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Ministério Público do Estado de São Paulo

MP-SP
Oficial de Promotoria
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NV-008DZ-22
Cód.: 7908428803933
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

MP-SP – Ministério Público do Estado de São Paulo


Oficial de Promotoria

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Monalisa Costa e Paloma
Leite

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Rafael Cardoso

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO • Ana Philippini, Márcio Ferreira Neves e
Samara Kich

DIREITO ADMINISTRATIVO • Alexia Broto, Aline Costa e Fernando Zantedeschi

DIREITO PROCESSUAL CIVIL • Juliana Ataídes e Nairo Lopes

DIREITO PENAL • Rodrigo Gonçalves

DIREITO PROCESSUAL PENAL • Alexia Broto e Renato Philippini


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ISBN: 978-65-5451-017-2
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Edição: Dezembro/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
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Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
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PIRATARIA
É CRIME!
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ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento
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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


8-
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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro
foi organizado de acordo com o Concurso Público Nº 02/2022,
22 de fevereiro de 2022, para o cargo de Oficial de Promotoria do
Ministério Público do Estado de São Paulo - MP-SP.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-
ritados da banca FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS - FGV, organiza-
dora do certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
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aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será


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um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-


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do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-


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ra é com você!
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Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteú-


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dos complementares disponíveis on-line para este livro em nos-


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sa plataforma: Curso Bônus com 06h disponível em videoaulas.


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CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.

à Língua Portuguesa: Semântica - disponível em videoaulas;


à Matemática e Raciocínio Lógico: Raciocínio Sequencial - disponível em videoaulas;
à Noções de Informática: Conceitos e Fundamentos Básicos da Informática - disponível
em videoaulas;
à Noções de Direito Direito Constitucional e Ministério Público: Dos Direitos e
Garantias Fundamentais: Vedação ao Racismo e Tráfico, Terrorismo, Tortura, Crimes
Hediondos e Ação de Grupos Armados Contra a Ordem Constitucional; - disponível
em videoaulas;
à Direito Administrativo: Conceitos Iniciais de Improbidade Administrativa - disponível
em videoaulas;
à Direito Penal: Peculato - disponível em videoaulas.
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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO.............................................................................. 11

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS...................................................................................................13

MARCAS DE TEXTUALIDADE............................................................................................................. 13

COESÃO E COERÊNCIA.....................................................................................................................................13

INTERTEXTUALIDADE.......................................................................................................................................18

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA......................................................................................... 20

DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO, ARGUMENTAÇÃO E INJUNÇÃO; CARACTERÍSTICAS


ESPECÍFICAS DE CADA MODO.........................................................................................................................20

TIPOS TEXTUAIS................................................................................................................................. 23

INFORMATIVO, PUBLICITÁRIO, PROPAGANDÍSTICO, NORMATIVO, DIDÁTICO E DIVINATÓRIO;


CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO; TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS..................23

TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA............................................................................................... 24

ESTRUTURA DA FRASE PORTUGUESA............................................................................................ 25

OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO, SUBSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO; PROBLEMAS


ESTRUTURAIS DAS FRASES; NORMA CULTA ................................................................................................25

PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS...................................................................................................................27


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ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DAS FRASES: TERMOS E ORAÇÕES; ORDEM DIRETA E INVERSA..................30


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TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 36
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REGISTROS DE LINGUAGEM.............................................................................................................. 37
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 38
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ELEMENTOS DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO................................................................................... 39

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS...................................................................................... 39

FORMAS DE ABREVIAÇÃO................................................................................................................. 43

CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 46

OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, SEMÂNTICOS E TEXTUAIS DE SUBSTANTIVOS,


ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, VERBOS, ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES
E INTERJEIÇÕES................................................................................................................................................46

OS MODALIZADORES........................................................................................................................................65

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SEMÂNTICA......................................................................................................................................... 66

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO......................................................................................................................66

ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E HIPERÔNIMOS; POLISSEMIA E AMBIGUIDADE.......................66

OS DICIONÁRIOS: TIPOS; A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES..........................................................................67

VOCABULÁRIO.................................................................................................................................... 68

NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, ESTRANGEIRISMOS; LATINISMOS...............................................................68

ORTOGRAFIA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA E A CRASE........................................................................ 69

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO......................................................................75


LÓGICA................................................................................................................................................. 75

PROPOSIÇÕES...................................................................................................................................................75

CONECTIVOS.....................................................................................................................................................76

QUANTIFICADORES E PREDICADOS................................................................................................................77

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS................................................................................................................. 80

CONJUNTOS E SUAS OPERAÇÕES, DIAGRAMAS........................................................................... 82

NÚMEROS INTEIROS E SUAS OPERAÇÕES...................................................................................... 89

NÚMEROS RACIONAIS E SUAS OPERAÇÕES.................................................................................. 91

NÚMEROS REAIS E SUAS OPERAÇÕES............................................................................................ 92


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PORCENTAGEM................................................................................................................................... 93
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PROPORCIONALIDADE DIRETA E INVERSA..................................................................................... 94


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MEDIDAS.............................................................................................................................................. 95
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COMPRIMENTO.................................................................................................................................................95
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ÁREA...................................................................................................................................................................95

VOLUME.............................................................................................................................................................95

MASSA...............................................................................................................................................................96

TEMPO................................................................................................................................................................96

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES,


OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS................................................................................................... 96

DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS


CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES.................. 98
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COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS FUNÇÕES
INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO
SEQUENCIAL, RECONHECIMENTO DE PADRÕES, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL,
FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS................................................104

COMPREENSÃO DE DADOS APRESENTADOS EM GRÁFICOS E TABELAS.................................106

PROBLEMAS DE LÓGICA E RACIOCÍNIO........................................................................................107

NOÇÕES DE INFORMÁTICA........................................................................................ 115


COMPONENTES DE UM COMPUTADOR: PROCESSADORES, MEMÓRIA E PERIFÉRICOS
MAIS COMUNS; DISPOSITIVOS DE ARMAZENAGEM DE DADOS; PROPRIEDADES E
CARACTERÍSTICAS..........................................................................................................................115

ARQUIVOS DIGITAIS: DOCUMENTOS, PLANILHAS, IMAGENS, SONS, VÍDEOS; PRINCIPAIS


PADRÕES E CARACTERÍSTICAS.....................................................................................................124

ARQUIVOS PDF..................................................................................................................................127

CONHECIMENTOS SOBRE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10...........................................128

CONCEITOS GERAIS, PRINCIPAIS UTILITÁRIOS, CONFIGURAÇÕES, USO DE SENHAS PARA


PROTEÇÃO, FORMATOS PARA GRAVAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM OUTROS APLICATIVOS NO
AMBIENTE WINDOWS ....................................................................................................................................128

PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE DOCUMENTOS, FUNÇÕES PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO,


IMPRESSÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, CONTROLE DE ALTERAÇÕES...........................................138

PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE PLANILHAS, FUNÇÕES PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO,


IMPRESSÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, MANIPULAÇÃO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E
GRÁFICOS, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE DADOS................................................................................143
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INTERNET..........................................................................................................................................154
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CONCEITOS GERAIS E FUNCIONAMENTO ENDEREÇAMENTO DE RECURSOS..........................................154


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NAVEGAÇÃO SEGURA.....................................................................................................................................155
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Cuidados.......................................................................................................................................................... 155
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Ameaças.......................................................................................................................................................... 157
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USO DE SENHAS E CRIPTOGRAFIA, TOKENS E OUTROS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA,


NAVEGADORES (BROWSERS) E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES ...................................................................158

GOOGLE CHROME...........................................................................................................................................161

Salva de Páginas e Configurações................................................................................................................ 161

FIREFOX............................................................................................................................................................161

Salva de Páginas e Configurações................................................................................................................ 161

INTERNET EXPLORER.....................................................................................................................................161

Salva de Páginas e Configurações................................................................................................................ 161


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BUSCAS............................................................................................................................................................161

SALVA DE PÁGINAS.........................................................................................................................................161

Cache............................................................................................................................................................... 162

E-MAIL................................................................................................................................................163

UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÕES USUAIS....................................................................................................163

TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS E DADOS: UPLOAD, DOWNLOAD, BANDA, VELOCIDADES


DE TRANSMISSÃO............................................................................................................................164

MS OFFICE 2010 BR (OU POSTERIOR) E LIBRE OFFICE 4 (OU POSTERIOR)..............................166

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO......... 187


CONSTITUIÇÃO FEDERAL................................................................................................................187

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS............................................................................................187

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos............................................................................................. 187


Dos Direitos Sociais........................................................................................................................................ 201
Da Nacionalidade............................................................................................................................................ 208
Dos Direitos Políticos..................................................................................................................................... 210

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..................................212

Disposições Gerais......................................................................................................................................... 212


Servidores Públicos........................................................................................................................................ 221
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DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA........................................................................................................225


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Do Ministério Público..................................................................................................................................... 225


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Da Advocacia Pública..................................................................................................................................... 230


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Da Defensoria Pública.................................................................................................................................... 231


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LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993: INSTITUI A LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO


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PÚBLICO, DISPÕE SOBRE NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO


DOS ESTADOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS..............................................................................................231

LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL


Nº 734, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1993)........................................................................................................240

DIREITO ADMINISTRATIVO......................................................................................... 255


LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA LEI N° 8.429, DE 02 DE JUNHO DE 19922................255

RESOLUÇÃO Nº 664, DE 2010-PGJ-CGMP-CSMP, DE 8 DE OUTUBRO DE 2010........................271

RESOLUÇÃO Nº 1.342, DE 2021-CPJ, DE 1º DE JULHO DE 2021.................................................276


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ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO - LEI ESTADUAL
N° 10.261, DE 1968, DE 28 OUTUBRO DE 1968: ARTS. 241 A 263...............................................286

DIREITO PROCESSUAL CIVIL..................................................................................... 295


LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015......................................................................................295

LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015 ......................................................................................300

RESOLUÇÃO Nº 118, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2014, DO CNMP .................................................303

RESOLUÇÃO Nº 225 DE 31, DE MAIO DE 2016, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA –


CNJ....................................................................................................................................................306

RESOLUÇÃO Nº 125 DE 29, DE NOVEMBRO DE 2010, DO CONSELHO NACIONAL DE


JUSTIÇA – CNJ.................................................................................................................................308

DIREITO PENAL................................................................................................................ 315


CÓDIGO PENAL - DECRETO LEI N° 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940....................................315

DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS E DA FALSIDADE DOCUMENTAL -


ARTS. 293 A 301 E §§ 1° E 2°..........................................................................................................................315

SUPRESSÃO DE DOCUMENTO – ART. 305.....................................................................................................320

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO E DOS CRIMES PRATICADOS POR


FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – ARTS. 311-A AO 317
E §§ 1° E 2°.......................................................................................................................................................320

PREVARICAÇÃO E DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM


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GERAL – ARTS. 319 A 333..............................................................................................................................326


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SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO – ART. 337..................................................334


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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA – ARTS. 399 A 344...........................................335


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FRAUDE PROCESSUAL – ART. 347.................................................................................................................338


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EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO E DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU


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SUSPENSÃO DE DIREITO – ARTS. 357 E 359................................................................................................338


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DIREITO PROCESSUAL PENAL.................................................................................. 343


CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DECRETO LEI N° 3.689 - DE 03 DE OUTUBRO DE 1941...........343

DA AÇÃO PENAL: ARTS. 24 E §§ 1º E 2º; 25; 27; 28 E §§ 1º E 2º, E 28-A INCISOS E


§§; 40 A 42; 46 E §§ 1° E 2° E ART. 47............................................................................................................343

DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ARTS. 257 E 258...............................................................................................347

LEI Nº 9.099, DE 26 SETEMBRO 1995, ARTS. 60; 61; 76 E §§ 1º A 6º; 89 E §§ 1° A 7° ..............347

RESOLUÇÃO Nº 1.364, DE 2021-PGJ-CPJ, DE 14 DE SETEMBRO DE 2021................................351


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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.

LÍNGUA PORTUGUESA Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”


para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a
orientação do pensamento do autor do texto, que fica
perceptível quando identificamos como o raciocínio
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
TEXTO da análise de dados, informações com fontes confiáveis
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
INTRODUÇÃO das consequências, a fim de se identificar as causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos
A interpretação e a compreensão textual são aspectos interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
essenciais a serem dominados por aqueles candidatos Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
que buscam a aprovação em seleções e concursos públi- que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
cos. Trata-se de um assunto que abrange questões especí- neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
ficas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
Além disso, seja a compreensão textual, seja a inter- que focam nas formas de inferência sobre um texto.
pretação textual, ambas guardam uma relação de proxi- Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o
midade com um assunto pouco explorado pelos cursos processo de inferência, que se dá por dedução ou por
de português: a semântica, que incide suas relações de indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
estudo sobre as relações de sentido que a forma linguís- O marido da minha chefe parou de beber.
tica pode assumir. Observe que é possível inferir várias informa-
Portanto, neste material você encontrará recursos ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
para solidificar seus conhecimentos em interpretação enunciador é casada (informação comprovada pela
e compreensão textual, associando a essas temáticas as expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
relações semânticas que permeiam o sentido de todo dor está trabalhando (informação comprovada pela
amontoado de palavras, tendo em vista que qualquer expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
aglomeração textual é, atualmente, considerada texto e, da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reco- pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
nhecido por quem o lê. contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma interpretar essas informações.
breve diferença entre os termos compreensão e inter- Tratando-se de interpretação textual, os processos
pretação textual. de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
material, ainda que existam relações de sinonímia entre texto junto da articulação com as informações acessa-
palavras do nosso vocabulário, a opção do autor por um das pelo leitor do texto.
0

termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
-1

interpretado no texto, uma vez que a interpretação rea- senta como ocorre a relação desses processos:
78

liza ligações com o texto a partir das ideias que o leitor


.2

pode concluir com a leitura.


73

Já a compreensão busca a análise de algo exposto DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR


.8

no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou


32

INFERÊNCIA
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas
-4

e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA


u

linguísticos essencialmente relacionados à significação


pr

das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com


A partir desse esquema, conseguimos visualizar
u

a semântica.
pr

Sabendo disso, é importante separarmos os con- melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
compreensivo. tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
LÍNGUA PORTUGUESA

Esses assuntos completam o estudo basilar de semân-


tica com foco em provas e concursos, sempre de olho na seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
afinco e dedicação, sem esquecer de praticar seus conhe- de mundo na interpretação de textos.
cimentos realizando a seleção de exercícios finais, sele-
cionados especialmente para que este material cumpra o A INDUÇÃO
propósito de alcançar sua aprovação.
As estratégias de interpretação que observam
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
A inferência é uma relação de sentido conhecida za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
interpretação de texto. texto e que variam conforme o tipo textual. 11
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Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos interpretação textual: formular hipóteses, a partir
identificar uma organização cronológica e espacial no da macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero tex-
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- tual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação entre outras informações que podem vir como “aces-
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
ideia/ponto de vista. pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
No processo interpretativo indutivo, as ideias são um objetivo mais definido.
organizadas a partir de uma especificação para uma O processo de interpretação por estratégias de dedu-
generalização. Vejamos um exemplo: ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa z Conhecimento Linguístico;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo z Conhecimento Textual;
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- z Conhecimento de Mundo.
te para não os amar, nem os imitar. São em geral
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
detalhados e impotentes para generalizar, cur- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
Conhecimento Linguístico
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)
Esse é o conhecimento basilar para compreensão
O trecho em destaque na citação do escritor Lima e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
indutivo compõe a interpretação e decodificação de nhecimento das regras de uma língua.
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- É importante salientar que as regras de reconhe-
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, cimento sobre o funcionamento da língua não são,
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ção cronológica de um texto. que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
A propriedade vocabular leva bo-objeto (SVO) etc.
o cérebro a aproximar as pa- Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso- linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
ciação com o tema do texto sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
Os conectivos (conjunções, mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
preposições, pronomes) conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
ATENÇÃO AOS Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
são marcadores claros de
CONECTIVOS dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
opiniões, espaços físicos e
0
-1

localizadores textuais
78
.2

A DEDUÇÃO
73
.8

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


32

aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de


-4

maneira implícita no enunciado.


u

Em questões de concurso, as bancas costumam


pr

procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos


u

para abordar em suas provas.


pr

No momento de ler um texto, o leitor articula seus


conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema;
ele estará também postulando uma possível estrutura
textual; na predição ele estará ativando seu conheci-
mento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo,
refinando, checando esse conhecimento. (KLEIMAN,
2016, p. 47)

Fique atento a essa informação, pois é uma


12 das primeiras estratégias de leitura para uma boa Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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Como é possível notar, o texto é uma peça publici- ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar Ideia Principal e Ideias Secundárias
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas Em se tratando da organização das ideias em um
são algumas estratégias de interpretação em que texto, podemos seguir por duas linhas de pensamento
podemos usar métodos dedutivos. e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um tex-
to, a como o emissor deve organizar suas ideias, esta-
Conhecimento Textual belecer uma hierarquia e uma conexão entre o que
deseja emitir. A segunda diz respeito ao intérprete
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- do texto, como interpretar, compreender e responder
mento linguístico e se desenvolve pela experiência corretamente às questões de interpretação textual.
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de Para compreender bem um texto, é necessário
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- conseguir interpretar a articulação entre as ideias
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral
que o texto deseja transmitir, e não somente decodifi-
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que
ca os signos (letras) a fim de formar palavras e frases.
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê
Cada texto apresenta uma intenção e, por trás
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
dela, uma ideia principal – que pode estar implícita
reportagem como se lê um poema.
ou explícita – e algumas ideias secundárias, que dão
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- suporte à ideia principal. Além disso, é necessário
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de identificar a progressão das ideias ao longo do texto e
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. como elas se conectam.

Conhecimento de Mundo z Ideias Principais: apresentam o núcleo do texto,


a mensagem primordial que o remetente/emissor
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental deseja transmitir. Não há nenhum texto sem uma
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre ideia principal, ou seja, um núcleo que norteia todo
importante que o candidato a cargos públicos reserve o restante da mensagem. Sem uma ideia principal, o
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes texto não terá sentido e será incoerente. A ideia prin-
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- cipal não precisa estar explícita no texto, e necessa-
tar seu conhecimento de mundo. riamente não é a primeira a ser exposta, mas ela é
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso compreendida ao longo da leitura através de recursos
conhecimento de mundo que é relevante para a com- linguísticos e dos sinais que o emissor coloca no texto.
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso Ela dá lógica ao texto e permite a construção deste;
cérebro associar informações, a fim de compreender z Ideias Secundárias: ao longo do discurso, o emis-
o novo texto que está em processo de interpretação. sor utiliza recursos e argumentos para apresentar
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- a ideia principal; esses recursos são as ideias se-
cício para atestarmos a importância da ativação do cundárias. Elas são ligadas por conectores, como
conhecimento de mundo em um processo de interpre- advérbios e conjunções, e seguem uma ideia ló-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: gica e sequencial ao longo do texto. Quanto mais
ideias secundárias são apresentadas, mais fácil
0

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- torna-se compreender a ideia principal e a inten-
-1

cionalidade do discurso, pois as ideias secundárias


78

fiou valentemente todos os risos desdenhosos que


tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- levam o leitor à ideia principal.
.2
73

nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam


corretamente esse planeta inexplorado.” Então as As ideias secundárias podem ser apresentadas por
.8

alguns meios. Entre eles, temos:


32

três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de


-4

provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-


sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e „ Apresentação de sinônimos ou ideias sinôni-
u

vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24) mas: por meio de ideias ou palavras correlacio-
pr

nadas, é possível reforçar a ideia principal;


u
pr

Agora tente responder as seguintes perguntas „ Antônimos: a apresentação de antônimos ou


sobre o texto: ideias contrárias reforça no entendimento do
Quem é o herói de que trata o texto? leitor o que não é a ideia principal e no que ela
Quem são as três irmãs? consiste;
LÍNGUA PORTUGUESA

Qual é o planeta inexplorado? „ Exemplificação: por meio de exemplos, casos


Certamente, você não conseguiu responder nenhu- reais ou dados estatísticos, o leitor pode com-
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- preender melhor do que se trata a ideia principal.
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder às questões; certamente você não terá mais MARCAS DE TEXTUALIDADE
as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar COESÃO E COERÊNCIA
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
vio que é essencial para a interpretação de questões. zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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coerente. Porém, como fazer para que essa organiza- seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro com fins estritamente didáticos.
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
e por que buscar esse padrão é importante. COESÃO REFERENCIAL
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula- A coesão é marcada por processos referenciais
das e organizadas harmoniosamente de maneira que relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela- inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se cessos marcados pela referenciação caracterizam-se
chama de coesão textual. Os articuladores responsá- pela construção de referentes em um texto, os quais
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser
processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
articulados de forma que garanta uma relação lógica
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
vras, das quais falaremos a seguir.
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada
diretamente à significação do texto, aos sentidos que sos referenciais que envolvem o uso de expressões
ele produz para o leitor. anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
“as expressões que retomam referentes já apresentados
no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
COESÃO COERÊNCIA
ras”. Vejamos o exemplo a seguir:
Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa-
perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro- O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que
na forma e na articulação dução de sentido/relação vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira.
entre as ideias lógica Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem pro-
missor, mas nunca se interessou realmente em evoluir,
Podemos usar uma metáfora muito interessante preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony
quando se trata de compreender os processos de coe- Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo
são e coerência. gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na
prédio. Tal qual uma boa construção precisa de um bom primeira luta que fez com Apollo Creed.
alicerce para manter-se em pé, um texto bem construí- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30
do depende da organização das nossas ideias, da forma set. 2020. Adaptado.
como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre-
cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, A partir da leitura, podemos perceber que todos os
a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. termos destacados fazem referência a um mesmo refe-
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin- rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-
cipais formas de marcação, em um texto, de processos do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas
que buscam organizar as ideias em um texto, princi-
gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
palmente, os processos de coesão que, como dissemos,
Já os processos referenciais catafóricos apontam
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
para porções textuais que ainda não foram mencio-
cas que os processos envolvendo a coerência.
nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a
0

Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas


-1

características da coerência em um texto e como esse seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos
78

processo liga-se não apenas às formas gramaticais, são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
.2
73

mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em


vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, Dica
.8
32

coletivamente, não por acaso, o grande linguista e


estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
Em provas de concursos e seleções, ainda se
-4

chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico encontra a terminologia “expressões referenciais
u

que se encontra mais na mente que no texto”. catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
pr

Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) material. No entanto, é importante salientar que,
u

para linguistas e estudiosos, as anáforas são os


pr

para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e


passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- processos referenciais que recuperam e/ou apon-
são. A autora afirma que a coerência: tam para porções textuais.

[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon- Uso de Pronomes ou Pronominalização
tá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...]
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, Utilizar pronomes para manter a coesão de um
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
interacionais e na materialidade linguística, confe-
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
re sentido ao que lê. (CAVALCANTE, 2013, p. 31)
a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão estudo os principais pronomes utilizados em recursos
importantes para uma boa compreensão e elaboração textuais para manter a coesão.
textual. É importante destacar que esses processos A pronominalização é a base de recursos anafó-
de coesão não podem ser dissociados da construção ricos que recuperam porções textuais ou ainda um
de sentidos implícita no processo de organização da nome específico a que o autor faz referência no texto.
14 coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar Vejamos dois exemplos:
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Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden
meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
foi quente, com diversas interrupções e acusações
As formas destacadas são numerais ordinais que
pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indica- recuperam informação no texto, evitando a repetição
ção de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Gins-
burg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois Uso de Advérbios
os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifi-
ca essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA processo de coesão. As formas adverbias que marcam
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões tempo e espaço podem também ser denominadas de
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wal- marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
lace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já dos a um referente se forem instaurados no discurso,
Trump começou sua resposta atacando a China - “deve- isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente tra- compreenderá que a marcação temporal refere-se
balho” nesse momento dos EUA. ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- Independentemente de como são chamados, esses
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual.
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
peração da informação apresentada é feita a partir de Uso de Nominalização
muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono-
mes destacados recupera o assunto informado e ajuda As expressões que retomam ideias e nomes, já
o leitor a construir seu posicionamento. É importante apresentados no texto, mediante outras formas de
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- expressão, podem ser analisadas como processos
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, outras classes nominais.
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que Essas expressões recuperam informações median-
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- Vejamos um exemplo:
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual
maior, fazendo referência ao momento de pandemia Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
pelo qual o mundo passa. foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção co e professor brasileiro. Um dos membros do chamado
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nor-
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.
0

deste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados


-1

Não é possível saber qual dos homens estava da década de 1970.


78

acompanhado.
.2

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 30 set.


Por fim, destacamos que as classes de palavras
73

2020. Adaptado.
relacionadas neste capítulo com os processos de coe-
.8

são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti-


32

Todas as marcações em negrito fazem referência ao


va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
-4

escolares. O interesse das principais bancas de con- referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
u

cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta- doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
pr

tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise


u

de processos coesivos visa analisar a capacidade do


pr

Uso de Adjetivos
candidato de reconhecer a que e qual elemento está
construindo as referências textuais. Os adjetivos também são considerados expressões
nominalizadoras que fazem referência a uma porção
LÍNGUA PORTUGUESA

Uso de Numerais textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo


acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
categorias gramaticais concorre para a progressão tex- senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro- Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
cesso é o uso de numerais. sobre essa personalidade, referida anteriormente.
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que É importante recordar que não podemos identifi-
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati- que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante- palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
riores numa relação de coesão. ta, professor são substantivos que funcionam como
adjetivos e colaboram na construção textual.
15
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Uso de Verbos Vicários Exemplos de conjunções coordenativas atuando
na coesão:
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários
Não apenas conversava com
são verbos usados em substituição de outros que já
ADITIVA os demais alunos como tam-
foram muito utilizados no texto.
bém atrapalhava o professor
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
esperávamos. Eram ideias interessantes, po-
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda ADVERSATIVA rém ninguém concordou com
oração pelo verbo “foi”. elas
Superou o estigma que pregava
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES ALTERNATIVAS “ou estuda, ou trabalha” e conse-
guiu ser aprovada
Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o Ao final, faça os exercícios,
fizemos” EXPLICATIVA pois é uma forma de praticar o
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por que aprendeu
falta de interesse” O candidato não cumpriu sua
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” CONCLUSIVA promessa. Ficamos, portanto,
desapontados com ele
Uso de Elipse
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
A elipse é uma forma de omissão de uma informa- precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
linguagem de uma gramática. Neste material, iremos rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
seção. Aqui é importante salientar as propriedades re- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
categorizadoras e referenciais da elipse, com o propó-
sito de manter a coesão textual. Conjunções Subordinativas
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos apresentadas num texto, porém, diferentemente
anteriormente em outro segmento do texto, mas recu-
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja-
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
mos como ocorre, a partir do segmento abaixo:
para terem o sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé- na coesão:
culo XXI. O país proporcionou a inclusão social
Sem
de muitas pessoas. A nação obteve notorieda-
Elipse Como não havia estudado su-
0

de internacional por causa disso. A pátria, po-


-1

rém, ainda enfrenta certas adversidades...” CAUSAL ficiente, resolvi não fazer essa
78

prova
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do século
.2
73

XXI e proporcionou a inclusão social de muitas pes- Com Falaram tão mal do filme que ele
soas, por causa disso obteve notoriedade interna- Elipse CONSECUTIVA
.8

nem entrou em cartaz


32

cional, porém ainda enfrenta certas adversidades...”


COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
-4

COESÃO SEQUENCIAL
u

Conforme o Ministro da Eco-


pr

CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão


A coesão sequencial é responsável por organizar a
u

acabar
pr

progressão temática do texto, isto é, garantir a manu-


tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- Ainda que vivamos um período
mover a evolução do debate assumido pelo autor. CONCESSIVA de poucos concursos, não pode-
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a mos desanimar
partir de locuções que marcam tempo, conjunções,
desinências e modos verbais. Neste material, iremos Se estudarmos, conseguiremos
CONDICIONAL
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que ser aprovados!
são utilizadas para garantir a progressão textual. À proporção que aumentava
PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais
Conjunções Coordenativas forte o candidato se tornava

As conjunções coordenativas são aquelas que Estudava sempre com afinco, a


FINAL
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor fim de ser aprovado
semântico independente. Na construção textual, elas
Quando o edital for publicado, já
são importantes, pois, com seus valores, adicionam TEMPORAL
estarei adiantado nos estudos
16 informações relevantes ao texto.
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Uso de Paráfrase
Importante!
A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
Não confundir:
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança:
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
“Física e Química são disciplinas afins”.
sobre algo utilizando-se de outras palavras. Conforme
A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje-
Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
Conjunções Integrantes
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
As conjunções integrantes fazem parte das orações Castelão Ceará no Castelão
subordinadas, na realidade, elas apenas integram,
ligam uma oração principal a outra, subordinada. Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois posições diferentes, cumpre um papel importante na
tipos de conjunções integrantes: que e se. progressão temática do texto.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo
uso de expressões textuais bem características, como: em
Quando é possível substituir
Quero que a prova outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
o que pelo pronome isso,
esteja fácil. resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi-
estamos diante de uma
Quero. O quê? Isso cam que algo foi dito e passará a ser ressignificado, garan-
conjunção integrante
tindo a informatividade do texto.
Sempre haverá conjunção
integrante em orações Perguntei se ele estava Uso de Paralelismo
substantivas e, conse- em casa.
quentemente, em períodos Perguntei. O quê? Isso As ideias similares devem fazer a correspondência
compostos entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o
nome de paralelismo. Quando as construções de frases
COESÃO RECORRENCIAL e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
tático. Quando há sequência de expressões simétricas
Uso de Repetições no plano das ideias e coerência entre as informações,
ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de
As recorrências de repetições em textos são comu- sentido.
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa.
Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro- ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pa- JUNTAS
lavras e expressões!
No entanto, a repetição é um recurso coesivo es- Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
sencial para manter a progressão temática do texto, tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per-
0
-1

dido, levando o escritor a fugir da temática. Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
78

Embora também não recomendemos as repetições ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
.2

exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- em que houve quebra de paralelismo:
73

quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
.8

alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. — Errado.


32

“É necessário que vocês se ajudem e que estudem”


-4

— Correto.
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
u

Devemos manter a organização das orações, pois


pr

O candidato foi encontrado com não podemos coordenar orações reduzidas com ora-
u

Marcar ênfase duzentos milhões de reais na mala, ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo
pr

duzentos milhões! e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente


reduzidas.
Marcar No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é
Existem Políticos e políticos
contraste
LÍNGUA PORTUGUESA

a mesma, porém deixamos de analisar os pares no


âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
“Agora que sentei na minha cadeira
mos o seguinte exemplo:
de madeira, junto à minha mesa de
“Por um lado, os manifestantes agiram corre-
madeira, colocada em cima deste
Marcar a tamente, por outro podem não ter agido errado”
assoalho de madeira, olho minhas es-
continuidade — Incorreto.
tantes de madeira e procuro um livro
temática “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
feito de polpa de madeira para escre-
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
ver um artigo contra o desmatamento
lação” — Correto.
florestal” Millôr Fernandes
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra estava bem” — Incorreto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra foi minha prima” — Correto. 17
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INTERTEXTUALIDADE PARÓDIA

Existem diversos mecanismos que são meios A paródia é um tipo de intertextualidade estilística
importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à cons- em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja
trução de sentido dos gêneros textuais, dentre eles, verbal ou não verbal. É muito comum tanto em tex-
a intertextualidade. Ao nos referirmos à ideia de tos musicais, nos quais são recuperados a melodia e o
construção dos sentidos mediante o uso de gêneros estilo do intérprete original, quanto em textos visuais,
textuais destacamos a estrutura, o propósito comu- como no exemplo a seguir:
nicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento
importante para a compreensão textual é a intertex-
tualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
se relacionar com outros.
Para se entender melhor a estrutura e a função
do termo intertextualidade, pode-se separar a pala-
vra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se
à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto,
e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras.
Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir
da qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia
a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acesso em: 12 out. 2020.
internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
tamos esse exemplo que resume a ideia de intertex- Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e
tualidade que iremos trabalhar neste material: humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
lidade textual.

PARÁFRASE

A paráfrase é uma estratégia intertextual que con-


siste em recuperar aspectos do tema do texto-fonte, o
qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada
um tipo de intertextualidade temática.
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos
de Luís Vaz de Camões.

Monte Castelo – Legião Urbana

Ainda que eu falasse a língua dos homens


E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
Fonte: COLARES, 2020, informação verbal. seria. É só o amor, é só o amor
0

Que conhece o que é verdade


-1

O amor é bom, não quer o mal


78

Compreendida a ideia de intertextualidade e apre-


Não sente inveja ou se envaidece
.2

sentada sua importância para a análise textual em


O amor é o fogo que arde sem se ver
73

provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer


É ferida que dói e não se sente
.8

algumas das principais formas de realização da inter- É um contentamento descontente


32

textualidade em textos e em gêneros utilizados por É dor que desatina sem doer [...]
-4

bancas de concurso.
u

Antes, porém, é necessário apontar que, confor- I carta de São Paulo aos Coríntios
pr

me Koch e Elias (2015), todos os textos são, em algu-


u

ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
pr

acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade, anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
estamos diante de um processo de intertextualidade soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse
stricto sensu. Quando não é possível acessar esse teor o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
sensu. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar maneira tal que transportasse os montes, e não
essa divisão mais didática: tivesse amor, nada seria [...]

11 Soneto – Luis Vaz de Camões


INTERTEXTUALIDADE

Amor é um fogo que arde sem se ver,


STRICTO SENSU LATO SENSU é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
TEMÁTICA
é dor que desatina sem doer.
ESTILÍSTICA
EXPLÍCITA É um não querer mais que bem querer;
18 IMPLÍCITA é um andar solitário entre a gente;
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é nunca contentar se de contente; cita ou implícita.
é um cuidar que ganha em se perder. Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver-
dadeiro presente de grego.
É querer estar preso por vontade; A expressão “presente de grego” faz alusão aos
é servir a quem vence, o vencedor; fatos da Guerra de Troia, em que os gregos fingiram
é ter com quem nos mata, lealdade [...] presentear os troianos com um cavalo de madeira
que fazia parte da estratégia grega para conseguirem
REFERÊNCIA invadir a cidade de Troia e destruí-la por dentro.

A referência é um tipo de intertextualidade explí- EPÍGRAFE


cita, muito comum e necessária em trabalhos acadê-
micos, pois ao mencionar uma obra ou autor e suas A epígrafe é uma pequena citação colocada no iní-
ideias, o pesquisador deverá realizar as devidas refe- cio de capítulos de livros, seções de trabalhos acadê-
rências, indicando os nomes dos títulos mencionados micos ou de outros gêneros para manter uma relação
ao final do trabalho. dessa citação com o assunto abordado na obra.
Para realizar esse tipo de intertextualidade, deve- Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colo-
mos seguir as regras da Associação Brasileira de Nor- cado a epígrafe: “Sei que às vezes uso palavras repe-
mas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um tidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas”
exemplo de referência com a indicação de uma das (trecho da música Quase sem querer da banda Legião
obras citadas neste material: Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextua-
lidade e as possibilidades de escrevermos algo com-
pletamente inédito em nosso contexto atual.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os
sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
OUTROS POSSÍVEIS PROCESSOS INTERTEXTUAIS
MENOS COMUNS EM CONCURSOS
As referências também são muito comuns em textos
jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e demais
Bricolagem
documentos que sirvam de embasamento teórico.
A bricolagem é um tipo de intertextualidade que
CITAÇÃO
atua explicitamente no texto, pois se refere à mes-
cla de vários elementos advindos de vários textos ou
A citação também é um tipo de intertextualidade
de várias obras de arte, em geral. Assim, a principal
explícita e diz respeito às formas de citação de uma
característica da bricolagem é o uso de outros frag-
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
mentos textuais para a formação de uma nova com-
do utilizamos as palavras de outros autores, devemos
mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição posição textual.
fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada Esse recurso foi utilizado na letra da canção Amor
de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do I love you, de Marisa Monte, na qual a cantora inseriu
autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a um trecho da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz,
citação passa a ser indireta. para compor a letra da música.
Independente da maneira como citamos em um tex-
to, é imprescindível dar os créditos aos autores das obras “Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamen-
te! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
0

citadas, por isso, devemos mencioná-los nas citações que


-1

sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao


também seguem o padrão estabelecido pela ABNT.
78

calor amoroso que saía delas, como um corpo res-


.2

sequido que se estira num banho lépido; Sentia um


z Citação direta:
73

acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe


.8

que entrava enfim uma existência superiormente


“A confiabilidade das fontes citadas confere rele-
32

interessante, onde cada hora tinha o seu intuito


vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan-
-4

diferente, cada passo conduzia um êxtase, e a alma


to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” se cobria de um luxo radioso de sensações.”
u

(BOAVENTURA, 2004, p. 81).


pr

Eça de Queirós – O Primo Basílio


u

z Citação indireta:
pr

Amor I Love You – Marisa Monte


Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao
trabalho acadêmico é diretamente proporcional à
Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
LÍNGUA PORTUGUESA

credibilidade das fontes utilizadas, por isso é neces-


sário atentar-se para os diversos tipos de citação Isso me acalma, me acolhe a alma
aqui mencionados. Isso me ajuda a viver
[...]
Dica Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
A citação indireta é um tipo de paráfrase. É o amor que está aqui
Amor, I love you (x8)
ALUSÃO
Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
A alusão é um intertexto que faz referência a uma Era a primeira vez que lhe escreviam
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- Aquelas sentimentalidades
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí- E o seu orgulho dilatava-se 19
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Ao calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido
Que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo de estima por si mesma
Fonte: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/. Acesso em:
12 out. 2020.

Tradução

A tradução é uma espécie de paráfrase para mui-


tos autores, pois, como sabemos, há palavras e expres-
sões que só existem na língua de origem do escritor
original. Dessa forma, a tradução de textos em línguas
diferentes é uma aproximação de sentidos, construída
a partir das leituras e do ponto de vista do tradutor.
Muitos escritores brasileiros são considerados como
“literatura complexa” por manterem em seus textos
expressões tão brasileiras que se tornam difíceis de
expressar em outras línguas. É o caso do mineiro de
Cordisburgo, Guimarães Rosa, que apresenta uma
linguagem peculiar repleta de neologismos, como os
destacados a seguir: Fonte: https://bit.ly/3e8lV3V. Acesso em: 12 out. 2020.

Enxadachim: Designa um trabalhador do campo,


que luta pela sobrevivência. A palavra reúne “enxa-
da” e “espadachim”. MODOS DE ORGANIZAÇÃO
Taurophtongo: Significa mugido, sendo a palavra DISCURSIVA
uma junção de dois termos gregos, relativos a touro
(táuros) e ao som da sala (phtoggos). DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO,
Embriagatinhar: A mistura de “embriagado” e ARGUMENTAÇÃO E INJUNÇÃO; CARACTERÍSTICAS
“(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que, ESPECÍFICAS DE CADA MODO
de tão bêbada, chega a engatinhar.
Velvo: Adaptação do inglês velvet, que significa Descritivo
“veludo”. Na linguagem de Guimarães Rosa, é o
nome dado para uma planta de folhas aveludadas.
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas
Circuntristeza: Como a própria palavra sugere,
nominais que dominam o texto. Os gêneros que uti-
refere-se à “tristeza circundante”.
lizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequên-
Fonte: https://bit.ly/34DFj5D. Acesso em: 16 out. 2020. cia descritiva como suporte para um propósito maior.
São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
Diante desse complexo léxico, como traduzir te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
expressões que até para um brasileiro podem ser classificados, lista de compras.
0

difíceis compreender? Por isso, a tradução é um texto Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha,
-1

que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito


78

intertextual, pois cabe ao tradutor adaptar e parafra-


sear trechos cuja complexidade só poderia ser alcan- de alguns aspectos do território que viria a ser chama-
.2
73

çada por falantes nativos. do de Brasil.


.8
32

Pastiche Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e


-4

quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,


É um tipo de intertextualidade que ocorre quando que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
u

entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim


pr

um modelo estrutural serve para inspirar um novo


nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
quadro, texto ou programa de TV. Um exemplo bem
u

uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tin-


pr

típico deste último era o programa de TV “Os trapa-


gida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor
lhões”; o modelo humorístico criado pelo trio “Os três natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas
patetas”, na década de 1960, inspirou programas no assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergo-
mundo todo. nhas tão nuas, e com tanta inocência assim descober-
O pastiche também é comum em textos imagéticos, tas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.
como o exemplo a seguir:
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-
de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que apesar da presença pontual da sequência


narrativa, há predominância da descrição do cenário
e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
20
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Considerando as emergências comunicativas do z Complicação: desenvolvimento da tensão apre-
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos sentada inicialmente;
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros, z Ações (para o clímax): acontecimentos que am-
como, por exemplo, o e-mail. pliam a tensão;
A sequência descritiva também pode se apresentar z Resolução: momento de solução da tensão;
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode- z Situação final: retorno da situação equilibrada;
mos ver no cardápio a seguir: z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre
a resolução;
z Moral: apresentação de valores morais que a his-
tória possa ter apresentado.

Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte


exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos
lê-la e identificar essas características, bem como apren-
der a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.

Era um garoto que como eu Amava os


Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América Situação inicial:
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de
Havia mil garotas afim equilíbrio
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Complicação: início
Fora chamado na América
da tensão
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Clímax
Lutar com vietcongs
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/ A mesma nota,
Situação final /
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para- ra-tá-tá-tá
Avaliação
divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: Não tem amigos, não vê garotas
30 ago. 2021. Só gente morta caindo ao chão
0

Ao seu país não voltará


-1

Note que há a presença de muitos adjetivos, locu- Pois está morto no Vietnã [...]
78

ções, substantivos, que buscam levar o leitor a ima- No peito, um coração não há
.2

Moral
Mas duas medalhas sim
73

ginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta


a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne
.8
32

etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-
-4

queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
está organizado de forma esquematizada em seções
u
pr

(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente. rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
u
pr

ção linguística que são caracterizadas por:


Narrativo
z Presença de marcadores temporais e espaciais;
Os textos compostos predominantemente por z Verbos, predominantemente, utilizados no passado;
LÍNGUA PORTUGUESA

sequências narrativas cumprem o objetivo de contar z Presença de narrador e personagens.


uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão Os gêneros textuais que são predominantemente
de algumas estratégias, como a organização dos fatos a narrativos apresentam outras tipologias textuais em sua
partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão composição, tendo em vista que nenhum texto é compos-
de um momento de tensão (chamado de clímax) e um to exclusivamente por uma sequência textual. Por isso,
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. devemos sempre identificar as marcas linguísticas que
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: Para sua compreensão, também é necessário saber o
que são marcadores temporais e espaciais. São formas
z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilí- linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. uti-
brio, o que demanda uma situação conflituosa; lizadas para demarcar um espaço físico ou temporal em 21
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textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são O infográfico acima apresenta as informações per-
essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó- tinentes sobre o panorama mundial da situação da
ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de água no ano de 2016. O gênero foi construído com o
marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
dia, nesse momento, aqui, ali, então... tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin-
Outro indicador do texto narrativo é a presença do guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin-
narrador da história. Por isso, é importante aprendermos gir esse objetivo.
a identificar os principais tipos de narrador de um texto: Assim como os tipos textuais apresentados ante-
riormente, os textos expositivos também apresentam
Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
responsável por contar os fatos que compõem o texto outras sequências textuais, tendo em vista que, para
Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes- apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
soa. O narrador participa dos fatos vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa. podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém, argumentativos, uma vez que existem textos argu-
não participa das ações mentativos que são classificados como expositivos,
Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na 3ª ou pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti- argumentação.
cipa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador Outra importante diferença entre a sequência
pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre- para a argumentação, uma vez que o fato exposto
dominantemente narrativas são notícia, diário, conto, é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
fábula, entre outros. É importante reafirmar que o sobre uma questão não é posto em debate.
fato de esses gêneros serem essencialmente narrati- Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte-
vos não significa que não possam apresentar outras rísticas desse conceito sem espaço para opiniões.
sequências em sua composição. Marcas linguísticas do texto expositivo:
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
z apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
sença de verbos de estado;
marcas que predominam no texto.
z presença de adjetivos, locuções e substantivos que
Após demarcarmos as principais características do
organizam a informação;
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
z desenvolve-se mediante uso de recursos
cas mais importantes da sequência textual classifica-
enumerativos;
da como descritiva.
z presença de figuras de linguagem como metáfora
e comparação;
Expositivo
z pode apresentar um pensamento contrastivo ao
final do texto.
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-
textual, é muito comum a presença de dados, informa- tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi-
0

ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem


-1

dade nos leitores, como o exemplo a seguir:


para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus-
78

trar essa explicação, veja o exemplo a seguir:


.2

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-


73

NARAM O MUNDO
.8

08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43


32
-4

Hedy Lamarr - conexão wireless


u
pr

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
u
pr

Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia


controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
Wi-Fi e o Bluetooth.
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado.

Argumentativo

O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais


complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
dade na identificação, bem como em sua análise.
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados- O texto argumentativo tem por objetivo a defesa
22 mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa
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de uma tese e a apresentação de argumentos que Como faço para criar uma conta do Instagram?
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex- Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
científicos e filosóficos, dentre outros. ou Google Play Store (Android).
Outro aspecto importante dos textos argumentati- 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
vos é que eles são compostos por estruturas linguís- para abri-lo.
ticas conhecidas como operadores argumentativos, 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
que organizam as orações subordinadas, estruturas telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira
mais comuns nesse tipo textual. seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
A seguir, apresentamos um quadro sintético com rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
algumas estruturas linguísticas que funcionam como bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e cadastrar com sua conta do Facebook.
a leitura de textos argumentativos: 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
OPERADORES ARGUMENTATIVOS as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
É incontestável que... conta do Facebook, caso tenha saído dela.
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso em: 07
É mister / é fundamental / é essencial... set. 2020.

Observe o exemplo a seguir: No exemplo acima, podemos destacar a presença de


verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como:
no tratamento das mais diversas doenças relacio- instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
nem de longe compensam o dinheiro gasto com cumpridos para a realização correta da tarefa ensinada
essas doenças. Além disso, as empresas têm gran- e também a fim de tornar a leitura mais didática.
des prejuízos por causa de afastamentos de tra- É importante lembrar que a principal marca linguís-
balhadores devido aos males causados pelo fumo. tica dessa tipologia é a presença de verbos conjugados
Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer no modo imperativo e em sua forma infinitiva. Isso se
propagandas de cigarros em todos os meios de deve ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e
comunicação.” levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021.
Adaptado.
TIPOS TEXTUAIS
Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor, INFORMATIVO, PUBLICITÁRIO, PROPAGANDÍSTICO,
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin- NORMATIVO, DIDÁTICO E DIVINATÓRIO;
do a estrutura argumentativa desse tipo textual. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO;
TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS
Instrucional ou Injuntivo
0
-1

Informativo
78

O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é carac-


.2

terizado por estabelecer um “propósito autônomo”


São textos que têm o objetivo de informar o leitor,
73

(CAVALCANTE, 2013, p. 73) que busca convencer o


expor fatos e esclarecer dúvidas sobre diversos temas.
.8

leitor a realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é pre-


A linguagem deve ser de fácil entendimento. Costu-
32

dominante em gêneros como: bula de remédio, tuto-


mam utilizar a 3ª pessoa e vir em prosa.
-4

riais na internet, horóscopos e também nos manuais


Exemplos: notícias de jornais, blogs, sites e verbe-
de instrução.
u

tes de dicionários.
pr

A principal marca linguística dessa tipologia é a


Veja o exemplo a seguir, que utiliza dados e cita-
u

presença de verbos conjugados no modo imperati-


ções para tratar sobre a dengue:
pr

vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve


ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Vacina contra a dengue está em fase final de
Para que possamos identificar corretamente essa
LÍNGUA PORTUGUESA

produção
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o 40% da população mundial está em risco de con-
exemplo a seguir: trair o vírus da dengue: são cerca de 390 milhões
de infecções por ano. Em 2019, foram registrados
1.281.759 casos prováveis de dengue no país.
A forma mais eficaz de evitar doenças infecciosas
é a vacina. Por isso, o Ministério da Saúde apoia
o Instituto Butantan no desenvolvimento de uma
vacina contra a dengue, transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti.
“A vacina terá o potencial de proteger uma quanti-
dade cada vez maior de pessoas com apenas uma 23
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
dose”, explica o diretor da Divisão de Ensaios Clí- uma boa notícia relacionada a uma viagem inter-
nicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, nacional ou sobre um exame ou concurso público
Alexander Precioso. realizado. Dia de alegrias e fé renovada.3
Fonte: Ministério da Saúde.1
A Linguagem Literária e a Não Literária
Publicitário e Propagandístico
É necessário entender que existem as linguagens
Esses textos têm como objetivo promover um pro- literária e a não literária, que são bem diferentes entre
duto ou uma ideia, utilizando linguagem persuasiva e si. Seguindo o conceito, a linguagem literária é emoti-
sendo vinculados em meios de comunicação de massa va, sentimental e abarca as figuras de linguagem e o
e nas ruas, em outdoors e panfletos, por exemplo. sentido conotativo das palavras. Ou seja, apresenta o
Costumam utilizar linguagem verbal e não verbal, fantástico que precisa ser descoberto através de uma
com textos simples e facilmente compreensíveis pelo leitura atenta. Já a linguagem não literária se refere
público que jogam com o criativo, irônico e humorístico. à transmissão de saberes e da informação no âmbito
Acompanhe o exemplo a seguir, que utiliza o das necessidades da comunicação social. Você pode
humor e a polissemia da palavra “gato”: encontrá-la na ciência, na técnica, no jornalismo e na
conversação entre os falantes.
BANHO E TOSA Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as
Aqui o seu cão sai um gato!2 duas formas:

Normativo
LINGUAGEM LINGUAGEM NÃO
LITERÁRIA LITERÁRIA
São textos que trazem regras, normas, para reger
uma atividade ou um grupo. Devem possuir lingua- Intralinguística Extralinguística
gem direta e impessoal. Exemplos: leis, regimentos
internos, decretos. Veja o exemplo a seguir, retirado Ambígua Clara/exata
da Constituição Federal de 1988:
Conotação Denotação
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada Sugestão Precisão
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- Transfiguração da
crático de Direito e tem como fundamentos: Realidade
realidade
I - a soberania;
II - a cidadania; Subjetiva Objetiva
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia- Ordem inversa Ordem direta
tiva; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
tamente, nos termos desta Constituição. TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA

Didático Neste tópico, comentaremos os cinco tipos de fra-


0

ses a seguir: exclamativas, declarativas, imperativas,


-1

interrogativas e optativas. Acompanhe.


78

São textos que têm objetivos pedagógicos, com


.2

as seguintes características: deve ser objetivo, coeso,


EXCLAMATIVAS
73

impessoal, ter uma linguagem compatível com o nível


.8

de conhecimento dos receptores sobre o assunto,


32

permitir uma interpretação direta do conteúdo. Esta Finalizadas com ponto de exclamação, expressam
emoções intensas, de diversos tipos. Exemplos:
-4

apostila é um exemplo de texto didático.


Que lindo!
u

Não acredito!
pr

Divinatório
Que horror!
u
pr

Os textos de caráter divinatório têm a função de


fazer previsões. Alguns exemplos são o oráculo e o DECLARATIVAS
horóscopo. Acompanhe a seguir o exemplo retirado
de um horóscopo: Encerradas com ponto-final, declaram alguma coi-
sas, afirmativa ou negativamente. Exemplos:
Horóscopo do dia de hoje para Capricórnio Ela saiu de casa.
Confira a previsão para 14 de dezembro Ela não saiu de casa.
O dia pode trazer boas notícias relacionadas a um Estou indo para a aula.
projeto de publicação na internet que você está
envolvido. Outra possibilidade é de você receber

1 SOARES, R. Texto Informativo – O que é, características, estrutura, exemplos e modelos. Escola Educação, 2019. Disponível em: https://escolae-
ducacao.com.br/texto-informativo/. Acesso em: 15 dez. 2022.
2 CARVALHO, P. 6 imagens que mostram que a propaganda é a alma de qualquer negócio. Quero Bolsa, 2022.Disponível em: https://querobolsa.
com.br/revista/6-imagens-que-mostram-que-a-propaganda-e-a-alma-de-qualquer-negocio. Acesso em: 15 dez. 2022.
3 FERRARI, E. Previsões do signo de Capricórnio. Terra, 2022. Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricor-
24 nio/. Acesso em: 14 dez. 2022.
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IMPERATIVAS SUBSTITUIÇÃO

Expressam ordem, pedido ou conselho. Utilizam A substituição pode ser realizada por meio de
verbos no imperativo e também podem ser afirmati- recursos como sinônimos, antônimos, locução ver-
vas ou negativas. Exemplos: bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
Fique aqui. conectivos, dentre outros.
Não fique aqui.
Entregue isso. Sinônimos

INTERROGATIVAS Palavras ou expressões que possuem significados


iguais ou semelhantes.
Expressam uma pergunta e podem ser direta (com Ex.:
interrogação no final) ou indireta (sem interrogação).
Exemplos: z O carro está com algum problema / O automóvel
Você achou legal? apresentou defeitos.
Queria saber se você achou legal.
Vamos? Antônimos

OPTATIVAS Palavras que possuem significados diferentes, ou


seja, significados opostos que podem ser usados para
substituir a palavra anterior.
Expressam um desejo do emissor. Exemplos:
Ex.:
Vá com Deus!
Muita sorte para você!
z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor
Bem-vinda!
não estava calmo.

Locução Verbal

ESTRUTURA DA FRASE PORTUGUESA Ao invés de usar a forma única do verbo, é possível


substituir o verbo por uma locução verbal e vice-versa.
OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO, SUBSTITUIÇÃO, Exs.:
MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO; PROBLEMAS
ESTRUTURAIS DAS FRASES; NORMA CULTA z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei
os documentos amanhã.
A reescrita de textos é essencial em vários aspectos,
como para corrigir erros e escrever mais claramente. Verbo por Substantivo e Vice-Versa
No contexto dos concursos públicos, para responder
às questões apresentadas, é necessário identificar Pode-se usar um substantivo correspondente no
qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do tex- lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça
to original, sem que haja mudança de compreensão, sentido dentro do contexto.
baseada na intenção do emissor da mensagem. Exs.:
A coesão é um dos principais pontos a se obser-
var na produção de um texto e, consequentemente,
0

z Caminhar: caminho;
-1

na reescritura, para manter a coesão e a harmonia z Resolver: resolução;


78

do texto. Conjunções, advérbios, preposições e pro- z Trabalhar: trabalho;


.2

nomes, principalmente, apresentam aspectos que z Necessitar: necessidade;


73

podem transformar completamente o sentido de um z Estudar: estudos;


.8

enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. z Beijar: beijo;


32

Além disso, até mesmo uma vírgula pode mudar o z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno-
-4

sentido de um enunciado, assim, elas também devem brece o homem.


u

ser observadas.
pr

As frases reescritas precisam manter a essência do Voz Verbal


u

texto base, ou seja, a informação principal. É impor-


pr

tante observar os tempos verbais empregados e a É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
ordem das palavras também. sagem do enunciado.
Após a reescrita, as frases precisam: Exs.:
LÍNGUA PORTUGUESA

z manter o significado original; z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito
z manter a coesão; por mim.
z não expressar opinião que não esteja na frase
original; Palavra por Locução Correspondente
z respeitar a sequência das ideias apresentadas no
texto original. Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu-
ção que corresponda a ela, ou vice-versa.
Há algumas maneiras de rescrever um texto. Des- Ex.:
tacaremos aqui o deslocamento dos enunciados e a
substituição de palavras ou trechos. z O amor materno é singular / O amor de mãe é
singular. 25
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Conectivos com mesmo Valor Semântico Para reescrever frases utilizando o deslocamen-
to, é necessário observar se há mudança de sentido
Os conectivos são palavras ou expressões que têm e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo
a função de ligar os períodos e parágrafos do texto. modo, para analisar uma questão de reescritura, é
Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou necessário observar qual elemento foi deslocado e
advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem se esse deslocamento provocou mudança de sentido
uma relação entre os termos conectados. ou inadequação gramatical.
Por meio da substituição de conectivos, é possí- É possível deslocar os seguintes termos em uma
vel modificar e reescrever um trecho sem que haja oração:
mudança de sentido.
Adjunto Adverbial

Importante! Ex.: Na semana passada, participei de todas as


aulas da faculdade. Participei de todas as aulas da
Identifique a relação que cada conector indica,
faculdade na semana passada.
pois, ao substituir um conector por outro que não Observando os pontos anteriormente menciona-
possui relação semântica, pode ocorrer mudan- dos, é possível perceber que neste caso não há mudan-
ça no sentido do texto. ça de sentido, e que a correção gramatical foi mantida,
Ao usar um conectivo para substituir outro, é já que o adjunto adverbial de tempo no final da ora-
necessário que ambos estabeleçam o mesmo ção não precisa de vírgula.
tipo de relação.
Adjetivo
A seguir, relembraremos algumas das principais
Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas;
relações que os conectores expressam:
Meu namorado novo trabalha com vendas.
Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do
z Adição: e, também, além disso, mas também;
substantivo, e na segunda frase, aparece depois. No
z Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no
entanto, é possível perceber não há mudança de sen-
entanto;
tido e que a correção gramatical foi mantida, já que
z Causa: por isso, portanto, certamente;
essa mudança não implica necessidade de vírgula
z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na sociedade
nem provoca erro gramatical.
atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até que;
z Consequência: logo, consequentemente, por con-
Pronome Indefinido
sequência;
z Confirmação / Reafirmação: ou seja, nesse senti-
Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz;
do, nessa perspectiva, em suma, em outras pala-
Não quero que situação alguma tire nossa paz.
vras, dessa forma;
Neste caso, não há mudança de sentido e a cor-
z Hipótese / Probabilidade: a menos que, mesmo
reção gramatical foi mantida, pois essa mudança não
que, supondo que;
implica necessidade de vírgula nem provoca erro
z Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem
gramatical.
como;
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas
z Finalidade: afim de, para, para que, com a finali-
sobre as diferenças entre os recursos:
0

dade de, com o objetivo de;


-1

z Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, isto


78

DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS


é;
.2

Deslocamento Substituição
73

z Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente,


com efeito;
.8

Substitui determinado termo


Muda um termo de lugar den-
32

z Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente, tro do próprio enunciado


do trecho, mantendo o mes-
-4

possivelmente; mo sentido
z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma. Antes Antes
u
pr

Ex.: Dessa forma, todos po- Ex.: Dessa forma, todos po-
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci- deremos ir juntos ao local do deremos ir juntos ao local do
u
pr

ma citados é possível haver substituição entre as con- evento evento


junções sem que haja prejuízo no entendimento final Depois
Depois
do trecho reescrito. Ex.: Todos poderemos, dessa
Ex.: Assim, todos poderemos
forma, ir juntos ao local do
ir juntos ao local do evento
evento
DESLOCAMENTO

Deslocamento é o recurso utilizado para reescre- Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado
ver determinado trecho, que se baseia em modificar tanto a questões de concursos quanto à produção de
de lugar determinados termos. Ou seja: um termo redações e textos diversos.
que estava no início pode ir para o final do texto e Nas questões, é necessário analisar as opções
vice-versa. dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir: gramaticalmente correta e o sentido original do tex-
to esteja presente, sem mudanças na compreensão.
z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Boechat; Já nas redações, a reescrita é essencial para cor-
z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São rigir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxi-
26 Paulo. lia, também, para poder utilizar o texto-base como
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subsídio para a escrita, fazendo modificações de z “Não só corrigiu os erros e ajudou a todos” (a cor-
alguns trechos e adaptando-os para a sua escrita. relação não só estabelece que o complemento seja
mas/como também);
PARALELISMO z “Lamentei não ter feito nada pelo cãozinho e que
ele saísse tão humilhado” (mistura de orações
Paralelismo é o estudo do uso adequado de estru- reduzida e desenvolvida);
turas sintáticas e semânticas na língua portuguesa. z “Aspirei e gostei do ar” (o verbo aspirar é regido
Um texto deve ser compreendido como um todo coe- pela preposição “a”, diferente do verbo gostar).
rente e coeso; dessa forma, as ideias debatidas devem
ser apresentadas relacionando-se entre si e mantendo PARALELISMO SEMÂNTICO
a devida correspondência.
Ao organizar as ideias por meio de palavras, as Assim como o paralelismo deve ser mantido entre
normas da gramática normativa prescrevem que termos equivalentes, ele deve também ser observado
devemos coordenar frases que tenham os mesmos entre as ideias do texto, a fim de garantir a coerência
tipos de constituintes, assim, correlacionando adje- global do conteúdo.
tivos com adjetivos; substantivos com substantivos; Para cumprir com a organização das ideias tex-
termos preposicionados com termos preposicionados; tuais, o conteúdo deve ser apresentado de forma
orações desenvolvidas com orações desenvolvidas etc. coerente; nesse aspecto, o paralelismo tem função
Dessa forma, tornam-se errados os seguintes primordial.
exemplos, por quebra de paralelismo sintático: Ex.: Encontrei duas pessoas na rua: uma era sua
Ex.: “Tenho uma prima inteligente e que tem irmã, a outra estava de muletas.
muito dinheiro.” A frase acima desrespeita o paralelismo, pois não
“Leio para me informar e porque objetivo me se direciona o enunciado para saber sobre o estado
tornar mais inteligente.” físico das pessoas encontradas na rua, mas sim sobre
A primeira oração quebra o paralelismo sintático, possíveis parentescos entre elas e o falante.
pois mistura constituintes diferentes, apresentando Para que as frases apresentem uma boa estrutura
um adjetivo e uma oração adjetiva. Devemos sempre paralela, é preciso buscar uma coordenação entre as
manter a relação de paralelo entre os constituintes, a ideias defendidas no texto.
forma correta é: “Tenho uma prima inteligente e rica.”
A seguir, apresentamos algumas estruturas com o
A segunda oração quebra o paralelismo pelo mes-
paralelismo semântico prejudicado e algumas suges-
mo motivo, pois apresenta constituintes diferentes;
tões de correção.
primeiro uma oração reduzida seguida de uma ora-
ção desenvolvida. Para manter o paralelismo, deve-
z O coronel da polícia militar fez duas operações: a
mos manter um único tipo de oração: “Leio para me
primeira no Morro do sacramento, a segunda no
informar e para me tornar mais inteligente”.
pulmão. (errado)
Motivo: As ideias não mantêm relação de coorde-
PARALELISMO SINTÁTICO
nação. O correto seria relacionar dois locais ou
dois órgãos.
O paralelismo sintático observa as relações entre
O coronel da polícia militar fez uma operação no
os constituintes das orações, que devem manter uma
Morro do sacramento, posteriormente, passou por
estrutura semelhante, como vimos nos exemplos
uma cirurgia no pulmão. (correto);
anteriores.
0

z Afonso tem um carro a diesel e outro importado.


Os principais elementos coordenativos que estabe-
-1

(errado)
78

lecem a boa relação de paralelismo são:


Motivo: Não podemos relacionar a origem do car-
.2

ro e o tipo de combustível.
73

� Conectivos aditivos: e, nem.


Afonso tem um carro movido a diesel, ele possui
.8

Ex.: “É necessário que você estude e que estipule


um outro carro, importado. (correto)
32

um horário de estudos”;
-4

� Correlação de valor aditivo: não só/somente;


mas/como também tanto/quanto. PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS
u
pr

Ex.: “Não só corrigiu os erros, como também aju-


Um tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere-
u

dou a todos”;
pr

� Correlação de valor alternativo: ou...ou; quer... mos a seguir as regras sobre seus usos.
quer; seja...seja.
Ex.: “Seja na alegria, seja na tristeza, estarei ao seu Uso de Vírgula
lado”.
LÍNGUA PORTUGUESA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três


Vejamos alguns exemplos de quebra do paralelis- funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
mo sintático: voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
z “Não gosto de calor nem de que faça frio” (primei- qualquer ambiguidade.
ro objeto indireto é um substantivo, segundo uma Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração); oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:
z “João enriqueceu com investimentos arriscados,
isto é, negociando day trade. (o complemento de � Para separar os termos de mesma função:
enriquecer é uma expressão nominal, logo, a expli- Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;
cação após a partícula expletiva, deve ser da mes- z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
ma natureza); enumeração: 27
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Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
arrastado pelo tsunami; sorvete;
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que � Em enumerações, portarias, sequências:
já apareceu na frase) do verbo: Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. O Procurador-Geral da República;
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, O Colégio de Procuradores da República;
filmes de terror; O Conselho Superior do Ministério Público Federal.
� Para separar palavras ou locuções explicativas,
retificativas: Dois-Pontos
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
anos; Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
� Para separar datas e nomes de lugar: não foi concluída. Servem para:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
� Introduzir uma citação (discurso direto):
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
e, nem, ou:
homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. respostas”;
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
A vírgula também é facultativa quando o termo distributivo ou uma oração subordinada substan-
que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for tiva apositiva:
uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos: Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. sores, jornalistas, médicos;
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço � Introduzir uma explicação ou enumeração após
em casa. expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / saber, como:
Ontem, choveu o esperado para o mês todo. Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências...;
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
(relação semântica de oposição, explicação/causa
� Entre o sujeito e o verbo: ou consequência):
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
ram a explicação. (errado) homem culto.
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
sertaram minha visão. (errado); cautela;
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- � Marcar invocação em correspondências:
dicativo do sujeito: Ex.: Prezados senhores:
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- Comunico, por meio deste, que...
ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
Travessão
dem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de
(errado);
discurso de interlocutor: Ex.:
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
0

— Bom dia, Maria!


-1

ou adjunto adnominal:
78

Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida — Bom dia, Pedro!;


.2

pelos alunos. (errado); � Serve também para colocar em relevo certas


73

� Entre locução verbal de voz passiva e agente da expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
.8

passiva: tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou


32

Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele colchetes:


-4

professor para a feira. (errado); Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
u

� Entre o objeto e o predicativo do objeto:


pr

Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada)
u

Considero interessantes, as suas aulas. (errado).


pr

Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-


Uso de Ponto e Vírgula na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.

É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto Parênteses


e vírgula (;):
Têm função semelhante à dos travessões e das
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas: vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, mos, expressões ou orações.
ficou triste; Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
to, exausto; jantar. (oração intercalada)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (=
zeugma): Ponto-Final
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
28 ouvinte. É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
período.
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” Uso das Aspas
Carlos Drummond de Andrade;
� Nas abreviaturas São usadas em citações ou em algum termo que
Ex.: apart. ou apto. = apartamento. precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí-
sec. = secretário. das por itálico ou negrito, que têm a mesma função
a.C. = antes de Cristo. de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:
Dica
� Antes e depois de citações:
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
tos químicos não vêm com ponto final: afirma Dad Squarisi, 64;
Exemplos: km, m, cm, He, K, C � Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
Ponto de Interrogação conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
Marca uma entonação ascendente (elevação da que desejava.
voz) em tom questionador. Usa-se: Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual;
� Em frase interrogativa direta: � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?; às vezes com ironia ou malícia:
� Entre parênteses para indicar incerteza: Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
que havia palavra melhor no contexto; sonoro;
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar � Para citar nomes de mídias, livros etc.:
surpresa:
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
!?);
Colchetes
� E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Representam uma variante dos parênteses, porém
que não jogaremos comida fora à toa”).
têm uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos:
Ponto de Exclamação
� Para incluir num texto uma observação de nature-
� É empregado para marcar o fim de uma frase com
za elucidativa:
entonação exclamativa:
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!; Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”;
� Aparece após uma interjeição: � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
Ex.: Nossa! Isso é fantástico; a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos: que pareça, o texto original é assim mesmo:
0

Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”; Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
-1

do.” (Machado de Assis);


78

� É repetido duas ou mais vezes quando se quer


� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
.2

marcar uma ênfase:


Fonologia:
73

Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50


Ex.: Mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
.8

metros em 20 segundos!!!
32

� Para suprimir parte de um texto (assim como


-4

Reticências parênteses):
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
u
pr

São usadas para: desceu as escadas apressadamente.


Na hora em que entrou no quarto [...] e depois des-
u
pr

� Assinalar interrupção do pensamento: ceu as escadas apressadamente (caso não preferí-


Ex.: ― Estou ciente de que... vel segundo as normas da ABNT).
― Pode dizer...;
Asterisco
LÍNGUA PORTUGUESA

� Indicar partes suprimidas de um texto:


Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
desceu as escadas apressadamente. (Também pode � É colocado à direita e no canto superior de uma
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e palavra do trecho para se fazer uma citação ou
depois desceu as escadas apressadamente.); comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para sugerir prolongamento da fala: de rodapé:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias? Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...; triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para indicar hesitação: *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vo, o que origina um novo substantivo;
vergonha; � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
mente com outras intenções: tuição a um substantivo próprio: 29
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami- As palavras normalmente recebem uma dupla clas-
nhado aos responsáveis; sificação: a morfológica, que está relacionada à classe
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto função específica que assumem em determinada frase.
é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere; Frase
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras Frase é todo enunciado com sentido completo.
da gramática. Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
* Edifício elaborou projeto o engenheiro. conjunto de palavras.
Ex.: Fogo!
Uso da Barra Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: Ramos).

� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser Oração


substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta; (explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separa- ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
ção das conjunções e/ou: tá-lo completo ou incompleto.
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
e/ou escritos; poluição.
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- “A roda de samba acabou” (Chico Buarque).
ção entre si:
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número Período
(plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h; Período é o enunciado constituído de uma ou mais
� Para separar os versos de poesias, quando escritos
orações.
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
Classifica-se em:
barras para indicar a separação das estrofes:
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
� Simples: possui apenas uma oração.
passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Ex.: O sol surgiu radiante.
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
Ninguém viu o acidente.
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
� Composto: possui duas ou mais orações.
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
não foi escrita na sua totalidade:
(Chico Buarque)
Ex.: a/c = aos cuidados de;
Chegou em casa e tomou banho.
s/ = sem;
� Para separar o numerador do denominador nos
números fracionários, substituindo a barra da fração: PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO
Ex.: 1/3 = um terço;
0

� Nas datas: Os termos que formam o período simples são dis-


-1

tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte-


78

Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone: grantes (complemento verbal, complemento nominal
.2

e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,


73

Ex.: 225 03 50/51/52;


adjunto adverbial e aposto).
.8

� Nos endereços:
32

Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;


TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
-4

� Na indicação de dois anos consecutivos:


Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso;
u
pr

� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
Ex.: /s/. da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
u
pr

ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-


Embora não existam regras muito definidas sobre leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- seguir cada um deles.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
Sujeito
ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DAS FRASES: TERMOS
E ORAÇÕES; ORDEM DIRETA E INVERSA É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo.
Conceitos Básicos da Sintaxe O sujeito pode ser:

Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
os grandes grupos de palavras existentes na língua, � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- pelo verbo;
pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, � O termo que pode ser substituído por um pronome
30 nós construímos um painel morfológico. do caso reto;
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� O termo com o qual o verbo concorda. „ Simples: quando há apenas um núcleo.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
da COVID-19. Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa;
No exemplo anterior a população é: „ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Núcleos: sons, cores.
rou pela compra da vacina); Sujeito composto: Os sons e as cores;
z O elemento que pratica a ação de implorar; „ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
z O termo que pode ser substituído por um pronome Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)
do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.) z Indeterminado: quando não é possível identificar
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
Núcleo do Sujeito Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do por um índice de indeterminação do sujeito, a
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal por- partícula “se”.
que é a respeito dela que o predicado diz algo. O núcleo
indica a palavra que realmente está exercendo determi- „ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
nada função sintática, que atua ou sofre a ação. O núcleo não se referindo a nenhuma palavra determi-
do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra nada no contexto.
com valor de substantivo, ou pronome.
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.
Entende-se que alguém passou cedo;
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. „ Colocando-se verbos (intransitivos, transitivos
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
diretos ou de ligação) sem complemento dire-
Sujeito: O povo
to na 3ª pessoa do singular acompanhados do
Núcleo do sujeito: povo
pronome se, pronome que atua como índice de
z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
indeterminação do sujeito.
de dois ou mais termos.
As luzes e as cores são bem visíveis. Ex.: Não se vê com a neblina.
Sujeito: As luzes e as cores Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Núcleo do sujeito: luzes/cores condição.

Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito


Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
as expressões interrogativas quem? Ou o quê? não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
Antes do verbo. são impessoais e normalmente representam fenôme-
Ex.: A população pediu uma providência ao nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer
governador. ou haver no sentido de existir.
Quem pediu uma providência ao governador? Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Resposta: A população (sujeito).
0

Basta de confusão.
-1

Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o


78

Há dois anos esse restaurante abriu.


outro.
.2

O que iria de um lado para o outro?


73

Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).


.8

Classificação do Sujeito Quanto à Voz


32

Tipos de Sujeito
-4

z Voz ativa (sujeito agente)


Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
u
pr

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
u

ce a ação na frase;
pr

Simples z Voz passiva sintética (sujeito paciente)


DETERMINADO Composto Ex.: Corta-se cabelo.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
Elíptico
LÍNGUA PORTUGUESA

“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do


Com verbos flexionados na 3ª item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
pessoa do plural oração.
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
se (índice de indeterminação do Importante notar que não há preposição entre
sujeito) o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
Usado para fenômenos da
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
INEXISTENTE natureza ou com verbos
Precisa-se de cabelo.
impessoais
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: ção “-se”. 31
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z Voz passiva analítica (sujeito paciente) Predicado Verbal
Ex.: A minha saia azul está rasgada.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- Ocorre quando há dois núcleos significativos: um
ça da partícula -se. verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi-
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
Predicado demais termos do predicado.
O verbo do predicado pode ser classificado em
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-
o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter- tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi-
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é ge um complemento não preposicionado, o objeto
impossível existir uma oração sem sujeito. direto.
O predicado pode ser: Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
Noel Rosa
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito. Verbo Transitivo Direto: Fazer.
Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
(José de Alencar); Verbo Transitivo Direto: trouxe;
Predicado: seguem sua marcha;
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti-
z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
vo indireto tem como necessidade o complemen-
to (oração sem sujeito):
to acompanhado de uma preposição para fazer
Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
sentido.
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
Ex.: Nós acreditamos em você.
Verbo transitivo indireto: acreditamos
Para determinar o predicado, basta separar o
Preposição: em
sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
Verbo transitivo indireto: obedeceu
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
Preposição: a (a + os)
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias) Ex.: Os professores concordaram com isso.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida. Verbo transitivo indireto: concordaram
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias) Preposição: com;
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores. z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
Classificação do Predicado plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto
indireto (com preposição).
A classificação do predicado depende do significa- Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-
do e do tipo de verbo que apresenta. tras.” (Machado de Assis)
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig- Objeto direto 1: anedotas
nificativo se concentra em um nome (corresponde Objeto indireto 1: lhe
0

Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia


-1

a um predicativo do sujeito).
Objeto direto 2: outras
78

O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.


Objeto indireto 2: lhe;
.2

O predicado nominal tem por núcleo um nome


z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons-
73

(substantivo, adjetivo ou pronome).


truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
.8

Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo


32

Mendes) plementos verbais, sem prejudicar o sentido da


-4

Predicado: são mais bonitas. oração.


Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
u
pr

Bilac) Verbo intransitivo: adormeciam.


u

Predicado: estão cheias de calafrios.


pr

É importante não confundir: Predicado Verbo-Nominal

z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ocorre quando há dois núcleos significativos:
mas um estado momentâneo ou permanente que um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
o predicativo do sujeito; transitivo, predicativo do objeto).
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Verbo intransitivo: parou
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: O garoto está bastante feliz. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Verbo de ligação: está. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Predicativo do sujeito: bastante feliz. considerado predicativo do sujeito.
Ex.: Seu batom é muito forte. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo de ligação: é. Verbo intransitivo: marchou
32 Predicativo do sujeito: muito forte. Predicativo do sujeito: desorientado
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No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. pronome relativo que.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
do de Assis) esse algo é o objeto direto)
Verbo transitivo direto: achou Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Objeto direto: o raciocínio feminino definido)
Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza z Objeto direto preposicionado
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
concluir que temos um caso de predicativo do obje- preposição no seu complemento, algumas palavras
to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é requerem o uso da preposição para não perder o sen-
o sujeito. tido de “alvo” do sujeito.
O que é o predicativo do objeto? Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
É o termo que confere uma característica, uma facultativos.
qualidade, ao que se refere.
A formação do predicativo do objeto se dá por um Exemplos com ocorrência obrigatória de
adjetivo ou por um substantivo. preposição:
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. Não entendo nem a ele nem a ti.
Predicativo do objeto: proveitoso Respeitava-se aos mais antigos.
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Predicativo do objeto: vitoriosa Amavam-se um ao outro.
Para facilitar a identificação do predicativo do “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
feita.” (Ciro dos Anjos).
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Exemplos com ocorrência facultativa de
fica é relacionar o predicativo ao nome.
preposição:
O filme foi proveitoso.
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
Ela era vitoriosa.
le templo.
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre- A escultura atrai a todos os visitantes.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de Não admito que coloquem a Sua Excelência num
ligação (foi e era, respectivamente). pedestal.
Ao povo ninguém engana.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
estruturas para torná-las completas. De acordo com sente para indicar parte de um todo, quando assim
a gramática da língua portuguesa, esses termos são for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
divididos em: bebeu uma porção da água, e não ela toda.

Complementos Verbais z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência


0

dessa função sintática na mesma oração, a fim de


-1

São termos que completam o sentido de verbos enfatizar um único significado.


78

transitivos diretos e transitivos indiretos. Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
.2

Andrade)
73

z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom- z Objeto direto interno: representado por palavra
.8

que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta


32

panhado de preposição.
Ex.: Examinei o relógio de pulso. mesmo significado.
-4

Gostaria de vê-lo no topo do mundo. Ex.: Riu um riso aterrador.


u

Dormiu o sono dos justos.


pr

O técnico convocou somente os do Brasil. (os =


aqueles).
u

Como diferenciar objeto direto de sujeito?


pr

Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)


Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
LÍNGUA PORTUGUESA

va analítica e se transforma em sujeito.


variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre Os jogos da seleção foram ignorados.
exercem função de objeto direto, os pronomes oblí-
quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa z Objeto indireto: é complemento verbal regido de
função sintática. preposição obrigatória, que se liga diretamente a
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
quem? A minha pessoa”) o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
(= “Nunca tomeis quem? Vós”) casa 260.
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= Gosto de ti, meu nobre.
“Convidaram quem? Ela”) Não troque o certo pelo duvidoso.
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= Vamos insistir em promover o novo romance de
“Receberam quem? Nós”) ficção. 33
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z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes O novo regulamento originou a revolta dos
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro- funcionários.
nomes o, a, os, as não exercerão essa função. O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
indireto, já que sempre ocorrem com preposição. exercem essa função sintática quando assumem
Ex.: Você escreveu esta carta para mim? valor de pronomes possessivos.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).
z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar plemento nominal?
uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda. Quando o adjunto adnominal for representado por
uma locução adjetiva, ele pode ser confundido com com-
Complemento Nominal plemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:

Completa o sentido de substantivos, adjetivos e „ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao


advérbios. É uma função sintática regida de preposição e qual se liga for concreto.
com objetivo de completar o sentido de nomes. A presen- Ex.: A casa da idosa desapareceu.
ça de um complemento nominal nos contextos de uso é Se indicar posse ou o agente daquilo que
fundamental para o esclarecimento do sentido do nome. expressa o substantivo abstrato.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado. Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada;
Estou longe de casa e tão perto do paraíso. „ Será complemento nominal: se indicar o alvo
Para melhor identificar um complemento nomi- daquilo que expressa o substantivo.
nal, siga a instrução: Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
Nome + preposição + quem ou quê foi respeitada.
Como diferenciar complemento nominal de com- Notava-se o amor pelo seu trabalho.
plemento verbal? Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
diretamente ao verbo “obedecia”) Adjunto Adverbial
Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora- Termo representado por advérbios, locuções
ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”). adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio-
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas
Agente da Passiva circunstâncias.

É o complemento de um verbo na voz passiva ana- z Tempo: Quero que ele venha logo.
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
raramente, da preposição de. z Modo: O dia começou alegremente.
0

Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares z Intensidade: Almoçou pouco.


-1

z Causa: Ela tremia de frio.


78

ser, estar, viver, andar, ficar.


z Companhia: Venha jantar comigo.
.2

z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as


73

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO


roupas.
.8

z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo.


32

Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu- z Finalidade: Vivia para o trabalho.


-4

ra básica da oração, são importantes para compreen- z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
são do enunciado porque trazem informações novas.
u

z Assunto: Falávamos sobre o aluguel.


pr

Esses termos são chamados acessórios da oração. z Negação: Não permitirei que permaneça aqui.
u

z Afirmação: Sairia sim naquela manhã.


pr

Adjunto Adnominal z Origem: Descendia de nobres.

São termos que acompanham o substantivo, Não confunda!


núcleo de outra função, para qualificar, quantificar, Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
especificar o elemento representado pelo substantivo. adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
Categorias morfológicas que podem funcionar nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
como adjunto adnominal: o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
z Artigos; é um adjunto adnominal)
z Adjetivos; Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
z Numerais; adjunto adverbial)
z Pronomes;
z Locuções adjetivas. Aposto

Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes
34 ficaram esquecidos no quarto. ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apontar Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente.
algo, alguém ou um fato. (advérbios, aposto do adjunto adverbial de modo).
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma z Diferença de aposto especificativo e adjunto
bicicleta. adnominal: normalmente, é possível retirar a
Aposto: filha de D. Raimunda preposição que precede o aposto. Caso seja um
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran- adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
des obras. fica prejudicada.
Aposto: Machado de Assis. Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
Classifica-se nas seguintes categorias: (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
O clima de Fortaleza é quente.
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. (adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);
Separa-se do substantivo a que se refere por uma z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
dois-pontos. adjetivo.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
ontem, acabaram de voltar de férias. (predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad-
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos; jetivo)
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que Homem desesperado, João sempre perde o controle.
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante- (aposto; núcleo: homem – substantivo).
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e Vocativo
riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, pre- O vocativo é um termo que não mantém relação
conceito, antipatia e arrogância; sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para
resumir termos anteriores. É expresso, normalmen- chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese-
te, por um pronome indefinido. ja se comunicar. É um termo independente, pois
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos não faz parte da estrutura da oração.
estavam empolgados com a feira. Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bis- consulta.
sau, países africanos onde se fala português; Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
rumo; vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
� Circunstancial: exprime uma característica outro termo da oração.
circunstancial. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crian-
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas ças.
apropriadas; O aposto se relaciona sintaticamente com outro
� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um termo da oração.
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é im-
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por pecável.
substantivos próprios. Sujeito: a cozinha de Lufe.
0

Exs.: O mês de abril. Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao


-1

O rio Amazonas. sujeito).


78

Meu primo José;


.2

z Aposto da oração: é um comentário sobre o fato EFEITOS DE SENTIDO DA ORDEM DE EXPRESSÕES


73

expresso pela oração, ou uma palavra que condensa. NA ORAÇÃO E NO PERÍODO


.8

Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua


32

preocupação.
-4

Compreender as propriedades de organização sin-


O noticiário disse que amanhã fará muito calor – tática de determinada língua é essencial para que seus
u

ideia que não me agrada;


pr

usuários possam estabelecer uma comunicação efeti-


� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente. va. No caso da língua portuguesa, tal organização se
u

Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra


pr

dá de maneira direta ou inversa.


para as perguntas. Neste tópico, trataremos sobre esses dois formatos
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. de organização de sentenças, visando compreender os
z O aposto pode aparecer antes do termo a que se efeitos de sentido produzidos em cada um.
LÍNGUA PORTUGUESA

refere, normalmente antes do sujeito.


Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- Ordem Direta
na marcou uma geração.
z Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se Um dos formatos de organização sintática possí-
refere a um termo preposicionado, pode ele vir veis na nossa língua é conhecido por ordem direta. Tal
igualmente preposicionado. ordenação foi descrita a seguir:
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo
ele tinha medo.
Sujeito — Verbo — Complementos — Adjunto Adverbial
z O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
35
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z Exemplo: DISCURSO DIRETO

Verbo Adj. Adverbial É a reprodução exata ou literal da fala das perso-


A chuva provocou enchentes hoje. nagens, sem participação do narrador. Ele é bastante
Sujeito Complemento (Objeto Direto) comum em muitos textos exatamente por transcrever
literalmente as palavras do outro, além disso, aproxi-
Em geral, os usuários elaboram seus enunciados, ma o leitor da história.
seguindo esse parâmetro de ordem vocabular, de Características:
modo involuntário e natural.
z Introduzido por um verbo de elocução;
Ordem Inversa z Usa dois-pontos;
z Há mudança de linha para um novo parágrafo;
Embora a ordem direta seja considerada padrão e, por- z É iniciado por um travessão, que indica a mudança
tanto, “mais correta”, elaborar enunciados que apresen- da voz do narrador para a voz da personagem;
tam os termos em ordem diferente constitui um recurso z O discurso em si está na primeira pessoa do discur-
bastante eficaz da língua. Ao modificar a estrutura “Sujeito so (eu/nós).
— Verbo — Complementos — Adj. Adverbial”, apresen-
tando, pois, uma sentença em ordem inversa, enfatiza-se
determinado termo. Vejamos os exemplos a seguir: Importante!
Cabe relembrar aqui o que são e quais são os ver-
z Ordem Direta bos de elocução.
Verbo
Os verbos de elocução são aqueles que introdu-
zem as falas dos personagens.
O jornalista faleceu em São Paulo.
Os principais são:
Sujeito Adj. Adverbial Falar, contar, destacar, ressaltar, dizer, afirmar,
perguntar, declarar, indagar e questionar.
z Ordem Inversa

Adj. Adverbial
DISCURSO INDIRETO
Faleceu, em São Paulo, o jornalista.
Neste discurso, o narrador traz, em suas palavras,
Verbo Sujeito
as falas das personagens.
Características:
Note que o verbo foi colocado na primeira posição, para
receber destaque, ou seja, a ênfase está no verbo falecer. z É introduzido por um verbo de elocução;
A ordem inversa pode ser usada para: z Logo após há um termo (geralmente “que”), que
mostra a mudança da voz do narrador para a men-
z Mudar a intenção do discurso. Ex.: sagem da personagem;
z Não há mudança de linha ou de parágrafo, o texto
„ “Certo homem” = um homem qualquer; corrido;
„ “Homem certo” = um homem específico e certo z O discurso em si está na terceira pessoa do discur-
dentro de um contexto.
0

so (ele, ela, eles, elas).


-1
78

z Enfatizar uma característica: MUDANÇA ENTRE OS DISCURSOS


.2
73

„ “A bela mulher” = ressalta-se a beleza da Em questões de concurso, geralmente é aborda-


.8

mulher; da a mudança de um discurso para o outro. Seja do


32

„ “Uma mulher bela” = o adjetivo bela caracteri- direto para o indireto ou do indireto para o direto, há
-4

za o substantivo mulher, mas não possui tanto mudanças principalmente nos verbos, e elas devem
u

enfoque quanto no exemplo anterior. ser observadas para manter a correção gramatical.
pr
u

z Enfatizar um termo: Passagem de Discurso Direto para Discurso Indireto


pr

No caso da passagem do discurso direto para o dis-


„ “Iremos à praia amanhã”. = o destaque está no curso indireto, é necessário acrescentar informações
verbo iremos. como um pronome ou o nome do autor da mensagem
„ “Amanhã, iremos à praia.” = ressalta-se o adj. e mudar o tempo verbal. Além disso, são eliminadas
adverbial de tempo amanhã. as pontuações como travessão e dois-pontos, já que o
texto é corrido.
Por exemplo:
Discurso direto: João afirmou:
TIPOS DE DISCURSO — Comecei minha faculdade na semana passada.
Discurso indireto: João afirmou que começou sua
Nos textos narrativos, existem dois tipos de discur- faculdade na semana anterior.
so que podem ser utilizados ao tratar de diálogos ou Discurso direto: Luna e Ana disseram:
“falas” dos personagens. São eles o discurso direto e o — Nós viajaremos amanhã.
discurso indireto, explicaremos as características de Discurso indireto: Elas disseram que viajariam
36 cada um a seguir. no dia seguinte.
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As mudanças ocorrem em diversos aspectos, como z Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais
destacaremos a seguir:4
DISCURSO DISCURSO
z Mudança das pessoas do discurso MUDANÇA
DIRETO INDIRETO
ontem passa para no dia anterior
DISCURSO DISCURSO
MUDANÇA hoje passa para naquele dia
DIRETO INDIRETO
1ª pessoa passa para 3ª pessoa agora passa para naquele momento

pronomes (eu, pronomes (ele, amanhã passa para no dia seguinte


passam para
nós) ela, eles, elas) aqui, aí, cá passam para ali, lá
pronomes (ele, aquele, aquela,
este, esta, isto passam para
pronomes (me, ela, eles, elas, aquilo
mim, comigo, nos, passam para lhe, lhes, se, si,
conosco) consigo, o, os, a, DISCURSO INDIRETO LIVRE
as)
pronomes (meu, Para finalizar, é importante mencionar o discurso
meus, minha, indireto livre, que é mais dinâmico. Nele, as falas das
pronomes (seu, personagens (na 1ª pessoa) estão inseridas dentro do
minhas, nosso, passam para
seus, sua e suas) discurso do narrador (na 3ª pessoa). Ou seja, há uma
nossos, nossa,
nossas) mistura dos dois tipos anteriores. Neste tipo, nem
sempre há o uso dos verbos de elocução.
z Mudança nos tempos verbais Esse tipo de discurso não apresenta uma estrutura
fixa, mas também não há indício da introdução das
falas das personagens no texto.
DISCURSO Não é muito indicado porque as duas vozes são
DISCURSO DIRETO MUDANÇA
INDIRETO confundidas dentro da narração, já que ele funciona
pretérito como se o narrador assumisse o papel do personagem,
presente do
passa para imperfeito do mostrando o seu ponto de vista.
indicativo
indicativo
pretérito mais- Exemplo de Discurso Indireto Livre
pretérito perfeito do
passa para que-perfeito do
indicativo Juliana estava revoltada com o namorado e com
indicativo
a briga que tiveram. Como Paulo foi capaz de falar
futuro do aquelas coisas? Quem é que ele pensa que é?
futuro do presente
passa para pretérito do
do indicativo
indicativo
pretérito
presente do
passa para imperfeito do
subjuntivo REGISTROS DE LINGUAGEM
subjuntivo
pretérito NÍVEIS DE LINGUAGEM E VARIAÇÕES
0

futuro do subjuntivo passa para imperfeito do LINGUÍSTICAS


-1

subjuntivo
78

A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela


.2

pretérito
73

imperativo passa para imperfeito do pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém
já disse que em país algum se fala uma língua só, há
.8

subjuntivo
32

várias línguas dentro da língua oficial. E no Brasil não


-4

é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem


z Mudança na pontuação das frases a sua. A essa característica da língua damos o nome
u

de variação linguística. De forma sintética, podemos


pr

DISCURSO dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão for-


u

DISCURSO DIRETO MUDANÇA mal e padrão informal; cada um desses tipos apresenta
pr

INDIRETO
suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
frases interrogativas frases
passam para
(?) declarativas (.)
PADRÃO FORMAL
LÍNGUA PORTUGUESA

frases exclamativas frases


passam para
(!) declarativas (.) Norma Culta
frases imperativas frases
passam para A norma culta da língua portuguesa é estabelecida
(! ou .) declarativas (.)
pelos padrões definidos conforme a classe social mais
abastada, detentora de poder político e cultural. As
pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de pri-
vilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive,
as regras da língua, direcionando o que é considerado
permitido e aquilo que não é.

4 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-direto-e-indireto/. Acesso em:
28 mar. 2022. 37
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Norma Padrão z Variação diafásica ou estilística

A norma padrão diz respeito às regras organizadas A variação diafásica, como ocorreu com a diató-
nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras pica e com a diastrática, pode ser também fonética,
e preceitos que devem ser respeitados na utilização lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não
da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs- por morar em determinado lugar nem porque todos
trato, tendo em vista que também considera fatores de sua camada social usem, é usar a variação diafá-
sociais, como a norma culta. sica fonética. Um padre, em um momento de descon-
tração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
Língua Formal representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a
variação diafásica lexical. E, finalmente, um advo-
A língua formal não está, diretamente, associada a gado dizer “Encontrei ele”, também em momento
padrões sociais; embora saibamos que a influência social de descontração, no lugar de “Encontrei-o” é usar a
exerce grande poder na língua, a língua formal busca for- variação diafásica sintática.
malizar em regras e padrões as suas normas a fim de esta-
belecer um preceito mais concreto sobre a linguagem.
VARIAÇÃO DIAFÁSICA
PADRÃO INFORMAL Mudança no som, como
veio (pronúncia com E aber-
Coloquialismo Diafásica fonética to) e more (pronúncia com
E fechado, assemelhando-
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné- -se quase a pronúncia de i)
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que Ocorre em contextos de
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. informalidade, em que há
Diafásica lexical mais liberdade para usar
Oralidade gírias e expressões lexicais
diferentes
A oralidade marca as maneiras informais de se Ocorre com a alteração
comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela Diafásica sintática dos elementos sintáticos,
norma formal, e, por isso, são chamadas de registros ocasionando erros
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali-
zados apenas pela linguagem oral. z Variação diacrônica

Linguagem Coloquial Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido


estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.
A linguagem coloquial marca formas fora do Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos, palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você.
existem alguns tipos de variação linguística; dentre Além dessas, a variação diacrônica também marca a
elas, as mais comuns em provas de concurso são: presença de gírias comuns em determinadas épocas,
como broto, chocante, carango etc.
z Variação diatópica ou geográfica
0
-1

A variação diatópica pode ocorrer com sons dife-


78

rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu


.2

uma variação diatópica fonética, já que fonética sig- FUNÇÕES DA LINGUAGEM


73

nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos


.8

FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA


32

também o exemplo das variações que ocorrem em


-4

diversas partes do país. Em Curitiba, PR, os jovens cha-


mam de penal o estojo escolar para guardar canetas e Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo-
u

ções e objetividades do emissor. O uso de verbos na


pr

lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro


para representar um carinho feito em alguém. O que primeira pessoa do singular evidencia seu mundo
u
pr

em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, interior; também é comum o uso de interjeições, reti-
no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa cências, ponto de exclamação e interrogação para
variação denominamos diatópica lexical, já que lexi- reforçar a expressividade do emissor. Essa função é
cal significa algo relativo ao vocabulário. comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
narrativas de teor romântico ou dramático.
z Variação diastrática ou sociocultural
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA
A variação diastrática, como também ocorre com
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, Tem como objetivo convencer e influenciar o com-
dependendo do que seja modificado pelo falar do indi- portamento do receptor da mensagem. Essa função
víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês
variação diastrática fonética. Usar “presunto” no (explícitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
lugar de corpo de pessoa assassinada é variação dias- formas verbais no imperativo que expressam ordem,
trática lexical. E falar “Houveram menas percas” no sugestão, apelo etc. Essa função é predominante em tex-
lugar de “Houve menos perdas” é variação diastráti- tos publicitários, propagandas, horóscopos, manuais de
38 ca sintática. advertências, tutoriais etc.
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FUNÇÃO REFERENCIAL
CONTEXTO/REFERENTE

Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o pró-


Emissor Mensagem
prio assunto, o que faz dela uma função predominan- Receptor
te nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos
livros instrucionais, contratos etc. A linguagem, nes- Canal
se caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e
impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um
sentindo específico. Código

FUNÇÃO FÁTICA ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Essa função serve para estabelecer ou interromper a z Emissor: quem formula a mensagem para enviar.
comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em O emissor pode ser uma “pessoa” ou o eu-lírico,
expressões de cumprimento, saudações, discursos etc. uma empresa, uma instituição; é quem estabelece
a intencionalidade da mensagem;
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM z Receptor: recebe a mensagem do emissor;
z Mensagem: trata-se da mensagem propriamente
Acontece quando a linguagem é usada para expli- dita, o que foi comunicado;
car a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor z Canal: é o meio através do qual a mensagem é
explica o código utilizando o próprio código. Na cate- transmitida;
goria de textos, merecem destaque as gramáticas e os z Referente: trata-se do contexto e do assunto sobre
dicionários. o qual trata a mensagem;
z Código: é o sistema linguístico utilizado para pro-
FUNÇÃO POÉTICA duzir a mensagem. No caso das mensagens em lín-
gua portuguesa, o código é a própria língua.
Preocupa-se com a maneira como a mensagem
será transmitida. Essa função, embora seja comum
em poesias, também pode ser encontrada em slogans
publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE
ritmo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o PALAVRAS
sentido da mensagem que se quer passar ao receptor,
que a interpreta de maneira subjetiva. INTRODUÇÃO

No dia a dia, usamos unidades comunicativas


Importante! para estabelecer diálogos e contatos, formando enun-
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de
Observe que, quando se trata de identificar uma palavras. Elas surgem da necessidade de comunica-
determinada função em um texto, dizemos que ção e os processos de formação para sua construção
ela predomina naquele texto (ou em grande parte são conhecidos da nossa competência linguística, pois
dele). Isso porque dificilmente uma função ocorre como falantes da língua, ainda que não saibamos o
0

isoladamente: o mais comum é que em um texto significado de antever, podemos inferir que esse ter-
-1

se combinem duas ou mais funções de linguagem.


78

mo tem relação com o ato de ver antecipadamente,


dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
.2
73

Reconhecer os processos que auxiliam na formação


.8

de novas palavras é essencial para o estudante da língua.


32

ELEMENTOS DOS ATOS DE Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nos-
-4

so cérebro, que identifica os prefixos, sufixos e palavras


COMUNICAÇÃO novas que podem ser criadas a partir da estrutura da lín-
u
pr

gua; não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos


O processo de comunicação é composto por vários com o uso inédito de algum termo.
u
pr

elementos. O linguista Jakobson estudou esse proces- Porém, precisamos ter consciência de que nem todo
so e entendeu que, para que a comunicação ocorra, contexto é apropriado para o uso de novas estruturas
são necessários alguns elementos que compõem este vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os
processo. A partir dessa teoria, cada elemento está processos de formação de palavras e as consequências
LÍNGUA PORTUGUESA

associado a uma função da linguagem. dessas novas constituições, focando nesse conteúdo;
O esquema a seguir mostra a relação que cada um sempre cobrado pelas bancas mais exigentes.
desses elementos exerce dentro do contexto da emis-
são de uma mensagem. Após uma visualização aten- ESTRUTURA DAS PALAVRAS
ta, conheceremos, de modo mais detalhado, cada um
desses elementos, a fim de compreender suas funções Radical e Morfema Lexical
dentro do processo comunicativo.
As palavras são formadas por estruturas que, uni-
das, podem se modificar e criar novos sentidos em
contextos diversos. Os morfemas são as menores uni-
dades gramaticais com sentido da língua. Para iden-
tificá-los é preciso notar que uma palavra é formada 39
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por pequenas estruturas. Para isso, podemos imaginar Exs.:
que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça In: infeliz.
no qual podemos juntar outra peça para formar uma Anti: antipatia.
estrutura maior; porém, se você já montou um que- Pós: posterior.
bra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as Bi: bisavô.
peças arbitrariamente, é preciso buscar aquelas que Contra: contradizer.
se encaixam. z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste-
Assim, como falantes da língua, reconhecemos rior do radical.
essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois, Exs.:
a todo momento estamos aptos a criar novas pala- mente: Felizmente.
vras a partir das regras que o sistema linguístico nos dade: Lealdade.
oferece. eiro: Blogueiro.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o ista: Dentista.
surgimento de novos vocábulos a partir de “peças” gudo: Narigudo.
existentes na língua, algumas misturando termos de
outras línguas com morfemas da língua portuguesa É importante destacar que essa pequena amostra,
para a formação de novas palavras, como: bloguei- listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue-
ro (blogger), deletar (delete); já algumas palavras sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que
ganham novos morfemas e, consequentemente, novas você tenha consciência do quão rico é o processo de
acepções nas redes sociais como, por exemplo, biscoi- formação de palavras por afixos.
teiro, termo usado para se referir a pessoas que bus- Além disso, não é interessante que você decore esses
cam receber elogios nesse ambiente. morfemas derivacionais, mas que você compreenda
As peças do quebra-cabeças que formam as pala- o valor semântico que cada um deles estabelece na
vras da língua portuguesa possuem os seguintes língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados,
nomes: comumente, para criar uma relação com o ambiente
profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro,
Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Consoantes e Vogais de Ligação Os sufixos costumam mudar mais a classes das
palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos
O radical, também chamado de semantema, é o vocábulos.
núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
se anexam os demais morfemas, criando as palavras Desinências ou Morfemas Flexionais
derivadas. Devido a essa importante característica, o
radical é também conhecido como morfema lexical, Os morfemas flexionais, mais conhecidos como
pois se trata da significação própria dos vocábulos, desinências, são os mais estudados na língua portu-
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti- guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
do propriamente dito. estruturas no singular e no plural, os verbos em tem-
Alguns exemplos de radicais: pos e conjugações e as relações de gênero em femini-
Ex.: pastel – pastelaria – pasteleiro; no e masculino.
pedra – pedreiro - pedregulho; Para facilitar a compreensão, podemos dividir os
Terra – aterrado – enterrado - terreiro. morfemas flexionais em:
0

z Aditivos: adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro-


-1

Importante! fessor/professora; livro/livros;


78

z Subtrativos: elimina-se um elemento do morfema


.2

Palavras da mesma família etimológica, ou seja,


73

lexical. Ex.: irmão/irmã; órfão/órfã;


que apresentam o mesmo radical e guardam o z Nulos: quando a ausência de uma letra indica uma
.8

mesmo valor semântico no radical, são conheci-


32

flexão. Ex.: o singular dos substantivos é marcado


das como cognatas.
-4

por essa ausência, como em: mesa (0)5 /mesas.


u
pr

Não confunda:
Afixos ou Morfemas Derivacionais
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
u
pr

Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;


A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras
Morfema lexical: radical.
formas e sentidos pelos morfemas derivacionais, que são
Morfema gramatical: significado interno à estrutu-
assim chamados pois auxiliam no processo de criação de
ra gramatical, como artigos, preposições, conjunções
palavras a partir da derivação, ou seja, a inclusão de pre-
etc.
fixos e sufixos no radical dos vocábulos.
Vale notar que algumas bancas denominam os afi-
Vogais Temáticas
xos de infixos.
São morfemas derivacionais os afixos, estruturas
morfológicas que se anexam ao radical das palavras e A vogal temática liga o radical a uma desinência,
auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver-
Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias: bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
radical para a união de outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante-
rior do radical.

40 5  O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero).
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Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju-
gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou FORMAÇÃO DE PALAVRAS
3º conjugação: DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
Exs.:
� Prefixal � Justaposição
Amar – 1º conjugação;
� Sufixal � Aglutinação
Comer – 2º conjugação;
� Prefixal e sufixal
Partir – 3º conjugação.
� Parassintética
É importante não se confundir: a vogal temática
� Regressiva
não existe em palavras que apresentam flexão de
� Imprópria ou conversão
gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma
desinência e não uma vogal temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja Como é possível notar, os dois processos de forma-
(essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis- ção de palavras são a derivação e a composição. As
te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá palavras formadas por processos derivativos apresen-
ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s. tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas agora!
não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
Tema
As palavras formadas por processos de derivação
O tema é a união do radical com a vogal temática. são classificadas a partir de seis categorias:
A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá z Prefixal ou prefixação;
apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras z Sufixal ou sufixação;
que não apresentem vogal temática também não irão z Prefixal e sufixal;
possuir tema. z Parassintética ou parassíntese;
Exs.: z Regressiva;
Vendesse – tema: vende; z Imprópria ou conversão.
Mares – tema: mare.
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada
Vogais e Consoantes de Ligação uma dessas classes e identificar as peculiaridades de
cada uma.
As consoantes e vogais de ligação têm uma função
eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de Derivação Prefixal
palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais
de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên- Como o próprio nome indica, as palavras forma-
cias, aquelas facilitam a pronúncia. das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
Exs.: mo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Gas - ô - metro; Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho-
Alv - i - negro; mem; infeliz; refazer.
Tecn - o - cracia; Pré-vestibular: prefixo pré-;
Pe - z - inho; Disposição: prefixo dis-;
0

Cafe - t- eira; Deslealdade: prefixo des-;


-1

Pau - l - ada; Super-homem: prefixo super;


78

Cha - l - eira; Infeliz: prefixo in-;


.2

Refazer: prefixo re-.


73

Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
.8

Derivação Sufixal
32

Paris - i - ense;
-4

Gira - s - sol;
Legal - i - dade. De maneira comparativa, podemos afirmar que a
u

formação de palavras por derivação sufixal refere-se ao


pr

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
u

Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofri-


pr

A partir do conhecimento dos morfemas que auxi- mento; harmonizar; gentileza; lotação; assessoria.
liam o processo de ampliação das palavras da língua, Lealdade: sufixo -dade;
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for- Francesa: sufixo -esa;
LÍNGUA PORTUGUESA

mação de palavras. Belíssimo: sufixo -íssimo;


As palavras na língua portuguesa são criadas a Inquietude: sufixo -tude;
partir de dois processos básicos que apresentam clas- Sofrimento: sufixo -mento;
ses específicas. O quadro a seguir organiza bem os Harmonizar: sufixo -izar;
processos de formação de palavras: Gentileza: sufixo -eza;
Lotação: sufixo -ção;
Assessoria: sufixo -ria.

Derivação Prefixal e Sufixal

Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto


um sufixo quanto um prefixo; vejamos alguns casos:
41
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Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infeliz- essa lista não deve ser encarada como uma “tabuada” a
mente (prefixo in- com sufixo -mente); ultrapassagem ser decorada, mas como um método para apreender o
(prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração sentido de alguns desses radicais e prefixos.
(prefixo -re com sufixo -ção).
RADICAIS E PREFIXOS GREGOS
Derivação Parassintética
RADICAL/
SENTIDO EXEMPLO
Na derivação parassintética, um acréscimo simultâ- PREFIXO
neo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma estru- Acro Alto Acrofobia/acrobata
tura primitiva. É importante não confundir, contudo, com
Agro Campo Agropecuária
o processo de derivação por sufixação e prefixação. Veja:
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o sentido, Algia Dor Nevralgia
como em “emagrecer” (sem um dos afixos: “emagro-” não Bio Vida Biologia
existe), basta fazer o seguinte exercício para estabelecer
Biblio Livro Biblioteca
por qual processo a palavra foi formada: retirar o prefixo
ou o sufixo da palavra em que paira dúvida. Caso a pala- Crono Tempo Cronologia
vra que restou exista, estaremos diante de um processo Caco Mau cacofonia
por derivação sufixal e prefixal; caso contrário, a palavra
terá sido formada por derivação parassintética. Cali Belo Caligrafia
Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar, Dromo Local Autódromo
entediar etc.
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da
Derivação Regressiva língua portuguesa também se aglutinam a radicais e
prefixos latinos.
Já na derivação regressiva, a nova palavra será
formada pela subtração de um elemento da estrutura
RADICAIS E PREFIXO LATINOS
primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar); RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Ataque (atacar); Arbori Árvore Arborizar
Amasso (amassar).
Beli Guerra Belicoso
A derivação regressiva, geralmente, forma subs-
tantivos abstratos derivados de verbos. É possível que Cida Que mata Homicida
alguns autores reconheçam esse processo como redução. Des- dis Separação Discordar
Equi Igual Equivalente
Derivação Imprópria
Ex- Para fora Exonerar
A derivação imprópria, a partir de seu processo de Fide Fé Fidelidade
formação de palavras, provoca a conversão de uma
classe gramatical, que pode passar de verbo a subs- Mater Mãe Materno
tantivo, por exemplo.
A seguir, apresentamos alguns processos de con- Processos de Composição
versão das palavras por derivação imprópria:
0

As palavras formadas por processos de composi-


-1

ção podem ser classificadas em duas categorias: justa-


78

z Particípio do verbo - substantivo: Teria passado


- O passado; posição e aglutinação.
.2

As palavras formadas por qualquer um desses pro-


73

z Verbos - substantivos: Almoçar - O almoço;


cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma
.8

z Substantivos - adjetivos: o gato - mulher gato;


vez que nesse processo há a junção de duas palavras
32

z Substantivos comuns - substantivos próprios:


que já existem para a formação de um novo termo,
-4

leão - Nara Leão;


z Substantivos próprios - comuns: Gillete - gilete; com um novo sentido.
u
pr

Judas - ele é o judas do programa.


z Composição por justaposição: nesse processo,
u
pr

Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos as palavras envolvidas conservam sua autonomia
são mais comuns no processo de formação de deter- morfológica, permanecendo a tonicidade original
minadas classes gramaticais, vejamos: de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz
de conta, navio-escola, malmequer;
z Sufixos nominais: originam substantivos, adjeti- z Composição por aglutinação: na formação de
vos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço; palavras por aglutinação, há mudanças na toni-
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, cidade dos termos envolvidos, que passam a ser
-izar, -ar; subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró-
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: leo (petra + óleo); aguardente (água + ardente);
-mente. vinagre (vinho + agre); você (vossa + mercê).

LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS Palavras Compostas e Derivadas

Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a Agora que já conhecemos os processos de forma-
seguir que podem auxiliar na compreensão do proces- ção de palavras, precisamos identificar as palavras
que são compostas e as palavras que são derivadas.
42 so de formação de palavras. Novamente, alertamos que
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z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente
etc.; Importante!
z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen
das palavras compostas por justaposição com
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir
de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras um termo de ligação. Assim, palavras como Pé
que detêm a raiz com sentido lexical independente. de moleque, que antes contavam com o hífen,
São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc. agora já não utilizam mais. Porém, não foram
A partir das palavras primitivas, o falante pode todas as palavras justapostas que foram atin-
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala- gidas pela reforma; palavras justapostas que
vras derivadas, assim chamadas pois derivam de um designam plantas ou bichos ainda são escritas
dos seis processos derivacionais. com hífen. Ex.: cana-de-açúcar; pimenta-do-rei-
Já as palavras compostas guardam a independên- no; castanha-do-Pará; João-de-barro; bem-te-vi;
cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala- porco-da-Índia.
vras para a formação de um novo sentido.

USO DO HÍFEN CONFORME O NOVO ACORDO


ORTOGRÁFICO
FORMAS DE ABREVIAÇÃO
O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformu-
lado com a reforma ortográfica da língua que entrou ABREVIATURAS, ABREVIAÇÕES E SIGLAS
em vigor em 2009 no Brasil.
A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos À primeira vista, abreviaturas, siglas e abrevia-
contextos, o que podemos ver como uma facilitação ções parecem ser elementos semelhantes, no entan-
do aprendizado de quando usá-lo ou não. to possuem características únicas que devem ser
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen, consideradas.
conforme o novo acordo ortográfico, é esta: A abreviatura refere-se à redução de palavras
a algumas letras ou sílabas. Ela representa parte da
z Palavras com final em vogais iguais: Usa-se hífen. palavra como um todo, e são reduções tradicionais,
Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório. fixas de certa forma.
A forma correta de abreviar uma palavra deve
Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa seguir algumas regras: escreva a primeira sílaba
regra geral. Por isso, iremos apresentar alguns exem- seguida de ponto final abreviativo; caso a palavra
plos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar tenha acento gráfico na primeira sílaba, ele será man-
seu aprendizado. tido. Se a primeira letra da segunda sílaba for uma
vogal, a abreviação irá até a consoante; se a segunda
z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão sílaba se iniciar por duas consoantes, serão mantidas
unidos por hífen quando o segundo termo apre- na abreviatura. Alguns exemplos são:
sentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coo-
rientador, coautor, preenchimento, reeleição, z Of.: Ofício;
reeducação, preestabelecer; z Ed.: Edição;
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen z V. Exa.: Vossa Excelência;
0

deve permanecer caso a palavra seguinte seja ini-


-1

z Cód.: Código;
78

ciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático, z Set.: Setembro;


hiper-requintado, inter-racial, super-racional;
.2

z Out.: Outubro;
73

z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais z Nov.: Novembro.


.8

utilizado em palavras formadas de prefixo termi-


32

nado em vogal seguido de palavra iniciada por R Já a abreviação reduz foneticamente a palavra,
-4

ou S. Ex.: antessala, autorretrato, contrarregra, de forma a não causar dificuldade na compreensão.


antirrugas etc.; Como exemplos, podemos citar:
u
pr

z É importante esclarecer que em prefixos termina-


dos em vogais, aplicados a palavras cuja primei-
u

z Moto: motocicleta;
pr

ra letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói; z Fone: telefone;


anti-higiênico; extra-humano; semi-herbáceo; z Foto: fotografia;
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), z Pneu: pneumático.
Ex, Vice, Soto, Além, Aquém, Recém, Sem devem
LÍNGUA PORTUGUESA

ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; A sigla é um tipo de abreviatura formada pelas letras
pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice- iniciais das palavras, principalmente títulos de determi-
-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-ocea- nada instituição. São exemplos de siglas no Brasil:
no; recém-nascido; sem-teto;
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas z ONU: Organização das Nações Unidas;
a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam z ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas;
hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano; z CNPq: Conselho Nacional de Pesquisa;
z Também devemos empregar hífen em palavras z FMI: Fundo Monetário Internacional;
formadas pelos sufixos de origem tupi-guara- z UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro;
ni, como Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; z STF: Supremo Tribunal Federal;
capim-açu. z ABL: Academia Brasileira de Letras;
43
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z CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura; z D
z IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
„ D.: Dom, Dona;
Algumas são originárias de outras línguas, princi- „ D.ª: Dona;
palmente do inglês, e, quando utilizadas com frequên- „ d.C.: depois de Cristo;
cia, acabam substituindo a própria palavra da qual „ DDD: Discagem Direta à Distância;
são originadas, como, por exemplo: „ DD.: digníssimo;
„ DF: Distrito Federal;
z LASER: Light Amplification by Stimulated Emission „ Dm: decímetro(s);
of Radiation (Amplificação da Luz por Emissão „ DNER: Departamento Nacional de Estradas de
Estimulada de Radiação); Rodagem;
z Unesco: United Nations Educational, Scientific and „ Dr.: Doutor;
Cultural Organization (Organização das Nações „ Dr.ª: Doutora;
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); „ Dz.: dúzia (s).
z W.C.: water-closet (banheiro, sanitário).
z E
Se a sigla tiver mais de três letras e puder ser pro-
nunciada como uma palavra, apenas a inicial será „ Ed.: edição;
escrita em letra maiúscula: „ E.D.: espera deferimento;
„ Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica;
z Detran: Departamento Estadual de trânsito; „ Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações;
z Embrapa: Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária; „ ES: Espírito Santo (Estado do);
z Bovespa: Bolsa de Valores do Estado de São Paulo; „ Etc.: et cetera (e outras coisas);
z Embraer: Empresa Brasileira de Aeronáutica; „ EUA: Estados Unidos da América;
z Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações. „ Ex.: exemplo;
„ Exmo.: Excelentíssimo;
Glossário de Abreviaturas, Abreviações e Siglas „ Ex.ª: Excelência.

z A z F

„ ABI: Associação Brasileira de Imprensa; „ FAB: Força Aérea Brasileira;


„ ABL: Academia Brasileira de Letras; „ Fev.: fevereiro;
„ a.C. ou A.C.: antes de Cristo; „ FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
„ AC: Acre (Estado do); „ Fifa: Federação Internacional das Associações
„ A/C: ao(s) cuidado(s); de Futebol;
„ Ago.: agosto; „ fl.: folha; fls. = folhas;
„ AL: Alagoas (Estado de);
„ FN; Fernando de Noronha;
„ AM: Amazonas (Estado do);
„ FUNAI: Fundação Nacional do Índio.
„ Apart. ou ap.: apartamento;
„ AP: Amapá (Estado do);
z G
„ Av.: Avenida.
0

„ g: grama(s);
-1

z B
„ Gen.: general;
78

„ GO: Goiás (Estado de).


.2

„ BA: Bahia (Estado da);


73

„ BCG: Bacilo de Calmette e Guérin (vacinação


z H
.8

contra a tuberculose);
32

„ BNH: Banco Nacional de Habitação;


„ h: hora(s);
-4

„ Bibl.: Bibliografia, bibliográfico ou biblioteca;


„ BR: Brasil. „ ha: hectare (s);
u
pr

„ Hab.: habitante.
u

z C
pr

z I
„ Cap.:capítulo; caps. = capítulos;
„ CBF: Confederação Brasileira de Futebol; „ IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
„ c/c: onta corrente; „ id.: idem (o mesmo);
„ CE: Ceará (Estado do); „ Ilma.: Ilustríssima;
„ Cent.: centavo; „ Ilmo.: Ilustríssimo;
„ CEP: Código de Endereçamento Postal; „ I.N.R.I.: Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (Jesus
„ Cf. ou cfr.: confira, confronte, compare; Nazareno, Rei dos Judeus);
„ Cia.: Companhia; „ INSS: Instituto Nacional de Seguro Social;
„ Cit.: citação, citado(s), citada(s); „ Ir.: Irmão, Irmã.
„ Cm: centímetro(s);
„ CNP: Conselho Nacional de Petróleo; z J
„ Cód.: código;
„ CPF: Cadastro de Pessoa Física; „ Jan.: janeiro;
„ Créd.: crédito; „ Jul.: julho;
44 „ Cx.: Caixa. „ Jun.: junho.
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z K „ pl.: plural;
„ p.p.: por procuração; próximo passado;
„ K: Kallium (potássio, elemento da tabela periódica); „ PR: Paraná (Estado do);
„ Kg: quilograma(s); „ Prof.: professor;
„ Km: quilômetro(s); „ Prof.ª: professora;
„ Km²: quilômetro(s) quadrado(s); „ P. S.: post scriptum (depois do escrito).
„ Kw: quilowatt.
z Q
z L
„ ql.: quilate(s).
„ l: litro (s);
„ L: Leste; z R
„ lat.: latitude/latim;
„ lb.: libra(s); „ R.: rua;
„ long.: longitude; „ Rem.te: remetente;
„ Ltda., Lt.da: limitada (comercialmente). „ Rev.mo: Reverendíssimo;
„ RJ: Rio de Janeiro (Estado do);
z M „ RN: Rio Grande do Norte (Estado do);
„ RO: Rondônia (Estado de);
„ m: metro(s); „ RR: Roraima (Estado de);
„ m²: metro(s) quadrado(s); „ RS: Rio Grande do Sul (Estado do).
„ m³: metro(s) cúbico(s);
„ m ou min: minuto(s); z S
„ MM.: Meritíssimo;
„ MA: Maranhão (Estado do); „ S.: São, Santo (a), Sul;
„ MW: megawatt(s); „ S.A.: Sociedade Anônima;
„ MG: Minas Gerais (Estado de); „ SC: Santa Catarina (Estado de);
„ mg: miligrama; „ s.d.: sem data;
„ ml: mililitro(s); „ SE: Sergipe (Estado de);
„ MS: Mato Grosso do Sul (Estado de); „ séc.: século;
„ MT: Mato Grosso (Estado de). „ Senac: Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial;
z N „ S.O.: Sudoeste;
„ S.O.S.: save our souls (literalmente: “salvai
nº.: número; nossas almas”, pedido de socorro enviado por
N.: Norte; navios e aviões);
Nac.: nacional; „ SP: São Paulo (Estado de);
„ Sr.: Senhor;
N.E.: Nordeste;
„ Srs.: Senhores;
N.O.: Noroeste;
„ Sr.ª: Senhora;
Nov.: novembro;
„ Sr.ªs: Senhoras;
N. Sr.ª: Nossa Senhora;
„ Srta: Senhorita.
N. da E.: Nota da Editora;
0
-1

N. do T.: Nota do Tradutor.


z T
78
.2

z O
„ Tel.: telefone, telegrama;
73

„ TO: Tocantins (Estado do);


.8

„ O.: Oeste;
32

„ TV: televisão.
„ obs.: observação, observações;
-4

„ OEA: Organização dos Estados Americanos;


„ O.K.: all correct (está tudo bem); z U
u
pr

„ ONU: Organização das nações Unidas;


„ Unesco: United Nations Educational Scientific
u

„ op. cit.: opus citatum (obra citada).


pr

and Cultural Organization (Organização Educa-


z P cional Científica e Cultural das Nações Unidas);
„ USA: Estados Unidos da América.
LÍNGUA PORTUGUESA

„ pág.: página;
„ págs.: páginas; z V
„ PA: Pará (Estado do);
„ pal.: palavra(s); „ V: volt;
„ PB: Paraíba (Estado da); „ V.: você;
„ P.D.: pede deferimento; „ V.S.ª: Vossa Senhoria;
„ p.ex.: por exemplo; „ V.S.ªs: Vossas Senhorias;
„ PE: Pernambuco (Estado de); „ V. Ex.ª: Vossa Excelência.
„ Pe.: padre;
„ P.F.: por favor; z W
„ pg.: pago;
„ PI: Piauí (Estado do); „ W: watt (uote);
„ PIS: Programa de Integração Social; „ W.C.: water-closet (banheiro, sanitário). 45
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z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
CLASSES DE PALAVRAS série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
SEMÂNTICOS E TEXTUAIS DE SUBSTANTIVOS, qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, Ele ganha o triplo no novo emprego;
VERBOS, ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES E z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
INTERJEIÇÕES nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
Introdução recebeu metade do pagamento.

A palavra morfologia refere-se ao estudo das for- Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos e quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
suas funções. Dúzia: conjunto de doze unidades;
Analogamente, para compreender bem as funções Novena: período de nove dias;
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, pre- Década: período de dez anos;
cisamos conhecer como essa forma se classifica e como Século: período de cem anos;
se organiza. Bimestre: período de dois meses.
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as for-
mas das palavras na morfologia, que organiza as classes Um: Numeral ou Artigo?
das palavras em dez categorias. A seguir, estudaremos
detalhadamente cada uma delas e também veremos um A forma um pode assumir na língua a função de
“bônus” para seus estudos: as palavras denotativas, artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
atualmente, muito cobradas por bancas exigentes. podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. Observe:
ARTIGOS
z Durante a votação, houve um deputado que se
Os artigos devem concordar em gênero e número posicionou contra o projeto;
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
minantes dos substantivos. cionou contra o projeto.
Essa classe está dividida em artigos definidos e
artigos indefinidos. Os definidos funcionam como Na primeira frase, podemos substituir o termo um por
determinantes objetivos, individualizando a palavra, uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e o senti-
já os indefinidos funcionam como determinantes do será mantido, pois o que se pretende defender é que a
imprecisos. espécie do indivíduo que se posicionou contra o projeto é
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — um deputado e não uma deputada, por exemplo.
um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
indefinidos. Assim, temos: pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
deputado, marcando a quantidade.
z Artigos definidos: o, os; a, as; Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
0

z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
-1

que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.


78

Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a


.2

Os artigos podem ser combinados às preposições.


73

São as chamadas contrações. Algumas contrações seguir:


.8

comuns na língua são:


32

z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante


-4

z em + a = na; destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-


z a + o = ao; cordância com palavras femininas é inaceitável
u
pr

z a + a = à; pela gramática.
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
u

z de + a = da.
pr

Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.


Dica
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
Toda palavra determinada por um artigo torna- aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.
-se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar
etc. SUBSTANTIVOS

NUMERAIS Os substantivos classificam os seres em geral. Uma


característica básica dessa classe é admitir um deter-
São palavras que se relacionam diretamente ao minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle-
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi- xionam-se em gênero, número e grau.
ção. Os numerais podem ser:
Tipos de Substantivos
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os A classificação dos substantivos admite nove tipos
46 meninos eram bons em português; diferentes. São eles:
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z Simples: formados a partir de um único radical. Gênero e Significação
Ex.: vento, escola;
z Composto: formados pelo processo de justaposi- Alguns substantivos uniformes podem aparecer
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo modificação no sentido. Veja, por exemplo:
substantivo. Ex.: pedra, dente;
z Derivado: formados a partir dos derivados. Ex.: z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
pedreiro, dentista; z O testemunho: relato de experiência, associado a
z Concreto: designam seres com independência religiões.
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
pendentemente de sua conotação espiritual ou Algumas formas substantivas mantêm o radical e
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
z Abstrato: indicam estado, sentimento, ação, qua- significado:
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
depende de uma pessoa, um substantivo concreto z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora- z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
gem, liberalismo, feiura;
z Comum: designam todos os seres de uma espécie. Além disso, algumas palavras na língua causam
Ex.: homem, cidade; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
z Próprio: designam uma determinada espécie. Ex.: das em contextos informais com gêneros diferentes.
Pedro, Fortaleza; Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
z Coletivo: usados no singular, designam um conjun- a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. fonema; o trema.
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
É importante destacar que a classificação de um mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
substantivo depende do contexto em que ele está inse- masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
rido. Vejamos: sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma
pessoa = Próprio); Flexão de Número
O amigo mostrou-se um judas (judas significando
traidor = comum). Os substantivos flexionam-se em número, de manei-
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.: Casa / casas.
Flexão de Gênero Porém, podem apresentar outras terminações:
males, reais, animais, projéteis etc.
Os gêneros do substantivo são masculino e Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
feminino. das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- terminada em L e que tem como plural “males”.
formes. Os substantivos uniformes podem ser: Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
0

nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma mel
-1

pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien-


78

apresenta duas formas de plural aceitas: meles e méis.


te / a cliente; O líder / a líder; Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
.2
73

z Epicenos: designam geralmente animais que apre- plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas
.8

Ex.: capelães, capitães, escrivães.


32

a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho Contudo, há substantivos que admitem até três
-4

ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça formas de plural, como os seguintes:
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
u
pr

girafa macho / girafa fêmea; z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;


z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
u
pr

não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
LÍNGUA PORTUGUESA

Já os substantivos biformes designam os substan- órgãos; órfão / órfãos.


tivos que apresentam duas formas para os gêneros
masculino ou feminino. Ex.: professor/professora. Plural dos Substantivos Compostos
Destacamos que alguns substantivos apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for- Os substantivos compostos são aqueles formados
mas diferentes no masculino e no feminino: por justaposição. O plural dessas formas obedece às
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. seguintes regras:
Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini- z Variam os dois elementos:
no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes-
tres -salas; 47
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Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
das -noturnos; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
-feiras. z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Varia apenas um elemento: z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
canas-de-açúcar; fados com maiúsculas apenas quando utilizados
Substantivo + substantivo com função adjetiva. indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Ex.: navios-escola. o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
abaixo-assinados. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
formados por Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
verbo + advérbio pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
verbo + substantivo plural aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
Variação de Grau por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-
ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou ADJETIVOS
uma diminuição.
Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
aos substantivos indicar um aumento de tamanho. podem indicar:
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra,
fogaréu, boqueirão, poetastro; z Qualidade: professor chato;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do z Estado: aluno triste;
aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
do ser.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, Locuções Adjetivas
pequenina, papelucho.
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
Dica dos adjetivos, indicando as mesmas características
deles.
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo Elas são formadas por preposição + substantivo,
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
0

vras, podendo assumir um valor:


-1

tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.


78

Afetivo: filhinha / mãezona; A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti-


.2

Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
73

estudo:
.8

O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas


32

z Voo de águia / aquilino;


-4

O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z Poder de aluno / discente;


para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da z Conselho de professores / docente;
u
pr

inicial maiúscula. z Cor de chumbo / plúmbea;


u

Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as z Luz da lua / lunar;
pr

inicias das palavras que designam: z Sangue de baço / esplênico;


z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela; É importante destacar que, mais do que “decorar”
z Nomes de cidades, países, estados, continentes formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte, damental reconhecer as principais características de
Ceará, Nárnia, Londres; uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia apresentar valor de posse.
das Crianças; Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai- A abertura de conta pode ser realizada on-line.
xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Quando a locução adjetiva é composta pela prepo-
Gabinete da Vice-presidência, Organização das sição “de”, pode ser confundida com a locução adver-
Nações Unidas; bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
48 Cubas. Caso a obra apresente em seu título um posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
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ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da „ Inferioridade: compara, evidenciando um ele-
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- mento como inferior ao outro. Menos do que,
zando o substantivo “abertura”. pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- do que mulheres.
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
ta”, o que indica o valor de passividade da locução, z Grau superlativo: Em relação ao grau superlati-
demonstrando seu caráter adverbial. vo, é importante considerar que o valor semântico
As locuções adjetivas também desempenham fun- desse grau apresenta variações, podendo indicar:
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
numerais e orações substantivas. „ Característica de um ser elevada ao último
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. grau: superlativo absoluto, que pode ser analí-
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Já as locuções adverbiais desempenham função de ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
orações adjetivas com esses valores. absoluto analítico).
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv. sintético);
„ Característica de um ser relacionada com
Adjetivo de Relação outros indivíduos da mesma classe: superla-
tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer mais) ou de inferioridade (o menos).
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorren-
relação”, muito cobrado por bancas de concursos. tes? (Superlativo relativo de superioridade).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as O candidato é o menos preparado entre os con-
seguintes características: correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
inferioridade).
Importante! Ao compararmos duas qualidades
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-
de um mesmo ser, devemos empregar a forma
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
analítica (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub-
Ex.: A modelo é mais alta que magra.
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
Porém, se uma mesma característica referir-se
de quem o descreve;
a seres diferentes, empregamos a forma sinté-
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
tica (melhor, pior, menor etc.).
relação sempre são posicionados após o substanti-
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial;
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
Formação dos Adjetivos
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
— pai; mundial — mundo;
Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
z Não admitem variação de grau: os graus com-
simples ou compostos.
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras
mundial”.
palavras. A partir deles, é possível formar novos
0
-1

termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;


Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
78

z Derivados: são palavras que derivam de verbos


te americano (não é subjetivo; posicionado após o
.2

ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulhe-


substantivo; derivado de substantivo; não existe a
73

rengo etc.;
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
.8

z Simples: apresentam um único radical. Ex.: portu-


32

ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; guês, escuro, honesto etc.;


roteiro carnavalesco.
-4

z Compostos: formados a partir da união de dois ou


mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro,
u

Variação de Grau
pr

amarelo-ouro etc.
u
pr

O adjetivo pode variar em dois graus: compara-


Dica
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
respectivas categorias. O plural dos adjetivos simples é realizado da
mesma forma que o plural dos substantivos.
LÍNGUA PORTUGUESA

z Grau comparativo: exprime a característica de


um ser, comparando-o com outro da mesma classe Plural dos Adjetivos Compostos
nos seguintes sentidos:
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
„ Igualdade: compara elementos colocando-os tes regras:
em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto
quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos z Invariável:
quanto simplórios;
„ Superioridade: compara, evidenciando um „ Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-ce-
elemento como superior ao outro. Mais do que, leste, azul-ferrete;
melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente „ Locuções formadas de cor + de + substantivo,
do que o dinheiro; como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui; 49
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„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

z Varia o último elemento:

„ Primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


„ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.

z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercia-
lizavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos
em nosso país.

Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
50 advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
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As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:

z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
0

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
-1
78

não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
.2
73

passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
.8

isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.


32
-4

Dica
u

Locuções adverbiais apresentam valor passivo


pr

Locuções adjetivas apresentam valor de posse


u
pr

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
LÍNGUA PORTUGUESA

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa. 51
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Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
GRAU Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
COMPARATIVO
Muito Mais - -
Pouco Menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
0

Palavras Denotativas
-1
78

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
.2
73

não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.


Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
.8
32

isso que as bancas de concurso cobram.


-4

z Eis: sentido de designação;


u
pr

z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;


z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
u
pr

z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;


z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
52 nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
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PRONOMES Não devemos usar pronomes do caso reto como
objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”.
Pronomes são palavras que representam ou acom- Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é pos-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função sível usar os pronomes do caso reto como comple-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- mento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos
vra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefini- “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
ção, quantidade, localização no tempo, no espaço e no Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei ape-
meio textual, entre outras funções. nas ela na festa.
Os pronomes exercem papel importante na análi- Após a preposição “entre”, em estrutura de recipro-
se sintática e também na interpretação textual, pois cidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
colaboram para a complementação de sentido de ter- Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
mos essenciais da oração, além de estruturar a orga-
nização textual, contribuindo para a coesão e também Pronomes de Tratamento
para a coerência de um texto.
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Pronomes Pessoais sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- apresentam algumas peculiaridades importantes:
curso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais infor-
mações sobre eles: z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à
2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a
PRONOMES DO PRONOMES DO esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
PESSOAS do singular.
CASO RETO CASO OBLÍQUO
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
1ª pessoa do Me, mim,
Eu z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à
singular comigo
3ª pessoa).
2ª pessoa do Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri-
Tu Te, ti, contigo
singular bunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
3ª pessoa do Se, si, consigo
Ele/Ela Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
singular o, a, lhe
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for-
1ª pessoa do
Nós Nos, conosco mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso
plural
e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
2ª pessoa do Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
Vós Vos, convosco
plural ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
3ª pessoa do Se, si, consigo reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
Eles/Elas zes, reis, clérigos, entre outras.
plural os, as, lhes
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
Os pronomes pessoais do caso reto costumam sociais que designam:
substituir o sujeito.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquidu-
0

Já os pronomes pessoais oblíquos costumam fun-


-1

ques e seus respectivos femininos;


cionar como complemento verbal ou adjunto.
78

z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;


Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.
.2

z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do gover-


73

no e das Forças Armadas membros do alto escalão;


z Os pronomes que estarão relacionados ao obje-
.8

z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus


32

to direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: respectivos femininos;
-4

Informei-o sobre todas as questões; z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos gra-
u
pr

lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
u

cerimonioso a comerciantes importantes;


pr

z Vossa Santidade (V. S.): papa;


Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev-
pronomes substantivos. ma.): bispos.
Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não
LÍNGUA PORTUGUESA

podem ser regidos por preposição e que os pronomes Os exemplos apresentados fazem referência a pro-
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblí- nomes de tratamento e suas respectivas designações
quos, dependendo da função que exercem. sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de da Presidência da República. Portanto, essas designa-
preposição e costumam ter função de complemento: ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne-
ro textual abordado for um gênero oficial.
z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
(plural);
z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
(plural); tamento é importante destacar que o plural de
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
ela(s). como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na 53
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maioria das abreviaturas terminadas com a letra discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
tíssimo Juiz; z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
blica nunca deve ser abreviado. z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.

Pronomes Indefinidos Usamos este, esta, isto para indicar:

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de � Referência ao espaço físico, indicando a proximi-


maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª dade de algo ao falante.
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
variar e podem ser invariáveis. Observe a seguinte como prova.
tabela: � Referência ao tempo presente.
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
PRONOMES INDEFINIDOS6 pagarei a última prestação da casa.
Variáveis Invariáveis � Referência ao espaço textual.
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém curava um presente para o marido (o pronome
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém refere-se ao último termo mencionado).
nenhumas
Todo, toda, todos, todas Quem Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
me “este” refere-se ao próprio texto).
Outro, outra, outros, outras Outrem Usamos esse, essa, isso para indicar:
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
mento de algo de quem fala.
Certo, certa, certos, certas Nada
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
Vários, várias Cada z Indicar distância que se deseja manter.
Quanto, quanta, quantos, quantas Que Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con-
fia nesses políticos.
Tanto, tanta, tantos, tantas
z Referência ao tempo passado.
Qualquer, quaisquer Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias
Qual, quais estive em São Paulo.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Um, uma, uns, umas
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
As palavras certo e bastante serão pronomes sa expressão utilizada.
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
0

Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome


-1
78

indefinido). � Referência ao espaço físico, indicando afastamen-


.2

Busco o modelo de carro certo (adjetivo). to de quem fala e de quem ouve.


73

A palavra bastante frequentemente gera dúvida Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
.8

quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- � Referência a um tempo muito remoto, um passa-
32

do. Por isso, atente-se ao seguinte: do muito distante.


-4

Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-


u

z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- tas abertas. Bons tempos aqueles!
pr

te ao termo “muito”. � Referência a um afastamento afetivo.


u

Ex.: Elas são bastante famosas. Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
pr

z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente � Referência ao espaço textual, indicando o pri-
ao termo “suficiente”. meiro termo de uma relação expositiva.
Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
a festa. riu beber chá; aquela, refrigerante.
z Bastante (pronome indefinido): concorda com
o substantivo, indicando grande, porém incerta, Dica
quantidade de algo.
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros. O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
ção demonstrativa referencial. Veja:
Pronomes Demonstrativos Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
esqueceu de preencher o gabarito.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição Correto: O candidato fez a prova, porém esque-
e apontam elementos a que se referem as pessoas do ceu de preencher o gabarito.
6  Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
54 quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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Pronomes Relativos Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”
Uma das classes de pronomes mais complexas, os e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
pronomes relativos têm função muito importante na do em substituição a outros pronomes relativos,
língua, refletida em assuntos de grande relevância sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, guísticos, como o “queísmo”.
é essencial conhecer adequadamente a função desses Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. guém se lembra.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- textual, desfazendo estruturas ambíguas.
nado anteriormente) chamamos de antecedente.
São pronomes relativos: Pronomes Interrogativos

z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
quantas; Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
z Invariáveis: que, quem, onde, como; Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso- Quantos anos tem seu pai?
ciado a pessoas, coisas ou objetos. O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
cachorro que estava doente morreu. A caneta que interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
emprestei nunca recebi de volta. indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do Atenção: os pronomes interrogativos que e quem
relativo “que”. são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). tantivos, dando fluidez à leitura.
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
ser uma pessoa ou objeto personificado. realização da atividade (O tempo não permitiu a reali-
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. zação da atividade. O tempo estava instável)7.
� O pronome relativo quem pode fazer referência
a algo subentendido: quem cala consente (aquele Pronomes Possessivos
que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
deve ser um pronome indefinido ou demonstrati- discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:
vo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. 1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira. SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
indicar posse e aparecer relacionando dois termos
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
0
-1

matéria (coisa possuída).


78

Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,


.2

O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
73

ro com a coisa possuída. a uma coisa.


.8

Jamais devemos inserir um artigo após o pronome Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
32

cujo: Cujo o, cuja a pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
-4

Não podemos substituir cujo por outro pronome do pronome é com o objeto da posse.
u

relativo. Outras funções dos pronomes possessivos:


pr

O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.


u

Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. z delimitam o substantivo a que se referem;
pr

Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per- z concordam com o substantivo que vem depois dele;
gunta: “de quem/do que?” z não concordam com o referente;
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor z o pronome possessivo que acompanha o substan-
LÍNGUA PORTUGUESA

do que? Do filme). tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.


Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz). Colocação Pronominal

� Emprego do pronome relativo onde: empregado Estudo da posição dos pronomes na oração.
para indicar locais físicos.
Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu. z Próclise: pronome posicionado antes do verbo.
� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu- Casos que atraem o pronome para próclise:
mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for. „ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:
� O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente. Não me submeto a essas condições.
7  Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021. 55
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„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- Modos
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
apresente como um rico investidor, ele nada relação enunciada pelo verbo.
tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
Em se tratando de futebol, Maradona foi um certeza.
ídolo. Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
esperança de sermos ouvidos, muito lhe de dúvida, desejo ou possibilidade.
agradecemos. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta- z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise: Tempos

„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos O tempo designa o recorte temporal em que a ação
que estejam conjugados no futuro, caso não verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
dos nossos estudantes. a seguir:

z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos z Presente:


que atraem o pronome para ênclise:
Pode expressar não apenas um fato atual, como
„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
to honrada com esse título. no mesmo horário.
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
favor. instala uma ditadura.
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
quanto sou importante. (equivalente a estudarei).

Casos proibidos: z Passado:

„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / „ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente
Dá-me esse caderno! (certo). no passado.
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- Ex.: Estudei até ser aprovado.
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou- „ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que
-se de nada (correto). pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato durativa.
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). Ex.: Estudava todos os dias.
0

„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à


-1
78

VERBOS outra mais antiga.


.2

Ex.: Quando notei (passado), a água já trans-


73

Certamente, a classe de palavras mais complexa e bordara (ação anterior) da banheira.


.8

importante dentre as palavras da língua portuguesa é


32

o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações z Futuro:


-4

e os agentes desses atos, além de ser uma importante


classe sempre abordada nos editais de concursos; por „ Futuro do presente: indica um fato que deve
u
pr

isso, atente-se às nossas dicas. ser realizado em um momento vindouro.


Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
u

Ex.: Estudarei bastante ano que vem.


pr

em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- „ Futuro do pretérito: expressa um fato poste-
ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um rior em relação a outro fato já passado.
fato. Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
As flexões verbais são marcadas por desinências,
que podem ser: A partir dessas informações, podemos também
identificar os verbos conjugados nos tempos simples
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no sin- e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
gular ou plural, bem como em qual pessoa verbal são formados por uma única palavra, ou verbo, conju-
foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); gado no presente, passado ou futuro.
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo Já os tempos compostos são formados por dois
verbais a ação foi realizada. verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o ver-
bo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Iremos apresentar essas desinências a seguir. Agora, vamos conhecer as desinências modo-tempo-
Antes, porém, de abordarmos as desinências modo- rais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
-temporais, precisamos explicar o que são modo e
56 tempo verbais.
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Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu.
MODO MODO z Particípio: marcado pelas terminações mais
TEMPO
INDICATIVO SUBJUNTIVO comuns -ado, -ido, podendo terminar também em
-e (1ª conjuga- -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente
Presente * ção) e -a (2ª e 3ª ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em
conjugações) número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
-ra (3ª pessoa do Quando cheguei, ela já tinha partido.
Pretérito perfeito *
plural) Ele tinha aberto a janela.
-va (1ª conjuga- Ela tinha pago a conta.
P r e t é r i t o z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
conjugações)
nado. Pode ser pessoal ou impessoal:
Pretérito mais-
-ra *
-que-perfeito
„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
Futuro -rá e -re -r jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
Futuro do É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
-ria * Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem
pretérito
que ele ensina;
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
*Nem todas as formas verbais apresentam desi- do verbo, servindo para indicar apenas a con-
nências modo-temporais. jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos
(Indicativo) O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
orações reduzidas.
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
Ter (presente do indicativo) + verbo principal bos que funcionam como um verbo.
particípio. Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
Ex.: Tenho estudado. trabalhar para pagar as contas.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + de encontrar uma solução.
verbo principal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do Dica
indicativo) + verbo principal no particípio. Não confunda locuções verbais com tempos
Ex.: Terei saído. compostos. O particípio formador de tempo
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal homem teria realizado sua missão.
no particípio.
Ex.: Teria estudado. Classificação dos Verbos
0
-1

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos Os verbos são classificados quanto a sua forma
78

(Subjuntivo) de conjugação e podem ser divididos em: regulares,


.2
73

irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono-


� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das
.8

Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal


32

formas nominais. Vamos conhecer as particularida-


particípio.
-4

des de cada um a seguir:


Ex.: (que eu) Tenha estudado.
u

� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo


pr

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis


auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + de compreender, pois apresentam regularidade no
u

verbo principal no particípio.


pr

uso das desinências, ou seja, das terminações ver-


Ex.: (se eu) Tivesse estudado bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro sim- têm o paradigma morfológico com o radical, que
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: (quando eu) Tiver estudado.


PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais — INDICATIVO — INDICATIVO
As formas nominais do verbo são as formas no Eu canto Cantei
infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em Tu cantas Cantaste
determinados contextos. São chamadas nominais pois
Ele/ você canta Cantou
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Nós cantamos Cantamos
z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu Vós cantais Cantastes
valor indica duração de uma ação e, por vezes,
Eles/ vocês cantam Cantaram
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
57
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z Irregulares: os verbos irregulares apresentam PARTICÍPIO PARTICÍPIO
alteração no radical e nas desinências verbais. INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
ocorre irregularmente, seguindo um paradigma Demitir Demitido Demisso
próprio para cada grupo verbal. Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na
conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem- Eleger Elegido Eleito
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre- Encher Enchido Cheio
gulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:
Entregar Entregado Entregue
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO Morrer Morrido Morto
— INDICATIVO — INDICATIVO Expelir Expelido Expulso
Eu estou Estive Enxugar Enxugado Enxuto
Tu estás Estiveste Findar Findado Findo
Ele/ você está Esteve Fritar Fritado Frito
Nós estamos Estivemos Ganhar Ganhado Ganho
Vós estais Estivestes Gastar Gastado Gasto
Eles/ vocês estão Estiveram Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
Isentar Isentado Isento
alterações no radical e nas desinências verbais,
consideradas anomalias morfológicas; por isso, Juntar Juntado Junto
recebem essa classificação. Um exemplo bem Limpar Limpado Limpo
usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na
Matar Matado Morto
língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
cados dessa forma: os verbos ser e ir. Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago
Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
Prender Prendido Preso
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO Romper Rompido Roto
— INDICATIVO — INDICATIVO Salvar Salvado Salvo
Eu sou Fui Secar Secado Seco
Tu és Foste Submergir Submergido Submerso
Ele / você é Foi Suspender Suspendido Suspenso
Nós somos Fomos Tingir Tingido Tinto
Vós sois Fostes Torcer Torcido Torto
0

Eles / vocês são Foram


-1
78

PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
.2

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen- REGULAR IRREGULAR


73

tam uma forma específica de irregularidade que oca- Eu já tinha acei- O convite foi
Aceitar
.8

siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são tado o convite aceito
32

classificados como anômalos.


Aviso quando
-4

Entregar tiver entregado a Está entregue!


z Abundantes: são formas verbais abundantes os ver-
u

encomenda
pr

bos que apresentam mais de uma forma de particí-


u

pio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, Quando chegou,


Havia morrido
pr

apresentam uma forma de particípio regular e outra Morrer encontrou o


há dias
irregular. Vejamos alguns verbos abundantes: animal morto
A bala foi expe-
PARTICÍPIO PARTICÍPIO Esta é a bala
INFINITIVO Expelir lida por aquela
REGULAR IRREGULAR expulsa
arma
Absolver Absolvido Absolto Tinha enxugado
Abstrair Abstraído Abstrato a louça quando A roupa está
Enxugar
o programa enxuta
Aceitar Aceitado Aceito
começou
Benzer Benzido Bento
Depois de ter
Cobrir Cobrido Coberto Findar findado o traba- Trabalho findo!
Completar Completado Completo lho, descansou
Confundir Confundido Confuso
58
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PARTICÍPIO PARTICÍPIO tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando
INFINITIVO chegamos.
REGULAR IRREGULAR
„ O verbo ser para indicar hora, distância ou
Se tivesse impri- Onde está o data concorda com esses elementos.
Imprimir mido tínhamos documento „ O verbo fazer também poderá ser impessoal,
como provar impresso? quando indicar tempo decorrido ou tempo cli-
Eu tinha limpado Que casa tão mático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui
Limpar faz muito calor.
a casa limpa!
„ Os verbos impessoais não apresentam sujei-
Dados importan-
Informações es- to; sintaticamente, classifica-se como sujeito
Omitir tes tinham sido
tavam omissas inexistente.
omitidos por ela
„ O verbo ser será impessoal quando o espaço sintá-
Após ter sub- Deixe os legu- tico ocupado pelo sujeito não estiver preenchido:
mergido os legu- mes submersos “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo
Submergir
mes, reparou no por alguns fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo
amigo minutos ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.
Nunca tinha
Você está z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados
Suspender suspendido
suspenso! nas formas compostas dos verbos e também nas
ninguém
locuções verbais. Os principais verbos auxiliares
dos tempos compostos são ter e haver.
z Defectivos: são verbos que não apresentam algu-
mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a
um “defeito” na conjugação (por isso, o nome).
concordância verbal; porém, o verbo principal deter-
Alguns exemplos de defectivos são os verbos colo-
mina a regência estabelecida na oração.
rir, precaver, reaver etc.
Apresentam forte carga semântica que indica
modo e aspecto da oração. São importantes na forma-
Esses verbos não são conjugados na primeira pes- ção da voz passiva analítica.
soa do singular do presente do indicativo, bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
três formas nominais dos verbos:
rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor
nos temporais também apresentam essa característi-
durativo da ação e equivale a um advérbio ou
ca, como latir, bramir, chover.
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;
„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go,
z Pronominais: esses verbos apresentam um prono-
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi-
me oblíquo átono integrando sua forma verbal. É
ficado em particípio regular e irregular, sendo
importante lembrar que esses pronomes não apre-
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
sentam função sintática. Predominantemente, os
verbos pronominas apresentam transitividade
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com
0

os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-


-1

PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO


ticípio irregular.
78

— INDICATIVO — INDICATIVO
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
.2

Eu me sento Sentei-me
73

Os traficantes foram expulsos pelos policiais.


.8

Tu te sentas Sentaste-te
32

„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.


Ele/ você se senta Sentou-se
-4

Nós nos sentamos Sentamo-nos AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar,
u
pr

Vós vos sentais Sentastes-vos passear);


ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer,
u

Eles/ vocês se sentam Sentaram-se


pr

pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo sair).
átono reflexivo, funcionando sintaticamente como
LÍNGUA PORTUGUESA

objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito Dica


sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela
se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente; O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga-
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da ção, pois origina-se do verbo “poer”.
natureza, como chover, trovejar, nevar etc. O mesmo acontece com verbos que deste
derivam.
„ O verbo haver, com sentido de existir ou marcan-
do tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Vozes Verbais
Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois
anos, fui aprovado em concurso público. As vozes verbais definem o papel do sujeito na
„ Os verbos ser e estar também são verbos impes- oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
soais quando designam fenômeno climático ou verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: 59
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� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
verbal. estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.: O policial deteve os bandidos. Ex.: Acredita-se em Deus.
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
verbal. z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
passiva analítica; procidade, auxiliando a construção dessas vozes
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo cipais características são:
tempo, pois pratica e recebe a ação verbal.
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O „ Sujeito recebe e pratica a ação;
menino se agrediu. „ Funcionará, sintaticamente, como objeto direto
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mes- ou indireto;
mo tempo, porém há uma ação compartilhada „ O sujeito da frase poderá estar explícito ou
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- implícito.
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
e sofrem a ação. Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- presente de aniversário (implícito).
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
cumprimentaram. z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se”
será parte integrante dos verbos pronominais,
A voz passiva é realizada a partir da troca de funções acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos transfor- do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
mar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
for transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Logo, estar explícito ou implícito.
só há voz passiva com a presença do objeto direto. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha.
Importante! Não confunda os verbos pronomi- z Partícula de realce: será partícula de realce o “se”
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei- no sentido e na compreensão global do texto. A
xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um partícula de realce não exerce função sintática,
pronome que faz parte integrante do seu significado, pois é desnecessária.
diferentemente das vozes verbais, que acompanham Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
o pronome “se” com função sintática própria. z Conjunção: o “se” será conjunção condicional
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
Outras Funções do “Se” “se” exerce função de conjunção integrante, ape-
nas ligando as orações, e poderá ser substituído
Como vimos, o “se” pode funcionar como item pela conjunção “caso”.
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele- Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
mento também acumula outras atribuições: dar, será aprovado).

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética Conjugação de Verbos Derivados


é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
0

sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo
-1

o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é


78

primitivo; para trabalhar a conjugação desses verbos, é


designado partícula apassivadora, nesse contexto. importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
.2
73

Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
“Se” (partícula apassivadora).
.8

mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos


32

relevantes em provas diversas:


-4

O “se” exercerá essa função apenas:


z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;
u
pr

„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
„ com verbos que concordam com o sujeito; z Ver: antever, rever, prever;
u
pr

„ com a voz passiva sintética. z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.

Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire- Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais.
z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun- O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
cionará nessa condição quando não for possível verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
identificar o sujeito explícito ou subentendido. que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
Além disso, não podemos confundir essa função ção são, predominantemente, regulares.
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa PRESENTE — INDICATIVO
estar na voz ativa.
Eu Crio
Outra importante característica do “se” como índi- Tu Crias
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em Ele/Você Cria
60 verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
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sem a presença da preposição, modificando a transiti-
PRESENTE — INDICATIVO
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
Nós Criamos sentido de palavras deverbais8.
Vós Criais As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
Eles/Vocês Criam te, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
“A”
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
Vós Passeais
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam Santos à Bahia;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
Conjugação de Alguns Verbos
z Direção: Levantar as mãos aos céus;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
Vamos agora conhecer algumas conjugações de z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
verbos irregulares importantes, que sempre são obje- z Lugar: Ir a Santa Catarina;
to de questões em concursos. z Modo: Falar aos gritos;
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo: z Sucessão: Dia a dia;
z Tempo: Nasci a três de maio;
PRESENTE — INDICATIVO z Proximidade: Estar à janela.
Eu Adiro
“Após”
Tu Aderes
Ele/Você Adere z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
Nós Aderimos z Tempo: Logo após o almoço descansamos.

Vós Aderis “Com”


Eles/Vocês Aderem
z Causa: Ficar pobre com a inflação;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;
A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”. z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla-
São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
0

nos para o futuro;


-1

interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, z Instrumento: Abrir a porta com a chave;
78

entrepor, supor. z Matéria: Vinho se faz com uva;


.2

z Modo: Andar com elegância;


73

PRESENTE — INDICATIVO z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;


.8

Eu Ponho comigo sempre é assim.


32
-4

Tu Pões “Contra”
u

Ele/Você Põe
pr

Nós Pomos z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira;


u

z Direção: Olhar contra o sol;


pr

Vós Pondes z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho


Eles/Vocês Põem contra o peito.
LÍNGUA PORTUGUESA

“De”
PREPOSIÇÕES
z Causa: Chorar de saudade;
Conceito z Assunto: Falar de religião;
z Matéria: Material feito de plástico;
São palavras invariáveis que ligam orações ou z Conteúdo: Maço de cigarro;
outras palavras. As preposições apresentam funções z Origem: Você descende de família humilde;
importantes tanto no aspecto semântico quanto no z Posse: Este é o carro de João;
aspecto sintático, pois complementam o sentido de z Autoria: Esta música é de Chopin;
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado

8  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 61
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z Tempo: Ela dorme de dia; z Medida: Vendia banana por quilo;
z Lugar: Veio de São Paulo; z Meio: Ir por terra;
z Definição: Pessoa de coragem; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Meio: Viver de ilusões; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
z Modo: Olhar alguém de frente; “Sem”
z Preço: Caderno de 10 reais;
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
dinheiro.
corajosa.
“Sob”
“Desde”
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
“Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.

z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de “Sobre”


dólares;
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi z Direção: Ir sobre o adversário;
bom; z Lugar: Cair sobre o inimigo.
z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
mãos em concha; Locuções Prepositivas
z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
res em reais; São grupos de palavras que equivalem a uma
z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco; preposição.
z Fim: Pedir em casamento; Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba; Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva)
z Modo: Escrever em francês; A locução prepositiva na segunda frase substitui
z Sucessão: De grão em grão; perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos; positivas sempre terminam em uma preposição (há
z Especialidade: João formou-se em Engenharia. apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-
do concessivo “não obstante”).
“Entre” Veja alguns exemplos:

z Lugar: Ele ficou entre os aprovados; z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento; ram logo;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
0

discórdia.
-1

de finanças;
78

z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu


“Para”
.2

nada grave;
73

z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,


z Consequência: Você deve ser muito esperto para
.8

a língua é indispensável para que possamos pen-


não cair em armadilhas;
32

sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos;


z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
-4

z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,


z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
não passei no exame;
u

z Proporção: As baleias estão para os peixes assim


pr

como nós estamos para as galinhas; z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
para com os mais velhos;
u

z Referência: Para mim, ela está mentindo;


pr

z Tempo: Para o ano irei à praia; z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
z Destino ou direção: Olhe para frente! um short.

“Perante” Outros exemplos de locuções prepositivas:


Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri. de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a
“Por” fim de; por meio de; em virtude de.
Algumas locuções prepositivas apresentam seme-
z Modo ou conformidade: Vamos escolher por lhanças morfológicas, mas significados completamen-
sorteio; te diferentes. Observe estes exemplos9:
z Causa: Encontrar alguém por coincidência; A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
z Conformidade: Copiar por original; jamento inicial = Concordância.
z Favor: Lutar por seus ideais;

62 9  Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.


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As decisões do público foram de encontro à pro- z Preposição “em”:
posta do programa = Discordância.
Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas „ Com artigo definido:
= Substituição. em + a(s)= na, nas
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = em + o(s)= no, nos
Oposição. � Com pronome demonstrativo:
em + esse(s)= nesse, nesses
Combinações e Contrações em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso
As preposições podem se ligar a outras palavras de em + este(s) = neste, nestes
outras classes gramaticais por meio de dois processos: em + esta(s) = nesta, nestas
combinação e contração. em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles
z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu- em + aquela(s) = naquelas
ma redução. em + aquilo = naquilo
a + o = ao � Com pronome pessoal:
a + os = aos em + ele(s) = nele, neles
z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução. em + ela(s) = nela, nelas

Veja a lista a seguir10, que apresenta as preposições z Preposição “per”:


que se contraem e suas devidas formas:
„ Com as formas antigas do artigo definido (lo,
z Preposição “a”: la):
per + lo(s) = pelo, pelos
„ Com o artigo definido ou pronome demonstra- per + la(s) = pela, pelas
tivo feminino:
a + a= à z Preposição “para” (pra):
a + as= às
„ Com o pronome demonstrativo: „ Com artigo definido:
a + aquele = àquele para (pra) + o(s) = pro, pros
a + aqueles = àqueles para (pra) + a(s)= pra, pras
a + aquela = àquela
a + aquelas = àquelas Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por
a + aquilo = àquilo Preposições

Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar


z Preposição “de”:
o que significa Semântica. Semântica é a área do
conhecimento que relaciona o significado da palavra
„ Com artigo definido masculino e feminino: ao seu contexto.
de + o/os = do/dos É importante ressaltar que as preposições podem
de + a/as = da/das apresentar valor relacional ou podem atribuir um
� Com artigo indefinido: valor nocional.
0

de + um= dum
-1

As preposições que apresentam um valor rela-


78

de + uns = duns cional cumprem uma relação sintática com verbos


.2

de + uma = duma ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados


73

de + umas = dumas deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma


.8

� Com pronome demonstrativo: relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér-
32

de + este(s)= deste, destes bios, os quais também apresentarão função deverbal.


-4

de + esta(s)= desta, destas Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida


de + isto= disto pela regência do verbo concordar).
u
pr

de + esse(s) = desse, desses Tenho medo da queda (preposição exigida pelo


complemento nominal).
u

de + essa(s)= dessa, dessas


pr

de + isso = disso Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-


de + aquele(s) = daquele, daqueles gida pelo adjetivo).
de + aquela(s) = daquela, daquelas Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
advérbio).
LÍNGUA PORTUGUESA

de + aquilo= daquilo
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
� Com o pronome pessoal:
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
de + ele(s) = dele, deles sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
de + ela(s) = dela, delas De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
� Com o pronome indefinido: nal é preponderante apresentam uma modificação
de + outro(s)= doutro, doutros no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
de + outra(s) = doutra, doutras componentes obrigatórios na construção da senten-
� Com advérbio: ça, divergindo das preposições de valor relacional.
de + aqui= daqui As preposições de valor nocional estabelecem uma
de + aí= daí noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
de + ali= dali etc. Vejamos algumas na tabela a seguir:
10  Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020. 63
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Viva bem, pois isso é o mais importante.
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
PREPOSIÇÕES
Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-
Posse Carro de Marcelo cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
O cachorro está sob a saudades.
Lugar “Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
mesa
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
Votar em branco / Chegar
Modo pois, a subir.
aos gritos
Causa Preso por agressão z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a
Assunto Falar sobre política segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
Descende de família
Origem destarte, pois (deslocado na frase).
simples
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Olhe para frente! / Iremos Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-
Destino
a Paris -se.

