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Atenção.
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ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO
AULA 3
Olá pessoal!
Como estão vocês? Animados com a proximidade da prova? Mantenham o ritmo de
estudo que vocês terão sucesso! É importante manter o fôlego e dar tudo de si nesta reta final!
Vocês serão os futuros Analistas de Finanças e Controle da CGU! Uma das melhores carreiras do
Poder Executivo, com atribuições bem definidas e bastante reconhecimento. Por isso, força total!
Hoje iremos tratar de assuntos vitais para nossa prova. Veremos a evolução da
administração pública no Brasil, que costuma cair sempre nas provas da ESAF, assim como os
tópicos de governabilidade, governança e intermediação de interesses.
Antes de começar, vamos resolver duas questões para aquecermos os motores,
referentes a assuntos tratados nas aulas anteriores.
Questão 1 – (ESAF/CGU2004) Ao longo de sua história, a administração pública
assume formatos diferentes, sendo os mais característicos o patrimonialista, o burocrático e o
gerencial. Assinale a opção que indica corretamente a descrição das características da
administração pública feita no texto a seguir.
O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos patrimônios público e privado, o nepotismo
e o clientelismo. A partir dos processos de democratização, institui-se uma administração que
usa, como instrumentos, os princípios de um serviço público profissional e de um sistema
administrativo impessoal, formal e racional.
a) Patrimonialista e gerencial
b) Patrimonialista e burocrático
c) Burocrático e gerencial
d) Patrimonialista, burocrático e gerencial
e) Burocrático
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produção de bens referem-se à área econômica. A definição dessas políticas cabe ao núcleo
estratégico do Estado, o governo, que exerce a função política ou de governo. Sobrou a opção “a”
para a área administrativa, que se baseia nas características positivas do sistema burocrático,
devendo também incorporar elementos do modelo gerencial, apesar de que estes não foram
abordados pela questão.
Passemos agora ao assunto da aula de hoje.
7.1 INTRODUÇÃO
1 Criador da Teoria da Administração Científica, que procurou padronizar os tempos e movimentos dos empregados,
a fim de melhorar a eficiência e evitar o deperdício.
2 Criador da Escola Clássica da Administração, que estabeleceu as funções clássicas da administração: planejamento,
organização, comando, coordenação e controle.
3 Criação da Comissão Permanente de Padronização (1930) e da Central de Compras (1931)
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4 Concebido pelo mesmo diplo mata Maurício Nabuco e pelo gaúcho Luis Simões Lopes, sendo este indicado por
Vargas para ser o primeiro diretor do DASP.
5 Distribuição de cargos e funções públicas para os parentes ou indicados do soberano. Em âmbito regional esse tipo
de administração é chamada de “coronelismo”.
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o papel central na administração pública desde 1945. Tais ações visavam a dar suporte
necessário ao processo de industrialização do país e tornar o aparelho do Estado mais eficiente,
mas não conseguiram superar os obstáculos organizacionais e políticos existentes.
Em 1962, é promulgada a lei nº 4069/62, a chamada “Lei de Favor”, que determinou o
enquadramento, como servidores públicos, de todos os que contassem, na data de sua
publicação, com cinco anos de serviço público, independentemente da forma de admissão ou
contratação. Nessa ocasião, boa parte dos contratados para trabalhar na estrutura paralela que
havia sido montada para a construção de Brasília ganhou estabilidade como servidor público. O
instituto do concurso público era, então, mais uma vez, burlado. Era o segundo grande “trem da
alegria” ocorrido desde a criação do DASP, em 1938, o que levou ao inchamento da máquina
pública e à constatação de que esta estava incapaz de realizar, de forma eficiente e eficaz, as
suas obrigações.
Questão 4 (ESAF-EPPGG2002) - A administração burocrática moderna, racional
legal foi implantada nos principais países europeus no final do século XIX e no Brasil em
1936, com a reforma administrativa promovida por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes.
Assinale a opção que não caracteriza corretamente este tipo de administração.
a) A administração burocrática distingue entre o público e o privado, separando o
político do administrador público, sendo essencial ao bom funcionamento do capitalismo.
b) A administração pública burocrática é uma alternativa superior à administração
patrimonialista do Estado, é baseada no princípio do mérito profissional e compatível com o
capitalismo industrial e a democracia parlamentar.
c) A administração pública burocrática tem como princípios o mérito e a formalidade, o
que torna difícil a sua aplicação nas democracias parlamentares, onde os interesses dos vários
grupos políticos impedem uma unidade de ação.
d) A administração pública burocrática concentra-se no processo, na criação de
procedimentos para gestão do Estado em todas as suas atividades e em controlar a adequação
do serviço público a estes procedimentos.
e) A administração burocrática é lenta, cara, auto-referida, pouco orientada para
atender às demandas dos cidadãos, não garantindo nem rapidez, nem qualidade, nem custos
baixos para os serviços prestados ao público.
