREBRO, EU
OBRIGADO POR ELEVAR A EMOÇÃO, MANIPULAÇÃO TRAIÇOEIRA DOS OFEREÇO EM HUMILDE SACRIFICO,
REDUZIR O PENSAMENTO E DESEJOS HUMANOS PARA FINS MANTENHA SUA LUZ OSCILANTE
ANIQUILAR A IMAGINAÇÃO COMERCIAIS PARA SEMPRE
a) No aspecto composicional da tirinha, gênero de circulação comum em jornais, a constituição do sentido se realiza por
meio da combinação de frases curtas – geralmente de efeito ambíguo – com desenhos, que ilustram e complemen-
tam o sentido pretendido pelo autor.
b) O gênero tirinha apresenta geralmente temática humorística, contudo se encontram também tirinhas satíricas, de cunho
social ou político, que abrangem temas metafísicos, ou até mesmo eróticos. Pode o aprendiz lidar, por meio desse gênero,
com valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas, o que ampliará seu repertório textual-discursivo e pragmático.
c) Considerando-se os campos de atuação em que se inscrevem os gêneros a serem trabalhados durante o ensino
fundamental, a tirinha, como gênero do campo da vida cotidiana, é pertinente para levar o leitor a refletir sobre algum
aspecto social, de forma crítica, e a elaborar opinião sobre o tema.
d) Esta tirinha e outros textos similares (como as charges, por exemplo), exigem processos mentais “progressivamente
mais demandantes”; para a compreensão das semioses presentes. A abordagem adequada desse exemplar do gênero
constitui-se não só de questões de recuperação de informações, mas também daquelas que requerem operações mais
complexas (de análise, julgamento, etc.), além da reflexão sobre as condições de produção e circulação do gênero.
e) Um dos expedientes linguísticos presentes na tirinha em análise é o recurso à ironia, que se encontra marcada em aspec-
07
tos viso-linguísticos, sem cuja apreensão compromete-se a percepção da intencionalidade do autor, Bill Waterson.
6-
84
9 GABARITO
.
92
.3
21
1 A
-1
2 C
s a
3 A
bo
ar
4 C
B
a
5 B
in
ar
6 E
M
7 B
8 C
LÍNGUA PORTUGUESA
9 E
10 B
11 D
12 A
13 E
14 A
15 A
79
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16 D
17 B
18 D
19 D
20 C
ANOTAÇÕES
07
6-
. 84
92
.3
21
-1
s a
bo
ar
B
a
in
ar
M
80
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Porém, algumas questões acabam sendo um pouco
mais complexas e pode ser útil conhecer algumas pro-
priedades para facilitar. Vamos a elas.
MATEMÁTICA
Propriedade das Proporções
� Somas Externas:
a c a+c
= =
NÚMEROS E OPERAÇÕES: CÁLCULO b d b+d
2 C D C+D
5 = =
3 2 3+2
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
para 5”). então podemos substituir na proporção:
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
C D C+D
2 4 = = = 10.000 = 2.000
= 3 2 3+2 5
3 6
07
C
valor dela. Veja o exemplo: = 2.000
3
s a
C = 2000 x 3
bo
2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
=
ar
D
Para resolvermos esse tipo de problema devemos = 2.000
in
2
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
ar
M
z Somas Internas:
3X = 12
a c a+b c+d
X = 12/3 = = =
b d b d
X=4
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol- minador ao efetuar essa soma interna, desde que
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro- o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
priedade fundamental. proporção. 81
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a c a+b = c+d 2A = 4 x 1.000
= =
b d a c
2A = 4.000
Vejamos um exemplo:
A = 2.000
x 2
=
-
14 x 5 Fazendo a mesma resolução em B:
3B
x + 14 - x 2+5 = 1.000
= 9
x 2
3B = 9 x 1.000
14 7
= 3B = 9.000
x 2
7 · x = 2 · 14 B = 3.000
Observação: vale lembrar que essa propriedade Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
também serve para subtrações internas;
Agora vamos estudar um tipo de problema que
z Soma com Produto por Escalar: aparece frequentemente em provas de concursos
envolvendo razão e proporção.
a c a + 2b c + 2d
= = =
b d b d REGRA DA SOCIEDADE
= = = constante de proporcionalidade
bo
2A
=
3B Usando uma das propriedades da proporção,
a
X+Y+Z 900.000
podemos escrever o seguinte: = 60.000
4+5+6 15
2A 3B 2A + 3B 13.000 X = 60.000 x 4
= = = = 1.000
4 9 4+9 13 X = 240.000
2A
= 1.000 É um tipo de questão menos recorrente, mas,
82 4 não menos importante. Consiste em distribuir uma
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quantia X a três pessoas, de modo que cada uma rece- M 5
=
ba um quinhão inversamente proporcional a três T 8
números. Vejamos um exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes A turma tem 120 alunos, então: T = 120
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. Fazendo os cálculos:
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- M
=
5
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao T 8
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso M 5
cálculo, veja: 120
=
8
X X X 8 x M = 5 x 120
+ + = 740.000
4 5 6
8M = 600
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl- M=
600
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 8
mos a fração.
M = 75
4–5–6|2 A quantidade de homens da sala:
2–5–3|2 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
1–5–3|3
2. (VUNESP — 2020) Em um grupo com somente pessoas
1–5–1|5 com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
Assim, dividindo o M. M. C. Pelo denominador e
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é:
15x 12x 10x
+ + = 740.000 a) 30.
60 60 60
b) 29.
37x
= 740.000 c) 28.
60 d) 27.
X = 1.200.000 e) 26.
Agora basta substituir o valor de X nas razões para A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
achar cada parte da divisão inversa. número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
07
6-
x 1.200.000 120 4x
= = 300.000 =
84
4 4 121 5x Total de 9x
.
92
x 1.200.000
= = 200.000 120 4x - 2
6 6 = 5
a
=
s
121 5x + 2 - 1 8
bo
5
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K, =
B
5x + 1 8
240K e 200K.
a
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
ar
D + A + W = 721 Meninos = H
A = D + 36 Meninas = M
W = A - 44
Substituímos Arley em Wanderson: H 5x
Razão: +
W= A - 44 M 7x
W= 36+D-44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
W= D-8
Substituímos na fórmula principal: 12x é igual ao total que é 396
D + A + W = 721
12x = 396
D + 36 + D + D – 8 = 721
3D + 28 = 721 x = 33
3D = 721 - 28
D = 693/3 Portanto o número de meninos será:
D = 231 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
Substituímos o valor de D nas outras:
A = D + 36 REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
A= 231+36= 267
W = A - 44 Regra de Três Simples
W= 267-44
W= 223
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
grandezas. São elas:
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de razões, pro- deseja calcular a partir da grandeza explicativa;
porções e inequações, julgue o item seguinte. z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam la utilizada para calcular a variação da grandeza
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham, dependente.
para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes- Existem dois tipos principais de proporcionalida-
sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500. des que aparecem frequentemente em provas de con-
cursos públicos. Veja a seguir:
07
( ) CERTO ( ) ERRADO
6-
1 2 3
to de uma grandeza implica a redução da outra.
.3
79x
= 7.900 DIRETAMENTE
ar
6
PROPORCIONAL + / + OU - / -
B
x = 600
a
in
Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio- Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
ar
9x
2
PROPORCIONAL + / - OU - / +
Basta substituirmos o valor de X na proporção.
9x 9 x 600
= = 2.700 Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
2 2
(sinais diferentes)
(Valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500). Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas:
Resposta: Errado.
30 (prof.) -------- X (dias) dizer que com 1dm³ ele faz 10km
84
Portanto,
.
10 km -------- 1dc³
aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
.3
1.100 km --------- x
21
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des- x = 110dm³ (a gasolina que será consumida).
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio- Resposta: Errado.
sa
30 · X = 5 · 12
30X = 60 a) 60.
b) 70.
X=2 c) 80.
d) 90.
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias e) 100.
para corrigir as provas.
MATEMÁTICA
c) 20 dias.
92
X 6 2000
bo
7X = 140 o valor de X.
a
X = 140/7
in
X = 20 dias.
ar
40 3000
=
M
X 3 2
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
6-
6 2
= 8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
84
X 6
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
.
92
2X = 36 8/x = 8/15
.3
8x = 120
21
X = 18 x = 120/8
-1
x = 15 dias.
a
A seguir, realize os seguintes exercícios para prati- 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir é apre-
ar
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
M
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual
a: ( ) CERTO ( ) ERRADO
MATEMÁTICA
10
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen- 10% de 1000 = 100 x 1000 = 100
-1
b) 6 horas e 58 minutos.
varia, veja um exemplo:
a
c) 7 horas e 12 minutos.
in
e) 7 horas e 35 minutos. Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
M
4 5000 2
= # Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
X 6000 3
vamos multiplicar a fração por 100:
2·X·5 = 4·6·3
1 x 100 = 25%
10X = 72 4
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
88 60 min = 7 horas e 12 minutos)
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Soma e Subtração de Porcentagem Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
As operações de soma e subtração de porcentagem No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz 800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- (juros) e dividir por 800,00 resultado:
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- está errada.
car pelo valor da grandeza. Resposta: Errado.
Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200
horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a esco- 2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati-
la precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
total de horas-aula do curso ao final? entre homens e mulheres. Em determinada sessão
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% parlamentares presentes à sessão.
+ 15% das aulas inicialmente previstas, portanto,, o Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
total de horas-aula do curso será: bleia legislativa, havia:
Legislativa.
Final - Inicial 180 - 200 20 Resposta: Letra D.
.
= =– = - 0,10
92
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
-1
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram
a
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
s
bo
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. número de homens que fizeram a prova corresponde a
ar
b) 46,5%.
ar
c) 47,8%.
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em d) 48,4%.
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- e) 49,3%.
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma prova.
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
MATEMÁTICA
5. (FUNCAB — 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação de juros.
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez Fórmulas utilizadas em juros simples:
meses. O restante foi investido em uma aplicação,
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas J=C·i·t
no sistema de juros simples.
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
tiveram: M=C+J
07
6-
84
a) prejuízo de R$2.800,00.
M = C · (1 + i ·J)
b) lucro de R$3.200,00.
.
92
d) prejuízo de R$6.000,00.
21
z C = capital;
a
8.000,00 · 5% = 400,00
400 · 10 meses= 4.000 Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im-
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 - portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros. de juros é definida. Isto é, não adianta saber apenas
Resposta: Letra C. que a taxa de juros é de “5%”, é preciso saber se essa
taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas
JUROS SIMPLES E COMPOSTO taxas de juros são proporcionais quando guardam a
mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo,
Juros Simples 12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam-
bém é proporcional a 1% ao mês.
A premissa, base da matemática financeira é a Basta efetuar uma regra de três simples. Para
seguinte: as pessoas e as instituições do mercado obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar é proporcional à taxa de 12% ao ano:
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso 12% ao ano ----------------------- 1 ano
90 não haja incidência de juros (ou caso esses juros Taxa bimestral ------------------ 2 meses
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Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- 3. (FUNDATEC — 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade aplicação, sob regime de juros simples, de um capital
temporal, temos: de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros
de R$ 240,00?
12% ao ano ---------------------- 12 meses
Taxa bimestral ------------------ 2 meses a) 8%.
b) 5%.
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: c) 3%.
d) 2%.
12% x 2 = Taxa bimestral x 12 e) 1%.
Taxa bimestral = 2% ao bimestre.
J = 240
C = 3.000
Duas taxas de juros são equivalentes quando são
i=?
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
t = 4 bimestres, ou seja, 4 · 2 = 8 meses.
te final M após o mesmo intervalo de tempo.
Substituindo:
Uma outra informação importante e que você deve J=C·i·t
memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes 240 = 3000 · i · 8
quando estamos no regime de juros simples pode ser 240 = 24000 · i
entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semes- i = 240 / 24000
tre ou 12% ao ano e levarão o mesmo capital inicial i = 0,01 ou 1%
C ao mesmo montante M após o mesmo período de Resposta: Letra E.
tempo.
É relevante também você saber que no regime de 4. (VUNESP — 2020) Um capital de R$ 1.200,00, aplicado
juros simples, taxas de juros proporcionais são, tam- no regime de juros simples, rendeu R$ 65,00 de juros.
bém, taxas de juros equivalentes. Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5% ao
Abaixo, realize os exercícios que seguem. ano, é correto afirmar que o período da aplicação foi de:
Resposta: Letra D.
84
b) R$ 1440,00.
simples.
ar
c) R$ 620,00.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o
M
d) R$ 1820,00.
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. e) R$ 240,00.
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
equivalente à taxa de 252% ao ano. J=C·i·t
J= 5000 · 0,03 · 8
( ) CERTO ( ) ERRADO J= 150 · 8
J = 1200 de lucro
MATEMÁTICA
No regime simples, sabemos que taxas propor- Montante do aplicado com lucro M= C + J
cionais são também equivalentes. Como temos 12 M=5000 + 1200
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am M = 6200 montante inicial e lucro
é, simplesmente: Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100
21% x 12 = 252% ao ano J=C·i·t
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também J = 3100 · 0,05 · 4
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está J = 155 · 4
certo. J = 620 lucro da nova aplicação
Resposta: Certo. Somatório dos lucros: 91
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M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
Resposta: Letra D. mos é a seguinte:
Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B
Imagine que você pegou um empréstimo de
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. igual à subtração dos logaritmos de cada número.
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês Também, é importante ter em mente que “logA”
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e significa “logaritmo do número A na base 10”.
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investido
para produzir o montante de R$120.000 é expressa por:
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
1º MÊS 11.000,00 log2, 1
2º MÊS 12.100,00 log1, 01
3º MÊS 13.310,00
4º MÊS 14.641,00 Temos a taxa j=1%am, capital C=100.000 e montan-
te M=120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
M = C x (1+j)t
ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
(R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00. 120000 = 100000 x (1+1%)t
Fórmula utilizada em juros compostos:
12 = 10 x (1,01)t
1,2 = (1,01)t
M = C · (1 + i)t
Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem-
plo. Veja: log1,2 = log (1,01)t
M = 10000 x 1,4641
6-
Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1 ceira credora para pagá-la 90 dias após a data do
bo
Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1 cobrada pela instituição financeira foi 3% ao mês, o
B
Juros capitalizados no final Juros capitalizados periodi- valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
a
a) 163.909,00.
Valores similares para pra- Valores similares para pra- b) 163.500,00.
zos e taxas curtos zos e taxas curtos c) 154.500,00.
d) 159.135,00.
Juros Compostos – Cálculo do Prazo e) 159.000,00.
Nas questões em que é preciso calcular o prazo, Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga após
você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t” t = 3 meses no regime de juros compostos, com a taxa
está no expoente da fórmula de juros compostos. A de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é dado por:
propriedade mais importante a ser lembrada é que, M = C x (1+j)t
sendo dois números A e B, então: M = 150.000 x (1+0,03)3
M = 150.000 x (1,03)3
log AB = B × log A M = 150.000 x 1,092727
M = 15 x 10927,27
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente M = 163.909,05 reais
92 B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A. Resposta: Letra A.
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2. (FCC — 2017) O montante de um empréstimo de 4 Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
anos da quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao mês —
juros compostos de 10% ao ano, será igual a: 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo um a juros
simples e outro a juros compostos. Nessa situação, o
a) R$ 26.000,00. montante auferido com a capitalização no regime de
b) R$ 28.645,00. juros compostos será superior ao montante auferido
c) R$ 29.282,00. com a capitalização no regime de juros simples.
d) R$ 30.168,00.
e) R$ 28.086,00. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Temos um prazo de t = 4 anos, capital inicial C = Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli-
20000 reais, juros compostos de j = 10% ao ano. O cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias).
montante final é: Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida-
M = C x (1+j)t de temporal), juros simples rendem MAIS que juros
M = 20000 x (1+0,10)4 compostos. Logo, o montante auferido com a capi-
M = 20000 x 1,14 talização no regime de juros compostos será INFE-
M = 20000 x 1,4641 RIOR ao montante auferido no regime simples.
M = 2 x 14641 Resposta: Errado.
M = 29282 reais
Resposta: Letra C. PROBLEMAS ARITMÉTICOS
3. (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo Vimos no início dessa apostila toda a parte teóri-
real cobra juros compostos de 10% ao mês para os ca que nos dá suporte para que cheguemos até aqui
empréstimos pessoais. Gustavo obteve nessa empre- e consigamos resolver mais algumas questões sobre
sa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, esse tópico. Todavia antes disso, lembre-se que, geral-
incluindo os juros, três meses depois. mente, os tópicos como fração, razão e proporção e
O valor que Gustavo deverá pagar na data do venci- porcentagem são os mais cobrados e por isso este é o
mento é: nosso foco principal. Mãos à obra.
M = C x (1 + j)t
e) R$ 29.400,00.
M = 6000 x (1,1)³
6-
84
M = 6000 x 1,331
Aqui temos uma questão clássica sobre problemas
.
M = 7986 reais
92
final do período de capitalização, o montante será de: Assim, 3/4 do valor do carro equivalem a R$
B
a) R$ 1.200.
in
3/4x = 21600
b) R$ 1.210.
ar
4x * 21600 = 3
M
c) R$ 1.331. x = 28800.
d) R$ 1.400. Resposta: Letra C.
e) R$ 1.100.
2. (FCC — 2016) Em um curso de informática, 2/3 dos alu-
Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes- nos matriculados são mulheres. Em certo dia de aula,
tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 = 2/5 das mulheres matriculadas no curso estavam pre-
10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2 sentes e todos os homens matriculados estavam pre-
MATEMÁTICA
O total de homens é igual a x/3 = 45/3 = 15. Resposta: Serviço B = 1000/20 = 50 reais
Letra C. Logo, o valor de A em relação a B é: 750/50 = 15
vezes maior.
3. (FGV — 2017) Fernando teve três filhos em três anos
Resposta: Letra C.
seguidos. Quando ele fez 39 anos reparou que essa
sua idade era igual à soma das idades dos seus três
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma
filhos. Nesse dia, o seu filho mais velho tinha:
mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
a) 12 anos.
misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
b) 13 anos.
A respeito dessas misturas, julgue os itens subsequentes.
c) 14 anos.
Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique
d) 15 anos.
igual à do tanque B é suficiente acrescentar no tanque
e) 16 anos. A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L.
O filho mais velho tem X+2 = 12+2= 14 anos. Como o 240 está dividindo o lado direito, vamos
21
240 × 1/3 = 60 + X
80 = 60 + X
a
60 + X = 80
bo
Seja “X” o valor da verba. O serviço A foi pago com ( ) CERTO ( ) ERRADO
¾ dessa verba: ¾ de x = 3x/4. Não foi utilizado, por-
tanto, ¼ de x = x/4. S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que S3,
O serviço B foi pago com um quinto do que não foi ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de idade.
utilizado do serviço A. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos dizer que:
94 Logo: 1/5 de x/4 = x/20. Idade de S2 = Idade de S4 + 2
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Usando X1, X2, X3 e X4 para designar as respectivas Pontos colineares são aqueles que pertencem à
idades no ano de 2020, podemos escrever que:
X2 = X4 + 2
Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a mesma reta.
140 anos:
X1 + X2 + X3 + X4 = 140
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
74 + 2X4 = 140
2. X4 = 66 C
X4 = 33 B
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. A B
E S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985. Não A c
podemos afirmar que S2 nasceu antes de 1984. r
Resposta: Errado. COLINEARES
r
NÃO COLINEARES
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS
GEOMETRIA
z Representação Simbólica:
z Representação Gráfica:
.3
21
r
-1
P
α P α
as
ponto
bo
ar
B
reta plano
a
in
r A B
ar
α
A
P S C
B B
r A
95
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Por duas retas distintas Vamos destacar algumas proporções:
z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F;
α
z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F;
z D E ⁄ AB = EF ⁄ BC.
S
Ângulos
r
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo
z Razão entre Segmentos de Reta: A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas
desenhadas:
Quando dois pontos delimitam um conjunto de
pontos numa mesma reta, chamamos de segmento de
reta e podemos representar por duas letras como, por
exemplo AB. O início do segmento é em A e termina
em B. Veja a seguir:
A
Reta s
s
s t
a
07
b
84
c 180°
.3
21
-1
d
as
bo
z Teorema de Tales:
B
Quando temos um feixe de retas paralelas sobre lo reto e tem uma representação bem característica:
in
um pouco mais:
s t
A D a
90°
B E
b
B E
A/2
A/2
C D
A n # (n - 3)
C
D=
2
D
07
6-
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem z A soma do ângulo interno e do ângulo externo de
.3
lados é:
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
sa
e C, C e D, e D e A. S = (n – 2) × 180°
bo
180x = 60 π
60r r Nº DE Nº DE
x= = radianos NOME NOME
180 3 LADOS LADOS
3 Triângulo 9 Eneágono
Polígonos
4 Quadrilátero 10 Decágono
5 Pentágono 11 Undecágono
Polígono é qualquer figura geométrica fechada for-
6 Hexágono 12 Dodecágono
mada por uma série de segmentos de reta. Observe: 97
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Nº DE Nº DE n # (n - 3)
NOME NOME D=
LADOS LADOS 2
7 Heptágono ... ... 2
n - 3n
8 Octógono 20 Icoságono 20 =
2
a 55°
3 ± 13
K L n=
2
A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é:
Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
a) 170°. nas pegar o resultado positivo. Logo,
b) 180°.
c) 185°. 3 + 13
n= = 8 lados
d) 190°.
e) 195°. 2
Aplicando a fórmula da soma dos ângulos internos
J
de um polígono, temos:
S = (n – 2) × 180°
S = (8 – 2) × 180°
55° x
a
D S = 1080°.
E
115°
Resposta: Letra D.
07
paralelas.
84
a 55°
.
92
K L r
α
.3
21
a + 115 = 180 θ
s
B
a = 65º
a
------------------
in
Logo, x + a = 190º.
Resposta: Letra D. a) 100°.
b) 55°30’.
2. (CONSULPLAN — 2018) A soma dos ângulos internos c) 60°.
de um polígono regular que tem 20 diagonais é: d) 44°30”.
e) 80°.
a) 495.
b) 720. r
α
c) 990.
d) 1080.
α
Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-
gono para descobrir o número de lados: β
θ θ
98 s
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
β=α+θ
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100° (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
Resposta: Letra A.
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
4. (ESAF — 2003) Os ângulos de um triângulo encon-
tram-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo,
portanto, é igual a: Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
a) 40°.
:100 :100 :100 :100 :100 :100
b) 70°.
c) 75°.
d) 80°. Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
e) 90°. Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
Se os ângulos do triângulo se encontram na razão (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 =
dos ângulos de um triângulo qualquer é sempre 53000 cm2.
180º.
Assim, 2x + 3x + 4x = 180° Medidas de Volume (Capacidade)
9x = 180°
x = 20° A unidade principal tomada como referência é o
O maior ângulo é 4x = 4 ∙ 20° = 80° metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
Resposta: Letra D. diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
MÉTRICA, ÁREAS E VOLUMES, ESTIMATIVAS,
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir
APLICAÇÕES
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
6-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
84
menores. A conversão de unidades de comprimento cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
.
92
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
.3
cúbico. Logo,
21
Km hm dam m dm cm mm
-1
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro) 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
as
questões.
B
Km hm dam m dm cm mm
a
in
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm. 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
diferentes que servem para medir dimensões maiores se faz a relação nessa unidade.
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir: unidade menor, multiplica-se por 60. Veja: 99
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1 hora = 60 minutos Quadrado
h = 4 x 60 = 240 minutos
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
Para transformar de uma unidade menor para a ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
unidade maior, divide-se por 60. Veja: do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
remos de L. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
L
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:
h
h h
07
6-
84
B
.
92
b
.3
(B + b) # h
s
A=
bo
Área do Retângulo 2
ar
B
100
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O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
L L
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
d lo utilizando a seguinte fórmula:
D b#h
L L A=
2
Paralelogramo
h A A
C
b z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
três lados com medidas diferentes, tendo também
A área do paralelogramo também é dada pela mul- os três ângulos internos distintos entre si:
tiplicação da base pela altura:
A=b×h
a B c
Triângulo
b
6-
. 84
92
A
ar
a a
B
b h
a
in
ar
A A
M
a c h=
a 3
2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado Substituindo π por 3,14, temos:
do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = 3,14×100 = 314cm2
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, O perímetro de uma circunferência que é a mesma
que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de coisa que o comprimento da circunferência é dado por:
catetos.
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre C=2×π×r
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- Para exemplificar, vamos calcular o perímetro
nusa: a2 = b2 + c2. daquela circunferência com 10cm de raio:
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes-
santes que estão presentes no triângulo retângulo. C = 2 × 3,14 × 10
C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
h2 = m×n
.
92
b2 = m×a
.3
c2 = n×a
21
-1
b×c = a×h
Repare na figura a seguir:
a
s
bo
Círculo
in
α
ar
C
relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura a seguir:
360° --------------------- 2 πr
α -------------------------- Comprimento do setor circular
c a
.3
21
b
-1
a a
as
base (círculo)
bo
de a = b = c. Geratriz
a
in
AT = 6a2
103
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G
H H
R C
R R
Pirâmides
Pirâmide Pirâmide
Triangular
6-
Quadrangular Pentagonal
84
A = 4 × πr2
.3
21
-1
Cone
s a
Altura
a
in
Pirâmide Pirâmide
ar
Geratriz
M
Hexagonal Heptagonal
104
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Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.
m a) 20 m².
b) 100 m².
c) 1.000 m².
d) 1.900 m².
A área lateral da pirâmide é dada por: e) 2.000 m².
a) 48 cm2.
6-
84
b) 50 cm2.
×
.
c) 52 cm2.
92
d) 60 cm2.
.3
e) 64 cm2.
21
-1
dada por:
s
bo
Sabendo que 70% da área dessa praça estão recober- 5 x 12 = 60cm2. Resposta: Letra D.
a
tem:
total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:
M
a) 450 m2.
b) 500 m2. a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas.
c) 400 m2. b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
d) 350 m2. c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas.
e) 550 m2. d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
MATEMÁTICA
Matrizes
a
a
Uma matriz Mmxn é uma tabela com “m linhas e n
colunas”. Os elementos desta tabela são representa-
C dos na forma aij, onde “i representa a linha e j repre-
A senta a coluna” deste termo. Veja um exemplo de uma
a matriz A2x2:
a
B
; E
5 -3
A=
1 7
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta-
do ou, então, obtido pela relação: Veja que temos 2 linhas e 2 colunas, ou seja, Aij =
V+F=A+2
A2x2.
4+4=A+2
A = 6 arestas . O termo a12, por exemplo, é igual a -3.
Resposta: Letra D. É importante saber que dizemos que a ordem des-
ta matriz é 2x2. A partir dela, podemos criar a matriz
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma transposta AT, que é construída trocando a linha de
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com- cada termo pela sua coluna, e a coluna pela linha.
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram Repare que a ordem de AT é 2x2:
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse
< 3 7F
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme 5 1
mostra a figura. AT =
-
2
; E
84
5 -3
A=
.
92
1 7
2,5
.3
Secundária Principal
21
-1
em metros, igual a:
ordem 3:
a
RS1 0 0VW
in
a) 1,25. SS W
ar
SS0 1 0W
W
M
b) 1,5. WW
c) 1,75. SS0 0 1W
d) 2,0. I3 = T X
e) 2,5.
Dada uma matriz A, chamamos de inversa de A, ou
O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
A-1, a matriz tal que:
Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
A x A-1 = I (matriz identidade)
7,5 = 2,5 x 2 x h
3=2xh Determinantes
h = 1,5m
Resposta: Letra B. O determinante de uma matriz é um número a ela
associado. Vejamos como calcular.
106
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z Matriz de ordem 1 Multiplicar cada termo da linha ou coluna
escolhida pelo seu respectivo cofator e, então,
Em uma matriz quadrada de ordem 1, o determi- somar tudo.
nante é o próprio termo que forma a matriz. Exemplo:
Cofator
Se A = [4], então det(A) = 4.
O cofator de uma matriz de ordem n ≥ 2 é definido
z Matriz de ordem 2
como:
Aij = (-1) i + j. Dij
Em uma matriz quadrada de ordem 2, o determi-
nante é dado pela subtração entre o produto da dia-
Veja um exemplo:
gonal principal e o produto da diagonal secundária.
Veja: JK1 2 1 0N
KK O O
3 1 0O
; E Se A = K
5 -3
KK
2 O O
Se A = 1O
1 7 KK2 -3 2 OO
K2 1 1 4O
L P
Então det(A) = 5×7 – (-3) × 1 = 38.
0 7 -1 0 7 A44. Como os termos a14 e a24 são iguais a zero, eu não pre-
84
1 1 2 1 1
JK1 2 1 0N
ar
-2 3 5 -2 3
KK O O
B
0 7 -1 0 7 KK2 3 1 0O
O
a
KK2 O
1O
in
3 2 OO
ar
KK
[(1 × 3 × (-1) +1 × 5 × 0 + 2 × (-2) × 7)] - [(2 × 3 × 0 + 1 × 5 4O
M
2 1 1
× 7 + 1 × (-2) × (-1))] L P
(-3 + 0 – 28) – (0 + 35 + 2) = Olhando somente para os termos que sobraram,
-31 – 37 = -68. veja que temos uma matriz com 3 linhas e 3 colunas
apenas, cujo determinante sabemos calcular:
Logo, o det(A) = -68. Determinante = 1.3.1 + 2.1.2 + 2.1.1 – 1.3.2 – 2.2.1
MATEMÁTICA
– 1.1.1
Determinante = -2
z Matriz de ordem 4 ou superior
O cofator A34 será:
Siga os seguintes passos:
A34 = (-1)3+4 × determinante
Escolher uma linha ou coluna da matriz (dê A34 = (-1)7 × (-2)
preferência para a que tiver mais zeros);
A34 = (-1) × (-2)
Calcular o cofator relativo a cada termo da
linha ou coluna escolhida; A34 = 2 107
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Agora, vamos calcular o cofator A44. Para isso, c) 1.000 m².
devemos excluir a quarta linha e a quarta coluna da d) 1.900 m².
matriz original, ficando com: e) 2.000 m².
Determinante = -26
As principais propriedades do determinante são: L
4m
L
zero, det(A) = 0;
z Se multiplicarmos todos os termos de uma linha Para descobrir o valor de L, basta aplicar o Teore-
ou coluna de A por um valor “k”, o determinante ma de Pitágoras no triângulo formado pelo lado L
da matriz será também multiplicado por k; com a altura de 4m e o trecho de 3m. Veja:
07
det(A) = 0;
z Sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem, quatro lados. Logo:
sa
det(AxB) = det(A)det(B); L + L + 6 + 12 = 5 + 5 + 18 = 28 m
bo
se, det(A) ≠ 0;
B
2
ar
2
Agora que já relembramos a parte teórica sobre 18 # 4
geometria e matrizes, chegou o momento de resolver- A=
2
mos mais questões sobre esses tipos de problemas.
