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NV-008DZ-22
Cód.: 7908428803933
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Monalisa Costa e Paloma
Leite
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO • Ana Philippini, Márcio Ferreira Neves e
Samara Kich
ISBN: 978-65-5451-017-2
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Edição: Dezembro/2022
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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ra é com você!
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO.............................................................................. 11
MARCAS DE TEXTUALIDADE............................................................................................................. 13
COESÃO E COERÊNCIA.....................................................................................................................................13
INTERTEXTUALIDADE.......................................................................................................................................18
TIPOS TEXTUAIS................................................................................................................................. 23
TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 36
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REGISTROS DE LINGUAGEM.............................................................................................................. 37
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 38
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FORMAS DE ABREVIAÇÃO................................................................................................................. 43
CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 46
OS MODALIZADORES........................................................................................................................................65
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SEMÂNTICA......................................................................................................................................... 66
VOCABULÁRIO.................................................................................................................................... 68
PROPOSIÇÕES...................................................................................................................................................75
CONECTIVOS.....................................................................................................................................................76
QUANTIFICADORES E PREDICADOS................................................................................................................77
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS................................................................................................................. 80
PORCENTAGEM................................................................................................................................... 93
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MEDIDAS.............................................................................................................................................. 95
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COMPRIMENTO.................................................................................................................................................95
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ÁREA...................................................................................................................................................................95
VOLUME.............................................................................................................................................................95
MASSA...............................................................................................................................................................96
TEMPO................................................................................................................................................................96
ARQUIVOS PDF..................................................................................................................................127
INTERNET..........................................................................................................................................154
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NAVEGAÇÃO SEGURA.....................................................................................................................................155
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Cuidados.......................................................................................................................................................... 155
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Ameaças.......................................................................................................................................................... 157
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GOOGLE CHROME...........................................................................................................................................161
FIREFOX............................................................................................................................................................161
INTERNET EXPLORER.....................................................................................................................................161
SALVA DE PÁGINAS.........................................................................................................................................161
Cache............................................................................................................................................................... 162
E-MAIL................................................................................................................................................163
termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
-1
interpretado no texto, uma vez que a interpretação rea- senta como ocorre a relação desses processos:
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INFERÊNCIA
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas
-4
a semântica.
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Sabendo disso, é importante separarmos os con- melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
compreensivo. tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
LÍNGUA PORTUGUESA
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa z Conhecimento Linguístico;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo z Conhecimento Textual;
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- z Conhecimento de Mundo.
te para não os amar, nem os imitar. São em geral
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
detalhados e impotentes para generalizar, cur- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
Conhecimento Linguístico
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)
Esse é o conhecimento basilar para compreensão
O trecho em destaque na citação do escritor Lima e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
indutivo compõe a interpretação e decodificação de nhecimento das regras de uma língua.
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- É importante salientar que as regras de reconhe-
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, cimento sobre o funcionamento da língua não são,
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ção cronológica de um texto. que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
A propriedade vocabular leva bo-objeto (SVO) etc.
o cérebro a aproximar as pa- Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso- linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
ciação com o tema do texto sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
Os conectivos (conjunções, mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
preposições, pronomes) conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
ATENÇÃO AOS Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
são marcadores claros de
CONECTIVOS dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
opiniões, espaços físicos e
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localizadores textuais
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A DEDUÇÃO
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Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- torna-se compreender a ideia principal e a inten-
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vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24) mas: por meio de ideias ou palavras correlacio-
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características da coerência em um texto e como esse seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos
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processo liga-se não apenas às formas gramaticais, são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
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chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico encontra a terminologia “expressões referenciais
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que se encontra mais na mente que no texto”. catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
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Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) material. No entanto, é importante salientar que,
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[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon- Uso de Pronomes ou Pronominalização
tá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...]
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, Utilizar pronomes para manter a coesão de um
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
interacionais e na materialidade linguística, confe-
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
re sentido ao que lê. (CAVALCANTE, 2013, p. 31)
a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão estudo os principais pronomes utilizados em recursos
importantes para uma boa compreensão e elaboração textuais para manter a coesão.
textual. É importante destacar que esses processos A pronominalização é a base de recursos anafó-
de coesão não podem ser dissociados da construção ricos que recuperam porções textuais ou ainda um
de sentidos implícita no processo de organização da nome específico a que o autor faz referência no texto.
14 coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar Vejamos dois exemplos:
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Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden
meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
foi quente, com diversas interrupções e acusações
As formas destacadas são numerais ordinais que
pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indica- recuperam informação no texto, evitando a repetição
ção de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Gins-
burg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois Uso de Advérbios
os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifi-
ca essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA processo de coesão. As formas adverbias que marcam
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões tempo e espaço podem também ser denominadas de
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wal- marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
lace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já dos a um referente se forem instaurados no discurso,
Trump começou sua resposta atacando a China - “deve- isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente tra- compreenderá que a marcação temporal refere-se
balho” nesse momento dos EUA. ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- Independentemente de como são chamados, esses
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual.
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
peração da informação apresentada é feita a partir de Uso de Nominalização
muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono-
mes destacados recupera o assunto informado e ajuda As expressões que retomam ideias e nomes, já
o leitor a construir seu posicionamento. É importante apresentados no texto, mediante outras formas de
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- expressão, podem ser analisadas como processos
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, outras classes nominais.
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que Essas expressões recuperam informações median-
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- Vejamos um exemplo:
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual
maior, fazendo referência ao momento de pandemia Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
pelo qual o mundo passa. foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção co e professor brasileiro. Um dos membros do chamado
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nor-
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.
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acompanhado.
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2020. Adaptado.
relacionadas neste capítulo com os processos de coe-
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escolares. O interesse das principais bancas de con- referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
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cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta- doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
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Uso de Adjetivos
candidato de reconhecer a que e qual elemento está
construindo as referências textuais. Os adjetivos também são considerados expressões
nominalizadoras que fazem referência a uma porção
LÍNGUA PORTUGUESA
rém, ainda enfrenta certas adversidades...” CAUSAL ficiente, resolvi não fazer essa
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prova
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do século
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XXI e proporcionou a inclusão social de muitas pes- Com Falaram tão mal do filme que ele
soas, por causa disso obteve notoriedade interna- Elipse CONSECUTIVA
.8
COESÃO SEQUENCIAL
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acabar
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dido, levando o escritor a fugir da temática. Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
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Embora também não recomendemos as repetições ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
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exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- em que houve quebra de paralelismo:
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quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
.8
— Correto.
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
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O candidato foi encontrado com não podemos coordenar orações reduzidas com ora-
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Marcar ênfase duzentos milhões de reais na mala, ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo
pr
Existem diversos mecanismos que são meios A paródia é um tipo de intertextualidade estilística
importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à cons- em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja
trução de sentido dos gêneros textuais, dentre eles, verbal ou não verbal. É muito comum tanto em tex-
a intertextualidade. Ao nos referirmos à ideia de tos musicais, nos quais são recuperados a melodia e o
construção dos sentidos mediante o uso de gêneros estilo do intérprete original, quanto em textos visuais,
textuais destacamos a estrutura, o propósito comu- como no exemplo a seguir:
nicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento
importante para a compreensão textual é a intertex-
tualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
se relacionar com outros.
Para se entender melhor a estrutura e a função
do termo intertextualidade, pode-se separar a pala-
vra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se
à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto,
e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras.
Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir
da qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia
a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acesso em: 12 out. 2020.
internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
tamos esse exemplo que resume a ideia de intertex- Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e
tualidade que iremos trabalhar neste material: humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
lidade textual.
PARÁFRASE
textualidade em textos e em gêneros utilizados por É dor que desatina sem doer [...]
-4
bancas de concurso.
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Antes, porém, é necessário apontar que, confor- I carta de São Paulo aos Coríntios
pr
ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
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acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade, anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
estamos diante de um processo de intertextualidade soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse
stricto sensu. Quando não é possível acessar esse teor o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
sensu. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar maneira tal que transportasse os montes, e não
essa divisão mais didática: tivesse amor, nada seria [...]
z Citação indireta:
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Tradução
difíceis compreender? Por isso, a tradução é um texto Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha,
-1
Note que há a presença de muitos adjetivos, locu- Pois está morto no Vietnã [...]
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ções, substantivos, que buscam levar o leitor a ima- No peito, um coração não há
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Moral
Mas duas medalhas sim
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etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-
-4
queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
está organizado de forma esquematizada em seções
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(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente. rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
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NARAM O MUNDO
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Argumentativo
Informativo
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tes de dicionários.
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produção
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o 40% da população mundial está em risco de con-
exemplo a seguir: trair o vírus da dengue: são cerca de 390 milhões
de infecções por ano. Em 2019, foram registrados
1.281.759 casos prováveis de dengue no país.
A forma mais eficaz de evitar doenças infecciosas
é a vacina. Por isso, o Ministério da Saúde apoia
o Instituto Butantan no desenvolvimento de uma
vacina contra a dengue, transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti.
“A vacina terá o potencial de proteger uma quanti-
dade cada vez maior de pessoas com apenas uma 23
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dose”, explica o diretor da Divisão de Ensaios Clí- uma boa notícia relacionada a uma viagem inter-
nicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, nacional ou sobre um exame ou concurso público
Alexander Precioso. realizado. Dia de alegrias e fé renovada.3
Fonte: Ministério da Saúde.1
A Linguagem Literária e a Não Literária
Publicitário e Propagandístico
É necessário entender que existem as linguagens
Esses textos têm como objetivo promover um pro- literária e a não literária, que são bem diferentes entre
duto ou uma ideia, utilizando linguagem persuasiva e si. Seguindo o conceito, a linguagem literária é emoti-
sendo vinculados em meios de comunicação de massa va, sentimental e abarca as figuras de linguagem e o
e nas ruas, em outdoors e panfletos, por exemplo. sentido conotativo das palavras. Ou seja, apresenta o
Costumam utilizar linguagem verbal e não verbal, fantástico que precisa ser descoberto através de uma
com textos simples e facilmente compreensíveis pelo leitura atenta. Já a linguagem não literária se refere
público que jogam com o criativo, irônico e humorístico. à transmissão de saberes e da informação no âmbito
Acompanhe o exemplo a seguir, que utiliza o das necessidades da comunicação social. Você pode
humor e a polissemia da palavra “gato”: encontrá-la na ciência, na técnica, no jornalismo e na
conversação entre os falantes.
BANHO E TOSA Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as
Aqui o seu cão sai um gato!2 duas formas:
Normativo
LINGUAGEM LINGUAGEM NÃO
LITERÁRIA LITERÁRIA
São textos que trazem regras, normas, para reger
uma atividade ou um grupo. Devem possuir lingua- Intralinguística Extralinguística
gem direta e impessoal. Exemplos: leis, regimentos
internos, decretos. Veja o exemplo a seguir, retirado Ambígua Clara/exata
da Constituição Federal de 1988:
Conotação Denotação
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada Sugestão Precisão
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- Transfiguração da
crático de Direito e tem como fundamentos: Realidade
realidade
I - a soberania;
II - a cidadania; Subjetiva Objetiva
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia- Ordem inversa Ordem direta
tiva; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
tamente, nos termos desta Constituição. TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA
permitir uma interpretação direta do conteúdo. Esta Finalizadas com ponto de exclamação, expressam
emoções intensas, de diversos tipos. Exemplos:
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Não acredito!
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Divinatório
Que horror!
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1 SOARES, R. Texto Informativo – O que é, características, estrutura, exemplos e modelos. Escola Educação, 2019. Disponível em: https://escolae-
ducacao.com.br/texto-informativo/. Acesso em: 15 dez. 2022.
2 CARVALHO, P. 6 imagens que mostram que a propaganda é a alma de qualquer negócio. Quero Bolsa, 2022.Disponível em: https://querobolsa.
com.br/revista/6-imagens-que-mostram-que-a-propaganda-e-a-alma-de-qualquer-negocio. Acesso em: 15 dez. 2022.
3 FERRARI, E. Previsões do signo de Capricórnio. Terra, 2022. Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricor-
24 nio/. Acesso em: 14 dez. 2022.
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IMPERATIVAS SUBSTITUIÇÃO
Expressam ordem, pedido ou conselho. Utilizam A substituição pode ser realizada por meio de
verbos no imperativo e também podem ser afirmati- recursos como sinônimos, antônimos, locução ver-
vas ou negativas. Exemplos: bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
Fique aqui. conectivos, dentre outros.
Não fique aqui.
Entregue isso. Sinônimos
Locução Verbal
z Caminhar: caminho;
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Além disso, até mesmo uma vírgula pode mudar o z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno-
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ser observadas.
pr
tante observar os tempos verbais empregados e a É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
ordem das palavras também. sagem do enunciado.
Após a reescrita, as frases precisam: Exs.:
LÍNGUA PORTUGUESA
z manter o significado original; z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito
z manter a coesão; por mim.
z não expressar opinião que não esteja na frase
original; Palavra por Locução Correspondente
z respeitar a sequência das ideias apresentadas no
texto original. Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu-
ção que corresponda a ela, ou vice-versa.
Há algumas maneiras de rescrever um texto. Des- Ex.:
tacaremos aqui o deslocamento dos enunciados e a
substituição de palavras ou trechos. z O amor materno é singular / O amor de mãe é
singular. 25
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Conectivos com mesmo Valor Semântico Para reescrever frases utilizando o deslocamen-
to, é necessário observar se há mudança de sentido
Os conectivos são palavras ou expressões que têm e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo
a função de ligar os períodos e parágrafos do texto. modo, para analisar uma questão de reescritura, é
Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou necessário observar qual elemento foi deslocado e
advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem se esse deslocamento provocou mudança de sentido
uma relação entre os termos conectados. ou inadequação gramatical.
Por meio da substituição de conectivos, é possí- É possível deslocar os seguintes termos em uma
vel modificar e reescrever um trecho sem que haja oração:
mudança de sentido.
Adjunto Adverbial
Deslocamento Substituição
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possivelmente; mo sentido
z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma. Antes Antes
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Ex.: Dessa forma, todos po- Ex.: Dessa forma, todos po-
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci- deremos ir juntos ao local do deremos ir juntos ao local do
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Deslocamento é o recurso utilizado para reescre- Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado
ver determinado trecho, que se baseia em modificar tanto a questões de concursos quanto à produção de
de lugar determinados termos. Ou seja: um termo redações e textos diversos.
que estava no início pode ir para o final do texto e Nas questões, é necessário analisar as opções
vice-versa. dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir: gramaticalmente correta e o sentido original do tex-
to esteja presente, sem mudanças na compreensão.
z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Boechat; Já nas redações, a reescrita é essencial para cor-
z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São rigir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxi-
26 Paulo. lia, também, para poder utilizar o texto-base como
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subsídio para a escrita, fazendo modificações de z “Não só corrigiu os erros e ajudou a todos” (a cor-
alguns trechos e adaptando-os para a sua escrita. relação não só estabelece que o complemento seja
mas/como também);
PARALELISMO z “Lamentei não ter feito nada pelo cãozinho e que
ele saísse tão humilhado” (mistura de orações
Paralelismo é o estudo do uso adequado de estru- reduzida e desenvolvida);
turas sintáticas e semânticas na língua portuguesa. z “Aspirei e gostei do ar” (o verbo aspirar é regido
Um texto deve ser compreendido como um todo coe- pela preposição “a”, diferente do verbo gostar).
rente e coeso; dessa forma, as ideias debatidas devem
ser apresentadas relacionando-se entre si e mantendo PARALELISMO SEMÂNTICO
a devida correspondência.
Ao organizar as ideias por meio de palavras, as Assim como o paralelismo deve ser mantido entre
normas da gramática normativa prescrevem que termos equivalentes, ele deve também ser observado
devemos coordenar frases que tenham os mesmos entre as ideias do texto, a fim de garantir a coerência
tipos de constituintes, assim, correlacionando adje- global do conteúdo.
tivos com adjetivos; substantivos com substantivos; Para cumprir com a organização das ideias tex-
termos preposicionados com termos preposicionados; tuais, o conteúdo deve ser apresentado de forma
orações desenvolvidas com orações desenvolvidas etc. coerente; nesse aspecto, o paralelismo tem função
Dessa forma, tornam-se errados os seguintes primordial.
exemplos, por quebra de paralelismo sintático: Ex.: Encontrei duas pessoas na rua: uma era sua
Ex.: “Tenho uma prima inteligente e que tem irmã, a outra estava de muletas.
muito dinheiro.” A frase acima desrespeita o paralelismo, pois não
“Leio para me informar e porque objetivo me se direciona o enunciado para saber sobre o estado
tornar mais inteligente.” físico das pessoas encontradas na rua, mas sim sobre
A primeira oração quebra o paralelismo sintático, possíveis parentescos entre elas e o falante.
pois mistura constituintes diferentes, apresentando Para que as frases apresentem uma boa estrutura
um adjetivo e uma oração adjetiva. Devemos sempre paralela, é preciso buscar uma coordenação entre as
manter a relação de paralelo entre os constituintes, a ideias defendidas no texto.
forma correta é: “Tenho uma prima inteligente e rica.”
A seguir, apresentamos algumas estruturas com o
A segunda oração quebra o paralelismo pelo mes-
paralelismo semântico prejudicado e algumas suges-
mo motivo, pois apresenta constituintes diferentes;
tões de correção.
primeiro uma oração reduzida seguida de uma ora-
ção desenvolvida. Para manter o paralelismo, deve-
z O coronel da polícia militar fez duas operações: a
mos manter um único tipo de oração: “Leio para me
primeira no Morro do sacramento, a segunda no
informar e para me tornar mais inteligente”.
pulmão. (errado)
Motivo: As ideias não mantêm relação de coorde-
PARALELISMO SINTÁTICO
nação. O correto seria relacionar dois locais ou
dois órgãos.
O paralelismo sintático observa as relações entre
O coronel da polícia militar fez uma operação no
os constituintes das orações, que devem manter uma
Morro do sacramento, posteriormente, passou por
estrutura semelhante, como vimos nos exemplos
uma cirurgia no pulmão. (correto);
anteriores.
0
(errado)
78
ro e o tipo de combustível.
73
um horário de estudos”;
-4
dou a todos”;
pr
� Correlação de valor alternativo: ou...ou; quer... mos a seguir as regras sobre seus usos.
quer; seja...seja.
Ex.: “Seja na alegria, seja na tristeza, estarei ao seu Uso de Vírgula
lado”.
LÍNGUA PORTUGUESA
ou adjunto adnominal:
78
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
.8
professor para a feira. (errado); Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
u
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada)
u
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”; Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
-1
metros em 20 segundos!!!
32
Reticências parênteses):
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
u
pr
Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone: grantes (complemento verbal, complemento nominal
.2
� Nos endereços:
32
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
Ex.: /s/. da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
u
pr
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
os grandes grupos de palavras existentes na língua, � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- pelo verbo;
pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, � O termo que pode ser substituído por um pronome
30 nós construímos um painel morfológico. do caso reto;
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� O termo com o qual o verbo concorda. Simples: quando há apenas um núcleo.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
da COVID-19. Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa;
No exemplo anterior a população é: Composto: quando há dois núcleos ou mais.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Núcleos: sons, cores.
rou pela compra da vacina); Sujeito composto: Os sons e as cores;
z O elemento que pratica a ação de implorar; Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
z O termo que pode ser substituído por um pronome Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)
do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.) z Indeterminado: quando não é possível identificar
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
Núcleo do Sujeito Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do por um índice de indeterminação do sujeito, a
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal por- partícula “se”.
que é a respeito dela que o predicado diz algo. O núcleo
indica a palavra que realmente está exercendo determi- Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
nada função sintática, que atua ou sofre a ação. O núcleo não se referindo a nenhuma palavra determi-
do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra nada no contexto.
com valor de substantivo, ou pronome.
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.
Entende-se que alguém passou cedo;
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. Colocando-se verbos (intransitivos, transitivos
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
diretos ou de ligação) sem complemento dire-
Sujeito: O povo
to na 3ª pessoa do singular acompanhados do
Núcleo do sujeito: povo
pronome se, pronome que atua como índice de
z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
indeterminação do sujeito.
de dois ou mais termos.
As luzes e as cores são bem visíveis. Ex.: Não se vê com a neblina.
Sujeito: As luzes e as cores Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Núcleo do sujeito: luzes/cores condição.
Basta de confusão.
-1
Tipos de Sujeito
-4
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
u
ce a ação na frase;
pr
a um predicativo do sujeito).
Objeto direto 2: outras
78
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ocorre quando há dois núcleos significativos:
mas um estado momentâneo ou permanente que um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
o predicativo do sujeito; transitivo, predicativo do objeto).
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Verbo intransitivo: parou
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: O garoto está bastante feliz. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Verbo de ligação: está. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Predicativo do sujeito: bastante feliz. considerado predicativo do sujeito.
Ex.: Seu batom é muito forte. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo de ligação: é. Verbo intransitivo: marchou
32 Predicativo do sujeito: muito forte. Predicativo do sujeito: desorientado
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No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. pronome relativo que.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
do de Assis) esse algo é o objeto direto)
Verbo transitivo direto: achou Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Objeto direto: o raciocínio feminino definido)
Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza z Objeto direto preposicionado
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
concluir que temos um caso de predicativo do obje- preposição no seu complemento, algumas palavras
to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é requerem o uso da preposição para não perder o sen-
o sujeito. tido de “alvo” do sujeito.
O que é o predicativo do objeto? Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
É o termo que confere uma característica, uma facultativos.
qualidade, ao que se refere.
A formação do predicativo do objeto se dá por um Exemplos com ocorrência obrigatória de
adjetivo ou por um substantivo. preposição:
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. Não entendo nem a ele nem a ti.
Predicativo do objeto: proveitoso Respeitava-se aos mais antigos.
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Predicativo do objeto: vitoriosa Amavam-se um ao outro.
Para facilitar a identificação do predicativo do “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
feita.” (Ciro dos Anjos).
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Exemplos com ocorrência facultativa de
fica é relacionar o predicativo ao nome.
preposição:
O filme foi proveitoso.
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
Ela era vitoriosa.
le templo.
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre- A escultura atrai a todos os visitantes.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de Não admito que coloquem a Sua Excelência num
ligação (foi e era, respectivamente). pedestal.
Ao povo ninguém engana.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
estruturas para torná-las completas. De acordo com sente para indicar parte de um todo, quando assim
a gramática da língua portuguesa, esses termos são for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
divididos em: bebeu uma porção da água, e não ela toda.
transitivos diretos e transitivos indiretos. Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
.2
Andrade)
73
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom- z Objeto direto interno: representado por palavra
.8
panhado de preposição.
Ex.: Examinei o relógio de pulso. mesmo significado.
-4
É o complemento de um verbo na voz passiva ana- z Tempo: Quero que ele venha logo.
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
raramente, da preposição de. z Modo: O dia começou alegremente.
0
ra básica da oração, são importantes para compreen- z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
são do enunciado porque trazem informações novas.
u
Esses termos são chamados acessórios da oração. z Negação: Não permitirei que permaneça aqui.
u
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes
34 ficaram esquecidos no quarto. ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
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identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apontar Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente.
algo, alguém ou um fato. (advérbios, aposto do adjunto adverbial de modo).
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma z Diferença de aposto especificativo e adjunto
bicicleta. adnominal: normalmente, é possível retirar a
Aposto: filha de D. Raimunda preposição que precede o aposto. Caso seja um
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran- adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
des obras. fica prejudicada.
Aposto: Machado de Assis. Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
Classifica-se nas seguintes categorias: (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
O clima de Fortaleza é quente.
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. (adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);
Separa-se do substantivo a que se refere por uma z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
dois-pontos. adjetivo.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
ontem, acabaram de voltar de férias. (predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad-
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos; jetivo)
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que Homem desesperado, João sempre perde o controle.
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante- (aposto; núcleo: homem – substantivo).
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e Vocativo
riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, pre- O vocativo é um termo que não mantém relação
conceito, antipatia e arrogância; sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para
resumir termos anteriores. É expresso, normalmen- chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese-
te, por um pronome indefinido. ja se comunicar. É um termo independente, pois
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos não faz parte da estrutura da oração.
estavam empolgados com a feira. Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bis- consulta.
sau, países africanos onde se fala português; Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
rumo; vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
� Circunstancial: exprime uma característica outro termo da oração.
circunstancial. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crian-
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas ças.
apropriadas; O aposto se relaciona sintaticamente com outro
� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um termo da oração.
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é im-
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por pecável.
substantivos próprios. Sujeito: a cozinha de Lufe.
0
preocupação.
-4
Adj. Adverbial
DISCURSO INDIRETO
Faleceu, em São Paulo, o jornalista.
Neste discurso, o narrador traz, em suas palavras,
Verbo Sujeito
as falas das personagens.
Características:
Note que o verbo foi colocado na primeira posição, para
receber destaque, ou seja, a ênfase está no verbo falecer. z É introduzido por um verbo de elocução;
A ordem inversa pode ser usada para: z Logo após há um termo (geralmente “que”), que
mostra a mudança da voz do narrador para a men-
z Mudar a intenção do discurso. Ex.: sagem da personagem;
z Não há mudança de linha ou de parágrafo, o texto
“Certo homem” = um homem qualquer; corrido;
“Homem certo” = um homem específico e certo z O discurso em si está na terceira pessoa do discur-
dentro de um contexto.
0
“Uma mulher bela” = o adjetivo bela caracteri- direto para o indireto ou do indireto para o direto, há
-4
za o substantivo mulher, mas não possui tanto mudanças principalmente nos verbos, e elas devem
u
enfoque quanto no exemplo anterior. ser observadas para manter a correção gramatical.
pr
u
subjuntivo
78
pretérito
73
imperativo passa para imperfeito do pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém
já disse que em país algum se fala uma língua só, há
.8
subjuntivo
32
DISCURSO DIRETO MUDANÇA mal e padrão informal; cada um desses tipos apresenta
pr
INDIRETO
suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
frases interrogativas frases
passam para
(?) declarativas (.)
PADRÃO FORMAL
LÍNGUA PORTUGUESA
4 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/. Acesso em:
28 mar. 2022. 37
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Norma Padrão z Variação diafásica ou estilística
A norma padrão diz respeito às regras organizadas A variação diafásica, como ocorreu com a diató-
nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras pica e com a diastrática, pode ser também fonética,
e preceitos que devem ser respeitados na utilização lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não
da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs- por morar em determinado lugar nem porque todos
trato, tendo em vista que também considera fatores de sua camada social usem, é usar a variação diafá-
sociais, como a norma culta. sica fonética. Um padre, em um momento de descon-
tração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
Língua Formal representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a
variação diafásica lexical. E, finalmente, um advo-
A língua formal não está, diretamente, associada a gado dizer “Encontrei ele”, também em momento
padrões sociais; embora saibamos que a influência social de descontração, no lugar de “Encontrei-o” é usar a
exerce grande poder na língua, a língua formal busca for- variação diafásica sintática.
malizar em regras e padrões as suas normas a fim de esta-
belecer um preceito mais concreto sobre a linguagem.
VARIAÇÃO DIAFÁSICA
PADRÃO INFORMAL Mudança no som, como
veio (pronúncia com E aber-
Coloquialismo Diafásica fonética to) e more (pronúncia com
E fechado, assemelhando-
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné- -se quase a pronúncia de i)
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que Ocorre em contextos de
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. informalidade, em que há
Diafásica lexical mais liberdade para usar
Oralidade gírias e expressões lexicais
diferentes
A oralidade marca as maneiras informais de se Ocorre com a alteração
comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela Diafásica sintática dos elementos sintáticos,
norma formal, e, por isso, são chamadas de registros ocasionando erros
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali-
zados apenas pela linguagem oral. z Variação diacrônica
em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, interior; também é comum o uso de interjeições, reti-
no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa cências, ponto de exclamação e interrogação para
variação denominamos diatópica lexical, já que lexi- reforçar a expressividade do emissor. Essa função é
cal significa algo relativo ao vocabulário. comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
narrativas de teor romântico ou dramático.
z Variação diastrática ou sociocultural
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA
A variação diastrática, como também ocorre com
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, Tem como objetivo convencer e influenciar o com-
dependendo do que seja modificado pelo falar do indi- portamento do receptor da mensagem. Essa função
víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês
variação diastrática fonética. Usar “presunto” no (explícitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
lugar de corpo de pessoa assassinada é variação dias- formas verbais no imperativo que expressam ordem,
trática lexical. E falar “Houveram menas percas” no sugestão, apelo etc. Essa função é predominante em tex-
lugar de “Houve menos perdas” é variação diastráti- tos publicitários, propagandas, horóscopos, manuais de
38 ca sintática. advertências, tutoriais etc.
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FUNÇÃO REFERENCIAL
CONTEXTO/REFERENTE
Essa função serve para estabelecer ou interromper a z Emissor: quem formula a mensagem para enviar.
comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em O emissor pode ser uma “pessoa” ou o eu-lírico,
expressões de cumprimento, saudações, discursos etc. uma empresa, uma instituição; é quem estabelece
a intencionalidade da mensagem;
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM z Receptor: recebe a mensagem do emissor;
z Mensagem: trata-se da mensagem propriamente
Acontece quando a linguagem é usada para expli- dita, o que foi comunicado;
car a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor z Canal: é o meio através do qual a mensagem é
explica o código utilizando o próprio código. Na cate- transmitida;
goria de textos, merecem destaque as gramáticas e os z Referente: trata-se do contexto e do assunto sobre
dicionários. o qual trata a mensagem;
z Código: é o sistema linguístico utilizado para pro-
FUNÇÃO POÉTICA duzir a mensagem. No caso das mensagens em lín-
gua portuguesa, o código é a própria língua.
Preocupa-se com a maneira como a mensagem
será transmitida. Essa função, embora seja comum
em poesias, também pode ser encontrada em slogans
publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE
ritmo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o PALAVRAS
sentido da mensagem que se quer passar ao receptor,
que a interpreta de maneira subjetiva. INTRODUÇÃO
isoladamente: o mais comum é que em um texto significado de antever, podemos inferir que esse ter-
-1
ELEMENTOS DOS ATOS DE Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nos-
-4
elementos. O linguista Jakobson estudou esse proces- Porém, precisamos ter consciência de que nem todo
so e entendeu que, para que a comunicação ocorra, contexto é apropriado para o uso de novas estruturas
são necessários alguns elementos que compõem este vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os
processo. A partir dessa teoria, cada elemento está processos de formação de palavras e as consequências
LÍNGUA PORTUGUESA
associado a uma função da linguagem. dessas novas constituições, focando nesse conteúdo;
O esquema a seguir mostra a relação que cada um sempre cobrado pelas bancas mais exigentes.
desses elementos exerce dentro do contexto da emis-
são de uma mensagem. Após uma visualização aten- ESTRUTURA DAS PALAVRAS
ta, conheceremos, de modo mais detalhado, cada um
desses elementos, a fim de compreender suas funções Radical e Morfema Lexical
dentro do processo comunicativo.
As palavras são formadas por estruturas que, uni-
das, podem se modificar e criar novos sentidos em
contextos diversos. Os morfemas são as menores uni-
dades gramaticais com sentido da língua. Para iden-
tificá-los é preciso notar que uma palavra é formada 39
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por pequenas estruturas. Para isso, podemos imaginar Exs.:
que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça In: infeliz.
no qual podemos juntar outra peça para formar uma Anti: antipatia.
estrutura maior; porém, se você já montou um que- Pós: posterior.
bra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as Bi: bisavô.
peças arbitrariamente, é preciso buscar aquelas que Contra: contradizer.
se encaixam. z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste-
Assim, como falantes da língua, reconhecemos rior do radical.
essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois, Exs.:
a todo momento estamos aptos a criar novas pala- mente: Felizmente.
vras a partir das regras que o sistema linguístico nos dade: Lealdade.
oferece. eiro: Blogueiro.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o ista: Dentista.
surgimento de novos vocábulos a partir de “peças” gudo: Narigudo.
existentes na língua, algumas misturando termos de
outras línguas com morfemas da língua portuguesa É importante destacar que essa pequena amostra,
para a formação de novas palavras, como: bloguei- listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue-
ro (blogger), deletar (delete); já algumas palavras sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que
ganham novos morfemas e, consequentemente, novas você tenha consciência do quão rico é o processo de
acepções nas redes sociais como, por exemplo, biscoi- formação de palavras por afixos.
teiro, termo usado para se referir a pessoas que bus- Além disso, não é interessante que você decore esses
cam receber elogios nesse ambiente. morfemas derivacionais, mas que você compreenda
As peças do quebra-cabeças que formam as pala- o valor semântico que cada um deles estabelece na
vras da língua portuguesa possuem os seguintes língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados,
nomes: comumente, para criar uma relação com o ambiente
profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro,
Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Consoantes e Vogais de Ligação Os sufixos costumam mudar mais a classes das
palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos
O radical, também chamado de semantema, é o vocábulos.
núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
se anexam os demais morfemas, criando as palavras Desinências ou Morfemas Flexionais
derivadas. Devido a essa importante característica, o
radical é também conhecido como morfema lexical, Os morfemas flexionais, mais conhecidos como
pois se trata da significação própria dos vocábulos, desinências, são os mais estudados na língua portu-
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti- guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
do propriamente dito. estruturas no singular e no plural, os verbos em tem-
Alguns exemplos de radicais: pos e conjugações e as relações de gênero em femini-
Ex.: pastel – pastelaria – pasteleiro; no e masculino.
pedra – pedreiro - pedregulho; Para facilitar a compreensão, podemos dividir os
Terra – aterrado – enterrado - terreiro. morfemas flexionais em:
0
Não confunda:
Afixos ou Morfemas Derivacionais
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
u
pr
40 5 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero).
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Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju-
gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou FORMAÇÃO DE PALAVRAS
3º conjugação: DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
Exs.:
� Prefixal � Justaposição
Amar – 1º conjugação;
� Sufixal � Aglutinação
Comer – 2º conjugação;
� Prefixal e sufixal
Partir – 3º conjugação.
� Parassintética
É importante não se confundir: a vogal temática
� Regressiva
não existe em palavras que apresentam flexão de
� Imprópria ou conversão
gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma
desinência e não uma vogal temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja Como é possível notar, os dois processos de forma-
(essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis- ção de palavras são a derivação e a composição. As
te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá palavras formadas por processos derivativos apresen-
ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s. tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas agora!
não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
Tema
As palavras formadas por processos de derivação
O tema é a união do radical com a vogal temática. são classificadas a partir de seis categorias:
A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá z Prefixal ou prefixação;
apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras z Sufixal ou sufixação;
que não apresentem vogal temática também não irão z Prefixal e sufixal;
possuir tema. z Parassintética ou parassíntese;
Exs.: z Regressiva;
Vendesse – tema: vende; z Imprópria ou conversão.
Mares – tema: mare.
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada
Vogais e Consoantes de Ligação uma dessas classes e identificar as peculiaridades de
cada uma.
As consoantes e vogais de ligação têm uma função
eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de Derivação Prefixal
palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais
de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên- Como o próprio nome indica, as palavras forma-
cias, aquelas facilitam a pronúncia. das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
Exs.: mo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Gas - ô - metro; Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho-
Alv - i - negro; mem; infeliz; refazer.
Tecn - o - cracia; Pré-vestibular: prefixo pré-;
Pe - z - inho; Disposição: prefixo dis-;
0
Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
.8
Derivação Sufixal
32
Paris - i - ense;
-4
Gira - s - sol;
Legal - i - dade. De maneira comparativa, podemos afirmar que a
u
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
u
A partir do conhecimento dos morfemas que auxi- mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria.
liam o processo de ampliação das palavras da língua, Lealdade: sufixo -dade;
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for- Francesa: sufixo -esa;
LÍNGUA PORTUGUESA
Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos as palavras envolvidas conservam sua autonomia
são mais comuns no processo de formação de deter- morfológica, permanecendo a tonicidade original
minadas classes gramaticais, vejamos: de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz
de conta, navio-escola, malmequer;
z Sufixos nominais: originam substantivos, adjeti- z Composição por aglutinação: na formação de
vos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço; palavras por aglutinação, há mudanças na toni-
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, cidade dos termos envolvidos, que passam a ser
-izar, -ar; subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró-
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: leo (petra + óleo); aguardente (água + ardente);
-mente. vinagre (vinho + agre); você (vossa + mercê).
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a Agora que já conhecemos os processos de forma-
seguir que podem auxiliar na compreensão do proces- ção de palavras, precisamos identificar as palavras
que são compostas e as palavras que são derivadas.
42 so de formação de palavras. Novamente, alertamos que
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente
etc.; Importante!
z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen
das palavras compostas por justaposição com
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir
de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras um termo de ligação. Assim, palavras como Pé
que detêm a raiz com sentido lexical independente. de moleque, que antes contavam com o hífen,
São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc. agora já não utilizam mais. Porém, não foram
A partir das palavras primitivas, o falante pode todas as palavras justapostas que foram atin-
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala- gidas pela reforma; palavras justapostas que
vras derivadas, assim chamadas pois derivam de um designam plantas ou bichos ainda são escritas
dos seis processos derivacionais. com hífen. Ex.: cana-de-açúcar; pimenta-do-rei-
Já as palavras compostas guardam a independên- no; castanha-do-Pará; João-de-barro; bem-te-vi;
cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala- porco-da-Índia.
vras para a formação de um novo sentido.
z Cód.: Código;
78
z Out.: Outubro;
73
nado em vogal seguido de palavra iniciada por R Já a abreviação reduz foneticamente a palavra,
-4
z Moto: motocicleta;
pr
ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; A sigla é um tipo de abreviatura formada pelas letras
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice- iniciais das palavras, principalmente títulos de determi-
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea- nada instituição. São exemplos de siglas no Brasil:
no; recém-nascido; sem-teto;
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas z ONU: Organização das Nações Unidas;
a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam z ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas;
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano; z CNPq: Conselho Nacional de Pesquisa;
z Também devemos empregar hífen em palavras z FMI: Fundo Monetário Internacional;
formadas pelos sufixos de origem tupi-guara- z UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro;
ni, como Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; z STF: Supremo Tribunal Federal;
capim-açu. z ABL: Academia Brasileira de Letras;
43
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z CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura; z D
z IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
D.: Dom, Dona;
Algumas são originárias de outras línguas, princi- D.ª: Dona;
palmente do inglês, e, quando utilizadas com frequên- d.C.: depois de Cristo;
cia, acabam substituindo a própria palavra da qual DDD: Discagem Direta à Distância;
são originadas, como, por exemplo: DD.: digníssimo;
DF: Distrito Federal;
z LASER: Light Amplification by Stimulated Emission Dm: decímetro(s);
of Radiation (Amplificação da Luz por Emissão DNER: Departamento Nacional de Estradas de
Estimulada de Radiação); Rodagem;
z Unesco: United Nations Educational, Scientific and Dr.: Doutor;
Cultural Organization (Organização das Nações Dr.ª: Doutora;
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); Dz.: dúzia (s).
z W.C.: water-closet (banheiro, sanitário).
z E
Se a sigla tiver mais de três letras e puder ser pro-
nunciada como uma palavra, apenas a inicial será Ed.: edição;
escrita em letra maiúscula: E.D.: espera deferimento;
Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica;
z Detran: Departamento Estadual de trânsito; Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações;
z Embrapa: Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária; ES: Espírito Santo (Estado do);
z Bovespa: Bolsa de Valores do Estado de São Paulo; Etc.: et cetera (e outras coisas);
z Embraer: Empresa Brasileira de Aeronáutica; EUA: Estados Unidos da América;
z Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações. Ex.: exemplo;
Exmo.: Excelentíssimo;
Glossário de Abreviaturas, Abreviações e Siglas Ex.ª: Excelência.
z A z F
g: grama(s);
-1
z B
Gen.: general;
78
contra a tuberculose);
32
Hab.: habitante.
u
z C
pr
z I
Cap.:capítulo; caps. = capítulos;
CBF: Confederação Brasileira de Futebol; IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
c/c: onta corrente; id.: idem (o mesmo);
CE: Ceará (Estado do); Ilma.: Ilustríssima;
Cent.: centavo; Ilmo.: Ilustríssimo;
CEP: Código de Endereçamento Postal; I.N.R.I.: Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (Jesus
Cf. ou cfr.: confira, confronte, compare; Nazareno, Rei dos Judeus);
Cia.: Companhia; INSS: Instituto Nacional de Seguro Social;
Cit.: citação, citado(s), citada(s); Ir.: Irmão, Irmã.
Cm: centímetro(s);
CNP: Conselho Nacional de Petróleo; z J
Cód.: código;
CPF: Cadastro de Pessoa Física; Jan.: janeiro;
Créd.: crédito; Jul.: julho;
44 Cx.: Caixa. Jun.: junho.
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z K pl.: plural;
p.p.: por procuração; próximo passado;
K: Kallium (potássio, elemento da tabela periódica); PR: Paraná (Estado do);
Kg: quilograma(s); Prof.: professor;
Km: quilômetro(s); Prof.ª: professora;
Km²: quilômetro(s) quadrado(s); P. S.: post scriptum (depois do escrito).
Kw: quilowatt.
z Q
z L
ql.: quilate(s).
l: litro (s);
L: Leste; z R
lat.: latitude/latim;
lb.: libra(s); R.: rua;
long.: longitude; Rem.te: remetente;
Ltda., Lt.da: limitada (comercialmente). Rev.mo: Reverendíssimo;
RJ: Rio de Janeiro (Estado do);
z M RN: Rio Grande do Norte (Estado do);
RO: Rondônia (Estado de);
m: metro(s); RR: Roraima (Estado de);
m²: metro(s) quadrado(s); RS: Rio Grande do Sul (Estado do).
m³: metro(s) cúbico(s);
m ou min: minuto(s); z S
MM.: Meritíssimo;
MA: Maranhão (Estado do); S.: São, Santo (a), Sul;
MW: megawatt(s); S.A.: Sociedade Anônima;
MG: Minas Gerais (Estado de); SC: Santa Catarina (Estado de);
mg: miligrama; s.d.: sem data;
ml: mililitro(s); SE: Sergipe (Estado de);
MS: Mato Grosso do Sul (Estado de); séc.: século;
MT: Mato Grosso (Estado de). Senac: Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial;
z N S.O.: Sudoeste;
S.O.S.: save our souls (literalmente: “salvai
nº.: número; nossas almas”, pedido de socorro enviado por
N.: Norte; navios e aviões);
Nac.: nacional; SP: São Paulo (Estado de);
Sr.: Senhor;
N.E.: Nordeste;
Srs.: Senhores;
N.O.: Noroeste;
Sr.ª: Senhora;
Nov.: novembro;
Sr.ªs: Senhoras;
N. Sr.ª: Nossa Senhora;
Srta: Senhorita.
N. da E.: Nota da Editora;
0
-1
z O
Tel.: telefone, telegrama;
73
O.: Oeste;
32
TV: televisão.
obs.: observação, observações;
-4
pág.: página;
págs.: páginas; z V
PA: Pará (Estado do);
pal.: palavra(s); V: volt;
PB: Paraíba (Estado da); V.: você;
P.D.: pede deferimento; V.S.ª: Vossa Senhoria;
p.ex.: por exemplo; V.S.ªs: Vossas Senhorias;
PE: Pernambuco (Estado de); V. Ex.ª: Vossa Excelência.
Pe.: padre;
P.F.: por favor; z W
pg.: pago;
PI: Piauí (Estado do); W: watt (uote);
PIS: Programa de Integração Social; W.C.: water-closet (banheiro, sanitário). 45
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z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
CLASSES DE PALAVRAS série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
SEMÂNTICOS E TEXTUAIS DE SUBSTANTIVOS, qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, Ele ganha o triplo no novo emprego;
VERBOS, ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES E z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
INTERJEIÇÕES nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
Introdução recebeu metade do pagamento.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for- Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos e quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
suas funções. Dúzia: conjunto de doze unidades;
Analogamente, para compreender bem as funções Novena: período de nove dias;
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, pre- Década: período de dez anos;
cisamos conhecer como essa forma se classifica e como Século: período de cem anos;
se organiza. Bimestre: período de dois meses.
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as for-
mas das palavras na morfologia, que organiza as classes Um: Numeral ou Artigo?
das palavras em dez categorias. A seguir, estudaremos
detalhadamente cada uma delas e também veremos um A forma um pode assumir na língua a função de
“bônus” para seus estudos: as palavras denotativas, artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
atualmente, muito cobradas por bancas exigentes. podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. Observe:
ARTIGOS
z Durante a votação, houve um deputado que se
Os artigos devem concordar em gênero e número posicionou contra o projeto;
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
minantes dos substantivos. cionou contra o projeto.
Essa classe está dividida em artigos definidos e
artigos indefinidos. Os definidos funcionam como Na primeira frase, podemos substituir o termo um por
determinantes objetivos, individualizando a palavra, uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e o senti-
já os indefinidos funcionam como determinantes do será mantido, pois o que se pretende defender é que a
imprecisos. espécie do indivíduo que se posicionou contra o projeto é
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — um deputado e não uma deputada, por exemplo.
um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
indefinidos. Assim, temos: pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
deputado, marcando a quantidade.
z Artigos definidos: o, os; a, as; Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
0
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
-1
z a + a = à; pela gramática.
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
u
z de + a = da.
pr
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma mel
-1
z Epicenos: designam geralmente animais que apre- plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas
.8
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho Contudo, há substantivos que admitem até três
-4
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça formas de plural, como os seguintes:
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
u
pr
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
LÍNGUA PORTUGUESA
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
73
estudo:
.8
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as z Luz da lua / lunar;
pr
rengo etc.;
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
.8
Variação de Grau
pr
amarelo-ouro etc.
u
pr
Adjetivos Pátrios
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercia-
lizavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos
em nosso país.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
50 advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
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As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
0
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
-1
78
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
.2
73
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
.8
Dica
u
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa. 51
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Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
0
Palavras Denotativas
-1
78
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
.2
73
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
52 nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
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PRONOMES Não devemos usar pronomes do caso reto como
objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”.
Pronomes são palavras que representam ou acom- Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é pos-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função sível usar os pronomes do caso reto como comple-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- mento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos
vra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefini- “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
ção, quantidade, localização no tempo, no espaço e no Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei ape-
meio textual, entre outras funções. nas ela na festa.
Os pronomes exercem papel importante na análi- Após a preposição “entre”, em estrutura de recipro-
se sintática e também na interpretação textual, pois cidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
colaboram para a complementação de sentido de ter- Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
mos essenciais da oração, além de estruturar a orga-
nização textual, contribuindo para a coesão e também Pronomes de Tratamento
para a coerência de um texto.
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Pronomes Pessoais sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- apresentam algumas peculiaridades importantes:
curso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais infor-
mações sobre eles: z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à
2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a
PRONOMES DO PRONOMES DO esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
PESSOAS do singular.
CASO RETO CASO OBLÍQUO
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
1ª pessoa do Me, mim,
Eu z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à
singular comigo
3ª pessoa).
2ª pessoa do Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri-
Tu Te, ti, contigo
singular bunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
3ª pessoa do Se, si, consigo
Ele/Ela Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
singular o, a, lhe
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for-
1ª pessoa do
Nós Nos, conosco mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso
plural
e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
2ª pessoa do Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
Vós Vos, convosco
plural ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
3ª pessoa do Se, si, consigo reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
Eles/Elas zes, reis, clérigos, entre outras.
plural os, as, lhes
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
Os pronomes pessoais do caso reto costumam sociais que designam:
substituir o sujeito.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquidu-
0
to direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: respectivos femininos;
-4
Informei-o sobre todas as questões; z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos gra-
u
pr
lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
u
podem ser regidos por preposição e que os pronomes Os exemplos apresentados fazem referência a pro-
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblí- nomes de tratamento e suas respectivas designações
quos, dependendo da função que exercem. sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de da Presidência da República. Portanto, essas designa-
preposição e costumam ter função de complemento: ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne-
ro textual abordado for um gênero oficial.
z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
(plural);
z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
(plural); tamento é importante destacar que o plural de
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
ela(s). como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na 53
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maioria das abreviaturas terminadas com a letra discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
tíssimo Juiz; z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
blica nunca deve ser abreviado. z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
A palavra bastante frequentemente gera dúvida Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
.8
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- � Referência a um tempo muito remoto, um passa-
32
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- tas abertas. Bons tempos aqueles!
pr
Ex.: Elas são bastante famosas. Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
pr
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente � Referência ao espaço textual, indicando o pri-
ao termo “suficiente”. meiro termo de uma relação expositiva.
Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
a festa. riu beber chá; aquela, refrigerante.
z Bastante (pronome indefinido): concorda com
o substantivo, indicando grande, porém incerta, Dica
quantidade de algo.
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros. O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
ção demonstrativa referencial. Veja:
Pronomes Demonstrativos Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
esqueceu de preencher o gabarito.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição Correto: O candidato fez a prova, porém esque-
e apontam elementos a que se referem as pessoas do ceu de preencher o gabarito.
6 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
54 quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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Pronomes Relativos Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”
Uma das classes de pronomes mais complexas, os e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
pronomes relativos têm função muito importante na do em substituição a outros pronomes relativos,
língua, refletida em assuntos de grande relevância sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, guísticos, como o “queísmo”.
é essencial conhecer adequadamente a função desses Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. guém se lembra.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- textual, desfazendo estruturas ambíguas.
nado anteriormente) chamamos de antecedente.
São pronomes relativos: Pronomes Interrogativos
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
quantas; Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
z Invariáveis: que, quem, onde, como; Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso- Quantos anos tem seu pai?
ciado a pessoas, coisas ou objetos. O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
cachorro que estava doente morreu. A caneta que interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
emprestei nunca recebi de volta. indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do Atenção: os pronomes interrogativos que e quem
relativo “que”. são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). tantivos, dando fluidez à leitura.
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
ser uma pessoa ou objeto personificado. realização da atividade (O tempo não permitiu a reali-
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. zação da atividade. O tempo estava instável)7.
� O pronome relativo quem pode fazer referência
a algo subentendido: quem cala consente (aquele Pronomes Possessivos
que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
deve ser um pronome indefinido ou demonstrati- discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:
vo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. 1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira. SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
indicar posse e aparecer relacionando dois termos
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
0
-1
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
73
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
32
cujo: Cujo o, cuja a pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
-4
Não podemos substituir cujo por outro pronome do pronome é com o objeto da posse.
u
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. z delimitam o substantivo a que se referem;
pr
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per- z concordam com o substantivo que vem depois dele;
gunta: “de quem/do que?” z não concordam com o referente;
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor z o pronome possessivo que acompanha o substan-
LÍNGUA PORTUGUESA
� Emprego do pronome relativo onde: empregado Estudo da posição dos pronomes na oração.
para indicar locais físicos.
Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu. z Próclise: pronome posicionado antes do verbo.
� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu- Casos que atraem o pronome para próclise:
mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for. Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:
� O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente. Não me submeto a essas condições.
7 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021. 55
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Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- Modos
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
apresente como um rico investidor, ele nada relação enunciada pelo verbo.
tem.
Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
Em se tratando de futebol, Maradona foi um certeza.
ídolo. Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
esperança de sermos ouvidos, muito lhe de dúvida, desejo ou possibilidade.
agradecemos. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
Orações interrogativas, exclamativas, opta- z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise: Tempos
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos O tempo designa o recorte temporal em que a ação
que estejam conjugados no futuro, caso não verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
dos nossos estudantes. a seguir:
Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / Pretérito perfeito: ação realizada plenamente
Dá-me esse caderno! (certo). no passado.
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- Ex.: Estudei até ser aprovado.
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou- Pretérito imperfeito: ação inacabada, que
-se de nada (correto). pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato durativa.
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). Ex.: Estudava todos os dias.
0
em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- Futuro do pretérito: expressa um fato poste-
ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um rior em relação a outro fato já passado.
fato. Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
As flexões verbais são marcadas por desinências,
que podem ser: A partir dessas informações, podemos também
identificar os verbos conjugados nos tempos simples
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no sin- e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
gular ou plural, bem como em qual pessoa verbal são formados por uma única palavra, ou verbo, conju-
foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); gado no presente, passado ou futuro.
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo Já os tempos compostos são formados por dois
verbais a ação foi realizada. verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o ver-
bo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Iremos apresentar essas desinências a seguir. Agora, vamos conhecer as desinências modo-tempo-
Antes, porém, de abordarmos as desinências modo- rais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
-temporais, precisamos explicar o que são modo e
56 tempo verbais.
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Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu.
MODO MODO z Particípio: marcado pelas terminações mais
TEMPO
INDICATIVO SUBJUNTIVO comuns -ado, -ido, podendo terminar também em
-e (1ª conjuga- -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente
Presente * ção) e -a (2ª e 3ª ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em
conjugações) número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
-ra (3ª pessoa do Quando cheguei, ela já tinha partido.
Pretérito perfeito *
plural) Ele tinha aberto a janela.
-va (1ª conjuga- Ela tinha pago a conta.
P r e t é r i t o z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
conjugações)
nado. Pode ser pessoal ou impessoal:
Pretérito mais-
-ra *
-que-perfeito
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
Futuro -rá e -re -r jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
Futuro do É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
-ria * Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem
pretérito
que ele ensina;
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
*Nem todas as formas verbais apresentam desi- do verbo, servindo para indicar apenas a con-
nências modo-temporais. jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos
(Indicativo) O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
orações reduzidas.
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
Ter (presente do indicativo) + verbo principal bos que funcionam como um verbo.
particípio. Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
Ex.: Tenho estudado. trabalhar para pagar as contas.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + de encontrar uma solução.
verbo principal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do Dica
indicativo) + verbo principal no particípio. Não confunda locuções verbais com tempos
Ex.: Terei saído. compostos. O particípio formador de tempo
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal homem teria realizado sua missão.
no particípio.
Ex.: Teria estudado. Classificação dos Verbos
0
-1
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos Os verbos são classificados quanto a sua forma
78
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
.2
tam uma forma específica de irregularidade que oca- Eu já tinha acei- O convite foi
Aceitar
.8
siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são tado o convite aceito
32
encomenda
pr
— INDICATIVO — INDICATIVO
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
.2
Eu me sento Sentei-me
73
Tu te sentas Sentaste-te
32
Nós nos sentamos Sentamo-nos AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar,
u
pr
pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo sair).
átono reflexivo, funcionando sintaticamente como
LÍNGUA PORTUGUESA
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo
-1
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
“Se” (partícula apassivadora).
.8
com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
com verbos que concordam com o sujeito; z Ver: antever, rever, prever;
u
pr
com a voz passiva sintética. z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire- Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais.
z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun- O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
cionará nessa condição quando não for possível verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
identificar o sujeito explícito ou subentendido. que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
Além disso, não podemos confundir essa função ção são, predominantemente, regulares.
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa PRESENTE — INDICATIVO
estar na voz ativa.
Eu Crio
Outra importante característica do “se” como índi- Tu Crias
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em Ele/Você Cria
60 verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
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sem a presença da preposição, modificando a transiti-
PRESENTE — INDICATIVO
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
Nós Criamos sentido de palavras deverbais8.
Vós Criais As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
Eles/Vocês Criam te, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
“A”
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
Vós Passeais
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam Santos à Bahia;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
Conjugação de Alguns Verbos
z Direção: Levantar as mãos aos céus;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
Vamos agora conhecer algumas conjugações de z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
verbos irregulares importantes, que sempre são obje- z Lugar: Ir a Santa Catarina;
to de questões em concursos. z Modo: Falar aos gritos;
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo: z Sucessão: Dia a dia;
z Tempo: Nasci a três de maio;
PRESENTE — INDICATIVO z Proximidade: Estar à janela.
Eu Adiro
“Após”
Tu Aderes
Ele/Você Adere z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
Nós Aderimos z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, z Instrumento: Abrir a porta com a chave;
78
Tu Pões “Contra”
u
Ele/Você Põe
pr
“De”
PREPOSIÇÕES
z Causa: Chorar de saudade;
Conceito z Assunto: Falar de religião;
z Matéria: Material feito de plástico;
São palavras invariáveis que ligam orações ou z Conteúdo: Maço de cigarro;
outras palavras. As preposições apresentam funções z Origem: Você descende de família humilde;
importantes tanto no aspecto semântico quanto no z Posse: Este é o carro de João;
aspecto sintático, pois complementam o sentido de z Autoria: Esta música é de Chopin;
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
8 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 61
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z Tempo: Ela dorme de dia; z Medida: Vendia banana por quilo;
z Lugar: Veio de São Paulo; z Meio: Ir por terra;
z Definição: Pessoa de coragem; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Meio: Viver de ilusões; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
z Modo: Olhar alguém de frente; “Sem”
z Preço: Caderno de 10 reais;
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
dinheiro.
corajosa.
“Sob”
“Desde”
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
“Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados; z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento; ram logo;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
0
discórdia.
-1
de finanças;
78
nada grave;
73
como nós estamos para as galinhas; z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
para com os mais velhos;
u
z Tempo: Para o ano irei à praia; z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
z Destino ou direção: Olhe para frente! um short.
de + um= dum
-1
� Com pronome demonstrativo: relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér-
32
de + aquilo= daquilo
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
� Com o pronome pessoal:
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
de + ele(s) = dele, deles sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
de + ela(s) = dela, delas De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
� Com o pronome indefinido: nal é preponderante apresentam uma modificação
de + outro(s)= doutro, doutros no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
de + outra(s) = doutra, doutras componentes obrigatórios na construção da senten-
� Com advérbio: ça, divergindo das preposições de valor relacional.
de + aqui= daqui As preposições de valor nocional estabelecem uma
de + aí= daí noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
de + ali= dali etc. Vejamos algumas na tabela a seguir:
10 Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020. 63
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Viva bem, pois isso é o mais importante.
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
PREPOSIÇÕES
Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-
Posse Carro de Marcelo cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
O cachorro está sob a saudades.
Lugar “Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
mesa
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
Votar em branco / Chegar
Modo pois, a subir.
aos gritos
Causa Preso por agressão z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a
Assunto Falar sobre política segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
Descende de família
Origem destarte, pois (deslocado na frase).
simples
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Olhe para frente! / Iremos Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-
Destino
a Paris -se.
CONJUNÇÕES Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
Assim como as preposições, as conjunções também
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
são invariáveis e também auxiliam na organização
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
concomitante acarreta em redundância.
ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
Conjunções Subordinativas
coordenativas ou subordinativas.
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
Conjunções Coordenativas
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
As conjunções coordenativas são aquelas que
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
para terem o sentido apreendido.
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como,
uma vez que, como (equivale a porque) etc.
não só, mas também, não apenas, como ainda,
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
senão (após não só).
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de
O gato era o preferido, não só da filha, senão de
modo que, de forma que, de sorte que etc.
toda família. Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
z Adversativas: colocam informações em oposição, � Comparativa: iniciam orações comparando ações
0
Importante! A conjunção “e” pode apresentar uma ideia com a da oração principal. Conforme,
valor adversativo, principalmente quando é antecedi- como, segundo, de acordo com, consoante etc.
u
pr
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
não deixava.
u
tempo.
z Alternativas: ligam orações com ideias que não � Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia con-
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, trária à da oração principal. Embora, conquanto, ain-
ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já. da que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
Ex.: Estude ou vá para a festa. Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. tivesse gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Importante! A palavra “senão” pode funcionar � Condicional: iniciam uma oração com ideia de
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha- hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
marei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”). que, a menos que, somente se etc.
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma do sua mensagem.
delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque, Posso lhe ajudar, caso necessite.
pois, (se vier no início da oração), porquanto. � Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a porção que, à medida que, quanto mais...mais,
64 enxada! quanto menos...menos etc.
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Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
que, a fim de que etc.
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
trabalhar tranquilamente. Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
logo que, desde que etc. É salutar lembrar que o sentido exato de cada
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
do Futuro. texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
Mal cheguei à cidade, fui assaltado. de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
expresso no texto.
Importante! Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
Os valores semânticos das conjunções não se nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões,
prendem às formas morfológicas desses elemen- por exemplo, que são interjeições por excelência, mas
tos. O valor das conjunções é construído contex- que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
tualmente, por isso, é fundamental estar atento alterado.
aos sentidos estabelecidos no texto. Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
procura? (Se = causal = já que) que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto Ora bolas! Valha-me Deus!
ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
OS MODALIZADORES
compostos.
-1
quê? Isso).
.2
INTERJEIÇÕES Deontológicos
pr
u
pr
As interjeições também fazem parte do grupo de pala- Exprimem proibições, permissões e obrigatorieda-
vras invariáveis, tal como as preposições e as conjunções. des. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente.
Sua função é expressar estado de espírito e emoções; por
isso, apresentam forte conotação semântica. Uma inter- Afetivos
LÍNGUA PORTUGUESA
Antonímia
-1
São palavras ou expressões que, empregadas em ria do rei participaram na batalha (homem que
.2
73
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- sempre as portas para eu passar (homem edu-
-4
z Cumprimento/comprimento
u
pr
z Delatar/dilatar
z Dirigente/diligente
z Discriminar/descriminar
Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descriminalizar, inocentar).
Hipônimo e Hiperônimo
Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém uma ordem gradativa.
Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
Polissemia (Plurissignificação)
Ambiguidade ou Anfibologia
Ocorre quando há uma duplicidade de sentido ou uma falta de clareza no enunciado. Ela pode ser de dois
tipos:
� Sintática (ou estrutural): ocorre devido à posição inadequada de algum elemento na frase.
0
Ex.: O celular se tornou um grande aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as suas tarefas. (Esse
-1
� Semântica (ou lexical): ocorre quando determinado vocábulo assume dois ou mais significados.
.2
Ex.: O rapaz pediu um prato ao garçom. (Prato pode se referir ao objeto ou à refeição).
73
.8
REFERÊNCIAS
32
-4
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.
u
KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 16. ed. Campinas: Pontes, 2016.
u
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M.. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed . São Paulo: Contexto, 2015.
pr
SACCONI, L. A. Nossa Gramática Completa Sacconi – Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova Geração, 2010.
SCHLITTLER, J. M. M. Recursos de Estilo em Redação Profissional. Campinas: Servanda, 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA
Os dicionários são livros que trazem explicações acerca do significado das palavras, que são apresentadas em
ordem alfabética. Alguns tipos são: dicionários bilíngues (exemplo: Português-Inglês/Inglês-Português); dicionário
de sinônimos; dicionário de termos de uma área específica, como medicina ou informática; dicionário de gírias.
Os verbetes costumam trazer a classificação da palavra (substantivo masculino, adjetivo), separação silábica,
origem e seus diversos significados. Veja a seguir um exemplo de verbete retirado do dicionário Priberam online11:
A Estilística é a parte da Gramática que se dedica ao uso expressivo da língua sem considerar aspectos de sua nor-
ma padrão. Preocupa-se com o estilo do falante em relação as suas intenções comunicativas; como o estilo está muito
relacionado a formas diversas de utilizar a linguagem, é muito comum que o falante caia em erros, considerados, sob
essa perspectiva, vícios de linguagem.
Os vícios de linguagem deixam o texto visualmente desagradável e ainda interferem na expressividade do conteú-
do. Todavia, os usos desses recursos dependem da intenção comunicativa do autor. Em alguns textos (poesias ou músi-
0
-1
cas), os neologismos, por exemplo, podem ser considerados uma riqueza literária, porém são inadmissíveis se usados
78
em textos que exigem o uso da norma padrão da língua, como o texto dissertativo das redações de concursos públicos.
.2
73
Neologismo
.8
32
Consiste na criação e introdução de novas palavras em nosso vocabulário. Podem ser classificados em literário,
-4
Arcaísmo
pr
São expressões antigas que com o passar do tempo entram em desuso em determinada língua.
Ex.: “Vosmecê” = por você
“Físico” = médico
Magote = grande quantidade.
Estrangeirismo
Considera-se também barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe
palavra ou expressão correspondente na língua.
Ex.: Minha prima pegou o bouquet no meu casamento. (buquê)
Vamos tomar um drink? (drinque)
Latinismo
� Depois da sílaba inicial grafados com CH: re- z Encontros consonantais em sílaba inicial: psi-có-
78
derivada de vocábulo
iniciado por CH: mexer, TONICIDADE SILÁBICA
.8
32
mexilhão
-4
z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- (forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu-
u
pr
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força.
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio. Monossílabas Átonas
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir;
LÍNGUA PORTUGUESA
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou Os monossílabos átonos são designados assim, pois
-jer. Ex.: viajar, lisonjear. não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto,
Termos derivados do latim escritos com j; pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, Ex.: Essa chance nos foi dada.
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa; Monossílabas Tônicas
z É com S ou com Z? Palavras que designam nacio-
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês Os monossílabos tônicos apresentam autonomia
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; fonética e, por isso, são proferidos fortemente nos
inglês; marquesa; duquesa. contextos de uso em que aparecem. É importante fri-
Palavras que designam qualidade, cuja termina- sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado,
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: Ex.: “Essa chance foi dada a nós”. 69
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Oxítonas Porém, esse grupo de palavras divide uma polê-
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns
São chamadas assim as palavras que apresentam vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por-
tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona
sílaba mais forte. ou proparoxítona.
Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê. São as chamadas proparoxítonas aparentes.
Essas palavras apresentam um ditongo crescente no
Paroxítonas final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou
pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as
São chamadas assim as palavras que apresentam a palavras:
sílaba tônica na penúltima sílaba. His-tó-ria/ his-tó-ri-a
Ex.: a-çú-car. Vá-cuo/ vá-cu-o
Pá-tio/ pá-ti-o
Proparoxítonas Antes de concluir, é importante mencionar o uso
do acento nas formas verbais ter e vir:
São chamadas assim as palavras que apresentam a Ele tem / Eles têm
sílaba tônica na antepenúltima sílaba. Ele vem / Eles vêm
Ex.: rá-pi-do. Perceba que, no plural, essas formas admitem o
uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-
Notações Léxicas cia verbal quando usar esses verbos.
Casos Convencionados
Regras de Acentuação
.2
73
femininas:
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
32
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja moro em Copacabana, passo por Copacabana);
78
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
.2
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; passo pela Bahia).
.8
suspeita de fraude. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
u
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
personalidades históricas z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos por a este, a esta e a isto;
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
O pacote foi entregue a ti ontem; nomes de cidades quando esses termos estiverem
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
lado) tância de 200 metros do pico da montanha.
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
de justiça; A compreensão da crase vai muito além da estética
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
sem determinante dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. 71
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Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, 4. (FGV — 2022) Machado de Assis verifica, no termo de
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi- autópsia, como a linguagem científica é diferente da lite-
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações rária. A frase abaixo que está formulada em linguagem
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o científica é:
advérbio de instrumento da ação de pintar.
a) Os vivos são os mortos de férias;
b) A morte é como nascer de novo, só que ao contrário;
HORA DE PRATICAR! c) A vida é um naufrágio onde só se salva o barco;
d) O sol e a morte não podem ser olhados fixamente;
1. (FGV — 2022) Assinale a frase abaixo em que não se e) Com a morte, os órgãos param de funcionar.
cometeu nenhum erro ortográfico.
5. (FGV — 2021) Texto 2 – Campanha
a) Meu filho ainda é adolecente.
b) Nada todos os dias na picina. “Antes que comecem os mimimis, um aviso: não tenho
c) Xingou os adversários de facistas. absolutamente nada contra aqueles que fumam. A
d) Toda regra tem exceção. decisão de enviar mais de 4 mil substâncias tóxicas
e) Ninguém nace feliz ou infeliz. para dentro do corpo e correr o risco de morrer preco-
cemente com um câncer na boca, laringe, estômago
2. (FGV — 2022) A questão desta prova é elaborada a ou pulmão é pessoal. Só não soltem fumaça na cara
partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua de não- fumantes, combinado?”
capacidade em interpretar e compreender textos,
assim como em redigir de forma correta e adequada. (Publicidade, Guilherme Dantas, 2013)
Muitas vezes, na escrita, substantivamos algumas “Antes que comecem os mimimis, um aviso: não tenho
palavras; assinale a frase a seguir em que não ocorre absolutamente nada contra aqueles que fumam.”
nenhuma substantivação.