Resolução: A resposta da questão é a letra “C”.
A questão aborda as características positivas e negativas (disfunções) da
administração pública burocrática. Ela separa o patrimônio do governante do patrimônio do Estado
e, em tese, também separaria o político do administrador público (tal acaba não acontecendo na
realidade, pois no Brasil os administradores públicos, em grande parte, são somente ocupantes de
cargos em comissão, devendo lealdade ao político que os nomeou e não ao Estado. A ESAF tem
essa característica: marcar a alternativa mais correta ou a menos errada), sendo o capitalismo e a
democracia os grandes responsáveis por sua implementação (conforme o PDRAE).
Sem dúvida nenhuma que a administração pública burocrática é um avanço em
relação à corrupção e ao nepotismo inerente ao modelo patrimonialista. Ela que institui o princípio
do mérito para acesso e promoção no serviço público. E é totalmente compatível com a
democracia parlamentar, tendo sido adotada em diversos países da Europa ocidental que adotam
tal sistema de governo, como por exemplo o Reino Unido. Isto torna a letra “c” errada. Neste país,
o sistema político é bipartidário, o que facilita ainda mais a obtenção de maioria para um dos
partidos, que compõe o gabinete e tem legitimidade para organizar o aparelho de Estado de
acordo com os princípios burocráticos (final do século XIX) e até mesmo implantar reformas
gerenciais (a partir dos anos 1980).
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Congresso e optou por dar tratamento de altíssimo nível ao assunto através da criação de uma
comissão – COMISSÃO DE ESTUDOS TÉCNICOS PARA A REFORMA ADMINISTRATIVA
(COMESTRA) – encarregada de propor novo desenho para a administração pública brasileira.
Roberto Campos foi designado para secretariar – função transferida para seu auxiliar
José Nazareth Teixeira Dias – a comissão presidida, que seria por Hélio Beltrão, e que contaria
ainda com membros como Simões Lopes, Carlos Veloso, Jorge Flores e outros grandes nomes da
época, além de quatro representantes das Forças Armadas. Foram reunidos à disposição do
projeto o que havia de melhor na inteligência nacional a respeito do assunto, embora cada
membro fosse portador de uma visão distinta sobre o tema.
O embate de idéias e projetos na COMESTRA foi surpreendentemente duro. A
primeira baixa foi Simões Lopes, cuja visão, mais próxima do projeto definido como obsoleto no
Congresso, defendia o fortalecimento do Departamento de Administração e Serviço Público
(Dasp), bem como sua transformação no órgão líder do processo de reforma. O confronto maior,
no entanto, deu-se entre duas visões de corte gerencial entre Hélio Beltrão e Teixeira Dias. Ao
final de quase um ano de trabalhos, a comissão se dissolveu em meio a um impasse
constrangedor dado o peso político de Hélio Beltrão e as vinculações de Teixeira Dias com
Roberto Campos.
Beltrão defendia, já desde aquela época, os princípios de descentralização, delegação
e desburocratização que o tornariam famoso, quase quinze anos mais tarde quando assumiu o
Ministério Extraordinário da Desburocratização no governo Figueiredo. Enfatizava os princípios do
movimento conhecido no âmbito internacional atualmente como “liberation management”, que
pressupõe alta delegação de responsabilidades para os gerentes que deveriam ser dispensados
de uma série de controles burocráticos ex-ante e cobrados a partir de resultados. Combinava esta
visão com sua crítica aos formalismos típicos da burocracia brasileira que deveriam ser objeto de
permanentes esforços de simplificação radical, idéias estas que viriam pôr em prática mais tarde,
quando ministro da Desburocratização.
Teixeira Dias era um quadro com visão da complexidade da máquina pública, só
comparável com a seu superior hierárquico Roberto Campos. Conhecia a fundo o serviço público
norte-americano, inglês e francês. Mais importante, no entanto, tinha visão da articulação entre os
processos de planejamento e administração pública bastante avançada para a época4, porque
defendia articulação maior entre os processos de programação orçamentária e financeira com
formas diferenciadas de organização das instituições públicas e, naturalmente, do serviço público.
Teixeira Dias estava, até então, na Light, onde se familiarizara com as técnicas de
Planning, Programming, and Budgeting Systems (PPBS), em voga tanto no governo norte-
americano quanto nas empresas multinacionais. Neste sentido era capaz de traduzir, para a
Administração Federal, muitas das idéias que Roberto Campos tinha para a institucionalização do
planejamento no Brasil.
