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Concurso Nacional Unificado

CNU
Comum a Todos os Cargos

NV-015OT-23-PREP-CNU-COMUM
Cód.: 7908428806606
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

CNU – Concurso Nacional Unificado


Comum a Todos os Cargos

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro e Monalisa Costa

LÍNGUA ESPANHOL • Isabella Ramiro e Luiza Fernandes

LÍNGUA INGLESA • Rebecca Soares

RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof. Kaká)

INFORMÁTICA • Fernando Nashimura e Leonardo Vasconcelos

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Ana Philippini, Leandro Campos e Samara Kich

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO (ON-LINE) • Aline Costa, Caroline Matos, Fernando Zantedeschi,
Jonatas Albino, Kamila Gomes, Leandro Campos, Márcio Ferreira Neves, Ricardo Reis e Samara
Kich

ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA • Isadora Terra e Xico Kraemer

DIREITOS HUMANOS • Ana Philippini e Camila Cury

REDAÇÃO DISCURSIVA (ON-LINE) • Nelson Sartori

ISBN: 978-65-5451-239-8

Edição: Outubro/2023

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
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PIRATARIA
É CRIME!
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ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento
de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado
sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).

Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de
sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pensando
no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi organi-
zado de acordo com os itens mais relevantes e as principais maté-
rias básicas que foram cobradas nos certames atuais relacionados
aos Cargos do Concurso Nacional Unificado - CNU.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abordando
os principais itens do último edital e reorganizando-os quando
necessário, de uma maneira didática para que você realmente
consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica –


com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados nas
provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados
das principais bancas responsáveis pelos maiores certames atuais.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos professo-
res e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas
que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um dife-
rencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando no seu
sonho de ser aprovado em um concurso público.

Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteúdos


complementares disponíveis on-line para este livro em nossa pla-
taforma: Conteúdo de Noções de Direito Administrativo e Redação
Discursiva disponíveis em PDF para download.

Agora é com você!

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CONTEÚDO ON-LINE

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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

CONTEÚDO COMPLEMENTAR:

• Noções de Direito Administrativo – Disponível em PDF para Download.


• Redação Discursiva – Disponível em PDF para Download.

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS................................ 11

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS................................................................... 13

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL................................................................................................. 22

DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL..................................................................... 22

EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES


E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL...........................................................................22

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS....................................................................................................27

DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO....................................................... 28

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS........................................................................................................28

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.........................................................................................................39

CONJUNÇÕES....................................................................................................................................................47

RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO....................................54

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO...................................55

CONCORDÂNCIA ...............................................................................................................................................57

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.........................................................................................................63

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................................66

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.......................................................................................................................69

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE..................................................................................................71

REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO: SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.............. 72

SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO, REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA


DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO E REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS
E NÍVEIS DE FORMALIDADE..............................................................................................................................72

NÍVEIS DE LINGUAGEM E VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS...................................................................................74

LÍNGUA ESPANHOL...........................................................................................................83
COMPREENSÃO DE TEXTOS ESCRITOS EM LÍNGUA ESPANHOLA............................................... 83

IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS, EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS, RELAÇÕES INTRATEXTUAIS E


INTERTEXTUAIS................................................................................................................................................83

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ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA COMPREENSÃO DE CONTEÚDOS SEMÂNTICOS
E DOMÍNIO DO VOCABULÁRIO E DA MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA ESPANHOLA...................... 89

LÍNGUA INGLESA............................................................................................................. 115


COMPREENSÃO DE TEXTOS ESCRITOS EM LÍNGUA INGLESA...................................................115

IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS, EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS, RELAÇÕES INTRATEXTUAIS E


INTERTEXTUAIS..............................................................................................................................................115

ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA COMPREENSÃO DE CONTEÚDOS SEMÂNTICOS


E DOMÍNIO DO VOCABULÁRIO E DA MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA INGLESA..........................121

RACIOCÍNIO LÓGICO...................................................................................................... 163


ESTRUTURAS LÓGICAS...................................................................................................................163

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.......164

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)................................................................................165

PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS......................................................................................................165

TABELAS VERDADE.........................................................................................................................................167

EQUIVALÊNCIAS..............................................................................................................................................170

LEIS DE MORGAN............................................................................................................................................173

DIAGRAMAS LÓGICOS....................................................................................................................................176

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM.........................................................................................................177

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE...........................................................................180

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS.....................................................................................................186

RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E


MATRICIAIS.......................................................................................................................................191

INFORMÁTICA.................................................................................................................. 225
CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE E SOFTWARE: FUNCIONAMENTO DO
COMPUTADOR; CONHECIMENTOS DOS COMPONENTES PRINCIPAIS.....................................225

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS....................................................................232

NOÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (10 E 11)........................................................240

MSOFFICE M365 ..............................................................................................................................254

WORD................................................................................................................................................................254

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ÍNDICES............................................................................................................................................................264

EXCEL...............................................................................................................................................................267

POWER POINT..................................................................................................................................................283

TEAMS..............................................................................................................................................................297

CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET.........................................................................................313

CONCEITOS GERAIS DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO.............................................................313

PROTEÇÃO CONTRA VÍRUS E OUTRAS FORMAS DE SOFTWARES OU AÇÕES INTRUSIVAS...................319

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................. 325


CONSTITUIÇÃO.................................................................................................................................325

CONCEITO........................................................................................................................................................325

CLASSIFICAÇÕES............................................................................................................................................325

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS........................................................................................................................326

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.....................................................................................328

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS.......................................................................................328

DIREITOS SOCIAIS...........................................................................................................................................337

NACIONALIDADE.............................................................................................................................................343

DIREITOS POLÍTICOS E CIDADANIA..............................................................................................................345

PARTIDOS POLÍTICOS.....................................................................................................................................347

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...............................................................................351

UNIÃO...............................................................................................................................................................351

ESTADOS..........................................................................................................................................................353

MUNICÍPIOS ....................................................................................................................................................354

DISTRITO FEDERAL.........................................................................................................................................355

TERRITÓRIOS...................................................................................................................................................355

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................................................................................355

DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................355

SERVIDORES PÚBLICOS.................................................................................................................................363

PODER LEGISLATIVO........................................................................................................................368

CONGRESSO NACIONAL.................................................................................................................................368

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CÂMARA DOS DEPUTADOS............................................................................................................................369

SENADO FEDERAL...........................................................................................................................................370

DEPUTADOS E SENADORES...........................................................................................................................370

PODER EXECUTIVO...........................................................................................................................372

ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ..........................................................................................372

ATRIBUIÇÕES DOS MINISTROS DE ESTADO.................................................................................................373

PODER JUDICIÁRIO..........................................................................................................................374

DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................374

ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E COMPETÊNCIAS...................................................................................375

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ): COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS........................................380

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA.................................................................................................381

MINISTÉRIO PÚBLICO.....................................................................................................................................381

ADVOCACIA PÚBLICA.....................................................................................................................................382

DEFENSORIA PÚBLICA....................................................................................................................................382

ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA...................................................................................... 389


ÉTICA E MORAL.................................................................................................................................389

ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES......................................................................................................390

ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA.....................................................................392

ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA..............................................................................................................393

ÉTICA NO SETOR PÚBLICO..............................................................................................................394

DECRETO Nº 1.171, DE 1994 (CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO PÚBLICO) .....395

DECRETO Nº 6.029, DE 2007 (INSTITUI SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER


EXECUTIVO FEDERAL)......................................................................................................................399

DIREITOS HUMANOS..................................................................................................... 405


CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS...............................................................................................405

EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O CAMPO


EDUCACIONAL..................................................................................................................................405

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS................................................................407

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TEMAS TRANSVERSAIS, PROJETOS INTERDISCIPLINARES E EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS.........................................................................................................................................418

DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL....................................................................421

DIREITOS ÉTNICO-RACIAIS.............................................................................................................427

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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.

LÍNGUA PORTUGUESA Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”


para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a
orientação do pensamento do autor do texto, que fica
perceptível quando identificamos como o raciocínio
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS da análise de dados, informações com fontes confiáveis
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
A interpretação e a compreensão textual são aspec- das consequências, a fim de se identificar as causas.
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- Por isso, é preciso compreender como podemos
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse
neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e
zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
interpretação textual, ambas guardam uma relação de A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
proximidade com um assunto pouco explorado pelos que focam nas formas de inferência sobre um texto.
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma o processo de inferência, que se dá por dedução ou
linguística pode assumir. por indução. Para entender melhor, veja este exemplo:
Portanto, neste material você encontrará recursos O marido da minha chefe parou de beber.
para solidificar seus conhecimentos em interpretação Observe que é possível inferir várias informa-
e compreensão textual, associando a essas temáticas ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
as relações semânticas que permeiam o sentido de enunciador é casada (informação comprovada pela
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada dor está trabalhando (informação comprovada pela
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
ser reconhecido por quem o lê.
da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma
breve diferença entre os termos compreensão e pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
interpretação textual. contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo interpretar essas informações.
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste Tratando-se de interpretação textual, os processos
material, ainda que existam relações de sinonímia de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
por um termo ao invés de outro reflete um sentido interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a texto junto da articulação com as informações acessa-
interpretação realiza ligações com o texto a partir das pelo leitor do texto.
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
Já a compreensão busca a análise de algo exposto senta como ocorre a relação desses processos:
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
linguísticos essencialmente relacionados à significa-
INFERÊNCIA
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação
com a semântica. INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
Sabendo disso, é importante separarmos os con-
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo. A partir desse esquema, conseguimos visualizar
Esses assuntos completam o estudo basilar de melhor como o processo de interpretação ocorre.
Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo
LÍNGUA PORTUGUESA

semântica com foco em provas e concursos, sempre


de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você as estratégias que compõem cada maneira de inferir
a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de informações de um texto. Por isso, vamos apresentar
praticar seus conhecimentos realizando a seleção de nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho
exercícios finais, selecionados especialmente para dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nos-
que este material cumpra o propósito de alcançar sua so conhecimento de mundo na interpretação de textos.
aprovação.
A Indução
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
As estratégias de interpretação que observam
A inferência é uma relação de sentido conhecida métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre oferece e, posteriormente, reconhecem alguma cer-
interpretação de texto. teza na interpretação. Dessa forma, é fundamental 11
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buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos Fique atento a essa informação, pois é uma das
no texto e que variam conforme o tipo textual. primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos pretação textual: formular hipóteses, a partir da
identificar uma organização cronológica e espacial no macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação entre outras informações que podem vir como “aces-
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
ideia/ponto de vista. pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
No processo interpretativo indutivo, as ideias são um objetivo mais definido.
organizadas a partir de uma especificação para uma O processo de interpretação por estratégias de dedu-
generalização. Vejamos um exemplo: ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa „ conhecimento linguístico;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo „ conhecimento textual;
em que estive na redação do O Globo, foi o bastante „ conhecimento de mundo.
para não os amar, nem os imitar. São em geral de
uma lastimável limitação de ideias, cheios de fór- O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
mulas, de receitas, só capazes de colher fatos assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
detalhados e impotentes para generalizar, cur- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- z Conhecimento Linguístico
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (Barreto, 2010, p. 21)
Esse é o conhecimento basilar para compreensão
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
O trecho em destaque na citação do escritor Lima das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento nhecimento das regras de uma língua.
indutivo compõe a interpretação e decodificação de É importante salientar que as regras de reconhe-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
ção cronológica de um texto. tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
A propriedade vocabular leva bo-objeto (SVO) etc.
o cérebro a aproximar as pa- Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
PROCURE SINÔNIMOS linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
Os conectivos (conjunções,
preposições, pronomes) conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
ATENÇÃO AOS Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
são marcadores claros de
CONECTIVOS dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
opiniões, espaços físicos e
localizadores textuais

A Dedução

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou
de maneira implícita no enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
tema; ele estará também postulando uma possível
estrutura textual; na predição ele estará ativando
seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará
enriquecendo, refinando, checando esse conheci-
12 mento. (Kleiman, 2016, p. 47) Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020.
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Como é possível notar, o texto é uma peça publici- Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré-
e entender o que está escrito; assim, o conhecimen- vio que é essencial para a interpretação de questões.
to linguístico torna-se crucial para a interpretação.
Essas são algumas estratégias de interpretação em
que podemos usar métodos dedutivos.
RECONHECIMENTO DE TIPOS E
z Conhecimento Textual
GÊNEROS TEXTUAIS
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- Tipos ou sequências textuais são unidades que estru-
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque turam o texto. Para Bronckart1, “são unidades estrutu-
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”.
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê Os tipos textuais marcam uma forma de organiza-
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma ção da estrutura do texto, que se molda a depender
reportagem como se lê um poema. do gênero discursivo e da necessidade comunicativa.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de nância de narrações (contos, fábulas, romances, his-
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a
argumentação (redação do Enem, teses, dissertações,
z Conhecimento de Mundo artigos de opinião etc.).
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre seguinte figura, que demonstra como podemos identi-
importante que o candidato a cargos públicos reserve ficar os tipos textuais e suas principais características,
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes tendo em vista que cada sequência textual apresenta
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- características próprias que pouco ou nada sofrem em
tar seu conhecimento de mundo. alterações, mantendo uma estrutura linguística quase
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso rígida que nos permite classificar os tipos textuais em
conhecimento de mundo que é relevante para a com- cinco categorias (narrativo, descritivo, expositivo,
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso instrucional e argumentativo).
cérebro associar informações, a fim de compreender
o novo texto que está em processo de interpretação.
GÊNERO TEXTUAL
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-


fiou valentemente todos os risos desdenhosos que A partir dessa imagem, podemos identificar que a
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
orientação gramatical mantida pelas frases apresenta
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
minante que o texto deve manter, organizado pelas
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
TIPO TEXTUAL
vales turbulentos. (Kleiman, 2016, p. 24)
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no
texto. Também é chamado de sequência textual
Agora tente responder as seguintes perguntas
GÊNERO TEXTUAL
sobre o texto:
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente
Quem é o herói de que trata o texto?
LÍNGUA PORTUGUESA

Quem são as três irmãs?


Qual é o planeta inexplorado? Uma última informação muito importante sobre tipos
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- textuais que devemos considerar é que nenhum texto é
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será existência de predominância de algumas sequências em
afetada. O texto se chama “A descoberta da América detrimento de outras, de acordo com o texto.
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe
responder às questões; certamente você não terá mais de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac-
as mesmas dificuldades. terísticas e marcas linguísticas.

1 BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 13


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CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
ção linguística que são caracterizadas por:
Narrativo
z presença de marcadores temporais e espaciais;
Os textos compostos predominantemente por z verbos, predominantemente, utilizados no
sequências narrativas cumprem o objetivo de contar passado;
uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man- z presença de narrador e personagens.
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão Importante!
de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. Os gêneros textuais que são predominantemen-
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- te narrativos apresentam outras tipologias tex-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: tuais em sua composição, tendo em vista que
nenhum texto é composto exclusivamente por
z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilí- uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
brio, o que demanda uma situação conflituosa;
pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
z Complicação: desenvolvimento da tensão apre-
sentada inicialmente; dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
z Ações (para o clímax): acontecimentos que am-
pliam a tensão; Para sua compreensão, também é necessário saber
z Resolução: momento de solução da tensão;
o que são marcadores temporais e espaciais. São
z Situação final: retorno da situação equilibrada;
formas linguísticas como advérbios, pronomes, locu-
z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre
ções etc. utilizadas para demarcar um espaço físico
a resolução;
z Moral: apresentação de valores morais que a his- ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos,
tória possa ter apresentado. esses elementos são essenciais para marcar o equi-
líbrio e a tensão da história, além de garantirem a
Esses sete passos podem ser encontrados no coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais
seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como e espaciais: atualmente, naquele dia, nesse momento,
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, aqui, ali, então...
bem como aprender a identificar outros pontos do Outro indicador do texto narrativo é a presença do
tipo textual narrativo. narrador da história. Por isso, é importante apren-
dermos a identificar os principais tipos de narrador
Era um garoto que como eu Amava os de um texto:
Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o
As coisas lindas da América Situação inicial:
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de responsável por contar os fatos que compõem o texto
Havia mil garotas a fim equilíbrio Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes-
Cantava Help and Ticket to Ride soa. O narrador participa dos fatos
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa.
O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém,
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou não participa das ações
Complicação: início
Fora chamado na América Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na
da tensão
Stop! Com Rolling Stones 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Stop! Com Beatles songs
não participa das ações, porém, o fluxo de consciência
Mandado foi ao Vietnã
Clímax do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª
Lutar com vietcongs pessoa
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã dominantemente narrativas são notícia, diário, con-
Cabelos longos não usa mais
to, fábula, entre outros. É importante reafirmar que
Não toca a sua guitarra e sim o fato de esses gêneros serem essencialmente narra-
Um instrumento que sempre dá tivos não significa que não possam apresentar outras
A mesma nota, sequências em sua composição.
Situação final /
ra-tá-tá-tá Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
Ao seu país não voltará marcas que predominam no texto.
Pois está morto no Vietnã [...] Após demarcarmos as principais características do
No peito, um coração não há tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Moral
Mas duas medalhas sim cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-
14 hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
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Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos de
textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de
compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de
alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.

Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta;
e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos
dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha
nenhuma.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.).
A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte
Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio a seguir:

LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-


ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso
de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de
forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido,
no caso) do cliente. 15
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Expositivo Marcas linguísticas do texto expositivo:

O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a z apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo sença de verbos de estado;
textual, é muito comum a presença de dados, informa- z presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação;
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem
z desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus-
z presença de figuras de linguagem como metáfora
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
e comparação;
z pode apresentar um pensamento contrastivo ao
final do texto.

Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-


tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi-
dade nos leitores, como o exemplo a seguir:

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-


NARAM O MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43

Hedy Lamarr - conexão wireless

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
Wi-Fi e o Bluetooth.
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado.

Instrucional ou Injuntivo

O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é carac-


terizado por estabelecer um “propósito autônomo”
(Cavalcante, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet,
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-
mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua horóscopos e também nos manuais de instrução.
A principal marca linguística dessa tipologia é a
presença de verbos conjugados no modo imperati-
O infográfico acima apresenta as informações
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve
pertinentes sobre o panorama mundial da situação
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e
da água no ano de 2016. O gênero foi construído com
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do Para que possamos identificar corretamente essa
tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin- tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne-
guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin- ro textual que apresente esse tipo de texto, como o
gir esse objetivo. exemplo a seguir:
Assim como os tipos textuais apresentados ante-
riormente, os textos expositivos também apresentam Como faço para criar uma conta do Instagram?
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
outras sequências textuais, tendo em vista que, para 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti- ou Google Play Store (Android).
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos. 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
É importante destacar que os textos expositivos para abri-lo.
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
argumentativos, uma vez que existem textos argu- telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira
mentativos que são classificados como expositivos, seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
argumentação. bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
Outra importante diferença entre a sequência cadastrar com sua conta do Facebook.
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
para a argumentação, uma vez que o fato exposto as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
sobre uma questão não é posto em debate. conta do Facebook, caso tenha saído dela.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte- Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso em: 07
16 rísticas desse conceito sem espaço para opiniões. set. 2020.
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No exemplo acima, podemos destacar a presença O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS?
de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai-
xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, Quando pensamos em uma definição para gêne-
como: instalar, cadastrar, avançar. Outra caracte- ros textuais, somos levados a inúmeros autores que
rística dos textos injuntivos é a enumeração de passos buscaram definir e classificar esses elementos, e, ini-
a serem cumpridos para a realização correta da tare- cialmente, é interessante nos lembrarmos dos gêne-
fa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais ros literários que estudamos na escola. Podemos nos
didática. remeter aos conceitos de Tragédia e Comédia, refe-
É importante lembrar que a principal marca rentes aos clássicos da literatura grega. Afinal, quem
linguística dessa tipologia é a presença de verbos nunca ouviu falar das histórias de Ilíada ou A Odis-
conjugados no modo imperativo e em sua forma infi- seia, ambas de Homero? Mas o que esses textos têm
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar em comum? Inicialmente, você pode ser levado a pen-
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio- sar que nada, além do fato de terem sido escritos pelo
nadas pelo gênero. mesmo autor; porém, a estrutura dessas histórias res-
peita um padrão textual estabelecido e reconhecido
na época em que foram escritas.
Argumentativo
De maneira análoga, quando pensamos em gêne-
ros textuais, devemos identificar os elementos que
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
caracterizam textos, aparentemente, tão diferentes.
complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
Logo, da mesma forma que comparamos as estruturas
dade na identificação, bem como em sua análise.
de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças
O texto argumentativo tem por objetivo a defesa
entre uma notícia e um artigo de opinião, por exem-
de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa plo, e também é fundamental identificar as razões que
de uma tese e a apresentação de argumentos que nos levam a classificar cada um desses gêneros com
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex- termos diferentes.
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios Esse ponto de interseção é o que podemos estabe-
científicos e filosóficos, dentre outros. lecer como os principais aspectos de classificação de
Outro aspecto importante dos textos argumentati- um gênero textual.
vos é que eles são compostos por estruturas linguís- Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p.
ticas conhecidas como operadores argumentativos, 71), o ponto de interseção que estabelece sobre qual
que organizam as orações subordinadas, estruturas gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de
mais comuns nesse tipo textual. comportamentos estereotipados e anônimos que se
A seguir, apresentamos um quadro sintético com estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam sujei-
algumas estruturas linguísticas que funcionam como tos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro ele-
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e mento que precisamos identificar para classificar um
a leitura de textos argumentativos: gênero é o papel social, marcado pelos comportamen-
tos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem vive em
OPERADORES ARGUMENTATIVOS sociedade e, portanto, precisa fazer-se compreender
tão bem quanto ser compreendido.
É incontestável que... Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife-
Tal atitude é louvável / repudiável / notável... rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos
É mister / é fundamental / é essencial... textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui-
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O
fator social dos gêneros textuais também irá direcio-
Observe o exemplo a seguir:
nar outros aspectos importantes na classificação des-
ses elementos, justamente devido à dinâmica social
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais
em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de
no tratamento das mais diversas doenças relacio-
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos
alterações em sua estrutura.
nem de longe compensam o dinheiro gasto com Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo,
essas doenças. Além disso, as empresas têm gran- tornando o gênero completamente modificado, como
des prejuízos por causa de afastamentos de tra- se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem-
balhadores devido aos males causados pelo fumo. plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam
Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer a uma finalidade específica e momentânea, como
propagandas de cigarros em todos os meios de aconteceu com o anúncio, apresentado a seguir, da
loja “O Boticário”:
LÍNGUA PORTUGUESA

comunicação.”

Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/


texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021.
Adaptado.

Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-


te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
PROPAGANDAS e os contos de fadas – parte 3. Encantamentos
Agora que já conhecemos os cinco principais tipos Literários, 2009. Disponível em: http://encantamentosdaliteratura.
textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com blogspot.com/2010/08/propagandas-e-os-contos-de-fadas-
algumas questões de concurso. parte_16.html. Acesso em: 10 fev. 2023. 17
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O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
cia ao gênero contos de fada, porém, a estrutura des- GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS
se gênero que é, predominantemente, narrativo foi
modificada para que o propósito do anúncio fosse Relação com aspectos Associação a aspectos
alcançado, ou seja, persuadir o leitor e levá-lo a adqui- sociais linguísticos
rir os produtos da marca. No caso do gênero anún-
cio publicitário, usar outros gêneros e modificar sua Não podem sofrer alte-
estrutura básica é uma estratégia que é estabelecida a Podem ser alterados ração, sob pena de se-
fim de que a principal função do anúncio se cumpra, rem reclassificados
qual seja: vender um produto.
A partir desses exemplos, já podemos enumerar
Estabelecem uma fun- Organizam os gêneros
mais algumas características comuns a todos os tipos
ção social textuais
de gêneros textuais: presença de aspectos sociais e o
propósito de um gênero, para alguns autores, como
Swales (1990), chamado de propósito comunicativo. Apesar de não existir um número quantificável
Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea- de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
lizar um objetivo ou objetivos; então, ele sustenta a gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o
posição de que o propósito comunicativo é o critério fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo
de maior importância, pois é o que motiva uma ação e na resolução de questões que envolvam esse assun-
é vinculado ao poder do autor. to. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais
Além disso, um gênero textual, para ser identifi- gêneros textuais abordados em importantes bancas
cado como tal, é amparado por um protótipo textual, de concursos no país. Posteriormente, trazemos ques-
o qual também pode ser reconhecido como estereó- tões de provas de concursos anteriores que irão nos
tipo textual, que resguarda características básicas auxiliar a praticar esse conteúdo.
do gênero. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio
mencionado acima, identificamos traços do gênero NOTÍCIA
contos de fada tanto na porção textual do anúncio que
menciona “varinha de condão” quanto pelas imagens A notícia é um gênero textual de caráter jornalís-
que remetem ao conto da “Cinderela”. tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de
Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar
falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e sequências textuais narrativas e descritivas na sua com-
também a escrever esse gênero quando necessitam. posição linguística, por isso, é fundamental sempre ter
Isso é o que torna a característica da prototipicidade em mente as características basilares de todos os prin-
tão importante no reconhecimento e na classificação cipais tipos textuais, os quais tratamos anteriormente.
de um gênero. Ademais, os traços estereotipados de Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne-
um gênero devem ser reconhecidos por uma comu- ros textuais possuem características que os distinguem
nidade, reafirmando o teor social desses elementos e dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo
estabelecendo a importância de um indivíduo adqui- a questões sociais, um propósito comunicativo e apre-
rir o hábito da leitura, pois quanto mais se lê, a mais sentar uma configuração mais ou menos padrão que
gêneros se é exposto. varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
Portanto, a partir de todas essas informações sobre Por ser um gênero, a notícia também apresenta
os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira essas características. Seu propósito comunicativo é
resumida, os gêneros textuais são ações linguísti- informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
cas situadas socialmente que servem a propósitos resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada
específicos e são reconhecidos pelos seus traços com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a
em comum. A seguir, demonstramos uma tabela com transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra
as características básicas para a correta identificação importante característica da notícia é a sua configura-
dos gêneros textuais: ção prototípica, seu padrão textual reconhecido por
leitores de uma comunidade.
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO: Essa configuração própria da notícia é reconheci-
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia.
z Ações sociais
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
z Ações com configuração prototípica
totípico desse gênero:
z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
z O propósito de uma ação social
z Divididos em classes Casal suspeito de assaltos é preso após
colidir carro na contramão enquanto fugia Manchete
da polícia, em Fortaleza
Outra importante característica que devemos refor- Foram apreendidos três aparelhos celu-
çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis, lares roubados e uma arma de fogo com Lead
existem inúmeros. Justamente pelo fato de os gêneros seis munições.
sofrerem com as relações sociais, que são instáveis, não
há um número exato de gêneros textuais que possamos
estudar, diferentemente dos tipos textuais.

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É importante relembrarmos que o tipo textual
Um casal suspeito de realizar assaltos foi
argumentativo é organizado em três macro partes:
preso após capotar um carro ao dirigir na
tese, desenvolvimento e conclusão. Por manter esse
contramão enquanto fugia da polícia na
tarde deste domingo (13), no Bairro Henri- padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais
que Jorge, em Fortaleza. de ampla repercussão e interesse do público, algo que
Uma das vítimas, que preferiu não se iden- Corpo não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia
tificar, disse que os assaltantes dirigiam da notícia busca apenas a divulgação da informação.
em alta velocidade pelas ruas após abor- Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
dar de forma fria os pertences. “A mulher tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
estava conduzindo o carro e o comparsa como a televisão, o computador, o tablet, o celular.
dela abordava as pessoas colocando a As reportagens têm um caráter de “matérias espe-
arma na cabeça”, afirmou. ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
podem ser veiculadas em suportes escritos, como
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 14 set. 2020. revistas e jornais, apesar de, com o avanço do uso das
redes sociais, estas são os principais meios de divulga-
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja ção desse gênero atualmente.
seu propósito de informar, é fundamental que o autor Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
do texto seja guiado por essas perguntas a fim de tor- tagem apresenta informações mais detalhadas sobre
nar seu texto imparcial e objetivo: um fato e/ou fenômeno de grande relevância social.
Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados
O quê? que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
Onde?
trua sua própria opinião sobre o tema.
MANCHETE
A despeito dessas diferenças na construção dos
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar-
Quando? dam semelhanças, como a busca pelas respostas às
perguntas O quê? Como? Por quê? Onde? Quando?
CORPO DA Como? Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto da
NOTÍCIA reportagem quanto da notícia, que se diferencia da
Por quê?
primeira por seu caráter essencialmente informativo.

NOTÍCIA REPORTAGEM

Apresenta um fato de Questiona fatos e efeitos


É importante ressaltar que, com o advento das forma simples e objetiva de um fato determinado
redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o
gênero notícia seja divulgado por meio de plataformas Apresenta argumentos
Objetivo é informar
diferentes, como as redes sociais. Isso democratiza a sobre um mesmo fato
informação, porém também abre margem para a cria- Apuração dos fatos
ção de notícias falsas que se baseiam nesse esquema Apuração extensa
objetiva
de organização das notícias tentando passar alguma
credibilidade ao público. Então, atualmente, podemos Conteúdo sem ordem
afirmar que a fonte de publicação é tão importante determinada, pode apre-
Conteúdo de curto prazo
para o reconhecimento de uma notícia quanto à estru- sentar entrevistas, dados,
tura padrão do gênero da qual tratamos acima. imagens etc.
O próximo gênero que trataremos é a reportagem
Conteúdo segue o mode-
que guarda sutis diferenças em comparação com a notí-
lo da pirâmide invertida -
cia e também é muito abordada em provas de concursos.
(conf. acima)
REPORTAGEM
Fonte: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 17 set. 2020. Adaptado.
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
temente da notícia, além de oferecer informações É importante ressaltar que nenhum gênero é com-
acerca de um assunto, também apresenta os pontos posto apenas por uma única sequência textual e que,
de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter portanto, a reportagem também apresentará esse
argumentativo; essa é a principal diferença entre os paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu-
mentativo, porém pode apresentar outras sequências
LÍNGUA PORTUGUESA

gêneros notícia e reportagem.


Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estu-
buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar
dos sobre os principais gêneros textuais objeto de pro-
nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por
vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em
isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
provas de seleções: o artigo de opinião.
tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
a finalidade de se evitar apresentar um ponto de vista. ARTIGO DE OPINIÃO
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre
um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingre- O artigo de opinião faz parte da ordem de textos
diente” dos textos desse gênero que são representados, que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumen-
predominantemente, pela sequência argumentativa. tação para analisar, avaliar e responder a uma ques-
tão controversa. Esse instrumento textual situa-se no 19
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âmbito do discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos
ou virtuais. Com o artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. E, por meio dessa dis-
cussão, podemos defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor
soluções para a questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor; para isso, ele terá que
usar de informações, fatos, opiniões que serão seus argumentos. Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta:

O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011, p. 305).

Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos conhecimentos, como: enci-
clopédicos, interacionais, textuais e linguísticos. É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que
percebemos que nada é por acaso, pois, a cada escolha há uma intenção: “[...] toda atividade de interpretação pre-
sente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”
(KOCH, 2011, p. 22).
Quando queremos dar uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre
ele. Por isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao
escolherem um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre ele. E, dependendo
da intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta, convincente.
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco-
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
estruturação:

z identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z tomada de posição, exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
z reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e o
texto é concluído.

ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO


Introdução Identificação da questão polêmica alvo de debate no texto
Tese do autor (posicionamento defendido) – Tese contrária (posicionamentos de terceiros) – Acei-
Desenvolvimento
tação ou refutação – Argumentos a favor da tese do autor do texto
Conclusão Fechamento do texto e reforço do posicionamento adotado

No processo de escrita de qualquer texto, é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos, porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
processo; por isso, muito cuidado com a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim de mantermos a linha de pensamento nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem
apresentando outro gênero sempre presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.

EDITORIAL

Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos argumentativos de uma forma geral, iremos nos aten-
tar aqui para as principais características do gênero editorial e no que ele se diferencia do artigo de opinião, por
exemplo.

EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS
z Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual
z O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante
z Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de uma causa de interesse coletivo
z Sua estrutura também é baseada em: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão

O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou proble-
ma social a ser debatido no texto, posteriormente segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e conclui-
-se com a retomada da opinião apresentada inicialmente. A principal diferença entre editorial e artigo de opinião
20 é que aquele representa a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
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EDITORIAL — MARCAS LINGUÍSTICAS
z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural
z Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante
z Linguagem clara, objetiva e impessoal

O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, especialmente em certames que cobrem redação.

EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR PARÁGRAFOS


Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento definido. Ser didático ao apresen-
Parágrafo 1
tar o assunto ao leitor
Contextualização do tema, comparando-o com a realidade e trazendo as causas e indicativos concretos
Parágrafo 2
do problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto
Análise e as possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista da
Parágrafo 3
área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação
Parágrafo 4 Conclusivo, com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir

A seguir, apresentamos nosso último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de
gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros;
apesar disso, trazemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse
critério, o próximo gênero estudado é a crônica.

CRÔNICA

O gênero crônica é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se tornaram
famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser um gênero curto
de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de concurso para ilustrar questões de inter-
pretação textual e também para contextualizar questões que avaliam a competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.

CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA


z Defesa de um ponto de vista, relacionado ao assunto em
z Limita-se a contar fatos do cotidiano debate
z Pode apresentar um tom humorístico z Uso de argumentos e fatos
z Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa z Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa
z Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo

Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmen-
te, podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como vídeo, muito divulgados nas redes sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos; apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos
sociais mais atuais. Outra característica presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a
metáfora, que auxiliam na presença do tom sarcástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?” da escritora Marina Colasanti em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:

O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro da cultura e do
conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de quem tanto precisa dela.
LÍNGUA PORTUGUESA

Um livro é:
– A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um escritor é cuidar
dessa casa, varrê-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
– A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que foi escrito.
Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com todos os conhecimentos
adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música, prosa e poesia. Luz
e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de encontro com nosso núcleo mais profundo.
Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir a sua.
– A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam suas múltiplas
cabeças.
– Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles conservadas.

Fonte: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 17 set. 2020. Adaptado. 21


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Como podemos notar, a crônica trata de um assun- z É com G ou com J?
to bem atual: o aumento da carga tributária que inci-
de sobre o preço dos livros. A autora apresenta sua Usamos G em:
opinião e segue argumentando sobre a importância
dos livros na sociedade com um ponto de vista ladea- „ Substantivos terminados em: -agem; -igem;
-ugem. Ex.: viagem, ferrugem;
do pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
„ Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex-
-úgio. Ex.: sacrilégio; pedágio;
tuais, é importante deixarmos uma informação rele- „ Verbos terminados em: -ger e -gir. Ex.: prote-
vante sobre esse assunto. Para muitos autores, os ger; fugir.
gêneros não apenas moldam formas de texto, mas
formas de dizer marcadas pelo discurso; por isso, em Usamos J em:
algumas metodologias (e também em alguns editais de
concurso), os gêneros serão tratados como do discurso. „ Formas verbais terminadas: em -jar ou -jer. Ex.:
Lembre-se: gêneros do discurso marcam o pro- viajar; lisonjear;
cesso de interação verbal; como todo discurso mate- „ Termos derivados do latim escritos com j. Ex.:
rializa-se por meio de textos, a nomenclatura gêneros majestade; jejum.
textuais torna-se mais adequada para essa perspecti-
z É com Ç ou S?
va de estudos. Podemos distinguir as duas variantes
vocabulares de acordo com as demandas sociais e cul- „ Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando
turais de estudo dos gêneros. houver som de S. Ex.: eleição;
„ Escrevemos S quando houver som de Z. Ex.:
Neusa; coisa.

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL z É com S ou com Z?

As regras de ortografia são muitas e, na maioria „ Palavras que designam nacionalidade ou títu-
los de nobreza e terminam em -ês e -esa devem
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês;
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
marquesa; duquesa;
vezes, é derivada de processos históricos de evolução „ Palavras que designam qualidade, cuja ter-
da língua. minação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra- embriaguez; lucidez; acidez.
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- Essas regras para correção ortográfica das pala-
fia das palavras. vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
parte das regras não são efêmeras, porém, são em ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir
grande número.
da leitura e da escrita de textos, por isso, recomenda-
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
mos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras veis de informação, pois, além de contribuir para seu
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto conhecimento geral, sua habilidade em língua portu-
à escrita correta. Veja: guesa também aumentará.

z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.


Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
USAMOS X: USAMOS CH: COESÃO TEXTUAL
� Depois da sílaba en, se � Depois da sílaba en, se a EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
a palavra não for deri- palavra for derivada de SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES
vada de palavras inicia- palavras iniciadas por E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO
das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar TEXTUAL
enxada � Em palavras derivadas
� Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
xa, faixa grafados com CH: re- zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
� Depois da sílaba inicial cauchutar, fechadura coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
me, se a palavra não for ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
derivada de vocábulo é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
iniciado por CH: mexer, e por que buscar esse padrão é importante.
mexilhão Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020. das e organizadas harmoniosamente de maneira que
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
22 ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se
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chama de coesão textual. Os articuladores responsá- Coesão Referencial
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser A coesão é marcada por processos referenciais
articulados de forma que garanta uma relação lógica relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli- inserem ou retomam uma porção textual.
gível e faça sentido em determinado contexto. A res- Os processos marcados pela referenciação caracte-
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada rizam-se pela construção de referentes em um texto,
diretamente à significação do texto, aos sentidos que os quais se relacionam com as ideias defendidas no
ele produz para o leitor. texto. Esse processo é marcado por vocábulos gra-
maticais e pode ser reconhecido pelo uso de algumas
COESÃO COERÊNCIA classes de palavras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa- sos referenciais que envolvem o uso de expressões
perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro- anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
na forma e na articulação dução de sentido/relação “as expressões que retomam referentes já apresentados
entre as ideias lógica no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
ras”. Vejamos o exemplo a seguir:
Podemos usar uma metáfora muito interessante
quando se trata de compreender os processos de coe- O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que
são e coerência. vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem pro-
um prédio. Tal qual uma boa construção precisa de missor, mas nunca se interessou realmente em evoluir,
um bom alicerce para manter-se em pé, um texto bem preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony
construído depende da organização das nossas ideias, Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo
da forma como elas estão dispostas no texto. Isso sig- gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e
nifica que precisamos utilizar adequadamente os pro- o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na
cessos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias primeira luta que fez com Apollo Creed.
adequadamente. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin- set. 2020. Adaptado.
cipais formas de marcação, em um texto, de processos
que buscam organizar as ideias em um texto, princi- A partir da leitura, podemos perceber que todos
palmente, os processos de coesão que, como dissemos, os termos destacados fazem referência a um mesmo
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti- referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação
cas que os processos envolvendo a coerência. utilizado foi o uso de anáforas que assumem variadas
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas formas gramaticais e buscam conectar as ideias do
características da coerência em um texto e como esse texto.
processo liga-se não apenas às formas gramaticais, Já os processos referenciais catafóricos apontam
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em para porções textuais que ainda não foram mencio-
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e a seguir: “Os documentos requeridos para os candi-
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus- datos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico reservista”.
que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) Dica
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e
Em provas de concursos e seleções, ainda se
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe-
são. A autora afirma que a coerência:
encontra a terminologia “expressões referen-
ciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado
[...] Não está no texto em si; não nos é possível no material. No entanto, é importante salientar
apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói que, para linguistas e estudiosos, as anáforas
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o são os processos referenciais que recuperam e/
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni- ou apontam para porções textuais.
tivos e interacionais e na materialidade linguística,
LÍNGUA PORTUGUESA

confere sentido ao que lê. (Cavalcante, 2013, p. 31) z Uso de Pronomes ou Pronominalização

A seguir iremos nos deter aos processos de coesão Utilizar pronomes para manter a coesão de um
importantes para uma boa compreensão e elaboração texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
textual. É importante destacar que esses processos rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
de coesão não podem ser dissociados da construção a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
de sentidos implícita no processo de organização da estudo os principais pronomes utilizados em recursos
coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar textuais para manter a coesão.
seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos A pronominalização é a base de recursos anafó-
com fins estritamente didáticos. ricos que recuperam porções textuais ou ainda um
nome específico a que o autor faz referência no texto.
Vejamos dois exemplos: 23
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Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden
foi quente, com diversas interrupções e acusações meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indica- As formas destacadas são numerais ordinais que
ção de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para recuperam informação no texto, evitando a repetição
a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Gins- de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
burg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois
os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifi- z Uso de Advérbios
ca essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões processo de coesão. As formas adverbias que marcam
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wal- tempo e espaço podem também ser denominadas de
lace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
Trump começou sua resposta atacando a China - “deve- dos a um referente se forem instaurados no discurso,
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente tra- não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
balho” nesse momento dos EUA.
compreenderá que a marcação temporal refere-se
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Independentemente de como são chamados, esses
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu- elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
peração da informação apresentada é feita a partir de to, auxiliando também a construção da coesão textual.
muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono-
mes destacados recupera o assunto informado e ajuda z Uso de Nominalização
o leitor a construir seu posicionamento. É importante
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- As expressões que retomam ideias e nomes, já apre-
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal sentados no texto, mediante outras formas de expressão,
destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, podem ser analisadas como processos nominalizado-
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses nominais.
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- Essas expressões recuperam informações median-
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
maior, fazendo referência ao momento de pandemia Vejamos um exemplo:
pelo qual o mundo passa.
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. co e professor brasileiro. Um dos membros do chamado
Não é possível saber qual dos homens estava Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
acompanhado. outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nor-
Por fim, destacamos que as classes de palavras deste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados
relacionadas neste capítulo com os processos de coe- da década de 1970.
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 30 set.
va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas 2020. Adaptado.
escolares. O interesse das principais bancas de con-
cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta- Todas as marcações em negrito fazem referência ao
tiva e racional dos candidatos, desta feita, a análise nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
de processos coesivos visa analisar a capacidade do referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
candidato de reconhecer a que e qual elemento está doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
construindo as referências textuais.
z Uso de Adjetivos
z Uso de Numerais
Os adjetivos também são considerados expressões
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de nominalizadoras que fazem referência a uma porção
categorias gramaticais concorre para a progressão tex- textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro-
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
cesso é o uso de numerais.
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati- Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante- sobre essa personalidade, referida anteriormente.
riores numa relação de coesão.
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É importante recordar que não podemos identifi- z Conjunções Coordenativas
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as As conjunções coordenativas são aquelas que
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis- ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
ta, professor são substantivos que funcionam como semântico independente. Na construção textual, elas
adjetivos e colaboram na construção textual. são importantes, pois, com seus valores, adicionam
informações relevantes ao texto.
z Uso de Verbos Vicários Exemplos de conjunções coordenativas atuando
na coesão:
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários Não apenas conversava com
são verbos usados em substituição de outros que já ADITIVA os demais alunos como tam-
foram muito utilizados no texto. bém atrapalhava o professor
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
esperávamos. Eram ideias interessantes, po-
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda ADVERSATIVA rém ninguém concordou com
oração pelo verbo “foi”. elas
Superou o estigma que pregava
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES ALTERNATIVAS “ou estuda, ou trabalha” e conse-
guiu ser aprovada
Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o Ao final, faça os exercícios,
fizemos” EXPLICATIVA pois é uma forma de praticar o
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por que aprendeu
falta de interesse” O candidato não cumpriu sua
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” CONCLUSIVA promessa. Ficamos, portanto,
desapontados com ele
z Uso de Elipse
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
A elipse é uma forma de omissão de uma informa- precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
linguagem de uma gramática. Neste material, iremos rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
nos deter a maiores aspectos da elipse também nes- ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
pósito de manter a coesão textual. z Conjunções Subordinativas
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos apresentadas num texto, porém, diferentemente
anteriormente em outro segmento do texto, mas recu- daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja- subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
mos como ocorre, a partir do segmento abaixo: para terem o sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé- na coesão:
culo XXI. O país proporcionou a inclusão social
Sem
de muitas pessoas. A nação obteve notorie- Como não havia estudado su-
Elipse
dade internacional por causa disso. A pátria, CAUSAL ficiente, resolvi não fazer essa
porém, ainda enfrenta certas adversidades...” prova
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé-
culo XXI e proporcionou a inclusão social de Falaram tão mal do filme que ele
Com CONSECUTIVA
muitas pessoas, por causa disso obteve notorie- nem entrou em cartaz
Elipse
dade internacional, porém ainda enfrenta certas COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
adversidades...”
Conforme o Ministro da Eco-
LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão Sequencial CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão


acabar
A coesão sequencial é responsável por organizar a
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- Ainda que vivamos um período
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- CONCESSIVA de poucos concursos, não pode-
mover a evolução do debate assumido pelo autor. mos desanimar
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a
Se estudarmos, conseguiremos
partir de locuções que marcam tempo, conjunções, CONDICIONAL
ser aprovados!
desinências e modos verbais. Neste material, iremos
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que
são utilizadas para garantir a progressão textual.
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À proporção que aumentava CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais
forte o candidato se tornava “Agora que sentei na minha
cadeira de madeira, junto
Estudava sempre com afinco, a à minha mesa de madeira,
FINAL
fim de ser aprovado colocada em cima deste
assoalho de madeira, olho
Quando o edital for publicado, já Marcar a continuidade
TEMPORAL minhas estantes de madei-
estarei adiantado nos estudos temática
ra e procuro um livro feito
de polpa de madeira para
escrever um artigo contra
Importante! o desmatamento florestal”
Millôr Fernandes
Não confundir:
Afim de – relativo à afinidade, semelhança: “Físi-
z Uso de Paráfrase
ca e Química são disciplinas afins”.
A fim de – relativo a ter finalidade, ter como objeti-
A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
vo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
z Conjunções Integrantes sobre algo utilizando-se de outras palavras. Conforme
Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em
outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
As conjunções integrantes fazem parte das orações
Vejamos o seguinte exemplo:
subordinadas, na realidade, elas apenas integram,
ligam uma oração principal a outra, subordinada.
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são Castelão. Ceará no Castelão.
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois
tipos de conjunções integrantes: que e se. Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais
da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em
Quando é possível substituir o posições diferentes, cumpre um papel importante na
Quero que a prova
que pelo pronome isso, esta- progressão temática do texto.
esteja fácil.
mos diante de uma conjunção Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo
Quero. O quê? Isso
integrante uso de expressões textuais bem características, como: em
outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
Sempre haverá conjunção in-
Perguntei se ele esta- resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi-
tegrante em orações substan-
va em casa. cam que algo foi dito e passará a ser ressignificado, garan-
tivas e, consequentemente,
Perguntei. O quê? Isso tindo a informatividade do texto.
em períodos compostos
z Uso de Paralelismo
Coesão Recorrencial
As ideias similares devem fazer a correspondência
z Uso de Repetições entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o
nome de paralelismo. Quando as construções de frases
As recorrências de repetições em textos são comu- e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sintá-
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. tico. Quando há sequência de expressões simétricas no
Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro- plano das ideias e coerência entre as informações, ocorre
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala- o paralelismo semântico ou paralelismo de sentido.
vras e expressões!
No entanto, a repetição é um recurso coesivo ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
essencial para manter a progressão temática do texto, JUNTAS
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per-
dido, levando o escritor a fugir da temática. Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
Embora também não recomendamos as repetições
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir,
ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.
em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem”
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES — Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
O candidato foi encontra- — Correto.
do com duzentos milhões Devemos manter a organização das orações, pois
Marcar ênfase
de reais na mala, duzen- não podemos coordenar orações reduzidas com ora-
tos milhões! ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo
e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente
Marcar contraste Existem Políticos e políticos
26 reduzidas.
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No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é „ Exemplo:
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no Se ele viesse alguns dias antes, aproveitaríamos
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja- mais.
mos o seguinte exemplo: „ Futuro do presente (simples): Traz um fato
“Por um lado, os manifestantes agiram corre- que pode ocorrer (que é provável) em um
tamente, por outro podem não ter agido errado” momento futuro em relação ao tempo atual.
— Incorreto. „ Exemplos:
“Por um lado, os manifestantes agiram correta- Quando ele chegar aqui, iremos ao shopping.
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- Se ela vier cedo hoje, iremos ao cinema juntos.
lação” — Correto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma Modo Indicativo
foi sua irmã e a outra estava bem” — Incorreto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma O modo indicativo é o mais extenso, pois se divide em
foi sua irmã e a outra foi minha prima” — Correto. vários tempos verbais. Uma característica importante a
Agora que já aprendemos um pouco mais sobre as ser mencionada é que os verbos conjugados nesse modo,
estratégias de coesão textual, vamos praticar nossos se vislumbrados de maneira isolada, exprimem certe-
conhecimentos com algumas questões de concurso. za, no entanto, o enunciado como um todo pode indicar
uma dúvida ou possibilidade por exemplo.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
„ Exemplos:
Modo Imperativo Hoje à noite, vamos ao shopping.
Eu acho que ele já chegou.
Os verbos conjugados no modo imperativo expri-
mem ordem, conselho, dica, súplica ou sugestão. Por Vale mencionar que os verbos conjugados no
esse motivo, aparecem, principalmente, nos textos modo indicativo podem aparecer tanto em orações
injuntivos, como tutoriais, receitas, manuais de ins- subordinadas, ou seja, em orações que estabelecem
truções, entre outros. relação de dependência com outra do mesmo perío-
Ademais, o modo imperativo constitui-se a partir do em que se inserem, como em orações coordenadas,
do Presente do Indicativo e apresenta dois formatos independentes entre si.
de conjugação, quais sejam: afirmativo e negativo.
„ Exemplos:
z Exemplos: Não gosto de panetone, / porém adoro rabanada.
Não estacione aqui!
Faça com atenção. Trata-se de um período constituído por duas ora-
ções — veja que ambos os verbos estão conjugados no
Modo Subjuntivo modo indicativo — as quais são independentes entre si.
Ninguém sabia / que vocês chegariam de viagem
Desde logo, cumpre destacar que o sentido estabe- hoje.
lecido pelos verbos conjugados no modo subjuntivo Aqui, vê-se um período constituído por duas
nunca será de certeza. Esse modo verbal expressa ideia orações — novamente, chamamos a sua atenção para
de possibilidade, dúvida, condição ou irrealidade. o fato de que ambos os verbos estão conjugados no
Outra característica dos verbos conjugados no modo indicativo — as quais estabelecem relação de
subjuntivo é que são usados, sempre, em estruturas dependência entre si.
subordinadas, ou seja, aparecem em orações que esta-
belecem relação de dependência com outras do perío- z Tempos do Indicativo
do em que se inserem.
Os verbos conjugados no modo indicativo podem
z Exemplos: apresentar muitas possibilidades de significado, con-
Espero que ele volte cedo hoje. forme o tempo verbal. Vejamos quais são esses possí-
Se ele chegar cedo, iremos ao cinema. veis valores semânticos:

z Tempos do Subjuntivo z Presente

„ Presente: o verbo no Presente do Subjuntivo „ Fatos frequentes/rotineiros;


traz um fato que pode ocorrer no momento Eu malho todos os dias.
atual.
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Fato simultâneo ao momento da fala;


Ele chuta a bola para o gol.
„ Exemplo: „ Fato que ocorrerá em um futuro próximo;
É bom que ela estude bastante hoje. Hoje, vou ao supermercado.
„ Pretérito Imperfeito: No geral, indica um fato
passado, que é posterior a outro já ocorrido. z Fato que já ocorreu: esse valor semântico é mui-
to usado em textos narrativos com o objetivo de
„ Exemplo: aproximar a história do leitor;
Se ele pedisse desculpas pelas falhas, não per- Em 2005, o autor falece, deixando esposa e três
deria tantos amigos. filhos.

O Pretérito Imperfeito também pode ser utilizado „ Verdade absoluta.


para expressar condição e desejo. O mundo precisa de paz. 27
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z Pretérito Perfeito
DOMÍNIO DA ESTRUTURA
„ Fato pontual no passado: é um fato que acon- MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO
teceu, mas já terminou; não teve uma duração
longa, por isso é pontual; EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
Ele saiu do trabalho rapidamente.
„ Fato duradouro no passado: é um fato que teve Artigos
uma determinada duração, ou seja, ocorreu
durante algum tempo. Os artigos devem concordar em gênero e número
Já conversei com o chefe sobre isso. com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
minantes dos substantivos.
z Pretérito Imperfeito Essa classe está dividida em artigos definidos e arti-
gos indefinidos. Os definidos funcionam como deter-
Os verbos conjugados no Pretérito Imperfeito minantes objetivos, individualizando a palavra, já os
apresentam apenas um valor semântico: ação dura- indefinidos funcionam como determinantes imprecisos.
doura, que ocorreu por certo tempo. Tal ação não foi O artigo definido — o — e o artigo indefinido —
finalizada imediatamente, pois se trata de algo que um — variam em gênero e número, tornando-se “os,
costumava acontecer. a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os
Durante a minha infância, eu estudava no colégio indefinidos. Assim, temos:
do fim da rua.
z Artigos definidos: o, os; a, as;
z Pretérito Mais-Que-Perfeito z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.

Os verbos conjugados no pretérito mais-que-per- Os artigos podem ser combinados às preposições.


feito expressam ações que ocorreram antes de outra, São as chamadas contrações. Algumas contrações
também no passado. comuns na língua são:
Eu já saíra quando ele chegou.
Hoje em dia, esse tempo verbal tem sido pouco uti- z em + a = na;
lizado pelos usuários da língua. Na linguagem falada, z a + o = ao;
por exemplo, é frequentemente substituído por uma z a + a = à;
locução verbal, formada por verbo auxiliar (ter ou z de + a = da.
haver) no pretérito imperfeito + verbo no particípio.
Quando cheguei, ela já tinha saído.
Dica
z Futuro do Presente: Toda palavra determinada por um artigo torna-se
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
� Futuro em relação ao momento em que se fala;
Amanhã, nós iremos ao cinema. Numerais
„ Dúvida de quem fala em relação a um fato
(geralmente, vê-se esse valor semântico em fra- São palavras que se relacionam diretamente ao
ses interrogativas); substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
Aquela moça virá para a festa? ção. Os numerais podem ser:
„ Ordem: o futuro do presente pode indicar uma
ordem, tendo, portanto, valor semântico de z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois
imperativo. potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
Não furtarás. meninos eram bons em português;
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
z Futuro do Pretérito série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
Os verbos conjugados nesse tempo expressam z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
uma ação que poderia ter acontecido após um evento qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
decorrido. Ele ganha o triplo no novo emprego;
Ele não iria ao evento. z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
Podem indicar: nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
„ Polidez/formalidade recebeu metade do pagamento.
O senhor desejaria mais vinho?
„ Dúvida Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
Seria possível entregar o carro hoje? isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
„ Afastamento do que está sendo dito: nesse quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
valor semântico, o emissor usa o tempo verbal Dúzia: conjunto de doze unidades;
para se afastar e, ao mesmo tempo, não se res- Novena: período de nove dias;
ponsabiliza pelo que está falando. Década: período de dez anos;
Falaram que o Paulo não entregaria o trabalho Século: período de cem anos;
28 no prazo. Bimestre: período de dois meses.
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Um: Numeral ou Artigo? a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora-
gem, liberalismo, feiura;
A forma um pode assumir na língua a função de z Comuns: designam todos os seres de uma espécie.
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como Ex.: homem, cidade;
podemos reconhecer cada função? É preciso observar z Próprios: designam uma determinada espécie.
o contexto em uso. Observe: Ex.: Pedro, Fortaleza;
z Coletivos: usados no singular, designam um conjun-
z Durante a votação, houve um deputado que se to de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, manada.
posicionou contra o projeto;
z Durante a votação, apenas um deputado se posi- É importante destacar que a classificação de um
cionou contra o projeto. substantivo depende do contexto em que ele está inse-
rido. Vejamos:
Na primeira frase, podemos substituir o termo um Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e pessoa = Próprio);
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- O amigo mostrou-se um judas (judas significando
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou traidor = comum).
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
por exemplo. Flexão de Gênero
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se Os gêneros do substantivo são masculino e feminino.
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por um Porém, alguns deles admitem apenas uma forma
deputado, marcando a quantidade. para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni-
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos formes. Os substantivos uniformes podem ser:
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma-
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o
seguir: pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente
/ a cliente; o líder / a líder;
z Epicenos: designam geralmente animais que apre-
z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
sentam distinção entre masculino e feminino, mas
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
cordância com palavras femininas é inaceitável
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça
pela gramática.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
girafa macho / girafa fêmea;
Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. a criança; o monstro; a testemunha; o indivíduo.

Substantivos Já os substantivos biformes designam os substan-


tivos que apresentam duas formas para os gêneros
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
característica básica dessa classe é admitir um deter- Destacamos que alguns substantivos apresentam
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- formas diferentes nas terminações para designar for-
xionam-se em gênero, número e grau. mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: ator/atriz; ateu/ ateia; réu/ré.
Tipos de Substantivos Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini-
A classificação dos substantivos admite nove tipos no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
diferentes. São eles: Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.

z Simples: formados a partir de um único radical. Gênero e Significação


Ex.: vento, escola;
z Compostos: formados pelo processo de justaposi- Alguns substantivos uniformes podem aparecer
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Primitivos: possibilitam a formação de um novo modificação no sentido. Veja, por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

substantivo. Ex.: pedra, dente;


z Derivados: são formados a partir de substantivos z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
primitivos. Ex.: pedreiro (pedra), dentista (dente), z O testemunho: relato de experiência, associado a
florista (flor); religiões.
z Concretos: designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- Algumas formas substantivas mantêm o radical e
pendentemente de sua conotação espiritual ou a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; significado:
z Abstratos: indicam estado, sentimento, ação, qua-
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
depende de uma pessoa, um substantivo concreto z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. 29
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Além disso, algumas palavras na língua causam verbo + advérbio
dificuldade na identificação do gênero, pois são usa- verbo + substantivo plural
das em contextos informais com gêneros diferentes. ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha.
Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele- Variação de Grau
fonema; o trema.
Algumas formas que não apresentam, necessaria- A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou
masculino quanto no feminino: o personagem / a per- uma diminuição.
sonagem; o laringe / a laringe; o xerox / a xerox.
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos
Flexão de Número aos substantivos indicar um aumento de tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra,
Os substantivos flexionam-se em número, de fogaréu, boqueirão, poetastro;
maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.: z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do aumen-
casa / casas. tativo, a diminuição do tamanho/proporção do ser.
Porém, podem apresentar outras terminações: Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
males, reais, animais, projéteis etc. pequenina, papelucho.
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores; Dica
paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
terminada em L e que tem como plural “males”. O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
Já os substantivos terminados em al, el, ol, ul fazem dos substantivos pode alterar o sentido das pala-
plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral / corais; vras, podendo assumir um valor:
papel / papéis; anzol / anzóis. Afetivo: filhinha / mãezona;
Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
e méis. O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
Ex.: capelães, capitães, escrivães. para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
Contudo, há substantivos que admitem até três inicial maiúscula.
formas de plural, como os seguintes: Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as
inicias das palavras que designam:
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa, Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / Ceará, Nárnia, Londres;
órgãos; órfão / órfãos. z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
das Crianças;
Plural dos Substantivos Compostos z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
Os substantivos compostos são aqueles formados Gabinete da Vice-Presidência, Organização das
por justaposição. O plural dessas formas obedece às Nações Unidas;
seguintes regras: z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
z Variam os dois elementos: nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas; z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
das -noturnos; z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras. z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
z Varia apenas um elemento: Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
fados com maiúsculas apenas quando utilizados
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
canas-de-açúcar; o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Substantivo + substantivo com função adjetiva. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Ex.: navios-escola. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
abaixo-assinados. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
30 formados por aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e
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vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma Adjetivo de Relação
forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu- No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer
las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste. o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Adjetivos Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características:
Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-
podem indicar: sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub-
z Qualidade: professor chato; jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
z Estado: aluno triste; de quem o descreve;
z Aspecto, aparência: estrada esburacada. z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti-
Locuções Adjetivas vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial;
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
adjetivos, indicando as mesmas características deles. — pai; mundial — mundo;
Elas são formadas por preposição + substantivo, z Não admitem variação de grau: os graus com-
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs- parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:
tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo. Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti- mundial”.
vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
estudo: Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
te americano (não é subjetivo; posicionado após o
z voo de águia / aquilino; substantivo; derivado de substantivo; não existe a
z poder de aluno / discente; forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
z conselho de professores / docente; ma petrolífera; economia mundial; vinho francês;
z cor de chumbo / plúmbea; roteiro carnavalesco.
z luz da lua / lunar;
z sangue de baço / esplênico; Variação de Grau
z nervo do intestino / celíaco ou entérico;
z noite de inverno / hibernal ou invernal. O adjetivo pode variar em dois graus: compara-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
respectivas categorias.
É importante destacar que, mais do que “decorar”
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-
z Grau comparativo: exprime a característica de
damental reconhecer as principais características de
um ser, comparando-o com outro da mesma classe
uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
nos seguintes sentidos:
apresentar valor de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
„ Igualdade: compara elementos colocando-os
A abertura de conta pode ser realizada on-line.
em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto
Quando a locução adjetiva é composta pela prepo-
quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos
sição “de”, pode ser confundida com a locução adver-
quanto simplórios;
bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante
„ Superioridade: compara, evidenciando um
perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para elemento como superior ao outro. Mais do que,
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- do que o dinheiro;
zando o substantivo “abertura”. „ Inferioridade: compara, evidenciando um ele-
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- mento como inferior ao outro. Menos do que,
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
ta”, o que indica o valor de passividade da locução, do que mulheres.
demonstrando seu caráter adverbial.
LÍNGUA PORTUGUESA

As locuções adjetivas também desempenham fun- z Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, vo, é importante considerar que o valor semântico
numerais e orações substantivas. desse grau apresenta variações, podendo indicar:
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. „ Característica de um ser elevada ao último
Já as locuções adverbiais desempenham função de grau: superlativo absoluto, que pode ser analí-
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
orações adjetivas com esses valores. ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv. absoluto analítico).
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
sintético); 31
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„ Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe: superlativo relativo,
que pode ser de superioridade (o mais) ou de inferioridade (o menos).
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorrentes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os concorrentes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade).

Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica (mais
alta, mais magra, mais bonito etc.).

Ex.: A modelo é mais alta que magra.

Porém, se uma mesma característica referir-se a seres diferentes, empregamos a forma sintética (melhor,
pior, menor etc.).

Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.

Formação dos Adjetivos

Os adjetivos podem ser primitivos, derivados, simples ou compostos.

z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível formar novos termos. Ex.:
útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: são palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro, amarelo-
-ouro etc.

Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.

Plural dos Adjetivos Compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes regras:

z Invariável:

„ os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;


„ locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
„ adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

z Varia o último elemento:

„ primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


„ adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.

z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercia-
lizavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos
em nosso país.

32
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Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

Advérbios

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar as
funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
LÍNGUA PORTUGUESA

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
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Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:

z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
GRAU Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
COMPARATIVO
Muito Mais - -
Pouco Menos - -

34 Obs.: as formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
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ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.

Pronomes
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles: 35
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PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:

z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.

Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a partir das formas
usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções sociais
que designam:

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel, tratamento cerimo-
nioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
36 z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
nomes de tratamento e suas respectivas designações a festa;
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial z Bastante (pronome indefinido): concorda com
da Presidência da República. Portanto, essas designa- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- quantidade de algo.
ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
Pronomes Demonstrativos
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
tamento é importante destacar que o plural de Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, apontam elementos a que se referem as pessoas do dis-
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
maioria das abreviaturas terminadas com a letra eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.; z 1ª pessoa: este, estes / esta, estas;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- z 2ª pessoa: esse, esses / essa, essas;
tíssimo Juiz; z 3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
blica nunca deve ser abreviado.
Usamos este, esta, isto para indicar:
Pronomes Indefinidos
� Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
dade de algo ao falante.
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
como prova;
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
� Referência ao tempo presente.
e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
pagarei a última prestação da casa;
PRONOMES INDEFINIDOS2 � Referência ao espaço textual.
Variáveis Invariáveis Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
curava um presente para o marido (o pronome
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
refere-se ao último termo mencionado).
Nenhum, nenhuma, nenhuns,
Ninguém
nenhumas Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
Todo, toda, todos, todas Quem me “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo mento de algo de quem fala.
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você;
Certo, certa, certos, certas Nada z Indicar distância que se deseja manter.
Vários, várias Cada Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con-
Quanto, quanta, quantos, quantas Que fia nesses políticos;
z Referência ao tempo passado.
Tanto, tanta, tantos, tantas - Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias
Qualquer, quaisquer - estive em São Paulo;
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Qual, quais -
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
Um, uma, uns, umas - falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
sa expressão utilizada.
As palavras certo e bastante serão pronomes
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
serão adjetivos quando vierem depois.
� Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
to de quem fala e de quem ouve.
indefinido).
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
LÍNGUA PORTUGUESA

Busco o modelo de carro certo (adjetivo).


� Referência a um tempo muito remoto, um passa-
A palavra bastante frequentemente gera dúvida do muito distante.
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
do. Por isso, atente-se ao seguinte: tas abertas. Bons tempos aqueles!
� Referência a um afastamento afetivo.
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- Ex.: Não conheço mais aquela mulher;
te ao termo “muito”. � Referência ao espaço textual, indicando o pri-
Ex.: Elas são bastante famosas; meiro termo de uma relação expositiva.
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
ao termo “suficiente”. riu beber chá; aquela, refrigerante.
2 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020. 37
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
ção demonstrativa referencial. Veja: � Emprego do pronome relativo onde: empregado
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo para indicar locais físicos.
esqueceu de preencher o gabarito. Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- � Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
ceu de preencher o gabarito. mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for.
Pronomes Relativos � O relativo “onde” pode ser empregado sem
antecedente.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
pronomes relativos têm função muito importante na
� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”
língua, refletida em assuntos de grande relevância
e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
do em substituição a outros pronomes relativos,
é essencial conhecer adequadamente a função desses
sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente.
guísticos, como o “queísmo”.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
ou a um pronome substantivo mencionado anterior-
guém se lembra.
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
nado anteriormente) chamamos de antecedente.
O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
São pronomes relativos:
textual, desfazendo estruturas ambíguas.
z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quan-
to, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quanta, Pronomes Interrogativos
quantas;
z Invariáveis: que, quem, onde, como; São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso- Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
cachorro que estava doente morreu. A caneta que Quantos anos tem seu pai?
emprestei nunca recebi de volta. O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
relativo “que”. interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve Atenção: os pronomes interrogativos que e quem
ser uma pessoa ou objeto personificado. são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. tantivos, dando fluidez à leitura.
� O pronome relativo quem pode fazer referência Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
a algo subentendido: quem cala consente (aquele realização da atividade (O tempo não permitiu a reali-
que cala). zação da atividade. O tempo estava instável)3.
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente
deve ser um pronome indefinido ou demonstrati- Pronomes Possessivos
vo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira. discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
para indicar posse e aparecer relacionando dois 1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
termos que devem ser um possuidor e uma coisa SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
possuída. 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi língua portugue-
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
matéria (coisa possuída). 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas

O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-


ro com a coisa possuída. Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
cujo: Cujo o, cuja a a uma coisa.
Não podemos substituir cujo por outro pronome Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
relativo. pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado. do pronome é com o objeto da posse.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. Outras funções dos pronomes possessivos:
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
gunta: “de quem/do que?” z delimitam o substantivo a que se referem;
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor z concordam com o substantivo que vem depois dele;
do que? Do filme). z não concordam com o referente;
38 3 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30 jul. 2021.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z o pronome possessivo que acompanha o substan- z Número-pessoal: indicando se o verbo está no sin-
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. gular ou plural, bem como em qual pessoa verbal
foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo
verbais a ação foi realizada.
Estudo da posição dos pronomes na oração.
Iremos apresentar essas desinências a seguir.
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Antes, porém, de abordarmos as desinências modo-
Casos que atraem o pronome para próclise: -temporais, precisamos explicar o que são modo e
tempo verbais.
„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:
Não me submeto a essas condições. Modos
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
tivos. Ex.: Foi ela que me colocou nesse papel. Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se relação enunciada pelo verbo.
apresente como um rico investidor, ele nada tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex.: z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
Em se tratando de futebol, Maradona foi um certeza.
ídolo.
Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na
z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
esperança de sermos ouvidos, muito lhe
de dúvida, desejo ou possibilidade.
agradecemos.
Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
Tempos
„ os pronomes devem ficar no meio dos verbos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação
que estejam conjugados no futuro, caso não
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
dos nossos estudantes.
a seguir:
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos
que atraem o pronome para ênclise: z Presente:

„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- Pode expressar não apenas um fato atual, como
to honrada com esse título. também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por no mesmo horário.
favor. Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o instala uma ditadura.
quanto sou importante. Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
(equivalente a estudarei).
Casos proibidos:
z Passado:
„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
Dá-me esse caderno! (certo). „ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- no passado.
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou- Ex.: Estudei até ser aprovado.
-se de nada (correto). „ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). durativa.
Ex.: Estudava todos os dias.
Verbos „ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à
LÍNGUA PORTUGUESA

outra mais antiga.


Certamente, a classe de palavras mais complexa e Ex.: Quando notei (passado), a água já trans-
importante dentre as palavras da língua portuguesa é bordara (ação anterior) da banheira.
o verbo. A partir dos verbos, são estruturadas as ações
e os agentes desses atos, além de ser uma importante z Futuro:
classe sempre abordada nos editais de concursos; por
isso, atente-se às nossas dicas. „ Futuro do presente: indica um fato que deve
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam ser realizado em um momento vindouro.
em número, pessoa, modo e tempo, além da designação Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato. „ Futuro do pretérito: expressa um fato poste-
As flexões verbais são marcadas por desinências, rior em relação a outro fato já passado.
que podem ser: Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado. 39
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A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:

Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª conjugações) -sse
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.

Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.

z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
estudar — 1ª conjugação; comer — 2ª conjugação; partir — 3ª conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


40 Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
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Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
trabalhar para pagar as contas. cados dessa forma: os verbos ser e ir.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
de encontrar uma solução. Vejamos a conjugação o verbo “ser”:

Dica PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO


— INDICATIVO — INDICATIVO
Não confunda locuções verbais com tempos
Eu sou Fui
compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O Tu és Foste
homem teria realizado sua missão. Ele / você é Foi
Nós somos Fomos
Classificação dos Verbos
Vós sois Fostes
Os verbos são classificados quanto à sua forma Eles / vocês são Foram
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono- Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das tam uma forma específica de irregularidade que oca-
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são
des de cada um a seguir: classificados como anômalos.

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis z Abundantes: são formas verbais abundantes os ver-
de compreender, pois apresentam regularidade no bos que apresentam mais de uma forma de particí-
uso das desinências, ou seja, das terminações ver- pio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente,
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- apresentam uma forma de particípio regular e outra
têm o paradigma morfológico com o radical, que irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
permanece inalterado. Ex.: verbo cantar:
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
— INDICATIVO — INDICATIVO
Absolver Absolvido Absolto
Eu canto Cantei
Abstrair Abstraído Abstrato
Tu cantas Cantaste
Aceitar Aceitado Aceito
Ele/ você canta Cantou
Benzer Benzido Bento
Nós cantamos Cantamos
Cobrir Cobrido Coberto
Vós cantais Cantastes
Completar Completado Completo
Eles/ vocês cantam Cantaram
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
alteração no radical e nas desinências verbais. Despertar Despertado Desperto
Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação Dispersar Dispersado Disperso
ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
Eleger Elegido Eleito
próprio para cada grupo verbal.
Encher Enchido Cheio
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na Entregar Entregado Entregue
conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem- Morrer Morrido Morto
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre-
gulares com os verbos anômalos. Ex.: verbo estar: Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO Findar Findado Findo
— INDICATIVO — INDICATIVO
Fritar Fritado Frito
Eu estou Estive
Ganhar Ganhado Ganho
LÍNGUA PORTUGUESA

Tu estás Estiveste
Gastar Gastado Gasto
Ele/ você está Esteve
Imprimir Imprimido Impresso
Nós estamos Estivemos
Inserir Inserido Inserto
Vós estais Estivestes
Isentar Isentado Isento
Eles/ vocês estão Estiveram
Juntar Juntado Junto

z Anômalos: esses verbos apresentam profundas Limpar Limpado Limpo


alterações no radical e nas desinências verbais, Matar Matado Morto
consideradas anomalias morfológicas; por isso, Omitir Omitido Omisso
recebem essa classificação. Um exemplo bem
usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na Pagar Pagado Pago 41
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PARTICÍPIO PARTICÍPIO z Pronominais: esses verbos apresentam um prono-
INFINITIVO me oblíquo átono integrando sua forma verbal. É
REGULAR IRREGULAR
importante lembrar que esses pronomes não apre-
Prender Prendido Preso
sentam função sintática. Predominantemente, os
Romper Rompido Roto verbos pronominas apresentam transitividade
Salvar Salvado Salvo indireta, ou seja, são VTI. Ex.: sentar-se.
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
— INDICATIVO — INDICATIVO
Suspender Suspendido Suspenso
Eu me sento Sentei-me
Tingir Tingido Tinto
Tu te sentas Sentaste-te
Torcer Torcido Torto
Ele/ você se senta Sentou-se
Nós nos sentamos Sentamo-nos
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO Vós vos sentais Sentastes-vos
REGULAR IRREGULAR
Eu já tinha aceitado Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Aceitar O convite foi aceito
o convite
Aviso quando z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblí-
Entregar tiver entregado a Está entregue! quo átono reflexivo, funcionando sintaticamen-
encomenda te como objeto direto ou indireto. Nesses verbos,
Quando chegou, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo
Havia morrido há
Morrer encontrou o animal tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimen-
dias
morto tamos friamente;
A bala foi expelida Esta é a bala z Impessoais: verbos que designam fenômenos da
Expelir
por aquela arma expulsa natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
Tinha enxugado a
Enxugar louça quando o pro- A roupa está enxuta „ o verbo haver, com sentido de existir ou marcan-
grama começou do tempo decorrido, também será impessoal. Ex.:
Depois de ter fin- Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois
Findar dado o trabalho, Trabalho findo! anos, fui aprovado em concurso público;
descansou „ os verbos ser e estar também são verbos
Se tivesse imprimi- impessoais quando designam fenômeno climá-
Onde está o docu- tico ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tar-
Imprimir do tínhamos como
mento impresso?
provar de quando chegamos;
Eu tinha limpado a „ o verbo ser para indicar hora, distância ou data
Limpar Que casa tão limpa! concorda com esses elementos;
casa
Dados importantes „ o verbo fazer também poderá ser impessoal,
Informações esta- quando indicar tempo decorrido ou tempo cli-
Omitir tinham sido omiti-
vam omissas mático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui
dos por ela
Após ter submer- Deixe os legumes faz muito calor;
Submergir gido os legumes, submersos por „ os verbos impessoais não apresentam sujei-
reparou no amigo alguns minutos to; sintaticamente, classifica-se como sujeito
Nunca tinha sus- Você está inexistente;
Suspender „ o verbo ser será impessoal quando o espa-
pendido ninguém suspenso!
ço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo para-
z Defectivos: são verbos que não apresentam algu- digma do verbo fazer, podendo ser impessoal,
mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que
um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). não vejo Mariana”.
Alguns exemplos de defectivos são os verbos colo-
rir, precaver, reaver etc. z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados
nas formas compostas dos verbos e também nas
Esses verbos não são conjugados na primeira pes- locuções verbais. Os principais verbos auxiliares
soa do singular do presente do indicativo, bem como: dos tempos compostos são ter e haver.
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
concordância verbal; porém, o verbo principal deter-
rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer. mina a regência estabelecida na oração.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme- Apresentam forte carga semântica que indica
nos temporais também apresentam essa característi- modo e aspecto da oração. São importantes na forma-
42 ca, como latir, bramir, chover. ção da voz passiva analítica.
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z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos Importante! Não confunda os verbos pronomi-
três formas nominais dos verbos: nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
durativo da ação e equivale a um advérbio ou pronome que faz parte integrante do seu significado,
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando; diferentemente das vozes verbais, que acompanham
„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, o pronome “se” com função sintática própria.
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi-
ficado em particípio regular e irregular, sendo Outras Funções do “Se”
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com
mento também acumula outras atribuições:
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-
ticípio irregular.
z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.
designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (amar,
“Se” (partícula apassivadora).
passear);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (comer,
O “se” exercerá essa função apenas:
pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (partir,
„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
sair).
„ com verbos que concordam com o sujeito;
„ com a voz passiva sintética.
Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire-
ção, pois origina-se do verbo “poer”. to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
O mesmo acontece com verbos que deste
derivam. z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun-
cionará nessa condição quando não for possível
Vozes Verbais identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função
As vozes verbais definem o papel do sujeito na do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: estar na voz ativa.

Outra importante característica do “se” como índi-


� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbal. verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
Ex.: O policial deteve os bandidos;
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
estar na 3ª pessoa do singular.
verbal.
Ex.: Acredita-se em Deus.
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
passiva analítica; z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo procidade, auxiliando a construção dessas vozes
tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O cipais características são:
menino se agrediu;
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mes- „ sujeito recebe e pratica a ação;
mo tempo, porém há uma ação compartilhada „ funcionará, sintaticamente, como objeto direto
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- ou indireto;
LÍNGUA PORTUGUESA

lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam „ o sujeito da frase poderá estar explícito ou
e sofrem a ação. implícito.
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
cumprimentaram. presente de aniversário (implícito).

A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se”
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos será parte integrante dos verbos pronominais,
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
objeto direto. estar explícito ou implícito. 43
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Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a Conjugação de Alguns Verbos
filha;
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” Vamos agora conhecer algumas conjugações de
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
no sentido e na compreensão global do texto. A to de questões em concursos.
partícula de realce não exerce função sintática, Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos; PRESENTE — INDICATIVO
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional
Eu Adiro
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
“se” exerce função de conjunção integrante, ape- Tu Aderes
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Ele/Você Adere
pela conjunção “caso”.
Nós Aderimos
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
dar, será aprovado). Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem
Conjugação de Verbos Derivados
A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
Verbo derivado é aquele que deriva de um ver-
São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
entrepor, supor.
“originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
PRESENTE — INDICATIVO
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
relevantes em provas diversas: Eu Ponho
Tu Pões
z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;
Ele/Você Põe
z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
z Ver: antever, rever, prever; Nós Pomos
z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir. Vós Pondes
Eles/Vocês Põem
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conju-
gação apresenta paradigma derivado, auxiliando a
compreensão dessas conjugações verbais. Preposições
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais z Conceito
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
ção são, predominantemente, regulares. São palavras invariáveis que ligam orações ou
outras palavras. As preposições apresentam funções
PRESENTE — INDICATIVO importantes tanto no aspecto semântico quanto no
aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Eu Crio
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Tu Crias sem a presença da preposição, modificando a transi-
Ele/Você Cria tividade verbal e colaborando para o preenchimento
de sentido de palavras deverbais4.
Nós Criamos
As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
Vós Criais com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
Eles/Vocês Criam te, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
chamadas pois pertencem a outras classes grama-
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
conjugação do verbo “passear”: exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
PRESENTE — INDICATIVO Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
“A”
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
Vós Passeais z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam Santos à Bahia;
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação. Exemplo:
a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que
44 completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
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z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; bom;
z Direção: Levantar as mãos aos céus; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; mãos em concha;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Lugar: Ir a Santa Catarina; res em reais;
z Modo: Falar aos gritos; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Sucessão: Dia a dia; z Fim: Pedir em casamento;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Proximidade: Estar à janela. z Modo: Escrever em francês;
z Sucessão: De grão em grão;
“Após” z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
z Tempo: Logo após o almoço descansamos. “Entre”

“Com” z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;


z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Causa: Ficar pobre com a inflação; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; discórdia.
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla-
nos para o futuro; “Para”
z Instrumento: Abrir a porta com a chave;
z Matéria: Vinho se faz com uva; z Consequência: Você deve ser muito esperto para
z Modo: Andar com elegância; não cair em armadilhas;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
comigo sempre é assim. z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
“Contra” como nós estamos para as galinhas;
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Direção: Olhar contra o sol;
z Destino ou direção: Olhe para frente!
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho
contra o peito.
“Perante”
“De”
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.
z Causa: Chorar de saudade;
z Assunto: Falar de religião; “Por”
z Matéria: Material feito de plástico;
z Conteúdo: Maço de cigarro; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por sorteio;
z Origem: Você descende de família humilde; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
z Posse: Este é o carro de João; z Conformidade: Copiar por original;
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Favor: Lutar por seus ideais;
z Tempo: Ela dorme de dia; z Medida: Vendia banana por quilo;
z Lugar: Veio de São Paulo; z Meio: Ir por terra;
z Definição: Pessoa de coragem; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Meio: Viver de ilusões; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
z Modo: Olhar alguém de frente; “Sem”
z Preço: Caderno de 10 reais;
z Qualidade: Vender artigo de primeira; z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa dinheiro.
LÍNGUA PORTUGUESA

z
corajosa.
“Sob”
“Desde”
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; Pedro II;
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. z Lugar: Ficar sob o viaduto;
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
“Em”
“Sobre”
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
dólares; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Direção: Ir sobre o adversário; 45
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z Lugar: Cair sobre o inimigo. Veja a lista a seguir6, que apresenta as preposições
que se contraem e suas devidas formas:
Locuções Prepositivas
z Preposição “a”:
São grupos de palavras que equivalem a uma
preposição. „ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) / tivo feminino:
Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) a + a= à
A locução prepositiva na segunda frase substitui a + as= às
perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre- „ Com o pronome demonstrativo:
positivas sempre terminam em uma preposição (há a + aquele = àquele
apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti- a + aqueles = àqueles
do concessivo “não obstante”). a + aquela = àquela
a + aquelas = àquelas
Veja alguns exemplos:
a + aquilo = àquilo
z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-
z Preposição “de”:
ram logo;
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
„ Com artigo definido masculino e feminino:
de finanças;
de + o/os = do/dos
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
de + a/as = da/das
nada grave;
� Com artigo indefinido:
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
de + um= dum
a língua é indispensável para que possamos pen-
de + uns = duns
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos; de + uma = duma
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, de + umas = dumas
não passei no exame; � Com pronome demonstrativo:
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito de + este(s)= deste, destes
para com os mais velhos; de + esta(s)= desta, destas
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + isto= disto
um short. de + esse(s) = desse, desses
de + essa(s)= dessa, dessas
Outros exemplos de locuções prepositivas: abai- de + isso = disso
xo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de; de + aquele(s) = daquele, daqueles
adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; de + aquela(s) = daquela, daquelas
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + aquilo= daquilo
fim de; por meio de; em virtude de. � Com o pronome pessoal:
de + ele(s) = dele, deles
de + ela(s) = dela, delas
Importante! � Com o pronome indefinido:
Algumas locuções prepositivas apresentam seme- de + outro(s)= doutro, doutros
de + outra(s) = doutra, doutras
lhanças morfológicas, mas significados completa-
� Com advérbio:
mente diferentes. Observe estes exemplos5:
de + aqui= daqui
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane- de + aí= daí
jamento inicial = Concordância. de + ali= dali
As decisões do público foram de encontro à pro-
posta do programa = Discordância. z Preposição “em”:
Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas = Substituição. „ Com artigo definido:
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = em + a(s)= na, nas
Oposição. em + o(s)= no, nos
� Com pronome demonstrativo:
em + esse(s)= nesse, nesses
Combinações e Contrações em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso
As preposições podem se ligar a outras palavras de em + este(s) = neste, nestes
outras classes gramaticais por meio de dois processos: em + esta(s) = nesta, nestas
combinação e contração. em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles
z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu- em + aquela(s) = naquelas
ma redução. em + aquilo = naquilo
a + o = ao � Com pronome pessoal:
a + os = aos em + ele(s) = nele, neles
z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução. em + ela(s) = nela, nelas
5 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
46 6 Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020.
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z Preposição “per”: CONJUNÇÕES

„ Com as formas antigas do artigo definido (lo, Assim como as preposições, as conjunções também
la): são invariáveis e também auxiliam na organização
per + lo(s) = pelo, pelos das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
per + la(s) = pela, pelas ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
z Preposição “para” (pra): coordenativas ou subordinativas.

„ Com artigo definido: Conjunções Coordenativas


para (pra) + o(s) = pro, pros
para (pra) + a(s)= pra, pras As conjunções coordenativas são aquelas que
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
Preposições essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar
o que significa Semântica. Semântica é a área do z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como,
conhecimento que relaciona o significado da palavra não só, mas também, não apenas, como ainda,
ao seu contexto. senão (após não só).
É importante ressaltar que as preposições podem Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
apresentar valor relacional ou podem atribuir um O gato era o preferido, não só da filha, senão de
valor nocional. toda família.
As preposições que apresentam um valor rela- z Adversativas: colocam informações em oposição,
cional cumprem uma relação sintática com verbos contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- A culpa não foi a população, senão dos vereadores
bios, os quais também apresentarão função deverbal. (equivale a “mas sim”).
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
pela regência do verbo concordar). Importante! A conjunção “e” pode apresentar
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
complemento nominal). da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- não deixava.
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo z Alternativas: ligam orações com ideias que não
advérbio). acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
Em todos esses casos, a preposição mantém uma ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
relação sintática com a classe de palavras a qual se Ex.: Estude ou vá para a festa.
liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
Importante! A palavra “senão” pode funcionar
nal é preponderante apresentam uma modificação
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
componentes obrigatórios na construção da senten-
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
As preposições de valor nocional estabelecem uma
delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque,
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
pois, (se vier no início da oração), porquanto.
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir:
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
enxada!
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO Viva bem, pois isso é o mais importante.
PREPOSIÇÕES
Posse Carro de Marcelo Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-
O cachorro está sob a cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
LÍNGUA PORTUGUESA

Lugar saudades.
mesa
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
Votar em branco / Chegar
Modo entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
aos gritos
pois, a subir.
Causa Preso por agressão
Assunto Falar sobre política z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a
Descende de família segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
Origem portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
simples
destarte, pois (deslocado na frase).
Olhe para frente! / Iremos Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Destino
a Paris Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
47
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Dica
Importante!
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que Os valores semânticos das conjunções não se
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso prendem às formas morfológicas desses elemen-
concomitante acarreta em redundância. tos. O valor das conjunções é construído contex-
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
Conjunções Subordinativas aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor- procura? (Se = causal = já que)
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido. Conjunções Integrantes

� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa. As conjunções integrantes fazem parte das orações
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
uma vez que, como (equivale a porque) etc. oração principal à outra, subordinada. Existem apenas
Ex.: Como não choveu, a represa secou. dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de � Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
modo que, de forma que, de sorte que etc. nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. integrante.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
e, em geral, o verbo fica subentendido. Como, que Isso).
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, � Sempre haverá conjunção integrante em orações
maior), tanto... quanto etc. substantivas e, consequentemente, em períodos
Ex.: Corria como um touro. compostos.
Ela dança tanto quanto Carlos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
� Conformativa: expressam a conformidade de quê? Isso).
uma ideia com a da oração principal. Conforme, � Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
como, segundo, de acordo com, consoante etc.
bo e uma conjunção integrante.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual
Amanhã chove, segundo informa a previsão do
(errado).
tempo.
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
Interjeições
to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que
etc.
As interjeições também fazem parte do grupo de
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
palavras invariáveis, tal como as preposições e as
tivesse gostado.
conjunções. Sua função é expressar estado de espíri-
Trabalhava, por mais que a perna doesse.
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a
que, a menos que, somente se etc. uma frase. Ex.: Tchau!
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi- As interjeições indicam relações de sentido diversas.
do sua mensagem. A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos
Posso lhe ajudar, caso necessite. e sensações mais expressos pelo uso de interjeições:
� Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
porção que, à medida que, quanto mais...mais, VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
quanto menos...menos etc. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de Alívio Arre! Ufa! Ah!
ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
que, a fim de que etc. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
trabalhar tranquilamente. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
logo que, desde que etc.
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
do Futuro. É salutar lembrar que o sentido exato de cada inter-
48 Mal cheguei à cidade, fui assaltado. jeição só poderá ser apreendido diante do contexto.
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Por isso, em questões que abordem essa classe de Termos Essenciais da Oração
palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
expresso no texto. da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio- leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a
por exemplo, que são interjeições por excelência, mas seguir cada um deles.
que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
alterado. Sujeito
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! pelo verbo.
Ora bolas! Valha-me Deus! O sujeito pode ser:

Conceitos Básicos Da Sintaxe � o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre pelo verbo;
os grandes grupos de palavras existentes na língua, � o termo que pode ser substituído por um pronome
como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- do caso reto;
pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, � o termo com o qual o verbo concorda.
nós construímos um painel morfológico. Ex.: A população implorou pela compra da vacina
As palavras normalmente recebem uma dupla da covid-19.
classificação: a morfológica, que está relacionada à
classe gramatical a que pertence, e a sintática, rela- No exemplo anterior a população é:
cionada à função específica que assumem em deter-
minada frase.
z o elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
rou pela compra da vacina);
Frase
z o elemento que pratica a ação de implorar;
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo
Frase é todo enunciado com sentido completo.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
z o termo que pode ser substituído por um pronome
conjunto de palavras.
do caso reto.
Ex.: Fogo!
(Ela implorou pela compra da vacina da Covid-19.)
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Núcleo do Sujeito
Ramos).
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
Oração
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
do determinada função sintática, que atua ou sofre a
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.
tá-lo completo ou incompleto.
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a poluição.
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque). z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
Período Sujeito: O povo
Núcleo do sujeito: povo
Período é o enunciado constituído de uma ou mais z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
orações. de dois ou mais termos.
Classifica-se em: As luzes e as cores são bem visíveis.
Sujeito: As luzes e as cores
� Simples: possui apenas uma oração. Núcleo do sujeito: luzes/cores
Ex.: O sol surgiu radiante.
Dica
LÍNGUA PORTUGUESA

Ninguém viu o acidente.


� Composto: possui duas ou mais orações.
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
(Chico Buarque)
Chegou em casa e tomou banho. antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao governador.
Período Simples — Termos Da Oração Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Os termos que formam o período simples são dis- Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte- O que iria de um lado para o outro?
grantes (complemento verbal, complemento nominal Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
adjunto adverbial e aposto). 49
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Tipos de Sujeito Classificação do Sujeito Quanto à Voz

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Simples Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
ce a ação na frase;
DETERMINADO Composto
z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Elíptico Ex.: Corta-se cabelo.
Com verbos flexionados na 3ª Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
pessoa do plural “cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do oração.
se (índice de indeterminação do
sujeito) Importante notar que não há preposição entre
Usado para fenômenos da o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
INEXISTENTE natureza ou com verbos “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
impessoais sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-
ção “-se”.
„ Simples: quando há apenas um núcleo.
Ex.: O [aluguel] da casa é caro. z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Núcleo: aluguel Ex.: A minha saia azul está rasgada.
Sujeito simples: O aluguel da casa; O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
„ Composto: quando há dois núcleos ou mais. ça da partícula -se.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
Núcleos: sons, cores. Predicado
Sujeito composto: Os sons e as cores;
„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. mos essenciais na oração, há casos em que a oração
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
z Indeterminado: quando não é possível identificar impossível existir uma oração sem sujeito.
O predicado pode ser:
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
do por um índice de indeterminação do sujeito, a
Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
partícula “se”.
(José de Alencar);
Predicado: seguem sua marcha;
„ colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
não se referindo a nenhuma palavra determi- to (oração sem sujeito):
nada no contexto. Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
Entende-se que alguém passou cedo;
„ colocando-se verbos (intransitivos, transitivos Para determinar o predicado, basta separar o
diretos ou de ligação) sem complemento dire- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
to na 3ª pessoa do singular acompanhados do do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
pronome se, pronome que atua como índice de é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
indeterminação do sujeito. Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Ex.: Não se vê com a neblina. Dias)
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
condição. Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito
Classificação do Predicado
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
A classificação do predicado depende do significa-
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos do e do tipo de verbo que apresenta.
são impessoais e normalmente representam fenôme-
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
ou haver no sentido de existir. nificativo se concentra em um nome (corresponde
Geia no Paraná. a um predicativo do sujeito).
Fazia um mês que tinha sumido. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Basta de confusão. O predicado nominal tem por núcleo um nome
50 Há dois anos esse restaurante abriu. (substantivo, adjetivo ou pronome).
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Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Mendes) Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
Predicado: são mais bonitas. Verbo intransitivo: adormeciam.
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
Bilac) Predicado Verbo-Nominal
Predicado: estão cheias de calafrios.
Ocorre quando há dois núcleos significativos:
É importante não confundir: um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, transitivo, predicativo do objeto).
mas um estado momentâneo ou permanente que Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é Verbo intransitivo: parou
o predicativo do sujeito; Predicativo do sujeito: atento
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs- Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. considerado predicativo do sujeito.
Ex.: O garoto está bastante feliz. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo de ligação: está. Verbo intransitivo: marchou
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Predicativo do sujeito: desorientado
Ex.: Seu batom é muito forte. No segundo exemplo, o termo “desorientado”
Verbo de ligação: é. indica um estado do termo “Fabiano”, que também é
Predicativo do sujeito: muito forte. sujeito. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
Predicado Verbal do de Assis)
Verbo transitivo direto: achou
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um Objeto direto: o raciocínio
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- Predicativo do objeto: exato
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, que é o
demais termos do predicado. objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir
O verbo do predicado pode ser classificado em que temos um caso de predicativo do objeto, visto que
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. O que é o predicativo do objeto?
É o termo que confere uma característica, uma
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige qualidade, ao que se refere.
um complemento não preposicionado, o objeto direto. A formação do predicativo do objeto se dá por um
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” adjetivo ou por um substantivo.
Noel Rosa Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
Verbo Transitivo Direto: Fazer. Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
Verbo Transitivo Direto: trouxe; Predicativo do objeto: vitoriosa
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Para facilitar a identificação do predicativo do
vo indireto tem como necessidade o complemento objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
acompanhado de uma preposição para fazer sentido. centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Ex.: Nós acreditamos em você. fica é relacionar o predicativo ao nome.
Verbo transitivo indireto: acreditamos O filme foi proveitoso.
Preposição: em Ela era vitoriosa.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais. Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Verbo transitivo indireto: obedeceu dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
Preposição: a (a + os) ligação (foi e era, respectivamente).
Ex.: Os professores concordaram com isso.
Verbo transitivo indireto: concordaram Termos Integrantes da Oração
Preposição: com;
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o São vocábulos que se agregam a determinadas
verbo de sentido incompleto que exige dois com- estruturas para torná-las completas. De acordo com
plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto a gramática da língua portuguesa, esses termos são
divididos em:
LÍNGUA PORTUGUESA

indireto (com preposição).


Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-
tras.” (Machado de Assis) Complementos Verbais
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
Objeto direto 1: anedotas São termos que completam o sentido de verbos
Objeto indireto 1: lhe transitivos diretos e transitivos indiretos.
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Objeto direto 2: outras z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
Objeto indireto 2: lhe; panhado de preposição.
z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons- Ex.: Examinei o relógio de pulso.
truir sozinho o predicado, que não precisa de com- Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
oração. aqueles). 51
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Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
exercem função de objeto direto, os pronomes oblí- va analítica e se transforma em sujeito.
quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa Os jogos da seleção foram ignorados.
função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram z Objeto indireto: é complemento verbal regido de
quem? A minha pessoa”) preposição obrigatória, que se liga diretamente a
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
(= “Nunca tomeis quem? Vós”) o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
“Convidaram quem? Ela”) casa 260.
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= Gosto de ti, meu nobre.
“Receberam quem? Nós”) Não troque o certo pelo duvidoso.
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem Vamos insistir em promover o novo romance de
ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do ficção.
pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais:
esse algo é o objeto direto) pode ser representado pelos seguintes pronomes
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os
feminino definido) pronomes o, a, os, as não exercerão essa função.

z Objeto direto preposicionado Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
preposição no seu complemento, algumas palavras indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
requerem o uso da preposição para não perder o sen- Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
tido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
facultativos.
uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
„ Exemplos com ocorrência obrigatória de
preposição:
Complemento Nominal
Não entendo nem a ele nem a ti.
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Respeitava-se aos mais antigos.
advérbios. É uma função sintática regida de preposição e
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
com objetivo de completar o sentido de nomes. A presen-
Amavam-se um ao outro. ça de um complemento nominal nos contextos de uso é
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher fundamental para o esclarecimento do sentido do nome.
feita.” (Ciro dos Anjos). Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
„ Exemplos com ocorrência facultativa de Para melhor identificar um complemento nomi-
preposição: nal, siga a instrução:
Nome + preposição + quem ou quê
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque- Como diferenciar complemento nominal de com-
le templo. plemento verbal?
A escultura atrai a todos os visitantes. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
pedestal. diretamente ao verbo “obedecia”)
Ao povo ninguém engana. Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
sente para indicar parte de um todo, quando assim Agente da Passiva
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
bebeu uma porção da água, e não ela toda. É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência raramente, da preposição de.
dessa função sintática na mesma oração, a fim de Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
enfatizar um único significado. ser, estar, viver, andar, ficar.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
Andrade) Termos Acessórios da Oração
z Objeto direto interno: representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
mesmo significado. ra básica da oração, são importantes para compreen-
Ex.: Riu um riso aterrador. são do enunciado porque trazem informações novas.
52 Dormiu o sono dos justos. Esses termos são chamados acessórios da oração.
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z Adjunto Adnominal z Assunto: Falávamos sobre o aluguel;
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
São termos que acompanham o substantivo, z Afirmação: Sairia sim naquela manhã;
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar, z Origem: Descendia de nobres.
especificar o elemento representado pelo substantivo.
Categorias morfológicas que podem funcionar Não confunda!
como adjunto adnominal: Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
„ artigos; nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
„ adjetivos; o sentido seja parecido.
„ numerais; Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
„ pronomes; é um adjunto adnominal)
„ locuções adjetivas. Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
adjunto adverbial)
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
ficaram esquecidos no quarto. z Aposto
Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes
O novo regulamento originou a revolta dos ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
funcionários. identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. tar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
„ Pronomes oblíquos átonos e a função de ajun- bicicleta.
to adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, Aposto: filha de D. Raimunda
vos, lhes exercem essa função sintática quando Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
assumem valor de pronomes possessivos. des obras.
Aposto: Machado de Assis.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Classifica-se nas seguintes categorias:
Como diferenciar adjunto adnominal de com-
plemento nominal?
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Separa-se do substantivo a que se refere por uma
Quando o adjunto adnominal for representado
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido
ou dois-pontos.
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
a dica:
ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
qual se liga for concreto.
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
Ex.: A casa da idosa desapareceu.
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Se indicar posse ou o agente daquilo que
expressa o substantivo abstrato. Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; riachos.
„ Será complemento nominal: se indicar o alvo Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
daquilo que expressa o substantivo. preconceito, antipatia e arrogância;
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
foi respeitada. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Notava-se o amor pelo seu trabalho. malmente, por um pronome indefinido.
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. estavam empolgados com a feira.
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
z Adjunto Adverbial -Bissau, países africanos onde se fala português;
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Termo representado por advérbios, locuções Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- rumo;
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas � Circunstancial: exprime uma característica
circunstancial.
LÍNGUA PORTUGUESA

circunstâncias.
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
z Tempo: Quero que ele venha logo; apropriadas;
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; � Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
z Modo: O dia começou alegremente; substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
z Intensidade: Almoçou pouco; especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
z Causa: Ela tremia de frio; substantivos próprios.
z Companhia: Venha jantar comigo; Exs.: O mês de abril.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as O rio Amazonas.
roupas; Meu primo José;
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; z Aposto da oração: é um comentário sobre o
z Finalidade: Vivia para o trabalho; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; condensa. 53
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Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua Período Composto
preocupação.
O noticiário disse que amanhã fará muito calor — Observe os exemplos a seguir:
ideia que não me agrada; A apostila de Português está completa.
� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente. Um verbo: Uma oração = período simples
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra Português e Matemática são disciplinas essen-
para as perguntas. ciais para ser aprovado em concursos.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. Dois verbos: duas orações = período composto
O período composto é formado por duas ou mais
Dica orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
períodos simples e período compostos.
� O aposto pode aparecer antes do termo a que
se refere, normalmente antes do sujeito.
PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
na marcou uma geração. O povo levantou-se cedo para evitar
Era dia de eleição
� Segundo o gramático Cegalla, quando o apos- aglomeração
to se refere a um termo preposicionado, pode ele
vir igualmente preposicionado. Para não esquecer:
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de Período simples é aquele formado por uma só
tudo ele tinha medo. oração.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. Período composto é aquele formado por duas ou
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. mais orações.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Classifica-se nas seguintes categorias:
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-
z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial
de modo).
„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
z Diferença de aposto especificativo e adjunto
adnominal: normalmente, é possível retirar a pre- z Por subordinação:
posição que precede o aposto. Caso seja um adjun-
to, se for retirada a preposição, a estrutura fica „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
prejudicada. vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. pletivas nominais, predicativas, apositivas;
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) „ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
O clima de Fortaleza é quente. explicativas;
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?); „ Orações subordinadas adverbiais: causais, com-
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o parativas, concessivas, condicionais, conformati-
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo vas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais.
adjetivo.
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. z Por coordenação e subordinação: orações for-
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado — ad- madas por períodos mistos;
jetivo) z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
Homem desesperado, João sempre perde o con-
trole. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E
(aposto; núcleo: homem — substantivo). ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO
z Vocativo
As orações são sintaticamente independentes. Isso
O vocativo é um termo que não mantém relação significa que uma não possui relação sintática com ver-
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- bos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- (Fernando Pessoa)
ja se comunicar. É um termo independente, pois Oração coordenada 1: Deus quer
não faz parte da estrutura da oração. Oração coordenada 2: o homem sonha
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha Oração coordenada 3: a obra nasce.
consulta. Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
porta da sala de Damasceno
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
outro termo da oração.
Conjunção adversativa: mas nada
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
O aposto se relaciona sintaticamente com outro
Orações Coordenadas Sindéticas
termo da oração.
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe-
As orações coordenadas podem aparecer ligadas
cável.
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
Sujeito: a cozinha de Lufe. vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao sujeito). sindética. Veremos agora cada uma delas:
54
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z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
simultaneidade. não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- no infinitivo.
bém, mas ainda, bem como, como também, se- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
não também, que (= e). z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. exercem a função de sujeito. O verbo da oração
Os convidados não compareceram nem explica- principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
ram o motivo; ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- rir a nenhum termo na oração.
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- cional) (or. sub. subst. subje.);
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. z Orações subordinadas substantivas objetivas
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
diretas: exercem a função de objeto direto de um
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
morte.” (Laurindo Rabelo);
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou reto da oração principal.
se excluem. Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez subst. obj. dir.);
... talvez). z Orações subordinadas substantivas completi-
Ex.: Ora responde, ora fica calado. vas nominais: exercem a função de complemento
Você quer suco de laranja ou refrigerante? nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica da oração principal.
sobre um raciocínio. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- mento nominal)
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
de frase). plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima pl. nom.);
semana. z Orações subordinadas substantivas predicati-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Mendes Campos);
oração principal. Sempre figuram após o verbo de
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem
ligação ser.
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque,
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
porquanto, pois.
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale sujeito)
a “pois”) Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);
com fome. z Orações subordinadas substantivas apositivas:
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E de dois-pontos ou entre vírgulas.
ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
Formado por orações sintaticamente dependentes, mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);
considerando a função sintática em relação a um ver-
bo, nome ou pronome de outra oração. Orações Subordinadas Adjetivas
Tipos de orações subordinadas:
Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
z substantivas; minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
z adjetivas; introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a
z adverbiais. qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.)
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
Orações Subordinadas Substantivas explicativas e restritivas.