Nesse primeiro segmento do texto 2, o autor usa ade-
a) Há nas mudanças certo alívio, ainda que seja para quadamente o demonstrativo aqueles, referindo-se
pior. a pessoas indeterminadas; a frase abaixo em que o
b) Há apenas um dever: o de sermos felizes. emprego dos demonstrativos se mostra adequado é:
c) A felicidade é um agora sem nenhuma pressa.
d) Felicidade é um como, não um quê. a) João e Pedro são fumantes; este, de cigarros; esse, de
e) O confiar nos outros tem seus riscos. charutos;
b) João, Pedro e Fernando são fumantes; este, de cigar-
Leia o texto abaixo para responder às questões 3 e 4. ros; esse, de cachimbo e aquele, de charutos;
c) João e Maria são fumantes; esta, de cigarros; aquele,
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis de charutos;
sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca dei- d) Maria e Fernando são fumantes; este, de charutos;
xo de ler esses documentos, não para aprender anato- aquele, de cigarros;
mia, mas para verificar ainda uma vez como a língua e) João, Pedro e Maria são fumantes; esta, de cigarros;
científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação esse, de charutos e aquele, de cachimbo.
vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens
0
um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade a) Os presentes para o Dia das Mães devem ser compra-
32
desses lugares e fenômenos não pode receber duas b) De acordo com os jornais, choverá com certeza duran-
apelações, sob pena de não ser ciência.” (Adaptado. A te o carnaval / certificadamente.
u
pr
3. (FGV — 2022) Machado de Assis nos diz no texto que d) Disse que moraria na Europa para sempre /
a linguagem literária adjetiva muito; a frase abaixo duradouramente.
que exemplifica de modo mais claro essa afirmação, e) Devemos fazer as coisas sem pressa / apressuradamente.
por conter maior número de vocábulos classificados
como adjetivos, é: 7. (FGV — 2021) Texto 4
a) Devem-se considerações aos vivos; aos mortos deve- “Em oposição aos meus apaixonados sentimentos de
-se apenas a verdade; justiça e deveres sociais, sempre experimentei a total
b) Um cadáver é o produto final; nós somos apenas a ausência de me aproximar dos homens e das socie-
matéria-prima; dades humanas. Apraz-me sentir-me só. Nunca me
c) A vida é agradável e a morte é tranquila. O problema é entreguei de corpo e alma a um círculo de amigos, ao
a transição; Estado, nem à minha própria família. Pelo contrário,
d) A morte é uma vida vivida. A vida é uma morte que sempre senti nesses laços o indefinível sentimento de
chega; ser um estranho em seu desejo de solidão.”
e) A morte não é o fim. Sempre resta a briga interminável
Albert Einstein
72 pelo espólio.
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O segmento (texto 4) abaixo em que a preposição “de” e) Pedi para ele me dar uma mão na obra e ele só deu
NÃO é exigida por nenhum termo anterior é: uma mão de tinta na parede da sala.
9. (FGV — 2022) “Houve revoltas em meados do século 14. (FGV — 2022) Em todas as frases abaixo foram reali-
XIX”; a expressão “em meados de” indica imprecisão zados deslocamentos de termos e foram acrescenta-
nos dados fornecidos. das vírgulas nas frases modificadas; a única frase em
que a vírgula está correta é:
Assinale a opção que não apresenta uma expressão
que desempenhe esse mesmo papel. a) Os críticos são gente que fracassou na literatura e na
arte / Os críticos são gente que fracassou na arte, e na
a) Havia perto de 100 artistas no festival. literatura;
b) João estava com seus cinquenta anos por essa época. b) Na arte não existe passado nem futuro / Na arte não
c) Chegou mais ou menos às sete horas. existe futuro, nem passado;
d) A temperatura atingiu vinte e seis graus negativos. c) A obra-prima é uma variedade do milagre / Uma varie-
e) Jorge tinha por aí um metro e setenta. dade do milagre, é a obra-prima;
d) O futebol é o mais popular dos esportes / Dos espor-
10. (FGV — 2022) Em todas as frases a seguir, a forma tes, o futebol é o mais popular;
0
e) Dois mais três são cinco / Três mais dois, são cinco.
-1
Assinale a opção que indica a frase em que a seleção 15. (FGV — 2021) “A história é um pesadelo do qual estou
73
do verbo está corretamente feita. tentando acordar.” Nesta frase emprega-se correta-
.8
rapidamente.
b) O palanque, pelo peso excessivo, desmoronou. Assinale a opção em que o termo sublinhado está
u
pr
e) Tropecei na cadeira da sala e precipitei-me no sofá. a) “A cultura histórica tem o objetivo de manter viva a
consciência de que a sociedade humana tem do pró-
prio passado.”
LÍNGUA PORTUGUESA
11. (FGV — 2022) Em todas as frases abaixo há duas ocor- b) “A história é uma galeria de quadros de onde há pou-
rências do mesmo vocábulo; assinale a frase em que cos originais e muitas cópias.”
esses vocábulos mostram diferentes significados. c) ”Compra não o que consideras oportuno, mas no que
te falta.”
a) Se eu tivesse um conselho a dar, como homem bem- d) “A maior parte das coisas de que dizemos e fazemos
-sucedido, eu diria: se quer ser bem-sucedido, pense, não é necessária.”
pense muito até doer. e) “Esses são os problemas de que devemos falar na
b) Antever sucessos é grandioso; antever insucessos, reunião.”
mais ainda.
c) Ninguém está nos negócios por diversão, mas isso 16. (FGV — 2021) “É minha opinião que não se deve dizer
não quer dizer que não há diversão nos negócios. mal de ninguém, e ainda menos da polícia. A polícia é
d) O negócio para qualquer um não é negócio para ninguém. uma instituição necessária à ordem e à vida da cida-
de.” (Machado de Assis, A Semana – 1871) 73
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Nesse texto, Machado emprega corretamente o acento a) ironizar um personagem, que se crê dono do mundo.
grave indicativo da crase; a frase abaixo em que esse b) enfatizar humoristicamente o poder do coronel.
mesmo acento está empregado de forma adequada é: c) denunciar as injustiças do sertão.
d) informar sobre o cenário político do interior.
a) Os clientes pagaram a compra à crédito; e) caracterizar um tipo único de coronel interiorano.
b) A ordem é necessária à todo grupo social;
c) Ninguém abandonou o local à correr; 20. (FGV — 2022) O segmento abaixo que exemplifica o
d) O motorista deu à documentação ao policial; tipo de texto denominado instrucional é:
e) Todos os policiais saíram à mesma hora.
a) As regras do condomínio estabelecem que os mora-
17. (FGV — 2022) “Ao entrar em um restaurante, todo dores não poderão manter animais de estimação nos
cliente espera satisfazer desejos de ordem física e apartamentos;
emocional. Os cardápios devem vir ao encontro des- b) Economize para que, nas próximas férias, possa reali-
sas necessidades.” zar aquele passeio dos seus sonhos pela Europa;
c) A cidade estava deserta em função do feriado prolon-
Assinale a afirmativa correta sobre o conteúdo da frase. gado e a Prefeitura instruiu a população para que não
visitasse os locais de grandes aglomerações;
a) Os desejos de ordem física dizem respeito à fome do d) Todos estão cientes de que a inflação parece estar de
cliente. volta, ainda que em índices menores;
b) Os desejos de ordem emocional se referem aos pre- e) Uma vez aberta a caixa, conserve-se na geladeira, sen-
ços dos pratos. do aconselhável o consumo nos 3 ou 4 dias seguintes.
c) As informações dos cardápios devem incentivar o
apetite. 9 GABARITO
d) Os clientes de restaurantes procuram comida boa e
barata.
e) Os restaurantes montam cardápios deficientes em 1 D
alguns aspectos.
2 A
18. (FGV — 2022) o texto a seguir refere-se a questão. 3 C
8 D
Com essa frase, o autor quer dizer que
9 D
a) o tempo é uma questão de preferência.
b) as obras artísticas não requerem muito tempo. 10 c
c) em épocas antigas, a consideração do tempo era outra.
0
11 E
-1
14 D
32
(O coronel, 12/05/1951)
MATEMÁTICA E
mais aparecem:
Sentença
Sentido
-4
Falsa
u
pr
É importante saber que na condicional a primeira z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): sua
proposição é o termo antecedente e a segunda é o representação simbólica é: v.
termo consequente.
Exemplo:
P→Q
Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi-
P = antecedente
do ou a raposa é lenta;
Q = consequente Na linguagem simbólica: p v q.
0
sentação simbólica é →.
78
Exemplo:
73
lógicas. Veja:
32
z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso, O conjunto A dentro do conjunto B
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Quando “Todo A é B” é verdadeira, os valores lógi-
Exemplos: cos das outras proposições categóricas, interpretando
os diagramas, serão os seguintes:
Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
Caso você estude, irá passar no concurso; z Nenhum A é B: é falsa;
Basta Ana comer massas, e engordará; z Algum A é B: é verdadeira;
Quem joga bola é rápido; z Algum A não é B: é falsa.
Todos os médicos sabem operar;
Qualquer criança anda de bicicleta; QUANTIFICADOR UNIVERSAL “NENHUM” (NEGATIVO)
Toda vez que chove, não vou à praia.
Exemplos:
Dica Nenhum A é B;
0
-1
Q = consequente
tação com diagrama:
-4
QUANTIFICADORES E PREDICADOS
u
cos, então, toda vez que você vir esse tema no edi-
tal, terá que saber três coisas fundamentais sobre os
quantificadores:
Exemplo:
Algum A é B;
Algum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
“Algum A é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto B, ou seja, há
intersecção entre os círculos A e B. Logo, podemos fazer representação com diagrama:
A B
Veja que a representação de A e B possui intersecção. Então, quando “Algum A é B” é verdadeira, os valores lógicos
das outras proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminado.
QUANTIFICADOR PARTICULAR (NEGATIVO): “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE” + A PARTÍCULA “NÃO”
Exemplo:
Algum A não é B;
Algum homem não joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
“Algum A não é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Logo,
podemos fazer representação com diagramas:
0
-1
78
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há contato de alguns elementos de A com B
.2
73
Veja que na representação o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Então,
.8
quando “Algum A não é B” é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o
32
z Todo A é B: é falsa;
u
pr
z Nenhum A é B: é indeterminada;
u
Você vai aprender de uma vez por todas como negar proposições quantificadas, ou seja, proposições que uti-
lizam expressões como “todo”, “algum” e “nenhum”. Podemos, então, dizer que negar uma proposição significa
trocar o seu valor lógico. Em outras palavras, a negação de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a
negação de uma proposição falsa é uma proposição verdadeira.
Tudo que você precisa para negar uma proposição quantificada é saber como classificá-la, então, veja alguns exemplos:
Verbo Verbo
Negação Afirmativo
Negativo
Esquematizando tudo:
Olhando para as iniciais de cada quantificador lógico particular (Pelo menos / Existe / Algum), podemos escre-
ver o lembrete abaixo para negação:
z Todo
32
-4
Vemos aqui que troca-se “todo” por “nenhum”, ou seja, a primeira sentença é mantida e nega-se a segunda.
u
Exemplo: “Todo gato pula alto” = “Nenhum gato não pula alto”.
pr
z Nenhum
Vemos aqui que troca-se “nenhum” por “todo”, a primeira sentença é mantida e nega-se a segunda.
Exemplo: “Nenhum macaco é branco” = “Todo macaco não é branco”.
79
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Associação (Equivalência pela Associativa)
Equivalência
z p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
Negação
AéB A Não é B A Não é B
P (P ∧ Q)
Todo Algum Nenhum P Q R Q∧R ∧ P∧Q P∧R ∧
A Não é B AéB AéB (Q ∧ R) (P ∧ R)
Negação
V V V V V V V V
Equivalência V V F F F V F F
V F V F F F V F
V F F F F F F F
F V V V F F F F
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS F V F F F F F F
P (P ∧ Q) F V F V V V F V
P Q R Q∨R ∧ P∧Q P∧R ∨
F F V V V F V V
(Q ∨ R) (P ∧ R)
V V V V V V V V F F F F F F F F
V V F V V V F V
Idempotência
V F V V V F V V
0
V F F F F F F F z p ⇔ (p ∧ p)
-1
78
F V V V F F F F
.2
P P P∧P
F V F V F F F F
73
V V V
.8
F F V V F F F F
32
F F F
F F F F F F F F
-4
z p ⇔ (p ∨ p)
u
z p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
pr
u
P P P∨P
pr
P (P ∨ Q)
P Q R Q∧R ∨ P∨Q P∨R ∧ V V V
(Q ∧ R) (P ∨ R) F F F
V V V V V V V V
V V F F V V V V Pela Exportação-Importação
V F V F V V V V z [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
V F F F V V V V
F V V V V V V V (P ∧ Q) P→
P Q R P∧Q Q→R
F V F F F V F F →R (Q → R)
F F V F F F V F V V V V V V V
F F F F F F F F V V F V F F F
V F V F V V V
80
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(P ∧ Q) P→ Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser
P Q R P∧Q Q→R substituído em uma prova com.”
→R (Q → R)
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é
V F F F V V V
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser
F V V F V V V substituída por ~ Q → ~ P “.
F V F F V F V Exemplo:
Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
F F V F V V V Assim, Se ele não pode correr ~Q, então ele não é
F F F F V V V um tigre ~P.
em provas lógicas: P → Q ⟺ ~P v Q.
.2
Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso
73
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é Observe a tabela a seguir e veja que os resultados
32
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser são iguais, ou seja, equivalentes:
-4
Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A Exemplo: A v B ⇔ B v A;
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. João anda de barco ou Sabrina vai à praia. ⇔
⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul. Sabrina vai à praia ou João anda de barco.
A→B≠B→A
(A→B) (A ^ B)
0
A B ~A ~B A ⟷ B B⟷A ∧ V
-1
V V F F V V V V
CONJUNTOS E SUAS OPERAÇÕES,
73
V F F V F F F F
DIAGRAMAS
.8
32
F V V F F F F F
-4
F F V V V V V V NOTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES
u
pr
V representando as vogais.
-1
pertence a um conjunto. Lê-se “a pertence a A” e escre- Observe que a ordem dos elementos não interfere na
composição dos conjuntos estudados até agora. Ainda,
-4
ve-se a ∈ A.
O símbolo ∉ indica que um elemento não pertence a observe que, mesmo no diagrama de Venn, não é neces-
u
um determinado conjunto. Observe a figura 2, abaixo, e sário discriminar todos os elementos, desde que seja pos- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr
você verá que “2 não pertence a A” — escreve-se 2 ∉ A. sível conhecer todos os elementos pelos indicados. Veja,
u
pr
8 263
5 111
36 66 y
Terminal Terminal V X
patients patients
Anxiety Anxiety
Scopus a
palliative Z
Psilocybin
care
Depression
17916
2 i
38 152
7
e
0
2
o
Terminal
patients Anxiety o
Mostrada uma aplicação importante na organi- Figura 6. Conjunto V das vogais contido no conjunto A das letras do
zação de dados, fixemos os conceitos de modo mais alfabeto.
simples. Como exemplo, consideremos uma conces-
sionária na qual temos um conjunto formado pelos A N
carros e outro formado pelas motos. Se quisermos
visualizar quantos veículos possuem a cor azul pode- a 1
mos utilizar o Diagrama de Venn para representar- b
mos uma área comum aos dois conjuntos. c 2
3
d ...
C C
e ... 100
Motos
Carros Verdes y 200
Carros
Verdes
Azuis z
...
Motos Motos
Carros azuis Pratas
0
-1
naturais.
.2
73
Figura 5. Interseção representando os veículos azuis entre o do conjunto letras do alfabeto, logo, o conjunto das
conjunto de carros C e o conjuntos de motos M. vogais é um subconjunto das letras do alfabeto.
u
Um outro tipo de relação importante na teoria dos sentados dentro da área do conjunto que os contém
u
pr
1 BONIFÁCIO, M. C. A. C.; BENTO, P. B. B.; TREVISAN, K.; PEREIRA, R. C.; MAGRI, M. P. de F.; AVERSI-FERREIRA, T. A. Possible use of psilocybin in
psychiatric care, including COVID-19 sequelae. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.19259. Dis-
84 ponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19259. Acesso em: 17 out. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TIPOS DE CONJUNTOS N
têm forma arredondada, é razoável concluir que um z União: a união entre dois conjuntos, X e Y, é um con-
.2
planeta com formato diferente do arredondado seja junto composto por todos os elementos que perten-
73
um conjunto vazio, como uma hipótese. cem a X ou a Y. É representado por X∪Y e lê-se “união”.
.8
32
Importante!
u
CUV
c v c v
quer conjunto, pois, ao não possuir elementos,
u
1 2 a a
pr
85
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z Interseção: A interseção entre dois conjuntos X e Y é um conjunto composto por todos os elementos que per-
tencem a X e a Y. É representado por X∩Y e lê-se “X interseção Y”.
x∩Y x
Y x Y
1 a a e
1 a
i
3 4 2 i 5 o 3 4
2
e o
e 2 5
5 u u
Elas derivam diretamente das definições anteriores e podem ser demonstradas a partir delas, contudo não
o faremos a fim de preservar a didática e evitar que o texto se torne muito extenso e não fuja do escopo desse
material.
z Reflexiva da União
A∪A=A
A A A
1
1 1
2 2
2
3 U =
3 3
4
4 4
z Reflexiva da Interseção
A∩A=A
A A A
1
1 1
2 2
2
U
3 =
3 3
0
-1
4
78
4 4
.2
73
.8
z Inclusão e União
32
-4
A⊂(A∪B)
u
pr
De fato, um conjunto A é subconjunto da união entre esse conjunto A e outro conjunto qualquer B (figura 10).
u
pr
(A∩B)⊂A ; (A∩B)⊂B
z Inclusão e Interseção
(A∩B)⸦A ; (A∩B)⸦B
A interseção entre um conjunto A e um conjunto B é subconjunto de A e de B (figura 11).
z Associativa da União
(A∪B)∪C=A∪(B∪C)
z Associativa da Interseção
(A∩B)∩C=A∩(B∩C)
86
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z Comutativa da União
A∪B=B∪A
z Comutativa da Interseção
A∩B=B∩A
A∪Ø=A
A∩U=A
z Distributiva da União
A∩(B∪C)=(A∩B)∪(A∩C)
U
A B C A BUC A B UC
1 1 1
5 5 1
7 2 7
6 6 2
U = U = 1
10 3 U 10
7 3
7 7
11 4 11
8 8 4
U U
U (A B( U(A C
A 1 B 1 A 1 C A B A C
7 7 5 1
2 6
U U = 7 =
10 3 U 10 7 1 U 7
11 4 11 8
z Distributiva da Interseção
A∪(B∩C)=(A∪B)∩(A∪C)
U
0
A C U A U (B C(
B
-1
1 A B C
10 2 5
78
U 5 U 6 = 10 10
11 3 U =
.2
7 11 5 5 11
73
4 8
.8
U
U
32
A (A U B ( (A U C (
B
-4
1 A C AUB AU C
10 5 1 5
5 2 U 10 = 11 5 2 U 10 6 = 10
U
u
6
11 U MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr
3 11 7 3 7 5 11
10
4 4 11
u
8 8
pr
(A⊂B)→(A∪B)=B ⇔(A∩B) = A: lê-se, se A está contido em B, então, A união com B é igual a B, equivale que,
A interseção com B é igual a A. Em termos de análise via o diagrama de Venn, temos:
87
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B B B
A A
(A⊂B)→(A∪C)⊂(B∪C): lê-se, se A está contido em B, então, A união com C está contido em B união com C.
Visualize a sentença no diagrama de Venn:
A B A C A B U C
U
U
Observe que, de fato, o conjunto final mostra que a união de A com C está contida em B união com C.
(A⊂B)→(A∩C)⊂(B∩C): a leitura dessa sentença, depois que o fizemos para a de cima, é trivial!
Veja a lógica via diagrama de Venn.
A B
A C A
U
Propriedades da Interseção
{}⊂A : é uma propriedade axiomática de que todo conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.
A⊂A : um conjunto está contido em qualquer conjunto, por definição.
(A⊂B e B⊂C)⟶A⊂C : veja a sentença expressa via diagrama de Venn:
0
-1
78
.2
73
C B C
.8
A B B
A
32
-4
u
pr
u
pr
O número de elementos de um conjunto é representado por n(A). É importante também lembrar que cada
elemento é contado apenas uma vez, caso um conjunto formado pelas letras do alfabeto possua duas letras “a”,
ambos os elementos são considerados o mesmo. Logo: n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
z Diferença (Subtração)
É o conjunto formado por todos os elementos que pertencem a um conjunto X, porém não pertencem a um
conjunto Y.
Matematicamente: X -Y={x|x∈X e x∉Y}
Usando o diagrama de Venn, a visualização melhora o fim didático para o aprendizado.
88
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X - Y = {} z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja
X Y que são os números naturais;
— = z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}.
Veja que o zero também faz parte deste conjunto,
X-Y pois ele não é positivo nem negativo;
X Y z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero
= não faz parte;
z Números inteiros positivos = {5, 6, 7...}. Novamen-
te, o zero não faz parte.
X X
Y Y OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10.
Operações Resultados + + +
+ + + - - +
- - + + - -
+ - - - + -
- + -
Dica
� A divisão de números de mesmo sinal tem
Dica
resultado positivo.
� A multiplicação de números de mesmo sinal Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
tem resultado positivo. � A divisão de números de sinais diferentes tem
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99 resultado negativo.
� A multiplicação de números de sinais diferen- Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
0
-1
multiplicação:
32
30 5
-4
Resto Quociente
u
Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.
pr
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu- z Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por propriedade.
qualquer número, este número permanecerá z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
inalterado. propriedade.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
Ex.: 15 x 1 = 15. tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
por 1, o resultado será o próprio número.
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
números inteiros sempre gera um número inteiro. Ex.: 15 / 1 = 15.
90
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z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
uma diferença enorme dentro das operações de representar por meio de diagramas a relação entre os
números inteiros, pois a divisão não possui essa conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:
propriedade, uma vez que ao dividir números
inteiros podemos obter resultados fracionários ou
Q
decimais.
2 + 3 × 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
73
Resposta: Letra A
.8
OPERAÇÕES
u
São aqueles que podem ser escritos na forma da z Divisão de números decimais: devemos multipli-
divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja, car ambos os números (divisor e dividendo) por
escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.) de
são números inteiros. modo a retirar todas as casas decimais presentes.
Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também, Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são
divididos pelo número 1. Ex.: 5,7 ÷ 1,3
5,7 × 100 = 570
Dica 1,3 × 100 = 130
570 ÷ 130 = 4,38
Qualquer número natural é também inteiro e todo
número inteiro é também racional. Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir.
OPÇÃO
Na geometria plana, as retas são consideradas
.2
entidades primitivas, ou seja, não necessitam de 1ª Self service livre (por pessoa) R$ 35,00
73
definição formal, pois são intuitivamente concebidas Self service com balança
.8
Pompeo (2013, p. 2): “Numa reta, bem como fora dela, de até 700 g)
pr
Primeiramente, devemos realizar as seguintes pas- A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
sagens com foco maior nas radiciações, de modo a um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
simplificar a expressão: ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
x2 + 2 = √x2 + 2 √4x2 + 8x + 2 que estamos especificando. Para descobrir a quanto
x2 + 4x + a = x2 + 2√4x2 + 8x + 2 isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
x2 + 4x + 4 – x2 = 2√4x2 + 8x + 2
4x + 4 = 2 √4x2 + 8x + 2 10
2x + 2 = √4x2 + 8x + 2 10% de 1000 = 100 x 1000 = 100
(2x + 2) = 4x2 + 8x + 2
(x + 2)2 =x2 + 2√4x2 + 8x + 2 Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a
4x2 + 8x + 4 = 4x2 + 8x + 2 parte que corresponde a 10% de 1000.
4x2 + 8x + 4 = 4x2 + 8x = 2 Quando o todo varia, a porcentagem também
4=2 varia, veja um exemplo:
O que é nitidamente contraditório, uma vez que 4 Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
≠ 2. Logo, não existe nenhum valor de x capaz de
0
satisfazer a equação dada. Portanto, o conjunto de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
78
le a alternativa correta.
32
-4
2 1
a) c<a<b =
8 4
u
c) a<b<c
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
u
d) a<c<b
pr
920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira Vamos esquematizar para sabermos quando será
78
DIRETAMENTE
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. + / + OU - / -
32
PROPORCIONAL
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
-4
Assim, comprovamos que realmente são necessá- A unidade principal tomada como referência é o
rios mais tijolos. metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 diferentes que servem para medir dimensões maiores
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- ou menores. A conversão de unidades de superfície
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 segue potências de 100. Veja o esquema a seguir:
professores para corrigir as provas?
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
montar a relação e analisar: (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
aumento (+), mas como agora estamos com uma equipe
0
30 · X = 5 · 12 53000 cm2.
u
30X = 60
pr
VOLUME
X=2
A unidade principal tomada como referência é o
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
para corrigir as provas. diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir
converter uma unidade em outra. Observe: Os enunciados irão fornecer o mínimo possível de
78
z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); negação, do tipo: “Maria não é a mais nova”, ou, ain-
73
z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); da, afirmações, como “João é o mais velho.” Você per-
.8
z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). ceberá, também, que frases de afirmação te dão mais
32
Observe o exemplo a seguir de uma conversão: primeiro tipo, as relações são mutuamente excluden-
tes, ou seja, em um mesmo problema, se João é o mais
u
pr
Primeiramente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema:
1º: Foi dito que a professora de português é prima de Bruna e é a mais nova dentre as três, logo, podemos marcar
com um “x” as lacunas que relacionam Bruna com as características de professora de português e ser a mais
nova, já que não são características dela, mas sim de sua prima.
2º: Como o problema diz que a professora de ciências é mais nova do que Cléo, sabemos então que Cléo também
não é professora de ciências e não é a mais nova. Isso nos leva ao fato de que se nem Bruna e nem Cléo são as
mais novas, então Adriana que é.
3º: Portanto, como a professora mais nova é também professora de português, temos que Adriana é a professora
de português.
4º: Com isso, já podemos completar os espaços da tabela e analisar as alternativas da questão. Note que as lacu-
nas em destaque são frutos das interpretações apresentadas nos passos anteriores.
ADRIANA V X X V X X
BRUNA X V X X X V
CLÉO X X V X V X
“Cléo é professora de português.”: Não é uma afirmação correta, pois ela é de matemática.
“Bruna é a professora mais velha.”: Não é uma afirmação correta, pois Bruna é a do meio.
“Adriana é professora de português.”: É uma afirmação correta, como vimos na tabela.
“Cléo não é professora de matemática.”: Não é uma afirmação correta como vimos na tabela. Resposta: Letra D.
2. (FUNRIO — 2012) Os carros X, Y e Z possuem 100, 110 e 150 cavalos de potência, não necessariamente nessa ordem.
Sabe-se que um deles é de fabricação nacional e que os outros dois são importados, sendo um de fabricação alemã
e o outro de fabricação japonesa. Porém não se sabe qual a correta associação entre carros e países de fabricação.
No entanto, sabe-se que: o carro X possui 100 cavalos de potência; o carro que possui 150 cavalos de potência é de
fabricação alemã; o carro que possui 110 cavalos de potência não é nacional; e que o carro Y não é de fabricação
japonesa.
Primeiramente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema. Note que as
marcações nas lacunas em destaque se referem às informações retiradas a partir do enunciado.
u
1º: Se o carro de 150 cavalos é alemão e o de 110 não é nacional, então o de 110 cavalos só pode ser japonês.
2º: Se o carro Y não é japonês e o carro X tem 100 cavalos, então o alemão de 150 cavalos será o carro Y.
u
pr
X V X X V X X
Y X X V X V X
Z X V X X X V
3. (FUNRIO — 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e 40 anos de idade, não necessariamente nessa ordem. Eles são
engenheiro, médico e psicólogo, porém não se sabe a correta associação entre nomes e profissão. Sabe-se, porém,
que André não tem 40 anos de idade nem é engenheiro, que Paulo possui 35 anos de idade, que Raul não é médico, e
que o médico não possui 30 anos de idade.
97
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul são:
Novamente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema. Perceba
que as marcações nas lacunas em destaque se referem às informações retiradas a partir do enunciado.
1º: Se André não tem 40 anos de idade e Paulo possui 35, então sobra apenas a idade de 30 anos para André.
2º: Se André não é engenheiro e o médico não tem 30 anos, então sobra apenas a profissão de psicólogo para
André.
3º: Se Raul não é médico e André é psicólogo, então Raul é engenheiro, portanto, Paulo é médico.
ANDRÉ V X X X X V
RAUL X X V V X X
PAULO X V X X V X
Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul é psicólogo, médico e engenheiro. Resposta: Letra B.
Outras maneiras que podemos usar para negar uma proposição e que vem aparecendo muito nas provas de
.2
concursos são:
73
.8
Conjunção (Conectivo E)
pr
u
Representação simbólica: ^
pr
Exemplos:
z Na linguagem natural:
z Na linguagem simbólica:
p ^ q.
Representação simbólica: v
Exemplos:
98
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Na linguagem natural: Agora, vamos estudar a representação de cada um
dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.
Maria é bailarina ou Juliano é atleta.
Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)
z Na linguagem simbólica:
Exemplos:
p v q.
z Todo A é B;
Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou) z Todo homem joga bola.
B
Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
A
z Na linguagem simbólica:
p ⊻ q.
p ⟷ q. A B
-4
DIAGRAMAS LÓGICOS
u
pelo menos um elemento que não pertence ao con- REGRAS DO SILOGISMO CATEGÓRICO
.8
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há Veja que margaridas e Margaridas são termos
contato de alguns elementos de A com B equívocos. Não respeitamos esta regra, porque esse
silogismo tem 4 termos. O termo margaridas está
Veja que em todas as representações o conjunto empregado em 2 sentidos, valendo por 2 termos;
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Então, quando Algum A não é B é verda- z 2ª Regra: se um termo está distribuído na con-
deira, os valores lógicos das outras proposições cate- clusão, tem de estar distribuído nas premissas.
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes: Exemplos:
z 4ª Regra: o termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez. Exemplos:
Não se pode concluir se existe ou não alguma relação entre os termos “holandês” e “palhaço”, uma vez que não
existe nenhuma relação entre estes e o termo médio (que é o único que nos permite relacioná-los);
z 6ª Regra: de duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa. Exemplos:
z 7ª Regra: a conclusão segue sempre a parte mais fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa for negativa,
a conclusão tem de ser negativa, se uma premissa for particular, a conclusão tem de ser particular. Exemplos:
Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, para que possa existir ligação entre o termo médio e os outros
.8
Esquematizando!
-4
u
REGRAS
u
PREMISSAS TERMOS
pr
VERDADES E MENTIRAS
Estamos diante de um assunto bem interessante, pois em Verdades e Mentiras você será apresentado a um
caso onde várias pessoas afirmam certas situações e entre elas existe aquela que diz algo verdadeiro, mas tam-
bém há aquela que só mente. Então, o seu dever é entender o que o enunciado está querendo e achar quem são
os mentirosos e verdadeiros.
Em algumas questões, você terá que fazer um teste lógico e depois avaliar cada afirmação que está disposta no
enunciado. Caso não aconteça divergência entre as informações, sua suposição estará correta e você conseguirá 101
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
achar quem está falando a verdade ou mentindo. c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha.
Agora, se houver divergência, você terá que fazer uma d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha.
nova suposição. Esse tema não tem teoria como já e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha.
vimos em alguns pontos do Raciocínio Lógico, então,
vamos aprender como resolver esse tipo de questão Vamos analisar:
praticando bastante. � Ângela: Eu sou a mais velha;
� Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais
1. (FCC — 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três jovem;
irmãos gêmeos, estavam brincando na casa de seu � Carol: Eu não sou a mais jovem;
tio quando um deles quebrou seu vaso de estimação. � Denise: Eu sou a mais jovem.
Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a cada um deles Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois
quem havia quebrado o vaso. Leia as respostas de se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem e
automaticamente a Denise estará mentindo também.
cada um.
E se a Denise estiver mentindo e não for a mais jovem,
teremos um cenário em que todas as meninas afirmam,
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!”
de uma forma ou de outra, que não são as mais jovens,
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
e pelo menos uma delas tem que ser a mais jovem.
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!”
Como o enunciado diz que apenas uma delas está men-
tindo, podemos pensar que se Bruna estivesse mentin-
Sabendo que somente um dos três falou a verdade,
do, ela seria a mais velha e a mais jovem ao mesmo
conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que
tempo, o que é logicamente impossível em um grupo
disse a verdade são, respectivamente, de 4 meninas.
Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a
a) Huguinho e Luizinho. Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais
b) Huguinho e Zezinho. jovem.
c) Zezinho e Huguinho. Resposta: Letra D.
d) Luizinho e Zezinho.
e) Luizinho e Huguinho. 3. (VUNESP — 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e
Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de
Para esse tipo de questão devemos buscar as infor- uma pessoa. Na delegacia:
mações contraditórias, pois numa contradição
haverá uma “verdade e mentira”. z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor- z Rogério disse que tinha sido Paulo;
mações contraditórias: z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor;
Veja que as afirmações de Zezinho e Luizinho se z Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
contradizem.
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” Sabe-se que um e apenas um deles mentiu. Sendo
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” assim, a pessoa que furtou a bicicleta foi
Não podemos afirmar quem disse a verdade ou
quem mentiu ainda, mas já sabemos que quem que- a) Lucas.
brou o vaso foi Huguinho (sobrou apenas mentira b) Sandro.
0
d) Vitor.
ele quebrou o vaso. e) Paulo.
.2
Eliminamos as letras C, D e E.
73
falando a verdade, pois já sabemos que foi Huguinho Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
-4
quem quebrou o caso. Logo, Zezinho está mentindo e Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
Luizinho falando a verdade. Se um estiver falando a verdade, outro está mentindo.
u
pr
2. (IF-PA — 2019) Ângela, Bruna, Carol e Denise são afirmações, percebemos que a frase de Rogério (que é
quatro amigas com diferentes idades. Quando se per- 100% verdade) deixa claro que o culpado foi Paulo.
guntou qual delas era a mais jovem, elas deram as Resposta: Letra E.
seguintes respostas:
ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
z Ângela: Eu sou a mais velha; CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO
z Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem;
z Carol: Eu não sou a mais jovem; Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, esta-
� Denise: Eu sou a mais jovem. remos interessados em verificar se eles são válidos ou
inválidos. Então, passemos a seguir a entender o que sig-
Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a nifica um argumento válido e um argumento inválido.
verdade, a mais jovem e a mais velha, respectivamen-
te, são: Argumentos Válidos
a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha. Também podem ser chamados de argumentos
102 b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha. bem-construído ou legítimo.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que o argumento seja válido, não basta que a (V) (F)
conclusão seja verdadeira, é preciso que as premissas e Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F)
a conclusão estejam relacionadas corretamente, ou seja, Fez sol. (V)
quando a conclusão é uma consequência necessária Logo, vou à praia. (F)
das premissas, dizemos que o argumento é válido.
Vamos analisar o exemplo: Percebe-se, então, que não está de acordo com a
nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso
z p1: Todo padre é homem; argumento é válido.
z p2: José é padre;
z c: José é homem. ARGUMENTOS INVÁLIDOS
Quando temos argumentos utilizando os quantifica- Também podem ser chamados de argumentos mal
dores lógicos, representamos por meio dos diagramas construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos.
lógicos para saber a validade de um argumento. Veja que Dizemos que um argumento é inválido quando a
temos uma proposição do tipo Todo A é B, logo: verdade das premissas não é suficiente para garantir
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo:
Homem p1: Todas as crianças gostam de chocolate;
p2: Patrícia não é criança;
c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Padre Como já estudamos sobre esse tipo de estrutura
de argumentos utilizando os quantificadores lógicos,
vamos representar por meio dos diagramas lógicos
para saber a validade de um argumento. Veja que
José temos uma proposição do tipo “Todo A é B”, logo:
Gostam de chocolate
mento é válido.
73
Patrícia
.8
Veja na prática:
32
-4
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada Quando a premissa 2 afirma que Patrícia não é
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso criança, temos duas interpretações:
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é
falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos z Patrícia pode não ser criança e gostar de chocolate;
valores lógicos para proposição composta pelo conec- z Ela pode não ser criança e não gostar de chocolate.
tivo “se..., então” na primeira premissa. Assim, Sendo assim, não há possibilidade de afirmar com
100% de certeza que Patrícia não gosta de chocola-
(V) (F) te, como consta na conclusão. Logo, o argumento é
Se fizer sol, então vou à praia. (V) inválido.
Fez sol. (V)
Logo, vou à praia. (F) Para um argumento usando conectivos lógicos,
devemos usar o mesmo que já vimos para argumentos
Como podemos notar, quando temos a combina- válidos, só muda um detalhe. Veja:
ção lógica verdade no antecedente e falso no conse-
quente (V F) para o conectivo “se...,então”, o nosso z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
resultado só poderá ser falso. premissas são verdadeiras; 103
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z Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do Números de Linhas de Tabela Verdade
conectivo envolvido no argumento;
z Se não der erro (ficar de acordo com o padrão de Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
valoração que afirmamos) dizemos que o argu- las verdade para proposições compostas.
mento é inválido.
z 1º passo: contar a quantidade de proposições
Veja na prática: envolvidas no enunciado.
Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine-
ma. (V) Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F) z 2º passo: calcular a quantidade de linhas da tabela
usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada de proposições).
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso lem-
brete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cinema é fal- Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
so e o tempo ficar nublado é verdadeiro. Distribuímos
os valores lógicos para proposição composta pelo conec-
tivo “se...então” na primeira premissa, de acordo com P Q PVQ
cada proposição. Perceba que a proposição não vou ao
cinema está negando o que está sendo dito na conclusão,
ou seja, mudamos o valor lógico dela. Assim,
(V) (V)
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F)
z 3º passo: dispor os valores “V” e “F” na primeira
coluna fazendo o agrupamento pela metade do
Tudo que não estiver no padrão de combinação lógi-
ca - verdade no antecedente e falso no consequente número de linhas da tabela.
(V F) para o conectivo “se...,então” – será verdadeiro.
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
(V) (V) primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V) P Q PVQ
Logo, vou ao cinema. (F)
V
Percebe-se, então, que o argumento está de acordo V
com a nossa valoração inicial, ou seja, não deu erro. F
Logo, nosso argumento é inválido.
Sabendo disso, guarde o esquema abaixo. F
Deu Erro Argumento Válido z 4º passo: preencher as demais colunas com agru-
0
será de 1 em 1).
.8
32
-4
P Q PVQ
u
V V
COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA
pr
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL,
RECONHECIMENTO DE PADRÕES, Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa-
mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, binamos os valores lógicos usando os conectivos lógicos.
FORMAÇÃO DE CONCEITOS, Número de linhas da tabela verdade:
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS 2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren-
der todas as combinações lógicas possíveis para cada
TABELA VERDADE
conectivo lógico.
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos
apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma
proposição.
104
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Negação (~P)
P Q PQ
Uma proposição, quando negada, recebe valores V F F
lógicos opostos ao da proposição original. O símbolo F V F
que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.
F F V
P ~P ~(~P) V V V
V F V V F F
F V F F V V
F F V
Conectivo Conjunção “E” (^)
Condicional falsa: Vai Ficar Falsa
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros. VF=F
P Q P^Q TAUTOLOGIA
V V V
É uma proposição cujo valor lógico é sempre
V F F verdadeiro.
F V F Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautologia,
pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela
F F F
verdade.
Conectivo Disjunção “Ou” (v)
P ~P P V ~P
Teremos resposta verdadeira quando, pelo menos, V F V
um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.
F V V
V F V possui V.
78
F V V
.2
F F F (PQ) (P^Q)→(PQ)
73
P Q (P^Q)
.8
V V V V V
Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou...ou” ( v )
32
V F F F V
-4
F F F V V
u
pr
P Q PVQ CONTRADIÇÃO
V V F
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
V F V Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição, pois
F V V o seu valor lógico é sempre F, conforme a tabela verdade.
F F F
P ~P P ^ (~P)
Conectivo Bicondicional “Se e Somente Se” () V F F
observações (ou repetições) relativas a cada um dos A coluna da direita exprime o número de indiví-
.2
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
73
60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres. Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
.8
Estes são os valores de frequências absolutas. Pode- mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
32
mos, ainda, representar as frequências relativas (per- daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
-4
centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
60 são 43,33%. Portanto, teríamos: classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
u
pr
20 25
20
15 15
10
10
5
5 0
2017 2018 2019 2020
SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
Florianópolis MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
Rio de Janeiro
15 – 20 17
20 – 25 13
São Paulo
25 - 30 7
0 2 4 6 8 10 12 14
8
78
6
.2
4
73
2
.8
0
32
lo é proporcional à frequência.
u
pr
Propriedade Transitiva
73
a) Geraldo é bombeiro.
.8
podemos dizer que P implica R. Veja: c) Todo contador que também é bombeiro sabe nadar.
-4
Então P ⇒ R. bombeiros.
u
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá! Para acharmos uma conclusão lógica para esse
enunciado é necessário fazer uso de diagramas lógi-
1. (IBID — 2020) Considere falsas as seguintes proposi- cos para facilitar a resolução. Veja:
ções a seguir: Sabe nadar
gas a cada profissão e altura. Veja: Brenda engenheira, baixa, média, alta
.2
biblioteconomista
73
biblioteconomista
u
médica, engenheira,
Brenda baixa, média, alta Note que sobrou apenas a profissão “médica” para MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr
biblioteconomista
Carmen e, com isso, sobra apenas “engenheira”
u
2. (FUNRIO — 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e Logo, respectivamente, as profissões de André, Pau-
40 anos de idade, não necessariamente nessa ordem. lo e Raul são: psicólogo, médico e engenheiro. Res-
Eles são engenheiro, médico e psicólogo, porém não posta: Letra B.
se sabe a correta associação entre nomes e profissão.
Sabe-se, porém, que André não tem 40 anos de idade
nem é engenheiro, que Paulo possui 35 anos de idade,
que Raul não é médico, e que o médico não possui 30 HORA DE PRATICAR!
anos de idade.
Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul 1. (FGV — 2022) Sobre dois conjuntos A e B sabe-se que:
são:
A união de A e B tem 130 elementos. A diferença B – A
a) psicólogo, engenheiro e médico. tem 50 elementos. A diferença A – B tem 60 elementos.
b) psicólogo, médico e engenheiro.
c) médico, psicólogo e engenheiro. Sendo x o número de elementos de A e y o número de
d) médico, engenheiro e psicólogo. elementos de B, o valor de x + y é igual a
e) engenheiro, médico e psicólogo
a) 110.
Primeiro precisamos montar nossa tabela e depois b) 120.
interpretar o que a questão nos fornece. c) 130.
d) 140.
PESSOAS PROFISSÃO IDADE e) 150.
André 30, 35 ,40 ros pares, de dois algarismos, tais que o algarismo das
psicólogo
.2
engenheiro, médico,
Paulo 30, 35 ,40
.8
psicólogo
O valor de N é
32
engenheiro, médico,
Raul 30, 35 ,40
-4
psicólogo a) 45.
u
b) 40.
pr
PESSOAS PROFISSÃO IDADE 4. (FGV — 2022) Os 9 números 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25
são colocados, sem repetição, em uma tabela (matriz) 3
André engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
x 3, isto é, com 3 linhas e 3 colunas, de modo que a soma
Paulo engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40 dos números de cada coluna seja sempre a mesma.
Raul engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
Essa soma dos elementos de cada coluna, que é sempre
a mesma, é igual a
Sobrou a idade de 30 anos para André e na passa-
gem “o médico não possui 30 anos de idade” pode- a) 37.
mos ver que André é o psicólogo, pois a questão já b) 38.
disse que ele também não é engenheiro. Por conse- c) 39.
guinte, Raul tem 40 anos e é o engenheiro. Assim: d) 40.
e) 41.
110
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5. (FGV — 2022) N é o menor número que é múltiplo de 5 2
e de 7, e é maior que 800. c)
9
4
d)
A soma dos algarismos de N é 13
9
e)
a) 11. 20
b) 12. 9. (FGV — 2021) Três funcionários de um escritório
c) 13. foram designados para digitalizar todos os documen-
d) 14. tos de um processo antigo, e levaram, nessa tarefa, 8
e) 15. horas e 40 minutos.
6. (FGV — 2022) Um artigo que custava R$ 450,00 foi Se dois funcionários a mais tivessem sido convoca-
comprado por R$ 378,00. O desconto dado nessa dos para se juntar aos outros nesse trabalho, o tempo
compra foi de de digitação teria sido reduzido em:
a) 10%. a) 3 horas e 28 minutos;
b) 12%. b) 3 horas e 42 minutos;
c) 14%. c) 4 horas e 12 minutos;
d) 16%. d) 4 horas e 38 minutos;
e) 18%. e) 5 horas e 12 minutos.
7. (FGV — 2022) O gráfico a seguir mostra a evolução da 10. (FGV — 2022) Um tigre avista um javali a 1km de dis-
população brasileira até 2010. tância e sai, em linha reta, em seu encalço. Nesse ins-
tante, o javali foge na direção contrária à do tigre.
Evolução da população 190,755 O tigre corre a 30m/s, e o javali tenta escapar a uma
residente no páis velocidade de 10m/s.
169,8
EM MILHÕES DE PESSOAS A distância percorrida pelo javali até ser alcançado
146,8 pelo tigre é igual a
119,0 a) 300m.
b) 400m.
93,1 c) 500m.
70,0 d) 600m.
51,9 e) 700m.
41,1
30,6 12. (FGV — 2022) O relógio do carro de Carla, que não
17,4 é preciso, adianta continuamente as horas. Ontem,
9,9 14,3 quando estacionou seu carro para fazer um lanche,
Carla acertou o relógio do carro com o seu relógio de
1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
pulso, que é preciso e marcava, no momento, 11h.
0
O período em que houve maior crescimento populacio- dia, Carla perdeu seu relógio de pulso e quando chegou
73
nal em termos absolutos foi: no seu carro para ir para casa, o relógio do carro marcava
.8
a) de 1960 a 1970.
-4
e) 17:20h.
1
8. (FGV — 2021) Em um colégio, dos alunos da Turma
4
2 12. (FGV — 2022) Em certa corrida de Fórmula 1, o vence-
Ae dos alunos da Turma B foram infectados com a
5 dor percorreu as 75 voltas programadas com tempo
Covid-19. Sabe-se que o número de alunos infectados médio por volta de 1 minuto e 32 segundos.
da Turma A é igualao número de alunos infectados da
Turma B. O tempo total de corrida gasto pelo vencedor foi de:
Carlos fez o percurso todo em 1h10min15s. Fred fez o 18. (FGV — 2021) Considere as afirmativas a seguir.
percurso todo em
I. Todo auditor que fiscaliza a contabilidade de empre-
a) 1h18min34s. sas também presta orientações sobre legislação
b) 1h02min34s. tributária, mas nenhum auditor que presta orienta-
c) 1h02min56s. ções sobre legislação tributária instaura processos
d) 1h01min56s. administrativos-fiscais.
e) 1h01min34s II. Todo auditor que apreende mercadorias irregula-
res faz o controle aduaneiro, e alguns auditores que
14. (FGV — 2021) Sabe-se que a sentença “Se a camisa é fazem o controle aduaneiro, instauram processos
branca, então a calça é branca” é FALSA e a sentença administrativos-fiscais.
“Se o sapato é preto, então a camisa não é branca” é III. Nenhum auditor que faz o controle aduaneiro presta
VERDADEIRA. orientação tributária.
É correto concluir que: Sendo certo que não há auditor que execute conjun-
tamente as funções de controle aduaneiro, apreensão
a) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato não de mercadorias irregulares e de instauração de pro-
é preto; cessos administrativos-fiscais, é correto concluir que
b) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato é
preto; a) nenhum auditor que apreende mercadorias irregulares
c) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato não também fiscaliza a contabilidade de empresas.
é preto; b) todo auditor que faz o controle aduaneiro também
d) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato é apreende mercadorias irregulares.
preto; c) todo auditor que presta orientações sobre a legislação tri-
e) a camisa não é branca, a calça não é branca e o sapato butária também fiscaliza a contabilidade de empresas.
é preto. d) pelo menos um auditor que apreende mercadorias irregu-
lares também instaura processos administrativos-fiscais.
15. (FGV — 2021) Roberto fez as seguintes afirmações e) pelo menos um auditor que fiscaliza a contabili-
sobre suas atividades diárias: dade de empresas também instaura processos
administrativos-fiscais.
� faço ginástica ou natação.
� vou ao clube ou não faço natação. 19. (FGV — 2021) Em um grupo de sapos, alguns são ama-
� vou à academia ou não faço ginástica. relos e alguns são felizes. Sabe-se que:
Certo dia Roberto não foi à academia. 1. Todo sapo feliz sabe pular.
2. Nenhum sapo amarelo sabe tocar gaita.
É correto concluir que, nesse dia, Roberto 3. Todo sapo que não sabe tocar gaita também não sabe
0
pular.
-1
78
e) não fez ginástica e não foi ao clube. b) nenhum sapo feliz sabe tocar gaita.
-4
� Se Priscila é paulista, então Joel é capixaba. 20. (FGV — 2021) Verifique, em cada um dos casos abaixo,
� Se Gabriela não é carioca, então Joel não é capixaba. se a conclusão decorre logicamente das duas premissas
� Se Gabriela é carioca, então Priscila não é paulista. apresentadas e assinale V quando a conclusão decorre
logicamente das duas premissas e F em caso contrário.
É correto deduzir que:
Caso I
a) Gabriela é carioca;
b) Gabriela não é carioca; � Todo adolescente gosta de namorar.
c) Priscila não é paulista; � Maria é adolescente.
d) Priscila é paulista;
e) Joel não é capixaba. Conclusão: Maria gosta de namorar.
Caso III
a) V – F – F.
b) F – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – F.
e) V – V – V.
9 GABARITO
1 E
2 A
3 D
4 C
5 C
6 D
7 C
8 D
9 A
10 C
11 D
12 E
0
13 D
-1
78
14 A
.2
73
15 D
.8
32
16 C
-4
17 A
u
18 A
u
pr
19 E
20 A
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr
114
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O computador pessoal surgiu na década de 70, oferecido pela IBM com o sistema operacional MS-DOS da
Microsoft.
Na década de 80, este ganhou o mundo, quando diversos fabricantes passaram a oferecer equipamentos com-
patíveis com o padrão PC. A Apple desenvolveu uma interface gráfica, a IBM e Microsoft também.
No começo dos anos 90, com a abertura de mercado realizada pelo então presidente Fernando Collor, o Brasil passou
a adquirir equipamentos de primeiro mundo, e, também, a acessar a rede mundial de computadores (a Internet).
De lá para cá, o nível de integração dos equipamentos só cresceu, e hoje podemos ter um computador inteiro na
palma da mão (tablets), ou com peso reduzido (notebooks), assim como os tradicionais desktops em nossas mesas.
Com componentes internos (instalados na unidade de sistema) e componentes externos (periféricos), os com-
putadores desktop evoluíram em capacidade de processamento, memória, armazenamento e recursos.
Vamos conhecer algumas opções de construção de dispositivos computacionais:
MODELO DESCRIÇÃO
O computador de mesa, com teclado, mouse, monitor de vídeo e gabinete, é a construção mais po-
pular, quase um sinônimo de computador. Seus componentes internos estão instalados dentro do
Desktop
gabinete com fonte de alimentação, e os componentes externos (periféricos) são conectados através
de portas de conexão
Portátil, com alta integração entre os componentes, utiliza baterias para operação móvel desconecta-
Notebook
do da rede de energia elétrica
Notebook 2 Semelhante ao notebook “comum”, geralmente oferece telas sensíveis ao toque para operarem como
0
-1
em 1 tablets
78
.2
Tablet Sem teclado físico ou mouse, toda a interação será realizada pela tela sensível ao toque
73
.8
MODELO ANÚNCIO
u
pr
Computador Desktop Dell Vostro 3681-M20M 10ª Geração Intel Core i5 8GB 1TB Windows 10 + Moni-
u
Desktop
tor 21”
pr
Desktop All
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Computador All in One LG 21.5” Full HD Windows 10 Home Celeron 4GB RAM e 500GB HD
in One
Notebook Notebook Acer Aspire 5 A515-54-57EN Intel Core i5 - 8GB 256GB SSD 15,6” Full HD LED Windows 10
Notebook Ultrafino Dell Inspiron i5402-M40S 14” Full HD 11ª Ger. Intel Core i7 16GB 512GB SSD NVI-
Notebook
DIA GeForce Windows 10
Notebook 2 Notebook 2 em 1 Dell Inspiron 5406-M30S 14” Full HD Touch 11ª Geração Intel Core i7 8GB 256GB
em 1 SSD Windows 10
Tablet Tablet Samsung Galaxy Tab A7 10,4” 4G Wi-Fi 64GB - Android Octa-Core Câm. 8MP + Selfie 5MP
De forma geral, eles são anunciados informando o processador, memória e armazenamento de massa. A esco-
lha pelo melhor modelo passa por algumas recomendações, que devem considerar o uso e aplicação do equipa-
mento. Observemos: 115
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
COMPONENTE RECOMENDAÇÃO
O hardware é, genericamente, a parte física do computador. O sufixo “ware” é usado para designar um item da estru-
tura estudada ou um aplicativo. Na tradução literal, hardware significaria a estrutura dura, rígida ou difícil do computa-
dor. No estudo didático, hardware se aplica a todos os componentes físicos que existem no computador.
Existem várias formas de classificação do hardware, seja através da conexão, da natureza do componente, da utili-
zação etc.
A seguir, encontra-se uma tabela na qual os principais componentes do computador são apresentados, item por item.
Importante ressaltar, entretanto, que essa tabela se aplica ao modelo desktop e a alguns modelos com outras construções.
Cache L2 Memória rápida nível 2 (level 2) Na borda do processador, próximo à memória RAM4
Alguns processadores
Na borda do processador,
Cache L3 Memória rápida nível 3 (level 3) novos possuem cache L3
junto da memória RAM
(Level 3 — nível 3)
o “boot”
78
dispositivos mecânicos
u
Os periféricos são equipamentos conectados ao dispositivo computacional que fornecem recursos para a
entrada e/ou saída de dados.
Vejamos alguns dos periféricos de entrada de dados:
Teclado Principal periférico de entrada de dados ABNT2 via DIN, PS/2, USB, Bluetooth
Scanner (e Digitalização)
Entre os equipamentos computacionais, um dos mais utilizados no meio corporativo é o scanner (escâner).
Este, periférico de entrada de dados, permite a digitalização de informações que estão em um meio físico (como
papel, livros e fotos), armazenando-as em formato digital. As informações são convertidas em bits e armazenadas
em arquivos, permitindo economia de espaço físico de armazenamento, indexação com metadados (dados que
explicam os dados armazenados) e a rápida recuperação para consultas.
As informações poderão ser armazenadas em arquivos locais ou remotos, na nuvem. O grande volume de infor-
mações digitalizadas, combinado com o grande volume de informações produzidas, recebe o nome de BigData.
O escâner é um dispositivo que captura a realidade, possibilitando, posteriormente, a organização da informa-
ção em planilhas e banco de dados e a análise e interpretação de dados estruturados para a tomada de decisão.
Sabe-se, nesse sentido, que processos físicos em tribunais de justiça e inquéritos policiais nas delegacias estão sen-
do digitalizados para facilitar o manuseio e agilizar a troca de informações entre as comarcas e setores policiais.
O aparelho escâner evoluiu muito desde o seu surgimento. Nos anos 90, os scanners eram de mão e digitaliza-
vam apenas uma pequena área a cada leitura. As imagens de duas ou mais leituras, por sua vez, eram unidas, a
0
-1
Nos anos 2000, o modelo de mesa com tampa refletora era o mais popular. Este permitia a digitalização de uma
.2
encontramos modelos que digitalizam páginas, fotografam a informação física por câmera, escaneiam um objeto
32
em 3D para gerar um arquivo de impressão (para impressoras 3D) e, além disso, efetuam a leitura de código de
-4
6 Wireless — toda conexão sem fio é uma conexão wireless, incluindo o Wi-Fi, Infravermelho, rádio, satélite, etc.
7 Wi-Fi — Wireless Fidelity — conexão confiável sem fios. 117
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MODELO QUANDO CARACTERÍSTICA
Leitura da impressão digital para acesso a sistemas com prote-
Leitor de digitais Anos 2010 e atual
ção por biometria
Apps instalados em smartphones que usam a câmera para esca-
Softwares scanners Atualmente
near, ler códigos de barras e QR Codes
Uma das funcionalidades mais utilizadas no mercado corporativo é o reconhecimento OCR (Optical Character
Recognition), aplicado para digitalizar textos em documentos editáveis.
Vejamos alguns dos periféricos de entrada e saída de dados, também conhecidos como mistos ou híbridos:
vídeo
datashow
78
.2
73
.8
32
Transmissão de
aparelhos de DVD, BluRay, TV LCD, LED, Plasma,
HDMI vídeo e áudio
u
datashow
pr
digital
Semelhante visualmente ao USB
u
pr
8 Na tela capacitiva, utilizada no iPhone e iPad, por exemplo, uma película é alimentada por uma tensão, e reage com a energia presente no corpo
humano, e a troca de elétrons produz um distúrbio de capacitância no local, sendo rápida e corretamente identificado. Tecnologia mais cara e difí-
cil de ser construída, presente em modelos top de linha.
9 A tela resistiva, presente em modelos de baixo custo de celulares, smartphones e tablets, com precisão em torno de 85%, resiste melhor a quedas e
118 variações de temperatura; necessita de contato físico para determinar a posição do toque, ao coincidir os pontos de diferentes camadas sobrepostas.
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CONECTOR IMAGEM USO QUAIS DISPOSITIVOS UTILIZAM?
Transmissão de
Placas de captura/edição de vídeo e aparelhos de
RCA vídeo e áudio
imagem
analógico
Portal serial
Está caindo em desuso, por causa do USB e joystick
(DB15) Game Joystick
0
sem fio
-1
port
78
.2
73
.8
32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Transferên-
Paralela cia de dados Impressoras e scanner mais antigos
paralelos
119
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Tipos de conectores USB (Universal Serial Bus):
z No armazenamento de dados magnético, discos rígidos (e até os antigos disquetes) usam uma superfície metá-
lica ou metalizada para armazenar dados com magnetismo. O disco gira em altas velocidades e a cabeça de
leitura e gravação registra, no local exato, a informação que será armazenada ou lida;
z No armazenamento óptico, um laser é disparado na mídia (CD, DVD, BD) e a forma como é refletido indica a
informação gravada no local;
z No armazenamento eletrônico, os dados são gravados em chips de memórias.
As memórias poderão armazenar os dados por um curto período (memória cache e memória RAM), por um
período indeterminado (memória ROM) e por um período longo (memória flash):
z A memória RAM precisa de atualização de energia elétrica para manter os dados, até que o dispositivo seja
desligado;
z A memória ROM contém informações gravadas pelo fabricante, mantidas por tempo indeterminado, e as
opções escolhidas pelo usuário (no programa SETUP de configuração da BIOS), mantidas com uma bateria
auxiliar modelos CR2025 ou CR2032;
z A memória flash, dos pendrives e discos SSDs, não precisa de alimentação contínua para manter os dados e
possibilita leitura e escrita superiores a qualquer outro meio de armazenamento.
eSATA Alguns computadores aceitam disco (300Mbps) que o disco rígido externo USB padrão
pr
10 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que são uma memória flash.
11 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida, e quando o dispositivo é desligado, poderá voltar rapidamente onde estava antes. 121
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Impressoras
z A impressora, os projetores, os monitores de vídeo simples e as caixas de som são exemplos de periféricos
de saída de dados;
z O teclado, o mouse, o escâner (scanner), a webcam e o microfone são exemplos de periféricos de entrada
de dados;
z Alguns periféricos, como os dispositivos de impressão multifuncionais e o monitor touchscreen, são
denominados mistos ou híbridos, uma vez que realizam tarefas relacionadas à entrada e à saída de dados
processados.
As impressoras poderão ser conectadas através de uma porta de conexão (como USB — Universal Serial Bus)
ou conexão wireless (Wi-Fi e Bluetooth).
z Modelos de Impressoras
É comum classificarmos as impressoras de acordo com a sua tecnologia de impressão. Confira na tabela a
seguir:
Uma cabeça de impressão formada por agulhas pressiona uma fita de impressão
Caracteres e gráficos são desenhados ponto a ponto no papel
Impacto e fita
Matricial Aceita impressão em várias vias e é lembrada pelo barulho enquanto está
de impressão
operando
Existiram modelos com fitas coloridas, porém eram raras
Ciano (Cyan)
-1
78
Aquecimento Com a utilização de papel térmico reativo, a impressora térmica emprega o calor
Térmica
-4
Polímeros
pr
materiais
pr
As impressoras permitem a utilização de superfícies de impressão de diferentes medidas, de acordo com a sua
construção. Impressoras térmicas utilizam desde bobinas de papel, que podem ter alguns centímetros de largura,
(como nas “maquininhas de cartão’”), até papéis tamanho A4.
A medida do papel é outro elemento importante para classificar a impressora. Confira, a seguir, algumas medi-
das (Largura x Altura) de tamanho de papel:
122
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TAMANHO MEDIDA (LXA) UTILIZAÇÃO
Dobro das medidas do papel A4 Impressoras laser podem ter bandejas para
A3 29,7 cm x 42 cm
este tamanho
Outra forma de classificação das impressoras relaciona-se à tecnologia de conexão e transmissão dos
dados, determinada pelos conectores utilizados. Vejamos alguns exemplos de conectores de alguns modelos de
impressoras:
CONEXÃO CARACTERÍSTICAS
Transmissão de dados por conectores LPT, usados nas primeiras impressoras matriciais e jato de tinta
Paralela
Velocidade baixa
Transmissão de dados por conectores USB, que permitem troca de dados em alta velocidade e fo-
USB ram padrão para muitos modelos de impressoras jato de tinta, laser, térmicas e 3D
Altas velocidades de transmissão
Transmissão de dados por wireless, responsável por permitir a instalação do dispositivo de impres-
Wi-Fi são distante do dispositivo computacional
Altas velocidades de transmissão
Algumas impressoras oferecem conexão por Bluetooth, responsável por dispensar configurações
Bluetooth
de rede, como nome e endereço IP, bastando “emparelhar” o dispositivo para imprimir o que desejar
Existem questões de concursos que abordam a classificação das impressoras de acordo com o nível de compar-
tilhamento entre usuários. Confira alguns destes termos:
0
-1
78
compartilhada poderá ser usada por vários usuários que estejam na mesma rede
Direta, local
u
ou remota
Ao instalar a impressora, ela receberá um nome para ser informado aos demais
usuários da rede
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O computador poderá ter várias impressoras instaladas, e uma delas será definida
Local ou
Padrão como padrão ou preferencial
remota
Nas telas de impressão, ela será o nome marcado “automaticamente”
Conectada diretamente na rede, atende vários usuários com autorização para
imprimir
Rede Remota
A impressora receberá um número de IP para ser acessada por outros dispositivos
na mesma rede
Finalmente, as impressoras podem ser classificadas em relação à sua velocidade de impressão. São considera-
das impressoras rápidas aquelas que imprimem a maior quantidade de páginas por minuto (ppm). Impressoras
modernas podem imprimir até 60 páginas por minutos em alta resolução.
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Além disso, a resolução é uma medida de qualidade da impressão. A primeira, definida pela sigla DPI ou PPP
(dot per inch — pontos por polegada), informa qual é a quantidade de pontos de impressão que serão realizados
em 1 polegada linear na superfície de impressão. Impressoras jato de tinta operam com resolução entre 150 e 300
dpi, e as impressoras laser, com resoluções acima de 600 dpi.
As impressoras 3D, por sua vez, usam a definição de densidade de impressão para definir a qualidade da reso-
lução da impressão da peça 3D. Quanto maior a densidade de impressão, melhor será a construção e acabamento
da peça produzida pela impressora 3D.
EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
.avi Audio Video Interleave. Arquivo compatível com Windows, contém tanto vídeo como áudio
Backup = cópia de segurança. Alguns editores de textos produzem arquivos com informações dos do-
.bak
cumentos que não estão gravados no disco, permitindo a recuperação
Formato de imagem popular e antigo. Ele foi usado amplamente como papel de parede em versões
.bmp do Windows. Possui até 16.7 milhões de cores sem compactação (que poderia reduzir o tamanho do
arquivo, como o JPG faz)
Arquivo executável de comandos em ambiente DOS, executados via Prompt de Comandos ou por atalhos
.com
no ambiente gráfico. Esta extensão pode conter comandos maliciosos, e ser bloqueada
Iniciais de “Comma Separated Values” (valores separados por vírgulas). Arquivos de texto que podem
.csv ser usados em diferentes programas e permitem a troca de informações entre documentos, planilhas
e até correio eletrônico
Arquivo de texto capaz de armazenar dados referentes ao formato do texto que contém. Para editá-lo, é
.doc
preciso ter o Microsoft Word, o acessório Wordpad ou o LibreOffice Writer
Arquivo de texto capaz de armazenar dados referentes ao formato do texto que contém. Para editá-lo, é
.docx preciso ter o Microsoft Word 2007 ou superior, LibreOffice Writer ou pacote de compatibilidade instala-
do nas versões do Office 2002 (XP) e 2003
0
-1
Arquivo executável. Qualquer programa que executa uma série de comandos para o qual foi programa-
78
.exe do. Acionando clique duplo sobre um arquivo com esta extensão, iniciamos um processo de instalação
.2
ou a execução de um programa. Esta extensão pode conter comandos maliciosos, e ser bloqueada
73
Formato de imagem com 256 cores que permite uso de escala de cinza, interpolação e sequenciamento
.8
.gif
32
.htm ou Hiper Text Markup Language. Formato de páginas web. É capaz de dar formato a texto, acrescentar
u
.html vínculos a outras páginas, exibir imagens, reproduzir sons, entre muitas formatações
pr
u
.jpg ou Arquivo de imagem com 16.7 milhões de cores e comprimido, que pode ser editado em qualquer editor
pr
Formato de áudio que utiliza compressão em vários níveis. Quanto maior a compressão, menor a qua-
.mp3 lidade e o tamanho do arquivo. Pode ser reproduzido pelo Windows Media Player e por uma infinidade
de outros aplicativos
.mpg ou Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, reproduzido em qualquer programa
.mpeg multimídia
Open Document Format. Formato de documento aberto que é o padrão do pacote OpenOffice e usado
.odf
pelo BrOffice e LibreOffice
Open Document Presentation. Formato de documento de apresentações de slides usado pelo Impress,
.odp que é um software do pacote OpenOffice e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo
Microsoft PowerPoint
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EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
Open Document Sheet. Formato de pasta de planilha de cálculos usado pelo Calc, que é um software do
.ods
pacote OpenOffice, e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo Microsoft Excel
Open Document Text. Formato de documento de texto usado pelo Writer, que é um software do pacote
.odt
OpenOffice, e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo Microsoft Word
Documento eletrônico do padrão do programa Adobe Acrobat Reader, que é o preferido para distribui-
.pdf
ção de conteúdo
Arquivo de imagem vetorial. Armazena informações que permitem a ampliação da imagem sem perda
.png
significativa de qualidade
.rar Formato de compressão de dados popular, mas que não possui suporte nativo no Windows
Rich Text Format (“formato de texto rico”). Desenvolvido pela Microsoft, é o padrão do acessório Wor-
.rtf
dpad e pode ser aberto pela maioria dos editores de textos
Arquivo de texto sem formatação padrão do acessório Bloco de Notas que pode ser editado por qual-
.txt
quer editor de texto
.xls Pasta de Trabalho do Microsoft Excel 2003 ou anterior, que contém planilhas de cálculos
.xlsx Pasta de Trabalho do Microsoft Excel 2007 ou superior, que contém planilhas de cálculos
O formato para comprimir e descomprimir arquivos que é o formato padrão do Windows na compacta-
.zip
ção automática de arquivos e pastas
A extensão do arquivo é uma forma usada para identificar a informação gravada. Para o computador (equi-
pamento), todas as informações armazenadas são “dados”. As extensões são úteis para os usuários identificarem
o conteúdo existente no arquivo.
0
-1
Dica
78
.2
A maioria das questões sobre arquivos digitais envolve a identificação correta de suas extensões. Para pra-
73
ticar, ative a visualização de extensões de arquivos em seu Windows. No Explorador de Arquivos, guia Exibir,
.8
O sistema operacional Windows não costuma exibir as extensões dos arquivos, procurando mostrar ícones
u
(desenhos e símbolos) que indicam o conteúdo ou o programa associado para visualização e edição.
pr
No sistema operacional, ao clicar duas vezes em um ícone XLSX, por exemplo, o aplicativo associado será acio-
u
O Windows permite a escolha do programa que será usado para abrir um arquivo de três formas.
A primeira forma será usando o menu de contexto, opção “Abrir com”. Será escolhido um programa diferente
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
a cada vez que o arquivo for acessado para visualização ou edição, usando o menu de contexto.