CONJUNÇÕES Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
Assim como as preposições, as conjunções também
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
são invariáveis e também auxiliam na organização
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
concomitante acarreta em redundância.
ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
Conjunções Subordinativas
coordenativas ou subordinativas.
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
Conjunções Coordenativas
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
As conjunções coordenativas são aquelas que
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
para terem o sentido apreendido.
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como,
uma vez que, como (equivale a porque) etc.
não só, mas também, não apenas, como ainda,
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
senão (após não só).
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de
O gato era o preferido, não só da filha, senão de
modo que, de forma que, de sorte que etc.
toda família. Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
z Adversativas: colocam informações em oposição, � Comparativa: iniciam orações comparando ações
0

contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-


-1

e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que


tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
78

nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,


Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
.2

maior), tanto... quanto etc.


A culpa não foi a população, senão dos vereadores
73

Ex.: Corria como um touro.


(equivale a “mas sim”).
.8

Ela dança tanto quanto Carlos.


32

� Conformativa: expressam a conformidade de


-4

Importante! A conjunção “e” pode apresentar uma ideia com a da oração principal. Conforme,
valor adversativo, principalmente quando é antecedi- como, segundo, de acordo com, consoante etc.
u
pr

da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
não deixava.
u

Amanhã chove, segundo informa a previsão do


pr

tempo.
z Alternativas: ligam orações com ideias que não � Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia con-
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, trária à da oração principal. Embora, conquanto, ain-
ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já. da que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
Ex.: Estude ou vá para a festa. Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. tivesse gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Importante! A palavra “senão” pode funcionar � Condicional: iniciam uma oração com ideia de
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha- hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
marei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”). que, a menos que, somente se etc.
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma do sua mensagem.
delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque, Posso lhe ajudar, caso necessite.
pois, (se vier no início da oração), porquanto. � Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a porção que, à medida que, quanto mais...mais,
64 enxada! quanto menos...menos etc.
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Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
que, a fim de que etc.
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
trabalhar tranquilamente. Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
logo que, desde que etc. É salutar lembrar que o sentido exato de cada
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
do Futuro. texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
Mal cheguei à cidade, fui assaltado. de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
expresso no texto.
Importante! Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
Os valores semânticos das conjunções não se nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões,
prendem às formas morfológicas desses elemen- por exemplo, que são interjeições por excelência, mas
tos. O valor das conjunções é construído contex- que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
tualmente, por isso, é fundamental estar atento alterado.
aos sentidos estabelecidos no texto. Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
procura? (Se = causal = já que) que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto Ora bolas! Valha-me Deus!
ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
OS MODALIZADORES

Conjunções Integrantes Os modalizadores são elementos que auxiliam o


emissor a demonstrar seu ponto de vista, sua inten-
As conjunções integrantes fazem parte das orações ção, como, por exemplo: expressar dúvida, certeza,
subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma afetividade etc. Observe a seguir alguns exemplos de
oração principal à outra, subordinada. Existem apenas modalizadores:
dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
Asseverativos
� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome
“isso”, estamos diante de uma conjunção integrante. z Afirmativos: evidentemente, claro, lógico, sem
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? dúvida;
Isso). z Negativos: de forma alguma, de jeito nenhum.
� Sempre haverá conjunção integrante em orações
substantivas e, consequentemente, em períodos Quase Asseverativos/Dubtáveis
0

compostos.
-1

Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O Talvez, provavelmente, possivelmente.


78

quê? Isso).
.2

� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e Delimitadores


73

uma conjunção integrante.


.8

Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).


32

Quase, uma espécie de, geograficamente,


Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). biologicamente.
-4
u

INTERJEIÇÕES Deontológicos
pr
u
pr

As interjeições também fazem parte do grupo de pala- Exprimem proibições, permissões e obrigatorieda-
vras invariáveis, tal como as preposições e as conjunções. des. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente.
Sua função é expressar estado de espírito e emoções; por
isso, apresentam forte conotação semântica. Uma inter- Afetivos
LÍNGUA PORTUGUESA

jeição sozinha pode equivaler a uma frase. Ex.: Tchau!


As interjeições indicam relações de sentido diversas. z Subjetivos (trazem a reação do emissor ao que é
A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos e exposto): espantosamente, felizmente, infelizmente;
sensações mais expressos pelo uso de interjeições: z Intersubjetivos (trazem a relação com o coenun-
ciador): sinceramente, francamente, estranhamente.
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! REFERÊNCIAS
Alívio Arre! Ufa! Ah!
PACHECO, M. O que são modalizadores discursivos?
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva! Brasil Escola, 2022. Disponível em: https://brasilesco-
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! la.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-sao-modaliza-
dores-discursivos.htm. Acesso em: 15 dez. 2022. 65
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A relação de sentido estabelecida na tirinha é cons-
SEMÂNTICA truída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende”
e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO
Sinonímia
Denotação
São palavras ou expressões que, empregadas em um
O sentido denotativo da linguagem compreende determinado contexto, têm significados semelhantes. É
o significado literal da palavra independente do seu importante entender que a identidade dos sinônimos
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais é ocasional, ou seja, em alguns contextos uma palavra
objetivo e literal associado ao significado que aparece pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar acontecer em outras situações. O uso das palavras “cha-
ênfase à informação que se quer passar para o recep- mar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocorrer de
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por maneira equivocada se utilizadas como sinônimos, uma
isso, é muito utilizada em textos informativos, como vez que a intensidade de suas significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recurso
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
para a coesão textual, uma vez que essa estratégia revela,
ticos, entre outros.
além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:
que ele tem de realizar retomadas coesivas, o que contri-
chamas)
buiu para melhor fluidez na leitura do texto.
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)
Parônimos
Conotação
Parônimos são palavras que apresentam sentido
diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
O sentido conotativo compreende o significado mos nos exemplos a seguir:
figurado e depende do contexto em que está inserido.
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos z Absorver/absolver
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e „ Tentaremos absorver toda esta água com
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase esponjas (sorver).
à expressividade da mensagem de maneira que ela „ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações de seus pecados (inocentar).
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios z Aferir/auferir
publicitários e outros.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. „ Realizaremos uma prova para aferir seus
Você mora no meu coração. conhecimentos (avaliar, cotejar).
„ O empresário consegue sempre auferir lucros
ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E em seus investimentos (obter).
HIPERÔNIMOS; POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
z Cavaleiro/cavalheiro
0

Antonímia
-1

„ Todos os cavaleiros que integravam a cavala-


78

São palavras ou expressões que, empregadas em ria do rei participaram na batalha (homem que
.2
73

um determinado contexto, têm significados opostos. anda de cavalo).


„ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre
.8

As relações de antonímia podem ser estabelecidas em


32

gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- sempre as portas para eu passar (homem edu-
-4

dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é cado e cortês).


casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
u
pr

z Cumprimento/comprimento
u
pr

„ O comprimento do tecido que eu comprei é de


3,50 metros (tamanho, grandeza).
„ Dê meus cumprimentos a seu avô (saudação).

z Delatar/dilatar

„ Um dos alunos da turma delatou o colega que


chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
„ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan-
do seu estômago (alargar, estender).

z Dirigente/diligente

„ O dirigente da empresa não quis prestar decla-


rações sobre o funcionamento da mesma (pes-
66 Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16 out. 2020. soa que dirige, gere).
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„ Minha funcionária é diligente na realização de suas funções (expedito, aplicado).

z Discriminar/descriminar

„ Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
„ Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descriminalizar, inocentar).

Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-paronimas/. Acesso em: 17 out. 2020.

Hipônimo e Hiperônimo

Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém uma ordem gradativa.
Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...

Polissemia (Plurissignificação)

Multiplicidade de sentidos encontradas em algumas palavras, dependendo do contexto. As palavras polissêmi-


cas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polissemia é encon-
trada no exemplo a seguir:

Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acesso em: 17 out. 2020.

Ambiguidade ou Anfibologia

Ocorre quando há uma duplicidade de sentido ou uma falta de clareza no enunciado. Ela pode ser de dois
tipos:

� Sintática (ou estrutural): ocorre devido à posição inadequada de algum elemento na frase.
0

Ex.: O celular se tornou um grande aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as suas tarefas. (Esse
-1

e suas podem se referir ao homem e ao celular);


78

� Semântica (ou lexical): ocorre quando determinado vocábulo assume dois ou mais significados.
.2

Ex.: O rapaz pediu um prato ao garçom. (Prato pode se referir ao objeto ou à refeição).
73
.8

REFERÊNCIAS
32
-4

ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.
u

CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2013.


pr

KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 16. ed. Campinas: Pontes, 2016.
u

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M.. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed . São Paulo: Contexto, 2015.
pr

SACCONI, L. A. Nossa Gramática Completa Sacconi – Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova Geração, 2010.
SCHLITTLER, J. M. M. Recursos de Estilo em Redação Profissional. Campinas: Servanda, 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA

OS DICIONÁRIOS: TIPOS; A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES

Os dicionários são livros que trazem explicações acerca do significado das palavras, que são apresentadas em
ordem alfabética. Alguns tipos são: dicionários bilíngues (exemplo: Português-Inglês/Inglês-Português); dicionário
de sinônimos; dicionário de termos de uma área específica, como medicina ou informática; dicionário de gírias.
Os verbetes costumam trazer a classificação da palavra (substantivo masculino, adjetivo), separação silábica,
origem e seus diversos significados. Veja a seguir um exemplo de verbete retirado do dicionário Priberam online11:

11 Disponível em: https://dicionario.priberam.org/concurso. Acesso em: 15 dez. 2022. 67


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VOCABULÁRIO
NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, ESTRANGEIRISMOS; LATINISMOS

A Estilística é a parte da Gramática que se dedica ao uso expressivo da língua sem considerar aspectos de sua nor-
ma padrão. Preocupa-se com o estilo do falante em relação as suas intenções comunicativas; como o estilo está muito
relacionado a formas diversas de utilizar a linguagem, é muito comum que o falante caia em erros, considerados, sob
essa perspectiva, vícios de linguagem.
Os vícios de linguagem deixam o texto visualmente desagradável e ainda interferem na expressividade do conteú-
do. Todavia, os usos desses recursos dependem da intenção comunicativa do autor. Em alguns textos (poesias ou músi-
0
-1

cas), os neologismos, por exemplo, podem ser considerados uma riqueza literária, porém são inadmissíveis se usados
78

em textos que exigem o uso da norma padrão da língua, como o texto dissertativo das redações de concursos públicos.
.2
73

Neologismo
.8
32

Consiste na criação e introdução de novas palavras em nosso vocabulário. Podem ser classificados em literário,
-4

científico, popular ou estrangeiro.


Ex.: Inventei o verbo teadorar. Intransitivo. Teadoro, Teodora.
u
pr
u

Arcaísmo
pr

São expressões antigas que com o passar do tempo entram em desuso em determinada língua.
Ex.: “Vosmecê” = por você
“Físico” = médico
Magote = grande quantidade.

Estrangeirismo

Considera-se também barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe
palavra ou expressão correspondente na língua.
Ex.: Minha prima pegou o bouquet no meu casamento. (buquê)
Vamos tomar um drink? (drinque)

Latinismo

68 Uso de expressões em latim.


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Ex.: Esta é uma situação sui generis (única). Embriaguez; lucidez; acidez.
Aquela é uma ação sine qua non (indispensável).
Essas regras para correção ortográfica das palavras,
em geral, apresentam muitas exceções; por isso é impor-
tante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois
esse aprendizado é consolidado com a prática. Sua capa-
ORTOGRAFIA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA cidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da
E A CRASE escrita de textos, por isso, recomendamos que se man-
tenha atualizado e leia fontes confiáveis de informação,
ORTOGRAFIA pois além de contribuir para seu conhecimento geral, sua
habilidade em língua portuguesa também aumentará.
As regras de ortografia são muitas e, na maioria
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a NÚMERO DE SÍLABAS
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
vezes, é derivada de processos históricos de evolução Antes de compreendermos os processos norteadores
da língua. da divisão silábica, é importante identificar uma sílaba.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra- Sílaba é um grupo de palavras que se pronuncia em apenas
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de uma emissão de voz, como a palavra “pá”, por exemplo.
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- Para compreender o processo de formação silábi-
fia das palavras. ca e, consequentemente, reconhecer os números de
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior sílabas em uma palavra, é fundamental saber como
dividir a palavra em sílabas.
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
Esse processo é chamado de divisão silábica e
grande número. Neste material, iremos apresen-
constitui a identificação e delimitação das sílabas de
tar uma forma condensada e prática de nunca mais
cada palavra. As palavras classificam-se em monossí-
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
labas (se apresentam apenas uma sílaba) ou polissíla-
vras são acentuadas. bas (mais de uma sílaba).
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- Veja alguns exemplos:
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras Separam-se:
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja: z Hiatos: sa-í-da; va-zi-o;
z Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ, XC): car-ro; ces-são; cons-
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. -ci-ên-cia; cres-ça; ex-ce-ção;
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. z Vogais iguais / grupo consonantal CC (Ç): Co-or-de-
-nar; ca-a-tin-ga/fic-ção; con-fec-cionar;
z Encontros consonantais disjuntos (pt, dv, gn, bs,
USAMOS X: USAMOS CH:
tm, ft, ct, ls): Ap-ti-dão; ad-vo-ga-do; dig-no; ab-sol-
� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, -ver; rit-mo; as-pec-to; con-vul-são.
a palavra não for deri- se a palavra for deri-
vada de palavras inicia- vada de palavras ini- Não se separam:
das por CH: enxerido, ciadas por CH: encher,
enxada encharcar z Ditongos e Tritongos: Gló-ria/ U-ru-guai;
� Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas z Dígrafos (CH, LH, NH, GU, QU): cha-ve; ga-lho;
0

xa, faixa de vocábulos que são ni-nho; lin-gui-ça; quei-jo;


-1

� Depois da sílaba inicial grafados com CH: re- z Encontros consonantais em sílaba inicial: psi-có-
78

me se a palavra não for cauchutar, fechadura -lo-go; pneu.


.2
73

derivada de vocábulo
iniciado por CH: mexer, TONICIDADE SILÁBICA
.8
32

mexilhão
-4

Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em


Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020. monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas
u

e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica


pr

z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- (forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu-
u
pr

nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força.
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio. Monossílabas Átonas
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir;
LÍNGUA PORTUGUESA

Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou Os monossílabos átonos são designados assim, pois
-jer. Ex.: viajar, lisonjear. não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto,
Termos derivados do latim escritos com j; pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, Ex.: Essa chance nos foi dada.
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa; Monossílabas Tônicas
z É com S ou com Z? Palavras que designam nacio-
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês Os monossílabos tônicos apresentam autonomia
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; fonética e, por isso, são proferidos fortemente nos
inglês; marquesa; duquesa. contextos de uso em que aparecem. É importante fri-
Palavras que designam qualidade, cuja termina- sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado,
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: Ex.: “Essa chance foi dada a nós”. 69
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Oxítonas Porém, esse grupo de palavras divide uma polê-
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns
São chamadas assim as palavras que apresentam vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por-
tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona
sílaba mais forte. ou proparoxítona.
Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê. São as chamadas proparoxítonas aparentes.
Essas palavras apresentam um ditongo crescente no
Paroxítonas final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou
pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as
São chamadas assim as palavras que apresentam a palavras:
sílaba tônica na penúltima sílaba. His-tó-ria/ his-tó-ri-a
Ex.: a-çú-car. Vá-cuo/ vá-cu-o
Pá-tio/ pá-ti-o
Proparoxítonas Antes de concluir, é importante mencionar o uso
do acento nas formas verbais ter e vir:
São chamadas assim as palavras que apresentam a Ele tem / Eles têm
sílaba tônica na antepenúltima sílaba. Ele vem / Eles vêm
Ex.: rá-pi-do. Perceba que, no plural, essas formas admitem o
uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-
Notações Léxicas cia verbal quando usar esses verbos.

São notações léxicas todos os sinais e símbolos CRASE


acessórios que servem para auxiliar a pronúncia das
palavras. Vejamos alguns exemplos: Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
z Acento agudo (´): sinal com um traço oblíquo para da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
direita que indica sílaba tônica em palavras que junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
precisam ser sinalizadas; le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
z Acento circunflexo (^): sinal que indica vogal tônica marcação (`) + (a) = (à).
e fechada em palavras que precisam ser sinalizadas; Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
z Acento grave (`): sinal com traço oblíquo para Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
esquerda que representa a junção de duas vogais Regra geral: haverá crase sempre que o termo
A em funções sintáticas diferentes, fenômeno cha- antecedente exija a preposição a e o termo conse-
mado de crase; quente aceite o artigo a.
z Diacrítico til (~): indica nasalização em som vocá- Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
lico, não é considerado um sinal. Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-
ge preposição).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
palavra que não aceita artigo).
Muitas são as regras de acentuação das palavras Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
da língua portuguesa; para compreender essas regras, no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e dam no momento de identificação:
0

respeitar a divisão das sílabas.


-1
78

Casos Convencionados
Regras de Acentuação
.2
73

z Locuções adverbiais formadas por palavras


z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossí-
.8

femininas:
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
32

Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.


chá; pé, fé, mês; nó, pó, só;
-4

Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.


z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto-
Espero vocês à noite na estação de metrô.
u

nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua-


pr

Estou à beira-mar desde cedo;


raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;
u

z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto- z Locuções prepositivas formadas por palavras


pr

nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: femininas:


bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; Ex.: Ficaram à frente do projeto;
abdômen, hímen. z Locuções conjuntivas formadas por palavras
femininas:
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
Importante! aumentando;
� Quando indicar marcação de horário, no plural
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
ditongo. Fique atento ao seguinte: entre números teremos
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, que de = a / da = à, portanto:
rádio etc. Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase);
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e aquilo:
fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
70 ser acentuadas! àquele outono.
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Por favor, entregue as flores àquela moça que está Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
sentada. Astronauta volta a Terra em dois meses.
Dedique-se àquilo que lhe faz bem; Os pesquisadores chegaram a terra depois da
expedição marinha.
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou de:
Vocês o observaram a distância.
Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
Referimo-nos à de preto;
� Com o pronome relativo a qual, as quais: Crase Facultativa
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
de sair. Nestes casos, podemos escrever as palavras das
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
férias. detalhadamente, observe as seguintes dicas:

� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem


Casos Proibitivos
se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
� Antes de pronomes possessivos no singular
orientação de quando não usar a crase.
Ex.: Iremos a/à sua residência;
� Após preposição até, com ideia de limite
� Antes de nomes masculinos Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate- “Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
rial agrada a todos.” (MM) às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho
O carro é movido a álcool. afeto.” (CBr. 1, 67)
Venda a prazo;
� Antes de palavras femininas que não aceitam artigos Casos Especiais
Ex.: Iremos a Fortaleza.
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
Macete de crase: Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes
Se vou a; Volto da = Crase há! forem femininos, normalmente a crase não será utili-
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. evitar ambiguidades.
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza; Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
� Antes de forma verbal infinitiva instrumento).
Ex.: Os produtos começaram a chegar. Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
com franqueza, parecem dar a entender que o instrumento).
fazem por exceção de regra.” (MM);
� Antes de expressão de tratamento Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa Excelência; Nomes de Lugares
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando
a regência do verbo exigir preposição z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes; Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
0
-1

� Antes dos pronomes relativos quem e cuja moro em Copacabana, passo por Copacabana);
78

Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
.2

o pacote. Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,


73

Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; passo pela Bahia).
.8

� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-


32

ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha Macetes


-4

Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do contrato.


Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
u

z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído


pr

suspeita de fraude. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
u

Eles estavam conservando a certa altura. a, com a, à moda de, durante a;


pr

Faremos a obra a qualquer custo. z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.


A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
� Antes de demonstrativos z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
personalidades históricas z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos por a este, a esta e a isto;
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
O pacote foi entregue a ti ontem; nomes de cidades quando esses termos estiverem
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
lado) tância de 200 metros do pico da montanha.
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
de justiça; A compreensão da crase vai muito além da estética
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
sem determinante dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. 71
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Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, 4. (FGV — 2022) Machado de Assis verifica, no termo de
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi- autópsia, como a linguagem científica é diferente da lite-
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações rária. A frase abaixo que está formulada em linguagem
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o científica é:
advérbio de instrumento da ação de pintar.
a) Os vivos são os mortos de férias;
b) A morte é como nascer de novo, só que ao contrário;
HORA DE PRATICAR! c) A vida é um naufrágio onde só se salva o barco;
d) O sol e a morte não podem ser olhados fixamente;
1. (FGV — 2022) Assinale a frase abaixo em que não se e) Com a morte, os órgãos param de funcionar.
cometeu nenhum erro ortográfico.
5. (FGV — 2021) Texto 2 – Campanha
a) Meu filho ainda é adolecente.
b) Nada todos os dias na picina. “Antes que comecem os mimimis, um aviso: não tenho
c) Xingou os adversários de facistas. absolutamente nada contra aqueles que fumam. A
d) Toda regra tem exceção. decisão de enviar mais de 4 mil substâncias tóxicas
e) Ninguém nace feliz ou infeliz. para dentro do corpo e correr o risco de morrer preco-
cemente com um câncer na boca, laringe, estômago
2. (FGV — 2022) A questão desta prova é elaborada a ou pulmão é pessoal. Só não soltem fumaça na cara
partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua de não- fumantes, combinado?”
capacidade em interpretar e compreender textos,
assim como em redigir de forma correta e adequada. (Publicidade, Guilherme Dantas, 2013)

Muitas vezes, na escrita, substantivamos algumas “Antes que comecem os mimimis, um aviso: não tenho
palavras; assinale a frase a seguir em que não ocorre absolutamente nada contra aqueles que fumam.”
nenhuma substantivação.
Nesse primeiro segmento do texto 2, o autor usa ade-
a) Há nas mudanças certo alívio, ainda que seja para quadamente o demonstrativo aqueles, referindo-se
pior. a pessoas indeterminadas; a frase abaixo em que o
b) Há apenas um dever: o de sermos felizes. emprego dos demonstrativos se mostra adequado é:
c) A felicidade é um agora sem nenhuma pressa.
d) Felicidade é um como, não um quê. a) João e Pedro são fumantes; este, de cigarros; esse, de
e) O confiar nos outros tem seus riscos. charutos;
b) João, Pedro e Fernando são fumantes; este, de cigar-
Leia o texto abaixo para responder às questões 3 e 4. ros; esse, de cachimbo e aquele, de charutos;
c) João e Maria são fumantes; esta, de cigarros; aquele,
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis de charutos;
sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca dei- d) Maria e Fernando são fumantes; este, de charutos;
xo de ler esses documentos, não para aprender anato- aquele, de cigarros;
mia, mas para verificar ainda uma vez como a língua e) João, Pedro e Maria são fumantes; esta, de cigarros;
científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação esse, de charutos e aquele, de cachimbo.
vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens
0

6. (FGV — 2022) Assinale a opção em que a substituição


-1

sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticên-


de uma locução adverbial por um advérbio, é feita de
78

cias, se o autor gosta delas. Naquela, tudo é seco, exa-


forma adequada.
.2

to e preciso. O hábito externo é externo, o interno é


73

interno; cada fenômeno, cada osso, é designado por


.8

um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade a) Os presentes para o Dia das Mães devem ser compra-
32

abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um dos com antecedência / anteriormente.


-4

desses lugares e fenômenos não pode receber duas b) De acordo com os jornais, choverá com certeza duran-
apelações, sob pena de não ser ciência.” (Adaptado. A te o carnaval / certificadamente.
u
pr

Semana, 1830) c) Tanto se adoece por trabalhar em excesso, como por


não fazer nada / excessivamente.
u
pr

3. (FGV — 2022) Machado de Assis nos diz no texto que d) Disse que moraria na Europa para sempre /
a linguagem literária adjetiva muito; a frase abaixo duradouramente.
que exemplifica de modo mais claro essa afirmação, e) Devemos fazer as coisas sem pressa / apressuradamente.
por conter maior número de vocábulos classificados
como adjetivos, é: 7. (FGV — 2021) Texto 4

a) Devem-se considerações aos vivos; aos mortos deve- “Em oposição aos meus apaixonados sentimentos de
-se apenas a verdade; justiça e deveres sociais, sempre experimentei a total
b) Um cadáver é o produto final; nós somos apenas a ausência de me aproximar dos homens e das socie-
matéria-prima; dades humanas. Apraz-me sentir-me só. Nunca me
c) A vida é agradável e a morte é tranquila. O problema é entreguei de corpo e alma a um círculo de amigos, ao
a transição; Estado, nem à minha própria família. Pelo contrário,
d) A morte é uma vida vivida. A vida é uma morte que sempre senti nesses laços o indefinível sentimento de
chega; ser um estranho em seu desejo de solidão.”
e) A morte não é o fim. Sempre resta a briga interminável
Albert Einstein
72 pelo espólio.
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O segmento (texto 4) abaixo em que a preposição “de” e) Pedi para ele me dar uma mão na obra e ele só deu
NÃO é exigida por nenhum termo anterior é: uma mão de tinta na parede da sala.

a) “sentimentos de justiça”; 12. (FGV — 2022) A questão desta prova é elaborada a


b) “aproximar dos homens”; partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua
c) “me entreguei de corpo”; capacidade em interpretar e compreender textos,
d) “sentimento de ser um estranho”; assim como em redigir de forma correta e adequada.
e) “desejo de solidão”.
Todas as frases a seguir foram construídas de forma
8. (FGV — 2021) O célebre político e escritor italiano impessoal, à exceção de uma. Assinale-a.
Maquiavel escreveu em sua obra O Príncipe: “Por
conseguinte, um senhor prudente não pode nem deve a) Por melhor que se fale, quando se fala muito, finaliza-
cumprir a palavra dada, quando tal observância lhe -se sempre por dizer tolices.
for prejudicial e quando as razões que levaram à sua b) Hoje em dia não se sabe falar porque não se sabe escutar.
promessa deixarem de existir. E se os homens fossem c) Analisa-se o homem para que ele seja conhecido.
todos bons, tal preceito não valeria: mas como são d) Perguntar é ensinar.
pérfidos e não cumprem a palavra contigo, tu também e) Quem pensa bem se equivoca muito.
não és obrigado a cumprir a palavra com eles”.
13. (FGV — 2021) Todas as frases abaixo pertencem a diá-
O termo inicial desse segmento Por conseguinte mostra logos variados; a única frase em que está ausente a
que tudo o que está nele expresso funciona como uma: figura do interlocutor é:

a) explicação; a) Fiquem calmos, meus alunos, está bem?


b) retificação; b) O jantar está servido na hora de sempre!
c) condição; c) Para mais informações, dirijam-se todos à secretaria!
d) conclusão; d) Solicitamos aos presentes, que não fumem!
e) concessão. e) Pedimos-lhes que usem máscaras.

9. (FGV — 2022) “Houve revoltas em meados do século 14. (FGV — 2022) Em todas as frases abaixo foram reali-
XIX”; a expressão “em meados de” indica imprecisão zados deslocamentos de termos e foram acrescenta-
nos dados fornecidos. das vírgulas nas frases modificadas; a única frase em
que a vírgula está correta é:
Assinale a opção que não apresenta uma expressão
que desempenhe esse mesmo papel. a) Os críticos são gente que fracassou na literatura e na
arte / Os críticos são gente que fracassou na arte, e na
a) Havia perto de 100 artistas no festival. literatura;
b) João estava com seus cinquenta anos por essa época. b) Na arte não existe passado nem futuro / Na arte não
c) Chegou mais ou menos às sete horas. existe futuro, nem passado;
d) A temperatura atingiu vinte e seis graus negativos. c) A obra-prima é uma variedade do milagre / Uma varie-
e) Jorge tinha por aí um metro e setenta. dade do milagre, é a obra-prima;
d) O futebol é o mais popular dos esportes / Dos espor-
10. (FGV — 2022) Em todas as frases a seguir, a forma tes, o futebol é o mais popular;
0

e) Dois mais três são cinco / Três mais dois, são cinco.
-1

verbal destacada está relacionada à ação de cair.


78
.2

Assinale a opção que indica a frase em que a seleção 15. (FGV — 2021) “A história é um pesadelo do qual estou
73

do verbo está corretamente feita. tentando acordar.” Nesta frase emprega-se correta-
.8

mente a expressão “do qual” em função de ter sido


32

a) A tarde tombou de súbito e a noite se aproximou empregado o verbo “acordar”.


-4

rapidamente.
b) O palanque, pelo peso excessivo, desmoronou. Assinale a opção em que o termo sublinhado está
u
pr

c) A pedra despencou do alto do morro sobre o povoado. empregado corretamente.


u

d) Por causa das chuvas, o muro demoliu sobre o asfalto.


pr

e) Tropecei na cadeira da sala e precipitei-me no sofá. a) “A cultura histórica tem o objetivo de manter viva a
consciência de que a sociedade humana tem do pró-
prio passado.”
LÍNGUA PORTUGUESA

11. (FGV — 2022) Em todas as frases abaixo há duas ocor- b) “A história é uma galeria de quadros de onde há pou-
rências do mesmo vocábulo; assinale a frase em que cos originais e muitas cópias.”
esses vocábulos mostram diferentes significados. c) ”Compra não o que consideras oportuno, mas no que
te falta.”
a) Se eu tivesse um conselho a dar, como homem bem- d) “A maior parte das coisas de que dizemos e fazemos
-sucedido, eu diria: se quer ser bem-sucedido, pense, não é necessária.”
pense muito até doer. e) “Esses são os problemas de que devemos falar na
b) Antever sucessos é grandioso; antever insucessos, reunião.”
mais ainda.
c) Ninguém está nos negócios por diversão, mas isso 16. (FGV — 2021) “É minha opinião que não se deve dizer
não quer dizer que não há diversão nos negócios. mal de ninguém, e ainda menos da polícia. A polícia é
d) O negócio para qualquer um não é negócio para ninguém. uma instituição necessária à ordem e à vida da cida-
de.” (Machado de Assis, A Semana – 1871) 73
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Nesse texto, Machado emprega corretamente o acento a) ironizar um personagem, que se crê dono do mundo.
grave indicativo da crase; a frase abaixo em que esse b) enfatizar humoristicamente o poder do coronel.
mesmo acento está empregado de forma adequada é: c) denunciar as injustiças do sertão.
d) informar sobre o cenário político do interior.
a) Os clientes pagaram a compra à crédito; e) caracterizar um tipo único de coronel interiorano.
b) A ordem é necessária à todo grupo social;
c) Ninguém abandonou o local à correr; 20. (FGV — 2022) O segmento abaixo que exemplifica o
d) O motorista deu à documentação ao policial; tipo de texto denominado instrucional é:
e) Todos os policiais saíram à mesma hora.
a) As regras do condomínio estabelecem que os mora-
17. (FGV — 2022) “Ao entrar em um restaurante, todo dores não poderão manter animais de estimação nos
cliente espera satisfazer desejos de ordem física e apartamentos;
emocional. Os cardápios devem vir ao encontro des- b) Economize para que, nas próximas férias, possa reali-
sas necessidades.” zar aquele passeio dos seus sonhos pela Europa;
c) A cidade estava deserta em função do feriado prolon-
Assinale a afirmativa correta sobre o conteúdo da frase. gado e a Prefeitura instruiu a população para que não
visitasse os locais de grandes aglomerações;
a) Os desejos de ordem física dizem respeito à fome do d) Todos estão cientes de que a inflação parece estar de
cliente. volta, ainda que em índices menores;
b) Os desejos de ordem emocional se referem aos pre- e) Uma vez aberta a caixa, conserve-se na geladeira, sen-
ços dos pratos. do aconselhável o consumo nos 3 ou 4 dias seguintes.
c) As informações dos cardápios devem incentivar o
apetite. 9 GABARITO
d) Os clientes de restaurantes procuram comida boa e
barata.
e) Os restaurantes montam cardápios deficientes em 1 D
alguns aspectos.
2 A
18. (FGV — 2022) o texto a seguir refere-se a questão. 3 C

Um escritor americano escreveu certa vez: 4 e


“Não diga que não tem tempo suficiente. Você tem
5 C
exatamente o mesmo número de horas por dia de
que dispuseram Helen Keller, Pasteur, Michelangelo, 6 C
Madre Teresa de Calcutá, Leonardo da Vinci, Thomas
Jefferson e Albert Einstein.” 7 C

8 D
Com essa frase, o autor quer dizer que
9 D
a) o tempo é uma questão de preferência.
b) as obras artísticas não requerem muito tempo. 10 c
c) em épocas antigas, a consideração do tempo era outra.
0

11 E
-1

d) a vida, em épocas passadas, era menos exigente.


78

e) ter ou não ter tempo é uma questão de opinião. 12 C


.2
73

19. (FGV — 2022) Texto II 13 B


.8

14 D
32

“Vamos arranjar um nome inventado para a cidade: Maran-


-4

guaia. E também um nome para o coronel: Juca Brito. 15 E


u

Mas que a cidade fique na sua paisagem verdadeira,


pr

com o pequeno córrego perene fertilizando um vale 16 E


u

dentro de um mundo de léguas de caatinga, no fun- 17 A


pr

do do sertão. E o coronel fique na sua varanda, cheia


de gaiolas de passarinhos. Ali perto, enjaulados como 18 A
feras, dois imensos cães dinamarqueses. Um campo
para criação de ema. E – luxo estranho no sertão – 19 B
pavões reais. Foi o que vimos na visita rápida, quando 20 E
nosso carro entrou pelo parque da fazenda, entre jua-
zeiros e tamarineiros.
O coronel Juca Brito é dono da casa, da cidade, do
município, do sertão, do mundo.”

(O coronel, 12/05/1951)

“O coronel Juca Brito é dono da casa, da cidade, do


município, do sertão, do mundo.”

74 Com essa frase, o cronista pretende


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proposições. Isto é fundamental, pois várias questões
de prova perguntam exatamente isso – são apresen-
tadas algumas frases e você precisa identificar qual
delas não é uma proposição. Vejamos os casos em que

MATEMÁTICA E
mais aparecem:

� Perguntas: são as orações interrogativas.


RACIOCÍNIO LÓGICO Exemplo: Que horas vamos ao cinema?
Essa pergunta não pode ser classificada como ver-
dadeira ou falsa;
� Exclamações: são frases exclamativas.
Exemplo: Que lindo cabelo!
LÓGICA Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre-
sentam percepções subjetivas;
PROPOSIÇÕES � Ordens: são orações com verbo no imperativo.
Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
Proposições Lógicas Simples
Uma ordem não pode ser classificada como verda-
Vamos começar nosso estudo falando sobre o que deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,
é uma proposição lógica. Observe a frase a seguir: pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
Ex.: Paula vai à praia. sição lógica.
Para saber se temos ou não uma proposição, preci- Não são proposições – perguntas, exclamações e
samos de três requisitos fundamentais: ordens.
Temos um outro caso menos cobrado em provas,
z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos; mas que também não é proposição lógica, sendo o
z Oração declarativa: a frase precisa estar apresen- paradoxo. Para ficar mais claro, veja o exemplo a
tando uma situação, um fato; seguir:
z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa: Ex.: Esta frase é uma mentira.
ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro Quando atribuímos um valor de verdade para a
ou o valor lógico falso para a declaração. frase, então na verdade, ele mentiu, uma vez que a
própria frase já diz isso, e se atribuirmos o valor falso,
Tendo isso em vista, podemos afirmar claramen- então a frase é verdade, pois ela diz ser uma mentira
te que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição e já sabemos que isso é falso.
lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma Perceba que sempre que valoramos a frase ela nos
informação completa (temos o sujeito claro na oração) resulta um valor contrário, ou seja, estamos diante de
e podemos afirmar se é verdade ou falsa. uma frase que é contraditória em si mesma. Isso é a
Proposição Lógica é uma oração declarativa que definição de um paradoxo.
admite apenas um valor lógico: V ou F.
Ou então podemos também esquematizar o que é Proposições Compostas
uma proposição lógica assim:
Chama-se proposição toda sentença declarativa Temos proposições compostas quando há duas ou
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só mais proposições simples ligadas por meio dos conec-
0

como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta-


-1

tivos lógicos. Veja os exemplos:


mente com o sentido completo (caráter informativo).
78
.2

z Sabino corre e Marcos compra leite;


73

Verdadeira z O gato é azul ou o pato é preto;


.8

z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.


32

Sentença
Sentido
-4

Declarativa Ou Cada conectivo tem sua representação simbólica e


completo
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos:
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Falsa
u
pr

CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA


Obrigatório e Conjunção ^
ou Disjunção v
Verbo
Disjunção v
ou...ou
Exclusiva
Toda proposição pode ser representada simbolica-
se...então Condicional →
mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:
se e somente se Bicondicional ⟷
z p: Sabino é um pintor esperto;
z r: Kate é uma mulher alta. Exemplos:

Na situação temos duas proposições sendo repre- z Na linguagem natural:


sentadas pelas letras p e r.
Bom! Agora que já sabemos o que são proposi- „ O macaco bebe leite e o gato come banana;
ções lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são „ Maria é bailarina ou Juliano é atleta;
75
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„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta; Tabela de Conectivos
„ Se estudar, então vai passar;
„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
dinheiro.
e Conjunção ^ peq

z Na linguagem simbólica: ou Disjunção v p ou q


Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
„ p ^ q; exclusiva
„ p v q; Condicional
„ p v q; se...,então → Se p, então q
(implicação)
„ p → q;
„ p ⟷ q. p se e
se e Bicondicional
somente
somente se (bi-implicação)
Agora que conhecemos os conectivos lógicos, se q
vamos ver algumas camuflagens dos operadores lógi-
cos que podem aparecer na prova. Veja: z Conjunção (conectivo “e”): sua representação
simbólica é ^.
� Conectivos “e” usando “mas”:
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor; Exemplo:
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
ambos”: „ Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas gato come banana;
não ambos; „ Na linguagem simbólica: p ^ q.
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”: z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”): sua repre-
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia; sentação simbólica é v.
Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará; Exemplo:
Quem joga bola é rápido;
Todos os médicos sabem operar; „ Na linguagem natural: Maria é bailarina ou
Qualquer criança anda de bicicleta; Juliano é atleta;
Toda vez que chove, não vou à praia. „ Na linguagem simbólica: p v q.

É importante saber que na condicional a primeira z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): sua
proposição é o termo antecedente e a segunda é o representação simbólica é: v.
termo consequente.
Exemplo:
P→Q
„ Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi-
P = antecedente
do ou a raposa é lenta;
Q = consequente „ Na linguagem simbólica: p v q.
0

PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL z Condicional (conectivos “se, então”): sua repre-


-1

sentação simbólica é →.
78

É fundamental que você conheça três princípios


.2

Exemplo:
73

para deixarmos tudo alinhado com as proposições


.8

lógicas. Veja:
32

„ Na linguagem natural: Se estudar, então vai


passar;
-4

z Princípio do terceiro excluído: uma proposição


deve ser Verdadeira ou Falsa, não havendo outra „ Na linguagem simbólica: p → q.
u
pr

possibilidade. Não é possível que uma proposição


seja “quase verdadeira” ou “quase falsa”; z Bicondicional (conectivo “se e somente se”): sua
u
pr

z Princípio da não contradição: dizemos que uma representação simbólica é ⟷.


mesma proposição não pode ser, ao mesmo tempo,
verdadeira e falsa; Exemplo:
z Princípio da Identidade: cada ser é único, ou seja,
uma proposição não assume o significado de outra „ Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e
proposição lógica. somente se ele receber dinheiro;
„ Na linguagem simbólica: p⟷q.
CONECTIVOS
z Negação: uma proposição quando negada, recebe
valores lógicos opostos dos valores lógicos da pro-
Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como
posição original. O símbolo que iremos utilizar é
também podem ser chamados, servem para ligar duas
¬p ou ~p.
ou mais proposições simples e formar, assim, propo-
sições compostas.
Exemplos:
Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
Veja a tabela abaixo: „ p: O gato é amarelo;
76
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„ ~p: O gato não é amarelo; CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
„ q: Raciocínio Lógico é difícil;
„ ~q: É falso que raciocínio lógico é difícil; Estes quantificadores podem ser classificados em
„ r: Maria chegou tarde em casa ontem; dois tipos:
„ ~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em
casa ontem. z Quantificador Universal: “todo” e “nenhum”;
z Quantificador Existencial (particulares): “pelo
Dica menos um”, “existe um” e o “algum”.

A negação além da forma convencional, pode QUANTIFICADOR UNIVERSAL “TODO” (AFIRMATIVO)


ser escrita com as expressões a seguir:
É falso que ... Exemplos:
Não é verdade que... Todo A é B;
Todo homem joga bola.
Agora que já fomos apresentados aos conectivos Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera- exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja: que “Todo A é B” significa que todo elemento de A
também é elemento de B. Logo, podemos representar
z Conectivo “e” usando “mas” com o diagrama:

„ Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor; B

z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não A


ambos”

„ Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,


mas não ambos;

z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso, O conjunto A dentro do conjunto B
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Quando “Todo A é B” é verdadeira, os valores lógi-
„ Exemplos: cos das outras proposições categóricas, interpretando
os diagramas, serão os seguintes:
Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
Caso você estude, irá passar no concurso; z Nenhum A é B: é falsa;
Basta Ana comer massas, e engordará; z Algum A é B: é verdadeira;
Quem joga bola é rápido; z Algum A não é B: é falsa.
Todos os médicos sabem operar;
Qualquer criança anda de bicicleta; QUANTIFICADOR UNIVERSAL “NENHUM” (NEGATIVO)
Toda vez que chove, não vou à praia.
Exemplos:
Dica Nenhum A é B;
0
-1

Na condicional a 1° proposição é o termo ante- Nenhum homem joga bola.


78

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no


cedente e a 2° é o termo consequente.
.2

exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar


PQ
73

que “Nenhum A é B” significa que A e B não tem ele-


P = antecedente
.8

mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-


32

Q = consequente
tação com diagrama:
-4

QUANTIFICADORES E PREDICADOS
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Lógica de 1ª ordem é igual a Quantificadores Lógi- A B


u
pr

cos, então, toda vez que você vir esse tema no edi-
tal, terá que saber três coisas fundamentais sobre os
quantificadores:

z Negação; Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B


z Equivalência;
z Representação por diagramas. Quando “Nenhum A é B” é verdadeira, os valores
lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
Quantificadores Lógicos ou Proposições Categó- tando o diagrama, serão os seguintes:
ricas são elementos que especificam a extensão da
validade de um predicado sobre um conjunto de cons- z Todo A é B: é falsa;
tantes individuais, ou seja, são palavras ou expressões z Algum A é B: é falsa;
que indicam que houve quantificação. São exemplos z Algum A não é B: é verdadeira.
de quantificadores as expressões: “existe”, “algum”,
“todo”, “pelo menos um” e “nenhum”.
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QUANTIFICADOR PARTICULAR (AFIRMATIVO): “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE”

Exemplo:
Algum A é B;
Algum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
“Algum A é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto B, ou seja, há
intersecção entre os círculos A e B. Logo, podemos fazer representação com diagrama:

A B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

Veja que a representação de A e B possui intersecção. Então, quando “Algum A é B” é verdadeira, os valores lógicos
das outras proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminado.

QUANTIFICADOR PARTICULAR (NEGATIVO): “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE” + A PARTÍCULA “NÃO”

Exemplo:
Algum A não é B;
Algum homem não joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
“Algum A não é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Logo,
podemos fazer representação com diagramas:
0
-1
78

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há contato de alguns elementos de A com B
.2
73

Veja que na representação o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Então,
.8

quando “Algum A não é B” é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o
32

diagrama, serão os seguintes:


-4

z Todo A é B: é falsa;
u
pr

z Nenhum A é B: é indeterminada;
u

z Algum A não é B: é indeterminado.


pr

NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES LÓGICOS OU PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Você vai aprender de uma vez por todas como negar proposições quantificadas, ou seja, proposições que uti-
lizam expressões como “todo”, “algum” e “nenhum”. Podemos, então, dizer que negar uma proposição significa
trocar o seu valor lógico. Em outras palavras, a negação de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a
negação de uma proposição falsa é uma proposição verdadeira.
Tudo que você precisa para negar uma proposição quantificada é saber como classificá-la, então, veja alguns exemplos:

QUANTIFICADOR CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO


Todo Universal Afirmativo Todo homem joga bola
Nenhum Universal Negativo Nenhum homem joga bola
Algum Particular Afirmativo Algum homem joga bola
Algum + Não Particular Negativo Algum homem não joga bola
78
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Sabendo disso, é muito simples negar proposições quantificadas.

Universal Negação Particular

Particular Negação Universal

Verbo Negação Verbo Negativo


Afirmativo

Verbo Verbo
Negação Afirmativo
Negativo

z Se o quantificador utilizado for universal, a negação utilizará um quantificador particular;


z Se o quantificador utilizado for particular, a negação utilizará um quantificador universal;
z Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um verbo negativo;
z Se o verbo for negativo, a negação utilizará um verbo afirmativo.

Esquematizando tudo:

QUANTIFICADOR NEGAÇÃO EXEMPLO


p: Todo homem joga bola
Universal afirmativa “todo” Particular negativa “algum + não”
~p: Algum homem não joga bola
p: Nenhum homem joga bola
Universal negativa “nenhum” Particular afirmativa “algum”
~p: Algum homem joga bola
p: Algum homem joga bola
Particular afirmativa “algum” Universal negativa “nenhum”
~p: Nenhum homem joga bola
p: Algum homem não joga bola
Particular negativa “algum + não” Universal afirmativa “todo”
~p: Todo homem joga bola

Olhando para as iniciais de cada quantificador lógico particular (Pelo menos / Existe / Algum), podemos escre-
ver o lembrete abaixo para negação:

Todo Negação PEA + Não

Nenhum Negação PEA


0
-1
78
.2

EQUIVALÊNCIA LÓGICA DE QUANTIFICADORES


73
.8

z Todo
32
-4

„ “Todo A é B” é equivalente a dizer “nenhum A não é B”.


u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Vemos aqui que troca-se “todo” por “nenhum”, ou seja, a primeira sentença é mantida e nega-se a segunda.
u

Exemplo: “Todo gato pula alto” = “Nenhum gato não pula alto”.
pr

„ “Todo A é B” equivale a “Se é A, então é B”.

Exemplo: “Todo pato é amarelo”. = “Se é pato, então é amarelo”.

z Nenhum

„ “Nenhum A é B” é equivalente a dizer “Todo A não é B”.

Vemos aqui que troca-se “nenhum” por “todo”, a primeira sentença é mantida e nega-se a segunda.
Exemplo: “Nenhum macaco é branco” = “Todo macaco não é branco”.

79
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Associação (Equivalência pela Associativa)
Equivalência

z p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
Negação
AéB A Não é B A Não é B
P (P ∧ Q)
Todo Algum Nenhum P Q R Q∧R ∧ P∧Q P∧R ∧
A Não é B AéB AéB (Q ∧ R) (P ∧ R)
Negação
V V V V V V V V
Equivalência V V F F F V F F
V F V F F F V F
V F F F F F F F
F V V V F F F F
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS F V F F F F F F

EQUIVALÊNCIA LÓGICA NOTÁVEL F F V F F F F F


F F F F F F F F
Afirma-se que uma proposição P é logicamente
equivalente ou equivalente a uma proposição Q se as z p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
tabelas verdade dessas duas proposições são iguais. E
o que isso significa? Ora, duas proposições são equiva-
lentes quando elas dizem exatamente a mesma coisa; P (P ∨ Q)
quando elas têm o mesmo significado; quando uma P Q R Q∨R ∨ P∨Q P∨R ∨
pode ser substituída pela outra. Para indicar que são (Q ∨ R) (P ∨ R)
equivalentes, usaremos a seguinte notação:
V V V V V V V V
P⟺Q V V F V V V V V

Distribuição (Equivalência pela Distributiva) V F V V V V V V


V F F F V V V V
z p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
F V V V V V V V

P (P ∧ Q) F V F V V V F V
P Q R Q∨R ∧ P∧Q P∧R ∨
F F V V V F V V
(Q ∨ R) (P ∧ R)
V V V V V V V V F F F F F F F F

V V F V V V F V
Idempotência
V F V V V F V V
0

V F F F F F F F z p ⇔ (p ∧ p)
-1
78

F V V V F F F F
.2

P P P∧P
F V F V F F F F
73

V V V
.8

F F V V F F F F
32

F F F
F F F F F F F F
-4

z p ⇔ (p ∨ p)
u

z p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
pr
u

P P P∨P
pr

P (P ∨ Q)
P Q R Q∧R ∨ P∨Q P∨R ∧ V V V
(Q ∧ R) (P ∨ R) F F F
V V V V V V V V
V V F F V V V V Pela Exportação-Importação

V F V F V V V V z [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
V F F F V V V V
F V V V V V V V (P ∧ Q) P→
P Q R P∧Q Q→R
F V F F F V F F →R (Q → R)
F F V F F F V F V V V V V V V
F F F F F F F F V V F V F F F
V F V F V V V
80
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(P ∧ Q) P→ Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser
P Q R P∧Q Q→R substituído em uma prova com.”
→R (Q → R)
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é
V F F F V V V
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser
F V V F V V V substituída por ~ Q → ~ P “.
F V F F V F V Exemplo:
Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
F F V F V V V Assim, Se ele não pode correr ~Q, então ele não é
F F F F V V V um tigre ~P.

Proposições Associadas a uma Condicional (Se, EQUIVALÊNCIA CONDICIONAL


Então)
Agora vamos tratar de duas equivalências impor-
Podemos dizer que as três proposições condicio- tantes desse conectivo que tem a maior incidência
nais que contêm p e q são associadas a p → q. Veja a nas provas de concursos. A primeira delas ensina
seguir: como transformar uma proposição composta pelo
“se…então” em outra proposição composta pelo “se…
z Proposições recíprocas: p → q: q → p; então”. A outra ensina como transformar uma propo-
z Proposição contrária: p → q: ~p → ~q; sição composta pelo “se…então” em uma composta
pelo conectivo “ou” (e vice-versa). Vamos lá!
~P → ~Q →
P Q ~P ~Q P→Q Q→P Contrapositiva
~Q ~P
V V F F V V V V Para fazermos essa equivalência devemos inverter
V V F V F V V F as proposições e depois negar todas as proposições.
Inverte e nega tudo mantendo o se então
V F V F V F F V
Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A
V F V V V V V V Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos
não passa, então ele não estuda.
z Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p. Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu
o processo de construção da segunda a partir da pri-
Vale ressaltar que olhando para a tabela, a condi- meira? Você deve inverter a ordem das proposições e
cional p → q e a sua recíproca q → p ou a sua contrária negar ambas.
~p → ~q não são equivalentes.
z “se...então” vira “ou”
Implicação Material
Essa equivalência é feita negando a primeira pro-
Na lógica proposicional, temos uma regra de subs- posição, trocando o conectivo “se...então” pelo conec-
tituição que diz que é válido que uma sentença con- tivo “ou”, repetindo a segunda proposição.
dicional seja substituída por uma disjunção em que Nega ou Repete.
o antecedente é negado e essa é a Implicação Mate- Exemplo:
rial. A regra determina que P implica Q é logicamente
0
-1

equivalente a não ~P ou Q e pode substituir o outro A → B ⇔ ~A v B.


78

em provas lógicas: P → Q ⟺ ~P v Q.
.2

Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso
73

substituído em uma prova com.” não é ovíparo ou o macaco voa.


.8

Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é Observe a tabela a seguir e veja que os resultados
32

exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser são iguais, ou seja, equivalentes:
-4

substituída por «~P v Q”.


u

Exemplo: A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A V B MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.


V V F F V V V
u

Assim, ele não é um tigre ~P ou ele pode correr Q.


pr

Se for descoberto que o tigre não podia correr, V F F V F F F


escrito simbolicamente como P v ~Q, ambas as sen- F V V F V V V
tenças são falsas, mas caso contrário, elas são ambas
verdadeiras. F F V V V V V

Transposição EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL

A transposição é uma regra de substituição válida Geralmente aprendemos somente a equivalência


para “P → Q” onde é permitido trocar o antecedente básica desse conectivo (a comutação), mas precisa-
P pelo consequente Q de um enunciado condicional mos ficar atentos para os casos especiais. O conectivo
em uma prova lógica se eles estão ambos negados. É “se e somente se” tem mais duas equivalências lógicas
a inferência verdadeira de “A implica B”, a verdade quando interpretamos de maneira mais minuciosa o
do “Não-B implica não-A”, e vice-versa. É a regra que: seu significado e sua tabela verdade. A seguir veremos
esses detalhes que estão aparecendo cada vez mais
P→Q⟺~Q→~P nas provas. Então vamos lá!
81
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Comutação z Disjunção Inclusiva “ou”:

Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A „ Exemplo: A v B ⇔ B v A;
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. „ João anda de barco ou Sabrina vai à praia. ⇔
⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul. Sabrina vai à praia ou João anda de barco.

z Com o conectivo “e” e “se...então” z Disjunção Exclusiva “ou...ou”:

Para fazer essa equivalência vamos interpretar o „ Exemplo: A v B ⇔ B v A;


conectivo “se e somente se”. Na sua nomenclatura „ Ou Romeu compra uma moto ou ele vende o
temos uma bicondicional e o quê isso significa exa- carro. ⇔ Ou Romeu vende o carro ou ele com-
tamente? Significa que temos duas condicionais (se... pra uma moto.
então). E, pensando nisso, podemos dizer então que
temos uma condicional indo e uma condicional vol-
A B A⊻B B⊻A
tando; repare que a simbologia (⟷) são duas setas.
Agora vamos traduzir isso tudo com um exemplo. V V F F
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A → B) ^ (B → A) V F V V
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
⇔ Se o céu ficará azul, então hoje não vai chover e se F V V V
hoje não vai chover, então o céu ficará azul. F F F F

z Com o conectivo “ou” e “tabela verdade” „ Bicondicional “se e somente se”;


„ Exemplo: A ⟷ B ⇔ B A;
Já para entendermos essa equivalência, precisa- „ O céu ficará azul se e somente se hoje não cho-
mos lembrar dos casos na tabela verdade do conetivo ver. ⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu
“se e somente se” quando temos resultados verda- ficar azul.
deiros, ou seja, quando os valores lógicos são iguais.
Sabendo disso, podemos dizer, então, que o conectivo
“se e somente se” terá resultado verdadeiro quan- A B A⟷B B⟷A
do as proposições forem todas verdadeiras ou V V V V
quando forem todas falsas (vale lembrar que a nega- V F F F
ção de “V” será “F”). Logo, veja o exemplo de como
ficará essa equivalência: F V F F
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A ^ B) v (~A ^ ~B) F F V V
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
⇔ O céu ficará azul e hoje não vai chover ou o céu não
z Condicional “Se então”: é o único conectivo lógico
ficará azul e hoje vai chover.
que não aceita a propriedade de comutação, pois o seu
Agora observe a tabela verdade envolvendo todas
antecedente não pode ser o consequente e vice-versa.
as equivalências da Bicondicional:

A→B≠B→A
(A→B) (A ^ B)
0

A B ~A ~B A ⟷ B B⟷A ∧ V
-1

(B→A) (~A ^ ~B)


78
.2

V V F F V V V V
CONJUNTOS E SUAS OPERAÇÕES,
73

V F F V F F F F
DIAGRAMAS
.8
32

F V V F F F F F
-4

F F V V V V V V NOTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES
u
pr

Dentro da matemática, a Teoria dos Conjuntos pos-


COMUTAÇÃO
u

sui papel fundamental para o entendimento de diver-


pr

sos outros conceitos, como o de funções, estatísticas


Leis Comutativas e, em especial, o raciocínio lógico, no ensino médio.
Mas a álgebra linear e a geometria analítica, para citar
z Conjunção “e”: dois exemplos, não prescindem dos conceitos de con-
juntos. Tal teoria descreve as relações entre conjun-
„ Exemplo: A ^ B ⇔ B ^ A; tos e elementos e entre conjuntos e outros conjuntos
„ Joana é magra e Maria é baixa. ⇔ Maria é baixa diversos, e, assim como no caso das funções, a teoria
e Joana é magra. dos conjuntos dá mobilidade aos objetos matemáticos.
Na soma de vetores, por exemplo, no caso da regra
A B A^B B^A do paralelogramo, mudamos os vetores de lugar para
se encaixarem em um ângulo para o paralelogramo
V V V V
ser criado. Observe que, para que isso ocorra, um
V F F F vetor tem que ser definido com um conjunto cujos ele-
F V F F mentos podem habitar vários lugares no espaço, des-
de que mantenham o mesmo módulo (quantidade),
F F F F
82 a mesma direção e o mesmo sentido. De fato, o rigor
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matemático exige que os vetores, pelas propriedades Pode-se entender agora o porquê esses conceitos
que possuem, sejam definidos como conjuntos. Veja a são primitivos. O conceito de elemento deriva direta-
figura de soma de vetores: mente do conceito de conjunto, já a pertinência é con-
sequência direta dessa derivação. Eles são intuitivos
e relacionados entre si, não sendo possível demons-

u
trá-los matematicamente, pelo menos pelos métodos

u matemáticos conhecidos até hoje.
Agora que temos os conceitos primitivos estabele-

v →
v cidos, podemos discursar sobre as diferentes maneiras
de se representar os conjuntos na matemática, que são:

Figura 1. Dois vetores são organizados para serem somados usando


z Por extensão: os elementos são representados entre
a regra do paralelogramo. Observe que os vetores, para se unirem e
formar o ângulo do paralelogramo, são movidos, o que, na verdade, chaves e separados entre si utilizando virgulas:
representa usar um elemento do conjunto do vetor u e um do vetor v
que têm suas origens num mesmo ponto. Os elementos dos vetores V={a,e,i,o,u}
u e v que estão no paralelogramo, são elementos do vetor u e v que A={a,b,c,…,y,z}
apresentam o mesmo módulo, direção e sentido do elemento que
está fora do paralelogramo.
z Por compreensão: as características dos elementos
Voltando aos conceitos básicos, elemento e per- são descritas entre chaves:
tinência entre conjuntos são considerados conceitos
primitivos, ou seja, são aceitos sem definição e melhor V={x é vogal}
compreendidos a partir de suas funções na Teoria dos A={x é letra do alfabeto}
Conjuntos e das relações que estabelecem com outros
conceitos matemáticos. A fim de explicar melhor essas 3) Por Diagrama de Venn: os elementos são repre-
relações, vamos pensar situações cotidianas. sentados dentro de figuras geométricas.
Matematicamente, o conceito de conjunto equivale
aos conceitos de agrupamento, classe, coleção, sistema, A V
idêntico ao modo como consideramos um conjunto de
objetos no cotidiano. a a
Consideremos o conjunto das letras do alfabeto, de b
materiais em um estojo escolar, de famílias em uma c
cidade. São todos agrupamentos de símbolos, coisas e d i
pessoas, i.e., objetos que apresentam características
comuns. Dentro da notação matemática, os conjuntos e ... e
são representados por letras maiúsculas.
y o
Cada um desses membros individuais dos conjuntos
representam um elemento. Caso fosse desejável, podería- z u
mos organizá-los para os visualizarmos separadamente
e não pela característica que possuem em comum, por
exemplo, discriminando as vogais das letras do alfabeto.
A pertinência entre um conjunto e um elemento indi-
Figura 3. Conjunto A representando as letras do alfabeto e conjunto
ca se um determinado elemento faz parte de determina-
0

V representando as vogais.
-1

do conjunto ou não. Uma família não pode fazer parte


78

do conjunto de objetos em um estojo escolar, mas pode


fazer parte do conjunto de famílias em uma rua, ou de Como se pode perceber, essa foi a representação
.2

utilizada para mostrar a pertinência entre conjunto e


73

famílias que moram em uma determinada cidade.


elemento.
.8

O símbolo ∈ indica que um determinado elemento


32

pertence a um conjunto. Lê-se “a pertence a A” e escre- Observe que a ordem dos elementos não interfere na
composição dos conjuntos estudados até agora. Ainda,
-4

ve-se a ∈ A.
O símbolo ∉ indica que um elemento não pertence a observe que, mesmo no diagrama de Venn, não é neces-
u

um determinado conjunto. Observe a figura 2, abaixo, e sário discriminar todos os elementos, desde que seja pos- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr

você verá que “2 não pertence a A” — escreve-se 2 ∉ A. sível conhecer todos os elementos pelos indicados. Veja,
u
pr

que no caso das letras do alfabeto, bastam algumas ini-


A ciais e outras finais para sabermos do que se trata.
Para os casos em que conjuntos diferentes apresen-
a tam elementos em comum, podemos organizar as figuras
b
c geométricas do diagrama de Venn via uma área comum
2 na qual são representados os elementos iguais que per-
d
tençam aos conjuntos, tornando-o útil para visualizar a
e ... interação que conjuntos diversos estabelecem entre si.
Muitas vezes perguntamo-nos em que podemos
y
usar os conceitos matemáticos, ainda mais um tipo
z abstrato como os conjuntos. Em artigos científicos, por
exemplo, quando se organizam as ideias para mostrar
outros conhecimentos semelhantes, usa-se a notação
de Venn. Veja esse exemplo de um artigo publicado,
Figura 2. O conjunto A é composto apenas pelas letras do alfabeto, em inglês, em que os autores organizam os tipos de
logo o número 2 não pertence ao conjunto A artigos usados via o diagrama de Venn: 83
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PubMed ScienceDirect A
palliative palliative
Psilocybin Psilocybin
care care
11927
Depression Depression b
33657
1 9 c
75 40 138 80

8 263
5 111
36 66 y
Terminal Terminal V X
patients patients
Anxiety Anxiety
Scopus a
palliative Z
Psilocybin
care
Depression
17916
2 i
38 152

7
e
0
2
o
Terminal
patients Anxiety o

Figura 4. Observe o uso de diagramas de Venn para mostrar as


intersecções entre os números de artigos de acordo com os assun-
tos estudados num artigo científico.1

Mostrada uma aplicação importante na organi- Figura 6. Conjunto V das vogais contido no conjunto A das letras do
zação de dados, fixemos os conceitos de modo mais alfabeto.
simples. Como exemplo, consideremos uma conces-
sionária na qual temos um conjunto formado pelos A N
carros e outro formado pelas motos. Se quisermos
visualizar quantos veículos possuem a cor azul pode- a 1
mos utilizar o Diagrama de Venn para representar- b
mos uma área comum aos dois conjuntos. c 2
3
d ...
C C
e ... 100
Motos
Carros Verdes y 200
Carros
Verdes
Azuis z
...

Motos Motos
Carros azuis Pratas
0
-1

pretos Figura 7. Conjunto A das letras do alfabeto e conjunto dos números


78

naturais.
.2
73

Para mais um exemplo, consideremos o conjunto


das letras do alfabeto, divididas entre vogais e con-
.8
32

soantes. O conjunto das vogais está contido dentro


-4

Figura 5. Interseção representando os veículos azuis entre o do conjunto letras do alfabeto, logo, o conjunto das
conjunto de carros C e o conjuntos de motos M. vogais é um subconjunto das letras do alfabeto.
u

Via diagrama de Venn, os subconjuntos são repre-


pr

Um outro tipo de relação importante na teoria dos sentados dentro da área do conjunto que os contém
u
pr

conjuntos é a relação que dois conjuntos estabelecem (figura 6).


entre si, especificamente sobre os subconjuntos. Um Também há casos em que os conjuntos podem possuir
conjunto X é subconjunto de um conjunto Y se todos elementos em comum, contudo, caso ambos possuam ele-
os elementos que pertencem a X também pertencem a mentos que não pertençam a ambos, nenhum dos con-
Y. Essa relação pode ser representada por X⸦Y, lê-se juntos pode ser considerado subconjunto do outro.
“X está contido em Y”, ou por Y⸧X, lê-se “Y contém X”. É importante lembrar que subconjuntos não são
elementos do conjunto que os contém. Subconjuntos
são agrupamentos, assim como os conjuntos.
Pela definição, todo conjunto é subconjunto de si
mesmo. Para organizar de quantas maneiras podemos
agrupar as letras do alfabeto, independente da ordem,
uma das possibilidades seria o próprio conjunto das
letras do alfabeto.

1 BONIFÁCIO, M. C. A. C.; BENTO, P. B. B.; TREVISAN, K.; PEREIRA, R. C.; MAGRI, M. P. de F.; AVERSI-FERREIRA, T. A. Possible use of psilocybin in
psychiatric care, including COVID-19 sequelae. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.19259. Dis-
84 ponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19259. Acesso em: 17 out. 2022.
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TIPOS DE CONJUNTOS N

Em várias ciências e problemas cotidianos, clas-


sificar os objetos que se estuda é útil para facilitar a
busca de conceitos e relacioná-los entre si, definindo
bases para ideias mais complexas. Brasília
Esse princípio também se aplica à teoria dos con-
juntos, que pode ser classificada tanto quanto à quan-
tidade de elementos que o conjunto possui quanto
aos tipos de relações que ele estabelece com outros
conjuntos.
A primeira será apresentada a seguir, enquanto
a outra será comentada quando falarmos sobre pro-
Figura 9: Conjunto da capital do Brasil.
priedades de conjuntos.
z Conjunto universo: possui todos os elementos que
z Conjunto vazio: não possui elementos.
envolvem o problema de interesse, espaço de aná-
lise ou sistema.
„ Notação: {} ou Ø
Representação: ∪
A
Em análises estatísticas, uma população ou amos-
tra pode ser considerado o conjunto universo. No caso
da matemática, escolhemos o conjunto Universo de
acordo com os problemas a serem considerados, que
pode ser o conjunto dos números naturais (ℕ), dos
inteiros (ℤ), racionais (ℚ), reais (ℝ) ou complexos (ℂ).
Um sistema químico, como uma solução num béquer,
pode ser o conjunto Universo.
De um modo geral, considerando várias áreas do
conhecimento, a sociologia não busca responder as
mesmas questões que a física, da mesma forma que
as novas descobertas da física expandem o campo de
Figura 8. Representação de um conjunto vazio em pelo diagra- estudos dessa ciência e possibilitam novas áreas de
ma de Venn. especialização acadêmica.
Vamos usar a imaginação e “filosofar” sobre con-
juntos vazios. PROPRIEDADES
Considere um conjunto formado por números que
são diferentes de si mesmos, ou seja, em que 1 seja As propriedades dos conjuntos são consequên-
diferente de 1 (ideia de número, não o símbolo), o que cias das operações que podem ser realizadas entre
é uma impossibilidade lógica e representa uma das eles. Tais operações são diferentes interações que os
aplicações desse conceito, pois uma forma de demons- conjuntos podem estabelecer entre si, resultando em
trar que uma afirmação é falsa é demonstrar que não conjuntos cujas propriedades são decorrentes da ope-
há objetos a qual essa afirmação seja aplicável. ração realizada.
0
-1

Como todos os planetas conhecidos e visualizados


78

têm forma arredondada, é razoável concluir que um z União: a união entre dois conjuntos, X e Y, é um con-
.2

planeta com formato diferente do arredondado seja junto composto por todos os elementos que perten-
73

um conjunto vazio, como uma hipótese. cem a X ou a Y. É representado por X∪Y e lê-se “união”.
.8
32

Matematicamente: X∪Y={x|x∈X ou x∈Y}


-4

Importante!
u

O conjunto vazio é subconjunto de todo e qual- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

CUV
c v c v
quer conjunto, pois, ao não possuir elementos,
u

1 2 a a
pr

pode-se considerar que todos os seus elementos e 1 2 e


34 i o i
estão contidos dentro de qualquer conjunto. 34 o
5 u u
5
Vale destacar que a notação {Ø} é incorreta para se
referir ao conjunto vazio. Ela indica um conjunto cujo
elemento é o símbolo Ø. Figura 10. Representação em diagrama de Venn da união entre os
conjuntos C e V.
z Conjunto unitário: possui apenas 1 elemento.
Num processo de pesquisa eleitoral, por exemplo, a
S={1} obtenção das amostras tem que ser fidedigna em cada
N={Atual capital do Brasil} região ou estado. A partir disso, a união dos dados dos
conjuntos formará o conjunto Universo amostral.

85
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z Interseção: A interseção entre dois conjuntos X e Y é um conjunto composto por todos os elementos que per-
tencem a X e a Y. É representado por X∩Y e lê-se “X interseção Y”.

Matematicamente: X∩Y={x|x∈X e x∈Y}

x∩Y x
Y x Y
1 a a e
1 a
i
3 4 2 i 5 o 3 4
2
e o
e 2 5
5 u u

Figura 11. Representação da interseção entre os conjuntos X e Y.

Propriedades da União e da Interseção

Elas derivam diretamente das definições anteriores e podem ser demonstradas a partir delas, contudo não
o faremos a fim de preservar a didática e evitar que o texto se torne muito extenso e não fuja do escopo desse
material.

z Reflexiva da União
A∪A=A

A A A
1
1 1
2 2
2

3 U =
3 3

4
4 4

z Reflexiva da Interseção
A∩A=A

A A A
1
1 1
2 2
2
U
3 =
3 3
0
-1

4
78

4 4
.2
73
.8

z Inclusão e União
32
-4

A⊂(A∪B)
u
pr

De fato, um conjunto A é subconjunto da união entre esse conjunto A e outro conjunto qualquer B (figura 10).
u
pr

(A∩B)⊂A ; (A∩B)⊂B

z Inclusão e Interseção

(A∩B)⸦A ; (A∩B)⸦B
A interseção entre um conjunto A e um conjunto B é subconjunto de A e de B (figura 11).

z Associativa da União

(A∪B)∪C=A∪(B∪C)

z Associativa da Interseção

(A∩B)∩C=A∩(B∩C)
86
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z Comutativa da União

A∪B=B∪A

z Comutativa da Interseção

A∩B=B∩A

z Elemento Neutro da União

A∪Ø=A

z Elemento Neutro da Interseção

A∩U=A

z Distributiva da União

A∩(B∪C)=(A∩B)∪(A∩C)

U
A B C A BUC A B UC
1 1 1
5 5 1
7 2 7
6 6 2
U = U = 1
10 3 U 10
7 3
7 7
11 4 11
8 8 4

U U
U (A B( U(A C
A 1 B 1 A 1 C A B A C
7 7 5 1
2 6
U U = 7 =
10 3 U 10 7 1 U 7
11 4 11 8

z Distributiva da Interseção

A∪(B∩C)=(A∪B)∩(A∪C)
U
0

A C U A U (B C(
B
-1

1 A B C
10 2 5
78

U 5 U 6 = 10 10
11 3 U =
.2

7 11 5 5 11
73

4 8
.8

U
U
32

A (A U B ( (A U C (
B
-4

1 A C AUB AU C
10 5 1 5
5 2 U 10 = 11 5 2 U 10 6 = 10
U
u

6
11 U MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr

3 11 7 3 7 5 11
10
4 4 11
u

8 8
pr

Propriedades dos Subconjuntos Associados à União e à Interseção

(A⊂B)→(A∪B)=B ⇔(A∩B) = A: lê-se, se A está contido em B, então, A união com B é igual a B, equivale que,
A interseção com B é igual a A. Em termos de análise via o diagrama de Venn, temos:

87
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B B B
A A

(A⊂B)→(A∪C)⊂(B∪C): lê-se, se A está contido em B, então, A união com C está contido em B união com C.
Visualize a sentença no diagrama de Venn:

A B A C A B U C

U
U

Observe que, de fato, o conjunto final mostra que a união de A com C está contida em B união com C.
(A⊂B)→(A∩C)⊂(B∩C): a leitura dessa sentença, depois que o fizemos para a de cima, é trivial!
Veja a lógica via diagrama de Venn.

A B
A C A
U

Propriedades da Interseção

{}⊂A : é uma propriedade axiomática de que todo conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.
A⊂A : um conjunto está contido em qualquer conjunto, por definição.
(A⊂B e B⊂C)⟶A⊂C : veja a sentença expressa via diagrama de Venn:
0
-1
78
.2
73

C B C
.8

A B B
A
32
-4
u
pr
u
pr

O número de elementos de um conjunto é representado por n(A). É importante também lembrar que cada
elemento é contado apenas uma vez, caso um conjunto formado pelas letras do alfabeto possua duas letras “a”,
ambos os elementos são considerados o mesmo. Logo: n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)

z Diferença (Subtração)

É o conjunto formado por todos os elementos que pertencem a um conjunto X, porém não pertencem a um
conjunto Y.
Matematicamente: X -Y={x|x∈X e x∉Y}
Usando o diagrama de Venn, a visualização melhora o fim didático para o aprendizado.

88
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X - Y = {} z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja
X Y que são os números naturais;
— = z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}.
Veja que o zero também faz parte deste conjunto,
X-Y pois ele não é positivo nem negativo;
X Y z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero
= não faz parte;
z Números inteiros positivos = {5, 6, 7...}. Novamen-
te, o zero não faz parte.
X X
Y Y OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS

Há quatro operações básicas que podemos efetuar


com estes números. São elas: adição, subtração, multi-
z Complementar plicação e divisão.

Considerando um conjunto qualquer X, o comple- Adição


mentar desse conjunto é um conjunto X꜂ (também
u É dada pela soma de dois números. Ou seja, a adi-
escrito como C x ) que, somado a X, resulta no conjun-
to universo considerado. Ou seja, U-X=X꜂. ção de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25
Esse conceito também pode ser aplicado conside- Veja mais alguns exemplos:
rando conjuntos sem serem o universo, o que torna Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18
o conceito de complementar uma diferença entre Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
conjuntos.
Usando o diagrama de Venn, mostraremos o com- Principais propriedades da operação de adição:
plementar com o conjunto universo, veja abaixo:
z Propriedade comutativa: a ordem dos números
não altera a soma.
U U U
CX
X X Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.

= z Propriedade associativa: quando é feita a adição


de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles, pri-
meiramente, e depois somar o outro, em qualquer
ordem, que vamos obter o mesmo resultado.

Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10.

z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da


NÚMEROS INTEIROS E SUAS adição, pois qualquer número somado a zero é
OPERAÇÕES igual a ele mesmo.
0

Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55.


Os números inteiros são os números naturais e
-1
78

seus respectivos opostos (negativos). Veja:


Z = {..., -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...} z Propriedade do fechamento: a soma de dois núme-
.2

ros inteiros sempre gera outro número inteiro.


73

O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa


.8

importante é saber que todos os números naturais


Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o
32

são inteiros, mas nem todos os números inteiros são


número inteiro 10 (8 + 2 = 10).
-4

naturais. Logo, podemos representar através de dia-


gramas e afirmar que o conjunto de números naturais
u

Subtração MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

está contido no conjunto de números inteiros ou ain-


da que N é um subconjunto de Z. Observe:
u

Subtrair dois números é o mesmo que diminuir,


pr

de um deles, o valor do outro. Ou seja, subtrair 7 de 20


significa retirar 7 de 20, restando 13: 20 – 7 = 13.
Veja mais alguns exemplos:
Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11
30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20
N Principais propriedades da operação de
Z
subtração:

z Propriedade comutativa: como a ordem dos núme-


ros altera o resultado, a subtração de números não
possui a propriedade comutativa.

Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130.


Podemos destacar alguns subconjuntos de núme-
ros. Veja:
89
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z Propriedade associativa: não há essa propriedade Ex.: 9 x 5 = 45
na subtração.
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da z Propriedade distributiva: essa propriedade é
subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C)
número, este número permanecerá inalterado. = (AxB) + (AxC)

Ex.: 13 – 0 = 13. Ex.: 3x(5+7) = 3x(12) = 36


Usando a propriedade:
z Propriedade do fechamento: a subtração de dois 3x(5+7) = 3x5 + 3x7 = 15+21 = 36
números inteiros sempre gera outro número
inteiro. Divisão

Ex.: 33 – 10 = 23. Quando dividimos A por B, queremos repartir a


quantidade A em partes de mesmo valor, sendo um
Multiplicação total de B partes.
Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
A multiplicação funciona como se fosse uma repe- em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
tição de adições. Veja: mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). Algo que é muito importante e você deve lembrar
Algo que é muito importante e você deve lembrar sempre são as regras de sinais na divisão de números.
sempre são as regras de sinais na multiplicação de
números. SINAIS NA DIVISÃO

SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO Operações Resultados

Operações Resultados + + +

+ + + - - +

- - + + - -

+ - - - + -

- + -
Dica
� A divisão de números de mesmo sinal tem
Dica
resultado positivo.
� A multiplicação de números de mesmo sinal Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
tem resultado positivo. � A divisão de números de sinais diferentes tem
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99 resultado negativo.
� A multiplicação de números de sinais diferen- Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
0
-1

tes tem resultado negativo.


78

Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75 Esquematizando:


.2
73

Principais propriedades da operação de Dividendo


Divisor
.8

multiplicação:
32

30 5
-4

z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou 0 6


u

seja, a ordem não altera o resultado.


pr

Resto Quociente
u

Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.
pr

Dividendo = Divisor × Quociente + Resto


z Propriedade associativa: (A x B) x C é igual a (C x B) 30 = 5 · 6 + 0
x A, que é igual a (A x C) x B.

Ex.: (3 x 4) x 2 = 3 x (4 x 2) = (3 x 2) x 4 = 24. Principais propriedades da operação de divisão:

z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu- z Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por propriedade.
qualquer número, este número permanecerá z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
inalterado. propriedade.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
Ex.: 15 x 1 = 15. tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
por 1, o resultado será o próprio número.
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
números inteiros sempre gera um número inteiro. Ex.: 15 / 1 = 15.
90
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
uma diferença enorme dentro das operações de representar por meio de diagramas a relação entre os
números inteiros, pois a divisão não possui essa conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:
propriedade, uma vez que ao dividir números
inteiros podemos obter resultados fracionários ou
Q
decimais.

Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos


números inteiros).
Z N
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir.

1. (VUNESP — 2015) Dividindo-se um determinado


número por 18, obtém-se quociente n e resto 15. Divi-
dindo-se o mesmo número por 17, obtém-se quociente
(n + 2) e resto 1. Desse modo, é correto afirmar que n(n
+ 2) é igual a
Representação Fracionária e Decimal
a) 440.
Há 3 tipos de números no conjunto dos Números
b) 420.
Racionais:
c) 400.
d) 380.
z Frações:
e) 340.

Dividendo = 18 x n + 15 Ex.: 8 3 7 etc.


3 , 5 , 11
Dividendo = 17 x (n+2) + 1
18 x n + 15 = 17 x (n+2) + 1
z Números decimais.
18n + 15 = 17n + 34 + 1
18n – 17n = 35 – 15
Ex.: 1,75
n = 20
Logo, n.(n+2) = 20.(20+2) = 20.22 = 440. Resposta:
z Dízimas periódicas.
Letra A.
Ex.: 0,33333...
2. (FGV — 2019) O resultado da operação 2+3×4−1 é
Operações e Propriedades dos Números Racionais
a) 13.
b) 15.
c) 19. z Adição de números decimais: segue a mesma lógi-
d) 22. ca da adição comum.
e) 23.
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4
0
-1

Primeiro vamos fazer a multiplicação e depois as


78

demais operações: z Subtração de números decimais: segue a mesma


lógica da subtração comum.
.2

2 + 3 × 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
73

Resposta: Letra A
.8

Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18


32
-4

z Multiplicação de números decimais: aplicamos o


mesmo procedimento da multiplicação comum.
u

NÚMEROS RACIONAIS E SUAS MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

OPERAÇÕES
u

Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05


pr

São aqueles que podem ser escritos na forma da z Divisão de números decimais: devemos multipli-
divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja, car ambos os números (divisor e dividendo) por
escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.) de
são números inteiros. modo a retirar todas as casas decimais presentes.
Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também, Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são
divididos pelo número 1. Ex.: 5,7 ÷ 1,3
5,7 × 100 = 570
Dica 1,3 × 100 = 130
570 ÷ 130 = 4,38
Qualquer número natural é também inteiro e todo
número inteiro é também racional. Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir.

1. (FGV — 2010) Julgue as afirmativas a seguir: 91


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) 0,555... é um número racional. Note a presença dos exemplos de números irra-
cionais, √2 e π, mas também de números inteiros,
( ) CERTO  ( ) ERRADO 0, ,1 , –3 entre outros. Também podemos identificar
alguns dos números racionais presentes entre dois
Repare que o número 0,555... é uma dízima periódi- inteiros quaisquer, como 1 e 9 , por exemplo.
ca. Vimos na teoria que as dízimas periódicas são 2 4
um tipo de número RACIONAL. Resposta: Certo.
RELAÇÃO DE ORDEM
b) Todo número inteiro tem antecessor.
A relação de ordem que incide sobre o conjunto
dos números reais fornece-nos uma ferramenta para
( ) CERTO  ( ) ERRADO
podermos compará-los de forma direta quanto a sua
magnitude. Sejam a e b números reais, dizer que a é
Qualquer número inteiro é possível obter o seu ante-
maior que b (a > b) equivale a afirmar que b é menor
cessor. Basta subtrair 1 unidade. Veja: o antecessor
que a (b < a). A mesma ideia é válida para as noções
de 35 é o 34. O antecessor de 0 é -1. E o antecessor de
de maior ou igual que (≥) e menor ou igual que (≤).
-299 é o -300. Resposta: Certo.
A seguir, veja algumas propriedades principais
dessas relações, considerando w, x, y e z como núme-
2. (FCC — 2018) Os canos de PVC são classificados de
ros reais.
acordo com a medida de seu diâmetro em polegadas.
Dentre as alternativas, aquela que indica o cano de
maior diâmetro é z Se x ≤ y e w ≤ z, então ≤ y + z.

a) 1/2. Exemplo: Sendo 1 ≤ 2 e 3 e ≤ 4, teremos que 1+3 ≤


b) 1 ¼. 2+4⟺4≤6.
c) 3/4.
d) 1 ½. z Se 0 ≤ x ≤ y e 0 ≤ z ≤ w, então 0 ≤ xy ≤ yw.
e) 5/8.
Exemplo: Sendo 0 ≤ 2 ≤ 3 e 0 ≤ 4 ≤ 5, teremos que 0
Vamos deixar todos na forma decimal. Ou seja, vamos ≤ 2 4 ≤ 3 ‧ 5 ⟺ 0 ≤ 8 ≤ 15.
dividir o numerador pelo denominador da fração. Veja:
5/8 = 0,625 z Se , então .
½ = 0,5
1 ¼ = 1 + 0,25 = 1,25 Exemplo: Sendo –4 ≤ 0, teremos que – (-4) ≥ 0 ⟺
¾ = 0,75 4 ≥ 0.
1 ½ = 1 + 0,5 = 1,5
Logo, o maior diâmetro será 1 ½ polegadas, que RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
corresponde a 1,5 polegadas. Resposta: Letra D.
1. (CPCAR — 2021) A tabela de preços para refeições em
um restaurante indica quatro opções como descritas
a seguir:
NÚMEROS REAIS E SUAS OPERAÇÕES
VALOR DE
0

REPRESENTAÇÃO NA RETA REAL OPÇÃO ACORDO COM A


-1
78

OPÇÃO
Na geometria plana, as retas são consideradas
.2

entidades primitivas, ou seja, não necessitam de 1ª Self service livre (por pessoa) R$ 35,00
73

definição formal, pois são intuitivamente concebidas Self service com balança
.8

pelos seres humanos. Em geral, elas são representa- 2ª R$ 50,00


(por kg)
32

das graficamente por meio de um traço contínuo sem


-4

lacunas e sem pontos em suas extremidades. Prato feito pequeno


3ª R$ 15,00
(máximo de até 350 g)
u

O que se estipula para elas, no entanto, são as


pr

consequências de existirem, como colocam Dolce e Prato feito grande (máximo


4ª R$ 30,00
u

Pompeo (2013, p. 2): “Numa reta, bem como fora dela, de até 700 g)
pr

há infinitos pontos.”. Ora, bem assim são os números


reais, infinitos, não só positiva e negativamente, como Fonte: Iezzi e Murakami (2013).
também entre si, pois entre e 2, por exemplo, temos
o 1,5; 1,23; 1,0001; √2 = 1,412..., entre outros. Portanto, O cliente faz a escolha ao entrar no estabelecimento
podemos representá-los graficamente em uma reta à sem que possa alterá-la posteriormente e servindo-
qual daremos o nome de reta real. A seguir, acom- -se uma única vez. Naturalmente, os clientes desejam
panhe a representação básica desse elemento gráfico. escolher a opção que lhes faça pagar um menor valor
5
para uma refeição com quantidade x, em kg. Assim, é
– correto afirmar que
–3 2 –2 –1 0 1 2 3
3 11 π
–5 –1 1 9
a) se x = 0,29, então a melhor escolha é a 3ª opção.
3 4 2 2 2 4 4
– √3 – √2
3 b) a 2ª opção é a melhor escolha para todo.
c) se x > 0,7, então a 1ª opção é a melhor escolha.
Fonte: Iezzi e Murakami (2013). d) qualquer que seja x tal que 0,35 < x < 0,7, a 4ª opção é
a melhor escolha.
92
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O item “a” é incorreto, pois, considerando x = 0,29, é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar como
teremos que essa quantidade na 2ª opção equivale podemos representar um número porcentual.
ao valor de 0,29 ‧ 50 = R$ 14,50, o que é R$ 0,50 mais
barato do que a opção 3. 30% = 30 (forma de fração)
O item “b” é incorreto, pois se x = 0,30, afinal 0,30,< 100
0,35, teríamos que na opção 2 o consumidor pagaria
30
0,31 ‧ 50 = R$15,50, o que faria dela menos vantajosa 30% = = 0,3 (forma decimal)
100
do que a 3ª opção.
O item “d” é incorreto, uma vez que se x = 0,36, 30 3
por exemplo, teremos que o valor da refeição na 2ª 30% = = (forma de fração simplificada)
100 10
opção será dado por 0,36 ‧ 50 = R$ 18,00, fazendo ela
ser mais vantajosa do que a 4ª. Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
O item “c” é correto, pois se x = 0,7, então, na 2ª várias maneiras:
opção, a pessoa pagaria 0,7 ‧ 50 = R$35,00, fazendo
com que qualquer valor acima de x = 0,7 fique mais 30 3
caro do que R$ 35,00 logo, a 1ª opção seria de fato 30% = = 0,3 =
100 10
mais vantajosa para x > 0,7. Resposta: Letra C.
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
2. (CPCAR — 2019) Sobre o conjunto solução, na variá- é, transformar um número qualquer em porcentual.
vel x, x, ∈ ℜ, da equação x2 + 2 = √x2 + 2 √4x2 + 8x + 2 Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
pode-se afirmar que
25 x 100 = 2500%
a) é vazio. 0,35 x 100 = 35%
b) possui somente um elemento. 0,586 x 100 = 58,6%
c) possui dois elementos de sinais iguais.
d) possui dois elementos de siniais opostos. Número Relativo

Primeiramente, devemos realizar as seguintes pas- A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
sagens com foco maior nas radiciações, de modo a um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
simplificar a expressão: ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
x2 + 2 = √x2 + 2 √4x2 + 8x + 2 que estamos especificando. Para descobrir a quanto
x2 + 4x + a = x2 + 2√4x2 + 8x + 2 isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
x2 + 4x + 4 – x2 = 2√4x2 + 8x + 2
4x + 4 = 2 √4x2 + 8x + 2 10
2x + 2 = √4x2 + 8x + 2 10% de 1000 = 100 x 1000 = 100
(2x + 2) = 4x2 + 8x + 2
(x + 2)2 =x2 + 2√4x2 + 8x + 2 Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a
4x2 + 8x + 4 = 4x2 + 8x + 2 parte que corresponde a 10% de 1000.
4x2 + 8x + 4 = 4x2 + 8x = 2 Quando o todo varia, a porcentagem também
4=2 varia, veja um exemplo:
O que é nitidamente contraditório, uma vez que 4 Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
≠ 2. Logo, não existe nenhum valor de x capaz de
0

Sabendo que o curso que ele comprou possui um total


-1

satisfazer a equação dada. Portanto, o conjunto de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
78

solução será vazio. Resposta: Letra A. por Roberto?


.2
73

O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,


3. (CPCAR — 2017) Considere a = 1150, b = 4100 e e assina- devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
.8

le a alternativa correta.
32
-4

2 1
a) c<a<b =
8 4
u

b) c<b<a MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

c) a<b<c
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
u

d) a<c<b
pr

vamos multiplicar a fração por 100:


Como a = 4100 = (22)100 = 2200, então b = 2200, logo 2200 > 2150, 1 x 100 = 25%
ou seja, b > c. Como c = (22)75 = ((22)5)15 = (((22)5)5)3 = (250)3 4
= (23)50 =850, portanto, c = 850. Não somente, como 11 > 8,
teremos que 1150 > 850, ou seja, a > c. Por fim, como b =
Soma e Subtração de Porcentagem
(22)100 = ((22)4)25 = ((22)4)25 = (24)50 = 1650 , teremos que b =
1650. Para tanto, como 16 > 11, teremos que 1650 > 1150,
As operações de soma e subtração de porcentagem
ou seja, b > a. Assim, c < a. Resposta: Letra A.
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
PORCENTAGEM subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza.
A porcentagem é uma medida de razão com base 100. Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200
Ou seja, corresponde a uma fração cujo denominador horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a escola 93
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precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o total plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
de horas-aula do curso ao final? das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total parlamentares presentes à sessão.
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% bleia legislativa, havia
+ 15% das aulas inicialmente previstas, portanto,, o
total de horas-aula do curso será: a) 10 deputadas.
b) 14 deputadas.
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula. c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
e) 25 deputadas.
Dica
A avaliação do crescimento ou da redução per-
50 parlamentares
centual deve ser feita sempre em relação ao Deputadas = X
valor inicial da grandeza. Deputados = 50-X
Final - Inicial
Variação percentual = Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7 par-
Inicial
lamentares. Não sabemos a quantidade exata de cada
sexo. Vamos montar uma equação e achar o valor de X.
Veja mais um exemplo para podermos fixar 20% x + 10% (50-x) = 7
melhor. 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
Exemplo 2: Juliano percebeu que ainda não assis- 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
tiu a 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o 2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
número de aulas não assistidas a 180. É correto afir- 2x + 50 - x = 70
mar que, se Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o 2x - x = 70 - 50
número terá caído 20%? x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia
A variação percentual de uma grandeza corres- Legislativa.
ponde ao índice: Resposta: Letra D.
Variação percentual =

Final - Inicial 180 - 200 20


= =– = - 0,10
Inicial 200 200
PROPORCIONALIDADE DIRETA E
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar INVERSA
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está Existem dois tipos principais de proporcionalida-
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. des que aparecem frequentemente em provas de con-
cursos públicos. Veja a seguir:
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir. z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen-
to de uma grandeza implica o aumento da outra;
1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Em determinada loja, uma z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas to de uma grandeza implica a redução da outra.
0

vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$


-1

920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira Vamos esquematizar para sabermos quando será
78

antecipar o crédito correspondente ao valor da parcela, direta ou inversamente proporcionais:


.2

a lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação


73

correspondente a 5% do valor da parcela.


.8

DIRETAMENTE
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. + / + OU - / -
32

PROPORCIONAL
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
-4

ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.


u

Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas


pr

( ) CERTO  ( ) ERRADO (sinais iguais)


u
pr

Valor da bicicleta =1720,00 PROPORCIONAL + / - OU - / +


Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00) Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja (sinais diferentes)
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00 Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
(juros) e dividir por 800,00 resultado: resolver os diversos problemas:
120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
DIRETAMENTE
está errada. PROPORCIONAL
Multiplica cruzado
Resposta: Errado.
INVERSAMENTE
2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati- PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal
va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
entre homens e mulheres. Em determinada sessão
94
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Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco COMPRIMENTO
mais como isso tudo funciona.
Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construído uti- A unidade principal tomada como referência é o
lizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um muro de metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos rentes que servem para medir dimensões maiores ou
tijolos serão necessários? menores. A conversão de unidades de comprimento
Primeiro vamos montar a relação entre as gran- segue potências de 10. Veja o esquema abaixo:
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
proporcional. Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

12 m -------- 2 160 (tijolos)


30 m -------- X (tijolos) ×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10

Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)


Km hm dam m dm cm mm
e que para fazermos um muro maior vamos precisar
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais e :10 :10 :10 :10 :10 :10
vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:

12 m -------- 2.160 (tijolos) Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros:


Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
30 m -------- X (tijolos) casas até chegar em centímetro. Logo,
12 · X = 30 . 2160
12X = 64800 5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.

X = 5400 tijolos ÁREA

Assim, comprovamos que realmente são necessá- A unidade principal tomada como referência é o
rios mais tijolos. metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 diferentes que servem para medir dimensões maiores
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- ou menores. A conversão de unidades de superfície
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 segue potências de 100. Veja o esquema a seguir:
professores para corrigir as provas?
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
montar a relação e analisar: (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

5 (prof.) --------- 12 (dias)


30 (prof.) -------- X (dias) ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100

Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
aumento (+), mas como agora estamos com uma equipe
0

maior o trabalho será realizado mais rapidamente. Logo,


-1

:100 :100 :100 :100 :100 :100


78

a quantidade de dias deverá diminuir (-). Dessa forma,


as grandezas são inversamente proporcionais e vamos
.2
73

resolver multiplicando na horizontal. Observe: Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:


.8

Para sair do metro quadrado e chegar no cen-


32

5 (prof.) 12 (dias) tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000


-4

30 (prof.) X (dias) (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em


centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 =
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

30 · X = 5 · 12 53000 cm2.
u

30X = 60
pr

VOLUME
X=2
A unidade principal tomada como referência é o
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
para corrigir as provas. diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir

MEDIDAS Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3


(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Quando estudamos o sistema de medidas nos
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Todavia existem as conversões entre as unidades para
uma melhor interpretação e leitura.
95
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×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 Para transformar de uma unidade maior para a
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
1 hora = 60 minutos
h = 4 x 60 = 240 minutos
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000), 20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo, Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:
5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
Veja, agora, algumas relações interessantes e que 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
você precisa ter em mente para resolver a diversas
questões. Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE (hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg) 1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3) dia.

1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3) 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.


1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm ) 2

1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)

MASSA ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES


ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS,
As unidades a seguir são as mais utilizadas quando
LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja
quais são: FICTÍCIOS

z Tonelada (t); Neste tipo de conteúdo, intitulado Estrutura lógi-


z Quilograma (kg); ca de relações arbitrárias, você notará a presença
z Grama (g); de situações diversas do mundo real, nas quais, a par-
z Miligrama (mg). tir de um conjunto de hipóteses, ou seja, informações
previamente conhecidas, será requisitada uma infor-
mação implícita ao problema.
0

Vamos tomar como base as relações a seguir para


-1

converter uma unidade em outra. Observe: Os enunciados irão fornecer o mínimo possível de
78

afirmações sobre os objetos de estudo, sejam frases de


.2

z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); negação, do tipo: “Maria não é a mais nova”, ou, ain-
73

z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); da, afirmações, como “João é o mais velho.” Você per-
.8

z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). ceberá, também, que frases de afirmação te dão mais
32

conclusões do que frases negativas, uma vez que, no


-4

Observe o exemplo a seguir de uma conversão: primeiro tipo, as relações são mutuamente excluden-
tes, ou seja, em um mesmo problema, se João é o mais
u
pr

velho, então ele não é o mais novo e não há nenhuma


Vamos transformar 3,5 kg em gramas.
u

outra pessoa mais velha do que ele.


Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo:
pr

Como, muitas vezes, os enunciados trazem uma


gama de informações, recomenda-se o uso de uma
1 kg — 1000 g
tabela simples que deve ser preenchida de acordo com
3,5 Kg — x as interpretações do problema. Cabe ressaltar, ainda,
que a tabela não será completamente preenchida logo
x = 3,5 × 1000
no primeiro momento, no qual o uso da interpretação
x = 3500 g será necessário para finalização dos exercícios.
Acompanhe os exemplos a seguir e perceba a cons-
trução da tabela com os indivíduos do problema e
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3500 g.
suas possíveis características.
TEMPO
1. (CONSULPLAN — 2021) Adriana, Bruna e Cléo são pro-
fessoras em uma escola pública e lecionam as disci-
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
plinas de português, matemática e ciências, mas não
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
necessariamente nessa ordem. Verificando a idade
se faz a relação nessa unidade.
96 das três, a professora de português, que é prima de
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Bruna, é a mais nova. Além disso, considere que a professora de ciências é mais nova do que Cléo. Nesse contexto, é
necessariamente correto afirmar que:

a) Cléo é professora de português.


b) Bruna é a professora mais velha.
c) Adriana é professora de português.
d) Cléo não é professora de matemática.

Primeiramente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema:
1º: Foi dito que a professora de português é prima de Bruna e é a mais nova dentre as três, logo, podemos marcar
com um “x” as lacunas que relacionam Bruna com as características de professora de português e ser a mais
nova, já que não são características dela, mas sim de sua prima.
2º: Como o problema diz que a professora de ciências é mais nova do que Cléo, sabemos então que Cléo também
não é professora de ciências e não é a mais nova. Isso nos leva ao fato de que se nem Bruna e nem Cléo são as
mais novas, então Adriana que é.
3º: Portanto, como a professora mais nova é também professora de português, temos que Adriana é a professora
de português.
4º: Com isso, já podemos completar os espaços da tabela e analisar as alternativas da questão. Note que as lacu-
nas em destaque são frutos das interpretações apresentadas nos passos anteriores.

MAIS NOVA DO MEIO MAIS VELHA PORTUGUÊS MATEMÁTICA CIÊNCIAS

ADRIANA V X X V X X

BRUNA X V X X X V

CLÉO X X V X V X

“Cléo é professora de português.”: Não é uma afirmação correta, pois ela é de matemática.
“Bruna é a professora mais velha.”: Não é uma afirmação correta, pois Bruna é a do meio.
“Adriana é professora de português.”: É uma afirmação correta, como vimos na tabela.
“Cléo não é professora de matemática.”: Não é uma afirmação correta como vimos na tabela. Resposta: Letra D.

2. (FUNRIO — 2012) Os carros X, Y e Z possuem 100, 110 e 150 cavalos de potência, não necessariamente nessa ordem.
Sabe-se que um deles é de fabricação nacional e que os outros dois são importados, sendo um de fabricação alemã
e o outro de fabricação japonesa. Porém não se sabe qual a correta associação entre carros e países de fabricação.
No entanto, sabe-se que: o carro X possui 100 cavalos de potência; o carro que possui 150 cavalos de potência é de
fabricação alemã; o carro que possui 110 cavalos de potência não é nacional; e que o carro Y não é de fabricação
japonesa.

Qual o país de fabricação e a potência do carro Y?


0

a) Alemanha e 150 cavalos.


-1

b) Alemanha e 110 cavalos.


78

c) Japão e 100 cavalos.


.2

d) Japão e 110 cavalos.


73

e) Brasil e 100 cavalos.


.8
32
-4

Primeiramente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema. Note que as
marcações nas lacunas em destaque se referem às informações retiradas a partir do enunciado.
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

1º: Se o carro de 150 cavalos é alemão e o de 110 não é nacional, então o de 110 cavalos só pode ser japonês.
2º: Se o carro Y não é japonês e o carro X tem 100 cavalos, então o alemão de 150 cavalos será o carro Y.
u
pr

100 110 150 BRASIL ALEMANHA JAPÃO

X V X X V X X

Y X X V X V X

Z X V X X X V

Portanto, o carro Y é de fabricação alemã e tem 150 cavalos. Resposta: Letra A.

3. (FUNRIO — 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e 40 anos de idade, não necessariamente nessa ordem. Eles são
engenheiro, médico e psicólogo, porém não se sabe a correta associação entre nomes e profissão. Sabe-se, porém,
que André não tem 40 anos de idade nem é engenheiro, que Paulo possui 35 anos de idade, que Raul não é médico, e
que o médico não possui 30 anos de idade.
97
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Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul são:

a) psicólogo, engenheiro e médico.


b) psicólogo, médico e engenheiro.
c) médico, psicólogo e engenheiro.
d) médico engenheiro e psicólogo.
e) engenheiro médico e psicólogo.

Novamente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do problema. Perceba
que as marcações nas lacunas em destaque se referem às informações retiradas a partir do enunciado.
1º: Se André não tem 40 anos de idade e Paulo possui 35, então sobra apenas a idade de 30 anos para André.
2º: Se André não é engenheiro e o médico não tem 30 anos, então sobra apenas a profissão de psicólogo para
André.
3º: Se Raul não é médico e André é psicólogo, então Raul é engenheiro, portanto, Paulo é médico.

30 35 40 ENGENHEIRO MÉDICO PSICÓLOGO

ANDRÉ V X X X X V

RAUL X X V V X X

PAULO X V X X V X

Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul é psicólogo, médico e engenheiro. Resposta: Letra B.

DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO


DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES
ESTRUTURA LÓGICA

A Negação com o Conectivo “Não”

Representação simbólica: (~p) ou (¬p).


Sabemos que o valor lógico de p e ~p são opostos, isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa, e
vice-versa. Exemplo:
p: Matemática é difícil.
(~p) ou (¬p): Matemática não é difícil.
0
-1
78

Outras maneiras que podemos usar para negar uma proposição e que vem aparecendo muito nas provas de
.2

concursos são:
73
.8

z Não é verdade que matemática é difícil;


32

z É falso que matemática é difícil.


-4
u

Conjunção (Conectivo E)
pr
u

Representação simbólica: ^
pr

Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ O macaco bebe leite e o gato come banana.

z Na linguagem simbólica:

„ p ^ q.

Disjunção Inclusiva (Conectivo Ou)

Representação simbólica: v
Exemplos:
98
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z Na linguagem natural: Agora, vamos estudar a representação de cada um
dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.
„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta.
Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)
z Na linguagem simbólica:
Exemplos:
„ p v q.
z Todo A é B;
Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou) z Todo homem joga bola.

Representação simbólica: ⊻ Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no


Exemplos: exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
Todo A é B significa que todo elemento de A também é ele-
z Na linguagem natural: mento de B. Logo, podemos representar com o diagrama:

B
„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
A
z Na linguagem simbólica:

„ p ⊻ q.

Condicional (Conectivo Se e Então)


O conjunto A dentro do conjunto B
Representação simbólica: →
Exemplo:
Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógi-
cos das outras proposições categóricas, interpretando
z Na linguagem natural:
os diagramas, serão os seguintes:
„ Se estudar, então vai passar.
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A é B: é verdadeira;
z Na linguagem simbólica:
z Algum A não é B: é falsa.
„ p → q.
Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo)
Bicondicional (Conectivo “Se e Somente Se”)
Exemplos:
Representação simbólica:
z Nenhum A é B;
Exemplo:
z Nenhum homem joga bola.
z Na linguagem natural:
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
0

„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber


-1

que Nenhum A é B significa que A e B não tem ele-


dinheiro.
78

mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-


.2

tação com diagrama:


z Na linguagem simbólica:
73
.8
32

„ p ⟷ q. A B
-4

DIAGRAMAS LÓGICOS
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos


u
pr

Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas,


Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
que são elementos que especificam a extensão da vali-
dade de um predicado sobre um conjunto de constan-
tes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores
que indicam que houve quantificação. São exemplos lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
de quantificadores as expressões: existe, algum, todo, tando o diagrama, serão os seguintes:
pelo menos um, nenhum.
Esses quantificadores podem ser classificados em z Todo A é B: é falsa;
dois tipos: z Algum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é verdadeira.
z Quantificador Universal;
z Quantificador Existencial (particulares).

Nos quantificadores universais temos todo e


nenhum, já nos particulares temos pelo menos um,
existe um e o algum.
99
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Quantificador Particular (Afirmativo): Algum / Pelo SILOGISMOS
Menos um / Existe
O silogismo vem da Teoria Aristotélica dentro
Exemplos: do raciocínio dedutivo e geralmente é formado por
três proposições, em que de duas delas, que funcio-
z Algum A é B; nam como premissas ou antecedente, extrai-se outra
z Algum homem joga bola. proposição que é a sua conclusão ou consequente.
Além disso, podemos dizer que é um tipo especial de
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no argumento.
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo Estrutura do Silogismo Categórico
menos um elemento em comum com o conjunto B, ou
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode- z Premissa maior: geralmente é a primeira. Con-
mos fazer representações com diagramas: têm o termo maior (T), que é sempre o predicado
da conclusão e diz-nos qual é a premissa maior, da
A B qual faz parte;
z Premissa menor: geralmente é a segunda. Con-
têm o termo menor (t), que é sempre o sujeito da
conclusão e indica-nos qual é a premissa menor.
z Conclusão: identificamos por não conter o termo
médio (M);
z Termo médio: estabelece a ligação entre o termo
maior e termo menor. Aparece nas duas premis-
sas, mas nunca aparece na conclusão.
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

Veja os exemplos a seguir:


Veja que as representações de A e B possuem inter-
Exemplo 1:
secção. Então, quando Algum A é B é verdadeira, os
valores lógicos das outras proposições categóricas,
z Todos os mamíferos são animais;
interpretando o diagrama, serão os seguintes: z Os cães são mamíferos;
z Logo, os cães são animais.
z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa; „ Termo maior: animais;
z Algum A não é B: é indeterminado. „ Termo menor: cães;
„ Termo médio: mamíferos.
Quantificador Particular (negativo): Algum / Pelo
Menos um / Existe + a partícula Não Exemplo 2:

Exemplos: z Todos os homens são mortais;


z Sócrates é homem;
z Algum A não é B; z Logo, Sócrates é mortal.
z Algum homem não joga bola.
„ Termo maior: mortais;
0
-1

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no „ Termo menor: Sócrates;


78

exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar „ Termo médio: homem.


.2

que Algum A não é B significa que o conjunto A tem


73

pelo menos um elemento que não pertence ao con- REGRAS DO SILOGISMO CATEGÓRICO
.8

junto B. Logo, podemos fazer três representações com


32

diagramas: Regras Relativas aos Termos


-4

z 1ª Regra: o silogismo tem três termos: o maior, o


u
pr

menor e o médio. Exemplos:


u
pr

„ As margaridas são flores;


„ Algumas mulheres são Margaridas;
„ Logo, algumas mulheres são flores.

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há Veja que margaridas e Margaridas são termos
contato de alguns elementos de A com B equívocos. Não respeitamos esta regra, porque esse
silogismo tem 4 termos. O termo margaridas está
Veja que em todas as representações o conjunto empregado em 2 sentidos, valendo por 2 termos;
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Então, quando Algum A não é B é verda- z 2ª Regra: se um termo está distribuído na con-
deira, os valores lógicos das outras proposições cate- clusão, tem de estar distribuído nas premissas.
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes: Exemplos:

z Todo A é B: é falsa; „ Os espanhóis são inteligentes. (Predicado não


z Nenhum A é B: é indeterminada; distribuído);
100 z Algum A não é B: é indeterminado. „ Os portugueses não são espanhóis;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Logo, os portugueses não são inteligentes.

Menor extensão na conclusão do que nas premissas;

z 3ª Regra: o termo médio nunca pode estar na conclusão. Exemplos:

„ Toda planta é ser vivo;


„ Todo animal é ser vivo;
„ Todo ser vivo é animal ou planta.

z 4ª Regra: o termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez. Exemplos:

„ Alguns (não distribuído) homens são ricos;


„ Alguns (não distribuído) homens são artistas;
„ Alguns artistas são ricos.

Regras Relativas às Proposições

z 5ª Regra: de duas premissas negativas nada se pode concluir. Exemplos:

„ Nenhum palhaço é chinês;


„ Nenhum chinês é holandês;
„ Logo, (não se pode concluir).

Não se pode concluir se existe ou não alguma relação entre os termos “holandês” e “palhaço”, uma vez que não
existe nenhuma relação entre estes e o termo médio (que é o único que nos permite relacioná-los);

z 6ª Regra: de duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa. Exemplos:

„ Todos os mortais são desconfiados;


„ Alguns seres são mortais;
„ Alguns seres não são desconfiados;

z 7ª Regra: a conclusão segue sempre a parte mais fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa for negativa,
a conclusão tem de ser negativa, se uma premissa for particular, a conclusão tem de ser particular. Exemplos:

„ Todos os homens são felizes;


„ Alguns homens são espertos;
„ Todos os espertos são felizes. (A conclusão nunca pode ser geral;

z 8ª Regra: de duas premissas particulares, nada se pode concluir. Exemplos:


0

„ Alguns italianos não são vencedores;


-1

„ Alguns italianos são pobres;


78

„ Logo, (nada se pode concluir).


.2
73

Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, para que possa existir ligação entre o termo médio e os outros
.8

termos e ser possível extrair uma conclusão.


32

Esquematizando!
-4
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

REGRAS
u

PREMISSAS TERMOS
pr

z Todo silogismo contém somente três termos: maior,


z De duas premissas negativas, nada se conclui
médio e menor
z De duas premissas afirmativas não pode haver conclu-
z Os termos da conclusão não podem ter extensão maior
são negativa
que os termos das premissas
z A conclusão segue sempre a premissa mais fraca
z O termo médio não pode entrar na conclusão
z De duas premissas particulares, nada se conclui
z O termo médio deve ser universal ao menos uma vez

VERDADES E MENTIRAS

Estamos diante de um assunto bem interessante, pois em Verdades e Mentiras você será apresentado a um
caso onde várias pessoas afirmam certas situações e entre elas existe aquela que diz algo verdadeiro, mas tam-
bém há aquela que só mente. Então, o seu dever é entender o que o enunciado está querendo e achar quem são
os mentirosos e verdadeiros.
Em algumas questões, você terá que fazer um teste lógico e depois avaliar cada afirmação que está disposta no
enunciado. Caso não aconteça divergência entre as informações, sua suposição estará correta e você conseguirá 101
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achar quem está falando a verdade ou mentindo. c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha.
Agora, se houver divergência, você terá que fazer uma d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha.
nova suposição. Esse tema não tem teoria como já e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha.
vimos em alguns pontos do Raciocínio Lógico, então,
vamos aprender como resolver esse tipo de questão Vamos analisar:
praticando bastante. � Ângela: Eu sou a mais velha;
� Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais
1. (FCC — 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três jovem;
irmãos gêmeos, estavam brincando na casa de seu � Carol: Eu não sou a mais jovem;
tio quando um deles quebrou seu vaso de estimação. � Denise: Eu sou a mais jovem.
Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a cada um deles Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois
quem havia quebrado o vaso. Leia as respostas de se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem e
automaticamente a Denise estará mentindo também.
cada um.
E se a Denise estiver mentindo e não for a mais jovem,
teremos um cenário em que todas as meninas afirmam,
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!”
de uma forma ou de outra, que não são as mais jovens,
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
e pelo menos uma delas tem que ser a mais jovem.
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!”
Como o enunciado diz que apenas uma delas está men-
tindo, podemos pensar que se Bruna estivesse mentin-
Sabendo que somente um dos três falou a verdade,
do, ela seria a mais velha e a mais jovem ao mesmo
conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que
tempo, o que é logicamente impossível em um grupo
disse a verdade são, respectivamente, de 4 meninas.
Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a
a) Huguinho e Luizinho. Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais
b) Huguinho e Zezinho. jovem.
c) Zezinho e Huguinho. Resposta: Letra D.
d) Luizinho e Zezinho.
e) Luizinho e Huguinho. 3. (VUNESP — 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e
Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de
Para esse tipo de questão devemos buscar as infor- uma pessoa. Na delegacia:
mações contraditórias, pois numa contradição
haverá uma “verdade e mentira”. z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor- z Rogério disse que tinha sido Paulo;
mações contraditórias: z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor;
Veja que as afirmações de Zezinho e Luizinho se z Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
contradizem.
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” Sabe-se que um e apenas um deles mentiu. Sendo
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” assim, a pessoa que furtou a bicicleta foi
Não podemos afirmar quem disse a verdade ou
quem mentiu ainda, mas já sabemos que quem que- a) Lucas.
brou o vaso foi Huguinho (sobrou apenas mentira b) Sandro.
0

para quem não está na contradição). c) Rogério.


-1

Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” – mentiu, logo


78

d) Vitor.
ele quebrou o vaso. e) Paulo.
.2

Eliminamos as letras C, D e E.
73

Agora, perceba que não tem como o Zezinho está


.8

As frases de Paulo e Sandro são contraditórias. Veja:


32

falando a verdade, pois já sabemos que foi Huguinho Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
-4

quem quebrou o caso. Logo, Zezinho está mentindo e Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
Luizinho falando a verdade. Se um estiver falando a verdade, outro está mentindo.
u
pr

Resposta: Letra A. Como, ao todo, temos apenas uma mentira, então as


demais frases são verdadeiras. Assim, analisando as
u
pr

2. (IF-PA — 2019) Ângela, Bruna, Carol e Denise são afirmações, percebemos que a frase de Rogério (que é
quatro amigas com diferentes idades. Quando se per- 100% verdade) deixa claro que o culpado foi Paulo.
guntou qual delas era a mais jovem, elas deram as Resposta: Letra E.
seguintes respostas:
ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
z Ângela: Eu sou a mais velha; CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO
z Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem;
z Carol: Eu não sou a mais jovem; Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, esta-
� Denise: Eu sou a mais jovem. remos interessados em verificar se eles são válidos ou
inválidos. Então, passemos a seguir a entender o que sig-
Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a nifica um argumento válido e um argumento inválido.
verdade, a mais jovem e a mais velha, respectivamen-
te, são: Argumentos Válidos

a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha. Também podem ser chamados de argumentos
102 b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha. bem-construído ou legítimo.
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Para que o argumento seja válido, não basta que a (V) (F)
conclusão seja verdadeira, é preciso que as premissas e Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F)
a conclusão estejam relacionadas corretamente, ou seja, Fez sol. (V)
quando a conclusão é uma consequência necessária Logo, vou à praia. (F)
das premissas, dizemos que o argumento é válido.
Vamos analisar o exemplo: Percebe-se, então, que não está de acordo com a
nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso
z p1: Todo padre é homem; argumento é válido.
z p2: José é padre;
z c: José é homem. ARGUMENTOS INVÁLIDOS

Quando temos argumentos utilizando os quantifica- Também podem ser chamados de argumentos mal
dores lógicos, representamos por meio dos diagramas construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos.
lógicos para saber a validade de um argumento. Veja que Dizemos que um argumento é inválido quando a
temos uma proposição do tipo Todo A é B, logo: verdade das premissas não é suficiente para garantir
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo:
Homem p1: Todas as crianças gostam de chocolate;
p2: Patrícia não é criança;
c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Padre Como já estudamos sobre esse tipo de estrutura
de argumentos utilizando os quantificadores lógicos,
vamos representar por meio dos diagramas lógicos
para saber a validade de um argumento. Veja que
José temos uma proposição do tipo “Todo A é B”, logo:

Gostam de chocolate

Perceba que a premissa 2 afirma que José é padre,


ou seja, José tem que estar dentro do conjunto dos Crianças
padres. Sendo assim, como não há possibilidade de
um padre não ser homem, podemos afirmar que José
também é homem, como afirma nossa conclusão.
Patrícia
Logo, o argumento é válido.
Vamos analisar agora um argumento usando
conectivos lógicos. Quando temos essa estrutura,
devemos usa o seguinte lembrete:

z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as Gostam de chocolate


premissas são verdadeiras;
z Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do
conectivo envolvido no argumento;
0
-1

z Se der erro (não ficar de acordo com o padrão de Crianças


78

valoração que afirmamos) dizemos que o argu-


.2

mento é válido.
73

Patrícia
.8

Veja na prática:
32
-4

Se fizer sol, então vou à praia. (V) Não gostam de chocolate


Fez sol. (V)
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

Logo, vou à praia. (F)


u
pr

Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada Quando a premissa 2 afirma que Patrícia não é
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso criança, temos duas interpretações:
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é
falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos z Patrícia pode não ser criança e gostar de chocolate;
valores lógicos para proposição composta pelo conec- z Ela pode não ser criança e não gostar de chocolate.
tivo “se..., então” na primeira premissa. Assim, Sendo assim, não há possibilidade de afirmar com
100% de certeza que Patrícia não gosta de chocola-
(V) (F) te, como consta na conclusão. Logo, o argumento é
Se fizer sol, então vou à praia. (V) inválido.
Fez sol. (V)
Logo, vou à praia. (F) Para um argumento usando conectivos lógicos,
devemos usar o mesmo que já vimos para argumentos
Como podemos notar, quando temos a combina- válidos, só muda um detalhe. Veja:
ção lógica verdade no antecedente e falso no conse-
quente (V  F) para o conectivo “se...,então”, o nosso z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
resultado só poderá ser falso. premissas são verdadeiras; 103
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z Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do Números de Linhas de Tabela Verdade
conectivo envolvido no argumento;
z Se não der erro (ficar de acordo com o padrão de Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
valoração que afirmamos) dizemos que o argu- las verdade para proposições compostas.
mento é inválido.
z 1º passo: contar a quantidade de proposições
Veja na prática: envolvidas no enunciado.
Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine-
ma. (V) Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F) z 2º passo: calcular a quantidade de linhas da tabela
usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada de proposições).
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso lem-
brete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cinema é fal- Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
so e o tempo ficar nublado é verdadeiro. Distribuímos
os valores lógicos para proposição composta pelo conec-
tivo “se...então” na primeira premissa, de acordo com P Q PVQ
cada proposição. Perceba que a proposição não vou ao
cinema está negando o que está sendo dito na conclusão,
ou seja, mudamos o valor lógico dela. Assim,

(V) (V)
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F)
z 3º passo: dispor os valores “V” e “F” na primeira
coluna fazendo o agrupamento pela metade do
Tudo que não estiver no padrão de combinação lógi-
ca - verdade no antecedente e falso no consequente número de linhas da tabela.
(V  F) para o conectivo “se...,então” – será verdadeiro.
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
(V) (V) primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V) P Q PVQ
Logo, vou ao cinema. (F)
V
Percebe-se, então, que o argumento está de acordo V
com a nossa valoração inicial, ou seja, não deu erro. F
Logo, nosso argumento é inválido.
Sabendo disso, guarde o esquema abaixo. F

Deu Erro Argumento Válido z 4º passo: preencher as demais colunas com agru-
0

pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela


-1

metade do agrupamento anterior.


78

Não Deu Argumento


.2

Erro Inválido Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima


73

será de 1 em 1).
.8
32
-4

P Q PVQ
u

V V
COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA
pr

DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS V F


u
pr

FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO F V

VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, F F

RACIOCÍNIO SEQUENCIAL,
RECONHECIMENTO DE PADRÕES, Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa-
mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, binamos os valores lógicos usando os conectivos lógicos.
FORMAÇÃO DE CONCEITOS, Número de linhas da tabela verdade:
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS 2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren-
der todas as combinações lógicas possíveis para cada
TABELA VERDADE
conectivo lógico.
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos
apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma
proposição.
104
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Negação (~P)
P Q PQ
Uma proposição, quando negada, recebe valores V F F
lógicos opostos ao da proposição original. O símbolo F V F
que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.
F F V

P ~P Conectivo Condicional “Se...,Então” (→)


V F
Especialmente nesse caso, vamos aprender quan-
F V
do teremos o resultado falso, pois o conectivo con-
dicional só tem uma possibilidade de tal ocorrência
Dupla Negação ~(~P) Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico
do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
A dupla negação nada mais é do que a própria pro-
posição. Isto é, ~(~P) = P
P Q P→Q

P ~P ~(~P) V V V

V F V V F F

F V F F V V
F F V
Conectivo Conjunção “E” (^)
Condicional falsa: Vai Ficar Falsa
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros. VF=F

P Q P^Q TAUTOLOGIA
V V V
É uma proposição cujo valor lógico é sempre
V F F verdadeiro.
F V F Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautologia,
pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela
F F F
verdade.
Conectivo Disjunção “Ou” (v)
P ~P P V ~P
Teremos resposta verdadeira quando, pelo menos, V F V
um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.
F V V

P Q PVQ Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma


V V V tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só
0
-1

V F V possui V.
78

F V V
.2

F F F (PQ) (P^Q)→(PQ)
73

P Q (P^Q)
.8

V V V V V
Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou...ou” ( v )
32

V F F F V
-4

Teremos resposta verdadeira quando os valores F V F F V


u

lógicos envolvidos forem diferentes. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

F F F V V
u
pr

P Q PVQ CONTRADIÇÃO
V V F
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
V F V Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição, pois
F V V o seu valor lógico é sempre F, conforme a tabela verdade.
F F F
P ~P P ^ (~P)
Conectivo Bicondicional “Se e Somente Se” () V F F

Teremos resposta verdadeira quando os valores F V F


lógicos envolvidos forem iguais.
CONTINGÊNCIA

P Q PQ Sempre que uma proposição composta recebe valo-


V V V res lógicos falsos e verdadeiros, independentemente
105
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dos valores lógicos das proposições simples compo- VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
nentes, dizemos que a proposição em questão é uma 1,54m 17
contingência. Ou seja, é quando a tabela verdade 1,57m 4
apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verdadei-
1,60m 2
ros e alguns falsos.
1,63m 10
Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma
contingência, conforme a tabela verdade. 1,67m 5
1,75m 13
1,81m 15
P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)
1,89m 2
V V F F F
V F V V V Quando isso acontece, é importante resumir os
dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
F V F V V
ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
F F F V V intervalos que chamaremos de “classes”.

z Tautologia: uma proposição que é sempre verdadeira;


CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)
z Contradição: uma proposição que é sempre falsa;
z Contingência: uma proposição que pode assumir 1,50 | - 1,60 33
valores lógicos V e F, conforme o caso. 1,60 | - 1,70 17
1,70 | - 1,80 13
1,80 | - 1,90 17
COMPREENSÃO DE DADOS
O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
APRESENTADOS EM GRÁFICOS E ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
TABELAS | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
TABELAS se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
contabilizadas.
Para descrever um conjunto de dados, um recurso Veja novamente a última tabela, agora com a colu-
muito utilizado são tabelas, como essa a seguir, refe- na de frequências absolutas acumuladas à direita:
rente à observação da variável “Sexo dos moradores
de São Paulo”:
FREQUÊNCIAS AB-
FREQUÊNCIAS
CLASSE SOLUTAS ACUMU-
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi) (FI)
LADAS (FCA)
Masculino 34 1,50 | - 1,60 33 33
Feminino 26
1,60 | - 1,70 17 50
Observe que na coluna da esquerda colocamos as 1,70 | - 1,80 13 63
categorias de valores que a variável pode assumir, ou
1,80 | - 1,90 17 80
0

seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-


-1

camos o número de Frequências, isto é, o número de


78

observações (ou repetições) relativas a cada um dos A coluna da direita exprime o número de indiví-
.2

valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
73

60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres. Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
.8

Estes são os valores de frequências absolutas. Pode- mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
32

mos, ainda, representar as frequências relativas (per- daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
-4

centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
60 são 43,33%. Portanto, teríamos: classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
u
pr

soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior


u

da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem


VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS
pr

altura inferior a 1,80m.


RELATIVAS (Fri)
Masculino 56,67% GRÁFICOS ESTATÍSTICOS
Feminino 43,33%
Uma outra maneira muito utilizada para a Estatís-
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n, tica Descritiva são os gráficos. Vejamos abaixo alguns
onde Fi é o número de frequências de determinado tipos.
valor da variável, e n é o número total de observações.
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável Colunas ou Barras Justapostas
pode assumir um grande número de valores distintos.
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos-
moradores de Campinas”: tas para dados agrupados por valor ou por atributo.
Vamos supor que estamos interessados nas idades de
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi) alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
1,51m 12 respectivas frequências.
106
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Idade × Frequência Evolução anual no número de alunos do sétimo ao nono ano
35
Frequência Absoluta Simples 25
30

20 25
20
15 15
10
10
5
5 0
2017 2018 2019 2020

0 Sétimo ano Oitavo ano Nono ano


20 23 27 30 33
HISTOGRAMA
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber
a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida- É muito utilizado na representação gráfica de
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar dados agrupados em classes (distribuição de fre-
em usar um gráfico de barras justapostas. Veja: quências). Imagine que realizamos uma pesquisa
sobre os salários dos funcionários de uma empresa
Cidade Natal × Frequência
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
frequências.
Salvador

SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
Florianópolis MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
Rio de Janeiro
15 – 20 17
20 – 25 13
São Paulo
25 - 30 7
0 2 4 6 8 10 12 14

Esses dados podem ser resumidos com um histo-


Gráfico de Setores (ou de Pizza)
grama, como mostra o gráfico a seguir.
Este gráfico tem a vantagem de mostrar rapida- Salários dos Funcionários da Empresa de Cosméticos x Em
mente a relação com o total de observações. Vamos milhares de reais
supor que analisamos as notas trimestrais de alguns 18
alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico 16
de pizza.
14
12
Média de Notas Escolares Trimestrais
10
0
-1

8
78

6
.2

4
73

2
.8

0
32

(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30)


-4
u

É importante destacar que a área de cada retângu- MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

lo é proporcional à frequência.
u
pr

PROBLEMAS DE LÓGICA E RACIOCÍNIO


IMPLICAÇÃO LÓGICA

Dizemos que há uma implicação lógica sempre


que a proposição P for verdadeira e a proposição Q
Gráfico de Linha for verdadeira também. Veja o exemplo na tabela
verdade:
São mais utilizados nas representações de séries
temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para P^Q⟹P↔Q
o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo
no número de alunos dentre as séries que estão em
evidência para estudo dentro da escola. Observe:
107
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
P Q P^Q P↔Q Veja que o enunciado afirmou que as sentenças são
falsas, então devemos começar pela condicional:
V V V V
I. Ou Luna gosta de tango (V) ou Levi gosta de samba
V F F F (V). (Se a segunda parte sabemos que é V, então a pri-
F V F F meira terá que ser V também, pois a disjunção exclu-
siva é falsa quando as proposições têm valores iguais)
F F F V II. Se Lia gosta de jazz (V), então Levi não gosta de sam-
ba (F). (A condicional só é falsa nessa situação VF)
Podemos notar que a conjunção entre a proposi- Agora basta valorar as alternativas para achar o
ção P e a proposição Q implica na bicondicional entre gabarito:
a proposição P e a proposição Q, pois quando a pri- a) Luna gosta de tango (V) e Levi gosta de samba
meira assume o valor lógico verdadeiro na segunda (V). (verdadeira).
também encontramos o valor verdade. Resposta: Letra A.
Vejamos mais um exemplo:
2. (VUNESP — 2019) Sobre a família de Ana, sabe-se que
P↔Q⇒P→Q⇒Q→P seu pai e sua tia são técnicos em suporte de informá-
tica. Sendo assim, conclui-se, corretamente, que
P Q P↔Q P→Q Q→P
a) João não é pai de Ana e, portanto, não é técnico em
V V V V V suporte de informática.
V F F F V b) Ana é técnica em suporte de informática.
c) Rita é técnica em suporte de informática e, portanto, é
F V F V F
tia de Ana.
F F V V V d) Ana não é técnica em suporte de informática.
e) Roberto não é técnico em suporte de informática e,
Note, agora, que podemos afirmar que temos portanto, não é pai de Ana.
uma implicação realmente entre as proposições, pois
quando a proposição (P ↔ Q) assume valor verdade as Veja que se é pai e tia de Ana, então são técnicos
proposições (P → Q) e (Q → P) também assumem valor em suporte de informática. Agora basta uma pessoa
verdadeiro. não ser técnico em suporte de informática para que
Com a definição vista sobre a implicação, podemos ela não tenha a possibilidade de ser Pai ou Tia de
chegar a duas conclusões: Ana. Logo, a alternativa E fala exatamente essa con-
clusão, ou seja, se Roberto não é técnico em suporte
z Toda proposição implica uma tautologia; de informática e, portanto, não é pai de Ana.
z Apenas uma contradição implica outra. Resposta: Letra E.

PROPRIEDADE DE IMPLICAÇÃO LÓGICA 3. (FCC — 2019) Considere que as seguintes premissas


são verdadeiras:
Propriedade Reflexiva
z Todo bombeiro sabe nadar.
Toda proposição composta implica nela mesma, z Geraldo é contador.
z Alguns contadores sabem nadar.
0

uma vez que todas proposições contêm a mesma colu-


-1

na final em suas tabelas-verdade, ou seja, P ⇒ P.


78

De acordo com essas premissas, é correto afirmar:


.2

Propriedade Transitiva
73

a) Geraldo é bombeiro.
.8

Se P implica Q, e Q implica R, então, naturalmente, b) Existem bombeiros que são contadores.


32

podemos dizer que P implica R. Veja: c) Todo contador que também é bombeiro sabe nadar.
-4

P⇒Q d) Geraldo não sabe nadar.


u

Q⇒R e) Alguns contadores que sabem nadar, também são


pr

Então P ⇒ R. bombeiros.
u

Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com


pr

exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá! Para acharmos uma conclusão lógica para esse
enunciado é necessário fazer uso de diagramas lógi-
1. (IBID — 2020) Considere falsas as seguintes proposi- cos para facilitar a resolução. Veja:
ções a seguir: Sabe nadar

I. Ou Luna gosta de tango ou Levi gosta de samba. Contadores


II. Se Lia gosta de jazz, então Levi não gosta de samba.
Analisando-se as proposições, é possível concluir cor-
retamente que
Bombeiro Geraldo Geraldo

a) Luna gosta de tango e Levi gosta de samba.


b) se Levi gosta de samba, então Luna não gosta de
tango.
c) Lia não gosta de jazz ou Levi não gosta de samba.
d) Luna gosta de tango e Lia não gosta de jazz.
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Analisando todas as alternativas, chegamos na con- Observe a passagem: “a biblioteconomista, que é a
clusão de que a alternativa C é a única que podemos melhor amiga de Brenda, é a mais baixa”. Percebe-
ter 100% de certeza, pois é justamente a região de mos que Brenda não é a biblioteconomista (pois ela
interseção que demonstra isso uma vez que todo é amiga da biblioteconomista) e não pode ser a mais
bombeiro tem que saber nadar obrigatoriamente de baixa. Então vamos cortar essas opções na tabela
acordo com o enunciado, sendo ele contador ou não. relacionada a Brenda.
Resposta: Letra C.
AMIGA PROFISSÃO ALTURA
ASSOCIAÇÃO LÓGICA
médica, engenheira,
Amanda baixa, média, alta
biblioteconomista
Nas questões sobre associações normalmente tere-
mos um conjunto de pessoas e a uma série de infor- médica, engenheira,
Brenda baixa, média, alta
mações com objetivo de associar cada pessoa algumas biblioteconomista
características (exs.: idade, profissão, cores, animais Carmen
médica, engenheira,
baixa, média, alta
etc.). O objetivo principal é descobrir a correlação biblioteconomista
entre os dados dessas informações.
Nessa outra afirmação, temos: “a engenheira é mais
QUESTÕES DE ASSOCIAÇÃO baixa do que Carmen”. Vemos que Carmen não pode
ser a engenheira nem a mais baixa, então cortamos
Vamos entender e praticar com algumas questões a na tabela também.
técnica básica para resolver esse tipo de questão. Tere-
mos que montar uma tabela, contendo todas as possí- AMIGA PROFISSÃO ALTURA
veis associações, para então analisar as informações
médica,
dadas no enunciado. Sem mais delongas, vamos treinar.
Amanda engenheira, baixa, média, alta
biblioteconomista
1. (FCC — 2016) Amanda, Brenda e Carmen são: médica,
médica, en-
engenheira e biblioteconomista, não necessariamente
Brenda genheira, baixa, média, alta
nessa ordem. Comparando a altura das três, a bibliote- biblioteconomista
conomista, que é a melhor amiga de Brenda, é a mais
baixa. Sabendo-se também que a engenheira é mais médica, en-
Carmen genheira, baixa, média, alta
baixa do que Carmen, é necessariamente correto afir- biblioteconomista
mar que
Veja que obrigatoriamente sobrou “baixa” para
a) Brenda é médica.
Amanda e por conseguinte ela é a biblioteconomista
b) Carmen é mais baixa que a médica.
(o enunciado diz que a biblioteconomista é a mais
c) Amanda é biblioteconomista.
baixa). Nossa tabela fica assim:
d) Carmen é engenheira.
e) Brenda é biblioteconomista.
AMIGA PROFISSÃO ALTURA
Note que há 3 amigas, 3 profissões e 3 alturas na médica,
questão. Precisamos associar cada amiga a uma Amanda engenheira, baixa, média, alta
altura e profissão já que não sabemos quem é quem. biblioteconomista
0
-1

Vamos construir uma tabela relacionando as ami- médica,


78

gas a cada profissão e altura. Veja: Brenda engenheira, baixa, média, alta
.2

biblioteconomista
73

AMIGA PROFISSÃO ALTURA médica,


.8

Carmen engenheira, baixa, média, alta


32

médica, engenheira, biblioteconomista


Amanda baixa, média, alta
-4

biblioteconomista
u

médica, engenheira,
Brenda baixa, média, alta Note que sobrou apenas a profissão “médica” para MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
pr

biblioteconomista
Carmen e, com isso, sobra apenas “engenheira”
u

médica, engenheira, para Brenda. Como a engenheira é mais baixa do


pr

Carmen baixa, média, alta


biblioteconomista
que Carmen, então Carmen deve ser a mais alta e
Brenda a do meio:
Você também poderia construir a tabela usando
apenas as inicias de cada palavra para ganhar tem-
AMIGA PROFISSÃO ALTURA
po na prova, ok? A tabela ficaria assim:
médica,
Amanda engenheira, baixa, média, alta
AMIGA PROFISSÃO ALTURA biblioteconomista
A m, e, b b, m, a médica,
Brenda engenheira, baixa, média, alta
B m, e, b b, m, a
biblioteconomista
C m, e, b b, m, a
médica,
Carmen engenheira, baixa, média, alta
Bom! Agora vamos analisar as informações que a biblioteconomista
questão nos deu e eliminar os dados que não fazem
sentido na tabela. 109
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Agora já conseguimos associar cada amiga com PESSOAS PROFISSÃO IDADE
uma profissão e uma altura. Vejamos: Amanda é a
André engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
mais baixa e biblioteconomista, Brenda é a de altura
média e engenheira, e por fim Carmen que é a mais Paulo engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
alta e médica. Raul engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
Resposta: Letra C.

2. (FUNRIO — 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e Logo, respectivamente, as profissões de André, Pau-
40 anos de idade, não necessariamente nessa ordem. lo e Raul são: psicólogo, médico e engenheiro. Res-
Eles são engenheiro, médico e psicólogo, porém não posta: Letra B.
se sabe a correta associação entre nomes e profissão.
Sabe-se, porém, que André não tem 40 anos de idade
nem é engenheiro, que Paulo possui 35 anos de idade,
que Raul não é médico, e que o médico não possui 30 HORA DE PRATICAR!
anos de idade.
Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul 1. (FGV — 2022) Sobre dois conjuntos A e B sabe-se que:
são:
A união de A e B tem 130 elementos. A diferença B – A
a) psicólogo, engenheiro e médico. tem 50 elementos. A diferença A – B tem 60 elementos.
b) psicólogo, médico e engenheiro.
c) médico, psicólogo e engenheiro. Sendo x o número de elementos de A e y o número de
d) médico, engenheiro e psicólogo. elementos de B, o valor de x + y é igual a
e) engenheiro, médico e psicólogo
a) 110.
Primeiro precisamos montar nossa tabela e depois b) 120.
interpretar o que a questão nos fornece. c) 130.
d) 140.
PESSOAS PROFISSÃO IDADE e) 150.

engenheiro, médico, 2. (FGV — 2021) Em um grupo de pessoas, 28 falam


André 30, 35 ,40
psicólogo espanhol e 20 falam inglês. Sabe-se que 4 pessoas
engenheiro, médico, não falam nenhum desses idiomas e que 24 pessoas
Paulo 30, 35 ,40
psicólogo falam apenas um desses idiomas.
engenheiro, médico,
Raul 30, 35 ,40 O número de pessoas desse grupo é
psicólogo

Na passagem “André não tem 40 anos de idade nem a) 40.


é engenheiro” podemos cortar na tabela essas infor- b) 42.
mações sobre André. c) 44.
d) 46.
e) 48.
PESSOAS PROFISSÃO IDADE
0
-1

engenheiro, médico, 3. (FGV — 2021) Seja N a quantidade de números intei-


78

André 30, 35 ,40 ros pares, de dois algarismos, tais que o algarismo das
psicólogo
.2

dezenas é maior do que o algarismo das unidades.


73

engenheiro, médico,
Paulo 30, 35 ,40
.8

psicólogo
O valor de N é
32

engenheiro, médico,
Raul 30, 35 ,40
-4

psicólogo a) 45.
u

b) 40.
pr

Veja que em “Paulo possui 35 anos de idade” e que c) 30.


u

“Raul não é médico”, vamos também atualizar nos- d) 25.


pr

sa tabela com as informações: e) 20

PESSOAS PROFISSÃO IDADE 4. (FGV — 2022) Os 9 números 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25
são colocados, sem repetição, em uma tabela (matriz) 3
André engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
x 3, isto é, com 3 linhas e 3 colunas, de modo que a soma
Paulo engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40 dos números de cada coluna seja sempre a mesma.
Raul engenheiro, médico, psicólogo 30, 35 ,40
Essa soma dos elementos de cada coluna, que é sempre
a mesma, é igual a
Sobrou a idade de 30 anos para André e na passa-
gem “o médico não possui 30 anos de idade” pode- a) 37.
mos ver que André é o psicólogo, pois a questão já b) 38.
disse que ele também não é engenheiro. Por conse- c) 39.
guinte, Raul tem 40 anos e é o engenheiro. Assim: d) 40.
e) 41.
110
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5. (FGV — 2022) N é o menor número que é múltiplo de 5 2
e de 7, e é maior que 800. c)
9
4
d)
A soma dos algarismos de N é 13
9
e)
a) 11. 20
b) 12. 9. (FGV — 2021) Três funcionários de um escritório
c) 13. foram designados para digitalizar todos os documen-
d) 14. tos de um processo antigo, e levaram, nessa tarefa, 8
e) 15. horas e 40 minutos.
6. (FGV — 2022) Um artigo que custava R$ 450,00 foi Se dois funcionários a mais tivessem sido convoca-
comprado por R$ 378,00. O desconto dado nessa dos para se juntar aos outros nesse trabalho, o tempo
compra foi de de digitação teria sido reduzido em:
a) 10%. a) 3 horas e 28 minutos;
b) 12%. b) 3 horas e 42 minutos;
c) 14%. c) 4 horas e 12 minutos;
d) 16%. d) 4 horas e 38 minutos;
e) 18%. e) 5 horas e 12 minutos.
7. (FGV — 2022) O gráfico a seguir mostra a evolução da 10. (FGV — 2022) Um tigre avista um javali a 1km de dis-
população brasileira até 2010. tância e sai, em linha reta, em seu encalço. Nesse ins-
tante, o javali foge na direção contrária à do tigre.
Evolução da população 190,755 O tigre corre a 30m/s, e o javali tenta escapar a uma
residente no páis velocidade de 10m/s.
169,8
EM MILHÕES DE PESSOAS A distância percorrida pelo javali até ser alcançado
146,8 pelo tigre é igual a

119,0 a) 300m.
b) 400m.
93,1 c) 500m.
70,0 d) 600m.
51,9 e) 700m.
41,1
30,6 12. (FGV — 2022) O relógio do carro de Carla, que não
17,4 é preciso, adianta continuamente as horas. Ontem,
9,9 14,3 quando estacionou seu carro para fazer um lanche,
Carla acertou o relógio do carro com o seu relógio de
1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
pulso, que é preciso e marcava, no momento, 11h.
0

(Fonte: Censo 2010/IBGE. Adaptado)


-1

Ao voltar do lanche, o seu relógio marcava 11:30h e o reló-


78

gio do carro marcava 11:35h. Na tarde daquele mesmo


.2

O período em que houve maior crescimento populacio- dia, Carla perdeu seu relógio de pulso e quando chegou
73

nal em termos absolutos foi: no seu carro para ir para casa, o relógio do carro marcava
.8

18:35h. Nesse instante, a hora correta era


32

a) de 1960 a 1970.
-4

b) de 1970 a 1980. a) 18:05h.


c) de 1980 a 1991.
u

b) 18:00h. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

d) de 1991 a 2000. c) 17:35h.


u

e) de 2000 a 2010. d) 17:30h.


pr

e) 17:20h.
1
8. (FGV — 2021) Em um colégio, dos alunos da Turma
4
2 12. (FGV — 2022) Em certa corrida de Fórmula 1, o vence-
Ae dos alunos da Turma B foram infectados com a
5 dor percorreu as 75 voltas programadas com tempo
Covid-19. Sabe-se que o número de alunos infectados médio por volta de 1 minuto e 32 segundos.
da Turma A é igualao número de alunos infectados da
Turma B. O tempo total de corrida gasto pelo vencedor foi de:

Em relação ao total de alunos das Turmas A e B, os a) 1h35min;


infectados com a Covid-19 representam b) 1h40min;
c) 1h45min;
a)
13 d) 1h50min;
20 e) 1h55min.
19
b)
20
111
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13. (FGV — 2022) Os amigos Beto, Carlos e Fred participa- b) Alguns animais que voam são cobras.
ram de uma corrida de longa distância. Beto chegou 3 c) Todas as cobras voam.
minutos e 32 segundos antes de Carlos e 4 minutos e d) Todos os animais que voam são cobras.
47 segundos depois de Fred. e) Todas as cobras são répteis.

Carlos fez o percurso todo em 1h10min15s. Fred fez o 18. (FGV — 2021) Considere as afirmativas a seguir.
percurso todo em
I. Todo auditor que fiscaliza a contabilidade de empre-
a) 1h18min34s. sas também presta orientações sobre legislação
b) 1h02min34s. tributária, mas nenhum auditor que presta orienta-
c) 1h02min56s. ções sobre legislação tributária instaura processos
d) 1h01min56s. administrativos-fiscais.
e) 1h01min34s II. Todo auditor que apreende mercadorias irregula-
res faz o controle aduaneiro, e alguns auditores que
14. (FGV — 2021) Sabe-se que a sentença “Se a camisa é fazem o controle aduaneiro, instauram processos
branca, então a calça é branca” é FALSA e a sentença administrativos-fiscais.
“Se o sapato é preto, então a camisa não é branca” é III. Nenhum auditor que faz o controle aduaneiro presta
VERDADEIRA. orientação tributária.

É correto concluir que: Sendo certo que não há auditor que execute conjun-
tamente as funções de controle aduaneiro, apreensão
a) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato não de mercadorias irregulares e de instauração de pro-
é preto; cessos administrativos-fiscais, é correto concluir que
b) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato é
preto; a) nenhum auditor que apreende mercadorias irregulares
c) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato não também fiscaliza a contabilidade de empresas.
é preto; b) todo auditor que faz o controle aduaneiro também
d) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato é apreende mercadorias irregulares.
preto; c) todo auditor que presta orientações sobre a legislação tri-
e) a camisa não é branca, a calça não é branca e o sapato butária também fiscaliza a contabilidade de empresas.
é preto. d) pelo menos um auditor que apreende mercadorias irregu-
lares também instaura processos administrativos-fiscais.
15. (FGV — 2021) Roberto fez as seguintes afirmações e) pelo menos um auditor que fiscaliza a contabili-
sobre suas atividades diárias: dade de empresas também instaura processos
administrativos-fiscais.
� faço ginástica ou natação.
� vou ao clube ou não faço natação. 19. (FGV — 2021) Em um grupo de sapos, alguns são ama-
� vou à academia ou não faço ginástica. relos e alguns são felizes. Sabe-se que:

Certo dia Roberto não foi à academia. 1. Todo sapo feliz sabe pular.
2. Nenhum sapo amarelo sabe tocar gaita.
É correto concluir que, nesse dia, Roberto 3. Todo sapo que não sabe tocar gaita também não sabe
0

pular.
-1
78

a) fez ginástica e natação.


.2

b) não fez ginástica nem natação. É correto concluir que


73

c) fez natação e não foi ao clube.


.8

d) foi ao clube e fez natação. a) todo sapo amarelo sabe pular.


32

e) não fez ginástica e não foi ao clube. b) nenhum sapo feliz sabe tocar gaita.
-4

c) todo sapo amarelo é feliz.


16. (FGV — 2021) Considere como verdadeiras as sentenças d) todo sapo que sabe pular é amarelo.
u
pr

a seguir. e) nenhum sapo feliz é amarelo.


u
pr

� Se Priscila é paulista, então Joel é capixaba. 20. (FGV — 2021) Verifique, em cada um dos casos abaixo,
� Se Gabriela não é carioca, então Joel não é capixaba. se a conclusão decorre logicamente das duas premissas
� Se Gabriela é carioca, então Priscila não é paulista. apresentadas e assinale V quando a conclusão decorre
logicamente das duas premissas e F em caso contrário.
É correto deduzir que:
Caso I
a) Gabriela é carioca;
b) Gabriela não é carioca; � Todo adolescente gosta de namorar.
c) Priscila não é paulista; � Maria é adolescente.
d) Priscila é paulista;
e) Joel não é capixaba. Conclusão: Maria gosta de namorar.

17. (FGV — 2022) A negação de “Nenhuma cobra voa” é Caso II

a) Pelo menos uma cobra voa. � Todo felino gosta de dormir.


112
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� Gato gosta de dormir. Conclusão: Gato é um felino.

Caso III

� Todos os professores gostam de cinema.


� Existem advogados que são professores.

Conclusão: Todos os advogados gostam de cinema.

As conclusões são, segundo a ordem dos casos apre-


sentados, respectivamente,

a) V – F – F.
b) F – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – F.
e) V – V – V.

9 GABARITO

1 E

2 A

3 D

4 C

5 C

6 D

7 C

8 D

9 A

10 C

11 D

12 E
0

13 D
-1
78

14 A
.2
73

15 D
.8
32

16 C
-4

17 A
u

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO


pr

18 A
u
pr

19 E

20 A

ANOTAÇÕES

113
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES

0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

114
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

COMPONENTES DE UM COMPUTADOR: PROCESSADORES, MEMÓRIA E PERIFÉRICOS


MAIS COMUNS; DISPOSITIVOS DE ARMAZENAGEM DE DADOS; PROPRIEDADES E
CARACTERÍSTICAS
Computador

O computador pessoal surgiu na década de 70, oferecido pela IBM com o sistema operacional MS-DOS da
Microsoft.
Na década de 80, este ganhou o mundo, quando diversos fabricantes passaram a oferecer equipamentos com-
patíveis com o padrão PC. A Apple desenvolveu uma interface gráfica, a IBM e Microsoft também.
No começo dos anos 90, com a abertura de mercado realizada pelo então presidente Fernando Collor, o Brasil passou
a adquirir equipamentos de primeiro mundo, e, também, a acessar a rede mundial de computadores (a Internet).
De lá para cá, o nível de integração dos equipamentos só cresceu, e hoje podemos ter um computador inteiro na
palma da mão (tablets), ou com peso reduzido (notebooks), assim como os tradicionais desktops em nossas mesas.
Com componentes internos (instalados na unidade de sistema) e componentes externos (periféricos), os com-
putadores desktop evoluíram em capacidade de processamento, memória, armazenamento e recursos.
Vamos conhecer algumas opções de construção de dispositivos computacionais:

MODELO DESCRIÇÃO

O computador de mesa, com teclado, mouse, monitor de vídeo e gabinete, é a construção mais po-
pular, quase um sinônimo de computador. Seus componentes internos estão instalados dentro do
Desktop
gabinete com fonte de alimentação, e os componentes externos (periféricos) são conectados através
de portas de conexão

Os componentes internos, como a placa mãe, processador, memórias e discos de armazenamento,


Desktop All
são instalados atrás do monitor, dispensando o gabinete e oferecendo uma instalação com menos
in One
cabos e fios

Portátil, com alta integração entre os componentes, utiliza baterias para operação móvel desconecta-
Notebook
do da rede de energia elétrica

Notebook 2 Semelhante ao notebook “comum”, geralmente oferece telas sensíveis ao toque para operarem como
0
-1

em 1 tablets
78
.2

Tablet Sem teclado físico ou mouse, toda a interação será realizada pela tela sensível ao toque
73
.8

Vejamos alguns exemplos de anúncios de computadores obtidos nas lojas na Internet:


32
-4

MODELO ANÚNCIO
u
pr

Computador Desktop Dell Vostro 3681-M20M 10ª Geração Intel Core i5 8GB 1TB Windows 10 + Moni-
u

Desktop
tor 21”
pr

Desktop All
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Computador All in One LG 21.5” Full HD Windows 10 Home Celeron 4GB RAM e 500GB HD
in One

Notebook Notebook Acer Aspire 5 A515-54-57EN Intel Core i5 - 8GB 256GB SSD 15,6” Full HD LED Windows 10

Notebook Ultrafino Dell Inspiron i5402-M40S 14” Full HD 11ª Ger. Intel Core i7 16GB 512GB SSD NVI-
Notebook
DIA GeForce Windows 10

Notebook 2 Notebook 2 em 1 Dell Inspiron 5406-M30S 14” Full HD Touch 11ª Geração Intel Core i7 8GB 256GB
em 1 SSD Windows 10

Tablet Tablet Samsung Galaxy Tab A7 10,4” 4G Wi-Fi 64GB - Android Octa-Core Câm. 8MP + Selfie 5MP

De forma geral, eles são anunciados informando o processador, memória e armazenamento de massa. A esco-
lha pelo melhor modelo passa por algumas recomendações, que devem considerar o uso e aplicação do equipa-
mento. Observemos: 115
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
COMPONENTE RECOMENDAÇÃO

Quanto mais nova for a tecnologia, melhor


Processador
Quanto mais memória cache o processador possuir, melhor

Quanto mais memória instalada, melhor


Memória RAM
Quanto mais rápidas forem as memórias (frequência), melhor

Discos de Quanto maior a capacidade de armazenamento, melhor


armazenamento Nos HDs, quanto maior a velocidade de rotação dos discos, melhor
de massa Nos SSDs, a tecnologia M.2 é melhor

Vamos, então, conhecer os detalhes dos componentes.

Processadores, Memória e Periféricos mais Comuns

O hardware é, genericamente, a parte física do computador. O sufixo “ware” é usado para designar um item da estru-
tura estudada ou um aplicativo. Na tradução literal, hardware significaria a estrutura dura, rígida ou difícil do computa-
dor. No estudo didático, hardware se aplica a todos os componentes físicos que existem no computador.
Existem várias formas de classificação do hardware, seja através da conexão, da natureza do componente, da utili-
zação etc.
A seguir, encontra-se uma tabela na qual os principais componentes do computador são apresentados, item por item.
Importante ressaltar, entretanto, que essa tabela se aplica ao modelo desktop e a alguns modelos com outras construções.

COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO DICA


Principal item do computador Soquete. Cérebro do computador, composto de 3 unida-
Processador
Interno des operacionais (a seguir)

Realiza cálculos matemáticos Embutido no processador Unidade lógica e aritmética1, a


Co-processador
Interno, incorporado ao processador unidade de controle2 e a unidade de registradores3

Cache L1 Memória rápida nível 1 (level 1) Próximo ao núcleo do processador

Cache L2 Memória rápida nível 2 (level 2) Na borda do processador, próximo à memória RAM4

Alguns processadores
Na borda do processador,
Cache L3 Memória rápida nível 3 (level 3) novos possuem cache L3
junto da memória RAM
(Level 3 — nível 3)

Slots de expansão, banco Temporária, volátil, acesso


Memória RAM Memória principal
de memórias aleatório

Contém informações para


0

BIOS Memória ROM Chip de memória CMOS5


-1

o “boot”
78

Northbridge — ponte norte,


.2
73

memórias e processador Responsável pelo bar-


Chip com informações para o funcio-
Chipset Southbridge — ramento (BUS) do
.8

namento da placa mãe


32

ponte sul, periféricos e computador


-4

dispositivos mecânicos
u

ATX (fonte ATX de


pr

Placa mãe Recebe os componentes internos Motherboard


alimentação)
u
pr

Os periféricos são equipamentos conectados ao dispositivo computacional que fornecem recursos para a
entrada e/ou saída de dados.
Vejamos alguns dos periféricos de entrada de dados:

COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO

Teclado Principal periférico de entrada de dados ABNT2 via DIN, PS/2, USB, Bluetooth

1 ULA, unidade matemática, unidade lógico aritmética, co-processador matemático.


2 Responsável pela busca da próxima instrução (que será executada) e decodificação.
3 Armazena os valores de entrada e saída das operações.
4 RAM — Random Access Memory — memória de acesso aleatório ou randômico. Conhecida como memória principal.
116 5 CMOS — Complementary Metal-Oxide-Semiconductor — tipo de componente eletrônico.
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COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO

Conexão serial via DIN, PS/2, COM, USB,


Mouse Dispositivo apontador, também de entrada de dados
Bluetooth

Para digitalização de imagens Periférico de entrada de


Scanner SCSI, COM (serial), USB ou RJ-45
dados

Conexão serial COM, USB, Bluetooth ou


Câmera de
Para capturar imagens do “mundo real” Wi-Fi. As webcams podem ter microfone
vídeo e webcam
embutido

Conexão serial COM, USB, apenas P2 ou


Microfone Para capturar áudio do “mundo real”
P10, Bluetooth ou Wi-Fi

Vejamos alguns dos periféricos de saída de dados:

COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO


Responsável por exibir as imagens
Monitor de vídeo É um periférico de saída de dados VGA, DVI, HDMI
CRT (tubo), LCD, LED, OLED, Plasma
Jato de tinta, laser (toner), cera (térmica) LPT (paralela), COM (serial),
Impressora
Periférico de saída de dados USB, RJ-45, wireless6 (Wi-Fi7)
Caixas de som, alto falan-
Para a saída de áudio P2, P10, Bluetooth
tes e fones de ouvidos

Scanner (e Digitalização)

Entre os equipamentos computacionais, um dos mais utilizados no meio corporativo é o scanner (escâner).
Este, periférico de entrada de dados, permite a digitalização de informações que estão em um meio físico (como
papel, livros e fotos), armazenando-as em formato digital. As informações são convertidas em bits e armazenadas
em arquivos, permitindo economia de espaço físico de armazenamento, indexação com metadados (dados que
explicam os dados armazenados) e a rápida recuperação para consultas.
As informações poderão ser armazenadas em arquivos locais ou remotos, na nuvem. O grande volume de infor-
mações digitalizadas, combinado com o grande volume de informações produzidas, recebe o nome de BigData.
O escâner é um dispositivo que captura a realidade, possibilitando, posteriormente, a organização da informa-
ção em planilhas e banco de dados e a análise e interpretação de dados estruturados para a tomada de decisão.
Sabe-se, nesse sentido, que processos físicos em tribunais de justiça e inquéritos policiais nas delegacias estão sen-
do digitalizados para facilitar o manuseio e agilizar a troca de informações entre as comarcas e setores policiais.
O aparelho escâner evoluiu muito desde o seu surgimento. Nos anos 90, os scanners eram de mão e digitaliza-
vam apenas uma pequena área a cada leitura. As imagens de duas ou mais leituras, por sua vez, eram unidas, a
0
-1

partir de softwares, para formar uma imagem completa.


78

Nos anos 2000, o modelo de mesa com tampa refletora era o mais popular. Este permitia a digitalização de uma
.2

página de papel avulsa e até de alguns livros e brochuras.


73

Ademais, os scanners foram integrados às impressoras nos equipamentos multifuncionais e, atualmente,


.8

encontramos modelos que digitalizam páginas, fotografam a informação física por câmera, escaneiam um objeto
32

em 3D para gerar um arquivo de impressão (para impressoras 3D) e, além disso, efetuam a leitura de código de
-4

barras e a leitura da impressão digital do usuário.


Segue, abaixo, uma tabela na qual encontram-se os principais tipos de scanner:
u
pr
u
pr

MODELO QUANDO CARACTERÍSTICA


Scanner de mão Anos 90 Digitalizam partes da informação e combinar em uma imagem
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Scanner de mesa Anos 2000 Digitalizam páginas inteiras de livros e brochuras


Semelhante ao scanner de mão, mas com maior largura para
Scanner de linha Anos 2000
leitura da informação
Leitor de códigos de barras Anos 2000 e atual Leitura de códigos de barras em pontos de venda
Leitora de cartões Usado em escolas e concursos públicos, para leitura dos cartões
Anos 2000 e atual
resposta de respostas dos alunos
Digitalização de objetos em 3D para produção de arquivos para
Scanner 3D Anos 2010
impressão 3D

6 Wireless — toda conexão sem fio é uma conexão wireless, incluindo o Wi-Fi, Infravermelho, rádio, satélite, etc.
7 Wi-Fi — Wireless Fidelity — conexão confiável sem fios. 117
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MODELO QUANDO CARACTERÍSTICA
Leitura da impressão digital para acesso a sistemas com prote-
Leitor de digitais Anos 2010 e atual
ção por biometria
Apps instalados em smartphones que usam a câmera para esca-
Softwares scanners Atualmente
near, ler códigos de barras e QR Codes

Uma das funcionalidades mais utilizadas no mercado corporativo é o reconhecimento OCR (Optical Character
Recognition), aplicado para digitalizar textos em documentos editáveis.
Vejamos alguns dos periféricos de entrada e saída de dados, também conhecidos como mistos ou híbridos:

COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO


Responsável por exibir as imagens e receber a entrada de dados
Monitor de vídeo Tela capacitiva8 ou
Periférico misto, de entrada e saída de dados
touchscreen resistiva9
LCD, LED, OLED, Plasma
Permite o envio de imagens na linha telefônica
Fax RJ-11
Encontra-se em desuso por causa do e-mail
Impressora, copiadora, scanner e opcionalmente fax USB, RJ-45, wireless
Multifuncional
Periférico misto, de entrada e saída de dados (Wi-Fi)

A seguir, observemos os conectores usados para conexão de periféricos:

CONECTOR IMAGEM USO QUAIS DISPOSITIVOS UTILIZAM?

Pendrive, HD externo, impressoras, teclado, mouse,


Dispositivos em e periféricos em geral
USB
geral Possui diferentes velocidades e formatos de
conector

Transmissão de Placas de vídeo simples, monitor de vídeo simples,


VGA (DB15)
vídeo projetores (datashow) multimídia

Placas de vídeo modernas, aceleradoras de vídeo,


Transmissão de
0

DVI aparelhos de DVD, BluRay, TV LCD, LED, Plasma,


-1

vídeo
datashow
78
.2
73
.8
32

Placas de vídeo modernas, aceleradoras de vídeo,


-4

Transmissão de
aparelhos de DVD, BluRay, TV LCD, LED, Plasma,
HDMI vídeo e áudio
u

datashow
pr

digital
Semelhante visualmente ao USB
u
pr

Transmissão de Placas de vídeo modernas e aparelhos de imagem.