O impasse entre ambos não é de fácil compreensão, tendo em vista a aparente
complementaridade de idéias existentes e o fato de terem juntos trabalhado no desenho e na
implementação da Petrobras. Ambos eram inovadores, esposavam idéias com forte componentes
gerenciais, e rejeitavam a visão centralista esposada por Simões Lopes. Porém, havia dois
elementos que os situavam em campos opostos: política e personalidade
No plano político, Beltrão – um comunicador nato liberal com perfil de político
apaixonado pelo debate público – foi progressivamente se posicionando como oponente a
Roberto Campos – caracterizado como o tecnocrata frio e autoritário, propenso a abusar dos
excepcionais atributos de legislativos do primeiro governo revolucionário. Teixeira Dias era quase
uma extensão de Roberto Campos para assuntos relacionados com a reforma administrativa. No
plano pessoal, Teixeira Dias era um detalhista, preocupado com a instrumentalização do Estado e
com a institucionalização de uma legislação que traduzisse sua visão e a de Roberto Campos da
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contratação, pela CLT, de todos os servidores públicos, exceto os da áreas de Segurança Pública,
Diplomacia, Tributação, Arrecadação e Fiscalização de Tributos Federais e Contribuições
Previdenciárias, além do Ministério Público. Porém, tais servidores foram admitidos sem concurso
público e sem direito à estabilidade, não estando presente o princípio da impessoalidade, nem
qualquer mecanismo institucional de avaliação de mérito. Muitas vezes, os servidores eram
contratados por fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista apenas
para serem cedidos à Administração Direta, sendo muitas daquelas utilizadas como apenas como
fornecedoras de mão-de-obra para esta.
Em 1970, foi promulgada a Lei 5645, que estabeleceu diretrizes para a classificação
de cargos do Serviço Civil da União e das autarquias federais, o que representou a mais completa
sistematização e classificação de cargos até então realizada. Todavia, tal lei estabeleceu mais
uma forma de burla ao instituto do concurso público: a ASCENSÃO FUNCIONAL, a qual permitia
ao servidor ter acesso a cargo diverso do que exercia, mediante processo seletivo interno.
Mediante tal mecanismo, a escolha dos ocupantes dos cargos mais elevados passou a ser, em
grande medida, feita entre os próprios servidores, anulando, na prática, o direito de livre acesso
aos cargos públicos.
O fato é que a máquina administrativa, apesar da tentativa de reforma gerencial
estabelecida no DL 200/67, sai do período militar absolutamente desestruturada. Havia crescido o
número de servidores, grande parte deles contratados sem qualquer forma de controle. Não se
constituiu uma burocracia orgânica, mas sim a chamada TECNOCRACIA, tendo em vista que as
funções de alta direção passaram a ser ocupadas por técnicos não ligados à administração direta,
não vinculados à burocracia tradicional, organizada em carreiras. Esse processo de recrutamento
de técnicos oriundos do meio acadêmico, do setor privado, das empresas estatais e de órgãos do
próprio governo, deu origem às chamadas ILHAS DE EXCELÊNCIA, as quais vieram a se tornar
provedores de pessoal qualificado para a alta hierarquia ministerial e para o exercício das
atividades de formulação de políticas e regulação econômica. Tais ilhas formavam um setor
público eficiente, bem remunerado, com carreiras sólidas, tendo à frente as grandes empresas
estatais economicamente viáveis, que contrastava com o restante do serviço público, mal
remunerado e ineficiente.
Em 1970, há uma tentativa modernizadora da administração pública, com a criação da
SECRETARIA DE MODERNIZAÇÃO – SEMOR, que funcionava paralelamente ao DASP,
totalmente enfraquecido. Reuniu-se em torno dela um grupo de jovens administradores públicos,
muitos deles com pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão.
Todavia, não conseguiu avançar muito em seus objetivos devido às dificuldades políticas
existentes, visto que a ascensão funcional e a tecnocracia contribuíram para o desmantelamento
da burocracia existente e para a desmoralização do instituto do concurso público e dos sistemas
de mérito para admissão e progressão na Administração Pública. Apesar da tentativa de
descentralização, a falta de mecanismos de controle dos entes descentralizados e a inexistência
de uma burocracia orgânica fizeram com que a autonomia alcançada pelas entidades da
administração indireta atingisse níveis insuportáveis para as finanças públicas no período de
grave crise econômica que marcou a década de 1980.
No início dos anos 80, uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na
direção da administração pública gerencial foi implementada, com a CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO
DA DESBUROCRATIZAÇÃO e do PROGRAMA NACIONAL DE DESBUROCRATIZAÇÃO –
PrND, tendo Hélio Beltrão a frente como Ministro Extraordinário. O Programa Nacional de
Desburocratização, além de dezenas de medidas simplificadoras das relações do cidadão com a
máquina administrativa, trouxe importantes inovações, como o Estatuto da Microempresa e os
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Juizados de Pequenas Causas (mais tarde transformados nos atuais Juizados Especiais). Nunca
chegou a ser formalmente extinto, mas perdeu ênfase no final da década de 80. No início dos
anos 90, novas medidas de maior impacto chegaram a ser adotadas, no âmbito de um novo
programa, o Programa Federal de Desregulamentação. Entre elas, a simplificação dos
procedimentos de embarque e desembarque nos aeroportos, o aperfeiçoamento da emissão de
passaportes e a revogação de mais de cem mil decretos superados e desnecessários.