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Imagem: menu de contexto exibido ao clicar com o botão secundário do mouse em um arquivo, para escolha
de um programa diferente do programa padrão, que será usado para visualizar ou editar o item
Outra forma de escolha é através do menu de contexto, item “Abrir com” e na sequência “Escolher outro apli-
cativo”. O usuário poderá escolher outro programa para ser associado com a extensão do arquivo, e definir que
ele se tornará o “programa oficial” para as próximas vezes que for acionada aquela extensão de arquivo. Essa é
uma alteração do item “Programas Padrão”, do painel de Configurações (Painel de Controle).
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr
Imagem: menu de contexto exibido ao clicar com o botão secundário do mouse em um arquivo, para escolha
de um programa diferente do programa padrão, que será usado para visualizar ou editar o item
O usuário poderá também escolher outro programa diferente, localizando uma opção na Microsoft Store. A
loja de aplicativos do Windows oferece programas de terceiros que desempenham funções específicas e extras.
Em concursos públicos, o que vale é a configuração padrão do sistema operacional; assim, a loja de aplicativos
não costuma ser questionada, por sua diversidade de opções e mudanças contínuas.
Quando o arquivo é baixado da Internet (download — transferência de um servidor remoto para o computa-
dor local), os aplicativos poderão alertar o usuário sobre a origem “não segura” da informação, exigindo que ele
habilite a edição antes de iniciar as alterações no seu conteúdo.
As Bibliotecas do Windows (Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos) organizam os arquivos mais questiona-
dos em provas. A tabela apresentada no início do tópico está resumida na próxima tabela, separada por categorias:
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DOCUMENTOS IMAGENS MÚSICAS VÍDEOS
ARQUIVOS PDF
O PDF é um arquivo somente para leitura do Adobe Acrobat. As letras PDF são as iniciais de “Portable Docu-
ment Format” (formato portável de documento). Portável significa que o arquivo poderá ser usado em diferentes
sistemas operacionais, sem nenhuma adaptação extra.
O formato PDF é o preferido para distribuição de conteúdo e também em questões de provas de concursos.
Muitas empresas usam o formato PDF como padrão para seus documentos, como os processos eletrônicos nos
sistemas do judiciário brasileiro. Professores distribuem conteúdo em plataformas digitais em formato PDF, ope-
radoras financeiras compartilham extratos em formato PDF, e diversos outros exemplos de aplicação do formato.
O formato PDF pode ser visualizado pelo Adobe Acrobat Reader, por outros programas e também por navega-
dores de Internet.
Originalmente, esses arquivos não podem ser editados (modificados). Entretanto, através do Adobe Acrobat
Reader DC — a última versão disponível para download no site da Adobe — é possível editar o conteúdo e inserir
marcações e comentários no documento.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, arquivos com extensão PDF poderão ser mostrados na forma de
ícones ou com a miniatura da primeira página, de acordo com as configurações do computador. Quando as confi-
gurações gráficas estão desativadas, apenas o ícone será exibido.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
Existem restrições que podem ser atribuídas ao PDF, tornando-o somente leitura, proibindo a impressão, a
cópia do conteúdo, inserindo a atribuição de senhas etc. Apesar das restrições relacionadas ao formato PDF, é pos-
u
pr
sível liberar alguns bloqueios através de sites especializados ou de programas desenvolvidos para essa finalidade.
O formato PDF é muito popular para a distribuição de conteúdo digital. Se você está usando este material em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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PROBLEMA COMO FAZER OPERAÇÃO AÇÕES
outras ações, que tornam o formato muito prático. da lista e os demais itens classificados em ordem alfa-
Confira algumas:
.8
Unir dois ou mais arquivos PDF em de termos, itens no dispositivo, na rede local e na
Juntar PDF
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte
u
um novo arquivo
pr
acessos indevidos. Para uso no computador, uma A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma
novidade do Windows 10, que permite visualizar os
.8
sar o Windows, ele deverá estar conectado; diferentes aplicativos abertos (como o atalho de tecla-
-4
z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial do Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de
ou biometria, para acesso ao computador sem a Trabalho. O atalho de teclado para Visão de Tarefas é
u
pr
sos de segurança digital, como o firewall, antivírus Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias
e antispyware. áreas de trabalho independentes, onde os programas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Transferência.
-1
78
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
.8
que permanecem em exibição todo o tempo. teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
32
pequeno traço azul abaixo do ícone. atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Fer-
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez pos- ramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no
sui um pequeno traço segmentado azul no ícone. Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Win-
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recur-
sos do Windows, que permite o uso de comandos,
realização de ações e controle das ações que serão
130 desfeitas.
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Lixeira OPERAÇÕES COM MOUSE
programas do computador,
-4
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EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
Windows WordPad.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e
editado pelos aplicativos Office. Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
Formato de documento portável (atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
PDF ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
(Portable Document Format) que
poderá ser visualizado em várias será visualizado e editado por outro programa de
plataformas escolha do usuário.
Documento de textos do Microsoft As Configurações do Windows e dos programas
Word. Textos com formatação que instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
DOCX podem ser editados pelo LibreOffice ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-
Writer tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
Pasta de trabalho do Microsoft
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
Excel. Planilhas de cálculos que
XLSX podem ser editadas pelo LibreOf-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
fice calc No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
Apresentação de slides do Micro- de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
soft PowerPoint, que poderá ser intuitivo.
PPTX
editada pelo LibreOffice Impress Através deste item o usuário poderá instalar e
desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Texto sem formatação. Formato Windows, além de outros recursos administrativos.
padrão do acessório Bloco de No- Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
TXT tas. Poderá ser aberto por vários acessado pela opção Configurações, localizada na lista
programas do computador
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
Rich Text Format – formato de tex- rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
to rico. Padrão do acessório Wor- Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
RTF dPad, este documento de texto da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
possui alguma formatação, como Modo Avião é uma configuração comum em smar-
estilos de fontes tphones e tablets que permite desativar, de manei-
Formato de vídeo. Quando o Win- ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que
dows efetua a leitura do conteúdo, inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do pri- NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MPG meiro quadro. No Windows 10, Fil- No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
mes e TV reproduzem os arquivos exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
de vídeo
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
Formato de áudio. O Gravador de ção e o tamanho de cada arquivo.
Som pode gravar o áudio. O Win-
MP3 dows Media Player e o Groove Mu- Modos de Exibição do Windows 10
sic podem reproduzir o som
JPG, PCX,
-1
ou abas, que possuem o seu próprio controle para A otimização das unidades do computador pode
.8
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4; ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.
32
Otimizar
longo do lado direito (e inferior de uma janela de
u
12 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
13 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 133
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Firewall do Windows
Painel de controle
WINDOWS 10 O QUE
Win+S Pesquisar
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
.2
73
Branch
u
O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
pr
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis
Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android
Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.
O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
0
-1
78
.2
73
.8
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
135
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A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr
z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Word 2010 possuem a extensão DOCX;
z Os documentos de texto habilitados para macros14, possuem a extensão DOCM;
z Um modelo15 de documento é um arquivo que pode ser usado para criar novos arquivos a partir de uma for-
matação preestabelecida. A extensão é DOTX;
14 Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas
são escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o
programa perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
136 15 Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Um modelo de documento habilitado para macros ATALHO AÇÃO
contém além da formatação básica para criação de
outros documentos, comandos programados para Cola o item (os itens) da Área de
Ctrl+V
automatização de tarefas. A extensão é DOTM; Transferência no local do cursor
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft
Move o item (os itens) para a Área
Excel 2010 possuem a extensão XLSX; Ctrl+X
de Transferência
z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos-
suem a extensão XLSM; Ctrl+Y Refazer
z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a
extensão XLTX; Desfaz a última ação. Se acabou
z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas de renomear um arquivo, ele volta
para macros possuem a extensão XLTM; ao nome original. Se acabou de
Ctrl+Z
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma apagar um arquivo, ele restaura
planilha que não foi salva, que pode ser recupera- para o local onde estava antes de
da pelo usuário, possui a extensão XLSB (binário); ser deletado
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Move o item para a Lixeira do
Values) contém textos separados por vírgula, que Del
Windows
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
dos em mala direta do Word, incorporados a um F1 Exibe a ajuda
banco de dados, etc.; F11 Tela Inteira
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato,
que pode ser usado no Outlook 2016; Renomear, trocar o nome: dois
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem arquivos com mesmo nome e
armazenar outros arquivos e pastas; mesma extensão não podem estar
z Os arquivos compactados podem ser criados na mesma pasta, se já existir ou-
F2
pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta tro arquivo com o mesmo nome,
Compactada; o Windows espera confirmação,
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, rece- símbolos especiais não podem ser
bem a extensão HTML e uma pasta será criada usados, como / | \ ? * “ < > :
para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.);
Pesquisar, quando acionado no
z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transfe-
F3 Explorador de Arquivos. Win+S fora
rido para outros arquivos do próprio Office através
dele
da Área de Transferência do Windows;
z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans- F5 Atualizar
ferido para outros arquivos do Windows, mas a
formatação poderá ser perdida. Exclui definitivamente, sem arma-
Shift+Del
zenar na Lixeira
Atalhos de Teclado – Windows 10 Win Abre o menu Início
Acessa o primeiro programa da
Dica Win+1
barra de tarefas
Os atalhos de teclado do Windows são de ter-
Acessa o segundo programa da
0
barra de tarefas
teclado do sistema operacional, são válidos para
78
no Windows.
Mostra o desktop (área de
.8
Win+D
trabalho)
32
ATALHO AÇÃO
-4
em execução Win+F
sobre o Windows
u
pr
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO AÇÃO O Microsoft Word pode gravar o documento no
formato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de
Exibe a lista dos aplicativos em editar documentos produzidos no outro pacote de
Win+Tab
execução em 3D (Visão de Tarefas) aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Menu de acesso rápido, exibido ao
Win+X Word:
lado do botão Iniciar
z Faz a gravação automática dos dados editados
PRODUÇÃO, EDIÇÃO DE DOCUMENTOS,
enquanto o arquivo não tem um nome ou local
FUNÇÕES PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO,
de armazenamento definidos. Depois, se necessá-
IMPRESSÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS
rio, o usuário poderá “Recuperar documentos não
CONTROLE DE ALTERAÇÕES
salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação
Estrutura Básica dos Documentos dos arquivos em edição que tenham nome e local
definidos, permitindo recuperar as alterações que
Os documentos produzidos com o editor de textos não tenham sido salvas;
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
vamento automático”, associado à conta Microsoft,
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Micro- para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
soft Word 2007 e superiores. Os documentos são ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
arquivos editáveis pelo usuário, que podem ser vamento será realizado.
compartilhados com outros usuários para edição
colaborativa; O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, con- padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
tém formatações que serão aplicadas aos novos e por ser portável, também poderá ser editado pelo
documentos criados a partir deles. O modelo é usa- Microsoft Word.
do para a padronização de documentos; Ao iniciar a edição de um documento, o modo
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
(Document Template Macros – modelo de Impressão”. O documento será mostrado na tela da
documento com macros): As macros são códigos mesma forma que será impresso no papel.
desenvolvidos em Visual Basic for Applications O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
(VBA) para a automatização de tarefas; to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
a orientação, o tamanho do papel e margens. As prin- barra de título continua sendo exibida.
cipais definições estão na guia Layout, mas também O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
encontrará algumas definições na guia Design; visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
z Seção: divisão de formatação do documento, vesse publicado na Internet como página web.
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
que forem usadas configurações diferentes, como Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
margens, colunas, tamanho da página, orientação, dos blocos de conteúdo.
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
as seções serão usadas; exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
0
Folha de Rosto
Mala direta: cartas, envelopes,
Correspondências etiquetas, e-mails e diretório de
contatos
Página em
Páginas Correção do documento: ele está
Branco
ficando pronto... Ortografia e gra-
Revisão mática, idioma, controle de alte-
Quebra de rações, comentários, comparar,
Página proteger etc.
Muitas bancas de concursos públicos não costu- No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági-
-4
mam utilizar imagens em suas provas. Elas prio- na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no
rizam o conhecimento do candidato acerca dos
u
menu Estilos.
pr
conceitos dos softwares. Outras bancas organi- Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário
u
acerca do uso dos recursos para a produção de outro local no mesmo documento, ou em outro arquivo
arquivos (parte prática dos programas). aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO
Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local
Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado
Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
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-1
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
78
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
73
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
.8
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
32
e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
-4
palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
u
pr
Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
pr
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
2 2 4 6 8 10 12 14 16
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo).
mudar a formatação
-1
78
Shift+Enter -
matação atual
73
.8
Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD
- - Âncoras de objetos
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
0
-1
78
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
.8
=SUM(ABOVE) =SOMA(A1:A5)
-4
Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
0
-1
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
78
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
.2
para a operação.
73
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
.8
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
32
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
-4
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
u
pr
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.
u
pr
Conceitos Básicos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;
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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Barra de Acesso Rápido Coluna
Barra de Fórmulas
Faixa de
Opções
Célula
Linha
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas pode variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com 256,
1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.
0
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32
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u
pr
u
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
pr
z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula.
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta Moeda Contábil
iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido R$4,00 R$4,00
na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór- Moeda Contábil
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um R$ 150,00 R$ 150,00
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui R$ 170,00 R$ 170,00
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas; R$ 200,00 R$ 200,00
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel; R$ 10,54 R$ 10,54
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma O ícone % é para mostrar um valor com o forma-
formatação específica; to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica-
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células); (Ctrl+Shift+%)
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
encontraremos o item Personalizado, para criação FORMATO PORCENTAGEM E 2
de máscaras de entrada de valores na célula. VALOR ß,0
PORCENTAGEM % CASAS % ,0 0
Porcentagem
78
1
73
4
32
4,00E+00
u
Texto
ab
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas deci-
pr
4
mais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais casas
u
pr
As informações existentes nas células poderão decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores
ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por menos precisos exibindo menos casas decimais).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
exemplo, na verdade é um número formatado como Quando um número na casa decimal possui valor abso-
data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
datas. decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
de Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas
símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da
o alinhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posi- função ARRED, para arredondar.
ciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula
decimal. Simbologia Específica
z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.
mostre 1
.2
73
mostre 23
-4
senão mostre 50
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>;
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=;
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=.
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OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa (A1) em uma referência mista (A$1 ou $A1) ou em
referência absoluta ($A$1);
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.
O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o
cargo de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
a) –R$ 960,00
pr
b) –R$ 100,00
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
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Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
0
-1
78
.2
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem mensa-
gens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digitação,
entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
Funções Básicas
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
0
z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
-1
atendida.
78
.2
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
32
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
-4
u
z MÉDIA(valores): realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
pr
u
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
pr
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e o
valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de
4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas um
será mostrado.
149
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de - CONT.VALORES - quantidade de células que estão
uma série, segundo o argumento apresentado. preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
Valores iguais ocupam posições diferentes. estão preenchidas.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- uma condição específica.
las A1 até D6. - CONT.SES - quantidade de células que atendem a
várias condições simultaneamente.
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu-
las selecionadas. z CONT.VALORES(células): esta função conta todas
as células em um intervalo, exceto as células
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na vazias.
área de A1 até D6.
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de contagem, informando quantas células estão preen-
uma série, segundo o argumento apresentado. chidas com valores, quaisquer valores.
Valores iguais ocupam posições diferentes. z CONT.NÚM (células): conta todas as células em
um intervalo, exceto células vazias e células com
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- texto.
las A1 até D6.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
outro caso seja falso. z CONT.SE(células;condição): esta função con-
ta quantas vezes aparece um determinado valor
Esta função é muito solicitada em todas as bancas. (número ou texto) em um intervalo de células (o
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na usuário tem que indicar qual é o critério a ser
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na contado)
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
serão realizadas as duas operações, somente uma tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
delas, segundo o resultado do teste. do o valor 5.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para ção2): esta função conta quantas vezes aparece
textos literais. um determinado valor (número ou texto) em um
intervalo de células (o usuário tem que indicar
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
célula A1 não é 10”) as condições especificadas.
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
valor não é negativo”) =CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
0
-1
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
78
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. z CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias
-4
de um intervalo.
u
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor com os dados existentes nas células.
u
número com a quantidade de casas decimais, sem Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
micas, são construídos com dados existentes em uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
arredondar.
ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas informações para a produção de relatórios completos.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.
z Os gráficos de Colunas representam valores em
z ARRED(valor;casas decimais): exibe um número colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colu-
com a quantidade de casas decimais, arredondan- nas: Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D
do para cima ou para baixo. Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas 3D.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.
100% Empilhada.
78
.2
73
Classificar datas
-1
a A), números (dos menores para os maiores ou dos tabela, por cor de célula ou cor
cor de célula,
de fonte, poderá classificar por
u
antiga para a mais nova e da mais nova para a mais essas cores. Também será pos-
ícones
sível classificar por um conjunto
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
153
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CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS ENDEREÇO URL
CARACTERÍSTICAS
FICTÍCIO
Na caixa de diálogo Opções de Usando o protocolo http, aces-
Classificação, em Orientação, saremos o servidor abc, que é
Classificar linhas clique em Classificar da esquer- comercial (.com), no Brasil (.br).
da para a direita e, em seguida, Acessaremos a divisão multimí-
clique em OK http://www.abc. dia (www) com arquivos textuais,
com.br/ vídeos, áudios e imagens. O re-
Classificar por Na caixa de diálogo Classificar,
curso acessado é o index.html,
mais de uma adicione mais de um critério
entendido automaticamente pelo
coluna ou linha para ordenação
navegador, por não ter nenhuma
especificação de recurso no fim
Classificar uma
Basta selecionar a coluna de- Usando o protocolo https, aces-
coluna em um
sejada, e na janela de diálogo, saremos o servidor abc, que é
intervalo de
manter o item “Continuar com a https://mail.abc. comercial (.com) e pode estar
células sem
seleção atual” com/caixa s/ registrado nos Estados Unidos.
afetar as demais
inbox/ Acessaremos o diretório caixas,
subdiretório inbox. Acessaremos
o serviço mail no servidor
Usando o protocolo de transferên-
INTERNET cia de arquivos ftp, acessaremos
ftp://ftp.abc.g o servidor ftp da instituição go-
CONCEITOS GERAIS E FUNCIONAMENTO, ov.br/edital.pdf vernamental (gov) brasileira (br)
ENDEREÇAMENTO DE RECURSOS chamada abc, que disponibiliza o
recurso edital.pdf
Na Internet, as informações (dados) são arma-
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os Outra forma de analisar um endereço URL é na sua
servidores são computadores, que utilizam pastas ou sintaxe expandida. Quando navegamos em sites na
diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao Internet, nos deparamos com aquelas combinações de
acessarmos uma informação na Internet, estamos símbolos que não parecem legíveis. Mas, como tudo
acessando um arquivo. Mas como é a identificação na Internet está padronizado, vamos ver as partes de
deste arquivo? Como acessamos estas informações? um endereço URL ‘completão’.
Por meio de um endereço URL. Confira:
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?-
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e querystring#fragmento
possui a seguinte sintaxe:
Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
protocolo://máquina/caminho/recurso transferência.
nicação que será usado na transferência de dados. z “:” e “porta”, indicam qual, entre as 65536 portas
78
Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – TCP, serão usadas na transferência;
.2
(Hyper Text Transfer Protocol Secure – protocolo computador com muitos arquivos em pastas;
.8
seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File z “recurso” é o nome do arquivo que está sendo
32
z “://” faz parte do endereço URL para identificar usado especialmente em sites seguros;
pr
que é um endereço na rede e não um endereço z “#” é para especificar qual é a localização da infor-
u
local como “/” no Linux ou “:\” no Windows; mação dentro do recurso acessado (marcas).
pr
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Quando o usuário digita um endereço URL no seu 2. Um software antivírus é acionado para detecção
navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
mação será localizada e transferida para o navegador
que solicitou o recurso.
Usuário Arquivo
Servidor DNS
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas
Internet
Endereço URL
Usuário
tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se mente. Para a detecção desses novos códigos malicio-
-4
para outros arquivos quando o hospedeiro é executa- sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
u
pr
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui- O software antivírus poderá analisar os arquivos
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza- do dispositivo através de outros parâmetros, além da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
do, com as últimas definições da base de assinaturas base de assinaturas de vírus conhecidos, para encon-
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi- trar novos códigos maliciosos que ainda não foram
gos maliciosos. identificados.
Se o código enviado para análise for comprovada-
1. O usuário tem um vírus de computador instalado
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza-
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.
Usuário Arquivo
155
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1. Ele compara o código com sua base de assinaturas,
mas não encontra correspondência com vírus conhecidos
= Usuário
Usuário Arquivo
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.
2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
Quarentena
=
Usuário
Fabricante Firewall
Usuário
conectadas.
.2
73
ataques e invasões.
Propagação Malware
u
de worm
pr
Firewall
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
u
156
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Antispyware atendem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega
disfarçado, medidas de prevenção devem ser adota-
Da mesma forma que existe a solução antivírus contra das, como:
vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos z nunca fornecer informações confidenciais ou
maliciosos que não necessitam de um hospedeiro. secretas por e-mail;
Genericamente, malware é um software malicioso. z resistir à tentação de cliques em links das
Genericamente, spyware é um software espião. Assim, mensagens;
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e z observar os downloads automáticos ou não iniciados;
relevância para os usuários dos sistemas operacionais, z dentro das políticas de segurança para os funcio-
os spywares ganharam destaque. Comercialmente, tor- nários, destacar que não se deve submeter à pres-
nou-se interessante nomear a solução como antispyware. são de pessoas desconhecidas.
Na prática, um antispyware, ou um antimalware,
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. Quando os ataques procuram atingir um servidor
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con-
Worm Malware
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi-
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam
ser redefinidas o mais breve possível.
Usuário Antispyware
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão
Trojan Spyware ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no os programas atualizados em seu dispositivo, apli-
dispositivo do usuário. cando as correções de segurança tão logo elas sejam
disponibilizadas.
Para proteção, o usuário deverá:
Ameaças
0
Usuário
-1
78
Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e
-4
Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e solicita o pagamento de resgate para a liberação das
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
u
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen- ameaças à segurança da informação podem ser clas-
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que sificadas como:
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem � Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade;
conexões, controlam a execução das aplicações, pro- z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma ram vulnerabilidades nos sistemas;
conexão VPN segura para navegação e entregam relató- z Naturais: não intencionais, relacionadas ao
rios de fácil compreensão para o usuário. ambiente, como as catástrofes naturais.
Defesa Contra Ataques As empresas precisam fazer uma avaliação das amea-
ças que possam causar danos ao ambiente computacio-
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navega- nal dela mesma (Gerenciamento de Risco), implementar
dor de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing sistemas de autenticação (Controlar o Acesso), definir os 157
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requisitos de senha forte (Política de Segurança), manter um número “parecido”. Exemplo: termo original
um inventário e realizar o rastreamento de todos os ati- “monitores10S” terá uma senha “m0n1tOr3sl0$”;
vos (Gerenciamento de Recursos), além de utilizar siste- z Palavras grafadas propositalmente erradas. Exem-
mas de backup e restauração de dados (Gerenciamento plo: termo original “segurança54S” terá uma senha
de Continuidade de Negócios). “Çegur4nSSa54$”.
de futebol, nomes de músicas e nomes de parentes Mesmo com o uso das senhas, a proteção poderá
.2
ro padrão Mercosul, ainda é uma senha previsí- Os tokens procuram proteger de forma ativa a
vel dentro das combinações possíveis de letras e transação.
u
pr
números (além de estar publicamente divulgada Bancos, aplicativos de delivery, sites na internet e
quando você anda de carro pelas ruas);
u
z Números de documentos. O acesso a vazamento de proteger a transação. E não é nada de outro mundo,
dados na Internet permite o acesso aos documen- ao contrário, fazem parte de nosso dia a dia. Confira
tos das pessoas. Se a senha usada é um número de alguns exemplos:
documento, ela será facilmente quebrada.
z Aplicativo de delivery: um código é enviado para
Alguns sistemas possuem requisitos de senhas, o smartphone do cliente. Ele deve informar este
que definem como elas deverão ser. Exigências como código quando receber o pedido. O entregador tem
“uso de maiúsculas e minúsculas”, comprimento a garantia de que este é o cliente que fez o pedido e
mínimo de 8 caracteres, uso de caracteres especiais e o cliente tem a garantia de que este é o entregador
proibição de uso repetido de senhas nas atualizações que está sendo informado no seu pedido;
são algumas das mais conhecidas. z Aplicativo de transporte: um código é enviado para
Vejamos algumas combinações de senhas que são o motorista do aplicativo. Ao chegar em seu desti-
recomendáveis. no, quando o cliente embarcar, deve informar o
código que está sendo exibido em seu smartphone.
z Substituições de caracteres. Onde é zero, usar O motorista tem a garantia de que este é o usuário
158 letra O maiúscula, e vice-versa. Onde é letra, usar
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que solicitou o transporte, e o cliente tem a garantia de que este é o motorista que está sendo informado para
a sua corrida;
z Sites na internet: alguns sites oferecem a autenticação em duas etapas. Um dos mais usados é o WhatsApp Web.
Ao abrir o aplicativo no smartphone, pode ser solicitado um PIN ou realizado o reconhecimento biométrico do
usuário. Ao acessar o aplicativo pelo navegador, um QR Code é exibido para sincronizar o aparelho e conta;
z Bancos: um dos ativos mais protegidos é o dinheiro. E, atualmente, o dinheiro está predominantemente sendo
transacionado em meio digital. Ao realizar transações bancárias, é comum o envio de um código por SMS, ou
a leitura de um QR Code para a transação, ou informando uma validação adicional;
z Empresas: o acesso remoto dos colaboradores a partir de suas residências se tornou uma realidade em muitos
locais do mundo. Ao acessar o webmail corporativo, o serviço pode solicitar uma contrassenha que identifica-
rá o dispositivo como seguro. Vamos comentar sobre o Microsoft Outlook corporativo: o colaborador acessa o
navegador de Internet e entra no webmail da empresa. Após fornecer login e senha, é solicitado que execute
o app Microsoft Autenticator em seu smartphone e informe o código gerado. O dispositivo é confirmado e o
acesso é permitido;
z E-mail pessoal: até serviços pessoais de correio eletrônico como o Gmail já oferecem a autenticação em duas
etapas. Ao acessar o serviço em qualquer dispositivo pelo navegador, é solicitado que o usuário execute o app
Gmail em seu smartphone, para obter o código de acesso. No navegador de internet, deve informar o código
que visualizou em seu app.
Senhas nos arquivos, compactação de dados, tokens, entre outros, também se destaca um método, usado para
proteção de dados, que opera com arquivos em geral, com ou sem senha. É a criptografia.
O Que é Criptografia?
A criptologia é a ciência de “criar e violar os códigos secretos”. É a maneira segura para armazenar e transmitir
dados, de forma que somente o destinatário possa ler ou processá-los. A criptografia usa algoritmos seguros para
manter as informações protegidas.
Ao ativá-la, os dados legíveis que contêm texto claro ou texto não criptografado, serão “embaralhados” para
produzir um texto criptografado ou texto codificado. A descriptografia reverterá o processo, tornando o texto
claro ou não criptografado.
A cifragem criptográfica pode proporcionar confidencialidade à comunicação, incorporando várias ferramen-
tas e protocolos que protegem os dados, as identidades e as conexões entre os usuários.
As chaves criptográficas codificam e decodificam os dados.
Alguns sistemas de criptografia usam a criptografia simétrica. Provavelmente você já viu estas siglas quando
configurou seu roteador wireless.
Padrões de criptografia comuns que usam criptografia simétrica:
z 3DES (triplo DES): Digital Encryption Standard (DES). O Triplo DES criptografa três vezes os dados e usa uma
chave diferente;
z IDEA: O Algoritmo de Criptografia de Dados (IDEA);
z AES: O Advanced Encryption Standard (AES).
0
-1
78
Chave pré-compartilhada
-4
u
pr
u
pr
A mesma chave usada para codificar os dados é usada para decodificar depois.
Na criptografia assimétrica, um par de chaves independentes torna esses algoritmos mais seguros que na
criptografia simétrica.
Os algoritmos assimétricos incluem:
z RSA (Rivest-Shamir-Adleman);
z Diffie-Hellman;
z ElGamal;
z Criptografia de curva elíptica (ECC).
159
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Protocolos que usam algoritmos de chave assimétrica.
Uma chave é usada para codificar os dados, e outra chave será usada para decodificar.
O comprimento de chave normal é de 80 a 256 bits O comprimento de chave normal é de 512 a 4.096 bits
Remetente e destinatário devem compartilhar uma chave Remetente e destinatário não compartilham uma chave
secreta secreta
CARACTERÍSTICAS
Compartilha uma chave comum para criptografia e Normalmente requer um processamento de chaves de
-1
descriptografia terceiros
78
.2
Mais rápido e usa menos recursos de processamento Usado por aplicativos como IKE, SSH, PGP e SSL
73
.8
O gerenciamento de chave pode ser um problema à medi- Use uma chave pública para criptografar e uma chave pri-
32
O sistema operacional Windows oferece dois níveis de proteção de arquivos com criptografia:
pr
z NTFS: através do sistema de arquivos do Windows, os arquivos são protegidos e exibidos com cores/ícones
diferentes no Explorador de Arquivos;
z BitLocker: criptografia que protege os dados em um disco com o armazenamento de chaves em outro disco. A
unidade C pode ser protegida e a chave armazenada em um pendrive. Toda vez que for ler os dados na unidade
C, o pendrive com a chave precisa estar conectado no dispositivo.
A certificação digital com o uso de cartões com chip ou aplicativos de certificação trabalham com a mesma sis-
temática. Para autenticar uma transação, o cartão com chip que contém a assinatura digital ou certificado digital
deverá estar conectado no leitor. Para autenticar uma operação, o aplicativo da Autoridade Certificadora deve ser
aberto e confirmada a transação.
160
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GOOGLE CHROME armazenado em servidores remotos, tanto na Internet
como na Intranet. É um navegador com código aber-
Salva de Páginas e Configurações to, software livre, que permite download para estudo e
modificações. Possui suporte ao uso de applets (comple-
O navegador mais utilizado pelos usuários da mentos de terceiros), que são instalados por outros pro-
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi- gramas no computador do usuário, como o Java.
ços, como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização
entre muitos outros. Uma das pequenas diferenças de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
desse navegador em relação aos outros navegadores tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan-
é a tecla de atalho para acesso à Barra de Endereços,
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses
que, nos demais, é F4 e, nele, é F6. Outra diferença é o
dados não serão sincronizados.
acesso ao site de pesquisas Google, que oferece a pes-
Assim como nos outros navegadores, é possível
quisa por voz se você acessar pelo Google Chrome.
definir uma página inicial padrão, uma página inicial
Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla- escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador a navegação das guias abertas na última sessão.
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela per-
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa. mite copiar, para a Área de Transferência do computador,
Alguns recursos do navegador são “emprestados” parte da imagem da janela que está sendo acessada. A
do site de buscas, como a tradução automática de seguir, em outro aplicativo o usuário poderá colar a ima-
páginas pelo Google Tradutor. gem capturada ou salvar diretamente pelo navegador.
É possível compartilhar o uso do navegador com Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que recem pequenas dicas para que você possa aproveitar
cada uma tenha as próprias configurações e arquivos. ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades
O navegador Google Chrome possui níveis diferentes sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla,
de acessos, que podem ser definidos quando o usuário notícias sobre integridade da internet e muito mais.
conecta ou não em sua conta Google.
INTERNET EXPLORER
z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
gle, o navegador armazena localmente as informa- Salva de Páginas e Configurações
ções da navegação para o perfil atual do sistema
operacional. Todos os usuários do perfil poderão Foi o navegador padrão dos sistemas Windows
consultar as informações armazenadas; e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
z Modo Normal conectado na conta Google: o questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
navegador armazena localmente as informações Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
da navegação e sincroniza com outros dispositivos
A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
conectados na mesma conta Google;
mento de substitutos para os programas, que deter-
z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet, mas
mina que a nova versão ou novo produto terá os
não acessa as informações da conta Google registrada;
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces- recursos e irá operar como as versões anteriores ou
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a produtos de origem.
janela é fechada. O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
O navegador Google Chrome, quando conectado As Opções de Internet, disponível no menu Ferra-
0
-1
em uma conta Google, permite que a exclusão do his- mentas, podem ser acessadas pelo Painel de Controle
78
tórico de navegação seja realizada em todos os dis- do Windows, devido à alta integração do navegador
.2
acessar a barra de endereços nos outros navegadores, Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm
pressione F4. No Google Chrome, o atalho de teclado é F6. como finalidade apresentar os resultados de endere-
u
pr
Para verificar a versão atualmente instalada do ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e, depois,
u
“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen- Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador. Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos acessibilidade das informações existentes na Internet,
mesmos sites que estavam abertos antes do reinício, indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
com as mesmas credenciais de login. Os sites de pesquisas foram incorporados aos
O Google Chrome permite a personalização com navegadores de Internet, e na configuração dos bro-
temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
wsers temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que
das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Esta funcionalida-
FIREFOX de transforma a nossa barra de endereços em uma
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche
Salva de Páginas e Configurações com os termos pesquisados anteriormente e oferece
sugestões de termos para completar a pesquisa.
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, como O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como busca-
os demais browsers, possibilita o acesso ao conteúdo dor padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm 161
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o Google Buscas como buscador padrão. As configura- COMANDO USO EXEMPLO
ções podem ser personalizadas pelo usuário.
Páginas que con-
Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope- link:
link tenham link para
rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens, novaconcursos
outras
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line,
efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idio- Informações de um location:méxico
location
ma para outro, entre inúmeras funcionalidades. Além determinado local terremoto
do mais, eles também ignoram pontuação, acentuação e
não diferenciam letras maiúsculas de letras minúsculas, Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
mesmo que sejam digitadas entre aspas. suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
E além de todas estas características, os sites de O site de pesquisas Google também oferece respos-
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím- tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
bolos) para refinar os resultados e comandos para rece mecanismos similares.
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con- As possibilidades são quase infinitas, pois os assis-
cursos públicos, estes são os itens mais questionados. tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
de concursos públicos, esta parte você consegue prati- de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
car, até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
e comandos nas suas pesquisas na Internet, e visuali-
PEDIDO USO EXEMPLO
ze os resultados obtidos.
traduzir maçã
traduzir ... para.. Google Tradutor
para japonês
SÍMBOLO USO EXEMPLO
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni-
Pesquisa exata, na
ca:número telefone ca:99999-9999
Aspas mesma ordem que
“Nova Concursos”
duplas forem digitados os Cotação da bol-
código da ação GOOG
termos sa de valores
Menos ou Excluir termo da concursos Previsão do
clima localidade clima são paulo
traço pesquisa –militares tempo
concursos Status de um
Til (acento) Pesquisar sinônimos código do voo ba247
~públicos voo (viagens)
Substituir termos na
pesquisa, para pes- Os resultados apresentados pelas pesquisas do
quisar “inscrições en- site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura
Asterisco cerradas”, e “inscri- inscrições * filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
ções abertas”, e “ins- a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
crições suspensas” conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
etc. No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000 bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
Intervalo de datas ou campeão
escolha o item Pesquisa Segura.
Dois pontos No Google, na página do site do buscador www.goo-
preço 1980..1990
gle.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
0
sociais @novaconcursos
.2
FORMA DE
.2
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
73
Enviar – SMTP
gens e POP3 para receber. As men-
-4
Enviar e Receber
Cliente de E-mail sagens são transferidas do servidor Receber – POP3 IMAP4
para o cliente e são apagadas da cai-
u
pr
xa de mensagens remota
u
pr
Webmail são copiadas do servidor para a jane- Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
la do navegador e são mantidas na (cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
caixa de mensagens remota (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
os e-mails recebidos.
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é usado para separar a parte esquerda, que identifica o usuário,
@
da parte a sua direita, que identifica o provedor do serviço de mensagens eletrônicas
Identifica o tipo de provedor, por exemplo: COM (comercial), .EDU (educacional), REC (entreteni-
Categoria do domínio mento), GOV (governo), ORG (organização não governamental) etc., de acordo com as definições
de Domínios de Primeiro Nível (DPN) na Internet
Informação que poderá ser omitida, quando o serviço está registrado nos Estados Unidos. O país é infor-
País
mado por duas letras, como: BR, Brasil; AR; Argentina; JP; Japão; CN; China; CO; Colômbia; etc.
Quando o símbolo @ é usado no início, antes do nome do usuário, identifica uma conta em rede social. Para o
endereço URL do Instagram https://www.instagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @novaconcursos.
Servidor web
Servidor e-maill Servidor FTP Servidor VoIP
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
A conexão de banda larga oferece altas taxas de envio (upload) e recebimento (download), sendo balanceada
pela operadora de telefonia.
A conexão dedicada oferece altas taxas de envio e recebimento em valores contratados e fixos.
Quando uma pessoa envia um arquivo de seu computador para um site na internet, a operação de transferên-
cia que está sendo executada é conhecida como upload.
Quando uma pessoa recebe um arquivo em seu computador proveniente de um site na internet, a operação de
transferência que foi executada é conhecida como download.
164
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A transferência de dados poderá ser com o protocolo TCP, que possui controle da transmissão e retransmite
em caso de erro no pacote de dados, e com o protocolo UDP, que não possui conexão contínua e não faz retrans-
missão em caso de erro.
O TCP é usado nos sites de internet e o UDP é usado em transmissões ao vivo.
Quando enviamos ou recebemos informações da rede mundial, a taxa de transferência é um índice que infor-
ma a velocidade de transmissão e o tempo necessário para conclusão. A velocidade poderá ser informada em B/s
(bytes por segundo), KB/s (kilobytes por segundo), MB/s (megabytes por segundo), GB/s (gigabytes por segundo) etc.
Uma forma comum é medir em bits por segundo; para converter em bytes, basta dividir por 8. Por exemplo: a
taxa de 80 Mbps (80 megabits por segundo) é o mesmo que 10 MB/s (10 megabytes por segundo). A taxa de 1 GB/s
(1 gigabyte por segundo) é o mesmo que 8 Gbps (8 gigabits por segundo).
Pausar
Mostrar na pasta
Cancelar
13563. zip
4,6/102 Mb, 3 minutos restantes
O envio de arquivos pela internet poderá apresentar limitação quanto ao tamanho da informação ou quanto
ao tempo que será dedicado para a transferência. Os e-mails, por exemplo, enviam arquivos anexos, mas com
limite de tamanho.
Uma das formas mais práticas para o envio de arquivos grandes é compactar em um formato ZIP ou RAR. A
compactação do arquivo reduz o seu tamanho; depois disso, em muitos casos, será possível anexar no e-mail.
Arquivos que, ainda depois de compactados, são maiores que o limite do e-mail, podem ser divididos em partes
e enviados separadamente. Entretanto, assim, quem envia tem mais trabalho para montar o arquivo compactado
separado e, do outro lado, o destinatário terá o mesmo problema para montar o arquivo com as partes recebidas.
Existem sites na internet que permitem o envio de arquivos grandes, sem ser por anexo de e-mail. Por exemplo:
o Microsoft OneDrive trabalha junto com o Hotmail (Outlook). Quando tentamos enviar um arquivo muito grande
por e-mail, o Hotmail sugere armazenar o arquivo na nuvem do OneDrive, e segue para o destinatário um link de
acesso ao arquivo.
Carregue para a pasta Anexos de email no seu OneDrive, para que qualquer pessoa possa ver as alterações mais recentes e trabalhar em conjunto em tempo real
78
.2
Lembrar da minha escolha para arquivos do meu computador e anexá-los da mesma forma no futuro i
-4
u
O Google Drive (que está mudando de nome para Google One) trabalha com o Gmail. Assim como no Hotmail,
pr
ao tentar enviar um anexo muito grande pelo Gmail, ele sugere armazenar o arquivo na nuvem do Google, e segue
u
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
x
Anexando os arquivos
Seus arquivos tem mais de 25 MB. Eles serão enviados como links do Google Drive.
Cancelar
165
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os metadados são usados para diferentes funções,
como identificação da fonte, dados sobre duração da
transmissão, verificação da qualidade etc. Quando
usados separadamente, o usuário pode baixar apenas
o áudio de um vídeo, ou modificar os metadados do
MP3 para exibir as informações editadas sobre autor,
disco, nome da música etc.
Os fluxos de dados devem ser analisados na for-
ma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de men-
surar a qualidade e quantidade de dados trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo
e áudio transferidos de um servidor remoto para o
dispositivo local. Popularizado pelo serviço Netflix
de filmes e séries, o formato stream fragmenta o con-
teúdo em pacotes de dados para serem enviados pelo
canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são
os contêineres. MS OFFICE 2010 BR (OU POSTERIOR) E
LIBRE OFFICE 4 (OU POSTERIOR)
MICROSOFT POWERPOINT
apresentação
-1
78
Apresentação
PPTX Versão 2007 ou superior
.2
editável
73
Recursos para
pr
Modelo de
POTX padronização de novas
apresentação
u
apresentações
pr
Recursos para
Modelo de
padronização e
POTM apresentação
automatização de novas
com macros
apresentações
Formato do LibreOffice
Open Document Impress, que pode ser
ODP
Presentation editado e salvo pelo
Microsoft PowerPoint
No modo comprimido, a técnica de compressão Formato de documento
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência Portable portável, sem alguns
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os PDF/XPS Document recursos multimídia
dados comprimidos e as informações de controle são Format inseridos na
apresentação de slide
os parâmetros dessa transferência.
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Importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos
do Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.
As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.
diferente.
78
.2
73
.8
32
-4
Seção Conteúdo
pr
u
pr
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
‘duas apresentações’ dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.
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Conceito de Slides
Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides:
z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações.
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:
z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo, o
0
-1
slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de ano-
78
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para editar e alternar entre slides no painel de estrutura de
73
tópicos. Útil para a criação de uma apresentação a partir dos tópicos de um documento do Microsoft Word;
.8
z Classificação dos Slides: no modo de exibição Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides serão
32
mostradas. Estas miniaturas poderão ser organizadas, arrastando-as. As operações de slides estão disponíveis,
-4
como Excluir slide, Ocultar slide, etc. Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após duplo clique será
possível a edição do conteúdo;
u
pr
z Anotações: exibir a página de anotações para editar as anotações do orador da forma como ficarão quando
u
forem impressas;
pr
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresentação como uma apresentação de slides que cabe na janela. A
barra de título do PowerPoint continuará sendo exibida.
A preparação de uma apresentação de slides segue uma série de recomendações, quanto a quantidade de tex-
to, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar, etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
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Durante a apresentação de slides, as setas de direção Configurar Apresentação de Slides: Configurar
permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para opções avançadas para a apresentação de
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides. slides, como o modo de quiosque (em que a
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi- apresentação reinicia após o último slide, e
pal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na continua em loop até pressionar ESC), apre-
apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará sentação sem narração, vários monitores,
a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final avançar slides, etc.
deixa a tela preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresen-
princípios do editor de textos Word. E os comandos tam- tação. Ele não será mostrado durante a apre-
bém são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF. sentação de slides de tela inteira
De acordo com o formato escolhido, alguns recur- Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de
sos poderão ser desabilitados. slides em tela inteira na qual você possa tes-
tar sua apresentação. A quantidade de tempo
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO utilizada em cada slide é registrada e você
pode salvar esses intervalos para executar a
PPTX X X X apresentação automaticamente no futuro
PPSX X X X Gravar Apresentação de Slides: Gravar narra-
ções de áudio, gestos do apontador laser ou
PDF - - -
intervalos de slide e animação para reprodu-
MP4 X X X ção durante a apresentação de slides
Para entrar em modo de apresentação de sli- setas largas, formas de equação, fluxograma,
.2
LIBREOFFICE WRITER
Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apre-
u
sentação de Slides
pr
de slides para visualizadores remotos que fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
possam assisti-la em um navegador da Web mais parecido com o Word 2016.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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finalizado com Quebra de Linha, a configuração
Importante! de formatação atual permanece na próxima linha;
O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua- z Palavras: formado por letras, números, símbolos,
se tudo tem correspondente entre os aplicati- caracteres de formatação, etc. Podemos definir a
formatação do texto no menu Formatar, item Tex-
vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes,
to (nas versões anteriores era Caractere). E pode-
alguns nomes de comandos são diferentes, mas
mos escolher em Texto. A novidade na versão 5 é
a maioria dos itens são iguais.
que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos
e efeitos disponíveis no editor.
O botão abc é usado para fazer a verificação orto-
gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação Edição e Formatação de Textos
ortográfica o atalho é Shift+F7. A auto verificação
ortográfica é para correção automática de todos os A edição e formatação de textos consiste em apli-
erros do documento segundo as configurações prede- car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
terminadas pelo editor de textos Writer. parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela todos estes recursos, como o Microsoft Word.
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto
palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado guração aplicada.
verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que
permite substituir erros comuns, como a ausência de Edição e Formatação de Fontes
maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci-
dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
(quando digitamos naõ), e principalmente a substitui- todos os programas do computador.
ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário, Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção. padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
New, Verdana, são os mais comuns.
Estrutura Básica dos Documentos Ao lado do nome da fonte, um número indica o
tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessiva-
Os documentos do LibreOffice Writer possuem a mente. Se quiser, digite o valor específico que deseja.
seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular
do Microsoft Word e conceitos: Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). As formatações de fontes e parágrafos podem ser
Os documentos são arquivos editáveis pelo usuá- removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta
rio. Os Modelos, com extensão OTT (Open Templa- (Ctrl+M), disponível na barra de formatação de Carac-
te Text), contém formatações que serão aplicadas teres.
aos novos documentos criados a partir dele; E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- Assim como no Microsoft Word, os estilos podem
do o tamanho do papel e margens. Definições estão ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si.
Diferem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome
0
de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft
Word, mas com comandos diferentes e atalhos de
teclado de palavras em inglês.
z Seção: divisão de formatação do documento, onde O LibreOffice Writer tem algumas opções diferen-
cada parte tem a sua configuração. Sempre que ciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu
forem usadas configurações diferentes, como mar- Formatar, Texto. Confira na tabela a seguir alguns
gens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usa- exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
das. Disponível no menu Inserir, item Seção...;
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de
formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
tação independente do parágrafo anterior, e do
parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
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ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO
Sombra - -
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situa-
ção. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
171
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ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
23
-1
78
.2
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma
73
relação com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
.8
z Página;
z Títulos;
u
pr
z Tabelas;
u
z Quadros;
pr
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
16 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
17 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
18 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
19 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
20 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
21 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
22 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
172 23 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
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z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
Inserir
0
-1
78
.2
73
.8
32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.
MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar, imprimir,
Arquivo
propriedades)
Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecionar) e área de
Editar
transferência do Windows/Linux
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização, interface do
Exibir
usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
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MENU SIGNIFICADO
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmente
Inserir editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos gráficos, elementos vi-
suais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numeração, tabu-
Formatar
lações, etc. Permite alterar elementos editáveis do documento
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser organizadas
Estilos
em um índice
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso. Ao incluir
Tabelas
uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida
Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de dados
Formulários
padronizados
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os próximos arqui-
Ferramentas
vos editados pelo aplicativo
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos em edição
Impressão
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
duais, separadas por traço uma sequência de páginas).
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr
Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.
LIBREOFFICE CALC
O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas na
parte inferior da tela de visualização. Cada planilha é independente das demais, e usamos o sinal de ponto final
para referenciar dados em outras planilhas.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui
1024 colunas). As linhas são numeradas com números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Microsoft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor ou pior.
Cuidado com as comparações. Quando a banca sugere uma comparação, menosprezando um dos itens, geralmen-
te está errado.
Conceitos Básicos
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Writer representa com (ponto final).
z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de memória
RAM disponível, nomeadas como Planilha 1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS;
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. No Calc, 1 número cria uma sequência com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos meses, estas
opções criam listas predefinidas;
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z Mesclar células: significa simplesmente juntar. O LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a forma
como as células serão mescladas. Ao clicar no ícone na barra de ferramentas, a caixa de diálogo “Mesclar
u
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A célula pode receber diferentes formatações, especialmente na exibição de valores numéricos. Para a exi-
bição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A formação de células, linhas e colunas possibilita definir bordas,
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Formatar
Condicional
Gerenciar...
A formatação condicional pode apresentar visualmente as diferenças existentes nos dados da planilha de cál-
culos. É um recurso útil e muito questionado em provas.
Simbologia Específica
z Coluna+Linha formato de referência de cada célula da planilha. Colunas com letras, linhas com números. O
0
z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou faz uma comparação dentro de um teste.
32
z * (asterisco) multiplicação.
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor em A1 pelo valor em A2.
z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o valor em formato de porcentagem. Não faz o cálculo. Para
fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o resultado (por cento, por 100).
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z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
dois ou mais valores em uma única sequência. res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
Exemplo: C1 e C2.
=”Fernando”&”Nishimura”
=15&30 z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
Fernando Nishimura Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
1530 iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.
z . (ponto final) Significa Planilha. z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua formando a referência relativa em referência mista
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
valor de A2 que está em Planilha2. quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
Importante! =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
Planilha2.
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto apenas um) Erro.
de exclamação, no Calc é o ponto final.
Mensagens de Erros
z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes,
Seguem abaixo os erros mais comuns que podem
para comparação.
ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –
efetua um teste e exibe uma mensagem.
z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-
trar o conteúdo;
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
para comparação. inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) – valo de valores definido;
efetua um teste e exibe uma mensagem. z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
resulta em um valor que não corresponde à sua
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, la contém um texto em vez de um número;
para comparação. z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
A2”;”A2 é maior que A1”) – teste e exibe uma lha que contém uma célula referenciada;
mensagem. z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
possível avaliar um identificador, por exemplo,
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, não foi possível encontrar uma referência válida,
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
para comparação. na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
reto, suplemento não encontrado;
0
A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
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e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na tentes nas células A1 até A5
matemática, apenas parênteses. =SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
uma função ou separador de células em uma refe- tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz ‘trian-
rência. Pode significar E em uma referência de gulação’, operando apenas áreas quadrangulares.
valores. =SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores
Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São A1 com B1 e C1 até C3.
iguais”) – separando os três argumentos da função. =SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2
=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu- com 3 e o valor A1 duas vezes.
mentos que serão somados.
z SOMASE (valores;condição): realiza a operação de
z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de soma nas células selecionadas, se uma condição
faixa de células. for atendida.
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=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sintaxe é z CONT.SE (células;condição): esta função conta quan-
=SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado). tas vezes aparece um determinado valor (número ou
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
z MEDIA (valores): realiza a operação de média indicar qual é o critério a ser contado)
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples do o valor 5.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma z TEXTO (células;formato): exibe um valor numéri-
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células co no formato especificado por uma máscara.
vazias não entram no cálculo da média.
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,
portanto, 007
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A
mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores
z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto): per-
ordenados informados
mite trocar no texto informado, iniciando na posi-
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.
las selecionadas.
aproximada.
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32
MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Exibir Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido
Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um
Inserir
campo
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Dados Classificação, filtro, filtro avançado, e demais opções de organização dos dados
LIBREOFFICE IMPRESS
O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que
estamos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
citados no enunciado da questão.
Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos das bancas
organizadoras
Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização).
z Leiaute: permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto de
cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro de
cada slide da apresentação;
z Modelos: permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência da
apresentação;
z Transição: permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide. Para
não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z Mestre: permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.
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Exibir
Slide mestre
Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:
Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
-1
78
Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.
.2
73
Diferentemente da interface do Microsoft PowerPoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
u
ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
pr
der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.
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MENU SIGNIFICADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Menu Slide
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
Slide
Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
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HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2022) Os notebooks possuem diversos tipos de memória que possuem diferentes finalidades, capacidades de
armazenamento e velocidades de funcionamento.
Assinale a opção que indica a hierarquia da memória, em termos de crescimento de velocidades de acesso.
2. (FGV — 2022) Com relação a funcionalidade do BIOS 7. (FGV — 2021) Sobre a indexação de pesquisa de arqui-
de um computador, analise as afirmativas a seguir e vos no Windows 10, analise as afirmativas a seguir.
assinale (V) para a verdadeira e F para a falsa.
I. Somente arquivos dos usuários podem ser indexados.
( ) Realiza o Power-Off Self-Test (POST) durante a fina- Programas instalados e arquivos do sistema Windows
lização do sistema para verificar se processado- ficam de fora.
res, memórias e controladora de vídeo funcionaram II. Todas as propriedades dos arquivos são indexadas,
adequadamente. incluindo os nomes de arquivo e os caminhos de arqui-
( ) Quando a energia do gabinete é desligada, a bateria da vo completos.
placa-mãe fornece a energia necessária para o CMOS III. Arquivos com texto são indexados para permitir bus-
manter os valores de configuração do BIOS. cas por palavras presentes no conteúdo dos mesmos.
( ) Todos os modelos de placa-mãe possuem BIOS que
detectam automaticamente as frequências de opera- Está correto o que se afirma em:
ção da CPU, barramentos e memória, de acordo com o
modelo instalado. a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
As afirmativas são, na ordem apresentada, c) II e III, somente.
respectivamente, d) III, somente.
e) II, somente.
a) V – F – V.
b) V – F – F. 8. (FGV — 2021) Considere as seguintes afirmativas
c) F – V – V. sobre as peculiaridades do comando Imprimir, na guia
d) F – F – V. Arquivo do MS Word.
e) F – V – F.
I. Permite imprimir duas páginas lado a lado
3. (FGV — 2022) Com relação às impressoras gráficas, as II. Não permite a impressão dos comentários presentes
informações sobre a resolução da imagem/texto impres- no documento
sos são, usualmente, apresentadas por meio do padrão III. Quando usado o controle de alterações, imprime sem-
pre a versão final do documento
a) linhas por polegada.
b) pontos por centímetro. Está correto somente o que se afirma em:
c) pontos por linha.
d) pontos por polegada quadrada. a) I;
0
b) II;
78
c) I e II;
.2
6. (FGV — 2021) O aplicativo que permite copiar trechos 10. (FGV — 2021) João preparou um documento no MS Word
do que está sendo exibido na tela do computador e com vários parágrafos, todos com a mesma formatação
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para espaçamento, nome e tamanho da fonte. Um novo c) esquema ou protocolo;
parágrafo, entretanto, foi copiado de uma página da Inter- d) porta;
net e veio com uma formatação bastante diferente. e) query string.
Uma forma rápida e prática para deixar esse parágrafo em 15. (FGV — 2022) O MS Word permite que um documento
conformidade com os demais é a aplicação do recurso: seja preparado para exibição na Web. O formato final
de exibição pode ser observado na opção Layout da
a) AutoAjuste na guia Layout; Web, na guia Exibição, e o arquivo pode ser gerado por
b) Estilos de Tabela na guia Design; meio do comando “Salvar como” na guia Arquivo.
c) Formas na guia Inserir;
d) Layout de Impressão na guia Exibição; Assinale a opção que apresenta a extensão mais ade-
e) Pincel de Formatação na guia Página Inicial. quada para a gravação no formato Web.
(1) data e hora, 16. (FGV — 2022) A empresa TekTudo quer compartilhar
(2) nome do arquivo, seus recursos computacionais entre seus funcioná-
(3) caminho completo (path) do arquivo e rios de forma segura.
(4) número de páginas, de modo que cada relatório seja
claramente identificado. Para que os computadores e os recursos da rede,
como impressoras, sejam acessíveis apenas dentro
Na guia Design, isso pode ser feito automaticamente da TekTudo, a equipe de suporte deve configurar a/um
pelo Excel para os itens
a) Internet.
a) 1, 2, 3 e 4. b) Intranet.
b) 1, 2 e 3, somente. c) Extranet.
c) 1, 2 e 4, somente. d) Firewall.
d) 1, 3 e 4, somente. e) Antivírus.
e) 2, 3 e 4, somente.
17. (FGV — 2022) Fábio é o responsável por imprimir o con-
12. (FGV — 2021) Uma prática comum no MS Excel é a defini- teúdo de algumas mensagens que recebe por WebMail.
ção de intervalos de células para uso em fórmulas. Nesse
contexto, considere os intervalos exibidos a seguir, defini- Para agilizar seu trabalho e imprimir a página atual, no
dos de acordo com a notação usada no MS Excel. Internet Explorer 11, Fábio deve usar as teclas
e) Ctrl + I
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a) A6:C6
18. (FGV — 2022) O navegador Chrome (versão 101.0.4951.41
.2
b) B5:D6
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d) C6:C6
32
permite
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Página III.
a) somente a página I;
0
e) as três páginas.
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9 GABARITO
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exemplo, podem-se citar o caso da exclusão de
mulheres e eclesiásticos do serviço militar obriga-
tório em tempo de paz, ou os casos de existência
de um pressuposto lógico e racional que justifique
a desequiparação efetuada, como a existência de
NOÇÕES DE DIREITO assentos reservados para gestantes, idosos e pes-
soas com deficiência nos transportes coletivos.
CONSTITUCIONAL E Art. 5º [...]
A CF, de 1988, adota o critério quantitativo para deixar de fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode
32
definir os titulares dos direitos fundamentais, ou seja, limitar a vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou
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a população brasileira — todos aqueles que residem não fazer algo, como, por exemplo, o uso obrigatório
u
Além disso, o caput traz o princípio da isonomia Ressalta-se que o princípio da legalidade possui
u
po que a Constituição assegura a liberdade de mani- de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
-1
festação de pensamento, ela obriga que as pessoas a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada, O inciso VIII traz a chamada escusa de consciência
73
também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o ou objeção de consciência. Trata-se do direito de não
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verossimilhança das alegações. não ocorrerá a perda dos direitos civis ou políticos em
u
inciso XI, do art. 5º, e decorre do direito à segurança. plo, a compra de produtos online ou homebank;
-1
O dispositivo traz a regra de que a casa é inviolável z As comunicações telefônicas: ligações feitas e
78
e o ingresso nela deve ser feito com o consentimento recebidas por meio de telefone fixo ou móvel.
.2
público, em que uma pessoa vive ou trabalha. Trata- Embora não conste do inciso, o sigilo foi estendi-
.8
entre outros.
5º, do art. 150, do Código Penal. Vejamos: É importante mencionar que as violações de cor-
u
pr
Art. 5º [...]
78
paz, ou seja, no caso de decretação de guerra, passa a O inciso XIX, que também disciplina o direito de
u
viger a lei marcial, de modo que o ir e vir dos indiví- associação, estabelece que as associações somente
pr
duos pode sofrer limitações. poderão ter suas atividades suspensas ou encerra-
u
Observa-se, no entanto, que, em termos constitucionais, Público fazer de um imóvel privado, próximo ao local,
78
o direito de propriedade é mais amplo que no direito civil, um hospital de atendimento às vítimas.
.2
por abranger qualquer direito de conteúdo patrimonial ou A requisição temporária é uma exceção ao princí-
73
econômico, ou seja, tudo aquilo que possa ser convertido pio da indenização prévia, uma vez que o pagamento
.8
XXIII - a propriedade atenderá a sua função XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi-
pr
O inciso XXIII traz um limite ao direito de pro- débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
priedade. Assim, a utilização de um bem deve ser fei-
desenvolvimento;
ta de acordo com a conveniência social da utilização
da coisa, ou seja, atendendo a sua função social. Por-
tanto, o direito do dono deve ajustar-se aos interesses O inciso XXVI disciplina a impenhorabilidade da
da sociedade. pequena propriedade rural, por ser esta considerada
bem de família e, portanto, insuscetível de penhora, de
Art. 5º [...] modo a ficar a salvo de execuções por dívidas decorren-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para tes da atividade produtiva. Além disso, a CF, de 1988, esta-
desapropriação por necessidade ou utilidade belece que esta deverá receber os recursos previstos em
pública, ou por interesse social, mediante justa lei que financiem o seu desenvolvimento.
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados Embora o dispositivo não conceitue pequena pro-
os casos previstos nesta Constituição; priedade rural, o entendimento mais amplo é de que
esta possui área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fis-
O inciso XXIV trata da hipótese mais drástica cais, na qual a família trabalha, consistindo, pois, na
do poder de intervenção do Estado na economia: a sua única fonte de sobrevivência. 191
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Art. 5º [...] Art. 5º [...]
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo XXX - é garantido o direito de herança;
de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo O direito de herança, que decorre do direito à
que a lei fixar; propriedade, está disciplinado no inciso XXX. Trata-
-se da modificação da titularidade do bem em decor-
O inciso XXVII disciplina o direito de proprieda- rência do falecimento (sucessão hereditária). Assim, o
de intelectual, ou seja, a proteção legal e o reconheci- patrimônio do de cujus transmite-se aos seus herdei-
mento de autoria em produções. Existem três tipos de ros, os quais se sub-rogam nas relações jurídicas do
propriedade intelectual, quais sejam: falecido, tanto no ativo como no passivo, até os limites
da herança.
z Propriedade industrial: criações que movimen-
tam o mercado e são empregadas para manter a
competitividade. Seu foco é voltado para a área Importante!
empresarial. São exemplos: as patentes, marcas,
desenhos, indicações geográficas, entre outros; O direito de sucessão está regulado no Código
z Direitos autorais: criações artísticas, culturais e Civil.
científicas, como, por exemplo, as obras intelec-
tuais, literárias e artísticas;
Art. 5º [...]
z Proteção sui generis: são as criações híbridas,
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situa-
isto é, aquelas que se encontram em um estado
dos no País será regulada pela lei brasileira em
intermediário entre a propriedade industrial e
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
os direitos autorais. Exemplos: a topografia dos
pre que não lhes seja mais favorável a lei pes-
circuitos integrados (mask works), a proteção de soal do de cujus;
Cultivares (obtenções vegetais ou variedades vege-
tais) e conhecimentos tradicionais associados aos
Ainda com relação ao direito de herança, o inci-
recursos genéticos.
so XXXI estabelece a lei que deverá ser aplicada caso
a sucessão envolva bens de estrangeiros situados no
Neste sentido, a CF, de 1988, garante aos autores o
Brasil. Assim, a regra é que se aplica a lei brasileira
direito exclusivo de utilização, publicação ou repro-
sempre que esta beneficiar cônjuge ou filho brasilei-
dução de suas obras, sendo esse direito transmitido
ro. No entanto, caso a lei estrangeira (lei do país do
aos herdeiros do autor (direitos sucessórios) pelo tem-
de cujus) seja mais benéfica a estas pessoas, ela é que
po que a lei fixar.
será aplicada.
Art. 5º [...]
Art. 5º [...]
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
a) a proteção às participações individuais em
defesa do consumidor;
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento O inciso XXXII traz a proteção ao consumidor
econômico das obras que criarem ou de que parti- como um dos direitos e deveres individuais e coleti-
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respecti- vos. Como consequência, a defesa do consumidor será
0
-1
vas representações sindicais e associativas; promovida por meio do Estado. Vale lembrar que é
78
O inciso XXVIII também protege a propriedade da como Código de Defesa do Consumidor (CDC), que
73
imagem e voz humanas. Ainda, assegura o direito de XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particu-
u
obras individuais como nas coletivas. lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
u
ao Poder Judiciário.
-4
Art. 5º [...]
Art. 5º [...]
u
3 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consu-
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º
Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”. 193
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) a plenitude de defesa; O inciso XLII trata da prática de racismo. Embora
b) o sigilo das votações; a Constituição não tipifique o crime, ela manda crimi-
c) a soberania dos veredictos; nalizar a conduta de racismo. Além disso, estabelece
d) a competência para o julgamento dos crimes a não concessão de fiança ao racismo (inafiançável)
dolosos contra a vida; e, ainda, que o ato pode ser julgado a qualquer tempo,
independentemente da data em que foi cometido, pois
Outro desdobramento do direito à segurança é a não se sujeita ao decurso do tempo (imprescritível).
garantia do julgamento pelo Tribunal do Júri em cri- Vale lembrar, aqui, que a Lei nº 7.716, de 1989, é a Lei
mes dolosos contra a vida, ou seja, homicídio (art. 121, CP), do Racismo, e a Lei nº 12.288, de 2010, estabelece o
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou à auto- Estatuto da Igualdade Racial.
mutilação (art. 122, CP), infanticídio (art. 123, CP) e aborto
(arts. 124 a 128, CP); contudo, salienta-se que lei ordinária XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
poderá ampliar a competência do Tribunal do Júri, não insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
havendo qualquer ofensa quanto ao disposto na CF. tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
Trata-se de direito do indivíduo de ser julgado por drogas afins, o terrorismo e os definidos como
seus pares e, não, por um juízo de critério eminente- crimes hediondos, por eles respondendo os man-
mente técnico. dantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem;
Súmula Vinculante nº 45 A competência consti-
tucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro O inciso XLIII estabelece os crimes em que não
por prerrogativa de função estabelecido exclusiva- cabe fiança nem perdão, ou seja, graça, indulto e
mente pela Constituição Estadual. anistia. Embora o dispositivo não mencione o indulto,
ele também não é cabível nos crimes elencados.
Art. 5º [...]
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi- Dica: para lembrar dos crimes, memorize: T T T
na, nem pena sem prévia cominação legal; H ou 3TH:
b) perda de bens;
c) multa; O inciso XLIX estabelece outro princípio relativo
.2
73
Já o crime político impróprio é aquele crime comum Observe que os documentos referentes às diligên-
.2
quando conexo ao crime político, de modo a ter nature- cias em curso não são de apresentação obrigatória,
73
za comum, mas conotação político-ideológica, como, por tendo em vista a possibilidade de frustrá-las.
.8
exemplo, a extorsão mediante sequestro para obter fun- Imagine, por exemplo, que em determinada inves-
32
dos para determinado grupo político. Ainda há o crime tigação tenha sido deferida, pelo Poder Judiciário, a
-4
de opinião, que é aquele que se configura com o abuso interceptação telefônica de determinado investigado.
Ora, é óbvio que o acesso, pelo advogado do investi-
u
exemplo, nos casos dos crimes contra a honra. gado, comprometeria a diligência, já que este poderia
u
Art. 5º [...]
LIII - ninguém será processado nem sentencia- Art. 5º [...]
do senão pela autoridade competente; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
O princípio do juiz natural ou do juiz competen-
te encontra-se disciplinado no inciso LIII. Trata-se da A proibição de prova ilícita encontra-se estabele-
garantia de que nenhuma pessoa será processada ou cida no inciso LVI. As provas obtidas de forma ilícita
julgada por uma autoridade especialmente designada são absolutamente nulas, não podendo gerar qual-
para o caso. Deste modo, as regras de competência quer efeito no convencimento do juiz.
devem estar restabelecidas no ordenamento jurídico,
de forma a assegurar que o julgamento seja realizado z Prova ilícita é aquela que viola direito material.
por um juiz independente e imparcial. Exemplos: confissão mediante tortura e intercep-
tação telefônica sem autorização judicial;
Art. 5º [...] z Prova ilegítima é aquela que viola direito proces-
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de sual. Exemplo: confissão do acusado em juízo sem
196 seus bens sem o devido processo legal; a presença do advogado.
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O Supremo Tribunal Federal, adequadamente, da pública nos processos relativos aos delitos previs-
adotou, por maioria de votos, a denominada teoria tos na legislação especial, como, por exemplo, nas
fruits of poisonous tree (frutos da árvore envenenada). ações em que se apuram crimes eleitorais.
São nulas tanto as provas produzidas de forma ilícita
como também as derivadas (surgidas em decorrência Art. 5º [...]
da prova ilícita), ainda que obtidas de forma regular. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
Há contaminação do vício original, com exclusão atos processuais quando a defesa da intimida-
da prova ilícita, bem como de suas derivações. de ou o interesse social o exigirem;
ficação criminal não é absoluta e abarca exceções. No rança, por envolver garantias processuais.
-1
Art. 5º [...]
73
6 Art. 3º (Lei nº 12.037, de 2009) Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I - o docu-
mento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II - o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III - o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV - a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autorida-
de policial, do Ministério Público ou da defesa; V - constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI - o esta-
do de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma
de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
7 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após,
pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 197
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ou se for determinado pelo juiz nos demais casos das Art. 5º [...]
prisões acautelatórias. LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxa-
Observa-se, ainda, que o inciso traz exceções, quais da pela autoridade judiciária;
sejam: transgressão militar ou crime propriamen-
te militar, definido em lei. Quanto às transgressões, O inciso LXV traz mais um dos desdobramentos
estas estão previstas nos regulamentos disciplinares, do direito à segurança ao prever o relaxamento da
tanto das Forças Armadas como das Forças Auxiliares. prisão ilegal. Assim, se o magistrado constatar que a
A elas é aplicado procedimento de apuração especí- prisão foi ilegal, ele deverá colocar o preso em liber-
fico, também garantindo o contraditório e a ampla dade de forma imediata e sem condições. Exemplo: o
defesa. Já os crimes militares encontram-se previstos indivíduo foi preso em flagrante, porém não se enqua-
no Código Penal Militar, porém esse diploma não defi- drava nas hipóteses de flagrância do art. 302, do CPP.