S-Vídeo
vídeo digital Formato muito parecido com o OS/2

8 Na tela capacitiva, utilizada no iPhone e iPad, por exemplo, uma película é alimentada por uma tensão, e reage com a energia presente no corpo
humano, e a troca de elétrons produz um distúrbio de capacitância no local, sendo rápida e corretamente identificado. Tecnologia mais cara e difí-
cil de ser construída, presente em modelos top de linha.
9 A tela resistiva, presente em modelos de baixo custo de celulares, smartphones e tablets, com precisão em torno de 85%, resiste melhor a quedas e
118 variações de temperatura; necessita de contato físico para determinar a posição do toque, ao coincidir os pontos de diferentes camadas sobrepostas.
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CONECTOR IMAGEM USO QUAIS DISPOSITIVOS UTILIZAM?

Transmissão de
Placas de captura/edição de vídeo e aparelhos de
RCA vídeo e áudio
imagem
analógico

Transmissão de Placas de captura/edição de vídeo e aparelhos de


RGB
vídeo analógico imagem

São as saídas de áudio do computador


As configurações mais comuns são as com três conectores e as com
Jack de Áudio
seis
(três conecto-
As cores de cada conector têm funções diferentes: verde (caixas fron-
res e 5.1)
tais/fone), azul (entrada de linha), rosa (microfone), laranja (subwoofer
e central) e cinza (caixas laterais)

Encontra-se em desuso por causa do novo conector


DIN Teclados
PS/2 (mini-DIN)

Mouses e Está caindo em desuso, por causa do USB


PS/2
teclados Conhecido como mini-DIN

Porta serial Scanners Está caindo em desuso, por causa do USB

Portal serial
Está caindo em desuso, por causa do USB e joystick
(DB15) Game Joystick
0

sem fio
-1

port
78
.2
73
.8
32

Produtos da Apple, e alguns produtos Canon, JVC,


Conexão de alta
-4

Firewire Sony (especialmente câmeras)


velocidade
Parecido com o conector USB
u
pr
u
pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Transferên-
Paralela cia de dados Impressoras e scanner mais antigos
paralelos

119
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Tipos de conectores USB (Universal Serial Bus):

Conexões para rede de telefonia e rede de dados:

CONECTOR IMAGEM QUAIS DISPOSITIVOS UTILIZAM?

Placa de rede, modem ADSL, roteador, hub, switch, bridge, e


RJ-45
demais itens de redes

Placa de fax/modem, aparelho de fax, multifuncional com


RJ-11
fax, telefone
0
-1
78

As fibras ópticas são utilizadas em sistemas sensores ou


.2
73

de instrumentação seja em aplicações industriais, médicas,


.8

automóveis e até militares


Fibra óptica
32

A ideia de utilizar a fibra óptica em tais ambientes vale-se de


-4

suas pequenas dimensões e da sua resistência à ambientes


hostis
u
pr
u
pr

Usado por conexões de TV a cabo e Internet por cabo


Cabo coaxial
coaxial

Dispositivos de Armazenagem de Dados: Propriedades e Características

O armazenamento de dados é realizado em unidades de armazenamento permanente, pois a memória RAM


é temporária e volátil. Durante o uso do dispositivo, as informações armazenadas na memória RAM poderão ser
perdidas com falhas de energia ou desligamento do equipamento.
120
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Quando um arquivo está sendo editado, uma cópia está aberta na memória RAM, e suas modificações só se
tornam permanentes quando o arquivo é saldo no disco.
O armazenamento poderá ser magnético, óptico ou eletrônico:

z No armazenamento de dados magnético, discos rígidos (e até os antigos disquetes) usam uma superfície metá-
lica ou metalizada para armazenar dados com magnetismo. O disco gira em altas velocidades e a cabeça de
leitura e gravação registra, no local exato, a informação que será armazenada ou lida;
z No armazenamento óptico, um laser é disparado na mídia (CD, DVD, BD) e a forma como é refletido indica a
informação gravada no local;
z No armazenamento eletrônico, os dados são gravados em chips de memórias.

As memórias poderão armazenar os dados por um curto período (memória cache e memória RAM), por um
período indeterminado (memória ROM) e por um período longo (memória flash):

z A memória RAM precisa de atualização de energia elétrica para manter os dados, até que o dispositivo seja
desligado;
z A memória ROM contém informações gravadas pelo fabricante, mantidas por tempo indeterminado, e as
opções escolhidas pelo usuário (no programa SETUP de configuração da BIOS), mantidas com uma bateria
auxiliar modelos CR2025 ou CR2032;
z A memória flash, dos pendrives e discos SSDs, não precisa de alimentação contínua para manter os dados e
possibilita leitura e escrita superiores a qualquer outro meio de armazenamento.

Observe as seguintes tabelas:

COMPONENTE DESCRIÇÃO CONEXÃO DICA


Permanente, não-
Memória secundária de armazenamento
Disco rígido IDE, SATA, USB -volátil, “unidade C:”,
magnético10
Hard Disk (HD)
Memória secundária de armazenamento me- Permanente, não-vo-
Disco rígido SATA II, USB, M.2
mória flash11 látil, “unidade C”
Memória “terciária”, destinada a backup (cópia
Disco ótico IDE, SATA, USB CD, DVD, BD
de segurança
Memória portátil USB, expansível
Discos removíveis Os pendrives são memória flash com conexão por hub USB para Pendrive
USB até 127 conexões
Memória portátil Cartão SD, mini SD,
Cartão de memória SD Leitores de cartões
Utiliza chips de memória flash micro SD, nano SD
Digital Audio Tape — usada para armazena- Leitores de fitas Alta capacidade, uso
Fita DAT
mento de dados de backups em empresas DAT em backups
0
-1
78

CONECTOR USO QUAIS DISPOSITIVOS UTILIZAM?


.2

Pendrive, HD externo, impressoras, teclado, mouse e


73

USB Dispositivos em geral periféricos em geral


.8
32

Possui diferentes velocidades e formatos de conector


-4

External SATA Disco rígido externo SATA, 5 vezes mais rápido


u

eSATA Alguns computadores aceitam disco (300Mbps) que o disco rígido externo USB padrão
pr

rígido externo SATA (60Mbps)


u
pr

Transferência de dados do HD/DVD para


IDE Discos rígidos e discos óticos, modelos antigos
placa mãe
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Transferência de dados do HD/DVD para


PATA Discos rígidos e discos óticos, modelos antigos
placa mãe

Transferência de dados do HD/DVD para


SATA Discos rígidos e discos óticos, modelos mais novos
placa mãe

Conexão diretamente na placa mãe, pro-


M.2 Usado em discos SSD com tecnologia M.2
porcionando maior velocidade

10 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que são uma memória flash.
11 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida, e quando o dispositivo é desligado, poderá voltar rapidamente onde estava antes. 121
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Impressoras

As impressoras são periféricos de saída conectados na CPU.


Os dispositivos computacionais são construídos com componentes internos, instalados no gabinete, e disposi-
tivos conectados em portas de conexão, denominados periféricos.
No gabinete, além da fonte de alimentação, encontraremos a placa motherboard (placa mãe), processador,
memória RAM e placas ou chips de expansão. As placas possuem conectores, que permitem a conexão de dispo-
sitivos denominados periféricos.
Os periféricos são classificados como entrada, saída ou mistos/híbridos:

z A impressora, os projetores, os monitores de vídeo simples e as caixas de som são exemplos de periféricos
de saída de dados;
z O teclado, o mouse, o escâner (scanner), a webcam e o microfone são exemplos de periféricos de entrada
de dados;
z Alguns periféricos, como os dispositivos de impressão multifuncionais e o monitor touchscreen, são
denominados mistos ou híbridos, uma vez que realizam tarefas relacionadas à entrada e à saída de dados
processados.

As impressoras poderão ser conectadas através de uma porta de conexão (como USB — Universal Serial Bus)
ou conexão wireless (Wi-Fi e Bluetooth).

z Modelos de Impressoras

É comum classificarmos as impressoras de acordo com a sua tecnologia de impressão. Confira na tabela a
seguir:

IMPRESSORA TECNOLOGIA CARACTERÍSTICA

Um disco giratório posiciona o caractere e pressiona uma fita de impressão


Disco e fita de
Margarida Um dos modelos mais antigos, usado em máquinas de escrever elétrica Oferecia
impressão
uma opção de cor por fita de impressão (monocromática)

Uma cabeça de impressão formada por agulhas pressiona uma fita de impressão
Caracteres e gráficos são desenhados ponto a ponto no papel
Impacto e fita
Matricial Aceita impressão em várias vias e é lembrada pelo barulho enquanto está
de impressão
operando
Existiram modelos com fitas coloridas, porém eram raras

Cabeças de impressão alimentadas com tinta líquida dispersam pequenas gotí-


Jato de tinta culas de tinta na superfície de impressão
InkJet Cartuchos ou Atualmente, os modelos com tanque de tinta são os mais populares
tanque de tinta As cores das tintas nos cartuchos são Preto (Black), Amarelo (Yellow), Magenta e
0

Ciano (Cyan)
-1
78

O toner é disperso na superfície de impressão e, através de reações elétricas,


Tinta em pó
.2

Laser registra o que deve ser impresso


(toner)
73

Impressão monocromática ou colorida


.8
32

Aquecimento Com a utilização de papel térmico reativo, a impressora térmica emprega o calor
Térmica
-4

da superfície para registrar as informações na superfície de impressão


u

Polímeros
pr

Através da impressão em camadas, pequenas fatias de polímeros de impressão


3D e outros
são depositadas até a construção da impressão em 3D (três dimensões)
u

materiais
pr

Através da sublimação (passagem do estado físico sólido diretamente para


o estado físico gasoso), a cera ou tinta sólida é depositada na superfície de
Cera ou tinta impressão
Sublimação
sólida Como as partículas gasosas são menores que as partículas líquidas ou sólidas, a
qualidade da impressão é altíssima
Usada em impressões fotográficas

As impressoras permitem a utilização de superfícies de impressão de diferentes medidas, de acordo com a sua
construção. Impressoras térmicas utilizam desde bobinas de papel, que podem ter alguns centímetros de largura,
(como nas “maquininhas de cartão’”), até papéis tamanho A4.
A medida do papel é outro elemento importante para classificar a impressora. Confira, a seguir, algumas medi-
das (Largura x Altura) de tamanho de papel:

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TAMANHO MEDIDA (LXA) UTILIZAÇÃO

Maioria das impressoras


A4 21 cm x 29,7 cm
Tamanho mais popular

Dobro das medidas do papel A4 Impressoras laser podem ter bandejas para
A3 29,7 cm x 42 cm
este tamanho

O tamanho Carta tem quase as mesmas dimensões do tamanho A4 e é acei-


Carta 21,59 cm x 27,94 cm
to pela maioria das impressoras existentes no mercado

Usado em documentos oficiais do poder judiciário, poderá ser impresso em


Ofício ou
21,59 cm x 35,56 cm impressoras comuns que aceitem papel tamanho A4 com alimentação contí-
Legal
nua (sem bandeja de entrada)

Outra forma de classificação das impressoras relaciona-se à tecnologia de conexão e transmissão dos
dados, determinada pelos conectores utilizados. Vejamos alguns exemplos de conectores de alguns modelos de
impressoras:

CONEXÃO CARACTERÍSTICAS
Transmissão de dados por conectores LPT, usados nas primeiras impressoras matriciais e jato de tinta
Paralela
Velocidade baixa

Transmissão de dados por conectores COM, usados em impressoras e escâneres


Serial
Velocidade média

Transmissão de dados por conectores USB, que permitem troca de dados em alta velocidade e fo-
USB ram padrão para muitos modelos de impressoras jato de tinta, laser, térmicas e 3D
Altas velocidades de transmissão

Transmissão de dados por wireless, responsável por permitir a instalação do dispositivo de impres-
Wi-Fi são distante do dispositivo computacional
Altas velocidades de transmissão

Algumas impressoras oferecem conexão por Bluetooth, responsável por dispensar configurações
Bluetooth
de rede, como nome e endereço IP, bastando “emparelhar” o dispositivo para imprimir o que desejar

Transmissão por cabos de rede


RJ-45 Muitas impressoras permitem a instalação em uma rede de dados, para que seja acessada por vá-
rios dispositivos Impressoras corporativas e impressão laser oferecem este tipo de conector

Existem questões de concursos que abordam a classificação das impressoras de acordo com o nível de compar-
tilhamento entre usuários. Confira alguns destes termos:
0
-1
78

IMPRESSORA CONEXÃO UTILIZAÇÃO


.2
73

Instalada em um dispositivo computacional, a impressora local poderá atender


.8

Local Direta, local apenas 1 usuário ou ser compartilhada


32

Para impressão, o dispositivo também deverá estar ligado


-4
u

Instalada em um dispositivo computacional ou na rede de dados, a impressora


pr

compartilhada poderá ser usada por vários usuários que estejam na mesma rede
Direta, local
u

Compartilhada de dados e tenham autorização para impressão


pr

ou remota
Ao instalar a impressora, ela receberá um nome para ser informado aos demais
usuários da rede
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O computador poderá ter várias impressoras instaladas, e uma delas será definida
Local ou
Padrão como padrão ou preferencial
remota
Nas telas de impressão, ela será o nome marcado “automaticamente”
Conectada diretamente na rede, atende vários usuários com autorização para
imprimir
Rede Remota
A impressora receberá um número de IP para ser acessada por outros dispositivos
na mesma rede

Finalmente, as impressoras podem ser classificadas em relação à sua velocidade de impressão. São considera-
das impressoras rápidas aquelas que imprimem a maior quantidade de páginas por minuto (ppm). Impressoras
modernas podem imprimir até 60 páginas por minutos em alta resolução.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além disso, a resolução é uma medida de qualidade da impressão. A primeira, definida pela sigla DPI ou PPP
(dot per inch — pontos por polegada), informa qual é a quantidade de pontos de impressão que serão realizados
em 1 polegada linear na superfície de impressão. Impressoras jato de tinta operam com resolução entre 150 e 300
dpi, e as impressoras laser, com resoluções acima de 600 dpi.
As impressoras 3D, por sua vez, usam a definição de densidade de impressão para definir a qualidade da reso-
lução da impressão da peça 3D. Quanto maior a densidade de impressão, melhor será a construção e acabamento
da peça produzida pela impressora 3D.

ARQUIVOS DIGITAIS: DOCUMENTOS, PLANILHAS, IMAGENS, SONS, VÍDEOS;


PRINCIPAIS PADRÕES E CARACTERÍSTICAS
No sistema Windows, a extensão do arquivo determina o seu tipo. Assim como a extensão, o ícone que repre-
senta o conteúdo é outra forma de conhecer e lembrar o significado e funcionalidade do arquivo.
Acompanhe na tabela a seguir as principais extensões usadas (e solicitadas) em concursos:

EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS

.avi Audio Video Interleave. Arquivo compatível com Windows, contém tanto vídeo como áudio

Backup = cópia de segurança. Alguns editores de textos produzem arquivos com informações dos do-
.bak
cumentos que não estão gravados no disco, permitindo a recuperação

Formato de imagem popular e antigo. Ele foi usado amplamente como papel de parede em versões
.bmp do Windows. Possui até 16.7 milhões de cores sem compactação (que poderia reduzir o tamanho do
arquivo, como o JPG faz)

.cdr Formato de imagem do software de edição Corel Draw

Arquivo executável de comandos em ambiente DOS, executados via Prompt de Comandos ou por atalhos
.com
no ambiente gráfico. Esta extensão pode conter comandos maliciosos, e ser bloqueada

Iniciais de “Comma Separated Values” (valores separados por vírgulas). Arquivos de texto que podem
.csv ser usados em diferentes programas e permitem a troca de informações entre documentos, planilhas
e até correio eletrônico

Arquivo de texto capaz de armazenar dados referentes ao formato do texto que contém. Para editá-lo, é
.doc
preciso ter o Microsoft Word, o acessório Wordpad ou o LibreOffice Writer

Arquivo de texto capaz de armazenar dados referentes ao formato do texto que contém. Para editá-lo, é
.docx preciso ter o Microsoft Word 2007 ou superior, LibreOffice Writer ou pacote de compatibilidade instala-
do nas versões do Office 2002 (XP) e 2003
0
-1

Arquivo executável. Qualquer programa que executa uma série de comandos para o qual foi programa-
78

.exe do. Acionando clique duplo sobre um arquivo com esta extensão, iniciamos um processo de instalação
.2

ou a execução de um programa. Esta extensão pode conter comandos maliciosos, e ser bloqueada
73

Formato de imagem com 256 cores que permite uso de escala de cinza, interpolação e sequenciamento
.8

.gif
32

de imagens (GIFs animados)


-4

.htm ou Hiper Text Markup Language. Formato de páginas web. É capaz de dar formato a texto, acrescentar
u

.html vínculos a outras páginas, exibir imagens, reproduzir sons, entre muitas formatações
pr
u

.jpg ou Arquivo de imagem com 16.7 milhões de cores e comprimido, que pode ser editado em qualquer editor
pr

.jpeg de imagens. Formato popular de fotos

Formato de áudio que utiliza compressão em vários níveis. Quanto maior a compressão, menor a qua-
.mp3 lidade e o tamanho do arquivo. Pode ser reproduzido pelo Windows Media Player e por uma infinidade
de outros aplicativos

.mpg ou Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, reproduzido em qualquer programa
.mpeg multimídia

Open Document Format. Formato de documento aberto que é o padrão do pacote OpenOffice e usado
.odf
pelo BrOffice e LibreOffice

Open Document Presentation. Formato de documento de apresentações de slides usado pelo Impress,
.odp que é um software do pacote OpenOffice e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo
Microsoft PowerPoint

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS

Open Document Sheet. Formato de pasta de planilha de cálculos usado pelo Calc, que é um software do
.ods
pacote OpenOffice, e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo Microsoft Excel

Open Document Text. Formato de documento de texto usado pelo Writer, que é um software do pacote
.odt
OpenOffice, e disponível no BrOffice e LibreOffice. Pode ser editado pelo Microsoft Word

Documento eletrônico do padrão do programa Adobe Acrobat Reader, que é o preferido para distribui-
.pdf
ção de conteúdo

Arquivo de imagem vetorial. Armazena informações que permitem a ampliação da imagem sem perda
.png
significativa de qualidade

.ppt Arquivo de apresentações de slides do Microsoft PowerPoint (versões anteriores ao 2007)

.pptx Arquivo de apresentações de slides do Microsoft PowerPoint 2007 ou superior

.psd Formato de arquivo do programa de edição de gráficos Photoshop

.rar Formato de compressão de dados popular, mas que não possui suporte nativo no Windows

Rich Text Format (“formato de texto rico”). Desenvolvido pela Microsoft, é o padrão do acessório Wor-
.rtf
dpad e pode ser aberto pela maioria dos editores de textos

.tif Arquivo de imagem

Arquivo de texto sem formatação padrão do acessório Bloco de Notas que pode ser editado por qual-
.txt
quer editor de texto

.xls Pasta de Trabalho do Microsoft Excel 2003 ou anterior, que contém planilhas de cálculos

.xlsx Pasta de Trabalho do Microsoft Excel 2007 ou superior, que contém planilhas de cálculos

.wav Arquivo de áudio

.wma Windows Media Audio. Arquivo de áudio padrão do Windows

.wmv Windows Media Video. Arquivo de vídeo padrão do Windows

O formato para comprimir e descomprimir arquivos que é o formato padrão do Windows na compacta-
.zip
ção automática de arquivos e pastas

A extensão do arquivo é uma forma usada para identificar a informação gravada. Para o computador (equi-
pamento), todas as informações armazenadas são “dados”. As extensões são úteis para os usuários identificarem
o conteúdo existente no arquivo.
0
-1

Dica
78
.2

A maioria das questões sobre arquivos digitais envolve a identificação correta de suas extensões. Para pra-
73

ticar, ative a visualização de extensões de arquivos em seu Windows. No Explorador de Arquivos, guia Exibir,
.8

assinale “Extensões de nomes de arquivos” no grupo Mostrar/ocultar.


32
-4

O sistema operacional Windows não costuma exibir as extensões dos arquivos, procurando mostrar ícones
u

(desenhos e símbolos) que indicam o conteúdo ou o programa associado para visualização e edição.
pr

No sistema operacional, ao clicar duas vezes em um ícone XLSX, por exemplo, o aplicativo associado será acio-
u

nado (Microsoft Excel), exibindo o conteúdo do arquivo.


pr

O Windows permite a escolha do programa que será usado para abrir um arquivo de três formas.
A primeira forma será usando o menu de contexto, opção “Abrir com”. Será escolhido um programa diferente
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a cada vez que o arquivo for acessado para visualização ou edição, usando o menu de contexto.

125
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Imagem: menu de contexto exibido ao clicar com o botão secundário do mouse em um arquivo, para escolha
de um programa diferente do programa padrão, que será usado para visualizar ou editar o item
Outra forma de escolha é através do menu de contexto, item “Abrir com” e na sequência “Escolher outro apli-
cativo”. O usuário poderá escolher outro programa para ser associado com a extensão do arquivo, e definir que
ele se tornará o “programa oficial” para as próximas vezes que for acionada aquela extensão de arquivo. Essa é
uma alteração do item “Programas Padrão”, do painel de Configurações (Painel de Controle).
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

Imagem: menu de contexto exibido ao clicar com o botão secundário do mouse em um arquivo, para escolha
de um programa diferente do programa padrão, que será usado para visualizar ou editar o item
O usuário poderá também escolher outro programa diferente, localizando uma opção na Microsoft Store. A
loja de aplicativos do Windows oferece programas de terceiros que desempenham funções específicas e extras.
Em concursos públicos, o que vale é a configuração padrão do sistema operacional; assim, a loja de aplicativos
não costuma ser questionada, por sua diversidade de opções e mudanças contínuas.
Quando o arquivo é baixado da Internet (download — transferência de um servidor remoto para o computa-
dor local), os aplicativos poderão alertar o usuário sobre a origem “não segura” da informação, exigindo que ele
habilite a edição antes de iniciar as alterações no seu conteúdo.
As Bibliotecas do Windows (Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos) organizam os arquivos mais questiona-
dos em provas. A tabela apresentada no início do tópico está resumida na próxima tabela, separada por categorias:
126
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DOCUMENTOS IMAGENS MÚSICAS VÍDEOS

DOCX, DOC BMP


MPG ou MPEG
XLSX, XLS GIF MP3
MP4
Extensões PPTX, PPT JPG ou JPEG WAV
AVI
PDF, RTF, TXT PNG WMA
WMV
ODF, ODT, ODS e ODP TIF

ARQUIVOS PDF
O PDF é um arquivo somente para leitura do Adobe Acrobat. As letras PDF são as iniciais de “Portable Docu-
ment Format” (formato portável de documento). Portável significa que o arquivo poderá ser usado em diferentes
sistemas operacionais, sem nenhuma adaptação extra.
O formato PDF é o preferido para distribuição de conteúdo e também em questões de provas de concursos.
Muitas empresas usam o formato PDF como padrão para seus documentos, como os processos eletrônicos nos
sistemas do judiciário brasileiro. Professores distribuem conteúdo em plataformas digitais em formato PDF, ope-
radoras financeiras compartilham extratos em formato PDF, e diversos outros exemplos de aplicação do formato.
O formato PDF pode ser visualizado pelo Adobe Acrobat Reader, por outros programas e também por navega-
dores de Internet.
Originalmente, esses arquivos não podem ser editados (modificados). Entretanto, através do Adobe Acrobat
Reader DC — a última versão disponível para download no site da Adobe — é possível editar o conteúdo e inserir
marcações e comentários no documento.

No Explorador de Arquivos do Windows 10, arquivos com extensão PDF poderão ser mostrados na forma de
ícones ou com a miniatura da primeira página, de acordo com as configurações do computador. Quando as confi-
gurações gráficas estão desativadas, apenas o ícone será exibido.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr

Existem restrições que podem ser atribuídas ao PDF, tornando-o somente leitura, proibindo a impressão, a
cópia do conteúdo, inserindo a atribuição de senhas etc. Apesar das restrições relacionadas ao formato PDF, é pos-
u
pr

sível liberar alguns bloqueios através de sites especializados ou de programas desenvolvidos para essa finalidade.
O formato PDF é muito popular para a distribuição de conteúdo digital. Se você está usando este material em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

formato digital, certamente é um arquivo PDF que está sendo visualizado.


Suas características robustas para visualização do conteúdo tornaram-se o padrão quando se pensa em divul-
gar informações. O conteúdo do documento é “desenhado” pelo programa, exibindo alta qualidade mesmo quan-
do é ampliado.
Ao contrário das imagens que podem granular (perder qualidade quando ampliadas) e dos documentos que
podem ficar sem formatação (quando abertos em dispositivos ou programas diferentes), o PDF supera essas limi-
tações, garantindo a distribuição do conteúdo com qualidade e fidelidade ao original. A formatação aplicada ao
conteúdo do PDF será exibida em qualquer tela, independentemente do programa usado.
Para a criação de um arquivo PDF, o usuário pode usar um programa especializado, como o Adobe Acrobat,
converter arquivos que já possui através de conversores ou salvá-lo como PDF nos principais softwares.
Confira algumas soluções para criação dos seus PDFs:

127
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PROBLEMA COMO FAZER OPERAÇÃO AÇÕES

Converter com programas Como as páginas funcionam como


Já tenho arquivos de
especializados ou sites imagens, elas podem mudar de
documentos Girar páginas
online orientação de Retrato para Paisa-
gem e vice-versa
Procurar pela opção “Sal-
Estou editando meus
var como PDF” ou “Expor-
documentos
tar PDF” no programa

Com o navegador Google CONHECIMENTOS SOBRE SISTEMA


O conteúdo está em uma
Chrome, Imprimir a pági-
página web na Internet
na “Salvar como PDF” OPERACIONAL WINDOWS 10
CONCEITOS GERAIS, PRINCIPAIS UTILITÁRIOS,
CARACTERÍSTICAS DOS PDFS
CONFIGURAÇÕES, USO DE SENHAS PARA
PROTEÇÃO, FORMATOS PARA GRAVAÇÃO E
Os arquivos PDF podem ser produzidos sem INTEGRAÇÃO COM OUTROS APLICATIVOS NO
nenhuma restrição ou com vários níveis de restrições. AMBIENTE WINDOWS
Com o arquivo aberto em um visualizador de PDF,
no menu Arquivo, Propriedades, é possível consultar
O sistema operacional Windows foi desenvolvido
quais são as opções permitidas ou bloqueadas para o
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em mea-
documento.
dos dos anos 80, oferecendo uma interface gráfica basea-
da em janelas, com suporte para apontadores como
OPÇÃO ARQUIVO PDF mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), canetas
e mesas digitalizadoras.
Pode ser visualizado, editado e impres- Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, que
Sem
so em qualquer programa compatível possui suporte para os dispositivos apontadores tradicio-
restrições
com o formato nais, além de tela touch screen e câmera (para acompa-
nhar o movimento do usuário, como no sistema Kinect
Pode-se imprimir ou apenas visualizar
Impressão do videogame Xbox).
em telas
Em concursos públicos, as novas tecnologias e
Cópia de Pode-se copiar o conteúdo ou apenas suportes avançados são raramente questionados. As
conteúdo visualizar em telas questões aplicadas nas provas envolvem os conceitos
básicos e o modo de operação do sistema operacional em
Atribuição de senha para visualização do um dispositivo computacional padrão (ou tradicional).
Senhas
PDF ou abertura em qualquer programa O sistema operacional Windows é um software pro-
prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
O conteúdo será “embaralhado”, impe-
usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.
Criptografia dindo a leitura sem a respectiva chave
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
de descriptografia
relação às versões anteriores, como assistente virtual,
navegador de Internet, locais que centralizam infor-
OPERAÇÕES COM PDFS mações etc.
0
-1

Além das ações básicas que esperamos de um


78

z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos insta-


documento, o formato PDF permite a realização de
.2

lados no computador, com os itens recentes no início


73

outras ações, que tornam o formato muito prático. da lista e os demais itens classificados em ordem alfa-
Confira algumas:
.8

bética. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do


32

Windows 8 com a lista de programas do Windows 7;


-4

OPERAÇÃO AÇÕES z Pesquisar: com novo atalho de teclado, a opção


pesquisar permite localizar, a partir da digitação
u
pr

Unir dois ou mais arquivos PDF em de termos, itens no dispositivo, na rede local e na
Juntar PDF
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte
u

um novo arquivo
pr

atalho de teclado: Windows+S (Search);


Separar as páginas do arquivo, ex- z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas
Separar PDF
traindo intervalos específicos de informações no dispositivo, na rede local e na
Apesar de ser um formato com- Internet.
pacto, os arquivos PDFs podem
Comprimir PDF reduzir a qualidade para redução
do tamanho, facilitando algumas Importante!
operações, como anexos de e-mail A assistente virtual Cortana é uma novidade do
Adicionar senhas para a abertura Windows 10 que está aparecendo em provas
Proteger PDF de concursos com regularidade. Semelhante
dos arquivos PDF
ao Google Assistente (Android), Siri (Apple) e
Adicionar assinatura digital para Alexa (Amazon), essa integra recursos de aces-
Assinar PDF proteção do conteúdo e validação sibilidade por voz para os usuários do sistema
da autenticidade do documento operacional.
128
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro- papel de parede ilustrando o fundo da tela. É uma
gramas em execução e abre novas áreas de traba- imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP),
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB; uma foto (extensão JPG), além de outros formatos grá-
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do ficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos
Windows 10. Ele está configurado com o buscador que o computador está pronto para executar tarefas.
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário baixar
novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrôni- Lixeira Microsoft
Edge
Google
Chrome
Mozilla
Thunderbird
Kaspersky Firefox
Secure Co..
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas;
z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro- Provas
Anteriores
Downloads caragua.docx Lista de Extra - dicas
e-mails par.. Ebook-Curs. concursos.txt
gramas para acessar rapidamente;
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão
direito (secundário) do mouse, será mostrado o
menu rápido, que permite fixar arquivos abertos Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
ra de acesso rápido; Na área de trabalho podemos encontrar Ícones
z Central de Ações: centraliza as mensagens de e estes podem ser ocultados se o usuário escolher
segurança e manutenção do Windows, como as ‘Ocultar ícones da área de trabalho’ no menu de
atualizações do sistema operacional. Atalho de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones
teclado: Windows+A (Action). A Central de Ações representam atalhos, arquivos, pastas, unidades de
não precisa ser carregada pelo usuário, ela é car- discos e componentes do Windows (como Lixeira e
regada automaticamente quando o Windows é Computador).
inicializado; No canto inferior esquerdo encontraremos o botão
z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen- Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou
te a área de trabalho, ocultando as janelas que
pela combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o
estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
menu Iniciar será apresentado na interface de blocos
Windows+D (Desktop);
que surgiu com o Windows 8, interface Metro.
z Bloquear o computador: com o atalho de tecla-
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções
do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
instaladas no Windows 10, como acessar Configura-
computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
ções (antigo Painel de Controle), programas instalados
trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
no computador, apps instalados no computador a par-
Ctrl+Alt+Del;
tir da Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft)
z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
etc.
tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
teclado: Ctrl+Shift+Esc; Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de
z Minimizar todas as janelas: com o atalho de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou
teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode ditar o nome do recurso que estamos querendo exe-
minimizar todas as janelas abertas, visualizando cutar e o Windows 10 apresentará a lista de opções
a área de trabalho; semelhantes na área de trabalho e a possibilidade de
0

buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar


-1

z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece o


o que estamos querendo procurar, clicando no micro-
78

sistema de proteção BitLocker, que criptografa os


fone no canto direito da caixa de pesquisa.
.2

dados de uma unidade de disco, protegendo contra


73

acessos indevidos. Para uso no computador, uma A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma
novidade do Windows 10, que permite visualizar os
.8

chave será gravada em um pendrive, e para aces-


32

sar o Windows, ele deverá estar conectado; diferentes aplicativos abertos (como o atalho de tecla-
-4

z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial do Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de
ou biometria, para acesso ao computador sem a Trabalho. O atalho de teclado para Visão de Tarefas é
u
pr

necessidade de uso de senha; Windows+Tab.


z Windows Defender: aplicação que integra recur- Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de
u
pr

sos de segurança digital, como o firewall, antivírus Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias
e antispyware. áreas de trabalho independentes, onde os programas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

abertos em uma não interfere com os programas


O botão direito do mouse aciona o menu de con- abertos em outra.
texto, sempre. A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que
organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário,
Área De Trabalho permitindo o acesso rápido, tanto por clique no mou-
se, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro,
A interface gráfica do Windows é caracterizada Windows+2 para o segundo programa etc.) e também
pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que
Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas, mostrará miniaturas do que está em execução, e con-
atalhos, barra de tarefas (com programas que podem sequente transparência das janelas).
ser executados e programas que estão sendo executa- A Área de Notificação mostrará a data, hora, men-
dos) e outros componentes do Windows. sagens da Central de Ações (de segurança e manuten-
A área de trabalho do Windows 10, também conhe- ção), processos em execução (aplicativos de segundo
cida como Desktop, é reconhecida pela presença do plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B. 129
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o
atalho de teclado Windows+D mostrará a área de tra-
balho ao primeiro clique e mostrará o programa que
estava em execução ao segundo clique. Se a opção
“Usar Espiar para visualizar a área de trabalho ao 1 +1 não está em
posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar execução execução execução
Área de Trabalho na extremidade da barra de tarefas”
estiver ativado nas Configurações da Barra de Tare-
fas, não será necessário clicar. Bastará apontar para Área De Transferência
visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação Um dos itens mais importantes do Windows não é
dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
Metro do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser uma informação de cada vez. A informação armaze-
ativar ou desativar, pressione e segure o aplicativo nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
(ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o trabalhando em praticamente todas as operações de
bloco dinâmico e selecione Ativar bloco dinâmico ou manipulação de pastas e arquivos.
Desativar bloco dinâmico. No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado
Navegador padrão do
Atalhos Windows+V (View).
Windows 10
Itens Excluídos Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
estamos copiando o item para a memória RAM, para
ser inserido em outro local, mantendo o original e
Lixeira Microsoft Google Mozilla
criando uma cópia.
Kaspersky Firefox Arquivos
Pastas de
Arquivos
Edge Chrome Thunderbird Secure Co.. Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-
mos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área
de Transferência, para ser inserida em outro local,
Provas Downloads
Anteriores
caragua.docx Lista de Extra - Dicas Central de como em um documento do Microsoft Word ou edição
e-mails par. Ebook-Curs. concursos.txt Ações
Botão Iniciar Barra de Área de pelo acessório Microsoft Paint.
Cortana Visão de Tarefas Acesso rápido Notificação
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
mentos da tela do Windows.
Barra de Tarefas Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10. rência será inserido no local atual.

Mostrar área de trabalho agora está no canto infe-


Dica
rior direito, ao lado do relógio, na área de notifica-
ção da Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: As três teclas de atalhos mais questionadas
Win+D (Desktop) em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C
e Ctrl+V, que acionam os recursos da Área de
0

Transferência.
-1
78

As ações realizadas no Windows, em sua quase


.2
73

Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
.8

que permanecem em exibição todo o tempo. teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
32

Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pres-


-4

sionar Del ou Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z


(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
u
pr

sidade de acessar a Lixeira do Windows.


Aplicativo que está em execução 1 vez possui um E outras ações podem ser repetidas, acionando o
u
pr

pequeno traço azul abaixo do ícone. atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Fer-
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez pos- ramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no
sui um pequeno traço segmentado azul no ícone. Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Win-
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recur-
sos do Windows, que permite o uso de comandos,
realização de ações e controle das ações que serão
130 desfeitas.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lixeira OPERAÇÕES COM MOUSE

Um dos itens mais questionados em concursos RESULTADO DA


AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, Arrastar com botão secun-
Exibe o menu de contexto, po-
internos ou externos conectados na CPU. dário do mouse pressionado
dendo “Copiar aqui” (no local
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a e soltar em outra unidade de
onde soltar) ou “Mover aqui”
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original disco
e armazenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o tar entre unidades diferentes, será copiado.
local original. Se o local original não existe mais, pois
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
recupera o caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esva- O item será copiado, quando
Arrastar com o botão principal
ziar Lixeira” no menu de contexto ou faixa de opções a tecla CTRL for liberada, in-
pressionado um item com a
da Lixeira. dependente da origem ou do
tecla CTRL pressionada
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De- destino da ação
lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win- O item será movido, quando
Arrastar com o botão principal
dows, itens excluídos definitivamente ou apagados a tecla SHIFT for liberada, in-
pressionado um item com a
após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. dependente da origem ou do
tecla SHIFT pressionada
É possível recuperar com programas de terceiros, mas destino da ação
isto não é considerado no concurso, que segue a con- Arrastar com o botão princi-
Será criado um atalho para o
figuração padrão. pal pressionado um item com
item, independente da origem
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados a tecla ALT pressionada (ou
ou do destino da ação
com o mouse para fora dela, restaurando o item para CTRL+SHIFT)
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. Clique em itens com o botão
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá tecla CTRL pressionada
alterar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, Seleção de vários itens. O
poderá desativar ela excluindo os itens diretamen- Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
te e configurar Lixeiras individuais para cada disco principal, enquanto mantém a início, e o último item será o
conectado. tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua
de seleção

OPERAÇÕES COM MOUSE


Extensões de Arquivos
RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO O Windows 10 apresenta ícones que representam
Clique simples no botão arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
Selecionar o item
principal caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
0

secundário item atribuída para ele, de acordo com o programa que o


-1

criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-


78

Executar o item, se for exe-


mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
.2

cutável. Abrir o item, se for


será mais reconhecido diretamente pelas configura-
73

editável, com o programa pa-


ções definidas em Programas Padrão do Windows.
.8

Duplo clique drão que está associado. Nos


32

programas do computador,
-4

poderá abrir um item através


da opção correspondente Importante!
u
pr

Renomear o item. Se o nome Existem arquivos sem extensão, como itens do


u

já existe em outro item, será sistema operacional. Ela é opcional e procura


pr

Duplo clique pausado


sugerido numerar o item re- associar o arquivo com um programa para visua-
nomeado com um sufixo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lização ou edição. Se o arquivo não possui exten-


Arrastar com botão principal são, o usuário não conseguirá executar ele, por
pressionado e soltar na mes- O item será movido se tratar de conteúdo de uso interno do sistema
ma unidade de disco operacional (que não deve ser manipulado).
Arrastar com botão principal
pressionado e soltar em ou- O item será copiado
tra unidade de disco Confira na tabela a seguir algumas das extensões e
Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
ícones mais comuns em provas de concursos.
dário do mouse pressionado podendo “Copiar aqui” (no
e soltar na mesma unidade local onde soltar)

131
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
Windows WordPad.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e
editado pelos aplicativos Office. Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
Formato de documento portável (atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
PDF ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
(Portable Document Format) que
poderá ser visualizado em várias será visualizado e editado por outro programa de
plataformas escolha do usuário.
Documento de textos do Microsoft As Configurações do Windows e dos programas
Word. Textos com formatação que instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
DOCX podem ser editados pelo LibreOffice ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-
Writer tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
Pasta de trabalho do Microsoft
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
Excel. Planilhas de cálculos que
XLSX podem ser editadas pelo LibreOf-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
fice calc No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
Apresentação de slides do Micro- de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
soft PowerPoint, que poderá ser intuitivo.
PPTX
editada pelo LibreOffice Impress Através deste item o usuário poderá instalar e
desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Texto sem formatação. Formato Windows, além de outros recursos administrativos.
padrão do acessório Bloco de No- Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
TXT tas. Poderá ser aberto por vários acessado pela opção Configurações, localizada na lista
programas do computador
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
Rich Text Format – formato de tex- rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
to rico. Padrão do acessório Wor- Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
RTF dPad, este documento de texto da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
possui alguma formatação, como Modo Avião é uma configuração comum em smar-
estilos de fontes tphones e tablets que permite desativar, de manei-
Formato de vídeo. Quando o Win- ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que
dows efetua a leitura do conteúdo, inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do pri- NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MPG meiro quadro. No Windows 10, Fil- No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
mes e TV reproduzem os arquivos exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
de vídeo
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
Formato de áudio. O Gravador de ção e o tamanho de cada arquivo.
Som pode gravar o áudio. O Win-
MP3 dows Media Player e o Groove Mu- Modos de Exibição do Windows 10
sic podem reproduzir o som

Formato de imagem. Quando o


Windows efetua a leitura do con-
BMP, GIF,
teúdo, exibe no ícone a miniatura
0

JPG, PCX,
-1

da imagem. No Windows 10, o


PNG, TIF
78

acessório Paint visualiza e edita


os arquivos de imagens
.2
73

Formato ZIP, padrão do Windows


.8

para arquivos compactados. Não


32

ZIP necessita de programas adicionais,


-4

como o formato RAR, que exige o


WinRAR
u

z ícones extras grandes: ícones extra grandes com


pr

Biblioteca de ligação dinâmica do nome (e extensão);


Windows. Arquivo que contém in-
u

z ícones grandes: ícones grandes com nome (e


pr

DLL formações que podem ser usadas


por vários programas, como uma extensão);
caixa de diálogo z ícones médios: ícones médios com nome (e exten-
são) organizados da esquerda para a direita;
Arquivos executáveis, que não
z ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e
necessitam de outros programas
EXE, COM, para serem executados extensão) organizados da esq. para a direita;
BAT z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão)
organizados de cima para baixo;
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de
modificação, tipo e tamanho;
Uma das extensões menos conhecidas e mais ques- z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho,
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For- organizados da esq. para a direita;
mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data
de documento de texto com alguma formatação para de modificação, marcas e tamanho.
múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta
pelos programas editores de textos, como o Microsoft
132
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um dos temas mais questionado em provas são os Dica
modos de exibição do Windows. Se tem um compu-
Os acessórios do Windows são aplicativos nati-
tador com Windows 10, procure visualizar os modos
vos do sistema operacional, que estão dispo-
de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar a
disciplina no computador ajuda na memorização dos
níveis para utilização mesmo que não existam
recursos. outros programas instalados no computador. Os
acessórios oferecem recursos básicos para ano-
2. Barra ou linha de título tações, edição de imagens e edição de textos.
3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar

Na primeira categoria encontramos o Configura-


ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
as configurações de software (programas) e hardware
(dispositivos), permite alterar o comportamento do
sistema operacional, personalizando a experiência no
Área de trabalho do aplicativo
Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
1. Barra de menus de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
6. Barra de Rolagem tamente pelo atalho de teclado Windows+I.
Na segunda categoria, temos programas que reali-
Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10. zam atividades e outros que produzem mais arquivos.
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-
1. Barra de menus: são apresentados os menus com ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às
os respectivos serviços que podem ser executados versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
no aplicativo; são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui- (como pequenos post its na tela do computador).
vo e o nome do aplicativo que está sendo execu- Outros acessórios são o WordPad (para edição
tado na janela. Através dessa barra, conseguimos de documentos com alguma formatação), Bloco de
mover a janela quando a mesma não está maximi- Notas (para edição de arquivos de textos), MSPaint
zada. Para isso, clique na barra de título, mante- (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens
nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você (que permite ver uma imagem e chamar o editor
estará movendo a janela para a posição desejada. correspondente).
Depois é só soltar o clique; E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documen- mentar e Otimizar Unidades12 (antigo Desfragmenta-
to ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a dor de Discos, para organizar clusters13), Verificação
janela para seu tamanho e posição anteriores, cli- de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
que neste botão ou clique duas vezes na barra de do Windows (para cópia de segurança dos dados do
títulos; usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu- no disco).
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para
restaurar a janela para seu tamanho e posição
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes Desfragmentar e Otimizar Unidades
na barra de títulos; Aplicativo da área de trabalho
0

5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento.


-1

Solicita que você salve quaisquer alterações não


78

salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como Otimizar e desfragmentar unidade


.2

os navegadores de Internet, trabalham com guias


73

ou abas, que possuem o seu próprio controle para A otimização das unidades do computador pode
.8

fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4; ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.
32

6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao


-4

Otimizar
longo do lado direito (e inferior de uma janela de
u

documento). Para deslocar-se para outra parte do


pr

documento, arraste a caixa ou clique nas setas da


u

barra de rolagem. No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas


pr

do Windows, encontraremos os outros programas,


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Programas E Aplicativos como por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerencia-


mento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na par-
Os programas associados ao Windows 10 podem te de segurança encontramos o Firewall do Windows,
ser classificados em: um filtro das portas TCP do computador, que autoriza
ou bloqueia o acesso para a rede de computadores, e
z Componentes do sistema operacional; de acesso externo ao computador.
z Aplicativos e Acessórios;
z Ferramentas de Manutenção e Segurança;
z App’s – aplicativos disponíveis na Loja (Windows
Store) para instalação no computador do usuário.

12  Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
13  Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 133
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Firewall do Windows
Painel de controle

A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.

WINDOWS 10 O QUE

Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador

Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis-


Este Computador
cos e pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador,


Desfragmentar e Otimizar Unidades
melhorando o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar

Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador

Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows

Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox


Xbox (Games, músicas = Groove)
One

Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida

Menu Iniciar, Barra de Tarefas e


Fixar aplicativos
Blocos Dinâmicos

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Ex-


OneDrive integrado
plorador de Arquivos

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo


Continuum
ideal para dispositivos conversíveis

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10

Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente


Windows Store
0

permite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV


-1
78

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
.2
73

Windows Update, Windows Update


for Business, Current Branch for Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
.8
32

Business e Long Term Servicing Windows as a Service – WaaS


-4

Branch
u

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado


pr
u

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
pr

Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis

Email, Calendário, Notícias,


entre outros – também foram Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
melhorados.

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android

Configurações > Sistema >


Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando

Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em


Cortana
português
134
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
WINDOWS 10 O QUE

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as


Central de Notificações
mensagens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
0
-1
78
.2
73
.8

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
32

ção, com extensão RTF e DOCX.


-4

O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com recursos simplificados.


u
pr
u
pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.

135
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

Interação Com O Conjunto De Aplicativos Ms-Office 2010

z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Word 2010 possuem a extensão DOCX;
z Os documentos de texto habilitados para macros14, possuem a extensão DOCM;
z Um modelo15 de documento é um arquivo que pode ser usado para criar novos arquivos a partir de uma for-
matação preestabelecida. A extensão é DOTX;

14  Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas
são escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o
programa perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
136 15  Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Um modelo de documento habilitado para macros ATALHO AÇÃO
contém além da formatação básica para criação de
outros documentos, comandos programados para Cola o item (os itens) da Área de
Ctrl+V
automatização de tarefas. A extensão é DOTM; Transferência no local do cursor
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft
Move o item (os itens) para a Área
Excel 2010 possuem a extensão XLSX; Ctrl+X
de Transferência
z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos-
suem a extensão XLSM; Ctrl+Y Refazer
z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a
extensão XLTX; Desfaz a última ação. Se acabou
z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas de renomear um arquivo, ele volta
para macros possuem a extensão XLTM; ao nome original. Se acabou de
Ctrl+Z
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma apagar um arquivo, ele restaura
planilha que não foi salva, que pode ser recupera- para o local onde estava antes de
da pelo usuário, possui a extensão XLSB (binário); ser deletado
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Move o item para a Lixeira do
Values) contém textos separados por vírgula, que Del
Windows
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
dos em mala direta do Word, incorporados a um F1 Exibe a ajuda
banco de dados, etc.; F11 Tela Inteira
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato,
que pode ser usado no Outlook 2016; Renomear, trocar o nome: dois
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem arquivos com mesmo nome e
armazenar outros arquivos e pastas; mesma extensão não podem estar
z Os arquivos compactados podem ser criados na mesma pasta, se já existir ou-
F2
pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta tro arquivo com o mesmo nome,
Compactada; o Windows espera confirmação,
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, rece- símbolos especiais não podem ser
bem a extensão HTML e uma pasta será criada usados, como / | \ ? * “ < > :
para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.);
Pesquisar, quando acionado no
z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transfe-
F3 Explorador de Arquivos. Win+S fora
rido para outros arquivos do próprio Office através
dele
da Área de Transferência do Windows;
z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans- F5 Atualizar
ferido para outros arquivos do Windows, mas a
formatação poderá ser perdida. Exclui definitivamente, sem arma-
Shift+Del
zenar na Lixeira
Atalhos de Teclado – Windows 10 Win Abre o menu Início
Acessa o primeiro programa da
Dica Win+1
barra de tarefas
Os atalhos de teclado do Windows são de ter-
Acessa o segundo programa da
0

mos originais em inglês. Por serem atalhos de Win+2


-1

barra de tarefas
teclado do sistema operacional, são válidos para
78

os programas que estiverem sendo executados Win+B Acessa a Área de Notificação


.2
73

no Windows.
Mostra o desktop (área de
.8

Win+D
trabalho)
32

ATALHO AÇÃO
-4

Win+E Abre o Explorador de Arquivos


u

Alterna para o próximo aplicativo


Alt+Esc Feedback – hub para comentários
pr

em execução Win+F
sobre o Windows
u
pr

Exibe a lista dos aplicativos em


Alt+Tab Win+I Configurações (Painel de Controle)
execução
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Volta para a pasta anterior, que Bloquear o Windows


Win+L
Backspace estava sendo exibida no Explorador (Lock, bloquear)
de Arquivos Minimiza todas as janelas e mos-
Win+M tra a área de trabalho, retornando
Ctrl+A Selecionar tudo
como estavam antes
Copia o item (os itens) para a Área
Ctrl+C Selecionar o monitor/projetor que
de Transferência
será usado para exibir a imagem,
Win+P
Ctrl+Esc Botão Início podendo repetir, estender ou
escolher
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Search, para pesquisas (substitui
Win+S
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas o Win+F)

137
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO AÇÃO O Microsoft Word pode gravar o documento no
formato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de
Exibe a lista dos aplicativos em editar documentos produzidos no outro pacote de
Win+Tab
execução em 3D (Visão de Tarefas) aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Menu de acesso rápido, exibido ao
Win+X Word:
lado do botão Iniciar
z Faz a gravação automática dos dados editados
PRODUÇÃO, EDIÇÃO DE DOCUMENTOS,
enquanto o arquivo não tem um nome ou local
FUNÇÕES PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO,
de armazenamento definidos. Depois, se necessá-
IMPRESSÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS
rio, o usuário poderá “Recuperar documentos não
CONTROLE DE ALTERAÇÕES
salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação
Estrutura Básica dos Documentos dos arquivos em edição que tenham nome e local
definidos, permitindo recuperar as alterações que
Os documentos produzidos com o editor de textos não tenham sido salvas;
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
vamento automático”, associado à conta Microsoft,
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Micro- para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
soft Word 2007 e superiores. Os documentos são ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
arquivos editáveis pelo usuário, que podem ser vamento será realizado.
compartilhados com outros usuários para edição
colaborativa; O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, con- padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
tém formatações que serão aplicadas aos novos e por ser portável, também poderá ser editado pelo
documentos criados a partir deles. O modelo é usa- Microsoft Word.
do para a padronização de documentos; Ao iniciar a edição de um documento, o modo
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
(Document Template Macros – modelo de Impressão”. O documento será mostrado na tela da
documento com macros): As macros são códigos mesma forma que será impresso no papel.
desenvolvidos em Visual Basic for Applications O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
(VBA) para a automatização de tarefas; to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
a orientação, o tamanho do papel e margens. As prin- barra de título continua sendo exibida.
cipais definições estão na guia Layout, mas também O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
encontrará algumas definições na guia Design; visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
z Seção: divisão de formatação do documento, vesse publicado na Internet como página web.
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
que forem usadas configurações diferentes, como Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
margens, colunas, tamanho da página, orientação, dos blocos de conteúdo.
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
as seções serão usadas; exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
0

z Parágrafos: formado por palavras e marcas de


-1

tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.


formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
78

Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que


tação independente do parágrafo anterior e do
.2

faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-


parágrafo seguinte;
73

to da interface do Microsoft Office.


z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
.8

parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for


32

Acesso Rápido Guia Atual Item com Listagem Guias ou Abas


finalizado com Quebra de Linha, a configuração
-4

atual permanece na próxima linha;


u

z Palavras: formado por letras, números, símbolos,


pr

caracteres de formatação etc.


u
pr

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do


Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções
todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word
ser editados pelas versões antigas do Office, desde que
instale um pacote de compatibilidade, disponível para Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata-
download no site da Microsoft. lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office 2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen-
podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a
Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse preferência do usuário.
PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos- A Faixa de Opções contém guias, que organizam os
se um documento do Word. ícones em grupos.
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GUIA GRUPO ITEM ÍCONE BOTÃO/GUIA DICA

Tarefas iniciais: o início do


Recortar
documento, acesso à área de
Página Inicial transferência, formatação de fon-
tes, parágrafos e formatação do
Copiar
Área de conteúdo da página
Transferência
Tarefas secundárias: adicionar
Colar um objeto que ainda não existe
Inserir
no documento, tabela, ilustrações
Página Pincel de e instantâneos
Inicial Formatação
Configuração da página: forma-
Nome da fonte Calibri (Corp Layout da Página tação global do documento e for-
matação da página
Tamanho da
fonte Reúne formatação da página e
Fonte Design
plano de fundo
Aumentar fonte
Índices e acessórios: notas de
Diminuir fonte Referências rodapé, notas de fim, índices, su-
mários etc.

Folha de Rosto
Mala direta: cartas, envelopes,
Correspondências etiquetas, e-mails e diretório de
contatos
Página em
Páginas Correção do documento: ele está
Branco
ficando pronto... Ortografia e gra-
Revisão mática, idioma, controle de alte-
Quebra de rações, comentários, comparar,
Página proteger etc.

Inserir Visualização: podemos ver o re-


Tabelas Tabela Exibir sultado de nosso trabalho. Será
que ficou bom?
Imagem
Edição e Formatação de Textos

Ilustrações Imagens Online A edição e formatação de textos consiste em apli-


car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
parágrafos e nas páginas.
Formas Os estilos fornecem configurações padronizadas
0
-1

para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-


78

ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,


.2

sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição


73

Importante! do documento. Os índices são gerenciados através das


.8

opções da guia Referências.


32

Muitas bancas de concursos públicos não costu- No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági-
-4

mam utilizar imagens em suas provas. Elas prio- na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no
rizam o conhecimento do candidato acerca dos
u

menu Estilos.
pr

conceitos dos softwares. Outras bancas organi- Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário
u

zadoras priorizam o conhecimento do candidato poderá copiar a formatação de um local e aplicar em


pr

acerca do uso dos recursos para a produção de outro local no mesmo documento, ou em outro arquivo
arquivos (parte prática dos programas). aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

formatação no texto’, clique no ícone da guia Página Ini-


cial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
As guias possuem uma organização lógica, sequen- O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
cial, das tarefas que serão realizadas no documento, Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
desde o início até a visualização do resultado final. formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
ou iniciar uma digitação.
BOTÃO/GUIA DICA
Seleção
Comandos para o documento
Arquivo atual: salvar, salvar como, impri- Através do teclado e do mouse, como no sistema
mir, salvar e enviar operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
parágrafos e até o documento inteiro.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha

Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo

Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento

- Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início da linha

- Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final da linha

- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início do documento

- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final do documento

Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra

Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local

Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado

Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.

Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
0
-1

Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
78

valor específico para o tamanho da letra.


.2

Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
73

teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
.8

Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
32

e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
-4

palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
u
pr

nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.


u

Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
pr

mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
140
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha - apenas a primeira linha será


deslocada em relação à margem esquerda
Margem esquerda Margem direita

2 2 4 6 8 10 12 14 16

Recuo deslocamento - as linhas


Recuo esquerda - todas as serão deslocadas em relação à
linhas serão deslocadas em margem esquerda, exceto a pri- Recuo direito - todas as linhas
relação à margem esquerda meira linha serão deslocadas em relação à
margem direita

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode


Enter -
0

mudar a formatação
-1
78

Quebra de Linha: muda de linha e mantém a for-


.2

Shift+Enter -
matação atual
73
.8

Quebra de página: muda de página, no local atual


32

do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Pági-


Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
-4

nas, ícone Quebra de Página, e na guia Layout,


grupo Configurar Página, ícone Quebras
u
pr

Quebra de coluna: indica que o texto continua na


u
pr

Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Separador de Estilo: usado para modificar o estilo


Ctrl+Alt+ Enter -
no documento

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-


TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

141
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CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
0
-1
78

ATALHOS WORD EXCEL


.2
73

Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
.8

Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicionais


Tabela, Fórmulas
32

=SUM(ABOVE) =SOMA(A1:A5)
-4

Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)


u
pr

Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5


u

Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter


pr

Copia apenas a primeira formatação da


Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para..
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
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ATALHOS WORD EXCEL
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na célula
Shift+Enter Quebra de linha manual
acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

Índices

Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.

z Sumário: principal índice do documento;


z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões;
z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.

Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE PLANILHAS FUNÇÕES PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO, IMPRESSÃO E


MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, MANIPULAÇÃO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E GRÁFICOS, IMPORTAÇÃO E
EXPORTAÇÃO DE DADOS

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
0
-1

ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
78

controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
.2

para a operação.
73

O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
.8

formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
32

atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
-4

As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
u
pr

Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.
u
pr

Conceitos Básicos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;

143
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Barra de Acesso Rápido Coluna
Barra de Fórmulas
Faixa de
Opções

Célula

Linha

z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas pode variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com 256,
1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
pr

Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula.
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráficos

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

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z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta Moeda Contábil
iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido R$4,00 R$4,00
na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór- Moeda Contábil
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um R$ 150,00 R$     150,00
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui R$ 170,00 R$    170,00
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas; R$ 200,00 R$­    200,00
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
R$ 1.000,00 R$   1.000,00
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel; R$ 10,54 R$    10,54
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma O ícone % é para mostrar um valor com o forma-
formatação específica; to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica-
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células); (Ctrl+Shift+%)
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
encontraremos o item Personalizado, para criação FORMATO PORCENTAGEM E 2
de máscaras de entrada de valores na célula. VALOR ß,0
PORCENTAGEM % CASAS % ,0 0

Formatos de Números, Disponível na Guia Página 1 100% 100,00%


Inicial
0,5 50% 50,00%
Geral 2 200% 200,00%
123 Sem formato específico
Número 100 10000% 10000,00%
12 4,00
0,004 0% 0,40%
Moeda
R$4,00
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o
Contábil valor da célula com um separador de milhar. Este
R$4,00 comando alterará o formato da célula para Contábil
Data Abreviada sem um símbolo de moeda.
04/01/1900
Data Completa FORMATO SEPARADOR DE
VALOR
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900 CONTÁBIL MILHARES 000

Hora 1500 R$1.500,00 1.500,00


00:00:00
0

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00


-1

Porcentagem
78

400,00% 1 R$1,00 1,00


.2

1
73

Fração 400 R$400,00 400,00


2
.8

4
32

Científico 27568 R$27.568,00 27.568,00


102
-4

4,00E+00
u

Texto
ab
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas deci-
pr

4
mais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais casas
u
pr

As informações existentes nas células poderão decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores
ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por menos precisos exibindo menos casas decimais).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

exemplo, na verdade é um número formatado como Quando um número na casa decimal possui valor abso-
data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
datas. decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
de Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas
símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da
o alinhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posi- função ARRED, para arredondar.
ciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula
decimal. Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a


seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o signifi-
cado e alguns exemplos de aplicação. 145
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OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
(multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por


% (percentual) Percentual = 20%
100

Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) Exponenciação Cálculo de raízes =3^2=8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica
de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?


1. Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos)
2. Identificar a simbologia básica do Excel (informática)
3. Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática)
4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
15, senão mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então mos-


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
tre 20, senão mostre 40

Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então


0
-1

>= (maior ou igual) Maior ou igual a = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 ) mostre 5, senão


78

mostre 1
.2
73

Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


<= (menor ou igual) Menor ou igual a = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 ) mostre 11, senão
.8
32

mostre 23
-4

Se o valor de A1 for diferente de 1, então mos-


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
u

tre 100, senão mostre 8


pr
u

Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )
pr

senão mostre 50

Princípios dos Operadores Relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>;
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=;
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=.

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OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

=$A1 Trava a célula na coluna A


$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
Planilha2

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do Ex-


=’C:\FernandoNishimura\
‘ (apóstrofo) Caminho cel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa (A1) em uma referência mista (A$1 ou $A1) ou em
referência absoluta ($A$1);
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o
cargo de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u

a) –R$ 960,00
pr

b) –R$ 100,00
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00

A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
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Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).

Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11

Retorna a data atual do computador


Identifica uma função ou os = HOJE ( )
Faz a soma de A1 e B1
( )parênteses valores de uma operação = SOMA (A1;B1)
Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir
prioritária = (3+5) / 2
por 2

A função SE tem 3 partes, e estas


; (ponto e vírgula) Separador de argumentos =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
estão separadas por ponto e vírgula

=SOMA(F4:H8 Executa uma operação sobre as célu-


Espaço Intersecção
H6:K10) las em comum nos intervalos

Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
0
-1
78
.2

SÍMBOLOS PARA TEXTOS


73
.8

Símbolo Significado Exemplo Comentários


32

Apresenta o texto Fernando.


-4

“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”


Se usado em testes, é “igual a”
u
pr

Exibe os zeros não significativos,


‘(apóstrofo) Número como texto ‘0001
u

0001 como texto (ex.: placa de carro)


pr

Exibe “Fernando Nishimura” (sem as


& (“E” comercial) Concatenar = “Fernando ”&” Nishimura” aspas), o resultado da junção dos
textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)


148
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CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem mensa-
gens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digitação,
entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;


z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece;
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico inválido;
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.

Funções Básicas

z SOMA(valores): realiza a operação de soma nas células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
0

z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
-1

atendida.
78
.2

A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)


73
.8

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
32

=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
-4
u

z MÉDIA(valores): realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
pr
u

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
pr

serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

entram no cálculo da média.

z MED(valores): informa a mediana de uma série de valores.

Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e o
valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de
4 e 8 é 6 ((4+8)/2).

z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das células selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas um
será mostrado.
149
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z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de - CONT.VALORES - quantidade de células que estão
uma série, segundo o argumento apresentado. preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
Valores iguais ocupam posições diferentes. estão preenchidas.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- uma condição específica.
las A1 até D6. - CONT.SES - quantidade de células que atendem a
várias condições simultaneamente.
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu-
las selecionadas. z CONT.VALORES(células): esta função conta todas
as células em um intervalo, exceto as células
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na vazias.
área de A1 até D6.
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de contagem, informando quantas células estão preen-
uma série, segundo o argumento apresentado. chidas com valores, quaisquer valores.

Valores iguais ocupam posições diferentes. z CONT.NÚM (células): conta todas as células em
um intervalo, exceto células vazias e células com
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- texto.
las A1 até D6.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
outro caso seja falso. z CONT.SE(células;condição): esta função con-
ta quantas vezes aparece um determinado valor
Esta função é muito solicitada em todas as bancas. (número ou texto) em um intervalo de células (o
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na usuário tem que indicar qual é o critério a ser
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na contado)
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
serão realizadas as duas operações, somente uma tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
delas, segundo o resultado do teste. do o valor 5.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para ção2): esta função conta quantas vezes aparece
textos literais. um determinado valor (número ou texto) em um
intervalo de células (o usuário tem que indicar
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
célula A1 não é 10”) as condições especificadas.
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
valor não é negativo”) =CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
0
-1

=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
78

não é positivo”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas


.2

células existem no intervalo de B1 até B10 contendo


73

É possível encadear funções, ampliando as áreas o valor 7.


.8

de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-


32

vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. z CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias
-4

de um intervalo.
u

=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é


pr

negativo”;”Valor é positivo”)) =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células


u

vazias existem no intervalo A1 até A8.


pr

Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),


exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for z SOMASE(células para testar;teste;células para
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo somar): efetua um teste nas células especificadas,
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer- e soma as correspondentes nas células para somar.
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
usado somente no início da digitação da célula. =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
As funções CONT são usadas para informar a de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
quantidade de células, que atendem às condições menores que 3.
especificadas.
z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
- CONT.NÚM - para contar quantas células pos- células2; teste2): verifica as células que atendem
suem números. aos testes e soma as células correspondentes.
150
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Os intervalos de teste e de soma podem ser os z DIA(data): extrai o número do dia de uma data;
mesmos. z MÊS(data): extrai o número do mês de uma data;
z MÉDIASE(células para testar;teste;células z ANO(data): extrai o número do ano de uma data;
para calcular a média): efetua um teste nas célu- z DIAS(data1;data2): informa a diferença em dias
las especificadas, e calcula a média das células entre duas datas;
correspondentes. z DIAS360(data1;data2): informa a diferença em
Os intervalos de teste e de média podem ser os dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias);
mesmos. z POTÊNCIA(base;expoente): eleva um número
(base) ao expoente informado;
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16
índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a função
PROCV é utilizada para localizar o valor_procu-
z MULT(número;número;número; ... ) : Multiplica
rado dentro da matriz_tabela, e quando encon-
os números informados nos argumentos.
trar, retornar à enésima coluna informada em
núm_índice_coluna. A última opção, que será
FUNÇÕES LÓGICAS
VERDADEIRO ou FALSO, é usada para identificar
se precisa ser o valor exato (F) ou pode ser valor E Retorna VERDADEIRO se todos os seus
aproximado (V). (Função E) argumentos forem VERDADEIROS
Por exemplo: OU Retorna VERDADEIRO se um dos argu-
(Função OU) mentos for VERDADEIRO
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e NÃO
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) Inverte o valor lógico do argumento
(Função NÃO)
FALSO
A função PROCV é um membro das funções de pes- (Função FALSO)
Retorna o valor lógico FALSO
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
Use a função tirar ou a função arrumar para VERDADEIRO
(Função Retorna o valor lógico VERDADEIRO
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
VERDADEIRO)

z ESQUERDA(texto;quantidade): extrai de uma Retornará um valor que você especifica


sequência de texto, uma quantidade de caracteres SEERRO se uma fórmula for avaliada para um
(Função SEERRO) erro; do contrário, retornará o resultado
especificados, a partir do início (esquerda).
da fórmula

=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern


ando”
Importante!
z DIREITA(texto;quantidade): extrai de uma
Foram apresentadas muitas funções neste
sequência de texto, uma quantidade de caracteres
material, não é verdade? Existem milhares de
especificados, a partir do final.
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc.
=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”. Em concursos públicos, estas são as mais ques-
tionadas. Em provas de concursos, raramente
z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ): junta os textos aparecem questões com funções, e quando apa-
recem, são as básicas e intermediárias.
0

especificados em uma nova sequência.


-1
78

=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá-


.2

rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. Gráficos


73
.8

z INT(valor): Extrai a parte inteira de um número. Além da produção de planilhas de cálculos, o


32

Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos


-4

=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor com os dados existentes nas células.
u

3,14159 exibe 3. Gráficos são a representação visual de dados


pr

numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como


u

z TRUNCAR(valor;casas decimais): exibe um gráficos ‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.


pr

número com a quantidade de casas decimais, sem Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
micas, são construídos com dados existentes em uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

arredondar.
ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas informações para a produção de relatórios completos.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.
z Os gráficos de Colunas representam valores em
z ARRED(valor;casas decimais): exibe um número colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colu-
com a quantidade de casas decimais, arredondan- nas: Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D
do para cima ou para baixo. Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas 3D.
decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.

z HOJE(): exibe a data atual do computador;


z AGORA(): exibe a data e hora atuais do
computador;
151
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z Os gráficos de Linhas representam valores com z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de jam organizados em preço na alta, preço na baixa
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
100% Empilhada com Marcadores e 3D. de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z Os gráficos de Pizza representam valores propor-


cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.

z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos


z Os gráficos de Barras representam dados de forma de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon- São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, Delineada, Contorno e Contorno Delineado.
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas.

z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a


evolução de itens. São exemplos de gráficos de
z Os gráficos de Área representam dados de forma Radar: Radar, Radar com Marcadores e Radar
semelhante ao gráfico de Linhas, mas com preen- Preenchido.
chimento até a base (eixo X). São opções dos grá-
ficos de Área: Área, Área Empilhada, Área 100%
Empilhada, Área 3D, Área 3D Empilhada e Área 3D
0
-1

100% Empilhada.
78
.2
73

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-


.8

trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.


32
-4

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


u

de valores em seus eixos. São opções dos gráficos


pr

de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-


u

cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e


pr

Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
ro da série de dados.

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para


z O gráfico do tipo Mapa exibe a informação de séries de valores com evolução, como idades da
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
Coroplético. grama: Histograma e Pareto.
152
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z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
ção de valores.

z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as varia-


ções dos valores ao longo do tempo.

z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS


ordem decrescente.
A classificação de dados alfa-
numéricos poderá ser ‘Classi-
ficar de A a Z’ em ordem
Classificar texto crescente, ou ‘Classificar de Z
a A’ em ordem decrescen-
te. É possível diferenciar letras
z Os gráficos do tipo Combinação permitem com- maiúsculas e minúsculas
binar dois tipos de gráficos para a exibição de
séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo Quando a coluna possui números,
Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Colu- podemos ‘Classificar do menor
Classificar
na Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área
números para o maior’ ou ‘Classificar do
Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade
de criação de uma Combinação Personalizada. maior para o menor’

Se houver datas ou horas, po-


demos ‘Classificar da mais
0

Classificar datas
-1

antiga para a mais nova’


78

ou horas ou ‘Classificar da mais nova


.2

para a mais antiga’, resumindo,


73

Classificação de Dados cronologicamente


.8
32

A classificação de dados é uma parte importante Se você tiver formatado manual


-4

da análise de dados. ou condicionalmente um interva-


lo de células ou uma coluna de
u

Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z Classificar por


pr

a A), números (dos menores para os maiores ou dos tabela, por cor de célula ou cor
cor de célula,
de fonte, poderá classificar por
u

maiores para os menores) e datas e horas (da mais cor de fonte ou


pr

antiga para a mais nova e da mais nova para a mais essas cores. Também será pos-
ícones
sível classificar por um conjunto
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

antiga) em uma ou mais colunas.


Você também poderá classificar por uma lista de de ícones criados ao aplicar uma
clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por for- formatação condicional
mato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o
Você pode usar uma lista per-
conjunto de ícones.
sonalizada para classificar em
A maioria das operações de classificação é identifi-
Classificar uma ordem definida pelo usuá-
cada por coluna, mas você também poderá identificar
por uma lista rio. Por exemplo, uma coluna
por linhas.
personalizada pode conter valores pelos quais
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial,
você deseja classificar, como
a classificação poderá ser de texto, números, datas ou
Alta, Média e Baixa
horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por
uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu-
na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais.

153
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CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS ENDEREÇO URL
CARACTERÍSTICAS
FICTÍCIO
Na caixa de diálogo Opções de Usando o protocolo http, aces-
Classificação, em Orientação, saremos o servidor abc, que é
Classificar linhas clique em Classificar da esquer- comercial (.com), no Brasil (.br).
da para a direita e, em seguida, Acessaremos a divisão multimí-
clique em OK http://www.abc. dia (www) com arquivos textuais,
com.br/ vídeos, áudios e imagens. O re-
Classificar por Na caixa de diálogo Classificar,
curso acessado é o index.html,
mais de uma adicione mais de um critério
entendido automaticamente pelo
coluna ou linha para ordenação
navegador, por não ter nenhuma
especificação de recurso no fim
Classificar uma
Basta selecionar a coluna de- Usando o protocolo https, aces-
coluna em um
sejada, e na janela de diálogo, saremos o servidor abc, que é
intervalo de
manter o item “Continuar com a https://mail.abc. comercial (.com) e pode estar
células sem
seleção atual” com/caixa s/ registrado nos Estados Unidos.
afetar as demais
inbox/ Acessaremos o diretório caixas,
subdiretório inbox. Acessaremos
o serviço mail no servidor
Usando o protocolo de transferên-
INTERNET cia de arquivos ftp, acessaremos
ftp://ftp.abc.g o servidor ftp da instituição go-
CONCEITOS GERAIS E FUNCIONAMENTO, ov.br/edital.pdf vernamental (gov) brasileira (br)
ENDEREÇAMENTO DE RECURSOS chamada abc, que disponibiliza o
recurso edital.pdf
Na Internet, as informações (dados) são arma-
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os Outra forma de analisar um endereço URL é na sua
servidores são computadores, que utilizam pastas ou sintaxe expandida. Quando navegamos em sites na
diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao Internet, nos deparamos com aquelas combinações de
acessarmos uma informação na Internet, estamos símbolos que não parecem legíveis. Mas, como tudo
acessando um arquivo. Mas como é a identificação na Internet está padronizado, vamos ver as partes de
deste arquivo? Como acessamos estas informações? um endereço URL ‘completão’.
Por meio de um endereço URL. Confira:
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?-
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e querystring#fragmento
possui a seguinte sintaxe:
Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
protocolo://máquina/caminho/recurso transferência.

z “protocolo” é a especificação do padrão de comu- z “domínio” é o nome da máquina, o nome do site;


0
-1

nicação que será usado na transferência de dados. z “:” e “porta”, indicam qual, entre as 65536 portas
78

Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – TCP, serão usadas na transferência;
.2

protocolo de transferência de hipertexto), ou https z “caminho” indica as pastas no servidor, que é um


73

(Hyper Text Transfer Protocol Secure – protocolo computador com muitos arquivos em pastas;
.8

seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File z “recurso” é o nome do arquivo que está sendo
32

Transfer Protocol – protocolo de transferência de acessado;


-4

arquivos), entre outros; z “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,


u

z “://” faz parte do endereço URL para identificar usado especialmente em sites seguros;
pr

que é um endereço na rede e não um endereço z “#” é para especificar qual é a localização da infor-
u

local como “/” no Linux ou “:\” no Windows; mação dentro do recurso acessado (marcas).
pr

z “máquina” é o nome do servidor que armazena a


informação que desejamos acessar; Exemplo:
z “caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui-
vo está armazenado; https://outlook.live.com:5012/owa/hotmail?path=/mail/
z “recurso” é o nome do arquivo que desejamos inbox#open
acessar. esquema: https://
domínio: outlook.live.com
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas
características. porta: 5012
caminho: /owa/
recurso: hotmail
querystring: path=/mail/inbox
fragmento: open

154
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Quando o usuário digita um endereço URL no seu 2. Um software antivírus é acionado para detecção
navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
mação será localizada e transferida para o navegador
que solicitou o recurso.

Usuário Arquivo
Servidor DNS
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas

Internet
Endereço URL
Usuário

Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas


os dados são armazenados em servidores web com números de
IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a =
navegação na Internet. Usuário Arquivo

Dica 4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo


Os endereços URLs apontam para recursos na
rede, que na verdade são arquivos. Os servidores
são computadores e todos os dados armazena-
dos neles são arquivos. As pastas são identifica- Arquivo Arquivo
das no endereço URL como o caminho, dentro da = desinfectado excluído
árvore de diretórios do servidor.
Usuário Quarentena
NAVEGAÇÃO SEGURA
Quando o antivírus encontra um código malicioso
Cuidados em algum arquivo, que tenha correspondência com a
base de assinaturas de vírus, ele poderá:
Independentemente da quantidade de sistemas de
z Remover o vírus que infecta o arquivo;
proteção, o comportamento do usuário poderá levar
z Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-
pasta Quarentena, isolado;
ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo
z Excluir o arquivo infectado.
do usuário mediante autorização dada pelo próprio
usuário. A autorização de acesso poderá estar camu- Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo
flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, através de três métodos de detecção: assinatura dos
ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como vírus conhecidos, verificação heurística e comporta-
o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura mento do código malicioso quando é executado.
0

começa com a atitude do usuário na rede.


-1

O que fazer quando o código malicioso do vírus


78

não está na base de assinaturas?


Antivírus
.2

A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante


73

do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus


Os vírus de computadores, como conhecemos no
.8

detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria-


32

tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se mente. Para a detecção desses novos códigos malicio-
-4

para outros arquivos quando o hospedeiro é executa- sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
u
pr

natura do vírus. z Análise Heurística


Os programas antivírus são desenvolvidos para
u
pr

detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui- O software antivírus poderá analisar os arquivos
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza- do dispositivo através de outros parâmetros, além da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

do, com as últimas definições da base de assinaturas base de assinaturas de vírus conhecidos, para encon-
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi- trar novos códigos maliciosos que ainda não foram
gos maliciosos. identificados.
Se o código enviado para análise for comprovada-
1. O usuário tem um vírus de computador instalado
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza-
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.

Usuário Arquivo

155
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. Ele compara o código com sua base de assinaturas,
mas não encontra correspondência com vírus conhecidos

= Usuário
Usuário Arquivo
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.
2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
Quarentena
=
Usuário

E-mail com vírus E-mail com vírus

Fabricante Firewall
Usuário

Windows Defender E-mail com trojan E-mail com trojan

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então


Em concursos públicos, as soluções de antivírus de mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e
terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara- chegarão até o usuário.
mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba- O firewall impede um ataque, seja de um hacker,
lham com as configurações padrões dos programas. de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga
O Windows 10 possui uma solução integrada de digital que procure acessar a rede ou o computador
proteção, que é o Windows Defender. Na época do por meio de suas portas de conexão. Apenas o con-
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será
programa Microsoft Security Essentials como antiví- bloqueado pelo firewall.
rus padrão do sistema operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows
Defender, para detecção e remoção de outros códigos
maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além E-mail Página web
0

disso, o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro


-1

de conexões para impedir ataques oriundos das redes


78

conectadas.
.2
73

No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- Firewall Usuário


Invasor Ataque de vírus
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
.8
32

opera o firewall do sistema operacional, impedindo


-4

ataques e invasões.
Propagação Malware
u

de worm
pr

Firewall
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
u

os ataques provenientes da rede.


pr

O firewall é um filtro de conexões que poderá ser


um software, instalado em cada dispositivo, ou um O firewall não é um antivírus nem um antispyware.
hardware, instalado na conexão da rede, protegendo Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera- TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
cional disponibiliza um firewall pré-configurado com dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
regras úteis para a maioria dos usuários. como o antivírus e o antispyware.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a
maioria das portas específicas estão bloqueadas.
Importante!
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque
e, não, por ser um vírus.

156
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Antispyware atendem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega
disfarçado, medidas de prevenção devem ser adota-
Da mesma forma que existe a solução antivírus contra das, como:
vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos z nunca fornecer informações confidenciais ou
maliciosos que não necessitam de um hospedeiro. secretas por e-mail;
Genericamente, malware é um software malicioso. z resistir à tentação de cliques em links das
Genericamente, spyware é um software espião. Assim, mensagens;
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e z observar os downloads automáticos ou não iniciados;
relevância para os usuários dos sistemas operacionais, z dentro das políticas de segurança para os funcio-
os spywares ganharam destaque. Comercialmente, tor- nários, destacar que não se deve submeter à pres-
nou-se interessante nomear a solução como antispyware. são de pessoas desconhecidas.
Na prática, um antispyware, ou um antimalware,
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. Quando os ataques procuram atingir um servidor
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con-
Worm Malware
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi-
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam
ser redefinidas o mais breve possível.
Usuário Antispyware
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão
Trojan Spyware ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no os programas atualizados em seu dispositivo, apli-
dispositivo do usuário. cando as correções de segurança tão logo elas sejam
disponibilizadas.
Para proteção, o usuário deverá:

z manter o firewall ativado; Importante!


z manter o antivírus atualizado e ativado;
Quando o usuário é envolvido na perpetração de
z manter o antispyware atualizado e ativado;
z manter os programas atualizados com as corre- ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra-
ções de segurança; co da corrente de segurança da informação, por
z usar uma senha forte para acesso aos sistemas e estar sujeito a enganos e trapaças dos atacan-
optar pela autenticação em dois fatores quando tes. A Engenharia Social consiste no conjunto de
disponível. técnicas e atividades que procuram estabelecer
confiança mediante dados falsos, ameaças ou
dissimulação.

Ameaças
0

Usuário
-1
78

As ameaças são identificadas como aquelas que


.2

possuem potencial para comprometer a oferta ou exis-


73

tência dos ativos computacionais, tais como: informa-


.8

ções, processos e sistemas. Um ransomware – software


32

Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e
-4

Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e solicita o pagamento de resgate para a liberação das
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
u

ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares


pr

instaladas e uso de senha forte. É importante entender que, apesar de a ameaça


u

existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua


pr

UTM execução ou se medidas de proteção forem implemen-


tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen- ameaças à segurança da informação podem ser clas-
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que sificadas como:
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem � Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade;
conexões, controlam a execução das aplicações, pro- z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma ram vulnerabilidades nos sistemas;
conexão VPN segura para navegação e entregam relató- z Naturais: não intencionais, relacionadas ao
rios de fácil compreensão para o usuário. ambiente, como as catástrofes naturais.

Defesa Contra Ataques As empresas precisam fazer uma avaliação das amea-
ças que possam causar danos ao ambiente computacio-
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navega- nal dela mesma (Gerenciamento de Risco), implementar
dor de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing sistemas de autenticação (Controlar o Acesso), definir os 157
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
requisitos de senha forte (Política de Segurança), manter um número “parecido”. Exemplo: termo original
um inventário e realizar o rastreamento de todos os ati- “monitores10S” terá uma senha “m0n1tOr3sl0$”;
vos (Gerenciamento de Recursos), além de utilizar siste- z Palavras grafadas propositalmente erradas. Exem-
mas de backup e restauração de dados (Gerenciamento plo: termo original “segurança54S” terá uma senha
de Continuidade de Negócios). “Çegur4nSSa54$”.

USO DE SENHAS E CRIPTOGRAFIA, TOKENS Dica


E OUTROS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA,
NAVEGADORES (BROWSERS) E SUAS PRINCIPAIS A maioria das questões sobre senhas são práti-
FUNÇÕES cas. Procuram avaliar se o candidato reconhece
senhas fracas e fortes. Use senhas fortes em
As senhas são essenciais para o acesso às informa- suas contas e acertará as questões do tema nas
ções em qualquer ambiente digital. Elas estão sendo provas de concursos.
combinadas com outros mecanismos, como tokens e
autenticações em duas etapas. Com os ataques às contas de usuários, seja por
Elas são usadas em tudo. Abertura de documentos aplicativos de quebra de senhas por força bruta ou
com senhas, autenticação do usuário ao acessar siste- por acesso à senha original decorrente de um descui-
mas, validação de operações etc. do do usuário, os sites implementaram outros níveis
Vamos falar inicialmente sobre as senhas. de segurança.
As senhas poderão ser simples ou complexas, e A “verificação em duas etapas”, adotada por ban-
no ambiente digital são denominadas fracas ou for- cos na confirmação de operação bancária via internet,
tes. Senhas são fracas ou fortes, dependendo do grau consiste em associar a transação ou acesso à um códi-
de dificuldade que um hacker, ou software malicioso, go aleatório enviado no momento da solicitação.
teria para quebrá-la. Assim, em outro dispositivo do usuário, ele rece-
Uma senha numérica “1234” é uma senha fraca. berá o código exigido para continuar com a operação
Ela tem uma sequência de números facilmente identi- iniciada em outro aparelho.
ficável quando olhamos alguém digitando no teclado Como é possível observar, as senhas são essenciais
e é uma das primeiras que será testada para tentar para a proteção do acesso às informações. E as infor-
acesso a qualquer sistema. mações armazenadas (arquivos) podem ter senhas?
Uma senha alfanumérica como “dAtkOz40#849@” Sim e não.
é uma senha forte. Ela combina letras maiúsculas e Alguns arquivos aceitam atribuição de senhas
minúsculas, números e símbolos. A chance de ser des- para abertura, leitura e edição. Outros arquivos não
coberta, deduzida ou quebrada, serão mínimas. possuem este tipo de suporte.
Segundo a Cartilha de Segurança para Internet Para arquivos sem suporte nativo para senhas,
(http://cartilha.cert.br/senhas/), uma senha boa, bem outros mecanismos poderão ser usados para prote-
elaborada, é aquela que é difícil de ser descoberta e ção, como a compactação com senhas e a criptogra-
fácil de ser lembrada. fia. Para compactar arquivos com senhas, acione o
Vejamos algumas combinações de senhas que não programa (como o WinZIP ou WinRAR), selecione os
são recomendáveis. arquivos, defina a senha, e compacte. Para descom-
pactar, a senha será solicitada.
z Sequências de teclas do teclado, como 123456 ou
qwerty; Mais Segurança: Tokens
0
-1

z Palavras populares, como nomes de artistas, times


78

de futebol, nomes de músicas e nomes de parentes Mesmo com o uso das senhas, a proteção poderá
.2

próximos (filhos); ser quebrada e a informação acessada. Nas transações


73

z Datas de nascimento, casamento, comemorações, digitais, os tokens entram em ação.


.8

feriados etc.; As senhas procuram proteger de forma passiva a


32

z Placa de carro. Mesmo sendo uma placa de car- informação.


-4

ro padrão Mercosul, ainda é uma senha previsí- Os tokens procuram proteger de forma ativa a
vel dentro das combinações possíveis de letras e transação.
u
pr

números (além de estar publicamente divulgada Bancos, aplicativos de delivery, sites na internet e
quando você anda de carro pelas ruas);
u

empresas com acesso virtual utilizam os tokens para


pr

z Números de documentos. O acesso a vazamento de proteger a transação. E não é nada de outro mundo,
dados na Internet permite o acesso aos documen- ao contrário, fazem parte de nosso dia a dia. Confira
tos das pessoas. Se a senha usada é um número de alguns exemplos:
documento, ela será facilmente quebrada.
z Aplicativo de delivery: um código é enviado para
Alguns sistemas possuem requisitos de senhas, o smartphone do cliente. Ele deve informar este
que definem como elas deverão ser. Exigências como código quando receber o pedido. O entregador tem
“uso de maiúsculas e minúsculas”, comprimento a garantia de que este é o cliente que fez o pedido e
mínimo de 8 caracteres, uso de caracteres especiais e o cliente tem a garantia de que este é o entregador
proibição de uso repetido de senhas nas atualizações que está sendo informado no seu pedido;
são algumas das mais conhecidas. z Aplicativo de transporte: um código é enviado para
Vejamos algumas combinações de senhas que são o motorista do aplicativo. Ao chegar em seu desti-
recomendáveis. no, quando o cliente embarcar, deve informar o
código que está sendo exibido em seu smartphone.
z Substituições de caracteres. Onde é zero, usar O motorista tem a garantia de que este é o usuário
158 letra O maiúscula, e vice-versa. Onde é letra, usar
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que solicitou o transporte, e o cliente tem a garantia de que este é o motorista que está sendo informado para
a sua corrida;
z Sites na internet: alguns sites oferecem a autenticação em duas etapas. Um dos mais usados é o WhatsApp Web.
Ao abrir o aplicativo no smartphone, pode ser solicitado um PIN ou realizado o reconhecimento biométrico do
usuário. Ao acessar o aplicativo pelo navegador, um QR Code é exibido para sincronizar o aparelho e conta;
z Bancos: um dos ativos mais protegidos é o dinheiro. E, atualmente, o dinheiro está predominantemente sendo
transacionado em meio digital. Ao realizar transações bancárias, é comum o envio de um código por SMS, ou
a leitura de um QR Code para a transação, ou informando uma validação adicional;
z Empresas: o acesso remoto dos colaboradores a partir de suas residências se tornou uma realidade em muitos
locais do mundo. Ao acessar o webmail corporativo, o serviço pode solicitar uma contrassenha que identifica-
rá o dispositivo como seguro. Vamos comentar sobre o Microsoft Outlook corporativo: o colaborador acessa o
navegador de Internet e entra no webmail da empresa. Após fornecer login e senha, é solicitado que execute
o app Microsoft Autenticator em seu smartphone e informe o código gerado. O dispositivo é confirmado e o
acesso é permitido;
z E-mail pessoal: até serviços pessoais de correio eletrônico como o Gmail já oferecem a autenticação em duas
etapas. Ao acessar o serviço em qualquer dispositivo pelo navegador, é solicitado que o usuário execute o app
Gmail em seu smartphone, para obter o código de acesso. No navegador de internet, deve informar o código
que visualizou em seu app.

Senhas nos arquivos, compactação de dados, tokens, entre outros, também se destaca um método, usado para
proteção de dados, que opera com arquivos em geral, com ou sem senha. É a criptografia.

O Que é Criptografia?

A criptologia é a ciência de “criar e violar os códigos secretos”. É a maneira segura para armazenar e transmitir
dados, de forma que somente o destinatário possa ler ou processá-los. A criptografia usa algoritmos seguros para
manter as informações protegidas.
Ao ativá-la, os dados legíveis que contêm texto claro ou texto não criptografado, serão “embaralhados” para
produzir um texto criptografado ou texto codificado. A descriptografia reverterá o processo, tornando o texto
claro ou não criptografado.
A cifragem criptográfica pode proporcionar confidencialidade à comunicação, incorporando várias ferramen-
tas e protocolos que protegem os dados, as identidades e as conexões entre os usuários.
As chaves criptográficas codificam e decodificam os dados.
Alguns sistemas de criptografia usam a criptografia simétrica. Provavelmente você já viu estas siglas quando
configurou seu roteador wireless.
Padrões de criptografia comuns que usam criptografia simétrica:

z 3DES (triplo DES): Digital Encryption Standard (DES). O Triplo DES criptografa três vezes os dados e usa uma
chave diferente;
z IDEA: O Algoritmo de Criptografia de Dados (IDEA);
z AES: O Advanced Encryption Standard (AES).
0
-1
78

Chave de criptografia Chave de criptografia


.2
73
.8
32

Chave pré-compartilhada
-4
u
pr
u
pr

Fernando %kjrlnal Fernando


Criptografar Descriptografar
Nishimura $ko#&asd Nishimura
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A mesma chave usada para codificar os dados é usada para decodificar depois.

Na criptografia assimétrica, um par de chaves independentes torna esses algoritmos mais seguros que na
criptografia simétrica.
Os algoritmos assimétricos incluem:

z RSA (Rivest-Shamir-Adleman);
z Diffie-Hellman;
z ElGamal;
z Criptografia de curva elíptica (ECC).

159
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Protocolos que usam algoritmos de chave assimétrica.

z Internet Key Exchange (IKE);


z Secure Socket Layer (SSL);
z Secure Shell (SSH);
z Pretty Good Privacy (PGP).

Chave de criptografia Chave de criptografia


Duas chaves separadas
que não são
compartilhadas

Fernando %kjrlnal Fernando


Criptografar Descriptografar
Nishimura $ko#&asd Nishimura

Uma chave é usada para codificar os dados, e outra chave será usada para decodificar.

COMPARAÇÃO DE TIPOS DE CRIPTOGRAFIA

Algoritmo de criptografia simétrica Algoritmo de criptografia assimétrica

Mais conhecidos como algoritmos de chave de segredo


Mais conhecidos como algoritmos de chave pública
compartilhado

O comprimento de chave normal é de 80 a 256 bits O comprimento de chave normal é de 512 a 4.096 bits

Remetente e destinatário devem compartilhar uma chave Remetente e destinatário não compartilham uma chave
secreta secreta

Geralmente, os algoritmos são bem rápidos (velocidade


Os algoritmos são relativamente lentos porque baseiam-
máxima de transmissão de dados) porque baseiam-se em
-se em algoritmos computacionais difíceis
simples operações matemáticas

DES, 3DES, AES, IDEA, RC2/4/5/6 e Blowfish são alguns


RSA, ElGamal, curvas elípticas e DH são alguns exemplos
exemplos

CARACTERÍSTICAS

Criptografia simétrica Criptografia assimétrica


0

Compartilha uma chave comum para criptografia e Normalmente requer um processamento de chaves de
-1

descriptografia terceiros
78
.2

Mais rápido e usa menos recursos de processamento Usado por aplicativos como IKE, SSH, PGP e SSL
73
.8

O gerenciamento de chave pode ser um problema à medi- Use uma chave pública para criptografar e uma chave pri-
32

da que o número de usuários aumenta vada para descriptografar


-4

Usa o Digital Encryption Standard (DES) Usa o RSA (Rivest-Shamir-Adleman)


u
pr
u

O sistema operacional Windows oferece dois níveis de proteção de arquivos com criptografia:
pr

z NTFS: através do sistema de arquivos do Windows, os arquivos são protegidos e exibidos com cores/ícones
diferentes no Explorador de Arquivos;
z BitLocker: criptografia que protege os dados em um disco com o armazenamento de chaves em outro disco. A
unidade C pode ser protegida e a chave armazenada em um pendrive. Toda vez que for ler os dados na unidade
C, o pendrive com a chave precisa estar conectado no dispositivo.

O conceito do BitLocker parece familiar, certo?

A certificação digital com o uso de cartões com chip ou aplicativos de certificação trabalham com a mesma sis-
temática. Para autenticar uma transação, o cartão com chip que contém a assinatura digital ou certificado digital
deverá estar conectado no leitor. Para autenticar uma operação, o aplicativo da Autoridade Certificadora deve ser
aberto e confirmada a transação.

160
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
GOOGLE CHROME armazenado em servidores remotos, tanto na Internet
como na Intranet. É um navegador com código aber-
Salva de Páginas e Configurações to, software livre, que permite download para estudo e
modificações. Possui suporte ao uso de applets (comple-
O navegador mais utilizado pelos usuários da mentos de terceiros), que são instalados por outros pro-
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi- gramas no computador do usuário, como o Java.
ços, como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização
entre muitos outros. Uma das pequenas diferenças de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
desse navegador em relação aos outros navegadores tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan-
é a tecla de atalho para acesso à Barra de Endereços,
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses
que, nos demais, é F4 e, nele, é F6. Outra diferença é o
dados não serão sincronizados.
acesso ao site de pesquisas Google, que oferece a pes-
Assim como nos outros navegadores, é possível
quisa por voz se você acessar pelo Google Chrome.
definir uma página inicial padrão, uma página inicial
Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla- escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador a navegação das guias abertas na última sessão.
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela per-
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa. mite copiar, para a Área de Transferência do computador,
Alguns recursos do navegador são “emprestados” parte da imagem da janela que está sendo acessada. A
do site de buscas, como a tradução automática de seguir, em outro aplicativo o usuário poderá colar a ima-
páginas pelo Google Tradutor. gem capturada ou salvar diretamente pelo navegador.
É possível compartilhar o uso do navegador com Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que recem pequenas dicas para que você possa aproveitar
cada uma tenha as próprias configurações e arquivos. ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades
O navegador Google Chrome possui níveis diferentes sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla,
de acessos, que podem ser definidos quando o usuário notícias sobre integridade da internet e muito mais.
conecta ou não em sua conta Google.
INTERNET EXPLORER
z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
gle, o navegador armazena localmente as informa- Salva de Páginas e Configurações
ções da navegação para o perfil atual do sistema
operacional. Todos os usuários do perfil poderão Foi o navegador padrão dos sistemas Windows
consultar as informações armazenadas; e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
z Modo Normal conectado na conta Google: o questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
navegador armazena localmente as informações Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
da navegação e sincroniza com outros dispositivos
A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
conectados na mesma conta Google;
mento de substitutos para os programas, que deter-
z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet, mas
mina que a nova versão ou novo produto terá os
não acessa as informações da conta Google registrada;
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces- recursos e irá operar como as versões anteriores ou
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a produtos de origem.
janela é fechada. O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
O navegador Google Chrome, quando conectado As Opções de Internet, disponível no menu Ferra-
0
-1

em uma conta Google, permite que a exclusão do his- mentas, podem ser acessadas pelo Painel de Controle
78

tórico de navegação seja realizada em todos os dis- do Windows, devido à alta integração do navegador
.2

positivos conectados. Essa funcionalidade não estará com o sistema operacional.


73

disponível caso não esteja conectado na conta Google.


.8

Um dos atalhos de teclado diferente no Google Chro- BUSCAS


32

me, em comparação aos demais navegadores, é F6. Para


-4

acessar a barra de endereços nos outros navegadores, Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm
pressione F4. No Google Chrome, o atalho de teclado é F6. como finalidade apresentar os resultados de endere-
u
pr

Para verificar a versão atualmente instalada do ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e, depois,
u

Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft


pr

“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen- Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador. Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos acessibilidade das informações existentes na Internet,
mesmos sites que estavam abertos antes do reinício, indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
com as mesmas credenciais de login. Os sites de pesquisas foram incorporados aos
O Google Chrome permite a personalização com navegadores de Internet, e na configuração dos bro-
temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
wsers temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que
das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Esta funcionalida-
FIREFOX de transforma a nossa barra de endereços em uma
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche
Salva de Páginas e Configurações com os termos pesquisados anteriormente e oferece
sugestões de termos para completar a pesquisa.
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, como O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como busca-
os demais browsers, possibilita o acesso ao conteúdo dor padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm 161
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o Google Buscas como buscador padrão. As configura- COMANDO USO EXEMPLO
ções podem ser personalizadas pelo usuário.
Páginas que con-
Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope- link:
link tenham link para
rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens, novaconcursos
outras
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line,
efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idio- Informações de um location:méxico
location
ma para outro, entre inúmeras funcionalidades. Além determinado local terremoto
do mais, eles também ignoram pontuação, acentuação e
não diferenciam letras maiúsculas de letras minúsculas, Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
mesmo que sejam digitadas entre aspas. suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
E além de todas estas características, os sites de O site de pesquisas Google também oferece respos-
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím- tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
bolos) para refinar os resultados e comandos para rece mecanismos similares.
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con- As possibilidades são quase infinitas, pois os assis-
cursos públicos, estes são os itens mais questionados. tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
de concursos públicos, esta parte você consegue prati- de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
car, até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
e comandos nas suas pesquisas na Internet, e visuali-
PEDIDO USO EXEMPLO
ze os resultados obtidos.
traduzir maçã
traduzir ... para.. Google Tradutor
para japonês
SÍMBOLO USO EXEMPLO
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni-
Pesquisa exata, na
ca:número telefone ca:99999-9999
Aspas mesma ordem que
“Nova Concursos”
duplas forem digitados os Cotação da bol-
código da ação GOOG
termos sa de valores
Menos ou Excluir termo da concursos Previsão do
clima localidade clima são paulo
traço pesquisa –militares tempo
concursos Status de um
Til (acento) Pesquisar sinônimos código do voo ba247
~públicos voo (viagens)
Substituir termos na
pesquisa, para pes- Os resultados apresentados pelas pesquisas do
quisar “inscrições en- site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura
Asterisco cerradas”, e “inscri- inscrições * filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
ções abertas”, e “ins- a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
crições suspensas” conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
etc. No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000 bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
Intervalo de datas ou campeão
escolha o item Pesquisa Segura.
Dois pontos No Google, na página do site do buscador www.goo-
preço 1980..1990
gle.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
0

Pesquisar em redes Instagram


-1

Arroba direito e escolha o item Configurações de Pesquisa.


78

sociais @novaconcursos
.2

Pesquisar nas marca-


Hashtags #informática
73

ções de postagens Importante!


.8
32

As bancas costumam questionar funcionali-


-4

COMANDO USO EXEMPLO dades do Microsoft Bing que são idênticas às


funcionalidades do Google Buscas. Ao inserir o
u

Resultados de ape- livro site:www.uol.


pr

site nome do navegador da Microsoft na questão, a


nas um site com.br
u

banca procura desestabilizar o candidato com a


pr

Somente um tipo de apostila dúvida acerca do recurso questionado.


filetype
arquivo filetype:pdf
Definição de um
define define:smtp CONCEITOS E FUNÇÕES VÁLIDAS PARA TODOS
termo
OS NAVEGADORES
intitle No título da página intitle:concursos
No endereço URL da Cache
inurl inurl:nova
página
Pesquisa o horário z Modo normal de navegação: as informações
time em determinado time:japan serão registradas e mantidas pelo navegador. His-
local tórico de Navegação, Cookies, Arquivos Temporá-
rios, Formulários, Favoritos e Downloads;
related Sites relacionados related:uol.com.br
z Modo de navegação anônima: as informações
Versão anterior do de navegação serão apagadas quando a janela for
cache cache:uol.com.br
site fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão
162 mantidos;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Dados de formulários: informações preenchidas
em campos de formulários nos sites de Internet;
z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá- Servidor de e-mails
Servidor de e-mails

rio poderão ser exportados do navegador atual e


importados em outro navegador de Internet;
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor
Receber – POP3 Receber IMAP4
remoto para o computador local. Os gerenciadores
de downloads permitem pausar uma transferência
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja
mais disponível;
z Uploads: arquivos enviados do computador local Usuário Usuário

para um servidor remoto;


z Histórico de navegação: são os endereços URL
acessados pelo navegador em modo normal de Cliente de e-mail Navegador de Internet
navegação;
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para
arquivos acessados durante a navegação; o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de
funcionalidades adicionais ou propaganda; Internet e mantida no servidor de e-mails.
z Atualizar página: acessar as informações armaze-
nadas na cópia local (cache); Os protocolos de e-mails são usados para a troca
z Recarregar página: acessar novamente as infor- de mensagens entre os envolvidos na comunicação.
mações no servidor, ignorando as informações O usuário pode personalizar a sua configuração, mas
armazenadas nos arquivos temporários; em concursos públicos o que vale é a configuração
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet padrão, apresentada neste material.
no formato PDF podem ser visualizados direta- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco-
mente no navegador de Internet, sem a necessida- lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo
de de programas adicionais. cliente de e-mail para enviar para o servidor de men-
sagens, e entre os servidores de mensagens do reme-
tente e do destinatário.
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o
Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de
E-MAIL e-mail para receber as mensagens do servidor remoto,
removendo-as da caixa de entrada remota.
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÕES USUAIS IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é
Podemos usar um programa instalado em nosso usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco-
dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail,
de Internet para acessarmos as mensagens recebi- transferindo cópias das mensagens para a janela do
das. A escolha por uma ou por outra opção vai além navegador e mantendo as originais na caixa de men-
da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem sagens do servidor remoto.
0

suas características e protocolos. Confira.


-1
78

FORMA DE
.2

CARACTERÍSTICAS
ACESSO
73

Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail


SMTP
.8

Protocolo SMTP para enviar mensa-


32

Enviar – SMTP
gens e POP3 para receber. As men-
-4

Enviar e Receber
Cliente de E-mail sagens são transferidas do servidor Receber – POP3 IMAP4
para o cliente e são apagadas da cai-
u
pr

xa de mensagens remota
u
pr

Protocolo IMAP4 para enviar e para Remetente Destinatário


Cliente
receber mensagens. As mensagens Webmail
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Webmail são copiadas do servidor para a jane- Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
la do navegador e são mantidas na (cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
caixa de mensagens remota (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
os e-mails recebidos.

Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o


usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
zada na RFC5322.
RFC é Request for Comments, um documento de
texto colaborativo que descreve os padrões de cada
protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores. 163
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De forma semelhante ao endereço URL para recursos armazenados em servidores, o correio eletrônico tam-
bém possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o formato reduzido usuário@provedor no enunciado das
questões, ao invés do formato detalhado usuário@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.

CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS

COMPONENTE CARACTERÍSTICAS

Usuário Antes do símbolo de @, identifica um único usuário no serviço de e-mail

Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é usado para separar a parte esquerda, que identifica o usuário,
@
da parte a sua direita, que identifica o provedor do serviço de mensagens eletrônicas

Imediatamente após o símbolo de @, identifica a empresa ou provedor que armazena o serviço de


Nome do domínio
e-mail (o servidor de e-mail executa softwares como o Microsoft Exchange Server por exemplo)

Identifica o tipo de provedor, por exemplo: COM (comercial), .EDU (educacional), REC (entreteni-
Categoria do domínio mento), GOV (governo), ORG (organização não governamental) etc., de acordo com as definições
de Domínios de Primeiro Nível (DPN) na Internet

Informação que poderá ser omitida, quando o serviço está registrado nos Estados Unidos. O país é infor-
País
mado por duas letras, como: BR, Brasil; AR; Argentina; JP; Japão; CN; China; CO; Colômbia; etc.

Quando o símbolo @ é usado no início, antes do nome do usuário, identifica uma conta em rede social. Para o
endereço URL do Instagram https://www.instagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @novaconcursos.

TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS E DADOS: UPLOAD, DOWNLOAD, BANDA,


VELOCIDADES DE TRANSMISSÃO
A transferência de informação e arquivos baseia-se no paradigma cliente-servidor. As informações armazena-
das em servidores são transferidas para os clientes, como na internet. Um servidor web hospeda arquivos que são
transferidos para um cliente web (browser ou navegador) acionado pelo usuário.

Servidor web
Servidor e-maill Servidor FTP Servidor VoIP
0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr

Cliente Web Cliente e-maill Cliente FTP Cliente VoIP


u
pr

Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.


Alguns dos principais protocolos de transferência de arquivos são:

z HTTP (Hyper Text Transfer Protocol): protocolo de transferência de hipertextos;


z HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol Secure): protocolo seguro de transferência de hipertextos;
z FTP (File Transfer Protocol): protocolo de transferência de arquivos;
z SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo simples de transferência de e-mail.

A conexão de banda larga oferece altas taxas de envio (upload) e recebimento (download), sendo balanceada
pela operadora de telefonia.
A conexão dedicada oferece altas taxas de envio e recebimento em valores contratados e fixos.
Quando uma pessoa envia um arquivo de seu computador para um site na internet, a operação de transferên-
cia que está sendo executada é conhecida como upload.
Quando uma pessoa recebe um arquivo em seu computador proveniente de um site na internet, a operação de
transferência que foi executada é conhecida como download.
164
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A transferência de dados poderá ser com o protocolo TCP, que possui controle da transmissão e retransmite
em caso de erro no pacote de dados, e com o protocolo UDP, que não possui conexão contínua e não faz retrans-
missão em caso de erro.
O TCP é usado nos sites de internet e o UDP é usado em transmissões ao vivo.
Quando enviamos ou recebemos informações da rede mundial, a taxa de transferência é um índice que infor-
ma a velocidade de transmissão e o tempo necessário para conclusão. A velocidade poderá ser informada em B/s
(bytes por segundo), KB/s (kilobytes por segundo), MB/s (megabytes por segundo), GB/s (gigabytes por segundo) etc.
Uma forma comum é medir em bits por segundo; para converter em bytes, basta dividir por 8. Por exemplo: a
taxa de 80 Mbps (80 megabits por segundo) é o mesmo que 10 MB/s (10 megabytes por segundo). A taxa de 1 GB/s
(1 gigabyte por segundo) é o mesmo que 8 Gbps (8 gigabits por segundo).

Abri quando estiver concluído


Sempre abrir arquivos deste tipo

Pausar
Mostrar na pasta

Cancelar
13563. zip
4,6/102 Mb, 3 minutos restantes

ENVIO DE ARQUIVOS COMPACTADOS

O envio de arquivos pela internet poderá apresentar limitação quanto ao tamanho da informação ou quanto
ao tempo que será dedicado para a transferência. Os e-mails, por exemplo, enviam arquivos anexos, mas com
limite de tamanho.
Uma das formas mais práticas para o envio de arquivos grandes é compactar em um formato ZIP ou RAR. A
compactação do arquivo reduz o seu tamanho; depois disso, em muitos casos, será possível anexar no e-mail.
Arquivos que, ainda depois de compactados, são maiores que o limite do e-mail, podem ser divididos em partes
e enviados separadamente. Entretanto, assim, quem envia tem mais trabalho para montar o arquivo compactado
separado e, do outro lado, o destinatário terá o mesmo problema para montar o arquivo com as partes recebidas.
Existem sites na internet que permitem o envio de arquivos grandes, sem ser por anexo de e-mail. Por exemplo:
o Microsoft OneDrive trabalha junto com o Hotmail (Outlook). Quando tentamos enviar um arquivo muito grande
por e-mail, o Hotmail sugere armazenar o arquivo na nuvem do OneDrive, e segue para o destinatário um link de
acesso ao arquivo.

Como deseja compartilhar estes arquivos?


i Estes arquivos são muito grandes para serem enviados como anexos. O tamanho máximo que você pode enviar é de 33 MB. Tente compartilhar com OneDrive.
0

Carregar e compartilhar como links do OneDrive


-1

Carregue para a pasta Anexos de email no seu OneDrive, para que qualquer pessoa possa ver as alterações mais recentes e trabalhar em conjunto em tempo real
78
.2

Anexar Como uma Cópia


73

Os destinatários recebem uma cópia para revisão


.8
32

Lembrar da minha escolha para arquivos do meu computador e anexá-los da mesma forma no futuro i
-4
u

O Google Drive (que está mudando de nome para Google One) trabalha com o Gmail. Assim como no Hotmail,
pr

ao tentar enviar um anexo muito grande pelo Gmail, ele sugere armazenar o arquivo na nuvem do Google, e segue
u

para o destinatário um link de acesso ao arquivo.


pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

x
Anexando os arquivos
Seus arquivos tem mais de 25 MB. Eles serão enviados como links do Google Drive.

01 Informática de Concursos... 21.7M x

02 Informática de Concursos... 15.7M x

Cancelar

As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados.

165
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os metadados são usados para diferentes funções,
como identificação da fonte, dados sobre duração da
transmissão, verificação da qualidade etc. Quando
usados separadamente, o usuário pode baixar apenas
o áudio de um vídeo, ou modificar os metadados do
MP3 para exibir as informações editadas sobre autor,
disco, nome da música etc.
Os fluxos de dados devem ser analisados na for-
ma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de men-
surar a qualidade e quantidade de dados trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo
e áudio transferidos de um servidor remoto para o
dispositivo local. Popularizado pelo serviço Netflix
de filmes e séries, o formato stream fragmenta o con-
teúdo em pacotes de dados para serem enviados pelo
canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são
os contêineres. MS OFFICE 2010 BR (OU POSTERIOR) E
LIBRE OFFICE 4 (OU POSTERIOR)
MICROSOFT POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft


PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de
extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos
para automatização de tarefas) será atribuída a exten-
A transferência de arquivos poderá ser realizada são .PPTM. E ainda podemos trabalhar com os mode-
de três formas: los (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade dife-
z Fluxo contínuo; rente do editor de textos, ele possui muitas semelhan-
z Modo blocado; ças que acabam ajudando quem está iniciando nele.
z Modo comprimido. Da mesma forma que o editor de textos, é possível tra-
balhar com seções (divisões), é possível inserir núme-
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são ros de slides, é possível comparar apresentações, etc.
transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
TIPO DE
EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
ARQUIVO
Apresentação
PPT Versão 2003 ou anterior
editável
Apresentação
PPS Versão 2003 ou anterior
executável
Modelo de
POT Versão 2003 ou anterior
0

apresentação
-1
78

Apresentação
PPTX Versão 2007 ou superior
.2

editável
73

No modo blocado, o arquivo é transferido como


Versão 2007 ou superior,
uma série de blocos precedidos por um cabeçalho
.8

Apresentação que não necessita de


32

especial. Esse cabeçalho é constituído por um conta- PPSX


executável programas para ser
-4

dor (2 bytes) e um descritor (1 byte). visualizada


u

Recursos para
pr

Modelo de
POTX padronização de novas
apresentação
u

apresentações
pr

Recursos para
Modelo de
padronização e
POTM apresentação
automatização de novas
com macros
apresentações
Formato do LibreOffice
Open Document Impress, que pode ser
ODP
Presentation editado e salvo pelo
Microsoft PowerPoint
No modo comprimido, a técnica de compressão Formato de documento
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência Portable portável, sem alguns
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os PDF/XPS Document recursos multimídia
dados comprimidos e as informações de controle são Format inseridos na
apresentação de slide
os parâmetros dessa transferência.

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Importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos
do Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação;


z Slide Mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a
aparência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no
slide;
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
0
-1

diferente.
78
.2
73
.8
32
-4

Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação


u

Seção Conteúdo
pr
u
pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda
Figura 2. Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
‘duas apresentações’ dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.

167
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Conceito de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides:

z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações.

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides

Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:

z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo, o
0
-1

slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de ano-
78

tações. Ajustar à janela encaixa o slide na área;


.2

z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para editar e alternar entre slides no painel de estrutura de
73

tópicos. Útil para a criação de uma apresentação a partir dos tópicos de um documento do Microsoft Word;
.8

z Classificação dos Slides: no modo de exibição Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides serão
32

mostradas. Estas miniaturas poderão ser organizadas, arrastando-as. As operações de slides estão disponíveis,
-4

como Excluir slide, Ocultar slide, etc. Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após duplo clique será
possível a edição do conteúdo;
u
pr

z Anotações: exibir a página de anotações para editar as anotações do orador da forma como ficarão quando
u

forem impressas;
pr

z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresentação como uma apresentação de slides que cabe na janela. A
barra de título do PowerPoint continuará sendo exibida.

Noções de Edição e Formatação de Apresentações

A preparação de uma apresentação de slides segue uma série de recomendações, quanto a quantidade de tex-
to, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar, etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
168
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção Configurar Apresentação de Slides: Configurar
permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para opções avançadas para a apresentação de
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides. slides, como o modo de quiosque (em que a
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi- apresentação reinicia após o último slide, e
pal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na continua em loop até pressionar ESC), apre-
apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará sentação sem narração, vários monitores,
a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final avançar slides, etc.
deixa a tela preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresen-
princípios do editor de textos Word. E os comandos tam- tação. Ele não será mostrado durante a apre-
bém são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF. sentação de slides de tela inteira
De acordo com o formato escolhido, alguns recur- Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de
sos poderão ser desabilitados. slides em tela inteira na qual você possa tes-
tar sua apresentação. A quantidade de tempo
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO utilizada em cada slide é registrada e você
pode salvar esses intervalos para executar a
PPTX X X X apresentação automaticamente no futuro
PPSX X X X Gravar Apresentação de Slides: Gravar narra-
ções de áudio, gestos do apontador laser ou
PDF - - -
intervalos de slide e animação para reprodu-
MP4 X X X ção durante a apresentação de slides

JPG/PNG - - - Álbum de Fotografias: criar ou editar uma


apresentação com base em uma série de ima-
gens. Cada imagem será colocada em um sli-
FORMATO VÍDEO HIPERLINKS de individual
PPTX X X Ação: Adicionar uma ação ao objeto seleciona-
do para especificar o que deve acontecer quan-
PPSX X X do você clicar nele ou passar o mouse sobre
PDF - X ele

MP4 X X Inserir número do slide: o número do slide re-


flete sua posição na apresentação
JPG/PNG - -
Inserir vídeo no slide: permite inserir um video-
clipe no slide
Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em de áudio no slide
qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Gravação de tela: gravar o que está sendo exi-
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
bido na tela e inserir no slide
mam ser questionados em provas.
0
-1

Formas: linhas, retângulos, formas básicas,


78

Para entrar em modo de apresentação de sli- setas largas, formas de equação, fluxograma,
.2

estrelas e faixas, textos explicativos e botões


73

des do começo, devemos pressionar F5


de ação
.8

A outra forma de iniciar uma apresentação de


32

slides é a partir do Slide Atual, pressionando


-4

LIBREOFFICE WRITER
Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apre-
u

sentação de Slides
pr

A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interfa-


ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um
u

Apresentar on-line: Transmitir a apresentação


pr

de slides para visualizadores remotos que fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
possam assisti-la em um navegador da Web mais parecido com o Word 2016.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão


Apresentação de Slides Personalizada: Criar Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
ou executar uma apresentação de slides O LibreOffice Writer é integrado com os demais
personalizada. Uma apresentação de slides programas do pacote, permitindo a inserção de fór-
personalizada exibirá somente os slides se- mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em
lecionados. Este recurso permite que você uma tabela do documento de textos, por exemplo.
tenha vários conjuntos de slides diferentes O LibreOffice Writer grava documentos com a
(por exemplo, uma sucessão de slides de 30 extensão ODT, mas também poderá gravar em outros
minutos e outra de 60 minutos) na mesma formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos
apresentação que são gravados pelo programa, também poderão
ser abertos por ele.

169
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
finalizado com Quebra de Linha, a configuração
Importante! de formatação atual permanece na próxima linha;
O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua- z Palavras: formado por letras, números, símbolos,
se tudo tem correspondente entre os aplicati- caracteres de formatação, etc. Podemos definir a
formatação do texto no menu Formatar, item Tex-
vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes,
to (nas versões anteriores era Caractere). E pode-
alguns nomes de comandos são diferentes, mas
mos escolher em Texto. A novidade na versão 5 é
a maioria dos itens são iguais.
que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos
e efeitos disponíveis no editor.
O botão abc é usado para fazer a verificação orto-
gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação Edição e Formatação de Textos
ortográfica o atalho é Shift+F7. A auto verificação
ortográfica é para correção automática de todos os A edição e formatação de textos consiste em apli-
erros do documento segundo as configurações prede- car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
terminadas pelo editor de textos Writer. parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela todos estes recursos, como o Microsoft Word.
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto
palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado guração aplicada.
verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que
permite substituir erros comuns, como a ausência de Edição e Formatação de Fontes
maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci-
dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
(quando digitamos naõ), e principalmente a substitui- todos os programas do computador.
ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário, Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção. padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
New, Verdana, são os mais comuns.
Estrutura Básica dos Documentos Ao lado do nome da fonte, um número indica o
tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessiva-
Os documentos do LibreOffice Writer possuem a mente. Se quiser, digite o valor específico que deseja.
seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular
do Microsoft Word e conceitos: Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). As formatações de fontes e parágrafos podem ser
Os documentos são arquivos editáveis pelo usuá- removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta
rio. Os Modelos, com extensão OTT (Open Templa- (Ctrl+M), disponível na barra de formatação de Carac-
te Text), contém formatações que serão aplicadas teres.
aos novos documentos criados a partir dele; E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- Assim como no Microsoft Word, os estilos podem
do o tamanho do papel e margens. Definições estão ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si.
Diferem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome
0

no menu Formatar, item Estilo da Página..., guia


-1

Página. de alguns recursos.


78

Estilos são formatos que modificam a aparência do


.2

texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold),


73

itálico (atalho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de


.8

teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho


32

A4 de teclado Ctrl+D – Double, que não possui correspon-


-4

dente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a


fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre
u
pr

as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de


u

teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em km2 – atalho


pr

de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft
Word, mas com comandos diferentes e atalhos de
teclado de palavras em inglês.
z Seção: divisão de formatação do documento, onde O LibreOffice Writer tem algumas opções diferen-
cada parte tem a sua configuração. Sempre que ciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu
forem usadas configurações diferentes, como mar- Formatar, Texto. Confira na tabela a seguir alguns
gens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usa- exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
das. Disponível no menu Inserir, item Seção...;
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de
formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
tação independente do parágrafo anterior, e do
parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P Exemplo de Texto

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B Exemplo de Texto

Sombra - -

Contorno - - Exemplo de Texto

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto

Maiúsculas EXEMPLO DE TEXTO

Minúsculas Exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto


0
-1
78

Versalete - Ctrl+Shift+K - Exemplo De Texto


.2
73

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto


.8
32
-4

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto


u
pr
u

Realce de Texto - - Exemplo de Texto


pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de Teclado dos Editores de Textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situa-
ção. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

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ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D16 Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G17 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J18 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador

Ctrl+L19 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

Ctrl+M Aumentar recuo20 Limpar formatação direta Ctrl+\

Ctrl+N21 Negrito Novo documento (New) -

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)

Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -

Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando

Ctrl+igual22 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação

Shift+F3 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -


0

23
-1
78
.2

Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma
73

relação com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
.8

No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador, que permite a navegação para:


32
-4

z Página;
z Títulos;
u
pr

z Tabelas;
u

z Quadros;
pr

z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;

16 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
17 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
18 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
19 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
20 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
21 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
22  O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
172 23  O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
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z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+A Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Selecionar a frase

Botão principal - 4 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.

Inserir
0
-1
78
.2
73
.8
32

Cabeçalho e rodapé Cabeçalho


-4
u
pr
u
pr

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar, imprimir,
Arquivo
propriedades)

Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecionar) e área de
Editar
transferência do Windows/Linux
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização, interface do
Exibir
usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
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MENU SIGNIFICADO
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmente
Inserir editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos gráficos, elementos vi-
suais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numeração, tabu-
Formatar
lações, etc. Permite alterar elementos editáveis do documento
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser organizadas
Estilos
em um índice
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso. Ao incluir
Tabelas
uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida
Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de dados
Formulários
padronizados

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os próximos arqui-
Ferramentas
vos editados pelo aplicativo
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos em edição

Impressão

Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
duais, separadas por traço uma sequência de páginas).

0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
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Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas na
parte inferior da tela de visualização. Cada planilha é independente das demais, e usamos o sinal de ponto final
para referenciar dados em outras planilhas.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui
1024 colunas). As linhas são numeradas com números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Microsoft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor ou pior.
Cuidado com as comparações. Quando a banca sugere uma comparação, menosprezando um dos itens, geralmen-
te está errado.

Conceitos Básicos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Writer representa com (ponto final).
z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de memória
RAM disponível, nomeadas como Planilha 1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS;
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. No Calc, 1 número cria uma sequência com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos meses, estas
opções criam listas predefinidas;
0
-1
78

Fernando Nishimura Aragão


.2
73
.8
32
-4

z Mesclar células: significa simplesmente juntar. O LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a forma
como as células serão mescladas. Ao clicar no ícone na barra de ferramentas, a caixa de diálogo “Mesclar
u
pr

células” será exibida.


u
pr

A célula pode receber diferentes formatações, especialmente na exibição de valores numéricos. Para a exi-
bição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A formação de células, linhas e colunas possibilita definir bordas,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sombreamento, e padrões que serão aplicados a estas.


Uma opção muito utilizada no Calc, e também no Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande (muitas
células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e podemos marcar o intervalo (Definir) que será considerado na impressão.
A formatação Condicional permite exibir células de diferentes cores e padrões, segundo condições estipuladas. Por
exemplo, quando desejamos que os números negativos sejam vermelhos e os positivos em azul, é um caso.

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Formatar

Condicional

Gerenciar...

A formatação condicional pode apresentar visualmente as diferenças existentes nos dados da planilha de cál-
culos. É um recurso útil e muito questionado em provas.

Simbologia Específica

z Coluna+Linha formato de referência de cada célula da planilha. Colunas com letras, linhas com números. O
0

formato de referência é idêntico no Excel e Calc.


-1
78
.2

Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1.


73
.8

z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou faz uma comparação dentro de um teste.
32

Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1 com o valor em A2.


-4

=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um teste e exibe uma mensagem.


u
pr

z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/função.


u

Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1 com o valor em A2.


pr

z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/função com inversão de resultado.


Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1 com o valor em A2, invertendo o resultado.

z * (asterisco) multiplicação.
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor em A1 pelo valor em A2.

z / (barra ‘normal’) divisão.


Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1 pelo valor em A2.

z ^ (acento circunflexo) Exponenciação.


Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2.

z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o valor em formato de porcentagem. Não faz o cálculo. Para
fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o resultado (por cento, por 100).
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z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
dois ou mais valores em uma única sequência. res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
Exemplo: C1 e C2.
=”Fernando”&”Nishimura”
=15&30 z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
Fernando Nishimura Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
1530 iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.

z . (ponto final) Significa Planilha. z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua formando a referência relativa em referência mista
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
valor de A2 que está em Planilha2. quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
Importante! =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
Planilha2.
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto apenas um) Erro.
de exclamação, no Calc é o ponto final.
Mensagens de Erros
z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes,
Seguem abaixo os erros mais comuns que podem
para comparação.
ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –
efetua um teste e exibe uma mensagem.
z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-
trar o conteúdo;
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
para comparação. inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) – valo de valores definido;
efetua um teste e exibe uma mensagem. z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
resulta em um valor que não corresponde à sua
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, la contém um texto em vez de um número;
para comparação. z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
A2”;”A2 é maior que A1”) – teste e exibe uma lha que contém uma célula referenciada;
mensagem. z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
possível avaliar um identificador, por exemplo,
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, não foi possível encontrar uma referência válida,
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
para comparação. na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
reto, suplemento não encontrado;
0

Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a


-1

A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
78

mensagem. de divisão / quando o denominador é 0.


.2
73

z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti- Funções Básicas


.8
32

vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o


símbolo ≠ Usado em testes, para comparação. z SOMA (valores): realiza a operação de soma nas
-4

Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São células selecionadas.


u

iguais”) – teste e exibe uma mensagem.


pr

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-


u

tentes nas células A1, A2 e A3.


pr

z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,


expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel =SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na tentes nas células A1 até A5
matemática, apenas parênteses. =SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
uma função ou separador de células em uma refe- tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz ‘trian-
rência. Pode significar E em uma referência de gulação’, operando apenas áreas quadrangulares.
valores. =SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores
Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São A1 com B1 e C1 até C3.
iguais”) – separando os três argumentos da função. =SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2
=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu- com 3 e o valor A1 duas vezes.
mentos que serão somados.
z SOMASE (valores;condição): realiza a operação de
z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de soma nas células selecionadas, se uma condição
faixa de células. for atendida.
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=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sintaxe é z CONT.SE (células;condição): esta função conta quan-
=SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado). tas vezes aparece um determinado valor (número ou
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
z MEDIA (valores): realiza a operação de média indicar qual é o critério a ser contado)
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples do o valor 5.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma z TEXTO (células;formato): exibe um valor numéri-
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células co no formato especificado por uma máscara.
vazias não entram no cálculo da média.
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,
portanto, 007
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A
mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores
z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto): per-
ordenados informados
mite trocar no texto informado, iniciando na posi-
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.

=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o


“José” por “João”

z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_


índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a função
=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6, PROCV é utilizada para localizar o valor_procura-
2 e 1? É o 2. do dentro da matriz_tabela, e, quando encontrar,
=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2 retornar a enésima coluna informada em núm_índi-
até C2? (6+2+1)/3 = 3. ce_coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou
FALSO, é usada para identificar se precisa ser o valor
z MÁXIMO (valores): exibe o maior valor das célu- exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).
las selecionadas.
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
nas um será mostrado. A função PROCV é um membro das funções de pes-
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
z MAIOR (valores;posição): exibe o maior valor de Use a função tirar ou a função arrumar para
uma série, segundo o argumento apresentado. remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
0

z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximada-


-1

las A1 até D6.


mente): procura um valor na horizontal. Caso
78

encontre, retorna a linha correspondente ao argu-


.2

z MÍNIMO (valores): exibe o menor valor das célu-


mento informado. E a busca poderá ser exata ou
73

las selecionadas.
aproximada.
.8
32

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na


Precedência dos Operadores
-4

área de A1 até D6.


u

Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel


pr

z MENOR (valores;posição): exibe o menor valor de


uma série, segundo o argumento apresentado. usam precedência de operadores matemáticos para a
u
pr

resolução das fórmulas.


=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
las A1 até D6. nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi-
são, e por último, adição e subtração.
z SE (teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e retor- ^ Exponenciação A primeira operação que deve
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro ser executada
caso seja falso. * Multiplicação A próxima operação a ser executa-
da, assim como a Divisão.
z CONT.VALORES (células): esta função conta todas as / Divisão
células em um intervalo, exceto as células vazias. + Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da ção e divisão, faça a adição/subtração.
contagem, informando quantas células estão preen- - Subtração.
chidas com valores, quaisquer valores. - Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for
realizado, faça a inversão do sinal.
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera-
intervalo, exceto células vazias e células com texto. dores matemáticos.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multiplicação, divisão, adição e subtração.
Diferentemente da interface do Microsoft Excel, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones, o
LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a sequência
de comandos e menus do Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO

Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano

Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do Windows/


Editar
Linux

Exibir Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido

Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um
Inserir
campo

Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição

Planilha Opções de controle da planilha de dados no Calc

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os pró-


Ferramentas
ximos arquivos editados pelo aplicativo

Dados Classificação, filtro, filtro avançado, e demais opções de organização dos dados

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos

LIBREOFFICE IMPRESS

O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que
estamos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
citados no enunciado da questão.

z BMP: Windowns Bitmap (*.bmp);


z EMF: Enhanced Metafile (*.emf);
z EPS: Encapsulated PostScript (*.eps);
z GIF: Graphics InterchangeFormat (*.gif);
z JPEG: Joint Photographic Experts Group (*.jpg;*.jpeg;*.jfif;*.jiif;*.jpe);
z PNG: Portable Network Graphic (*.png);
z SVG: Scalable Vector Graphics (*.svg; *.svgz);
z TIFF: Tagged Image File Format (*.tif; *.tiff);
z WMF: Windows Metafile (*.wmf).

Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos das bancas
organizadoras

Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização).

Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides


0
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pr
u
pr

z Leiaute: permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto de
cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro de
cada slide da apresentação;
z Modelos: permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência da
apresentação;
z Transição: permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide. Para
não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z Mestre: permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.

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Exibir

Slide mestre

Elementos do slide mestre...

Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet: endereço URL ou endereço FTP.


0

Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
-1
78

Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.
.2
73

Novo Documento: para qualquer outro arquivo editável do pacote LibreOffice.


.8
32
-4

Diferentemente da interface do Microsoft PowerPoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
u

ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
pr

der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.
u
pr

MENU SIGNIFICADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano

Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do


Editar
Windows/Linux

Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza

Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se este objeto é atualizá-


Inserir
vel, será um campo

Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em


Ferramentas
todos os próximos arquivos editados pelo aplicativo
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MENU SIGNIFICADO

Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação


Apresentação de slides personalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação
personalizada

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos

Menu Slide

Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.

Slide

Menu Apresentação de Slides

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
0
-1

PowerPoint, com dois atalhos de teclado diferentes.


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.2
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pr

HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2022) Os notebooks possuem diversos tipos de memória que possuem diferentes finalidades, capacidades de
armazenamento e velocidades de funcionamento.

Assinale a opção que indica a hierarquia da memória, em termos de crescimento de velocidades de acesso.

a) Memória secundária – memória principal – memória cache e registradores.


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b) Memória principal – memória secundária – memória gravar a imagem num arquivo ou colar a imagem num
cache e registradores. documento, é conhecido como:
c) Memória cache – memória principal – memória
secundária e registradores. a) Câmera;
d) Memória cache – memória secundária – memória b) Ferramenta de captura;
principal e registradores. c) Print 3D;
e) Registradores – memória cache – memória principal e d) System configuration;
memória secundária. e) Visualizador XPS.

2. (FGV — 2022) Com relação a funcionalidade do BIOS 7. (FGV — 2021) Sobre a indexação de pesquisa de arqui-
de um computador, analise as afirmativas a seguir e vos no Windows 10, analise as afirmativas a seguir.
assinale (V) para a verdadeira e F para a falsa.
I. Somente arquivos dos usuários podem ser indexados.
( ) Realiza o Power-Off Self-Test (POST) durante a fina- Programas instalados e arquivos do sistema Windows
lização do sistema para verificar se processado- ficam de fora.
res, memórias e controladora de vídeo funcionaram II. Todas as propriedades dos arquivos são indexadas,
adequadamente. incluindo os nomes de arquivo e os caminhos de arqui-
( ) Quando a energia do gabinete é desligada, a bateria da vo completos.
placa-mãe fornece a energia necessária para o CMOS III. Arquivos com texto são indexados para permitir bus-
manter os valores de configuração do BIOS. cas por palavras presentes no conteúdo dos mesmos.
( ) Todos os modelos de placa-mãe possuem BIOS que
detectam automaticamente as frequências de opera- Está correto o que se afirma em:
ção da CPU, barramentos e memória, de acordo com o
modelo instalado. a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
As afirmativas são, na ordem apresentada, c) II e III, somente.
respectivamente, d) III, somente.
e) II, somente.
a) V – F – V.
b) V – F – F. 8. (FGV — 2021) Considere as seguintes afirmativas
c) F – V – V. sobre as peculiaridades do comando Imprimir, na guia
d) F – F – V. Arquivo do MS Word.
e) F – V – F.
I. Permite imprimir duas páginas lado a lado
3. (FGV — 2022) Com relação às impressoras gráficas, as II. Não permite a impressão dos comentários presentes
informações sobre a resolução da imagem/texto impres- no documento
sos são, usualmente, apresentadas por meio do padrão III. Quando usado o controle de alterações, imprime sem-
pre a versão final do documento
a) linhas por polegada.
b) pontos por centímetro. Está correto somente o que se afirma em:
c) pontos por linha.
d) pontos por polegada quadrada. a) I;
0

e) pontos por polegada.


-1

b) II;
78

c) I e II;
.2

4. (FGV — 2021) Assinale o dispositivo de computador d) I e III;


73

que serve exclusivamente para entrada de dados. e) II e III.


.8
32

a) HD. 9. (FGV — 2022) Júlia e Mariana pretendem produzir um


-4

b) Impressora. relatório em conjunto. Como estão trabalhando em


c) Memória. locais distintos, afastados entre si, será preciso enviar
u
pr

d) Monitor de vídeo. o arquivo de uma para outra diversas vezes durante


e) Teclado.
u

sua confecção. Nesse processo, é importante que


pr

cada uma das autoras possa saber precisamente as


5. (FGV — 2021) Com referência aos dispositivos de alterações introduzidas no texto em cada etapa.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

segurança do Windows que atuam na limitação do


acesso às portas do computador, impedindo a ação O mecanismo do MS Word que pode ajudá-las decisi-
de invasores, assinale a opção que indica o artefato/ vamente nessa empreitada é o:
ferramenta que gerencia essa proteção.
a) controle de alterações, disponível na guia Revisão;
a) Configurador do Sistema. b) menu Selecionar Destinatários, disponível na guia
b) Gerenciamento de Serviços de Informação. Correspondências;
c) Monitor de Desempenho. c) modo Estrutura de Tópicos, disponível na guia Exibição;
d) Monitor de Recursos. d) modo Rascunho, disponível na guia Exibição;
e) Windows Defender Firewall. e) recurso SmartArt, disponível na guia Inserir.

6. (FGV — 2021) O aplicativo que permite copiar trechos 10. (FGV — 2021) João preparou um documento no MS Word
do que está sendo exibido na tela do computador e com vários parágrafos, todos com a mesma formatação
183
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
para espaçamento, nome e tamanho da fonte. Um novo c) esquema ou protocolo;
parágrafo, entretanto, foi copiado de uma página da Inter- d) porta;
net e veio com uma formatação bastante diferente. e) query string.

Uma forma rápida e prática para deixar esse parágrafo em 15. (FGV — 2022) O MS Word permite que um documento
conformidade com os demais é a aplicação do recurso: seja preparado para exibição na Web. O formato final
de exibição pode ser observado na opção Layout da
a) AutoAjuste na guia Layout; Web, na guia Exibição, e o arquivo pode ser gerado por
b) Estilos de Tabela na guia Design; meio do comando “Salvar como” na guia Arquivo.
c) Formas na guia Inserir;
d) Layout de Impressão na guia Exibição; Assinale a opção que apresenta a extensão mais ade-
e) Pincel de Formatação na guia Página Inicial. quada para a gravação no formato Web.

11. (FGV — 2022) João trabalha com muitas planilhas a) csv.


do Excel, e costuma imprimir certas páginas que são b) htm.
anexadas a relatórios ou arquivos históricos. Assim c) odt.
sendo, é importante que no ato da impressão sejam d) txt.
incluídos no cabeçalho, ou no rodapé, itens como: e) xps.

(1) data e hora, 16. (FGV — 2022) A empresa TekTudo quer compartilhar
(2) nome do arquivo, seus recursos computacionais entre seus funcioná-
(3) caminho completo (path) do arquivo e rios de forma segura.
(4) número de páginas, de modo que cada relatório seja
claramente identificado. Para que os computadores e os recursos da rede,
como impressoras, sejam acessíveis apenas dentro
Na guia Design, isso pode ser feito automaticamente da TekTudo, a equipe de suporte deve configurar a/um
pelo Excel para os itens
a) Internet.
a) 1, 2, 3 e 4. b) Intranet.
b) 1, 2 e 3, somente. c) Extranet.
c) 1, 2 e 4, somente. d) Firewall.
d) 1, 3 e 4, somente. e) Antivírus.
e) 2, 3 e 4, somente.
17. (FGV — 2022) Fábio é o responsável por imprimir o con-
12. (FGV — 2021) Uma prática comum no MS Excel é a defini- teúdo de algumas mensagens que recebe por WebMail.
ção de intervalos de células para uso em fórmulas. Nesse
contexto, considere os intervalos exibidos a seguir, defini- Para agilizar seu trabalho e imprimir a página atual, no
dos de acordo com a notação usada no MS Excel. Internet Explorer 11, Fábio deve usar as teclas

B3:D9 C5:$C$7 A6:E6 A$1:G10 a) F1


b) Alt + Enter
Assinale o intervalo de células que está incluído em c) Ctrl + Shift + L
todos os intervalos acima. d) Ctrl + P
0

e) Ctrl + I
-1
78

a) A6:C6
18. (FGV — 2022) O navegador Chrome (versão 101.0.4951.41
.2

b) B5:D6
73

c) B:C6 de 64 bits) em um computador oferece o recurso de nave-


gação segura, em que o usuário recebe alertas sobre
.8

d) C6:C6
32

e) C5:C7 malware, extensões perigosas, phishing ou sítios possi-


velmente perigosos do Google.
-4

13. (FGV — 2021) No MS Power Point, a guia Transições


u

Os níveis de proteção disponibilizados pelo Chrome são


pr

permite
u
pr

a) a formatação do Slide Mestre. a) proteção ativada – proteção padrão.


b) o uso de áudio e vídeo nos slides. b) proteção avançada – proteção mediada.
c) preparar um arquivo de apresentação do PP. c) proteção ativada – proteção mediada - sem proteção.
d) atualizar os recursos utilizados em versões antigas. d) proteção reforçada – proteção padrão - sem proteção.
e) definir eventuais efeitos gráficos na troca de slides. e) proteção básica – proteção avançada - proteção
reforçada.
14. (FGV — 2022) Observe o endereço (URL) de um recur-
so na Internet. 19. (FGV — 2022) Beatriz enviou um e-mail para os desti-
natários M1, M2 e M3 da seguinte forma:
https://www.mercado.com.br/Informatica/?Filtro=C56
Para:
De acordo com a estrutura padrão de um(a) URL, o com-
ponente que NÃO foi explicitamente especificado é: M1
Cc: M2
Cco: M3
a) caminho (path);
184 b) domínio;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Está correto concluir que:
12 D
a) M1 não sabe que M2 recebeu o e-mail; 13 E
b) M1 sabe que M3 recebeu o e-mail;
c) M2 sabe que M3 recebeu o e-mail; 14 D
d) M3 não sabe que M2 recebeu o e-mail;
15 B
e) M3 sabe que M1 recebeu o e-mail.
16 B
20. (FGV — 2021) Considere três hipotéticas páginas da
Web, com os respectivos conteúdos (trechos oriundos 17 D
da Internet).
18 D
Página I. 19 E

O Jaguar é o maior felino da América, terceiro do mun- 20 D


do e símbolo de força para as antigas civilizações. Um
dos animais da nossa fauna que mais geram encan-
tamento e que, por aqui, também é conhecido como
onça-pintada. ANOTAÇÕES
Página II.

A Jaguar Land Rover anunciou uma novidade para


tentar aliviar o estresse dos motoristas no trânsito. A
empresa trabalha no desenvolvimento de uma nova
tecnologia que tem como objetivo entender o humor
do motorista e ajustar as configurações da cabine
para melhorar seu bem-estar.

Página III.

Sérgio Jaguaribe começou sua carreira em 1952 na


revista Manchete onde passou a assinar somente
Jaguar. Trabalhava no Banco do Brasil subordinado a
Sérgio Porto, que o convenceu a não deixar o emprego
em favor do humor.

Uma também hipotética busca por meio do Google


com o texto jaguar humor OU felino -fauna retornaria
no resultado:

a) somente a página I;
0

b) somente a página II;


-1

c) somente as páginas I e II;


78

d) somente as páginas II e III;


.2

e) as três páginas.
73
.8
32

9 GABARITO
-4
u

1 A
pr
u

2 C
pr

3 E
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

4 E

5 E

6 B

7 C

8 A

9 A

10 E

11 A
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ANOTAÇÕES

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exemplo, podem-se citar o caso da exclusão de
mulheres e eclesiásticos do serviço militar obriga-
tório em tempo de paz, ou os casos de existência
de um pressuposto lógico e racional que justifique
a desequiparação efetuada, como a existência de
NOÇÕES DE DIREITO assentos reservados para gestantes, idosos e pes-
soas com deficiência nos transportes coletivos.
CONSTITUCIONAL E Art. 5º [...]

MINISTÉRIO PÚBLICO I - homens e mulheres são iguais em direitos e


obrigações, nos termos desta Constituição;

O inciso I decorre do direito à igualdade. Trata-se


da igualdade entre homens e mulheres. Inicialmen-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL te, há de se esclarecer que os direitos das mulheres são
relativamente recentes, de modo que grande parte da
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS legislação anterior à CF, de 1988, estabelecia situações
diferenciadas entre homens e mulheres, como, por
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos exemplo, a necessidade de autorização marital para
que a esposa ocupasse cargo público ou exercesse a
Os direitos individuais e coletivos estão disciplina- profissão fora do lar e o fato de o marido ser tido como
dos no art. 5º, da CF, de 1988. Muito cobrado em provas o chefe da sociedade conjugal, competindo a ele, entre
de concursos públicos, esse dispositivo é o mais exten- outros deveres, a administração dos bens do casal.
Assim sendo, esse inciso foi direcionado tanto
so dessa norma, sendo composto pelo caput (capítulo),
ao legislador, para que corrigisse tais desigualdades
por 78 (setenta e oito) incisos e 4 (quatro) parágrafos.
legais, como aos operadores do direito, para que não
Vejamos cada uma de suas partes:
fossem mais estabelecidos critérios discriminatórios.
Atenção! Existem dois tipos de igualdade: a for-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distin-
mal e a material. A igualdade formal consiste em tra-
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País tar a todos de maneira igual, independentemente de
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, qualquer condição. Já a igualdade material busca a
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos igualdade de fato, para que todos tenham os mesmos
termos seguintes: direitos e obrigações. Trata-se, portanto, da igualdade
efetiva, real, concreta ou situada. Assim, a igualdade
O caput do art. 5º traz os cinco pilares dos direitos nada mais é que tratar igualmente os iguais, com os
individuais e coletivos, quais sejam: vida, liberdade, mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os
igualdade, segurança e propriedade. Deles decor- desiguais, na medida de sua desigualdade.
rem todos os demais direitos estruturados nos seus
Art. 5º [...]
incisos, como, por exemplo, do direito à vida, decor-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
rem o direito à integridade física e moral, a proibição
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
da pena de morte e a proibição de venda de órgãos.
Quando a Constituição fala “brasileiros e estrangei-
0

O inciso II decorre do direito à segurança. Trata-se,


-1

ros residentes no país”, não significa que o estrangei-


portanto, da segurança em matéria pessoal estampa-
78

ro não residente não possua direitos, pois os direitos


da pelo princípio da legalidade. Em síntese, todas as
.2

fundamentais são destinados a qualquer pessoa que


pessoas estão submetidas ao império da lei, de modo
73

se encontre em território nacional.


que somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou
.8

A CF, de 1988, adota o critério quantitativo para deixar de fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode
32

definir os titulares dos direitos fundamentais, ou seja, limitar a vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou
-4

a população brasileira — todos aqueles que residem não fazer algo, como, por exemplo, o uso obrigatório
u

em território brasileiro. de máscaras faciais de proteção.


pr

Além disso, o caput traz o princípio da isonomia Ressalta-se que o princípio da legalidade possui
u

ou da igualdade (“todos são iguais perante a lei, sem


pr

duas facetas, sendo uma delas destinada aos parti-


distinção de qualquer natureza”). Tal princípio tem, culares e a outra destinada à Administração. A lega-
como fundamento, o fato de que todos nascem e vivem lidade aplicada ao particular difere-se da legalidade
com os mesmos direitos e obrigações perante o Estado aplicada à Administração, tendo em vista que ao par-
brasileiro. São destinatários do princípio da igualdade ticular tudo pode se não proibido por lei. Já em rela-
tanto o legislador como os aplicadores da lei. ção à Administração, seus atos são engessados, sendo
assim, somente pode praticar atos dispostos em lei.
z Igualdade na lei: direcionado ao legislador, de modo
a vedar a elaboração de dispositivos que estabeleçam Art. 5º [...]
desigualdades ou privilégio entre as pessoas; III - ninguém será submetido a tortura nem a tra-
z Igualdade perante a lei: direcionado aos aplica- tamento desumano ou degradante;
dores da lei, uma vez que não é possível utilizar
critérios discriminatórios na aplicação da norma, O inciso III decorre do direito à vida, por decor-
salvo nos casos em que a própria norma consti- rer da violação à integridade humana, tanto física
tucional estabelece a aplicação desigual. Como como psicológica. Torturar1 é causar ao indivíduo
1 Conceito em conformidade com o art. 2º, da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. 187
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sofrimento físico ou mental como forma de intimida-
ção ou castigo. É, também, utilizar-se de métodos como Importante!
forma de anular a personalidade ou diminuir a capa-
cidade física ou metal, mesmo que sem dor. Assim, a
O inciso V prevê a indenização por dano material,
CF, de 1988, veda tanto a tortura como qualquer tipo moral ou à imagem. De acordo com a Súmula nº
de tratamento desumano ou degradante. Temos como 37, do Superior Tribunal de Justiça2, esses danos
exemplo prático de tal inciso a Súmula Vinculante nº são acumuláveis.
11, a qual dispõe sobre o uso de algemas, que, se for de
forma arbitrária, pode acarretar em tratamento desu-
Art. 5º [...]
mano ou degradante. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos
Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de alge- cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
mas em casos de resistência e de fundado receio de proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
fuga ou de perigo à integridade física própria ou
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifi-
A liberdade de consciência abrange a liberdade
cada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
de consciência em sentido estrito, ou seja, a liber-
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
dade de pensamento de foro íntimo em questões não
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da respon-
religiosas, tais como convicções de ordem ideológica
sabilidade civil do Estado. ou filosófica. Abrange, ainda, a liberdade de crença,
isto é, a liberdade de pensamento de foro íntimo em
Art. 5º [...] questões de natureza religiosa. Com relação à religião,
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo o inciso VI assegura tanto a liberdade de crença (foro
vedado o anonimato; íntimo), ou seja, de ter uma religião, como a liberdade
de expressão, isto é, de culto. Além disso, estabelece
Todas as pessoas possuem direito atinentes à a liberdade religiosa, ou seja, de mudar de crença ou
liberdade de foro íntimo, ou seja, de ter convicções religião e de manifestação.
religiosas, filosóficas, políticas, entre outras, possuin-
do, portanto, o direito de pensar. Além disso, possuem Art. 5º [...]
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
direito de expressar livremente esses pensamentos.
de assistência religiosa nas entidades civis e
Assim, o direito à expressão do pensamento, que
militares de internação coletiva;
decorre do direito à liberdade de expressão (sendo
este fundamento do Estado Democrático de Direito),
O inciso VII é decorrência do direito à liberdade de
está disciplinado no inciso IV.
crença e culto, de modo a garantir aos internados em
O pensamento em si é absolutamente livre, por ser
estabelecimentos prisionais e de saúde o acesso à assis-
uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode pen-
tência espiritual e religiosa; contudo, lembre-se de que
sar em que quiser, sem que o Estado possa interferir.
essa admissão não influi no fato de o Estado ser laico.
No entanto, quando este pensamento é exteriorizado,
passa a ser possível a tutela e proteção do Estado.
Art. 5º [...]
Cumpre mencionar que é da liberdade de expres- VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
são que decorrem a proibição de censura e a vedação vo de crença religiosa ou de convicção filosófi-
do anonimato, por exemplo. Portanto, ao mesmo tem- ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se
0

po que a Constituição assegura a liberdade de mani- de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
-1

festação de pensamento, ela obriga que as pessoas a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
78

assumam a responsabilidade pelo que exteriorizam.


.2

Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada, O inciso VIII traz a chamada escusa de consciência
73

também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o ou objeção de consciência. Trata-se do direito de não
.8

recebimento de denúncias anônimas, contudo, isso


32

cumprir um serviço obrigatório por razões relacionadas


não impede que o Estado apure de forma sumária a a sua consciência ou crença, de modo a assegurar que
-4

verossimilhança das alegações. não ocorrerá a perda dos direitos civis ou políticos em
u

decorrência de tal recusa. Por exemplo: a pessoa que, por


pr

Art. 5º [...] questão religiosa, seja contrária ao serviço militar poderá


u

V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-


pr

alegar tal imperativo de consciência em seu alistamento


nal ao agravo, além da indenização por dano mate- militar. No entanto, a CF, de 1988, estabelece que, mesmo
rial, moral ou à imagem; que dispensada da prática dessa atividade, ela terá que
cumprir serviço alternativo.
A expressão do pensamento é livre, porém, não
é absoluta. Assim, a pessoa é livre para expor sua Art. 5º [...]
opinião, porém, atingindo-se a honra de alguém, IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
por exemplo, ela poderá ser responsabilizada civil e artística, científica e de comunicação, indepen-
penalmente. Além disso, a CF, de 1988, estabelece o dentemente de censura ou licença;
direito de resposta, ou seja, o exercício do direito de
defesa da pessoa que foi ofendida em razão da mani- O inciso IX trata da liberdade de expressão das
festação do pensamento de outra, como, por exemplo, atividades intelectual, artística, científica e de comu-
no caso de notícia inverídica ou errônea. Salienta-se nicação. Assim, a CF, de 1988, veda, expressamente,
por fim que o direito de resposta é aplicado tanto à qualquer atividade de censura ou licença, inclusive a
pessoa física quanto à jurídica. proveniente de atuação jurisdicional.
188 2 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cumpre esclarecer os conceitos de censura e ou tiver acabado de ocorrer, por exemplo. A segun-
licença: da exceção permite a entrada no local para prestar
socorro, como, por exemplo, no caso de o imóvel estar
z Censura é a verificação da compatibilidade ou não pegando fogo e ter alguém em seu interior. Por fim,
entre um pensamento que se pretende expressar é possível ingressar na casa mediante autorização
com as normas legais vigentes; judicial, como, por exemplo, quando o juiz expede
z Licença é a exigência de autorização para que o um mandado judicial para busca de algum(a) objeto/
pensamento possa ser exteriorizado. pessoa no local.
É importante consignar que, mesmo com autoriza-
Art. 5º [...] ção judicial, o ingresso deve ocorrer apenas durante
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, o dia, ou seja, durante o período noturno, dependerá
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o do consentimento do morador. Assim sendo, durante
direito a indenização pelo dano material ou moral
o dia, exibindo-se o mandado judicial, a busca pode
decorrente de sua violação;
ser realizada mesmo sem a concordância do morador,
sendo possível, inclusive, o arrombamento de porta se
O inciso X decorre do direito à vida e traz a pro-
houver necessidade.
teção dos direitos de personalidade, ou seja, o direi-
Atenção! O inciso III, do art. 22, da Lei nº 13.869,
to à privacidade. Trata-se dos atributos morais que
de 2019, estabelece como dia o período compreendido
devem ser preservados e respeitados por todos, uma
vez que a vida não deve ser protegida apenas em seus entre as 5h e 21h.
aspectos materiais.
Art. 5º [...]
Aqui, torna-se necessário explicar alguns termos:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
intimidade é o direito de estar só, ou seja, de não ser
das comunicações telegráficas, de dados e das
perturbado em sua vida particular; vida privada refe-
comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
re-se ao relacionamento de um indivíduo com seus
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
familiares e amigos, quer em seu lar quer em locais
a lei estabelecer para fins de investigação criminal
fechados; honra é o atributo pessoal que compreende
ou instrução processual penal;
tanto a autoestima (honra subjetiva) quanto a reputa-
ção de que goza a pessoa no meio social (honra objeti-
A inviolabilidade das comunicações pessoais
va); imagem é a expressão exterior da pessoa, ou seja,
está disciplinada no inciso XII e também decorre do
seus aspectos físicos (imagem-retrato), bem como a
direito à segurança. O dispositivo considera comuni-
exteriorização de sua personalidade no meio social
cações pessoais:
(imagem-atributo).

Art. 5º [...] z As correspondências: comunicações recebidas


XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém em casa, como, por exemplo, as cartas, as contas,
nela podendo penetrar sem consentimento do os comunicados e avisos comerciais;
morador, salvo em caso de flagrante delito ou z A comunicação telegráfica: comunicados mais
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante rápidos, que podem ser enviados tanto na forma
o dia, por determinação judicial; escrita como pela internet, tais como o telegrama;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


z A comunicação de dados: comunicação feita por
A inviolabilidade do domicílio está prevista no meio de rede de computadores, como, por exem-
0

inciso XI, do art. 5º, e decorre do direito à segurança. plo, a compra de produtos online ou homebank;
-1

O dispositivo traz a regra de que a casa é inviolável z As comunicações telefônicas: ligações feitas e
78

e o ingresso nela deve ser feito com o consentimento recebidas por meio de telefone fixo ou móvel.
.2

do morador. Considera-se casa o lugar, não aberto ao


73

público, em que uma pessoa vive ou trabalha. Trata- Embora não conste do inciso, o sigilo foi estendi-
.8

-se, portanto, de um conceito amplo, o qual se refere


32

do aos dados telemáticos por meio da Lei nº 9.296,


ao lugar reservado à intimidade e à vida privada do
-4

de 1996. Assim, estão protegidas as mensagens troca-


indivíduo. das por meio de Skype, e-mail, WhatsApp, Messenger,
u

O conceito jurídico de casa está previsto nos §§ 4º e


pr

entre outros.
5º, do art. 150, do Código Penal. Vejamos: É importante mencionar que as violações de cor-
u
pr

respondência e de comunicação telegráfica são cri-


Art. 150 (Código Penal) [...] mes previstos no art. 151, do Código Penal, e na Lei nº
§ 4º A expressão «casa» compreende:
6.538, de 1978, a qual dispõe sobre os serviços postais.
I - qualquer compartimento habitado;
Cabe consignar, ainda, que a quebra das comuni-
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde cações telefônicas é admitida mediante autorização
alguém exerce profissão ou atividade. judicial (“salvo no último caso”) para fins de investiga-
§ 5º Não se compreendem na expressão «casa»: ção criminal ou instrução processual penal. Portanto,
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita- somente para fins penais.
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do Atenção! Como não existe direito absoluto, é pos-
n.º II do parágrafo anterior; sível a quebra do sigilo das demais comunicações
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. mediante autorização judicial.

O dispositivo traz três exceções à regra. A pri- Art. 5º [...]


meira exceção é a possibilidade de ingresso no caso XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
de flagrante delito ou desastre, ou seja, é possível cio ou profissão, atendidas as qualificações profis-
ingressar no local se um crime estiver ocorrendo sionais que a lei estabelecer; 189
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O direito de exercício de qualquer atividade pro- preencha os seguintes requisitos: reunião pacífica e
fissional decorre do direito à liberdade. Trata-se da sem armas; fins lícitos; aviso prévio à autoridade com-
faculdade de escolher o trabalho que se pretende exer- petente e local aberto ao público.
cer. No entanto, é necessário atender às qualificações O STF, quanto à “Marcha da Maconha”, entendeu
profissionais exigidas pela lei, como, por exemplo, para que a passeata é constitucional, assim, compatível
ser médico, um dos requisitos é ter feito faculdade de com o direito de reunião. Contudo, é inadmissível a
Medicina em território nacional ou ter sido aprovado em incitação ao uso de entorpecentes.
exame de revalidação no caso de faculdade estrangeira. Atenção! Aviso prévio não se confunde com auto-
Essa é uma norma constitucional de eficácia conti- rização. Para se reunir, é preciso, apenas, comunicar
da, ou seja, uma norma que produz todos os efeitos. No à autoridade local, a fim de evitar, por exemplo, que,
entanto, cabe destacar que uma norma infraconstitucio- no mesmo local, dia e hora, coincidam agrupamentos
nal (lei) pode conter o seu alcance ao fixar condições ou de pessoas com posicionamentos distintos (exemplo:
requisitos para o pleno exercício da profissão, como, por manifestações pró-aborto e contrária ao aborto).
exemplo, a regra de que, para advogar, é necessária a
aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 5º [...]
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
Art. 5º [...] lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá- A liberdade de associação encontra-se disciplina-
rio ao exercício profissional; da no inciso XVII. Diferentemente da reunião, a asso-
ciação não possui caráter transitório. Portanto, se o
O inciso XIV disciplina o direito de informação, caráter do agrupamento for permanente, tem-se uma
que é um dos desdobramentos do direito à liberdade. associação. É importante mencionar que tanto a reu-
O direito à informação possui tríplice alcance, por nião como a associação devem possuir fins pacíficos.
englobar o direito de informar, de se informar e de No Brasil, é proibida a associação para fins ilícitos,
ser informado. como, por exemplo, a associação para fins contrários
A liberdade de informação jornalística está previs- à lei penal. Também é vedada a associação de caráter
ta no § 1º, do art. 220, da CF, de 1988, e é mais abran- paramilitar, ou seja, a associação civil e desvinculada
gente que a liberdade de imprensa, que assegura o do Estado, que se encontra armada e com estrutura
direito de veiculação de impressos sem qualquer tipo similar às instituições militares, de modo a se utilizar
de restrição por parte do Estado. de táticas e técnicas policiais ou militares para alcan-
Ressalta-se, ainda, que o dispositivo resguarda o çar os seus objetivos.
sigilo da fonte quando necessário ao exercício profis-
sional. Deste modo, por exemplo, nenhum jornalista Art. 5º [...]
poderá ser obrigado a revelar o nome de seu infor- XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
mante ou a fonte de suas informações. Além disso, seu a de cooperativas independem de autorização,
silêncio não poderá sofrer qualquer sanção. sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Art. 5º [...]
XV - é livre a locomoção no território nacional O inciso XVIII disciplina o direito de associação.
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos Trata-se da possibilidade de criação de sindicatos sem
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair a interferência do Estado.
0

com seus bens;


-1

Art. 5º [...]
78

A liberdade de ir e vir encontra-se disciplinada no XIX - as associações só poderão ser compulso-


.2

inciso XV, do art. 5º, da CF, de 1988. Trata-se, portan-


73

riamente dissolvidas ou ter suas atividades


to, do direito de locomoção, que é um dos desdobra- suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
.8

mentos do direito à liberdade. Observa-se, no entanto,


32

primeiro caso, o trânsito em julgado;


que a liberdade de locomoção é restrita a tempo de
-4

paz, ou seja, no caso de decretação de guerra, passa a O inciso XIX, que também disciplina o direito de
u

viger a lei marcial, de modo que o ir e vir dos indiví- associação, estabelece que as associações somente
pr

duos pode sofrer limitações. poderão ter suas atividades suspensas ou encerra-
u

A garantia constitucional que objetiva assegurar o


pr

das compulsoriamente (a força) por decisão do Poder


direito de locomoção é o habeas corpus, que será tra- Judiciário. Salienta-se, por necessário, que, no caso de
tado adiante. dissolução da associação, esta somente poderá ocor-
rer após o trânsito em julgado, ou seja, quando não
Art. 5º [...] couber mais recursos.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convoca-
Importante!
da para o mesmo local, sendo apenas exigido pré- � Dissolução das associações: decisão judicial
vio aviso à autoridade competente; + trânsito em julgado;
� Suspensão das associações: decisão judicial.
O inciso XVI traz outro desdobramento do direito
à liberdade: o direito de reunião. Por reunião, enten-
de-se o agrupamento organizado de pessoas de cará- Art. 5º [...]
ter transitório e voltado para determinada finalidade. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-
190 Portanto, é preciso que o evento seja organizado e -se ou a permanecer associado;
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O inciso XX, que também disciplina o direito de asso- desapropriação. A desapropriação é o ato pelo qual o
ciação, estabelece que não é possível obrigar qualquer Estado toma para si ou para outrem (terceira pessoa)
pessoa a se associar, ou seja, o indivíduo tem liberdade bens de particulares, por meio do pagamento de justa e
de escolha, podendo optar por fazer parte do grupo ou prévia indenização. Portanto, trata-se de uma das hipó-
não. Além disso, uma vez associado, ele será livre para teses de aquisição originária da propriedade. É cabível a
decidir se permanece ou não associado. Portanto, com- desapropriação nas seguintes hipóteses:
preende o direito de associar-se a outras pessoas para
formação de uma entidade, como também de deixar de z Por necessidade pública: hipótese na qual o bem
participar quando for de seu interesse. a ser desapropriado é imprescindível para a reali-
zação de uma atividade essencial do Estado;
Art. 5º [...] z Por utilidade pública: hipótese na qual o bem não
XXI - as entidades associativas, quando expressa- é imprescindível, mas é conveniente para a reali-
mente autorizadas, têm legitimidade para repre- zação de uma atividade estatal;
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
z Por interesse social: hipótese na qual a desapro-
priação é conveniente para o desenvolvimento da
O inciso XXI é o último dispositivo que trata do direi- sociedade.
to de associação. Ele se refere à representação do filiado
pela associação, quer em âmbito judicial quer em âmbito
Atenção! Não confundir com desapropriação
extrajudicial, isto é, ele se refere à legitimação da associa-
sancionatória, hipótese em que o bem não respeita a
ção para atuar em nome dos associados.
função social da propriedade. Nela, a indenização não
Cabe esclarecer que representante é aquele que
é prévia, sendo o prazo de resgate (Títulos da Dívida
age em nome alheio, defendendo direito alheio. No
Pública) de 10 (dez) anos para bens urbanos e de 20
caso das associações, para que estas atuem na condi-
(vinte) anos para bens rurais. Ainda, não confunda
ção de representantes, é preciso autorização expressa
desapropriação com expropriação, que consiste na
dos filiados, não bastando que exista autorização em
perda da propriedade no caso de cultivo de substân-
estatuto. Assim sendo, só poderão atuar se devida-
cias entorpecentes ou de trabalho escravo. Nela, não
mente autorizadas pelos associados.
Além disso, ao contrário da representação, a subs- há pagamento de indenização.
tituição judicial ou extrajudicial da associação inde-
Art. 5º [...]
pende de autorização, uma vez que, na substituição, a
XXV - no caso de iminente perigo público, a auto-
associação atua em nome próprio, defendendo direito
ridade competente poderá usar de propriedade
alheio (dos associados).
particular, assegurada ao proprietário indeniza-
ção ulterior, se houver dano;
Art. 5º [...]
XXII - é garantido o direito de propriedade;
A requisição temporária da propriedade está
disciplinada no inciso XXV. Trata-se da possibilidade
O direito de propriedade encontra-se disciplina-
de o Poder Público, em momentos de calamidade (já
do no inciso XXII, do art. 5º. Tratam-se dos direitos
ocorrida ou prestes a ocorrer), ingressar na posse de
pessoais de natureza econômica.
bem particular, para assegurar a preservação de direi-
De acordo com o art. 1.228, do Código Civil, o direito

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


de propriedade consiste na faculdade de usar, gozar e dis- tos mais importantes que a propriedade, tais como a
por da coisa, assim como o direito de reavê-la do poder de vida e a integridade das pessoas. Por exemplo, no caso
de uma enchente em um determinado local, o Poder
0

quem quer que, injustamente, a possua ou a detenha.