São classificadas nas seguintes categorias: z Orações subordinadas adjetivas explicativas:


não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
LÍNGUA PORTUGUESA

z Orações subordinadas substantivas conectivas: tam uma explicação sobre o termo antecedente.
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
São consideradas termo acessório no período,
integrantes que e se.
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
das por vírgulas.
impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite; Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
z Orações subordinadas substantivas justapos- cria trinta gatos;
tas: introduzidas por advérbios ou pronomes z Orações subordinadas adjetivas restritivas:
interrogativos (onde, como, quando, quanto, especificam ou limitam a significação do termo
quem etc.); antecedente, acrescentando-lhe um elemento indis-
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias pensável ao sentido. Não são isoladas por vírgulas.
roubadas. Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
Não sei quem lhe disse tamanha mentira; incurável. 55
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Dica Para separar as orações de um período composto, é
necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
Como diferenciar as orações subordinadas adje- tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
vas explicativas? esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
Ele visitará o irmão que mora em Recife. representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai ções verbais. Exs.:
visitar apenas o que mora em Recife) [“A recordação de uns simples olhos basta] — 1ª
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. oração
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que [para fixar outros] — 2ª oração
mora em Recife) [que os rodeiam] — 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. — 4ª ora-
Orações Subordinadas Adverbiais ção (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
basta, pertencente à 1ª (oração principal).
Exprimem uma circunstância relativa a um fato
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
expresso em outra oração. Têm função de adjunto
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
adverbial. São introduzidas por conjunções subor-
dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos
Orações Reduzidas
seguintes grupos:
z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
� Orações subordinadas adverbiais causais: são
nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
que, visto que etc.
iniciadas por conjunções;
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
que ficamos sem gasolina;
por pronomes relativos;
� Orações subordinadas adverbiais comparati-
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal
conectivos;
qual, como, mais etc. z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) prepositiva.
que a importada; Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- conjunção.
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, rante. (desenvolvida).
por mais que, se bem que etc. O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: Orações Reduzidas de Infinitivo
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
contanto que, a menos que etc. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal; Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
do, consoante. S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos; Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: direta reduzida de infinitivo)
são introduzidas por: que (precedido na oração A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
anterior de termos intensivos como tão, tanto, predicativa reduzida de infinitivo)
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
que, sem que. completiva nominal reduzida de infinitivo)
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou; Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles); z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam pelas mãos.
um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por: O meu manual para fazer bolos certamente vai
para que, a fim de que, porque e que (= para que) agradar a todos;
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
tivessem bom estudo; continua jogando bola.
� Orações subordinadas adverbiais proporcio- Sem estudar, não passarão.
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- Ele passou mal, de tanto comer doces.
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a Orações Reduzidas de Gerúndio
aprecio;
� Orações subordinadas adverbiais temporais: Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, sitivas, adjetivas, adverbiais.
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
agora que etc. z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando
56 Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. livre dos juros;
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z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
ajudando um ao outro. (subjetiva) entre si
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping. Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
(objetiva direta); cautelosa, não faz tudo sozinha.
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
coração; Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não cautelosa;
contou a verdade. � Orações subordinadas adverbiais coordenadas
entre si
Orações Reduzidas de Particípio Ex.: Não só quando estou presente, mas também
quando não estou, sou discriminado.
Podem ser adjetivas ou adverbiais. Oração subordinada adverbial 1: quando estou
presente
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa. Oração subordinada adverbial 2: quando não
Nosso planeta, ameaçado constantemente por estou;
nós mesmos, ainda resiste; � Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have- mo período
ria problemas. (condicional) Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
Dada a notícia da herança, as brigas começaram. seu papel, no entanto a realidade não é assim.
(causal/temporal) Oração principal: Presume-se
Comprada a casa, a família se mudou logo. Oração subordinada subjetiva da principal: as
(temporal). penitenciárias cumpram seu papel
Oração coordenada sindética adversativa da ante-
O particípio concorda em gênero e número com os rior: no entanto a realidade não é assim.
termos referentes.
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- CONCORDÂNCIA
quentes em provas de concurso.
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
Períodos Mistos umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
São períodos que apresentam estruturas oracio- Observe o exemplo:
nais de coordenação e subordinação. A pequena garota andava sozinha pela cidade.
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas A: artigo, feminino, singular;
dentro de um conjunto de orações que são subordina- Pequena: adjetivo, feminino, singular;
das a uma oração principal. Garota: substantivo, feminino, singular.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
1ª oração 2ª oração 3ª oração número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
O homem entrou na que todos
e pediu cia: verbal e nominal.
sala calassem.

verbo verbo verbo Concordância Verbal

1ª oração: oração coordenada assindética. É a adaptação em número — singular ou plural — e


2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração. Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmente,
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
em relação à 2ª oração. insistem em desmentir que nosso país é cheio de “bra-
Resumindo: período composto por coordenação e sis” — digamos assim —, ganha disparando dos outros,
subordinação. pois houve influências de todos os povos aqui: europeus,
As orações subordinadas são coordenadas entre si, asiáticos e africanos.
ligadas ou não por conjunção. Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um
sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo correspon-
z Orações subordinadas substantivas coordena- dente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
das entre si Destrinchando o período, temos que os termos
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe


meus pais, nem que culpe meus parentes. “[...] o Brasil [...]” — sujeito — e “[...] ganha [...]” — pre-
Oração principal: Espero. dicado verbal.
Oração coordenada 1: que você não me culpe. Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais. Ex.: Prefiro natação a futebol.
Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes. Verbo bitransitivo: Prefiro
Objeto direto: natação
Objeto indireto: a futebol
Importante!
Concordância Verbal com o Sujeito Simples
O segredo para classificar as orações é perceber
os conectivos (conjunções e pronomes relativos). Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
sujeito. 57
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Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Diferentes situações: Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
multidão gritou entusiasmada. chegou (Duas horas deram...).
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
bo posterior ao pronome relativo concorda com o Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do badaladas soaram).
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o da escola soou dez badaladas).
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
quem resolveu a questão. verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
dem-se casas de veraneio aqui.
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos interessada;
nós quem resolvemos a questão. z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, Majestade está preocupada?
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / de Suas Excelências precisam de algo?
vós, o verbo pode concordar com o pronome no plural z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resolviam essa exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
questão. / Alguns de nós resolvíamos essa questão.
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- Concordância Verbal com o Sujeito Composto
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
ver artigo definido antes de uma palavra plura- ticais diferentes
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Unidos continuam uma potência. Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
z Estados Unidos continua uma potência. garam ontem;
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida- � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
de de Santos fica em São Paulo.”) ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
ter o espírito esportivo;
Importante! � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
singular
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
verbo fica no singular ou no plural. davam (preferencialmente no singular);
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. � Gradação entre os núcleos do sujeito
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
me acalmar (preferencialmente no singular);
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais � Núcleos do sujeito no infinitivo
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde;
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: � Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
Mais de um aluno compareceu à aula. mitivo (nada, tudo, ninguém)
Mais de cinco alunos compareceram à aula. Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
A expressão mais de um tem particularidades: nem um nem outro
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui;
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.: Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
Mais de um irmão se abraçaram. foco nos estudos;
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. � Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
Mais de um aluno, mais de um professor esta- como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
vam presentes. bem como, assim como, tanto quanto
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final;
z Quando o sujeito é formado por um número per- z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
centual ou fracionário, o verbo concorda com o aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
numerado ou com o número inteiro, mas pode como; não só... mas também etc.)
concordar com o especificador dele. Se o numeral Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
vier precedido de um determinante, o verbo con- popularidade em alta;
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. co núcleo, o verbo fica no singular concordando
com o núcleo único. Mas, se houver determinante
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
58 viver bem. sujeito passa a ser composto.
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Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos ção verbal)
combustíveis aumentaram. Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
sendo sujeito do infinitivo).
Concordância Verbal do Verbo Ser
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
� Concorda com o sujeito no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
Ex.: Nós somos unha e carne; impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
� Concorda com o sujeito (pessoa) Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
Ex.: Os meninos foram ao supermercado; com valor genérico)
� Em predicados nominais, quando o sujeito for São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
dido de preposição de ou para)
representado por um dos pronomes tudo, nada,
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor-
imperativo)
dará com o predicativo (preferencialmente) ou
com o sujeito
� Concordância do verbo parecer
Ex.: No início, tudo é/são flores; Flexiona-se ou não o infinitivo.
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
que ou quem equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
Ex.: Quem foram os classificados? vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância do de acordo com o sujeito, no plural)
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
Ex.: São nove horas. logo o infinitivo será impessoal);
É frio aqui. � Concordância dos verbos impessoais
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
� O verbo fica no singular quando precede termos sempre na 3ª pessoa do singular.
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
menos etc. junto a especificações de preço, peso, Fazia quinze anos que ele havia se formado.
quantidade, distância, e também quando seguido Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
do pronome o auxiliar fica no singular)
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. Trata-se de problemas psicológicos.
Divertimentos é o que não lhe falta. Geou muitas horas no sul;
Dez reais é nada diante do que foi gasto; � Concordância com sujeito oracional
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo
da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
verbo concordará com o termo não preposiciona-
Ficou combinado que sairíamos à tarde.
do entre eles. Urge que você estude.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Era preciso encontrar a verdade
São eles que sempre chegam cedo.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Casos mais Frequentes em Provas
trução adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda. Veja agora uma lista com os casos mais abordados
(construção inadequada) em concursos:

Casos Especiais de Concordância Verbal: � Sujeito posposto distanciado


Concordância do Infinitivo Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-
cal brasileira seres estranhos;
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: � Verbos impessoais (haver e fazer)
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
to esclarecido) Havia problemas no setor.
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
implícito “nós”) vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável);
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. � Verbo na voz passiva sintética
(dois pronomes implícitos: eu, nós) Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta;
Até me encontrarem, vocês terão de procurar � Verbo concordando com o antecedente correto
LÍNGUA PORTUGUESA

muito. (preposição no início da oração) do pronome relativo ao qual se liga


Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
(verbos pronominais) tinham experiência;
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser � Sujeito coletivo com especificador plural
indicando tempo) Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;
Estudo para me considerarem capaz de aprova- � Sujeito oracional
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
Para vocês terem adquirido esse conhecimento, singular);
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- � Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no to ou complemento no plural
particípio); Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: atrito. (verbo no singular). 59
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Casos Facultativos Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o francesa e alemã.
estádio; Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
fizeram rir; a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Fui eu quem faltou/faltei à aula; língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura z Com função de predicativo do sujeito: com o
brasileira; verbo após o sujeito, o adjetivo concordará com a
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a soma dos elementos.
ciência. (1,5% corresponde ao singular);
z Chegaram/Chegou João e Maria; Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram aqui; Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
brasileira; sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z O problema do sistema é/são os impostos; quanto com o nome mais próximo.
z Hoje é/são 22 de agosto; Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos vam abandonados a casa e o quintal.
a aprovação; Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
substantivos por um pronome:
Silepse de Número e de Pessoa Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
(substitui-se por “eles”)
Conhecida também como “concordância irregular, Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos: existem complicados”.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
z Silepse de número: usa-se um termo discordando então é um adjunto adnominal.
do número da palavra referente, para concordar
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
z Com função de predicativo do objeto: recomen-
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
da-se concordar com a soma dos substantivos,
dade: todas as flores);
embora alguns estudiosos admitam a concordân-
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
cia com o termo mais próximo.
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
diversas etnias, somos multiculturais. Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
Concordância Nominal seus subordinados.

Define-se como a adaptação em gênero e número Algumas Convenções


que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, � Obrigado / próprio / mesmo
adjetivos, numerais). Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em A própria enfermeira virá para o debate.
gênero e número com o nome a que se referem. Elas mesmas conversaram conosco.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos. Dica
Casos com Adjetivos
O termo mesmo no sentido de “realmente” será
invariável.
z Com função de adjunto adnominal: quando o Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
ver após os substantivos, poderá concordar com z Só / sós
as somas desses ou com o elemento mais próximo. Variáveis quando significarem “sozinho” /
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / “sozinhos”.
Encontrei colégios e faculdades ótimos. Invariáveis quando significarem “apenas,
somente”.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
com o nome mais próximo, quando a qualidade per- apenas queriam ficar sozinhas.)
tencer somente a este. A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho ficar a sós;
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- � Quite / anexo / incluso
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Concordam com os elementos a que se referem.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Ex.: Estamos quites com o banco.
Existem complicadas regras e conceitos. Seguem anexas as certidões negativas.
Quando houver apenas um substantivo qualifica- Inclusos, enviamos os documentos solicitados;
60 do por dois ou mais adjetivos pode-se: � Meio
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Quando significar “metade”: concordará com o z Adjetivos
elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
Quando significar “um pouco”: será invariável. mo elemento concordará com o substantivo referente.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora); Os demais ficarão na forma masculina singular.
� Grama Se um dos elementos for originalmente um subs-
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
do significar unidade de medida, é masculino. Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”; plural, pois ambos são adjetivos.
� É proibido entrada / É proibida a entrada No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
Se o sujeito vier determinado, a concordância do singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou Nesse caso, o termo composto não concorda com o
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural do substantivo referente, “folhas”.
rão com o determinante. Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
nhada está boa. bém pode ser um substantivo.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
entrada de crianças. lógica de “musgo” do exemplo anterior.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
� Menos / pseudo Lembre-se: azul-marinho, azul-celeste, ultraviole-
São invariáveis. ta e qualquer adjetivo composto iniciado por “cor-de”
Ex.: Havia menos violência antigamente. são sempre invariáveis.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois
to é pseudo-objetivo; elementos flexionados no plural (peles-vermelhas).
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com ele. z Lista de Flexão dos Dois Elementos
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito „ Nos substantivos compostos formados por
irritados. palavras variáveis, especialmente substan-
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas- tivos e adjetivos:
tante irritados.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por segunda-feira — segundas-feiras;
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- matéria-prima — matérias-primas;
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis; couve-flor — couves-flores;
� Tal qual guarda-noturno — guardas-noturnos;
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, primeira-dama — primeiras-damas;
com o substantivo posterior.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os „ Nos substantivos compostos formados por
pais. temas verbais repetidos:
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais. corre-corre — corres-corres;
z Silepse (também chamada concordância figurada) pisca-pisca — piscas-piscas;
É a que se opera não com o termo expresso, mas o pula-pula — pulas-pulas.
que está subentendido. Nestes substantivos também é possível a flexão
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
linda!) -piscas, pula-pulas;
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos z Flexão Apenas do Primeiro Elemento
com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi- „ Nos substantivos compostos formados por
leiros, estamos esperançosos.); substantivo + substantivo em que o segundo
� Possível termo limita o sentido do primeiro termo:
Concordará com o artigo, em gênero e número, em
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”. decreto-lei — decretos-lei;
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / cidade-satélite — cidades-satélite;
Conheci crianças as mais belas possíveis. público-alvo — públicos-alvo;
LÍNGUA PORTUGUESA

elemento-chave — elementos-chave.
Plural de Compostos Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
z Substantivos públicos-alvos, elementos-chaves;

O adjetivo concorda com o substantivo referente em „ Nos substantivos compostos preposicionados:


gênero e número. Se o termo que funciona como adjetivo
for originalmente um substantivo fica invariável. cana-de-açúcar — canas-de-açúcar;
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola pôr do sol — pores do sol;
também é um substantivo; mantém-se no singular) fim de semana — fins de semana;
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é pé de moleque — pés de moleque.
um substantivo; mantém-se no singular) 61
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z Flexão Apenas do Segundo Elemento Ex.: Ele atribuía-se o direito de julgar;

„ Nos substantivos compostos formados por „ Pronome reflexivo recíproco com a função sin-
tema verbal ou palavra invariável + substan- tática do objeto direto
tivo ou adjetivo:
Ex.: Admiravam-se de longe;
bate-papo — bate-papos;
quebra-cabeça — quebra-cabeças; „ Pronome reflexivo recíproco com a função sin-
arranha-céu — arranha-céus; tática do objeto indireto
ex-namorado — ex-namorados;
vice-presidente — vice-presidentes; Ex.: Eles retribuíram-se as respectivas
malvadezas;
„ Nos substantivos compostos em que há repe-
tição do primeiro elemento: „ Pronome reflexivo com a função de sujeito de
um infinitivo
zum-zum — zum-zuns;
tico-tico — tico-ticos; Ex.: Ela deixou-se ir;
lufa-lufa — lufa-lufas;
reco-reco — reco-recos; „ Pronome apassivador

„ Nos substantivos compostos grafados liga- Ex.: Compram-se jornais;


damente, sem hífen:
„ Pronome de realce
girassol — girassóis;
pontapé — pontapés; Ex.: O mestre da outra escola sorriu-se da
mandachuva — mandachuvas; tradução;
fidalgo — fidalgos;
„ Índice de indeterminação do sujeito
„ Nos substantivos compostos formados com
grão, grã e bel: Ex.: Assistiu-se a um belo espetáculo;

grão-duque — grão-duques; „ Parte integrante dos verbos essencialmente


grã-fino — grã-finos; pronominais
bel-prazer — bel-prazeres.
Não flexão dos elementos; Ex.: Queixou-se muito da vida;

„ Em alguns casos, não ocorre a flexão dos ele- „ Conjunção subordinativa integrante
mentos formadores, que se mantêm invariá-
veis. Isso ocorre em frases substantivadas Ex.: Ela queria ver se conseguiria;
e em substantivos compostos por um tema
verbal e uma palavra invariável ou outro
„ Conjunção subordinativa condicional
tema verbal oposto:
Ex.: Se eles vierem, serão bem-vindos.
o disse me disse — os disse me disse;
o leva e traz — os leva e traz;
Funções do Que
o cola-tudo — os cola-tudo.
z Funções Morfológicas:
Funções Do Se
„ pronome;
Embora já tenhamos abordado esse tema anterior-
„ substantivo;
mente, deixamos aqui uma síntese das funções mais
„ preposição;
cobradas desse vocábulo.
„ advérbio;
„ interjeição;
z Funções Morfológicas
„ conjunção.
„ Pronome;
Funções Sintáticas
„ Conjunção.
� Pronome relativo (igual a “o qual”, “a qual”)
z Funções Sintáticas
Ex.: A curiosidade é um vício que desconhece
termos;
„ Pronome reflexivo com a função sintática de
objeto direto � Pronome substantivo indefinido (igual a “que coi-
sa”) ligado ao verbo
Ex.: Elas não se encontram na redação; Ex.: Elas não sabiam o que fazer;
� Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
„ Pronome reflexivo com a função sintática do “quanta”) ligado ao substantivo
62 objeto indireto Ex.: Que alegria!
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� Pronome interrogativo (no final de frase é EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
acentuado)
Ex.: Por que não vai conosco? Uso de Vírgula
Não vai conosco por quê?
� Substantivo (quando é antecedido de artigo) (é A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
acentuado) funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
Ex.: Havia em seus olhos um quê de curiosidade; voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
� Preposição (a depender do contexto, pode ser subs- orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
tituído por “de”) qualquer ambiguidade.
Ex.: A gente tem que explicar com franqueza cer- Quando se trata de separar termos de uma mesma
tas coisas; oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:
� Advérbio de intensidade (igual a “muito”, ligado ao
adjetivo) � Para separar os termos de mesma função:
Ex.: Que bela tarde! Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;
� Interjeição (sempre acentuado) z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
Ex.: Quê! Você tem coragem? enumeração:
� Partícula expletiva Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi
Ex.: Que experto que é teu irmão! arrastado pelo tsunami;
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que
� Faz parte da locução expletiva
já apareceu na frase) do verbo:
Ex.: Ele é que sabe das coisas!
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
� Conjunção causal (igual a “porque”)
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado,
Ex.: Disse que não iria, que não tinha roupas
filmes de terror;
adequadas;
� Para separar palavras ou locuções explicativas,
� Conjunção integrante retificativas:
Ex.: Suponhamos que elas viessem; Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
� Conjunção comparativa anos;
Ex.: Uma era mais esperta que a outra; � Para separar datas e nomes de lugar:
� Conjunção concessiva (igual a “embora”) Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
Ex.: Que não seja rico, sempre me casarei com ele; � Para separar as conjunções coordenativas, exceto
� Conjunção condicional (igual a “se”) e, nem, ou:
Ex.: Que você pague a promissória, hão de entre- Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
gar a mercadoria;
� Conjunção conformativa (igual a “conforme”) A vírgula também é facultativa quando o termo
Ex.: Aos que dizem, os exames serão dificílimos; que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for
� Conjunção temporal uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Ex.: Chegados que foram à cabana, reviraram Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
tudo; Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
� Conjunção final em casa.
Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse; Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
� Conjunção consecutiva Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
Ex.: Falou tanto que ficou rouco;
� Conjunção aditiva Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
Ex.: Anda que anda e nada encontra;
� Conjunção explicativa � Entre o sujeito e o verbo:
Ex.: Fique quieto, que eu quero dormir. Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
ram a explicação. (errado)
Funções do Sem Que Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
sertaram minha visão. (errado);
Locução conjuntiva com valor de condição, con- � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
dicativo do sujeito:
cessão, consequência, negação de consequência,
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
negação de causa, modo. Essa locução pode ser subs-
ção. (errado)
tituída para formar orações subordinadas reduzidas
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
de infinitivo.
dem. (errado)
Ex.: “Empurrava a cadeira sem que a mãe corres-
LÍNGUA PORTUGUESA

Os alunos entenderam, toda aquela explicação.


se atrás.” (errado);
Poderia ser reescrita como “Empurrava a cadeira � Entre um substantivo e seu complemento nominal
sem a mãe correr atrás”, e então teríamos uma ora- ou adjunto adnominal:
ção reduzida de infinitivo. Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberdade pelos alunos. (errado);
de informação e não será exercida sem que esta esteja � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
assegurada a todos os veículos de comunicação visual.” passiva:
Poderia ser reescrita como “A democracia não será Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
efetiva sem liberdade de informação e não será exer- professor para a feira. (errado);
cida sem esta estar assegurada a todos os veículos � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
de comunicação visual”, formando agora uma oração Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
reduzida de infinitivo. Considero interessantes, as suas aulas. (errado). 63
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USO DE PONTO E VÍRGULA PARÊNTESES

É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto Têm função semelhante à dos travessões e das
e vírgula (;): vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
mos, expressões ou orações.
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas: Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
ficou triste; Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: jantar. (oração intercalada)
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
to, exausto; PONTO-FINAL
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (=
zeugma): É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
ouvinte. � Para indicar o fim de oração absoluta ou de período.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
sorvete; Carlos Drummond de Andrade;
� Em enumerações, portarias, sequências: � Nas abreviaturas
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
O Procurador-Geral da República; sec. = secretário.
O Colégio de Procuradores da República; a.C. = antes de Cristo.
O Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Dica
DOIS-PONTOS
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda tos químicos não vêm com ponto final:
não foi concluída. Servem para: Exemplos: km, m, cm, He, K, C.

� Introduzir uma citação (discurso direto): PONTO DE INTERROGAÇÃO


Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
homem mais pelas suas perguntas que pelas suas Marca uma entonação ascendente (elevação da
respostas”; voz) em tom questionador. Usa-se:
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada substan- � Em frase interrogativa direta:
tiva apositiva: Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?;
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes- � Entre parênteses para indicar incerteza:
sores, jornalistas, médicos; Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
� Introduzir uma explicação ou enumeração após que havia palavra melhor no contexto;
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a � Junto com o ponto de exclamação, para denotar
saber, como: surpresa:
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
Filosofia, Ciências...; !?);
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas � E interrogações retóricas:
(relação semântica de oposição, explicação/causa Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
ou consequência): que não jogaremos comida fora à toa”).
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
homem culto. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
cautela; � É empregado para marcar o fim de uma frase com
� Marcar invocação em correspondências: entonação exclamativa:
Ex.: Prezados senhores: Ex.: Que linda mulher!
Comunico, por meio deste, que... Coitada dessa criança!;
� Aparece após uma interjeição:
TRAVESSÃO Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”;
discurso de interlocutor: Ex.: � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
— Bom dia, Maria! marcar uma ênfase:
— Bom dia, Pedro!; Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
� Serve também para colocar em relevo certas expres- metros em 20 segundos!!!
sões, orações ou termos. Pode ser substituído por vír-
gula, dois-pontos, parênteses ou colchetes: RETICÊNCIAS
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) São usadas para:
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada) � Assinalar interrupção do pensamento:
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui- Ex.: ― Estou ciente de que...
64 na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”. ― Pode dizer...;
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� Indicar partes suprimidas de um texto: ASTERISCO
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
desceu as escadas apressadamente. (Também pode � É colocado à direita e no canto superior de uma
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e palavra do trecho para se fazer uma citação ou
depois desceu as escadas apressadamente.); comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para sugerir prolongamento da fala: de rodapé:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias? Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...; triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para indicar hesitação: *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vo, o que origina um novo substantivo;
vergonha; � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
mente com outras intenções: tuição a um substantivo próprio:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
nhado aos responsáveis;
USO DAS ASPAS � Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
São usadas em citações ou em algum termo que pre- é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
cisa ser destacado no texto. Podem ser substituídas por Ex.: Parecer, do latim *parescere;
itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque. � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
Usam-se nos seguintes casos: tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
da gramática.
� Antes e depois de citações: * Edifício elaborou projeto o engenheiro.
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
afirma Dad Squarisi, 64; USO DA BARRA
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
mos, gírias e expressões populares ou vulgares, A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
que desejava. substituída pela conjunção “ou”:
Não gosto de “pavonismos”. Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
Dê um “up” no seu visual; Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
às vezes com ironia ou malícia: ção das conjunções e/ou:
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão. Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” e/ou escritos;
sonoro; � Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
� Para citar nomes de mídias, livros etc.: ção entre si:
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
(plural/singular).
COLCHETES O carro atingiu os 220 km/h;
� Para separar os versos de poesias, quando escritos
Representam uma variante dos parênteses, porém seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
têm uso mais restrito. barras para indicar a separação das estrofes:
Usam-se nos seguintes casos: Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
� Para incluir num texto uma observação de nature- te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
za elucidativa: te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; não foi escrita na sua totalidade:
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), Ex.: a/c = aos cuidados de;
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado s/ = sem;
que pareça, o texto original é assim mesmo: � Para separar o numerador do denominador nos
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- números fracionários, substituindo a barra da
LÍNGUA PORTUGUESA

do.” (Machado de Assis); fração:


� Para indicar os sons da fala, quando se estuda Ex.: 1/3 = um terço;
Fonologia: � Nas datas:
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy]; Ex.: 31/03/1983
� Para suprimir parte de um texto (assim como � Nos números de telefone:
parênteses): Ex.: 225 03 50/51/52;
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois � Nos endereços:
desceu as escadas apressadamente. Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;
ou � Na indicação de dois anos consecutivos:
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des- Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso;
ceu as escadas apressadamente (caso não preferí- � Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
vel segundo as normas da ABNT). Ex.: /s/. 65
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Embora não existam regras muito definidas sobre z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL essa questão.
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. ver artigo definido antes de uma palavra plura-
Observe o exemplo: lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
A pequena garota andava sozinha pela cidade. artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
A: artigo, feminino, singular; Unidos continuam uma potência.
Pequena: adjetivo, feminino, singular; z Estados Unidos continua uma potência.
Garota: substantivo, feminino, singular. z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos de de Santos fica em São Paulo.”)
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
Importante!
cia: verbal e nominal.
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
Concordância Verbal verbo fica no singular ou no plural.
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
É a adaptação em número — singular ou plural
— e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito. z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen- de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de Mais de um aluno compareceu à aula.
“brasis” — digamos assim —, ganha disparando dos Mais de cinco alunos compareceram à aula.
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos. A expressão mais de um tem particularidades:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
singular. Mais de um irmão se abraçaram.
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de um aluno, mais de um professor esta-
“[...] o Brasil [...]” — sujeito — e “[...] ganha [...]” — pre- vam presentes.
dicado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: z Quando o sujeito é formado por um número per-
Ex.: Prefiro natação a futebol.
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Verbo bitransitivo: Prefiro
numerado ou com o número inteiro, mas pode
Objeto direto: natação
concordar com o especificador dele. Se o numeral
Objeto indireto: a futebol
vier precedido de um determinante, o verbo con-
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Concordância Verbal com o Sujeito Simples
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
Diferentes situações: Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
multidão gritou entusiasmada. palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- chegou (Duas horas deram...).
bo posterior ao pronome relativo concorda com o Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? badaladas soaram).
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós da escola soou dez badaladas).
quem resolveu a questão. z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- dem-se casas de veraneio aqui.
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
66 nós quem resolvemos a questão. interessada.
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z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Ex.: No início, tudo é/são flores;
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa � Concorda com o predicativo quando o sujeito for
Majestade está preocupada? que ou quem
Suas Excelências precisam de algo? Ex.: Quem foram os classificados?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou � Em indicações de horas, datas, tempo, distância
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! (predicativo), o verbo concorda com o predicativo
Ex.: São nove horas.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama- � O verbo fica no singular quando precede termos
ticais diferentes como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos; menos etc. junto a especificações de preço, peso,
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com quantidade, distância, e também quando seguido
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- do pronome o
garam ontem; Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada Divertimentos é o que não lhe falta.
ou nenhum Dez reais é nada diante do que foi gasto;
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ter o espírito esportivo; ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
singular verbo concordará com o termo não preposiciona-
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- do entre eles.
davam (preferencialmente no singular); Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
� Gradação entre os núcleos do sujeito São eles que sempre chegam cedo.
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
me acalmar (preferencialmente no singular); trução adequada)
� Núcleos do sujeito no infinitivo São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; (construção inadequada)
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Concordância do Infinitivo
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu to esclarecido)
foco nos estudos; Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras implícito “nós”)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
bem como, assim como, tanto quanto (dois pronomes implícitos: eu, nós)
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Até me encontrarem, vocês terão de procurar
final; muito. (preposição no início da oração)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim (verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.) Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua indicando tempo)
popularidade em alta; Estudo para me considerarem capaz de aprova-
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
com o núcleo único. Mas, se houver determinante foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
sujeito passa a ser composto. particípio);
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
combustíveis aumentaram. ção verbal)
LÍNGUA PORTUGUESA

Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono


Concordância Verbal do Verbo Ser sendo sujeito do infinitivo).

� Concorda com o sujeito Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo


Ex.: Nós somos unha e carne; no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
� Concorda com o sujeito (pessoa) impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Ex.: Os meninos foram ao supermercado; Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
� Em predicados nominais, quando o sujeito for com valor genérico)
representado por um dos pronomes tudo, nada, São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- dido de preposição de ou para)
dará com o predicativo (preferencialmente) ou Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
com o sujeito imperativo) 67
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� Concordância do verbo parecer z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
Flexiona-se ou não o infinitivo. ciência. (1,5% corresponde ao singular);
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o z Chegaram/Chegou João e Maria;
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta- z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona- aqui;
do de acordo com o sujeito, no plural) z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, brasileira;
logo o infinitivo será impessoal); z O problema do sistema é/são os impostos;
� Concordância dos verbos impessoais z Hoje é/são 22 de agosto;
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
sempre na 3ª pessoa do singular. a aprovação;
Ex.: Havia sérios problemas na cidade. z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo Silepse de Número e de Pessoa
auxiliar fica no singular)
Trata-se de problemas psicológicos. Conhecida também como “concordância irregular,
Geou muitas horas no sul; ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
� Concordância com sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o z Silepse de número: usa-se um termo discordando
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do do número da palavra referente, para concordar
singular. com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos. vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados. dade: todas as flores);
Ficou combinado que sairíamos à tarde. z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
Urge que você estude. processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
Era preciso encontrar a verdade ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
diversas etnias, somos multiculturais.
Casos mais Frequentes em Provas
Concordância Nominal
Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos: Define-se como a adaptação em gênero e número
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
� Sujeito posposto distanciado o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi- adjetivos, numerais).
cal brasileira seres estranhos; O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
� Verbos impessoais (haver e fazer) gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Havia problemas no setor. Muro alto. / Muros altos.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável); Casos com Adjetivos
� Verbo na voz passiva sintética
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta; z Com função de adjunto adnominal: quando o
� Verbo concordando com o antecedente correto adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
do pronome relativo ao qual se liga ver após os substantivos, poderá concordar com
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que as somas desses ou com o elemento mais próximo.
tinham experiência; Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
� Sujeito coletivo com especificador plural Encontrei colégios e faculdades ótimos.
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;
� Sujeito oracional Há casos em que o adjetivo concordará apenas
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
singular); tencer somente a este.
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
to ou complemento no plural Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
atrito. (verbo no singular). minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Casos Facultativos Existem complicadas regras e conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualifica-
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o do por dois ou mais adjetivos pode-se:
estádio; Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
fizeram rir; francesa e alemã.
z Fui eu quem faltou/faltei à aula; Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
68 brasileira; língua inglesa, a francesa e a alemã.
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z Com função de predicativo do sujeito “A grama do vizinho sempre é mais verde.”;
� É proibido entrada / É proibida a entrada
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará Se o sujeito vier determinado, a concordância do
com a soma dos elementos. verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda-
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su- rão com o determinante.
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos nhada está boa.
quanto com o nome mais próximo. É proibido entrada de crianças. / É proibida a
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- entrada de crianças.
vam abandonados a casa e o quintal. Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- � Menos / pseudo
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os São invariáveis.
substantivos por um pronome: Ex.: Havia menos violência antigamente.
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
(substitui-se por “eles”) to é pseudo-objetivo;
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles � Muito / bastante
existem complicados”. Quando modificam o substantivo: concordam com
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, ele.
então é um adjunto adnominal. Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
z Com função de predicativo do objeto irritados.
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- tante irritados.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- Se ambos os termos puderem ser substituídos por
dância com o termo mais próximo. “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. tuídos por “bem”, ficarão invariáveis;
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e � Tal qual
seus subordinados. Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
com o substantivo posterior.
Algumas Convenções Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais.
� Obrigado / próprio / mesmo Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. quais os pais.
A própria enfermeira virá para o debate. z Silepse (também chamada concordância figurada)
Elas mesmas conversaram conosco. É a que se opera não com o termo expresso, mas o
que está subentendido.
Dica Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
linda!)
O termo mesmo no sentido de “realmente” será Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
invariável. com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
leiros, estamos esperançosos.);
z Só / sós � Possível
Variáveis quando significarem “sozinho” / Concordará com o artigo, em gênero e número, em
“sozinhos”. frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Invariáveis quando significarem “apenas, Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
somente”. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
apenas queriam ficar sozinhas.) REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
ficar a sós; relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
� Quite / anexo / incluso posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
Concordam com os elementos a que se referem. advérbio) exige complemento preposicionado, esse
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Estamos quites com o banco. nome é um termo regente, e seu complemento é um
Seguem anexas as certidões negativas. termo regido, pois há uma relação de dependência
Inclusos, enviamos os documentos solicitados; entre o nome e seu complemento.
� Meio O nome exige um complemento nominal sempre ini-
Quando significar “metade”: concordará com o ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
elemento referente. forma de pronome oblíquo átono.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
Quando significar “um pouco”: será invariável. foram leais.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora); Observação: Complemento de “lhe”: predicativo
� Grama do sujeito (desprovido de preposição)
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- Pronome oblíquo átono: lhe
do significar unidade de medida, é masculino. Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. sujeito (desprovido de preposição). 69
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Regência Verbal Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
Relação de dependência entre um verbo e seu O médico assistia os acidentados.
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia aos acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Há verbos que admitem mais de uma regência sem Não assisti ao final da série;
que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
V. T. D: esquecia É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
Objeto direto: os favores recebidos. res de pessoas.”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
Objeto indireto: dos favores recebidos. direto e indireto
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que, Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
seu significado. vo indireto)
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
(aspiramos = sorvemos) to e indireto);
V. T. D.: aspiramos � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
Objeto direto: ar poluídos. predicativo do objeto
Os funcionários aspiram a um mês de férias. Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
(aspiram = almejam) to com sentido de “convocar”);
V. T. I.: aspiram Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
Objeto indireto: a um mês de férias dicativo do objeto com sentido de “denominar,
A seguir, uma lista dos principais verbos que qualificar”);
geram dúvidas quanto à regência: � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
reto; intransitivo
� Abraçar: transitivo direto Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. indireto com sentido de “ser difícil”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço; A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
to com sentido de “acariciar”) � Esquecer: admite três possibilidades
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto Ex.: Esqueci os acontecimentos.
no sentido de “ser agradável a”); Esqueci-me dos acontecimentos.
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Esqueceram-me os acontecimentos;
transitivo direto e indireto � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não transitivo direto e indireto
personificado) Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto (transitivo direto com sentido de “acarretar”)
personificado) Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
reto: refere-se a coisas e pessoas); disposição”)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da direto e indireto com sentido de envolver-se”);
preposição a, rege indiferentemente objeto direto � Informar: transitivo direto e indireto
e objeto indireto. Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo sobre
indireto) Informaram o réu de sua condenação.
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, Informaram o réu sobre sua condenação.
rege apenas objeto direto: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudaram o ladrão a fugir. sa: objeto indireto, com a preposição a
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto Informaram a condenação ao réu;
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
direto:
reto, com as preposições em e por
Ajudei-o muito à noite;
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
sitivo direto com sentido de “angustiar”) tivo direto e indireto
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
sentido de “desejar muito” — não admite “lhe” sitivo com sentido de “cortejar”)
como complemento); Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto indireto com sentido de “desejar muito”)
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
vo direto com sentido de “respirar”) ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo “encantar-se”);
indireto no sentido de “desejar”); � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
70 � Assistir: transitivo direto; transitivo indireto Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
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Não desobedeçam à sinalização de trânsito; junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
tivo direto e indireto marcação (`) + (a) = (à).
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
direto) Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo Regra geral: haverá crase sempre que o termo
indireto). antecedente exija a preposição a e o termo conse-
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo quente aceite o artigo a.
direto e indireto); Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-
transitivo direto e indireto ge preposição).
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) palavra que não aceita artigo).
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
indireto); no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
� Suceder: intransitivo; transitivo direto dam no momento de identificação:
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
sentido de “ocorrer”). Casos Convencionados
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
de “vir depois”). z Locuções adverbiais formadas por palavras
femininas:
Regência Nominal Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- Espero vocês à noite na estação de metrô.
bios) exigem complementos preposicionados, exceto Estou à beira-mar desde cedo;
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. z Locuções prepositivas formadas por palavras
femininas:
Advérbios Terminados em “Mente” Ex.: Ficaram à frente do projeto;
z Locuções conjuntivas formadas por palavras
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a femininas:
regência dos adjetivos: Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
análoga / analogicamente a aumentando;
contrária / contrariamente a � Quando indicar marcação de horário, no plural
compatível / compativelmente com Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
diferente / diferentemente de Fique atento ao seguinte: entre números teremos
favorável / favoravelmente a que de = a / da = à, portanto:
paralela / paralelamente a Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
próxima / proximamente a/de Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase);
relativa / relativamente a � Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
aquilo:
Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
Nomes a que se Referem àquele outono.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está
Alguns nomes regem preposições semelhantes a sentada.
sua primeira sílaba. Vejamos: Dedique-se àquilo que lhe faz bem;
dependente, dependência de
inclusão, inserção em � Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
inerente em/a de:
descrente de/em Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
desiludido de/com Referimo-nos à de preto;
desesperançado de � Com o pronome relativo a qual, as quais:
desapego de/a Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
convívio com de sair.
convivência com As alunas às quais atribuí tais atividades estão de
demissão, demitido de férias.
encerrado em
LÍNGUA PORTUGUESA

enfiado em Casos Proibitivos


imersão, imergido, imerso em
instalação, instalado em Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
interessado, interesse em orientação de quando não usar a crase.
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre � Antes de nomes masculinos
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE rial agrada a todos.” (MM)
O carro é movido a álcool.
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da Venda a prazo;
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção � Antes de palavras femininas que não aceitam
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da artigos 71
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Ex.: Iremos a Fortaleza. Casos Especiais

Macete de crase: Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.


Se vou a; Volto da = Crase há! Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? forem femininos, normalmente a crase não será utili-
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza; evitar ambiguidades.
Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
� Antes de forma verbal infinitiva Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
Ex.: Os produtos começaram a chegar. instrumento).
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
com franqueza, parecem dar a entender que o Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
fazem por exceção de regra.” (MM); instrumento).
� Antes de expressão de tratamento
Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa
Nomes de Lugares
Excelência;
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
a regência do verbo exigir preposição Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes; moro em Copacabana, passo por Copacabana);
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
o pacote. passo pela Bahia).
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio;
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- Macetes
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
contrato. a, com a, à moda de, durante a;
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
suspeita de fraude. Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Eles estavam conservando a certa altura. z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
Faremos a obra a qualquer custo. ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
� Antes de demonstrativos z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de por a este, a esta e a isto;
personalidades históricas z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; nomes de cidades quando esses termos estiverem
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. tância de 200 metros do pico da montanha.
O pacote foi entregue a ti ontem;
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a A compreensão da crase vai muito além da estética
lado) gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
de justiça; Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
sem determinante ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h. como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
Astronauta volta a Terra em dois meses. advérbio de instrumento da ação de pintar.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da
expedição marinha.
Vocês o observaram a distância. REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
Crase Facultativa
DO TEXTO: SIGNIFICAÇÃO DAS
PALAVRAS
Nestes casos, podemos escrever as palavras das
duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS
detalhadamente, observe as seguintes dicas: DE TEXTO, REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE
ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO E REESCRITA
� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE
se tem proximidade FORMALIDADE
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
� Antes de pronomes possessivos no singular A reescrita de textos é essencial em vários aspectos,
Ex.: Iremos a/à sua residência; como para corrigir erros e escrever mais claramente.
� Após preposição até, com ideia de limite No contexto dos concursos públicos, para responder
Ex.: Dirija-se até a/à portaria. às questões apresentadas, é necessário identificar
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do tex-
às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho to original, sem que haja mudança de compreensão,
72 afeto.” (CBr. 1, 67) baseada na intenção do emissor da mensagem.
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A coesão é um dos principais pontos a se obser- „ Caminhar: caminho;
var na produção de um texto e, consequentemente, „ Resolver: resolução;
na reescritura, para manter a coesão e a harmonia „ Trabalhar: trabalho;
do texto. Conjunções, advérbios, preposições e pro- „ Necessitar: necessidade;
nomes, principalmente, apresentam aspectos que „ Estudar: estudos;
podem transformar completamente o sentido de um „ Beijar: beijo;
enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. „ O trabalho enobrece o homem/Trabalhar eno-
Além disso, até mesmo uma vírgula pode mudar o brece o homem.
sentido de um enunciado, assim, elas também devem
ser observadas. z Voz Verbal
As frases reescritas precisam manter a essência do
É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
texto base, ou seja, a informação principal. É impor-
sagem do enunciado. Exs.:
tante observar os tempos verbais empregados e a
ordem das palavras também.
„ Eu fiz todo o trabalho/Todo o trabalho foi feito
Após a reescrita, as frases precisam:
por mim.

z manter o significado original; z Palavra por Locução Correspondente


z manter a coesão;
z não expressar opinião que não esteja na frase Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu-
original; ção que corresponda a ela, ou vice-versa. Ex.:
z respeitar a sequência das ideias apresentadas no
texto original. „ O amor materno é singular/O amor de mãe é
singular.
Há algumas maneiras de rescrever um texto. Des-
tacaremos aqui o deslocamento dos enunciados e a z Conectivos com Mesmo Valor Semântico
substituição de palavras ou trechos.
Os conectivos são palavras ou expressões que têm
Substituição a função de ligar os períodos e parágrafos do texto.
Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou
A substituição pode ser realizada por meio de advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem
recursos como sinônimos, antônimos, locução ver- uma relação entre os termos conectados.
bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, Por meio da substituição de conectivos, é possí-
conectivos, dentre outros. vel modificar e reescrever um trecho sem que haja
mudança de sentido.
z Sinônimos

Palavras ou expressões que possuem significados Importante!


iguais ou semelhantes. Ex.: Identifique a relação que cada conector indica,
pois, ao substituir um conector por outro que não
„ O carro está com algum problema/O automó- possui relação semântica, pode ocorrer mudan-
vel apresentou defeitos. ça no sentido do texto. Ao usar um conectivo
para substituir outro, é necessário que ambos
z Antônimos estabeleçam o mesmo tipo de relação.

Palavras que possuem significados diferentes, ou


seja, significados opostos que podem ser usados para A seguir, relembraremos algumas das principais
substituir a palavra anterior. Ex.: relações que os conectores expressam:

„ O homem estava nervoso e inquieto/O senhor „ Adição: e, também, além disso, mas também;
não estava calmo. „ Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no
entanto;
z Locução Verbal „ Causa: por isso, portanto, certamente;
„ Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na socie-
LÍNGUA PORTUGUESA

dade atual, depois, antes disso, em seguida,


Ao invés de usar a forma única do verbo, é possível
logo, até que;
substituir o verbo por uma locução verbal e vice-ver-
„ Consequência: logo, consequentemente, por
sa. Exs.:
consequência;
„ Confirmação/Reafirmação: ou seja, nesse sen-
„ Vou solicitar os documentos amanhã/Solicita- tido, nessa perspectiva, em suma, em outras
rei os documentos amanhã. palavras, dessa forma;
„ Hipótese/Probabilidade: a menos que, mesmo
z Verbo por Substantivo e Vice-versa que, supondo que;
„ Semelhança: do mesmo modo, assim como,
Pode-se usar um substantivo correspondente no bem como;
lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça „ Finalidade: a fim de, para, para que, com a
sentido dentro do contexto. Exs.: finalidade de, com o objetivo de; 73
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„ Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
isto é;
Deslocamento Substituição
„ Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente,
com efeito; Substitui determinado termo
Muda um termo de lugar den-
„ Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente, do trecho, mantendo o mes-
tro do próprio enunciado
mo sentido
possivelmente;
„ Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma. Antes Antes
Ex.: Dessa forma, todos po- Ex.: Dessa forma, todos po-
deremos ir juntos ao local do deremos ir juntos ao local do
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci-
evento evento
ma citados é possível haver substituição entre as con-
junções sem que haja prejuízo no entendimento final Depois Depois
Ex.: Todos poderemos, dessa for- Ex.: Assim, todos poderemos
do trecho reescrito.
ma, ir juntos ao local do evento ir juntos ao local do evento

Deslocamento
Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado
Deslocamento é o recurso utilizado para reescre- tanto a questões de concursos quanto à produção de
ver determinado trecho, que se baseia em modificar de redações e textos diversos.
lugar determinados termos. Ou seja: um termo que esta- Nas questões, é necessário analisar as opções
va no início pode ir para o final do texto e vice-versa. dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir: gramaticalmente correta e o sentido original do tex-
to esteja presente, sem mudanças na compreensão.
„ Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Já nas redações, a reescrita é essencial para corri-
Boechat; gir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxilia,
„ O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São também, para poder utilizar o texto-base como sub-
Paulo. sídio para a escrita, fazendo modificações de alguns
trechos e adaptando-os para a sua escrita.
Para reescrever frases utilizando o deslocamen-
to, é necessário observar se há mudança de sentido NÍVEIS DE LINGUAGEM E VARIAÇÕES
e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo LINGUÍSTICAS
modo, para analisar uma questão de reescritura, é
necessário observar qual elemento foi deslocado e A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela
se esse deslocamento provocou mudança de sentido pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém
ou inadequação gramatical. já disse que em país algum se fala uma língua só, há
É possível deslocar os seguintes termos em uma várias línguas dentro da língua oficial. E no Brasil não
oração: é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem
a sua. A essa característica da língua damos o nome
de variação linguística. De forma sintética, podemos
z Adjunto Adverbial
dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão for-
mal e padrão informal; cada um desses tipos apresenta
Ex.: Na semana passada, participei de todas as suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
aulas da faculdade. Participei de todas as aulas da
faculdade na semana passada.
Padrão Formal
Observando os pontos anteriormente mencio-
nados, é possível perceber que neste caso não há
z Norma Culta
mudança de sentido, e que a correção gramatical foi
mantida, já que o adjunto adverbial de tempo no final
A norma culta da língua portuguesa é estabelecida
da oração não precisa de vírgula.
pelos padrões definidos conforme a classe social mais
abastada, detentora de poder político e cultural. As
z Adjetivo pessoas cujo padrão social lhe permite gozar de pri-
vilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive,
Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas; as regras da língua, direcionando o que é considerado
Meu namorado novo trabalha com vendas. permitido e aquilo que não é.
Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do
substantivo, e na segunda frase aparece depois. No z Norma Padrão
entanto, é possível perceber que não há mudança de
sentido e que a correção gramatical foi mantida, já A norma padrão diz respeito às regras organizadas
que essa mudança não implica necessidade de vírgula nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras
nem provoca erro gramatical. e preceitos que devem ser respeitados na utilização
da língua. Essa norma apresenta um caráter mais abs-
z Pronome Indefinido trato, tendo em vista que também considera fatores
sociais, como a norma culta.
Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz;
Não quero que situação alguma tire nossa paz. z Língua Formal
Neste caso, não há mudança de sentido e a correção
gramatical foi mantida, pois essa mudança não implica A língua formal não está, diretamente, associada
necessidade de vírgula nem provoca erro gramatical. a padrões sociais; embora saibamos que a influência
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas social exerce grande poder na língua, a língua formal
74 sobre as diferenças entre os recursos: busca formalizar em regras e padrões as suas normas
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a fim de estabelecer um preceito mais concreto sobre
VARIAÇÃO DIAFÁSICA
a linguagem.
Mudança no som, como veio
Padrão Informal (pronúncia com E aberto) e more
Diafásica fonética
(pronúncia com E fechado, asseme-
z Coloquialismo lhando-se quase a pronúncia de i)
Ocorre em contextos de informalida-
Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné- de, em que há mais liberdade para
Diafásica lexical
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que usar gírias e expressões lexicais
apresenta formas informais no falar e/ou escrever. diferentes
Ocorre com a alteração dos elemen-
z Oralidade Diafásica sintática
tos sintáticos, ocasionando erros

A oralidade marca as maneiras informais de se „ Variação diacrônica


comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela
norma formal, e, por isso, são chamadas de registros
Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali-
estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.
zadas apenas pela linguagem oral.
Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
palavras Pharmácia – Farmácia; Vossa Mercê – Você.
z Linguagem Coloquial
Além dessas, a variação diacrônica também marca a
presença de gírias comuns em determinadas épocas,
A linguagem coloquial marca formas fora do
padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos, como broto, chocante, carango etc.
existem alguns tipos de variação linguística; dentre
elas, as mais comuns em provas de concurso são:

„ Variação diatópica ou geográfica HORA DE PRATICAR!


A variação diatópica pode ocorrer com sons dife- 1. (VUNESP — 2022) Assinale a alternativa contendo
rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu enunciado redigido de acordo com a Ortografia Oficial
uma variação diatópica fonética, já que fonética sig- da Língua Portuguesa.
nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos
também o exemplo das variações que ocorrem em a) Alguém sabe se adiaram a divulgação do pagamento
diversas partes do país. Em Curitiba, PR, os jovens cha- referente ao tempo dispendido na elaboração do pro-
mam de penal o estojo escolar para guardar canetas e jeto por que o índice ainda não está decidido?
lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro b) As discussões acerca da ascenção na carreira está
para representar um carinho feito em alguém. O que bem avançada porque a equipe, que é multi-disciplinar,
em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, trabalhou bastante, até além do esperado.
no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa c) Deu-se início à reunião há cerca de duas horas, e ela
variação denominamos diatópica lexical, já que lexi- vai estender-se por muito tempo, não se sabe ainda
cal significa algo relativo ao vocabulário. por quê.
d) Ainda anseia por que a proposta seja aprovada, para
„ Variação diastrática ou sociocultural que possa receber os valores referentes ao projeto de
infra-estrutura em que atuou.
A variação diastrática, como também ocorre com e) Embora mau tenha sido debatida com a comunidade,
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, a resolução que cassa previlégios foi aprovada por
dependendo do que seja modificado pelo falar do indi- que é de interesse geral.
víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de
variação diastrática fonética. Usar “presunto” no 2. (VUNESP — 2023) Assinale a alternativa em que
lugar de corpo de pessoa assassinada é variação dias-
ambas as palavras estão acentuadas em conformida-
trática lexical. E falar “Houveram menas percas” no
de com a norma-padrão.
lugar de “Houve menos perdas” é variação diastráti-
ca sintática.
a) Solicitamos que os técnicos que lêem as provas em
braile sejam alocados nas salas do segundo andar,
„ Variação diafásica ou estilística
onde há mais espaço.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) As seqüências de leitura permitiram que os jovens


A variação diafásica, como ocorreu com a diató-
pica e com a diastrática, pode ser também fonética, tivessem uma ampliação de conhecimentos sobre a
lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não literatura romântica.
por morar em determinado lugar nem porque todos c) O rítmo dos trabalhos era tranquilo e, por essa razão,
de sua camada social usem, é usar a variação diafá- a produtividade da fábrica não exauria a capacidade
sica fonética. Um padre, em um momento de descon- física de seus funcionários.
tração, brincando com alguém, dizer “presunto” para d) Era comum nos romances o amor proibido entre uma
representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a plebéia e um príncipe, o que implicava muitas revira-
variação diafásica lexical. E, finalmente, um advo- voltas até o final feliz do casal.
gado dizer “Encontrei ele”, também em momento e) A saúva é formiga presente em quase todos os países
de descontração, no lugar de “Encontrei-o” é usar a da América. Costuma cortar folhas e carregá-las para
variação diafásica sintática. dentro de seus ninhos. 75
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3. (FCC — 2022) Para responder a questão, considere o Derivação imprópria é um processo em que uma pala-
texto abaixo. vra muda de classe gramatical sem mudar de forma.
Constitui exemplo de derivação imprópria o termo
Minha primeira tentativa de ler Dom Quixote de la Man- destacado em:
cha, de Miguel de Cervantes, foi um fracasso. Eu ainda
estava na escola e me confundia com as frases longas a) Cervantes era um homem simples e miserável, apa-
e as palavras antigas. Acabei desistindo. rentemente desde muito jovem.
Anos depois, li do começo ao fim, desfrutando cada b) o crítico Santiago Muñoz Machado analisa as biogra-
página da história daquela dupla inusitada: o cavaleiro fias mais importantes do escritor Miguel de Cervantes
idealista determinado a transformar a realidade para para saber em que sociedade surgiu Dom Quixote.
que se assemelhe à de seus livros e seus sonhos; e o c) Anos depois, li do começo ao fim, desfrutando cada
escudeiro pragmático que tenta manter seu mestre na página da história daquela dupla inusitada.
dura realidade para que ele não se perca nas nuvens d) ele passou cinco anos em Argel, onde deve ter sofrido
da fantasia. o indescritível.
Tudo é deslumbrante nesse livro, que simboliza melhor e) Tudo é deslumbrante nesse livro.
do que qualquer outro a infinita variedade da língua
espanhola para expressar a condição humana com 4. (VUNESP — 2023) Texto
todas as nuances, a fantasia que leva o ser humano a
transformar a vida. Em outras palavras, a forma como Trabalho a preservar
a literatura nos defende da frustração, do fracasso e
da mediocridade. São dignos de celebração os números que mostram a
O mundo estreito e provinciano de La Mancha, pelo expressiva queda do desemprego no país ao longo do
qual Dom Quixote e Sancho fazem sua peregrinação, ano passado, divulgados pelo IBGE.
pouco a pouco se torna, graças à coragem do deter- Encerrou-se 2022 com taxa de desocupação de 7,9%
minado cavaleiro andante, um universo de aventuras no quarto trimestre, ante 11,1% medidos 12 meses
insólitas, em que se entrelaçam audácia, absurdo e antes e 14,2% ao final de 2020, quando se vivia o pior
humor, para nos mostrar como a imaginação pode do impacto da pandemia. Trata-se da melhora mais
transformar o tédio em aventura e converter o cotidia- longa e aguda desde o fim da recessão de 2014-16.
no em uma peripécia inusitada em que se alternam o Isso não quer dizer, claro, que se viva um momento
maravilhoso, o milagroso, o patético – todos os mati- brilhante de pujança econômica e ascensão social. Há
zes de que se faz a vida. senões, a começar pelo rendimento médio do trabalho
Em livro recente, o crítico Santiago Muñoz Machado de R$ 2.808 mensais – que, embora tenha aumentado
analisa as biografias mais importantes do escritor recentemente, ainda é o menor em cinco anos.
Miguel de Cervantes para saber em que sociedade As médias, ademais, escondem desigualdades de
surgiu Dom Quixote. O leitor da obra de Muñoz Macha- todos os tipos. O desemprego entre as mulheres nor-
do encontrará tudo: o aparato jurídico que reinava na destinas ainda atinge alarmantes 13,2%, enquanto
Espanha enquanto Cervantes escrevia as aventuras entre os homens do Sul não passa de 3,6%.
de Dom Quixote, as festas populares, a propagação da Nada menos que 16,4% dos jovens de 18 a 24 anos em
feitiçaria, os crimes da Inquisição, a vida elevada dos busca de ocupação não a conseguem. Entre os que
artistas, a mentalidade militar à sombra da Coroa. se declaram pretos, a taxa de desocupação é de 9,9%,
Cervantes era um homem simples e miserável, aparen- ante 9,2% dos pardos e 6,2% dos brancos.
temente desde muito jovem. No começo da vida, um Pode-se constatar, de qualquer modo, que o merca-
crime o leva para a Itália. Como todos os humildes, do de trabalho se tornou mais favorável em todos os
ele se torna soldado. E guerreia em Lepanto contra os recortes, graças a um crescimento surpreendente da
turcos, quando não deveria, por causa de condição de economia, em torno dos 3% no ano passado.
que sofria. E, então, devido a raptores berberiscos, ele
passou cinco anos em Argel, onde deve ter sofrido o (Editorial. Folha de S. Paulo, 28.02.2023. Adaptado)
indescritível, sobretudo depois de suas tentativas de
fuga. Padres trinitarianos o salvaram, pagando seu Identifica-se uma expressão iniciada com artigo defini-
resgate. Na Espanha, tentou ir para a América, mas o do em:
Estado sequer respondeu às suas cartas. Ou seja, com
ele tudo acontecia de maneira tal que ele poderia mui- a) a expressiva queda do desemprego no país (1º
to bem se tornar ressentido. E, no entanto, a generosi- parágrafo).
dade e a hombridade de Cervantes estão mais do que b) com taxa de desocupação de 7,9% (2º parágrafo).
garantidas. Era um homem sem remorso, preocupado c) em busca de ocupação (5º parágrafo).
em elevar a vida de seus concidadãos. Um homem d) Entre os que se declaram pretos (5º parágrafo).
bom e idealista. e) um momento brilhante de pujança econômica e
Quando li Dom Quixote, já havia muito tempo que lia ascensão social (3º parágrafo).
romances de cavalaria, nos quais o formalismo tentava
frear os excessos da época. Sob a ferocidade das bata- 5. (VUNESP — 2023) Leia o texto para responder à questão.
lhas surgiu um mundo de paz e ordem, segundo um pla-
no rígido destinado a acabar com a espontaneidade que Casas amáveis
mostrava o mundo como ele é: pútrido e irremediável.
Será que, depois de tanto sofrer na vida, Cervantes tam- Vocês me dirão que as casas antigas têm ratos, gotei-
bém não tivesse buscado a mesma coisa? ras, portas e janelas empenadas, trincos que não
correm, encanamentos que não funcionam. Mas não
(Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. Disponível em: www.cultura. acontece o mesmo com tantos apartamentos novi-
76 estadao.com.br. Acessado em: 05.05.2022) nhos em folha?
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Agora, o que nenhum arranha-céu poderá ter, e as Os objetos de decoração eram todos de aparência
casas antigas tinham, é esse ser humano, esse clássica, certamente muito caros. Os quartos estavam
modo comunicativo, essa expressão de gentileza que arrumados e os banheiros eram de finíssimo gosto.”
enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora.
Havia o feitio da casa: os chalés, com aquelas rendas de Nesse fragmento estão destacados vários adjetivos
madeira pelo telhado, pelas varandas, eram uma festa, que, segundo as gramáticas, podem expressar esta-
uma alegria, um vestido de noiva, uma árvore de Natal. dos, características, qualidades e relações. Os dois
As casas de platibanda expunham todos os seus dis- adjetivos abaixo que expressam qualidades são:
parates felizes: jarros e compoteiras lá no alto, moças
recostadas em brasões, pássaros de asas abertas, a) pobre / azuis;
painéis com datas e monogramas em relevos de ouro. b) ampla / clássica;
Tudo isso queria dizer alguma coisa: as fachadas c) caros / finíssimo;
esforçavam-se por falar. E ouvia- -se a sua linguagem d) antiga / arrumados;
com enternecimento. Mas, hoje, quem se detém a e) velhas / solitário.
olhar para rosas esculpidas, acentos, estrelas, cupi-
dos, esfinges, cariátides? Eram recordações mediter- 7. (FGV — 2022) A frase abaixo que mostra uma forma
râneas, orientais: mitologia, paganismo, saudade. verbal gramaticalmente errada, é:
Agora, os andaimes sobem, para os arranha-céus vito-
riosos, frios e monótonos, tão seguros de sua utilidade a) Os turistas já tinham pagado a conta;
que não podem suspeitar da sua ausência de gentileza. b) Os vinhos provieram de Portugal;
Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas c) Os manifestantes interviram na discussão;
casas coloridas que exibem a todos os passantes d) O governo manteve o decreto;
suas ingênuas alegrias íntimas — flores de papel, aba- e) O aluno se esqueceu de trazer o livro.
jures encarnados, colchas de franjas — e suas riso-
nhas proprietárias têm sempre um Y no nome, Yara, 8. (FGV — 2023) Assinale a opção que mostra um empre-
Nancy, Jeny... Ah! não veremos mais essas palavras, go inadequado do demonstrativo destacada.
em diagonal, por cima das janelas, de cortininhas arre-
gaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril. a) Viva cada dia de sua vida como se fosse o último, pois
Afinal, tudo serão arranha-céus. um dia desses vai ser mesmo.
E eis que as ruas ficarão profundamente tristes, sem b) Os outros planetas não podem ter vida, mas não é fácil
a graça, o encanto, a surpresa das casas, que vão sen- neste também.
do derrubadas. Casas suntuosas ou modestas, mas c) Deste mundo nada se leva. Dos outros se trazem ape-
expressivas, comunicantes. Casas amáveis. nas pedras de laboratório.
d) Não vale a pena comprar estes que se vendem.
(Cecília Meireles. Escolha o seu Sonho. Adaptado) e) Em tempos como este é bom se lembrar que sempre
houve tempos como este.

Vocabulário: 9. (VUNESP — 2023) Leia o texto para responder à


Platibandas: espécies de mureta construída na parte questão.
mais alta das paredes externas de uma construção,
para proteger e ornamentar a fachada. Compoteiras: É Natal cada vez que você acompanha sua mãe na
elementos ornamentais parecidos com vasos. consulta ao médico, que explica de novo para seu pai
Monogramas: siglas formadas por uma ou várias como enviar fotos pelo WhatsApp ou que o convida
letras, conjuntas ou entrelaçadas, significando um para uma partida de xadrez. Basta uma gentileza, uma
símbolo ou a inicial, ou iniciais, de um nome. atenção, e você promove o ordinário a sagrado.
Cariátides: suportes arquitetônicos, originários da Gré- Já não carrego dinheiro vivo comigo, mas às vezes
cia antiga, que se apresentavam quase sempre com a saco algumas notas, a fim de ajudar quem está pas-
forma de uma estátua feminina e cuja função era sus- sando necessidade na rua. Outro dia, dei 20 reais para
tentar um entablamento. um senhor. Ele me disse: “Obrigado, hoje vou conse-
guir almoçar.”
Na passagem *... por cima das janelas, de cortininhas Todo santo dia, você faz alguma coisa legal. Empres-
arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.”, o ta o livro que mais ama para alguém que talvez não
diminutivo dos substantivos indica vá devolvê-lo. Fica com a chave da casa da vizinha e
entra lá para alimentar o gato, enquanto ela não volta
a) zombaria nos dois empregos. de férias, e carinhosamente o acaricia. Dá uma carona
b) crítica no primeiro emprego, e tamanho no segundo.
LÍNGUA PORTUGUESA

no seu guarda-chuva para alguém que saiu sem confe-


c) tamanho primeiro emprego, e intensidade no segundo. rir a previsão do tempo. Aceita o folheto que o menino
d) ironia no primeiro emprego, e desdém no segundo. entrega no semáforo, para que ele sinta que a tarefa
e) afetividade nos dois empregos. dele tem valor.
O Natal não é um dia santo para todos. Nem todos
6. (FGV — 2023) Observe o fragmento textual a seguir. creem, ou rezam, ou se comovem; para muitos é só
peru e pacotes embaixo de uma árvore artificial, for-
“A rua era pobre e a casa parecia antiga, com suas çando sorrisos igualmente artificiais. Mas todo santo
janelas azuis e as vidraças do lado externo, como nas dia a gente pode tentar acertar no presente.
velhas casas de Minas. Até mesmo sozinho em casa, isolado. Poderá ser o dia
Aproximei-me devagar e pulei o muro. Peguei a cha- especial em que você decidirá perdoar a indiferença
ve no solitário vaso de plantas e entrei. A entrada era de alguém que nunca se importou com seu sentimen-
ampla, assim como a sala a seguir, com muitos móveis. to, o dia em que você desistirá de culpar um parente 77
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por uma limitação que, afinal, é só sua. O dia em que Segundo informações seguras, lá estavam fabricando
você abrirá um vinho e se despedirá serenamente de dinheiro falso brasileiro em volumes assustadores. E
um amor que se foi, sem mais tentar retê-lo. O dia em esse dinheiro estava sendo trazido para o Brasil pelos
que você apagará a postagem ofensiva que fez contra navios que atracavam no porto de Rio Grande, evitan-
uma pessoa que apenas discordou de você. Longe de do assim os rigores da alfândega do Rio de Janeiro.
mim causar pânico, mas nós mesmos podemos pro- Diante da delicada situação, as autoridades rio-gran-
vocar uns 10 Natais por dia, todo santo dia. Não são denses trataram de montar um rigoroso esquema de
feriados, e sim dias úteis – dias em que nós somos vigilância. Apesar dos esforços e da dedicação dos
úteis. agentes fiscais, nada se descobria nas cargas nem
nos passageiros. Por ordem oficial, os volumes eram
(Martha Medeiros. Todo santo dia. https://oglobo.globo.com, abertos a bordo dos navios, antes mesmo de serem
25.12.2022. Adaptado) descarregados. E os passageiros, por sua vez, eram
também revistados a bordo, minuciosamente.
Assinale a alternativa em que a palavra destacada Enquanto isso, o dinheiro falso continuava chegando
indica modo. ao Rio Grande do Sul e daí se espalhando para o resto
do Brasil.
a) Já não carrego dinheiro vivo comigo, mas às vezes Até então os fiscais concentravam as revistas somen-
saco algumas notas… (2º parágrafo) te nas cargas sólidas, mas quando resolveram revistar
b) “Obrigado, hoje vou conseguir almoçar.” (2º parágrafo) também as cargas líquidas tiveram uma tremenda sur-
c) … para muitos é só peru e pacotes embaixo de uma presa. O dinheiro falso estava chegando ao porto de
árvore artificial… (4º parágrafo) Rio Grande dentro de barris de vinho, acondicionado
d) O dia em que você abrirá um vinho e se despedirá em latas vedadas com resina e bem fixadas no fundo
serenamente de um amor que se foi… (5º parágrafo) dos barris, para evitar que fossem percebidas quando
e) … apagará a postagem ofensiva que fez contra uma os barris eram sacudidos.
pessoa que apenas discordou de você. (5º parágrafo) Apesar de ter sido descoberta a trapaça, os nomes
dos trapaceiros foram mantidos em sigilo, possivel-
10. (FGV — 2022) As preposições podem ter valor grama- mente para preservar a imagem de alguns figurões
tical, quando são exigidas por um termo anterior, com da época. Aliás, um procedimento ainda em voga nos
presença obrigatória, e valor nocional quando são empre- dias de hoje.
gadas para acrescentar alguma informação ao texto.
(Eloy Terra, 550 anos: crônicas pitorescas da história do Brasil.
Adaptado)
Assinale a frase a seguir em que a preposição DE mos-
tra valor nocional.
A alternativa em que o acréscimo de vírgulas ao enun-
ciado está de acordo com a norma-padrão é:
a) Jamais alguém se arrependeu de ter-se acostumado a
madrugar e a ter-se casado jovem.
a) ... navios que atracavam no porto de Rio Grande,
b) Quando a história se encarrega de fazer teatro, o faz
evitando, assim, os rigores da alfândega do Rio de
maravilhosamente.
Janeiro.
c) Quem mais tempo sabe aproveitar mais certo está de
b) ... o dinheiro falso continuava, chegando ao Rio Gran-
ganhar.
de do Sul e daí, se espalhando para o resto do Brasil.
d) A vida necessita de pausas.
c) ... as autoridades rio-grandenses trataram de montar,
e) Aproveita bem o dia de hoje. um rigoroso, esquema de segurança.
d) ... acondicionado em latas vedadas com resina, e bem,
11. (CESGRANRIO — 2023) A frase em que a colocação fixadas no fundo dos barris...
do pronome destacado NÃO obedece aos ditames da
norma-padrão é: 13. (VUNESP — 2023)

a) Feliz é quem se dá o direito de estar bem. A bolsa – I / O achado


b) As pessoas nunca acostumam-se com a felicidade.
c) Agradar-nos-ia a ideia de que todos têm direito à paz. Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer
d) Viver a vida intensamente é o que lhe confere sentido. parte do globo um objeto qualquer. Existem pessoas
e) Afastando-nos de quem nos quer bem, saudamos a que acham carteiras, joias, promissórias, animais
solidão. de luxo, e sei de um polonês que achou um piano na
praia do Leblon, inspirando o conto célebre de Aníbal
12. (VUNESP — 2023) Machado. Mas este escriba, nada: nem um botão.
Por isso, grande foi a minha emoção ao deparar, no
A rota dos falsários assento do coletivo, com uma bolsa preta de senhora.
O destino me prestava esse pequeno favor: comple-
O primeiro derrame de dinheiro falso no Brasil, em tava minha identificação com o resto da humanidade,
grande escala, teve como ponto central de distribuição que tem sempre para contar uma história de objeto
o Rio Grande do Sul. Isso aconteceu em meados do achado; e permitia-me ser útil a alguém, devolvendo o
século XIX. No dia 10 de agosto de 1843, o Ministro que lhe faria falta.
da Fazenda Joaquim Francisco Viana determinou, em A bolsa pertencia certamente à moça morena que via-
ofício reservado, ao presidente do Rio Grande do Sul, jara a meu lado, e de que eu vira apenas o perfil. Sen-
Barão de Caxias, que estabelecesse séria vigilância tara-se, abrira o livro e mergulhara na leitura. Eu senti
sobre as cargas e os passageiros dos navios proce- vontade de dizer-lhe: “Moça, não faça isso, olhe seus
78 dentes de Portugal. olhos”, mas receei que ela visse em minhas palavras
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mais do que um cuidado oftalmológico, e abstive-me. iniciativas para tornar mais restrito o acesso acabam
Absorta na leitura, ao sair esquecera o objeto, que só barradas num Congresso em que o lobby armamentis-
me atraiu a atenção quando o lotação já ia longe. ta tem grande peso.
Assim, vi-me sozinho com a bolsa na mão. E para evi-
tar que na saída o motorista me interpelasse: “Ei, ó dis- (Editorial. Folha de S.Paulo, 17.05.2022. Adaptado)
tinto, deixa esse troço aí”, achei prudente envolvê-la no
jornal que eu portava. Já percebe o leitor que, a essa O uso do acento indicativo da crase está de acordo
altura, minha situação moral era pouco sólida, pois eu com a norma-padrão em:
procurava esconder do motorista um objeto que não
me pertencia, sob o fundamento de que pretendia res- a) Um jovem de 18 anos dirigiu seu carro por cerca de
tituí-lo à dona; como se eu conhecesse essa proprietá- 300 km e foi à um supermercado em Buffalo, no esta-
ria mais do que ele, motorista. do americano de Nova York.
Assim, embuçada convenientemente a coisa, como b) Os Estados Unidos convive com a permissividade da
algo tenebroso que convinha esquivar à curiosidade legislação do país, o que torna mais difícil a restrição
pública, paguei com dignidade a passagem e saltei à obtenção de armas.
sem impugnação. c) As iniciativas para limitar à circulação de armas aca-
bam barradas num Congresso em que o lobby arma-
(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado) mentista tem grande peso.
d) Gendron chegou à ser submetido a uma avaliação
Assinale a alternativa que reescreve, nos parênteses, o mental e, ainda assim, conseguiu comprar legalmente
trecho destacado, de acordo com a norma-padrão de um rifle de altíssima letalidade.
regência verbal. e) Suspeita-se que Payton Gendron tenha cometido o
massacre devido à motivações decorrentes das teo-
a) ... pertencia certamente à moça morena que viajara a rias racistas conspiratórias.
meu lado... (de que sentara)
b) ... e de que eu vira apenas o perfil. (a que eu 15. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à
contemplara) questão.
c) ... ao sair esquecera o objeto ... (descuidara-se do
objeto) Quando ouvir Beethoven, é hora de tirar o lixo
d) ... mas receei que ela visse em minhas palavras...
(temi a que) “Pour Elise”, de Beethoven, é música onipresente em
e) ... achei prudente envolvê-la no jornal que eu portava. lições de piano, mas para os moradores de Taiwan,
(ao qual eu transportava) o jingle1 é um chamado à ação, o início de um ritual
noturno, um sinal para amarrar as sacolas plásticas e
14. (VUNESP — 2022) descer: é hora da coleta de lixo.
O caminhão de lixo amarelo e o caminhão de recicla-
Mais um massacre gem branco param na rua, os coletores descem e colo-
cam uma série de latas separadas para papel, plástico,
No sábado (14.05), um jovem de 18 anos dirigiu seu vidro, metal, comida crua (para adubo) e comida cozi-
carro por cerca de 300 km até um supermercado loca- da (para ração de porcos).
lizado em Buffalo, no estado americano de Nova York. Nos minutos seguintes, a rua desanimada se trans-
Com um rifle semiautomático nas mãos, abriu fogo forma em algo semelhante a uma festa de bairro à
contra pessoas que estavam dentro e fora do estabe- medida que moradores, velhos e jovens, convergem
lecimento, matando dez e ferindo três. de todas as direções para os caminhões. Eles vêm a
Embora as motivações do massacre ainda estejam pé, de bicicleta e de scooter, com o lixo já separado em
sob investigação, suspeita-se que Payton Gendron sacolas plásticas.
tenha sido estimulado, em seu ato insano e abomi- A coleta de lixo varia em todo o mundo, mas nenhum
nável, por teorias racistas conspiratórias que têm dei- lugar faz como Taiwan. Nas cidades ou vilas rurais,
xado as franjas do extremismo para ganhar cada vez faça chuva ou faça sol, você encontrará pessoas com
mais adeptos nos Estados Unidos. sacolas na beira da estrada esperando os caminhões
Se o ominoso extremismo de direita aparece como de lixo. Alguns passam o tempo olhando para seus
provável motivação do atentado em Buffalo, é o aces- celulares. Outros atualizam as fofocas e conversam
so praticamente irrestrito a armas, inclusive às de uso com os vizinhos. Estão com os ouvidos abertos para
militar, que torna morticínios do tipo tão comuns nos os primeiros compassos da música.
EUA. O tiroteio de sábado foi o 198º, somente neste Há os tipos antissociais que só querem despejar seu
LÍNGUA PORTUGUESA

ano, no qual ao menos quatro pessoas foram mortas lixo e ir embora, e também moradores de apartamen-
ou feridas, segundo a ONG Gun Violence Archive. tos de luxo que têm funcionários para realizar a tarefa.
O fato de Gendron ter sido submetido a uma avaliação Ainda assim, as pessoas dizem que poder ver rostos
mental há pouco menos de um ano, em razão de uma familiares tem sido uma fonte de satisfação.
ameaça de ataque suicida feita quando era estudante, Recentemente em Taipei2, Kusmi, de 52 anos, recebeu de
e ainda assim conseguir comprar legalmente um rifle uma amiga um recipiente com espaguete e laranjas. Lin
de altíssima letalidade, exemplifica bem a permissivi- Yu-wen, de 78, ajudou sua vizinha e amiga de longa data,
dade da legislação do país. Yu Tzu-tsu, de 91, a jogar fora uma pilha de jornais velhos.
Calcula-se que existam em solo americano cerca de Lin e Yu têm idade para se lembrar dos dias em que as
120 armas para cada 100 habitantes, fazendo dos ruas de Taipei ficavam cheias de lixo e os aterros da
EUA, de longe, o líder mundial em número per capita. ilha transbordavam. A situação tornou-se tão insupor-
Apesar do firme compromisso do presidente Joe Biden tável que, a partir da década de 1990, o poder público
com a reforma das leis sobre o tema, as principais resolveu agir. 79
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Em Taipei, os moradores foram obrigados a comprar Na evolução estrutural dos parágrafos, há sempre
sacos de lixo azuis emitidos pelo governo, criando um palavras que se prendem aos anteriores – exceção
imposto sobre o lixo a fim de diminuir a quantidade de evidente feita ao parágrafo inicial –, produzindo o que
resíduos; mais de quatro mil pontos de coleta foram chamamos de coesão.
instalados; a maioria das lixeiras públicas foi removi-
da; e multas foram aplicadas. Tudo isso faz parte de Os parágrafos do texto 1 que são totalmente inde-
uma política de gestão de resíduos segundo a qual “o pendentes dos anteriores, em termos formais, são os
lixo não pode tocar o chão”. As medidas funcionaram. parágrafos
Em 2017, Taiwan teve uma taxa de reciclagem domés-
tica de mais de 50%, perdendo apenas para a Alema- a) 1 e 2.
nha, segundo a empresa de consultoria Eunomia. b) 2 e 3.
O jingle tornou-se definitivamente parte integrante da trilha c) 1 e 3.
sonora de Taiwan, visto que atrai uma multidão de forma d) 4 e 5.
tão confiável que, quando a cidade de Tainan se atreveu e) 3 e 5.
a mudar e transmitir aulas de inglês, ninguém apareceu.
17. (FGV — 2022) As palavras no texto podem apresentar
(Amy Qin e Amy Chang Chien. https://www.estadao.com.br/ um sentido denotativo ou um sentido conotativo; no
internacional. Tradução de Lívia Bueloni Gonçalves. Acesso em:
discurso parlamentar abaixo há uma série de exem-
26.05.2022. Adaptado)
plos de linguagem figurada.
“Senhores deputados: o projeto que nos foi apresenta-
1. jingle: mensagem publicitária musicada de curta
do é uma colcha de retalhos feita a partir de projetos
duração
anteriores e, portanto, sem nada que nos leve a apro-
2. Taipei: capital de Taiwan
vá-lo. Um desses retalhos propõe a criação de um fun-
do para combater a fome, mas não indica como obter
Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de
o dinheiro para isso; outro retalho mostra uma infinida-
concordância verbal e nominal.
de de problemas no interior do Brasil, que existem há
milênios, mas que estão sendo enfrentados pela admi-
a) Décadas atrás, ia de mal a pior os serviços de gestão
nistração atual; a verdade é que há muitos problemas,
de resíduos em Taiwan.
mas as soluções são difíceis...”.
b) Basta os primeiros acordes de “Pour Elise”, e velhos
e jovens surgem trazendo os sacos de lixo para os
O segmento destacado que exemplifica uma metoní-
caminhões.
mia, é:
c) São exemplares a participação dos habitantes no pro-
jeto “o lixo não pode tocar o chão”.
a) “...o projeto que nos foi apresentado é uma colcha de
d) Existem pessoas que entregam o lixo e vão embora, o
retalhos feita a partir de projetos anteriores...”.
que as torna menos simpáticas para alguns vizinhos.
b) “...mas não indica como obter o dinheiro para isso”.
e) Tratam-se de questões públicas de saúde e bem-estar
c) “...mas que estão sendo enfrentados pela administra-
saber administrar adequadamente o descarte do lixo.
ção atual”.
d) “Um desses retalhos propõe a criação de um fundo...”.
16. (FGV — 2022) Texto 1
e) “...a verdade é que há muitos problemas, mas as solu-
ções são difíceis...”.
Índio
18. (FGV — 2022) A questão desta prova é elaborada a
Uma das consequências das Cruzadas (séculos XI a
partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua
XIII) foi a descoberta das riquezas do Oriente: tecidos,
capacidade em interpretar e compreender textos,
pedras e metais preciosos, especiarias.
assim como em redigir de forma correta e adequada.
Tudo isso passou a ter um valor extraordinário para os
europeus do século XV (a canela chegou a valer mais
“As pessoas não param de confundir com notícias o
do que o ouro!). E assim as grandes navegações para
que leem nos jornais.”
a Ásia se tornaram financeiramente atrativas.
O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo em
Essa frase critica um aspecto dos jornais, que é
pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas já
faziam isso muito antes dele), consegue, na Espanha,
a) o apelo às fake news.
em 1492, o patrocínio dos reis Fernando II e Isabel I
b) o desinteresse por temas nacionais importantes.
para uma viagem à Índia.
c) a ausência de critério na seleção de notícias.
Para chegar lá, os portugueses desciam até o final da
d) a falta de credibilidade das fontes.
África e dobravam à esquerda. Colombo, que sempre
e) o despreparo dos jornalistas em geral.
adorou viver na contramão da História, sai da Espanha,
no dia 3 de agosto, e dobra à direita, convencido de
que a Terra era redonda. 19. (FGV — 2022) Há diferentes exemplos de intertextuali-
Acertou na forma, mas errou no cálculo do diâmetro. dade. Todas as frases abaixo mostram intertextualida-
Colombo chega às Bahamas, em 12 de outubro, e de; a opção em que é exemplificada uma alusão, é:
acha que alcançou a Índia. Por isso, ao ver uns selva-
gens locais, Colombo os chama de índios. Pronto, o a) Minha terra tinha palmeiras, mas já mataram todos os
nome ficou e o erro se consagrou: a partir daí, todo sel- sabiás;
vagem, nu ou seminu, passou a ser chamado de índio. b) Já que todos devem trabalhar e meus netos vão ficar
sozinhos, digam a todos eles que fico;
(PIMENTA, R. Casa da Mãe Joana, curiosidade na origem das c) É o que dizia meu pai: “Problema que se resolve com
80 palavras, frases e marcas. Ed. Campus. Rio de Janeiro-RJ. 2002) dinheiro, não é problema”;
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d) O lema da campanha já era conhecido: “Senta a pua!”;
e) A nova cozinheira fazia pratos horríveis, mas dizia
como o famoso chefe francês “Marravilha!”.

20. (FGV — 2023) Em todas as frases abaixo ocorre o


emprego do verbo haver; a frase em que esse verbo foi
substituído por outro de sentido equivalente, de forma
adequada, é:

a) Sobre o banco havia três meninas, próximas umas das


outras / aboletavam-se;
b) Houve um acidente grave na porta do supermercado /
Transcorreu;
c) No dia seguinte, havia ainda cinzas na lareira /
acomodavam-se;
d) Em quinze dias haverá uma nova churrascaria no bair-
ro / será erguida;
e) Há um ninho no galho mais alto da jaqueira /
Instalou-se.

9 GABARITO

1 C

2 E

3 D

4 A

5 E

6 C

7 C

8 D

9 D

10 E

11 B

12 A

13 C

14 B

15 D

16 C

17 C

18 A

19 B

20 A
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES

81
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ANOTAÇÕES

82
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Análise do exemplo:
A notícia apresenta várias “partes”, que devem ser
levadas em conta para a interpretação. O título “La
primera escuela pública secundaria argentina con
LÍNGUA ESPANHOL el nombre ‘Quino’” é a primeira delas. A seguir, em
itálico, temos o lide (resumo antes da notícia), e depois
o texto propriamente dito. Além de todos os aspectos
presentes no texto, como diferentes tempos verbais,
vocabulário e conectores, é importante observar tam-
COMPREENSÃO DE TEXTOS ESCRITOS
bém a fonte do texto, que, nesse caso, é um site dedi-
EM LÍNGUA ESPANHOLA cado a informações sobre Quino.

IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS, EXPLÍCITAS z Tirinhas/Histórias em Quadrinhos


E IMPLÍCITAS, RELAÇÕES INTRATEXTUAIS E
INTERTEXTUAIS
Os personagens mais comuns em tirinhas em espa-
nhol são Mafalda, Quino e Gaturro. As histórias em
Leitura e Interpretação de Textos
quadrinhos geralmente trazem linguagem mais colo-
A prova de idiomas é baseada na interpretação quial, uso de gírias e expressões idiomáticas (que serão
de diferentes tipos textuais, geralmente, tirinhas, abordadas em outro momento). Por isso, podem pare-
poemas, letras de música, anúncios publicitários e cer simples, mas contêm temas complexos que mere-
textos jornalísticos em prosa. Para realizar uma boa cem sua atenção ao responder às questões. Exemplo:
interpretação, é necessário praticar a leitura e execu-
tar questões anteriores. No entanto, em alguns casos,
também vemos a presença de conteúdos gramaticais
sendo cobrados nas provas de língua estrangeira. Por-
tanto, também abordaremos esses conteúdos mais
adiante.
A seguir, destacamos alguns dos gêneros textuais
utilizados nas provas, com exemplos de cada um
deles.

z Notícias

As notícias aparecem com temas diversos, desde


assuntos mais sérios até temas de entretenimento,
como filmes e séries. Elas podem ser mais curtas ou
mais extensas. Exemplo:

La primera escuela pública secundaria argentina


con el nombre “Quino”

Con alegría y emoción recibimos la noticia de que Análise do exemplo:


una institución educativa en Río Negro llevará el nom- A tirinha de Mafalda usa marcadores temporais
bre “Quino”. Se trata de la Escuela Secundaria Nro. 16, (cuando), verbos em tempos mais complexos como
ubicada en la ciudad de General Roca.
subjuntivo (sea) e imperativo (proba); utiliza também
El nombre fue elegido por todos los miembros de
um substantivo cuja tradução é bem diferente do por-
la comunidad educativa de la escuela, quienes parti-
ciparon en el proceso en plena pandemia, en octubre tuguês (“calle”, que traduzido é “rua”) e uma expres-
de 2020. Luego, una resolución del Consejo Provincial são que poderia causar confusão na compreensão
de Educación de la Provincia de Río Negro estableció (“pegarle a alguién”, que na tradução é “dar pancadas,
formalmente, a principios de marzo de este año, que bater em alguém”). Portanto, são vários conteúdos
la escuela lleve, de ahora en más, el nombre “Quino”. que o candidato precisa conhecer e identificar para
Es la primera escuela secundaria en Argentina que responder corretamente à questão proposta.
tendrá el nombre del humorista gráfico más querido
LÍNGUA ESPANHOL

por niños y adolescentes, quienes crecieron leyendo a z Anúncios Publicitários


Mafalda, su inigualable creación.
Pablo Iglesias Cortina, preceptor de la escuela Os anúncios parecem fáceis por terem menos
y quien lideró el proceso de selección del nombre, textos; no entanto, muitas vezes é necessário ter um
agregó: “Quino dijo en una entrevista hace algunos
conhecimento básico para entender essas poucas
años, cuando los libros de Mafalda llegaron a todas
palavras. Sem esse conhecimento, o anúncio não faz
las escuelas del país, que todo lo que hacía lo había
aprendido de sus maestras. Para nosotros eso fue sentido para o leitor. Além disso, nos anúncios publi-
como reivindicar lo poderosa que es la educación.” citários os elementos não verbais possuem grande
Fonte: https://www.quino.com.ar/post/la-primera-escuela-argentina- importância. São eles: imagem, cores, tamanho e for-
con-el-nombre-quino ma das letras, dentre outros. 83
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Lo observa detenidamente hasta que su otro yo
abrió los ojos, – no te asustes le dijo – mientras Gerar-
do trataba de mantenerse en pie. Gerardo intentó
expulsarlo de su cuarto pero su otro yo no le daba
importancia, diciéndole, cuando te calmes conver-
samos, en un tono normal como quien informa las
horas, y prosiguió. Este acá eres tú también, no te das
cuenta imbécil, o piensas que un ladrón ocuparía tu
rostro, tu cuerpo por acaso… Quieres que te lo expli-
que, te lo puedo explicar todo si lo deseas.
Gerardo respiró hondo y dejó salir un sí seco y sin
aire. Su otro yo le dijo – siéntate, es fácil de entender-
lo, no me llevará más que un par de minutos expli-
cártelo. Así Gerardo lo hizo, se sentó, puso las manos
Fonte: https://www.informabtl.com/las-estrategias-de-contenido-de-
pepsi-y-coca-cola-en-redes-sociales/ sudadas en las rodillas, tal vez para poder secarlas
con más facilidad mientras lo escuchaba.
Análise do exemplo: Fonte: https://www.idemespanhol.com.br/blog-titulo-03/
Neste exemplo, o leitor precisa entender que
“lunes” é segunda-feira. Assim, o sentido do anúncio é: Análise do exemplo:
se a segunda te ataca e vem forte, Pepsi pode te ajudar O texto encaixa-se no tipo narrativo, com alguns
e contra-atacar. O anúncio só provoca o efeito deseja- momentos de descrição. Além do conhecimento de
do se o leitor entender que “lunes” é segunda-feira e vocabulário, é importante também saber identificar
que, tradicionalmente, as segundas são dias complica- os tempos verbais presentes no texto, pois são muito
dos e com pouca energia para a maioria das pessoas. relevantes para construir uma correta interpretação.
Além disso, a imagem e as cores da Pepsi também Você pode encontrar mais exemplos em sites que
devem ser levadas em conta para a interpretação. têm textos de diferentes gêneros em espanhol. A
seguir, apresentamos uma lista de alguns deles:
z Contos/ Fábulas
„ Sites de notícias: Jornal El País, Folha de São
Os contos e fábulas são textos narrativos mais cur- Paulo, UOL Internacional ES, El Clarín;
tos; às vezes, há a presença de diálogos, outras vezes, „ Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/
não. Entre os momentos de narração, é possível obser- charge: Mafalda Oficial e Quino;
var também trechos de descrição, nos quais o uso de
„ Site de literatura: Instituto Cervantes Virtual.
adjetivos predomina. Esse conhecimento também é
importante para desenvolver uma melhor leitura e
Além desses sites, você pode conhecer mais a obra
interpretação. Exemplo:
de autores clássicos da língua espanhola, já que, mui-
tas vezes, os textos deles aparecem em prova. Alguns
Su Otro Yo
deles são Gabriel García Márquez, Julio Cortázar,
A la misma hora, todos los días, como un ritual Miguel de Cervantes e Jorge Luis Borges.
religioso Gerardo se levantaba a las 07.00h para ir al
trabajo, sin embargo, ese lunes fue el más diferente Dica
de todos.
Durante a leitura, não tente compreender o sig-
Así que se levantó se puso los anteojos y presin-
tió algo extraño, sin conseguir identificar lo qué. Por nificado de cada palavra ou traduzir palavra a
el cuerpo le recorría una sensación extraña, mezcla palavra, mas se esforce para entender o que o
de miedo, ansiedad y curiosidad. Se sentía sin aire enunciado (frase/oração) pretende dizer, no
buscando en si la respuesta que no tenía pregunta. geral. Foque na informação e não nas palavras
Al mirar hacia atrás un frio le congeló su pecho y sus isoladamente. Praticar a leitura e fazer provas
ojos. Los cerró y los volvió a abrir bruscamente mien- anteriores nunca será demais quando se trata de
tras se veía en su cama a si mismo. estudar para provas de línguas estrangeiras em
Una extraña sensación, poder describir su reac- concursos públicos.
ción, verse a si mismo de forma real e incrédula. Su
alma estática le temblaba en ese momento, Gerardo se z Técnicas para Melhor Compreensão de um
transformó en una figura inmóvil por fuera, hasta que
Texto
su otro yo (llamémosle así) abre los ojos, lo mira como
no sorprendiéndose por lo ocurrido y le dice:
„ Observar toda a estrutura: títulos, subtítulos,
– Buen día, no tengo ganas de ir a trabajar hoy, me
quedo, mientras Gerardo se entregaba a las baldosas pistas tipográficas – datas, números, gráficos,
de su cuarto por completo. Al recobrar en si, Gerardo figuras, fotografias, palavras em negrito ou
piensa que todo ha sido un sueño, una horrible pesa- itálico, cabeçalhos, referências bibliográficas,
dilla, pero no, es real. Su otro yo sigue en la cama dur- reticências... Todas as partes de um texto, seja
miendo, ocupando su lugar. ele verbal ou não-verbal, trazem informações
Gerardo se acerca, y comprueba que es él, que importantes que serão essenciais para a com-
extraño verse a uno mismo, ver detalles que nunca preensão. Elas complementam as informações
se había percibido o permitido observar. Bien confuso contidas no texto e, quando são analisadas
intenta descifrar lo que está ocurriendo ya que ahora antes mesmo da leitura do texto, tornam mais
84 sabe que es real. simples o entendimento geral;
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„ Após essa análise, é importante ler o enuncia- Na prova de língua estrangeira, é necessário iden-
do para entender qual aspecto foi solicitado. tificar o tópico frasal, sem, necessariamente, traduzi-
Marque as palavras principais do enunciado e -lo, mas compreender a ideia geral;
sua ideia geral e, caso seja necessário, escreva
na lateral o que você irá procurar no texto; z Desenvolvimento: é a parte central do parágrafo.
„ Leitura minuciosa: essa leitura busca encon- Ele funciona como uma sequência do tópico fra-
trar informações específicas, as informações
sal, a qual acrescenta informações e aprofunda
que foram solicitadas pelo enunciado, e consis-
a temática abordada. Essa profundidade pode se
te em buscar informações detalhadas, sem que
dar através de exemplos, citações de autores, apre-
seja necessário fazer uma leitura do texto com-
pleto. Nessa etapa/técnica, você exclui da leitu- sentação de dados e argumentos para explorar
ra as informações periféricas e se foca apenas melhor o assunto;
nas palavras-chave que podem levar à resolu- z Conclusão: é a parte final do parágrafo. Nela, é
ção da questão, ou seja, à compreensão da ideia apresentado o desfecho ou a conclusão sobre aqui-
geral e do que está sendo solicitado. Geralmen- lo que o restante do parágrafo já abordou.
te, essa leitura é feita de cima para baixo;
„ Leitura mais cuidadosa: essa parte deve levar Cada parágrafo é classificado de acordo com a fun-
em conta o vocabulário e a leitura mais com- ção que exerce dentro do texto no seu contexto geral.
pleta dos enunciados. Nessa leitura, é impor- Vejamos as suas classificações:
tante destacar as palavras desconhecidas e
tentar perceber seu significado através do con- z Introdução: localizada no início do texto, poden-
texto. Como citamos, não é necessário traduzir do ser constituída de um ou dois parágrafos. Esses
palavra por palavra e cada frase, pois o mais
parágrafos de introdução contextualizam o leitor,
importante é a compreensão geral do texto.
levando em conta que este não conhece o propósi-
to e o objetivo do texto;
COMPREENSÃO DE IDEIAS ESPECÍFICAS
EXPRESSAS EM PARÁGRAFOS E FRASES E A z Desenvolvimento: são os parágrafos que estão
RELAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS E FRASES DO no meio do texto. A quantidade desses parágrafos
TEXTO depende do tipo de texto. Em redações argumen-
tativas, por exemplo, tem-se dois parágrafos de
Para construir um texto, é necessário, primeira- desenvolvimento; já em textos acadêmicos, pode-
mente, construir os parágrafos e relacioná-los. Pode-se -se ter várias páginas populadas por parágrafos de
dizer, então, que o parágrafo é uma unidade interna desenvolvimento; nos textos jornalísticos apresen-
do texto. Assim, todos devem ser organizados em tor- tados em provas de concurso, temos entre dois e
no de uma visão específica sobre o assunto geral. quatro parágrafos de desenvolvimento.
Vale frisar que cada parágrafo de um texto deve ser
minimamente independente, conservando, porém, cer- Geralmente, os parágrafos de desenvolvimen-
ta relação com o anterior e com o tema geral proposto. to estão em maior número, pois exercem a função
Nos textos em língua portuguesa, isso é mais fácil de de maior extensão. Eles servem para aprofundar,
ser identificado, uma vez que estamos habituados ao uso ampliar, ou detalhar o assunto do texto;
dos elementos de coesão (ex.: conectores discursivos). Já
em língua espanhola, é comum que os candidatos apre- z Conclusão: são os últimos parágrafos do texto.
sentem certa dificuldade. Por se tratar de um idioma Esses parágrafos têm a função de retomar e de
diverso do português, os heterossemânticos – palavras
resumir o que já foi explorado nos parágrafos de
que, comparadas em dois idiomas, soam semelhantes,
desenvolvimento. Além disso, devem apresentar
mas se diferem no significado –, por exemplo, podem
os desfechos, as conclusões ou as críticas finais.
prejudicar suas performances em prova. Questões como
essa serão exploradas em tópicos seguintes.
Neste tópico, trabalharemos a importância dos Os parágrafos de conclusão podem ser mais exten-
parágrafos, bem como o modo de que se organizam, sos caso haja muitos pontos a serem retomados, ou
a fim de analisarmos a estrutura e a mensagem que podem ser resumidos em apenas um parágrafo quan-
cada um carrega para a composição do texto. do o conteúdo é mais curto, como em redações ou tex-
tos jornalísticos, por exemplo.
Estrutura e Características do Parágrafo
LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE
Cada parágrafo pode ser composto por um único
INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS EM UM OU MAIS
período ou mais, sendo o número de linhas variá-
TRECHOS DO TEXTO
vel (o mais importante é manter, minimamente, a
LÍNGUA ESPANHOL

estrutura). Devem apresentar um enfoque específico


Interpretar textos e localizar informações dentro
sobre o tema e, ao longo do texto, estabelece-se uma
relação entre eles, objetivando construir um conheci- do texto não necessariamente exige completo domí-
mento mais amplo. nio da língua. É possível responder às questões e
Estruturalmente, o parágrafo divide-se em: interpretar textos objetivamente utilizando técnicas
de leitura e localização de informações.
z Tópico frasal: é a frase que apresenta a ideia cen- Neste tópico, trataremos sobre duas técnicas cujos
tral do parágrafo, elaborada de modo conciso e nomes originais são em inglês, mas que são essenciais
claro. Ela indica, ao leitor, a mensagem central que para compreender textos de qualquer idioma, mes-
será abordada, contribuindo para a compreensão mo com conhecimento básico. São elas: scanning e
total do texto. skimming. 85
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Ao falar sobre essas técnicas, apresentamos tam- A técnica scanning serve para encontrar informa-
bém exemplos de textos em língua espanhola, apli- ções específicas. Já a técnica skimming está mais ligada
cando as técnicas e mostrando como encontrar as à observação das informações visuais e da estrutura
informações solicitadas sem ter conhecimento com- do texto, tais como: palavras destacadas, título, subtí-
pleto a respeito do idioma. tulo, autor, fonte, data, layout do texto, tabelas, fotos,
A base dessas duas técnicas é focar em encontrar referências, imagens, cores, expressões faciais (no
caso de tirinhas/desenhos) e outros.
algumas palavras-chaves e, através delas, inferir
É importante também buscar conhecimentos
as ideias centrais do texto. O objetivo delas é facili-
gerais em língua espanhola, ler e pesquisar notícias,
tar a leitura e o entendimento do texto mesmo sem curiosidades, fatos que estão acontecendo atualmen-
o conhecimento de todas as palavras e verbos que o te, pois qualquer um deles pode ser explorado na pro-
compõem. va de língua espanhola.
Lembre-se: as técnicas que serão explanadas a As duas técnicas juntas colaboram para a com-
seguir devem ser utilizadas não apenas no momento preensão geral e identificação de respostas. A com-
da prova, mas também antes, para exercitar e conse- preensão dos textos depende diretamente da sua
guir executar uma prova. melhor. capacidade de relacionar ideias, estabelecer referên-
cias e fazer deduções lógicas. Isso se aplica tanto à lín-
Scanning gua portuguesa como a qualquer língua estrangeira.
Além disso, com a prática de exercícios e de leitura,
Significa, em outras palavras, examinar detalha- esse processo torna-se mais natural e mais simples.
damente, identificar e compreender a mensagem das
Análise De Exemplos
frases, selecionar o vocabulário necessário para a
compreensão e encontrar os detalhes que serão essen-
z Texto 1
ciais para uma correta resposta.
A base dessa técnica é perceber algo específico,
Tipos de Turismo
singular, exclusivo, para poder responder uma ques-
tão. Portanto, essa leitura serve para procurar algo Muchas veces cuando nos referimos al turismo
em particular: um substantivo, uma data, um tempo cometemos el grave error de no poder diferenciar las
verbal, algo específico que foi solicitado pela questão. diversas ramificaciones que esta palabra puede conte-
ner. No es lo mismo estar hablando de turismo vaca-
Skimming cional que turismo de aventura, sin lugar a dudas si
lo que quieres es poder relajarte no te gustará la idea
Esta técnica auxilia no sentido de ler o texto mais de escalar una montaña o realizar expediciones en
rápido. Mas, diferentemente da técnica anterior, esta selvas. Es esta la razón principal por la cual aquí te
exige mais atenção ao texto como um todo, inclusive presentamos algunas de las tantas subdivisiones que
a sua estrutura, ao seu título, subtítulo, aos cognatos e contiene el turismo, cabe decir que cada año apare-
falsos cognatos, às primeiras e últimas linhas de cada cen nuevas formas debido al crecimiento de diversas
aficiones entre los turistas. Entre los tipos de turismo
parágrafo e também às informações não verbais, que
encontramos a:
são figuras, tirinhas, anúncios, gráficos, tabelas, cores
presentes, dentre outros.
„ Agroturismo
Usando as duas técnicas, é possível inferir a ideia
geral do texto, identificar o assunto e observar quais Modalidad turística en áreas agropecuarias, que
são especificamente as informações essenciais daque- proporciona el contacto directo con las actividades
le texto. Para isso, você pode seguir alguns passos: agrarias tradicionales. Práctica que permite el mejor
contacto entre el hombre, la naturaleza, los animales
z Concentração: sim, parece óbvio, mas a concen- y los procesos de producción.
tração é essencial para uma leitura eficaz;
z Ler cuidadosamente todos os parágrafos e obser- „ Cicloturismo
var se há palavras destacadas em caixa alta, negri-
to, itálico etc.; Turismo a bordo de una bicicleta para recorrer
z Analisar o significado e a relevância dessas pala- largas distancias. Consiste en viajar en bicicleta visi-
vras, que podem ser títulos, nomes próprios, pala- tando los lugares que se encuentra uno a su paso.
vras em outro idioma etc.;
z Atenção ao vocabulário! Não trave diante de „ Enoturismo
uma palavra desconhecida, mas, sim, busque iden-
Turismo dedicado a potenciar y gestionar la rique-
tificar qual pode ser o significado dela dentro do
za vitivinícola de una determinada zona. Las rutas del
contexto em que está inserida;
vino permiten visitar bodegas, museos del vino, res-
z Identifique as palavras-chave do texto e as desta- taurantes y practicar vinoterapia.
que.
„ Etnoturismo
Qual é a melhor técnica: scanning ou skimming?
Na verdade, as duas são eficientes, a depender do que También conocido como turismo étnico es un tipo
a questão está solicitando. É importante observar o de turismo dedicado a visitar etnias para conocer
objetivo da questão e ler as alternativas. más sobre sus costumbres, tradiciones y forma de
86 vida y cultura de las civilizaciones. Está directamente
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
relacionado con la revalorización de las culturas “mexicanos”, e suas variações, que podem constar
ancestrales. Es considerada como la parte más huma- no texto. A partir disso, encontramos o trecho “hoy
na de toda la actividad turística y es que busca involu- ya no soy mejicano ni hispano ni tampoco americano
crar al turista con la comunidad que visita. soy […] una sombra del pasado…”, traduzido por: “hoje
Fonte: http://www.blogitravel.com/2009/11/tipos-de-turismo- já não sou mexicano nem hispânico nem tão pouco
%C2%BFque-clases-de-turismo-existen/ americano […] sou uma sombra do passado…”, que
mostra esse conflito de identidades. Ao longo do poe-
Análise: o texto apresenta um texto do tipo infor- ma, o eu-lírico descreve as tradições que se perderam,
mativo, publicado em um blog de viagens. Isso pode e, por isso, mostra que ele não se identifica mais com
ser percebido utilizando a técnica skimming, lendo
nenhum povo. Resposta: Letra E.
apenas o título, as palavras destacadas no texto e a
fonte da qual ele foi retirado. Sendo assim, se a per- Vocabulário
gunta estiver focada no tema e objetivo geral do texto,
é possível respondê-la sem muita dificuldade. Para compreender melhor os textos, é necessário
Se a questão perguntar, por exemplo, sobre um um conhecimento mínimo a respeito do vocabulário.
dos tipos de turismo, é melhor utilizar as duas téc- A seguir, trataremos sobre alguns pontos relaciona-
nicas combinadas: com a skimming, buscar o tópico dos a esse tema.
abordado, e, com a scanning, detalhar o tópico e bus-
car palavras-chave para responder à questão. z Dias da Semana