Assim, saberemos exatamente como as questões são A=
72
= 36m2
cobradas em provas. 2
Resposta: Letra A.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno
quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração, 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O preço do litro de deter-
e ele foi registrado como se o comprimento do lado minado produto de limpeza é igual a R$ 0,32. Se um
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa recipiente tem a forma de um paralelepípedo retângu-
situação, deixou-se de registrar uma área do terreno lo reto, medindo internamente 1,2 dam × 125 cm × 0,08
igual a: hm, então o preço que se pagará para encher esse reci-
piente com o referido produto de limpeza será igual a:
a) 20 m².
108 b) 100 m².
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a) R$ 3,84. Sabendo que o volume dessa peça é 720 cm3, a área
b) R$ 38,40. da base é:
c) R$ 384,00.
a) 40 cm2.
d) R$ 3.840,00.
b) 48 cm2.
e) R$ 38.400,00.
c) 44 cm2.
d) 36 cm2.
Devemos colocar todas as medidas na mesma uni-
e) 52 cm2.
dade. Veja que:
1,2 dam = 12m = 120dm = 1200 cm
O volume é dado pela multiplicação das dimensões,
0,08hm = 0,8dam = 8m = 80dm = 800cm
ou seja,
Assim, o volume total é de:
720 = 15 . 6 . x
V = 1200 x 125 x 800
120 = 15 . x
V = 120.000.000 cm3
40 = 5 . x
V = 120.000 dm3
8=x
V = 120.000 litros
A área da base é:
Se cada litro custa 0,32 reais, o preço total será de:
Área = 6.x = 6.8 = 48 cm2.
Preço = 0,32 x 120.000
Resposta: Letra B.
Preço = 38.400 reais. Resposta: Letra E.
ÁLGEBRA E FUNÇÕES:
; E e B = < 1 2F
3 -2 1 4
A= PROPORCIONALIDADE, SEQUÊNCIAS E
1 2 -
RACIOCÍNIO LÓGICO
Então, o resultado da expressão ÁLGEBRA
(x + y) + z = x + (y + z)
6-
3 2
Comutatividade
.3
det A = = 3 × 2 – (-2 × 1) = 6 + 2 = 8
21
1 2
x+y=y+x
-1
1 4
det B = = 1 × 2 – 4 × (-1) = 6 x·y = y·x
a
1 2
s
bo
detA 8 4 x+0=x
in
= =
6 3 x·1 = x
ar
detB
M
Resposta: Letra A.
Existência de elemento oposto (ou simétrico).
5. (VUNESP — 2017) Uma peça de madeira tem o for-
mato de um prisma reto com 15 cm de altura e uma x + (– x) = 0
base retangular com 6 cm de comprimento, conforme x· 1 = 1
mostra a figura. x
MATEMÁTICA
x
Essas cinco propriedades são válidas para todos os
6 cm
números reais x, y e z, uma vez que essas letras foram
(Figura fora de escala) usadas para representar qualquer número real.
109
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EXPRESSÃO ALGÉBRICA 2x + 5 = 25
2×10 + 5 = 25
É uma expressão matemática que contém núme- 20 + 5 = 25
ros e letras ou apenas letras. Ou seja, é quando temos 25 = 25
as incógnitas ou variáveis na expressão. 25 – 25 = 0
Exemplo:
Logo, o valor de “x” = 10 satisfaz a equação.
x+15 Abaixo, analise os exercícios comentados de ban-
x+2y cas variadas dispostos a seguir.
x.y.z
1. (ENCCEJA — 2019) Para estimar a extensão de um
As expressões algébricas contêm números conhe- engarrafamento (E) em uma via com três pistas de
cidos, números desconhecidos (incógnitas) e opera- rolagem onde só trafegam carros de passeio, o Depar-
ções matemáticas. tamento de Trânsito considera, para efeito de cálcu-
lo, que cada carro ocupa 5,5 m de extensão da pista
Valor Numérico de uma Expressão de rolagem onde se encontra, conforme indicado na
figura.
É o resultado das operações efetuadas em uma
expressão algébrica, após a substituição das variáveis
Extensão do engarrafamento (E)
por números. Veja um exemplo:
Qual o valor da expressão 2x + 2y quando x = 2 e
y = 3?
Basta substituir as variáveis pelos valores núme-
ros que a questão falou
Últimos carros 5,5m 5,5m Primeiros Carros
2 × 2 + 2 × 3 = 4 + 6 = 10.
A expressão matemática que expressa a relação entre
EQUAÇÃO ALGÉBRICA a extensão do engarrafamento (E), medido em qui-
lômetro, e o número (N) de carros envolvidos nesse
É uma igualdade entre expressões algébricas que pos- engarrafamento é dada por:
suem incógnitas em suas estruturas. Observe os exemplos:
Exemplos: N
X 5,5
a) E= 3
2x + 5 = x + 15
3y + 4 = 18 1000
2y = 6 N
x3
b) E= 5,5
07
N x 5,5
.
1000
.3
3N x 5,5
equação algébrica, com a intenção de achar o valor de d) E=
-1
Devemos isolar o “x” em um dos lados da igualda- Vamos precisar calcular a expressão matemática
ar
de e passar todos os outros valores para o outro lado. que expressa a relação entre a extensão do engarra-
B
a) 35.
b) 105.
c) 915.
A g B
d) 1 624.
3 3 3660
4 de 1220 = 4 × 1220 = 4 = 915 enviaram men-
sagens. Resposta: Letra C.
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
.3
x ↦ 2x
Um matemático diria que o valor pago na corrida de
s a
taxi está em função da distância percorrida. Se cha- Domínio, Contra Domínio e Imagem da Função
bo
escrever então a fórmula que represente essa função: O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
B
VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
a
in
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia- possíveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos
ar
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O
M
função permite escrever a sua correspondente Tabe- contra domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, for-
la, bastando substituir os valores D e obter seus res- mado por todos os elementos do conjunto B e são for-
pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na mados por todos os valores que as ordenadas (eixo y)
fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. podem assumir. A imagem (Im) é formada por todos os
Definição: uma relação 𝑓 de um conjunto A em um elementos do contra domínio que se relacionam com
algum elemento do domínio. Assim, quando todo ele-
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota-
MATEMÁTICA
a d
Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) =
g 𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x
b e devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a
h função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a
c f função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun-
07
⇓
.
Im(f)
.3
21
-1
-1 1
s
bo
1 5
B
Funções Periódicas e Compostas Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Funções periódicas a grosso modo são funções Podemos ter outras relações entre funções, como
especiais de fácil identificação visual ou gráfica, onde a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:
se observa uma característica de repetição do decor-
rer da curva em intervalos subsequentes. (𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x)
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T,
se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x + A diferença entre funções, definida por:
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x)
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
cos(x), são funções periódicas de período T =2π. O produto entre funções:
Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do (𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x)
domínio e contra domínio definido, ou seja, 𝑓: A → B
e g: B → C, então para todo x ϵ A temos um único y ϵ E o quociente entre funções:
B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z
ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C, (𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0
definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg
ou h(x) = 𝑓[g(x)]. Em cada uma das operações anteriores o domínio
Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A da função resultante consiste naqueles valores de x
composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2
que estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e
= 9x2 +2.
g, sendo que quando tivermos o quociente existe a
Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] =
necessidade do denominador ser não nulo e algumas
3(x + 2) = 3x2 + 2.
2
outras funções também podem ter restrições espe-
Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
cíficas, como por exemplo, a função raiz quadrada
07
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) = que raiz quadrada pode assumir somente valores
-1
√x + 1
A igualdade entre duas funções, é uma relação
B
(𝑓/g)(x) =
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja √x – 4
a
in
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
funções de A em B definidas por: nesse caso o denominador não pode ser nulo.
E 113
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car- FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA
tesiano será:
Funções definidas por mais de uma sentença
são funções em que cada subdomínio tem uma função
1 associada a ela e a união desses subdomínios forma
(x, y) = ,0
2 o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse-
guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com
FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E mais de uma sentença e diferentes subdomínios.
DECRESCENTE
(Figura 10a)
y=4 y=–2
07
9a).
s
(Figura 10b)
nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
ar
valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva- distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
M
lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a
os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b). relação inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que
Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres- denominamos de função inversa e denotada por 𝑓 -1.
cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 > Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
–3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ. 3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da
função inversa de 𝑓 é definida por:
a) b) y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
114 Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b).
2
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{
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2
Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.
07
6-
. 84
92
.3
21
-1
as
bo
ar
B
a
in
ar
M
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).
Figura 11. Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
duas funções mais a bissetriz em pontilhado. ficiente angular for positivo e decrescente quando o
mesmo for negativo.
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA
MATEMÁTICA
a
84
1
3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
.
92
3 a
.3
21
-1
sa
bo
1
2x + 1 = 0 → x = – Logo, a solução para esse primeiro caso é:
ar
M
{
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0), S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será: 3
116
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𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)
{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
3 a
3
{
g(x)
> 0 ou
g(x)
< 0 ou
g(x)
≥ 0 ou
g(x)
≤0
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{
De acordo com a regra de sinais do quociente de 3 2
números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S) – 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
para uma dessas inequações pode ser encontrado da f ( x =
) ax + b > 0 → x > − ;
2 a
seguinte forma, seja a inequação quociente:
1 b
f (3xx=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
𝑓(x)
≥0
3 a
g(x)
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒
S4} = {∅}. Assim, o conjunto solução para inequação
6-
(x + 2)
21
≥1
-1
𝑓(x) (3x – 1)
≥0
a
g(x)
s
É:
bo
ar
{
É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1 {
B
inequações quocientes. ℜ| 3 2
ar
Funções Quadráticas
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3
≥1→ –1≥0→ ≥0 A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1 cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
Assim temos: ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
117
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +
bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é – (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
necessário mais que dois pontos, diferente do visto 2·1 2
anterior na construção da reta. Inicialmente encon-
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon- – (–3) + √1 3+1
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na x2 = = =2
função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a 2·1 2
concavidade da parábola está voltada para cima (a >
0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1,
parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar Importante!
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não
(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto: temos raízes reais, pois raiz quadrada de um
número negativo é um número complexo. Quan-
3 1 do o delta é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes
(xv, yv) = ,– são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá-
2 4
tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0)
teremos então a situação de duas raízes reais.
Logo seu gráfico segue na Figura 14.
– b ± √∆
x=
07
2a
6-
84
Com ∆ = b2 – 4ac.
.
92
As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a ∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0
sa
Pela forma canônica tem-se que a função 𝑓(x) = ax2 a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ
B
[ ]
ar
2
b ∆ No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como
M
𝑓(x) = a x+ – não existe raiz real, logo a parábola não corta o eixo
2a 4a2
x (abscissa).
– b ± √∆
x=
2a Para ∆ = 0 temos:
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun- a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
b
f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x 0< x→
) 0, {x 1 x > −2 ;
ou x > x }
a
a>0→
𝑓(x) b
f ( x<= ax∊+ℜb|<x0
) 0, {x <→x <x x<2}− ;
1
a
b
f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x0
) 0, {x 1 → x >
< x < x2} − ;
No caso de inequação produto faz-se o estudo de
a
a<0→ sinal de cada uma das funções quadráticas e define-se
𝑓(x) b como solução de acordo com a regra de sinais do pro-
f ( x<= ax∊+ℜb|<x <0 x→
) 0, {x oux x<>−x2} ;
1
a duto de números reais, temos que (+ × + = +); (– × – =
+); (+ × – = –), assim, um conjunto solução (S) para uma
No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis- dessas inequações pode ser encontrada da seguinte
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x forma, seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o
(abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0. produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e
g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2
+ 2x – 1) > 0, para achar o conjunto solução primeiro
encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e
g(x) = –x2 + 2x – 1:
b
f ( x= +b > 0 → x > −
∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
) 2
ax ;
a
Logo no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x) ∆ = b – 4ac →
2
b
f ( x=
∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a
) 2 ax + b < 0 → x < −
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor
;
07
f
x
1
( x
= ) ax b 0 = x
–2 ;
.
2·1 a
92
b 𝑓(x) = 0
.3
f ( x>=
𝑓(x) ax∊+ℜb|>x0< →
) 0, {x 1 oux x>>−2} ;
fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
21
a
a>0→ 2
-1
2·1 a
𝑓(x) b
f ( x<= ax∊+ℜb|<10< →
) 0, {x x <x2}< − ;
a
b
s
a f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 √0→ x > − ;
bo
a
g(x) = 0 x =x =
f (1x=
= 1 b
) 2 ax + b < 0 → x < −
2 · (–1)
ar
;
a
Inequações para Função Quadrática
B
a
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- f ( x= ax + b > 0 → x > −
b
𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
) ;
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O
f ( x= b
ax + b < 0 → x < −
𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
) ;
resultado para resolver essa inequação é encontrado a
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo
dos valores de a e de delta temos algumas combina- Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0:
MATEMÁTICA
g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
119
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No caso de inequação quociente faz-se o estudo b b
; − > x →0f > =
)+x
( xb axa +=
b (1f
) x> 0→ x > − ;
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi- a a
= x∊ℜ|0<x<
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
b 0 b
− < x → f < =
)+x a +=
) x< → x < −
;
a
( xb ax b
2f
( 0
a
;
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrada da Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x) – 1)/(–x2 + 2x) < 0 é:
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
f ( x=
b
− +
) ; ax >bx>→ 00→ >xb>+1x
b
−a ;= )x ( f
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 + S1 ◡ S 2 =
a
x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x <
a
ou x >2
f ( x= b b
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon-
−+
) ; ax
a
<bx<→ 00→ <xb<+x
2 −aa ;=) x ( f
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x)
= – x2 + 2x:
b e Mínimo para Função Quadrática
Máximo
f ( x =
) ax + b > 0
∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a que o número y ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-
Dizemos
∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓 M
∆ = b2 – 4ac → mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, y ≥ M
2
y oub
f ( x=
g
) vy , vx ( V =
) My ,
( )
a
f ( x =
)> 0,ax
+xf →
∊xℜ
b > |
0 x→<+–1
x >ou −x0 > <=
; ( fx V=
;
b
− <x
( =
)0 < ax
b + x
b a< =)→
a 2
x
x
− ,;
M
b
yM
2a2 · 14a 4 a· 14 a2
07
a a
b
6-
f; (ax−= b( →
+ b < 0 → x < − 1 ;
b
) > ax →
x f (0x>
= + x+
) b ax ab = >) x0 f x > − ;
84
a
< 0, x ℜ | –1 < x < ∆
−3− b−
b −∆1
( xv , yv ) =VV , ,– 4 V =
; − < x →
𝑓(x)
∊ a( →
(=
xM , yM ) ) vy , vx ( V =
) My , Mx (
b b
f x < −
f (0x<
= + x+
) b ax ab = <) x0
2
;
V=
.
92
a a
a224a a42a
.3
21
g(x) > 0, {x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
b
f ( x= ax + b > 0 → x > −
s
) ;
a
mo da função.
bo
f ( x= b
ax + b < 0 → x < −
g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2} O vértice de uma função quadrática será ponto de
) ;
ar
ções, a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solu- FUNÇÃO MODULAR
M
ção será:
Definição, Gráfico, Domínio e Imagem
(1f
b b
; − >x f→ =
) > ax
( x0 b ++xba >=0) x→ x
> − ;
a Uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida pela associação de
b 1 x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
S = ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
a
(2f cada x ∊ ℝ a 𝑓(x) = |x| ∊ ℝ é denominada Função
b
; − < x f→ =
) < ax
( x0 b ++xba <=0) x→ x < − ;
a
a
Modular.
= {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2 Considerando a definição de módulo de um núme-
ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução ≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função
será: modular também da seguinte forma:
b b b
(1f
x, se x ≥ 0
; − > x →
f0( x>
=
) b+
ax + b=
xa >
) x0 → x > − ; f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a a
b S2 = x ∊ ℜ | – 1 < x < ⌒ { x ∊ ℜ | 0 < x < 2} 𝑓(x) =
x < − b f ( x= b
− < x → ( x<
=
) b+ + b=< ( → ax + b < 0 → x < −
120
;
a
f 0 axxa ) x0
2f
a
;
– x, se x < 0
)
a
;
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O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi- As raízes das sentenças definidas pela função
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas modular podem também ser chamadas de ponto (s)
sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta
origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas (funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse
retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran-
caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓)
tes do plano (Figura 15).
= 𝔑+.
O domínio da função modular é o conjunto dos
reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somen-
te valores positivos (reais não negativos (ℝ+)). Logo,
Im(𝑓) = ℜ+. Note que no gráfico da função as retas
ficam acima do eixo x, onde todos valores para y são
positivos (Figura 15).
Equações Modulares
a
6-
A essas duas funções encontramos as suas raízes: equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
.
te forma:
92
∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16
.3
21
3 b
= + > → > −
-1
–(4) – √16 b f
3x( x+ )2 = ax
x – 1 b
→ x 0
= – x ;
f ( x =
) ax + b > 0 → x > − ; 2 a
a
x = = –4
s
1
2·1 a |3x + 2| = |x – 1| ⇔
bo
+ 1b →
fx( x==) –(4) + √16
ax + b < 0 =→0 x < − ;
b 4
B
a
2
a
2·1 a
in
b b
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
ar
a a
S = – , –
M
b b
As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença ; − < x → 0 < b+fx(a
2x=
) = )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
a
a
o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja, E na situação de uma função modular, como a
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi- equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo-
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva- res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
lo de x abaixo: ção é dada por:
MATEMÁTICA
2 3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
b
x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
f ( x= ax + b > 0 → x > −
) ;
𝑓(x) =
a
a
f (2x=
) ax + b < 0 → x < −
–x – 4x, –4 < x < 0
b
; |3x + 2| = 2x – 3 ⇔ 1
f3x( x+= b
)2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ;
a
5 a
Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2,
intervalo entre –4 e 0 (Figura 16). então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}. 121
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Inequações Modulares z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 →
𝑓(x1) < 𝑓(x2);
Uma das propriedades de módulo para números z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 <
reais, em que para um número k > 0 tem-se |x| < k ⇔ x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2);
–k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa proprie- z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n
dade podemos resolver inequações modulares como > 0;
|3x – 2| < 4 e sua solução é: z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente
se, r > 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se,
2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2 s > r;
3 z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente
b b se, α > 0;
; − > x→ x=
f (0 )> bax
+2+ab >
x =
)0x (→f x > − ;
a a z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b
S = x∊ℜ|– < x < 2
;
b
− < x→ 0=
f (x +3
)< bax +ab <
x =
)0x (→f x < −
b
; > 0;
a a
z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente
se, x1 > x2;
Mas se a inequação for |5x + 4| ≥ 4, a solução é: z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente
se, b < 0;
|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8 z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen-
te se, x1 < x2.
Ou,
O domínio da função exponencial é o conjunto
8 dos reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
5x ≥ 0 ⇔ x ≤ – ou x ≥ 0 Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
5 valores positivos não nulos (reais não negativos e não
b b nulo (ℝ*+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note que no gráfico da
− >
f (xx→
= >+ +
8> 0→ =
) xx( > −
;
a
) 0
ax bb xa f
a
;
função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x,
S=b
x∊ℜ|x≤– ou x ≥ 0 b pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ. Além disso, temos que o pon-
< f
; −
f (xx=
→ ax
) 0 <+
bb5<
+ 0→
xa ) xx( <
= −
;
a a to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y)
= (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o gráfico para duas
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos: funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente
(0 < a < 1), segue como na Figura 17.
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x
b
f ( x= ax + b > 0 → x > −
x + 1, se x ≥ – 1
) ;
a
|x + 1| =
b
f ( x=
–x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
07
a
6-
S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
.3
21
solução:
as
bo
S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
ar
M
FUNÇÃO EXPONENCIAL
função é crescente e inverte quando é decrescente, ou z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode
seja:
-1
5i =1 5i i = 1
B
x x
1b1
ar
z b>0ec>05 1 ≥a ≥
→2log 125a b – loga c, então loga
M
125
555 1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) = loga b ;
*
x x x x z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
11 11
x x
1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a
1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β
f ( x= b
dos reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ 2x + 5
)
0 →+xb><–5/2
> ax 0→ x < −
a
;
6-
→ ℝ, 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3
.
92
2x2 + 5x + 4 > 0
(x, y) = (1, 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfi-
ar
∆ = b – 4ac = 25 – 32 = –7
2
B
16 → 2x2 + 5x – 12 = 0
– b – √∆ b
– 5 – √121
1
f
x ( x
= =
) ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2a 2 ·a2
– b + √∆ – 5 +√121
b 3
fx( x==) ax +b < 0 → = x<− ; =
2
2a 2 ·a2 2
b b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
+b > 0 → x > − ;
a a
b S = – 4,
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < −
ax ;
124 a
a
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inequações Logarítmicas Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
então a solução para g(x) ≤ 0 é:
Inequações logarítmicas são aquelas inequações
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com b b
; − > x
→ 0=
f (x )> b
ax++
1ab >=)0x (→
x x > −
f ;
(a ∊ ℜ*+ –{1}). a a
b 2=
S x∊ℜ|– ≤x≤3
A forma de solucionar a inequação logarítmica é ; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
++
x f
x< −
b
;
a
a
deixando os logaritmos com as mesma base, e aplican-
do as desigualdades em casos de bases maiores que
Assim, a solução da inequação logarítmica log2
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x)
(2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções
> 0 ou aplicando propriedade inversa e transforman-
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. acima:
Esquematizando temos:
b b
) −
f ( x;= ax>
1+xb→>0> →bx +>
5a− a=);x ( f
x
a
f ( x= ax + b > 0 → x > −
b S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3
𝑓(x) > g(x) se a > 1
) ; f ( x= b
a )
; −
ax2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − = ); x ( f
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔
b
a a
f ( x=
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
a
E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
Ou
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
b
f ( x= kax + b > 0 → x > −
𝑓(x) > a se a > 1
) ;
a Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então:
loga 𝑓(x) > k ⇔
b
f ( x=
0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
a
b 5
0 < 𝑓(x) < a se a > 1
f ( x= ax k+ b > 0 → x > −
)
a
;
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
loga 𝑓(x) > k ⇔
f ( x= b 3
kax + b < 0 → x < −
𝑓(x) > a se 0 < a < 1
) ;
a
1
S = {x ∊ ℜ | x > 1}
6-
84
92
1
2·2 2 a
.3
então a solução para 𝑓(x) > 0 é: 𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
a
; ;
a a e propriedades de logaritmos também valem para os
S1 = x ∊ ℜ | x < 0 ou x >
B
b b
; − <xf →
( x=
)0 <ax
b++xba< 0
=)→x (2fx< − ; logaritmos decimais.
a
a
a
in
na relação entre os logaritmos de mesma base, como z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x
a base é 2 então a função é crescente: < c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ;
z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1
a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2 – é a mantissa;
5x – 3 ≤ 0 z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
MATEMÁTICA
log 2,3 → c = 0 b 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
=) ax + b > 0 → x > − ;
flog( x31,421
46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
→c=1 a 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
x>1 48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
flog( x204 →c=2
=) ax + b < 0 → x < − ;
b 49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
log 6542,3 → c = 3 a 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
log 0,2 → c = –1 b
=) ax + b > 0 → x > − ;
flog( x0,035
52
53
7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
→ c = –2 a
0<x<1 54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
flog( x0,00405 → c = –3 b
=) ax + b < 0 → x < − ; Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549
log 0,00053 → c = –4 a (IEZZI; MURAKAMI, 1977).
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014 Para saber temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D =
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279 Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A =
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529 {−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}.
07
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765 Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a
6-
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 maior imagem para a função J, como o coeficiente
84
20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
ponto de máximo será o:
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
.3
21
22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
∆ 64
-1
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784 yvértice = – =– = 16
24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962 4a 4 · (–1)
as
bo
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
Fazendo a diferença na ordem mencionada temos:
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
ar
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
2. (FCC — 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato
in
29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
ar
30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900 alta tecnologia em manufatura de peças para compu-
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038 tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172 uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por
33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302 unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428 sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
12,03 reais por taxa de empreitada por unidade intei-
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670 ra produzida por hora. Na audiência de negociação,
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786 foram estabelecidas equações para o salário por hora
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899 de cada uma das propostas em termos de n, o número
39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010 inteiro de peças produzidas por hora. O valor por hora
trabalhada mais a taxa de empreitada que a empresa
40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117 ofereceu só é maior que o valor solicitado pelo sindi-
41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222 cato quando:
42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425 a) n<2.
126 44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522 b) n=2.
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c) n=3.
d) n<3. 2 2 10
t= = =2· = 20 anos
e) n>3. 0,1 1 1
3 2 3 2
6-
2 3 2 3
x2 + 2x – 15 ≤ 0
.
92
.3
24 + 9 + 4 37 ∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64
21
= =
-1
6 6 – b – √∆ –2–8 b
f
x ( x
= =
) ax + b > 0
= → x > − =;–5
a
Resposta: Letra C. 1
2a 2
s
a
bo
+ b < 0= → x < − =; 3
B
z Representação Gráfica:
Por duas retas concorrentes:
r
P
07
α α
6-
ponto
84
S C
.
92
reta
.3
plano r A B
21
-1
α
a
in
S
A
P r
128
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Veja a seguir:
Reta s
s
A
Segmento de Reta AB
A B t
s t A
d 180°
z Teorema de Tales:
Quando temos um feixe de retas paralelas sobre Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta,
duas transversais quaisquer, determinamos segmen- isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu-
tos proporcionais. Veja a figura a seguir para entender lo reto e tem uma representação bem característica:
um pouco mais:
s t
07
6-
A D a
.84
92
B E
b
.3
90°
21
C F
c
-1
a
D G
s
AB ⁄ BC = DE ⁄ E F;
M
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais)
por duas semi-retas. Veja na figura a seguir o ângulo quando possuem a mesma medida;
A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas z Ângulos complementares: são complementares
desenhadas: quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° +
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares
um do outro;
129
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z Ângulos suplementares: são suplementares quan- z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
do a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + 70° dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
= 180°. Os ângulos 70° e 110° são suplementares lha traçadas no polígono a seguir:
entre si. A
A/2
C D
A/2
Para calcular o número de diagonais de um polígo-
no, vamos precisar levar em consideração os vértices
(lados). Dessa forma, chegaremos na seguinte fórmula:
Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos
tirar algumas conclusões interessantes. n # (n - 3)
D=
2
B
Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.
A
C
z A soma do ângulo interno e do ângulo externo de
D
um mesmo vértice é igual a 180º;
z A soma dos ângulos internos de um polígono de n
Os ângulos formados pelo cruzamento das retas lados é:
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem S = (n – 2) × 180°
o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D.
Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma Dica
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
e C, C e D, e D e A. A soma dos ângulos internos de um triângulo (n =
Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida. 3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados)
Uma outra unidade de medida de ângulos é cha- esta soma é 360º.
mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim- Os polígonos que possuem todos os lados iguais
ples para convertermos qualquer ângulo em radia- e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos: chamados de polígonos regulares. Conheça algumas
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
07
NOME NOME
92
r 3 Triângulo 9 Eneágono
21
60r
x= = radianos
180 3 4 Quadrilátero 10 Decágono
-1
5 Pentágono 11 Undecágono
a
Polígonos
s
bo
6 Hexágono 12 Dodecágono
ar
a 55° r
α
K L
c) 990.
6-
α
d) 1080.
84
β
.
92
n # (n - 3) β=α+θ
D=
a
2
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100°
s
bo
2
n - 3n Resposta: Letra A.
ar
20 =
2
B
40 = n2 - 3n
in
n2 – 3n - 40 = 0 portanto, é igual a:
M
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
.3
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 Para transformar de uma unidade menor para a
B
Km2 mm2
ar
:100 :100 :100 :100 :100 :100 Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2: 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
(100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 = Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
53000 cm2. os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
Medidas de Volume (Capacidade)
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do
A unidade principal tomada como referência é o
dia.
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
132 diferentes que servem para medir dimensões maiores 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
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Medidas de Massa ToF = 185°
As unidades a seguir são as mais utilizadas quando Veja, agora, algumas relações que você precisar ter
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja em mente para resolver diversas questões:
quais são:
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
z Tonelada (t);
z Quilograma (kg); 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
z Grama (g) e; 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
z Miligrama (mg).
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
Vamos tomar como base as relações a seguir para 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
converter uma unidade em outra. Observe: 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas);
z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). Resolução de Problemas Envolvendo Grandezas
Observe o exemplo a seguir de uma conversão: Após olharmos toda a parte teórica, vamos resolver
algumas questões de diversas bancas que envolvem
Vamos transformar 3,5 kg em gramas. as grandezas de comprimento, volume, capacidade,
Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo: tempo, massa, temperatura e área.
32) / 9.
B
a) 107.
M
mos L x L, ou seja:
O volume de leite, em litros, contido em cada emba-
.
92
Trapézio
-1
GEOMETRIA PLANA
a
Retângulo
bo
b
M
h
h h
b
Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do
trapézio por meio da fórmula abaixo:
Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
menor “h” de altura.
(B + b) # h
A=
134 2
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Losango Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
cer a sua altura (h):
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
to. Veja a seguir:
L L
a c
h
L L
b
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
acordo com a figura a seguir: chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula:
L L
b#h
A=
d 2
D#d
A=
2
Paralelogramo a a
c
É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos
paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho.
A A
b
C
07
6-
h
84
b
-1
a
a B
s
C A
A=b×h
a
b
in
ar
Triângulo
M
A
a a
a c
h
A A
a
b
135
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Podemos calcular a altura usando a seguinte fórmula: Círculo
2
a 3
A=
4
r
z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.
B
c
a A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
A Vejamos um exemplo para calcular a área de um
b círculo com 10 centímetros de raio:
A = π × r2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado
A = π × (10)2
do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = π × 100
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, Substituindo π por 3,14, temos:
que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de
catetos. A = 3,14×100 = 314cm2
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos O perímetro de uma circunferência que é a mesma
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- coisa que o comprimento da circunferência é dado por:
nusa: a2 = b2 + c2.
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- C=2×π×r
07
C = 2 × 3,14 × 10
21
b h c
-1
C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
as
a
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
a
in
ar
h2 = m×n D = 2r
b2 = m×a
c2 = n×a
b×c = a×h
136
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Repare na figura a seguir: -retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores de a
= b = c.
A Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-re-
tângulo, devemos multiplicar suas três dimensões. Veja:
V=a×b×c
α
V = a × a × = a3
360° --------------------- 2 πr
6-
84
a # 2rr
a
360c V = Ab × h
s
bo
GEOMETRIA ESPACIAL
ral com duas bases.
B
a
Poliedros
in
AT = Al + 2Ab
ar
c a
base (círculo)
b
a a
Geratriz
R
H H
4 3
V = 3 # rr
sa
bo
A = 4 × πr2
in
ar
Cone
M
Pirâmide Pirâmide
Altura Hexagonal Heptagonal
×
.
92
.3
a) 48 cm2.
21
b) 50 cm2.
-1
c) 52 cm2.
× + 20
s a
d) 60 cm2.
bo
Sabendo que 70% da área dessa praça estão recober- Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é
a
in
tos de grama, então, a área não recoberta com grama dada por:
ar
tem:
Área = D x d / 2 = 6 x 4 / 2 = 12cm2
M
Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas.
à soma de todos os lados. Logo: b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
2x + 2(x + 20) = 160 c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas.
2x + 2x + 40 = 160
d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas.
4x = 120
x = 30 m e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
A área, portanto, será:
Área = 30 x (30 + 20) Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces ape-
Área = 30 x 50 = 1500 m² nas, veja: 139
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V UTILIZAÇÃO DE ESCALAS
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que Escala = medida no desenho : medida no objeto real
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta-
do ou, então, obtido pela relação: ou
V+F=A+2
4+4=A+2 Escala = medida no desenho / medida no objeto real
A = 6 arestas .
Resposta: Letra D. Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:30,
significa que 1 cm no mapa é equivalente a 30 cm na
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma área real. Caso seja necessário indicar que cada cen-
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com- tímetro de um mapa representa 1 metro na área real,
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram utilizamos a escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse convertemos 1 metro para centímetros (100 centíme-
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme tros), pois ambas as medidas precisam estar na mes-
mostra a figura. ma unidade.
Geralmente, as escalas aparecem em figuras ou
mapas da seguinte maneira:
ia
ár
nd
cu
×
se
a
Vi
Via principal
h
07
2
6-
Escola
84
2,5
.
92
via
rro
.3
Fe
21
co
Nessas condições, é correto afirmar que a medida da Be
sa
em metros, igual a:
ar
Hotel
B
a) 1,25.
a
b) 1,5.
in
ar
c) 1,75.
M
140
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X=24 km
Resposta: letra E.
a) 140 km.
b) 285, 7 km.
c) 310 km.
d) 1400 km.
1 cm ------------- 200 km
7cm -------------- x km
x = 7 . 200
x = 1400 km
Resposta: Letra D.
mapa (mais detalhes). Escala maior é igual a Área menor com Detalhe maior.
ar
A seguir, realize os exercícios que seguem. Logo, deve-se aumentar a escala para aumentar o
a
in
um percurso partindo da empresa em que trabalha 4. (IBADE — 2018) A distância entre uma cidade locali-
até o local onde será realizada uma festa para os fun- zada na região norte do país e outra localizada no Uru-
cionários. Nesse mapa, 1 cm corresponde a 2 km de guai é de 4.200 quilômetros. A distância sobre uma
distância real. Se no mapa o percurso é de 12 cm, a representação cartográfica é de 105 mm. Dessa for-
distância real é de: ma, a escala cartográfica da representação é de:
1,89m 2
21
-1
E PICTOGRAMAS
a
in
1,50 | - 1,60 33
GRÁFICOS APRESENTADOS EM DIFERENTES
LINGUAGENS E REPRESENTAÇÕES 1,60 | - 1,70 17
1,70 | - 1,80 13
A apresentação de dados estatísticos por meio de
tabelas e gráficos fazem parte do ramo da Estatística 1,80 | - 1,90 17
Descritiva. Esta tem por objetivo descrever um con-
junto de dados, resumindo as suas informações prin- O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
cipais. Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
ferramentas muito importantes. | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
Tabelas
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
Para descrever um conjunto de dados, um recurso contabilizadas.
muito utilizado são tabelas, como essa a seguir, refe- Veja novamente a última tabela, agora com a colu-
rente à observação da variável “Sexo dos moradores na de frequências absolutas acumuladas à direita:
142 de São Paulo”:
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z Gráfico de Setores (ou de Pizza)
CLASSE FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS AB-
(FI) SOLUTAS ACUMU-
LADAS (FCA) Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-
mente a relação com o total de observações. Vamos
1,50 | - 1,60 33 33 supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
1,60 | - 1,70 17 50 alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
de pizza.
1,70 | - 1,80 13 63
1,80 | - 1,90 17 80
07
20 10
6-
5
84
15 0
.
10
.3
5
-1
Histograma
a
0
s
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber Imagine que realizamos uma pesquisa sobre os salá-
B
a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida- rios dos funcionários de uma empresa de cosméticos e
a
in
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar obtivemos a seguinte distribuição de frequências:
ar
25 - 30 7
Rio de Janeiro
Esses dados podem ser resumidos com um histo-
São Paulo
grama, como mostra o gráfico a seguir.
0 2 4 6 8 10 12 14
143
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Salário dos Funcionários da Empresa de Cosméticos X Em
18
Milhares de Reais MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
16 Matemática 9,7 4
14
12 Física 8,8 4
10
Química 7,3 2
8
6 História 6,0 1
4
Biologia 5,7 1
2
0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30) Vamos calcular a média ponderada das notas des-
se aluno:
É importante destacar que a área de cada retângu-
lo é proporcional à frequência.
9,7 × 4 + 8,8 × 4 + 7,3×2 + 6,0×2 + 5,7×1
X=
CÁLCULO DE MÉDIAS E ANÁLISE DE DESVIOS DE 4+4+2+1+1
CONJUNTOS DE DADOS
38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7
X=
Média Aritmética 5
M1 = 3 e M2=7.
6-
5+10+15+20+50 100
X= = = 20
84
.
92
A média aritmética é igual a 20. quando temos os dados dispostos em uma tabela com
21
devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo ESTATURA (M) FREQUÊNCIA
a
in
1,53 3
M
Agora, observe esse outro exemplo e perceba que Como estamos estudando e aprendendo sobre o
os dados não estão ordenados. assunto, vou fazer o cálculo de todos os desvios em
relação à média, mas podemos calcular apenas o
C: {2;3;;7;6;6;8;5;5;5} valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 e achar
o gabarito mais rápido. Usamos a nossa relação,
Para acharmos a mediana é necessário ordenar temos:
os números primeiro e depois fazer a média entre os di = xi - m
dois termos centrais, pois o número de elementos é
par. Vejamos: d1 = 900 – 1400 = -500
d2 = 1200 – 1400 = -200
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre
os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10. d3 = 1400 – 1400 = 0
d4 = 1500 – 1400 = 100
Dica
d5 = 2000 – 1400 = 600
Moda: elemento(s) que mais aparece(m).
Mediana: elemento central de um conjunto de O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
números. 1400 – 1400 = 0.
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então, Resposta: Letra C.
a mediana é o termo do centro;
� Se a quantidade de elementos for par, então, a Desvio Absoluto Médio
mediana será a média entre os dois elementos
centrais. O desvio absoluto médio também pode ser cha-
07
z A soma dos desvios tomados em relação à média ponderada dos desvios, em que os pesos são as fre-
a
in
b) 1,83.
6-
Vamos calcular a média dos valores: 1. (VUNESP — 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
-1
2+6+4+3+5
s
x = =4
bo
5 NÚMERO DE
ar
FALTANTES
a
2ª feira 13
ar
22+62+42+32+52
M
x2= = 18 3ª feira 9
5 4ª feira 6
Aplicando a fórmula da variância: 5ª feira 18
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 6ª feira 23
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: A média diária do número de funcionários que falta-
σ = √σ² = √2 ≅ 1,41. ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
Resposta: Letra D. a média diária do número de funcionários que falta-
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em:
2. (UFMT — 2017) Um conjunto de dados sobre a plaque-
topenia de pacientes com dengue tem variância igual a) 7.
a zero. Pode-se concluir que também vale zero: b) 8.
c) 9.
a) a média. d) 10.
146 b) o desvio padrão. e) 11.
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Vamos calcular a média de segunda e sexta: A moda da distribuição dos valores X registrados na
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao amostra foi igual a 22 kg.
trabalho. Veja que o número 22 (a quantidade diária de dro-
Agora, vamos calcular a média de terça a quinta: gas apreendidas) aparece 2 vezes (frequência = 2),
(9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao enquanto todos os outros números aparecem apenas
trabalho. uma vez (frequência = 1). Logo, a moda é igual a 22.
Como a questão quer a diferença, fica: Resposta: Certo.
18 – 11 = 7.
Resposta: Letra A. 4. (FCC — 2018) Em um grupo de pessoas encontramos
as seguintes idades: 20, 30, 50, 39, 20, 25, 41, 47, 36,
2. (CEBRASPE-CESPE — 2015) A equipe de atendentes 45, 41, 52, 18, 41. A mediana é:
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de a) 36.
acordo com a seguinte escala. b) 40.
c) 41.
Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6 d) 42.
h às 12 h. e) 39.
Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das 9
h às 15 h. A primeira coisa a ser feita é dispor os termos em
Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das ordem crescente. Ou seja, 18, 20, 20, 25, 30, 36, 39,
12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item 41, 41, 41, 45, 47, 50, 52.
que se segue. Quando o número de termos é par, precisamos tirar
a média entre as posições centrais para podermos
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida- achar a mediana. Temos 14 números, então, é um
des das atendentes for de 21 anos e a média das ida- número par. Assim, a mediana será a média aritmé-
des dos atendentes for de 31 anos, então a média das tica entre os dois termos centrais: o sétimo (39) e o
idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos. oitavo (41). Veja: Md = (39+41) / 2 = 40.
A mediana é 40.
( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra B.
Total de Homens: 7 + 4 + 1 = 12. 5. (IESES — 2019) Assinale a alternativa que representa a
Média dos homens = 31.
nomenclatura dos três gráficos a seguir, respectivamente.
Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan-
tidade de homens PIB Brasil - Variação Anual
31 = Soma total / 12 8 7,5
Soma total = 372 7
6,1
Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18. 5,7
6 5,2
Média das mulheres = 21
5
Média = Soma de todas as idades das mulheres / 4,3 4,0
07
4
Quantidade de mulheres 3,2
6-
2,7 2,7
21 = Soma total / 18 3 2,3
84
0,9
92
de 25 anos.
/ja 2
-1
00
/ja 2
01 /03
/ja 4
/ja 5
01 /06
01 /07
01 /08
/ja 9
/ja 0
01 /11
/ja 2
13
0
01 n/0
01 n/0
01 n/0
0
01 /1
1
01 1
-jan/
n/
n/
Resposta: Errado. n/
n
n
/ja
/ja
/ja
/ja
/ja
a01/
01
01
01
s
DIA
a
15%
in
1 2 3 4 20%
5 Região Sul
ar
Região Sudeste
M
X (QUANTIDADES 10%
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28 Região Centro Oeste
APRESENTADAS, EM KG) 5% Região Nordeste
Região Norte
Tendo em vista que, diariamente, a Polícia Federal 40%
apreende uma quantidade X, em kg, de drogas em
determinado aeroporto do Brasil, e considerando os GRÁFICO 2
MATEMÁTICA
( ) CERTO ( ) ERRADO
147
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Evolução dos Preços do Produto Y a) 1.418
35,00 b) 1.644
30,00 30,00 30,30 c) 6.938
28,20
25,00
27,40 d) 8.356
25,30 24,20
20,20 20,00 e) 9.774
20,00 18,20 28,20
15,00 15,60
12,20
14,70 3. (FUMARC — 2018) Um avião fez uma viagem de 3h
10,00
e 30min com 285 passageiros. A companhia estimou
5,00 que o custo operacional total dessa viagem foi de R$
596.534,00.
14
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Aproximadamente, qual o custo médio por hora viaja-
GRÁFICO 3 da para cada passageiro?
a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
a) R$ 528,00
Linha.
b) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de b) R$ 624,00
Tendência. c) R$ 598,00
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de d) R$ 634,00
Linha. e) R$ 697,00
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras. 4. (FUMARC — 2018) Matheus anotou um código binário,
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de utilizando apenas 0 e 1, em uma matriz 4 x 4 para for-
Linha. mar uma senha. Quando precisou do código, percebeu
que seu cachorro havia rasgado o papel em que ano-
O primeiro gráfico é um gráfico de colunas ou de tara e conseguiu achar apenas um pedaço do papel.
barras. O segundo gráfico é um gráfico de setores,
que também é chamado de “gráfico de pizza”. O
terceiro gráfico é um gráfico de linha. Utilizamos o
gráfico de linha para representar séries temporais.
Resposta: Letra C.
HORA DE PRATICAR! Como Matheus sabia que o código era formado por 7
dígitos 1’s e 9 dígitos 0’s, ele resolveu testar todas as
possibilidades. Qual o número máximo de tentativas
1. (FUMARC — 2018) Em uma sala do último ano do ensi-
que ele deve fazer para descobrir o código que esta-
no médio com 50 alunos, sendo 28 meninas, foi feita
va escrito anteriormente, se no pedaço que ele achou
uma pesquisa sobre o curso que pretendiam fazer na
estavam escritos 3 dígitos 1’s e um dígito 0?
faculdade. Entre os 6 alunos que responderam que pre-
07
a) 63
84
b) 495
Tomando ao acaso um desses alunos, qual é a probabili-
.
92
c) 990
dade de que, sendo menina, pretenda fazer Arquitetura?
d) 2.192
.3
21
1 e) 5.040
a)
-1
2
5. (FUMARC — 2018) No último dia de aula, os alunos do
a
1
b)
s
3
1
ar
d)
in
14
ar
1 a) 8
e)
M
25 b) 9
c) 10
2. (FUMARC — 2018) Foi feito um levantamento com
d) 11
10.000 crianças para saber quantas haviam recebido
e) 12
a vacina contra Febre Amarela e a vacina contra a Den-
gue. Os resultados obtidos estão na tabela a seguir.
6. (FUMARC — 2018) Numa indústria farmacêutica, um
tanque está cheio com 10.000 L de um composto para
VACINA NÚMERO DE CRIANÇAS produção de um xarope. Uma bomba retira 10% do
líquido a cada hora. Depois de 4 horas, quanto restará
Febre amarela 5.428 do composto no tanque?
Dengue 4.346
a) 6.000 L
Nenhuma 1.644 b) 6.429 L
c) 6.561 L
Quantas crianças receberam apenas uma das vacinas? d) 7.000 L
148 e) 7.290 L
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7. (FUMARC — 2018) Durante um dia do carnaval, 120 pessoas foram monitoradas sobre o meio de transporte utilizado
para a participação em um bloco no centro da cidade. A tabela abaixo mostra o meio de transporte utilizado na ida e
na volta por essas pessoas. Por exemplo, o número 7 na tabela indica que 7 pessoas utiliza-ram táxi na ida e carona
na volta.
VOLTA
TAXI 12 6 7 2
A PÉ 2 4 11 5
IDA
CARONA 13 9 10 4
ÔNIBUS 9 8 12 6
Dentre as monitoradas, quantas pessoas utilizaram meio de transporte na volta diferente do meio de transporte que
utilizaram na ida?
a) 32
b) 54
c) 66
d) 88
e) 94
8. (FUMARC — 2018) Um trem faz uma viagem de 279 quilômetros a uma velocidade constante de 54 km/h, sem para-
das. Qual o tempo gasto para essa viagem?
a) 5h e 20 min
b) 5h e 16 min
c) 5h e 12 min
d) 5h e 10min
e) 5h e 08 min
1 1
9. (FUMARC — 2018) O valor da expressão A = log + log — log 0, 05 + log 0, 25 log 3 é:
10 150
a) 1
b) 2
07
c) 3
6-
84
d) -1
e) -2
.
92
.3
10. (FUMARC — 2018) Um objeto é solto de um balão em voo e cai em queda livre percorrendo 3 m no primeiro segundo,
21
12 m no segundo, 21 m no terceiro segundo, e assim por diante. Continuando nessa sequência, o objeto atinge o solo
-1
a) 156 m
ar
b) 165 m
B
c) 1.431 m
a
d) 1.596 m
in
e) 1.770 m
ar
M
11. (FUMARC — 2018) Em um laboratório, uma colônia com 5.000 bactérias foi colocada em observação. Notou-se que, a
cada 45 minutos, a quantidade de bactérias parecia triplicar. Supondo corretas as observações dos cientistas, quantas
bactérias haveria após 6 horas de observação?
a) 10.935.000
b) 32.805.000
MATEMÁTICA
c) 40.500.000
d) 67.500.000
12. (FUMARC — 2018) A água lançada obliquamente para cima por um chafariz é uma curva que se assemelha ao gráfico
de uma função quadrática. Sabendo disso, um arquiteto projetou o chafariz da praça de sua cidade de tal forma que a
—x2 + 18x + 40
trajetória da água lançada descrevesse uma parábola cuja equação pode ser dada por h(x) = , sendo
10
h a altura, em decímetros, do jato de água e x, a distância horizontal até o chafariz, em decímetros.
149
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A altura máxima, em decímetros, que esse jato de b)
água atinge é:
a) 2,0
b) 4,0
c) 8,1
d) 9,0
e) 12,1
a)
.
92
.3
21
-1
a
e)
s
bo
ar
B
a
in
ar
M
150
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18. (FUMARC — 2018) Uma foto foi impressa em papel
especial na forma de um retângulo, conforme figura
abaixo.
6 cm
10 cm
a) f (x) = 2 - sen(x)
b) f (x) = 1+ 2sen(x)
c) f (x) = -1- 2sen(x) A razão entre a medida do lado menor e a medida do
d) f (x) = 1- 2sen(x) lado maior nesse papel é 0,6.
e) f (x) = -2 - sen(x)
Se fosse utilizado um papel com 6 cm a mais na lar-
16. (FUMARC — 2018) Durante um campeonato de bas- gura e 6 cm a mais na altura, a razão entre a medida
quete, a comissão técnica de um time anotou a pon- do lado menor e a medida do lado maior, nesse caso,
tuação de alguns jogadores na matriz a seguir: seria:
11 6 5 6 6 a) 0,6
b) 0,66
13 6 6 11 10 c) 0,75
d) 1,33
8 14 17 9 18
e) 1,6
14 17 11 14 11
19. (FUMARC — 2018) Uma fábrica de sorvetes decidiu
17 18 14 18 12 lançar o Kornetone: uma casquinha de sorvete de for-
ma cônica com 6 cm de diâmetro e 10 cm de altura,
6 10 10 7 12
totalmente preenchida com sorvete de chocolate, sem
transbordar, e sobre o sorvete de chocolate, meia bola
07
O elemento a ij dessa matriz representa o número de de sorvete de morango, formando uma semiesfera
6-
a) Jogador 1
-1
b) Jogador 2
a
c) Jogador 3
s
bo
d) Jogador 4
ar
e) Jogador 5
B
a
2
a) m
2
5
b) m
2
5
c) m
3
d) 5m
e) 2m
9 GABARITO
1 D
2 C
07
3 C
6-
84
4 B
.
92
5 B
.3
21
6 C
-1
7 D
s a
bo
8 D
ar
9 E
B
a
10 D
in
ar
11 B
M
12 E
13 D
14 A
15 D
16 B
17 C
18 C
19 A
20 E
152
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Quando se fala em direitos humanos, estamos
mencionando um rol de direitos pertencentes ao indi-
víduo. São reconhecidos internacionalmente, mas
também constam nas normas de direito interno dos
continentes que tinham um único objetivo: a promo- Segue abaixo uma tabela importante para sua
84
ção da paz em todo o mundo e a proteção dos Estados, memorização, em que são demonstradas as três ver-
.
92
momentos para os direitos humanos foram a Carta da Direito dentemente de sua raça, cor, religião,
bo
ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Internacional nacionalidade ou gênero, que possa ter
ar
Também é importante esclarecer que não se pode dos Direitos uma vida digna, em razão de sua con-
B
dizer que os direitos humanos surgiram a partir da Humanos dição humana e que também tenha ga-
a
in
definição de um conceito. Isto porque, é possível defen- rantido seu direito de liberdade
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
der que se tratam de direitos inerentes à condição Origem no período pós-guerra em que
M
humana, segundo a doutrina, são direitos naturais. se tornou necessário o cuidado e respei-
Direito
No entanto, seu reconhecimento, porém, decor- to com o próximo
Humanitário
re de fato da positivação. A positivação se refere ao Está vinculada à Convenção de Gene-
momento em que um direito é reconhecido, sendo bra de 1949
escrito por meio de uma lei que tramita em um pro- Consequência do pós-guerra. Diversas
cesso legislativo e a partir de sua aprovação passa a pessoas precisaram deslocar-se de
Direito dos
ser de observância obrigatória a todos. suas regiões de origem em virtude da
Refugiados
Preste atenção na informação a seguir, pois é muito devastação e destruição resultantes
importante para sua aprovação: é possível dizer que do conflito bélico mundial
os direitos humanos são inerentes à condição huma-
na dos indivíduos. São os chamados direitos naturais. Como visto, os direitos humanos foram assim concei-
Quando estes mesmos direitos passam a ser previstos tuados e entendidos a partir da Declaração Universal dos
em uma lei escrita devidamente aprovada por meio Direitos Humanos. Desde então, a garantia de preserva-
do processo legislativo de cada Estado, dizemos que ção dos direitos humanos é uma preocupação internacio-
tais direitos estão positivados. nal especialmente das nações que compõe a ONU. 153
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É possível fazer uma breve síntese, de forma que Contudo, a doutrina recente entende que o termo
se identifique o Direito Internacional Humanitário gerações não se mostra adequado, pois traria uma
como o ramo do Direito Internacional Público dedi- ideia de superação, sucessão, o que não corresponde
cado à proteção do ser humano, civil ou militar, em à realidade, visto que os direitos humanos, embora
contexto de conflito armado e identificado pelo grupo reconhecidos em diferentes períodos, não se suce-
das chamadas “quatro correntes”: O “Direito de Gene- dem, mas sim se complementam, formando um
bra”, o “Direito de Haia”, o “Direito de Nova York” e o todo indispensável para a proteção do ser humano.
“Direito de Roma”1. Neste sentido, Silvio Beltramelli Neto ensina que
Fica evidente que, nesta vertente, a preocupação existe:
é com o ser humano independentemente de qual-
quer condição ou posição em que esteja inserido na [...] uma predileção da doutrina especializada pelo
sociedade. uso da expressão “dimensões” em substituição à
Silvio Beltramelli Neto afirma que o Direito dos ideia de “gerações”, de modo a escapar às falsas
Refugiados: “mira a proteção da pessoa do refugiado”. ideias acima mencionadas, buscando-se destacar, a
Em razão disto, em 28 de julho de 1951, a ONU pro- bem da concretização, que os direitos humanos são
mulgou a Convenção conhecida como Estatuto dos (I) decorrentes de um processo de acumulação; (II)
interrelacionados; (III) interdependentes. (Direitos
Refugiados. O objetivo é que as nações se comprome-
Humanos. Coleção Concursos Públicos, p. 89)
tam a auxiliar as pessoas que tenham saído de seu local
em busca de uma vida digna em outra região. Assim,
Desta forma, são reconhecidas como três as gera-
o país que receber este refugiado deverá garantir que
ções ou dimensões dos direitos humanos. Ao final,
seus direitos a uma vida digna sejam respeitados, inde-
atente-se para um esquema que deixo para facilitar
pendentemente de sua raça, origem, nacionalidade,
seus estudos sobre as gerações e suas características.
religião ou convicções políticas. Ou seja, a pessoa em
A primeira delas é caracterizada como a dimensão
situação de refugiada não poderá ser vítima de qual-
dos direitos individuais. O contexto histórico desta
quer discriminação. Por outro lado, o refugiado deverá
dimensão decorre do período pós-Revolução Francesa.
respeitar às leis do país em que ingressou.
Assim, tratam-se dos direitos que reconhecem ao
Porém, esta Convenção mostrou-se deficiente, pois
indivíduo, a liberdade para poder agir e viver con-
trazia limitações aos refugiados de determinados paí-
forme suas convicções e poder manifestar-se, sem a
ses, destinando-se primordialmente àqueles que pro-
influência do Estado.
vinham dos países europeus e também de conflitos
Portanto, aqui consagra-se o valor da liberdade.
ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951.
Na Constituição Federal Brasileira, mais especifica-
Assim, como forma de afastar esta lacuna, que cer-
mente no art. 5°, a liberdade é definida como indis-
tamente gerava discriminações aos refugiados e afastar
pensável ao indivíduo, como por exemplo:
qualquer limite geográfico, foi aprovado, em 1967, um
Protocolo adicional ao Estatuto, que passou então a
Art. 5° [...]
proteger de forma ampla aqueles que precisaram sair II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
de seus territórios em virtude de conflitos armados. fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
No ordenamento jurídico brasileiro, o Estatuto dos IV–é livre a manifestação do pensamento, sendo
07
1997.
84
Atualmente, com a situação de alguns países em Ademais, o mesmo dispositivo constitucional traz
.
92
situação de guerra, diversas pessoas saíram de sua meios pelos quais o indivíduo poderá buscar a tutela
.3
região de origem em busca de condições dignas em estatal caso sofra qualquer interferência indevida em
21
outros países, especialmente na Europa e também seu direito de liberdade, como o acesso ao Poder Judi-
-1
Art. 5° [...]
esta seja uma das vertentes dos direitos humanos. XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder
ar
Dica
a
in
As vertentes de direitos humanos são: direi- cioná-lo à segunda dimensão dos direitos humanos.
M
to internacional dos direitos humanos; direito Após as conquistas decorrentes dos direitos e
humanitário e o direito dos refugiados. garantias individuais, a igualdade, tornou-se um
anseio social, de forma que todos pudessem ter acesso
GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS a direitos sociais, econômicos e culturais. O objeti-
vo, portanto, era a superação de desigualdades e que
Quando se fala em direitos humanos há sempre o Estado pudesse, de fato, oferecer oportunidades e
que se entender em que contexto histórico determina- garantir direitos iguais para todos.
do direito foi considerado como indispensável para a O contexto histórico da segunda dimensão é a Revo-
proteção do homem. lução Industrial e os movimentos populares que eclodi-
A doutrina ensina que o jurista tcheco chamado ram pelo mundo na primeira metade do século XIX.
Karel Vasak dividiu os direitos humanos de acordo Um marco importante também relacionado a esta
com o contexto histórico vivenciado no momento de dimensão é a Constituição de Weimar. Trata-se da
seu reconhecimento. Esta divisão é conhecida como Constituição Alemã que trouxe em seu texto direitos
Teoria das Gerações de Direitos Humanos. sociais e econômicos, dentre outros.
154 1 NETO, S. B. Direitos Humanos. Coleção Concursos Públicos, p. 211.
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E, finalmente, a terceira dimensão é conhecida pela Desta maneira, foi publicada a Lei nº 8.069, de 13
solidariedade. Nesta dimensão, que se verifica é uma de julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e
preocupação mundial com o coletivo. Passada a fase em do Adolescente (ECA).
que se buscavam as garantias individuais vinculadas à
liberdade e os direitos sociais, relacionados à igualdade, CONSIDERAÇÕES INICIAIS ACERCA DO ESTATUTO
nesta fase, a preocupação se volta para o todo. DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
07
ESTATUTO DA CRIANÇA E
6-
LEI Nº 8.069, DE 1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E to está descrito em seu art. 1º, qual seja: a proteção
.3
Ter acesso à saúde, à educação, manter relações cionalmente estabelecida, tal a importância do insti-
a
sociais saudáveis, ter uma alimentação adequada, tuto, sendo indispensável ter em mente a literalidade
s
bo
até 12 anos
Contudo, tornou-se imprescindível a criação de Criança
incompletos
legislação especial para regulamentar sobre as pecu- ECA — ART 2º
liaridades e sobre a proteção que deve ser direciona- de 12 a 18
Adolescente
anos
da aos adolescentes e às crianças. 155
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O parágrafo único apresenta uma exceção à regra c) preferência na formulação e na execução
relativa ao critério etário, ao estabelecer que, excep- das políticas sociais públicas;
cionalmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente d) destinação privilegiada de recursos públi-
poderá ser aplicado a pessoas entre 18 e 21 anos de cos nas áreas relacionadas com a proteção à infân-
idade. Essa determinação possui relação direta com cia e à juventude.
duas disposições estatutárias: a primeira é o art. 40, do
ECA, que prevê a aplicação do parágrafo único, do art. z Princípio da dignidade: a criança e o adolescente
12, nos casos de jovens entre 18 e 21 anos de idade que, gozam de todos os direitos fundamentais ineren-
à época do pedido de adoção, já se encontravam sob a tes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
guarda e tutela dos adotantes; a segunda é o § 5º, do art. integral de que trata o Estatuto, assegurando-lhes,
121, também do ECA, que prevê a aplicação de medi- por lei ou por outros meios, todas as oportunida-
das socioeducativas de internação e de manutenção do des e facilidades, a fim de facultar-lhes o desen-
jovem sob a custódia do Estado até os 21 anos de idade. volvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 40 O adotando deve contar com, no máximo,
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será obje-
sob a guarda ou tutela dos adotantes. to de qualquer forma de negligência, discrimina-
ção, exploração, violência, crueldade e opressão,
Art. 121 [...] punido na forma da lei qualquer atentado, por ação
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
anos de idade.
z Princípio da não discriminação: os direitos enun-
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STF) ciados na Lei nº 8.069, de 1990, aplicam-se a todas as
adota a corrente que entende que há uma distin- crianças e adolescentes, sem discriminação de nas-
ção entre as esferas cíveis e penais. Portanto, com o cimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia
advento do Código Civil de 2002, o ECA não se apli- ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pes-
ca aos maiores de 18 anos. Contudo, em relação aos soal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
aspectos infracionais, aplica-se o parágrafo único, art. econômica, ambiente social, região e local de mora-
2º, do ECA, uma vez que o próprio Estatuto prevê libe- dia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
ração compulsória aos 21 anos de idade. famílias ou a comunidade em que vivem.