Relaxa-se prisão ilegal e revoga-se as demais pri-
ne quais são os crimes propriamente militares.
sões cautelares, uma vez que estas necessitam de
requisitos para serem decretadas e não estão estes
Art. 5º [...]
presentes. O magistrado deve revogar a prisão ou
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao
substituí-la por medidas cautelares diversas.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada; Art. 5º [...]
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provi-
Como a prisão em flagrante é a única modalida- sória, com ou sem fiança;
de de prisão acautelatória que não conta com ordem
judicial prévia, visto que é imposta no momento em O inciso LXVI reforça que a regra é a liberdade e
que a infração penal é praticada ou em momentos sua supressão é apenas medida excepcional e somen-
após, faz-se necessária sua comunicação imediata ao te deve ser decretada nos casos em que a norma
juiz, para que este possa efetuar o controle de legali- autorizar.
dade da prisão.
A CF, de 1988, não fixa o prazo da comunicação, Art. 5º [...]
porém o art. 306, do Código de Processo Penal, estabe- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
lece que a comunicação será imediata e os autos reme- a do responsável pelo inadimplemento voluntário
tidos em até 24 (vinte e quatro) horas após a prisão. e inescusável de obrigação alimentícia e a do
Além da comunicação ao juiz, a CF, de 1988, prevê a depositário infiel;
comunicação à família do preso ou pessoa por ele indi-
cada, com o escopo não só de dar notícia de seu para- O inciso LXVII trata da prisão civil por dívida.
deiro, como também de prestar-lhe a assistência devida. Considera-se prisão civil a medida privativa da liber-
dade que não possui caráter de pena e que tem como
Art. 5º [...] finalidade compelir o devedor a satisfazer uma obri-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, gação. Atualmente, a única hipótese de prisão por
entre os quais o de permanecer calado, sendo- dívidas é a de caráter alimentar, ou seja, o indivíduo
-lhe assegurada a assistência da família e de deixou de pagar a pensão alimentícia devida.
advogado; Por se tratar de uma norma constitucional de efi-
cácia contida, a prisão do depositário infiel, prevista
0
Considerando que a liberdade é a regra e a sua res- na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
-1
trição só é legítima quando efetuada nos estritos limites ta em razão das seguintes Súmulas:
78
te deve ser comunicado dos seus direitos. Entre esses Súmula Vinculante nº 25 (STF) É ilícita a prisão
73
direitos, encontra-se o de permanecer em silêncio. civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-
.8
lidade do depósito.
32
Art. 5º [...]
pr
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for Congresso Nacional (pelo menos, um deputado ou
.2
autoridade pública ou agente de pessoa jurídi- senador do partido). Para associação, exige-se que ela
73
ca no exercício de atribuições do Poder Público; tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
.8
32
mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liber- LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
dade de locomoção e o habeas data, o acesso e a retifi- pre que a falta de norma regulamentadora tor-
u
pr
cação de dados, o MS é cabível para os demais direitos, ne inviável o exercício dos direitos e liberdades
u
sendo que seu objetivo e alcance é feito por exclusão. constitucionais e das prerrogativas inerentes à
pr
Cabe destacar que a lei que disciplina o MS é a Lei nº nacionalidade, à soberania e à cidadania;
12.016, de 2009.
O MS é cabível quando houver direito líquido e O inciso LXXI traz o mandado de injunção (MI),
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de ação constitucional para a tutela dos direitos previs-
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste tos na CF, de 1988, inerentes à nacionalidade, à sobe-
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo rania e à cidadania, os quais não podem ser exercidos
que os documentos comprobatórios do direito devem em razão da falta de norma regulamentadora. Portan-
acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes to, são pressupostos para o MI:
estiverem em repartição ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen- z Existência de um direito constitucionalmente pre-
temente, no MS, não há fase instrutória visto com relação à nacionalidade, soberania e
O MS pode ser de duas espécies: cidadania;
z A não autoaplicabilidade desse direito;
z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem z Falta de norma infraconstitucional regulamenta-
de segurança objetiva cessar constrangimento ile- dora que inviabilize o exercício do direito previsto
gal já existente; na CF, de 1988. 199
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Cabe lembrar que a lei que disciplina o MI é a Lei direito político. Ademais, quanto aos estrangeiros, é
nº 13.300, de 2016. possível o ajuizamento da ação popular pelo portu-
A omissão normativa decorrente da não elabora- guês em situação de equiparação com brasileiro.
ção de ato legislativo ou administrativo permite ao Em regra, a ação popular é gratuita. O motivo da
indivíduo, ao Ministério Público e à Defensoria públi- gratuidade é permitir o acesso ao Poder Judiciário de
ca ingressarem com o MI. todos os cidadãos para a defesa dos atos lesivos do
Atualmente, adota-se a Teoria Concretista, ou Poder Público. No entanto, o inciso LXXIII estabele-
seja, o magistrado resolve o caso concreto (sentença ce uma exceção: haverá custas e sucumbência caso
normativa) e não mais comunica o Poder Legislativo o autor ingresse com a ação com má-fé e esta seja
para suprir a omissão. comprovada.
Art. 5º [...]
LXXII - conceder-se-á habeas-data: Importante!
a) para assegurar o conhecimento de informa-
ções relativas à pessoa do impetrante, constan- A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a
tes de registros ou bancos de dados de entidades boa-fé é sempre presumida.
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Art. 5º [...]
administrativo; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
O habeas data (HD) é o remédio constitucional ciência de recursos;
para a tutela do direito de informação e de intimida-
de do indivíduo, de modo a garantir ao impetrante O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas
o conhecimento de informações pessoais constantes as pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deve-
de banco de dados de entidades governamentais ou rá prestar a assistência jurídica de forma integral e
abertas ao público, bem como o direito de retificação gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de
dessas informações quando errôneas. recursos financeiros. Esse direito instrumentaliza-se
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é por meio da Defensoria Pública ou por meio do convê-
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é nio com a Defensoria Pública/Ordem dos Advogados
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: do Brasil através da nomeação de advogado dativo.
as informações solicitadas digam respeito ao próprio LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
73
co adequado para se ter acesso aos autos do processo a) o registro civil de nascimento;
32
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para mento e óbito, a CF, de 1988, assegura que as pessoas
u
propor ação popular que vise a anular ato lesi- possam ser registradas e possam usufruir dos direitos
pr
O § 2º estabelece que o rol de direitos e deveres te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
.8
Art. 7º [...]
-1
I - relação de emprego protegida contra despedida tema, existem quatro Súmulas Vinculantes importan-
78
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei tes, as quais é relevante conhecer:
.2
satória, dentre outros direitos; Súmula Vinculante nº 4 Salvo nos casos previs-
.8
A CF, de 1988, do mesmo modo que estipula as usado como indexador de base de cálculo de vanta-
-4
condições necessárias para a realização do trabalho, gem de servidor público ou de empregado, nem ser
u
zas do mercado de trabalho. Assim, o inciso I prevê estabelecimento de remuneração inferior ao míni-
que uma lei complementar estabelecerá indenização mo em relação ao soldo dos recrutas, prestadores
compensatória, dentre outros direitos. do serviço militar inicial.
estabelecer que todo trabalhador tem o direito a rece- Lei nº 8.213, de 1991, concedido aos trabalhadores que
.8
ber uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse- possuem filhos ou equiparados de até 14 anos, ou com
32
gure existência compatível com a dignidade humana. algum tipo de deficiência. Para ter direito ao valor, o
-4
VIII - décimo terceiro salário com base na remu- Até a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, o bene-
u
neração integral ou no valor da aposentadoria; fício era pago a todos os trabalhadores. Após sua edição,
pr
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do Trata-se do direito que tem o trabalhador de não ser
78
O pagamento de horas extras encontra-se previsto mercado de trabalho. Por esse motivo, o aviso prévio
.8
no inciso XVI. A CF, de 1988, além de fixar a duração da é proporcional, ou seja, quanto maior o tempo de ser-
32
jornada de trabalho, com o objetivo de evitar abusos por viço prestado à empresa, maior a sua permanência
-4
parte do empregador, garante ao trabalhador que os ser- antes do desligamento. O prazo mínimo previsto na
viços prestados que excedam a jornada normal de tra- CF, de 1988, é de 30 (trinta) dias.
u
pr
balho sejam considerados extraordinários e pagos com De acordo com o STF, o inciso XXI é uma norma
u
o valor de, no mínimo, 50% a mais que o valor normal. constitucional híbrida, uma vez que possui uma parte
pr
A aposentadoria está estabelecida no inciso XXIV, O inciso XXIX trata da prescrição das verbas tra-
de modo a assegurar ao trabalhador o afastamento de balhistas. O prazo para que o trabalhador ingresse
suas atividades após o cumprimento dos requisitos com ação trabalhista é de 2 (dois) anos contados da
previstos em lei, tais como idade e tempo de contri- extinção do contrato de trabalho. Já com relação aos
buição, bem como por motivo de incapacidade. créditos, a prescrição é de 5 (cinco) anos. Exemplo:
trabalhador que exerceu atividade na empresa entre
O inciso XXV trata da assistência em creche e pré- Quanto às nomenclaturas “prescrição relativa” e
73
-escola devida aos filhos e dependentes dos trabalha- “prescrição total”, é importante distinguir que pres-
.8
dores desde o nascimento até os 5 anos. crição relativa é a interna, ou seja, aquela que ocorre
32
Com a Emenda Constitucional nº 53, de 2006, o pri- dentro do contrato de trabalho, tendo como prazo 5
-4
meiro ano do ensino fundamental passou a ser cursa- anos. Já a prescrição total é aquela que ocorre após o
u
do a partir dos 6 anos de idade. É por essa razão que fim do contrato de trabalho, ou seja, de 2 anos.
pr
Importante!
-1
Art. 8º [...]
78
dor com vínculo empregatício permanente e o O inciso II traz o princípio da unicidade sindical,
pr
O inciso XXXIV também decorre do princípio da rial. Por essa razão, a CF, de 1988, definiu a base ter-
igualdade. Por ele, depreende-se a igualdade de direi- ritorial mínima, ou seja, o Município. No entanto, não
tos entre os trabalhadores com vínculo empregatício especificou a base máxima, de modo que pode haver
e os trabalhadores avulsos. Entende-se por trabalha- um sindicato para a defesa da categoria no âmbito
dor avulso aquele que, de forma sindicalizada ou não, estadual ou nacional.
presta serviços tanto de natureza urbana como rural,
sem possuir vínculo empregatício, e a diversas empre- Art. 8º [...]
sas, com intermediação obrigatória do sindicato da III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte-
categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, resses coletivos ou individuais da categoria,
com intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra inclusive em questões judiciais ou administrativas;
(OGMO).
A representação e substituição do sindicato na
Art. 7º [...] defesa dos direitos e interesses de seus membros está
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos disciplinada no inciso III. Atente-se ao fato de o sindi-
trabalhadores domésticos os direitos previstos cato poder atuar não somente em questões judiciais,
206 nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, mas também em questões administrativas.
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Art. 8º [...] Observa-se, no entanto, que a estabilidade não é
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, absoluta, uma vez que é possível a demissão em caso
em se tratando de categoria profissional, será des- de cometimento de falta grave. Ainda, cabe destacar
contada em folha, para custeio do sistema con- que, de acordo com a alínea “a”, do inciso II, do art.
federativo da representação sindical respectiva, 10, do ADCT, os membros da Comissão Interna para
independentemente da contribuição prevista em lei; Prevenção de Acidentes (CIPA) eleitos pelos trabalha-
dores também possuem estabilidade; já os indicados
O inciso IV trata da contribuição confederativa pelo empregador não a possuem.
sindical. Cumpre esclarecer, no entanto, que nenhu- A estabilidade conferida pelo inciso VIII já foi objeto
ma das contribuições relativas à atividade sindical de prova no que tange a sua destinação. Cumpre ressaltar
é obrigatória, de modo a depender de autorização que esse benefício não é destinado à pessoa do emprega-
expressa e prévia do destinatário. Portanto, somente do (intuitu personae), mas sim à representação sindical.
quem é filiado ao respectivo sindicato deve pagar a
contribuição confederativa prevista nesse dispositivo. Art. 8º [...]
Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
Art. 579 (CLT) O desconto da contribuição sindical cam-se à organização de sindicatos rurais e de
está condicionado à autorização prévia e expressa dos colônias de pescadores, atendidas as condições
que participem de uma determinada categoria econô- que a lei estabelecer.
mica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em
favor do sindicato representativo da mesma categoria.
Por fim, o parágrafo único estabelece que essas
regras também são aplicadas aos sindicatos rurais e
Súmula Vinculante nº 40 A contribuição confedera-
de pescadores.
tiva de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal,
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competin-
do aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
Continuamos com o inciso V, do art. 8º, da CF: de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
meio dele defender.
Art. 8º [...]
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-
O direito de greve dos trabalhadores encontra-se
ter-se filiado a sindicato;
assegurado no art. 9º, da CF, de 1988. Inicialmente, há
de se esclarecer que a expressão “trabalhadores” se
O inciso V é um desdobramento do direito à liber-
refere aos empregados da iniciativa privada, geral-
dade de associação prevista no art. 5º, da CF, de 1988.
mente regidos pela CLT. Em síntese, greve é a suspen-
são temporária das atividades laborais desenvolvidas
Art. 8º [...]
e tem como causa o interesse dos trabalhadores.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos
Ademais, salienta-se, conforme já cobrado em
nas negociações coletivas de trabalho;
prova, que a greve, apesar de ser um direito social
conferido ao trabalhador, não depende de específica
As entidades sindicais possuem a denominada
prestação estatal para que seja exercida.
função negocial. Assim, com o objetivo de assegurar
O inciso VII cuida do direito de votar e ser votado transporte público, serviços de fornecimento de luz,
-4
do aposentado filiado à entidade sindical. água, entre outros, o direito de greve é assegurado, mas
u
perde-se a nacionalidade anterior (direito de opção). um deles estivesse a serviço do Brasil, e veio a residir no
78
Os direitos de nacionalidade estão disciplinados nos atingida a maioridade. Exemplo: filha de alemã com
73
arts. 12 e 13, da CF, de 1988. Vejamos cada um deles: brasileiro nascida na Alemanha, mas que se mudou
.8
Art. 12 São brasileiros: tenha optado pela nacionalidade brasileira; a esta últi-
-4
No que se refere à nacionalidade originária, a CF, Conforme vimos, a naturalização é o meio pelo
de 1988 adota, no inciso I, do art. 12, um sistema misto qual se adquire a nacionalidade por outro motivo que
de definição da nacionalidade, uma vez que os dois não o nascimento. Trata-se do ato pelo qual um país
critérios estão inseridos em seu dispositivo para defi- concede a um estrangeiro a qualidade de nacional
nir brasileiro nato. desse Estado. A naturalização pressupõe pedido da
208 parte interessada.
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O inciso II estabelece, como critério para que se Os cargos elencados no § 3º não podem ser preen-
adquira a naturalização, o lapso temporal. No caso chidos por brasileiros naturalizados, nem por estran-
dos estrangeiros originários de países de língua portu- geiros. Observa-se que os quatro primeiros incisos se
guesa, tais como Portugal, Cabo Verde, Moçambique, referem ao Chefe de Estado e àqueles que estão em
entre outros, a Norma Constitucional prevê residência sua ordem sucessória. O inciso V refere-se àqueles
de apenas um ano ininterrupta e idoneidade moral. Já que irão representar o Estado brasileiro no exterior,
para os demais estrangeiros, faz-se necessário residir enquanto os incisos VI e VII têm relação com a segu-
por mais de 15 (quinze) anos e não possuir condena- rança nacional.
ção penal. Vale destacar que o brasileiro naturalizado poderá
Note que, além do prazo de residência, enquan- ser senador ou deputado, só não poderá ser presiden-
to, para um, basta a idoneidade, para os demais, não te das casas.
deve existir condenação penal.
Dica
REQUISITOS
Para memorizar o rol elencado no § 3º, utiliza-se
Nacionalidade
Nacionalidade Ordinária o mnemônico MP3.COM
Extraordinária
M — Ministro do STF
� Ser estrangeiro origi- � Ser estrangeiro de qual- P — Presidente e Vice
nário de país de língua quer nacionalidade P — Presidente da Câmara
portuguesa � Residência, ininterrupta, P — Presidente do Senado
� Residência no Brasil por no Brasil por mais de 15 C — Carreira diplomática
1 ano ininterrupto anos
� Idoneidade moral O — Oficial das Forças Armadas
� Ausência de condena- M — Ministro da Defesa
Obs.: Aqui a nacionalidade ção penal
se dará por ato discricio- � Requerimento por parte
Art. 12 [...]
nário do Presidente do interessado § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que:
Art. 12 [...] I - tiver cancelada sua naturalização, por senten-
§ 1º Aos portugueses com residência permanente ça judicial, em virtude de atividade nociva ao
no País, se houver reciprocidade em favor de brasi- interesse nacional;
leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra- II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos
sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira;
O § 1º estabelece a possibilidade de reciprocida-
b) de imposição de naturalização, pela norma
de para os portugueses residentes de forma perma-
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
nente no Brasil. Trata-se de benefícios decorrentes do estrangeiro, como condição para permanência em
Estatuto da Igualdade no que se refere aos direitos e seu território ou para o exercício de direitos civis;
obrigações civis e políticos sem a perda da naciona-
portanto, de forma diversa da CF, de 1988. Da leitura do dispositivo acima, extrai-se os seguin-
78
tes pontos:
.2
nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal. São direi- por cento) do eleitores brasileiros;
-4
tos relacionados com a participação popular, funda- z Este 1% (um por cento) deve ser composto de elei-
tores de, pelos menos, 05 (cinco) Estados-membros;
u
influenciar as decisões do Estado, bem como de influir z Cada um dos Estados-membros referidos acima
u
cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de tar obrigatório, não pode ser votado, assim como os
-4
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder analfabetos. No entanto, isso não significa que os que
participar do processo governamental, sobretudo pelo não podem ser votados, necessariamente, não possam
u
pr
voto. Assim, a nacionalidade é condição necessária, mas votar. Ex.: o analfabeto é inelegível, mas não é inalistá-
vel, logo, pode votar, embora seu voto não seja obriga-
u
são os condenados criminalmente (com sentença tran- dos, pois se funda na própria soberania estatal.
O regime jurídico de direito público faz com que a
.2
direitos políticos; no caso de improbidade administra- Administração se sujeite a limites, que, por vezes, são
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tiva, a suspensão será, da mesma forma, temporária. mais estritos do que aqueles a que estão submetidos
32
os brasileiros têm acesso aos cargos, empregos e funções tal concurso dentro do prazo de validade, possui o direi-
32
públicas. A norma infraconstitucional pode conter tais to subjetivo de ser nomeado, assim como a prioridade
-4
gos e funções desde que a norma não restrinja. direito à nomeação, devendo submeter-se ao juízo de
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é
u
6.650-MC-AgR).
z Cargo vitalício é aquele com a maior garantia em
.2
relação à permanência. Trata-se daquele destina- Por fim, para o exercício da função de confiança,
73
anos de efetivo exercício no cargo e tais servido- � Função de confiança: deve ser agente público;
res só poderão ser demitidos por sentença judicial � Cargo em confiança: pode ou não ser agente
transitada em julgado; público.
z Cargo efetivo é aquele provido por concurso
público, cujos integrantes possuem a estabilida-
de, ou seja, após 3 (três) anos de efetivo exercí- Art. 37 [...]
cio, só poderão ser demitidos por decisão judicial VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
transitada em julgado, processo administrativo livre associação sindical;
disciplinar ou processo de avaliação periódica de
desempenho; O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º,
z Cargo em comissão é aquele preenchido de acor- da CF, de 1988. Lembrem-se: ninguém é obrigado a se
do com a confiança. Como regra, ele deve ser associar ou a se manter associado.
preenchido preferencialmente por servidores de
carreira. Portanto, para os demais casos (pessoal Art. 37 [...]
de fora da Administração), a nomeação deve ser VII - o direito de greve será exercido nos termos e
214 exceção. nos limites definidos em lei específica;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O direito de greve dos servidores públicos é dife- necessidade temporária de excepcional interesse
rente do direito dos demais trabalhadores da inicia- público. Por exemplo: agente sanitário em caso de
tiva privada. Enquanto estes podem interromper surto de dengue.
completamente suas atividades, o servidor público
precisa garantir que os serviços sejam mantidos e em Art. 37 [...]
percentual que possa atender à população. Trata-se X - a remuneração dos servidores públicos e
da aplicação do princípio da continuidade, uma vez o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
que não é possível a interrupção total das atividades poderão ser fixados ou alterados por lei especí-
prestadas pela Administração à população por serem fica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
estas essenciais e necessárias à coletividade. Para tan- assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
to, a Norma Constitucional prevê que os termos e limi- data e sem distinção de índices;
tes devem ser estabelecidos em lei.
Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade O inciso X trata da remuneração dos servidores
ao inciso VII. Por essa razão, o STF proferiu a seguinte públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, que remu-
decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES: neração é o gênero, do qual salário, vencimentos e
subsídios são espécies. Salário é a contraprestação
STF, MI 670-ES: Mandado de injunção. Garantia pecuniária paga aos empregados públicos, regidos
fundamental (CF, Art. 5º, inciso LXXI). Direito de pela CLT. Vencimento é a modalidade remunerató-
greve dos servidores públicos civis (CF, Art. 37, ria da maioria dos servidores submetidos a regime
inciso VII). Evolução do tema na jurisprudência jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e
do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos as vantagens pecuniárias. Já subsídio é uma parcela
parâmetros de competência constitucional para única, sem qualquer acréscimo, obrigatória para as
apreciação no âmbito da justiça federal e da jus- seguintes categorias:
tiça estadual até a edição da legislação específica
pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em z Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos,
observância aos ditames da segurança jurídica e à senadores, deputados, vereadores, magistrados),
evolução jurisprudencial na interpretação da omis- detentores de mandato eletivo, Ministros de Esta-
são legislativa sobre o direito de greve dos servido- do e Secretários Estaduais e Municipais;
res públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta) z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a
z Membros do Ministério Público;
matéria. Mandado de injunção deferido para deter-
z Integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia
minar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989.
Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Dis-
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988:
trito Federal e às Defensorias Públicas da União,
DF e Territórios e Defensorias Públicas Estaduais
Art. 37 [...]
(art. 135, CF);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empre-
gos públicos para as pessoas portadoras de defi- z Servidores policiais integrantes da Polícia Fede-
ciência e definirá os critérios de sua admissão; ral, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos
Com relação à reserva, cumpre salientar que as atri- Súmula n° 679 (STF) A fixação de vencimentos dos
servidores públicos não pode ser objeto de conven-
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ção coletiva.
cia. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por cento) das
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Com relação ao teto do funcionalismo público, a O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou
CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune- gem seja repetidamente computada para o cálculo das
ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar
Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta- tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se
dos, Municípios e Distrito Federal. o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo
Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte- de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu-
ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto lo para a concessão de outra gratificação, como, por
único tem, como base, a fixação de um valor máximo exemplo, uma gratificação de produtividade.
estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por
Poderes faz com que cada ente político adote um sub- Art. 37 [...]
teto próprio para a fixação dos subsídios. XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
O Executivo tem, como subteto, os subsídios do cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal-
Governador. O Legislativo tem, como subteto, os sub- vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos
sídios dos deputados estaduais, que, por sua vez, não arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
poderão exceder 75% dos subsídios dos deputados
federais. Por fim, o Judiciário adota, como subteto, o A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
valor de 90,25% dos subsídios do Supremo Tribunal mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
Federal, ressaltando que esse subteto se aplica tão públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
somente aos seus servidores e, não, aos membros da -se da impossibilidade de redução do valor nominal,
Magistratura, pois a estes é aplicado o teto do Supre- ou seja, se a remuneração é de R$ 5.000,00, não pode-
mo Tribunal Federal. rá reduzi-lo para valor inferior. No entanto, é possível
que ocorra a redução real, ou seja, que o poder aquisi-
Art. 37 [...] tivo desse valor seja atingido pela inflação.
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis-
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser Art. 37 [...]
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XVI - é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compa-
tibilidade de horários, observado em qualquer
0
A isonomia dos vencimentos dos servidores dos caso o disposto no inciso XI:
-1
três Poderes está disciplinada no inciso XII. Sua finali- a) a de dois cargos de professor;
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ciário, que não tem função legislativa, aumentar O inciso XVI trata da vedação de acumulação de
u
vencimentos de servidores públicos sob fundamen- cargos. Como regra, é vedada a acumulação remu-
pr
Art. 37 [...]
Outra regra contida na Constituição é a exigência
XVIII - a administração fazendária e seus servi-
de licitação pública para contratação de obras, ser-
dores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
O inciso XVIII trata da precedência da Administra- obrigações de pagamento, mantidas as condições efe-
78
ção Fazendária e seus servidores fiscais aos demais tivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente
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das obrigações.
ção dos tributos, por se tratar dos recursos essenciais
-4
XIX - somente por lei específica poderá ser criada atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
autarquia e autorizada a instituição de empre- exercidas por servidores de carreiras específicas,
sa pública, de sociedade de economia mista e terão recursos prioritários para a realização
de fundação, cabendo à lei complementar, neste de suas atividades e atuarão de forma integrada,
último caso, definir as áreas de sua atuação; inclusive com o compartilhamento de cadastros e
de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Para que uma autarquia seja criada, faz-se neces-
sária a autorização legislativa (lei específica), de modo O inciso XXII traz mais uma regra de prioridade da
parte fiscal e de arrecadação. Assim, a Administração tri-
a adquirir a personalidade jurídica com a própria lei.
butária de qualquer dos entes da federação possui recur-
Em contrapartida, é preciso lei que autorize a criação
so prioritário para a realização de suas atividades.
das empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações, devendo, posteriormente, ser registra- Art. 37 [...]
das, a fim de adquirirem a personalidade jurídica. § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
Ressalta-se, por fim, que, para as fundações, uma lei serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
complementar deve definir as áreas de sua atuação. ter caráter educativo, informativo ou de orien-
tação social, dela não podendo constar nomes, 217
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símbolos ou imagens que caracterizem promoção Dica
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Para decorar os atos de improbidade administra-
O § 1º trata das regras de publicidade dos atos, tiva, memorize o mnemônico PARIS:
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos Perda de função pública
públicos. Esse dispositivo é consequência direta do Ação penal cabível (se for o caso)
princípio da impessoalidade, pois tal publicidade deve Ressarcimento ao erário
ser de caráter informativo, educativo ou de orienta- Indisponibilidade de bens
ção social, ou seja, a propaganda pública não pode ser Suspensão dos direitos políticos
um meio para promoção pessoal.
É por esse motivo que não é permitido ao Governa- Art. 37 [...]
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
o slogan de campanha após ser eleito, uma vez que para ilícitos praticados por qualquer agente,
vincularia aquela atividade pública a sua pessoa. servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Art. 37 [...]
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II Nos termos do § 5º, os prazos prescricionais e as
e III implicará a nulidade do ato e a punição da ações de ressarcimento serão disciplinadas em lei.
autoridade responsável, nos termos da lei. Vale lembrar que a lei que disciplina as regras apli-
cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade
O § 2º traz a responsabilidade do agente público administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992.
pela não observância da regra de que, para contratação
de pessoal, o concurso público é indispensável. Conse- Art. 37 [...]
quentemente, se houver ingresso de pessoal sem o devi- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
do processo de seleção, haverá nulidade da nomeação, as de direito privado prestadoras de serviços
devendo a autoridade sofrer as punições em conformi- públicos responderão pelos danos que seus
dade com a norma infraconstitucional. Além disso, o agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
prazo de validade do concurso também implica em nuli- assegurado o direito de regresso contra o respon-
dade da nomeação e responsabilidade do agente. sável nos casos de dolo ou culpa.
cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun- ao Estado ingressar com ação regressiva para cobrar
78
ção na administração pública. do agente o valor que pagou a esse terceiro. No entanto,
.2
O § 3º remete à preocupação do legislador para que lidade do agente é subjetiva, ou seja, para que ele seja
.8
haja um controle social, de modo a estabelecer meios responsabilizado civilmente, é preciso demonstrar que
32
para que qualquer pessoa comunique as irregularida- houve dolo ou culpa. Em relação a isso, vejamos, de for-
-4
des ou ilegalidades praticadas pelos agentes públicos. ma simples o exposto no fluxograma a seguir:
u
Art. 37 [...]
.2
sas públicas e às sociedades de economia mis- caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
32
As regras com relação ao teto e subteto da remu- custo, entre outras, no limite remuneratório.
neração são estendidas aos empregados das empresas
públicas e sociedades de economia mista, bem como Art. 37 [...]
às suas subsidiárias. No entanto, conforme o dispos- § 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput
to no § 9º, incidirá sobre as remunerações de direto- deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distri-
res de empresas estatais que receberem recursos dos to Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda
entes da federação para pagamento de despesas de às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
pessoal ou de custeio em geral, como, por exemplo, limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
nos casos da EMBRAPA e da Radiobrás. dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre-
empresas públicas e sociedades de economia mis- mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”, neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
expressão disposta no § 9º. Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
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O dispositivo regulamenta a possibilidade de fixa- O § 15 proíbe toda espécie de complementação que
ção do subteto de forma única. Nesse caso, o valor não seja aquela decorrente de Regime de Previdência
máximo da remuneração para todo e qualquer servi- Complementar, como, por exemplo, as complementa-
dor corresponderá ao subsídio dos desembargadores ções com base na Lei Estadual (São Paulo) nº 200, de
do Tribunal de Justiça, ficando de fora desse subteto 1974, pagas a ex-empregados e a seus dependentes da
apenas o subsídio dos deputados e dos vereadores. Nossa Caixa, BANESPA, SABESP, VASP e FEPASA.
Vejamos a decisão do STF no julgamento da ADI
6.221 MC: Art. 37 [...]
§ 16 Os órgãos e entidades da administração públi-
A faculdade conferida aos Estados para a regulação ca, individual ou conjuntamente, devem realizar
do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da avaliação das políticas públicas, inclusive com
CF) não permite que a regulamentação editada com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
fundamento nesse permissivo inove no tratamento dos alcançados, na forma da lei.
do teto dos servidores municipais, para quem o art.
37, XI, da CF, já estabelece um teto único. O § 16 foi acrescido pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021, e tem como objetivo aprimorar o meca-
Art. 37 [...] nismo de participação da sociedade na Administração
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo Pública.
poderá ser readaptado para exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam com-
Art. 38 Ao servidor público da administração dire-
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
ta, autárquica e fundacional, no exercício de manda-
capacidade física ou mental, enquanto permanecer
to eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
nesta condição, desde que possua a habilitação e
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
O § 13 trata da possibilidade de readaptação do do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
servidor público. A readaptação é o provimento deri- optar pela sua remuneração;
vado que consiste na investidura do servidor em cargo III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
de atribuições e responsabilidades compatíveis com patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
a limitação que tenha sofrido em sua capacida- seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
de física ou mental verificada em inspeção médica. neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
Deste modo, o servidor será efetivado em cargo com dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
atribuições semelhantes, respeitando-se a habilitação IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
exigida, assim como o nível de escolaridade e a equi- o exercício de mandato eletivo, seu tempo de servi-
valência de vencimentos. ço será contado para todos os efeitos legais, exceto
No caso de inexistir cargo vago, o servidor exer- para promoção por merecimento;
cerá suas atribuições como excedente, permanecen- V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
do nessa situação até a ocorrência de vaga no cargo de previdência social, permanecerá filiado a esse
compatível. regime, no ente federativo de origem.
0
cargo, emprego ou função pública, inclusive do seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
.8
rompimento do vínculo que gerou o referido cargo eletivo federal, estadual e distrital, aplica-se a
-4
tempo de contribuição.
seguinte regra: afastamento do cargo público estadual
u
Servidores Públicos
Para que a Administração Pública possa desem-
penhar suas atividades, ela necessita de pessoas que A partir do art. 39, da CF, de 1988, inicia-se o tema
exerçam as atribuições dos órgãos públicos, ou seja, quanto às regras aplicadas aos servidores públicos.
de agentes públicos. A expressão agente público é Vejamos o que dispõem esses artigos:
utilizada como gênero, designando toda e qualquer
pessoa que exerça uma função pública, quer de for- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ma remunerada ou gratuita, quer de natureza política Municípios instituirão conselho de política de admi-
ou administrativa, quer com investidura definitiva ou nistração e remuneração de pessoal, integrado por
transitória. servidores designados pelos respectivos Poderes.
Os agentes públicos dividem-se em quatro catego- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
rias, quais sejam: demais componentes do sistema remuneratório
observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
Agentes políticos complexidade dos cargos componentes de cada
carreira;
Servidores públicos II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
AGENTES
Particulares em § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal man-
PÚBLICOS
terão escolas de governo para a formação e
público
o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
constituindo-se a participação nos cursos um
Militares
dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
Os agentes políticos são aqueles que exercem as
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-
típicas atividades de governo, ou seja, são responsáveis
go público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
por fixar as metas e diretrizes políticas do Estado, tais
porém sem vínculo estatutário ou celetista de trabalho, ção, adicional, abono, prêmio, verba de representa-
podendo ou não ter remuneração. Exemplo: jurados,
-4
Os servidores públicos civis dividem-se em: § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
pr
z Servidores públicos estatutários: exercem cargo a maior e a menor remuneração dos servido-
público (vitalício, efetivo ou comissionado) e estão res públicos, obedecido, em qualquer caso, o dis-
vinculados a um estatuto; posto no art. 37, XI.
z Empregados públicos: possuem emprego público § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
publicarão anualmente os valores do subsí-
e vinculam-se às regras da Consolidação das Leis
dio e da remuneração dos cargos e empregos
do Trabalho (CLT);
públicos.
z Servidores temporários: categoria à parte, por-
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fede-
que não titularizam cargo público nem possuem ral e dos Municípios disciplinará a aplicação
qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, como de recursos orçamentários provenientes da
os empregados públicos. São contratados por tem- economia com despesas correntes em cada órgão,
po determinado para atender à necessidade tem- autarquia e fundação, para aplicação no desenvol-
porária de excepcional interesse público por meio vimento de programas de qualidade e produtivida-
de um processo de seleção simplificado. Exercem de, treinamento e desenvolvimento, modernização,
funções públicas sem ocupar cargos ou empregos reaparelhamento e racionalização do serviço públi-
públicos e são regidos por regime especial, veicu- co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
lado por meio de lei específica. produtividade. 221
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos orga- Art. 40 O regime próprio de previdência social
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos dos servidores titulares de cargos efetivos terá
do § 4º. caráter contributivo e solidário, mediante contri-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de buição do respectivo ente federativo, de servidores
caráter temporário ou vinculadas ao exercício ativos, de aposentados e de pensionistas, observa-
de função de confiança ou de cargo em comis- dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro
são à remuneração do cargo efetivo. e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de
No que tange ao art. 39, a primeira observação a previdência social será aposentado:
I - por incapacidade permanente para o tra-
ser feita é que o caput foi alterado pela Emenda Cons-
balho, no cargo em que estiver investido, quando
titucional nº 19, de 1998. No entanto, como sua eficá-
insuscetível de readaptação, hipótese em que será
cia se encontra suspensa devido à decisão do STF na obrigatória a realização de avaliações periódicas
ADI nº 2.135-4, é a redação original que se encontra para verificação da continuidade das condições que
em vigor. Vejamos: ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os II - compulsoriamente, com proventos propor-
Municípios instituirão, no âmbito de sua competên- cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
cia, regime jurídico único e planos de carreira para anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
os servidores da administração pública direta, das idade, na forma de lei complementar;
autarquias e das fundações públicas. III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
A CF, de 1988, estabelece regras para a fixação dos cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
padrões de vencimento e dos demais componentes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
do sistema remuneratório, que deverá observar: a na idade mínima estabelecida mediante emenda às
natureza, o grau de responsabilidade e a comple- respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-
xidade dos cargos que compõem cada carreira; vados o tempo de contribuição e os demais
os requisitos para a investidura nos cargos e as requisitos estabelecidos em lei complementar do
demais peculiaridades dos cargos. Tais requisitos respectivo ente federativo.
poderão influenciar na fixação dos vencimentos e § 2º Os proventos de aposentadoria não pode-
dependem de aprovação de lei específica, assim como rão ser inferiores ao valor mínimo a que se refe-
para o seu aumento, alteração ou criação de nova van- re o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência
tagem pecuniária.
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
Por lei, também serão estabelecidos os reajustes
§ 3º As regras para cálculo de proventos de
diferenciados para corrigir equívocos, como no caso
aposentadoria serão disciplinadas em lei do res-
de servidores que desempenham atividades seme- pectivo ente federativo.
lhantes, mas percebem valores muito diferentes. § 4º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
Salienta-se que a revisão geral da remuneração dos rios diferenciados para concessão de benefícios
servidores públicos, sem distinção de índices entre em regime próprio de previdência social, ressalva-
civis e militares, será feita. do o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
Com objetivo de garantir o aperfeiçoamento do § 4º-A Poderão ser estabelecidos por lei comple-
profissional, o dispositivo estabelece a realização de mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
cursos oficiais como requisito obrigatório para promo- de contribuição diferenciados para aposentadoria
0
-1
ção na carreira, sendo facultada, para tanto, a celebra- de servidores com deficiência, previamente sub-
78
ção de convênios com os demais entes da federação. metidos a avaliação biopsicossocial realizada por
.2
assegura ao servidor público civil da Administração § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei comple-
.8
Pública direta, autárquica e fundacional os direi- mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
32
tos previstos nos incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, de contribuição diferenciados para aposentadoria
-4
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, art. 7º, de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
da CF, de 1988, e aos direitos que, nos termos da lei, agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
u
pr
visem à melhoria de sua condição social e da pro- que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput
u
do art. 144.
especial o prêmio por produtividade e o adicional de
§ 4º-C Poderão ser estabelecidos por lei comple-
desempenho.
mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
Atente-se aos limites de remuneração de
de contribuição diferenciados para aposentadoria
servidores:
de servidores cujas atividades sejam exercidas com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
z Mínimo: salário mínimo; lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
z Máximo: vide inciso XI, art. 37, da CF (EC 41, de agentes, vedada a caracterização por categoria
2003). profissional ou ocupação.
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão ida-
É importante conhecer o texto da Súmula Vincu- de mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
lante nº 6 do STF: às idades decorrentes da aplicação do disposto
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
Súmula Vinculante nº 6 Não viola a Constituição de efetivo exercício das funções de magistério na
o estabelecimento de remuneração inferior ao salá- educação infantil e no ensino fundamental e médio
rio mínimo para as praças prestadoras de serviço fixado em lei complementar do respectivo ente
222 militar inicial. federativo.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos § 19 Observados critérios a serem estabelecidos em
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
vedada a percepção de mais de uma aposentado- de cargo efetivo que tenha completado as exigên-
ria à conta de regime próprio de previdência social, cias para a aposentadoria voluntária e que opte
aplicando-se outras vedações, regras e condições por permanecer em atividade poderá fazer jus a um
para a acumulação de benefícios previdenciários abono de permanência equivalente, no máximo, ao
estabelecidas no Regime Geral de Previdência valor da sua contribuição previdenciária, até com-
Social. pletar a idade para aposentadoria compulsória.
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quan- § 20 É vedada a existência de mais de um regime
do se tratar da única fonte de renda formal auferida próprio de previdência social e de mais de um órgão
pelo dependente, o benefício de pensão por morte ou entidade gestora desse regime em cada ente
será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a entidades autárquicas e fundacionais, que serão
hipótese de morte dos servidores de que trata o § responsáveis pelo seu financiamento, observados
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica
em razão da função. definidos na lei complementar de que trata o § 22.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefí- § 21 (Revogado).
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o § 22 Vedada a instituição de novos regimes pró-
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. prios de previdência social, lei complementar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, federal estabelecerá, para os que já existam, nor-
distrital ou municipal será contado para fins mas gerais de organização, de funcionamento e de
de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspon- outros aspectos, sobre:
dente será contado para fins de disponibilidade. I - requisitos para sua extinção e consequente
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma migração para o Regime Geral de Previdência
de contagem de tempo de contribuição fictício. Social;
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utiliza-
dos proventos de inatividade, inclusive quando decor- ção dos recursos;
rentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, III - fiscalização pela União e controle externo e social;
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
para o regime geral de previdência social, e ao mon- V - condições para instituição do fundo com finalidade
tante resultante da adição de proventos de inativida- previdenciária de que trata o art. 249 e para vincula-
de com remuneração de cargo acumulável na forma ção a ele dos recursos provenientes de contribuições e
desta Constituição, cargo em comissão declarado em dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. VI - mecanismos de equacionamento do deficit
§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observa- atuarial;
dos, em regime próprio de previdência social, no VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime, observados os princípios relacionados com
Regime Geral de Previdência Social. governança, controle interno e transparência;
§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusi- VIII - condições e hipóteses para responsabilização
vamente, de cargo em comissão declarado em lei de daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
livre nomeação e exoneração, de outro cargo tem- direta ou indiretamente, com a gestão do regime;
extraordinárias.
Poder Executivo, regime de previdência complemen-
78
Regime Geral de Previdência Social para o valor das Previdenciário Próprio de Previdência Social. Em
.8
aposentadorias e das pensões em regime próprio de síntese, o sistema previdenciário do servidor públi-
32
previdência social, ressalvado o disposto no § 16. co foi alterado com a EC nº 103, de 2019, da seguinte
-4
disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de modo que vários regramentos sobre aposenta-
pr
aprovada em concurso público estadual pode consi- será analisado seu desempenho funcional. Completa-
78
derar esse tempo no cálculo final do tempo de serviço. dos três anos de serviço público e tendo sido aprovado
.2
z Exceção: vide §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º, art. 40. Em O dispositivo estabelece, ainda, a possibilidade de
32
Policial das carreiras do art. 144 (Segurança período em que ficou desligado, inclusive das promo-
Pública) e policiais da Câmara e do Senado ções por antiguidade que teria conquistado.
Federal;
Atividades que prejudiquem à saúde (aquelas
exercidas com efetiva exposição a agentes quí- Importante!
micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes). É possível, também, que decisão administrativa
invalide a demissão.
Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. No caso de o cargo anteriormente ocupado pelo
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: servidor ter sido extinto, ele será reintegrado ao ser-
I - em virtude de sentença judicial transitada viço público, porém ficará em disponibilidade remu-
em julgado; nerada até seu adequado aproveitamento em outro
II - mediante processo administrativo em que lhe cargo. Já no caso de o cargo provido ter sido ocupado
224 seja assegurada ampla defesa; por outro servidor, o ocupante será reconduzido ao
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cargo de origem, sem direito à indenização, ou apro- Importante!
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi- De acordo com o STF, o princípio da unidade ape-
bilidade enquanto o servidor reintegrado voltará a
nas existe dentro de cada MP, isto é, não existe
exercer o seu cargo.
unicidade entre o MP de um Estado e de outro,
bem como não existe unicidade entre estes e os
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
diversos ramos do MPU. Como consequência,
não é possível, por exemplo, a remoção, mesmo
Do Ministério Público
que por permuta nacional, entre membros de MP
diversos.
Além dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
a CF, de 1988, disciplina algumas atividades incumbidas
de dinamizar a atividade jurisdicional, atribuindo a elas O segundo é o princípio da indivisibilidade, uma
o status de funções essenciais à Justiça. São as ativida- vez que seus membros agem em nome da instituição e
des essenciais à consecução da Justiça e que não estão não por eles próprios. Por este princípio, que decorre
vinculadas a nenhum dos poderes. do princípio da unidade, é possível que um membro
São consideradas funções essenciais à Justiça: o do MP substitua outro dentro da mesma função, visto
Ministério Público, a Advocacia Pública, a Advocacia que não é a pessoa do Promotor ou Procurador que
Privada e a Defensoria Pública. exercem os atos, mas a instituição Ministério Público.
No que se refere ao Ministério Público (MP), tam- Como consequência, é possível, por exemplo, que um
bém denominado de parquet, custos legis (fiscal da lei), promotor ofereça a denúncia e outro partícipe da ins-
custos constitucionis (fiscal da Constituição) e ombuds- trução, o julgamento.
man (ouvidor da sociedade), suas regras se encontram Por fim, há o princípio da independência fun-
disciplinadas nos arts. 127 a 130-A, da CF, de 1988. cional, pois, devido à autonomia da instituição, seus
membros agem de maneira independente, subme-
tendo-se ao Procurador-Geral da República ou ao
Dica Procurador-Geral de Justiça apenas em caráter admi-
Não confundir com defensor legis (curador da nistrativo. Assim sendo, o MP, por ser livre e indepen-
dente, não se sujeita ao poder hierárquico de nenhum
lei), que se refere à Advocacia da União.
outro órgão.
A impossibilidade de hierarquia se refere à índole
Veja os dispositivos constitucionais:
funcional, de modo a ser possível a hierarquia no sen-
tido administrativo, ou seja, é permitido, por exemplo,
Art. 127 O Ministério Público é instituição perma-
os órgãos de administração superior do MP editarem
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
recomendações sem caráter normativo sobre a atua-
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
ção funcional de todos os integrantes da instituição.
regime democrático e dos interesses sociais e
Atenção: é certo que existe o princípio do juiz
individuais indisponíveis.
natural (art. 5º, da CR, de 1988) e o princípio do defen-
sor natural (art. 4º-A, da Lei Complementar nº 80, de
O MP é uma instituição permanente, uma vez 1994) e que não existe o princípio do delegado natu-
ça por estar incumbido da defesa da ordem jurídica, plo: uma designação específica de um Promotor com
78
se desfazer, tais como, a vida, dignidade, liberdade, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
.8
§ 1º São princípios institucionais do Ministério a criação e extinção de seus cargos e serviços auxi-
u
Público a unidade, a indivisibilidade e a inde- liares, provendo-os por concurso público de provas
pr
zação e funcionamento.
O MP possui três princípios institucionais. O
§ 3º O Ministério Público elaborará sua pro-
primeiro é o princípio da unidade (ou unicidade), posta orçamentária dentro dos limites estabele-
significando que o órgão é um só, sendo sua divisão cidos na lei de diretrizes orçamentárias.
meramente administrativa. Por esse princípio, os § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a res-
membros do MP integram um só órgão, que é dirigido pectiva proposta orçamentária dentro do prazo
pelo Procurador-Geral. Observa-se, no entanto, que a estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
unicidade existe dentro de cada MP, ou seja, o MP da Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
União (MPU) que é chefiado pelo Procurador-Geral da dação da proposta orçamentária anual, os valores
República e o MP Estadual (MPE), que é chefiado pelo aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados
de acordo com os limites estipulados na forma do
Procurador Geral de Justiça, conforme será explicado
§ 3º.
posteriormente. § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este
Vale destacar que o órgão responsável por dirimir artigo for encaminhada em desacordo com os
conflitos de competência entre o MPU e o MPE é o Con- limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Exe-
selho Nacional do Ministério Público (CNMP). cutivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. 225
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§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, possui autonomia administrativa e financeira nem
não poderá haver a realização de despesas ou a processo de nomeação e destituição de seu titular
assunção de obrigações que extrapolem os limi- nem poder de iniciativa de projetos de lei relativos a
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- sua organização.
rias, exceto se previamente autorizadas, mediante a O MPU, por sua vez, abrange quatro ramos:
abertura de créditos suplementares ou especiais.
z Ministério Público Federal (MPF);
O MP é um órgão autônomo, ou seja, sua função
z Ministério Público do Trabalho (MPT);
é independente e insubordinada a qualquer outro
z Ministério Público Militar (MPM);
órgão. O MP não possui laço hierárquico com nenhum
z Ministério Público do Distrito Federal e dos Terri-
dos Poderes, de modo que não se encontra subordina-
tórios (MPDFT).
do ao Poder Judiciário, ao Poder Legislativo nem ao
Poder Executivo. É por este motivo que suas regras se
Memorize:
encontram separadas desses órgãos. Por conseguinte,
o MP possui autonomia funcional e administrati-
va, possuindo, assim, sua própria infraestrutura de MP Federal
Ministério Público
funcionamento. dos Estados
MP Trabalho
No entanto, o MP, assim como todo o Poder Públi- MINISTÉRIO PÚBLICO
co, encontra-se sujeito ao controle externo realizado Ministério Público
MP Militar
pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de MINISTÉRIO da União MP DF e
Contas, bem como ao controle feito pelo CNMP. PÚBLICO JUNTO territórios
Além da autonomia funcional e administrativa, AOS TRIBUNAIS DE
o MP possui autonomia financeira, pois estabelece CONTAS
seu próprio orçamento e define suas despesas. Como
consequência, compete a ele elaborar a proposta Cumpre esclarecer que o MPT faz parte do MPU,
orçamentária no prazo estipulado pela Lei de Dire- sendo que seus membros atuam dentro da estrutura
trizes Orçamentárias (LDO). Trata-se, portanto, de da Justiça do Trabalho nos diferentes graus de juris-
uma característica que decorre de sua autonomia dição. Ressalta-se que a Justiça do Trabalho tem com-
financeira. petência para atuar nas ações que envolvam relação
Cumpre esclarecer que, embora possa elaborar de trabalho dos empregados privados e empregados
sua proposta orçamentária, esta será unificada em públicos (empresas públicas e sociedade de economia
uma única lei: a Lei Orçamentária Anual (LOA). A mista), bem como nas ações possessórias e de danos
LOA é a norma que deve ser elaborada anualmente relacionadas às relações de trabalho.
contendo a estimativa de receita, ou seja, quanto a Atente-se para a Súmula Vinculante nº 22, que
Administração Pública irá arrecadar por meio de seus estabelece que
tributos, e a estimativa dos gastos, isto é, as despesas
do governo com saúde, educação, transporte, pessoal, […] a Justiça do Trabalho é competente para pro-
entre outros. A LOA deve ser elaborada com base na cessar e julgar as ações de indenização por danos
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que, por sua morais e patrimoniais decorrentes de acidente de
vez, deve estar em harmonia com os objetivos e metas trabalho propostas por empregado contra empre-
estabelecidos pelo Plano Plurianual (PPA). gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam
sentença de mérito em primeiro grau quando da
0
-1
Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados. ça Comum e que não haviam sido sentenciados até
u
Conforme mencionado pelo princípio da unicida- deveriam ser remetidos para a Justiça do Trabalho.
u
pr
cutivo (Governador, no caso do MPE, e Presidente, no a aposentadoria, acaba o foro por prerrogativa
78
caso do MPDFT) para que este faça a escolha de um de função dessas pessoas.
.2
IX - exercer outras funções que lhe forem conferi- far-se-á mediante concurso público de provas e
.2
das, desde que compatíveis com sua finalidade, títulos, assegurada a participação da Ordem dos
73
sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-
.8
sultoria jurídica de entidades públicas. -se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
32
MP, ou seja, suas atribuições. Trata-se de um rol mera- § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber,
pr
mente exemplificativo e que pode ser ampliado. Veja o disposto no art. 93.
u
competência de realizar o controle da atuação admi- zo para que se adotem as providências necessárias
.2
nistrativa e financeira do MP, bem como do cumpri- ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da com-
73
mento dos deveres funcionais de seus membros. petência dos Tribunais de Contas;
.8
Poder Judiciário incumbido da função de con- sos disciplinares em curso, determinar a remoção
u
trole interno do Judiciário, salvo com relação ao ou a disponibilidade e aplicar outras sanções admi-
pr
STF. Já o CNMP, de acordo com o STF, exerce o nistrativas, assegurada ampla defesa;
controle externo do MP. Neste sentido: IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os pro-
cessos disciplinares de membros do Ministério Públi-
“O constituinte, ao erigir o Conselho Nacional
co da União ou dos Estados julgados há menos de um
do Ministério Público como órgão de contro- ano;
le externo do Ministério Público, atribuiu-lhe, V - elaborar relatório anual, propondo as providên-
expressamente, competência revisional ampla, cias que julgar necessárias sobre a situação do Minis-
de sorte que não há vinculação à aplicação da tério Público no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
penalidade ou à gradação da sanção imputada
pelo órgão correcional local (CRFB/1988, art. Atenção: o CNMP, assim como o CNJ, não possui
130-A, § 2º, IV)” (STF, MS nº 34.712). competência para efetuar o controle de constitucio-
nalidade de lei, quer pela via difusa quer pela via
O CNMP é composto por 14 membros, sendo 8 da concentrada (STF, MS nº 27.744). No entanto, é possí-
própria carreira do MP e 6 externos à instituição, vel que os Conselhos deixem de aplicar as normas se
estruturados da seguinte forma: entenderem que elas são inconstitucionais. 229
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Importante! Por fim, há a previsão de que o presidente da OAB
Após a Emenda Constitucional nº 103, de 2019, nacional oficie, junto ao CNMP e a leis da União e dos
Estados, a criação de Ouvidorias do MP para receber
não é mais possível ao CNMP aplicar a aposen-
reclamações e denúncias contra quaisquer membros
tadoria compulsória com proventos proporcio-
ou órgãos do MP, inclusive contra seus serviços auxi-
nais como forma de punição aos membros do
liares, representando diretamente ao Conselho Nacio-
MP. Contudo, o CNPM continua aplicando esta
nal do Ministério Público. Salienta-se que qualquer
espécie de sanção com base na Lei Orgânica do
pessoa é parte legítima para representar as ilegalida-
Ministério Público (LOMP) e não no inciso III, §
des perante o CNMP, uma vez que a apuração decorre
2º, art. 130-A, da CF, de 1988.
do interesse público.
Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar Cada um dos entes da União possui sua respecti-
-4
servidores de órgãos do Ministério Público. va advocacia pública. No que tange aos estados e ao
u
Com relação à duração do mandato dos membros carreira por meio de concurso público de provas e
u
do CNMP, a regra é que esse seja de 2 anos, admitida títulos com a participação da OAB em todas as fases.
pr
uma única recondução. Há, no entanto, duas exce- É assegurada a estabilidade após três anos de efetivo
ções. A primeira diz respeito ao PGR, que permane- exercício, mediante avaliação de desempenho.
ce na presidência enquanto exercer o cargo de PGR,
de modo que poderá ter reconduções sucessivas. A FEDERAL ESTADUAL DISTRITAL MUNICIPAL
segunda exceção se refere ao Corregedor, que não
Advocacia Procuradoria Procuradoria Procuradoria
pode ser reconduzido ao cargo (§ 3º). Geral da União Geral do Geral do DF Geral
– AGU Estado Municipal
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. O Advogado Geral da União não representa a
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
União nas dívidas de natureza tributária; a represen-
do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado tação da União neste caso cabe à Procuradoria-Geral
contra membros ou órgãos do Ministério Público, da Fazenda Nacional — PGN, conforme consagra o §
inclusive contra seus serviços auxiliares, represen- 3º, art. 131, da CF, de 1988.
tando diretamente ao Conselho Nacional do Minis-
230 tério Público.
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Da Defensoria Pública DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Instituição permanente com autonomia funcional Art. 1º O Ministério Público é instituição perma-
e administrativa que tem a atribuição da promoção nente, essencial à função jurisdicional do Esta-
dos direitos humanos e da defesa dos direitos coleti- do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
vos e individuais de forma não onerosa (gratuita aos do regime democrático e dos interesses sociais
necessitados) conforme consagra o inciso LXXIV, art. e individuais indisponíveis.
5º, da Constituição. Parágrafo único. São princípios institucionais
do Ministério Público a unidade, a indivisibili-
dade e a independência funcional.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilida- O art. 1º é o típico artigo cobrado em provas, pois
de do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu- traz funções e características do Ministério Público.
rança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] Por isso, realize uma leitura atenta.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte- De acordo com as informações trazidas no disposi-
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência tivo, o MP é uma instituição permanente, essencial à
de recursos; função jurisdicional do Estado, cuja principal função
é a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
Ainda, conforme o § 1º, art. 134, da CF, as defen- e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
sorias públicas organizam-se em cargos de carreiras, Tome cuidado: ao Ministério Público, cabe a defe-
providos, na classe inicial, mediante concurso públi- sa dos direitos individuais indisponíveis. Por isso,
co de provas e títulos. Aos integrantes é assegurada a a defesa de direitos individuais disponíveis não faz
garantia da inamovibilidade e proibido o exercício da partes de suas obrigações.
advocacia fora das atribuições institucionais. O parágrafo único traz os princípios institucio-
Os integrantes da Advocacia Geral da União e ser- nais do Ministério Público, conteúdo perfeito para ser
vidores das defensorias públicas serão remunerados cobrado em sua prova. São eles:
na forma de subsídio.
z unidade;
Art. 135 Os servidores integrantes das carreiras z indivisibilidade;
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo z independência funcional.
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
[...] Art. 2º Lei complementar, denominada Lei Orgânica
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato do Ministério Público, cuja iniciativa é facultada aos
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados, estabele-
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- cerá, no âmbito de cada uma dessas unidades federa-
sivamente por subsídio fixado em parcela única, tivas, normas específicas de organização, atribuições
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- e estatuto do respectivo Ministério Público.
cional, abono, prêmio, verba de representação ou Parágrafo único. A organização, atribuições e esta-
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- tuto do Ministério Público do Distrito Federal e Ter-
a Constituição Federal determina a “reserva de jurisdi- Art. 7º São órgãos de execução do Ministério
.8
32
plurinominal de todos os membros do Ministério Público. h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira
-1
Importante!
73
solicitado;
X - dirimir conflitos de atribuições entre membros
.8
ciar no feito;
vota em três nomes a fim de formar uma lista XI - decidir processo disciplinar contra membro do
u
pr
tríplice com aqueles que receberem mais votos. Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis;
XII - expedir recomendações, sem caráter normati-
u
pr
integrantes ou do Procurador-Geral de Justiça, que III - eleger, na forma da Lei Orgânica, os membros do
-4
este ajuíze ação cível de decretação de perda do Ministério Público que integrarão a Comissão de Con-
u
nos casos previstos nesta Lei; IV - indicar o nome do mais antigo membro do
u
XI - rever, mediante requerimento de legítimo inte- Ministério Público para remoção ou promoção por
pr
O Corregedor Geral será membro nato do Conselho A fixação dessas orientações jurídicas visa padro-
78
Superior e do Colégio de Procuradores. As leis esta- nizar o entendimento do Ministério Público, evitando
.2
duais não podem prever situação diferente daquela posicionamentos discrepantes entre os Procurado-
73
Art. 17 A Corregedoria-Geral do Ministério Público membro do MP, essas orientações não são vinculantes.
-4
sionais e dos que abriguem idosos, menores, inca- instituição particular – tem a obrigação de fornecer
pazes ou pessoas portadoras de deficiência;
-4
atuação;
Do Procurador-Geral de Justiça
VIII - ingressar em juízo, de ofício, para responsa-
bilizar os gestores do dinheiro público condenados
Art. 29 Além das atribuições previstas nas Constitui-
por tribunais e conselhos de contas;
ções Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras
IX - interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal
leis, compete ao Procurador-Geral de Justiça:
e ao Superior Tribunal de Justiça;
I - representar aos Tribunais locais por inconstitu-
Parágrafo único. É vedado o exercício das fun-
cionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
ções do Ministério Público a pessoas a ele estra-
municipais, em face da Constituição Estadual;
nhas, sob pena de nulidade do ato praticado.
II - representar para fins de intervenção do Estado
no Município, com o objetivo de assegurar a obser-
As funções listadas acima são de execução geral, vância de princípios indicados na Constituição
inerentes ao próprio Ministério Público enquanto Estadual ou prover a execução de lei, de ordem ou
órgão independente, previsto constitucionalmente. de decisão judicial;
Tais funções não podem ser delegadas ou exerci- III - representar o Ministério Público nas sessões
das por pessoas que não sejam membros do Minis- plenárias dos Tribunais;
236 tério Público. IV - (Vetado);
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - ajuizar ação penal de competência originária Os Promotores de Justiça são os órgãos de execu-
dos Tribunais, nela oficiando; ção da ponta do Ministério Público e, em regra, atuam
VI - oficiar nos processos de competência originá- perante o juízo de primeiro grau. Mas, destaca-se que
ria dos Tribunais, nos limites estabelecidos na Lei os remédios Habeas Corpus e Mandado de Segurança,
Orgânica; além das correições parciais, poderão ser impetrados
VII - determinar o arquivamento de representação, pelo Promotor diretamente no TJ, se for o caso.
notícia de crime, peças de informação, conclusão de
comissões parlamentares de inquérito ou inquérito
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
policial, nas hipóteses de suas atribuições legais;
VIII - exercer as atribuições do art. 129, II e III, da
Constituição Federal, quando a autoridade recla- A Lei Orgânica Nacional do MP apenas lista os
mada for o Governador do Estado, o Presidente da órgãos auxiliares e traz algumas atribuições, mas dei-
Assembleia Legislativa ou os Presidentes de Tribu- xa a cargo das Leis Orgânicas Estaduais determinar as
nais, bem como quando contra estes, por ato prati- atribuições específicas de um destes.
cado em razão de suas funções, deva ser ajuizada a
competente ação; Art. 33 Os Centros de Apoio Operacional são
IX - delegar a membro do Ministério Público suas órgãos auxiliares da atividade funcional do Ministério
funções de órgão de execução. Público, competindo-lhes, na forma da Lei Orgânica:
I - estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos
O art. 29 trata das competências do Procurador-Ge- de execução que atuem na mesma área de atividade e
ral de Justiça (PGJ) enquanto órgão de execução do que tenham atribuições comuns;
Ministério Público. Tenha atenção para não confundir II - remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter
o rol do art. 29 com as competências do PGJ como che- vinculativo, aos órgãos ligados à sua atividade;
III - estabelecer intercâmbio permanente com enti-
fe da Procuradoria Geral de Justiça.
dades ou órgãos públicos ou privados que atuem
em áreas afins, para obtenção de elementos técnicos
Do Conselho Superior do Ministério Público
especializados necessários ao desempenho de suas
funções;
Art. 30 Cabe ao Conselho Superior do Minis-
IV - remeter, anualmente, ao Procurador-Geral de
tério Público rever o arquivamento de inquérito
Justiça relatório das atividades do Ministério Público
civil, na forma da lei.
relativas às suas áreas de atribuições;
V - exercer outras funções compatíveis com suas fina-
Como órgão de execução, o Conselho Superior do lidades, vedado o exercício de qualquer atividade de
Ministério Público possui apenas a função de rever o órgão de execução, bem como a expedição de atos nor-
arquivamento de inquérito civil. Lembre-se de que o mativos a estes dirigidos.
Conselho Superior é o único órgão que figura no rol de Art. 35 O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento
órgãos de administração e órgãos de execução. Funcional é órgão auxiliar do Ministério Público des-
tinado a realizar cursos, seminários, congressos, sim-
Dos Procuradores de Justiça pósios, pesquisas, atividades, estudos e publicações
visando ao aprimoramento profissional e cultural dos
junto ao Tribunal de Justiça do Estado. Por se tratar prio de carreiras, com os cargos que atendam às suas
.8
Dos Promotores de Justiça dos órgãos, deixando o restante a cargo das leis esta-
pr
Turma.
78
que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e policial, civil ou militar remeterá, imediatamente,
32
comuns e de responsabilidade, ressalvada exceção vas, pois trata das prerrogativas no exercício da fun-
de ordem constitucional; ção quando se atua como Promotor ou Procurador de
V - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar Justiça. Logo, não inclui os aposentados.
ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à A leitura do presente dispositivo é ainda mais
disposição do Tribunal competente, quando sujeito importante do que as do art. 40. Tenha cuidado para
a prisão antes do julgamento final; não misturar garantias com prerrogativas. Além dis-
VI - ter assegurado o direito de acesso, retificação e so, busque não misturar as prerrogativas gerais, que
complementação dos dados e informações relativos abarcam os aposentados, com as prerrogativas no
à sua pessoa, existentes nos órgãos da instituição, exercício da função, que abarcam apenas os membros
na forma da Lei Orgânica. em atividade.
Destaca-se que se a autoridade policial em curso
O art. 40 é de leitura obrigatória, pois lista as prer- de investigação encontrar indícios de participação
rogativas dos membros do Ministério Público, matéria ou autoria de membro do Ministério Público, deverá
de ordem constitucional. Importante frisar que essas remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça.
prerrogativas se aplicam aos membros já aposenta-
238 dos, não somente aos ativos.
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DOS DEVERES E VEDAÇÕES DOS MEMBROS DO Art. 48 A remuneração dos membros dos Ministé-
MINISTÉRIO PÚBLICO rios Públicos dos Estados observará, como limite
máximo, os valores percebidos como remuneração,
Art. 43 São deveres dos membros do Ministério em espécie, a qualquer título, pelos membros do
Público, além de outros previstos em lei: Poder Judiciário local.
I - manter ilibada conduta pública e particular;
II - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerro- A remuneração dos membros do MPBA será pro-
gativas e pela dignidade de suas funções; posta pelo PGJ e possui, como limite máximo, os valo-
III - indicar os fundamentos jurídicos de seus pro- res percebidos pelo Poder Judiciário local. Em que
nunciamentos processuais, elaborando relatório pese o PGJ seja a autoridade máxima do MPBA, tal
em sua manifestação final ou recursal;
cargo é transitório e adquirido por eleição/nomeação
IV - obedecer aos prazos processuais;
do governador, e não por promoção. Por esse motivo,
V - assistir aos atos judiciais, quando obrigatória
os vencimentos do PGJ são os mesmos para os cargos
ou conveniente a sua presença;
VI - desempenhar, com zelo e presteza, as suas
de Procuradores de Justiça. Entretanto, há, sim, a per-
funções; cepção de vantagem pecuniária pela função, mas o
VII - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos vencimento não é alterado.
da lei;
VIII - adotar, nos limites de suas atribuições, as pro- DA CARREIRA
vidências cabíveis em face da irregularidade de que
tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a Art. 59 O ingresso nos cargos iniciais da carrei-
seu cargo; ra dependerá da aprovação prévia em concurso
IX - tratar com urbanidade as partes, testemunhas, público de provas e títulos, organizado e reali-
funcionários e auxiliares da Justiça; zado pela Procuradoria-Geral de Justiça, com par-
X - residir, se titular, na respectiva Comarca; ticipação da Ordem dos Advogados do Brasil.
XI - prestar informações solicitadas pelos órgãos § 1º É obrigatória a abertura do concurso de ingres-
da instituição; so quando o número de vagas atingir a um quinto
XII - identificar-se em suas manifestações dos cargos iniciais da carreira.
funcionais; § 2º Assegurar-se-ão ao candidato aprovado a
XIII - atender aos interessados, a qualquer momen- nomeação e a escolha do cargo, de acordo com a
to, nos casos urgentes; ordem de classificação no concurso.
XIV - acatar, no plano administrativo, as decisões § 3º São requisitos para o ingresso na carreira, den-
dos órgãos da Administração Superior do Ministé- tre outros estabelecidos pela Lei Orgânica:
rio Público. I - ser brasileiro;
II - ter concluído o curso de bacharelado em Direito,
Os dispositivos acima apresentam os deveres dos em escola oficial ou reconhecida;
membros do MPBA. III - estar quite com o serviço militar;
IV - estar em gozo dos direitos políticos.
Em que pese o rol seja extenso, é necessário que o
aluno faça uma leitura atenta para entender a lógica e
conseguir realizar questões sem grandes dificuldades. As informações acima não são novidades: o con-
curso será de provas e títulos, a duração máxima é
II - exercer advocacia;
.2
III - exercer o comércio ou participar de sociedade Art. 72 Ao membro ou servidor do Ministério Públi-
73
comercial, exceto como cotista ou acionista; co é vedado manter, sob sua chefia imediata, em
.8
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer cargo ou função de confiança, cônjuge, companhei-
32
outra função pública, salvo uma de Magistério; ro, ou parente até o segundo grau civil.
-4
advocacia é incompatível com as carreiras do Ministé- qualquer título, pelo Procurador-Geral de Justiça.
rio Público, inclusive, ilustra uma das raras hipóteses
de perda do cargo. Além disso, a atividade político- O art. 72 abarca os membros e demais servidores do
-partidária é, em regra, vedada, mas poderá o mem- MP, os quais não poderão manter, sob sua chefia imedia-
bro se afastar para concorrer a um cargo eletivo. ta, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau.