Texto 2 Destacamos esse ponto pela diferença que há entre


os dias em português e em espanhol.
Oye, Pito, ésta es: la vida bruta de un boy
PORTUGUÊS ESPANHOL
mis tierras eran Domingo Domingo
nuevo méxico, colorado,
Segunda-feira Lunes
california, arizona, tejas,
y muchos otros senderos, Terça-feira Martes
aún cuando la luz existía Quarta-feira Miércoles
sonrientemente
en las palabras Quinta-feira Jueves
de mis antepasados... Sexta-feira Viernes
era entonces hombre, Sábado Sábado
maduro y sencillo
como los cerros y los peñascos,
Não destacamos com tanta ênfase os meses do ano,
y mi cultura era el atole,
el chaquehue, y los buenos días; porque sua escrita é parecida ao português e de fácil tra-
mi idioma cantaba dução. São eles: Enero, febrero, marzo, abril, mayo, junio,
versículos julio, agosto, septiembre, octubre, noviembre e diciembre.
por los cañones
z Heterossemânticos
de tierra roja
y tierra amarilla... São palavras que têm escrita semelhante ou igual
Hoy sí, hoy ya no soy mejicano ni hispano a outras palavras em português, portanto, mas na
ni tampoco americano, verdade seu significado é diferente. São chamadas
pero soy — y bien lo siento ser — também de falsos cognatos ou falsos amigos. A seguir,
una sombra del pasado listamos algumas dessas palavras:
y un esfuerzo
hacia el futuro... ACREDITAR PRESUNTO
SÁNCHEZ, R. Disponível em: www.materialdelectura.unam.mx.
Acesso em: 4 dez. 2017. Parece: acreditar Parece: presunto
Significado: creditar valor Significado: suposto
Questão: ao abordar a expropriação de territórios BERRO PROPINA
mexicanos pelos Estados Unidos, o eu lírico do poema
revela um(a): Parece: berrar, gritar Parece: propina
Significado: agrião Significado: gorjeta
a) Rejeição da língua utilizada por seus antepassados.
b) Desejo de pertencimento ao espaço estadunidense. BORRACHA CONCERTAR
c) Certeza de manutenção de suas tradições.
LÍNGUA ESPANHOL

Parece: borracha Parece: consertar


d) Reivindicação de um mundo unificado.
Significado: bêbada Significado: combinar
e) Sentimento de conflito de identidades.
CHULO RICO
Análise: o texto é um poema, o que inferimos Parece: chulo, algo ruim Parece: rico
ao observar a estrutura que o compõe: título, dis-
Significado: elegante, bonito Significado: encantador
posição do texto em forma de poesia. Isso é possível
perceber utilizando a técnica skimming. Já para res- CONOZCO SINO
ponder à questão proposta, é necessário utilizar a Parece: conosco Parece: sino
técnica scanning, que consiste em identificar as pala-
vras-chave da pergunta para poder procurá-las no tex- Significado: se não
Significado: conheço
(conjunção)
to. Essas palavras são: “expropriação”, “territórios” e 87
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„ Endereço de e-mail: Dirección de correo elec-
CRIANZA PELADO
trónico / de email;
Parece: criança Parece: nu „ Pasta: Carpeta;
Significado: criação Significado: careca „ Caixa de entrada: Bandeja de entrada;
DESPERTO LATIR
„ Caixa de saída: Bandeja de salida;
„ Carregando: Cargando;
Parece: latir, latido de
Parece: acordado „ Programa: Programa informático;
cachorro
„ Lixeira: Papelera de reciclaje;
Significado: esperto Significado: bater do coração „ Rede Social: Red social;
EMBARAZADA DIRECCIÓN „ Senha: Contraseña;
Parece: embaraçada, „ Tela: Pantalla;
Parece: direção „ Janela: Ventana.
envergonhada
Significado: grávida Significado: endereço
Palavras Mais Usadas em Espanhol
FECHA CUECA
Parece: fechar Parece: cueca Em 2015, o Jornal El Clarín fez um estudo que
levantou a quantidade de palavras registradas em
Significado: data Significado: dança chilena
espanhol e as variantes, e também destacou e publi-
FRENTE LARGO cou as 500 palavras mais usadas na língua espanho-
Parece: frente Parece: largo la. Essas palavras podem ser relevantes ao auxiliar
Significado: testa Significado: comprido
o estudante que não tem conhecimento sobre a gra-
mática e a ortografia da língua, mas que precisa com-
NOVELA PALADAR preender textos. Dessas 500, destacamos a seguir 50,
Parece: novela Parece: paladar acompanhadas de suas traduções, que são relevantes
Significado: romance/livro Significado: céu da boca ao candidato:

PELO TAZA
50 PALAVRAS MAIS USADAS EM ESPANHOL
Parece: pelo Parece: taça
Pero: porém Sino: senão
Significado: cabelo Significado: xícara
POLVO VASO Sus: seus Hecho: feito

Parece: polvo (animal) Parece: vaso Ya: já Mientras: enquanto


Significado: pó Significado: copo Fue: foi Además: além disso
APELLIDO VACÍO
Había: havia Hombre: homem
Parece: apelido Parece: vazio
Hasta: até Trabajo: trabalho
Significado: sobrenome Significado: vago
Solo: somente, só Mejor: melhor
z Internet e Tecnologia Yo: eu Nuevo: novo

Por se tratar de uma temática tão atual e relevante, Hay: há Decir: dizer
destacaremos alguns termos relacionados à internet e
Ni: nem Entonces: então
tecnologia que podem aparecer em suas questões:
Tiene: tem Luego: logo
„ Email: Correo Electrónico;
„ Desktop (Área de Trabalho): Escritorio; Mismo: mesmo Va: vai
„ Download: Descargar; Ahora: agora Tenía: tinha
„ Link: Enlace;
„ Pendrive: Lápiz de memoria; Embargo: no entanto,
Después: depois
„ Memory Card: Tarjeta de memoria; contudo
„ Mouse: Ratón;
Aunque: ainda que Personas: pessoas
„ Website: Página Web;
„ Anexar: Adjuntar; Otro: outro Cuenta: conta
„ Anexar Arquivos: Archivos adjuntos;
„ Copiar: Copiar; Gobierno: governo Mujer: mulher
„ Colar: Pegar; Tan: tão Frente: testa ou diante de
„ Excluir: Borrar / Eliminar;
„ Desfazer: Deshacer; Según: segundo Punto: ponto
„ Imprimir: Imprimir;
„ Impressora: Impresora; Año: ano Dice: diz
„ Salvar: Guardar; Hoy: hoje Aún: ainda
„ Enviar: Enviar;
„ Escanear: Escanear; Ayer: ontem Fuera: fora
„ Scanner: Escáner;
General: geral Nadie: ninguém
88 „ Encaminhar: Adelante;
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„ Echar de menos: Sentir falta/saudade;
50 PALAVRAS MAIS USADAS EM ESPANHOL
„ Echar una mano: Dar uma mãozinha (ajudar
Desarrollo: alguém, fazer um favor);
Ante: diante „ Echar una cabezada: Tirar uma soneca;
desenvolvimento
„ Empinar el codo: Encher a cara, beber muito;
Hacia: na direção de Siglo: século „ En menos que canta un gallo / En un dos por tres:
Num piscar de olhos, rapidamente;
Fonte: https://www.clarin.com/sociedad/palabras-mas-usadas-
espanol-comunes-frecuentes-diccionario-real_academia_
„ Estar a dos velas: Estar sem dinheiro, estar
espanola_0_ByLqjSFvmg.html “duro”(a);
„ Estar pez: Estar por fora, não conhecer a
Expressões Idiomáticas situação;
„ Estar em la luna: Estar no mundo da lua
São expressões utilizadas no cotidiano e que, geral- (distraído);
mente, só fazem sentido para os nativos da língua, „ Estar hecho um ají: Estar com muita raiva;
porque geralmente têm um significado que não faz „ Hablar por los codos: Falar pelos cotovelos,
sentido se traduzido ao “pé da letra”. Nessas expres- falar muito;
sões, prevalece o uso da linguagem figurada. „ Meter la pata: Pisar no tomate, dar um fora;
„ No comerse un rosco: Levar um fora;
„ No dar pie com bola: Não dar uma dentro (não
Importante! acertar);
„ Rascarse la barriga/ Rasgarse la barriga: Não
Essas expressões são utilizadas tanto oralmen- fazer nada (não trabalhar ou estudar).
te quanto em diferentes gêneros textuais. Assim,
elas podem ser essenciais para responder uma Não há como destacar todo o vocabulário de dife-
questão. É importante conhecê-las para identifi- rentes temáticas, como saúde, alimentação, economia,
car seu significado no contexto. política, medicina, dentre outros, por serem muito
extensos, e quase “impossíveis” de serem decorados.
No entanto, quanto mais você buscar leituras em
„ ¿A santo de qué?: Por que cargas d’água?; espanhol de diferentes temas e gêneros textuais, mais
„ A cada dos por tres: Vira e mexe (com vocabulário acumulará e mais fácil se tornará a prova
frequência); para você!
„ A grande rasgos: Sem entrar em detalhes, a
grosso modo;
„ A lo mejor: Se calar;
„ A pierna suelta: Dormir à vontade;
ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES
„ A simple vista: À primeira vista; PARA COMPREENSÃO DE CONTEÚDOS
„ A buenas horas mangas verdes: Tarde demais SEMÂNTICOS E DOMÍNIO DO
(para fazer alguma coisa ou tarefa);
„ A las tantas: Muito tarde;
VOCABULÁRIO E DA MORFOSSINTAXE
„ Al dedillo: De cor e salteado (quando se tem DA LÍNGUA ESPANHOLA
conhecimento de um assunto);
„ Andar de capa caída: Andar desanimado; COMPREENSÃO DA FUNÇÃO DE ELEMENTOS
„ Andar com pies de plomo: Ficar com o pé atrás LINGUÍSTICOS ESPECÍFICOS NA PRODUÇÃO DE
(suspeitar de alguém ou de alguma coisa); SENTIDO NO CONTEXTO EM QUE SÃO UTILIZADOS
„ Arrojar por la Borba: Abrir mão, perder;
„ Atar la lengua: Morder a língua; Heterossemânticos
„ Buscarle cinco pies al gato: Procurar chifre em
cabeça de cavalo; Neste tópico, vamos falar sobre os “heterosemán-
„ Cabeza de chorlito: Cabeça de vento; ticos”, que também são conhecidos como falsos ami-
„ Caer bien: Causar boa impressão; gos ou falsos cognatos. Mas, afinal, o que são palavras
„ Chapar: Estudar muito; heterossemânticas?
„ Comer la sopa boba: Viver às custas de alguém; Entenda que o sufixo hetero-, segundo o dicio-
„ Como Dios manda: Como manda o figurino; nário, significa algo distinto, diferente e oposto. Por
„ Como una cabra: Louco; outro lado, a palavra “semântico” é relativa à “semân-
„ Con pelos y señales: Em todos os detalhes, tin- tica”, ou seja, os sentidos e significados das unidades
tim por tintim; linguísticas. Deste modo, entende-se que as palavras
„ Contar faroles: Contar mentiras; heterossemânticas têm um significado distinto quan-
LÍNGUA ESPANHOL

„ Correr con los gastos: Pagar a conta; do comparadas com as de outra língua.
„ Cuando las gallinas meen: No dia de São Nunca;
„ Dar coba: Puxar o saco; HETERO + SEMÂNTICO = DIFERENTES
„ Dar ganas de: Sentir desejo/vontade de; SIGNIFICADOS
„ Dar gato por liebre: Vender gato por lebre;
„ Dar una mano: Ajudar; As palavras heterossemânticas existem entre o
„ De tal palo, tal astilla: Tal pai, tal filho (os filhos português e o inglês, assim como existem entre as
puxam aos pais); línguas espanhola e portuguesa. A imagem, a seguir,
„ Decirle a uno cuantas son cinco: Botar os pingos exemplifica, de forma lúdica, situações de fala em que
nos “i”s; ocorrem equívocos derivados da semântica diferente
„ Dejar plantado: Dar o cano; entre palavras portuguesas e espanholas. Veja: 89
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de espalda, estaba borrando algo en una hoja, sentada
frente al escritorio. Con espanto vieron que bajo su
saco asomaba una cola peluda. El hombre agarró una
escoba y le pegó a la presunta abuela partiéndole una
muela. La niña, al verse engañada por el lobo, quiso
desquitarse aplicándole distintos golpes.
Entre tanto, la abuela que estaba amordazada,
empezó a golpear la tapa del sótano para que la saca-
ran de allí. Al descubrir de dónde venían los golpes,
consiguieron unas tenazas para poder abrir el cerro-
jo que estaba todo herrumbrado. Cuando la abuela
salió, con la ropa toda sucia de polvo, llamaron a los
guardas del bosque para contarles todo lo que había
sucedido.
Referencia: http://dumarti.com/habla/la-presunta-abuelita-falsos-
cognatos/

O texto é uma releitura da história clássica da


Chapeuzinho Vermelho, originalmente escrita por
O erro na comunicação parte da palavra “tapas”.
Charles Perrault. A seguir, foram elencados os falsos
Em espanhol, são chamados “tapas” os petiscos que
amigos presentes nele. Vejamos:
acompanham as bebidas nos bares. No entanto, na
língua portuguesa, conforme sabemos, “tapa” é um
„ Presunta: presumida, suposta;
tipo de golpe proferido por alguém que deseja agredir
„ Carpa: uvas;
outra pessoa.
„ Cachorro: filhote de qualquer animal;
As palavras heterossemânticas possuem a mesma
„ Latir: bater;
grafia, porém carregam significados muito distintos.
„ Oso: urso;
Leia o texto denominado La Presunta Abuelita e
„ Espalda: costas;
tente encontrar possíveis palavras heterossemânticas.
„ Rato: momento, pequeno espaço de tempo;
Destaque-as, para conferir o significado na sequência.
„ Berro: agrião (hortaliça);
„ Bolso: bolsa;
La Presunta Abuelita
„ Estofado: tipo de prato – ensopado com carnes
e legumes;
Había una vez una niña que fue a pasear al bos-
„ Ciruelas: ameixas;
que. De repente se acordó de que no le había compra-
„ Pelado: que não tem cabelo, calvo;
do ningún regalo a su abuelita.
„ Polvo: poeira, pó;
Pasó por un parque y arrancó unos lindos pim-
„ Apellido: sobrenome herdado dos pais;
pollos rojos. Cuando llegó al bosque vio una carpa
entre los árboles y alrededor unos cachorros de león „ Sobrenombre: apelido pelo qual te chamam
comiendo carne. El corazón le empezó a latir muy amigos e familiares;
fuerte. „ Salada: que tem muito sal, salgada;
En cuanto pasó, los leones se pararon y empezaron „ Borracha: bêbada;
a caminar atrás de ella. Buscó algún sitio para refu- „ Huellas: pegadas, marcas de pés;
giarse y no lo encontró. Eso le pareció espantoso. „ Borrando: apagando;
De lejos vio un bulto que se movía y pensó que „ Escritorio: mesa de trabalho, escrivaninha;
había alguien que la podría ayudar. Cuando se acercó „ Escoba: vassoura;
vio un oso de espalda. Se quedó en silencio un rato „ Muela: mandíbula;
hasta que el oso desapareció y luego, como la noche „ Tenazas: tipo de alicate;
llegaba, se decidió a prender fuego para cocinar un „ Cerrojo: cadeado;
torta de berro que sacó del bolso. Empezó a preparar „ Herrumbrado: enferrujado.
el estofado y lavó también unas ciruelas.
De repente apareció un hombre pelado con el saco Agora que já identificamos as palavras que podem
lleno de polvo que le dijo si podía compartir la cena provocar equívocos por possuírem significados distin-
con él. La niña, aunque muy asustada, le preguntó su tos daqueles que parecem possuir, vamos comparar
apellido. Él le respondió que su apellido era Gutiérrez, falsos amigos por meio de frases exemplificadoras.
pero que era más conocido por el sobrenombre Pepe. Primeiro, identificadas pelo marcador (•), foram elen-
El señor le dijo que la salsa del estofado estaba cadas frases que contêm alguma palavra semelhan-
exquisita aunque un poco salada. El hombre le dio un te ao português em sua grafia ou pronúncia. Depois,
vaso de vino y cuando ella se enderezó se sintió un identificadas pelo marcador (), foram dispostas fra-
poco mareada. ses que contêm a palavra de real significado daquilo
El señor Gutiérrez, al verla borracha, se ofreció a que se queria expressar.
llevarla hasta la casa de su abuela. Ella se peinó su
largo pelo y, agarrados del brazo, se fueron rumbo a z Alejarse: Me alejé de todas las energías negativas.
la casita del bosque. (Me afastei de todas as energias negativas.)
Mientras caminaban vieron unas huellas que
parecían de zorro que iban en dirección al sótano de „ Quedarse cojo: Alex sufrió un accidente de car-
la casa. El olor de una rica salsa llegaba hasta la puer- ro y se quedó cojo. (Alex sofreu um acidente de
90 ta. Al entrar tuvieron una mala impresión: la abuelita, carro e ficou aleijado.)
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z Grasa: Las carnes más baratas tienen mucha grasa. Largo x Corto
(As carnes mais baratas têm muita gordura.)

„ Graciosa: La película nueva de Disney es muy


graciosa. (O filme novo da Disney é muito
engraçado.)

z Taller: Mi papá tiene un taller mecánico. (Meu pai


tem uma oficina mecânica.)

„ Oficina: No estamos trabajando en la oficina


porque vendieron el edificio. (Não estamos tra-
balhando no escritório, porque venderam o
prédio.)
Dizer que algo é “largo” ou “corto” está relaciona-
z Firma: Tienes que echar una firma en ese contra- do com o comprimento de determinado objeto.
to de compra de productos. (Você tem que assinar
esse contrato de compra de produtos.) „ “La cuerda es muy larga.” (A corda é muito
comprida.)
„ Asignatura: La asignatura que más me gustaba „ “La chica tiene pelo corto.” (A menina tem cabe-
era geografía. (A matéria que eu mais gostava lo curto.)
era geografia.) „ Los días también son largos. (Os dias também
são longos.)
„ No me gustan las series porque son muy largas.
z Embarazada: Ana está embarazada y el hijo es de
(Não gosto de séries, porque são muito longas.)
Javier. (Ana está grávida e o filho é de Javier.) „ El camino hacia la escuela es corto. (O caminho
para a escola é curto.)
„ Despeinada: Me despierto despeinada totalmente.
(Eu acordo com o cabelo totalmente embaraçado.) Ancho y Estrecho

z Vaso: Tengo sed y pedí que me trajera un vaso de


agua. (Estou com sede e pedi que me trouxessem
um copo de água.)
z Maceta: La flor viene con una maceta artesanal. (A
flor vem com um vaso artesanal.)
z Exquisito: La paella más exquisita de mi vida, la
comí en Madrid. (A paella mais gostosa da minha
vida eu comi em Madrid.)

„ Raro: Es muy raro que Ana no haya venido a


trabajar hoy. (É muito estranho que Ana não
tenha vindo trabalhar hoje.)

z Azar: Nos encontramos en la calle al azar. (Nos


encontramos na rua ao acaso.)
Dizer que algo é “ancho” ou “estrecho” está relacio-
nado à espessura do que se está descrevendo.
„ Mala suerte: No gano nada porque tengo mala
suerte. (Não ganho nada, porque tenho azar.) „ El camino ancho es más largo. (O caminho largo
é mais longo.)
Adjetivos „ El camino estrecho es más corto. (O caminho
estreito é mais curto.)
A fim de compreender, com exatidão, textos em „ Algunos tienen hombros anchos. (Alguns têm
uma língua, é necessário possuir um acervo léxico ombros largos.)
LÍNGUA ESPANHOL

robusto, assim como para se comunicar, minimamen- „ Mujeres tienen las caderas anchas. (Mulheres
te, na modalidade oral. Os adjetivos são classes de têm os quadris largos.)
palavras que qualificam os substantivos, que, por sua „ La moda de los 90 eran camisetas muy anchas.
(A moda dos anos 90 eram camisetas muito
vez, são os nomes.
largas.)
Adjetivos podem compreender qualidades positi-
vas, negativas, de aspecto físico ou psicológico. Aten- Veja outros exemplos de adjetivos que são utiliza-
te-se aos exemplos apresentados a seguir, buscando dos para descrever aspectos físicos. Repare que estão
compreender os contextos em que serão utilizados. colocados frente a frente com seus antônimos.

„ Duro x Blando (Duro x Macio ou Mole) 91


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„ Pesado x Liviano (Pesado x Leve) É importante saber que hecha é diferente de echa.
„ Líquido x Espeso (Líquido x Espesso) Observe os exemplos:
„ Delgado x Grueso (Fino x Grosso)
„ Suave x Aspero (Suave x Áspero) „ Esta semana he comprobado, de hecho, que ten-
go que salir de vacaciones porque estoy cansada.
A seguir, há uma descrição acerca dos aspectos (Esta semana comprovei, de fato, que tenho que
físicos de dois objetos. Fique atento em como foram sair de férias, porque estou muito cansada.)
usados os adjetivos. „ Los constructores dijeron que las ventanas son
hechas de madera y vidrio. (Os construtores
„ La almohada coloreada es muy blanda y nada disseram que as janelas são feitas de madeira
pesada. Tiene un tejido suave como seda y se
e vidro.)
nota que es gruesa. Puede ser usada para que
duermas más cómoda y tenga buenos sueños.
O verbo echar, sem o “h”, tem outro sentido. Veja
os exemplos:
(O travesseiro colorido é muito macio e nada pesa-
do. Tem um tecido suave como seda e percebemos que
é grosso. Pode ser usado para que durma mais confor- „ Debemos echar la basura al basurero. (Deve-
tável e tenha bons sonhos.) mos jogar o lixo na lixeira.)
„ Estoy triste porque me echaron del traba-
„ Las faldas largas están de moda. Aunque tengas jo. (Estou triste, porque me demitiram do
las caderas anchas y seas bajita, te puede que- trabalho.)
dar muy bien con ese tipo de falda. La prenda de
la imagen es negra y lleva un tejido más áspero Esse verbo está estritamente relacionado com o
porque tiene dos camadas. contexto de fala. No primeiro exemplo, echar possui
sentido de “atirar” ou “jogar” algum objeto. Porém, no
(As saias compridas estão em moda. Ainda que segundo exemplo, ele ganha um sentido de “demis-
tenha o quadril largo ou seja baixinha, pode ficar mui- são”, que também pode ser interpretado como “atira-
to bem com esse tipo de saia. A peça da imagem é pre- do para fora do trabalho”.
ta e tem um tecido áspero, porque tem duas camadas) A seguir, veremos outros exemplos de uso do ver-
bo echar, a fim de compreender que, dependendo do
contexto, esse verbo denota significados diferentes.

„ Cuando algo está muy próximo, se acerca el


tiempo;

Termina rápido todos los proyectos que te echa enci-


ma el fin de curso. (Termine rápido todos os projetos,
porque está se aproximando o fim do curso.)

„ Algo que no sirve más, que no funciona;


Expressões Importantes
Estos tomates llevan mucho tiempo en la nevera y se
Algumas palavras, quando se juntam com outra, han echado a perder. (Esses tomates estão na geladeira
ou, ainda, a depender do contexto de fala, agregam há muito tempo e estragaram.)
significados que extrapolam o sentido literal dessa
mesma palavra. „ Acostarse, echar una siesta;
Vamos analisar o uso do verbo echar em diferen-
tes contextos e, consequentemente, a formação de Estoy muy cansada y me voy a echar un rato. (Estou
algumas expressões.
muito cansada e vou deitar um pouquinho.)
Na imagem a seguir, a expressão “echar de menos”
é utilizada com o sentido de “saudade”. Em espanhol,
„ Colocar algo en alguna cosa, añadir;
há duas formas de expressar saudade, quais sejam:
Echa sal a la ensalada porque está muy sosa. (Colo-
„ Echar de menos a alguien o alguna cosa. (Sen-
tir saudade de alguém ou de alguma coisa) que sal na salada, porque está muito sem gosto)
„ Extrañar a alguien o alguna cosa (Sentir sau-
dade de alguém ou de alguma coisa) „ Expulsar, demitir, romper contrato;

Estaban gritando tanto que los echaron del bar.


(Estavam gritando tanto, que os expulsaram do bar.)

„ No cumplir un trato. Arrepentirse.

Íbamos a alquilar el piso, pero echamos atrás por-


que estaba muy caro. (Íamos alugar o apartamento,
Referencia: http://www.blindpigs.com.br/2018/07/13/fazer-voce- porém voltamos atrás, porque estava muito caro.)
92 perder-ou-voce-vai-perder-pequeocio/
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A seguir, o exercício já resolvido propõe a análise Perceba que, nos dois exemplos, são usados verbos
da expressão destacada com o verbo echar e, dentre diferentes: volverse e quedarse. No entanto, ao com-
as três opções de verbos, a escolha daquele que pos- preender o sentido das frases em português, a tradu-
sua o mesmo significado. ção se dá com o mesmo verbo (ficar).
Isso acontece, porque, em espanhol, as expressões
z El jefe le dijo a Katia que le mandara el reporte para que indicam mudanças utilizam verbos diferentes
que le echara un vistazo. para cada contexto. No entanto, quando vamos inter-
pretar o texto, podemos ver que, em português, sem-
„ Fotocopiar;
pre terão as mesmas características a expressão de
„ Terminar ;
“ficar” ou de “tornar-se algo”.
„ Mirar.
A seguir estão descritos todos os verbos de cambios
usados em espanhol:
Nesse contexto, “echar un vistazo” tem o sentido de
“dar uma olhada rápida”.
„ Volverse;
z Uno de los chicos fue preso pues le echaron la „ Quedarse;
culpa „ Ponerse;
„ Hacerse;
„ Condenar; „ Convertirse.
„ Sentenciar;
„ Atribuir la culpa. Veja outros exemplos de frases com os verbos
ponerse, hacerse e convertirse:
Aqui, “echar la culpa” seria como “jogar a culpa”
sobre alguém. „ Conozco un chico que se hizo muy famoso
haciendo memes en internet.
z Cómo encontró 100,00 en la calle, echó la casa por
la ventana y compró unas ropas. (Conheço um garoto que ficou muito famoso,
fazendo memes na internet.)
„ Tirar la ropa vieja;
„ Echar los muebles por la ventana; „ Yo soy de las personas que siempre se ponen
„ Gastar mucho. rojas cuando tienen vergüenza.

Essa expressão vem de muito séculos atrás e carre- (Eu sou o tipo de pessoa que sempre fica vermelha
ga o significado de “gastar muito dinheiro”. No entan- quando tem vergonha.)
to, não há expressão equivalente no Português.
„ Incluso Jesus convirtió agua em vino.
z Papá me pidió si le podía echar una mano.
(Inclusive Jesus transformou água em vinho.)
„ Hacer el trabajo;
„ Tomar algo en las manos;
„ Ayudarle con algo.
Importante!
Nesse contexto, a expressão “echar una mano” tem Ao utilizarmos os verbos de cambio para a comu-
o mesmo sentido de “dar uma mãozinha”, como dize- nicação oral e escrita, devemos estar atentos a
mos em Português. Portanto, está relacionada a ofere- algumas regras sobre qual verbo utilizar, confor-
cer ajuda a alguém. me as mudanças, a permanência e o tempo. No
entanto, lembre-se de que a interpretação, para
Expressões que Indicam Mudanças
a língua portuguesa, quando encontramos esses
Em espanhol, existem cinco verbos que podem verbos em um texto, não muda.
indicar mudanças. São os chamados verbos de cambio
(verbos de mudança). Preste atenção nos exemplos
REFERÊNCIAS
dispostos a seguir:
ALONSO, R. CATAÑEDA, A. MARTÍNES, P. MIQUEL,
LÍNGUA ESPANHOL

„ Después de sufrir mucho, Ana se volvió inteli-


L. ORTEGA, J. y RUIZ, J.P. Gramática Básica del
gente y no más pasó por situaciones malas.
Estudiante de Español. Madrid: Difusión, 2006.
(Depois de sofrer muito, Ana ficou inteligente e MATTE BON, F. Gramática Comunicativa del
não passou mais por situações ruins.) Español, 2 Tomos. Madrid: Edelsa, 1998.
MORENO, C.; FERNÁNDEZ, G. E. Gramática con-
„ Cuando terminé el relacionamiento, me quedé trastiva del español para brasileños. Madrid:
sin amigos. SGEL, 2007.

(Quando terminei o relacionamento, fiquei sem


amigos.) 93
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LOCALIZAÇÃO DE REFERÊNCIA TEXTUAL ESPECÍFICA DE ELEMENTOS

Pronome Pessoal Sujeito

SINGULAR
1ª persona Yo
2ª persona Tú
3ª persona Él / Ella / Usted
PLURAL
1ª persona Nosotros / Nosotras
2ª persona Vosotros / Vosotras
3ª persona Ellos / Ellas / Ustedes

Inicialmente, vamos aprender sobre os pronomes pessoais e como funcionam quando são sujeitos na frase.
Usamos os pronomes para substituir pessoas ou coisas que são os sujeitos atuantes na oração. Assim, a frase fica
mais objetiva e mais concisa. Em espanhol, é comum que se omita o sujeito em algumas situações que vamos ver
mais adiante. Observe:

z Vosotros X Ustedes

Os pronomes vosotros/vosotras e ustedes possuem o mesmo significado e são usados para falar com outras
pessoas no plural, como “vocês”. A diferença é apenas geográfica, ou seja, vosotros é usado pelos falantes na
Espanha, enquanto ustedes é usado pelos falantes em toda América Latina.

z Tú X Usted

Os dois pronomes são usados para referir-se a uma pessoa no singular. Porém, neste caso, vamos relacionar
os pronomes a depender da situação de fala. O pronome tú é usado em situações informais de fala, enquanto o
pronome usted é utilizado para formalidades.
Exemplo: Se estamos falando com alguém de nossa família, utilizamos “tú”; ao falarmos com um chefe no tra-
balho, em uma situação mais formal, usamos “usted”.

Identificação dos Sujeitos

Como vimos anteriormente, os pronomes sujeito indicam quem é o agente dessa ação, e por isso, estão sempre
concordando com o verbo. No entanto, nem sempre o pronome estará visível em situações de fala e também de escrita.
Como saberemos quem é o sujeito dessa ação? É preciso estar atento ao verbo e as suas desinências – as termi-
nações dos verbos. A tabela a seguir mostra alguns exemplos de conjugação verbal e de como podemos identificar
o pronome quando ele não aparece ou está oculto.

z Verbos Terminados em AR

PRONOMBRES PRESENTE PRET. IMPERFECTO PRET. INDEFINIDO


Yo Estudio Estudiaba Estudié
Tú Estudias Estudiabas Estudiaste
Él / Ella / Usted Estudia Estudiaba Estudió
Nosotros Estudiamos Estudiabamos Estudiamos
Vosotros Estudiáis Estudiabais Estudiasteis
Ustedes / Ellos / Ellas Estudian Estudiaban Estudiaron

z Verbos Terminados em ER/IR

PRONOMBRES PRESENTE PRET. IMPERFECTO PRET. INDEFINIDO


Yo Aprendo Aprendía Aprendí
Tú Aprendes Aprendías Aprendíste
Él / Ella / Usted Aprende Aprendía Aprendió
Nosotros Aprendemos Aprendíamos Aprendimos
Vosotros Aprendeis Aprendiais Aprendistéis
Ustedes / Ellos / Ellas Aprenden Aprendían Aprendieron

94 Atente-se às seguintes dicas:


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z Exceto no pretérito indefinido, os verbos conju- „ Terca(o): alguém que tem um pensamento
gados na 2º pessoa do singular “tú” sempre termi- forte sobre algo, que não aceita que pode estar
nam em “s”. Exemplos: errado ou não é flexível com suas ideias;
„ Pereza: também pode ser encontrado como o
„ Espero que tengas un buen día: frases assim são termo “flojera”, que significa preguiça;
muito comuns e nela estão ocultos os pronomes „ Torpe: pessoa que não tem muitas habilidades
“(yo) espero que (tú) tengas un buen día”; manuais, desastrada, sem precisão;
„ ¿Sabes decir cuando empiezan las clases de „ Tacaña: alguém que não gosta de gastar
español del Instituto Cervantes?: essa pregunta dinheiro, avarenta.
está direcionada a “tú”, ainda que não apareça
o pronome; Dica
„ Cuenta a tus amigos las cosas que aprendiste
durante la vida: também está oculto o pronome Os verbos ser / estar em espanhol se relacionam
“tú” em aprendiste. também com a descrição de lugares, pessoas,
estados de ânimo e físicos. Porém, temos que
As conjugações na 3ª pessoa do plural, ou seja, estar atentos para uma mudança de significado
ustedes / ellos / ellas, sempre terminarão com “n”. se o termo é expresso com o verbo ser ou com
Observe o texto a seguir, a fim de compreender na o verbo estar.
prática alguns conceitos estudados.
„ Estar malo relaciona-se com “estar enfermo”,
Uma Breve Descrição que seria: não me sinto bem, posso estar doen-
te. Ser malo relaciona-se com “ser travieso” ou
Quién es… seja, alguém que faz maldades, que engana ou
faz travessuras;
„ Ser rico relaciona-se com “tener mucho dinero”,
ou seja, como em português, a pessoa é rica
financeiramente. Estar rico relaciona-se com
“estar sabroso un alimento” e é uma expressão
que também podemos usar em espanhol para
falar sobre momentos, sobre comida, sobre
lugares. Um exemplo disso seria “fuimos de via-
je al Atacama y lo passamos muy rico”;
„ Ser listo relaciona-se com “ser inteligente”,
uma pessoa sábia, esperta, muito astuta. Estar
listo relaciona-se com “algo está preparado”,
que em português dizemos “pronto”. Então, um
“Esta es Amália Martinez. Ella es colombiana y es exemplo seria: “la comida ya está lista, vengan
profesora de yoga. Amália está muy concentrada y a comer”.
súper tranquila. Además, es normalmente calma y
alegre. Especialmente hoy está ansiosa por sus nue- Pronomes Complemento e o que Fazemos
vas clases. Aparte de eso, hay algunos rasgos en la Diariamente
personalidad de Amalia que me parece importante
destacar. La chica de 27 años es muy estudiosa, pero Alguns verbos em espanhol necessitam de prono-
puede ser un poco lenta cuando no tiene habilidad mes complementares, ou seja, além dos pronomes pes-
para alguna situación. Resulta que ella es extrema- soais que aprendemos anteriormente, os pronomes
mente terca y no acepta que le digan que algo está complemento dizem que a ação desempenhada por
malo. En general, no tiene pereza para hacer sus este verbo recai sobre aquele que a está praticando.
actividades diarias, pero cuando está estresada pue- Veja o exemplo a seguir, que mostra uma conversa
de ser un poco torpe y quiebra algunos vasos si no entre Ariana e Marcus:
está atenta. Por fin, destaco que Amalia no es tacaña
para nada, porque le gusta mucho gastar dinero con Ariana: ¿Cuál es tu rutina por la mañana,
cosméticos y también le gusta regalarles a sus amigos Marcus?
cositas buenas.” Marcus: Bueno, me despierto a las 8 horas, me
ducho y me cepillo, me visto y me voy al tra-
Os adjetivos no texto apresentado estão desta- bajo. ¿Y tú?
LÍNGUA ESPANHOL

cados e se relacionam com a personalidade e com o Ariana: Me levanto a las 7 horas, hago los
estado físico e psicológico de Amalia. Algumas podem quehaceres y cocino el desayuno mientras los
parecer difíceis de entender, outras nem tanto. Antes niños se bañan. ¿Qué haces por la tarde?
de verificar os seus significados em espanhol, tente Marcus: Vuelvo del trabajo a las 5 horas, veo
inferir, por meio da leitura do texto e do contexto, televisión un rato y luego ceno con la familia.
quais são os significados para essas palavras. Depois, ¿Qué haces?
confira a seguir. Ariana: En la tarde trabajo por unas horas y
cuando llegan los niños del colegio, los ayudo
z Significados con las tareas. Ellos almuerzan y juegan un
rato también. Por la noche, cenamos y nos
„ Rasgos: características, marcas; acostamos a las 10 horas. 95
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Os verbos em negrito expressam ações que são z Irse x Ir: verbos com significados diferentes.
reflexivas, ou seja, que recaem sobre aqueles que as
praticam. „ Yo me voy a vivir en España – (verbo reflexivo
Perceba que não aparece o pronome pessoal, pois irse) significa ir embora de/para algum lugar
está oculto. No entanto, aparecem outros pronomes (Eu vou embora para morar na Espanha);
„ Vamos a tu casa porque necesitamos estudiar –
que chamamos em espanhol como pronombres refle-
verbo ir com sentido de movimento, deslocamen-
xivos. No quadro representado a seguir, estão desta-
to (Vamos a sua casa porque precisamos estudar).
cados os pronomes reflexivos que vão acompanhar os
verbos pronominais. z Cepillarse x Peinarse x Escobar: signicados diferentes.

PRONOMES REFLEXIVOS – VERBOS „ Me cepillo los dientes antes de desayunar – (ver-


PRONOMINALES bo reflexivo) (Escovo os dentes antes de tomar
Yo Me café da manhã);
„ Ella se peina el cabello cuando se ducha – (ver-
Tú Te
bo reflexivo) (Ela penteia o cabelo quando
Él / ella Se toma banho);
Usted Se „ Mi mamá escoba el piso de la casa todos los días
– O significado é o mesmo de varrer do português
Nosotros Nos (Minha mãe varre o chão da casa todos os dias).
Ellos / ellas Se
Ustedes Se Vamos analisar esta tirinha que utiliza os verbos
reflexivos e outros elementos importantes para a
compreensão:
Alguns exemplos que estão no texto e que ocultam
o pronome pessoal, que está entre os parênteses: z Texto 1

„ (Yo) me ducho;
„ (Yo) me cepillo (los dientes);
„ Los niños (ellos) se bañan;
„ (Nosotros) nos acostamos;
„ (Yo) me visto y me voy al trabajo.

Dica
Referência: https://spanishplans.org/2013/04/23/resources-for-la-
Rato x ratón rutina-diaria/
A palavra rato em espanhol possui uma gra-
A personagem discute com o gato sobre uma ativi-
fia semelhante ao português, porém não tem o
dade essencial e importante que deve ser feita todas
mesmo significado. Rato é espaço de tempo, um as manhãs antes de ir ao colégio. Refletem sobre
momento, um “tempinho”. “lavarse los dientes” (escovar os dentes) e também
Já a palavra ratón é usada para o animal, o roe- sobre “peinarse” (pentear o cabelo), pois são ativida-
dor: rato. des rotineiras.
No último quadro, a personagem deixa claro que o
Confira a seguir algumas dicas de verbos pronomi- mais importante é “leer los chistes del diário”. A pala-
nais que têm mudança de significado ou que podem vra “diário” também faz referência aos jornais que
são publicados “a diário”, ou seja, todos os dias. Além
significar a mesma coisa:
das notícias recentes, os jornais costumam publicar
nas páginas finais algumas tirinhas e histórias cómi-
z Acordarse x Olvidarse: os verbos significam coi- cas e engraçadas, que são os chamados “chistes”.
sas opostas, são antônimos. A seguir, apresentamos um texto denominado
“Como comen los españoles” para enfatizar e exem-
„ Me acuerdo que cuando era niña, no comía plificar as expressões relacionadas ao cotidiano. Exis-
mucho (Me lembro de quando eu era pequena, tem atividades comuns que fazemos com frequência
não comia muito); durante o dia, ou seja, estamos acostumados a fazê-las.
„ Ellos se olvidaron de coger las llaves sobre la Por isso, leia com atenção para refletir sobre o tema.
mesa (Eles se esqueceram de pegar as chaves
sobre a mesa). z Texto 2

z Despertarse x Acostarse: são verbos com signifi- Como comen los españoles
cados opostos, antônimos.
El desayuno de un día normal suele consistir tan
sólo en una taza de café, aunque es también habitual
„ Ella se despierta temprano para ir a trabajar acompañar el caliente café con leche con un cruasán
(Ela acorda muito cedo para ir trabalhar); u otra pasta. Mientras que el desayuno tradicional
„ Cuando estamos de vacaciones, nos acostamos americano incluye panqueques, panceta y huevos,
muy tarde (Quando estamos de férias, dormi- el español suele incluir los popularisimos churros,
96 mos muito tarde). espolvoreados con azúcar o mojados en chocolate.
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Los españoles suelen comer su almuerzo entre las
Yo Me
2 y las 4 de la tarde. Por ser la comida principal del
día, suele ser más abundante que la cena. Una comida Tú Te
típica tiene varios platos. El primer plato es la parte
Nosotros Nos
más ligera de la comida, consistente en una ensalada
o una sopa, mientras que el segundo plato suele ser
carne o pescado. El postre puede ser una pieza de fru- Não há diferença entre complemento direto e
ta, un típico flan español, o una tarta dulce. indireto para essas três pessoas. Destacamos que os
Aunque mucha gente come una comida completa, pronomes complemento são usados para fazer uma
la cena española suele ser mucho menos abundante referência a algo que já foi dito anteriormente, ou
que el almuerzo. Suele consistir en algo ligero como seja, retomar algum termo sem precisar repetir deter-
una ensalada, un sándwich o una selección de tapas. minada palavra. Exemplos:
Los españoles no suelen cenar temprano – aún más
z ¿Me llamó mi jefe? (Meu chefe me ligou?).
en los fines de semana o en verano –, entre las 9 y las
11 de la noche.
Sí, te llamó hace unos 10 minutos (Sim, ele te ligou
No, no es un mito. Sí, la famosa siesta existe en la faz 10 minutos).
realidad. Comenzó hace tiempo pues, tras comer la Temos alguém que pratica a ação, no caso, “el jefe”,
copiosa comida al mediodía, los campesinos necesita- e temos alguém que recebe essa ação, que, neste caso,
ban descansar y digerir antes de volver a los campos está expresso por “me” e por “te”.
a trabajar. Aunque este paro diario no incluye necesa-
riamente acostarse en una cama o sofá, los negocios y z Renata nos invitó a cenar en su casa (Renata nos
las tiendas cierran durante un par de horas y mucha convidou para jantar em sua casa).
gente vuelve a comer a su casa en familia.
Referência: adaptado de https://www.enforex.com/espanol/cultura/
Neste caso, temos alguém que pratica a ação de
costumbres-culinarias-espanolas.html “invitar” e alguém que a recebe, que está expresso na
frase por “nos”.
O verbo soler, como na frase “los españoles suelen Quando essa ação é recebida por pessoas ou por coisas,
é necessário diferenciar se é um complemento direto ou
comer el almuerzo...” aparece várias vezes no texto.
indireto. Observe o quadro de pronomes complemento:
Esse verbo significa “ter o costume” de fazer algo; no
caso do texto, refere-se aos costumes alimentares dos
PRONOME C. D. PRONOME C. I.
espanhóis. Outros exemplos:
Él / Ella Lo/ La Él / Ella Le
„ Cuando estamos com frío, solemos usar abrigo
Ellos / Ellas
o chaqueta (Quando estamos com frio, costu- Ellos / Ellas Los / Las Les
/ Ustedes
mamos usar moletom ou jaqueta);
„ El año pasado él solía ir a la iglesia todos los
Agora, atente-se aos exemplos para entender
miércoles (No ano passado ele costumava ir a quando o complemento se refere a pessoas ou a coisas
igreja todas as quartas-feiras). e quando se utiliza cada um deles.

As três refeições presentes no cotidiano dos espa- z Complemento Directo:


nhóis são:
– ¿Estás viendo esos anillos? (Você está vendo
„ Desayuno (café da manhã); estes anéis?)
„ Almuerzo (almoço); – Sí, ¿para quién los compraste? (Sim, para quem
„ Cena (jantar). você os comprou?)
– Los compré para mi novia. (Comprei eles para
minha namorada)
Observe a diferença entre as palavras cena e
escena. Neste exemplo, o complemento los é utilizado
A palavra cena refere-se à refeição que fazemos para fazer referência a um termo que já foi dito antes
pela noite, ou seja, o jantar. na conversa: “anillo”.
Já a palavra escena é referente à uma parte de um
filme, uma cena. z Complemento Directo:
LÍNGUA ESPANHOL

Pronomes Complemento Direto e Indireto – Yo conocí a Patrícia. (Eu conheci Patricia)


– ¿Cuándo la conociste? (Quando você a conheceu?)
Os complementos podem referir-se tanto a pessoas – La conocí cuando estábamos en Madrid. (Eu a
conheci quando estávamos em Madrid)
como a coisas. Existem diferenças entre os comple-
mentos diretos e indiretos quando nos referimos à 3ª
Aqui, vemos um outro exemplo com complemento
pessoa do singular e do plural. direto, porém, o feminino “la”. É importante perceber
Para uma melhor compreensão, vamos, primeiro, que o complemento direto funciona tanto com pes-
aprender os pronomes complementos que se referem soas como para objetos e coisas.
a: yo, tú y nosotros.
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Complemento Indirecto: A seguir, vamos aprender alguns conectivos que
expressam oposição e contraste de ideias.
– Mi madre cumple años esa semana. (Minha mãe
faz aniversario essa semana)
– ¿Qué vas a regalarle? (O que você vai dar de pre-
sente para ela?)
– Una zapatilla y una mochila de cuero. (Um tênis e
uma mochila de couro)

O complemento indireto “le” usado neste exemplo


refere-se à mãe do narrador. Basicamente, quando
usamos os complementos “le” ou “les”, estamos dizen-
do que algo será feito para alguém ou para algo.
Vejamos agora outro texto para compreender
melhor sobre pronomes em seu uso:

z Texto 3

La cura del SIDA vuelve a ser posible

Científicos daneses lograron hacer que el VIH que


se esconde en las células tras infectarlas, salga de su
“reservorio”, lo que permite que una vacuna actúe efi-
cazmente. Los resultados en laboratorio fueron alen- Referência: https://twitter.com/nikgaturro/
tadores y ya se está probando en humanos. status/672936120099934209?lang=he
A una semana de que los Institutos Nacionales de
Salud (NIH) anunciaran que detuvieron la prueba con Na tira acima, Gaturro, o personagem principal,
la vacuna HVTN 505 porque no fue eficaz contra el está sempre expondo ideias contraditórias, todas elas
VIH, nace una nueva esperanza. conectadas pela palavra “pero”. Esse conector expressa
Ahora, los científicos del Hospital Universitario ideias contrárias, ou seja, há uma quebra na expectati-
de Aarhus, en Dinamarca, están utilizando un nuevo va quando ele é seguida por “pero”. Outros exemplos:
enfoque para combatir el virus del VIH, y los testeos „ Shakira es colombiana pero la mayoría de sus
previos en laboratorio han dado resultados promete- canciones están en inglés (Shakira é colombiana,
dores, por lo que inician la fase de prueba en personas. mas a maioria das suas músicas estão em inglês);
El ensayo danés utiliza un tratamiento que obli- „ Quiero viajar, pero no tengo dinero para irme
ga al virus del VIH a salir de los llamados depósitos (Quero viajar, mas não tenho dinheiro para ir).
o reservorios que se forman en las células del ADN, y
con el virus “a la vista”, el sistema inmunitario natu- Outros conectores que possuem o mesmo significado:
ral del cuerpo puede destruirlo con la ayuda de una
vacuna. „ No obstante;
Si bien el procedimiento parecía funcionar con „ Sin embargo.
células humanas en el laboratorio, no se sabe todavía
si tendrá éxito en un cuerpo humano, declaró a The Atente-se ao seguinte trecho, retirado de uma notí-
Telegraph el Dr. Ole Sogaard, investigador de Aarhus. cia sobre as eleições constituintes no Chile:
“El reto ahora será conseguir que el sistema inmuno- Actualmente, Chile cuenta con un régimen presi-
lógico de los pacientes reconozca el virus y lo destru- dencial, donde el jefe de Estado ostenta el poder Eje-
ya. Esto depende de la fuerza y la sensibilidad de los cutivo. Sin embargo, en los últimos años han surgido
sistemas inmunológicos de cada persona”, señaló el cada vez más cuestionamientos hacia este modelo por
experto. quienes consideran que el mandatario tiene demasia-
Otras investigaciones similares se están llevando a das atribuciones.
cabo en Gran Bretaña a través de un trabajo en con- Referência: https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-
latina-57104668
junto de cinco universidades, y se enfocan en personas
que recientemente fueron diagnosticadas con VIH. Quando usado o conector “sin embargo”, enten-
El Dr. Sogaard agregó que la investigación en Dina- demos que há uma quebra da expectativa acerca do
marca sería para una cura eventual de las personas modelo governamental exposto na primeira oração.
ya infectadas, pero no para prevenir el VIH. Ele poderia ser substituído por “no obstante” sem
Disponível em: http://salud.univision.com/es/vih-y-sida/la-cura-del- mudança de significado.
sida-vuelve-a-ser-posible. Acesso: 26 ago. 2013.
z Sino x Sino Que
Conectores do Discurso
O uso desses conectores não expressa apenas uma
Conectores são palavras utilizadas para ligar ora- ruptura com a ideia esperada. Perceba que, além de
ções. Os conectores estão diretamente relacionados contradizer a primeira oração, ele apresenta uma pri-
com a coerência da oração, ainda que possam expres- meira oração negativa e, logo em seguida, corrige essa
sar diferentes ideias. É possível utilizá-los para contra- informação. Por isso, para usar “sino” ou “sino que”,
dizer ideias, corrigir informações, agregar e concluir é necessário que a oração comece com uma negação.
98 dependendo do contexto de fala. Atente-se aos exemplos que seguem:
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„ Ella no es mi hermana, sino es mi madre (Ela não é minha irmã, mas sim minha mãe);
„ Él no camina por la calle, sino que corre (Ele não caminha pela rua, mas sim corre);
„ Los alemanes no son solo tímidos, sino que son graciosos y a veces tiernos (Os alemães não são apenas tími-
dos, mas também são engraçados e as vezes fofos).

Importante!
Sino x Campana
Sino é um conector que expressa concessão.
As campanas são o que fazem barulho, os que tocam nas igrejas, em português, os sinos.

z Aunque

Logo na primeira frase do texto, podemos encontrar a palavra “aunque”, que também é um conector. Ela pode
ter um significado tanto adversativo como concessivo.
Exemplo: Aunque parezca algo del pasado, el diario personal vive su mejor momento (Embora pareça algo do
passado, o diário pessoal vive seu melhor momento).
Nessa frase, logo no início podemos verificar que há uma quebra de expectativa lógica, pois algo que pare-
ce, não é na realidade como se imagina. O conector aunque, quando assim usado, tem uma carga parecida com
“pero”, assim como nas frases a seguir:

„ Me gusta el arroz, aunque prefiero la pasta (Eu gosto de arroz, embora prefira macarrão);
„ Era muy joven, aunque con mucho conocimiento (Era muito jovem, embora com muito conhecimento).

Todavia, também pode carregar um significado concessivo, que está muito relacionado a um esforço para
realizar alguma ação:

„ Voy a viajar a España aunque tenga que vender todas mis cosas (Vou viajar para Espanha ainda que eu
tenha que vender todas as minhas coisas);
„ Aunque haya estudiado mucho, Ana no sacó buenas notas en los exámenes (Ainda que tenha estudado mui-
to, Ana não tirou boas notas nas provas).

z Texto 4

Querido diario: Apps móviles para llevar tu diario personal

Aunque parezca algo del pasado, el diario personal vive su mejor momento. Si lo piensas, redes sociales como
Facebook, Twitter e Instagram actúan como diario personal público, visible por todos.
Ahí publicamos fotografías y vídeos de nuestros mejores momentos, nos quejamos de un mal día o presumi-
mos de dónde estamos o qué vamos a hacer el fin de semana.
Pero el diario personal clásico, el que guardamos celosamente para nuestra propia lectura, ese sí que parece
vivir en el olvido, si bien siempre ha permanecido vivo gracias a un nutrido grupo de fieles, que como no podía
ser de otra manera, son discretos.
Por otra parte, el clásico diario personal en papel se puede iniciar a partir de cualquier libreta o bloc de notas
e incluso a través de aplicaciones online o apps móviles. Es más, cualquier app de escritura sirve para escribir
nuestro día a día. […]
Disponível em: https://blogthinkbig.com/. Acesso: 28 mai. 2020. [Fragmento]

Atenção! No texto, aparece a palavra “olvido” que tem relação com “olvidarse”. Lembre-se de que “olvidarse”
é esquecer e, então, associe que “olvido” é o substantivo: esquecimento.

Comparativos Irregulares

z Texto 5

Los mayores, los más afectados por la Covid-19


LÍNGUA ESPANHOL

La Covid-19 marcará un antes y un después en el devenir de las residencias de mayores. Por una parte, porque
los mayores han sido el segmento poblacional que más se ha visto afectado, tanto a nivel de contagios como de
fallecimientos. La causa ha sido, básicamente, su mayor vulnerabilidad, y, también, el rápido contagio registrado
en muchas residencias por no estar éstas preparadas para hacer frente a una pandemia como la que hemos vivido.
Referência: https://www.geriatricarea.com/2021/03/10/los-mayores-los-mas-afectados-por-la-covid-19/

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Para fazer comparações, podemos usar termos comparativos e expressões como “más que” ou “menos que”.
Há, no entanto, uma diferença entre comparações usando as palavras “mayor” e “más grande”, que, em espanhol,
são utilizadas em outros contextos. No quadro a seguir, é possível diferenciar esses diferentes usos:

COMPARATIVOS IRREGULARES EXEMPLOS SIGNIFICADOS


Mejor/ comparativo de Chocolate é muito melhor do que
El chocolate es mucho mejor que coliflor
superioridad couve-flor
Peor / comparativo de inferioridad He visto la peor película de mi vida Vi o pior filme da minha vida
Más grande/ se refiere al tamaño Mi casa es más grande que la tuya Minha casa é maior que a sua
Belo Horizonte es más pequeña que Sao
Más pequeño/ se refiere al tamaño Belo Horizonte é menor que São Paulo
Paulo
Menor/ se refiere a edad Tengo una hermana menor Tenho uma irmã mais nova
Los hermanos mayores son más Os irmãos mais velhos são mais
Mayor/ se refiere a edad
independientes independentes

z Además Y Aparte De

Esses dois conectores têm como função adicionar uma outra informação, agregar algo mais a frase. Os exem-
plos a seguir ilustram duas situações em que podem ser usados:

z Además de brasileños, son también argentinos;


z Eric trabaja como enfermeiro, aparte de ser músico.

„ no exemplo 1, además tem como função adicionar a informação de que, além de brasileiros, eles são
argentinos.
„ já no exemplo 2, aparte de agrega a informação de que além de ser enfermeiro, também é músico.

z Texto 6

¿Quién fue Che Guevara?

[...] En sus numerosos viajes por América Latina recogió los deseos de cambio y de justicia de los pueblos oprimi-
dos. “Ese vagar sin rumbo por nuestra Mayúscula América me ha cambiado más de lo que creí”, relató en una de las
crónicas posteriores a su segundo viaje.
El Che veía la injusticia. Además, era un marxista autodidacta que luchó por el socialismo para reemplazar
al capitalismo. “El deber de todo revolucionario es hacer la revolución”. Es el ícono de la izquierda en América
Latina y el mundo, rechazó las injusticias ante un sistema que generaba y aún genera profundas desigualdades
sociales.
Disponível em: https://www.telesurtv.net/. Acesso: 9 mai. 2020.

O verbo “reemplazar” carrega o mesmo significado de “sustituir”, ou seja, Che queria substituir o capitalismo
pelo socialismo na América Latina.
Quando o texto usa o verbo “rechazar”, quer dizer que recusa algo. Neste caso, Che recusava a injustiça social
e as desigualdades.
“Aún genera profundas desigualdades sociales”, ou seja, como o objetivo de Che não foi alcançado, as desigual-
dades persistem ainda hoje.

Preposicões

As preposições na língua espanhola acompanham os verbos em muitos sentidos e também tem poder de dar
sentido às frases. Porém, muitas vezes são utilizadas de forma distintas e acabam por provocar alguns equívocos.
Focaremos principalmente nos usos das preposições hasta e hacia.
O título de uma matéria de jornal destaca um dos possíveis usos da preposição hacia:

Referência: https://www.ruil.cl/2018/02/10/los-graves-prejuicios-hacia-pueblos-indigenas/

Agora, compare com as regras de uso destas duas preposições. Embora sejam parecidas, são usadas em situa-
100 ções diferentes:
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HASTA HACIA

Limite ou inclusão de algo Em direção a…, ou aproximadamente em relação ao tempo

Consigo ir hasta la otra ciudad, caminando (Consigo ir até Ellos están mirando hacia el cielo (Eles estão olhando para
a outra cidade caminhando) o céu)
Voy contigo hasta el paradero de autobuses (Vou contigo Empuje con fuerza hacia dentro (Empurre com força para
até o ponto de ônibus) dentro)
Tengo que despertarme hasta las 10:00 (Tenho que levan- La televisión llegó a Brasil hacia los años 50 (A televisão
tar até as 10:00) chegou ao Brasil por volta dos anos 50)
¿Hasta tú estás saliendo de casa? (Até você está saindo
de casa?)

Outro exemplo é a manchete de um jornal argentino que recentemente noticiou mudanças no censo demográ-
fico feito no país. A manchete dizia:
“Por la pandemia y el proceso electoral, analizan postergar hasta 2022 el Censo Nacional de Población”.
Ou seja, um novo prazo foi estabelecido para a realização desse censo, e agora o país tem até 2022 para
realizá-lo.

Advérbios

z Indicam Lugar

Para exemplificar melhor, vamos olhar para esta imagem e, a partir da localização dos objetos, aprender como
fazer referências de localidade:

Referência: https://www.profedeele.es/actividad/gramatica/preposiciones-adverbios-lugar/

„ Paco está fuera de la tienda, basicamente está delante de ella. Él está viendo que hay una tarta dentro de
la tienda;
„ Un poco lejos de Paco está la casa. Sobre la casa hay un pájaro que está debajo de un paraguas. La basura se
encuentra a la izquierda de la casa y luego, delante de la casa hay un gato;
„ La nube está arriba de la tienda y el avión está detrás de la nube. En el suelo, hay un árbol que se encuentra
entre Paco y el coche. La verdad, el coche está muy cerca del árbol.

Neste quadro, estão listadas palavras que utilizamos para localizar objetos e pessoas:

ADVÉRBIO SIGNIFICADO ADVÉRBIO SIGNIFICADO


Fuera de Fora de Dentro de Dentro de
Sobre = Encima de Sobre Debajo de Debaixo de
Arriba Acima Abajo Abaixo
A la izquierda A Esqueda A la derecha À direita
LÍNGUA ESPANHOL

Cerca Perto Lejos Longe


Delante de Diante de Detrás de Detrás de
Alrededor Ao redor Al lado Ao lado

z Indicam Tempo

Os advérbios de lugar também podem ser chamados de marcadores temporais. A partir deles, podemos espe-
cificar quando acontece determinada ação. Por isso, é importante estar atento a esses marcadores, que farão total
diferença na hora de entender quando está acontecendo, aconteceu ou acontecerá algo.
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Leia o texto a seguir e atente-se às palavras que aparecem destacadas:

z Texto 7

¿El cambio climático ya está afectando las estaciones?

¿Qué es la fenología y por qué nos debería importar? La fenología es el estudio del momento en que los even-
tos biológicos como la floración, la caída de las hojas, la hibernación y la migración suceden en relación con la
estación y el clima. A medida que el clima global se calienta, la fenología cambia: por ejemplo, los eventos como
la floración pueden ocurrir más temprano en el año. El análisis de la fenología es una gran manera de estudiar
algunos de los impactos medibles del cambio climático.
Disponível em: https://www.nature.org/. Acesso: 28 mai. 2020.

Os exemplos destacados são palavras importantes para expressar quando no tempo acontecem as ações. No
título, “ya” significa que a ação da mudança climática está acontecendo muito perto do presente. A palavra “tem-
prano” indica um adiantamento dos eventos de mudança climática e que afetarão as estações do ano mais “cedo”.
Na tabela a seguir, estão listados alguns advérbios de tempo:

Siempre Nunca Ya Antes Después A menudo


Frecuentemente Hoy Mañana Ayer Ahora Anoche

Alguns exemplos:

„ Ir a fiestas era algo que Juliana hacía muy a menudo (Ir a festas era algo que Juliama fazia muito
frequentemente);
„ Tenemos que lavarnos las manos siempre que llegamos a casa (Temos que lavar as mãos sempre que che-
gamos em casa);
„ Es posible verlo frecuentemente sentado delante de la casa (É possível vê-lo frequentemente sentado diante
da casa).

Esses três marcadores de tempo utilizados nos exemplos acima indicam que as ações acontecem repetida-
mente, com certa frequência. Ao contrário, podemos dizer que algo não acontece com tanta facilidade utilizando
“nunca” ou “casi nunca”.

„ La verdad es que nunca he leído la Biblia por completo (A verdade é que nunca li a Bíblia por completo);
„ No salgo de casa casi nunca, básicamente (Não saio de casa quase nunca, basicamente).

Os advérbios que marcam o tempo e indicam que determinada ação ocorreu no passado aparecem exemplifi-
cados nas seguintes frases:

„ No pude ir a la escuela ayer porque estaba enferma (Não pude ir a escola ontem porque estava doente);
„ Mi madre trasnochó anoche porque no conseguía dormir (Minha mãe passou a noite passada em claro por-
que não conseguia dormir);
„ Hace cosas ahora que no las hacía antes (Ele faz coisas agora que não fazia antes).

Lembre-se: ayer refere-se ao dia anterior, ou seja, ontem. Anoche é uma junção das palavras ayer + noche que
formam anoche e se refere à noite passada.

z Texto 8

Las madres y abuelas de Plaza de Mayo son un grupo de mujeres que desde 1977 demandan el retorno de
sus familiares desaparecidos durante la dictadura militar en Argentina. El grupo está compuesto sobre todo por
madres y abuelas de personas secuestradas, torturadas y desaparecidas, y recibe su nombre del lugar donde cele-
bran sus protestas: la plaza de Mayo de Buenos Aires, frente a la Casa Rosada, sede de la presidencia argentina.
Frecuentemente se juntan más personas a las protestas y del grupo inicial ya nacieron las asociaciones de
Madres y Abuelas de Plaza de Mayo, cuyos objetivos son recuperar a sus familiares desaparecidos y llevar ante la
justicia a los responsables de los crímenes de la dictadura.
Referencia: Adaptado de https://elordenmundial.com/quienes-son-las-madres-y-abuelas-de-plaza-de-mayo/

COMPREENSÃO DO SIGNIFICADO DE ITENS LEXICAIS FUNDAMENTAIS PARA A CORRETA INTERPRETAÇÃO DO


TEXTO

Tratando-se de comunicação em qualquer idioma, seja de maneira oral ou escrita, é essencial que haja clareza,
coerência e coesão. Na linguagem escrita, para que o texto seja claro e cumpra sua função comunicativa, é essen-
cial o uso de alguns tipos de marcadores textuais, como conjunções e preposições.

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A coesão se dá por meio desses elementos e de „ Afirmação: Sí (sim), certamente (certamente),
alguns outros que citaremos a seguir. Além disso, seguramente (seguramente);
do ponto de vista da interpretação, que é a atividade „ Negação: No (não), jamás (jamais);
que será desenvolvida pelos candidatos, é importante „ Dúvida: Talvez (talvez), probablemente (prova-
conhecer esses conectores e compreender sua função velmente), posiblemente (possivelmente);
e seu significado dentro do contexto, já que estes têm „ Intensidade: Mucho, muy (muito), poco
função essencial na compreensão final. (pouco).

Identificação de Marcadores Textuais Ainda a respeito dos advérbios, podemos destacar


a diferença de muy e mucho, já que, na língua portu-
guesa, temos apenas uma palavra (muito) para todas
Os marcadores textuais mais utilizados para
as situações.
uma melhor coesão são os conectivos, que podem
ser representados por preposições, conjunções, pro- „ Muy é usado diante de adjetivos e advérbios. Ex:
nomes, advérbios e locuções adverbiais e palavras Esta prueba fue muy fácil (Esta prova foi muito
denotativas. Além desses recursos, há outras classes fácil);
gramaticais que são essenciais para compreender „ Mucho é usado antes de substantivos e antes ou
melhor os textos em língua espanhola. depois de verbos e indica quantidade. Ex: Ella
É difícil tornar-se fluente em uma língua ou conhe- trabajó mucho (Ela trabalhou muito); he com-
cer toda a sua estrutura gramatical em pouco tempo; prado muchos panes (Comprei muitos pães).
no entanto, há algumas classes gramaticais que reque-
rem mais atenção e que podemos aprender bem até a z Função no Texto
data da prova. Apresentaremos essas classes a seguir.
Os advérbios têm como função, dentro do texto,
acrescentar circunstâncias. Tais circunstâncias podem
Artigos
apenas adicionar informações ou modificar todo o sen-
tido da proposição. Vejamos nos exemplos a seguir:
Assim como a língua portuguesa, a língua espa-
nhola tem artigos definidos e indefinidos, que acom- „ Ana va a la playa (Ana vai à Praia);
panham os substantivos. „ Ana no va a la playa.

„ Definidos: usados quando queremos dar a O advérbio “no”, no segundo exemplo, mudou
ideia de definição ou especificidade. Os artigos completamente o sentido da oração, negando-a e tor-
definidos são: el/ los (masculino) – la/ las (femi- nando a afirmativa uma negativa. Exs.:
nino) – lo (neutro).
„ Vamos al cine juntos (Vamos ao cinema juntos);
„ Ex: El hombre está en casa (O homem está em „ Mañana, vamos al cine juntos.
casa).
„ Indefinidos: usados para expressar generali- No segundo exemplo, o advérbio de tempo “maña-
dade, passar a ideia de “qualquer um”. Os arti- na” apenas adicionou informações ao enunciado, sem
gos indefinidos são: un/ unos (masculino) – una/ modificar o sentido final.
unas (feminino)
Conjunções
Ex: Una mujer me ha llamado (Uma mulher me
ligou). As conjunções conectam palavras e orações, como
você já aprendeu em língua portuguesa. Algumas con-
junções são bem parecidas às que temos em português,
Advérbios
mas outras têm sentido completamente diferente.
Atente-se: as conjunções que apresentam sentido
Os advérbios expressam circunstâncias como afir- diferente podem comprometer sua compreensão e, con-
mação, negação, dúvida, lugar, modo, intensidade, sequentemente, a interpretação e a resposta da questão.
ordem e tempo, a fim de modificar ou acrescentar sen-
tido aos verbos, adjetivos ou a outros advérbios. Essa z Classificação das Conjunções
classe de palavras é invariável, ou seja, não concorda
com o termo a que ela se refere. Em espanhol, assim como em português, as con-
Exemplo: Ayer, trabajé mucho (Ontem, trabalhei junções são classificadas em dois grandes grupos e
muito). subdivididas de acordo com o sentido que expressam.
Os advérbios destacados, ayer e mucho, trazem,
respectivamente, uma informação adicional (ayer = „ Coordinantes: conjunções que unem orações
ontem) e uma intensidade (mucho = muito). independentes entre si; nesse caso, sua posi-
LÍNGUA ESPANHOL

ção pode ser alterada sem que haja mudança


z Classificação dos Advérbios de sentido entre as orações. Por exemplo, na
oração: Mañana, voy a trabajar y Juan irá a la
„ Tempo: Hoy (hoje), ayer (ontem), siempre (sem- escuela (Amanhã vou trabalhar e Juan irá à
pre), nunca, anoche (ontem à noite), mañana escola). Exemplos: y, también, porque;
(manhã ou amanhã), después (depois), antes „ Subordinantes: conjunções que unem orações
(antes), tras (depois de); que possuem relação de interdependência, ou
„ Lugar: Lejos (longe), cerca (perto), aqui, allí/ seja, o sentido de uma delas depende da outra
allá (ali), ahí (aí), detrás (atrás), arriba (acima); para se completar. Exemplo: Ana dijo que esta-
„ Modo: Bien (bem), mal (mal), mejor (melhor), ba enferma (Ana disse que estava doente). O
peor (pior), así (assim); sentido da segunda oração, que é subordinada 103
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à primeira, só é possível graças à primeira, que „ Causales: conjunções que introduzem uma
é chamada de “oração coordenada” ou “prin- oração subordinada que indica uma causa a
cipal”. Sem ela, a segunda oração fica sem respeito do fato da oração principal. Podemos
sentido. citar como exemplos: porque e pues. Exem-
plo: Estoy cansado porque trabajé mucho esta
A seguir, exploraremos cada um dos tipos semana (Estou cansado porque trabalhei muito
de conjunções: esta semana);
„ Consecutivas: introduzem uma oração subor-
z Conjunciones coordinantes são divididas em: dinada expressando uma consequência em
relação à oração principal. As principais con-
„ Copulativas: conjunções que unem significa- junções são: luego, conque e así. Exemplo:
dos. Exemplos: y, ni, también e que. Quiero Mañana tengo exámen, luego no puedo salir
una gaseosa y una cerveza (Quero um refrige- (Amanhã tenho prova, logo, não posso sair);
rante e uma cerveja); No quiero comer ni beber „ Condicionales: expressam uma condição. São
nada (Não quero comer nem beber nada); exemplos: si, como e cuando. Exemplo: Puedo
ir al cine si llegar temprano (Posso ir ao cinema
se chegar cedo);
Dica „ Concesivas: no geral, essas conjunções expres-
Existe uma regra em espanhol sobre o uso da con- sam objeção ou empecilho, impedimento. Exem-
junção y: quando dois termos são conectados por plo: aunque (ainda que), mismo que. Exemplo:
essa conjunção e o segundo termo for iniciado por Aunque estudie, no consigo comprender las mate-
i ou por hi, a conjunção y muda para e. máticas (Ainda que estude, não consigo com-
Exemplos: Quiero una gaseosa y hielo (Quero um preender matemática);
refrigerante e gelo); „ Finales: conjunções que indicam finalidade de
Ellos son padre e hijo (Eles são pai e filho). uma ação. As conjunções mais usadas são para
e a fin de. Exemplo: Voy a prepararme para
„ Disyuntivas: conjunções utilizadas para co- jugar el partido (Vou me preparar para jogar a
nectar ideias ou palavras opostas ou com sen- partida).
tido contrário. Exemplo: ¿Te gustaría comer em
casa o en un restaurante? (Você gostaria de co- Podemos destacar algumas conjunções que são
mer em casa ou em um restaurante?). Atente-se mais utilizadas em espanhol e suas respectivas tradu-
ao fato de que, assim como a conjunção y fun- ções. São elas:
ciona antes de palavras com i ou hi, na conjun-
ção o também há mudança para u antes de pa- „ Y (e);
lavras que iniciam com o ou ho. Exemplo: No sé „ O (ou);
si el anillo es de plata u oro (Não sei se o anel é „ Además (ademais, além de);
de prata ou ouro); „ Pues (pois);
„ Adversativas: conjunções que estabelecem „ Pero (porém);
relação de correção ou matização entre os ele- „ Aún (ainda);
mentos. Podemos dizer que a segunda oração „ Aunque (ainda que/mesmo que);
unida com conjunção corrige ou matiza algu- „ Sin embargo (entretanto);
ma ideia da primeira oração. As principais „ Sino (a não ser);
são: pero, mas, sino, sin embargo e aunque. „ Ni (nem);
Exemplos: Estoy cansada, pero voy a la fiesta „ Pese a que (apesar de que);
(Estou cansada, mas vou à festa); la esposa de
„ Sí (se).
Pablo no está viajando, sino en casa (A esposa
de Pablo não está viajando, mas em casa);
„ Explicativas: conjunções que unem orações Análise do Uso de Advérbios e Conjunções
em que a segunda explica a primeira. São elas o
sea, esto es, mejor dicho e es decir. Exemplo: Conjunções e advérbios são essenciais na cons-
Los alumnos no vinieron hoje, o sea, no tuvimos trução de um texto. As diferenças que vimos acima
clases (Os alunos não vieram hoje, ou seja, não podem ser um problema, mas quando temos conhe-
tivemos aula); cimento, elas se tornam uma vantagem em relação à
„ Distributivas: conjunções que geralmente se compreensão textual. A seguir, veremos um texto que
apresentam em pares e expressam alternância. exemplifica o uso de algumas conjunções e advérbios.
São elas: o... o, bien... bien, ya... ya e ora...
ora. Exemplo: O haces el trabajo o buscaré otra El carpintero
persona (Ou você faz o trabalho ou procurarei
outra pessoa). Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el
olor, de qué árboles vienen, qué edad tienen, y olién-
z Conjunciones subordinantes dividem-se em: dolas sabe si fueron cortadas a tiempo o a destiempo y
les adivina los posibles contratiempos. Al cabo de tantos
„ Comparativas: conjunções que iniciam uma años de trabajo, Orlando se ha dado el lujo de comprarse
oração subordinada, estabelecendo, portanto, un video, y ve una película tras otra. No sabía que eras
comparação com a ideia da oração principal. loco por cine le dice el vecino. Y Orlando le explica que
As conjunções são: más que..., tan... como e no, que a él ni le va ni le viene, pero gracias al video
menos que. Exemplo: El trabajo fue más difícil puede detener las películas para estudiar los muebles.
que imaginaba (O trabalho foi mais difícil do
104 que imaginava); O Carpinteiro (tradução livre)
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Orlando Goicoechea reconhece as madeiras pelo cheiro, de que árvores vem, que idade têm, e cheirando-as
sabe se foram cortadas há muito tempo e adivinha seus possíveis problemas/contratempos. Depois de tantos anos
de trabalho, Orlando se deu ao luxo de comprar um aparelho de vídeo e vê um filme após o outro. Não sabia que
era louco por cinema, lhe disse o vizinho. Orlando lhe explica que não, que para ele tanto faz, mas que graças aos
vídeos, consegue estudar sobre os móveis.

Algumas expressões nos chamam atenção nesse trecho; além das conjunções e dos advérbios, podemos
destacar:

z Se ha dado el lujo: se deu ao luxo;


z Que a él ni le va ni le viene: para ele tanto faz;
z Al cabo de: por causa de/depois de.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais são usados para substituir os substantivos e funcionam como pessoas do discurso. É
importante saber que pronomes diferentes dos utilizados no português e que essa diferença pode causar dificuldade
de compreensão. Acompanhe a tabela a seguir:

ESPANHOL PORTUGUÊS
yo eu
tú tu
él ele
ella ela
nosotros(as) nós
vosotros(as) vós
ellos eles
ellas elas
lo o
la a
los os
las as
le lhe (a ele)
le lhe (a ela)
les lhes

Verbos

No geral, a conjugação dos verbos em Português é parecida a do Espanhol; entretanto, alguns verbos têm gra-
fias bem diferentes. Seguem alguns verbos traduzidos para o espanhol:

PORTUGUÊS ESPAÑOL
Falar Hablar
Escrever Escribir
Dizer Decir
Assinar Firmar
Fazer um acordo Acordar
Datar Fechar
Acordar Despertarse/Levantarse
LÍNGUA ESPANHOL

Tomar café da manhã Desayunar


Jantar Cenar
Ter Tener
Fazer Hacer
Haver Haber
Ler Leer
Conversar Charlar
Ficar Quedarse
Decolar Despegar
105
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PORTUGUÊS ESPAÑOL
Aterrissar Aterrizar
Comunicar Comunicar
Ajudar Ayudar
Trabalhar Trabajar
Por Poner
Descer Bajar
Alugar Alquillar
Chamar / ligar (telefone) Llamar
Tentar Intentar
Conhecer Conocer
Vir Venir

Os verbos são classificados em:

„ Regulares: mantêm o mesmo radical quando conjugados. Ex: amar. Yo amo, tu amas, él ama, nosotros
amamos, vosotros amáis, ellos aman;
„ Irregulares: há mudança no radical a depender da conjugação. Ex: hacer (fazer). Yo hago, tu haces, él hace,
nosotros hacemos, vosotros haceis, ellos hacen.

A tabela a seguir mostra a diferença entre a conjugação dos dois verbos anteriores em três tempos verbais:

PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE FUTURO
PESSOAS DO DISCURSO SIMPLES
(DO INDICATIVO) (DO INDICATIVO)
(DO INDICATIVO)
AMAR HACER AMAR HACER AMAR HACER
Yo amo hago amé hice amaré haré
Tu amas haces amaste hiciste amarás harás
Él / ella / usted ama hace amó hizo amará hará
Nostros amamos hacemos amamos hicimos amaremos haremos
Vosotros amáis hacéis améis hicisteis amaréis haréis
Ellos / ellas /
aman hacen amarón hicieron amarán harán
ustedes

Na tabela comparativa, é possível observar que, enquanto o radical de amar “am” permanece o mesmo em
todos os tempos verbais mencionados, o radical de hacer, que originalmente é hac, muda para hag, hic e hiz a
depender do tempo verbal.
Os principais verbos irregulares em espanhol são:

„ Caber (caber);
„ Agradecer (agradecer);
„ Caer (cair);
„ Decir (dizer);
„ Dormir (dormir);
„ Salir (sair);
„ Conducir (dirigir).

z Reflexivos: expressam uma ação praticada e recebida pelo sujeito. Conjugam-se com os pronomes reflexi-
vos me, te, se, nos, os, se; no infinitivo, aparecem sempre acompanhados do pronome se. Ex: despertarse,
levantarse.

Além dessas classificações, há também as formas nominais dos verbos. Elas são denominadas assim porque
não apresentam flexão de número, modo ou pessoa. São elas:

„ Infinitivo: expressa o significado do verbo. Terminado em ar, er e ir. Ex: Estudiar es muy importante (Estu-
dar é muito importante);
„ Gerúndio: é o advérbio verbal e se caracteriza por expressar sempre ação anterior ou simultânea. Termi-
nado em ndo. Ex: Estaba caminando (Estava caminhando);
„ Particípio: junto com o auxiliar haber, forma os tempos compostos das conjunções. Funciona também
como adjetivo quando modifica um substantivo. Ex: He comprado una alfombra (Comprei um tapete); el
106 café fue hervido (O café foi fervido).
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z Modos Verbais
desde desde
A partir dos modos verbais, há a conjugação dos durante durante
verbos dentro dos tempos verbais e de acordo com a en em
desinência de número e pessoa. Acompanhe a seguir:
entre entre
z Indicativo: expressa ações reais, concretas, obje- hacia em direção a
tivas e efetivas. Ex: Trabajo en casa (trabalho em hasta até
casa). Os tempos do modo indicativo são:
mediante mediante; por meio de
„ Presente: Yo estudio mucho (Eu estudo muito) para para
„ Pretérito imperfeito: Yo estudiaba mucho (Eu por por
estudava muito);
„ Pretérito indefinido: Yo estudié mucho (Eu según segundo
estudei muito); sin sem
„ Futuro imperfeito: Yo estudiaré mucho (Eu
so sob
estudarei muito);
„ Condicional imperfeito: Yo estudiaria mucho sobre sobre
(Eu estudaria muito); tras depois
„ Pretérito Perfeito composto: Yo he estudiado
em casa (Eu estudei em casa); versus versus; contra
„ Pretérito mais-que-perfeito composto: Yo vía via
había estudiado (Eu havia estudado);
„ Futuro perfeito composto: Ya habré estudiado z A
(Já terei estudado);
„ Condicional composto: Yo habría estudiado Pode expressar direção, finalidade, lugar, modo,
(Eu haveria estudado). objetivo, movimento e tempo. A preposição a significa
à/a/ao e pode estar posicionada antes de substantivo,
z Subjuntivo: esse modo expressa ações possíveis artigo, verbo no infinitivo, pronome demonstrativo,
de desejo, dúvida, suposição, ou seja, ações não pronome possessivo, objeto indireto e objeto direto.
concretas ou não reais. Os tempos do modo sub-
Exemplos:
juntivo são:
„ Mañana voy a la playa con Juan (Amanhã vou à
„ Presente: Que yo estudie (Que eu estude);
praia com Juan): antes de substantivo;
„ Pretérito Imperfeito: Yo estudiara (Eu estudara);
„ Hoy, vamos a salir de compras (Hoje, vamos sair
„ Pretérito Perfecto Compuesto: Es mejor que
às compras): antes de verbo no infinitivo;
yo haya estudiado (É melhor que eu tenha
„ Di los libros a mis sobrinos (Dei os livros aos
estudado);
meus sobrinhos): antes de pronome possessivo.
„ Pretérito Pluscuamperfecto Compuesto: Si
yo hubiera estudiado, sería mejor (Se eu tivesse
estudado, seria melhor). z Ante

z Imperativo: expressa ordem, desejo, conselho. Pode ser traduzida por: diante de; perante.
Não é conjugado em tempos, mas possui duas for- Exemplo:
mas: afirmativo e negativo.
„ Ellos pelearón ante todos (Eles brigaram diante
„ Afirmativo: Estaciona acá (Estacione aqui); de todos).
„ Negativo: No estaciones acá (Não estacione
aqui). z Bajo

Preposições Traduzindo para o português como sob ou debaixo de.


Exemplos:
São palavras que, assim como as conjunções,
conectam termos da oração, estabelecendo uma rela- „ No me gusta trabajar bajo presión (Não gosto de
ção de sentido entre eles. trabalhar sob pressão);
A seguir, há uma lista das conjunções em espanhol „ Los libros están bajo los cuadernos (Os livros
e sua tradução correspondente. Logo após, explorare- estão debaixo do caderno).
mos algumas delas com exemplos e formas de uso.
LÍNGUA ESPANHOL

z Con
ESPANHOL PORTUGUÊS
De acordo com o contexto de uso, pode indicar
a à
modo, companhia, instrumento ou conteúdo, assim
ante diante como ocorre na língua portuguesa.
bajo sob Exemplos:
con com
„ Salimos de casa con prisa (Saímos de casa com
contra contra pressa.): modo;
de de „ Fui a la playa con Lucas (Fui à praia com
Lucas.): companhia; 107
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„ Me he cortado con una tijera en el trabajo Exemplos:
(Cortei-me com uma tesoura no trabalho):
instrumento; „ Ana vive en Madrid (Ana mora em Madri.):
„ Quiero una gaseosa con hielo (Quero um refri- lugar;
gerante com gelo): conteúdo. „ Me gusta quedarme en silencio (Gosto de ficar
em silêncio.): modo;
z Contra „ En verano, los días son más largos (No verão, os
dias são mais longo.): tempo;
Pode apresentar sentido de limite, contrariedade „ Tengo miedo a viajar en avión (Tenho medo de
ou ainda de oposição. viajar de avião.): meio de transporte.
Exemplos:
z Entre
„ Hice el trabajo contra mi voluntad (Fiz o traba-
lho contra minha vontade): contrariedade;
Pode expressar situação, estado ou coletividade.
„ La lucha contra el coronavírus es muy dura
Exemplos:
(A luta contra o corona vírus é muito dura):
oposição.
„ Creo que la fiesta termina entre las 10 y las 11 de
z De la noche (Acredito que a festa termina entre 10
e 11 da noite);
Há muitas indicações de uso para essa preposição, „ No hay problemas entre el maestro y los alum-
o sentido dela depende basicamente do contexto em nos (Não há problemas entre o professor e os
que está inserida. Podemos indicar como principais alunos).
sentidos: posse, qualidade, material, modo, motivo,
origem, assunto, tempo e profissão. z Hacia
Exemplos:
Essa preposição é usada para expressar direção ou
„ Vivo en España pero soy de Portugal (Vivo na
tempo/lugar aproximado.
Espanha, mas sou de Portugal): origem;
Exemplo:
„ Estoy buscando una película de terror (Estou
procurando um filme de terror): assunto;
„ Viajaremos hacia el nordeste de Brasil (Viajare-
„ Me gusta ir al gimnasio de día (Gosto de ir a aca-
mos para o nordeste do Brasil): direção.
demia de dia): tempo;
„ Yo trabaja de abogada (Eu trabalho como advo-
z Hasta
gada): profissão;
„ Este plato es de vidrio (Este prato é de vidro):
material; No geral, é usada para expressar término ou limite
„ El amigo de mi padre murió de un cancer (O ami- de lugares, ações, quantidades e tempo, mas também
go do meu pai morreu de câncer): motivo; pode indicar inclusão.
„ Estas ollas son de mi madre (Estas panelas são Exemplos:
da minha mãe): posse.
„ Ana fue caminando hasta la playa (Ana foi cami-
z Desde nhando até a praia): limite de lugar;
„ Puedo comer chocolate hasta 2 veces a la sema-
Expressa um ponto do qual se inicia a contagem de na (Posso comer chocolate até 2 vezes por
algo ou de um espaço físico. semana): limite de ações;
Exemplos: „ Tengo hasta 100 reales para comprar una falda
(Tenho até 100 reais para comprar uma saia):
„ Conduci desde Rio de Janeiro hasta São Paulo limite de quantidade;
(Dirigi do Rio de Janeiro até São Paulo); „ Hasta los amigos han percibido (Até os amigos
„ A causa de la pandemia, no salgo de casa desde perceberam): inclusão.
Enero (Por causa da pandemia, não saio de casa
desde janeiro).
z Mediante
z Durante
Traduzida para o português, tem como significado
Assim como em português, esta preposição indica mediante, por meio de ou através.
período de duração. Exemplo:
Exemplo:
„ Entregaré el objeto mediante el pago (Entregarei
„ Durante 5 años, trabajé con marketing (Durante o objeto mediante o pagamento).
5 anos, trabalhei com marketing).
z Para
z En

Assim como em português, essa preposição pode Utilizada em várias situações; as principais são
ser utilizada para expressar lugar, modo, tempo. expressar direção e finalidade.
Entretanto, diferentemente do português, em espa- Exemplos:
nhol é usada também para meios de transporte.
„ Mañana voy para la casa de mis padres (Ama-
nhã, vou para a casa dos meus pais): direção;
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„ Estoy estudiando para la selección de maestría A tirinha exemplifica bem que a diferença de
(Estou estudando para a seleção do mestrado): compreensão entre “proposición” e “preposición”
finalidade. pode causar confusão, assim como outras pequenas
mudanças na língua podem ser essenciais para a com-
z Por preensão geral do texto.
Com as classes gramaticais e os pontos destacados
Essa preposição pode ser utilizada para indicar ao longo deste material, é possível compreender gran-
meio, lugar, modo, objetivo ou tempo. de parte dos textos em língua espanhola. E, através
Exemplos: das técnicas aqui abordadas, torna-se mais fácil iden-
tificar as informações solicitadas nas questões.
„ No sé cuando mi madre viene por acá (Não sei
quando minha mãe vem por aqui): lugar;
„ No me gusta hablar por teléfono, sólo hago en
el trabajo (Não gosto de falar pelo telefone, só HORA DE PRATICAR!
faço isso no trabalho): meio;
„ Llegaré en casa por las cinco (Chegarei em casa Leia o texto para responder às questões 1 a 3.
pelas cinco): tempo.
Los niños son uno de los principales grupos de riesgo
z Según por accidentes de tráfico. Por este motivo, la educación
vial dirigida a los menores resulta de gran importancia.
Na tradução, significa segundo ou de acordo com e De hecho, la edad temprana es el mejor momento para
expressa conformidade. interiorizar valores y adquirir hábitos y comportamientos
Exemplos: adecuados con los demás peatones, pasajeros y con-
ductores de nuestro entorno. Asimismo, niños y adoles-
„ Hice el trabajo según el profesor pidió (Fiz o tra- centes aprenden con mayor facilidad y absorben más
balho segundo o professor pediu); rápidamente conocimientos que les ayudan a forjarse
„ Según el maestro, haremos exámen la próxima una visión de mundo. De este modo, incluir las normas
semana (Segundo o professor, faremos prova de tráfico y de seguridad vial como parte de su formación
na próxima semana). puede ser una gran idea para promoverlas e inculcarlas
desde bien pequeños.
z Sobre El objetivo es sembrar en los menores la semilla del
respeto a la vida, con el fin de provocar un cambio en la
Pode ser utilizada para indicar altura, apoio, cultura cívica en cuanto a su comportamiento ciudada-
assunto (como em língua portuguesa) e aproximação no, generando en ellos habilidades de autocuidado en su
(com esse sentido, não utilizamos em português). calidad de peatones, que es el primer rol que adoptarán
Exemplos: en la vía pública.
El hecho de que los menores descubran la educación
„ La comida está sobre la mesa (A comida está vial conlleva una serie de ventajas. Una muy relevante
sobre a mesa): apoio; es que aprenden a identificar las principales señales de
„ Charlamos sobre la crisis de COVID en el mundo tráfico, ya que con esto interiorizan las normas viales
(Conversamos sobre a crise de COVID no mun- desde pequeños, adquiriendo así habilidades y valores
do): assunto; que luego normalizan. Sin duda, esto les ayuda también
„ El evento comenzará sobre las cinco de la tarde a saber cómo desenvolverse en las vías públicas y evitar
(O evento começará por volta das cinco da tar- accidentes como atropellos (hacer uso de los semáforos,
de): aproximação. los pasos de cebra, a no cruzar sin mirar a izquierda y a
derecha, destreza para moverse por la ciudad sin peligro,
z Tras entre otras). Actualmente, algunos establecimientos edu-
cacionales ya dedican tiempo a enseñar nociones bási-
Essa preposição pode ser traduzida como depois. cas de educación vial.
Exemplo: La idea es recrear situaciones reales que el menor pueda
encontrar tanto en un entorno rural como urbano para que
„ Hoy, cenaré tras las clases (Hoje, jantarei depois de esta forma sepa lo que debe y no debe hacer en cada
das aulas). situación, cuál es el significado principal de las señales de
tráfico con las que se encontrará en el camino, cuáles son
las actitudes más seguras que podemos llevar a la prácti-
ca y, por supuesto, fomentar el respeto a los demás, uno
de los valores que muchas veces tanto peatones como
LÍNGUA ESPANHOL

conductores no suelen tener en cuenta.

(www.iso-39001.cl. Adaptado.)

1. (VUNESP — 2022) El operador “De hecho” que aparece


en el primer párrafo hace referencia

a) a la salud de los menores, que debe ser resguardada


por los adultos desde temprano.
b) a la necesidad de la educación vial desde la infancia e
introduce un complemento de esa información. 109
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c) a la influencia de los padres y destaca que los compor- padres trabajan la mayor parte del día (en estos casos
tamientos de peatones y conductores son igualmente la escuela representa un “lugar seguro” donde dejar-
importantes. los), hasta una gran mayoría que deposita, además,
d) a los valores en los niños y agrega la noción de seguri- otras ilusiones sobre la escuela, como las de conse-
dad vial entre peatones y conductores. guir un mayor desarrollo a todos los niveles en el estu-
e) al concepto de educación vial y lo relaciona con la res- diante. Así, las familias reconocen las posibilidades
ponsabilidad que les cabe a los adultos. que la institución escolar ofrece en todos los ámbitos.
Esto incluye a los adultos, que ven en la educación la
2. (VUNESP — 2022) La utilización de la palabra “semilla” posibilidad de calificar su ingreso a “la sociedad del
en el segundo párrafo le permite al autor del texto conocimiento” y poder así acceder a una mejor calidad
de vida, cualesquiera sean las circunstancias socioe-
a) comentar el uso de juegos para la enseñanza de las conómicas existentes.
normas de tráfico. A pesar de todo lo dicho y precisamente por eso, exis-
b) explicar la necesidad de proteger a los peatones en los te una tensión permanente entre la institución educa-
cruces. tiva y las expectativas de la sociedad. Esa tensión que
c) mencionar el riesgo a que se exponen los niños en las de alguna manera constituye un conflicto latente en la
calles. relación se puede resolver de distintas maneras.
d) referirse a la conveniencia de dar a los ciudadanos una Alejandra Pontari, con treinta años de experiencia
educación vial desde temprana edad. docente como profesora de nivel medio afirma sin
e) destacar el respeto que se debe tener a semáforos y dudar: “Las mejores experiencias que he tenido con
pasos de cebra, entre otros. las familias han sido cuando la escuela invita a par-
ticipar y da protagonismo a la familia en el funciona-
3. (VUNESP — 2022) O objetivo do terceiro parágrafo é miento de la escuela (sin mezclar las competencias).
Las familias han podido sentirse incluidas cuando se
a) indicar quais são as causas mais frequentes de atro- les ‘presta el oído’, se las deja opinar o se les explican,
pelamento de crianças. incluso, realidades pedagógicas. Organizar a las fami-
b) descrever as ações desenvolvidas atualmente pelas lias y prestarles un espacio en la escuela es mucho
escolas quanto à educação para o trânsito. más que citarlas para conversar sobre sus hijos. Es
c) apresentar alguns dos benefícios de as crianças ‘ponerlas a pensar’ sobre el rol que tienen sobre la edu-
serem preparadas para a educação para o trânsito. cación de sus hijos y cómo acompañarlos”.
d) mostrar que as crianças podem, com autonomia, des- Finalmente, esa tensión connatural a la tarea de la
cobrir a educação para o trânsito. escuela y su relación con la sociedad encuentra un
e) apontar quais são os principais sinais de trânsito a serio obstáculo en los “contramodelos” culturales
erem ensinados às crianças. vigentes. Ya se sabe que la escuela ha dejado de ser
“la única institución que enseña”. Pero lo que los cono-
Leia o texto a seguir para responder às questões 4 a 7. cimientos y la tecnología jamás podrán reemplazar es
la transmisión de valores y sentidos y la construcción
Escuela y sociedad: del juicio crítico. Y es ahí donde la escuela redescubre
un vínculo en constante cambio y tensión su misión. Esto incluye a los propios docentes y direc-
tivos quienes, con sus actitudes concretas (algunos lo
La relación entre las instituciones educativas, la llaman “curriculum oculto”), definen modelos de vida,
comunidad a la que pertenecen y las familias de los criterios deseables en un proceso de humanización
alumnos se ha vuelto un gran desafío para docentes y y socialización. Es ahí donde esa valoración colecti-
directivos. El diálogo, el trabajo en equipo y las convic- va de la institución educativa entra en crisis y genera
ciones, claves para superar tensiones. conflictos, en ocasiones duros y frustrantes, con daño
a la calidad del necesario vínculo o “contrato educa-
¿Seguirá siendo la escuela “el segundo hogar”? Esta tivo escuela-familia”. Solo la templanza y coherencia
pregunta pone en cuestión la relación actual entre la de los directivos y docentes, el trabajo en equipo, la
sociedad y las instituciones educativas. Negar que firmeza en las convicciones y la capacidad de diálogo
los profundos cambios que atraviesa la sociedad, en pueden superar esas pruebas.
todos los órdenes, afectan el rol de las instituciones
educativas, cualquiera sea su nivel y modalidad, es (José María Leofanti. https://ciudadnueva.com.ar. 08.03.2019.
sencillamente negar la realidad y todos los desafíos y Adaptado)
problemas que deben ser enfrentados y resueltos por
el sistema educativo. Las evocaciones nostálgicas de 4. (VUNESP — 2020) La pregunta ¿Seguirá siendo la
las escuelas “de antes”, “los maestros y profesores de escuela “el segundo hogar”?, en el primer párrafo del
antes” son inútiles pretensiones de retrotraer la histo- texto, presupone la idea de que
ria y lo que sucede hoy.
Los distintos sectores sociales ven la escuela con dife- a) la escuela, hasta este entonces, ha sido un lugar fami-
rentes expectativas, aunque todos ellos reconocen el liar para los estudiantes.
papel fundamental de su tarea. Con todas las críticas b) la escuela se rehúsa a actualizarse y a aceptar los
que se puedan hacer a su funcionamiento, actualiza- cambios que demanda la sociedad actual.
ción de contenidos, métodos didácticos, concepcio- c) los jóvenes de hoy desrespetan las instituciones for-
nes pedagógicas, en la conciencia colectiva todavía males como la escuela o la familia.
existe la certeza de que algo bueno y necesario suce- d) la escuela y la familia antes representaban ambientes
de en la escuela. antagónicos en la vida de los estudiantes.
Desde la expectativa básica de la asistencia y cuida- e) los jóvenes de hoy se sienten perdidos, sin el apoyo
110 do de los hijos, para aquellas familias en las que los necesario de las escuelas.
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5. (VUNESP — 2020) O tema central do texto é menos la tecnología o conectividad necesarias para el
aprendizaje online.
a) a certeza de que só a escola pode conseguir um des- Según el World Economic Forum, sólo alrededor del
envolvimento maior das crianças, adolescentes e 60% de la población mundial tiene acceso a la red,
jovens. generando que muchísimas instituciones busquen
b) a indicação de que a busca das escolas por uma volta soluciones provisionales a esta crisis, tales como el
ao passado poderia resolver seus problemas atuais. sistema educativo mexicano, que fuera de colegios
c) a obsolescência das escolas, que negam as profundas privados o facultades universitarias no se acogió la
mudanças pelas quais a sociedade atual passa. implementación de aprendizaje en línea para el sec-
d) a relação dos jovens com o trabalho e as expectativas tor público. La brecha digital continúa expandiéndose
geradas pela escola. a medida que los estudiantes en sectores vulnerables
e) a ligação tensa e sempre em mudança estabelecida siguen quedándose atrás en su aprendizaje.
entre a escola e a sociedade. El mayor cambio que requiere el aprendizaje virtual
es la flexibilidad y el reconocimiento de que la estruc-
6. (VUNESP — 2020) De acordo com o último parágrafo tura controlada de una escuela no es replicable en
do texto, línea. Muchas preguntas surgen a raíz de las proble-
máticas que tienden a afectar de manera desigual a
a) o surgimento de crises e a criação de conflitos são os aquellos en desventaja. El apoyo que se proporcio-
melhores caminhos a serem seguidos pelas escolas nará, por ejemplo, a miles de madres mexicanas que
em qualquer nível ou modalidade educativa. necesitan escuelas abiertas porque tienen que traba-
b) o fato de a escola não ser mais a única instituição que jar y su empleador no le permite trabajar desde casa,
ensina está levando o trabalho pedagógico dos profes- a familias inmigrantes que deberán averiguar cómo
sores ao fracasso. participar en la educación en el hogar con programas
c) a construção de valores e de senso crítico, na atualidade, en inglés, que podría no ser su primer idioma, o a los
deve estar baseada na tecnologia por diversos motivos. niños que dependen de la escuela para sus comidas,
d) a redescoberta do papel da escola nos tempos de hoje es aún desconocido.
relaciona-se com o currículo oculto e com processos
(Paola Estrada Villafuerte. https://observatorio.tec.mx. 19.03.2020.
de humanização e de socialização. Adaptado)
e) os conflitos entre a escola e a família são inevi-
táveis e imprescindíveis para superar os desafios 8. (VUNESP — 200) Según lo dicho en el primer párrafo,
educacionais.
a) las escuelas mexicanas estuvieron cerradas entre
7. (VUNESP — 2020) El adjetivo “frustrantes”, en el últi- fines de marzo y mediados de abril.
mo párrafo del texto, se refiere a b) la educación homeschooling era mayoritaria en los
Estados Unidos aun antes de la pandemia.
a) crisis. c) entre fines de marzo y mediados de abril, México
b) ocasiones. entrenó a sus profesores para impartir clases en línea.
c) pruebas. d) México y Estados Unidos fueron los dos países cuya
d) convicciones. educación se vio más afectada en el mundo.
e) conflictos. e) se indica la educación homeschooling como solución
definitiva a los problemas generados por la pandemia.
Leia o texto a seguir para responder às questões 8 a 10.
9. (VUNESP — 2020) Según las informaciones del tercer
Educación en tiempos de pandemia: párrafo,
COVID-19 y equidad en el aprendizaje
a) las escuelas públicas mexicanas llevaron a cabo la
El coronavirus está cambiando la forma en que se implantación del aprendizaje en línea con éxito.
imparte la educación, ya que la escuela y el hogar b) los colegios privados y las facultades universitarias
ahora se convierten en el mismo lugar tras las nece- implantaron el aprendizaje en línea en el sector público
sarias regulaciones efectuadas. Según la UNESCO, mexicano.
más de 861.7 millones de niños y jóvenes en 119 paí- c) los colegios privados mexicanos están impartiéndoles
ses se han visto afectados al tener que hacer frente clases también a los alumnos de las escuelas públicas.
a la pandemia global que nos ha sacudido este año. d) a la mayoría de la población mundial le falta acceso a
Millones de familias en EE.UU. se han tenido que unir la red de internet.
al 1.7 millón de niños que se encuentran enrolados en e) se están acentuando las diferencias entre los alumnos
la educación en el hogar (homeschooling). Al igual que según sus posibilidades o limitaciones digitales.
LÍNGUA ESPANHOL

en México, donde la Secretaría de Educación Pública


(SEP) ha extendido el período vacacional desde el 23 10. (VUNESP — 2020) De acordo com o último parágrafo,
de marzo al 17 de abril del 2020.
Estas medidas terminan por iluminar la realidad de los a) o México assegura educação online em inglês a todos
muchos otros roles que la escuela ofrece además de os seus cidadãos.
lo académico. Ya que, para algunos, resulta ser una b) uma questão importante a considerar é o fato de ser
complicación incómoda, mientras que para otros, la impossível reproduzir a estrutura escolar no ambiente
situación es aún más preocupante. En ciudades don- virtual.
de el 70% de los estudiantes viene de familias de bajos c) o México exige conhecimentos de inglês aos imigran-
ingresos, llevar la escuela a casa significa enfrentar- tes residentes no país que precisem dar continuidade
se a no poder ofrecer comidas adecuadas, y mucho a seus estudos. 111
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d) muitas mães optaram por trabalhar em casa para 12. (CEBRASPE-CESPE — 2019) De acuerdo con el texto
poder cuidar dos seus filhos, uma vez que as escolas CB1A4-I, Tom Ripley y Enriqueta coinciden en que
foram fechadas devido à pandemia.
e) algumas escolas mexicanas mantiveram seus refeitó- a) el falsificador necesita más esfuerzo que el artista de
rios abertos para fornecer as refeições das crianças una obra original para realizar su labor.
que dependem da escola para comer. b) el falsificador, al igual que el autor de la obra original,
suele ser guiado por una fuerza divina.
Leia o texto a seguir para responder às questões 11 a 14. c) la obra falsa proporciona tanto placer, o más, que la
obra original.
Texto CB1A4-I d) lo falso y lo verdadero no llegan a confundirse.
e) el mercado de las obras de arte prioriza las
María Gainza, un brindis por lo falso falsificaciones.