Veja a decisão do STJ:
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em
HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO conta os fins sociais e a que ela se dirige, as exi-
ADOLESCENTE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. gências do bem comum, os direitos e deveres indivi-
SEMILIBERDADE. MENOR QUE COMPLETARA duais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
DEZOITO ANOS. PRETENSÃO DE EXTINÇÃO DA do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
MEDIDA. CONTRARIEDADE LEGAL. ART. 120, §
2º. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
07
Adolescente, que não foi alterado com a entrada em públicas voltadas à proteção integral da saúde de
-1
da manutenção da medida socioeducativa imposta Para tanto, devem ser destinados percentuais
bo
a infrator que atingira os 18 anos de idade. mínimos em política social básica de saúde com foco
ar
O ECA estabelece três princípios fundamentais: cia. Veja o que diz o art. 7º, do ECA:
riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos I - manter registro das atividades desenvolvi-
médicos. das, através de prontuários individuais, pelo prazo
.
92
da gestante que não iniciar ou que abandonar as II - identificar o recém-nascido mediante o regis-
21
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que tro de sua impressão plantar e digital e da impres-
-1
não comparecer às consultas pós-parto. são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
§ 10 Incumbe ao poder público garantir, à gestante normatizadas pela autoridade administrativa
s a
encontrem sob custódia em unidade de privação de III - proceder a exames visando ao diagnóstico
ar
rias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para mo do recém-nascido, bem como prestar orienta-
a
O acesso universal não derroga, ou seja, não anula, gica e jurídica, de modo que a criança também tenha
a necessidade de metodologia própria para o enfren- identificada sua paternidade e lhe sejam asseguradas
6-
84
tamento das diversas demandas e situações pecu- condições de permanência junto à família de origem.
.
suas necessidades gerais de saúde e específicas de demais órgãos do Sistema de Garantia de Direi-
s
bo
habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei tos da Criança e do Adolescente deverão conferir
nº 13.257, de 2016) máxima prioridade ao atendimento das crianças
ar
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuita- na faixa etária da primeira infância com suspeita
B
órteses, próteses e outras tecnologias assisti- formulando projeto terapêutico singular que inclua
ar
versalmente consagrado, sendo inerente a todo ser autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos
6-
No art. 16, podemos encontrar expresso o direito à É considerado infração administrativa o ato de
.
II - opinião e expressão;
pena de multa de três a vinte salários de referência,
M
Trata-se da reafirmação da obrigatoriedade da oiti- aplicando-se o dobro em caso de reincidência (art. 237).
va da criança ou do adolescente quando da aplica- O ECA, no art. 18-A, cuidou em estabelecer a dife-
ção de medidas socioeducativas dispostas nos arts. rença entre castigo físico e tratamento cruel ou degra-
101 e 112, do ECA, que serão estudadas em momen- dante e, no art. 18-B, estabeleceu medidas aplicáveis
tos oportuno. às referidas situações:
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito
V - participar da vida familiar e comunitária, sem de ser educados e cuidados sem o uso de cas-
discriminação; tigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
VI - participar da vida política, na forma da lei; dante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos
Refere-se ao alistamento eleitoral e ao voto faculta- pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
tivo para maiores de dezesseis anos de idade e meno- responsáveis, pelos agentes públicos executores de
res de 18 anos. medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. protegê-los. 159
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A legislação procurou deixar ainda mais explícito o Nesse sentido, estabelece o art. 19, do ECA:
direito de as crianças e os adolescentes serem criados e
educados de uma forma não violenta, não apenas pelos Art. 19 É direito da criança e do adolescente ser
pais ou pelo responsável, mas por quaisquer pessoas criado e educado no seio de sua família e, excepcio-
encarregadas de cuidá-los, tratá-los, educá-los e pro- nalmente, em família substituta, assegurada a con-
tegê-los. Isso inclui profissionais da saúde, educação, vivência familiar e comunitária, em ambiente que
assistência social, que atuem em programas e serviços garanta seu desenvolvimento integral.
de atendimento, e mesmo as autoridades públicas.
O menor colocado em programa de acolhimento
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: familiar ou institucional terá os seguintes direitos:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar
ou punitiva aplicada com o uso da força física § 1º Toda criança ou adolescente que estiver inseri-
sobre a criança ou o adolescente que resulte em: do em programa de acolhimento familiar ou institu-
a) sofrimento físico; ou cional terá sua situação reavaliada, no máximo,
b) lesão; a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judi-
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou ciária competente, com base em relatório elabora-
forma cruel de tratamento em relação à criança ou do por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
ao adolescente que: decidir de forma fundamentada pela possibilidade
a) humilhe; ou de reintegração familiar ou pela colocação em
b) ameace gravemente; ou família substituta, em quaisquer das modalida-
c) ridicularize. des previstas no art. 28 desta Lei.
Art. 18-B Os pais, os integrantes da família amplia- § 2º A permanência da criança e do adolescente
da, os responsáveis, os agentes públicos executores em programa de acolhimento institucional não
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa se prolongará por mais de 18 (dezoito meses),
encarregada de cuidar de crianças e de adoles- salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
centes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que uti- superior interesse, devidamente fundamentada
lizarem castigo físico ou tratamento cruel ou pela autoridade judiciária.
degradante como formas de correção, disci- § 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou
plina, educação ou qualquer outro pretexto adolescente à sua família terá preferência em rela-
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções ção a qualquer outra providência, caso em que será
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas está incluída em serviços e programas de proteção,
de acordo com a gravidade do caso: apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23,
I - encaminhamento a programa oficial ou comuni- dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos
tário de proteção à família; I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou § 4º Será garantida a convivência da criança e
psiquiátrico; do adolescente com a mãe ou o pai privado de
III - encaminhamento a cursos ou programas de liberdade, por meio de visitas periódicas promo-
orientação; vidas pelo responsável ou, nas hipóteses de aco-
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamen- lhimento institucional, pela entidade responsável,
to especializado; independentemente de autorização judicial.
07
VI - garantia de tratamento de saúde especializado ça com a mãe adolescente que estiver em acolhi-
84
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo § 6º A mãe adolescente será assistida por equipe
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuí-
.3
especializada multidisciplinar.
21
As medidas relacionadas nos incisos do art. 18-B Cuidado para não confundir os prazos de reavalia-
ção e o período de acolhimento:
a
caráter punitivo (a punição, nesse caso, deverá ocor- Até 18 meses, salvo
in
comprovada necessidade
rer no âmbito jurídico com a instauração do devido
ar
interesse, devidamente
fo único, é de responsabilidade do Conselho Tutelar. fundamentada pela autoridade
judiciária
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Trata-se de um dos direitos fundamentais a serem Como visto, a gestante ou a mãe que vier a mani-
assegurados a todas as crianças e adolescentes com a festar interesse em entregar seu filho para adoção,
mais absoluta prioridade, tendo a lei criado meca- antes ou logo após o nascimento, será encaminhada
nismos para, de um lado (e de forma preferencial), à Justiça da Infância e da Juventude, conforme dis-
permitir a manutenção e o fortalecimento dos vín- posto no art. 19-A.
culos com a família natural (ou de origem) e, de Uma possibilidade para as crianças e os adoles-
outro, quando por qualquer razão isso não for possí- centes em programa de acolhimento institucional ou
vel, proporcionar a inserção em família substituta familiar são os programas de apadrinhamento:
de forma criteriosa e responsável, procurando evitar
os efeitos deletérios tanto da chamada “institucionali- Art. 19-B A criança e o adolescente em programa
zação” quanto de uma colocação familiar precipitada, de acolhimento institucional ou familiar poderão
160 desnecessária e/ou inadequada. participar de programa de apadrinhamento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e Dica
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência O parágrafo 2º foi acrescentado pela Lei nº 13.715,
familiar e comunitária e colaboração com o seu de 2018, e vem sendo cobrado pelas bancas.
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico,
cognitivo, educacional e financeiro.
Da Família Natural
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas
nos cadastros de adoção, desde que cumpram De acordo com o que estabelece o art. 25, do ECA,
os requisitos exigidos pelo programa de apadrinha- família natural é aquela formada pelos pais ou por
mento de que fazem parte. qualquer deles e seus descendentes.
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar crian- Já a família extensa ou ampliada tem um conceito
ça ou adolescente a fim de colaborar para o seu mais amplo, estendendo-se para além da unidade pais
desenvolvimento. e filhos ou da unidade do casal, formada por paren-
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser tes próximos com os quais a criança ou o adolescente
apadrinhado será definido no âmbito de cada pro- convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade
grama de apadrinhamento, com prioridade para (parágrafo único, art. 25).
crianças ou adolescentes com remota possibi-
lidade de reinserção familiar ou colocação em FAMÍLIA
família adotiva. NATURAL
Pai / Mãe + Filhos
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude FAMÍLIA EXTENSA OU
AMPLIADA
Pai / Mãe + Filhos + Parentes
poderão ser executados por órgãos públicos
ou por organizações da sociedade civil.
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinha- Art. 26 Os filhos havidos fora do casamento pode-
mento, os responsáveis pelo programa e pelos rão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou sepa-
serviços de acolhimento deverão imediatamente radamente, no próprio termo de nascimento,
notificar a autoridade judiciária competente. por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem
O art. 20 estabelece uma regra quanto à proibição da filiação.
da discriminação sobre a origem da filiação: Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimen-
Art. 20 Os filhos, havidos ou não da relação do
to, se deixar descendentes.
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direi-
Art. 27 O reconhecimento do estado de filia-
tos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ção é direito personalíssimo, indisponível e
ções discriminatórias relativas à filiação.
imprescritível, podendo ser exercitado contra
Todos os filhos havidos fora do casamento, bem os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
observado o segredo de Justiça.
como os filhos adotados, terão os mesmos direitos e
qualificações dos demais.
O reconhecimento dos filhos tidos fora do casa-
07
Art. 21 O poder familiar será exercido, em igualda- do nascimento, por escritura pública ou escrito par-
.3
de de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do ticular, a ser arquivado em cartório, por testamento,
21
que dispuser a legislação civil, assegurado a qual- ainda que incidentalmente manifestado e por mani-
-1
quer deles o direito de, em caso de discordância, festação direta e expressa perante o juiz, mesmo que
a
recorrer à autoridade judiciária competente para a o reconhecimento não haja sido o objeto único e prin-
s
solução da divergência.
bo
Da Família Substituta
regras acerca da perda e da suspensão do poder fami-
a
in
Art. 30 A colocação em família substituta não Art. 36 A tutela será deferida, nos termos da lei
admitirá transferência da criança ou adolescente civil, a pessoa de até 18 anos incompletos.
a terceiros ou a entidades governamentais ou não- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressu-
-governamentais, sem autorização judicial. põe a prévia decretação da perda ou suspensão do
poder familiar e implica necessariamente o dever
de guarda.
Além disso, importa saber que “a colocação em famí-
lia substituta estrangeira constitui medida excepcional,
somente admissível na modalidade de adoção” (art. 31). A destituição da tutela será decretada quando
o tutor for negligente, prevaricador ou incurso em
incapacidade, ou quando deixar de cumprir injustifi-
Da Guarda
cadamente os deveres de prestar total assistência ao
07
menor.
A partir do art. 33, o ECA estabelece disposições
6-
videnciários (§ 3º).
21
Art. 33 A guarda obriga a prestação de assistência nas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa. A
a
cente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se adoção não poderá ser feita por procuração (§ 2º).
bo
que os objetivos da adoção não sejam desvirtuados I - que a colocação em família adotiva é a solução
6-
A adoção será precedida de estágio de convivên- II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes por equipe interprofissional, observado o disposto
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
como pais, bem como o nome de seus ascendentes. nos §§ 1ºe 2º do art. 28 desta Lei.
M
ças de zero a cinco anos de idade; governamental estão sujeitos às seguintes vedações
21
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da relacionadas ao trabalho, que não pode ser:
-1
Art. 67 [...]
s
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas
bo
de programas suplementares de material didáti- III - realizado em locais prejudiciais à sua for-
a
informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre Art. 73 A inobservância das normas de prevenção
84
sionais de saúde, de assistência social e de educa- informação, cultura, lazer, esportes, diversões e espe-
bo
ção e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos táculos. Observe o arrolado nos arts. 74 e seguintes:
ar
VII - a promoção de estudos e pesquisas, de esta- Art. 74 O poder público, através do órgão compe-
a
sequências e à frequência das formas de violência informando sobre a natureza deles, as faixas etá-
M
contra a criança e o adolescente para a sistemati- rias a que não se recomendem, locais e horários em
zação de dados nacionalmente unificados e a avalia- que sua apresentação se mostre inadequada.
ção periódica dos resultados das medidas adotadas; Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
VIII - o respeito aos valores da dignidade da pes- espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visí-
soa humana, de forma a coibir a violência, o trata- vel e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
mento cruel ou degradante e as formas violentas de informação destacada sobre a natureza do espetá-
educação, correção ou disciplina; culo e a faixa etária especificada no certificado de
IX - a promoção e a realização de campanhas educati- classificação.
vas direcionadas ao público escolar e à sociedade em Art. 75 Toda criança ou adolescente terá acesso às
geral e a difusão desta Lei e dos instrumentos de pro- diversões e espetáculos públicos classificados como
teção aos direitos humanos das crianças e dos ado- adequados à sua faixa etária.
lescentes, incluídos os canais de denúncia existentes; Parágrafo único. As crianças menores de dez anos
X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajus- somente poderão ingressar e permanecer nos
tes, de termos e de outros instrumentos de promoção locais de apresentação ou exibição quando acom-
de parceria entre órgãos governamentais ou entre panhadas dos pais ou responsável.
estes e entidades não governamentais, com o obje- Art. 76 As emissoras de rádio e televisão somente
tivo de implementar programas de erradicação da exibirão, no horário recomendado para o público 165
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infanto juvenil, programas com finalidades educa- § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
tivas, artísticas, culturais e informativas. de multa, a autoridade judiciária poderá determi-
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apre- nar o fechamento do estabelecimento por até 15
sentado ou anunciado sem aviso de sua classifi- (quinze) dias.
cação, antes de sua transmissão, apresentação ou § 2º Se comprovada a reincidência em período infe-
exibição. rior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será defini-
Art. 77 Os proprietários, diretores, gerentes e funcio- tivamente fechado e terá sua licença cassada.
nários de empresas que explorem a venda ou aluguel
de fitas de programação em vídeo cuidarão para que Da Autorização para Viajar
não haja venda ou locação em desacordo com a clas-
sificação atribuída pelo órgão competente. O art. 83, do ECA, estabelece regras para os casos
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo em que crianças ou adolescentes precisarem viajar
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a desacompanhados dos pais ou responsáveis.
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam. Em regra, nenhuma criança poderá viajar para
Art. 78 As revistas e publicações contendo material fora da comarca onde reside desacompanhada dos
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes pais ou responsáveis sem a devida autorização judi-
deverão ser comercializadas em embalagem lacra-
cial. Entretanto, o Estatuto da Criança e do Adolescen-
da, com a advertência de seu conteúdo.
te estabelece algumas exceções:
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
capas que contenham mensagens pornográficas ou Art. 83 [...]
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. § 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 79 As revistas e publicações destinadas ao
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
público infanto-juvenil não poderão conter ilustra-
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
ções, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluí-
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e
da na mesma região metropolitana
deverão respeitar os valores éticos e sociais da pes-
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezes-
soa e da família.
seis) anos estiver acompanhado:
Art. 80 Os responsáveis por estabelecimentos que
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou con-
grau, comprovado documentalmente o parentesco;
gênere ou por casas de jogos, assim entendidas as
que realizem apostas, ainda que eventualmente, 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
cuidarão para que não seja permitida a entrada e pai, mãe ou responsável.
a permanência de crianças e adolescentes no local, § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
afixando aviso para orientação do público. responsável, conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84 Quando se tratar de viagem ao exte-
rior, a autorização é dispensável, se a criança ou
Dos Produtos e Serviços
adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
Ao lado dos outros direitos garantidos pela Cons- responsável;
tituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Ado- II - viajar na companhia de um dos pais, autori-
lescente, é necessário que alguns produtos e serviços zado expressamente pelo outro através de docu-
07
sejam restringidos quanto ao acesso a essas pessoas mento com firma reconhecida.
6-
Nesse sentido, o art. 81 estabelece produtos que não nenhuma criança ou adolescente nascido em terri-
.
92
poderão ser vendidos para crianças e adolescentes. tório nacional poderá sair do País em companhia
.3
incapazes de provocar qualquer dano físico em Art. 251 Transportar criança ou adolescente, por
in
V - revistas e publicações a que alude o artigo 78; arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
M
I - condição da criança e do adolescente como Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são 98 (ação ou omissão da sociedade ou do Estado; falta,
os titulares dos direitos previstos nesta e em outras omissão ou abuso dos pais ou responsável; conduta
Leis, bem como na Constituição Federal; do próprio adolescente ou criança), a autoridade com-
II - proteção integral e prioritária: a interpre- petente poderá determinar, dentre outras, as medidas
tação e aplicação de toda e qualquer norma conti- descritas a seguir e previstas no art. 101.
da nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
prioritária dos direitos de que crianças e adolescen- I - encaminhamento aos pais ou responsável,
tes são titulares; mediante termo de responsabilidade;
III - responsabilidade primária e solidária do II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
poder público: a plena efetivação dos direitos III - matrícula e frequência obrigatórias em estabe-
assegurados a crianças e a adolescentes por esta lecimento oficial de ensino fundamental;
Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
esta expressamente ressalvados, é de responsabi- comunitários de proteção, apoio e promoção da
lidade primária e solidária das 3 (três) esferas de família, da criança e do adolescente;
governo, sem prejuízo da municipalização do aten- V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
dimento e da possibilidade da execução de progra- psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
mas por entidades não governamentais; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário
IV - interesse superior da criança e do adoles- de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
cente: a intervenção deve atender prioritariamente toxicômanos;
aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
VII - acolhimento institucional;
te, sem prejuízo da consideração que for devida a
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
outros interesses legítimos no âmbito da pluralida-
IX - colocação em família substituta.
de dos interesses presentes no caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e pro-
Antes de encaminhar a criança ou o adolescen-
07
ridades competentes deve ser efetuada logo que a Ademais, ainda no art. 101, o acolhimento institu-
.3
situação de perigo seja conhecida; cional e o acolhimento familiar não devem ser eter-
21
VII - intervenção mínima: a intervenção deve nos, possuindo caráter provisório e excepcional.
-1
VIII - proporcionalidade e atualidade: a inter- gração familiar ou, não sendo esta possível, para
B
venção deve ser a necessária e adequada à situa- colocação em família substituta, não implicando
a
in
encontram no momento em que a decisão é tomada; § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergen-
M
Art. 106 Nenhum adolescente será privado de sua Igualdade na relação processual, podendo con-
liberdade senão em flagrante de ato infracional II frontar-se com vítimas e testemunhas e produ-
ou por ordem escrita e fundamentada da autori- zir todas as provas necessárias à sua defesa
dade judiciária competente.
Assim como os maiores, o adolescente também III Defesa técnica por advogado
possui direito à identificação dos responsáveis pela
sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus Assistência judiciária gratuita e integral aos
direitos (parágrafo único). IV
necessitados, na forma da lei
Outro importante direito garantido ao adolescente
apreendido, conforme previsão do art. 107, consiste Direito de ser ouvido pessoalmente pela autori-
V
na imediata comunicação da apreensão “à autori- dade competente
dade judiciária competente e à família do apreendi-
Direito de solicitar a presença de seus
do ou à pessoa por ele indicada”.
VI pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento
Art. 107 [...]
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
pena de responsabilidade, a possibilidade de libe- Das Medidas Socioeducativas
ração imediata.
São medidas aplicáveis a adolescentes autores de
O art. 108 determina que a internação, antes da atos infracionais e estão previstas no art. 112, do ECA.
sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de Apesar de configurarem como resposta à prática de
45 dias. “A decisão deverá ser fundamentada e basear- um delito, apresentam caráter predominantemente
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, educativo e não punitivo.
demonstrada a necessidade imperiosa da medida”, As medidas são aplicadas por um Juiz da Infân-
nos termos do parágrafo único, do art. 108. cia e Juventude às pessoas na faixa etária entre 12 e
Por fim, conforme previsão do art. 109, o adoles- 18 anos, podendo, excepcionalmente, ser aplicadas a
cente civilmente identificado não será submetido à jovens com até 21 anos incompletos.
identificação compulsória pelos órgãos policiais, de Portanto, de acordo com o art. 112, uma vez “verifica-
07
proteção e judiciais, “salvo para efeito de confronta- da a prática de ato infracional, a autoridade competente
6-
IV - liberdade assistida;
Imediata comunicação da apreensão
V - inserção em regime de semi-liberdade;
a
DIREITOS DO
à autoridade judiciária competente e à
s
45 dias
ar
M
168
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Advertência § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
A primeira medida socioeducativa e uma das mais ser prorrogada, revogada ou substituída por
brandas é a advertência. Ela poderá ser aplicada sem- outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
pre que houver prova da materialidade e indícios Público e o defensor.
suficientes da autoria; consiste em uma admoesta- Art. 119 Incumbe ao orientador, com o apoio e a
ção verbal, que será reduzida a termo e assinada, supervisão da autoridade competente, a realização
conforme exposto no art. 115. dos seguintes encargos, entre outros:
Admoestar, no caso, significa aplicar reprimenda I - promover socialmente o adolescente e sua
em razão de incorreção ou inconveniência acerca do família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
se necessário, em programa oficial ou comunitário
comportamento de alguém.
de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a frequência e o aproveita-
Obrigação de Reparar o Dano
mento escolar do adolescente, promovendo, inclu-
sive, sua matrícula;
O art. 116, por sua vez, prevê a obrigação de repa- III - diligenciar no sentido da profissionalização
rar o dano: do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
Art. 116 Em se tratando de ato infracional com IV - apresentar relatório do caso.
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter-
minar, se for o caso, que o adolescente restitua a
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por Dica
outra forma, compense o prejuízo da vítima. Prestação de serviços à comunidade: período
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili-
máximo de 6 meses.
dade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada. Liberdade assistida: período mínimo de 6 meses.
forme as aptidões do adolescente, devendo ser cum- aplicando-se, no que couber, as disposições relati-
.3
privativa de liberdade.
84
Antes do início
.
Forma de exclusão
92
judicial
21
procedimento extinção do
IV - ser informado de sua situação processual,
a
judicial processo
sempre que solicitada;
s
bo
VI - permanecer internado na mesma localidade ou Art. 127 A remissão não implica necessariamente
B
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; podendo incluir eventualmente a aplicação de qual-
ar
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; quer das medidas previstas em lei, exceto a colo-
M
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e cação em regime de semi-liberdade e a internação.
asseio pessoal; Art. 128 A medida aplicada por força da remissão
X - habitar alojamento em condições adequadas poderá ser revista judicialmente, a qualquer
de higiene e salubridade; tempo, mediante pedido expresso do adolescen-
XI - receber escolarização e profissionalização; te ou de seu representante legal, ou do Ministé-
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: rio Público.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsáveis
crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e Os pais ou responsáveis podem ser responsabiliza-
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo dos sempre que os direitos reconhecidos da criança e do
comprovante daqueles porventura depositados em adolescente forem ameaçados ou violados. A aplicação
poder da entidade; destas medidas é de competência do Conselho Tutelar.
XVI - receber, quando de sua desinternação, os O art. 129 prevê o rol de medidas que poderão ser
documentos pessoais indispensáveis à vida em aplicadas aos pais ou responsáveis em situação de vio-
170 sociedade. lação dos direitos das crianças e dos adolescentes:
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Art. 136 São atribuições do Conselho Tutelar:
MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
RESPONSÁVEIS
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
Encaminhamento a serviços e programas previstas no art. 101, I a VII;
I oficiais ou comunitários de proteção, apoio e II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
promoção da família aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, poden-
Inclusão em programa oficial ou comunitário
do para tanto:
II de auxílio, orientação e tratamento a alcoóla- a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
tras e toxicômanos educação, serviço social, previdência, trabalho e
Encaminhamento a tratamento psicológico ou segurança;
III b) representar junto à autoridade judiciária nos
psiquiátrico
casos de descumprimento injustificado de suas
Encaminhamento a cursos ou programas de deliberações.
IV
orientação IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
Obrigação de matricular o filho ou pupilo e fato que constitua infração administrativa ou penal
V acompanhar sua frequência e aproveitamento contra os direitos da criança ou adolescente;
escolar V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
sua competência;
Obrigação de encaminhar a criança ou adoles- VI - providenciar a medida estabelecida pela auto-
VI
cente a tratamento especializado ridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de
I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII Advertência
VII - expedir notificações;
VIII Perda da guarda VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
de criança ou adolescente quando necessário;
XI Destituição da tutela IX - assessorar o Poder Executivo local na elabora-
ção da proposta orçamentária para planos e pro-
X Suspensão ou destituição do poder familiar gramas de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente;
Art. 130 Verificada a hipótese de maus-tratos, X - representar, em nome da pessoa e da família,
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou contra a violação dos direitos previstos no art. 220,
responsável, a autoridade judiciária poderá deter- § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
minar, como medida cautelar, o afastamento XI - representar ao Ministério Público para efeito
do agressor da moradia comum. das ações de perda ou suspensão do poder familiar,
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a após esgotadas as possibilidades de manutenção da
criança ou do adolescente junto à família natural.
fixação provisória dos alimentos de que necessitem
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
grupos profissionais, ações de divulgação e trei-
DO CONSELHO TUTELAR namento para o reconhecimento de sintomas de
07
Art. 131 O Conselho Tutelar é órgão permanente e articuladas e efetivas direcionadas à identificação
.3
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos ça e do adolescente vítima de violência doméstica e
-1
mo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante submetido a tratamento cruel ou degradante ou a
ar
da administração pública local, composto de 5 (cin- formas violentas de educação, correção ou discipli-
B
co) membros, escolhidos pela população local para na, a seus familiares e a testemunhas, de forma a
a
nº 12.696, de 2012)
6-
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no Art. 143 É vedada a divulgação de atos judiciais,
84
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo policiais e administrativos que digam respeito a
.
de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) crianças e adolescentes a que se atribua autoria
92
selho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do
21
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem fato não poderá identificar a criança ou adoles-
-1
pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de cente, vedando-se fotografia, referência a nome,
a
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive,
s
bo
Dos Impedimentos
que se refere o artigo anterior somente será deferida
B
O acesso à justiça, no âmbito do Estatuto da Crian- De acordo com a previsão do art. 145:
ça e do Adolescente, é o instrumento de proteção de
qualquer criança ou adolescente à Defensoria Públi- Art. 145 Os estados e o Distrito Federal pode-
ca, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por rão criar varas especializadas e exclusivas
172 qualquer de seus órgãos. da infância e da juventude, cabendo ao Poder
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Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por II - indicação de eventual parentesco do requerente e de
número de habitantes, dotá-las de infraestrutura e seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adoles-
dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. cente, especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescen-
Competência te e de seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nasci-
De acordo com o que dispõe o art. 147, a competên- mento, anexando, se possível, uma cópia da respec-
cia para os processos da Infância e da Juventude será tiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
determinada:
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, obser-
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
var-se-ão também os requisitos específicos.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou ado-
lescente, à falta dos pais ou responsável.
Conforme o art. 166, do ECA:
As regras acima, no entanto, são aplicáveis aos
Art. 166 Se os pais forem falecidos, tiverem sido
casos que não envolvam ato infracional, uma vez que
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
o § 1º estabelece que, “nos casos de ato infracional,
houverem aderido expressamente ao pedido de
será competente a autoridade do lugar da ação ou colocação em família substituta, este poderá ser
omissão, observadas as regras de conexão, continên- formulado diretamente em cartório, em petição
cia e prevenção”. Nos casos que envolvam ato infra- assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
cional, a autoridade competente é a do lugar da ação assistência de advogado.
ou omissão. § 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as par-
Dos Procedimentos tes, devidamente assistidas por advogado ou por
defensor público, para verificar sua concordância
Com base no que determina o art. 152, as regras com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
estabelecidas no Código de Processo Civil são aplica- contado da data do protocolo da petição ou da
das subsidiariamente ao ECA quando este não regula- entrega da criança em juízo, tomando por termo as
mentar especificamente situação condizente. declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Contudo, no que for relacionado ao regramento de II - declarará a extinção do poder familiar.
apuração de infrações e medidas de privação de liber- § 2º O consentimento dos titulares do poder familiar
será precedido de orientações e esclarecimentos
dade, aplicar-se-ão, de forma subsidiária, as regras
prestados pela equipe interprofissional da Justiça
estabelecidas no Código de Processo Penal.
da Infância e da Juventude, em especial, no caso de
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.
Art. 152 Aos procedimentos regulados nesta Lei
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais pre-
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigi-
vistas na legislação processual pertinente.
lo das informações.
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá
07
Aos menores será assegurada a: validade se não for ratificado na audiência a que se
6-
§ 1º [...] prioridade absoluta na tramitação dos § 5º O consentimento é retratável até a data da rea-
.
processos e procedimentos previstos nesta Lei, lização da audiência especificada no § 1º deste arti-
92
assim como na execução dos atos e diligências judi- go, e os pais podem exercer o arrependimento no
.3
Com relação aos prazos, serão aplicáveis aos seus § 6º O consentimento somente terá valor se for
a
Família substituta é aquela que se propõe a tra- Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
zer para dentro de sua residência uma criança ou Adolescente
um adolescente que, por qualquer circunstância, foi
desprovido da família natural, para que nela possa se “O adolescente apreendido por força de ordem
desenvolver como parte integrante. judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
O art. 165 apresenta alguns requisitos que são judiciária”, nos termos do art. 171.
necessários para que a criança ou o adolescente seja Por sua vez, o art. 172 descreve que “o adolescente
colocado em família substituta. Veja: apreendido em flagrante de ato infracional será, desde
logo, encaminhado à autoridade policial competente”.
Art. 165 São requisitos para a concessão de pedi- O policial que descumprir a regra incidirá na con-
dos de colocação em família substituta: duta criminosa prevista no art. 231, do ECA:
I - qualificação completa do requerente e de seu
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa Art. 231 Deixar a autoridade policial responsável
anuência deste; pela apreensão de criança ou adolescente de fazer 173
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imediata comunicação à autoridade judiciária Art. 179 Apresentado o adolescente, o representan-
competente e à família do apreendido ou à pessoa te do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do
por ele indicada: auto de apreensão, boletim de ocorrência ou rela-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. tório policial, devidamente autuados pelo cartório
judicial e com informação sobre os antecedentes do
De acordo com o art. 173, no caso em que ocorrer adolescente, procederá imediata e informalmente à
flagrante de ato infracional cometido mediante vio- sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou res-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade poli- ponsável, vítima e testemunhas.
cial deverá: Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
representante do Ministério Público notificará os
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemu- pais ou responsável para apresentação do adoles-
nhas e o adolescente; cente, podendo requisitar o concurso das polícias
II - apreender o produto e os instrumentos da civil e militar.
infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à Adotadas as providências descritas acima, de acor-
comprovação da materialidade e autoria da infração. do com o art. 180, o representante do Ministério Públi-
co poderá:
Nas demais hipóteses de flagrante sem violência
ou grave ameaça, “a lavratura do auto poderá ser subs- I - promover o arquivamento dos autos;
tituída por boletim de ocorrência circunstanciada” II - conceder a remissão;
(parágrafo único, art. 173). III - representar à autoridade judiciária para apli-
cação de medida sócio-educativa.