Vamos treinar um pouco...
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Tribunal Federal, em diversas ações, vem sempre interpretando de forma estrita a questão da
exigência de concurso público, tendo banido a ascensão funcional. Hoje não mais se contesta
nem mesmo a exigência de concurso público para admissão de empregados pelas empresas
estatais.
Com a Constituição de 1988, a Administração Pública brasileira passa por mudanças
que afetam toda a sociedade, rumando à cidadania plena, que envolvia ganhos sociais
consideráveis, tais como maior participação popular na formação de políticas públicas, criação de
conselhos populares, movimentos sociais e municipalistas, etc, os quais foram fundamentais para
a consolidação do processo de descentralização da administração pública. Tal processo foi a
tônica da reforma de 1988, tendo em vista que o executivo federal descentralizou as atribuições
da União, repassando-as para as esferas estaduais e, principalmente, para os municípios. Desta
forma, podemos concluir que a descentralização das políticas públicas e sociais passou a ser o
carro-chefe desta reforma administrativa. Todavia, a Constituição Cidadã, como ficou conhecida a
CF88, provocou uma série de distorções e disfunções na administração pública, como por
exemplo:
- contribuiu para o engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do
Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas
adotadas no núcleo estratégico do Estado.
- determinou a perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos
órgãos públicos,
- instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União,
dos Estados membros e dos Municípios,
- retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional, ao atribuir às
fundações e autarquias públicas normas de funcionamento idênticas às que regem a
administração direta.
- determinou a concessão da estabilidade funcional para um grande número de
empregados contratados, assim como a aposentadoria integral sem nenhuma relação com o
tempo de serviço prestado diretamente ao Estado.
Este retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao clientelismo que dominou o
país naqueles anos. Foi também uma conseqüência de uma atitude defensiva da alta burocracia
que, sentindo-se injustamente acusada9, decidiu defender-se de forma irracional. O retrocesso
burocrático não pode ser atribuído a um suposto fracasso da descentralização e da flexibilização
da administração pública que o Decreto-Lei 200 teria promovido. Embora alguns abusos tenham
sido cometidos em seu nome, seja em termos de excessiva autonomia para as empresas estatais,
seja em termos do uso patrimonialista das autarquias e fundações (onde não havia a exigência de
processo seletivo público para a admissão de pessoal), não é correto afirmar que tais distorções
possam ser imputadas como causas do mesmo.
Na medida em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio à crise do
Estado, essa última foi equivocadamente identificada pelas forças democráticas como resultado,
entre outros, do processo de descentralização que o regime militar procurara implantar. Por outro
lado, a transição democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a estatização,
que levou os constituintes a aumentar os controles burocráticos sobre as empresas estatais e a
estabelecer normas rígidas para a criação de novas empresas públicas e de subsidiárias das já
existentes.
Afinal, geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do caminho rumo a uma
9 De ser a culpada pela crise do Estado.
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mercado. Na esfera do Executivo, não acreditava que mudanças pudessem vir a fazer grandes
diferenças, tendendo a preferir mecanismos como os adotados no período JK e
desenvolvimentista do regime autoritário que favoreciam mecanismos de administração paralela
via ação direcionadas de grupos ad hoc e/ou empresas estatais.
O convite a Bresser Pereira, velho companheiro de Cardoso de idéias e militância
política – além do coordenador financeiro da campanha presidencial –, para integrar o Ministério
que viria a tomar posse em janeiro de 1995, abriu novas possibilidades na agenda nacional para a
problemática das políticas de gestão pública. Bresser Pereira, Clovis Carvalho e Cardoso
concordaram em elevar o status da então secretaria da presidência – Secretaria de
Administração Federal – para Ministério da Administração e da Reforma do Estado (MARE).
Nessa mudança, Bresser trocou o acesso institucional e físico ao presidente – que tinha em
função de suas relações pessoais – por uma plataforma institucional de maior robustez, que trazia
no nome um mandato: a reestruturação da administração pública federal.
Em poucas semanas, Bresser já tinha uma estratégia distinta da que norteou o
encaminhamento de outras reformas em discussão no período: propor uma emenda constitucional
para tratar de forma propositiva do tema da administração pública, ao contrário, por exemplo, da
reforma previdenciária que buscavam “desconstitucionalizar” uma série de pontos remetendo-os
ao plano infraconstitucional – o que viria a enfrentar grandes resistências no Congresso relutante
em fornecer um “cheque em branco” ao Executivo6 (Melo, 2002). Ao dar um tratamento de
reforma constitucional ao assunto de sua pasta, Bresser Pereira assegurou que o tema da
reforma do Estado, isto é, da reforma do aparato do Estado como viria a detalhar pouco tempo
depois, ocuparia uma posição de destaque na agenda do Executivo.