Atenção: lembre-se de qual grau de parentesco é
DOS VENCIMENTOS, VANTAGENS E DIREITOS proibido. As bancas costumam utilizar o parentesco
de primo nas questões, pois, no senso comum, primos
Art. 47 Os vencimentos dos membros do Ministério são parentes, mas, civilmente falando, são considera-
Público serão fixados com diferença não excedente dos de 4º grau. Por isso, não são abarcados nem mes-
a dez por cento de uma para outra entrância mo pela vedação ao nepotismo.
ou categoria, ou da entrância mais elevada para Além disso, o art. 77 estabelece que nenhum mem-
o cargo de Procurador-Geral de Justiça, garantin- bro do Ministério público poderá perceber vantagem
do-se aos Procuradores de Justiça não menos de remuneratória superior ao Procurador Geral de Justi-
noventa e cinco por cento dos vencimentos atribuí- ça. Portanto, cria-se um teto remuneratório específico
dos ao Procurador-Geral. dentro da instituição. 239
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Permanente
LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO
MINISTÉRIO PÚBLICO
PÚBLICO DE SÃO PAULO (LEI Essencial à função
jurisdicional do Estado
COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 734,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 1993) Defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e
Lei Orgânica é uma lei que organiza e estrutura dos interesses sociais e
os órgãos, bem como suas atribuições e competên- individuais indisponíveis
cias, no âmbito de uma instituição. Assim, temos, por
exemplo, a Lei Orgânica dos Tribunais de Justiça dos
§ 1º A organização, as atribuições e o estatuto do
estados, das Polícias Civis e Militares dos estados, dos Ministério Público são estabelecidos por esta lei
Tribunais de Contas, do Ministério Público etc. complementar.
No caso do Ministério Público de São Paulo, foi a
Lei Complementar nº 734, de 1993, que criou os órgãos Como dissemos inicialmente, essa lei complemen-
e definiu suas competências e atribuições. De acordo tar estabelece os órgãos e suas respectivas atribuições,
com essa legislação, os órgãos são definidos nos arts. definindo o Estatuto do Ministério Público de São Pau-
4º a 8º, e as respectivas competências estão previstas lo. Seus órgãos serão definidos a partir do art. 4º, que
a partir do art. 9º, os quais estudaremos mais adiante. veremos adiante.
De antemão, informamos que o Ministério Público
é também conhecido por outros nomes, como Órgão § 2º São princípios institucionais do Ministério
Ministerial, Parquet ou Fiscal da Lei. Essas expressões Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
podem aparecer na sua prova. dência funcional.
Estudaremos, através desse material, os arts. 1º ao 9º,
43 a 48, e 59 a 75, atualizados com as alterações vigentes. Esse § 2º é muito importante, porque define os
princípios institucionais do Ministério Público, previs-
Art. 1º O Ministério Público é instituição perma- tos no § 1º, art. 127, da Constituição Federal. São eles:
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regi-
z Unidade: o art. 128, da Constituição Federal, esta-
me democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis.
belece que o Ministério Público abrange o da União
e o dos Estados. Por sua vez, o Ministério Público
da União compreende o Ministério Público Federal;
Esse art. 1º fala de três características muito impor-
do Trabalho; Militar; e do Distrito Federal e Territó-
tantes, relacionadas à instituição Ministério Público.
rios. Apesar dessa divisão funcional, o princípio da
Assim, o Ministério Público é uma instituição:
unidade do Ministério Público significa dizer que
os seus membros integram um único órgão, sob a
z Permanente: devido a sua importância e essen-
direção de um único chefe. Essa unidade, no entan-
cialidade, o Ministério Público atua de forma inin-
to, só existe no Ministério Público;
terrupta, ou seja, não temporária, porque defende
z Indivisibilidade: pelo princípio da indivisibilidade,
a aplicação das leis e visa garantir direitos funda-
os membros do Ministério Público podem ser subs-
mentais para toda a sociedade. Por essa razão, pos-
tituídos em um processo (de acordo com a lei), sem
sui esse caráter permanente;
que isso cause qualquer prejuízo, porque quem está
0
comissão), não poderá fazê-lo por conta própria: deve- Outra apresentação clara referente à autonomia
está apresente nas decisões e gestão administrativas
.2
Legislativo (no caso, à Assembleia Legislativa do Estado do Ministério Público, pois são autoexecutáveis, ou
.8
de São Paulo), para ser apreciado e votado. No caso de seja, não dependem de qualquer autorização ou apre-
32
definição (“fixação”) e alteração (“reajuste”) dos venci- ciação de outros órgãos (§§ 3º e 4º).
-4
saber que “prover” um cargo público é ocupá-lo por ta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhan-
u
ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
pela Assembleia Legislativa do estado (§ 1º). Colégio de Procuradores
Os recursos serão liberados para o Ministério de Justiça
Público em parcelas mensais (duodécimos), até o dia Conselho Superior do
20 de cada mês (§ 2º). Ministério Público
Caso o Órgão Ministerial receba outros recursos,
que não do estado, esses valores terão que ser, obriga- Procuradores de Justiça
toriamente, utilizados em ações relacionadas às fina-
lidades da instituição (§ 2º). Promotores de Justiça
Quanto à fiscalização do orçamento do Ministério
Público (utilização dos recursos), ela ocorrerá, inter-
namente (dentro do próprio órgão), pela Diretoria É necessário ter muito cuidado para não confundir
Técnica de Fiscalização e Controle da Execução Orça- “Procuradoria-Geral de Justiça”, que é um órgão da
mentária, e, externamente (por outro órgão), pela Administração Superior (art. 5º), com o “Procurador-
Assembleia Legislativa (§ 3º). -Geral de Justiça”, que é um Órgão de Execução (art. 7º).
Da mesma forma, não confundir as “Procuradorias
Art. 4º O Ministério Público compreende: e Promotorias de Justiça”, que são Órgãos de Adminis-
I - órgãos de Administração Superior; tração (art. 6º), com os “Procuradores e Promotores de
II - órgãos de Administração; Justiça”, que são Órgãos de Execução (art. 7º).
III - órgãos de Execução; As bancas são legalistas e esses detalhes podem ser
IV - órgãos Auxiliares. objeto de “pegadinha” em sua prova.
Perceba, também, que o “Colégio de Procuradores
Órgãos de de Justiça” e o “Conselho Superior do Ministério Públi-
Administração co” são, ao mesmo tempo, Órgãos da Administração
Superior
Superior (art. 5º) e Órgãos de Execução (art. 7º).
0
MINISTÉRIO
.2
Órgãos de
execução I - os Centros de Apoio Operacional;
.8
II - a Comissão de Concurso;
32
Órgãos
Auxiliares IV - os órgãos de apoio técnico e administrativo;
u
V - os Estagiários.
pr
serão enquadrados em uma dessas quatro espécies, Detalharemos um pouco mais agora alguns desses
apresentados da maior para a menor hierarquia. órgãos apresentados nos arts. 5º a 8º, começando pela
Procuradoria-Geral de Justiça.
Art. 5º São órgãos da Administração Superior
do Ministério Público: Art. 9º A Procuradoria-Geral de Justiça, órgão execu-
I - a Procuradoria-Geral de Justiça; tivo da Administração Superior do Ministério Públi-
II - o Colégio de Procuradores de Justiça; co, tem por Chefe o Procurador-Geral de Justiça.
III - o Conselho Superior do Ministério Público; Parágrafo único. Revogado.
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público. § 1º Poderão ser instituídas na Procuradoria-Geral
de Justiça até 4 (quatro) Subprocuradorias-Gerais
Os órgãos de maior hierarquia, que são os da de Justiça, a serem chefiadas por Subprocuradores-
Administração Superior, são esses quatro acima apre- -Gerais designados na forma do artigo 20.
sentados: Procuradoria-Geral, Colégio de Procurado- § 2º O Procurador-Geral de Justiça será substituído:
1 - em suas faltas, férias, licenças e afastamentos, a
res, Conselho Superior e Corregedoria-Geral.
qualquer título, por período não superior a 15 (quinze)
dias, pelo Subprocurador-Geral de Justiça que indicar;
242
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2 - nos casos de impedimentos, vacância ou afasta- Justiça que deverão atuar nela e as normas de orga-
mento por período superior a 15 (quinze) dias, pelo nização e funcionamento dessa Procuradoria.
membro do Conselho Superior do Ministério Públi- Se, posteriormente, houver necessidade de se pro-
co mais antigo na segunda instância. mover alguma alteração na organização das Procura-
§ 3º Das decisões dos Subprocuradores-Gerais de dorias, qualquer membro do Colégio de Procuradores
Justiça caberão recursos, no prazo de 3 (três) dias, poderá fazer essa proposta, conforme previsto no § 6º,
ao Procurador-Geral de Justiça. apresentado mais adiante.
Tribunais de Justiça (2ª instância do Poder Judiciário). Em relação à divisão dos processos entre os Pro-
78
Nas Procuradorias de Justiça, atuam os Procuradores curadores que atuam em uma mesma Procuradoria,
.2
consecutivo.
32
organiza as atividades dos serviços auxiliares nessas falar em escolha para Secretário Executivo ou suplen-
Procuradorias de Justiça. te: é esse único Promotor quem responderá pela
u
pr
tratar desses e outros assuntos de seu interesse. cujos cargos que as integram têm, simultaneamen-
.2
De acordo como § 1º, para se decidir sobre qual- te, as funções daqueles que compõem as Promoto-
73
Justiça que fazem parte da respectiva Promotoria. Gerais, geralmente presentes nas pequenas cidades,
u
Cumprido esse primeiro requisito, as decisões serão acumulam as funções cíveis e criminais.
pr
Vamos dar um exemplo, para ficar mais fácil. Ima- aprovados pelo Órgão Especial do Colégio de Pro-
gine uma Promotoria de Justiça composta por 20 (vin- curadores de Justiça.
te) Promotores. § 5º O Ato do Procurador-Geral de Justiça que orga-
Pois bem, para que essa Promotoria possa decidir nizar as Promotorias definirá se ela é Especializada,
sobre algum desses assuntos do inciso V, deverá par- Criminal, Cível ou Cumulativa ou Geral.
ticipar da reunião a maioria (absoluta) da quantidade § 6º A Promotoria de Justiça será obrigatoriamente
de Promotores dessa Promotoria, ou seja, pelo menos especializada se os cargos que a integram contive-
11 (onze) Promotores devem estar presentes, parti- rem na sua denominação indicativo de espécie de
cipando da reunião. Imagine que no nosso exemplo infração penal, de relação jurídica de direito civil
estavam presentes 16 (dezesseis) Promotores. ou de órgão jurisdicional com competência definida
Pronto, as decisões poderão ser tomadas pela exclusivamente em razão da matéria.
maioria desses 16 (dezesseis) Promotores presentes,
ou seja, pelo voto favorável de 9 (nove) deles. Já que é o Procurador-Geral de Justiça quem orga-
Se fossem 11 (onze) Promotores que estivessem niza as Promotorias (caput do art. 47), é ele mesmo
participando da reunião (o mínimo exigido para o nos- quem define de qual tipo elas serão: se Especializada,
so caso), bastaria o voto de apenas 6 (seis) Promotores. Criminal, Cível ou Cumulativa (Geral). 245
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No entanto, a designação de Promotores para a
compor Grupos de Atuação Especial (para demandas
Centros de
específicas) deverá ser aprovada pelo Órgão Especial Apoio
do Colégio de Procuradores de Justiça. Operacional
Semelhantemente ao que vimos ocorrer nas Pro- ral de Justiça poderá instituir Áreas Regionais, que
contarão com estrutura necessária para o desem-
.8
atividades desses serviços auxiliares. Como se verifica, os servidores dos serviços auxilia-
u
Tendo estudado sobre as Procuradorias e Promoto- res de apoio técnico e administrativo serão designados
pr
rias de Justiça, estudaremos sobre os órgãos e serviços para atuação em vários órgãos do Ministério Público.
u
GABINETE
-1
e
e Divulgação
73
Apoio à
quadros, tabelas e mapas, pesquisas, ofícios, con-
Segunda
-4
Instância
tratos, pareceres, planilhas e gráficos.
Art. 67 A Subárea de Apoio Administrativo tem,
u
pr
Lembrando que, conforme § 2º, o Procurador-Ge- papéis, manter arquivo de correspondência expedi-
ral de Justiça poderá regulamentar a delegação das da e das cópias dos documentos preparados, exe-
atividades da Área da Saúde para outros órgãos ofi- cutar serviços de datilografia e providenciar cópias
ciais ou credenciados. Desta forma, as matérias não de textos.
mais serão de ordem da chefia de gabinete, mas sim
de capacidade de execução e elaboração do órgão Perceba que a Subárea de Apoio Técnico possui
para o qual foi delegada. atribuições mais complexas (elaborar pareceres, con-
tratos, pesquisas, ofícios) do que a Subárea de Apoio
Art. 63 A Assessoria Técnica compreende: Administrativo, que fica mais com atividades rela-
I - Corpo Técnico; cionadas às movimentações dos processos, guarda e
II - Corpo de Apoio Técnico. cópia de documentos etc.
§ 1º O Corpo Técnico é constituído de Assessores
designados dentre os membros do Ministério Art. 68 Ao Centro de Recursos Humanos em rela-
Público com, no mínimo, 10 (dez) anos de carreira. ção à Administração de Pessoal do Ministério
§ 2º O Corpo de Apoio Técnico é constituído de Público, dentre outras atividades próprias de suas
Assessores, designados dentre funcionários ou funções, cabe assistir as autoridades nos assuntos
247
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relacionados com a Administração de Pessoal, pla- Conforme nos informam os arts. 96-A e 96-B, a
nejar a execução, das políticas e diretrizes relati- Comissão Processante Permanente é o Órgão Auxiliar
vas à Administração de Pessoal, coordenar, prestar do Ministério Público encarregado da instrução dos
orientação técnica, controlar e, quando for o caso, processos administrativos disciplinares e é composta
executar as atividades de administração do pes- por 5 (cinco) Procuradores de Justiça.
soal, inclusive dos estagiários e do pessoal contra-
tado para prestação de serviços. Art. 74 As Áreas Regionais da Capital e do Interior
têm, dentre outras, as atribuições de receber, regis-
O Centro de Recursos Humanos cuida do pessoal, trar e encaminhar autos de processos judiciais em
prestando, inclusive, orientação às autoridades nessa que devam oficiar órgãos de execução do Ministério
área, planejando, coordenando, controlando e execu- Público de Primeira Instância, assim como papéis e
tando atividades relacionadas à gestão de pessoas. outros documentos relacionados com a atividade
dos órgãos de execução.
Art. 69 Cabe ao Departamento de Administração
prestar às unidades do Ministério Público serviços As Áreas Regionais da Capital e do Interior fazem
na área de administração de material e patrimônio, essa “ponte” do Gabinete do Procurador-Geral de Justi-
de compras, de transportes internos motorizados e ça com as Promotorias de Justiça (“órgãos de execução
de zeladoria, propiciando-lhes condições de desem- do Ministério Público de Primeira Instância”), movi-
penho adequado, além de outros necessários ao mentando os processos judiciais e outros documentos.
exercício de suas atribuições. Apresentados os órgãos que compõem a Diretoria-
-Geral do Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, apre-
sentaremos as competências do Diretor-Geral. Vejamos.
Se o Centro de Recursos Humanos cuida das pes-
soas, o Departamento de Administração cuida do
Art. 75 Ao Diretor-Geral, na sua área de atuação,
patrimônio da instituição, administrando o material, compete, além das delegações que lhe forem feitas
as compras, gerenciando os veículos, a parte de zela- pelo Procurador-Geral de Justiça:
doria, material de expediente e de consumo, etc. I - quanto à administração de pessoal:
a) dar posse e exercício aos funcionários e servidores
Art. 70 O Centro de Finanças e Contabilidade con- do Ministério Público, inclusive àqueles nomeados para
tará com Corpo de Apoio Técnico, com uma Área de cargos em comissão, bem como de direção e chefia;
Pagamentos, uma Área de Orçamento e Despesas, b) aprovar a indicação ou designar funcionários
uma Área de Contabilidade e uma Área de Fiscali- ou servidores para responder pelo expediente das
zação e Controle de Execução Orçamentária, com- unidades subordinadas, bem como de substitutos
petindo-lhe, dentre outras, as atribuições de: de cargos, funções-atividades ou funções de serviço
I - supervisionar os serviços de Contabilidade, Exe- público de direção, chefia ou encarregatura;
cução Orçamentária, Extra-Orçamentária, Inspe- c) designar funcionário ou servidor para o exercí-
ção e Tomada de Contas; cio de substituição remunerada;
II - exercer o controle interno de que cuida o artigo d) autorizar ou prorrogar a convocação de funcio-
3º, § 3º, desta lei complementar; nários e servidores para a prestação de serviços
III - fazer cumprir as normas estaduais referentes à extraordinários;
e) encaminhar:
execução orçamentária e de encerramento do exer-
1. ao Procurador-Geral de Justiça, propostas de
cício financeiro;
designação de funcionários e servidores, nos ter-
IV - propor normas para aprimorar a execução
0
orçamentária e financeira;
2. ao Centro de Recursos Humanos, as declarações
78
financeiros, contábeis e estatísticos. cionários e servidores para dentro do País e por prazo
32
Art. 71 A Área de Contabilidade tem as atribuições não superior a 30 (trinta) dias, nas seguintes hipóteses:
-4
de executar os serviços contábeis, de acordo com os 1. missão ou estudo de interesse do serviço público;
planos de contas vigentes e opinar sobre questões
u
O Centro de Finanças e Contabilidade cuidará do desde que haja solicitação de autoridade competente;
orçamento da instituição e terá a sua disposição um g) autorizar:
Corpo de Apoio Técnico nas 04 (quatro) áreas apresen- 1. o pagamento de diárias a funcionários e servido-
tadas a seguir: res, até 30 (trinta) dias;
2. o pagamento de transportes a funcionários e
z Pagamentos; servidores, bem como ajuda de custo, na forma da
legislação pertinente;
z Orçamentos e Despesas;
3. por ato específico, as autoridades que lhe são subor-
z Contabilidade;
dinadas, a requisitarem transporte de pessoal por con-
z Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária. ta do Estado, observadas as restrições legais vigentes;
h) requisitar passagens aéreas para funcionário ou
Art. 72 Ao Grupo de Planejamento Setorial incum- servidor a serviço dentro do País, até o limite máxi-
be as atribuições definidas na legislação pertinente. mo fixado na legislação pertinente;
Art. 73 A Comissão Processante Permanente tem i) autorizar:
por atribuição conduzir os processos administrati- 1. a concessão e fixar o valor da gratificação “pro labo-
vos ou sindicâncias de funcionários e servidores do re” a funcionário ou servidor que pagar ou receber em
248 Ministério Público. moeda corrente, observada a legislação pertinente;
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2. o gozo de licença especial para funcionário que a) assinar editais de concorrência;
freqüentar curso de graduação em Administração b) decidir sobre assuntos relativos a licitação, nas
Pública da Fundação Getúlio Vargas ou da Univer- modalidades de Tomada de Preços e Convite, poden-
sidade de São Paulo; do exercer as atribuições referidas no artigo 19,
3. horários especiais de trabalho; inciso IX, letra “c”, nº 1 a 9, desta lei complementar,
4. o gozo de férias não-usufruídas no exercício bem como aplicar penalidade, exceto a de decreta-
correspondente; ção de inidoneidade para licitar ou contratar;
j) aprovar o conteúdo, a duração e a metodologia c) autorizar, mediante ato específico, autoridades
a ser adotada nos programas de treinamento e subordinadas, a requisitarem transporte de mate-
desenvolvimento de recursos a serem executados rial por conta do Estado;
sob a responsabilidade direta ou indireta do Centro V - quanto à organização dos serviços adminis-
de Recursos Humanos; trativos da Instituição, visando à modernização
l) convocar, quando cabível, funcionário ou servi- administrativa, aprovar e encaminhar ao Procura-
dor para prestação de serviço em Jornada Comple- dor-Geral de Justiça as propostas de alterações da
ta de Trabalho, observada a legislação pertinente; estrutura administrativa do Ministério Público;
m) decidir, nos casos de absoluta necessidade dos VI - quanto às atividades gerais:
serviços, sobre a impossibilidade de gozo de férias a) assistir o Procurador-Geral de Justiça no desem-
regulamentares; penho de suas funções;
n) conceder: b) propor o programa de trabalho das unidades subor-
1. licença a funcionários para tratar de interesses dinadas e as alterações que se fizerem necessárias;
particulares; c) coordenar, orientar e acompanhar as atividades
2. adicionais por tempo de serviço e sexta-parte, das unidades subordinadas;
bem como, conceder ou suprimir salário-família d) zelar pelo cumprimento dos prazos fixados para
aos membros do Ministério Público;
o desenvolvimento dos trabalhos;
3. licença-prêmio, ou autorizar a correspondente
e) baixar normas de funcionamento das unidades
indenização quando indeferida por necessidade do
subordinadas;
serviço, aos membros do Ministério Público;
f) responder, conclusivamente, às consultas formu-
4. licença a funcionária casada com funcionário ou
ladas pelos órgãos de Administração Pública sobre
militar que for mandado servir, independente de
assuntos de sua competência;
solicitação, em outro ponto do Estado ou território
g) solicitar informações a outros órgãos ou entidades;
nacional ou estrangeiro;
o) publicar periodicamente a distribuição quantitati- h) encaminhar papéis, processos e expedientes dire-
va e qualitativa de cargos e funções nas respectivas tamente aos órgãos competentes para manifesta-
unidades administrativas subordinadas, em função ção sobre os assuntos neles tratados;
da necessidade de serviço; i) decidir os pedidos de certidões e vista de proces-
p) deferir a averbação de tempo de serviço anterior sos administrativos;
público ou particular, nos termos da lei, aos membros, j) despachar o expediente da Diretoria-Geral com o
funcionários ou servidores do Ministério Público; Procurador-Geral de Justiça;
q) atestar o exercício dos membros do Ministério l) propor ao Procurador-Geral de Justiça normas de
Público da Capital e, supletivamente, do Interior; funcionamento das unidades subordinadas, fixan-
r) expedir títulos de nomeação, apostilas de nomen- do-lhes as áreas de atuação, quando for o caso;
clatura de cargos e de aposentadoria, relativas aos m) visar extratos para publicação na imprensa
dicância, inclusive para apuração de responsabili- -las, distribuindo-as nas seguintes categorias:
78
policial;
.8
suspensão aplicada;
III - quanto à administração financeira e orçamentária: 30 (trinta) dias para estudos e competições esportivas;
u
pr
z Elaborar a proposta orçamentária da instituição; Por tal razão, consultou um advogado, que o informou
submeter a proposta à aprovação. corretamente que a decretação da prisão civil por
z Autorizar despesas dentro dos limites impostos pelas dívida
dotações liberadas, firmando contratos, quando dor
o caso. a) não é admitida, em nenhuma hipótese, pela ordem
constitucional brasileira.
Quanto à Administração de Material e Patrimônio: b) só é admitida na hipótese de inadimplemento voluntá-
rio e inescusável de obrigação alimentícia.
z Assinar editais de concorrência; decidir sobre c) só é admitida na hipótese de inadimplemento volun-
licitações, nas modalidades e Tomada de Preços e tário e inescusável de obrigação alimentícia e na do
Convite. depositário infiel.
d) só é admitida nas hipóteses em que haja ordem judi-
Quanto à Organização dos Serviços Administra- cial específica para o pagamento da dívida, qualquer
tivos da Instituição: que seja sua origem.
e) só é admitida na hipótese de inadimplemento volun-
z Aprovar e encaminhar para o Procurador-Geral de tário e inescusável de obrigação alimentícia, na do
Justiça propostas de alterações da estrutura admi- depositário infiel e na hipótese de abandono material
nistrativa, visando a modernização da instituição. de idosos.
1. (FGV — 2022) João foi notificado pelo Poder Executi- ta considerando a legislação municipal. À luz dessa
vo do Município Alfa, tomando conhecimento de que, constatação e após regular processo administrativo, o
u
pr
após um amplo processo de seleção, o seu imóvel fora prefeito municipal decidiu pela dissolução compulsó-
escolhido para sediar uma escola pública. ria da referida associação.
u
pr
Nesse caso, para que a decisão do Poder Executivo Essa decisão se mostra:
possa se tornar efetiva, é necessário que João, obser-
vados os balizamentos legais a) ilícita, pois a dissolução compulsória de associações
somente pode ser determinada por decisão judicial,
a) receba justa e prévia indenização em dinheiro. sendo exigido o trânsito em julgado;
b) celebre contrato de compra e venda com o Município. b) lícita, pois, uma vez observado o devido processo
c) receba justa indenização ao fim do processo de legal, o Poder Executivo pode decidir pela dissolução
desapropriação. compulsória da associação;
d) indique o preço do imóvel, de modo que possa ser c) lícita, desde que tenha sido observado o devido pro-
indenizado pelo Município Alfa. cesso legal e realizado o prévio chamamento público
e) defina o valor do imóvel juntamente com o Município, da coletividade;
valendo-se de mecanismos de solução não contenciosa. d) ilícita, pois a ordem constitucional veda, em termos
peremptórios, a dissolução compulsória de associações;
2. (FGV — 2022) Em razão da crise financeira que assola- e) ilícita, desde que a sanção de dissolução compulsória
250 va sua região, João estava muito preocupado pelo fato tenha sido cominada pela legislação municipal.
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5. (FGV — 2019) Antônio, pessoa hipossuficiente no conheceu John, cidadão inglês, que trabalhava na
plano econômico e morador de uma área carente do mesma empresa. Os dois se casaram e, desse rela-
Estado, procurou a Defensoria Pública e solicitou que cionamento, nasceu Mathew, tendo a família deixado
fosse ajuizada uma ação judicial para obrigar o Poder o território nacional logo após o nascimento, fixando
Público a lhe fornecer certo medicamento indispensá- residência na Alemanha. Apesar de nunca mais ter
vel à sua sobrevivência. retornado ao território brasileiro, Mathew era familia-
rizado com a cultura e acompanhava diariamente as
À luz da sistemática constitucional, a ação a ser ajui- notícias do Brasil. Ao completar 21 anos, consultou
zada buscará tutelar: um advogado a respeito da possibilidade de concorrer
ao cargo eletivo de deputado federal na eleição que
a) um direito social; seria realizada no respectivo ano.
b) um direito coletivo;
c) uma garantia coletiva; Foi respondido corretamente que
d) uma garantia individual;
e) uma liberdade individual. a) somente os brasileiros natos poderiam preencher as
condições de elegibilidade e Mathew era estrangeiro.
6. (FGV — 2022) Maria, servidora pública municipal ocu- b) Mathew era brasileiro nato, logo, preenchia uma das
pante de cargo de provimento efetivo e com ampla condições de elegibilidade exigidas para concorrer ao
atuação nas questões afetas à sua categoria, concla- cargo eletivo de Deputado Federal, tendo a idade míni-
mou os seus colegas a criar um sindicato visando à ma exigida.
defesa dos seus interesses. c) Mathew era brasileiro nato, logo, preenchia uma das
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar condições de elegibilidade exigidas para concorrer a
que Maria e seus colegas um cargo eletivo, mas não o de Deputado Federal, por
não preencher a idade mínima exigida.
a) não podem criar um sindicato, pois somente os servi- d) Mathew somente poderia concorrer ao cargo eletivo
dores públicos federais possuem o direito de associa- de Deputado Federal caso se naturalizasse brasileiro,
ção sindical. pois esse cargo não exige a nacionalidade nata, acres-
b) não podem criar um sindicato, pois é vedado aos ser- cendo-se que ele preenchia a idade mínima exigida.
vidores públicos a associação sindical. e) Mathew somente poderia concorrer a um cargo eletivo
c) somente podem criar um sindicato a partir de autori- caso se naturalizasse brasileiro, mas não ao cargo de
zação do regime jurídico da categoria. Deputado Federal, pois esse cargo exige a nacionali-
d) podem criar um sindicato, pois é assegurado aos ser- dade brasileira nata, além dele não preencher a idade
vidores o direito à associação sindical. mínima exigida.
e) somente podem criar um sindicato a partir de autori-
zação do seu superior hierárquico. 9. (FGV — 2021) Marie, integrante de uma tradicional família
francesa, nascida e criada em Paris, deseja viver no Brasil
7. (FGV — 2020) Joana, servidora ocupante de cargo de e seguir a carreira política. Para decidir que planos traça-
provimento efetivo no âmbito do Poder Judiciário de ria, estabeleceu contato com um advogado brasileiro, que
determinado Estado da Federação, foi comunicada lhe informou corretamente que:
A narrativa afigura-se:
32
a) incorreta em relação a Joana, pois a filiação é faculta- direitos políticos e os direitos fundamentais;
tiva, e correta quanto ao sindicato, pois a sua partici- e) por ser estrangeira, não lhe seriam assegurados direi-
u
pr
solidariedade social, e incorreta quanto ao sindicato, 10. (FGV — 2022) João pretendia ingressar na política, con-
por ferir o princípio da liberdade de gestão; correndo ao cargo de vereador no Município Beta, do qual
c) correta em relação a Joana, já que a filiação dos ser- sua esposa Maria era prefeita. Ao procurar orientação
vidores do Poder Judiciário é obrigatória, e incorreta jurídica, foi informado, corretamente, que a Constituição
quanto ao sindicato, que tem autonomia gerencial; da República de 1988 o impedia de concorrer ao cargo de
d) incorreta em relação a Joana, pois os servidores do Poder vereador na mesma esfera territorial na qual o seu cônju-
Judiciário não podem filiar-se a sindicato, e correta quan- ge exerce o mandato eletivo de prefeito.
to ao sindicato, desde que haja determinação judicial;
e) incorreta em relação a Joana, que somente pode ser Portanto, à luz da narrativa, João:
obrigada a exercer cargo de direção no sindicato, não
a sindicalizar-se, e correta quanto ao sindicato, que a) está inelegível;
defende a categoria. b) teve sua cidadania ativa restringida;
c) está com os direitos políticos suspensos;
8. (FGV — 2022) Marie, cidadã francesa, empregada d) não preenche as condições de elegibilidade;
de um conceituado laboratório farmacêutico priva- e) perdeu momentaneamente os direitos políticos.
do, estava trabalhando no território nacional quando 251
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11. (FGV — 2022) João, pessoa de grande popularidade 14. (FGV — 2021) Com o objetivo de estimular a abertura
no pequeno Município Alfa, em razão do grande apoio de igrejas, o que, ao ver dos idealizadores do projeto,
recebido de seus amigos e parentes, decidiu concorrer contribuiria para aumentar o bem-estar da população,
ao cargo eletivo de prefeito municipal na próxima elei- o Estado Alfa editou a Lei nº XX.
ção. Por serem grandes as chances de êxito de João,
os demais candidatos passaram a propagar o boato De acordo com esse diploma normativo, as igrejas que
de que a referida candidatura seria “natimorta”. Afinal, preenchessem os requisitos exigidos teriam subven-
João era sabidamente analfabeto. cionadas 50% de suas despesas regulares.
os documentos públicos produzidos por outros entes turnos de votação, com o interstício de dez dias entre
32
a) Senado Federal. 10 A
b) Congresso Nacional. 11 B
c) Câmara dos Deputados.
d) Supremo Tribunal Federal. 12 A
e) Conselho Nacional de Justiça.
13 A
19. (FGV — 2021) Maria, Promotora de Justiça, que ingres- 14 A
sara na carreira do Ministério Público do Estado Alfa
há cinco anos, em razão de sua elevada expertise na 15 D
19 A
73
ANOTAÇÕES
pr
Ministério Público;
d) não pode exercer outra função pública, incluindo a de
Secretária de Estado, salvo se for temporariamente
afastada do cargo de Promotora de Justiça;
e) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde
que haja compatibilidade de horários com o cargo de
Promotora de Justiça e a soma das remunerações não
ultrapasse o teto.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
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pr
254
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referência às duas separadamente, do mesmo modo
que há referência aos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade como princípios diversos,
quando este último é apenas um aspecto do pri-
meiro. No entanto, quando se fala em improbidade
DIREITO como ato ilícito, como infração sancionada pelo
ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia
diferença entre probidade e moralidade? Existe dife- plinado nesta Lei os princípios constitucionais do
pr
mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi- Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao
DIREITO ADMINISTRATIVO
nado trazido como princípio constitucional no caput sistema de improbidade os princípios constitucionais
do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro (2020), “a morali- do direito administrativo sancionador, quer dizer que
dade exige basicamente honestidade, observância das serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
regras de boa administração, atendimento ao interesse direito penal que protejam e beneficiem o réu, como,
público, boa-fé, lealdade.” por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica.
Já a probidade é prevista em lei. A improbidade Nesse sentido, observe este julgado do Superior
é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida- Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra-
de e qualquer violação a princípios da Administração tivo sancionador:
Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro,
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis-
Comparando moralidade e probidade, pode-se trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru-
afirmar que como princípios, significam pratica- dência, em razão de sua proximidade com o Direito
mente a mesma coisa, embora algumas leis façam Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII,
1 DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020. p. 1041-1042. 255
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da Constituição da República, qual seja, a retroati- mesmo que posteriormente a interpretação prevalente
vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em seja contrária ao ato praticado pelo agente. Esse dispo-
idêntico sentido, o RMS 37.031). sitivo garante mais segurança jurídica.
Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito na
passivos do ato de improbidade, que são aqueles que Lei de Improbidade. Segundo dispõe a norma, conside-
sofrem o ato. São eles: ra-se sujeito ativo os agentes políticos, servidores públi-
cos, aqueles que exercem, ainda que transitoriamente
z Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
bem como a administração direta e indireta, no ção, contratação ou qualquer outra forma de investidu-
âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e ra ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Aqui
do Distrito Federal; entra a figura do mesário, do jurado, do estagiário etc.
z Entidade privada que receba subvenção, bene- Além deles, temos como sujeito ativo também
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos,
públicos ou governamentais citados acima; induzam ou concorram dolosamente para a prática
z Entidade privada para cuja criação ou custeio do ato de improbidade.
o erário haja concorrido ou concorra no seu
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci- Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se
mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do agente público o agente político, o servidor público
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na nação, contratação ou qualquer outra forma de
organização do Estado e no exercício de suas fun- investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
ções e a integridade do patrimônio público e social função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
bem como da administração direta e indireta, Parágrafo único. No que se refere a recursos de ori-
no âmbito da União, dos Estados, dos Municí- gem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta
pios e do Distrito Federal. Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que cele-
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos bra com a administração pública convênio, contrato
de improbidade praticados contra o patrimônio de repasse, contrato de gestão, termo de parceria,
de entidade privada que receba subvenção, benefício termo de cooperação ou ajuste administrativo equi-
ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou valente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
§ 7º Independentemente de integrar a administra- O art. 2º descreve o conceito de agente público;
ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de
os atos de improbidade praticados contra o agentes públicos em sentido amplo e seriam os:
patrimônio de entidade privada para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no z agentes políticos;
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-
z servidores públicos;
cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
z todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
0
Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas
78
a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, cobra o texto da lei. Sendo assim, atente-se para as
.2
FUSÃO E INCORPORAÇÃO
seja, o julgamento será em primeira instância.
-4
Já com relação ao Presidente da República não há Responsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
u
Federal com uma previsão específica para crimes de Não aplicando as demais sanções decorrentes de
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrati- Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
va importando em enriquecimento ilícito auferir, Prejuízo ao Erário
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exer- Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há
cício de cargo, de mandato, de função, de emprego um proveito econômico pelo agente, ocorre um pre-
ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º juízo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contri-
desta Lei, e notadamente: buir para que outro enriqueça às custas do dinheiro
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem público, deixar de observar alguma exigência previs-
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco- ta em lei, e essa inobservância causa algum prejuízo,
nômica, direta ou indireta, a título de comissão, por exemplo: frustrar a licitude de licitação ou proces-
percentagem, gratificação ou presente de quem
so seletivo, acarretando perda patrimonial etc. Perce-
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
ba que com esse raciocínio não dá para confundir as
atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
rente das atribuições do agente público; duas espécies.
II - perceber vantagem econômica, direta ou
indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou Art. 10 Constitui ato de improbidade administra-
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
0
III - perceber vantagem econômica, direta ou malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have-
78
indireta, para facilitar a alienação, permuta ou res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
.2
viço por ente estatal por preço inferior ao valor de I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
.8
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qual- ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren-
-4
quer bem móvel, de propriedade ou à disposição das, de verbas ou de valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta
u
empregados ou de terceiros contratados por essas II - permitir ou concorrer para que pessoa físi-
pr
dades legais ou regulamentares aplicáveis à IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em
78
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi- ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses
73
pública a entidade privada mediante celebração de ter concorrencial de concurso público, de cha-
-4
pública com entidades privadas sem a obser- VI - deixar de prestar contas quando esteja obri-
pr
vância das formalidades legais ou regulamen- gado a fazê-lo, desde que disponha das condições
tares aplicáveis à espécie; para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
DIREITO ADMINISTRATIVO
XIX - agir para a configuração de ilícito na VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe-
celebração, na fiscalização e na análise das cimento de terceiro, antes da respectiva
prestações de contas de parcerias firmadas pela divulgação oficial, teor de medida política ou
administração pública com entidades privadas; econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela bem ou serviço.
administração pública com entidades privadas sem VIII - descumprir as normas relativas à celebra-
a estrita observância das normas pertinentes ção, fiscalização e aprovação de contas de parce-
ou influir de qualquer forma para a sua apli- rias firmadas pela administração pública com
cação irregular. entidades privadas.
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021) de 2021)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o de 2021)
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente
116, de 31 de julho de 2003. em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 259
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terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante Ou seja, se o Ministério Público ingressou com uma
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido ação contra um agente público pelo suposto cometimento
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, de ato de improbidade administrativa que atenta contra
para o exercício de cargo em comissão ou de con- princípios, não basta citar que cometeu tal ato, é preciso
fiança ou, ainda, de função gratificada na adminis- demonstrar de forma objetiva e indicar as normas cons-
tração pública direta e indireta em qualquer dos
titucionais, legais ou infralegais que foram violadas.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este
designações recíprocas;
artigo exigem lesividade relevante ao bem
XII - praticar, no âmbito da administração públi-
ca e com recursos do erário, ato de publicidade jurídico tutelado para serem passíveis de sancio-
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da namento e independem do reconhecimento da
Constituição Federal, de forma a promover produção de danos ao erário e de enriqueci-
inequívoco enaltecimento do agente público e mento ilícito dos agentes públicos
personalização de atos, de programas, de obras, de § 5º Não se configurará improbidade a mera
serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. nomeação ou indicação política por parte dos
detentores de mandatos eletivos, sendo neces-
sária a aferição de dolo com finalidade ilícita
O nepotismo passou a ser considerado de forma
por parte do agente.
expressa como ato de improbidade que atenta con-
tra princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na
Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, O legislador deixa claro no § 4º, do art. 11, que os
mas o legislador resolveu incluir, também, no texto da atos de improbidade referidos no artigo exigem lesi-
Lei de Improbidade, reforçando a vedação ao nepotismo. vidade relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja,
Tal inclusão se mostra muito importante, pois, para que os atos aqui descritos sejam passíveis de
apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito sanção, será necessário que o aplicador da norma (o
da proibição do nepotismo por violar a Constituição juiz) no caso concreto observe se a conduta praticada
Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no foi capaz de causar uma lesividade relevante ao bem
âmbito da improbidade administrativa poderia levar jurídico protegido.
a questionamentos com relação à aplicação de san- Além disso, a aplicação da sanção por violação aos
ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi- princípios não vai depender da ocorrência de danos ao
dade que viola princípios e está sujeito às cominações erário ou de enriquecimento ilícito dos agentes. Se, por
legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade. exemplo, um agente público deixar de prestar contas
quando estiver obrigado a fazê-lo, com vistas a ocultar
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas irregularidades por ele praticadas, e ficar provado o dolo
contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº da conduta mesmo não havendo um prejuízo ao erário
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have- ou enriquecimento, o agente será responsabilizado.
rá improbidade administrativa, na aplica-
ção deste artigo, quando for comprovado na
conduta funcional do agente público o fim de Importante!
obter proveito ou benefício indevido para si ou
para outra pessoa ou entidade. Com relação ao ato de frustrar procedimen-
to licitatório, tome cuidado, pois o examinador
Outro ponto importante diz respeito à previsão do pode te induzir ao erro, já que tal ato é encontra-
0
parágrafo primeiro, o qual dispõe que somente haverá do tanto no art. 10 quanto no art. 11, sendo que
-1
o fim de obter proveito ou benefício indevido. Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo
.2
ao erário;
haver condutas culposas nos atos de improbidade Se não houver perda patrimonial efetiva → Aten-
.8
32
DAS PENAS
u
pr
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas Com relação à sanção de proibição de contratar,
78
hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, em regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado,
.2
atinge apenas o vínculo de mesma qualida- por exemplo, um servidor municipal cometeu um ato
73
de e natureza que o agente público ou políti- de improbidade que gerou lesão ao erário no respec-
.8
co detinha com o poder público na época do tivo Município. Sendo assim, a proibição de contratar
32
cometimento da infração, podendo o magistra- com o poder público será aplicada somente ao Muni-
-4
do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e cípio onde ocorreu a lesão.
em caráter excepcional, estendê-la aos demais
u
lesado.
O § 1º dispõe que a perda da função pública só
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conforme dispõe o § 6º, se um agente estiver sendo processado pelo mesmo fato nas três esferas (criminal, civil
e administrativa) e ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano em sede de improbidade adminis-
trativa deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias referidas.
O § 10 fala sobre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. A sentença condenató-
ria transitada em julgado é aquela da qual não caiba mais recurso, tornando-se definitiva. Já a decisão colegiada
é a decisão proferida em 2ª instância. Sendo assim, a contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos
políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Importante lembrar, também, que as sanções trazidas no art. 12 só podem ser executadas após o trânsito
em julgado da sentença condenatória que será proferida após o regular processo judicial que garanta contra-
ditório e ampla defesa ao acusado.
Percebe-se que a parte das disposições gerais da lei, o capítulo referente aos atos de improbidade e o capítulo
das penas são os mais cobrados em provas de concursos. É claro que tudo que está previsto na lei pode ser abor-
dado em provas, mas já que esse é um dos tópicos de maior incidência, segue um quadro para facilitar a memori-
zação das sanções previstas na lei.
PREJUÍZO AO
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. ATENTAM CONTRA PRINCÍ-
SANÇÃO ERÁRIO (ART.
9º) PIOS (ART. 11)
10)
Perda da função
Sim Sim ---
pública
Multa civil Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24X o valor da remuneração
-1
78
Proibição de contra-
.2
cios fiscais
.8
32
Importante: ressarcimento integral do dano → aplicável sempre que houver dano efetivo.
-4
u
DA DECLARAÇÃO DE BENS
pr
u
pr
Na redação anterior, ou o agente entregava a declaração de bens elaborada por ele mesmo ou poderia de
forma facultativa entregar a cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na
conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.
Na atual redação, o agente deve entregar a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fede-
ral (Declaração de Imposto de Renda). Tal declaração deve ser atualizada anualmente e na data em que o agente
público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declaração ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.
Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1º (Revogado).
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
prestar declaração falsa.
262 § 4º (Revogado).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO patrimônio, transfira para outras pessoas e ao final
PROCESSO JUDICIAL do processo judicial não seja possível o ressarcimen-
to aos cofres públicos. Para evitar que isso ocorra, o
O procedimento administrativo é realizado inter- Ministério Público irá requerer ao juiz essa medida
namente com o intuito de investigar o suposto ato cautelar para garantir o ressarcimento do prejuízo
praticado por um agente público. O início do proces- quando for proferida a decisão transitada em julgado.
so administrativo pode dar-se de ofício, ou seja, pela Quando essa medida for deferida pelo juiz, o inves-
própria administração ou mediante representação de tigado ou indiciado não poderá se desfazer de seus
qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade bens. Tal medida de certa forma “trava” o patrimônio,
determinará a apuração dos fatos, observada a legis- bloqueia os bens e ele não poderá, por exemplo, ven-
lação que regula o processo administrativo disciplinar der imóveis, movimentar aplicações financeiras, valo-
aplicável ao agente; se for um agente federal, por exem- res em conta bancária etc. Foram acrescidos alguns
plo, o procedimento observará a Lei nº 8.112, de 1990. artigos que regulamentam de forma mais detalhada
Já o processo judicial é instaurado no Judiciário a indisponibilidade. Além disso, não existe mais o
mediante petição apresentada pelo Ministério Públi- sequestro de bens na lei.
co, que é o titular da referida ação, para aplicação das
penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e Art. 16 Na ação por improbidade administrativa
aos particulares que, mesmo não sendo agentes públi- poderá ser formulado, em caráter antecedente
cos, induzam ou concorram dolosamente para a práti- ou incidente, pedido de indisponibilidade de
ca do ato de improbidade. bens dos réus, a fim de garantir a integral recom-
São procedimentos independentes; no processo posição do erário ou do acréscimo patrimonial
administrativo serão aplicadas as sanções de natureza resultante de enriquecimento ilícito.
administrativa, podendo inclusive ser aplicada a pena § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de demissão. O processo administrativo é mais rápi- de 2021)
do e a decisão de demissão em âmbito administrativo § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que
produz efeitos imediatos em decorrência dos princí- se refere o caput deste artigo poderá ser formu-
lado independentemente da representação de
pios da autoexecutoriedade e da presunção de legiti-
que trata o art. 7º desta Lei.
midade dos atos. Sendo assim, a entidade que sofreu
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibili-
a lesão poderá instaurar um processo administrativo,
dade de bens a que se refere o caput deste artigo
demitir o agente público e na ação judicial haverá a incluirá a investigação, o exame e o bloqueio
aplicação das demais penalidades referidas na lei. de bens, contas bancárias e aplicações finan-
ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à termos da lei e dos tratados internacionais.
autoridade administrativa competente para que § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que
seja instaurada investigação destinada a apurar a se refere o caput deste artigo apenas será defe-
prática de ato de improbidade. rido mediante a demonstração no caso concreto
§ 1º A representação, que será escrita ou redu- de perigo de dano irreparável ou de risco ao
zida a termo e assinada, conterá a qualifica- resultado útil do processo, desde que o juiz se
ção do representante, as informações sobre o convença da probabilidade da ocorrência dos atos
fato e sua autoria e a indicação das provas de descritos na petição inicial com fundamento nos
que tenha conhecimento. respectivos elementos de instrução, após a oitiva
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a repre- do réu em 5 (cinco) dias.
0
fatos, observada a legislação que regula o processo demonstrar perigo de dano irreparável ou de risco ao
resultado útil do processo.
u
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento Para entender melhor, imagine o seguinte. Um
u
ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de agente público está sendo investigado por, supos-
pr
Contas da existência de procedimento administra- tamente, ter incorporado ao seu patrimônio bens,
tivo para apurar a prática de ato de improbidade. rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal monial das entidades mencionadas na lei.
ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, Há fortes indícios da prática do referido ato e no
designar representante para acompanhar o proce- curso da investigação o Ministério Público percebe
dimento administrativo. que o agente está começando a dilapidar todo o seu
patrimônio, gerando o perigo de dano irreparável
INDISPONIBILIDADE DE BENS ou de risco ao resultado útil do processo, uma vez
que essa conduta poderia inviabilizar o ressarci-
A indisponibilidade de bens é uma medida cau- mento dos valores indevidamente incorporados.
telar que pode ser requerida antes ou no curso da No caso hipotético narrado, se o Ministério Público
ação principal e visa garantir a futura devolução de conseguir convencer o juiz de que a conduta do inves-
dinheiro público em caso de condenação. Imagine tigado gera perigo de dano irreparável (desfazer-se
que um agente público esteja sendo investigado pela do patrimônio) ou risco ao resultado útil do proces-
possível prática de ato que gerou enriquecimento ilí- so (impossibilitando a futura reparação do dano), a
cito; é possível que o indiciado acabe com todo o seu indisponibilidade de bens será deferida. 263
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§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e
estudiosos do direito administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum profes-
sor falando sobre isso, mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar
o entendimento deste tópico, veja o fluxograma que segue:
resultado útil do
� Acréscimo patrimonial decorrente
73
processo
de atividade lícita
.8
32
A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
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prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen-
u
A lei, em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja:
u
pr
Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14, do art. 16:
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações
financeiras ou em conta corrente;
264 z Bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
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PROCESSO JUDICIAL § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
do o autor, o juiz:
No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto I - procederá ao julgamento conforme o estado do
o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada processo, observada a eventual inexistência mani-
tinham legitimidade para dar início à ação judicial de festa do ato de improbidade;
improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas
14.230, de 2021, o Ministério Público passa a ser o úni- a otimizar a instrução processual.
co legitimado para propor a ação. § 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz
proferirá decisão na qual indicará com precisão
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções a tipificação do ato de improbidade administrati-
de que trata esta Lei será proposta pelo Minis- va imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
tério Público e seguirá o procedimento comum o fato principal e a capitulação legal apresentada
previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 pelo autor.
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta § 10-D Para cada ato de improbidade administra-
Lei. tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
§ 1º (Revogado). um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
§ 2º (Revogado). 11 desta Lei.
§ 3º (Revogado). § 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
§ 4º (Revogado). artigo, as partes serão intimadas a especificar as
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo provas que pretendem produzir.
deverá ser proposta perante o foro do local § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica parcial da ação de improbidade administrati-
prejudicada. va que:
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput I - condenar o requerido por tipo diverso daquele
deste artigo prevenirá a competência do juízo para definido na petição inicial;
todas as ações posteriormente intentadas que pos- II - condenar o requerido sem a produção das pro-
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. vas por ele tempestivamente especificadas.
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: § 11 Em qualquer momento do processo, verificada
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon- a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará
tar os elementos probatórios mínimos que demons- a demanda improcedente.
trem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e § 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade de 2021)
devidamente fundamentada; § 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
II - será instruída com documentos ou justificação de 2021)
que contenham indícios suficientes da veracidade § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurí-
dos fatos e do dolo imputado ou com razões fun- dica interessada será intimada para, caso queira,
damentadas da impossibilidade de apresentação intervir no processo.
de qualquer dessas provas, observada a legislação § 15 Se a imputação envolver a desconsideração de
vigente, inclusive as disposições constantes dos pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas
arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de
2015 (Código de Processo Civil). 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as § 16 A qualquer momento, se o magistrado
tutelas provisórias adequadas e necessárias, identificar a existência de ilegalidades ou
nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de de irregularidades administrativas a serem
0
-1
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). sanadas sem que estejam presentes todos os
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§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos requisitos para a imposição das sanções aos
agentes incluídos no polo passivo da deman-
.2
(Código de Processo Civil), bem como quando da, poderá, em decisão motivada, converter a
ação de improbidade administrativa em ação
.8
incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando civil pública, regulada pela Lei nº 7.347, de 24 de
julho de 1985.
-4
citação dos requeridos para que a contestem ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
DIREITO ADMINISTRATIVO
A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe de forma mais detalhada os requisitos para que se possa realizar um acordo de
não persecução civil no âmbito da improbidade administrativa. Trata-se de um acordo celebrado entre o Minis-
tério Público e pessoas físicas ou jurídicas investigadas pela prática de improbidade administrativa com o intuito
de não prosseguir com a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo Judiciário; entretanto, para a aplicação
desse acordo, devem ser observados alguns requisitos, veja:
Art. 17-B O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados.
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação;
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da
ação de improbidade administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade
do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem
como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas
competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias.
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de apuração
do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória.
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério
Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e procedi-
mentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras
medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas.
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará
impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do
0
efetivo descumprimento.
-1
78
.2
73
.8
32
ção, mas para isso o réu tem que demonstrar que não
consequências advindas de sua conduta omissiva
73
g) os antecedentes do agente;
32
tria das sanções relativas ao mesmo fato já aplica- até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigi-
das monetariamente, do débito resultante de conde-
u
das ao agente;
pr
VI - considerar, na fixação das penas relativamente nação pela prática de improbidade administrativa
se o réu demonstrar incapacidade financeira
u
cífica, não admitida a sua responsabilização por de saldá-lo de imediato. (Incluído pela Lei nº
ações ou omissões para as quais não tiver concor- 14.230, de 2021)
DIREITO ADMINISTRATIVO
rido ou das quais não tiver obtido vantagens patri- Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de
moniais indevidas; cumprimento da sentença, o juiz unificará
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, eventuais sanções aplicadas com outras já
critérios objetivos que justifiquem a imposição da impostas em outros processos, tendo em vista
sanção. a eventual continuidade de ilícito ou a prática de
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qua- diversas ilicitudes, observado o seguinte: (Incluído
lifique não configura ato de improbidade. pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a con- I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz pro-
denação ocorrerá no limite da participação e dos moverá a maior sanção aplicada, aumentada
benefícios diretos, vedada qualquer solidariedade. de 1/3 (um terço), ou a soma das penas, o que
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº
de que trata esta Lei. 14.230, de 2021)
Art. 17-D A ação por improbidade administra- II - no caso de prática de novos atos ilícitos
tiva é repressiva, de caráter sancionatório, pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
destinada à aplicação de sanções de caráter (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 267
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Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
O art. 18-A traz a possibilidade de unificação das penas. Após o juiz proferir a sentença judicial transitada em
julgado, da qual não caiba mais recurso, a próxima fase é cumprir o que foi determinado na sentença. Nessa fase
de cumprimento, o juiz unificará, ou seja, vai reunir eventuais sanções aplicadas com outras já impostas em
outros processos da seguinte forma:
z Se houver continuidade de ilícito, o juiz aplica a maior sanção aumentada de 1/3 (um terço), ou soma as
penas optando por aquilo que for mais benéfico ao réu;
z No caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
Importante!
Nas hipóteses do art. 18-A, a suspensão de direitos políticos e a proibição de contratar ou de receber incentivos
fiscais observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos (parágrafo único, do art. 18-A).
Natureza repressiva,
caráter sancionatório
(art. 17-D)
Importante: não existe mais a defesa preliminar; o requerido já será citado para apresentar a contestação.
0
As sanções trazidas na Lei de Improbidade Administrativa têm natureza repressiva, de caráter sancionatório.
.2
73
O único momento em que a lei trata de alguma sanção penal é no art. 19, mas nesse caso a sanção será aplicada
ao denunciante e não ao agente que cometeu ato de improbidade.
.8
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Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.
u
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
u
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instru-
ção processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.
Muitas pessoas acham estranho quando se fala que o afastamento do agente público do exercício do cargo,
emprego ou função ocorrerá sem prejuízo da sua remuneração, mas isso ocorre em decorrência da presunção de
inocência. Todos se presumem inocentes até que se prove o contrário por meio do devido processo legal.
Portanto, enquanto não houver uma decisão condenatória, não é possível que o servidor seja, desde já, conde-
nado a perder sua remuneração. Esse afastamento ocorrerá quando for necessário para a instrução processual ou
para evitar o cometimento de novos ilícitos. Por não ser uma sanção, deverá ter prazo determinado de até 90 dias,
podendo ser prorrogado mais uma vez por igual prazo. O afastamento não é por 90 dias e sim por até 90 dias,
268 sendo assim, se o for determinado que o agente se afaste por 60 dias, a prorrogação só poderá ser por mais 60 dias.
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Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de funda-
mento para a conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição pre-
vistos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções apli-
cadas nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a ins-
tauração de inquérito policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL EM AÇÃO QUE DISCUTA OS MESMOS FATOS, CONFIRMADA POR DECISÃO
COLEGIADA:
Impede o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no CPP
DA PRESCRIÇÃO
A prescrição ocorre quando o decurso do tempo impede que o titular da ação de improbidade possa aplicar a
sanção ao suposto autor do ato de improbidade. Esse instituto existe no direito brasileiro para resguardar a segu-
rança jurídica. Sendo assim, o Estado tem um tempo determinado para poder sancionar os atos de improbidade.
A demora do Estado extingue a possibilidade de punir o suposto autor do ato ímprobo praticado por agentes
0
-1
públicos e particulares.
78
Se, por exemplo, um agente público comete ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, o Ministério
.2
Público tem um prazo para ingressar com a ação e efetivar as sanções previstas na lei; passado o prazo, o Estado
73
Importante! Atente-se para este julgado, que trata da imprescritibilidade da ação de ressarcimento ao erário:
32
-4
Tese de repercussão geral STF nº 897 São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.3
u
pr
u
Com as alterações da Lei nº 14.230, de 2021, o prazo prescricional passou a ser de 8 (oito) anos em todas as
pr
Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado);
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos
nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, reco-
meçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e ses-
senta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
3 [Lei 8.429, de 1992, arts. 9 a 11 (1)]. RE 852475/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 8.8.2018.
(RE-852475) 269
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§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias,
se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório
ou que reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a
prática do ato de improbidade.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a
qualquer deles estendem-se aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte-
ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os
marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.
z Suspensão: após a instauração de inquérito civil ou de processo administrativo, o prazo prescricional suspen-
de por até 180 dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão;
z Interrupção: após a ocorrência das hipóteses previstas, volta a contar o prazo do zero.
Os conceitos de interrupção e suspensão são trazidos pela doutrina e é importante saber a diferença entre os
institutos para entender o conteúdo.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos, o Ministério Público apresenta a ação e no dia
da apresentação o prazo será interrompido. Na interrupção o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apre-
sentação da Ação de Improbidade Administrativa pelo Ministério Público voltaríamos a contar os 8 anos, mas na
prescrição intercorrente do § 5º o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer então que
o prazo da prescrição intercorrente será de 4 anos.
Outro ponto importante é sobre a possibilidade de o Ministério Público, de ofício, a requerimento de auto-
ridade administrativa ou mediante representação, instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo
assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial para apurar os ilícitos.
Percebe-se aqui algumas possibilidades trazidas pela lei para que o Ministério Público possa obter os ele-
mentos necessários para a instauração da ação de improbidade administrativa. E conforme os §§ 2º e 3º, art. 23,
o inquérito civil deve respeitar o prazo de 365 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.
0
-1
78
.2
Importante!
73
O prazo do inquérito civil é de 365 dias corridos, prorrogável uma vez por igual período mediante fundamen-
.8
32
tação, ou seja, 365 + 365. Cuidado com as provas: são 365 dias e não 1 ano.
-4
u
pr
Art. 23-A É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolu-
mentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final.
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se com-
270 provada má-fé.
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Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, previstas na Resolução nº 429/06- PGJ, sendo veda-
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbara- do o uso de borracha ou qualquer meio corretivo.
tamento ou dilapidação de recursos públicos dos § 1º Deverão ser evitados erros, omissões, emen-
partidos políticos, ou de suas fundações, serão res- das, rasuras, borrões ou entrelinhas, efetuando-se,
ponsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de quando necessário, as devidas ressalvas, antes da
setembro de 1995. subscrição do ato, de forma legível e autenticada.
Das Disposições Finais § 2º As anotações de «sem efeito» deverão ser
Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua autenticadas com a assinatura de quem as fez.
publicação. § 3º Deverá ser evitado o uso de espaço número um
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de nos atos digitados ou datilografados.
junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e § 4º Nos autos e nos livros deverão ser evitados e
demais disposições em contrário. inutilizados os espaços em branco.
§ 5º Os livros e papéis em andamento ou findos deve-
REFERÊNCIAS rão ser bem conservados pelo Oficial de Promotoria e,
se o caso, encadernados, classificados ou catalogados.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Brasí- O encaminhamento das notificações e comunica-
lia, DF: Presidência da República. Disponível em: ções deve ser feito via postal, por correio eletrônico,
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ “fac símile” — reprodução por meios fotomecânicos
constituicao.htm. Acesso em: 26 set. 2022. de um texto ou imagens ou, ainda, o aparelho que rea-
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Portal da Câmara liza essa reprodução — ou qualquer outro mecanismo
dos Deputados, 2022. Disponível em: https://www. que atinja a finalidade, juntando-se o respectivo com-
camara.leg.br/. Acesso em: 26 set. 2022. provante. Neste sentido, os arts. 3º e 4º da Resolução e
CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de Direito seus respectivos parágrafos determinam que:
Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
CARVALHO, M. Manual de Direito Administrati- Art. 3º Nos registros dos autos e na expedição dos
ofícios, requisições e notificações, o Oficial de Pro-
vo. 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
motoria deve utilizar os impressos e papéis con-
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. feccionados segundo modelo oficial do Ministério
Guia da política de governança pública. Brasília: Público e juntar cópia nos autos.
Casa Civil da Presidência da República, 2018. § 1º Nos ofícios, requisições, notificações e comunicações
CASTRO JÚNIOR, R. de. Manual de Direito Admi- devem constar o número do procedimento e a indicação
nistrativo. 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021. da Promotoria de Justiça remetente com endereço com-
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 33ª Ed. pleto, inclusive o número do Código de Endereçamento
São Paulo: Atlas, 2020. Postal e o telefone.
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasi- § 2º Os ofícios, requisições, notificações e comunica-
leiro. 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020. ções devem ser encaminhados aos seus destinatários
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo. pela via postal, correio eletrônico, “fac-símile” ou qual-
quer outro meio que atinja essa finalidade, devendo o
34ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2019.
respectivo comprovante de recebimento ser juntado
PLANALTO. Portal da Legislação, 2022. Disponí-
aos autos do procedimento ou anexado à cópia a ser
vel em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/. arquivada em pasta própria.
Acesso em: 26 set. 2022. § 3º Na hipótese de envio de documento por “fac-
SENADO FEDERAL. Senado Federal, 2022. Dispo- -símile” ou correio eletrônico, deve o Oficial de
0
juntar o comprovante.
§ 4º Na hipótese de recebimento de documento por
.2
73
A Resolução nº 664, de 2010, regulamenta as fun- seguirão os modelos estabelecidos nesta Resolução.
ções dos oficiais de promotoria nos inquéritos civis e
DIREITO ADMINISTRATIVO
procedimentos preparatórios de inquéritos civis. O Oficial deverá proceder à numeração das folhas
dos autos, não podendo exceder 200 folhas por volu-
ESCRITURAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS me, vedando-se a inserção de cotas marginais ou inter-
lineares, sendo as certidões e termos elaborados por
Os procedimentos administrativos serão secreta- processamento de dados. Para o enceramento e aber-
tura devem ser atendidas as seguintes prescrições:
riados por Oficial de Promotoria, a quem compete a
escrituração nos livros, autos e papéis em vernáculo, Art. 5º O Oficial de Promotoria procederá à nume-
com tinta preta ou azul, indelével, evitando-se rasuras ração das folhas dos autos, que não poderão exce-
e vedando-se qualquer meio corretivo. Vejamos o art. der 200 (duzentas) em cada volume, exceto em
2º da Resolução: casos especiais, decididos pelo Promotor de Justiça.
§ 1º Para o encerramento e abertura de novos volu-
Art. 2º A escrituração nos livros, autos e papéis mes, o Oficial de Promotoria lançará termos de aber-
deve ser sempre feita em vernáculo, com tinta pre- tura e encerramento, seguindo os modelos constantes
ta ou azul, indelével, seguindo-se as orientações do Anexo desta Resolução, em folhas regularmente 271
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numeradas, prosseguindo sem solução de continuida- § 2º Exceto nos casos urgentes, é de 5 (cinco) dias o
de no volume subsequente. prazo para executar as determinações do Promotor
§ 2º Em nenhuma hipótese será seccionada peça de Justiça.
processual com os documentos que a acompa- § 3º Nenhuma diligência ou ato deverá ser reali-
nham, podendo, neste caso, o volume ser encerrado zado sem determinação expressa do presidente da
com mais ou menos de 200 (duzentas) folhas. investigação, ressalvando-se atos de mero expe-
Art. 6º É vedado o lançamento nos autos de cotas diente, desde que estabelecidos em Portaria expedi-
marginais ou interlineares ou o uso de sublinhar da pelo Promotor de Justiça.
palavras ou expressões, devendo o Oficial de Pro- § 4º O procedimento não deve ficar sem andamen-
motoria, ao constatar tais irregularidades, comu- to por mais de 30 (trinta) dias no aguardo do cum-
nicá-las ao Promotor de Justiça. primento de diligências, cumprindo ao Oficial de
Promotoria promover a conclusão ao Promotor de
Justiça para as providências cabíveis.
Ademais, não se juntará nenhum documento ou § 5º Nenhum procedimento deve permanecer para-
petição nos autos sem o respectivo termo de juntada. lisado além dos prazos fixados nesta Resolução,
Igualmente, conforme determina o art. 7º da Resolução: salvo determinação expressa em sentido contrário,
devidamente registrada nos autos.
Art. 7º As certidões, as requisições, as cartas pre-
catórias, os ofícios, os termos de conclusão, de
juntada e de data e os demais atos e termos serão Importante!
elaborados por processamento de dados e seguirão
os modelos estabelecidos no Anexo desta Reso- O procedimento não deve ficar sem andamento
lução, devendo conter, de forma legível e a fim de por mais de 30 dias.
permitir rápida identificação, o nome, o número de
matrícula, o cargo ou função e a rubrica do Oficial
de Promotoria que os lavrou. Entrada e Saída de Autos da Secretaria da
Promotoria de Justiça
Com relação às notificações e às requisições, inexis-
tindo prazo expressamente determinado, serão encami- A remessa dos procedimentos ao Promotor será
registrada no Livro Carga, assinando-se respectivo
nhadas em até 5 dias, e, no caso de comunicações para
termo de conclusão, devendo conter o número dos
comparecimento em audiência, o aviso de recebimento
autos, informações sobre a origem e o destinatário,
deve ser devolvido e juntado aos autos em até 10 dias antes
nos termos do art. 10 da Resolução:
da audiência, conforme art. 8º da Resolução, vejamos:
Art. 10 A remessa dos procedimentos ao Promotor
Art. 8º Inexistindo prazo expressamente determi- de Justiça será registrada no livro carga, devendo
nado, as requisições e notificações serão encami- todos os campos ser preenchidos de maneira legível
nhadas em até 5 (cinco) dias. Quando se cuidar de com a indicação das datas de recebimento e devo-
notificação para comparecimento em audiência, lução dos autos.
o aviso de recebimento de correspondência deve § 1º O Oficial de Promotoria enviará os autos ao
ser devolvido e juntado aos autos até 10 (dez) dias Promotor de Justiça no dia em que assinar o termo
antes da data designada, caso não haja determina- de conclusão, não sendo permitida, sob qualquer
ção do Promotor de Justiça em sentido diverso. pretexto, a permanência de autos na secretaria
Parágrafo único. A notificação deve conter a indicação com tais termos.
0
-1
do dia, da hora e do local para comparecimento, bem § 2º O Oficial de Promotoria certificará por termo de
78
como a natureza do procedimento e do fato investiga- data o recebimento dos autos remetidos à conclusão.
.2
rá ensejar condução coercitiva pela Polícia Civil ou Igualmente, é dever do Oficial registrar no livro
.8
Militar (art. 26, inc. I, alínea “a”, da Lei Federal nº 8.625 carga:
32
Recebido o expediente na secretaria, o Oficial Uma vez mantida a decisão, o Oficial providencia-
deverá registrá-lo nos sistemas eletrônicos em 72 rá remessa ao Conselho Superior do MP, em 3 dias.
horas, nos termos do art. 13 da Resolução, autuá-lo — Caso não seja interposto respectivo recurso, deve-
conforme ficha de atendimento, a critério do MP — e rá ser lançada a certidão e os autos remetidos ao
cumprir as determinações e diligências do Promotor, arquivo, em 3 dias.
observando-se o seguinte quanto à distribuição: Instaurado o inquérito civil, o Oficial deverá, con-
forme art. 15, da Resolução:
0
Art. 12 [...]
-1
Art. 15 [...]
atribuição para análise e conhecimento do caso, os
.2
I - cientificar o representante;
documentos serão encaminhados ao Promotor de
73
de Promotoria deverá registrá-lo nos sistemas ele- forma do art. 69, da Resolução nº 484 de 2006-CPJ.
trônicos de gestão de procedimentos, seguindo a
ordem cronológica, autuá-lo e cumprir as determi-
nações do Promotor de Justiça na forma do artigo
14 desta Resolução. Importante!
§ 6º Na autuação das representações, das peças de
É dever do oficial manter relatório circunstanciado
informação e dos procedimentos devem constar os
nomes do representante e representado, o objeto da
atualizado dos feitos em andamento, componen-
investigação, o número do registro no sistema ele- tes do acervo do MP previsto no Aviso 4/99-CGMP.
trônico respectivo e o número de registro no Centro
de Apoio Operacional Cível e da Tutela Coletiva.