Cuando se publicó El nervio óptico de la crítica de arte 13. (CEBRASPE-CESPE — 2019) De acuerdo con el texto
María Gainza, ocurrió lo que pocas veces sucede con una CB1A4-I, para la amiga de la crítica de arte de La luz negra,
primera novela de alguien a priori ajeno al mundo literario:
la crítica cayó rendida de forma unánime ante aquel bre- a) las falsificaciones ya no son grandes obras de arte.
ve libro que entrelazaba retazos de historia del arte con b) las obras de arte les garantizan un determinado esta-
la crónica íntima de una familia bonaerense, bien pero tus a sus compradores.
venida a menos. Gainza vuelve ahora con una segunda c) las obras de arte suelen comprarlas quienes ya cuen-
novela, La luz negra, que no se aparta de su hábitat natu- tan con un elevado nivel de aprecio artístico.
ral, el mundo del arte. Más bien se adentra en su zona d) las falsificaciones no son tan auténticas como las
oscura, sus márgenes extraoficiales, ese terreno que se obras de arte originales.
mueve entre la leyenda y la pura ilegalidad: el mundo de e) las obras de arte originales son más auténticas que
la falsificación. las falsificadas.
La protagonista de La luz negra también es crítica de arte
en un diario. Está de vuelta de todo y se dedica a vagar 14. (CEBRASPE-CESPE — 2019) El enunciado «la echa
por el pasado, recordando tiempos mejores y alimentán- muchísimo de menos», presente en el texto CB1A4-I,
dose de la memoria. Recuerda sobre todo a su queridísi- puede sustituirse, sin comprometer su coherencia
ma amiga Enriqueta, una eminencia de la tasación que, semántica por
en sus ratos libres, participaba en una banda de falsifica-
dores. Y para recordarla mejor, porque la echa muchísimo a) la extraña muchísimo.
de menos, intenta reconstruir los recuerdos que le dejó la b) la quiere muchísimo.
c) la admira muchísimo.
propia Enriqueta.
d) la valora muchísimo.
Decía el santo patrón de los mentirosos con encanto, Tom
e) la desprecia muchísimo.
Ripley, que «el artista hace las cosas de modo natural, sin
esfuerzo. Alguna fuerza sobrenatural guía su mano. El fal-
Leia o texto a seguir para responder às questões 15 a 17.
sificador tiene que forcejear, y si tiene éxito, su logro es
auténtico», algo que suscribiría a pies juntillas Enriqueta.
El presidente de la República, Martín Vizcarra, pidió a
Esta última seguramente haría suya esta otra reflexión
las autoridades regionales tomar la educación como el
que aparece en La máscara de Ripley: «Si uno pintaba
estandarte de su Gobierno para realmente transformar
más falsificaciones que cuadros propios, ¿no se converti-
nuestro país.
rían las primeras en algo más natural, más real y auténti-
“No hay otra forma de transformación de un país, de una
co, incluso para uno mismo, que las propias obras?».
sociedad, si no es a través de la educación”, apuntó en la
Porque, ¿acaso no puede lo falso dar tanto placer como
primera sesión ampliada del Directorio de Alta Dirección
un original? ¿No es lo falso a veces más verdadero que lo de Educación 2019. Subrayó que una de las prioridades
auténtico? «¿Y en el fondo, no es el mercado el verdadero del Gobierno es la mejora de la calidad educativa en el
escándalo?», se pregunta Enriqueta, el corazón que hace país; por ello, expresó que las autoridades regionales
latir toda la novela, un personaje delicioso y memorable son un buen complemento para lograr este objetivo.
cuyas reflexiones sobre el mundo del arte atraviesan todo Remarcó que este año se ha priorizado este sector con
el libro como flechas: «Cuando un coleccionista compra un incremento del 11% en su presupuesto, y explicó que
no está comprando arte, está comprando una confirma- durante el período 2012- 2019 la inversión en educación
ción social de su inversión. Paga para estar seguro, y se duplicó.
estar seguro es caro». O esta otra: «A veces me pregunto “Hay mayores recursos, pero tienen que gastarse bien.
si la falsificación no es la única gran obra del siglo XX». Una parte y un porcentaje importante de ellos estarán
dirigidos al factor principal de la educación: el docente”.
Internet: <elmundo.es> (con adaptaciones)
Recordó que una de las principales decisiones del Gobier-
no ha sido luchar de manera firme contra la corrupción,
11. (CEBRASPE-CESPE — 2019) De acuerdo con el texto para lo cual se vienen tomando medidas concretas. No
CB1A4-I, El nervio óptico de María Gainza obstante, enfatizó que para lograr cambios a largo plazo
se debe empezar desde la educación.
a) es una obra de relatos cortos. “Si queremos luchar contra la corrupción es a través de
b) fue un fracaso de crítica. la educación porque no solo debemos ser reactivos. Si
c) aborda la ilegalidad en el mundo de las obras de arte. logramos tener mejores ciudadanos, está asegurado
d) representa una historia familiar bastante común en nuestro futuro”.
sus novelas anteriores.
112 e) narra la historia de una familia de Buenos Aires. (https://elperuano.pe. Adaptado)
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15. (VUNESP — 2019) Cuando se afirma que “no solo 18. (VUNESP — 2019) El título más apropiado para el texto
debemos ser reactivos” se está destacando la necesi- sería:
dad de
a) El suculento negocio de la comida chatarra en México.
a) trabajar con los mejores ciudadanos. b) La mitología mexicana en el imaginario cultural de su
b) aumentar el sueldo de los docentes. pueblo.
c) participar en el Directorio de Alta Dirección. c) El Tratado de Libre Comercio y sus consecuencias
d) duplicar el 11% de inversión en educación. para la economía mexicana.
e) planificar bien las políticas educativas. d) La dura competencia entre México y Brasil en la indus-
tria alimenticia.
16. (VUNESP — 2019) En el segundo párrafo, el “presu- e) Las campañas informativas en la era de la mala ali-
puesto” que menciona el texto se entiende como mentación mundial
a) una idea preconcebida que existe sobre educación.
19. (VUNESP — 2019) Por lo expuesto en el texto, se
b) el monto que el Estado destina a un fin determinado.
entiende que la comida basura
c) el beneficio que trae consigo la buena educación.
d) la valoración del docente como base de la sociedad.
a) forma parte de la base piramidal de la nutrición.
e) el prejuicio que enfrenta el gobierno por corrupción.
b) tiene una estrecha conexión con la mitología maya.
17. (VUNESP — 2019) Observe el siguiente pasaje del segundo c) tiene un valor nutricional que se asemeja al de los
párrafo: “por ello, expresó que las autoridades regionales frijoles.
son un buen complemento para lograr este objetivo”. El pro- d) es de fácil acceso para las familias de menores
nombre “ello” que preside el segmento hace referencia a recursos.
e) ha perjudicado a la economía mexicana.
a) la exclusividad de las autoridades regionales en la apli-
cación de políticas de estado.
b) la cantidad de recursos que se han orientado a educa- 20. (VUNESP — 2019) En el segmento contenido en el pri-
ción entre 2012 y 2019. mer párrafo: “Sin embargo, México se sitúa en los pri-
c) el plazo necesario para que se perciba una mejora en meros puestos en las listas de obesidad y muertes por
la educación del país. diabetes”, la locución “sin embargo” podría ser reem-
d) la importancia que tiene para el gobierno el mejora- plazada por
miento de la educación.
e) las medidas que se han impartido para combatir efec- a) tampoco.
tivamente la corrupción. b) aunque.
c) no obstante.
Leia o texto a seguir para responder às questões 18 a 20. d) por ende.
e) a lo sumo.
La comida está enraizada en lo más profundo de la iden-
tidad mexicana. Tanto, que el maíz aparece en el centro
de las explicaciones mitológicas mayas sobre el origen 9 GABARITO
del hombre. El cultivo de la milpa, la sagrada trinidad for-
mada por el maíz, el frijol y el chile, es la base ancestral 1 B
de una pirámide alimenticia saludable y nutritiva. Sin
embargo, México se sitúa en los primeros puestos en 2 D
las listas de obesidad y muertes por diabetes. La comi-
da chatarra, alimentos prefabricados que rebosan grasa, 3 C
azúcar, sal y componentes químicos, ha ido desplazando 4 A
en los últimos años a los cereales, las legumbres o las
verduras frescas. El Gobierno está intentando cambiar 5 E
los hábitos alimenticos desde campañas informativas al
arma disuasoria de los impuestos. Pero se enfrenta a un 6 D
duro contrincante, la industria de alimentos procesados. 7 E
México es una de las 10 potencias mundiales en comi-
da preparada. Es el primer productor de Latinoamérica, 8 A
por encima de Brasil. El sector en México se embolsó
unos beneficios de 28.300 millones de dólares en 2012, 9 E
doblando la cifra de sus homólogos cariocas. Como cau-
LÍNGUA ESPANHOL

10 B
sa primera de este vigoroso músculo industrial, el estu-
dio apunta al Tratado de Libre Comercio firmado entre EE 11 E
UU y México en 1994.
(...) 12 A
“La comida basura representó el 30% del gasto de una 13 B
familia mexicana durante 2014. Los lugares donde más
se venden este tipo de productos son las pequeñas tien- 14 A
das de ultramarinos o abarrotes, y los consumidores
más afectados los de niveles económicos medio y bajo. 15 E

16 B
(https://elpais.com. Adaptado) 113
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17 D

18 A

19 D

20 C

ANOTAÇÕES

114
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Entre outros elementos, os citados anteriormente
podem auxiliar o leitor a identificar o sentido do texto
com mais precisão, são estes conhecimentos exercita-
dos a partir do estudo do idioma, seja ele de forma

LÍNGUA INGLESA
técnica e instrumental a fim de realizar uma prova ou
em estudos mais aprofundados que têm como objeti-
vo promover a fluência.
O objetivo, ou o propósito, do texto se encontra
em meio à leitura e é possível de se identificar e com-
preender apenas a partir de uma leitura atenta que
COMPREENSÃO DE TEXTOS ESCRITOS
vai além do que está escrito. Bem como mencionado
EM LÍNGUA INGLESA anteriormente, a identificação de quem é o autor e o
narrador, a quem se destina o texto, o contexto nele
IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS, EXPLÍCITAS presente, o assunto tratado e a linguagem empregada,
E IMPLÍCITAS, RELAÇÕES INTRATEXTUAIS E são elementos cruciais para o entendimento do servi-
INTERTEXTUAIS ço a que se presta o texto.
O propósito pode ser relatar um fato, contar novi-
Para realizar uma leitura bem-sucedida em outro dades, listar ou enumerar itens, reportar um crime,
idioma, é preciso estar atento a alguns métodos e expor uma opinião, entre muitas outras possibilida-
recursos capazes de auxiliar a interpretação textual. des que deverão ser observadas no decorrer da lei-
tura. Alguns marcadores como nomes, datas, locais,
Compreensão dados, estatísticas, números em geral, pronomes de
tratamento, podem servir como indicativos do propó-
Compreender é a capacidade de assimilar, inter- sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-
pretar e perceber o significado de algo. Compreender sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
um idioma significa entender a coerência das infor-
mações de sua comunicação. O objeto da compreensão z Compreensão Escrita
da língua inglesa pode estar situado em diferentes for- Quando se trata de compreender o sentido lexical,
mas de comunicação, para cada qual existem manei- semântico e gramatical de um texto na língua inglesa,
ras mais apropriadas e adequadas de identificar o utilizamos recursos que partem de princípios simples:
sentido, o propósito, o contexto, o estilo, a técnica e as identificação dos principais elementos do idioma,
informações presentes na mensagem. ainda que partindo de um panorama básico de com-
Ao buscar compreender o sentido e o propósito preensão e fluência no idioma. São eles:
de um texto na língua inglesa, faz-se necessário iden-
tificar elementos chave capazes de sintetizar infor- „ gramática básica (tempos verbais, adjetivos,
mações, decodificar signos linguísticos, entender a advérbios e pronomes);
semântica, ou seja, o sentido do texto, bem como seu „ vocabulário básico (substantivos);
propósito. Estes elementos podem estar presentes nos „ expressões idiomáticas (contexto cultural);
aspectos gramaticais do texto, um dos tópicos essen-
ciais para o estudo da interpretação textual, mas A partir de um breve conhecimento dos itens
podem também ser percebidos no contexto, no recor- mencionados, de maneira geral e simplista, é possí-
te, no tipo de linguagem (formal, informal, técnica vel partir para uma leitura geral do que está escrito e
etc.), no vocabulário utilizado, entre outros elementos compreender a mensagem. É, no entanto, importante
estratégicos para a interpretação correta do texto. ler nas entrelinhas enquanto se decodifica uma men-
Para que o leitor compreenda o sentido do texto, sagem escrita, isso significa ser capaz de identificar o
antes de qualquer leitura direta, é primordial que se gênero textual, o tipo do narrador, o objetivo da men-
faça um processo de escaneamento do texto em bus- sagem e o contexto em que ela está inserida.
ca de palavras-chave e informações que indiquem a z Compreensão Oral
quem o texto se direciona, quem é o autor e seu nar-
rador, a qual categoria textual ele pertence (artigo, Além dos elementos citados anteriormente quanto
crônica, conto, carta, bilhete etc.) e qual o assunto tra- à compreensão escrita, a compreensão oral tem suas
tado. A partir desta coleta de informações, é possível peculiaridades e particularidades dignas de serem enfa-
iniciar a leitura inicial, que irá buscar identificar o tizadas, pois se diferenciam do padrão escrito. Diferente-
sentido do texto. O sentido indica o que o interlocutor mente da comunicação escrita, a fala é uma ação fluida
quer dizer com que propôs escrever. A capacidade de e em constante mudança. A percepção da comunicação
identificar o sentido está intrinsecamente ligada ao oral não apenas de elementos linguísticos, mas do con-
LÍNGUA INGLESA

conhecimento e à identificação de: texto cultural e social do falante e do ouvinte.


O momento da fala pode sofrer interferências de
„ palavras; ruídos, sejam eles literalmente barulhos que atrapa-
„ expressões idiomáticas; lham no momento da audição, ou ruídos no sentido
„ verbos frasais; de interferências no meio transmissor da mensagem
„ tempos verbais; (telefone, áudio, rádio, televisão, etc.). Tudo isso atra-
„ contextos; palha tanto a transmissão quanto à recepção da men-
„ aspectos culturais e sociais; sagem, o que dificulta sua compreensão de modo
„ adjetivos, advérbios e pronomes; geral. A compreensão oral na língua inglesa depen-
de de diversos elementos que devem ser levados em
consideração: 115
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„ Sotaque: ainda que a língua seja a mesma, „ Ex.: Even though they don’t read much, John’s
sotaques diferentes podem alterar a compreen- kids are very smart. (Apesar de eles não lerem
são de um idioma em diferentes países ou até muito, os filhos do John são muito espertos).
diferentes estados de um mesmo país; além dos
diferentes sotaques famosos, como o sotaque Em coerência:
britânico e o estadunidense, dentro de um mes-
mo país existem diferenças, como por exemplo „ Concordância de ideias: quando há concor-
o sotaque do sul e o sotaque do norte dos Esta- dância entre duas ideias na mesma oração de
dos Unidos, que possuem distinções claras; acordo com o sentido proposto pela frase e não
„ Dialeto: bem como a diferença de sotaques, existem contradições.
alguns países possuem dialetos próprios, a „ Ex.: She is a vegetarian, that’s why she only eats
comunidade negra na Inglaterra e nos Estados meat. (Ela é vegetariana, por isso ela apenas
Unidos possuem formas específicas de comuni- come carne). Nesta oração, há contradição, pois
cação que dizem respeito ao seu contexto social o fato de o sujeito ser vegetariano indicaria o
e sua cultura, com raízes provindas de diver- não consumo de carne, o ideal seria “She is a
sos países africanos; comunidades latinas tam- vegetarian, that’s why she doesn’t eat meat” (Ela
bém mesclam o idioma inglês com o espanhol é vegetariana, por isso ela não come carne);
e incorporam palavras de seu idioma nativo ao „ Ordem, relevância e progressão semânti-
inglês, ou até modificam palavras existentes, ca: em geral, ações possuem uma ordem para
algo comum no meio latino; acontecerem e cada qual tem a sua importân-
„ Classe social: o fator econômico pode inter- cia na construção de uma oração, o que for
ferir na comunicação oral de maneira muito relevante e coerente para com o contexto do
clara; um indivíduo rico com um alto nível que está expresso deve vir antes do menos
de formação educacional irá se comunicar de importante ou daquilo que é resultado de uma
uma forma e um indivíduo sem educação for- ação, em uma sequência lógica que não altere o
mal, morador da periferia, irá se comunicar de
sentido da narrativa. Observe:
outra.
„ Ex.: He woke up, brushed his teeth, had brea-
kfast and got dressed for work. (Ele acordou,
z Compreensão da Utilização de Mecanismos de
escovou os dentes, tomou café da manhã e se
Coesão e Coerência
vestiu para o trabalho).
Coesão e coerência são dois mecanismos funda-
z Contextos, Aspectos Sociais e Culturais
mentais para a produção de textos, o que os torna
igualmente importantes para a compreensão textual.
Ainda diante do tema de compreensão, seja ela
Antes de conhecer alguns elementos presentes nestes
textual ou oral, na língua inglesa, alguns aspectos
dois mecanismos, é preciso entender do que se tratam.
que vão além da língua se fazem muito importantes
Coesão diz respeito à interligação de elementos entre
para o real entendimento de um texto. Dentre eles, o
palavras e frases em uma sentença de maneira corre-
contexto e seus aspectos sociais e culturais se fazem
ta e a coerência trata-se da ligação de sentido lógico
presentes e devem ser bem analisados para que qual-
destes elementos, para que a mensagem seja coeren-
te. Confira alguns elementos utilizados para construir quer fragmento textual possa ser compreendido. Ter
coesão e coerência no texto. a habilidade de identificar o contexto histórico, a cul-
tura da época e a forma como se davam as relações
Em coesão: sociais em uma obra literária em inglês facilita a com-
preensão da obra como um todo, pois permite que o
„ Substituições: algumas expressões e substan- leitor amplie as noções do texto que irá ler.
tivos podem ser substituídos por outro termo As obras de William Shakespeare, grande escritor
para evitar repetições desnecessárias, como é o inglês, foram escritas sob o prisma de uma realida-
caso do uso de nomes próprios e dos pronomes. de diferente da que vivemos atualmente. Do século
„ Ex.: Anna really wants to study abroad, she XVI ao século XVII, o dramaturgo escreveu romances
enjoys visiting different countries. (Anna real- em que se podiam observar reflexos dos costumes
mente quer estudar no exterior, ela gosta de e usos da sociedade em que vivia à época; desde a
visitar países diferentes); própria linguagem do narrador até o curso da histó-
„ Conjugação verbal adequada: ainda que a ria, a trajetória dos personagens, a maneira como se
conjugação verbal e seus respectivos pronomes comunicam, se vestem, suas configurações e relações
sejam muito mais simples na língua inglesa do familiares e sociais, entre outros aspectos, todos os
que no português, ainda existem alguns requi- elementos representados pelo autor em suas obras
sitos de correlação verbal que devem ser apli- devem ser lidos pelo leitor a partir da ótica de uma
cados (principalmente no tempo presente). realidade diferente da que vivemos no século XXI.
„ Ex.: She sleeps late every day. (Ela dorme tarde Ao entender o contexto social, cultural e até eco-
todos os dias) — há uma acréscimo da letra “s” nômico de uma produção textual é fundamental para
em sujeitos na terceira pessoa do singular (he, estabelecer as relações corretas na hora de decodifi-
she, it) quando no tempo presente; car o seu sentido, sendo capaz de identificar o voca-
„ Conectores e conjunções: alguns conecto- bulário, os aspectos gramaticais, as influências do
res e conjunções ligam as sentenças de modo período histórico em todo o processo de construção
que elas se complementam, como é o caso das da narrativa.
palavras and, if, so, and, however, therefore,
116 although, even though, entre outros.
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Produção produzir textos mais curtos e objetivos, sem muito
vocabulário ou expressões idiomáticas; alguém com
Diferentemente da leitura e compreensão escrita conhecimento intermediário terá outro nível de com-
e oral da língua inglesa, a produção escrita e oral do plexidade em suas produções, menos infantil, mais
idioma requer mais do que apenas um conhecimen- completo, bem como alguém avançado ou fluente é
to superficial do idioma. É preciso possuir repertório capaz de se comunicar sem ou quase sem restrições
suficiente para produzir um texto em determinada seja de maneira oral ou escrita.
língua, pois ele deve ter sentido para o leitor. Apesar
de existirem distintos níveis de comunicação possí- z Produção Oral
veis em qualquer tipo de produção no idioma (básico,
intermediário e avançado), alguns requisitos devem A atividade linguística oral é marcada por sua flui-
ser seguidos a fim de realizar esta tarefa de maneira dez. Enquanto a produção escrita segue padrões de
bem-sucedida. regras gramaticais e de formalidade, além de ser pen-
sada e repensada durante o processo de sua construção,
z Produção Escrita a produção oral ocorre de forma simultânea ao pensa-
mento humano. À medida em que os pensamentos são
Para realizar a atividade da produção escrita formulados, a fala os reproduz sonoramente de manei-
em qualquer idioma, uma série de regras e padrões ra que o indivíduo não tem tempo para reformular ou
devem ser seguidos, de acordo com a intenção do modificar a construção do que foi dito ou planejar cons-
autor e o público a quem o texto se destina. Ela pode cientemente cada etapa deste processo de produção.
ser formal, na norma culta da língua inglesa ou infor- A tradição oral está presente na humanidade des-
mal, coloquial, a linguagem utilizada no cotidiano, de o início dos tempos, antes mesmo da invenção da
segundo a vontade e intenção de quem escreve. Ain- escrita. Histórias dos povos antigos, contos mitoló-
da assim, a produção escrita deve seguir regras gra- gicos e folclóricos, bem como ensinamentos religio-
maticais e ortográficas responsáveis por organizar o sos foram passados adiante em diversas sociedades,
idioma de maneira que indivíduos alfabetizados neste mesmo antes de existirem livros de história, o que
idioma sejam capazes de decodificar os signos linguís- demonstra a importância da comunicação verbal
ticos e identificar a mensagem proposta. como uma atividade importante e relevante, presente
A língua está em constante mudança e é uma até os dias de hoje como uma forma de comunicação e
ciência viva que se modifica em decorrência das partilha de conhecimentos.
transformações que ocorrem na sociedade. Como Professores, palestrantes, pastores, políticos, radia-
consequência, surgem novas palavras (neologismos), listas, jornalistas, entre outros profissionais, utilizam
novos termos e expressões, novos verbos, novas for- o discurso falado, dialética e a didática da produção
mas de se comunicar. Antes do surgimento da escrita, oral como recurso a fim de relatar fatos, propagar
surgiu a fala. O que significa que a escrita é fruto da conhecimentos, convencer e persuadir ou contar his-
necessidade humana de expressar-se de outra forma tórias. Na língua inglesa não é diferente. A produção
além da comunicação oral, de documentar a comuni- oral continua sendo fluida e simultânea, uma ativida-
cação ou de representá-la visualmente. de natural da comunicação humana.
Sendo assim, a partir da fala e de um idioma já Quando produzimos oralmente em outro idioma,
existente oralmente, a escrita passou a existir. Des- é possível que existam empecilhos que barrem a flui-
te modo, a fala é responsável pelas mudanças que dez da comunicação, dependendo da mensagem que
ocorrem na escrita. Todo este processo de mudança e se pretende passar, do nível de conhecimento que se
adaptação do idioma, indica que é preciso estar atento possui do assunto, suas palavras e expressões adja-
a alguns detalhes importantes antes de produzir um centes. Para que ela seja realizada de maneira correta
texto na língua inglesa. É preciso: é necessário:

„ estar consciente do público-leitor: toda mensa- „ Conhecer o campo, a área ou o assunto em


gem possui um receptor, perguntar-se a quem questão: alguns assuntos podem ser mais com-
ela se destina, ajudará o autor a entender o tipo plexos de abordar diante do nível de conhecimen-
de linguagem que deverá usar e de que manei- to do interlocutor; caso o indivíduo vá dar uma
ra ele se comunicará melhor com seu público; palestra em um hospital sobre doenças infeccio-
„ ter conhecimento técnico do idioma: saber os sas, termos ligados à área da saúde, doenças e
diferentes tipos de tempos verbais da língua nomes de instrumentos médicos e hospitalares
inglesa (simple present, present continuous, sim- devem obrigatoriamente ser de seu conhecimen-
ple past, past continuous, simple future, future to para que ele consiga transmitir a mensagem
continuous, present perfect, past perfect, past de sua produção oral o melhor possível;
perfect continuous, future perfect, future per- „ Saber pronunciar palavras e frases: a pro-
LÍNGUA INGLESA

fect continuous etc..), além do uso correto dos núncia é parte importante da comunicação,
pronomes pessoais, relativos e possessivos, de quando realizada de maneira errada pode con-
conjunções, conectivos, advérbios, adjetivos, fundir o ouvinte e atrapalhar o curso de um
artigos, enfim, de gramática em geral, além de diálogo; diversas palavras da língua inglesa
conteúdo vocabular, auxiliará o autor na cons- possuem similaridades quando escritas, mas
trução do texto no idioma. possuem significados totalmente diferentes
que só são identificados a partir de uma pro-
Além disso, saber escrever em um idioma requer núncia correta. Ex.: sheep (ovelha), ship (navio)
níveis de conhecimento elevados. É, no entanto, pos- e cheap (barato) — são palavras de grafia seme-
sível produzir em diferentes níveis. Um indivíduo lhante, mas são pronunciadas de maneiras
com conhecimento básico do idioma será capaz de diferentes entre si. 117
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Dica Conversas Formais E Informais

A audição está intrinsecamente ligada à fala. Uma das maiores vantagens da comunicação é sua
Bebês, por exemplo, assimilam os sons emiti- fluidez, ela se adapta, se transforma e é utilizada de
dos pelos pais desde o ventre, quando nascem e diferentes maneiras em cada contexto a qual é inse-
começam a emitir seus primeiros sons não ver- rida. Quando em ambientes mais formais, como no
bais é a influência da audição, ou seja, do que meio acadêmico, profissional ou literário, a etiqueta
ouvem a mãe ou o pai falando que conseguem exige certo grau de formalidade para que a comuni-
reproduzir pequenas palavras. O mesmo ocorre cação seja efetiva e as conversas devem seguir um
com o aprendizado de outro idioma, a audição padrão, o padrão da norma culta da língua. Na língua
auxilia a fala e vice-versa. inglesa, alguns indicadores expressam formalida-
de com mais clareza ou evitam que a conversa seja
Adequação Vocabular caracterizada como informal, são eles:
Pronomes de tratamentos adequados: no
Em diversos momentos, na língua inglesa, será ambiente escolar nos EUA, por exemplo, os alunos
necessário adaptar o discurso, a fim de otimizar a for- se referem aos professores como Mr. (senhor), Mrs.
ma de comunicar uma mensagem. A seleção correta (senhora) ou Ms. (senhorita) junto com os seus sobre-
de palavras e expressões que se encaixem melhor no nomes; diferentemente do Brasil, lá a relação entre
contexto da mensagem é primordial e faz parte do alunos e professores exige certo grau de distancia-
processo de adequação vocabular. mento que é estabelecido ao utilizar o pronome de
tratamento adequado.
As mesmas palavras podem expressar diferentes
ideias diante do contexto em que são usadas. A esco-
Ex.: Is Mr. Jones in the principal’s office? (O senhor
lha do vocabulário deve ser definida diante do con-
Jones está na sala do diretor?);
texto proposto, pois cada qual tem a capacidade de
„ Não utilização de gírias ou expressões colo-
modificar o sentido original ou usual de uma palavra
quiais: algumas expressões indicam o grau
ou expressão. Observe alguns exemplos a seguir:
de intimidade entre dois indivíduos; apelidos,
gírias e expressões coloquiais podem atrapa-
„ “She was not doing it the right way. She was
lhar a comunicação durante uma conversa cujo
supposed to cook the onions first” (Ela não esta-
contexto é formal e requer um distanciamento.
va fazendo do jeito certo. Ela deveria cozinhar as
Confira a diferença:
cebolas primeiro);
„ “That was the right way, you just missed the
Ex.: Hey, Luke. What’s up? How’s it going? (Ei,
roundabout!” (Aquele era o caminho certo,
Luke. E aí? Como estão as coisas?) – informal.
você acabou de ultrapassar a rotatória);
Good morning, Mr Hudson. How are you? (Bom
„ “He had a way with kids, he loved baby-sitting”
dia, senhor Hudson. Como vai você?) – formal.
(Ele era bom com crianças, ele amava ficar de
babá).
Em conversas informais, a comunicação se torna
mais próxima da fala, diferentemente da comunica-
Observe que a palavra way, encaixada em dife- ção formal que se aproxima mais da escrita. O uso
rentes contextos, ganhou diferentes significados. No de expressões, gírias, contrações de palavras, entre
primeiro trecho sobre culinária, way significa “jeito” outros elementos, podem tornar a conversa muito
ou “maneira”; no segundo sobre direção e trânsito, menos complexa e relaxada, pois não exige que as
way adquire o significado de “caminho”; já na terceira regras gramaticais sejam seguidas com tanto afin-
oração, sobre crianças, a expressão to have a way with co, nem mesmo sejam prioridade. As conversas que
(something/someone) significa “ser bom em algo”, “ter temos com nossos amigos, família e pessoas próximas
aptidão para fazer algo”. é sempre marcada por certo grau de intimidade e é
O correto uso vocabular para cada contexto permeada de simplicidade. Ela pode apresentar:
expressa o conhecimento do autor diante daquilo que
se propõe tratar em seu texto. A interlocução preten- „ Gírias e expressões: muitas delas são construções
dida na produção, por sua vez, trata-se da relação do grupo social em que o indivíduo vive e podem
entre o interlocutor e receptor da mensagem. O públi- estar muito, moderadamente ou pouco presen-
co em questão, ou seja, a quem se destina a mensa- tes na forma de comunicar uma mensagem; elas
gem, deve ser capaz de entender o assunto recortado surgem da oralidade e fazem parte de conversas
pelo autor. De nada adianta ter pleno conhecimento cotidianas; a internet, hoje, também tem um papel
de um assunto e não saber adaptar o discurso em prol importante no surgimento e propagação de novas
do público-alvo da mensagem. gírias e expressões que são incorporadas no voca-
Esta prática muito se assemelha ao trabalho dos bulário, em especial da juventude.
jornalistas que, por vezes, coletam dados completos „ Ex.: She was all, like, nervous about it so I told
sobre economia e política e precisam adaptar a comu- her to chill and call me asap (Ela estava toda,
nicação e a linguagem, modificando ou substituindo tipo assim, nervosa sobre isso então eu disse
termos difíceis, a fim de transmitir uma notícia para pra ela relaxar e me ligar assim que possível);
uma população leiga no assunto. Este tipo de recur- „ Apelidos: os apelidos fazem parte da relação
so, faz com que o autor ou emissor da mensagem seja entre as pessoas e podem marcar a forma como
sensato na escolha de palavras e obtenha sucesso na um indivíduo se dirige ao outro, indicando o
comunicação da mensagem que pretende passar. grau de proximidade entre eles; muito comum
entre amigos e familiares, os apelidos são sem-
118 pre informais.
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„ Ex.: Sis was telling me all about her trip. (Minha — Well... My pants, the ones that go under my trou-
irmã estava me contando tudo sobre sua via- sers. — he explained
gem / Sis – abreviação ou gíria provinda da — Oh, you mean, your underwear? Gosh, that’s em-
palavra sister); barrasing. — she flushed.
„ Contrações: as contrações de palavras e ver-
bos são muito comumente utilizadas e tem até Tradução:
mesmo sido incorporadas na linguagem for-
mal, por serem muito recorrentes na comuni- — Uau, eu amei suas cuecas novas! Elas são lindas.
cação; mas é sugerido que elas sejam aplicadas Onde você as comprou? — disse a garota americana.
apenas em ambientes informais. — O quê???? — o homem inglês respondeu com
„ Ex.: They would’ve loved to meet you, I’d bet on uma expressão de surpresa em seu rosto.
it. (Eles teriam amado te conhecer, eu aposto). — Suas cuecas... Por quê? O que há de errado? —
Importante! ela estava de olhos arregalados.
— Ah, você quer dizer minhas calças? Sim, elas são
Entender o ambiente em que se está inserido é ótimas. Eu as comprei na loja no centro da cidade. —
ele finalmente entendeu o que ela quis dizer.
fundamental para adequar aspectos da fala liga-
— Do que você achou que eu estava falando antes?
dos à norma culta ou à informalidade, no entanto,
— ela, por outro lado, ainda estava confusa com a con-
é cada vez mais notável a mesclagem de ambas
versa toda.
as formas de comunicação em determinados — Bem... minhas cuecas, aquelas que vão por
meios, como em igrejas contemporâneas, em reu- debaixo de minhas calças. — ele explicou.
niões de trabalho e em encontros parlamentares; — Ah, você quer dizer sua roupa de baixo? Meu
é, porém, necessário aprender ambas as formas Deus, isso é tão constrangedor. — ela corou.
de comunicação, suas variações e ter bom senso
para saber quando e como usar cada uma delas. No diálogo anterior, há uma clara confusão e difi-
culdade de comunicação por causa de sinônimos que
em outros países possuem diferentes significados para
Sinônimos em Inglês a palavra calças. No inglês britânico, calças é trousers
e roupa íntima é pants; já no inglês americano calças é
O estudo dos sinônimos na língua inglesa requer pants, e underwear é roupa íntima. A confusão reside
muita atenção e cuidado. Por vezes, como na língua na ideia de que os sinônimos dependem inteiramente
portuguesa, os sinônimos podem ser diferentes pala- do contexto em que a palavra se encontra, dependen-
vras que realmente possuem exatamente o mesmo do da cultura, do país, do contexto social, uma palavra
significado, em outros momentos, é possível identifi- será mais adequada para aquela situação ou não.
car diferentes intenções em palavras que se apresen-
tam como sinônimos. Alguns verbos ou phrasal verbs Cognatos
possuem sinônimos que, se utilizados em detrimen-
Cognatos são palavras que possuem a mesma gra-
to de outra palavra, são capazes de modificar a ideia
fia (ou grafia semelhante) e o mesmo significado em
geral de uma oração. É, portanto, primordial ter mui-
dois idiomas. Algumas palavras no inglês são exata-
ta cautela e saber como e quando utilizar este recurso.
mente iguais no português e possuem o mesmo signi-
Um dos recursos ideias para entender essas similari-
ficado, ainda que a sua pronúncia seja diferente. Estas
dades e diferenças é o tesauro (thesaurus), um dicio-
palavras podem facilitar a leitura e a interpretação de
nário desenvolvido para definir a tradução e conceito
texto, pois são exatamente as mesmas.
dos sinônimos de palavras.
Existem, porém, falsos cognatos, palavras que pos-
Apesar de partilharem de um mesmo idioma prin-
suem a mesma grafia ou grafia semelhante a palavras
cipal, os EUA, a Inglaterra, o Canadá, a Austrália, entre
de outro idioma, mas que possuem significados com-
outros falantes da língua inglesa, são países comple- pletamente diferentes. Sendo assim, é preciso ter mui-
tamente diferentes, com sua própria cultura, história to cuidado durante a leitura e examinar o contexto em
e costumes que moldam também sua língua, isso sig- que a palavra está inserida para que se possa inter-
nifica que o inglês de cada país possui suas peculiari- pretar corretamente seu significado. Confira a seguir
dades, diferentes significados, expressões, pronúncias alguns exemplos de cognatos e falsos cognatos.
etc.. Sendo assim, em cada um deles é possível identi-
ficar palavras que são sinônimos entre si, mas que no z Palavras Cognatas
contexto de cada país possui outro significado. Confi-
ra alguns exemplos de sinônimos no diálogo a seguir:
ENGLISH PORTUGUÊS
— Wow, I love your new pants! They are beautiful.
Chocolate Chocolate
LÍNGUA INGLESA

Where did you get them? — said the American girl


— Excuse me??? — the English man replied with a Different Diferente
surprised expression on his face.
— Your new pants... Why? What’s wrong? — She Constant Constante
had her eyes wide open.
Music Música
— Oh, you mean my trousers? Yeah, they great. I
bought them at the shop downtown. — he finally un- Interesting Interessante
derstood what she meant.
— What did you think I was talking about first? — Present Presente
she, on the other hand, was still confused with the who-
Important Importante
le conversation. 119
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z Falsos Cognatos
Chicken feed Salário baixo

ENGLISH PORTUGUÊS Raining cats and dogs Chuva muito forte

Actual Verdadeiro To give the could shoulder Ignorar alguém

Parents Pais Muito fácil, “mamão com


A piece of cake
açúcar”
Relatives Parentes
Pessoas iguais, “farinha
Two peas in a pod
Beef Carne bovina do mesmo saco”
Fabric Tecido The last straw O limite, “a gota d’água”
Pretend Fingir As far as I know Até onde eu sei
Order Pedir Abusar de algo, “passar
To be out of line
da conta”
Dica To hit the road Pegar a estrada
Por via das dúvidas quanto ao uso de uma palavra To be saved by the bell Ser “salvo pelo gongo”
e seu significado, alguns renomados dicionários
como o Oxford Dictionary e o Merriam-Webster “Quebrar o gelo”,
To break the ice
Dictionary possuem suas versões online hoje, descontrair
o que pode auxiliar o estudante a conferir rapi-
damente em seu computador ou celular se uma Observe que na tabela acima, algumas expressões
palavra é cognata ou não. possuem equivalentes na língua portuguesa e outras
não. Isso ocorre devido ao fato de que traduções não
Expressões Idiomáticas são suficientes para entender o contexto de um idio-
ma, é preciso entender a cultura, a história, o humor
Todo idioma possui uma gama de expressões e até a população de um país para realmente poder
idiomáticas oriundas de sua cultura, do folclore, dos entender como este idioma foi construído e funda-
costumes e as interações entre grupos sociais em um
mentado. Este aprofundamento permitirá um conhe-
país. As expressões idiomáticas no inglês são frases
cimento mais amplo do idioma, o que será benéfico
que não significam exatamente o que se esperaria tra-
duzindo-as ao pé da letra. Em alguns casos, as expres- sempre que se fizer necessário estudar aspectos lin-
sões possuem equivalente na língua portuguesa, em guísticos que estão intrinsecamente relacionados à
outros são tão característicos daquela cultura que cultura, aos costumes e à população de um país.
sequer possuem um equivalente direto e precisam ser
explicadas com outras palavras. Estratégias para Interpretar Textos
Algumas expressões são utilizadas em conversas
comuns do cotidiano, cada qual tem sua peculiari- Na hora de interpretar um texto em inglês, antes
dade, sem regras que padronizam seu uso. Basta um mesmo de se iniciar a leitura, deve-se responder a
conhecimento mais popular do idioma, através de algumas perguntas que identificam pontos cruciais
músicas, filmes, séries e vídeos, para ser capaz de
do texto, capazes de estabelecer critérios úteis para
identificar quando uma expressão não quer dizer o
facilitar a interpretação no momento em que a leitura
que ela literalmente significaria ao ser traduzida. Con-
fira uma lista de expressões idiomáticas comuns na será realizada. Confira a seguir:
língua inglesa:
z identificar quem é o autor;
z identificar quem é o narrador (por vezes é o pró-
To make a long face Fazer cara de desgosto prio autor);
To make something up Inventar uma história z identificar a quem o texto se dirige, seu público;
z identificar o gênero textual em questão;
Recompor suas emo-
To pull yourself together
ções, endireitar-se
Ao iniciar um breve escaneamento destas infor-
Assumir o lugar de mações iniciais a leitura corrente será facilitada. Além
To fill in someone’s shoes
alguém disso, duas práticas distintas que se caracterizam
como estratégias úteis para a interpretação de textos
Resolver tarefas fora de
To run errands em inglês são o scanning e o skimming.
casa
O scanning é a prática de escanear, passar os olhos
Pensar e expor ideias, pelo texto em busca de palavras-chave, dados, nomes,
To come up with
soluções números, entre outros elementos que possam contex-
Estar esgotado com algo tualizar o texto antes mesmo que a leitura seja realiza-
To be fed up with
ou alguém da; trata-se de uma busca por informações específicas
e pertinentes para compreender o texto.
To cost an arm and a leg Custar muito caro
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O skimming refere-se a uma leitura de trechos do texto, talvez parágrafos isolados, sem a necessidade de ler o texto
todo, para adquirir uma compreensão do sentido geral do texto de maneira rápida e eficiente, esta estratégia pode
auxiliar aqueles que precisam ganhar tempo durante a leitura de textos técnicos e extensos.
Ambas as técnicas são mais poderosas e eficazes quando suas forças se unem, pois a leitura, ainda que rápida
e sem muito aprofundamento, torna-se mais fácil quando guiada por esses recursos.

ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA COMPREENSÃO DE CONTEÚDOS


SEMÂNTICOS E DOMÍNIO DO VOCABULÁRIO E DA MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA
INGLESA
SUBSTANTIVOS

Os substantivos são responsáveis por nomear seres, objetos, lugares, emoções, fenômenos da natureza etc.
Quando vamos aprender outro idioma, os substantivos compõem uma classe de palavras crucial para a cons-
trução de um bom aprendizado, pois, a partir do conhecimento destes, pode-se constituir um vasto vocabulário.
Podemos classificar os substantivos simples em dois grupos: proper nouns (substantivos próprios) e com-
mon nouns (substantivos comuns).

Tipos de Substantivos

z Proper Nouns

Os proper nouns referem-se ao que conhecemos na língua portuguesa como “nomes próprios” ou “substantivos
próprios”. Desse modo, nomeiam, de modo específico, pessoas, pontos turísticos, instituições, marcas e organiza-
ções. Entretanto, há uma diferença interessante entre os substantivos próprios das línguas inglesa e portuguesa:
a primeira também considera nome de dias, meses, nacionalidades, idiomas e títulos como proper nouns.

EXEMPLOS: SIGINIFICADOS:

My friend’s name is Caroline. O nome da minha amiga é Caroline.

I was born in London. Eu nasci em Londres

I have English exams on Mondays. Eu tenho provas de inglês às segundas-feiras.

My boyfriend arrives in July. Meu namorado chega em julho.

My dentist is Brazilian. Meu dentista é brasileiro.

z Common Nouns

Os common nouns, como o próprio nome indica, nomeiam as coisas e os objetos em geral. Além disso, podem
fazer referência a objetos físicos, subjetivos, abstratos, contáveis, incontáveis, compostos ou não. Observe os
exemplos em suas diferentes categorias:

COMMON (COMUNS) SIGNIFICADO

Tree Árvore
Leaf Folha
Flower Flor
Grass Grama
Dirt Terra

CONCRETE (CONCRETOS) SIGNIFICADO

Chair Cadeira
Fantasy Fantasia
LÍNGUA INGLESA

Armor Armadura
Bee Abelha
Dream Sonho

COLLECTIVE (COLETIVOS) SIGNIFICADO

Kennel Canil
People Pessoas
Shoal Cardume
Herd Manada
Grove Arvoredo
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ABSTRACT (ABSTRATOS) SIGNIFICADO

Love Amor
Hate Ódio
Encouragement Encorajamento
Kindness Bondade
Spirit Espírito

COUNTABLE (CONTÁVEIS) SIGNIFICADO

Table Mesa
Pencil Lápis
Pillow Travesseiro
Door Porta
Pen Caneta

UNCOUNTABLE (INCONTÁVEIS) SIGNIFICADO

Bread Pão
Water Água
Advice Conselho
Information Informação
Rice Arroz

COMPOUND (COMPOSTOS) SIGNIFICADO

Scuba-diving Mergulho
Stepson Enteado
Newsstand Banca de jornal
Train station Estação de trem
Rollercoaster Montanha Russa

z Compound Nouns

Os compound nouns, por sua vez, são ‘’substantivos que se formam através da junção de duas ou mais palavras
diferentes, envolvendo diferentes classes morfológicas ou não’’ (Campos, 2010, p.33). Por exemplo:

„ Substantivo + Substantivo: bookseller – livreiro;


„ Substantivo +Adjetivo: icecold – frio como gelo; ou

Adjetivo + Substantivo: nobleman – cavalheiro;

„ Substantivo + Verbo: Godsend – dádiva;


„ Substantivo + Particípio: ink-stained – manchado de tinta.
„ Adjetivo + Adjetivo: red-hot iron – ferro em brasa;
„ Adjetivo + Particípio: old-fashioned – fora de moda;

E outros casos mais vistos:

„ Gerúndio + Substantivo: resting-place – lugar de descanso;


„ Pronome + Substantivo: she-wolf – loba;
„ Advérbio + Substantivo: outlaw – fora da lei;
„ Advérbio + Particípio: wellformed – bem formado.

Gênero dos Substantivos

Diferentemente da língua portuguesa, na qual as terminações dos substantivos podem indicar o gênero a que
se referem na oração (rico/rica, estressado/estressada, ocupado/ocupada), em inglês, os substantivos não possuem
gênero gramatical. Porém, vale ressaltar que, em alguns casos, existem algumas mudanças nos substantivos para
indicar o gênero em.

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Confira:

MALE MASCULINO FEMALE FEMININO

Actor Ator Actress Atriz

Waiter Garçom Waitress Garçonete

Host Anfitrião Hostess Anfitriã

Lion Leão Lioness Leoa

Heir Herdeiro Heirness Herdeira

Há, também, substantivos diferentes que serão usados para representar uma pessoa do sexo feminino e uma
pessoa do sexo masculino:

MALE MASCULINO FEMALE FEMININO

Boy Garoto Girl Garota

Father Pai Mother Mãe

Rooster Galo Chicken Galinha

Nephew Sobrinho Niece Sobrinha

Os demais substantivos da língua inglesa são neutros, ou seja, podem representar qualquer sexo ou gênero:

MALE/FEMALE MASCULINO/FEMININO

Lawyer Advogado(a)

Doctor Médico(a)

Employee Funcionário(a)

Teacher Professor(a)

Importante!
Note que, nem sempre, haverá substantivos com formas distintas para cada gênero. Portanto saiba que a
língua inglesa age, muitas vezes, de forma neutra com relação à questões linguísticas de gênero, ou seja, não
faz distinção entre gêneros (masculino, feminino etc.).

O Plural dos Substantivos

Quanto ao plural dos substantivos em inglês, é preciso observar algumas regras e exceções com relação ao
sufixo ou às terminações de cada palavra.
Como regra geral, da mesma forma que na Língua Portuguesa, deve-se acrescentar -s ao final da palavra:

SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO


LÍNGUA INGLESA

Car Cars Carro/Carros

Sibling Siblings Irmão/Irmãos

Kid Kids Criança/crianças

Monkey Monkeys Macaco/Macacos

Acrescenta-se -es ao fim da palavra, no caso de palavras terminadas em –s/ss, –ch, –sh, –x, –z e –o, para que ela
se torne plural.
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SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Buzz Buzzes Zumbido/Zumbidos

Bus Buses Ônibus/ônibus

Wax Waxes Cera/Ceras

Wish Wishes Desejo/Desejos

Batch Batches Fornada/fornadas

Hero Heroes Herói/Heróis

Mattress Mattresses Colchão/colchões

Abaixo, apresenta-se um mnemônico feito para ajudar a guardar a regra do -es:

‘’O SHampoo aZul da Xuxa é CHeiroSo.’’

No caso de substantivos terminados em -y precedido por uma vogal, basta acrescentar -s.

SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Key Keys Chave/chaves

Guy Guys Rapaz/rapazes

Clay Clays Argila/argilas

Play Plays Peça/peças de teatro

No entanto, no caso de substantivos terminados em -y precedido por uma consoante, é preciso retirar o -y e
substituí-lo por -ies.

SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Story Stories História/histórias

Baby Babies Bebê/bebês

City Cities Cidade/cidades

Butterfly Butterflies Borboleta/borboletas

Quanto à palavras terminadas em -f ou -fe, é necessário tirar -f ou -fe e substituí-los por –ves.

SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Leaf Leaves Folha/folhas

Wolf Wolves Lobo/lobos

Wife Wives Esposa/esposas

Knife Knives Faca/facas

Shelf Shelves Prateleira/prateleiras

Importante!
Há exceções para essa regra!
As palavras roof (telhado), chief (chefe) e handkerchief (lenço) ganham somente -s no plural (Campos, 2010).

Em outros casos, os substantivos são irregulares, ou seja, tornam-se outra palavra ao serem passados para o
plural.

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Veja alguns exemplos:

SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Man Men Homem/homens

Woman Women Mulher/Mulheres

Child Children Criança/crianças

Mouse Mice Camundongo/Camundongos

Louse Lice Piolho/piolhos

Tooth Teeth Dente/dentes

Foot Feet Pé/pés

Goose Geese Ganso/gansos

Ox Oxen Boi/bois

Também são considerados substantivos irregulares aqueles que se mantêm da mesma forma independente-
mente de sua colocação no singular ou plural. São alguns exemplos:

SINGULAR/PLURAL TRADUÇÃO

Sheep Ovelha/ovelhas

Fish Peixe/peixes

Species Espécie/espécies

Deer Alce/alces

Glasses Óculos

News Notícia

z Plural de Substantivos Compostos

O plural de substantivos compostos varia de acordo com o tipo de nome que os compõe. Se o segundo nome
for contável, ele passa para o plural. Ex.: health centers (centros de saúde), police stations (postos policiais), post
offices (agência de correios) (Collins, 2017).
No caso de substantivos compostos relativos a phrasal verbs (verbos frasais), deve-se acrescentar -s ao final.
Ex.: cover-ups (encobrimentos) e show-offs (exibicionistas).
No caso de substantivos compostos por um nome contável e um advérbio, o nome contável passará ao plural.
Ex.: passers-by (transeuntes) e runners-up (vice-campeões).
Por fim, no caso de compostos ligados por preposições in, of ou seguidos por to-be, o primeiro substantivo pas-
sa ao plural. Ex.: birds of prey (aves de rapina), sons-in-law (enteados), mothers-to-be (futuras mães) (Collins, 2017).

REFERÊNCIAS

CAMPOS, T. G. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa. 2010. Disponível em: https://middleware-
-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.
COBUILD, C. English Grammar. 4. ed. Glasgow: Harper Collins Publishers, 2017.

PRONOMES
LÍNGUA INGLESA

Os pronomes são palavras que podem substituir o nome de um lugar, uma pessoa, um objeto, um animal etc.
em orações. Na língua inglesa, temos algumas classificações específicas para cada grupo. Confira a seguir.

Subject Pronouns (Pronomes do Sujeito)

Os subject pronouns podem ser definidos como palavras que indicam pessoas, lugares, objetos, animais, entre
outros. São pronomes que representam os sujeitos (que realizam a ação) nas orações.

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Na tabela abaixo, observe seu uso e exemplos:

1ª PESSOA I would love to visit your family.


I Eu
(SINGULAR) Eu adoraria visitar tua família.

2ª PESSOA You never call your relatives.


You Você, tu
(SINGULAR) Você nunca liga para seus parentes.

3ª PESSOA He should be more careful.


He Ele
(SINGULAR) Ele deve ser mais cuidadoso.

3ª PESSOA She goes scuba-diving every year.


She Ela
(SINGULAR) Ela faz mergulho todo ano.

3ª PESSOA It’s going to be an amazing year.


It Ele, ela (neutro)
(SINGULAR) Vai ser um ano incrível.

1ª PESSOA We were really tired after the game.


We Nós
(PLURAL) Nós estávamos muito cansados depois do jogo.

2ª PESSOA You could come to NY one day.


You Vocês, vós
(PLURAL) Vocês poderiam vir a Nova Iorque um dia.

3ª PESSOA They decided to stay home for Christmas.


They Eles, elas
(PLURAL) Eles decidiram ficar em casa no Natal.

É importante lembrar que:

„ a primeira pessoa do singular “I” (eu) deve ser escrita sempre em letra maiúscula, seja no início de uma
frase ou não (Campos, 2010);
„ “You” (tu, você, vós, vocês) é o pronome que utilizamos na intenção de dirigir a palavra a alguém, formal
ou informalmente, não há essa diferenciação (Campos, 2010);
„ “He”(ele) e “she”(ela) podem ser utilizados para se dirigir a animais de estimação, porém, trata-se de um
caso facultativo (Campos, 2010);
„ “It” é um pronome neutro utilizado para se referir a objetos, animais, indivíduos de sexualidade não biná-
ria e bebês de sexo ainda indefinido na barriga da mãe. Não existe tabu na língua inglesa ao se referir a
uma pessoa ou a um bebê como “it”.

Object Pronouns (Pronomes do Objeto)

São pronomes que sofrem a ação expressa na oração, atuando como um objeto, de modo a evitar repetições
desnecessárias. Geralmente são utilizados logo após o verbo ou uma preposição (Campos, 2010).

Observe a tabela abaixo.

This car belongs to me.


ME Me, mim
Este carro pertence a mim.

Would she go with you?


YOU Lhe, o, a, te, ti, a você
Ela iria com você?

We should call him tomorrow.


HIM Lhe, o, a ele
Nós deveríamos telefonar a ele amanhã.

They decided to invite her.


HER Lhe, a, a ela
Eles decidiram convidá-la.

He fed it with its food.


IT Lhe, o, a, a ele, a ela (neutro)
Eles o alimentaram com sua comida.

Would they fire us?


US Nos
Eles nos demitiriam?

I’ll give you a discount.


YOU Vos, lhes, a vocês
Eu lhes darei um desconto.

Please, let them now.


THEM Lhes, os, as
Por favor, avise-os.

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Possessive Pronouns (Pronomes Possessivos)

Os pronomes possessivos expressam pertencimento de algo a alguém. No caso da língua inglesa, existem dois
grupos de possessivos, os possessive adjectives e os possessive pronouns. Vejamos, por ora, o caso dos pronomes
possessivos cuja função é substituir o nome próprio ao final da oração, como objeto da oração, sem qualquer
flexão de número ou grau.

These socks are mine.


MINE Meu, minha, meus, minhas
Estas meias são minhas.

Is this book yours?


YOURS Teu, tua, seu, sua
Este livro é seu?

That enormous mansion is his.


HIS Dele
Aquela mansão enorme é dele.

All those white clothes are hers.


HERS Dela
Todas aquelas roupas brancas são dela.

This rubber bone is its.


ITS Dele, dela (neutro)
Este osso de borracha é dele.

Keep your hands off of it, it’s ours!


OURS Nosso, nossa
Tire suas mãos daí, é nosso!

Are these records yours?


YOURS Vosso, vossa, seu, sua
Estes discos são seus?

None of the reports are theirs.


THEIRS Deles, delas
Nenhum dos relatórios são deles.

Reflexive Pronouns (Pronomes Reflexivos)

São pronomes empregados quando o próprio sujeito sofre ação da oração, a ação que ele produz “reflete” de
volta ao sujeito.

I checked it myself.
MYSELF A mim, a mim mesmo, -me
Eu mesmo chequei.

Don’t blame yourself.


YOURSELF A ti, a você mesmo, -te, -se
Não se culpe.

He learned how to play the guitar by himself.


HIMSELF A si, a si mesmo, -se
Ele aprendeu como tocar violão sozinho.

She promised herself she wouldn’t go.


HERSELF A si, a si mesma, -se
Ela prometeu a si mesma que não iria.

The machine did it itself.


ITSELF A si, a si mesmo/a, -se
A máquina o fez por si mesma.

We can start the presentation ourselves.


OURSELVES A nós, a nós mesmos, -nos
Nós podemos começar a apresentação nós mesmos.

You should take care of yourselves.


YOURSELVES A vós, a vocês mesmos, -vos, -se
Vocês devem cuidar de si mesmos.
LÍNGUA INGLESA

They can help themselves.


THEMSELVES A si, a eles mesmos, a elas mesmas, - se
Eles mesmos podem se servir.

Os pronomes reflexivos podem ser empregados nas seguintes ocasiões:

„ para demonstrar que a ação executada pelo verbo reflete para o próprio sujeito;
„ para dar ênfase a quem executou determinada ação, conforme vimos no exemplo da 1ª pessoa do singular:
“I checked it myself.” (Eu mesmo chequei);
„ para demonstrar que o sujeito executou uma ação sozinho, sem ajuda de terceiros, conforme o exemplo
exposto na 3ª pessoa do singular masculina: “He learned how to play the guitar by himself.” (Ele aprendeu
como tocar violão sozinho.). 127
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Importante!
Note que para expressar a ação realizada “sozinho(a)”, empregamos a preposição “by” (por).
“She did the homework all by herself.” (Ela fez a tarefa de casa toda sozinha.)

Demonstrative Pronouns (Pronomes Demonstrativos)

Os pronomes demonstrativos são usados para localizar o objeto de uma oração no espaço ou tempo, esteja
ele próximo ou não. São eles:

PRONOME PRONOME
DEMONSTRATIVO SIGNIFICADO DEMONSTRATIVO SIGNIFICADO
(SINGULAR) (PLURAL)

This Esse(a), este(a), isso, isto These Esses(as), estes(as)

That Aquele(a), aquilo Those Aqueles(as)

Observe os seguintes exemplos:

„ •We really need this money! (Nós realmente precisamos deste dinheiro!);
„ They should see these flowers. (Eles deveriam ver estas flores).

Note que, em ambos os casos, os pronomes mencionam objetos mais próximos ao locutor.

Observe mais alguns exemplos:

„ Helen will show us that beautiful painting. (Helen vai nos mostrar aquela linda pintura);
„ How much for those pants? (Quanto custam aquelas calças?).

Nesses casos, os pronomes mencionam objetos mais distantes ao locutor.

Por fim, observe os exemplos abaixo:

„ This party will be awesome! (Essa festa vai ser incrível!);


„ I still remember those sweet moments. (Eu ainda me lembro daqueles momentos doces).
„ Ambos mencionam momentos. Note que primeiro remete a um momento próximo, fazendo uso de this,
enquanto o segundo remete a momentos mais distantes, fazendo uso de those.

Relative Pronouns (Pronomes Relativos)

Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração.
Relativos a pessoas: who (quem – sujeito), whom (quem – objeto), whose (cujo(a), cujos(as)) e that (que) (CAM-
POS, 2010, p.87). Veja exemplos:

„ He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso);
„ The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido);
„ Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?);
„ I never knew that you sang. (Eu nunca soube que você cantava).

Relativos a coisas e animais: which (que, qual, quais) e whose + substantivo (de quem) (CAMPOS, 2010, p.87).
Veja exemplos:

„ This is the bus which takes me home. (Este é o ônibus que me leva para a casa);
„ The image at which you are looking was photographed by a friend of mine. (A imagem para a qual você está
olhando foi fotografada por um amigo meu);
„ Whose coat is that? (De quem é aquele casaco?).
„ Relativos a lugar: where (onde). Veja um exemplo:
„ This is the place where I found my puppy. (Este é o lugar que encontrei meu filhote).

Indefinite Pronouns (Pronomes Indefinidos)

Os pronomes indefinidos, por sua vez, são usados para identificar um substantivo em um sentido não especí-
fico. São frequentemente usados para descrever um substantivo com um elemento de incerteza, ou seja, sem, de
128 fato, especificar a qualidade do pronome ou substantivo a que se refere. Observe a tabela com alguns exemplos:
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ANY SOME EVERY NO

Algum(a), qualquer, Algum(a), alguns,


Todo(a), cada Nenhum
sequer algumas

Do you have any There should be some She knows every single
I have no idea.
advice? information here. room.
Exemplos: (Eu não tenho [ne-
(Você tem algum (Deve haver alguma in- (Ela conhece todos os
nhuma] ideia.)
conselho?) formação aqui.) quartos.)

Pessoas Anybody/Anyone Somebody/Someone Everybody/Everyone Nobody/No one

Alguém, qualquer Alguém, algum(a)


Todo mundo Ninguém
pessoa pessoa

Somebody told me you No one should


Is there anybody Everyone knows your ad-
are single. (Alguém me judge you. (Nin-
Exemplos: home? (Tem alguém dress. (Todo mundo sabe
disse que você está guém deveria lhe
em casa?) seu endereço.)
solteiro.) julgar.)

Coisas Anything Something Everything Nothing

Nada, nenhuma
Qualquer coisa, nada Alguma coisa Tudo, todas as coisas
coisa

I have nothing to
Didn’t you buy any- There is something
Everthing is going to be talk with you. (Eu
thing for dinner? wrong with my cellphone.
Exemplos: alright. (Tudo vai ficar não tenho nada
(Você não comprou (Há algo de errado com
bem.) para falar com
nada para o jantar?) meu celular.)
você.)

Lugares Anywhere Somewhere Everywhere Nowhere

Qualquer lugar, lugar


Algum lugar Todo lugar Lugar nenhum
algum

I can’t find my glass- I couldn’t park my


We will find groceries
es anywhere! (Eu não I see flowers everywhere car nowhere. (Eu
somewhere. (Nós vamos
Exemplos: consigo encontrar I look. (Eu vejo flores em não consegui es-
encontrar suprimentos
meus óculos em todo lugar que olho.) tacionar meu carro
em algum lugar.)
lugar algum!) em lugar nenhum.)

Tempo Anytime Sometime Everytime No time

Qualquer hora, hora Hora nenhuma,


Alguma hora Toda hora
alguma tempo nenhum

You can call me I have no time for


Come and visit me some- Everytime I sleep, I dream
anytime. (Você pode studies. (Eu não te-
Exemplos: time. (Venha e me visite about you. (Toda hora que
me ligar a qualquer nho tempo nenhum
alguma hora.) durmo, sonho com você.)
hora.) para estudos.)

Abaixo, apresentam-se algumas informações importantes.

„ Any é um prefixo utilizado em orações interrogativas quando se espera uma resposta negativa, orações
negativas (na presença de outra estrutura negativa) e afirmativas com o significado de “qualquer”;
„ Some é um prefixo utilizado somente em orações afirmativas e interrogativas, expressando convites e
oferecimentos;
„ No é um prefixo estritamente negativo e não deve NUNCA ser utilizado se já houver uma negação na frase.
LÍNGUA INGLESA

Exemplo: “I don’t have no money to buy food.” (Eu não tenho nenhum dinheiro para comprar comida.)
O correto seria: “I have no money to buy food.” Ou “I don’t have any money to buy food.”

Interrogative Pronouns (Pronomes Interrogativos)

Os pronomes interrogativos são elementos linguísticos usados em perguntas mais amplas, conhecidas como
elementos de “WH-questions”, quando se espera por respostas que não se restrinjam a “sim” ou “não” e/ou respos-
tas com substantivos. Observe a seguir:
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PRONOME INTERROGATIVO PERGUNTA RESPOSTA

What city do you prefer to live? I prefer to live in London.


What (que, o que, a que, qual, quais)
(Que cidade você prefere morar?) (Eu prefiro morar em Londres.)

Where have you been? I’ve been jogging at the park. (Estive
Where (onde, aonde)
(Onde você esteve?) correndo no parque?)

Who is that boy? He is my son.


Who (quem)
(Quem é aquele garoto?) (Ele é meu filho)

Whose car is that? (De quem é aque- That is John’s car. (Aquele carro é do
Whose (de quem)
le carro?) John.)

To whom did you lend your costume?


I lent it to Marcela. (Eu emprestei ela
Whom (a quem, para quem, de quem) (Para quem você emprestou sua
à Marcela.)
fantasia?)

When did you go there? I went there last week. (Eu fui lá se-
When (quando)
(Quando você foi lá?) mana passada)

Which ice cream flavour do you like? I like vanilla ice cream! (Eu gosto de
Which (qual)
(Qual sabor de sorvete você gosta?) sorvete de baunilha!)

Because I was working. (Porque eu


Why did you arrive so late? (Por que estava trabalhando.) ou I was wor-
Why (por que, por quê)
você chegou tão tarde?) king, that’s why (Eu estava trabalhan-
do, este é o porquê.)

Abaixo, apresentam-se algumas informações importantes, vejamos.

„ ambos what e which podem ser utilizados para perguntar “qual”;


„ Who nunca deve aparecer próximo a uma preposição. Quando necessário, deve-se utilizar whom ou colo-
car a preposição ao final da pergunta. Exemplo: Who are you going to travel with? (Com quem você está
indo viajar?) ou Who did you buy gifts for? (Para quem você comprou presentes?;
„ perguntas com why geralmente são respondidas com because logo no início da oração, mas também
podem ser respondidas com “that is why” (este é o porquê).

A partir dos exemplos, é possível observar que, no caso dos pronomes interrogativos, a resposta sempre envol-
ve um nome/substantivo, ainda que de modo oculto ou subentendido. Os pronomes interrogativos jamais refe-
rem-se às circunstâncias ou razões.

REFERÊNCIAS

CAMPOS, T. G. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa, 2010. Disponível em: https://middleware-
-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.

TEMPOS VERBAIS

O estudo dos tempos verbais na língua inglesa é um dos mais importantes tópicos a se abordar, para uma
maior compreensão técnica do idioma. Diferentemente da língua portuguesa, o inglês possui poucos tempos ver-
bais que, em suma, possuem características e conjugações simples e semelhantes, o que facilita os estudos.
Cada tempo verbal possui usos específicos e características únicas que devem ser exploradas durante o apro-
fundamento no conhecimento sobre a língua.
Dica: quando se utiliza da palavra “simples” em um tempo verbal, é importante saber que essa conjugação
envolverá somente um verbo principal.

Simple Present (Presente Simples)

O presente simples é utilizado para expressar ações que acontecem no momento presente, tais como ações
habituais, referência a eventos futuros, declarações e verdades universais (CAMPOS, 2010, p. 143). Exemplos:

„ I study math (Eu estudo matemática);


„ I wake up at 6 a.m. everyday (Eu acordo às 6 da manhã todos os dias);
„ The show starts at 9 p.m. and ends at 11 p.m (O show começa às 9 horas da noite e termina às 11 da noite);
„ I love you (Eu amo você);
„ Summer follows spring (O verão segue a primavera).

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Affirmative Forms (Formas Afirmativas)

O presente simples em inglês possui uma divisão simples entre os pronomes: os pronomes da terceira pessoa
do singular se enquadram em uma categoria e os demais, em outra.
No geral, o padrão de conjugação no presente simples se estabelece retirando o to do verbo no infinitivo em
todos os casos. Exemplo:

„ To eat (comer):
„ I eat bread (Eu como pão).

Observe que o to atua para colocar o verbo no infinitivo. Ou seja, ele remete aos sufixos ar, er, ir e or (andar,
correr, sorrir, compor) e foi removido para realizar a conjugação de acordo com o pronome em questão. Se não
removêssemos o to, nosso exemplo ficaria, em português: “Eu comer pão”. Agora observe o seguinte exemplo:

„ To love (amar):
„ I love to eat bread (Eu amo comer pão).

Quando utilizarmos mais de um verbo na oração, o to aparecerá a partir do segundo verbo exposto, pois ele
entrará no infinitivo. Sem ele, nossa frase ficaria “eu amo como pão”, o que não faz sentido algum em nenhum
dos idiomas.
Esta regra se aplica a seguinte lista de pronomes (veja como exemplo a conjugação do verbo citado
anteriormente):

TO EAT SIGNIFICADO

I (eu) I eat bread. Eu como pão.

You (tu, você) You eat bread. Você come pão.

He eats bread.
Ele come pão;
He/She/It (ele, ela) She eats bread.
Ela come pão.
It eats bread.

We (nós) We eat bread. Nós comemos pão.

You (vós, vocês) You eat bread. Vocês comem pão.

They (eles, elas) They eat bread. Eles(as) comem pão.

Observe que, no caso dos pronomes na terceira pessoa do singular — he, she e it —, a conjugação ocorrerá de
modo diferenciado. Aos verbos que acompanham estes pronomes, acrescenta-se os sufixos -s, -es ou -ies.
Verbos terminados em consoantes, de forma geral, apresentam terminação padrão s, como é o caso do verbo
to drink (beber), to play (jogar) e to speak (falar). Veja:

TO DRINK SIGNIFICADO

He (ele) He drinks water. Ele bebe água.

She (ela) She drinks water. Ela bebe água.

It (ele, ela, neutro) It drinks water. Ele(a) bebe água.

No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss, sh, o e z, acrescentamos -es, como no caso do verbo to finish
(terminar). Considere the homework como “lição de casa”:

TO FINISH SIGNIFICADO
LÍNGUA INGLESA

He (ele) He finishes the homework. Ele termina a lição de casa.

She (ela) She finishes the homework. Ela termina a lição de casa.

It (ele, ela, neutro) It finishes the homework. Ele(a) termina a lição de casa.

Dica
Mnemônico para auxiliar:
O SHampoo aZul da Xuxa é CHeiroSo. 131
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Já no caso de verbos com terminados em y e precedidos por uma consoante, como em to study (estudar), to
fly (voar) e to cry (chorar), removemos o y e acrescentamos o -ies. Veja o exemplo:

TO STUDY SIGNIFICADO

He (ele) He studies math. Ele estuda matemática.

She (ela) She studies math. Ela estuda matemática.

It (ele, ela, neutro) It studies math. Ele(a) estuda matemática.

Há também uma regra determinada para o verbo to have (ter). Na terceira pessoa do singular, ele deixa de ser
have e passa a ser conjugado como has. Exemplo:

TO HAVE SIGNIFICADO

He (ele) He has to study math. Ele tem que estudar matemática.

She (ela) She has to study math. Ela tem que estudar matemática.

It (ele, ela, neutro) It has to study math. Ele(a) tem que estudar matemática.

Note, mais uma vez, que o to apareceu entre os verbos has e study, pois a intenção foi expressar o segundo no
infinitivo: “Ela tem que estudar matemática”.

z Negative Forms (Formas Negativas)

Observe a frase:
“I have to study math.” (Eu tenho que estudar matemática.).
Através da conceituação de forma verbal enfática, sabemos que, se o sujeito da oração precisasse enfatizar o
quanto precisa estudar matemática, ele poderia fazer uso do verbo auxiliar do, derivado de to do, que significa
“fazer, executar”. Ficaria então:

„ “I do have to study math.” (Eu tenho que estudar matemática.).

Notou como nada mudou quando trouxemos o exemplo para o português?


Do é um verbo auxiliar que está presente, implicitamente, em todas as construções afirmativas. Nem sem-
pre ele precisa aparecer, pois sua função de verbo auxiliar vai ser fundamental somente nos casos negativos e
interrogativos.
Na construção de frases negativas, utilizaremos o auxiliar do e a negação not (não), da seguinte maneira:

„ “I do not have to study math.” (Eu não tenho que estudar matemática.).

Contraindo essa soma do+not, temos don’t. Portanto, “I don’t have to study math”.
Veja mais exemplos para os demais sujeitos:

You (você) You don’t have to study math.

He doesn’t have to study math;


He, she, it (ele, ela, neutro) She doesn’t have to study math;
It doesn’t have to study math.

We (nós) We don’t have to study math.

You (vocês) You don’t have to study math.

They (eles, elas) They don’t have to study math.

Conforme vimos anteriormente, verbos terminados em o, na terceira pessoa do singular, ganham -es ao final,
o que aconteceu com o verbo do no início da frase. Como esse verbo auxiliar apareceu primeiro na oração, que
é negativa, e já sofreu a alteração que indica 3ª pessoa do singular, o verbo to have não precisa ser alterado
novamente.

„ Do + es + not = Does not = Doesn’t.

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Interrogative Forms (Formas Interrogativas)

Quando há intenção de se fazer uma pergunta na língua inglesa — com exceção do verbo to be, que veremos
logo mais —, o auxiliar sempre virá antes do sujeito e do verbo principal da frase. Além disso, a formulação de
perguntas em inglês sem utilização de pronomes interrogativos (what, when etc.), culminam em respostas afirma-
tivas ou negativas. Observe:

„ Interrogative (Interrogativa):
„ “Do you have to study math?” (Você tem que estudar matemática?);
„ Answer (Resposta):
„ “Yes, I have to study math.”; ou “No, I don’t have to study math.” (Sim, eu tenho que estudar matemática.;
Não, eu não tenho que estudar matemática.).

Veja mais exemplos:

Yes, I have to study math.


I (eu) Do I have to study math?
No, I don’t have to study math.

Yes, he has to study math.


Does he have to study math?
No, he doesn’t have to study math.

Yes, she has to study math.


He, she, it (ele, ela, neutro) Does she have to study math?
No, she doesn’t have to study math.

Yes, it has to study math.


Does it have to study math?
No, it doesn’t have to study math.

Yes, we have to study math.


We (nós) Do we have to study math?
No, we don’t have to study math.

Yes, they have to study math.


They (eles, elas) Do they have to study math?
No, they don’t have to study math.

Interrogative Negative Forms (Formas Interrogativas Negativas)

É quando há necessidade de conferir uma negação prévia ou quando já se sugere que virá uma resposta nega-
tiva para a pergunta. Veja alguns exemplos:

Yes, I eat bread.


Don’t you eat bread?
No, I don’t eat bread.

Doesn’t it eat bread? Yes, it eats bread./No, it doesn’t eat bread.

Yes, they eat bread.


Don’t they eat bread?
No, they don’t eat bread.

Observe que, para concordar que a ação não é realizada, fazemos uso do no e do don’t/doesn’t. “Yes, I don’t eat
bread” configura erro.

Verbo “To Be” — Present (Presente)

O mais temido e conhecido verbo de todos que já se introduziram no aprendizado da língua inglesa: o verbo to
be, que expressa em inglês “ser” e “estar”. Neste caso, abandonaremos por completo o uso dos auxiliares do e does,
LÍNGUA INGLESA

pois o sentido de to be no presente simples não “executa” algo, apenas “é” ou “está” de algum modo.

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z Affirmative and Negative + Contractions (Afirmativos e Negativos + Contrações)

I am – I’m Eu sou/estou I am not – I’m not Eu não sou/estou

You are – You’re Você é/está You are not – You aren’t Você não é/está

He is – He’s Ele é/está He is not – He isn’t Ele não é/está

She is – She’s Ela é/está She is not – She isn’t Ela não é/está

It is – It’s Ele(a)/isso é/está It is not – It isn’t Ele(a)/isso não é/está

We are – We’re Nós somos/estamos We are not – We aren’t Nós não somos/estamos

You are – You’re Vocês são/estão You are not – You aren’t Vocês não são/estão

They are – They’re Eles são/estão They are not – They aren’t Eles não são/estão

Muitos já viram, na literatura, a conjugação negativa do verbo to be como, por exemplo, “He’s not”, “You’re
not” ou “They’re not”. Desta forma também está correto. Porém, esse not isolado acontece para enfatizar a negação
daquele estado. Por exemplo:
“She isn’t hungry” (ela não está com fome) transmite uma mensagem um sutilmente diferente de “She’s not
hungry” (ela não está com fome).

z Interrogative and Interrogative Negative + Contractions (Interrogativas e Interrogativas Negativas +


Contrações)

Agora, note como ocorre a inversão entre o sujeito e o verbo na conjugação interrogativa. Considere a como
“um(a)” e student como “estudante”:

Eu sou um(a) Eu não sou um(a)


Am I a student? Am I not* a student? Aren’t I* a student?
estudante? estudante?

Você é um(a) Você não é um(a)


Are you a student? Are not you a student? Aren’t you a student?
estudante? estudante?

Ele não é um
Is he a student? Ele é um estudante? Is not he a student? Isn’t he a student?
estudante?

Ela é uma Ela não é uma


Is she a student? Is not she a student? Isn’t she a student?
estudante? estudante?

Ele(a)/isso é um(a) Ele(a)/isso não é


Is it a student? Is not it a student? Isn’t it a student?
estudante? um(a) estudante?

Nós somos Nós não somos


Are we students? Are not we students? Aren’t we students?
estudantes? estudantes?

Vocês são Vocês não são


Are you students? Are not you students? Aren’t you students?
estudantes? estudantes?

Eles(as) são Eles(as) não são


Are they students? Are not they students? Aren’t they students?
estudantes? estudantes?

*Note que a conjugação para a primeira pessoa do singular é diferente das demais quando se trata de uma
interrogativa negativa. O segundo caso, “aren’t I”, é usado em contextos mais informais ou como question tags.

Present Continuous (Presente Contínuo)

O uso do presente contínuo, também conhecido por presente progressivo (present progressive), é utilizado
para expressar ações que se iniciam no presente e seguem continuamente, ações temporárias, ações planejadas
e certas para o futuro e ações repetidas (Campos, 2010). Orações no presente contínuo normalmente contam com
advérbios como now (agora), at this moment (neste momento), today (hoje), etc.
Sua estrutura, obrigatoriamente, necessita do conhecimento do verbo to be. Somado a ele, adiciona-se um ver-
bo de ação no gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo sufixo -ing, a fim de expressar uma ação contínua.

134
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Observe:

SUJEITO VERBO TO BE VERBO PRINCIPAL + COMPLEMENTO

He is working

Veja alguns exemplos de usos do gerúndio:

„ ações acontecendo no momento:


„ Lucy is playing with the other kids (Lucy está brincando com as outras crianças);
„ ações temporárias:
„ I’m studying in the evening this month (Eu estou estudando à noite este mês);
„ ações planejadas:
„ We’re travelling to Copacabana next week (Estamos viajando para Copacabana na próxima semana);
„ ações repetidas:
„ They’re always working late on Thursdays (Eles estão sempre trabalhando até tarde nas quintas-feiras).

Acrescenta-se -ing ao verbo principal sem alterar sua grafia na maioria das vezes. Contudo, há exceções (Cam-
pos, 2010):

„ verbos terminados em e, substitui-se a vogal por -ing: to make — making (fazer — fazendo); com exceção
do verbo to be, ficando apenas being;
„ verbos terminados em consoante + vogal + consoante, cuja última sílaba seja tônica, duplicamos a última
consoante e acrescentamos -ing: to travel — travelling (viajar — viajando);
„ porém, verbos terminados em w ou x, somente recebem o -ing: to snow — snowing (nevar — nevando); to
relax — relaxing (relaxar — relaxando);
„ e caso a sílaba tônica não seja a última, apenas acrescentamos -ing: to open – opening (abrir – abrindo);
„ verbos terminados em ie, substitui-se por -ying: to lie — lying (mentir — mentindo).

Present Perfect (Presente Perfeito)

O presente perfeito é um tempo verbal da língua inglesa que não encontra equivalente em português, sendo
assim um dos tempos verbais mais complexos de se entender do idioma. Porém, entender sua estrutura e propó-
sito facilitam a compreensão de quem estuda inglês. Apesar de ser similar ao passado simples quando traduzido
literalmente, o presente perfeito serve para expressar ações no tempo passado de modo indeterminado, ou seja,
que não precisam necessariamente ter menção de tempo.
No passado simples, as ações ocorrem e terminam no passado e isto é comumente expresso com alguns advér-
bios de tempo e palavras e expressões de tempo como last week (semana passada), yesterday (ontem), at 3 o’clock
(às 3 horas), before lunch (antes do almoço), two months ago (há dois meses), entre outros.
O presente perfeito, por outro lado, é utilizado quando a ação a ser reportada é mais importante do que quan-
do ela ocorreu no passado, ou seja, sem indicação temporal. Além disso, para expressar acontecimentos passados
por esse tempo verbal, devem haver consequências ou repercussões no tempo presente. Sua estrutura se baseia
no verbo auxiliar have, seguido de um verbo no particípio. Confira:

SUJEITO HAVE/HAS (AUXILIAR) VERBO NO PARTICÍPIO COMPLEMENTO

I have been to Brazil.

Tradução: Eu estive no Brasil

No caso dos sujeitos I, you, we e they utilizamos o verbo auxiliar have, e, no caso dos sujeitos he, she e it, usamos has,
que é sua conjugação base no presente. E é por este motivo que este tempo verbal leva o nome de presente perfeito.
Observe que o verbo no particípio no exemplo anterior é o verbo irregular to be. Os verbos irregulares no
passado, também serão irregulares no particípio. Os verbos regulares mantêm a sua estrutura do passado
simples mesmo quando conjugadas no particípio. Veja:
LÍNGUA INGLESA

SUJEITO HAVE/HAS (AUXILIAR) VERBO NO PARTICÍPIO COMPLEMENTO

He has talked to the principal.

Tradução: Ele conversou com o diretor.

O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e, portanto, assume sua forma no particípio de maneira idên-
tica à sua forma no passado simples: talked.
Em frases negativas no presente perfeito, é o verbo auxiliar que fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao
has, podendo vir contraído como haven’t ou hasn’t. 135
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„ She hasn’t called me to explain it (Ela não me ligou para explicar);
„ They haven’t started the monthly planning (Eles não começaram o planejamento mensal);
„ It hasn’t made any sense to me (Isso não fez nenhum sentido para mim).

Em orações interrogativas e interrogativas negativas, inverte-se a posição do verbo auxiliar e do sujeito.

„ Haven’t you considered joining the army? (Você não considerou se juntar ao exército?);
„ Has he lost his mind? (Ele perdeu a cabeça/ficou louco?);
„ Has Jenna commented anything? (Jenna comentou alguma coisa?).

Alguns advérbios de frequência são utilizados juntamente ao presente perfeito para indicar ações que já ocor-
reram ou não em algum momento na vida, sem a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever (já), already
(já), never (nunca) e yet (ainda, já). Eles são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo pelo yet que deve sempre
estar ao fim da oração. Observe alguns exemplos:

„ She has never been to another country (Ela nunca esteve em outro país);
„ I have already made many mistakes (Eu já cometi muitos erros);
„ Have you ever had alcohol? (Você já ingeriu álcool?);
„ They haven’t decided anything yet (Eles não decidiram nada ainda).

Present Perfect Continuous (Presente Perfeito Contínuo)

Quando nos referimos ao presente perfeito contínuo da língua inglesa, falamos de um tempo verbal usado
para expressar ações que se iniciaram no tempo passado (sem incidência de tempo exata) que continuam e reper-
cutem até o tempo presente, também podendo indicar mudanças de estado e comportamento. Observe a seguir:

VERBO TO BE VERBO
SUJEITO COMPLEMENTO TEMPO
AUXILIAR (PARTICÍPIO) (GERÚNDIO)

She has been working in the company for a long time.

Tradução: Ela trabalha na empresa há muito tempo.

Note que é necessário acrescentar o verbo to be no particípio e complementar com um verbo no gerúndio, que
é o verbo responsável pela ideia de continuidade temporal na oração, marcado pelo sufixo -ing (work — working).
Como você pode observar, o presente perfeito contínuo não pode ser traduzido de forma literal pois não pos-
suímos um equivalente a ele na língua portuguesa. Isso porque, quando queremos dizer que alguém ainda hoje
realiza uma ação que realizava no passado, usamos o presente simples. Exemplo: ele joga tênis desde os 12 anos.
No inglês, isto se dá de forma diferente por conta da compreensão de que a ação de jogar o esporte se iniciou
no passado, mas segue ocorrendo até o presente como uma ação contínua (ele ainda está jogando). Observe como
esta mesma oração ficaria em inglês:

„ He has been playing tennis since he was 12.

Apesar de não existir incidência de tempo de modo exato, como dia da semana ou a hora, no presente perfeito
contínuo há, sim, incidência de tempo de modo mais amplo, como idade, ano, mês ou alguns advérbios de tempo
e frequência (recently — recentemente; lately — atualmente; etc.).

Dica
Diferença entre Present Perfect e Present Perfect Continuous:
� Present Perfect: demonstra uma ação que se iniciou no passado, durou por algum tempo e se encerrou
ainda no passado, mesmo que algumas consequências dessa ação ainda repercutam no presente;
� Present Perfect Continuous: demonstra uma ação que se iniciou no passado e continua acontecendo até
o tempo presente.

Simple Past (Passado Simples)

O passado simples da língua inglesa é utilizado para expressar ações e hábitos realizados e finalizados no tempo
passado. Ao utilizarmos este tempo verbal, devemos ter em mente dois conceitos importantes: o uso do verbo auxiliar
did (passado do verbo auxiliar do) e a existência de dois grupos de verbos no passado (regulares e irregulares).
Os verbos regulares no passado possuem uma terminação padrão, veja as regras e alterações:

„ verbos terminados em e, acrescenta-se -d: to love — loved (amor — amou);


„ aos demais verbos, acrescenta-se -ed: to work — worked (trabalhar — trabalhou);
„ verbos terminados em consoante + vogal + consoante, cuja última sílaba é tônica, dobra-se a última con-
136 soante acrescenta-se -ed: to stop — stopped (parar — parou);
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„ verbos terminados em y precedido por uma
Did she finish high school Ela terminou o ensino
vogal, acrescenta-se -ed: to play — played
in January? médio em janeiro?
(jogar — jogou);
„ verbos terminados em y precedido por uma Did we start a new busi- Nós começamos um
consoante, substitui-se o y por -ied: to fly — ness course? novo curso de negócios?
flied (voar — voou).
Did you cry the whole Vocês choraram durante
No entanto, existem muitas exceções e muitos ver- movie? o filme todo?
bos que não se comportam da mesma maneira quan- Did they try to convince Eles tentaram convencê-
do conjugados no tempo passado, verbos que são her of the truth? -la da verdade?
chamados irregulares.
A mudança nos verbos para o tempo passado atra-
No caso das interrogativas negativas, portanto,
vés de modificações na estrutura do próprio verbo
temos:
ocorre apenas em frases afirmativas. Em frases nega-
tivas e interrogativas, utilizamos o verbo auxiliar did
e o verbo retorna ao seu estado original (infinitivo Didn’t I study at a public Eu não estudei em uma
sem o to). school? escola pública?
Confira alguns exemplos com verbos regulares em
casos afirmativos: Didn’t you work really
Você não trabalhou duro?
hard?

I studied at a public Eu estudei em uma esco- Didn’t she finish high Ela não terminou o ensi-
school. la pública. school in January? no médio em janeiro?

You worked really hard! Você trabalhou duro! Didn’t we start a new Nós não começamos um
business course? novo curso de negócios?
She finished high school Ela terminou o ensino
in January. médio em janeiro. Didn’t you cry the whole Vocês não choraram
movie? durante o filme todo?
We started a new busi- Nós começamos um
ness course. novo curso de negócios. Didn’t they try to convince Eles não tentaram con-
her of the truth? vencê-la da verdade?
You cried the whole Vocês choraram durante
movie. o filme todo. Quando nos referimos aos verbos irregulares do
They tried to convince her Eles tentaram convencê- passado, não podemos definir nenhuma regra espe-
of the truth -la da verdade. cífica para identificá-los, mas podemos memorizar as
exceções para melhor nos comunicarmos em inglês.
Observe agora as mesmas frases negativas, quando Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares
se faz necessário o uso do verbo auxiliar do passado para exemplificar:
did + not, costumeiramente contraído para didn’t. Note
que o verbo retorna ao seu estado original infinitivo. VERBO
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO
INFINITIVO
I didn’t study at a public Eu não estudei em uma NO PASSADO
school! escola pública. To eat Ate Comer/comeu
You didn’t work really To come Came Vir/veio
Você não trabalhou duro!
hard!
Partir, sair, dei-
She didn’t finish high Ela não terminou o ensi- To leave Left xar/Partiu, saiu,
school in January. no médio em janeiro. deixou
We didn’t start a new Nós não começamos um Entender/
business course. novo curso de negócios. To understand Understood
entendeu
You didn’t cry the whole Vocês não choraram To say Said Dizer/disse
movie. durante o filme todo.
To send Sent Enviar/enviou
They didn’t try to convin- Eles não tentaram con-
LÍNGUA INGLESA

ce her of the truth. vencê-la da verdade Escrever/


To write Wrote
escreveu
O mesmo ocorre quando as frases são interrogati- To read Read Ler/leu
vas, pois iniciamos a pergunta com o uso do auxiliar
did: To run Ran Correr/correu

Emprestar (a)/
To lend Lent
Did I study at a public Eu estudei em uma esco- emprestou (a)
school? la pública?
Colocar, pôr/
To put Put
Did you work really hard? Você trabalhou duro? Colocou, pôs
137
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VERBO She was
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO not sick. / Wasn’t she
INFINITIVO
NO PASSADO She was She wasn’t Was she sick?
sick. sick. sick?
To drive Drove Dirigir/dirigiu
Ela estava Ela estava Ela não
To take Took Levar/levou
doente. Ela não doente? estava
Manter, guar- estava doente?
To keep Kept dar/Manteve, doente.
guardou
It was not Wasn’t it
Was it
Acordar/ It was sick. sick. / It sick?
To wake up Woke up sick?
acordou wasn’t sick.
Ele(a)/
Pegar, conse- Ele(a)/
isso estava Ele(a)/isso Ele(a)/isso
To get Got guir/Pegou, isso estava
doente. não estava não estava
conseguiu doente?
doente. doente?
To bring Brought Trazer/trouxe We were
We were not sick. / Were we Weren’t we
Comprar/
To buy Bought sick. We weren’t sick? sick?
comprou
sick.
To sell Sold Vender/vendeu Nós es- Nós es- Nós não
távamos Nós não távamos estávamos
doentes. estávamos doentes? doentes?
Sendo assim, quando a intenção for trazer nos- doentes.
so exemplo do presente simples ao passado simples,
temos: You were
You were not sick. / Were you Weren’t you
sick. You weren’t sick? sick?
„ I eat bread (Eu como pão);
sick.
„ I ate bread (Eu comi pão). Vocês Vocês Vocês não
estavam Vocês não estavam estavam
Verbo “To Be” — Past (Passado) doentes. estavam doentes? doentes?
doentes.
Considere sick como “doente” para compreender
They were
nossos exemplos: not sick. / Weren’t
They were Were they
They we- they sick?
sick. sick?
z Affirmative, Negative, Interrogative and Inter- ren’t sick.
rogative Negative Forms (Formas Afirmativa, Eles(as)
Eles es- Eles es-
Negativa, Interrogativa e Interrogativa Negativa) Eles(as) não es-
tavam tavam
não es- tavam
doentes. doentes?
tavam doentes?
doentes.
I was not
Wasn’t I
sick. / I
I was sick. Was I sick? sick? Past Continuous (Passado Contínuo)
wasn’t sick.
Eu estava Eu estava Eu não O uso do passado contínuo é utilizado para expres-
Eu não
doente. doente? estava sar ações que se iniciam no passado e seguiram con-
estava
doente? tinuamente nele ou que aconteceram enquanto outro
doente.
fato ocorria, paralelamente no passado.
Para utilizar o passado contínuo é preciso utilizar
You were
not sick. / Weren’t you o to be, também no tempo passado. Separaremos os
You were Were you sujeitos em dois grupos para conjugarmos o verbo ser
You weren’t sick?
sick. sick? e estar no tempo passado na afirmativa:
sick.
Você não
Você esta- Você esta-
Você não estava
va doente. va doente? VERBO PRIN-
estava doente?
SUJEITO VERBO TO BE CIPAL + COM-
doente.
PLEMENTO
He was not
Wasn’t he I was working
He was sick. / He Was he
sick?
sick. wasn’t sick. sick?
Ele não She was working
Ele estava Ele não Ele estava
estava
doente. estava doente?
doente? We are working
doente.
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Veja exemplos:

„ Luke was playing with Jimmy. (Luke estava brincando com Jimmy);
„ You weren’t doing it correctly. (Você não estava fazendo corretamente);
„ Were they working abroad? (Eles estavam trabalhando no exterior?);
„ Wasn’t she travelling with you? (Ela não estava viajando com você?).

Past Perfect (Passado Perfeito)

O passado perfeito é utilizado para expressar a ordem cronológica de ações ocorridas no passado. Em uma
linha do tempo, a frase expressa neste tempo verbal pode ser entendida como a primeira ação realizada no
passado, ou seja, a mais antiga. A ação em questão é mais importante do que o tempo exato em que ela ocorreu
no passado, ou seja, não há indicação temporal específica, apenas uma indicação de uma ordem cronológica de
acontecimentos relevantes para a narrativa do interlocutor.
Sua estrutura se baseia no verbo auxiliar had seguido de um verbo no particípio e seu respectivo complemen-
to. Confira:

SUJEITO HAD (AUXILIAR) VERBO NO PARTICÍPIO COMPLEMENTO

The students had left the school.

Tradução: Os alunos deixaram a escola.

É possível que a oração no passado perfeito venha seguida de uma oração complementar no passado simples,
para indicar a ação que ocorreria a seguir, a partir da palavra when (quando). Por vezes, a oração no passado
perfeito acompanha o advérbio already (já). Confira:

„ She had already eaten when we arrived home with pizza (Ela já tinha comido quando nós chegamos em casa
com pizza).

Observe que, na oração anterior, a primeira parte, identificada como passado perfeito, expressa uma ação que
já havia acontecido antes da oração em passado simples.
Ainda que as ações na oração estejam invertidas, o tempo verbal marca a ordem cronológica dos acontecimen-
tos e o past perfect sempre será a ação mais antiga:

„ When we arrived home with pizza, she had already eaten (Quando nós chegamos em casa com pizza, ela já
tinha comido).

Note que, assim como no presente perfeito, alguns advérbios de frequência são utilizados no passado perfeito
para indicar ações que já ocorreram ou não em algum momento na vida. São eles: ever, already, never e yet. Eles
são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo pelo yet que, como já vimos, deve sempre estar ao fim da oração.
Observe alguns exemplos:

„ She had never been to another country (Ela nunca tinha estado em outro país);
„ I had already made that mistakes (Eu já tinha cometido aquele erro);
„ Had you ever had Thai food before this? (Você já tinha comido comida tailandesa antes disso?);
„ They hadn’t decided anything yet (Eles não tinham decidido nada ainda).

Importante!
O Past Perfect expressa ações no pretérito, que não são contínuas, ou seja, foram eventos únicos, que se ini-
ciaram e se finalizaram, antes de um determinado momento ou de uma segunda ação também no passado.
Veja uma linha do tempo:
LÍNGUA INGLESA

When our grandpa decided to order pizza (2), we had already had dinner (1).
(Quando nosso avô decidiu pedir pizza, nós já tínhamos jantado).

Passado (1) (2) Presente


[...] we had already Our grandpa had
had dinner. decided to order pizza [...]

Observe que, ainda que a ordem da oração se altere e a oração no tempo do passado perfeito em inglês esteja
posta após a oração no passado simples, ainda assim, a oração no past perfect sempre irá expressar a ação
mais antiga. 139
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Past Perfect Continuous (Passado Perfeito Contínuo)

O passado perfeito contínuo da língua inglesa é um tempo verbal usado para expressar ações que se iniciaram
no tempo passado, antes de outra ação também no passado, e que continuaram ocorrendo dentro de um deter-
minado tempo de forma contínua, repercutindo até um determinado momento ainda no pretérito. Esse tempo
verbal também pode indicar mudanças de estado e de comportamento. Observe a seguir:

VERBO TO BE VERBO
SUJEITO COMPLEMENTO TEMPO
AUXILIAR (PARTICÍPIO) GERÚNDIO

He had been thinking about the job offer for weeks.

Tradução: Ele estava pensando na oferta de emprego há semanas.

Note que é necessário acrescentar o verbo to be no particípio e complementar com um verbo no gerúndio, que é o
verbo responsável pela ideia de continuidade temporal na oração, marcado pelo sufixo -ing (work — working). Como
você pode observar, o passado perfeito contínuo não pode ser traduzido de forma literal, pois não possuímos um equi-
valente a ele na língua portuguesa. Quando queremos dizer que alguém estava fazendo uma ação contínua no pas-
sado, usamos o passado simples. Exemplo: Ele estava investigando o caso há meses quando finalmente o resolveram.
No inglês, isto se dá de forma diferente, pela compreensão: a ação se inicia no passado e segue ocorrendo até
outra ação interferir nela, também no passado, como em uma linha cronológica de ações. Observe como essa
mesma oração ficaria em inglês:

„ He had been investigating the case for months when they finally cracked it.

Considere as marcações apresentadas na oração em relação à linha do tempo a seguir: He had been investiga-
ting the case for months (1) when they finally cracked it (2) (Ele estava investigando o caso há meses quando eles
finalmente o resolveram).

PASSADO (1) 2 PRESENTE

He had been (...) when they


investigating the finally cracked it.
case for months (...)

Observe que, ainda que ambas as ações estejam no passado, há uma ordem específica na oração sobre qual ação
aconteceu primeiro devido uso do passado perfeito contínuo. Neste caso, “ele estava investigando” (had been inves-
tigating) refere-se à ação mais antiga no passado, por ser marcada pelo passado perfeito em sua estrutura; a oração
“quando eles finalmente o resolveram” (when they finally cracked it), expressa outra ação no passado simples, que
é a interferência na primeira oração, indicando que ela ocorreu após a mais antiga da linha cronológica de tempo.

Simple Future (Futuro Simples)

O futuro simples no inglês é o tempo verbal usado para expressar ações que poderão ou não acontecer em uma
data futura, indicar previsões ou expressar desejos e esperanças (Campos, 2010. p. 172).
Considere sleep como “dormir”:

z Affirmative, Negative, Interrogative and Interrogative Negative Forms (Formas Afirmativas, Negativas,
Interrogativas e Interrogativas Negativas)

I will not sleep./I won’t


I will sleep./I’ll sleep. Will I sleep? Won’t I sleep?
sleep.
Eu vou dormir. Eu vou dormir? Eu não vou dormir?
Eu não vou dormir.

You will not sleep./You


You will sleep./You’ll sleep. Will you sleep? Won’t you sleep?
won’t sleep.
Você vai dormir. Você vai dormir? Você não vai dormir?
Você não vai dormir.
140
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He will not sleep./He won’t
He will sleep./He’ll sleep. Will he sleep? Won’t he sleep?
sleep.
Ele vai dormir. Ele vai dormir? Ele não vai dormir?
Ele não vai dormir.

She will not sleep./She


Won’t she sleep?
She will sleep./She’ll sleep. won’t sleep. Will she sleep?

Ela vai dormir. Ela vai dormir?


Ela não vai dormir?
Ela não vai dormir.

It will not sleep./It won’t


It will sleep./It’ll sleep. Won’t it sleep?
sleep. Will it sleep?

Ele(a)/isso vai dormir?


Ele(a)/isso vai dormir. Ele(a)/isso não vai dormir?
Ele(a)/isso não vai dormir.

We will not sleep./We won’t


We will sleep./We’ll sleep. Won’t we sleep?
sleep. Will we sleep?

Nós vamos dormir?


Nós vamos dormir. Nós não vamos dormir?
Nós não vamos dormir.

You will not sleep./You


You will sleep./You’ll sleep.
won’t sleep. Will you sleep? Won’t you sleep?

Vocês vão dormir? Vocês não vão dormir?


Vocês vão dormir.
Vocês não vão dormir.

They will sleep./They’ll They will not sleep./They


Will they sleep? Won’t they sleep?
sleep. won’t sleep.
Eles(as) vão dormir? Eles(as) não vão dormir?
Eles(as) vão dormir. Eles(as) não vão dormir.

z To Be + Going To

Outro desdobramento do tempo verbal futuro, é a junção do verbo to be com a estrutura going to que, grosso
modo, significa “indo a”. É utilizado para expressar intenções e previsões. A conjugação das orações com going to
no futuro simples se dá do mesmo modo que as orações com verb to be no presente simples.
A estrutura ficará da seguinte forma:

SUJEITO VERBO TO BE GOING TO VERBO PRINCIPAL

I am going to work

She is going to work

You are going to work

Confira a seguir alguns exemplos:

z Intenção:

„ She is going to spend Christmas with her family (Ela vai passar o Natal com a família dela);
„ Aren’t we going to travel next month? (Nos não vamos viajar mês que vem?);

z Previsão:

„ They aren’t going to believe my story (Eles não vão acreditar na minha história);
LÍNGUA INGLESA

„ Are you going to spend vacation in Bahamas? (Você vai passar as férias nas Bahamas?).

z Will x To Be Going To

Em orações cuja intenção é expressar um futuro incerto, uma decisão tomada repentinamente ou previsões
sem embasamento, usamos o will.
Exemplos:

„ We are without bread! I’ll buy more in the afternoon (Nós estamos sem pão! Eu vou comprar mais à tarde);
„ Look how dark the sky is... It’ll rain (Olha como o céu está escuro... Vai chover); 141
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„ They won’t last together, look how much they fight (Eles não vão durar juntos, olha o tanto que brigam).

Diferentemente, o to be going to expressa intenções consolidadas e previsões embasadas.


Exemplos:

„ I’m going to get married next month (Eu vou me casar no mês que vem);
„ I saw on the news that is going to rain this weekend (Eu vi no noticiário que irá chover neste fim de semana);
„ I’m not going to give you my password (Eu não vou te dar minha senha).

Future Continuous (Futuro Contínuo)

O future continuous é usado para expressar algumas situações como:

„ para descrever uma ação futura que ocorrerá durante um período específico de tempo;
„ para descrever ações futuras que ocorrerão em simultaneidade;
„ para descrever uma ação que será interrompida por outra;
„ para descrever ações que são prováveis de acontecer ou que o falante deseja que aconteçam (qualquer
tempo verbal do futuro pode expressar essa ideia, no entanto).

A estrutura do futuro contínuo se dá da seguinte maneira:

VERBO PRINCIPAL
SUJEITO MODAL WILL VERBO TO BE COMPLEMENTO
+ ING

He will be talking to you

É importante ter em mente que, em português, os falantes não estão acostumados a utilizar o gerúndio para
expressar ideia de continuidade no futuro. Por exemplo, é considerado gerundismo falar “ele estará conversando
com vocês”. O correto, na verdade, na língua portuguesa, seria “ele conversará com vocês”, na forma simples do
tempo verbal. Portanto, talvez não seja interessante comparar ou tentar forçar a tradução desse tempo verbal nas
duas línguas, uma vez que elas funcionam de formas diferentes.
Confira alguns exemplos de uso desse tempo verbal:

„ The cinema will be selling tickets for a special film exhibition today (o cinema estará vendendo ingressos
para uma exibição especial de filmes hoje);
„ My sister will be shoping while I’m at college (minha irmã estará fazendo compras enquanto eu estarei na
faculdade);
„ I will be driving to the party when the guests arrive (eu estarei dirigindo para a festa quando os convidados
chegarem);
„ We’ll be living in greek any day now (nós estaremos morando na Grécia a qualquer momento).

Veja, a seguir, mais exemplos em diferentes modos:

The principal will be hosting the anual party.


AFIRMATIVA
(O diretor estará sendo o anfitrião da festa anual)

She won’t be calling any of the employees this week.


NEGATIVA
Ela não estará ligando para nenhum funcionário esta semana

Will she be attending prom with her boyfriend?


INTERROGATIVA
Ela estará indo à festa de formatura com seu namorado?

INTERROGATIVA Won’t they be reading a new book by next class?


NEGATIVA Ele não estará lendo um livro novo até a próxima aula?

Future Perfect (Futuro Perfeito)

Este tempo verbal pode ser um pouco diferente para falantes da língua portuguesa, mas, quando bem estuda-
do, é passível de ser completamente compreendido e totalmente usual.
O futuro perfeito expressa ações que serão terminadas em algum tempo no futuro, ou seja, incluem uma ideia
de passado dentro do tempo verbal futuro em sua estrutura.

SUJEITO WILL HAVE PARTICÍPIO COMPLEMENTO

She will have read for 1 hour

142 Tradução: ela terá lido durante uma hora.


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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que o complemento geralmente expressa um tempo específico no futuro através do uso de by (até), for
(por, há) ou since (desde) + expressão de tempo (next week, next month, next year, next holiday, noon, 5 o’clock,
2025, etc.). Confira alguns exemplos a seguir:

By — utiliza-se quando nos referimos They will have delivered the project Eles terão entregado o projeto até o
a prazos e tempo limite by noon. meio-dia.

For — refere-se ao tempo total, à John will have been home for a whole
John estará em casa há um ano.
duração de uma atividade year.

Since — expressa o tempo inicial de


They will have been together since
uma possível ação futura, marcando Eles estarão juntos desde a festa.
the party.
seu tempo

Quanto ao seu uso na negativa, apenas coloca-se o not depois do verbo auxiliar do futuro will (também apre-
sentado com a contração — won’t):

SUJEITO WILL + NOT HAVE (AUXILIAR) TO BE (PARTICÍPIO) COMPLEMENTO

They will not/won’t have been ready by noon.

Tradução: Eles não estarão prontos ao meio-dia.

Já na interrogativa, basta inverter a posição do sujeito e do verbo auxiliar do futuro will:

WILL SUJEITO HAVE (AUXILAR) TO BE (PARTICÍPIO) COMPLEMENTO

Will Anna have been there since March?

Tradução: Anna estará lá desde março?

Future Perfect Continuous (Futuro Perfeito Contínuo)

Este tempo verbal nos lembra daqueles atendimentos do telemarketing, onde a vendedora coloca sua ação
futura no gerúndio, expressando que “vai estar fazendo” algo por você. O futuro perfeito contínuo expressa ações
que serão continuadas e terminadas em algum tempo no futuro, ou seja, incluem uma ideia de passado dentro do
tempo verbal futuro em sua estrutura.
Confira a seguir sua estrutura na afirmativa:

SUJEITO WILL HAVE (AUX.) TO BE (PARTICÍPIO) VERBO + ING COMPLEMENTO

She will have been running for 1 hour

Tradução: Ela estará correndo por 1 hora.