Após quatro meses de governo, Bresser Pereira e sua equipe – em grande medida
constituída por colegas e ex-alunos(as) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo sobre os quais
o ministro possuía notável ascendência – já tinha não apenas estruturado o novo ministério como
também um primeiro desenho da proposta de reformulação da estrutura do Estado brasileiro para
apresentar ao Presidente.
A Câmara da Reforma do Estado, criada para funcionar como instância de discussão
das propostas de apresentadas pelo MARE, passou então a se constituir na arena de
aprimoramento das idéias defendidas por Bresser Pereira e sua equipe. Delinearam-se, então,
três tipos de oposição a Bresser Pereira: duas explícitas e uma silenciosa.
A primeira era comandada pelo secretário-geral da Presidência – Eduardo Jorge,
doutor em Administração Pública e assessor de Cardoso desde os tempos da Assembléia
Nacional Constituinte – que demonstrava grande ceticismo em relação às possibilidades de
sucesso de reformas compreensivas da administração pública brasileira. Eduardo Jorge tendia a
considerar que o governo dispunha dos meios de operar as mudanças que desejava sem
necessariamente recorrer a alterações no texto constitucional.
A segunda fonte de oposição partia do ministro-chefe da Casa Civil que não
demonstrava bastante ceticismo em relação a mudanças que privilegiavam estruturas
organizacionais e legislações de pessoal. Oriundo do setor privado e já tendo trabalhado com
Bresser Pereira anteriormente no Governo Montoro, Carvalho desconfiava do voluntarismo ativista
de seu colega de Ministério que, em função das funções que desempenhava, disputava
geralmente com sucesso alguns espaços em que as competências de ambos ministros se
sobrepunham.
A terceira fonte de oposição era invisível e partia da área econômica. Tratava-se de
uma desconfiança em relação ao papel do ex-ministro da Fazenda Bresser Pereira na crítica à
política macroeconômica conduzida pelo Ministro da Fazenda e pelo Banco Central. Pela
proximidade do Presidente e por ter, sob sua jurisdição, assuntos com impactos sobre as finanças
públicas, Bresser não teve o apoio efetivo necessário em muitas das inovações que propunha, em
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que pese ter procurado alinhar a ação de seu ministério e o conteúdo de suas propostas às
prioridades da área macroeconômica.
Apesar das oposições que enfrentou no seio do governo, Bresser Pereira foi capaz de
convencer o Presidente a encaminhar a proposta de Emenda Constitucional ao Congresso ainda
no segundo semestre do primeiro ano do mandato de Cardoso, ao mesmo tempo em que sua
equipe saía pelo País discutindo o livro branco Plano Diretor da Reforma do Aparato do Estado
Brasileiro.
O trabalho político realizado junto aos governadores – imobilizados pelos gastos
excessivos com pessoal acima da Lei Camata – foi decisivo para a aquiescência de Cardoso que,
no entanto, chamou a atenção de Bresser para a necessidade de convencer o próprio Executivo
dos méritos de sua proposta (guardando, assim, distância da proposta de seu próprio ministro).
O conteúdo da proposta de reforma apresentada era predominantemente
gerencialista, embora reservasse um lugar de destaque para a formação do chamado núcleo
estratégico do Estado, locus designado para a implementação e consolidação das chamadas
reformas meritocráticas perseguidas desde a década de 30.
Se o desenho da proposta buscava uma articulação entre novos e velhos desafios da
administração pública brasileira – Bresser Pereira descartava abordagens seqüenciais do
problema das reformas –, a retórica e as ênfases no debate público eram quase que
exclusivamente gerenciais. A imagem-objetivo buscada por Bresser Pereira era a da flexibilização
da administração pública, no caso de suas estruturas organizacionais e dos regimes de
contratação de pessoal.
A flexibilização era apresentada como requisito para múltiplos objetivos como a busca
da eficiência, a viabilização de processos de delegação e descentralização, a implementação do
orçamento global em organizações públicas autônomas via contratos de gestão, a valorização de
mecanismos diferenciados de reconhecimento do mérito, a contratualização de resultados e
outros.
Três vetores simultâneos conviveram no decorrer do período 1995-1998: os princípios
típicos da progressive public administration expressos principalmente na política de concursos
seletivos para as carreiras que viriam a integrar mais tarde as carreiras do ciclo de gestão e as
duas vertentes contraditórias integrantes da Nova Gestão Pública, o gerencialismo e a escola da
escolha pública.