-1

Observa-se, no entanto, que, em termos constitucionais, Público fazer de um imóvel privado, próximo ao local,
78

o direito de propriedade é mais amplo que no direito civil, um hospital de atendimento às vítimas.
.2

por abranger qualquer direito de conteúdo patrimonial ou A requisição temporária é uma exceção ao princí-
73

econômico, ou seja, tudo aquilo que possa ser convertido pio da indenização prévia, uma vez que o pagamento
.8

em dinheiro, alcançando créditos e direitos pessoais. está condicionado à existência de danos.


32
-4

Art. 5º [...] Art. 5º [...]


u

XXIII - a propriedade atenderá a sua função XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi-
pr

social; nida em lei, desde que trabalhada pela família,


u

não será objeto de penhora para pagamento de


pr

O inciso XXIII traz um limite ao direito de pro- débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
priedade. Assim, a utilização de um bem deve ser fei-
desenvolvimento;
ta de acordo com a conveniência social da utilização
da coisa, ou seja, atendendo a sua função social. Por-
tanto, o direito do dono deve ajustar-se aos interesses O inciso XXVI disciplina a impenhorabilidade da
da sociedade. pequena propriedade rural, por ser esta considerada
bem de família e, portanto, insuscetível de penhora, de
Art. 5º [...] modo a ficar a salvo de execuções por dívidas decorren-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para tes da atividade produtiva. Além disso, a CF, de 1988, esta-
desapropriação por necessidade ou utilidade belece que esta deverá receber os recursos previstos em
pública, ou por interesse social, mediante justa lei que financiem o seu desenvolvimento.
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados Embora o dispositivo não conceitue pequena pro-
os casos previstos nesta Constituição; priedade rural, o entendimento mais amplo é de que
esta possui área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fis-
O inciso XXIV trata da hipótese mais drástica cais, na qual a família trabalha, consistindo, pois, na
do poder de intervenção do Estado na economia: a sua única fonte de sobrevivência. 191
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Art. 5º [...] Art. 5º [...]
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo XXX - é garantido o direito de herança;
de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo O direito de herança, que decorre do direito à
que a lei fixar; propriedade, está disciplinado no inciso XXX. Trata-
-se da modificação da titularidade do bem em decor-
O inciso XXVII disciplina o direito de proprieda- rência do falecimento (sucessão hereditária). Assim, o
de intelectual, ou seja, a proteção legal e o reconheci- patrimônio do de cujus transmite-se aos seus herdei-
mento de autoria em produções. Existem três tipos de ros, os quais se sub-rogam nas relações jurídicas do
propriedade intelectual, quais sejam: falecido, tanto no ativo como no passivo, até os limites
da herança.
z Propriedade industrial: criações que movimen-
tam o mercado e são empregadas para manter a
competitividade. Seu foco é voltado para a área Importante!
empresarial. São exemplos: as patentes, marcas,
desenhos, indicações geográficas, entre outros; O direito de sucessão está regulado no Código
z Direitos autorais: criações artísticas, culturais e Civil.
científicas, como, por exemplo, as obras intelec-
tuais, literárias e artísticas;
Art. 5º [...]
z Proteção sui generis: são as criações híbridas,
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situa-
isto é, aquelas que se encontram em um estado
dos no País será regulada pela lei brasileira em
intermediário entre a propriedade industrial e
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
os direitos autorais. Exemplos: a topografia dos
pre que não lhes seja mais favorável a lei pes-
circuitos integrados (mask works), a proteção de soal do de cujus;
Cultivares (obtenções vegetais ou variedades vege-
tais) e conhecimentos tradicionais associados aos
Ainda com relação ao direito de herança, o inci-
recursos genéticos.
so XXXI estabelece a lei que deverá ser aplicada caso
a sucessão envolva bens de estrangeiros situados no
Neste sentido, a CF, de 1988, garante aos autores o
Brasil. Assim, a regra é que se aplica a lei brasileira
direito exclusivo de utilização, publicação ou repro-
sempre que esta beneficiar cônjuge ou filho brasilei-
dução de suas obras, sendo esse direito transmitido
ro. No entanto, caso a lei estrangeira (lei do país do
aos herdeiros do autor (direitos sucessórios) pelo tem-
de cujus) seja mais benéfica a estas pessoas, ela é que
po que a lei fixar.
será aplicada.
Art. 5º [...]
Art. 5º [...]
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
a) a proteção às participações individuais em
defesa do consumidor;
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento O inciso XXXII traz a proteção ao consumidor
econômico das obras que criarem ou de que parti- como um dos direitos e deveres individuais e coleti-
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respecti- vos. Como consequência, a defesa do consumidor será
0
-1

vas representações sindicais e associativas; promovida por meio do Estado. Vale lembrar que é
78

a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conheci-


.2

O inciso XXVIII também protege a propriedade da como Código de Defesa do Consumidor (CDC), que
73

intelectual. Deste modo, o dispositivo assegura a estabelece as regras de proteção ao consumidor.


.8

proteção de tais direitos ao indivíduo que participou


32

de obra coletiva, além de proteger a reprodução da Art. 5º [...]


-4

imagem e voz humanas. Ainda, assegura o direito de XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particu-
u

fiscalização do aproveitamento econômico tanto nas


pr

obras individuais como nas coletivas. lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
u

prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa-


pr

Art. 5º [...] bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja


XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos imprescindível à segurança da sociedade e do
industriais privilégio temporário para sua utili- Estado;
zação, bem como proteção às criações industriais,
à propriedade das marcas, aos nomes de empresas O inciso XXXIII decorre do direito de informação.
e a outros signos distintivos, tendo em vista o inte- Trata-se de assegurar aos indivíduos o conhecimento
resse social e o desenvolvimento tecnológico e eco- de informações relativas à sua pessoa, quando cons-
nômico do País; tantes de banco de dados de entidades governamen-
tais ou abertas ao público, bem como de informação
O último dispositivo que trata da propriedade de interesse da coletividade. Aqui, vale mencionar
intelectual é o inciso XXIX, garantindo aos autores de que não óbice à divulgação da remuneração de ser-
inventos industriais os privilégios para sua utilização, vidor público.
ainda que de forma temporária. Além disso, assegu-
ra a proteção às criações industriais, à propriedade Art. 5º [...]
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos XXXIV - são a todos assegurados, independente-
192 distintivos. mente do pagamento de taxas:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em concessão pela norma anterior antes de ocorrer a
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso alteração legal. Exemplo: uma pessoa completou o
de poder; tempo de contribuição previsto pela lei para aposen-
b) a obtenção de certidões em repartições públi- tar, mas optou por permanecer trabalhando. Se nova
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de lei alterar os requisitos para aposentadoria, de modo
situações de interesse pessoal; a aumentar o tempo de contribuição, essa pessoa
não será prejudicada, pois adquiriu o direito pela lei
O inciso XXXIV disciplina o direito de petição e o anterior;
direito de certidão. O dispositivo assegura aos indi-
víduos o direito de formular pedidos para a Adminis- Atenção! Direito adquirido não se confunde com
tração Pública em defesa de seus direitos e, quando expectativa de direito. Se a pessoa não completou todos
cabível, de terceiros, bem como de formular reclama- os requisitos para a concessão do direito, ela não tem
ções contra atos ilegais e abusivos cometidos pelos direito adquirido e, sim, expectativa de direito. Exemplo:
agentes do Estado. Assegura, ainda, o direito de plei- falta, para o indivíduo, um mês para que se complete o
tear, do Estado, documento expedido por este, que, tempo de contribuição previsto pela lei para se aposentar.
por possuir fé pública, é utilizado para comprovar a Antes de preencher tal requisito, a lei é alterada e o tem-
existência de um fato. Deste modo, assegura ao indi- po majorado. Esta pessoa não poderá se aposentar, pois
víduo a obtenção de certidão para a defesa de direitos tinha apenas expectativa de direito, uma vez que todos os
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal. requisitos não foram preenchidos para a sua concessão;
O exercício de tais direitos é gratuito, ou seja, inde-
pendem de qualquer pagamento. Importante mencionar z Ato jurídico Perfeito: trata-se do ato realizado
que, embora o dispositivo empregue o termo “taxas”, validamente sob a vigência de uma lei, mesmo que
esta foi utilizada em sentido amplo, visto que proíbe a esta tenha sido posteriormente revogada ou modi-
cobrança de qualquer importância (taxa, tarifa ou pre- ficada. Exemplo: adolescente que se casou antes
ço público). A função da gratuidade é não obstar ou difi- de ter completado a idade núbil nas hipóteses per-
cultar o exercício do direito, uma vez que pessoas sem mitidas pelo Código Civil terá seu casamento como
recursos financeiros teriam dificuldades de exercer seu válido mesmo após a alteração da lei civil, pela Lei
direito se este fosse condicionado ao pagamento. nº 13.811, de 2019, que proibiu, expressamente, o
casamento de menor de 16 (dezesseis) anos, pois
seus efeitos são protegidos pela lei anterior;
Importante! z Coisa Julgada: é a autoridade dada às decisões
Fique atento ao remédio constitucional aplicado do Poder Judiciário quando destas não caiba mais
para sanar ilegalidade quanto ao direito de certidão recurso, de modo a impedir a modificação ou dis-
— Mandado de Segurança —, pois as bancas cos- cussão da decisão de mérito. Exemplo: uma ação de
tumam tentar confundir o candidato, dizendo que paternidade foi julgada procedente após o supos-
to pai ter se recusado a realizar o exame de DNA.
o remédio constitucional cabível é o habeas data.
Assim, não é possível que, tempos depois, o suposto
pai resolva fazer o exame para se eximir da paterni-
Art. 5º [...] dade, pois a decisão não pode ser mais modificada.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Importante!
0
-1

O princípio da inafastabilidade de jurisdição


A coisa julgada divide-se em coisa julgada mate-
78

ou do controle do Poder Judiciário está disciplina-


rial — quando impede a discussão em qualquer
.2

do no inciso XXXV. Tal princípio é um desdobramento


processo — e coisa julgada formal — quando
73

do direito à segurança (garantias jurisdicionais). Esse


impede a discussão no mesmo processo.
.8

princípio garante que todas as pessoas tenham acesso


32

ao Poder Judiciário.
-4

Art. 5º [...]
Art. 5º [...]
u

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


pr

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,


u

o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;


A proibição dos tribunais de exceção, que decor-
pr

re do direito à segurança, encontra-se prevista no inci-


O inciso XXXVI é, também, um desdobramento do
so XXXVII. Busca-se proibir que os tribunais ou juízos
direito à segurança. Trata-se da garantia constitucio-
sejam criados especialmente para julgar determina-
nal de que as novas leis não retirem das pessoas os
dos crimes ou pessoas (nos casos concretos).
direitos que elas adquiriram por meio de lei antiga, de
Atenção! Tribunal de exceção não se confunde
modo que as situações disciplinadas por uma norma
com Justiças especializadas e foro privilegiado.
devem continuar protegidas por esta mesmo depois de
sua revogação ou substituição por outra em três casos3:
Art. 5º [...]
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
z Direito Adquirido: é o direito assegurado à pessoa organização que lhe der a lei, assegurados:
quando esta cumpriu todos os requisitos para a sua

3 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consu-
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º
Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”. 193
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a) a plenitude de defesa; O inciso XLII trata da prática de racismo. Embora
b) o sigilo das votações; a Constituição não tipifique o crime, ela manda crimi-
c) a soberania dos veredictos; nalizar a conduta de racismo. Além disso, estabelece
d) a competência para o julgamento dos crimes a não concessão de fiança ao racismo (inafiançável)
dolosos contra a vida; e, ainda, que o ato pode ser julgado a qualquer tempo,
independentemente da data em que foi cometido, pois
Outro desdobramento do direito à segurança é a não se sujeita ao decurso do tempo (imprescritível).
garantia do julgamento pelo Tribunal do Júri em cri- Vale lembrar, aqui, que a Lei nº 7.716, de 1989, é a Lei
mes dolosos contra a vida, ou seja, homicídio (art. 121, CP), do Racismo, e a Lei nº 12.288, de 2010, estabelece o
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou à auto- Estatuto da Igualdade Racial.
mutilação (art. 122, CP), infanticídio (art. 123, CP) e aborto
(arts. 124 a 128, CP); contudo, salienta-se que lei ordinária XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
poderá ampliar a competência do Tribunal do Júri, não insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
havendo qualquer ofensa quanto ao disposto na CF. tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
Trata-se de direito do indivíduo de ser julgado por drogas afins, o terrorismo e os definidos como
seus pares e, não, por um juízo de critério eminente- crimes hediondos, por eles respondendo os man-
mente técnico. dantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem;
Súmula Vinculante nº 45 A competência consti-
tucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro O inciso XLIII estabelece os crimes em que não
por prerrogativa de função estabelecido exclusiva- cabe fiança nem perdão, ou seja, graça, indulto e
mente pela Constituição Estadual. anistia. Embora o dispositivo não mencione o indulto,
ele também não é cabível nos crimes elencados.
Art. 5º [...]
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi- Dica: para lembrar dos crimes, memorize: T T T
na, nem pena sem prévia cominação legal; H ou 3TH:

Os princípios da anterioridade e da reserva Tortura;


da lei penal (nullum crimen, nulla poena, sine lege) Tráfico;
encontram-se disciplinados no inciso XXXIX. Em sín- Terrorismo;
tese, pelo princípio da reserva legal, não há crime sem Hediondos.
lei que o defina, nem pena sem cominação legal. Já
pelo princípio da anterioridade, a lei que estabelece o A graça e o indulto são modalidades de perdão conce-
crime e a pena deve ser anterior a sua prática. didas pelo Presidente da República, de modo a extinguir
a punibilidade do agente. Enquanto, na graça, o perdão
Art. 5º [...] é concedido de forma individual por meio de decreto e
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene-
mediante provocação do interessado, no indulto, o per-
ficiar o réu;
dão é coletivo e concedido por decreto, o qual não possui
destinatário certo e independe de provocação. O indulto
O princípio da irretroatividade da lei penal mais
pode ser total ou parcial (comutação).
gravosa está disciplinado no inciso XL. Em termos de
Já a anistia é o perdão concedido pelo Congresso
direito penal, a regra é a lei do tempo do crime, ou seja,
Nacional, por meio de lei, aos crimes e atos adminis-
será aplicada a lei do tempo da ação ou omissão. É pos-
0

trativos. Na anistia, exclui-se o crime, rescinde-se a


-1

sível, no entanto, aplicar lei posterior caso esta seja mais


78

condenação e extingue-se totalmente a punibilidade.


benéfica ao réu. Exemplo: nova lei deixa de considerar o
Cabe destacar que a anistia pode ser concedida pelas
.2

fato como crime ou diminui a sua pena.


73

Assembleias Legislativas, porém se restringe aos atos


A retroatividade da lei penal mais benéfica é abso-
.8

administrativos, como, por exemplo, às transgres-


luta, isto é, ela desconstituirá, inclusive, condenações
32

sões disciplinares de servidores estaduais.


já transitadas em julgado. Exemplo: sujeito que cum-
-4

É importante mencionar que esses crimes são


pre pena por um crime que lei posterior deixou de
prescritíveis, além de ser cabível a liberdade provi-
u

considerar respectivo ato como crime (caso de abolitio


pr

sória. Ainda, a Lei nº 9.455, de 1997, trata dos crimes


criminis) será colocado em liberdade.
de tortura; a Lei nº 11.343, de 2006, dos crimes de dro-
u
pr

gas; a Lei nº 13.260, de 2016, do terrorismo; a Lei nº


Art. 5º [...]
8.072, de 1990, cuida dos crimes hediondos.
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atenta-
tória dos direitos e liberdades fundamentais; Art. 5º [...]
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri-
O inciso XLI decorre do direito à igualdade. tível a ação de grupos armados, civis ou milita-
Trata-se da necessidade de reconhecer que todos os res, contra a ordem constitucional e o Estado
indivíduos possuem os mesmos direitos e as mesmas Democrático;
proteções. Além disso, a lei não só não poderá ser apli-
cada de modo discriminatório, como também deverá O inciso XLIV também traz hipóteses de não con-
punir tais discriminações com base em qualquer con- cessão de fiança, cuja ação ou omissão pode ser julga-
dição pessoal, como sexo, cor, origem, entre outras. da a qualquer tempo, independentemente da data em
que foi cometido. Tratam-se dos crimes desenvolvidos
Art. 5º [...] pelas organizações criminosas contra a ordem consti-
XLII - a prática do racismo constitui crime tucional e democrática, como, por exemplo, no golpe
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de de Estado. Cabe lembrar que a Lei nº 12.850, de 2013,
194 reclusão, nos termos da lei; é que trata das organizações criminosas.
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Dica individualização deve operar-se em três fases distin-
tas: legislativa, no momento em que elabora a norma;
Para auxiliá-lo na memorização do conteúdo
judicial, no momento da dosimetria da pena; executi-
dos últimos 3 incisos, leve em consideração o
va, na execução penal.
seguinte mnemônico: RAAÇÃO 3TH.
RA — racismo Art. 5º [...]
AÇÃO — ação de grupos armados XLVII - não haverá penas:
3TH — tortura, tráfico, terrorismo, hediondos a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX;
Esquematizando todo o conteúdo relacionado b) de caráter perpétuo;
ao mnemônico, temos: c) de trabalhos forçados;
Inafiançáveis  RAAÇÃO 3TH d) de banimento;
Imprescritíveis  RAAÇÃO e) cruéis;
Insuscetíveis de graça ou anistia  3TH
O inciso XLVII, que decorre tanto do direito à vida
Art. 5º [...] como do direito à segurança, estabelece a proibição
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do de determinadas penas. Assim, é vedada a pena de
condenado, podendo a obrigação de reparar morte em tempos de paz. Isso porque, quando decla-
o dano e a decretação do perdimento de bens rada a guerra pelo Presidente da República após a
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores autorização do Congresso Nacional, vigora a parte ati-
e contra eles executadas, até o limite do valor do nente aos tempos de guerra4 do Código Penal Militar
patrimônio transferido; (CPM) e do Código de Processo Penal Militar (CPPM),
que estabelece, em determinados casos, a pena de
O princípio da intranscendência ou personali- morte. Exemplo: traição (art. 355, CPM)5.
zação da pena está disciplinado no inciso XLV. Tra-
ta-se da impossibilidade da pena ser aplicada a outra Art. 5º [...]
pessoa que não o delinquente, uma vez que somente XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimen-
o autor da infração penal pode ser responsabiliza- tos distintos, de acordo com a natureza do deli-
do. Com a morte do condenado, declara-se extinta a to, a idade e o sexo do apenado;
punibilidade do crime. Assim, a pena não poderá ser
cumprida, por exemplo, pelos familiares ou herdeiros O inciso XLVIII traz um dos princípios relativos
do autor do crime se este houver falecido. No entanto, à execução da pena privativa de liberdade. Trata-
refere-se apenas à esfera penal, ou seja, a obrigação -se da exigência de que o cumprimento da pena seja
civil de reparar os danos pode ser estendida aos seus feito de acordo com a natureza do crime, a idade e
sucessores até o limite do valor do patrimônio trans- o sexo do apenado. É por essa razão que os adoles-
ferido (herança). centes ficam em estabelecimentos distintos dos adul-
Atenção! Multa é uma espécie de pena (art. 32, CP) tos, assim como as mulheres permanecem em local
e, portanto, não pode ser imposta aos herdeiros. diverso dos homens. Esse dispositivo decorre tanto do
direito à segurança como do direito à vida.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 5º [...]
XLVI - a lei regulará a individualização da pena Art. 5º [...]
e adotará, entre outras, as seguintes: XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte-
0

a) privação ou restrição da liberdade; gridade física e moral;


-1
78

b) perda de bens;
c) multa; O inciso XLIX estabelece outro princípio relativo
.2
73

d) prestação social alternativa; à execução da pena privativa de liberdade: a pro-


e) suspensão ou interdição de direitos;
.8

teção à integridade física e moral do preso. Busca-se,


32

portanto, proteger os indivíduos da força do Estado.


-4

Dica: a fim de auxiliá-lo na memorização, guarde o Trata-se, também, de um dos desdobramentos do


mnemônico 3PMS (RI): direito à segurança, por envolver garantias proces-
u
pr

suais; e do direito à vida, por envolver a integridade


3P — Privação ou restrição da liberdade (não esque- do indivíduo.
u
pr

ça que no primeiro “p” há, implícito, um “r” da


pena de restrição); perda de bens; prestação social Art. 5º [...]
alternativa; L - às presidiárias serão asseguradas condições
M — Multa; para que possam permanecer com seus filhos
S — Suspensão ou interdição de direitos (lembre-se de durante o período de amamentação;
que aqui também há, implícito, um “i” de interdição).
O inciso L traz um princípio relativo à execução
O inciso XLVI disciplina o princípio da individua- da pena privativa de liberdade. Trata-se do direito
lização da pena, uma vez que as penas devem ser dos filhos de permanecerem com suas mães e serem
previstas, impostas e executadas, em conformidade amamentados por elas durante a execução da pena.
com as condições pessoais de cada réu. Para tanto, a Vale destacar que o art. 89, da Lei nº 7.210, de 1984
4 Art. 15 (CPM) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado
de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das
hostilidades.
5 Art. 355 Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil:
Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. 195
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(Lei de Execução Penal), estabelece que a penitenciá- O princípio do devido processo legal está disci-
ria de mulheres terá uma seção para gestantes e par- plinado no inciso LIV. Trata-se do desdobramento do
turientes e uma creche para abrigar crianças entre 6 direito à segurança, de modo a garantir que os indi-
(seis) meses e 7 (sete) anos. víduos não sejam presos nem percam seus bens por
atuação arbitrária do poder do Estado. Assim sendo,
Art. 5º [...] deverá existir um processo com todas as etapas pre-
LI - nenhum brasileiro será extraditado, sal- vistas em lei e com todas as garantias constitucionais.
vo o naturalizado, em caso de crime comum, Se tais regras não forem observadas, o processo é pas-
praticado antes da naturalização, ou de com- sível de nulidade.
provado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Art. 5º [...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
A proibição de extradição de brasileiro encontra- nistrativo, e aos acusados em geral são assegu-
-se disciplinada no inciso LI. Extradição é uma medida rados o contraditório e ampla defesa, com os
de cooperação internacional em que um Estado entrega meios e recursos a ela inerentes;
a outro Estado, a pedido deste, indivíduo que deva res-
ponder a processo penal ou cumprir pena. De acordo O inciso LV traz o princípio do contraditório e da
com a Norma Constitucional, o Brasil não entrega bra- ampla defesa. Tal princípio objetiva garantir a igual-
sileiro para responder processo penal ou cumprir pena dade das partes de uma relação processual, bem como
em outro país. a segurança processual. Assim sendo, a parte contrá-
É possível, no entanto, a entrega de brasileiro natu- ria necessita ser ouvida (audiatur et altera pars), pois
ralizado, ou seja, que tenha adquirido a nacionalidade não podem ser atribuídas a uma parte vantagens de
brasileira por outro motivo que não vinculado ao nasci- que a outra não disponha.
mento (filiação ou local do nascimento), desde que seja Como consequência, as partes têm acesso a tudo
por crime comum e que este tenha sido praticado antes que consta dos autos, como, por exemplo, todas as
de sua naturalização e, portanto, quando o agente tinha provas produzidas pela outra parte, podendo mani-
outra nacionalidade. Também é possível a extradição de festar-se ou não. Além disso, a defesa pode ser exerci-
brasileiro naturalizado por comprovado envolvimento da de forma ampla, como, por exemplo, é possível ao
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, prati- indivíduo optar pela autodefesa (quando permitido)
cado antes ou depois da naturalização. ou pela defesa técnica. Assim, a ampla defesa garan-
te ao agente a possibilidade de se defender sem qual-
Art. 5º [...] quer impedimento aos seus direitos constitucionais.
LII - não será concedida extradição de estrangei- Ademais, destaca-se o conteúdo da Súmula Vincu-
ro por crime político ou de opinião; lante nº 14, a qual dispõe sobre o acesso a procedi-
mento investigatório por defensor do investigado.
No que se refere à extradição de estrangeiro, o
inciso LII veda a entrega por crime político ou de Súmula Vinculante nº 14 É direito do defensor,
opinião. Considera-se um crime como político se ele no interesse do representado, ter acesso amplo aos
envolver ações ou omissões que prejudicam os inte- elementos de prova que, já documentados em pro-
resses do país, do governo ou do sistema político. cedimento investigatório realizado por órgão com
O crime político pode ser de dois tipos: próprio e competência de polícia judiciária, digam respeito
impróprio. Crime político próprio é aquele capaz de ao exercício do direito de defesa.
0
-1

ameaçar a ordem institucional ou o sistema vigente.


78

Já o crime político impróprio é aquele crime comum Observe que os documentos referentes às diligên-
.2

quando conexo ao crime político, de modo a ter nature- cias em curso não são de apresentação obrigatória,
73

za comum, mas conotação político-ideológica, como, por tendo em vista a possibilidade de frustrá-las.
.8

exemplo, a extorsão mediante sequestro para obter fun- Imagine, por exemplo, que em determinada inves-
32

dos para determinado grupo político. Ainda há o crime tigação tenha sido deferida, pelo Poder Judiciário, a
-4

de opinião, que é aquele que se configura com o abuso interceptação telefônica de determinado investigado.
Ora, é óbvio que o acesso, pelo advogado do investi-
u

da liberdade de expressão ou de pensamento, como, por


pr

exemplo, nos casos dos crimes contra a honra. gado, comprometeria a diligência, já que este poderia
u

avisar seu cliente da medida.


pr

Art. 5º [...]
LIII - ninguém será processado nem sentencia- Art. 5º [...]
do senão pela autoridade competente; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
O princípio do juiz natural ou do juiz competen-
te encontra-se disciplinado no inciso LIII. Trata-se da A proibição de prova ilícita encontra-se estabele-
garantia de que nenhuma pessoa será processada ou cida no inciso LVI. As provas obtidas de forma ilícita
julgada por uma autoridade especialmente designada são absolutamente nulas, não podendo gerar qual-
para o caso. Deste modo, as regras de competência quer efeito no convencimento do juiz.
devem estar restabelecidas no ordenamento jurídico,
de forma a assegurar que o julgamento seja realizado z Prova ilícita é aquela que viola direito material.
por um juiz independente e imparcial. Exemplos: confissão mediante tortura e intercep-
tação telefônica sem autorização judicial;
Art. 5º [...] z Prova ilegítima é aquela que viola direito proces-
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de sual. Exemplo: confissão do acusado em juízo sem
196 seus bens sem o devido processo legal; a presença do advogado.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Supremo Tribunal Federal, adequadamente, da pública nos processos relativos aos delitos previs-
adotou, por maioria de votos, a denominada teoria tos na legislação especial, como, por exemplo, nas
fruits of poisonous tree (frutos da árvore envenenada). ações em que se apuram crimes eleitorais.
São nulas tanto as provas produzidas de forma ilícita
como também as derivadas (surgidas em decorrência Art. 5º [...]
da prova ilícita), ainda que obtidas de forma regular. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
Há contaminação do vício original, com exclusão atos processuais quando a defesa da intimida-
da prova ilícita, bem como de suas derivações. de ou o interesse social o exigirem;

Art. 5º [...] Como regra, todo processo é público, ou seja, é per-


LVII - ninguém será considerado culpado até o trân- mitido o acesso aos atos. No entanto, em alguns casos,
sito em julgado de sentença penal condenatória; tais como ações de divórcio, guarda, entre outros, essa
publicidade é restrita às partes e seus procuradores, com
O inciso LVII traz o princípio da presunção de ino- o objetivo de resguardar a intimidade dos envolvidos.
cência ou da presunção de culpabilidade. Assim, antes Também é possível restringir a publicidade quando
da condenação definitiva em um processo criminal, o interesse da sociedade exigir, como, por exemplo, em
as pessoas ainda não são consideradas culpadas. Isso determinados crimes ou atos, envolvendo crianças e
ocorre porque quem possui o ônus de provar a culpa é adolescentes. É importante mencionar, no entanto, que a
o Ministério Público, como órgão titular da ação penal restrição da publicidade dos atos processuais não poderá
pública e da vítima, no caso de ação penal privada. Des- prejudicar o interesse público à informação.
te modo, não compete ao acusado provar sua inocência,
mas ao Ministério Público ou à vítima comprovar a res-
ponsabilidade do réu até a última instância. Importante!
Art. 5º [...]
A restrição da publicidade é popularmente
LVIII - o civilmente identificado não será subme- conhecida como segredo de Justiça.
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
Art. 5º [...]
LXI - ninguém será preso senão em flagrante
A proibição da identificação criminal da pes- delito ou por ordem escrita e fundamentada de
soa já civilmente identificada encontra-se no inciso autoridade judiciária competente, salvo nos casos
LVIII. Entende-se, por identificação, o processo utili- de transgressão militar ou crime propriamen-
zado para se estabelecer a identidade de pessoas ou te militar, definidos em lei;
coisas. Assim, se o indivíduo apresenta documento de
identidade civil válido e sem qualquer suspeita funda- Pelo inciso LXI, depreende-se que a liberdade é a
da de falsidade, ele não poderá ser identificado crimi- regra e a prisão é a exceção. Por essa razão, o dispo-
nalmente, ou seja, por meio do processo datiloscópico. sitivo fixa as hipóteses em que o indivíduo será preso.
O objetivo do dispositivo é evitar o constrangimento Assim, a CF, de 1988, protege os indivíduos da força do
pessoal de pessoas já identificadas civilmente. Estado, uma vez que veda a prisão arbitrária ou abu-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Cumpre esclarecer que a Lei nº 12.037, de 2009, dis- siva e estabelece que a restrição da liberdade só será
ciplina o inciso e estabelece quais documentos servem legítima quando respeitados os parâmetros legais.
para a identificação civil. Ainda, a regra da não identi- Trata-se de um dos desdobramentos do direito à segu-
0

ficação criminal não é absoluta e abarca exceções. No rança, por envolver garantias processuais.
-1

entanto, tais exceções devem estar disciplinadas em lei.6


78

Em termos de processo penal, existem dois tipos


de prisão. A prisão pena que é aquela decorrente de
.2

Art. 5º [...]
73

sentença penal condenatória transitada em julgado,


LIX - será admitida ação privada nos crimes de
.8

ou seja, o processo foi finalizado, a pessoa condena-


ação pública, se esta não for intentada no prazo
32

da e não cabe mais recurso, ingressando na fase de


legal;
-4

execução penal. Além disso, há a prisão processual,


que tem função acautelatória e é aquela que ocorre
u

O inciso LIX traz a possibilidade de ação penal priva-


pr

durante a fase de investigação, instrução e antes do


da subsidiária à ação penal pública. Assim, nos casos julgamento definitivo, como a prisão em flagrante, a
u

em que o representante do Ministério Público não ofe-


pr

prisão temporária e a prisão preventiva.


receu a denúncia, não requereu diligências ou não orde- Portanto, durante o curso do processo, o indiví-
nou o arquivamento do Inquérito Policial, no prazo legal, duo somente será preso se estiver em flagrante delito
admite-se o oferecimento da queixa crime. (estiver cometendo o delito, acabou de cometê-lo, foi
A CF, de 1988, não estabeleceu hipótese de restrição perseguido logo após ou foi encontrado logo depois,
quanto à aplicação da ação penal privada subsidiária com algo que faça presumir ser o autor da infração)7

6 Art. 3º (Lei nº 12.037, de 2009) Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I - o docu-
mento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II - o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III - o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV - a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autorida-
de policial, do Ministério Público ou da defesa; V - constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI - o esta-
do de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma
de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
7 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após,
pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 197
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ou se for determinado pelo juiz nos demais casos das Art. 5º [...]
prisões acautelatórias. LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxa-
Observa-se, ainda, que o inciso traz exceções, quais da pela autoridade judiciária;
sejam: transgressão militar ou crime propriamen-
te militar, definido em lei. Quanto às transgressões, O inciso LXV traz mais um dos desdobramentos
estas estão previstas nos regulamentos disciplinares, do direito à segurança ao prever o relaxamento da
tanto das Forças Armadas como das Forças Auxiliares. prisão ilegal. Assim, se o magistrado constatar que a
A elas é aplicado procedimento de apuração especí- prisão foi ilegal, ele deverá colocar o preso em liber-
fico, também garantindo o contraditório e a ampla dade de forma imediata e sem condições. Exemplo: o
defesa. Já os crimes militares encontram-se previstos indivíduo foi preso em flagrante, porém não se enqua-
no Código Penal Militar, porém esse diploma não defi- drava nas hipóteses de flagrância do art. 302, do CPP.
Relaxa-se prisão ilegal e revoga-se as demais pri-
ne quais são os crimes propriamente militares.
sões cautelares, uma vez que estas necessitam de
requisitos para serem decretadas e não estão estes
Art. 5º [...]
presentes. O magistrado deve revogar a prisão ou
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao
substituí-la por medidas cautelares diversas.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada; Art. 5º [...]
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provi-
Como a prisão em flagrante é a única modalida- sória, com ou sem fiança;
de de prisão acautelatória que não conta com ordem
judicial prévia, visto que é imposta no momento em O inciso LXVI reforça que a regra é a liberdade e
que a infração penal é praticada ou em momentos sua supressão é apenas medida excepcional e somen-
após, faz-se necessária sua comunicação imediata ao te deve ser decretada nos casos em que a norma
juiz, para que este possa efetuar o controle de legali- autorizar.
dade da prisão.
A CF, de 1988, não fixa o prazo da comunicação, Art. 5º [...]
porém o art. 306, do Código de Processo Penal, estabe- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
lece que a comunicação será imediata e os autos reme- a do responsável pelo inadimplemento voluntário
tidos em até 24 (vinte e quatro) horas após a prisão. e inescusável de obrigação alimentícia e a do
Além da comunicação ao juiz, a CF, de 1988, prevê a depositário infiel;
comunicação à família do preso ou pessoa por ele indi-
cada, com o escopo não só de dar notícia de seu para- O inciso LXVII trata da prisão civil por dívida.
deiro, como também de prestar-lhe a assistência devida. Considera-se prisão civil a medida privativa da liber-
dade que não possui caráter de pena e que tem como
Art. 5º [...] finalidade compelir o devedor a satisfazer uma obri-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, gação. Atualmente, a única hipótese de prisão por
entre os quais o de permanecer calado, sendo- dívidas é a de caráter alimentar, ou seja, o indivíduo
-lhe assegurada a assistência da família e de deixou de pagar a pensão alimentícia devida.
advogado; Por se tratar de uma norma constitucional de efi-
cácia contida, a prisão do depositário infiel, prevista
0

Considerando que a liberdade é a regra e a sua res- na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
-1

trição só é legítima quando efetuada nos estritos limites ta em razão das seguintes Súmulas:
78

legais, o inciso LXIII estabelece que o preso em flagran-


.2

te deve ser comunicado dos seus direitos. Entre esses Súmula Vinculante nº 25 (STF) É ilícita a prisão
73

direitos, encontra-se o de permanecer em silêncio. civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-
.8

lidade do depósito.
32

O silêncio do preso é apenas silêncio e não poderá ser


-4

utilizado de forma contrária. O acusado não é obrigado a


Súmula nº 419 (STJ) Descabe a prisão civil do
produzir provas contra si mesmo. Ao se calar, esse silên-
u

depositário judicial infiel.


pr

cio não pode ser considerado como prova.


Além disso, o dispositivo também estabelece a assis-
u

Art. 5º [...]
pr

tência da família e do advogado, garantindo tanto o apoio


pessoal como a assistência técnica que lhe é devida. LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
Art. 5º [...] violência ou coação em sua liberdade de loco-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos moção, por ilegalidade ou abuso de poder;
responsáveis por sua prisão ou por seu interro-
gatório policial; O inciso LXVIII traz um dos remédios constitucio-
nais: o habeas corpus (HC). Remédios constitucio-
O inciso LXIV também decorre do direito à segu- nais são as ações constitucionais previstas na própria
rança, uma vez que busca prevenir a prisão arbitrária. Constituição com a finalidade de reclamar o restabele-
Assim, é assegurada ao indivíduo a identificação dos cimento de direitos fundamentais violados.
responsáveis por sua prisão e interrogatório, uma O HC é uma dessas ações constitucionais, sendo
vez que lhe é garantido questionar a competência ou utilizado para a tutela da liberdade de locomoção
atribuição dessas autoridades em conformidade com sempre que alguém estiver sofrendo ou na iminência
a norma vigente e os princípios constitucionais e de de sofrer constrangimento ilegal do seu direito de ir
198 direitos humanos. e vir. Tal ação pode ser utilizada tanto em questões
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
penais como em questões civis, desde que haja cons- z Mandado de segurança preventivo, cuja ordem
trangimento ilegal efetivo ou potencial ao direito de ir de segurança busca pôr fim à iminência de cons-
e vir. Exemplo: prisão por débitos alimentares. trangimento ilegal a direito líquido e certo.
Existem três modalidades de HC, quais sejam:
Não cabe MS contra:
z Habeas Corpus liberatório ou repressivo, em
que a ordem é concedida para fazer cessar o cons- z ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo,
trangimento à liberdade de locomoção quando já independentemente de caução;
existente; z decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
z Habeas Corpus preventivo, em que a ordem é suspensivo;
concedida quando houver ameaça ao direito de ir z decisão judicial transitada em julgado.
e vir, de modo a impedir que uma pessoa venha a
ter restringido seu direito; Por fim, seu prazo (decadencial) de impetração
z Habeas Corpus de ofício, em que a ordem é é de 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência do
concedida pela autoridade judicial sem pedido, interessado do ato impugnado.
quando esta verificar, no curso de um proces-
so, que alguém está sofrendo ou na iminência de Art. 5º [...]
sofrer constrangimento ilegal em sua liberdade de LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
locomoção. impetrado por:
a) partido político com representação no Con-
Não cabe HC nos seguintes casos: gresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
z Perda de patente; associação legalmente constituída e em funciona-
z Perda de cargo; mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
z Pena de multa; resses de seus membros ou associados;
z Bens apreendidos (Obs.: no caso do passaporte, o
STJ diz que caberá o HC. Já o STF diz que não cabe); Do mesmo modo que o MS individual, é possível
z Pena extinta. ingressar com mandado de segurança coletivo nos
casos de direitos coletivos, assim entendidos como os
De acordo com o § 2º, do art. 142, não caberá habeas transindividuais, cuja natureza for indivisível, ou seja,
corpus em relação a punições disciplinares militares. de que sejam titulares grupos ou categorias de pessoas
Além dos militares das Forças Armadas, essa disposição ligadas entre si ou com a parte contrária por uma rela-
é estendida aos membros das Polícias Militares e dos Cor- ção jurídica básica, e direitos individuais homogêneos,
pos de Bombeiros Militares (art. 42, CF, de 1988). assim entendidos como aqueles decorrentes de origem
No entanto, é cabível o HC se a sanção militar tiver comum e de atividade ou situação específica da totalida-
sido aplicada de forma ilegal por autoridade incompe- de ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
tente ou em desacordo com as formalidades legais ou Trata-se de inovação da CF, de 1988, para a tutela de
além dos limites fixados em lei. direitos coletivos líquidos e certos, também não ampara-
dos por HC ou habeas data, quando o responsável pela

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 5º [...] ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
proteger direito líquido e certo, não amparado O MS coletivo segue as mesmas regras do individual.
0
-1

por habeas-corpus ou habeas-data, quando o Para partidos políticos, exige-se representação no


78

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for Congresso Nacional (pelo menos, um deputado ou
.2

autoridade pública ou agente de pessoa jurídi- senador do partido). Para associação, exige-se que ela
73

ca no exercício de atribuições do Poder Público; tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
.8
32

O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o Art. 5º [...]


-4

mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liber- LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
dade de locomoção e o habeas data, o acesso e a retifi- pre que a falta de norma regulamentadora tor-
u
pr

cação de dados, o MS é cabível para os demais direitos, ne inviável o exercício dos direitos e liberdades
u

sendo que seu objetivo e alcance é feito por exclusão. constitucionais e das prerrogativas inerentes à
pr

Cabe destacar que a lei que disciplina o MS é a Lei nº nacionalidade, à soberania e à cidadania;
12.016, de 2009.
O MS é cabível quando houver direito líquido e O inciso LXXI traz o mandado de injunção (MI),
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de ação constitucional para a tutela dos direitos previs-
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste tos na CF, de 1988, inerentes à nacionalidade, à sobe-
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo rania e à cidadania, os quais não podem ser exercidos
que os documentos comprobatórios do direito devem em razão da falta de norma regulamentadora. Portan-
acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes to, são pressupostos para o MI:
estiverem em repartição ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen- z Existência de um direito constitucionalmente pre-
temente, no MS, não há fase instrutória visto com relação à nacionalidade, soberania e
O MS pode ser de duas espécies: cidadania;
z A não autoaplicabilidade desse direito;
z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem z Falta de norma infraconstitucional regulamenta-
de segurança objetiva cessar constrangimento ile- dora que inviabilize o exercício do direito previsto
gal já existente; na CF, de 1988. 199
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Cabe lembrar que a lei que disciplina o MI é a Lei direito político. Ademais, quanto aos estrangeiros, é
nº 13.300, de 2016. possível o ajuizamento da ação popular pelo portu-
A omissão normativa decorrente da não elabora- guês em situação de equiparação com brasileiro.
ção de ato legislativo ou administrativo permite ao Em regra, a ação popular é gratuita. O motivo da
indivíduo, ao Ministério Público e à Defensoria públi- gratuidade é permitir o acesso ao Poder Judiciário de
ca ingressarem com o MI. todos os cidadãos para a defesa dos atos lesivos do
Atualmente, adota-se a Teoria Concretista, ou Poder Público. No entanto, o inciso LXXIII estabele-
seja, o magistrado resolve o caso concreto (sentença ce uma exceção: haverá custas e sucumbência caso
normativa) e não mais comunica o Poder Legislativo o autor ingresse com a ação com má-fé e esta seja
para suprir a omissão. comprovada.

Art. 5º [...]
LXXII - conceder-se-á habeas-data: Importante!
a) para assegurar o conhecimento de informa-
ções relativas à pessoa do impetrante, constan- A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a
tes de registros ou bancos de dados de entidades boa-fé é sempre presumida.
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Art. 5º [...]
administrativo; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
O habeas data (HD) é o remédio constitucional ciência de recursos;
para a tutela do direito de informação e de intimida-
de do indivíduo, de modo a garantir ao impetrante O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas
o conhecimento de informações pessoais constantes as pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deve-
de banco de dados de entidades governamentais ou rá prestar a assistência jurídica de forma integral e
abertas ao público, bem como o direito de retificação gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de
dessas informações quando errôneas. recursos financeiros. Esse direito instrumentaliza-se
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é por meio da Defensoria Pública ou por meio do convê-
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é nio com a Defensoria Pública/Ordem dos Advogados
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: do Brasil através da nomeação de advogado dativo.

Art. 7° (Lei nº 9.507, de 1997) [...] Art. 5º [...]


III - para a anotação nos assentamentos do interes- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
sado, de contestação ou explicação sobre dado ver- judiciário, assim como o que ficar preso além do
dadeiro mas justificável e que esteja sob pendência tempo fixado na sentença;
judicial ou amigável.
O inciso LXXV visa evitar abusos por parte do
Ademais, a informação, a retificação ou a anotação Poder Público ao prever a responsabilidade civil do
foram negadas pela Administração Pública (entidades Estado nos casos de erro do Poder Judiciário e prisão
governamentais da Administração direta ou indireta) por tempo além do fixado em sentença.
ou particular (pessoas jurídicas de direito privado) A responsabilidade civil do Estado será estudada
posteriormente.
0

que mantenham banco de dados aberto ao público.


-1

O HD pode ser impetrado por qualquer pessoa,


78

física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, desde que Art. 5º [...]


.2

as informações solicitadas digam respeito ao próprio LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
73

indivíduo. Além disso, o HD não é instrumento jurídi- pobres, na forma da lei:


.8

co adequado para se ter acesso aos autos do processo a) o registro civil de nascimento;
32

administrativo disciplinar (PAD). b) a certidão de óbito;


-4
u

Art. 5º [...] Ao garantir a gratuidade das certidões de nasci-


pr

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para mento e óbito, a CF, de 1988, assegura que as pessoas
u

propor ação popular que vise a anular ato lesi- possam ser registradas e possam usufruir dos direitos
pr

vo ao patrimônio público ou de entidade de que o personalíssimos decorrentes, como, por exemplo, os


Estado participe, à moralidade administrativa, direitos de possuir um nome, de poder ser matricula-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico do em uma escola, entre outros. Assim, a CF, de 1988,
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada garante que a falta de recursos financeiros não seja
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da considerada um obstáculo para o exercício de tais
sucumbência; direitos.

O inciso LXXIII traz outro remédio constitucional: Art. 5º [...]


a ação popular. Trata-se da ação constitucional colo- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-cor-
cada à disposição de qualquer cidadão para fiscalizar pus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos
o Poder Público. Cabe esclarecer que cidadão é aque- necessários ao exercício da cidadania.
le que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, que
pode votar. Portanto, a ação popular é cabível para os O inciso LXXVII trata da gratuidade dos remédios
maiores de 16 (dezesseis) anos se eleitores. constitucionais de habeas corpus e habeas data. A
Atenção! Não há necessidade de os menores de 18 finalidade do dispositivo é garantir o acesso de todas
200 (dezoito) anos serem assistidos, pois consiste em um as pessoas a esses remédios constitucionais.
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Art. 5º [...] vez, promulgado e publicado em Diário Oficial da
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrati- União e passa a ter força de lei.
vo, são assegurados a razoável duração do pro- No caso de tratado sobre direitos humanos, a CF,
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua de 1988, disciplinou a possibilidade de sua incorpo-
tramitação. ração, seguindo os mesmos procedimentos cabíveis
para as Emendas Constitucionais, ou seja, dois turnos
Este inciso trata o princípio da celeridade pro- em cada Casa do Congresso Nacional e aprovação por
cessual. Desta forma, a CF, de 1988, assegura a todos, 3
/5 dos votos. Deste modo, o tratado passa a ser incor-
quer no âmbito judicial, quer no âmbito administra- porado, no ordenamento jurídico, com força de nor-
tivo, a duração razoável do processo, bem como dos ma constitucional.
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. O § 3º, do art. 5º, da CF, de 1988, foi incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004. Portanto, ape-
Art. 5º [...] nas os tratados incorporados após essa Emenda e
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito seguindo os parâmetros do dispositivo possuem força
à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
de norma constitucional. Para os incorporados ante-
digitais.
riormente, caso se refiram aos direitos humanos, são
considerados supralegais. Para todos os demais trata-
Por fim, em recentíssima alteração constitucional,
dos, força legal.
a Emenda Constitucional nº 115, de 10 de Fevereiro de
2022, adicionou o inciso LXXIX ao art. 5º da CF, o qual
Art. 5º [...]
busca incluir a proteção de dados pessoais entre os § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
direitos e garantias fundamentais. Ademais, embora Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
não seja objeto de estudo deste tópico, cabe ressaltar festado adesão.
que a competência para legislar sobre a proteção e
tratamento de dados pessoais é de privativa da União. Esse parágrafo também foi incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004. O Tribunal Penal Inter-
Art. 5º [...] nacional (TPI) encontra-se disciplinado no Estatuto
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
de Roma e tem como finalidade julgar os crimes de
fundamentais têm aplicação imediata.
genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humani-
dade e crimes de agressão.
De acordo com o § 1º, os direitos e garantias indi-
Atenção! Não confundir o TPI com a Corte Inter-
viduais e coletivos previstos no art. 5º estão prontos
nacional de Justiça, também conhecida como Tribu-
para serem aplicados e exigidos, uma vez que não
nal de Haia, que é o órgão jurídico da Organização das
dependem da existência de qualquer outra norma
Nações Unidas.
para produzir efeitos.
Atenção! Não confundir aplicação imediata com a
Dos Direitos Sociais
aplicabilidade da norma constitucional (norma cons-
titucional de eficácia plena, contida e limitada).
Os direitos sociais estão disciplinados nos arts. 6º a
11, da CF, de 1988. Esses direitos se dividem em direi-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 5º [...]
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Consti-
tos sociais propriamente ditos (art. 6º), direitos tra-
tuição não excluem outros decorrentes do regime balhistas (art. 7º) e direitos sindicais (arts. 8º a 11).
Vejamos cada um deles:
0

e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados


-1

internacionais em que a República Federativa do


78

Brasil seja parte. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a


.2

alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-


73

O § 2º estabelece que o rol de direitos e deveres te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
.8

disposto no art. 5º é exemplificativo e não taxativo. proteção à maternidade e à infância, a assistência


32

aos desamparados, na forma desta Constituição.


Portanto, podem existir outros direitos em outros dis-
-4

positivos da CF, de 1988, em outros diplomas legais,


Os direitos sociais encontram-se estabelecidos no
u

em tratados internacionais, entre outros.


pr

art. 6º, da CF, de 1988. Trata-se dos direitos ligados à con-


u

Art. 5º [...] cepção de que é dever do Estado garantir igualdade de


pr

§ 3º Os tratados e convenções internacionais oportunidades a todos através de políticas públicas. O


sobre direitos humanos que forem aprovados, dispositivo assegura alguns dos direitos denominados de
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois segunda geração/dimensão, tais como o direito à educa-
turnos, por três quintos dos votos dos respec- ção, trazendo a ideia de que a instrução é o meio adequa-
tivos membros, serão equivalentes às emendas do para que o indivíduo possa exercer outros direitos,
constitucionais. tais como a liberdade de expressão, a liberdade de asso-
ciação, os direitos políticos, entre outros.
O § 3º estabelece as regras para a incorporação Garante, também, o acesso dos indivíduos a um
do tratado internacional que verse sobre direi- sistema de saúde, além da assistência e proteção
tos humanos. Via de regra, o tratado internacional, econômica em determinados momentos, tais como
após a sua celebração e assinatura pelo Presidente incapacidade temporária ou definitiva, velhice, entre
da República, passa por referendo parlamentar para outros. Trata-se, pois, de um programa de proteção
sua incorporação. Assim, o Poder Legislativo o apro- social para amparar as pessoas em determinados
va, por meio de um Decreto Legislativo, e o remete eventos, assim, classifica-se tal norma como de efi-
ao Presidente da República para sua ratificação, por cácia limitada, mais especificamente de princípio
meio de Decreto. O Decreto do Executivo é, por sua programático. 201
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Do art. 6º é que advém a ideia de reserva do pos- Art. 7º [...]
sível, pois o Estado deve garantir os direitos em con- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
formidade com seus recursos. Esse dispositivo traz a involuntário;
ideia de mínimo existencial, ou seja, de um padrão
mínimo de condições materiais aceitáveis para uma O inciso II trata do seguro-desemprego, que tem
vida com dignidade, consoante se depreende do pará- como finalidade assegurar assistência financeira, de
grafo único. modo temporário, ao trabalhador que foi dispensado
involuntariamente, ou seja, sem justa causa.
Art. 6º [...]
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de Art. 7º [...]
vulnerabilidade social terá direito a uma renda III - fundo de garantia do tempo de serviço;
básica familiar, garantida pelo poder público em
programa permanente de transferência de renda, O FGTS encontra-se estabelecido no inciso III. Seu
cujas normas e requisitos de acesso serão deter- objetivo é resguardar o trabalhador nos casos de desem-
minados em lei, observada a legislação fiscal e prego involuntário, aposentadoria, entre outras situa-
orçamentária. ções, de modo que o trabalhador possa sacar esses
valores.
Neste sentido, o Estado deve assegurar que a quan- De acordo com a atual orientação do STF, o prazo pres-
tidade de alimento seja suficiente para o indivíduo e cricional para o trabalhador reclamar valores do FGTS é
sua família, que ele possa se vestir, ter moradia, aces- de cinco anos (prescrição quinquenal), tendo, como base,
so aos serviços médicos e sociais e segurança em casos o princípio da segurança jurídica (ARE nº 709.212, STF).
de imprevistos, tais como desemprego, incapacidade,
velhice, entre outros. Além disso, devem-se assegurar Art. 7º [...]
os cuidados e assistência devidos à maternidade e à IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmen-
infância. te unificado, capaz de atender a suas necessidades
O referido artigo assegura, ainda, o direito ao tra- vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
balho. Para tanto, o art. 7º estipula as condições neces- mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
sárias para a realização do trabalho e adota medidas ne, transporte e previdência social, com reajustes
de proteção ao trabalhador nos seguintes termos: periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais, além de outros que visem à melhoria de O inciso IV estabelece a existência de uma remu-
sua condição social. neração mínima, justa e suficiente para assegurar ao
trabalhador e a sua família uma vida digna. Assim, o
Observa-se que esse dispositivo trata tanto dos salário mínimo deve ter a capacidade de atender às
trabalhadores urbanos como dos rurais e funda-se no necessidades tanto do trabalhador como de sua famí-
princípio da igualdade. Por essa razão, a CF, de 1988, lia. Cumpre mencionar que o valor deve ser fixado
veda, por exemplo, a diferenciação de salários, o exer- em lei, ou seja, faz-se necessária a edição de lei para a
cício de funções e critério de admissão que tenham fixação do valor do salário mínimo.
como base a idade, o sexo ou o estado civil, entre Vale destacar que o STF entende não ser necessá-
outros. Vejamos as proteções trazidas nele: rio que o percentual de reajuste seja fixado em lei (em
sentido estrito), podendo a definição de tais valores
ser feita por meio de decreto presidencial. Sobre o
0

Art. 7º [...]
-1

I - relação de emprego protegida contra despedida tema, existem quatro Súmulas Vinculantes importan-
78

arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei tes, as quais é relevante conhecer:
.2

complementar, que preverá indenização compen-


73

satória, dentre outros direitos; Súmula Vinculante nº 4 Salvo nos casos previs-
.8

tos na Constituição, o salário mínimo não pode ser


32

A CF, de 1988, do mesmo modo que estipula as usado como indexador de base de cálculo de vanta-
-4

condições necessárias para a realização do trabalho, gem de servidor público ou de empregado, nem ser
u

adota medidas de proteção ao trabalhador contra a substituído por decisão judicial.


pr

despedida arbitrária ou sem justa causa, com o obje-


u

tivo de resguardar o trabalhador contra as incerte- Súmula Vinculante nº 6 Não há violação à CF no


pr

zas do mercado de trabalho. Assim, o inciso I prevê estabelecimento de remuneração inferior ao míni-
que uma lei complementar estabelecerá indenização mo em relação ao soldo dos recrutas, prestadores
compensatória, dentre outros direitos. do serviço militar inicial.

Súmula Vinculante nº 15 O cálculo de gratifica-


Importante! ções e outras vantagens do servidor público não
incide sobre o abono utilizado para se atingir o
Ainda não foi elaborada lei complementar dis- salário mínimo.
ciplinando o assunto. Por essa razão, aplica-se
o disposto no art. 10, do Ato das Disposições Súmula Vinculante nº 16 Os artigos 7º, IV, e 39,
Constitucionais Transitórias, que fixa como § 3º (redação da EC n° 19/1998), da Constituição
referem-se ao total da remuneração percebida pelo
indenização o valor de 40% do depositado no
servidor público.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
como a quantia devida a título de indenização
Prosseguindo nossa análise dos incisos do art. 7º,
compensatória. da CF, temos:
202
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 7º [...] A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ao regular
V - piso salarial proporcional à extensão e à com- a matéria, estabelece, no art. 73, como período noturno,
plexidade do trabalho; o trabalho desenvolvido entre as 22h de um dia e as 5h
do dia seguinte. Assim, durante esse período, o adicional
O inciso V assegura contraprestação mínima aos é de, pelo menos, 20% sobre a hora diurna. Além disso, o
trabalhadores pertencentes à mesma categoria pro- cômputo da hora também é realizado de forma diferen-
fissional, como, por exemplo, professores, metalúrgi- te, uma vez que cada hora noturna possui cinquenta e
cos, farmacêuticos, entre outros. O piso deve levar em dois minutos e trinta segundos.
consideração a extensão e a complexidade do trabalho Com relação ao trabalho rural, na lavoura, consi-
e não pode ser fixado em múltiplos do salário mínimo. dera-se noturno o trabalho executado entre 21h de
Diferentemente do salário mínimo, que é nacional- um dia e 5h do dia seguinte. Já na pecuária, inicia-se
mente unificado, é possível que os Estados e o Distrito às 20h de um dia e encerra-se às 4h do dia posterior.
Federal instituam piso salarial estadual diferente do nacio- Acresce que o adicional é de 25% e que não há previ-
nal, em conformidade com o parágrafo único, do art. 22, da são de cômputo diferenciado para a hora noturna.
CF, de 1988, e Lei Complementar nº 103, de 2000.
Art. 7º [...]
Art. 7º [...] X - proteção do salário na forma da lei, consti-
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em tuindo crime sua retenção dolosa;
convenção ou acordo coletivo;
O inciso X estabelece a criminalização da conduta de
O inciso VI traz a regra de que o salário do traba- retenção do salário como uma das formas de proteção
lhador não pode ser reduzido. A redução somente é ao trabalhador. Salienta-se que a conduta somente será
admitida por meio de negociação coletiva com a par- considerada como crime se houver dolo, ou seja, quando
ticipação obrigatória do sindicato. o empregador não paga porque não quer. Cumpre escla-
A Medida Provisória (MP) nº 936, de 2020, que foi recer que esse inciso possui eficácia constitucional limi-
editada em razão da pandemia da COVID-19, passou a tada e carece de lei regulamentadora.
permitir a redução salarial por meio de acordo indivi-
dual firmado entre o empregador e o empregado, ou Art. 7º [...]
seja, sem a participação do sindicato. XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
Considerando que o texto constitucional estabelece lada da remuneração, e, excepcionalmente, partici-
que o acordo seja coletivo, a MP foi submetida ao STF, pação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
que manteve a eficácia da regra (acordo individual)
de redução temporária do salário por, no máximo, 90 A participação nos lucros ou resultados, em
(noventa) dias, sob o fundamento de que se trata de caráter excepcional, na gestão da empresa encon-
momento excepcional e que o acordo individual seria tra-se prevista no inciso XI. Trata-se de um valor des-
razoável por preservar o vínculo de emprego duran- vinculado da remuneração e definido em lei. Esse
te o período, bem como que a atuação do sindicato inciso também possui eficácia limitada, porém é regu-
demandaria demora, gerando insegurança jurídica e lamentado pela Lei nº 10.101, de 2000.
aumentando o risco de desemprego.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 7º [...]
Art. 7º [...] XII - salário-família pago em razão do dependente
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
0
-1

para os que percebem remuneração variável;


78

O inciso XII estabelece o salário-família. Trata-se


.2

O inciso VII é um desdobramento do inciso IV ao de um benefício regulamentado pelos arts. 65 a 70, da


73

estabelecer que todo trabalhador tem o direito a rece- Lei nº 8.213, de 1991, concedido aos trabalhadores que
.8

ber uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse- possuem filhos ou equiparados de até 14 anos, ou com
32

gure existência compatível com a dignidade humana. algum tipo de deficiência. Para ter direito ao valor, o
-4

trabalhador deve enquadrar-se no limite máximo de


u

Art. 7º [...] renda estipulado pela Administração Pública.


pr

VIII - décimo terceiro salário com base na remu- Até a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, o bene-
u

neração integral ou no valor da aposentadoria; fício era pago a todos os trabalhadores. Após sua edição,
pr

o salário-família ficou restrito ao trabalhador de baixa


O inciso VIII estabelece o décimo terceiro salá- renda. Para o ano de 2021, a tabela do Governo Federal
rio ou gratificação de Natal aos trabalhadores. Para fixou o valor do salário-família em R$ 51,27 e limitou o
os servidores públicos, a gratificação recebe o nome benefício aos trabalhadores que recebem até R$ 1.503,25.
de adicional natalino. Tal gratificação foi introduzida
pela Lei nº 4.090, de 1962, garantindo ao trabalhador Art. 7º [...]
formal e com carteira assinada o correspondente a XIII - duração do trabalho normal não superior
1/12 de sua remuneração ou aposentadoria. a oito horas diárias e quarenta e quatro sema-
nais, facultada a compensação de horários e a
Art. 7º [...] redução da jornada, mediante acordo ou conven-
IX - remuneração do trabalho noturno superior ção coletiva de trabalho;
à do diurno;
O inciso XIII fixa a jornada de trabalho diária
O inciso IX trata do trabalho noturno. De acordo em até 8 horas e a semanal em 44 horas, permitida,
com o dispositivo, a remuneração deve ser superior porém, a compensação de horários e a redução da jor-
ao trabalho no período diurno. nada, por meio de acordos ou convenção coletiva de 203
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trabalho. Trata-se dos denominados bancos de horas ou adotados de permanecerem com suas genitoras no
e as escalas de revezamento. momento inicial de sua vida ou na casa da adotante, da
No Brasil, são admitidas as jornadas inglesa e espa- nova vida, com o objetivo de desenvolver vínculos de afe-
nhola. Na jornada inglesa, existe uma diluição de 4 to e cuidados necessários para o desenvolvimento saudá-
horas no intervalo entre segunda e sexta-feira, de vel da criança.
modo a possibilitar que o trabalhador cumpra jornada Constitucionalmente, o prazo de duração é de 120
de 9 ou 8 horas durante esses dias, de modo a totalizar dias, porém a Lei nº 11.770, de 2008, estendeu, para deter-
44 horas. Na jornada espanhola, há uma alternância na minados casos, esse período de licença para 180 dias.
prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em A Lei nº 12.010, de 2009 (Lei da Adoção), estendeu
outra, como, por exemplo, trabalhando sábados alter- às adotantes o mesmo prazo de licença das gestantes,
nados. Assim, haveria uma média de 44 horas sema- passando a ser de, no mínimo, 120 dias. Antes, a dura-
nais, o que evitaria o pagamento de hora extra. ção da licença variava conforme a idade do filho.

Art. 7º [...] Art. 7º [...]


XIV - jornada de seis horas para o trabalho reali- XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
zado em turnos ininterruptos de revezamento, lei;
salvo negociação coletiva;
O inciso XIX trata da licença-paternidade, que, ao
Assim como o inciso anterior, o inciso XIV tam- contrário do que ocorre com a licença à gestante, não
bém prevê limite para a jornada de trabalho. Esse possui prazo fixado pela CF, de 1988. Refere-se, tam-
dispositivo se aplica aos casos de jornada de trabalho bém, ao direito do filho de ter o genitor ao seu lado no
com turnos ininterruptos e de revezamento, ou seja, momento inicial de sua vida.
aqueles locais que funcionam 24 horas por dia. Nesses
casos, o empregado não poderá trabalhar mais de 6 Art. 7º [...]
horas. Ressalta-se, por fim, a possibilidade de nego- XX - proteção do mercado de trabalho da
ciação coletiva para aumentar a jornada. mulher, mediante incentivos específicos, nos ter-
mos da lei;
Art. 7º [...]
XV - repouso semanal remunerado, preferencial- O inciso XX estabelece a criação, por meio de lei,
mente aos domingos; de normas de proteção do mercado de trabalho da
mulher. O dispositivo tem por objetivo proporcionar a
O inciso XV garante o descanso do trabalhador. efetiva igualdade entre homens e mulheres. Tais regras
Trata-se do repouso semanal remunerado, também foram introduzidas pela CLT e tratam de temas como a
denominado descanso semanal remunerado (DSR), duração e condições de trabalho, a discriminação, o tra-
que é a possibilidade de o trabalhador ausentar-se de balho noturno, a proteção à maternidade, entre outros.
seu trabalho por 24 (vinte e quatro) horas, manten-
do-se a remuneração respectiva. Para o descanso e Art. 7º [...]
recomposição do empregado, a CF, de 1988, estabele- XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de
ce, como preferência, os domingos. serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos ter-
mos da lei;
Art. 7º [...]
XVI - remuneração do serviço extraordinário O aviso prévio está estabelecido no inciso XXI.
0
-1

superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do Trata-se do direito que tem o trabalhador de não ser
78

normal; surpreendido com o seu desligamento e poder pro-


.2

gramar-se para voltar a enfrentar a concorrência do


73

O pagamento de horas extras encontra-se previsto mercado de trabalho. Por esse motivo, o aviso prévio
.8

no inciso XVI. A CF, de 1988, além de fixar a duração da é proporcional, ou seja, quanto maior o tempo de ser-
32

jornada de trabalho, com o objetivo de evitar abusos por viço prestado à empresa, maior a sua permanência
-4

parte do empregador, garante ao trabalhador que os ser- antes do desligamento. O prazo mínimo previsto na
viços prestados que excedam a jornada normal de tra- CF, de 1988, é de 30 (trinta) dias.
u
pr

balho sejam considerados extraordinários e pagos com De acordo com o STF, o inciso XXI é uma norma
u

o valor de, no mínimo, 50% a mais que o valor normal. constitucional híbrida, uma vez que possui uma parte
pr

de eficácia plena (mínimo de 30 dias) e outra limita-


Art. 7º [...] da (nos termos da lei). Segundo os termos da Lei nº
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, 12.506, de 2011, a esses 30 dias serão acrescidos três
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; dias por ano de serviço prestado na mesma empresa
até o total de 60 dias. Portanto, a duração máxima do
O inciso XVII estabelece o direito às férias. Tra- aviso prévio é de 90 dias (30 dias assegurados pela CF,
ta-se do descanso anual do trabalhador, que deve ser de 1988 e outros 60 previstos na lei).
remunerado e acrescido de, pelo menos, 1/3 a mais do
que o salário normal. Art. 7º [...]
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho,
Art. 7º [...] por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego
e do salário, com a duração de cento e vinte dias; O inciso XXII traz a obrigação do empregador de pre-
servar a saúde do trabalhador por meio da adoção de
A licença à gestante encontra-se prevista no inci- medidas, quer individuais quer coletivas, que o previ-
204 so XVIII. Trata-se do direito dos filhos recém-nascidos nam e o protejam dos riscos ambientais do trabalho.
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Art. 7º [...] do trabalhador que perdeu seu posto de trabalho para
XXIII - adicional de remuneração para as ativida- a automação, ou seja, pela máquina, de modo que a lei
des penosas, insalubres ou perigosas, na forma possa criar meios, tais como cursos e treinamentos, que
da lei; possibilitem sua recolocação no mercado de trabalho.

O inciso XXIII estabelece os adicionais de ativida- Art. 7º [...]


des penosas, insalubres e perigosas. Atividade peno- XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
sa é aquela exercida em zonas de fronteira ou aquela cargo do empregador, sem excluir a indenização
que exige, para a sua realização, esforços físicos repe- a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
titivos e intensos, de modo a causar esgotamento ou ou culpa;
desgaste excessivo. Nessa atividade, não há um dano
efetivo à saúde do trabalhador, mas exige um maior O seguro contra acidentes de trabalho encontra-
grau de atenção ou sacrifício físico ou mental, como, -se previsto no inciso XXVIII. O seguro é de competência
por exemplo, serviços industriais em que o trabalha- do empregador e não exclui a indenização a que este
dor é submetido a uma altura superior a três metros. está obrigado no caso de incorrer em dolo ou culpa.
Por outro lado, na atividade insalubre, há um compro-
metimento à saúde do trabalhador devido a seu ambien- Súmula Vinculante nº 22 A Justiça do Trabalho
te de trabalho, como, por exemplo, o trabalhador que é é competente para processar e julgar as ações
submetido a calor ou a frio intenso ou a ruído contínuo de indenização por danos morais e patrimoniais
e intermitente. Por fim, atividade perigosa é aquela que decorrentes de acidente de trabalho propostas por
pode ameaçar a vida do trabalhador, como, por exemplo, empregado contra empregador, inclusive aquelas
a exercida em instalações elétricas de grandes voltagens. que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional 45/2004.
Importante!
Prosseguimos com o inciso XXIX, do art. 7º, da CF:
De acordo com o TST, não é possível a percep-
ção cumulativa dos adicionais de insalubridade Art. 7º [...]
e periculosidade. XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
Art. 7º [...] rurais, até o limite de dois anos após a extinção
XXIV - aposentadoria; do contrato de trabalho;

A aposentadoria está estabelecida no inciso XXIV, O inciso XXIX trata da prescrição das verbas tra-
de modo a assegurar ao trabalhador o afastamento de balhistas. O prazo para que o trabalhador ingresse
suas atividades após o cumprimento dos requisitos com ação trabalhista é de 2 (dois) anos contados da
previstos em lei, tais como idade e tempo de contri- extinção do contrato de trabalho. Já com relação aos
buição, bem como por motivo de incapacidade. créditos, a prescrição é de 5 (cinco) anos. Exemplo:
trabalhador que exerceu atividade na empresa entre

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 7º [...] os períodos de 2010 a 2020. Ele terá até 2022 (dois anos
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependen- da extinção do contrato de trabalho) para promover a
tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida- ação e poderá cobrar os créditos dos últimos 5 anos,
0
-1

de em creches e pré-escolas; ou seja, se ingressou em 2020, poderá pleitear os cré-


78

ditos de 2015 em diante.


.2

O inciso XXV trata da assistência em creche e pré- Quanto às nomenclaturas “prescrição relativa” e
73

-escola devida aos filhos e dependentes dos trabalha- “prescrição total”, é importante distinguir que pres-
.8

dores desde o nascimento até os 5 anos. crição relativa é a interna, ou seja, aquela que ocorre
32

Com a Emenda Constitucional nº 53, de 2006, o pri- dentro do contrato de trabalho, tendo como prazo 5
-4

meiro ano do ensino fundamental passou a ser cursa- anos. Já a prescrição total é aquela que ocorre após o
u

do a partir dos 6 anos de idade. É por essa razão que fim do contrato de trabalho, ou seja, de 2 anos.
pr

o auxílio creche ou auxílio pré-escola é devido até os


Art. 7º [...]
u

5 anos (cessa ao completar 6 anos quando pode fre-


pr

XXX - proibição de diferença de salários, de


quentar a escola).
exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 7º [...]
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos O inciso XXX decorre do princípio da igualdade e
coletivos de trabalho; foi tratado anteriormente quando explanado acerca
do salário.
O inciso XXVI ressalta a importância das entidades sin-
dicais nas negociações coletivas, de modo a permitir que Art. 7º [...]
se incrementem as condições sociais dos trabalhadores. XXXI - proibição de qualquer discriminação no
tocante a salário e critérios de admissão do traba-
Art. 7º [...] lhador portador de deficiência;
XXVII - proteção em face da automação, na forma
da lei; Também decorrente do princípio da igualdade,
a CF, de 1988, veda qualquer tipo de discriminação
A proteção em face da automação é assegurada do trabalhador com deficiência. A proibição de dis-
no inciso XXVII. Trata-se de um mecanismo de proteção criminação estende-se desde a sua admissão. Assim 205
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sendo, o fato de o trabalhador possuir uma limitação, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
quer física, psíquica ou intelectual, não tem o condão e, atendidas as condições estabelecidas em lei e obser-
de permitir que o empregador pague uma contrapres- vada a simplificação do cumprimento das obrigações
tação diversa dos demais funcionários por exemplo. tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
Art. 7º [...] nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
XXXII - proibição de distinção entre trabalho sua integração à previdência social.
manual, técnico e intelectual ou entre os profis-
sionais respectivos; Por fim, o parágrafo único trata dos direitos dos
trabalhadores domésticos. Considera-se doméstico
Mais um dispositivo que decorre do princípio o trabalhador que presta serviços de natureza contí-
da igualdade e veda a distinção entre as atividades nua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à famí-
desempenhadas, ou seja, a atividade manual não lia no âmbito residencial destas, como, por exemplo,
poderá ser tida como mais ou menos importante que cozinheiro residencial, jardineiro, babá, entre outros.
a intelectual por exemplo. O dispositivo remete a determinados incisos, ressal-
tando que parte desse direito depende de regulamen-
Art. 7º [...] tação legal, como no caso do FGTS.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigo- Os direitos sindicais encontram-se disciplinados
so ou insalubre a menores de dezoito e de qual- nos arts. 8º a 11. Vejamos cada um deles:
quer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de qua- Art. 8º É livre a associação profissional ou sin-
torze anos; dical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Esta-
O inciso XXXIII estabelece os limites etários para do para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder
o desempenho do trabalho. Aos menores de 16 anos
Público a interferência e a intervenção na organi-
não é possível o desempenho da atividade laboral,
zação sindical;
exceto no caso de aprendiz, que poderá desenvolver
a atividade entre 14 e 24 anos.
O inciso I, do art. 8º, traz o princípio da liberda-
Atenção! Aprendiz não se confunde com estagiá-
de sindical. Pelo dispositivo, é possível observar duas
rio. Aprendiz é o jovem contratado por entes de coo- situações distintas. A primeira refere-se à relação
peração governamental, como, por exemplo, o SENAC entre o Estado e o sindicato. Já a segunda, entre o sin-
e o SENAI, para aprender uma profissão, ou seja, a dicato e o sindicalizado. Portanto, essa liberdade de
formação profissional é desenvolvida no ofício. Por associação sindical possui dupla dimensão, de modo
outro lado, estagiário é o estudante que complemen- a assegurar o direito dos trabalhadores em geral de
ta, por meio do trabalho, o ensino do curso que está criarem entidades sindicais, como também a liberda-
desenvolvendo. Estagiário não é empregado nem está de de aderirem ou não ao sindicato, assim como se
submetido a limite de idade. desfiliarem conforme sua vontade.
Além disso, o dispositivo veda o trabalho noturno, De acordo com o STF, para que um sindicato possa
perigoso ou insalubre aos maiores de 16 e menores defender a categoria, não é preciso estar registrado no
de 18 anos, por se tratarem de pessoas em formação. órgão competente (Ministério do Trabalho), bastando o
registro no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.
0

Importante!
-1

Art. 8º [...]
78

II - é vedada a criação de mais de uma organi-


Não há previsão expressa do trabalho penoso zação sindical, em qualquer grau, representativa
.2

aos menores de 18 anos.


73

de categoria profissional ou econômica, na mesma


base territorial, que será definida pelos trabalha-
.8
32

dores ou empregadores interessados, não podendo


Art. 7º [...] ser inferior à área de um Município;
-4

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha-


u

dor com vínculo empregatício permanente e o O inciso II traz o princípio da unicidade sindical,
pr

trabalhador avulso ou seja, a regra pela qual é vedada a criação de mais


u

de uma organização sindical na mesma base territo-


pr

O inciso XXXIV também decorre do princípio da rial. Por essa razão, a CF, de 1988, definiu a base ter-
igualdade. Por ele, depreende-se a igualdade de direi- ritorial mínima, ou seja, o Município. No entanto, não
tos entre os trabalhadores com vínculo empregatício especificou a base máxima, de modo que pode haver
e os trabalhadores avulsos. Entende-se por trabalha- um sindicato para a defesa da categoria no âmbito
dor avulso aquele que, de forma sindicalizada ou não, estadual ou nacional.
presta serviços tanto de natureza urbana como rural,
sem possuir vínculo empregatício, e a diversas empre- Art. 8º [...]
sas, com intermediação obrigatória do sindicato da III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte-
categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, resses coletivos ou individuais da categoria,
com intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra inclusive em questões judiciais ou administrativas;
(OGMO).
A representação e substituição do sindicato na
Art. 7º [...] defesa dos direitos e interesses de seus membros está
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos disciplinada no inciso III. Atente-se ao fato de o sindi-
trabalhadores domésticos os direitos previstos cato poder atuar não somente em questões judiciais,
206 nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, mas também em questões administrativas.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 8º [...] Observa-se, no entanto, que a estabilidade não é
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, absoluta, uma vez que é possível a demissão em caso
em se tratando de categoria profissional, será des- de cometimento de falta grave. Ainda, cabe destacar
contada em folha, para custeio do sistema con- que, de acordo com a alínea “a”, do inciso II, do art.
federativo da representação sindical respectiva, 10, do ADCT, os membros da Comissão Interna para
independentemente da contribuição prevista em lei; Prevenção de Acidentes (CIPA) eleitos pelos trabalha-
dores também possuem estabilidade; já os indicados
O inciso IV trata da contribuição confederativa pelo empregador não a possuem.
sindical. Cumpre esclarecer, no entanto, que nenhu- A estabilidade conferida pelo inciso VIII já foi objeto
ma das contribuições relativas à atividade sindical de prova no que tange a sua destinação. Cumpre ressaltar
é obrigatória, de modo a depender de autorização que esse benefício não é destinado à pessoa do emprega-
expressa e prévia do destinatário. Portanto, somente do (intuitu personae), mas sim à representação sindical.
quem é filiado ao respectivo sindicato deve pagar a
contribuição confederativa prevista nesse dispositivo. Art. 8º [...]
Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
Art. 579 (CLT) O desconto da contribuição sindical cam-se à organização de sindicatos rurais e de
está condicionado à autorização prévia e expressa dos colônias de pescadores, atendidas as condições
que participem de uma determinada categoria econô- que a lei estabelecer.
mica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em
favor do sindicato representativo da mesma categoria.
Por fim, o parágrafo único estabelece que essas
regras também são aplicadas aos sindicatos rurais e
Súmula Vinculante nº 40 A contribuição confedera-
de pescadores.
tiva de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal,
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competin-
do aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
Continuamos com o inciso V, do art. 8º, da CF: de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
meio dele defender.
Art. 8º [...]
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-
O direito de greve dos trabalhadores encontra-se
ter-se filiado a sindicato;
assegurado no art. 9º, da CF, de 1988. Inicialmente, há
de se esclarecer que a expressão “trabalhadores” se
O inciso V é um desdobramento do direito à liber-
refere aos empregados da iniciativa privada, geral-
dade de associação prevista no art. 5º, da CF, de 1988.
mente regidos pela CLT. Em síntese, greve é a suspen-
são temporária das atividades laborais desenvolvidas
Art. 8º [...]
e tem como causa o interesse dos trabalhadores.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos
Ademais, salienta-se, conforme já cobrado em
nas negociações coletivas de trabalho;
prova, que a greve, apesar de ser um direito social
conferido ao trabalhador, não depende de específica
As entidades sindicais possuem a denominada
prestação estatal para que seja exercida.
função negocial. Assim, com o objetivo de assegurar

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


melhores condições e direitos aos trabalhadores, o
Art. 9º [...]
inciso IV estabelece como obrigatória a participação § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
dos sindicatos nas negociações coletivas.
0

ciais e disporá sobre o atendimento das necessida-


-1

des inadiáveis da comunidade.


78

Art. 8º [...] § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis


.2

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e às penas da lei.


73

ser votado nas organizações sindicais;


.8

No que se refere aos serviços essenciais, tais como


32

O inciso VII cuida do direito de votar e ser votado transporte público, serviços de fornecimento de luz,
-4

do aposentado filiado à entidade sindical. água, entre outros, o direito de greve é assegurado, mas
u

sofre restrições. A lei que disciplina a greve dos traba-


pr

Art. 8º [...] lhadores dos serviços essenciais é a Lei nº 7.783, de 1989.


u

VIII - é vedada a dispensa do empregado sin-


pr

dicalizado a partir do registro da candidatura Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha-


a cargo de direção ou representação sindical dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o públicos em que seus interesses profissionais ou pre-
final do mandato, salvo se cometer falta grave videnciários sejam objeto de discussão e deliberação.
nos termos da lei.
O art. 10 decorre do direito a uma gestão
A estabilidade do dirigente sindical encontra-se democrática, ou seja, de participação junto aos
prevista no inciso VIII. Seu objetivo é permitir que colegiados dos órgãos públicos que gerenciam os inte-
seus dirigentes atuem sem medo de represálias, ou resses profissionais ou os valores aplicados nos fun-
seja, de serem desligados do emprego devido à atua- dos previdenciários.
ção. Trata-se, portanto, da regra que proíbe a dispen-
sa do empregado sindicalizado a partir do registro da Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos
candidatura a cargo de direção ou representação sin- empregados, é assegurada a eleição de um
dical. No caso dos eleitos, mesmo que na condição de representante destes com a finalidade exclusiva
suplentes, a estabilidade perdura até um ano após o de promover-lhes o entendimento direto com os
final do mandato. empregadores. 207
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por fim, o art. 11 estabelece, como mecanismo de A alínea “a” adota o critério territorial ao con-
promover o entendimento e facilitar o diálogo entre siderar brasileiro o nascido em solo brasileiro, tanto
empregados e empregador em empresas maiores de pais brasileiros como estrangeiros, desde que estes
(com mais de 200 funcionários), a formação de uma não estejam a serviço de seus países.
comissão de representação. Atente-se ao fato de para que a criança não seja
Atenção! Os representantes não se confundem considerada brasileira, algum dos pais estrangeiros
com os dirigentes sindicais. deve estar a serviço de seu país de origem; ressalta-
-se este ponto pois os examinadores implementaram
Da Nacionalidade as cobranças acerca dessa temática.
Por exemplo, o casal Bob e Mary é residente da
O direito à nacionalidade é a garantia de ter um cidade de Bruxelas, na Bélgica. Bob é natural da Bél-
vínculo político-jurídico com um país, uma vez que gica, já Mary possui nacionalidade alemã. Mary, após
todas as pessoas têm direito de se vincular a um Esta- alguns anos morando na Bélgica, conquista um cargo
do soberano para que este possa assegurar a proteção público neste país. Em razão do cargo que ocupa, Mary
dos seus direitos fundamentais. foi convocada para tratar de assuntos internacionais
A ausência de vínculo enseja a condição de apátri- no Brasil, a serviço da Bélgica e, durante a sua estadia
da e impede que o indivíduo pleiteie proteção jurídica no Brasil, entrou em trabalho de parto, dando à luz a
básica por não estar vinculado a nenhum Estado. Des- Peter, fruto do seu relacionamento com Bob. No caso
te modo, ter uma nacionalidade significa ter direito à em tela, Peter terá nacionalidade brasileira nata, tendo
proteção jurídica e política por parte de um Estado. em vista que sua mãe, embora a serviço da Bélgica, não
A nacionalidade pode ser originária ou derivada. estava à serviço do seu país de origem (Alemanha).
Vejamos: Outro exemplo que pode ser cobrança de alguma
questão mais elaborada é o caso de criança nasci-
da em território nacional, sendo que um dos pais é
z Nacionalidade originária é aquela que decor-
estrangeiro a serviço de seu país e o outro é brasileiro;
re do nascimento e, a depender do Estado, pode
neste caso, devido ao fato de ser filho de brasileiro,
seguir o critério de vínculo biológico (jus sangui-
será, a criança, considerada brasileira nata.
nis), ou o critério do local do nascimento (jus solis),
Já a alínea “b” adota o critério sanguíneo aliado ao
ou os dois. Nesse tipo de nacionalidade, é possível
trabalho, ao considerar brasileiro aquele que nasceu
a coexistência de mais de uma nacionalidade (ex.:
fora do solo brasileiro, porém possuindo pai ou mãe bra-
filho de italiano nascido no Brasil é italiano por
sileiros e um destes esteja a serviço do Brasil, como, por
sangue e brasileiro por solo);
exemplo, filho de diplomata brasileiro a serviço no Japão.
z Nacionalidade derivada é aquela que decorre de
Por fim, a alínea “c” adota o critério sanguíneo
qualquer outro fator que não seja o nascimento, como, aliado à opção ou registro do nascimento em repar-
por exemplo, passar a residir em um país ou casar-se tição competente, considerando como brasileiro aque-
com um estrangeiro e adquirir a nacionalidade deste le que nasceu fora do território brasileiro, sendo filho
(essa hipótese não existe no direito brasileiro, pois o de pai ou mãe brasileiros sem que qualquer um deles
casamento com brasileiro, por si só, não dá o direito estivesse a serviço do Brasil, e foi registrado na reparti-
à nacionalidade brasileira). Para adquirir a nacio- ção brasileira competente no exterior (Consulado).
nalidade derivada, é necessário um procedimento Também é considerado brasileiro nato por essa
chamado de naturalização e, em regra, ao se adqui- alínea aquele que nasceu fora do território brasileiro,
rir uma nova nacionalidade, por ser esta voluntária, sendo filho de pai ou mãe brasileiros sem que qualquer
0
-1

perde-se a nacionalidade anterior (direito de opção). um deles estivesse a serviço do Brasil, e veio a residir no
78

Brasil, tendo optado pela nacionalidade brasileira após


.2

Os direitos de nacionalidade estão disciplinados nos atingida a maioridade. Exemplo: filha de alemã com
73

arts. 12 e 13, da CF, de 1988. Vejamos cada um deles: brasileiro nascida na Alemanha, mas que se mudou
.8

para o Brasil e, tendo completado 18 (dezoito) anos,


32

Art. 12 São brasileiros: tenha optado pela nacionalidade brasileira; a esta últi-
-4

I - natos: ma forma se dá o nome de nacionalidade potestativa.


u

a) os nascidos na República Federativa do Brasil,


pr

ainda que de pais estrangeiros, desde que estes Art. 12 [...]


u

não estejam a serviço de seu país; II - naturalizados:


pr

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionali-


ou mãe brasileira, desde que qualquer deles este- dade brasileira, exigidas aos originários de países
ja a serviço da República Federativa do Brasil; de língua portuguesa apenas residência por um
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasilei- ano ininterrupto e idoneidade moral;
ro ou de mãe brasileira, desde que sejam regis- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
trados em repartição brasileira competente residentes na República Federativa do Brasil há
ou venham a residir na República Federativa do mais de quinze anos ininterruptos e sem con-
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atin- denação penal, desde que requeiram a nacionali-
gida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; dade brasileira.

No que se refere à nacionalidade originária, a CF, Conforme vimos, a naturalização é o meio pelo
de 1988 adota, no inciso I, do art. 12, um sistema misto qual se adquire a nacionalidade por outro motivo que
de definição da nacionalidade, uma vez que os dois não o nascimento. Trata-se do ato pelo qual um país
critérios estão inseridos em seu dispositivo para defi- concede a um estrangeiro a qualidade de nacional
nir brasileiro nato. desse Estado. A naturalização pressupõe pedido da
208 parte interessada.
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O inciso II estabelece, como critério para que se Os cargos elencados no § 3º não podem ser preen-
adquira a naturalização, o lapso temporal. No caso chidos por brasileiros naturalizados, nem por estran-
dos estrangeiros originários de países de língua portu- geiros. Observa-se que os quatro primeiros incisos se
guesa, tais como Portugal, Cabo Verde, Moçambique, referem ao Chefe de Estado e àqueles que estão em
entre outros, a Norma Constitucional prevê residência sua ordem sucessória. O inciso V refere-se àqueles
de apenas um ano ininterrupta e idoneidade moral. Já que irão representar o Estado brasileiro no exterior,
para os demais estrangeiros, faz-se necessário residir enquanto os incisos VI e VII têm relação com a segu-
por mais de 15 (quinze) anos e não possuir condena- rança nacional.
ção penal. Vale destacar que o brasileiro naturalizado poderá
Note que, além do prazo de residência, enquan- ser senador ou deputado, só não poderá ser presiden-
to, para um, basta a idoneidade, para os demais, não te das casas.
deve existir condenação penal.
Dica
REQUISITOS
Para memorizar o rol elencado no § 3º, utiliza-se
Nacionalidade
Nacionalidade Ordinária o mnemônico MP3.COM
Extraordinária
M — Ministro do STF
� Ser estrangeiro origi- � Ser estrangeiro de qual- P — Presidente e Vice
nário de país de língua quer nacionalidade P — Presidente da Câmara
portuguesa � Residência, ininterrupta, P — Presidente do Senado
� Residência no Brasil por no Brasil por mais de 15 C — Carreira diplomática
1 ano ininterrupto anos
� Idoneidade moral O — Oficial das Forças Armadas
� Ausência de condena- M — Ministro da Defesa
Obs.: Aqui a nacionalidade ção penal
se dará por ato discricio- � Requerimento por parte
Art. 12 [...]
nário do Presidente do interessado § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que:
Art. 12 [...] I - tiver cancelada sua naturalização, por senten-
§ 1º Aos portugueses com residência permanente ça judicial, em virtude de atividade nociva ao
no País, se houver reciprocidade em favor de brasi- interesse nacional;
leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra- II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos
sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira;
O § 1º estabelece a possibilidade de reciprocida-
b) de imposição de naturalização, pela norma
de para os portugueses residentes de forma perma-
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
nente no Brasil. Trata-se de benefícios decorrentes do estrangeiro, como condição para permanência em
Estatuto da Igualdade no que se refere aos direitos e seu território ou para o exercício de direitos civis;
obrigações civis e políticos sem a perda da naciona-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


lidade originária. Esse Estatuto encontra respaldo no Por fim, o § 4º traz as hipóteses de perda da nacio-
Decreto nº 3.927, de 2001, que promulgou o Tratado nalidade. A primeira possibilidade é a perda da nacio-
de Amizade, Cooperação e Consulta entre Brasil e
0

nalidade derivada, ou seja, aquela adquirida pela


-1

Portugal. naturalização quando houver sentença judicial deter-


78

minando seu cancelamento, em decorrência de ativi-


.2

Art. 12 [...] dade nociva praticada pelo naturalizado. A segunda


73

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre


possibilidade decorre do denominado princípio da
.8

brasileiros natos e naturalizados, salvo nos


vassalagem, isto é, a aquisição de nacionalidade deri-
32

casos previstos nesta Constituição.


vada implica a perda da nacionalidade de origem.
-4

A perda da nacionalidade comporta duas exceções


u

De acordo com o § 2º, independentemente de a


que não decorrem da vontade do indivíduo, são elas:
pr

nacionalidade ter sido adquirida de modo originário


u

ou derivado, todos os brasileiros são iguais em direi-


pr

z Reconhecimento da nacionalidade por lei


tos e obrigações. Trata-se, portanto, de um desdobra-
estrangeira. É o caso, por exemplo, de uma crian-
mento do direito à igualdade.
ça que nasceu no Brasil e possui pais italianos.
Como nenhum direito é absoluto, a CF, de 1988,
Nessa situação, o indivíduo terá dupla naciona-
pode estabelecer tratamento diferente aos natos e
lidade, tendo em vista ter nascido no Brasil (país
naturalizados, mas tão somente a CF. Como exemplo
que adota, nesse caso, o critério territorial) e ser
tem-se o parágrafo a seguir:
filho de pais italianos (país este que adota o crité-
rio sanguíneo). Desta forma, será atribuída dupla
Art. 12 [...]
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: nacionalidade à criança;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; z Imposição de nacionalidade como condição
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; para permanência em território estrangeiro
III - de Presidente do Senado Federal; ou para exercício de direitos civis. É o caso, por
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; exemplo, de jogador de futebol brasileiro que é
V - da carreira diplomática; contratado por determinado clube de país estran-
VI - de oficial das Forças Armadas. geiro, onde é obrigatório a aquisição da nacionali-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. dade para permanecer em seu território. 209
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O brasileiro que perdeu sua nacionalidade por ter Antes de prosseguir no estudo dos direitos políticos,
se naturalizado poderá readquirir a nacionalidade faz-se importante conceituar e diferenciar os mecanis-
brasileira ou ter revogado o ato que declarou a sua mos de democracia direta elencados acima, quais sejam:
perda, retornando à condição de brasileiro nato por o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
expressa previsão da Lei nº 13.445, de 2017 (Lei de Tanto o plebiscito quanto o referendo são instru-
Migração). Exemplo: brasileira que se casa com ale- mentos que se destinam à consulta popular sobre
mão e naturaliza-se alemã, porém se divorcia de seu determinado assunto (ato administrativo ou lei).
marido e volta ao Brasil. A principal diferença entre eles está atrelada ao
momento da consulta.
Art. 13 A língua portuguesa é o idioma oficial No plebiscito, a consulta é prévia, ou seja, antes da
da República Federativa do Brasil. criação do ato administrativo ou da lei, convocam-se
§ 1º São símbolos da República Federativa do os cidadãos para responderem à consulta. Ao passo
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo que, no referendo, primeiro cria-se o ato administra-
nacionais. tivo ou a lei, e depois se autoriza a consulta ao povo.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios. Dica
Para ajudar na memorização da diferença entre
O art. 13 não é um direito de nacionalidade, mas
o plebiscito e o referendo, associe:
estabelece regras com relação ao Estado brasileiro. A pri-
meira regra diz respeito ao idioma oficial, que é a lín-
Plebiscito com PREbiscito: o termo pre remete
gua portuguesa. Trata-se, portanto, da língua que toda a para algo que ocorre previamente/antes/ante-
população brasileira deve utilizar em suas ações oficiais, rior, tal como o plebiscito que a consulta popular
ou seja, nas suas relações com as instituições do Estado. A é prévia.
outra regra diz respeito aos símbolos do Brasil. Referendo com REFERIR: o termo referir remete
para algo que “diz respeito” ou “que tem relação”,
ou seja, que já aconteceu/falou/fez/existe, tal
Dica como no referendo que a consulta é posterior à
Para memorizar os símbolos, utilize o mnemôni- criação do ato administrativo ou da lei.
co BAHIAS:
Bandeira A Iniciativa Popular é um instrumento de demo-
Hino cracia direta que permite aos cidadãos a apresentação
Armas de proposta de lei, desde que preenchidos os seguintes
requisitos previstos no § 2º, do art. 61, da CF:
Selo nacional
Art. 61 [...]
A última regra diz respeito ao fato de os Estados § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
membros, Distrito Federal e Municípios possuírem sím- apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
bolos próprios. Alguns Estados membros possuem sím- de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
bolos diferentes, como, por exemplo, o Estado de São eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
Paulo, que, de acordo com o art. 7º, de sua Constituição cinco Estados, com não menos de três décimos por
Estadual, tem, como símbolos, a bandeira, o brasão de cento dos eleitores de cada um deles.
armas e o hino. Não constam o selo e as armas, estando,
0
-1

portanto, de forma diversa da CF, de 1988. Da leitura do dispositivo acima, extrai-se os seguin-
78

tes pontos:
.2

Dos Direitos Políticos


73

z Deve ser proposto na Câmara de Deputados;


.8

Os direitos políticos encontram-se disciplinados z É necessário a assinatura de, no mínimo, 1% (um


32

nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal. São direi- por cento) do eleitores brasileiros;
-4

tos relacionados com a participação popular, funda- z Este 1% (um por cento) deve ser composto de elei-
tores de, pelos menos, 05 (cinco) Estados-membros;
u

dos na ideia de que os cidadãos possuem o direito de


pr

influenciar as decisões do Estado, bem como de influir z Cada um dos Estados-membros referidos acima
u

deve possuir no mínimo 0,3% (três décimos) do seu


na formação da vontade deste.
pr

próprio eleitorado estadual.


Os direitos políticos conferidos à população brasi-
leira são exercidos através do sufrágio universal, que
Direitos Políticos Ativos
é compreendido pela:
É o que confere ao cidadão a capacidade de votar,
z Capacidade eleitoral ativa: direito de votar;
participar de plebiscitos ou referendos, subscrever
z Capacidade eleitoral passiva: direito de ser projeto de iniciativa popular, bem como de propor
votado. ação popular para anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe ou,
De acordo com o art. 14 da CF, a soberania popular ainda, acautelar a moralidade administrativa, o meio
será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto dire- ambiente e patrimônio histórico e cultural brasileiro.
to e secreto, mediante: Essa capacidade é conferida ao cidadão por meio
do alistamento eleitoral. São inalistáveis os estrangei-
z Plebiscito; ros e os conscritos (durante serviço militar obrigatório,
z Referendo;
210 z Iniciativa popular.
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ou seja, aqueles que se alistaram no exército e foram de proteger a probidade administrativa, a morali-
convocados a prestar serviço militar). dade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimi-
Alistamento Eleitoral e o Voto dade das eleições contra a influência do poder eco-
nômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.
Nos termos do § 1º, do art. 14, da Constituição
Federal, o alistamento eleitoral e do voto são:
Em regra:
z Obrigatórios
Art. 14 [...]
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
„ Para os maiores de dezoito anos;
Há também a inelegibilidade derivada do casa-
z Facultativos mento ou do parentesco com o Presidente da Repú-
blica, com os Governadores de Estado e do Distrito
„ Os analfabetos; Federal e com os Prefeitos, ou com quem os haja subs-
„ Os maiores de setenta anos; tituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
„ Os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos. Art. 14 [...]
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
Condições de Elegibilidade titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
Conforme § 3°, do art. 14, da CF, são condições de sidente da República, de Governador de Estado ou
elegibilidade, isto é, condições para se eleger a deter- Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses
minado cargo político:
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
z Nacionalidade brasileira
z O pleno exercício de direitos Acerca do assunto, é importante conhecer o texto
políticos da Súmula nº 6 do TSE:
Elegibilidade z Alistamento eleitoral
z Domicilio eleitoral na circuns- Súmula n° 6 (TSE) São inelegíveis para o cargo de
crição correspondente chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indica-
z Filiação partidária dos no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do
titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha
falecido, renunciado ou se afastado definitivamente
A constituição também define a idade mínima que do cargo até seis meses antes do pleito.:
cada candidato deve ter, a depender do cargo que
deseja se eleger:
Na mesma temática, veja a redação da Súmula Vin-
culante nº 18 do STF (de observância obrigatória):
z Presidente e Vice-Presidente da República e Sena-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


dor: 35 anos; Súmula vinculante n° 18 (STF) A dissolução da
z Governador e Vice-Governador dos Estados-mem- sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do man-
bros e do Distrito Federal: 30 anos; dato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º
0
-1

z Deputado Federal, Deputador Estadual ou Distri- do artigo 14 da Constituição Federal.


78

tal, Prefeito e Vice-Prefeito e Juiz de Paz: 21 anos;


.2

z Vereador: 18 anos. Todo inalistável é inelegível, mas nem todo inele-


73

gível é inalistável. Assim, quem não pode votar, como


.8

A condição de nacional é um pressuposto para a de os estrangeiros e os conscritos durante serviço mili-


32

cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de tar obrigatório, não pode ser votado, assim como os
-4

nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder analfabetos. No entanto, isso não significa que os que
participar do processo governamental, sobretudo pelo não podem ser votados, necessariamente, não possam
u
pr

voto. Assim, a nacionalidade é condição necessária, mas votar. Ex.: o analfabeto é inelegível, mas não é inalistá-
vel, logo, pode votar, embora seu voto não seja obriga-
u

não suficiente para o exercício da cidadania.


pr

tório, mas não pode ser votado.


Dica Quanto à reeleição e desincompatibilização, a
Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade
Nacional é diferente de cidadão, logo cidadania é de reeleição para o chefe dos Poderes Executivos fede-
diferente de nacionalidade! ral, estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sis-
tema americano de reeleição, que permite apenas a
Inelegibilidades recondução por um período somente, no Brasil, após
o período de um mandato, o governante pode voltar a
A Constituição não menciona exaustivamente se candidatar para o posto.
todas as hipóteses de inelegibilidade, apenas fixa
algumas, deixando reservado que lei complementar Art. 14 [...]
poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade. § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
Art. 14 [...] houver sucedido, ou substituído no curso dos man-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de datos poderão ser reeleitos para um único período
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim subsequente.
211
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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente Ainda, acerca da suspensão de direitos políticos, o
da República, os Governadores de Estado e do Distri- Supremo Tribunal Federal manifesta:
to Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
tivos mandatos até seis meses antes do pleito. A suspensão de direitos políticos prevista no art.
15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos de substituição da pena privativa de liberdade pela
alguns requisitos: restritiva de direitos. STF. Plenário. RE 601182/MG,
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexan-
dre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão
Art. 14 [...]
geral) (Info 939).
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá Por fim, concluindo o assunto de direitos políticos,
afastar-se da atividade; veja o que dispõe o art. 16 da CF:
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
gado pela autoridade superior e, se eleito, passará Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral entra-
automaticamente, no ato da diplomação, para a rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
inatividade. cando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência.
O Mandato eletivo pode ser impugnado:
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA: DA
Art. 14 [...] ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias conta- Disposições Gerais
dos da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude; A Administração Pública tem suas regras discipli-
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará nadas nos arts. 37 a 41, da CF, de 1988.
em segredo de justiça, respondendo o autor, na for-
ma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 37 A administração pública direta e indi-
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
A perda e a suspensão dos direitos políticos moralidade, publicidade e eficiência e, também,
podem se dar, respectivamente, de forma definitiva ao seguinte:
ou temporária.
Ocorrerá a perda quando: houver cancelamento Conforme se observa do caput, do art. 37, a Admi-
da naturalização por sentença transitada em julga- nistração Pública divide-se em Administração
do e no caso de recusa de cumprir obrigação a todos Pública Direta, que é composta pelos quatro entes
imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço federativos (União, Estados, Municípios e Distrito
militar obrigatório). Federal), e Administração Pública Indireta, compos-
Já a suspensão ocorre enquanto persistirem os ta pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de
motivos desta, ou seja, enquanto o indivíduo não o economia mista e empresas públicas.
retomar a capacidade civil ele terá seus direitos políti- Via de regra, a Administração Pública submete-se
cos suspensos. Readquirindo-a, alcançará, novamente a um regime jurídico de direito público, ou seja, a sua
0

atuação independe da concordância dos administra-


-1

o status de cidadão. Também são passíveis de suspen-


78

são os condenados criminalmente (com sentença tran- dos, pois se funda na própria soberania estatal.
O regime jurídico de direito público faz com que a
.2

sitado em julgado). Cumprida a pena, readquirem os


73

direitos políticos; no caso de improbidade administra- Administração se sujeite a limites, que, por vezes, são
.8

tiva, a suspensão será, da mesma forma, temporária. mais estritos do que aqueles a que estão submetidos
32

os particulares. Como exemplo, pode-se citar o dever


-4

Art. 15 É vedada a cassação de direitos políticos, de observância da finalidade pública.


cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: Esse regime de prerrogativas e sujeições para a
u
pr

I - cancelamento da naturalização por sentença Administração Pública encontra-se expresso em for-


transitada em julgado; ma de princípios. De acordo com o dispositivo, são
u
pr

II - incapacidade civil absoluta; princípios que regem a Administração Pública direta


III - condenação criminal transitada em julgado, e indireta: legalidade, impessoalidade, moralidade,
enquanto durarem seus efeitos; publicidade e eficiência.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta O Princípio da Legalidade estabelece a sujeição
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
da Administração Pública aos mandamentos da lei.
V - improbidade administrativa, nos termos do art.
37, § 4º. A legalidade traduz o sentido de que a Administra-
ção Pública somente pode fazer o que a lei manda ou
Acerca da suspensão de direitos políticos importa permite, bem como somente pode proibir o que a lei
destacar o seguinte: expressamente proíbe.
O Princípio da Impessoalidade traz a neutrali-
Súmula n° 9 (TSE) A suspensão de direitos políti- dade necessária para o exercício da atividade admi-
cos decorrente de condenação criminal transitada nistrativa. Destinado tanto ao administrador como ao
em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção administrado, esse princípio impõe a objetividade e a
da pena, independendo de reabilitação ou de prova isonomia da conduta administrativa.
de reparação dos danos. O Princípio da Moralidade diz respeito à moral
212 administrativa. Segundo ele, os atos da administração
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pública devem ser balizados nas matrizes éticas O inciso II estabelece a necessidade de procedi-
dominantes. A finalidade do princípio é fixar limites mento administrativo destinado à seleção das pessoas
à atuação da Administração, evitando, por exemplo, o que irão ocupar empregos públicos ou cargos públicos
excesso de poder ou desvio de finalidade. de provimento efetivo ou vitalício. Trata-se, portanto,
O Princípio da Publicidade exige a divulgação dos de uma forma de escolha para atender aos princípios
atos da Administração Pública com o objetivo de permitir da igualdade e da moralidade administrativa, evitan-
o conhecimento e o controle por toda a sociedade, pois ao do-se, com isso, que o ingresso no serviço público se dê
administrador compete agir com transparência. por critérios de favorecimento pessoal ou nepotismo.
Por fim, o Princípio da Eficiência impõe à Adminis- Os concursos públicos devem ser abertos a todos
tração a obrigação de realizar suas atribuições com rapi- os interessados. Portanto, não se admite que a seleção
dez, perfeição e rendimento, pois quem administra gere ocorra de forma interna (concursos internos).
algo que pertence à sociedade. Assim, cabe ao administra- Cabe consignar que os concursos públicos podem
dor zelar pelos interesses públicos com plena satisfação ser de provas ou de provas e títulos. Deste modo,
do administrado e com o menor custo para a sociedade. não se admite concurso apenas de títulos nem admis-
são sem concurso público. Observa-se, no entanto,
Dica que existem exceções à regra relativa aos concur-
sos públicos para os seguintes casos:
Para memorizar os princípios, utilize o mnemô-
nico LIMPE: z Cargos de mandato eletivo;
Legalidade z Cargo comissionado;
Impessoalidade z Contratação temporária por excepcional interesse
Moralidade público;
Publicidade z Ex-combatente que tenha efetivamente participa-
Eficiência do de operações bélicas durante a Segunda Guerra
Mundial (inciso I, art. 53, ADCT);
Art. 37 [...] z Outras hipóteses: Ministros ou Conselheiros dos
I - os cargos, empregos e funções públicas são Tribunais de Contas; Ministros do STF, do STJ, TSE,
acessíveis aos brasileiros que preencham os TST e STM; integrantes do quinto Constitucional
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos dos Tribunais Judiciários.
estrangeiros, na forma da lei;
Art. 37 [...]
No que se refere à forma de acesso por brasileiro III - o prazo de validade do concurso público será
naturalizado, há de se esclarecer, inicialmente, que se de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
trata dos cargos não privativos de brasileiros natos,
uma vez que os cargos privativos de brasileiro nato
constam expressamente no § 3º, art. 12, da CF, de 1988. O inciso III traz o prazo de validade do concurso
Observa-se que os cargos não privativos de brasilei- público, que é de até 2 (dois) anos. Assim sendo, cabe
ros natos podem ser preenchidos por brasileiros (natos ao edital definir qual o prazo do concurso, não poden-
do, no entanto, ser superior a 2 (dois) anos.
ou naturalizados) de forma ampla. Vale frisar que pode
Além disso, é possível a prorrogação do prazo de vali-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


a lei estabelecer requisitos limitadores, tais como for-
dade por uma única vez e por igual período, ou seja, se o
mação escolar, idade, entre outros. Em contrapartida,
prazo de validade do edital é de 1 (um) ano, ele somente
para que o estrangeiro possa ter acesso a tais cargos,
poderá ser prorrogado por 1 (um) ano. Aqui, cabe uma
0

a lei deve especificar as hipóteses de admissibilidade.


-1

observação importante: a prorrogação só é possível ser


78

Há que se fazer, aqui, duas observações quanto à


feita enquanto não expirado o prazo inicial.
aplicabilidade da norma. Com relação aos brasileiros, a
.2

O candidato que for aprovado em concurso público


73

norma constitucional é de eficácia contida, ou seja, todos


dentro do número de vagas previstas no edital, estando
.8

os brasileiros têm acesso aos cargos, empregos e funções tal concurso dentro do prazo de validade, possui o direi-
32

públicas. A norma infraconstitucional pode conter tais to subjetivo de ser nomeado, assim como a prioridade
-4

efeitos, estabelecendo critérios diferenciados. Portanto, na nomeação. Em contrapartida, o candidato aprovado


todos os brasileiros têm acesso a todos os cargos, empre-
u

fora do número de vagas possui mera expectativa de


pr

gos e funções desde que a norma não restrinja. direito à nomeação, devendo submeter-se ao juízo de
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é
u

conveniência e oportunidade da Administração.


pr

de eficácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro


tenha acesso, faz-se necessária norma infraconstitu- Art. 37 [...]
cional regulando a hipótese. Deste modo, os estran- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edi-
geiros têm acesso somente aos cargos, empregos e tal de convocação, aquele aprovado em concurso
funções públicos que a lei autorizar. público de provas ou de provas e títulos será con-
vocado com prioridade sobre novos concursa-
Art. 37 [...] dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
II - a investidura em cargo ou emprego públi-
co depende de aprovação prévia em concurso O inciso IV regula a hipótese de novo concurso
público de provas ou de provas e títulos, de para o mesmo cargo enquanto os candidatos aprova-
acordo com a natureza e a complexidade do cargo dos em certame anterior e com prazo de validade não
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas expirado ainda não foram convocados. Assim, estabe-
as nomeações para cargo em comissão declarado lece a prioridade de convocação destes em face dos
em lei de livre nomeação e exoneração; novos aprovados.
Segundo entendimento do STF, para gozar da prio-
ridade na nomeação, não basta ao candidato a mera
213
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aprovação, sendo necessário que ele tenha sido classi- Além disso, é importante frisar que a nomeação
ficado dentro do número de vagas disponibilizadas no aos cargos em comissão somente é possível para os
concurso, ou seja, se o edital previu uma vaga e foram cargos de chefia, direção ou assessoramento. Portan-
aprovados dois candidatos, somente o primeiro tem to, para as atribuições de execução e, não, para as
prioridade de nomeação. atribuições técnicas e operacionais. Exemplo: cabe a
nomeação para cargo em comissão de Secretário de
Art. 37 [...] Transportes, por demandar conhecimento específico
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamen- e confiança. Já para o motorista, isso não é cabível,
te por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os pois, diferentemente do Secretário, sua atribuição é
cargos em comissão, a serem preenchidos por servi-
meramente operacional e não demanda a relação de
dores de carreira nos casos, condições e percentuais
confiança.
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento; Como regra, os cargos em comissão são de livre
nomeação e exoneração (ad nutum). A exceção a essa
O inciso V trata de duas situações distintas: a fun- regra é o que se intitula nepotismo (favorecimento
ção de confiança e o cargo de confiança (em comissão). de parentes em detrimento de pessoas mais qualifi-
Cargo público é a unidade estrutural e funcional em cadas). Importante salientar que essa prática também
que o servidor exerce suas atribuições e responsabili- pode ocorrer de forma cruzada. Por exemplo: quando
dades, ou seja, é o local dentro da estrutura organiza- autoridades, a fim de omitir o nepotismo, nomeiam
cional que deve ser atribuído a um servidor. Já função para determinado cargo parentes um do outro de
pública é a própria atribuição e responsabilidade. maneira recíproca.
Em regra, os cargos públicos somente podem ser Vejamos, a seguir, o texto da Súmula Vinculante nº
criados, transformados ou extintos por lei. Assim, 13, do STF, relativa ao tema:
cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transforma- Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônju-
ção e extinção de cargos, empregos e funções públicas. ge, companheiro, ou parente, em linha reta, cola-
A iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma teral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da
cargos, varia conforme o caso. Por exemplo, no caso autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-
dos cargos do Poder Judiciário, dos Tribunais de Con- soa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
tas e do Ministério Público, a lei será de iniciativa dos ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gra-
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais.
tificada na administração pública direta e indireta,
Excepciona a regra quando os cargos ou funções
em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
se encontrarem vagos, uma vez que a Emenda Cons-
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o
titucional nº 32, de 2001, possibilitou a extinção por
ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.
meio de decreto do Presidente da República. Com rela-
ção aos Governadores e Prefeitos, a extinção do cargo
A Súmula Vinculante nº 13 aplica-se apenas aos
vago é possível se houver semelhante previsão nas
cargos de natureza administrativa, estando de
respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas
fora do seu âmbito as nomeações para cargos políti-
(princípio da simetria).
cos. Exemplo: o STF considerou válida a nomeação
No que se refere às garantias e características
para o cargo de Secretário Estadual de Transportes
especiais, os cargos podem ser classificados em vitalí-
de irmão de Governador de Estado sob a alegação de
0

cios, efetivos e comissionados:


-1

que o cargo em questão possuía natureza política (Rcl


78

6.650-MC-AgR).
z Cargo vitalício é aquele com a maior garantia em
.2

relação à permanência. Trata-se daquele destina- Por fim, para o exercício da função de confiança,
73

do a receber o ocupante em caráter permanente, o pressuposto é que o nomeado já exerça cargo na


.8

Administração. Exemplo: um escrevente técnico é


32

como no caso dos magistrados (inciso I, art. 95, CF,


de 1988), os de membros do Ministério Público (alí- nomeado para a função de assessor do juiz.
-4

nea “a”, inciso I, § 5º, art. 128, da CF, de 1988) e os


u

de ministros do Tribunal de Contas (§ 3º, art. 73, CF,


pr

de 1988). A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois) Importante!


u
pr

anos de efetivo exercício no cargo e tais servido- � Função de confiança: deve ser agente público;
res só poderão ser demitidos por sentença judicial � Cargo em confiança: pode ou não ser agente
transitada em julgado; público.
z Cargo efetivo é aquele provido por concurso
público, cujos integrantes possuem a estabilida-
de, ou seja, após 3 (três) anos de efetivo exercí- Art. 37 [...]
cio, só poderão ser demitidos por decisão judicial VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
transitada em julgado, processo administrativo livre associação sindical;
disciplinar ou processo de avaliação periódica de
desempenho; O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º,
z Cargo em comissão é aquele preenchido de acor- da CF, de 1988. Lembrem-se: ninguém é obrigado a se
do com a confiança. Como regra, ele deve ser associar ou a se manter associado.
preenchido preferencialmente por servidores de
carreira. Portanto, para os demais casos (pessoal Art. 37 [...]
de fora da Administração), a nomeação deve ser VII - o direito de greve será exercido nos termos e
214 exceção. nos limites definidos em lei específica;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O direito de greve dos servidores públicos é dife- necessidade temporária de excepcional interesse
rente do direito dos demais trabalhadores da inicia- público. Por exemplo: agente sanitário em caso de
tiva privada. Enquanto estes podem interromper surto de dengue.
completamente suas atividades, o servidor público
precisa garantir que os serviços sejam mantidos e em Art. 37 [...]
percentual que possa atender à população. Trata-se X - a remuneração dos servidores públicos e
da aplicação do princípio da continuidade, uma vez o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
que não é possível a interrupção total das atividades poderão ser fixados ou alterados por lei especí-
prestadas pela Administração à população por serem fica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
estas essenciais e necessárias à coletividade. Para tan- assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
to, a Norma Constitucional prevê que os termos e limi- data e sem distinção de índices;
tes devem ser estabelecidos em lei.
Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade O inciso X trata da remuneração dos servidores
ao inciso VII. Por essa razão, o STF proferiu a seguinte públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, que remu-
decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES: neração é o gênero, do qual salário, vencimentos e
subsídios são espécies. Salário é a contraprestação
STF, MI 670-ES: Mandado de injunção. Garantia pecuniária paga aos empregados públicos, regidos
fundamental (CF, Art. 5º, inciso LXXI). Direito de pela CLT. Vencimento é a modalidade remunerató-
greve dos servidores públicos civis (CF, Art. 37, ria da maioria dos servidores submetidos a regime
inciso VII). Evolução do tema na jurisprudência jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e
do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos as vantagens pecuniárias. Já subsídio é uma parcela
parâmetros de competência constitucional para única, sem qualquer acréscimo, obrigatória para as
apreciação no âmbito da justiça federal e da jus- seguintes categorias:
tiça estadual até a edição da legislação específica
pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em z Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos,
observância aos ditames da segurança jurídica e à senadores, deputados, vereadores, magistrados),
evolução jurisprudencial na interpretação da omis- detentores de mandato eletivo, Ministros de Esta-
são legislativa sobre o direito de greve dos servido- do e Secretários Estaduais e Municipais;
res públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta) z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a
z Membros do Ministério Público;
matéria. Mandado de injunção deferido para deter-
z Integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia
minar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989.
Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Dis-
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988:
trito Federal e às Defensorias Públicas da União,
DF e Territórios e Defensorias Públicas Estaduais
Art. 37 [...]
(art. 135, CF);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empre-
gos públicos para as pessoas portadoras de defi- z Servidores policiais integrantes da Polícia Fede-
ciência e definirá os critérios de sua admissão; ral, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para pes- de Bombeiros Militares.
soas com deficiência. Trata-se de uma norma constitu-
cional de eficácia limitada, ou seja, que depende da edição Vejamos, a seguir, o texto da Súmula nº 679, do STF:
0
-1

de lei infraconstitucional para poder gerar os efeitos.


78

Com relação à reserva, cumpre salientar que as atri- Súmula n° 679 (STF) A fixação de vencimentos dos
servidores públicos não pode ser objeto de conven-
.2

buições do cargo devem ser compatíveis com a deficiên-


73

ção coletiva.
cia. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por cento) das
.8

vagas oferecidas no concurso, isto é, a CF, de 1988, fixou


32

No que se refere à revisão, o dispositivo trata ape-


apenas o limite máximo (teto) do número a ser reservado.
-4

nas da revisão geral, ou seja, do reajuste anual genéri-


O § 1º, art. 37, do Decreto nº 3.298, de 1999, esta-
co, que tem por objetivo repor as perdas inflacionárias
u

belece o percentual mínimo de 5% das vagas e, no


pr

do período, sendo aplicável a todos os servidores. Por-


caso de o número obtido ser fracionado, o número de
tanto, não a confunda com reajuste específico, que é
u

vagas será elevado até o primeiro número inteiro sub-


pr

aquele aplicado apenas a alguns cargos ou carreiras


sequente, ou seja, arredondado para cima.
funcionais, com a finalidade de evitar a defasagem
remuneratória.
Art. 37 [...]
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade Art. 37 [...]
temporária de excepcional interesse público; XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
cargos, funções e empregos públicos da administra-
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
O servidor temporário encontra-se disciplinado
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
no inciso IX. Trata-se de uma categoria à parte, uma Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
vez que não titulariza cargo público nem possui de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, sendo e os proventos, pensões ou outra espécie remu-
regida por regime especial veiculado por meio de lei neratória, percebidos cumulativamente ou não,
específica de cada ente da federação. incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
O servidor público exerce funções públicas sem outra natureza, não poderão exceder o subsídio
ocupar cargos ou empregos públicos e sua contra- mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
tação é por tempo determinado e para atender Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos 215
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Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta- z A equiparação de vencimentos e vantagens entre
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do os Ministros do TCU e do STJ (§ 3º, art. 73, CF, de
Governador no âmbito do Poder Executivo, o 1988);
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais z A vinculação entre o subsídio dos Ministros dos
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para os Ministros do STF (inciso V, art. 93, da CF).
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Art. 37 [...]
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- servidor público não serão computados nem
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos acumulados para fins de concessão de acréscimos
Defensores Públicos; ulteriores;

Com relação ao teto do funcionalismo público, a O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou
CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune- gem seja repetidamente computada para o cálculo das
ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar
Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta- tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se
dos, Municípios e Distrito Federal. o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo
Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte- de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu-
ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto lo para a concessão de outra gratificação, como, por
único tem, como base, a fixação de um valor máximo exemplo, uma gratificação de produtividade.
estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por
Poderes faz com que cada ente político adote um sub- Art. 37 [...]
teto próprio para a fixação dos subsídios. XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
O Executivo tem, como subteto, os subsídios do cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal-
Governador. O Legislativo tem, como subteto, os sub- vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos
sídios dos deputados estaduais, que, por sua vez, não arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
poderão exceder 75% dos subsídios dos deputados
federais. Por fim, o Judiciário adota, como subteto, o A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
valor de 90,25% dos subsídios do Supremo Tribunal mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
Federal, ressaltando que esse subteto se aplica tão públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
somente aos seus servidores e, não, aos membros da -se da impossibilidade de redução do valor nominal,
Magistratura, pois a estes é aplicado o teto do Supre- ou seja, se a remuneração é de R$ 5.000,00, não pode-
mo Tribunal Federal. rá reduzi-lo para valor inferior. No entanto, é possível
que ocorra a redução real, ou seja, que o poder aquisi-
Art. 37 [...] tivo desse valor seja atingido pela inflação.
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis-
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser Art. 37 [...]
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XVI - é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compa-
tibilidade de horários, observado em qualquer
0

A isonomia dos vencimentos dos servidores dos caso o disposto no inciso XI:
-1

três Poderes está disciplinada no inciso XII. Sua finali- a) a de dois cargos de professor;
78

dade é manter a paridade. b) a de um cargo de professor com outro técni-


.2

É importante o texto da Súmula Vinculante nº 37, co ou científico;


73

do STF: c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-


.8

fissionais de saúde, com profissões regulamentadas;


32

Súmula Vinculante nº 37 Não cabe ao Poder Judi-


-4

ciário, que não tem função legislativa, aumentar O inciso XVI trata da vedação de acumulação de
u

vencimentos de servidores públicos sob fundamen- cargos. Como regra, é vedada a acumulação remu-
pr

to de isonomia. nerada de cargos públicos. No entanto, é possível a


u

acumulação se houver compatibilidade de horários


pr

Art. 37 [...] entre os cargos e somente em três hipóteses.


XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de A primeira refere-se ao magistério e traz a pos-
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito sibilidade de acumular dois cargos de professor
de remuneração de pessoal do serviço público; (ex.: cargo de professor da rede municipal no perío-
do matutino e cargo de professor da rede estadual no
A vedação à vinculação e à equiparação de período noturno).
remunerações encontra-se prevista no inciso XIII. A segunda hipótese é a acumulação de um cargo
Sobre isso, vejamos o texto da Súmula nº 681: de professor com outro técnico ou científico (ex.:
cargo técnico em enfermagem em hospital estadual
Súmula nº 681 (STF) É inconstitucional a vincula- com carga horária compatível com cargo de professor
ção do reajuste de vencimentos de servidores esta- de ensino médio estadual).
duais ou municipais a índices federais de correção Por fim, é possível a acumulação de dois cargos
monetária. privativos de profissionais da saúde, com profissões
regulamentadas (ex.: cargo de dentista, em um muni-
Atenção! Há duas exceções à regra de não vincu- cípio, durante o período matutino, com outro cargo de
216 lação, quais sejam: dentista, em outro município, no período vespertino).
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Cargos burocráticos não são considerados como téc- LEI ESPECÍFICA LEI COMPLEMENTAR
nicos. Para ser enquadrado como cargo técnico passível � Cria as autarquias e as funda- � Especifica a área de
de acumulação, é necessária formação específica na área ções públicas de direito públi- atuação das fundações
de atuação. Portanto, cargo técnico é aquele que requer co (já que estas últimas são
conhecimento específico na área de atuação do profissio- equiparadas a autarquias)
� Autoriza a criação das demais
nal, com habilitação específica de grau universitário ou
entidades (empresa pública,
profissionalizante (ensino médio). sociedade de economia mista
Em síntese: e fundações públicas de direi-
to privado)
z Regra: não acumulação de cargos públicos
remunerados; Art. 37 [...]
z Exceção: acumulação de cargos públicos remune- XX - depende de autorização legislativa, em
rados, quando há compatibilidade de horários e cada caso, a criação de subsidiárias das enti-
nas seguintes hipóteses: dades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa
privada;
„ Dois cargos de professor;
„ Um cargo de professor com outro técnico ou
Veja que em relação às subsidiárias e à participa-
científico; ção em empresa privada há a necessidade de autori-
„ Dois cargos privativos de profissionais de saú- zação legislativa, independente da vinculação, ou seja,
de, com profissões regulamentadas. não importa se é vinculada à entidade que é criada
por lei. Para exemplificar, imaginemos uma subsidiá-
Art. 37 [...] ria XY da autarquia X. A autarquia foi criada por lei, e
XVII - a proibição de acumular estende-se a empre- sua subsidiária foi criada por autorização legislativa.
gos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mis- Art. 37 [...]
ta, suas subsidiárias, e sociedades controladas, XXI - ressalvados os casos especificados na legisla-
direta ou indiretamente, pelo poder público; ção, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação
O inciso XVII estende a regra da não acumulação pública que assegure igualdade de condições a
para a Administração Indireta. Portanto, a proibição todos os concorrentes, com cláusulas que esta-
aplica-se às autarquias, fundações e empresas públi- beleçam obrigações de pagamento, mantidas as
cas, sociedades de economia mista, bem como às suas condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualifica-
subsidiárias, além das sociedades controladas direta
ção técnica e econômica indispensáveis à garantia
ou indiretamente pelo poder público.
do cumprimento das obrigações.

Art. 37 [...]
Outra regra contida na Constituição é a exigência
XVIII - a administração fazendária e seus servi-
de licitação pública para contratação de obras, ser-
dores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


viços, compras e alienações, ressalvados os casos
petência e jurisdição, precedência sobre os demais
de dispensa e inexigibilidade previstos em lei.
setores administrativos, na forma da lei;
Vale frisar, aqui, que é assegurada a todos a igual-
0

dade de condições, com cláusulas que estabeleçam


-1

O inciso XVIII trata da precedência da Administra- obrigações de pagamento, mantidas as condições efe-
78

ção Fazendária e seus servidores fiscais aos demais tivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente
.2

setores administrativos. Isso significa dizer que, den-


73

permitirá as exigências de qualificação técnica e eco-


tro da estrutura da Administração Pública, esta deverá nômica indispensáveis à garantia do cumprimento
.8

dar prioridade para os serviços atinentes à arrecada-


32

das obrigações.
ção dos tributos, por se tratar dos recursos essenciais
-4

ao seu funcionamento. Art. 37 [...]


u
pr

XXII - as administrações tributárias da União,


Art. 37 [...] dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
u
pr

XIX - somente por lei específica poderá ser criada atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
autarquia e autorizada a instituição de empre- exercidas por servidores de carreiras específicas,
sa pública, de sociedade de economia mista e terão recursos prioritários para a realização
de fundação, cabendo à lei complementar, neste de suas atividades e atuarão de forma integrada,
último caso, definir as áreas de sua atuação; inclusive com o compartilhamento de cadastros e
de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Para que uma autarquia seja criada, faz-se neces-
sária a autorização legislativa (lei específica), de modo O inciso XXII traz mais uma regra de prioridade da
parte fiscal e de arrecadação. Assim, a Administração tri-
a adquirir a personalidade jurídica com a própria lei.
butária de qualquer dos entes da federação possui recur-
Em contrapartida, é preciso lei que autorize a criação
so prioritário para a realização de suas atividades.
das empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações, devendo, posteriormente, ser registra- Art. 37 [...]
das, a fim de adquirirem a personalidade jurídica. § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
Ressalta-se, por fim, que, para as fundações, uma lei serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
complementar deve definir as áreas de sua atuação. ter caráter educativo, informativo ou de orien-
tação social, dela não podendo constar nomes, 217
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símbolos ou imagens que caracterizem promoção Dica
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Para decorar os atos de improbidade administra-
O § 1º trata das regras de publicidade dos atos, tiva, memorize o mnemônico PARIS:
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos Perda de função pública
públicos. Esse dispositivo é consequência direta do Ação penal cabível (se for o caso)
princípio da impessoalidade, pois tal publicidade deve Ressarcimento ao erário
ser de caráter informativo, educativo ou de orienta- Indisponibilidade de bens
ção social, ou seja, a propaganda pública não pode ser Suspensão dos direitos políticos
um meio para promoção pessoal.
É por esse motivo que não é permitido ao Governa- Art. 37 [...]
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
o slogan de campanha após ser eleito, uma vez que para ilícitos praticados por qualquer agente,
vincularia aquela atividade pública a sua pessoa. servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Art. 37 [...]
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II Nos termos do § 5º, os prazos prescricionais e as
e III implicará a nulidade do ato e a punição da ações de ressarcimento serão disciplinadas em lei.
autoridade responsável, nos termos da lei. Vale lembrar que a lei que disciplina as regras apli-
cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade
O § 2º traz a responsabilidade do agente público administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992.
pela não observância da regra de que, para contratação
de pessoal, o concurso público é indispensável. Conse- Art. 37 [...]
quentemente, se houver ingresso de pessoal sem o devi- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
do processo de seleção, haverá nulidade da nomeação, as de direito privado prestadoras de serviços
devendo a autoridade sofrer as punições em conformi- públicos responderão pelos danos que seus
dade com a norma infraconstitucional. Além disso, o agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
prazo de validade do concurso também implica em nuli- assegurado o direito de regresso contra o respon-
dade da nomeação e responsabilidade do agente. sável nos casos de dolo ou culpa.

Art. 37 [...] O § 6º trata da responsabilidade civil objetiva


§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do Estado, o que significa que o Estado é responsável
do usuário na administração pública direta e civilmente pelos atos praticados por seus agentes ou
indireta, regulando especialmente: pelos prestadores de serviço público de forma obje-
I - as reclamações relativas à prestação dos servi- tiva, isto é, independentemente de culpa. Trata-se da
ços públicos em geral, asseguradas a manutenção chamada Teoria do Risco Administrativo.
de serviços de atendimento ao usuário e a avalia-
Portanto, o Estado é responsável quando um de seus
ção periódica, externa e interna, da qualidade dos
agentes, no desempenho da função, gera dano a um ter-
serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrati-
ceiro, independentemente da comprovação de dolo
vos e a informações sobre atos de governo, obser- ou culpa, sendo necessário, apenas, demonstrar o nexo
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; causal da atividade do agente e o dano de terceiro.
III - a disciplina da representação contra o exercí- Cumpre mencionar, por necessário, que é possível
0
-1

cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun- ao Estado ingressar com ação regressiva para cobrar
78

ção na administração pública. do agente o valor que pagou a esse terceiro. No entanto,
.2

ao contrário do que ocorre com o Estado, a responsabi-


73

O § 3º remete à preocupação do legislador para que lidade do agente é subjetiva, ou seja, para que ele seja
.8

haja um controle social, de modo a estabelecer meios responsabilizado civilmente, é preciso demonstrar que
32

para que qualquer pessoa comunique as irregularida- houve dolo ou culpa. Em relação a isso, vejamos, de for-
-4

des ou ilegalidades praticadas pelos agentes públicos. ma simples o exposto no fluxograma a seguir:
u

Trata-se, portanto, da possibilidade de controle para


pr

evitar os atos de improbidade administrativa, ou seja,


u

de condutas ilegais, desonestas, abusivas e incorretas. Agente causa dano a


pr

um terceiro por dolo ou


Art. 37 [...] culpa
§ 4º Os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade Estado pleiteia o
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma ressarcimento em Terceiro entra com ação
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação decorrência do fato contra o Estado
penal cabível. praticado pelo terceiro

De acordo com o § 4º, as penalidades para os atos


de improbidade são as seguintes: suspensão dos
Estado indeniza o
direitos políticos; perda de função pública; indispo-
terceiro lesado
nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível, ou seja, aplica-se a
penalidade administrativa cumulativamente com a
218 sanção penal (se o fato constituir crime).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Entende-se por pessoa jurídica de direito privado Art. 37 [...]
prestadora de serviços públicos as empresas públicas, § 10 É vedada a percepção simultânea de pro-
sociedades de economia mista e as concessionárias e per- ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
missionárias, isto é, aquelas empresas selecionadas por ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de car-
procedimento licitatório para desempenhar serviço públi- go, emprego ou função pública, ressalvados os
co. Por exemplo: serviço de transporte público urbano. cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão
Art. 37 [...] declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restri-
ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis- O § 10 veda a percepção simultânea de proventos
tração direta e indireta que possibilite o acesso a de aposentadoria com remuneração de cargo, empre-
informações privilegiadas. go ou função pública, ressalvada a hipótese de cargos
acumuláveis, na forma da Constituição, cargos eleti-
O § 7º pressupõe a existência de regras éticas de vos e cargos em comissão. Esse dispositivo foi acres-
conduta das autoridades da Administração Pública, centado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
de modo a tentar minimizar a possibilidade de con- que também resguardou o direito daqueles servidores
flito entre o interesse privado e o dever funcional. aposentados que, até a data da promulgação da Emen-
Ainda, objetiva-se a criação de mecanismos, a fim de da, retornaram à atividade antes da proibição.
regulamentar o acesso às informações.

Art. 37 [...] Importante!


§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da admi- A proibição aplica-se aos servidores públicos
nistração direta e indireta poderá ser amplia- efetivos e aos militares, tanto das Forças Arma-
da mediante contrato, a ser firmado entre seus das como das Polícias Militares e Corpos de
administradores e o poder público, que tenha por Bombeiros Militares.
objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato; Vejamos a repercussão geral reconhecida com
II - os controles e critérios de avaliação de desem- mérito julgado pelo STF:
penho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;
Há remansosa jurisprudência desta Corte nesse sen-
III - a remuneração do pessoal.
tido, afirmando a impossibilidade da acumulação
tríplice de cargos públicos, ainda que os provimen-
O § 8º busca alcançar melhores resultados na tos nestes tenham ocorrido antes da vigência da EC
Administração Pública por meio da criação de novos 20/1998. [...] o art. 11 da EC 20/1998 possibilita a acu-
instrumentos no âmbito do Direito Público, de modo mulação, apenas, de um provento de aposentadoria
a conferir maior autonomia ou estabelecer parcerias com a remuneração de um cargo na ativa, no qual se
com entidades privadas sem fins lucrativos. Dessas tenha ingressado por concurso público antes da edi-
medidas, atente-se para o contrato de gestão.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


ção da referida emenda, ainda que inacumuláveis os
Entende-se por contrato de gestão o contrato admi- cargos. Em qualquer hipótese, é vedada a acumulação
nistrativo firmado pelo Poder Público na condição de tríplice de remunerações, sejam proventos, sejam ven-
contratante e entidade privada ou da Administração
0

cimentos. (ARE 848.993 RG)


-1

Indireta, no qual é instrumentalizada parceria.


78

Art. 37 [...]
.2

Art. 37 [...] § 11 Não serão computadas, para efeito dos limi-


73

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre- tes remuneratórios de que trata o inciso XI do


.8

sas públicas e às sociedades de economia mis- caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
32

ta, e suas subsidiárias, que receberem recursos nizatório previstas em lei.


-4

da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos


Municípios para pagamento de despesas de pes-
u

O § 11 traz uma regra com relação ao teto e subte-


pr

soal ou de custeio em geral. to do funcionalismo público. Trata-se do não cômputo


u

das verbas indenizatórias, tais como diárias, ajuda de


pr

As regras com relação ao teto e subteto da remu- custo, entre outras, no limite remuneratório.
neração são estendidas aos empregados das empresas
públicas e sociedades de economia mista, bem como Art. 37 [...]
às suas subsidiárias. No entanto, conforme o dispos- § 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput
to no § 9º, incidirá sobre as remunerações de direto- deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distri-
res de empresas estatais que receberem recursos dos to Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda
entes da federação para pagamento de despesas de às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
pessoal ou de custeio em geral, como, por exemplo, limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
nos casos da EMBRAPA e da Radiobrás. dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre-
empresas públicas e sociedades de economia mis- mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”, neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
expressão disposta no § 9º. Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

219
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O dispositivo regulamenta a possibilidade de fixa- O § 15 proíbe toda espécie de complementação que
ção do subteto de forma única. Nesse caso, o valor não seja aquela decorrente de Regime de Previdência
máximo da remuneração para todo e qualquer servi- Complementar, como, por exemplo, as complementa-
dor corresponderá ao subsídio dos desembargadores ções com base na Lei Estadual (São Paulo) nº 200, de
do Tribunal de Justiça, ficando de fora desse subteto 1974, pagas a ex-empregados e a seus dependentes da
apenas o subsídio dos deputados e dos vereadores. Nossa Caixa, BANESPA, SABESP, VASP e FEPASA.
Vejamos a decisão do STF no julgamento da ADI
6.221 MC: Art. 37 [...]
§ 16 Os órgãos e entidades da administração públi-
A faculdade conferida aos Estados para a regulação ca, individual ou conjuntamente, devem realizar
do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da avaliação das políticas públicas, inclusive com
CF) não permite que a regulamentação editada com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
fundamento nesse permissivo inove no tratamento dos alcançados, na forma da lei.
do teto dos servidores municipais, para quem o art.
37, XI, da CF, já estabelece um teto único. O § 16 foi acrescido pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021, e tem como objetivo aprimorar o meca-
Art. 37 [...] nismo de participação da sociedade na Administração
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo Pública.
poderá ser readaptado para exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam com-
Art. 38 Ao servidor público da administração dire-
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
ta, autárquica e fundacional, no exercício de manda-
capacidade física ou mental, enquanto permanecer
to eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
nesta condição, desde que possua a habilitação e
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
O § 13 trata da possibilidade de readaptação do do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
servidor público. A readaptação é o provimento deri- optar pela sua remuneração;
vado que consiste na investidura do servidor em cargo III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
de atribuições e responsabilidades compatíveis com patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
a limitação que tenha sofrido em sua capacida- seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
de física ou mental verificada em inspeção médica. neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
Deste modo, o servidor será efetivado em cargo com dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
atribuições semelhantes, respeitando-se a habilitação IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
exigida, assim como o nível de escolaridade e a equi- o exercício de mandato eletivo, seu tempo de servi-
valência de vencimentos. ço será contado para todos os efeitos legais, exceto
No caso de inexistir cargo vago, o servidor exer- para promoção por merecimento;
cerá suas atribuições como excedente, permanecen- V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
do nessa situação até a ocorrência de vaga no cargo de previdência social, permanecerá filiado a esse
compatível. regime, no ente federativo de origem.
0

Art. 37 [...] O art. 38 estabelece regras relativas ao servidor


-1
78

§ 14 A aposentadoria concedida com a utiliza- público da Administração direta, autárquica e funda-


ção de tempo de contribuição decorrente de cional que passar a desempenhar cargo eletivo, ou
.2
73

cargo, emprego ou função pública, inclusive do seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
.8

Ao servidor público estadual, quando eleito para


32

rompimento do vínculo que gerou o referido cargo eletivo federal, estadual e distrital, aplica-se a
-4

tempo de contribuição.
seguinte regra: afastamento do cargo público estadual
u

para se dedicar exclusivamente ao mandato, rece-


pr

O § 14 disciplina o rompimento do vínculo quan-


bendo obrigatoriamente a remuneração do cargo
do o agente público solicita aposentadoria e utiliza-se
u

para o qual foi eleito. Em contrapartida, quando o ser-


pr

do tempo de contribuição decorrente daquele cargo,


vidor público estadual é eleito para cargo eletivo muni-
emprego ou função pública. Assim, o servidor será
cipal, podem ocorrer duas situações distintas. Se o cargo
desligado da Administração Pública.
é de prefeito, ele será afastado para dedicação exclu-
Neste sentido, o agente público que pretende se apo-
siva do cargo e pode escolher entre a remuneração
sentar não poderá mais continuar a trabalhar no local em
do cargo público ou do cargo eletivo.
que utilizou o tempo para comprovação de contribuição.
Já se o cargo é de vereador, é necessário saber
se há ou não compatibilidade de horário. Se houver
Art. 37 [...]
§ 15 É vedada a complementação de aposenta- compatibilidade de horários, ele não precisa se
dorias de servidores públicos e de pensões por afastar, podendo exercer as duas atividades ao mes-
morte a seus dependentes que não seja decorrente mo tempo, recebendo pelos dois. Se não houver com-
do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não patibilidade, aplica-se a mesma regra do prefeito,
seja prevista em lei que extinga regime próprio de ou seja, será afastado para dedicação exclusiva do
previdência social. cargo, podendo escolher entre a remuneração do
cargo público ou do cargo eletivo.
220
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL Os servidores da Administração Pública direta,
das autarquias e das fundações públicas estão sujei-
Eleito para cargo federal,
Eleito para cargo municipal tos ao regime jurídico de direito público adminis-
estadual ou distrital
trativo, instituído em lei, a qual também instituirá
Prefeito Vereador planos de carreira. O regime adotado é o estatutário.
Não obstante, lei assegurará aos servidores isonomia
� Com compatibilidade
Afastamento do cargo
Afastamento
de horário: não se de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
do cargo e assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores
público e remuneração do afasta do cargo
opção entre a
cargo eletivo
remuneração � Sem compatibilidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, exce-
eletiva ou do de horário: aplica-se tuadas as vantagens de caráter individual e as relati-
cargo a mesma regra do
prefeito vas à natureza ou ao local de trabalho.

Servidores Públicos
Para que a Administração Pública possa desem-
penhar suas atividades, ela necessita de pessoas que A partir do art. 39, da CF, de 1988, inicia-se o tema
exerçam as atribuições dos órgãos públicos, ou seja, quanto às regras aplicadas aos servidores públicos.
de agentes públicos. A expressão agente público é Vejamos o que dispõem esses artigos:
utilizada como gênero, designando toda e qualquer
pessoa que exerça uma função pública, quer de for- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ma remunerada ou gratuita, quer de natureza política Municípios instituirão conselho de política de admi-
ou administrativa, quer com investidura definitiva ou nistração e remuneração de pessoal, integrado por
transitória. servidores designados pelos respectivos Poderes.
Os agentes públicos dividem-se em quatro catego- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
rias, quais sejam: demais componentes do sistema remuneratório
observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
Agentes políticos complexidade dos cargos componentes de cada
carreira;
Servidores públicos II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
AGENTES
Particulares em § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal man-
PÚBLICOS
terão escolas de governo para a formação e
público
o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
constituindo-se a participação nos cursos um
Militares
dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
Os agentes políticos são aqueles que exercem as
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-
típicas atividades de governo, ou seja, são responsáveis
go público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
por fixar as metas e diretrizes políticas do Estado, tais

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
como os chefes do Poder Executivo (Presidente, Gover- podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
nador e Prefeito e seus vices) e seus auxiliares diretos de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
0

(Ministros e Secretários) e os membros do Poder Legis- § 4º O membro de Poder, o detentor de manda-


-1

lativo (Senadores, Deputados federais, Deputados esta-


78

to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá-


duais e Vereadores). rios Estaduais e Municipais serão remunerados
.2

Os particulares em colaboração com o Poder


73

exclusivamente por subsídio fixado em parcela


Público são aqueles que prestam serviços ao Estado, única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
.8
32

porém sem vínculo estatutário ou celetista de trabalho, ção, adicional, abono, prêmio, verba de representa-
podendo ou não ter remuneração. Exemplo: jurados,
-4

ção ou outra espécie remuneratória, obedecido, em


mesários, notários e registradores (serviços notariais). qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
u

Os servidores públicos civis dividem-se em: § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
pr

dos Municípios poderá estabelecer a relação entre


u
pr

z Servidores públicos estatutários: exercem cargo a maior e a menor remuneração dos servido-
público (vitalício, efetivo ou comissionado) e estão res públicos, obedecido, em qualquer caso, o dis-
vinculados a um estatuto; posto no art. 37, XI.
z Empregados públicos: possuem emprego público § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
publicarão anualmente os valores do subsí-
e vinculam-se às regras da Consolidação das Leis
dio e da remuneração dos cargos e empregos
do Trabalho (CLT);
públicos.
z Servidores temporários: categoria à parte, por-
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fede-
que não titularizam cargo público nem possuem ral e dos Municípios disciplinará a aplicação
qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, como de recursos orçamentários provenientes da
os empregados públicos. São contratados por tem- economia com despesas correntes em cada órgão,
po determinado para atender à necessidade tem- autarquia e fundação, para aplicação no desenvol-
porária de excepcional interesse público por meio vimento de programas de qualidade e produtivida-
de um processo de seleção simplificado. Exercem de, treinamento e desenvolvimento, modernização,
funções públicas sem ocupar cargos ou empregos reaparelhamento e racionalização do serviço públi-
públicos e são regidos por regime especial, veicu- co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
lado por meio de lei específica. produtividade. 221
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§ 8º A remuneração dos servidores públicos orga- Art. 40 O regime próprio de previdência social
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos dos servidores titulares de cargos efetivos terá
do § 4º. caráter contributivo e solidário, mediante contri-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de buição do respectivo ente federativo, de servidores
caráter temporário ou vinculadas ao exercício ativos, de aposentados e de pensionistas, observa-
de função de confiança ou de cargo em comis- dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro
são à remuneração do cargo efetivo. e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de
No que tange ao art. 39, a primeira observação a previdência social será aposentado:
I - por incapacidade permanente para o tra-
ser feita é que o caput foi alterado pela Emenda Cons-
balho, no cargo em que estiver investido, quando
titucional nº 19, de 1998. No entanto, como sua eficá-
insuscetível de readaptação, hipótese em que será
cia se encontra suspensa devido à decisão do STF na obrigatória a realização de avaliações periódicas
ADI nº 2.135-4, é a redação original que se encontra para verificação da continuidade das condições que
em vigor. Vejamos: ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os II - compulsoriamente, com proventos propor-
Municípios instituirão, no âmbito de sua competên- cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
cia, regime jurídico único e planos de carreira para anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
os servidores da administração pública direta, das idade, na forma de lei complementar;
autarquias e das fundações públicas. III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
A CF, de 1988, estabelece regras para a fixação dos cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
padrões de vencimento e dos demais componentes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
do sistema remuneratório, que deverá observar: a na idade mínima estabelecida mediante emenda às
natureza, o grau de responsabilidade e a comple- respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-
xidade dos cargos que compõem cada carreira; vados o tempo de contribuição e os demais
os requisitos para a investidura nos cargos e as requisitos estabelecidos em lei complementar do
demais peculiaridades dos cargos. Tais requisitos respectivo ente federativo.
poderão influenciar na fixação dos vencimentos e § 2º Os proventos de aposentadoria não pode-
dependem de aprovação de lei específica, assim como rão ser inferiores ao valor mínimo a que se refe-
para o seu aumento, alteração ou criação de nova van- re o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência
tagem pecuniária.
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
Por lei, também serão estabelecidos os reajustes
§ 3º As regras para cálculo de proventos de
diferenciados para corrigir equívocos, como no caso
aposentadoria serão disciplinadas em lei do res-
de servidores que desempenham atividades seme- pectivo ente federativo.
lhantes, mas percebem valores muito diferentes. § 4º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
Salienta-se que a revisão geral da remuneração dos rios diferenciados para concessão de benefícios
servidores públicos, sem distinção de índices entre em regime próprio de previdência social, ressalva-
civis e militares, será feita. do o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
Com objetivo de garantir o aperfeiçoamento do § 4º-A Poderão ser estabelecidos por lei comple-
profissional, o dispositivo estabelece a realização de mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
cursos oficiais como requisito obrigatório para promo- de contribuição diferenciados para aposentadoria
0
-1

ção na carreira, sendo facultada, para tanto, a celebra- de servidores com deficiência, previamente sub-
78

ção de convênios com os demais entes da federação. metidos a avaliação biopsicossocial realizada por
.2

Outra regra de extrema importância é a que equipe multiprofissional e interdisciplinar.


73

assegura ao servidor público civil da Administração § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei comple-
.8

Pública direta, autárquica e fundacional os direi- mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
32

tos previstos nos incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, de contribuição diferenciados para aposentadoria
-4

XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, art. 7º, de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
da CF, de 1988, e aos direitos que, nos termos da lei, agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
u
pr

visem à melhoria de sua condição social e da pro- que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput
u

dutividade e da eficiência no serviço público, em


pr

do art. 144.
especial o prêmio por produtividade e o adicional de
§ 4º-C Poderão ser estabelecidos por lei comple-
desempenho.
mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
Atente-se aos limites de remuneração de
de contribuição diferenciados para aposentadoria
servidores:
de servidores cujas atividades sejam exercidas com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
z Mínimo: salário mínimo; lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
z Máximo: vide inciso XI, art. 37, da CF (EC 41, de agentes, vedada a caracterização por categoria
2003). profissional ou ocupação.
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão ida-
É importante conhecer o texto da Súmula Vincu- de mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
lante nº 6 do STF: às idades decorrentes da aplicação do disposto
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
Súmula Vinculante nº 6 Não viola a Constituição de efetivo exercício das funções de magistério na
o estabelecimento de remuneração inferior ao salá- educação infantil e no ensino fundamental e médio
rio mínimo para as praças prestadoras de serviço fixado em lei complementar do respectivo ente
222 militar inicial. federativo.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos § 19 Observados critérios a serem estabelecidos em
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
vedada a percepção de mais de uma aposentado- de cargo efetivo que tenha completado as exigên-
ria à conta de regime próprio de previdência social, cias para a aposentadoria voluntária e que opte
aplicando-se outras vedações, regras e condições por permanecer em atividade poderá fazer jus a um
para a acumulação de benefícios previdenciários abono de permanência equivalente, no máximo, ao
estabelecidas no Regime Geral de Previdência valor da sua contribuição previdenciária, até com-
Social. pletar a idade para aposentadoria compulsória.
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quan- § 20 É vedada a existência de mais de um regime
do se tratar da única fonte de renda formal auferida próprio de previdência social e de mais de um órgão
pelo dependente, o benefício de pensão por morte ou entidade gestora desse regime em cada ente
será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a entidades autárquicas e fundacionais, que serão
hipótese de morte dos servidores de que trata o § responsáveis pelo seu financiamento, observados
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica
em razão da função. definidos na lei complementar de que trata o § 22.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefí- § 21 (Revogado).
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o § 22 Vedada a instituição de novos regimes pró-
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. prios de previdência social, lei complementar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, federal estabelecerá, para os que já existam, nor-
distrital ou municipal será contado para fins mas gerais de organização, de funcionamento e de
de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspon- outros aspectos, sobre:
dente será contado para fins de disponibilidade. I - requisitos para sua extinção e consequente
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma migração para o Regime Geral de Previdência
de contagem de tempo de contribuição fictício. Social;
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utiliza-
dos proventos de inatividade, inclusive quando decor- ção dos recursos;
rentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, III - fiscalização pela União e controle externo e social;
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
para o regime geral de previdência social, e ao mon- V - condições para instituição do fundo com finalidade
tante resultante da adição de proventos de inativida- previdenciária de que trata o art. 249 e para vincula-
de com remuneração de cargo acumulável na forma ção a ele dos recursos provenientes de contribuições e
desta Constituição, cargo em comissão declarado em dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. VI - mecanismos de equacionamento do deficit
§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observa- atuarial;
dos, em regime próprio de previdência social, no VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime, observados os princípios relacionados com
Regime Geral de Previdência Social. governança, controle interno e transparência;
§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusi- VIII - condições e hipóteses para responsabilização
vamente, de cargo em comissão declarado em lei de daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
livre nomeação e exoneração, de outro cargo tem- direta ou indiretamente, com a gestão do regime;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


porário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego IX - condições para adesão a consórcio público;
público, o Regime Geral de Previdência Social. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- definição de alíquota de contribuições ordinárias e
0

cípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo


-1

extraordinárias.
Poder Executivo, regime de previdência complemen-
78

tar para servidores públicos ocupantes de cargo efe-


.2

O art. 40, da CF, de 1988, regulamenta o Regime


tivo, observado o limite máximo dos benefícios do
73

Regime Geral de Previdência Social para o valor das Previdenciário Próprio de Previdência Social. Em
.8

aposentadorias e das pensões em regime próprio de síntese, o sistema previdenciário do servidor públi-
32

previdência social, ressalvado o disposto no § 16. co foi alterado com a EC nº 103, de 2019, da seguinte
-4

§ 15 O regime de previdência complementar de que forma:


u

trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente


pr

na modalidade contribuição definida, observará o z Desconstitucionalização das regras de previdência,


u

disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de modo que vários regramentos sobre aposenta-
pr

de entidade fechada de previdência complementar doria e pensão passaram a ser de competência de


ou de entidade aberta de previdência complementar. lei infraconstitucional;
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, z Nova mudança no cálculo da pensão;
o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
z Maior aproximação do RGPS e RPPS;
servidor que tiver ingressado no serviço público até
a data da publicação do ato de instituição do cor-
z Modificações no abono de permanência;
respondente regime de previdência complementar. z Previsão de readaptação antes de aposentadoria
§ 17 Todos os valores de remuneração considera- por incapacidade permanente;
dos para o cálculo do benefício previsto no § 3º z Inclusão dos agentes políticos ocupantes de man-
serão devidamente atualizados, na forma da lei. dato eletivo nas regras do RGPS;
§ 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de z Exclusão da aposentadoria apenas por tempo de
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime contribuição;
de que trata este artigo que superem o limite máxi- z Regras especiais para carreiras policiais previstas
mo estabelecido para os benefícios do regime geral na CF.
de previdência social de que trata o art. 201, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores
titulares de cargos efetivos.
223
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No que tange à aposentadoria, suas modalidades III - mediante procedimento de avaliação perió-
são: dica de desempenho, na forma de lei complemen-
tar, assegurada ampla defesa.
z Voluntária: quando se dá por livre e espontânea § 2º Invalidada por sentença judicial a demis-
vontade, desde que cumpridos os requisitos dis- são do servidor estável, será ele reintegrado, e o
postos a seguir: eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzi-
do ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponi-
HOMEM MULHER bilidade com remuneração proporcional ao tempo
IDADE 65 anos 62 anos de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desne-
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 25 anos 25 anos cessidade, o servidor estável ficará em disponi-
bilidade, com remuneração proporcional ao
TEMPO NO SERVIÇO PÚBLICO 10 anos 10 anos tempo de serviço, até seu adequado aproveita-
TEMPO NA CARREIRA 5 anos 5 anos mento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da esta-
bilidade, é obrigatória a avaliação especial de
No caso dos professores dos ensinos infantil, fun- desempenho por comissão instituída para essa
damental e médio, conta-se com a redução de 5 anos finalidade.
do requisito etário, ou seja, 60 anos para os homens e
57 anos para as mulheres. Atenção! Essa regra não se Por fim, o art. 41, da CF, de 1988, trata da estabi-
aplica aos professores do ensino superior. lidade, que prevê a regra de que a estabilidade é
Vejamos o texto da Súmula nº 726, do STF: adquirida após três anos de efetivo exercício. Tra-
ta-se de uma garantia constitucional de permanência
Súmula nº 726 Para efeito de aposentadoria espe- no serviço público outorgada ao servidor aprovado
cial de professores, não se computa o tempo de ser- em concurso público e nomeado a cargo de provimen-
viço prestado fora da sala de aula. to efetivo que tenha transposto o período de estágio
probatório e sido aprovado na avaliação especial de
z Involuntária: quando se dá independentemente desempenho. Uma vez efetivo, o servidor só perderá
da vontade do servidor, em virtude de: o cargo em três hipóteses: sentença judicial transi-
tada em julgado; processo administrativo e procedi-
„ Incapacidade permanente, sendo necessário mento de avaliação periódica de desempenho.
que se proceda à readaptação do servidor antes Explicando melhor, para a contratação de pessoal
do procedimento para a aposentadoria; na Administração Pública, é realizado concurso públi-
„ Adimplemento de idade limite (aposentadoria co para preenchimento de cargos públicos. Com isso,
compulsória aos 70 ou aos 75 anos de idade, na a pessoa que foi aprovada dentro do número de vagas
forma da Lei Complementar nº 152, de 2015). previstas no certame tem o direito de ser nomeada
para o cargo público. Com a nomeação, essa pessoa
A CF, de 1988, estabelece, ainda, o direito de uti- assina o termo de posse e pode, a partir de então, exer-
lizar, para fins de aposentadoria, o tempo de servi- cer efetivamente o cargo público.
ço desempenhado em outro ente da Federação ou Nos primeiros três anos de exercício, esse servi-
na iniciativa privada. Por exemplo: uma pessoa que dor passa por um período de avaliação. Trata-se do
trabalhou 8 (oito) anos em uma empresa antes de ser
0

estágio probatório, ou seja, um período durante o qual


-1

aprovada em concurso público estadual pode consi- será analisado seu desempenho funcional. Completa-
78

derar esse tempo no cálculo final do tempo de serviço. dos três anos de serviço público e tendo sido aprovado
.2

no estágio probatório, o servidor adquire a denomina-


73

z Regra: veda-se a aposentadoria especial; da estabilidade.