Art. 174 Comparecendo qualquer dos pais ou
responsável, o adolescente será prontamente Acompanhe, ainda, o disposto nos arts. 181 e 182:
liberado pela autoridade policial, sob termo de
compromisso e responsabilidade de sua apre- Art. 181 Promovido o arquivamento dos autos ou
sentação ao representante do Ministério Público, concedida a remissão pelo representante do Minis-
no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro tério Público, mediante termo fundamentado, que
dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclu-
do ato infracional e sua repercussão social, deva sos à autoridade judiciária para homologação.
o adolescente permanecer sob internação para § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão,
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção a autoridade judiciária determinará, conforme o
da ordem pública. caso, o cumprimento da medida.
Art. 175 Em caso de não liberação, a autoridade § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
policial encaminhará, desde logo, o adolescente remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
ao representante do Ministério Público, junta- mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
mente com cópia do auto de apreensão ou bole- representação, designará outro membro do Minis-
tim de ocorrência. tério Público para apresentá-la, ou ratificará o
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade policial encaminhará o adolescente à
07
Caso a autoridade policial entenda ser necessária a § 2º A representação independe de prova pré-cons-
a
o adolescente poderá permanecer em repartição poli- Art. 190-A A infiltração de agentes de polícia na
-1
cial, separado dos presos maiores, pelo período máxi- internet com o fim de investigar os crimes previs-
a
mo de 5 dias, sob pena de responsabilidade (§ 2º). tos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B,241-C e 241-
s
bo
do de liberdade:
84
substituto:
servidores públicos com abuso de autoridade, são
a
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 241-D Aliciar, assediar, instigar ou constran-
6-
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: ger, por qualquer meio de comunicação, criança,
84
I - assegura os meios ou serviços para o armaze- com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
.
legal pela prestação do serviço, oficialmente noti- Art. 241-E Para efeito dos crimes previstos nesta
B
ficado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou porno-
a
Acerca dos delitos relacionados à pornografia explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
infantil, importa citar o Informativo nº 335, do STJ, órgãos genitais de uma criança ou adolescente
que determinou: para fins primordialmente sexuais.
Art. 242 Vender, fornecer ainda que gratuitamente
Compete à Justiça Federal processar e julgar os ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
crimes consistentes em disponibilizar ou adqui- lescente arma, munição ou explosivo:
rir material pornográfico envolvendo criança ou Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
adolescente [artigos 241, 241-A e 241-B da Lei Art. 243 Vender, fornecer, servir, ministrar ou
8.069/1990] quando praticados por meio da rede entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer for-
mundial de computadores. ma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componen-
tes possam causar dependência física ou psíquica:
Art. 241-B Adquirir, possuir ou armazenar, por Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de ta, se o fato não constitui crime mais grave.
registro que contenha cena de sexo explícito ou por- Art. 244 Vender, fornecer, ainda que gratuitamen-
nográfica envolvendo criança ou adolescente: te, ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. adolescente fogos de estampido ou de artifício, 177
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exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, Justifica-se a importância do tema na educação
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico pelas violações de direitos humanos que aconteceram
em caso de utilização indevida: no país entre as décadas de 1960 até 1980, advindas do
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. período da Ditadura Militar.3
Art. 244-A Submeter criança ou adolescente, como Alguns anos antes dessas Diretrizes, em 2010, já
tais definidos no caput do art. 2 desta Lei, à prosti- haviam sido implementadas Diretrizes Gerais para a
tuição ou à exploração sexual: Educação Básica (2010). Veja o que esse relatório diz
Pena - reclusão de quatro a dez anos e multa, além
sobre o direito à educação:
da perda de bens e valores utilizados na prática cri-
minosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança
[...] o direito à educação é concebido como direito
e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
inalienável de todos(as) os(as) cidadãos(ãs) e con-
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
dição primeira para o exercício pleno dos Direitos
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
Humanos. Recomenda-se que o tema dos Direitos
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
Humanos seja abordado ao longo do desenvolvi-
gerente ou o responsável pelo local em que se veri-
mento de componentes curriculares com os quais
fique a submissão de criança ou adolescente às prá-
guardam intensa e relativa relação temática.4
ticas referidas no caput deste artigo.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a
cassação da licença de localização e de funciona- Nesse mesmo sentido, foi implementado no Brasil o
mento do estabelecimento. Programa Nacional de Educação Continuada em Direi-
Art. 244-B Corromper ou facilitar a corrupção de tos Humanos, entre 1996 e 2002, que gera efeitos até os
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando tempos atuais, com formação de professores e comuni-
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: dades escolares nos temas de direitos humanos.5
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Portanto, é na década de 1990 que temos o início
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste do marco jurídico pela educação em direitos huma-
artigo quem pratica as condutas ali tipificadas uti- nos. A partir desse período, a busca pela universaliza-
lizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive ção da educação básica, ao lado da democratização do
salas de bate-papo da internet. acesso ao ensino superior, é atravessada pela defesa e
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são promoção dos direitos humanos.6
aumentadas de um terço no caso de a infração Para tanto, o ambiente educacional relaciona-
cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
do à educação em direitos humanos deve promover
1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990.
nas escolas, institutos e faculdades constantes ações,
experiências e vivências que promovam os direitos
Segundo a Súmula nº 500, do STJ, “a configuração humanos com a comunidade escolar, nas quais se
do crime previsto no art. 244-B” (corrupção de meno- abranja também as pessoas do entorno da instituição
res) do Estatuto da Criança e do Adolescente “inde- educacional. Além disso, deve-se promover condições
pende da prova da efetiva corrupção do menor, por se socioafetivas, materiais e estruturais para as propos-
tratar de delito formal.” tas culturais educativas.7
Nesse documento, podemos conferir a sua concei- direitos. O conceito de dignidade pode variar, depen-
dendo do contexto histórico e cultural. Contudo, deve
ar
2 BRASIL. Governo Federal. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. 2012. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/
navegue-por-temas/educacao-em-direitos-humanos/diretrizes-nacionais-para-a-educacao-em-direitos-humanos. Acesso em: 8 abr. 2022. p. 32.
3 BRASIL, 2012, p. 4.
4 BRASIL. Governo Federal. Curso Educação em Direitos Humanos. Escola Virtual. Módulo 2. p. 1-17. Disponível em: https://www.escolavirtual.
gov.br/curso/129. Acesso em: 4 fev. 2022.
5 BRASIL, 2012, p. 5.
6 Ibid.
7 BRASIL, 2012, p. 11.
178 8 BRASIL, 2012, p. 9-10.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
liga às mudanças legislativas relacionadas à amplia- É importante lembrar que o compromisso com a
ção de direitos civis, políticos, econômicos, sociais, educação não é apenas do poder público, mas é um
culturais, ambientais, entre outros. dever da família, da sociedade, de todos. Dessa forma,
o estudo de direitos humanos deverá ser realizado
z Reconhecimento e valorização das diferenças e nos âmbitos da escola pública e da escola privada.12
das diversidades Confira os objetivos da educação em direitos huma-
nos a seguir:
Esse princípio leva ao enfrentamento das mais
diversas discriminações e preconceitos, dando às z Construção de sociedades que promovam a garan-
alteridades garantia de existência, para os mais diver- tia dos direitos ligados à dignidade humana;
sos grupos e coletivos. Nesse sentido, afirma-se que a z Entendimento de que qualquer pessoa/grupo
“igualdade e diferença são valores indissociáveis [,] social é sujeita de direitos;
que podem impulsionar a equidade social”.9 z Desenvolvimento de sensibilidade ética nas relações
interpessoais.
z Laicidade do Estado
Os objetivos das diretrizes definem que o objeto das
O princípio da laicidade do Estado assegura-se no ações em prol dos direitos humanos é o próprio sujeito
detentor de direitos, que deve se conscientizar sobre suas
direito constitucional de liberdade de credo, respei-
garantias e defender as liberdades de todos a sua volta.
tando, além das religiões, o não-credo. Assim, o Estado
deve manter-se imparcial diante de conflitos e dispu-
tas dentro do campo religioso, desde que não atentem
contra outros direitos fundamentais.
PROGRAMA NACIONAL DIREITOS
z Democracia na educação HUMANOS
É defendido que tanto a democracia quanto os PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS –
direitos humanos se alicerçam sobre a mesma base, 3 (PNDH-3)
que seria feita sob os conceitos de “liberdade, igual-
dade e solidariedade”. A expressão desses direitos se A Política de Proteção dos Direitos Humanos é
daria no reconhecimento de direitos civis, políticos, compreendida dentro de três programas de proteção.
sociais, econômicos, culturais e ambientais.10 Trata-se da implementação das recomendações feitas
na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos de
z Transversalidade, vivência e globalidade 1993, também denominada Conferência de Viena.
Em síntese, no início da década de 90, houve a
Essas características são apontadas como essen- necessidade de se reafirmar os direitos humanos
ciais para que a educação em direitos humanos tenha estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos
sua aplicação plena. Por meio da transversalidade, há Humanos de 1948. Como consequência, os Estados
promoção de um ensino interdisciplinar, que não con- que participaram da Conferência de Viena, compro-
07
sidera as áreas do conhecimento fechadas em si mes- meteram-se em criar, no âmbito de sua legislação
6-
mas, promovendo um debate mais amplo. A vivência interna, políticas para promoção e efetivação dos
84
dá-se por meio de aplicações práticas em atividades direitos humanos. Assim, em 1996 foi elaborado o
.
92
na sala de aula e no dia a dia escolar, com estratégias Programa Nacional de Direitos Humanos – 1 (PNDH-
.3
fecha a trinca fundamental de características com o sequência, em 2002, o mesmo presidente lançou o Pro-
-1
tem no desenvolvimento sustentável, com preservação Já foi cobrado em concurso público o ano dos
da diversidade, vida e culturas. Nesse sentido, deve-se programas e o nome do presidente que instituiu
estimular o respeito aos espaços públicos, a boa convi- o PNDH.
vência e a utilização democrática do bem coletivo.
Considerando o edital do certame, o presente estu-
Objetivos da Educação em Direitos Humanos do será voltado para a análise do Programa Nacional
de Direitos Humanos – 3 (PNDH-3).
No texto das Diretrizes Nacionais de Educação em Antes de iniciar o estudo do PNDH-3, é preciso ter
Direitos Humanos, há ainda o elenco de objetivos que em mente que, para melhor compreendê-los, é primor-
essas políticas pretendem alcançar.11 dial entender a estrutura e as ideias mais importantes
9 BRASIL, 2012, p. 9.
10 BRASIL, 2012, p. 10.
11 Ibid.
12 BRASIL. Governo Federal. Curso Educação em Direitos Humanos. Escola Virtual. Módulo 1. p. 1-19. Disponível em: https://www.escolavirtual.
gov.br/curso/129. Acesso em: 4 fev. 2022. 179
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da legislação. Por esta razão, é extremamente impor- c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da crimina-
tante ler o texto de lei e tentar compreender os pontos lidade e profissionalização da investigação de atos
mais importantes dos artigos, sem precisar, contudo, criminosos;
decorá-los. d) Diretriz 14: Combate à violência institucional,
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos! com ênfase na erradicação da tortura e na redução
da letalidade policial e carcerária;
ESTRUTURA DO PNDH-3 e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;
Art.1º Fica aprovado o Programa Nacional de f) Diretriz 16: Modernização da política de execu-
Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com ção penal, priorizando a aplicação de penas e medi-
as diretrizes, objetivos estratégicos e ações progra- das alternativas à privação de liberdade e melhoria
máticas estabelecidos, na forma do Anexo deste do sistema penitenciário; e
Decreto. g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a
O art. 1o estabelece que o PNDH-3 é estabelecido garantia e a defesa de direitos;
conforme as diretrizes, objetivos estratégicos e ações V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direi-
programáticas que acompanham o decreto (fazem tos Humanos:
parte do anexo do Decreto n° 7.037, de 2009). a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos prin-
A estrutura do PNDH-3 é a seguinte: cípios da política nacional de educação em Direitos
Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;
z eixos orientadores; b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
z diretrizes; democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas
z objetivos estratégicos; de educação básica, nas instituições de ensino supe-
z ações Programáticas. rior e nas instituições formadoras;
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não
Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo formal como espaço de defesa e promoção dos
com os seguintes eixos orientadores e suas respec- Direitos Humanos;
tivas diretrizes: d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Humanos no serviço público; e
Estado e sociedade civil:
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado
democrática e ao acesso à informação para conso-
e sociedade civil como instrumento b) Diretriz 2:
lidação de uma cultura em Direitos Humanos; e
Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-
mento transversal das políticas públicas e de inte- VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à
ração democrática; e Verdade:
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da
de informações em Direitos Humanos e construção verdade como Direito Humano da cidadania e
de mecanismos de avaliação e monitoramento de dever do Estado;
sua efetivação; b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e
07
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvi- nada com promoção do direito à memória e à ver-
.
92
responsável, cultural e regionalmente diverso, par- além dos responsáveis nele indicados, envolve par-
-1
suas diretrizes.
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos
ar
gerações futuras como sujeitos de direitos; O PNDH é dividido em eixos. Cada um dos eixos
a
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em traz um aspecto motivacional, isto é, o motivo pelo
in
um contexto de desigualdades:
M
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de tadores são compostos por diretrizes. Dentro de cada
forma universal, indivisível e interdependente, uma das diretrizes, há objetivos estratégicos, que, por
assegurando a cidadania plena; sua vez, contam com ações programáticas para conse-
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e
cução destes objetivos. Portanto, esta é a forma como
adolescentes para o seu desenvolvimento integral,
de forma não discriminatória, assegurando seu o documento foi organizado.
direito de opinião e participação; De acordo com o art. 2º, a PNDH-3 é estruturada da
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estrutu- seguinte forma: 6 (seis) Eixos orientadores e 25 (vinte
rais; e e cinco) Diretrizes. Observa-se do anexo, no entanto,
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; que existem 82 (oitenta e dois) Objetivos estratégicos e
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso 521 (quintos e vinte e um) Ações Programáticas.
à Justiça e Combate à Violência:
Portanto, são 634 (seiscentos e trinta e quatro)
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do
sistema de segurança pública; pontos tratados na PNDH-3.
b) Diretriz 12: Transparência e participação popu- Os concursos públicos, de um modo geral, cobram
lar no sistema de segurança pública e justiça apenas os eixos e diretrizes. Os objetivos estratégicos
180 criminal; são muito pouco cobrados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Eixo Orientador I O PNDH-3 inovou ao enquadrar o meio ambien-
te saudável e as cidades sustentáveis como temas de
O Eixo Orientador I dispõe sobre a “Interação direitos humanos.
democrática entre Estado e sociedade civil”. Tra- Outra finalidade deste Eixo é o papel da equidade no
ta-se da interação entre o Poder Público e a socieda- Plano Plurianual, como mecanismo de salvaguardar a
de para debates de ideias e deliberação de propostas priorização orçamentária de programas sociais. Ele é
para consecução do pleno exercício da democracia. O composto por três diretrizes. Vejamos cada uma delas:
objetivo deste eixo é dar continuidade ao processo de A Diretriz 4 trata da “Efetivação de modelo de
integração e aprimoramento dos meios de participa- desenvolvimento sustentável, com inclusão social
ção social existentes, além de estabelecer novos meca-
e econômica, ambientalmente equilibrado e tecno-
nismos de construção e monitoramento das políticas
logicamente responsável, cultural e regionalmen-
públicas sobre Direitos Humanos no Estado brasilei-
ro. Busca-se a participação da sociedade no sentido de te diverso, participativo e não discriminatório”.
exigir, pressionar, cobrar, propor, fiscalizar e criticar É importante saber que as diretrizes são numera-
as ações desenvolvidas pelo Estado. das de 1 a 25 em ordem sequencial, ou seja, não são
O Eixo Orientador I é composto por três diretrizes. numeradas por eixos.
Vejamos cada uma delas: A Diretriz 4 apresenta os seguintes objetivos:
A Diretriz 1 trata da “Interação democrática
entre Estado e sociedade civil como instrumento z Objetivo estratégico I: implementação de polí-
de fortalecimento da democracia participativa”. ticas públicas de desenvolvimento com inclusão
Seus objetivos estratégicos são: social;
z Objetivo estratégico II: fortalecimento de mode-
z Objetivo estratégico I: garantia da participa- los de agricultura familiar e agroecológica;
ção e do controle social das políticas públicas em z Objetivo estratégico III: fomento à pesquisa e à
Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal implementação de políticas para o desenvolvimen-
entre os vários atores sociais; to de tecnologias socialmente inclusivas, emanci-
z Objetivo estratégico II: ampliação do controle patórias e ambientalmente sustentáveis;
externo dos órgãos públicos. z Objetivo estratégico IV: garantia do direito a
cidades inclusivas e sustentáveis.
A Diretriz 2 trata do Fortalecimento dos Direi-
tos Humanos como instrumento transversal das A Diretriz 5 dispões acerca da “Valorização da
políticas públicas e de interação democrática. Seus pessoa humana como sujeito central do processo
objetivos estratégicos são: de desenvolvimento”. Ela é composta pelos seguin-
tes objetivos estratégicos:
z Objetivo estratégico I: promoção dos Direitos
Humanos como princípios orientadores das políti- z Objetivo estratégico I: garantia da participação e
cas públicas e das relações internacionais; do controle social nas políticas públicas de desen-
z Objetivo estratégico II: fortalecimento dos instru-
volvimento com grande impacto socioambiental;
mentos de interação democrática para a promoção
z Objetivo estratégico II: afirmação dos princípios
07
informação em Direitos Humanos e construção de econômicos por meio de políticas públicas de defesa
.3
z Objetivo estratégico I: desenvolvimento de meca- tos ambientais como Direitos Humanos, incluindo
s
bo
nismos de controle social das políticas públicas de as gerações futuras como sujeitos de direitos”. Ela
Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e é composta por um objetivo estratégico:
ar
B
Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa conferir maior segurança a policiais e agentes peni-
6-
dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Con- tenciários. Esse eixo dispõe de sete diretrizes.
84
venção sobre os Direitos da Criança da ONU; O Eixo Orientador IV é o mais cobrado em concur-
.
92
z Objetivo estratégico II: consolidar o Sistema de sos policiais, sendo as Diretrizes 11 a 17 as de maiores
.3
com o fortalecimento do papel dos Conselhos Tute- A Diretriz 11 dispõe sobre a “Democratização e
-1
lência sexual contra crianças e adolescentes; z Objetivo estratégico II: modernização da gestão
a
in
especializado a crianças e adolescentes em sofri- z Objetivo estratégico III: promoção dos Direitos
M
Trata-se da diretriz de maior incidência nas pro- O Eixo Orientador possui quatro diretrizes. A pri-
-1
vas. A letalidade policial, por exemplo, foi des- meira diretriz do eixo é a Diretriz 18, que trata da
a
taque no relatório sobre o Brasil elaborado pela “Efetivação das diretrizes e dos princípios da polí-
s
bo
Anistia Internacional no ano de 2020. Segundo tica nacional de educação em Direitos Humanos
ar
o documento, o número de execuções extraju- para fortalecer cultura de direitos”. Seus objetivos
B
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
z Objetivo estratégico I: implementação do Pla-
ar
z Objetivo Estratégico I: promover o respeito aos A última disposição acerca do PNDH-3 está disci-
84
Direitos Humanos nos meios de comunicação e o plinada no art. 5º. Trata-se dos órgãos que podem ade-
.
92
Eixo Orientador VI
bo
DIREITOS HUMANOS
ar
VI, cujo tema é “Direito à Memória e à Verdade”. Tal PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS
a
HUMANOS (PNEDH)
ar
tados ao acesso às informações daquele período histó- A partir de 2003, houve a criação do Plano Nacional
rico. Trata-se, portanto, de uma tentativa de resgate a de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), que tinha
história nacional. Seu objetivo é assegurar o processa- o objetivo de mobilizar agentes públicos e privados
mento democrático e republicano desse período histó- para a promoção dos direitos humanos na educação
rico. Para tanto, possui três diretrizes. brasileira por meio de comitês nacionais e estaduais.13
A Diretriz 23 trata do “Reconhecimento da Para o PNEDH, educação em direitos humanos seria:
memória e da verdade como Direito Humano da
cidadania e dever do Estado”. Para tanto, busca-se a [...] um processo sistemático e multidimensional
consecução do seguinte objetivo estratégico: que orienta a formação do sujeito de direitos, arti-
culando as seguintes dimensões:
z Objetivo Estratégico I: promover a apuração e o a) apreensão de conhecimentos historicamente
esclarecimento público das violações de Direitos construídos sobre Direitos Humanos e a sua relação
Humanos praticadas no contexto da repressão com os contextos internacional, nacional e local;
política ocorrida no Brasil no período fixado pelo
184 13 Ibid.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais 4. o pleno exercício de todos os direitos e liberdades
que expressem a cultura dos Direitos Humanos em fundamentais para distintos grupos de mulheres;
todos os espaços da sociedade; 5. o equilíbrio de poder entre mulheres e homens,
c) formação de uma consciência cidadã capaz de se em termos de recursos econômicos, direitos legais,
fazer presente em níveis cognitivo, social, ético e político; participação política e relações interpessoais;
d) desenvolvimento de processos metodológicos 6. o combate às distintas formas de apropriação e
participativos e de construção coletiva, utilizando exploração mercantil do corpo e da vida das mulheres;
linguagens e materiais didáticos contextualizados; 7. o reconhecimento da violência de gênero, raça
e) fortalecimento de práticas individuais e sociais e etnia como violência estrutural e histórica, que
que gerem ações e instrumentos em favor da pro- expressa a opressão das mulheres que precisa ser
moção, da proteção e da defesa dos Direitos Huma- tratada como questão de segurança, justiça e saúde
nos, bem como da reparação das violações.14 pública;
8. o reconhecimento da responsabilidade do Estado
Em 2008, por meio do Comitê Nacional de Educa- na implementação de políticas que incidam na divi-
ção em Direitos Humanos, previsto no Plano Nacional são social e sexual do trabalho;
de Educação em Direitos Humanos de 2007, afirma-se 9. a construção social de valores, por meio da Educa-
que a educação em direitos humanos se dá por meio ção, que enfatizem a importância do trabalho historica-
de desenvolvimento normativo e institucional que mente realizado pelas mulheres, além da necessidade
de viabilizar novas formas para sua efetivação;
garanta o acesso à informação em censura, produção
10. a inclusão das questões de gênero, raça e etnia
e divulgação de materiais sobre o tema, a formação
nos currículos escolares, além do reconhecimento
de profissionais capacitados nesse tipo de ensino, que e busca de formas que alterem as práticas educati-
desenvolva projetos em prol dos direitos humanos na vas, a produção de conhecimento, a educação for-
escola e na universidade, e que avalie e monitore a mal, a cultura e a comunicação discriminatórias;
eficácia das medidas e ações estabelecidas.15 11. a inclusão de recursos nos Planos Plurianuais,
Leis de Diretrizes Orçamentárias e Leis Orçamen-
tárias Anuais para implementação de políticas
públicas para as mulheres;
12. a elaboração e divulgação de indicadores
DIREITOS DAS MULHERES sociais, econômicos e culturais sobre a população
afro-descendente e indígena, como subsídios para a
POLÍTICA NACIONAL PARA MULHERES formulação e implementação de políticas públicas
de saúde, previdência social, trabalho, educação
Em 2003, foi criada a Secretaria Especial de Polí- e cultura, que levem em consideração a realidade
ticas para as Mulheres da Presidência da República urbana e rural;
(SPM/PR), com o objetivo de formular, coordenar e 13. a capacitação de servidores(as) públicos(as) em
articular políticas que promovam a igualdade entre gênero, raça, etnia e direitos humanos, de forma a
mulheres e homens. Assim, para a consecução de garantir a implementação de políticas públicas vol-
seus objetivos, foi realizada, em 2004, a I Conferên- tadas para a igualdade;
cia Nacional de Políticas para as Mulheres (I CNPM), 14. a participação e o controle social na formula-
ção, implementação, monitoramento. e avaliação
07
z laicidade do Estado;
s
bo
z transparência dos atos públicos; mais importantes e urgentes para assegurar o direito
a
z participação e controle social. a uma vida melhor e mais digna para as mulheres. As
in
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
14 BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007, p. 11.
15 BRASIL, 2007, p. 21-32. 185
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z do Ministério das Cidades; Antes de tratar de cada eixo, faz-se necessário con-
z do Ministério das Minas e Energia; signar que o PNPM acrescentou outros princípios
z do Ministério de Desenvolvimento Social e Comba- orientadores, além daqueles que constavam dos pla-
te à Fome; nos anteriores. São eles:
z do Ministério do Desenvolvimento Agrário;
z do Ministério do Planejamento, Orçamento e z Autonomia das mulheres em todas as dimensões
Gestão; da vida;
z do Ministério do Trabalho e Emprego; z Busca da igualdade efetiva entre mulheres e
z da Secretaria Especial de Direitos Humanos; homens, em todos os âmbitos;
z da Secretaria Especial de Políticas da Promoção da z Respeito à diversidade e combate a todas as for-
mas de discriminação;
Igualdade Racial;
z Caráter laico do Estado;
z do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
z Universalidade dos serviços e benefícios ofertados
pelo Estado;
Na sequência, em 2007, foi realizada a II Conferên- z Participação ativa das mulheres em todas as fases
cia Nacional de Políticas para as Mulheres, resultando das políticas públicas;
na aprovação do II Plano Nacional, tendo como fina- z Transversalidade como princípio orientador de
lidade validar os princípios e pressupostos da PNPM, todas as políticas públicas.
bem como as diretrizes e prioridades apontadas na
primeira conferência. EIXO ESTRATÉGICO I — IGUALDADE NO MUNDO DO
No entanto, buscou-se, também, ampliar o escopo TRABALHO E AUTONOMIA ECONÔMICA
do plano e introduzir novos eixos estratégicos, uma
vez que, embora o I PNPM tenha representado avan- O Eixo Orientador I dispõe sobre a autonomia econô-
ços na inserção da temática de gênero, raça e etnia no mica e a igualdade entre mulheres e homens no mun-
processo de elaboração do orçamento e planejamento do do trabalho, sendo estruturado em ações específicas
do governo, na criação de organismos governamentais para eliminação da desigual divisão sexual do trabalho,
estaduais e municipais para coordenação e gerencia- com foco na erradicação da pobreza e garantia de partici-
mento das políticas para as mulheres e na incorpo- pação das mulheres no desenvolvimento do Brasil.
ração da transversalidade de gênero nas políticas O objetivo geral do eixo é:
públicas, existiam pontos que necessitavam ser supe-
rados, como a não existência de organismos de políti- Promover a igualdade no mundo do trabalho e a
cas para as mulheres em inúmeros governos estaduais autonomia econômica das mulheres urbanas, do
e na maioria dos governos municipais, além de baixo campo e da floresta, considerando as desigualdades
entre mulheres e homens, as desigualdades de clas-
orçamento para as políticas, criminalização do aborto,
se, raça e etnia, desenvolvendo ações específicas
falta de dados, baixa incorporação da transversalidade
que contribuam para a eliminação da desigual divi-
de gênero nas políticas públicas, discrepância nas tare-
são sexual do trabalho, com ênfase nas políticas de
fas do trabalho doméstico e de cuidados, fragilidade
erradicação da pobreza e na valorização da parti-
dos mecanismos institucionais, entre outros. cipação das mulheres no desenvolvimento do país.
Além disso, foram acrescentados mais seis eixos
07
estratégicos:
Seus objetivos específicos são:
6-
84
z Participação das mulheres nos espaços de poder e I. Ampliar a participação e a permanência das mulhe-
.
92
z Cultura, Comunicação e Mídia igualitárias, demo- contribuição das mulheres do campo, da floresta,
B
z Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia; e das mulheres com deficiência para o desenvolvi-
ar
que atingem as mulheres, com especial atenção às IV. Promover políticas que visem o compartilhamento
jovens e idosas. das responsabilidades domésticas e que contribuam
para a superação da divisão sexual do trabalho.
Na sequência, em 2011, foi realizada a III Confe- V. Ampliar a formalização do trabalho das mulhe-
rência Nacional de Políticas para as Mulheres, geran- res e a garantia de direitos.
do, como resultado, o PNPM 2013-2015.
O PNPM é dividido em 10 eixos estratégicos, que EIXO ESTRATÉGICO II — EDUCAÇÃO PARA
constam como Capítulos próprios. Cada um dos eixos IGUALDADE E CIDADANIA
traz um aspecto motivacional, isto é, o motivo pelo qual
cada um dos eixos deve existir. Além disso, cada eixo O Eixo Orientador II dispõe sobre a importân-
orientador é composto por objetivos gerais, objetivos cia da educação para consolidação do exercício
específicos, metas, linhas de ações e planos de ações. de direitos, construção da autonomia individual
Cumpre mencionar que o plano possui caráter trans- e coletiva e desenvolvimento econômico e social.
versal e complexo, pois algumas ações podem ser imple- Para tanto, busca-se eliminar as desigualdades sociais
mentadas por diversos órgãos e não só pela SPM. É por de gênero, raciais, étnicas, geracionais, de orientação
186 esta razão que o PNPM é extremamente detalhado. sexual, regionais e locais.
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Seus objetivos gerais são: O objetivo geral do eixo é:
I - Contribuir para a redução da desigualdade entre Promover a melhoria das condições de vida e saúde
mulheres e homens e para o enfrentamento do das mulheres em todas as fases do seu ciclo vital,
preconceito e da discriminação de gênero, étnica, garantindo os direitos sexuais e os direitos repro-
racial, social, religiosa, geracional, por orientação dutivos, bem como os demais direitos legalmente
sexual, identidade de gênero e contra pessoas com constituídos; e ampliar o acesso aos meios e servi-
deficiência por meio da formação de gestores/as, ços de promoção, prevenção e assistência da saúde
integral da mulher em todo o território brasileiro,
profissionais da educação e estudantes em todos os
sem discriminação de qualquer espécie, resguarda-
níveis e modalidades de ensino.
das as identidades e especificidades de gênero, raça,
II. Consolidar na política educacional as perspecti-
etnia, geração, classe social, orientação sexual e
vas de gênero, raça, etnia, orientação sexual, gera- mulheres com deficiência.
cional, das pessoas com deficiência e o respeito à
diversidade em todas as suas formas, de modo a Já os objetivos específicos são:
garantir uma educação igualitária e cidadã.