§ 7º Havendo determinação do Promotor de Jus- Inexistindo retratação do MP, os autos serão enca-
tiça, o Oficial de Promotoria deverá autuar o pro- minhados ao Conselho Superior do MP, em 3 dias, sob
cedimento administrativo iniciado a partir da pena de responsabilidade funcional e, decorrido o
ficha de atendimento, seguindo as regras desta prazo para interposição de recurso, o Oficial deverá 273
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certificá-los nos autos, encaminhar cópia às autorida- § 6º Na hipótese de carta precatória recebida por tele-
des competentes e abrir conclusão. fone, o Oficial de Promotoria deverá lavrar certidão
Os prazos para interposição dos recursos, confor- do recebimento da comunicação, que deverá detalhar
me o art. 19, fluirão: os requisitos do parágrafo anterior, transcrevendo-se,
por extrato, a portaria de instauração.
z da data da ciência decisão, se notificação pessoal; § 7º A carta precatória deverá ser cumprida no pra-
z da juntada aos autos do aviso de recebimento, ou, zo de 30 dias a contar de seu recebimento, salvo se,
da juntada aos autos da publicação no Diário, o que justificadamente, for fixado prazo menor.
ocorrer por primeiro, no caso de notificação postal.
Ao final de 180 dias, ou prazo menor, o Oficial
Impedimento e Suspeição deverá promover a conclusão ao Promotor, com os
respectivos registros em sistema eletrônico, nos ter-
Oposta exceção de suspeição ou impedimento do mos dos arts. 22 e 23 da Resolução:
Promotor, o Oficial autuará e apensará aos autos prin-
cipais, abrindo-se conclusão em 48 horas. Vejamos o Art. 22 O Oficial de Promotoria deverá, ao final do
art. 20 da Resolução: prazo de 180 (cento e oitenta) dias ou de prazo menor
assinado pelo presidente da investigação, promover
Art. 20 Oposta exceção de suspeição ou de impe- os autos do inquérito civil à conclusão para os fins
dimento do Promotor de Justiça presidente do pro- do artigo 24 da Resolução nº 484 DE 2006-CPJ.
cedimento investigatório, o Oficial de Promotoria, Art. 23 O Oficial de Promotoria deverá efetuar os
depois de autuá-la em apartado, efetuará o registro registros de movimentação dos autos nos sistemas
no sistema eletrônico e a apensará aos autos prin- eletrônicos e digitalizar as peças obrigatórias, enu-
cipais, abrindo-se conclusão ao Promotor de Justi- meradas no Aviso nº 11 DE 2009- CGMP, e a ata
ça no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. de audiência pública e os votos e deliberação do
Parágrafo único. Aplica-se a esta Seção, no que cou- Conselho Superior do Ministério Público relativos
ber, as regras previstas nos arts. 25 e seguintes da à promoção de arquivamento ou homologação de
Resolução nº 484 de 2006–CPJ. compromisso de ajustamento de conduta.
Os autos dos procedimentos ficarão sob os cuida- Incumbe ao Oficial secretariar a audiência, devendo:
dos do Oficial que certificará qualquer descumpri-
mento de diligência, fazendo conclusão ao Promotor, z verificar as providencias para intimações até 10
ou providenciará a expedição de carta precatória (em
dias antes da audiência;
2 vias) em 5 dias — salvo urgência —, caso a diligência
z proceder à qualificação dos ouvidos;
tenha que ser cumprida em outra comarca, devendo a
z lavrar ata ou ficha resumo das reuniões.
carta ser cumprida em 30 dias, ou prazo menor, obser-
vando-se as determinações do art. 21 da Resolução:
Vejamos o que dispõe o art. 24:
Art. 21 Os autos dos procedimentos permanecerão
sob os cuidados do Oficial de Promotoria que vela- Art. 24 Incumbe ao Oficial de Promotoria secreta-
rá pelo cumprimento das diligências nos prazos riar as audiências e reuniões designadas pelo Pro-
motor de Justiça para instrução dos procedimentos
0
diligência, o Oficial de Promotoria certificará a § 1º No prazo de até dez dias anteriores às audiên-
.2
ocorrência nos autos e abrirá conclusão para deli- cias, o Oficial de Promotoria deverá verificar se
73
§ 2º Na hipótese em que houver reiteração da dili- e interessados foram tomadas, comunicando even-
32
gência não atendida, o fato deverá constar do novo tual irregularidade ou omissão imediatamente ao
-4
§ 3º Atendidas as diligências, o Oficial de Promo- cados, mediante indicação de nome, filiação, nacio-
u
toria deverá promover a conclusão dos autos ao nalidade, data e local de nascimento, estado civil,
pr
conclusos para deliberação do Promotor de Justiça, § 2º O Oficial de Promotoria, sob pena de res-
78
Parágrafo único. Na hipótese da rejeição da promo- conservação dos documentos sigilosos, lacrados
73
do Ministério Público pelo Procurador-Geral de 2006–CPJ, que somente poderão ser examinados
32
Justiça (art. 110, § 3º, da Lei Complementar Esta- pelo investigado ou seu procurador mediante
-4
dual nº 734 DE 1993), os autos serão conclusos ao requerimento escrito e autorização do presidente
u
ocorrência nos sistemas eletrônicos e anotando-se § 3º Na autuação deve ser anotada a decretação do
u
na autuação a designação do Promotor de Justiça. sigilo, assim como nos sistemas eletrônicos.
pr
ção que se lhes atribua, ser regidos por esta resolução. A recomendação é instrumento de atuação extra-
pr
público, da segurança da sociedade e do Estado e em decisão motivada, para fins do interesse público, e
.2
X - à distribuição ao membro do Ministério Público pessoas, provas, informações, dados, períodos ou fases,
.8
dotado de atribuição legal fixada por critérios obje- cessando quando extinta a causa jurídica que a motivou.
32
XI - à celeridade, eficiência, razoabilidade e propor- responsável, nos termos da lei, pela determinação da
preservação e decretação do sigilo e pelo uso adequado
u
XII - ao impulso oficial, sem prejuízo do direito de petição das informações sigilosas obtidas para fins de interesse
público.
u
to de petição, e a órgãos e entidades públicas da I - o fato narrado não configurar lesão ou ameaça
-1
complementá-la;
com a devida atribuição para apreciá-la, ainda que seja ini-
ciada ou recepcionada diretamente pelo membro do MP. É importante dizer que a notícia anônima não será
arquivada se o noticiante fornecer os elementos de
Art. 11 A notícia de fato deverá ser registrada no prova ou de informação mínimos para o início de uma
SIS-MP Integrado, nos termos da Resolução nº
apuração, de acordo com os incisos do art. 13.
665/2010-PGJ-CGMP, e distribuída livre e aleatoria-
mente entre os integrantes da Promotoria de Justi-
ça com atribuição para apreciá-la. Do Procedimento Preparatório do Inquérito Civil
§ 1º Ainda que iniciada de ofício ou recepcionada
diretamente pelo membro do Ministério Público, O membro do MP, que tiver atribuição, poderá
por meio de documento ou atendimento pessoal, determinar providências preparatórias à instaura-
neste caso reduzida a termo, a notícia de fato deve- ção do inquérito civil, de ofício ou mediante notícia
rá ser objeto de livre distribuição. de fato, sempre que for necessário para formar seu
conhecimento, observados os critérios de distribuição
Da mesma forma, quando o fato noticiado for obje- elencados no art. 11. Assim sendo, vejamos o que dis-
278 to de procedimento em curso ou processo judicial, ou põe o art. 17 e seus respectivos parágrafos:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 17 De ofício ou mediante notícia de fato, e sem- Integrado e no portal da Instituição, se não houver
pre que necessário para formar seu convencimento, prejuízo para a investigação.
o membro do Ministério Público dotado de atribui- VI - a determinação para cientificação do(s) inves-
ção poderá determinar providências preparatórias tigado(s) da decisão de instauração do inquérito
à instauração do inquérito civil, observados os cri- civil, observadas as disposições do artigo 8º.
térios de distribuição a que alude o art. 11.
§ 1º O expediente será instaurado e registrado, no
SIS MP Integrado, como procedimento preparató- Importante!
rio, observando-se, no que couber, o disposto no
artigo 18 desta Resolução. Da instauração do inquérito civil, caberá recurso ao
§ 2º O procedimento preparatório deverá ser concluído Conselho Superior do Ministério Público, nos ter-
no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual mos da Resolução, devendo constar a notificação
prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável. do investigado no respectivo prazo, à luz do que
§ 3º Encerrado o prazo, com ou sem atendimen- alude o art. 20. Se houver conflito de atribuições,
to das providências preparatórias, o membro do negativo ou positivo, isso deverá ser suscitado nos
Ministério Público poderá:
próprios autos ao Procurador-Geral de Justiça, que
I - promover o arquivamento, encaminhando os
autos ao Conselho Superior do Ministério Público, o decidirá no prazo de 30 dias, nos moldes do que
na forma do Capítulo IV do Título V desta resolução; determina o parágrafo único, do art. 21.
II - promover a ação civil pública;
III - instaurar inquérito civil.
§ 4º. Em nenhuma hipótese o procedimento prepa-
Do Prazo de Conclusão do Inquérito Policial
ratório tramitará por prazo superior a 180 (cento
e oitenta) dias.
O prazo para conclusão do inquérito civil deverá ser
de um ano, prorrogável quando necessário. Ao órgão de
Do Inquérito Civil e sua Instauração
execução caberá motivar, de forma fundamentada e jus-
tificada, a pertinência das diligências que ainda forem
O art. 18 da Resolução em estudo nos apresenta as
necessárias, segundo o art. 22, da referida Resolução.
hipóteses em que haverá a possibilidade de instaura-
É interessante observar o que a Resolução discorre
ção do inquérito policial, vejamos:
quanto ao prazo para a conclusão de inquérito civil
que tramita a mais de dois anos. Dessa forma, veja o
Art. 18 O inquérito civil poderá ser instaurado:
que está disposto no § 2º, do art. 22:
I - de ofício, pelo membro do Ministério Públi-
co dotado de atribuição ao tomar ciência de fato
determinado, respeitadas as regras de distribuição Art. 22 [...]
previstas no art. 11, bem como a atribuição origi- § 2º O despacho de prorrogação de prazo para a
nária do Procurador-Geral de Justiça. conclusão do inquérito civil que tramita há mais de
II - em razão de notícia de fato, regularmente dis- 2 (dois) anos será submetido por ofício ao Conselho
tribuída, desde que o noticiante forneça, por meio Superior do Ministério Público contendo informa-
legalmente permitido, informações sobre o fato e ção do número dos autos e da data de sua instau-
seu provável autor, bem como a qualificação míni- ração, devendo ser acompanhado de cópia dos
ma que permita sua identificação e localização; despachos motivados das prorrogações anteriores.
III - por determinação do Procurador-Geral de Justiça,
0
ração de inquérito civil ou desacolher a promoção de Nos termos do art. 23, o presidente do inquérito
.2
Parágrafo único. A notícia anônima não implicará quer momento, seu impedimento ou sua suspeição.
.8
ausência de providências, desde que obedecidos aos Da mesma forma, em qualquer momento da tra-
32
requisitos constantes no inciso II deste artigo. mitação da investigação, o interessado poderá arguir o
-4
Nos termos do art. 19, o inquérito civil será instau- civil. O interessado é aquele em face de quem pode ser
pr
rado por portaria, numerada em ordem sequencial proposta a ação civil pública (parágrafo único, art. 24).
u
dente aditar a portaria ou, ainda, investigá-los em § 1º Se o destinatário for agente público, conside-
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capa dos autos, observando-se as regras de registro § 2º A requisição será acompanhada de cópia da
e publicidade previstas nesta Resolução. portaria que instaurou o procedimento ou indicará
u
culará a atuação do órgão do Ministério Público. Com relação às provas periciais, estas devem con-
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pelo Ministério Público e aqueles apresentados pelo Ministério Público ou por servidores públicos da União,
-4
investigado, por testinhas e por qualquer do povo, nos Estado ou Município e respectivas administrações
termos no art. 65. indiretas, por universidades públicas, por entidades
u
autos independentemente de autenticação, salvo se: ção antecipada de provas, na forma do artigo 381, inci-
I - relativas à capacidade para firmar compromisso so II, c.c. o artigo 190, ambos do Código de Processo
de ajustamento de conduta; Civil, desde que custeada pelo investigado, não estando
II - o presidente entender necessária a autenticação. o Promotor de Justiça adstrito ao resultado da perícia,
Parágrafo único. Quando o documento original ou podendo formar sua convicção com outros elementos
cópia já estiver nos autos, eventuais novas cópias ou fatos provados no curso da investigação.
serão autuadas em apenso denominado “Cópias Art. 72 Da requisição de perícia constará, obri-
repetidas”, ou arquivadas em pasta própria, certi- gatoriamente, o ponto sobre o qual deva incidir.
ficando a ocorrência nos autos. Parágrafo único. Sendo conveniente, o presidente
Art. 67 Para facilidade de manuseio ou exame, elaborará quesitos.
poderá ser formado apenso destinado a capear
documentos ou cópias, certificando-se tal ocorrên- Da Oitiva do Investigado
cia nos autos principais.
Parágrafo único. Na capa do apenso deverá haver Vejamos o que dizem os arts. 73 e 74, da referida
menção expressa ao seu conteúdo. Resolução, sobre a oitiva do investigado: 281
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 73 A pessoa que, em tese, possa figurar no polo condiciona-se à homologação da promoção de arquiva-
passivo de eventual ação civil pública a ser propos- mento do inquérito pelo Conselho Superior do MP.
ta poderá ser convidada a prestar declarações ou
oferecer subsídios para esclarecimento dos fatos, Art. 83 Desde que o fato esteja devidamente esclareci-
sem prejuízo da natureza inquisitiva do inquérito. do em qualquer fase do inquérito civil ou no curso de
Art. 74 Independentemente de convite, poderá o ação civil pública, o presidente do inquérito civil pode-
investigado apresentar razões e documentos, que rá tomar dos interessados compromisso de ajustamen-
serão juntados aos autos, bem como indicar pro- to para adequação de sua conduta às exigências legais,
vas, cuja realização ficará a critério do presidente. impondo-lhe o cumprimento das obrigações necessá-
rias à prevenção, cessação ou reparação do dano.
Das Cartas Precatórias § 1º O compromisso de ajustamento de conduta é
título executivo extrajudicial e, para sua plena efi-
A carta precatória será expedida com a finalidade cácia, deverá revestir-se da característica de liqui-
de colheita de prova em outra comarca. Observe o dis- dez, estipulando obrigação certa, quanto à sua
posto no art. 75: existência, e determinada, quanto ao seu objeto.
§ 2º Como garantia do cumprimento da obrigação
Art. 75 Será expedida carta precatória para a principal, deverão ser estipuladas multas comina-
colheita de prova em outra comarca. tórias, especificando a sua forma de incidência.
§ 1º Nas comarcas contíguas e de fácil comunica- § 3º O disposto no § 2º deste artigo não impede o
ção, a expedição de carta precatória só será feita se cumprimento imediato da obrigação.
assim entender o presidente. § 4º A eficácia do compromisso ficará condicionada à
§ 2º Se a testemunha não tiver domicílio na comar- homologação da promoção de arquivamento do inqué-
ca, sua oitiva será deprecada, salvo se comparecer rito civil pelo Conselho Superior do Ministério Público.
espontaneamente na sede da Promotoria de Justiça. § 5º A celebração de compromisso de ajustamento de
Art. 76 Da carta precatória constarão: conduta não impede que outro, desde que mais abran-
I - a indicação do Promotor de Justiça deprecado; gente, seja celebrado por quaisquer legitimados.
II - a menção da diligência que lhe constitui o objeto; § 6º Poderão ser inseridas convenções processuais
como cláusulas do compromisso de ajustamento de
III - o encerramento, com a assinatura do Promotor
conduta, desde que não coloquem em risco a satis-
de Justiça.
fação do direito material e não se mostrem prejudi-
Art. 77 A carta precatória será instruída com cópia
ciais à tutela processual da coletividade.
da portaria de instauração e demais documentos
§ 7º A multa cominatória é exigível a partir do des-
necessários à compreensão de seu conteúdo.
cumprimento do compromisso de ajustamento de
conduta, independentemente do cumprimento da
Nos casos de urgência, a carta precatória poderá ser obrigação principal.
transmitida por via eletrônica ou qualquer outro meio. Se § 8º A qualidade de título executivo extrajudicial do
for transmitida por telefone, o Promotor de Justiça depre- compromisso de ajustamento de conduta permitirá
cado mandará levar certidão de comunicação e determi- a promoção direta de execução por titular de direi-
nará a realização do ato (parágrafo único, art. 78). to nele amparado, nos limites de seu interesse.
sidente poderá fixar prazo menor para cumprimento. Art. 84 O compromisso será formalizado pelo pre-
32
Art. 81 A dúvida quanto à autenticidade da carta preca- sidente, por termo nos autos, com observância das
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tória será dirimida pelo Promotor de Justiça deprecado, exigências legais para a celebração de acordos.
u
que só a devolverá se constatada não ser autêntica. § 1º O compromisso será assinado pelo membro do
pr
Parágrafo único. A carta precatória terá caráter Ministério Público e pelo compromitente, cuidando-se
u
Art. 82 A carta precatória, prevista nos artigos 75 do for o caso, legalmente representado nos autos.
e seguintes desta Resolução, pode ser substituída § 2º É vedada a dispensa, total ou parcial, das obri-
pelo sistema de videoconferência. gações reclamadas para a efetiva satisfação do
Parágrafo único. Nos casos referidos no caput deste interesse ou direito lesado, devendo a convenção
artigo, o membro do Ministério Público solicitará com o responsável restringir-se às condições e esti-
ao órgão ministerial local as providências necessá- pulações de cumprimento das obrigações.
rias para viabilizar o ato instrutório. § 3º Do termo de compromisso constará, obrigato-
riamente, a seguinte cláusula: “Este compromisso
produzirá efeitos legais depois de homologado o
DO COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE
arquivamento do respectivo inquérito civil pelo
CONDUTA Conselho Superior do Ministério Público”.
Art. 85 O termo de compromisso deverá ser elabo-
O compromisso de ajustamento de conduta é título rado em pelo menos duas vias, devidamente assi-
executivo extrajudicial, certo, líquido e exigível, para ade- nadas e rubricadas pelo presidente do inquérito
quar a conduta do interessado às exigências legais e ao civil e pelo compromitente, devendo a segunda via
cumprimento das obrigações necessárias, inclusive mul- ficar arquivada em pasta própria, juntamente com
282 ta cominatória no caso de descumprimento, cuja eficácia cópias, autenticadas por Oficial de Promotoria, dos
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
documentos comprobatórios da qualidade e repre- inquérito civil, observando-se o disposto no art. 86,
sentatividade legal do compromitente. § 2º, desta resolução.
Art. 86 Após a celebração do compromisso de ajus- Art. 91 O encerramento do inquérito civil, em
tamento, o presidente do inquérito civil, no prazo quaisquer das hipóteses referidas no artigo ante-
de 10 (dez) dias, lançará nos autos promoção de rior, não constitui ato de mero expediente, e deverá
arquivamento, nos termos do artigo 91 desta reso- ser determinado sempre de forma fundamentada.
lução, para cumprimento do disposto no artigo 112,
parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº É importante mencionar que, quando a ação civil
734, de 26 de novembro de 1993. pública não abranger todos os fatos e pessoas mencio-
§ 1º Homologado o arquivamento, os autos do inquéri- nadas na portaria inicial do inquérito civil, será pro-
to civil serão restituídos ao órgão do Ministério Públi- movido, em decisão fundamentada, o arquivamento
co de origem, que providenciará a imediata notificação
em relação a eles, ao enviar uma cópia dos autos ao
do compromitente para o cumprimento das obriga-
Conselho Superior do Ministério Público para o reexa-
ções na forma e nos prazos avençados.
§ 2º O acompanhamento periódico da execução
me necessário, no prazo de 3 dias (art. 92).
deverá ser feito em procedimento próprio, previs-
to na Resolução nº 934/15-PGJ-CPJ-CGMP, de 15 de Da Propositura da Ação Civil Pública
outubro de 2015, registrando-se no SIS MP Integra-
do o arquivamento do respectivo inquérito civil. Art. 93 Os autos principais do inquérito civil ins-
Art. 87 Quando houver necessidade da celebração truirão a ação civil pública.
de compromisso de ajustamento com característi- § 1º No órgão do Ministério Público será mantida
ca de ajuste preliminar ou de convenção processual cópia da petição inicial da ação civil pública e, a cri-
autônoma, que não dispensem o prosseguimento de tério do presidente, das principais peças dos autos
diligências para uma solução definitiva ou mais com- do inquérito civil.
pleta da questão, o membro do Ministério Público § 2º Os apensos relativos às cópias repetidas de
poderá celebrá-los, justificadamente, encaminhando documentos, referidos no parágrafo único do artigo
os autos, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Supe- 67 desta Resolução, deverão permanecer no arqui-
rior do Ministério Público para homologação somen- vo do órgão do Ministério Público.
te do compromisso ou da convenção processual,
autorizando o prosseguimento das investigações. Das Recomendações
Art. 88 Havendo ação civil pública em andamento,
o compromisso será formalizado no processo res- Poderá o Presidente expedir recomendações para
pectivo, para eventual homologação por sentença, adoção de medidas e notificações, com ou sem audiên-
não intervindo o Conselho Superior do Ministério cias públicas, exigindo divulgação e resposta escrita.
Público, salvo nos casos previstos no art. 10, §§ 1º e
2º da Resolução nº 1.193/2020-CPJ.
Art. 94 No exercício da tutela dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, poderá o presi-
Da Novação dente do inquérito civil expedir recomendação, sem
caráter coercitivo, com o objetivo de persuadir o desti-
A novação — hipótese de modificação posterior do natário a praticar ou deixar de praticar determinados
acordo — poderá ser celebrada em caráter excepcional, atos em benefício da melhoria dos serviços públicos
devendo o presidente do inquérito, justificadamente: e de relevância pública ou do respeito aos interesses,
direitos e bens defendidos pela Instituição.
0
Art. 89 Em caráter excepcional, poderá ser celebrada Parágrafo único. É vedada a expedição de recomen-
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a novação, nos termos da lei civil, caso em que o presi- dação como medida substitutiva ao compromisso
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dente do inquérito civil deverá, justificadamente: de ajustamento de conduta ou à ação civil pública.
.2
I - submetê-lo à homologação pelo Conselho Superior Art. 95 O presidente do inquérito civil poderá recomen-
73
do Ministério Público, na hipótese de compromisso de dar aos órgãos ou entidades competentes a adoção de
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ajustamento preliminar ou de convenção processual medidas destinadas à efetividade dos direitos assegu-
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autônoma, nos termos do artigo 87 desta Resolução; rados nas Constituições Federal e Estadual, bem como
-4
II - promover novo arquivamento do inquérito civil, para que sejam tomadas, em prazo razoável, as pro-
u
na hipótese de compromisso de ajustamento defini- vidências legais, no âmbito de seu poder de polícia, a
pr
tivo, nos termos do artigo 86 desta Resolução; fim de assegurar o respeito a interesses sociais e indivi-
u
III - observar, no que couber, o disposto no Capítulo duais indisponíveis, tratados coletivamente.
pr
um fato e a ação civil pública proposta referir-se apenas e 90, ambos desta Resolução.
.8
Do Desarquivamento
de promoção de arquivamento, se for o caso, observan-
-4
pete o respectivo controle —, observando o seguinte: membro do Ministério Público poderá proceder a novas
investigações, se de outras provas ou fatos conexos tiver
Art. 102 Sob pena de falta grave, os autos princi- notícia, bem como se surgirem novos dados técnicos ou
pais, com a promoção de arquivamento, deverão jurídicos, à luz do que alude o art. 106.
ser remetidos no prazo de 3 (três) dias contados da
data da promoção, mediante comprovante, ao Con- Art. 107 O desarquivamento de inquérito civil
selho Superior do Ministério Público. deverá ser feito por decisão na qual seja indicado
§ 1º A promoção de arquivamento será submetida, o fundamento de fato ou de direito que determinar
na forma do regimento interno, a exame e delibera- o início de novas investigações, comunicando-se o
ção do Conselho Superior do Ministério Público em fato ao Centro de Apoio Operacional respectivo, pro-
sessão pública, salvo se houver sigilo, que poderá: cedendo-se à anotação junto ao SIS MP Integrado.
I - homologá-la; § 1º O desarquivamento do inquérito civil, diante
II - determinar o ajuizamento da ação civil pública; de novas provas ou para investigar fato novo rele-
III - determinar a conversão do julgamento em dili- vante, poderá ocorrer no prazo máximo de 6 (seis)
gência, com o prosseguimento no inquérito civil já meses após o arquivamento. Decorrido o prazo,
instaurado, indicando de forma expressa as diligên- será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo
284 cias necessárias. das provas já colhidas.
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§ 2º Em qualquer das situações previstas no pará- formulado por qualquer pessoa, verbalmente ou
grafo anterior, a atribuição será do órgão do Minis- por escrito.
tério Público que promoveu o arquivamento do Parágrafo único. Se escrito, o seu deferimento será
inquérito civil. comunicado ao requerente, lavrando-se certidão
nos autos.
DA PUBLICIDADE NA TRAMITAÇÃO Art. 118 O pedido de vista dos autos, mediante
requerimento fundamentado, poderá ser feito pelo
A publicidade na tramitação do inquérito será feita interessado ou procurador legalmente constituído,
mediante a publicação de relatórios pelos Centros Opera- dependendo de deferimento total ou parcial do pre-
cionais de Apoio, emitidos em prazo de 5 dias do recebi- sidente do inquérito civil, ficando vedada a retirada
mento das comunicações (art. 108), observando o seguinte: dos autos da secretaria.
Art. 119 Ressalvadas as hipóteses de sigilo, poderá
Art. 108 A publicidade na tramitação do inquéri- ser deferida a extração de cópias, sempre às expen-
to civil será feita, nos termos do § 2º do artigo 104 sas do interessado, observando-se as devidas cau-
da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de telas quanto ao deslocamento e à posse dos autos.
novembro de 1993, mediante a publicação de rela-
tórios pelos Centros de Apoio Operacional. DOS RECURSOS
Parágrafo único. Os relatórios conterão:
I - as portarias de inquéritos civis ou procedimen-
Do Recurso Contra o Indeferimento da Notícia de
tos preparatórios instaurados;
Fato
II - os arquivamentos;
III - as ações civis públicas ajuizadas, com men-
ção dos números dos registros e das varas para as Da decisão do membro do Ministério Público que
quais foram distribuídas; IV - os requisitos previs- arquivar, fundamentadamente, a notícia de fato,
tos no inciso II do artigo 8º desta resolução. caberá recurso ao Conselho Superior do Ministério
Art. 109 Os relatórios serão publicados em, no Público, no prazo de 10 dias.
máximo, 5 (cinco) dias contados do recebimento da
comunicação. Art. 120 Da decisão do membro do Ministério
Art. 110 A publicidade na tramitação dos inquéritos Público que arquivar, fundamentadamente, a notí-
civis, procedimentos preparatórios e representações cia de fato, caberá recurso ao Conselho Superior do
no Conselho Superior do Ministério Público serão fei- Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, conta-
tos na forma prevista em seu regimento interno. dos da data da juntada aos autos do comprovante
Art. 111 A publicidade por qualquer dos meios pre- da ciência dada ao noticiante.
vistos neste título observará o disposto no § 6º do § 1º Se não houver comprovante da entrega da noti-
artigo 8º desta Resolução. ficação, o prazo será contado da data da ciência
inequívoca do noticiante.
Das Certidões e Informações § 2º O recurso deverá vir acompanhado das respec-
tivas razões, sob pena de não recebimento, e será
Os requerimentos de expedição de certidão e de interposto perante o membro do Ministério Público
extração de cópias sobre os fatos investigados serão oficiante.
encaminhados ao presidente do procedimento. As cer- § 3º O dia e a hora da entrega do recurso e das res-
tidões serão expedidas no prazo máximo de 15 dias. pectivas razões deverão ser certificados nos autos,
entregando-se recibo ao recorrente.
Art. 112 Os requerimentos de expedição de certidão
§ 4º O recurso será juntado aos autos, dele se fazen-
e de extração de cópias sobre os fatos investigados
0
Art. 114 Serão juntados aos autos o pedido e a rior do Ministério Público no prazo de 10 (dez) dias.
u
cópia da certidão expedida, ressalvada a hipótese § 3º Se a ciência for dada mediante notificação, nela
pr
de sigilo da matéria, quando deverão ser arquiva- deverão constar os mesmos requisitos previstos no
artigo anterior.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 130 Serão encaminhadas, por meio eletrônico, ao qualquer outro serviço, às requisições de papéis,
78
Centro de Apoio Operacional respectivo, dentre outras documentos, informações ou providências que lhe
.2
especificadas em Ato próprio, as seguintes peças: forem feitas pelas autoridades judiciárias ou admi-
73
I - das portarias de instauração de inquérito civil ou nistrativas, para defesa do Estado, em Juízo;
.8
indicação do número que tomou o feito e a vara a que dignifique a função pública.
que foi distribuído;
V - das medidas tomadas na forma do artigo 113 As proibições ou vedações, por sua vez, estão dis-
da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de postas nos arts. 242 a 244, in verbis:
novembro de 1993; VI - de recomendações;
VII- de reabertura de inquérito civil; Art. 242 Ao funcionário é proibido:
VIII - de sentenças; I - (Revogado).
IX - de recursos, ainda que não se refiram à decisão II - retirar, sem prévia permissão da autoridade
final da causa; competente, qualquer documento ou objeto existen-
X - de termos de compromisso de ajustamento de te na repartição;
conduta, mesmo que lavrados no curso de ação III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em
judicial; palestras, leituras ou outras atividades estranhas
XI - de trânsito em julgado de sentença final, quan- ao serviço;
do ocorrer em primeiro grau de jurisdição; IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa
XII - de certidão de cumprimento integral de com- justificada;
promisso de ajustamento de conduta ou de decisão V - tratar de interesses particulares na repartição;
286 judicial.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VI - promover manifestações de apreço ou desapre- A responsabilidade civil é caracterizada especial-
ço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com mente no parágrafo único, do art. 245:
elas;
VII - exercer comércio entre os companheiros de Art. 245 […]
serviço, promover ou subscrever listas de donati- Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a
vos dentro da repartição; e responsabilidade:
VIII - empregar material do serviço público em ser- I - pela sonegação de valores e objetos confiados à
viço particular. sua guarda ou responsabilidade, ou por não prestar
Art. 243 É proibido ainda, ao funcionário: contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo
I - fazer contratos de natureza comercial e indus- estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos,
trial com o Governo, por si, ou como representante instruções e ordens de serviço;
de outrem; II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros
II - participar da gerência ou administração de prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob
empresas bancárias ou industriais, ou de socieda- sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
des comerciais, que mantenham relações comer- III - pela falta ou inexatidão das necessárias aver-
ciais ou administrativas com o Governo do Estado, bações nas notas de despacho, guias e outros docu-
sejam por este subvencionadas ou estejam direta- mentos da receita, ou que tenham com eles relação; e
mente relacionadas com a finalidade da repartição IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra
ou serviço em que esteja lotado; a Fazenda Estadual
III - requerer ou promover a concessão de privilé-
gios, garantias de juros ou outros favores seme-
Complementando a noção de responsabilida-
lhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto
privilégio de invenção própria; de civil do servidor público, o art. 246 trata de uma
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, situação que ocorre com bastante frequência, sobre-
emprego ou função em empresas, estabelecimentos tudo envolvendo servidores encarregados pela aqui-
ou instituições que tenham relações com o Gover- sição de bens e materiais para a prestação de serviços
no, em matéria que se relacione com a finalidade da públicos.
repartição ou serviço em que esteja lotado; O servidor, agindo de má-fé, acaba realizando gas-
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, tos maiores do que o essencial, quer pela compra de
sem autorização do Presidente da República; materiais por um valor muito acima do preço de mer-
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comer- cado, quer pela aquisição de materiais da empresa de
ciais nas condições mencionadas no item II deste um parente próximo. Vejamos o disposto no art. 246:
artigo, podendo, em qualquer caso, ser acionista,
quotista ou comanditário; Art. 246 O funcionário que adquirir materiais em
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos desacordo com disposições legais e regulamenta-
de sabotagem contra o serviço público; res, será responsabilizado pelo respectivo cus-
VIII - praticar a usura; to, sem prejuízo das penalidades disciplinares
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu
intermediário perante qualquer repartição pública, vencimento ou remuneração.
exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou
parente até segundo grau;
É importante, também, o texto disposto nos arts.
X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou
de entidades fiscalizadas, no País, ou no estran- 247 e 248:
geiro, mesmo quando estiver em missão referente
0
à compra de material ou fiscalização de qualquer Art. 247 Nos casos de indenização à Fazenda Esta-
-1
XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para só vez, a importância do prejuízo causado em vir-
.2
para lograr, direta ou indiretamente, qualquer pro- efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
.8
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer rior, a importância da indenização poderá ser
-4
Art. 244 É vedado ao funcionário trabalhar sob as excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor
pr
salvo quando se tratar de função de confiança Parágrafo único. No caso do item IV do parágra-
pr
e livre escolha, não podendo exceder a 2 (dois) o fo único do art. 245, não tendo havido má-fé, será
número de auxiliares nessas condições. aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a
DIREITO ADMINISTRATIVO
de suspensão.
Das Responsabilidades
Disciplina o referido texto legal que, uma vez com-
Sobre o capítulo “Das Responsabilidades”, o Esta- provado que o funcionário público, efetivamente,
tuto apresenta o que a doutrina gosta de denominar realizou gastos extraordinários para a aquisição de
tríplice responsabilidade dos servidores públicos. materiais em desacordo com a legislação, ele deverá
Ela é tríplice porque o servidor responde civil, penal e ressarcir os cofres públicos com o próprio patrimônio.
administrativamente pelo exercício irregular de suas Trata-se, pois, de responsabilidade na esfera civil, pois
atribuições. a natureza da condenação é puramente indenizatória.
O art. 245 trata da responsabilidade civil: Vale ressaltar que a apuração de condutas transgres-
soras é feita por meio de Processo Administrativo
Art. 245 O funcionário é responsável por todos os Disciplinar.
prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Outra hipótese tratada pelo referido Estatuto
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. diz respeito ao servidor que delega suas funções e 287
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competências a terceiros, isto é, pessoas estranhas, que não integram os Quadros da Administração Pública. Essa
hipótese está prevista no art. 249:
Art. 249 Será igualmente responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, regu-
lamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem
ou aos seus subordinados.
Cabe destacar que a responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil
ou criminal que couber, nem do pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248,
nem do exame da pena disciplinar em que incorrer. Vejamos a íntegra do art. 250:
Art. 250 A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no
caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena
disciplinar em que incorrer.
§ 1º A responsabilidade administrativa é independente da civil e da criminal.
§ 2º Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas, o servi-
dor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que negue a existência
de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão.
§ 3º O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial por despacho motivado da
autoridade competente para aplicar a pena.
Um ponto importante que é cobrado com muita frequência em provas diz respeito ao fato de a responsabilida-
de administrativa ser independente da civil e da criminal. As três esferas de responsabilidade são independentes
e não se comunicam entre si.
Há, contudo, uma importante exceção a essa regra: o servidor não pode se responsabilizar na esfera adminis-
trativa ou civil quando restar comprovado que não praticou um crime, ou quando tenha sido negada a sua autoria
em matéria penal.
Esquematicamente, podemos dividir na tabela a seguir as três esferas de responsabilidade, destacando-se sua
natureza, os tipos de sanções que são impostas e a possibilidade de elas se comunicarem entre si:
RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CRIMINAL
ADMINISTRATIVA
Por fim, é importante conhecer todas as sanções disciplinares, dispostas no art. 251, sendo aplicáveis aos
.8
funcionários que ou deixam de cumprir um de seus deveres, ou cometem uma das proibições também dispostas
32
no Estatuto.
-4
u
I - repreensão;
u
II - suspensão;
pr
III - multa;
IV - demissão;
V - demissão a bem do serviço público; e
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Antes de estudarmos cada uma dessas penalidades, é importante ressaltar que a sua aplicação deve seguir
alguns critérios bastante subjetivos. É isso o que dispõe o texto do art. 252:
Art. 252 Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os
danos que dela provierem para o serviço público.
A ideia é que as infrações mais graves, que ensejarem maiores prejuízos para a Administração, devem ser
punidas com sanções mais rigorosas. Dentre as sanções aplicáveis, vale lembrar que a pena de repreensão será
aplicada por escrito. Vejamos a literalidade da lei:
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Art. 253 A pena de repreensão será aplicada por II - praticar ato definido como crime contra a admi-
escrito, nos casos de indisciplina ou falta de nistração pública, a fé pública e a Fazenda Esta-
cumprimento dos deveres. dual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à
defesa nacional;
A pena de suspensão, a qual não pode exceder a III - revelar segredos de que tenha conhecimento
90 dias, será aplicada em caso de falta grave ou de em razão do cargo, desde que o faça dolosamente e
reincidência. Vejamos: com prejuízo para o Estado ou particulares;
IV - praticar insubordinação grave;
Art. 254 A pena de suspensão, que não excederá V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcio-
de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de fal- nários ou particulares, salvo se em legítima defesa;
ta grave ou de reincidência. VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
§ 1º O funcionário suspenso perderá todas as van- VII - receber ou solicitar propinas, comissões, pre-
tagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. sentes ou vantagens de qualquer espécie, direta-
§ 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão mente ou por intermédio de outrem, ainda que fora
poderá converter essa penalidade em multa, na de suas funções mas em razão delas;
base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de venci- VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quais-
mento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse quer valores a pessoas que tratem de interesses ou
caso, obrigado a permanecer em serviço. o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua
fiscalização;
IX - exercer advocacia administrativa; e
A pena de multa está prevista no art. 255, porém,
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria
tal dispositivo apenas menciona que a multa será apli-
de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade
cada na forma e nos casos expressamente previstos
civil e de procedimento criminal, que no caso couber.
em lei ou regulamento. Um desses casos é a hipótese XI - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
de conversão da pena de suspensão. tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e terrorismo;
Art. 255 A pena de multa será aplicada na forma XII - praticar ato definido como crime contra o Sis-
e nos casos expressamente previstos em lei ou tema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de
regulamento. bens, direitos ou valores;
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade.
A pena de demissão, prevista no art. 256, é uma
das sanções mais graves, porque enseja o desligamen- Como se pode depreender da leitura do dispositivo, a
to forçado do servidor. Não se confunde com a exone- demissão a bem do serviço público apresenta hipóteses
ração, pois esta não tem caráter de sanção, podendo mais graves e que não se relacionam com o exercício da
até mesmo ser requerida a pedido do próprio servidor. função pública. Mesmo assim, é do interesse público que
esse agente seja desligado de seu cargo, pois claramente
Art. 256 Será aplicada a pena de demissão nos se mostra incompatível com o mesmo.
casos de:
I - abandono de cargo; Art. 258 O ato que demitir o funcionário menciona-
II - procedimento irregular, de natureza grave; rá sempre a disposição legal em que se fundamenta.
III - ineficiência no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e
O ato que demitir o funcionário mencionará sem-
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamen- pre a disposição legal em que se fundamenta, con-
0
teses de demissão simples: ao pegar a primeira ou disponibilidade nos casos previstos no art. 259.
Vejamos:
-4
Abandono de cargo
aposentadoria ou disponibilidade, se ficar pro-
u
Procedimento irregular
pr
Art. 257 Será aplicada a pena de demissão a bem Art. 260 [...]
do serviço público ao funcionário que: I - o Governador;
I - for convencido de incontinência pública e escan- II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do
dalosa e de vício de jogos proibidos; Estado e os Superintendentes de Autarquia; 289
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III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; prejuízo ao erário, na medida em que realizou opera-
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada ção financeira sem observância das normas legais e
a 60 (sessenta) dias; e regulamentares.
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de
suspensão limitada a 30 (trinta) dias. Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrati-
va (Lei nº 8.429/1992, com as alterações introduzidas
O art. 261 trata de algo também bastante importan- pela Lei nº 14.230/2021), José:
te, que é a prescrição da punibilidade, ou prescrição
do direito de exercer o poder disciplinar. Extingue-se a) praticou ato de improbidade administrativa, por
a punibilidade pela prescrição: expressa previsão legal, visto que ocorreu efetivo dano
ao erário, que deve ser objeto de ressarcimento, assim
Art. 261 [...] como devem ser aplicadas as demais sanções previs-
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão tas no Art. 12 daquela lei;
ou multa, em 2 (dois) anos; b) não praticou ato de improbidade administrativa, pois,
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão apesar de ter causado prejuízo ao erário, não restou
a bem do serviço público e de cassação da aposen- provado, de forma cumulativa, enriquecimento ilícito
tadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; ou violação dos princípios da administração pública
III - da falta prevista em lei como infração penal, no
por parte de José, ainda que de forma culposa;
prazo de prescrição em abstrato da pena criminal,
c) não praticou ato de improbidade administrativa, por
se for superior a 5 (cinco) anos.
falta de tipicidade prevista nos Arts. 9º, 10 e 11 da cita-
da lei, sendo irrelevante o fato de sua conduta ter sido
Por fim, o texto do art. 262 faz referência à hipótese
culposa ou dolosa, visto que ocorreu dano ao erário;
na qual o funcionário público, quando obrigado a cum-
d) não praticou ato de improbidade administrativa, pois
prir uma exigência, se recusa ou deixa de cumpri-la no
para tal é imprescindível que a conduta seja dolosa,
prazo determinado. A sanção, nesses casos, será de sus-
assim entendida como aquela praticada com vontade
pensão do pagamento do vencimento do funcionário até
livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipifi-
que ele cumpra com a referida exigência. Essa é uma
cado nos Arts. 9º, 10 e 11 da citada lei, não bastando
sanção aplicável também ao servidor aposentado, sendo
a voluntariedade do agente;
suspensa a percepção de seus proventos.
e) praticou ato de improbidade administrativa, pois o
mero exercício da função ou desempenho de compe-
Art. 262 O funcionário que, sem justa causa,
tências públicas que causar dano ao erário, indepen-
deixar de atender a qualquer exigência para
dentemente de comprovação de ato doloso com fim
cujo cumprimento seja marcado prazo certo, terá
suspenso o pagamento de seu vencimento ou ilícito, constitui ato de improbidade, pelo princípio da
remuneração até que satisfaça essa exigência. indisponibilidade do erário.
Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados ou em
disponibilidade o disposto neste artigo. 3. (FGV — 2022) Em janeiro de 2022, João, agente públi-
Art. 263 Deverão constar do assentamento indivi- co federal, no exercício da função pública, concedeu
dual do funcionário todas as penas que lhe forem benefício administrativo à sociedade empresária Alfa,
impostas. sem a observância das formalidades legais e regula-
mentares aplicáveis à espécie. O Ministério Público
Federal instaurou inquérito civil para apurar eventual
prática de ato de improbidade administrativa e João
HORA DE PRATICAR!
0
1. (FGV — 2022) J.J. desejava ser nomeado para o cargo benefício administrativo decorreu de divergência inter-
.2
bunal de Contas, em razão do exercício de um cargo nistrativa (Lei nº 8.429/1992, com as alterações introdu-
zidas pela Lei nº 14.230/2021), é correto afirmar que:
-4
À luz dos balizamentos estabelecidos na Lei nº 7. (FGV — 2022) Durante o ano de 2022, João, técnico
8.429/1992, Inês foi corretamente esclarecida no sen- judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
tido de que a pessoa jurídica dos Territórios, dolosamente, utilizou, em serviço par-
ticular de entrega de refeições consistentes em mar-
a) somente pode figurar como terceiro caso tenha concor- mitas fitness produzidas e vendidas por sua esposa,
rido ou se beneficiado do ato, não como sujeito ativo. o trabalho de terceiros contratados pelo TJDFT. João
b) somente pode figurar como sujeito ativo, em caráter pedia aos estagiários lotados na Vara onde trabalha
sequencial, caso um dos seus dirigentes seja previa- que fizessem as entregas das marmitas, no horário de
mente condenado pela prática do ato. expediente, em troca de eventuais gorjetas que rece-
c) pode figurar como sujeito ativo, desde que solicitada e bessem dos consumidores.
deferida a desconsideração inversa da personalidade jurí-
dica, considerando o ato praticado pelo seu sujeito ativo. De acordo com a legislação de regência, em tese, João
d) pode figurar como sujeito ativo se recebeu recursos praticou:
de origem pública, ao celebrar, com a administração
pública, convênio, contrato de repasse, contrato de a) ato de improbidade administrativa que importou enri-
gestão ou ajuste equivalente. quecimento ilícito;
e) sempre figurará como sujeito ativo do ato quando tiver b) infração ética, mas não cometeu ato de improbidade
celebrado contrato administrativo com a administra- administrativa, pois não houve efetivo dano ao erário;
ção pública ou mesmo ajuste que caracterize conver- c) ato de improbidade administrativa que causou prejuízo
gência de interesses entre ambos. ao erário, ainda que sua conduta tivesse sido culposa;
d) infração disciplinar, mas não cometeu ato de improbida-
5. (FGV — 2022) De acordo com a Lei nº 8.429/1992, a de administrativa, pois não houve efetivo dano ao erário;
doutrina e a jurisprudência, em matéria de quem pode e) infrações ética e disciplinar, mas não cometeu ato de
ser considerado sujeito ativo do ato de improbidade improbidade administrativa, pela falta de tipicidade, dian-
administrativa, é correto afirmar que te das alterações promovidas na Lei de Improbidade.
a) os sócios, os cotistas, os diretores e os colaborado- 8. (FGV — 2022) Em junho de 2022, Carla, servidora públi-
res de pessoa jurídica de direito privado respondem ca ocupante do cargo efetivo de contador/distribuidor
necessariamente pelo ato de improbidade que venha a do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, no exercício
ser imputado à pessoa jurídica a que estão vinculados. de suas funções, de forma dolosa, recebeu vantagem
b) além dos agentes públicos, particulares também podem econômica consistente no valor de trinta mil reais em
responder por improbidade, quando induzirem ou concor- dinheiro, para fazer declaração falsa sobre dados téc-
0
rerem dolosamente para a prática do ato de improbidade. nicos que envolvem obra pública e serviço de enge-
-1
78
c) as sanções da Lei de Improbidade necessariamente se nharia de reforma do prédio do fórum central, referente
aplicam à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade a contrato administrativo em curso.
.2
73
à administração pública de que trata a Lei Anticorrupção. De acordo com a atual redação da Lei de Improbidade
32
neração, mandato, cargo, emprego ou função pública. enriquecimento ilícito, entre cujas sanções está a perda
e) configura improbidade a ação ou omissão de agente dos valores acrescidos ilicitamente a seu patrimônio;
u
pr
público decorrente de divergência interpretativa da lei, b) praticou ato de improbidade administrativa que atentou
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, contra os princípios da administração pública, entre cujas
DIREITO ADMINISTRATIVO
mesmo que não venha a ser posteriormente prevale- sanções está a cassação dos direitos políticos;
cente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tri- c) praticou ato de improbidade administrativa que causou
bunais do Poder Judiciário. prejuízo ao erário, entre cujas sanções está o pagamento
de multa civil no valor do dobro de sua remuneração;
6. (FGV — 2019) Pedro, servidor público do Município d) não praticou ato de improbidade administrativa, por
Beta, foi acusado, pelo referido Município, de ter vio- falta de expressa previsão legal, mas deve ser respon-
lado o seu dever legal de sigilo. O polo passivo da sabilizada nas esferas administrativa e criminal;
relação processual foi igualmente ocupado por José, e) não praticou ato de improbidade administrativa, salvo se
particular que o teria auxiliado e se beneficiado da tiver efetivamente feito a declaração falsa e, em razão dis-
quebra de sigilo. O Juiz de Direito, ao proferir a sua so, advindo efetivo dano ao Tribunal de Justiça.
sentença, decidiu inexistir qualquer prova de que
Pedro praticara o ato ilícito. Por outro lado, as provas 9. (FGV — 2018) Paulo da Silva, servidor público, casado
em relação a José eram irrefutáveis, pois ele efetiva- com 3 filhos menores, tem vencimentos da ordem de
mente teve acesso à informação sigilosa. R$ 10.000,00. Após 4 anos de sua posse, ele tem um 291
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invejável patrimônio: um apartamento com vista para o vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
mar e carro importado, bem como casa de praia e lancha. gravidade da infração.
Nesse caso, 12. (FGV — 2022) Em março de 2022, José, analista judiciário
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios,
a) há presunção absoluta da prática de ato de improbi- de forma dolosa, no exercício da função, revelou fato de
dade administrativa, não sendo necessário provar a que tinha ciência em razão das atribuições e que devia
prática de fato ilícito antecedente. permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por
b) é necessário comprovar o fato antecedente, tal como informação privilegiada e, ainda, colocando em risco a
corrupção passiva, para se concluir pela improbidade segurança da sociedade e do Estado.
administrativa.
c) há presunção relativa de ato de improbidade adminis- De acordo com a atual redação da Lei nº 8.429/1992,
trativa, que pode ser elidida pela comprovação da ori- José praticou ato de improbidade administrativa e,
gem legítima dos bens. após o devido processo legal, está sujeito às seguin-
d) é indispensável provar o fato ilícito antecedente, sob tes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
pena de se permitir a prática de arbitrariedades no ser- cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
viço público.
e) o aumento significativo do patrimônio de um funcio- a) pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da
nário público, que excede sua renda declarada, é fato remuneração percebida pelo agente e proibição de
ilícito penal e administrativo. contratar com o poder público ou de receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
10. (FGV — 2018) O Ministério Público recebeu informa- indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
ções de que determinado agente público teve evolu- jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
ção patrimonial incompatível com a sua renda. superior a quatro anos;
b) perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
Considerando a tipologia dos atos de improbidade cos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de
administrativa, prevista nos artigos 9º, 10, 10-A e 11 até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar que essa conduta agente e proibição de contratar com o poder público
pode ser enquadrada como ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
a) violação aos princípios regentes da atividade estatal. de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
b) dano ao patrimônio público. prazo de cinco anos;
c) excessiva exação tributária. c) perda da função pública, pagamento de multa civil de
d) enriquecimento ilícito. até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo
e) infração disciplinar. agente e proibição de contratar com o poder público
ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
11. (FGV — 2022) Em janeiro de 2022, o policial civil João, tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermé-
do Estado Alfa, de forma dolosa, a fim de obter pro- dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
veito ou benefício indevido para outra pessoa, revelou pelo prazo não superior a quatro anos;
fato de que tinha ciência em razão das suas atribui- d) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
ções e que devia permanecer em segredo, propiciando patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
beneficiamento a terceiro por informação privilegiada. função pública, suspensão dos direitos políticos até
0
-1
Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa valor do dano e proibição de contratar com o poder
.2
(com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/21), público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
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João praticou ato de improbidade administrativa que ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
.8
atentou contra os princípios da Administração Pública intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majo-
32
(Art. 11 da Lei nº 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública ritário, pelo prazo não superior a doze anos;
-4
por ato de improbidade administrativa, o policial e) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da fun-
u
pr
a) não está sujeito a perda da função pública, por ausên- ção pública, suspensão dos direitos políticos até catorze
u
b) está sujeito a perda da função pública, que atinge acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
qualquer vínculo existente entre o agente público e o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fis-
poder público no momento do trânsito em julgado da cais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
sentença. intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritá-
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qual- rio, pelo prazo não superior a catorze anos.
quer vínculo existente entre o agente público e o poder
público no momento em que for prolatada a sentença. 13.
(FGV — 2022) A Lei de Improbidade Administra-
d) está sujeito a perda da função pública, que atinge ape- tiva sofreu substanciais alterações pela Lei nº
nas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o 14.230/2021, de maneira a, por um lado, normatizar
agente público detinha com o poder público na época entendimentos já consolidados e, por outro, modificar
do cometimento da infração. o regime jurídico em relação à tipificação dos atos de
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge ape- improbidade, procedimentos, sanções etc.
nas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o
agente público detinha com o poder público na épo- Nesse contexto, em matéria de aplicação das sanções
ca do cometimento da infração, podendo o magistra- previstas na Lei de Improbidade, a atual redação legal
292 do, em caráter excepcional, estendê-la aos demais é no sentido de que
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a) as sanções previstas na lei deverão ser executadas após e) É vedada, após o ajuizamento da ação, a celebração
a sentença condenatória, exceto a perda da função públi- de acordo de não persecução cível, diante da indis-
ca, pois os recursos não possuem efeito suspensivo. ponibilidade do objeto da ação e de sua natureza de
b) a sanção de proibição de contratação com o poder públi- direito sancionador.
co não poderá constar do Cadastro Nacional de Empre-
sas Inidôneas e Suspensas previsto na Lei Anticorrupção.
c) a sanção de suspensão dos direitos políticos deve ter
9 GABARITO
seu prazo contado, computando-se, retroativamente, o
intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trân- 1 A
sito em julgado da sentença condenatória.
d) as sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base 2 D
na Lei de Improbidade e na Lei Anticorrupção não
3 E
deverão observar o princípio do non bis in idem, pela
independência das instâncias. 4 D
e) a sanção de proibição de contratação com o poder públi-
co deve, em regra, extrapolar o ente público lesado pelo 5 B
ato de improbidade, observada a responsabilidade pelos
6 C
impactos econômicos e sociais das sanções.
7 A
14. (FGV — 2019) A Lei nº 8.429/92 tipifica os atos con-
siderados de improbidade administrativa e determina 8 A
que, independentemente das sanções penais, civis e
9 C
administrativas previstas na legislação específica, o
responsável pelo ato de improbidade está sujeito a 10 D
diversas sanções previstas naquela lei.
11 A
Nesse contexto, as cominações decorrentes da prática de 12 A
ato de improbidade devem ser aplicadas pela autoridade:
13 C
a) administrativa que presidir o processo administrativo
disciplinar, levando em consideração o princípio da 14 B
proporcionalidade, a gravidade do fato e o montante 15 D
do prejuízo ao erário;
b) judiciária, isolada ou cumulativamente, de acordo com
o princípio da proporcionalidade, levando em conta a
gravidade do fato, a extensão do dano causado e o
proveito patrimonial obtido pelo agente; ANOTAÇÕES
c) administrativa hierarquicamente acima daquela que
presidiu o processo administrativo disciplinar, levando
em consideração o princípio da proporcionalidade, a
gravidade do fato e o montante do prejuízo ao erário;
d) judiciária, e consistem no ressarcimento integral do dano,
0
-1
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-1
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.2
73
.8
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u
pr
u
pr
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Importante!
Somente haverá a duplicação na contagem caso
o prazo não esteja previsto especificamente
DIREITO PROCESSUAL para o MP “§ 2º Não se aplica o benefício da
contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
CIVIL forma expressa, prazo próprio para o Ministério
Público.”. Portanto, o prazo do art. 178 é exemplo
de prazo que não sofrerá duplicação.
Prevista na Constituição Federal como essencial à O processo se movimenta por impulso oficial, isto
função jurisdicional do Estado, é regida pelos princí- é, o órgão judiciário tem o dever de dar andamento ao
pios da unidade, da indivisibilidade e da independên- processo, uma vez iniciado. Para possibilitar isso, a lei
cia institucional, à instituição do Ministério Público estabelece prazos para a prática dos atos processuais.
é atribuído o dever de defesa da ordem jurídica, do Prazo é o lapso temporal (compreendido entre o
regime democrático e dos interesses sociais e indivi- termo inicial e o termo final) para a prática dos atos
duais indisponíveis (art. 127 da CF e art. 176 do CPC). processuais. Os prazos legais são estabelecidos pela
O Código de Processo Civil disciplina, em seu art. lei. Caso nem a lei nem o juiz estipulem o prazo, ele
178, que o MP intervirá, no prazo de 30 dias após inti- será de 5 dias para a prática do ato processual.
mado (prazo próprio – mais adiante será entendido o
porquê de especificar o tipo de prazo), como fiscal da
0
ordem jurídica quando a CF ou lei prever tal hipótese, prazos prescritos em lei.
78
ou ainda, quando os processos tiverem relação com: § 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os
.2
III - Litígios coletivos pela posse de terra rural ou § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determina-
urbana.
u
Parágrafo único - A participação da Fazenda Públi- prática de ato processual a cargo da parte.
u
ca não configura, por si só, hipótese de interven- § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado
pr
Como fiscal da ordem jurídica, o MP poderá pro- Em relação ao último parágrafo, temos o seguinte
duzir provas, requerer as medidas processuais per- exemplo: se a parte apresenta o recurso depois de pro
tinentes, bem como recorrer; além disso, deverá ser latada a sentença, mas antes de sua publicação oficial,
intimado de todos os atos do processo, obtendo vista o recurso será considerado tempestivo.
dos autos após as partes. Uma inovação trazida pelo CPC, de 2015, diz res-
Devido à alta demanda, o Ministério Pública goza peito à contagem de prazo somente em dias úteis (art.
das prerrogativas de prazo em dobro e intimação pes- 219), o que se aplica somente a prazos de natureza
soal para prática de atos processuais, consoante art. processual, não aos de natureza material.
180 do CPC:
Art. 219 Na contagem de prazo em dias, estabeleci-
Art. 180 O Ministério Público gozará de prazo em do por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os
dobro para manifestar-se nos autos, que terá início dias úteis.
a partir de sua intimação pessoal, nos termos do Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
art. 183, § 1º. somente aos prazos processuais. 295
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Como já mencionado, o Novo Código de Processo Porém, pode-se citar como exemplo a suspensão
Civil estabeleceu o instituto recesso forense, no perío- do processo pela morte de uma das partes, do seu
do compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janei- representante ou do seu procurador, suspensão por
ro, incluindo-se essas datas citadas como marco inicial convenção entre as partes, entre outras.
e marco final de contagem do período de recesso. No tocante aos “obstáculos” previstos no caput do
art. 221, do CPC, de 2015, podem ocorrer de diversas
Dica formas, desde um ato administrativo do respectivo
tribunal prevendo suspensão de prazo em um deter-
Enunciado 269 do Fórum Permanente de Pro- minado dia, até mesmo nos casos de encerramento do
cessualistas: “A suspensão de prazos de 20 de expediente forense antes do horário legal (em razão
dezembro a 20 de janeiro é aplicável aos Juiza- de chuva, ausência energia elétrica, algum evento na
dos Especiais”. comarca, entre outros fatos geradores).
Nesses casos, o prazo deve ser restituído não na
Apesar do significativo período de recesso forense, sua integralidade, mas na proporção do que faltava
o § 1º, do art. 220, deixa claro que mesmo neste perío- para seu encerramento. É o que dispõe o caput do art.
do todos os sujeitos do processo poderão exercer suas 221, do CPC, de 2015.
funções normalmente, ressalvadas as hipóteses de
férias individuais. Portanto, membros do Ministério Art. 222 Na comarca, seção ou subseção judiciária
Público, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública, onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorro-
Juízes e Auxiliares da Justiça não deixarão de exercer gar os prazos por até 2 (dois) meses.
suas funções. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
Veja a redação do art. 220, do CPC, de 2015. sem anuência das partes.
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto
Art. 220 Suspende-se o curso do prazo processual no caput para prorrogação de prazos poderá ser
nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 excedido.
de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados O Novo Código de Processo Civil também inovou
instituídos por lei, os juízes, os membros do Minis- ao incluir as “sessões ou subseções judiciárias” ao
tério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia lado das “comarcas”, denominações utilizadas respec-
Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas tivamente na Justiça Federal e na Justiça Estadual.
atribuições durante o período previsto no caput. Tem-se, portanto, a exclusão de qualquer dúvida
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realiza- em relação à aplicabilidade da norma do art. 222, do
rão audiências nem sessões de julgamento. CPC, de 2015, no âmbito da Justiça Federal, pois há
previsão expressa.
O ato processual praticado durante o recesso Dessa forma, a literalidade do caput do art. 222 é
forense considera-se realizado no primeiro dia útil, bem clara ao versar que, nos locais de difícil transpor-
que não será incluso na contagem do prazo. STJ, AgRg te, o juiz poderá prorrogar por até 2 (dois) meses os
no AREsp 23.139/MA. prazos, podendo exceder este limite, em caso de cala-
midade pública (§ 2º, do art. 222).
Art. 221 Suspende-se o curso do prazo por obstá- Todavia, não poderá o magistrado reduzir os pra-
culo criado em detrimento da parte ou ocorrendo zos peremptórios sem anuência das partes (§ 1º, do
qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo art. 222). Este dispositivo prestigia o negócio jurídico
0
ser restituído por tempo igual ao que faltava para processual (art. 190, do CPC, de 2015) com possibili-
-1
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante do CPC, de 2015), que confere maior independência
.2
a execução de programa instituído pelo Poder Judi- às partes na definição das regras procedimentais de
73
ciário para promover a autocomposição, incum- ações que versem sobre direitos disponíveis.
.8
bindo aos tribunais especificar, com antecedência, O caput do art. 223, do CPC, de 2015, revela a hipó-
32
a duração dos trabalhos. tese de preclusão temporal, ou seja, aquela que ocor-
-4
Avançando, o art. 221, do CPC, de 2015, também previsto, sem que houvesse manifestação da parte ou
pr
trata da suspensão de prazos, autorizando a suspen- com sua manifestação posterior (intempestiva).
u
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da Art. 229 Os litisconsortes que tiverem diferentes
-1
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro tos, terão prazos contados em dobro para todas as
.2
dia útil que seguir ao da publicação. suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
73
independentemente de requerimento.
.8
Art. 225 A parte poderá renunciar ao prazo esta- da intimação, ou, ainda, da notificação.
belecido exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.
Art. 230 O prazo para a parte, o procurador, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Minis-
Os prazos podem ser classificados da seguinte tério Público será contado da citação, da intimação
forma: ou da notificação.
z Peremptórios: são imperativos e não admitem A contagem do prazo respeita o art. 231, do CPC,
prorrogação. Exemplos: contestar, recorrer; que assim estabelece:
z Dilatórios: admitem prorrogação;
z Próprios: das partes, sujeitos à preclusão; Art. 231 Salvo disposição em sentido diverso, con-
z Impróprios: do juiz e seus auxiliares. sidera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebi-
Nessa última hipótese, veja-se o disposto no art. mento, quando a citação ou a intimação for pelo
226, do CPC: correio; 297
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - a data de juntada aos autos do mandado cum- Trata o art. 232, do CPC, de 2015, de ato de coopera-
prido, quando a citação ou a intimação for por ofi- ção na jurisdição que permeia o CPC, de 2015, em que
cial de justiça; juízos de diferentes localidades (Juiz do Rio de Janei-
III - a data de ocorrência da citação ou da intima- ro x Juiz de São Paulo, por exemplo) e de diferentes
ção, quando ela se der por ato do escrivão ou do esferas do Poder Judiciário (Justiça Federal x Justiça
chefe de secretaria; Estadual, por exemplo) cooperam entre si, através de
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo atos de comunicação, como carta precatória ou carta
juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
de ordem, no âmbito da cooperação jurídica nacional.
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da
intimação ou ao término do prazo para que a consulta
se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
VI - a data de juntada do comunicado de que trata
o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada Os seguintes artigos tratam da verificação dos
da carta aos autos de origem devidamente cumpri- excessos de prazos e das suas penalidades, dos ser-
da, quando a citação ou a intimação se realizar em ventuários e daqueles que possuem capacidade pos-
cumprimento de carta; tulatória. Essas verificações são necessárias para o fiel
VII - a data de publicação, quando a intimação se cumprimento de normas fundamentais do processo
der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; civil, como a garantia da razoável duração do proces-
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por so (art. 4º, do CPC, de 2015) e a observância do modelo
meio da retirada dos autos, em carga, do cartório de processo civil cooperativo (art. 6º, do CPC, de 2015).
ou da secretaria. O art. 6º, do CPC, de 2015, versa claramente que
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do come- “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
ço do prazo para contestar corresponderá à última si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de
das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
mérito justa e efetiva”. Portanto, não somente advo-
gados, defensores públicos e membros do Ministério
A forma de computar o prazo está estabelecida no Público, devem cumprir seus respectivos prazos, mas
art. 224, do CPC, dispondo que, em regra, os prazos o Juiz e os auxiliares da justiça também.
serão contados excluindo o dia do começo e incluindo
o dia do vencimento, não se iniciando ou encerrando Art. 233 Incumbe ao juiz verificar se o serventuário
em dia não útil. excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabeleci-
dos em lei.
Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos § 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instau-
serão contados excluindo o dia do começo e incluin- ração de processo administrativo, na forma da lei.
do o dia do vencimento. § 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo Defensoria Pública poderá representar ao juiz con-
serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, tra o serventuário que injustificadamente exceder
se coincidirem com dia em que o expediente forense os prazos previstos em lei.
for encerrado antes ou iniciado depois da hora nor-
mal ou houver indisponibilidade da comunicação O art. 233, do CPC, de 2015, atribui a incumbên-
eletrônica.
cia originária de verificar os prazos ao Juiz (caput do
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri-
art. 233), o que revela ser um dos seus deveres como
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
informação no Diário da Justiça eletrônico.
Magistrado, na forma do inciso II, art. 139, do CPC, de
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro 2015, e na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, em
0
prazo, contemplando alguma das hipóteses do art. 231, Defensoria Pública (§ 2º, do art. 233).
.8
como a juntada do mandado, se deu em 08/03/2021. Em caso de constatação de falta do servidor, o Juiz
32
prazo se dará no próximo dia útil seguinte, 09/03/2021, vo, em face do servidor responsável, conforme precei-
tua o § 1º, do art. 233, do CPC, de 2015.
u
◄ ABRIL
pr
Ocorrida a infração de não devolução, pode qual- A literalidade do caput do art. 235, do CPC, de 2015,
quer interessado (Juiz, servidores, a parte adversa, possibilita que qualquer parte, Ministério Público ou
terceiros interessados) exigir a restituição dos autos Defensoria Pública possa representar Juiz ou Relator
do processo — § 1º, do art. 234, do CPC, de 2015. Após, que, injustificadamente, exceder os prazos previstos
o Juiz determinará a intimação do infrator para resti- em lei (art. 226, do CPC, de 2015, por exemplo) ou os
tuir os autos em até 3 (três) dias, sob pena de perder o prazos previstos em regulamento ou regimento inter-
direito de vista fora do cartório e incorrer em multa. no do respectivo tribunal.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à contraditório pleno por 15 (quinze) dias — § 1º, do art.
78
O art. 2º, da referida Lei, elenca o rol de princípios Nos procedimentos de mediação, as partes pode-
que orientam a mediação, vejamos: rão ser assistidas por advogados ou defensores públi-
cos, nos moldes do art. 10 e seu parágrafo único.
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes
princípios: Art. 10 As partes poderão ser assistidas por advo-
I - imparcialidade do mediador; gados ou defensores públicos.
II - isonomia entre as partes; Parágrafo único. Comparecendo uma das partes
III - oralidade; acompanhada de advogado ou defensor público, o
IV - informalidade;
0
VI - busca do consenso;
.2
VIII - boa-fé.
.8
Ninguém é obrigado a permanecer em um proce- aqueles que poderão atuar como mediadores judiciais.
-4
comparecer à primeira reunião (§§ 1º e 2º, do art. 2°). soa capaz, graduada há pelo menos dois anos em
u
Parágrafo único. O termo final de mediação, na ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o
.2
hipótese de celebração de acordo, constitui título implemento dessa condição (art. 23).
73
Da Mediação Extrajudicial
mento de direito (parágrafo único, do art. 23).
u
pr
z Documento preparado unicamente para os fins do suspensão da prescrição deverá observar o dis-
78
arbitral ou judicial e não está abrigada pela regra de nistração pública federal direta, suas autarquias e
u
confidencialidade a informação relativa à ocorrência fundações poderão ser objeto de transação por ade-
pr
A autocomposição de conflitos também pode ser Os parágrafos que compõe o art. 35 também tra-
realizada nos casos que envolvam pessoa jurídica de zem informações importantíssimas quanto à transa-
direito pública. A Lei nº 13.140, de 2015, a partir de seu ção por adesão da Administração Pública.
art. 32, elenca a regulamentação específica. Vejamos:
Art. 35 [...]
Art. 32 A União, os Estados, o Distrito Federal e os § 1º Os requisitos e as condições da transação por
Municípios poderão criar câmaras de prevenção e adesão serão definidos em resolução administrati-
302 resolução administrativa de conflitos, no âmbito va própria.