.8

z Exceção: vide §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º, art. 40. Em O dispositivo estabelece, ainda, a possibilidade de
32

síntese: reintegração, ou seja, o retorno, por meio de decisão


-4

judicial, do servidor público ilegalmente desligado


u

„ Servidores com deficiência; ao cargo de origem ou ao cargo resultante de sua


pr

„ Agente penitenciário; transformação. Salienta-se que ele fará jus ao rece-


u

„ Agente socioeducativo; bimento de todas as vantagens que teria auferido no


pr

„ Policial das carreiras do art. 144 (Segurança período em que ficou desligado, inclusive das promo-
Pública) e policiais da Câmara e do Senado ções por antiguidade que teria conquistado.
Federal;
„ Atividades que prejudiquem à saúde (aquelas
exercidas com efetiva exposição a agentes quí- Importante!
micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes). É possível, também, que decisão administrativa
invalide a demissão.
Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. No caso de o cargo anteriormente ocupado pelo
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: servidor ter sido extinto, ele será reintegrado ao ser-
I - em virtude de sentença judicial transitada viço público, porém ficará em disponibilidade remu-
em julgado; nerada até seu adequado aproveitamento em outro
II - mediante processo administrativo em que lhe cargo. Já no caso de o cargo provido ter sido ocupado
224 seja assegurada ampla defesa; por outro servidor, o ocupante será reconduzido ao
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cargo de origem, sem direito à indenização, ou apro- Importante!
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi- De acordo com o STF, o princípio da unidade ape-
bilidade enquanto o servidor reintegrado voltará a
nas existe dentro de cada MP, isto é, não existe
exercer o seu cargo.
unicidade entre o MP de um Estado e de outro,
bem como não existe unicidade entre estes e os
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
diversos ramos do MPU. Como consequência,
não é possível, por exemplo, a remoção, mesmo
Do Ministério Público
que por permuta nacional, entre membros de MP
diversos.
Além dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
a CF, de 1988, disciplina algumas atividades incumbidas
de dinamizar a atividade jurisdicional, atribuindo a elas O segundo é o princípio da indivisibilidade, uma
o status de funções essenciais à Justiça. São as ativida- vez que seus membros agem em nome da instituição e
des essenciais à consecução da Justiça e que não estão não por eles próprios. Por este princípio, que decorre
vinculadas a nenhum dos poderes. do princípio da unidade, é possível que um membro
São consideradas funções essenciais à Justiça: o do MP substitua outro dentro da mesma função, visto
Ministério Público, a Advocacia Pública, a Advocacia que não é a pessoa do Promotor ou Procurador que
Privada e a Defensoria Pública. exercem os atos, mas a instituição Ministério Público.
No que se refere ao Ministério Público (MP), tam- Como consequência, é possível, por exemplo, que um
bém denominado de parquet, custos legis (fiscal da lei), promotor ofereça a denúncia e outro partícipe da ins-
custos constitucionis (fiscal da Constituição) e ombuds- trução, o julgamento.
man (ouvidor da sociedade), suas regras se encontram Por fim, há o princípio da independência fun-
disciplinadas nos arts. 127 a 130-A, da CF, de 1988. cional, pois, devido à autonomia da instituição, seus
membros agem de maneira independente, subme-
tendo-se ao Procurador-Geral da República ou ao
Dica Procurador-Geral de Justiça apenas em caráter admi-
Não confundir com defensor legis (curador da nistrativo. Assim sendo, o MP, por ser livre e indepen-
dente, não se sujeita ao poder hierárquico de nenhum
lei), que se refere à Advocacia da União.
outro órgão.
A impossibilidade de hierarquia se refere à índole
Veja os dispositivos constitucionais:
funcional, de modo a ser possível a hierarquia no sen-
tido administrativo, ou seja, é permitido, por exemplo,
Art. 127 O Ministério Público é instituição perma-
os órgãos de administração superior do MP editarem
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
recomendações sem caráter normativo sobre a atua-
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
ção funcional de todos os integrantes da instituição.
regime democrático e dos interesses sociais e
Atenção: é certo que existe o princípio do juiz
individuais indisponíveis.
natural (art. 5º, da CR, de 1988) e o princípio do defen-
sor natural (art. 4º-A, da Lei Complementar nº 80, de
O MP é uma instituição permanente, uma vez 1994) e que não existe o princípio do delegado natu-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


que, embora possa ter suas funções modificadas, não ral. Quanto ao MP, a existência do princípio do pro-
pode deixar de existir, ou seja, não pode ser extinto. motor natural ainda é questionada, pois existe apenas
Trata-se de um órgão essencial à consecução da Justi-
0

para impedir a figura do Promotor de exceção. Exem-


-1

ça por estar incumbido da defesa da ordem jurídica, plo: uma designação específica de um Promotor com
78

do regime de governo democrático e dos interesses o nítido caráter de perseguição.


.2

sociais e individuais dos quais as pessoas não podem


73

se desfazer, tais como, a vida, dignidade, liberdade, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
.8

entre outros. funcional e administrativa, podendo, observado


32

o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo


-4

§ 1º São princípios institucionais do Ministério a criação e extinção de seus cargos e serviços auxi-
u

Público a unidade, a indivisibilidade e a inde- liares, provendo-os por concurso público de provas
pr

pendência funcional. ou de provas e títulos, a política remuneratória e os


u

planos de carreira; a lei disporá sobre sua organi-


pr

zação e funcionamento.
O MP possui três princípios institucionais. O
§ 3º O Ministério Público elaborará sua pro-
primeiro é o princípio da unidade (ou unicidade), posta orçamentária dentro dos limites estabele-
significando que o órgão é um só, sendo sua divisão cidos na lei de diretrizes orçamentárias.
meramente administrativa. Por esse princípio, os § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a res-
membros do MP integram um só órgão, que é dirigido pectiva proposta orçamentária dentro do prazo
pelo Procurador-Geral. Observa-se, no entanto, que a estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
unicidade existe dentro de cada MP, ou seja, o MP da Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
União (MPU) que é chefiado pelo Procurador-Geral da dação da proposta orçamentária anual, os valores
República e o MP Estadual (MPE), que é chefiado pelo aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados
de acordo com os limites estipulados na forma do
Procurador Geral de Justiça, conforme será explicado
§ 3º.
posteriormente. § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este
Vale destacar que o órgão responsável por dirimir artigo for encaminhada em desacordo com os
conflitos de competência entre o MPU e o MPE é o Con- limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Exe-
selho Nacional do Ministério Público (CNMP). cutivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. 225
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§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, possui autonomia administrativa e financeira nem
não poderá haver a realização de despesas ou a processo de nomeação e destituição de seu titular
assunção de obrigações que extrapolem os limi- nem poder de iniciativa de projetos de lei relativos a
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- sua organização.
rias, exceto se previamente autorizadas, mediante a O MPU, por sua vez, abrange quatro ramos:
abertura de créditos suplementares ou especiais.    
z Ministério Público Federal (MPF);
O MP é um órgão autônomo, ou seja, sua função
z Ministério Público do Trabalho (MPT);
é independente e insubordinada a qualquer outro
z Ministério Público Militar (MPM);
órgão. O MP não possui laço hierárquico com nenhum
z Ministério Público do Distrito Federal e dos Terri-
dos Poderes, de modo que não se encontra subordina-
tórios (MPDFT).
do ao Poder Judiciário, ao Poder Legislativo nem ao
Poder Executivo. É por este motivo que suas regras se
Memorize:
encontram separadas desses órgãos. Por conseguinte,
o MP possui autonomia funcional e administrati-
va, possuindo, assim, sua própria infraestrutura de MP Federal
Ministério Público
funcionamento. dos Estados
MP Trabalho
No entanto, o MP, assim como todo o Poder Públi- MINISTÉRIO PÚBLICO
co, encontra-se sujeito ao controle externo realizado Ministério Público
MP Militar
pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de MINISTÉRIO da União MP DF e
Contas, bem como ao controle feito pelo CNMP. PÚBLICO JUNTO territórios
Além da autonomia funcional e administrativa, AOS TRIBUNAIS DE
o MP possui autonomia financeira, pois estabelece CONTAS
seu próprio orçamento e define suas despesas. Como
consequência, compete a ele elaborar a proposta Cumpre esclarecer que o MPT faz parte do MPU,
orçamentária no prazo estipulado pela Lei de Dire- sendo que seus membros atuam dentro da estrutura
trizes Orçamentárias (LDO). Trata-se, portanto, de da Justiça do Trabalho nos diferentes graus de juris-
uma característica que decorre de sua autonomia dição. Ressalta-se que a Justiça do Trabalho tem com-
financeira. petência para atuar nas ações que envolvam relação
Cumpre esclarecer que, embora possa elaborar de trabalho dos empregados privados e empregados
sua proposta orçamentária, esta será unificada em públicos (empresas públicas e sociedade de economia
uma única lei: a Lei Orçamentária Anual (LOA). A mista), bem como nas ações possessórias e de danos
LOA é a norma que deve ser elaborada anualmente relacionadas às relações de trabalho.
contendo a estimativa de receita, ou seja, quanto a Atente-se para a Súmula Vinculante nº 22, que
Administração Pública irá arrecadar por meio de seus estabelece que
tributos, e a estimativa dos gastos, isto é, as despesas
do governo com saúde, educação, transporte, pessoal, […] a Justiça do Trabalho é competente para pro-
entre outros. A LOA deve ser elaborada com base na cessar e julgar as ações de indenização por danos
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que, por sua morais e patrimoniais decorrentes de acidente de
vez, deve estar em harmonia com os objetivos e metas trabalho propostas por empregado contra empre-
estabelecidos pelo Plano Plurianual (PPA). gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam
sentença de mérito em primeiro grau quando da
0
-1

Art. 128 O Ministério Público abrange: promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.


78

I - o Ministério Público da União, que compreende:


.2

a) o Ministério Público Federal; Assim não só os novos processos de reparação de


73

b) o Ministério Público do Trabalho; danos decorrentes da relação de emprego seriam da


.8

c) o Ministério Público Militar;


Justiça do Trabalho, como também os processos de
32

d) o Ministério Público do Distrito Federal e


danos materiais e morais que tramitavam na Justi-
-4

Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados. ça Comum e que não haviam sido sentenciados até
u

o advento da Emenda Constitucional nº 45, de 2005,


pr

Conforme mencionado pelo princípio da unicida- deveriam ser remetidos para a Justiça do Trabalho.
u
pr

de, o MP é um único órgão. Portanto, sua divisão em


ramos é apenas administrativa. Existem três ramos § 1º O Ministério Público da União tem por che-
fe o Procurador-Geral da República, nomeado
diferentes no MP:
pelo Presidente da República dentre integrantes da
carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
z Ministério Público da União (MPU);
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
z Ministério Público Estadual (MPE); membros do Senado Federal, para mandato de dois
z Ministério Público junto aos Tribunais de Contas anos, permitida a recondução.
(MP/Contas). § 2º A destituição do Procurador-Geral da Repú-
blica, por iniciativa do Presidente da República,
Apesar do fato de o MP/Contas ser um dos ramos deverá ser precedida de autorização da maioria
do MP, ele não se insere na estrutura do MP, ou seja, absoluta do Senado Federal.
suas regras não são as mesmas do MPU e do MPE. Nos § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do
termos do art. 130, da CF, de 1988, seus membros pos- Distrito Federal e Territórios formarão lista trípli-
suem os mesmos direitos, vedações, formas de inves- ce dentre integrantes da carreira, na forma da lei
tidura, porém não dispõe das garantias institucionais respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,
226 inerentes ao MP comum. Como consequência, não que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
para mandato de dois anos, permitida uma II - as seguintes vedações:
recondução. a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretex-
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distri- to, honorários, percentagens ou custas processuais;
to Federal e Territórios poderão ser destituídos por b) exercer a advocacia;
deliberação da maioria absoluta do Poder Legisla- c) participar de sociedade comercial, na forma da
tivo, na forma da lei complementar respectiva. lei;
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procu- outra função pública, salvo uma de magistério;
radores-Gerais, estabelecerão a organização, as e) exercer atividade político-partidária;
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
observadas, relativamente a seus membros: contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
A chefia do MPU cabe ao Procurador-Geral da Repú- lei.
blica (PGR). O PGR é nomeado pelo Presidente da Repú- § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o
blica dentre os integrantes da carreira com mais de 35 disposto no art. 95, parágrafo único, V. 
anos, sendo que seu nome passa por aprovação do Sena-
do Federal (maioria absoluta dos seus membros). Seu O § 5º, do art. 128, estabelece as garantias e veda-
mandato é de dois anos, sendo permitida a recondução. ções dos membros do MP. A primeira garantia previs-
Salienta-se que a norma constitucional não estabelece ta é a vitaliciedade. A vitaliciedade é adquirida após o
limitação quanto ao número de reconduções. período de dois anos de exercício. Com a vitaliciedade,
Importante: a escolha do Procurador-Geral da Repú- o membro do MP somente perderá o cargo em decor-
blica não depende da elaboração de lista tríplice. Esta rência de sentença judicial transitada em julgado.
é apenas elaborada de forma informal pela Associação Vale destacar que, enquanto o servidor público
Nacional dos Procuradores da República (ANPR) desde possui estabilidade, os representantes do MP (Promo-
2003, porém também não há obrigatoriedade de o Pre- tor e Procurador), bem como os magistrados e mem-
sidente da República escolher nome distinto do da lista. bros dos Tribunais de Contas possuem vitaliciedade.
Cumpre mencionar, ainda, que a destituição do Nos cargos vitalícios, a única possibilidade de perda
PGR antes do término do prazo de dois anos, depende do cargo é por sentença judicial transitada em julgado,
de iniciativa do Presidente da República e de autoriza- enquanto na estabilidade, é possível a demissão por
ção da maioria absoluta do Senado Federal, conforme decisão judicial transitada em julgado, por processo
dispõe o § 2º. administrativo disciplinar e por processo de avaliação
periódica de desempenho. Além disso, a vitaliciedade
é adquirida após dois anos de efetivo serviço e a esta-
Dica bilidade, em três anos.
O PGR também atua como presidente do Conse-
lho Nacional do Ministério Público.
Importante!
Quanto às chefias do MP Estaduais e do MP do DF e Os magistrados, membros do Ministério Públi-
territórios, a nomeação do Procurador-Geral depende co e dos Tribunais de Contas, por possuírem a

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


de lista tríplice elaborada entre integrantes da carrei-
vitaliciedade, mantêm as prerrogativas do cargo
ra e todos os seus membros (Promotores e Procurado-
mesmo após a aposentadoria. No entanto, não
res de Justiça) participam da votação. Após formada a
possuem direito ao foro especial. Portanto, com
0

lista, esta é encaminhada para o Chefe do Poder Exe-


-1

cutivo (Governador, no caso do MPE, e Presidente, no a aposentadoria, acaba o foro por prerrogativa
78

caso do MPDFT) para que este faça a escolha de um de função dessas pessoas.
.2

nome. O candidato escolhido terá mandato de dois


73

anos, sendo permitida apenas uma recondução.


.8

Os servidores do MP possuem também a garantia


No que se refere à destituição dos Procuradores-
32

constitucional da inamovibilidade, ou seja, eles só


-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e territórios,
-4

serão removidos se for de seus interesses, com exceção


faz-se necessário a deliberação da maioria absoluta do
dos casos passíveis de remoção compulsória; bem como
u

Poder Legislativo (Assembleia Legislativa ou Câmara


pr

possuem garantia da irredutibilidade dos subsídios,


Legislativa).
u

isto é, não podem ter suas remunerações reduzidas.


pr

Há de se mencionar, ainda, que a organização, atri-


Já o inc. II estabelece as vedações. A primeira proi-
buições e estatuto de cada um dos MPs ficam a cargo de
bição é a percepção de quaisquer custas ou participa-
lei complementar da União ou dos Estados, cuja inicia- ção nos processos, uma vez que já é remunerado pelo
tiva é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais. exercício de suas funções. Assim, como os membros do
MP não são partes nos processos e a atividade desempe-
I - as seguintes garantias:
nhada requer imparcialidade, a eles é vedado o recebi-
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
mento de outros valores além da remuneração e direitos
podendo perder o cargo senão por sentença judicial
decorrentes de sua atividade na magistratura.
transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse Do mesmo modo, também é proibido o exercício
público, mediante decisão do órgão colegiado com- da advocacia e de atividade empresarial.
petente do Ministério Público, pelo voto da maio- Veda-se, ainda, a acumulação de cargo ou função.
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla Salienta-se que a única hipótese permitida de acumu-
defesa; lação para os membros do MP é a docência, ou seja,
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do ao juiz só é permitido exercer um cargo de professor.
art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X Outra vedação existente é aquela que diz respei-
e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; to as atividades político-partidárias. Por atividade 227
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
político partidária entende-se aquela relacionada civil serve para dar suporte à ação civil pública ao
aos partidos políticos e suas atividades. Assim, para passo que o inquérito policial serve para instruir a
garantir a isenção e imparcialidade dos membros do ação penal pública.
MP, a CF, de 1988, estabelece a vedação do exercício Atenção: a ação civil pública possui outros legiti-
dessas atividades. mados além do MP. De acordo com o art. 5º, da Lei nº
Atenção: veda-se a atividade e não a opinião polí- 7.347, de 1985:
tica ou opinião político-partidária do promotor e do
procurador, pois estas decorrem do direito à liberda- Art. 5º […] Têm legitimidade para propor a ação
de de expressão que possuem todas as pessoas. principal e a ação cautelar:
É vedado, ainda, o recebimento de qualquer auxí- I - o Ministério Público;
lio ou contribuição de pessoas físicas, entidades públi- II - a Defensoria Pública;
cas ou privadas, salvo no caso de existir previsão legal. III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Por fim, o § 6º, do art. 128, fixa uma quarentena de Municípios;
três anos, a contar do afastamento do cargo de promo- IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou
tor ou procurador, para o exercício da advocacia no sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
juízo ou tribunal do qual se afastou.
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos
termos da lei civil;
Art. 129 São funções institucionais do Ministério
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a
Público:
proteção ao patrimônio público e social, ao meio
I - promover, privativamente, a ação penal pública,
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à
na forma da lei;
livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
e dos serviços de relevância pública aos direitos
estético, histórico, turístico e paisagístico.
assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil públi- O inc. IV concede ao MP a possibilidade de promo-
ca, para a proteção do patrimônio público e social, ver a ação de inconstitucionalidade ou representação
do meio ambiente e de outros interesses difusos e para fins de intervenção da União e dos Estados, ou
coletivos; seja, a ADI interventiva. Trata-se da única ferramenta
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou do controle concentrado de constitucionalidade que
representação para fins de intervenção da União e possui regra diferente e que tem como único legitima-
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; do o PGR. Ela é cabível no caso de violação a um dos
V - defender judicialmente os direitos e interesses princípios constitucionais sensíveis previstos no inci-
das populações indígenas; so VII, art. 34, da CF, de 1988.
VI - expedir notificações nos procedimentos admi- Veja os demais dispositivos:
nistrativos de sua competência, requisitando infor-
mações e documentos para instruí-los, na forma da § 1º A legitimação do Ministério Público para as
lei complementar respectiva; ações civis previstas neste artigo não impede a de
VII - exercer o controle externo da atividade poli- terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o dispos-
cial, na forma da lei complementar mencionada no to nesta Constituição e na lei.
artigo anterior; § 2º As funções do Ministério Público só podem ser
VIII - requisitar diligências investigatórias e a exercidas por integrantes da carreira, que deverão
instauração de inquérito policial, indicados os residir na comarca da respectiva lotação, salvo
0

fundamentos jurídicos de suas manifestações autorização do chefe da instituição.        


-1

processuais; § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público


78

IX - exercer outras funções que lhe forem conferi- far-se-á mediante concurso público de provas e
.2

das, desde que compatíveis com sua finalidade, títulos, assegurada a participação da Ordem dos
73

sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-
.8

sultoria jurídica de entidades públicas. -se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
32

atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,


-4

O art. 129 estabelece as funções institucionais do a ordem de classificação.       


u

MP, ou seja, suas atribuições. Trata-se de um rol mera- § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber,
pr

mente exemplificativo e que pode ser ampliado. Veja o disposto no art. 93.
u

alguns pontos importantes do dispositivo. § 5º A distribuição de processos no Ministério


pr

O inc. I estabelece que o MP é o titular da ação Público será imediata.  


penal pública, de modo a atuar como órgão acusa-
dor. Assim, por ser o MP responsável por oferecer a Além disso, o dispositivo traz algumas regras
denúncia e exercer a acusação, é possível que seus importantes, como a de residir na respectiva comarca,
representantes requisitem provas à autoridade poli- salvo se autorizado pelo MP a residir em outro local, e
cial ou que as coletem diretamente. No entanto, embo- menciona a forma de ingresso na carreira, que é por
ra possa investigar, a presidência do inquérito policial meio de concurso público de provas e títulos, com a
é atividade privativa do Delegado de Polícia. exigência da participação da OAB (função de fiscali-
Caso o MP permaneça inerte e não promova a ação zar a lisura do exame), no qual poderão concorrer os
penal pública, a CF, de 1988, em seu inciso LIX, art. 5º, bacharéis em Direito com, no mínimo, três anos de
estabelece o uso da ação penal privada subsidiária da atividade jurídica. Assegura-se, também, a promoção,
pública. por antiguidade e merecimento, bem como a proibi-
O inc. III estabelece que a promoção do inquéri- ção à promoção sem que exista pedido do membro
to civil é privativa do Ministério Público, ou seja, que do MP, a realização de cursos oficiais de preparação,
nenhum outro ente do poder Público pode presidir aperfeiçoamento e promoção para garantir a perfor-
228 o inquérito civil. Cumpre esclarecer que o inquérito mance do profissional.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por fim, no que tange aos processos, todas as COMPOSIÇÃO CNMP
demandas deverão ser distribuídas, imediatamente,
no MP. Para o cargo de
PGR
presidente
Art. 130 Aos membros do Ministério Público junto 8 Membros MPF/MPT/MPM/
aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições 4 MPU
do MP MPDFT
desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma
de investidura. Quaisquer dos
3 MPE
Estados
O art. 130 trata das regras aplicadas aos membros
1 indicado pelo STF
do MP junto ao Tribunal de Contas, que são as mes- 2 juízes
1 indicado pelo STJ
mas aplicadas para o MPU e MPE.
Indicados pelo
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 2 advogados Conselho Federal
6 Membros
da OAB
de fora do
O CNMP foi criado por meio da Emenda Constitu- MP 1 indicado pela
cional nº 45, de 2004. Veja o dispositivo: Câmara dos
2 cidadãos Deputados
Art. 130-A O Conselho Nacional do Ministério 1 indicado pelo
Público compõe-se de quatorze membros nomea- Senado Federal
dos pelo Presidente da República, depois de apro-
vada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Cumpre mencionar que o cargo de Corregedor é
Federal, para um mandato de dois anos, admiti-
preenchido por um dos sete membros do MP (MPU ou
da uma recondução, sendo:      MPE).
I - o Procurador-Geral da República, que o preside;    No que tange às atribuições do Conselho, elas estão
II - quatro membros do Ministério Público da União, previstas no § 2º, entre as quais se destaca a função de
assegurada a representação de cada uma de suas dirimir conflitos de atribuições entre os membros do
carreiras;   MPU e do MPE. Veja o dispositivo:
III - três membros do Ministério Público dos Estados; 
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;     Público o controle da atuação administrativa e finan-
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Fede- ceira do Ministério Público e do cumprimento dos
ral da Ordem dos Advogados do Brasil;     deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:     
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e repu- I - zelar pela autonomia funcional e administrativa
tação ilibada, indicados um pela Câmara dos Depu- do Ministério Público, podendo expedir atos regula-
tados e outro pelo Senado Federal.  mentares, no âmbito de sua competência, ou reco-
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministé- mendar providências;   
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


rio Público serão indicados pelos respectivos Minis-
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
térios Públicos, na forma da lei.
atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Esta-
0

O CNMP é órgão administrativo do MP que tem a


-1

dos, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar pra-


78

competência de realizar o controle da atuação admi- zo para que se adotem as providências necessárias
.2

nistrativa e financeira do MP, bem como do cumpri- ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da com-
73

mento dos deveres funcionais de seus membros. petência dos Tribunais de Contas;   
.8

III - receber e conhecer das reclamações contra


32

membros ou órgãos do Ministério Público da União


Dica
-4

ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxi-


liares, sem prejuízo da competência disciplinar e
O Conselho Nacional de Justiça é o órgão do
u

correicional da instituição, podendo avocar proces-


pr

Poder Judiciário incumbido da função de con- sos disciplinares em curso, determinar a remoção
u

trole interno do Judiciário, salvo com relação ao ou a disponibilidade e aplicar outras sanções admi-
pr

STF. Já o CNMP, de acordo com o STF, exerce o nistrativas, assegurada ampla defesa;  
controle externo do MP. Neste sentido: IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os pro-
cessos disciplinares de membros do Ministério Públi-
“O constituinte, ao erigir o Conselho Nacional
co da União ou dos Estados julgados há menos de um
do Ministério Público como órgão de contro- ano;    
le externo do Ministério Público, atribuiu-lhe, V - elaborar relatório anual, propondo as providên-
expressamente, competência revisional ampla, cias que julgar necessárias sobre a situação do Minis-
de sorte que não há vinculação à aplicação da tério Público no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.   
penalidade ou à gradação da sanção imputada
pelo órgão correcional local (CRFB/1988, art. Atenção: o CNMP, assim como o CNJ, não possui
130-A, § 2º, IV)” (STF, MS nº 34.712). competência para efetuar o controle de constitucio-
nalidade de lei, quer pela via difusa quer pela via
O CNMP é composto por 14 membros, sendo 8 da concentrada (STF, MS nº 27.744). No entanto, é possí-
própria carreira do MP e 6 externos à instituição, vel que os Conselhos deixem de aplicar as normas se
estruturados da seguinte forma: entenderem que elas são inconstitucionais. 229
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Importante! Por fim, há a previsão de que o presidente da OAB
Após a Emenda Constitucional nº 103, de 2019, nacional oficie, junto ao CNMP e a leis da União e dos
Estados, a criação de Ouvidorias do MP para receber
não é mais possível ao CNMP aplicar a aposen-
reclamações e denúncias contra quaisquer membros
tadoria compulsória com proventos proporcio-
ou órgãos do MP, inclusive contra seus serviços auxi-
nais como forma de punição aos membros do
liares, representando diretamente ao Conselho Nacio-
MP. Contudo, o CNPM continua aplicando esta
nal do Ministério Público. Salienta-se que qualquer
espécie de sanção com base na Lei Orgânica do
pessoa é parte legítima para representar as ilegalida-
Ministério Público (LOMP) e não no inciso III, §
des perante o CNMP, uma vez que a apuração decorre
2º, art. 130-A, da CF, de 1988.
do interesse público.

Há de se mencionar, ainda, que o CNMP tem com- Da Advocacia Pública


petência concorrente (com a Corregedoria do órgão de
origem) para rever os processos disciplinares dos mem- Conforme prevê a Constituição Federal em seu art.
bros do MPU e do MPE. Mas atenção: sua competência 133, o advogado é essencial à administração da justiça,
é de rever os processos e não as punições impostas. sendo inviolável por seus atos manifestos no exercício
Atente-se, ainda, para o limite temporal de revisão da profissão. A advocacia, no âmbito privado, atende
dos processos disciplinares. O CNMP tem competência aos particulares e às empresas; e a advocacia pública
para rever os julgados das Corregedorias de até um representa e assessora os interesses do Estado.
ano. Observa-se, entretanto, que quando exerce sua É chefiada pelo Advogado Geral da União, que deve
competência originária para apuração disciplinar não ser cidadão maior de 35 anos de notável saber jurídico
há tal limite temporal. e reputação ilibada, sendo nomeado pelo Presidente da
Outro ponto importante que precisa ser menciona- República, conforme § 1º, art. 131, da CF, de 1988.
do é o fato de as ações, em face do CNMP, serem julga-
das pelas Turmas do STF. A Emenda Constitucional nº
45, de 2004, atribuiu ao STF a competência originária Importante!
para julgar ações contra o CNJ e o CNMP. Havia uma Conforme o inciso II, art. 52, e a alínea “c”, inciso
interpretação restritiva por parte do STF, que entende I, art. 102, da CF, de 1988, o Advogado Geral da
que o acesso ao STF se restringe aos julgamentos de União é julgado no Senado Federal nos crimes de
habeas corpus, habeas data, mandados de injunção e responsabilidade e pelo STF nos crimes comuns.
mandados de segurança (somente as ações constitu-
cionais). No entanto, em 2020, o STF passou a adotar
a tese de que a ele compete exclusivamente processar As funções da advocacia pública incluem consulto-
e julgar ações ordinárias contra decisões e atos admi- ria, por meio da qual o advogado assessora as autorida-
nistrativos do CNJ e CNMP. des públicas, auxiliando o cumprimento da lei nos atos
públicos, e funções de contencioso, por meio das quais
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um representa em juízo os interesses do Poder Público.
Corregedor nacional, dentre os membros do Minis-
tério Público que o integram, vedada a recondução, Art. 131 A Advocacia-Geral da União é a instituição
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem que, diretamente ou através de órgão vinculado,
conferidas pela lei, as seguintes: representa a União, judicial e extrajudicialmente,
0

I receber reclamações e denúncias, de qualquer


-1

cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que


interessado, relativas aos membros do Ministério
78

dispuser sobre sua organização e funcionamento,


Público e dos seus serviços auxiliares;
.2

as atividades de consultoria e assessoramento jurí-


II exercer funções executivas do Conselho, de inspe-
73

dico do Poder Executivo.


ção e correição geral;
.8

III requisitar e designar membros do Ministério


32

Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar Cada um dos entes da União possui sua respecti-
-4

servidores de órgãos do Ministério Público. va advocacia pública. No que tange aos estados e ao
u

Distrito Federal, os procuradores terão ingresso na


pr

Com relação à duração do mandato dos membros carreira por meio de concurso público de provas e
u

do CNMP, a regra é que esse seja de 2 anos, admitida títulos com a participação da OAB em todas as fases.
pr

uma única recondução. Há, no entanto, duas exce- É assegurada a estabilidade após três anos de efetivo
ções. A primeira diz respeito ao PGR, que permane- exercício, mediante avaliação de desempenho.
ce na presidência enquanto exercer o cargo de PGR,
de modo que poderá ter reconduções sucessivas. A FEDERAL ESTADUAL DISTRITAL MUNICIPAL
segunda exceção se refere ao Corregedor, que não
Advocacia Procuradoria Procuradoria Procuradoria
pode ser reconduzido ao cargo (§ 3º). Geral da União Geral do Geral do DF Geral
– AGU Estado Municipal
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. O Advogado Geral da União não representa a
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
União nas dívidas de natureza tributária; a represen-
do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado tação da União neste caso cabe à Procuradoria-Geral
contra membros ou órgãos do Ministério Público, da Fazenda Nacional — PGN, conforme consagra o §
inclusive contra seus serviços auxiliares, represen- 3º, art. 131, da CF, de 1988.
tando diretamente ao Conselho Nacional do Minis-
230 tério Público.
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Da Defensoria Pública DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Instituição permanente com autonomia funcional Art. 1º O Ministério Público é instituição perma-
e administrativa que tem a atribuição da promoção nente, essencial à função jurisdicional do Esta-
dos direitos humanos e da defesa dos direitos coleti- do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
vos e individuais de forma não onerosa (gratuita aos do regime democrático e dos interesses sociais
necessitados) conforme consagra o inciso LXXIV, art. e individuais indisponíveis.
5º, da Constituição. Parágrafo único. São princípios institucionais
do Ministério Público a unidade, a indivisibili-
dade e a independência funcional.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilida- O art. 1º é o típico artigo cobrado em provas, pois
de do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu- traz funções e características do Ministério Público.
rança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] Por isso, realize uma leitura atenta.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte- De acordo com as informações trazidas no disposi-
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência tivo, o MP é uma instituição permanente, essencial à
de recursos; função jurisdicional do Estado, cuja principal função
é a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
Ainda, conforme o § 1º, art. 134, da CF, as defen- e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
sorias públicas organizam-se em cargos de carreiras, Tome cuidado: ao Ministério Público, cabe a defe-
providos, na classe inicial, mediante concurso públi- sa dos direitos individuais indisponíveis. Por isso,
co de provas e títulos. Aos integrantes é assegurada a a defesa de direitos individuais disponíveis não faz
garantia da inamovibilidade e proibido o exercício da partes de suas obrigações.
advocacia fora das atribuições institucionais. O parágrafo único traz os princípios institucio-
Os integrantes da Advocacia Geral da União e ser- nais do Ministério Público, conteúdo perfeito para ser
vidores das defensorias públicas serão remunerados cobrado em sua prova. São eles:
na forma de subsídio.
z unidade;
Art. 135 Os servidores integrantes das carreiras z indivisibilidade;
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo z independência funcional.
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
[...] Art. 2º Lei complementar, denominada Lei Orgânica
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato do Ministério Público, cuja iniciativa é facultada aos
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados, estabele-
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- cerá, no âmbito de cada uma dessas unidades federa-
sivamente por subsídio fixado em parcela única, tivas, normas específicas de organização, atribuições
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- e estatuto do respectivo Ministério Público.
cional, abono, prêmio, verba de representação ou Parágrafo único. A organização, atribuições e esta-
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- tuto do Ministério Público do Distrito Federal e Ter-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. ritórios serão objeto da Lei Orgânica do Ministério
Público da União.
Ainda, o subsídio deverá ser fixado ou alterado por lei
0

A lei Orgânica Nacional do Ministério Público traz,


-1

específica, observada a iniciativa privada de cada caso.


78

expressamente, a possibilidade de cada uma das unida-


.2

des da federação criar suas respectivas leis orgânicas,


73

as quais determinarão regras de organização, atribui-


.8

ções e o estatuto do respectivo Ministério Público.


LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO
32

Observação: para o concurso do MPBA, o aluno


DE 1993: INSTITUI A LEI ORGÂNICA
-4

estudará não só a lei nacional, mas também a Lei


NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, Orgânica do MPBA, sendo esta última decorrente do
u
pr

previsto no art. 2º acima.


DISPÕE SOBRE NORMAS GERAIS PARA
u

O parágrafo único, por sua vez, traz uma exceção à


pr

A ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO regra: as normas de organização, atribuições e estatu-


PÚBLICO DOS ESTADOS E DÁ OUTRAS to do Ministério Público do Distrito Federal e Territó-
rios fica a cargo da Lei Orgânica do Ministério Público
PROVIDÊNCIAS da União. Essa exceção decorre de mandamentos
constitucionais que determinam que caberá à União
INTRODUÇÃO
dispor sobre o Ministério público e o Poder Judiciário
do Distrito Federal e Territórios.
O material a seguir aborda a Lei 8.625, de 1993, a
qual institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério
Art. 3º Ao Ministério Público é assegurada auto-
Público e dispõe sobre normas gerais para organiza- nomia funcional, administrativa e financeira,
ção dos Ministérios Públicos Estaduais. cabendo-lhe, especialmente:
Os Ministérios Públicos Estaduais possuem, cada I - praticar atos próprios de gestão;
um, sua lei orgânica, que deve seguir as diretrizes II - praticar atos e decidir sobre a situação funcio-
gerais estabelecidas na lei nacional. Por isso, é muito nal e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da
importante a conhecermos. carreira e dos serviços auxiliares, organizados em
quadros próprios; 231
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III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo,
competentes demonstrativos; mediante controle externo e pelo sistema de controle
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a interno estabelecido na Lei Orgânica.
respectiva contabilização;
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extin- A possibilidade de o Ministério Público elaborar
ção de cargos, bem como a fixação e o reajuste dos sua proposta de orçamento decorre de sua autono-
vencimentos de seus membros; mia financeira. Mas, fique atento: o fato de realizar
VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extin- sua proposta orçamentária não significa que o órgão
ção dos cargos de seus serviços auxiliares, bem pode realizar o orçamento como bem entender, há
como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus
limitações constitucionais, tais como as expressas, por
servidores;
exemplo, na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos
Ademais, de acordo com a Constituição Federal, o
serviços auxiliares, bem como nos casos de remo-
ção, promoção e demais formas de provimento
controle externo sobre a legalidade financeira, con-
derivado; tábil, patrimonial e orçamentária será exercido pelo
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e Poder Legislativo com auxílio do Tribunal de Contas.
outros que importem em vacância de cargos e car-
reira e dos serviços auxiliares, bem como os de dis- DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
ponibilidade de membros do Ministério Público e de
seus servidores; Dos Órgãos de Administração
IX - organizar suas secretarias e os serviços auxi-
liares das Procuradorias e Promotorias de Justiça; Art. 5º São órgãos da Administração Superior
X - compor os seus órgãos de administração; do Ministério Público:
XI - elaborar seus regimentos internos; I - a Procuradoria-Geral de Justiça;
XII - exercer outras competências dela decorrentes. II - o Colégio de Procuradores de Justiça;
III - o Conselho Superior do Ministério Público;
Dos dispositivos acima, a principal informação é IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público.
a de que o Ministério Público possui autonomia fun- Art. 6º São também órgãos de Administração do
cional, administrativa e financeira. Assim, apesar Ministério Público:
de o texto constitucional, § 2º, art. 27, falar apenas de I - as Procuradorias de Justiça;
autonomia funcional e administrativa, precisamos II - as Promotorias de Justiça.
memorizar que o Ministério Público tem, sim, autono-
mia financeira. O capítulo 2, da presente legislação, trata dos
órgãos que compõem o Ministério público, os quais
Parágrafo único. As decisões do Ministério Público serão separados por seção de acordo com a suas fun-
fundadas em sua autonomia funcional, administra- ções principais. A seção 1 prevê os órgãos de admi-
tiva e financeira, obedecidas as formalidades legais, nistração superior e os órgãos de administração.
têm eficácia plena e executoriedade imediata, Atenção: órgãos de Administração Superior e Órgãos
ressalvada a competência constitucional do Poder de Administração possuem nomenclaturas muito
Judiciário e do Tribunal de Contas. parecidas, mas são diferentes.
Realize uma leitura atenta dos dispositivos abaixo,
O parágrafo único confere eficácia plena e execu- pois é muito importante sabermos quais são os órgãos
toriedade imediata às decisões do Ministério Público que compõem o Ministério Público e em qual catego-
0

fundamentadas em qualquer de suas autonomias, desde ria eles se encontram.


-1

que obedecidas as formalidades legais. O MP não pode,


78

entretanto, sobrepor às competências constitucionais do Dos Órgãos de Execução


.2

Poder Judiciário e do Tribunal de Contas. Nesse sentido,


73

a Constituição Federal determina a “reserva de jurisdi- Art. 7º São órgãos de execução do Ministério
.8
32

ção”, isto é, que determinadas medidas só podem ser Público:


I - o Procurador-Geral de Justiça;
-4

aplicadas após decisão judicial favorável.


Isso significa, por exemplo, que a autonomia do II - o Conselho Superior do Ministério Público;
u

III - os Procuradores de Justiça;


pr

Ministério Público não lhe permite ordenar uma inter-


ceptação telefônica de forma plena e imediata, pois tal IV - os Promotores de Justiça.
u
pr

medida necessita de ordem judicial para ser executada,


uma competência Constitucional do Poder Judiciário. Tenha muita atenção na leitura deste dispositivo!
O Conselho Superior do MP é órgão tanto de admi-
Art. 4º O Ministério Público elaborará sua propos- nistração superior quanto de execução. Uma função
ta orçamentária dentro dos limites estabelecidos não exclui a outra, em que pese seja o único órgão que
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhan- exerça ambas as funções.
do-a diretamente ao Governador do Estado, que a
submeterá ao Poder Legislativo. Dos Órgãos Auxiliares
§ 1º Os recursos correspondentes às suas dotações
orçamentárias próprias e globais, compreendidos Art. 8º São órgãos auxiliares do Ministério Públi-
os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão co, além de outros criados pela Lei Orgânica:
entregues até o dia vinte de cada mês, sem vincula- I - os Centros de Apoio Operacional;
ção a qualquer tipo de despesa. II - a Comissão de Concurso;
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentá- III - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento
ria, operacional e patrimonial do Ministério Público, Funcional;
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, IV - os órgãos de apoio administrativo;
232 aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia V - os estagiários.
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Complementando as informações sobre os órgãos III - submeter ao Colégio de Procuradores de Justiça
que estruturam o Ministério público, podemos citar, as propostas de criação e extinção de cargos e ser-
ainda, os órgãos auxiliares, os quais exercem função viços auxiliares e de orçamento anual;
de apoio operacional, mas sem as prerrogativas ine- IV - encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de
rentes aos membros do Ministério Público. lei de iniciativa do Ministério Público;
V - praticar atos e decidir questões relativas à
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO administração geral e execução orçamentária do
Ministério Público;
VI - prover os cargos iniciais da carreira e dos ser-
No capítulo 3, a presente lei apresenta as compe-
viços auxiliares, bem como nos casos de remoção,
tências e atribuições de cada um dos órgãos de admi-
promoção, convocação e demais formas de provi-
nistração do Ministério Público, abarcando os de
mento derivado;
administração superior e os de mera administração. VII - editar atos de aposentadoria, exoneração e
Vamos analisá-las. outros que importem em vacância de cargos da
carreira ou dos serviços auxiliares e atos de dispo-
Da Procuradoria Geral de Justiça nibilidade de membros do Ministério Público e de
seus servidores;
Art. 9º Os Ministérios Públicos dos Estados for- VIII - delegar suas funções administrativas;
marão lista tríplice, dentre integrantes da carrei- IX - designar membros do Ministério Público para:
ra, na forma da lei respectiva, para escolha de seu a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe de Apoio Operacional;
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da
permitida uma recondução, observado o mesmo Administração Superior;
procedimento. c) integrar organismos estatais afetos a sua área
§ 1º A eleição da lista tríplice far-se-á mediante voto de atuação;
plurinominal de todos os integrantes da carreira. d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública
§ 2º A destituição do Procurador-Geral de Justiça, nas hipóteses de não confirmação de arquivamento
por iniciativa do Colégio de Procuradores, deverá de inquérito policial ou civil, bem como de quais-
ser precedida de autorização de um terço dos mem- quer peças de informações;
bros da Assembleia Legislativa. e) acompanhar inquérito policial ou diligência
§ 3º Nos seus afastamentos e impedimentos o Pro- investigatória, devendo recair a escolha sobre o
curador-Geral de Justiça será substituído na forma membro do Ministério Público com atribuição
da Lei Orgânica. para, em tese, oficiar no feito, segundo as regras
§ 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive ordinárias de distribuição de serviços;
a nomeação do Procurador-Geral de Justiça, nos f) assegurar a continuidade dos serviços, em caso
quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista de vacância, afastamento temporário, ausência,
tríplice, será investido automaticamente no cargo impedimento ou suspeição de titular de cargo, ou
o membro do Ministério Público mais votado, para com consentimento deste;
exercício do mandato. g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


funções processuais afetas a outro membro da ins-
A escolha do Procurador Geral de Justiça é feita em tituição, submetendo sua decisão previamente ao
duas fases. Primeiramente, realiza-se uma eleição por voto Conselho Superior do Ministério Público;
0

plurinominal de todos os membros do Ministério Público. h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira
-1

instância, ou junto ao Procurador-Regional Eleito-


78

ral, quando por este


.2

Importante!
73

solicitado;
X - dirimir conflitos de atribuições entre membros
.8

O Voto plurinominal, no presente caso, refere-se


32

do Ministério Público, designando quem deva ofi-


a um sistema de votação no qual cada membro
-4

ciar no feito;
vota em três nomes a fim de formar uma lista XI - decidir processo disciplinar contra membro do
u
pr

tríplice com aqueles que receberem mais votos. Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis;
XII - expedir recomendações, sem caráter normati-
u
pr

vo aos órgãos do Ministério Público, para o desem-


A segunda fase, por sua vez, consiste na nomeação penho de suas funções;
do Procurador Geral de Justiça pelo Governador do XIII - encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as
Estado, que poderá escolher qualquer um dos três que listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, caput,
compõem a lista, não necessariamente o mais votado. e 104, parágrafo único, inciso II, da Constituição
Fique atento: se a banca afirmar que o Governa- Federal;
dor tem total liberdade na escolha do PGJ, esta afirma- XIV - exercer outras atribuições previstas em lei.
tiva estará incorreta, pois, conforme vimos, a decisão
deve ser feita com base nos três nomes da lista tríplice. O Procurador Geral de Justiça é o titular da Pro-
curadoria Geral de Justiça e a autoridade máxima do
Art. 10 Compete ao Procurador-Geral de Justiça: Ministério Público. Por trazer as atribuições de cada
I - exercer a chefia do Ministério Público, represen- órgão e membros do ministério público, o rol acima
tando-o judicial e extrajudicialmente; é de grande importância, por isso, realize uma leitura
II - integrar, como membro nato, e presidir o colégio atenta de seus dispositivos.
de Procuradores de Justiça e o Conselho Superior
do Ministério Público; 233
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do Colégio de Procuradores O art. 12 lista as atribuições do Colégio de Procu-
radores, órgão de extrema importância no âmbito da
Art. 12 O Colégio de Procuradores de Justiça estrutura do Ministério Público.
é composto por todos os Procuradores de Justiça,
competindo-lhe:
I - opinar, por solicitação do Procurador-Geral de
Dica
Justiça ou de um quarto de seus integrantes, sobre Como se trata de um rol bastante extenso, bus-
matéria relativa à autonomia do Ministério Público, que retirar a ideia principal de cada conjunto de
bem como sobre outras de interesse institucional; informações. No caso do Colégio de Procurado-
II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a criação res, por exemplo, memorize que suas atribuições
de cargos e serviços auxiliares, modificações na Lei
se relacionam às sanções graves, ligadas à per-
Orgânica e providências relacionadas ao desempe-
da de função, e às prerrogativas como a vitali-
nho das funções institucionais;
III - aprovar a proposta orçamentária anual do ciedade, seja decidindo, em alguns casos, seja
Ministério Público, elaborada pela Procuradoria- provocando a autoridade competente.
-Geral de Justiça, bem como os projetos de criação
de cargos e serviços auxiliares; Do Conselho Superior do Ministério Público
IV - propor ao Poder Legislativo a destituição do
Procurador-Geral de Justiça, pelo voto de dois ter- Art. 14 Lei Orgânica de cada Ministério Público
ços de seus membros e por iniciativa da maioria disporá sobre a composição, inelegibilidade e pra-
absoluta de seus integrantes em caso de abuso de zos de sua cessação, posse e duração do mandato
poder, conduta incompatível ou grave omissão nos dos integrantes do Conselho Superior do Ministério
deveres do cargo, assegurada ampla defesa; Público, respeitadas as seguintes disposições:
I - o Conselho Superior terá como membros natos
V - eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público;
apenas o Procurador-Geral de Justiça e o Cor-
VI - destituir o Corregedor-Geral do Ministério
regedor-Geral do Ministério Público;
Público, pelo voto de dois terços de seus membros,
II - são elegíveis somente Procuradores de Justiça
em caso de abuso de poder, conduta incompatí-
que não estejam afastados da carreira;
vel ou grave omissão nos deveres do cargo, por
III - o eleitor poderá votar em cada um dos elegíveis
representação do Procurador-Geral de Justiça ou até o número de cargos postos em eleição, na forma
da maioria de seus integrantes, assegurada ampla da lei complementar estadual.
defesa;
VII - recomendar ao Corregedor-Geral do Ministé-
A LONMP não estipula o número de membros que
rio Público a instauração de procedimento admi-
compõem o Conselho Superior, deixando a cargo de
nistrativo disciplinar contra membro do Ministério
cada lei estadual estabelecer tal composição. Todavia,
Público;
estipula que o Procurador Geral de Justiça e o Corre-
VIII - julgar recurso contra decisão:
gedor Geral do MP serão membros natos do Conse-
a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Minis-
lho, de modo que, no âmbito estadual, poderá haver
tério Público;
diferenças quanto ao número de integrantes, mas os
b) condenatória em procedimento administrativo
membros natos estarão presentes obrigatoriamente.
disciplinar;
c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de
Art. 15 Ao Conselho Superior do Ministério Público
antiguidade;
compete:
0

d) de disponibilidade e remoção de membro do


I - elaborar as listas sêxtuplas a que se referem os arts.
-1

Ministério Público, por motivo de interesse público;


78

94, caput e 104, parágrafo único, II, da Constituição


e) de recusa prevista no § 3º do art. 15 desta lei; Federal;
.2

IX - decidir sobre pedido de revisão de procedimen- II - indicar ao Procurador-Geral de Justiça, em lista


73

to administrativo disciplinar; tríplice, os candidatos a remoção ou promoção por


.8

X - deliberar por iniciativa de um quarto de seus merecimento;


32

integrantes ou do Procurador-Geral de Justiça, que III - eleger, na forma da Lei Orgânica, os membros do
-4

este ajuíze ação cível de decretação de perda do Ministério Público que integrarão a Comissão de Con-
u

cargo de membro vitalício do Ministério Público curso de ingresso na carreira;


pr

nos casos previstos nesta Lei; IV - indicar o nome do mais antigo membro do
u

XI - rever, mediante requerimento de legítimo inte- Ministério Público para remoção ou promoção por
pr

ressado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de antiguidade;


arquivamento de inquérito policial ou peças de V - indicar ao Procurador-Geral de Justiça Promotores
informações determinada pelo Procurador-Geral de Justiça para substituição por convocação;
de Justiça, nos casos de sua atribuição originária; VI - aprovar os pedidos de remoção por permuta entre
XII - elaborar seu regimento interno; membros do Ministério Público;
XIII - desempenhar outras atribuições que lhe VII - decidir sobre vitaliciamento de membros do
Ministério Público;
forem conferidas por lei.
VIII - determinar por voto de dois terços de seus inte-
Parágrafo único. As decisões do Colégio de Procu-
grantes a disponibilidade ou remoção de membros do
radores da Justiça serão motivadas e publicadas,
Ministério Público, por interesse público, assegurada
por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou ampla defesa;
por deliberação da maioria de seus integrantes. IX - aprovar o quadro geral de antiguidade do Minis-
Art. 13 Para exercer as atribuições do Colégio de tério Público e decidir sobre reclamações formuladas
Procuradores de Justiça com número superior a a esse respeito;
quarenta Procuradores de Justiça, poderá ser cons- X - sugerir ao Procurador-Geral a edição de recomen-
tituído Órgão Especial, cuja composição e número dações, sem caráter vinculativo, aos órgãos do Minis-
234 de integrantes a Lei Orgânica fixará. tério Público para o desempenho de suas funções e a
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
adoção de medidas convenientes ao aprimoramento VII - remeter aos demais órgãos da Administração
dos serviços; Superior do Ministério Público informações neces-
XI - autorizar o afastamento de membro do Ministério sárias ao desempenho de suas atribuições;
Público para frequentar curso ou seminário de aperfei- VIII - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na
çoamento e estudo, no País ou no exterior; primeira quinzena de fevereiro, relatório com dados
XII - elaborar seu regimento interno; estatísticos sobre as atividades das Procuradorias e
XIII - exercer outras atribuições previstas em lei. Promotorias de Justiça, relativas ao ano anterior.
§ 1º As decisões do Conselho Superior do Ministério
Público serão motivadas e publicadas, por extrato, sal- A Corregedoria Geral é órgão fiscalizador e orien-
vo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da
tador das atividades funcionais e das condutas dos
maioria de seus integrantes.
membros do MP.
§ 2º A remoção e a promoção voluntária por antiguida-
de e por merecimento, bem como a convocação, depen- Dica! Caso você tenha dificuldade em memorizar
derão de prévia manifestação escrita do interessado. todas as atribuições, tente guardar as informações
trazidas no caput.
Por ser um órgão superior de administração, o
Conselho Superior possui atribuições ligadas a deli- Das Procuradorias de Justiça
berações coletivas de questões administrativas, assim
como o Colégio de Procuradores. Por serem parecidos, Art. 19 As Procuradorias de Justiça são órgãos de
uma dica para diferenciar ambos os órgãos é guardar Administração do Ministério Público, com car-
que o Conselho Superior, em geral, possui atribuições gos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares
necessários ao desempenho das funções que lhe
mais administrativas, enquanto o Colégio de Procura-
forem cometidas pela Lei Orgânica.
dores possui atribuições ligadas a decisões mais gra-
§ 1º É obrigatória a presença de Procurador de Jus-
ves, vinculadas à perda de função ou de prerrogativas. tiça nas sessões de julgamento dos processos da
Atenção: para adquirir a vitaliciedade, a deci- respectiva Procuradoria de Justiça.
são é do Conselho Superior, mas, quando se trata de § 2º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção
perda de vitaliciedade, a atribuição é do Colégio de permanente dos serviços dos Promotores de Justiça
Procuradores. nos autos em que oficiem, remetendo seus relató-
rios à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
Da Corregedoria Geral do Ministério Público Art. 20 Os Procuradores de Justiça das Procurado-
rias de Justiça civis e criminais, que oficiem junto
Art. 16 O Corregedor-Geral do Ministério Público será ao mesmo Tribunal, reunir-se-ão para fixar orien-
eleito pelo Colégio de Procuradores, dentre os Procura- tações jurídicas, sem caráter vinculativo, enca-
dores de Justiça, para mandato de dois anos, permitida minhando-as ao Procurador-Geral de Justiça.
uma recondução, observado o mesmo procedimento.
Parágrafo único. O Corregedor-Geral do Ministério Conforme anteriormente visto, as Procuradorias
Público é membro nato do Colégio de Procuradores de de Justiça são órgãos de Administração e são compos-
Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público. tas e chefiadas por procuradores de Justiça, os quais
serão amparados pelos órgãos auxiliares.
O Corregedor Geral será eleito, dentre os Procura- O art. 20 traz uma informação importante: os Pro-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


dores de Justiça, pelo Colégio de Procuradores. Promo- curadores de Justiça que atuem perante o mesmo
tores de Justiça não podem ser escolhidos para o cargo tribunal se reunirão para fixar orientações jurídicas,
de Corregedor Geral. sem caráter vinculante.
0
-1

O Corregedor Geral será membro nato do Conselho A fixação dessas orientações jurídicas visa padro-
78

Superior e do Colégio de Procuradores. As leis esta- nizar o entendimento do Ministério Público, evitando
.2

duais não podem prever situação diferente daquela posicionamentos discrepantes entre os Procurado-
73

prevista na LONMP. res de Justiça que atuam perante o mesmo Tribunal.


.8

Todavia, em obediência à independência funcional do


32

Art. 17 A Corregedoria-Geral do Ministério Público membro do MP, essas orientações não são vinculantes.
-4

é o órgão orientador e fiscalizador das atividades


funcionais e da conduta dos membros do Ministério
u

Das Promotorias de Justiça


pr

Público, incumbindo-lhe, dentre outras atribuições:


I - realizar correições e inspeções;
u

Art. 23 As Promotorias de Justiça são órgãos de


pr

II - realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça,


remetendo relatório reservado ao Colégio de Procu- administração do Ministério Público com pelo
radores de Justiça; menos um cargo de Promotor de Justiça e serviços
III - propor ao Conselho Superior do Ministério auxiliares necessários ao desempenho das funções
Público, na forma da Lei Orgânica, o não vitalicia- que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica.
mento de membro do Ministério Público; § 1º As Promotorias de Justiça poderão ser judi-
IV - fazer recomendações, sem caráter vinculativo, ciais ou extrajudiciais, especializadas, gerais ou
a órgão de execução; cumulativas.
V - instaurar, de ofício ou por provocação dos Art. 24 O Procurador-Geral de Justiça poderá, com
demais órgãos da Administração Superior do a concordância do Promotor de Justiça titular,
Ministério Público, processo disciplinar contra designar outro Promotor para funcionar em feito
membro da instituição, presidindo-o e aplicando as determinado, de atribuição daquele.
sanções administrativas cabíveis, na forma da Lei
Orgânica; As Promotorias de Justiça, órgãos de administra-
VI - encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça os ção, terão pelo menos um Promotor de Justiça e seus
processos administrativos disciplinares que, na for- auxiliares, e podem ser judiciais, extrajudiciais, espe-
ma da Lei Orgânica, incumba a este decidir; cializadas, gerais ou cumulativas. Em cidades muito 235
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pequenas, as Promotorias, normalmente, possuem Art. 26 No exercício de suas funções, o Ministério
atuação geral, sendo o Promotor de Justiça titular res- Público poderá:
ponsável por todos os processos da comarca. Em con- I - instaurar inquéritos civis e outras medidas e
trapartida, em comarcas maiores, há uma Promotoria procedimentos administrativos pertinentes e, para
Criminal, uma Cível, uma para Fazenda Pública, entre instruí-los:
outras, e cada uma dessas promotorias pode ter mais a) expedir notificações para colher depoimento ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
de um Promotor de Justiça.
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclu-
Além disso, o PGJ poderá designar outro promotor
sive pela Polícia Civil ou Militar, ressalvadas as
para atuar em feito determinado, que, por ser de atri- prerrogativas previstas em lei;
buição do promotor local, dependerá da concordância b) requisitar informações, exames periciais e
deste originário, sob pena de violar o princípio do pro- documentos de autoridades federais, estaduais e
motor natural e a independência do membro do MP. municipais, bem como dos órgãos e entidades da
administração direta, indireta ou fundacional, de
DAS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
Das Funções Gerais c) promover inspeções e diligências investigatórias
junto às autoridades, órgãos e entidades a que se
Art. 25 Além das funções previstas nas Consti- refere a alínea anterior;
tuições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em II - requisitar informações e documentos a entida-
outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: des privadas, para instruir procedimentos ou pro-
I - propor ação de inconstitucionalidade de leis ou cesso em que oficie;
atos normativos estaduais ou municipais, em face à III - requisitar à autoridade competente a instauração
Constituição Estadual; de sindicância ou procedimento administrativo cabível;
II - promover a representação de inconstituciona- IV - requisitar diligências investigatórias e a instau-
lidade para efeito de intervenção do Estado nos ração de inquérito policial e de inquérito policial
Municípios; militar, observado o disposto no art. 129, inciso VIII,
III - promover, privativamente, a ação penal públi- da Constituição Federal, podendo acompanhá-los;
ca, na forma da lei; V - praticar atos administrativos executórios, de
IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, caráter preparatório;
na forma da lei: VI - dar publicidade dos procedimentos administra-
a) para a proteção, prevenção e reparação dos tivos não disciplinares que instaurar e das medidas
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, adotadas;
aos bens e direitos de valor artístico, estético, his- VII - sugerir ao Poder competente a edição de nor-
tórico, turístico e paisagístico, e a outros interes- mas e a alteração da legislação em vigor, bem como
ses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e a adoção de medidas propostas, destinadas à pre-
homogêneos; venção e controle da criminalidade;
b) para a anulação ou declaração de nulidade de VIII - manifestar-se em qualquer fase dos proces-
atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade sos, acolhendo solicitação do juiz, da parte ou por
administrativa do Estado ou de Município, de suas sua iniciativa, quando entender existente interesse
administrações indiretas ou fundacionais ou de em causa que justifique a intervenção.
entidades privadas de que participem;
V - manifestar-se nos processos em que sua pre- O art. 26 trata dos poderes do Ministério Público
sença seja obrigatória por lei e, ainda, sempre que para exercer as suas atribuições.
0

Fique atento! O MP requisita, não requer. Há


-1

cabível a intervenção, para assegurar o exercício


uma grande diferença entre os termos, pois quem
78

de suas funções institucionais, não importando a


fase ou grau de jurisdição em que se encontrem os requer, espera um deferimento de alguém, enquan-
.2
73

processos; to a requisição possui força de ordem. Ou seja, o MP


VI - exercer a fiscalização dos estabelecimentos pri- requisita informações e a administração pública – ou
.8
32

sionais e dos que abriguem idosos, menores, inca- instituição particular – tem a obrigação de fornecer
pazes ou pessoas portadoras de deficiência;
-4

as informações. Lembre-se de que a reserva de juris-


VII - deliberar sobre a participação em organismos dição deve ser respeitada, portanto, há matérias que
u

estatais de defesa do meio ambiente, neste com-


pr

o MP não pode requisitar diretamente. São exemplos:


preendido o do trabalho, do consumidor, de política sigilos bancários, fiscais e telefônicos.
u

penal e penitenciária e outros afetos à sua área de


pr

atuação;
Do Procurador-Geral de Justiça
VIII - ingressar em juízo, de ofício, para responsa-
bilizar os gestores do dinheiro público condenados
Art. 29 Além das atribuições previstas nas Constitui-
por tribunais e conselhos de contas;
ções Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras
IX - interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal
leis, compete ao Procurador-Geral de Justiça:
e ao Superior Tribunal de Justiça;
I - representar aos Tribunais locais por inconstitu-
Parágrafo único. É vedado o exercício das fun-
cionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
ções do Ministério Público a pessoas a ele estra-
municipais, em face da Constituição Estadual;
nhas, sob pena de nulidade do ato praticado.
II - representar para fins de intervenção do Estado
no Município, com o objetivo de assegurar a obser-
As funções listadas acima são de execução geral, vância de princípios indicados na Constituição
inerentes ao próprio Ministério Público enquanto Estadual ou prover a execução de lei, de ordem ou
órgão independente, previsto constitucionalmente. de decisão judicial;
Tais funções não podem ser delegadas ou exerci- III - representar o Ministério Público nas sessões
das por pessoas que não sejam membros do Minis- plenárias dos Tribunais;
236 tério Público. IV - (Vetado);
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - ajuizar ação penal de competência originária Os Promotores de Justiça são os órgãos de execu-
dos Tribunais, nela oficiando; ção da ponta do Ministério Público e, em regra, atuam
VI - oficiar nos processos de competência originá- perante o juízo de primeiro grau. Mas, destaca-se que
ria dos Tribunais, nos limites estabelecidos na Lei os remédios Habeas Corpus e Mandado de Segurança,
Orgânica; além das correições parciais, poderão ser impetrados
VII - determinar o arquivamento de representação, pelo Promotor diretamente no TJ, se for o caso.
notícia de crime, peças de informação, conclusão de
comissões parlamentares de inquérito ou inquérito
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
policial, nas hipóteses de suas atribuições legais;
VIII - exercer as atribuições do art. 129, II e III, da
Constituição Federal, quando a autoridade recla- A Lei Orgânica Nacional do MP apenas lista os
mada for o Governador do Estado, o Presidente da órgãos auxiliares e traz algumas atribuições, mas dei-
Assembleia Legislativa ou os Presidentes de Tribu- xa a cargo das Leis Orgânicas Estaduais determinar as
nais, bem como quando contra estes, por ato prati- atribuições específicas de um destes.
cado em razão de suas funções, deva ser ajuizada a
competente ação; Art. 33 Os Centros de Apoio Operacional são
IX - delegar a membro do Ministério Público suas órgãos auxiliares da atividade funcional do Ministério
funções de órgão de execução. Público, competindo-lhes, na forma da Lei Orgânica:
I - estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos
O art. 29 trata das competências do Procurador-Ge- de execução que atuem na mesma área de atividade e
ral de Justiça (PGJ) enquanto órgão de execução do que tenham atribuições comuns;
Ministério Público. Tenha atenção para não confundir II - remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter
o rol do art. 29 com as competências do PGJ como che- vinculativo, aos órgãos ligados à sua atividade;
III - estabelecer intercâmbio permanente com enti-
fe da Procuradoria Geral de Justiça.
dades ou órgãos públicos ou privados que atuem
em áreas afins, para obtenção de elementos técnicos
Do Conselho Superior do Ministério Público
especializados necessários ao desempenho de suas
funções;
Art. 30 Cabe ao Conselho Superior do Minis-
IV - remeter, anualmente, ao Procurador-Geral de
tério Público rever o arquivamento de inquérito
Justiça relatório das atividades do Ministério Público
civil, na forma da lei.
relativas às suas áreas de atribuições;
V - exercer outras funções compatíveis com suas fina-
Como órgão de execução, o Conselho Superior do lidades, vedado o exercício de qualquer atividade de
Ministério Público possui apenas a função de rever o órgão de execução, bem como a expedição de atos nor-
arquivamento de inquérito civil. Lembre-se de que o mativos a estes dirigidos.
Conselho Superior é o único órgão que figura no rol de Art. 35 O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento
órgãos de administração e órgãos de execução. Funcional é órgão auxiliar do Ministério Público des-
tinado a realizar cursos, seminários, congressos, sim-
Dos Procuradores de Justiça pósios, pesquisas, atividades, estudos e publicações
visando ao aprimoramento profissional e cultural dos

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 31 Cabe aos Procuradores de Justiça exercer membros da instituição, de seus auxiliares e funcioná-
as atribuições junto aos Tribunais, desde que não rios, bem como a melhor execução de seus serviços e
cometidas ao Procurador-Geral de Justiça, e inclu- racionalização de seus recursos materiais.
0
-1

sive por delegação deste. Art. 36 Lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justi-


78

ça disciplinará os órgãos e serviços auxiliares de


.2

Os Procuradores de Justiça exercem atribuições apoio administrativo, organizados em quadro pró-


73

junto ao Tribunal de Justiça do Estado. Por se tratar prio de carreiras, com os cargos que atendam às suas
.8

de uma delimitação geral, em que os Procuradores de peculiaridades e às necessidades da administração e


32

Justiça atuam perante os TJ e os Promotores perante das atividades funcionais.


-4

o juízo de primeiro grau, a LONMP traz apenas essa


Percebe-se que os dispositivos da presente lei são
u

competência executória aos Procuradores.


pr

bem restritos, dão apenas um norte sobre a atuação


u

Dos Promotores de Justiça dos órgãos, deixando o restante a cargo das leis esta-
pr

duais. Entretanto, vale a pena a leitura acima.


Art. 32 Além de outras funções cometidas nas
Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS DOS
e demais leis, compete aos Promotores de Justiça, MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
dentro de suas esferas de atribuições:
I - impetrar habeas-corpus e mandado de seguran- Art. 38 Os membros do Ministério Público sujei-
ça e requerer correição parcial, inclusive perante os tam-se a regime jurídico especial e têm as seguintes
Tribunais locais competentes; garantias:
II - atender a qualquer do povo, tomando as provi- I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
dências cabíveis; podendo perder o cargo senão por sentença judicial
III - oficiar perante à Justiça Eleitoral de primeira transitada em julgado;
instância, com as atribuições do Ministério Públi- II - inamovibilidade, salvo por motivo de interes-
co Eleitoral previstas na Lei Orgânica do Ministé- se público;
rio Público da União que forem pertinentes, além III - irredutibilidade de vencimentos, observado,
de outras estabelecidas na legislação eleitoral e quanto à remuneração, o disposto na Constituição
partidária. Federal. 237
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As garantias listadas acima são as mesmas listadas Art. 41 Constituem prerrogativas dos membros do
pela Constituição Federal. Por ser um conteúdo inter- Ministério Público, no exercício de sua função,
disciplinar, é de grande importância para as provas. além de outras previstas na Lei Orgânica:
I - receber o mesmo tratamento jurídico e protoco-
§ 1º O membro vitalício do Ministério Público lar dispensado aos membros do Poder Judiciário
junto aos quais oficiem;
somente perderá o cargo por sentença judicial
II - não ser indiciado em inquérito policial, observa-
transitada em julgado, proferida em ação civil
do o disposto no parágrafo único deste artigo;
própria, nos seguintes casos:
III - ter vista dos autos após distribuição às Turmas
I - prática de crime incompatível com o exercício do
ou Câmaras e intervir nas sessões de julgamento,
cargo, após decisão judicial transitada em julgado; para sustentação oral ou esclarecimento de maté-
II - exercício da advocacia; ria de fato;
III - abandono do cargo por prazo superior a trinta IV - receber intimação pessoal em qualquer pro-
dias corridos. cesso e grau de jurisdição, através da entrega dos
§ 2º A ação civil para a decretação da perda do car- autos com vista;
go será proposta pelo Procurador-Geral de Justiça V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que
perante o Tribunal de Justiça local, após autoriza- externar ou pelo teor de suas manifestações pro-
ção do Colégio de Procuradores, na forma da Lei cessuais ou procedimentos, nos limites de sua inde-
Orgânica. pendência funcional;
VI - ingressar e transitar livremente:
As possibilidades de perda do cargo são muito res- a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além
tritas e ocorrem somente por decisão judicial transita- dos limites que separam a parte reservada aos
da em julgado nos casos previstos no § 1º. Magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secre-
A ação civil proposta com intuito de decretar a per-
tarias, cartórios, tabelionatos, ofícios da justiça,
da do cargo de membro do Ministério Público só pode-
inclusive dos registros públicos, delegacias de polí-
rá ser feita pelo Procurador Geral de Justiça e deverá cia e estabelecimento de internação coletiva;
ser precedida de autorização da Câmara de Procura- c) em qualquer recinto público ou privado, ressal-
dores de Justiça. vada a garantia constitucional de inviolabilidade
Lembre-se: o Procurador Geral de Justiça só pode- de domicílio;
rá interpor a ação civil sob autorização da Câmara de VII - examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal,
Procuradores de Justiça. autos de processos findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças
Art. 40 Constituem prerrogativas dos mem- e tomar apontamentos;
bros do Ministério Público, além de outras pre- VIII - examinar, em qualquer repartição policial,
vistas na Lei Orgânica: autos de flagrante ou inquérito, findos ou em anda-
I - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em mento, ainda que conclusos à autoridade, podendo
copiar peças e tomar apontamentos;
qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local
IX - ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento,
previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade
mesmo quando decretada a sua incomunicabilidade;
competente;
X - usar as vestes talares e as insígnias privativas do
II - estar sujeito a intimação ou convocação para
Ministério Público;
comparecimento, somente se expedida pela auto- XI - tomar assento à direita dos Juízes de primeira
ridade judiciária ou por órgão da Administração instância ou do Presidente do Tribunal, Câmara ou
0

Superior do Ministério Público competente, ressal-


-1

Turma.
78

vadas as hipóteses constitucionais; Parágrafo único. Quando no curso de investigação,


III - ser preso somente por ordem judicial escrita,
.2

houver indício da prática de infração penal por par-


73

salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em te de membro do Ministério Público, a autoridade


.8

que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e policial, civil ou militar remeterá, imediatamente,
32

quatro horas, a comunicação e a apresentação do sob pena de responsabilidade, os respectivos autos


-4

membro do Ministério Público ao Procurador-Ge- ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá


ral de Justiça; dar prosseguimento à apuração.
u
pr

IV - ser processado e julgado originariamente


pelo Tribunal de Justiça de seu Estado, nos crimes O art. 41 é mais específico quantos às prerrogati-
u
pr

comuns e de responsabilidade, ressalvada exceção vas, pois trata das prerrogativas no exercício da fun-
de ordem constitucional; ção quando se atua como Promotor ou Procurador de
V - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar Justiça. Logo, não inclui os aposentados.
ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à A leitura do presente dispositivo é ainda mais
disposição do Tribunal competente, quando sujeito importante do que as do art. 40. Tenha cuidado para
a prisão antes do julgamento final; não misturar garantias com prerrogativas. Além dis-
VI - ter assegurado o direito de acesso, retificação e so, busque não misturar as prerrogativas gerais, que
complementação dos dados e informações relativos abarcam os aposentados, com as prerrogativas no
à sua pessoa, existentes nos órgãos da instituição, exercício da função, que abarcam apenas os membros
na forma da Lei Orgânica. em atividade.
Destaca-se que se a autoridade policial em curso
O art. 40 é de leitura obrigatória, pois lista as prer- de investigação encontrar indícios de participação
rogativas dos membros do Ministério Público, matéria ou autoria de membro do Ministério Público, deverá
de ordem constitucional. Importante frisar que essas remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça.
prerrogativas se aplicam aos membros já aposenta-
238 dos, não somente aos ativos.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DOS DEVERES E VEDAÇÕES DOS MEMBROS DO Art. 48 A remuneração dos membros dos Ministé-
MINISTÉRIO PÚBLICO rios Públicos dos Estados observará, como limite
máximo, os valores percebidos como remuneração,
Art. 43 São deveres dos membros do Ministério em espécie, a qualquer título, pelos membros do
Público, além de outros previstos em lei: Poder Judiciário local.
I - manter ilibada conduta pública e particular;
II - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerro- A remuneração dos membros do MPBA será pro-
gativas e pela dignidade de suas funções; posta pelo PGJ e possui, como limite máximo, os valo-
III - indicar os fundamentos jurídicos de seus pro- res percebidos pelo Poder Judiciário local. Em que
nunciamentos processuais, elaborando relatório pese o PGJ seja a autoridade máxima do MPBA, tal
em sua manifestação final ou recursal;
cargo é transitório e adquirido por eleição/nomeação
IV - obedecer aos prazos processuais;
do governador, e não por promoção. Por esse motivo,
V - assistir aos atos judiciais, quando obrigatória
os vencimentos do PGJ são os mesmos para os cargos
ou conveniente a sua presença;
VI - desempenhar, com zelo e presteza, as suas
de Procuradores de Justiça. Entretanto, há, sim, a per-
funções; cepção de vantagem pecuniária pela função, mas o
VII - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos vencimento não é alterado.
da lei;
VIII - adotar, nos limites de suas atribuições, as pro- DA CARREIRA
vidências cabíveis em face da irregularidade de que
tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a Art. 59 O ingresso nos cargos iniciais da carrei-
seu cargo; ra dependerá da aprovação prévia em concurso
IX - tratar com urbanidade as partes, testemunhas, público de provas e títulos, organizado e reali-
funcionários e auxiliares da Justiça; zado pela Procuradoria-Geral de Justiça, com par-
X - residir, se titular, na respectiva Comarca; ticipação da Ordem dos Advogados do Brasil.
XI - prestar informações solicitadas pelos órgãos § 1º É obrigatória a abertura do concurso de ingres-
da instituição; so quando o número de vagas atingir a um quinto
XII - identificar-se em suas manifestações dos cargos iniciais da carreira.
funcionais; § 2º Assegurar-se-ão ao candidato aprovado a
XIII - atender aos interessados, a qualquer momen- nomeação e a escolha do cargo, de acordo com a
to, nos casos urgentes; ordem de classificação no concurso.
XIV - acatar, no plano administrativo, as decisões § 3º São requisitos para o ingresso na carreira, den-
dos órgãos da Administração Superior do Ministé- tre outros estabelecidos pela Lei Orgânica:
rio Público. I - ser brasileiro;
II - ter concluído o curso de bacharelado em Direito,
Os dispositivos acima apresentam os deveres dos em escola oficial ou reconhecida;
membros do MPBA. III - estar quite com o serviço militar;
IV - estar em gozo dos direitos políticos.
Em que pese o rol seja extenso, é necessário que o
aluno faça uma leitura atenta para entender a lógica e
conseguir realizar questões sem grandes dificuldades. As informações acima não são novidades: o con-
curso será de provas e títulos, a duração máxima é

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


Art. 44 Aos membros do Ministério Público se apli- de 2 anos, prorrogável por igual período e com partici-
cam as seguintes vedações: pação da OAB, exatos termos da Constituição Federal.
0

I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretex-


-1

to, honorários, percentagens ou custas processuais; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


78

II - exercer advocacia;
.2

III - exercer o comércio ou participar de sociedade Art. 72 Ao membro ou servidor do Ministério Públi-
73

comercial, exceto como cotista ou acionista; co é vedado manter, sob sua chefia imediata, em
.8

IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer cargo ou função de confiança, cônjuge, companhei-
32

outra função pública, salvo uma de Magistério; ro, ou parente até o segundo grau civil.
-4

V - exercer atividade político-partidária, ressal- Art. 77 No âmbito do Ministério Público, para os


fins do disposto no art. 37, inciso XI, da Constitui-
u

vada a filiação e as exceções previstas em lei.


pr

ção Federal, ficam estabelecidos como limite de


u

Entre as vedações acima, destacam-se duas. A remuneração os valores percebidos em espécie, a


pr

advocacia é incompatível com as carreiras do Ministé- qualquer título, pelo Procurador-Geral de Justiça.
rio Público, inclusive, ilustra uma das raras hipóteses
de perda do cargo. Além disso, a atividade político- O art. 72 abarca os membros e demais servidores do
-partidária é, em regra, vedada, mas poderá o mem- MP, os quais não poderão manter, sob sua chefia imedia-
bro se afastar para concorrer a um cargo eletivo. ta, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau.
Atenção: lembre-se de qual grau de parentesco é
DOS VENCIMENTOS, VANTAGENS E DIREITOS proibido. As bancas costumam utilizar o parentesco
de primo nas questões, pois, no senso comum, primos
Art. 47 Os vencimentos dos membros do Ministério são parentes, mas, civilmente falando, são considera-
Público serão fixados com diferença não excedente dos de 4º grau. Por isso, não são abarcados nem mes-
a dez por cento de uma para outra entrância mo pela vedação ao nepotismo.
ou categoria, ou da entrância mais elevada para Além disso, o art. 77 estabelece que nenhum mem-
o cargo de Procurador-Geral de Justiça, garantin- bro do Ministério público poderá perceber vantagem
do-se aos Procuradores de Justiça não menos de remuneratória superior ao Procurador Geral de Justi-
noventa e cinco por cento dos vencimentos atribuí- ça. Portanto, cria-se um teto remuneratório específico
dos ao Procurador-Geral. dentro da instituição. 239
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Permanente
LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO

MINISTÉRIO PÚBLICO
PÚBLICO DE SÃO PAULO (LEI Essencial à função
jurisdicional do Estado
COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 734,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 1993) Defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e
Lei Orgânica é uma lei que organiza e estrutura dos interesses sociais e
os órgãos, bem como suas atribuições e competên- individuais indisponíveis
cias, no âmbito de uma instituição. Assim, temos, por
exemplo, a Lei Orgânica dos Tribunais de Justiça dos
§ 1º A organização, as atribuições e o estatuto do
estados, das Polícias Civis e Militares dos estados, dos Ministério Público são estabelecidos por esta lei
Tribunais de Contas, do Ministério Público etc. complementar.
No caso do Ministério Público de São Paulo, foi a
Lei Complementar nº 734, de 1993, que criou os órgãos Como dissemos inicialmente, essa lei complemen-
e definiu suas competências e atribuições. De acordo tar estabelece os órgãos e suas respectivas atribuições,
com essa legislação, os órgãos são definidos nos arts. definindo o Estatuto do Ministério Público de São Pau-
4º a 8º, e as respectivas competências estão previstas lo. Seus órgãos serão definidos a partir do art. 4º, que
a partir do art. 9º, os quais estudaremos mais adiante. veremos adiante.
De antemão, informamos que o Ministério Público
é também conhecido por outros nomes, como Órgão § 2º São princípios institucionais do Ministério
Ministerial, Parquet ou Fiscal da Lei. Essas expressões Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
podem aparecer na sua prova. dência funcional.
Estudaremos, através desse material, os arts. 1º ao 9º,
43 a 48, e 59 a 75, atualizados com as alterações vigentes. Esse § 2º é muito importante, porque define os
princípios institucionais do Ministério Público, previs-
Art. 1º O Ministério Público é instituição perma- tos no § 1º, art. 127, da Constituição Federal. São eles:
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regi-
z Unidade: o art. 128, da Constituição Federal, esta-
me democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis.
belece que o Ministério Público abrange o da União
e o dos Estados. Por sua vez, o Ministério Público
da União compreende o Ministério Público Federal;
Esse art. 1º fala de três características muito impor-
do Trabalho; Militar; e do Distrito Federal e Territó-
tantes, relacionadas à instituição Ministério Público.
rios. Apesar dessa divisão funcional, o princípio da
Assim, o Ministério Público é uma instituição:
unidade do Ministério Público significa dizer que
os seus membros integram um único órgão, sob a
z Permanente: devido a sua importância e essen-
direção de um único chefe. Essa unidade, no entan-
cialidade, o Ministério Público atua de forma inin-
to, só existe no Ministério Público;
terrupta, ou seja, não temporária, porque defende
z Indivisibilidade: pelo princípio da indivisibilidade,
a aplicação das leis e visa garantir direitos funda-
os membros do Ministério Público podem ser subs-
mentais para toda a sociedade. Por essa razão, pos-
tituídos em um processo (de acordo com a lei), sem
sui esse caráter permanente;
que isso cause qualquer prejuízo, porque quem está
0

z Essencial à função jurisdicional do Estado: a fun-


-1

atuando, no caso, é o órgão Ministério Público em


ção “jurisdicional” do Estado é aquela exercida prin-
78

si, e não a pessoa do Promotor de Justiça ou Pro-


cipalmente (ou tipicamente) pelo Poder Judiciário,
.2

curador da República. Mais uma vez, esse princípio


de “julgar”, decidir os conflitos existentes na socie-
73

da indivisibilidade (possibilidade de substituição)


dade, com base na lei. Pois bem, apesar de o Minis-
.8

só é aplicado dentro de um mesmo ramo do Minis-


tério Público não fazer parte do Poder Judiciário,
32

tério Público. Um Procurador do Trabalho (que


ele atua de forma essencial nessa função jurisdicio-
-4

atua perante o Ministério Público do Trabalho), por


nal, promovendo ações penais públicas, inquéritos
exemplo, não pode substituir um Promotor de Jus-
u

civis e ações civis públicas, ações de improbidade


pr

tiça (que atua no Ministério Público dos Estados);


administrativa, ações de inconstitucionalidade,
u

z Independência funcional: os membros do Ministério


entre outras, para que o Poder Judiciário possa jul-
pr

Público atuam de forma independente no exercício


gar, exercendo sua função jurisdicional;
de suas funções. Não estão subordinados a qualquer
z Incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
autoridade pública, como os juízes, desembargado-
regime democrático e dos interesses sociais e
res, Presidente da República, Governadores, Prefeitos,
individuais indisponíveis: o Ministério Público atua
Secretários e Ministros de Estado, Delegados etc.
na defesa da ordem jurídica, ou seja, visa garantir o
fiel cumprimento das leis, tanto pelo poder público,
quanto pelos cidadãos, por isso é chamado de “Fiscal PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
da Lei”. Ao defender também o regime democráti-
co, o órgão ministerial atua no fortalecimento das Independência
Unidade Indivisibilidade
instituições de Estado e na garantia dos direitos dos funcional
cidadãos, preservando nossa democracia. Por fim,
o Ministério Público atua na defesa dos interesses
§ 3º A Chefia do Ministério Público cabe ao Procu-
sociais (de toda a sociedade) e individuais indisponí- rador-Geral de Justiça.
veis, como a vida, a saúde, a educação, a segurança,
o meio ambiente e tantos outros.
240
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Informação importante, não esqueça: o chefe Ainda no que se refere à vacância, é importante
(autoridade máxima) do Ministério Público dos Esta- salientar os motivos pelos quais esta pode ocorrer,
dos chama-se Procurador-Geral de Justiça! como por meio da exoneração ou demissão, pro-
moção, readaptação, aposentadoria ou até mesmo
Art. 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia pelo falecimento do servidor.
funcional e administrativa, cabendo-lhe, especialmente: Como vimos, a “remoção” trata-se de uma ocorrên-
I - praticar atos próprios de gestão; cia de forma derivada, isso porque há apenas o desloca-
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcio- mento do servidor para outra unidade do mesmo órgão.
nal e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da Pois bem, ao contrário do que vimos nos incisos
carreira e dos serviços auxiliares, organizados em V e VI, em que, para criação e extinção de cargos ou
quadros próprios; fixação e reajuste de seus vencimentos, o Ministério
III - elaborar suas folhas de pagamentos e expedir
Público dependia do Poder Legislativo, de acordo
os competentes demonstrativos;
com os incisos VII e VIII, para prover e dar vacância
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a
aos cargos dos seus membros e serviços auxiliares, o
respectiva contabilização;
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extin- Ministério Público não dependerá de ninguém e pode-
ção de seus cargos, bem como a fixação e o reajuste rá fazer por ato próprio.
dos vencimentos de seus membros;
VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção § 1º O Ministério Público instalará seus órgãos de
dos cargos de seus serviços auxiliares, bem como a fixa- administração, de execução e de serviços auxiliares
ção e o reajuste dos vencimentos de seus servidores; em prédios sob sua administração, além de poder
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos ser- contar com as dependências a ele destinadas nos
viços auxiliares, bem como nos casos de remoção, prédios do Poder Judiciário.
promoção e demais formas de provimento derivado; § 2º Na construção dos edifícios dos fóruns, serão
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e reservadas instalações adequadas para o Ministé-
outros que importem em vacância de cargos de rio Público em prédio ou ala própria, independentes
carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de e sob sua administração.
disponibilidade de membros do Ministério Público e § 3º As decisões do Ministério Público fundadas em
de seus servidores; sua autonomia funcional e administrativa, obedeci-
IX - instituir e organizar seus órgãos de apoio admi- das as formalidades legais, têm auto-executoriedade
nistrativo, suas secretarias e os serviços auxiliares e eficácia plena, ressalvada a competência constitu-
das Procuradorias e Promotorias de Justiça; cional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.
X - compor os seus órgãos de Administração; § 4º Os atos de gestão administrativa do Ministério
XI - elaborar seus regimentos internos; Público, inclusive no tocante a convênios, contratações
XII - exercer outras competências decorrentes de e aquisições de bens e serviços, não podem ser condi-
sua autonomia. cionados à apreciação prévia de quaisquer órgãos do
Poder Executivo
Esses dispositivos apresentam algumas das princi-
pais atribuições ou competências do Ministério Público. Os parágrafos de 1º a 4º, do art. 2º, tratam da auto-
De acordo com os incisos V e VI, se o Ministério nomia funcional e administrativa do Ministério Público.
Público de São Paulo desejar criar ou extinguir cargos, Esta autonomia está refletida de forma concreta nos

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


seja os de carreira (Promotor de Justiça Substituto) ou parágrafos §§ 1º e 2º, quanto às instalações do Ministé-
os de serviços auxiliares (Analista, Oficial e Auxiliar de rio Público, determinando que a ele cumpre a ocupa-
Promotoria, Analista Jurídico e Analista Técnico-Cientí- ção de prédios próprios e ainda contará com espaços
0

dentro dos órgãos da Justiça, sob sua administração.


-1

fico do MP, além das funções de confiança e cargos em


78

comissão), não poderá fazê-lo por conta própria: deve- Outra apresentação clara referente à autonomia
está apresente nas decisões e gestão administrativas
.2

rá elaborar um projeto de lei, propondo isso ao Poder


73

Legislativo (no caso, à Assembleia Legislativa do Estado do Ministério Público, pois são autoexecutáveis, ou
.8

de São Paulo), para ser apreciado e votado. No caso de seja, não dependem de qualquer autorização ou apre-
32

definição (“fixação”) e alteração (“reajuste”) dos venci- ciação de outros órgãos (§§ 3º e 4º).
-4

mentos desses cargos, o procedimento é o mesmo.


Art. 3º O Ministério Público elaborará sua propos-
u

Para entender os incisos VII e VIII, precisaremos


pr

saber que “prover” um cargo público é ocupá-lo por ta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhan-
u

um servidor e, por outro lado, a “vacância” de um car-


pr

do-a, por intermédio do Procurador-Geral de Jus-


go público significa torná-lo vago, pela saída ou deso-
tiça, diretamente ao Governador do Estado para
cupação do servidor. Várias são as formas de prover
inclusão no projeto de lei orçamentária a ser sub-
um cargo público. metido ao Poder Legislativo.
Desta forma, tem-se que uma dessas formas é a § 1º Os recursos correspondentes às suas dotações
“nomeação” (de candidato aprovado em concurso orçamentárias próprias e globais, compreendidos os
público, por exemplo), considerada uma forma de créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão postos à
provimento “originário”, porque inaugura ou inicia disposição em duodécimos, até o dia 20 (vinte) de cada
um vínculo com a Administração Pública. mês, sem vinculação a qualquer tipo de despesa, em
No entanto, há outras formas de provimento, cha- cotas estabelecidas na programação financeira, com
madas “derivadas”, para os servidores que já pos- participação percentual nunca inferior à estabelecida
suíam um vínculo com a Administração pública. O art. pelo Poder Executivo para seus próprios órgãos.
132, da Lei Orgânica, informa que são formas de pro- § 2º Os recursos próprios, não originários do Tesou-
vimento derivado dos cargos do Ministério Público a ro Estadual, serão utilizados em programas vincula-
promoção, a remoção, a reintegração, a reversão e dos aos fins da instituição, vedada outra destinação.
o aproveitamento. § 3º A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-
ria, operacional e patrimonial do Ministério Público, 241
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quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, Art. 6º São órgãos de Administração do Ministé-
aplicação de dotações e recursos próprios e renún- rio Público:
cia de receitas, será exercida, mediante controle I - as Procuradorias de Justiça;
externo, pelo Poder Legislativo e, mediante contro- II - as Promotorias de Justiça.
le interno, pela Diretoria Técnica de Fiscalização e
Controle da Execução Orçamentária, organizada e Os Órgãos de Administração são dois: as Procura-
estruturada por ato do Procurador-Geral de Justiça. dorias e as Promotorias.
Muita atenção agora para os Órgãos de Execução:
O art. 3º trata da autonomia financeira do Minis-
tério Público, que possui orçamento próprio para uti- Art. 7º São órgãos de execução do Ministério Público:
lizar seus recursos da forma que melhor lhe convier, I - o Procurador-Geral de Justiça;
respeitadas as previsões legais. II - o Colégio de Procuradores de Justiça;
Dessa forma, o Órgão Ministerial elabora sua pro- III - o Conselho Superior do Ministério Público;
posta de orçamento, que será enviada para o Governa- IV - os Procuradores de Justiça;
dor, através do seu chefe máximo, o Procurador-Geral V - os Promotores de Justiça.
de Justiça (§ 1º).
Essa proposta de orçamento fará parte da Lei Procurador-Geral
Orçamentária do Estado, que será apreciada e votada de Justiça

ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
pela Assembleia Legislativa do estado (§ 1º). Colégio de Procuradores
Os recursos serão liberados para o Ministério de Justiça
Público em parcelas mensais (duodécimos), até o dia Conselho Superior do
20 de cada mês (§ 2º). Ministério Público
Caso o Órgão Ministerial receba outros recursos,
que não do estado, esses valores terão que ser, obriga- Procuradores de Justiça
toriamente, utilizados em ações relacionadas às fina-
lidades da instituição (§ 2º). Promotores de Justiça
Quanto à fiscalização do orçamento do Ministério
Público (utilização dos recursos), ela ocorrerá, inter-
namente (dentro do próprio órgão), pela Diretoria É necessário ter muito cuidado para não confundir
Técnica de Fiscalização e Controle da Execução Orça- “Procuradoria-Geral de Justiça”, que é um órgão da
mentária, e, externamente (por outro órgão), pela Administração Superior (art. 5º), com o “Procurador-
Assembleia Legislativa (§ 3º). -Geral de Justiça”, que é um Órgão de Execução (art. 7º).
Da mesma forma, não confundir as “Procuradorias
Art. 4º O Ministério Público compreende: e Promotorias de Justiça”, que são Órgãos de Adminis-
I - órgãos de Administração Superior; tração (art. 6º), com os “Procuradores e Promotores de
II - órgãos de Administração; Justiça”, que são Órgãos de Execução (art. 7º).
III - órgãos de Execução; As bancas são legalistas e esses detalhes podem ser
IV - órgãos Auxiliares. objeto de “pegadinha” em sua prova.
Perceba, também, que o “Colégio de Procuradores
Órgãos de de Justiça” e o “Conselho Superior do Ministério Públi-
Administração co” são, ao mesmo tempo, Órgãos da Administração
Superior
Superior (art. 5º) e Órgãos de Execução (art. 7º).
0

Órgãos de Vejamos agora os seis Órgãos Auxiliares do Minis-


-1

ÓRGÃOS DO Administração tério Público de São Paulo:


78

MINISTÉRIO
.2

PÚBLICO Art. 8º São órgãos auxiliares do Ministério Público:


73

Órgãos de
execução I - os Centros de Apoio Operacional;
.8

II - a Comissão de Concurso;
32

III - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;


-4

Órgãos
Auxiliares IV - os órgãos de apoio técnico e administrativo;
u

V - os Estagiários.
pr

VI - a Comissão Processante Permanente.


u

Como se vê, todos os órgãos do Ministério Público


pr

serão enquadrados em uma dessas quatro espécies, Detalharemos um pouco mais agora alguns desses
apresentados da maior para a menor hierarquia. órgãos apresentados nos arts. 5º a 8º, começando pela
Procuradoria-Geral de Justiça.
Art. 5º São órgãos da Administração Superior
do Ministério Público: Art. 9º A Procuradoria-Geral de Justiça, órgão execu-
I - a Procuradoria-Geral de Justiça; tivo da Administração Superior do Ministério Públi-
II - o Colégio de Procuradores de Justiça; co, tem por Chefe o Procurador-Geral de Justiça.
III - o Conselho Superior do Ministério Público; Parágrafo único. Revogado.
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público. § 1º Poderão ser instituídas na Procuradoria-Geral
de Justiça até 4 (quatro) Subprocuradorias-Gerais
Os órgãos de maior hierarquia, que são os da de Justiça, a serem chefiadas por Subprocuradores-
Administração Superior, são esses quatro acima apre- -Gerais designados na forma do artigo 20.
sentados: Procuradoria-Geral, Colégio de Procurado- § 2º O Procurador-Geral de Justiça será substituído:
1 - em suas faltas, férias, licenças e afastamentos, a
res, Conselho Superior e Corregedoria-Geral.
qualquer título, por período não superior a 15 (quinze)
dias, pelo Subprocurador-Geral de Justiça que indicar;
242
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2 - nos casos de impedimentos, vacância ou afasta- Justiça que deverão atuar nela e as normas de orga-
mento por período superior a 15 (quinze) dias, pelo nização e funcionamento dessa Procuradoria.
membro do Conselho Superior do Ministério Públi- Se, posteriormente, houver necessidade de se pro-
co mais antigo na segunda instância. mover alguma alteração na organização das Procura-
§ 3º Das decisões dos Subprocuradores-Gerais de dorias, qualquer membro do Colégio de Procuradores
Justiça caberão recursos, no prazo de 3 (três) dias, poderá fazer essa proposta, conforme previsto no § 6º,
ao Procurador-Geral de Justiça. apresentado mais adiante.

A Procuradoria-Geral de Justiça é o órgão máximo § 1º O remanejamento de cargos de Procurador de


da instituição. É definido pela lei como “órgão execu- Justiça de uma para outra Procuradoria dependerá de
tivo da Administração Superior”. É lá que atua o chefe aprovação do Órgão Especial do Colégio de Procurado-
maior, o Procurador-Geral de Justiça. res de Justiça, por iniciativa de Procurador de Justiça,
A legislação informa (§ 1º) que a Procuradoria-Ge- sempre com fundamento na necessidade do serviço.
ral poderá se subdividir em, no máximo, 04 (quatro)
Subprocuradorias-Gerais, com até 04 (quatro) Subpro- É o Órgão Especial do Colégio de Procuradores
curadores-Gerais chefiando-as. de Justiça que aprova o remanejamento de um Pro-
De acordo com o § 2º, quando o Procurador-Geral curador de Justiça, de uma Procuradoria para outra.
tiver que se ausentar por menos de 15 (quinze) dias, Essa solicitação de remanejamento deve ser feita por
quem o substituirá será um dos Subprocuradores-Ge- algum Procurador de Justiça, e só será aprovada se
rais que ele indicar. houver necessidade do serviço.
Mas se a ausência for maior do que 15 (quinze) dias,
o Procurador-Geral não terá o poder de indicar seu § 2º Os integrantes de cada Procuradoria de Justiça
substituto. Quem o substituirá será, necessariamente, escolherão dois Procuradores de Justiça para exer-
o membro mais antigo no cargo do Conselho Superior cerem, durante o período de 1 (um) ano, permitida
do Ministério Público na segunda instância. Cuidado, uma recondução consecutiva, as funções de Secre-
porque o mais antigo não significa o mais velho, de tário Executivo e de Suplente de Secretário Execu-
maior idade. O que conta nesse caso é o que tiver maior tivo, com incumbência de responder pelos serviços
tempo no cargo, independentemente de sua idade. administrativos da Procuradoria.
E, por fim, conforme § 3º, as decisões dos Subpro-
curadores podem ser revisadas pelo Procurador-Ge- Em cada Procuradoria de Justiça atuam muitos
ral. O recurso deverá ser feito em até 3 (três) dias. Procuradores de Justiça. Eles escolherão 01 (um) para
Agora, estudaremos mais sobre os dois Órgãos de ser o Secretário Executivo e mais 01 (um) para ser o
Administração do Ministério Público de São Paulo: as seu Suplente; responderão pelos serviços administra-
Procuradorias e Promotorias de Justiça, nos arts. 43 a 48. tivos da Procuradoria; exercerão essa função por 01
(um) ano, mas poderão permanecer por mais 01 (um)
Art. 43 As Procuradorias de Justiça são Órgãos ano consecutivo (“uma recondução consecutiva”), se
de Administração do Ministério Público, com car- forem escolhidos novamente.
gos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares
necessários ao desempenho das funções que lhe § 3º Cada Procuradoria de Justiça definirá consensual-
mente, conforme critérios próprios, a divisão interna

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


forem cometidas por esta lei complementar.
dos serviços processuais dentre seus integrantes; não
havendo consenso aplicar-se-á o disposto no inciso
As Procuradorias de Justiça são órgãos de Admi-
XVII, do artigo 22, desta lei complementar.
0

nistração do Ministério Público que atuam perante os


-1

Tribunais de Justiça (2ª instância do Poder Judiciário). Em relação à divisão dos processos entre os Pro-
78

Nas Procuradorias de Justiça, atuam os Procuradores curadores que atuam em uma mesma Procuradoria,
.2

de Justiça (Promotores de Justiça que foram promo-


73

essa distribuição de demandas deverá ser por consen-


vidos para atuar na 2ª instância), bem como o pessoal so entre eles mesmos.
.8

dos cargos de serviços auxiliares.


32

No entanto, se não houver consenso, é o Colégio


-4

de Procuradores de Justiça que irá “fixar critérios


Art. 44 As Procuradorias de Justiça serão instituí- objetivos para a distribuição equitativa dos processos,
u

das por Ato do Colégio de Procuradores de Justiça,


pr

sempre por sorteio, entre os Procuradores de Justiça


mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, que integram as Procuradorias de Justiça, observadas
u

que deverá conter:


pr

as regras de proporcionalidade, especialmente a alter-


I - a denominação das Procuradorias de Justiça, de
nância em função da natureza, volume e espécie dos fei-
acordo com a respectiva área de atuação;
tos”, conforme o referido inciso XVII, do art. 22.
II - o número de cargos de Procurador de Justiça
que a integrarão;
III - as normas de organização interna e de § 4º As Procuradorias de Justiça realizarão, obrigato-
funcionamento. riamente, reuniões mensais para tratar de assunto de
seu peculiar interesse, e especialmente para:
I - fixação de tese jurídica, sem caráter vinculativo,
As Procuradorias de Justiça (que são Órgãos de
inclusive para interposição de recursos aos Tribu-
Administração) são criadas pelo Colégio de Procura- nais Superiores, encaminhando-as ao Procurador-
dores de Justiça (que é um Órgão de Administração -Geral de Justiça para conhecimento e publicidade;
Superior), mas quem propõe essa criação é o Procura- II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala
dor-Geral de Justiça. de férias individuais de seus integrantes;
Ao propor a criação, o Procurador-Geral de Justi- III - Revogado.
ça dará nome a essa Procuradoria de Justiça que será IV - encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça
criada, dependendo da área de atuação (cível, crimi- sugestões para a elaboração do Plano Geral de Atua-
nal etc.), a quantidade de cargos de Procuradores de ção do Ministério Público; 243
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - definir critérios para a presença obrigatória de As Promotorias de Justiça são órgãos de Adminis-
Procurador de Justiça nas sessões de julgamento tração que atuam perante a 1ª instância do Poder Judi-
dos processos; ciário. Nelas, atuam os Promotores de Justiça, com o
VI - estabelecer o sistema de inspeção permanente pessoal dos serviços auxiliares, que lhes dão suporte
dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos
administrativo.
em que oficiem, cujos relatórios serão remetidos à
As Promotorias de Justiça são espalhadas por todo
Corregedoria-Geral do Ministério Público.
VII - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a o estado, e são quem estabelecem esse contato dire-
designação de estagiários; to do Ministério Público com a sociedade, para onde
VIII - sugerir as atribuições a serem desempenha- geralmente a população se dirige, para apresentar
das por funcionários e estagiários. suas demandas.
§ 5º A participação nas reuniões das Procuradorias Conforme o parágrafo único, a atuação dos Pro-
de Justiça é obrigatória e delas serão lavradas atas motores de Justiça não se dá apenas perante o Poder
cujas cópias serão remetidas ao Procurador-Geral Judiciário, mas pode se dar de forma “extrajudicial”,
de Justiça, ao Corregedor-Geral do Ministério Públi- perante órgãos da administração pública, como as
co e ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores
Secretarias de Educação, Saúde, Segurança Pública,
de Justiça.
meio ambiente etc., do Estado ou do Município respec-
tivo, dependendo da demanda.
As reuniões das Procuradorias de Justiça serão
mensais, para tratar desses e de quaisquer outros
Art. 47 As Promotorias de Justiça serão organiza-
assuntos de seu interesse, e as cópias das atas dessas
das por Ato do Procurador-Geral de Justiça, obser-
reuniões deverão ser encaminhadas para três órgãos/
vadas as seguintes disposições:
autoridades: o Procurador-Geral de Justiça, o Correge-
dor-Geral de Justiça e o Órgão Especial do Colégio de
Procuradores de Justiça. A organização das Promotorias de Justiça é defini-
da pelo Procurador-Geral de Justiça.
§ 6º Qualquer membro do Colégio de Procuradores
de Justiça poderá propor alteração na organização I - as Promotorias de Justiça poderão ser Especia-
das Procuradorias de Justiça. lizadas, Criminais, Cíveis, Cumulativas ou Gerais;
§ 7º O prazo para devolução dos autos com mani-
festação de Procurador de Justiça não poderá exce- Falaremos sobre essas definições no § 3º, mais
der, salvo situações especiais, 30 (trinta) dias. adiante.
II - nas Promotorias de Justiça com mais de 1 (um)
Quando um processo for movimentado para que integrante serão escolhidos Promotores de Justi-
um Procurador de Justiça possa se manifestar nele, ça para exercer, durante o período de 1 (um) ano,
serão concedidos, no máximo, 30 (trinta) dias para a permitida uma recondução consecutiva, as funções
devolução. Em situações especiais, esse prazo poderá de Secretário Executivo e respectivo Suplente, com
ser maior. incumbência de responder pelos serviços adminis-
trativos da Promotoria;
Art. 45 Os serviços auxiliares das Procuradorias de
Justiça destinar-se-ão a dar suporte administrativo Semelhantemente ao que ocorre no âmbito das
necessário ao seu funcionamento e ao desempenho
Procuradorias de Justiça (conforme vimos no § 2º,
das funções dos Procuradores de Justiça e serão
art. 44), também nas Promotorias de Justiça haverá
0

instituídos e organizados por Ato do Procurador-


-1

-Geral de Justiça. um Promotor exercendo a função de Secretário Exe-


78

cutivo e seu suplente, que responderão pelos servi-


.2

ços administrativos da respectiva Promotoria por 01


73

Nas Procuradorias de Justiça atua, além dos Pro-


curadores, o pessoal dos serviços auxiliares. Como o (um) ano, podendo permanecer por mais 01 (um) ano
.8

consecutivo.
32

próprio nome diz, eles darão suporte administrativo


Claro que, nas Promotorias de pequenas cidades,
-4

(prestarão auxílio) aos Procuradores.


É o Procurador-Geral de Justiça quem institui e onde atua apenas um único Promotor, não há que se
u
pr

organiza as atividades dos serviços auxiliares nessas falar em escolha para Secretário Executivo ou suplen-
Procuradorias de Justiça. te: é esse único Promotor quem responderá pela
u
pr

Agora, vamos estudar sobre as Promotorias de Promotoria.


Justiça.
III - cada Promotoria de Justiça encaminhará ao
Art. 46 As Promotorias de Justiça são Órgãos de Procurador-Geral de Justiça a sugestão de divisão
Administração do Ministério Público com um ou interna dos serviços, processuais e extraproces-
mais cargos de Promotor de Justiça e serviços suais, bem como suas alterações, para deliberação
auxiliares necessários ao desempenho das fun- pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de
ções que lhe forem cometidas na forma desta lei Justiça;
complementar.
Parágrafo único. As Promotorias de Justiça serão
Caso uma Promotoria queira sugerir ou alterar a
integradas por Promotores de Justiça encarregados
divisão interna dos seus serviços, deverá encaminhar
de exercer as funções institucionais de Ministério
Público e tomar as medidas judiciais e extrajudi- essa proposta ao Procurador-Geral, que por sua vez
ciais necessárias à consecução dos objetivos e dire- apresentará essa demanda ao Órgão Especial do Colé-
trizes definidos nos Planos Gerais de Atuação do gio de Procuradores, para aprovação.
Ministério Público e nos respectivos Programas de
244 Atuação.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - cada Promotoria de Justiça deverá manter os Perceba que os 09 (nove) votos do primeiro exem-
livros, pastas e arquivos obrigatórios, bem como plo, ou até mesmo os 06 (seis) votos do segundo exem-
registro e controle permanente dos seus procedi- plo, foram suficientes, mesmo sem representar a
mentos e expedientes, findos ou em andamento; maioria absoluta dos membros da Promotoria, que é
V - as Promotorias de Justiça realizarão reuniões
composta por 20 (vinte) membros.
mensais para tratar de assunto de seu peculiar
Mas isso não importa: basta que esteja presente a
interesse, e especialmente para:
a) encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça maioria (absoluta) do total dos membros, para que a
sugestões para a elaboração do Plano Geral de maioria do “presentes” aprove.
Atuação do Ministério Público;
b) definir, de acordo com o Plano Geral de Atuação, § 3º Consideram-se:
os respectivos Programas de Atuação da Promoto- I - Promotorias Especializadas, aquelas cujos car-
ria e os Programas de Atuação Integrada; gos que as integram têm suas funções definidas
c) propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala pela espécie de infração penal, pela natureza da
de férias individuais de seus integrantes, a de subs- relação jurídica de direito civil ou pela competência
tituição automática para atuação em procedimen- de determinado órgão jurisdicional, fixada exclusi-
tos ou processos judiciais, observados os critérios vamente em razão da matéria;
de proximidade e facilidade de acesso, e a de plan-
tão, sempre que o exigirem as necessidades da Pro- As Promotorias Especializadas atuam em maté-
motoria ou os serviços judiciários; rias específicas, como é o caso das Promotorias da Vio-
d) propor a constituição de Grupos de Atuação lência Doméstica (pela espécie de infração penal), do
Especial, de caráter transitório, para consecução Consumidor (pela natureza da relação jurídica de direito
dos objetivos e diretrizes definidos nos Planos civil), do Patrimônio Público (pela competência do órgão
Gerais de Atuação e nos respectivos Programas de
jurisdicional), da Educação, do Meio Ambiente etc.
Atuação;
e) solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a desig-
nação de Estagiários do Ministério Público para II - Promotorias Criminais, aquelas cujos cargos que
a Promotoria de Justiça, definindo as respectivas as integram têm suas funções definidas para a esfera
funções; penal, exclusivamente, sem distinção entre espécies
f) sugerir a organização administrativa de seus ser- de infração penal ou de órgão jurisdicional com com-
viços auxiliares internos; petência fixada exclusivamente em razão da matéria;
g) sugerir as atribuições a serem desempenhadas
por funcionários e estagiários. As Promotorias Criminais atuam genericamente
§ 1º Todas as deliberações tomadas sobre as maté- na área penal, em relação aos mais diversos crimes.
rias referidas no inciso V, deste artigo, sempre por
maioria simples de voto presente a maioria absolu- III - Promotorias Cíveis, aquelas cujos cargos que as
ta dos integrantes da Promotoria de Justiça, serão integram têm suas funções definidas para a esfera civil,
comunicadas ao Procurador-Geral de Justiça para sem distinção quanto a natureza da relação jurídica de
as providências cabíveis e, se for o caso, para regis- direito civil ou de órgão jurisdicional com competência
tro ou expedição do ato competente para conferir- fixada exclusivamente em razão da matéria;
-lhes eficácia.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


§ 2º A participação nas reuniões da Promotoria de
Justiça é obrigatória, dela lavrando-se ata, da qual
As Promotorias Cíveis atuam genericamente no
remeter-se-á cópia à Procuradoria-Geral de Justiça. âmbito cível, em tudo o que não for de natureza penal.
0
-1

As Promotorias reunir-se-ão todos os meses para IV - Promotorias Cumulativas ou Gerais, aquelas


78

tratar desses e outros assuntos de seu interesse. cujos cargos que as integram têm, simultaneamen-
.2

De acordo como § 1º, para se decidir sobre qual- te, as funções daqueles que compõem as Promoto-
73

quer questão relacionada a esses assuntos elencados rias Criminais e Cíveis.


.8

acima, nas alíneas do inciso V, deverá estar presen-


32

te na reunião a maioria absoluta dos Promotores de E, por fim, as Promotorias Cumulativas ou


-4

Justiça que fazem parte da respectiva Promotoria. Gerais, geralmente presentes nas pequenas cidades,
u

Cumprido esse primeiro requisito, as decisões serão acumulam as funções cíveis e criminais.
pr

aprovadas pela maioria dos Promotores presentes na


u

reunião. § 4º Os Grupos de Atuação Especial deverão ser


pr

Vamos dar um exemplo, para ficar mais fácil. Ima- aprovados pelo Órgão Especial do Colégio de Pro-
gine uma Promotoria de Justiça composta por 20 (vin- curadores de Justiça.
te) Promotores. § 5º O Ato do Procurador-Geral de Justiça que orga-
Pois bem, para que essa Promotoria possa decidir nizar as Promotorias definirá se ela é Especializada,
sobre algum desses assuntos do inciso V, deverá par- Criminal, Cível ou Cumulativa ou Geral.
ticipar da reunião a maioria (absoluta) da quantidade § 6º A Promotoria de Justiça será obrigatoriamente
de Promotores dessa Promotoria, ou seja, pelo menos especializada se os cargos que a integram contive-
11 (onze) Promotores devem estar presentes, parti- rem na sua denominação indicativo de espécie de
cipando da reunião. Imagine que no nosso exemplo infração penal, de relação jurídica de direito civil
estavam presentes 16 (dezesseis) Promotores. ou de órgão jurisdicional com competência definida
Pronto, as decisões poderão ser tomadas pela exclusivamente em razão da matéria.
maioria desses 16 (dezesseis) Promotores presentes,
ou seja, pelo voto favorável de 9 (nove) deles. Já que é o Procurador-Geral de Justiça quem orga-
Se fossem 11 (onze) Promotores que estivessem niza as Promotorias (caput do art. 47), é ele mesmo
participando da reunião (o mínimo exigido para o nos- quem define de qual tipo elas serão: se Especializada,
so caso), bastaria o voto de apenas 6 (seis) Promotores. Criminal, Cível ou Cumulativa (Geral). 245
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No entanto, a designação de Promotores para a
compor Grupos de Atuação Especial (para demandas
Centros de
específicas) deverá ser aprovada pelo Órgão Especial Apoio
do Colégio de Procuradores de Justiça. Operacional

§ 7º Sem prejuízo do disposto no § 3º deste artigo, Comissão Comissão


Processante de
as Promotorias de Justiça poderão ter atuação Permanente Concurso
local ou regional, conforme Ato do Procurador-Ge- ÓRGÃOS
ral de Justiça, considerando-se: AUXILIARES
1 - Promotoria de Justiça Local, aquela cujos cargos DO
MINISTÉRIO
que a integram têm atribuições em base territorial
PÚBLICO
compreensiva de uma comarca ou foro distrital ou Centro de
regional; Estudos e
Estagiários
Aperfeiçoamento
2 - Promotoria de Justiça Regional, aquela cujos Funcional
cargos que a integram têm atribuições em base Órgãos de
territorial compreensiva de um conjunto de Muni- apoio
cípios de uma mesma região. técnico e
administrativo

Além das Promotorias serem organizadas pela


“matéria” (Especializadas, Criminais, Cíveis), elas
também são organizadas em relação ao “território” Esses órgãos e serviços auxiliares de apoio técnico
de atuação, que pode ser local ou regional. e administrativo do Ministério Público compõem um
Assim, a Promotorias de Justiça Locais atuam em quadro próprio de cargos e carreiras da instituição,
que são criados e organizados por ato do Procurador-
uma única comarca (foro distrital ou regional) da Jus-
-Geral de Justiça.
tiça, em uma única localidade. A esse respeito, o Plano de Cargos e Carreiras dos Ser-
Já a Promotorias de Justiça Regionais abran- vidores do Quadro de Pessoal do Ministério Público de
gem o território de vários municípios de uma região, São Paulo, que estabelece, entre outras coisas, o padrão
perante várias comarcas da Justiça. de vencimento dos cargos, foi instituído pela Lei Com-
plementar nº 1.118, de 2010, cuja última atualização (até
Art. 48 Os serviços auxiliares das Promotorias de a edição deste material) se deu pela Lei Complementar
nº 1.364, de 2021, com efeitos a partir de 01/01/2022.
Justiça destinar-se-ão a dar suporte administrativo
necessário ao seu funcionamento e ao desempenho
Art. 60 Os serviços auxiliares de apoio técnico e
das funções dos Promotores de Justiça e serão insti- administrativo atuarão junto ao:
tuídos e organizados por Ato do Procurador-Geral I - Gabinete do Procurador-Geral de Justiça;
de Justiça. II - Corregedoria-Geral do Ministério Público;
III - Colégio de Procuradores de Justiça;
Como já explicamos, os serviços auxiliares das IV - Conselho Superior do Ministério Público;
V - Procuradorias de Justiça;
Promotorias de Justiça prestam esse suporte admi-
VI - Promotorias de Justiça;
0

nistrativo aos Promotores de Justiça. São atividades


-1

VII - Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional.


indispensáveis, importantes e necessárias ao bom
78

Parágrafo único. Para a descentralização dos servi-


ços auxiliares e de apoio técnico o Procurador-Ge-
.2

funcionamento das Promotoria de Justiça.


73

Semelhantemente ao que vimos ocorrer nas Pro- ral de Justiça poderá instituir Áreas Regionais, que
contarão com estrutura necessária para o desem-
.8

curadorias de Justiça (caput do art. 45), é o Procu-


32

penho de suas funções.


rador-Geral de Justiça quem institui e organiza as
-4

atividades desses serviços auxiliares. Como se verifica, os servidores dos serviços auxilia-
u

Tendo estudado sobre as Procuradorias e Promoto- res de apoio técnico e administrativo serão designados
pr

rias de Justiça, estudaremos sobre os órgãos e serviços para atuação em vários órgãos do Ministério Público.
u

Conheceremos melhor, agora, a estrutura do Gabi-


pr

auxiliares de apoio técnico e administrativo do Minis-


nete do Procurador-Geral de Justiça, onde poderão
tério Público.
atuar o pessoal dos serviços auxiliares de apoio técni-
co e administrativo.
Art. 59 Os órgãos e serviços auxiliares de apoio téc-
nico e administrativo do Ministério Público serão Art. 61 O Gabinete do Procurador-Geral de Justiça
organizados e instituídos por Ato do Procurador- compreende as seguintes funções de confiança:
-Geral de Justiça e contarão com quadro próprio de I - Chefia de Gabinete;
cargos de carreira que atendam suas peculiarida- II - Assessoria Técnica;
des, as necessidades da administração e as ativida- III - Centros de Apoio Operacional;
des funcionais. IV - Diretoria-Geral e Diretorias Regionais.

Como se vê, são 04 (quatro) as funções de confiança que


Devemos lembrar, conforme art. 8º, já estudado,
atuam junto ao Gabinete do Procurador-Geral de Justiça.
que os órgãos e serviços auxiliares de apoio técni-
co e administrativo são um dos órgãos auxiliares do Parágrafo único. Competirá às Subprocuradorias-Ge-
246 Ministério Público. rais de Justiça, quando implantadas, as atribuições
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
conferidas à Chefia de Gabinete e à Diretoria-Geral, servidores administrativos, com diploma de nível
além de outras que lhes forem delegadas por ato espe- universitário ou habilitação legal correspon-
cífico do Procurador-Geral de Justiça. dente e experiência profissional comprovada em
assuntos relacionados com as funções a serem
Vimos no § 1º, art. 9º, que a Procuradoria-Geral de desempenhadas.
Justiça poderá se subdividir em até 04 (quatro) Subpro-
curadorias-Gerais de Justiça. Pois bem, essas Subprocu- A Assessoria Técnica do Gabinete do Procurador-
radorias assumirão, pelo menos, as atribuições de Chefia -Geral de Justiça é composta por um Corpo Técnico,
de Gabinete e Diretoria-Geral. Mas o Procurador-Geral formado por Procuradores ou Promotores de Justiça
de Justiça poderá acrescentar outras, por ato próprio. (membros do Ministério Público), e por um Corpo de
Detalharemos mais agora essas funções de con- Apoio Técnico, formado pelos demais servidores.
fiança apresentadas: Os Procuradores ou Promotores de Justiça do Cor-
po Técnico deverão contar com mais de 10 (dez) anos
Art. 62 A Chefia de Gabinete compreende:
de carreira.
I - Centro de Informática;
E os Assessores do Apoio Técnico deverão ter diplo-
II - Área de Serviços Estatísticos;
ma universitário ou habilitação legal, além de experiên-
III - Área de Documentação e Divulgação;
IV - Área de Apoio à Segunda Instância; cia profissional comprovada para o exercício da função.
V - Área de Expediente e Secretarias. Agora, vejamos os órgãos que compreendem a
VI - Área de Saúde. Diretoria Geral.
§ 1º A Área de Saúde tem atribuição especializada
para realização de exames, perícias e inspeções Art. 64 A Diretoria Geral compreende:
médicas de que trata a presente lei complementar, I - Corpo de Apoio Técnico;
além de outras atividades que lhe sejam próprias. II - Sub-Área de Apoio Técnico;
§ 2º A execução das atividades da Área de Saúde III - Sub-Área de Apoio Administrativo;
poderão ser realizadas por outros órgãos oficiais IV - Centro de Recursos Humanos,
ou credenciados, conforme Ato regulamentar do V - Departamento de Administração;
Procurador-Geral de Justiça. VI - Departamento de Finanças e Contabilidade;
VII - Grupo de Planejamento Setorial;
Como se vê, a Chefia de Gabinete compreenderá VIII - Comissão Processante Permanente;
um Centro de Informática, além das diversas outras IX - Áreas Regionais.
áreas apresentadas e organizadas na figura a seguir:
A Diretoria Geral é a função mais complexa da
estrutura do Gabinete do Procurador-Geral de Justi-
ça, compreendendo 09 (nove) órgãos com atribuições
Centro específicas. Veremos cada uma delas.
de
Informática
Art. 65 O Corpo de Apoio Técnico da Diretoria
Geral tem a atribuição de prestar assistência técni-
Área Área de
de Serviços
ca ao Diretor-Geral em assuntos relacionados à sua
Saúde Estatísticos área de atuação.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


CHEFIA
DE
O Corpo de Apoio Técnico da Diretoria Geral é o
órgão que presta assistência técnica ao Diretor-Geral,
0

GABINETE
-1

Área de o qual é subdividido em duas Subáreas, como vere-


Área de
78

Expediente mos nos artigos seguintes.


Documentação
.2

e
e Divulgação
73

Secretarias Art. 66 A Sub-área de Apoio Técnico da Diretoria


.8

Área de Geral tem, dentre outras, a atribuição de elaborar


32

Apoio à
quadros, tabelas e mapas, pesquisas, ofícios, con-
Segunda
-4

Instância
tratos, pareceres, planilhas e gráficos.
Art. 67 A Subárea de Apoio Administrativo tem,
u
pr

dentre outras, a atribuição de receber, registrar,


distribuir e expedir processos, correspondências e
u
pr

Lembrando que, conforme § 2º, o Procurador-Ge- papéis, manter arquivo de correspondência expedi-
ral de Justiça poderá regulamentar a delegação das da e das cópias dos documentos preparados, exe-
atividades da Área da Saúde para outros órgãos ofi- cutar serviços de datilografia e providenciar cópias
ciais ou credenciados. Desta forma, as matérias não de textos.
mais serão de ordem da chefia de gabinete, mas sim
de capacidade de execução e elaboração do órgão Perceba que a Subárea de Apoio Técnico possui
para o qual foi delegada. atribuições mais complexas (elaborar pareceres, con-
tratos, pesquisas, ofícios) do que a Subárea de Apoio
Art. 63 A Assessoria Técnica compreende: Administrativo, que fica mais com atividades rela-
I - Corpo Técnico; cionadas às movimentações dos processos, guarda e
II - Corpo de Apoio Técnico. cópia de documentos etc.
§ 1º O Corpo Técnico é constituído de Assessores
designados dentre os membros do Ministério Art. 68 Ao Centro de Recursos Humanos em rela-
Público com, no mínimo, 10 (dez) anos de carreira. ção à Administração de Pessoal do Ministério
§ 2º O Corpo de Apoio Técnico é constituído de Público, dentre outras atividades próprias de suas
Assessores, designados dentre funcionários ou funções, cabe assistir as autoridades nos assuntos
247
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
relacionados com a Administração de Pessoal, pla- Conforme nos informam os arts. 96-A e 96-B, a
nejar a execução, das políticas e diretrizes relati- Comissão Processante Permanente é o Órgão Auxiliar
vas à Administração de Pessoal, coordenar, prestar do Ministério Público encarregado da instrução dos
orientação técnica, controlar e, quando for o caso, processos administrativos disciplinares e é composta
executar as atividades de administração do pes- por 5 (cinco) Procuradores de Justiça.
soal, inclusive dos estagiários e do pessoal contra-
tado para prestação de serviços. Art. 74 As Áreas Regionais da Capital e do Interior
têm, dentre outras, as atribuições de receber, regis-
O Centro de Recursos Humanos cuida do pessoal, trar e encaminhar autos de processos judiciais em
prestando, inclusive, orientação às autoridades nessa que devam oficiar órgãos de execução do Ministério
área, planejando, coordenando, controlando e execu- Público de Primeira Instância, assim como papéis e
tando atividades relacionadas à gestão de pessoas. outros documentos relacionados com a atividade
dos órgãos de execução.
Art. 69 Cabe ao Departamento de Administração
prestar às unidades do Ministério Público serviços As Áreas Regionais da Capital e do Interior fazem
na área de administração de material e patrimônio, essa “ponte” do Gabinete do Procurador-Geral de Justi-
de compras, de transportes internos motorizados e ça com as Promotorias de Justiça (“órgãos de execução
de zeladoria, propiciando-lhes condições de desem- do Ministério Público de Primeira Instância”), movi-
penho adequado, além de outros necessários ao mentando os processos judiciais e outros documentos.
exercício de suas atribuições. Apresentados os órgãos que compõem a Diretoria-
-Geral do Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, apre-
sentaremos as competências do Diretor-Geral. Vejamos.
Se o Centro de Recursos Humanos cuida das pes-
soas, o Departamento de Administração cuida do
Art. 75 Ao Diretor-Geral, na sua área de atuação,
patrimônio da instituição, administrando o material, compete, além das delegações que lhe forem feitas
as compras, gerenciando os veículos, a parte de zela- pelo Procurador-Geral de Justiça:
doria, material de expediente e de consumo, etc. I - quanto à administração de pessoal:
a) dar posse e exercício aos funcionários e servidores
Art. 70 O Centro de Finanças e Contabilidade con- do Ministério Público, inclusive àqueles nomeados para
tará com Corpo de Apoio Técnico, com uma Área de cargos em comissão, bem como de direção e chefia;
Pagamentos, uma Área de Orçamento e Despesas, b) aprovar a indicação ou designar funcionários
uma Área de Contabilidade e uma Área de Fiscali- ou servidores para responder pelo expediente das
zação e Controle de Execução Orçamentária, com- unidades subordinadas, bem como de substitutos
petindo-lhe, dentre outras, as atribuições de: de cargos, funções-atividades ou funções de serviço
I - supervisionar os serviços de Contabilidade, Exe- público de direção, chefia ou encarregatura;
cução Orçamentária, Extra-Orçamentária, Inspe- c) designar funcionário ou servidor para o exercí-
ção e Tomada de Contas; cio de substituição remunerada;
II - exercer o controle interno de que cuida o artigo d) autorizar ou prorrogar a convocação de funcio-
3º, § 3º, desta lei complementar; nários e servidores para a prestação de serviços
III - fazer cumprir as normas estaduais referentes à extraordinários;
e) encaminhar:
execução orçamentária e de encerramento do exer-
1. ao Procurador-Geral de Justiça, propostas de
cício financeiro;
designação de funcionários e servidores, nos ter-
IV - propor normas para aprimorar a execução
0

mos da legislação em vigor;


-1

orçamentária e financeira;
2. ao Centro de Recursos Humanos, as declarações
78

V - emitir pareceres sobre assuntos de freqüência firmadas pelos Membros do Ministé-


.2

técnico-administrativos; rio Público, para efeito de pagamento de diárias;


73

VI - elaborar tabelas e quadros orçamentários, f) autorizar, cessar ou prorrogar afastamento de fun-


.8

financeiros, contábeis e estatísticos. cionários e servidores para dentro do País e por prazo
32

Art. 71 A Área de Contabilidade tem as atribuições não superior a 30 (trinta) dias, nas seguintes hipóteses:
-4

de executar os serviços contábeis, de acordo com os 1. missão ou estudo de interesse do serviço público;
planos de contas vigentes e opinar sobre questões
u

2. participação em congressos ou outros certames


pr

de contabilidade pública. culturais, técnicos ou científicos;


u

3. participação em provas ou competições desportivas,


pr

O Centro de Finanças e Contabilidade cuidará do desde que haja solicitação de autoridade competente;
orçamento da instituição e terá a sua disposição um g) autorizar:
Corpo de Apoio Técnico nas 04 (quatro) áreas apresen- 1. o pagamento de diárias a funcionários e servido-
tadas a seguir: res, até 30 (trinta) dias;
2. o pagamento de transportes a funcionários e
z Pagamentos; servidores, bem como ajuda de custo, na forma da
legislação pertinente;
z Orçamentos e Despesas;
3. por ato específico, as autoridades que lhe são subor-
z Contabilidade;
dinadas, a requisitarem transporte de pessoal por con-
z Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária. ta do Estado, observadas as restrições legais vigentes;
h) requisitar passagens aéreas para funcionário ou
Art. 72 Ao Grupo de Planejamento Setorial incum- servidor a serviço dentro do País, até o limite máxi-
be as atribuições definidas na legislação pertinente. mo fixado na legislação pertinente;
Art. 73 A Comissão Processante Permanente tem i) autorizar:
por atribuição conduzir os processos administrati- 1. a concessão e fixar o valor da gratificação “pro labo-
vos ou sindicâncias de funcionários e servidores do re” a funcionário ou servidor que pagar ou receber em
248 Ministério Público. moeda corrente, observada a legislação pertinente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. o gozo de licença especial para funcionário que a) assinar editais de concorrência;
freqüentar curso de graduação em Administração b) decidir sobre assuntos relativos a licitação, nas
Pública da Fundação Getúlio Vargas ou da Univer- modalidades de Tomada de Preços e Convite, poden-
sidade de São Paulo; do exercer as atribuições referidas no artigo 19,
3. horários especiais de trabalho; inciso IX, letra “c”, nº 1 a 9, desta lei complementar,
4. o gozo de férias não-usufruídas no exercício bem como aplicar penalidade, exceto a de decreta-
correspondente; ção de inidoneidade para licitar ou contratar;
j) aprovar o conteúdo, a duração e a metodologia c) autorizar, mediante ato específico, autoridades
a ser adotada nos programas de treinamento e subordinadas, a requisitarem transporte de mate-
desenvolvimento de recursos a serem executados rial por conta do Estado;
sob a responsabilidade direta ou indireta do Centro V - quanto à organização dos serviços adminis-
de Recursos Humanos; trativos da Instituição, visando à modernização
l) convocar, quando cabível, funcionário ou servi- administrativa, aprovar e encaminhar ao Procura-
dor para prestação de serviço em Jornada Comple- dor-Geral de Justiça as propostas de alterações da
ta de Trabalho, observada a legislação pertinente; estrutura administrativa do Ministério Público;
m) decidir, nos casos de absoluta necessidade dos VI - quanto às atividades gerais:
serviços, sobre a impossibilidade de gozo de férias a) assistir o Procurador-Geral de Justiça no desem-
regulamentares; penho de suas funções;
n) conceder: b) propor o programa de trabalho das unidades subor-
1. licença a funcionários para tratar de interesses dinadas e as alterações que se fizerem necessárias;
particulares; c) coordenar, orientar e acompanhar as atividades
2. adicionais por tempo de serviço e sexta-parte, das unidades subordinadas;
bem como, conceder ou suprimir salário-família d) zelar pelo cumprimento dos prazos fixados para
aos membros do Ministério Público;
o desenvolvimento dos trabalhos;
3. licença-prêmio, ou autorizar a correspondente
e) baixar normas de funcionamento das unidades
indenização quando indeferida por necessidade do
subordinadas;
serviço, aos membros do Ministério Público;
f) responder, conclusivamente, às consultas formu-
4. licença a funcionária casada com funcionário ou
ladas pelos órgãos de Administração Pública sobre
militar que for mandado servir, independente de
assuntos de sua competência;
solicitação, em outro ponto do Estado ou território
g) solicitar informações a outros órgãos ou entidades;
nacional ou estrangeiro;
o) publicar periodicamente a distribuição quantitati- h) encaminhar papéis, processos e expedientes dire-
va e qualitativa de cargos e funções nas respectivas tamente aos órgãos competentes para manifesta-
unidades administrativas subordinadas, em função ção sobre os assuntos neles tratados;
da necessidade de serviço; i) decidir os pedidos de certidões e vista de proces-
p) deferir a averbação de tempo de serviço anterior sos administrativos;
público ou particular, nos termos da lei, aos membros, j) despachar o expediente da Diretoria-Geral com o
funcionários ou servidores do Ministério Público; Procurador-Geral de Justiça;
q) atestar o exercício dos membros do Ministério l) propor ao Procurador-Geral de Justiça normas de
Público da Capital e, supletivamente, do Interior; funcionamento das unidades subordinadas, fixan-
r) expedir títulos de nomeação, apostilas de nomen- do-lhes as áreas de atuação, quando for o caso;
clatura de cargos e de aposentadoria, relativas aos m) visar extratos para publicação na imprensa

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


membros do Ministério Público; oficial.
II - quanto à matéria disciplinar:
a) determinar: Como se vê, são muitas as competências do Dire-
0

1. a instauração de processo administrativo ou sin- tor-Geral. Procuraremos, no entanto, apenas sintetizá-


-1

dicância, inclusive para apuração de responsabili- -las, distribuindo-as nas seguintes categorias:
78

dade em acidentes com veículos oficiais; Quanto à Administração de Pessoal, relacionada


.2

2. as providências para instauração de inquérito à gestão de pessoas:


73

policial;
.8

b) ordenar ou prorrogar a suspensão preventiva de


z Dar posse e exercício aos servidores; aprovar indi-
32

funcionário ou servidor, até 30 (trinta) dias;


cações ou designar servidores para exercer cargos
-4

c) aplicar pena de repreensão e suspensão, limitada


a 30 (trinta) dias, bem como converter em multa a de direção e chefia;
u

z Autorizar, cessar ou prorrogar afastamentos por até


pr

suspensão aplicada;
III - quanto à administração financeira e orçamentária: 30 (trinta) dias para estudos e competições esportivas;
u
pr

a) elaborar a proposta orçamentária do Ministério z Autorizar pagamento de diárias e transportes;


Público, com dotação própria, devidamente instruí- requisitar passagens aéreas; conceder licenças.
da e quanto à sua aplicação e execução submeten-
do-a à apreciação do Procurador-Geral de Justiça; Quanto à Matéria Disciplinar:
b) autorizar:
1. despesa dentro dos limites impostos pelas dota-
z Determinar a instauração de processo adminis-
ções liberadas para as respectivas unidades de des-
pesa, bem como firmar contratos, quando for o caso; trativo ou sindicância, inclusive relacionado a aci-
2. alteração de tabelas explicativas e de distribui- dentes com veículos oficiais;
ção de recursos orçamentários; z Ordenar ou prorrogar suspensão de servidor por
3. adiantamento; até 30 (trinta) dias (durante a instauração de pro-
4. liberação, restituição ou substituição de caução cesso disciplinar);
em geral e de fiança, quando dadas em garantia de z Aplicar pena de repreensão e suspensão, até 30
execução de contrato; (trinta) dias, ou converter a suspensão em multa.
c) submeter a proposta orçamentária à aprovação
do dirigente da unidade orçamentária;
IV - quanto à administração de material e patrimônio:
249
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quanto à Administração Financeira e de não estar conseguindo pagar uma série de dívidas,
Orçamentária: o que, a seu ver, poderia acarretar a sua prisão.

z Elaborar a proposta orçamentária da instituição; Por tal razão, consultou um advogado, que o informou
submeter a proposta à aprovação. corretamente que a decretação da prisão civil por
z Autorizar despesas dentro dos limites impostos pelas dívida
dotações liberadas, firmando contratos, quando dor
o caso. a) não é admitida, em nenhuma hipótese, pela ordem
constitucional brasileira.
Quanto à Administração de Material e Patrimônio: b) só é admitida na hipótese de inadimplemento voluntá-
rio e inescusável de obrigação alimentícia.
z Assinar editais de concorrência; decidir sobre c) só é admitida na hipótese de inadimplemento volun-
licitações, nas modalidades e Tomada de Preços e tário e inescusável de obrigação alimentícia e na do
Convite. depositário infiel.
d) só é admitida nas hipóteses em que haja ordem judi-
Quanto à Organização dos Serviços Administra- cial específica para o pagamento da dívida, qualquer
tivos da Instituição: que seja sua origem.
e) só é admitida na hipótese de inadimplemento volun-
z Aprovar e encaminhar para o Procurador-Geral de tário e inescusável de obrigação alimentícia, na do
Justiça propostas de alterações da estrutura admi- depositário infiel e na hipótese de abandono material
nistrativa, visando a modernização da instituição. de idosos.

Quanto às Atividades Gerais: 3. (FGV — 2022) As lentas conquistas humanitárias ao


longo dos séculos quanto aos tipos de penas aplicá-
z Assistir o Procurador-Geral de Justiça; veis às pessoas humanas tiveram influência sobre
z Coordenar, orientar e acompanhar as atividades, uma série de Constituições ao redor do mundo.
bem como baixar normas de funcionamento das
unidades subordinadas; A esse respeito, no Brasil, à luz da Constituição Fede-
z Despachar o expediente da Diretoria-Geral com o ral de 1988, analise os itens a seguir.
Procurador-Geral de Justiça;
z Propor ao Procurador-Geral de Justiça normas de I. É absolutamente vedada a pena de morte.
funcionamento das unidades subordinadas, fixan- II. É absolutamente vedada a condenação a pena de pri-
do-lhes as áreas de atuação, quando for o caso. são perpétua.
III. É absolutamente vedada a pena de banimento.
Parágrafo único. Ato do Procurador-Geral de Jus-
tiça poderá constituir Diretorias Regionais para
Está correto o que se afirma em
o exercício de funções que lhes sejam delegadas,
ficando-lhes vinculadas as respectivas Áreas Regio-
nais e os corpos de apoio técnico nelas lotados. a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
Por fim, além da Diretoria-Geral, o Procurador-Ge- c) I e III, apenas.
ral de Justiça poderá criar Diretorias Regionais, com d) II e III, apenas.
0

funções delegadas. e) I, II e III.


-1
78

4. (FGV — 2021) A associação de moradores do Bairro


.2

Alfa passou a defender posturas consideradas juridi-


73

HORA DE PRATICAR! camente ilícitas pelo Poder Executivo do Município


.8
32

Beta, sendo que essa conclusão se mostrava corre-


-4

1. (FGV — 2022) João foi notificado pelo Poder Executi- ta considerando a legislação municipal. À luz dessa
vo do Município Alfa, tomando conhecimento de que, constatação e após regular processo administrativo, o
u
pr

após um amplo processo de seleção, o seu imóvel fora prefeito municipal decidiu pela dissolução compulsó-
escolhido para sediar uma escola pública. ria da referida associação.
u
pr

Nesse caso, para que a decisão do Poder Executivo Essa decisão se mostra:
possa se tornar efetiva, é necessário que João, obser-
vados os balizamentos legais a) ilícita, pois a dissolução compulsória de associações
somente pode ser determinada por decisão judicial,
a) receba justa e prévia indenização em dinheiro. sendo exigido o trânsito em julgado;
b) celebre contrato de compra e venda com o Município. b) lícita, pois, uma vez observado o devido processo
c) receba justa indenização ao fim do processo de legal, o Poder Executivo pode decidir pela dissolução
desapropriação. compulsória da associação;
d) indique o preço do imóvel, de modo que possa ser c) lícita, desde que tenha sido observado o devido pro-
indenizado pelo Município Alfa. cesso legal e realizado o prévio chamamento público
e) defina o valor do imóvel juntamente com o Município, da coletividade;
valendo-se de mecanismos de solução não contenciosa. d) ilícita, pois a ordem constitucional veda, em termos
peremptórios, a dissolução compulsória de associações;
2. (FGV — 2022) Em razão da crise financeira que assola- e) ilícita, desde que a sanção de dissolução compulsória
250 va sua região, João estava muito preocupado pelo fato tenha sido cominada pela legislação municipal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5. (FGV — 2019) Antônio, pessoa hipossuficiente no conheceu John, cidadão inglês, que trabalhava na
plano econômico e morador de uma área carente do mesma empresa. Os dois se casaram e, desse rela-
Estado, procurou a Defensoria Pública e solicitou que cionamento, nasceu Mathew, tendo a família deixado
fosse ajuizada uma ação judicial para obrigar o Poder o território nacional logo após o nascimento, fixando
Público a lhe fornecer certo medicamento indispensá- residência na Alemanha. Apesar de nunca mais ter
vel à sua sobrevivência. retornado ao território brasileiro, Mathew era familia-
rizado com a cultura e acompanhava diariamente as
À luz da sistemática constitucional, a ação a ser ajui- notícias do Brasil. Ao completar 21 anos, consultou
zada buscará tutelar: um advogado a respeito da possibilidade de concorrer
ao cargo eletivo de deputado federal na eleição que
a) um direito social; seria realizada no respectivo ano.
b) um direito coletivo;
c) uma garantia coletiva; Foi respondido corretamente que
d) uma garantia individual;
e) uma liberdade individual. a) somente os brasileiros natos poderiam preencher as
condições de elegibilidade e Mathew era estrangeiro.
6. (FGV — 2022) Maria, servidora pública municipal ocu- b) Mathew era brasileiro nato, logo, preenchia uma das
pante de cargo de provimento efetivo e com ampla condições de elegibilidade exigidas para concorrer ao
atuação nas questões afetas à sua categoria, concla- cargo eletivo de Deputado Federal, tendo a idade míni-
mou os seus colegas a criar um sindicato visando à ma exigida.
defesa dos seus interesses. c) Mathew era brasileiro nato, logo, preenchia uma das
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar condições de elegibilidade exigidas para concorrer a
que Maria e seus colegas um cargo eletivo, mas não o de Deputado Federal, por
não preencher a idade mínima exigida.
a) não podem criar um sindicato, pois somente os servi- d) Mathew somente poderia concorrer ao cargo eletivo
dores públicos federais possuem o direito de associa- de Deputado Federal caso se naturalizasse brasileiro,
ção sindical. pois esse cargo não exige a nacionalidade nata, acres-
b) não podem criar um sindicato, pois é vedado aos ser- cendo-se que ele preenchia a idade mínima exigida.
vidores públicos a associação sindical. e) Mathew somente poderia concorrer a um cargo eletivo
c) somente podem criar um sindicato a partir de autori- caso se naturalizasse brasileiro, mas não ao cargo de
zação do regime jurídico da categoria. Deputado Federal, pois esse cargo exige a nacionali-
d) podem criar um sindicato, pois é assegurado aos ser- dade brasileira nata, além dele não preencher a idade
vidores o direito à associação sindical. mínima exigida.
e) somente podem criar um sindicato a partir de autori-
zação do seu superior hierárquico. 9. (FGV — 2021) Marie, integrante de uma tradicional família
francesa, nascida e criada em Paris, deseja viver no Brasil
7. (FGV — 2020) Joana, servidora ocupante de cargo de e seguir a carreira política. Para decidir que planos traça-
provimento efetivo no âmbito do Poder Judiciário de ria, estabeleceu contato com um advogado brasileiro, que
determinado Estado da Federação, foi comunicada lhe informou corretamente que:

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


pelo sindicato da categoria que seriam iniciadas as
negociações coletivas de trabalho e era obrigatória a) não teria direitos políticos, mas poderia fruir os direi-
a participação do sindicato. Por tal razão, era igual- tos fundamentais compatíveis com sua condição de
0

mente obrigatória a filiação de todos os servidores ao estrangeira;


-1

b) poderia fruir os direitos políticos que somente exigiam


78

sindicato, de modo que a categoria não fosse sub-re-


presentada em seus interesses. a condição de cidadão, não a nacionalidade brasileira;
.2
73

c) apenas a aquisição da nacionalidade lhe permitiria


fruir os direitos políticos e os direitos fundamentais;
.8

A narrativa afigura-se:
32

d) apenas a aquisição da cidadania lhe permitiria fruir os


-4

a) incorreta em relação a Joana, pois a filiação é faculta- direitos políticos e os direitos fundamentais;
tiva, e correta quanto ao sindicato, pois a sua partici- e) por ser estrangeira, não lhe seriam assegurados direi-
u
pr

pação é imposta pela Constituição; tos políticos ou direitos fundamentais.


b) correta em relação a Joana, por força do princípio da
u
pr

solidariedade social, e incorreta quanto ao sindicato, 10. (FGV — 2022) João pretendia ingressar na política, con-
por ferir o princípio da liberdade de gestão; correndo ao cargo de vereador no Município Beta, do qual
c) correta em relação a Joana, já que a filiação dos ser- sua esposa Maria era prefeita. Ao procurar orientação
vidores do Poder Judiciário é obrigatória, e incorreta jurídica, foi informado, corretamente, que a Constituição
quanto ao sindicato, que tem autonomia gerencial; da República de 1988 o impedia de concorrer ao cargo de
d) incorreta em relação a Joana, pois os servidores do Poder vereador na mesma esfera territorial na qual o seu cônju-
Judiciário não podem filiar-se a sindicato, e correta quan- ge exerce o mandato eletivo de prefeito.
to ao sindicato, desde que haja determinação judicial;
e) incorreta em relação a Joana, que somente pode ser Portanto, à luz da narrativa, João:
obrigada a exercer cargo de direção no sindicato, não
a sindicalizar-se, e correta quanto ao sindicato, que a) está inelegível;
defende a categoria. b) teve sua cidadania ativa restringida;
c) está com os direitos políticos suspensos;
8. (FGV — 2022) Marie, cidadã francesa, empregada d) não preenche as condições de elegibilidade;
de um conceituado laboratório farmacêutico priva- e) perdeu momentaneamente os direitos políticos.
do, estava trabalhando no território nacional quando 251
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11. (FGV — 2022) João, pessoa de grande popularidade 14. (FGV — 2021) Com o objetivo de estimular a abertura
no pequeno Município Alfa, em razão do grande apoio de igrejas, o que, ao ver dos idealizadores do projeto,
recebido de seus amigos e parentes, decidiu concorrer contribuiria para aumentar o bem-estar da população,
ao cargo eletivo de prefeito municipal na próxima elei- o Estado Alfa editou a Lei nº XX.
ção. Por serem grandes as chances de êxito de João,
os demais candidatos passaram a propagar o boato De acordo com esse diploma normativo, as igrejas que
de que a referida candidatura seria “natimorta”. Afinal, preenchessem os requisitos exigidos teriam subven-
João era sabidamente analfabeto. cionadas 50% de suas despesas regulares.

Ao consultar um advogado, foi corretamente informa- Considerando a sistemática constitucional, é correto


do a João que o fato de ser analfabeto: afirmar que a Lei nº XX é
a) somente o tornava inelegível para concorrer a cargos
a) inconstitucional, em razão do caráter laico dos entes
eletivos nos níveis federal e estadual;
federativos.
b) o tornava inelegível para o cargo de prefeito municipal,
b) constitucional, em razão do elevado interesse público
embora tenha direitos políticos;
a ser atendido com a iniciativa.
c) não lhe permitia ter direitos políticos, o que significa
dizer que não podia votar ou ser votado; c) constitucional, pois é dever do Estado prestigiar a
d) lhe retirava a condição de cidadão, não podendo prati- liberdade de crença, subvencionando as igrejas.
car qualquer ato que exigisse esse status; d) inconstitucional, salvo se for assegurado que a subven-
e) não comprometia a sua elegibilidade, o que decorria ção alcance, de forma igualitária, todas as religiões.
do fato de o povo, letrado ou iletrado, ser o detentor do e) inconstitucional, pois a subvenção foi parcial e as enti-
poder. dades sem fins lucrativos devem recebê-la de modo
integral.
12. (FGV — 2022) Um grande número de eleitores, com
elevado prestígio junto à sociedade civil, decidiu criar 15. (FGV — 2019) Determinado vereador almejava apre-
o Partido Político WW. Esse partido teria caráter regio- sentar projeto de lei fixando o subsídio a ser pago aos
nal, atuando apenas na região norte do país. integrantes da Câmara Municipal, tendo solicitado que
sua assessoria se pronunciasse sobre a existência de
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar algum limite constitucional a esse respeito.
que o objetivo almejado é
A assessoria respondeu corretamente que, à luz da
a) inconstitucional, pois os partidos políticos não podem sistemática constitucional:
ter caráter regional.
b) constitucional, pois os partidos políticos podem ter a) não existem limites a serem observados;
caráter regional, atuando em apenas uma região. b) os limites existentes somente estão relacionados à
c) inconstitucional, pois os partidos políticos, embora população do Município;
possam ter caráter regional, devem estar vinculados a c) os limites existentes somente estão relacionados ao
ao menos três regiões. subsídio dos deputados estaduais;
d) inconstitucional, pois os partidos políticos, embora d) os limites existentes estão relacionados à população
possam ter caráter regional, devem estar vinculados a do Município e ao subsídio dos deputados estaduais;
ao menos duas regiões. e) os limites existentes somente estão relacionados ao
e) constitucional, desde que o partido político tenha o
subsídio dos deputados federais.
0

seu caráter regional previamente autorizado pelo Tri-


-1

bunal Superior Eleitoral


78

16. (FGV — 2019) A Câmara dos Vereadores do Município


.2

Alfa aprovou o diploma normativo que regeria o Muni-


13. (FGV — 2022) A Lei nº XX, do Estado Beta, com o
73

cípio, por dois terços dos seus membros, após dois


objetivo de uniformizar procedimentos, dispôs que
.8

os documentos públicos produzidos por outros entes turnos de votação, com o interstício de dez dias entre
32

federativos deveriam ser objeto de ratificação peran- cada uma delas.


-4

te as repartições públicas competentes de Beta. Com


O referido diploma normativo, na sistemática constitu-
u

isso, ainda de acordo com a lei, esses documentos


pr

passariam a ter uma presunção de veracidade. cional, é:


u
pr

A Lei nº XX é: a) a Constituição Municipal;


b) a Lei Orgânica Municipal;
a) inconstitucional, pois é vedado ao Estado Beta recusar c) a Lei Complementar Municipal;
fé a esses documentos; d) a Lei Ordinária Municipal;
b) constitucional, pois os documentos públicos somente têm e) o Estatuto Municipal.
fé perante os órgãos do ente federativo que os produziu;
c) constitucional, pois compete ao Estado Beta definir a 17. (FGV — 2022) Para permitir a ingerência do Poder
forma como os documentos públicos devem ser utili- Legislativo na escolha dos titulares dos cargos que
zados em seu território; integram os órgãos de cúpula de determinadas autar-
d) constitucional, pois a aquisição da presunção de vera- quias especiais, foi aprovada a Lei federal nº XX.
cidade é pré-requisito para que o documento público
tenha sua fé reconhecida por um ente federativo; De acordo com esse diploma normativo, o Senado Fede-
e) inconstitucional, pois compete privativamente à União ral deveria aprovar previamente a escolha desses agen-
indicar os documentos públicos, produzidos por um ente tes, que seria realizada pelo Presidente da República.
federativo, que devem ter a fé reconhecida por outro.
252 A Lei federal nº XX é
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) constitucional, pois a lei ordinária pode dispor sobre a) poderá tomar posse no cargo efetivo WW, por expres-
os cargos cujos titulares devem ser previamente apro- sa autorização constitucional;
vados pela referida Casa Legislativa. b) só poderá tomar posse no cargo efetivo WW caso seja
b) inconstitucional, pois somente a lei complementar posto em disponibilidade no Ministério Público;
pode dispor sobre os cargos cujos titulares devem ser c) não poderá tomar posse no cargo efetivo WW, enquanto
previamente aprovados pela referida Casa Legislativa. não for exonerado do outro cargo afeto ao magistério;
c) inconstitucional, pois, embora a lei ordinária possa
d) só poderá acumular o cargo efetivo WW caso os horários
dispor sobre a matéria, a competência para aprovar a
sejam compatíveis, observado o teto remuneratório;
escolha desses agentes é do Congresso Nacional, não
e) poderá tomar posse no cargo efetivo WW, mas terá que
de uma de suas Casas.
d) inconstitucional, por afronta à separação dos pode- optar pela remuneração de um dos cargos de magistério.
res, pois, com exceção das situações expressamente
previstas na ordem constitucional, compete privativa- 9 GABARITO
mente ao Presidente da República realizar as nomea-
ções, sem prévia aprovação.
e) constitucional, pois a Lei federal nº XX tão somente 1 A
reproduziu, em parte, a Constituição de 1988, já que
2 B
qualquer nomeação para órgãos de cúpula da admi-
nistração indireta deve ser previamente aprovada pelo 3 D
Senado Federal.
4 A
18. (FGV — 2021) Pedro, estudante de direito, questionou 5 A
seu professor de direito constitucional a respeito de
diversos aspectos relacionados ao órgão compe- 6 D
tente para processar e julgar o Presidente da Repú-
blica, caso ele seja acusado da prática de crime de 7 A
responsabilidade.
8 B
O professor respondeu corretamente que esse órgão é o(a) 9 A

a) Senado Federal. 10 A
b) Congresso Nacional. 11 B
c) Câmara dos Deputados.
d) Supremo Tribunal Federal. 12 A
e) Conselho Nacional de Justiça.
13 A
19. (FGV — 2021) Maria, Promotora de Justiça, que ingres- 14 A
sara na carreira do Ministério Público do Estado Alfa
há cinco anos, em razão de sua elevada expertise na 15 D

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


área dos direitos humanos, foi convidada pelo Gover-
nador do Estado a ocupar o cargo de Secretária Esta- 16 B
dual de Direitos Humanos. 17 A
0
-1
78

À luz da sistemática constitucional, Maria: 18 A


.2

19 A
73

a) não pode exercer qualquer outra função pública, incluindo


.8

a de Secretária de Estado, salvo uma de magistério; 20 C


32

b) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde


-4

que haja aquiescência expressa do Procurador-Geral


de Justiça;
u

ANOTAÇÕES
pr

c) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, inde-


u

pendentemente da aquiescência de qualquer órgão do


pr

Ministério Público;
d) não pode exercer outra função pública, incluindo a de
Secretária de Estado, salvo se for temporariamente
afastada do cargo de Promotora de Justiça;
e) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde
que haja compatibilidade de horários com o cargo de
Promotora de Justiça e a soma das remunerações não
ultrapasse o teto.

20. (FGV — 2019) Pedro, membro do Ministério Público do


Estado Alfa, decidiu se inscrever em concurso público de
provas e títulos para o provimento do cargo efetivo WW,
afeto ao exercício do magistério em universidade federal.

Considerando que Pedro também exercia o magistério


em uma universidade estadual, é correto afirmar que ele: 253
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ANOTAÇÕES

0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

254
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referência às duas separadamente, do mesmo modo
que há referência aos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade como princípios diversos,
quando este último é apenas um aspecto do pri-
meiro. No entanto, quando se fala em improbidade
DIREITO como ato ilícito, como infração sancionada pelo
ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia

ADMINISTRATIVO entre as expressões improbidade e imoralidade,


porque aquela tem um sentido muito mais amplo e
muito mais preciso que abrange não só atos deso-
nestos ou imorais, mas também e principalmente
atos ilegais. Na lei de improbidade administrativa
(lei nº 8.429, de 1992), a lesão à moralidade admi-
LEI DE IMPROBIDADE nistrativa é apenas uma das inúmeras hipóteses de
ADMINISTRATIVA LEI N° 8.429, DE 02 atos de improbidade previstas na lei.1
DE JUNHO DE 19922
Em provas, é comum que o examinador traga
No dia 26 de outubro de 2021 foi publicada a Lei probidade e moralidade como sinônimos e essa vem
nº 14.230, de 2021, que traz alterações significativas à sendo a regra nas provas, mas é importante que
Lei de Improbidade Administrativa — Lei nº 8.429, de você saiba essa sutil diferença caso a banca queira
1992. Faremos a análise da Lei de Improbidade apon- aprofundar.
tando tais alterações.
A improbidade administrativa tem fundamento no Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
princípio da moralidade e no § 4º, art. 37, da Constitui- improbidade administrativa tutelará a probidade
ção Federal: na organização do Estado e no exercício de suas
funções, como forma de assegurar a integrida-
de do patrimônio público e social, nos termos
Art. 37 [...]
desta Lei.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o A primeira mudança importante da lei é que os
ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre- atos de improbidade passam a depender de uma con-
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. duta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalida-
de culposa nos atos de improbidade.
Dica O § 2º traz o conceito de dolo. Além disso, é impor-
tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo
Para memorizar as sanções do mencionado arti- específico, ou seja, a intenção de alcançar o resultado.
go, utilize o mnemônico PARIS: Exemplo: um servidor frauda a licitação para benefi-
Perda da função pública ciar um amigo.
Ação penal
Ressarcimento § 1º Consideram-se atos de improbidade adminis-
Indisponibilidade dos bens trativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º,
10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em
Suspensão dos direitos políticos
leis especiais.
0

§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de


-1

Nesse sentido, percebe-se que a Administração


78

alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e


Pública, além da legalidade formal, precisa observar, 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. 
.2

também, os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e


73

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de


de regras que assegurem a boa administração. competências públicas, sem comprovação de ato
.8

O art. 1º dispõe que o sistema de responsabiliza-


32

doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade


ção por atos de improbidade administrativa tutelará por ato de improbidade administrativa.
-4

a probidade na organização do Estado. E qual seria a § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci-


u

diferença entre probidade e moralidade? Existe dife- plinado nesta Lei os princípios constitucionais do
pr

rença ou são sinônimos? direito administrativo sancionador.


u

Ambas têm fundamento na ideia de honestidade,


pr

mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi- Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao
DIREITO ADMINISTRATIVO

nado trazido como princípio constitucional no caput sistema de improbidade os princípios constitucionais
do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro (2020), “a morali- do direito administrativo sancionador, quer dizer que
dade exige basicamente honestidade, observância das serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
regras de boa administração, atendimento ao interesse direito penal que protejam e beneficiem o réu, como,
público, boa-fé, lealdade.” por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica.
Já a probidade é prevista em lei. A improbidade Nesse sentido, observe este julgado do Superior
é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida- Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra-
de e qualquer violação a princípios da Administração tivo sancionador:
Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro,
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis-
Comparando moralidade e probidade, pode-se trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru-
afirmar que como princípios, significam pratica- dência, em razão de sua proximidade com o Direito
mente a mesma coisa, embora algumas leis façam Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII,

1 DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020. p. 1041-1042. 255
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da Constituição da República, qual seja, a retroati- mesmo que posteriormente a interpretação prevalente
vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em seja contrária ao ato praticado pelo agente. Esse dispo-
idêntico sentido, o RMS 37.031). sitivo garante mais segurança jurídica.

SUJEITOS PASSIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE SUJEITOS ATIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE

Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito na
passivos do ato de improbidade, que são aqueles que Lei de Improbidade. Segundo dispõe a norma, conside-
sofrem o ato. São eles: ra-se sujeito ativo os agentes políticos, servidores públi-
cos, aqueles que exercem, ainda que transitoriamente
z Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
bem como a administração direta e indireta, no ção, contratação ou qualquer outra forma de investidu-
âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e ra ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Aqui
do Distrito Federal; entra a figura do mesário, do jurado, do estagiário etc.
z Entidade privada que receba subvenção, bene- Além deles, temos como sujeito ativo também
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos,
públicos ou governamentais citados acima; induzam ou concorram dolosamente para a prática
z Entidade privada para cuja criação ou custeio do ato de improbidade.
o erário haja concorrido ou concorra no seu
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci- Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se
mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do agente público o agente político, o servidor público
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na nação, contratação ou qualquer outra forma de
organização do Estado e no exercício de suas fun- investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
ções e a integridade do patrimônio público e social função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
bem como da administração direta e indireta, Parágrafo único. No que se refere a recursos de ori-
no âmbito da União, dos Estados, dos Municí- gem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta
pios e do Distrito Federal. Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que cele-
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos bra com a administração pública convênio, contrato
de improbidade praticados contra o patrimônio de repasse, contrato de gestão, termo de parceria,
de entidade privada que receba subvenção, benefício termo de cooperação ou ajuste administrativo equi-
ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou valente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
governamentais, previstos no § 5º deste artigo.
§ 7º Independentemente de integrar a administra- O art. 2º descreve o conceito de agente público;
ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de
os atos de improbidade praticados contra o agentes públicos em sentido amplo e seriam os:
patrimônio de entidade privada para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no z agentes políticos;
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-
z servidores públicos;
cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
z todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
0

mente ou sem remuneração, por eleição, nomea-


-1

ção, designação, contratação ou qualquer outra


78

Com relação às entidades privadas que, mesmo


forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
.2

não integrando a administração indireta, recebem


emprego ou função;
73

dinheiro público, “criação ou custeio o erário haja con-


z o particular, pessoa física ou jurídica, que cele-
.8

corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita”, o


32

bra com a Administração Pública convênio,


ressarcimento dos prejuízos será limitado à repercus-
contrato de repasse, contrato de gestão, termo
-4

são do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.


de parceria, termo de cooperação ou ajuste
u

Exemplo: uma entidade privada recebe R$ 55.000,00


administrativo equivalente (particular equipa-
pr

de dinheiro público, então ela poderá pleitear em Ação


rado a agente público).
u

de Improbidade Administrativa o ressarcimento dos


pr

prejuízos até o limite de R$ 55.000,00.


Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no
que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
público, induza ou concorra dolosamente para a
são decorrente de divergência interpretativa da lei,
prática do ato de improbidade.
baseada em jurisprudência, ainda que não pacifi-
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabo-
cada, mesmo que não venha a ser posteriormente
radores de pessoa jurídica de direito privado não
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle
respondem pelo ato de improbidade que venha a
ou dos tribunais do Poder Judiciário.
ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, compro-
vadamente, houver participação e benefícios dire-
No § 8º a lei deixa claro que as divergências inter- tos, caso em que responderão nos limites da sua
pretativas das leis, baseadas em jurisprudências, não participação.
configuram ato de improbidade. Se um agente públi- § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pes-
co, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em uma soa jurídica, caso o ato de improbidade adminis-
hipótese na qual há divergência jurisprudencial a res- trativa seja também sancionado como ato lesivo à
peito da possibilidade ou impossibilidade de dispensa, administração pública de que trata a Lei nº 12.846,
256 em tal situação não há que se falar em improbidade de 1º de agosto de 2013.
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O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que cau-
dispõe que: sar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamen-
te estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo
Salvo se,
até o limite do valor da herança ou do patrimônio
Os sócios, os Não respondem comprovadamente, transferido.
cotistas, os pelo ato de houver participação Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que
diretores e os improbidade e benefícios trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na
colaboradores de que venha a ser diretos, caso em hipótese de alteração contratual, de transfor-
pessoa jurídica de imputado à pessoa que responderão mação, de incorporação, de fusão ou de cisão
direito privado jurídica nos limites da sua
societária.
participação
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de
incorporação, a responsabilidade da suces-
Além disso, as sanções trazidas nessa lei não se sora será restrita à obrigação de reparação
aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato praticado integral do dano causado, até o limite do
seja também sancionado como ato lesivo à Admi- patrimônio transferido, não lhe sendo apli-
nistração Pública de que trata a Lei Anticorrupção. cáveis as demais sanções previstas nesta Lei
Ainda com relação aos agentes políticos, pode-se decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes
citar como exemplos os Chefes do Executivo e seus da data da fusão ou da incorporação, exceto
no caso de simulação ou de evidente intuito de
auxiliares diretos; membros do Legislativo, mem-
fraude, devidamente comprovados.
bros do Judiciário; membros do Ministério Público;
membros dos Tribunais de Contas e representantes
A responsabilidade sucessória teve alguns acrés-
diplomáticos.
cimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriqueci-
A Lei nº 14.230, de 2021, incluiu expressamente
mento ilícito, se houver o falecimento do causador
“agente político” como agente público, consolidando
do dano, o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à
o que a jurisprudência já decidia a respeito da aplica-
reparação até o limite do valor da herança ou do patri-
ção da Lei de Improbidade aos agentes políticos. Com
mônio transferido.
relação aos Chefes do Executivo, é importante ficar
Essa regra já estava prevista no texto anterior da
atento para a exceção quanto ao Presidente da Repú-
Lei de Improbidade. A novidade agora é que a res-
blica. Veja:
ponsabilidade sucessória de que trata o art. 8º apli-
ca-se também nas hipóteses de:
Ementa: Direito Constitucional. Agravo Regimental
em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo
z alteração contratual;
Regime Sancionatório em Matéria de Improbidade.
Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerro-
z transformação;
gativa de Função à Ação de Improbidade Adminis- z incorporação;
trativa. 1. Os agentes políticos, com exceção do z fusão;
Presidente da República, encontram-se sujei- z cisão societária.
tos a um duplo regime sancionatório, de modo
que se submetem tanto à responsabilização Observe que o parágrafo único, do art. 8º-A, traz
civil pelos atos de improbidade administrati- uma redação cheia de detalhes importantes e pode
va, quanto à responsabilização político-admi- ser muito explorado em provas. A banca examinadora
nistrativa por crimes de responsabilidade [...]2. pode usar tal dispositivo para elaborar questões que
podem induzi-lo ao erro. Por isso, é muito importante
0
-1

Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas
78

a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, cobra o texto da lei. Sendo assim, atente-se para as
.2

inclusive com a possibilidade de duplo regime sancio- informações na tabela a seguir.


73

natório (pela Lei de Improbidade e mediante impea-


.8

chment) e não há foro por prerrogativa de função, ou


32

FUSÃO E INCORPORAÇÃO
seja, o julgamento será em primeira instância.
-4

Já com relação ao Presidente da República não há Responsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
u

a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade, ção de reparação integral do dano causado


pr

uma vez que o Presidente da República já tem um


u

sistema próprio de punição dentro da Constituição Até o limite do patrimônio transferido


pr

Federal com uma previsão específica para crimes de Não aplicando as demais sanções decorrentes de
DIREITO ADMINISTRATIVO

responsabilidade. atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou


Lembre-se sempre de responder de acordo com da incorporação
o comando da questão. Se a questão citar “de acordo Exceto no caso de simulação ou de evidente intuito
de fraude, devidamente comprovados
com entendimento do Supremo Tribunal Federal”,
você já terá conhecimento suficiente para respondê-
-la. Se ela trouxer apenas o texto da lei, considere o DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
texto legal.
As hipóteses de improbidade administrativa estão
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbida- divididas em três espécies:
de, a autoridade que conhecer dos fatos repre-
sentará ao Ministério Público competente, z Art. 9º: atos que importam enriquecimento ilícito;
para as providências necessárias. z Art. 10: atos que causam prejuízo ao erário;
2 Pet 3240 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2018, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 21-08-2018 PUBLIC 22-08-2018. 257
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z Art. 11: atos que atentam contra os princípios da natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
Administração Pública. deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evo-
lução do patrimônio ou à renda do agente público,
O art. 10-A, incluído em 2016, que tratava dos atos assegurada a demonstração pelo agente da licitude
de improbidade administrativa decorrentes de con- da origem dessa evolução;
cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer
ou tributário, deixou de existir como espécie de ato atividade de consultoria ou assessoramento
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
e foi incorporado em uma das hipóteses de atos que
suscetível de ser atingido ou amparado por ação
causam lesão ao erário.
ou omissão decorrente das atribuições do agente
Além disso, o rol de hipótese que antes era exem-
público, durante a atividade;
plificativo agora se tornou rol taxativo. O rol exem- IX - perceber vantagem econômica para inter-
plificativo é aquele que pode ser acrescido por outras mediar a liberação ou aplicação de verba pública
hipóteses, já o rol taxativo traz uma relação de situa- de qualquer natureza;
ções restritas às quais não haverá acréscimo. X - receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
Dos Atos de Improbidade Administrativa que de ofício, providência ou declaração a que esteja
Importam Enriquecimento Ilícito obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri-
Com a leitura dos artigos você vai perceber que mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
nessa espécie existe um enriquecimento, um aumento do acervo patrimonial das entidades mencionadas
patrimonial do agente com a prática dos atos descritos. no art. 1° desta lei;
Observe os verbos: receber, perceber, adquirir, XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, ver-
usar, incorporar, utilizar para conseguir qualquer bas ou valores integrantes do acervo patrimonial
tipo de vantagem patrimonial indevida. das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrati- Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
va importando em enriquecimento ilícito auferir, Prejuízo ao Erário
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exer- Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há
cício de cargo, de mandato, de função, de emprego um proveito econômico pelo agente, ocorre um pre-
ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º juízo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contri-
desta Lei, e notadamente: buir para que outro enriqueça às custas do dinheiro
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem público, deixar de observar alguma exigência previs-
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco- ta em lei, e essa inobservância causa algum prejuízo,
nômica, direta ou indireta, a título de comissão, por exemplo: frustrar a licitude de licitação ou proces-
percentagem, gratificação ou presente de quem
so seletivo, acarretando perda patrimonial etc. Perce-
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
ba que com esse raciocínio não dá para confundir as
atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
rente das atribuições do agente público; duas espécies.
II - perceber vantagem econômica, direta ou
indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou Art. 10 Constitui ato de improbidade administra-
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
0

preço superior ao valor de mercado; damente, perda patrimonial, desvio, apropriação,


-1

III - perceber vantagem econômica, direta ou malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have-
78

indireta, para facilitar a alienação, permuta ou res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
.2

locação de bem público ou o fornecimento de ser- notadamente:


73

viço por ente estatal por preço inferior ao valor de I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
.8

mercado; para a indevida incorporação ao patrimônio par-


32

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qual- ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren-
-4

quer bem móvel, de propriedade ou à disposição das, de verbas ou de valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta
u

de qualquer das entidades referidas no art. 1º


pr

desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de Lei;


u

empregados ou de terceiros contratados por essas II - permitir ou concorrer para que pessoa físi-
pr

entidades; ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas


V - receber vantagem econômica de qualquer ou valores integrantes do acervo patrimonial das
natureza, direta ou indireta, para tolerar a explo- entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
ração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de observância das formalidades legais ou regu-
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- lamentares aplicáveis à espécie;
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
tal vantagem; ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
VI - receber vantagem econômica de qualquer ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
natureza, direta ou indireta, para fazer declara- patrimônio de qualquer das entidades menciona-
ção falsa sobre qualquer dado técnico que envolva das no art. 1º desta lei, sem observância das for-
obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre malidades legais e regulamentares aplicáveis à
quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterís- espécie;
tica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
das entidades referidas no art. 1º desta Lei; locação de bem integrante do patrimônio de qual-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercí- quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
cio de mandato, de cargo, de emprego ou de fun- ainda a prestação de serviço por parte delas, por
258 ção pública, e em razão deles, bens de qualquer preço inferior ao de mercado;
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V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou § 1º Nos casos em que a inobservância de forma-
locação de bem ou serviço por preço superior ao de lidades legais ou regulamentares não implicar
mercado; perda patrimonial efetiva, não ocorrerá impo-
VI - realizar operação financeira sem obser- sição de ressarcimento, vedado o enriqueci-
vância das normas legais e regulamentares ou mento sem causa das entidades referidas no art.
aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 1º desta Lei.
VII - conceder benefício administrativo ou fis- § 2º A mera perda patrimonial decorrente da
cal sem a observância das formalidades legais atividade econômica não acarretará improbi-
ou regulamentares aplicáveis à espécie; dade administrativa, salvo se comprovado ato
VIII - frustrar a licitude de processo licitató- doloso praticado com essa finalidade.
rio ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou O parágrafo segundo, do referido artigo, reforça a
dispensá-los indevidamente, acarretando perda ideia de que os atos descritos na Lei de Improbidade
patrimonial efetiva; precisam de dolo, ou seja, a vontade livre e consciente
IX - ordenar ou permitir a realização de despe- de alcançar o resultado ilícito.
sas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
de renda, bem como no que diz respeito à conserva-
Atentam Contra os Princípios da Administração
ção do patrimônio público;
Pública
XI - liberar verba pública sem a estrita obser-
vância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular; Com relação aos atos de improbidade que aten-
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que tam contra os princípios, a conduta do agente de
terceiro se enriqueça ilicitamente; alguma forma vai violar os princípios que norteiam
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço a atividade da Administração Pública. Como é um rol
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou menor, se você memorizar as hipóteses do art. 11 e
material de qualquer natureza, de propriedade ou à tiver em mente o raciocínio explicado acima nos arts.
disposição de qualquer das entidades mencionadas 9º e 10, fica fácil identificar na questão o que é o enri-
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi- quecimento ilícito e o prejuízo ao erário.
dor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades. Art. 11 Constitui ato de improbidade administra-
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento tiva que atenta contra os princípios da admi-
que tenha por objeto a prestação de serviços públi- nistração pública a ação ou omissão dolosa que
cos por meio da gestão associada sem observar viole os deveres de honestidade, de imparcialidade
as formalidades previstas na lei; e de legalidade, caracterizada por uma das seguin-
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio tes condutas:
público sem suficiente e prévia dotação orça- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
mentária, ou sem observar as formalidades 2021)
previstas na lei. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, de 2021)
para a incorporação, ao patrimônio particular de III - revelar fato ou circunstância de que tem
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou ciência em razão das atribuições e que deva
valores públicos transferidos pela administração permanecer em segredo, propiciando beneficia-
pública a entidades privadas mediante celebração mento por informação privilegiada ou colocando
0

de parcerias, sem a observância das formali- em risco a segurança da sociedade e do Estado;


-1

dades legais ou regulamentares aplicáveis à IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em
78

espécie; razão de sua imprescindibilidade para a seguran-


.2

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi- ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses
73

ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas instituídas em lei;


.8

ou valores públicos transferidos pela administração V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o cará-


32

pública a entidade privada mediante celebração de ter concorrencial de concurso público, de cha-
-4

parcerias, sem a observância das formalidades mamento ou de procedimento licitatório, com


legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
u

vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou


pr

XVIII - celebrar parcerias da administração indireto, ou de terceiros;


u

pública com entidades privadas sem a obser- VI - deixar de prestar contas quando esteja obri-
pr

vância das formalidades legais ou regulamen- gado a fazê-lo, desde que disponha das condições
tares aplicáveis à espécie; para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
DIREITO ADMINISTRATIVO

XIX - agir para a configuração de ilícito na VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe-
celebração, na fiscalização e na análise das cimento de terceiro, antes da respectiva
prestações de contas de parcerias firmadas pela divulgação oficial, teor de medida política ou
administração pública com entidades privadas; econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela bem ou serviço.
administração pública com entidades privadas sem VIII - descumprir as normas relativas à celebra-
a estrita observância das normas pertinentes ção, fiscalização e aprovação de contas de parce-
ou influir de qualquer forma para a sua apli- rias firmadas pela administração pública com
cação irregular. entidades privadas.
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021) de 2021)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o de 2021)
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente
116, de 31 de julho de 2003. em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 259
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terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante Ou seja, se o Ministério Público ingressou com uma
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido ação contra um agente público pelo suposto cometimento
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, de ato de improbidade administrativa que atenta contra
para o exercício de cargo em comissão ou de con- princípios, não basta citar que cometeu tal ato, é preciso
fiança ou, ainda, de função gratificada na adminis- demonstrar de forma objetiva e indicar as normas cons-
tração pública direta e indireta em qualquer dos
titucionais, legais ou infralegais que foram violadas.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este
designações recíprocas;
artigo exigem lesividade relevante ao bem
XII - praticar, no âmbito da administração públi-
ca e com recursos do erário, ato de publicidade jurídico tutelado para serem passíveis de sancio-
que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da namento e independem do reconhecimento da
Constituição Federal, de forma a promover produção de danos ao erário e de enriqueci-
inequívoco enaltecimento do agente público e mento ilícito dos agentes públicos
personalização de atos, de programas, de obras, de § 5º Não se configurará improbidade a mera
serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. nomeação ou indicação política por parte dos
detentores de mandatos eletivos, sendo neces-
sária a aferição de dolo com finalidade ilícita
O nepotismo passou a ser considerado de forma
por parte do agente.
expressa como ato de improbidade que atenta con-
tra princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na
Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, O legislador deixa claro no § 4º, do art. 11, que os
mas o legislador resolveu incluir, também, no texto da atos de improbidade referidos no artigo exigem lesi-
Lei de Improbidade, reforçando a vedação ao nepotismo. vidade relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja,
Tal inclusão se mostra muito importante, pois, para que os atos aqui descritos sejam passíveis de
apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito sanção, será necessário que o aplicador da norma (o
da proibição do nepotismo por violar a Constituição juiz) no caso concreto observe se a conduta praticada
Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no foi capaz de causar uma lesividade relevante ao bem
âmbito da improbidade administrativa poderia levar jurídico protegido.
a questionamentos com relação à aplicação de san- Além disso, a aplicação da sanção por violação aos
ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi- princípios não vai depender da ocorrência de danos ao
dade que viola princípios e está sujeito às cominações erário ou de enriquecimento ilícito dos agentes. Se, por
legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade. exemplo, um agente público deixar de prestar contas
quando estiver obrigado a fazê-lo, com vistas a ocultar
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas irregularidades por ele praticadas, e ficar provado o dolo
contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº da conduta mesmo não havendo um prejuízo ao erário
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have- ou enriquecimento, o agente será responsabilizado.
rá improbidade administrativa, na aplica-
ção deste artigo, quando for comprovado na
conduta funcional do agente público o fim de Importante!
obter proveito ou benefício indevido para si ou
para outra pessoa ou entidade. Com relação ao ato de frustrar procedimen-
to licitatório, tome cuidado, pois o examinador
Outro ponto importante diz respeito à previsão do pode te induzir ao erro, já que tal ato é encontra-
0

parágrafo primeiro, o qual dispõe que somente haverá do tanto no art. 10 quanto no art. 11, sendo que
-1

improbidade administrativa quando for comprovado a diferença é:


78

o fim de obter proveito ou benefício indevido. Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo
.2

Novamente o legislador faz ênfase à proibição de


73

ao erário;
haver condutas culposas nos atos de improbidade Se não houver perda patrimonial efetiva → Aten-
.8
32

administrativa e caberá ao Ministério Público, titu- ta contra princípios.


lar da ação, provar que nas hipóteses descritas nesse
-4

artigo o agente tinha a finalidade de obter proveito ou


u

benefício indevido para si ou para outra pessoa.


pr

DAS PENAS
u
pr

§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a Em decorrência da independência das instâncias,


quaisquer atos de improbidade administrativa tipi- as sanções previstas no art. 12 não excluem a possi-
ficados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer
bilidade de responsabilização do agente em âmbito
outros tipos especiais de improbidade administrati-
criminal, civil e administrativo.
va instituídos por lei.
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na
Além disso, é importante não confundir o ressar-
categoria de que trata este artigo pressupõe cimento integral do dano com a multa, são coisas
a demonstração objetiva da prática de ilega- diferentes. O ressarcimento integral do dano ocor-
lidade no exercício da função pública, com a rerá sempre que houver dano; trata-se de uma conse-
indicação das normas constitucionais, legais quência lógica decorrente da conduta ilícita. Se, por
ou infralegais violadas. exemplo, um agente público incorporar, por qualquer
forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou
A exigência do parágrafo 3º diz respeito à neces- valores integrantes do acervo patrimonial das entida-
sidade de motivação, fundamentação de todas as ale- des referidas na lei, esse agente tem o dever de ressar-
gações feitas, assim como deve ser feito nas decisões cir o dano que foi causado a essa entidade, seja dano
proferidas pelo Judiciário, indicando as normas que financeiro ou patrimonial. Já a multa é uma sanção
260 foram violadas pelo agente público. aplicada pela prática do ato ilícito.
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A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe algumas alterações estender a perda da função aos demais vínculos, con-
com relação às sanções. A suspensão dos direitos polí- sideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da
ticos terá prazo máximo de 14 anos e o valor das mul- infração.
tas diminuiu. Veja:
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro,
Art. 12 Independentemente do ressarcimento se o juiz considerar que, em virtude da situação
integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san- econômica do réu, o valor calculado na forma dos
ções penais comuns e de responsabilidade, civis e incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
administrativas previstas na legislação específica, reprovação e prevenção do ato de improbidade.
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica,
às seguintes cominações, que podem ser aplicadas deverão ser considerados os efeitos econômicos e
isolada ou cumulativamente, de acordo com a sociais das sanções, de modo a viabilizar a manu-
gravidade do fato: tenção de suas atividades.
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, O § 3º respeita os princípios da razoabilidade e da
perda da função pública, suspensão dos direitos proporcionalidade, que consistem basicamente na
políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de mul- adequação entre meios e fins e são divididos em três
ta civil equivalente ao valor do acréscimo patrimo- subprincípios:
nial e proibição de contratar com o poder público
ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
z Adequação: verificar se a decisão ou conduta
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio alcançará o ato/resultados almejados;
majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) z Necessidade: verificar se há um meio menos gra-
anos; voso e igualmente eficaz para ser adotado;
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens z Proporcionalidade em sentido estrito: significa
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, verificar se as restrições decorrentes são compen-
se concorrer esta circunstância, perda da função sadas pelos benefícios que serão gerados.
pública, suspensão dos direitos políticos até 12
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente No âmbito da Lei de Improbidade, o objetivo desse
ao valor do dano e proibição de contratar com o parágrafo é que, na aplicação das sanções às pessoas
poder público ou de receber benefícios ou incenti- jurídicas, deve-se levar em consideração os efeitos
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, econômicos e sociais para não tornar inviável a conti-
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da nuidade das atividades prestadas pela pessoa jurídica.
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe-
rior a 12 (doze) anos;
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos rele-
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de
vantes devidamente justificados, a sanção de
multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor
proibição de contratação com o poder público
da remuneração percebida pelo agente e proibição
pode extrapolar o ente público lesado pelo ato
de contratar com o poder público ou de receber
de improbidade, observados os impactos econô-
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire-
micos e sociais das sanções, de forma a preservar a
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
função social da pessoa jurídica, conforme disposto
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
no § 3º deste artigo.
prazo não superior a 4 (quatro) anos;
IV - (revogado).
0
-1

§ 1º A sanção de perda da função pública, nas Com relação à sanção de proibição de contratar,
78

hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, em regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado,
.2

atinge apenas o vínculo de mesma qualida- por exemplo, um servidor municipal cometeu um ato
73

de e natureza que o agente público ou políti- de improbidade que gerou lesão ao erário no respec-
.8

co detinha com o poder público na época do tivo Município. Sendo assim, a proibição de contratar
32

cometimento da infração, podendo o magistra- com o poder público será aplicada somente ao Muni-
-4

do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e cípio onde ocorreu a lesão.
em caráter excepcional, estendê-la aos demais
u

No entanto, excepcionalmente e por motivos rele-


pr

vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e vantes devidamente justificados, a sanção de proi-


a gravidade da infração.
u

bição de contratar poderá extrapolar o ente público


pr

lesado.
O § 1º dispõe que a perda da função pública só
DIREITO ADMINISTRATIVO

Além disso, outro ponto importante acrescido pela


vai alcançar o vínculo que o agente público deti- Lei nº 14.230, de 2021, é a necessidade de a sanção de
nha ao tempo do cometimento da infração. proibição de contratação com o poder público constar
Para facilitar seu estudo, vejamos um exemplo: um do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
servidor público efetivo que ocupa o cargo de Analis- pensas (CEIS), observadas as limitações territoriais
ta no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região na contidas na decisão judicial.
Comarca de Belo Horizonte foi licenciado para exercer
o mandato eletivo de Prefeito no Município. No curso § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens
do mandato eletivo ele comete ato de improbidade; jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limi-
nessa circunstância, caso ele seja condenado, a perda tar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do
da função pública será aplicada apenas ao mandato ressarcimento do dano e da perda dos valores
eletivo, não atingindo seu cargo efetivo de Analista. obtidos, quando for o caso, nos termos do caput
Nas hipóteses previstas no inciso I do caput des- deste artigo.
se artigo (os casos que importam enriquecimento ilí- § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público,
cito), o Magistrado poderá, em caráter excepcional, a reparação do dano a que se refere esta Lei 261
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deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por
objeto os mesmos fatos.
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão
observar o princípio constitucional do non bis in idem.
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as
limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
tença condenatória.
§ 10 Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroa-
tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Conforme dispõe o § 6º, se um agente estiver sendo processado pelo mesmo fato nas três esferas (criminal, civil
e administrativa) e ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano em sede de improbidade adminis-
trativa deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias referidas.
O § 10 fala sobre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. A sentença condenató-
ria transitada em julgado é aquela da qual não caiba mais recurso, tornando-se definitiva. Já a decisão colegiada
é a decisão proferida em 2ª instância. Sendo assim, a contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos
políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Importante lembrar, também, que as sanções trazidas no art. 12 só podem ser executadas após o trânsito
em julgado da sentença condenatória que será proferida após o regular processo judicial que garanta contra-
ditório e ampla defesa ao acusado.
Percebe-se que a parte das disposições gerais da lei, o capítulo referente aos atos de improbidade e o capítulo
das penas são os mais cobrados em provas de concursos. É claro que tudo que está previsto na lei pode ser abor-
dado em provas, mas já que esse é um dos tópicos de maior incidência, segue um quadro para facilitar a memori-
zação das sanções previstas na lei.

Quadro Comparativo das Penas

PREJUÍZO AO
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. ATENTAM CONTRA PRINCÍ-
SANÇÃO ERÁRIO (ART.
9º) PIOS (ART. 11)
10)

Perda da função
Sim Sim ---
pública

Suspensão dos direi-


Até 14 anos Até 12 anos ---
tos políticos

Perda dos bens


acrescidos Sim Sim, se houver ---
ilicitamente
0

Multa civil Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24X o valor da remuneração
-1
78

Proibição de contra-
.2

tar ou receber benefí- Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos


73

cios fiscais
.8
32

Importante: ressarcimento integral do dano → aplicável sempre que houver dano efetivo.
-4
u

DA DECLARAÇÃO DE BENS
pr
u
pr

Na redação anterior, ou o agente entregava a declaração de bens elaborada por ele mesmo ou poderia de
forma facultativa entregar a cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na
conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.
Na atual redação, o agente deve entregar a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fede-
ral (Declaração de Imposto de Renda). Tal declaração deve ser atualizada anualmente e na data em que o agente
público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declaração ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.

Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1º (Revogado).
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
prestar declaração falsa.
262 § 4º (Revogado).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO patrimônio, transfira para outras pessoas e ao final
PROCESSO JUDICIAL do processo judicial não seja possível o ressarcimen-
to aos cofres públicos. Para evitar que isso ocorra, o
O procedimento administrativo é realizado inter- Ministério Público irá requerer ao juiz essa medida
namente com o intuito de investigar o suposto ato cautelar para garantir o ressarcimento do prejuízo
praticado por um agente público. O início do proces- quando for proferida a decisão transitada em julgado.
so administrativo pode dar-se de ofício, ou seja, pela Quando essa medida for deferida pelo juiz, o inves-
própria administração ou mediante representação de tigado ou indiciado não poderá se desfazer de seus
qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade bens. Tal medida de certa forma “trava” o patrimônio,
determinará a apuração dos fatos, observada a legis- bloqueia os bens e ele não poderá, por exemplo, ven-
lação que regula o processo administrativo disciplinar der imóveis, movimentar aplicações financeiras, valo-
aplicável ao agente; se for um agente federal, por exem- res em conta bancária etc. Foram acrescidos alguns
plo, o procedimento observará a Lei nº 8.112, de 1990. artigos que regulamentam de forma mais detalhada
Já o processo judicial é instaurado no Judiciário a indisponibilidade. Além disso, não existe mais o
mediante petição apresentada pelo Ministério Públi- sequestro de bens na lei.
co, que é o titular da referida ação, para aplicação das
penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e Art. 16 Na ação por improbidade administrativa
aos particulares que, mesmo não sendo agentes públi- poderá ser formulado, em caráter antecedente
cos, induzam ou concorram dolosamente para a práti- ou incidente, pedido de indisponibilidade de
ca do ato de improbidade. bens dos réus, a fim de garantir a integral recom-
São procedimentos independentes; no processo posição do erário ou do acréscimo patrimonial
administrativo serão aplicadas as sanções de natureza resultante de enriquecimento ilícito.
administrativa, podendo inclusive ser aplicada a pena § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de demissão. O processo administrativo é mais rápi- de 2021)
do e a decisão de demissão em âmbito administrativo § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que
produz efeitos imediatos em decorrência dos princí- se refere o caput deste artigo poderá ser formu-
lado independentemente da representação de
pios da autoexecutoriedade e da presunção de legiti-
que trata o art. 7º desta Lei.
midade dos atos. Sendo assim, a entidade que sofreu
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibili-
a lesão poderá instaurar um processo administrativo,
dade de bens a que se refere o caput deste artigo
demitir o agente público e na ação judicial haverá a incluirá a investigação, o exame e o bloqueio
aplicação das demais penalidades referidas na lei. de bens, contas bancárias e aplicações finan-
ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à termos da lei e dos tratados internacionais.
autoridade administrativa competente para que § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que
seja instaurada investigação destinada a apurar a se refere o caput deste artigo apenas será defe-
prática de ato de improbidade. rido mediante a demonstração no caso concreto
§ 1º A representação, que será escrita ou redu- de perigo de dano irreparável ou de risco ao
zida a termo e assinada, conterá a qualifica- resultado útil do processo, desde que o juiz se
ção do representante, as informações sobre o convença da probabilidade da ocorrência dos atos
fato e sua autoria e a indicação das provas de descritos na petição inicial com fundamento nos
que tenha conhecimento. respectivos elementos de instrução, após a oitiva
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a repre- do réu em 5 (cinco) dias.
0

sentação, em despacho fundamentado, se esta


-1

não contiver as formalidades estabelecidas no


78

Importante ressaltar que agora a lei exige a


§ 1º deste artigo. A rejeição não impede a repre-
.2

demonstração de perigo irreparável, antes o Supe-


sentação ao Ministério Público, nos termos do
73

rior Tribunal de Justiça entendia que o periculum in


art. 22 desta lei.
.8

mora — perigo da demora — era implícito, presumido


§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a
32

no referido dispositivo. Com as alterações, é preciso


autoridade determinará a imediata apuração dos
-4

fatos, observada a legislação que regula o processo demonstrar perigo de dano irreparável ou de risco ao
resultado útil do processo.
u

administrativo disciplinar aplicável ao agente.


pr

Art. 15 A comissão processante dará conhecimento Para entender melhor, imagine o seguinte. Um
u

ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de agente público está sendo investigado por, supos-
pr

Contas da existência de procedimento administra- tamente, ter incorporado ao seu patrimônio bens,
tivo para apurar a prática de ato de improbidade. rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal monial das entidades mencionadas na lei.
ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, Há fortes indícios da prática do referido ato e no
designar representante para acompanhar o proce- curso da investigação o Ministério Público percebe
dimento administrativo. que o agente está começando a dilapidar todo o seu
patrimônio, gerando o perigo de dano irreparável
INDISPONIBILIDADE DE BENS ou de risco ao resultado útil do processo, uma vez
que essa conduta poderia inviabilizar o ressarci-
A indisponibilidade de bens é uma medida cau- mento dos valores indevidamente incorporados.
telar que pode ser requerida antes ou no curso da No caso hipotético narrado, se o Ministério Público
ação principal e visa garantir a futura devolução de conseguir convencer o juiz de que a conduta do inves-
dinheiro público em caso de condenação. Imagine tigado gera perigo de dano irreparável (desfazer-se
que um agente público esteja sendo investigado pela do patrimônio) ou risco ao resultado útil do proces-
possível prática de ato que gerou enriquecimento ilí- so (impossibilitando a futura reparação do dano), a
cito; é possível que o indiciado acabe com todo o seu indisponibilidade de bens será deferida. 263
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.

A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e
estudiosos do direito administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum profes-
sor falando sobre isso, mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar
o entendimento deste tópico, veja o fluxograma que segue:

Em caráter antecedente ou incidente


— antes ou no curso da ação principal
Pedido formulado pelo
Ministério Público Garantir a integral recomposição do
erário ou do acréscimo patrimonial
resultante de enriquecimento ilícito

INDISPONIBILIDADE O pedido deve Desde que o juiz se convença da


DE BENS demonstrar: probabilidade dos atos descritos,
após a oitiva do réu em 5 dias
� Perigo de dano
0
-1

irreparável Não incide sobre:


78

� Ou risco do � Multa civil


.2

resultado útil do
� Acréscimo patrimonial decorrente
73

processo
de atividade lícita
.8
32

A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
-4

prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen-
u

dem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.


pr

A lei, em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja:
u
pr

z Veículos de via terrestre;


z Bens imóveis;
z Bens móveis em geral;
z Semoventes;
z Navios e aeronaves;
z Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
z Pedras e metais preciosos;
z Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado
e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.

Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14, do art. 16:

z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações
financeiras ou em conta corrente;
264 z Bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
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PROCESSO JUDICIAL § 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
do o autor, o juiz:
No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto I - procederá ao julgamento conforme o estado do
o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada processo, observada a eventual inexistência mani-
tinham legitimidade para dar início à ação judicial de festa do ato de improbidade;
improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas
14.230, de 2021, o Ministério Público passa a ser o úni- a otimizar a instrução processual.
co legitimado para propor a ação. § 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz
proferirá decisão na qual indicará com precisão
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções a tipificação do ato de improbidade administrati-
de que trata esta Lei será proposta pelo Minis- va imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
tério Público e seguirá o procedimento comum o fato principal e a capitulação legal apresentada
previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 pelo autor.
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta § 10-D Para cada ato de improbidade administra-
Lei. tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
§ 1º (Revogado). um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
§ 2º (Revogado). 11 desta Lei.
§ 3º (Revogado). § 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
§ 4º (Revogado). artigo, as partes serão intimadas a especificar as
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo provas que pretendem produzir.
deverá ser proposta perante o foro do local § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica parcial da ação de improbidade administrati-
prejudicada. va que:
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput I - condenar o requerido por tipo diverso daquele
deste artigo prevenirá a competência do juízo para definido na petição inicial;
todas as ações posteriormente intentadas que pos- II - condenar o requerido sem a produção das pro-
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. vas por ele tempestivamente especificadas.
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: § 11 Em qualquer momento do processo, verificada
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon- a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará
tar os elementos probatórios mínimos que demons- a demanda improcedente.
trem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e § 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade de 2021)
devidamente fundamentada; § 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
II - será instruída com documentos ou justificação de 2021)
que contenham indícios suficientes da veracidade § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurí-
dos fatos e do dolo imputado ou com razões fun- dica interessada será intimada para, caso queira,
damentadas da impossibilidade de apresentação intervir no processo.
de qualquer dessas provas, observada a legislação § 15 Se a imputação envolver a desconsideração de
vigente, inclusive as disposições constantes dos pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas
arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de
2015 (Código de Processo Civil). 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as § 16 A qualquer momento, se o magistrado
tutelas provisórias adequadas e necessárias, identificar a existência de ilegalidades ou
nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de de irregularidades administrativas a serem
0
-1

16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). sanadas sem que estejam presentes todos os
78

§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos requisitos para a imposição das sanções aos
agentes incluídos no polo passivo da deman-
.2

do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015


73

(Código de Processo Civil), bem como quando da, poderá, em decisão motivada, converter a
ação de improbidade administrativa em ação
.8

não preenchidos os requisitos a que se referem os


32

incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando civil pública, regulada pela Lei nº 7.347, de 24 de
julho de 1985.
-4

manifestamente inexistente o ato de improbidade


imputado.
u

A possibilidade de conversão de ação de improbi-


pr

§ 7º Se a petição inicial estiver em devida for-


ma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a dade administrativa em ação civil pública é uma for-
u
pr

citação dos requeridos para que a contestem ma de viabilizar a economia processual. Da decisão de
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o conversão caberá recurso de agravo de instrumento.
DIREITO ADMINISTRATIVO

prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16


de março de 2015 (Código de Processo Civil). § 17 Da decisão que converter a ação de impro-
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, bidade em ação civil pública caberá agravo de
de 2021) instrumento.
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, § 18 Ao réu será assegurado o direito de ser
de 2021) interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli- a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão
minares suscitadas pelo réu em sua contestação confissão.
caberá agravo de instrumento. § 19 Não se aplicam na ação de improbidade
§ 10 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, administrativa:
de 2021) I - a presunção de veracidade dos fatos alega-
§ 10-A Havendo a possibilidade de solução con- dos pelo autor em caso de revelia;
sensual, poderão as partes requerer ao juiz a II - a imposição de ônus da prova ao réu, na for-
interrupção do prazo para a contestação, por ma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16
prazo não superior a 90 (noventa) dias. de março de 2015 (Código de Processo Civil); 265
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III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, competindo ao Con-
selho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos distintos;
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito.
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos
praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a respon-
der ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julgado.
§ 21 Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões
preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação.

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL

A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe de forma mais detalhada os requisitos para que se possa realizar um acordo de
não persecução civil no âmbito da improbidade administrativa. Trata-se de um acordo celebrado entre o Minis-
tério Público e pessoas físicas ou jurídicas investigadas pela prática de improbidade administrativa com o intuito
de não prosseguir com a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo Judiciário; entretanto, para a aplicação
desse acordo, devem ser observados alguns requisitos, veja:

Art. 17-B O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados.
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação;
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da
ação de improbidade administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade
do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem
como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas
competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias.
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de apuração
do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória.
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério
Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e procedi-
mentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras
medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas.
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará
impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do
0

efetivo descumprimento.
-1
78
.2
73
.8
32

Legitimidade para propor Ministério Público


-4

I - integral ressarcimento do dano


u

II - reversão à pessoa jurídica lesada


pr

Resultados da vantagem indevida obtida ainda


u

que oriunda de agentes privados


pr

ACORDO DE NÃO I - oitiva do ente federativo lesado,


PERSECUÇÃO CIVIL em momento anterior ou posterior à
propositura de ação

II - aprovação no prazo de até


60 dias, pelo órgão do Ministério
Público competente para apreciar
Procedimento adotado (hipóteses as promoções de arquivamento
cumulativas) § 1º, art. 17-B de inquéritos civis, se anterior ao
ajuizamento da ação

III - homologação judicial,


independentemente de acordo
ocorrer antes ou depois do
ajuizamento da ação de improbidade
administrativa
266
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O acordo de não persecução civil poderá ser reali- pessoal previstas nesta Lei, e não constitui
zado em 3 momentos: ação civil, vedado seu ajuizamento para o con-
trole de legalidade de políticas públicas e para a
z no curso da investigação de apuração do ilícito; proteção do patrimônio público e social, do meio
z no curso da ação de improbidade; ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e
z no momento da execução da sentença individuais homogêneos.
condenatória. Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o
controle de legalidade de políticas públicas e a res-
ponsabilidade de agentes públicos, inclusive polí-
O art. 17-C estabelece que a sentença deverá obser-
ticos, entes públicos e governamentais, por danos
var, além dos requisitos previstos no Código de Pro-
ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direi-
cesso Civil, também os trazidos na lei. Destaca-se que tos de valor artístico, estético, histórico, turístico
o § 2º fala sobre a hipótese de litisconsórcio passivo, e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou
que ocorre quando se tem mais de um réu no proces- coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística,
so. Nessas circunstâncias, a lei prevê que a condena- à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou
ção ocorrerá no limite da participação e dos benefícios religiosos e ao patrimônio público e social subme-
diretos de cada um, vedada qualquer solidariedade; tem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho
ou seja, cada réu responderá pela sua participação ou de 1985.
de acordo com os seus benefícios em decorrência da Art. 18 A sentença que julgar procedente a
prática do ato ilícito. ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei con-
denará ao ressarcimento dos danos e à perda
Art. 17-C A sentença proferida nos processos a que ou à reversão dos bens e valores ilicitamente
se refere esta Lei deverá, além de observar o dispos- adquiridos, conforme o caso, em favor da pes-
to no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de soa jurídica prejudicada pelo ilícito.
2015 (Código de Processo Civil): § 1º Se houver necessidade de liquidação do
I - indicar de modo preciso os fundamentos que dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá
demonstram os elementos a que se referem os arts. a essa determinação e ao ulterior procedimen-
9º, 10 e 11 desta Lei, que não podem ser presumidos; to para cumprimento da sentença referente ao
II - considerar as consequências práticas da deci- ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou
são, sempre que decidir com base em valores jurí- à reversão dos bens.
dicos abstratos; § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais as providências a que se refere o § 1º deste arti-
do gestor e as exigências das políticas públicas a go no prazo de 6 (seis) meses, contado do trân-
seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos adminis- sito em julgado da sentença de procedência da
trados e das circunstâncias práticas que houve- ação, caberá ao Ministério Público proceder
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do à respectiva liquidação do dano e ao cumpri-
agente; mento da sentença referente ao ressarcimento
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de do patrimônio público ou à perda ou à rever-
forma isolada ou cumulativa: são dos bens, sem prejuízo de eventual responsa-
a) os princípios da proporcionalidade e da bilização pela omissão verificada.
razoabilidade; § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimen-
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração to, deverão ser descontados os serviços efetivamen-
cometida; te prestados.
c) a extensão do dano causado;
0

d) o proveito patrimonial obtido pelo agente;


-1

O § 4º estabelece a possibilidade de parcelamento


e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
78

em até 48 parcelas do débito decorrente da condena-


f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as
.2

ção, mas para isso o réu tem que demonstrar que não
consequências advindas de sua conduta omissiva
73

ou comissiva; pode efetuar todo o pagamento de uma só vez.


.8

g) os antecedentes do agente;
32

V - considerar na aplicação das sanções a dosime- § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em


-4

tria das sanções relativas ao mesmo fato já aplica- até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigi-
das monetariamente, do débito resultante de conde-
u

das ao agente;
pr

VI - considerar, na fixação das penas relativamente nação pela prática de improbidade administrativa
se o réu demonstrar incapacidade financeira
u

ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação espe-


pr

cífica, não admitida a sua responsabilização por de saldá-lo de imediato. (Incluído pela Lei nº
ações ou omissões para as quais não tiver concor- 14.230, de 2021)
DIREITO ADMINISTRATIVO

rido ou das quais não tiver obtido vantagens patri- Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de
moniais indevidas; cumprimento da sentença, o juiz unificará
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, eventuais sanções aplicadas com outras já
critérios objetivos que justifiquem a imposição da impostas em outros processos, tendo em vista
sanção. a eventual continuidade de ilícito ou a prática de
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qua- diversas ilicitudes, observado o seguinte: (Incluído
lifique não configura ato de improbidade. pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a con- I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz pro-
denação ocorrerá no limite da participação e dos moverá a maior sanção aplicada, aumentada
benefícios diretos, vedada qualquer solidariedade. de 1/3 (um terço), ou a soma das penas, o que
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº
de que trata esta Lei. 14.230, de 2021)
Art. 17-D A ação por improbidade administra- II - no caso de prática de novos atos ilícitos
tiva é repressiva, de caráter sancionatório, pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
destinada à aplicação de sanções de caráter (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 267
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Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

O art. 18-A traz a possibilidade de unificação das penas. Após o juiz proferir a sentença judicial transitada em
julgado, da qual não caiba mais recurso, a próxima fase é cumprir o que foi determinado na sentença. Nessa fase
de cumprimento, o juiz unificará, ou seja, vai reunir eventuais sanções aplicadas com outras já impostas em
outros processos da seguinte forma:

z Se houver continuidade de ilícito, o juiz aplica a maior sanção aumentada de 1/3 (um terço), ou soma as
penas optando por aquilo que for mais benéfico ao réu;
z No caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.

Importante!
Nas hipóteses do art. 18-A, a suspensão de direitos políticos e a proibição de contratar ou de receber incentivos
fiscais observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos (parágrafo único, do art. 18-A).

Esquematizando alguns pontos importantes:

Proposta pelo MP,


único legitimado
(art. 17)

Natureza repressiva,
caráter sancionatório
(art. 17-D)

Se não se identificam O juiz pode converter


AÇÃO todos os requisitos a ação de improbidade
JUDICIAL para a caracterização em ação civil pública
do ato de improbidade (§ 16, art. 17)

A assessoria jurídica que emitiu o parecer


atestando a legalidade prévia dos atos
administrativos praticados pelo administrador
público ficará obrigada a defendê-lo
judicialmente, caso este venha a responder
a ação por improbidade administrativa até o
trânsito em julgado (§ 20, art. 17)

Importante: não existe mais a defesa preliminar; o requerido já será citado para apresentar a contestação.
0

DAS DISPOSIÇÕES PENAIS


-1
78

As sanções trazidas na Lei de Improbidade Administrativa têm natureza repressiva, de caráter sancionatório.
.2
73

O único momento em que a lei trata de alguma sanção penal é no art. 19, mas nesse caso a sanção será aplicada
ao denunciante e não ao agente que cometeu ato de improbidade.
.8
32
-4

Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.
u

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.


pr

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
u

morais ou à imagem que houver provocado.


pr

Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instru-
ção processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.

Muitas pessoas acham estranho quando se fala que o afastamento do agente público do exercício do cargo,
emprego ou função ocorrerá sem prejuízo da sua remuneração, mas isso ocorre em decorrência da presunção de
inocência. Todos se presumem inocentes até que se prove o contrário por meio do devido processo legal.
Portanto, enquanto não houver uma decisão condenatória, não é possível que o servidor seja, desde já, conde-
nado a perder sua remuneração. Esse afastamento ocorrerá quando for necessário para a instrução processual ou
para evitar o cometimento de novos ilícitos. Por não ser uma sanção, deverá ter prazo determinado de até 90 dias,
podendo ser prorrogado mais uma vez por igual prazo. O afastamento não é por 90 dias e sim por até 90 dias,
268 sendo assim, se o for determinado que o agente se afaste por 60 dias, a prorrogação só poderá ser por mais 60 dias.
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Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de funda-
mento para a conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição pre-
vistos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções apli-
cadas nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a ins-
tauração de inquérito policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

SENTENÇAS CIVIS E PENAIS PRODUZIRÃO EFEITOS EM RELAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE QUANDO


CONCLUÍREM:

Pela inexistência da conduta Pela negativa da autoria

A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL EM AÇÃO QUE DISCUTA OS MESMOS FATOS, CONFIRMADA POR DECISÃO
COLEGIADA:

Impede o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no CPP

DA PRESCRIÇÃO

A prescrição ocorre quando o decurso do tempo impede que o titular da ação de improbidade possa aplicar a
sanção ao suposto autor do ato de improbidade. Esse instituto existe no direito brasileiro para resguardar a segu-
rança jurídica. Sendo assim, o Estado tem um tempo determinado para poder sancionar os atos de improbidade.
A demora do Estado extingue a possibilidade de punir o suposto autor do ato ímprobo praticado por agentes
0
-1

públicos e particulares.
78

Se, por exemplo, um agente público comete ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, o Ministério
.2

Público tem um prazo para ingressar com a ação e efetivar as sanções previstas na lei; passado o prazo, o Estado
73

não poderá mais responsabilizar o acusado.


.8

Importante! Atente-se para este julgado, que trata da imprescritibilidade da ação de ressarcimento ao erário:
32
-4

Tese de repercussão geral STF nº 897 São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.3
u
pr
u

Com as alterações da Lei nº 14.230, de 2021, o prazo prescricional passou a ser de 8 (oito) anos em todas as
pr

hipóteses e a contagem se dá a partir da ocorrência do fato.


DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado);
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos
nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, reco-
meçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e ses-
senta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.

3 [Lei 8.429, de 1992, arts. 9 a 11 (1)]. RE 852475/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 8.8.2018.
(RE-852475) 269
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§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias,
se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório
ou que reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a
prática do ato de improbidade.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a
qualquer deles estendem-se aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte-
ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os
marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.

A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção do prazo prescricional. Vejamos:

z Suspensão: após a instauração de inquérito civil ou de processo administrativo, o prazo prescricional suspen-
de por até 180 dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão;
z Interrupção: após a ocorrência das hipóteses previstas, volta a contar o prazo do zero.

Os conceitos de interrupção e suspensão são trazidos pela doutrina e é importante saber a diferença entre os
institutos para entender o conteúdo.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos, o Ministério Público apresenta a ação e no dia
da apresentação o prazo será interrompido. Na interrupção o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apre-
sentação da Ação de Improbidade Administrativa pelo Ministério Público voltaríamos a contar os 8 anos, mas na
prescrição intercorrente do § 5º o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer então que
o prazo da prescrição intercorrente será de 4 anos.
Outro ponto importante é sobre a possibilidade de o Ministério Público, de ofício, a requerimento de auto-
ridade administrativa ou mediante representação, instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo
assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial para apurar os ilícitos.
Percebe-se aqui algumas possibilidades trazidas pela lei para que o Ministério Público possa obter os ele-
mentos necessários para a instauração da ação de improbidade administrativa. E conforme os §§ 2º e 3º, art. 23,
o inquérito civil deve respeitar o prazo de 365 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.
0
-1
78
.2

Importante!
73

O prazo do inquérito civil é de 365 dias corridos, prorrogável uma vez por igual período mediante fundamen-
.8
32

tação, ou seja, 365 + 365. Cuidado com as provas: são 365 dias e não 1 ano.
-4
u
pr

Prorrogável uma única vez por igual


u

período, mediante ato fundamentado


pr

Será concluído no prazo de 365 dias


corridos Encerrado o prazo, a ação deverá ser
proposta no prazo de 30 dias, se não for
INQUÉRITO CIVIL caso de arquivamento de inquérito civil

Em 8 anos, contados a partir da ocorrência


A ação para a aplicação das sanções do fato ou, no caso de infrações
previstas na lei em estudo prescreve permanentes, do dia em que cessou a
permanência

Art. 23-A É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolu-
mentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final.
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se com-
270 provada má-fé.
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Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, previstas na Resolução nº 429/06- PGJ, sendo veda-
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbara- do o uso de borracha ou qualquer meio corretivo.
tamento ou dilapidação de recursos públicos dos § 1º Deverão ser evitados erros, omissões, emen-
partidos políticos, ou de suas fundações, serão res- das, rasuras, borrões ou entrelinhas, efetuando-se,
ponsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de quando necessário, as devidas ressalvas, antes da
setembro de 1995. subscrição do ato, de forma legível e autenticada.
Das Disposições Finais § 2º As anotações de «sem efeito» deverão ser
Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua autenticadas com a assinatura de quem as fez.
publicação. § 3º Deverá ser evitado o uso de espaço número um
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de nos atos digitados ou datilografados.
junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e § 4º Nos autos e nos livros deverão ser evitados e
demais disposições em contrário. inutilizados os espaços em branco.
§ 5º Os livros e papéis em andamento ou findos deve-
REFERÊNCIAS rão ser bem conservados pelo Oficial de Promotoria e,
se o caso, encadernados, classificados ou catalogados.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Brasí- O encaminhamento das notificações e comunica-
lia, DF: Presidência da República. Disponível em: ções deve ser feito via postal, por correio eletrônico,
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ “fac símile” — reprodução por meios fotomecânicos
constituicao.htm. Acesso em: 26 set. 2022. de um texto ou imagens ou, ainda, o aparelho que rea-
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Portal da Câmara liza essa reprodução — ou qualquer outro mecanismo
dos Deputados, 2022. Disponível em: https://www. que atinja a finalidade, juntando-se o respectivo com-
camara.leg.br/. Acesso em: 26 set. 2022. provante. Neste sentido, os arts. 3º e 4º da Resolução e
CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de Direito seus respectivos parágrafos determinam que:
Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
CARVALHO, M. Manual de Direito Administrati- Art. 3º Nos registros dos autos e na expedição dos
ofícios, requisições e notificações, o Oficial de Pro-
vo. 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
motoria deve utilizar os impressos e papéis con-
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. feccionados segundo modelo oficial do Ministério
Guia da política de governança pública. Brasília: Público e juntar cópia nos autos.
Casa Civil da Presidência da República, 2018. § 1º Nos ofícios, requisições, notificações e comunicações
CASTRO JÚNIOR, R. de. Manual de Direito Admi- devem constar o número do procedimento e a indicação
nistrativo. 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021. da Promotoria de Justiça remetente com endereço com-
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 33ª Ed. pleto, inclusive o número do Código de Endereçamento
São Paulo: Atlas, 2020. Postal e o telefone.
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasi- § 2º Os ofícios, requisições, notificações e comunica-
leiro. 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020. ções devem ser encaminhados aos seus destinatários
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo. pela via postal, correio eletrônico, “fac-símile” ou qual-
quer outro meio que atinja essa finalidade, devendo o
34ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2019.
respectivo comprovante de recebimento ser juntado
PLANALTO. Portal da Legislação, 2022. Disponí-
aos autos do procedimento ou anexado à cópia a ser
vel em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/. arquivada em pasta própria.
Acesso em: 26 set. 2022. § 3º Na hipótese de envio de documento por “fac-
SENADO FEDERAL. Senado Federal, 2022. Dispo- -símile” ou correio eletrônico, deve o Oficial de
0

nível em: https://www12.senado.leg.br/hpsenado.


-1

Promotoria informar esta providência nos autos e


Acesso em: 26 set. 2022.
78

juntar o comprovante.
§ 4º Na hipótese de recebimento de documento por
.2
73

“fac-símile” ou correio eletrônico, deve ser provi-


denciada a extração ou impressão de cópia para a
.8
32

juntada aos autos.


RESOLUÇÃO Nº 664, DE 2010-PGJ- Art. 4º Os livros obrigatórios serão aqueles con-
-4

CGMP-CSMP, DE 8 DE OUTUBRO DE feccionados segundo modelo oficial do Ministério


u

Público e serão abertos, numerados, autenticados


2010
pr

e encerrados pelo Promotor de Justiça Secretário,


u

mediante a lavratura dos respectivos termos e


pr

A Resolução nº 664, de 2010, regulamenta as fun- seguirão os modelos estabelecidos nesta Resolução.
ções dos oficiais de promotoria nos inquéritos civis e
DIREITO ADMINISTRATIVO

procedimentos preparatórios de inquéritos civis. O Oficial deverá proceder à numeração das folhas
dos autos, não podendo exceder 200 folhas por volu-
ESCRITURAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS me, vedando-se a inserção de cotas marginais ou inter-
lineares, sendo as certidões e termos elaborados por
Os procedimentos administrativos serão secreta- processamento de dados. Para o enceramento e aber-
tura devem ser atendidas as seguintes prescrições:
riados por Oficial de Promotoria, a quem compete a
escrituração nos livros, autos e papéis em vernáculo, Art. 5º O Oficial de Promotoria procederá à nume-
com tinta preta ou azul, indelével, evitando-se rasuras ração das folhas dos autos, que não poderão exce-
e vedando-se qualquer meio corretivo. Vejamos o art. der 200 (duzentas) em cada volume, exceto em
2º da Resolução: casos especiais, decididos pelo Promotor de Justiça.
§ 1º Para o encerramento e abertura de novos volu-
Art. 2º A escrituração nos livros, autos e papéis mes, o Oficial de Promotoria lançará termos de aber-
deve ser sempre feita em vernáculo, com tinta pre- tura e encerramento, seguindo os modelos constantes
ta ou azul, indelével, seguindo-se as orientações do Anexo desta Resolução, em folhas regularmente 271
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numeradas, prosseguindo sem solução de continuida- § 2º Exceto nos casos urgentes, é de 5 (cinco) dias o
de no volume subsequente. prazo para executar as determinações do Promotor
§ 2º Em nenhuma hipótese será seccionada peça de Justiça.
processual com os documentos que a acompa- § 3º Nenhuma diligência ou ato deverá ser reali-
nham, podendo, neste caso, o volume ser encerrado zado sem determinação expressa do presidente da
com mais ou menos de 200 (duzentas) folhas. investigação, ressalvando-se atos de mero expe-
Art. 6º É vedado o lançamento nos autos de cotas diente, desde que estabelecidos em Portaria expedi-
marginais ou interlineares ou o uso de sublinhar da pelo Promotor de Justiça.
palavras ou expressões, devendo o Oficial de Pro- § 4º O procedimento não deve ficar sem andamen-
motoria, ao constatar tais irregularidades, comu- to por mais de 30 (trinta) dias no aguardo do cum-
nicá-las ao Promotor de Justiça. primento de diligências, cumprindo ao Oficial de
Promotoria promover a conclusão ao Promotor de
Justiça para as providências cabíveis.
Ademais, não se juntará nenhum documento ou § 5º Nenhum procedimento deve permanecer para-
petição nos autos sem o respectivo termo de juntada. lisado além dos prazos fixados nesta Resolução,
Igualmente, conforme determina o art. 7º da Resolução: salvo determinação expressa em sentido contrário,
devidamente registrada nos autos.
Art. 7º As certidões, as requisições, as cartas pre-
catórias, os ofícios, os termos de conclusão, de
juntada e de data e os demais atos e termos serão Importante!
elaborados por processamento de dados e seguirão
os modelos estabelecidos no Anexo desta Reso- O procedimento não deve ficar sem andamento
lução, devendo conter, de forma legível e a fim de por mais de 30 dias.
permitir rápida identificação, o nome, o número de
matrícula, o cargo ou função e a rubrica do Oficial
de Promotoria que os lavrou. Entrada e Saída de Autos da Secretaria da
Promotoria de Justiça
Com relação às notificações e às requisições, inexis-
tindo prazo expressamente determinado, serão encami- A remessa dos procedimentos ao Promotor será
registrada no Livro Carga, assinando-se respectivo
nhadas em até 5 dias, e, no caso de comunicações para
termo de conclusão, devendo conter o número dos
comparecimento em audiência, o aviso de recebimento
autos, informações sobre a origem e o destinatário,
deve ser devolvido e juntado aos autos em até 10 dias antes
nos termos do art. 10 da Resolução:
da audiência, conforme art. 8º da Resolução, vejamos:
Art. 10 A remessa dos procedimentos ao Promotor
Art. 8º Inexistindo prazo expressamente determi- de Justiça será registrada no livro carga, devendo
nado, as requisições e notificações serão encami- todos os campos ser preenchidos de maneira legível
nhadas em até 5 (cinco) dias. Quando se cuidar de com a indicação das datas de recebimento e devo-
notificação para comparecimento em audiência, lução dos autos.
o aviso de recebimento de correspondência deve § 1º O Oficial de Promotoria enviará os autos ao
ser devolvido e juntado aos autos até 10 (dez) dias Promotor de Justiça no dia em que assinar o termo
antes da data designada, caso não haja determina- de conclusão, não sendo permitida, sob qualquer
ção do Promotor de Justiça em sentido diverso. pretexto, a permanência de autos na secretaria
Parágrafo único. A notificação deve conter a indicação com tais termos.
0
-1

do dia, da hora e do local para comparecimento, bem § 2º O Oficial de Promotoria certificará por termo de
78

como a natureza do procedimento e do fato investiga- data o recebimento dos autos remetidos à conclusão.
.2

do, com a advertência de que o não atendimento pode-


73

rá ensejar condução coercitiva pela Polícia Civil ou Igualmente, é dever do Oficial registrar no livro
.8

Militar (art. 26, inc. I, alínea “a”, da Lei Federal nº 8.625 carga:
32

de 1993 e art. 104, inc. I, alínea “a”, da Lei Complemen-


-4

tar Estadual nº 734 de 1993), nos termos do disposto Art. 11 [...]


no artigo 38 da Resolução nº. 484 de 2006-CPJ. I – a remessa de representações, peças de infor-
u
pr

mação e autos de inquéritos civis, procedimentos


DOS PROCEDIMENTOS DE INQUÉRITO preparatórios de inquéritos civis ou procedimentos
u
pr

administrativos para Promotores de Justiça inte-


Autuação grantes de Grupos de Atuação Especial que oficiam
na mesma sede da Promotoria de Justiça;
II – a retirada de autos por advogados.
Incumbe ao Oficial a manutenção, guarda, conser-
vação e regularidade dos registros dos autos. Deve, o
Observando-se, igualmente, as seguintes prescrições:
Oficial, abrir conclusão de quaisquer autos protocola-
dos na promotoria, em 72 horas, vejamos: Art. 11 [...]
§ 1º O registro do encaminhamento e da devolução
Art. 9º Incumbe ao Oficial de Promotoria a manu- de representação, peças de informação e autos de
tenção, a guarda, a escrituração, os registros e a inquéritos civis, procedimentos preparatórios de
regularidade formal dos autos. inquéritos civis ou procedimentos administrativos
§ 1º Ressalvados os casos urgentes, o Oficial de para os Promotores de Justiça que oficiam fora da
Promotoria deve, no prazo de 72 (setenta e duas) sede da Promotoria de Justiça, designados em Gru-
horas, abrir conclusão de quaisquer autos proto- pos de Atuação Especial ou designados para auxilio
colizados na Promotoria para análise do órgão do será feito no livro carga da Promotoria de Justiça
272 Ministério Público. de origem ou em relação de remessa.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º A relação de remessa deve conter o número dos Resolução e as previstas na Resolução nº 619 de
autos, a indicação da Promotoria de Justiça de origem 2009-PGJ-CGMP.
e a identificação do destinatário. Após seu recebimento,
o Oficial de Promotoria da Promotoria de Justiça desti- Obrigações do Oficial de Promotoria Após a
natária deverá datá-la, assiná-la e devolvê-la à origem. Instauração do Procedimento Administrativo
§ 3º A remessa de autos de inquéritos civis, pro-
cedimentos preparatórios de inquéritos civis ou
Havendo determinação para complementação da
procedimentos administrativos para assistente
técnico do Ministério Público observará, no que representação, o Oficial deverá:
couber, o disposto no § 2º deste artigo.
Art. 14 [...]
Da Recepção, do Registro e Providências I – [...]
Preliminares a) notificar o representante para prestar informa-
ções complementares no prazo de 10 (dez) dias;
b) certificar o decurso do prazo se a representação
Todos os documentos recebidos noticiando lesão
não for complementada pelo seu autor, abrindo-se
ou ameaça de lesão a interesses que competem ao MP
em seguida conclusão ao Promotor de Justiça;
devem ser, imediatamente, anotados no livro de regis-
tro de protocolo geral, no prazo de 48 horas. Vejamos
o art. 12 da Resolução: Havendo indeferimento da representação, o Ofi-
cial deverá notificar o representante e cientificá-lo
Art. 12 Todos os documentos recebidos no Minis- em 10 dias para interposição de recurso ao Conselho
tério Público noticiando lesão ou ameaça de lesão Superior do Ministério Público que, caso seja inter-
a interesses difusos, coletivos, individuais homo- posto, determina-se ao Oficial que deverá:
gêneos e individuais indisponíveis, sob a forma de
representação ou peça de informação, independen- Art. 14 [...]
temente de despacho, serão imediatamente anota- III – [...]
dos no livro de registro de protocolo geral. a) fazer as anotações no livro de registro de recursos
§ 1º O registro no livro de protocolo geral obede- b) juntar aos autos a petição e as razões recursais e
cerá a ordem cronológica de chegada à Promoto- promover a conclusão ao Promotor de Justiça para
ria de Justiça devendo o Oficial de Promotoria, sob reexame do decidido;
pena de responsabilidade, efetuá-lo em 48 horas. c) mantida a decisão recorrida, o Oficial de Promo-
§ 2º Havendo apenas um Promotor de Justiça com toria providenciará, por meio de ofício, a remes-
atribuição para análise e conhecimento do caso, sa dos autos ao Conselho Superior do Ministério
os documentos devem ser a ele encaminhados Público, no prazo de três dias, sob pena de respon-
imediatamente. sabilidade funcional.

Recebido o expediente na secretaria, o Oficial Uma vez mantida a decisão, o Oficial providencia-
deverá registrá-lo nos sistemas eletrônicos em 72 rá remessa ao Conselho Superior do MP, em 3 dias.
horas, nos termos do art. 13 da Resolução, autuá-lo — Caso não seja interposto respectivo recurso, deve-
conforme ficha de atendimento, a critério do MP — e rá ser lançada a certidão e os autos remetidos ao
cumprir as determinações e diligências do Promotor, arquivo, em 3 dias.
observando-se o seguinte quanto à distribuição: Instaurado o inquérito civil, o Oficial deverá, con-
forme art. 15, da Resolução:
0

Art. 12 [...]
-1

§ 3º Havendo mais de um Promotor de Justiça com


78

Art. 15 [...]
atribuição para análise e conhecimento do caso, os
.2

I - cientificar o representante;
documentos serão encaminhados ao Promotor de
73

II - juntar aos autos cópia da publicação da instau-


Justiça Secretário da Promotoria de Justiça para
.8

ração do inquérito civil;


distribuição em 72 (setenta e duas) horas e, poste-
32

III - notificar o interessado da instauração do inqué-


riormente, encaminhados ao Promotor de Justiça a
-4

quem foram distribuídos. rito civil, por ordem do presidente da investigação;


IV - adotar providências para que os documentos
u

§ 4º A distribuição deve atender ao que dispuser o


pr

ato de implantação da Promotoria de Justiça ou de sigilosos sejam envelopados, lacrados e rubricados


pelo Promotor de Justiça que presidir o procedimento
u

criação do Grupo de Atuação Especial.


pr

§ 5º Recebido o expediente na secretaria da Promo- investigatório, se possível na presença do interessado


toria de Justiça, devidamente despachado, o Oficial ou responsável, com vista à preservação do sigilo, na
DIREITO ADMINISTRATIVO

de Promotoria deverá registrá-lo nos sistemas ele- forma do art. 69, da Resolução nº 484 de 2006-CPJ.
trônicos de gestão de procedimentos, seguindo a
ordem cronológica, autuá-lo e cumprir as determi-
nações do Promotor de Justiça na forma do artigo
14 desta Resolução. Importante!
§ 6º Na autuação das representações, das peças de
É dever do oficial manter relatório circunstanciado
informação e dos procedimentos devem constar os
nomes do representante e representado, o objeto da
atualizado dos feitos em andamento, componen-
investigação, o número do registro no sistema ele- tes do acervo do MP previsto no Aviso 4/99-CGMP.
trônico respectivo e o número de registro no Centro
de Apoio Operacional Cível e da Tutela Coletiva.
§ 7º Havendo determinação do Promotor de Jus- Inexistindo retratação do MP, os autos serão enca-
tiça, o Oficial de Promotoria deverá autuar o pro- minhados ao Conselho Superior do MP, em 3 dias, sob
cedimento administrativo iniciado a partir da pena de responsabilidade funcional e, decorrido o
ficha de atendimento, seguindo as regras desta prazo para interposição de recurso, o Oficial deverá 273
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
certificá-los nos autos, encaminhar cópia às autorida- § 6º Na hipótese de carta precatória recebida por tele-
des competentes e abrir conclusão. fone, o Oficial de Promotoria deverá lavrar certidão
Os prazos para interposição dos recursos, confor- do recebimento da comunicação, que deverá detalhar
me o art. 19, fluirão: os requisitos do parágrafo anterior, transcrevendo-se,
por extrato, a portaria de instauração.
z da data da ciência decisão, se notificação pessoal; § 7º A carta precatória deverá ser cumprida no pra-
z da juntada aos autos do aviso de recebimento, ou, zo de 30 dias a contar de seu recebimento, salvo se,
da juntada aos autos da publicação no Diário, o que justificadamente, for fixado prazo menor.
ocorrer por primeiro, no caso de notificação postal.
Ao final de 180 dias, ou prazo menor, o Oficial
Impedimento e Suspeição deverá promover a conclusão ao Promotor, com os
respectivos registros em sistema eletrônico, nos ter-
Oposta exceção de suspeição ou impedimento do mos dos arts. 22 e 23 da Resolução:
Promotor, o Oficial autuará e apensará aos autos prin-
cipais, abrindo-se conclusão em 48 horas. Vejamos o Art. 22 O Oficial de Promotoria deverá, ao final do
art. 20 da Resolução: prazo de 180 (cento e oitenta) dias ou de prazo menor
assinado pelo presidente da investigação, promover
Art. 20 Oposta exceção de suspeição ou de impe- os autos do inquérito civil à conclusão para os fins
dimento do Promotor de Justiça presidente do pro- do artigo 24 da Resolução nº 484 DE 2006-CPJ.
cedimento investigatório, o Oficial de Promotoria, Art. 23 O Oficial de Promotoria deverá efetuar os
depois de autuá-la em apartado, efetuará o registro registros de movimentação dos autos nos sistemas
no sistema eletrônico e a apensará aos autos prin- eletrônicos e digitalizar as peças obrigatórias, enu-
cipais, abrindo-se conclusão ao Promotor de Justi- meradas no Aviso nº 11 DE 2009- CGMP, e a ata
ça no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. de audiência pública e os votos e deliberação do
Parágrafo único. Aplica-se a esta Seção, no que cou- Conselho Superior do Ministério Público relativos
ber, as regras previstas nos arts. 25 e seguintes da à promoção de arquivamento ou homologação de
Resolução nº 484 de 2006–CPJ. compromisso de ajustamento de conduta.

Instrução e da Prorrogação dos Procedimentos Das Audiências e Reuniões

Os autos dos procedimentos ficarão sob os cuida- Incumbe ao Oficial secretariar a audiência, devendo:
dos do Oficial que certificará qualquer descumpri-
mento de diligência, fazendo conclusão ao Promotor, z verificar as providencias para intimações até 10
ou providenciará a expedição de carta precatória (em
dias antes da audiência;
2 vias) em 5 dias — salvo urgência —, caso a diligência
z proceder à qualificação dos ouvidos;
tenha que ser cumprida em outra comarca, devendo a
z lavrar ata ou ficha resumo das reuniões.
carta ser cumprida em 30 dias, ou prazo menor, obser-
vando-se as determinações do art. 21 da Resolução:
Vejamos o que dispõe o art. 24:
Art. 21 Os autos dos procedimentos permanecerão
sob os cuidados do Oficial de Promotoria que vela- Art. 24 Incumbe ao Oficial de Promotoria secreta-
rá pelo cumprimento das diligências nos prazos riar as audiências e reuniões designadas pelo Pro-
motor de Justiça para instrução dos procedimentos
0

previstos nesta Resolução.


-1

§ 1º No caso de descumprimento de qualquer administrativos.


78

diligência, o Oficial de Promotoria certificará a § 1º No prazo de até dez dias anteriores às audiên-
.2

ocorrência nos autos e abrirá conclusão para deli- cias, o Oficial de Promotoria deverá verificar se
73

beração do Promotor de Justiça. todas as providências para intimação de depoentes


.8

§ 2º Na hipótese em que houver reiteração da dili- e interessados foram tomadas, comunicando even-
32

gência não atendida, o fato deverá constar do novo tual irregularidade ou omissão imediatamente ao
-4

ofício, da notificação ou da requisição, anotando-se Promotor de Justiça.


u

as advertências legais. § 2º Aqueles que forem ouvidos deverão ser qualifi-


pr

§ 3º Atendidas as diligências, o Oficial de Promo- cados, mediante indicação de nome, filiação, nacio-
u

toria deverá promover a conclusão dos autos ao nalidade, data e local de nascimento, estado civil,
pr

Promotor de Justiça. profissão, endereço residencial e do local onde exerce


§ 4º Havendo necessidade de realização de diligên- a profissão, número do respectivo registro geral ou de
cia em outra comarca e determinada a expedição de outro documento hábil de identificação, observando-
carta precatória, com caráter itinerante (art. 106, § -se, no que couber, as normas previstas no art. 6º, da
3º da Lei Complementar Estadual nº 734 DE 1993 Resolução nº 595 de 2009-PGJ, de 26 de junho de 2009.
e arts. 76 a 78 da Resolução nº 484 DE 2006-CPJ), o § 3º O termo de audiência deve ser subscrito pelo
Oficial de Promotoria providenciará a sua expedição
representante do Ministério Público que presidiu o
e encaminhamento no prazo de 5 (cinco) dias, salvo
ato; pelo investigado, se presente; pelo declarante
nos casos de urgência, quando poderá ser transmi-
ou depoente; pelo advogado, se presente, e pelo Ofi-
tida por telegrama, “fac-símile”, correio eletrônico,
cial de Promotoria.
telefone ou outro meio, certificando-se nos autos.
§ 5º A carta precatória será confeccionada em 2 § 4º Das reuniões realizadas deverá ser lavrada ata
(duas) vias, indicando-se o Promotor de Justiça depre- ou elaborada ficha resumo contendo os dados pre-
cado e a diligência pretendida. Será encerrada com a vistos no artigo 2º do Ato (N) nº 1 de 2006-CGMP.
assinatura da autoridade deprecante e instruída com
cópia da portaria e demais documentos necessários à Da Autuação Quando do Arquivamento dos
274 compreensão do seu conteúdo. Procedimentos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Oficial deverá certificar a data do recebimento Parágrafo único. Publicado o edital, o Oficial de
com promoção de arquivamento ou com compromis- Promotoria certificará a sua tempestividade e afi-
so de ajustamento, para encaminhar os autos ao Con- xará cópia na sede da Promotoria de Justiça com
selho Superior do MP, em 3 dias, conforme determina antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis.
o art. 25 da Resolução:
Realizada a audiência, será lavrada a respectiva
Art. 25 O Oficial de Promotoria certificará em ter- ata em 5 dias, afixando-se na sede da Promotoria e
mo a data do recebimento dos autos com promoção cientificando nos autos, observando-se as determina-
de arquivamento. Após consertados, os autos serão ções do art. 29:
encaminhados ao Conselho Superior do Ministério
Público, no prazo de três dias, nos termos do art. Art. 29 [...]
110, § 1º da Lei nº 734 DE 1993 e do art. 100, da § 1º A ata e seu extrato serão encaminhados ao
Resolução nº 484 DE 2006-CPJ. Procurador-Geral de Justiça para conhecimento,
Parágrafo único. O mesmo procedimento deve ser no prazo de 5 (cinco) dias contados da data da sua
adotado nos casos de celebração de compromisso lavratura, certificando-se nos autos.
definitivo ou preliminar de ajustamento (art. 87 da § 2º A ata, por seu extrato, será publicada no Diário
Resolução nº 484 DE 2006-CPJ). Oficial do Estado e afixada na sede da Promotoria
de Justiça, em prazo assinalado pelo Promotor de
Homologado o arquivamento ou o compromisso Justiça, certificando-se nos autos. § 3º Na hipótese
de ajustamento, o Oficial promoverá a conclusão, ano- de realização de audiência pública antes da ins-
tando-se nos sistemas eletrônicos. Vejamos: tauração do inquérito civil, os atos necessários à
organização e realização devem ser arquivados em
Art. 26 Homologada a promoção de arquivamento pasta ou autos próprios.
ou o compromisso de ajustamento, o Oficial de Pro-
motoria deve certificar o recebimento dos autos na Se a audiência pública ocorrer antes do inquéri-
Secretaria da Promotoria de Justiça e abrir conclu- to civil, os atos necessários devem ser arquivados em
são ao Promotor de Justiça, anotando-se a ocorrên- pasta ou autos próprios.
cia nos sistemas eletrônicos.
SIGILO DAS INVESTIGAÇÕES

Importante! O Oficial deverá certificar o sigilo e sua extensão


É vedado ao Oficial promover a remessa dos antes de extrair cópias ou prestar informações a ter-
autos ao arquivo sem determinação expressa do ceiros, sob pena de responsabilidade funcional. Veja-
Promotor (parágrafo único, art. 26). mos a redação do art. 30 da Resolução:

Art. 30 Na hipótese de sigilo, o Oficial de Promoto-


Observe-se que, à luz do art. 27 da Resolução, na ria, sob pena de responsabilidade funcional, deverá
hipótese de rejeição da promoção de arquivamento, se certificar desta ocorrência e de seu alcance antes
os autos devem ser conclusos ao Promotor. Logo: de prestar informações, expedir certidões ou entre-
gar os autos para consulta de terceiros. § 1º Nos
Art. 27 Se o Conselho Superior do Ministério Públi- autos em que foi decretado o sigilo, a consulta é res-
co devolver os autos do procedimento de investiga- trita ao investigado pessoalmente ou a procurador
0

ção para realização de diligências, os autos serão com poderes específicos.


-1

conclusos para deliberação do Promotor de Justiça, § 2º O Oficial de Promotoria, sob pena de res-
78

anotando-se nos sistemas eletrônicos. ponsabilidade funcional, zelará pela guarda e


.2

Parágrafo único. Na hipótese da rejeição da promo- conservação dos documentos sigilosos, lacrados
73

ção do arquivamento e designação de outro órgão na forma do artigo 69 da Resolução nº 484 de


.8

do Ministério Público pelo Procurador-Geral de 2006–CPJ, que somente poderão ser examinados
32

Justiça (art. 110, § 3º, da Lei Complementar Esta- pelo investigado ou seu procurador mediante
-4

dual nº 734 DE 1993), os autos serão conclusos ao requerimento escrito e autorização do presidente
u

Promotor de Justiça designado, registrando-se a da investigação.


pr

ocorrência nos sistemas eletrônicos e anotando-se § 3º Na autuação deve ser anotada a decretação do
u

na autuação a designação do Promotor de Justiça. sigilo, assim como nos sistemas eletrônicos.
pr

Os autos sob sigilo somente poderão ser examina-


DIREITO ADMINISTRATIVO

DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS


dos pelo investigado pessoalmente ou por procurador
Nos termos do art. 28 da Resolução, designada a com poderes específicos.
audiência pública, o Oficial deverá, no prazo de 5 dias:
DAS PROVIDÊNCIAS RELATIVAS AO AJUIZAMENTO
Art. 28 […] DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
I - expedir o edital de convocação do qual constará
a data, o horário e o local da reunião, o objetivo, a Recebidos os autos com petição inicial de ação civil
forma de cadastramento dos expositores e de par- pública, o Oficial deverá, nos termos do art. 31 da Resolução:
ticipação dos interessados presentes, dentre outras
informações a critério do Promotor de Justiça; Art. 31 Recebidos os autos com petição inicial de
II – providenciar as comunicações devidas, cui- ação civil pública, o Oficial de Promotoria deverá:
dando para que os comprovantes de recebimentos I – anexar cópia da petição inicial na capa do pri-
sejam juntados aos autos com antecedência míni- meiro volume dos autos do procedimento e, no pra-
ma de 10 (dez) dias úteis. zo de 48 horas, salvo se outro prazo for fixado pelo 275
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
presidente da investigação, encaminhar todos os O inquérito civil é investigação administrativa, de
volumes para distribuição no juízo indicado; caráter inquisitorial, unilateral e facultativo, instaura-
II – providenciar, a critério do presidente da inves- do e presidido pelo Ministério Público. É destinado a
tigação, a extração de cópia da petição inicial da apurar a ocorrência de danos efetivos ou potenciais
ação civil pública, bem como das principais peças a direitos ou interesses públicos, coletivos ou indivi-
dos autos para fins de controle e acompanhamento duais homogêneos ou outros que lhe incumba defen-
ou formação de autos suplementares; der, à luz do art. 3º:
III – efetuar o registro nos sistemas eletrônicos e
digitalizar a petição inicial para fins de publicação;
Art. 3º O inquérito civil é investigação administrativa,
IV – comunicar o ajuizamento da ação civil pública,
de caráter inquisitorial, unilateral e facultativo, instau-
com indicação da vara e do número do processo, ao
rado e presidido pelo Ministério Público e destinado a
Centro de Apoio Operacional, encaminhando cópia
apurar a ocorrência de danos efetivos ou potenciais a
da petição inicial.
direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais
V – atualizar os registros no livro de registro dos
homogêneos ou outros que lhe incumba defender, ser-
procedimentos que não estejam registrados nos sis-
vindo como preparação para o exercício das atribui-
temas eletrônicos.
ções inerentes às suas funções institucionais.

O inquérito civil não é condição de procedibilida-


Importante! de para o ajuizamento das ações a cargo do MP, nem
A extração de cópias e expedição de certidão depen- para a concretização das demais medidas de sua atri-
dem de prévio requerimento escrito e autorizado do buição própria.
presidente da investigação, competindo ao Oficial As audiências públicas são instrumentos para cole-
executá-los, certificando a extração nos autos, em ta de provas, dados, informações ou esclarecimentos em
inquérito civil, organizadas e presididas pelo MP, segun-
prazo máximo de 15 dias. O exame dos autos por
do o art. 4º e seu parágrafo único:
terceiros será permitido apenas na secretaria da
Promotoria de Justiça (art. 32 e 33 da Resolução). Art. 4º As audiências públicas são instrumentos
para coleta de provas, dados, informações ou escla-
recimentos em inquérito civil, ou com a finalidade
de zelar para que os Poderes Públicos e os serviços
de relevância pública e social obedeçam aos direi-
RESOLUÇÃO Nº 1.342, DE 2021-CPJ, DE tos assegurados nas Constituições Federal e Esta-
dual e no ordenamento jurídico.
1º DE JULHO DE 2021 Parágrafo único. A audiência pública será orga-
nizada e presidida pelo Ministério Público, precedi-
A Resolução nº 1.342, de 2021 — CPJ, de 01 de julho de da da publicidade devida.
2021, revogou a Resolução nº 484 — CPJ, de 05 de outu-
bro de 2006. Essa Resolução disciplina a notícia de fato, o O compromisso de ajustamento de conduta é instru-
inquérito civil, o procedimento preparatório, a expedição mento de garantia dos direitos e interesses difusos e coleti-
de recomendações, a realização de audiência pública, a vos, individuais homogêneos e outros direitos cuja defesa
celebração de compromissos de ajustamento de conduta está incumbida ao MP, pelo que determina o art. 5º:
e dá outras providências. Vejamos o que diz o art. 1º:
Art. 5º O compromisso de ajustamento de condu-
0

Art. 1º Esta resolução disciplina a notícia de fato, o


-1

ta é instrumento de garantia dos direitos e inte-


inquérito civil e os demais meios de investigação da
78

resses difusos e coletivos, individuais homogêneos


atribuição do Ministério Público, na área dos inte-
.2

e outros direitos de cuja defesa está incumbido o


resses difusos, coletivos e individuais homogêneos,
73

Ministério Público, com natureza de negócio jurídi-


as audiências públicas, os compromissos de ajusta- co que tem por finalidade a adequação da conduta
.8

mento de conduta e as recomendações.


32

às exigências legais e constitucionais, com eficácia


Parágrafo único. Todos os meios de investigação de título executivo extrajudicial.
-4

devem, obrigatória e independentemente da denomina-


u

ção que se lhes atribua, ser regidos por esta resolução. A recomendação é instrumento de atuação extra-
pr

judicial do MP, por intermédio do qual este expõe, em


u

DA ATIVIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO


pr

ato formal, razões fáticas e jurídicas sobre determina-


das questões, nos moldes do que alude o art. 6º:
Conceitos
Art. 6º A recomendação é instrumento de atuação
A Notícia de Fato é qualquer demanda dirigida aos extrajudicial do Ministério Público por intermédio do
órgãos da atividade-fim do MP, submetida à apreciação qual este expõe, em ato formal, razões fáticas e jurídi-
das Procuradorias e Promotorias de Justiça, segundo cas sobre determinada questão, com o objetivo de per-
dispõe o art. 2º, da referida Resolução, vejamos: suadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar
determinados atos em benefício da melhoria dos servi-
Art. 2º A Notícia de Fato é qualquer demanda dirigi- ços públicos e de relevância pública ou do respeito aos
da aos órgãos da atividade-fim do Ministério Público, interesses, direitos e bens defendidos pela instituição,
submetida à apreciação das Procuradorias e Promo- atuando, assim, como instrumento de prevenção de
torias de Justiça, conforme as atribuições das res- responsabilidades ou correção de condutas.
pectivas áreas de atuação, podendo ser formulada
presencialmente ou não, entendendo-se como tal a
realização de atendimentos e o recebimento de notí-
276 cias, documentos, requerimentos ou representações.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dos Princípios Fundamentais da Atividade efetividade possível por meio do uso regular dos
Investigatória do Ministério Público instrumentos que lhe são disponibilizados.

A atividade do MP é regida pelos princípios da ativi- Da Publicidade


dade administrativa, quais sejam: “legalidade, impessoali-
dade, moralidade, publicidade e eficiência” (BRASIL, 1988, A publicidade, que poderá ser restrita, constará na
art. 37). Observe, notadamente, as prescrições do art. 7º: divulgação oficial com a finalidade exclusiva de conheci-
mento público, salvo previsão legal em contrário, conve-
Art. 7º A atividade investigatória do Ministério niência ou proteção à intimidade, nos termos do art. 8º:
Público rege-se pelos princípios gerais da ativida-
de administrativa, pelos direitos e garantias indi- Art. 8º A publicidade consistirá na divulgação oficial
viduais e pelos princípios especiais que regulam o com o exclusivo fim de conhecimento público mediante
Ministério Público, obedecendo notadamente: publicação de extratos na imprensa oficial e, faculta-
I - ao respeito aos direitos fundamentais da pessoa tivamente, em meios cibernéticos ou eletrônicos, dela
humana; devendo constar:
II - à atuação segundo os parâmetros da vocação I - as portarias de instauração e os atos de conclusão;
e da ética institucional, observando-se o decoro, a II - a indicação do objeto da investigação e sua necessi-
boa-fé e a imparcialidade;
dade e, se possível, dos interessados.
III - à independência funcional;
§ 1º Sem prejuízo desses meios de publicidade, outros
IV - à facultatividade, unilateralidade e ao caráter
poderão ser utilizados, inclusive para possibilitar a cola-
inquisitorial;
boração de pessoas físicas ou jurídicas interessadas no
V - à formação de convicção para o exercício res-
objeto da investigação ou em sua instrução, conforme
ponsável do direito de ação ou para a tomada das
disposto nesta resolução e na legislação específica.
demais medidas de sua atribuição no seu complexo
§ 2º A publicidade também consistirá:
de funções institucionais, relacionadas com:
I - na expedição de certidões ou na prestação de infor-
a) a defesa da ordem jurídica, do Estado Democrá-
mações ao interessado, no prazo de 15 (quinze) dias;
tico de Direito e dos interesses sociais e individuais
II - na concessão de exame dos autos, na secretaria, bem
indisponíveis;
como extração de cópias, mediante o prévio pagamento
b) a proteção dos interesses difusos, coletivos e
dos emolumentos fixados;
individuais homogêneos;
III - no fornecimento ao investigado, às suas expensas,
c) o zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
de cópia do termo de declarações por ele prestadas, ou
dos serviços de relevância pública aos direitos asse-
de ato do qual tenha participado pessoalmente, ainda
gurados no ordenamento jurídico e a promoção das
que a investigação seja sigilosa.
medidas necessárias à sua garantia;
§ 3º Os atos e peças da investigação são públicos, nos
d) outras funções previstas em lei;
termos e limites desta resolução e da legislação especí-
VI - à exclusividade e indelegabilidade da instaura-
fica, salvo:
ção, direção, instrução e conclusão, nos termos do
I - disposição legal em contrário;
disposto nesta resolução e na legislação específica;
II - como medida de conveniência para eficiência das
VII - à motivação das decisões e, quando cabível,
investigações ou como garantia da ordem pública,
das diligências;
decretadas em decisão motivada;
VIII - à revisão das decisões e deliberações emiti-
III - em razão da proteção jurídica da privacidade e da
das, nos termos do disposto nesta resolução e na
intimidade, em especial do sigilo fiscal, bancário, finan-
legislação específica;
ceiro, comercial ou industrial e, conforme o caso, dos
IX - à publicidade oficial para fins de conhecimen-
dados pessoais ou sensíveis.
0

to público, ressalvadas as exceções disciplinadas


-1

§ 4º A restrição à publicidade deverá ser decretada


no ordenamento jurídico para tutela do interesse
78

público, da segurança da sociedade e do Estado e em decisão motivada, para fins do interesse público, e
.2

da intimidade e da privacidade; poderá ser, conforme o caso, limitada a determinadas


73

X - à distribuição ao membro do Ministério Público pessoas, provas, informações, dados, períodos ou fases,
.8

dotado de atribuição legal fixada por critérios obje- cessando quando extinta a causa jurídica que a motivou.
32

tivos prévios; § 5º O membro do Ministério Público é pessoalmente


-4

XI - à celeridade, eficiência, razoabilidade e propor- responsável, nos termos da lei, pela determinação da
preservação e decretação do sigilo e pelo uso adequado
u

cionalidade na tramitação e na solução;


pr

XII - ao impulso oficial, sem prejuízo do direito de petição das informações sigilosas obtidas para fins de interesse
público.
u

e da colaboração de qualquer pessoa física ou jurídica;


pr

XIII - à adoção de formas ou formalidades simples, § 6º A expedição de certidões ou a prestação de infor-


no que couber, suficientes para propiciar adequa- mações deverão observar o disposto nos §§ 3º e 4º deste
DIREITO ADMINISTRATIVO

do grau de certeza, segurança e respeito aos direi- artigo, sendo:


tos das pessoas, e à observância de formalidades I - vedado o acesso a dados sensíveis ligados à esfera da
essenciais à garantia dos direitos individuais. intimidade e privacidade das pessoas;
XIV - à resolutividade na atuação funcional, enten- II - condicionado o acesso às demais informações sigilo-
dida como aquela por meio da qual o membro do sas a legítimo interesse e demais requisitos da legislação
Ministério Público, no âmbito de suas atribuições, específica.
contribui decisivamente para prevenir ou solucio- § 7º Na consecução das finalidades da Instituição e con-
nar, de modo efetivo, o conflito, o problema ou a siderando o princípio da unidade do Ministério Público,
controvérsia envolvendo a concretização de direi- os dados de natureza sigilosa poderão ser enviados a
tos ou interesses para cuja defesa e proteção é outro membro do Ministério Público, observado o § 5º
legitimado o Ministério Público, bem como para deste artigo.
prevenir, inibir ou reparar adequadamente a lesão
ou ameaça a esses direitos ou interesses e efetivar Ainda, o membro do MP poderá prestar informa-
as sanções aplicadas judicialmente em face dos cor- ções, inclusive aos meios de comunicação social, a res-
respondentes ilícitos, assegurando-lhes a máxima peito das providências adotadas para apuração de fatos, 277
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
em tese, ilícitos, abstendo-se, contudo, de externar ou que com eles guarde conexão, a notícia de fato será
antecipar juízos de valor a respeito de apurações ainda distribuída por prevenção, em despacho devidamente
não concluídas, à luz do § 8º, do art. 8º, da Resolução. motivado, nos termos do § 2º, do art. 11.

Da Atribuição do Ministério Público Art. 11 [...]


§ 2º Quando o fato noticiado for objeto de procedi-
A atribuição do MP observará as regras ordinárias mento em curso ou processo judicial, ou que com eles
de distribuição, salvo nas seguintes situações: guarde conexão, a notícia de fato será distribuída por
prevenção, em despacho devidamente motivado.
Art. 9º A atribuição do membro do Ministério
Público deverá obedecer às regras ordinárias de Se aquele a quem for encaminhada a notícia de
distribuição de serviços, recaindo naquele que for fato entender que a atribuição para sua apreciação é
dotado de atribuição legal fixada por critérios obje- de outro membro do MP, a este promoverá a remessa.
tivos prévios, salvo: Em caso de conflito positivo ou negativo de atribui-
I - nos casos de substituição por falta, impedimento, ções, isso deverá ser suscitado nos próprios autos ao
suspeição, afastamento temporário ou vacância; Procurador Geral de Justiça, que o decidirá no prazo
II - por designação de outro membro à vista da de 30 dias, segundo o que é estabelecido pelos pará-
recusa de homologação de promoção de arquiva- grafos 3º e 4º, do art. 11, da referida Resolução.
mento ou de provimento de recurso contra o indefe-
rimento de representação;
Art. 11 [...]
III - por ato excepcional e fundamentado do Procu-
§ 3º Se aquele a quem for encaminhada a notícia de
rador-Geral de Justiça, condicionado à prévia auto-
fato entender que a atribuição para a apreciar é de
rização do Conselho Superior do Ministério Público;
outro membro do Ministério Público promoverá a sua
IV - nos casos de concordância do titular da
remessa a este, comunicando o noticiante e proceden-
atribuição;
do a regularização do envio junto ao SIS-MP Integrado.
V - nos demais casos previstos em lei.
§ 4º Havendo conflito de atribuições, negativo ou positi-
§ 1º Havendo conflito de atribuições, negativo ou
vo, este deverá ser suscitado nos próprios autos ao Pro-
positivo, este deverá ser suscitado nos próprios
curador-Geral de Justiça, que o decidirá em 30 (trinta)
autos ao Procurador-Geral de Justiça, que o decidi-
dias.
rá em 30 (trinta) dias.
§ 5º Havendo declínio de atribuição em prol de Ministé-
§ 2º Em caso de necessidade de prática de atos
rio Público diverso, os autos deverão ser remetidos ao
urgentes, o Procurador-Geral de Justiça designará
Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 3
um dos membros do Ministério Público até solução
(três) dias, para apreciação.
definitiva do conflito.

Nos termos do art. 12, a notícia de fato será aprecia-


Importante! da no prazo de 30 dias, a contar do seu recebimento,
podendo ser prorrogado uma vez, fundamentada-
A colaboração de pessoas legitimamente inte- mente, por até 90 dias.
ressadas para a instauração ou instrução da O art. 13, por sua vez, narra hipóteses em que a
investigação será concedida, nos termos do art. notícia de fato será arquivada, vejamos:
10, a pessoas físicas ou jurídicas, direta ou indi-
retamente interessadas, ou no exercício do direi- Art. 13 A Notícia de Fato será arquivada quando:
0

to de petição, e a órgãos e entidades públicas da I - o fato narrado não configurar lesão ou ameaça
-1

Administração Pública. de lesão aos interesses ou direitos tutelados pelo


78

Ministério Público ou for incompreensível;


.2

II - o fato narrado já tiver sido objeto de investigação


73

DA INSTAURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ou de ação judicial ou já se encontrar solucionado;


.8

III - a lesão ao bem jurídico tutelado for manifesta-


32

mente insignificante, nos termos de jurisprudência


Da Notícia de Fato
-4

consolidada ou orientação do Conselho Superior;


IV - for desprovida de elementos de prova ou de
u

Nos termos do que dispõe o art. 11, a notícia de fato


pr

informação mínimos para o início de uma apura-


deverá ser registrada do SIS-MP, e distribuída, livre e alea- ção, e o noticiante não atender à intimação para
u

toriamente, entre os integrantes da Promotoria de Justiça


pr

complementá-la;
com a devida atribuição para apreciá-la, ainda que seja ini-
ciada ou recepcionada diretamente pelo membro do MP. É importante dizer que a notícia anônima não será
arquivada se o noticiante fornecer os elementos de
Art. 11 A notícia de fato deverá ser registrada no prova ou de informação mínimos para o início de uma
SIS-MP Integrado, nos termos da Resolução nº
apuração, de acordo com os incisos do art. 13.
665/2010-PGJ-CGMP, e distribuída livre e aleatoria-
mente entre os integrantes da Promotoria de Justi-
ça com atribuição para apreciá-la. Do Procedimento Preparatório do Inquérito Civil
§ 1º Ainda que iniciada de ofício ou recepcionada
diretamente pelo membro do Ministério Público, O membro do MP, que tiver atribuição, poderá
por meio de documento ou atendimento pessoal, determinar providências preparatórias à instaura-
neste caso reduzida a termo, a notícia de fato deve- ção do inquérito civil, de ofício ou mediante notícia
rá ser objeto de livre distribuição. de fato, sempre que for necessário para formar seu
conhecimento, observados os critérios de distribuição
Da mesma forma, quando o fato noticiado for obje- elencados no art. 11. Assim sendo, vejamos o que dis-
278 to de procedimento em curso ou processo judicial, ou põe o art. 17 e seus respectivos parágrafos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 17 De ofício ou mediante notícia de fato, e sem- Integrado e no portal da Instituição, se não houver
pre que necessário para formar seu convencimento, prejuízo para a investigação.
o membro do Ministério Público dotado de atribui- VI - a determinação para cientificação do(s) inves-
ção poderá determinar providências preparatórias tigado(s) da decisão de instauração do inquérito
à instauração do inquérito civil, observados os cri- civil, observadas as disposições do artigo 8º.
térios de distribuição a que alude o art. 11.
§ 1º O expediente será instaurado e registrado, no
SIS MP Integrado, como procedimento preparató- Importante!
rio, observando-se, no que couber, o disposto no
artigo 18 desta Resolução. Da instauração do inquérito civil, caberá recurso ao
§ 2º O procedimento preparatório deverá ser concluído Conselho Superior do Ministério Público, nos ter-
no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual mos da Resolução, devendo constar a notificação
prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável. do investigado no respectivo prazo, à luz do que
§ 3º Encerrado o prazo, com ou sem atendimen- alude o art. 20. Se houver conflito de atribuições,
to das providências preparatórias, o membro do negativo ou positivo, isso deverá ser suscitado nos
Ministério Público poderá:
próprios autos ao Procurador-Geral de Justiça, que
I - promover o arquivamento, encaminhando os
autos ao Conselho Superior do Ministério Público, o decidirá no prazo de 30 dias, nos moldes do que
na forma do Capítulo IV do Título V desta resolução; determina o parágrafo único, do art. 21.
II - promover a ação civil pública;
III - instaurar inquérito civil.
§ 4º. Em nenhuma hipótese o procedimento prepa-
Do Prazo de Conclusão do Inquérito Policial
ratório tramitará por prazo superior a 180 (cento
e oitenta) dias.
O prazo para conclusão do inquérito civil deverá ser
de um ano, prorrogável quando necessário. Ao órgão de
Do Inquérito Civil e sua Instauração
execução caberá motivar, de forma fundamentada e jus-
tificada, a pertinência das diligências que ainda forem
O art. 18 da Resolução em estudo nos apresenta as
necessárias, segundo o art. 22, da referida Resolução.
hipóteses em que haverá a possibilidade de instaura-
É interessante observar o que a Resolução discorre
ção do inquérito policial, vejamos:
quanto ao prazo para a conclusão de inquérito civil
que tramita a mais de dois anos. Dessa forma, veja o
Art. 18 O inquérito civil poderá ser instaurado:
que está disposto no § 2º, do art. 22:
I - de ofício, pelo membro do Ministério Públi-
co dotado de atribuição ao tomar ciência de fato
determinado, respeitadas as regras de distribuição Art. 22 [...]
previstas no art. 11, bem como a atribuição origi- § 2º O despacho de prorrogação de prazo para a
nária do Procurador-Geral de Justiça. conclusão do inquérito civil que tramita há mais de
II - em razão de notícia de fato, regularmente dis- 2 (dois) anos será submetido por ofício ao Conselho
tribuída, desde que o noticiante forneça, por meio Superior do Ministério Público contendo informa-
legalmente permitido, informações sobre o fato e ção do número dos autos e da data de sua instau-
seu provável autor, bem como a qualificação míni- ração, devendo ser acompanhado de cópia dos
ma que permita sua identificação e localização; despachos motivados das prorrogações anteriores.
III - por determinação do Procurador-Geral de Justiça,
0

nos termos da lei, ou do Conselho Superior do Minis- Das Incompatibilidades


-1

tério Público ao prover recurso contra a não-instau-


78

ração de inquérito civil ou desacolher a promoção de Nos termos do art. 23, o presidente do inquérito
.2

arquivamento de procedimento preparatório. civil, havendo causa suficiente, declarará, em qual-


73

Parágrafo único. A notícia anônima não implicará quer momento, seu impedimento ou sua suspeição.
.8

ausência de providências, desde que obedecidos aos Da mesma forma, em qualquer momento da tra-
32

requisitos constantes no inciso II deste artigo. mitação da investigação, o interessado poderá arguir o
-4

impedimento ou a suspeição do presidente do inquérito


u

Nos termos do art. 19, o inquérito civil será instau- civil. O interessado é aquele em face de quem pode ser
pr

rado por portaria, numerada em ordem sequencial proposta a ação civil pública (parágrafo único, art. 24).
u

pelo respectivo registro no SIS-MP Integrado e autua-


pr

É importante fazer uma leitura atenta dos art. 25,


da, observando o disposto no art. 11 quanto ao regis- 26 e 27:
DIREITO ADMINISTRATIVO

tro e a regra de distribuição e o seguinte:


Art. 25 A arguição de suspeição ou impedimento,
Art. 19 [...] para ser conhecida, deve ser formulada em peça
I - a ementa; própria, acompanhada das razões e instruída com
II - a descrição do fato objeto do inquérito civil e a prova do fato constitutivo do alegado.
correspondente fundamentação legal que legitima Art. 26 Recebidas as razões e eventuais provas,
a ação do Ministério Público; serão elas autuadas em apartado.
III - o nome e a qualificação possível da pessoa jurí- Art. 27 O presidente do inquérito civil lançará nos
dica e/ou física a quem o fato é atribuído; autos da exceção, no prazo de 5 (cinco) dias, mani-
IV - a data, o local da instauração e a determinação festação fundamentada na qual:
das diligências iniciais, se isso não for prejudicial à I - recusará a suspeição ou impedimento, remeten-
investigação; do os autos, em 3 (três) dias, ao Procurador-Geral
V - a determinação para cientificação do noticiante, de Justiça para deliberação; ou
se conhecido, a afixação de cópia da portaria em II - concordará com a alegação, remetendo os autos,
local de costume, sua disponibilização no SIS MP imediatamente, ao seu substituto automático. 279
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o Pro- III - a data, o local e a hora em que será realizado o ato;
curador-Geral de Justiça poderá, sendo relevante a fun- IV - eventuais consequências advindas do não
damentação da arguição de suspeição ou impedimento, atendimento.
suspender o andamento do inquérito civil até pronun-
ciamento definitivo, comunicando-se ao presidente. Não é admitido que a notificação seja feita em
período inferior a 24 horas da realização do ato. Do
DA INSTRUÇÃO mesmo modo, o art. 40, determina que não se fará
notificação, salvo em casos urgências, veja:
A instrução, sempre mediante determinação do MP,
será realizada por todos os meios admitidos de prova Art. 40 [...]
em direito, vedadas as provas obtidas por meios ilícitos, I - a quem estiver assistindo qualquer culto religioso;
podendo fazer uso de gravações, filmagens e registros II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, con-
eletrônicos, oportunamente desgravados e registrados sanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral
em livro próprio. Vejamos os seguintes dispositivos: em segundo grau, no dia do falecimento até o encerra-
mento dos funerais.
Art. 41 Não se fará a notificação aos doentes, enquan-
Art. 29 A investigação dos fatos constantes da
to grave o seu estado, e quando se verificar que o
portaria será feita por todos os meios admitidos
notificando é portador de deficiência mental que o
em direito e as provas colhidas serão juntadas aos
impossibilite de entender a natureza do ato.
autos em ordem cronológica e devidamente nume-
Parágrafo único. A gravidade da doença e a deficiên-
radas em ordem crescente.
cia mental que impossibilite entender a natureza do
§ 1º Admite-se o uso de gravações, filmagens e
ato serão comprovadas por atestado médico na opor-
registros eletrônicos dos atos do inquérito civil.
tunidade da notificação ou em até 5 (cinco) dias úteis.
§ 2º Não se admitirá a juntada aos autos de prova
obtida por meio ilícito.
Art. 30 Todas as diligências realizadas serão docu- Se a notificação tiver por destinatário um servidor
mentadas mediante termo ou auto circunstanciado, público civil ou militar, o presidente o requisitará ao
assinado pelos participantes do ato e pelo presiden- chefe da repartição ou ao comando do corpo a que
te do inquérito civil, se presente. servir (art. 46).
§ 1º As declarações e depoimentos serão tomados
por termo pelo membro do Ministério Público, jun- Das Requisições
tando-os aos autos do procedimento, devidamente
assinados pelo Promotor de Justiça, pelo investiga- Na instrução do inquérito civil, o presidente poderá
do e seu advogado, se presentes, pelo depoente ou requisitar informações, exames, perícias e documen-
declarante, salvo se estes não puderem ou se recu- tos de autoridades federais, estaduais e municipais,
sarem a assinar, hipótese em que deverão ser colhi- bem como dos órgãos e entidades da administração
das assinaturas de duas testemunhas. direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Pode-
§ 2º As gravações, filmagens e registros eletrônicos res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
poderão ser oportunamente transcritos. Municípios (art. 46).
§ 3º Será mantida em arquivo próprio, devidamen- A requisição será sempre escrita, fundamentada e
te registrada, cópia das gravações digitais dos atos conterá, nos moldes do art. 49:
procedimentais.
Art. 31 O presidente poderá designar servidor do Art. 49 [...]
Ministério Público para secretariar o procedimento I - a providência requisitada e a forma e o local da
ou, na sua falta, pessoa idônea, mediante compro- prestação;
0
-1

misso firmado nos autos. II - prazo razoável de atendimento;


78

Art. 32 Se no curso da instrução surgirem novos III - as consequências do não atendimento.


.2

fatos que comportem investigação, poderá o presi- IV - o objeto da investigação.


73

dente aditar a portaria ou, ainda, investigá-los em § 1º Se o destinatário for agente público, conside-
.8

separado, nos termos desta Resolução. rar-se-á recebida a requisição se protocolada na


32

§ 1º O aditamento da portaria será anotado na repartição em que tenha exercício.


-4

capa dos autos, observando-se as regras de registro § 2º A requisição será acompanhada de cópia da
e publicidade previstas nesta Resolução. portaria que instaurou o procedimento ou indicará
u

§ 2º A instauração de novo inquérito civil será certi-


pr

o endereço eletrônico oficial em que tal peça estará


ficada nos autos e registrada no SIS MP Integrado. disponível para visualização.
u
pr

§ 3º A requisição será encaminhada pelo Procura-


dor-Geral de Justiça, no prazo de 10 dias, se tiver por
Importante! destinatário qualquer das autoridades indicadas no
art. 43, aplicando-se o disposto nos arts. 44 e 45, todos
A instrução dará preferência aos fatos cuja pres- desta Resolução.
crição esteja mais próxima. Art. 50 A requisição não atendida poderá ser, em
caráter excepcional, reiterada por uma única vez.

Notificações Das Inspeções e Vistorias

O presidente poderá realizar inspeções necessárias


O presidente poderá expedir notificações, nas
à investigação do fato, lavrando-se auto circunstan-
quais deverão, obrigatoriamente, segundo determina
ciado, indicando os pontos que devam ser verificados
o art. 37, da Resolução, constar:
(arts. 56 e 57).
Art. 37 [...]
I - o objeto da notificação;
280 II - a natureza do procedimento e do fato investigado;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Das Audiências Públicas Art. 68 Os documentos sigilosos serão envelopa-
dos, lacrados e rubricados pelo presidente, se possí-
Audiências públicas são reuniões organizadas e vel na presença do interessado ou responsável, com
presididas pelo Ministério Público, abertas ao povo, vista à preservação do sigilo.
para discussão de situações das quais decorra ou Parágrafo único. Os documentos resguardados por
possa decorrer lesão a interesses difusos, coletivos e sigilo legal deverão ser autuados em apenso.
individuais homogêneos (art. 59), e têm por finalida-
de coletar, junto à sociedade e ao Poder Público, ele-
Da Prova Testemunhal
mentos que embasem decisão do órgão do Ministério
Público quanto à matéria objeto da convocação. Os
Com relação à prova testemunhal, as testemunhas
órgãos do Ministério Público podem realizar audiên-
cias públicas no curso de inquérito civil ou antes de serão ouvidas na sede da Promotoria, conforme agen-
sua instauração (§§ 1º e 2º, do art. 59). dado ou independentemente de agendamento, res-
As audiências públicas serão precedidas da expe- guardando a prerrogativa daqueles que podem ser
dição de edital de convocação do qual constará, no ouvidos em outra data previamente ajustada.
mínimo, a data, o horário e o local da reunião, o obje-
tivo e a forma de cadastramento dos expositores e da Art. 69 As testemunhas serão ouvidas pelo presi-
participação dos presentes (art. 60). dente do procedimento investigatório, em dia e
A ata da audiência deve ser lavrada em até 5 dias, hora previamente agendados.
igualmente fixada na sede da Promotoria. § 1º A critério do presidente, a testemunha poderá ser
ouvida independentemente de prévio agendamento.
Art. 62 Da audiência será lavrada ata circunstanciada, § 2º Estando a testemunha na comarca e não sendo
no prazo de 5 (cinco) dias, a contar de sua realização. possível sua presença na sede da Promotoria de Justi-
§ 1º A ata e seu extrato serão encaminhados ao Pro- ça, por doença, deficiência física ou outra causa, pode-
curador-Geral de Justiça ou a quem este indicar, no rá ser ouvida onde se encontre, a critério do presidente.
prazo de 5 (cinco) dias após sua lavratura, para fins Art. 70 As testemunhas que tenham a prerrogativa
de conhecimento, providências e publicação. de ser ouvidas em data, hora e local previamente
§ 2º A ata, por extrato, será afixada na sede da Pro- ajustados serão contatadas pelo presidente para a
motoria de Justiça e será publicada no Diário Ofi- realização do ato, certificando-se nos autos.
cial do Estado. § 1º Não sendo possível o contato pessoal ou o ajus-
Art. 63 Se o objeto da audiência pública consistir te, o presidente oficiará à testemunha com sugestão
em fato da atribuição de mais de um Promotor de de local, data e hora para oitiva.
Justiça, o órgão do Ministério Público que teve a § 2º Não obtendo resposta ou se esta for considerada
iniciativa do ato comunicará sua realização aos desarrazoada, o presidente comunicará o fato ao Pro-
demais membros do Ministério Público, com ante- curador-Geral de Justiça para as providências cabíveis.
cedência mínima de 10 (dez) dias úteis. § 3º O Procurador-Geral de Justiça comunicará ao
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público, presidente a data, hora e local em que o ato deva
sempre que possível, comunicará a realização da ser realizado. Se o local ajustado se situar fora do
audiência pública aos demais legitimados para o prédio que servir de sede da Promotoria de Justiça,
ajuizamento de ação civil pública, às instituições a pedido do presidente poderá ser designado outro
públicas ou privadas que possam contribuir com a membro do Ministério Público para a oitiva.
matéria objeto da convocação e aos representantes
do grupo, categoria ou classe de lesados. Da Prova Pericial
Art. 64 O resultado da audiência pública não vin-
0

culará a atuação do órgão do Ministério Público. Com relação às provas periciais, estas devem con-
-1

ter, obrigatoriamente, o ponto que deve ser esclareci-


78

Da Prova Documental do, podendo o Presidente elaborar quesitos.


.2
73

Serão juntados aos autos os documentos obtidos


.8

Art. 71 As perícias serão realizadas por servidores do


32

pelo Ministério Público e aqueles apresentados pelo Ministério Público ou por servidores públicos da União,
-4

investigado, por testinhas e por qualquer do povo, nos Estado ou Município e respectivas administrações
termos no art. 65. indiretas, por universidades públicas, por entidades
u

de pesquisa técnica e científica, oficiais ou subvencio-


pr

Vejamos o que diz o art. 66 sobre as cópias de


documentos: nadas pelo Poder Público, ou por aquelas que tenham
u
pr

convênio com a Instituição para esta finalidade.


Art. 66 As cópias de documentos serão juntadas aos Parágrafo único. Poderá ser convencionada a produ-
DIREITO ADMINISTRATIVO

autos independentemente de autenticação, salvo se: ção antecipada de provas, na forma do artigo 381, inci-
I - relativas à capacidade para firmar compromisso so II, c.c. o artigo 190, ambos do Código de Processo
de ajustamento de conduta; Civil, desde que custeada pelo investigado, não estando
II - o presidente entender necessária a autenticação. o Promotor de Justiça adstrito ao resultado da perícia,
Parágrafo único. Quando o documento original ou podendo formar sua convicção com outros elementos
cópia já estiver nos autos, eventuais novas cópias ou fatos provados no curso da investigação.
serão autuadas em apenso denominado “Cópias Art. 72 Da requisição de perícia constará, obri-
repetidas”, ou arquivadas em pasta própria, certi- gatoriamente, o ponto sobre o qual deva incidir.
ficando a ocorrência nos autos. Parágrafo único. Sendo conveniente, o presidente
Art. 67 Para facilidade de manuseio ou exame, elaborará quesitos.
poderá ser formado apenso destinado a capear
documentos ou cópias, certificando-se tal ocorrên- Da Oitiva do Investigado
cia nos autos principais.
Parágrafo único. Na capa do apenso deverá haver Vejamos o que dizem os arts. 73 e 74, da referida
menção expressa ao seu conteúdo. Resolução, sobre a oitiva do investigado: 281
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 73 A pessoa que, em tese, possa figurar no polo condiciona-se à homologação da promoção de arquiva-
passivo de eventual ação civil pública a ser propos- mento do inquérito pelo Conselho Superior do MP.
ta poderá ser convidada a prestar declarações ou
oferecer subsídios para esclarecimento dos fatos, Art. 83 Desde que o fato esteja devidamente esclareci-
sem prejuízo da natureza inquisitiva do inquérito. do em qualquer fase do inquérito civil ou no curso de
Art. 74 Independentemente de convite, poderá o ação civil pública, o presidente do inquérito civil pode-
investigado apresentar razões e documentos, que rá tomar dos interessados compromisso de ajustamen-
serão juntados aos autos, bem como indicar pro- to para adequação de sua conduta às exigências legais,
vas, cuja realização ficará a critério do presidente. impondo-lhe o cumprimento das obrigações necessá-
rias à prevenção, cessação ou reparação do dano.
Das Cartas Precatórias § 1º O compromisso de ajustamento de conduta é
título executivo extrajudicial e, para sua plena efi-
A carta precatória será expedida com a finalidade cácia, deverá revestir-se da característica de liqui-
de colheita de prova em outra comarca. Observe o dis- dez, estipulando obrigação certa, quanto à sua
posto no art. 75: existência, e determinada, quanto ao seu objeto.
§ 2º Como garantia do cumprimento da obrigação
Art. 75 Será expedida carta precatória para a principal, deverão ser estipuladas multas comina-
colheita de prova em outra comarca. tórias, especificando a sua forma de incidência.
§ 1º Nas comarcas contíguas e de fácil comunica- § 3º O disposto no § 2º deste artigo não impede o
ção, a expedição de carta precatória só será feita se cumprimento imediato da obrigação.
assim entender o presidente. § 4º A eficácia do compromisso ficará condicionada à
§ 2º Se a testemunha não tiver domicílio na comar- homologação da promoção de arquivamento do inqué-
ca, sua oitiva será deprecada, salvo se comparecer rito civil pelo Conselho Superior do Ministério Público.
espontaneamente na sede da Promotoria de Justiça. § 5º A celebração de compromisso de ajustamento de
Art. 76 Da carta precatória constarão: conduta não impede que outro, desde que mais abran-
I - a indicação do Promotor de Justiça deprecado; gente, seja celebrado por quaisquer legitimados.
II - a menção da diligência que lhe constitui o objeto; § 6º Poderão ser inseridas convenções processuais
como cláusulas do compromisso de ajustamento de
III - o encerramento, com a assinatura do Promotor
conduta, desde que não coloquem em risco a satis-
de Justiça.
fação do direito material e não se mostrem prejudi-
Art. 77 A carta precatória será instruída com cópia
ciais à tutela processual da coletividade.
da portaria de instauração e demais documentos
§ 7º A multa cominatória é exigível a partir do des-
necessários à compreensão de seu conteúdo.
cumprimento do compromisso de ajustamento de
conduta, independentemente do cumprimento da
Nos casos de urgência, a carta precatória poderá ser obrigação principal.
transmitida por via eletrônica ou qualquer outro meio. Se § 8º A qualidade de título executivo extrajudicial do
for transmitida por telefone, o Promotor de Justiça depre- compromisso de ajustamento de conduta permitirá
cado mandará levar certidão de comunicação e determi- a promoção direta de execução por titular de direi-
nará a realização do ato (parágrafo único, art. 78). to nele amparado, nos limites de seu interesse.

Art. 79 Independem de carta precatória as dili- Da Formalização


gências que devam ser realizadas pelos Centros de
Apoio Operacional. O compromisso será formalizado pelo Presidente,
Art. 80 O cumprimento de carta precatória só pode
em duas vias, assinado pelo MP e interessado (com-
0

ser recusado se não estiver revestida dos requisitos


-1

promitente), sendo vedado dispensar as obrigações


mencionados nesta resolução.
78

reclamadas para a efetiva satisfação do direito ou


§ 1º A carta precatória deverá ser cumprida no pra-
.2

zo de 30 (trinta) dias, a contar de seu recebimento. interesse lesionado, observando o seguinte:


73

§ 2º Em caso de urgência, devidamente justificado, o pre-


.8

sidente poderá fixar prazo menor para cumprimento. Art. 84 O compromisso será formalizado pelo pre-
32

Art. 81 A dúvida quanto à autenticidade da carta preca- sidente, por termo nos autos, com observância das
-4

tória será dirimida pelo Promotor de Justiça deprecado, exigências legais para a celebração de acordos.
u

que só a devolverá se constatada não ser autêntica. § 1º O compromisso será assinado pelo membro do
pr

Parágrafo único. A carta precatória terá caráter Ministério Público e pelo compromitente, cuidando-se
u

itinerante. para que este esteja devidamente qualificado e, quan-


pr

Art. 82 A carta precatória, prevista nos artigos 75 do for o caso, legalmente representado nos autos.
e seguintes desta Resolução, pode ser substituída § 2º É vedada a dispensa, total ou parcial, das obri-
pelo sistema de videoconferência. gações reclamadas para a efetiva satisfação do
Parágrafo único. Nos casos referidos no caput deste interesse ou direito lesado, devendo a convenção
artigo, o membro do Ministério Público solicitará com o responsável restringir-se às condições e esti-
ao órgão ministerial local as providências necessá- pulações de cumprimento das obrigações.
rias para viabilizar o ato instrutório. § 3º Do termo de compromisso constará, obrigato-
riamente, a seguinte cláusula: “Este compromisso
produzirá efeitos legais depois de homologado o
DO COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE
arquivamento do respectivo inquérito civil pelo
CONDUTA Conselho Superior do Ministério Público”.
Art. 85 O termo de compromisso deverá ser elabo-
O compromisso de ajustamento de conduta é título rado em pelo menos duas vias, devidamente assi-
executivo extrajudicial, certo, líquido e exigível, para ade- nadas e rubricadas pelo presidente do inquérito
quar a conduta do interessado às exigências legais e ao civil e pelo compromitente, devendo a segunda via
cumprimento das obrigações necessárias, inclusive mul- ficar arquivada em pasta própria, juntamente com
282 ta cominatória no caso de descumprimento, cuja eficácia cópias, autenticadas por Oficial de Promotoria, dos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
documentos comprobatórios da qualidade e repre- inquérito civil, observando-se o disposto no art. 86,
sentatividade legal do compromitente. § 2º, desta resolução.
Art. 86 Após a celebração do compromisso de ajus- Art. 91 O encerramento do inquérito civil, em
tamento, o presidente do inquérito civil, no prazo quaisquer das hipóteses referidas no artigo ante-
de 10 (dez) dias, lançará nos autos promoção de rior, não constitui ato de mero expediente, e deverá
arquivamento, nos termos do artigo 91 desta reso- ser determinado sempre de forma fundamentada.
lução, para cumprimento do disposto no artigo 112,
parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº É importante mencionar que, quando a ação civil
734, de 26 de novembro de 1993. pública não abranger todos os fatos e pessoas mencio-
§ 1º Homologado o arquivamento, os autos do inquéri- nadas na portaria inicial do inquérito civil, será pro-
to civil serão restituídos ao órgão do Ministério Públi- movido, em decisão fundamentada, o arquivamento
co de origem, que providenciará a imediata notificação
em relação a eles, ao enviar uma cópia dos autos ao
do compromitente para o cumprimento das obriga-
Conselho Superior do Ministério Público para o reexa-
ções na forma e nos prazos avençados.
§ 2º O acompanhamento periódico da execução
me necessário, no prazo de 3 dias (art. 92).
deverá ser feito em procedimento próprio, previs-
to na Resolução nº 934/15-PGJ-CPJ-CGMP, de 15 de Da Propositura da Ação Civil Pública
outubro de 2015, registrando-se no SIS MP Integra-
do o arquivamento do respectivo inquérito civil. Art. 93 Os autos principais do inquérito civil ins-
Art. 87 Quando houver necessidade da celebração truirão a ação civil pública.
de compromisso de ajustamento com característi- § 1º No órgão do Ministério Público será mantida
ca de ajuste preliminar ou de convenção processual cópia da petição inicial da ação civil pública e, a cri-
autônoma, que não dispensem o prosseguimento de tério do presidente, das principais peças dos autos
diligências para uma solução definitiva ou mais com- do inquérito civil.
pleta da questão, o membro do Ministério Público § 2º Os apensos relativos às cópias repetidas de
poderá celebrá-los, justificadamente, encaminhando documentos, referidos no parágrafo único do artigo
os autos, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Supe- 67 desta Resolução, deverão permanecer no arqui-
rior do Ministério Público para homologação somen- vo do órgão do Ministério Público.
te do compromisso ou da convenção processual,
autorizando o prosseguimento das investigações. Das Recomendações
Art. 88 Havendo ação civil pública em andamento,
o compromisso será formalizado no processo res- Poderá o Presidente expedir recomendações para
pectivo, para eventual homologação por sentença, adoção de medidas e notificações, com ou sem audiên-
não intervindo o Conselho Superior do Ministério cias públicas, exigindo divulgação e resposta escrita.
Público, salvo nos casos previstos no art. 10, §§ 1º e
2º da Resolução nº 1.193/2020-CPJ.
Art. 94 No exercício da tutela dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, poderá o presi-
Da Novação dente do inquérito civil expedir recomendação, sem
caráter coercitivo, com o objetivo de persuadir o desti-
A novação — hipótese de modificação posterior do natário a praticar ou deixar de praticar determinados
acordo — poderá ser celebrada em caráter excepcional, atos em benefício da melhoria dos serviços públicos
devendo o presidente do inquérito, justificadamente: e de relevância pública ou do respeito aos interesses,
direitos e bens defendidos pela Instituição.
0

Art. 89 Em caráter excepcional, poderá ser celebrada Parágrafo único. É vedada a expedição de recomen-
-1

a novação, nos termos da lei civil, caso em que o presi- dação como medida substitutiva ao compromisso
78

dente do inquérito civil deverá, justificadamente: de ajustamento de conduta ou à ação civil pública.
.2

I - submetê-lo à homologação pelo Conselho Superior Art. 95 O presidente do inquérito civil poderá recomen-
73

do Ministério Público, na hipótese de compromisso de dar aos órgãos ou entidades competentes a adoção de
.8

ajustamento preliminar ou de convenção processual medidas destinadas à efetividade dos direitos assegu-
32

autônoma, nos termos do artigo 87 desta Resolução; rados nas Constituições Federal e Estadual, bem como
-4

II - promover novo arquivamento do inquérito civil, para que sejam tomadas, em prazo razoável, as pro-
u

na hipótese de compromisso de ajustamento defini- vidências legais, no âmbito de seu poder de polícia, a
pr

tivo, nos termos do artigo 86 desta Resolução; fim de assegurar o respeito a interesses sociais e indivi-
u

III - observar, no que couber, o disposto no Capítulo duais indisponíveis, tratados coletivamente.
pr

II deste Título. Art. 96 O membro do Ministério Público, com ou


DIREITO ADMINISTRATIVO

sem a realização de audiências públicas, também


ENCERRAMENTO poderá expedir recomendações aos órgãos ou enti-
dades competentes, sugerindo a edição de normas,
O art. 90 dispõe sobre o encerramento do inquérito a alteração da legislação em vigor ou a adoção de
civil, veja: medidas destinadas à efetividade dos direitos asse-
gurados nas Constituições Federal e Estadual, ou
Art. 90 O inquérito civil será encerrado, depois de prevenção ou controle de irregularidades.
esgotadas todas as diligências a que se destinava,
mediante: A recomendação conterá a indicação de prazo
I - propositura de ação civil pública; razoável para a adoção das providências cabíveis,
II - arquivamento. indicando-as de forma clara e objetiva (art. 97).
Parágrafo único. A celebração de compromisso de
ajustamento, desde que não se caracterize como Art. 98 O membro do Ministério Público poderá
ajuste preliminar previsto no art. 87 desta Reso- requisitar ao destinatário a adequada e imediata
lução, implicará no arquivamento definitivo do divulgação da recomendação expedida, incluindo 283
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sua afixação em local de fácil acesso ao público, se § 2º Até a sessão do Conselho Superior do Ministério
necessária à efetividade da recomendação. Público que apreciará a promoção de arquivamen-
Art. 99 O membro do Ministério Público poderá requi- to, as pessoas colegitimadas poderão apresentar
sitar, em prazo razoável, resposta por escrito sobre o razões escritas ou documentos, que serão juntados
atendimento ou não da recomendação, bem como instar aos autos do procedimento investigatório.
os destinatários a respondê-la de modo fundamentado. § 3º Se o Conselho Superior do Ministério Público
Parágrafo único. Havendo resposta fundamentada de deixar de homologar a promoção de arquivamento,
não atendimento, ainda que não requisitada, impõe-se comunicará o fato, desde logo, ao Procurador-Ge-
ao membro do Ministério Público que expediu a reco- ral de Justiça, para a designação de outro órgão do
mendação apreciá-la fundamentadamente. Ministério Público para o ajuizamento da ação ou
Art. 100 Na hipótese de desatendimento à recomen- o prosseguimento das investigações.
dação, de falta de resposta ou de resposta conside- § 4º A designação, salvo motivo justificado, deverá
rada inconsistente, o membro do Ministério Público recair no substituto automático do membro impe-
adotará as medidas cabíveis à obtenção do resulta- dido ou, na impossibilidade de fazê-lo, sobre mem-
do pretendido com a expedição da recomendação. bro do Ministério Público com atribuição para, em
§ 1º No intuito de evitar a judicialização e fornecer tese, oficiar no caso, segundo as regras ordinárias
ao destinatário todas as informações úteis à forma- de distribuição de serviço.
ção de seu convencimento quanto ao atendimento § 5º Na hipótese de não homologação do arquiva-
da recomendação, poderá o membro do Ministé- mento proposto pelo Procurador-Geral de Justiça,
rio Público, ao expedir a recomendação, indicar os autos serão remetidos ao seu substituto legal.
as medidas que entende cabíveis, em tese, no caso § 6º Não ocorrendo a remessa no prazo previsto no
de desatendimento da recomendação, desde que “caput” deste artigo, o Conselho Superior do Minis-
incluídas em sua esfera de atribuições. tério Público, de ofício ou a pedido de qualquer inte-
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o membro do ressado, requisitará os autos do inquérito civil ou
Ministério Público não adotará as medidas indicadas das peças de informação, para exame e deliberação.
antes de transcorrido o prazo fixado para resposta,
exceto se fato novo determinar a urgência dessa adoção. Convertido o julgamento em diligência, reabre-se
§ 3º A efetiva adoção das medidas indicadas na ao Promotor de Justiça, que tinha promovido o arqui-
recomendação como cabíveis em tese pressupõe a
vamento do inquérito civil ou das peças de informação,
apreciação fundamentada da resposta de que trata
o parágrafo único do artigo anterior. a oportunidade de reapreciar o caso, podendo manter
sua posição favorável ao arquivamento ou propor a
Do Arquivamento ação civil pública, como lhe pareça mais adequado.
Neste último caso, será desnecessária a remessa dos
O inquérito civil será arquivado quando: autos ao Conselho Superior, bastando comunicar, por
ofício, o ajuizamento da ação (art. 103).
Art. 101 O inquérito civil e o procedimento prepa-
ratório do inquérito civil serão arquivados de for- Art. 104 Na hipótese prevista na primeira parte do
ma fundamentada: inciso II do artigo 101, o controle do arquivamento
I - diante da inexistência de fundamento para a pro- será exercido pelo Conselho Superior do Ministério
positura da ação civil pública ou para as medidas Público, na forma de seu regimento interno, atendi-
previstas no capítulo anterior, depois de esgotadas das pelo membro do Ministério Público as prescri-
todas as diligências; ções do artigo 90, ambos desta Resolução.
II - na hipótese de a ação civil pública ou as recomen- Art. 105 Na hipótese referida no inciso III do artigo
dações expedidas não abrangerem todos os fatos refe-
101, o controle do arquivamento será exercido pelo
0

ridos na portaria de instauração do inquérito civil;


-1

Conselho Superior do Ministério Público, na forma


III - quando celebrado compromisso de ajustamen-
78

de seu regimento interno, atendidas pelo membro


to definitivo.
.2

do Ministério Público as prescrições dos artigos 86


Parágrafo único. Se a investigação versar sobre mais de
73

um fato e a ação civil pública proposta referir-se apenas e 90, ambos desta Resolução.
.8

a um ou alguns deles, os demais fatos deverão ser objeto


32

Do Desarquivamento
de promoção de arquivamento, se for o caso, observan-
-4

do-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.


Depois de homologada, pelo Conselho Superior
u
pr

A promoção de arquivamento será remetida, no do Ministério Público, a promoção de arquivamento


do inquérito civil ou do procedimento preparatório, o
u

prazo de 3 dias, ao Conselho Superior — a quem com-


pr

pete o respectivo controle —, observando o seguinte: membro do Ministério Público poderá proceder a novas
investigações, se de outras provas ou fatos conexos tiver
Art. 102 Sob pena de falta grave, os autos princi- notícia, bem como se surgirem novos dados técnicos ou
pais, com a promoção de arquivamento, deverão jurídicos, à luz do que alude o art. 106.
ser remetidos no prazo de 3 (três) dias contados da
data da promoção, mediante comprovante, ao Con- Art. 107 O desarquivamento de inquérito civil
selho Superior do Ministério Público. deverá ser feito por decisão na qual seja indicado
§ 1º A promoção de arquivamento será submetida, o fundamento de fato ou de direito que determinar
na forma do regimento interno, a exame e delibera- o início de novas investigações, comunicando-se o
ção do Conselho Superior do Ministério Público em fato ao Centro de Apoio Operacional respectivo, pro-
sessão pública, salvo se houver sigilo, que poderá: cedendo-se à anotação junto ao SIS MP Integrado.
I - homologá-la; § 1º O desarquivamento do inquérito civil, diante
II - determinar o ajuizamento da ação civil pública; de novas provas ou para investigar fato novo rele-
III - determinar a conversão do julgamento em dili- vante, poderá ocorrer no prazo máximo de 6 (seis)
gência, com o prosseguimento no inquérito civil já meses após o arquivamento. Decorrido o prazo,
instaurado, indicando de forma expressa as diligên- será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo
284 cias necessárias. das provas já colhidas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º Em qualquer das situações previstas no pará- formulado por qualquer pessoa, verbalmente ou
grafo anterior, a atribuição será do órgão do Minis- por escrito.
tério Público que promoveu o arquivamento do Parágrafo único. Se escrito, o seu deferimento será
inquérito civil. comunicado ao requerente, lavrando-se certidão
nos autos.
DA PUBLICIDADE NA TRAMITAÇÃO Art. 118 O pedido de vista dos autos, mediante
requerimento fundamentado, poderá ser feito pelo
A publicidade na tramitação do inquérito será feita interessado ou procurador legalmente constituído,
mediante a publicação de relatórios pelos Centros Opera- dependendo de deferimento total ou parcial do pre-
cionais de Apoio, emitidos em prazo de 5 dias do recebi- sidente do inquérito civil, ficando vedada a retirada
mento das comunicações (art. 108), observando o seguinte: dos autos da secretaria.
Art. 119 Ressalvadas as hipóteses de sigilo, poderá
Art. 108 A publicidade na tramitação do inquéri- ser deferida a extração de cópias, sempre às expen-
to civil será feita, nos termos do § 2º do artigo 104 sas do interessado, observando-se as devidas cau-
da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de telas quanto ao deslocamento e à posse dos autos.
novembro de 1993, mediante a publicação de rela-
tórios pelos Centros de Apoio Operacional. DOS RECURSOS
Parágrafo único. Os relatórios conterão:
I - as portarias de inquéritos civis ou procedimen-
Do Recurso Contra o Indeferimento da Notícia de
tos preparatórios instaurados;
Fato
II - os arquivamentos;
III - as ações civis públicas ajuizadas, com men-
ção dos números dos registros e das varas para as Da decisão do membro do Ministério Público que
quais foram distribuídas; IV - os requisitos previs- arquivar, fundamentadamente, a notícia de fato,
tos no inciso II do artigo 8º desta resolução. caberá recurso ao Conselho Superior do Ministério
Art. 109 Os relatórios serão publicados em, no Público, no prazo de 10 dias.
máximo, 5 (cinco) dias contados do recebimento da
comunicação. Art. 120 Da decisão do membro do Ministério
Art. 110 A publicidade na tramitação dos inquéritos Público que arquivar, fundamentadamente, a notí-
civis, procedimentos preparatórios e representações cia de fato, caberá recurso ao Conselho Superior do
no Conselho Superior do Ministério Público serão fei- Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, conta-
tos na forma prevista em seu regimento interno. dos da data da juntada aos autos do comprovante
Art. 111 A publicidade por qualquer dos meios pre- da ciência dada ao noticiante.
vistos neste título observará o disposto no § 6º do § 1º Se não houver comprovante da entrega da noti-
artigo 8º desta Resolução. ficação, o prazo será contado da data da ciência
inequívoca do noticiante.
Das Certidões e Informações § 2º O recurso deverá vir acompanhado das respec-
tivas razões, sob pena de não recebimento, e será
Os requerimentos de expedição de certidão e de interposto perante o membro do Ministério Público
extração de cópias sobre os fatos investigados serão oficiante.
encaminhados ao presidente do procedimento. As cer- § 3º O dia e a hora da entrega do recurso e das res-
tidões serão expedidas no prazo máximo de 15 dias. pectivas razões deverão ser certificados nos autos,
entregando-se recibo ao recorrente.
Art. 112 Os requerimentos de expedição de certidão
§ 4º O recurso será juntado aos autos, dele se fazen-
e de extração de cópias sobre os fatos investigados
0

do anotação no SIS MP integrado.


-1

serão encaminhados ao Presidente do procedimento.


Art. 121 Do arquivamento da notícia de fato deve-
78

Parágrafo único. As certidões serão expedidas no


rá ser dada ciência ao noticiante, juntando-se aos
prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados do pro-
.2

autos o respectivo comprovante.


73

tocolo do respectivo requerimento, nos termos do


§ 1º A cientificação é facultativa no caso de a notí-
artigo 8º, § 2º, I, desta Resolução, que deverá man-
.8

cia de fato ter sido encaminhada ao Ministério


32

dar expedi-los no prazo de até 15 (quinze) dias.


Público em face de dever de ofício.
Art. 113 O pedido de certidão deverá ser formulado
-4

§ 2º Da decisão de arquivamento deverá constar


por escrito, admitindo-se que seja reduzido por ter-
que o noticiante poderá recorrer ao Conselho Supe-
u

mo pela secretaria do órgão do Ministério Público.


pr

Art. 114 Serão juntados aos autos o pedido e a rior do Ministério Público no prazo de 10 (dez) dias.
u

cópia da certidão expedida, ressalvada a hipótese § 3º Se a ciência for dada mediante notificação, nela
pr

de sigilo da matéria, quando deverão ser arquiva- deverão constar os mesmos requisitos previstos no
artigo anterior.
DIREITO ADMINISTRATIVO

dos em pasta própria.


Art. 115 Se a certidão tiver por objeto registro do
órgão do Ministério Público, o pedido será arqui- O Promotor de Justiça ou o Procurador-Geral de
vado em pasta própria, acompanhado de cópia da Justiça, na condição de presidente do inquérito civil,
certidão. no prazo de 5 dias, poderá reconsiderar a decisão
Art. 116 As informações serão prestadas: recorrida. Caso a decisão seja mantida, de forma fun-
I - verbalmente, aos interessados que compareçam damentada, os autos serão encaminhados, no prazo
na sede do órgão de execução; de 3 dias, ao Conselho Superior do Ministério Público,
II - pela entrega de cópias requeridas, após o paga- com despacho fundamentado.
mento dos emolumentos, nos termos do inciso II do
§ 2º do artigo 8º. Do Recurso Contra a Instauração do Inquérito Civil
Do Exame e da Vista dos Autos
Da instauração do inquérito civil caberá recurso
Art. 117 O pedido de exame dos autos na secre- do interessado, com efeito suspensivo, ao Conselho
taria do órgão do Ministério Público poderá ser Superior do Ministério Público (art. 123). 285
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 123 [...]
§ 1º Considera-se interessado aquele em face de ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS
quem poderá ser ajuizada a ação civil PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO - LEI
pública.
§ 2º Deverá ser juntada aos autos cópia da publica- ESTADUAL N° 10.261, DE 1968, DE 28
ção da instauração do inquérito civil, OUTUBRO DE 1968: ARTS. 241 A 263
prevista no inciso I do artigo 8º desta Resolução.
§ 3º O prazo para a interposição do recurso será DO REGIME DISCIPLINAR: DEVERES, VEDAÇÕES,
de 5 (cinco) dias, contados da juntada da cópia da RESPONSABILIDADES E SANÇÕES APLICÁVEIS
publicação mencionada no parágrafo anterior ou
da data da ciência, pelo interessado, da instaura-
Dos Deveres e das Proibições
ção do inquérito civil, valendo o evento que aconte-
cer primeiramente.
Os servidores públicos, dada a sua grande importân-
O recurso deverá ser acompanhado das respecti- cia para as funções estatais, possuem uma grande gama
vas razões, sob pena de indeferimento, e será interpos- de deveres e de vedações, isto é, de condutas que devem
to perante o membro do Ministério Público oficiante, fazer e de condutas que estão proibidos de fazer.
nos moldes do que determina o art. 124. O presiden- O art. 241 trata do rol de deveres dos funcionários
te do inquérito civil, no prazo de 5 dias, lançará nos públicos. A melhor forma de ver e memorizar os refe-
autos do procedimento manifestação de sustentação ridos deveres é pela leitura da Lei seca, in verbis:
do ato impugnado (art. 125). Veja os arts. 126 e 127:
Art. 241 São deveres do funcionário:
I - ser assíduo e pontual;
Art. 126 O presidente do inquérito civil não
II - cumprir as ordens superiores, representando
poderá negar seguimento ao recurso, ainda que
quando forem manifestamente ilegais;
intempestivo.
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos
Art. 127 O recurso subirá nos próprios autos do
de que for incumbido;
inquérito civil, que deverão ser remetidos ao Con-
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da reparti-
selho Superior do Ministério Público no prazo de
ção e, especialmente, sobre despachos, decisões ou
3 (três) dias.
providências;
V - representar aos superiores sobre todas as irre-
DISPOSIÇÕES FINAIS gularidades de que tiver conhecimento no exercício
de suas funções;
Dos Registros, das Anotações e das Comunicações VI - tratar com urbanidade as pessoas;
VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde
Art. 128 Os membros do Ministério Público que autorizado;
tenham por atribuição a instauração de inquérito VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem,
civil manterão os registros atualizados junto ao SIS no assentamento individual, a sua declaração de
MP Integrado, conforme previsto nesta Resolução, família;
na forma estabelecida pela Corregedoria-Geral do IX - zelar pela economia do material do Estado e pela
Ministério Público. conservação do que for confiado à sua guarda ou
Art. 129 As comunicações e correspondências refe- utilização;
rentes a requisições, notificações, intimações e car- X - apresentar -se convenientemente trajado em servi-
tas precatórias serão preferencialmente realizadas ço ou com uniforme determinado, quando for o caso;
0

por meio eletrônico. XI - atender prontamente, com preferência sobre


-1

Art. 130 Serão encaminhadas, por meio eletrônico, ao qualquer outro serviço, às requisições de papéis,
78

Centro de Apoio Operacional respectivo, dentre outras documentos, informações ou providências que lhe
.2

especificadas em Ato próprio, as seguintes peças: forem feitas pelas autoridades judiciárias ou admi-
73

I - das portarias de instauração de inquérito civil ou nistrativas, para defesa do Estado, em Juízo;
.8

de procedimento preparatório deste último; XII - cooperar e manter espírito de solidariedade


32

II - das notícias de fato e eventuais decisões de com os companheiros de trabalho;


-4

arquivamento; XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regi-


III - de promoções de arquivamento de inquéritos mentos, instruções e ordens de serviço que digam
u
pr

civis ou procedimentos preparatórios; respeito às suas funções; e


IV - de petições iniciais de ação civil pública, com a XIV - proceder na vida pública e privada na forma
u
pr

indicação do número que tomou o feito e a vara a que dignifique a função pública.
que foi distribuído;
V - das medidas tomadas na forma do artigo 113 As proibições ou vedações, por sua vez, estão dis-
da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de postas nos arts. 242 a 244, in verbis:
novembro de 1993; VI - de recomendações;
VII- de reabertura de inquérito civil; Art. 242 Ao funcionário é proibido:
VIII - de sentenças; I - (Revogado).
IX - de recursos, ainda que não se refiram à decisão II - retirar, sem prévia permissão da autoridade
final da causa; competente, qualquer documento ou objeto existen-
X - de termos de compromisso de ajustamento de te na repartição;
conduta, mesmo que lavrados no curso de ação III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em
judicial; palestras, leituras ou outras atividades estranhas
XI - de trânsito em julgado de sentença final, quan- ao serviço;
do ocorrer em primeiro grau de jurisdição; IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa
XII - de certidão de cumprimento integral de com- justificada;
promisso de ajustamento de conduta ou de decisão V - tratar de interesses particulares na repartição;
286 judicial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VI - promover manifestações de apreço ou desapre- A responsabilidade civil é caracterizada especial-
ço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com mente no parágrafo único, do art. 245:
elas;
VII - exercer comércio entre os companheiros de Art. 245 […]
serviço, promover ou subscrever listas de donati- Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a
vos dentro da repartição; e responsabilidade:
VIII - empregar material do serviço público em ser- I - pela sonegação de valores e objetos confiados à
viço particular. sua guarda ou responsabilidade, ou por não prestar
Art. 243 É proibido ainda, ao funcionário: contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo
I - fazer contratos de natureza comercial e indus- estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos,
trial com o Governo, por si, ou como representante instruções e ordens de serviço;
de outrem; II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros
II - participar da gerência ou administração de prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob
empresas bancárias ou industriais, ou de socieda- sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
des comerciais, que mantenham relações comer- III - pela falta ou inexatidão das necessárias aver-
ciais ou administrativas com o Governo do Estado, bações nas notas de despacho, guias e outros docu-
sejam por este subvencionadas ou estejam direta- mentos da receita, ou que tenham com eles relação; e
mente relacionadas com a finalidade da repartição IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra
ou serviço em que esteja lotado; a Fazenda Estadual
III - requerer ou promover a concessão de privilé-
gios, garantias de juros ou outros favores seme-
Complementando a noção de responsabilida-
lhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto
privilégio de invenção própria; de civil do servidor público, o art. 246 trata de uma
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, situação que ocorre com bastante frequência, sobre-
emprego ou função em empresas, estabelecimentos tudo envolvendo servidores encarregados pela aqui-
ou instituições que tenham relações com o Gover- sição de bens e materiais para a prestação de serviços
no, em matéria que se relacione com a finalidade da públicos.
repartição ou serviço em que esteja lotado; O servidor, agindo de má-fé, acaba realizando gas-
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, tos maiores do que o essencial, quer pela compra de
sem autorização do Presidente da República; materiais por um valor muito acima do preço de mer-
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comer- cado, quer pela aquisição de materiais da empresa de
ciais nas condições mencionadas no item II deste um parente próximo. Vejamos o disposto no art. 246:
artigo, podendo, em qualquer caso, ser acionista,
quotista ou comanditário; Art. 246 O funcionário que adquirir materiais em
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos desacordo com disposições legais e regulamenta-
de sabotagem contra o serviço público; res, será responsabilizado pelo respectivo cus-
VIII - praticar a usura; to, sem prejuízo das penalidades disciplinares
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu
intermediário perante qualquer repartição pública, vencimento ou remuneração.
exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou
parente até segundo grau;
É importante, também, o texto disposto nos arts.
X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou
de entidades fiscalizadas, no País, ou no estran- 247 e 248:
geiro, mesmo quando estiver em missão referente
0

à compra de material ou fiscalização de qualquer Art. 247 Nos casos de indenização à Fazenda Esta-
-1

natureza; dual, o funcionário será obrigado a repor, de uma


78

XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para só vez, a importância do prejuízo causado em vir-
.2

desempenhar atividade estranha às funções ou tude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em


73

para lograr, direta ou indiretamente, qualquer pro- efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
.8

veito; e Art. 248 Fora dos casos incluídos no artigo ante-


32

XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer rior, a importância da indenização poderá ser
-4

parte. descontada do vencimento ou remuneração não


u

Art. 244 É vedado ao funcionário trabalhar sob as excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor
pr

ordens imediatas de parentes, até segundo grau, destes.


u

salvo quando se tratar de função de confiança Parágrafo único. No caso do item IV do parágra-
pr

e livre escolha, não podendo exceder a 2 (dois) o fo único do art. 245, não tendo havido má-fé, será
número de auxiliares nessas condições. aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a
DIREITO ADMINISTRATIVO

de suspensão.
Das Responsabilidades
Disciplina o referido texto legal que, uma vez com-
Sobre o capítulo “Das Responsabilidades”, o Esta- provado que o funcionário público, efetivamente,
tuto apresenta o que a doutrina gosta de denominar realizou gastos extraordinários para a aquisição de
tríplice responsabilidade dos servidores públicos. materiais em desacordo com a legislação, ele deverá
Ela é tríplice porque o servidor responde civil, penal e ressarcir os cofres públicos com o próprio patrimônio.
administrativamente pelo exercício irregular de suas Trata-se, pois, de responsabilidade na esfera civil, pois
atribuições. a natureza da condenação é puramente indenizatória.
O art. 245 trata da responsabilidade civil: Vale ressaltar que a apuração de condutas transgres-
soras é feita por meio de Processo Administrativo
Art. 245 O funcionário é responsável por todos os Disciplinar.
prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Outra hipótese tratada pelo referido Estatuto
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. diz respeito ao servidor que delega suas funções e 287
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
competências a terceiros, isto é, pessoas estranhas, que não integram os Quadros da Administração Pública. Essa
hipótese está prevista no art. 249:

Art. 249 Será igualmente responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, regu-
lamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem
ou aos seus subordinados.

Cabe destacar que a responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil
ou criminal que couber, nem do pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248,
nem do exame da pena disciplinar em que incorrer. Vejamos a íntegra do art. 250:

Art. 250 A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no
caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena
disciplinar em que incorrer.
§ 1º A responsabilidade administrativa é independente da civil e da criminal.
§ 2º Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas, o servi-
dor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que negue a existência
de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão.
§ 3º O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial por despacho motivado da
autoridade competente para aplicar a pena.

Um ponto importante que é cobrado com muita frequência em provas diz respeito ao fato de a responsabilida-
de administrativa ser independente da civil e da criminal. As três esferas de responsabilidade são independentes
e não se comunicam entre si.
Há, contudo, uma importante exceção a essa regra: o servidor não pode se responsabilizar na esfera adminis-
trativa ou civil quando restar comprovado que não praticou um crime, ou quando tenha sido negada a sua autoria
em matéria penal.
Esquematicamente, podemos dividir na tabela a seguir as três esferas de responsabilidade, destacando-se sua
natureza, os tipos de sanções que são impostas e a possibilidade de elas se comunicarem entre si:

RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CRIMINAL
ADMINISTRATIVA

Natureza indenizatória Natureza disciplinar Natureza penal


(reparação de danos) (apurar transgressões disciplinares) (apurar crimes e contravenções)

Sanção: advertência, repreensão,


Sanção: restituição de valo- Sanção: decretação de prisão, restrição
suspensão, demissão, cassação de
res ao erário de direitos
aposentadoria

Não se comunica, exceto quando não


Não se comunica Não se comunica se configura crime, ou seja, quando for
negada a autoria do agente
0
-1
78

Das Penalidades e de sua Aplicação


.2
73

Por fim, é importante conhecer todas as sanções disciplinares, dispostas no art. 251, sendo aplicáveis aos
.8

funcionários que ou deixam de cumprir um de seus deveres, ou cometem uma das proibições também dispostas
32

no Estatuto.
-4
u

Art. 251 São penas disciplinares:


pr

I - repreensão;
u

II - suspensão;
pr

III - multa;
IV - demissão;
V - demissão a bem do serviço público; e
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Antes de estudarmos cada uma dessas penalidades, é importante ressaltar que a sua aplicação deve seguir
alguns critérios bastante subjetivos. É isso o que dispõe o texto do art. 252:

Art. 252 Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os
danos que dela provierem para o serviço público.

A ideia é que as infrações mais graves, que ensejarem maiores prejuízos para a Administração, devem ser
punidas com sanções mais rigorosas. Dentre as sanções aplicáveis, vale lembrar que a pena de repreensão será
aplicada por escrito. Vejamos a literalidade da lei:

288
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 253 A pena de repreensão será aplicada por II - praticar ato definido como crime contra a admi-
escrito, nos casos de indisciplina ou falta de nistração pública, a fé pública e a Fazenda Esta-
cumprimento dos deveres. dual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à
defesa nacional;
A pena de suspensão, a qual não pode exceder a III - revelar segredos de que tenha conhecimento
90 dias, será aplicada em caso de falta grave ou de em razão do cargo, desde que o faça dolosamente e
reincidência. Vejamos: com prejuízo para o Estado ou particulares;
IV - praticar insubordinação grave;
Art. 254 A pena de suspensão, que não excederá V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcio-
de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de fal- nários ou particulares, salvo se em legítima defesa;
ta grave ou de reincidência. VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
§ 1º O funcionário suspenso perderá todas as van- VII - receber ou solicitar propinas, comissões, pre-
tagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. sentes ou vantagens de qualquer espécie, direta-
§ 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão mente ou por intermédio de outrem, ainda que fora
poderá converter essa penalidade em multa, na de suas funções mas em razão delas;
base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de venci- VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quais-
mento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse quer valores a pessoas que tratem de interesses ou
caso, obrigado a permanecer em serviço. o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua
fiscalização;
IX - exercer advocacia administrativa; e
A pena de multa está prevista no art. 255, porém,
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria
tal dispositivo apenas menciona que a multa será apli-
de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade
cada na forma e nos casos expressamente previstos
civil e de procedimento criminal, que no caso couber.
em lei ou regulamento. Um desses casos é a hipótese XI - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
de conversão da pena de suspensão. tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e terrorismo;
Art. 255 A pena de multa será aplicada na forma XII - praticar ato definido como crime contra o Sis-
e nos casos expressamente previstos em lei ou tema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de
regulamento. bens, direitos ou valores;
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade.
A pena de demissão, prevista no art. 256, é uma
das sanções mais graves, porque enseja o desligamen- Como se pode depreender da leitura do dispositivo, a
to forçado do servidor. Não se confunde com a exone- demissão a bem do serviço público apresenta hipóteses
ração, pois esta não tem caráter de sanção, podendo mais graves e que não se relacionam com o exercício da
até mesmo ser requerida a pedido do próprio servidor. função pública. Mesmo assim, é do interesse público que
esse agente seja desligado de seu cargo, pois claramente
Art. 256 Será aplicada a pena de demissão nos se mostra incompatível com o mesmo.
casos de:
I - abandono de cargo; Art. 258 O ato que demitir o funcionário menciona-
II - procedimento irregular, de natureza grave; rá sempre a disposição legal em que se fundamenta.
III - ineficiência no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e
O ato que demitir o funcionário mencionará sem-
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamen- pre a disposição legal em que se fundamenta, con-
0

forme o texto do art. 258. Essa obrigatoriedade de


-1

te, durante 1 (um) ano.


fundamentar o ato de demissão deriva de um impor-
78

tante princípio da Administração Pública: o Princípio


.2

Dica da Motivação dos Atos Administrativos.


73

Um pequeno mnemônico para decorar as hipó- Caberá a pena de cassação de aposentadoria


.8
32

teses de demissão simples: ao pegar a primeira ou disponibilidade nos casos previstos no art. 259.
Vejamos:
-4

letra de cada inciso, forma-se a expressão “A PIA


A”:
u

Art. 259 Será aplicada a pena de cassação de


pr

Abandono de cargo
aposentadoria ou disponibilidade, se ficar pro-
u

Procedimento irregular
pr

vado que o inativo:


Ineficiência intencional e reiterada no serviço I - praticou, quando em atividade, falta grave para
Aplicação indevida de dinheiros públicos
DIREITO ADMINISTRATIVO

a qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou


Ausência ao serviço de demissão a bem do serviço público;
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
Já a demissão a bem do serviço público apresen- III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem
ta alguns aspectos distintos da demissão simples. Ela prévia autorização do Presidente da República; e
acontece em decorrência de casos gravíssimos em que IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
o servidor público pratica um ato considerado não
apenas uma transgressão disciplinar, mas um crime O art. 260 trata das pessoas competentes para a
contra a Administração. Conforme dispõe o texto do aplicação das penalidades previstas anteriormente.
art. 257: São elas:

Art. 257 Será aplicada a pena de demissão a bem Art. 260 [...]
do serviço público ao funcionário que: I - o Governador;
I - for convencido de incontinência pública e escan- II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do
dalosa e de vício de jogos proibidos; Estado e os Superintendentes de Autarquia; 289
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III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; prejuízo ao erário, na medida em que realizou opera-
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada ção financeira sem observância das normas legais e
a 60 (sessenta) dias; e regulamentares.
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de
suspensão limitada a 30 (trinta) dias. Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrati-
va (Lei nº 8.429/1992, com as alterações introduzidas
O art. 261 trata de algo também bastante importan- pela Lei nº 14.230/2021), José:
te, que é a prescrição da punibilidade, ou prescrição
do direito de exercer o poder disciplinar. Extingue-se a) praticou ato de improbidade administrativa, por
a punibilidade pela prescrição: expressa previsão legal, visto que ocorreu efetivo dano
ao erário, que deve ser objeto de ressarcimento, assim
Art. 261 [...] como devem ser aplicadas as demais sanções previs-
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão tas no Art. 12 daquela lei;
ou multa, em 2 (dois) anos; b) não praticou ato de improbidade administrativa, pois,
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão apesar de ter causado prejuízo ao erário, não restou
a bem do serviço público e de cassação da aposen- provado, de forma cumulativa, enriquecimento ilícito
tadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; ou violação dos princípios da administração pública
III - da falta prevista em lei como infração penal, no
por parte de José, ainda que de forma culposa;
prazo de prescrição em abstrato da pena criminal,
c) não praticou ato de improbidade administrativa, por
se for superior a 5 (cinco) anos.
falta de tipicidade prevista nos Arts. 9º, 10 e 11 da cita-
da lei, sendo irrelevante o fato de sua conduta ter sido
Por fim, o texto do art. 262 faz referência à hipótese
culposa ou dolosa, visto que ocorreu dano ao erário;
na qual o funcionário público, quando obrigado a cum-
d) não praticou ato de improbidade administrativa, pois
prir uma exigência, se recusa ou deixa de cumpri-la no
para tal é imprescindível que a conduta seja dolosa,
prazo determinado. A sanção, nesses casos, será de sus-
assim entendida como aquela praticada com vontade
pensão do pagamento do vencimento do funcionário até
livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipifi-
que ele cumpra com a referida exigência. Essa é uma
cado nos Arts. 9º, 10 e 11 da citada lei, não bastando
sanção aplicável também ao servidor aposentado, sendo
a voluntariedade do agente;
suspensa a percepção de seus proventos.
e) praticou ato de improbidade administrativa, pois o
mero exercício da função ou desempenho de compe-
Art. 262 O funcionário que, sem justa causa,
tências públicas que causar dano ao erário, indepen-
deixar de atender a qualquer exigência para
dentemente de comprovação de ato doloso com fim
cujo cumprimento seja marcado prazo certo, terá
suspenso o pagamento de seu vencimento ou ilícito, constitui ato de improbidade, pelo princípio da
remuneração até que satisfaça essa exigência. indisponibilidade do erário.
Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados ou em
disponibilidade o disposto neste artigo. 3. (FGV — 2022) Em janeiro de 2022, João, agente públi-
Art. 263 Deverão constar do assentamento indivi- co federal, no exercício da função pública, concedeu
dual do funcionário todas as penas que lhe forem benefício administrativo à sociedade empresária Alfa,
impostas. sem a observância das formalidades legais e regula-
mentares aplicáveis à espécie. O Ministério Público
Federal instaurou inquérito civil para apurar eventual
prática de ato de improbidade administrativa e João
HORA DE PRATICAR!
0

se manifestou no bojo desse procedimento inves-


-1

tigatório alegando e provando que a concessão do


78

1. (FGV — 2022) J.J. desejava ser nomeado para o cargo benefício administrativo decorreu de divergência inter-
.2

pretativa da lei, baseada em jurisprudência.


73

de Secretário de Estado em São Paulo. Como estava


De acordo com o texto atual da Lei de Improbidade Admi-
.8

inelegível por ter tido suas contas rejeitadas pelo Tri-


32

bunal de Contas, em razão do exercício de um cargo nistrativa (Lei nº 8.429/1992, com as alterações introdu-
zidas pela Lei nº 14.230/2021), é correto afirmar que:
-4

eletivo há alguns anos, tinha dúvida se existia algum


óbice à realização desse objetivo.
u
pr

a) foi praticado ato de improbidade administrativa ao menos


Ao se inteirar da temática, J.J. constatou corretamen- culposo, mesmo diante da alegação e provação de que a
u
pr

te que a referida situação concessão do benefício administrativo decorreu de diver-


gência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência;
a) impede sua nomeação para o cargo almejado, em b) foi praticado ato de improbidade administrativa pela
razão de expressa vedação. sociedade empresária Alfa, que se beneficiou do ato ilícito
b) não impede sua nomeação, considerando a indepen- e, na sua responsabilização, deverão ser desconsiderados
dência entre as instâncias. os efeitos econômicos e sociais das sanções;
c) não impede sua nomeação, já que a inelegibilidade c) os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores da
somente gera efeitos na seara eleitoral. sociedade empresária Alfa respondem por ato de improbi-
d) somente impede sua nomeação caso a vedação tenha dade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, mesmo
sido inserida no código de conduta do Poder Executivo. se não tiver havido participação e benefícios diretos;
e) não impede sua nomeação, salvo se a vedação foi expres- d) as sanções da Lei de Improbidade se aplicariam à socie-
samente inserida na decisão do Tribunal de Contas. dade empresária Alfa, mesmo se o ato de improbidade
administrativa também fosse sancionado como ato lesivo
2. (FGV — 2022) Em janeiro de 2022, José, servidor públi- à administração pública de que trata a Lei nº 12.846/2013;
co federal, no exercício de sua competência e de forma e) não configura improbidade o ato praticado por João,
comprovadamente culposa, praticou ato que causou porque decorrente de divergência interpretativa da lei,
290
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baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, Considerando que a sentença foi proferida no âmbito
mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente de uma ação civil por ato de improbidade administrati-
nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do va, o Juiz de Direito deve:
Poder Judiciário.
a) absolver Pedro e condenar José;
4. (FGV — 2022) Inês, estudiosa do direito administrativo, b) condenar Pedro e absolver José;
questionou sua professora a respeito da possibilidade, c) absolver Pedro e José;
ou não, de uma pessoa jurídica ser considerada sujeito d) condenar Pedro e José;
ativo do ato de improbidade administrativa. e) encaminhar os autos ao Ministério Público.