III. Promover o acesso e a permanência de meni- I. Fortalecer e implementar a Política Nacional de
nas, jovens e mulheres à educação de qualidade, Atenção Integral à Saúde da Mulher - PNAISM, con-
prestando particular atenção a grupos com bai- siderando as mulheres em sua diversidade.
xa escolaridade (mulheres adultas e idosas, com II. Garantir os direitos sexuais e os direitos reprodutivos
deficiência, negras, indígenas, de comunidades das mulheres em todas as fases do seu ciclo de vida e
tradicionais, do campo e em situação de prisão, e nos diversos grupos populacionais, sem discriminações.
meninas retiradas do trabalho infantil). III. Contribuir para a redução da morbidade e mortali-
dade das mulheres no Brasil, especialmente por causas
Já os objetivos específicos são: evitáveis, em todas as fases do seu ciclo de vida e nos
diversos grupos populacionais, sem discriminações.
IV. Promover a ampliação, qualificação e humani-
I. Eliminar conteúdos sexistas e discriminatórios zação das ações de atenção integral à saúde das
e promover a inserção de temas voltados para a mulheres na rede pública e privada. V. Contribuir
igualdade de gênero e valorização das diversidades para a redução da gravidez na adolescência.
nos currículos, materiais didáticos e paradidáticos
da educação básica. EIXO ESTRATÉGICO IV — ENFRENTAMENTO DE
II. Promover a formação continuada de gestores/as TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA AS
e servidores/as públicos/as de gestão direta, socieda- MULHERES
des de economia mista e autarquias, profissionais da
educação, como também a formação de estudantes de O Eixo Orientador IV busca coibir a violência
todos os níveis, etapas e modalidades dos sistemas de doméstica e familiar contra a mulher.
ensino público de todos os níveis nos temas da igualda- O objetivo geral do Eixo é:
de de gênero e valorização das diversidades.
III. Promover políticas para a ampliação do acesso
07
IV. Estimular a produção de conhecimento sobre rela- situação de violência considerando as questões
-1
ções sociais de gênero, identidade de gênero e orientação étnicas, raciais, geracionais, de orientação sexual,
a
regional.
bo
feminino, em especial entre as mulheres acima de Lei Maria da Penha, por meio de difusão da lei e do
B
VI. Contribuir para a redução da violência de gêne- direitos das mulheres em situação de violência.
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
ro no ambiente escolar e universitário, com ênfase III. Ampliar e fortalecer os serviços especializados,
M
III. Promover criação e institucionalização de orga- ações como condição básica para a conquista, o forta-
6-
nismos de políticas para as mulheres com o papel lecimento e a consolidação da autonomia econômica
84
representativas de movimentos sociais, sindicatos, ribeirinhos), com garantia do acesso à terra, aos
ar
conselhos de naturezas diversas e em todos os tipos bens, aos equipamentos e aos serviços públicos.
B
VI. Contribuir para o debate do marco regulatório rurais, quilombolas, indígenas, lésbicas, deficientes
6-
propostas que contribuam para veiculação não III. Fortalecer ações de prevenção, especialmente
.
bia, além do preconceito e discriminação baseada na ção ao que se refere à acessibilidade, acesso ao
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
VI - promoção do bem de todos, sem preconceitos deverá orientar todo o processo educativo definido
6-
VII - garantia dos direitos humanos, econômicos, É importante que o Estado articule as ações de dife-
.3
sociais, culturais, ambientais e do controle social rentes setores “que garantam o direito às comunidades
21
VIII - reconhecimento dos quilombolas como povos memória e ao desenvolvimento sustentável” (art. 61).
ou comunidades tradicionais;
sa
a) da memória coletiva;
s
trabalho;
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
g) dos festejos, usos, tradições e demais elemen- I - grupos culturalmente diferenciados e que se
tos que conformam o patrimônio cultural das reconhecem como tais;
comunidades quilombolas de todo o país; II - possuidores de formas próprias de organiza-
h) da territorialidade. ção social;
III - detentores de conhecimentos, tecnologias,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela
A Educação Escolar Quilombola compreende as
tradição;
diversas etapas e modalidades, como Educação Infan-
IV - ocupantes e usuários de territórios e recur-
til, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação do
sos naturais como condição para sua reprodução
Campo, Educação Especial, Educação Profissional Téc- cultural, social, religiosa, ancestral e econômica.
nica de Nível Médio, Educação de Jovens e Adultos, Art. 5º Observado o disposto no art. 68 do Ato
incluindo a Educação à Distância. das Disposições Constitucionais Transitórias e no
Em relação aos sujeitos a que se destina, o atendi- Decreto nº 6.040/2007, os territórios tradicio-
mento abrange populações quilombolas, das zonas nais são:
rurais e urbanas, em suas diferentes formas de I - aqueles nos quais vivem as comunidades qui-
produção de cultura, sociedade, política e economia. lombolas, povos indígenas, seringueiros, casta-
Deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino nheiros, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhos, 191
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
faxinalenses e comunidades de fundo de pasto, den- Em relação às Etapas e Modalidades da Educação
tre outros; Básica, o Capítulo V reforça que a Educação Escolar
II - espaços necessários à reprodução cultural, Quilombola na Educação Básica compreende todas
social e econômica dos povos e comunidades tradi- as etapas e modalidades de ensino, sendo as ofertas
cionais, sejam eles utilizados de forma permanente definidas por essa Resolução.
ou temporária.
No caso da Educação Infantil, primeira etapa da Edu-
cação Básica e direito das crianças dos povos quilombolas,
ASPECTOS GERAIS — DIRETRIZES PARA A
deve privilegiar práticas de cuidar e educar, sendo sua
ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR
oferta obrigatória pelo poder público municipal para
QUILOMBOLA NO ESTADO DE MINAS GERAIS
crianças de 4 a 5 anos de idade (nesse caso, é dever dos
pais ou responsáveis matricular essas crianças). Enquan-
A Resolução da SEE nº 3.658, de 2017, mostra-se,
to a decisão pela matrícula e frequência das crianças de 0
portanto, relacionada aos princípios e definições
a 3 anos é uma opção das famílias quilombolas, levando
apresentadas acima. Além de definições já menciona-
das, reforça-se como centrais: em conta suas referências culturais e demandas.
Sobre as instituições que oferecem Educação Infantil,
z O conhecimento dos históricos de luta pela regu- estão previstas as creches ou entidades equivalentes e as
larização dos territórios tradicionais dos povos pré-escolas. Há previsão ainda para que a oferta da Edu-
quilombolas; cação Infantil Quilombola deva assegurar à criança o
z O reconhecimento dos quilombolas como povos direito de permanecer, de forma prioritária, em seu
ou comunidades tradicionais; espaço comunitário de referência, evitando, assim, o
z O direito ao etnodesenvolvimento, visto como seu deslocamento.
um modelo de desenvolvimento alternativo; É definido como responsabilidade da Secretaria de
z A superação do racismo — institucional, ambien- Estado de Educação a colaboração com os municípios,
tal, alimentar, entre outros; através da cessão de espaço e da preparação de professo-
z A articulação entre os conhecimentos cientí- res em nível médio para atuar nessa etapa de ensino, ou
ficos, os conhecimentos tradicionais e as prá- de forma indireta, por meio de apoio pedagógico, volta-
ticas socioculturais próprias das comunidades do a favorecer o padrão de qualidade em diálogo com as
quilombolas, em processo educativo dialógico e peculiaridades locais.
emancipatório. O Ensino Fundamental, direito humano, social e
público subjetivo, deve envolver a ação educativa da
Sobre os sujeitos a quem se destina, a Resolução defi- família e da comunidade, articulando, no contexto da
ne que cabe à Secretaria de Estado de Educação garantir Educação Escolar Quilombola, os conhecimentos tradi-
a identificação dos estudantes advindos de territó- cionais, com o direito à identidade étnico-racial e à
rios quilombolas no sistema de informações educacio- dinâmica própria de organização de cada comunida-
nais, além do monitoramento do acesso, permanência de quilombola.
e aproveitamento escolar dos estudantes, que devem O respeito à diversidade é um princípio fundamen-
ser identificados ainda no Plano de Atendimento Educa-
07
cidades locais, inclusive climáticas, da agricultura de prevê-se que deve ser coerente, articulada e integrada com
.3
de maneira autônoma e coletiva, considerando o diag- de pertencimento e com a sociedade mais ampla.
nóstico da realidade, o envolvimento e a participação de Além disso, aos estudantes é prevista a participação
toda a comunidade escolar, dialogando com as lideran- em projetos de estudo, trabalho e atividades pedagógicas
ças e outras organizações existentes no território. que objetivem conhecer as dimensões do trabalho, da
Nesse processo, são elementos a serem considerados: ciência, da tecnologia e das culturas inerentes às comu-
os conhecimentos tradicionais, a oralidade, a ancestrali- nidades quilombolas e da sociedade mais ampla.
dade, a estética, formas de trabalho, tecnologias e a histó- Para tal, cabe ao Estado garantir a universalização
ria de cada comunidade quilombola; as diversas formas do atendimento escolar do Ensino Médio para toda
pelas quais as comunidades quilombolas vivenciam os a população quilombola de 15 a 17 anos, e a proposta
seus processos educativos cotidianos, articulando os pedagógica deve abrir perspectivas para que esses estu-
conhecimentos escolares e demais conhecimentos pro- dantes vislumbrem o ingresso no Ensino Superior.
duzidos pela sociedade mais ampla; a possível articu- Na Resolução, há ainda orientações sobre a Educa-
lação entre Escola Quilombola e instituições de Ensino ção Profissional Técnica de Nível Médio e sobre a
Superior; e os processos de aprendizagens dos próprios Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Educação Esco-
192 moradores e lideranças locais (BRASIL, 2012). lar Quilombola.
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Sobre o primeiro, deve articular os princípios da for- Associando-se às legislações em vigor acerca da
mação ampla e da sustentabilidade socioambiental Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de
à diversidade dos estudantes, levando em conta as História e Cultura afro-brasileira, africana e indígena,
formas de organização das comunidades quilombolas e o currículo deve reforçar a importância do reconhe-
cimento da história e cultura afro-brasileira no pro-
suas diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais.
cesso de formação nacional e regional, e os processos
A ser realizada preferencialmente em seus territó- dinâmicos que fundamentam as concepções de vida
rios, a Educação Profissional Técnica de Nível Médio dos afro-brasileiros na diáspora africana.
deve focar em uma gestão territorial autônoma, con- Além disso, atento às dinâmicas históricas e
tribuindo para projetos de desenvolvimento sustentá- sociais, há menções ao fortalecimento da identidade
vel e de produção alternativa para as comunidades étnico-racial, história e cultura afro-brasileira e afri-
quilombolas; deve articular-se também aos projetos cana ressignificada, recriada e reterritorializada nos
comunitários, considerando as demandas coletivas das espaços quilombolas; à garantia de discussões sobre
identidade, cultura e linguagem, que são os eixos nor-
comunidades quilombolas e a reflexão e construção de
teadores do currículo; à consideração da liberdade
alternativas para os seus territórios, sustentabilidade religiosa, diversidade e inclusão, entendidos como
econômica, soberania alimentar, educação, saúde e de princípios jurídicos, políticos e pedagógicos centrais
atendimento às diversas necessidades cotidianas. para superar preconceitos em relação às comunida-
Em relação à EJA, também deve atender às realidades des quilombolas, de matriz africana ou não.
socioculturais, interesses, projetos de vida e trabalho das Portanto, em cada etapa e modalidade de ensino,
comunidades quilombolas. A formação ofertada deve ser a constituição dos currículos da Educação Escolar
ampla, possibilitando aos estudantes a atuação nas ativi- Quilombola deve considerar as particularidades
dades socioeconômicas e culturais das comunidades, de aprendizagens dos estudantes quilombolas,
os tempos e espaços da escola e outras institui-
fortalecendo os laços de pertencimento, protagonismo ções educativas da comunidade e fora dela, como
quilombola e em diálogo com o mundo do trabalho. museus, centros culturais, laboratórios de ciências e
A oferta de EJA no Ensino Fundamental não deve, de informática, associações comunitárias, cooperati-
entretanto, substituir a oferta regular dessa etapa da vas locais e outros espaços comunitários e educativos.
Educação Básica, independentemente da idade, e os cri- O art. 28, da Resolução nº 3.658, de 2017, prevê:
térios para a abertura de turmas de EJA em escolas qui-
lombolas serão diferenciados e em consonância com as A organização curricular da Educação Escolar
demandas das comunidades. Quilombola deverá se pautar em ações e práticas
Por fim, no art. 24, da Resolução SEE nº 3.658, de 2017, político-pedagógicas que visem: I - a interdisci-
plinaridade e contextualização na articulação
há menção ao atendimento da Educação Especial, que
entre os diferentes campos do conhecimento, por
deve ser contemplada nas escolas quilombolas e naque-
meio do diálogo entre disciplinas diversas e do
las que atendem estudantes oriundos de territórios qui- estudo e pesquisa de temas da realidade dos estu-
lombolas, em todas as etapas e modalidades da Educação dantes e de suas comunidades; II - a adequação
Básica, considerando orientações específicas. das metodologias didático-pedagógicas às
características dos estudantes, em atenção ao
07
pos e espaços escolares, sendo o currículo da Educa- rios específicos das comunidades quilombolas.
bo
ambiente educacional com a sociedades e às formas O Capítulo VIII, leva em conta que a avaliação é
B
de conceber e construir conhecimentos escolares, de um dos elementos que compõem o processo de ensino
a
in
acordo com os processos sociopolíticos e culturais na e aprendizagem. Por isso, deve garantir o direito de o
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
ções de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e Movi- cidas, a ainda escassa produção e distribuição
ar
(MIEIB) do estado de São Paulo, solicitando-se o pare- adequado aos níveis de ensino, assim como a insu-
a
cer orientador quanto à abrangência das Diretrizes ficiente atenção oficial dada ao necessário processo
in
na Educação Infantil baseadas em pequenas citações de formação de professores com conteúdos espe-
ar
e referências a documentos produzidos pela SECAD/ cíficos e metodologias apropriadas aos objetivos
M
MEC; SEB/MEC; SEPPIR; na Lei Federal nº 10.639, de preconizados pelas Diretrizes – não se pode tran-
9 de janeiro de 2003, e, em especial, no Parecer CNE/ sigir com qualquer evidência de descaso ou negli-
CP nº 3, de 2004, e na Resolução CNE/CP nº 1, de 2004. gência no seu cumprimento, nem tampouco tolerar
O parecer destaca algumas ações a serem revis- a inoperância diante de qualquer obstáculo ou difi-
tas no Parecer CNE/CP nº 3, de 2004, que configura as culdade. (BRASIL, 2007, p. 2)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana, documento norma- Importante!
tivo oficializado pela Resolução CNE/CP nº 1, de 2004. Problemas que dificultam o cumprimento das
Declara-se que a:
Diretrizes:
� escassa produção e distribuição de material
[...] provocação do CEERT e do MIEIB para que a
Câmara de Educação Básica deste Conselho se didático;
pronuncie acerca da abrangência do referido docu- � formação de professores;
mento normativo, no que diz respeito à Educação � metodologias apropriadas.
194
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Há também uma discussão relativa a comprova- A Lei Federal nº 10.639, de 2003, enfatiza que:
ções de desigualdades étnico-raciais através de dados
publicados por órgãos oficiais, como a seguir: O ensino sistemático de História e Cultura Afro-Bra-
sileira e Africana na Educação Básica, nos termos da
Além das razões legais que determinam a obriga- Lei nº 10.639/2003, refere-se, em especial, aos compo-
toriedade da sua execução, a comprovada existên- nentes curriculares de Educação Artística, Literatura
cia de desigualdades étnico-raciais atestadas em e História do Brasil. (BRASIL, 2007, p. 3)
estudos publicamente disponíveis, produzidos por
órgãos oficiais como, por exemplo, o INEP, o IBGE Todas as citações acima respaldadas em leis, pare-
e o IPEA, bem como em estudos publicados por ceres e resoluções buscam enfatizar a relevância da
vários pesquisadores na área de educação, agre- abrangência da educação étnico-racial na educação
gam razões históricas, sociais e éticas suficientes infantil. Apesar de os conteúdos da Educação Infantil
para que as referidas Diretrizes traduzam-se, rapi- não estarem organizados em componentes curricula-
damente, em ações efetivas em todas as instâncias res, os temas referentes à História e Cultura Afro-Bra-
do sistema educacional brasileiro, sejam elas muni- sileira e Africana devem estar presentes no conjunto
cipais, estaduais ou federal. (BRASIL, 2007, p. 2) de todas as atividades desenvolvidas com as crianças.
O próprio Parecer CNE/CP nº 3, de 2004, orienta-
Em resumo, sabe-se das lacunas existentes, que dor filosófico e conceitual da referida resolução, ante-
são de fato comprovadas através de pesquisas científi- cipando as determinações da Resolução CNE/CP nº 1,
cas, solicitando-se, assim, através desse parecer, ações de 2004, deixa evidente a referência inclusiva da Edu-
mais concretas em relação a temática. cação Infantil, mencionando a responsabilidade dos
Todas as discussões do parecer solicitam uma pos- diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como
tura mais ativa dos órgãos competentes na elaboração definindo espaços escolares e atividades a serem
das Diretrizes, e que, de fato, elas saiam do papel, mas desenvolvidas com vistas à execução das Diretrizes:
para que isso ocorra são necessários aportes estrutu-
O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
rais e pedagógicos, além de avaliação dos processos,
e Africana, a educação das relações étnico-
como em destaque: -raciais, tal como explicita o presente parecer, se
desenvolverão no cotidiano das escolas, nos dife-
As indicações acima mencionadas nos asseguram rentes níveis e modalidades de ensino, como
a imperiosa necessidade de orientar as instâncias conteúdos de disciplinas, particularmente, Educa-
competentes a adotarem mecanismos de observa- ção Artística, Literatura e História do Brasil, sem
ção da aplicação das determinações presentes nas prejuízo das demais, em atividades curriculares ou
Diretrizes, tanto no que concerne ao acompanha- não, trabalhos em sala de aula, nos laboratórios de
mento regular da sua execução quanto no referente ciências e de informática, na utilização da sala de
à avaliação periódica dos seus resultados, cabendo leitura, biblioteca, brinquedoteca, áreas de recrea-
também a recomendação de que as experiências ção, quadra de esportes e outros ambientes escola-
educacionais que se configurem como eficazes na res. (BRASIL, 2007, p. 3)
promoção da igualdade étnico-racial, sejam ampla-
07
O parecer também aponta algumas divergências dos adolescentes também são citados no parecer para
.
92
em documentos publicados sobre a educação étnico- confirmação da inclusão da Educação Infantil no âmbi-
.3
-racial através de argumentos para que aconteçam to das normas estabelecidas pelas Diretrizes referidas.
21
modificações e abrangências.
-1
Quanto à necessidade de abrangência das Diretri- Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, ao especifi-
car os direitos fundamentais inerentes às crian-
a
adolescentes no âmbito da cidadania codificando pois, por meio dela, tornou-se obrigatório o ensino
.
92
ao incorporar a Educação Infantil na órbita da sua Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
a
promoção da igualdade étnico-racial na educação, Art. 26-A Nos estabelecimentos de ensino funda-
B
complementar de uma política pública de Estado obrigatório o ensino sobre História e Cultura
in
nação e, também, as violências sobrepostas às pessoas b) Organizar conferências nacionais e outros even-
84
negras, que, historicamente, as colocam em restri- tos com o objetivo de acionar um debate público
.
dade racial no Brasil, a exemplo das legislações tradições da população afrodescendente, inclusive
B
Tratando-se de um país no qual há fortes desigual- a inclusão plena e correta da história e das contri-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
dades raciais, sociais e de gênero, no período de 2003 buições da população afrodescendente no currículo
M
dos Estados o treinamento e sensibilização dos curricular, da organização do calendário escolar e dos
diversos espaços pedagógicos e tempos de aprendiza-
6-
REFERÊNCIAS
z Atividades podem se organizadas e desenvolvidas
-1
que estabelece as diretrizes e bases da educação sidiar os componentes estruturantes das políticas
ar
laboratórios, biblioteca e áreas de lazer e despor- social que tornou direitos de cidadania inacessíveis à
6-
Entre os princípios da educação do campo, estão: rada um marco central na mudança de perspectiva, já
-1
Art. 2º São princípios da educação do campo: trução com e dos povos do campo, reconhecendo suas
s
micos, de gênero, geracional e de raça e etnia; nhecimento, associado à própria instituição das Dire-
B
ções educacionais que integram o sistema estadual de Especial. Vejamos com mais detalhes.
6-
Minas Gerais.
84
mais explícitas retomando os termos da própria to integral de crianças de zero a cinco anos de
.3
Política Nacional de Educação do Campo, de 2010. idade em creches e escolas do campo. É papel da
21
pados da reforma agrária, os trabalhadores assalaria- na escola pública, iniciando-se aos 6 anos de idade.
ar
dos rurais, os quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, Dentre as orientações voltadas ao Ensino Fundamen-
B
caatingueiros, veredeiros, pescadores artesanais, inte- tal, encontram-se a definição sobre papel da SEE-MG
a
in
grantes do movimento dos atingidos por barragens, para a garantia da universalização dessa etapa,
ar
apanhadores de sempre viva, faiscadores e outros que a garantia de meta prevista no PNE, a criação de
M
de nucleação de escolas e o deslocamento de estudan- sos, mas em colaboração com os demais entes federa-
6-
tes para fora de sua comunidade de pertencimento. tivos. Para isso, devem ser elaborados Planos de Ação
84
Para isso, nos incisos desse artigo, são apresen- específicos para atender demandas para a cobertura
tadas estratégias e possibilidades, como a adoção de
.
Ensino Fundamental em uma mesma turma; para a ção, implementação e acompanhamento das políticas
nucleação rural (intracampo), é considerada fun- de Educação do Campo, é papel da Secretaria de Esta-
s a
famílias para se definir o local, avaliando as pos- buscar constituir instâncias colegiadas, que envol-
ar
distância possível, em casos que não possam ser de organizações sociais do campo, das universidades
a
humanas e sociais
de cada região
.
92
DECRETO Nº
na Reforma Agrária (Pronera),
a
educação do campo deve observar alguns com- ção básica e superior às popula-
B
Rousseff, o referido decreto dispõe sobre a Política da educação básica, são consideradas três categorias de
6-
Nacional de Formação dos Profissionais da Educa- trabalhadores, nas diferentes etapas e modalidades da
84
ção Básica considerando as metas 15 e 16 do Plano educação básica: professores, pedagogos e funcioná-
.
92
Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei nº rios da educação, atuantes nas redes públicas e priva-
.3
z eliminação de desigualdades;
bo
permanência;
B
des da população;
Considerando esses aspectos gerais, no Capítulo 1, do
M
convívio cooperativo, seguro, criativo e adequada- Sobre o Comitê, entre as suas atribuições, encontram-se:
.3
Quanto aos objetivos, a Política Nacional de For- manentes e do Fórum Distrital Permanente.
a
in
instituir o Programa Nacional de Formação de Pro- Além disso, o Comitê deverá ser presidido pelo
M
categoria dos profissionais da educação e de acordo Educação Superior - Sinaes, na forma disciplinada
6-
com as demandas das funções desempenhadas; pela Lei nº 10.861, de 10 de abril de 2004, inclusive
84
z Cursos de segunda licenciatura para profissio- a amortização do saldo devedor pela docência efe-
.
92
nais do magistério em exercício, buscando garan- tiva na rede pública de educação básica;
.3
z Cursos de formação pedagógica para graduados e os Municípios nos processos de ingresso e for-
-1
superior nas áreas de Secretaria Escolar, Alimen- valorização profissional e do espaço escolar; e
bo
dência pedagógica;
M
cada peculiaridade de cada documento: seus princí- é um conjunto de diretrizes organizacionais e ope-
6-
pios, atuações, abrangências e pontos cruciais, que são racionais que expressam e orientam os programas,
84
cobrados em todas as provas das carreiras da educação. projetos e práticas pedagógicas e administrativas
.
92
Art. 11 O calendário escolar deve ser elaborado Art. 17 A inscrição e o encaminhamento para matrí-
pela escola, em acordo com os parâmetros defini- cula dos estudantes e candidatos às vagas no ensi-
dos em norma específica, publicada anualmente
no fundamental e ensino médio, para ingresso na
pela Secretaria de Estado de Educação, discutido e
aprovado pelo colegiado e amplamente divulgado rede pública de ensino de Minas Gerais, será
na comunidade escolar. regulamentada por normas específicas.
§ 1º Cabe ao Serviço de Inspeção Escolar das Supe- […]
rintendências Regionais de Ensino supervisionar o Art. 23 O controle de frequência diária dos estu-
cumprimento das atividades nele previstas. dantes é de responsabilidade do professor, sob
§ 2º Serão garantidos, no calendário escolar, o monitoramento do especialista da educação básica,
mínimo de 200 (duzentos) dias letivos e carga
e deverá ser registrada no diário escolar digital.
horária obrigatória de:
I - 800 horas para o ensino fundamental anos
iniciais; Documentar o índice de frequência escolar do estu-
II - 833 horas e 20 minutos para o ensino funda- dante é imprescindível, pois através desse parâmetro
mental anos finais; é possível identificar, por exemplo, se há estudantes
III - 1000 horas para o ensino médio; lidando com problemas particulares que interfiram
IV - 1466 horas e 40 minutos para o ensino fun-
em sua assiduidade e aproveitamento das aulas.
damental em tempo integral anos iniciais
- EFTI;
V - 1500 horas para o ensino fundamental em tem- O QUE DEVE SER OBSERVADO NO CURRÍCULO
po integral anos finais - EFTI; REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS?
VI - 1500 horas para o ensino médio em tempo
integral - EMTI; Veja como é organização curricular da referência
VII - 1500 horas para o ensino médio em tempo
de MG:
integral - EMTI Profissional.
§ 3º Para a educação de jovens e adultos, na
etapa ensino fundamental e ensino médio, serão Art. 28 Na organização curricular da educação
garantidos o mínimo de 100 dias letivos e a carga básica, deve ser observado o conjunto de com-
horária mínima de 400 horas semestrais. petências e habilidades estabelecidas no cur-
§ 4º Para os cursos de educação profissional, deve- rículo referência de Minas Gerais a serem
rá ser considerado o cumprimento da carga horá- desenvolvidas e trabalhadas, obrigatoriamente,
ria total prevista na matriz curricular específica. por todas as unidades escolares da rede estadual
de ensino.
Aqui chamamos a atenção para o aumento da jor-
Parágrafo único. Na perspectiva da formação inte-
nada escolar. Deve-se compreender que esse aumento
gral dos estudantes para o desenvolvimento da
07
estabelecida pelo referido decreto, foi uma conquista, Deve-se observar que o conjunto de competências
.3
Art. 30 O ensino fundamental, etapa de escolarização obrigatória, deve comprometer-se com a formação inte-
gral dos estudantes, ofertando uma educação com equidade e qualidade.
Parágrafo único. O ensino fundamental deve promover um trabalho educativo inclusivo e equitativo que reconheça
e valorize as experiências e habilidades individuais; atenda às diferenças e necessidades específicas de cada
um, favorecendo, assim, uma cultura escolar respeitosa à diversidade de indivíduos e garantidora do direito a uma
educação de qualidade. (Grifos nossos).
O Ensino Fundamental tem duração de 9 anos e inicia-se aos 6 anos de idade. Deve estar alinhado com o pro-
pósito de formação integral dos estudantes, ofertando uma educação por meio de equidade e qualidade.
Art. 39 O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando
o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
capaz de se adaptar a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria
com a prática, no ensino de cada componente curricular;
V - o desenvolvimento do protagonismo juvenil como forma de exercício da autonomia e fortalecimento dos
processos de escolhas dos estudantes. (Grifos nossos)
A etapa final da educação básica deve durar, pelo menos, 3 anos e ter como finalidade: a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando; a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; fundamentos científico-tecnológicos,
relacionando a teoria com a prática no ensino de cada componente curricular; protagonismo juvenil como forma
de exercício da autonomia e fortalecimento dos processos de escolhas dos estudantes.
Além dos diferentes níveis e etapas da educação escolar, de acordo com a LDB e a Resolução do CNE N4
92
EDUCAÇÃO
A educação de jovens e adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à
a
DE JOVENS E
considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio
s
ADULTOS
bo
ar
ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógi-
ESPECIAL
a
co da unidade escolar
in
ar
PROFIS- integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciên-
SIONAL E cia e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais:
TECNOLÓGICA Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância
EDUCAÇÃO
Na modalidade da Educação Básica do Campo, a educação para a população rural está prevista
BÁSICA DO
com adequações necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região
CAMPO
A Educação Escolar Indígena ocorre em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultu-
EDUCAÇÃO ras, as quais têm uma realidade singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especifici-
ESCOLAR dade étnico-racial e cultural de cada povo ou comunidade e formação específica de seu quadro
INDÍGENA docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que
orientam a Educação Básica brasileira
208
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas
EDUCAÇÃO
terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-racial de cada
ESCOLAR
comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucio-
QUILOMBOLA
nais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira
A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela mediação didático pedagógica nos pro-
EDUCAÇÃO A cessos de ensino e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de infor-
DISTÂNCIA mação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos
Entende-se por Educação Bilíngue de surdos, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação
escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), como a primeira língua, e em português
EDUCAÇÃO escrito como a segunda língua, em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos,
BILÍNGUE DE escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo-
SURDOS -cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou
com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos
(incluído na LDB 2021)
Observando todas essas modalidades de ensino, fica evidente o objetivo da legislação, a qual garante a toda
população acesso a qualidade de ensino, independentemente de sua idade, condição social e etnia.
Importante!
Atualmente, temos 8 modalidades: Educação de Jovens e Adultos; Educação Especial; Educação Profissional
e Tecnológica; Educação Básica do Campo; Educação Escolar Indígena; Educação Escolar Quilombola; Edu-
cação a Distância; Educação Bilíngue de Surdos.