O gerencialismo – representado principalmente pelo Ministro e pela Secretaria da
Reforma do Estado – valorizava a autonomia das novas formas de organização pública,
mecanismos de delegação e descentralização e a capacidade inovadoras e empreendedoras dos
dirigentes governamentais. Da escolha da escola pública emanavam os vetores de desconfiança
em relação ao corporativismo burocrático e de necessidade de intensificar os controles sobre a
burocracia, presentes em especial no âmbito da Secretaria Executiva do MARE e da Presidência
da ENAP - Escola Nacional de Administração Pública.
Quase três anos após seu envio para o Congresso, a Emenda Constitucional, bastante
diluída e suavizada, foi finalmente aprovada em pleno ano eleitoral. Mesmo assim algumas
decisões importantes como a quebra do Regime Jurídico Único foram aprovadas. Ao longo deste
período muitos dos conteúdos da proposta foram implementados na medida em que se percebia
que não necessitavam da aprovação constitucional para tal – caso da criação das Organizações
Sociais e Agências Executivas. Paralelamente, foi feito um esforço massivo de disseminação das
idéias da Nova Gestão Pública, notadamente pela ENAP, junto ao governo federal.
As propostas do MARE, no entanto, não conseguiram o apoio de ministros
estratégicos da presidência – como o ministro da Casa Civil e o secretário-geral da Presidência –,
da área econômica – como os da Fazenda e Planejamento – e de outros ministérios-chave –
como os da Educação e da Saúde (este, exceto, em breve intervalo) – para o sucesso dos
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esforços reformistas. Muitos avanços ocorreram, mas no âmbito do próprio MARE, como o
controle da folha de pagamento e a retomada de concursos para carreiras estratégicas de
analistas de planejamento e orçamento, analistas de finanças e controle e gestores
governamentais.
Ao final do primeiro mandato de Cardoso, Bresser Pereira passou a apoiar a idéia da
unificação do MARE e do Ministério de Planejamento, de modo a manter sob comando único os
instrumentos e recursos necessários para a implementação da reforma. A transição do primeiro
para o segundo mandato coincidiu com a reestruturação do governo em meio às turbulências
causadas pela crise financeira internacional e por denúncias de corrupção que atingiram auxiliares
de Cardoso que se afastaram, então, do governo. Não podemos nos esquecer de citar que, nesse
mesmo período, eram criadas as primeiras Agências Reguladoras.
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por ignorar aspectos organizacionais e relacionados a pessoal gerou, no entanto, uma série de
dificuldades para o processo de implementação e gestão do PPA. A análise do Banco Mundial
(2002) sobre os avanços e as limitações do Avança Brasil aponta, com muita propriedade, os
progressos e estrangulamentos ocorridos até a época.
A saturação da retórica governamental em relação ao programa não tinha como
encobrir as fragilidades e vulnerabilidades do modelo. A estrutura de incentivos do Avança Brasil
não se mostrou nem sustentável nem consistente por não integrar os conteúdos programáticos,
informacionais, orçamentários, organizacionais e de recursos humanos. O desenvolvimento de
capacidades foi assimétrico, atribuindo-se aos sistemas de informação expectativas que não
tinham como atender sem correspondente modificações em outras políticas-chave de gestão
pública.
Resumindo e acrescentando outros fatores importantes desse período, podemos citar:
- a regulamentação das Organizações Sociais (OS) e das Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIP);
- a revitalização do processo de planejamento anual (PPA);
- a configuração do núcleo estratégico do Estado, com o agrupamento das carreiras
do ciclo de gestão;
- a criação da Corregedoria Geral da União, que incorporava a Secretaria Federal de
Controle;
- a introdução do pregão eletrônico nas compras governamentais.
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No que tange à política de recursos humanos do governo Lula, podemos citar que há
tanto avanços como retrocessos.
Como avanços dessa área podemos citar:
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orçamento e finanças públicas em detrimento das demais áreas de governo responsáveis pela
formulação e implementação de políticas públicas.
3- Aumento da autonomia do Executivo em relação à sociedade e ao sistema
representativo, mediante recurso a instrumentos como a edição de medidas provisórias
paralelamente ao estreitamento dos vínculos com a nova ordem internacional, em particular os
organismos financeiros.
4- Criação das agências regulatórias, autônomas, compostas por dirigentes indicados
pelo Executivo, com poder para definir as regras de operação nas áreas de serviços públicos com
limitadas possibilidades de intervenção do Legislativo ou de setores sociais organizados.
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5) ajuste fiscal
Indique, entre as opções abaixo, aquela que retrata corretamente os respectivos programas.
a) 1,2 e 3 b) 1,3 e 4 c) 2,3 e 5 d) 2,4 e 5 e)3,4 e 5
Resolução: A resposta da questão é a letra “B“. Vide PDRAE.