À luz dos balizamentos estabelecidos na Lei nº 7. (FGV — 2022) Durante o ano de 2022, João, técnico
8.429/1992, Inês foi corretamente esclarecida no sen- judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
tido de que a pessoa jurídica dos Territórios, dolosamente, utilizou, em serviço par-
ticular de entrega de refeições consistentes em mar-
a) somente pode figurar como terceiro caso tenha concor- mitas fitness produzidas e vendidas por sua esposa,
rido ou se beneficiado do ato, não como sujeito ativo. o trabalho de terceiros contratados pelo TJDFT. João
b) somente pode figurar como sujeito ativo, em caráter pedia aos estagiários lotados na Vara onde trabalha
sequencial, caso um dos seus dirigentes seja previa- que fizessem as entregas das marmitas, no horário de
mente condenado pela prática do ato. expediente, em troca de eventuais gorjetas que rece-
c) pode figurar como sujeito ativo, desde que solicitada e bessem dos consumidores.
deferida a desconsideração inversa da personalidade jurí-
dica, considerando o ato praticado pelo seu sujeito ativo. De acordo com a legislação de regência, em tese, João
d) pode figurar como sujeito ativo se recebeu recursos praticou:
de origem pública, ao celebrar, com a administração
pública, convênio, contrato de repasse, contrato de a) ato de improbidade administrativa que importou enri-
gestão ou ajuste equivalente. quecimento ilícito;
e) sempre figurará como sujeito ativo do ato quando tiver b) infração ética, mas não cometeu ato de improbidade
celebrado contrato administrativo com a administra- administrativa, pois não houve efetivo dano ao erário;
ção pública ou mesmo ajuste que caracterize conver- c) ato de improbidade administrativa que causou prejuízo
gência de interesses entre ambos. ao erário, ainda que sua conduta tivesse sido culposa;
d) infração disciplinar, mas não cometeu ato de improbida-
5. (FGV — 2022) De acordo com a Lei nº 8.429/1992, a de administrativa, pois não houve efetivo dano ao erário;
doutrina e a jurisprudência, em matéria de quem pode e) infrações ética e disciplinar, mas não cometeu ato de
ser considerado sujeito ativo do ato de improbidade improbidade administrativa, pela falta de tipicidade, dian-
administrativa, é correto afirmar que te das alterações promovidas na Lei de Improbidade.

a) os sócios, os cotistas, os diretores e os colaborado- 8. (FGV — 2022) Em junho de 2022, Carla, servidora públi-
res de pessoa jurídica de direito privado respondem ca ocupante do cargo efetivo de contador/distribuidor
necessariamente pelo ato de improbidade que venha a do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, no exercício
ser imputado à pessoa jurídica a que estão vinculados. de suas funções, de forma dolosa, recebeu vantagem
b) além dos agentes públicos, particulares também podem econômica consistente no valor de trinta mil reais em
responder por improbidade, quando induzirem ou concor- dinheiro, para fazer declaração falsa sobre dados téc-
0

rerem dolosamente para a prática do ato de improbidade. nicos que envolvem obra pública e serviço de enge-
-1
78

c) as sanções da Lei de Improbidade necessariamente se nharia de reforma do prédio do fórum central, referente
aplicam à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade a contrato administrativo em curso.
.2
73

administrativa seja também sancionado como ato lesivo


.8

à administração pública de que trata a Lei Anticorrupção. De acordo com a atual redação da Lei de Improbidade
32

d) consideram-se agentes públicos que podem praticar ato Administrativa, Carla:


-4

ímprobo apenas o agente político, o servidor público e


todo aquele que exerce permanentemente e com remu- a) praticou ato de improbidade administrativa que importou
u
pr

neração, mandato, cargo, emprego ou função pública. enriquecimento ilícito, entre cujas sanções está a perda
e) configura improbidade a ação ou omissão de agente dos valores acrescidos ilicitamente a seu patrimônio;
u
pr

público decorrente de divergência interpretativa da lei, b) praticou ato de improbidade administrativa que atentou
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, contra os princípios da administração pública, entre cujas
DIREITO ADMINISTRATIVO

mesmo que não venha a ser posteriormente prevale- sanções está a cassação dos direitos políticos;
cente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tri- c) praticou ato de improbidade administrativa que causou
bunais do Poder Judiciário. prejuízo ao erário, entre cujas sanções está o pagamento
de multa civil no valor do dobro de sua remuneração;
6. (FGV — 2019) Pedro, servidor público do Município d) não praticou ato de improbidade administrativa, por
Beta, foi acusado, pelo referido Município, de ter vio- falta de expressa previsão legal, mas deve ser respon-
lado o seu dever legal de sigilo. O polo passivo da sabilizada nas esferas administrativa e criminal;
relação processual foi igualmente ocupado por José, e) não praticou ato de improbidade administrativa, salvo se
particular que o teria auxiliado e se beneficiado da tiver efetivamente feito a declaração falsa e, em razão dis-
quebra de sigilo. O Juiz de Direito, ao proferir a sua so, advindo efetivo dano ao Tribunal de Justiça.
sentença, decidiu inexistir qualquer prova de que
Pedro praticara o ato ilícito. Por outro lado, as provas 9. (FGV — 2018) Paulo da Silva, servidor público, casado
em relação a José eram irrefutáveis, pois ele efetiva- com 3 filhos menores, tem vencimentos da ordem de
mente teve acesso à informação sigilosa. R$ 10.000,00. Após 4 anos de sua posse, ele tem um 291
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invejável patrimônio: um apartamento com vista para o vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
mar e carro importado, bem como casa de praia e lancha. gravidade da infração.

Nesse caso, 12. (FGV — 2022) Em março de 2022, José, analista judiciário
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios,
a) há presunção absoluta da prática de ato de improbi- de forma dolosa, no exercício da função, revelou fato de
dade administrativa, não sendo necessário provar a que tinha ciência em razão das atribuições e que devia
prática de fato ilícito antecedente. permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por
b) é necessário comprovar o fato antecedente, tal como informação privilegiada e, ainda, colocando em risco a
corrupção passiva, para se concluir pela improbidade segurança da sociedade e do Estado.
administrativa.
c) há presunção relativa de ato de improbidade adminis- De acordo com a atual redação da Lei nº 8.429/1992,
trativa, que pode ser elidida pela comprovação da ori- José praticou ato de improbidade administrativa e,
gem legítima dos bens. após o devido processo legal, está sujeito às seguin-
d) é indispensável provar o fato ilícito antecedente, sob tes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
pena de se permitir a prática de arbitrariedades no ser- cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
viço público.
e) o aumento significativo do patrimônio de um funcio- a) pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da
nário público, que excede sua renda declarada, é fato remuneração percebida pelo agente e proibição de
ilícito penal e administrativo. contratar com o poder público ou de receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
10. (FGV — 2018) O Ministério Público recebeu informa- indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
ções de que determinado agente público teve evolu- jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
ção patrimonial incompatível com a sua renda. superior a quatro anos;
b) perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
Considerando a tipologia dos atos de improbidade cos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de
administrativa, prevista nos artigos 9º, 10, 10-A e 11 até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar que essa conduta agente e proibição de contratar com o poder público
pode ser enquadrada como ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
a) violação aos princípios regentes da atividade estatal. de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
b) dano ao patrimônio público. prazo de cinco anos;
c) excessiva exação tributária. c) perda da função pública, pagamento de multa civil de
d) enriquecimento ilícito. até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo
e) infração disciplinar. agente e proibição de contratar com o poder público
ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
11. (FGV — 2022) Em janeiro de 2022, o policial civil João, tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermé-
do Estado Alfa, de forma dolosa, a fim de obter pro- dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
veito ou benefício indevido para outra pessoa, revelou pelo prazo não superior a quatro anos;
fato de que tinha ciência em razão das suas atribui- d) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
ções e que devia permanecer em segredo, propiciando patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
beneficiamento a terceiro por informação privilegiada. função pública, suspensão dos direitos políticos até
0
-1

doze anos, pagamento de multa civil equivalente ao


78

Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa valor do dano e proibição de contratar com o poder
.2

(com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/21), público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
73

João praticou ato de improbidade administrativa que ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
.8

atentou contra os princípios da Administração Pública intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majo-
32

(Art. 11 da Lei nº 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública ritário, pelo prazo não superior a doze anos;
-4

por ato de improbidade administrativa, o policial e) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da fun-
u
pr

a) não está sujeito a perda da função pública, por ausên- ção pública, suspensão dos direitos políticos até catorze
u

cia de previsão legal. anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do


pr

b) está sujeito a perda da função pública, que atinge acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
qualquer vínculo existente entre o agente público e o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fis-
poder público no momento do trânsito em julgado da cais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
sentença. intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritá-
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qual- rio, pelo prazo não superior a catorze anos.
quer vínculo existente entre o agente público e o poder
público no momento em que for prolatada a sentença. 13.
(FGV — 2022) A Lei de Improbidade Administra-
d) está sujeito a perda da função pública, que atinge ape- tiva sofreu substanciais alterações pela Lei nº
nas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o 14.230/2021, de maneira a, por um lado, normatizar
agente público detinha com o poder público na época entendimentos já consolidados e, por outro, modificar
do cometimento da infração. o regime jurídico em relação à tipificação dos atos de
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge ape- improbidade, procedimentos, sanções etc.
nas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o
agente público detinha com o poder público na épo- Nesse contexto, em matéria de aplicação das sanções
ca do cometimento da infração, podendo o magistra- previstas na Lei de Improbidade, a atual redação legal
292 do, em caráter excepcional, estendê-la aos demais é no sentido de que
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a) as sanções previstas na lei deverão ser executadas após e) É vedada, após o ajuizamento da ação, a celebração
a sentença condenatória, exceto a perda da função públi- de acordo de não persecução cível, diante da indis-
ca, pois os recursos não possuem efeito suspensivo. ponibilidade do objeto da ação e de sua natureza de
b) a sanção de proibição de contratação com o poder públi- direito sancionador.
co não poderá constar do Cadastro Nacional de Empre-
sas Inidôneas e Suspensas previsto na Lei Anticorrupção.
c) a sanção de suspensão dos direitos políticos deve ter
9 GABARITO
seu prazo contado, computando-se, retroativamente, o
intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trân- 1 A
sito em julgado da sentença condenatória.
d) as sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base 2 D
na Lei de Improbidade e na Lei Anticorrupção não
3 E
deverão observar o princípio do non bis in idem, pela
independência das instâncias. 4 D
e) a sanção de proibição de contratação com o poder públi-
co deve, em regra, extrapolar o ente público lesado pelo 5 B
ato de improbidade, observada a responsabilidade pelos
6 C
impactos econômicos e sociais das sanções.
7 A
14. (FGV — 2019) A Lei nº 8.429/92 tipifica os atos con-
siderados de improbidade administrativa e determina 8 A
que, independentemente das sanções penais, civis e
9 C
administrativas previstas na legislação específica, o
responsável pelo ato de improbidade está sujeito a 10 D
diversas sanções previstas naquela lei.
11 A
Nesse contexto, as cominações decorrentes da prática de 12 A
ato de improbidade devem ser aplicadas pela autoridade:
13 C
a) administrativa que presidir o processo administrativo
disciplinar, levando em consideração o princípio da 14 B
proporcionalidade, a gravidade do fato e o montante 15 D
do prejuízo ao erário;
b) judiciária, isolada ou cumulativamente, de acordo com
o princípio da proporcionalidade, levando em conta a
gravidade do fato, a extensão do dano causado e o
proveito patrimonial obtido pelo agente; ANOTAÇÕES
c) administrativa hierarquicamente acima daquela que
presidiu o processo administrativo disciplinar, levando
em consideração o princípio da proporcionalidade, a
gravidade do fato e o montante do prejuízo ao erário;
d) judiciária, e consistem no ressarcimento integral do dano,
0
-1

perda da função pública, cassação dos direitos políticos,


78

pagamento de multa civil e proibição de contratar com o


.2

Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais;


73

e) administrativa chefe do Poder Executivo em nível muni-


.8

cipal, estadual ou federal, de acordo com o caso, levando


32

em consideração o princípio da proporcionalidade, a gra-


-4

vidade do fato e o montante do prejuízo ao erário.


u
pr

15. (FGV — 2022) A Lei de Improbidade Administrativa,


u

importante instrumento na política pública de combate


pr

à corrupção, recentemente sofreu diversas alterações.


Nesse contexto, em matéria de procedimento nas
DIREITO ADMINISTRATIVO

ações de improbidade administrativa, assinale a afir-


mativa correta.

a) É vedada a conversão da ação de improbidade em


ação civil pública.
b) Oferecida a contestação e ouvido o autor, o juiz não
poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a oti-
mizar a instrução processual.
c) Aplica-se na ação de improbidade administrativa o
reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
de extinção sem resolução de mérito.
d) Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado
sobre os fatos de que trata a ação de improbidade e,
sua recusa ou seu silêncio, não implicarão confissão. 293
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ANOTAÇÕES

0
-1
78
.2
73
.8
32
-4
u
pr
u
pr

294
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Importante!
Somente haverá a duplicação na contagem caso
o prazo não esteja previsto especificamente
DIREITO PROCESSUAL para o MP “§ 2º Não se aplica o benefício da
contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
CIVIL forma expressa, prazo próprio para o Ministério
Público.”. Portanto, o prazo do art. 178 é exemplo
de prazo que não sofrerá duplicação.

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE Cabe destacar que a manifestação do Ministério


2015 Público não é condição de imprescindibilidade ao
andamento do processo, desta feita, caso o MP se man-
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO tenha inerte a determinada intimação, o magistrado
CIVIL requisitará os autos e dará prosseguimento ao feito.

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional Art. 180 [...]


ameaça ou lesão a direito. § 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requi-
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a sitará os autos e dará andamento ao processo.
solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de A responsabilidade dos membros do Ministério
solução consensual de conflitos deverão ser estimu- Público se iguala aos dos magistrados e se difere dos
lados por juízes, advogados, defensores públicos e auxiliares da justiça, já que o art. 181 do CPC, somente
membros do Ministério Público, inclusive no curso prevê as hipóteses de dolo e fraude, não sendo possí-
do processo judicial. vel a responsabilização em caso de culpa.

DO MINISTÉRIO PÚBLICO DOS PRAZOS

Prevista na Constituição Federal como essencial à O processo se movimenta por impulso oficial, isto
função jurisdicional do Estado, é regida pelos princí- é, o órgão judiciário tem o dever de dar andamento ao
pios da unidade, da indivisibilidade e da independên- processo, uma vez iniciado. Para possibilitar isso, a lei
cia institucional, à instituição do Ministério Público estabelece prazos para a prática dos atos processuais.
é atribuído o dever de defesa da ordem jurídica, do Prazo é o lapso temporal (compreendido entre o
regime democrático e dos interesses sociais e indivi- termo inicial e o termo final) para a prática dos atos
duais indisponíveis (art. 127 da CF e art. 176 do CPC). processuais. Os prazos legais são estabelecidos pela
O Código de Processo Civil disciplina, em seu art. lei. Caso nem a lei nem o juiz estipulem o prazo, ele
178, que o MP intervirá, no prazo de 30 dias após inti- será de 5 dias para a prática do ato processual.
mado (prazo próprio – mais adiante será entendido o
porquê de especificar o tipo de prazo), como fiscal da
0

Art. 218 Os atos processuais serão realizados nos


-1

ordem jurídica quando a CF ou lei prever tal hipótese, prazos prescritos em lei.
78

ou ainda, quando os processos tiverem relação com: § 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os
.2

prazos em consideração à complexidade do ato.


73

Art. 179 [...] § 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as


.8

I - Interesse público ou social; intimações somente obrigarão a comparecimento


32

II - Interesse de incapaz; após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.


-4

III - Litígios coletivos pela posse de terra rural ou § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determina-
urbana.
u

do pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a


pr

Parágrafo único - A participação da Fazenda Públi- prática de ato processual a cargo da parte.
u

ca não configura, por si só, hipótese de interven- § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado
pr

ção do Ministério Público. antes do termo inicial do prazo.


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Como fiscal da ordem jurídica, o MP poderá pro- Em relação ao último parágrafo, temos o seguinte
duzir provas, requerer as medidas processuais per- exemplo: se a parte apresenta o recurso depois de pro­
tinentes, bem como recorrer; além disso, deverá ser latada a sentença, mas antes de sua publicação oficial,
intimado de todos os atos do processo, obtendo vista o recurso será considerado tempestivo.
dos autos após as partes. Uma inovação trazida pelo CPC, de 2015, diz res-
Devido à alta demanda, o Ministério Pública goza peito à contagem de prazo somente em dias úteis (art.
das prerrogativas de prazo em dobro e intimação pes- 219), o que se aplica somente a prazos de natureza
soal para prática de atos processuais, consoante art. processual, não aos de natureza material.
180 do CPC:
Art. 219 Na contagem de prazo em dias, estabeleci-
Art. 180 O Ministério Público gozará de prazo em do por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os
dobro para manifestar-se nos autos, que terá início dias úteis.
a partir de sua intimação pessoal, nos termos do Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
art. 183, § 1º. somente aos prazos processuais. 295
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como já mencionado, o Novo Código de Processo Porém, pode-se citar como exemplo a suspensão
Civil estabeleceu o instituto recesso forense, no perío- do processo pela morte de uma das partes, do seu
do compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janei- representante ou do seu procurador, suspensão por
ro, incluindo-se essas datas citadas como marco inicial convenção entre as partes, entre outras.
e marco final de contagem do período de recesso. No tocante aos “obstáculos” previstos no caput do
art. 221, do CPC, de 2015, podem ocorrer de diversas
Dica formas, desde um ato administrativo do respectivo
tribunal prevendo suspensão de prazo em um deter-
Enunciado 269 do Fórum Permanente de Pro- minado dia, até mesmo nos casos de encerramento do
cessualistas: “A suspensão de prazos de 20 de expediente forense antes do horário legal (em razão
dezembro a 20 de janeiro é aplicável aos Juiza- de chuva, ausência energia elétrica, algum evento na
dos Especiais”. comarca, entre outros fatos geradores).
Nesses casos, o prazo deve ser restituído não na
Apesar do significativo período de recesso forense, sua integralidade, mas na proporção do que faltava
o § 1º, do art. 220, deixa claro que mesmo neste perío- para seu encerramento. É o que dispõe o caput do art.
do todos os sujeitos do processo poderão exercer suas 221, do CPC, de 2015.
funções normalmente, ressalvadas as hipóteses de
férias individuais. Portanto, membros do Ministério Art. 222 Na comarca, seção ou subseção judiciária
Público, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública, onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorro-
Juízes e Auxiliares da Justiça não deixarão de exercer gar os prazos por até 2 (dois) meses.
suas funções. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
Veja a redação do art. 220, do CPC, de 2015. sem anuência das partes.
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto
Art. 220 Suspende-se o curso do prazo processual no caput para prorrogação de prazos poderá ser
nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 excedido.
de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados O Novo Código de Processo Civil também inovou
instituídos por lei, os juízes, os membros do Minis- ao incluir as “sessões ou subseções judiciárias” ao
tério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia lado das “comarcas”, denominações utilizadas respec-
Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas tivamente na Justiça Federal e na Justiça Estadual.
atribuições durante o período previsto no caput. Tem-se, portanto, a exclusão de qualquer dúvida
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realiza- em relação à aplicabilidade da norma do art. 222, do
rão audiências nem sessões de julgamento. CPC, de 2015, no âmbito da Justiça Federal, pois há
previsão expressa.
O ato processual praticado durante o recesso Dessa forma, a literalidade do caput do art. 222 é
forense considera-se realizado no primeiro dia útil, bem clara ao versar que, nos locais de difícil transpor-
que não será incluso na contagem do prazo. STJ, AgRg te, o juiz poderá prorrogar por até 2 (dois) meses os
no AREsp 23.139/MA. prazos, podendo exceder este limite, em caso de cala-
midade pública (§ 2º, do art. 222).
Art. 221 Suspende-se o curso do prazo por obstá- Todavia, não poderá o magistrado reduzir os pra-
culo criado em detrimento da parte ou ocorrendo zos peremptórios sem anuência das partes (§ 1º, do
qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo art. 222). Este dispositivo prestigia o negócio jurídico
0

ser restituído por tempo igual ao que faltava para processual (art. 190, do CPC, de 2015) com possibili-
-1

sua complementação. dade de fixação de calendário processual (art. 191,


78

Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante do CPC, de 2015), que confere maior independência
.2

a execução de programa instituído pelo Poder Judi- às partes na definição das regras procedimentais de
73

ciário para promover a autocomposição, incum- ações que versem sobre direitos disponíveis.
.8

bindo aos tribunais especificar, com antecedência, O caput do art. 223, do CPC, de 2015, revela a hipó-
32

a duração dos trabalhos. tese de preclusão temporal, ou seja, aquela que ocor-
-4

reu devido ao transcurso do prazo anteriormente


u

Avançando, o art. 221, do CPC, de 2015, também previsto, sem que houvesse manifestação da parte ou
pr

trata da suspensão de prazos, autorizando a suspen- com sua manifestação posterior (intempestiva).
u

são da contagem nas seguintes hipóteses:


pr

Art. 223 Decorrido o prazo, extingue-se o direito de


Art. 221 [...] praticar ou de emendar o ato processual, indepen-
I - em caso de obstáculo criado em detrimento da dentemente de declaração judicial, ficando assegu-
parte; rado, porém, à parte provar que não o realizou por
II - caso ocorra alguma das hipóteses do art. 313 do justa causa.
CPC, de 2015; § 1º Considera-se justa causa o evento alheio à von-
III - durante a execução de programa instituído pelo tade da parte e que a impediu de praticar o ato por
Poder Judiciário para promover a autocomposição si ou por mandatário.
(mutirões de conciliação, por exemplo), desde que o § 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à par-
respectivo tribunal especifique, com antecedência, te a prática do ato no prazo que lhe assinar.
a duração dos trabalhos.
Conceituando brevemente, preclusão é a perda do
Por não se tratar de objeto do estudo, no presen- direito de manifestação no processo, ou seja, é a perda
te momento, não haverá profundidade nas diversas da capacidade para praticar atos processuais, que pode
hipóteses legais de suspensão do processo, previsto no ser gerada: pela realização do ato; pela não realização
296 art. 313, do CPC, de 2015. do ato no prazo; ou pela realização de forma indevida.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O instituto processual da preclusão guarda direta Art. 226 O juiz proferirá:
relação com princípios norteadores do processo civil, I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
como a razoável duração do processo e a boa-fé objetiva. II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez)
A preclusão pode ser temporal, lógica, consumati- dias;
va e sanção. Veja: III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227 Em qualquer grau de jurisdição, havendo
z Temporal: em razão do transcurso do prazo, sem motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual
manifestação ou com manifestação posterior tempo, os prazos a que está submetido.
— intempestiva;
z Lógica: em razão de prática processual, anterior e Os prazos não se aplicam somente aos juízes, mas
incompatível com o ato atual; também aos serventuários da justiça e advogados.
z Consumativa: em razão do já exercício do direito Assim, vejamos:
previsto naquele ato atual a ser praticado;
z Sanção: em razão da prática de ato ilícito. Art. 228 Incumbirá ao serventuário remeter os
autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar
Os parágrafos 1º e 2º, do art. 223, do CPC, de 2015, os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, con-
tratam de hipótese já estudada, a “justa causa” para tado da data em que:
I - houver concluído o ato processual anterior, se
não cumprimento tempestivo do ato processual. Essa
lhe foi imposto pela lei;
“justa causa” considera o evento alheio à vontade da
II - tiver ciência da ordem, quando determinada
parte e que lhe impediu de praticar o ato, por si ou por
pelo juiz.
seu mandatário.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará
Portanto, decorrido o prazo, a parte pode provar o dia e a hora em que teve ciência da ordem referida
que não realizou o ato por “justa causa”, o que ense- no inciso II.
jará a fixação de novo prazo para cumprimento do § 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada
encargo, se acolhida a pretensão pelo Magistrado. de petições ou de manifestações em geral ocorrerá
A contagem dos prazos deve ser orientada pelo art. de forma automática, independentemente de ato de
224, do CPC, segundo o qual, em regra, os prazos serão serventuário da justiça.
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia
do vencimento. O § 3º do mencionado dispositivo esta- Vamos conhecer um pouco acerca dos prazos apli-
belece que a contagem do prazo terá início no primei- cáveis às partes, mais precisamente aos advogados.
ro dia útil que seguir ao da publicação. Vejamos: Os prazos para os litisconsortes (diz-se litisconsór-
cio quando temos a reunião de duas ou mais pessoas
Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos em algum ou ambos os polos da demanda) que tive-
serão contados excluindo o dia do começo e incluin- rem diferentes procuradores, de escritórios de advo-
do o dia do vencimento. cacia distintos, serão contados em dobro para todas
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, independentemente de requerimento. Porém, essa
se coincidirem com dia em que o expediente forense
regra não se aplica se o processo for eletrônico, uma
for encerrado antes ou iniciado depois da hora nor-
vez que ambos conseguem acessar o processo de for-
mal ou houver indisponibilidade da comunicação
ma simultânea.
eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri-
0

meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da Art. 229 Os litisconsortes que tiverem diferentes
-1

informação no Diário da Justiça eletrônico. procuradores, de escritórios de advocacia distin-


78

§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro tos, terão prazos contados em dobro para todas as
.2

dia útil que seguir ao da publicação. suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
73

independentemente de requerimento.
.8

§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, haven-


32

A parte poderá ainda renunciar ao prazo estabe-


do apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por ape-
-4

lecido em seu favor, desde que faça de forma expres-


nas um deles.
sa. Por exemplo, manifestar nos autos do processo
u

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos proces-


pr

renunciando o prazo recursal. sos em autos eletrônicos.


Neste sentido, veja o que dispõe o art. 125, do CPC:
u
pr

O início do prazo será contado a partir da citação,


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Art. 225 A parte poderá renunciar ao prazo esta- da intimação, ou, ainda, da notificação.
belecido exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.
Art. 230 O prazo para a parte, o procurador, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Minis-
Os prazos podem ser classificados da seguinte tério Público será contado da citação, da intimação
forma: ou da notificação.

z Peremptórios: são imperativos e não admitem A contagem do prazo respeita o art. 231, do CPC,
prorrogação. Exemplos: contestar, recorrer; que assim estabelece:
z Dilatórios: admitem prorrogação;
z Próprios: das partes, sujeitos à preclusão; Art. 231 Salvo disposição em sentido diverso, con-
z Impróprios: do juiz e seus auxiliares. sidera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebi-
Nessa última hipótese, veja-se o disposto no art. mento, quando a citação ou a intimação for pelo
226, do CPC: correio; 297
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II - a data de juntada aos autos do mandado cum- Trata o art. 232, do CPC, de 2015, de ato de coopera-
prido, quando a citação ou a intimação for por ofi- ção na jurisdição que permeia o CPC, de 2015, em que
cial de justiça; juízos de diferentes localidades (Juiz do Rio de Janei-
III - a data de ocorrência da citação ou da intima- ro x Juiz de São Paulo, por exemplo) e de diferentes
ção, quando ela se der por ato do escrivão ou do esferas do Poder Judiciário (Justiça Federal x Justiça
chefe de secretaria; Estadual, por exemplo) cooperam entre si, através de
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo atos de comunicação, como carta precatória ou carta
juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
de ordem, no âmbito da cooperação jurídica nacional.
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da
intimação ou ao término do prazo para que a consulta
se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
VI - a data de juntada do comunicado de que trata
o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada Os seguintes artigos tratam da verificação dos
da carta aos autos de origem devidamente cumpri- excessos de prazos e das suas penalidades, dos ser-
da, quando a citação ou a intimação se realizar em ventuários e daqueles que possuem capacidade pos-
cumprimento de carta; tulatória. Essas verificações são necessárias para o fiel
VII - a data de publicação, quando a intimação se cumprimento de normas fundamentais do processo
der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; civil, como a garantia da razoável duração do proces-
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por so (art. 4º, do CPC, de 2015) e a observância do modelo
meio da retirada dos autos, em carga, do cartório de processo civil cooperativo (art. 6º, do CPC, de 2015).
ou da secretaria. O art. 6º, do CPC, de 2015, versa claramente que
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do come- “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
ço do prazo para contestar corresponderá à última si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de
das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
mérito justa e efetiva”. Portanto, não somente advo-
gados, defensores públicos e membros do Ministério
A forma de computar o prazo está estabelecida no Público, devem cumprir seus respectivos prazos, mas
art. 224, do CPC, dispondo que, em regra, os prazos o Juiz e os auxiliares da justiça também.
serão contados excluindo o dia do começo e incluindo
o dia do vencimento, não se iniciando ou encerrando Art. 233 Incumbe ao juiz verificar se o serventuário
em dia não útil. excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabeleci-
dos em lei.
Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos § 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instau-
serão contados excluindo o dia do começo e incluin- ração de processo administrativo, na forma da lei.
do o dia do vencimento. § 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo Defensoria Pública poderá representar ao juiz con-
serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, tra o serventuário que injustificadamente exceder
se coincidirem com dia em que o expediente forense os prazos previstos em lei.
for encerrado antes ou iniciado depois da hora nor-
mal ou houver indisponibilidade da comunicação O art. 233, do CPC, de 2015, atribui a incumbên-
eletrônica.
cia originária de verificar os prazos ao Juiz (caput do
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri-
art. 233), o que revela ser um dos seus deveres como
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
informação no Diário da Justiça eletrônico.
Magistrado, na forma do inciso II, art. 139, do CPC, de
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro 2015, e na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, em
0

seu inciso II, art. 35, da Lei Complementar nº 35, de


-1

dia útil que seguir ao da publicação.


78

1979. No entanto, essa atribuição também pode ser


exercida pelas partes, pelo Ministério Público ou pela
.2

Suponha o seguinte exemplo: o dia do começo do


73

prazo, contemplando alguma das hipóteses do art. 231, Defensoria Pública (§ 2º, do art. 233).
.8

como a juntada do mandado, se deu em 08/03/2021. Em caso de constatação de falta do servidor, o Juiz
32

Considerando um prazo de 15 dias, o termo inicial do determinará a instauração de processo administrati-


-4

prazo se dará no próximo dia útil seguinte, 09/03/2021, vo, em face do servidor responsável, conforme precei-
tua o § 1º, do art. 233, do CPC, de 2015.
u

e seu termo final, em 29/03/2021.


pr

A título de exemplificação, pode-se destacar alguns


prazos do escrivão ou do chefe da serventia: 1 dia para
u

◄ ABRIL
pr

MARÇO remeter o processo à conclusão e 05 dias, como regra


FEVEREIRO ►
geral, para executar atos processuais (art. 228, do CPC,
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb de 2015); 10 dias para responder ao juízo requerente
1 2 3 4 5 6 as cartas de ordem, precatória e rogatória (art. 268,
7 8 9 10 11 12 13 do CPC, de 2015); no Tribunal, 05 dias para certificar
o trânsito em julgado e baixar os autos ao juízo de ori-
14 15 16 17 18 19 20
gem (art. 1.006, do CPC, de 2015).
21 22 23 24 25 26 27 Avançando no estudo, tem-se a literalidade do
caput do art. 234, do CPC, de 2015, que revela adver-
28 29 30 31 tência a todos aqueles que possuem capacidade pos-
tulatória, ou seja, advogados públicos ou privados,
Art. 232 Nos atos de comunicação por carta pre- defensor público e o membro do Ministério Público,
catória, rogatória ou de ordem, a realização da que, possuem direto à vista pessoal (ou carga) dos
citação ou da intimação será imediatamente infor- autos do processo.
mada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao Devem devolver o processo no prazo do ato a ser
298 juiz deprecante. praticado. Portanto, pense em concessão de prazo de
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5 (cinco) dias, para que a parte autora se manifeste seja, gerar prejuízo à parte ou ao Estado — preceden-
sobre o conteúdo de um ofício. tes do STJ.
Aquele que retirou os autos em carga deve, além Exemplo hipotético: prazo fatal para protocolar
de cumprir o prazo processual, efetuar a devolução do recurso de apelação em 14/10/2020  Recurso protoco-
processo, até a data final do prazo processual (aquele lado em 14/10/2020  Autos do processo devolvido ao
de 5 dias), independentemente se a retirada do pro- cartório em 20/10/2020  O recurso será tempestivo.
cesso do cartório se deu com cinco, quatro, três, dois
dias antes ou no mesmo dia do prazo final. Art. 235 Qualquer parte, o Ministério Público ou a
Defensoria Pública poderá representar ao correge-
Art. 234 Os advogados públicos ou privados, o dor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça
defensor público e o membro do Ministério Públi- contra juiz ou relator que injustificadamente exce-
co devem restituir os autos no prazo do ato a ser der os prazos previstos em lei, regulamento ou regi-
praticado. mento interno.

Ocorrida a infração de não devolução, pode qual- A literalidade do caput do art. 235, do CPC, de 2015,
quer interessado (Juiz, servidores, a parte adversa, possibilita que qualquer parte, Ministério Público ou
terceiros interessados) exigir a restituição dos autos Defensoria Pública possa representar Juiz ou Relator
do processo — § 1º, do art. 234, do CPC, de 2015. Após, que, injustificadamente, exceder os prazos previstos
o Juiz determinará a intimação do infrator para resti- em lei (art. 226, do CPC, de 2015, por exemplo) ou os
tuir os autos em até 3 (três) dias, sob pena de perder o prazos previstos em regulamento ou regimento inter-
direito de vista fora do cartório e incorrer em multa. no do respectivo tribunal.

Art. 234 [...]


§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos Importante!
do advogado que exceder prazo legal.
No caso do Magistrado, há prazos que devem
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos
ser observados na sua atuação, conforme esta-
no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista
fora de cartório e incorrerá em multa correspon- belecido pelo art. 226 do CPC, de 2015, como por
dente à metade do salário-mínimo. exemplo: despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez)
Dica dias; sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.

Se o advogado que, devidamente intimado, não


devolver o processo no prazo de 3 (três) dias, Nesses casos, se o magistrado ultrapassar esses
não perderá o direito de vista do processo, mas prazos, não haverá a incidência da preclusão (já
explicada acima), pois trata-se de prazos de natureza
sim o direito de vista fora do cartório, ou seja,
imprópria. Porém, poderá sofrer as consequências do
o direito de fazer carga dos autos do processo.
art. 235, do CPC, de 2015, abaixo analisado.
Caso contrário, haveria clara e manifesta viola-
A representação prevista no citado artigo se dará
ção ao exercício do contraditório, da ampla defe- na pessoa do corregedor do respectivo tribunal ou ao
sa e do devido processo legal. Conselho Nacional de Justiça. No procedimento, deve-
-se garantir contraditório prévio ao Magistrado e se
Art. 234 [...]
0

não for o caso de arquivamento liminar, garantia do


-1

§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à contraditório pleno por 15 (quinze) dias — § 1º, do art.
78

seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para


235, do CPC, de 2015.
.2

procedimento disciplinar e imposição de multa.


Processualmente, caso ultrapassada a possibilida-
73

§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério


de de arquivamento liminar, cabe ao corregedor do
.8

Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia


respectivo tribunal ou o relator no Conselho Nacional
32

Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao


de Justiça determinar a intimação do representado,
-4

agente público responsável pelo ato.


§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao por meio eletrônico, para que, em 10 (dez) dias, prati-
u

que o ato — § 2º, do art. 235, do CPC, de 2015.


pr

órgão competente responsável pela instauração


de procedimento disciplinar contra o membro que Se mantida a inércia do representado, os autos
u
pr

atuou no feito. serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do rela-


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

tor, de acordo com as normas internas do respectivo


Especificamente no caso dos advogados privados, tribunal e, no prazo de 10 (dez) dias, praticará o ato —
também será possível a aplicação de pena de suspen- § 3º, do art. 235, do CPC, de 2015.
são do exercício da advocacia, a ser aplicada pela
OAB, na forma do inciso XII, art. 34, e art. 37, ambos Art. 235 [...]
dos Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906, de § 1º Distribuída a representação ao órgão compe-
tente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso
1994).
de arquivamento liminar, será instaurado proce-
A não devolução do processo no tempo devido
dimento para apuração da responsabilidade, com
implica intempestividade da petição? intimação do representado por meio eletrônico
Não! A entrega/devolução dos autos do processo, para, querendo, apresentar justificativa no prazo
após o prazo previsto no caput do art. 234, do CPC, de de 15 (quinze) dias.
2015, não implica em intempestividade do ato proces- § 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabí-
sual que deveria ter sido praticado, pois as sanções veis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apre-
aqui previstas possuem caráter personalíssimo e, sentação ou não da justificativa de que trata o § 1º,
portanto, não podem exceder a pessoa do infrator, ou se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator 299
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
no Conselho Nacional de Justiça determinará a inti- de facilitar a resolução do conflito. Àqueles que necessita-
mação do representado por meio eletrônico para rem, será assegurada a gratuidade da mediação.
que, em 10 (dez) dias, pratique o ato. Segundo aludido no art. 5º, da Lei estudada, ao
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao mediador serão aplicadas as mesmas hipóteses legais
substituto legal do juiz ou do relator contra o qual de impedimento e suspeição do juiz.
se representou para decisão em 10 (dez) dias. Os arts. 6º e 7º também apresentam um impedi-
mento ao mediador:
A Constituição Federal, em seu inciso II, art. 93,
prevê que o juiz que, injustificadamente, retiver os Art. 6º O mediador fica impedido, pelo prazo de um
autos do processo (físico ou eletrônico) não será pro- ano, contado do término da última audiência em
movido, e somente poderá devolvê-lo com o devido que atuou, de assessorar, representar ou patroci-
pronunciamento. nar qualquer das partes.
Art. 7º O mediador não poderá atuar como árbi-
tro nem funcionar como testemunha em processos
judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que
tenha atuado como mediador.
LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE
2015 O mediador e todos aqueles que o assessoram no
procedimento de mediação, quando no exercício de
A Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, dispõe suas funções ou em razão delas, são equiparados a
sobre a mediação entre particulares como meio de servidor público, para os efeitos da legislação penal,
solução de controvérsias e sobre a autocomposição de nos termos da literalidade do art. 8°.
conflitos no âmbito da Administração Pública, nos ter-
mos do que dispõe o art. 1º. Dos Mediadores Extrajudiciais
Considera-se mediação a atividade técnica exer-
cida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, O art. 9º explicita quem poderá atuar como media-
escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimu- dor extrajudicial, acompanhemos a seguir:
la a identificar ou desenvolver soluções consensuais
para a controvérsia (parágrafo único, do art. 1º). Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudi-
cial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das
MEDIAÇÃO partes e seja capacitada para fazer mediação, inde-
pendentemente de integrar qualquer tipo de conselho,
Disposições Gerais entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.

O art. 2º, da referida Lei, elenca o rol de princípios Nos procedimentos de mediação, as partes pode-
que orientam a mediação, vejamos: rão ser assistidas por advogados ou defensores públi-
cos, nos moldes do art. 10 e seu parágrafo único.
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes
princípios: Art. 10 As partes poderão ser assistidas por advo-
I - imparcialidade do mediador; gados ou defensores públicos.
II - isonomia entre as partes; Parágrafo único. Comparecendo uma das partes
III - oralidade; acompanhada de advogado ou defensor público, o
IV - informalidade;
0

mediador suspenderá o procedimento, até que todas


-1

V - autonomia da vontade das partes; estejam devidamente assistidas.


78

VI - busca do consenso;
.2

VII - confidencialidade; Dos Mediadores Judiciais


73

VIII - boa-fé.
.8

O art. 11, da Lei nº 13.140, de 2015, discorre sobre


32

Ninguém é obrigado a permanecer em um proce- aqueles que poderão atuar como mediadores judiciais.
-4

dimento de mediação, mas existindo previsão con-


tratual de cláusula de mediação, as partes deverão
u

Art. 11 Poderá atuar como mediador judicial a pes-


pr

comparecer à primeira reunião (§§ 1º e 2º, do art. 2°). soa capaz, graduada há pelo menos dois anos em
u

Pode ser objeto de mediação: curso de ensino superior de instituição reconheci-


pr

da pelo Ministério da Educação e que tenha obtido


z O conflito que verse sobre direitos disponíveis; capacitação em escola ou instituição de formação
z O conflito que verse sobre direitos indisponíveis de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional
que admitam transação. de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados -
ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisi-
A mediação pode versar sobre todo o conflito ou tos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional
parte dele, e o consenso das partes que envolver direi- de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
tos indisponíveis que forem passíveis de transação
(acordo entre as partes) deve ser homologado pelo A responsabilidade por criar e manter os cadastros
juízo, exigindo-se a oitiva do Ministério Público. atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a
atuar em mediação judicial e a regulamentação dos pro-
Dos Mediadores cessos de inscrição e desligamento dos mediadores é dos
tribunais. Ainda, a inscrição no cadastro de mediadores
O procedimento de mediação será conduzido por um judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com
mediador (designado pelo tribunal ou escolhido pelas jurisdição na área em que pretende exercer a mediação.
300 partes) que irá buscar o entendimento e o consenso a fim O art. 13 orienta sobre a remuneração dos mediadores.
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Art. 13 A remuneração devida aos mediadores judi- II - local da primeira reunião de mediação;
ciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas par- III - critérios de escolha do mediador ou equipe de
tes, observado o disposto no § 2º do art. 4º desta Lei. mediação;
IV - penalidade em caso de não comparecimento da
Do Procedimento de Mediação parte convidada à primeira reunião de mediação.
§ 1º A previsão contratual pode substituir a especi-
A regulamentação do procedimento de mediação ini- ficação dos itens acima enumerados pela indicação
cia-se a partir do art. 14, da Lei nº 13.140, de 2015. Vejamos: de regulamento, publicado por instituição idônea
prestadora de serviços de mediação, no qual cons-
Art. 14 No início da primeira reunião de mediação, tem critérios claros para a escolha do mediador e
e sempre que julgar necessário, o mediador deverá realização da primeira reunião de mediação.
alertar as partes acerca das regras de confidencia-
lidade aplicáveis ao procedimento. Não havendo previsão contratual completa, deve-
Art. 15 A requerimento das partes ou do mediador, rão ser observados os seguintes critérios para a reali-
e com anuência daquelas, poderão ser admitidos zação da primeira reunião de mediação (§ 2º):
outros mediadores para funcionarem no mesmo
procedimento, quando isso for recomendável em I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de
razão da natureza e da complexidade do conflito. três meses, contados a partir do recebimento do convite;
Art. 16 Ainda que haja processo arbitral ou judicial II - local adequado a uma reunião que possa envol-
em curso, as partes poderão submeter-se à media- ver informações confidenciais;
ção, hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro III - lista de cinco nomes, informações de contato
a suspensão do processo por prazo suficiente para e referências profissionais de mediadores capacita-
a solução consensual do litígio. dos; a parte convidada poderá escolher, expressa-
§ 1º É irrecorrível a decisão que suspende o processo mente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a
nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. parte convidada não se manifeste, considerar-se-á
§ 2º A suspensão do processo não obsta a concessão aceito o primeiro nome da lista;
de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro. IV - o não comparecimento da parte convidada à pri-
Art. 17 Considera-se instituída a mediação na data para meira reunião de mediação acarretará a assunção por
a qual for marcada a primeira reunião de mediação. parte desta de cinquenta por cento das custas e hono-
Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimen- rários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em
to de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. procedimento arbitral ou judicial posterior, que envol-
Art. 18 Iniciada a mediação, as reuniões posterio- va o escopo da mediação para a qual foi convidada.
res com a presença das partes somente poderão ser
marcadas com a sua anuência.
Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou
Art. 19 No desempenho de sua função, o mediador
poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou societários que não contenham cláusula de mediação,
separadamente, bem como solicitar das partes as o mediador extrajudicial somente cobrará por seus
informações que entender necessárias para facili- serviços caso as partes decidam assinar o termo ini-
tar o entendimento entre aquelas. cial de mediação e permanecer, voluntariamente, no
Art. 20 O procedimento de mediação será encer- procedimento de mediação, pelo que dispõe o § 3º.
rado com a lavratura do seu termo final, quando Se, em previsão contratual de cláusula de media-
for celebrado acordo ou quando não se justificarem ção, as partes se comprometerem a não iniciar pro-
novos esforços para a obtenção de consenso, seja cedimento arbitral ou processo judicial durante certo
por declaração do mediador nesse sentido ou por
0

prazo ou até o implemento de determinada condição,


-1

manifestação de qualquer das partes. o árbitro ou o juiz suspenderá o curso da arbitragem


78

Parágrafo único. O termo final de mediação, na ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o
.2

hipótese de celebração de acordo, constitui título implemento dessa condição (art. 23).
73

executivo extrajudicial e, quando homologado judi-


Contudo, a previsão trazida pelo art. 23 não será
.8

cialmente, título executivo judicial.


aplicada às medidas de urgências em que o acesso ao
32

Poder Judiciário seja necessário para evitar o pereci-


-4

Da Mediação Extrajudicial
mento de direito (parágrafo único, do art. 23).
u
pr

À luz do art. 21, o convite para iniciar o procedi-


Da Mediação Judicial
u

mento de mediação extrajudicial poderá ser feito por


pr

qualquer meio de comunicação e deverá estipular o


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Nos termos do art. 24, no que se refere ao proce-


escopo proposto para a negociação entre as partes,
dimento de mediação judicial, os tribunais criarão
também a data e o local da primeira reunião. Do mes-
mo modo, o convite formulado por uma parte a outra centros judiciários de solução consensual de conflitos,
será considerado rejeitado caso não seja respondido responsáveis pela realização de sessões e audiências
em até trinta dias da data de seu recebimento (pará- de conciliação e mediação, pré-processuais e proces-
grafo único, do art. 21). suais, e pelo desenvolvimento de programas destina-
O art. 22 traz o que deverão conter os contratos dos a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
que tenham previsão de resolução de conflitos por A composição e a organização do centro de mediação
intermédio da mediação. judicial serão definidas pelo respectivo tribunal, obser-
vadas as normas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Art. 22 A previsão contratual de mediação deverá Na mediação judicial, as partes deverão ser assis-
conter, no mínimo: tidas por advogados ou defensores públicos, res-
I - prazo mínimo e máximo para a realização da salvadas as hipóteses previstas na Lei dos Juizados
primeira reunião de mediação, contado a partir da Especiais Cíveis e Criminais (Lei nº  9.099, de 26 de
data de recebimento do convite; setembro de 1995)  e  na Lei dos Juizados Especiais 301
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Cíveis e Criminais da Justiça Federal (Lei nº 10.259, de dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde
12 de julho de 2001), nos termos do que alude o art. 26. houver, com competência para:
Àquele que comprovar insuficiência de recursos I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da
será assegurada assistência pela Defensoria Pública. administração pública;
O procedimento de mediação judicial terá o prazo II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolu-
de 60 dias para que seja concluído, contados da pri- ção de conflitos, por meio de composição, no caso
meira sessão, com exceção de comum acordo entre as de controvérsia entre particular e pessoa jurídica
de direito público;
partes quanto a sua prorrogação.
III - promover, quando couber, a celebração de ter-
mo de ajustamento de conduta.
Da Confidencialidade e suas Exceções § 1º O modo de composição e funcionamento das
câmaras de que trata o caput será estabelecido em
A confidencialidade do procedimento de mediação regulamento de cada ente federado.
é regulamentada nos arts. 30 e 31. § 2º A submissão do conflito às câmaras de que tra-
ta o  caput  é facultativa e será cabível apenas nos
Art. 30 Toda e qualquer informação relativa ao pro- casos previstos no regulamento do respectivo ente
cedimento de mediação será confidencial em relação federado.
a terceiros, não podendo ser revelada sequer em pro- § 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo
cesso arbitral ou judicial salvo se as partes expres- será reduzido a termo e constituirá título executivo
samente decidirem de forma diversa ou quando sua extrajudicial.
divulgação for exigida por lei ou necessária para § 4º Não se incluem na competência dos órgãos
cumprimento de acordo obtido pela mediação. mencionados no caput deste artigo as controvér-
sias que somente possam ser resolvidas por atos
O dever de confidencialidade será aplicado: ou concessão de direitos sujeitos a autorização do
Poder Legislativo.
z Ao mediador; § 5º Compreendem-se na competência das câmaras
z Às partes; de que trata o caput a prevenção e a resolução de
conflitos que envolvam equilíbrio econômico-finan-
z A seus prepostos;
ceiro de contratos celebrados pela administração
z Advogados;
com particulares.
z Assessores técnicos e a outras pessoas de sua con-
fiança que tenham, direta ou indiretamente, parti-
A Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distri-
cipado do procedimento de mediação.
to Federal e dos Municípios, onde houver, poderá instau-
rar, de ofício ou mediante provocação, procedimento de
A confidencialidade alcançará as seguintes
mediação coletiva de conflitos relacionados à prestação
informações:
de serviços públicos (parágrafo único, do art. 33).
z Declaração, opinião, sugestão, promessa ou pro-
posta formulada por uma parte à outra na busca
Importante!
de entendimento para o conflito;
z Reconhecimento de fato por qualquer das partes A instauração de procedimento administrativo
no curso do procedimento de mediação; para a resolução consensual de conflito no âmbi-
z Manifestação de aceitação de proposta de acordo to da administração pública suspende a pres-
apresentada pelo mediador; crição. Em se tratando de matéria tributária, a
0
-1

z Documento preparado unicamente para os fins do suspensão da prescrição deverá observar o dis-
78

procedimento de mediação; posto Código Tributário Nacional (art. 34 e § 2º).


.2

z A informação prestada por uma parte em sessão pri-


73

vada, não podendo o mediador revelá-la às demais,


.8

exceto se expressamente autorizado. Dos Conflitos Envolvendo a Administração Pública


32

Federal Direta, suas Autarquias e Fundações


-4

Atenção: a prova apresentada em desacordo com


o disposto no art. 30 não será admitida em processo
u

As controvérsias jurídicas que envolvam a admi-


pr

arbitral ou judicial e não está abrigada pela regra de nistração pública federal direta, suas autarquias e
u

confidencialidade a informação relativa à ocorrência fundações poderão ser objeto de transação por ade-
pr

de crime de ação pública. são, embasando-se nos seguintes fundamentos:

DA AUTOCOMPOSIÇÃO DE CONFLITOS EM z Autorização do Advogado-Geral da União, com


QUE FOR PARTE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO base na jurisprudência pacífica do Supremo Tri-
PÚBLICO bunal Federal ou de tribunais superiores;
z Parecer do Advogado-Geral da União, aprovado
Disposições Comuns pelo Presidente da República.

A autocomposição de conflitos também pode ser Os parágrafos que compõe o art. 35 também tra-
realizada nos casos que envolvam pessoa jurídica de zem informações importantíssimas quanto à transa-
direito pública. A Lei nº 13.140, de 2015, a partir de seu ção por adesão da Administração Pública.
art. 32, elenca a regulamentação específica. Vejamos:
Art. 35 [...]
Art. 32 A União, os Estados, o Distrito Federal e os § 1º Os requisitos e as condições da transação por
Municípios poderão criar câmaras de prevenção e adesão serão definidos em resolução administrati-
302 resolução administrativa de conflitos, no âmbito va própria.
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§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá
juntar prova de atendimento aos requisitos e às con- RESOLUÇÃO Nº 118, DE 1º DE
dições estabelecidos na resolução administrativa. DEZEMBRO DE 2014, DO CNMP
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e
será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente Capítulo I – Da Política Nacional de Incentivo
habilitados mediante pedido de adesão, ainda que à Autocomposição no Âmbito do Ministério
solucione apenas parte da controvérsia. Público
§ 4º A adesão implicará renúncia do interessado
ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou
Art. 1º Fica instituída a POLÍTICA NACIONAL DE
o recurso, eventualmente pendentes, de nature-
INCENTIVO À AUTOCOMPOSIÇÃO NO ÂMBITO DO
za administrativa ou judicial, no que tange aos
MINISTÉRIO PÚBLICO, com o objetivo de assegurar a
pontos compreendidos pelo objeto da resolução
promoção da justiça e a máxima efetividade dos direi-
administrativa.
tos e interesses que envolvem a atuação da Instituição.
§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial
Parágrafo único. Ao Ministério Público brasilei-
inaugurado por ação coletiva, a renúncia ao direi-
ro incumbe implementar e adotar mecanismos de
to sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser
autocomposição, como a negociação, a mediação,
expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa.
a conciliação, o processo restaurativo e as conven-
§ 6º A formalização de resolução administrativa
ções processuais, bem assim prestar atendimento e
destinada à transação por adesão não implica a
orientação ao cidadão sobre tais mecanismos.
renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção
Art. 2º Na implementação da Política Nacional des-
ou suspensão.
crita no artigo 1º, com vista à boa qualidade dos
serviços, à disseminação da cultura de pacificação,
No caso de conflitos que envolvam controvérsia à redução da litigiosidade, à satisfação social, ao
jurídica entre órgãos ou entidades de direito públi- empoderamento social e ao estímulo de soluções
co que integram a administração pública federal, a consensuais, serão observados:
Advocacia-Geral da União deverá realizar composição I – a formação e o treinamento de membros e, no
extrajudicial do conflito, observados os procedimentos que for cabível, de servidores;
previstos em ato do Advogado-Geral da União (art. 36). II – o acompanhamento estatístico específico que con-
Da mesma maneira, o art. 37 diz que é facultado aos sidere o resultado da atuação institucional na resolu-
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas autar- ção das controvérsias e conflitos para cuja resolução
quias e fundações públicas, bem como às empresas possam contribuir seus membros e servidores;
públicas e sociedades de economia mista federais, sub- III – a revisão periódica e o aperfeiçoamento da
meter seus litígios com órgãos ou entidades da adminis- Política Nacional e dos seus respectivos programas;
tração pública federal à Advocacia-Geral da União, para IV – a valorização do protagonismo institucional
fins de composição extrajudicial do conflito. na obtenção de resultados socialmente relevantes
que promovam a justiça de modo célere e efetivo.
Os servidores e empregados públicos que parti-
Art. 3º O Conselho Nacional do Ministério Público,
ciparem do processo de composição extrajudicial do
com as unidades e ramos dos Ministérios Públicos,
conflito somente poderão ser responsabilizados civil,
promoverá a organização dos mecanismos mencio-
administrativa ou criminalmente quando, median- nados no art. 1º.
te dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem
patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua
A Resolução CNMP nº 118, de 2014, que instituiu a
recepção por terceiro, ou para tal concorrerem, nos
Política Nacional de Incentivo à Autocomposição no
termos do art. 40.
âmbito do Ministério Público, disciplinou que o Minis-
0
-1

tério Público brasileiro deve implementar e adotar


Disposições Finais
78

mecanismos de autocomposição, como a negociação,


.2

a mediação, a conciliação, o processo restaurativo e as


73

É indispensável a realização atenta da leitura de convenções processuais, além de prestar atendimento


.8

alguns artigos importantes contidos das Disposições e orientação ao cidadão sobre tais mecanismos.
32

Finais da Lei nº 13.140, de 2015, a seguir: Essa medida veio como uma forma de expandir
-4

ainda mais o direito do acesso à Justiça, garantia fun-


Art. 41 A Escola Nacional de Mediação e Conci-
u

damental da sociedade e do indivíduo. Além disso, a


pr

liação, no âmbito do Ministério da Justiça, poderá resolução apareceu, também, como forma de propor-
criar banco de dados sobre boas práticas em media-
u

cionar mais acesso ao Ministério Público, a fim de cer-


pr

ção, bem como manter relação de mediadores e de


tificar a proteção e a efetivação de direitos e interesses
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

instituições de mediação.
Art. 42 Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras individuais e sociais, tal qual determina o disposto no
formas consensuais de resolução de conflitos, tais art. 127, da Constituição Federal, de 1988.
como mediações comunitárias e escolares, e àque- Desta forma, entendendo que as formas de reso-
las levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, lução consensual dos conflitos são de tendência mun-
desde que no âmbito de suas competências. dial, advindas de uma cultura de diálogo crescente,
Parágrafo único. A mediação nas relações de traba- houve a necessidade de se consolidar, no âmbito
lho será regulada por lei própria. do Ministério Público, uma política permanente de
Art. 43 Os órgãos e entidades da administração incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos de
pública poderão criar câmaras para a resolução de autocomposição.
conflitos entre particulares, que versem sobre ativi- À vista disso, considerando que as práticas de pro-
dades por eles reguladas ou supervisionadas. cedimentos restaurativos, além de convenções pro-
cessuais, são formas de pacificação social e prevenção
de litígios, podemos dizer que estas reduzem a judi-
cialização de conflitos com a consequente resolução e
satisfação dos que estão envolvidos. 303
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Capítulo II – Das Atribuições do Conselho V – a inclusão, no conteúdo dos concursos de ingresso
Nacional do Ministério Público e do Ministério na carreira do Ministério Público e de servidores, dos
Público Brasileiro meios autocompositivos de conflitos e controvérsias;
VI – a manutenção de cadastro de mediadores e
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional do Minis- facilitadores voluntários, que atuem no Ministério
tério Público fomentar e implementar, com a Público, na aplicação dos mecanismos de autocom-
participação de todas as unidades e ramos do posição dos conflitos.
Ministério Público, os programas e ações de incen- VII – a criação de Núcleos Permanentes de Incen-
tivo à autocomposição. tivo à Autocomposição, compostos por membros,
Art. 5º O Conselho Nacional do Ministério Públi- cuja coordenação será atribuída, preferencial-
co tem, entre outras funções, o objetivo de avaliar, mente, aos profissionais atuantes na área, com as
debater e propor medidas administrativas, refor- seguintes atribuições, entre outras:
mas normativas e projetos que incentivem a reso- a) propor à Administração Superior da respecti-
lução autocompositiva extrajudicial ou judicial va unidade ou ramo do Ministério Público ações
consensual de conflitos e controvérsias no âmbito voltadas ao cumprimento da Política Nacional de
do Ministério Público. Incentivo à autocomposição no âmbito do Ministé-
rio Público;
b) atuar na interlocução com outros Ministérios
O Ministério Público, por ser instituição perma-
Públicos e com parceiros;
nente, precisa assegurar uma das garantias funda-
c) propor à Administração Superior da respectiva
mentais: o acesso à justiça. unidade ou ramo do Ministério Público a realiza-
De acordo com o que dispõem os arts. 127 e 128, da ção de convênios e parcerias para atender aos fins
CF, de 1988, ao Ministério Público, incumbe a defesa desta Resolução;
da ordem jurídica, do regime democrático e dos inte- d) estimular programas de negociação e mediação
resses individuais indisponíveis. Essas funções são comunitária, escolar e sanitária, dentre outras.
essenciais à efetiva promoção da justiça, e, justamente § 1º A criação dos Núcleos a que se refere o inciso
por isso, são asseguradas constitucionalmente. VII deste artigo e sua composição deverão ser infor-
Dessa forma, é dever do Ministério Público, como madas ao Conselho Nacional do Ministério Público.
parte essencial da justiça, fazer com que se fomente e se § 2º As unidades e os ramos do Ministério Públi-
estimule as formas de resolução consensual dos conflitos. co poderão incluir, a seu critério, representantes
Dito isso, no que tange à adoção de mecanismos da Ouvidoria, do Centro de Estudos e Aperfeiçoa-
de autocomposição pacífica dos conflitos, controvér- mento Funcional ou de outros órgãos auxiliares na
composição dos Núcleos Permanentes de Incentivo
sias e problemas, a conciliação é recomendada para
à Autocomposição.
resolver controvérsias relativas a direitos ou interes-
§ 3º É vedada a participação dos órgãos menciona-
ses que pertençam às áreas de atuação do Ministério dos no § 2º em atividades dos Núcleos Permanen-
Público como órgão interveniente e nos quais sejam tes de Incentivo à Autocomposição que constituam
necessárias intervenções que proponham soluções atos típicos de órgãos de execução.
para a resolução de desentendimentos.
Observa-se que a política instituída pelo CNMP é uma
Art. 6º Para consecução dos objetivos supracita- evolução de uma visão ou ideia que se tinha do Ministé-
dos, o CNMP poderá: rio Público. Numa contraposição da visão mais deman-
I – Propor e promover a realização de seminários, dista do MP, surge esta, uma forma mais aperfeiçoada da
congressos e outros eventos;
ideia que se chama de “Ministério Público resolutivo”,
0

II – Promover a articulação e integração com


isto é, que atua como pacificador no plano extrajudicial.
-1

outros projetos e políticas nesta temática, desen-


78

Desse modo, o Ministério Público também deve


volvidos pelos Poderes Executivo, Judiciário, Legis-
se posicionar como uma das instituições responsá-
.2

lativo e pelas instituições que compõem o sistema


73

de Justiça; veis pela pacificação social e resolução consensual de


.8

III – Mapear as boas práticas nesta temática e conflitos, instituindo políticas voltadas a uma atuação
32

incentivar a sua difusão; transformadora da realidade por meio do convenci-


-4

IV – Realizar pesquisas sobre negociação, mediação, mento, dos esclarecimentos, da informação e da apro-
conciliação, convenções processuais, processos res- ximação das pessoas, dos entes públicos, dos agentes
u
pr

taurativos e outros mecanismos autocompositivos; incumbidos da construção e da execução de políticas


V – Promover publicações sobre negociação, pública, dentre outras ações de grande relevância.
u
pr

mediação, conciliação, convenções processuais,


processos restaurativos e outros mecanismos Capítulo III – Das Práticas Autocompositivas
autocompositivos. no Âmbito do Ministério Público
Art. 7º Compete às unidades e ramos do Ministério
Público brasileiro, no âmbito de suas atuações: Seção I – Da Negociação
I – o desenvolvimento da Política Nacional de
Incentivo à autocomposição no âmbito do Ministé- Art. 8º A negociação é recomendada para as con-
rio Público; trovérsias ou conflitos em que o Ministério Público
II – a implementação, a manutenção e o aperfeiçoa- possa atuar como parte na defesa de direitos e inte-
mento das ações voltadas ao cumprimento da polí- resses da sociedade, em razão de sua condição de
tica e suas metas; representante adequado e legitimado coletivo uni-
III – a promoção da capacitação, treinamento e versal (art. 129, III, da CR/1988);
atualização permanente de membros e servidores Parágrafo único. A negociação é recomendada,
nos mecanismos autocompositivos de tratamento ainda, para a solução de problemas referentes à
adequado dos conflitos, controvérsias e problemas; formulação de convênios, redes de trabalho e par-
IV – a realização de convênios e parcerias para cerias entre entes públicos e privados, bem como
304 atender aos fins desta Resolução; entre os próprios membros do Ministério Público.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
do Código de Processo Civil, também prevê uma série
Importante! de medidas a serem adotadas, tais como pesquisas,
A prática autocompositiva recomendada, na qual capacitações, realização de convênios e parcerias,
o Ministério Público pode atuar como parte em além da instituição de políticas locais incentivadoras
razão de sua condição de representante adequa- do uso dos mecanismos autocompositivos.
do e legitimado universal na defesa de direitos e Dessa forma, conclui-se que a Resolução nº 118,
interesses da sociedade, é a negociação. Fique de 2014, do CNMP, impulsiona a construção de uma
nova cultura, uma nova mentalidade, adequada à ten-
atento, este tema é muito cobrado nas provas!
dência mundial de resolução consensual de conflitos
e voltada à atuação preventiva, cujo principal moti-
Essas práticas contribuem para a evolução da vo é evitar a judicialização excessiva dos problemas,
atuação resolutiva, permitindo que o Promotor de levando à satisfação do caso de forma pacífica.
Justiça seja um verdadeiro agente mediador do confli-
to, ampliando o campo de atuação deste, fazendo com Seção III – Da Conciliação
que se estabeleça ali uma ampliação do perfil ministe-
rial, além de fazer com que o PJ seja um agente media- Art. 11 A conciliação é recomendada para contro-
dor importante para a efetivação dos direitos sociais vérsias ou conflitos que envolvam direitos ou inte-
que contribui para com a pacificação social mediante resses nas áreas de atuação do Ministério Público
como órgão interveniente e nos quais sejam neces-
o estímulo à cultura de paz.
sárias intervenções propondo soluções para a reso-
lução das controvérsias ou dos conflitos.
Seção II – Da Mediação
Art. 12 A conciliação será empreendida naquelas
situações em que seja necessária a intervenção do
Art. 9º A mediação é recomendada para solucionar membro do Ministério Público, servidor ou voluntá-
controvérsias ou conflitos que envolvam relações rio, no sentido de propor soluções para a resolução
jurídicas nas quais é importante a direta e voluntá- de conflitos ou de controvérsias, sendo aplicáveis
ria ação de ambas as partes divergentes. as mesmas normas atinentes à mediação.
Parágrafo único. Recomenda-se que a mediação
comunitária e a escolar que envolvam a atuação
No que diz respeito à conciliação realizada pelo
do Ministério Público sejam regidas pela máxima
informalidade possível. Ministério Público, este atuará quando for necessá-
ria a sua intervenção, propondo soluções para que se
resolva o conflito.
A partir da leitura dos dispositivos acima, percebe-se
Ou seja, diferentemente da mediação, na concilia-
que a Resolução segue a tendencia mundial de solução
ção, o Ministério Público indicará possíveis soluções
consensual de conflitos, atendendo o mesmo preceito
para o litígio a que se busca resolver.
disposto no CPC, de 2015, que estimula a solução de con-
flitos nos quais é importante a ação de ambas as partes
Seção IV – Das Práticas Restaurativas
envolvidas de forma mais direta e voluntária. Ou seja,
quando se trata de mediação, a solução deve ser encon-
Art. 13 As práticas restaurativas são recomenda-
trada pelas próprias partes envolvidas no conflito.
das nas situações para as quais seja viável a busca
da reparação dos efeitos da infração por intermédio
Art. 10 No âmbito do Ministério Público:
da harmonização entre o (s) seu (s) autor (es) e a (s)
I – a mediação poderá ser promovida como mecanis-
0

vítima (s), com o objetivo de restaurar o convívio


-1

mo de prevenção ou resolução de conflito e contro-


social e a efetiva pacificação dos relacionamentos.
78

vérsias que ainda não tenham sido judicializados;


Art. 14 Nas práticas restaurativas desenvolvi-
.2

II – as técnicas do mecanismo de mediação também


das pelo Ministério Público, o infrator, a vítima e
73

podem ser utilizadas na atuação em casos de con-


quaisquer outras pessoas ou setores, públicos ou
.8

flitos judicializados;
privados, da comunidade afetada, com a ajuda
32

III – as técnicas do mecanismo de mediação podem


de um facilitador, participam conjuntamente de
-4

ser utilizadas na atuação em geral, visando ao apri-


encontros, visando à formulação de um plano res-
moramento da comunicação e dos relacionamentos.
u

taurativo para a reparação ou minoração do dano,


pr

§ 1º Ao final da mediação, havendo acordo entre os


a reintegração do infrator e a harmonização social.
envolvidos, este poderá ser referendado pelo órgão
u
pr

do Ministério Público ou levado ao Judiciário com


No que se trata da justiça restaurativa, por sua
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

pedido de homologação.
§ 2º A confidencialidade é recomendada quando as vez, o Ministério Público atuará quando for possível
circunstâncias assim exigirem, para a preservação a harmonização entre o autor da infração e sua víti-
da intimidade dos interessados, ocasião em que ma, restaurando o convívio social e pacificando os
deve ser mantido sigilo sobre todas as informações relacionamentos.
obtidas em todas as etapas da mediação, inclusive O Ministério Público, como protagonista do projeto
nas sessões privadas, se houver, salvo autorização constitucional de se formar uma sociedade livre, jus-
expressa dos envolvidos, violação à ordem pública ta e solidária, adequando o seu perfil de demandista,
ou às leis vigentes, não podendo o membro ou ser- agora, atua sob um viés de trazer paz e justiça social.
vidor que participar da mediação ser testemunha
do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, Seção V – Das Convenções Processuais
em qualquer hipótese.
Art. 15 As convenções processuais são recomen-
Além da mediação e conciliação, a Resolução nº dadas toda vez que o procedimento deva ser adap-
118, de 2014, que deve ser estudada conjuntamente tado ou flexibilizado para permitir a adequada e
com a Resolução nº 125, de 2010 e com os dispositivos efetiva tutela jurisdicional aos interesses materiais 305
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subjacentes, bem assim para resguardar âmbito de conflitos e violência, e por meio do qual os con-
proteção dos direitos fundamentais processuais. flitos que geram dano, concreto ou abstrato, são
Art. 16 Segundo a lei processual, poderá o membro solucionados de modo estruturado na seguinte forma:
do Ministério Público, em qualquer fase da inves- I – é necessária a participação do ofensor, e, quando
tigação ou durante o processo, celebrar acordos houver, da vítima, bem como, das suas famílias e dos
visando constituir, modificar ou extinguir situações demais envolvidos no fato danoso, com a presença
jurídicas processuais. dos representantes da comunidade direta ou indireta-
Art. 17 As convenções processuais devem ser cele- mente atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores
bradas de maneira dialogal e colaborativa, com o restaurativos;
objetivo de restaurar o convívio social e a efetiva II – as práticas restaurativas serão coordenadas por
pacificação dos relacionamentos por intermédio facilitadores restaurativos capacitados em técnicas
da harmonização entre os envolvidos, podendo ser autocompositivas e consensuais de solução de con-
documentadas como cláusulas de termo de ajusta- flitos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser
mento de conduta. servidor do tribunal, agente público, voluntário ou
indicado por entidades parceiras;
De igual maneira, encontra-se, ainda, negócio jurí- III – as práticas restaurativas terão como foco a
dico processual, previsto no art. 190, do CPC. A ideia satisfação das necessidades de todos os envolvidos,
de negociação processual é permitir que as partes, nos a responsabilização ativa daqueles que contribuíram
processos que envolvam direitos que admitam com- direta ou indiretamente para a ocorrência do fato
posição, e desde que essas partes sejam plenamente danoso e o empoderamento da comunidade, destacan-
do a necessidade da reparação do dano e da recompo-
capazes, estipulem mudanças no procedimento, ajus-
sição do tecido social rompido pelo conflito e as suas
tando-a às suas especificidades.
implicações para o futuro.
§ 1º Para efeitos desta Resolução, considera-se:
Capítulo IV – Da Atuação dos Negociadores, I – Prática Restaurativa: forma diferenciada de tratar
Conciliadores e Mediadores as situações citadas no caput e incisos deste artigo;
II – Procedimento Restaurativo: conjunto de atividades
Art. 18 Os membros e servidores do Ministério e etapas a serem promovidas objetivando a composi-
Público serão capacitados pelas Escolas do Ministé- ção das situações a que se refere o caput deste artigo;
rio Público, diretamente ou em parceria com a Esco- III – Caso: quaisquer das situações elencadas no caput
la Nacional de Mediação e de Conciliação (ENAM), deste artigo, apresentadas para solução por intermé-
da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministé- dio de práticas restaurativas;
rio da Justiça, ou com outras escolas credenciadas IV – Sessão Restaurativa: todo e qualquer encontro,
junto ao Poder Judiciário ou ao Ministério Público, inclusive os preparatórios ou de acompanhamento,
para que realizem sessões de negociação, concilia- entre as pessoas diretamente envolvidas nos fatos a
ção, mediação e práticas restaurativas, podendo que se refere o caput deste artigo;
fazê-lo por meio de parcerias com outras institui- V – Enfoque Restaurativo: abordagem diferenciada
ções especializadas. das situações descritas no caput deste artigo, ou dos
contextos a elas relacionados, compreendendo os
Capítulo V – Das Disposições Finais seguintes elementos:
a) participação dos envolvidos, das famílias e das
Art. 19 Caberá ao Conselho Nacional do Ministério comunidades;
Público compilar informações sobre a resolução b) atenção às necessidades legítimas da vítima e do
autocompositiva de conflitos. ofensor;
0

Art. 20 Esta Resolução entra em vigor na data de c) reparação dos danos sofridos;
-1

sua publicação d) compartilhamento de responsabilidades e obriga-


78

ções entre ofensor, vítima, famílias e comunidade para


.2

Para atuarem na mediação, conciliação e procedi- superação das causas e consequências do ocorrido.
73

mento restaurativo, os membros do Ministério Públi- § 2° A aplicação de procedimento restaurativo pode


.8

co serão capacitados por meio da Escola Nacional de ocorrer de forma alternativa ou concorrente com o
32

Mediação e Conciliação. processo convencional, devendo suas implicações ser


-4

No entanto, outras credenciais também serão acei- consideradas, caso a caso, à luz do correspondente
sistema processual e objetivando sempre as melhores
u

tas para que se atue como facilitador do processo de


pr

soluções para as partes envolvidas e a comunidade.


resolução consensual de conflito, bastando ser a esco-
u

la responsável pelo treinamento credenciada junto ao


pr

Poder Judiciário ou ao Ministério Público. Dica


Quando se trata de justiça restaurativa em ques-
tões de concurso, o que mais se cobra é o seu
conceito. Assim, entende-se que justiça res-
RESOLUÇÃO Nº 225 DE 31, DE MAIO taurativa é um mecanismo em que uma tercei-
DE 2016, DO CONSELHO NACIONAL DE ra pessoa, estranha àquela relação, irá decidir
sobre o problema (heterocomposição), dando
JUSTIÇA - CNJ
uma solução ao cenário conflitivo existente.
Capítulo I - Da Justiça Restaurativa
Essa solução pode ser encontrada por meio, ou não
Art. 1º A Justiça Restaurativa constitui-se de encontros presenciais, a depender do caso concre-
como um conjunto ordenado e sistêmico de prin- to. Para tanto, deverá ser feita previamente uma aná-
cípios, métodos, técnicas e atividades próprias, lise da avaliação do caso.
que visa à conscientização sobre os fatores rela- O art. 1º, caput, e seus incisos I e III da Resolução
306 cionais, institucionais e sociais motivadores de nº 225 de 2016 trazem no próprio conceito normativo
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de Justiça Restaurativa a ideia de uma corresponsa- do Poder Judiciário e por entidades públicas e pri-
bilidade, seja individual ou coletiva, no intuito de se vadas parceiras, inclusive universidades e institui-
entender as causas que culminaram no conflito e nos ções de ensino, cabendo ao Conselho Nacional de
seus desdobramentos, para que, assim, se possibilite a Justiça:
justa reparação dos danos. I – assegurar que a atuação de servidores, inclusi-
ve indicados por instituições parceiras, na Justiça
Art. 2º São princípios que orientam a Justiça Restau- Restaurativa seja não compulsória e devidamente
rativa: a corresponsabilidade, a reparação dos danos, reconhecida para fins de cômputo da carga horária,
o atendimento às necessidades de todos os envolvidos, e que o exercício das funções de facilitador volun-
a informalidade, a voluntariedade, a imparcialidade, a tário seja considerado como tempo de experiência
participação, o empoderamento, a consensualidade, a nos concursos para ingresso na Magistratura;
confidencialidade, a celeridade e a urbanidade. II – buscar a cooperação dos órgãos públicos com-
§ 1º Para que o conflito seja trabalhado no âmbito da petentes e das instituições públicas e privadas da
Justiça Restaurativa, é necessário que as partes reco- área de ensino, para a criação de disciplinas que
nheçam, ainda que em ambiente confidencial inco- propiciem o surgimento da cultura de não-violência
municável com a instrução penal, como verdadeiros e para que nas Escolas Judiciais e da Magistratura,
os fatos essenciais, sem que isso implique admissão bem como nas capacitações de servidores e nos cur-
de culpa em eventual retorno do conflito ao processo sos de formação inicial e continuada, haja módulo
judicial. voltado à Justiça Restaurativa;
§ 2º É condição fundamental para que ocorra a práti- III – estabelecer interlocução com a Ordem dos
ca restaurativa, o prévio consentimento, livre e espon- Advogados do Brasil, as Defensorias Públicas, as
tâneo, de todos os seus participantes, assegurada a Procuradorias, o Ministério Público e as demais
retratação a qualquer tempo, até a homologação do instituições relacionadas, estimulando a participa-
procedimento restaurativo. ção na Justiça Restaurativa e valorizando a atua-
§ 3º Os participantes devem ser informados sobre o ção na prevenção dos litígios.
procedimento e sobre as possíveis consequências de
sua participação, bem como do seu direito de soli- Conforme já mencionado, a justiça restaurativa é a
citar orientação jurídica em qualquer estágio do forma de resolução de conflitos em que uma terceira
procedimento. pessoa irá decidir sobre a questão-problema envolvi-
§ 4º Todos os participantes deverão ser tratados de for- da. Nesse viés, o art. 4º da Resolução n° 225 de 2016
ma justa e digna, sendo assegurado o mútuo respeito traz que toda a rede dos órgãos do Poder Judiciário e
entre as partes, as quais serão auxiliadas a construir, a entidades púbicas e privadas parceiras, incluindo uni-
partir da reflexão e da assunção de responsabilidades, versidades e instituições de ensino, podem participar.
uma solução cabível e eficaz visando sempre o futuro.
§ 5º O acordo decorrente do procedimento restaura- Capítulo IV - Do Atendimento Restaurativo em
tivo deve ser formulado a partir da livre atuação e Âmbito Judicial
expressão da vontade de todos os participantes, e os
seus termos, aceitos voluntariamente, conterão obri- Art. 7º Para fins de atendimento restaurativo judi-
gações razoáveis e proporcionais, que respeitem a cial das situações de que trata o caput do art. 1º
dignidade de todos os envolvidos. desta Resolução, poderão ser encaminhados pro-
cedimentos e processos judiciais, em qualquer fase
Ainda, tem-se que Justiça Restaurativa é um pro- de sua tramitação, pelo juiz, de ofício ou a requeri-
cesso voluntário e informal, com intervenção de um mento do Ministério Público, da Defensoria Públi-
mediador ou de um conciliador (daí a heterocom- ca, das partes, dos seus Advogados e dos Setores
0
-1

posição) para que se possa alcançar um resultado Técnicos de Psicologia e Serviço Social.
78

restaurativo, ou seja, um acordo que possa suprir Parágrafo único. A autoridade policial poderá
.2

as necessidades individuais e coletivas das partes sugerir, no Termo Circunstanciado ou no relatório


73

envolvidas. do Inquérito Policial, o encaminhamento do confli-


.8

No que diz respeito à justiça restaurativa no âmbi- to ao procedimento restaurativo.


32

to criminal, como modelo de reação ao crime, adequa-


-4

-se ao modelo integrador, e um dos seus objetivos é O art. 7º da Resolução n° 225 de 2016 revela que, uma
vez que se identifica que no âmbito de um determina-
u

reparar os danos causados pela prática deste crime,


pr

ou seja, busca restabelecer o estado anterior à prática do conflito judicial a sua dinâmica e natureza envolvem
u

delituosa, ressocializando o autor do crime e dando relações continuadas, e como consequência disso, acaba
pr

assistência à vítima. Um bom exemplo de justiça res- afetando e surtindo efeitos na sociedade e na vida em
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

taurativa no âmbito criminal são os juizados especiais comunidade, há a necessidade de que se reconheça a
criminais, por conta de suas penas alternativas e pos- corresponsabilidade (mencionada no art. 1º). Nesse viés,
sibilidade de composição entre as partes, como forma podem ser encontrados os autos encaminhados, inde-
de reparação dos danos. pendente da sua fase de tramitação, e seja de ofício pelo
Dessa forma, entende-se que a justiça restaura- juiz ou a requerimento do Ministério Público, Defensoria
tiva não possui como sua principal função a impo- Pública, partes, advogados ou setores técnicos de psicolo-
sição da pena, mas sim o restabelecimento do gia ou de serviço social para a solução restaurativa, bus-
reequilíbrio entre as partes, com a devida repara- cando o melhor resultado do conflito.
ção do dano sofrido pela vítima, por parte do agressor. De igual maneira, a autoridade policial também
poderá sugerir, no Termo Circunstanciado de Ocor-
Capítulo II - Das Atribuições do Conselho rência ou no relatório do Inquérito Policial, o encami-
Nacional de Justiça nhamento do conflito ao procedimento restaurativo.

Art. 4º O programa será implementado com a par- Art. 8º Os procedimentos restaurativos consistem em
ticipação de rede constituída por todos os órgãos sessões coordenadas, realizadas com a participação 307
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dos envolvidos de forma voluntária, das famílias, jun- na justiça restaurativa, como ameaças de imposição de
tamente com a Rede de Garantia de Direito local e com determinada pena caso não seja feita a adesão ao proce-
a participação da comunidade para que, a partir da dimento. Da mesma forma, há proibição expressa, conti-
solução obtida, possa ser evitada a recidiva do fato da no art. 8º da Resolução n° 22 de 2016, de que se envie
danoso, vedada qualquer forma de coação ou a emis- intimação para a participação nas sessões.
são de intimação judicial para as sessões. Designado o dia e horário do procedimento, o com-
§ 1º O facilitador restaurativo coordenará os tra- parecimento é voluntário, e tudo é coordenado pelos
balhos de escuta e diálogo entre os envolvidos,
facilitadores ou guardiões – como são chamadas as pes-
por meio da utilização de métodos consensuais na
soas capacitadas para trabalharem nos procedimentos
forma autocompositiva de resolução de conflitos,
próprias da Justiça Restaurativa, devendo ressaltar
restaurativos. Esses facilitadores ou guardiões possuem
durante os procedimentos restaurativos: papel essencial na solução dos problemas, já que são os
I – o sigilo, a confidencialidade e a voluntariedade responsáveis por coordenar os trabalhos, possibilitando
da sessão; que todos os envolvidos tenham voz e possam se expres-
II – o entendimento das causas que contribuíram sar de maneira igualitária, evitando discussões.
para o conflito; O facilitador restaurativo, como bem pontua o § 2º:
III – as consequências que o conflito gerou e ainda
poderá gerar; [...] é responsável por criar ambiente propício para
IV – o valor social da norma violada pelo conflito. que os envolvidos promovam a pactuação da repa-
§ 2º O facilitador restaurativo é responsável por ração do dano e das medidas necessárias para que
criar ambiente propício para que os envolvidos pro- não haja recidiva do conflito, mediante atendimen-
movam a pactuação da reparação do dano e das to das necessidades dos participantes das sessões
medidas necessárias para que não haja recidiva do restaurativas.
conflito, mediante atendimento das necessidades
dos participantes das sessões restaurativas. Significa dizer que o facilitador não depende de
§ 3º Ao final da sessão restaurativa, caso não seja formação profissional ou acadêmica, desde que, obvia-
necessário designar outra sessão, poderá ser assi- mente, se submeta à formação de técnicas de autocom-
nado acordo que, após ouvido o Ministério Públi- posição próprias da Justiça Restaurativa para solução de
co, será homologado pelo magistrado responsável, conflitos.
preenchidos os requisitos legais.
§ 4º Deverá ser juntada aos autos do processo bre-
ve memória da sessão, que consistirá na anotação
dos nomes das pessoas que estiveram presentes e
do plano de ação com os acordos estabelecidos, RESOLUÇÃO Nº 125, DE 29 DE
preservados os princípios do sigilo e da confiden-
cialidade, exceção feita apenas a alguma ressalva
NOVEMBRO DE 2010, DO CONSELHO
expressamente acordada entre as partes, exigida NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ
por lei, ou a situações que possam colocar em risco
a segurança dos participantes. BENS
§5º Não obtido êxito na composição, fica vedada
a utilização de tal insucesso como causa para a A Resolução nº 125, de 2010, do Conselho Nacio-
majoração de eventual sanção penal ou, ainda, de nal de Justiça – CNJ, dispõe sobre a Política Judiciá-
qualquer informação obtida no âmbito da Justiça
ria Nacional de tratamento adequado dos conflitos de
Restaurativa como prova.
interesses no âmbito do Poder Judiciário.
0

§6º Independentemente do êxito na autocomposi-


-1

ção, poderá ser proposto plano de ação com orien-


78

tações, sugestões e encaminhamentos que visem à Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacio-
nal de Tratamento Adequado dos Conflitos de
.2

não recidiva do fato danoso, observados o sigilo, a


73

confidencialidade e a voluntariedade da adesão dos Interesses, tendente a assegurar a todos o direito


à solução dos conflitos por meios adequados à sua
.8

envolvidos no referido plano.


32

natureza e peculiaridade. 
Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe,
-4

Encaminhado o conflito a ser resolvido na Justi- nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil
ça Restaurativa, primeiramente, de forma preliminar,
u

de 2015, combinado com o art. 27 da Lei 13.140,


pr

antes mesmo do procedimento restaurativo propria- de 26 de junho de 2015 (Lei de Mediação), antes da
u

mente dito, se tentará mapear e entender o conflito de solução adjudicada mediante sentença, oferecer
pr

uma forma geral: os danos sofridos pela vítima, além de outros mecanismos de soluções de controvérsias,
saber se outras pessoas também foram atingidas de for- em especial os chamados meios consensuais, como
ma reflexa pela situação causada. Nesse âmbito, também a mediação e a conciliação, bem assim prestar
tenta-se entender o lado do agressor/ofensor, para saber atendimento e orientação ao cidadão.
o que colaborou para que o fato culminasse na agressão/
ofensa ocorrida. Quando tratamos sobre política do CNJ, é de sua com-
Esse momento prévio, preliminar, é importante para petência a organização de programa com o objetivo de
que a equipe da justiça restaurativa saiba como conduzir promover ações de incentivo à autocomposição de lití-
e lidar com a situação da melhor forma possível. Destar- gios e à pacificação social por meio da conciliação e da
te, para que seja possível proceder com a justiça restau- mediação.
rativa, é necessário que as partes estejam instruídas de Também, compete implementar tal programa com a
suas finalidades e que, eventual reconhecimento de cul- participação de rede constituída por todos os órgãos do
pa ou responsabilidade não serão ali consideradas como Poder Judiciário e por entidades públicas e privadas par-
confissões para fins processuais e judiciais. ceiras, inclusive universidades e instituições de ensino.
Por conta disso que, justamente, há a vedação de Dessa forma, caberá ao CNJ, portanto, desenvolver
308 formas de coerção para que se obrigue a participação parâmetro curricular e ações voltadas à capacitação em
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
métodos consensuais de solução de conflitos para servi- Conflitos e Cidadania e valorizando a atuação na
dores, mediadores, conciliadores e demais facilitadores prevenção dos litígios;
da solução consensual de controvérsias, nos termos do § VII - realizar gestão junto às empresas, públicas e
1º do art. 167, do Novo Código de Processo Civil. privadas, bem como junto às agências reguladoras
O CPC, de 2015, consagra o princípio da promoção de serviços públicos, a fim de implementar práticas
pelo Estado da solução por autocomposição, ou seja, uma autocompositivas e desenvolver acompanhamen-
política pública de solução de litígios, entendimento ado- to estatístico, com a instituição de banco de dados
para visualização de resultados, conferindo selo de
tado nesta resolução.
qualidade;
VIII - atuar junto aos entes públicos de modo a
Art. 2º Na implementação da Política Judiciá-
estimular a conciliação, em especial nas deman-
ria Nacional de Tratamento Adequado dos
das que envolvam matérias sedimentadas pela
Conflitos de Interesses, com vista à boa quali-
jurisprudência; 
dade dos serviços e à disseminação da cultura de
XI - criar parâmetros de remuneração de media-
pacificação social, serão observados: 
dores, nos termos do art. 169 do Novo Código de
I - centralização das estruturas judiciárias;
Processo Civil; 
II - adequada formação e treinamento de ser-
XI – criar parâmetros de remuneração de mediado-
vidores, conciliadores e mediadores;
res, nos termos do art. 169 do Código de Processo
III - acompanhamento estatístico específico.
Civil de 2015; 
[…]
XII - monitorar, inclusive por meio do Departa-
Art. 5º O programa será implementado com a par-
mento de Pesquisas Judiciárias, a instalação dos
ticipação de rede constituída por todos os órgãos
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cida-
do Poder Judiciário e por entidades públicas e pri-
dania, o seu adequado funcionamento, a avaliação
vadas parceiras, inclusive universidades e institui-
da capacitação e treinamento dos mediadores/con-
ções de ensino.
ciliadores, orientando e dando apoio às localidades
que estiverem enfrentando dificuldades na efetiva-
Instituída a Política Judiciária Nacional de tra- ção da política judiciária nacional instituída por
tamento dos conflitos de interesses, seu objetivo é esta Resolução. 
“assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por
meios adequados à sua natureza e peculiaridade”. O art. 6º traz todas as formas sobre como desen-
Por conta disso, a determinação é que os tribunais volverá o programa destinado à solução consensual
de cada estado criem sua estrutura voltada para o dos conflitos.
atendimento de solução de conflitos, de forma con- Todos os incisos do artigo acima mencionado são
sensual, conflitos estes que sejam possíveis de serem destinados à criação de disciplinas que propiciem e
resolvidos extrajudicialmente. incentivem a formação desta cultura de paz e preven-
O próprio CNJ se atribuiu a obrigação de fixar ção de conflitos, e é estimulado (inciso V) tanto nas
diretrizes para o desenvolvimento dessa nova política Universidades como nos cursos de iniciação funcional
pública. promovido pelas Escolas de Magistratura aos juízes
ingressantes na carreira, que demonstra o interesse
Art. 6º Para o desenvolvimento da rede referida no e comprometimento em dar mais atenção às soluções
art. 5º desta Resolução, caberá ao Conselho Nacio- consensuais que fomentar o litígio.
nal de Justiça: 
I - estabelecer diretrizes para implementação da
Art. 8º Os tribunais deverão criar os Centros
política pública de tratamento adequado de confli-
Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
0

tos a serem observadas pelos Tribunais;


-1

(Centros ou Cejuscs), unidades do Poder Judiciário,


78

II – desenvolver parâmetro curricular e ações vol-


preferencialmente, responsáveis pela realização
tadas à capacitação em métodos consensuais de
.2

ou gestão das sessões e audiências de conciliação


solução de conflitos para servidores, mediadores,
73

e mediação que estejam a cargo de conciliadores e


conciliadores e demais facilitadores da solução
.8

mediadores, bem como pelo atendimento e orienta-


consensual de controvérsias, nos termos do art.
32

ção ao cidadão. 
167, § 1º, do Código de Processo Civil de 2015; 
-4

§ 1º As sessões de conciliação e mediação pré-pro-


III - providenciar que as atividades relacionadas
cessuais deverão ser realizadas nos Centros, poden-
u

à conciliação, mediação e outros métodos consen-


pr

do as sessões de conciliação e mediação judiciais,


suais de solução de conflitos sejam consideradas
excepcionalmente, serem realizadas nos próprios
u

nas promoções e remoções de magistrados pelo cri-


pr

juízos, juizados ou varas designadas, desde que o


tério do merecimento;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

sejam por conciliadores e mediadores cadastrados


IV - regulamentar, em código de ética, a atuação
pelo Tribunal (inciso VII do art. 7º) e supervisiona-
dos conciliadores, mediadores e demais facilitado-
dos pelo juiz coordenador do Centro (art. 9º). 
res da solução consensual de controvérsias;
§ 2º Nos Tribunais de Justiça, os Centros deverão
V - buscar a cooperação dos órgãos públicos com-
ser instalados nos locais onde existam dois juízos,
petentes e das instituições públicas e privadas da
juizados ou varas com competência para realizar
área de ensino, para a criação de disciplinas que
audiência, nos termos do art. 334 do Código de Pro-
propiciem o surgimento da cultura da solução pací-
cesso Civil de 2015.
fica dos conflitos, bem como que, nas Escolas de
§ 3º Os Tribunais poderão, enquanto não instalados
Magistratura, haja módulo voltado aos métodos
os Centros nas comarcas, regiões, subseções judi-
consensuais de solução de conflitos, no curso de
ciárias e nos juízos do interior dos estados, implan-
iniciação funcional e no curso de aperfeiçoamento;
tar o procedimento de conciliação e mediação
VI - estabelecer interlocução com a Ordem dos
itinerante, utilizando-se de conciliadores e media-
Advogados do Brasil, Defensorias Públicas, Pro-
dores cadastrados. 
curadorias e Ministério Público, estimulando sua
§ 4º Nos Tribunais Regionais Federais e Tribunais
participação nos Centros Judiciários de Solução de
de Justiça, é facultativa a implantação de Centros
309
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
onde exista um juízo, juizado, vara ou subseção, treinamento segundo o modelo estabelecido pelo
desde que atendidos por centro regional ou itine- Conselho Nacional de Justiça, conforme Anexo I
rante, nos termos do § 3º deste artigo.  desta Resolução. 
§ 5º Nas comarcas das capitais dos estados, bem § 2º Caso o Centro atenda a grande número de
como nas comarcas do interior, subseções e regiões juízos, juizados, varas ou região, o respectivo juiz
judiciárias, o prazo para a instalação dos Centros coordenador poderá ficar designado exclusivamen-
será concomitante à entrada em vigor do Código de te para sua administração.
Processo Civil de 2015.  § 3º Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regio-
§ 6º Os Tribunais poderão, excepcionalmente: nais Federais deverão assegurar que nos Centros
I – estender os serviços do Centro a unidades ou atue ao menos um servidor com dedicação exclusi-
órgãos situados em outros prédios, desde que pró- va, capacitado em métodos consensuais de solução
ximos daqueles referidos no § 2º deste artigo; e  de conflitos, para triagem e encaminhamento ade-
II – instalar Centros Regionais, enquanto não ins- quado de casos. 
talados Centros nos termos referidos no § 2º deste § 4º O treinamento dos servidores referidos no § 3º
artigo, observada a organização judiciária local.  deste artigo deverá observar as diretrizes estabele-
§ 8º Para efeito de estatística de produtividade, as cidas pelo Conselho Nacional de Justiça, conforme
sentenças homologatórias prolatadas em proces- Anexo I desta Resolução. 
sos encaminhados ao Centro, de ofício ou por soli-
citação, serão contabilizadas:  O art. 9º mostra como se dará a administração do
I – para o próprio Centro, no que se refere à serven- CEJUSC, sendo determinado que cada centro terá um juiz
tia judicial;  responsável para que: administre o centro; homologue os
II – para o magistrado que efetivamente homologar acordos e supervisione os mediadores e conciliadores.
o acordo, esteja ele oficiando no juízo de origem do A designação deste juiz responsável pelo CEJUSC será
feito ou na condição de coordenador do Centro; e 
feito por meio do Presidente do Tribunal, escolhido dentre
III – para o juiz coordenador do Centro, no caso de
aqueles que fizeram o treinamento estabelecido pelo CNJ.
reclamação pré-processual. 
§ 9º Para o efeito de estatística referido no art. 167,
Caso o Centro acumule muitos processos, a depen-
§ 4º, do Código de Processo Civil de 2015, os Tri- der da demanda, é possível que o juiz seja designa-
bunais disponibilizarão às partes a opção de ava- do com exclusividade para a administração e demais
liar câmaras, conciliadores e mediadores, segundo atribuições que determina os incisos I, II e III.
parâmetros estabelecidos pelo Comitê Gestor da Além do magistrado responsável, haverá um servi-
Conciliação.  dor devidamente capacitado, responsável por realizar
toda a triagem e encaminhamento dos casos e proces-
A implementação foi destinada aos Tribunais, sos que chegarem ao CEJUSC.
responsáveis pela criação dos Núcleos permanentes
de Conciliação. A estes núcleos incumbe a gestão de
duas vertentes básicas: dos conciliadores e mediado- Importante!
res e dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cada unidade dos Centros deverá de modo obri-
Cidadania.
gatório abranger o setor de solução de conflitos
Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania (CEJUSCs) são os centros de funcionamen-
pré-processual, de solução de conflitos proces-
to da Política Pública, onde atuam os grandes res- sual e também de cidadania.
ponsáveis pelo seu sucesso, que são os conciliadores,
mediadores e demais facilitadores de solução de con-
0

Art. 11 Nos Centros poderão atuar membros do


-1

flitos, bem como os servidores do Judiciário, aos quais Ministério Público, defensores públicos, procurado-
78

cabem a triagem dos casos e a prestação de informa- res e/ou advogados.


.2

ção e orientação aos jurisdicionados para garantia do


73

legítimo direito ao acesso à ordem jurídica justa. Por mais que não haja qualquer impedimento de
.8

O CEJUSC tem como objetivo principal realizar casos e processos já existentes serem remetidos ao
32

as sessões de conciliação e mediação do Tribunal. CEJUSC para a sua resolução, é obrigatório que todos
-4

De modo natural, todas as conciliações e mediação os centros possuam setor de resolução de conflitos
préprocessuais são de responsabilidade do Centro –
u

pré-processual, ou seja, é obrigatório que haja a pos-


pr

uma vez que ainda não houve distribuição para varas. sibilidade de resolução do conflito de maneira con-
u

No entanto, mesmo os processos já distribuídos e sensual ainda que sequer haja processo judicializado,
pr

em andamento podem ser remetidos para os CEJUSC, fazendo com que o caráter preventivo seja respeitado.
no intuito de apoiar os juízos, varas e juizados em suas Além disso, é permitido e incentivado que membros
conciliações e soluções consensuais, com conciliações do Ministério Público, Defensoria Pública, procurado-
e mediações de qualidade. res e advogados atuem no CEJUSC, buscando sempre a
melhor forma de solução consensual dos conflitos.
Art. 9º Os Centros contarão com um juiz coorde-
nador e, se necessário, com um adjunto, aos quais
caberá: 
I – administrar o Centro; 
II – homologar os acordos entabulados; 
HORA DE PRATICAR!
III – supervisionar o serviço de conciliadores e
mediadores.  1. (FGV — 2022) Em razão de indícios de irregularidades
§ 1º Salvo disposição diversa em regramento cometidas pelo gestor Caio, foi instaurado processo
local, os magistrados da Justiça Estadual e da de fiscalização pela Controladoria-Geral da União.
Justiça Federal serão designados pelo Presiden- Entendendo que o seu direito à ampla defesa não estava
te de cada Tribunal entre aqueles que realizaram sendo observado, Caio intentou demanda para obter a
310
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invalidação judicial do processo administrativo, requeren- c) O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que profe-
do, a título de tutela provisória, a sua suspensão. rir não fica sujeita a recurso ou homologação pelo Poder
Tomando contato com a petição inicial, o juiz reputou pre- Judiciário, podendo, porém, ser objeto de recurso extraor-
sentes os requisitos legais para a concessão da liminar, dinário para controle de ofensa à Constituição.
determinando a suspensão do processo administrativo. d) A conciliação, a mediação e a arbitragem são meios con-
Vindo a tomar conhecimento do fato, Tício, outro ges- sensuais de solução de conflitos passíveis de utilização
tor cuja atuação estava sendo fiscalizada pela Con- tão somente por pessoas físicas e jurídicas de direito pri-
troladoria-Geral da União em processo administrativo vado, inexistindo autorização legal para que a Administra-
distinto, entendendo que o seu direito à ampla defesa ção Direta, Autárquica e Fundacional possa deles se valer.
também havia sido violado, pleiteou o ingresso no polo e) A sentença arbitral detém eficácia de título executivo
ativo no feito em que Caio figurava como demandante, judicial, podendo ser objeto de cumprimento perante o
além da extensão, em seu favor, da tutela provisória juízo arbitral, que possui todos os poderes executivos
originalmente concedida. Observando que o mesmo de um magistrado do Judiciário.
vício no processo administrativo respectivo parecia
configurado, o juiz da causa, após colher a manifesta- 4. (FGV — 2019) Segundo o vigente Código de Proces-
ção de Caio a respeito do tema, admitiu o ingresso de so Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de 30
Tício no feito, estendendo-lhe os efeitos da liminar e (trinta) dias, bem como poderá, nas causas que dis-
determinando a citação da parte ré. pensem a fase instrutória, e independentemente de
citação do réu, julgar liminarmente improcedente o
Pode-se afirmar que essa decisão judicial está: pedido, se verificar, desde logo, a ocorrência de pres-
crição ou decadência.
a) incorreta, por ser incompatível com o princípio do juiz
natural; Trata-se de regras processuais que encerram a aplica-
b) incorreta, por ser incompatível com o princípio da ção do princípio constitucional do(a):
publicidade dos atos processuais;
c) correta, por ser compatível com o princípio da isonomia; a) livre acesso à justiça;
d) correta, por ser compatível com o princípio da inafas- b) juiz natural;
tabilidade do controle jurisdicional; c) isonomia;
e) correta, por ser compatível com o princípio da prima- d) ampla defesa;
zia da solução do mérito. e) duração razoável do processo.

2. (FGV — 2022) Recebendo uma petição inicial, cujo 5. (FGV — 2022) Em ação de divórcio, o Ministério Público
objeto é uma questão exclusivamente de direito, no
qual o tema já está pacificado nos tribunais superiores a) nunca intervirá.
no sentido contrário ao pretendido pela parte autora, o b) somente intervirá se houver interesse de incapazes.
juiz, não obstante ser seu juízo incompetente para a c) sempre intervirá por envolver estado civil das partes.
causa, julgou liminarmente improcedente o pedido. d) sempre intervirá diante da existência de interesse público.

Nesse cenário, o juiz agiu de forma: 6. (FGV — 2022) Percebendo o juiz de uma vara cível, ao
analisar a petição inicial e a resposta do réu em uma
a) correta, em razão do princípio da celeridade processual; ação de reparação de dano moral, que o autor é um
b) incorreta, uma vez que violou o princípio do juiz natural; menor com 12 anos de idade, devidamente represen-
0

c) correta, em respeito ao princípio do devido processo tado por seu genitor, agirá corretamente se:
-1
78

legal;
d) incorreta, em violação ao princípio do contraditório;
.2

a) prolatar sentença terminativa desde logo, por impossi-


73

e) incorreta, em desrespeito ao princípio da ampla defesa. bilidade jurídica do pedido;


.8

b) intimar o Ministério Público para, no prazo de trinta


32

3. (FGV — 2022) No ano de 2021, conforme dados do “Rela- dias, intervir como fiscal da ordem jurídica;
-4

tório Justiça em Números”, do CNJ, o Poder Judiciário c) intimar o autor para corrigir a polaridade ativa, uma
encerrou o ano com 77,3 milhões de processos em trami- vez que o menor não pode ser autor da ação;
u
pr

tação. Entre as soluções apontadas para redução desse d) intimar o autor para incluir também a genitora como
estoque de litigiosidade inclui-se o uso de outros meios sua representante processual;
u
pr

adequados de solução de controvérsias, tais como a con- e) prolatar sentença definitiva desde logo, pelo princípio
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

ciliação, a mediação e a arbitragem. da celeridade processual.

A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 7. (FGV — 2022) Em meio ao transcurso de determinada
ação coletiva visando à reparação de danos ambien-
a) É dever do Estado promover a solução consensual dos tais, autor e réu já apresentaram suas respectivas
conflitos, quer na posição de parte, quer na posição de manifestações tempestivamente no processo. Pouco
Estado-administração. É o que ocorre, a título de exem- antes da suspensão temporária dos prazos, em virtu-
plo, por meio da criação de centros judiciários de solução de do recesso forense, o Ministério Público é intimado
consensual de conflitos no âmbito dos tribunais. para intervir na demanda.
b) A conciliação e a mediação são mecanismos por meio Com o retorno das atividades judiciárias, passados 18
dos quais se busca que as próprias partes em litígio che- (dezoito) dias úteis da ciência da referida intimação, o
guem a solução do conflito, diferenciando-se quanto ao membro do parquet se manifesta devidamente perante os
papel que o conciliador e o mediador possuem, pois esse autos, por meio de parecer favorável à pretensão autoral,
último pode arbitrar uma solução para o caso. em virtude do reconhecimento dos danos deflagrados.
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Nesse cenário, d) será intimado para atuar como litisconsorte ativo;
e) será citado para integrar o feito como curador à lide.
a) a intervenção é tempestiva, considerando o disposto
no Art. 178, I do Código de Processo Civil. 11. (FGV — 2018) Atuando no processo civil, como fiscal
b) a intervenção é intempestiva, tendo em vista que o da ordem jurídica, o Ministério Público:
atual Código de Processo Civil padronizou a contagem
de prazos processuais em 15 dias úteis. a) não poderá opinar, quanto ao mérito da causa, desfa-
c) a intervenção é intempestiva, pois se trata de hipótese voravelmente à parte incapaz;
a qual o Ministério Público não goza de qualquer con- b) não poderá produzir provas, devendo aguardar a inicia-
tagem de prazo dobrado, nos termos do Art. 180, §2º tiva das partes nesse sentido;
do Código de Processo Civil. c) terá legitimidade recursal;
d) a intervenção é tempestiva, considerando que os d) será considerado intimado com a publicação dos pro-
30 dias corridos se opera após o retorno de recesso vimentos jurisdicionais no órgão oficial;
forense do Poder Judiciário, nos termos da Lei Orgâni- e) deverá intervir sempre que a Fazenda Pública seja
ca da Magistratura Nacional. uma das partes.
e) a intervenção é tempestiva, pois em razão de envolver
matéria de Direito Ambiental, há expressiva complexi- 12. (FGV — 2022) Em uma demanda judicial proposta por
dade, apta a permitir a contagem de prazo dobrado, um único autor em face de dois réus, em litisconsórcio
consoante o microssistema de tutela coletiva, na for- passivo comum, apenas um deles ofereceu contesta-
ma do Art. 81 do Código de Defesa do Consumidor. ção, não obstante ter o revel constituído procurador
distinto e de outro escritório de advocacia.
8. (FGV — 2022) Com fundamento na legislação de
regência, o Ministério Público ajuizou demanda com Tratando-se de autos eletrônicos, e sabendo-se que o juí-
vistas à prolação de sentença que declare que o réu é zo julgou procedente o pedido, é correto afirmar que:
o pai de determinada criança.
a) será contado em dobro o prazo para que qualquer um
Ao intentar a referida ação, o órgão ministerial, em dos litisconsortes ofereça o recurso de apelação;
relação ao menor, atua a título de: b) não será admissível a apelação do réu revel, uma vez que
a revelia gerou presunção de certeza do direito do autor;
a) sucessor processual; c) o prazo para o réu contestante oferecer o recurso de
b) substituto processual; apelação não será contado em dobro;
c) representante; d) o prazo para o réu contestante recorrer será contado em
d) amicus curiae; dobro, e para o réu revel será contado de forma simples;
e) assistente litisconsorcial. e) o prazo para o autor recorrer será contado em dobro,
caso entenda existir interesse recursal.
9. (FGV — 2020) A serventia da 1ª Vara Criminal da Comar-
ca Alfa entrou em contato telefônico com a secretaria da 13. (FGV — 2022) Juiz proferiu sentença em que condena-
Promotoria de Justiça com atribuição para atuar junto ao va o réu, assistido pelo órgão da Defensoria Pública, a
referido juízo. Na ocasião, informou que, conforme deter- cumprir determinada obrigação contratual, tendo, ain-
minação do juiz de direito, o promotor de justiça estava da, ordenado a suspensão da exigibilidade do paga-
intimado para apresentar alegações finais no Processo mento dos honorários de sucumbência, em razão da
XX, cujos autos estavam à sua disposição em cartório. A gratuidade de justiça deferida ao demandado.
0

intimação assim realizada mostra-se: A princípio, o ato decisório foi publicado no órgão ofi-
-1
78

cial do dia 14 de março de 2022, embora tenha sido


a) incorreta, pois a intimação deveria ter sido pessoal e promovida a intimação pessoal do defensor público
.2
73

com entrega dos autos; em 16 de maio de 2022.


.8

b) correta, desde que fosse assegurado o acesso amplo


32

e irrestrito aos autos em cartório; Levando-se em conta que o réu interpôs a apelação no
-4

c) correta, pois compete ao juiz de direito definir a forma dia 15 de junho de 2022, deverá a serventia certificar:
de intimação dos sujeitos da relação processual;
u
pr

d) incorreta, pois a intimação telefônica deveria ter sido a) a intempestividade do recurso, cabendo ao juiz, na
realizada diretamente ao promotor de justiça; sequência, deixar de admiti-lo;
u
pr

e) incorreta, pois um servidor do Ministério Público deve- b) a intempestividade do recurso, impondo-se a remes-
ria ter comparecido à serventia para ser intimado e sa dos autos ao órgão ad quem, após a intimação do
retirar os autos. autor para ofertar as contrarrazões;
c) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa
10. (FGV — 2018) João, menor impúbere, representado imediata dos autos ao órgão ad quem, sem a intima-
por sua genitora Maria, propõe ação de alimentos em ção do autor para ofertar contrarrazões;
face de seu pai Francisco. Diante da incapacidade do d) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa
autor, o juiz percebe que a participação do Ministério dos autos ao órgão ad quem, após a eventual apresen-
Público é obrigatória. tação pelo autor das contrarrazões;
e) a falta de preparo do recurso, cabendo ao juiz, na
Nesse sentido, o Ministério Público: sequência, inadmiti-lo.

a) será intimado para, no prazo de 30 dias, intervir como 14. (FGV — 2022) Pretendendo recorrer de uma sentença
fiscal da ordem jurídica; que lhe condenou a pagar uma prestação pecuniária,
b) gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos; o réu, por seus advogados constituídos, apresenta, no
312 c) será intimado para representar os interesses do incapaz; prazo recursal, duas apelações em datas distintas.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim agindo, é correto afirmar que: 18. (FGV — 2022) Maria e Joana, sócias de uma empre-
sa de eventos especializada em casamentos, firmam
a) as duas apelações podem ser reunidas, uma vez que uma parceria com um fornecedor de bolos e doces,
foram apresentadas dentro do prazo legal; com cláusula de exclusividade. Os advogados de
b) a segunda apelação distribuída não deve ser conheci- Maria e Joana decidem incluir na minuta do contra-
da, pela ocorrência de preclusão consumativa; to cláusula de mediação extrajudicial prévia, além de
c) a primeira apelação distribuída não deve ser admitida, cláusula de eleição de foro. Os advogados do fornece-
prevalecendo a posterior, pois ocorreu o efeito substi- dor concordam com as cláusulas e ambas as partes
tutivo do recurso; assinam o instrumento, sem qualquer vício de vontade
d) a segunda apelação distribuída deve ser inadmitida, ou déficit de compreensão do que restou ajustado.
por força da ocorrência de preclusão temporal;
e) o juiz deve intimar o apelante para que informe com Havendo desentendimento entre as partes contratan-
quais das apelações distribuídas pretende prosseguir, tes no curso da contratação, é correto afirmar que:
devendo desentranhar a outra apelação dos autos.
a) o procedimento de mediação extrajudicial não suspen-
15. (FGV — 2022) Feita a citação por meio eletrônico, de o prazo prescricional do direito discutido, devendo a
no endereço previamente indicado pelo citando nos parte que requereu a instauração da mediação ajuizar
cadastros do Poder Judiciário, acompanhada das ação em paralelo, observando o prazo prescricional;
orientações para a realização da confirmação de rece- b) o procedimento de mediação extrajudicial deverá ser
bimento e de código identificador, o prazo de resposta concluído em até sessenta dias, contados da primei-
começa a fluir no: ra sessão, salvo quando as partes, de comum acordo,
requererem sua prorrogação;
a) dia útil seguinte à confirmação do recebimento da c) não havendo previsão contratual completa da cláusula
citação; de mediação, deve ser observado o prazo mínimo de
b) dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz; dez dias úteis e o prazo máximo de três meses, conta-
c) dia útil seguinte à juntada aos autos da confirmação dos a partir do recebimento do convite, para a realiza-
do recebimento da citação; ção da primeira reunião;
d) segundo dia útil seguinte à confirmação do recebi- d) o não comparecimento da parte convidada à primei-
mento da citação; ra reunião de mediação enseja a assunção da inte-
e) quinto dia útil seguinte à confirmação do recebimento gralidade das custas processuais e dos honorários
da citação. sucumbenciais, caso seja vencedora em demanda que
envolva o escopo da mediação;
16. (FGV — 2020) Credor de obrigação contratual propôs e) considera-se instituída a mediação na data de proto-
ação de cobrança em face dos três devedores solidários, colo do pedido da parte interessada perante qualquer
o que deu azo à instauração de processo eletrônico. centro de mediação conveniado.

Validamente citados, os réus constituíram advogados 19. (FGV — 2022) Em um contrato comercial firmado
diferentes, pertencentes a escritórios de advocacia entre as pessoas jurídicas Obras e Reparos Ltda. e
distintos, tendo cada qual, então, ofertado a sua peça Eletro Eletricidade Ltda., restou ajustada a inclusão
contestatória. de cláusula de mediação extrajudicial prévia entre as
empresas, em caso de eventual divergência sobre o
Encerrada a fase instrutória e proferida sentença em cumprimento das obrigações indicadas no instrumen-
0

que se julgava procedente o pleito autoral, o prazo de to. No curso da relação contratual, as partes passaram
-1

a divergir sobre os pagamentos relativos aos serviços


78

que os demandados dispõem para interpor recurso de


apelação é: prestados. Diante disso, a Eletro Eletricidade Ltda. ins-
.2

taurou o procedimento de mediação extrajudicial, em


73

estrito cumprimento ao contrato.


.8

a) simples;
32

b) duplicado;
-4

c) duplicado, desde que a peça recursal seja formalmen- Sobre essa situação, é correto afirmar que:
te una;
u
pr

d) triplicado; a) por se tratar de litígio decorrente de contrato comer-


e) quadruplicado. cial com cláusula de mediação, o mediador extrajudi-
u
pr

cial estará impedido de cobrar por seus serviços antes


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

17. (FGV — 2018) De acordo com o Código de Processo da conclusão do procedimento de mediação;
Civil em vigor, é correto afirmar, no tocante aos prazos b) o convite para o procedimento de mediação extraju-
processuais, que: dicial deve observar as formalidades da câmara de
mediação escolhida e considerar-se-á rejeitado se não
a) devem eles ser contados em dias corridos; for respondido pela Obras e Reparos Ltda. no prazo de
b) o ato processual praticado antes de seu termo inicial quarenta e cinco dias;
deve ser reputado intempestivo; c) o mediador que conduzirá a mediação deve integrar
c) ficam eles suspensos entre os dias 24 de dezembro e conselho, entidade de classe ou associação que tenha
07 de janeiro, inclusive; relação com o objeto do procedimento, além de gozar
d) não havendo regra legal ou prazo fixado pelo juiz, será de da confiança das partes envolvidas na mediação;
cinco dias o prazo para a prática do ato a cargo da parte; d) se o representante legal da Eletro Eletricidade Ltda.
e) salvo disposição em contrário, são eles contados comparecer acompanhado de advogado e o repre-
incluindo-se o dia do começo e o do vencimento. sentante legal da Obras e Reparos Ltda. estiver sem
patrono, o mediador, sem suspender o curso do
313
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
procedimento, oficiará o respectivo tribunal para indi-
11 C
cação de advogado dativo;
e) o não comparecimento do representante legal da 12 C
Obras e Reparos Ltda. à primeira reunião de mediação
acarretará a assunção por parte dessa pessoa jurídi- 13 D
ca de 50% das custas e honorários sucumbenciais,
14 B
caso venha a ser vencedora em ação judicial poste-
rior, que envolva o escopo da mediação para a qual foi 15 E
convidada.
16 A
20. (FGV — 2021) João e Maria, casados sob o regime 17 D
de comunhão parcial de bens e sem filhos, decidem
se divorciar. Porém, o casal firmou pacto pré-nupcial 18 C
em cartório, estabelecendo que, em caso de separa-
ção, não poderiam requerer imediatamente o divórcio, 19 E
devendo aguardar o prazo de seis meses e, não haven- 20 C
do reconciliação, estariam obrigados a se submeter
à mediação extrajudicial antes de requerer medidas
judiciais ou extrajudiciais para concretizar o divórcio.
Nessa hipótese, é correto afirmar que:
ANOTAÇÕES
a) caso Maria concorde em respeitar o prazo pactuado,
mas se recuse a participar da sessão de mediação
com João, a vontade de Maria deve ser respeitada,
pois a autonomia da vontade das partes deve ser afe-
rida no momento da realização do ato, sob pena de
subverter os princípios norteadores da mediação;
b) o acordo firmado entre as partes viola o princípio consti-
tucional de acesso à justiça, o que macula todos os seus
termos, incluindo o prazo e a necessidade de as partes se
submeterem à mediação extrajudicial, pois não se admi-
tem condicionantes para acesso ao Poder Judiciário;
c) João e Maria estão vinculados aos termos do pacto pré
nupcial, sendo obrigados a cumprir o prazo de seis meses
e a comparecer a, ao menos, uma sessão de mediação
extrajudicial como condição para procurarem o Poder
Judiciário ou um cartório para formalizar o divórcio;
d) o acordo não pode ser considerado válido quanto à previsão
de mediação extrajudicial, diante da ausência de previsão
contratual completa em relação aos prazos, local, critérios
de escolha do mediador e penalidade em caso de não com-
0

parecimento da parte à primeira reunião de mediação;


-1

e) caso João opte por não observar os termos do acordo


78

pré nupcial e ingresse com divórcio judicial, o juiz da cau-


.2

sa, ao tomar ciência da existência desse instrumento,


73

deverá julgar desde logo extinto o feito, sem julgamento


.8

de mérito, por falta de interesse de agir do autor.


32
-4

9 GABARITO
u
pr
u

1 A
pr

2 B

3 A

4 E

5 B

6 B

7 A

8 B

9 A

10 A
314
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o
parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora
recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados
DIREITO PENAL ou alterados, a que se referem este artigo e o seu
§ 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração,
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins
CÓDIGO PENAL - DECRETO LEI N° do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 vias, praças ou outros logradouros públicos e em
residências.
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS
PÚBLICOS E DA FALSIDADE DOCUMENTAL - ARTS.
O tipo penal do crime de falsificação de papéis
293 A 301 E §§ 1° E 2°
públicos apresenta três modalidades em que a pena
será mais branda se comparada ao tipo penal prin-
Falsificação de Papéis Públicos
cipal e às formas equiparadas, que têm como pena a
reclusão de dois a oito anos e multa:
Art. 293 Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel
selado ou qualquer papel de emissão legal destina- z Aquele que suprimir, em qualquer dos papéis vis-
do à arrecadação de tributo; tos anteriormente, quando legítimos, com o fim de
II - papel de crédito público que não seja moeda torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
de curso legal; indicativo de sua inutilização, incorrerá na pena
III - vale postal; de reclusão de um a quatro anos e multa;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito z Aquele que usar os papéis, depois de alterados
de caixa econômica ou de outro estabelecimento (após a supressão de carimbo ou sinal indicativo
mantido por entidade de direito público; de inutilização, quando legítimos, com o fim de
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro torná-los utilizáveis), incorrerá na pena de reclu-
documento relativo a arrecadação de rendas são de um a quatro anos e multa;
públicas ou a depósito ou caução por que o z Aquele que usar ou restituir à circulação, embora
poder público seja responsável; recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsifica-
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
dos ou alterados, depois de conhecer a falsidade
transporte administrada pela União, por Estado ou
ou alteração, incorrerá na pena de detenção, de
por Município:
seis meses a dois anos, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

O tipo penal do caput poderá ser praticado com a Qualquer forma de


comércio irregular ou
falsificação de quaisquer um dos documentos vistos
Equipara-se clandestino, inclusive
acima, de duas formas: fabricando-os (neste caso, o
à atividade o exercido em vias,
agente cria um documento) ou alterando-os (o agente
comercial praças ou outros
altera documento já existente).
0

logradouros públicos e
-1

Existem formas equiparadas ao crime de falsifica-


em residências
78

ção de papéis públicos, incorrendo o agente nas mes-


.2

mas penas deste.


73

Sobre o crime de falsificação de papéis públicos, é


.8

Art. 293 [...] importante levar em consideração o seguinte:


32

§ 1º Incorre na mesma pena quem:


-4

I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
falsificados a que se refere este artigo; quer pessoa;
u
pr

II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, z Só admite a modalidade dolosa — não pode ser
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação
u

praticado culposamente;
pr

selo falsificado destinado a controle tributário; z Caso a falsificação seja grosseira, haverá a atipici-
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à dade deste crime;
venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, z Admite a tentativa;
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
z Se o papel for de emissão da União, será processa-
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
do e julgado pela Justiça Federal;
de atividade comercial ou industrial, produto ou
z Será de competência do Juizado Especial Criminal
mercadoria:
DIREITO PENAL

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a Federal nas hipóteses de crime privilegiado, defi-
controle tributário, falsificado; nido no § 4º, art. 293, do CP.
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
tributária determina a obrigatoriedade de sua Petrechos de Falsificação
aplicação.
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quan- Art. 294 Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
do legítimos, com o fim de torná-los novamente guardar objeto especialmente destinado à falsifi-
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua cação de qualquer dos papéis referidos no artigo
inutilização: anterior:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 315
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Sobre o crime de petrechos de falsificação, é impor-
tante que você saiba, para a sua prova, as seguintes FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO
informações: Falsificar (fabricando ou alterando)

z É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado Selo público destinado Selo ou sinal atribuído por
mediante a execução de qualquer um dos verbos a autenticar atos ofi- lei a entidade de direito
previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, forne- ciais da União, de Esta- público, ou a autoridade, ou
cer, possuir ou guardar; do ou de Município sinal público de tabelião
z É crime comum, que poderá ser praticado por
qualquer agente; Sobre este crime, é importante que você leve em
z Entretanto, caso o crime seja praticado por fun- consideração as seguintes disposições:
cionário público, prevalecendo-se este do cargo, a
pena será aumentada da sexta parte (1/6). z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
quer pessoa;
Art. 295 Se o agente é funcionário público, e come- z Caso o crime seja praticado por funcionário públi-
te o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a co, prevalecendo-se do cargo, a pena será aumen-
pena de sexta parte. tada da sexta parte (aumento de 1/6);
z Só pode ser praticado dolosamente;
A pena do crime de petrechos de falsificação será z Admite a modalidade tentada, já que se trata de
aumentada de 1/6 (um sexto) se o agente é funcionário crime plurissubsistente, quando o delito, para ser
público e comete o crime prevalecendo-se do cargo. praticado, necessita de vários atos para atingir o
resultado;
z Assim como o crime de petrecho para falsificação z A falsificação pode dar-se de 2 (duas formas): com
de moeda, o objeto deve ser destinado especial- a fabricação (o agente cria o selo ou sinal) ou com
mente para falsificar os papéis previstos no art. a alteração (o agente modifica o selo ou sinal).
293; caso o objeto tenha outras finalidades (tem
outras utilidades e também serve para falsificar Trata-se de crime de forma livre, que pode ser pra-
papéis), não há que se falar na prática deste tipo ticado de qualquer modo pelo agente.
penal;
z Só poderá ser praticado dolosamente; Falsificação de Documento Público
z Admite a modalidade tentada;
z No verbo guardar, trata-se de crime permanente, Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, docu-
protraindo-se a conduta no tempo. mento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
FALSIDADE DOCUMENTAL Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o
De acordo com o art. 232, do CPP, documentos são crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos de sexta parte.
ou particulares. § 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a docu-
O CPP estabelece requisitos para que um papel mento público o emanado de entidade paraestatal,
seja considerado documento: forma escrita, autor o título ao portador ou transmissível por endosso,
certo, possuir conteúdo de relevância jurídica e valor as ações de sociedade comercial, os livros mercan-
tis e o testamento particular.
0

probatório.
-1

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz


Vejamos os crimes deste capítulo:
78

inserir:
.2

I - na folha de pagamento ou em documento de


73

Falsificação do Selo ou Sinal Público informações que seja destinado a fazer prova
.8

perante a previdência social, pessoa que não pos-


32

Art. 296 Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: sua a qualidade de segurado obrigatório;


I - selo público destinado a autenticar atos oficiais
-4

II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do


da União, de Estado ou de Município; empregado ou em documento que deva produzir
u

II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de


pr

efeito perante a previdência social, declaração falsa


direito público, ou a autoridade, ou sinal público de ou diversa da que deveria ter sido escrita;
u

tabelião:
pr

III - em documento contábil ou em qualquer outro


Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. documento relacionado com as obrigações da
§ 1º Incorre nas mesmas penas: empresa perante a previdência social, declaração
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; falsa ou diversa da que deveria ter constado.
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em pro- documentos mencionados no § 3º, nome do segu-
veito próprio ou alheio. rado e seus dados pessoais, a remuneração, a
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de vigência do contrato de trabalho ou de prestação
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros sím- de serviços.
bolos utilizados ou identificadores de órgãos
ou entidades da Administração Pública. A sua conduta típica é: falsificar, no todo ou em
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete
parte, documento público, ou alterar documento
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a
público verdadeiro.
pena de sexta parte.
O crime pode ser praticado das seguintes formas:

316
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Falsificar, total
Alterar documento
ou parcialmente,
público verdadeiro
documento público

Aqui, o agente cria Aqui, o agente


um documento modifica o
público que não documento público
existia que já existia

Trata-se de falsidade material, na qual o agente cria um documento público falso ou modifica o documento
público verdadeiro, tornando-se falsos em seu aspecto material, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não.
São condutas equiparadas ao crime de falsificação de documento público, incorrendo nas mesmas penas o
agente que insere ou faz inserir, as que estão descritas nos incisos do § 3º, do art. 297, do CP.

Importante!
Cleber Masson (2018) destaca que se a falsidade lançada na Carteira de Trabalho e Previdência Social rela-
cionar-se com os direitos trabalhistas do empregado, incidirá o crime definido no art. 49, do Decreto-lei 5.452,
de 1943. Por seu turno, se a falsidade atingir a Previdência Social, estará caracterizado o crime tipificado no
inciso II, § 3º, art. 297, do CP.

É de suma importância você saber que não se pode confundir a falsidade material com a falsidade ideológica.

FALSIDADE MATERIAL FALSIDADE IDEOLÓGICA


O agente cria um documento falso ou modifica um docu- O agente falsifica a declaração que deveria constar no do-
mento verdadeiro cumento público ou privado, que é verdadeiro
O documento é materialmente falso O documento é materialmente verdadeiro, com o conteúdo
Altera-se o aspecto formal do documento, podendo o con- falso
teúdo ser verdadeiro ou não Altera-se o conteúdo do documento, mas o aspecto formal
Crimes: falsificação de documento público ou particular continua intacto
Por exemplo, criar uma certidão de nascimento Crime: falsidade ideológica
Por exemplo, alterar data de nascimento em certidão de
nascimento

Sobre o crime de falsificação de documento público, é importante que você leve em consideração as seguintes
informações:

z O crime é comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa;


0

z Na hipótese de o agente ser funcionário público e, ainda, se prevaleça do cargo para praticar o delito, a pena
-1

será aumentada em um sexto;


78

z O delito é doloso, não exige fim especial;


.2

z Não admite a modalidade culposa;


73

z Admite a tentativa;
.8

z O objeto material do crime é o documento público.


32
-4

É muito importante que você saiba o que é documento público, para fins de configuração deste crime, já que
u

existe, também, o crime de falsificação de documento particular, já que eles são apenados de formas diferentes,
pr

sendo aquele mais grave do que este.


u

Para fins de concurso público, pode-se conceituar documento público como aquele emitido por funcionário
pr

público, no exercício de suas funções, a serviço da União, estados-membros, Distrito Federal ou municípios (emi-
tido por órgãos ou entidades públicas).
Porém, o Código Penal equipara alguns outros documentos, embora emitidos por particulares, a documento público.

z Falsificação total: criação de todo o material escrito que representa o documento;


z Falsificação parcial: há uma criação de uma parte falsa do documento público verdadeiro, a qual pode dele
DIREITO PENAL

ser individualizada;
z Alteração de documento público: inserir ou suprimir falsamente informações escritas no próprio corpo do
documento verdadeiro, após a sua criação.

ALTERAÇÃO FALSIFICAÇÃO PARCIAL

A falsidade diz respeito às informações falsamente inse- Parte do documento, que dele pode ser individualizada, é
ridas ou retiradas do papel, o que ocorre posteriormente à criada falsamente
criação do documento
317
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O título ao portador é documento de crédito que z Aplica-se a Súmula n° 17, do STJ: Quando o falso
não informa o seu beneficiário, a exemplo do cheque se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
no valor de até R$ 100,00 (cem reais). O endosso é uma lesiva, é por este absorvido;
forma de transferir a propriedade de um título (do z Na hipótese de a falsificação ser grosseira, não irá
endossante para o endossatário), como os cheques em se configurar este crime, mas poderá se configurar
geral e as notas promissórias, que constituem exem- outro tipo penal.
plos de títulos transmissíveis por endosso.
Para fins de aplicação deste crime, equipara-se a
Falsificação de Documento Público X Estelionato documento particular o cartão de crédito ou de débito.

Súmula n° 17 (STJ) Quando o falso se exaure no Falsificação de Cartão


estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por
este absorvido. Art. 298 [...]
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
Esta súmula se refere à aplicação do princípio da equipara-se a documento particular o cartão de
crédito ou débito.
consunção ou absorção. Quando o crime de falsifica-
ção de documento público for meio para praticar o
Falsidade Ideológica
crime de estelionato, será por este absorvido.
Por exemplo, agente que, para obter ilícita van-
Art. 299 Omitir, em documento público ou par-
tagem em prejuízo de terceiro, altera sua carteira de ticular, declaração que dele devia constar, ou
identidade verdadeira, responderá apenas pelo crime nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
de estelionato caso a potencialidade lesiva da falsifica- ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
ção fique exaurida com a prática do estelionato. prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
Caso a falsificação ou alteração sejam grosseiras, a verdade sobre fato juridicamente relevante:
haverá atipicidade deste crime, podendo configurar Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
outra infração penal. documento é público, e reclusão de um a três anos,
e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de
Falsificação de Documento Particular réis, se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente é funcionário públi-
co, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou
Art. 298 Falsificar, no todo ou em parte, docu- se a falsificação ou alteração é de assentamento de
mento particular ou alterar documento particular registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
A FALSIDADE IDEOLÓGICA CONFIGURA-SE DAS
SEGUINTES FORMAS:
O crime de falsificação de documento particular
é praticado quando o agente age de acordo com o Omitir, em documento Inserir ou fazer inserir, em do-
núcleo do tipo, ou seja, falsifica, no todo ou em parte, público ou particular, cumento público ou particular,
documento particular ou altera (segundo núcleo do declaração que dele declaração falsa ou diversa
tipo) documento particular verdadeiro. devia constar da que devia constar
A conduta é muito semelhante ao crime de falsifi-
cação de documento público, sendo diferente no que A falsidade ideológica pode ser praticada tanto em
se refere ao objeto material do crime. Estes crimes documento público quanto em documento particular,
0

também se diferenciam em relação à pena cominada. tendo, como distinção, tão somente a pena, vejamos:
-1
78
.2

Falsificação de documento Falsificação de documento z Documento público: reclusão, de um a cinco anos,


público particular
73

e multa;
.8

Objeto Material: documento Objeto material: documento z Documento particular: reclusão, de um a três
32

público particular anos, e multa.


-4

Pena: Reclusão, de dois a seis Pena: Reclusão, de um a cinco


Em relação ao crime de falsidade ideológica, é
u

anos, e multa anos, e multa


pr

importante que você leve em consideração as seguin-


u

tes informações:
pr

Já estudamos o documento público e agora esta-


mos compreendendo o particular. Mas, o que é docu-
z Não admite a modalidade culposa — só pode ser
mento particular?
praticado dolosamente;
Documento particular é aquele que não é docu-
mento público, nem equiparado a documento públi- z Exige-se dolo específico (especial fim de agir): fim
co, por exemplo, cartão de identificação de veículo de de prejudicar direito, criar, obrigação ou alterar a
moradores de condomínio residencial. verdade sobre fato juridicamente relevante;
Neste delito, a falsidade também pode ser mate- z É crime comum;
rial, alterando-se a forma estrutural do documento, z Caso a conduta seja praticada sem uma das finali-
podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não. dades específicas (dolo específico) vistas acima, o
É importante destacar sobre o crime de falsifica- crime não irá se configurar;
ção de documento particular o seguinte: z Admite a modalidade tentada nas condutas comis-
sivas, mas não admite, segundo posicionamen-
z É crime comum; to doutrinário majoritário, na conduta omissiva
z Admite a tentativa; (omitir);
z É delito doloso, sem a necessidade de exigir espe- z Neste crime, a forma do documento segue intac-
318 cial fim; ta; o que se falsifica é o conteúdo das informações
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contidas no documento público ou particular (com ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
a omissão de declaração ou com a declaração vantagem:
falsa). Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Causas de aumento de pena (aumento da sexta Conduta típica: atestar ou certificar falsamente,
parte — 1/6): em razão de função pública, fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
z Se o agente é funcionário público, e comete o cri- ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
me prevalecendo-se do cargo. Não basta que seja vantagem.
praticado por funcionário público, para se aplicar Sobre este crime, é importante levar em conside-
a causa de aumento da pena, mas, também, que ele ração o seguinte:
se prevaleça do cargo para praticar o crime;
z Se a falsificação ou alteração é de assentamento de z Trata-se de crime próprio, que só pode ser prati-
registro civil. cado por funcionário público, em razão da função
pública;
Falso Reconhecimento de Firma ou Letra z Admite o concurso de pessoas com particulares,
desde que estes conheçam sobre a situação de fun-
Art. 300 Reconhecer, como verdadeira, no exer- cionário público;
cício de função pública, firma ou letra que o não z Não admite a modalidade culposa;
seja: z Admite a forma tentada;
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o z É crime de ação múltipla, que pode se configurar
documento é público; e de um a três anos, e multa, com a prática de quaisquer um dos verbos previs-
se o documento é particular. tos no tipo penal: atestar ou certificar;
z Para a configuração deste crime, exige-se que a
Este crime se configura com a prática da seguinte certificação ou o atestado se deem para as finali-
conduta típica: reconhecer, como verdadeira, no exer- dades previstas no tipo penal: habilitar alguém a
cício de função pública, firma ou letra que o não seja. obter cargo público; isentar de ônus ou de serviço
Entenda da seguinte forma: de caráter público, ou qualquer outra vantagem;
z Caso o crime tenha como finalidade a obtenção de
z Firma: assinatura; lucro (finalidade específica), será aplicada, além
z Letra: manuscrito daquele que assina. da pena privativa de liberdade, a pena de multa.

A pena do crime será distinta conforme a natureza Falsidade Material de Atestado ou Certidão
do documento:
Art. 301 [...]
z Se documento público: reclusão de um a cinco § 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
anos, e multa; certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atesta-
z Se documento privado: reclusão de um a três do verdadeiro, para prova de fato ou circunstância
anos, e multa. que habilite alguém a obter cargo público, isenção
de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
Sobre o crime de falso reconhecimento de firma ou quer outra vantagem:
letra, você deve ficar atento ao seguinte: Pena - detenção, de três meses a dois anos.
0

§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, apli-


-1

ca-se, além da pena privativa de liberdade, a de


78

z É crime próprio, que só poderá ser praticado pelo


multa.
.2

funcionário público que possui como atribuição


73

reconhecer firma ou letra (ex.: tabeliães);


Ainda no § 1º, art. 301, do CP, temos um outro tipo
.8

z Admite a participação de particular, desde que


32

conheça a condição de funcionário público do penal: Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso.


Sobre este crime, é importante levar em conside-
-4

agente;
z Só poderá ser praticado dolosamente; ração o seguinte:
u
pr

z Não exige fim especial de agir (dolo específico);


z É crime comum, que poderá ser praticado por
u

z Segundo posicionamento que prevalece, trata-se


pr

de crime plurissubsistente, que admite, portanto, qualquer pessoa;


a tentativa;
z A ação penal será pública incondicionada; „ O crime previsto no caput deste artigo é crime
z Para diferenciar o crime de falso conhecimento de próprio (só pode ser praticado por funcionário
firma ou letra, do crime de falsa perícia, devemos público autorizado a emitir atestados ou certi-
nos atentar ao contexto em que o agente está inse- dões), ao passo em que o crime do § 1º é crime
DIREITO PENAL

rido. No primeiro crime, o agente possui atribui- comum.


ção para reconhecer firma ou letra, já no segundo,
o agente é o perito que falseia a perícia e pode z Só pode ser praticado dolosamente — não admite
envolver a análise de letra (exame grafotécnico). a forma culposa;

Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso „ É crime não transeunte (deixa vestígios mate-
riais), ou seja, é necessária a comprovação da
Art. 301 Atestar ou certificar falsamente, em razão materialidade do delito por meio de perícia;
de função pública, fato ou circunstância que habi-
lite alguém a obter cargo público, isenção de ônus z Admite a modalidade tentada; 319
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z É crime de ação múltipla, que pode ser praticado I - concurso público;
mediante a execução de quaisquer uma das seguin- II - avaliação ou exame públicos;
tes condutas: III - processo seletivo para ingresso no ensino supe-
rior; ou
„ Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão; IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
„ Alterar o teor de certidão ou atestado verdadeiro. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações mencionadas no caput.
Importante! § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à adminis-
Caso o crime tenha como finalidade a obtenção tração pública:
de lucro (finalidade específica), será aplicada, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
também, a pena de multa. § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
cometido por funcionário público.

SUPRESSÃO DE DOCUMENTO – ART. 305 Este tipo penal foi editado para proteger a lisura
dos certames de interesse público.
Art. 305 Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício Este crime tem como figura típica a prática da
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, docu- seguinte conduta: utilizar ou divulgar, indevidamen-
mento público ou particular verdadeiro, de que não te, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
podia dispor: comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o sigiloso de:
documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular. z Concurso público (segundo Sanches, instrumento
de acesso a cargos e empregos públicos);
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser z Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches,
praticado com a execução das seguintes condutas: abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos);
z Processo seletivo para ingresso no ensino superior
z Destruir, Suprimir e Ocultar: documento público (conforme Sanches, engloba vestibulares e outras
ou particular verdadeiro, de que não podia dispor,
formas de avaliação para ingresso no ensino supe-
em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuí-
rior, a exemplo do ENEM);
zo alheio.
z Exame ou processo seletivo previstos em lei (con-
forme ensina Rogério Sanches, a exemplo do exa-
A pena do crime será diferente, a depender da natu-
me da OAB).
reza do documento destruído, suprimido ou ocultado.

z Documento público: reclusão, de dois a seis FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO


anos, e multa;
z Documento particular: reclusão, de um a cinco Conduta: utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
anos, e multa. fim de beneficiar a si ou a outrem, ou comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
Em relação aos tipos penais que apresentam penas
como visto acima, você deve ter um cuidado redobra- Processo Exame ou
0

do ao analisar o tipo penal e possíveis questões de pro- Concurso Avaliação ou seletivo para processo
-1

va sobre o tema. público exame públicos ingresso no seletivo previsto


78

Sobre este crime, faz-se necessário ficar atento às ensino superior em lei
.2

seguintes informações:
73
.8

O crime de fraude em certames de interesse pública


z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
32

apresenta uma forma equiparada, uma forma qualifica-


quer agente;
-4

z Não admite a modalidade culposa; da e uma forma majorada (com aumento de pena):
u

z É necessário que o agente pratique as condutas des-


pr

critas no tipo penal em benefício próprio ou alheio z Forma equiparada: incorre nas mesmas penas o
u

ou em prejuízo alheio (finalidade específica); agente que permite ou facilita, por qualquer meio,
pr

z Exige-se, para configuração deste tipo penal, que o o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
agente não possa dispor do documento público ou ções sigilosas relacionadas a concurso público;
particular; avaliação ou exame públicos; processo seletivo
z Admite a tentativa. para ingresso no ensino superior; ou exame ou
processo seletivo previstos em lei;
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE z Forma qualificada: se da ação ou omissão resultar
PÚBLICO E DOS CRIMES PRATICADOS dano à administração pública;
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A z Forma majorada: a pena será aumentada de 1/3 (um
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – ARTS. 311-A AO 317 terço) se o fato é cometido por funcionário público.
E §§ 1° E 2°
Sobre este crime, é importante ficar atento às
Fraudes em Certames de Interesse Público seguintes informações:

Art. 311-A Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o z Este crime se aplica a certames de interesse públi-
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer co de maneira geral, e não apenas a concursos
320 a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: públicos em sentido estrito;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É crime comum, que pode ser praticado por qual- É muito importante que você fique atento, em rela-
quer pessoa. ção ao peculato-apropriação, ao seguinte:

É comum acharem que se trata de crime próprio, z Para que se configure, é necessário que o agente
que só pode ser praticado por funcionário público. tenha a posse do bem em razão do seu cargo;
Contudo, não é crime próprio. Na verdade, para este z O bem pode ser público ou particular (imagine um
crime, a condição de funcionário público não é ele- objeto particular — notebook — apreendido em
mentar, constituindo, contudo, causa de aumento de uma delegacia de polícia);
pena de 1/3 (um terço). z O sujeito passivo é a Administração Pública; con-
Vejamos os pontos importantes deste crime: tudo, no caso de bem particular, o dono do bem
também será sujeito passivo do delito.
z Não admite a modalidade culposa — só pode ser
praticado dolosamente; O peculato-desvio ocorrerá quando o funcioná-
z Exige fim especial de agir (dolo específico): fim de rio público desviar, em proveito próprio ou alheio,
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, públi-
credibilidade do certame; co ou particular. O funcionário público dá destinação
z Trata-se de crime formal, que se consuma com a diversa ao bem que está sob sua responsabilidade;
mera divulgação ou utilização das informações esse desvio será necessariamente em proveito próprio
sigilosas, ainda que o agente não consiga benefi- ou alheio.
ciar a si ou a terceiro ou não consiga comprometer Segundo posicionamento majoritário (apesar de
a credibilidade do certame público; algumas posições jurisprudenciais em sentido con-
z Admite a forma tentada; trário), para que se configure o peculato-desvio, é
z Caso o agente promova a utilização ou divulgação necessário que o bem seja desviado para integrar o
das informações sigilosas devidamente (com justa patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
causa), não há que se falar na prática deste crime. ceiros, não se configurando o tipo penal caso ocorra
mero desvio de finalidade.
Dos Crimes praticados por Funcionário Público Uma parte minoritária da doutrina defende que,
contra a Administração em Geral: Peculato para que se configure o peculato-desvio, não é neces-
sária a intenção de assenhoramento (apoderar-se) por
Art. 312 Apropriar-se o funcionário público de parte do funcionário público, podendo se configurar
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, com o mero uso irregular da coisa pública, em provei-
público ou particular, de que tem a posse em to próprio ou alheio.
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito pró- Com base no que foi exposto acima, é importante
prio ou alheio: mencionar que o peculato de uso, em regra, é conside-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. rado figura atípica.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi- Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de coi-
co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor sa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao patri-
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja mônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen- restituição a quem de direito, é atípico.
do-se de facilidade que lhe proporciona a qua- É necessário sabermos o que significa infungível.
lidade de funcionário. O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os
0

móveis que podem substituir-se por outros da mes-


-1

O crime de peculato, previsto no art. 312, do CP, é ma espécie, qualidade e quantidade.


78

dividido doutrinariamente da seguinte forma: O Código Civil não define os bens infungíveis,
.2

mas podemos compreender que são os bens que não


73

z Peculato próprio: podem ser substituídos por outros da mesma espécie,


.8

quantidade e qualidade.
32

„ Peculato-apropriação; É importante mencionar que é necessário, para


-4

„ Peculato-desvio. que não seja típica a conduta do peculato de uso, que


u

o bem seja infungível e não consumível, a exemplo de


pr

z Peculato impróprio: um carro oficial ou de um computador.


u

Caso o bem seja fungível e consumível, a exemplo


pr

„ Peculato-furto. do dinheiro, a conduta será típica.


Se a conduta relacionada ao peculato de uso for
z Peculato culposo; praticada por Prefeito, o fato será típico, independen-
z Peculato mediante erro de outrem (peculato temente da natureza do bem, por expressa previsão
estelionato). legal no inciso II, art. 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 1967.
O administrador que desconta valores da folha de
DIREITO PENAL

O peculato-apropriação configurar-se-á quando pagamento dos servidores públicos para quitação de


o funcionário público se apropriar de dinheiro, valor empréstimo consignado e não os repassa à instituição
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, financeira pratica peculato-desvio, sendo desnecessá-
de que tem a posse em razão do cargo; por exemplo, ria a demonstração de obtenção de proveito próprio
vereador que se apropria de bens (aparelho de celu- ou alheio, bastando a mera vontade de realizar o
lar, notebook) do qual tem posse em razão do cargo núcleo do tipo.1 Deste modo, podemos constatar que
(eletivo) que ocupa. basta a destinação diversa daquela que deveria ter o
1 APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, por maioria, julgado em 06/11/2019,
DJe 04/02/2020. 321
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bem para que se consume o crime de peculato-desvio. O peculato culposo, previsto no § 2º, art. 312, con-
A obtenção de vantagem indevida é mero exaurimen- figura-se quando o funcionário público concorre cul-
to do crime. Trata-se de crime formal. posamente para o crime de outrem.
O peculato-furto configurar-se-á quando o funcio- Dos crimes praticados por funcionário público
nário público, embora não tendo a posse do dinheiro, contra a administração em geral, o peculato é o úni-
valor ou bem, subtrai-lo ou, concorre para que ele seja co que prevê expressamente a possibilidade de ser
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de cometido na modalidade culposa.
facilidade proporcionada pela qualidade de funcionário. No peculato culposo, o funcionário público não
O peculato-furto pode ser praticado de duas formas: tem intenção em praticar o crime, contudo, por culpa,
acaba concorrendo para a subtração da coisa.
z Subtraindo o dinheiro, valor ou bem; Neste sentido, Damásio ensina que no peculato
z Concorrendo para que seja subtraído o dinheiro, culposo podem ocorrer as seguintes situações:
valor ou bem.
z Um funcionário, por culpa, concorre para que
É importante mencionar que: outro funcionário cometa peculato (caput ou § 1º);
z Um funcionário, por culpa, concorre para que
z Para que se configure este crime, é necessário que outro funcionário ou um particular cometam o
o funcionário público não tenha a posse da coisa; fato;
z O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de o bem z Um funcionário, por culpa, concorre para que um
ser arrebatado pelo próprio funcionário público; particular cometa o fato (furto etc.).
z O segundo é o verbo “concorrer”, que significa indu-
zir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a realizar a Vejamos: José, agente de polícia legislativa, esque-
subtração (por exemplo, o funcionário público distrai ce, por omissão, já que queria assistir a um jogo de
os demais para que o seu amigo, que é ladrão, ingres- futebol, de trancar uma porta da Câmara Legislativa
do Distrito Federal, ao qual somente ele tem acesso.
se na repartição para surrupiar os bens);
No ambiente em que a porta se encontra, há vários
z Para que se configure o peculato-furto, é necessá-
objetos de valor considerável para o Poder Legislativo
rio que o ato seja doloso;
distrital. Simba, também policial legislativo, aprovei-
z A qualidade de funcionário público deve acarretar
tando-se do fato de a porta estar aberta, ingressa no
alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso
local e subtrai uma câmera fotográfica.
não haja facilidade, o agente responderá por furto
Neste exemplo, José poderá ser responsabiliza-
normalmente.
do criminalmente pelo crime de peculato culposo, já
que concorreu culposamente para o crime de outrem
Vamos trazer dois exemplos: (peculato-furto de Simba). O agente foi omisso ao dei-
Exemplo 1: Carlos é funcionário público. Certo dia, xar de trancar a porta, fator que contribuiu para a
na hora de sair, valendo-se do fato de estar sozinho na prática da subtração.
repartição, Carlos subtrai um notebook do órgão público.
Está certamente configurado o crime de peculato-furto, Art. 312 […]
já que a condição de funcionário público de Carlos foi § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do
uma facilidade para que ele subtraísse o bem. dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
Exemplo 2: Michele é funcionária pública de Tribu- punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
nal Federal. Certo dia, ao passar em frente a uma escola pena imposta.
0

que se encontra próxima a sua casa, Michele percebe que


-1
78

o vigilante esqueceu a porta dos fundos aberta, estando Sobre o peculato culposo, é importante saber que o
próximo um aparelho celular da escola. Michele entra § 3º, do art. 312, do CP, dispõe que:
.2
73

pela porta e subtrai o aparelho. Não há que se falar em


.8

peculato-furto, já que a qualidade de funcionária pública z Se a reparação do dano resultante do peculato cul-
32

de Michele em nada contribuiu para a prática da sub- poso ocorrer antes de a sentença transitar em jul-
-4

tração, podendo qualquer pessoa, na mesma situação, gado, extingue a punibilidade;


praticar a conduta delituosa apresentada pelo exemplo. z Se a reparação do dano resultante do peculato cul-
u
pr

Michele responderá pelo crime de furto. poso ocorrer após a sentença transitar em julgado,
Observe que: a pena será reduzida da metade.
u
pr

z Admite a modalidade tentada, já que se trata de Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti-
crime plurissubsistente (atos múltiplos, ou seja, o lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
autor entra no local, o autor subtrai a coisa); Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
z O bem subtraído pode ser público ou particular;
z O sujeito passivo é a administração pública. Caso O peculato mediante erro de outrem está previs-
o bem seja particular, também será sujeito passivo to no art. 313, do CP, configurando-se quando o funcio-
da infração penal o dono do bem; nário público se apropriar de dinheiro ou qualquer
z É crime material. utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem.
Peculato Culposo Parte da doutrina chama esta modalidade de
peculato-estelionato.
Art. 312 […] Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente de outrem, toma posse de um bem móvel, em razão
para o crime de outrem: da função, apropriando-se do mesmo. O terceiro
322 Pena - detenção, de três meses a um ano. que induz o funcionário a apropriar-se do bem que
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recebeu por erro será partícipe deste delito de pecu- Condutas:
lato mediante erro.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente, z Inserir dados falsos;
isto é, posterior ao recebimento da coisa. z Facilitar a inserção de dados falsos;
Em um primeiro momento, o funcionário público z Alterar dados corretos;
toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro z Excluir indevidamente dados corretos.
alheio, mas, posteriormente, após detectar o erro,
apropria-se da coisa. É necessário, para a tipificação do delito, que as
É importante levar em consideração as seguintes condutas acima sejam realizadas em sistema informa-
características do crime de peculato mediante erro de
tizado (computador) ou bancos de dados (fichários,
outrem:
livros ou outro meio físico) da Administração Pública.
Objeto material:
z É crime material, que se consuma quando o agen-
te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti-
lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder z Sistemas informatizados ou bancos de dados da
por erro de outra pessoa, passando a agir como se Administração Pública
dono fosse;
z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali- Finalidade (dolo específico):
dade tentada;
z O funcionário público deve receber a coisa em z Obter vantagem indevida para si ou para outrem;
razão do cargo que exerce; z Causar dano.
z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso
o bem seja particular, também será sujeito passivo O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico,
o dono do bem; que consiste no fim de obter vantagem indevida para
z Parte da doutrina entende que se a pessoa for si ou para outrem ou causar dano à Administração
induzida a erro, configurar-se-á o crime de estelio- Pública ou a uma terceira pessoa.
nato, previsto no art. 171, do CP, sendo necessário, Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar
para caracterização do crime de peculato median- dano, haverá o crime do art. 313-B, do CP.
te erro de outrem, que a vítima entregue a coisa O crime consuma-se com a conduta, independen-
por erro próprio. temente do resultado. Trata-se de crime formal, que
se caracteriza ainda que a vantagem ou o dano alme-
Inserção de Dados Falsos em Sistemas de jado não se verifique.
Informação Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser
surpreendido antes de ultimar a conduta, por exem-
O crime de inserção de dados falsos em sistemas plo, agente é flagrado quando iniciava a supressão dos
de informação está previsto no art. 313-A, do CP:
dados corretos.
Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir Modificação ou Alteração Não Autorizada de
indevidamente dados corretos nos sistemas infor- Sistemas de Informação
matizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para O crime de modificação ou alteração não autori-
si ou para outrem ou para causar dano: zada de sistemas de informação está previsto no art.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
0

313-B, do Código Penal.


-1

multa.
78

Art. 313-B Modificar ou alterar, o funcionário,


.2

Dica sistema de informações ou programa de infor-


73

mática sem autorização ou solicitação de autori-


.8

“Inserção de dados falsos em sistemas de dade competente:


32

informação” é também chamado de peculato Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
-4

eletrônico. e multa.
u

Parágrafo único. As penas são aumentadas de


pr

Sujeito ativo é apenas o funcionário público auto- um terço até a metade se da modificação ou altera-
u

rizado a inserir ou excluir dados do sistema. Outros ção resulta dano para a Administração Públi-
pr

funcionários que não dispõem desta competência res- ca ou para o administrado.


pondem pelo crime do art. 313-B, do CP. Trata-se de
crime próprio. Trata-se de crime próprio, sendo praticado somen-
A fraude no sistema informatizado ou em bancos te por funcionário público, qualquer que seja a sua
de dados pelo funcionário competente, para obter função, estando autorizado ou não a manipular sis-
vantagem para si ou para outrem, caracteriza o delito temas de informações ou programas de informática.
DIREITO PENAL

em análise, sendo que o estelionato, por ser um crime A consumação deste crime se dá com a modifica-
menos grave, é absorvido. ção ou alteração não autorizada do sistema. Não é
Para que este crime se configure, é necessário que necessário um especial fim de agir.
as condutas descritas no tipo penal sejam praticadas Caso o funcionário público seja autorizado ou pra-
por funcionário público autorizado a operar os siste- tique a conduta por solicitação da autoridade compe-
mas informatizados ou bancos de dados da Adminis- tente, o fato será atípico.
tração Pública. A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um
Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal terço) até metade caso da modificação ou alteração
descreve vários verbos que podem ser praticados resulte dano para a Administração Pública ou para o
para a sua configuração. administrado. 323
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fique atento às diferenças entre os tipos penais Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res-
do crime de inserção de dados falsos em sistemas de pondendo este pelo crime previsto em lei específica, o
informação e do crime de modificação ou alteração Decreto nº 201, de 1967.
não autorizada de sistemas de informação: Exige que o emprego irregular aconteça em bene-
fício da própria Administração Pública, contrariando
MODIFICAÇÃO OU AL- a legislação, não podendo o agente desviar as verbas
INSERÇÃO DE DADOS ou rendas em benefício próprio, sob pena de respon-
TERAÇÃO NÃO AUTO-
FALSOS EM SISTEMAS der por outro crime.
RIZADA DE SISTEMAS
DE INFORMAÇÃO Vamos exemplificar: a Câmara Legislativa do
DE INFORMAÇÃO
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de
Verbos: Inserir, facilitar a Verbos: modificar ou alterar reais para construção de uma passarela. A autoridade
inserção, alterar, excluir Se praticado por funcio- pública competente utiliza a verba mencionada para
indevidamente nário autorizado, será fato a construção de uma escola.
Deve ser praticado por atípico Pronto, configurou-se o crime de emprego irregular
funcionário autorizado Não exige dolo específico de verbas ou rendas públicas. O agente deu às verbas
Exige dolo específico de públicas destinação diversa daquela estabelecida em lei.
obter vantagem indevida Observe que a destinação da verba ocorreu no inte-
ou de causar dano resse da administração, já que, caso se dê em benefí-
cio próprio, o agente responderá por outro crime.
É importante mencionar a aplicação da excludente
Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou
de ilicitude do estado de necessidade: caso o empre-
Documento
go se dê devido a uma situação de perigo iminente
(utilizou-se verba pública destinada ao esporte para
Está previsto no art. 314, do Código Penal. se construir um abrigo durante perigo de chuvas que
desabrigaram grande parte da população), o fato será
Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer docu-
típico, mas não será antijurídico.
mento, de que tem a guarda em razão do cargo;
Sobre o emprego irregular de verbas ou rendas
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
públicas, é importante mencionar:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
constitui crime mais grave.
z Este crime será praticado pelo funcionário público
Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren-
desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar das públicas, podendo delas dispor;
(tornar imprestável). z Não exige nenhum fim específico;
Sobre este crime, é importante que você saiba: z Não admite a modalidade culposa;
z Admite a tentativa;
z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvi- z Não exige a ocorrência de dano pela Administra-
do quando o fato constitui crime mais grave), res- ção Pública para a sua configuração.
pondendo por ele, o funcionário público, apenas se
não se configurar crime mais grave; Concussão
z Não admite a modalidade culposa;
z Admite tentativa; Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou
z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser
0

antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta-


-1

parciais ou totais.
78

gem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
.2

Sujeito ativo é apenas o funcionário público res-


73

ponsável pela guarda do livro oficial ou documen- No crime de concussão, o funcionário público,
.8

to. Se a conduta for praticada por outro funcionário


32

valendo-se de sua autoridade, exige (conduta mais


público, o crime será o previsto no art. 337, do CP. Caso
-4

forte do que apenas pedir) o pagamento de vanta-


seja praticado por advogado ou procurador, que inu- gem não devida pela pessoa. O particular, por temer
u

tiliza documento ou objeto do processo, o enquadra-


pr

qualquer represália por parte do funcionário público,


mento será no art. 356, do CP. pode ou não pagar a vantagem indevida.
u

O delito em estudo é subsidiário, pois só será apli-


pr

Vamos exemplificar: funcionário público, agen-


cado se não houver outro crime mais grave. te de trânsito, exige de particular a quantia de R$
Assim, o funcionário público que recebe dinheiro 2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de
para destruir livro ou documento responderá apenas levá-lo indevidamente ao pátio do Detran.
pelo crime de corrupção passiva, que é mais grave. A vantagem indevida, segundo posicionamento
Por fim, quando se tratar de livros ou documentos majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo
relativos a tributos, o funcionário que tinha a guarda e ser qualquer outra vantagem.
praticou uma das condutas acima responderá pelo crime É importante mencionar que a concussão ocorrerá
do inciso I, art. 3º, da Lei nº 8.137, de 1990, quando o fato em razão da função do agente público, não se exigindo
acarretar pagamento indevido ou inexato de tributo. que o fato seja praticado no efetivo desempenho das
atribuições do cargo. Sendo assim, este crime pode ser
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas cometido por funcionário público de férias e, segundo
a doutrina dominante, nomeado, mas não empossado
Art. 315 Dar às verbas ou rendas públicas aplica- (antes de assumir).
ção diversa da estabelecida em lei:
A violência ou grave ameaça (morte, prisão) não
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
são elementos integrantes do crime de concussão.
324
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se o funcionário público exigir o pagamento de O núcleo do tipo é o verbo exigir que, diferente-
vantagem indevida, mediante violência ou grave mente do crime de concussão, não significa uma
ameaça, estará cometendo o crime de extorsão, pre- ameaça, mas sim a simples cobrança indevida.
visto no art. 158, do Código Penal. A cobrança é indevida quando o tributo ou a con-
Sobre a concussão, é importante que você conheça tribuição social não existe ou então já foi pago, bem
as seguintes informações, frequentemente cobradas como na hipótese em que a cobrança é excessiva, em
em prova: valor maior que o devido.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, que consiste
z Não pode ser praticada na modalidade culposa; no fato de o agente ter consciência, ou dúvida, de que
z Trata-se de crime formal, que se consuma com a se trata de uma cobrança indevida.
prática da exigência, sendo o recebimento da van- Na segunda modalidade criminosa, cobrança
tagem mero exaurimento do crime; vexatória ou gravosa, o tributo ou contribuição social
z O particular, de quem se exigiu a vantagem inde- é devido. O problema reside no “modus operandi” da
vida, é sujeito passivo secundário deste crime. A cobrança, que é feita de forma vexatória, humilhante,
Administração Pública é o sujeito passivo primário; ou gravosa, vale dizer, com a imposição de medidas
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando totalmente desnecessárias.
for possível fracionar o iter criminis, a exemplo da Neste caso, o crime consuma-se com a simples
concussão praticada mediante carta endereçada à cobrança vexatória ou gravosa, independentemente
vítima; do recebimento.
z É possível praticar a concussão indiretamente, Admite-se a tentativa quando a cobrança vexató-
quando, por exemplo, o funcionário público exi- ria ou gravosa é realizada por escrito, mas, por cir-
ge a vantagem indevida por intermédio de outra cunstâncias alheias à vontade do agente, é descoberta
pessoa. antes que a vítima tomasse conhecimento.
Vejamos: José, funcionário público da prefeitu-
É importante diferenciar concussão e corrupção ra do Município de Simplicidade, sabendo que seu
passiva: vizinho, Márcio, deve dez mil reais em tributo, para
cobrá-lo, coloca uma faixa enorme na entrada da rua,
Tem no núcleo do tipo o verbo “exi- com a seguinte frase escrita: “Márcio, deixe de ser
gir” — há um caráter intimidativo na irresponsável e pague os dez mil reais que você deve
CONCUSSÃO de tributo à prefeitura”.
conduta
O ato de exigir é algo impositivo No exemplo, José cobrou imposto devido, fazendo
uso de meio vexatório, não autorizado por lei, confi-
Tem os verbos “solicitar ou receber, gurando-se, assim, o excesso de exação.
ou aceitar” Sobre o excesso de exação, é importante
Solicitar é pedir, o que, portanto, não mencionar:
CORRUPÇÃO pressupõe intimidação
PASSIVA Receber e aceitar pressupõem uma z Não admite a modalidade culposa, pois a expres-
conduta ativa do particular, ou seja, são “que sabe” é dolo direto, e a expressão “devia
além de não ocorrer intimidação, há saber” é dolo eventual;
uma conduta inicial do terceiro z Admite a tentativa quando for possível fracionar o
iter criminis, a exemplo do excesso de exação prati-
cado mediante carta endereçada à vítima.
0

Excesso de Exação
-1
78

Art. 316 […]


O excesso de exação, previsto no § 1º, art. 316, do § 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
.2

CP, é uma forma de concussão. Configura-se quando


73

de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-


o funcionário público exige tributo ou contribuição lher aos cofres públicos:
.8

social, que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-


32

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.


do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
-4

gravoso, que a lei não autoriza. Se o funcionário desviar, em proveito próprio ou


u

de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-


pr

Art. 316 [...] lher aos cofres públicos, responderá por excesso de
u

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribui-


pr

exação na modalidade qualificada.