Art. 75 Os conservatórios estaduais de música integram a rede de escolas estaduais e têm suas ações voltadas para
a formação profissional de músicos em nível técnico, a educação musical e a difusão cultural.
§ 1º A educação musical abrange a formação inicial e sistemática na área da música pela oferta de cursos regulares
a crianças, jovens e adultos.
§ 2º A formação profissional de músicos abrange as funções de criação, execução e produção próprias da arte musi-
cal, objetivando:
07
I - a capacitação de estudantes com conhecimentos, competências e habilidades gerais e específicas para o exercício
6-
de atividades artístico-musicais;
84
II - a habilitação profissional em nível técnico para o exercício competente de atividades profissionais na área da
.
92
música;
.3
III - o aperfeiçoamento e a atualização de músicos em seus conhecimentos e habilidades, bem como a qualificação,
21
a profissionalização e a requalificação de profissionais da área da música para seu melhor desempenho no trabalho
-1
artístico.
§ 3º A difusão cultural deverá ocorrer por meio de cursos livres, oficinas e atividades de conjunto, visando ao enri-
s a
Conservatórios Estaduais de Música de Minas Gerais constituem um contexto educacional único e de grande
B
relevância para a área da Educação Musical no Brasil. Em Minas Gerais, os conservatórios integram a rede de
a
in
escolas estaduais e têm suas ações voltadas para a formação profissional de músicos em nível técnico, a educa-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
Art. 78 O curso normal possibilita a formação docente para o exercício do magistério a partir do desenvolvimento
de competências necessárias ao exercício da atividade inicial docente e de atividades curriculares integradas à prá-
tica de formação.
O Curso Normal tem como objetivo a formação inicial da carreira profissional docente fundamentado numa
proposta integrada ao Ensino Médio que busca abranger uma ação educativa pautada em respeito, interação,
dialogicidade e valorização das diferentes culturas.
Art. 80 A proposta pedagógica das escolas que ofertam o ensino fundamental em tempo integral - EFTI - terá por
base a formação integral dos estudantes a partir da ampliação da carga horária da matriz curricular, de forma a
garantir os direitos à aprendizagem e o pleno desenvolvimento do estudante. 209
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marina Barbosa - 121.392.846-07, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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A proposta pedagógica das escolas que ofertam o O art. 106 está em acordo com o art. 24, da Lei de
ensino fundamental em tempo integral — EFTI — terá Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que diz:
por objetivo a formação íntegra dos estudantes a par-
tir da ampliação da carga horária. Sendo: […] III- nos estabelecimentos que adotam a pro-
gressão regular por série, o regimento escolar pode
z 1500 horas para o ensino médio em tempo integral admitir formas de progressão parcial, desde que
preservada a sequência do currículo, observadas
— EMTI;
as normas do respectivo sistema de ensino.
z 1500 horas para o ensino médio em tempo integral
— EMTI Profissional.
EM QUAIS SITUAÇÕES A CLASSIFICAÇÃO
ACONTECE?
COMO ACONTECE A OFERTA DA EDUCAÇÃO
ESCOLAR DOS ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO
A legislação apresenta que:
DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA?
Art. 110 O recurso da classificação, na educação
Art. 86 O atendimento escolar dos adolescentes básica, tem por objetivo posicionar o estudante
em cumprimento de medidas socioeducativas, ofer- no ano de escolaridade compatível com sua idade,
tado em unidades educacionais localizadas nas experiência, nível de desempenho ou de conheci-
dependências dos centros socioeducativos, levará mento, nas seguintes situações:
em consideração os direitos e deveres individuais I - por promoção, para estudantes que cursaram, com
e coletivos e a condição peculiar do adolescente aproveitamento, o ano anterior, na própria escola;
como pessoa em desenvolvimento, atendendo-se às II - por transferência, para estudantes procedentes
normas específicas. de outra escola situada no país ou no exterior, con-
siderando a idade e desempenho;
A Resolução conjunta SEE/SEJUSP/ nº 09, de 17 III - independentemente de escolarização anterior,
de dezembro de 2021, traz normas e diretrizes que mediante avaliação feita pela escola, que defina o
regem o processo de escolarização de adolescentes grau de desenvolvimento, considerando a idade do
estudante, exceto no 1º ano do ensino fundamental.
e jovens que cumprem medidas socioeducativas em
Minas Gerais.
QUAIS INFORMAÇÕES AS ESCOLAS DEVEM
DIVULGAR AMPLAMENTE?
COMO ACONTECE A AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM?
Art. 112 A escola deve divulgar, amplamente, os
dados e as informações relativos:
Art. 88 A avaliação da aprendizagem, de caráter I - ao projeto político pedagógico;
processual, formativo e participativo, deve: II - às diretrizes previstas no regimento escolar;
I - ser contínua, cumulativa e diagnóstica; III - às formas de avaliação interna;
II - utilizar vários instrumentos, recursos e IV - aos projetos, propostas e ações previstas e
procedimentos; desenvolvidas para melhoria dos processos de ensi-
07
aprendizado dos estudantes sobre os quantitativos; V - aos resultados do desempenho escolar dos
84
os estudantes com menor rendimento tenham con- VI - aos indicadores, estatísticas e resultados edu-
92
dições de ser devidamente atendidos ao longo do cacionais obtidos pela instituição nas avaliações
.3
21
gicas, ao longo do ano letivo, para garantir a apren- informações deve atentar-se para as restrições da
a
VI- possibilitar aceleração de estudos para os estu- § 2º - Considera-se relevante para o cumprimento
ar
equivalentes para viabilizar as referidas parcerias. Lei nº 9.394, de 1996, conhecida como Lei Darcy Ribei-
a
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
que são normas obrigatórias para a Educação Básica,
ar
Curiosidades da Resolução
M
herdada, “viabilizando a reconstrução das identidades cionando como uma inovação, que leva em conta:
6-
das diferentes regiões do País” (BRASIL, 2013, p. 25). A z ações sobre o currículo, objetivando ao aprimora-
.
cotidianos dessas escolas. Nesse caso: z principalmente, um plano de ação docente para
-1
são essencial, que é a de construir uma cultura de que visam a ajustar a programação às situações
ar
abordagens, exercidas por pessoas de diferentes escolar não assegura que os alunos tenham suporte
M
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E
21
Dica
84
gica do estabelecimento de ensino; […] com simultânea manutenção de qualidade. Isso quer
B
Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas dizer acesso e permanência com sucesso escolar;
a
in
da gestão democrática do ensino público na educa- z Liberdade: está sempre associada à ideia de autono-
ar
ção básica, de acordo com as suas peculiaridades e mia, a qual nos remete a regras e orientações criadas
M
conforme os seguintes princípios: pelos próprios sujeitos da ação educativa sem impo-
I - participação dos profissionais da educação sições externas. A liberdade deve ser considerada,
na elaboração do projeto pedagógico da escola; também, como liberdade para aprender, ensinar,
[…] pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados
para uma intencionalidade definida coletivamente;
z Qualidade: a escola tem obrigação de evitar de
Importante!
todas as maneiras possíveis a repetência e a eva-
Projeto Político Pedagógico, Proposta Curricular
são. Nesta linha, precisa garantir a meta qualitati-
e Proposta Pedagógica são nomenclaturas va do desempenho satisfatório de todos;
relativas ao mesmo documento. Note que, nos z Gestão democrática: esse é um princípio fun-
arts. 12 e 13, da LDB (Lei nº 9.394/96), aparece damental para a elaboração do PPP. A gestão
“proposta pedagógica” e, no art. 14 da mesma democrática constitui-se como um importante
lei, “proposta curricular”, não existindo diferença direcionamento, pois, a partir dela, a integralidade
entre os termos. das ações da escola, sejam elas políticas ou peda-
214 gógicas, é definida por toda a comunidade escolar;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Valorização do magistério: a qualidade da educa- z Luckesi (2011, p. 130):
ção está relacionada à formação inicial e continuada,
condições de trabalho e remuneração dos profissio- É um processo que consiste em preparar um conjun-
nais do magistério. A formação continuada é indis- to de decisões tendo em vista agir, posteriormente,
pensável para a discussão da organização da escola para atingir determinados objetivos.
como um todo e de suas relações com a sociedade.
Elementos do Planejamento
Para Veiga (1991, p. 82), a importância desses prin- � Objetivos: Para quê e por quê?
cípios está na garantia de sua operacionalização nas z Conteúdos: O quê?
estruturas escolares. Ademais, uma coisa é algo que está z Procedimentos: Como?
no papel, na legislação, na proposta, no currículo pensa- z Recursos: De que preciso?
do e outra, é estar acontecendo na dinâmica interna da z Tempo e espaço da educação: Quando e onde ensi-
escola, na ação-reflexão-ação, no real, no concreto. nar e aprender?
Cinco tópicos costumam cair com frequência quan- z Avaliação: Deu certo? O que manter e o que modificar?
do o assunto é PPP. São eles: documento flexível; parti-
cipação da coletividade em sua construção; autonomia Na prática pedagógica, não se pode agir com base no
pedagógica; participação de especialistas em sua for- improviso, pois “Ensinar requer intencionalidade e siste-
mulação; documento com caráter emancipador. matização” (FUSARI, 1990). O poder de improvisação é
sempre necessário, mas não pode ser considerado regra.
“Não há ensino sem planejamento” (GANDIN, 1991).
REFERÊNCIAS
Níveis do Planejamento
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de
1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Os planejamentos, de acordo com Chiavenato
Nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http:// (2000), são divididos em três níveis, o institucional,
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. tático e operacional, conforme apresentado na pirâ-
Acesso em: 3 mar. 2022. mide organizacional:
GADOTTI, M. Perspectivas Atuais da Educação.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: projeto Planejamento Estratégico
de ensino aprendizagem e projeto político-pedagó- (Longo Prazo)
gico. 16ª ed. São Paulo: Libertad, 2006. Planejamento Tático
VEIGA, I. P. Projeto Político Pedagógico da esco- (Médio Prazo)
la: uma construção possível. Campinas: Papirus, Planejamento Operacional
1995. (Curto Prazo)
_______. Escola, currículo e ensino. In: VEIGA, I. P.
A.; CARDOSO, M. H. (Orgs.). Escola Fundamental:
currículo e ensino. Campinas, SP: Papirus, 1991. Planejamento em níveis. Fonte: Chiavenato et al. (2000)
07
Dimensões e Níveis
92
tica do trabalho e prática pedagógica. Quando essas z Operacional: “pode ser considerado como a formali-
-1
práticas são citadas, logo perguntamos: por que plane- zação, principalmente através de documentos escritos,
a
jar? De acordo com Piletti (1997), essa prática evita a das metodologias de desenvolvimento e implantação
s
bo
improvisação, traz mais segurança, economiza tempo, estabelecidas” (CHIAVENATO, 2000, p. 19).
energia e promove um trabalho mais eficiente para
ar
B
mento apoiadas na teoria de três autores: O planejamento da educação é composto por dife-
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
215
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NÍVEIS DEFINIÇÃO
Planejamento do Sistema de
Corresponde ao planejamento da educação em âmbito nacional, estadual e municipal
Educação
Corresponde às ações sobre o funcionamento do funcionamento administrativo e
Planejamento global da escola pedagógico da escola; para tanto, este planejamento necessita da participação em
conjunto da comunidade escolar
É a organização da dinâmica escolar. É um instrumento que sistematiza as ações
Planejamento curricular
escolares do espaço físico às avaliações da aprendizagem
Envolve a organização das ações dos educadores durante o processo de ensino, in-
Planejamento de ensino tegrando professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de
ensino, que será projetada para o ano letivo e constantemente avaliada
Organiza ações referentes ao trabalho na sala de aula. É o que o professor prepara para
Planejamento de aula o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado com o
planejamento curricular, com o planejamento escolar e com o planejamento de ensino
Fonte: Quadro com base na questão da Banca IBFC — Professor B (Pref. Conde — PB)/Matemática/2019.
Qualquer um dos níveis citados deve ser articulado com os demais, ou seja, não há uma independência entre
eles, mas todos são complementares entre si.
O Planejamento Participativo (PP) é o processo que envolve a organização do trabalho em grupo de uma ins-
tituição escolar. Também tem como base o trabalho coletivo com objetivo de solucionar os problemas comuns
existentes no meio social.
Para acontecer um PP, as pessoas envolvidas decidem, discutem, refletem e questionam, ou seja, elas realmente
participam e possuem um papel transformador.
Ferreira (1979) identifica três fases do processo de construção, dentro do planejamento participativo:
Dica
Planejamento (perspectiva participativa): heterogêneo, descentralizador, inclusivo, conflitos e flexibilidade.
07
6-
De acordo com Libâneo (2013), há três modalidades de planejamento articulados entre si: o plano da escola, o
plano de ensino e o plano de aulas:
.3
21
-1
PLANO DA ESCOLA
a
DIDÁTICAS)
ar
B
Documento mais global; expressa Previsão dos objetivos e tarefas do tra- teúdo para uma aula ou conjunto de
in
orientações gerais que sintetizam, de balho docente para o ano ou semes- aulas e tem um caráter específico.
ar
sistema escolar mais amplo e, de ou- dividido por unidades sequenciais, � Tema abordado
tro, as ligações do projeto pedagógico no qual aparecem objetivos especí- � Objetivos gerais
da escola com os planos de ensino ficos, conteúdos e desenvolvimento � Metodologia
propriamente ditos metodológicos � Avaliação
� Bibliografia
Fonte: Quadro com base na questão da Banca FUNDATEC (Pref. São Borja — RS) Professor — Geografia/2019
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 3. Ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
FERREIRA, F. W. Planejamento Sim e Não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. 11. Ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989.
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FUSARI, J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. In: Ideias.
216 São Paulo, n. 8, p. 44-58, 1990.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 6. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
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VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino aprendizagem e projeto político-pedagógico. 16.ed. São
Paulo: Libertad, 2002.
INTERDISCIPLINARIDADE
INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE DO CONHECIMENTO
A autora também esclarece que, com a transversalidade e com a interdisciplinaridade, busca-se conseguir uma
visão mais ampla e adequada da realidade.
Tanto a transversalidade quanto a interdisciplinaridade são modos de se trabalhar o conhecimento e ambas
buscam reintegrar aspectos que, no tratamento disciplinar, aparecem isolados uns dos outros.
A Resolução CNE/CEB nº 04, de 2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica, ao apresentar Formas para a Organização Curricular, em seu Capítulo I, conceitua, nos parágrafos 4º, 5º e
6º, do art. 13, transversalidade e diferencia-a da interdisciplinaridade. Vejamos:
Art. 13 [...]
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático pedagógico em que temas e eixos
temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas.
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a concepção de conhe-
cimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado.
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à abordagem epistemo-
lógica dos objetos de conhecimento.
rejeitando a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado.
6-
84
Dica
.
92
A concepção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem seus fundamentos na perspectiva interdisci-
.3
plinar, inclusive o trabalho com os temas transversais. Nesta perspectiva, inclui-se também a pesquisa como
21
estratégia metodológica e a utilização de disciplinas como meio para a construção de saberes desejados.
-1
a
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
ABORDAGEM CONCEITO
M
217
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Interdisciplinaridade Transdisciplinaridade
Segundo Saviani (2003), é através da interdiscipli- A transdisciplinaridade seria o nível mais alto das
naridade que o conhecimento passa de algo setorizado relações iniciadas nos níveis de multi, pluri e interdis-
para um conhecimento integrado no qual as discipli- ciplinaridade. Trata-se do rompimento das barreiras
nas científicas interagem entre si. Isso quer dizer que criadas pela perspectiva disciplinar.
a interdisciplinaridade é a resposta para superar a O termo transdisciplinaridade surgiu no I Semi-
fragmentação e o caráter de especialização do conhe- nário Internacional sobre Pluri e Interdisciplinari-
cimento, consequências da tendência positivista, em dade, realizado em Nice, na França, em 1970. Piaget
apresentou o termo e suas reflexões sobre o assunto e
cujas raízes estão o empirismo, o naturalismo e o
chegou a afirmar que, um dia, a interdisciplinaridade
mecanicismo científico do início da modernidade.
seria superada pela transdisciplinaridade.
Bochniak (1992) afirma que a interdisciplinaridade é
Para Morin (1991), na transdisciplinaridade, o
a forma correta de superar a fragmentação do saber ins-
principal objetivo da educação é a formação de sujei-
tituída no currículo formal. Essa perspectiva transcende
a justaposição das disciplinas. Mostra-se um “processo tos críticos e autônomos, que tenham plena consciên-
de coparticipação, reciprocidade, mutualidade, diálogo, cia dos problemas que enfrentarão no futuro e que
que caracterizam não somente as disciplinas, mas todos saibam como resolvê‐los, principalmente por meio da
os envolvidos no processo educativo” (BOCHNIAK, 1992). transdisciplinaridade, que vai além das disciplinas,
Para Freire (1987), a interdisciplinaridade é o pro- buscando, com a colaboração de todas elas, a organi-
cesso metodológico de construção do conhecimento zação de novas formas de pensamento.
pelo sujeito com base em sua relação com o contexto, De acordo com Vasconcelos, “a proposta da trans-
com a realidade, com sua cultura. Busca-se a expres- disciplinaridade implica uma radicalização do nível
são dessa interdisciplinaridade pela caracterização anterior, com a criação de um campo teórico, opera-
de dois movimentos dialéticos: a problematização da cional ou disciplinar de tipo novo e mais amplo” (2010,
situação, pela qual se desvela a realidade, e a sistema- p. 48).
tização dos conhecimentos de forma integrada.
São pressupostos da interdisciplinaridade:
realidade.
ar
Importante!
M
Transversalidade
Durante uma reunião de planejamento de ativida-
de em uma escola na qual a proposta de trabalho A transversalidade possibilita
se pauta na interdisciplinaridade, é comum que
os professores emitam comentários como este: Estabelecer, na prática educativa, uma relação
“Precisamos um do outro para ampliar os conhe- entre aprender conhecimentos teoricamente siste-
cimentos. Isso implica coletividade, cooperação matizados (aprender sobre a realidade) e as ques-
e inter-relação das disciplinas, o que exige a rea- tões da vida real e de sua transformação (aprender
lização de um planejamento coletivo”, levando- a realidade da realidade). (BRASIL, 1998, p. 30)
-se em conta que tal afirmação traduz o conceito
de interdisciplinaridade. É entendida como uma forma de organizar o tra-
Atente-se, pois esse comentário já foi alvo de balho didático-pedagógico em que temas e eixos temá-
questionamento em prova. ticos que são integrados às disciplinas e às áreas ditas
“convencionais”, de forma a estarem presentes em
todas elas.
218
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Os temas transversais foram recomendados ini- A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apon-
cialmente nos Parâmetros Curriculares Nacionais ta seis macroáreas temáticas (Cidadania e Civismo,
(PCNs), em 1996, acompanhando a reestruturação do Ciência e Tecnologia, Economia, Meio Ambiente, Mul-
sistema de ensino. Nos PCNs, os temas transversais ticulturalismo e Saúde) englobando quinze temas con-
eramseis. Vejamos: temporâneos “que afetam a vida humana em escala
local, regional e global”.20
Ética
Orientação
Importante!
Saúde
sexual
TEMAS Enquanto, nos PCNs, os TCNs eram recomen-
TRANSVERSAIS dações facultativas, nas Diretrizes Curriculares
NOS PCNs
Trabalho e Pluralismo Nacionais (DCNs) sinaliza-se a sua obrigatorie-
Consumo cultural dade, conforme as Resoluções CNE/CEB nº 7, de
2010, e nº 12, de 2012; na BNCC, eles passaram
Meio ambiente
a ser considerados como conteúdos essenciais
para a educação básica.
BRASIL, 1998, p. 30.
REFERÊNCIAS
Temas Contemporâneos Transversais
[...] Temas Contemporâneos Transversais têm a BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
condição de explicitar a ligação entre os diferentes Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
componentes curriculares de forma integrada, bem BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacio-
como de fazer sua conexão com situações vivencia- nal de Educação/Câmara de Educação Básica.
das pelos estudantes em suas realidades, contri- Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Diretrizes
buindo para trazer contexto e contemporaneidade
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica. Brasília: MEC, 2010.
aos objetos do conhecimento descritos na BNCC.19
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ampliação dos Temas terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas
transversais. Secretaria de Educação Fundamen-
Enquanto os Parâmetros Curriculares Nacionais tal. Brasília: MEC, SEF, 1998.
(PCNs) abordavam seis Temáticas, Na BNCC, os Temas BOCHNIAK, R. Questionar o conhecimento: Inter-
disciplinaridade na escola. São Paulo: Loyola, 1992.
Contemporâneos Transversais (TCTs) foram ampliados
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro:
para quinze, distribuídos em seis macroáreas temáticas: Paz e Terra, 1987.
GARCIA, L. Transversalidade e Interdisciplina-
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS NA
ridade. [s.d.]. Disponível em: http://smeduque-
BNCC decaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Formação%20
Meio Ambiente Continuada/Artigos%20Diversos/garcia-transver-
07
associados, 2003.
bo
19 MARQUES, C. da S. Relatório do Estágio Curricular em Pedagogia I — Ensino Fundamental — Anos Iniciais. Universidade Anhanguera — Uni-
derp. Caxias do Sul, 2020, p. 14.
20 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017, p. 19. 219
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no docente a capacidade de revisar seus procedimen- De acordo com Brasil (2006), o currículo deve-
tos e questionar suas maneiras de enxergar a ciência rá levar em conta, ainda, a interação dos alunos e o
e encarar o mundo. E, nesse caso, como adverte (COLL sequenciamento dos conteúdos, considerando que
et al., 2004) existem diferentes ritmos e formas de aprendizagem.
A construção do currículo educacional privilegia o
A avaliação das aprendizagens dos alunos é um elenco de conhecimentos essenciais (global), estraté-
ingrediente fundamental da educação escolar e dos
gias e procedimentos.
processos escolares de ensino e aprendizagem; os
esforços para melhorar a educação exigem, neces-
sariamente, a revisão e a melhoria das práticas de POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
avaliação; um ensino adaptador, isto é, um ensino PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
que respeite a diversidade de capacidades, interes-
ses e motivações dos alunos exige uma avaliação O documento foi elaborado pelo Grupo de Tra-
‘inclusiva’, isto é, práticas de avaliação que tam- balho nomeado pela Portaria nº 55, de 2007, que foi
bém levem em conta a diversidade (COLL et al., prorrogada pela Portaria nº 948, de 2007, e entregue
2004, p. 370-371). ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008.
A elaboração da Política Nacional de Educação
Devemos observar, que a avaliação da aprendiza-
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, acom-
gem aponta para ações pelas quais se distanciam de
panhou os “avanços do conhecimento e das lutas sociais,
procedimentos classificatórios. Desse modo, a avalia-
ção deve ter sempre visando constituir políticas públicas promotoras de uma
educação de qualidade para todos os alunos” (BRASIL,
[…] a característica de processo, de um caminho e 2008, p. 5). Na direção da educação inclusiva, de acor-
não de um lugar, porque implica numa sequência do com Brasil (2008), a educação especial foi incluída
contínua e permanente de apreciações e de análises na proposta pedagógica da escola, tendo como público-
qualitativas, com enfoque compreensivo. Por isso, -alvo os alunos com:
convém evitar as atitudes maniqueístas dos juízos
de valores em termos de bom/mau, certo/errado, z Deficiência;
que descaracterizam os objetivos a serem alcança-
z Transtornos globais de desenvolvimento;
dos pelas crianças quanto às aprendizagens (GUST-
z Altas habilidades ou superdotação.
SACK; RECH, 2010, p. 106).
ESPECIAIS
movam a aprendizagem de todos os alunos. (BRA-
.3
21
prever e rever necessidades e mudanças de ações que modalidade de ensino que engloba todos os níveis,
bo
dade para com todos os alunos; atendimento e orientar alunos e professores sobre sua
ar
a formação de todos os educadores para todos os utilização nas turmas de ensino regular (BRASIL, 2008).
M
alunos;
o compromisso de todos os âmbitos do sistema edu-
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
cacional para a construção de uma sociedade para
todos;
a construção de um currículo integrado para todos, A avaliação é um processo que permite rever
como meio de conduzir o planejamento e a orga- metodologias e adequá-las às necessidades dos alu-
nização do ensino como benefício da melhoria da nos. Dessa forma, a avaliação tem finalidade identifi-
educação para todos; car, elaborar ou organizar os recursos pedagógicos e
o compartilhamento de recursos e serviços comu- de acessibilidade com vistas à manutenção de barrei-
nitários, integrados à escola, como acesso aos ser- ras específicas.
viços para todos; Nesse cenário, a avaliação da aprendizagem é um
o acesso às tecnologias apropriadas como apoio e
componente fundamental do planejamento do educa-
complementação para os avanços das aprendiza-
gens para todos; dor. No entanto, não se deve confundir o ato de avaliar
o fortalecimento da política educacional favorecen- com a busca da homogeneidade, mas, sim, entendê-la
do as ações de compromissos e valorização da edu- como elemento fundamental para compreender as
220 cação para todos. (BRASIL, 2006, p. 28-29) singularidades dos educandos frente à aprendizagem.
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Sistemas eletrônicos que permi-
Importante!
tem às pessoas com limitações
O que a maioria das escolas faz, ao examinar os SISTEMAS DE moto-locomotoras, controlar remo-
alunos, não é considerado avaliação. Isso por- CONTROLE DE tamente aparelhos eletroeletrôni-
que promover exames é também classificar e AMBIENTE cos, sistemas de segurança, entre
selecionar alunos, enquanto avaliar é incluir. outros, localizados em seu quarto,
Dessa forma, a avaliação deve servir para sala, escritório, casa e arredores
que o estudante dê um passo à frente na sua Adaptações estruturais e reformas
aprendizagem. na casa e/ou ambiente de traba-
PROJETOS AR-
lho, através de rampas, elevadores,
QUITETÔNICOS
adaptações em banheiros entre
No processo de avaliação, de acordo com Kassar e PARA ACESSI-
outras, que retirem ou reduzam as
Rebelo (2018, p. 911), BILIDADE
barreiras físicas, facilitando a loco-
moção da pessoa com deficiência
[…] o professor deve criar estratégias considerando
que alguns estudantes podem demandar ampliação Troca ou ajuste de partes do cor-
do tempo para realização dos trabalhos e o uso da po, faltantes ou de funcionamento
língua de sinais, de textos em Braille, de informáti-
comprometido, por membros artifi-
ca ou de tecnologia assistiva como uma prática
ciais ou outros recursos ortopédi-
cotidiana.
ÓRTESES E cos (talas, apoios etc.). Incluem-se
PRÓTESES os protéticos para auxiliar nos
Tecnologia Assistiva
déficits ou limitações cognitivas,
como os gravadores de fita magné-
A Lei nº 13.146, de 2015, conhecida como a Lei Bra- tica ou digital que funcionam como
sileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, explici- lembretes instantâneos
ta o conceito de Tecnologia Assistiva (TA) como:
Adaptações para cadeira de rodas
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, ou outro sistema de sentar visando
consideram-se: o conforto e distribuição adequada
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, da pressão na superfície da pele
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, (almofadas especiais, assentos e
estratégias, práticas e serviços que objetivem pro- ADEQUAÇÃO
encostos anatômicos), bem como
mover a funcionalidade, relacionada à atividade e POSTURAL
posicionadores e contentores que
à participação da pessoa com deficiência ou com
propiciam maior estabilidade e
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
postura adequada do corpo atra-
independência, qualidade de vida e inclusão social;
vés do suporte e posicionamento
de tronco/cabeça/membros
No quadro que segue, verificamos a importância das
07
classificações no âmbito da TA, que propõe organização Cadeiras de rodas manuais e mo-
6-
desta área de conhecimento. Veja alguns exemplos: torizadas, bases móveis, anda-
AUXÍLIOS DE
84
PARA A VIDA cozinhar, vestir-se, tomar banho e Recursos que incluem lupas e
-1
221
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BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional
Acessórios e adaptações veicula- de Educação Especial da Perspectiva da Educação
res que possibilitam o acesso e a Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
condução do veículo, como arranjo BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Edu-
de pedais, acessórios para guidão,
ADAPTAÇÕES cação Especial. A inclusão escolar de alunos com
rampas e elevadores para cadeiras
EM VEÍCULOS necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/
de rodas, em ônibus, camionetas e
SEESP, 2006.
outros veículos automotores mo-
BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui
dificados para uso de transporte
a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên-
pessoal
cia (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial
Fonte: adaptação da tabela publicada por Bersch (2017)21.
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 jul.
2015.
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. Desenvolvi-
Sendo assim, a classificação tem como finalidade
mento psicológico e educação: transtornos de desen-
didática considerar a existência de recursos e serviços.
volvimento e necessidades educativas especiais. Porto
Tomando por referência a Política Nacional de Educa-
Alegre: Artmed, 2004.
ção Especial no panorama da Educação Inclusiva, GUSTSACK, F.; RECH, M. K. Inclusão e avaliação de
alunos com necessidades educacionais especiais.
[…] a avaliação pedagógica como processo dinâ- Roteiro, Joaçaba, vol. 35, n. 1, jan-jun, 2010, pp.
mico que deve considerar tanto o conhecimento 95-113. Disponível em: https://www.redalyc.org/
prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno pdf/3519/351961813006.pdf. Acesso em: 14 out. 2022.
quanto às possibilidades de aprendizagem futura, KASSAR, M. C. M.; REBELO, A. S. Avaliação em lar-
configurando uma ação pedagógica processual e ga escala e educação inclusiva: os lugares do aluno
formativa que analisa o desempenho do aluno em da Educação Especial. Revista Educação Especial,
relação ao seu processo individual, prevalecendo Santa Maria, vol. 31, núm. 63, Out-Dez, 2018, pp. 907-
na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem 922. Disponível em: https://www.redalyc.org/jour-
as intervenções pedagógicas do professor. (KAS- nal/3131/313158928009/313158928009.pdf. Acesso em:
SAR; REBELO 2018, p. 911) 14 out. 2022.
MENEZES, E. T. de. Verbete avaliação classificatória.
ASPECTOS IMPORTANTES QUE DEVEM SER Dicionário Interativo da Educação Brasileira — Educa-
CONSIDERADOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO Brasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível
INCLUSIVA em: https://www.educabrasil.com.br/avaliacao-classi-
ficatoria/. Acesso em: 03 out. 2022.