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9.2.1 CLIENTELISMO
A cultura organizacional da Administração Pública brasileira herdou as características
do Estado absolutista português. Infelizmente, Portugal não participou ativamente de duas
grandes transformações que varreram o mundo nos séculos XVIII e XIX e que forneceram o
padrão de comportamento organizacional do mundo moderno: a Revolução Industrial e o
Iluminismo. Isso foi fundamental para a manutenção de uma estrutura de poder pré-burocrática,
também conhecida como patrimonialista. Tal estrutura apresentava os seguintes traços:
? sistema cartorial: baseado na existência dos cartórios, nos quais se baseava o
poder absoluto da monarquia, que mantinha por meio do monopólio das atividades comerciais
e extrativas mais relevantes o controle e a politização das atividades econômicas;
? distribuição prebentária de funções públicas: prática que levou à criação de um
enorme aparelho estatal ocupado por uma classe economicamente improdutiva, formada por
uma antiga nobreza de espada que, uma vez terminadas as guerras de unificação contra os
mouros e a Espanha, não tinha outra função a exercer na sociedade e passou a depender de
rendas oriundas da exploração de cargos públicos.
Essa estrutura de poder transplantou-se para o Brasil. O clientelismo tem, então, sua
origem nesse modelo patrimonialista herdado de Portugal desde a era colonial. O processo de
colonização do Brasil foi efetivamente executado pelos grandes proprietários das sesmarias, que
tinham a incumbência de organizar a produção local, garantir o cumprimento das ordens da Coroa
e defender a terra contra os ataques dos nativos e as incursões de outras potências européias.
Nesse contexto, não existem "serviços públicos". Todas as necessidades coletivas devem ser
providas pelos grandes proprietários que, em retribuição, exercem a "autoridade pública", exigem
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respeito e submissão das populações locais, cuja vida gera em torno da grande propriedade
monocultora (primeiro o açúcar e depois o café), baseada no trabalho escravo.
Percebemos que está aí a origem do clientelismo, que no interior do Brasil recebe o
nome específico de "coronelismo". O coronel é o senhor das terras, representante do Poder
Público e que exerce a autoridade pública nos rincões distantes. Assim, o clientelistmo é um
sistema de controle de fluxo de recursos materiais e de intermediação de interesses,
caracterizado por:
? relações pessoais assimétricas, marcadas pela dependência dos clientes dos
recursos que são monopolizados pelo patrão;
? agrupamentos, pirâmedes ou redes baseadas em relações pessoais que repousam
em trocas generalizadas;
? não haver nenhum tipo de regulamento formal; arranjos hierárquicos baseados em
consentimento individual, não gozando de nenhum respaldo jurídico.
No Brasil, as práticas clientelistas tendem a coexistir com a representação partidária.
O clientelismo político manifesta-se pela impregnação do Estado por processos generalizados de
troca de favores, que determinam também a relação da maioria das lideranças partidárias com
suas bases, pois aqueles que têm acesso a cargos públicos têm acesso a inúmeros privilégios por
meio do aparelho do Estado.
9.2.2 - CORPORATIVISMO
O modelo de desenvolvimento agroexportador seguido pelo Brasil desde a segunda
metade do século XIX, que refletia o modelo colonial abordado no item anterior, esgotou-se com a
crise econômica internacional dos anos 1930. Isso abriu as portas a um movimento de renovação
social e política que, comandado por uma nova coalizão de interesses - oligarquias regionais
dissidentes da Política do Café com Leite e setores urbanos emergentes - se propôs a modernizar
as estruturas e as instituições do país. Sua proposta fundamental era atingir a modernidade
desmontando o poder das oligarquias regionais, fortalecendo o poder central e a organização do
Estado. Desta forma, começou-se a formar uma burocracia especializada e meritocrática e
começou-se a delinear o Estado nacional-desenvolvimentista, que seria o promotor da
industrialização brasileira, por meio do processo de substituição de importações, já estudado na
aula demonstrativa.
Nessa nova sociedade urbano-industrial emergente, as relações sociais tendem a
assumir configurações mais complexas, com a quebra, nas grandes cidades, do domínio exercido
pelos "coronéis", e com o surgimento de novos atores sociais relevantes, como o operariado
industrial, os prestadores de serviços autônomos, os profissionais liberais e os empregados do
comércio. Essa categorias começam a reivindicar uma maior participação no processo decisório e
melhores condições de vida, criando demandas que as práticas clientelistas, dominantes do
mundo rural e das pequenas cidades, não mais podem intermediar de forma satisfatória. O
Estado, centralizado e autoritário, busca inspiração em modelos europeus para compor esses
interesses e incorporá-los ao processo de modernização do Estado e da sociedade.