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§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá
juntar prova de atendimento aos requisitos e às con- RESOLUÇÃO Nº 118, DE 1º DE
dições estabelecidos na resolução administrativa. DEZEMBRO DE 2014, DO CNMP
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e
será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente Capítulo I – Da Política Nacional de Incentivo
habilitados mediante pedido de adesão, ainda que à Autocomposição no Âmbito do Ministério
solucione apenas parte da controvérsia. Público
§ 4º A adesão implicará renúncia do interessado
ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou
Art. 1º Fica instituída a POLÍTICA NACIONAL DE
o recurso, eventualmente pendentes, de nature-
INCENTIVO À AUTOCOMPOSIÇÃO NO ÂMBITO DO
za administrativa ou judicial, no que tange aos
MINISTÉRIO PÚBLICO, com o objetivo de assegurar a
pontos compreendidos pelo objeto da resolução
promoção da justiça e a máxima efetividade dos direi-
administrativa.
tos e interesses que envolvem a atuação da Instituição.
§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial
Parágrafo único. Ao Ministério Público brasilei-
inaugurado por ação coletiva, a renúncia ao direi-
ro incumbe implementar e adotar mecanismos de
to sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser
autocomposição, como a negociação, a mediação,
expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa.
a conciliação, o processo restaurativo e as conven-
§ 6º A formalização de resolução administrativa
ções processuais, bem assim prestar atendimento e
destinada à transação por adesão não implica a
orientação ao cidadão sobre tais mecanismos.
renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção
Art. 2º Na implementação da Política Nacional des-
ou suspensão.
crita no artigo 1º, com vista à boa qualidade dos
serviços, à disseminação da cultura de pacificação,
No caso de conflitos que envolvam controvérsia à redução da litigiosidade, à satisfação social, ao
jurídica entre órgãos ou entidades de direito públi- empoderamento social e ao estímulo de soluções
co que integram a administração pública federal, a consensuais, serão observados:
Advocacia-Geral da União deverá realizar composição I – a formação e o treinamento de membros e, no
extrajudicial do conflito, observados os procedimentos que for cabível, de servidores;
previstos em ato do Advogado-Geral da União (art. 36). II – o acompanhamento estatístico específico que con-
Da mesma maneira, o art. 37 diz que é facultado aos sidere o resultado da atuação institucional na resolu-
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas autar- ção das controvérsias e conflitos para cuja resolução
quias e fundações públicas, bem como às empresas possam contribuir seus membros e servidores;
públicas e sociedades de economia mista federais, sub- III – a revisão periódica e o aperfeiçoamento da
meter seus litígios com órgãos ou entidades da adminis- Política Nacional e dos seus respectivos programas;
tração pública federal à Advocacia-Geral da União, para IV – a valorização do protagonismo institucional
fins de composição extrajudicial do conflito. na obtenção de resultados socialmente relevantes
que promovam a justiça de modo célere e efetivo.
Os servidores e empregados públicos que parti-
Art. 3º O Conselho Nacional do Ministério Público,
ciparem do processo de composição extrajudicial do
com as unidades e ramos dos Ministérios Públicos,
conflito somente poderão ser responsabilizados civil,
promoverá a organização dos mecanismos mencio-
administrativa ou criminalmente quando, median- nados no art. 1º.
te dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem
patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua
A Resolução CNMP nº 118, de 2014, que instituiu a
recepção por terceiro, ou para tal concorrerem, nos
Política Nacional de Incentivo à Autocomposição no
termos do art. 40.
âmbito do Ministério Público, disciplinou que o Minis-
0
-1
alguns artigos importantes contidos das Disposições e orientação ao cidadão sobre tais mecanismos.
32
Finais da Lei nº 13.140, de 2015, a seguir: Essa medida veio como uma forma de expandir
-4
liação, no âmbito do Ministério da Justiça, poderá resolução apareceu, também, como forma de propor-
criar banco de dados sobre boas práticas em media-
u
instituições de mediação.
Art. 42 Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras individuais e sociais, tal qual determina o disposto no
formas consensuais de resolução de conflitos, tais art. 127, da Constituição Federal, de 1988.
como mediações comunitárias e escolares, e àque- Desta forma, entendendo que as formas de reso-
las levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, lução consensual dos conflitos são de tendência mun-
desde que no âmbito de suas competências. dial, advindas de uma cultura de diálogo crescente,
Parágrafo único. A mediação nas relações de traba- houve a necessidade de se consolidar, no âmbito
lho será regulada por lei própria. do Ministério Público, uma política permanente de
Art. 43 Os órgãos e entidades da administração incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos de
pública poderão criar câmaras para a resolução de autocomposição.
conflitos entre particulares, que versem sobre ativi- À vista disso, considerando que as práticas de pro-
dades por eles reguladas ou supervisionadas. cedimentos restaurativos, além de convenções pro-
cessuais, são formas de pacificação social e prevenção
de litígios, podemos dizer que estas reduzem a judi-
cialização de conflitos com a consequente resolução e
satisfação dos que estão envolvidos. 303
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Capítulo II – Das Atribuições do Conselho V – a inclusão, no conteúdo dos concursos de ingresso
Nacional do Ministério Público e do Ministério na carreira do Ministério Público e de servidores, dos
Público Brasileiro meios autocompositivos de conflitos e controvérsias;
VI – a manutenção de cadastro de mediadores e
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional do Minis- facilitadores voluntários, que atuem no Ministério
tério Público fomentar e implementar, com a Público, na aplicação dos mecanismos de autocom-
participação de todas as unidades e ramos do posição dos conflitos.
Ministério Público, os programas e ações de incen- VII – a criação de Núcleos Permanentes de Incen-
tivo à autocomposição. tivo à Autocomposição, compostos por membros,
Art. 5º O Conselho Nacional do Ministério Públi- cuja coordenação será atribuída, preferencial-
co tem, entre outras funções, o objetivo de avaliar, mente, aos profissionais atuantes na área, com as
debater e propor medidas administrativas, refor- seguintes atribuições, entre outras:
mas normativas e projetos que incentivem a reso- a) propor à Administração Superior da respecti-
lução autocompositiva extrajudicial ou judicial va unidade ou ramo do Ministério Público ações
consensual de conflitos e controvérsias no âmbito voltadas ao cumprimento da Política Nacional de
do Ministério Público. Incentivo à autocomposição no âmbito do Ministé-
rio Público;
b) atuar na interlocução com outros Ministérios
O Ministério Público, por ser instituição perma-
Públicos e com parceiros;
nente, precisa assegurar uma das garantias funda-
c) propor à Administração Superior da respectiva
mentais: o acesso à justiça. unidade ou ramo do Ministério Público a realiza-
De acordo com o que dispõem os arts. 127 e 128, da ção de convênios e parcerias para atender aos fins
CF, de 1988, ao Ministério Público, incumbe a defesa desta Resolução;
da ordem jurídica, do regime democrático e dos inte- d) estimular programas de negociação e mediação
resses individuais indisponíveis. Essas funções são comunitária, escolar e sanitária, dentre outras.
essenciais à efetiva promoção da justiça, e, justamente § 1º A criação dos Núcleos a que se refere o inciso
por isso, são asseguradas constitucionalmente. VII deste artigo e sua composição deverão ser infor-
Dessa forma, é dever do Ministério Público, como madas ao Conselho Nacional do Ministério Público.
parte essencial da justiça, fazer com que se fomente e se § 2º As unidades e os ramos do Ministério Públi-
estimule as formas de resolução consensual dos conflitos. co poderão incluir, a seu critério, representantes
Dito isso, no que tange à adoção de mecanismos da Ouvidoria, do Centro de Estudos e Aperfeiçoa-
de autocomposição pacífica dos conflitos, controvér- mento Funcional ou de outros órgãos auxiliares na
composição dos Núcleos Permanentes de Incentivo
sias e problemas, a conciliação é recomendada para
à Autocomposição.
resolver controvérsias relativas a direitos ou interes-
§ 3º É vedada a participação dos órgãos menciona-
ses que pertençam às áreas de atuação do Ministério dos no § 2º em atividades dos Núcleos Permanen-
Público como órgão interveniente e nos quais sejam tes de Incentivo à Autocomposição que constituam
necessárias intervenções que proponham soluções atos típicos de órgãos de execução.
para a resolução de desentendimentos.
Observa-se que a política instituída pelo CNMP é uma
Art. 6º Para consecução dos objetivos supracita- evolução de uma visão ou ideia que se tinha do Ministé-
dos, o CNMP poderá: rio Público. Numa contraposição da visão mais deman-
I – Propor e promover a realização de seminários, dista do MP, surge esta, uma forma mais aperfeiçoada da
congressos e outros eventos;
ideia que se chama de “Ministério Público resolutivo”,
0
III – Mapear as boas práticas nesta temática e conflitos, instituindo políticas voltadas a uma atuação
32
IV – Realizar pesquisas sobre negociação, mediação, mento, dos esclarecimentos, da informação e da apro-
conciliação, convenções processuais, processos res- ximação das pessoas, dos entes públicos, dos agentes
u
pr
flitos judicializados;
privados, da comunidade afetada, com a ajuda
32
pedido de homologação.
§ 2º A confidencialidade é recomendada quando as vez, o Ministério Público atuará quando for possível
circunstâncias assim exigirem, para a preservação a harmonização entre o autor da infração e sua víti-
da intimidade dos interessados, ocasião em que ma, restaurando o convívio social e pacificando os
deve ser mantido sigilo sobre todas as informações relacionamentos.
obtidas em todas as etapas da mediação, inclusive O Ministério Público, como protagonista do projeto
nas sessões privadas, se houver, salvo autorização constitucional de se formar uma sociedade livre, jus-
expressa dos envolvidos, violação à ordem pública ta e solidária, adequando o seu perfil de demandista,
ou às leis vigentes, não podendo o membro ou ser- agora, atua sob um viés de trazer paz e justiça social.
vidor que participar da mediação ser testemunha
do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, Seção V – Das Convenções Processuais
em qualquer hipótese.
Art. 15 As convenções processuais são recomen-
Além da mediação e conciliação, a Resolução nº dadas toda vez que o procedimento deva ser adap-
118, de 2014, que deve ser estudada conjuntamente tado ou flexibilizado para permitir a adequada e
com a Resolução nº 125, de 2010 e com os dispositivos efetiva tutela jurisdicional aos interesses materiais 305
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subjacentes, bem assim para resguardar âmbito de conflitos e violência, e por meio do qual os con-
proteção dos direitos fundamentais processuais. flitos que geram dano, concreto ou abstrato, são
Art. 16 Segundo a lei processual, poderá o membro solucionados de modo estruturado na seguinte forma:
do Ministério Público, em qualquer fase da inves- I – é necessária a participação do ofensor, e, quando
tigação ou durante o processo, celebrar acordos houver, da vítima, bem como, das suas famílias e dos
visando constituir, modificar ou extinguir situações demais envolvidos no fato danoso, com a presença
jurídicas processuais. dos representantes da comunidade direta ou indireta-
Art. 17 As convenções processuais devem ser cele- mente atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores
bradas de maneira dialogal e colaborativa, com o restaurativos;
objetivo de restaurar o convívio social e a efetiva II – as práticas restaurativas serão coordenadas por
pacificação dos relacionamentos por intermédio facilitadores restaurativos capacitados em técnicas
da harmonização entre os envolvidos, podendo ser autocompositivas e consensuais de solução de con-
documentadas como cláusulas de termo de ajusta- flitos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser
mento de conduta. servidor do tribunal, agente público, voluntário ou
indicado por entidades parceiras;
De igual maneira, encontra-se, ainda, negócio jurí- III – as práticas restaurativas terão como foco a
dico processual, previsto no art. 190, do CPC. A ideia satisfação das necessidades de todos os envolvidos,
de negociação processual é permitir que as partes, nos a responsabilização ativa daqueles que contribuíram
processos que envolvam direitos que admitam com- direta ou indiretamente para a ocorrência do fato
posição, e desde que essas partes sejam plenamente danoso e o empoderamento da comunidade, destacan-
do a necessidade da reparação do dano e da recompo-
capazes, estipulem mudanças no procedimento, ajus-
sição do tecido social rompido pelo conflito e as suas
tando-a às suas especificidades.
implicações para o futuro.
§ 1º Para efeitos desta Resolução, considera-se:
Capítulo IV – Da Atuação dos Negociadores, I – Prática Restaurativa: forma diferenciada de tratar
Conciliadores e Mediadores as situações citadas no caput e incisos deste artigo;
II – Procedimento Restaurativo: conjunto de atividades
Art. 18 Os membros e servidores do Ministério e etapas a serem promovidas objetivando a composi-
Público serão capacitados pelas Escolas do Ministé- ção das situações a que se refere o caput deste artigo;
rio Público, diretamente ou em parceria com a Esco- III – Caso: quaisquer das situações elencadas no caput
la Nacional de Mediação e de Conciliação (ENAM), deste artigo, apresentadas para solução por intermé-
da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministé- dio de práticas restaurativas;
rio da Justiça, ou com outras escolas credenciadas IV – Sessão Restaurativa: todo e qualquer encontro,
junto ao Poder Judiciário ou ao Ministério Público, inclusive os preparatórios ou de acompanhamento,
para que realizem sessões de negociação, concilia- entre as pessoas diretamente envolvidas nos fatos a
ção, mediação e práticas restaurativas, podendo que se refere o caput deste artigo;
fazê-lo por meio de parcerias com outras institui- V – Enfoque Restaurativo: abordagem diferenciada
ções especializadas. das situações descritas no caput deste artigo, ou dos
contextos a elas relacionados, compreendendo os
Capítulo V – Das Disposições Finais seguintes elementos:
a) participação dos envolvidos, das famílias e das
Art. 19 Caberá ao Conselho Nacional do Ministério comunidades;
Público compilar informações sobre a resolução b) atenção às necessidades legítimas da vítima e do
autocompositiva de conflitos. ofensor;
0
Art. 20 Esta Resolução entra em vigor na data de c) reparação dos danos sofridos;
-1
Para atuarem na mediação, conciliação e procedi- superação das causas e consequências do ocorrido.
73
co serão capacitados por meio da Escola Nacional de ocorrer de forma alternativa ou concorrente com o
32
No entanto, outras credenciais também serão acei- consideradas, caso a caso, à luz do correspondente
sistema processual e objetivando sempre as melhores
u
posição) para que se possa alcançar um resultado Técnicos de Psicologia e Serviço Social.
78
restaurativo, ou seja, um acordo que possa suprir Parágrafo único. A autoridade policial poderá
.2
-se ao modelo integrador, e um dos seus objetivos é O art. 7º da Resolução n° 225 de 2016 revela que, uma
vez que se identifica que no âmbito de um determina-
u
ou seja, busca restabelecer o estado anterior à prática do conflito judicial a sua dinâmica e natureza envolvem
u
delituosa, ressocializando o autor do crime e dando relações continuadas, e como consequência disso, acaba
pr
assistência à vítima. Um bom exemplo de justiça res- afetando e surtindo efeitos na sociedade e na vida em
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
taurativa no âmbito criminal são os juizados especiais comunidade, há a necessidade de que se reconheça a
criminais, por conta de suas penas alternativas e pos- corresponsabilidade (mencionada no art. 1º). Nesse viés,
sibilidade de composição entre as partes, como forma podem ser encontrados os autos encaminhados, inde-
de reparação dos danos. pendente da sua fase de tramitação, e seja de ofício pelo
Dessa forma, entende-se que a justiça restaura- juiz ou a requerimento do Ministério Público, Defensoria
tiva não possui como sua principal função a impo- Pública, partes, advogados ou setores técnicos de psicolo-
sição da pena, mas sim o restabelecimento do gia ou de serviço social para a solução restaurativa, bus-
reequilíbrio entre as partes, com a devida repara- cando o melhor resultado do conflito.
ção do dano sofrido pela vítima, por parte do agressor. De igual maneira, a autoridade policial também
poderá sugerir, no Termo Circunstanciado de Ocor-
Capítulo II - Das Atribuições do Conselho rência ou no relatório do Inquérito Policial, o encami-
Nacional de Justiça nhamento do conflito ao procedimento restaurativo.
Art. 4º O programa será implementado com a par- Art. 8º Os procedimentos restaurativos consistem em
ticipação de rede constituída por todos os órgãos sessões coordenadas, realizadas com a participação 307
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dos envolvidos de forma voluntária, das famílias, jun- na justiça restaurativa, como ameaças de imposição de
tamente com a Rede de Garantia de Direito local e com determinada pena caso não seja feita a adesão ao proce-
a participação da comunidade para que, a partir da dimento. Da mesma forma, há proibição expressa, conti-
solução obtida, possa ser evitada a recidiva do fato da no art. 8º da Resolução n° 22 de 2016, de que se envie
danoso, vedada qualquer forma de coação ou a emis- intimação para a participação nas sessões.
são de intimação judicial para as sessões. Designado o dia e horário do procedimento, o com-
§ 1º O facilitador restaurativo coordenará os tra- parecimento é voluntário, e tudo é coordenado pelos
balhos de escuta e diálogo entre os envolvidos,
facilitadores ou guardiões – como são chamadas as pes-
por meio da utilização de métodos consensuais na
soas capacitadas para trabalharem nos procedimentos
forma autocompositiva de resolução de conflitos,
próprias da Justiça Restaurativa, devendo ressaltar
restaurativos. Esses facilitadores ou guardiões possuem
durante os procedimentos restaurativos: papel essencial na solução dos problemas, já que são os
I – o sigilo, a confidencialidade e a voluntariedade responsáveis por coordenar os trabalhos, possibilitando
da sessão; que todos os envolvidos tenham voz e possam se expres-
II – o entendimento das causas que contribuíram sar de maneira igualitária, evitando discussões.
para o conflito; O facilitador restaurativo, como bem pontua o § 2º:
III – as consequências que o conflito gerou e ainda
poderá gerar; [...] é responsável por criar ambiente propício para
IV – o valor social da norma violada pelo conflito. que os envolvidos promovam a pactuação da repa-
§ 2º O facilitador restaurativo é responsável por ração do dano e das medidas necessárias para que
criar ambiente propício para que os envolvidos pro- não haja recidiva do conflito, mediante atendimen-
movam a pactuação da reparação do dano e das to das necessidades dos participantes das sessões
medidas necessárias para que não haja recidiva do restaurativas.
conflito, mediante atendimento das necessidades
dos participantes das sessões restaurativas. Significa dizer que o facilitador não depende de
§ 3º Ao final da sessão restaurativa, caso não seja formação profissional ou acadêmica, desde que, obvia-
necessário designar outra sessão, poderá ser assi- mente, se submeta à formação de técnicas de autocom-
nado acordo que, após ouvido o Ministério Públi- posição próprias da Justiça Restaurativa para solução de
co, será homologado pelo magistrado responsável, conflitos.
preenchidos os requisitos legais.
§ 4º Deverá ser juntada aos autos do processo bre-
ve memória da sessão, que consistirá na anotação
dos nomes das pessoas que estiveram presentes e
do plano de ação com os acordos estabelecidos, RESOLUÇÃO Nº 125, DE 29 DE
preservados os princípios do sigilo e da confiden-
cialidade, exceção feita apenas a alguma ressalva
NOVEMBRO DE 2010, DO CONSELHO
expressamente acordada entre as partes, exigida NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ
por lei, ou a situações que possam colocar em risco
a segurança dos participantes. BENS
§5º Não obtido êxito na composição, fica vedada
a utilização de tal insucesso como causa para a A Resolução nº 125, de 2010, do Conselho Nacio-
majoração de eventual sanção penal ou, ainda, de nal de Justiça – CNJ, dispõe sobre a Política Judiciá-
qualquer informação obtida no âmbito da Justiça
ria Nacional de tratamento adequado dos conflitos de
Restaurativa como prova.
interesses no âmbito do Poder Judiciário.
0
tações, sugestões e encaminhamentos que visem à Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacio-
nal de Tratamento Adequado dos Conflitos de
.2
natureza e peculiaridade.
Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe,
-4
Encaminhado o conflito a ser resolvido na Justi- nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil
ça Restaurativa, primeiramente, de forma preliminar,
u
antes mesmo do procedimento restaurativo propria- de 26 de junho de 2015 (Lei de Mediação), antes da
u
mente dito, se tentará mapear e entender o conflito de solução adjudicada mediante sentença, oferecer
pr
uma forma geral: os danos sofridos pela vítima, além de outros mecanismos de soluções de controvérsias,
saber se outras pessoas também foram atingidas de for- em especial os chamados meios consensuais, como
ma reflexa pela situação causada. Nesse âmbito, também a mediação e a conciliação, bem assim prestar
tenta-se entender o lado do agressor/ofensor, para saber atendimento e orientação ao cidadão.
o que colaborou para que o fato culminasse na agressão/
ofensa ocorrida. Quando tratamos sobre política do CNJ, é de sua com-
Esse momento prévio, preliminar, é importante para petência a organização de programa com o objetivo de
que a equipe da justiça restaurativa saiba como conduzir promover ações de incentivo à autocomposição de lití-
e lidar com a situação da melhor forma possível. Destar- gios e à pacificação social por meio da conciliação e da
te, para que seja possível proceder com a justiça restau- mediação.
rativa, é necessário que as partes estejam instruídas de Também, compete implementar tal programa com a
suas finalidades e que, eventual reconhecimento de cul- participação de rede constituída por todos os órgãos do
pa ou responsabilidade não serão ali consideradas como Poder Judiciário e por entidades públicas e privadas par-
confissões para fins processuais e judiciais. ceiras, inclusive universidades e instituições de ensino.
Por conta disso que, justamente, há a vedação de Dessa forma, caberá ao CNJ, portanto, desenvolver
308 formas de coerção para que se obrigue a participação parâmetro curricular e ações voltadas à capacitação em
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
métodos consensuais de solução de conflitos para servi- Conflitos e Cidadania e valorizando a atuação na
dores, mediadores, conciliadores e demais facilitadores prevenção dos litígios;
da solução consensual de controvérsias, nos termos do § VII - realizar gestão junto às empresas, públicas e
1º do art. 167, do Novo Código de Processo Civil. privadas, bem como junto às agências reguladoras
O CPC, de 2015, consagra o princípio da promoção de serviços públicos, a fim de implementar práticas
pelo Estado da solução por autocomposição, ou seja, uma autocompositivas e desenvolver acompanhamen-
política pública de solução de litígios, entendimento ado- to estatístico, com a instituição de banco de dados
para visualização de resultados, conferindo selo de
tado nesta resolução.
qualidade;
VIII - atuar junto aos entes públicos de modo a
Art. 2º Na implementação da Política Judiciá-
estimular a conciliação, em especial nas deman-
ria Nacional de Tratamento Adequado dos
das que envolvam matérias sedimentadas pela
Conflitos de Interesses, com vista à boa quali-
jurisprudência;
dade dos serviços e à disseminação da cultura de
XI - criar parâmetros de remuneração de media-
pacificação social, serão observados:
dores, nos termos do art. 169 do Novo Código de
I - centralização das estruturas judiciárias;
Processo Civil;
II - adequada formação e treinamento de ser-
XI – criar parâmetros de remuneração de mediado-
vidores, conciliadores e mediadores;
res, nos termos do art. 169 do Código de Processo
III - acompanhamento estatístico específico.
Civil de 2015;
[…]
XII - monitorar, inclusive por meio do Departa-
Art. 5º O programa será implementado com a par-
mento de Pesquisas Judiciárias, a instalação dos
ticipação de rede constituída por todos os órgãos
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cida-
do Poder Judiciário e por entidades públicas e pri-
dania, o seu adequado funcionamento, a avaliação
vadas parceiras, inclusive universidades e institui-
da capacitação e treinamento dos mediadores/con-
ções de ensino.
ciliadores, orientando e dando apoio às localidades
que estiverem enfrentando dificuldades na efetiva-
Instituída a Política Judiciária Nacional de tra- ção da política judiciária nacional instituída por
tamento dos conflitos de interesses, seu objetivo é esta Resolução.
“assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por
meios adequados à sua natureza e peculiaridade”. O art. 6º traz todas as formas sobre como desen-
Por conta disso, a determinação é que os tribunais volverá o programa destinado à solução consensual
de cada estado criem sua estrutura voltada para o dos conflitos.
atendimento de solução de conflitos, de forma con- Todos os incisos do artigo acima mencionado são
sensual, conflitos estes que sejam possíveis de serem destinados à criação de disciplinas que propiciem e
resolvidos extrajudicialmente. incentivem a formação desta cultura de paz e preven-
O próprio CNJ se atribuiu a obrigação de fixar ção de conflitos, e é estimulado (inciso V) tanto nas
diretrizes para o desenvolvimento dessa nova política Universidades como nos cursos de iniciação funcional
pública. promovido pelas Escolas de Magistratura aos juízes
ingressantes na carreira, que demonstra o interesse
Art. 6º Para o desenvolvimento da rede referida no e comprometimento em dar mais atenção às soluções
art. 5º desta Resolução, caberá ao Conselho Nacio- consensuais que fomentar o litígio.
nal de Justiça:
I - estabelecer diretrizes para implementação da
Art. 8º Os tribunais deverão criar os Centros
política pública de tratamento adequado de confli-
Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
0
ção ao cidadão.
167, § 1º, do Código de Processo Civil de 2015;
-4
flitos, bem como os servidores do Judiciário, aos quais Ministério Público, defensores públicos, procurado-
78
legítimo direito ao acesso à ordem jurídica justa. Por mais que não haja qualquer impedimento de
.8
O CEJUSC tem como objetivo principal realizar casos e processos já existentes serem remetidos ao
32
as sessões de conciliação e mediação do Tribunal. CEJUSC para a sua resolução, é obrigatório que todos
-4
De modo natural, todas as conciliações e mediação os centros possuam setor de resolução de conflitos
préprocessuais são de responsabilidade do Centro –
u
uma vez que ainda não houve distribuição para varas. sibilidade de resolução do conflito de maneira con-
u
No entanto, mesmo os processos já distribuídos e sensual ainda que sequer haja processo judicializado,
pr
em andamento podem ser remetidos para os CEJUSC, fazendo com que o caráter preventivo seja respeitado.
no intuito de apoiar os juízos, varas e juizados em suas Além disso, é permitido e incentivado que membros
conciliações e soluções consensuais, com conciliações do Ministério Público, Defensoria Pública, procurado-
e mediações de qualidade. res e advogados atuem no CEJUSC, buscando sempre a
melhor forma de solução consensual dos conflitos.
Art. 9º Os Centros contarão com um juiz coorde-
nador e, se necessário, com um adjunto, aos quais
caberá:
I – administrar o Centro;
II – homologar os acordos entabulados;
HORA DE PRATICAR!
III – supervisionar o serviço de conciliadores e
mediadores. 1. (FGV — 2022) Em razão de indícios de irregularidades
§ 1º Salvo disposição diversa em regramento cometidas pelo gestor Caio, foi instaurado processo
local, os magistrados da Justiça Estadual e da de fiscalização pela Controladoria-Geral da União.
Justiça Federal serão designados pelo Presiden- Entendendo que o seu direito à ampla defesa não estava
te de cada Tribunal entre aqueles que realizaram sendo observado, Caio intentou demanda para obter a
310
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
invalidação judicial do processo administrativo, requeren- c) O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que profe-
do, a título de tutela provisória, a sua suspensão. rir não fica sujeita a recurso ou homologação pelo Poder
Tomando contato com a petição inicial, o juiz reputou pre- Judiciário, podendo, porém, ser objeto de recurso extraor-
sentes os requisitos legais para a concessão da liminar, dinário para controle de ofensa à Constituição.
determinando a suspensão do processo administrativo. d) A conciliação, a mediação e a arbitragem são meios con-
Vindo a tomar conhecimento do fato, Tício, outro ges- sensuais de solução de conflitos passíveis de utilização
tor cuja atuação estava sendo fiscalizada pela Con- tão somente por pessoas físicas e jurídicas de direito pri-
troladoria-Geral da União em processo administrativo vado, inexistindo autorização legal para que a Administra-
distinto, entendendo que o seu direito à ampla defesa ção Direta, Autárquica e Fundacional possa deles se valer.
também havia sido violado, pleiteou o ingresso no polo e) A sentença arbitral detém eficácia de título executivo
ativo no feito em que Caio figurava como demandante, judicial, podendo ser objeto de cumprimento perante o
além da extensão, em seu favor, da tutela provisória juízo arbitral, que possui todos os poderes executivos
originalmente concedida. Observando que o mesmo de um magistrado do Judiciário.
vício no processo administrativo respectivo parecia
configurado, o juiz da causa, após colher a manifesta- 4. (FGV — 2019) Segundo o vigente Código de Proces-
ção de Caio a respeito do tema, admitiu o ingresso de so Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de 30
Tício no feito, estendendo-lhe os efeitos da liminar e (trinta) dias, bem como poderá, nas causas que dis-
determinando a citação da parte ré. pensem a fase instrutória, e independentemente de
citação do réu, julgar liminarmente improcedente o
Pode-se afirmar que essa decisão judicial está: pedido, se verificar, desde logo, a ocorrência de pres-
crição ou decadência.
a) incorreta, por ser incompatível com o princípio do juiz
natural; Trata-se de regras processuais que encerram a aplica-
b) incorreta, por ser incompatível com o princípio da ção do princípio constitucional do(a):
publicidade dos atos processuais;
c) correta, por ser compatível com o princípio da isonomia; a) livre acesso à justiça;
d) correta, por ser compatível com o princípio da inafas- b) juiz natural;
tabilidade do controle jurisdicional; c) isonomia;
e) correta, por ser compatível com o princípio da prima- d) ampla defesa;
zia da solução do mérito. e) duração razoável do processo.
2. (FGV — 2022) Recebendo uma petição inicial, cujo 5. (FGV — 2022) Em ação de divórcio, o Ministério Público
objeto é uma questão exclusivamente de direito, no
qual o tema já está pacificado nos tribunais superiores a) nunca intervirá.
no sentido contrário ao pretendido pela parte autora, o b) somente intervirá se houver interesse de incapazes.
juiz, não obstante ser seu juízo incompetente para a c) sempre intervirá por envolver estado civil das partes.
causa, julgou liminarmente improcedente o pedido. d) sempre intervirá diante da existência de interesse público.
Nesse cenário, o juiz agiu de forma: 6. (FGV — 2022) Percebendo o juiz de uma vara cível, ao
analisar a petição inicial e a resposta do réu em uma
a) correta, em razão do princípio da celeridade processual; ação de reparação de dano moral, que o autor é um
b) incorreta, uma vez que violou o princípio do juiz natural; menor com 12 anos de idade, devidamente represen-
0
c) correta, em respeito ao princípio do devido processo tado por seu genitor, agirá corretamente se:
-1
78
legal;
d) incorreta, em violação ao princípio do contraditório;
.2
3. (FGV — 2022) No ano de 2021, conforme dados do “Rela- dias, intervir como fiscal da ordem jurídica;
-4
tório Justiça em Números”, do CNJ, o Poder Judiciário c) intimar o autor para corrigir a polaridade ativa, uma
encerrou o ano com 77,3 milhões de processos em trami- vez que o menor não pode ser autor da ação;
u
pr
tação. Entre as soluções apontadas para redução desse d) intimar o autor para incluir também a genitora como
estoque de litigiosidade inclui-se o uso de outros meios sua representante processual;
u
pr
adequados de solução de controvérsias, tais como a con- e) prolatar sentença definitiva desde logo, pelo princípio
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 7. (FGV — 2022) Em meio ao transcurso de determinada
ação coletiva visando à reparação de danos ambien-
a) É dever do Estado promover a solução consensual dos tais, autor e réu já apresentaram suas respectivas
conflitos, quer na posição de parte, quer na posição de manifestações tempestivamente no processo. Pouco
Estado-administração. É o que ocorre, a título de exem- antes da suspensão temporária dos prazos, em virtu-
plo, por meio da criação de centros judiciários de solução de do recesso forense, o Ministério Público é intimado
consensual de conflitos no âmbito dos tribunais. para intervir na demanda.
b) A conciliação e a mediação são mecanismos por meio Com o retorno das atividades judiciárias, passados 18
dos quais se busca que as próprias partes em litígio che- (dezoito) dias úteis da ciência da referida intimação, o
guem a solução do conflito, diferenciando-se quanto ao membro do parquet se manifesta devidamente perante os
papel que o conciliador e o mediador possuem, pois esse autos, por meio de parecer favorável à pretensão autoral,
último pode arbitrar uma solução para o caso. em virtude do reconhecimento dos danos deflagrados.
311
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nesse cenário, d) será intimado para atuar como litisconsorte ativo;
e) será citado para integrar o feito como curador à lide.
a) a intervenção é tempestiva, considerando o disposto
no Art. 178, I do Código de Processo Civil. 11. (FGV — 2018) Atuando no processo civil, como fiscal
b) a intervenção é intempestiva, tendo em vista que o da ordem jurídica, o Ministério Público:
atual Código de Processo Civil padronizou a contagem
de prazos processuais em 15 dias úteis. a) não poderá opinar, quanto ao mérito da causa, desfa-
c) a intervenção é intempestiva, pois se trata de hipótese voravelmente à parte incapaz;
a qual o Ministério Público não goza de qualquer con- b) não poderá produzir provas, devendo aguardar a inicia-
tagem de prazo dobrado, nos termos do Art. 180, §2º tiva das partes nesse sentido;
do Código de Processo Civil. c) terá legitimidade recursal;
d) a intervenção é tempestiva, considerando que os d) será considerado intimado com a publicação dos pro-
30 dias corridos se opera após o retorno de recesso vimentos jurisdicionais no órgão oficial;
forense do Poder Judiciário, nos termos da Lei Orgâni- e) deverá intervir sempre que a Fazenda Pública seja
ca da Magistratura Nacional. uma das partes.
e) a intervenção é tempestiva, pois em razão de envolver
matéria de Direito Ambiental, há expressiva complexi- 12. (FGV — 2022) Em uma demanda judicial proposta por
dade, apta a permitir a contagem de prazo dobrado, um único autor em face de dois réus, em litisconsórcio
consoante o microssistema de tutela coletiva, na for- passivo comum, apenas um deles ofereceu contesta-
ma do Art. 81 do Código de Defesa do Consumidor. ção, não obstante ter o revel constituído procurador
distinto e de outro escritório de advocacia.
8. (FGV — 2022) Com fundamento na legislação de
regência, o Ministério Público ajuizou demanda com Tratando-se de autos eletrônicos, e sabendo-se que o juí-
vistas à prolação de sentença que declare que o réu é zo julgou procedente o pedido, é correto afirmar que:
o pai de determinada criança.
a) será contado em dobro o prazo para que qualquer um
Ao intentar a referida ação, o órgão ministerial, em dos litisconsortes ofereça o recurso de apelação;
relação ao menor, atua a título de: b) não será admissível a apelação do réu revel, uma vez que
a revelia gerou presunção de certeza do direito do autor;
a) sucessor processual; c) o prazo para o réu contestante oferecer o recurso de
b) substituto processual; apelação não será contado em dobro;
c) representante; d) o prazo para o réu contestante recorrer será contado em
d) amicus curiae; dobro, e para o réu revel será contado de forma simples;
e) assistente litisconsorcial. e) o prazo para o autor recorrer será contado em dobro,
caso entenda existir interesse recursal.
9. (FGV — 2020) A serventia da 1ª Vara Criminal da Comar-
ca Alfa entrou em contato telefônico com a secretaria da 13. (FGV — 2022) Juiz proferiu sentença em que condena-
Promotoria de Justiça com atribuição para atuar junto ao va o réu, assistido pelo órgão da Defensoria Pública, a
referido juízo. Na ocasião, informou que, conforme deter- cumprir determinada obrigação contratual, tendo, ain-
minação do juiz de direito, o promotor de justiça estava da, ordenado a suspensão da exigibilidade do paga-
intimado para apresentar alegações finais no Processo mento dos honorários de sucumbência, em razão da
XX, cujos autos estavam à sua disposição em cartório. A gratuidade de justiça deferida ao demandado.
0
intimação assim realizada mostra-se: A princípio, o ato decisório foi publicado no órgão ofi-
-1
78
e irrestrito aos autos em cartório; Levando-se em conta que o réu interpôs a apelação no
-4
c) correta, pois compete ao juiz de direito definir a forma dia 15 de junho de 2022, deverá a serventia certificar:
de intimação dos sujeitos da relação processual;
u
pr
d) incorreta, pois a intimação telefônica deveria ter sido a) a intempestividade do recurso, cabendo ao juiz, na
realizada diretamente ao promotor de justiça; sequência, deixar de admiti-lo;
u
pr
e) incorreta, pois um servidor do Ministério Público deve- b) a intempestividade do recurso, impondo-se a remes-
ria ter comparecido à serventia para ser intimado e sa dos autos ao órgão ad quem, após a intimação do
retirar os autos. autor para ofertar as contrarrazões;
c) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa
10. (FGV — 2018) João, menor impúbere, representado imediata dos autos ao órgão ad quem, sem a intima-
por sua genitora Maria, propõe ação de alimentos em ção do autor para ofertar contrarrazões;
face de seu pai Francisco. Diante da incapacidade do d) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa
autor, o juiz percebe que a participação do Ministério dos autos ao órgão ad quem, após a eventual apresen-
Público é obrigatória. tação pelo autor das contrarrazões;
e) a falta de preparo do recurso, cabendo ao juiz, na
Nesse sentido, o Ministério Público: sequência, inadmiti-lo.
a) será intimado para, no prazo de 30 dias, intervir como 14. (FGV — 2022) Pretendendo recorrer de uma sentença
fiscal da ordem jurídica; que lhe condenou a pagar uma prestação pecuniária,
b) gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos; o réu, por seus advogados constituídos, apresenta, no
312 c) será intimado para representar os interesses do incapaz; prazo recursal, duas apelações em datas distintas.
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Assim agindo, é correto afirmar que: 18. (FGV — 2022) Maria e Joana, sócias de uma empre-
sa de eventos especializada em casamentos, firmam
a) as duas apelações podem ser reunidas, uma vez que uma parceria com um fornecedor de bolos e doces,
foram apresentadas dentro do prazo legal; com cláusula de exclusividade. Os advogados de
b) a segunda apelação distribuída não deve ser conheci- Maria e Joana decidem incluir na minuta do contra-
da, pela ocorrência de preclusão consumativa; to cláusula de mediação extrajudicial prévia, além de
c) a primeira apelação distribuída não deve ser admitida, cláusula de eleição de foro. Os advogados do fornece-
prevalecendo a posterior, pois ocorreu o efeito substi- dor concordam com as cláusulas e ambas as partes
tutivo do recurso; assinam o instrumento, sem qualquer vício de vontade
d) a segunda apelação distribuída deve ser inadmitida, ou déficit de compreensão do que restou ajustado.
por força da ocorrência de preclusão temporal;
e) o juiz deve intimar o apelante para que informe com Havendo desentendimento entre as partes contratan-
quais das apelações distribuídas pretende prosseguir, tes no curso da contratação, é correto afirmar que:
devendo desentranhar a outra apelação dos autos.
a) o procedimento de mediação extrajudicial não suspen-
15. (FGV — 2022) Feita a citação por meio eletrônico, de o prazo prescricional do direito discutido, devendo a
no endereço previamente indicado pelo citando nos parte que requereu a instauração da mediação ajuizar
cadastros do Poder Judiciário, acompanhada das ação em paralelo, observando o prazo prescricional;
orientações para a realização da confirmação de rece- b) o procedimento de mediação extrajudicial deverá ser
bimento e de código identificador, o prazo de resposta concluído em até sessenta dias, contados da primei-
começa a fluir no: ra sessão, salvo quando as partes, de comum acordo,
requererem sua prorrogação;
a) dia útil seguinte à confirmação do recebimento da c) não havendo previsão contratual completa da cláusula
citação; de mediação, deve ser observado o prazo mínimo de
b) dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz; dez dias úteis e o prazo máximo de três meses, conta-
c) dia útil seguinte à juntada aos autos da confirmação dos a partir do recebimento do convite, para a realiza-
do recebimento da citação; ção da primeira reunião;
d) segundo dia útil seguinte à confirmação do recebi- d) o não comparecimento da parte convidada à primei-
mento da citação; ra reunião de mediação enseja a assunção da inte-
e) quinto dia útil seguinte à confirmação do recebimento gralidade das custas processuais e dos honorários
da citação. sucumbenciais, caso seja vencedora em demanda que
envolva o escopo da mediação;
16. (FGV — 2020) Credor de obrigação contratual propôs e) considera-se instituída a mediação na data de proto-
ação de cobrança em face dos três devedores solidários, colo do pedido da parte interessada perante qualquer
o que deu azo à instauração de processo eletrônico. centro de mediação conveniado.
Validamente citados, os réus constituíram advogados 19. (FGV — 2022) Em um contrato comercial firmado
diferentes, pertencentes a escritórios de advocacia entre as pessoas jurídicas Obras e Reparos Ltda. e
distintos, tendo cada qual, então, ofertado a sua peça Eletro Eletricidade Ltda., restou ajustada a inclusão
contestatória. de cláusula de mediação extrajudicial prévia entre as
empresas, em caso de eventual divergência sobre o
Encerrada a fase instrutória e proferida sentença em cumprimento das obrigações indicadas no instrumen-
0
que se julgava procedente o pleito autoral, o prazo de to. No curso da relação contratual, as partes passaram
-1
a) simples;
32
b) duplicado;
-4
c) duplicado, desde que a peça recursal seja formalmen- Sobre essa situação, é correto afirmar que:
te una;
u
pr
17. (FGV — 2018) De acordo com o Código de Processo da conclusão do procedimento de mediação;
Civil em vigor, é correto afirmar, no tocante aos prazos b) o convite para o procedimento de mediação extraju-
processuais, que: dicial deve observar as formalidades da câmara de
mediação escolhida e considerar-se-á rejeitado se não
a) devem eles ser contados em dias corridos; for respondido pela Obras e Reparos Ltda. no prazo de
b) o ato processual praticado antes de seu termo inicial quarenta e cinco dias;
deve ser reputado intempestivo; c) o mediador que conduzirá a mediação deve integrar
c) ficam eles suspensos entre os dias 24 de dezembro e conselho, entidade de classe ou associação que tenha
07 de janeiro, inclusive; relação com o objeto do procedimento, além de gozar
d) não havendo regra legal ou prazo fixado pelo juiz, será de da confiança das partes envolvidas na mediação;
cinco dias o prazo para a prática do ato a cargo da parte; d) se o representante legal da Eletro Eletricidade Ltda.
e) salvo disposição em contrário, são eles contados comparecer acompanhado de advogado e o repre-
incluindo-se o dia do começo e o do vencimento. sentante legal da Obras e Reparos Ltda. estiver sem
patrono, o mediador, sem suspender o curso do
313
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
procedimento, oficiará o respectivo tribunal para indi-
11 C
cação de advogado dativo;
e) o não comparecimento do representante legal da 12 C
Obras e Reparos Ltda. à primeira reunião de mediação
acarretará a assunção por parte dessa pessoa jurídi- 13 D
ca de 50% das custas e honorários sucumbenciais,
14 B
caso venha a ser vencedora em ação judicial poste-
rior, que envolva o escopo da mediação para a qual foi 15 E
convidada.
16 A
20. (FGV — 2021) João e Maria, casados sob o regime 17 D
de comunhão parcial de bens e sem filhos, decidem
se divorciar. Porém, o casal firmou pacto pré-nupcial 18 C
em cartório, estabelecendo que, em caso de separa-
ção, não poderiam requerer imediatamente o divórcio, 19 E
devendo aguardar o prazo de seis meses e, não haven- 20 C
do reconciliação, estariam obrigados a se submeter
à mediação extrajudicial antes de requerer medidas
judiciais ou extrajudiciais para concretizar o divórcio.
Nessa hipótese, é correto afirmar que:
ANOTAÇÕES
a) caso Maria concorde em respeitar o prazo pactuado,
mas se recuse a participar da sessão de mediação
com João, a vontade de Maria deve ser respeitada,
pois a autonomia da vontade das partes deve ser afe-
rida no momento da realização do ato, sob pena de
subverter os princípios norteadores da mediação;
b) o acordo firmado entre as partes viola o princípio consti-
tucional de acesso à justiça, o que macula todos os seus
termos, incluindo o prazo e a necessidade de as partes se
submeterem à mediação extrajudicial, pois não se admi-
tem condicionantes para acesso ao Poder Judiciário;
c) João e Maria estão vinculados aos termos do pacto pré
nupcial, sendo obrigados a cumprir o prazo de seis meses
e a comparecer a, ao menos, uma sessão de mediação
extrajudicial como condição para procurarem o Poder
Judiciário ou um cartório para formalizar o divórcio;
d) o acordo não pode ser considerado válido quanto à previsão
de mediação extrajudicial, diante da ausência de previsão
contratual completa em relação aos prazos, local, critérios
de escolha do mediador e penalidade em caso de não com-
0
9 GABARITO
u
pr
u
1 A
pr
2 B
3 A
4 E
5 B
6 B
7 A
8 B
9 A
10 A
314
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§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o
parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora
recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados
DIREITO PENAL ou alterados, a que se referem este artigo e o seu
§ 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração,
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins
CÓDIGO PENAL - DECRETO LEI N° do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 vias, praças ou outros logradouros públicos e em
residências.
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS
PÚBLICOS E DA FALSIDADE DOCUMENTAL - ARTS.
O tipo penal do crime de falsificação de papéis
293 A 301 E §§ 1° E 2°
públicos apresenta três modalidades em que a pena
será mais branda se comparada ao tipo penal prin-
Falsificação de Papéis Públicos
cipal e às formas equiparadas, que têm como pena a
reclusão de dois a oito anos e multa:
Art. 293 Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel
selado ou qualquer papel de emissão legal destina- z Aquele que suprimir, em qualquer dos papéis vis-
do à arrecadação de tributo; tos anteriormente, quando legítimos, com o fim de
II - papel de crédito público que não seja moeda torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
de curso legal; indicativo de sua inutilização, incorrerá na pena
III - vale postal; de reclusão de um a quatro anos e multa;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito z Aquele que usar os papéis, depois de alterados
de caixa econômica ou de outro estabelecimento (após a supressão de carimbo ou sinal indicativo
mantido por entidade de direito público; de inutilização, quando legítimos, com o fim de
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro torná-los utilizáveis), incorrerá na pena de reclu-
documento relativo a arrecadação de rendas são de um a quatro anos e multa;
públicas ou a depósito ou caução por que o z Aquele que usar ou restituir à circulação, embora
poder público seja responsável; recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsifica-
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
dos ou alterados, depois de conhecer a falsidade
transporte administrada pela União, por Estado ou
ou alteração, incorrerá na pena de detenção, de
por Município:
seis meses a dois anos, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
logradouros públicos e
-1
I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
falsificados a que se refere este artigo; quer pessoa;
u
pr
II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, z Só admite a modalidade dolosa — não pode ser
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação
u
praticado culposamente;
pr
selo falsificado destinado a controle tributário; z Caso a falsificação seja grosseira, haverá a atipici-
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à dade deste crime;
venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, z Admite a tentativa;
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
z Se o papel for de emissão da União, será processa-
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
do e julgado pela Justiça Federal;
de atividade comercial ou industrial, produto ou
z Será de competência do Juizado Especial Criminal
mercadoria:
DIREITO PENAL
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a Federal nas hipóteses de crime privilegiado, defi-
controle tributário, falsificado; nido no § 4º, art. 293, do CP.
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
tributária determina a obrigatoriedade de sua Petrechos de Falsificação
aplicação.
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quan- Art. 294 Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
do legítimos, com o fim de torná-los novamente guardar objeto especialmente destinado à falsifi-
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua cação de qualquer dos papéis referidos no artigo
inutilização: anterior:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 315
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Sobre o crime de petrechos de falsificação, é impor-
tante que você saiba, para a sua prova, as seguintes FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO
informações: Falsificar (fabricando ou alterando)
z É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado Selo público destinado Selo ou sinal atribuído por
mediante a execução de qualquer um dos verbos a autenticar atos ofi- lei a entidade de direito
previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, forne- ciais da União, de Esta- público, ou a autoridade, ou
cer, possuir ou guardar; do ou de Município sinal público de tabelião
z É crime comum, que poderá ser praticado por
qualquer agente; Sobre este crime, é importante que você leve em
z Entretanto, caso o crime seja praticado por fun- consideração as seguintes disposições:
cionário público, prevalecendo-se este do cargo, a
pena será aumentada da sexta parte (1/6). z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
quer pessoa;
Art. 295 Se o agente é funcionário público, e come- z Caso o crime seja praticado por funcionário públi-
te o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a co, prevalecendo-se do cargo, a pena será aumen-
pena de sexta parte. tada da sexta parte (aumento de 1/6);
z Só pode ser praticado dolosamente;
A pena do crime de petrechos de falsificação será z Admite a modalidade tentada, já que se trata de
aumentada de 1/6 (um sexto) se o agente é funcionário crime plurissubsistente, quando o delito, para ser
público e comete o crime prevalecendo-se do cargo. praticado, necessita de vários atos para atingir o
resultado;
z Assim como o crime de petrecho para falsificação z A falsificação pode dar-se de 2 (duas formas): com
de moeda, o objeto deve ser destinado especial- a fabricação (o agente cria o selo ou sinal) ou com
mente para falsificar os papéis previstos no art. a alteração (o agente modifica o selo ou sinal).
293; caso o objeto tenha outras finalidades (tem
outras utilidades e também serve para falsificar Trata-se de crime de forma livre, que pode ser pra-
papéis), não há que se falar na prática deste tipo ticado de qualquer modo pelo agente.
penal;
z Só poderá ser praticado dolosamente; Falsificação de Documento Público
z Admite a modalidade tentada;
z No verbo guardar, trata-se de crime permanente, Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, docu-
protraindo-se a conduta no tempo. mento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
FALSIDADE DOCUMENTAL Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o
De acordo com o art. 232, do CPP, documentos são crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos de sexta parte.
ou particulares. § 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a docu-
O CPP estabelece requisitos para que um papel mento público o emanado de entidade paraestatal,
seja considerado documento: forma escrita, autor o título ao portador ou transmissível por endosso,
certo, possuir conteúdo de relevância jurídica e valor as ações de sociedade comercial, os livros mercan-
tis e o testamento particular.
0
probatório.
-1
inserir:
.2
Falsificação do Selo ou Sinal Público informações que seja destinado a fazer prova
.8
tabelião:
pr
316
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Falsificar, total
Alterar documento
ou parcialmente,
público verdadeiro
documento público
Trata-se de falsidade material, na qual o agente cria um documento público falso ou modifica o documento
público verdadeiro, tornando-se falsos em seu aspecto material, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não.
São condutas equiparadas ao crime de falsificação de documento público, incorrendo nas mesmas penas o
agente que insere ou faz inserir, as que estão descritas nos incisos do § 3º, do art. 297, do CP.
Importante!
Cleber Masson (2018) destaca que se a falsidade lançada na Carteira de Trabalho e Previdência Social rela-
cionar-se com os direitos trabalhistas do empregado, incidirá o crime definido no art. 49, do Decreto-lei 5.452,
de 1943. Por seu turno, se a falsidade atingir a Previdência Social, estará caracterizado o crime tipificado no
inciso II, § 3º, art. 297, do CP.
É de suma importância você saber que não se pode confundir a falsidade material com a falsidade ideológica.
Sobre o crime de falsificação de documento público, é importante que você leve em consideração as seguintes
informações:
z Na hipótese de o agente ser funcionário público e, ainda, se prevaleça do cargo para praticar o delito, a pena
-1
z Admite a tentativa;
.8
É muito importante que você saiba o que é documento público, para fins de configuração deste crime, já que
u
existe, também, o crime de falsificação de documento particular, já que eles são apenados de formas diferentes,
pr
Para fins de concurso público, pode-se conceituar documento público como aquele emitido por funcionário
pr
público, no exercício de suas funções, a serviço da União, estados-membros, Distrito Federal ou municípios (emi-
tido por órgãos ou entidades públicas).
Porém, o Código Penal equipara alguns outros documentos, embora emitidos por particulares, a documento público.
ser individualizada;
z Alteração de documento público: inserir ou suprimir falsamente informações escritas no próprio corpo do
documento verdadeiro, após a sua criação.
A falsidade diz respeito às informações falsamente inse- Parte do documento, que dele pode ser individualizada, é
ridas ou retiradas do papel, o que ocorre posteriormente à criada falsamente
criação do documento
317
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O título ao portador é documento de crédito que z Aplica-se a Súmula n° 17, do STJ: Quando o falso
não informa o seu beneficiário, a exemplo do cheque se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
no valor de até R$ 100,00 (cem reais). O endosso é uma lesiva, é por este absorvido;
forma de transferir a propriedade de um título (do z Na hipótese de a falsificação ser grosseira, não irá
endossante para o endossatário), como os cheques em se configurar este crime, mas poderá se configurar
geral e as notas promissórias, que constituem exem- outro tipo penal.
plos de títulos transmissíveis por endosso.
Para fins de aplicação deste crime, equipara-se a
Falsificação de Documento Público X Estelionato documento particular o cartão de crédito ou de débito.
também se diferenciam em relação à pena cominada. tendo, como distinção, tão somente a pena, vejamos:
-1
78
.2
e multa;
.8
Objeto Material: documento Objeto material: documento z Documento particular: reclusão, de um a três
32
tes informações:
pr
Causas de aumento de pena (aumento da sexta Conduta típica: atestar ou certificar falsamente,
parte — 1/6): em razão de função pública, fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
z Se o agente é funcionário público, e comete o cri- ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
me prevalecendo-se do cargo. Não basta que seja vantagem.
praticado por funcionário público, para se aplicar Sobre este crime, é importante levar em conside-
a causa de aumento da pena, mas, também, que ele ração o seguinte:
se prevaleça do cargo para praticar o crime;
z Se a falsificação ou alteração é de assentamento de z Trata-se de crime próprio, que só pode ser prati-
registro civil. cado por funcionário público, em razão da função
pública;
Falso Reconhecimento de Firma ou Letra z Admite o concurso de pessoas com particulares,
desde que estes conheçam sobre a situação de fun-
Art. 300 Reconhecer, como verdadeira, no exer- cionário público;
cício de função pública, firma ou letra que o não z Não admite a modalidade culposa;
seja: z Admite a forma tentada;
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o z É crime de ação múltipla, que pode se configurar
documento é público; e de um a três anos, e multa, com a prática de quaisquer um dos verbos previs-
se o documento é particular. tos no tipo penal: atestar ou certificar;
z Para a configuração deste crime, exige-se que a
Este crime se configura com a prática da seguinte certificação ou o atestado se deem para as finali-
conduta típica: reconhecer, como verdadeira, no exer- dades previstas no tipo penal: habilitar alguém a
cício de função pública, firma ou letra que o não seja. obter cargo público; isentar de ônus ou de serviço
Entenda da seguinte forma: de caráter público, ou qualquer outra vantagem;
z Caso o crime tenha como finalidade a obtenção de
z Firma: assinatura; lucro (finalidade específica), será aplicada, além
z Letra: manuscrito daquele que assina. da pena privativa de liberdade, a pena de multa.
A pena do crime será distinta conforme a natureza Falsidade Material de Atestado ou Certidão
do documento:
Art. 301 [...]
z Se documento público: reclusão de um a cinco § 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
anos, e multa; certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atesta-
z Se documento privado: reclusão de um a três do verdadeiro, para prova de fato ou circunstância
anos, e multa. que habilite alguém a obter cargo público, isenção
de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
Sobre o crime de falso reconhecimento de firma ou quer outra vantagem:
letra, você deve ficar atento ao seguinte: Pena - detenção, de três meses a dois anos.
0
agente;
z Só poderá ser praticado dolosamente; ração o seguinte:
u
pr
Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso É crime não transeunte (deixa vestígios mate-
riais), ou seja, é necessária a comprovação da
Art. 301 Atestar ou certificar falsamente, em razão materialidade do delito por meio de perícia;
de função pública, fato ou circunstância que habi-
lite alguém a obter cargo público, isenção de ônus z Admite a modalidade tentada; 319
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z É crime de ação múltipla, que pode ser praticado I - concurso público;
mediante a execução de quaisquer uma das seguin- II - avaliação ou exame públicos;
tes condutas: III - processo seletivo para ingresso no ensino supe-
rior; ou
Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão; IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Alterar o teor de certidão ou atestado verdadeiro. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações mencionadas no caput.
Importante! § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à adminis-
Caso o crime tenha como finalidade a obtenção tração pública:
de lucro (finalidade específica), será aplicada, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
também, a pena de multa. § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
cometido por funcionário público.
SUPRESSÃO DE DOCUMENTO – ART. 305 Este tipo penal foi editado para proteger a lisura
dos certames de interesse público.
Art. 305 Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício Este crime tem como figura típica a prática da
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, docu- seguinte conduta: utilizar ou divulgar, indevidamen-
mento público ou particular verdadeiro, de que não te, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
podia dispor: comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o sigiloso de:
documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular. z Concurso público (segundo Sanches, instrumento
de acesso a cargos e empregos públicos);
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser z Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches,
praticado com a execução das seguintes condutas: abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos);
z Processo seletivo para ingresso no ensino superior
z Destruir, Suprimir e Ocultar: documento público (conforme Sanches, engloba vestibulares e outras
ou particular verdadeiro, de que não podia dispor,
formas de avaliação para ingresso no ensino supe-
em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuí-
rior, a exemplo do ENEM);
zo alheio.
z Exame ou processo seletivo previstos em lei (con-
forme ensina Rogério Sanches, a exemplo do exa-
A pena do crime será diferente, a depender da natu-
me da OAB).
reza do documento destruído, suprimido ou ocultado.
do ao analisar o tipo penal e possíveis questões de pro- Concurso Avaliação ou seletivo para processo
-1
Sobre este crime, faz-se necessário ficar atento às ensino superior em lei
.2
seguintes informações:
73
.8
z Não admite a modalidade culposa; da e uma forma majorada (com aumento de pena):
u
critas no tipo penal em benefício próprio ou alheio z Forma equiparada: incorre nas mesmas penas o
u
ou em prejuízo alheio (finalidade específica); agente que permite ou facilita, por qualquer meio,
pr
z Exige-se, para configuração deste tipo penal, que o o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
agente não possa dispor do documento público ou ções sigilosas relacionadas a concurso público;
particular; avaliação ou exame públicos; processo seletivo
z Admite a tentativa. para ingresso no ensino superior; ou exame ou
processo seletivo previstos em lei;
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE z Forma qualificada: se da ação ou omissão resultar
PÚBLICO E DOS CRIMES PRATICADOS dano à administração pública;
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A z Forma majorada: a pena será aumentada de 1/3 (um
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – ARTS. 311-A AO 317 terço) se o fato é cometido por funcionário público.
E §§ 1° E 2°
Sobre este crime, é importante ficar atento às
Fraudes em Certames de Interesse Público seguintes informações:
Art. 311-A Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o z Este crime se aplica a certames de interesse públi-
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer co de maneira geral, e não apenas a concursos
320 a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: públicos em sentido estrito;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É crime comum, que pode ser praticado por qual- É muito importante que você fique atento, em rela-
quer pessoa. ção ao peculato-apropriação, ao seguinte:
É comum acharem que se trata de crime próprio, z Para que se configure, é necessário que o agente
que só pode ser praticado por funcionário público. tenha a posse do bem em razão do seu cargo;
Contudo, não é crime próprio. Na verdade, para este z O bem pode ser público ou particular (imagine um
crime, a condição de funcionário público não é ele- objeto particular — notebook — apreendido em
mentar, constituindo, contudo, causa de aumento de uma delegacia de polícia);
pena de 1/3 (um terço). z O sujeito passivo é a Administração Pública; con-
Vejamos os pontos importantes deste crime: tudo, no caso de bem particular, o dono do bem
também será sujeito passivo do delito.
z Não admite a modalidade culposa — só pode ser
praticado dolosamente; O peculato-desvio ocorrerá quando o funcioná-
z Exige fim especial de agir (dolo específico): fim de rio público desviar, em proveito próprio ou alheio,
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, públi-
credibilidade do certame; co ou particular. O funcionário público dá destinação
z Trata-se de crime formal, que se consuma com a diversa ao bem que está sob sua responsabilidade;
mera divulgação ou utilização das informações esse desvio será necessariamente em proveito próprio
sigilosas, ainda que o agente não consiga benefi- ou alheio.
ciar a si ou a terceiro ou não consiga comprometer Segundo posicionamento majoritário (apesar de
a credibilidade do certame público; algumas posições jurisprudenciais em sentido con-
z Admite a forma tentada; trário), para que se configure o peculato-desvio, é
z Caso o agente promova a utilização ou divulgação necessário que o bem seja desviado para integrar o
das informações sigilosas devidamente (com justa patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
causa), não há que se falar na prática deste crime. ceiros, não se configurando o tipo penal caso ocorra
mero desvio de finalidade.
Dos Crimes praticados por Funcionário Público Uma parte minoritária da doutrina defende que,
contra a Administração em Geral: Peculato para que se configure o peculato-desvio, não é neces-
sária a intenção de assenhoramento (apoderar-se) por
Art. 312 Apropriar-se o funcionário público de parte do funcionário público, podendo se configurar
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, com o mero uso irregular da coisa pública, em provei-
público ou particular, de que tem a posse em to próprio ou alheio.
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito pró- Com base no que foi exposto acima, é importante
prio ou alheio: mencionar que o peculato de uso, em regra, é conside-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. rado figura atípica.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi- Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de coi-
co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor sa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao patri-
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja mônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen- restituição a quem de direito, é atípico.
do-se de facilidade que lhe proporciona a qua- É necessário sabermos o que significa infungível.
lidade de funcionário. O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os
0
dividido doutrinariamente da seguinte forma: O Código Civil não define os bens infungíveis,
.2
quantidade e qualidade.
32
o vigilante esqueceu a porta dos fundos aberta, estando Sobre o peculato culposo, é importante saber que o
próximo um aparelho celular da escola. Michele entra § 3º, do art. 312, do CP, dispõe que:
.2
73
peculato-furto, já que a qualidade de funcionária pública z Se a reparação do dano resultante do peculato cul-
32
de Michele em nada contribuiu para a prática da sub- poso ocorrer antes de a sentença transitar em jul-
-4
Michele responderá pelo crime de furto. poso ocorrer após a sentença transitar em julgado,
Observe que: a pena será reduzida da metade.
u
pr
z Admite a modalidade tentada, já que se trata de Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti-
crime plurissubsistente (atos múltiplos, ou seja, o lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
autor entra no local, o autor subtrai a coisa); Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
z O bem subtraído pode ser público ou particular;
z O sujeito passivo é a administração pública. Caso O peculato mediante erro de outrem está previs-
o bem seja particular, também será sujeito passivo to no art. 313, do CP, configurando-se quando o funcio-
da infração penal o dono do bem; nário público se apropriar de dinheiro ou qualquer
z É crime material. utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem.
Peculato Culposo Parte da doutrina chama esta modalidade de
peculato-estelionato.
Art. 312 […] Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente de outrem, toma posse de um bem móvel, em razão
para o crime de outrem: da função, apropriando-se do mesmo. O terceiro
322 Pena - detenção, de três meses a um ano. que induz o funcionário a apropriar-se do bem que
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
recebeu por erro será partícipe deste delito de pecu- Condutas:
lato mediante erro.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente, z Inserir dados falsos;
isto é, posterior ao recebimento da coisa. z Facilitar a inserção de dados falsos;
Em um primeiro momento, o funcionário público z Alterar dados corretos;
toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro z Excluir indevidamente dados corretos.
alheio, mas, posteriormente, após detectar o erro,
apropria-se da coisa. É necessário, para a tipificação do delito, que as
É importante levar em consideração as seguintes condutas acima sejam realizadas em sistema informa-
características do crime de peculato mediante erro de
tizado (computador) ou bancos de dados (fichários,
outrem:
livros ou outro meio físico) da Administração Pública.
Objeto material:
z É crime material, que se consuma quando o agen-
te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti-
lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder z Sistemas informatizados ou bancos de dados da
por erro de outra pessoa, passando a agir como se Administração Pública
dono fosse;
z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali- Finalidade (dolo específico):
dade tentada;
z O funcionário público deve receber a coisa em z Obter vantagem indevida para si ou para outrem;
razão do cargo que exerce; z Causar dano.
z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso
o bem seja particular, também será sujeito passivo O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico,
o dono do bem; que consiste no fim de obter vantagem indevida para
z Parte da doutrina entende que se a pessoa for si ou para outrem ou causar dano à Administração
induzida a erro, configurar-se-á o crime de estelio- Pública ou a uma terceira pessoa.
nato, previsto no art. 171, do CP, sendo necessário, Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar
para caracterização do crime de peculato median- dano, haverá o crime do art. 313-B, do CP.
te erro de outrem, que a vítima entregue a coisa O crime consuma-se com a conduta, independen-
por erro próprio. temente do resultado. Trata-se de crime formal, que
se caracteriza ainda que a vantagem ou o dano alme-
Inserção de Dados Falsos em Sistemas de jado não se verifique.
Informação Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser
surpreendido antes de ultimar a conduta, por exem-
O crime de inserção de dados falsos em sistemas plo, agente é flagrado quando iniciava a supressão dos
de informação está previsto no art. 313-A, do CP:
dados corretos.
Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir Modificação ou Alteração Não Autorizada de
indevidamente dados corretos nos sistemas infor- Sistemas de Informação
matizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para O crime de modificação ou alteração não autori-
si ou para outrem ou para causar dano: zada de sistemas de informação está previsto no art.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
0
multa.
78
informação” é também chamado de peculato Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
-4
eletrônico. e multa.
u
Sujeito ativo é apenas o funcionário público auto- um terço até a metade se da modificação ou altera-
u
rizado a inserir ou excluir dados do sistema. Outros ção resulta dano para a Administração Públi-
pr
em análise, sendo que o estelionato, por ser um crime A consumação deste crime se dá com a modifica-
menos grave, é absorvido. ção ou alteração não autorizada do sistema. Não é
Para que este crime se configure, é necessário que necessário um especial fim de agir.
as condutas descritas no tipo penal sejam praticadas Caso o funcionário público seja autorizado ou pra-
por funcionário público autorizado a operar os siste- tique a conduta por solicitação da autoridade compe-
mas informatizados ou bancos de dados da Adminis- tente, o fato será atípico.
tração Pública. A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um
Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal terço) até metade caso da modificação ou alteração
descreve vários verbos que podem ser praticados resulte dano para a Administração Pública ou para o
para a sua configuração. administrado. 323
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fique atento às diferenças entre os tipos penais Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res-
do crime de inserção de dados falsos em sistemas de pondendo este pelo crime previsto em lei específica, o
informação e do crime de modificação ou alteração Decreto nº 201, de 1967.
não autorizada de sistemas de informação: Exige que o emprego irregular aconteça em bene-
fício da própria Administração Pública, contrariando
MODIFICAÇÃO OU AL- a legislação, não podendo o agente desviar as verbas
INSERÇÃO DE DADOS ou rendas em benefício próprio, sob pena de respon-
TERAÇÃO NÃO AUTO-
FALSOS EM SISTEMAS der por outro crime.
RIZADA DE SISTEMAS
DE INFORMAÇÃO Vamos exemplificar: a Câmara Legislativa do
DE INFORMAÇÃO
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de
Verbos: Inserir, facilitar a Verbos: modificar ou alterar reais para construção de uma passarela. A autoridade
inserção, alterar, excluir Se praticado por funcio- pública competente utiliza a verba mencionada para
indevidamente nário autorizado, será fato a construção de uma escola.
Deve ser praticado por atípico Pronto, configurou-se o crime de emprego irregular
funcionário autorizado Não exige dolo específico de verbas ou rendas públicas. O agente deu às verbas
Exige dolo específico de públicas destinação diversa daquela estabelecida em lei.
obter vantagem indevida Observe que a destinação da verba ocorreu no inte-
ou de causar dano resse da administração, já que, caso se dê em benefí-
cio próprio, o agente responderá por outro crime.
É importante mencionar a aplicação da excludente
Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou
de ilicitude do estado de necessidade: caso o empre-
Documento
go se dê devido a uma situação de perigo iminente
(utilizou-se verba pública destinada ao esporte para
Está previsto no art. 314, do Código Penal. se construir um abrigo durante perigo de chuvas que
desabrigaram grande parte da população), o fato será
Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer docu-
típico, mas não será antijurídico.
mento, de que tem a guarda em razão do cargo;
Sobre o emprego irregular de verbas ou rendas
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
públicas, é importante mencionar:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
constitui crime mais grave.
z Este crime será praticado pelo funcionário público
Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren-
desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar das públicas, podendo delas dispor;
(tornar imprestável). z Não exige nenhum fim específico;
Sobre este crime, é importante que você saiba: z Não admite a modalidade culposa;
z Admite a tentativa;
z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvi- z Não exige a ocorrência de dano pela Administra-
do quando o fato constitui crime mais grave), res- ção Pública para a sua configuração.
pondendo por ele, o funcionário público, apenas se
não se configurar crime mais grave; Concussão
z Não admite a modalidade culposa;
z Admite tentativa; Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou
z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser
0
parciais ou totais.