É necessário considerar tanto o conhecimento
prévio do aluno quanto seu nível atual de desenvol-
vimento, bem como trabalhar ponderando não as
deficiências, mas, sim, as potencialidades de cada um, A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL
adaptando o currículo e o planejamento organizado
E INTEGRADA GARANTINDO
07
z estudar sobre a deficiência, transtorno ou síndro- A educação integral tem como princípio responder ao
-1
z buscar alternativas que estejam de acordo com a políticos e humanos de todos os cidadãos. Vejamos a
s
bo
z acompanhar a evolução e manter contato com a definida pelo compromisso com o desenvolvimento
in
Todas as dimensões do projeto pedagógico (cur- A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz a edu-
rículo, práticas educativas, recursos, agentes cação integral como uma proposta formativa de todos os
educativos, espaços e tempos) são construídas, per- segmentos da escola. As premissas do documento apre-
manentemente avaliadas e reorientadas a partir do sentam os fundamentos pedagógicos da BNCC pautados
contexto, interesses, necessidades de aprendizagem no compromisso com a educação integral, partindo da
e desenvolvimento e perspectivas de futuro dos compreensão das diversidades e particularidades dos
estudantes. sujeitos. Uma educação que se volte para o desenvolvi-
mento pleno do estudante nas diferentes dimensões for-
z Aprendizagem Permanente mativas é a proposta. Veja o que diz o documento:
Os conteúdos acadêmicos se articulam aos saberes […] a Educação Básica deve visar à formação e
dos alunos e comunidades, dialogam com diferen- ao desenvolvimento humano global, o que implica
tes linguagens e compõem experiências formativas compreender a complexidade e a não linearidade
que envolvem e integram o conhecimento do corpo, desse desenvolvimento, rompendo com visões redu-
das emoções, das relações e códigos socioculturais. cionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual
07
deficiências, origem étnico racial, condição econô- sional da criança e do adolescente, o que significa que
.3
mica, origem geográfica, orientação sexual, religio- a educação básica precisa estimular o desenvolvimen-
21
z Gestão Democrática
a
REFERÊNCIAS
s
bo
orientado pelo contexto, interesses e necessidades BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
B
A inclusão de alunos com deficiência tem passado por mudanças importantes nas duas últimas décadas. Tais
mudanças alcançadas retratam uma nova configuração no que diz respeito ao acesso e permanência desses alunos.
A legislação brasileira, através de documentos internacionais, passou a assumir, significativamente, mudanças no
sistema educacional brasileiro, inclusive aos estudantes com deficiência.27
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tem especial atenção aos estudantes com necessidades especiais
(termo utilizado na criação da lei). Os arts. 58 e 60 são constantemente cobrados em provas.
O art. 58 apresenta o entendimento sobre Educação Especial e destaca o apoio especializado, na escola regular,
07
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial; o atendimento educacional feito em classes,
6-
escolas ou serviços especializados; e a oferta de educação especial (a parte final do artigo foi revogada pela reda-
84
Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida pre-
21
ferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
-1
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
ar
função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
B
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,
a
(Revogado)
ar
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil e estende-se ao longo
M
da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
O art. 60 dispõe que as instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial serão caracterizadas a partir de critérios estabelecidos pelos órgãos normativos dos sistemas
de ensino dos entes federados, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Art. 60 Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições pri-
vadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico
e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educan-
dos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede
pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 12.796, de 2013)
27 RODRIGUES, A. P. N.; LIMA, C. A. de. A história da pessoa com deficiência e da educação especial em tempos de inclusão. Revista Interritó-
224 rios. v. 3, n° 5, 2017.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE) ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
(AEE)
Veja o que dispõe a meta 4, do Plano Nacional de
Educação: Acompanhe a seguir algumas disposições trazidas
pelas Diretrizes Operacionais da Educação Especial
Meta 4 Universalizar, para a população de 4 a 17 anos para o Atendimento Educacional Especializado na
com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- Educação Básica acerca do conceito de Atendimento
mento e altas habilidades ou superdotação, o acesso Educacional Especializado (AEE):
à educação básica e ao atendimento educacional espe-
cializado, preferencialmente na rede regular de ensino, A educação especial é uma modalidade de ensino
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades,
salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou realiza o atendimento educacional especializado,
serviços especializados, públicos ou conveniados. disponibiliza os recursos e serviços e orienta quan-
to a sua utilização no processo de ensino e apren-
De acordo com especialistas, dizagem nas turmas comuns do ensino regular. [...]
O atendimento educacional especializado - AEE
O desafio da inclusão trazido pela meta 4 do PNE tem como função identificar, elaborar e organizar
demanda não apenas modificações na estrutura recursos pedagógicos e de acessibilidade que elimi-
física das escolas, mas também mudanças paradig- nem as barreiras para a plena participação dos alu-
máticas do ensino nas escolas. No entanto, além de nos, considerando suas necessidades específicas.
garantir os direitos de crianças e adolescentes com Esse atendimento complementa e/ou suplementa
necessidades educativas especiais, a efetivação da a formação dos alunos com vistas à autonomia e
meta 4 pode ajudar no desenvolvimento integral independência na escola e fora dela.
de todos os alunos e na construção de uma escola Consideram-se serviços e recursos da educação
mais aberta aos diferentes ritmos de aprendizado e especial àqueles que asseguram condições de aces-
de uma sociedade mais tolerante.28 so ao currículo por meio da promoção da acessi-
bilidade aos materiais didáticos, aos espaços e
equipamentos, aos sistemas de comunicação e
Importante! informação e ao conjunto das atividades escolares.
Para o atendimento às necessidades específicas rela-
Atente-se à expressão “preferencialmente”, pre- cionadas às altas habilidades/superdotação são desen-
sente na meta 4, pois ela, de acordo com especia- volvidas atividades de enriquecimento curricular nas
listas, pode abrir margem para que crianças com escolas de ensino regular em articulação com as insti-
deficiência continuem matriculadas somente em tuições de educação superior, profissional e tecnológica,
escolas especiais. de pesquisa, de artes, de esportes, entre outros.
Nos casos de escolarização em classe hospitalar
ou em ambiente domiciliar, o AEE é ofertado aos
EDUCAÇÃO INCLUSIVA alunos público-alvo da educação especial, de forma
complementar ou suplementar.
O AEE é realizado, prioritariamente, na Sala de
A educação inclusiva é um paradigma educacional
07
que, no Brasil, tem como amparo legal a Política Nacio- escolarização, podendo ser realizado, também, em
nal de Educação Especial na Perspectiva da Educação
.
Inclusiva (BRASIL, 2008). O documento prevê que: público ou privado sem fins lucrativos, conveniado
.3
co-alvo do AEE:
in
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
28 SADA, J. Desvendando o PNE: inclusão pode ajudar na construção de uma sociedade mais tolerante. Centro de Referências em Educação
Integral, 2014. Disponível: https://educacaointegral.org.br/reportagens/desvendando-pne-inclusao-pode-ajudar-na-construcao-de-uma-socieda-
de-mais-tolerante/. Acesso em: 17 mar. 2022.
29 BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Diretri-
zes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009. 225
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definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infân-
cia (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.
Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimen-
to com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora,
artes e criatividade.30
Na educação especial, o ensino é direcionado ao público alvo mencionado anteriormente. Na educação inclusi-
va, todos os alunos, com e sem deficiência, têm a oportunidade de conviverem e aprenderem juntos. Acompanhe
a seguir algumas características de cada conceito:
z Educação Especial
[...] é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacio-
nal especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e apren-
dizagem nas turmas comuns do ensino regular.31
z Educação Inclusiva
Compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Favorece
a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento
de sua vida escolar.32
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 11 mar. 2022.
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução nº 4,
de 2 de outubro de 2009. Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Edu-
cação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação Inclusiva: direito à diversidade. Docu-
mento Orientador. Brasília/DF: MEC/SEESP, 2005.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
______. Orientações para implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Brasília, 2015.
EDUCAÇÃO - Os desafios da Educação inclusiva. Ministério Público do Paraná, 2017. Disponível em: https://
crianca.mppr.mp.br/2017/03/12701,37. Acesso em: 17 mar. 2022.
07
RODRIGUES, A. P. N.; LIMA, C. A. de. A história da pessoa com deficiência e da educação especial em tempos de
6-
SADA, J. Desvendando o PNE: inclusão pode ajudar na construção de uma sociedade mais tolerante. Centro
.
92
HORA DE PRATICAR!
bo
ar
B
30 Ibid.
31 Ibid.
32 Ministério Público do Paraná. Os desafios da Educação inclusiva. 2017. Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/2017/03/12701,37. Aces-
226 so em: 17 mar. 2022.
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Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente 4. (FUMARC — 2018) Sobre o objetivo de ensino da Edu-
(1990), adolescente é a pessoa que tem cação Física nas escolas de educação básica, de acor-
do com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
a) até onze anos de idade. de 1997, NÃO é correto afirmar:
b) até vinte anos completos.
c) entre doze e dezoito anos de idade. a) A disciplina deve desenvolver a capacidade de utiliza-
d) entre doze e vinte e um anos de idade. ção da cultura corporal como instrumento de comuni-
e) entre onze e quinze anos de idade. cação, lazer e saúde.
b) A disciplina tem a tarefa de garantir o acesso dos alu-
2. (FUMARC — 2018) O movimento pela redemocratiza- nos e das alunas às práticas da cultura corporal de
ção do país, na primeira metade da década de 1980, movimento.
que culminou com o fim do regime militar, a volta c) Ao passar pela Educação Física em sua trajetória
das eleições diretas para presidência da república e escolar, as pessoas devem desenvolver um estilo pes-
a elaboração de uma nova Constituição Federal (CF) soal de realizar as práticas da cultura corporal.
encheu de esperança os brasileiros. A nova CF de d) O ensino da cultura corporal deve tratar dos benefícios
1988 estabeleceu a educação como um direito social e das possibilidades da área no auxílio da aprendiza-
e conduziu os esforços legislativos para a elaboração gem do conteúdo de outras disciplinas escolares.
de uma nova lei sobre a educação que regulasse a e) O ensino da disciplina deve levar à compreensão dos
oferta desse direito a todos os brasileiros. Assim, a Lei benefícios e das possibilidades da vivência de espor-
9.394, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da tes, jogos, danças, lutas e ginásticas.
Educação Nacional (LDBEN), foi aprovada em 1996.
No que diz respeito à Educação Física, as discussões 5. (FUMARC — 2018) Corporal de Movimentos, é uma
promovidas pelos movimentos renovadores da déca- orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais
da de 1980 marcaram a elaboração da legislação e (PCN), de 1997. Sobre a relação entre mídia e Educa-
levaram a uma nova compreensão que ficou registra- ção Física, analise as afirmativas a seguir.
da no texto da LDBEN.
I. Não cabe à escola combater a tecnologia, mas auxiliar
Assinale a alternativa que apresenta corretamente seus estudantes para fazerem uso adequado dela. No
essa nova compreensão de Educação Física de-termi-
que diz respeito à Educação Física, é preciso instru-
nada pela LDBEN de 1996.
mentalizar alunos e alunas para que consumam o que
lhes é oferecido de maneira crítica, a fim de que com-
a) Área da saúde.
pre-endam as relações das práticas da cultura corpo-
b) Área de conhecimento.
ral de movimento com mídia.
c) Atividade física.
II. A mídia está cada dia mais presente no cotidiano das
d) Iniciação Esportiva.
crianças e dos adolescentes. Por meio dela, infor-
e) Psicologia do esporte.
mações são reproduzidas, conceitos são formados,
visões de mundo são construí-das. Com os avanços
4. (FUMARC — 2018) Sobre o ensino da Educação Físi-
da tecnologia, o mundo está interligado em tempo real
07
afirmativas a seguir.
afirmar:
21
-1
b) I e II são falsas.
s
à sua realidade, a fim de garantir o acesso dos alunos d) I e II são verdadeiras e I é consequência de II.
B
pela integração da Educação Física à proposta peda- lar (BNCC) é um documento de caráter normativo que
gógica. Se a autonomia garantida pela LDBEN não for define o conjunto orgânico e progressivo de aprendiza-
bem utilizada, poderá descaracterizar o ensino da dis- gens essenciais que todos os alunos devem desenvol-
ciplina, levando-o a se tornar uma simples atividade ver ao longo das etapas e modalidades da Educação
técnica ou recreativa, desprovida de função no proces- Básica, de modo a que tenham assegurados seus
so educativo pleno. direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em con-
formidade com o que preceitua o Plano Nacional de
É CORRETO afirmar que: Educação (PNE)”. (Fonte: BRASIL, 2017, p. 7).
c) impressão que impulsiona os sujeitos em direção a 10. (FUMARC — 2018) Segundo a Convenção da Organi-
6-
novas compreensões do espaço em que vivem, com zação da Nações Unidas – (ONU) sobre a Eliminação
84
base no estabelecimento de relações, por meio do de Todas as Formas de Discriminação Racial (1966),
.
estudo e da pesquisa.
d) percepção, experimentação, reprodução, manipulação e comprometem-se a adotar uma política de eliminação
.3
21
criação de materiais sonoros diversos, dos mais próxi- da discriminação racial em todas as suas formas e de
promoção de entendimento entre todas as raças. Para
-1
po, mediante a articulação dos processos cognitivos e tuar ato ou prática de discriminação racial praticada por
bo
das experiências sensíveis implicados no movimento. uma pessoa ou organização qualquer, a tomar as medi-
ar
8. (FUMARC — 2018) Na BNCC, as linguagens artísticas nacionais e locais e para modificar, ab-rogar ou anular
a
das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro, qualquer disposição regulamentar que tenha como obje-
in
cias e vivências dos sujeitos em sua relação com a a adotar as medidas legislativas, proibir e pôr fim à dis-
Arte não acontecem de forma compartimentada ou criminação racial praticada por pessoas, por grupos ou
estanque. Assim, é importante que o componente cur- organizações; favorecer, quando for o caso, as organiza-
ricular Arte leve em conta ções e movimentos multirraciais e outros meios próprios
e eliminar as barreiras entre as raças e desencorajar o
a) a mistura terminológica e o limite conceitual de cada que tende a fortalecer a divisão racial. Os Estados Parte
educando comprometem-se a proibir e a eliminar a discriminação
b) as demais disciplinas que sempre necessitam de um racial em todas suas formas e a garantir o direito de cada
reforço em suas aulas, num processo de servidão, um à igualdade perante a lei, sem distinção de raça, de
como complementação das ações interdisciplinares. cor ou de origem nacional ou étnica.
c) o diálogo entre essas linguagens, o diálogo com a lite-
ratura, além de possibilitar o contato e a reflexão acer- (Fonte: Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial. ONU,1998. p. 02-03. Disponível em:
ca das formas estéticas híbridas, tais como as artes http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139390 por.pdf>
circenses, o cinema e a perfor-mance. Acesso 26 fev 2018).
228
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Assim, a todos os cidadãos, deve ser garantido: III. A avaliação da aprendizagem dos estudantes será
contínua, cumulativa, diagnóstica e possibilitar a ace-
I. Direito de um tratamento diferenciado, perante os tribu- leração de estudos para aqueles com distorção idade-
nais ou outro órgão que administre justiça; direito à segu- série e para aqueles que tiverem frequência superior a
rança ou à proteção do Estado, contra violência ou lesão 75%, no final do ano letivo.
corporal cometida, seja por funcionários de Governo, seja IV. As formas e procedimentos utilizados pela escola
por qualquer indivíduo, grupo ou instituição. para diagnosticar, acompanhar e intervir pedagogica-
II. Direito de participar das eleições - votar e ser votado - de mente no processo de aprendizagem dos estudantes
acordo com o sistema de sufrágio universal e igual direi- devem expressar, com clareza, o que é esperado deles,
to de tomar parte no Governo, assim como na direção de em relação a sua aprendizagem e ao que foi realizado
dois assuntos públicos, em qualquer grau, e o direito de pela escola, devendo ser registrado para subsidiar as
acesso, em igualdade de condições, às funções públicas. decisões e informações sobre sua vida escolar.
III. Direito de circular parcialmente e de escolher residência V. No caso de desempenho satisfatório dos estudantes e
dentro das fronteiras do Estado; direito de deixar qualquer de frequência inferior a 75%, no final do período letivo, a
país, inclusive o seu, e de retornar a seu país. escola deve usar o recurso de reclassificação para posi-
IV. Direito a uma nacionalidade; direito de casar-se e esco- cionar o aluno no ano seguinte de seu percurso escolar.
lher o cônjuge; direito tanto individual como coletivo à
propriedade. Está CORRETO apenas o que se afirma em:
V. Direito ao trabalho, à escolha do trabalho, a condições
equivalentes e satisfatórias de trabalho, à proteção contra a) II, IV e V.
o desemprego, a um salário igual para um trabalho igual e b) II, III e IV.
a uma remuneração equitativa e satisfatória. c) I, III e V.
d) I, II e III.
Está CORRETO apenas o que se afirma em: e) III, IV e V.
c) aspectos como incerteza e imprevisibilidade, geradas vido, o aluno deve apenas encontrar a resposta certa.
84
num ambiente informatizado, podem ser vistos como d) para o aluno ficar motivado, devem ser apresentadas
.
92
pedagogia, uma mídia e uma visão de conhecimento. procura-se matematizar uma situação real, organizan-
-1
e) o computador é visto como uma mídia que traz inúme- do os dados em tabelas, traçando gráficos, fazendo
ras possibilidades para o meio educacional. operações, etc.
sa
bo
12. (FUMARC — 2018) A organização e o funcionamento 14. (FUMARC — 2018) A obrigatoriedade de inclusão da
ar
do ensino nas Escolas Estaduais de Educação Bási- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currí-
B
ca de Minas Gerais, regulamentada pela Resolução culos da Educação Básica trata-se de decisão política,
a
n. 2.197/2012, estabelece princípios éticos, políticos com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na
in
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
e estéticos que deverão ser adotados para nortear as formação de professores. Com esta medida, reco-
M
ações pedagógicas nelas desenvolvidas. nhece-se que, além de garantir vagas para negros nos
bancos escolares, é preciso valorizar devidamente
Sobre o processo de avaliação, esse documento estabelece: a história e a cultura de seu povo, buscando reparar
danos, que se repetem há cinco séculos, à sua iden-
I. A avaliação da aprendizagem dos estudantes será rea- tidade e a seus direitos. A relevância do estudo de
lizada pelos professores, em conjunto com toda equi- temas decorrentes da história e da cultura afro-bra-
pe pedagógica da escola, e deverá assumir um caráter sileira e africana não se restringe à população negra,
processual, formativo e participativo, prevalecendo os ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros, uma
aspectos quantitativos do aprendizado do estudante vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes
sobre os qualitativos. no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica,
II. A avaliação da aprendizagem deverá prover, obrigato- capazes de construir uma nação democrática.
riamente, intervenções pedagógicas, ao longo do ano
letivo, para garantir a aprendizagem no tempo certo, (Fonte: Resolução Nº 1, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Re-lações Étnico-
e assegurar tempos e espaços diversos para aqueles
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
com menor rendimento, para que tenham condição de Brasileira e Africana. p.17. Disponível em: http://por-tal.mec.gov.br/
ser devidamente atendido. cne/arquivos/pdf/res012004.pdf> Acesso 26 fev 2018). 229
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É urgente que professores, gestores e todos os que fazem parte do contexto escolar tenham, em sua formação, con-
dições para o trabalho pedagógico com toda e qualquer expressão de diversidade cultural. Cabe a todos que educam
exigir a educação para a diversidade, reconhecendo as alteridades presentes nas relações étnico- raciais, além de
pensar nos grupos que foram e são excluídos da sociedade. Sabendo desses princípios, é CORRETO afirmar:
a) A reeducação das relações étnico-raciais, a partir da Lei 10.639/2003 e de suas Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, diz da
responsabilidade das instituições públicas de ensino da Educação Básica, em suas práticas, acabar com o modo falso
e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação
brasileira, bem como de fiscalizar os cursos de formação docente, já que as práticas dos futuros professores serão
importantes para a materialidade da lei.
b) Assumir a responsabilidade para a promoção das relações étnico-raciais no Brasil implica o compromisso a favor da igual-
dade, já que todos os seres humanos são iguais, o compromisso com o diálogo com o entorno onde se encontra a escola,
o compromisso com a formação de cidadãos críticos e que sejam capazes de compreender as relações étnico-raciais de
que fazem parte. Ademais, a educação das relações étnico-raciais demanda professores qualificados para o ensino das
diferentes áreas de conhecimentos e o compromisso social para direcionar positivamente as relações entre pessoas de
diferentes pertencimentos étnico-raciais.
c) O discurso histórico carregado de estereótipo e preconceito criou a desigualdade entre negros e brancos. A necessidade
de domínio sobre os negros, com objetivo de colonizá-los, enraizou um ocultamento sobre a vida social e histórica desses
grupos humanos. Por isso, a obrigatoriedade do ensino da História da África e Afro- Brasileira na Educação Básica provoca
bem mais do que a inclusão de novos conteúdos, exige que se repensem relações étnico-raciais, sociais e pedagógicas,
elaboradas pelas escolas, sejam elas públicas ou privadas.
d) O ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana deve contribuir com a desconstrução de distorções em relação
às populações africanas e a seus descendentes, como no caso dos cidadãos negros. Por isso, a importância de con-
siderar apenas a História do tempo presente, já que o passado ficou marcado por sofrimento, subjugação e exclusão.
Assim, é o único meio para a educação das relações étnico-raciais e o reconhecimento e valorização da identidade,
história e cultura dos afro-brasileiros, a garantia dos direitos de cidadãos, o reconhecimento e a valorização das raízes
africanas, indígenas, europeias e asiáticas.
e) Trata-se de mudar o foco do conhecimento etnocêntrico por um conhecimento afrocêntrico e ampliar os conteúdos
curriculares escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Cabe às escolas incluir na grade
curricular estudos e atividades que proporcionem diariamente as contribuições histórico- culturais dos povos de raiz
africana e afro-brasileira.
15. (FUMARC — 2018) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de 1997, o ensino da Educação Física na escola
deve se preocupar com a formação do cidadão que será responsável pela produção, reprodução e transformação da cultura
corporal de movimentos na sociedade. Tendo em vista essa afirmação, a professora Isabela propôs aos seus estudantes do
ensino médio uma prática de futsal na qual alunos e alunas deveriam construir coletivamente o regulamento para um evento
da modalidade em que todos deveriam participar e cuja vitória não estava centrada apenas em ganhar do adversário, mas na
07
participação, no prazer e no significado do evento para todos. Dessa maneira, o evento ocorreu com a participação conjunta
6-
de meninos e meninas nos diferentes papéis que poderiam ser representados em uma partida de futsal. Todas as equipes se
84
enfrentaram, todos os alunos jogaram, todos ganharam e perderam, e todos exerceram papéis de comissão técnica, arbitra-
.
gem, dirigentes, torcedores, pais de atletas. Para avaliar o significado da prática, Isabela realizou rodas de conversa, identificou
92
pontos positivos e negativos e finalizou com uma mesa- redonda, como as realizadas pelas redes de televisão, com represen-
.3
tantes das equipes para discussão dos diferentes pontos de vista. Considerando a prática desenvolvida pela professora Isabe-
21
la relativa à relação entre Educação Física e cidadania, tendo em vista as orientações dos PCN, assinale a afirmativa CORRETA.
-1
a
a) Competir é, por natureza, a maneira mais democrática de ensinar esporte, uma vez que, na sociedade, cada um deverá
s
bo
b) Dar oportunidade para os que não são bons tecnicamente terem papéis de árbitro ou de torcedores no lugar de jogar
B
c) Relacionar teoria e prática é uma das formas que a Educação Física tem para afirmar o direito de todos de acesso e de
in
participação.
ar
d) Romper com o histórico centrado no desempenho físico e técnico significa fortalecer a seletividade entre alunos aptos
M
e inaptos.
e) Tomar o princípio da inclusão e o direito de todos de acesso e de participação evidencia o tratamento de alunos e
alunas como uma totalidade homogênea.
16. (FUMARC — 2018) Numere a Coluna 2 conforme a Coluna 1, levando em consideração os recursos de acessibilidade
que o estudante com Necessidades Educacionais Especiais precisa ter, com a adaptação no seu currículo, garantindo-
-lhe o direito à aprendizagem e efetividade na vida escolar.
230
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COLUNA 1 ALUNO
COLUNA 2 RECURSOS NECESSÁRIOS
COM NEE
( ) Rotina diária organizada, agenda com esquema de aulas com símbolos ou desenhos,
1 Aluno Surdo
ordens claras e cartões de comunicação
( ) Teclados especiais, programas para uso no computador (como instrumento para escre-
2 Aluno Cego
ver), tesoura adaptada, engrossadores e material pedagógico adaptado
3 Aluno ( ) Material pedagógico adaptado para facilitar sua compreensão, material concreto para
Superdotado auxiliar na matemática, adaptações curriculares nas provas e no material da aula
4 Aluno com
( ) Uso de tecnologias computacionais: softwares educativos, enciclopédias digitais, jogos
Transtorno do
pedagógicos e simuladores
Espectro Autista
5 Aluno com
( ) Aprendizagem do Português como segunda língua e aprendizagem da LIBRAS como lín-
Deficiência
gua materna para aperfeiçoar
Intelectual
6 Aluno com ( ) Recursos didáticos em alto relevo, reglete e punção, recursos ópticos e programas leito-
Paralisia Cerebral res de tela
a) 5, 4, 2, 6, 1 e 3.
b) 4, 6, 5, 3, 1 e 2.
c) 3, 4, 5, 2, 6 e 1.
d) 2, 1, 6, 5, 3 e 4.
e) 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
17. (FUMARC — 2018) O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é o conjunto de atividades e recursos de aces-
sibilidade, com objetivos pedagógicos, organizados institucional e continuamente para atender aos estudantes com
algum tipo de necessidade especial escolar.
Quanto ao AEE (Atendimento Educacional Especializado), analise as afirmativas a seguir e identifique-as com (V) ou
(F) conforme sejam verdadeiras ou falsas.
( ) O Atendimento Educacional Especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da
07
família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas do público-alvo
6-
( ) A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltados a eliminar as barreiras que possam obs-
.
truir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, mas não dos transtornos globais do desenvolvimento
92
( ) O Atendimento Educacional Especializado para o aluno com deficiência intelectual deve permitir que esse aluno saia
21
de uma posição de “não saber”, para se apropriar de um saber que lhe é próprio, ou melhor, que ele tem consciência de
-1
que o construiu.
a
( ) O Atendimento Educacional Especializado existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteú-
s
bo
dos curriculares do ensino comum, exceto o que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela
ar
deficiência.
B
a
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
ar
a) V, F, V, F.
M
b) V, V, F, F.
c) V, F, V, V.
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, V.
18. (FUMARC — 2018) A criança e o adolescente que se identificam e são identificados como brancos têm muito a ganhar
com um ensino qualificado das histórias e culturas afro-brasileiras e indígenas. Se um menino que se identifica como
branco se acha no direito de xingar um colega de classe identificado como negro por causa de sua raça ou cor, esse
menino necessita de tanta ajuda quanto seu colega que sofre o pre-conceito [...] (ALBERTI, Verena. Algumas estra-
tégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In.: PEREIRA, Amilcar Araujo, MONTEIRO, Ana Maria (Orgs.).
Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 28)
No Brasil, por meio da legislação, o ensino de história e cultura da África e dos afrodescendentes e indígenas são obri-
gatórios. Primeiro, a Lei 10.639/03, que tornou obrigatório em todas as escolas do país o ensino de história e cultura da
África e afro-brasileira e, posteriormente, a Lei 11.645/08, que acrescentou a essa obrigatoriedade o ensino de história
e cultura indígena.
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Tomando como base o trecho e o conhecimento da Resolução 2197/2012. Dispõe sobre a organização e o
Lei, é CORRETO afirmar: funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Edu-
cação Básica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2012.)
a) A proposta é incluir atores na História brasileira, tomando
como suficiente para superação da desigualdade de raça. Considerando o tema abordado e o contexto em que
b) Acima de tudo, tal obrigatoriedade torna-se instrumento se insere, é CORRETO afirmar:
importante para o combate do racismo no Brasil.
c) Assume o Brasil como um país racista e exige da escola a) O Calendário Escolar elaborado pela Escola, em acor-
que se posicione contra a visão herdada dos europeus. do com normas específicas, publicado anualmente
d) Atualmente se questiona a eficácia legal, já que a legislação pela Secretaria de Estado de Educação, é parte inte-
acaba por discriminar um grupo em detrimento de outro. grante do Projeto Político-Pedagógico.
e) Volta-se para a adoção de medidas inclusivas na Edu- b) O Plano de Intervenção Pedagógica elaborado, anual-
cação, ampliando as culturas que vieram a existir na mente, pela equipe Pedagógica da Escola é parte inte-
Constituição/88. grante do Projeto Político-Pedagógico da Escola.
c) O Projeto Político-Pedagógico deve privilegiar a
19. (FUMARC — 2018) De acordo com Vasconcelos participação dos coordenadores e professores em
(2005), Projeto Político-Pedagógico é o plano global detrimento da participação dos demais membros da
da instituição. Pode ser entendido como a sistema- comunidade escolar.
tização, nunca definitiva, de um processo de planeja- d) O Projeto Político-Pedagógico é um documento cons-
mento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza truído pelos professores e tem como característica
na caminhada, que define claramente o tipo de ação principal explicitar os processos de avaliação.
educativa que se quer realizar. É um instrumento teó- e) O Projeto Político-Pedagógico é um instrumento teóri-
rico-metodológico para a intervenção e mudança da co-metodológico que representa o ideário de uma ins-
realidade. É um elemento de organização e integração tituição e tem como objetivo privilegiar os processos
da atividade prática da instituição nesse processo de de subjetivação coletiva e o saber sistematizado.
transformação.
7 D
PORQUE
84
8 C
.
92
11 D
s
bo
va correta de I. 14 C
ar
justificativa correta de I. 15 C
d) I é uma proposição falsa e II é uma proposição 16 B
verdadeira.
e) I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição 17 A
falsa.
18 B
20. (FUMARC — 2018) O Projeto Político-Pedagógico de 19 E
cada unidade de ensino deve ser elaborado e atualiza-
do em conformidade com a legislação, assegurada a 20 B
participação de todos os segmentos representativos da
escola, com assessoramento do Serviço de Inspeção
Escolar e Equipes Pedagógicas Central e Regional, e
aprovado pelo Colegiado de cada escola, implementado
e amplamente divulgado na comunidade escolar. (Fon-
te: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação.
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