Aqui também contaremos com complementos que expressam tempo específico no futuro através do uso de
by (até), for (por, há) ou since (desde) + expressão de tempo (next week, next month, next year, next holiday, noon,
5 o’clock, 2025, etc.).
Assim como no futuro perfeito, em seu uso na negativa, apenas coloca-se o not depois do verbo auxiliar do
futuro will (também apresentado com a contração — won’t):

HAVE TO BE
SUJEITO WILL + NOT VERBO + ING COMPLEMENTO
(AUXILIAR) (PARTICÍPIO)

They will not/won’t have been packing by noon.


LÍNGUA INGLESA

Tradução: Eles não estarão fazendo as malas/empacotando as coisas até meio-dia.

Já na interrogativa, basta inverter a posição do sujeito e do verbo auxiliar do futuro will:

HAVE TO BE
WILL SUJEITO VERBO + ING COMPLEMENTO
(AUXILAR) (PARTICÍPIO)

Will Anna have been traveling since March?

Tradução: Anna estará viajando desde março? 143


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REFERÊNCIAS

CAMPOS, G. T. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Editora Rideel. Disponí-
vel em: https://middleware-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.

ADJETIVOS

Os adjetivos são palavras que atribuem qualidades e características aos substantivos que os acompanham.
Podem se referir à cor, ao tamanho, à textura, ao sabor, ao material, à emoção, ao sentimento, entre muitas outras
possíveis atribuições de qualidades.
Podem apresentar variação quanto ao grau, estabelecendo-se relações comparativas ou superlativas. Adje-
tivos, na língua inglesa, não possuem variação quanto ao gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), como ocorre na língua portuguesa.
Sendo assim, um adjetivo é usado de maneira imutável para referir-se a qualquer substantivo, seja ele no
masculino ou no feminino, no singular ou no plural. Veja a seguir alguns exemplos:

„ Those lazy boys don’t help at home (Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em casa).

Veja que lazy atribui a característica de “preguiçosos” ao nome boys (meninos).


Observe, também, que os adjetivos em inglês são colocados antes do substantivo ao qual se refere.
Diferentemente da língua portuguesa, os adjetivos tomam uma posição distinta na oração, vindo antes do subs-
tantivo, como visto no exemplo anterior. Confira a diferença entre o uso de adjetivos em português e em inglês:

PORTUGUÊS Eu gosto do meu vestido azul

INGLÊS I like my blue dress

Tipos de Adjetivos

Podemos classificar os diferentes tipos de adjetivos em alguns grupos específicos, conforme a ideia que expres-
sam em uma oração. Observe alguns exemplos na tabela a seguir:

TIPOS EXEMPLO

Adjetivos de tamanho big (grande), small (pequeno), huge (enorme), tiny (minúsculo)

Adjetivos de cor green (verde), orange (laranja), blue (azul), silver (prateado)

Adjetivos de material plastic (plástico), metal (metal), cotton (algodão), wood (madeira)

Adjetivos de origem (sempre


Chinese (chinês), American (americano), Canadian (canadense)
com iniciais em maiúsculo)

Adjetivos de opinião beautiful (bonito), weird (estranho), awful (horrível), good (bom)

Adjetivos de religião atheist (ateu), catholic (católico), jewish (judeu), buddist (budista)

Adjetivos de propósito soccer-field (campo de futebol), desk (mesa), flip-flops (chinelos)

Adjetivos de idade old (velho), young (jovem), teenager (adolescente), adult (adulto)

Adjetivos de formato square (quadrado), round (redondo), triangular (triangular)

Ordem dos Adjetivos

Antes de mais nada, deve-se ter bem claro que a posição e ordem dos adjetivos em inglês funciona de forma
diferente do uso que fazemos em português. Os adjetivos em inglês devem vir antes do substantivo, como dito
anteriormente, veja mais alguns exemplos:

„ She has a blue car (Ela tem um carro azul);


„ The red-haired boy was running (O menino ruivo estava correndo);
„ Would you give me that round pillow, please? (Você me daria aquele travesseiro redondo, por favor?);
„ I like the black and white sneakers better (Eu gosto mais do tênis preto e branco).

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Além disso, quando a oração apresenta mais de um adjetivo, é preciso seguir uma ordem específica, veja:

opinião tamanho idade formato

cor origem religião material

propósito nome

Veja alguns exemplos:

„ That was a pretty (1) little (2) Baptist (3) church (4).

Aquela era uma igrejinha batista pequena e bela.


(1 opinião > 2 tamanho > 3 religião > 4 nome);

„ Those were some really ugly-looking (1) brown (2) leather (3) horseback-riding (4) pants (5).

Aquelas calças de couro marrons de cavalgar eram muito feias.

(1 opinião > 2 cor > 3 material > 4 propósito > 5 nome);

„ � I lost my heart-shaped (1) yellow (2) Indian (3) cotton (4) pillow (5) on our trip to Bali!

Eu perdi minha almofada amarela de formato de coração de algodão indiano na nossa viagem para Bali!

(1 formato > 2 cor > 3 origem > 4 material > 5 nome).

Possessive Adjectives (Adjetivos Possessivos)

Os adjetivos possessivos no inglês são parecidos com os pronomes possessivos e seus usos. Em uma oração,
eles pedem que um substantivo os acompanhe logo em seguida. Observe os adjetivos possessivos junto ao prono-
me ao qual se referem:

PRONOME ADJETIVO POSSESSIVO EXEMPLO TRADUÇÃO

I My I love my family. Eu amo minha família.

You Your Is this your brother? Este é seu irmão?

He His He needs his wallet. Ele precisa de sua carteira.

She Her Her mom is sick. A mãe dela está doente.

It Its Where is its toy? Onde está o brinquedo dele/dela?

Nós amamos gastar nosso


We Our We love to spend our money!
dinheiro!

You Your Are these your kids? Estes são seus filhos?

They Their Their car is very noisy. O carro deles é muito barulhento.

É comum ao falante da língua portuguesa se confundir e traduzir his and her para “seu, sua”, pois no portu-
guês é possível a construção de uma frase como “ela ama seus pais”, considerando que “seu” é pronome possessi-
vo referente ao sujeito ela. Também configura erro utilizar o adjetivo possessivo your (seu, sua) para caracterizar
possessivamente qualquer sujeito da oração que não seja you.
LÍNGUA INGLESA

Dica
Portanto, para não esquecer:
� his: dele;
� her: dela;
� your: seu, sua.

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Grau dos Adjetivos „ Adjetivos terminados em e, acrescenta-se -r,
como em wise – wiser (sábio – mais sábio);
Quando falamos em grau de adjetivos em inglês, „ Adjetivos, de modo geral, acrescenta-se -er ao
referimo-nos a dois tipos: aos adjetivos comparativos final, como é o caso de fast – faster (veloz – mais
e aos adjetivos superlativos, se referindo aos adjetivos veloz);
relativos da língua portuguesa. „ Adjetivos terminados em y precedido por
consoante, a última consoante é removida e
z Comparatives (Comparativos) é acrescentado -ier, como é o caso de busy –
busier (ocupado – mais ocupado);
Usamos os adjetivos comparativos para estabele- „ Adjetivos terminados em consoante + vogal +
cer comparação entre dois ou mais seres (substan- consoante, dobra-se a última consoante antes
tivos), podendo esta comparação ser de igualdade, da adição de -er, como é o caso de hot – hotter
superioridade ou inferioridade. (quente – mais quente).

z Comparative of Equality (Comparativo de Também há comparação de superioridade na


Igualdade) estrutura comparative adjective + and + compa-
rative adjective, no sentido de expressar “cada vez
Estabelece comparação sem qualificar um nome mais” (Campos, 2010). Veja:
de maneira mais positiva ou negativa que outro,
determinando igualdade entre eles. Quando a oração „ It’s getting colder and colder (Está ficando
comparativa é afirmativa, utiliza-se as estruturas as cada vez mais frio);
(tão/tanto) + adjetivo + as (quanto) (Campos, 2010, p. „ She’s becoming more and more beautiful
99). Observe os exemplos: everyday (Ela está ficando cada vez mais linda
todos os dias).
„ She is as intelligent as her sister (Ela é tão inte-
ligente quanto a irmã dela); Temos também a estrutura the + comparative
„ I study as much as my cousin (Eu estudo tanto adjective + [...] + the + comparative adjective equi-
quanto minha prima). valente a “quanto mais [...] mais” (Campos, 2010):

Quando é negativa, utiliza-se not so (não tão) + „ The more people they bring, the merrier
adjetivo + as (quanto/como) (Campos, 2010, p. 99). (Quanto mais pessoas eles trouxerem, melhor).
Observe:
z Comparative of Inferiority (Comparativo de
„ He is not so good as you think (Ele não é tão Inferioridade)
bom quanto você pensa);
„ Life is not so difficult in the beach as in the city É utilizado para expressar que um nome executa
(A vida não é tão difícil na praia como é na algo “a menos” que o outro. Para isso, podemos uti-
cidade). lizar a estrutura less (menos) + adjetivo + than (do
que), muito semelhante ao comparativo de superio-
z Comparative of Superiority (Comparativo de ridade, mas sem acarretar mudanças ao adjetivo em
Superioridade) si. Veja:

É utilizado para expressar que um nome executa „ My brother can read less words than I can
algo “a mais” que o outro. Para isso, podemos utili- (Meu irmão consegue ler menos palavras que
zar a estrutura more (mais) + adjetivo + than (do eu consigo);
que) ou adicionar intensidade ao próprio adjetivo, de „ He seems to be less happy with his new gir-
modo a dispensar o uso do more, o que implica em lfriend than with the other one (Ele parece
algumas regrinhas a serem seguidas. Veja o exemplo estar menos feliz com a nova namorada dele
para compreender: do que com a outra).

„ Jenna was more competitive than the rest of the Superlatives (Superlativos)
group (Jenna era mais competititva que o resto
do grupo). Usamos os adjetivos superlativos para intensificar
o grau de superioridade ou inferioridade de um ser
Observe que a palavra competitive possui mais de (substantivo) em detrimento de outros.
duas sílabas, portanto, é indispensável o uso da estru-
tura more […] than. Agora observe: z De inferioridade (o menos, o pior):

„ They run faster than their cousins (Eles correm „ He is my least favorite character in the movie
mais rápido que os primos deles). (Ele é o meu personagem menos favorito do
filme);
Este segundo caso envolve um adjetivo com duas „ Was it the worst party you’ve ever been to?
sílabas. Sempre que houver um adjetivo com duas (Essa foi a pior festa a que você já foi?).
ou menos sílabas, há regras gramaticais específicas a
serem utilizadas (Campos, 2010): z De superioridade (o(a) mais, o(a) melhor):

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Adjetivos com mais de duas sílabas, devemos colocar the most (o/a mais) antes dele, como o exemplo abaixo:

„ They have the most profitable business in Dubai (Eles têm o negócio mais rentável de Dubai).

Observe que profitable tem mais que duas sílabas e, portanto, necessita do emprego de the most para intensi-
ficar a ideia.

„ This is the busiest avenue in the city (Esta é a avenida mais movimentada da cidade).

As regras gramaticais importantes a serem estabelecidas quanto ao emprego de adjetivos superlativos monos-
sílabos ou dissílabos são:

z adjetivos, de modo geral, acrescenta-se -est, como em rich - richest (rico – mais rico) e tall – tallest (alto – mais alto);
z adjetivos terminados em y precedido por consoante, substitui-se a consoante por -iest, como em dry – driest
(seco – mais seco) e crazy – craziest (louco – mais louco);
z adjetivos terminados em consoante + vogal + consoante, dobra-se a última consoante antes de acrescentar
-est, como em fat – fattest gordo – mais gordo) e sad – saddest (triste – mais triste).

Contudo, há algumas exceções. Alguns adjetivos possuem formas irregulares nos modos comparativo e super-
lativo. São exemplos deles:

ADJETIVO COMPARATIVO SUPERLATIVO TRADUÇÃO

Bad Worse than The worst Pior que/O(a) pior

Mais distante que/O(a)


Far Farther than The farthest
mais distante

Good Better than The best Melhor que/O(a) melhor

Menor/menos que/O(a)
Little Less than The least
menor

Well Better than The best Melhor que/O(a) melhor

Much/Many More than The most Mais que/O(a) mais

Mais velho(a) que/O(a)


Old Older/Elder than The oldest/The eldest
mais velho(a)

Mais perto que/O(a)/Mais


Near Nearer than The next/The nearest
próximo(a)

Importante!
Um dos erros mais comuns do estudante de língua inglesa é confundir o superlativo com o comparativo. Para
evitar este problema, lembre-se que o comparativo sempre expressa a ideia de adjetivos que comparam dois
ou mais seres. Já o superlativo qualifica superior ou inferior apenas um ser em relação a todos os outros.

Interrogative Adjectives (Adjetivos Interrogativos)

Os adjetivos interrogativos são também conhecidos na língua inglesa como Wh- questions. No entanto, não são
todos que se qualificam como adjetivos. Os adjetivos interrogativos são utilizados em perguntas acompanhando os
substantivos, ou seja, quantificando e qualificando-os de algum modo. Observe a tabela e seus respectivos exemplos:

WHAT O quê, o que, que, qual, quais What route should we take? Que rota devemos tomar?
LÍNGUA INGLESA

WHICH Qual, quais, que Which one do you prefer? Qual deles você prefere?

WHOSE De quem Whose book is this? De quem é este livro?

How much water did you drink


HOW MUCH Quanta, quanto Quanta água você bebeu hoje?
today?

How many years have you spent Quantos anos você passou no
HOW MANY Quantos, quantos
abroad? exterior?

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Determiners Adjectives (Adjetivos Determinantes)

Quando falamos em adjetivos determinantes, nos referimos aos adjetivos que usamos para determinar sobre
qual substantivo estamos falando em uma oração. Confira na tabela a seguir os principais adjetivos determinan-
tes e seus usos em exemplos.

This (este, esta, isto) This cake is huge. Este bolo é enorme.

These (estes, estas) These shoes are ugly. Estes sapatos são feios.

That (aquele, aquela) That book was old. Aquele livro era velho.

Those (aqueles, aquelas) Those kids can’t swim. Aquelas crianças não sabem nadar.

All my classmates skipped class Todos os meus colegas faltaram a aula


All (todo, toda, todos, todas)
today. hoje.

Neither (nenhum, nenhuma) Neither car is for sale. Nenhum dos carros está à venda.

Every (cada, todo, toda) Every girl in town knows him. Toda garota da cidade o conhece.

Both (ambos, os dois) Both my parents love musicals. Ambos meus pais amam musicais.

Each (cada, cada um) Each one of you can learn. Cada um de vocês pode aprender.

Either (qualquer um, ambos, nenhum) We can chose either book. Podemos escolher qualquer livro.

Other (outro, outra, outros, outras) She has other problems. Ela tem outros problemas.

Another (um outro, uma outra) Can I have another slice of pie? Eu poderia comer uma outra fatia de torta?

Participle Adjectives (Adjetivos Particípios)

É utilizado com a finalidade de adicionar uma informação a um objeto ou pessoa a que nos referimos utilizan-
do verbos conjugados no particípio (Campos, 2010).
Quando tratamos de objeto, lugar ou pessoa que provocam o sentimento ao qual o adjetivo se refere, adicionamos o
sufixo -ing (particípio presente/gerúndio). Para compreender melhor, veja os exemplos (Campos, 2010, p. 105):

„ It was such a relaxing trip! (Foi uma viagem tão relaxante!);


„ She’s so boring, I don’t like her (Ela é tão entediante, eu não gosto dela).

Quando tratamos de pessoas cujo sentimento ao qual o adjetivo se refere é provocado, adicionamos o sufixo
-ed (particípio passado) (Campos, 2010). Veja:

„ She got surprised by the party we threw (Ela ficou surpresa com a festa que promovemos);
„ I get relaxed when he gives me a massage (Eu fico relaxada quando ele me faz uma massagem).

Nationality Adjectives (Adjetivos de Nacionalidade)

São adjetivos que caracterizam os habitantes de diferentes nações, podendo variar o sufixo quanto a -an, -ish,
-ese entre outros irregulares. Lembrando que essa categoria de adjetivos deve sempre aparecer com a primeira
letra maiúscula, independente de sua posição no texto. Veja alguns exemplos:

COUNTRY (PAÍS) NATIONALITY (NACIONALIDADE)

Australia (Austrália) Australian

Brazil (Brasil) Brazilian

England (Inglaterra) English

Turkey (Turquia) Turkish

China Chinese

Japan (Japão) Japanese

France (França) French

Czech Republic (República Tcheca) Czech

Greece (Grécia) Greek


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REFERÊNCIAS

CAMPOS, G. T. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Editora Rideel. Disponí-
vel em: https://middleware-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.

CONJUNÇÕES

Seja em inglês ou em português, as conjunções são responsáveis por conectar palavras e orações, completas ou
não, estabelecendo relação entre elas, acrescentado informações, contrapondo ou explicando ideias.
Veja a seguir de que forma uma conjunção é capaz de unir ideias de orações separadas.

„ John was very frustrated. John got fired (John estava muito frustrado. John foi demitido);
„ John was very frustrated because he got fired (John estava muito frustrado porque ele foi demitido).

A conjunção because conectou as orações de maneira natural, organizando as ideias sem que houvesse quebra
na narrativa da oração.
Confira, na tabela a seguir, algumas das conjunções mais usadas na língua inglesa seguidas de exemplo.

CONJUNÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO TRADUÇÃO

E: une ideias e acrescenta She went to the store and Ela foi ao mercado e comprou
And
informações bought some fruits. algumas frutas.

Mas, porém: indica contraste, He loved talking but he felt Ele amava conversar, mas se
But
contraponto shy. sentiu tímido.

Mark was thirsty, so he Mark estava com sede, então


Então, sendo assim: expressa con-
So stopped to drink some ele parou para beber um pou-
sequência, conclusão ou efeito
water before running. co de água antes de correr.

Embora, apesar de: indica contrapo- Although she was tired, she Embora ela estivesse cansa-
Although
sição, contraste went for a walk. da, ela foi caminhar.

Would you rather stay Você prefere ficar em casa ou


Or Ou: indica opção
home or go to the mall? ir ao shopping?

I don’t like fish nor chicken Eu não gosto de peixe nem


Nor Nem: conecta ideias negativas
meat. carne de frango.

I went home, for there Eu fui para casa, pois não


Porque, pois: expressa motivo,
For was nothing to do at work havia mais o que fazer no
razão
anymore. trabalho.

Ainda assim, contudo: He studied a lot, yet he Ele estudou muito, ainda as-
Yet
contraposição didn’t pass the exams. sim não passou nas provas.

They were willing to start, Eles estavam dispostos a


Embora, porém: expressa contras-
However the rain, however, poured começar, a chuva, porém, caía
te, contraponto (formal de but)
outside. lá fora.

Our class is over, there- Nossa aula acabou, sendo


Sendo assim, portanto: expressa
Therefore fore we can discuss it on assim podemos discutir isso
conclusão
Monday. na segunda-feira.

Ele não me mandou mensa-


He didn’t text me because
Because Porque: expressa motivo, razão gem porque o celular dele
his phone was broken.
estava quebrado.

I’ll go only if you go with


If Se: indica condição Eu vou só se você for comigo.
me.
LÍNGUA INGLESA

Since you’re going to the Já que você está indo à cozi-


Desde, já que: expressa a causa ou
Since kitchen, could you fetch me nha, você poderia me arranjar
o início de uma ideia
some water? um pouco de água?

Como, enquanto: expressa


He arrived early, as I Ele chegou cedo, como eu
As razão, jeito e paralelismo de
expected. esperava.
acontecimentos

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CONJUNÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO TRADUÇÃO

Eles deram uma festa en-


Enquanto: paralelismo de They threw a party while I
While quanto eu estava fora de
acontecimentos was outside the house.
casa.

A menos que: expressa condição, Unless she apologizes, I’m A menos que ela se desculpe,
Unless
exceção not talking to her anymore. eu não falo com ela mais.

I won’t go out until the rain Eu não vou sair até a chuva
Until Até: conecta a um ponto no tempo
stops. parar.

Apesar de: contraposição, It’s very hot in spite of the Está muito quente apesar da
In spite of
contraste winter season. estação de inverno.

z Coordinating Conjunctions (Conjunções Coordenativas)

As coordinating conjunctions são utilizadas para conectar itens da mesma classe gramatical, sejam frases, pala-
vras ou cláusulas independentes, com sentido completo, mas que juntas se complementam em uma ideia objetiva
e direta, sem a pausa de um ponto final (Campos, 2010). As mais comuns são and (e), or (ou) e but (mas). Exemplos:

„ The day was hot (O dia estava quente) — uma frase que por si só expressa um sentido completo;
„ I wanted to have a cold drink (Eu queria tomar uma bebida gelada) — outra frase que expressa um sentido
completo;
„ The day was hot and I wanted to have a cold drink (O dia estava quente e eu queria tomar uma bebida
gelada);
„ The day was hot, but I wanted to have a hot drink (O dia estava quente, mas eu queria tomar uma bebida
quente). Observação: alteramos a temperatura da bebida para condizer com a contraposição trazida pelo
but;
„ The day is hot. Do you want to have a cold or hot drink? (O dia está quente. Você quer tomar uma bebida
gelada ou quente?) — a conjunção or conecta opções dentro de uma sentença.

z Subordinative Conjunctions (Conjunções Subordinativas)

Orações subordinadas são aquelas que não expressam sentido por si só. A conjunção subordinativa atuará
justamente conectando esse tipo de oração a outra que a complemente. As mais utilizadas neste contexto são after
(depois), although (embora), as long as (contanto que), once (uma vez que), entre outras. Veja os exemplos:

„ After she called me with the information, I put it all on paper (Depois que ela me ligou com a informação,
eu coloquei tudo no papel).
„ Cláusula principal: I put it all on paper. Cláusula subordinada: After she called me with the information;
„ “She called me with the information” não faz sentido sozinha. A conjunção after indicou que ela tem cone-
xão com outra cláusula, que se apresentou por I put it all on paper.

Vejamos outro caso:

„ As long as the rain stops, we can go surfing (Contanto que a chuva apareça, nós podemos ir surfar).
„ Cláusula principal: We can go surfing. Cláusula subordinada: As long as the rain stops.

z Correlative Conjunctions (Conjunções Correlativas)

São conjunções que trabalham pares dentro das frases, conectando ideias que se complementam. São elas:
both [...] and (ambos... e), not only [...] but also (não só..., mas também), either [...] or (ou... ou), neither [...] nor (nem...
nem) (Campos, 2010).
Vejamos os seguintes exemplos.

„ Both my girlfriend and my sister are dancing in the living room (Tanto minha namorada quanto minha irmã
estão dançando na sala de estar);
„ Not only he’s beautiful, but also he’s polite (Ele não só é bonito, mas também é educado);
„ Either I go or she goes. We are not going together (Ou eu vou ou ela vai. Nós não iremos juntos).
„ Neither chocolate nor vanilla ice cream for you. You don’t deserve it! (Nem sorvete de chocolate nem de
baunilha pra você. Você não merece!).

REFERÊNCIAS

CAMPOS, G. T. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Editora Rideel. Disponí-
vel em: https://middleware-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.
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ADVÉRBIOS

Advérbios são uma classe de palavras cuja característica principal é a capacidade de alterar o sentido do ver-
bo. Dependendo do sentido que conferem à oração, os advérbios podem ser classificados em advérbios de tempo,
modo, lugar, grau, afirmação, negação, ordem, dúvida, intensidade, frequência e interrogativos.
Em uma oração na língua inglesa, geralmente, os advérbios aparecem depois do verbo principal da frase. Caso
este verbo tenha um complemento, o advérbio deve aparecer depois do complemento.
Exemplo:

„ She speaks Portuguese well. (Como Portuguese é um complemento do verbo speak, o advérbio deve ser
posicionado depois deste termo).

Advérbios com mais de uma palavra formam o que chamamos de locuções adverbiais.

Tipos de Advérbios

z Adverbs of Time (Advérbios de Tempo)

Os advérbios de tempo são palavras que indicam o momento em que a ação ocorre. São palavras como today
(hoje), tonight (hoje à noite), yesterday (ontem), early (cedo), before (antes), now (agora), entre outras. Além disso,
estes são divididos entre definidos e indefinidos (Campos, 2010).
Os definidos (definite) são, em sua maioria, locuções adverbiais, e, geralmente, são posicionados após o verbo
ou ao final da oração.
Vejamos a tabela abaixo.

AFTER TOMORROW My friends are coming after tomorrow. Meus amigos estão vindo depois de amanhã.

Eu não estou me sentindo muito bem nesse


AT PRESENT I’m not feeling very well at present.
momento.

SOME TIME AGO They got divorced some time ago. Eles se divorciaram há algum tempo.

EVER SINCE I haven’t seen him ever since. Eu não o vejo desde então.

NO LONGER We no longer smoke cigarrettes. Nós já não fumamos cigarros mais.

IN THE MORNING We ate pizza in the morning. Nós comemos pizza de manhã.

IN THE AFTERNOON They love to take a walk in the afternoon. Eles amam caminhar à tarde.

Os advérbios indefinidos (indefinite), por sua vez, costumam aparecer entre o sujeito e o verbo, mas também
podem aparecer ao final da oração (Campos, 2010).

LATE The TV show started late. O programa de TV começou tarde.

IMMEDIATELY Put your coat on immediately. Coloque seu casaco imediatamente.

SOON She soon began to worry. Ela rapidamente começou a se preocupar.

AFTER We went to the movies after dinner. Nós fomos ao cinema depois do jantar.

NOW Let’s go now. Vamos agora.

ALREADY He already knows the big news. Ele já sabe da grande notícia.

TOMORROW Walter isn’t coming to the party tomorrow. Walter não vem à festa amanhã.

z Adverbs of Manner (Advérbios de Modo)

Essa categoria de advérbios é responsável por expressar o modo/a maneira como a ação é realizada.
LÍNGUA INGLESA

Quando os adverbs of manner são utilizados após um verbo intransitivo (isto é, que não precisa de complemen-
to para que seu sentido seja compreendido), devem ser posicionados logo após o verbo (Campos, 2010).

„ Exemplo: she writes well.

No caso de orações com verbos transitivos, por sua vez, os advérbios devem aparecer após o complemento.

„ Exemplo: she speaks Italian well.

Além disso, em inglês, os advérbios de modo são formados a partir de adjetivos, em sua maioria, acrescidos do
sufixo -ly (correspondem, em português, às palavras terminadas em -mente). 151
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Existem algumas regras que devem ser observadas:

„ quando o adjetivo termina em y, troca-se o y por i antes de adicionar o sufixo -ly. Exemplos: easy/easily
(fácil/facilmente); happy/ happily (feliz/felizmente);
„ quando o adjetivo termina em le, troca-se o le por ly. Exemplos: simple /simply (simples/simplesmente);
horrible/horribly (horrível/horrivelmente);
„ quando o adjetivo termina em e (sem o l antes), mantem-se o e e acrescenta-se ly. Exemplo: brave/bravely (cora-
gem/corajosamente). Exceções: true/truly (verdade/verdadeiramente); due/duly (devido/devidamente);
„ quando o adjetivo termina em ic, acrescenta-se ally depois de ic. Exemplos: romantic/romantically (român-
tico/romanticamente); automatic/automatically (automático/automaticamente);
„ quando o adjetivo termina em ly, não se acrescenta nada. Exemplos: daily/daily (diário/diariamente).

Vejamos a tabela abaixo.

SLOWLY He walked slowly to the door. Ele andou lentamente até a porta.

CAREFULLY The doctor carefully examined the patient. O médico examinou o paciente cuidadosamente.

GLADLY They gladly received our gift. Eles alegremente receberam nosso presente.

SINCERELY She speaks sincerely about loving you. Ela fala sinceramente sobre amar você.

QUICKLY Gaby was getting nervous quickly. Gaby estava ficando nervosa rapidamente.

KINDLY He kindly led me into his room. Ele gentilmente me guiou à sua sala.

EXTREMELY We are extremely patient. Nós somos extremamente pacientes.

z Adverbs of Place (Advérbios de Lugar)

Os adverbs of place expressam o lugar em que a ação é realizada, mesmo que de maneira empírica.

Observemos a tabela abaixo.

THERE We’ll be there in half an hour. Nós estaremos lá em meia hora.

WHEREVER We can go wherever you want. Nós podemos ir a qualquer lugar que você quiser.

BEHIND The shoes were behind the door. Os sapatos estavam atrás da porta

UNDER He left the book under his desk. Ele deixou o livro debaixo da mesa dele.

NEAR There’s an excelent pizza place near here. Há uma ótima pizzaria perto daqui.

WITHIN Within my memories, she’s always alive. Dentro de minhas memórias, ela está sempre viva.

ABROAD I want to live abroad someday. Eu quero morar no exterior algum dia.

z Adverbs of Degree or Intensity (Advérbios de Grau ou Intensidade)

Os adverbs of degree or intensity expressam a intensidade da ação realizada. As medidas podem ser abstratas,
como no caso de o “quanto” e “até que ponto” (Campos, 2010).

QUITE I’m not quite sure. Eu não tenho completa certeza.

EXACTLY He knew exactly what I wanted. Ele sabia exatamente o que eu queria.

STRONGLY She strongly agrees with them. Ela concorda veementemente com eles.

Sua mãe estava tão preocupada com


SO Your mom was so worried about you.
você.

ALMOST She almost got fired. Ela quase foi demitida.

ENOUGH We arrived early enough. Nós chegamos cedo o suficiente.

BARELY She barely looked at me. Ela mal olhou para mim.

Vale ressaltar que o termo too altera um adjetivo no sentido de “demasia”, sugerindo excesso. O termo very,
por sua vez, não sugere excesso, apenas expressa a ideia de “bastante” (Campos, 2010).
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z Focusing Adverbs (Advérbios de Foco)

Expressam abrangência.

JUST They just think about themselves. Eles só pensam neles mesmos.

GENERALLY She talked generally about the task. Ela falou de maneira geral sobre a tarefa.

Papai comprou esse presente especialmente


ESPECIALLY Daddy bought this gift especially for you!
para você!

ONLY She only eats healthy food. Ela só come comidas saudáveis.

Particularmente, eu não acho que essa seja


PARTICULARLY Particularly, I don’t think this is a good idea.
boa ideia.

Eles estão preocupados principalmente com


MAINLY They’re mainly worried about homeless people.
pessoas sem teto.

Você não pode simplesmente pedir que eu


SIMPLY You can’t simply ask me to leave my house.
deixe minha casa.

z Adverbs of Affirmation (Advérbios de Afirmação)

Expressam certeza e assertividade em relação ao verbo.

SURELY She surely knows how to dance. Ela certamente sabe dançar.

INDEED They indeed hate you. Eles de fato te odeiam.

CERTAINLY John certainly didn’t mean no harm. John certamente não quis fazer mal algum.

EVIDENTLY The kids evidently love their parents. As crianças evidentemente amam seus pais.

OBVIOUSLY He obviously loves you. Ele obviamente te ama.

I definitely love to stay home on Eu definitivamente amo ficar em casa aos finais de
DEFINITELY
weekends. semana.

BY ALL MEANS By all means, I’m going to your party. Sem dúvidas eu irei à sua festa.

z Adverbs of Negation (Advérbios de Negação)

Expressam negação daquilo que é expresso na oração.

NO No, we can’t. Não, nós não podemos.

NOT He is not the guy for you. Ele não é o cara para você.

Adverbs of Order (Advérbios de Ordem)

Expressam a sequência ou a ordem em que as ações, na oração, são realizadas.

FIRST You said it first! Você disse primeiro!

And, secondly, I’m really bad at making


SECONDLY E, em segundo lugar, eu sou ruim em fazer amigos.
friends.

Thirdly, they didn’t even understand what I Em terceiro lugar, eles nem mesmo entenderam o
THIRDLY
LÍNGUA INGLESA

said. que eu disse.

AT LAST At last, they played my favorite song. Por último, eles tocaram minha música favorita.

FIRST OF ALL First of all, let’s take a picture of the group. Primeiro de tudo, vamos tirar uma foto do grupo.

Inicialmente, eles entregaram os melhores resulta-


INITIALLY Initially, they delivered their best results.
dos deles.

Finalmente, ela se sentou na poltrona para


FINALLY Finally, she sat in the armchair to rest.
descansar.
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z Adverbs of Doubt (Advérbios de Dúvida)

Expressam incerteza ou questionamento da ação e, geralmente, precedem o verbo (Campos, 2010).

MAYBE Maybe she doesn’t like cats. Talvez ela não goste de gatos.

POSSIBLY Anna possibly speaks Chinese. Anna possivelmente fala chinês.

PERHAPS Perhaps I should be studying math. Talvez eu deva estudar matemática.

PROBABLY They probably had too much to drink. Eles provavelmente beberam demais.

Lucas will likely get a good job, he’s very Lucas provavelmente conseguirá um bom empre-
LIKELY
qualified. go, ele é muito qualificado.

z Adverbs of Frequency (Advérbios de Frequência)

Expressam a frequência que uma ação é realizada.

RARELY He rarely calls. Ele raramente liga.

NEVER Mom never says how much she cares. Mamãe nunca diz o quanto ela se importa.

USUALLY I usually work out in the morning. Eu geralmente malho de manhã.

OFTEN Ian often visits his grandparents. Ian frequentemente visita os avós dele.

ALWAYS She’s always so clever. Ela é sempre tão esperta.

SOMETIMES Hannah sometimes gives me a ride. Hannah me dá carona às vezes.

HARDLY EVER My baby hardly ever cries. Meu bebê quase nunca chora.

z Adverbs of Interrogation (Advérbios Interrogativos)

Mudam, de forma interrogativa, a maneira como a ação é realizada e, geralmente, aparecem ao início da ora-
ção, como na língua portuguesa.

WHEN When is she coming? Quando ela vem?

WHERE Did you see where she went? Você viu onde ela foi?

HOW How much do you feed your dog? Quanto você alimenta o seu cachorro?

WHY Why didn’t they come? Por que eles não vieram?

HOW OFTEN How often do you read a book? Com que frequência você lê um livro?

WHAT What did you buy at the supermarket? O que você comprou no supermercado?

REFERÊNCIAS

CAMPOS, G. T. Manual Compacto de Gramática da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Editora Rideel. Disponí-
vel em: https://middleware-bv.am4.com.br/SSO/unifalmg/9788533948815. Acesso em: 1 set. 2022.

HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2023) Text II

How trade can become a gateway to climate resilience

Most people don’t think about climate change when they lift a café latte to their lips or nibble on a square of chocolate
— but this could soon change.
Based on current trajectories, around a quarter of Brazil’s coffee farms and 37% of Indonesia’s are likely to be lost to
climate change. Swathes of Ghana and Côte d’Ivoire
154 — where most of the world’s chocolate is sourced — will become too hot to grow cocoa by 2050.
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Climate-related droughts and deadly heatwaves across the world have coincided with severe storms, cyclones, hurricanes, and, of
course, a pandemic. As a consequence of these shocks, millions of people have been left without homes, and a growing number
of people now face starvation and a total collapse of livelihoods as growing and exporting staple crops becomes untenable.
We must immediately rethink the shape of our economies, agricultural systems and consumption patterns. Our priority
is to manufacture climate resilience in global economies and societies — and we must do it quickly.
Trade can kickstart the emergence of climate-resilient economies, especially in the poorest countries. Trade has a mul-
tiplier effect on economies by driving production growth and fostering the expansion of export industries. By shifting
focus to production and exports that increase climate resilience, there is potential to exponentially increase the land
surface and trade processes prepared to withstand the climate crisis.

Adapted from: https://www.weforum.org/agenda/2022/07/trade-can-be-a-gateway-to-climate-resilience

The adjective in “the poorest countries” is in the same form as

a) All nations should be more attentive to the homeless.


b) Ghana will be having a fine chocolate harvest in 2050.
c) Brazil is one amongst many coffee-producing countries.
d) It is hard to point out the most comfortable places on Earth.
e) Hopefully by 2050 there will be fewer climate-related issues.

2. (VUNESP — 2023)

Typography is the art of arranging letters and text in a way that makes the copy legible, clear, and visually appealing to
the reader. It involves font style, appearance, and structure, which aims to elicit certain emotions and convey specific
messages. In short, typography is what brings the text to life.
Typography can be dated back to the 11th century. Before the digital age, it was a specialized craft associated with
books and magazines, and eventually public works. The first example of typography can be seen in the Gutenberg Bible,
which stimulated a typography revolution in the west. Fun fact: the style of type used in the Gutenberg Bible is now
known as Textura, and you’ll find it in the font dropdown menu on major desktop applications today!
There’s some confusion surrounding the difference between typefaces and fonts, with many treating the two as synony-
mous. There are differences, though. Put simply, a typeface is a family of related fonts, while fonts refer to the weights,
widths, and styles that constitute a typeface.
It’s important that your website is visually stimulating and memorable, and typography plays a huge role in this process.
It is so much more than just choosing beautiful fonts: it’s a vital component of user interface design. Good typography
will establish a strong visual hierarchy and provide a graphic balance to the website. It should guide and inform the
users, optimize readability and accessibility, and ensure an excellent user experience. It could be the difference bet-
ween someone staying on your website for one minute or half an hour.

(https://careerfoundry.com/en/blog/ui-design/. Adaptado)

No excerto do terceiro parágrafo “Put simply, a typeface is a family of related fonts, while fonts refer to the weights,
widths, and styles that constitute a typeface”, a palavra em negrito indica a ideia de

a) conclusão.
b) adição.
c) exemplificação.
d) tempo.
e) contraste.

3. (VUNESP — 2023)

European companies dealing with the most alarming energy crisis and inflation in four decades are bracing for a fresh
shock: wage inflation and the increasing threat of worker actions. The theme has emerged this earnings season, with
many of Europe’s most prominent companies warning that prices may rise further in 2023 amid tough wage negotia-
tions in a tight labor market. A season of strike action is already in full swing across Europe as workers – who now
suffer the most dramatic real income decline in years – push for higher pay.
With productivity almost flat and a number of countries in the euro area, as well as Britain, entering recession, the
wage demands could put additional pressure on company’s bottom lines. “We’re watching this very closely,” Nestlé SA
chief Executive Officer told Bloomberg Television. “In most industrial European countries those negotiations for ’23 will
LÍNGUA INGLESA

unfold during the winter and first quarter.”


Some companies are already dealing with walkouts. For example, in November 2022, as red banners and whistling
filled the air, Airbus SE employees marched out of an assembly plant in Bremen, Germany, in a bid to secure an 8% pay
rise. Negotiating on behalf of 3.9 million manufacturing workers, IG Metall (Germany’s most powerful workers’ union)
argued that wage hikes were needed to meet rising energy bills. In response, the employers’ association has insisted
there simply won’t be extra profits to pass down the line, since “there will be no growth that can be distributed”. Yet,
Germany’s recent decision to hike the minimum wage by 22% could encourage unions while feeding broader inflation.
With inflation still rising, there’s more pressure than ever on companies to reduce their spending. But holding down wages can
backfire, and the next several months will show whether pay is one cost that companies can’t afford to cut.

(Dasha Afanasieva et alii. Europe’s Wageflation hangover. Bloomberg Businessweek, 14.11.2022. Adaptado) 155
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In the fragment from the second paragraph “We’re watching this very closely”, the highlighted term refers to

a) anticipated recession for the incoming year.


b) expected low productivity in several countries.
c) the large number of countries diving into recession.
d) the pressure of wage demands on companies’ net profits.
e) the risk of companies falling into uncontrollable debt.

4. (FCC — 2022) Atenção: para responder à questão, considere o texto abaixo.

English spelling is ridiculous. Sew and new don’t rhyme. Kernel and colonel do. When you see an ough, you might need
to read it out as ‘aw’ (thought), ‘ow’ (drought) ‘uff’ (tough), ‘off’ (cough), ‘oo’ (through), or ‘oh’ (though). The ea vowel is
usually pronounced ‘ee’ (weak, please, seal, beam) but can also be ‘eh’ (bread, head, wealth, feather). Those two options
cover most of it – except for a handful of cases, where it’s ‘ay’ (break, steak, great). Oh wait, one more… there’s earth.
No wait, there’s also heart.
The English spelling system, if you can even call it a system, is full of this kind of thing. Yet ...I... do most people raised
with English learn to read and write it; millions o people who weren’t raised with English learn to use it too, to a very high
level of accuracy.
Admittedly, for a non-native speaker, such mastery usually involves a great deal of confusion and frustration. Part of the
problem is that English spelling looks deceptively similar to other languages that use the same alphabet but in a much
more consistent way. You can...II... an afternoon familiarising yourself with the pronunciation rules of Italian, Spanish,
German, Swedish, Hungarian, Lithuanian, Polish and many others, and credibly read out a text in that language, even if
you ...III... it. Your pronunciation might be terrible, and the pace, stress and rhythm would be completely off, and no one
would mistake you for a native speaker – but you ...IV... it.

(Adapted from https://aeon.co/essays/why-is-the-english-spelling-system-so-weird-and-inconsistent)

Preenche corretamente a lacuna IV em You ..IV.. it:

a) able to do
b) could do
c) be able do
d) can to do
e) is able to do

5. (CEBRASPE-CESPE — 2021)

Text 3A1-I

Bill Watterson. Calvin and Hobbes. Internet


<https://www.gocomics.com>

In text 3A1-I, following the process which he himself describes, Calvin transforms an adjective into the following verb
form:

a) “verbing”.
b) “got”.
c) “complete”.
d) “weirds”.
e) “understanding”.

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6. (FGV — 2023) Read the text and answer the question model, with the potential to revolutionize how we learn
that follow it: and interact with machines. As the Chinese idiom says,
“Water can carry a boat but can also overturn it.” This
expression is a reminder that everything has its pros
and cons, and it’s therefore important to remain aware
of potential risks and take the necessary precautions.
With this in mind, it’s of the utmost importance to use
this tool in a responsible and ethical manner, to ensure
that the output aligns with the desired use cases.

From: https://elearningindustry.com/a-new-buzz-in-teaching-and-
learning-chatgpt4

The aim of Text V is to

a) examine the benefits of online English courses.


b) promote unlimited use of AI chatbots for children.
c) show how the Chinese have contributed to education.
d) censure the use of new technologies such as ChatGPT.
e) discuss an advance in technology for educational
purposes.

8. (VUNESP — 2023) Read the text and answer the ques-


tion that follow it:

Two of the factors to play a part in language teaching


and learning are:

Learner Characteristics – Who are the learners that


you are teaching? What is the ethnic, linguistic, and
religious heritage? What are their native languages,
levels of education, and socioeconomic characteris-
https://www.gocomics.com/search/full_ tics? What life experiences have they had that might
results?category=comic&page=40&terms=baldo affect their learning? What are their intellectual capa-
cities, abilities, and
Note: chulo means “cute” strengths and weaknesses? How would you describe
the personality of any given learner? These and other
The excerpt from Lotherington (2007) that can be questions focus attention on some of the crucial varia-
applied to this comic strip is: bles affecting both learners’ successes in acquiring a
foreign language and teachers’ capacities to enable
a) “English also continues to be the dominant language learners to achieve that acquisition.
of virtual communication.” Linguistic factors –No simpler question is one that
b) “As English grows in international prominence as a
probes the nature of the subject matter itself. What
lingua franca, the profile of its speech communities is
is it that the learner must learn? What is language?
shifting.”
What is communication? What does it mean when we
c) “ELT has conventionally described and taught langua-
say someone knows how to use a language? What
ge in four designated skill areas: reading, writing, liste-
ning, and speaking.” is the best way to describe or systematize the target
d) “The Internet provides a channel for communication (second) language? What are the relevant differen-
not limited by social or geopolitical space, or even time ces (and commonalities) between a learner’s first and
as customarily envisioned.” second language? What properties of the target lan-
e) “The revolutionary changes in English orthography guage might be more difficult or easier for the learner
in online discourse provide confusing alternatives to to master? The language teacher needs to understand
conventional print usage for language learners (and the system and functioning of the second language
teachers).” and the differences between the first and the second
language of the learner. It is one thing for the teacher
LÍNGUA INGLESA

7. (FGV — 2023) to speak and understand a language and yet another


matter to attain the technical knowledge required to
Text V understand and explain the system of that language
- its phonemes, morphemes, words, sentences, and
A New Buzz In Teaching And Learning: ChatGPT discourse structures.

[…] (BROWN, H.Douglas. Principles of language learning and teaching.


We live in a world constructed by data and content. With 5th ed. Longman, 2000. Adaptado)
the availability of AI chatbots, we can generate tons
of them, with just a few taps on our keyboards. Unde- A teacher who believes in communicative language
niably, ChatGPT is a powerful and versatile language teaching will propose the following activity: 157
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a) Write about your favorite sports activities and read Suppose that, as a reader, you have never seen the
your text aloud in class. word “rather” as used in the text’s final sentence. To
b) Do research on foreigners in your town and where they get at its meaning you can use the reading ability
come from, write a report, and hand it to the teacher. named
c) Find a text on immigration movements, underline the
words you don’t know the meaning of, and look them a) anticipation of content.
up in a dictionary. b) word-by-word analysis.
d) Find documents that show the number of newly-borns c) interlanguage.
in your town in the last 5 years, and produce a chart on d) skimming.
the results. e) inference from context.
e) Search for the prices for the show of your favorite
band, and talk with friends about possibilities of rai- 10. (FGV — 2022)
sing money to go.
Text I
9. (VUNESP — 2023)
World Energy Outlook 2021
As a scholar of education who studies grading prac-
tices, I’ve seen how important grades are to schools, In 2020, even while economies bent under the weight
students and their families. of Covid-19 lockdowns, renewable sources of energy
Teachers, too, certainly know how important grades such as wind and solar PV continued to grow rapidly,
are. In fact, teachers spend over one-third of their pro- and electric vehicles set new sales records. The new
fessional work time assessing and evaluating student energy economy will be more electrified, efficient, inter-
learning. But most university teacher-education pro- connected and clean. Its emergence is the product of
grams focus on curriculum and instruction, with less a virtuous circle of policy action and technology inno-
attention attached to assessment. vation, and its momentum is now sustained by lower
These programs do not talk about how to actually gra- costs. In most markets, solar PV or wind now repre-
de student work. sents the cheapest available source of new electricity
In keeping with a long-held tradition in education, tea- generation. Clean energy technology is becoming a
chers also have, and like, the autonomy to set their own major new area for investment and employment – and
practices. That has resulted in inconsistency, inequity a dynamic arena for international collaboration and
and even unreliability in teachers’ grading practices. competition.
For example, teachers decide if grades will be based At the moment, however, every data point showing the
on tests, quizzes, homework, participation, behavior, speed of change in energy can be countered by ano-
effort, extra credit or other evidence. When surveying ther showing the stubbornness of the status quo. The
over 15,000 teachers, administrators, support edu- rapid but uneven economic recovery from last year’s
cators, parents and students, I found teachers use a Covid-induced recession is putting major strains on
rather comprehensive range of evidence in grades. parts of today’s energy system, sparking sharp price
While they primarily use tests, quizzes, projects, and rises in natural gas, coal and electricity markets. For all
homework to assign grades, teachers at all grade the advances being made by renewables and electric
levels also include nonacademic evidence, like beha- mobility, 2021 is seeing a large rebound in coal and oil
vior and effort, in their grading equations. use. Largely for this reason, it is also seeing the secon-
Once teachers decide what to include in their grades, d-largest annual increase in CO2 emissions in history.
they decide how much weight to assign to each grade Public spending on sustainable energy in economic
category. recovery packages has only mobilised around one-
One teacher may weigh homework as 20% of the final -third of the investment required to jolt the energy sys-
course grade, while another teacher in the same grade tem onto a new set of rails, with the largest shortfall in
level may choose a different weight or not grade home- developing economies that continue to face a pressing
work at all. public health crisis. Progress towards universal energy
In my study, I have talked to teachers who curve grades, access has stalled, especially in sub-Saharan Africa.
that is, these teachers adjust grades by adding points The direction of travel is a long way from alignment
to all students’ scores to bring the highest score up to with the IEA’s landmark Net Zero Emissions by 2050
100%. Other teachers in the same school told me they Scenario (NZE), published in May 2021, which charts a
do not grade on a curve - they add extra credit points narrow but achievable roadmap to a 1.5C stabilisation
to students’ final course grades if they attend a school in rising global temperatures and the achievement of
event, such as a play. Some teachers told me they also other energy-related sustainable development goals.
add grade points if a student was never tardy to class or Pressures on the energy system are not going to relent
never missed an assignment deadline. in the coming decades. The energy sector is respon-
The effort to keep up with multiple teachers’ different sible for almost three-quarters of the emissions that
grading expectations causes students chronic stress have already pushed global average temperatures
and anxiety, especially for those students with poor 1.1C higher since the pre-industrial age, with visible
organizational, time-management and self-regulation impacts on weather and climate extremes. The energy
skills. This is also the case for students competing for sector has to be at the heart of the solution to climate
high grade-point averages and class rank. Still, students change.
rarely question teachers’ grading or the grading differen- At the same time, modern energy is inseparable from
ces between teachers; rather, they have accepted these the livelihoods and aspirations of a global population
differences because “this is how it’s always been”. that is set to grow by some 2 billion people to 2050,
with rising incomes pushing up demand for energy
(Laura Link theconversation.com, 16.03.2023. Adaptado) services, and many developing economies navigating
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what has historically been an energy -- and emissions- from California to China are implementing legislation that
-intensive period of urbanisation and industrialisation. mirrors Europe’s GDPR, while the EU itself has turned its
Today’s energy system is not capable of meeting these attention to regulating the use of AI. Where once compa-
challenges; a low emissions revolution is long overdue. nies were always ahead of regulators, now they struggle
to keep up with compliance requirements across multiple
(Source: https://www.iea.org/reports/world-energy-outlook-2021/ jurisdictions.
executive-summary)
Adapted from: https://hbr.org/2022/02/the-new-rules-of-data-privacy
When the text informs that “Public spending on sustai- February 25, 2022 – Retrieved September 6, 2022
nable energy in economic recovery packages has only
mobilised around one-third of the investment required Based on Text I, mark the statements below as true (T)
to jolt the energy system onto a new set of rails” (2nd or false (F).
paragraph), one may infer that the investment has
been ( ) Advertising firms will be majorly affected by changes
in data privacy rules.
a) scanty. ( ) Formerly, control over personal data for commercial
b) lavish. purposes followed tight guidelines.
c) suitable. ( ) Legislators have currently been lax on users’ assent of
d) massive. their data.
e) bountiful.
The statements are, respectively,
11. (FGV — 2022) Read text I and answer the following
question. a) T – F – F.
b) F – F – T.
Text I c) F – T – T.
d) F – T – F.
The new data privacy rules e) T – F – T.

The data harvested from our personal devices, along with Read the text and answer the questions 12 and 13 that
our trail of electronic transactions and data from other follow it.
sources, now provides the foundation for some of the
world’s largest companies. […] For the past two decades, Implications of the humanistic approach
the commercial use of personal data has grown in wild-
-west fashion. But now, because of consumer mistrust, Hamachek (1977) provides some useful examples of the
government actions, and competition for customers, tho- kind of educational implications that follow from taking
se days are quickly coming to an end. a humanistic approach. First, every learning experience
For most of its existence, the data economy was struc- should be seen within the context of helping learners to
tured around a “digital curtain” designed to obscure the develop a sense of personal identity. This is in keeping
industry’s practices from lawmakers and the public. Data with the view that one important task for the teacher is
was considered company property and a proprietary differentiation, i.e. identifying and seeking to meet the
secret, even though the data originated from customers’ individual learner’s needs within the context of the clas-
private behavior. That curtain has since been lifted and sroom group. Second, learners should be encouraged to
a convergence of consumer, government, and market make choices for themselves in what and how they learn.
forces are now giving users more control over the data
This again is in sharp contrast to the view that the curricu-
they generate. Instead of serving as a resource that can
lum content for every learner of a similar age should be
be freely harvested, countries in every region of the world
set in ‘tablets of stone’. Third, it is important for teachers
have begun to treat personal data as an asset owned by
individuals and held in trust by firms. to empathise with their learners by seeking to understand
This will be a far better organizing principle for the data the ways in which they make sense of the world, rather
economy. Giving individuals more control has the poten- than always seeking to impose their own viewpoints.
tial to curtail the sector’s worst excesses while generating Fourth, it is important to provide optimum conditions for
a new wave of customer-driven innovation, as custo- individualised and group learning of an authentic nature
mers begin to express what sort of personalization and to take place. Thus, from a humanistic perspective, a lear-
opportunity they want their data to enable. And while ning experience of personal consequence occurs when
Adtech firms in particular will be hardest hit, any firm with the learner assumes the responsibility of evaluating the
substantial troves of customer data will have to make degree to which he or she is personally moving toward
sweeping changes to its practices, particularly large firms knowledge rather than looking to an external source for
such as financial institutions, healthcare firms, utilities, such evaluation.
and major manufacturers and retailers.
LÍNGUA INGLESA

Leading firms are already adapting to the new reality as (Williams, M.; Burden, R.L. Psychology for Language Teachers: A
it unfolds. The key to this transition — based upon our Social Constructivist Approach. Cambridge:CUP, 1999. Adaptado)
research on data and trust, and our experience working
on this issue with a wide variety of firms— is for compa- 12. (VUNESP — 2022) According to the excerpt, the huma-
nies to reorganize their data operations around the new nistic approach to language learning implies
fundamental rules of consent, insight, and flow.
[…] a) downright teacher control over learning process.
Federal lawmakers are moving to curtail the power of big b) increased student agency.
tech. Meanwhile, in 2021 state legislatures proposed or c) continuing teacher update to face a changing world.
passed at least 27 online privacy bills regulating data mar- d) reduced teacher burden.
kets and protecting personal digital rights. Lawmakers e) teaching-learning ideal conditions. 159
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13. (VUNESP — 2022) The highlighted idiom in the frag- a) priorizar as habilidades listening e speaking, visto que
ment “This is in keeping with the view that” can be o inglês como língua franca manifesta-se na oralidade.
adequately rephrased as b) insistir com questões de correção linguística, já que
a gramática do inglês é universal, independentemente
a) departs from the view that. da situação.
b) emphasizes the consequences of. c) selecionar uma determinada variedade do inglês, qual-
c) maintains the viewpoint that. quer que seja, e coerentementemente privilegiá-la ao
d) is consistent with the idea that. longo de um curso.
e) applauds the perspective about. d) privilegiar a inteligibilidade e não preocupações quan-
to a uma produção equivalente àquela de um falante
14. (VUNESP — 2021) nativo.
e) selecionar a variedade da língua inglesa de maior cir-
Text 3A2-I culação no meio em que os alunos vivem.

“Millions of children, every year, start school excited about 16. (FGV — 2023)
what they will learn, but quickly become disillusioned when
they get the idea they are not as ‘smart’ as others,” writes Text I
Jo Boaler. That’s because parents and teachers inadver-
tently give out the message that talent is inborn — you Trust and audit
either have it or you don’t.
As a math professor, Boaler has seen this firsthand. Many Trust is what auditors sell. They review the accuracy,
young adults enter her class anxious about math, and their adequacy or propriety of other people’s work. Finan-
fear about learning impacts their ability to learn. cial statement audits are prepared for the owners of a
“The myth that our brains are fixed and that we simply company and presented publically to provide assuran-
don’t have the aptitude for certain topics is not only scienti- ce to the market and the wider public. Public service
fically inaccurate; it is omnipresent and negatively impacts audits are presented to governing bodies and, in some
not only education, but many other events in our everyday cases, directly to parliament.
lives,” she writes. Even though the science of neuroplas- It is the independent scepticism of the auditor that
ticity — how our brains change in response to learning — allows shareholders and the public to be confident
suggests learning can take place at any age, this news has that they are being given a true and fair account of the
not made it into classrooms, she argues. organisation in question. The auditor’s signature pled-
Some of our misguided visions of talent have led to racist ges his or her reputational capital so that the audited
and sexist attitudes, she writes. For example, many girls body’s public statements can be trusted. […]
get the message early on that math is for boys and that Given the fundamental importance of trust, should
boys are better at it, interfering with their ability to succeed auditors not then feel immensely valuable in the con-
and leading to gender disparities in fields of study related text of declining trust? Not so. Among our intervie-
to math. Similarly, people of color may also have to overco- wees, a consensus emerged that the audit profession
me stereotypes about fixed intelligence in order to thrive. is under-producing trust at a critical time. One aspect
of the problem is the quietness of audit: it is a profes-
How understanding your brain can help you learn sion that literally goes about its work behind the sce-
Internet: <greatergood.berkeley.edu> (adapted)
nes. The face and processes of the auditor are rarely
seen in the organisations they scrutinise, and relati-
In text 3A2-I, “misguided visions of talent” (in the fourth
vely rarely in the outside world. Yet, if we listen to the
paragraph) refers to the idea that
mounting evidence of the importance of social capital,
we know that frequent and reliable contacts between
a) people’s skills are tied to their race and gender.
groups are important to strengthening and expanding
b) certain skills are innate.
trust.
c) teachers cannot identify students’ natural skills.
So what can be done? Our research suggests that
d) educators are not well trained in evaluating abilities.
more frequent dialogue with audit committees and a
e) students cannot see their own capacities.
more ambitious outward facing role for the sector’s
leadership would be welcome. But we think more is
15. (VUNESP — 2021)
needed. Audit for the 21st century should be unders-
tood and designed as primarily a confidence building
Although English is not the language with the largest
number of native or ‘first’ language speakers, it has process within the audited organisation and across
become a lingua franca. A lingua franca can be defined its stakeholders. If the audit is a way of ensuring the
as a language widely adopted for communication bet- client’s accountability, much more needs to be done
ween two speakers whose native languages are diffe- to make the audit itself exemplary in its openness and
rent from each other’s and where one or both speakers inclusiveness.
are using it as a ‘second’ language. Instead of an audit report being a trust-producing
product, the audit process could become a trust-pro-
(HARMER, J. The practice of English language teaching. 4th ed. ducing practice in which the auditor uses his or her
Longman, 2007. p.1. Adaptado) position as a trusted intermediary to broker rigorous
learning across all dimensions of the organisation
No que concerne ao ensino da língua Inglesa, crescem and its stakeholders. The views of investors, staff,
os desafios para priorizar seu status como lingua franca, suppliers and customers could routinely be conside-
especialmente quando questões de política educacional red, as could questions from the general public; online
linguística estão envolvidas. Assim, o ensino de inglês technologies offer numerous opportunities to inform,
160 como língua franca ou língua internacional implica involve and invite.
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From being a service that consists almost exclusively activities, signaling certain changes regarding its cha-
of external investigation by a warranted professional, racteristics and contents, as previously shared.
auditing needs to become more co-productive, with The increasing importance of the new literacy and
the auditor’s role expanding to include that of an expert multiliteracies studies and their fruitful theoretical
convenor who is willing to share the tools of enquiry. insight for the rethinking of pedagogical issues invite
Audit could move from ‘black box’ to ‘glass box’. us to review our foreign language teaching practices in
But the profession will still struggle to secure trust a different perspective. By sharing some of our local
unless it can stake a stronger claim to supporting findings, we attempt to corroborate the collaborative
improvement. Does it increase the economic, social or and distributed knowledge discussed by the literacies
environmental value of the organisations it reviews? It theory itself and hope to be contributing to the new
is one thing to believe in the accuracy of a financial educational demands of the emerging epistemologi-
statement audit, but it is another thing to believe in its cal basis.
utility.
From: DUBOC, A.P.M. Language Assessment and the new Literacy
Adapted from: https://auditfutures.net/pdf/AuditFutures-RSA- Studies. Lenguaje 37 (1), 2009. pp. 159-178, p. 175-176.
EnlighteningProfessions.pdf
When the author uses the word “glance” (2nd paragra-
The opposite of quietness (3rd paragraph) is ph), she implies the approach has been

a) deafness. a) deep.
b) loudness. b) hasty.
c) kindliness. c) intense.
d) dampness. d) careful.
e) shrewdness. e) ominous.

17. (FGV — 2023) Read the text and answer the question 18. (VUNESP — 2023)
that follow it.
English as a Lingua Franca
Language Assessment and the new Literacy Studies
Some Final Remarks A number of researchers have studied conversations
in English as a Lingua Franca and have noted a number
Planning language assessment from a structuralist of somewhat surprising characteristics, including:
view of language has been a fairly easy task, since it
aims at testing the correct use of grammar and lexi- � Non-use of third person present simple tense -s (She
cal structures. This has been a very comfortable way look very sad).
to evaluate students’ performance in many regular � Interchangeable use of the relative pronouns who and
schools or language institutes due to the stability of which (a book who, a boy which).
standardized answers. From the perspective of the � Omission of articles where they are mandatory in nati-
new literacy studies, the comfort of teaching and ve-speaker English.
assessing objective and homogeneous linguistic con- � Increasing of redundancy by adding “inexistent” pre-
tents is replaced by a wider spectrum of language tea- positions (We have to study about…, The article treats
ching and assessing possibilities, whose key elements of…).
turn to be difference and critique. Typical activities � Pluralisation of nouns which are considered uncounta-
based on this new approach would enable students to ble in native-speaker English (informations, staffs).
make and negotiate meanings in a much more flexible
way, corroborating the novel notion of unstable, dyna- The evidence suggests that non-native speakers are
mic, collaborative and distributed knowledge. not conforming to a native English standard. Indeed
The inclusion of contents of such nature in language they seem to get along perfectly well despite the fact
assessments may be, at a first glance, a very laborious that they miss things out and put things in which they
process due to the fact we are simply not accustomed ‘should not do’. Not only this, but they are actually bet-
to that. Actually, we sometimes find ourselves depri- ter at ‘accommodating’ - that is, negotiating shared
ved from the teaching skills necessary to apply a more meaning through helping each other in a more coope-
critical teaching approach, a fact that is much the rative way - than, it is suggested, native speakers are
results of our positivist educational background. when talking to second language speakers (Jenkins
Nonetheless, since the emergent digital epistemolo- 2004). In other words, non- native speakers seem to be
gy will require subject more capable of designing and better at ELF communication than native speakers are.
redesigning meaning critically towards a great deal of
LÍNGUA INGLESA

representational modes, we need to reconsider our (Jeremy Harmer, The practice of English language teaching.
teaching approaches, go further and seek theories Adaptado)
that take such issues into account. By redefining the
notions of language and knowledge, we, thus, assume Comment and viewpoint adverbs express the author’s
that the new literacy studies from the last decades position about the statement made, modifying entire
may offer very good insights to the field of foreign lan- sentences rather than individual elements within them.
guage teaching. The viewpoint adverbs “indeed” and “actually” mean, in
The re-conceptualization of language assessment the context of paragraph,
according to the new literacies project presented in
this paper does not intend to suggest prompt fixed a) luckily.
answers, but it takes the risk of outlining possible b) presently. 161
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c) definitely. These professionals should also ensure that electronic
d) promptly. social work services can be kept confidential. For exam-
e) possibly. ple, the information provided by the client should only
be accessible by those who require access and that the
19. (VUNESP — 2023) host of the server used for electronic communication
agrees to abide by the privacy policies of the social wor-
The teaching of English as a Lingua Franca ker. It is important to respect clear professional boun-
daries – for example, social workers should be mindful
An inexorable trend in the use of global English is that of boundary confusion that may result if they disclose
fewer interactions now involve a native speaker. Pro- personal information about themselves or others in an
ponents of teaching English as a Lingua Franca (ELF) online setting to which clients have access.
suggest that the way English is taught and assessed Besides, they should confirm the identity of the client
should reflect the needs and aspirations of the ever-gro- to whom services are provided electronically at the
beginning of each contact with the client (examples
wing number of non-native speakers who use English to
include confirming a client’s online consent with a tele-
communicate with other nonnatives. Understanding how
phone call; providing the client with a password, pass-
non-native speakers use English among themselves has
code, or image that is specifically for the client’s use
now become a serious research area.
when providing consent electronically).
Different priorities in teaching English pronunciation, for
example, have been defined. Teaching certain pronuncia-
(NASW, ASWB, CSWE, & CS WA Standards for Technology in Social
tion features, such as the articulation of ‘th’ as an inter-
Work Parctice. www.socialworkers.org, 2017. Pp 11-12. Adaptado)
dental fricative, appears to be a waste of time whereas
other common pronunciation problems (such as sim-
Considerando-se o contexto do segundo parágrafo, o termo
plifying consonant clusters) contribute to problems of sublinhado no trecho “It is important to respect clear profes-
understanding. Such an approach is allowing researchers sional boundaries” pode ser corretamente traduzido como
to identify a ‘Lingua Franca Core’ (LFC) which provides
guiding principles in creating syllabuses and assessment a) fronteiras.
materials. b) competências.
Unlike traditional ESL (English as Second Language), ELF c) limitações.
focuses also on pragmatic strategies required in intercul- d) diretrizes.
tural communication. The target model of English, within e) sigilos.
the ELF framework, is not a native speaker but a fluent
bilingual speaker, who retains a national identity in terms
of accent, and who also has the special skills required to 9 GABARITO
negotiate understanding with another non-native speaker.
Research is also beginning to show how bad some native 1 D
speakers are at using English for international communi-
cation. It may be that elements of an ELF syllabus could 2 E
usefully be taught within a mother tongue curriculum.
3 D
(David Graddol, English Next. Adaptado)
4 B

In the fragment of the paragraph “whereas other com- 5 D


mon pronunciation problems (such as simplifying
consonant clusters) contribute to problems of unders- 6 B
tanding”, the highlighted word may be correctly repla- 7 E
ced by
8 E
a) while.
9 E
b) when.
c) because. 10 A
d) since.
e) despite. 11 A

12 B
20. (VUNESP — 2022) Read the text and answer the ques-
tion that follow it. 13 D

When using technology to provide services, practitio- 14 B


ner competence and the well-being of the client remain 15 D
primary. Social workers who use technology to provi-
de services should evaluate their ability to assess the 16 B
relative benefits and risks of providing social work ser-
17 B
vices using technology (for example, in-person servi-
ces may be necessary when clients pose a significant 18 C
risk of self-harm or injurious behavior, are cognitively
impaired, require sustained support by a social worker 19 A
with whom they have an ongoing professional rela-
20 A
162 tionship, or are in crisis).
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z Na linguagem natural:

„ Se estudar, então vai passar.

RACIOCÍNIO LÓGICO z Na linguagem simbólica:

„ p → q.

BICONDICIONAL (CONECTIVO “SE E SOMENTE


ESTRUTURAS LÓGICAS SE”)

A NEGAÇÃO COM O CONECTIVO “NÃO” Representação simbólica: ⟷. Exemplo:

Representação simbólica: (~p) ou (¬p). z Na linguagem natural:


Sabemos que o valor lógico de p e ~p é oposto, isto
é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa, e „ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
vice-versa. Exemplo: dinheiro.
p: Matemática é difícil.
(~p) ou (¬p): Matemática não é difícil. z Na linguagem simbólica:

Outras maneiras que podemos usar para negar „ p ⟷ q.


uma proposição e que vêm aparecendo muito nas pro-
vas de concursos são: Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
z Não é verdade que matemática é difícil; Vamos lá!
z É falso que matemática é difícil.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) As proposições P, Q e R a
CONJUNÇÃO (CONECTIVO E) seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,
Carlos, Paulo e Maria:
Representação simbólica: ^. Exemplos: P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é
mentiroso”. R: “Maria é inocente”.
z Na linguagem natural: Considerando que ~X representa a negação da propo-
sição X, julgue o item a seguir.
„ O macaco bebe leite e o gato come banana. A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é
culpada.” pode ser representada simbolicamente por
z Na linguagem simbólica: (~Q)↔(~R).

„ p ^ q. ( ) CERTO ( ) ERRADO

DISJUNÇÃO INCLUSIVA (CONECTIVO OU) Veja que temos uma proposição condicional (se
então) e a representação simbólica apresentada é
Representação simbólica: v. Exemplos: de uma bicondicional. Representação da condicio-
z Na linguagem natural: nal (). Resposta: Errado.

„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta. 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte


item, relativo à lógica proposicional e à lógica de
z Na linguagem simbólica: argumentação.
A proposição “A construção de portos deveria ser
„ p v q. uma prioridade de governo, dado que o transporte
de cargas por vias marítimas é uma forma bastante
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (CONECTIVO OU...OU) econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser
representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q
Representação simbólica: ⊻. Exemplos: são proposições simples adequadamente escolhidas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

z Na linguagem natural: ( ) CERTO ( ) ERRADO

„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta. A representação simbólica apresentada para julgar-
mos é de uma conjunção e na questão foi apresen-
z Na linguagem simbólica: tada uma proposição composta pela condicional na
forma “camuflada” dentro de uma relação de causa
„ p ⊻ q. e consequência “Dado que...”. Resposta: Errado.

CONDICIONAL (CONECTIVO SE E ENTÃO) 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Considere as seguintes


proposições: P: O paciente receberá alta; Q: O paciente
Representação simbólica: →. Exemplos: receberá medicação; R: O paciente receberá visitas. 163
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Tendo como referência essas proposições, julgue o (1ª parte): […] a diversidade de nossas opiniões não
item a seguir, considerando que a notação ~S significa provém do fato de serem uns mais racionais que
a negação da proposição S. outros, mas somente de conduzirmos nossos pen-
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se samentos por vias diversas e não considerarmos as
o paciente receber alta, então ele não receberá medi- mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito
cação ou não receberá visitas. bom, o principal é aplicá-lo bem.

( ) CERTO ( ) ERRADO Cabe aqui, uma rápida revisão de conceitos, como


o de argumento, que é a afirmação de que um gru-
P: O paciente receberá alta; po de proposições gera uma proposição final, que é
~P: O paciente não receberá alta; consequência das primeiras. São ideias lógicas que se
Q: O paciente receberá medicação; relacionam com o propósito de esclarecer pontos de
R: O paciente receberá visitas. pensamento, teorias e/ou dúvidas.
A proposição ~P→[QvR] pode assim ser traduzida: Seguindo a ideia do princípio para o fim, a proposi-
Se o paciente não receber alta, então ele receberá ção é o início e o argumento, o fim de uma explanação
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado. ou raciocínio, portanto essencial para um pensamen-
to lógico.
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item a seguir, a A proposição ou sentença é uma oração declarati-
respeito de lógica proposicional. va que poderá ser classificada somente em verdadeira
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo
ou falsa, com sentido completo, que tem sujeito e pre-
Estado é consequência da radicalização da sociedade
dicado. Por exemplo, e usando informações multidis-
civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente
ciplinares, são proposições:
representada pela expressão lógica P→Q, em que P e Q
são proposições simples escolhidas adequadamente.
z a água é uma molécula polar;
( ) CERTO ( ) ERRADO z a membrana plasmática é lipoprotéica.

A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado Observe que os exemplos acima seguem as condi-
é (verbo de ligação) consequência da radicaliza- ções essenciais que uma proposição deve seguir, isto
ção da sociedade civil em suas posições políticas. é, dois axiomas fundamentais da lógica:
Temos apenas um verbo e por esse motivo é uma
proposição simples. Cuidado com o uso da pala- z o princípio da não contradição;
vra “consequência” em proposições como esta. Em z o princípio do terceiro excluído.
determinadas situações, de fato, teremos uma pro-
posição condicional, vejamos: O princípio da não contradição afirma que uma
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estu- proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mes-
dar (verbo no infinitivo) mo tempo, enquanto o princípio do terceiro excluído
Nesse caso, temos uma proposição composta pela afirma que toda proposição ou é verdadeira ou é falsa,
condicional. Resposta: Errado. jamais uma terceira opção.
Após essa pequena revisão de conceitos, que
5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbo- representam os tipos de argumentos chamados váli-
los normalmente usados para representar os conecti- dos, vamos especificar os conceitos para construir
vos lógicos, julgue o item seguinte, relativos a lógica argumentos inválidos, falaciosos ou sofismas.
proposicional e à lógica de argumentação. Nesse sen-
tido, considere, ainda, que as proposições lógicas sim- PREMISSAS, PRESSUPOSTOS E CONCLUSÕES
ples sejam representadas por letras maiúsculas.
A sentença A fiscalização federal é imprescindível
O argumento é uma relação que pode associar de uma
para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto
a muitas proposições, as premissas do argumento, e uma
dos medicamentos que a população consome pode
proposição final, chamada de conclusão do argumento.
ser representada simbolicamente por P∧Q.
Para facilitar a visualização e resumir as palavras, vamos
designar as premissas por p e e conclusão por c.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Em algumas terminologias, como nas ciências exa-
tas, as premissas são chamadas de hipóteses e a con-
Para ser proposição composta, haveria mais de um ver-
bo na frase, por isso, a frase em questão é considerada clusão, de tese, principalmente nas demonstrações.
uma proposição simples. Procure o verbo na oração. Em alguns casos, pode-se usar uma premissa auxiliar
A fiscalização federal é imprescindível para manter nas demonstrações matemáticas, chamadas de lemas.
a qualidade tanto dos alimentos quanto dos medica- Veja um exemplo de prova matemática simples:
mentos que a população consome. Resposta: Certo.
Seja a propriedade das potências am · an = am+n.
Lema 1 (p1): am = a · a · a · a · a · a · a · a · a · ..., m
vezes, ` = am.
O mesmo vale para (lema 2 ou p2) , an = a · a · a · a ·
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: a · ..., n vezes, ` = an.
ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES Hipótese (p3): se am e an são obtidos pela multipli-
cação de fatores iguais a a m vezes e a a n vezes, então
E CONCLUSÕES ...
Conclusão (c): [am = a · a · a · a · a · a · a · a · a · ...] · [an
No livro “Discurso do Método”, de René Descartes,
= a · a · a · a · a · ...] = (a · a · a · a · a · a · a · a · a · ...) + (a ·
encontramos a afirmação:
164 a · a · a · a · ...) = am · an = am+n.
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Alguns exemplos de argumentos escritos e mais ou mesmo um companheiro de conversa. Estudar é
simples que os matemáticos estão mostrados a seguir: essencial para organizar argumentos e não ter que
usar subterfúgios como mostrado nos argumentos
z Argumento com 1 premissa e 1 conclusão: falaciosos informais mostrados acima.

„ p1: todos os mamíferos aeróbios respiram ARGUMENTAÇÃO DEDUTIVA


oxigênio;
„ c: logo, este mamífero precisa de oxigênio para A argumentação dedutiva é baseada em inferên-
viver. cias lógicas que seguem um padrão de raciocínio
conhecido como dedução. Nesse tipo de argumentação,
z Argumento com 2 premissas e 1 conclusão: as premissas fornecidas são consideradas verdadeiras
e, a partir delas, a conclusão é inevitável e necessá-
„ p1: todos os universitários prestaram o ENEM; ria. O exemplo clássico é o silogismo: “Todos os seres
„ p2: todos que prestaram o ENEM e acertaram humanos são mortais; Sócrates é um ser humano;
pelo menos uma questão em cada prova, entra- Logo, Sócrates é mortal.” As premissas estabelecem
ram em uma universidade; uma relação que leva a uma conclusão inequívoca.
„ c: todos os universitários não tiveram nota zero
em alguma prova no ENEM. ANALOGIAS

Como escrito acima, do início para o fim, a conclu- A analogia é uma relação de semelhança entre dois
são deve ser a última sentença num argumento lógico. ou mais casos particulares. Por exemplo: “O frio é para
Desse modo, devemos organizar o raciocínio. O sábio o inverno o que o calor é para o verão”. Nessa oração
matemático francês, Jules Henri Poincaré, disse uma os casos particulares são “o frio e o inverno” e “o calor e
frase que representa o trabalho de quem estuda, pro- o verão”, e a analogia liga esses dois casos particulares.
fessores, cientistas e profissionais, em geral:
INFERÊNCIA
O sábio deve organizar; fazemos ciência com fatos
assim como construímos uma casa com pedras, A inferência consiste em se afirmar que algo
mas uma acumulação de fatos não é ciência assim é verdadeiro com base em outras informações já
como não é uma casa um monte de pedras. conhecidas e verdadeiras. Por exemplo, se todos os
computadores são brancos e eu tenho um computa-
Vejamos alguns exemplos de organização de dor, logo o meu computador é branco.
ideias.

z Frase geral: o óleo não se dissolve em água porque


não é uma substância polar; LÓGICA SENTENCIAL (OU
PROPOSICIONAL)
„ p1: toda substância polar se dissolve em água;
„ p2: o óleo não é uma substância polar; VALORES LÓGICOS
„ c: portanto, o óleo não se dissolve em água.
Na lógica temos apenas dois valores lógicos: ver-
z Frase geral: por ter nota inferior a 6,0, o aluno dadeiro ou falso. Quando temos uma declaração ver-
reprovou na disciplina de lógica, pois a nota 6,0 é a dadeira, o seu valor lógico é Verdade (V) e quando é
menor nota para ser aprovado; falsa, dizemos que seu valor lógico é Falso (F).

„ p1: a nota 6,0 é a menor nota para ser aprovado PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS
na disciplina de lógica;
„ p2: um aluno não obteve nota mínima 6,0; Proposições Lógicas Simples
„ c: portanto, esse aluno foi reprovado na disci-
plina de cálculo. Vamos começar nosso estudo falando sobre o que
é uma proposição lógica. Observe a frase a seguir:
Neste momento, você já percebeu a ideia geral do Ex.: Paula vai à praia.
que é um argumento e como elaborá-lo. A organiza- Para saber se temos ou não uma proposição, preci-
ção do pensamento em premissas (bases de raciocí- samos de três requisitos fundamentais:
nio) e depois conclusão é algo que os seres humanos
RACIOCÍNIO LÓGICO

exigem em suas conversas, aulas, palestras e, princi- z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos;
palmente, nos textos escritos. Você já deve ter ouvido z Oração declarativa: a frase precisa estar apresen-
pessoas reclamarem que um locutor (quem fala) não tando uma situação, um fato;
chegou à conclusão alguma, numa conversa formal z Pode ser classificada como verdadeira ou falsa:
ou informal. ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadei-
Imagine, então, que quem corrige suas provas são ro ou o valor lógico falso para a declaração.
pessoas com uma longa experiência de leitura. Assim,
uma escrita, com raciocínio baseado em premissas e Tendo isso em vista, podemos afirmar claramen-
conclusões, deixará essas pessoas mais satisfeitas. te que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição
Isso te parece lógico? lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma
Logo, treinar a organização de ideias e argumen- informação completa (temos o sujeito claro na oração)
tos te tornará um melhor estudante, profissional e podemos afirmar se é verdadeira ou falsa. 165
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Perceba que sempre que valoramos a frase ela nos
Importante! resulta um valor contrário, ou seja, estamos diante de
Proposição Lógica é uma oração declarativa que uma frase que é contraditória em si mesma. Isso é a
definição de um paradoxo.
admite apenas um valor lógico: V ou F.
Sentença Aberta
Ou então podemos também esquematizar o que é
uma proposição lógica assim: Dizemos que uma sentença é aberta quando não
Chama-se proposição toda sentença declarativa conseguimos ter a informação completa que a oração
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só nos mostra. Veja o exemplo a seguir:
como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta- Ex.: Ele é o melhor cantor de rock.
mente com o sentido completo (caráter informativo). Perceba que há presença do verbo e que consegui-
mos parcialmente entender o que a frase quer dizer.
Todavia, logo surge a pergunta: ele quem? Aqui nos-
Verdadeira sa informação não consegue ser completa e por isso
temos mais um caso que não é proposição lógica.
Sentença Observe outros exemplos:
ou Sentido
Declarativa
completo
X + 5 = 10
Falsa Aquele carro é amarelo.
Obrigatório
5+5
X – Y = 20
Verbo
Todos os exemplos acima são sentenças abertas,
Toda proposição pode ser representada simbolica- então podemos resumir da seguinte forma:
mente pelas letras do alfabeto. Veja no exemplo: As variáveis: ele, aquele ou variáveis matemáti-
cas (X ou Y) tornam a sentença aberta.
z p: Sabino é um pintor esperto; Sempre será uma proposição lógica na escrita
z r: Kate é uma mulher alta. matemática e podemos notar que há verbos nos casos
a seguir:
Na situação temos duas proposições sendo repre-
sentadas pelas letras p e r. z = (é igual);
Agora que já sabemos o que são proposições lógi- z ≠ (é diferente);
cas, fica tranquilo distinguir o que não são propo- z > (é maior);
z < (é menor);
sições. Isto é fundamental, pois várias questões de
z ≥ (é maior ou igual);
prova perguntam exatamente isso — são apresen-
z ≤ (é menor ou igual).
tadas algumas frases e você precisa identificar qual
delas não é uma proposição. Vejamos os casos em que
Esquematizando o que não são proposições lógicas:
mais aparecem:

� Perguntas: são as orações interrogativas. Sentenças Interrogativas(?)

Exemplo: Que horas vamos ao cinema?


Essa pergunta não pode ser classificada como ver- Sentenças sem Verbo
NÃO SÃO
dadeira ou falsa; PROPOSIÇÕES
� Exclamações: são frases exclamativas. Sentenças com Verbo no Imperativo
Exemplo: Que lindo cabelo!
Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre- Sentenças Abertas
sentam percepções subjetivas;
Paradoxo
� Ordens: são orações com verbo no imperativo.
Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
Princípios da Lógica Proposicional
Uma ordem não pode ser classificada como verda-
deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração, É fundamental que você conheça três princípios
pois pode ser facilmente confundida com uma propo- para deixarmos tudo alinhado com as proposições
sição lógica. lógicas. Veja:
Não são proposições: perguntas, exclamações e
ordens. z Princípio do terceiro excluído: uma proposição
Temos um outro caso menos cobrado em provas, deve ser verdadeira ou falsa, não havendo outra
mas que também não é proposição lógica: o parado- possibilidade. Não é possível que uma proposição
xo. Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir: seja “quase verdadeira” ou “quase falsa”;
Ex.: Esta frase é uma mentira. z Princípio da não contradição: dizemos que uma
Quando atribuímos um valor de verdade para a mesma proposição não pode ser, ao mesmo tempo,
frase, então, na verdade, ele mentiu, uma vez que a verdadeira e falsa;
própria frase já diz isso, e se atribuirmos o valor falso, z Princípio da Identidade: cada ser é único, ou seja,
então a frase é verdade, pois ela diz ser uma mentira uma proposição não assume o significado de outra
e já sabemos que isso é falso. proposição lógica.
166
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Proposições Compostas P→Q
P = antecedente
Temos proposições compostas quando há duas ou
mais proposições simples ligadas por meio dos conec- Q = consequente
tivos lógicos. Veja os exemplos:
TABELAS VERDADE
z Sabino corre e Marcos compra leite;
z O gato é azul ou o pato é preto;
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos
z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.
apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma
proposição.
Cada conectivo tem sua representação simbólica e
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos:
Números de Linhas de Tabela Verdade

CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA Neste momento, vamos aprender a construir tabe-


e Conjunção ^ las verdade para proposições compostas.
ou Disjunção v
z 1º passo: contar a quantidade de proposições
Disjunção v
ou...ou envolvidas no enunciado.
Exclusiva
se...então Condicional → Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
se e somente se Bicondicional ⟷
z 2º passo: calcular a quantidade de linhas da tabela
Exemplos: usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número
de proposições).
z Na linguagem natural:
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
„ O macaco bebe leite e o gato come banana;
„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta; P Q PVQ
„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta;
„ Se estudar, então vai passar;
„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
dinheiro.

z Na linguagem simbólica:

„ p ^ q;
„ p v q; z 3º passo: dispor os valores “V” e “F” na primeira
„ p v q; coluna fazendo o agrupamento pela metade do
„ p → q; número de linhas da tabela.
„ p ⟷ q.
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
Agora que conhecemos os conectivos lógicos, primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).
vamos ver algumas camuflagens dos operadores lógi-
cos que podem aparecer na prova. Veja: P Q PVQ
V
� Conectivos “e” usando “mas”:
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor; V
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não F
ambos”: F
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas
não ambos;
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso, z 4º passo: preencher as demais colunas com agru-
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”: pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à metade do agrupamento anterior.
RACIOCÍNIO LÓGICO

praia;
Caso você estude, irá passar no concurso; Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima
Basta Ana comer massas, e engordará; será de 1 em 1).
Quem joga bola é rápido;
Todos os médicos sabem operar; P Q PVQ
Qualquer criança anda de bicicleta;
V V
Toda vez que chove, não vou à praia.
V F
É importante saber que na condicional a primeira F V
proposição é o termo antecedente e a segunda é o
F F
termo consequente. 167
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Pronto! A nossa tabela já está montada, agora Conectivo Bicondicional “Se e Somente Se” ()
precisamos aprender qual o resultado que teremos
quando combinamos os valores lógicos usando os Teremos resposta verdadeira quando os valores
conectivos lógicos. lógicos envolvidos forem iguais.
Número de linhas da tabela verdade:
2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
P Q PQ
Vamos caminhar mais um pouco e aprender todas as
combinações lógicas possíveis para cada conectivo lógico. V V V
V F F
Negação (~P)
F V F
Uma proposição, quando negada, recebe valores F F V
lógicos opostos ao da proposição original. O símbolo
que iremos utilizar é ¬ p ou ~p. Conectivo Condicional “Se..., Então” (→)

P ~P Especialmente neste caso, vamos aprender quan-


do teremos o resultado falso, pois o conectivo con-
V F dicional só tem uma possibilidade de tal ocorrência
F V Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico
do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
Dupla Negação ~(~P)
P Q P→ Q
A dupla negação nada mais é do que a própria pro-
posição. Isto é, ~(~P) = P V V V
V F F
P ~P ~(~P) F V V
V F V F F V
F V F
Condicional falsa: Vai Ficar Falsa
Conectivo Conjunção “E” (^)
VF=F
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros. Tautologia

É uma proposição cujo valor lógico é sempre


P Q P^Q verdadeiro.
V V V Exemplo 1: a proposição P ∨ (~P) é uma tautologia,
pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela
V F F
verdade.
F V F
F F F P ~P P V ~P
V F V
Conectivo Disjunção “Ou” (v)
F V V
Teremos resposta verdadeira quando pelo menos
um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro. Exemplo 2: a proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma
tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só
possui V.
P Q PVQ
V V V
V F V P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ)
F V V V V V V V
F F F V F F F V
F V F F V
Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou... ou” ( v )
F F F V V
Teremos resposta verdadeira quando os valores
lógicos envolvidos forem diferentes. Contradição

É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.


P Q PVQ Exemplo: a proposição P ^ (~P) é uma contradição,
V V F pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a tabela
verdade.
V F V
F V V
F F F
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3. (FUNDATEC — 2019) Trata-se de um exemplo de tau-
P ~P P ^ (~P)
tologia a proposição:
V F F
F V F a) Se dois é par então é verão em Gramado.
b) É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.
Contingência c) Maria é alta ou Pedro é alto.
d) É verão em Gramado se e somente se Maria é alta.
e) Maria não é alta e Pedro não é alto.
Sempre que uma proposição composta recebe
valores lógicos falsos e verdadeiros, independente-
Você precisa guardar esta dica: a proposição que
mente dos valores lógicos das proposições simples
contiver uma afirmação com o conectivo ou mais
componentes, dizemos que a proposição em questão é
a negação dessa mesma afirmação (ou vice-versa)
uma contingência. Ou seja, é quando a tabela verda-
será sempre uma tautologia. Então,
de apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verda- É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.
deiros e alguns falsos. A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu
Exemplo: a proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma valor lógico é sempre “verdadeiro”. Resposta: Letra B.
contingência, conforme a tabela verdade.
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item, rela-
P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q) tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação.
Se P e Q são proposições simples, então a proposição
V V F F F [P→Q]∧P é uma tautologia, isto é, independentemente
V F V V V dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor
lógico de [P→Q]∧P será sempre V.
F V F V V
F F F V V ( ) CERTO ( ) ERRADO

z Tautologia: uma proposição que é sempre verda- Basta perceber que o conectivo em questão é o “E”
deira; (conjunção), que só é verdadeiro quando as duas
z Contradição: uma proposição que é sempre falsa; são verdadeiras. Sendo assim, se P for falso, já irá
z Contingência: uma proposição que pode assumir invalidar o argumento. Resposta: Errado.
valores lógicos V e F, conforme o caso.
5. (VUNESP — 2018) Seja M a afirmação: “Marília gosta
A seguir, revise seus conhecimentos com alguns de dançar”. Seja J a afirmação “Jean gosta de estu-
exercícios comentados. dar”. Considere a composição dessas duas afirma-
ções: “Ou Marília gosta de dançar ou Jean gosta de
1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca da lógica senten- estudar”. A tabela verdade que representa corretamen-
cial, julgue o item que segue. te os valores lógicos envolvidos nessa situação é:
Se uma proposição na estrutura condicional — isto é,
na forma P→Q, em que P e Q são proposições simples TABELA VERDADE
— for falsa, então o precedente será, necessariamente, M J Ou M ou J
falso.
V V 1
V F 2
( ) CERTO ( ) ERRADO
F V 3
Veja que P→Q foi considerado falso pelo enunciado F F 4
da questão. Assim, na condicional, para ser falso,
a regra é que o precedente (antecedente) seja ver- Os valores 1, 2, 3 e 4 da coluna “Ou M ou J” devem ser
dadeiro e o seguinte (consequente), falso. Lembre-se preenchidos, correta e respectivamente, por:
da dica: Vai Ficar Falso = V  F. Resposta: Errado.
a) V, F, V e F.
2. (AOCP — 2019) Considere a proposição: “O contingen- b) F, V, V e F.
te de policiais aumenta ou o índice de criminalidade c) F, F, V e V.
d) V, F, F e V.
irá aumentar”. Nesse caso, a quantidade de linhas da
e) V, V, V e F.
tabela verdade é igual a
Veja que precisamos saber quando o resultado das
a) 2.
combinações lógicas do conectivo “ou...ou” dá ver-
b) 4. dade. Lembrando da nossa parte teórica, sempre
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) 8. que tivermos valores lógicos diferentes, o resultado


d) 16. será verdadeiro. Sabendo disso,
e) 32.

O número de linhas da tabela verdade depende do M J Ou M ou J


número de proposições e é calculado pela fórmula: V V F
2ⁿ. Assim, V F V
O contingente de policiais aumenta (1ª proposição) F V V
O índice de criminalidade irá aumentar (2ª F F F
proposição)
22 = 4 linhas. Resposta: Letra B.
Resposta: Letra B. 169
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EQUIVALÊNCIAS
P (P ∧ Q)
P Q R Q∧R ∧ P∧Q P∧R ∧
Afirma-se que uma proposição P é logicamente (Q ∧ R) (P ∧ R)
equivalente ou equivalente a uma proposição Q se as
tabelas verdade dessas duas proposições são iguais. E F F F F F F F F
o que isso significa? Ora, duas proposições são equiva-
lentes quando elas dizem exatamente a mesma coisa; z p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
quando elas têm o mesmo significado; quando uma
pode ser substituída pela outra. Para indicar que são P (P ∨ Q)
equivalentes, usaremos a seguinte notação: P Q R Q∨R ∨ P∨Q P∨R ∨
(Q ∨ R) (P ∨ R)
P⟺Q
V V V V V V V V
Distribuição (Equivalência pela Distributiva)
V V F V V V V V
z p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) V F V V V V V V
V F F F V V V V
P (P ∧ Q)
P Q R Q∨R ∧ P∧Q P∧R ∨ F V V V V V V V
(Q ∨ R) (P ∧ R) F V F V V V F V
V V V V V V V V
F F V V V F V V
V V F V V V F V
F F F F F F F F
V F V V V F V V
V F F F F F F F Idempotência
F V V V F F F F
F V F V F F F F z p ⇔ (p ∧ p)

F F V V F F F F
P P P∧P
F F F F F F F F
V V V
z p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) F F F

P (P ∨ Q) z p ⇔ (p ∨ p)
P Q R Q∧R ∨ P∨Q P∨R ∧
(Q ∧ R) (P ∨ R) P P P∨P
V V V V V V V V V V V
V V F F V V V V F F F
V F V F V V V V
Pela Exportação-Importação
V F F F V V V V
F V V V V V V V z [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
F V F F F V F F
F F V F F F V F (P ∧ Q) P→
P Q R P∧Q Q→R
→R (Q → R)
F F F F F F F F
V V V V V V V
Associação (Equivalência pela Associativa) V V F V F F F
V F V F V V V
z p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
V F F F V V V
P (P ∧ Q) F V V F V V V
P Q R Q∧R ∧ P∧Q P∧R ∧ F V F F V F V
(Q ∧ R) (P ∧ R)
F F V F V V V
V V V V V V V V F F F F V V V
V V F F F V F F
Proposições Associadas a uma Condicional (Se,
V F V F F F V F
Então)
V F F F F F F F
F V V V F F F F Podemos dizer que as três proposições condicio-
nais que contêm p e q são associadas a p → q. Veja a
F V F F F F F F seguir:
F F V F F F F F
170
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z Proposições recíprocas: p → q: q → p; “se…então” em outra proposição composta pelo “se…
z Proposição contrária: p → q: ~p → ~q; então”. A outra ensina como transformar uma propo-
sição composta pelo “se…então” em uma composta
pelo conectivo “ou” (e vice-versa). Vamos lá!
~P → ~Q →
P Q ~P ~Q P→Q Q→P
~Q ~P
z Contrapositiva
V V F F V V V V
V V F V F V V F Para fazermos essa equivalência, devemos inver-
ter as proposições e depois negar todas as proposições.
V F V F V F F V
Inverte e nega tudo mantendo o se então.
V F V V V V V V Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A
Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos
z Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p. não passa, então ele não estuda.
Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu
Vale ressaltar que, olhando para a tabela, a condi- o processo de construção da segunda a partir da pri-
cional p → q e a sua recíproca q → p ou a sua contrária meira? Você deve inverter a ordem das proposições e
~p → ~q não são equivalentes. negar ambas.

Implicação Material „ “se...então” vira “ou”

Na lógica proposicional, temos uma regra de subs- Essa equivalência é feita negando a primeira pro-
tituição que diz que é válido que uma sentença con- posição, trocando o conectivo “se...então” pelo conec-
dicional seja substituída por uma disjunção em que tivo “ou”, repetindo a segunda proposição.
o antecedente é negado; essa é a implicação material. Nega ou repete.
A regra determina que P implica Q é logicamente Exemplo:
equivalente a não ~P ou Q e pode substituir o outro
em provas lógicas: P → Q ⟺ ~P v Q, onde “⟺” é um A → B ⇔ ~A v B.
símbolo que representa “pode ser substituído em uma
prova com.” Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é não é ovíparo ou o macaco voa.
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser Observe a tabela a seguir e veja que os resultados
substituída por «~P v Q”. são iguais, ou seja, equivalentes:
Exemplo: Se ele é um tigre P, então ele pode correr
Q. A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A V B
Assim, ele não é um tigre ~P ou ele pode correr Q.
Se for descoberto que o tigre não podia correr, V V F F V V V
escrito simbolicamente como P v ~Q, ambas as sen- V F F V F F F
tenças são falsas, mas caso contrário, elas são ambas
F V V F V V V
verdadeiras.
F F V V V V V
Transposição
Equivalência Bicondicional
A transposição é uma regra de substituição válida
para “P → Q” em que é permitido trocar o antecedente Geralmente aprendemos somente a equivalência bási-
P pelo consequente Q de um enunciado condicional ca desse conectivo (a comutação), mas precisamos ficar
em uma prova lógica se eles estão ambos negados. É atentos para os casos especiais. O conectivo “se e somente
a inferência verdadeira de “A implica B”, a verdade se” tem mais duas equivalências lógicas quando interpre-
do “não B implica não A”, e vice-versa. É a regra que: tamos de maneira mais minuciosa o seu significado e sua
tabela verdade. A seguir veremos esses detalhes que estão
P→Q⟺~Q→~P aparecendo cada vez mais nas provas. Vamos lá!

Em que “⟺” é um símbolo que representa “pode z Comutação


ser substituído em uma prova com.”
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
substituída por ~ Q → ~ P “. ⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo: Se ele é um tigre P, então ele pode correr


Q. „ Com o conectivo “e” e “se...então”
Assim, se ele não pode correr ~Q, então ele não é
um tigre ~P.
Para fazer essa equivalência, vamos interpretar o
conectivo “se e somente se”. Na sua nomenclatura temos
Equivalência Condicional uma bicondicional; o que isso significa exatamente? Sig-
nifica que temos duas condicionais (se...então).
Agora vamos tratar de duas equivalências impor- Pensando nisso, podemos dizer então que temos uma
tantes desse conectivo que tem a maior incidência condicional indo e uma condicional voltando; repare
nas provas de concursos. A primeira delas ensina que a simbologia (⟷) é composta por duas setas. Agora
como transformar uma proposição composta pelo vamos traduzir isso tudo com um exemplo.
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Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A → B) ^ (B → A) A B A⊻B B⊻A
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
V V F F
⇔ Se o céu ficará azul, então hoje não vai chover e se
hoje não vai chover, então o céu ficará azul. V F V V
F V V V
„ Com o conectivo “ou” e “tabela verdade”
F F F F
Já para entendermos essa equivalência, precisa-
mos lembrar dos casos na tabela verdade do conetivo „ Bicondicional “se e somente se”
“se e somente se” quando temos resultados verda-
deiros, ou seja, quando os valores lógicos são iguais. Exemplo: A ⟷ B ⇔ B A
Sabendo disso, podemos dizer, então, que o conectivo O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
“se e somente se” terá resultado verdadeiro quando ⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul.
as proposições forem todas verdadeiras ou quando
forem todas falsas (vale lembrar que a negação de A B A⟷B B⟷A
“V” será “F”). Logo, veja o exemplo de como ficará essa
equivalência: V V V V
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A ^ B) v (~A ^ ~B) V F F F
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
F V F F
⇔ O céu ficará azul e hoje não vai chover ou o céu não
ficará azul e hoje vai chover. F F V V
Agora observe a tabela verdade envolvendo todas
as equivalências da Bicondicional: „ Condicional “Se então”: é o único conectivo
lógico que não aceita a propriedade de comu-
(A→B) (A ^ B) tação, pois o seu antecedente não pode ser o
A B ~A ~B A ⟷ B B⟷A ∧ V consequente e vice-versa.
(B→A) (~A ^ ~B)
V V F F V V V V A→B≠B→A

V F F V F F F F Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-


F V V F F F F F ria com exercícios comentados de diversas bancas.
F F V V V V V V Vamos lá!

1. (VUNESP — 2020) Considere a seguinte afirmação: Se


Comutação Marcos está prestando esse concurso, então ele é for-
mado no Curso de Serviço Social.
z Leis Comutativas Assinale a alternativa que contém uma afirmação
equivalente para a afirmação apresentada.
„ Conjunção “e”:
a) Marcos está prestando esse concurso se, e somente
Exemplo: A ^ B ⇔ B ^ A se, ele é formado no Curso de Serviço Social.
Joana é magra e Maria é baixa. ⇔ Maria é baixa e b) Se Marcos é formado no Curso de Serviço Social,
Joana é magra. então ele está prestando esse concurso.
c) Marcos está prestando esse concurso e ele é formado
A B A^B B^A no Curso de Serviço Social.
d) Se Marcos não é formado no Curso de Serviço Social,
V V V V
então ele não está prestando esse concurso.
V F F F e) Marcos não é formado no Curso de Serviço Social e
F V F F ele está prestando esse concurso.

F F F F Veja que não temos a presença do “ou” nas alternati-


vas e isso facilita, pois usamos a “contrapositiva’’. Bas-
„ Disjunção Inclusiva “ou”: ta inverter e negar, mantendo o mesmo conectivo:
Se Marcos não é formado no Curso de Serviço
Exemplo: A v B ⇔ B v A Social, então ele não está prestando esse concurso.
João anda de barco ou Sabrina vai à praia. ⇔ Resposta: Letra D.
Sabrina vai à praia ou João anda de barco.
2. (CEBRASPE-CESPE — 2020) No argumento seguinte,
„ Disjunção Exclusiva “ou...ou”: as proposições P1, P2, P3 e P4 são as premissas, e C
é a conclusão.
Exemplo: A v B ⇔ B v A
Ou Romeu compra uma moto ou ele vende o carro. P1: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor
⇔ Ou Romeu vende o carro ou ele compra uma moto. Alfa, então o trabalho dos servidores públicos que
atuam nesse setor pode ficar prejudicado.”.
P2: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor
Alfa, então os beneficiários dos serviços prestados
por esse setor podem ser mal atendidos.”.
172
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P3: “Se o trabalho dos servidores públicos que atuam no “Se Carlos foi aprovado no concurso, então Carlos
setor Alfa fica prejudicado, então os servidores públi- possui o ensino médio completo.”
cos que atuam nesse setor padecem.”. “Carlos não foi aprovado no concurso ou Carlos
P4: “Se os beneficiários dos serviços prestados pelo setor possui o ensino médio completo.” Resposta: Letra A.
Alfa são mal atendidos, então os beneficiários dos ser-
viços prestados por esse setor padecem.”. 5. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca da lógica senten-
C: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor cial, julgue o item que segue.
Alfa, então os servidores públicos que atuam nesse Se P, Q, R e S forem proposições simples, então as pro-
setor padecem e os beneficiários dos serviços presta- posições PvR → QʌS e (~Q)V(~S) → (~P) ʌ (~R) serão
dos por esse setor padecem.”. equivalentes.