78
gem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
.2
ponsável pela guarda do livro oficial ou documen- No crime de concussão, o funcionário público,
.8
Excesso de Exação
-1
78
Art. 316 [...] lher aos cofres públicos, responderá por excesso de
u
Entende a doutrina majoritária que o mero presen- ciam-se nos verbos que configuram o tipo penal
.2
amizade (por exemplo, uma lembrancinha de natal) � Corrupção passiva: solicitar, receber ou aceitar
.8
Sobre a corrupção passiva, leve em consideração PREVARICAÇÃO E DOS CRIMES PRATICADOS POR
que:
u
O crime de prevaricação exige um fim específico de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Não con-
fundir com o crime de corrupção passiva privilegiada (estudado anteriormente). Vejamos a tabela a seguir para
facilitar seu entendimento:
Você pode entender interesse ou sentimento pessoal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio, amizade,
preguiça, entre outros.
Dica
Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
� Não admite a forma culposa;
� Pode ser praticado de forma omissiva (retardar ou deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
� Admite tentativa apenas quando praticado de forma comissiva.
Tentativa na prevaricação:
� Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício: não admite tentativa;
� Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei: admite tentativa.
Art. 319-A Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
0
-1
ambiente externo:
78
A prevaricação imprópria configurar-se-á quando o diretor de penitenciária e/ou agente público deixar de cumprir
.8
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
32
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário público
que tem o dever funcional de impedir que o preso tenha acesso a aparelho de comunicação com outros presos ou
u
pr
Condescendência Criminosa
Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exer-
cício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
z Quando o funcionário público, por indulgência, deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo;
327
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Quando o funcionário público, que não é competente para responsabilizar aquele que cometeu infração no
exercício do cargo, por indulgência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.
A doutrina majoritária entende que o crime de condescendência criminosa só pode ser praticado por superior
hierárquico, que dolosamente, se omite. O funcionário que foi beneficiado não responde pelo delito em tela.
Você pode entender indulgência como compaixão, pena, piedade, clemência.
Há um requisito que deve ser cumprido para a prática da condescendência criminosa: uma infração funcional
(que pode ser uma violação administrativa ou penal) praticada por subordinado no exercício das atribuições do
seu cargo.
A consumação dá-se quando o superior toma conhecimento da infração e não providencia imediatamente a
responsabilização do infrator ou não comunica o fato à autoridade competente.
Sobre a condescendência criminosa, fique atento:
Como é possível observar, os crimes de corrupção passiva privilegiada, prevaricação e condescendência crimi-
nosa possuem características similares. Vejamos as diferenças:
CORRUPÇÃO PASSIVA
PREVARICAÇÃO CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
PRIVILEGIADA
O agente deixa de praticar ato de ofí- O agente deixa de praticar ato de O agente deixa de praticar ato de ofí-
cio cedendo a pedido ou influência ofício para satisfazer sentimento ou cio (responsabilizar o subalterno) por
de outrem interesse pessoal indulgência
Advocacia Administrativa
O crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321, do Código Penal, pode ser praticado na modalidade
simples ou qualificada.
Art. 321 Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Modalidade simples: configura-se quando o funcionário público patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
É necessário que a condição de funcionário público proporcione alguma facilidade ao sujeito ativo, que patro-
0
cina interesse de terceiro, pessoa privada; caso não haja facilidade alguma proporcionada pelo cargo, o fato será
-1
atípico.
78
O agente pode praticar este crime de diversas maneiras, como, por exemplo, fazendo uma petição, solicitando
.2
um benefício.
73
Modalidade qualificada: o crime de advocacia administrativa será qualificado caso o interesse privado seja
.8
ilegítimo.
32
-4
Violência Arbitrária
Este delito encontrava divergência quanto a sua aplicação, tendo em vista as edições realizadas pela Lei de
Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869, de 2019). Esta discussão não mais possui fundamento, sendo que esta lei não
328 tipificou o crime de violência arbitrária. Sendo assim, o delito ainda esse encontra em vigor.
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A prática da violência deve dar-se em razão da Cabe destacar qualificadora do § 2º no que diz res-
função pública, não havendo a exigência de que seja peito à faixa de fronteira. Essa qualificadora é uma
praticado no efetivo desempenho das funções do car- norma penal em branco, visto que a definição da fai-
go, podendo, portanto, ser praticada, por exemplo, xa de fronteira é fornecida pela Lei nº 6.634, de 1979,
por um funcionário público que se encontre de folga. compreendendo um raio de 150 (cento e cinquenta)
Sobre esse crime, leve em consideração os seguin- quilômetros ao longo das fronteiras nacionais.
tes pontos: O fundamento desta qualificadora é a proteção à
soberania nacional que, nas fronteiras, torna-se mais
z A violência arbitrária não admite a forma culposa, vulnerável.
devendo ser praticada dolosamente; Exige-se que o abandono se dê por um prazo rele-
z Admite tentativa; vante, apesar de o Código Penal não fixar prazo deter-
z Segundo Rogério Greco, o objeto material será o minado. Entende a doutrina que o prazo será fixado
administrado contra o qual é praticada a violência pelo estatuto a que estiver submetido o funcionário
arbitrária; público.
z A violência tem que ser praticada arbitrariamente, Em regra: o prazo será de 30 (trinta) dias — pra-
não se enquadrando neste tipo penal as hipóteses zo previsto na maioria dos estatutos de servidores
de uso necessário e progressivo da força, admiti- públicos.
das em lei;
z O crime aperfeiçoa-se ainda que as vítimas da Dica
agressão não sofram lesões;
Sobre o crime de abandono de função, leve para
z Caso alguma das vítimas sofra lesão ou morra, o
a sua prova:
agente responderá por este crime e pelo crime cor-
� É crime omissivo;
respondente à violência praticada (lesões corpo-
� Não admite tentativa;
rais ou homicídio).
� Só pode ser praticado dolosamente — não
admite a culpa.
Abandono de Função
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
O crime de abandono de função está tipificado no
Prolongado
art. 323, do CP.
Este crime está previsto no art. 324, do CP.
Art. 323 Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Art. 324 Entrar no exercício de função pública
antes de satisfeitas as exigências legais, ou conti-
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
nuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
oficialmente que foi exonerado, removido, substi-
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na fai-
tuído ou suspenso:
xa de fronteira:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao
A conduta típica é: abandonar cargo público, fora
seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de
dos casos permitidos em lei.
função pública afeta a prestação de serviços públicos.
0
substituído ou suspenso:
32
Sendo assim, não haverá crime se ocorrer mero Este crime pode ser praticado de duas formas:
abandono de função pública (apesar do nome) ou de
-4
emprego público, mas tão somente no caso de aban- z Entrar no exercício de função pública antes de
u
pr
Trata-se de um crime de mão própria, ou seja, só zação, depois de saber oficialmente que foi exone-
pode ser praticado pelo funcionário público ocupante rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido
do cargo que foi abandonado. Este abandono deve ser que o funcionário público tenha sido oficialmente
por tempo juridicamente relevante. comunicado sobre sua exoneração, remoção, subs-
De acordo com posicionamento doutrinário majo- tituição ou suspensão. Neste aspecto, ressalta-se
ritário, as hipóteses de greve não configuram este tipo que o crime é instantâneo e prescinde de habitua-
DIREITO PENAL
É importante mencionar que o agente toma conhe- função sem nenhum tipo de investidura, apode-
.8
em segredo em razão do cargo que ocupa, não se exi- z Funcionário ou agente de fato: o agente exerce a
-4
gindo que tenha sido no efetivo desempenho das atri- função pública, por ter ocorrido alguma irregula-
buições do cargo.
u
Há uma forma qualificada do crime de usurpação O direito brasileiro não pune a resistência passiva,
de função pública: que é aquela em que o agente resiste ao ato sem o uso
de violência ou ameaça, a exemplo daquele que, ao
Art. 328 [...] ser preso, deita-se no chão para impedir o ato.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere A violência ou ameaça deve ser empregada contra
vantagem: pessoa, não constituindo o crime se empregada contra
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. coisa (posição dominante).
É crime formal, que se consuma com a prática da
Ocorre se, do fato, o agente auferir vantagem violência ou ameaça.
(qualquer tipo de vantagem e não necessariamente Admite tentativa, nas hipóteses de fracionamento
financeira). do iter criminis.
Sobre o crime de usurpação de função pública, é
importante que você leve em consideração: z Resistência qualificada: se, em razão da resistên-
cia, o ato não se executa.
0
-1
z Admite tentativa; Por fim, leve para a sua prova: o agente responde-
.2
z Pode ser praticado por funcionário público, segun- rá pela resistência e pela violência empregada.
73
do posicionamento que prevalece, mas a função Vejamos: se, para se opor à execução de ato legal
.8
usurpada deve ser totalmente alheia à função dele praticado por funcionário competente, o particular
32
(sendo ele considerado particular); usa de violência, causando lesão corporal de nature-
-4
z É crime formal, não se exigindo para a sua configu- za grave, responderá pelos dois crimes: resistência e
u
Desobediência
pr
Resistência
Este crime está previsto no art. 330, do Código
O crime de resistência está previsto no art. 329, do Penal. Configurar-se-á quando o agente desobedecer
Código Penal: à ordem legal de funcionário público.
Art. 331 Desacatar funcionário público no exercí- O crime de tráfico de influência está previsto no
cio da função ou em razão dela: art. 332, do Código Penal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Art. 332 Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
Desacatar = ofender, faltar com respeito. para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
Não se exige que o funcionário público esteja no a pretexto de influir em ato praticado por funcioná-
efetivo desempenho das atribuições do seu cargo para rio público no exercício da função:
caracterização do crime de desacato, mas sim que a Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
0
cialzinho de merda”, quando este estava prestes a Conduta típica: solicitar, exigir, cobrar ou obter,
32
z Exemplo 2: Diego Souza xinga Cássio, policial vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
civil, em um restaurante em Porto Seguro, durante funcionário público no exercício da função.
u
pr
as férias deles, de “policialzinho de merda”, pelo Trata-se de crime plurinuclear, que pode ser prati-
cado com o exercício de qualquer um dos verbos pre-
u
z Exemplo 3: Diego Souza xinga Cássio, policial civil, vistos no tipo penal:
de “babaca sem noção”, em uma partida de fute-
bol, pelo fato deste ter pegado um pênalti daquele. z Solicitar;
z Exigir;
Nos exemplos 1 e 2, configura-se o crime de desa- z Cobrar;
cato, já que a ofensa proferida pelo agente se deu em z Obter.
razão da função exercida pelo funcionário público.
No exemplo 3, não há que se falar em desacato. O agente não tem influência sobre o funcionário
Embora Cássio seja funcionário público, a ofensa pro- público, mas passa a impressão de que a tem, com a fina-
ferida pelo agente em nada tem a ver com a função lidade de obter vantagem ou promessa de vantagem.
pública. Caso o agente realmente tenha poder de influência
Sobre o desacato, é importante que você fique sobre o funcionário público que praticará o ato, não
atento às seguintes considerações: há que se falar em tráfico de influência, podendo, no
entanto, configurar-se outro crime.
z O desacato pode dar-se por qualquer meio: insul- Sobre o tráfico de influência, é importante que
332 tos, vias de fato, gestos, entre outros; você tome cuidado com as seguintes informações:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z A pessoa que paga a vantagem pratica indiferente penal, por falta de previsão legal desta conduta;
z Em regra, é crime formal, consumando-se com a solicitação, exigência ou cobrança;
z No caso do verbo obter, o crime é material;
z Só pode ser praticado dolosamente;
z Exige um especial fim de agir: obter vantagem ou promessa de vantagem para si ou para outrem.
A pena do crime de tráfico de influência será aumentada de metade se o agente alega ou insinua que a vanta-
gem é também destinada ao funcionário.
Corrupção Ativa
O crime de corrupção ativa, previsto no art. 333, do Código Penal, é um dos tipos penais mais cobrados em
relação aos crimes contra a administração pública.
Art. 333 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Conduta típica: oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício.
Solicitar
Oferecer
Receber
Aceitar Prometer
z Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal prevê mais de um verbo para sua prática: oferecer e prome-
ter. Por exemplo, João oferece uma quantia em dinheiro ao policial rodoviário federal para não ser multado
pela prática de infração de trânsito. Pedro promete entregar uma quantia em dinheiro ao guarda municipal
quando retornar ao seu veículo que está estacionado em local proibido;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta delituosa, não se exigindo que o funcionário público
aceite a vantagem ou promessa de vantagem;
z Não admite a forma culposa;
z Exige-se dolo específico: a intenção de determinar o funcionário público a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício;
0
z Caso o particular ceda à solicitação (corrupção passiva) ou à exigência (concussão), e entregue vantagem inde-
-1
vida, seja em pagamento ou dando algo, a sua conduta será atípica, conforme posicionamento jurisprudencial
78
majoritário;
.2
73
z A pena da corrupção ativa será aumentada de 1/3 (um terço) se em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
nário público retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
.8
32
-4
333
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Descaminho e Contrabando Não admite a modalidade culposa;
O crime consuma-se com a simples conduta de
Os crimes de descaminho e contrabando, previs- iludir o Estado quanto ao pagamento dos tribu-
tos nos arts. 334 e 334-A, respectivamente, do Código tos devidos;
Penal, constituem práticas distintas, que devem ser Admite a aplicação do princípio da insignifi-
observadas. Vamos simplificar estes crimes: cância, nos casos em que o valor seja inferior
àquele considerado irrelevante para fins de
z Descaminho: consiste em não pagar direito ou execução fiscal;
imposto devido pela entrada, saída ou consumo de
mercadoria;
z Contrabando: consiste na importação ou exporta-
ção de mercadoria proibida.
Importante!
Tanto para o STF quanto para o STJ, atualmente,
No descaminho, a mercadoria não tem a comercia- poderá ser aplicado o princípio da insignificância
lização proibida no território brasileiro, já no contra- ao crime de descaminho que não exceda o valor
bando, sim. de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
No passado, os dois tipos penais estavam previs-
tos no mesmo dispositivo. Contudo, houve alteração e,
no momento, cada um destes crimes integra um tipo O pagamento integral da dívida tributária não
penal distinto.
Vejamos cada um deles: extingue a punibilidade do crime de descaminho.3
desacompanhada de documentação legal ou acom- este crime quando alguém subtrai ou inutiliza, total
-1
panhada de documentos que sabe serem falsos. ou parcialmente, um livro oficial, processo ou docu-
78
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os mento de quem não o guarda por conta da sua função.
.2
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio É importante analisar que, na parte final do precei-
73
ras, inclusive o exercido em residências. “ou de particular em serviço público”, pois existem,
32
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de des- em certas hipóteses excepcionais, particulares que
-4
timo ou fluvial.
rio nas eleições). Observe que se alguém subtrair ou
pr
Art. 339 Dar causa à instauração de investigação É crime contra a adminis- É crime contra a honra
policial, de processo judicial, instauração de inves- tração da justiça A ação penal é privada
tigação administrativa, inquérito civil ou ação de A ação penal é pública in- Punida pelo fato de o agen-
improbidade administrativa contra alguém, impu- condicionada; discute-se te ofender a honra objetiva
tando-lhe crime de que o sabe inocente: na doutrina e jurisprudên- da vítima
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. cia se o processo por de- É admitida a imputação
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente nunciação caluniosa pode falsa apenas de crime
se serve de anonimato ou de nome suposto. ser iniciado antes do des-
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação fecho do procedimento ou
é de prática de contravenção. ação originários
Punida pelo fato de o agen-
Tem como figura típica a seguinte conduta: dar te movimentar falsamente
causa direta ou indireta à instauração de investigação o aparato estatal, tentando
policial, de processo judicial, instauração de investiga- prejudicar a vítima perante
ção administrativa, inquérito civil ou ação de impro- o Estado
0
Sobre o crime de denunciação caluniosa, é impor- ção que sabe não se ter verificado:
tante ficar atento ao seguinte:
u
derados testemunhas;
78
delito em tela.
32
penal, chamado por parte da doutrina de corrupção ativa André praticou o crime de coação no curso do pro-
78
de testemunha contador, perito, intérprete ou tradutor. cesso, já que empregou grave ameaça contra pessoa
.2
z Finalidade: fazer com que as pessoas façam afirma- arma de fogo para ameaçá-la, diz que irá matá-la por
u
ção falsa, neguem ou calem a verdade em depoimen- não dizer que foi outra pessoa que praticou o crime,
pr
z Cometido com o fim de obter prova destinada a z Pode ser praticado contra as autoridades respon-
produzir efeito em processo penal; sáveis pela condução do processo, como juízes,
z Cometido com o fim de obter prova destinada a promotores, delegados de polícia, entre outros;
produzir efeito em processo civil em que for par- z Só pode ser praticado dolosamente;
te entidade da Administração Pública direta ou z Exige-se o dolo específico por parte do agente de
indireta. favorecer interesse próprio ou alheio; 337
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É crime formal, que se consuma com o uso de violência ou grave ameaça, independentemente de o coagido
ceder;
z Admite a forma tentada na hipótese de o crime ser praticado por escrito e haver extravio.
Art. 347 Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
aplicam-se em dobro.
Com previsão legal no art. 347, do Código Penal, o crime de fraude processual configurar-se-á quando o agente
inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pes-
soa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
Aplica-se a pena em dobro se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não indi-
ciado o agente.
Exemplo: Carlos praticou o crime de homicídio, ao matar Cláudio, que lhe devia uma quantia em dinheiro.
Com a finalidade de simular uma hipótese de legítima defesa, para induzir o perito a erro, Carlos coloca, fraudu-
lentamente, nas mãos da vítima, uma arma de fogo, modificando o estado de pessoa.
Carlos praticou o crime de fraude processual, respondendo pelo crime com a pena dobrada, já que inovou
artificiosamente, na pendência de processo penal.
Sobre o crime de fraude processual, fique atento ao seguinte:
z É crime comum;
z Não admite a modalidade culposa;
z Exige dolo específico: fim de induzir a erro juiz ou perito;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta prevista no tipo penal, ainda que não seja efetiva-
mente induzido a erro o juiz ou o perito;
z Admite a modalidade tentada.
Importante!
A respeito do direito à não autoincriminação, vejamos o entendimento do STJ: “O direito à não autoincrimi-
nação não abrange a possibilidade de os acusados alterarem a cena do crime, inovando o estado de lugar,
de coisa ou de pessoa, para, criando artificiosamente outra realidade, levar peritos ou o próprio Juiz a erro
de avaliação relevante”.4
Exploração de Prestígio
.2
73
Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
-4
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade tam-
bém se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
u
pr
Não se deve confundir este tipo penal com o crime de tráfico de influência, previsto no art. 332, do CP. Vejamos
a diferença na tabela a seguir:
338 4 (STJ: HC 137.206/SP, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 01.12.2009).
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A pena do crime de exploração de prestígio será
aumentada de 1/3 (um terço) se o agente alega ou insi- HORA DE PRATICAR!
nua que o dinheiro ou utilidade também se destina
ao juiz, ao jurado, ao órgão do ministério público, ao 1. (FGV — 2022) Otávio, conhecido criminoso, é encon-
funcionário de justiça, ao perito, ao tradutor, ao intér- trado, durante cumprimento de Mandado de Busca e
prete ou à testemunha. Apreensão em sua residência, de posse de 10 folhas
Sobre o crime de exploração de prestígio, leve para de cheque falsificadas, todas em nome do BANCO
a sua prova: AZUL, sendo certo que todas foram feitas em sua
casa, a partir de seu computador pessoal.
z É crime comum, que poderá ser praticado por
qualquer pessoa; Com relação à conduta criminosa de Otávio é correto
z Só poderá ser praticado dolosamente; afirmar que responderá pelo crime de
z No verbo solicitar, é crime formal;
z No verbo receber, é crime material; a) falsificação de documento particular.
z Admite tentativa. b) falsificação de documento público.
c) falsidade ideológica.
Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou d) uso de documento falso.
Suspensão de Direito e) reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica.
Art. 359 Exercer função, atividade, direito, autori- 2. (FGV — 2022) Tiago foi denunciado pelo Ministério Públi-
dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por co pelos crimes de falsificação de documento particular
decisão judicial: (Art. 298 do Código Penal) e estelionato (Art. 171 do
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou Código Penal), em concurso material (Art. 69 do Código
multa. Penal), por ter protocolizado pedido de restituição e decla-
ração de compensação de tributos junto à Administração
Este crime está previsto no art. 359, do CP, e confi- Fazendária, buscando auferir saldo de compensação de
gurar-se-á quando o agente exercer função, atividade, créditos inexistentes, cujo valor seria superior àquele dos
direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou débitos de sua empresa.
privado por decisão judicial.
O crime de desobediência a decisão judicial sobre Nesse caso, com relação ao crime de falsificação de
perda ou suspensão de direito, inserido no Código documento particular imputado, é correto afirmar que
Penal entre os crimes contra a administração da justi-
ça, representa uma modalidade especial do delito de a) trata-se de um crime autônomo que é sempre punível.
desobediência, capitulado no art. 329, do CP, entre os b) trata-se de um crime-fim que é sempre punível.
crimes praticados por particular contra a administra- c) trata-se de um crime-meio que é sempre punível.
ção em geral. d) trata-se de um crime-meio, que é punível se o crime-
Há, nos dois delitos, o descumprimento de ordem -fim também o for.
legal emanada de funcionário público. No entanto, o e) trata-se de um crime-meio, que é punível se ele não se
crime definido no art. 359, do CP, possui elementos exaurir no crime-fim, não sendo por este absorvido.
especializantes, pois o agente não desobedece a uma
simples ordem legal emitida por qualquer funcioná- 3. (FGV — 2018) Em razão de se encontrar com diver-
rio público. sos mandados atrasados para o seu cumprimento, o
0
Neste crime, o agente vai além, exercendo função, Oficial de Justiça Moraes certifica em um deles que
-1
de crime próprio ou especial, pois somente pode ser fato, o Oficial de Justiça não foi ao local.
-4
Basta a prática de um único ato capaz de afrontar a 4. (FGV — 2022) Antônio, Oficial de Justiça, com vontade
determinação emanada do Poder Judiciário. livre e consciente, ao cumprir mandado de penhora, ava-
Sobre este crime, é importante que você leve em liação e intimação, certificou falsamente, em razão de
consideração as seguintes informações: sua função pública, fato que habilitou o executado Jorge
a obter vantagem, consistente em ocultar bens penho-
z Só poderá ser praticado dolosamente; ráveis, na medida em que Antônio falsamente certificou
z Admite a modalidade tentada; que não havia qualquer bem a ser penhorado.
z Exige-se que a suspensão ou privação se dê por
decisão judicial. Caso se trate de decisão adminis- Assim agindo, Antônio praticou
trativa, não se configurará este tipo penal. 339
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a) infração penal de certidão ideologicamente falsa. Considerando apenas as informações expostas, a
b) infração penal de falsidade material de certidão. conduta praticada por Joana se adequaria, abstrata-
c) crime de abuso de autoridade. mente, ao delito de:
d) crime de falsificação de documento público.
e) crime de falsificação de papéis públicos a) peculato, sendo inaplicável o princípio da insignificân-
cia em razão da natureza de crime contra a Adminis-
5. (FGV — 2022) De acordo com o Art. 327, §2º, do Código tração Pública;
Penal, “A pena será aumentada da terça parte quando os b) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignifi-
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu- cância, que afastaria a tipicidade da conduta;
pantes de cargos em comissão ou de função de direção c) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignifi-
ou assessoramento de órgão da administração direta, cância, que afastaria a culpabilidade da agente;
sociedade de economia mista, empresa pública ou fun- d) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificân-
dação instituída pelo poder público”. cia, que afastaria a tipicidade da conduta;
e) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificân-
Na hipótese dos agentes que se enquadram na situação cia, que afastaria a culpabilidade da agente.
do Art. 327, §1º, do Código Penal (“Equipara-se a funcio-
nário público quem exerce cargo, emprego ou função 8. (FGV — 2021) O funcionário público que, embora não
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
execução de atividade típica da Administração Pública”), ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporcio-
a mencionada causa de aumento de pena: na a qualidade de funcionário, pratica
go Penal, poderá(ão) ser considerado(s) funcionário(s) e) não há crime devido ao exercício regular de um direito.
.8
que ele lhe desse o balão pretendido pelo filho, que 16. (FGV — 2022) João, Oficial de Justiça do Tribunal
-1
Ao proceder da forma narrada, João praticou, em tese, sistema de informações do Tribunal, para viabilizar a
a conduta tipificada como: José o contato com funcionalidades restritas a servi-
u
pr
13. (FGV — 2018) Ronaldo, que exercia função pública b) corrupção ativa, punível com pena de detenção, de
apenas temporariamente, sem receber remuneração, dois a quatro anos, e multa.
exige R$ 1.000,00 para dar prioridade na prática de ato c) falsa declaração, punível com pena de detenção, de
de ofício que era de sua responsabilidade. Apesar da um a dois anos, e multa.
exigência, o fato vem a ser descoberto antes do paga- d) violação de sistema, punível com pena de detenção,
mento da vantagem indevida e antes mesmo da práti- de um a dois anos, e multa.
ca com prioridade do ato de ofício. e) violação de sigilo funcional, punível com pena de
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Diante da descoberta dos fatos nos termos narrados,
a conduta de Ronaldo configura: 341
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17. (FGV — 2022) João dos Santos é empresário e supri-
4 A
miu contribuição previdenciária, ao omitir receitas
auferidas e demais fatos geradores de contribuições 5 B
sociais previdenciárias nos documentos comerciais e
tributários da sua empresa. 6 C
7 D
É correto afirmar que essa conduta caracteriza crime de
8 A
a) apropriação indébita previdenciária.
b) sonegação de contribuição previdenciária. 9 B
c) crime contra a ordem tributária.
10 B
d) descaminho.
e) falsificação de documento público. 11 A
9 GABARITO
1 B
2 E
3 B
342
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(chamada de condição de procedibilidade) para que o
Ministério Público possa exercer seu direito de ação.
A mais conhecida hipótese de necessidade de requi-
sição, conforme mencionado, é quando ocorre crime
contra a honra do Presidente da República ou chefe de
DIREITO PROCESSUAL governo estrangeiro.
A requisição do Ministro da Justiça não significa
PENAL uma ordem ao Ministério Público. Recebida a requisi-
ção, o MP somente vai oferecer a denúncia se houver
justa causa (provas suficientes) para o início da ação.
A lei não estabelece um prazo para que o Minis-
tro da Justiça apresente a requisição. Assim sendo,
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade do
DECRETO LEI N° 3.689 - DE 03 DE agente, o Ministro da Justiça pode realizar a requisição.
OUTUBRO DE 1941
Representação do Ofendido
DA AÇÃO PENAL: ARTS. 24 E §§ 1º E 2º; 25; 27; 28 E
§§ 1º E 2º, E 28-A INCISOS E §§ ; 40 A 42; 46 E §§ 1° A representação do ofendido consiste na manifes-
E 2° E ART. 47 tação de vontade da vítima ou de seu representante
legal informando da ocorrência de um crime e, tam-
bém, de pedido de providências para que o Ministério
Início da Ação Penal
Público ingresse com a ação penal. Da mesma forma
que na requisição do Ministro da Justiça, a represen-
Art. 24 Nos crimes de ação pública, esta será
promovida por denúncia do Ministério Público, tação do ofendido é uma condição de procedibilidade,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requi- isto é, uma condição para que o MP possa oferecer a
sição do Ministro da Justiça, ou de representa- denúncia.
ção do ofendido ou de quem tiver qualidade para Importante: a representação é também conhecida
representá-lo. como delatio criminis postulatória.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando Assim como no caso da requisição, a represen-
declarado ausente por decisão judicial, o direito tação não obriga o Ministério Público a oferecer a
de representação passará ao cônjuge, ascenden- denúncia; somente caso entenda que existam provas
te, descendente ou irmão. é que o promotor oferece a denúncia.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em A representação não exige formalidade especial,
detrimento do patrimônio ou interesse da União, devendo somente deixar claro, de maneira inequívo-
Estado e Município, a ação penal será pública. ca, a vontade da vítima de ver o ofensor processado
(basta que conste nos autos que a vítima quer ofere-
Conforme já mencionado anteriormente, no silên- cer a representação). O art. 39, do CPP, que será estu-
cio da lei, a ação penal é pública incondicionada, isto é, dado mais adiante, apresenta algumas regras sobre a
será promovida pelo Ministério Público sem que haja representação.
necessidade de manifestação de vontade de terceira
pessoa para seu ajuizamento, mediante a denúncia. Retratação da Representação
Excepcionalmente, a lei pode exigir prévia mani-
0
tenham como vítima o Presidente da República ou Pode ocorrer de a vítima ou seu representante,
chefe de governo estrangeiro, conforme prevê o art.
.8
145, do CP). rer ver o agente processado (por exemplo, por ser um
-4
uma das seguintes hipóteses: curador-geral, e este oferece- logação, na forma da lei.
-1
z Ausência de pressuposto processual ou condi- para oferece-la, ou insistirá dar com o arquivamento do
73
ção para o exercício da ação penal (por exemplo, no pedido de arquivamento, inquérito policial, poderá, no
.8
quando a vítima retira a representação que havia ao qual só então estará o juiz prazo de 30 (trinta) dias do re-
32
orgânica.
pr
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao não persecução penal não constarão de certidão de
.2
delito a que se refere o caput deste artigo, serão antecedentes criminais, exceto para os fins previs-
73
consideradas as causas de aumento e diminuição tos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela
.8
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se apli- persecução penal, o juízo competente decretará
ca nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº
u
comunicar o MP caso tomem ciência de infrações que Art. 46 O prazo para oferecimento da denúncia,
.2
se procedem mediante ação penal pública. Neste caso, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data
73
se existirem documentos relacionados que sirvam de em que o órgão do Ministério Público receber os autos
.8
prova, devem ser enviados ao Ministério Público. do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
32
sição do fato criminoso, com todas as suas § 1º Quando o Ministério Público dispensar o inqué-
pr
Segundo o § 2º, art. 46, a queixa pode ser aditada no prazo de 3 dias, a contar da data de recebimento dos autos.
Art. 47 Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos
elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam
ou possam fornecê-los.
O MP pode, diretamente, sem a intermediação do juiz, requisitar esclarecimentos, documentos ou outros ele-
mentos de prova, desde que, claro, dentro do que permite a lei e fundamentado na necessidade.
Ao Ministério Público caberá ser o titular da ação penal pública, ou seja, processar criminalmente aqueles que
transgredirem a lei, entretanto essa função será exercida de forma imparcial, pois deverá apenas garantir que a
lei seja aplicada ao caso, e não que o réu seja condenado.
Além dessa função, caberá ao membro do MP atuar como verdadeiro defensor da sociedade, fiscal da lei, o que
chamamos de “custos legis”.
Ao Ministério Público aplica-se as mesmas regras de suspeição e impedimento dos juízes que estudamos nos
artigos anteriores, portanto, não poderá então ser titular da ação penal contra seus parentes, esposa ou marido,
inclusive parentes adquiridos pelo casamento, até o terceiro grau.
Art. 258 Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for
seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se
estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
Importante!
Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta
0
-1
O art. 60 da Lei nº 9.099, de 1995 dispõe que os juizados especiais criminais são compostos por juízes togados,
pr
A Lei nº 9.099, de 1995, em seu art. 60, estabelece que compete aos juizados especiais criminais conciliar,
julgar e executar as infrações de menor potencial ofensivo.
347
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Conciliar z No caso de conexão e continência entre uma
infração de menor potencial ofensivo e um cri-
INFRAÇÕES me de maior gravidade.
DE MENOR Julgar
POTENCIAL Veja novamente o parágrafo único do art. 60:
OFENSIVO
Executar Art. 60 [...]
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante
o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes
O que são, então, “infrações de menor potencial da aplicação das regras de conexão e continência,
ofensivo”? O art. 61 informa que: observar-se-ão os institutos da transação penal e
da composição dos danos civis.
Art. 61 Consideram-se infrações penais de
menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Conexão é um mecanismo de unificação de pro-
Lei, as contravenções penais e os crimes a que cessos que têm, entre si, alguma espécie de ligação.
a lei comine pena máxima não superior a 2
Continência é a relação que impõe a reunião de
(dois) anos, cumulada ou não com multa.
processos para julgamento em conjunto. O principal
Assim, de acordo com a redação do art. 61, da Lei efeito da conexão e da continência é a reunião de pro-
nº 9.099, de 1995 (após as alterações feitas pela Lei nº cessos para julgamento simultâneo pelo juízo que tem
11.313, de 2006), infrações de menor potencial ofen- a chamada “força atrativa” (competente para julgar o
sivo são: crime mais grave: Juízo comum ou o Tribunal do Júri);
Em outras palavras, quando um processo é des-
locado para o juízo comum por meio das regras de
INFRAÇÕES DE MENOR conexão e continência, o acusado ainda fará jus aos
POTENCIAL OFENSIVO institutos da transação penal e da composição de
danos civis.
positivos da Lei nº 9.099, de 1995, que é mais benéfica Art. 75 Não obtida a composição dos danos
ao agente. civis, será dada imediatamente ao ofendido a opor-
Atenção: O conceito de infração de menor poten- tunidade de exercer o direito de representação
cial ofensivo é um dos temas mais cobrados sobre a verbal, que será reduzida a termo.
matéria. Atenção especial para o conceito do art. 61. Parágrafo único. O não oferecimento da represen-
Nas hipóteses de crimes continuados ou de con- tação na audiência preliminar não implica deca-
curso formal de crimes, a pena máxima deve ser dência do direito, que poderá ser exercido no prazo
analisada com o aumento máximo previsto na lei, previsto em lei.
para então enquadrar ou não como infração de menor Art. 76 Havendo representação ou tratando-
potencial ofensivo. -se de crime de ação penal pública incondi-
cionada, não sendo caso de arquivamento, o
Ministério Público poderá propor a aplicação
Hipóteses de Modificação da Competência em
imediata de pena restritiva de direitos ou mul-
Relação à Matéria
tas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
Existem três hipóteses em que ocorre a modifica- aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
348 ção da competência Juizado Especial Criminal:
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§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa,
nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns-
tâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes cri-
minais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.
Transação Penal
A transação penal é um acordo feito entre o Ministério Público (titular da ação penal) e o autor do fato. Por meio
desse acordo, o autor do fato (que está acompanhado de advogado), compromete-se a cumprir imediatamente uma
pena de multa ou restritiva de direitos; por outro lado, o MP não dá prosseguimento, deixando de deflagar a ação penal.
Autor da infração for condenado à pena privativa Exige-se que a condenação seja por
de liberdade pela prática de crime sentença definitiva
NÃO
CABERÁ Autor da infração já tiver sido beneficiado, nos
TRANSAÇÃO últimos 5 anos, pela transação penal
QUANDO
Para que seja possível a transação, o agente não pode ter sido condenado anteriormente, pela prática de crime, à
pena privativa de liberdade e nem pode ter sido beneficiado, nos últimos 5 anos, pela transação penal.
Além disso, seus antecedentes, sua conduta social e personalidade, assim como os motivos e a circunstância da
infração, devem ser favoráveis ao agente (inciso III, do § 2º, do art. 76). Por fim, o autor da infração deve aceitar a
transação, que deve ser assinada, também, por seu advogado.
Atente-se para o fato de que a condenação anterior deve ser pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva. Desse modo, caso o agente for condenado anteriormente por contravenção penal, mesmo que por
pena restritiva de direitos ou multa, não poderá esta impedir a concessão da transação penal.
No caso de transação referente a crime ambiental (de menor potencial ofensivo), deve, ainda, haver a prévia com-
posição do dano ambiental (exceto caso haja impossibilidade comprovada de realizá-la). É o que prevê o art. 27, da Lei
0
-1
Art. 27 Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direi-
73
tos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que
.8
tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada
32
impossibilidade.
-4
A transação deve ser homologada por sentença do juiz (sentença condenatória imprópria).
u
pr
Em casos de descumprimento da transação penal pelo agente, o Ministério Público poderá dar continuidade à
persecução penal, oferecendo a denúncia ou realizando a requisição de inquérito policial. É o que rege a Súmula
Vinculante nº 35:
Súmula Vinculante nº 35 (STF) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099, de 1995 não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
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Importante!
� A transação penal não gera a reincidência, podendo ser apenas registrada;
� A transação penal só será concedida novamente após o prazo de 5 anos;
� A transação penal não ficará constada nas certidões de antecedentes criminais;
� A transação penal não tem efeitos civis.
� O descumprimento da transação penal pelo agente, permite o MP dar continuidade na persecução penal.
Por último, cabe tratar do art. 89 da Lei, um dos mais importantes tópicos para sua prova e que, conforme
visto, trata da suspensão condicional do processo, também chamada de sursis processual.
Art. 89 Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presen-
tes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá sus-
pender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de frequentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar,
sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção,
ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
A suspensão condicional do processo consiste em mais uma medida despenalizadora prevista na Lei nº 9.099,
de 1995.
Atenção: O primeiro aspecto quanto à Suspensão Condicional do Processo é que esta será aplicada nos crimes
em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano. É importante que o leitor não confunda os prazos
das penas das Infrações de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) e as da Suspensão Condicional do Processo. Vejamos a
tabela comparativa a seguir:
Outro ponto curioso é que, na suspensão condicional do processo, o Ministério Público propõe a suspensão ao ofe-
.8
32
ao rito dos juizados especiais criminais, mas a qualquer crime que se encaixe nos requisitos previstos no artigo.
u
pr
z Pena mínima igual ou inferior a um ano (levando-se em conta as causas de aumento e diminuição de pena);
z O acusado não ter sido condenado anteriormente;
z O acusado não estar respondendo a outro processo criminal;
z As circunstâncias judiciais serem favoráveis.
Dica
As circunstâncias judiciais (ou inominadas) estão previstas no art. 59 do Código Penal. São elas: culpabilida-
de, antecedentes; conduta social; personalidade; motivos do crime; circunstâncias do crime; consequências
do crime e comportamento da vítima.
Aceitando a proposta de suspensão, o acusado fica sujeito a um período de prova, ficando o processo sus-
penso por um prazo de 2 a 4 anos, durante o qual o beneficiário deve cumprir as condições previstas no §
1º, do art. 89 (reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares;
proibição de ausentar-se da comarca sem autorização e comparecimento mensal em juízo para justificar as ativi-
350 dades), sem prejuízo de outras condições fixadas pelo juiz.
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Importante destacar as condições para que ocorra Súmula n° 243 (STJ) O benefício da suspensão do pro-
a suspensão condicional do processo, previstas no § 1º cesso não é aplicável em relação às infrações penais
do art. 89. Vejamos no esquema a seguir: cometidas em concurso material, concurso formal ou
continuidade delitiva, quando a pena mínima comina-
da, seja pelo somatório, seja pela incidência da majo-
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO rante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano.
(CONDIÇÕES) Súmula n° 337 (STJ) É cabível a suspensão condi-
cional do processo na desclassificação de crime e
na procedência parcial da pretensão punitiva.
Súmula n° 723 (STF) Não se admite a suspensão con-
Reparação do dano, salvo impossibilidade de dicional do processo por crime continuado, se a soma
fazê-lo da pena mínima da infração mais grave com o aumen-
to mínimo de um sexto for superior a um ano.
cobrança da literalidade dos dispositivos da Lei, mas O Supremo Tribunal Federal fixou em Repercus-
para complementar seu estudo veja as teses sobre jui-
.8
subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do razoável, investigações de natureza penal, desde
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ministério Público, titular da ação penal, a quem que respeitados os direitos e garantias que assis-
cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade tem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa
de aplicação do referido instituto, desde que o faça sob investigação do Estado, observadas, sempre,
de forma fundamentada.1 por seus agentes, as hipóteses de reserva consti-
tucional de jurisdição e, também, as prerrogativas
z A existência de inquérito policial em curso não é
profissionais de que se acham investidos, em nos-
circunstância idônea a obstar o oferecimento de
so País, os Advogados (Lei 8.906, de 1994, art. 7º,
proposta de suspensão condicional do processo.2 notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX),
1 (AgRg no AREsp n. 607.902/SP, Ministro Gurgel de Faria, Quinta Turma, DJe 17/2/2016).
2 (RHC 79.751/SP, REL. MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, JULGADO EM 18/04/2017, DJE 26/04/2017)
3 (Resp 1498034, 25.11.2015);
4 CAVALCANTE, M. A. L. A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, operada em processo
anterior, não pode ser sopesada em seu desfavor como maus antecedentes, personalidade do agente e conduta social. Buscador Dizer o Direi-
to, Manaus. Disponível em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d2a452edff079ca6980edcf54cc49945. Acesso
em: 08 set. 2021 351
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sem prejuízo da possibilidade — sempre presente Procedimento de Instauração
no Estado democrático de Direito — do permanen-
te controle jurisdicional dos atos, necessariamente Nos termos do art. 4º da Resolução:
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados
pelos membros dessa instituição. Art. 4° O procedimento investigatório criminal
será instaurado por portaria fundamentada, devi-
Assim, as disposições a seguir, terão por base a damente registrada e autuada, com a indicação dos
Resolução nº 1.364, de 2021, a qual, visando uma fatos a serem investigados e sua capitulação legal,
maior modernização das investigações e celeridade devendo conter, sempre que possível, o nome e a
na solução de casos menos graves, reformulou o anti- qualificação do autor da representação e a determi-
go Ato normativo n° 314, de 2003. nação das diligências iniciais.
Instrução
.2
73
Art. 7° […]
pr
poderá ser instaurado de ofício, por membro do I - fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer
Ministério Público, no âmbito de suas atribuições
u
Tribunal Federal.
-1
Art. 14 A persecução patrimonial voltada à localiza- atuar em defesa do investigado, nos termos do
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Dica
pr
Em casos de proteção à vítima, haverá prioridade z autor da infração beneficiado por pena restriti-
de tramitação do feito e oitiva antecipada da víti- va de direito ou multa, no prazo de 5 anos (Lei n°
ma ou testemunhas em juízo. 9.099/95);
z não indicarem os antecedentes, a conduta e a per-
A vítima, e demais pessoas atingidas pelo fato, sonalidade do agente (Lei n° 9.099/95);
serão encaminhadas à rede de assistência para aten- z o aguardo para cumprimento do acordo possa
dimento multidisciplinar. Se a investigação apurar caracterizar prescrição da pretensão punitiva;
notícia de violência manifestada por agente público z o delito for hediondo ou equiparado (Lei n°
em desfavor de vítimas negras, o MP deverá levar em 11.340/06);
consideração a violência sistêmica, estrutural, psico- z o acordo não atender ao suficiente e necessário
lógica, moral, dentre outras. para reprovação e prevenção do crime.
Se criança ou adolescente, a vítima será resguar-
dada de qualquer contato contra o suposto agressor. Observação: as disposições deste capítulo não se
aplicam aos delitos cometidos por militares que afe-
tam a hierarquia e a disciplina. 355
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Homologação
Importante
O acordo de não persecução penal pode ser cele- Homologado o acordo, o MP providenciará comu-
nicação ao Instituto de Identificação e Estatística para
brado na mesma oportunidade da audiência de
evitar que o beneficiário possa obter idêntico benefí-
custódia (parágrafo 7º, art. 18)
cio em prazo inferior ao previsto em lei, nos termos do
parágrafo 11, do art. 18 da Resolução:
Condições do Acordo de Não Persecução Penal
Art. 18 [...]
O acordo será lavrado mediante as seguintes con- § 11 Homologado o acordo de não persecução
dições fixadas cumulativa ou alternativamente: penal, o membro do Ministério Público deverá pro-
videnciar a comunicação da avença ao Instituto de
Identificação e Estatística (I.I.R.G.D.), com os dados
z Reparar o dano ou restituir a coisa, salvo impossi-
do processo e do indiciado ou réu, a fim de evitar
bilidade de fazê-lo;
que o beneficiário possa obter idêntica benesse em
z Renunciar voluntariamente a bens e direitos apon-
prazo inferior ao previsto em lei.
tados como produto/proveito do crime;
z Prestar serviço comunitário por período corres-
Cumprimento do Acordo
pondente à pena mínima comida ao delito, dimi-
nuída de 1/3 a 2/3;
z Pagar prestação pecuniária à entidade pública ou Após integral cumprimento do acordo, o MP
de interesse social a ser indicada pelo MP, deven- requererá a extinção da punibilidade do investigado
do a prestação ser destinada preferencialmente (parágrafo 12, art. 18, da Resolução).
àquelas entidades que tenham como função bens
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemen- CONCLUSÃO E ARQUIVAMENTO
te lesados pelo delito;
z Cumprir outra condição estabelecida pelo MP, des- Diante da inexistência de fundamento para propo-
de que proporcional e compatível com a infração situra de ação penal, o MP promoverá o arquivamen-
penal aparentemente praticada. to dos autos, que poderão ser desarquivados quando
houver notícia de novos elementos de informação.
Além dessas condições, é dever do investigado comu- Vejamos os arts. 19 e 20 da Resolução:
nicar ao MP qualquer mudança de endereço, telefone ou
e-mail, e comprovar, mensalmente, o cumprimento das Art. 19 Se o membro do Ministério Público respon-
condições, independente de notificação ou aviso prévio, sável pelo procedimento investigatório criminal
sob pena de oferecimento de denúncia (§ 8°, art. 18). se convencer da inexistência de fundamento para
Observação: O descumprimento do acordo, além a propositura de ação penal pública, promoverá o
de ensejar o oferecimento de denúncia, poderá ser arquivamento dos autos ou das peças de informa-
utilizado pelo MP como justificativa para eventual ção, fazendo-o fundamentadamente.
não oferecimento da suspensão condicional do pro- § 1º A promoção de arquivamento será apresentada
cesso (§§ 9° e 10, art. 18). ao juízo competente, nos moldes do art. 28 do Código
de Processo Penal, nos termos da legislação vigente.
Procedimento do Acordo § 2º Cumprido integralmente o acordo de não per-
secução penal, o membro do Ministério Público
O acordo será formalizado nos autos com a qualifica- deverá requerer ao juízo competente a extinção de
0
1. (FGV — 2022) João foi investigado, processado e jul- a) não poderá o Ministério Público desistir da ação penal,
gado pelo fato de, em comunhão de ações e desígnios mas poderá opinar pela absolvição do acusado, deven-
com outra pessoa não identificada, ter receptado veículo do o juiz acatar o pronunciamento ministerial;
automotor VW/Saveiro, placa SAV-1234/AM, contendo b) possuem as pessoas jurídicas de direito público legiti-
diversos pares de calçados na caçamba, tudo pertencen- midade para exercer a ação penal privada subsidiária
te à sociedade empresária AM Pé Descalço Ltda. Após da pública, ainda que não se configurem como parte
a instrução criminal, o magistrado julgou procedente a ofendida pelo delito;
denúncia, condenando João pelo delito de receptação. c) poderá a queixa, na ação de iniciativa privada, ser dada
Posteriormente, surgiu a informação de que, em verdade, por procurador com poderes especiais, sem a necessi-
João teria tomado lugar de roubo, mediante grave amea- dade de menção ao fato criminoso na procuração;
ça exercida com o emprego de arma de fogo contra o d) a participação de membro do Ministério Público na
motorista e o ajudante da VW/Saveiro, o que foi devida- fase investigatória criminal acarreta seu impedimento
mente registrado em sede policial. ou suspeição para o oferecimento da denúncia;
e) não poderá o juiz, de ofício, fora dos casos de absolvi-
Diante desse cenário, é correto afirmar que ção sumária, rever a decisão que recebeu a denúncia
para rejeitá-la.
a) a condenação anterior pelo crime de receptação, ainda
que indevida, impede o novo processo e o julgamento 5. (FGV — 2022) Em razão de desentendimento ocorrido
pelo crime de roubo. com João, Paulo passa a ser investigado pelo delito
b) a condenação anterior pelo crime de receptação, por de lesão corporal leve. Submetido o termo circuns-
ser indevida, não impede o novo processo e o julga- tanciado ao Ministério Público, foi veiculada propos-
mento pelo crime de roubo. ta de transação penal, consistente na prestação de
c) o crime de roubo é delito autônomo, que atingiu víti- serviços à comunidade, o que foi aceito pelo autor do
mas distintas, caracterizando novo delito e permitindo fato, acompanhado por seu advogado, em audiência
o processo e o julgamento de João. especialmente designada para essa finalidade. No dia
d) o surgimento de prova nova superveniente afasta os efei- seguinte à celebração do acordo, a defesa técnica de
tos da coisa julgada material no presente caso, permitindo Paulo impetra habeas corpus questionando aspectos
o processo e o julgamento de João pelo crime de roubo. da hipótese contida no termo circunstanciado.
e) operada a rescisão da coisa julgada, por ação específi-
ca, fica autorizado o processo e o julgamento de João Diante desse cenário, é correto afirmar que:
pelo crime de roubo.
a) a barganha no processo penal acarreta a opção
2. (FGV — 2022) Nos casos de ações penais em curso, estratégica de nolo contendere, impedindo o questio-
alcançadas por sucessão de lei nova que acarrete namento judicial de aspectos jurídicos do fato que fun-
observância do princípio da continuidade normativo- damenta o acordo;
-típica, a denúncia ou queixa deverá: b) a celebração de acordo de transação penal acarreta
a perda do objeto de habeas corpus, pois o consenti-
a) ser ratificada; mento do autor do fato encerra o caso penal;
b) ser retificada; c) após a celebração do acordo somente será cabível o
c) ser rerratificada; habeas corpus para debater a atipicidade da conduta
d) ser extinta;
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3. (FGV — 2022) Relativamente aos acordos no processo dicando o objeto de eventual habeas corpus;
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penal, segundo a jurisprudência predominante nos Tri- e) por constituir ação autônoma de impugnação, o cabi-
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bunais Superiores, é correto afirmar que poderá: mento do habeas corpus é irrestrito, sendo admissí-
32
do a requerimento defensivo, desde que preenchidos 6. (FGV — 2022) Em determinado caso, o Ministério Públi-
u
b) o acordo de não persecução penal ser formalizado pela processo pelo prazo de dois anos, fixando, entre outras
autoridade policial, pelo investigado e seu defensor; condições, o pagamento da quantia de R$ 41.000,00 a
c) o descumprimento do acordo de não persecução título de reparação de danos à vítima, que não foi acei-
penal ser utilizado pelo Ministério Público como justi- ta pelo acusado e seu defensor, não tendo apresentado
ficativa para o não oferecimento de suspensão condi- qualquer justificativa, na oportunidade, para a recusa
cional do processo; da proposta. Posteriormente, a defesa informou que o
d) o juiz participar das negociações realizadas entre as empecilho para a aceitação da proposta de acordo se
partes para a formalização do acordo de colaboração deu em virtude do valor fixado a título de reparação dos
premiada se o prêmio envolver o perdão judicial; danos, por considerá-lo excessivo e em descompasso
e) o juiz, após a homologação do acordo de colaboração com a situação financeira do acusado.
premiada, receber a denúncia tendo por fundamento
apenas as declarações do colaborador. Diante desse cenário, é correto afirmar que:
4. (FGV — 2022) De acordo com a doutrina e a jurisprudên- a) a reparação do dano, por ser requisito para concessão
cia dominantes nos Tribunais Superiores, no tocante ao da suspensão condicional do processo, permite que a 357
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proposta seja submetida ao controle jurisdicional pré- estelionato passou a ser pública condicionada à repre-
vio, o que deveria ter sido postulado no ato; sentação do ofendido em todos os casos;
b) a reparação do dano, por ser requisito para concessão c) a denúncia deverá ser rejeitada, eis que, embora idosa,
da suspensão condicional do processo, permite que a não sendo a vítima pessoa maior de 70 anos, a ação
proposta seja submetida ao controle jurisdicional pos- penal no crime de estelionato, com a mudança legisla-
terior, não prejudicando a renovação da proposta; tiva, passou a ser pública condicionada à representa-
c) com o aceite das demais condições estipuladas, é ção do ofendido;
possível o controle do excesso observado na repara- d) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a ilegitimidade do
ção do dano por meio da aplicação analógica do Art. Ministério Público para propor a ação penal, eis que,
28 do Código de Processo Penal; com a nova lei, a ação penal no crime de estelionato
d) a recusa voluntária da proposta de suspensão condi- passou a ser de natureza privada;
cional do processo não pode ser invalidada em razão e) é cabível a suspensão condicional do processo, já que,
do valor estipulado para reparação do dano, que não embora a nova lei não tenha alterado a natureza da
constitui requisito para sua concessão; ação penal quando a vítima for pessoa idosa, que con-
e) o magistrado, em controle jurisdicional, pode reduzir tinua sendo pública incondicionada, o crime possui
até a metade o valor devido a título de reparação do pena mínima igual a um ano.
dano, atendendo à situação financeira do acusado.
9. (FGV — 2021) Concluídas investigações de inquérito
7. (FGV — 2022) Samuel, irritado com o fato de Felipe policial, a autoridade policial indiciou Francisco, sem
estar olhando para a sua namorada, desferiu neste um envolvimento anterior com o aparato policial ou judi-
soco, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. cial pela prática de crimes, como incurso nas sanções
Lavrado o Termo Circunstanciado, foram os autos penais do delito de lesão corporal de natureza gravís-
encaminhados ao Ministério Público, que requereu ao sima (Art. 129, §2º, CP – pena: reclusão de 2 a 8 anos).
Juízo a designação de audiência preliminar com vistas
ao oferecimento de transação penal e à composição Tendo Francisco confessado formal e circunstancial-
civil dos danos causados à vítima. mente a prática da infração penal na delegacia, o acor-
do de não persecução penal, no caso em tela:
Relativamente aos atos dessa audiência, é correto afirmar
que: a) poderá ser proposto pelo delegado, considerando a
confissão e a pena mínima cominada ao delito;
a) poderá ser oferecida queixa oral por parte de Felipe, caso b) não poderá ser proposto, diante da natureza do delito
o Ministério Público não ofereça a transação penal a imputado;
Samuel; c) não poderá ser proposto, pois a pena máxima comina-
b) implicará renúncia ao direito de queixa o não compareci- da é superior a quatro anos;
mento de Felipe, embora intimado, à audiência preliminar; d) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
c) poderá Felipe, não obtida a composição civil dos pelo delegado, considerando a pena cominada e a
danos, exercer o direito de representação verbalmente confissão em sede policial;
em face de Samuel; e) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
d) poderá o juiz oferecer transação penal a Samuel, caso pelo delegado, e, havendo concordância do indiciado
discorde do não oferecimento do referido benefício e de sua defesa técnica, independerá de homologação
pelo Ministério Público; judicial.
e) poderá o Ministério Público oferecer a transação penal
0
a Samuel, desde que com a concordância expressa de 10. (FGV — 2021) Os acordos penais ou processuais já eram
-1
8. (FGV — 2021) Laura, idosa de 69 anos, em 02/02/2020, tude que se deu ao instituto da colaboração premiada.
foi vítima de estelionato praticado por Mário, quando O formato consensual traz para o processo penal a pos-
.8
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ambos estavam em uma festa. O crime foi testemu- sibilidade de uma atuação resolutiva que afasta uma
-4
nhado por Carla e José, amigos de Laura que, no dia perspectiva demandista. O resultado disso é um nítido
seguinte, compareceram à Delegacia, ocasião em que empoderamento do Ministério Público. No entanto, o
u
pr
foram ouvidos na qualidade de testemunhas. Laura, Magistrado, até então protagonista no modelo de pro-
apesar de ter ciência da autoria do crime, preferiu cesso penal conflitivo, continua com papel relevante na
u
pr
não ir à Delegacia, deixando de ser ouvida em sede sistemática do acordo de não persecução penal.
extrajudicial. Passados sete meses da data do crime,
o Ministério Público denunciou Mário pelo crime de Nesse particular, compete ao juiz de direito do proces-
estelionato perpetrado contra Laura. so de conhecimento:
De acordo com a situação exposta e considerando as a) formalizar e fiscalizar o acordo, zelando pelo seu inte-
inovações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote gral cumprimento;
Anticrime) sobre a natureza da ação penal nos crimes b) veicular a proposta, quando o Ministério Público dei-
de estelionato, é correto afirmar que: xar de fazê-la de forma imotivada;
c) homologar o acordo e declarar a extinção da punibili-
a) a ação penal deverá ser suspensa e a vítima notifica- dade do fato, após seu integral cumprimento;
da para, em trinta dias, contados da notificação, dizer d) especificar outras condições, desde que adequadas
se deseja representar contra o acusado, sob pena de ao fato e à situação pessoal do investigado;
decadência; e) reduzir a pena pecuniária até a metade, nas hipóteses
b) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a decadência, de ser a única condição aplicável.
358 eis que, com a nova lei, a ação penal do crime de
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11. (FGV — 2021) Jairo foi preso em flagrante de posse d) O juiz deve devolver os autos ao Ministério Público,
de um rádio transmissor durante operação policial que pois, embora cabível o acordo em razão da pena míni-
combatia o tráfico de drogas. Autuado em flagrante ma cominada ao delito, não pode ser fixada a condi-
por infração ao Art. 35 da Lei nº 11.343/2006, Jairo ção de prestação de serviços à comunidade, que é
foi apresentado para audiência de custódia, tendo o modalidade de pena restritiva de direitos.
Ministério Público oferecido acordo de não perse- e) Para que haja a execução do acordo, deve ocorrer sua
cução penal, mediante condições que especificou. homologação pelo juiz, que precisa ouvir João Lucas
Devolvidos os autos ao Ministério Público para reaná- em audiência na qual verificará a voluntariedade do
lise da proposta, nela insistiu o Parquet. aceite da proposta do Ministério Público.
Não concordando o juiz com a manifestação do acu- 13. (FGV — 2019) Hugo foi vítima de crime de dano simples,
sador, pode o magistrado: tendo ele identificado que a autora do fato seria sua ex-na-
morada Joana. Acreditando que a ex-namorada adotou o
a) decretar a prisão preventiva e determinar que o Promotor comportamento em um momento de raiva, demonstra
de Justiça da Vara competente por distribuição ofereça seu desinteresse em vê-la processada criminalmente.
denúncia; Ocorre que os fatos chegaram ao conhecimento da auto-
b) decretar a prisão preventiva e devolver os autos ao Minis- ridade policial e do Ministério Público.
tério Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu defensor; Considerando que o crime de dano simples é de ação
c) decretar a prisão preventiva e devolver os autos ao Minis- penal privada, se aplica, ao caso, o princípio da:
tério Público para a análise da necessidade de com-
plementação das investigações ou o oferecimento da a) indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação
denúncia; de apresentar queixa-crime em desfavor de todos os
d) recusar a homologação e devolver os autos ao Ministério autores do fato, a partir da identificação da autoria;
Público para a análise da necessidade de complementa- b) disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Público
ção das investigações ou o oferecimento da denúncia; oferecer denúncia em caso de omissão do ofendido
e) remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça. pelo prazo de 06 (seis) meses;
c) obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa-cri-
12. (FGV — 2022) João Lucas, funcionário da vigilância sani- me em desfavor de Joana, sob pena de intervenção do
tária do município do Rio de Janeiro, é procurado, em Ministério Público;
abril de 2021, por dois donos de restaurantes na região d) disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido
onde atua. Os comerciantes lhe oferecem vantagem que houve, na hipótese, perempção;
para fazer vista grossa à violação das normas de distan- e) oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por
ciamento, determinadas pela prefeitura durante a pande- apresentar ou não queixa-crime em desfavor de Joana.
mia da Covid-19.
João Lucas aceita a oferta e recebe, dois dias depois, R$ 14. (FGV — 2019) Através do oferecimento de denúncia,
30.000,00 (trinta mil reais) em espécie. Um colega de tra- o Ministério Público inicia um processo em que se
balho, entretanto, descobre a negociação e comunica o imputa a determinada pessoa um crime de ação penal
fato a seu superior, que além de instaurar procedimento pública. Com base nas previsões do Código de Pro-
administrativo, faz notícia crime à autoridade policial. cesso Penal, existem formalidades legais que devem
O delegado de polícia instaura inquérito. Durante a ser observadas pelo Promotor de Justiça no momento
investigação, são coletados elementos de informação de apresentar a inicial acusatória.
0
formal e circunstanciada da prática do crime de cor- momento da sentença com base em novos fatos des-
rupção passiva, que tem pena cominada de 2 a 12
-4
Lucas. Com base nos dados do enunciado, sobre o constar esclarecimentos pelos quais possa ser iden-
DIREITO PROCESSUAL PENAL
acordo mencionado, assinale a afirmativa correta. tificado, tornando certa a identidade física;
c) a exposição do fato criminoso com todas as suas cir-
a) Não poderia ter sido proposto acordo de não persecu- cunstâncias, não podendo a agravante da reincidência
ção penal, pois a pena máxima cominada ao delito em ser reconhecida se não imputada na inicial acusatória;
questão é superior a quatro anos. Deve o juiz recusar d) a classificação do crime, que vinculará o magistrado
sua homologação. no momento da sentença, ainda que não haja necessi-
b) Para que seja iniciada a execução do acordo, basta dade de alteração dos fatos narrados;
sua formalização por escrito, em documento firmado e) o rol de testemunhas, computando-se no limite máxi-
pelo membro do Ministério Público, por João Lucas e mo as testemunhas referidas.
seu defensor técnico, além da comunicação do juiz,
que, nesse caso, não pode recusar sua homologação. 15. (FGV — 2018) Foi instaurado inquérito policial para
c) Sendo o acordo homologado, o eventual descumpri- apurar a suposta prática de crime de estelionato,
mento das condições acordadas permite a rescisão figurando Valéria como vítima e Júlio César como
direta pelo Ministério Público e imediato oferecimento indiciado. Após a realização de diversas diligências
da denúncia. e a apresentação de relatório conclusivo por parte da 359
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autoridade policial, o Ministério Público analisou os de Polícia elaborou relatório final opinando pelo arqui-
elementos informativos e encaminhou ao Judiciário vamento. Verificada tal situação e com base nas previ-
promoção de arquivamento, entendendo pela inexis- sões do Código de Processo Penal, caberá ao:
tência de justa causa. Ao tomar conhecimento, Valé-
ria fica revoltada com a conduta do órgão ministerial, a) juiz realizar diretamente o arquivamento, tendo em vista
pois está convicta de que Júlio César seria o autor do que já houve representação nesse sentido por parte da
delito. Diante disso, apresenta queixa, iniciando ação autoridade policial, cabendo contra a decisão recurso em
penal privada subsidiária da pública. sentido estrito;
b) Ministério Público realizar diretamente o arquivamento,
Quando iniciada a análise da ação penal privada sub- caso concorde com a conclusão do relatório da autorida-
sidiária da pública, deverá o órgão do Poder Judiciário de policial, independentemente de controle judicial;
competente: c) delegado de polícia, em caso de concordância do juiz,
realizar diretamente o arquivamento após retorno do
a) receber a inicial acusatória e, caso o ofendido deixe de inquérito policial para delegacia;
d) Ministério Público promover pelo arquivamento,
promover o andamento do processo por 30 dias segui-
cabendo ao juiz analisar a homologação em respeito
dos, deverá ser reconhecida a perempção;
ao princípio da obrigatoriedade;
b) não receber a inicial acusatória, tendo em vista que
e) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor
não houve omissão do Ministério Público a justificar a
de justiça requerer o encaminhamento dos autos ao
ação penal privada subsidiária da pública; Procurador- Geral de Justiça em caso de discordância,
c) receber a inicial acusatória, passando o ofendido a em controle ao princípio da obrigatoriedade.
figurar como parte do processo, não podendo o Minis-
tério Público aditar a queixa oferecida; 18. (FGV — 2018) Guilherme Nucci define ação penal como
d) receber a inicial acusatória, podendo o Ministério “o direito do Estado- acusação ou da vítima de ingressar
Público oferecer denúncia substitutiva da queixa, for- em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, represen-
necer elementos de prova e interpor recursos; tada pela aplicação das normas de direito penal ao caso
e) não receber a inicial acusatória, pois não há previsão concreto”. Tradicionalmente, a doutrina classifica as
do instituto da ação penal privada subsidiária da públi- ações penais como públicas e privadas, que possuem
ca na Constituição da República de 1988, não sendo a diferentes tratamentos a partir de sua natureza.
previsão do Código de Processo Penal recepcionada.
Assim, de acordo com as previsões do Código de Pro-
16. (FGV — 2018) Bartolomeu, Oficial de Justiça, foi víti- cesso Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações
ma de crime de injúria sem relação com o exercício da penais de natureza privada os princípios da:
função pública, crime de ação penal privada. A ofen-
sa ocorreu no dia 06 de setembro de 2017 através de a) conveniência, indisponibilidade e indivisibilidade;
escrito recebido por Bartolomeu em mãos, mas sem b) conveniência, indisponibilidade e divisibilidade;
assinatura. Após diligências para identificar o autor c) oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade;
das ofensas, Bartolomeu descobre, em 07 de dezem- d) oportunidade, disponibilidade e divisibilidade;
bro de 2017, que aquelas foram proferidas por João e e) obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade.
José, em conjunto, réus em uma ação penal que cor-
re perante a Vara Criminal de Maceió. Após o recesso 19. (FGV — 2018) Matheus foi vítima de crime de ação penal
forense e o carnaval, em 06 de março de 2018, Bartolo- pública condicionada à representação. Logo após os
meu apresenta queixa-crime em face de João, esclare- fatos, compareceu em sede policial e, oralmente, mani-
0
cendo na inicial que não tem interesse em incluir José festou ao Delegado o interesse em representar em face
-1
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no polo passivo pelo fato de ele ser maior de 70 anos. do autor dos fatos. Diante disso, foi oferecida denúncia
.2
Com base apenas nas informações expostas, o magistrado: e demonstrou interesse em se retratar da representação
.8
em vista que houve decadência e o prazo decadencial Considerando apenas as informações narradas, é cor-
tem natureza material; reto afirmar que Matheus:
u
pr
em vista a renúncia realizada em favor de José; a) não poderá se retratar da representação, já que o
pr
c) deverá receber a queixa em face de João e José, ten- Código de Processo Penal não admite retratação,
do em vista que o prazo decadencial tem natureza independentemente do momento, uma vez realizada a
processual; representação perante autoridade policial;
d) deverá receber a queixa em face de João, tendo em vis- b) poderá se retratar da representação, mesmo após o recebi-
ta que o prazo decandencial tem natureza processual; mento da denúncia, em razão do princípio da disponibilidade
e) deverá receber a queixa em face de João, pois, ape- da ação penal pública condicionada à representação;
sar da natureza material, o início do prazo decadencial c) não precisa se retratar da representação, pois esta foi
somente ocorreu em 07 de dezembro de 2017. inválida, já que realizada oralmente;
d) poderá se retratar da representação, tendo em vista
17. (FGV — 2018) Enquanto organizava procedimentos que a denúncia não foi recebida;
que se encontravam no cartório de determinada Vara e) não poderá se retratar da representação, tendo em vis-
Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, o servidor ta que a denúncia já foi oferecida.
identifica que há um inquérito em que foram realiza-
das diversas diligências para apurar crime de ação 20. (FGV — 2018) O Código de Processo Penal prevê uma
penal pública, mas não foi obtida justa causa para o série de institutos aplicáveis às ações penais de natureza
360 oferecimento de denúncia, razão pela qual o Delegado privada. Sobre tais institutos, é correto afirmar que:
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a) a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre
antes do oferecimento da inicial acusatória, mas deve-
rá ser expressa, seja através de declaração do ofendi-
do seja por procurador com poderes especiais;
b) o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados
poderá a todos aproveitar, podendo, porém, ser recu-
sado pelo beneficiário, ocasião em que não produzirá
efeitos em relação a quem recusou;
c) a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre após
o oferecimento da inicial acusatória, gerando extinção
da punibilidade em relação a todos os querelados;
d) a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer quei-
xa no prazo de 06 meses a contar da data dos fatos,
sendo irrelevante a data da descoberta da autoria;
e) a perempção ocorre quando o querelante deixa de
comparecer a atos processuais para os quais foi inti-
mado, ainda que de maneira justificada.
9 GABARITO
1 A
2 E
3 C
4 E
5 C
6 D
7 C
8 C
9 B
10 C
11 D
12 E
0
13 E
-1
78
14 B
.2
73
15 B
.8
32
16 B
-4
17 D
u
pr
18 C
u
pr
19 E
DIREITO PROCESSUAL PENAL
20 B
ANOTAÇÕES
361
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ANOTAÇÕES
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
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362
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