Desta forma, visando a incorporar de forma controlada as massas dos trabalhadores
urbanos em expansão e absorver de forma antecipada os possíveis conflitos políticos, o governo
Vargas implanta um modelo de intermediação de interesses denominado corporativismo, também
conhecido como corporativismo estatal. Tal modelo previa a organização dos trabalhadores em
sindicatos, organizados em um número limitado de categorias hierarquicamente ordenadas,
reconhecidas e até mesmo criadas pelo Estado. Os sindicatos tinham a garantia do monopólio de
representação dentro de suas categorias respectivas, em troca da observância de certos controles
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na seleção dos líderes (teriam que "rezar" pela cartilha do Estado) e na articulação de demandas
e apoios. O modelo também prefixava normas obrigatórias de conciliação para os dissídios
coletivos de trabalho, impedindo a formação de elementos de conflito, que era a grande intenção
do governo.
No estudo da ciência política, quem definiu o corporativismo foi Schmitter, como “um
sistema de representação de interesses em que as unidades constitutivas estão organizadas em
um número limitado de categorias singulares, obrigatórias, não-competitivas, hierarquicamente
ordenadas e funcionalmente diferenciadas, reconhecidas ou autorizadas (senão criadas) pelo
estado, e às quais se concedeu um deliberado monopólio representativo dentro de suas
respectivas categorias em troca de observar certos controles sobre a seleção de seus dirigentes e
a articulação de suas demandas e apoios.”
A idéia de um sistema de representação de interesses em que suas unidades
constitutivas são reconhecidas, ou criadas, e autorizadas pelo estado, leva à consideração de que
não há corporativismo sem o concurso daquele. As organizações não obteriam o monopólio
representativo nem a capacidade de ordenar de forma hierárquica os interesses que
funcionalmente representam sem algum grau de reconhecimento, estímulo ou mesmo da iniciativa
oficial. Nem teriam assento no processo de tomada de decisão referente a políticas públicas, nem
lhe seriam atribuídas responsabilidades diretas na aplicação de tais políticas, sem a devida
chancela do estado. Aqui, é o estado quem decide com quem dialogar. É o estado quem escolhe
seus interlocutores.
Somente a ação do estado, todavia, não é suficiente para fundar um sistema de
intermediação em moldes corporativos, dado que resta às associações a possibilidade de recusar
a participação. Assim, o corporativismo depende de uma troca política na qual os interesses
organizados e os organismos oficiais acordam de forma calculada, ainda que não seja sempre
com decisão e entusiasmo, um determinado modelo de representação formal e negociações
básicas.
No corporativismo, pode-se afirmar, que os representantes públicos adquirem
capacidade para contribuir independente e significativamente para a negociação de compromissos
de interesses mais estáveis e institucionalizados e, ao mesmo tempo, se vêem fortalecidos para
obter dessas organizações algumas concessões para o "bem público". Há uma troca, uma
intermediação de interesses.
A institucionalização em moldes corporativos tem efeito duplo. Qualquer atribuição de
status significa que, por um lado, os grupos auferem vantagens e privilégios, mas, por outro, têm
que aceitar certas limitações e obrigações restritivas. Em um caso típico, o acesso a posições
decisórias do governo é facilitado por meio do reconhecimento político de um grupo de interesses,
mas a organização em questão torna-se sujeita a obrigações mais ou menos formalizadas, como
por exemplo o comportamento responsável e a abstenção de demandas não-negociáveis ou
táticas inaceitáveis
Visto isso, pode-se concluir que o corporativismo combina duas características
"chave": a intermediação funcional de interesses - pela qual exerce papéis de representação e
controle de suas bases - e um modo específico de formação de política pública, isto é, a
intervenção. A combinação destas duas dimensões é a marca distintiva do corporativismo.
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11 - Grupos organizados que, apesar de influenciarem na distribuição dos recursos dentro de uma
sociedade, seja para mantê-la estável, seja para modificá-la a seu favor, não participam no processo
eleitoral e, de certo modo, não estão interessados, realmente, em administrar por conta própria o poder
político, senão ter um acesso fácil e livre a este poder e em influenciar em suas decisões.
12 - Processo pelo qual os representantes (especializados) de grupos de interesses, atuando como
intermediários, levam ao conhecimento dos legisladores ou dos decision-makers os desejos de seus grupos
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Pessoal, vamos ver como a ESAF tem cobrado estes assuntos recentemente:
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Bons Estudos e até a semana que vem! Quaisquer dúvidas, fiquem a vontade para
usar o fórum.
Grande abraço!
BIBLIOGRAFIA
MATTA, João Eurico. Antecedentes Brasileiros: anos 1930 a 60, tópicos de formação
universitária (Brasil e Bahia), DASP, FGV e a "via crucis" da Reforma Administrativa. Cadernos da
Fundação Luís Eduardo Magalhães: Bahia, 2002.
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