Considerando esse argumento, julgue o item seguinte. ( ) CERTO ( ) ERRADO


A proposição P3 é equivalente à proposição “Se os
servidores públicos que atuam nesse setor não pade- Trata-se da equivalência contrapositiva da
cem, então o trabalho dos servidores públicos que condicional.
atuam no setor Alfa não fica prejudicado.”. PvR → QʌS
1º: inverte as proposições, mantendo a condicional
( ) CERTO ( ) ERRADO QʌS →PvR
2º: nega tudo.
Proposição: P3: “Se o trabalho dos servidores - Negação do QʌS = ~Q v ~S (Negação do ʌ troca pelo
públicos que atuam no setor Alfa fica prejudicado, v e nega tudo)
então os servidores públicos que atuam nesse setor - Negação do PvR = ~P ʌ ~R (Negação do v troca pelo
padecem.”. ʌ e nega tudo) Logo, (~Q) v (~S) → (~P) ʌ (~R). Res-
Equivalência: posta: Certo.
(Inverte e nega tudo mantendo “se então”)
“Se os servidores públicos que atuam nesse setor LEIS DE MORGAN
não padecem, então o trabalho dos servidores públi-
cos que atuam no setor Alfa não fica prejudicado.” Quando fazemos a negação de uma proposição com-
Resposta: Certo. posta primitiva, geramos outra posição que também é
composta e equivalente à sua primitiva. É recorrente em
3. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando a proposi- provas a cobrança para que você responda qual a equi-
ção P: “Se o servidor gosta do que faz, então o cida- valência da negação de determinada proposição.
dão-cliente fica satisfeito”, julgue o item a seguir.
A proposição P é logicamente equivalente à seguinte Negação de uma Conjunção (Lei de Morgan)
proposição: “Se o cidadão-cliente não fica satisfeito,
então o servidor não gosta do que faz”. Para negarmos a conjunção, devemos trocar pela
disjunção ou e negar todas as proposições envolvidas.
( ) CERTO ( ) ERRADO Veja: ~ (A ^ B) ⇔ ~A v ~B
Exemplo: Vou comprar um carro e vou ganhar di-
Proposição: P  Q nheiro.
Equivalência: ~Q  ~P Proposição 1: vou comprar um carro.
Logo, “Se o servidor gosta do que faz, então o cida- Proposição 2: vou ganhar dinheiro.
dão-cliente fica satisfeito” 1º: trocar o “e” pelo “ou”.
“Se o cidadão-cliente não fica satisfeito, então o ser- 2º: negar todas as proposições.
vidor não gosta do que faz”. Resposta: Certo. Negação:
~P1: Não vou comprar um carro.
4. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Assinale a opção que ~P2: Não vou ganhar dinheiro.
apresenta a proposição lógica que é equivalente à Assim temos, não vou comprar um carro ou não
seguinte proposição: vou ganhar dinheiro.
“Se Carlos foi aprovado no concurso, então Carlos
possui o ensino médio completo.”
A B ~A ~B A^B ~(A ^ B) ~A V ~B
a) “Carlos não foi aprovado no concurso ou Carlos pos- V V F F V F F
sui o ensino médio completo.” V F F V F V V
b) “Se Carlos não foi aprovado no concurso, então Carlos
F V V F F V V
não possui o ensino médio completo.”
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) “Carlos possuir o ensino médio completo é condição F F V V F V V


suficiente para que ele seja aprovado no concurso”
d) “Carlos ser aprovado no concurso é condição neces-
Negação de uma Disjunção (Lei de Morgan)
sária para que ele tenha o ensino médio completo.”
e) “Carlos possui o ensino médio completo e não foi
aprovado no concurso.” Para negarmos a disjunção, devemos trocar pela
conjunção e e negar todas as proposições envolvidas.
Veja: ~ (A v B) ⇔ ~A ^ ~B
Precisamos fazer a equivalência do conectivo “se
Exemplo: Vou pegar a bola ou Pedro vai chutar a
então”. Portanto, para resolver, basta trocar o
lata.
conectivo “se então” por “ou” e depois negar a pri-
Proposição 1: vou pegar a bola.
meira proposição e manter a segunda proposição.
Proposição 2: Pedro vai chutar a lata.
Veja: 173
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1º: trocar o “ou” pelo “e”. 2: Passo se e somente se não estudo muito.
2º: negar todas as proposições.
Negação: A A (A ^ ~B) ~A A
~P1: Não vou pegar a bola. A B ~A ~B ⟷ ~(A ⟷ B) ⊻ V ⟷ ⟷
~P2: Pedro não vai chutar a lata. B B (B ^ ~A) B ~B
Assim, temos:
Não vou pegar a bola e Pedro não vai chutar a lata. V V F F V F F F F F
V F F V F V V V V V
A B ~A ~B AvB ~(A v B) ~A ^ ~B F V V F F F V V V V
V V F F V F F F F V V V V F F F F
V F F V V F F
F V V F V F F Negação de uma Condicional
F F V V F V V
A negação de uma proposição composta por uma
condicional é uma das mais cobradas em provas e,
Negação de uma Disjunção Exclusiva por esse motivo, devemos aprendê-la e resolver mui-
tas questões sobre o assunto. Então, a sua negação é
Para negarmos a disjunção exclusiva, devemos feita repetindo a primeira proposição E negando a
apenas trocar o conectivo “ou...ou” pelo “se e somente segunda proposição.
se”. Isso mesmo! Trocamos um conectivo pelo outro e Exemplo: ~ (A → B) ⇔ A ^ ~B
o restante é só deixar igual. Veja um exemplo: ~ (A ⊻ Se o gato late, então o cachorro mia.
B) ⇔ A ⟷ B Ou faz sol ou chove muito. Negação: O gato late e o cachorro não mia.
Negação: Faz sol se e somente se chove muito.
A B ~B A→B ~ (A → B) A ^ ~B
A B A⊻B ~ (A ⊻ B) A⟷B V V F V F F
V V F V V V F V F V V
V F V F F F V F V F F
F V V F F F F V V F F
F F F V V
Dupla Negação (Teoria Involutiva)
Negação de uma Bicondicional
z De uma proposição simples: ~ (~A) ⇔ A
A bicondicional pode ser negada das seguintes
maneiras, veja:
A ~A ~ (~A)
z Trocando pelo conectivo “ou...ou” V F V
F V F
Exemplo: ~ (A ⟷ B) ⇔ A v B
Marta viaja se e somente se Paulo não vai ao
z De uma condicional:
cinema.
Negação: Ou Marta viaja ou Paulo não vai ao
Vamos fazer duas negações lógicas para o conec-
cinema.
tivo se, de forma que sua resposta seja equivalente à
sua proposição primitiva. Veja:
z (Mantém e Nega) ou (Mantém e Nega)
Proposição Primitiva: A → B:
1ª negação: ~ (A → B) ⇔ A ^ ~B;
Essa negação é feita vindo da equivalência lógica 2ª negação: ~ (A ^ ~B) ⇔ ~A v B;
que usa o conectivo “se...,então”. Exemplo: Logo, A → B ⇔ ~A v B.
~ (A ⟷ B) ⇔ (A → B) ^ (B → A);
~[(A → B) ^ (B → A)] ⇔ (A ^ ~B) v (B ^ ~A).
1ª 2ª
A: Marta viaja se e somente se Paulo não vai ao negação negação
cinema.
Negação: Marta viaja e Paulo vai ao cinema ou A B ~B A→B ~ (A → B) A ^ ~B ~A v B
Paulo não vai ao cinema e Marta não viaja. V V F V V F V
V F V F F V F
z Mantendo o conectivo “se e somente se”
F V F V V F V
Para fazermos essa negação, vamos manter o F F V V V F V
conectivo “se e somente se” e negar apenas uma das
proposições. Exemplo:
1: ~ (A ⟷ B) ⇔ ~A ⟷ B. Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
2: ~ (A ⟷ B) ⇔ A ⟷ ~B. ria com exercícios comentados de diversas bancas.
A: Passo se e somente se estudo muito. Vamos lá!
Negação:
1: Não passo se e somente se estudo muito.
174
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1. (VUNESP — 2016) Considere falsa a seguinte 3. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Considerando esse argu-
afirmação: mento, julgue o item seguinte.
A negação da proposição “Os servidores públicos que
“Fulano está realizando essa prova e pretende ser um atuam nesse setor padecem e os beneficiários dos
técnico em informática.” serviços prestados por esse setor padecem.” é cor-
retamente expressa por “Os servidores públicos que
Com base nas informações apresentadas, é necessa- atuam nesse setor não padecem e os beneficiários
riamente verdadeiro que dos serviços prestados por esse setor não padecem.”.

a) Fulano não está realizando essa prova ou não preten- ( ) CERTO ( ) ERRADO
de ser um técnico em informática.
b) Fulano não está realizando essa prova. Para responder a essa questão, bastava lembra de
c) Fulano não está realizando essa prova e não pretende que para negar a conjunção “e” você deve trocar
ser um técnico em informática. pela disjunção “ou” e negar tudo. Veja que isso não
d) Fulano não pretende ser um técnico em informática. aconteceu. Logo, questão errada. Resposta: Errado.
e) Fulano não está realizando essa prova, mas pretende
ser um técnico em informática. 4. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Argumento CB1A5-II
No argumento seguinte, as proposições P1, P2 e P3
Para negar a conjunção, devemos trocar pela dis- são as premissas, e C é a conclusão.
junção e negar todas as proposições envolvidas.
Sendo assim, P1: Se os recursos foram aplicados em finalidade diver-
“Fulano está realizando essa prova e pretende ser sa da prevista ou se a obra foi superfaturada, então
um técnico em informática”. a prestação de contas da prefeitura não foi aprovada.
Negação: P2: Se a prestação de contas da prefeitura não foi apro-
“Fulano não está realizando essa prova ou não pre- vada, então a prefeitura ficou impedida de celebrar
tende ser um técnico em informática”. Resposta: novos convênios ou a prefeitura devolveu o dinheiro
Letra A. ao governo estadual.
P3: A obra não foi superfaturada, e a prefeitura não devol-
veu o dinheiro ao governo estadual.
2. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Assinale a opção que
C: A prefeitura ficou impedida de celebrar novos convênios.
corresponde a uma negativa da seguinte proposição:
Com relação ao argumento CB1A5-II, assinale a opção
“Se nas cidades medievais não havia lugares próprios
correspondente à proposição equivalente à negação
para o teatro e as apresentações eram realizadas em
da proposição P1.
igrejas e castelos, então a maior parte da população
não era excluída dos espetáculos teatrais”.
a) “Os recursos foram aplicados em finalidade diversa da
prevista ou a obra foi superfaturada, mas a prestação
a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o
de contas da prefeitura foi aprovada”.
teatro ou as apresentações eram realizadas em igre-
b) “Os recursos foram aplicados em finalidade diversa da
jas e castelos e a maior parte da população era excluí-
prevista e a obra foi superfaturada, mas a prestação
da dos espetáculos teatrais. de contas da prefeitura foi aprovada”.
b) Se a maior parte da população das cidades medievais c) “Os recursos não foram aplicados em finalidade diver-
era excluída dos espetáculos teatrais, então havia sa da prevista e a obra não foi superfaturada, mas a
lugares próprios para o teatro e as apresentações prestação de contas da prefeitura foi aprovada”.
eram realizadas em igrejas e castelos. d) “Se os recursos não foram aplicados em finalida-
c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para de diversa da prevista e a obra não foi superfatu-
o teatro e as apresentações não eram realizadas em rada, então a prestação de contas da prefeitura foi
igrejas e castelos, então a maior parte da população aprovada”.
era excluída dos espetáculos teatrais. e) “Se a prestação de contas da prefeitura foi aprovada,
d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para então os recursos não foram aplicados em finalidade
o teatro ou as apresentações eram realizadas em igre- diversa da prevista e a obra não foi superfaturada”.
jas e castelos, então a maior parte da população era
excluída dos espetáculos teatrais. Negação do “se então”: Repete E Nega
e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios P1: “Se os recursos foram aplicados em finalidade
para o teatro, as apresentações eram realizadas em diversa da prevista OU se a obra foi superfaturada,
igrejas e castelos e a maior parte da população era então a prestação de contas da prefeitura NÃO foi
excluída dos espetáculos teatrais. aprovada.”
RACIOCÍNIO LÓGICO

Negação:
Para negar a condicional, você deve Repetir E Negar. Os recursos foram aplicados em finalidade diversa
Veja: ~(A → B) = A ∧ ~B da prevista ou a obra foi superfaturada (Repete a
A = nas cidades medievais não havia lugares pró- primeira) MAS a prestação de contas da prefeitura
prios para o teatro e as apresentações eram realiza- foi aprovada (nega a segunda). Resposta: Letra A.
das em igrejas e castelos
B = a maior parte da população não era excluída 5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de lógica pro-
dos espetáculos teatrais. Fica: posicional, julgue o item que se segue.
Nas cidades medievais não havia lugares próprios A negação da proposição “Se o fogo for desencadea-
para o teatro, as apresentações eram realizadas em do por curto-circuito no sistema elétrico, será reco-
igrejas e castelos e a maior parte da população era mendável iniciar o combate às chamas com extintor à
excluída dos espetáculos teatrais. Resposta: Letra E. base de espuma.” é equivalente à proposição “O fogo 175
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foi desencadeado por curto-circuito no sistema elétri- Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo)
co e não será recomendável iniciar o combate às cha-
mas com extintor à base de espuma.” Exemplos:

( ) CERTO ( ) ERRADO z Nenhum A é B;


z Nenhum homem joga bola.
P  Q negando dica P ^ ~Q
Se o fogo for desencadeado por curto-circuito no siste- Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
ma elétrico (P), então será recomendável iniciar o com- exemplo, o do homem e o de jogar bola. Lembre-se
bate às chamas com extintor à base de espuma. (Q) de que Nenhum A é B significa que A e B não tem
Negando: elementos em comum, logo, temos apenas uma repre-
O fogo foi desencadeado por curto-circuito no sis- sentação com diagrama:
tema elétrico (P) e não será recomendável iniciar o
combate às chamas com extintor à base de espuma.
(~Q). Resposta: Certo. A B

DIAGRAMAS LÓGICOS

Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos quan-


Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
tificadores lógicos ou proposições categóricas, que são
elementos que especificam a extensão da validade de um
Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores
predicado sobre um conjunto de constantes individuais.
lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
Ou seja, são palavras ou expressões que indicam que
tando o diagrama, serão os seguintes:
houve quantificação. São exemplos de quantificadores as
expressões: existe, algum, todo, pelo menos um, nenhum.
z Todo A é B: é falsa;
Esses quantificadores podem ser classificados em
z Algum A é B: é falsa;
dois tipos:
z Algum A não é B: é verdadeira.
z quantificador universal;
Quantificador Particular (Afirmativo): Algum/Pelo
z quantificador existencial (particulares).
Menos Um/Existe
Nos quantificadores universais temos todo e
Exemplos:
nenhum, já nos particulares temos pelo menos um,
existe um e o algum.
z Algum A é B;
Agora, vamos estudar a representação de cada um
z Algum homem joga bola.
dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo
Exemplos:
menos um elemento em comum com o conjunto B, ou
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode-
z Todo A é B;
mos fazer representações com diagramas:
z Todo homem joga bola.
A B
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Todo A é B significa que todo elemento de A tam-
bém é elemento de B. Logo, podemos representar com
o diagrama:

B Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

A Veja que as representações de A e B possuem inter-


secção. Então, quando Algum A é B é verdadeira, os
valores lógicos das outras proposições categóricas,
interpretando o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B: é indeterminada;
O conjunto A dentro do conjunto B z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminada.
Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógi-
cos das outras proposições categóricas, interpretando Quantificador Particular (Negativo): Algum/Pelo
os diagramas, serão os seguintes: Menos Um/Existe + a Partícula Não

z Nenhum A é B: é falsa; Exemplos:


z Algum A é B: é verdadeira;
z Algum A não é B: é falsa. z Algum A não é B;
176 z Algum homem não joga bola.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no B
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Algum A não é B significa que o conjunto A tem pelo A
menos um elemento que não pertence ao conjunto B.
Logo, podemos fazer representações com diagramas:

O conjunto A dentro do conjunto B

Quando “Todo A é B” é verdadeira, os valores lógi-


cos das outras proposições categóricas, interpretando
os diagramas, serão os seguintes:
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há
contato de alguns elementos de A com B
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A é B: é verdadeira;
Veja que em todas as representações o conjunto z Algum A não é B: é falsa.
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Então, quando Algum A não é B é verda- QUANTIFICADOR UNIVERSAL “NENHUM”
deira, os valores lógicos das outras proposições cate- (NEGATIVO)
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
Exemplos:
z Todo A é B: é falsa; Nenhum A é B;
z Nenhum A é B: é indeterminada; Nenhum homem joga bola.
z Algum A não é B: é indeterminada. Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que “Nenhum A é B” significa que A e B não tem ele-
mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
tação com diagrama:
LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM
Lógica de 1ª ordem é igual a Quantificadores Lógi-
cos, então, toda vez que você vir esse tema no edi- A B
tal, terá que saber três coisas fundamentais sobre os
quantificadores:

z negação;
z equivalência; Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
z representação por diagramas.
Quando “Nenhum A é B” é verdadeira, os valores
Quantificadores Lógicos ou Proposições Categó- lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
ricas são elementos que especificam a extensão da tando o diagrama, serão os seguintes:
validade de um predicado sobre um conjunto de cons-
tantes individuais, ou seja, são palavras ou expressões z Todo A é B: é falsa;
que indicam que houve quantificação. São exemplos z Algum A é B: é falsa;
de quantificadores as expressões: “existe”, “algum”, z Algum A não é B: é verdadeira.
“todo”, “pelo menos um” e “nenhum”.
QUANTIFICADOR PARTICULAR (AFIRMATIVO):
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE”
CATEGÓRICAS
Exemplo:
Estes quantificadores podem ser classificados em Algum A é B;
dois tipos: Algum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
z Quantificador Universal: “todo” e “nenhum”; exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
z Quantificador Existencial (particulares): “pelo que “Algum A é B” significa que o conjunto A tem pelo
menos um”, “existe um” e o “algum”. menos um elemento em comum com o conjunto B, ou
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode-
RACIOCÍNIO LÓGICO

QUANTIFICADOR UNIVERSAL “TODO” mos fazer representação com diagrama:


(AFIRMATIVO)
A B
Exemplos:
Todo A é B;
Todo homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que “Todo A é B” significa que todo elemento de A
também é elemento de B. Logo, podemos representar
com o diagrama: Os dois conjuntos possuem uma parte em comum
177
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Veja que a representação de A e B possui inter- Sabendo disso, é muito simples negar proposições
secção. Então, quando “Algum A é B” é verdadeira, quantificadas.
os valores lógicos das outras proposições categóricas,
interpretando o diagrama, serão os seguintes:
Universal Negação Particular
z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminado. Particular Negação Universal

QUANTIFICADOR PARTICULAR (NEGATIVO):


“ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE” + A Verbo Negação Verbo Negativo
Afirmativo
PARTÍCULA “NÃO”

Exemplo: Verbo Verbo


Negação Afirmativo
Negativo
Algum A não é B;
Algum homem não joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
z Se o quantificador utilizado for universal, a nega-
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
ção utilizará um quantificador particular;
que “Algum A não é B” significa que o conjunto A tem
z Se o quantificador utilizado for particular, a nega-
pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto
ção utilizará um quantificador universal;
B. Logo, podemos fazer representação com diagramas:
z Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um
verbo negativo;
z Se o verbo for negativo, a negação utilizará um
verbo afirmativo.

Esquematizando tudo:

QUANTIFICADOR NEGAÇÃO EXEMPLO


p: Todo homem
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há
Universal afirmati- Particular negativa joga bola
contato de alguns elementos de A com B
va “todo” “algum + não” ~p: Algum homem
não joga bola
Veja que nas representações o conjunto A tem pelo
p: Nenhum ho-
menos um elemento que não pertence ao conjunto
Universal negativa Particular afirmati- mem joga bola
B. Então, quando “Algum A não é B” é verdadeira, os “nenhum” va “algum” ~p: Algum homem
valores lógicos das outras proposições categóricas, joga bola
interpretando o diagrama, serão os seguintes:
p: Algum homem
Particular afirmati- Universal negativa joga bola
z Todo A é B: é falsa; va “algum” “nenhum” ~p: Nenhum ho-
z Nenhum A é B: é indeterminada; mem joga bola
z Algum A não é B: é indeterminado. p: Algum homem
Particular negativa Universal afirmati- não joga bola
NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES LÓGICOS OU “algum + não” va “todo” ~p: Todo homem
PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS joga bola

Você vai aprender de uma vez por todas como negar Olhando para as iniciais de cada quantificador
proposições quantificadas, ou seja, proposições que utili- lógico particular (Pelo menos / Existe / Algum), pode-
zam expressões como “todo”, “algum” e “nenhum”. Pode- mos escrever o lembrete abaixo para negação:
mos, então, dizer que negar uma proposição significa
trocar o seu valor lógico. Em outras palavras, a negação de
uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a nega- Todo Negação PEA + Não
ção de uma proposição falsa é uma proposição verdadeira.
Tudo que você precisa para negar uma proposição
quantificada é saber como classificá-la, então, veja Nenhum Negação PEA
alguns exemplos:

QUANTIFICADOR CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO EQUIVALÊNCIA LÓGICA DE QUANTIFICADORES


Universal Todo homem joga
Todo z Todo
Afirmativo bola
Nenhum homem
Nenhum Universal Negativo
joga bola
„ “Todo A é B” é equivalente a dizer “nenhum
A não é B”.
Particular Algum homem
Algum
Afirmativo joga bola
Vemos aqui que troca-se “todo” por “nenhum”,
Particular Algum homem ou seja, a primeira sentença é mantida e nega-se a
Algum + Não
Negativo não joga bola
178 segunda.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exemplo: “Todo gato pula alto” = “Nenhum gato A questão pede a negação do “algum” – quantifica-
não pula alto”. dor particular afirmativo. Já aprendemos que, para
fazer essa negação, usamos um quantificador uni-
„ “Todo A é B” equivale a “Se é A, então é B”. versal. Qual, professor? O quantificador “nenhum”,
pois o mesmo é universal negativo. Assim, a nossa
Exemplo: “Todo pato é amarelo”. = “Se é pato, sentença ficará:
então é amarelo”. p: “Algum assistente social acompanhou o
julgamento”
z Nenhum ~p: “Nenhum assistente social acompanhou o
julgamento”
„ “Nenhum A é B” é equivalente a dizer “Todo Resposta: Letra D.
A não é B”.
3. (FUNDATEC — 2019) Assinale a alternativa que corres-
Vemos aqui que troca-se “nenhum” por “todo”, a ponde à negação de “Todos os analistas de tecnologia
primeira sentença é mantida e nega-se a segunda. da informação são bons desenvolvedores”.
Exemplo: “Nenhum macaco é branco” = “Todo
macaco não é branco”. a) Pelo menos um analista de tecnologia da informação
não é bom desenvolvedor.
b) Nenhum analista de tecnologia da informação é bom
Equivalência desenvolvedor.
c) Todos os analistas de tecnologia da informação não
Negação são bons desenvolvedores.
AéB A Não é B A Não é B
d) Alguns analistas de tecnologia da informação são
Todo Algum Nenhum bons desenvolvedores.
e) Todos os desenvolvedores não são analistas de tecno-
A Não é B AéB AéB
Negação logia da informação.

Equivalência A negação do “todo” pode ser feita usando o lem-


brete que aprendemos: “todo nega com PEA + não”,
onde o PEA são as iniciais dos quantificadores
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- lógicos particulares – “Pelo menos um” / “Existe” /
ria com exercícios comentados de diversas bancas. “Algum” – seguidos pelo modificador lógico “não”,
Vamos lá! deixando-os, assim, particulares negativos. Logo,
p: “Todos os analistas de tecnologia da informação
1. (FGV — 2019) Considerando que a afirmação “Nenhum são bons desenvolvedores”
pescador sabe nadar” não é verdadeira, é correto con- ~p: “Pelo menos um / Existe / Algum analista de tec-
cluir que nologia da informação não é bom desenvolvedor.
Resposta: Letra A.
a) “Há, pelo menos, um pescador que sabe nadar”.
b) “Quem não é pescador não sabe nadar” 4. (VUNESP — 2019) A alternativa que corresponde à
c) “Todos os pescadores sabem nadar”. negação lógica da proposição composta: “todos os
d) “Todas as pessoas que sabem nadar são pescadores”. cantores são músicos e existe advogado que é can-
e) “Ninguém que sabe nadar é pescador”. tor”, é:

Veja que a questão pede a negação do quantificador a) Nenhum cantor é músico e não existe advogado que
“nenhum”, e como já aprendemos, nunca devemos seja cantor.
negar o “nenhum” usando o quantificado “todo” e b) Pelo menos um cantor não é músico ou não existe
vice-versa. Sabendo disso, podemos eliminar estra- advogado que seja cantor.
tegicamente as alternativas C, D e E. Como temos c) Há cantores que são músicos e existe advogado que
um quantificador universal negativo e sabemos que não é cantor.
para negar precisamos de um particular afirmativo, d) Nenhum cantor é músico ou não existe advogado que
só nos resta a letra A como resposta, pois a letra B seja cantor.
não está de acordo com a regra. Você também pode- e) Pelo menos um cantor não é músico ou existe advoga-
ria usar o lembrete “nenhum nega com PEA”. do que é cantor.
Resposta: Letra A. Só podemos negar um Quantificador Universal (“Todo”
RACIOCÍNIO LÓGICO

/ “Nenhum”) com um Quantificador Existencial


2. (FUNDATEC — 2019) A negação da sentença “algum (“Existe” / “Algum” / “Pelo menos um”), assim, elimi-
assistente social acompanhou o julgamento” está na namos as letras A, C e D, ficando, assim, apenas as
alternativa: letras B e E para análise. Segundo a Lei de Morgan
– devemos trocar o “e” por “ou” e negar tudo.
a) Algum assistente social não acompanhou o julgamento.
b) Todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento. Então, negando a proposição P ^ Q, fica ~ P v ~Q:
c) Nem todos os assistentes sociais acompanharam o P: todos os cantores são músicose (^)
julgamento. Q: existe advogado que é cantor.
d) Nenhum assistente social acompanhou o julgamento. Negando:
e) Pelo menos um assistente social não acompanhou o ~P: alguns cantores não são músicos (pelo menos
julgamento. um não é = algum não é) ou (v) 179
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~Q: não existe advogado que é cantor. (Não existe = Fatorial de um Número Natural
nenhum) “Pelo menos um cantor não é músico ou
não existe advogado que seja cantor”. Serve para facilitar e acelerar resolução de ques-
Resposta: Letra B. tões. Veja sua representação simbólica:

5. (VUNESP — 2019) Considere como verdadeira a pro- Fatorial de N = n!


posição: “Nenhum matemático é não dialético”. Laura
enuncia que tal proposição implica, necessariamente, Sendo “n” um número natural, observe como
que desenvolver o fatorial de n:

I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético. n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2


II. Se Pedro é dialético, então é matemático.
III. Se Luiz não é dialético, então não é matemático. 1! = 1
IV. Se Renato não é matemático, então não é dialético. 0! = 1

Das implicações enunciadas por Laura, estão corretas Exemplos:


apenas:
3! = 3 · 2 · 1= 6
a) I e III.
b) I e II. 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
c) III e IV. 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
d) II e III.
e) II e IV.
Agora, veja esse outro exemplo:
Você precisa lembrar das equivalências para res-
ponder essa questão. Calcular 6!
4!
“Nenhum matemático é não dialético” equivale a
“Todo Matemático é Dialético”; Resolução:
“Todo Matemático é Dialético” equivale a “Se é
matemático, então é Dialético”. 6!
=
6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30
Agora, vamos analisar as afirmações feitas por 4! 4·3·2·1
Laura:
I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético (Cor- Poderíamos, também, resolver abrindo o 6! até 4! e
reta, pois está de acordo com a equivalência acima). depois simplificar. Veja:
II. Se Pedro é dialético, então é matemático. (Incor-
reta, pois há dialéticos que não são matemáticos). 6! 6·5·4!
4! = 6 · 5 = 30
=
4!
Dialético
Princípio Fundamental da Contagem

Podemos, também, encontrar como princípio mul-


Mat. tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai
ser bem simples para resolvermos problemas sobre o
tema, observe o lembrete:
III. Se Luiz não é dialético, então não é matemáti-
co (Correta, pois todo matemático é dialético. Veja z identificar as etapas do enunciado;
também que temos um dos casos de equivalência z calcular todas as possibilidades em cada etapa;
lógica do conectivo “se...então” – a contrapositiva). z multiplicar.
IV. Se Renato não é matemático, então não é dialéti-
co (Incorreta, pois nem todo dialético é matemático Exemplo: Para fazer uma viagem São Paulo-For-
como vimos nos diagrama da alternativa II). taleza-São Paulo, você pode escolher como meio de
Resposta: Letra A. transporte ônibus, carro, moto ou avião. De quantas
maneiras posso escolher os transportes?
Resolução: usando o lembrete acima:

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E z identificar as etapas do enunciado;


PROBABILIDADE z escolher o meio de transporte para ida e para a
volta;
Para estudarmos probabilidade é necessário uma z calcular todas as possibilidades em cada etapa;
boa base em noções básicas de contagem, ou seja, você z na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus,
precisa saber muito bem o Princípio Fundamental da carro, moto ou avião) e para a volta temos 4 pos-
Contagem e é isso que vamos estudar agora. sibilidades de escolha (ônibus, carro, moto ou
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor- avião);
tante para o nosso estudo: fatorial. z multiplicar:

180
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4 · 4 = 16 maneiras. 5! 5·4·3! = 5·4
= = 10
3!·2! 3!·2·1 2
E se o problema dissesse que você não pode voltar
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA.
resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
mudar na quantidade de possibilidades de escolhas Lembre-se: na permutação com repetição deve-
para voltar. Veja: mos descontar os anagramas iguais, por isso dividi-
Resolução: usando o lembrete: mos pelo fatorial do número de letras repetidas.

z identificar as etapas do enunciado; Permutação sem Repetição


z escolher o meio de transporte para ida e para a volta;
z calcular todas as possibilidades em cada etapa; Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
z na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus, 5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 pos- distintas. Observe as duas disposições das pessoas A,
sibilidades de escolha (não posso voltar no mesmo B, C, D, e E ao redor da mesa:
meio de transporte);
z multiplicar:
A E
4 · 3 = 12 maneiras.
B A
E D
Permutação Simples
MESA MESA
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem
ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
D C C B
possível ordenar? Para questões envolvendo permu-
tação simples, devemos encarar de um modo geral
que temos n modos de escolhermos um objeto (livro)
Diante do conceito de permutação, essas duas
que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher
disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua
um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo
direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro)
Não podemos contar duas vezes a mesma disposição.
que ocupará o último lugar. Então, temos:
Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar
Modos de ordenar:
à mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalen-
tes. Isto porque não existe uma referência espacial
n · (n-1) · ... 1 = n! (ponto fixo determinado). Nestes casos, devemos uti-
lizar a fórmula da permutação circular de n pessoas,
Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120 que é:
maneiras de ordenar os livros na estante.
Agora, observe um outro exemplo: Pc (n) = (n-1)!
Quantos são os anagramas da palavra CAJU?
Resolução:
Em nosso exemplo, o número de possibilidades de
Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das
posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será:
letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U.
Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
CAJU CUJA ACJU AUJC
Arranjo Simples
CAUJ CJUA ACUJ ...

CUAJ CJAU AUCJ ... Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
soas nas cadeiras de uma praça, mas tínhamos apenas
3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería-
Desta maneira, o número de anagramas é 4! = mos fazer isso?
4·3·2·1 = 24 anagramas. Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí-
veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-
Dica ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi
utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
Anagrama é a ordenação de maneira distinta das
cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
letras que compõem uma determinada palavra.
restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas
RACIOCÍNIO LÓGICO

em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de


Permutação com Repetição
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada
pela multiplicação a seguir:
Quantos anagramas tem na palavra ARARA? O Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras =
problema é causado por conta da repetição de letras
na palavra ARARA.
5 · 4 · 3 = 60
Veja que temos 3 letras A e 2 letras R. De maneira tra-
dicional, faríamos 5! (número de letras na palavra), mas é
O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-
preciso que descontemos as letras repetidas. Assim, deve-
ples. Sua fórmula é dada a seguir:
mos dividir pelo número de letras fatorial, ou seja, 3! e 2!.

181
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A(n, p) =
n! Lembre-se:
(n - p) ! No arranjo a ordem importa.
Na combinação a ordem não importa.
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade ria com exercícios comentados de diversas bancas.
da outra. Vamos lá!
Observe a resolução do nosso exemplo usando a
fórmula: 1. (VUNESP — 2016) Um Grupamento de Operações
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para
A(5, 3) =
5!
=
5!
= 5·4·3·2·1 = 60 investigações de campo, 6 pistas diferentes devem
(5 - 3) ! 2! 2·1 ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen-
Uma outra informação muito importante é que tes de se fazer essa distribuição é
nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente a) 6.
de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as b) 10.
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme- c) 12.
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as d) 18.
pessoas na praça: e) 20.

CADEIRA 1ª 2ª 3ª Vamos descobrir o número de formas de escolher 3


pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão
OCUPANTE Ana Bianca Clara
outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé
escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem
nessa disposição.
não é relevante, então, vamos usar a combinação:

CADEIRA 1ª 2ª 3ª C(6, 3) = 6!
= 6 · 5 · 4 · 3! =
6·5·4
=
6·5·4
=
(6 - 3) !3! 3!3! 3! 3·2·1
OCUPANTE Clara Bianca Ana
5 · 4 = 20.
A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a Resposta: Letra E.
Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou
foi a posição da Ana em relação à Clara. Assim, uma 2. (IDECAN — 2016) Felipe é uma criança muito bagun-
simples mudança na posição da ordem gera uma nova ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa.
possibilidade de posicionamento. Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode
levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho,
Combinação 1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes
Para entendermos esse tema, vamos imaginar Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con-
que queremos fazer uma salada de frutas e precisa- junto de brinquedos já levados antes?
mos usar 3 frutas das 4 que temos disponíveis: maçã,
banana, mamão e morango. Cortando as frutas maçã, a) 100 vezes.
banana e morango e depois colocando em um prato. b) 115 vezes.
Agora cortando as frutas banana, morango e maçã c) 130 vezes.
para colocar em um outro prato. d) 140 vezes.
Você percebeu que a ordem aqui não importou?
É exatamente isso, a ordem não importa e estamos Perceba que Felipe tem 7 carrinhos para escolher 1,
diante de um problema de Combinação. Será preciso 5 bonecos para escolher 1 e 4 aviões para escolher
calcular quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é pos- 1, queremos formar grupos de 3 brinquedos, sendo
sível formar. um de cada tipo. O total de possibilidades será dado
Para resolvermos é necessário usar a fórmula: por: 7 · 5 · 4 = 140 possibilidades (conjuntos de brin-
quedos diferentes).
n! Resposta: Letra D.
C(n, p) = (n - p) !p!

3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30 pas-


Substituindo na fórmula, os valores do exemplo, sageiros que desembarcaram de determinado voo e
temos: que estiveram nos países A, B ou C, nos quais ocorre
uma epidemia infecciosa, foram selecionados para ser
4! examinados. Constatou-se que exatamente 25 dos
C(4, 3) =
(4 - 3) !3! passageiros selecionados estiveram em A ou em B,
nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6 des-
4·3·2·1
C(4, 3) = ses 25 passageiros estiveram em A e em B.
1·3·2·1
Com referência a essa situação hipotética, julgue o
182 C(4, 3) = 4 item que segue.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A quantidade de maneiras distintas de se escolher 2 Espaço Amostral e Evento
dos 30 passageiros selecionados de modo que pelo
menos um deles tenha estado em C é superior a 100. Chamamos de espaço amostral o conjunto de todos
os resultados possíveis do experimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO Imagine que você possui um dado e vai lançá-lo
uma vez. Os resultados possíveis são: 1, 2, 3, 4, 5 ou 6,
Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles isso é o que chamamos de espaço amostral, ou seja, o
em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para conjunto dos resultados possíveis de um determinado
o total de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de experimento aleatório (não se pode prever o resul-
modo que pelo menos um seja de C, teremos: tado que será obtido, apenas podemos tentar achar
Podemos achar o total para escolha dos 2 passagei- algum padrão).
ros que seria: Agora, pense que você só tem interesse nos núme-
C30,2 = 30·29/2 = 15·29 = 435 ros ímpares, isto é, 1, 3 e 5. Esse subconjunto do espa-
Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C, ço amostral é o que chamamos de Evento – composto
que seria: apenas pelos resultados que são favoráveis. Conhe-
C25,2 = 25·24/2 = 25·12 = 300 cendo esses dois conceitos, podemos chegar na fórmu-
Então, pelo menos um deles é de C, teremos: la para calcular a probabilidade de um evento de um
435 - 300 = 135. determinado experimento aleatório, é o que podemos
Resposta: Certo. chamar de probabilidade de um evento qualquer.

4. (IBFC — 2015) Paulo quer assistir um filme e tem dis- Dica


ponível 5 filmes de terror, 6 filmes de aventura e 3 fil-
mes de romance. O total de possibilidades de Paulo Espaço amostral é igual a todas as possibilida-
assistir a um desses filmes é de: des possíveis e o evento é um subconjunto do
espaço amostral.
a) 90.
b) 33. PROBABILIDADE DE UM EVENTO QUALQUER
c) 45.
d) 14.
n (evento)
Probabilidade do Evento =
Paulo tem disponível 14 filmes no total, 5 de terror, 6 n (espaço amostral)
de aventura e 3 de romance; e dentre esses 14 filmes
disponíveis tem que escolher um, portanto o total
de possibilidades será dado pela combinação de 14 Na fórmula acima, n(Evento) é o número de ele-
elementos, tomados um a um. mentos do subconjunto Evento, isto é, o número
C(14,1) = 14 possibilidades. de resultados favoráveis; e n(Espaço Amostral) é o
Resposta: Letra D. número total de resultados possíveis no experimento
aleatório.
5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um processo de coleta Por isso, costumamos dizer também que:
de fragmentos papilares para posterior identificação de
criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas deverá se número de resultados favoráveis
revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às 10 h. Probabilidade do Evento =
números total de resultados
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a
seguir.
Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para aten- Agora, voltando ao exemplo que apenas os núme-
der no primeiro horário e outro no segundo horário, então ros ímpares que nos interessam, temos:
a quantidade, distinta, de duplas que podem ser forma-
das para fazer esses atendimentos é superior a 300. z n(Evento) = 3 possibilidades;
z n(Espaço Amostral) = 6 possibilidades.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Logo,
Quantos servidores há para escolher que ficará no
1° horário? 15. Probabilidade do Evento = 3 = 1 = 0,50 = 50%
Agora, já para escolher o que ficará no 2° horário, 6 2
temos apenas 14, pois um já foi escolhido para ficar
RACIOCÍNIO LÓGICO

no 1° horário. Multiplicando as possibilidades = Se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1.


15·14 = 210. Se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤ 100%.
Resposta: Errado.
Eventos Independentes
PROBABILIDADE
Qual seria a probabilidade de, em dois lançamen-
Conceito tos consecutivos do dado, obtermos um resultado
ímpar em cada um deles? Veja que temos dois expe-
A teoria da probabilidade é o ramo da Matemáti- rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança-
ca que cria modelos que são utilizados para estudar mento e o segundo lançamento do dado. O resultado
experimentos aleatórios, ou seja, estimar uma previ- do primeiro lançamento em nada influencia o resulta-
são do resultado de determinado experimento. do do segundo. 183
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Quando temos experimentos independentes, a A fórmula nos diz que a probabilidade de A ocor-
probabilidade de ter um resultado favorável em um e rer, dado que B ocorreu, é a divisão entre a proba-
um resultado favorável no outro é feita pela multipli- bilidade de A e B ocorrerem simultaneamente e a
cação das probabilidades de cada experimento: probabilidade de B ocorrer. Para que A e B ocorram
simultaneamente (resultado ímpar e inferior a 4),
P(2 lançamentos) = P(lançamento 1) · P(lançamento 2) temos como possibilidades o resultado igual a 1 e 3.
Isto é, apenas 2 dos 6 resultados nos atende.
Em nosso exemplo, teríamos: Logo,

P(2 lançamentos) =0,50 0,50 = 0,25 = 25% 2 1


P (A∩B) = 6 = 3

Assim, a chance de obter dois resultados ímpares


em dois lançamentos de dado consecutivos é de 25%. Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos
Generalizando, podemos dizer que a probabilidade que 3 resultados atendem.
de dois eventos independentes A e B acontecerem é Portanto,
dada pela multiplicação da probabilidade de cada um
deles: P (A∩B) =
3
=
1
6 2
P (A e B) = P(A) · P(B)
Usando a fórmula acima, temos:
Sendo mais formal, também é possível escrever
P(A ∩ B) = P(A) · P(B), onde ∩ simboliza a intersecção 1
entre os eventos A e B. P (A\B) =
P (A + B)
=
3 = 1 2 = 2 = 66,6%
·
P (B) 1 3 1 3
PROBABILIDADE CONDICIONAL 2

Neste tópico, vamos falar sobre um tema bem PROBABILIDADE DA UNIÃO DE DOIS EVENTOS
recorrente em questões de concursos. Imagine que
vamos lançar um dado, e estamos analisando 2 even- Dados dois eventos A e B, chamamos de A ∪ B
tos distintos: quando queremos a probabilidade de ocorrer o even-
A – sair um resultado ímpar to A ou o evento B. Podemos usar a fórmula:
B – sair um número inferior a 4
Para o evento A ser atendido, os resultados favo- P (A ∪ B) = P (A) + P (B) - P (A∩B)
ráveis são 1, 3 e 5. Para o evento B ser atendido, os
resultados favoráveis são 1, 2 e 3. Vamos calcular rapi- A fórmula pode ser traduzida como a probabilida-
damente a probabilidade de cada um desses eventos: de da união de dois eventos é igual a soma das pro-
babilidades de ocorrência de cada um dos eventos,
P(A) =
3
=
1
0,5 = 50% subtraída da probabilidade da ocorrência dos dois
6 2 eventos simultaneamente.
3 1 Neste caso, quando temos A ∩ B = ϴ, ou seja, even-
P(B) = = 0,5 = 50% tos mutuamente exclusivos, tem-se que P (A ∪ B) = P
6 2
(A) + P (B).
Imagine que você tem uma urna contendo 20 bolas
E se caso tivéssemos o seguinte questionamento:
numeradas de 1 a 20. Quando uma bola é retirada ao
no lançamento de um dado, qual é a probabilidade
acaso, qual é a probabilidade de o número ser múlti-
de obter um resultado ímpar, dado que foi obtido um
plo de 3 ou de 5?
resultado inferior a 4? Em outras palavras, essa per-
Ora, veja que temos a palavra “ou” na pergunta e
gunta é: qual a probabilidade do evento A, dado que o
isso nos remete à ideia de “união” dos eventos. Sen-
evento B ocorreu? Matematicamente, podemos escre-
do assim, podemos extrair os dados para aplicar na
ver P(A/B) – leia “probabilidade de A, dado B”.
fórmula:
Aqui, já sabemos de antemão que B ocorreu. Por-
tanto, o resultado do lançamento do dado foi 1, 2 ou 3
z P(A) = probabilidade de o número ser múltiplo de 3
(três resultados possíveis). Destes resultados, apenas
dois deles (o resultado 1 e 3) atendem o evento A. Por-
Múltiplos de 3 (3, 6, 9, 12, 15, 18) = 6 possibilidades
tanto, a probabilidade de A ocorrer, dado que B ocor-
reu, é simplesmente:
6
P(A) =
2 20
P (A\B) = = 66,6%
3
z P(B) = probabilidade de o número ser múltiplo de 5
Uma outra forma de calculá-la é por meio da
seguinte divisão: Múltiplos de 3 (5, 10, 15, 20) = 4 possibilidades

4
P (A\B) =
P (A k B) P(B) =
20
P (B)

z P(A ∩ B) = probabilidade do número ser múltiplo


de 3 e 5
184
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Somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao mesmo Basta calcular a probabilidade de vir 3 crianças (o
tempo. que a gente não quer). Depois subtrair de 1, para
obter os casos favoráveis.
1 Probabilidade de sortear 3 crianças: 6/10 · 5/9 · 4/8
P(A ∩ B) =
20 = 1/6
1 – 1/6 = 5/6.
Aplicando na fórmula, temos: Resposta: Letra E.

P (A ∪ B) = P (A) + P (B) - P (A ∩ B) 2. (VUNESP — 2017) Um centro de meteorologia infor-


mou ao CIPM que é de 60% a probabilidade de chuva
6 4 1 6+4-1 9 no dia programado para ocorrer a operação. Mediante
P (A ∪ B) = 20 + 20 - 20 = 20
=
20 essa informação, o oficial no comando afirmou que as
probabilidades de que a operação seja realizada nesse
PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS dia são de 20%, caso a chuva ocorra, e de 85%, se não
EVENTOS houver chuva. Nessas condições, a probabilidade de
que a operação ocorra no dia programado é de
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral. A
probabilidade de A ∩ B é dada por: a) 59%.
b) 46%.
P (A ∩ B) = P (B\A) · P (A) = P (B) · P (A\B) c) 41%.
d) 34%.
Vale lembrar que P (B\A) é a probabilidade de e) 28%.
ocorrer o evento B, sabendo que já ocorreu o evento A
(probabilidade condicional). Se a probabilidade de chover é de 60%, então, a proba-
Se a ocorrência do evento A não interferir na pro- bilidade de não chover é de 40%. Para que a operação
babilidade de ocorrer o evento B, ou seja, forem inde- ocorra no dia programado, temos duas situações:
pendentes, a fórmula para o cálculo da probabilidade chove (60%) e ocorre a operação (20%) = 60% · 20%
da intersecção será dada por: = 12%
não chove (40%) e ocorre a operação (85%) = 40% ·
85% = 34%
P (A ∩ B) = P (A) · P (B)
Somando as probabilidades desses dois cenários,
temos: 12% + 34% = 46%.
Imagine que você vai lançar dois dados sucessi- Resposta: Letra B.
vamente. Qual a probabilidade de sair um número
ímpar e o número 5? 3. (CEBRASPE-CESPE — 2019) A sorte de ganhar ou perder,
O “e” que aparece na pergunta é que determina a uti- num jogo de azar, não depende da habilidade do jogador,
lização da fórmula da interseção, pois queremos “a proba- mas exclusivamente das probabilidades dos resultados.
bilidade de sair um número ímpar e o número 5”. Perceba Um dos jogos mais populares no Brasil é a Mega Sena,
que a ocorrência de um dos eventos não interfere na ocor- que funciona da seguinte forma: de 60 bolas, numeradas
rência do outro. Temos, então, dois eventos independentes. de 1 a 60, dentro de um globo, são sorteadas seis bolas. À
Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}; medida que uma bola é retirada, ela não volta para dentro
Evento B: sair o número 5 = {5}; do globo. O jogador pode apostar de 6 a 15 números dis-
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. tintos por volante e receberá o prêmio se acertar os seis
Logo, números sorteados. Também são premiados os acerta-
dores de 5 números ou de 4 números.
3 1 A partir dessas informações, julgue o item que se
P(A) = =
segue.
6 2
A probabilidade de a primeira bola sorteada ser um
1 número múltiplo de 8 é de 10%.
P(B) =
6
1 1 1 ( ) CERTO ( ) ERRADO
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) = · =
2 6 12
Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...}
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com Números da Mega Sena: 1 a 60.
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá! Os múltiplos de 8 na Mega Sena são: 8, 16, 24, 32, 40,
48, 56, ou seja, 7 números.
Logo 7/60 = 11%.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um grupo de 10 pes-
Resposta: Errado.
RACIOCÍNIO LÓGICO

soas, 4 são adultos e 6 são crianças. Ao se selecio-


narem, aleatoriamente, 3 pessoas desse grupo, a
4. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um jogo de azar, dois
probabilidade de que no máximo duas dessas pes-
jogadores lançam uma moeda honesta, alternada-
soas sejam crianças é igual a
mente, até que um deles obtenha o resultado cara. O
jogador que detiver esse resultado será o vencedor.
a) 1/6.
A probabilidade de o segundo jogador vencer o jogo
b) 2/6.
logo em seu primeiro arremesso é igual a
c) 3/6.
d) 4/6.
a) 2/3.
e) 5/6.
b) 1/2.
c) 1/4.
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d) 1/8. y ∉ X.
e) 3/4.
Complemento de um Conjunto
Precisamos calcular a probabilidade do primeiro
jogador tirar coroa e o segundo jogador obter cara. O complemento de X é o conjunto formado por
Probabilidade de o primeiro tirar coroa: 1/2 e o todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz
segundo tirar cara: 1/2. Logo, 1/2 · 1/2 = 1/4. parte dele, claro que com exceção daqueles que estão
Resposta: Letra C. presentes em X. Representamos o complemento ou
complementar pelo símbolo XC. Podemos afirmar que
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Cinco mulheres e quatro “y” não pertence à X, mas pertence ao conjunto com-
homens trabalham em um escritório. De forma aleató- plementar de X: matematicamente: y Є XC.
ria, uma dessas pessoas será escolhida para trabalhar
no plantão de atendimento ao público no sábado. Em Interpretando Regiões e Conhecendo a Interseção e
seguida, outra pessoa será escolhida, também aleato- União de Conjuntos
riamente, para o plantão no domingo.
Considerando que as duas pessoas para os plantões Uma outra situação é quando temos dois conjuntos
serão selecionadas sucessivamente, de forma aleató- (X e Y), podemos representar da seguinte forma, no
ria e sem reposição, julgue o próximo item. geral:
A probabilidade de os dois plantonistas serem homens
é igual ou superior a 4/9. X Y
( ) CERTO ( ) ERRADO

Sábado: Há 4 homens possíveis, em 9 pessoas no


total = 4/9
Domingo: Há 3 homens possíveis, de 8 pessoas no
total (uma já foi escolhida no sábado) = 3/8 a b c
Como queremos que seja escolhido um homem no
sábado e um homem no domingo, multiplicamos as
probabilidades: 4/9 · 3/8 = 12/72 = 4/24.
d
A questão é errada, pois 4/24 não é igual ou maior
que 4/9.
Resposta: Errado. Interpretando os conjuntos anterior temos:

z O elemento “a” pertence apenas ao conjunto X,


pois ele está numa região que não tem contato com
o conjunto Y;
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS z O elemento “c” faz parte somente ao conjunto Y;
z O elemento “b” pertence aos dois conjuntos, ou
INTRODUÇÃO À TEORIA DE CONJUNTOS seja, faz parte da interseção entre os conjuntos
X e Y. A representação simbólica é feita por X ∩ Y.
Conjunto é uma reunião de elementos ou pessoas Como o elemento “b” faz parte dessa região, temos:
que possuem a mesma característica, por exemplo,
numa festa pode haver o conjunto de pessoas que só „ b Є (X ∩ Y): o elemento “b” pertence à interse-
bebem cerveja ou o conjunto daquelas que só gostam ção dos conjuntos X e Y;
de músicas eletrônicas.
Representamos um conjunto da seguinte forma: z O elemento “d” não faz parte de nenhum dos dois
conjuntos. Logo, podemos dizer que “d” não per-
Conjunto X
tence à União entre os conjuntos X e Y. A união é
a junção das regiões dos dois conjuntos e é repre-
y sentada simbolicamente por X ∪ Y. Assim, d ∉ (X
∪ Y) – o elemento “d” não pertence à união entre
x os conjuntos X e Y.

Vamos analisar uma outra situação:

X Y
Podemos afirmar que no interior do círculo há todos
os elementos que pertencem (compõem) ao conjunto X,
já na parte externa do círculo estão todos os elementos
que não fazem parte de X, ou seja, “y” não pertence ao
conjunto X. X–Y X∩Y Y–X
No gráfico acima podemos dizer que o elemento “x”
pertence ao conjunto X e o elemento “y” não pertence.
Matematicamente, usamos o símbolo Є para indicar
essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o elemento
“y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o símbolo ∉
para essa relação de não pertinência. Matematicamente:
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Nesta representação, podemos interpretar a Representação de Conjunto usando Chaves
região X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a
região formada pelos elementos de X que não fazem Geralmente usamos letras maiúsculas para repre-
parte do conjunto Y. Veja o exemplo: sentar os nomes de conjuntos e minúsculas para
representar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b,
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} c, d} etc. Ainda podemos utilizar notações matemáti-
Y = {5, 6, 7, 9, 10} cas para representar os conjuntos. Veja o exemplo a
seguir:
X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele
e também em Y, ou seja, X – Y = {2, 3, 4, 8} A = {∀ x Є Z | x ≥ 0}
Já no caso da região Y – X, temos:
Podemos entender e fazer a leitura do conjunto
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} anterior da seguinte maneira: o conjunto A é compos-
Y = {5, 6, 7, 9, 10} to por todo x pertencente ao conjunto dos números
Y – X = {9, 10} inteiros, tal que x é maior ou igual a zero.
Agora, veja um outro exemplo:
Podemos falar, também, da região de interseção
dos conjuntos X ∩ Y. B = {∃ x Є Z | x > 5}

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto


Y = {5, 6, 7, 9, 10} B existe x pertencente ao conjunto dos números intei-
X ∩ Y = {5, 6, 7} ros, tal que x é maior do que 5.
Agora vamos esquematizar todas as simbologias
E por fim, vamos identificar a união entre os para que você possa gravar mais facilmente e aplicar
conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os na hora de resolver as questões. Observe a tabela a
elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele- seguir:
mentos presentes na interseção. Veja:
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10} Ex: X = {a,b,c} representa
X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} {,} chaves o conjunto X composto
por a, b e c
Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está
Significa que o conjunto
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos conjunto
{ } ou ∅ não tem elementos, é
vazio
um conjunto vazio
Em algumas situações, a intersecção entre os con-
juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exem- Significa “Para todo” ou
plo. Isso acontece quando todos os elementos de B são ∀ para todo
“Para qualquer que seja”
também elementos de A. Veja isso no gráfico a seguir:
Indica relação de perti-
Є pertence
X nência de elementos

Indica relação de
∉ não pertence não pertinência de
elementos
Y Indica relação de
∃ existe
existência

Indica que não há rela-


∄ não existe
ção de existência

Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando temos Indica que um conjunto


a situação acima, podemos dizer que o conjunto Y ⊂ está contido está contido em outro
está contido no conjunto X, representado matemati- conjunto
camente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer, ainda, que o
conjunto X contém o conjunto Y, representado mate- Indica que um conjunto
não está
⊄ não está contido em
RACIOCÍNIO LÓGICO

maticamente por X ⊃ Y. contido


outro conjunto

Indica que determinado


Importante! ⊃ contém conjunto contém outro
Entenda a diferença: conjunto
● falamos que um elemento pertence ou não Indica que determinado
pertence a um conjunto; ⊅ não contém conjunto não contém
● falamos que um conjunto está contido ou não outro conjunto
está contido em outro conjunto.

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SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO z preencha as demais informações no diagrama:

Serve para fazer a liga- Matemática (20) Português (30)


ção entre a composição
| tal que
de um conjunto na “re-
presentação em chaves”

união de
A∪B Lê-se como “X união Y”
conjuntos
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
interseção Lê-se como “X intersec-
A∩B
de conjuntos ção Y”

diferença de Lê-se como “diferença


A-B
conjuntos de A com B” 5
complemen- Refere-se ao comple-
XC Total = X
tar mento do conjunto X
20 gostam de Matemática;
30 gostam de Português;
Diagrama de Venn 10 gostam dos dois;
10 gostam apenas de Matemática;
Vamos entender como se resolve questões que 20 gostam apenas de Português;
envolvem Operações com Conjuntos se relacionan- 5 não gostam de nenhuma.
do. Acompanhe os exemplos a seguir e a maneira
como desenvolvemos suas resoluções: z some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos:
z Em uma sala de aula, 20 alunos gostam de Mate-
mática, 30 gostam de Português, e 10 gostam das Matemática (20) Português (30)
duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam
de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos
há nessa sala de aula?

Siga os passos abaixo:

z identifique os conjuntos; 20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
z represente em forma de diagramas;
z preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
z preencha as demais informações no diagrama; 5
z some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos. 10+10+20+5 = X
X = 45 alunos é o total dessa sala.
Vamos à resolução:
Também seria possível resolver esse tipo de ques-
z identifique os conjuntos; tão usando a seguinte fórmula:
z represente em forma de diagramas:
n(X ∪ Y) = n(X) + n(Y) – n(X ∩ Y)
Matemática Português

Esta fórmula nos diz que o número de elementos


da União entre os conjuntos X e Y (X ∪ Y) é dado pelo
número de elementos de X, somado ao número de ele-
mentos de Y, subtraído do número de elementos da
interseção (X ∩ Y). Aplicando no exemplo, temos:
Matemática (M)
Português (p)

z preencha as informações de dentro para fora (da n(M ∪ P) = n(M) + n(P) – n(M ∩ P)
interseção para as demais informações): n(M ∪ P) = 20 + 30 – 10
n(M ∪ P) = 40
Matemática Português
Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou
Português (aqui já está incluso quem gosta das duas
matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas
somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.
Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala.
10

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Assim como nos problemas com 2 conjuntos, quan- z preencha as demais informações no diagrama:
do nós tivermos 3 conjuntos será possível resolver
o problema por meio de Diagramas de Venn ou por André Bernardo
meio de fórmula. Acompanhe a resolução do exemplo:
André, Bernardo e Carol ouviram certa quantidade
de músicas. Nenhum deles gostaram de seis músicas
e os três gostaram de dez músicas. Além disso, hou-
ve doze músicas que só André e Bernardo gostaram,
nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro 0 12 0
músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve
música alguma que somente um deles tenha gostado.
10
O número de músicas que eles ouviram foi?
Siga os passos a seguir: 9 4

z identifique os conjuntos;
0 Carol
z represente em forma de diagramas;
z preencha as informações de dentro para fora (da
6
interseção para as demais informações);
z preencha as demais informações no diagrama;
z some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos. Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe-
mos que os três gostaram de dez músicas, depois
Vamos à resolução: preenchemos com as demais informações:

z identifique os conjuntos; z 12 músicas que somente André e Bernardo gosta-


z represente em forma de diagramas: ram (na interseção entre os 2 apenas);
z 9 que somente André e Carol gostaram;
André Bernardo z 4 que somente Bernardo e Carol gostaram;
z 6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três
conjuntos);
z os “zeros” representam o fato de que não houve
música que somente um deles tenha gostado.

Logo, vem a última etapa:

z some todas as regiões e iguale ao total de elemen-


tos envolvidos;

Total = X
6+0+12+10+9+0+4+0=X
Carol X = 41 músicas

Questões com três conjuntos podem ser resolvidas


usando a seguinte fórmula:
z preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações): n(X ∪ Y ∪ Z) = n(X) + n(Y) + n(Z) – n(X ∩ Y) – n(X
∩ Z) – n(Y ∩ Z) + n(X ∩ Y ∩ Z)
André Bernardo
Traduzindo a fórmula:
Total de elementos da união = soma dos conjuntos
– interseções dois a dois + interseção dos três.
Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que
aprendemos, não é mesmo? Vamos praticar!

10 1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece-


beu um grande carregamento de frango congelado,
RACIOCÍNIO LÓGICO

carne suína congelada e carne bovina congelada, para


exportação. Esses produtos foram distribuídos em
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
Carol foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
foram carregados com carne bovina; 450, com carne
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética,
250 contêineres foram carregados somente com car-
ne suína.

( ) CERTO ( ) ERRADO 189


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Vamos extrair as informações e colocar dentro dos 3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece-
diagramas: beu um grande carregamento de frango congelado,
800 contêineres distribuição; carne suína congelada e carne bovina congelada, para
0 contêineres com os 3 produtos; exportação. Esses produtos foram distribuídos em
300 contêineres carne bovina; 800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
450 contêineres carne suína; foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
100 contêineres com frango e carne bovina; foram carregados com carne bovina; 450, com carne
150 contêineres com carne suína e carne bovina; suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
100 contêineres com frango e carne suína. suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética,
Bovina Frango
400 contêineres continham frango congelado.
50 100 X
( ) CERTO ( ) ERRADO

Com as informações colocadas nos diagramas na


questão anterior, podemos somar todas as informa-
0 ções que não possuem contato com o conjunto de
frango e subtrair do total. Veja:
150 100 50 (só bovinos);
150 (bovinos e suínos);
200 Suína 200 (só suínos).
Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com
outras carnes, o que sobrou do total será a resposta
para a questão.
800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lembre-
Veja que apenas 200 contêineres foram carregados -se, a banca não perguntou somente frango). Logo,
somente com carne suína. Resposta: Errado.
400 contêineres continham frango congelado. Res-
posta: Certo.
2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Determinado porto rece-
beu um grande carregamento de frango congelado,
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30 pas-
carne suína congelada e carne bovina congelada, para
sageiros que desembarcaram de determinado voo e
exportação. Esses produtos foram distribuídos em
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner que estiveram nos países A, B ou C, nos quais ocorre
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres uma epidemia infecciosa, foram selecionados para ser
foram carregados com carne bovina; 450, com carne examinados. Constatou-se que exatamente 25 dos
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne passageiros selecionados estiveram em A ou em B,
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6 des-
Nessa situação hipotética, ses 25 passageiros estiveram em A e em B.
50 contêineres foram carregados somente com carne
bovina. Com referência a essa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem
( ) CERTO ( ) ERRADO
Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
Vamos extrair as informações e colocar dentro dos estiveram em A.
diagramas:
800 contêineres distribuição; ( ) CERTO ( ) ERRADO
0 contêineres com os 3 produtos;
300 contêineres carne bovina; Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram apenas
450 contêineres carne suína; em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti-
100 contêineres com frango e carne bovina; veram apenas em C. Veja ainda que 6 passageiros
150 contêineres com carne suína e carne bovina; estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram
100 contêineres com frango e carne suína. somente em um desses dois países. Logo,
Bovina Frango A B

50 100 X

X 6 25 – 6 – x =

19 – x
0

150 100

200 Suína

C 5

Veja que exatamente 50 contêineres foram carrega-


dos somente com carne bovina. Resposta: Certo.
190
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Sabemos que o número de pessoas que estiveram em Os problemas mais comuns que envolvem razão
B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja, e proporção é quando se aplica uma “variável” qual-
11 = 6 + (19 – X) quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o
11 = 25 – X valor dela. Veja o exemplo:
X = 25 – 11
X = 14 2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
=
Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14 3 6
+ 6 = 20. Resposta: Certo.
Para resolvermos esse tipo de problema devemos
5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Situação hipotética: A ANVI- usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
SA realizará inspeções em estabelecimentos comerciais ção: “produto dos meios pelos extremos”.
que são classificados como Bar ou Restaurante e naque- Meio: 3 e x
les que são considerados ao mesmo tempo Bar e Restau- Extremos: 2 e 6
rante. Sabe-se que, ao todo, são 96 estabelecimentos a Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
serem visitados, dos quais 49 são classificados como Bar numa igualdade. Observe:
e 60 são classificados como Restaurante. Assertiva: Nessa
situação, há mais de 15 estabelecimentos que são classifi- 3·X=2·6
cados como Bar e como Restaurante ao mesmo tempo.
3X = 12
( ) CERTO ( ) ERRADO X = 12/3

Extraindo os dados: X=4


total: 96;
bar: 49; Lembre-se de que a maioria dos problemas en-
restaurante: 60. volvendo esse tema são resolvidos utilizando essa
Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de propriedade fundamental. Porém, algumas questões
96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci- acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
mentos que estão na interseção. Logo, descontamos útil conhecer algumas propriedades para facilitar. Va-
o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos mos a elas.
que são classificados como Bar e como Restaurante
ao mesmo tempo. Resposta: Errado. Propriedade das Proporções

� Somas Externas:

a c a+c
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO b
=
d
=
b+d
PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS Vamos entender um pouco melhor resolvendo
uma questão-exemplo:
PROBLEMAS ARITMÉTICOS Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
Vamos relembrar alguns conceitos e fórmulas e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
sobre aritmética para que possamos resolvermos porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
questões sobre esse tópico. Como o próprio nome já está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan-
diz “Problemas de Raciocínio Lógico envolvendo Arit- to cada um vai receber?
mética”. Então, vamos fazer várias questões ao longo Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
da teoria para entender e praticar mais ainda sobre a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
esse assunto. Diego vai receber, então temos:

C D
RAZÃO E PROPORÇÃO COM APLICAÇÕES =
3 2
A razão entre duas grandezas é igual à divisão
entre elas, veja: Utilizando a propriedade das somas externas:

2 C D C+D
= =
5 3 2 3+2
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
para 5”). então podemos substituir na proporção:
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
C D C+D
= = = 10.000 = 2.000
2 4 3 2 3+2 5
=
3 6
Aqui cabe uma observação importante: esse valor
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 2.000, que chamamos de “Constante de Proporcionali-
(Lê-se “2 está para 3 assim como 4 está para 6”). dade”, é que nos mostra o valor real das partes dentro
da proporção. Veja:
191
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C 2A + 3B = 13.000
= 2.000
3
Agora, multiplicando em cima e embaixo de um
C = 2000 · 3 lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
2A 3B
D =
= 2.000 4 9
2
Aplicando a propriedade das somas externas,
D = 2.000 · 2 podemos escrever o seguinte:
D = 4.000 (esse é o valor de Diego) 2A 3B 2A + 3B
= =
4 9 4+9
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ber R$4.000; Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
porção, temos:
z Somas Internas: 2A 3B 2A + 3B 13.000
= = = = 1.000
4 9 4+9 13
a c a+b c+d
= = =
b d b d Logo,
2A
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno- = 1.000
4
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
2A = 4 · 1.000
proporção.
2A = 4.000
a c a+b = c+d
= =
b d a c
A = 2.000
Vejamos um exemplo:
Fazendo a mesma resolução em B:
x 2 3B
= = 1.000
14 - x 5 9
3B = 9 · 1.000
x + 14 - x 2+5
=
x 2 3B = 9.000
14 7 B = 3.000
=
x 2
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
7 · x = 2 · 14 receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
14 · 2 anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
x= =4 O total pago pela empresa será:
7

Portanto, encontramos que x = 4. Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000

Observação: vale lembrar que essa propriedade Agora vamos estudar um tipo de problema que
também serve para subtrações internas; aparece frequentemente em provas de concursos
envolvendo razão e proporção.
z Soma com Produto por Escalar:
REGRA DA SOCIEDADE
a c a + 2b c + 2d
= = = Diretamente Proporcional
b d b d

Vejamos um exemplo para melhor entendimento: Um dos tópicos mais comuns em questões de prova é
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000 dividir uma determinada quantia em partes proporcio-
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. nais a determinados números. Vejamos um exemplo para
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na entendermos melhor como esse assunto é cobrado.
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. Exemplo:
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
temos: dessas partes corresponde a:
A B Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
= porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
2 3
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
funcionários na categoria B, podemos escrever que a razão. Veja:
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
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X Y Z x 1.200.000
= = = constante de proporcionalidade = = 200.000
4 5 6 6 6

Usando uma das propriedades da proporção, Logo, as partes dividas inversamente propor-
somas externas, temos: cionais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente
300.000, 240.000 e 200.000.
X+Y+Z 900.000
= 60.000
4+5+6 15 A seguir, analise alguns exercícios comentados
sobre o assunto.
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
a 4, logo: 1. (FAEPESUL — 2016) Em uma turma de graduação
em Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos
X que a razão entre o número de mulheres e o número
= 60.000
4 total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de
homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120
X = 60.000 · 4 alunos.
X = 240.000
a) 43 homens.
Inversamente Proporcional b) 45 homens.
c) 44 homens.
É um tipo de questão menos recorrente, mas, não d) 46 homens.
menos importante. Consiste em distribuir uma quan- e) 47 homens.
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
quinhão inversamente proporcional a três números. A razão entre o número de mulheres e o número
Vejamos um exemplo: total de alunos é de 5/8:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes M 5
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. =
T 8
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- A turma tem 120 alunos, então: T = 120
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao Fazendo os cálculos:
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
cálculo, veja: M
=
5
T 8
X X X
+ + = 740.000 M
=
5
4 5 6 120 8

Agora vamos precisar tirar o M.M.C. (mínimo múl- 8 · M = 5 · 120


tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 8M = 600
mos a fração.
600
M=
4–5–6|2 8

2–5–3|2 M = 75

1–5–3|3 A quantidade de homens da sala:

1–5–1|5 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.

1 – 1 – 1 | 2 · 2 · 3 · 5 = 60 2. (VUNESP — 2020) Em um grupo com somente pessoas


com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
multiplicando o resultado pelo numerador temos: 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
15x 12x 10x pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
+ + = 740.000
60 60 60 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
37x
= 740.000 a) 30.
60
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) 29.
X = 1.200.000 c) 28.
Agora basta substituir o valor de X nas razões para d) 27.
achar cada parte da divisão inversa. e) 26.

x 1.200.000 A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o


= = 300.000 número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
4 4
x 1.200.000 120 4x
= = 240.000 =
5 5 121 5x Total de 9x

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No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão 6x
+
9x
+
8x
= 7.900
aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e 1 2 3
a razão em questão passará a ser de 5/8.
Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:
120 4x - 2
= = 5 36x 27x 16x
121 5x + 2 - 1 8 6
+
6
+ 6
= 7.900
4x - 2 5 79x
=
5x + 1 8 = 7.900
6
8 · (4x - 2) = 5 · (5x + 1) x = 600
32x – 16 = 25x + 5 Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio-
7x = 21 nal a:
9x
x=3
2
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
valor de X na primeira equação: Basta substituirmos o valor de X na proporção.
9x 9 x 600
9x = 9 · 3 = 27 é o número total de pessoas nesse = = 2.700
grupo. Resposta: Letra D. 2 2
(Valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).
3. (IBADE — 2018) Três agentes penitenciários de um
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem Resposta: Errado.
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que 5. (IESES — 2019) Uma escola possui 396 alunos matri-
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de
de cada um, em ordem crescente de valores. 5/7, determine o número de meninos matriculados.

a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00. a) 183


b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00. b) 225
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. c) 165
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. d) 154
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00.
Total de alunos = 396
D + A + W = 721 Meninos = H
A = D + 36
W = A - 44 Meninas = M
Substituímos Arley em Wanderson: H 5x
W= A - 44 Razão: +
M 7x
W= 36+D-44
W= D-8 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
Substituímos na fórmula principal: 12x é igual ao total que é 396
D + A + W = 721
D + 36 + D + D – 8 = 721 12x = 396
3D + 28 = 721
x = 33
3D = 721 - 28
D = 693/3 Portanto o número de meninos será:
D = 231
Meninos = 5x = 5 · 33 = 165. Resposta: Letra C.
Substituímos o valor de D nas outras:
A = D + 36
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
A= 231+36= 267
W = A - 44
Regra de Três Simples
W= 267-44
W= 223
Logo, os valores em ordem crescente que Wander- A Regra de Três Simples envolve apenas duas
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente, grandezas. São elas:
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de razões, pro- deseja calcular a partir da grandeza explicativa;
porções e inequações, julgue o item seguinte. z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam la utilizada para calcular a variação da grandeza
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham, dependente.
para ser divido entre elas, de forma inversamente pro-
porcional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Existem dois tipos principais de proporcionalida-
Nessa situação, Sandra deverá receber menos de R$ des que aparecem frequentemente em provas de con-
2.500. cursos públicos. Veja a seguir:

( ) CERTO ( ) ERRADO
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z Grandezas Diretamente Proporcionais: o Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
aumento de uma grandeza implica o aumento da montar a relação e analisar:
outra;
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o 5 (prof.) --------- 12 (dias)
aumento de uma grandeza implica a redução da 30 (prof.) -------- X (dias)
outra.
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
Vamos esquematizar para sabermos quando será aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
direta ou inversamente proporcionais: pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
DIRETAMENTE sa forma, as grandezas são inversamente proporcio-
PROPORCIONAL + / + OU - / - nais e vamos resolver multiplicando na horizontal.
Observe:
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
5 (prof.) 12 (dias)
(sinais iguais)
30 (prof.) X (dias)

PROPORCIONAL + / - OU - / + 30 · X = 5 · 12
30X = 60

Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui X=2


(sinais diferentes)
Agora vamos esquematizar a maneira que iremos A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
resolver os diversos problemas: para corrigir as provas.

DIRETAMENTE
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado cios comentados a seguir.

INVERSAMENTE 1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No item seguinte apresen-


Multiplica na horizontal
PROPORCIONAL ta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, porcen-
tagens e descontos.
Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com-
mais como isso tudo funciona. prou alimentos em quantidades suficientes para que
Exemplo 1: um muro de 12 metros foi construí- eles e seus dois filhos consumissem durante os 30
do utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
muro de 30 metros nas mesmas condições do ante- chegou de surpresa para passar o restante do mês
rior, quantos tijolos serão necessários? com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
Primeiro vamos montar a relação entre as gran- seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
proporcional. casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
12 m -------- 2 160 (tijolos) ( ) CERTO ( ) ERRADO
30 m -------- X (tijolos)
4 Pessoas ------- 24 Dias
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumen- 6 Pessoas ------- x Dias
to (+) e que para fazermos um muro maior vamos Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
precisar de mais tijolos, ou seja, também deverá ser na horizontal:
aumentado (+). Logo, as grandezas são diretamente 6x = 4 · 24
proporcionais e vamos resolver multiplicando cruza- 6x = 96
do. Observe: x = 96/6
x = 16
12 m -------- 2.160 (tijolos)
Como já haviam comido por 6 dias é só somar:
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por
30 m -------- X (tijolos) 6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
12 · X = 30 · 2160 Resposta: Errado.
RACIOCÍNIO LÓGICO

12X = 64800 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O motorista de uma


X = 5400 tijolos empresa transportadora de produtos hospitalares
deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega
Assim, comprovamos que realmente são necessá- de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima-
rios mais tijolos. damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des-
Exemplo 2: uma equipe de 5 professores gastou 12 pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside-
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 rou que esse consumo é constante.
professores para corrigir as provas?
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Considerando essas informações, julgue o item que x = 135/3
segue. x = 45 minutos.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de Resposta: Letra C.
gasolina.
5. (IESES — 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa
( ) CERTO ( ) ERRADO em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica-
Com 1 litro ele faz 10 km. ria pronta?
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos
dizer que com 1dm³ ele faz 10km a) 18 dias.
Portanto, b) 16 dias.
10 km -------- 1dc³ c) 20 dias.
1.100 km --------- x d) 22 dias.
10x = 1.100
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
Resposta: Errado. 7 (pedreiros) ------------- X (dias)
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
3. (VUNESP — 2020) Uma pessoa comprou determinada cionais, então basta multiplicar na horizontal.
quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2 5 · 28 = 7 · X
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar 7X = 140
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guar- X = 140/7
danapos por dia. O número de guardanapos compra- X = 20 dias.
dos foi Resposta: Letra C.

a) 60. Regra de Três Composta


b) 70.
c) 80. A Regra de Três Composta envolve mais de duas
d) 90. variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-
e) 100. mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
cautelosamente, levando em conta alguns princípios:
x = dias
3 guardanapos por dia -------- x z as análises devem sempre partir da variável
2 guardanapos por dia -------- x+15 dependente em relação às outras variáveis;
São valores inversamente proporcionais, quanto z as análises devem ser feitas individualmente. Ou
mais guardanapos por dia, menos dias durarão. seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
Assim, multiplicamos na horizontal: mantendo as demais constantes;
3x = 2 · (x+15) z a variável dependente fica isolada em um dos
3x = 30+2x lados da proporção.
3x-2x = 30
x = 30 Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
Podemos substituir em qualquer uma das duas como isso tudo funciona.
situações: Exemplo 1: se 6 impressoras iguais produzem 1000
3 guardanapos x 30 dias= 90 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas
2 guardanapos x 45 · (30+15) dias = 90. impressoras produziriam 2000 desses panfletos?
Resposta: Letra D. Da mesma forma que na regra de três simples,
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
4. (FUNDATEC — 2017) Cinco mecânicos levaram 27 cada uma delas isoladamente duas a duas.
minutos para consertar um caminhão. Supondo que
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e 6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan- 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
mesmo caminhão? Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
parte dependente de um lado e igualando às razões da
a) 20 minutos. seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
b) 35 minutos. agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe:
c) 45 minutos.
d) 50 minutos. 40 ? ?
e) 55 minutos. = #
X ? ?

Mecânicos ------ Minutos


Analisando isoladamente duas a duas:
5 ---------------- 27
3 ---------------- x
6 (imp.) -------- 40 (min)
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas-
3 (imp.) -------- X (min)
tarão para finalizar o trabalho, logo a grande-
za é inversamente proporcional. Multiplica na
Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
horizontal:
o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
3x = 27 · 5
pois agora teremos menos impressoras para realizar
196 3x = 135
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a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos Veja que de 80 letras para 40 letras o valor dimi-
inverter a razão. nui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( +
). Logo, as grandezas são inversas e devemos inverter
40
=
3
#
? a razão.
X 6 ?
6 30 40
= #
Analisando isoladamente duas a duas: X 45 80
6 2 1
1000 (panf.) -------- 40 (min) = #
X 3 2
2000 (panf.) -------- X (min)
6 2
=
X 6
Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfle-
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
2X = 36
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
mos manter a razão. X = 18

40
=
3
#
1000 O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
X 6 2000 respeitando as novas condições é igual a 18.

Agora basta resolver a proporção para acharmos Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
o valor de X. cios comentados a seguir.

40 3000 1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Determinado equipamen-


X
= 12000 to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias,
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa
3X = 40 · 12
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo
3X = 480 equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan-
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a
X = 160
a) 2.666.
As três impressoras produziriam 2000 panfletos b) 2.160.
em 160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 c) 1.215.
minutos. d) 1.500.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento, e) 1.161.
vamos analisar mais um exemplo.
Exemplo 2: um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
Primeiro vamos passar para minutos:
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
5h = 300min.
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o
número de linhas por página e para 40 o número de 4h30min= 270min.
letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas
min.-----Dias-----Pag.
condições, determine o número de páginas ocupadas.
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante- 300 -------4-------1800
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
270 -------3-------X
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras) Resolvendo temos:
X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras) 300 (Simplifica por 30)
1800 4
6 ?
= #
? = # 270 (Simplifica por 30)
X ? ? X 3
1800 4 10
= #
Analisando isoladamente duas a duas: X 3 9
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
X (pág.) ------- 30 (linhas)
capaz de digitalizar.
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor Resposta: Letra C.
RACIOCÍNIO LÓGICO

diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar


( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver- 2. (VUNESP — 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
ter a razão. operando com a mesma capacidade de produção,
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
6 30 ? horas por dia. O número de dias necessários para que
= #
X 45 ? 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
quem dois lotes dessas peças é
Analisando isoladamente duas a duas:
a) 11.
6 (pág.) -------- 80 (letras) b) 12.
X (pág.) ------- 40 (letras) c) 13.
197
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d) 14. x · 18 = 7.200
e) 15.
x = 7200/18
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas x = 400
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos Logo, transformando minutos para horas novamen-
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui- te temos:
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
serem entregues (direta). x = 400min
Resolvendo: x = 6h40min
8/x = 1/2 · 8/6 · 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
8/x = 1/2 · 4/3 · 4/5 Resposta: Letra D.
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
8/x = 8/15 5. (VUNESP — 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
8x = 120 máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
x = 120/8 ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
x = 15 dias. refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
Resposta: Letra E. trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) No item a seguir é apre- para a realização desse trabalho será de
sentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-
a) 6 horas e 40 minutos.
de, divisão proporcional, média e porcentagem.
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham b) 6 horas e 58 minutos.
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12 c) 7 horas e 12 minutos.
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai- d) 7 horas e 20 minutos.
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos. e) 7 horas e 35 minutos.

( ) CERTO ( ) ERRADO 3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas


2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
3 caixas - 12 clientes - 10 minutos Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer
5 caixas - 20 clientes - x minutos que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são
10 5 12
= # menos máquinas trabalhando (inversa).
X 3 20
4 5000 2
5 · 12 · x = 10 · 3 · 20 = #
X 6000 3
60x = 600
2·x·5=4·6·3
x = 10.
10x = 72
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 · 60
Não em menos de 10 como a questão afirma.
min = 7 horas e 12 minutos)
Resposta: Errado.
Obs: Para transformar horas em minutos, basta
4. (VUNESP — 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan- horas = 0,2 · 60 = 120/10 = 12 min.
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
des de determinado produto. Para a fabricação de 400 Resposta: Letra C.
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima- PORCENTAGEM
do para a realização do serviço é de
A porcentagem é uma medida de razão com base
a) 5 horas e 54 minutos. 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
b) 6 horas e 06 minutos. nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
c) 6 horas e 20 minutos. como podemos representar um número porcentual.
d) 6 horas e 40 minutos.
e) 7 horas e 06 minutos. 30% = 30 (forma de fração)
100
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min 30
30% = = 0,3 (forma decimal)
360 min ------ 5 máquinas ----- 600 unidades (corta os 100
zeros iguais) 30 3
30% = = (forma de fração simplificada)
x ------------- 3 máquinas ---- 400 unidades (corta os 100 10
zeros iguais)
360 3 6 Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
= # várias maneiras:
X 5 4
30 3
198 x · 3 · 6 = 360 · 5 · 4 30% = = 0,3 =
100 10
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Também é possível fazer a conversão inversa, isto Veja mais um exemplo para podermos fixar
é, transformar um número qualquer em porcentual. melhor.
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Exemplo 2: Juliano percebeu que ainda não assis-
tiu a 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o
25 · 100 = 2500% número de aulas não assistidas a 180. É correto afir-
0,35 · 100 = 35% mar que, se Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o
0,586 · 100 = 58,6% número terá caído 20%?
A variação percentual de uma grandeza corres-
Número Relativo ponde ao índice:
Variação percentual =
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres- Final - Inicial 180 - 200 20
= =– = - 0,10
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo Inicial 200 200
que estamos especificando. Para descobrir a quanto
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000. Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
10 ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
10% de 1000 = 100 · 1000 = 100 errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.

Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
parte que corresponde a 10% de 1000. cios comentados a seguir.
Quando o todo varia, a porcentagem também
varia, veja um exemplo: 1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Em determinada loja, uma
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas 920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira
por Roberto? antecipar o crédito correspondente ao valor da parcela,
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, a lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. correspondente a 5% do valor da parcela.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
2 1 Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
=
8 4 ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.

Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, ( ) CERTO ( ) ERRADO


vamos multiplicar a fração por 100:
Valor da bicicleta =1720,00
1 · 100 = 25% Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
4 Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
Soma e Subtração de Porcentagem No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
As operações de soma e subtração de porcentagem (juros) e dividir por 800,00 resultado:
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial está errada.
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou Resposta: Errado.
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza. 2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati-
Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200 va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a esco- entre homens e mulheres. Em determinada sessão
la precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
total de horas-aula do curso ao final? das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total parlamentares presentes à sessão.
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% bleia legislativa, havia
RACIOCÍNIO LÓGICO

+ 15% das aulas inicialmente previstas, portanto,, o


total de horas-aula do curso será: a) 10 deputadas.
b) 14 deputadas.
(1 + 0,15) · 200 = 1,15 · 200 = 230 horas-aula. c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
Dica e) 25 deputadas.
A avaliação do crescimento ou da redução per-
50 parlamentares
centual deve ser feita sempre em relação ao
Deputadas = X
valor inicial da grandeza.
Deputados = 50-X
Final - Inicial Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Variação percentual =
Inicial parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de 199
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cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o 5. (FUNCAB — 2015) Adriana e Leonardo investiram R$
valor de X. 20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação
20% x + 10% (50-x) = 7 que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez
20/100 · x + 10/100 · (50-x) = 7 meses. O restante foi investido em uma aplicação,
2/10 · x + 1/10 · (50-x) = 7 que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC) o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas
2x + 50 - x = 70 no sistema de juros simples.
2x - x = 70 - 50 Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia tiveram:
Legislativa.
Resposta: Letra D. a) prejuízo de R$2.800,00.
b) lucro de R$3.200,00.
3. (VUNESP — 2016) Um concurso recebeu 1500 ins- c) lucro de R$2.800,00.
crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da d) prejuízo de R$6.000,00.
prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram e) lucro de R$5.000,00.
mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
número de homens que fizeram a prova corresponde a 3/5 de 20.000,00 = 12.000,00
uma porcentagem de 12.000,00 · 4% = 480,00
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
a) 45,2%. O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
b) 46,5%. cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
c) 47,8%. mês, durante 10 meses:
d) 48,4%. 8.000,00 · 5% = 400,00
e) 49,3%. 400 · 10 meses= 4.000
Portanto 20.000,00 + 4.800 (juros) = 24,800,00 -
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a 4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
prova. Resposta: Letra C.
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar JUROS SIMPLES E COMPOSTO
o percentual dos homens pelo total:
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou Juros Simples
0,55 · 0,88 = 0,484.
Transformando em porcentagem A premissa, base da matemática financeira é a
0,484 · 100 = 48,4%. seguinte: as pessoas e as instituições do mercado prefe-
Resposta: Letra D. rem adiantar os seus recebimentos e retardar os seus
pagamentos. Do ponto de vista estritamente racional, é
4. (FCC — 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevista- melhor pagar o mais tarde possível caso não haja inci-
dos preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. dência de juros (ou caso esses juros sejam inferiores ao
Se 15% dos entrevistados gostam dos dois sabores, que você pode ganhar aplicando o dinheiro).
então, a porcentagem de entrevistados que não gos- “Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
tam de nenhum dos dois é de do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quantia
emprestada no banco, o banco te cobrará uma remune-
a) 80%. ração em cima do valor que ele te emprestou, pelo fato de
b) 61%. deixar você ficar na posse desse dinheiro por um certo
c) 20%. tempo. Essa remuneração é expressa pela taxa de juros.
d) 10%. Nos juros simples, a incidência recorre sempre
e) 5%. sobre o valor original. Veja um exemplo para melhor
entender.
Vamos dispor as informações em forma de conjun- Exemplo 1:
tos para facilitar nossa resolução: Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um
regime de juros simples de 5% ao mês para um ami-
Graviola Açaí go,, o qual ficou de quitar o empréstimo após 5 meses.
Dessa forma, teremos o seguinte:

60% - 15% = 15% 50% - 15% = CAPITAL


EMPRESTADO VALOR REAJUSTADO
45% 35% (1000,00)
1° mês = 1000,00 1000,00 + (5% de 1000,00) = 1050,00
Nenhum = x
2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
95% + X = 100% 4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
X = 5%. 5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
Resposta: Letra E.
Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais
de juros.
200
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Fórmulas utilizadas em juros simples: a) Menor que 2%.
b) Maior que 2% e menor que 2,5%.
c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
J=C·i·t d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
e) Maior que 3%.
M=C+J
1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
M = C · (1 + i ·J) J=C·I·t
498 = 1410 · 12 · i / 100
Onde,
49800 = 16920i
i = 49800/16920
z J = juros; i = 2,94%. Resposta: Letra D.
z C = capital;
z i = taxa em percentual (%); 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Uma pessoa atrasou em
z t = tempo; 15 dias o pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja
z M = montante. taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de
juros simples.
Taxas Proporcionais e Equivalentes Acerca dessa situação hipotética, e considerando o
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente.
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é impor- No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
tante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa de ju- equivalente à taxa de 252% ao ano.
ros é definida. Isto é, não adianta saber apenas que a taxa
de juros é de “5%”, é preciso saber se essa taxa é mensal, ( ) CERTO ( ) ERRADO
bimestral, anual etc. Dizemos que duas taxas de juros são
proporcionais quando guardam a mesma proporção em No regime simples, sabemos que taxas propor-
relação ao prazo. Por exemplo, 12% ao ano é proporcional cionais são também equivalentes. Como temos 12
a 6% ao semestre, e também é proporcional a 1% ao mês. meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am
Basta efetuar uma regra de três simples. Para é, simplesmente:
obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que 21% · 12 = 252% ao ano
é proporcional à taxa de 12% ao ano: Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também é
equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está certo.
Resposta: Certo.
12% ao ano ----------------------- 1 ano
Taxa bimestral ------------------ 2 meses
3. (FUNDATEC — 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
aplicação, sob regime de juros simples, de um capital
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade de R$ 240,00?
temporal, temos:
a) 8%.
12% ao ano ---------------------- 12 meses b) 5%.
Taxa bimestral ------------------ 2 meses c) 3%.
d) 2%.
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: e) 1%.

12% · 2 = Taxa bimestral · 12 J = 240


Taxa bimestral = 2% ao bimestre. C = 3.000
i=?
Duas taxas de juros são equivalentes quando são t = 4 bimestres, ou seja, 4 · 2 = 8 meses.
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan- Substituindo:
te final M após o mesmo intervalo de tempo. J=C·i·t
Uma outra informação importante e que você 240 = 3000 · i · 8
deve memorizar é que o cálculo de taxas equivalen- 240 = 24000 · i
tes quando estamos no regime de juros simples pode i = 240 / 24000
ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao i = 0,01 ou 1%
semestre ou 12% ao ano e levarão o mesmo capital Resposta: Letra E.
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío-
do de tempo. 4. (VUNESP — 2020) Um capital de R$ 1.200,00, aplicado
RACIOCÍNIO LÓGICO

É relevante também você saber que no regime de no regime de juros simples, rendeu R$ 65,00 de juros.
juros simples, taxas de juros proporcionais são, tam- Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5%
bém, taxas de juros equivalentes. ao ano, é correto afirmar que o período da aplicação
foi de
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir. a) 20 meses.
b) 22 meses.
1. (FEPESE — 2018) Uma TV é anunciada pelo preço c) 24 meses.
de R$ 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de d) 26 meses.
159,00. A mesma TV custa R$ 1.410,00 para paga- e) 30 meses.
mento à vista. Portanto o juro simples mensal incluído
na opção parcelada é: 201
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J = c · i · t/100 M = 10000 · (1 + 0,10)4
65 = 1.200 · 2,5 · t/100 M = 10000 · (1,10)4
65 = 30t
t = 65/30 · 12 M = 10000 · 1,4641
t = 26 meses M = 14.641,00 reais
Resposta: Letra D.
Podemos fazer a comparação entre juros simples e
5. (IBADE — 2019) Juliana investiu R$ 5.000,00, a juros compostos. Observe a tabela abaixo:
simples, em uma aplicação que rende 3% ao mês,
durante 8 meses. Passados 8 meses, Juliana retirou
todo o dinheiro e investiu somente metade em uma JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
outra aplicação, a juros simples, a uma taxa de 5% ao Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
mês por mais 4 meses. O total de juros arrecadado por
Juliana após os 12 meses foi: Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
Juros capitalizados no final Juros capitalizados periodi-
a) R$ 1.200,00. do prazo camente (“juros sobre juros”)
b) R$ 1440,00. Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial
c) R$ 620,00.
d) R$ 1820,00. Valores similares para pra- Valores similares para pra-
e) R$ 240,00. zos e taxas curtos zos e taxas curtos

J=C·i·t Juros Compostos — Cálculo do Prazo


J= 5000 · 0,03 · 8
J= 150 · 8 Nas questões em que é preciso calcular o prazo,
J = 1200 de lucro você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
Montante do aplicado com lucro M= C + J está no expoente da fórmula de juros compostos. A
M=5000 + 1200 propriedade mais importante a ser lembrada é que,
M = 6200 montante inicial e lucro sendo dois números A e B, então:
Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100
J=C·i·t log AB = B · log A
J = 3100 · 0,05 · 4
J = 155 · 4 Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
J = 620 lucro da nova aplicação B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Somatório dos lucros: Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros mos é a seguinte:
Resposta: Letra D.

Juros Compostos log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B


B

Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- igual à subtração dos logaritmos de cada número.
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. Também, é importante ter em mente que “logA”
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês significa “logaritmo do número A na base 10”.
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e Observe um exemplo:
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. No regime de juros compostos com capitalização
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
postos. Podemos montar a seguinte tabela: meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investi-
do para produzir o montante de R$120.000 é expressa
por:
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
1º MÊS 11.000,00 log2, 1
2º MÊS 12.100,00 log1, 01
3º MÊS 13.310,00
Temos a taxa j=1%am, capital C=100.000 e montan-
4º MÊS 14.641,00
te M=120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses você deverá devolver
M = C · (1+j)t
ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial
(R$10.000,00) e de juros de R$4.641,00. 120000 = 100000 · (1+1%)t
Fórmula utilizada em juros compostos:
12 = 10 · (1,01)t

M = C · (1 + i)t 1,2 = (1,01)t

Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:


Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem-
plo. Veja:
log1,2 = log (1,01)t
202 M = 10000 · (1 + 10%)4 log1,2 = t · log 1,01
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log1, 1 Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a m e t = 3
t=
log1, 01 meses. Aplicando a fórmula, temos:
M = C · (1 + j)t
Logo, questão errada. M = 6000 · (1,1)³
Exercite seus conhecimentos através dos exercí- M = 6000 · 1,331
cios comentados a seguir. M = 7986 reais
Resposta: Letra D.
1. (FCC — 2017) A Cia. Escocesa, não tendo recursos
para pagar um empréstimo de R$ 150.000,00 na data 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Um indivíduo investiu a
do vencimento, fez um acordo com a instituição finan- quantia de R$ 1.000 em determinada aplicação, com
ceira credora para pagá-la 90 dias após a data do taxa nominal anual de juros de 40%, pelo período de 6
vencimento. Sabendo que a taxa de juros compostos meses, com capitalização trimestral. Nesse caso, ao
cobrada pela instituição financeira foi 3% ao mês, o final do período de capitalização, o montante será de
valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
vos, foi, em reais, a) R$ 1.200.
b) R$ 1.210.
a) 163.909,00. c) R$ 1.331.
b) 163.500,00. d) R$ 1.400.
c) 154.500,00. e) R$ 1.100.
d) 159.135,00.
e) 159.000,00. Temos a taxa de 40% a. a. com capitalização trimes-
tral, o que resulta em uma taxa efetiva de 40%/4 =
Temos uma dívida de C = 150.000 reais a ser paga 10% ao trimestre. Em t = 6 meses, ou melhor, t = 2
após t = 3 meses no regime de juros compostos, com trimestres, o montante será:
a taxa de j = 3% ao mês. O montante a ser pago é M = C · (1+j)t
dado por: M = 1.000 · (1+0,10)2
M = C · (1+j)t M = 1.000 · 1,21
M = 150.000 · (1+0,03)3 M = 1.210 reais
M = 150.000 · (1,03)3 Resposta: Letra B.
M = 150.000 · 1,092727
M = 15 · 10927,27 5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Julgue o item seguinte,
M = 163.909,05 reais relativo à matemática financeira.
Resposta: Letra A. Considere que dois capitais, cada um de R$ 10.000,
tenham sido aplicados, à taxa de juros de 44% ao
2. (FCC — 2017) O montante de um empréstimo de 4 mês — 30 dias —, por um período de 15 dias, sendo
anos da quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram um a juros simples e outro a juros compostos. Nes-
juros compostos de 10% ao ano, será igual a sa situação, o montante auferido com a capitalização
no regime de juros compostos será superior ao mon-
a) R$ 26.000,00. tante auferido com a capitalização no regime de juros
b) R$ 28.645,00. simples.
c) R$ 29.282,00.
d) R$ 30.168,00. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) R$ 28.086,00.
Veja que a taxa de juros é mensal, e o prazo da apli-
Temos um prazo de t = 4 anos, capital inicial C = cação foi de t = 0,5 mês (quinze dias).
20000 reais, juros compostos de j = 10% ao ano. O
Quando o prazo é fracionário (inferior a 1 unida-
montante final é:
de temporal), juros simples rendem MAIS que juros
M = C · (1+j)t
compostos. Logo, o montante auferido com a capi-
M = 20000 · (1+0,10)4
talização no regime de juros compostos será INFE-
M = 20000 · 1,14
RIOR ao montante auferido no regime simples.
M = 20000 · 1,4641
Resposta: Errado.
M = 2 · 14641
M = 29282 reais
PROBLEMAS ARITMÉTICOS
Resposta: Letra C.
Vimos no início dessa apostila toda a parte teóri-
3. (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo
RACIOCÍNIO LÓGICO

ca que nos dá suporte para que cheguemos até aqui


real cobra juros compostos de 10% ao mês para os
empréstimos pessoais. Gustavo obteve nessa empre- e consigamos resolver mais algumas questões sobre
sa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, esse tópico. Todavia antes disso, lembre-se que, geral-
incluindo os juros, três meses depois. mente, os tópicos como fração, razão e proporção e
O valor que Gustavo deverá pagar na data do venci- porcentagem são os mais cobrados e por isso este é o
mento é: nosso foco principal. Mãos à obra.

a) 6.600 reais. 1. (FGV — 2015) Francisco vendeu seu carro e, do valor


b) 7.200 reais. recebido, usou a quarte parte para pagar dívidas, ficando
c) 7.800 reais. então com R$ 21.600,00. Francisco vendeu seu carro por:
d) 7.986 reais.
e) 8.016 reais. 203
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a) R$ 27.600,00. Perceba que os filhos nasceram em anos seguidos,
b) R$ 28.400,00. então, podemos dizer que o mais novo tem X anos,
c) R$ 28.800,00. os demais têm X+1 e X+2 anos de idade. Sabemos
d) R$ 29.200,00. que a idade de Fernando (39) é igual à soma das ida-
e) R$ 29.400,00. des dos filhos, ou seja,
39 = X + X+1 + X+2
Aqui temos uma questão clássica sobre problemas 39 = 3X + 3
com frações. Para resolver, você precisa ficar atento 3X = 39 – 3
ao enunciado da questão para extrair os dados da 3X = 36
melhor maneira possível. Veja: X = 12
Se Francisco usou 1/4 do valor recebido para pagar dívi- O filho mais velho tem X+2 = 12+2= 14 anos.
das, a fração restante é igual a 3/4, pois essa é a fração Resposta: Letra C.
complementar para completar um inteiro ¼ + ¾ = 1.
Assim, 3/4 do valor do carro equivalem a R$ 4. (VUNESP — 2018) Três quartos do total de uma ver-
21.600,0. Qual o valor do carro todo? ba foi utilizada para o pagamento de um serviço A, e
3/4x = 21600 um quinto do que não foi utilizado para o pagamento
4x · 21600 = 3 desse serviço foi utilizado para o pagamento de um
x = 28800. serviço B. Se, da verba total, após somente esses
Resposta: Letra C. pagamentos, sobraram apenas R$ 200,00, então, é
verdade que o valor utilizado para o serviço A, quando
comparado ao valor utilizado para o serviço B, corres-
2. (FCC — 2016) Em um curso de informática, 2/3 dos alu-
ponde a um número de vezes igual a
nos matriculados são mulheres. Em certo dia de aula,
2/5 das mulheres matriculadas no curso estavam pre-
a) 13.
sentes e todos os homens matriculados estavam pre-
b) 14.
sentes, o que totalizou 27 alunos (homens e mulheres) c) 15.
presentes na aula. Nas condições dadas, o total de alu- d) 16.
nos homens matriculados nesse curso é igual a e) 17.

a) 18. Seja “X” o valor da verba. O serviço A foi pago com


b) 10 ¾ dessa verba: ¾ de x = 3x/4. Não foi utilizado, por-
c) 15. tanto, ¼ de x = x/4.
d) 12. O serviço B foi pago com um quinto do que não foi
e) 21. utilizado do serviço A.
Logo: 1/5 de x/4 = x/20.
Seja x a quantidade de alunos matriculados no cur- Após esses dois pagamentos, restaram 200 reais.
so, sabemos que 2/3 são mulheres. Assim, temos Portanto:
2x/3 mulheres e x/3 homens. Sabemos que 2/5 das
mulheres e todos os homens estavam presentes, x - 3x - x = 200
4 20
totalizando 27 pessoas. Temos:
20x - 15x - x
2 2x x = 200
# + = 27 20
5 3 3
4x
4x x
= 27 = 200
+ 20
15 3
5x + 4x 4x = 200 · 20
= 27
15 4x =4000
9x = 27 · 15 x =1000
9x = 405 Os valores usados para pagar os serviços A e B
foram:
x = 45
Serviço A = 3000/4 = 750 reais
O total de homens é igual a x/3 = 45/3 = 15. Resposta:
Letra C. Serviço B = 1000/20 = 50 reais
Logo, o valor de A em relação a B é: 750/50 = 15
3. (FGV — 2017) Fernando teve três filhos em três anos
vezes maior.
seguidos. Quando ele fez 39 anos reparou que essa
sua idade era igual à soma das idades dos seus três Resposta: Letra C.
filhos. Nesse dia, o seu filho mais velho tinha:
5. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma
a) 12 anos. mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
b) 13 anos. álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
c) 14 anos. misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
d) 15 anos. A respeito dessas misturas, julgue os itens
e) 16 anos. subsequentes.

204
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Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A GEOMETRIA
fique igual à do tanque B é suficiente acrescentar no
tanque A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 Ponto, Reta e Plano
L.
Quando falamos sobre ponto, reta e plano, deve-
( ) CERTO ( ) ERRADO mos ficar atentos que a parte mais importante é em
relação à sua representação geométrica e espacial.
A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
= 1/3. z Representação Simbólica:
Suponha que precisamos acrescentar uma quanti-
dade X de álcool no tanque A para ele chegar nesta „ os pontos são representados por letras maiús-
mesma proporção. A quantidade de álcool passará culas do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C etc.;
a ser de 60 + X e a de gasolina será 240, de modo que „ as retas são representadas pelas letras minús-
ficaremos com a razão: culas do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c etc.;
1/3 = (60+X) / 240 „ os planos são representados pelas letras gregas
Como o 240 está dividindo o lado direito, vamos minúsculas, ou seja, β, ∞, α etc.
passá-lo para o lado esquerdo multiplicando:
240 · 1/3 = 60 + X z Representação Gráfica:
80 = 60 + X
60 + X = 80 r
X = 80 - 60 P
X = 20 litros. α
Resposta: Certo ponto

6. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os indivíduos S1, S2, S3


e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram reta plano
interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No
depoimento, com relação à responsabilização pela
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse Vamos, agora, há alguns pontos interessantes:
que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.
A partir dessa situação, julgue os itens a seguir. „ Passando por um ponto “P” qualquer podemos
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja traçar infinitas retas e dois pontos determinam
8 anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho uma única reta. Veja:
que S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a Os pontos A e B definem a
Pelo ponto P podemos
140 anos, então é correto afirmar que S2 nasceu antes traçar infinitas retas posição de uma reta
de 1984.

( ) CERTO ( ) ERRADO A
P
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que
S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de
B
idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos
dizer que:
Idade de S2 = Idade de S4 + 2
Usando X1, X2, X3 e X4 para designar as respectivas
idades no ano de 2020, podemos escrever que: „ Pontos colineares são aqueles que pertencem à
X2 = X4 + 2 mesma reta.
Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
140 anos:
C
X1 + X2 + X3 + X4 = 140
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140 B
A B
74 + 2X4 = 140
2. X4 = 66 A c
X4 = 33 r
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. COLINEARES
r
E S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985. Não NÃO COLINEARES
RACIOCÍNIO LÓGICO

podemos afirmar que S2 nasceu antes de 1984.


Resposta: Errado.
„ Um plano pode ser determinado de algumas
maneiras. Veja:
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS

Antes de começar a resolver exercícios sobre esse


assunto, é necessário ter o entendimento adequado
sobre geometria e matrizes. Para isso, vamos expla-
nar a parte teórica sobre geometria e matriz e logo em
seguida iremos resolver algumas questões envolven-
do problemas geométricos e matriciais.
205
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Três pontos não colineares: s t

C α a

B c
A
d

Por uma reta e um ponto fora dela:


z Teorema de Tales:
P α
Quando temos um feixe de retas paralelas sobre
duas transversais quaisquer, determinamos segmen-
tos proporcionais. Veja a figura a seguir para enten-
der um pouco mais:

r A B s t

A D a
Por duas retas concorrentes:
B E
b
α C F
c
S C G
D
d
r A B

Vamos destacar algumas proporções:

Por duas retas distintas: z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F;


z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F;
α
z D E ⁄ AB = EF ⁄ BC.

Ângulos
S
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada por
duas semirretas. Veja na figura a seguir o ângulo A, que é
r a abertura delimitada pelas duas semirretas desenhadas:

z Razão entre Segmentos de Reta:

Quando dois pontos delimitam um conjunto de pontos


numa mesma reta, chamamos de segmento de reta e pode-
mos representar por duas letras como, por exemplo AB. O A
início do segmento é em A e termina em B. Veja a seguir:

Reta s
s O ponto desenhado acima no encontro entre as
duas semirretas é denominado “Vértice do ângulo”.
Segmento de Reta AB Um ângulo é medido de acordo com a sua abertura.
A B t Dizemos que uma abertura completa mede 360 graus
(360º). Veja:
Semirreta AB
A B u

z Feixe de Retas Paralelas:


A
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos,
ainda, uma reta que corta a reta de feixe que é chama-
da de reta transversal. Veja:
206
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Como 360o representam uma volta completa, 180º Os ângulos formados pelo cruzamento das retas
representam meia-volta, como você pode ver a seguir são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem
o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D.
180° Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
e C, C e D, e D e A.
Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida.
Uma outra unidade de medida de ângulos é cha-
mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta, a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-
isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu- ples para convertermos qualquer ângulo em radia-
lo reto e tem uma representação bem característica: nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:

180° ---------------------------------- π radianos


60° ------------------------------------ x radianos
180x = 60 π
60r r
x= = radianos
90° 180 3

Polígonos
Os ângulos podem ser classificados quanto ao
valor do ângulo em relação à 90°: Polígono é qualquer figura geométrica fechada for-
mada por uma série de segmentos de reta. Observe:
z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à
90°. Ex.: 30o, 42o, 63o;
z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores
à 90o. Ex.: 100o, 125o e 155o.

Observação: os ângulos de 0 e 180º são denomina-


dos de ângulos rasos.
Outra classificação de ângulos é em relação à
medida:
Os elementos de qualquer polígono são:
z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais)
quando possuem a mesma medida; z Lados: são os segmentos de reta que formam o
z Ângulos complementares: são complementares polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui
quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° + 5 segmentos de reta, isto é, 5 lados);
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
um do outro; tos de reta consecutivos. Estão marcados com
z Ângulos suplementares: são suplementares letras maiúsculas na figura seguir;
quando a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
70° = 180°. Os ângulos 70° e 110° são suplementa- dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
res entre si. lha traçadas no polígono a seguir:

A semirreta que divide um ângulo em duas partes A


iguais é denominada Bissetriz. Veja:

B E

A/2

A/2
C D
RACIOCÍNIO LÓGICO

Para calcular o número de diagonais de um polí-


Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos gono, vamos precisar levar em consideração os vér-
tirar algumas conclusões interessantes. tices (lados). Dessa forma, chegaremos na seguinte
fórmula:
B
n # (n - 3)
A D=
C 2
D
Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.