ção social que sabe ou deveria saber indevido, Quando observamos a forma qualificada do exces-
ou, quando devido, emprega na cobrança meio so de exação, é possível compreender que o tipo penal
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
não exige que o funcionário público tenha a intenção
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
de ficar para si ou para outro aquilo que recebeu. Caso
o faça, responderá pelo crime na forma qualificada.
Exação significa correção, exatidão. Na concussão propriamente dita, exige-se que o fun-
DIREITO PENAL

cionário público pratique a conduta visando obter a


vantagem indevida para si ou para outrem, constituin-
Importante! do-se, assim, elemento de distinção entre os tipos penais.
São duas as formas de cometer este delito:
� Exigência indevida de tributo ou contribuição Corrupção Passiva
social;
� Cobrança devida de tributo ou contribuição Art. 317 Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
social, mas de forma vexatória ou gravosa.
da função ou antes de assumi-la, mas em razão
325
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa É importante realizar um breve paralelo com o crime
de tal vantagem: de corrupção ativa, que será estudado no tópico dos cri-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. mes cometidos por particulares contra a administração
em geral, que é aquela em que o particular oferece ou
A corrupção passiva, prevista no art. 317, do Códi- promete vantagem indevida a funcionário público.
go Penal, configurar-se-á quando o funcionário públi- Atenção! Na corrupção passiva, o particular que
co solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta paga a vantagem indevida solicitada pelo funcioná-
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes rio público não pratica crime algum, por falta de tipi-
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, cidade penal.
ou aceitar promessa de tal vantagem. O crime de corrupção, seja ativa ou passiva, é unilate-
A doutrina classifica a corrupção passiva em pró- ral e formal — são independentes em si. A comprovação
pria ou imprópria, antecedente ou subsequente: de um dos crimes não pressupõe a do outro.
A corrupção passiva possui uma forma privilegiada.
z Própria: quando o funcionário público pratica os
verbos do tipo penal para praticar ato ilícito (por Art. 317 […]
exemplo, oficial de justiça recebe dinheiro para § 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
retardar o cumprimento do mandado de citação); retarda ato de ofício, com infração de dever funcio-
z Imprópria: quando o funcionário público pratica nal, cedendo a pedido ou influência de outrem:
os verbos do tipo penal para praticar ato lícito (por Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
exemplo, escrevente solicita dinheiro para que a
certidão seja expedida dentro do prazo); Observe que na corrupção passiva privilegiada
z Antecedente: quando a vantagem indevida é o agente pratica a conduta não com a finalidade de
entregue ao funcionário público antes de sua ação conseguir alguma vantagem indevida, mas sim com
ou omissão (por exemplo, juiz recebe vantagem a finalidade de ceder a pedido ou influência de outro.
indevida para prolatar sentença absolutória); Trata-se de crime material e consuma-se quando
z Subsequente: quando a vantagem indevida é o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda o
entregue ao funcionário público depois de sua ato de ofício.
ação ou omissão (por exemplo, após retardar o Por outro lado, a pena da corrupção passiva será
processo até levá-lo à prescrição, o juiz solicita aumentada de 1/3 (um terço) se, em consequência
vantagem indevida ao réu). da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
Observe que a corrupção passiva pode ser direita infringindo dever funcional.
ou indireta:
Art. 317 […]
z Direta: quando é o próprio funcionário público § 1º A pena é aumentada de um terço, se, em con-
que solicita, recebe ou aceita promessa de vanta- sequência da vantagem ou promessa, o funcionário
gem indevida; retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
z Indireta: quando uma interposta pessoa, em con-
luio com o funcionário público, solicita, recebe
ou aceita promessa de vantagem indevida. Nesse
caso, tanto o “testa de ferro” quanto o funcionário Importante!
público responderão por corrupção passiva. Não seja surpreendido por pegadinhas em pro-
0
-1

va: a corrupção passiva e a concussão diferen-


78

Entende a doutrina majoritária que o mero presen- ciam-se nos verbos que configuram o tipo penal
.2

te recebido pelo funcionário público, por gratidão ou incriminador.


73

amizade (por exemplo, uma lembrancinha de natal) � Corrupção passiva: solicitar, receber ou aceitar
.8

não configura o crime de corrupção passiva. promessa;


32

A vantagem indevida, segundo posicionamento


� Concussão: exigir.
-4

majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo


ser qualquer outra vantagem.
u
pr

Sobre a corrupção passiva, leve em consideração PREVARICAÇÃO E DOS CRIMES PRATICADOS POR
que:
u

PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM


pr

GERAL – ARTS. 319 A 333


z Não pode ser praticada na modalidade culposa;
z Trata-se de crime formal, quando praticada por Prevaricação
meio dos verbos solicitar e aceitar promessa, que
se consuma com a conduta, sendo o efetivo recebi- Art. 319 Retardar ou deixar de praticar, indevida-
mento da vantagem mero exaurimento do crime. mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
Quando praticada por meio do verbo receber, é expressa de lei, para satisfazer interesse ou senti-
crime material, que exige o efetivo recebimento mento pessoal:
para se consumar (§ 2º, art. 317, do CP); Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for
O crime de prevaricação é dividido em:
possível fracionar o iter criminis, a exemplo da cor-
rupção passiva praticada mediante emprego de carta; z Própria: prevista no art. 319, do Código Penal;
z É possível praticar a corrupção passiva indireta- z Imprópria: prevista no art. 319-A, do Código Penal.
mente, quando, por exemplo, o funcionário públi-
co exige a vantagem indevida por meio de outra A prevaricação própria configurar-se-á quando o
326 pessoa. funcionário público retardar ou deixar de praticar,
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indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou senti-
mento pessoal.
O crime em estudo não se confunde com a corrupção passiva privilegiada, em que o agente age ou deixa de
agir cedendo a pedido ou influência de outrem.
Na prevaricação não existe esse pedido ou influência. O agente toma a iniciativa de agir ou se omitir para satis-
fazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, se um fiscal flagra um desconhecido cometendo irregularidade e
deixa de autuá-lo em razão de insistentes pedidos deste, há corrupção passiva privilegiada, mas, se o fiscal deixa de
autuar porque percebe que a pessoa é um antigo amigo, configura-se a prevaricação.
A prevaricação poderá ser praticada de três formas diferentes:

z Retardar indevidamente a prática de ato de ofício;


z Deixar de praticar indevidamente ato de ofício;
z Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei.

O crime de prevaricação exige um fim específico de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Não con-
fundir com o crime de corrupção passiva privilegiada (estudado anteriormente). Vejamos a tabela a seguir para
facilitar seu entendimento:

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA PREVARICAÇÃO

Praticar, deixar de praticar ou retardar ato de


Retardar ou deixar de praticar ato de ofício
ofício

Para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (não há atuação


Cedendo a pedido ou influência de outrem
de terceiro)

Você pode entender interesse ou sentimento pessoal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio, amizade,
preguiça, entre outros.

Dica
Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
� Não admite a forma culposa;
� Pode ser praticado de forma omissiva (retardar ou deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
� Admite tentativa apenas quando praticado de forma comissiva.
Tentativa na prevaricação:
� Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício: não admite tentativa;
� Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei: admite tentativa.

Art. 319-A Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
0
-1

ambiente externo:
78

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.


.2
73

A prevaricação imprópria configurar-se-á quando o diretor de penitenciária e/ou agente público deixar de cumprir
.8

seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
32

presos ou com o ambiente externo.


-4

Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário público
que tem o dever funcional de impedir que o preso tenha acesso a aparelho de comunicação com outros presos ou
u
pr

com o ambiente externo.


Sobre a prevaricação imprópria, é importante ressaltar:
u
pr

z Não admite a forma culposa;


z Não admite tentativa.

Condescendência Criminosa

A condescendência criminosa está prevista no art. 320, do Código Penal:


DIREITO PENAL

Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exer-
cício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Este crime pode ser praticado de duas formas:

z Quando o funcionário público, por indulgência, deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo;

327
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Quando o funcionário público, que não é competente para responsabilizar aquele que cometeu infração no
exercício do cargo, por indulgência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.

A doutrina majoritária entende que o crime de condescendência criminosa só pode ser praticado por superior
hierárquico, que dolosamente, se omite. O funcionário que foi beneficiado não responde pelo delito em tela.
Você pode entender indulgência como compaixão, pena, piedade, clemência.
Há um requisito que deve ser cumprido para a prática da condescendência criminosa: uma infração funcional
(que pode ser uma violação administrativa ou penal) praticada por subordinado no exercício das atribuições do
seu cargo.
A consumação dá-se quando o superior toma conhecimento da infração e não providencia imediatamente a
responsabilização do infrator ou não comunica o fato à autoridade competente.
Sobre a condescendência criminosa, fique atento:

z Não admite a forma culposa;


z É crime omissivo;
z Não admite tentativa.

Como é possível observar, os crimes de corrupção passiva privilegiada, prevaricação e condescendência crimi-
nosa possuem características similares. Vejamos as diferenças:

CORRUPÇÃO PASSIVA
PREVARICAÇÃO CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
PRIVILEGIADA

O agente deixa de praticar ato de ofí- O agente deixa de praticar ato de O agente deixa de praticar ato de ofí-
cio cedendo a pedido ou influência ofício para satisfazer sentimento ou cio (responsabilizar o subalterno) por
de outrem interesse pessoal indulgência

Advocacia Administrativa

O crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321, do Código Penal, pode ser praticado na modalidade
simples ou qualificada.

Art. 321 Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Modalidade simples: configura-se quando o funcionário público patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
É necessário que a condição de funcionário público proporcione alguma facilidade ao sujeito ativo, que patro-
0

cina interesse de terceiro, pessoa privada; caso não haja facilidade alguma proporcionada pelo cargo, o fato será
-1

atípico.
78

O agente pode praticar este crime de diversas maneiras, como, por exemplo, fazendo uma petição, solicitando
.2

um benefício.
73

Modalidade qualificada: o crime de advocacia administrativa será qualificado caso o interesse privado seja
.8

ilegítimo.
32
-4

z Forma simples: interesse privado legítimo;


u

z Forma qualificada: interesse privado ilegítimo.


pr
u
pr

Sobre a advocacia administrativa, fique atento em sua prova:

z Não admite a modalidade culposa;


z É crime formal, que se consuma com a conduta, não se exigindo que se atinja o interesse privado pleiteado;
z Segundo doutrina majoritária, admite tentativa quando for possível se fracionar o iter criminis;
z É desnecessário que o fato ocorra na própria repartição em que trabalha o agente. Este pode usar da sua qua-
lidade de funcionário para pleitear favores em qualquer esfera da Administração.

Violência Arbitrária

Art. 322 Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la.


Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Este delito encontrava divergência quanto a sua aplicação, tendo em vista as edições realizadas pela Lei de
Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869, de 2019). Esta discussão não mais possui fundamento, sendo que esta lei não
328 tipificou o crime de violência arbitrária. Sendo assim, o delito ainda esse encontra em vigor.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A prática da violência deve dar-se em razão da Cabe destacar qualificadora do § 2º no que diz res-
função pública, não havendo a exigência de que seja peito à faixa de fronteira. Essa qualificadora é uma
praticado no efetivo desempenho das funções do car- norma penal em branco, visto que a definição da fai-
go, podendo, portanto, ser praticada, por exemplo, xa de fronteira é fornecida pela Lei nº 6.634, de 1979,
por um funcionário público que se encontre de folga. compreendendo um raio de 150 (cento e cinquenta)
Sobre esse crime, leve em consideração os seguin- quilômetros ao longo das fronteiras nacionais.
tes pontos: O fundamento desta qualificadora é a proteção à
soberania nacional que, nas fronteiras, torna-se mais
z A violência arbitrária não admite a forma culposa, vulnerável.
devendo ser praticada dolosamente; Exige-se que o abandono se dê por um prazo rele-
z Admite tentativa; vante, apesar de o Código Penal não fixar prazo deter-
z Segundo Rogério Greco, o objeto material será o minado. Entende a doutrina que o prazo será fixado
administrado contra o qual é praticada a violência pelo estatuto a que estiver submetido o funcionário
arbitrária; público.
z A violência tem que ser praticada arbitrariamente, Em regra: o prazo será de 30 (trinta) dias — pra-
não se enquadrando neste tipo penal as hipóteses zo previsto na maioria dos estatutos de servidores
de uso necessário e progressivo da força, admiti- públicos.
das em lei;
z O crime aperfeiçoa-se ainda que as vítimas da Dica
agressão não sofram lesões;
Sobre o crime de abandono de função, leve para
z Caso alguma das vítimas sofra lesão ou morra, o
a sua prova:
agente responderá por este crime e pelo crime cor-
� É crime omissivo;
respondente à violência praticada (lesões corpo-
� Não admite tentativa;
rais ou homicídio).
� Só pode ser praticado dolosamente — não
admite a culpa.
Abandono de Função
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
O crime de abandono de função está tipificado no
Prolongado
art. 323, do CP.
Este crime está previsto no art. 324, do CP.
Art. 323 Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Art. 324 Entrar no exercício de função pública
antes de satisfeitas as exigências legais, ou conti-
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
nuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
oficialmente que foi exonerado, removido, substi-
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na fai-
tuído ou suspenso:
xa de fronteira:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao
A conduta típica é: abandonar cargo público, fora
seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de
dos casos permitidos em lei.
função pública afeta a prestação de serviços públicos.
0

O nome do crime é abandono de função, porém,


-1

Conduta típica: entrar no exercício de função


o tipo penal fala em abandono de cargo público. É
78

pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou


importante que você saiba que o conceito de função
.2

continuar a exercê-la, sem autorização, depois de


pública é mais amplo que o de cargo público (não há
73

saber oficialmente que foi exonerado, removido,


cargo sem função, mas há função sem cargo).
.8

substituído ou suspenso:
32

Sendo assim, não haverá crime se ocorrer mero Este crime pode ser praticado de duas formas:
abandono de função pública (apesar do nome) ou de
-4

emprego público, mas tão somente no caso de aban- z Entrar no exercício de função pública antes de
u
pr

dono de cargo público (não se admite a analogia in satisfeitas as exigências legais;


malam partem).
u

z Continuar a exercer a função pública, sem autori-


pr

Trata-se de um crime de mão própria, ou seja, só zação, depois de saber oficialmente que foi exone-
pode ser praticado pelo funcionário público ocupante rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido
do cargo que foi abandonado. Este abandono deve ser que o funcionário público tenha sido oficialmente
por tempo juridicamente relevante. comunicado sobre sua exoneração, remoção, subs-
De acordo com posicionamento doutrinário majo- tituição ou suspensão. Neste aspecto, ressalta-se
ritário, as hipóteses de greve não configuram este tipo que o crime é instantâneo e prescinde de habitua-
DIREITO PENAL

penal. lidade da conduta para sua consumação.


As hipóteses em que o agente abandona o cargo
público, admitidas em lei, não configuram o crime de Observe que o exercício funcional ilegalmente
abandono de função. antecipado ou prolongado somente pode ser prati-
O crime de abandono de função tem circunstân- cado por funcionário público já nomeado, mas ainda
cias que o qualificam: sem ter cumprido todas as exigências legais (1ª parte),
ou então pelo indivíduo que era funcionário público,
z Se o fato resulta prejuízo público; porém deixou de sê-lo em razão de ter sido oficial-
z Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa mente exonerado, removido, substituído ou suspenso
de fronteira. (parte final). 329
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em ambas as hipóteses, o crime é de mão própria, z Só será praticado dolosamente — não admite for-
de atuação pessoal ou de conduta infungível, pois ma culposa;
somente pode ser cometido pela pessoa expressamen- z Em regra, não admite tentativa, salvo casos excep-
te indicada no tipo penal. cionais, a exemplo de ser praticado na forma
Se um particular entrar no exercício da função escrita.
pública, a ele deverá ser imputado o crime de usurpa-
ção de função pública (art. 328 do CP). Violação de Sigilo de Proposta de Concorrência
Sobre o tipo penal em comento, é importante
saber: Este tipo penal era previsto no art. 326, e foi revo-
gado pelo art. 337-J também do Código Penal.
z Não admite a forma culposa;
z Admite tentativa. Art. 326 Devassar o sigilo de proposta de concor-
rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
Violação de Sigilo Funcional de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
O crime de violação de sigilo funcional encontra-se
previsto no art. 325, do Código Penal: CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 325 Revelar fato de que tem ciência em razão
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou Os crimes praticados por particular contra a Admi-
facilitar-lhe a revelação: nistração Pública estão previstos entre os arts. 328 e
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul- 337-A, do Código Penal.
ta, se o fato não constitui crime mais grave. Tratam-se de crimes comuns, que não exigem
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
nenhuma condição ou qualidade especial do sujeito
I - permite ou facilita, mediante atribuição, forne-
ativo, podendo ser praticados por qualquer pessoa.
cimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Adminis- Usurpação de Função Pública
tração Pública;
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. O crime de usurpação de função pública configu-
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis- rar-se-á quando o agente usurpar o exercício de fun-
tração Pública ou a outrem: ção pública.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 328 Usurpar o exercício de função pública:
Este delito irá se configurar quando o agente públi- Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
co revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a Usurpar significa apoderar-se, tomar algo pela for-
revelação. ça ou sem direito.
Este crime pode ser praticado de duas formas: Inicialmente, é importante que você não confunda
o usurpador de função com o funcionário ou agente
z Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo público de fato (assunto bastante cobrado, tanto na
e que deva permanecer em segredo; disciplina Direito Penal, quanto na disciplina Direito
0

z Facilitar a revelação de fato de que tem ciência em Administrativo):


-1

razão do cargo e que deva permanecer em segredo.


78
.2

z Usurpação de função pública: o agente exerce a


73

É importante mencionar que o agente toma conhe- função sem nenhum tipo de investidura, apode-
.8

cimento do fato em relação ao qual deve permanecer rando-se dela. É crime;


32

em segredo em razão do cargo que ocupa, não se exi- z Funcionário ou agente de fato: o agente exerce a
-4

gindo que tenha sido no efetivo desempenho das atri- função pública, por ter ocorrido alguma irregula-
buições do cargo.
u

ridade. Não é crime.


pr

Logo, o crime pode ser praticado no caso de o


agente tomar conhecimento do fato durante período
u
pr

de licença, mas em razão do cargo. Importante!


O Código Penal apresenta duas formas equipara-
das do crime de violação de sigilo funcional. Observe: Segundo posicionamento doutrinário majoritá-
Incorrerá nas mesmas penas o funcionário público rio, é necessário, para fins de consumação, que
que: o agente execute algum ato inerente ao exercício
da função, não configurando o crime a mera apre-
z Permite ou facilita, mediante atribuição, forneci- sentação a terceiros como funcionário público.
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Admi- Vamos exemplificar:
nistração Pública;
z Utiliza-se, indevidamente, do acesso restrito. z Exemplo 1: Antônio apresenta-se como policial
militar para seus conhecidos como forma de se
Forma qualificada: se da ação ou omissão resulta autovalorizar. Não há que se falar em configura-
dano à Administração Pública ou a outrem. ção do crime de usurpação de função pública, já
330 Sobre este crime, fique atento: que o agente não praticou nenhum ato inerente ao
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exercício da função policial militar, podendo, con- A conduta típica deste crime é opor-se à execução
forme o caso, configurar outra infração penal; de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcio-
z Exemplo 2: Antônio adquire, fraudulentamente, nário competente para executá-lo ou a quem lhe este-
uma farda da polícia militar. Em determinado dia, ja prestando auxílio.
ele promove uma falsa barreira e passa a abordar Sobre a conduta típica, as seguintes informações
as pessoas que nela passam. Há a prática do crime são muito importantes:
de usurpação de função pública, já que o agente
praticou ato inerente ao exercício da função poli- z Exige-se que o ato praticado pelo funcionário
cial militar. público seja legal;
z Se o ato praticado por funcionário público for ile-
Não confunda o crime de usurpação de função gal, não há que se falar em resistência;
pública com o crime exercício funcional ilegalmente z Exige-se que o funcionário público seja competen-
antecipado ou prolongado: te para executar o ato;
z Não se exige que a violência ou ameaça seja empre-
gada diretamente contra o funcionário competen-
EXERCÍCIO FUNCIONAL
te, podendo ser empregada contra o terceiro que
USURPAÇÃO DE ILEGALMENTE
esteja auxiliando o funcionário.
FUNÇÃO PÚBLICA: ANTECIPADO OU
PROLONGADO:
Sobre a resistência, é importante que você leve em
O agente não possui víncu- O agente possui algum consideração:
lo algum com a Adminis- tipo de vínculo com a Ad-
tração Pública (em relação ministração Pública z Deve ser praticada dolosamente;
à função usurpada) É crime praticado por fun- z A oposição constitui um ato positivo, devendo o
É crime praticado por par- cionário público contra a agente empregar violência ou grave ameaça;
ticular contra a Adminis- Administração Pública z O emprego de violência ou ameaça contra dois ou
tração Pública mais funcionários públicos, em uma situação fáti-
ca, configura crime único.2

Há uma forma qualificada do crime de usurpação O direito brasileiro não pune a resistência passiva,
de função pública: que é aquela em que o agente resiste ao ato sem o uso
de violência ou ameaça, a exemplo daquele que, ao
Art. 328 [...] ser preso, deita-se no chão para impedir o ato.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere A violência ou ameaça deve ser empregada contra
vantagem: pessoa, não constituindo o crime se empregada contra
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. coisa (posição dominante).
É crime formal, que se consuma com a prática da
Ocorre se, do fato, o agente auferir vantagem violência ou ameaça.
(qualquer tipo de vantagem e não necessariamente Admite tentativa, nas hipóteses de fracionamento
financeira). do iter criminis.
Sobre o crime de usurpação de função pública, é
importante que você leve em consideração: z Resistência qualificada: se, em razão da resistên-
cia, o ato não se executa.
0
-1

z Não admite a modalidade culposa;


78

z Admite tentativa; Por fim, leve para a sua prova: o agente responde-
.2

z Pode ser praticado por funcionário público, segun- rá pela resistência e pela violência empregada.
73

do posicionamento que prevalece, mas a função Vejamos: se, para se opor à execução de ato legal
.8

usurpada deve ser totalmente alheia à função dele praticado por funcionário competente, o particular
32

(sendo ele considerado particular); usa de violência, causando lesão corporal de nature-
-4

z É crime formal, não se exigindo para a sua configu- za grave, responderá pelos dois crimes: resistência e
u

ração prejuízo ou dano à Administração Pública; lesão grave.


pr

z Ação penal pública incondicionada.


u

Desobediência
pr

Resistência
Este crime está previsto no art. 330, do Código
O crime de resistência está previsto no art. 329, do Penal. Configurar-se-á quando o agente desobedecer
Código Penal: à ordem legal de funcionário público.

Art. 330 Desobedecer a ordem legal de funcionário


DIREITO PENAL

Art. 329 Opor-se à execução de ato legal, mediante


violência ou ameaça a funcionário competente para público:
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se Vitor Eduardo Rios Gonçalves destaca que:
executa:
Pena - reclusão, de um a três anos. z Deve haver uma ordem: significa determinação,
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí- mandamento. O não atendimento de mero pedido
zo das correspondentes à violência. ou solicitação não caracteriza o crime;
2 (TJSP — Rel. Onei Raphael — RT 577/342). 331
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z A ordem deve ser legal: material e formalmente. z O desacato deve ser praticado contra funcionário
Pode até ser injusta, só não pode ser ilegal; público, não caracterizando este tipo penal a críti-
z Deve ser emanada de funcionário público com- ca ou ofensa à repartição pública;
petente para proferi-la. Ex.: delegado de polícia z É crime formal, que se consuma com a prática da
requisita informação bancária e o gerente do ban- conduta descrita no tipo penal, independentemen-
co não atende. Não há crime, pois o gerente só está te de o funcionário público se considerar ofendido
obrigado a fornecer a informação se houver deter- ou não;
minação judicial; z Só pode ser praticado dolosamente;
z É necessário que o destinatário tenha o dever jurí- z Deve ser praticado na presença do funcionário
dico de cumprir a ordem. Além disso, não haverá público — doutrina dominante.
crime se a recusa se der por motivo de força maior
ou por ser impossível por algum motivo o seu
cumprimento. Importante!
A ordem deve ser legal. Caso de trate de ordem Não se confunde o crime de desacato com os cri-
ilegal, não há que se falar na configuração deste tipo mes contra a honra. No desacato, a ofensa é dirigi-
penal. da à figura do funcionário público e não à pessoa
Sobre a desobediência, é importante que você leve em si. Deste modo, a doutrina majoritária entende
em consideração: que o crime de desacato deve ser praticado na pre-
sença do funcionário público, ao passo que, caso a
z Não admite a culpa; ofensa seja irrogada na ausência física do funcio-
z Pode ser praticada tanto na forma omissiva quan- nário, será caracterizado crime contra a honra.
to na forma comissiva;
z Na forma omissiva, não admite tentativa, na forma
comissiva, admite; Em dezembro de 2016, a 5ª turma do STJ decidiu
z Deve haver ordem emanada por funcionário público, pela descriminalização do crime de desacato, por
não caracterizando este crime a mera solicitação. entender que este crime viola a liberdade de expres-
são do indivíduo, em julgamento de habeas corpus.
Desacato Contudo, a 3ª seção do STJ pacificou posicionamento
do tribunal no sentido de que o desacato continua sendo
O crime de desacato, previsto no art. 331, do Código crime, pois isso não viola a liberdade de expressão.
Penal, tem como conduta típica desacatar funcionário
público no exercício da função ou em razão dela. Tráfico de Influência

Art. 331 Desacatar funcionário público no exercí- O crime de tráfico de influência está previsto no
cio da função ou em razão dela: art. 332, do Código Penal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Art. 332 Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
Desacatar = ofender, faltar com respeito. para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
Não se exige que o funcionário público esteja no a pretexto de influir em ato praticado por funcioná-
efetivo desempenho das atribuições do seu cargo para rio público no exercício da função:
caracterização do crime de desacato, mas sim que a Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
0

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade,


-1

ofensa se dê em razão da função pública.


78

se o agente alega ou insinua que a vantagem é tam-


bém destinada ao funcionário.
.2

z Exemplo 1: Diego Souza xinga Cássio, policial civil,


73

que estava no exercício de sua função, de “poli-


.8

cialzinho de merda”, quando este estava prestes a Conduta típica: solicitar, exigir, cobrar ou obter,
32

prender aquele; para si ou para outrem, vantagem ou promessa de


-4

z Exemplo 2: Diego Souza xinga Cássio, policial vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
civil, em um restaurante em Porto Seguro, durante funcionário público no exercício da função.
u
pr

as férias deles, de “policialzinho de merda”, pelo Trata-se de crime plurinuclear, que pode ser prati-
cado com o exercício de qualquer um dos verbos pre-
u

fato de Cássio tê-lo prendido no passado;


pr

z Exemplo 3: Diego Souza xinga Cássio, policial civil, vistos no tipo penal:
de “babaca sem noção”, em uma partida de fute-
bol, pelo fato deste ter pegado um pênalti daquele. z Solicitar;
z Exigir;
Nos exemplos 1 e 2, configura-se o crime de desa- z Cobrar;
cato, já que a ofensa proferida pelo agente se deu em z Obter.
razão da função exercida pelo funcionário público.
No exemplo 3, não há que se falar em desacato. O agente não tem influência sobre o funcionário
Embora Cássio seja funcionário público, a ofensa pro- público, mas passa a impressão de que a tem, com a fina-
ferida pelo agente em nada tem a ver com a função lidade de obter vantagem ou promessa de vantagem.
pública. Caso o agente realmente tenha poder de influência
Sobre o desacato, é importante que você fique sobre o funcionário público que praticará o ato, não
atento às seguintes considerações: há que se falar em tráfico de influência, podendo, no
entanto, configurar-se outro crime.
z O desacato pode dar-se por qualquer meio: insul- Sobre o tráfico de influência, é importante que
332 tos, vias de fato, gestos, entre outros; você tome cuidado com as seguintes informações:
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z A pessoa que paga a vantagem pratica indiferente penal, por falta de previsão legal desta conduta;
z Em regra, é crime formal, consumando-se com a solicitação, exigência ou cobrança;
z No caso do verbo obter, o crime é material;
z Só pode ser praticado dolosamente;
z Exige um especial fim de agir: obter vantagem ou promessa de vantagem para si ou para outrem.

A pena do crime de tráfico de influência será aumentada de metade se o agente alega ou insinua que a vanta-
gem é também destinada ao funcionário.

Corrupção Ativa

O crime de corrupção ativa, previsto no art. 333, do Código Penal, é um dos tipos penais mais cobrados em
relação aos crimes contra a administração pública.

Art. 333 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Conduta típica: oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício.

CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA

Solicitar
Oferecer
Receber

Aceitar Prometer

Fique atento às informações a seguir, muito importantes em relação à corrupção ativa:

z Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal prevê mais de um verbo para sua prática: oferecer e prome-
ter. Por exemplo, João oferece uma quantia em dinheiro ao policial rodoviário federal para não ser multado
pela prática de infração de trânsito. Pedro promete entregar uma quantia em dinheiro ao guarda municipal
quando retornar ao seu veículo que está estacionado em local proibido;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta delituosa, não se exigindo que o funcionário público
aceite a vantagem ou promessa de vantagem;
z Não admite a forma culposa;
z Exige-se dolo específico: a intenção de determinar o funcionário público a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício;
0

z Caso o particular ceda à solicitação (corrupção passiva) ou à exigência (concussão), e entregue vantagem inde-
-1

vida, seja em pagamento ou dando algo, a sua conduta será atípica, conforme posicionamento jurisprudencial
78

majoritário;
.2
73

z A pena da corrupção ativa será aumentada de 1/3 (um terço) se em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
nário público retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
.8
32
-4

Não confunda os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e concussão:


u
pr

CORRUPÇÃO ATIVA CORRUPÇÃO PASSIVA CONCUSSÃO


u

Verbos: oferecer e prometer


pr

Praticado por particular contra a Ad-


ministração Pública
Verbo: exigir
É crime quando o agente, com oferta Verbos: solicitar, receber e aceitar
ou promessa de vantagem, quer que promessa
Crime praticado por funcionário públi-
o funcionário público retarde ato de
co contra a Administração Pública
ofício, omita ato de ofício ou pratique Quando se tratar de corrupção passi-
DIREITO PENAL

ato de ofício va privilegiada, quando o funcionário


O agente exige, para si ou para ou-
Quando a corrupção ativa é para obter público “dá o jeitinho” e não pratica
trem, vantagem indevida, direta ou
voto, o crime será o tipificado no art. o ato que deveria, o particular figura
indireta, ainda que fora da sua função
229, do Código Eleitoral como partícipe por ter praticado o
pública, ou antes de assumi-la, mas
Se o agente se limitar a pedidos como induzimento
em razão dela
“dar um jeitinho” ou “quebrar o galho”,
não se configura crime de corrupção
ativa por falta de elementares

333
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Descaminho e Contrabando „ Não admite a modalidade culposa;
„ O crime consuma-se com a simples conduta de
Os crimes de descaminho e contrabando, previs- iludir o Estado quanto ao pagamento dos tribu-
tos nos arts. 334 e 334-A, respectivamente, do Código tos devidos;
Penal, constituem práticas distintas, que devem ser „ Admite a aplicação do princípio da insignifi-
observadas. Vamos simplificar estes crimes: cância, nos casos em que o valor seja inferior
àquele considerado irrelevante para fins de
z Descaminho: consiste em não pagar direito ou execução fiscal;
imposto devido pela entrada, saída ou consumo de
mercadoria;
z Contrabando: consiste na importação ou exporta-
ção de mercadoria proibida.
Importante!
Tanto para o STF quanto para o STJ, atualmente,
No descaminho, a mercadoria não tem a comercia- poderá ser aplicado o princípio da insignificância
lização proibida no território brasileiro, já no contra- ao crime de descaminho que não exceda o valor
bando, sim. de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
No passado, os dois tipos penais estavam previs-
tos no mesmo dispositivo. Contudo, houve alteração e,
no momento, cada um destes crimes integra um tipo „ O pagamento integral da dívida tributária não
penal distinto.
Vejamos cada um deles: extingue a punibilidade do crime de descaminho.3

z Descaminho SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU


DOCUMENTO – ART. 337
Art. 334 Iludir, no todo ou em parte, o pagamen-
to de direito ou imposto devido pela entrada, O crime de subtração ou inutilização de livro ou
pela saída ou pelo consumo de mercadoria. documento está previsto no art. 337, do CP.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: Art. 337 Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial-
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos mente, livro oficial, processo ou documento confia-
permitidos em lei; do à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a de particular em serviço público:
descaminho; Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, constitui crime mais grave.
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou Tutela-se a Administração Pública, relativamente
industrial, mercadoria de procedência estran- ao normal funcionamento da atividade administrativa.
geira que introduziu clandestinamente no País ou
Cabe destacar que o livro oficial, processo ou docu-
importou fraudulentamente ou que sabe ser produ-
to de introdução clandestina no território nacional
mento (público ou particular) é confiado à custódia de
ou de importação fraudulenta por parte de outrem; funcionário, em razão de ofício, ou de particular em
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio serviço público.
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou Por isso, é dever que seja confiada a custódia a
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, funcionário, em razão de ofício, não se verificando
0

desacompanhada de documentação legal ou acom- este crime quando alguém subtrai ou inutiliza, total
-1

panhada de documentos que sabe serem falsos. ou parcialmente, um livro oficial, processo ou docu-
78

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os mento de quem não o guarda por conta da sua função.
.2

efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio É importante analisar que, na parte final do precei-
73

irregular ou clandestino de mercadorias estrangei- to primário do dispositivo em estudo, há a expressão


.8

ras, inclusive o exercido em residências. “ou de particular em serviço público”, pois existem,
32

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de des- em certas hipóteses excepcionais, particulares que
-4

caminho é praticado em transporte aéreo, marí-


desempenham funções públicas (por exemplo, mesá-
u

timo ou fluvial.
rio nas eleições). Observe que se alguém subtrair ou
pr

inutilizar, total ou parcialmente, algum documento


u

Sobre o crime de descaminho, é importante que


pr

confiado a essas pessoas, a ele será imputado o crime


você leve em consideração o seguinte:
de subtração ou inutilização de livro ou documento.
Sobre o núcleo do tipo:
„ Trata-se de crime comum, que pode ser pratica-
do por qualquer pessoa;
„ Trata-se de crime tributário formal, ou seja, z Subtrair: retirar o livro oficial, processo ou docu-
não é necessária a prévia constituição definiti- mento do local em que se encontra, dele se apode-
va do crédito tributário; rando o agente;
„ Admite a forma tentada, quando, no caso de z Inutilizar: tornar imprestável o livro oficial, pro-
exportação, o crime é tentado se a mercadoria cesso ou documento, total ou parcialmente. Não se
não chega a sair do país; reclama sua efetiva destruição.
„ A fraude utilizada pelo agente para iludir o
pagamento de imposto pode se dar tanto em Consuma-se o crime em estudo no instante em que
relação à quantidade quanto em relação à qua- o livro oficial, processo ou documento é subtraído,
lidade do produto; mediante seu apoderamento pelo agente, seguido da
3 STJ. 5ª Turma. RHC 43558-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5/2/2015 (Info 555). STJ. 6ª Turma. HC 271650/PE, Rel. Min. Reynaldo Soares
334 da Fonseca, julgado em 03/03/2016.
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inversão da sua posse e sua consequente retirada da configurando este tipo penal caso o agente impute
esfera de vigilância da vítima, ou então inutilizado, infração administrativa ou civil;
total ou parcialmente. z É crime comum;
Observe que se o documento se destina a fazer prova z Admite a forma tentada. Por exemplo, o agente
de relação jurídica, e o agente visa beneficiar a si próprio narra ao delegado de polícia que o autor de deter-
ou a terceiro, o fato constituirá crime mais grave. minado crime foi a pessoa A, mas o delegado não
Sobre o este tipo penal, é importante ficar atento inicia qualquer investigação porque o verdadeiro
ao seguinte: autor do crime é B, que se apresenta e confessa ter
cometido o delito antes mesmo de a autoridade ter
z É crime comum; iniciado qualquer investigação;
z Admite tentativa; z A pessoa contra quem se imputa o crime deve ser
z É crime subsidiário, respondendo o agente por ele determinada, sendo ela, assim como o Estado, o
apenas caso não se configure um crime mais grave; sujeito passivo da prática delituosa;
z Na hipótese de o documento destinar-se a fazer z Em regra, a denunciação caluniosa absorve o cri-
prova de relação jurídica, e o agente visar bene- me de calúnia.
ficiar a si próprio ou a terceiro, o fato constituirá
mais grave; A pena será aumentada de 1/6 (sexta parte), caso
z Somente será praticado na modalidade dolosa. o agente se sirva de anonimato ou de nome suposto.
No caso de denunciação caluniosa privilegiada, a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA pena será diminuída de metade, caso a imputação seja
JUSTIÇA – ARTS. 339 A 344 de prática de contravenção penal.
Observe as principais diferenças entre a denuncia-
Denunciação Caluniosa ção caluniosa e o crime de calúnia:

A denunciação caluniosa está prevista no art. 339, DENUNCIAÇÃO


do Código Penal: CALÚNIA
CALUNIOSA

Art. 339 Dar causa à instauração de investigação É crime contra a adminis- É crime contra a honra
policial, de processo judicial, instauração de inves- tração da justiça A ação penal é privada
tigação administrativa, inquérito civil ou ação de A ação penal é pública in- Punida pelo fato de o agen-
improbidade administrativa contra alguém, impu- condicionada; discute-se te ofender a honra objetiva
tando-lhe crime de que o sabe inocente: na doutrina e jurisprudên- da vítima
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. cia se o processo por de- É admitida a imputação
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente nunciação caluniosa pode falsa apenas de crime
se serve de anonimato ou de nome suposto. ser iniciado antes do des-
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação fecho do procedimento ou
é de prática de contravenção. ação originários
Punida pelo fato de o agen-
Tem como figura típica a seguinte conduta: dar te movimentar falsamente
causa direta ou indireta à instauração de investigação o aparato estatal, tentando
policial, de processo judicial, instauração de investiga- prejudicar a vítima perante
ção administrativa, inquérito civil ou ação de impro- o Estado
0

bidade administrativa contra alguém, imputando-lhe É admitida a imputação


-1
78

crime de que o sabe inocente. falsa de crime ou contra-


Como é possível se extrair pela leitura da figura venção penal
.2
73

típica, o crime pode ser praticado mesmo que o agen-


.8

te dê causa a outro procedimento, ainda que não seja


Comunicação Falsa de Crime ou Contravenção
32

processo judicial, a exemplo de investigação policial


-4

ou administrativa. É importante compreender isso,


Art. 340 Provocar a ação de autoridade, comuni-
pois muitas questões abordam esta situação.
u

cando-lhe a ocorrência de crime ou de contraven-


pr

Sobre o crime de denunciação caluniosa, é impor- ção que sabe não se ter verificado:
tante ficar atento ao seguinte:
u

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


pr

z Só pode ser praticado dolosamente. Parte da dou-


trina não admite o dolo eventual neste crime, já Importante!
que o tipo penal exige que o agente saiba que o
fato é imputado contra pessoa inocente. Ao contrário do que ocorre no crime de denun-
ciação caluniosa, no crime de falsa comuni-
DIREITO PENAL

A denunciação caluniosa poderá se configurar cação de crime ou contravenção o agente não


quando o agente imputa crime que realmente acon- individualiza o autor do fato que não existiu, mas
teceu contra pessoa que sabe ser inocente ou quando apenas comunica à autoridade crime ou contra-
imputa a alguém a prática de crime que não existiu venção penal que sabe não ter ocorrido.
(neste caso, não há dúvidas sobre a inocência da pes-
soa, já que o fato sequer aconteceu);
Sobre este crime, é importante mencionar que:
z É necessário que o fato imputado seja crime ou
contravenção penal (no caso de contravenção z Não admite a forma culposa. Assim, se o agente
penal, a pena será reduzida de metade), não se comunica à autoridade, sem intenção, crime ou 335
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contravenção penal, provocando a ação desta, este de qualquer autoridade competente (delegado de
tipo penal não estará configurado; polícia, membro do Ministério Público, autoridade
z É crime comum; judicial etc.);
z Admite tentativa; z Não se exige a prática de qualquer ato por parte da
z Se o fato imputado for infração administrativa ou autoridade para a consumação do crime, bastando
civil, não irá se configurar o crime; a autoacusação falsa;
z A maioria da doutrina, não se configura o crime z O direito da autodefesa não permite que se impute
quando o agente se limita a comunicar ilícito penal falsamente crime a si mesmo.
diverso do que realmente ocorreu, desde que o
fato comunicado e o que realmente ocorreu sejam Falso Testemunho ou Falsa Perícia
crimes da mesma natureza;
z Se o agente faz a comunicação falsa para tentar O crime de falso testemunho ou falsa perícia está
ocultar outro crime por ele praticado, responde previsto no art. 342, do Código Penal.
também pela comunicação falsa de crime.
Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar
COMUNICAÇÃO a verdade como testemunha, perito, contador,
DENUNCIAÇÃO tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
FALSA DE CRIME OU
CALUNIOSA administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
CONTRAVENÇÃO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
O agente não aponta pes-
soa certa e determinada O agente aponta pessoa Trata-se de crime plurinuclear, que poderá ser
como autora da infração certa e determinada como praticado mediante a execução de quaisquer um dos
penal, mas apenas comu- autora da infração penal verbos previstos no tipo penal.
nica fato inexistente Sua consumação ocorre com o encerramento do
Instaura inquérito policial, depoimento.
procedimento investiga- Sobre o crime de falso testemunha ou falsa perícia,
Adota alguma ação com tório criminal, processo é importante levar para a sua prova:
finalidade de apurar os judicial, processo adminis-
fatos trativo disciplinar, inquérito z Não admite a forma culposa;
civil ou ação de improbida- z Sujeito ativo: É crime de mão própria, que só pode-
de administrativa rá ser praticado por uma das pessoas previstas no
tipo penal (testemunha, perito, contador, tradutor
Exemplo: José Carlos viu uma publicação no Face- ou intérprete).
book relacionada a um aborto. De imediato, ligou
para uma delegacia de polícia e comunicou o crime ao
delegado de polícia, que iniciou as investigações sobre Importante!
o fato. Entretanto, não sabia José Carlos que o abor- � O ofendido (vítima) que praticar quaisquer dos
to não existiu, já que a publicação se tratava de uma verbos previstos no tipo penal não pratica o crime
brincadeira por parte daquele que a realizou. de falso testemunho, já que ele não é testemunha;
Não há que se falar em figura típica da comunica- � Os investigados ou acusados não cometem o
ção falsa de crime, já que o agente não teve dolo de crime de falso testemunho, pois não são consi-
0

comunicar falsamente o fato que não existiu.


-1

derados testemunhas;
78

� As pessoas descompromissadas ou dispensa-


Autoacusação Falsa
.2

das de depor, bem como as pessoas proibidas


73

Art. 341 Acusar-se, perante a autoridade, de crime


de depor, poderão ser responsabilizadas pelo
.8

delito em tela.
32

inexistente ou praticado por outrem:


-4

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou


multa.
u

Segundo posicionamento doutrinário dominante:


pr

É possível a configuração deste tipo penal quando


u

z O falso testemunho não admite coautoria, mas é


pr

o agente se acusar de:


possível a participação;
z A falsa perícia admite coautoria e participação.
z Crime não existente (a conduta criminosa sequer
foi praticada, sequer existiu);
Causas de Aumento de Pena
z Crime existente, mas praticado por outra pessoa
(a conduta criminosa foi realmente realizada, mas
Art. 342 [...]
foi outro indivíduo que a praticou). § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um ter-
ço, se o crime é praticado mediante suborno ou
Sobre a autoacusação falsa, é importante levar em se cometido com o fim de obter prova destinada a
consideração: produzir efeito em processo penal, ou em processo
civil em que for parte entidade da administra-
z Só pode ser praticado dolosamente; ção pública direta ou indireta.
z Admite a modalidade tentada na forma escrita,
quando a confissão falsa remetida se extravia; O tipo penal apresenta hipóteses que aumentarão
z Não se exige que seja praticado apenas perante a pena do agente. As penas aumentam-se de 1/6 (um
336 a autoridade policial, mas pode ser na presença sexto) a um terço, se o crime é:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Praticado mediante suborno; Sobre o crime de corrupção ativa de testemunha
z Cometido com o fim de obter prova destinada a contador, perito, intérprete ou tradutor, é importante
produzir efeito em processo penal; ficar atento ao seguinte:
z Cometido com o fim de obter prova destinada a pro-
duzir efeito em processo civil em que for parte enti- z Não pode ser praticado culposamente;
dade da Administração Pública direta ou indireta. z Nos verbos oferecer ou prometer, é crime formal;
z No verbo dar, é crime material;
Retratação — Causa Especial de Extinção da z Admite tentativa, quando for possível fracionar o
Punibilidade iter criminis;
z O crime de corrupção ativa de testemunha ou
Art. 342 [...] perito deixa de ser punível se, antes da sentença
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sen- no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
tença no processo em que ocorreu o ilícito, o retrata ou declara a verdade, mas não se estende
agente se retrata ou declara a verdade.
ao crime apurado no procedimento em que a tes-
temunha faltou com a verdade.
Se o agente se retratar ou falar a verdade poderá
ter extinta a punibilidade do crime, desde que isso:
Coação no Curso do Processo
z Seja realizado antes da sentença (ainda prevalece o
Art. 344 Usar de violência ou grave ameaça,
entendimento de que se trata da sentença recorrível);
com o fim de favorecer interesse próprio ou
z Seja realizado no processo em que ocorreu o ilícito
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
(no processo em que se deu o falso e não no proces-
outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir
so referente ao falso).
em processo judicial, policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral:
Não responderá pelo crime de falso testemunho a
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além
pessoa que praticar as condutas descritas no tipo penal
da pena correspondente à violência.
incriminador com a finalidade de não se autoincriminar.
Lembre-se de que ninguém será prejudicado por
não produzir provas contra si mesmo. O crime de coação no curso do processo é aquele
Quando a testemunha mente por estar sendo em que, para beneficiar a si ou a terceiro, o agente
ameaçada de morte ou algum outro mal grave, não emprega violência ou grave ameaça contra pessoas
responde pelo crime de falso testemunho. que participam do processo ou juízo arbitral.
Observe as duas hipóteses:
Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito
z Suponha que André tenha praticado um crime de
Art. 343 Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou roubo a um supermercado, estando ele sendo proces-
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, sado por isso. Thais, funcionária do supermercado,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirma- é testemunha, tendo sido marcado um dia para que
ção falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, ela comparecesse em juízo para dar seu depoimento.
perícia, cálculos, tradução ou interpretação: André, com a finalidade de favorecer seus próprios
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. interesses, vai à casa de Thais e, utilizando-se de uma
arma de fogo para ameaçá-la, exige que ela diga que
O art. 343, do Código Penal, apresenta um outro tipo
0

não foi ele quem praticou o fato, mas outra pessoa.


-1

penal, chamado por parte da doutrina de corrupção ativa André praticou o crime de coação no curso do pro-
78

de testemunha contador, perito, intérprete ou tradutor. cesso, já que empregou grave ameaça contra pessoa
.2

chamada a intervir em processo judicial;


73

z Verbos: dar, oferecer ou prometer; z Aproveitando a mesma hipótese anterior, porém,


.8

z Destinatário: testemunha, perito, contador, tra-


32

agora André, sabendo sobre o que Thais disse na


dutor ou intérprete; inquirição, vai à casa dela e, utilizando-se de uma
-4

z Finalidade: fazer com que as pessoas façam afirma- arma de fogo para ameaçá-la, diz que irá matá-la por
u

ção falsa, neguem ou calem a verdade em depoimen- não dizer que foi outra pessoa que praticou o crime,
pr

to, perícia, cálculos, tradução ou interpretação.


por tê-lo incriminado. André, nesta hipótese, praticou
u
pr

o crime de ameaça, uma vez que empregou grave


Art. 342 [...]
ameaça contra a pessoa após o depoimento, exaurin-
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sex-
to a um terço, se o crime é cometido com o fim de do-se a participação daquela na ação.
obter prova destinada a produzir efeito em proces-
so penal ou em processo civil em que for parte enti- Caso o agente se utilize de violência para praticar o
dade da administração pública direta ou indireta. crime de coação no curso do processo, responderá por
DIREITO PENAL

este, além da pena correspondente à violência.


As penas irão aumentar de 1/6 a 1/3 (um sexto a Sobre a coação no curso do processo, fique atento
um terço), se o crime é: às seguintes informações:

z Cometido com o fim de obter prova destinada a z Pode ser praticado contra as autoridades respon-
produzir efeito em processo penal; sáveis pela condução do processo, como juízes,
z Cometido com o fim de obter prova destinada a promotores, delegados de polícia, entre outros;
produzir efeito em processo civil em que for par- z Só pode ser praticado dolosamente;
te entidade da Administração Pública direta ou z Exige-se o dolo específico por parte do agente de
indireta. favorecer interesse próprio ou alheio; 337
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É crime formal, que se consuma com o uso de violência ou grave ameaça, independentemente de o coagido
ceder;
z Admite a forma tentada na hipótese de o crime ser praticado por escrito e haver extravio.

FRAUDE PROCESSUAL – ART. 347

Art. 347 Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
aplicam-se em dobro.

Com previsão legal no art. 347, do Código Penal, o crime de fraude processual configurar-se-á quando o agente
inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pes-
soa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
Aplica-se a pena em dobro se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não indi-
ciado o agente.
Exemplo: Carlos praticou o crime de homicídio, ao matar Cláudio, que lhe devia uma quantia em dinheiro.
Com a finalidade de simular uma hipótese de legítima defesa, para induzir o perito a erro, Carlos coloca, fraudu-
lentamente, nas mãos da vítima, uma arma de fogo, modificando o estado de pessoa.
Carlos praticou o crime de fraude processual, respondendo pelo crime com a pena dobrada, já que inovou
artificiosamente, na pendência de processo penal.
Sobre o crime de fraude processual, fique atento ao seguinte:

z É crime comum;
z Não admite a modalidade culposa;
z Exige dolo específico: fim de induzir a erro juiz ou perito;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta prevista no tipo penal, ainda que não seja efetiva-
mente induzido a erro o juiz ou o perito;
z Admite a modalidade tentada.

Importante!
A respeito do direito à não autoincriminação, vejamos o entendimento do STJ: “O direito à não autoincrimi-
nação não abrange a possibilidade de os acusados alterarem a cena do crime, inovando o estado de lugar,
de coisa ou de pessoa, para, criando artificiosamente outra realidade, levar peritos ou o próprio Juiz a erro
de avaliação relevante”.4

EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO E DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU SUSPENSÃO DE


DIREITO – ARTS. 357 E 359
0
-1
78

Exploração de Prestígio
.2
73

Está previsto no art. 357, do CP:


.8
32

Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
-4

Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:


Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
u
pr

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade tam-
bém se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
u
pr

Não se deve confundir este tipo penal com o crime de tráfico de influência, previsto no art. 332, do CP. Vejamos
a diferença na tabela a seguir:

EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (ART. 357) TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (ART. 332)


Crime contra a administração da justiça Crime contra a administração em geral
Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir
pretexto de influir em
em
Juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de Em ato praticado por funcionário público no exercício da
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha função

338 4 (STJ: HC 137.206/SP, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 01.12.2009).
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A pena do crime de exploração de prestígio será
aumentada de 1/3 (um terço) se o agente alega ou insi- HORA DE PRATICAR!
nua que o dinheiro ou utilidade também se destina
ao juiz, ao jurado, ao órgão do ministério público, ao 1. (FGV — 2022) Otávio, conhecido criminoso, é encon-
funcionário de justiça, ao perito, ao tradutor, ao intér- trado, durante cumprimento de Mandado de Busca e
prete ou à testemunha. Apreensão em sua residência, de posse de 10 folhas
Sobre o crime de exploração de prestígio, leve para de cheque falsificadas, todas em nome do BANCO
a sua prova: AZUL, sendo certo que todas foram feitas em sua
casa, a partir de seu computador pessoal.
z É crime comum, que poderá ser praticado por
qualquer pessoa; Com relação à conduta criminosa de Otávio é correto
z Só poderá ser praticado dolosamente; afirmar que responderá pelo crime de
z No verbo solicitar, é crime formal;
z No verbo receber, é crime material; a) falsificação de documento particular.
z Admite tentativa. b) falsificação de documento público.
c) falsidade ideológica.
Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou d) uso de documento falso.
Suspensão de Direito e) reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica.

Art. 359 Exercer função, atividade, direito, autori- 2. (FGV — 2022) Tiago foi denunciado pelo Ministério Públi-
dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por co pelos crimes de falsificação de documento particular
decisão judicial: (Art. 298 do Código Penal) e estelionato (Art. 171 do
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou Código Penal), em concurso material (Art. 69 do Código
multa. Penal), por ter protocolizado pedido de restituição e decla-
ração de compensação de tributos junto à Administração
Este crime está previsto no art. 359, do CP, e confi- Fazendária, buscando auferir saldo de compensação de
gurar-se-á quando o agente exercer função, atividade, créditos inexistentes, cujo valor seria superior àquele dos
direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou débitos de sua empresa.
privado por decisão judicial.
O crime de desobediência a decisão judicial sobre Nesse caso, com relação ao crime de falsificação de
perda ou suspensão de direito, inserido no Código documento particular imputado, é correto afirmar que
Penal entre os crimes contra a administração da justi-
ça, representa uma modalidade especial do delito de a) trata-se de um crime autônomo que é sempre punível.
desobediência, capitulado no art. 329, do CP, entre os b) trata-se de um crime-fim que é sempre punível.
crimes praticados por particular contra a administra- c) trata-se de um crime-meio que é sempre punível.
ção em geral. d) trata-se de um crime-meio, que é punível se o crime-
Há, nos dois delitos, o descumprimento de ordem -fim também o for.
legal emanada de funcionário público. No entanto, o e) trata-se de um crime-meio, que é punível se ele não se
crime definido no art. 359, do CP, possui elementos exaurir no crime-fim, não sendo por este absorvido.
especializantes, pois o agente não desobedece a uma
simples ordem legal emitida por qualquer funcioná- 3. (FGV — 2018) Em razão de se encontrar com diver-
rio público. sos mandados atrasados para o seu cumprimento, o
0

Neste crime, o agente vai além, exercendo função, Oficial de Justiça Moraes certifica em um deles que
-1

atividade, direito, autoridade ou múnus de que estava


78

foi ao local da diligência e o citando não mais lá resi-


suspenso ou privado por decisão judicial. dia, apesar de nunca ter efetivamente lá comparecido.
.2
73

Tutela-se a administração da justiça. Posteriormente, restou demonstrado que o citando


Quanto ao sujeito ativo, verifica-se que se trata
.8

sempre residiu no endereço do mandado e que, de


32

de crime próprio ou especial, pois somente pode ser fato, o Oficial de Justiça não foi ao local.
-4

praticado pela pessoa que, por decisão judicial, foi


suspensa ou privada relativamente ao exercício de Diante desse quadro fático, a conduta de Moraes
u
pr

determinada função, atividade, direito, autoridade ou configura:


múnus.
u
pr

O sujeito passivo é o Estado. a) crime de falsidade material de documento público;


Consuma-se com o simples exercício da função, b) crime de falsidade ideológica de documento público;
atividade, direito, autoridade ou múnus do qual o c) infração administrativa, mas conduta penalmente atípica;
agente foi suspenso ou privado por decisão judicial, d) crime de falsidade material de documento particular;
ainda que desta conduta não seja produzido nenhum e) crime de falsidade material de atestado ou certidão.
resultado naturalístico.
DIREITO PENAL

Basta a prática de um único ato capaz de afrontar a 4. (FGV — 2022) Antônio, Oficial de Justiça, com vontade
determinação emanada do Poder Judiciário. livre e consciente, ao cumprir mandado de penhora, ava-
Sobre este crime, é importante que você leve em liação e intimação, certificou falsamente, em razão de
consideração as seguintes informações: sua função pública, fato que habilitou o executado Jorge
a obter vantagem, consistente em ocultar bens penho-
z Só poderá ser praticado dolosamente; ráveis, na medida em que Antônio falsamente certificou
z Admite a modalidade tentada; que não havia qualquer bem a ser penhorado.
z Exige-se que a suspensão ou privação se dê por
decisão judicial. Caso se trate de decisão adminis- Assim agindo, Antônio praticou
trativa, não se configurará este tipo penal. 339
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a) infração penal de certidão ideologicamente falsa. Considerando apenas as informações expostas, a
b) infração penal de falsidade material de certidão. conduta praticada por Joana se adequaria, abstrata-
c) crime de abuso de autoridade. mente, ao delito de:
d) crime de falsificação de documento público.
e) crime de falsificação de papéis públicos a) peculato, sendo inaplicável o princípio da insignificân-
cia em razão da natureza de crime contra a Adminis-
5. (FGV — 2022) De acordo com o Art. 327, §2º, do Código tração Pública;
Penal, “A pena será aumentada da terça parte quando os b) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignifi-
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu- cância, que afastaria a tipicidade da conduta;
pantes de cargos em comissão ou de função de direção c) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignifi-
ou assessoramento de órgão da administração direta, cância, que afastaria a culpabilidade da agente;
sociedade de economia mista, empresa pública ou fun- d) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificân-
dação instituída pelo poder público”. cia, que afastaria a tipicidade da conduta;
e) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificân-
Na hipótese dos agentes que se enquadram na situação cia, que afastaria a culpabilidade da agente.
do Art. 327, §1º, do Código Penal (“Equipara-se a funcio-
nário público quem exerce cargo, emprego ou função 8. (FGV — 2021) O funcionário público que, embora não
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
execução de atividade típica da Administração Pública”), ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporcio-
a mencionada causa de aumento de pena: na a qualidade de funcionário, pratica

a) não deve incidir, pois os próprios elementos do tipo a) peculato.


não podem ser utilizados para majoração da pena; b) corrupção passiva.
b) deve incidir, desde que o agente tenha praticado o fato c) prevaricação.
no exercício do cargo; d) condescendência criminosa.
c) não deve incidir, pois a majoração da pena fica reser- e) descaminho.
vada para quem é ocupante de cargo efetivo;
d) deve incidir, desde que o agente permaneça no exercí- 9. (FGV — 2020) Ao receber a intimação para efetuar
cio do cargo quando do julgamento; pagamento decorrente de condenação judicial, o réu,
e) não deve incidir, pois a majoração da pena destina-se a pessoa de baixa instrução, entrega o valor pertinente
quem já ocupava cargo distinto daquele em comissão. ao oficial de justiça Roberto, que o utiliza para o paga-
mento de uma dívida própria.
6. (FGV — 2018) Analise as seguintes situações. Sobre a conduta praticada por Roberto, é correto afir-
mar que:
I. José está exercendo função pública transitoriamente,
recebendo, porém, salário oriundo da Administração a) o fato é atípico porque o Código Penal não pune o cha-
Pública. mado peculato de uso;
II. João exerce cargo público, mas não recebe remunera- b) foi cometido o crime de peculato mediante erro de
ção pelo exercício da função. outrem, já que o oficial de justiça não colaborou para o
III. Márcio trabalha em empresa contratada pela Adminis- erro do sujeito passivo;
tração para exercer atividade típica da Administração c) Roberto deve responder pelo crime de peculato na moda-
0

Pública. lidade apropriação, definido no art. 312 do Código Penal;


-1
78

d) Roberto cometeu o crime de corrupção passiva por-


Considerando as situações acima, de acordo com o Códi- que recebeu vantagem indevida em razão do cargo;
.2
73

go Penal, poderá(ão) ser considerado(s) funcionário(s) e) não há crime devido ao exercício regular de um direito.
.8

público(s) para fins de responsabilização penal:


32

10. (FGV — 2019) João, servidor público ocupante de


-4

a) João, apenas; cargo efetivo de Analista de Sistemas, no exercício


b) João e José, apenas; da função e na qualidade de funcionário autorizado,
u
pr

c) João, José e Márcio; inseriu dados falsos e alterou indevidamente dados


d) João e Márcio, apenas; corretos em sistema informatizado da Administração
u
pr

e) José e Márcio, apenas. Pública estadual. João promoveu as citadas altera-


ções em banco de dados que compila informações
7. (FGV — 2021) No interior de serventia extrajudicial, Joana estatísticas sobre segurança pública, com objetivo de
buscava obter determinada certidão. Enquanto aguar- maquiar índices de criminalidade na região do Bata-
dava o funcionário, verificou que, do lado de dentro do lhão de Polícia Militar onde seu irmão é Comandante e
balcão, havia um compartimento com moedas que eram com o fim de obter vantagem indevida para si, consis-
utilizadas para facilitar a entrega de troco aos clientes. tente no pagamento de oitenta mil reais.
Diante da facilidade da situação, aproveitou para subtrair
R$ 60,00 em moedas, valor que seria utilizado para com- Ao receber o inquérito policial que apurou os fatos
prar um presente de aniversário para sua filha. descritos contendo farta justa causa, o Promotor de
Ocorre que a conduta de Joana foi registrada pelas Justiça deve oferecer denúncia em face de João, pela
câmeras de segurança, chegando os fatos ao conhe- prática do crime, previsto no Código Penal:
cimento da autoridade policial. Foi constatado, ainda,
que Joana era primária, sem qualquer envolvimento a) de inserção de dados falsos em sistema de informa-
pretérito com o aparato policial ou judicial. ções, desde que se comprove que o agente efetiva-
340 mente recebeu vantagem indevida;
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b) de inserção de dados falsos em sistema de informações, a) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada consi-
independentemente da comprovação de ter o agente efe- derando a modalidade tentada do delito;
tivamente recebido o valor da vantagem indevida; b) concussão, devendo a pena ser aplicada consideran-
c) contra a administração pública de corrupção passiva, do a modalidade consumada do delito;
independentemente da comprovação de ter o agente c) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada consi-
efetivamente recebido o valor da vantagem indevida; derando a modalidade consumada do delito;
d) contra a administração pública de corrupção passiva, d) concussão, devendo a pena ser aplicada consideran-
desde que se comprove que o agente efetivamente do a modalidade tentada do delito;
recebeu o valor da vantagem indevida; e) atipicidade em relação aos crimes contra a Adminis-
e) contra a administração pública de peculato, desde que tração Pública, tendo em vista que o agente não pode
se comprove que o agente efetivamente recebeu o ser considerado funcionário público para fins penais.
valor da vantagem indevida.
14. (FGV — 2022) João, Oficial de Justiça Avaliador de deter-
11. (FGV — 2018) Funcionário da Assembleia Legislativa minado Tribunal Regional do Trabalho, de forma livre e
recebeu procedimento que versava sobre a edição de consciente, ao cumprir determinado mandado de cita-
lei estadual de grande relevância. Ciente da controvér- ção, solicitou para si, a Pedro, reclamado que estava sen-
sia e da grande pressão que existia contrária à edição do citado, diretamente, vantagem indevida consistente
da inovação legislativa, resolveu esconder o procedi- em dez mil reais, para demorar algumas semanas para
mento entre sua mesa e a parede, no chão, para que proceder à devolução do mandado cumprido no cartório
ninguém soubesse que estava com o documento para da Vara Trabalhista que o expediu. Em razão de ter rece-
apresentação de parecer. Ocorre que o funcionário, bido a citada quantia de Pedro, o servidor João retardou a
por descuido, veio a derrubar café no documento, tor- devolução do mandado em quase dois meses.
nando-o totalmente inutilizável e gerando prejuízos ao
andamento do procedimento. No caso em tela, na esfera penal, João cometeu crime de
Considerando apenas as informações narradas, é cor-
reto afirmar que a conduta do funcionário é a) menor potencial ofensivo.
b) corrupção passiva, com causa de aumento de pena.
a) atípica, não configurando crime. c) concussão, com causa de aumento de pena.
b) típica, ilícita e culpável, configurando crime de “extra- d) corrupção passiva, de forma qualificada.
vio, sonegação ou inutilização de livro ou documento”, e) prevaricação, de forma qualificada.
previsto no Art. 314 do Código Penal.
c) típica, ilícita, mas não culpável, não configurando crime. 15. (FGV — 2020) Oficial de justiça que deixa de dar cum-
d) típica, ilícita e culpável, configurando o crime de “sub- primento integral a mandado de penhora em razão de
tração ou inutilização de livro ou documento”, prevista sentir pena do proprietário do bem penhorado comete,
no Art. 337 do Código Penal. em tese, o crime de:
e) típica, mas não ilícita, não configurando crime.
a) corrupção passiva privilegiada;
12. (FGV — 2021) João, fiscal de um Município do Estado b) abandono de função;
Alfa, passava por uma rua de comércio popular com a c) violação de sigilo profissional;
família, quando seu filho avistou um comerciante ven- d) corrupção passiva simples;
dendo balões de personagens infantis e insistiu que e) prevaricação.
queria um. João, então, se dirigiu ao vendedor e exigiu
0

que ele lhe desse o balão pretendido pelo filho, que 16. (FGV — 2022) João, Oficial de Justiça do Tribunal
-1

estava sendo vendido para outro casal, dizendo que


78

Regional do Trabalho da Yª Região, de forma livre e


trabalhava para a Prefeitura e que, se não fosse aten- consciente, no exercício da função, permitiu e facili-
.2

dido, chamaria a guarda municipal para apreender os


73

tou, mediante o fornecimento de sua senha pessoal


objetos e lavrar o auto próprio.
.8

e intransferível ao sistema de processo eletrônico do


32

TRT, o acesso de José, pessoa não autorizada, a tal


-4

Ao proceder da forma narrada, João praticou, em tese, sistema de informações do Tribunal, para viabilizar a
a conduta tipificada como: José o contato com funcionalidades restritas a servi-
u
pr

dores daquele órgão do Poder Judiciário.


a) extorsão;
u
pr

b) concussão; Agindo dessa forma, não sendo caso de crime mais


c) corrupção passiva; grave, em tese, de acordo com o Código Penal, João
d) exercício arbitrário das próprias razões; cometeu crime de
e) corrupção passiva, mas João terá sua tipicidade afas-
tada pelo princípio da insignificância. a) prevaricação, punível com pena de detenção, de dois a
quatro anos, e multa.
DIREITO PENAL

13. (FGV — 2018) Ronaldo, que exercia função pública b) corrupção ativa, punível com pena de detenção, de
apenas temporariamente, sem receber remuneração, dois a quatro anos, e multa.
exige R$ 1.000,00 para dar prioridade na prática de ato c) falsa declaração, punível com pena de detenção, de
de ofício que era de sua responsabilidade. Apesar da um a dois anos, e multa.
exigência, o fato vem a ser descoberto antes do paga- d) violação de sistema, punível com pena de detenção,
mento da vantagem indevida e antes mesmo da práti- de um a dois anos, e multa.
ca com prioridade do ato de ofício. e) violação de sigilo funcional, punível com pena de
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Diante da descoberta dos fatos nos termos narrados,
a conduta de Ronaldo configura: 341
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17. (FGV — 2022) João dos Santos é empresário e supri-
4 A
miu contribuição previdenciária, ao omitir receitas
auferidas e demais fatos geradores de contribuições 5 B
sociais previdenciárias nos documentos comerciais e
tributários da sua empresa. 6 C

7 D
É correto afirmar que essa conduta caracteriza crime de
8 A
a) apropriação indébita previdenciária.
b) sonegação de contribuição previdenciária. 9 B
c) crime contra a ordem tributária.
10 B
d) descaminho.
e) falsificação de documento público. 11 A

18. (FGV — 2021) Aquele que oferece ou promete vantagem 12 B


indevida a um funcionário público, para que ele pratique,
13 B
omita ou retarde ato de ofício comete o crime de
14 B
a) descaminho.
b) corrupção ativa. 15 E
c) tráfico de influência. 16 E
d) usurpação de função pública.
e) exercício funcional ilegal. 17 B

19. (FGV — 2022) Em relação ao delito de coação no curso 18 B


do processo, é correto afirmar que: 19 B

a) o processo judicial afetado pela coação deve ser de 20 E


natureza criminal;
b) ameaças proferidas antes da formalização do inquéri-
to permitem a caracterização do crime;
c) não pode ser praticado no decorrer de procedimento
investigatório criminal do Ministério Público;
ANOTAÇÕES
d) a existência de procedimento alfandegário de verifica-
ção de bagagens pode ser considerada para o delito;
e) não pode ser praticado no decorrer de inquérito civil
presidido pelo Ministério Público.

20. (FGV — 2018) Caio, Oficial de Justiça, após cumprir


diversos mandados de citação referentes a várias
ações penais, retornou para sua residência com os
documentos que comprovavam a efetiva citação dos
0
-1

denunciados. Em razão de seu descuido e do grande


78

número de mandados, colocou dois deles em cima de


.2

seu carro enquanto guardava sua bolsa na mala do


73

veículo, mas os esqueceu lá quando deu a partida do


.8

carro, acabando por extraviar os documentos, o que


32

gerou prejuízo no curso da ação penal e benefício para


-4

os acusados dos respectivos processos.


u
pr

Considerando apenas as informações narradas, o


u

comportamento de Caio configura:


pr

a) crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro


ou documento;
b) crime de subtração ou inutilização de livro ou documento;
c) crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
d) crime de prevaricação;
e) conduta atípica.

9 GABARITO

1 B

2 E

3 B
342
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(chamada de condição de procedibilidade) para que o
Ministério Público possa exercer seu direito de ação.
A mais conhecida hipótese de necessidade de requi-
sição, conforme mencionado, é quando ocorre crime
contra a honra do Presidente da República ou chefe de
DIREITO PROCESSUAL governo estrangeiro.
A requisição do Ministro da Justiça não significa
PENAL uma ordem ao Ministério Público. Recebida a requisi-
ção, o MP somente vai oferecer a denúncia se houver
justa causa (provas suficientes) para o início da ação.
A lei não estabelece um prazo para que o Minis-
tro da Justiça apresente a requisição. Assim sendo,
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade do
DECRETO LEI N° 3.689 - DE 03 DE agente, o Ministro da Justiça pode realizar a requisição.
OUTUBRO DE 1941
Representação do Ofendido
DA AÇÃO PENAL: ARTS. 24 E §§ 1º E 2º; 25; 27; 28 E
§§ 1º E 2º, E 28-A INCISOS E §§ ; 40 A 42; 46 E §§ 1° A representação do ofendido consiste na manifes-
E 2° E ART. 47 tação de vontade da vítima ou de seu representante
legal informando da ocorrência de um crime e, tam-
bém, de pedido de providências para que o Ministério
Início da Ação Penal
Público ingresse com a ação penal. Da mesma forma
que na requisição do Ministro da Justiça, a represen-
Art. 24 Nos crimes de ação pública, esta será
promovida por denúncia do Ministério Público, tação do ofendido é uma condição de procedibilidade,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requi- isto é, uma condição para que o MP possa oferecer a
sição do Ministro da Justiça, ou de representa- denúncia.
ção do ofendido ou de quem tiver qualidade para Importante: a representação é também conhecida
representá-lo. como delatio criminis postulatória.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando Assim como no caso da requisição, a represen-
declarado ausente por decisão judicial, o direito tação não obriga o Ministério Público a oferecer a
de representação passará ao cônjuge, ascenden- denúncia; somente caso entenda que existam provas
te, descendente ou irmão. é que o promotor oferece a denúncia.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em A representação não exige formalidade especial,
detrimento do patrimônio ou interesse da União, devendo somente deixar claro, de maneira inequívo-
Estado e Município, a ação penal será pública. ca, a vontade da vítima de ver o ofensor processado
(basta que conste nos autos que a vítima quer ofere-
Conforme já mencionado anteriormente, no silên- cer a representação). O art. 39, do CPP, que será estu-
cio da lei, a ação penal é pública incondicionada, isto é, dado mais adiante, apresenta algumas regras sobre a
será promovida pelo Ministério Público sem que haja representação.
necessidade de manifestação de vontade de terceira
pessoa para seu ajuizamento, mediante a denúncia. Retratação da Representação
Excepcionalmente, a lei pode exigir prévia mani-
0

festação ou da vítima (como no caso do crime de


-1

Art. 25 A representação será irretratável,


ameaça, previsto no art. 147, do CP) ou do Ministro da
78

depois de oferecida a denúncia.


Justiça (por exemplo, nos crimes contra a honra que
.2
73

tenham como vítima o Presidente da República ou Pode ocorrer de a vítima ou seu representante,
chefe de governo estrangeiro, conforme prevê o art.
.8

depois de oferecida a representação, não mais que-


32

145, do CP). rer ver o agente processado (por exemplo, por ser um
-4

parente e a pessoa não quer causar mais discórdia na


Dica família). Nos termos do art. 25, do CPP, é permitida a
u
pr

retratação (manifestação no sentido de não querer


Quanto ao direito de representação do § 1º, do
u

ver a pessoa processada), desde que ocorra antes de o


pr

art. 24, lembre-se o mnemônico C-A-D-I:


DIREITO PROCESSUAL PENAL

Ministério Público oferecer a denúncia. Apresentada


Cônjuge a retratação, o MP não pode mais ofertar a denúncia,
Ascendente desencadeando a ação penal.
Descendente Uma hipótese que costuma ser cogitada pela dou-
Irmão trina e, vez em quando, aparece em concursos públi-
cos, é a possibilidade da retratação da retratação
Além do silêncio da lei, existe outro critério, pre- (também chamada de revogação da retratação). Tra-
visto no § 2º, art. 24, do CPP, que determina que a ação ta-se da hipótese em que o ofendido, ou seu repre-
será pública se o delito for cometido em detrimento sentante, após retratar-se da representação, muda de
do patrimônio de um dos entes da Federação (União, ideia e resolve oferecer nova representação (nova-
estados/DF ou municípios). mente quer ver o ofensor processado). Tal situação,
ainda que não prevista na lei, é aceita pela doutrina,
Requisição do Ministro da Justiça desde que seja feita antes que ocorra a extinção da
punibilidade do agente.
Conforme se nota do teor do art. 2º, do CPP, a requi- A lei nada menciona sobre a possibilidade da
sição do Ministro da Justiça é uma exigência legal retratação da requisição do Ministro da Justiça; nesse 343
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sentido, há divergência na doutrina, mas parece pre-
valecer a ideia de que uma vez oferecida, a requisição Ausência de justa causa
não pode ser revogada.
Ausência de pressuposto
DELATIO CRIMINIS DIRETA AO MINISTÉRIO processual ou condição para
PÚBLICO o exercício da ação penal

Art. 27 Qualquer pessoa do povo poderá provo-


Atipicidade do fato
car a iniciativa do Ministério Público, nos casos
ARQUIVAMENTO
em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por DO INQUÉRITO
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indi- POLICIAL
cando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. Excludente de ilicitude

Assim como qualquer pessoa do povo pode procu-


rar a autoridade policial e dar ciência da ocorrência Excludente de Exceto
culpabilidade inimputáveis
de um delito, qualquer pessoa pode também encami-
nhar ao MP uma petição na qual requer providências
e apresenta elementos para formar o convencimento Extinção da punibilidade
do promotor para que este requisite a instauração de
inquérito policial, ofereça diretamente a denúncia ou,
caso entenda que não existe uma infração ou que não
Presente qualquer das hipóteses mencionadas,
hajam indícios de autoria, requeira o arquivamento,
o procedimento a ser seguido é o que consta no art.
nos termos do art. 28, do CPP.
28, do CPP, e que foi recentemente alterado de forma
substancial pela Lei nº 13.964, de 2019, conhecida por
ARQUIVAMENTO
Lei Anticrime.
Vale conferir as diferenças entre a antiga e a nova
Tratando-se de crime de ação penal pública, uma
redação do art. 28, do CPP, conforme consta no quadro
vez recebidos os autos do inquérito policial, o Minis-
a seguir.
tério Público pode agir de várias formas. Dentre elas,
o MP pode oferecer a denúncia, caso entenda que se
encontram presentes os elementos para dar origem REDAÇÃO APÓS AS
REDAÇÃO ANTERIOR À
ALTERAÇÕES TRAZIDAS
à ação penal. Pode, por outro lado, requerer a devo- MODIFICAÇÃO
PELA LEI ANTICRIME
lução do inquérito policial (IP) à autoridade policial
para a realização de novas diligências necessárias ao Art. 28 Se o órgão do Ministé- Art. 28 Ordenado o arquiva-
oferecimento da denúncia. Também pode, conforme rio Público, ao invés de apre- mento do inquérito policial ou
será estudado mais adiante, formalizar acordo de não sentar a denúncia, requerer de quaisquer elementos infor-
persecução penal. E, caso entenda que o juízo perante o arquivamento do inquérito mativos da mesma natureza,
policial ou de quaisquer pe- o órgão do Ministério Público
o qual atua não é o competente para o julgamento do ças de informação, o juiz, no comunicará à vítima, ao in-
feito, o MP pode declinar de sua competência, reque- caso de considerar improce- vestigado e à autoridade po-
rendo ao juiz que remeta os autos ao juiz competente. dentes as razões invocadas, licial e encaminhará os autos
Além das medidas citadas, o MP pode determinar fará remessa do inquérito ou para a instância de revisão
o arquivamento do IP quando se encontrar diante de peças de informação ao pro- ministerial para fins de homo-
0

uma das seguintes hipóteses: curador-geral, e este oferece- logação, na forma da lei.
-1

rá a denúncia, designará outro § 1º Se a vítima, ou seu repre-


78

órgão do Ministério Público sentante legal, não concor-


.2

z Ausência de pressuposto processual ou condi- para oferece-la, ou insistirá dar com o arquivamento do
73

ção para o exercício da ação penal (por exemplo, no pedido de arquivamento, inquérito policial, poderá, no
.8

quando a vítima retira a representação que havia ao qual só então estará o juiz prazo de 30 (trinta) dias do re-
32

feito); obrigado a atender cebimento da comunicação,


-4

z Falta de justa causa para o exercício da ação submeter a matéria à revisão


penal (por exemplo, quando não há informações da instância competente do
u
pr

sobre a autoria do fato); órgão ministerial, confor-


me dispuser a respectiva lei
z Atipicidade do fato (quando o fato, de forma evi-
u

orgânica.
pr

dente, não constitui crime); § 2º Nas ações penais relati-


z Certeza da existência de excludente de ilicitude vas a crimes praticados em
(como um caso claro de legítima defesa); detrimento da União, Estados
z Existência clara de excludente de culpabilidade, e Municípios, a revisão do
exceto se tratar-se de hipótese de inimputabilida- arquivamento do inquérito
de (o inimputável previsto no art. 26, do CP, deve policial poderá ser provocada
pela chefia do órgão a quem
ser denunciado a fim de que, ao final do processo,
couber a sua representação
por meio de sentença absolutória imprópria, seja judicial
imposta a ele medida de segurança);
z Causa extintiva da punibilidade (como a morte
do agente); A grande mudança trazida pela Lei nº 13.964, de
z Cumprimento do acordo de não persecução penal 2019, nas regras relativas ao arquivamento do inqué-
(conforme art. 28-A, do CPP). rito policial, é que deixa de haver qualquer tipo de
controle judicial sobre o arquivamento apresen-
Deste modo, podemos resumir as hipóteses de tado pelo MP. O controle total sobre o arquivamento
344 arquivamento do IP da seguinte forma: passa a ser do Ministério Público.
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§ 3º O acordo de não persecução penal será for-
Importante! malizado por escrito e será firmado pelo membro
do Ministério Público, pelo investigado e por seu
Tendo em vista concessão de liminar STF na ADI defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
6.305/DF, a alteração feita no art. 28 referente ao § 4º Para a homologação do acordo de não perse-
arquivamento do inquérito policial encontra-se cução penal, será realizada audiência na qual o juiz
suspensa. Dessa forma, a redação revogada do deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da
art. 28 permanece em vigor enquanto vigorar a oitiva do investigado na presença do seu defensor,
decisão do Ministro Luiz Fux. e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes
Art. 28-A Não sendo caso de arquivamento e tendo ou abusivas as condições dispostas no acordo de
o investigado confessado formal e circunstancial- não persecução penal, devolverá os autos ao Minis-
mente a prática de infração penal sem violência tério Público para que seja reformulada a proposta
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
de acordo, com concordância do investigado e seu
(quatro) anos, o Ministério Público poderá propor
defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
acordo de não persecução penal, desde que neces-
sário e suficiente para reprovação e prevenção do § 6º Homologado judicialmente o acordo de não
crime, mediante as seguintes condições ajustadas persecução penal, o juiz devolverá os autos ao
cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei Ministério Público para que inicie sua execução
nº 13.964, de 2019) perante o juízo de execução penal. (Incluído pela
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exce- Lei nº 13.964, de 2019)
to na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei § 7º O juiz poderá recusar homologação à propos-
nº 13.964, de 2019) ta que não atender aos requisitos legais ou quando
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos não for realizada a adequação a que se refere o § 5º
indicados pelo Ministério Público como instrumen- deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá
Lei nº 13.964, de 2019)
os autos ao Ministério Público para a análise da
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
públicas por período correspondente à pena míni- necessidade de complementação das investigações
ma cominada ao delito diminuída de um a dois ter- ou o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei nº
ços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, 13.964, de 2019)
na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de § 9º A vítima será intimada da homologação do
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei acordo de não persecução penal e de seu descum-
nº 13.964, de 2019) primento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada § 10 Descumpridas quaisquer das condições estipu-
nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de ladas no acordo de não persecução penal, o Minis-
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade tério Público deverá comunicar ao juízo, para fins
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo de sua rescisão e posterior oferecimento de denún-
juízo da execução, que tenha, preferencialmen- cia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
te, como função proteger bens jurídicos iguais ou § 11 O descumprimento do acordo de não perse-
semelhantes aos aparentemente lesados pelo deli- cução penal pelo investigado também poderá ser
to; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) utilizado pelo Ministério Público como justifica-
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição tiva para o eventual não oferecimento de suspen-
indicada pelo Ministério Público, desde que propor- são condicional do processo. (Incluído pela Lei nº
0

cional e compatível com a infração penal imputada. 13.964, de 2019)


-1

(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 12 A celebração e o cumprimento do acordo de


78

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao não persecução penal não constarão de certidão de
.2

delito a que se refere o caput deste artigo, serão antecedentes criminais, exceto para os fins previs-
73

consideradas as causas de aumento e diminuição tos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela
.8

aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.964, de 2019)


32

13.964, de 2019) § 13 Cumprido integralmente o acordo de não


-4

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se apli- persecução penal, o juízo competente decretará
ca nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº
u

a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei nº


pr

13.964, de 2019) 13.964, de 2019)


I - se for cabível transação penal de competência
u

§ 14 No caso de recusa, por parte do Ministério


pr

dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;


DIREITO PROCESSUAL PENAL

Público, em propor o acordo de não persecução


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) penal, o investigado poderá requerer a remessa dos
II - se o investigado for reincidente ou se houver ele- autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste
mentos probatórios que indiquem conduta criminal Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insig-
nificantes as infrações penais pretéritas; (Incluído Outra inovação trazida pelo pacote anticrime foi a
pela Lei nº 13.964, de 2019)
inclusão do art. 28-A, ao Código de Processo Penal, que
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos
regulamenta o Acordo de Não Persecução Penal.
anteriores ao cometimento da infração, em acordo
Trata-se de uma nova modalidade de flexibilização
de não persecução penal, transação penal ou sus-
pensão condicional do processo; e (Incluído pela do Princípio da Obrigatoriedade da Ação Penal Públi-
Lei nº 13.964, de 2019) ca, pois caso o acordo seja aceito, ele acarretará no
IV - nos crimes praticados no âmbito de violên- não oferecimento de Denúncia pelo Ministério Públi-
cia doméstica ou familiar, ou praticados contra a co. Sua homologação é feita em audiência própria na
mulher por razões da condição de sexo feminino, qual se analisa a voluntariedade e a legalidade, ressal-
em favor do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, tando que não faz coisa julgada material, e o seu cum-
de 2019) prido integralmente gera a extinção de punibilidade. 345
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A aplicação do Acordo de Não Persecução Penal acusatória ou de exordial acusatória) são, portanto, os
requer o cumprimento de requisitos objetivos e con- atos que formalizam a acusação.
dições. Vejamos: De acordo com o art. 41, a peça acusatória deve
conter exposição do fato criminoso, com todas as
Requisitos objetivos suas circunstâncias; não pode, portanto, ser genérica,
vaga ou imprecisa. Nesse sentido, veja dois julgados
z Confissão formal e circunstancial da prática deliti-
que ilustram a necessidade de expor todas as circuns-
va pelo investigado;
tâncias do fato criminoso:
z Infração cometida sem violência ou grave ameaça;
z Pena mínima inferior a 4 anos (consideradas as
Desacato. É inepta a peça acusatória que apenas
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
caso concreto). afirma que o acusado proferiu vários impropérios
contra policial rodoviário federal, sem, contudo,
Condições especificá-los. Há necessidade da descrição das
ofensas irrogadas à vítima de forma expressa e cla-
z Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto ra (TJRO: RT 786/737).
na impossibilidade de fazê-lo;
z Renunciar voluntariamente a bens e direitos indi- Estelionato. É inepta a denúncia em que se aventa
cados pelo Ministério Público como instrumentos, hipótese de estelionato mas a vantagem patrimo-
produto ou proveito do crime; nial não é indicada. Há ausência de requisito do
z Prestar serviço à comunidade ou a entidades tipo (JTJ 170/336).
públicas por período correspondente à pena míni-
ma cominada ao delito diminuída de um a dois ter- A denúncia ou a queixa devem, também, identifi-
ços, em local a ser indicado pelo juízo da execução; car a pessoa a quem se imputa o fato criminoso.
z Pagar prestação pecuniária à entidade pública ou A peça acusatória, ao final, declara os artigos nos
de interesse social, a ser indicada pelo juízo da exe- quais se inserem os fatos narrados; é o que se denomi-
cução, que tenha, preferencialmente, como função na classificação ou capitulação. No entanto, o réu, ao
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos se defender, faz isso com base nos fatos alegados e não
aparentemente lesados pelo delito; ou
com base na tipificação feita.
z Cumprir, por prazo determinado, outra condi-
Por fim, a lista de testemunhas é facultativa e não
ção indicada pelo Ministério Público, desde que
é motivo para a rejeição da denúncia ou da queixa.
proporcional e compatível com a infração penal
imputada.
Princípio da Indisponibilidade
DEVER DE COMUNICAÇÃO
Art. 42 O Ministério Público não poderá desis-
Art. 40 Quando, em autos ou papéis de que conhe- tir da ação penal.
cerem, os juízes ou tribunais verificarem a exis-
tência de crime de ação pública, remeterão ao Uma vez ajuizada a ação penal pública, não cabe
Ministério Público as cópias e os documentos mais a desistência por parte do Ministério Público.
necessários ao oferecimento da denúncia.
PRAZOS PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA
0

O art. 40, do CPP, cuida do dever que os juízes têm de


-1
78

comunicar o MP caso tomem ciência de infrações que Art. 46 O prazo para oferecimento da denúncia,
.2

se procedem mediante ação penal pública. Neste caso, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data
73

se existirem documentos relacionados que sirvam de em que o órgão do Ministério Público receber os autos
.8

prova, devem ser enviados ao Ministério Público. do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
32

solto ou afiançado. No último caso, se houver devo-


-4

DENÚNCIA OU QUEIXA lução do inquérito à autoridade policial (art. 16), con-


u

tar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério


pr

Art. 41 A denúncia ou queixa conterá a expo- Público receber novamente os autos.


u

sição do fato criminoso, com todas as suas § 1º Quando o Ministério Público dispensar o inqué-
pr

circunstâncias, a qualificação do acusado ou


rito policial, o prazo para o oferecimento da denún-
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,
cia contar-se-á da data em que tiver recebido as
a classificação do crime e, quando necessário, o
peças de informações ou a representação
rol das testemunhas.
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será
de 3 dias, contado da data em que o órgão do
A denúncia é a petição inicial, formulada pelo
Ministério Público receber os autos, e, se este não
Ministério Público, que contém a acusação contra o
agente que praticou fato criminoso, no caso dos cri- se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que
mes que se procedem mediante ação penal pública. não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais
A queixa, por sua vez, é a petição inicial, formu- termos do processo.
lada pelo advogado do ofendido ou de seu represen-
tante, contra o agente que praticou o fato delituoso, A redação do art. 46, do CPP, peca ao mencionar
no caso dos crimes que se procedem mediante ação a expressão “réu” onde, na verdade, deveria constar
penal privada. “indiciado”, uma vez que a figura do réu ou acusado só
Tanto a denúncia quanto a queixa (ambas tam- aparece depois que a peça inicial é recebida pelo juiz.
346 bém são chamadas, dentre outros nomes, de peça Vale memorizar os prazos que constam no art. 46:
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PRAZO PARA OFERECIMENTO
DA DENÚNCIA

Preso: 5 dias a contar do Solto ou afiançado:


recebimento do IP 15 dias

Segundo o § 2º, art. 46, a queixa pode ser aditada no prazo de 3 dias, a contar da data de recebimento dos autos.

DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 47 Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos
elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam
ou possam fornecê-los.

O MP pode, diretamente, sem a intermediação do juiz, requisitar esclarecimentos, documentos ou outros ele-
mentos de prova, desde que, claro, dentro do que permite a lei e fundamentado na necessidade.

DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ARTS. 257 E 258

Ao Ministério Público caberá ser o titular da ação penal pública, ou seja, processar criminalmente aqueles que
transgredirem a lei, entretanto essa função será exercida de forma imparcial, pois deverá apenas garantir que a
lei seja aplicada ao caso, e não que o réu seja condenado.
Além dessa função, caberá ao membro do MP atuar como verdadeiro defensor da sociedade, fiscal da lei, o que
chamamos de “custos legis”.

Art. 257 Ao Ministério Público cabe:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e
II - fiscalizar a execução da lei.

Ao Ministério Público aplica-se as mesmas regras de suspeição e impedimento dos juízes que estudamos nos
artigos anteriores, portanto, não poderá então ser titular da ação penal contra seus parentes, esposa ou marido,
inclusive parentes adquiridos pelo casamento, até o terceiro grau.

Art. 258 Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for
seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se
estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

Importante!
Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta
0
-1

o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.


78
.2
73
.8
32

LEI Nº 9.099, DE 26 SETEMBRO DE 1995, ARTS. 60; 61; 76 E §§ 1º A 6º; 89 E §§ 1° A 7°


-4
u

Composição dos Juizados Especiais Criminais


pr
u

O art. 60 da Lei nº 9.099, de 1995 dispõe que os juizados especiais criminais são compostos por juízes togados,
pr

DIREITO PROCESSUAL PENAL

somente, ou por juízes togados e leigos.


Juiz togado é o Juiz de Direito de carreira, que goza de todas as prerrogativas inerentes ao cargo de magistrado
(art. 95, da CF).
Por sua vez, juiz leigo é um auxiliar da Justiça, escolhido pelo Tribunal de Justiça entre advogados com mais
de 5 anos de experiência. Os juízes leigos são restritos à conciliação entre autor e vítima, e as decisões deverão ser
homologadas pelos juízes togados.

Competência Material dos Juizados Especiais Criminais

A Lei nº 9.099, de 1995, em seu art. 60, estabelece que compete aos juizados especiais criminais conciliar,
julgar e executar as infrações de menor potencial ofensivo.

347
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Conciliar z No caso de conexão e continência entre uma
infração de menor potencial ofensivo e um cri-
INFRAÇÕES me de maior gravidade.
DE MENOR Julgar
POTENCIAL Veja novamente o parágrafo único do art. 60:
OFENSIVO
Executar Art. 60 [...]
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante
o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes
O que são, então, “infrações de menor potencial da aplicação das regras de conexão e continência,
ofensivo”? O art. 61 informa que: observar-se-ão os institutos da transação penal e
da composição dos danos civis.
Art. 61 Consideram-se infrações penais de
menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Conexão é um mecanismo de unificação de pro-
Lei, as contravenções penais e os crimes a que cessos que têm, entre si, alguma espécie de ligação.
a lei comine pena máxima não superior a 2
Continência é a relação que impõe a reunião de
(dois) anos, cumulada ou não com multa.
processos para julgamento em conjunto. O principal
Assim, de acordo com a redação do art. 61, da Lei efeito da conexão e da continência é a reunião de pro-
nº 9.099, de 1995 (após as alterações feitas pela Lei nº cessos para julgamento simultâneo pelo juízo que tem
11.313, de 2006), infrações de menor potencial ofen- a chamada “força atrativa” (competente para julgar o
sivo são: crime mais grave: Juízo comum ou o Tribunal do Júri);
Em outras palavras, quando um processo é des-
locado para o juízo comum por meio das regras de
INFRAÇÕES DE MENOR conexão e continência, o acusado ainda fará jus aos
POTENCIAL OFENSIVO institutos da transação penal e da composição de
danos civis.

z Quando o acusado não puder ser citado pes-


Crimes a que a lei comine soalmente (art. 66, da Lei nº 9.099, de 1995). No
Contravenções Penais
pena máxima não superior âmbito dos juizados especiais criminais, a citação
a 2 anos, cumulada ou não é pessoal, sempre que possível, ou por mandado
com multa (por meio de oficial de justiça). Se o acusado não
for encontrado, não é possível a citação por edi-
Quando a lei estabelece “cumulada ou não com mul- tal; nesse caso, os autos são encaminhados ao Juízo
ta”, quer dizer que basta olhar para a pena máxima, Comum, seguido o rito sumário, nos termos do art.
que não pode ser superior a 2 anos, independentemen- 538 do Código de Processo Penal;
te de haver previsão da aplicação da pena de multa. z Quando a causa for complexa (§ 2º, do art. 77,
São exemplos de infrações de menor potencial da Lei nº 9.099, de 1995). Uma causa é complexa
ofensivo: lesão corporal leve (caput do art. 129, do CP); quando houver pluralidade de acusados (grande
lesão corporal culposa (§ 6º, do art. 129, do CP); omis- número de acusados, como, por exemplo, uma
são de socorro (art. 135, do CP); injúria (art. 140, do briga que resultou em lesão corporal leve, que foi
CP); ameaça (art. 147, do CP); desobediência (art. 330, cometida por dez sujeitos) ou quando exigir perí-
0

cias de maior complexidade (por exemplo, necessi-


-1

do CP), entre outros (a lista é grande).


dade de perícias em sistemas de informática).
78

De acordo com o art. 41 da Lei nº 11.340, de 2006,


.2

Lei Maria da Penha, aos crimes cometidos com vio-


Assim, temos três hipóteses de modificação da com-
73

lência doméstica ou familiar contra a mulher,


petência em relação à matéria. Nas três hipóteses acima,
.8

independentemente da pena prevista, não se apli-


quem vai julgar é o Juízo Comum ou o Tribunal do Júri.
32

ca a Lei nº 9.099, de 1995.


No entanto, guarde isto: mesmo havendo modificação
-4

Não se aplica também a Lei nº 9.099, de 1995 aos


de competência, aplicam-se os institutos benéficos
crimes militares (art. 90-A, da Lei nº 9.099, de 1995).
u

(despenalizadores) da Lei nº 9.099, de 1995: a transa-


pr

Veja que, nessas situações, não se trata de mudan-


ção penal e a composição dos danos civis.
u

ça de competência, mas sim da não aplicação dos dis-


pr

positivos da Lei nº 9.099, de 1995, que é mais benéfica Art. 75 Não obtida a composição dos danos
ao agente. civis, será dada imediatamente ao ofendido a opor-
Atenção: O conceito de infração de menor poten- tunidade de exercer o direito de representação
cial ofensivo é um dos temas mais cobrados sobre a verbal, que será reduzida a termo.
matéria. Atenção especial para o conceito do art. 61. Parágrafo único. O não oferecimento da represen-
Nas hipóteses de crimes continuados ou de con- tação na audiência preliminar não implica deca-
curso formal de crimes, a pena máxima deve ser dência do direito, que poderá ser exercido no prazo
analisada com o aumento máximo previsto na lei, previsto em lei.
para então enquadrar ou não como infração de menor Art. 76 Havendo representação ou tratando-
potencial ofensivo. -se de crime de ação penal pública incondi-
cionada, não sendo caso de arquivamento, o
Ministério Público poderá propor a aplicação
Hipóteses de Modificação da Competência em
imediata de pena restritiva de direitos ou mul-
Relação à Matéria
tas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
Existem três hipóteses em que ocorre a modifica- aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
348 ção da competência Juizado Especial Criminal:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa,
nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns-
tâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes cri-
minais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.

Transação Penal

A transação penal é um acordo feito entre o Ministério Público (titular da ação penal) e o autor do fato. Por meio
desse acordo, o autor do fato (que está acompanhado de advogado), compromete-se a cumprir imediatamente uma
pena de multa ou restritiva de direitos; por outro lado, o MP não dá prosseguimento, deixando de deflagar a ação penal.

Autor da infração for condenado à pena privativa Exige-se que a condenação seja por
de liberdade pela prática de crime sentença definitiva
NÃO
CABERÁ Autor da infração já tiver sido beneficiado, nos
TRANSAÇÃO últimos 5 anos, pela transação penal
QUANDO

O autor da infração deve ter antecedentes,


Não ficar demonstrado que a transação penal seja
conduta social e personalidade
necessária e suficiente para o caso concreto
favoráveis à adoção do benefício

Para que seja possível a transação, o agente não pode ter sido condenado anteriormente, pela prática de crime, à
pena privativa de liberdade e nem pode ter sido beneficiado, nos últimos 5 anos, pela transação penal.
Além disso, seus antecedentes, sua conduta social e personalidade, assim como os motivos e a circunstância da
infração, devem ser favoráveis ao agente (inciso III, do § 2º, do art. 76). Por fim, o autor da infração deve aceitar a
transação, que deve ser assinada, também, por seu advogado.
Atente-se para o fato de que a condenação anterior deve ser pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva. Desse modo, caso o agente for condenado anteriormente por contravenção penal, mesmo que por
pena restritiva de direitos ou multa, não poderá esta impedir a concessão da transação penal.
No caso de transação referente a crime ambiental (de menor potencial ofensivo), deve, ainda, haver a prévia com-
posição do dano ambiental (exceto caso haja impossibilidade comprovada de realizá-la). É o que prevê o art. 27, da Lei
0
-1

nº 9.605, de 1998, Lei de Crimes Ambientais:


78
.2

Art. 27 Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direi-
73

tos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que
.8

tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada
32

impossibilidade.
-4

A transação deve ser homologada por sentença do juiz (sentença condenatória imprópria).
u
pr

Da sentença, cabe o recurso de apelação.


A sentença:
u
pr

DIREITO PROCESSUAL PENAL

z Impõe o cumprimento da pena imposta (multa ou restritiva de direitos);


z Impede nova transação no prazo de 5 anos;
z Não gera efeito civil: Se a vítima pretender indenização, deve ingressar com ação de conhecimento.

Em casos de descumprimento da transação penal pelo agente, o Ministério Público poderá dar continuidade à
persecução penal, oferecendo a denúncia ou realizando a requisição de inquérito policial. É o que rege a Súmula
Vinculante nº 35:

Súmula Vinculante nº 35 (STF) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099, de 1995 não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.

349
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante!
� A transação penal não gera a reincidência, podendo ser apenas registrada;
� A transação penal só será concedida novamente após o prazo de 5 anos;
� A transação penal não ficará constada nas certidões de antecedentes criminais;
� A transação penal não tem efeitos civis.
� O descumprimento da transação penal pelo agente, permite o MP dar continuidade na persecução penal.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO

Por último, cabe tratar do art. 89 da Lei, um dos mais importantes tópicos para sua prova e que, conforme
visto, trata da suspensão condicional do processo, também chamada de sursis processual.

Art. 89 Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presen-
tes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá sus-
pender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de frequentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar,
sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção,
ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

A suspensão condicional do processo consiste em mais uma medida despenalizadora prevista na Lei nº 9.099,
de 1995.
Atenção: O primeiro aspecto quanto à Suspensão Condicional do Processo é que esta será aplicada nos crimes
em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano. É importante que o leitor não confunda os prazos
das penas das Infrações de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) e as da Suspensão Condicional do Processo. Vejamos a
tabela comparativa a seguir:

INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


0
-1

Pena máxima Pena mínima


78

Até 2 anos Até 1 ano


.2
73

Outro ponto curioso é que, na suspensão condicional do processo, o Ministério Público propõe a suspensão ao ofe-
.8
32

recer a denúncia, o que difere da transação penal.


O art. 89 da Lei n° 9.099, de 1995 é de grande importância, uma vez que se aplica não só aos crimes sujeitos
-4

ao rito dos juizados especiais criminais, mas a qualquer crime que se encaixe nos requisitos previstos no artigo.
u
pr

Para que se aplique o benefício, devem estar presentes os seguintes requisitos:


u
pr

z Pena mínima igual ou inferior a um ano (levando-se em conta as causas de aumento e diminuição de pena);
z O acusado não ter sido condenado anteriormente;
z O acusado não estar respondendo a outro processo criminal;
z As circunstâncias judiciais serem favoráveis.

Dica
As circunstâncias judiciais (ou inominadas) estão previstas no art. 59 do Código Penal. São elas: culpabilida-
de, antecedentes; conduta social; personalidade; motivos do crime; circunstâncias do crime; consequências
do crime e comportamento da vítima.

Aceitando a proposta de suspensão, o acusado fica sujeito a um período de prova, ficando o processo sus-
penso por um prazo de 2 a 4 anos, durante o qual o beneficiário deve cumprir as condições previstas no §
1º, do art. 89 (reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares;
proibição de ausentar-se da comarca sem autorização e comparecimento mensal em juízo para justificar as ativi-
350 dades), sem prejuízo de outras condições fixadas pelo juiz.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante destacar as condições para que ocorra Súmula n° 243 (STJ) O benefício da suspensão do pro-
a suspensão condicional do processo, previstas no § 1º cesso não é aplicável em relação às infrações penais
do art. 89. Vejamos no esquema a seguir: cometidas em concurso material, concurso formal ou
continuidade delitiva, quando a pena mínima comina-
da, seja pelo somatório, seja pela incidência da majo-
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO rante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano.
(CONDIÇÕES) Súmula n° 337 (STJ) É cabível a suspensão condi-
cional do processo na desclassificação de crime e
na procedência parcial da pretensão punitiva.
Súmula n° 723 (STF) Não se admite a suspensão con-
Reparação do dano, salvo impossibilidade de dicional do processo por crime continuado, se a soma
fazê-lo da pena mínima da infração mais grave com o aumen-
to mínimo de um sexto for superior a um ano.

z Se descumpridas as condições impostas durante o


período de prova da suspensão condicional do pro-
Proibição de frequentar determinados lugares
cesso, o benefício poderá ser revogado, mesmo se
já ultrapassado o prazo legal, desde que referente
a fato ocorrido durante sua vigência;3
z A extinção da punibilidade do agente pelo cumpri-
Proibição de ausentar-se da comarca onde mento das condições do sursis processual, operada
reside, sem autorização do Juiz em processo anterior, não pode ser valorada em
seu desfavor como maus antecedentes, personali-
dade do agente e conduta social. 4
Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas
atividades
RESOLUÇÃO Nº 1.364, DE 2021-PGJ-
Qual a vantagem de se aceitar o sursis processual? Se CPJ, DE 14 DE SETEMBRO DE 2021
cumpridas as condições, ao final do período de prova,
é declarada extinta a punibilidade do beneficiário. NOÇÕES GERAIS
Se o beneficiário descumpre alguma condição, a
suspensão: O Ato Normativo nº 314, de 2003, que regulamen-
tava o procedimento criminal administrativo previsto
Art. 89 [...] na Lei Orgânica do Ministério Público (Lei nº 8.625, de
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do 1993), foi revogado pela Resolução nº 1.364, de 2021.
prazo, o beneficiário vier a ser processado por Vejamos a exposição de motivos da Resolução:
outro crime ou não efetuar, sem motivo justifi-
cado, a reparação do dano. Esta Resolução regulamenta, na área criminal, o Pro-
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acu- cedimento Investigatório Criminal, nos termos da
sado vier a ser processado, no curso do prazo, Resolução nº 181, de 2017 do CNMP e dos arts. 26, I,
por contravenção, ou descumprir qualquer da Lei Federal nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, e
0

outra condição imposta. art. 104, I, da Lei Complementar Estadual nº 734, de


-1
78

26 de novembro de 1993, e dá providências correlatas.


Caro leitor, usualmente as bancas se atrelam a
.2
73

cobrança da literalidade dos dispositivos da Lei, mas O Supremo Tribunal Federal fixou em Repercus-
para complementar seu estudo veja as teses sobre jui-
.8

são Geral (RE nº 593.727) a tese de que o MP detém


32

zados especiais criminais a seguir: atribuição para promover investigação de natureza


-4

criminal, nos seguintes termos:


Teses Sobre Juizados Especiais Criminais
u
pr

O Ministério Público dispõe de competência para


z A suspensão condicional do processo não é direito promover, por autoridade própria, e por prazo
u
pr

subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do razoável, investigações de natureza penal, desde
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Ministério Público, titular da ação penal, a quem que respeitados os direitos e garantias que assis-
cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade tem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa
de aplicação do referido instituto, desde que o faça sob investigação do Estado, observadas, sempre,
de forma fundamentada.1 por seus agentes, as hipóteses de reserva consti-
tucional de jurisdição e, também, as prerrogativas
z A existência de inquérito policial em curso não é
profissionais de que se acham investidos, em nos-
circunstância idônea a obstar o oferecimento de
so País, os Advogados (Lei 8.906, de 1994, art. 7º,
proposta de suspensão condicional do processo.2 notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX),

1 (AgRg no AREsp n. 607.902/SP, Ministro Gurgel de Faria, Quinta Turma, DJe 17/2/2016).
2 (RHC 79.751/SP, REL. MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, JULGADO EM 18/04/2017, DJE 26/04/2017)
3 (Resp 1498034, 25.11.2015);
4 CAVALCANTE, M. A. L. A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, operada em processo
anterior, não pode ser sopesada em seu desfavor como maus antecedentes, personalidade do agente e conduta social. Buscador Dizer o Direi-
to, Manaus. Disponível em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d2a452edff079ca6980edcf54cc49945. Acesso
em: 08 set. 2021 351
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sem prejuízo da possibilidade — sempre presente Procedimento de Instauração
no Estado democrático de Direito — do permanen-
te controle jurisdicional dos atos, necessariamente Nos termos do art. 4º da Resolução:
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados
pelos membros dessa instituição. Art. 4° O procedimento investigatório criminal
será instaurado por portaria fundamentada, devi-
Assim, as disposições a seguir, terão por base a damente registrada e autuada, com a indicação dos
Resolução nº 1.364, de 2021, a qual, visando uma fatos a serem investigados e sua capitulação legal,
maior modernização das investigações e celeridade devendo conter, sempre que possível, o nome e a
na solução de casos menos graves, reformulou o anti- qualificação do autor da representação e a determi-
go Ato normativo n° 314, de 2003. nação das diligências iniciais.

PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL Instaurado o procedimento investigatório crimi-


nal, será feito imediato registro em sistema eletrônico.
Conceito O MP terá 30 dias para dar andamento às representa-
ções e aos requerimentos, podendo ter prazo prorro-
De acordo com o art. 1º da Resolução: gado por até 90 dias, caso necessário.
Havendo necessidade de investigação de outros
Art. 1° O procedimento investigatório criminal é fatos, determina o parágrafo único do art. 4º da Reso-
instrumento sumário e desburocratizado de natu- lução nº 1.364, de 2021, que o MP poderá:
reza administrativa e investigatória, instaurado e
presidido pelo membro do Ministério Público com Art. 4° […]
atribuição criminal […] I - aditar a portaria inicial, se necessário;
II - determinar a extração de peças para instauração
Finalidade de outro procedimento, no âmbito da sua atribuição;
III – não sendo da sua atribuição, determinar a
extração de peças e remessa para outro órgão de
A finalidade do procedimento investigatório, nos
execução, sem prejuízo do art. 6º desta Resolução.
termos do art. 1º da Resolução é:
O procedimento também poderá ser instaurado de
Art. 1° […] apurar a ocorrência de infrações penais
de iniciativa pública, servindo como preparação e
forma conjunta. Vejamos o que diz o art. 6º da Resolução:
embasamento para o juízo de propositura, ou não,
da respectiva ação penal. Art. 6° O procedimento investigatório criminal pode-
rá ser instaurado de forma conjunta, por meio de for-
ça tarefa ou por grupo de atuação especial composto
Pois, qualquer peça de informação pode ensejar ins-
por membros do Ministério Público, cabendo sua pre-
tauração de procedimento investigatório, promoção da
sidência àquele que o ato de instauração designar.
ação penal, encaminhamento ao Juizado Especial ou ins-
tauração de inquérito policial.
Cada unidade do MP manterá, preferencialmente
por meio eletrônico, controle atualizado do andamen-
to dos seus procedimentos investigatórios, que pode-
Importante rá ter nível de acesso restrito ao Procurador-Geral ou
O procedimento investigatório criminal não é Corregedor-Geral, mediante justificativa.
0
-1

pressuposto para a propositura da ação penal.


78

Instrução
.2
73

Legitimidade Para instrução do procedimento investigatório cri-


.8

minal, o MP pode determinar, nos termos do art. 7º da


32

Nos termos do art. 3º da Resolução: Resolução:


-4

Art. 3° O procedimento investigatório criminal


u

Art. 7° […]
pr

poderá ser instaurado de ofício, por membro do I - fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer
Ministério Público, no âmbito de suas atribuições
u

outras diligências, inclusive em organizações militares;


pr

criminais, ao tomar conhecimento de infração II - requisitar informações, exames, perícias e docu-


penal de iniciativa pública, por qualquer meio, ain- mentos de autoridades, órgãos e entidades da Adminis-
da que informal, ou mediante provocação. tração Pública direta e indireta, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
Assim, o procedimento pode ser instaurado de III - requisitar informações e documentos de entidades
ofício — distribuído livremente entre os membros privadas, inclusive de natureza cadastral;
da Instituição e observadas as regras de atribuição IV - notificar testemunhas e vítimas e requisitar sua
temporária — ou mediante provocação, por meio de condução coercitiva, nos casos de ausência injustifica-
portaria fundamentada com qualificação do autor e da, ressalvadas as prerrogativas legais;
determinação das diligências iniciais. V - acompanhar buscas e apreensões deferidas pela
O procedimento investigatório também poderá ser autoridade judiciária;
instaurado por meio de atuação conjunta entre Minis- VI - acompanhar cumprimento de mandados de pri-
são preventiva ou temporária deferidas pela autori-
térios Públicos de outros Estados ou força tarefa com-
dade judiciária; VII – expedir notificações e intimações
posta por membros do MP.
necessárias;
VIII - realizar oitivas para colheita de informações e
352 esclarecimentos;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para pru pru - 432.873.278-10, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IX - ter acesso incondicional a qualquer banco de A transcrição dos depoimentos somente se dará
dados de caráter público ou relativo a serviço de em casos excepcionas e imprescindíveis.
relevância pública;
X - requisitar auxílio de força policial.
Importante!
As requisições do MP serão feitas fixando-se o pra-
zo de até 10 dias úteis para atendimento, prorrogável Surgindo suspeita de participação da pessoa a
mediante solicitação justificada. ser ouvida, a autoridade deverá comunicá-la, por
escrito, da sua condição, informando seus direi-
Das Notificações tos, em especial a garantia do silêncio e consti-
tuição de advogado.
Nos termos do parágrafo 4º do art. 7º da Resolução:
Nos termos do § 1°, art. 9º, da Resolução nº 1.364,
Art. 7° […]
§ 4° Ressalvadas as hipóteses de urgência as notifi-
de 2021, o investigado poderá ser acompanhado por
cações para comparecimento devem ser efetivadas defensor que, mesmo sem procuração, poderá exami-
com a antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) nar os autos do procedimento investigatório criminal,
horas, respeitadas, em qualquer caso, as prerroga- findos ou em andamento, ainda que conclusos, poden-
tivas legais pertinentes. do tomar apontamentos e cópias, salvo autos sob sigi-
lo, que exigem apresentação de procuração. Vejamos
As notificações devem fazer menção ao número o que determina o art. 9º:
do procedimento e à faculdade do investigado a ser
acompanhado por defensor, nos termos do § 5°, art. Art. 9º O autor do fato investigado poderá apresen-
tar, querendo, as informações que considerar ade-
7°, da referida Resolução.
quadas, facultado o acompanhamento por defensor.
As notificações para autoridades superiores do MP,
§ 1º O defensor poderá examinar, mesmo sem pro-
do Executivo e Judiciário — que podem fixar, previa- curação, autos de procedimento de investigação
mente, data e hora para que sejam ouvidas —, serão criminal, findos ou em andamento, ainda que con-
encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça ou a clusos ao presidente, podendo copiar peças e tomar
outro órgão do MP, mediante delegação. apontamentos, em meio físico ou digital.
§ 2º Para os fins do parágrafo anterior, o defensor
Das Oitivas deverá apresentar procuração, quando decretado o
sigilo das investigações, no todo ou em parte.
A colheita de informações e depoimentos, reali- § 3º O órgão de execução que presidir a investigação
zada por membro do MP será, preferencialmente, na facultará ao defensor constituído nos autos assistir
modalidade oral, mediante gravação audiovisual, res- o investigado durante a apuração de infrações.
pondendo o membro do MP pelo uso devido dessas § 4º O presidente do procedimento investigatório
criminal poderá delimitar o acesso do defensor aos
informações. Vejamos o teor do art. 8º da Resolução:
elementos de prova relacionados a diligências em
andamento e ainda não documentados nos autos,
Art. 8° A colheita de informações e depoimentos quando houver risco de comprometimento da efi-
deverá ser feita preferencialmente de forma oral, ciência, da eficácia ou da finalidade das diligências,
mediante a gravação audiovisual, com o fim de nos termos da Súmula Vinculante 14 do Supremo
obter maior fidelidade das informações prestadas.
0

Tribunal Federal.
-1

§ 1º Somente em casos excepcionais e imprescin-


78

díveis, a critério do presidente do procedimento


Ao defensor, no entanto, poderá ser limitado o
.2

investigatório, deverá ser feita a transcrição dos


acesso aos elementos de prova, quando risco de com-
73

depoimentos colhidos na fase investigatória.


prometimento das diligências, observando-se a Súmu-
.8

§ 2º O membro do Ministério Público poderá solici-


la Vinculante nº 14 do STF:
32

tar cooperação no cumprimento das diligências de


-4

oitiva de testemunhas ou informantes a servidores


da instituição, policiais civis, militares ou federais, É direito do defensor, no interesse do representa-
u

do, ter acesso amplo aos elementos de prova que,


pr

guardas municipais ou a qualquer outro servidor


público que tenha como atribuições fiscalizar ati- já documentados em procedimento investigatório
u

realizado por órgão com competência de polícia


pr

vidades cujos ilícitos possam também caracterizar


DIREITO PROCESSUAL PENAL

judiciária, digam respeito ao exercício do direito de


delito.
defesa.
§ 3º A solicitação referida no parágrafo anterior
deverá ser comunicada ao seu destinatário pelo
meio mais expedito possível, e a oitiva deverá ser Conforme art. 10 da Resolução, as diligências
realizada, sempre que possível, no local em que se devem ser todas documentadas e as inquirições a
encontrar a pessoa a ser ouvida. serem realizadas fora dos limites territoriais da uni-
§ 4º O interrogatório de suspeitos e a oitiva das pes- dade, serão feitas, preferencialmente, por videoconfe-
soas referidas nos § 6º do art. 7º deverão necessa- rência, podendo ser deprecadas; ou diretamente com
riamente ser realizados pelo membro do Ministério a prévia ciência do órgão ministerial local, nos termos
Público. do art. 11 da Resolução. Neste sentido, dispõem os
§ 5º As testemunhas, informantes e suspeitos ouvi- parágrafos 1º e 2º do art. 11 da Resolução:
dos na fase de investigação serão informados do
dever de comunicar ao Ministério Público qualquer Art. 11 […]
mudança de endereço, telefone ou e-mail, observan- § 1º Nos casos referidos no caput deste artigo, o mem-
do-se, em caso de descumprimento, o disposto no bro do Ministério Público poderá optar por realizar
art. 224 do Código de Processo Penal. diretamente a inquirição com a prévia ciência ao órgão 353
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ministerial local, que deverá tomar as providências ou social e defesa da intimidade ou conveniência da
necessárias para viabilizar a diligência e colaborar investigação, mediante despacho fundamentado. Nos
com o cumprimento dos atos para a sua realização. termos do parágrafo único, art. 15, da Resolução, a
§ 2º A deprecação e a ciência referidas neste arti- publicidade consistirá:
go poderão ser feitas por qualquer meio hábil de
comunicação. Art. 15 [...]
Parágrafo único. A publicidade consistirá:
A pedido da pessoa interessada, será fornecida I - na expedição de certidão, mediante requerimen-
comprovação escrita de comparecimento, nos termos to do investigado, da vítima ou seu representante
do art. 12. legal, do Poder Judiciário, do Ministério Público ou
de terceiro diretamente interessado;
Conclusão II - no deferimento de pedidos de extração de cópias,
com atenção ao disposto no § 1º. do art. 3º desta
O procedimento investigatório criminal deverá Resolução e ao uso preferencial de meio eletrônico,
ser concluído em 90 dias, permitindo-se prorrogações desde que realizados de forma fundamentada pelas
pessoas referidas no inciso I, pelos seus procura-
sucessivas, por igual período, nos termos do art. 13 da
dores com poderes específicos ou por advogado,
Resolução, vejamos:
independentemente de fundamentação, ressalvada
a limitação de acesso aos autos sigilosos a defensor
Art. 13 O procedimento investigatório criminal que não possua procuração ou não comprove atuar
deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, na defesa do investigado;
permitidas, por igual período, prorrogações suces- III - no deferimento de pedidos de vista, realizados de
sivas, por decisão fundamentada do membro do forma fundamentada pelas pessoas referidas no inciso
Ministério Público responsável pela sua condução. I ou pelo defensor do investigado, com atenção à restri-
§ 1º Cada unidade do Ministério Público man- ção de acesso às diligências cujo sigilo tenha sido deter-
terá, para conhecimento dos órgãos superiores, minado na forma do § 4º. do art. 9º desta Resolução;
controle atualizado, preferencialmente por meio IV - na prestação de informações ao público em geral,
eletrônico, do andamento de seus procedimentos a critério do presidente do procedimento investiga-
investigatórios criminais, observado o nível de tório criminal, observados o princípio da presunção
sigilo e confidencialidade que a investigação exigir, de não culpa e as hipóteses legais de sigilo.
nos termos do art. 15 desta Resolução.
§ 2º O controle referido no parágrafo anterior
Em caso de pedido da parte interessada para a expe-
poderá ter nível de acesso restrito ao Procurador-
-Geral de Justiça e ao respectivo Corregedor-Geral,
dição de certidão a respeito da existência de procedi-
mediante justificativa lançada nos autos. mentos investigatórios criminais, é vedado fazer constar
qualquer referência ou anotação sobre investigação sigi-
PERSECUÇÃO PATRIMONIAL losa, nos termos do parágrafo único, art. 16 da Resolução.

A persecução patrimonial com vistas às medidas


cautelares, confisco e identificação do beneficiário
Importante!
econômico serão realizadas, preferencialmente, ane- É possível a decretação de sigilo das investiga-
xas autonomamente ao procedimento criminal. Veja- ções, total ou parcial, por decisão fundamentada,
mos o art. 14 da Resolução: garantindo o acesso ao investigado e seu defen-
0

sor, com procuração ou meios que demonstrem


-1

Art. 14 A persecução patrimonial voltada à localiza- atuar em defesa do investigado, nos termos do
78

ção de qualquer benefício derivado ou obtido, direta


caput do art. 16, da Resolução.
.2

ou indiretamente, da infração penal, ou de bens ou


73

valores lícitos equivalentes, com vistas à propositura


.8

de medidas cautelares reais, confisco definitivo e iden-


32

DIREITO DAS VÍTIMAS


tificação do beneficiário econômico final da conduta,
-4

será, preferencialmente, realizada em anexo autôno-


O MP esclarecerá à vítima sobre seus direitos
u

mo do procedimento investigatório criminal.


pr

materiais e processuais, devendo tomar as medidas


necessárias à preservação e reparação de eventuais
u

É possível instaurar procedimento investigatório


pr

danos sofridos. Vejamos o art. 17 da Resolução:


específico para a persecução patrimonial, caso a mate-
rialidade e autoria da investigação já tenha sido concluí-
Art. 17 O membro do Ministério Público que preside
da, nos termos do parágrafo 2º, art. 14, da Resolução:
o procedimento investigatório criminal esclarecerá
a vítima sobre seus direitos materiais e proces-
Art. 14 [...] suais, devendo tomar todas as medidas necessárias
§ 2° Caso a investigação sobre a materialidade e para a preservação dos seus direitos, a reparação
autoria da infração penal já esteja concluída, sem dos eventuais danos por ela sofridos e a preserva-
que tenha sido iniciada a investigação tratada nes- ção da intimidade, vida privada, honra e imagem.
te Capítulo, procedimento investigatório específico § 1º O membro do Ministério Público velará pela segu-
poderá ser instaurado com o objetivo principal de rança de vítimas, testemunhas e colaboradores que
realizar a persecução patrimonial. sofrerem a ameaça ou que, de modo concreto, estejam
suscetíveis a sofrer intimidação por parte de acusados,
PUBLICIDADE de parentes destes ou pessoas a seu mando, podendo,
inclusive, requisitar proteção policial em seu favor.
Os atos e peças do procedimento investigatório cri- § 2º O membro do Ministério Público que preside
354 minal são públicos, salvo razões de interesse público o procedimento investigatório criminal, no curso
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da investigação ou mesmo após o ajuizamento da ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
ação penal, deverá providenciar o encaminhamen-
to da vítima ou de testemunhas, caso presentes os A Lei nº 13.964, de 2019 (Pacote Anticrime) imple-
pressupostos legais, para inclusão em Programa de mentou no sistema processual criminal o acordo de
Proteção de Assistência a Vítimas e a Testemunhas não persecução penal, instituto de natureza pré-pro-
ameaçadas ou em Programa de Proteção a Crian- cessual, negociável entre acusado e o Ministério Públi-
ças e Adolescentes Ameaçados, conforme o caso. co, mediante homologação judicial.
§ 3º Em caso de medidas de proteção ao investigado, as
vítimas e testemunhas, o membro do Ministério Público
Hipótese
observará a tramitação prioritária do feito, bem como
providenciará, se o caso, a oitiva antecipada dessas pes-
soas ou pedirá a antecipação dessa oitiva em juízo. Conforme art. 18 da Resolução:
§ 4º O membro do Ministério Público que preside o
procedimento investigatório criminal providenciará Art. 18 Não sendo o caso de arquivamento, o
o encaminhamento da vítima e outras pessoas atingi- Ministério Público poderá propor ao investigado
das pela prática do fato criminoso apurado à rede de acordo de não persecução penal quando, cominada
assistência, para atendimento multidisciplinar, espe- pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime
cialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurí- não for cometido com violência ou grave ameaça
dica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. a pessoa, o investigado tiver confessado formal
§ 5º Nos procedimentos de acolhimento, oitiva e aten- e circunstanciadamente a sua prática, mediante
ção à vítima, o membro do Ministério Público diligen- as seguintes condições, ajustadas cumulativa ou
ciará para que a ela seja assegurada a possibilidade alternativamente:
de prestar declarações e informações em geral, even- I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, sal-
tualmente sugerir diligências, indicar meios de prova vo impossibilidade de fazê-lo;
e deduzir alegações, que deverão ser avaliadas funda- II - renunciar voluntariamente a bens e direitos,
mentadamente pelo Ministério Público. indicados pelo Ministério Público como instrumen-
§ 6º Os procedimentos previstos nesse artigo pode- tos, produto ou proveito do crime;
rão ser estendidos aos familiares da vítima. III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
§ 7º O membro do Ministério Público deverá diligen- públicas por período correspondente à pena míni-
ciar para a comunicação da vítima ou, na ausência ma cominada ao delito, diminuída de um a dois ter-
desta, dos seus respectivos familiares sobre o ofere- ços, em local a ser indicado pelo Ministério Público;
cimento de ação penal. IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
§ 8º Nas investigações que apurem notícia de violência termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública
manifestada por agentes públicos em desfavor de víti- ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério
mas negras, em atenção ao disposto no art. 53 da Lei nº Público, devendo a prestação ser destinada preferen-
12.288, de 2010, o membro do Ministério Público deve cialmente àquelas entidades que tenham como função
levar em consideração, para além da configuração típi- proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
co-penal, eventual hipótese de violência sistêmica, estru- aparentemente lesados pelo delito;
tural, psicológica, moral, entre outras, para fins dos V - cumprir outra condição estipulada pelo Minis-
encaminhamentos previstos no presente artigo. tério Público, desde que proporcional e compatível
§ 9º A criança ou o adolescente, vítima ou testemu- com a infração penal aparentemente praticada.
nha de crime, será resguardado de qualquer contato,
ainda que visual, com o suposto autor, investigado Assim, o acordo poderá ser celebrado quando a
ou acusado, ou com outra pessoa que represente pena mínima — considerando-se as causas de aumen-
0

ameaça, coação ou constrangimento, devendo sua


to e diminuição de pena — for inferior a 4 anos, o cri-
-1

oitiva observar o disposto na Lei n°13.431, de 2017.


me não tiver sido cometido com violência ou grave
78

ameaça à pessoa e o investigado tiver confessado.


.2

Assim, o MP velará pela segurança e proteção da


73

De acordo com o parágrafo 1º, do art. 18, não será


vítima e testemunhas que sofrem ameaças, devendo
.8

possível realizar o acordo se:


encaminhá-las ao Programa de Proteção de Assistên-
32

cia a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas ou ao Progra-


-4

z cabível transação penal;


ma de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados,
z dano superior a 20 salários mínimos ou a parâme-
u

podendo, inclusive, requisitar proteção policial.


pr

tro econômico diverso;


z autor da infração condenado à pena privativa de
u

Dica
pr

liberdade (Lei n° 9.099/95);


DIREITO PROCESSUAL PENAL

Em casos de proteção à vítima, haverá prioridade z autor da infração beneficiado por pena restriti-
de tramitação do feito e oitiva antecipada da víti- va de direito ou multa, no prazo de 5 anos (Lei n°
ma ou testemunhas em juízo. 9.099/95);
z não indicarem os antecedentes, a conduta e a per-
A vítima, e demais pessoas atingidas pelo fato, sonalidade do agente (Lei n° 9.099/95);
serão encaminhadas à rede de assistência para aten- z o aguardo para cumprimento do acordo possa
dimento multidisciplinar. Se a investigação apurar caracterizar prescrição da pretensão punitiva;
notícia de violência manifestada por agente público z o delito for hediondo ou equiparado (Lei n°
em desfavor de vítimas negras, o MP deverá levar em 11.340/06);
consideração a violência sistêmica, estrutural, psico- z o acordo não atender ao suficiente e necessário
lógica, moral, dentre outras. para reprovação e prevenção do crime.
Se criança ou adolescente, a vítima será resguar-
dada de qualquer contato contra o suposto agressor. Observação: as disposições deste capítulo não se
aplicam aos delitos cometidos por militares que afe-
tam a hierarquia e a disciplina. 355
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Homologação
Importante
O acordo de não persecução penal pode ser cele- Homologado o acordo, o MP providenciará comu-
nicação ao Instituto de Identificação e Estatística para
brado na mesma oportunidade da audiência de
evitar que o beneficiário possa obter idêntico benefí-
custódia (parágrafo 7º, art. 18)
cio em prazo inferior ao previsto em lei, nos termos do
parágrafo 11, do art. 18 da Resolução:
Condições do Acordo de Não Persecução Penal
Art. 18 [...]
O acordo será lavrado mediante as seguintes con- § 11 Homologado o acordo de não persecução
dições fixadas cumulativa ou alternativamente: penal, o membro do Ministério Público deverá pro-
videnciar a comunicação da avença ao Instituto de
Identificação e Estatística (I.I.R.G.D.), com os dados
z Reparar o dano ou restituir a coisa, salvo impossi-
do processo e do indiciado ou réu, a fim de evitar
bilidade de fazê-lo;
que o beneficiário possa obter idêntica benesse em
z Renunciar voluntariamente a bens e direitos apon-
prazo inferior ao previsto em lei.
tados como produto/proveito do crime;
z Prestar serviço comunitário por período corres-
Cumprimento do Acordo
pondente à pena mínima comida ao delito, dimi-
nuída de 1/3 a 2/3;
z Pagar prestação pecuniária à entidade pública ou Após integral cumprimento do acordo, o MP
de interesse social a ser indicada pelo MP, deven- requererá a extinção da punibilidade do investigado
do a prestação ser destinada preferencialmente (parágrafo 12, art. 18, da Resolução).
àquelas entidades que tenham como função bens
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemen- CONCLUSÃO E ARQUIVAMENTO
te lesados pelo delito;
z Cumprir outra condição estabelecida pelo MP, des- Diante da inexistência de fundamento para propo-
de que proporcional e compatível com a infração situra de ação penal, o MP promoverá o arquivamen-
penal aparentemente praticada. to dos autos, que poderão ser desarquivados quando
houver notícia de novos elementos de informação.
Além dessas condições, é dever do investigado comu- Vejamos os arts. 19 e 20 da Resolução:
nicar ao MP qualquer mudança de endereço, telefone ou
e-mail, e comprovar, mensalmente, o cumprimento das Art. 19 Se o membro do Ministério Público respon-
condições, independente de notificação ou aviso prévio, sável pelo procedimento investigatório criminal
sob pena de oferecimento de denúncia (§ 8°, art. 18). se convencer da inexistência de fundamento para
Observação: O descumprimento do acordo, além a propositura de ação penal pública, promoverá o
de ensejar o oferecimento de denúncia, poderá ser arquivamento dos autos ou das peças de informa-
utilizado pelo MP como justificativa para eventual ção, fazendo-o fundamentadamente.
não oferecimento da suspensão condicional do pro- § 1º A promoção de arquivamento será apresentada
cesso (§§ 9° e 10, art. 18). ao juízo competente, nos moldes do art. 28 do Código
de Processo Penal, nos termos da legislação vigente.
Procedimento do Acordo § 2º Cumprido integralmente o acordo de não per-
secução penal, o membro do Ministério Público
O acordo será formalizado nos autos com a qualifica- deverá requerer ao juízo competente a extinção de
0

punibilidade, nos termos do § 13 do art. 28 do Códi-


-1

ção completa do investigado e estipulará, de modo claro,


go de Processo Penal, arquivando-se os autos.
78

as suas condições, eventuais valores a serem restituídos


§ 3º Na hipótese de arquivamento do procedimen-
.2

e as datas para cumprimento, e será firmado (assinado)


to investigatório criminal, o membro do Ministério
73

pelo MP, o investigado e seu defensor, nos termos do


Público deverá diligenciar para a comunicação da
.8

parágrafo 3°, do art. 18, da referida Resolução.


vítima a respeito do seu pronunciamento.
32

A confissão e as tratativas dos fatos serão registradas


§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, admite-se,
-4

por recurso de gravação audiovisual, devendo o inves-


tigado estar sempre acompanhado de seu defensor, nos por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico
u

moldes da literalidade do parágrafo 2°, do art. 18. para comunicação.


pr

§ 5º No caso de oferecimento de denúncia, deverá ser


Após a lavratura, a vítima será comunicada por meio
u

requerido na cota introdutória, dentre outras diligên-


pr

idôneo, e os autos submetidos à apreciação judicial,


cias, seja oficiado à autoridade policial para que pro-
retornando ao MP para implementação do acordo, caso
ceda ao preenchimento do Boletim de Identificação
o juízo entenda cabível, conforme disposto no parágrafo
Criminal (BIC) do suspeito denunciado, para o correto
5°, do art. 18.
abastecimento do banco de dados criminais.
Caso o juízo não entenda cabível, fará remessa ao Pro-
Art. 20 Se houver notícia da existência de novos ele-
curador-Geral de Justiça, que poderá adotar as seguintes
mentos de informação, na forma do art. 18 do Código
providências, nos termos do parágrafo 6º do art. 18: de Processo Penal, poderá o membro do Ministério
Público requerer o desarquivamento dos autos, pro-
Art. 18 […] videnciando-se a comunicação a que se refere o art.
§ 6° […] 5º desta Resolução.
I – oferecer denúncia ou designar outro membro
para oferecê-la; II – complementar as investigações
Na hipótese de oferecimento de denúncia, será ofi-
ou designar outro membro para complementá-la;
ciado à autoridade policial a fim de preencher o res-
III – reformular a proposta de acordo de não perse-
cução, para apreciação do investigado;
pectivo Boletim de Identificação Criminal.
IV – manter o acordo de não persecução, que vincu-
356 lará toda a Instituição.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exercício da ação penal, suas condições e o respectivo
HORA DE PRATICAR! controle jurisdicional, é correto afirmar que:

1. (FGV — 2022) João foi investigado, processado e jul- a) não poderá o Ministério Público desistir da ação penal,
gado pelo fato de, em comunhão de ações e desígnios mas poderá opinar pela absolvição do acusado, deven-
com outra pessoa não identificada, ter receptado veículo do o juiz acatar o pronunciamento ministerial;
automotor VW/Saveiro, placa SAV-1234/AM, contendo b) possuem as pessoas jurídicas de direito público legiti-
diversos pares de calçados na caçamba, tudo pertencen- midade para exercer a ação penal privada subsidiária
te à sociedade empresária AM Pé Descalço Ltda. Após da pública, ainda que não se configurem como parte
a instrução criminal, o magistrado julgou procedente a ofendida pelo delito;
denúncia, condenando João pelo delito de receptação. c) poderá a queixa, na ação de iniciativa privada, ser dada
Posteriormente, surgiu a informação de que, em verdade, por procurador com poderes especiais, sem a necessi-
João teria tomado lugar de roubo, mediante grave amea- dade de menção ao fato criminoso na procuração;
ça exercida com o emprego de arma de fogo contra o d) a participação de membro do Ministério Público na
motorista e o ajudante da VW/Saveiro, o que foi devida- fase investigatória criminal acarreta seu impedimento
mente registrado em sede policial. ou suspeição para o oferecimento da denúncia;
e) não poderá o juiz, de ofício, fora dos casos de absolvi-
Diante desse cenário, é correto afirmar que ção sumária, rever a decisão que recebeu a denúncia
para rejeitá-la.
a) a condenação anterior pelo crime de receptação, ainda
que indevida, impede o novo processo e o julgamento 5. (FGV — 2022) Em razão de desentendimento ocorrido
pelo crime de roubo. com João, Paulo passa a ser investigado pelo delito
b) a condenação anterior pelo crime de receptação, por de lesão corporal leve. Submetido o termo circuns-
ser indevida, não impede o novo processo e o julga- tanciado ao Ministério Público, foi veiculada propos-
mento pelo crime de roubo. ta de transação penal, consistente na prestação de
c) o crime de roubo é delito autônomo, que atingiu víti- serviços à comunidade, o que foi aceito pelo autor do
mas distintas, caracterizando novo delito e permitindo fato, acompanhado por seu advogado, em audiência
o processo e o julgamento de João. especialmente designada para essa finalidade. No dia
d) o surgimento de prova nova superveniente afasta os efei- seguinte à celebração do acordo, a defesa técnica de
tos da coisa julgada material no presente caso, permitindo Paulo impetra habeas corpus questionando aspectos
o processo e o julgamento de João pelo crime de roubo. da hipótese contida no termo circunstanciado.
e) operada a rescisão da coisa julgada, por ação específi-
ca, fica autorizado o processo e o julgamento de João Diante desse cenário, é correto afirmar que:
pelo crime de roubo.
a) a barganha no processo penal acarreta a opção
2. (FGV — 2022) Nos casos de ações penais em curso, estratégica de nolo contendere, impedindo o questio-
alcançadas por sucessão de lei nova que acarrete namento judicial de aspectos jurídicos do fato que fun-
observância do princípio da continuidade normativo- damenta o acordo;
-típica, a denúncia ou queixa deverá: b) a celebração de acordo de transação penal acarreta
a perda do objeto de habeas corpus, pois o consenti-
a) ser ratificada; mento do autor do fato encerra o caso penal;
b) ser retificada; c) após a celebração do acordo somente será cabível o
c) ser rerratificada; habeas corpus para debater a atipicidade da conduta
d) ser extinta;
0

ou a falta de justa causa para a persecução penal;


-1

e) prosseguir sem alterações. d) a homologação judicial do acordo penal realiza o con-


78

trole sobre a legitimidade da persecução penal, preju-


.2

3. (FGV — 2022) Relativamente aos acordos no processo dicando o objeto de eventual habeas corpus;
73

penal, segundo a jurisprudência predominante nos Tri- e) por constituir ação autônoma de impugnação, o cabi-
.8

bunais Superiores, é correto afirmar que poderá: mento do habeas corpus é irrestrito, sendo admissí-
32

vel o questionamento de qualquer tema relacionado à


-4

a) o juiz propor ao acusado a suspensão condicional do transação penal.


u

processo, à revelia do titular da ação penal, atenden-


pr

do a requerimento defensivo, desde que preenchidos 6. (FGV — 2022) Em determinado caso, o Ministério Públi-
u

todos os seus requisitos legais;


pr

co ofereceu proposta de suspensão condicional do


DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) o acordo de não persecução penal ser formalizado pela processo pelo prazo de dois anos, fixando, entre outras
autoridade policial, pelo investigado e seu defensor; condições, o pagamento da quantia de R$ 41.000,00 a
c) o descumprimento do acordo de não persecução título de reparação de danos à vítima, que não foi acei-
penal ser utilizado pelo Ministério Público como justi- ta pelo acusado e seu defensor, não tendo apresentado
ficativa para o não oferecimento de suspensão condi- qualquer justificativa, na oportunidade, para a recusa
cional do processo; da proposta. Posteriormente, a defesa informou que o
d) o juiz participar das negociações realizadas entre as empecilho para a aceitação da proposta de acordo se
partes para a formalização do acordo de colaboração deu em virtude do valor fixado a título de reparação dos
premiada se o prêmio envolver o perdão judicial; danos, por considerá-lo excessivo e em descompasso
e) o juiz, após a homologação do acordo de colaboração com a situação financeira do acusado.
premiada, receber a denúncia tendo por fundamento
apenas as declarações do colaborador. Diante desse cenário, é correto afirmar que:

4. (FGV — 2022) De acordo com a doutrina e a jurisprudên- a) a reparação do dano, por ser requisito para concessão
cia dominantes nos Tribunais Superiores, no tocante ao da suspensão condicional do processo, permite que a 357
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proposta seja submetida ao controle jurisdicional pré- estelionato passou a ser pública condicionada à repre-
vio, o que deveria ter sido postulado no ato; sentação do ofendido em todos os casos;
b) a reparação do dano, por ser requisito para concessão c) a denúncia deverá ser rejeitada, eis que, embora idosa,
da suspensão condicional do processo, permite que a não sendo a vítima pessoa maior de 70 anos, a ação
proposta seja submetida ao controle jurisdicional pos- penal no crime de estelionato, com a mudança legisla-
terior, não prejudicando a renovação da proposta; tiva, passou a ser pública condicionada à representa-
c) com o aceite das demais condições estipuladas, é ção do ofendido;
possível o controle do excesso observado na repara- d) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a ilegitimidade do
ção do dano por meio da aplicação analógica do Art. Ministério Público para propor a ação penal, eis que,
28 do Código de Processo Penal; com a nova lei, a ação penal no crime de estelionato
d) a recusa voluntária da proposta de suspensão condi- passou a ser de natureza privada;
cional do processo não pode ser invalidada em razão e) é cabível a suspensão condicional do processo, já que,
do valor estipulado para reparação do dano, que não embora a nova lei não tenha alterado a natureza da
constitui requisito para sua concessão; ação penal quando a vítima for pessoa idosa, que con-
e) o magistrado, em controle jurisdicional, pode reduzir tinua sendo pública incondicionada, o crime possui
até a metade o valor devido a título de reparação do pena mínima igual a um ano.
dano, atendendo à situação financeira do acusado.
9. (FGV — 2021) Concluídas investigações de inquérito
7. (FGV — 2022) Samuel, irritado com o fato de Felipe policial, a autoridade policial indiciou Francisco, sem
estar olhando para a sua namorada, desferiu neste um envolvimento anterior com o aparato policial ou judi-
soco, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. cial pela prática de crimes, como incurso nas sanções
Lavrado o Termo Circunstanciado, foram os autos penais do delito de lesão corporal de natureza gravís-
encaminhados ao Ministério Público, que requereu ao sima (Art. 129, §2º, CP – pena: reclusão de 2 a 8 anos).
Juízo a designação de audiência preliminar com vistas
ao oferecimento de transação penal e à composição Tendo Francisco confessado formal e circunstancial-
civil dos danos causados à vítima. mente a prática da infração penal na delegacia, o acor-
do de não persecução penal, no caso em tela:
Relativamente aos atos dessa audiência, é correto afirmar
que: a) poderá ser proposto pelo delegado, considerando a
confissão e a pena mínima cominada ao delito;
a) poderá ser oferecida queixa oral por parte de Felipe, caso b) não poderá ser proposto, diante da natureza do delito
o Ministério Público não ofereça a transação penal a imputado;
Samuel; c) não poderá ser proposto, pois a pena máxima comina-
b) implicará renúncia ao direito de queixa o não compareci- da é superior a quatro anos;
mento de Felipe, embora intimado, à audiência preliminar; d) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
c) poderá Felipe, não obtida a composição civil dos pelo delegado, considerando a pena cominada e a
danos, exercer o direito de representação verbalmente confissão em sede policial;
em face de Samuel; e) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
d) poderá o juiz oferecer transação penal a Samuel, caso pelo delegado, e, havendo concordância do indiciado
discorde do não oferecimento do referido benefício e de sua defesa técnica, independerá de homologação
pelo Ministério Público; judicial.
e) poderá o Ministério Público oferecer a transação penal
0

a Samuel, desde que com a concordância expressa de 10. (FGV — 2021) Os acordos penais ou processuais já eram
-1

Felipe, na audiência preliminar. conhecidos do sistema de justiça criminal brasileiro,


78

mas assumiram um destaque notável a partir da ampli-


.2
73

8. (FGV — 2021) Laura, idosa de 69 anos, em 02/02/2020, tude que se deu ao instituto da colaboração premiada.
foi vítima de estelionato praticado por Mário, quando O formato consensual traz para o processo penal a pos-
.8
32

ambos estavam em uma festa. O crime foi testemu- sibilidade de uma atuação resolutiva que afasta uma
-4

nhado por Carla e José, amigos de Laura que, no dia perspectiva demandista. O resultado disso é um nítido
seguinte, compareceram à Delegacia, ocasião em que empoderamento do Ministério Público. No entanto, o
u
pr

foram ouvidos na qualidade de testemunhas. Laura, Magistrado, até então protagonista no modelo de pro-
apesar de ter ciência da autoria do crime, preferiu cesso penal conflitivo, continua com papel relevante na
u
pr

não ir à Delegacia, deixando de ser ouvida em sede sistemática do acordo de não persecução penal.
extrajudicial. Passados sete meses da data do crime,
o Ministério Público denunciou Mário pelo crime de Nesse particular, compete ao juiz de direito do proces-
estelionato perpetrado contra Laura. so de conhecimento:

De acordo com a situação exposta e considerando as a) formalizar e fiscalizar o acordo, zelando pelo seu inte-
inovações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote gral cumprimento;
Anticrime) sobre a natureza da ação penal nos crimes b) veicular a proposta, quando o Ministério Público dei-
de estelionato, é correto afirmar que: xar de fazê-la de forma imotivada;
c) homologar o acordo e declarar a extinção da punibili-
a) a ação penal deverá ser suspensa e a vítima notifica- dade do fato, após seu integral cumprimento;
da para, em trinta dias, contados da notificação, dizer d) especificar outras condições, desde que adequadas
se deseja representar contra o acusado, sob pena de ao fato e à situação pessoal do investigado;
decadência; e) reduzir a pena pecuniária até a metade, nas hipóteses
b) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a decadência, de ser a única condição aplicável.
358 eis que, com a nova lei, a ação penal do crime de
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11. (FGV — 2021) Jairo foi preso em flagrante de posse d) O juiz deve devolver os autos ao Ministério Público,
de um rádio transmissor durante operação policial que pois, embora cabível o acordo em razão da pena míni-
combatia o tráfico de drogas. Autuado em flagrante ma cominada ao delito, não pode ser fixada a condi-
por infração ao Art. 35 da Lei nº 11.343/2006, Jairo ção de prestação de serviços à comunidade, que é
foi apresentado para audiência de custódia, tendo o modalidade de pena restritiva de direitos.
Ministério Público oferecido acordo de não perse- e) Para que haja a execução do acordo, deve ocorrer sua
cução penal, mediante condições que especificou. homologação pelo juiz, que precisa ouvir João Lucas
Devolvidos os autos ao Ministério Público para reaná- em audiência na qual verificará a voluntariedade do
lise da proposta, nela insistiu o Parquet. aceite da proposta do Ministério Público.

Não concordando o juiz com a manifestação do acu- 13. (FGV — 2019) Hugo foi vítima de crime de dano simples,
sador, pode o magistrado: tendo ele identificado que a autora do fato seria sua ex-na-
morada Joana. Acreditando que a ex-namorada adotou o
a) decretar a prisão preventiva e determinar que o Promotor comportamento em um momento de raiva, demonstra
de Justiça da Vara competente por distribuição ofereça seu desinteresse em vê-la processada criminalmente.
denúncia; Ocorre que os fatos chegaram ao conhecimento da auto-
b) decretar a prisão preventiva e devolver os autos ao Minis- ridade policial e do Ministério Público.
tério Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu defensor; Considerando que o crime de dano simples é de ação
c) decretar a prisão preventiva e devolver os autos ao Minis- penal privada, se aplica, ao caso, o princípio da:
tério Público para a análise da necessidade de com-
plementação das investigações ou o oferecimento da a) indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação
denúncia; de apresentar queixa-crime em desfavor de todos os
d) recusar a homologação e devolver os autos ao Ministério autores do fato, a partir da identificação da autoria;
Público para a análise da necessidade de complementa- b) disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Público
ção das investigações ou o oferecimento da denúncia; oferecer denúncia em caso de omissão do ofendido
e) remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça. pelo prazo de 06 (seis) meses;
c) obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa-cri-
12. (FGV — 2022) João Lucas, funcionário da vigilância sani- me em desfavor de Joana, sob pena de intervenção do
tária do município do Rio de Janeiro, é procurado, em Ministério Público;
abril de 2021, por dois donos de restaurantes na região d) disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido
onde atua. Os comerciantes lhe oferecem vantagem que houve, na hipótese, perempção;
para fazer vista grossa à violação das normas de distan- e) oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por
ciamento, determinadas pela prefeitura durante a pande- apresentar ou não queixa-crime em desfavor de Joana.
mia da Covid-19.
João Lucas aceita a oferta e recebe, dois dias depois, R$ 14. (FGV — 2019) Através do oferecimento de denúncia,
30.000,00 (trinta mil reais) em espécie. Um colega de tra- o Ministério Público inicia um processo em que se
balho, entretanto, descobre a negociação e comunica o imputa a determinada pessoa um crime de ação penal
fato a seu superior, que além de instaurar procedimento pública. Com base nas previsões do Código de Pro-
administrativo, faz notícia crime à autoridade policial. cesso Penal, existem formalidades legais que devem
O delegado de polícia instaura inquérito. Durante a ser observadas pelo Promotor de Justiça no momento
investigação, são coletados elementos de informação de apresentar a inicial acusatória.
0

que apontam a materialidade e indícios de autoria e,


-1

interrogado, João confessa o recebimento da vanta-


78

A denúncia deverá conter:


gem indevida. Concluído o inquérito policial, o Minis-
.2

tério Público propõe acordo de não persecução penal,


73

a) a classificação do crime, a qual não vincula o magis-


considerando a primariedade do agente e a confissão
.8

trado, que poderá dar nova classificação jurídica no


32

formal e circunstanciada da prática do crime de cor- momento da sentença com base em novos fatos des-
rupção passiva, que tem pena cominada de 2 a 12
-4

cobertos durante a instrução, ainda que sem qualquer


anos de reclusão e multa. Apresenta, como condições, alteração da inicial acusatória;
u

a devolução dos valores recebidos e a prestação de


pr

b) a qualificação do acusado, mas, caso sua identifica-


serviços à comunidade. A proposta é aceita por João ção através do nome seja desconhecida, poderão
u
pr

Lucas. Com base nos dados do enunciado, sobre o constar esclarecimentos pelos quais possa ser iden-
DIREITO PROCESSUAL PENAL

acordo mencionado, assinale a afirmativa correta. tificado, tornando certa a identidade física;
c) a exposição do fato criminoso com todas as suas cir-
a) Não poderia ter sido proposto acordo de não persecu- cunstâncias, não podendo a agravante da reincidência
ção penal, pois a pena máxima cominada ao delito em ser reconhecida se não imputada na inicial acusatória;
questão é superior a quatro anos. Deve o juiz recusar d) a classificação do crime, que vinculará o magistrado
sua homologação. no momento da sentença, ainda que não haja necessi-
b) Para que seja iniciada a execução do acordo, basta dade de alteração dos fatos narrados;
sua formalização por escrito, em documento firmado e) o rol de testemunhas, computando-se no limite máxi-
pelo membro do Ministério Público, por João Lucas e mo as testemunhas referidas.
seu defensor técnico, além da comunicação do juiz,
que, nesse caso, não pode recusar sua homologação. 15. (FGV — 2018) Foi instaurado inquérito policial para
c) Sendo o acordo homologado, o eventual descumpri- apurar a suposta prática de crime de estelionato,
mento das condições acordadas permite a rescisão figurando Valéria como vítima e Júlio César como
direta pelo Ministério Público e imediato oferecimento indiciado. Após a realização de diversas diligências
da denúncia. e a apresentação de relatório conclusivo por parte da 359
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autoridade policial, o Ministério Público analisou os de Polícia elaborou relatório final opinando pelo arqui-
elementos informativos e encaminhou ao Judiciário vamento. Verificada tal situação e com base nas previ-
promoção de arquivamento, entendendo pela inexis- sões do Código de Processo Penal, caberá ao:
tência de justa causa. Ao tomar conhecimento, Valé-
ria fica revoltada com a conduta do órgão ministerial, a) juiz realizar diretamente o arquivamento, tendo em vista
pois está convicta de que Júlio César seria o autor do que já houve representação nesse sentido por parte da
delito. Diante disso, apresenta queixa, iniciando ação autoridade policial, cabendo contra a decisão recurso em
penal privada subsidiária da pública. sentido estrito;
b) Ministério Público realizar diretamente o arquivamento,
Quando iniciada a análise da ação penal privada sub- caso concorde com a conclusão do relatório da autorida-
sidiária da pública, deverá o órgão do Poder Judiciário de policial, independentemente de controle judicial;
competente: c) delegado de polícia, em caso de concordância do juiz,
realizar diretamente o arquivamento após retorno do
a) receber a inicial acusatória e, caso o ofendido deixe de inquérito policial para delegacia;
d) Ministério Público promover pelo arquivamento,
promover o andamento do processo por 30 dias segui-
cabendo ao juiz analisar a homologação em respeito
dos, deverá ser reconhecida a perempção;
ao princípio da obrigatoriedade;
b) não receber a inicial acusatória, tendo em vista que
e) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor
não houve omissão do Ministério Público a justificar a
de justiça requerer o encaminhamento dos autos ao
ação penal privada subsidiária da pública; Procurador- Geral de Justiça em caso de discordância,
c) receber a inicial acusatória, passando o ofendido a em controle ao princípio da obrigatoriedade.
figurar como parte do processo, não podendo o Minis-
tério Público aditar a queixa oferecida; 18. (FGV — 2018) Guilherme Nucci define ação penal como
d) receber a inicial acusatória, podendo o Ministério “o direito do Estado- acusação ou da vítima de ingressar
Público oferecer denúncia substitutiva da queixa, for- em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, represen-
necer elementos de prova e interpor recursos; tada pela aplicação das normas de direito penal ao caso
e) não receber a inicial acusatória, pois não há previsão concreto”. Tradicionalmente, a doutrina classifica as
do instituto da ação penal privada subsidiária da públi- ações penais como públicas e privadas, que possuem
ca na Constituição da República de 1988, não sendo a diferentes tratamentos a partir de sua natureza.
previsão do Código de Processo Penal recepcionada.
Assim, de acordo com as previsões do Código de Pro-
16. (FGV — 2018) Bartolomeu, Oficial de Justiça, foi víti- cesso Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações
ma de crime de injúria sem relação com o exercício da penais de natureza privada os princípios da:
função pública, crime de ação penal privada. A ofen-
sa ocorreu no dia 06 de setembro de 2017 através de a) conveniência, indisponibilidade e indivisibilidade;
escrito recebido por Bartolomeu em mãos, mas sem b) conveniência, indisponibilidade e divisibilidade;
assinatura. Após diligências para identificar o autor c) oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade;
das ofensas, Bartolomeu descobre, em 07 de dezem- d) oportunidade, disponibilidade e divisibilidade;
bro de 2017, que aquelas foram proferidas por João e e) obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade.
José, em conjunto, réus em uma ação penal que cor-
re perante a Vara Criminal de Maceió. Após o recesso 19. (FGV — 2018) Matheus foi vítima de crime de ação penal
forense e o carnaval, em 06 de março de 2018, Bartolo- pública condicionada à representação. Logo após os
meu apresenta queixa-crime em face de João, esclare- fatos, compareceu em sede policial e, oralmente, mani-
0

cendo na inicial que não tem interesse em incluir José festou ao Delegado o interesse em representar em face
-1
78

no polo passivo pelo fato de ele ser maior de 70 anos. do autor dos fatos. Diante disso, foi oferecida denúncia
.2

pelo Ministério Público. Matheus, porém, se arrependeu


73

Com base apenas nas informações expostas, o magistrado: e demonstrou interesse em se retratar da representação
.8

enquanto a denúncia não era recebida.


32

a) não poderá receber a queixa em face de João, tendo


-4

em vista que houve decadência e o prazo decadencial Considerando apenas as informações narradas, é cor-
tem natureza material; reto afirmar que Matheus:
u
pr

b) não poderá receber a queixa em face de João, tendo


u

em vista a renúncia realizada em favor de José; a) não poderá se retratar da representação, já que o
pr

c) deverá receber a queixa em face de João e José, ten- Código de Processo Penal não admite retratação,
do em vista que o prazo decadencial tem natureza independentemente do momento, uma vez realizada a
processual; representação perante autoridade policial;
d) deverá receber a queixa em face de João, tendo em vis- b) poderá se retratar da representação, mesmo após o recebi-
ta que o prazo decandencial tem natureza processual; mento da denúncia, em razão do princípio da disponibilidade
e) deverá receber a queixa em face de João, pois, ape- da ação penal pública condicionada à representação;
sar da natureza material, o início do prazo decadencial c) não precisa se retratar da representação, pois esta foi
somente ocorreu em 07 de dezembro de 2017. inválida, já que realizada oralmente;
d) poderá se retratar da representação, tendo em vista
17. (FGV — 2018) Enquanto organizava procedimentos que a denúncia não foi recebida;
que se encontravam no cartório de determinada Vara e) não poderá se retratar da representação, tendo em vis-
Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, o servidor ta que a denúncia já foi oferecida.
identifica que há um inquérito em que foram realiza-
das diversas diligências para apurar crime de ação 20. (FGV — 2018) O Código de Processo Penal prevê uma
penal pública, mas não foi obtida justa causa para o série de institutos aplicáveis às ações penais de natureza
360 oferecimento de denúncia, razão pela qual o Delegado privada. Sobre tais institutos, é correto afirmar que:
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a) a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre
antes do oferecimento da inicial acusatória, mas deve-
rá ser expressa, seja através de declaração do ofendi-
do seja por procurador com poderes especiais;
b) o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados
poderá a todos aproveitar, podendo, porém, ser recu-
sado pelo beneficiário, ocasião em que não produzirá
efeitos em relação a quem recusou;
c) a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre após
o oferecimento da inicial acusatória, gerando extinção
da punibilidade em relação a todos os querelados;
d) a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer quei-
xa no prazo de 06 meses a contar da data dos fatos,
sendo irrelevante a data da descoberta da autoria;
e) a perempção ocorre quando o querelante deixa de
comparecer a atos processuais para os quais foi inti-
mado, ainda que de maneira justificada.

9 GABARITO

1 A

2 E

3 C

4 E

5 C

6 D

7 C

8 C

9 B

10 C

11 D

12 E
0

13 E
-1
78

14 B
.2
73

15 B
.8
32

16 B
-4

17 D
u
pr

18 C
u
pr

19 E
DIREITO PROCESSUAL PENAL

20 B

ANOTAÇÕES

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