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z a soma do ângulo interno e do ângulo externo de Veja que podemos colocar o ângulo “a” como suple-
um mesmo vértice é igual a 180º; mentar de 115°, pois os segmentos KL e DE são
z a soma dos ângulos internos de um polígono de n paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar
lados é: do ângulo “x”. Assim,
a + 115 = 180
S = (n – 2) · 180°
a = 65º
------------------
Dica x + 55 = 180
A soma dos ângulos internos de um triângulo (n x = 125º
Logo, x + a = 190º.
= 3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4
Resposta: Letra D.
lados) esta soma é 360º.
2. (CONSULPLAN — 2018) A soma dos ângulos internos
Os polígonos que possuem todos os lados iguais
de um polígono regular que tem 20 diagonais é
e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são
chamados de polígonos regulares. Conheça algumas
a) 495.
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
b) 720.
os seus números de lados.
c) 990.
d) 1080.
Nº DE Nº DE
NOME NOME
LADOS LADOS Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-
3 Triângulo 9 Eneágono gono para descobrir o número de lados:
4 Quadrilátero 10 Decágono n # (n - 3)
D=
5 Pentágono 11 Undecágono 2
6 Hexágono 12 Dodecágono 2
n - 3n
7 Heptágono ... ... 20 =
2
8 Octógono 20 Icoságono
40 = n2 - 3n
Exercite seus conhecimentos através dos exercí- n2 – 3n - 40 = 0
cios comentados a seguir.
Vamos achar as raízes da equação do 2° grau:
1. (IDECAN — 2013) No triângulo a seguir, o lado KL é
paralelo ao segmento DE. - (-3) ± √(-3)2 -4 · 1 · (- 40)
n=
J 2·1

3 ± √9 + 160
x n=
D E 2
115°

3 ± 13
n=
a 55°
2
K L
Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é nas pegar o resultado positivo. Logo,

a) 170°. 3 + 13
n= = 8 lados
b) 180°.
2
c) 185°.
d) 190°.
Aplicando a fórmula da soma dos ângulos internos
e) 195°.
de um polígono, temos:
J S = (n – 2) · 180°
S = (8 – 2) · 180°

55° x S = 1080°.
a
D Resposta: Letra D.
E
115°
3. (FEPESE — 2019) Na figura abaixo, as retas r e s são
paralelas.

a 55°

K L
208
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
r Medidas de Comprimento
α
A unidade principal tomada como referência é o
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou
β menores. A conversão de unidades de comprimento
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo:
θ
s
Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
Se o ângulo α mede 44°30’ e o ângulo θ mede 55°30’,
então a medida do ângulo β é:
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
a) 100°.
b) 55°30’. Km hm dam m dm cm mm
c) 60°.
d) 44°30”.
e) 80°. :10 :10 :10 :10 :10 :10

r Exemplo: converter 5,3 metros para centímetros:


α
Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10·10), pois “andamos” duas
casas até chegar em centímetro. Logo,
α
β 5,3m = 5,3 · 100 = 530 cm.
θ θ
s Medidas de Área (Superfície)
β=α+θ
A unidade principal tomada como referência é o
β = 44°30’ + 55°30’ = 99°60’ = 100° metro quadrado. Além dele, temos outras seis uni-
dades diferentes que servem para medir dimensões
Resposta: Letra A.
maiores ou menores. A conversão de unidades de
superfície segue potências de 100. Veja o esquema a
4. (ESAF — 2003) Os ângulos de um triângulo encon- seguir:
tram-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo,
portanto, é igual a:
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
a) 40°. quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

b) 70°.
c) 75°. ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
d) 80°.
e) 90°.
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Se os ângulos do triângulo se encontram na razão
2:3:4, podemos chamá-los de 2x, 3x e 4x e a soma :100 :100 :100 :100 :100 :100
dos ângulos de um triângulo qualquer é sempre
180º.
Exemplo: converter 5,3 m2 para cm2:
Assim, 2x + 3x + 4x = 180°
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
9x = 180°
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
x = 20°
(100·100), pois “andamos” duas casas até chegar em
O maior ângulo é 4x = 4 ∙ 20° = 80°
centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 · 10000 =
Resposta: Letra D.
53000 cm2.
MÉTRICA, ÁREAS E VOLUMES, ESTIMATIVAS,
Medidas de Volume (Capacidade)
APLICAÇÕES
A unidade principal tomada como referência é o
Sistema de Unidades de Medidas
RACIOCÍNIO LÓGICO

metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades


diferentes que servem para medir dimensões maiores
Quando estudamos o sistema de medidas nos
ou menores.
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Todavia existem as conversões entre as unidades para
uma melhor interpretação e leitura.

209
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A conversão de unidades de superfície segue Os nomes são semelhantes, mas os símbolos que os
potências de 1000. Veja o esquema a seguir indicam são diferentes, veja:

1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do


Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro dia.
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.


×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
GEOMETRIA PLANA

Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 Retângulo

:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os
ângulos internos iguais à 90°.
Exemplo: converter 5,3 m3 para cm3:
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro b
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000·1000),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo,

5,3m3 = 5,3 · 1000000 = 5300000 cm3. h h

Veja, agora, algumas relações interessantes e que


você precisa ter em mente para resolver a diversas
questões. b

UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado


menor “h” de altura.
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
Área do Retângulo
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)

1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3) Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3) fórmula:
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
A=b·h
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
Medidas de Tempo lado e 5 centímetros de altura, a área será:

Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu- A = 10cm · 5cm = 50cm2


to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
se faz a relação nessa unidade. Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
Para transformar de uma unidade maior para a
samos para centímetros quadrados, que neste caso é
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
a unidade de área.
1 hora = 60 minutos
Quadrado
h = 4 · 60 = 240 minutos
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
Para transformar de uma unidade menor para a ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
unidade maior, divide-se por 60. Veja: do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
remos de L. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
L
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) L L


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Aqui vale fazer uma observação que os minutos e


os segundos dos ângulos não são os mesmos do siste-
210 ma (hora – minuto – segundo). L
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b
A área também será dada pela multiplicação da
base pela altura (b · h). Como ambas medem L, tere-
h
mos L · L, ou seja:

A = L2
b
Trapézio
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles tiplicação da base pela altura:
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que A=b·h
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura a seguir Triângulo
b
Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados.
Veja-a a seguir:

a c
B

Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do


trapézio por meio da fórmula abaixo: b

(B + b) # h
A= Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
2
cer a sua altura (h):

Losango

É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-


to. Veja a seguir: a c

L h
L

b
L L
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
Para calcular a área de um losango, vamos preci- lo utilizando a seguinte fórmula:
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
b#h
acordo com a figura a seguir: A=
2

L L Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:


d
z Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois
D lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
L L internos da base são iguais (simbolizados na figu-
ra pela letra A):
RACIOCÍNIO LÓGICO

Assim, a área do losango é dada pela fórmula a


seguir:

D#d a a
A=
2 c
Paralelogramo

É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos A A


paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho. C 211
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z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os Agora vamos falar sobre algumas métricas interes-
três lados com medidas diferentes, tendo também santes que estão presentes no triângulo retângulo.
os três ângulos internos distintos entre si:

b h c
a B c
n m
C A C H B

b a

z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos Devemos nos atentar em relação à algumas fórmu-
os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos las que são extraídas do triângulo acima que poderão
os ângulos internos iguais: nos ajudar com a resolução de algumas questões. Veja
quais são:

h2 = m·n
b2 = m·a
A c2 = n·a
a a
b×c = a·h
h
Essas fórmulas são chamadas de relações métricas
A A do triângulo retângulo.

a Círculo

Podemos calcular a altura usando a seguinte Todos os pontos estão a uma mesma distância em
fórmula: relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura a seguir:
a 3
h=
2

Para calcular a área do triângulo equilátero usan-


do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:
r
2
a 3
A=
4

z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.

A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ·


B r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
c irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
a Vejamos um exemplo para calcular a área de um
círculo com 10 centímetros de raio:

A A = π · r2
b A = π · (10)2
A = π · 100
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado
do triângulo. Veja: Substituindo π por 3,14, temos:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que A = 3,14·100 = 314cm2
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”,
que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de O perímetro de uma circunferência que é a mes-
catetos. ma coisa que o comprimento da circunferência é dado
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre por:
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- C=2·π·r
nusa: a2 = b2 + c2.
212
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Para exemplificar, vamos calcular o perímetro Logo, comprimento do setor circular =
daquela circunferência com 10cm de raio:
a # 2rr
C = 2 · 3,14 · 10 360c
C = 6,28 · 10 = 62,8 cm
GEOMETRIA ESPACIAL
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-
mento de reta que liga um lado ao outro da circun- Poliedros
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
mede o dobro do raio, ou seja, 2r. São figuras espaciais formadas por diversas faces,
cada uma delas sendo um polígono regular. Vamos
conhecer os principais poliedros, destacando alguns
pontos importantes como área e volumes.

Paralelepípedo Reto-Retângulo e Cubo


D = 2r

c a

b
a a

Repare na figura a seguir: O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-


to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores
A
de a = b = c.
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-re-
α
tângulo, devemos multiplicar suas três dimensões. Veja:
V=a·b·c
C B
No caso do cubo, o volume fica:

V = a · a · = a3

As faces do paralelepípedo são retangulares,


enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
Note que formamos uma região delimitada dentro A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. das. Ou seja,
Temos ainda um ângulo central desse setor circular
simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui-
AT = 6a2
mos determinar a área do setor circular e o compri-
mento do segmento de círculo compreendido entre os
Agora, no paralelepípedo reto-retângulo, temos 2
pontos A e B. Sabemos que o ângulo central de uma
retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
volta completa no círculo é 360º. E também sabemos
c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
a área desta volta completa, que é a própria área do
total de um paralelepípedo é:
círculo ( π × r2). Vejamos como calcular a área do setor
circular, em função do ângulo central “α”:
AT = 2ab + 2ac + 2bc
360° ---------------------- π · r 2
Prismas
α ------------------------- Área do setor circular
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
Logo, área do setor circular = que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
a # rr
2 os cilindros. O que os difere é que a base de um pris-
RACIOCÍNIO LÓGICO

ma não é uma circunferência.


360c
O prisma será classificado de acordo com a sua
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-
ma será pentagonal.
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir-
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:

360° --------------------- 2 πr
α -------------------------- Comprimento do setor circular
Prisma triangular Prisma Prisma Prisma
Pentagonal Hexagonal Quadrangular 213
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O volume para qualquer tipo de prisma será sem- O raio é simplesmente a distância do centro da es-
pre o produto da área da base pela altura. Veja: fera até qualquer ponto da sua superfície.
O volume da esfera é calculado usando a seguinte
V = Ab · h
fórmula:
A área total de um prisma será a soma da área late- 4 3
V = 3 # rr
ral com duas bases.

AT = Al + 2Ab E a área da superfície pela fórmula a seguir:

Cilindro A = 4 · πr2

Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são Cone


perpendiculares às bases. Observe a figura a seguir:
Observe a figura a seguir:

Altura
Base (círculo)

Geratriz
Geratriz

A distância entre as duas bases é chamada de altu-


ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro
da base, o cilindro é chamado de equilátero.
Base
Cilindro equilátero: ℎ = 2r

A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da Vamos extrair algumas informações:


base do cilindro é igual a πr2. A base de um cone é um círculo, então a área da
Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e base é πr2.
““abrirmos” todo o cilindro, temos o seguinte: Quando “abrimos” um cone, temos seguinte figura:

H H

R C
R
R
A área da superfície lateral do cilindro é igual a
2πℎ e o volume do cilindro é o produto da área da
base pela altura: V = πr2 · ℎ. Temos, também, a área lateral que é dada pela fór-
mula πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
Esfera Para calcularmos o volume de um cone, basta
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
da base pela altura. Veja:
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
2
rr h
V=
3

Em um cone equilátero a sua geratriz será igual ao


diâmetro, ou seja, 2r.

Pirâmides

A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-


gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ-
214 mides regulares.
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×

Pirâmide Pirâmide Pirâmide


Triangular Quadrangular Pentagonal × + 20
Figura fora de escala

Sabendo que 70% da área dessa praça estão recobertos


de grama, então, a área não recoberta com grama tem

a) 450 m2.
b) 500 m2.
c) 400 m2.
d) 350 m2.
e) 550 m2.
Pirâmide Pirâmide
Hexagonal Heptagonal Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde
à soma de todos os lados. Logo:
O segmento de reta que liga o centro da base a um 2x + 2 · (x + 20) = 160
ponto médio da aresta da base é denominado “apó- 2x + 2x + 40 = 160
tema da base”. Por sua vez, indicaremos por “m” 4x = 120
o apótema da base. E o segmento que liga o vértice x = 30 m
da pirâmide ao ponto médio de uma aresta da base A área, portanto, será:
é denominado “apótema da pirâmide”. Indicaremos Área = 30 · (30 + 20)
por m′ o apótema da pirâmide. Veja: Área = 30 · 50 = 1500 m²
Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 · 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno qua-


drado medem 100 m. Houve erro na escrituração, e ele foi
m' registrado como se o comprimento do lado medisse 10%
a menos que a medida correta. Nessa situação, deixou-se
de registrar uma área do terreno igual a

a) 20 m².
b) 100 m².
m c) 1.000 m².
d) 1.900 m².
e) 2.000 m².
A área lateral da pirâmide é dada por:
A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
Aℓ = pm′
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% · 100 =
A área total da pirâmide é dada por: 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
AT = Ab + Aℓ 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.

O volume da pirâmide é calculado da mesma for- 3. (IDECAN — 2018) A figura a seguir é composta por
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
RACIOCÍNIO LÓGICO

losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área


base pela altura. Veja: da figura mede
Ab # h
V=
3
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
cios comentados a seguir.

1. (VUNESP — 2018) Uma praça retangular, cujas medi-


das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro.
215
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a) 48 cm2. Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans-
b) 50 cm2. bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água.
c) 52 cm2. Nessas condições, é correto afirmar que a medida da
d) 60 cm2. altura desse reservatório, indicada por h na figura, é,
e) 64 cm2. em metros, igual a

Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é a) 1,25.


dada por: b) 1,5.
Área = D · d / 2 = 6 · 4 / 2 = 12cm2 c) 1,75.
Como ao todo temos 5 losangos, a área total é: d) 2,0.
5 · 12 = 60cm2. Resposta: Letra D. e) 2,5.

4. (IBFC — 2017) A alternativa que apresenta o número O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é: Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas. 7,5 = 2,5 · 2 · h
b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas. 3=2·h
c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas. h = 1,5m
d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas. Resposta: Letra B.
e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas.
MATRIZES E DETERMINANTES
Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces ape-
nas, veja: Matrizes

V Uma matriz Mmxn é uma tabela com “m linhas e n


colunas”. Os elementos desta tabela são representa-
dos na forma aij, onde “i representa a linha e j repre-
a senta a coluna” deste termo. Veja um exemplo de uma
a
matriz A2x2:
C
; E
5 -3
A A=
1 7
a
a

B Veja que temos 2 linhas e 2 colunas, ou seja, Aij =


A2x2.
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que O termo a12, por exemplo, é igual a -3.
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta- É importante saber que dizemos que a ordem des-
do ou, então, obtido pela relação: ta matriz é 2x2. A partir dela, podemos criar a matriz
V+F=A+2 transposta AT, que é construída trocando a linha de
4+4=A+2 cada termo pela sua coluna, e a coluna pela linha.
A = 6 arestas . Repare que a ordem de AT é 2x2:
Resposta: Letra D.

< 3 7F
5 1
5. (VUNESP — 2018) Em um reservatório com a forma AT =
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com- -
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme Uma matriz é quadrada quando possui o mesmo
mostra a figura. número de linhas e colunas. Foi o que aconteceu no
nosso exemplo.
Uma matriz possui uma diagonal principal, que no
nosso exemplo da matriz A2x2 é formada pelos núme-
ros 5 e 7. A outra diagonal é dita secundária, formada
pelos números -3 e 1.

; E
× 5 -3
A=
1 7
h Secundária Principal
2
Falamos que há uma matriz de identidade de
ordem “n” quando a matriz quadrada possui todos
2,5 os termos da diagonal principal iguais a 1 e todos os
demais termos iguais a zero. Veja a matriz identidade
de ordem 3:
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RS1 0 0V
W [(1 · 3 · (-1) + 1 · 5 · 0 + 2 · (-2) · 7)] - [(2 · 3 · 0 + 1 · 5 · 7 + 1
SS W
I3 = S 0W
WW · (-2) · (-1))]
SS0 1
W
S0 0 1W (-3 + 0 – 28) – (0 + 35 + 2) =
T X
-31 – 37 = -68.

Dada uma matriz A, chamamos de inversa de A, ou Logo, o det(A) = -68.


A-1, a matriz tal que:
z Matriz de ordem 4 ou superior
A · A-1 = I (matriz identidade)
Siga os seguintes passos:
Determinantes
„ escolher uma linha ou coluna da matriz (dê
O determinante de uma matriz é um número a ela
preferência para a que tiver mais zeros);
associado. Vejamos como calcular.
„ calcular o cofator relativo a cada termo da
z Matriz de ordem 1 linha ou coluna escolhida;
„ multiplicar cada termo da linha ou coluna
Em uma matriz quadrada de ordem 1, o determi- escolhida pelo seu respectivo cofator e, então,
nante é o próprio termo que forma a matriz. Exemplo: somar tudo.

Se A = [4], então det(A) = 4. „ Cofator

z Matriz de ordem 2 O cofator de uma matriz de ordem n ≥ 2 é definido


como:
Em uma matriz quadrada de ordem 2, o determi-
Aij = (-1) i + j. Dij
nante é dado pela subtração entre o produto da dia-
gonal principal e o produto da diagonal secundária.
Veja: Veja um exemplo:

JK1 2 1 0N
; E
5 -3
KK O O
Se A =
3 1 0O
Se A = K O
1 7 2
KK O
KK2 -3 2 1O
OO
Então det(A) = 5 · 7 – (-3) · 1 = 38.
K2 1 1 4O
L P
z Matriz de ordem 3
Então, devemos seguir os passos apresentados
Em uma matriz quadrada de ordem 3, o determi-
acima:
nante é calculado da seguinte forma:

RS 1 1 2V
W „ escolher uma linha ou coluna da matriz (dê
S W preferência para a que tiver mais zeros);
Se A = SSS- 2 3 5WWW
SS 0 W
7 - 1W
T X JK1 2 1 0N
O
KK O
KK2 3 1 0O
O
Então, veja o passo a passo como calcular o det(A). KK2 O
3 2 1O
OO
KK
„ Repetir as duas primeiras colunas: 2 1 1 4O
L P
1 1 2 1 1
„ calcular o cofator relativo a cada termo da
-2 3 5 -2 3 linha ou coluna escolhida;
0 7 -1 0 7
RACIOCÍNIO LÓGICO

Os termos da quarta coluna são o a14, a24, a34 e a44, e


„ Multiplicar os termos no sentido da diagonal chamaremos os respectivos cofatores de A14, A24, A34 e
principal (retas pontilhadas) e subtrair a mul- A44. Como os termos a14 e a24 são iguais a zero, eu não
tiplicação dos termos no sentido da diagonal
preciso calcular os cofatores A14 e A24, pois eles serão
secundária (retas lisas):
multiplicados por zero e o resultado final será igual
a zero.
1 1 2 1 1
O cofator A34 será:
-2 3 5 -2 3
0 7 -1 0 7 „ escolher uma linha ou coluna da matriz (dê
preferência para a que tiver mais zeros); 217
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JK1 2 1 0N z sendo A e B matrizes quadradas de mesma ordem,
KK O O det(AxB) = det(A)det(B);
KK2 3 1 0O
OO z uma matriz quadrada A é inversível se, e somente
KK2 1O se, det(A) ≠ 0;
KK
3 2 OO z se A é uma matriz inversível, det(A-1) = 1/det(A).
2 1 1 4O
L P
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS
Olhando somente para os termos que sobraram,
Agora que já relembramos a parte teórica sobre
veja que temos uma matriz com 3 linhas e 3 colunas
geometria e matrizes, chegou o momento de resolver-
apenas, cujo determinante sabemos calcular:
mos mais questões sobre esses tipos de problemas.
Determinante = 1·3·1 + 2·1·2 + 2·1·1 – 1·3·2 – 2·2·1 Assim, saberemos exatamente como as questões são
– 1·1·1 cobradas em provas.
Determinante = -2
O cofator A34 será: 1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os lados de um terreno qua-
drado medem 100 m. Houve erro na escrituração, e ele foi
A34 = (-1)3+4 · determinante registrado como se o comprimento do lado medisse 10%
A34 = (-1)7 · (-2) a menos que a medida correta. Nessa situação, deixou-se
de registrar uma área do terreno igual a
A34 = (-1) · (-2)
A34 = 2 a) 20 m².
b) 100 m².
c) 1.000 m².
Agora, vamos calcular o cofator A44. Para isso,
d) 1.900 m².
devemos excluir a quarta linha e a quarta coluna da
e) 2.000 m².
matriz original, ficando com:
A área de um quadrado é L². Inicialmente, os lados
JK1 2 1 0N
O do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
KK O área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
KK2 3 1 0O
O O trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% · 100 =
KK2 -3 2 1O
OO 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
KK Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
2 1 1 4O
L P 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.

Calculando o determinante 3x3 que restou, temos: 2. (FCC — 2017) Um terreno tem a forma de um trapézio.
Os lados não paralelos têm a mesma medida.
Determinante = 1·3·2 + 2·1·2 + 2·(-3)·1 – 1·3·2 – 1·(-
A base maior desse trapézio mede 12 m, a base menor
3)·1 – 2·2·2
mede 6 m e a altura mede 4 m. A área e o perímetro
Determinante = -7
desse terreno são, respectivamente, iguais a
Assim, o cofator A44 é:
a) 32 m² e 28 m.
A44 = (-1)4+4 · determinante b) 36 m² e 28 m.
A44 = (-1)8 · (-7) c) 36 m² e 24 m.
d) 32 m² e 24 m.
A44 = 1 · (-7) e) 36 m² e 26 m.
A44 = -7.
Extraindo os dados temos B = 12 m, b = 6 m e H =
Agora, podemos calcular o determinante da matriz 4m. Vamos chamar os lados não paralelos de “L”.
original: Veja como fica esse trapézio:
Determinante = a14· A14 + a24· A24 + a34 · A34 + a44· A44 6m
Determinante = 0A14 + 0A24 + 1 · 2 + 4 (-7)
Determinante = 0 + 0 + 2 - 28 L L
Determinante = -26 4m

As principais propriedades do determinante são:


3m 3m

12 m
z o determinante de A é igual ao de sua transposta A T

z se uma fila (linha ou coluna) de A for toda igual a


zero, det(A) = 0; Para descobrir o valor de L, basta aplicar o Teore-
z se multiplicarmos todos os termos de uma linha ou ma de Pitágoras no triângulo formado pelo lado L
coluna de A por um valor “k”, o determinante da com a altura de 4m e o trecho de 3m. Veja:
matriz será também multiplicado por k; L² = 4² + 3²
z se multiplicarmos todos os termos de uma matriz
L² = 16 + 9
por um valor “k”, o determinante será multiplica-
do por kn, onde n é a ordem da matriz; L² = 25
z se trocarmos de posição duas linhas ou colunas de A, L=5m
o determinante da nova matriz será igual a –det(A); O perímetro do trapézio é dado pela soma de seus
z se A tem duas linhas ou colunas iguais, então quatro lados. Logo:
det(A) = 0;
L + L + 6 + 12 = 5 + 5 + 18 = 28 m
218
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A área é dada por: Logo,
(B + b) # h
A= detA
=
8
=
4
2 detB 6 3
(12 + 6) # 4 Resposta: Letra A.
A=
2
18 # 4 5. (VUNESP — 2017) Uma peça de madeira tem o for-
A= mato de um prisma reto com 15 cm de altura e uma
2
base retangular com 6 cm de comprimento, conforme
A=
72
= 36m2 mostra a figura.
2
Resposta: Letra A.

3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O preço do litro de deter- 15 cm


minado produto de limpeza é igual a R$ 0,32. Se um
recipiente tem a forma de um paralelepípedo retângu-
lo reto, medindo internamente 1,2 dam × 125 cm × 0,08 x
hm, então o preço que se pagará para encher esse reci- 6 cm
piente com o referido produto de limpeza será igual a: (Figura fora de escala)

a) R$ 3,84. Sabendo que o volume dessa peça é 720 cm3, a área


b) R$ 38,40. da base é
c) R$ 384,00.
d) R$ 3.840,00. a) 40 cm2.
e) R$ 38.400,00. b) 48 cm2.
c) 44 cm2.
Devemos colocar todas as medidas na mesma uni- d) 36 cm2.
dade. Veja que: e) 52 cm2.
1,2 dam = 12m = 120dm = 1200 cm
0,08hm = 0,8dam = 8m = 80dm = 800cm O volume é dado pela multiplicação das dimensões,
Assim, o volume total é de: ou seja,
V = 1200 · 125 · 800 720 = 15 · 6 · x
V = 120.000.000 cm3 120 = 15 · x
V = 120.000 dm3 40 = 5 · x
V = 120.000 litros 8=x
Se cada litro custa 0,32 reais, o preço total será de: A área da base é:
Preço = 0,32 · 120.000 Área = 6 · x = 6 · 8 = 48 cm2.
Preço = 38.400 reais. Resposta: Letra E.
Resposta: Letra B.
4. (IBFC — 2016) Considerando as matrizes:

A= ;
3 -2
E e B = < 1 2F
1 4
HORA DE PRATICAR!
1 2 -
1. (CEBRASPE-CESPE — 2023) O lema apresentado em nos-
sa bandeira — Ordem e Progresso — é a diretriz escolhida
Então, o resultado da expressão para nortear a conduta da sociedade brasileira, e a expres-
são desse lema pela sociedade é consequência de sua
detA maturidade social e de seu desenvolvimento econômico.
detB
O texto precedente pode ser expresso corretamente
É igual a: pela proposição lógica

a) 4/3. a) P.
b) -2. b) P˄Q.
c) 3/4. c) P → (Q˄R).
d) (P˄Q) → R.
RACIOCÍNIO LÓGICO

d) 2.
e) ½.
2. (CEBRASPE-CESPE — 2022) A Democracia e a Justiça
Para encontra a resposta da questão, você precisa Social estão sempre lado a lado, e a Justiça Social é
achar o determinante de cada matriz. Sendo assim: consequência direta do nível de maturidade da socie-
dade e do aprendizado do significado de ser humano.
3 2
det A = = 3 · 2 – (-2 · 1) = 6 + 2 = 8 Considerando-se os conectivos lógicos usuais e assu-
1 2
mindo-se que as letras maiúsculas P, Q, R e S repre-
1 4 sentem proposições lógicas, o texto precedente pode
det B = = 1 · 2 – 4 · (-1) = 6 ser expresso corretamente pela seguinte proposição
1 2
lógica:
219
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a) P. 6. (VUNESP — 2023) Considere a afirmação:
b) P∧Q
c) P∧(Q ⇒ R) Animais são bípedes ou são quadrúpedes e árvores
d) (P∧Q) ⇒ R tem folhas verdes.
e) (P∧Q) ⇒ (R∧S)
Uma afirmação que corresponda à negação lógica
3. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Texto dessa afirmação é:

O diálogo a seguir apresenta uma discussão sobre a) Árvores não tem folhas verdes e animais são bípedes
e são quadrúpedes.
futebol.
b) Animais não são bípedes ou não são quadrúpedes e
árvores não têm folhas verdes.
Alvin: Seu time é muito ruim...
c) Animais não são bípedes ou não são quadrúpedes, ou
Bruno: Você está errado, pois meu time é multicam- árvores não têm folhas verdes.
peão de inúmeros torneios. Alvin: [seu time] nunca foi d) Árvores têm folhas verdes e animais não são bípedes
campeão da Champions League. ou são quadrúpedes.
Bruno: [meu time] foi campeão da Champions League e) Árvores não têm folhas verdes ou animais não são
todas as vezes que disputou esse campeonato. bípedes e não são quadrúpedes.

A partir do texto e sabendo-se que o time de Bruno 7. (VUNESP — 2022) Uma afirmação que corresponde à
nunca disputou a Champions League, assinale a negação lógica da afirmação: “Troveja e chove muito,
opção correta. ou o dia está lindo”, é:

a) A segunda afirmação de Alvin é verdadeira, mas a a) Não troveja e não chove muito, ou o dia não está lindo.
segunda afirmação de Bruno é falsa. b) Não troveja ou chove muito, ou o dia está lindo.
b) A segunda afirmação de Alvin é falsa, mas a segunda c) Não troveja ou não chove muito, e o dia não está lindo.
afirmação de Bruno é verdadeira. d) Troveja ou chove muito, e o dia não está lindo.
c) A segunda afirmação de Alvin e a segunda afirmação e) Troveja ou não chove muito, e o dia está lindo.
de Bruno são ambas falsas.
d) Não é possível determinar o valor lógico de pelo 8. (VUNESP — 2020) Considere a seguinte afirmação:
menos uma dentre as segundas afirmações de Alvin e
Bruno. O técnico em análises clínicas realiza testes laborato-
riais e faz análises microscópicas.
e) A segunda afirmação de Alvin e a segunda afirmação
de Bruno são ambas verdadeiras.
Uma negação lógica para a afirmação apresentada
está contida na alternativa:
4. (VUNESP — 2022) Considere falsidade a seguinte pro-
posição: “Se eu dormi bem na noite passada, então a) O técnico em análises clínicas não realiza testes labo-
estou descansado e feliz”. ratoriais e não faz análises microscópicas.
b) O técnico em análises clínicas não realiza testes labo-
Com base na informação apresentada, é necessaria- ratoriais ou não faz análises microscópicas.
mente verdade que eu c) O técnico em análises clínicas não realiza testes labo-
ratoriais, mas faz análises microscópicas.
a) não estou feliz. d) Quem realiza testes laboratoriais e faz análises
b) estou descansado. microscópicas não é técnico em análises clínicas.
c) não estou descansado. e) Quem não realiza testes laboratoriais e não faz análi-
d) dormi bem na noite passada. ses microscópicas é técnico em análises clínicas.
e) não dormi bem na noite passada.
9. (FGV — 2022) Considere as sentenças a seguir.
5. (VUNESP — 2019) Considere as afirmações e seus
respectivos valores lógicos. Paulo é carioca ou Bernardo é paulista.
Se Sérgio é amazonense, então Paulo é carioca.
I. Maria é uma excelente enfermeira. FALSA. Sabe-se que a primeira sentença é verdadeira e a
segunda é falsa. É correto concluir que
II. Joel não é um carpinteiro. VERDADEIRA.
III. Paulo é um cantor de pagode. VERDADEIRA.
a) Paulo é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio é
IV. Sandra não é uma analista competente. FALSA.
amazonense.
b) Paulo é carioca, Bernardo não é paulista, Sérgio é
A alternativa que apresenta uma proposição compos- amazonense.
ta verdadeira é c) Paulo não é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio é
amazonense.
a) Se Paulo é um cantor de pagode, então Maria é uma d) Paulo não é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio não é
excelente enfermeira. amazonense.
b) Joel não é um carpinteiro e Sandra não é uma analista e) Paulo não é carioca, Bernardo não é paulista, Sérgio é
competente. amazonense.
c) Paulo não é um cantor de pagode ou Sandra é uma
analista competente. 10. (FCC — 2022) Toda vez que viaja ao interior, Luciano
d) Se Maria não é uma excelente enfermeira, então San- não vai à feira. Quando está em férias e não é dia útil,
dra não é uma analista competente. Luciano viaja ao interior. Se hoje Luciano foi à feira,
220 e) Joel é um carpinteiro ou Paulo não é cantor de pagode. então, necessariamente,
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a) é dia útil. 14. (FCC — 2021) Independentemente de sua inserção
b) Luciano está em férias. num complexo social de mudança, a crise da palavra
c) Luciano não está em férias. escrita em face da imagem explica- -se, igualmente,
d) não é dia útil. por motivos psicológicos. [...] a palavra escrita é um
e) Luciano não viajou ao interior. sinal, isto é, uma convenção que, para ser compreen-
dida, deve antes provocar todo um sistema de esfor-
11. (VUNESP — 2020) Considere as afirmações e a atribui- ço intelectual. A imagem, ao contrário, oferece-se por
ção de seus respectivos valores lógicos. assim dizer diretamente à consciência: ela dispensa,
em grande parte, o exercício crítico e “reconstrutor”
I. Tiago foi à escola ou Denise ficou dormindo. Afirma- exigido pelo sinal. Na diferença psicológica entre o
ção VERDADEIRA. sinal e a imagem reside todo o segredo do enorme
II. Fernando praticou natação, e Juliana fez a lição de prestígio desta última, do seu poder sugestivo infini-
casa. Afirmação FALSA. tamente maior. A imagem não requer quase nada de
III. Caio não foi trabalhar ou Tiago não foi à escola. Afir- colaboração por parte do homem: ela traz em si mes-
mação VERDADEIRA. ma o seu significado.
IV. Se Marcos estava doente, então Denise ficou dormin-
(MARTINS, Wilson. A palavra escrita. 2. ed. São Paulo: Ática, 1996,
do. Afirmação FALSA. p. 427)
V. Ou Caio não foi trabalhar ou Juliana não fez a lição de
casa. Afirmação VERDADEIRA. A hipótese principal do texto está presente na seguin-
te afirmação:
A partir dessas informações, é correto concluir que
a) Intelectualmente, a palavra escrita requer um exercício
a) Juliana não fez a lição de casa ou Fernando praticou menos crítico em relação à imagem, porque se trata
natação. de mera convenção.
b) Tiago foi à escola, e Marcos não estava doente. b) A imagem, porque carrega em si seu próprio signifi-
c) Ou Denise não ficou dormindo ou Fernando não prati- cado, requer um esforço psicológico maior para ser
cou natação. apreendida pela consciência.
d) Juliana fez a lição de casa ou Denise ficou dormindo. c) Por conta de um contexto social complexo, a palavra
e) Se Tiago foi à escola, então Caio foi trabalhar. escrita tende a se assemelhar psicologicamente à
imagem.
12. (VUNESP — 2019) Considere verdadeiras as afirma- d) A crise da palavra escrita é motivada tanto por ques-
ções a seguir. tões sociais como por motivos psicológicos em rela-
ção à imagem.
I. Todos os funcionários são economistas. e) A imagem traz em si mesma o seu significado, ins-
II. Há economista que também é administrador. taurando a crise da palavra escrita, psicologicamente
semelhante a ela.
A partir dessas afirmações, assinale a alternativa
correta. GV — 2021) Nos textos gregos e romanos, a injunção
para conhecer-se a si mesmo está sempre associada
a) Os administradores que não são economistas são àquele outro princípio que é o cuidado de si, e é essa
funcionários. necessidade de tomar conta de si que torna possível a
b) Qualquer economista é funcionário. aplicação da máxima délfica. Essa ideia, implícita em
c) É possível que haja funcionário que não seja toda a cultura grega e romana, torna-se explícita a par-
economista. tir do Alcibíades I de Platão. Nos diálogos socráticos,
d) Os administradores que são economistas são em Xenofonte, Hipócrates, e em toda a tradição neo-
funcionários. platônica que começa com Albino, o indivíduo deve
e) Os funcionários que são administradores são tomar conta de si mesmo. Deve ocupar-se de si antes
economistas. de colocar em prática o princípio délfico. O segundo
princípio se subordina ao primeiro.
13. (FGV — 2019) Considere a sentença:
(FOUCAULT, Michel. As técnicas de si. Traduzido por Karla Neves e
Wanderson Flor do Nascimento a partir de FOUCAULT, Michel. Dits et
“Todo estudante que gosta de Matemática também écrits. Paris: Gallimard, 1994, v. IV, p. 783-813)
gosta de Ciências Biológicas”.
Segundo o raciocínio presente no texto, a subordina-
Considerando que essa sentença é falsa, é correto ção dos princípios corresponde à seguinte ordem:
RACIOCÍNIO LÓGICO

concluir que:
a) Cuidar de si para conhecer-se a si mesmo.
a) “Todo estudante que não gosta de Matemática gosta b) Conhecer-se a si mesmo para ocupar-se.
de Ciências Biológicas”. c) Cuidar de si para tomar conta de si mesmo.
b) “Nenhum estudante que gosta de Matemática tam- d) Conhecer-se a si mesmo para tomar conta de si.
bém gosta de Ciências Biológicas”. e) Tomar conta de si mesmo para ocupar-se de si.
c) “Todo estudante que gosta de Matemática não gosta
de Ciências Biológicas”. 16. (FCC — 2021) Nos textos gregos e romanos, a injunção
d) “Algum estudante que gosta de Matemática não gosta para conhecer-se a si mesmo está sempre associada
de Ciências Biológicas”. àquele outro princípio que é o cuidado de si, e é essa
e) “Algum estudante que não gosta de Matemática gosta necessidade de tomar conta de si que torna possível a
de Ciências Biológicas”. aplicação da máxima délfica. Essa ideia, implícita em 221
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toda a cultura grega e romana, torna-se explícita a par- 19. (VUNESP — 2019) A ronda policial em um bairro é
tir do Alcibíades I de Platão. Nos diálogos socráticos, sempre feita com quatro pessoas: um sargento e três
em Xenofonte, Hipócrates, e em toda a tradição neo- soldados. Segue a descrição dos componentes de
platônica que começa com Albino, o indivíduo deve quatro rondas:
tomar conta de si mesmo. Deve ocupar-se de si antes
de colocar em prática o princípio délfico. O segundo 1ª ronda: Manoel, Gilberto, Francisco e Arruda. 2ª ronda:
princípio se subordina ao primeiro. João, Rafael, Gilberto e Manoel.
3ª ronda: Roberson, Arruda, Gilberto e Rafael. 4ª ronda:
(FOUCAULT, Michel. As técnicas de si. Traduzido por Karla Neves e Francisco, João, Rafael e Gilberto.
Wanderson Flor do Nascimento a partir de FOUCAULT, Michel. Dits et
écrits. Paris: Gallimard, 1994, v. IV, p. 783-813)
Sabe-se que, das sete pessoas que participaram des-
sas rondas, exatamente duas são sargentos e um
A referência ao diálogo Alcibíades I de Platão é um deles é o
argumento
a) Arruda.
a) de exemplo, que se confirma na ilação sucedida na referên- b) Manoel.
cia aos diálogos socráticos, a Xenofonte e a Hipócrates. c) Rafael.
b) sofístico, porque a estrutura de diálogo contribui para d) Roberson.
o efeito teatral e falso da injunção referida por Michel e) Francisco.
Foucault.
c) de autoridade, confirmado pela existência de uma tra-
20. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considere a seguinte
dição neoplatônica, segundo Michel Foucault.
proposição categórica O.
d) silogístico, porque a lógica do raciocínio de Michel Fou-
cault constrói-se por premissas e síntese conclusiva.
� O: “Nem todo carneiro é dócil”.
e) histórico, porque especifica o modo como os gregos e
romanos cuidavam de si cotidianamente.
Considerando que x pertença ao conjunto T de todos
os animais do mundo, que C(x) represente simbolica-
17. (FCC — 2019) Os irmãos Aldo, Bento e Caio saíram para mente a propriedade “x é carneiro” e que D(x) represen-
passear. Os três usavam bonés, porém de cores dife- te simbolicamente a propriedade “x é dócil”, assinale
rentes: um usou um boné azul, outro, vermelho, e outro, a opção que apresenta uma representação simbólica
branco. Ainda, cada um dos irmãos saiu em um perío- correta da proposição O na linguagem da lógica de pri-
do diferente do dia: um de manhã, outro ao meio-dia e meira ordem.
outro à tarde. Finalmente, um deles saiu de patinete,
outro, de bicicleta, e outro, de skate. Sabe-se que
a) ∀x(C(x) → ¬D(x))
b) ∀x(C(x) → D(x))
− o boné de Aldo não era vermelho;
c) ¬∃x(C(x)ΛD(x))
− Caio saiu de bicicleta de manhã;
d) ∃x(C(x)Λ¬D(x))
− o que usou boné azul saiu mais cedo do que o que
e) ∃x(C(x)ΛD(x))
usou boné branco;
− Bento saiu à tarde;
− o que saiu de patinete usou boné vermelho. 9 GABARITO
Logo,
1 B
a) Aldo saiu de skate e Caio usou boné azul. 2 B
b) o irmão que saiu ao meio-dia usou boné branco e o
que saiu à tarde, boné azul. 3 E
c) o irmão que saiu de skate saiu à tarde e o que saiu de
4 D
patinete saiu ao meio-dia.
d) Bento usou boné azul e Caio saiu de manhã. 5 C
e) Aldo saiu à tarde e Bento usou boné vermelho.
6 E
18. (VUNESP — 2019) Três amigos, Pedro, José e Caio 7 C
marcaram de se encontrar na frente de um estádio de
futebol, para assistirem a um jogo. Sabe-se que: 8 B

� Pedro não foi o último a chegar. 9 C


� Caio chegou antes que José.
10 E
� Pedro chegou depois de Caio.
11 D
Nessas condições, o 1º, o 2º e o 3º a chegar foram,
respectivamente, 12 E

13 D
a) Caio, Pedro e José.
b) José, Pedro e Caio. 14 D
c) Pedro, Caio e José.
d) Pedro, José e Caio. 15 A
e) Caio, José e Pedro.
222
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16 C

17 A

18 A

19 A

20 D

ANOTAÇÕES

RACIOCÍNIO LÓGICO

223
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ANOTAÇÕES

224
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os equipamentos computacionais são apresen-
tados em diferentes construções, como desktop,
notebook, tablet e smartphone, porém mantendo os
princípios de funcionamento fundamentais.

INFORMÁTICA ORGANIZAÇÃO E ARQUITETURA DE


COMPUTADORES

O computador é um dispositivo eletrônico forma-


CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE do por componentes altamente integrados. Ele é a
evolução de uma máquina mecânica, que, no passa-
E SOFTWARE: FUNCIONAMENTO DO do, foi utilizada para a realização de tarefas repetiti-
COMPUTADOR; CONHECIMENTOS DOS vas, envolvendo cálculos matemáticos. O computador
COMPONENTES PRINCIPAIS apresenta alto grau de precisão e previsibilidade. Se
for programado para somar os valores A e B, apresen-
A informática, também chamada de computação, é tando C como resultado, sempre que forem informa-
uma área do conhecimento que foi desenvolvida com dos A e B, o resultado será C.
base em máquinas, inicialmente com válvulas e, pos- Diversos textos identificam épocas diferentes para
teriormente, com transistores, englobando as áreas de o surgimento de equipamentos relacionados à histó-
software (programas) e hardware (equipamentos). ria do computador. A história antiga é uma discipli-
Os computadores, como conhecemos e utilizamos na em constante atualização a cada nova descoberta.
atualmente, surgiram no final da década de 1970 Vamos nos deter aos elementos essenciais dos dispo-
como PC (Personal Computer — computador pessoal), sitivos, que foram importantes para o computador da
em um período dominado pelos mainframes (compu- atualidade.
tadores de grande porte) e terminais nas empresas. O ábaco é um instrumento de cálculo que com-
Os mainframes eram computadores de grande por- bina posições de pedras em linhas sequenciais, uti-
te com sistemas próprios, hardware dedicado e ven- lizado desde o surgimento das operações básicas de
dido por milhares de dólares por empresas históricas cálculo até os dias atuais por estudantes e entusiastas.
como a IBM, chegando a ocupar salas e até andares O sequenciamento das posições numéricas é usado
inteiros de prédios. Concentravam o processamento
nos processadores para operação bit a bit. Datado de
de dados dos programas desenvolvidos especifica-
aproximadamente 3000 a.C., atribui-se a origem aos
mente para aquele dispositivo, em linguagens de pro-
babilônicos.
gramação específicas para aquele tipo de trabalho.
O mecanismo de Anticítera era usado para calcu-
Os terminais nas empresas operavam, basicamente,
como entrada e saída de dados, reunindo informações lar a partir de calendários as posições astronômicas,
coletadas de entradas ou digitações, enviando para o eclipses e astrologia. A previsibilidade dos resultados
mainframe da empresa por uma conexão de rede padro- é utilizada nos processadores para validação do resul-
nizada para aquele equipamento e recebendo o resulta- tado obtido nas operações.
do do processamento que foi realizado remotamente. Blaise Pascal, notável matemático da Idade Média,
De fato, a informática era muito técnica, e, sob o desenvolveu a Pascalina (Le pascaline), um instru-
ponto de vista da atualidade, engessada e cheia de mento matemático considerado a primeira calculado-
regras, limitações e proibições. ra mecânica do mundo, para a realização de adição
Criou-se uma aura técnica quase indecifrável na e subtração. Os processadores utilizam adições suces-
área, que perdurou por muito tempo e ainda assusta sivas para realização de multiplicação, e adição com
alguns novos usuários. negativos para realização de subtrações, inspirados
nos princípios da antiga Pascalina.
Dica No entanto, foi ele quem inventou o sistema biná-
rio? Não. Outro inventor contemporâneo (1673), o
As questões de informática nos concursos públi- matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz, foi
cos são direcionadas para a interpretação de quem criou um modelo capaz de multiplicar, dividir
conceitos e aplicação prática do uso de progra- e extrair raízes quadradas. Nascia o sistema binário,
mas. Contexto histórico, memorização de datas utilizado até hoje nos dispositivos computacionais.
e nomes não costumam ser questionados em Dos teares da França veio uma contribuição rele-
provas atualmente. vante para a computação atual, que eram os cartões
metálicos perfurados dos teares de Jacquard. A pro-
Com a popularização dos computadores na déca- gramação dos teares, a partir de comandos automá-
da de 1980 e a abertura da internet, tudo começou ticos das operações repetitivas, gravadas em cartões
a mudar. A chamada revolução digital transformou metálicos “de memória” (furados ou não), determina-
o mundo mais rapidamente do que qualquer outra va o que a máquina iria realizar.
INFORMÁTICA

revolução anterior. Como podemos observar, cada dispositivo contri-


Em concursos públicos de cargos relacionados buiu com um detalhe importante para o computador
à educação, por exemplo, é comum encontrarmos moderno.
questões que tratam deste aspecto histórico do com- O grande salto em direção ao computador veio
putador e o seu impacto na sociedade. A maioria dos com a máquina diferencial (e analítica) de Charles
concursos de nível médio envolvem o conhecimen- Babbage. Com ela, o cálculo sucessivo de diferenças
to dos fundamentos da computação e, nos cargos de entre conjuntos de números, combinando o princípio
nível superior, os detalhes técnicos e aplicações das dos cartões perfurados do Tear de Jacquard com o sis-
diferentes arquiteturas computacionais. tema binário de Leibniz. 225
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As propostas anteriores foram melhoradas e Herman Holerith apresentou, no final do século XIV, a máquina
de Holerith, para o processamento das perfurações dos cartões do censo demográfico nos Estados Unidos. Ele
fundou a empresa que, associada a outras, se tornou a gigante IBM.
Nos anos 1930, o engenheiro alemão Konrad Zuse construiu o computador Z1. A mudança em relação aos
inventos anteriores se deu pela flexibilidade de cálculos, usando o sistema binário para calcular qualquer opera-
ção matemática e armazenar os resultados em uma memória. O princípio de funcionamento por luzes foi utiliza-
do a seguir pelos ingleses na Inglaterra da Segunda Guerra Mundial.
Os ingleses construíram o Colossus, e os americanos, o Mark I. Basicamente, eram computadores destinados a
decodificar o código secreto dos inimigos de guerra. Derivado deles, surgiu o ENIAC (Eletronic Numeral Integrator
e Calculator) para cálculos matemáticos, dispensando o trabalho de centenas de pessoas (1946).
O modelo de construção do ENIAC, que utilizava válvulas, resistências e interruptores foi rapidamente supera-
do pela novidade chamada de transistor. A redução do tamanho foi acompanhada pela principal mudança inter-
na de sua arquitetura, proposta pelo matemático John von Neuman, que sugeriu que o computador armazenasse
e executasse programas diferentes.
A arquitetura de von Neuman se tornou o modelo do computador moderno, e o EDVAC (1949) foi o primeiro
computador com programa armazenado em memória.

Importante!
A arquitetura de von Neumann é o padrão atual para os dispositivos computacionais. Já existem estudos e
projetos de computadores quânticos, utilizados por grandes empresas, como a Google, mas que estão longe
de nossas residências por questões de preços proibitivos.

De acordo com as características tecnológicas dos computadores, foram organizadas as “gerações” dos dispo-
sitivos computacionais, listadas na tabela.

SEGUNDA QUARTA QUINTA GERA-


PRIMEIRA GERAÇÃO TERCEIRA GERAÇÃO
GERAÇÃO GERAÇÃO ÇÃO (1985–
(1940–1956) (1964–1971)
(1956–1963) (1971–1985) ATUALMENTE)

Transistores
Transistores são miniatu- Surgem os
Constru- Utilizavam válvulas para substituem as
rizados e agrupados em microprocessa- Redes e internet
ção realizar computação válvulas nos
Circuitos Integrados (CIs) dores
circuitos

Interfaces gráfi-
Interação com monitor e
Interação cas e mouse são Multimídia
teclado
usados

A CPU do com-
Dimen- Máquinas enormes, ocupa-
putador toda em Mobilidade
sões vam salas inteiras
um único chip

Utilizavam car-
tões perfurados Magnético e
Armaze- Tambores magnéticos para Mainframe da UFPB usou Eletrônico e
para entrada de ótico, sequencial
namento memória cartão perfurado até 1987 remoto
dados e impres- e aleatório
soras para saída

Consu-
Consumo
mo de Consumiam muita energia Consumo alto Consumo alto Consumo baixo
mediano
energia

Preço do compu-
tador despenca
Utilizados apenas para Automatização de Computação Inteligência
Aplicação
cálculos processos embarcada artificial
(carros, mísseis
etc.)

Programados em lingua-
Progra- Programação em Surgem os sistemas Softwares de
gem de máquina, em Apps pessoais
mação Assembly operacionais alto nível
binário

Primeiras lingua-
gens de alto nível
Lingua- Instaladas e
surgem: Fortran Programação gráfica Nanotecnologia
gens remotas
(56), Cobol (59) e
Algol (58)

ENIAC, EDVAC, UNIVAC e MIT TX0, PDP-1 e IBM/360, Guia da Apolo Apple II, IBM-PC, Internet das
Exemplos
Colossus IBM 1401 11 Z-80, Xerox Alto coisas
226
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Atenção! A evolução do hardware impulsiona o desenvolvimento de novos softwares, e o desenvolvimento de
novos softwares impulsiona a criação de novos hardwares. A informática está em constante atualização.
As gerações possuem características tecnológicas bem definidas, mas como o usuário viu esta evolução? Na
tabela a seguir, veja um comparativo das gerações de dispositivos computacionais e sua operação, sob a ótica do
utilizador.

PRIMEIRA SEGUNDA QUARTA


TERCEIRA GERAÇÃO QUINTA GERAÇÃO
GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO
(1964–1971) (1985–ATUALMENTE)
(1940–1956) (1956–1963) (1971–1985)
Utilizavam válvu-
Tecnologia dos Utilizavam Utilizavam Circuitos Integrados (de dezenas a centenas de milhões de
las (muita ener-
circuitos transistores transistores num chip)
gia e calor)
Tambores mag-
néticos e linhas Núcleos magné-
Memória Circuitos integrados de memória volátil
de retardo de ticos de ferrite
mercúrio
Linguagem de
máquina direto Linguagem de
Forma de na CPU (sem montagem (As-
Linguagens de alto nível de vários estilos
programar programa ar- sembly), Fortran
mazenado em e Cobol
memória)
Não havia, o SOs em mainframes
SOs multiusuário, multita-
programa em Apenas um permitiam vários pro- SOs monousuário
Sistema refa com interface gráfica
execução tinha programa exe- gramas executando (DOS, Windows) e
operacional em PCs (Linux, Windows
domínio total do cutado por vez simultaneamente a monotarefa
95, Mac OS etc.)
hardware CPU
Diversos outros dispositi-
Cartões perfurados para entrada vos multimídia (caixa de
som, mouse, tela touch)
Periféricos de E/S Teclado e monitor; depois, mouse
Impressora para saída dos
resultados Integração com outros
dispositivos de E/S
Centenas de
Milhões de dó- Dezenas de milhares Milhares de dó-
Custo milhares de Centenas de dólares
lares de dólares lares
dólares

Atualmente, estamos utilizando equipamentos de quinta geração, com foco em mobilidade e destaque para as
câmeras dos smartphones, cada vez mais potentes.
Você saberia dizer o que todas estas gerações possuem em comum? Elas seguem a arquitetura de von Neumann,
que se caracteriza por um dispositivo que armazena, no mesmo espaço de memória, os programas e os dados. Seja um
desktop no escritório da empresa ou o smartphone do funcionário, passando pelo notebook do aluno na escola on-line
ou pelo tablet de coleta de dados do censo do IBGE, todos eles seguem a arquitetura de von Neumann.
Ela utiliza bits com valores declarados de zero ou um.
Uma nova tendência, que vem de encontro à inteligência artificial, são os computadores quânticos, que assu-
mem valores além dos bits zero e um.
Os computadores quânticos estão sendo desenvolvidos para executar cálculos por meio da superposição e
interferência, que são propriedades da mecânica quântica. Enquanto o computador convencional da arquitetura
de von Neumann tem os valores de bits definidos como zero ou um, nos computadores quânticos a medida é o
qubit, que poderá assumir vários valores de zero ou vários valores de um, acelerando exponencialmente a velo-
cidade de processamento. A seguir, veja a arquitetura de von Neumann.

Unidade central de processamento Dados e


instruções
Registradores
Contador de
programa
Memória
principal
INFORMÁTICA

Unidade de Endereços
ULA
controle

Sistema de Entrada e Saída

227
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Vamos conhecer o funcionamento desta arquitetura. Algumas bancas organizadoras de concursos cos-
O usuário introduz dados no dispositivo computa- tumam pedir a identificação de um dos componentes
cional por meio do sistema de entrada e saída, como o listados no anúncio.
teclado e o mouse. “Computador Intel Core I5 8 GB 240 GB SSD” indica
Os dados são armazenados na memória, em endere- um computador com processador “Intel Core i5”, que
ços que identificam a localização da informação. possui 8 GB de memória RAM, com 240 GB de armaze-
Quando o processador (UCP ou CPU) precisa reali- namento de massa no modelo SSD (Solid State Disk).
zar um cálculo, busca na memória principal os dados e “Computador ICC IV2361KM19 Intel Core I3 3.20
instruções. A unidade de controle comanda o que será GHz 6GB HD 500 GB” indica um computador com
calculado. Os valores calculados pela Unidade Lógico processador Intel Core i3 de 3,20 GHz de velocidade
Aritmética (ULA) são armazenados nos registradores, máxima (sem overclock), 6 GB de memória RAM e dis-
que guardam os resultados até o final do processamento. co rígido com 500 GB de capacidade.
Com o cálculo realizado, os resultados são armazena-
dos na memória e/ou apresentados em um dispositivo de NOTEBOOK
saída.
Parece até um computador desktop, certo? Pois é. Com alto nível de integração dos componentes, um
Computador desktop, portátil como notebook, tablet e notebook reúne em um conjunto fabril os componen-
smartphone são construções fabricadas com o modelo tes de entrada de dados (teclado e touch pad) com a
da arquitetura de von Neumann. tela de saída de dados, que também poderá ser do tipo
O computador pessoal surgiu na década de 1970, ofe- touchscreen.
recido pela IBM, com o sistema operacional MS-DOS da
Possui bateria para garantir mobilidade, além de
Microsoft.
recursos de conectividade para qualquer tipo de tra-
Na década de 1980, o computador pessoal ganhou o
balho, seja estudantil, corporativo ou para lazer.
mundo, quando diversos fabricantes passaram a ofere-
Atenção! As unidades de disco óptico (CD, DVD,
cer equipamentos compatíveis com o padrão PC. A Apple
BD) caíram em desuso por conta do armazenamen-
desenvolveu uma interface gráfica, a IBM e Microsoft
to removível via USB (pen drives), que, por sua vez,
também.
caíram em desuso por causa do armazenamento de
No começo dos anos 1990, com a abertura do mer-
dados na nuvem. Entretanto, mesmo sendo consi-
cado realizada pelo então presidente Fernando Collor,
deradas tecnologias ultrapassadas para os dias de
o Brasil passou a adquirir equipamentos de primeiro
mundo e acessar a rede mundial de computadores (a hoje, continuam sendo questionadas em provas de
Internet). concursos.
De lá para cá, o nível de integração dos equipamentos
só cresceu, e hoje podemos ter um computador inteiro TABLETS E SMARTPHONES
na palma da mão (tablets), ou com peso reduzido (note-
books), assim como os tradicionais desktops em nossas Os tablets são computadores completos com recur-
mesas. sos específicos (conexão 3G, expansão de memória
com memory card), teclado virtual, câmera fotográfi-
ca, câmera de vídeo conferência, sensor de luminosi-
Dica
dade etc.
O modelo de construção amplamente questiona- A Apple tem o seu próprio modelo iPad, a Samsung
do em provas de concursos é o desktop (compu- tem a linha Galaxy Tab e Galaxy Note, a Acer tem o
tador de mesa). Iconia, a Lenovo tem o Yoga Tablet, e os demais fabri-
cantes também oferecem suas opções.
COMPUTADOR DESKTOP Os smartphones, em relação aos computadores
desktop, apresentam a vantagem da conectividade
Observemos a gravura de um computador desktop móvel para acesso às redes de telefonia.
com impressora: Veja, a seguir, uma gravura de um tablet iPad e de
um smartphone iPhone, ambos da Apple.

Com componentes internos (instalados na unidade


de sistema) e componentes externos (periféricos), os
computadores desktop evoluíram em capacidade de
processamento, memória, armazenamento e recursos.
Os anúncios de computadores costumam seguir
uma padronização de informações: processador,
memória principal (RAM) e memória de armazena-
228 mento de massa (HD ou SSD).
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atenção! Os modelos portáteis, por causa da constante e frenética atualização de recursos, não costumam ser
questionados em provas de concursos. Sobre os dispositivos portáteis, os aplicativos e sistemas operacionais são
mais questionados.

COMPONENTES DE UM COMPUTADOR (HARDWARE E SOFTWARE)

Existem várias formas de classificação do hardware, seja por meio da conexão, da natureza do componente,
da utilização etc. Veja a seguir uma tabela, item por item, com os componentes de um computador, focando na
conexão do componente e dicas relacionadas.
Lembre-se: o processador do computador é o item mais questionado de hardware por todas as bancas
organizadoras.

COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
INTERNO

Cérebro do computador, composto de três unidades: unidade


Principal item do computador. Instalado
Processador lógica e aritmética1, a unidade de controle2 e a unidade de
na placa mãe
registradores3

Cache L1 Memória rápida nível 1 (level 1) Próximo ao núcleo do processador

Cache L2 Memória rápida nível 2 (level 2) Na borda do processador, próximo à memória RAM4

Na borda do processador, próximo à memória RAM. Alguns


Cache L3 Memória rápida nível 3 (level 3)
processadores novos possuem cache L3

Adicionada nos slots de expansão da placa mãe, banco de


Memória RAM Memória principal
memórias. Ela é temporária, volátil, de acesso aleatório

A seguir, vejamos um esquema do processador e seus componentes internos.

Processador
Memória RAM
Unidade de registradores

Cache L1
Unidade
Unidade de Discos de
Lógico- Cache L2
Controle armazenamento
Aritmética
Cache L3

COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
INTERNO

Recebe os componentes internos instala- Motherboard. A velocidade do barramento determina quais com-
Placa-Mãe
dos no computador ponentes podem ser adicionados

Chip de memória CMOS5


BIOS Memória ROM (Read Only Memory)
Contém informações para o boot

Chip com informações para o funciona- Northbridge — ponte norte, memórias e processador (componen-
mento da placa mãe. Controlam o tráfego tes eletrônicos);
Chipset
de dados entre os componentes internos Southbridge — ponte sul, periféricos e dispositivos mecânicos.
e externos Responsável pelo barramento (BUS) do computador

A seguir, um esquema da placa-mãe e seus principais componentes.


INFORMÁTICA

1 ULA, unidade matemática, unidade lógico-artmética, coprocessador automático.


2 Responsável pela busca da próxima instrução (que será executada) e decodificação.
3 Armazena os valores de entrada e saída das operações.
4 RAM — Random Access Memory — memória de acesso aleatório ou randômico. Conhecida como memória principal.
5 CMOS — complementary metal-oxide-semiconductor — tipo de componente eletrônico. 229
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Motherboard – Placa-Mãe

Memória RAM

Processador
Chipset

Northbridge
Memória ROM

BIOS

Chipset

Southbridge

COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
INTERNO

Responsável por construir as imagens. Poderá VGA, SVGA, XGA, conector DB15, via PCI/AGP são os pa-
Placa de vídeo
ser onboard ou off-board drões antigos

Responsável por construir as imagens. Possui As aceleradores de vídeo oferecem HDMI, DVI e RCA como
Aceleradora de
mais memória e é mais rápida que a placa de conexão
vídeo
vídeo padrão HDMI vídeo/áudio e S/PDIF para áudio

RJ-45, cabo de rede oito fios


Permite conectar a uma rede (roteador, hub,
FTTH, fibra óptica
Placa de rede switch, bridge). Opera como entrada e saída
Wi-Fi, wireless
de dados
Usada para conexão a uma rede (PAN, LAN)

RJ-11, cabo telefônico dois ou quatro fios


Permite conectar a linha telefônica, para envio
Modem Linha telefônica necessita de modem para conexão ao prove-
e recebimento de informações
dor de internet

Permite conexão via rede móvel (celular), pela USB6


Modem 4G
linha telefônica celular Funciona igual ao modem convencional

RJ-11, cabo telefônico


Fax Permite o envio de imagens na linha telefônica
Caiu em desuso por causa do e-mail

Importante!
Em breve a tecnologia 5G será a opção para a comunicação móvel em nosso país, substituindo a tecnologia 4G.

Os periféricos de entrada e saída de dados, com interação direta do usuário, são os mais conhecidos e mais
questionados em provas.

COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
EXTERNO

Responsável por exibir as imagens. É um periférico de CRT (tubo), LCD, LED, Plasma. Podem utilizar cone-
Monitor de vídeo
saída de dados xões DB15 (VGA) até HDMI (mais moderna)

Responsável por exibir as imagens e receber a entrada


Monitor de vídeo CRT (tubo), LCD, LED, Plasma
de dados. É um periférico misto, de entrada e saída de
touchscreen Tela capacitiva7 ou resistiva8
dados

6 USB — Universal Serial Bus — Barramento serial universal. Padrão atual de conexões para periféricos.
7 Na tela capacitiva, utilizada no iPhone e iPad, por exemplo, uma película é alimentada por uma tensão e reage com a energia presente no corpo
humano; a troca de elétrons produz um distúrbio de capacitância no local, sendo rápida e corretamente identificado. Tecnologia mais cara e difícil
de ser construída, presente em modelos topo de linha.
8 A tela resistiva, presente em modelos de baixo custo de celulares, smartphones e tablets, com precisão em torno de 85%, resiste melhor a que-
das e variações de temperatura, necessitam de contato físico para determinar a posição do toque, ao coincidir os pontos de diferentes camadas
230 sobrepostas.
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COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
EXTERNO

Teclado Principal periférico de entrada de dados Layout ABNT2 via conexão USB ou Bluetooth

Conexão Serial via USB ou Bluetooth.


Mouse Dispositivo apontador, também para entrada de dados
Existem modelos óticos, sem fio (wireless)

Matricial (impacto), jato de tinta, laser (toner), cera ou Conexão LPT (paralela), COM (serial), USB, RJ-45,
Impressora
térmica. Periférico de saída de dados wireless9 (Wi-Fi10)

Para digitalização de imagens. Periférico de entrada COM (serial), USB


Scanner
de dados Reconhece textos com filtro OCR

Possui diferentes tipos de conexões, como USB,


Impressora, copiadora, scanner e opcionalmente fax.
Multifuncional RJ-45, wireless (Wi-Fi) e é o modelo mais popular
Periférico misto, de entrada e saída de dados
atualmente

Atenção! As impressoras possuem diferentes modelos de impressão de acordo com a tecnologia utilizada.
Confira no capítulo sobre dispositivos de entrada e saída detalhes sobre cada um dos modelos de impressoras
disponíveis no mercado.
Conforme estudado em arquitetura de computadores, o modelo von Neumann indica que o computador
moderno utiliza o armazenamento para guardar os programas (instruções) e os dados. Vejamos algumas formas
de armazenamento permanente de dados.

COMPONENTE DE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
ARMAZENAMENTO

Memória secundária de armazena- IDE, SATA, USB


Disco rígido
mento magnético11 Permanente, não volátil, “unidade C:”, hard disk (HD)

SATA II, USB


Memória secundária de armazena-
Disco rígido Permanente, não volátil, “unidade C:”, SSD (Solid Sta-
mento memória flash12
te Disk)

Memória “terciária”, destinada a IDE, SATA, USB


Disco óptico
backup (cópia de segurança) CD, DVD, BD

Memória portátil, e os pendrives Conexão USB é expansível por hub USB para até 127
Discos removíveis são memória flash com conexão conexões
USB Pen drive, cartão de memória, HD externo

O fornecimento de energia para o dispositivo computacional precisa ser contínuo e estável. Quando o dis-
positivo não possui bateria própria, alguns equipamentos externos de apoio são altamente recomendados na
instalação.

COMPONENTE EX-
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
TERNO DE APOIO

Recebe corrente alternada, entrega corrente estabilizada. Usa ba-


Fornece energia em
Nobreak terias que alimentarão o dispositivo por um período de tempo sufi-
caso de falha da rede
ciente para encerrar os processos abertos com segurança

Estabiliza o sinal Elimina picos de tensão da rede elétrica. Estabiliza a corrente


Estabilizador
elétrico elétrica

Elimina ruídos da rede “Limpa o sinal elétrico”


Filtro de linha
elétrica Ruídos são interferências, como motores e campos magnéticos

Atenção! Os dispositivos de apoio já foram questionados no passado. Atualmente, não têm aparecido em
provas de concursos, mas fica a recomendação: tenha pelo menos um filtro de linha para ligar o seu dispositivo
computacional.
INFORMÁTICA

9 Wireless — toda conexão sem fio é uma conexão wireless, incluindo o Wi-Fi, infravermelho, rádio, via satélite etc.
10 Wi-Fi — Wireless Fidelity — conexão confiável sem fios.
11 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
12 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida, e, quando o dispositivo é desligado, poderá voltar rapidamente para onde
estava antes. 231
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z CAN (Campus Area Network): rede de área cam-
REDES DE COMPUTADORES: pus é uma rede de computadores feita da interco-
CONCEITOS BÁSICOS nexão de redes de área local (LANs) dentro de uma
área geográfica limitada. Os equipamentos de rede
TERMINOLOGIA E APLICAÇÕES (computadores, roteadores) e meios de transmis-
são (fibra óptica, cabos pares trançados) são quase
inteiramente pertencentes ao inquilino/proprietá-
Classificação quanto à Privacidade
rio do campus: seja uma empresa, universidade,
governo etc.;
Podemos classificar a rede em Internet, Intranet e
z MAN (Metropolitan Area Network): rede de
Extranet:
área metropolitana interliga computadores em
uma região de uma cidade, chegando, às vezes, a
z Internet: é um conglomerado de redes públicas,
interligar até computadores de cidades vizinhas
interconectadas e espalhadas pelo mundo inteiro
próximas. São usadas para interligação de com-
por meio do protocolo de internet, o que facilita o
putadores dispersos numa área geográfica mais
fluxo de informações espalhadas por todo o globo
ampla, em que não seja possível ser interligada
terrestre;
usando tecnologia para redes locais;
z Intranet: é uma rede de computadores privada
z RAN (Regional Area Network): rede de área
que assenta sobre a suíte de protocolos da Inter-
regional é uma rede de computadores de uma
net, porém, é de uso exclusivo de um determinado
local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, região geográfica específica, caracterizadas pelas
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou conexões de alta velocidade utilizando cabos de
colaboradores internos; fibra óptica e RANs. São maiores que as redes de
z Extranet: permite-se o acesso externo às bases cor- área local (LAN) e as redes de área metropolitana
porativas, disponibilizando somente dados para (MAN), mas menores que as redes de longa distân-
fins específicos para representantes, fornecedores cia (WAN);
ou clientes de uma empresa. Outro uso comum z WAN (Wide Area Network): rede de Longa Dis-
do termo extranet ocorre na designação da “parte tância são redes que usam linhas de comunicação
privada” de um site, onde apenas os utilizadores das empresas de telecomunicação. É usada para
registados (previamente autenticados com o seu interligação de computadores localizados em dife-
login e senha) podem navegar; rentes cidades, estados ou países.
z VPN: a Rede Privada Virtual (Virtual Private Net-
work) é uma rede de comunicações privada cons- Podemos fazer interligações entre redes, de forma
truída sobre uma rede de comunicações pública que uma rede distinta possa se comunicar com uma
(como por exemplo, a Internet). Uma VPN é uma outra rede. Entre as formas de interligações de rede
conexão estabelecida sobre uma infraestrutura destacamos a Internet, Extranet e Intranet.
pública ou compartilhada, usando tecnologias de
tunelamento e criptografia para manter seguros os Classificação segundo a Arquitetura de Rede
dados trafegados.
Exemplos de Arquiteturas: Arcnet (Attached Re-
Classificação Segundo a Extensão Geográfica source Computer Network); Ethernet; Token ring; FD-
DI (Fiber Distributed Data Interface); ISDN (Integra-
Agora trataremos sobre a classificação das redes ted Service Digital Network); Frame Relay; ATM (Asyn-
de computadores. É importante saber que as redes de chronous Transfer Mode); X.25 e DSL (Digital Subscri-
computadores podem ser classificadas de duas for- ber Line).
mas: pela sua dispersão geográfica e pelo seu tipo de
topologia de interconexão. Classificação Segundo a Topologia
Em relação à dispersão geográfica, podemos clas-
sificá-las como: Mais um detalhe sobre a classificação das redes. As
redes podem ser classificadas segundo sua topologia
z PAN (Personal Area Network): rede de área lógica e física. São Exemplos de topologia física:
pessoal é uma rede utilizada para interligar dis-
positivos centrados na área de uma pessoa indi- z Rede ponto a ponto (Peer-to-peer);
vidualmente. Um exemplo disso é a conexão sem z Rede em barramento (Bus);
fio chamada WPAN que é baseada no padrão IEEE z Rede em anel (Ring);
802.15, que usa o Bluetooth e o Infrared Data Asso- z Rede em estrela (Star);
ciation, e a conexão com fio, caso do cabo USB z Rede em árvore (Hierárquica);
(ligando o celular há um computador); z Rede em malha (Mesh);
z LAN (Local Area Network): rede de área local são z Rede Híbrida.
redes de pequena dispersão geográfica como os
computadores interligados em uma mesma sala, Rede Ponto a Ponto (P2P)
prédio ou campus, com a finalidade de compartilhar
recursos associados aos computadores ou permitir a Peer-to-peer ou Ad-Hoc é uma arquitetura de redes
comunicação entre os usuários destes equipamentos; de computadores onde cada um dos pontos, ou nós da
z VAN (Vertical Area Network): rede de área ver- rede, funciona tanto como cliente quanto como ser-
tical é utilizada em redes prediais, tendo a neces- vidor, permitindo compartilhamentos de serviços e
sidade de uma distribuição vertical dos pontos de dados sem a necessidade de um servidor central usan-
232 rede; do cabo par trançado Cross-Over.
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Rede em Barramento (Bus)

É uma topologia de rede em que todos os computadores são ligados em um mesmo barramento físico de dados,
também chamado de backbone. Neste tipo de topologia, quando um computador transmite, ele ocupa toda rede e
os dados são “escutados” por todos os nós. Caso haja duas ou mais máquinas transmitindo um sinal, haverá uma
colisão de dados e será, então, preciso reiniciar a transmissão.

z Vantagens: facilidade de instalação; a mídia é barata, fácil de trabalhar e instalar; impressoras podem ser
compartilhadas; minimiza-se a quantidade de cabo utilizado nas ligações à rede; e ser mais eficiente e rápida
do que as demais;
z Desvantagens: limitação de conexão; problemas são difíceis de isolar; uma falha ao longo da linha de comu-
nicação comum afeta todas as transmissões na rede; se o cabo principal falhar (Backbone), toda a estrutura
colapsa; e a rede pode ficar extremamente lenta em situações de tráfego pesado.

Rede em Anel (Ring)

Consiste em estações conectadas por meio de um circuito fechado, em série. Consiste de uma série de repeti-
dores ligados por um meio físico, de modo que o anel não interliga as estações diretamente, sendo cada estação
ligada a estes repetidores.

z Vantagens: todos os computadores acessam a rede igualmente e a performance não é impactada com o
aumento de usuários;
z Desvantagens: a falha de um computador pode afetar o restante da rede e os problemas são difíceis de isolar.

Rede em Estrela (Star)

A mais comum atualmente, a topologia em estrela utiliza cabos par trançados e um concentrador como ponto
central da rede. O concentrador se encarrega de retransmitir todos os dados para a estação de destino.

z Vantagens: a codificação e adição de novos computadores é simples; gerenciamento centralizado; e a falha de


um computador não afeta o restante da rede;
z Desvantagem: uma falha no dispositivo central paralisa a rede inteira.

Rede em Estrela Estendida (Extended Star)

Usa-se a topologia em estrela para ser criada. Ela une as estrelas individuais vinculando os hubs/switches. Isso
estenderá o comprimento e o tamanho da rede.

z Vantagens: igual a topologia estrela normal. Apenas estende os domínios de colisão e de Broadcast; sempre que uma
pequena rede precisa ser interligada, a facilidade é grande, devido à simplicidade da manutenção das redes;
z Desvantagens: domínios de colisão e broadcast podem ficar muito grandes, prejudicando o desempenho da
rede; se houver falha em um equipamento que interconecta duas ou mais pequenas redes, todas elas podem
ficam incomunicáveis.

Rede em Árvore (Hierárquica)

São barras interconectadas em que ramos menores são conectados a uma barra central, por um ou mais Hubs,
switch e repetidores que interconectam outras redes. No geral, as redes em árvore irão trabalhar com uma taxa
de transmissão menor do que as redes em barra comum.

z Vantagem: o monitoramento da rede é melhor, tendo em vista que existe um computador controlando o trá-
fego da rede. Isto pode otimizar o fluxo, diminuindo o consumo de banda e aumentando a velocidade da rede;
z Desvantagens: as redes podem se tornar muito grandes, aumentando o domínio de colisão; podem ocorrer
falhas na rede devido a erros humanos, uma vez que o tráfego é controlado por um computador.

Rede em Malha (Mesh)

Quando não puder ocorrer nenhuma interrupção nas comunicações, as redes em malha são utilizadas. Cada
INFORMÁTICA

host tem suas próprias conexões com todos os outros hosts. Isso também reflete o projeto da Internet, que possui
vários caminhos para qualquer lugar.

Rede Híbrida (Mista)

É a topologia mais utilizada em grandes redes. Adequa-se a topologia de rede em função do ambiente, com-
pensando os custos, expansibilidade, flexibilidade e funcionalidade de cada segmento de rede. São as que utili-
zam mais de uma topologia ao mesmo tempo, podendo existir várias configurações que criamos utilizando uma
variação de outras topologias. 233
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Comparação entre as Principais Topologias

TOPOLOGIA VANTAGENS DESVANTAGENS

Ponto a ponto Baixíssimo custo Pequena e limitada

Barramento Facilidade de instalação Queda de qualidade com o acréscimo de novos usuários

Performance equilibrada Baixa tolerância a falhas. A queda de um ponto paralisa toda a rede
Anel
para todos os usuários Dificuldade de localização do ponto de falha.

TOPOLOGIA VANTAGENS DESVANTAGENS

Fácil localização de problemas O nó concentrador é um ponto vulnerável da rede


Estrela
Facilidade de modificação da rede Custos mais elevados que a topologia barramento

Árvore Facilidade de manutenção do sistema Dependência do nó hierarquicamente superior

Full Meshed Altamente confiável Altamente redundante (custos elevados)

Topologia Lógica

Refere-se ao modo como os dados são transmitidos através da rede a partir de um dispositivo para o outro,
sem levar em conta a interligação física dos dispositivos.
Broadcast e passagem de token (Token Ring) são os dois tipos mais comuns de topologias lógicas.
A topologia lógica mais comum em redes locais é a Broadcast.

z Broadcast: o tipo de topologia de broadcast significa que cada host envia seus dados a todos os outros hosts no
meio da rede. As estações não seguem nenhuma ordem para usar a rede, a primeira a solicitar é a atendida:
essa é a maneira como a Ethernet funciona. Posteriormente, aprenderemos um pouco mais;
z Token Ring: a passagem de token controla o acesso à rede, passando um token eletrônico sequencialmente
para cada host. Quando um host recebe o token, significa que esse host pode enviar dados na rede. Se o host
não tiver dados a serem enviados, ele vai passar o token para o próximo host e o processo será repetido.

MODELOS DE ARQUITETURA (OSI/ISO E TCP/IP)

Modelo de Arquitetura OSI

No início, quando as redes de computadores surgiram, as tecnologias eram do tipo proprietárias, isto é, só
eram suportadas pelos seus próprios fabricantes, não havendo a possibilidade de misturar as tecnologias dos
fabricantes.
O Modelo OSI (Open System Interconnection) é um modelo de rede de computador referência da ISO, sendo
dividido em camadas de funções, criado em 1971 e formalizado em 1983, com objetivo de ser um padrão para pro-
tocolos de comunicação entre os mais diversos sistemas em uma rede local (Ethernet), garantindo a comunicação
entre dois sistemas computacionais (end-to-end).
O modelo divide as redes de computadores em 7 camadas, de forma a se obter camadas de abstração. Cada
protocolo implementa uma funcionalidade atrelada a uma determinada camada.
Segundo Tanenbaum, o Modelo OSI não é uma arquitetura de redes, pois ele não especifica os serviços e proto-
colos exatos que devem ser usados em cada camada. O modelo OSI apenas informa o que cada camada deve fazer.
O OSI permite comunicação entre máquinas heterogêneas e define diretivas genéricas para a construção de
redes de computadores (seja de curta, média ou longa distância), independente da tecnologia utilizada.
Vamos conhecer o modelo de protocolos OSI. Trata-se de um modelo de sete camadas, divididas da seguinte
forma:

7 - APLICAÇÃO Interfaces com aplicativos

6 - APRESENTAÇÃO Formatos/Criptografia

5 - SESSÃO Controle de sessão entre aplicativos

4 - TRANSPORTE Conexão entre hosts/Portas

3 - REDE Endereço lógico/Roteadores

2 - ENLACE DE DADOS Endereço físico/Pontes e Switches

1 - FÍSICA Hardware/Sinal elétrico/bits

234 Esse modelo é estruturado de forma que cada camada tem sua própria característica.
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Cada camada pode comunicar-se apenas com a sua camada inferior ou superior e somente com a sua camada
correspondente em outra máquina.

Camada 7: Aplicação

A camada de Aplicação faz a interface entre o protocolo de comunicação e o aplicativo que pediu ou que rece-
berá a informação por meio da rede. Por exemplo, se você quiser baixar o seu e-mail com seu aplicativo de e-mail,
ele entrará em contato com a Camada de Aplicação do protocolo de rede, efetuando este pedido.

Camada 6: Apresentação

A camada de Apresentação converte os dados recebidos pela camada de Aplicação em um formato a ser usado
na transmissão desse dado, ou seja, um formato entendido pelo protocolo. Ele funciona como um tradutor se esti-
ver enviando os dados da camada de Aplicação para a camada de Sessão e se está recebendo os dados da camada
de Sessão para a Aplicação.

Camada 5: Sessão

A camada de Sessão permite que dois computadores diferentes estabeleçam uma sessão de comunicação. Com
esta camada, os dados são marcados de forma que, se houver uma falha na rede, quando a rede se tornar dispo-
nível novamente, a comunicação pode reiniciar de onde parou.

Camada 4: Transporte

A camada 4, chamada de camada de Transporte é responsável por pegar os dados vindos da camada de Sessão
e dividi-los em pacotes que serão transmitidos pela rede. Trata-se de uma camada responsável por pegar os paco-
tes recebidos da camada de Rede e remontar o dado original para enviá-lo à camada de Sessão. Nesse processo,
inclui-se o controle de fluxo, correção de erros, confirmação de recebimento (acknowledge), informando o sucesso
da transmissão. A camada de Transporte divide as camadas de nível de aplicação (de 5 a 7 preocupadas com os
dados contidos no pacote) das de nível físico (de 1 a 3 preocupadas com a maneira que os dados serão transmiti-
dos). A camada de Transporte faz a ligação entre esses dois grupos.

Camada 3: Rede

A camada de Rede é responsável pelo endereçamento dos pacotes, convertendo endereços lógicos em endere-
ços físicos, de forma que os pacotes consigam chegar corretamente ao destino. Essa camada também determina
a rota que os pacotes irão seguir para atingir o destino, baseada em fatores como condições de tráfego da rede e
prioridades. Rotas são os caminhos seguidos pelos pacotes na rede.

Camada 2: Link de Dados

A camada 2 é chamada de Link de Dados. A camada de Link de Dados (conhecida também como Conexão de
Dados ou Enlace) pega os pacotes de dados vindos da camada de Rede e os transforma em quadros que serão tra-
fegados pela rede, adicionando informações como endereço físico da placa de rede de origem e destino, dados de
controle, dados em si, e os controle de erros. Esse pacote de dados é enviado para a camada Física, que converte
esse quadro em sinais elétricos enviados pelo cabo da rede.

Camada 1: Física

A camada Física pega os quadros enviados pela camada de Link de Dados e os converte em sinais compatíveis
com o meio onde os dados deverão ser transmitidos. A camada física é quem especifica a maneira com que os
quadros de bits serão enviados para a rede. A camada Física não inclui o meio onde os dados trafegam, isto é,
o cabo de rede. Quem faz o seu papel é a placa de rede. A camada Física pega os dados que vem do meio (sinais
elétricos, luz etc.) converte em bits e repassa à camada de Link de dados, que montará o pacote e verificará se ele
foi recebido corretamente.
Em sua prova pode aparecer as camadas, protocolos e suas funções. Vejamos no quadro abaixo:

CAMADAS PROTOCOLOS FUNÇÃO


INFORMÁTICA

HTTP, RTP, SMTP, FTP, SSH, Telenet, SIP, RDP, IRC,


1 Aplicação Prover serviços de rede às aplicações
SNMP, NNTP, POP3, IMAP, BitTorrent, DNS etc.
Criptografia, codificação, compressão e forma-
2 Apresentação XDR, TLS etc.
tos de dados
Iniciar, manter e finalizar sessões de
3 Sessão NetBIOS
comunicação
4 Transporte NetBEUI, TCP, UDP, SCTP, DCCP, RIP etc. Transmissão confiável de dados, segmentação
235
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CAMADAS PROTOCOLOS FUNÇÃO
Endereçamento lógico e roteamento; Controle
5 Rede IP (IPv4, IPv6), Ipsec, ICMP, ARP, RARP, NAT
de tráfego
Ethernet, IEE 802.1Q, HDLC, Token ring, FDDI, Endereçamento físico; Transmissão confiável
6 Enlace
PPP, Swicth, Frame, relay, ATM etc. de quadros
Modem, 802.11 WIFI, RDIS, RS-232, EIA-422, RS-
Interface com meios de transmissão e
7 Física 449, Bluetooth, USB, 10BASE-T, 100BASE, TX,
sinalização
ISDN, SONET, DSL

Modelo de Arquitetura TCP/IP

O TCP/IP (também chamado de pilha de protocolos TCP/IP) é um conjunto de protocolos de comunicação entre
computadores em rede. Seu nome é proveniente de dois protocolos: o TCP (Transmission Control Protocol, em
português Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP (Internet Protocol, ou Protocolo de Internet, ou ainda,
protocolo de interconexão).
O protocolo mais usado atualmente nas redes locais é o protocolo TCP/IP, isso graças a Internet, pois esse é o
tipo por ela utilizado, praticamente obrigando todos os fabricantes de sistemas operacionais de rede a suporta-
rem esse protocolo. Uma das grandes vantagens deste protocolo é a possibilidade de ser roteável, ou seja, ele foi
desenvolvido para redes de grande porte, o que permite que os dados possam seguir vários caminhos distintos
até o seu destinatário.
Diferentemente do modelo OSI, que possui sete camadas, o modelo TCP/IP possui quatro camadas. São elas:

Camada 1: Camada de Aplicação

A camada de aplicação corresponde às camadas 5, 6 e 7 do modelo OSI. Ela é responsável por fazer a comuni-
cação entre os aplicativos e o protocolo de transporte. Entre os principais protocolos que operam nesta camada
destacam-se o HTTP (Hyper Text Transfer Protocol), SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), FTP (File Transfer Pro-
tocol) e o Telnet. Ela se comunica com a camada de transporte por meio de uma porta. As portas são numeradas
e as aplicações padrão usam sempre uma mesma porta. Por exemplo, o protocolo SMTP utiliza sempre a porta
25, o HTTP a porta 80 e o FTP as portas 20 (para transmissão de dados) e 21 (para transmissão de informações de
controle). Por meio das portas é possível saber para qual protocolo serão enviados os dados de uma determinada
aplicação. É importante que se saiba que é possível configurar cada porta de cada aplicação.

Camada 2: Camada de Transporte

A camada de transporte equivale à camada de transporte do modelo OSI. Esta camada é responsável por pegar
os dados enviados pela camada de aplicação e transformá-los em pacotes a serem repassados para a camada de
Internet. Trata-se de uma camada que utiliza uma forma de multiplexação, onde é possível transmitir simulta-
neamente dados de diferentes aplicações. Nela operam dois protocolos: o TCP (Transport Control Protocol) e o
UDP (User Datagrama Protocol). Ao contrário do TCP, este segundo protocolo não verifica se o dado chegou ao seu
destino, já com o TCP, para todo pacote enviado sempre há uma confirmação se este chegou ou não.

Camada 3: Camada de Internet

Corresponde à camada de redes no modelo OSI. Existem vários protocolos que podem operar nesta camada: IP
(Internet Protocol), ICMP (Internet Control Message Protocol) e ARP (Address Resolution Protocol).
Na transmissão de um dado de programa, o pacote de dados recebido da camada TCP é dividido em pacotes
chamados datagramas, que são enviados para a camada de interface com a rede, onde são transmitidos pelo
cabeamento da rede a partir de quadros.
Essa camada é responsável pelo roteamento de pacotes, isto é, adiciona ao datagrama informações sobre o
caminho que ele deverá percorrer.

z ICMP (Internet Control Message Protocol, ou Protocolo de Controle de Mensagens da Internet): o ICMP
é um protocolo suplementar que não torna o protocolo IP confiável, mas é um protocolo de mensagem de
controle, cujo princípio é fazer um “feedback” sobre os problemas no ambiente de comunicação. Também não
há garantia de envio do pacote ICMP ou que uma mensagem de controle seja retornada. Este protocolo é o
responsável por gerar o controle e mensagens em caso de erro.

As mensagens são geradas quando: o destino está inacessível, não existe rota para o destino, destino restrito
(restrito por um firewall, por exemplo), endereço inacessível, porta inacessível, o pacote é muito grande, tempo
da transferência excedeu e erro no pacote.

Camada 4: Camada de Rede (Link)

A Camada de Rede corresponde às camadas 1 e 2 do modelo OSI. Ela é responsável por enviar o pacote recebi-
236 do pela camada de Internet em forma de quadro (frame ou datagrama) através da rede.
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PROTOCOLOS IP (Protocolo de Internet)

Protocolo é uma convenção que controla e possi- Protocolo de Internet (Internet Protocol, IP) é
bilita uma conexão, comunicação, transferência de um protocolo de comunicação usado entre todas as
dados entre dois sistemas computacionais. máquinas em rede para encaminhamento dos dados.
Protocolo é um conjunto de regras e normas que Endereço IP, de forma genérica, é uma identifica-
permitem a comunicação e a troca de informações ção de um dispositivo (computador, impressora etc.)
entre computadores e também é um conjunto de em uma rede local ou pública. Cada computador na
regras padronizadas que especifica um formato, a sin- internet possui um IP único, que é o meio em que as
cronização, o sequenciamento e a verificação de erros máquinas usam para se comunicarem na Internet.
em comunicação de dados. Para um melhor uso dos endereços de equipa-
Em resumo, um protocolo pode ser definido como mentos em rede pelas pessoas, utiliza-se a forma de
“as regras que governam” a sintaxe, semântica e sin- endereços de domínio, tal como “https://www.nova-
cronização da comunicação. Os protocolos podem ser concursos.com.br/”. Cada endereço de domínio é con-
implementados pelo hardware, software ou por uma vertido em um endereço IP pelo DNS (Domain Name
combinação dos dois. System, servidor de nome de domínio). Este processo
de conversão é conhecido como “resolução de nomes”.
TCP/IP
Atribuição de Endereço IP
TransmissionControl Protocol/Internet Pro-
tocol, ou Protocolo de Controle de Transmissão/ Os endereços IP dinâmicos são mais frequente-
Protocolo de Inter-redes: refere-se ao principal con- mente atribuídos em redes locais (LANs) e redes de
junto de protocolos utilizados na Internet. É impor- banda larga pelo serviço denominado Dynamic Host
tante saber que ele inclui uma série de padrões que Configuration Protocol (DHCP). Este serviço é utilizado
especificam como os computadores vão se comunicar
para evitar a sobrecarga administrativa de atribuição
e criar ajustes para conectar redes, além de servir
de endereços estáticos específicos para cada dispositi-
para o roteamento a partir dessas conexões. O TCP
vo de uma rede. Em sistemas operacionais mais atuais
e o IP são apenas dois membros da família TCP/IP e
de desktop, a configuração de IP dinâmica é ativada
por serem os mais utilizados ou mais conhecidos, tor-
por padrão.
nou-se comum usar o termo TCP/IP para referir-se ao
conjunto todo.
IPv4
No que se refere ao TCP e IP, os protocolos pos-
suem mecanismos para que os dados saiam da origem
e cheguem ao destino em forma de pacotes. O endereço IP, na versão 4 do IP (IPv4), é um núme-
Independentemente do tamanho do arquivo, seja ro de 32 bits oficialmente escrito com quatro octetos
uma conversa em bate-papo, e-mail, imagens, músi- de bits (4 bytes) representados no formato decimal
cas ou vídeos, nenhuma informação que trafega na como, por exemplo, “192.168.1.2”. A primeira parte do
Internet trafega de maneira inteira. Tais informações, endereço identifica uma rede específica na Internet,
para trafegarem na rede, passam por um processo a segunda parte identifica um host dentro dessa rede.
chamado particionamento, que consiste em dividir a Devemos notar que um endereço IP não identifica
mensagem em pequenos pacotes ou lotes. uma máquina individual, mas uma conexão à rede.
O TCP é um protocolo confiável, sendo orientado Originalmente, o espaço do endereço IP foi dividi-
à conexão, garante a entrega e assegura o sequen- do em poucas estruturas de tamanho fixo chamados
ciamento dos pacotes. Caso a rede perca ou corrom- de “classes de endereço”.
pa um pacote TCP durante a transmissão, é tarefa do
TCP retransmitir o pacote faltoso ou incorreto. Lem-
GAMA DE Nº DE ENDEREÇOS
bre-se, apenas o pacote perdido (faltoso) ou incorreto CLASSE
ENDEREÇOS POR REDE
(corrompido) é reenviado. Porém, essa confiabilidade
tem um preço. Os cabeçalhos dos pacotes TCP reque- 0.0.0.0 até
A 16 777 216
rem o uso de bits adicionais para assegurar o corre- 127.0.0.0
to sequenciamento da informação. Para garantir a
entrega dos pacotes, o protocolo também requer que 128.0.0.0 até
B 65 536
o destinatário informe o recebimento do pacote. 191.255.0.0
O IP é um protocolo que providencia a entrega 192.0.0.0 até
de pacotes para todos os outros protocolos da famí- C 256
223.255.255.0
lia TCP/IP, endereçando os pacotes. O IP oferece um
sistema de entrega de dados sem conexão. Isto é, os 224.0.0.0 até
D Multicast
pacotes TCP não são garantidos de chegarem ao seu 239.255.255.255
destino nem de serem recebidos na ordem em que
INFORMÁTICA

foram enviados. O TCP é quem tem a tarefa de rece- Uso futuro; atualmente
240.0.0.0 até
ber, organizar, abrir os pacotes recebidos e “montar” E reservada a testes
255.255.255.254
a mensagem. pela IETF.
As principais limitações do IP, que está na versão
4 (quatro), são: não garantir a entrega dos pacotes, Três faixas são reservadas para redes privadas,
esgotamento dos endereços de IP (aprox. 4 bilhões de dos mais de 4 mil milhões de endereços disponíveis.
endereços) e não possuir mecanismo de segurança. Os endereços IP contidos nestas faixas não podem ser
roteadas para fora da rede privada e não são roteá-
veis nas redes públicas. 237
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CLASSE A
z Cabeçalho IPv6

FAIXA DE ENDEREÇO DE IP 10.0.0.0 – 10.255.255.255


Versão Prioridade Comprimento Total
NOTAÇÃO CIDR 10.0.0.0/8
NÚMERO DE REDES 128 Tamanho da
Próximo cabeçalho Limites de saltos
carga
NÚMERO DE IPS 16.777.216
IPS POR REDE 16.777.214 Endereço de IP de origem (128 bits)

Endereço de IP de destino (128 bits)

CLASSE B Dados do Pacote (até 65535 bytes)

FAIXA DE ENDEREÇO DE IP 172.16.0.0 – 172.31.255.255 O IPv6 oferece suporte a uma grande variedade de
opções que vão desde:
NOTAÇÃO CIDR 172.16.0.0/12

NÚMERO DE REDES 16.384 z Autenticação IPsec;


z Criptografia para segurança de dados;
NÚMERO DE IPS 1.048.576 z Priorização de tráfego; e
IPS POR REDE 65 534
z Designação de tratamento especial para os paco-
tes (todos os serviços citados não são providos pelo
IPv4).
CLASSE C
A diferença entre o IPv4 e o IPv6 é o tamanho
192.168.0.0 do endereço IP. No IPv4 temos endereços de 32 bits
FAIXA DE ENDEREÇO DE IP
– 192.168.255.255 (4 bytes), ou seja, endereços com a característica
200.160.4.6, sendo que cada agrupamento de núme-
NOTAÇÃO CIDR 192.168.0.0/16
ros, chamado octeto, de 8 bits (1 byte), podendo gerar
NÚMERO DE REDES 2.097.152 4.294.967.296 endereços diferentes.
Já nos endereços do IPv6 ou IPv6 são de 128 bits
NÚMERO DE IPS 65.535
(16 bytes), ou seja, podemos gerar aproximadamente
IPS POR REDE 254 340.282.366.920.938.000.000.000.000.000.000.000.0
00 endereços diferentes.
IPv6 ou IPng (Internet Protocol Version 6 ou Internet Contudo, deve-se observar que o endereço do IPv6
Protocol New Generation) não é completamente plano, isto é, não é possível uti-
lizar todas as combinações disponíveis. Mesmo assim,
Trata-se da nova geração do protocolo IP. Essa ainda teríamos um número suficientemente grande
nova geração veio trazendo muitas melhorias em de endereços para suprir a demanda das redes por
relação ao IPv4 (atual versão do protocolo IP). várias décadas.
O protocolo está sendo implantado gradativamen- Os endereços IPv6 são normalmente escritos como
te na Internet e deve funcionar lado a lado com o oito grupos de 4 dígitos hexadecimais. Por exemplo,
IPv4, numa situação tecnicamente chamada de “pilha 2001:0db8:85a3:08d3:1319:8a2e:0370:7344
dupla” ou “dual stack”, por algum tempo. A longo pra- Se um grupo de vários dígitos seguidos for
zo, o IPv6 tem como objetivo substituir o IPv4. Esse 0000, pode ser omitido. Por exemplo, 2001:0db8:8
último suporta somente 4.294.967.296(232) de endere- 5a3:0000:0000:0000:0000:7344 é o mesmo endereço
ços IP, contra cerca de 340 undecilhões (2128) de ende- IPv6 que: 2001:0db8:85a3::7344
reços do novo protocolo.
Entre as principais diferenças: diminuição de UDP
alguns campos e funções do IP, de 14 campos (IPv4)
para 8 campos (IPv6), tornando-o mais eficientes. User Datagram Protocol: semelhante ao TCP, ou
seja, divide a mensagem em pequenos pacotes ou
z Cabeçalho IPv4 lotes, porém, oferece um serviço de transmissão de
dados sem conexão. Além disso, não garante a entre-
ga nem a correta sequência dos pacotes enviados. Uti-
Tamanho do Tipo de
Versão Comprimento Total liza-se, normalmente, em transmissões contínuas de
cabeçalho serviço
dados (vídeo conferência, transmissões ao vivo etc.),
Offset do em que a perda de alguns pacotes não afetaria o resul-
Identificação Sinalizadores
Pacote tado final.
Tempo de Soma de verificação do
Protocolo CAMADA DE APLICAÇÃO
vida cabeçalho

Endereço de IP de origem (32 bits) Um termo utilizado em redes de computadores


para designar uma camada de abstração é a camada
Endereço de IP de destino (32 bits)
de aplicação. Ela engloba protocolos que realizam a
Opções do IP (podem ser comunicação fim a fim entre aplicações.
Preenchimento
nulas) A camada de aplicação é a camada que a maioria
dos programas de rede usam para se comunicar por
Dados do Pacote (até 65535 bytes)
238 meio de uma rede com outros programas.
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Protocolos da Camada de Aplicação O arquivo da página de um site é transferido para
o computador do usuário ao solicitar o acesso a um
site da Internet. O navegador tem como responsabi-
PROTOCOLO PROTOCOLO
lidade interpretar, ou traduzir, os comandos encon-
(CAMADA DE (CAMADA DE PORTA
trados no arquivo e retornar uma página com uma
APLICAÇÃO) TRANSPORTE)
formatação e aspecto agradável.
HTTP TCP 80
HTTPS TCP 443 HTTPS
POP3 TCP 110
Protocolo de transferência de hipertexto seguro
SMTP TCP 25/587 (Hyper Text Transfer Protocol Secure, HTTPS) é uma
IMAP3 TCP 220 implementação do protocolo HTTP sobre uma cama-
da adicional de segurança que utiliza o protocolo SSL/
IMAP4 TCP 143
TLS. Essa camada adicional permite que os dados
FTP TCP 20/21 sejam transmitidos por meio de uma conexão cripto-
TELNET ´TCP 23 grafada e que se verifique a autenticidade do servidor
e do cliente por meio de certificados digitais.
SSH TCP 22 A porta TCP usada por norma para o protocolo
DNS TCP/UDP 53 HTTPS é a 443.
DHCP UDP 67/68
TLS — SSL
IRC TCP 194
SNMP UDP 161/162 O Transport Layer Security (TLS), assim como o
seu antecessor Secure Sockets Layer (SSL), é um pro-
DHCP tocolo de segurança que protege as telecomunicações
por meio da criptografia e autenticação baseados em
O protocolo de configuração dinâmica de host (Dyna- sessão via internet para serviços como e-mail (SMTP),
mic Host Configuration Protocol, DHCP) é um protocolo navegação por páginas (HTTPS) e outros tipos de
de serviço TCP/IP que oferece configuração dinâmica de transferência de dados.
terminais, com concessão de endereços IP de host, másca-
ra de sub-rede, default gateway (gateway padrão), núme- FTP
ro IP de um ou mais servidores DNS, sufixos de pesquisa
do DNS e número IP de um ou mais servidores WINS. Protocolo de Transferência de Arquivos (File
O DHCP usa um modelo cliente-servidor. Transfer Protocol, FTP) é o protocolo usado na Inter-
Quando um computador (ou outro dispositivo) conec- net para transferência de arquivos entre computado-
ta-se a uma rede, o host/cliente DHCP envia um pacote res. Há duas formas de transferência da informação:
UDP em broadcast com uma requisição DHCP (para quando a transferência da informação ocorre da
a porta 67). Os servidores DHCP que capturarem este Internet para o usuário ela é conhecida como down-
pacote responderão para a porta 68 do host solicitante load, e upload é quando o sentido é do usuário para a
com um pacote com configurações onde constará, pelo Internet.
menos, um endereço IP e uma máscara de rede, além de Também permite o gerenciamento de arquivos
dados opcionais, como o gateway, servidores de DNS etc. (renomear, apagar, duplicar, mover, alterar as pro-
priedades e permissões de acesso aos arquivos e
DNS diretórios). Sabendo que é possível gerenciar arqui-
vos, configuram-se no servidor FTP as propriedades
O servidor de nome de domínio (Domain Name de autenticação, ou seja, o servidor será configurado
System, DNS) é um sistema de gerenciamento de para permitir o acesso apenas para usuários cadastra-
nomes hierárquico e distribuído para computadores, dos, exigindo nome de usuário e senha.
serviços ou qualquer recurso conectado à Internet ou O FTP anônimo é uma configuração específica
numa rede privada. Traduz nomes de domínios mais do servidor FTP que permite com que usuários, que
facilmente memorizáveis a endereços IP numéricos necessitem acessar o servidor (que exige senha), aces-
necessários à localização e identificação de serviços e sarem o servidor sem fornecer a senha.
dispositivos juntamente aos protocolos de rede subja- Este protocolo utiliza a porta 20 (dados) e 21 (con-
centes, processo esse denominado resolução de nome. trole e gerenciamento).
Ele opera sobre a porta 53 do protocolo UDP.
SFTP
HTTP
O SFTP, sigla para Simple File Transfer Protocol,
O Protocolo de Transferência de Hipertexto (Hyper- significa Protocolo de Transferência Simples de Arqui-
INFORMÁTICA

text Transfer Protocol, HTTP) é um protocolo de comu- vos. Basicamente, ele é o protocolo FTP com uma
nicação utilizado para sistemas de informação de hi- camada de proteção a mais aos arquivos transferidos.
permídia, distribuídos e colaborativos. Ele é a base pa- O que diferencia o protocolo SFTP do protocolo
ra a comunicação de dados da World Wide Web. A por- FTP é que o primeiro utiliza a tecnologia SSH (Secu-
ta TCP usada por norma é a 80. re Shell) para autenticar e proteger a conexão entre
Hipertexto é o texto estruturado que utiliza liga- cliente e servidor. A porta TCP usada por norma para
ções lógicas (hiperlinks) entre nós contendo texto. O o protocolo SFTP é a 22.
HTTP é o protocolo para a troca ou transferência de
hipertexto. 239
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Telnet VoIP

Telnet é um protocolo de rede utilizado na Inter- Voz sobre IP (Voice over Internet Protocol, VoIP),
net ou redes locais para proporcionar uma facilidade telefonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda
de comunicação baseada em texto interativo bidire- larga ou voz sobre banda larga é o roteamento de
cional, usando uma conexão de terminal virtual. Esse conversação humana usando a Internet ou qualquer
serviço permite a um usuário acessar outra máquina outra rede de computadores baseada no Protocolo de
ligada à Rede e manipulá-la ou controlá-la como se Internet, tornando a transmissão de voz mais um dos
estivesse na própria máquina. serviços suportados pela rede de dados.
É um protocolo que permite o acesso remoto. Utili-
zado frequentemente em redes de computadores para POP
agilizar o processo de gerenciamento e manutenção.
O usuário distante pode apagar e incluir arquivos, Post Office Protocol, POP ou POP3 é o Protocolo dos
instalar e desinstalar programas, além de alterar as correios. Trata-se de um protocolo utilizado no aces-
configurações do sistema. Utilizado, também, para so remoto a uma caixa de correio eletrônico. Permite
assistência técnica online. A porta TCP 23 é a porta que todas as mensagens contidas numa caixa de cor-
usada por norma para o protocolo Telnet. reio eletrônico possam ser transferidas sequencial-
mente para um computador local. Dessa maneira, o
SSH utilizador pode ler as mensagens recebidas, apagá-las,
respondê-las, armazená-las etc. Este protocolo utili-
Secure Shell (SSH) é um protocolo de rede cripto- za as portas TCP 110 (padrão) ou TCP 995 (conexão
gráfico para operação de serviços de rede de forma criptografada).
segura sobre uma rede insegura. Trata-se da melhor
aplicação de exemplo conhecida para login remoto a IMAP
sistemas de computadores pelos usuários. A porta TCP
usada por norma para o protocolo SSH é a 22. Protocolo de acesso à mensagem da internet (Inter-
net Message Access Protocol, IMAP) é um protocolo de
IRC gerenciamento de correio eletrônico. Utiliza, por padrão,
as portas TCP 143 ou 993 (conexão criptografada via SSL).
Internet Relay Chat (IRC) é um protocolo de comu- O mais interessante é que as mensagens ficam armaze-
nicação utilizado na Internet. Ele é utilizado basica- nadas no servidor e o utilizador pode ter acesso à suas
mente como bate-papo (chat) e troca de arquivos, pastas e mensagens em qualquer computador, tanto por
permitindo a conversa em grupo ou privada. O siste- webmail como por cliente de correio eletrônico (como o
ma IRC mais conhecido é o Microsoft Internet Relay Mozilla Thunderbird, Microsoft Outlook).
Chat (mIRC).
A porta TCP usada por norma para o protocolo IRC SMTP
é a 194.
Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) é o Protocolo
SNMP de transferência de correio simples, isto é, o protocolo
padrão para envio de e-mails através da Internet.
Simple Network Management Protocol (SNMP), em Esse protocolo usa por padrão a porta TCP 25 (ou
português Protocolo Simples de Gerência de Rede, é 465 para conexão criptografada via SSL).
um protocolo padrão da Internet para gerenciamen-
to de dispositivos em redes IP. Os dispositivos que WAP
suportam SNMP incluem roteadores, computadores,
servidores, estações de trabalho, impressoras, racks O Wireless Application Protocol, ou Protocolo de
modernos etc. SNMP é usado na maioria das vezes em Aplicações sem-fio, é um protocolo que permite a
sistemas de gerenciamento de rede para monitorar comunicação com a Internet por meio da telefonia
dispositivos ligados a rede para condições que garan- celular. Uma linguagem chamada WML (WAP Markup
tem atenção administrativa. Language), permite a elaboração de páginas a serem
A porta TCP usada por norma para o protocolo visualizadas nos navegadores desenvolvidos para a
SNMP é a 161. telefonia celular.

NNTP

Network News Transfer Protocol (NNTP) é um pro-


tocolo da Internet para grupos de discussão da cha- NOÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL
mada Usenet. WINDOWS (10 E 11)
O NNTP habilita a recuperação de artigos armaze-
nados em um banco de dados centralizado para clien- NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS:
tes de leitura de notícias, permitindo aos assinantes WINDOWS 10
a opção de selecionar somente os artigos nos quais
estão interessados. O sistema operacional Windows foi desenvolvido
A porta TCP usada por norma para o protocolo pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em
NNTP é a 119, usada para recebimento de mensagens meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi-
de newsgroups. ca baseada em janelas, com suporte para apontadores
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis),
240 canetas e mesas digitalizadoras.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, não precisa ser carregada pelo usuário, ela é car-
que possui suporte para os dispositivos apontadores regada automaticamente quando o Windows é
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para inicializado;
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen-
ma Kinect do videogame Xbox). te a área de trabalho, ocultando as janelas que
Em concursos públicos, as novas tecnologias e estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
suportes avançados são raramente questionados. As Windows+D (Desktop);
questões aplicadas nas provas envolvem os conceitos z Bloquear o computador: com o atalho de tecla-
básicos e o modo de operação do sistema operacional em do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
um dispositivo computacional padrão (ou tradicional). computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
O sistema operacional Windows é um software pro- trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o Ctrl+Alt+Del;
usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft. z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
O Windows 10 apresenta algumas novidades em tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
relação às versões anteriores, como assistente virtual, teclado: Ctrl+Shift+Esc;
navegador de Internet, locais que centralizam informa- z Minimizar todas as janelas: com o atalho de
ções, etc. teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
minimizar todas as janelas abertas, visualizando
z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos ins- a área de trabalho;
talados no computador, com os itens recentes no z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece o
início da lista e os demais itens classificados em sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e dados de uma unidade de disco, protegendo contra
estáticos do Windows 8 com a lista de programas acessos indevidos. Para uso no computador, uma
do Windows 7; chave será gravada em um pendrive, e para aces-
z Pesquisar: com novo atalho de teclado, a opção sar o Windows, ele deverá estar conectado;
pesquisar permite localizar, a partir da digitação z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
de termos, itens no dispositivo, na rede local e na ou biometria, para acesso ao computador sem a
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte necessidade de uso de senha;
atalho de teclado: Windows+S (Search); z Windows Defender: aplicação que integra recur-
z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
de informações no dispositivo, na rede local e na e antispyware.
Internet.
O botão direito do mouse aciona o menu de con-
texto, sempre.
Importante!
CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E
A assistente virtual Cortana é uma novidade do ATALHOS
Windows 10 que está aparecendo em provas
de concursos com regularidade. Semelhante No Windows 10, os diretórios são chamados de
ao Google Assistente (Android), Siri (Apple) e pastas e algumas pastas são especiais, contendo cole-
Alexa (Amazon), essa integra recursos de aces- ções de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao
sibilidade por voz para os usuários do sistema todo são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens,
operacional. Músicas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas
para sua organização pessoal, uma vez que elas oti-
mizam a organização dos arquivos e pastas, inserindo
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro- apenas ligações para os itens em seus locais originais.
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB;
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do
Windows 10. Ele está configurado com o buscador
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja: loja de apps para o usuário baixar
novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
e pode se tornar um hub de e-mails com adição de Pasta com Pasta sem Pasta vazia
outras contas; subpasta subpasta
z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro-
gramas para acessar rapidamente; O sistema de arquivos NTFS (New Technology File
INFORMÁTICA

z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão System) armazena os dados dos arquivos em locali-
direito (secundário) do mouse, será mostrado o zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os
menu rápido, que permite fixar arquivos abertos arquivos possuem nome e podem ter extensões.
recentemente e fixar o ícone do programa na bar- O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
ra de acesso rápido; armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de
z Central de Ações: centraliza as mensagens de bytes).
segurança e manutenção do Windows, como as O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
atualizações do sistema operacional. Atalho de Antes de prosseguir, vamos conhecer estes
teclado: Windows+A (Action). A Central de Ações conceitos. 241
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
Unidade de disco de armazena- da na memória.
Disco de mento permanente, que possui um A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
armazenamento sistema de arquivos e mantém os bits de informação.
dados gravados Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
Estruturas lógicas que endereçam ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
as partes físicas do disco de arma- 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
arquivos do Windows segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
Circunferência do disco físico
para o roteador wireless.
Trilhas (como um hard disk HD ou unida-
des removíveis ópticas)

São “fatias” do disco, que dividem Importante!


Setores
as trilhas
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exi-
Unidades de armazenamento no bido em modo de visualização de Detalhes, nas
Clusters disco, identificado pela trilha e Propriedades (botão direito do mouse, menu de
setor onde se encontra contexto) e na barra de status do Explorador de
Arquivos. Poderão ter as unidades KB, MB, GB,
Estrutura lógica do sistema de ar-
Pastas ou TB, indicando quanto espaço ocupam no disco
quivos para organização dos dados
diretórios de armazenamento.
na unidade de disco

Arquivos Dados. Podem ter extensões


Quando os computadores pessoais foram apresen-
Pode identificar o tipo de arquivo, tados para o público, a árvore foi usada como analo-
associando com um software que gia para explicar o armazenamento de dados, criando
Extensão permita visualização e/ou edição. o termo “árvore de diretórios”.
As pastas podem ter extensões
como parte do nome Documentos
Imagens
Arquivos especiais, que apontam Folhas
Músicas
para outros itens computacionais, Flores
Vídeos
como unidades, pastas, arquivos, Frutos
Atalhos dispositivos, sites na Internet,
locais na rede etc. Os ícones pos-
suem uma seta, para diferenciar Pastas e Subpastas Tronco e Galhos
dos itens originais

O disco de armazenamento de dados tem o seu


tamanho identificado em bytes. São milhões, bilhões e Diretório Raiz Raiz
até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
listados na escala a seguir.
Árvore de diretórios

Exabyte
No Windows 10, a organização segue a seguinte
Petabyte (EB)
(PB)
definição:
Terabyte
Gigabyte (TB)
trilhão
z Pastas
Megabyte (GB)
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão „ Estruturas do sistema operacional: Arquivos
Byte
de Programas (Program Files), Usuários (Users),
(B)
Windows. A primeira pasta da unidade é cha-
Ainda não temos discos com capacidade na ordem mada raiz (da árvore de diretórios), represen-
de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos tada pela barra invertida: Documentos (Meus
comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
medidas muito altas são usadas para identificar gran-
cas) — bibliotecas;
des volumes de dados na nuvem, em servidores de
„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vamos falar um pouco sobre bytes: 1 byte repre- Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma- cas) — bibliotecas;
do por 8 bits, que são sinais elétricos (que valem zero „ Área de Trabalho: desktop, que permite aces-
ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
242 binário para representação de informações. programas e atalhos;
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Lixeira do Windows: armazena os arquivos de A área de trabalho do Windows 10, também conhe-
discos rígidos que foram excluídos, permitindo cida como Desktop, é reconhecida pela presença do
a recuperação dos dados. papel de parede ilustrando o fundo da tela. É uma
imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP),
z Atalhos uma foto (extensão JPG), além de outros formatos grá-
ficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos
„ Arquivos que indicam outro local: extensão
que o computador está pronto para executar tarefas.
LNK, podem ser criados arrastando o item com
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.

z Drivers Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox


Edge Chrome Thunderbird Secure Co..
„ Arquivos de configuração: extensão DLL e
outras, usadas para comunicação do software
com o hardware.
Provas Lista de Extra - Dicas
Downloads caragua.docx
Anteriores e-mails par.. Ebook-Curs. concursos.txt
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações
de manipulação de informações no computador, Imagem da área de trabalho do Windows 10.
desde o básico (formatar discos de armazenamento)
até o avançado (organizar coleções de arquivos em Na área de trabalho podemos encontrar Ícones
Bibliotecas). e estes podem ser ocultados se o usuário escolher
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado “Ocultar ícones da área de trabalho” no menu de
para executar o Explorador de Arquivos. contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones
Como o Windows 10 está associado a uma con- representam atalhos, arquivos, pastas, unidades de
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou discos e componentes do Windows (como Lixeira e
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de Computador).
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- No canto inferior esquerdo encontraremos o botão
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a pela combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, menu Iniciar será apresentado na interface de blocos
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados que surgiu com o Windows 8, interface Metro.
com outros dispositivos que estejam conectados na A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções
mesma conta de usuário. instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
Os atalhos são representados por ícones com uma (antigo Painel de Controle), programas instalados no
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para computador, apps instalados no computador a partir da
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
independentes dos objetos que os referenciam, por- Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou
ou unidade de disco que estão apontando. ditar o nome do recurso que estamos querendo exe-
Podemos criar um atalho de várias formas cutar e o Windows 10 apresentará a lista de opções
diferentes: semelhantes na área de trabalho e a possibilidade de
buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar
z arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado, o que estamos querendo procurar, clicando no micro-
e ao soltar, o atalho é criado; fone no canto direito da caixa de pesquisa.
z no menu de contexto (botão direito) escolha A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho); novidade do Windows 10, que permite visualizar os
z um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- diferentes aplicativos abertos (como o atalho de tecla-
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser do Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de
criado na área de trabalho arrastando o ícone da Trabalho. O atalho de teclado para Visão de Tarefas é
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Windows+Tab.
-o na área de trabalho. Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de
Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos áreas de trabalho independentes, onde os programas
somente leitura... Os atributos dos itens podem ser abertos em uma não interferem com os programas
definidos pelo item Propriedades no menu de con- abertos em outra.
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário,
ração correspondente. permitindo o acesso rápido, tanto por clique no mou-
INFORMÁTICA

se, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro,


ÁREA DE TRABALHO Windows+2 para o segundo programa etc.) e também
pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que
A interface gráfica do Windows é caracterizada mostrará miniaturas do que está em execução, e con-
pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do sequente transparência das janelas).
Windows exibe ícones de pastas, arquivos, progra- A Área de Notificação mostrará a data, hora, men-
mas, atalhos, barra de tarefas (com programas que sagens da Central de Ações (de segurança e manuten-
podem ser executados e programas que estão sendo ção), processos em execução (aplicativos de segundo
executados) e outros componentes do Windows. plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B. 243
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o
atalho de teclado Windows+D mostrará a área de
trabalho ao primeiro clique e mostrará o progra-
ma que estava em execução ao segundo clique. Se a
opção “Usar Espiar para visualizar a área de trabalho
1 +1 não está em
ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar execução execução execução
Área de Trabalho na extremidade da barra de tarefas”
estiver ativado nas Configurações da Barra de Tare-
fas, não será necessário clicar. Bastará apontar para ÁREA DE TRANSFERÊNCIA
visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação Um dos itens mais importantes do Windows não é
dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
Metro do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser uma informação de cada vez. A informação armaze-
ativar ou desativar, pressione e segure o aplicativo nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
(ou clique com o botão direito do mouse) que mostra trabalhando em praticamente todas as operações de
o bloco dinâmico e selecione Ativar bloco dinâmico ou manipulação de pastas e arquivos.
Desativar bloco dinâmico. No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado
Navegador padrão do
Windows 10
Atalhos Windows+V (View).
Itens Excluídos Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
estamos copiando o item para a memória RAM, para
ser inserido em outro local, mantendo o original e
Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox Arquivos criando uma cópia.
Pastas de
Arquivos
Edge Chrome Thunderbird Secure Co.. Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-
mos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área
Provas Downloads dicas
de Transferência, para ser inserida em outro local,
Lista de Extra - Central de
Anteriores
caragua.docx
e-mails par. Ebook-Curs. concursos.txt Ações como em um documento do Microsoft Word ou edição
Botão Iniciar Barra de Área de pelo acessório Microsoft Paint.
Cortana Visão de Tarefas Acesso rápido Notificação
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
estamos copiando uma “foto da janela atual” para a
Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
mentos da tela do Windows.
Barra de Tarefas
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
rência será inserido no local atual.
Mostrar área de trabalho agora está no canto infe-
rior direito, ao lado do relógio, na área de notifica- Dica
ção da Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: As três teclas de atalhos mais questionadas
Win+D (Desktop). em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C
e Ctrl+V, que acionam os recursos da Área de
Transferência.

As ações realizadas no Windows, em sua quase


Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
que permanecem em exibição todo o tempo. teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pres-
sionar Del ou Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
sidade de acessar a Lixeira do Windows.
Aplicativo que está em execução 1 vez possui um E outras ações podem ser repetidas, acionando o
pequeno traço azul abaixo do ícone. atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez pos- Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponí-
sui um pequeno traço segmentado azul no ícone. vel no Windows.
Mas se o usuário quiser apenas gravar a imagem
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na
pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recursos
do Windows, que permite o uso de comandos, realização
de ações e controle das ações que serão desfeitas.
244
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MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS
OPERAÇÕES COM TECLADO
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- Deletar, apagar, enviar para a
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- Lixeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um
zada com sucesso: cuperar depois, se o item estiver
item do disco rígido
em um disco rígido local interno
z o Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- ou externo conectado na CPU
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. Será excluído definitivamente. A
Um arquivo chamado documento.docx será consi- Tecla Delete em Lixeira do Windows não armaze-
derado igual ao nome Documento.DOCX; um item do disco na itens de unidades removíveis
z o Windows não permite que dois itens tenham o removível (pendrive), ópticas ou unidades
mesmo nome e a mesma extensão quando estive- remotas
rem armazenados no mesmo local;
Independentemente do local onde
z o Windows não aceita determinados caracteres
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído
nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
definitivamente
para outras operações, que são proibidos na hora
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui- Renomear. Trocar o nome e a
vos e pastas podem ser compostos por qualquer extensão do item. Se houver
caractere disponível no teclado, exceto os carac- outro item com o mesmo nome
teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga- no mesmo local, um sufixo
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa F2 numérico será adicionado para
opção), | (barra vertical, significa concatenador diferenciar os itens. Não é per-
de comandos), \ (barra invertida, indica um cami- mitido renomear um item que
nho), “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pon- esteja aberto na memória do
tos, significa unidade de disco), < (sinal de menor, computador
significa direcionador de entrada) e > (sinal de
maior, significa direcionador de saída); Lixeira
z existem termos que não podem ser usados, como
CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig- Um dos itens mais questionados em concursos
nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os
por referenciar itens de hardware nos comandos itens que foram excluídos de discos rígidos locais,
digitados no Prompt de Comandos (por exemplo, internos ou externos conectados na CPU.
para enviar para a impressora um texto através Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a
da linha de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
PRN). e armazenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o
conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero local original. Se o local original não existe mais, pois
à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
como nos sites de busca na Internet. recupera o caminho e restaura o item.
As ações realizadas pelos usuários em relação à mani- Os itens armazenados na Lixeira poderão ser
pulação de arquivos e pastas podem estar condicionadas excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esva-
ao local onde elas são efetuadas, ou ao local de origem ziar Lixeira” no menu de contexto ou faixa de opções
e destino da ação. Portanto, é importante verificar no da Lixeira.
enunciado da questão, geralmente no texto associado, Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De-
estes detalhes que determinarão o resultado da operação. lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win-
As operações podem ser realizadas com atalhos de dows, itens excluídos definitivamente ou apagados
teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. As após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados.
bancas organizadoras costumam questionar ações práti- É possível recuperar com programas de terceiros, mas
cas nas provas e, na maioria das vezes, utilizam imagens isto não é considerado no concurso, que segue a con-
nas questões. figuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
OPERAÇÕES COM TECLADO com o mouse para fora dela, restaurando o item para
Atalhos de teclado Resultado da operação o local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido
Não é possível recortar e colar
Ctrl+X e Ctrl+V em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá
na mesma pasta. Será exibida
na mesma pasta alterar o tamanho máximo reservado para a Lixeira,
uma mensagem de erro
poderá desativar ela excluindo os itens diretamen-
Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no te e configurar Lixeiras individuais para cada disco
INFORMÁTICA

em locais diferentes destino). O item será movido conectado.


Copiar e colar. O item será du-
Ctrl+C e Ctrl+V plicado. A cópia receberá um OPERAÇÕES COM MOUSE
na mesma pasta sufixo (Copia) para diferenciar do
RESULTADO DA
original AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO
Copiar (da origem) e colar (no Clique simples no botão
Ctrl+C e Ctrl+V Selecionar o item
destino). O item será duplicado, principal
em locais diferentes
mantendo o nome e extensão
245
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
OPERAÇÕES COM MOUSE
criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
RESULTADO DA será mais reconhecido diretamente pelas configura-
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO ções definidas em Programas Padrão do Windows.
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto
secundário do item
Executar o item, se for exe- Importante!
cutável. Abrir o item, se for
Existem arquivos sem extensão, como itens do
editável, com o programa
padrão que está associa- sistema operacional. Ela é opcional e procura
Duplo clique associar o arquivo com um programa para visua-
do. Nos programas do
computador, poderá abrir lização ou edição. Se o arquivo não possui exten-
um item através da opção são, o usuário não conseguirá executar ele, por
correspondente se tratar de conteúdo de uso interno do sistema
Renomear o item. Se o operacional (que não deve ser manipulado).
nome já existe em outro
Duplo clique pausado item, será sugerido numerar
o item renomeado com um Confira na tabela a seguir algumas das extensões e
sufixo ícones mais comuns em provas de concursos.
Arrastar com botão principal
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
pressionado e soltar na mes- O item será movido
ma unidade de disco Adobe Acrobat. Pode ser criado e
editado pelos aplicativos Office.
Arrastar com botão principal
Formato de documento portável
pressionado e soltar em O item será copiado PDF
(Portable Document Format) que
outra unidade de disco poderá ser visualizado em várias
Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto, plataformas
dário do mouse pressionado podendo “Copiar aqui” (no
Documento de textos do Microsoft
e soltar na mesma unidade local onde soltar)
Word. Textos com formatação que
DOCX
Exibe o menu de contexto, podem ser editados pelo LibreOffi-
Arrastar com botão secundário ce Writer
podendo “Copiar aqui” (no
do mouse pressionado e soltar
local onde soltar) ou “Mover
em outra unidade de disco Pasta de trabalho do Microsoft
aqui”
Excel. Planilhas de cálculos que
XLSX
podem ser editadas pelo LibreOf-
Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras- fice calc
tar entre unidades diferentes, será copiado.
Apresentação de slides do Micro-
PPTX soft PowerPoint, que poderá ser
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
editada pelo LibreOffice Impress
AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
Arrastar com o botão O item será copiado, quando Texto sem formatação. Formato
principal pressionado um a tecla CTRL for liberada, padrão do acessório Bloco de No-
TXT
item com a tecla CTRL independente da origem ou tas. Poderá ser aberto por vários
pressionada do destino da ação programas do computador

Arrastar com o botão O item será movido, quando a Rich Text Format – formato de
principal pressionado um tecla SHIFT for liberada, in- texto rico. Padrão do acessório
item com a tecla SHIFT dependente da origem ou do RTF WordPad, este documento de
pressionada destino da ação texto possui alguma formatação,
como estilos de fontes
Arrastar com o botão prin-
Será criado um atalho para o Formato de vídeo. Quando o Win-
cipal pressionado um item
item, independente da origem dows efetua a leitura do conteúdo,
com a tecla ALT pressionada
ou do destino da ação MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do
(ou CTRL+SHIFT)
MPG primeiro quadro. No Windows 10,
Clique em itens com o botão Filmes e TV reproduzem os arqui-
principal, enquanto mantém Seleção individual de itens vos de vídeo
a tecla CTRL pressionada
Seleção de vários itens. O Formato de áudio. O Gravador
Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o de Som pode gravar o áudio. O
MP3
principal, enquanto mantém início, e o último item será o Windows Media Player e o Groove
a tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua Music podem reproduzir o som
de seleção Formato de imagem. Quando o
Windows efetua a leitura do con-
BMP, GIF,
Extensões de Arquivos teúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o
PNG, TIF
O Windows 10 apresenta ícones que representam acessório Paint visualiza e edita
os arquivos de imagens
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
atribuída para ele, de acordo com o programa que o
246
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
Modos de Exibição do Windows 10

Formato ZIP, padrão do Windows


para arquivos compactados. Não
ZIP necessita de programas adicio-
nais, como o formato RAR, que
exige o WinRAR
Biblioteca de ligação dinâmica do
Windows. Arquivo que contém in-
DLL formações que podem ser usadas
por vários programas, como uma
caixa de diálogo

Arquivos executáveis, que não z Ícones extras grandes: ícones extra grandes com
EXE, COM,
necessitam de outros programas nome (e extensão);
BAT
para serem executados z Ícones grandes: ícones grandes com nome (e
extensão);
z Ícones médios: ícones médios com nome (e exten-
são) organizados da esquerda para a direita;
Uma das extensões menos conhecidas e mais ques- z Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For- extensão) organizados da esq. para a direita;
mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão)
de documento de texto com alguma formatação para organizados de cima para baixo;
múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de
pelos programas editores de textos, como o Microsoft modificação, tipo e tamanho;
Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho,
Windows WordPad. organizados da esq. para a direita;
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data
(atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra- de modificação, marcas e tamanho.
ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
será visualizado e editado por outro programa de Um dos temas mais questionados em provas são os
escolha do usuário. modos de exibição do Windows. Se tem um computador
As Configurações do Windows e dos programas com Windows 10, procure visualizar os modos de exibi-
instalados estão armazenadas no Registro do Windo- ção no seu Explorador de Arquivos. Praticar a disciplina
ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi- no computador ajuda na memorização dos recursos.
tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
2. Barra ou linha de título
diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
intuitivo. Área de trabalho do aplicativo
Através deste item o usuário poderá instalar e
desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Windows, além de outros recursos administrativos. 1. Barra de menus
6. Barra de Rolagem
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
acessado pela opção Configurações, localizada na lista
Elementos de uma janela do Windows 10.
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
rar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca- 1. Barra de menus: são apresentados os menus com
da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy. os respectivos serviços que podem ser executados
Modo Avião é uma configuração comum em smar- no aplicativo;
tphones e tablets que permite desativar, de maneira 2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui-
rápida, a comunicação sem fio do aparelho — que vo e o nome do aplicativo que está sendo execu-
inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, tado na janela. Através dessa barra, conseguimos
NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio. mover a janela quando a mesma não está maximi-
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao zada. Para isso, clique na barra de título, mante-
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você
informações, como, por exemplo, a data de modifica- estará movendo a janela para a posição desejada.
Depois é só soltar o clique;
INFORMÁTICA

ção e o tamanho de cada arquivo.


3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento
ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
para seu tamanho e posição anteriores, clique neste
botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu-
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para
restaurar a janela para seu tamanho e posição
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes
na barra de títulos; 247
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da
Solicita que você salve quaisquer alterações não Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e esco-
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como lhendo “Esvaziar Lixeira”, os itens serão removidos
os navegadores de Internet, trabalham com guias definitivamente, utilizando o Windows, não haverá
ou abas, que possuem o seu próprio controle para meio de recuperá-los.
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4;
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao PROGRAMAS E APLICATIVOS
longo do lado direito (e inferior de uma janela de
documento). Para deslocar-se para outra parte do Os programas associados ao Windows 10 podem
documento, arraste a caixa ou clique nas setas da ser classificados em:
barra de rolagem.
z componentes do sistema operacional;
USO DOS MENUS z aplicativos e acessórios;
z ferramentas de manutenção e segurança;
No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos z apps — aplicativos disponíveis na loja (Windows
como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para Store) para instalação no computador do usuário.
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como Lembre-se: os acessórios do Windows são aplica-
recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, tivos nativos do sistema operacional, que estão dispo-
documentos ou fotos. O conteúdo dessas listas está níveis para utilização mesmo que não existam outros
diretamente relacionado com o programa ao qual programas instalados no computador. Os acessórios
elas estão associadas. O recurso de Lista de Atalhos,
oferecem recursos básicos para anotações, edição de
novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões
imagens e edição de textos.
seguintes, possibilita organizar os arquivos abertos
Na primeira categoria encontramos o Configura-
por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possi-
ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
bilidade ainda de fixar o item na lista.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os as configurações de software (programas) e hardware
menus foram trocados por guias, semelhante ao (dispositivos), permite alterar o comportamento do
Microsoft Office. Ao pressionar ALT, nenhum menu sistema operacional, personalizando a experiência no
escondido será mostrado (como no Windows 7), mas Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
os atalhos de teclado para as guias Arquivo, Início, ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
Compartilhar e Exibir. de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
tamente pelo atalho de teclado Windows+I.
Na segunda categoria, temos programas que reali-
zam atividades e outros que produzem mais arquivos.
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-
ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às
versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
(como pequenos post its na tela do computador).
O botão direito do mouse exibe a janela pop-up Outros acessórios são o WordPad (para edição
chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for de documentos com alguma formatação), Bloco de
clicado, uma janela diferente será mostrada. Notas (para edição de arquivos de textos), MSPaint
As opções exibidas no menu de contexto contém (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens
as ações permitidas para o item clicado naquele local. (que permite ver uma imagem e chamar o editor
Através do menu de contexto da área de trabalho, correspondente).
podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
ou novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], mentar e Otimizar Unidades13 (antigo Desfragmenta-
Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft dor de Discos, para organizar clusters14), Verificação
Word], Formato Rich Text [RTF WordPad], Documen- de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
to de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Micro- do Windows (para cópia de segurança dos dados do
soft Excel [XLSX Microsoft Excel], Pasta Compactada usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
[extensão ZIP], entre outros). no disco).

Dica Desfragmentar e Otimizar Unidades


Arquivos de imagens são editados pelo acessó- Aplicativo da área de trabalho
rio do Windows Microsoft Paint, que no Windows
10 oferece a versão Paint 3D.
Otimizar e desfragmentar unidade
Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série
A otimização das unidades do computador pode
de informações relacionadas a si próprio. Estas infor-
ajudá-lo a funcionar com mais eficiência
mações podem ser consultadas em Propriedades,
acessado no menu de contexto, exibido quando clicar Otimizar
com o botão direito do mouse sobre o item.

13 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
248 14 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas do Windows, encontraremos os outros programas, como
por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerenciamento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na parte de segurança
encontramos o Firewall do Windows, um filtro das portas TCP do computador, que autoriza ou bloqueia o acesso
para a rede de computadores, e de acesso externo ao computador.

Firewall do Windows
Painel de controle

A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.

WINDOWS 10 O QUE

Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador

Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis-


Este Computador
cos e pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador,


Desfragmentar e Otimizar Unidades
melhorando o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar

Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador

Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows

Xbox (Games, músicas = Groove) Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One

Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida

Menu Iniciar, Barra de Tarefas e


Fixar aplicativos
Blocos Dinâmicos

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explo-


OneDrive integrado
rador de Arquivos

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo


Continuum
ideal para dispositivos conversíveis

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10

Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente


Windows Store
permite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela

Windows Update, Windows Update


Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
for Business, Current Branch for Busi-
Windows as a Service – WaaS
ness e Long Term Servicing Branch

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis

Email, Calendário, Notícias,


entre outros – também foram Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
INFORMÁTICA

melhorados

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.

Configurações > Sistema >


Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando


249
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WINDOWS 10 O QUE

Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as


Central de Notificações
mensagens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.

250
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A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e à assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um
endereço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.

INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS MS-OFFICE 2010

z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Word 2010 possuem a extensão DOCX;
z Os documentos de texto habilitados para macros15, possuem a extensão DOCM;
z Um modelo16 de documento é um arquivo que pode ser usado para criar novos arquivos a partir de uma for-
INFORMÁTICA

matação preestabelecida. A extensão é DOTX;


z Um modelo de documento habilitado para macros contém além da formatação básica para criação de outros
documentos, comandos programados para automatização de tarefas. A extensão é DOTM;
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft Excel 2010 possuem a extensão XLSX;

15 Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas são
escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o programa
perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
16 Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo. 251
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z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos-
suem a extensão XLSM; ATALHO AÇÃO
z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a Desfaz a última ação. Se acabou de
extensão XLTX; renomear um arquivo, ele volta ao
z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas Ctrl+Z nome original. Se acabou de apagar
para macros possuem a extensão XLTM; um arquivo, ele restaura para o local
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma onde estava antes de ser deletado
planilha que não foi salva, que pode ser recupera-
da pelo usuário, possui a extensão XLSB (binário); Move o item para a Lixeira do
Del
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Windows
Values) contém textos separados por vírgula, que F1 Exibe a ajuda
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
dos em mala direta do Word, incorporados a um F11 Tela Inteira
banco de dados etc.;
Renomear, trocar o nome: dois
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato,
arquivos com mesmo nome e
que pode ser usado no Outlook 2016;
mesma extensão não podem estar
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem
na mesma pasta, se já existir ou-
armazenar outros arquivos e pastas; F2
tro arquivo com o mesmo nome,
z Os arquivos compactados podem ser criados
o Windows espera confirmação,
pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta símbolos especiais não podem ser
Compactada; usados, como / | \ ? * “ < > :
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas,
recebem a extensão HTML e uma pasta será criada Pesquisar, quando acionado no Ex-
para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos etc.); F3
plorador de Arquivos. Win+S fora dele
z O conteúdo de arquivos do Office pode ser trans-
ferido para outros arquivos do próprio Office atra-
F5 Atualizar
vés da Área de Transferência do Windows;
z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans- Exclui definitivamente, sem arma-
Shift+Del
ferido para outros arquivos do Windows, mas a zenar na Lixeira
formatação poderá ser perdida.
Win Abre o menu Início
Atalhos de Teclado — Windows 10 Acessa o primeiro programa da
Win+1
barra de tarefas
Dica Acessa o segundo programa da
Win+2
barra de tarefas
Os atalhos de teclado do Windows são de ter-
mos originais em inglês. Por serem atalhos de Win+B Acessa a Área de Notificação
teclado do sistema operacional, são válidos para Mostra o desktop (área de
os programas que estiverem sendo executados Win+D
trabalho)
no Windows.
Win+E Abre o Explorador de Arquivos

ATALHO AÇÃO Feedback – hub para comentários


Win+F
sobre o Windows
Alterna para o próximo aplicativo
Alt+Esc Win+I Configurações (Painel de Controle)
em execução
Exibe a lista dos aplicativos em Bloquear o Windows
Alt+Tab Win+L
execução (Lock, bloquear)
Volta para a pasta anterior, que Minimiza todas as janelas e mos-
Backspace estava sendo exibida no Explorador Win+M tra a área de trabalho, retornando
de Arquivos como estavam antes

Ctrl+A Selecionar tudo Selecionar o monitor/projetor que


será usado para exibir a imagem,
Copia o item (os itens) para a Área Win+P
Ctrl+C podendo repetir, estender ou
de Transferência escolher
Ctrl+Esc Botão Início Search, para pesquisas (substitui
Win+S
o Win+F)
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Exibe a lista dos aplicativos em
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas Win+Tab
execução em 3D (Visão de Tarefas)
Cola o item (os itens) da Área de Menu de acesso rápido, exibido ao
Ctrl+V Win+X
Transferência no local do cursor lado do botão Iniciar
Move o item (os itens) para a Área
Ctrl+X
de Transferência
Ctrl+Y Refazer
252
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WINDOWS 11 — NOVIDADES carreguem mais rapidamente, melhorando, tam-
bém, a qualidade gráfica geral;
O sistema operacional Windows chegou na sua z Controle de Aplicativo Inteligente: é um recurso
versão 11 com uma série de novidades. Sempre que que
uma nova versão é apresentada, novos recursos são
adicionados e, às vezes, outros são removidos ou des- [...] adiciona proteção significativa contra amea-
continuados. Com o Windows 11, algumas teclas de ças novas e emergentes bloqueando aplicativos
atalhos foram reorganizadas, novas interfaces apre- mal-intencionados ou não confiáveis. O Controle
sentadas e recursos aprimorados. de Aplicativo Inteligente também ajuda a bloquear
A maioria das caraterísticas foi mantida, por ques- aplicativos potencialmente indesejados, que são
tões de compatibilidade com as versões anteriores, aplicativos que podem fazer com que seu disposi-
como os caracteres não permitidos nos nomes de tivo seja executado lentamente, exibir anúncios
arquivos e pastas. Os atalhos de teclado foram man- inesperados, oferecer software extra que você não
tidos, com a adição de novos recursos e alterações queria ou fazer outras coisas que você não espera.
pontuais. (MICROSOFT, s.d.)
O Windows 11, lançado em 24 de junho de 2021,
apresenta várias mudanças em relação ao Windows O Controle de Aplicativo Inteligente opera junto ao
10. Algumas das principais novidades incluem: software de segurança Microsoft Defender. Para aces-
sar as configurações do Controle de Aplicativo Inteli-
z Design renovado: o Windows 11 apresenta um gente, você pode ir em Configurações, Segurança do
design mais moderno e elegante, com cantos arre- Windows;
dondados e transparências. O menu Iniciar foi
reposicionado ao centro da barra de tarefas, e, z PDE (Personal Data Encryption): um recurso que
agora, inclui ícones de aplicativos recomendados. permite criptografar arquivos e pastas no Windo-
A barra de tarefas está mais limpa e simplificada, ws 11. Ele protege os dados pessoais contra acesso
com ícones centralizados e sem rótulos. A barra de não autorizado, garantindo que apenas o dono ou
tarefas pode ser personalizada para incluir ícones proprietário possa acessá-los. Quando criptogra-
adicionais ou removê-los conforme necessário;
famos um arquivo ou pasta, o Windows 11 utili-
z Novo recurso Snap Layouts: o Snap Layouts permi-
za um algoritmo de criptografia que transforma o
te que as várias janelas abertas sejam organizadas
conteúdo em um formato ilegível, tornando-o ina-
em leiautes predefinidos, facilitando a multitarefa.
cessível sem a respectiva chave de descriptografia.
Esta funcionalidade é válida para múltiplos moni-
tores, permitindo “memorizar” o posicionamento
das janelas ao desconectar e conectar novamente Atalhos com a Tecla Windows
a segunda tela. Você pode escolher entre vários
leiautes diferentes, como lado a lado, quadrado ou Os atalhos que usam a tecla Windows são uma
vertical, para organizar suas janelas abertas. Além maneira conveniente de acessar recursos e funções
disso, o Windows 11 apresenta um novo recurso do sistema operacional. Eles podem ser usados para
chamado Snap Groups, que permite que se salve executar ações comuns, como abrir o menu Iniciar,
e restaure grupos de aplicativos abertos em um alternar entre aplicativos abertos e pesquisar arqui-
determinado momento; vos e pastas. Além disso, muitos aplicativos também
z Microsoft Teams integrado: o Windows 11 inclui o têm atalhos de teclado que podem ser usados para
Microsoft Teams, permitindo que você faça chama- executar funções específicas.
das de vídeo e áudio diretamente do sistema ope-
racional. Esta integração significa que não é mais
ATALHO DE
preciso baixar ou instalar o aplicativo separada- AÇÃO
TECLADO
mente para usar os recursos de videochamadas
e videoconferência do Microsoft Teams. Além da Inicia o Microsoft Teams (Conver-
integração, o sistema operacional apresenta uma Windows + C sar). No Windows 10, era Microsoft
nova interface do Teams, que é mais fácil de usar Cortana
e mais intuitiva;
z Widgets: o Windows apresenta uma nova área de Windows +
Inicia o menu de botões
widgets (bugigangas ou ferramentas) que pode ser Shift + C
personalizada para exibir informações relevantes, Windows +
como notícias, clima e calendário. Você pode aces- Ativa filtros coloridos
Ctrl + C
sar a área de widgets clicando no ícone correspon-
dente na barra de tarefas ou deslizando a partir da Define o foco em uma dica do
Windows + J
borda esquerda da tela. Os widgets são personali- Windows
INFORMÁTICA

záveis e podem ser redimensionados ou movidos.


Windows + N Abre a área de Notificações
Atalho de teclado: Windows + W;
z Desempenho aprimorado: o Windows 11 foi proje- Windows + O Bloqueia a orientação do dispositivo
tado para ser mais rápido e eficiente do que o Win-
dows 10, com melhorias no desempenho da CPU Windows +
Inicia a Assistência Rápida
(processador), GPU (processador gráfico) e memó- Shift + Q
ria. O novo sistema operacional apresenta uma
Windows + Grava vídeo da janela de um jogo em
inicialização mais rápida, graças à nova tecnologia
Alt + R modo foco
chamada DirectStorage, que permite que os jogos 253
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Segurança do Microsoft Edge: o navegador de
ATALHO DE internet padrão do Windows, que utiliza o núcleo
AÇÃO
TECLADO modificado do Google Chromium, oferece contro-
Inicia o Widgets. No Windows 10, era le de dados e proteção contra softwares malicio-
Windows + W sos, podendo verificar na internet se suas senhas
Whiteboard
foram comprometidas;
Muda entre o Windows Mixed Reality e z Sincronizar seu computador e seu telefone: no
Windows + Y
a Área de Trabalho passado, o Windows oferecia sincronização ape-
nas com o Windows Phone. No Windows 11, ele
Windows + Z Abre o menu de contexto do aplicativo
oferece integração com o iPhone e Android;
z Aplicativos via Loja Microsoft: os acessórios
Atalhos de Teclado a Partir da Barra de Tarefas do Windows, que na versão 10 eram todos nati-
vamente disponibilizados com o sistema, foram
migrados para a Loja Microsoft. Através da loja, o
ATALHO DE
AÇÃO usuário poderá baixar o aplicativo desejado para
TECLADO
instalação no Windows 11.
Windows Menu Iniciar
REQUISITOS DO SISTEMA WINDOWS 11
Windows + S Pesquisar

Windows + T Barra de Tarefas (Task Bar) z Processador: 1 GHz (gigahertz) ou mais rápido,
com dois ou mais núcleos de 64 bits;
Primeiro aplicativo da Barra de z Memória RAM: 4 GB (gigabytes);
Windows + 1
Tarefas z Armazenamento: 64 GB ou mais de armazenamen-
to de massa;
Segundo aplicativo da Barra de z Firmware do sistema: UEFI (Unified Extensible Fir-
Windows + 2
Tarefas mware Interface), compatível com Inicialização
Windows + 3, 4, 5, Demais aplicativos da Barra de Segura.
etc. Tarefas, respectivamente
Inicialização Segura é um recurso de segurança
Windows + B Área de notificação importante projetado para impedir o carregamen-
to de software mal-intencionado quando o compu-
Central de ações (Action tador é iniciado (inicializado). (MICROSOFT, s.d.);
Windows + A
Center)
z TPM (Trusted Platform Module): versão 2.0.
Mostrar área de trabalho
Windows + D
(desktop)
O TPM 2.0 é necessário para executar Windo-
Mostrar área de trabalho (mini- ws 11, como um importante bloco de construção
Windows + M mizar todas as janelas e visuali- para recursos relacionados à segurança. O TPM
zar a área de trabalho) 2.0 é usado em Windows 11 para vários recursos,
incluindo Windows Hello para proteção de identi-
dade e BitLocker para proteção de dados.(MICRO-
Recursos Aprimorados no Windows 11 SOFT, n/d);

Além das novas funcionalidades e atalhos de z Placa gráfica: possui compatibilidade com DirectX
teclado, recursos nativos do Windows foram apri- 12 ou posterior;
morados na nova versão. Conheça alguns destes z Tela: com alta definição (720p) e mais de nove pole-
aprimoramentos: gadas no sentido diagonal, 8 bits por canal de cor;
z Conexão com a internet e conta Microsoft: para todas
z Pesquisa Universal: ferramenta de pesquisa inte- as versões do Windows 11, é preciso ter acesso à
grada que permite pesquisar arquivos, aplicativos e internet para realização de atualizações, downloads
conteúdo da web diretamente do menu Iniciar. Você e aproveitamento de alguns recursos. Além disso, é
pode acessar a Pesquisa Universal clicando no ícone importante que se tenha uma conta Microsoft para
da lupa na barra de tarefas ou pressionando as teclas utilização de algumas funcionalidades.
Windows + S. A Pesquisa Universal também pode ser
usada para pesquisar configurações do sistema, como
opções de energia e gerenciamento de dispositivos. MSOFFICE M365
Além disso, a Pesquisa Universal apresenta resulta-
dos em tempo real à medida que você digita, tornan- WORD
do mais fácil encontrar o que se está procurando;
z Recursos de acessibilidade: navegar usando reco- Estrutura Básica dos Documentos
nhecimento de voz, legendas ao vivo e leitura de tela
com o narrador, usando voz natural e humana; Os documentos produzidos com o editor de textos
z Fácil configuração e personalização: personali- Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
zar o tema da Área de Trabalho, cores, textos, tela
de fundo e espaços de trabalho; z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft
z Desempenho e segurança: camadas adicionais de Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
proteção para manter aplicativos, informações e editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha-
254 privacidade em segurança; dos com outros usuários para edição colaborativa;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, contêm formatações que serão aplicadas aos novos documentos
criados a partir deles. O modelo é usado para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM (Document Template Macros — modelo de documento com
macros): as macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) para a automatização
de tarefas;
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo a orientação, o tamanho do papel e margens. As principais
definições estão na guia Layout, mas também encontrará algumas definições na guia Design;
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem usa-
das configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho da página, orientação, cabeçalhos, numeração
de páginas, entre outras, as seções serão usadas;
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação inde-
pendente do parágrafo anterior e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos de
formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade, todavia alguns recursos são suspensos. Para usar todos os
recursos da versão atual, é necessário “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão ser editados pelas versões antigas do Office, desde que ins-
tale um pacote de compatibilidade, disponível para download no site da Microsoft.
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft Word, desde a
versão 2013, possui o recurso “Refuse PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fosse um documento do
Word.
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:

z faz a gravação automática dos dados editados enquanto o arquivo não tem um nome ou local de armazena-
mento definidos. Depois, se necessário, o usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z faz a gravação automática de auto recuperação dos arquivos em edição que tenham nome e local definidos,
permitindo recuperar as alterações que não tenham sido salvas;
z as versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento automático”, associado à conta Microsoft, para
armazenamento na nuvem Microsoft OneDrive. Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento será
realizado;
z o formato de documento RTF (Rich Text Format) é padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e por
ser portável, também poderá ser editado pelo Microsoft Word.

Em questões de informática, as extensões dos arquivos produzidos pelo usuário costumam ser questionadas
com regularidade.
Acompanhe ainda os pontos a seguir:

z ao iniciar a edição de um documento, o modo de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.
O documento será mostrado na tela da mesma forma que será impresso no papel;
z o Modo de Leitura permite visualizar o documento sem outras distrações, como, por exemplo, a Faixa de
Opções com os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida;
z o modo de exibição “Layout da Web” é usado para visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse
publicado na Internet como página web;
z em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
de conteúdo;
z o modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos
gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele;
z os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
interface do Microsoft Office;

Acesso Rápido Guia Atual Item com Listagem Guias ou Abas


INFORMÁTICA

Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções

z para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado;
z a Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos, como será mostrado na tabela a seguir: 255
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE BOTÃO/GUIA DICA
Recortar Tarefas secundárias: adicionar
um objeto que ainda não existe no
Inserir
Copiar documento, tabela, ilustrações e
Área de instantâneos
Transferência
Colar Configuração da página: formata-
Layout da Página ção global do documento e forma-
Pincel de tação da página
Página
Formatação
Inicial
Nome da Reúne formatação da página e
Calibri (Corp Design
fonte plano de fundo
Tamanho da Índices e acessórios: notas de
fonte Referências rodapé, notas de fim, índices, sumá-
Fonte
Aumentar rios etc.
fonte
Diminuir Mala direta: cartas, envelopes,
fonte Correspondências etiquetas, e-mails e diretório de
contatos
Folha de
Rosto Correção do documento: ele
está ficando pronto... Ortografia
Página em Revisão e gramática, idioma, controle de
Páginas
Branco alterações, comentários, comparar,
proteger etc.
Quebra de
Página Visualização: podemos ver o resul-
Exibir tado de nosso trabalho. Será que
Inserir Tabelas Tabela ficou bom?

Imagem
Edição e Formatação de Textos
Imagens
Online
A edição e formatação de textos consiste em apli-
Ilustrações
car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
parágrafos e nas páginas.
Formas Os estilos fornecem configurações padronizadas
para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi-
ção do documento. Os índices são gerenciados por
Importante! meio das opções da guia referências, que estão dispo-
níveis, na Microsoft Word, na guia Página Inicial.
As bancas priorizam o conhecimento do candi- Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário
dato acerca do uso dos recursos para a produ- poderá copiar a formatação de um local e aplicar em
ção de arquivos (parte prática dos programas). outro local no mesmo documento, ou em outro arqui-
Nas questões de editores de textos, a produção vo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “mode-
de documentos formatados com imagens ilus- lo de formatação no texto”, clique no ícone da guia
trativas no formato antes/depois são os assun- Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a
tos mais abordados. formatação. O conteúdo não será copiado, somente a
formatação. Se efetuar duplo clique no ícone, poderá
z As guias possuem uma organização lógica sequen- aplicar a formatação em vários locais até pressionar a
cial das tarefas que serão realizadas no documen- tecla Esc ou iniciar uma digitação.
to, desde o início até a visualização do resultado
final, como veremos na tabela a seguir: Seleção

BOTÃO/GUIA DICA Utilizando-se do teclado e do mouse, como no siste-


ma operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
Comandos para o documento parágrafos e até o documento inteiro.
Arquivo atual: salvar, salvar como, imprimir, Lembre-se: assim como no Windows, as operações
salvar e enviar com mouse e teclado também são questionadas nos
programas do Microsoft Office. Entretanto, por terem
Tarefas iniciais: o início do
documento, acesso à área de trans-
conteúdos distintos (textos, planilhas e apresentações
Página Inicial ferência, formatação de fontes, de slides), a seleção poderá ser diferente para algumas
parágrafos e formatação do conteú- ações.
do da página

256
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MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha

Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo

Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento

Seleciona até o início da


- Shift+Home Selecionar até o início
linha

Seleciona até o final da


- Shift+End Selecionar até o final
linha

Seleciona até o início do


- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início
documento

Seleciona até o final do


- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final
documento

Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra

Seleção de um ponto até


Botão principal Shift Seleção bloco
outro local

Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado

Botão principal Seleção vertical, iniciando


Alt Seleção bloco
pressionado no local do cursor

Dica

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimen-
te praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em
branco e apertar Enter, ele criará um texto “aleatório” com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você
pode praticar à vontade.

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Rodapé17.
Poderá ser igual em toda a extensão do documento, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente e verso),
mesmo que a seção anterior, diferente para cada seção do documento, não aparecer na primeira página, entre
várias opções de personalização.
Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como tabelas e ilustrações.
A formatação de cabeçalho e rodapé, é diferente entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft Word o
cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colunas. No Microsoft PowerPoint... depende, podendo ter 2 ou 3 colunas.
A numeração de páginas poderá ser inserida no cabeçalho e/ou rodapé.
INFORMÁTICA

17 O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
(no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda) 257
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(Digite aqui)

(Digite aqui) (Digite aqui) (Digite aqui)

Parágrafos

z Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter. Um parágrafo poderá ter diferentes for-
matações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números ou algarismos romanos ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha - apenas a primeira linha será


deslocada em relação à margem esquerda
Margem esquerda Margem direita

2 2 4 6 8 10 12 14 16

Recuo deslocamento - as linhas


Recuo esquerda - todas as serão deslocadas em relação à
linhas serão deslocadas em margem esquerda, exceto a pri- Recuo direito - todas as linhas serão desloca-
relação à margem esquerda meira linha das em relação à margem direita

Os editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD


Tecla(s) Ícone Ação Visualização
Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode
Enter -
mudar a formatação

258
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CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD
Tecla(s) Ícone Ação Visualização
Quebra de Linha: muda de linha e mantém a forma-
Shift+Enter -
tação atual
Quebra de página: muda de página, no local atual
do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Páginas,
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
ícone Quebra de Página, e na guia Layout, grupo
Configurar Página, ícone Quebras
Quebra de coluna: indica que o texto continua na
Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras
Separador de Estilo: usado para modificar o estilo
Ctrl+Alt+ Enter -
no documento
Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-
TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo

- - Fim de célula, linha ou tabela

Espaço Espaço em branco


Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial.

PÁGINA INICIAL

Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Para facilitar o acesso a essas fontes, o atalho de teclado é: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Vejamos, agora, alguns atalhos de teclado:

z Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo teclado com Ctrl+Shift+<
INFORMÁTICA

para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte;


z Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e
sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 — atalho Ctrl+Shift+mais)

A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-sublinhado,
negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.

259
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o
efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simul- Biblioteca de Marcadores
taneamente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCU-
LAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito.
Por sua vez, Sombra é um efeito independente, Nenhum
que pode ser combinado com outros. Já as opções de
efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devendo
ser individuais.
Para finalizar esse assunto, temos o sublinhado. Ele é
um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro
de si mesmo. Temos, então, Sublinhado simples, Subli- Marcadores de Documento
nhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras
(sem considerar os espaços entre as palavras) etc. São os
estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
Lembre-se: as questões sobre Fontes são práticas.
Portanto, se puder praticar no seu computador, será
melhor para a memorização do tema. As questões
são independentes da versão, portanto poderá usar o
Word 2007 ou Word 365, para testar as questões de
Word 2016.
Alterar Nível de Lista

Colunas
Definir Novo Marcador...

O documento inicia com uma única coluna. Em


Layout da Página podemos escolher outra configura-
ção, além de definir opções de personalização. Ao pressionar duas vezes “Enter”, sairá da for-
As colunas poderão ser definidas para a seção matação dos marcadores simbólicos, retornando ao
atual (divisão de formatação dentro do documento) Normal.
ou para o documento inteiro. Assim como os cadernos Os marcadores numéricos são semelhantes aos
de provas de concursos, que possuem duas colunas, é marcadores simbólicos, mas com números, letras ou
possível inserir uma “Linha entre colunas”, separan- algarismos romanos. Podem ser combinados com os
do-as ao longo da página. Recuos de parágrafos, surgindo o formato Múltiplos
Níveis.

NÚMEROS LETRAS

1. Exemplo a. Exemplo
2. Exemplo b. Exemplo
3. Exemplo c. Exemplo
4. Exemplo d. Exemplo

ROMANOS MÚLTIPLOS NÍVEIS

i. Exemplo 1) Exemplo
ii. Exemplo a) Exemplo
iii. Exemplo 2) Exemplo
iv. Exemplo a) Exemplo

Para trabalhar com a formatação de marcadores


Marcadores Simbólicos e Numéricos Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla “TAB”
para aumentar o recuo, passando os itens do primei-
• Usados por parágrafos, apresentam símbolos no ro nível para o segundo nível. E também pelo ícone
início de cada, do lado esquerdo; “Aumentar recuo”, presente na guia Página Inicial,
o Podem ser círculos preenchidos (linha acima), ou grupo Parágrafo. Usando a régua, pode-se aumentar
círculos vazios, como esta; o recuo também.
 Outra forma de apresentação são os quadrados, ou Ao teclar “Enter” em uma linha com marcador ou
então... numeração, mas sem conteúdo, você sai do recur-
O desenho do Office; so, voltando à configuração normal do parágrafo. Se
 Um símbolo neutro; forem listas numeradas, itens excluídos dela provo-
 Setas; cam a renumeração dos demais itens.
 Check ou qualquer símbolo que o usuário deseja
personalizar. Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito


utilizadas para um layout adequado do texto, seme-
lhante a colunas, com a vantagem que estas não criam
seções exclusivas de formatação.

260
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, é formada por
células, podendo conter, também, fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente esses
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.

Confira, na tabela a seguir, algumas das diferenças do Word para o Excel.

WORD EXCEL
Somente o conteúdo da primeira célula será
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos
mantido
Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicionais
Tabela, Fórmulas
=SUM(ABOVe) =SOMA(A1:A5)
Recalcula automaticamente e manualmente
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente
(F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter
Copia apenas a primeira formatação da
Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
INFORMÁTICA

Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago


Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico

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WORD EXCEL
Finaliza a entrada na célula e mantém o
Ctrl+Enter Quebra de página manual
cursor na célula atual
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
Finaliza a entrada na célula e posiciona o
Shift+Enter Quebra de linha manual
cursor na célula acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

Impressão

Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a impressão
permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do Painel de Controle.
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades), quais serão as páginas (números separados com ponto e
vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
seção específica, e com a letra p uma página específica).
Havendo a possibilidade, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso automático, ou manual.
O agrupamento das páginas permite que várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto Desagrupado, as
páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisagem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser escolhidas no
momento da impressão, ou antes, na guia Layout da Página. A última opção em Imprimir possibilita a impressão
de miniaturas de páginas (várias páginas por folha) em uma única folha de papel.

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EPSON8D025B(L5190 SERIES)
Pronto

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Tudo

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Imprimir em Um Lado
Apenas imprimir um lado d..

Agrupado
1;2;3 1;2;3; 1;2;3;

Orientação Retrato

A4
21cm x 29,7 cm

Margens Personalizadas

1 Página por Folha

Configurar Página

Controle de Quebras e Numeração de Páginas

As quebras são divisões e podem ser do tipo Página ou de Seção.


Além disso, elas podem ser automáticas, como quando formatamos um texto em colunas, todavia, elas também
podem ser manuais, como Ctrl+Enter para quebra de página, Shift+Enter para quebra de linha, Ctrl+Shift+Enter para
quebra de coluna, e outras.
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Quebras

Dica

Se envolve configurações diferentes, temos Quebras.


Cabeçalhos diferentes... quebras inseridas. Colunas diferentes... quebras inseridas. Tamanho de página dife-
rente... quebra inserida.

Numeração de Páginas

Disponível na guia Inserir permite que um número seja apresentado na página, informando a sua numeração
em relação ao documento.
Combinado com o uso das seções, a numeração de página pode ser diferente em formatação a cada seção do
documento, como no caso de um TCC.

INFORMÁTICA

Conforme observado na imagem acima, o número de página poderá ser inserido no Início da Página (cabeça-
lho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas margens da página, e na posição atual do cursor.

Legendas

Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em Figuras
(que inclui Ilustrações) ou Tabelas. 263
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Disponível na guia Referências (índices), as legendas podem ser inseridas na configuração padrão ou persona-
lizadas. Depois, podemos criar um índice específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências, no Word, encontramos o ícone “Referência Cruzada”. Em
alguns textos, é preciso citar o conteúdo de outro local do documento. Assim, ao criar uma referência cruzada, o
usuário poderá ir para o local desejado pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que estava antes.

Inserir
Legenda

Legenda

Legenda
Figura 1
Opção
Rótulo: Figura
Posição: Abaixo do item selecionado

Excluir rótulo da legenda

Novo rótulo Excluir Rótulo Numeração...

Auto Legenda... OK Cancelar

ÍNDICES

Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.


Os índices podem ser construídos a partir dos Estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente por
meio da adição de itens manualmente.

z Sumário: principal índice do documento;


z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões;
z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá “Adicionar Texto” no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Lembre-se: a guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos:
envolvem conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na
formatação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

Inserção De Objetos

Disponíveis na guia Inserir, os objetos que poderiam ser inseridos no documento estão organizados em
categorias:

z Páginas: objetos em forma de página, como a capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma Quebra
de Página (divisão forçada, quebra de página manual, atalho Ctrl+Enter);
z Tabela: conforme comentado anteriormente, organizam os textos em células, linhas e colunas;
z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador), ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geométricas),
SmartArt (diagramas), Gráfico e Instantâneo (cópia de tela ou parte da janela).

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na sequência dos objetos para serem inseridos em um documento, encontramos:

z Links: indicado para acessar a Internet via navegador ou acionar o programa de e-mail ou criação de referên-
cia cruzada;
z Cabeçalho e Rodapé;
z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Partes Rápidas (com organizador de elementos do documen-
to), WordArt (que são palavras com efeitos), Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo com destaque),
Linha de Assinatura (que não é uma assinatura digital válida, dependendo de compra via Office Marketplace),
Data e Hora, ou qualquer outro Objeto, desde que instalado no computador;
z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos especiais.

Campos Predefinidos

Estes campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como Data e Hora, Objeto e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para automação de documento, data e hora, equações e
fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração, vínculos
e referências.

INFORMÁTICA

Caixas de Texto

Possibilita a inserção de caixas de textos pré-formatadas, ou desenhar no documento, aceitando configurações


de direção de texto (semelhante a uma tabela) e também configurações de bordas e sombreamento, semelhante
a uma Forma.
Qualquer forma geométrica composta poderá ser caixa de texto.

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Uma nova guia de opções será apresentada após a última, denominada Ferramentas de Caixa de Texto, permi-
tindo Formatar os elementos de Texto e do conteúdo da Caixa de Texto.
Nas opções disponibilizadas, será possível controlar o texto (direção do texto), definir estilos de caixa de texto
(preenchimento da forma, contorno da forma, alterar forma, estilos predefinidos), efeitos de sombra e efeitos 3D.

Atalhos de Teclado — Word 2016 ou Superior

ATALHO AÇÃO

Ctrl+A Abrir: carrega um arquivo da memória permanente para a memória RAM

Salvar: grava o documento com o nome atual, substituindo o anterior. Caso não tenha nome, será
Ctrl+B
mostrado “Salvar como”

Ctrl+C Copiar: o texto selecionado será copiado para a Área de Transferência

Ctrl+D Formatar Fonte

Ctrl+E Centralizar: alinhamento de texto entre as margens

Ctrl+F Limpar formatação do parágrafo

Ctrl+G Alinhar à direita: alinhamento de texto na margem direita

Ctrl+I Estilo Itálico

Ctrl+J Justificar: alinhamento do texto distribuído uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Ctrl+L Localizar: procurar uma ocorrência no documento

Ctrl+M Aumentar recuo

Ctrl+N Estilo Negrito

Ctrl+O Novo documento

Ctrl+P Impressão rápida (imprimir na impressora padrão)

Ctrl+Q Alinhar à esquerda: alinhamento de texto na margem esquerda

Ctrl+R Refazer

Ctrl+S Estilo Sublinhado simples

Ctrl+Shift+ > Aumentar o tamanho da fonte

Ctrl+Shift+ < Reduzir o tamanho da fonte

Pincel de Formatação: para copiar a formatação de um local e aplicá-la a outro, seja no mesmo
Ctrl+Shift+C
documento ou outro aberto. Para colar a formatação copiada, use Ctrl+Shift+V

Ctrl e = Formatação de Fonte = Subscrito

Ctrl e Shift e + Formatação de Fonte = Sobrescrito

Ctrl+T Selecionar tudo: seleciona todos os itens

Ctrl+U Substituir: procurar uma ocorrência e trocar por outra

Ctrl+V Colar: o conteúdo da Área de Transferência é inserido no local do cursor

Ctrl+X Recortar: o selecionado será movido para a Área de Transferência

Ctrl+Z Desfazer

F1 Ajuda
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ATALHO AÇÃO

F5 Ir para (navegador de páginas, seção etc.)

F7 Verificar ortografia e gramática: procurar por erros ou excesso de digitação no texto

Shift+F1 Revelar formatação

Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas

EXCEL

A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser impressa em sua totalidade, ou apenas áreas definidas pela
Área de Impressão, ou a seleção de uma área de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou toda a pasta
de trabalho.
Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha com duas informações em cada célula: dados reais e dados
formatados.
Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, poderá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calculou e
resultou em 5 (como =10/2)

Conceitos de Células, Linhas, Colunas, Pastas e Gráficos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;

Barra de Acesso Rápido Coluna

Barra de Fórmulas
Faixa
de Opções
INFORMÁTICA

Célula

Linha

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas podem variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com
256, 1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado, mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula;
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráficos

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

z digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z o preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.

Formatos de Números, Disponível na Guia Página Inicial

Geral
123 Sem formato específico

Número
12 4,00

Moeda
R$4,00

Contábil
R$4,00

Data Abreviada
04/01/1900
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Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900

Hora
00:00:00

Porcentagem
400,00%

1 Fração
2 4

Científico
102 4,00E+00

Texto
ab 4

Dica
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
plo, na verdade é um número formatado como data. Por isto conseguimos calcular a diferença entre datas.

Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si, mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é ‘justificado’ e o símbolo de R$ fica posicionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.

Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00

Moeda CONTÁBIL

R$ 150,00 R$ 150,00

R$ 170,00 R$ 170,00

R$ 200,00 R$­ 200,00

R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

R$ 10,54 R$ 10,54

O ícone é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)

VALOR FORMATO PORCENTAGEM % PORCENTAGEM E 2 CASAS % ,0 0


ß,0

1 100% 100,00%

0,5 50% 50,00%

2 200% 200,00%

100 10000% 10000,00%

0,004 0% 0,40%

O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.

VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000


INFORMÁTICA

1500 R$1.500,00 1.500,00

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

1 R$1,00 1,00

400 R$400,00 400,00

27568 R$27.568,00 27.568,00


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,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar
casas decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, de ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED,
para arredondar.

Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
(multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por


% (percentual) Percentual = 20%
100

Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) Exponenciação Cálculo de raízes =3^2=8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica
de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.

Importante!
Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos);
Identificar a simbologia básica do Excel (informática);
Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática);
Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico).

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre 15,


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
senão mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então mostre 20,


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
senão mostre 40

Maior ou Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então


>= (maior ou igual) = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 )
igual a mostre 5, senão mostre 1

Menor ou Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


<= (menor ou igual) = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 )
igual a mostre 11, senão mostre 23

Se o valor de A1 for diferente de 1, então mostre


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
100, senão mostre 8

Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )
senão mostre 50
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Princípios dos Operadores Relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>;
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=;
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=.

OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

=$A1 Trava a célula na coluna A


$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
Planilha2

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do


=’C:\novaconcursos\
‘ (apóstrofe) Caminho Excel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 );
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.

Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Início de fórmu- = 15 + 3 Faz a soma de 15 e 3


= (igual) la, função ou = SOMA ( 15 ; 3 ) Compara o valor de A1 com 5, e caso seja verda-
comparação =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 ) deiro, mostra 10, caso seja falso, mostra 11

Identifica uma
= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador
função ou os valo-
( )parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1
res de uma opera-
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2
ção prioritária

; (ponto e Separador de A função SE tem 3 partes, e estas estão separa-


=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
INFORMÁTICA

vírgula) argumentos das por ponto e vírgula

Executa uma operação sobre as células em co-


Espaço Intersecção =SOMA(F4:H8 H6:K10)
mum nos intervalos

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.

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SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Nova


“ (aspas duplas) Texto exato = “Nova”
Se usado em testes, é “igual a”

Exibe os zeros não significativos, 0001 como


‘ (apóstrofe) Número como texto ‘0001
texto (ex: placa de carro)

= “Nova”&” Exibe “Nova Concursos” (sem as aspas), o resul-


& (“E” comercial) Concatenar
Concursos” tado da junção dos textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Função Operação Exemplos

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)

=A1&A2&A3 é igual a
& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos
=CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem mensa-
gens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digitação,
entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

z #DIV/0! indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;


z #NOME? indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece;
z #NULO! a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
z #NUM! a fórmula apresenta um valor numérico inválido;
z #REF! indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
z #VALOR! indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;
z ##### indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.

Uso de Fórmulas, Funções e Macros

Funções Básicas

z SOMA(valores): realiza a operação de soma nas células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3;
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5;
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3;
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares;
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3;
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.

z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
272 atendida.
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A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para Esta função é muito solicitada em todas as bancas.
que seja somado): A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- segunda parte, e o que fazer caso seja falso na última
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15; parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais se-
rão realizadas as duas operações, somente uma delas,
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- segundo o resultado do teste.
res de A1 até A10 que forem iguais a 10.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
z MÉDIA(valores): realiza a operação de média menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
nas células selecionadas e exibe o valor médio te) para construção do teste. As aspas são usadas para
encontrado. textos literais.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples „ =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo- da célula A1 não é 10”)
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma „ =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células valor não é negativo”)
vazias não entram no cálculo da média. „ =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O
valor não é positivo”)
z MED(valores): informa a mediana de uma série
de valores. É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequên-
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
cia de valores com quantidade ímpar, eles serão orde-
nados e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo,
„ =SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor
para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e
é negativo”;”Valor é positivo”))
a mediana é 5.
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
Se temos uma sequência de valores com quantida-
exibe a mensagem e finaliza a função, mas se não for
de par, a mediana será a média dos valores que estão
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1),
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A
rando a função. Por fim, se não é igual a zero, e não é
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
menor que zero, só poderia ser maior do que zero, e a
mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das célu-
las selecionadas. Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
usado somente no início da digitação da célula.
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na As funções CONT são usadas para informar a
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- quantidade de células, que atendem às condições
nas um será mostrado. especificadas.

z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem
uma série, segundo o argumento apresentado. números;
z CONT.VALORES: quantidade de células que estão
Valores iguais ocupam posições diferentes. preenchidas;
z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- estão preenchidas;
las A1 até D6. z CONT.SE: quantidade de células que atendem à
uma condição específica;
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu- z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
las selecionadas. várias condições simultaneamente.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na „ CONT.VALORES(células): esta função conta


área de A1 até D6. todas as células em um intervalo, exceto as
células vazias.
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de
uma série, segundo o argumento apresentado. =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
INFORMÁTICA

contagem, informando quantas células estão preen-


Valores iguais ocupam posições diferentes. chidas com valores, quaisquer valores.

=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas cé- „ CONT.NÚM (células): conta todas as células
lulas A1 até D6. em um intervalo, exceto células vazias e célu-
las com texto.
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
outro caso seja falso. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. 273
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„ CONT.SE(células;condição): esta função conta quantas vezes aparece um determinado valor (número ou
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que indicar qual é o critério a ser contado)

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quantas células existem no intervalo de A1 até A10 contendo o
valor 5.

„ CONT.SES(células1;condição1;células2;condição2): esta função conta quantas vezes aparece um deter-


minado valor (número ou texto) em um intervalo de células (o usuário tem que indicar qual é o critério a
ser contado), atendendo a todas as condições especificadas.

=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a contagem de quantas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
do o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas células existem no intervalo de B1 até B10 contendo o valor 7.

„ CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias de um intervalo.

=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células vazias existem no intervalo A1 até A8.

„ SOMASE(células para testar;teste;células para somar)

Efetua um teste nas células especificadas, e soma as correspondentes nas células para somar.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.

=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores de A1 até A10 que sejam maiores que 6.

=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem meno-
res que 3.

„ SOMASES (células para somar; células1; teste1;células2;teste2)

Verifica as células que atendem aos testes e soma as células correspondentes.


Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.

„ MÉDIASE(células para testar; teste; células para calcular a média)

Efetua um teste nas células especificadas, e calcula a média das células correspondentes.
Os intervalos de teste e de média podem ser os mesmos.

„ PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_índice_coluna; [intervalo_pesquisa])

A função PROCV é utilizada para localizar o valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando encontrar, retor-
nar a enésima coluna informada em núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou FALSO, é usada
para identificar se precisa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).

Por exemplo: =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)

A função PROCV é um membro das funções de pesquisa e Referência, que incluem a função PROCH.

Use a função TIRAR ou a função ARRUMAR para remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.

„ ESQUERDA(texto;quantidade)

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade de caracteres especificados, a partir do início (esquerda).

=ESQUERDA(“Nova Concursos”;8) exibe “Nova”

„ DIREITA(texto;quantidade)

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade de caracteres especificados, a partir do final.

=DIREITA(“Nova Concursos”;7) exibe “Concursos”.

„ CONCATENAR(texto1;texto2; ... )

Junta os textos especificados em uma nova sequência.

Esta função foi mantida por compatibilidade com as versões anteriores. Ela concatena apenas células individuais.
274
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=CONCATENAR(“Apostila “;”Nova “;”Concursos”) exibe “Apostila Nova Concursos”.

„ CONCAT(intervalo)

Junta os textos especificados em um intervalo de células para uma nova sequência.

=CONCAT(A1:A5) junta o conteúdo das células A1 até A5 em uma nova célula. Esta função não funciona nas
versões antigas do Office.

„ NÚM.CARACT(célula)

Informa a quantidade de caracteres existentes em uma célula.


Datas contém 5 caracteres, pois o Microsoft Excel armazena datas como números.

=NÚM.CARACT(“Nova Concursos”) resultado 14

=NÚM.CARACT(HOJE()) resultado 5 (a função HOJE retorna a data de hoje registrada no computador)

=NÚM.CARACT(AGORA()) resultado 15 (a função AGORA retorna a data de hoje registrada no computador e a


hora atual, como 01/08/2021 09:51)

„ INT(valor)

Extrai a parte inteira de um número.

=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor 3,14159 exibe 3.

„ TRUNCAR(valor;casas decimais)

Exibe um número com a quantidade de casas decimais, sem arredondar.

=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.

„ ARRED(valor;casas decimais)

Exibe um número com a quantidade de casas decimais, arredondando para cima ou para baixo.

=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.

„ HOJE() Exibe a data atual do computador;


„ AGORA() Exibe a data e hora atuais do computador;
„ DIA(data)Extrai o número do dia de uma data;
„ MÊS(data) Extrai o número do mês de uma data;
„ ANO(data) Extrai o número do ano de uma data;
„ DIAS(data1;data2) Informa a diferença em dias entre duas datas;
„ DIAS360(data1;data2) Informa a diferença em dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias);
„ POTÊNCIA(base;expoente).

Eleva um número (base) ao expoente informado.

=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2·2·2·2 = 16;

„ MULT(número;número;número; ... ) Multiplica os números informados nos argumentos.

FUNÇÕES LÓGICAS

Retorna VERDADEIRO se todos os seus argumentos forem


E (Função E)
VERDADEIROS

OU (Função OU) Retorna VERDADEIRO se um dos argumentos for VERDADEIRO

NÃO (Função NÃO) Inverte o valor lógico do argumento


INFORMÁTICA

FALSO (Função FALSO) Retorna o valor lógico FALSO

VERDADEIRO (Função VERDADEIRO) Retorna o valor lógico VERDADEIRO

Retornará um valor que você especifica se uma fórmula for avaliada para
SEERRO (Função SEERRO)
um erro; do contrário, retornará o resultado da fórmula

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Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste material, não é verdade? Existem milhares de funções no Micro-
soft Excel e LibreOffice Calc. Em concursos públicos, estas são as mais questionadas.

IMPRESSÃO

A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere-se ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item que o Excel oferece que é exclusivo, corresponde a possibilidade de imprimir os títulos das colunas
e linhas, fazendo com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P) temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber
em uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão
na tela.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.

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A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados
no Excel.

Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.

Gráficos

Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.
Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas, são construídos com dados existentes em uma ou
várias pastas de trabalho, associando e agrupando informações para a produção de relatórios completos.

z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.

z Os gráficos de Linhas representam valores com linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de Linhas:
Linha, Linha Empilhada, 100% Empilhada, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, 100% Empilhada
com Marcadores, e 3D.

z Os gráficos de Pizza representam valores proporcionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza, Pizza 3D,
Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizontal. São
opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D Empilhadas, e 3D
100% Empilhadas.
INFORMÁTICA

z Os gráficos de Área representam dados de forma semelhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área: Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.

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z Os gráficos de Dispersão representam duas séries de valores em seus eixos. São opções dos gráficos de Disper-
são: Dispersão, com Linhas Suaves e Marcadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e Marcadores, com
Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

z O gráfico do tipo Mapa exibe a informação de acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa Coroplético.

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados estejam organizados em preço na alta, preço na baixa e
preço no fechamento. Datas ou nomes das ações serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamento, e
Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos de Linhas, e preenchem a superfície com cores. São exem-
plos de gráficos de Superfície: 3D, 3D Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evolução de itens. São exemplos de gráficos de Radar: Radar,
Radar com Marcadores, e Radar Preenchido.

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mostrar proporcionalmente a hierarquia dos valores.

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z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primeiro da série
de dados.

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para séries de valores com evolução, como idades da população. São
exemplos de gráficos do tipo Histograma: Histograma e Pareto.

z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.

z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.

z O gráfico do tipo Funil alinha os valores em ordem decrescente.

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados.
São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no
Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.

CAMPOS PREDEFINIDOS

Semelhante ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na plani-
lha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.
Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos.
Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas, é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão divididos em 3 partes.
INFORMÁTICA

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CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS

O Excel é mais simples em relação ao Word, quando o assunto são as Quebras.

E para habilitar esta visualização, basta ativar o item na guia Exibição.

A numeração de páginas está associada ao Cabeçalho e Rodapé.

Obtenção de Dados Externos

O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes
de outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo ‘Obter Dados Externos’, apesar de figurar no edital de alguns
280 concursos, nunca foi questionado em provas de Noções de Informática, tanto nível médio como nível superior.
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De Arquivo

De banco de dados

INFORMÁTICA

Do Azure

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De serviços online

De outras fontes

Classificação de Dados

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou
mais colunas. Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por
formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de classificação
é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por linhas.
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
por uma coluna sem afetar as demais.

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CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS

A classificação de dados alfanuméricos poderá se ‘Classificar de A a Z’ em


Classificar texto ordem crescente, ou ‘Classificar de Z a A’ em ordem decrescente. É possível
diferenciar letras maiúsculas e minúsculas

Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’


Classificar números
ou ‘Classificar do maior para o menor’

Se houver datas ou horas, podemos ‘Classificar da mais antiga para a mais nova’
Classificar datas ou horas
ou ‘Classificar da mais nova para a mais antiga’

Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de células ou


Classificar por cor de célula, cor de uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, poderá classificar por es-
fonte ou ícones sas cores. Também será possível classificar por um conjunto de ícones criados
ao aplicar uma formatação condicional

Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa

Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em Classifi-


Classificar linhas
car da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK

Classificar por mais de uma


Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para ordenação
coluna ou linha

Classificar uma coluna em um


Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o item “Con-
intervalo de células sem afetar as
tinuar com a seleção atual”
demais

POWER POINT

O Microsoft PowerPoint é um programa que dispõe de recursos para a criação de apresentações em slides,
compostas de textos, imagens, vídeos e artes de modo geral.
As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint são arquivos de extensão .PPTX. Caso conte-
INFORMÁTICA

nham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E ainda podemos tra-
balhar com os modelos (extensão .POTX) e modelos com macros (extensão .POTM).
As macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) em documentos, planilhas e apre-
sentações do Microsoft Office para a automatização de tarefas.
Os modelos são arquivos desenvolvidos no editor de textos, no editor de planilhas de cálculos e no editor de
apresentações para a padronização dos recursos visuais dos novos arquivos desenvolvidos pelo usuário.
O Microsoft PowerPoint, apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, possui mui-
tas semelhanças nos recursos e conceitos, facilitando o aprendizado e os estudos sobre o tópico.

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EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS

PPT Apresentação editável Versão 2003 ou anterior

PPS Apresentação executável Versão 2003 ou anterior

POT Modelo de apresentação Versão 2003 ou anterior

PPTX Apresentação editável Versão 2007 ou superior

Versão 2007 ou superior, que não necessita de pro-


PPSX Apresentação executável
gramas para ser visualizada

POTX Modelo de apresentação Recursos para padronização de novas apresentações

Recursos para padronização e automatização de no-


POTM Modelo de apresentação com macros
vas apresentações

Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado


ODP Open Document Presentation
e salvo pelo Microsoft PowerPoint

Formato de documento portável, sem alguns recursos


PDF/XPS Portable Document Format
multimídia inseridos na apresentação de slide

GUIAS

BOTÃO/GUIA LEMBRETE...

Arquivo Comandos para a apresentação atual: salvar, Salvar como, Imprimir e Enviar

Tarefas iniciais: o início do trabalho, acesso à Área de Transferência, formatação de slides, fon-
Página Inicial
tes, parágrafos, desenho e edição

Tarefas secundárias: adicionar um objeto que ainda não existe. Tabelas, Imagens, Ilustrações,
Inserir
Links, Textos, Símbolos e Mídia (Vídeo e/ou Áudio)

Configuração da página: temas para toda a apresentação, ou apenas slides selecionados, e Plano
Design
de Fundo

Animação entre os slides: permitem visualizar, atribuir e configurar intervalo para a mudança de
Transições
slides

Efeitos de animação para os objetos: permitem visualizar, atribuir, configurar animação avançada
Animação
e definir seus intervalos

Apresentações
Iniciar apresentação de slides, configurar, definir resolução e escolha de monitores
de Slides

Correção da apresentação: ela está ficando pronta... Revisão de Texto, Idioma, Comentários,
Revisão
Comparar e Compartilhar

Visualização: Modos de Exibição de Apresentação, Modos de Exibição Mestres, Mostrar (na jane-
Exibição
la do PowerPoint), Zoom, Cor/Escala de Cinza, Janela e Macros

Dica

As guias de opções do Microsoft PowerPoint são semelhantes às guias dos demais programas do Microsoft
Office. As guias Apresentações de Slides, Transições e Animações são as mais questionadas em provas de
concursos, por apresentarem recursos exclusivos do aplicativo.

Atalhos de Teclado

Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctrl+I para itálico, entre outros) são iguais aos do Word 2016.

ATALHO AÇÃO

Ctrl+M Inserir novo slide

F5 Iniciar apresentação de slides a partir do início (primeiro slide)

Shift+F5 Iniciar apresentação de slides a partir do slide atual


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ATALHO AÇÃO

Durante a apresentação, esconde a apresentação, mos-


E ou ponto
trando um fundo preto (escuro)

Durante a apresentação, esconde a apresentação, mos-


C ou vírgula
trando um fundo branco (claro)

R ou mais (+) Para e reinicia uma apresentação automática

Durante a apresentação, mostra uma caneta para ano-


Ctrl+C (Caneta) tações, e o usuário poderá salvar estas anotações na
apresentação ao final

Ctrl+T (Target) Durante a apresentação, alterar o ponteiro para seta

Ctrl+L (Laser) Durante a apresentação, alterar o ponteiro para laser

Ctrl+E (Erase) Durante a apresentação, alterar o ponteiro para borracha

Durante a apresentação é para Mostrar ou Ocultar as


Ctrl+M (Mostrar)
marcações da caneta

Durante a apresentação, apaga o desenho da tela (man-


D tendo o slide intacto, sem as alterações feitas durante o
modo de apresentação)

Sair do modo de Apresentação de Slides e voltar à


ESC, Ctrl+Break ou hífen (traço)
edição

P, clicar com o botão esquerdo, enter, page down, seta Executar a próxima animação ou avançar para o próximo
para a direita, seta para baixo ou barra de espaços slide

A, clicar com o botão direito, page up, seta para a esquer-


Executar a animação anterior ou voltar ao slide anterior
da, seta para cima ou backspace

Menu de contexto (pop-up) ou slide anterior (durante a


Clicar com o botão direito
apresentação)

Shift+F9 Mostrar ou ocultar a grade

Alt+F9 Mostrar ou ocultar as guias

Número + Enter Ir para o slide número

V Vai para o próximo slide, se oculto

Manter os botões Direito e Esquerdo do mouse pressio-


Durante a apresentação, retorna ao primeiro slide
nados por dois segundos

Ctrl+H ou Ctrl+U Ocultar/Mostrar seta ao mover o mouse

Estrutura Básica das Apresentações

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4). Os recursos do PowerPoint, tais como animações, transições e narrações, serão
inseridos no vídeo, que poderá ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.
Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação;


z Slide mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a
aparência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “ideias de design” a cada objeto inserido no
INFORMÁTICA

slide;
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
diferente;

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Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
“duas apresentações” dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.

Conceitos de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientações,
números de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
O PowerPoint trabalha com quatro conceitos principais de slides:

z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações.

O slide mestre é o item mais questionado entre os modos de slides, seguido de Anotações (modo de apresenta-
ção do Narrador).

286 Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides


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Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:

z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo, o
slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de ano-
tações. Ajustar à janela encaixa o slide na área;
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para editar e alternar entre slides no painel de estrutura de
tópicos. Útil para a criação de uma apresentação a partir dos tópicos de um documento do Microsoft Word;
z Classificação dos Slides: no modo de exibição Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides serão
mostradas. Essas miniaturas poderão ser organizadas, arrastando-as. As operações de slides estão disponíveis,
como Excluir slide, Ocultar slide etc. Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após duplo clique será
possível a edição do conteúdo;
z Anotações: exibir a página de anotações para editar as anotações do orador da forma como ficarão quando
forem impressas;
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresentação como uma apresentação de slides que cabe na janela. A
barra de título do PowerPoint continuará sendo exibida.

Anotações

Durante uma apresentação de slides em um projetor, o narrador poderá acessar as suas anotações enquanto
a imagem do slide aparece para o público.
Anotações do orador poderão ser inseridas no slide enquanto estiver em modo de edição Normal. Estarão
disponíveis na parte inferior da janela de edição.

O modo de exibição Anotações serve para visualizar como serão impressos os slides e as anotações. É possível
editar o conteúdo das anotações no modo de exibição Anotações.
Para modificar o layout ou design, é preciso acessar Anotações Mestras (na guia Exibição), e as configurações
aplicadas serão válidas para toda a apresentação.

INFORMÁTICA

Modo de Exibição Anotações Anotações Mestras 287


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica

Anotações poderão ser adicionadas nos slides, que serão exibidos em tela somente para o apresentador ou
impressos. Todavia, os elementos de uma anotação não aparecem no slide exibido para o público.

Cabeçalhos e Rodapés

O PowerPoint é diferente dos demais aplicativos com relação ao cabeçalho e rodapé, por oferecer diferentes
configurações de acordo com o tipo de exibição ou formato utilizado.

O slide possui apenas Rodapé. Na área inferior do slide poderá ser apresentada a Data e Hora (no lado esquer-
do), um texto de Rodapé (na área central) e o número do slide (no lado direito). Opcionalmente, poderá não ser
mostrado no primeiro slide da apresentação (que seria como uma folha de rosto, uma capa).

As Anotações e folhetos (que são impressos) possuem cabeçalho e rodapé. No cabeçalho poderá ser mostrada
a Data e Hora (lado direito) ou um texto (lado esquerdo). No rodapé poderá ser mostrado o número da página
impressa (no lado direito) ou um texto (lado esquerdo).
A Data e Hora é uma informação que pode ser adicionada pelo ícone Data e Hora, do grupo Texto, da guia
Inserir, e também pelo ícone Cabeçalho e Rodapé, pertencente ao mesmo grupo.

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Noções de Edição e Formatação de Apresentações

A preparação de uma apresentação de slides segue uma série de recomendações, quanto à quantidade de
texto, quantidade de slides, ao tempo da apresentação etc. Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O
questionamento é sobre como fazer, onde configurar, como apresentar etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
“Do Começo” na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides, e ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom. A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura
em Tela Inteira, a barra de títulos não será mostrada.

A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou clican-
do no ícone da guia Apresentação de Slides.

Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides. Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquer-
do) do mouse exibirá um “laser pointer” na apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco
(clara). Pressionar E ou ponto final deixará a tela preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os princípios do editor de textos Word. Nesse viés, os
comandos também são os mesmos, como por exemplo, o Salvar em formato PDF.
INFORMÁTICA

De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.

FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS


PPTX X X X X X

PPSX X X X X X

PDF – – – – X
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FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS
MP4 X X X X X

JPG/PNG – – – – –

Tabela. Recursos disponíveis (X), recursos indisponíveis (–)

Importante!
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.

Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.

z Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5;

z A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides;

z Apresentar on-line: transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam
assisti-la em um navegador da Web;

z Apresentação de Slides Personalizada: criar ou executar uma apresentação de slides personalizada.


Uma apresentação de slides personalizada exibirá somente os slides selecionados. Este recurso permite que
você tenha vários conjuntos de slides diferentes (por exemplo, uma sucessão de slides de 30 minutos e outra
de 60 minutos) na mesma apresentação;

z Configurar Apresentação de Slides: configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como
o modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressionar
ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides etc.;

z Ocultar Slide: ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira;

z Testar Intervalos: iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua
apresentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
para executar a apresentação automaticamente no futuro;

z Gravar Apresentação de Slides: gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides;

z Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada
imagem será colocada em um slide individual;

z Ação: adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você
clicar nele ou passar o mouse sobre ele;

z Inserir número do slide: o número do slide reflete sua posição na apresentação;

z Inserir vídeo no slide: permite inserir um videoclipe no slide;

z Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe de áudio no slide;

z Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide;

z Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e
faixas, textos explicativos e botões de ação.

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Dica: o slide oculto existe na apresentação, aparece na edição, mas não é mostrado em modo de apresentação
de slides para o público.

Inserção de Objetos

Os objetos poderão ser inseridos no PowerPoint de diferentes maneiras. A mais simples e óbvia é através da
guia Inserir. Mas podemos adicionar também no slide, na guia Revisão (Comentários) e até converter o que já
existe na apresentação.

Lembre-se: objetos comuns, presentes em todos os programas do Microsoft Office, as Ilustrações (Imagem,
SmartArt, Caixa de Texto) são itens pouco questionados em provas. Quando aparecem em uma questão de Power-
Point, basta lembrar do ícone no Word, pois são iguais.

Álbum de Fotografias

Novo Álbum de Fotografias permite criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens.
Cada imagem será colocada em um slide individual.
Será possível selecionar fotografias de pastas, discos, inserir caixa de texto, mudar todas as fotografias para
preto e branco, acrescentar legendas abaixo das fotografias, ajustar ao slide, ajustar a imagem (brilho, contraste,
rotação) e associar um tema para a apresentação.

Ação

Adiciona-se uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você clicar nele ou
passar o mouse sobre ele.
Destarte, faz-se possível associar um hiperlink para o próximo slide, slide anterior, primeiro slide, último slide,
último slide exibido e finalizar a apresentação, tanto ao clicar como ao passar o mouse sobre o objeto.
É factível relacionar um programa para ser aberto, uma macro (pequeno programa) para ser executado ou
outra ação do objeto. Dessa forma, associa-se um som para ser tocado (ou interromper o som que estiver em exe-
cução) ao clicar no objeto ou passar o mouse sobre o objeto.
As ações estão disponíveis na guia Inserir, grupo Links, ícone Ação.

INFORMÁTICA

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Ademais, pode-se inserir uma ação no ícone Formas, tanto em Página Inicial, grupo Desenho como em Inserir,
Ilustrações, de maneira que apenas os ícones serão apresentados. Veja a descrição de cada um a seguir.

z Botões de Ação: Voltar ou Anterior; Avançar ou Próximo; Início; Final; Página Inicial;

Informações; Retornar; Filme; Documento; Som; Ajuda; Personalizar.

Inserir Número do Slide

Disponível na guia Inserir, grupo Texto, esse comando permite Inserir o número do slide. O número do slide
reflete sua posição na apresentação.

Inserir Vídeo no Slide

Disponível na guia Inserir, grupo Mídia, permite inserir um videoclipe no slide. Poderá ser um vídeo do arqui-
vo (armazenado no computador), vídeo do site ou vídeo de Clipart.

Inserir Áudio no Slide

Disponível na guia Inserir, grupo Mídia, permite inserir um clipe de áudio no slide. Nesse caso poderá ser um
áudio do arquivo (armazenado no computador), áudio de Clipart ou Gravar áudio.

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Inserir Formas

Disponível em Página Inicial, grupo Desenho, assim como em Inserir, Ilustrações, em Formas poderemos inse-
rir Linhas, Retângulos, Formas Básicas, Setas largas, Formas de Equação, Fluxograma, Estrelas e faixas, Textos
explicativos e Botões de Ação.

Além do mais, todas as formas/objetos do slide poderão ser organizados, pode-se aplicar estilos rápidos, defi-
nir a cor de preenchimento, contorno da forma e efeitos da forma (sombra, reflexo, brilho, bordas suaves, bisel,
rotação 3D).

Organizar

z Trazer para a Frente: trazer o objeto selecionado para frente de todos os outros objetos, a fim de que nenhu-
ma parte dele seja ocultada por outro objeto;
z Enviar para Trás: enviar o objeto selecionado para trás de todos os outros objetos;
z Avançar: trazer o objeto selecionado para a frente para que menos objetos fiquem à frente dele;
z Recuar: enviar o objeto selecionado para trás para que ele fique oculto atrás dos objetos à frente dele;
z Agrupar: unir dois ou mais objetos selecionados para que sejam tratados como um único objeto;
z Desagrupar: separar um conjunto de objetos agrupados para que se tornem novamente objetos individuais;
z Reagrupar: se executarmos o Desagrupar, o item Reagrupar se torna disponível, voltando o Agrupamento;
z Alinhar: posiciona o objeto em relação às margens ou à grade do slide;
INFORMÁTICA

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z Girar: permite alterar a posição do objeto, rotacionando em torno de seu próprio eixo;
z Painel de Seleção...: mostrar o Painel de Seleção para ajudar a selecionar objetos individuais e para alterar a
ordem e a visibilidade desses objetos.

Lembre-se: os gráficos são representações visuais de dados numéricos. Todos os programas do Microsoft Offi-
ce permitem a inserção de gráficos. Assim, é possível vincular uma planilha de cálculos do Excel para exibição em
uma apresentação de slides.

Animação e Transição de Slides

As animações são aplicadas aos objetos do slide. Possuem uma guia própria, mas no Painel de Animação é que
encontramos as opções de como eles estão configurados.

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Em Animações, grupo Visualização, ícone Visualizar, podemos visualizar as animações neste slide, ou desati-
var a AutoVisualização das animações.
Já em Animações, grupo Animação, encontramos as opções de efeitos de entrada, saída e ênfase, além das tra-
jetórias de animação. As opções de Efeito permitem escolher a direção que o efeito usará.
Por outro lado, em Animações, grupo Animação Avançada, encontramos Adicionar Animação, em que pode-
mos escolher um efeito de animação para adicionar aos objetos selecionados. A nova animação será aplicada após
qualquer animação já existente no slide.
O Painel de Animação permite visualizar e organizar as animações no slide, possibilitando definir animações
personalizadas.
Em Disparar podemos definir uma condição inicial especial para uma animação. Você pode definir uma ani-
mação para iniciar depois de clicar em uma forma ou quando a reprodução da mídia alcançar um indicador.
No Word temos o Pincel de Formatação (assim como no PowerPoint, guia Página Inicial) com o objetivo de
copiar a formatação de um local e aplicar em outro. No PowerPoint temos o Pincel de Animação (Alt+Shift+C), que
pode Copiar a animação de um objeto e aplicá-la a outro objeto.
Todos os itens comentados neste tópico estão no Painel de Animação (que apresenta a Linha do tempo
avançada).

z Como vimos, no PowerPoint temos o Pincel de Animação (Alt+Shift+C), que pode Copiar a animação de um
objeto e aplicá-la a outro objeto;
z Ícone do mouse no Painel de Animação: a animação será executada ao clicar;
z Ícone de relógio no Painel de Animação: a animação será executada após a anterior;
z Ausência de ícones no Painel de Animação: a animação será executada com a anterior.

Sequência de
animação

Início da animação: ao clicar


(mouse), com o anterior (sem
INFORMÁTICA

ícone) ou após o anterior


(cronômetro)

Dica
O Painel de Animações é um dos itens mais questionados em questões de PowerPoint. Através dele você
poderá controlar cada um dos efeitos de animação de cada um dos objetos existentes no slide.

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Em Animações, grupo Intervalo, tem-se o ícone Iniciar “ao clicar”; nele, pode ser definido o Intervalo de Tempo
da Animação, que pode escolher quando uma animação iniciará a execução. As animações podem começar após
um clique do mouse, ao mesmo tempo em que a animação anterior, ou após a conclusão da animação anterior.
Além disso, ainda em Animações, grupo Intervalo, existe o ícone Duração da Animação, para especificar a
duração de uma animação.
Já em Animações, grupo Intervalo, temos o ícone Atraso da Animação, para executar a animação após um
determinado número de segundos. E finalmente, em Reordenar animação, pode-se “Mover Antes” — mover a ani-
mação atual para executá-la mais cedo ou “Mover Depois” — mover a animação atual para executá-la mais tarde.
Em Opções do Efeito, o usuário pode associar um som para a animação, configurar para que um áudio seja
executado durante toda a apresentação, entre outros.
Se existir uma animação, ela aparecerá no Painel de Animação. O número na frente indica a ordem da animação. No
exemplo acima, encontram-se 7 objetos com animação de entrada, em 4 momentos de animação “ao clicar”.
Observe que na animação, antes e depois da animação, 4 dos objetos possuem um “relógio”, e isso quer dizer
que elas acontecem “após o anterior”. A quinta animação na lista está alinhada com o término da quarta anima-
ção, este é o padrão. Enquanto isso, a última animação na lista está “distante” do término da penúltima animação,
o que significa que ela tem Atraso.
A animação depois da animação 3 não possui ícone. Isso significa que ela acontecerá ‘com o anterior’, simul-
taneamente à animação 3. O traço vertical nas duas últimas animações mostra que elas estão associadas entre si.
Um traço vertical durante o comando Visualizar mostra em que momento está a sequência das animações.

Transições Entre Slides

De forma semelhante ao item Animações, as Transições também possuem uma guia específica. As transições
são efeitos de animação aplicados na mudança dos slides, quando avançamos a apresentação.
A principal diferença para a guia Animações é a possibilidade de criar apresentações com passagem automáti-
ca de slides, após um determinado tempo. Para fazer isso, basta atribuir um valor em Após, no item Avançar Slide,
grupo Intervalo, da guia Transições.

A seguir, uma imagem com todas as opções de Transição para este slide, disponível no PowerPoint.

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z Transições: grupo Sutil = Recortar, Esmaecer,
Empurrão, Revelar, Dividir, Revelar, Barras Alea-
tórias, Forma, Descobrir, Cobrir, Piscar;
z Transições = grupo Empolgante: Dissolver,
Xadrez, Persianas, Relógio, Ondulação, Colmeia,
Brilho, Vórtex, Rasgar, Alternar, Inverter, Galeria,
Cubo, Portas, Caixa, Zoom;
z Transições: grupo Conteúdo Dinâmico = Panorâ-
mica, Roda Gigante, Transportadora, Girar, Janela,
órbita, Voar Através.
Componente do Microsoft 365 (Office 365) edições
corporativas, o Microsoft Teams possui recursos para
TEAMS conversação por texto (Chat), chamadas de áudio,
chamadas de vídeo, videoconferências, organização
Os comunicadores instantâneos dos anos 90 e 2000 em equipes, armazenamento das gravações no Micro-
evoluíram. Certamente alguns usaram o ICQ nos anos soft Stream/SharePoint e arquivos no OneDrive, entre
90 e outros usaram o MSN Messenger nos anos 2000. outros recursos.
Substituindo o MSN Messenger, a Microsoft lan- Voltado para o mercado corporativo e educacional,
çou o Skype (na verdade, comprou de outra empresa assim como o Google Meet, teve suas funcionalidades
desenvolvedora). Com ele, o usuário poderia realizar liberadas por um período para todos os usuários,
conversas por chat e até ligações de áudio/videocon- devido à pandemia de COVID-19 no ano de 2020.
ferências entre os usuários do programa. Se com- Atualmente (agosto/2021) existem duas versões
prassem créditos de telefonia, poderia ligar para um disponíveis. O Microsoft Teams para uso pessoal, dis-
telefone fixo convencional. ponível para qualquer pessoa que tenha uma conta
Para o mercado corporativo, a Microsoft desen- Microsoft (Hotmail, Live, xBox), e a versão corporativa
volveu o software de comunicação Lync. O Lync, inte- integrante do pacote Office 365 “empresarial”.
grante das versões corporativas do Office se tornou o Na versão pessoal, o OneDrive é usado para arma-
Lync for Business. E o Skype virou Skype for Business, zenar arquivos compartilhados. Na versão empresa-
para pequenos negócios. rial o SharePoint é usado para compartilhar arquivos
Nos últimos anos, com a redução do portifólio de com a equipe (dentro do domínio da empresa) e o
produtos, ela reuniu as funcionalidades do Skype for OneDrive para compartilhar com usuários de fora da
Desktop, do Skype for Business e do Microsoft Lync for equipe, na Internet. A versão gratuita não possui o
Business em uma nova ferramenta de colaboração. recurso Microsoft SharePoint, mas o usuário poderá
compartilhar arquivos pelo Microsoft OneDrive.
Com o Teams, você pode conversar por meio de
texto, realizar videoconferências (com webcam) e
trocar arquivos. Você pode utilizá-lo via navegador
de Internet ou instalar o app no smartphone e ter os
mesmos recursos de conversação e troca de arquivos.
Outras funcionalidades incluem:

z editar arquivos com segurança ao mesmo tempo;


Skype for Desktop z ver curtidas, @menções e respostas com apenas
um toque;
z personalizá-lo adicionando anotações, sites e
aplicativos.

Se o colaborador não tem o Office 365 em seu com-


Lynk (for Business) putador, poderá instalar a partir do e-mail corporati-
vo/educacional. Acesse o seu webmail (da instituição)
com o e-mail corporativo e senha. No canto superior
esquerdo, acesse Office 365. Faça o download e instala-
ção do Office 365. No primeiro acesso, informe o login
e senha do e-mail corporativo.

Chats, Chamadas de Áudio e Vídeo, Criação de


Grupos
Skype for Business
Com um grupo no Teams, a mensagem será envia-
da para todos os participantes e todos poderão intera-
INFORMÁTICA

Com o Microsoft Teams, é possível realizar conver-


sas por chat, por áudio, por vídeo, compartilhar arqui- gir com todos (semelhante a um grupo de WhatsApp).
vos e recursos, entre várias funcionalidades. Você poderá realizar o chat com apenas um outro
colaborador ou criar um grupo com vários contatos
para realizar uma reunião por texto via Teams.

297
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Para montar um grupo de conversa no Teams, siga os passos descritos a seguir.
Em chat, clique em novo chat

Adicione os participantes do grupo no campo disponível

Clique na seta no canto direito, e defina um nome para o seu grupo

Criar novo chat em grupo

Depois que o grupo estiver montado, você poderá adicionar participantes. Clique no canto superior direito e
adicione os novos participantes da conversa

Quando um novo participante é adicionado ao grupo, você poderá:

z não incluir o histórico de chats (igual ao WhatsApp, a pessoa não saberá o que foi conversado antes de seu
ingresso no grupo);
z incluir histórico do número de dias anteriores: define a quantidade de dias das conversas do grupo, que o novo
participante terá acesso;
z incluir todo o histórico de chats (igual ao Telegram, quem for adicionado no grupo saberá tudo que foi conver-
sado desde o início).

298 Para excluir participantes do grupo, abra a lista e clique no “X” à frente do nome
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Conversas e grupos importantes poderão ser fixados, mantidos no topo da listagem. Clique em Opções e mar-
que fixar

Para Enviar Arquivos para outros Colaboradores da Equipe (usando Microsoft Teams)

z Inicie a conversa com o destinatário no Microsoft Teams;


z Caso não tenha realizado contato prévio, pesquise na parte superior pelo nome da pessoa no diretório de con-
tatos. Digite parte do nome e procure na lista suspensa;
z Clique no “clipe” de arquivo anexo e envie;
INFORMÁTICA

z Apenas arquivos poderão ser enviados;


z Os arquivos serão armazenados no espaço de armazenamento SharePoint/OneDrive.

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Para Enviar Arquivos para Outras Pessoas (Usando Microsoft OneDrive)

z Localize o arquivo ou pasta que deseja enviar;


z Clique com o botão direito e escolha Compartilhar (Share);
z Define se o item será somente leitura (apenas exibição) ou se o destinatário poderá alterar o arquivo (permitir
edição);
z Defina o destinatário (endereço de e-mail da instituição ou externo) e compartilhe.

Compartilhar

Novo Chat Recebido

Chamada de vídeo Perfil Chamada de áudio

Compartilhamento de tela
Adicionar participantes ao chat

Abrir em nova janela popup

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Ao receber um chat ou chamada de alguém que não tenha conversado anteriormente, será apresentada a tela
de boas-vindas em que você poderá visualizar a mensagem, e então aceitar ou bloquear.
Na conversa, é possível realizar chamada de áudio, chamada de vídeo, compartilhar a tela de algum programa
aberto ou de todo o dispositivo, adicionar novos participantes ao chat ou exibir a conversa em nova janela.

Chat Coletivo (Reunião no Teams)

Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
outros locais, é possível trocar mensagens de texto, compartilhar arquivos, imagens, adicionar novos participan-
tes e compartilhar o link para acesso externo.
Ao iniciarmos a nossa participação no chat, é possível definir como ela será (somente texto, com áudio, com
vídeo). Ao clicar no botão Entrar, a janela de acesso ao chat/reunião será exibida.

Arquivos da conversa
Mensagens de texto e avisos
Imagens da conversa

Participantes

Link do chat

Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
outros locais, é possível trocar mensagens de texto, compartilhar arquivos, imagens, adicionar novos participan-
tes e compartilhar o link para acesso externo.
Ao iniciarmos a nossa participação no chat, é possível definir como ela será (somente texto, com áudio, com
vídeo). Ao clicar no botão Entrar, a janela de acesso ao chat/reunião será exibida.

INFORMÁTICA

Estas configurações poderão ser ajustadas durante a reunião, acessando o item “Mais opções” ou “Mais ações”
(reticências na barra de ferramentas da reunião) e “Configurações do dispositivo”.
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Chamadas de Áudio

Durante uma chamada de áudio, após as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados novos
controles, para deixar mudo o seu microfone e encerrar a chamada (Sair).
A chamada de áudio é realizada utilizando a tecnologia VoIP (Voice over Internet Protocol), sem qualquer
custo adicional para quem realiza a ligação. As ligações de áudio são realizadas entre os usuários da organização,
ou para externos se eles possuem o Microsoft Teams.
Para iniciar um chat, clique no ícone “Chamada de áudio” (atalho de teclado Ctrl+Shift+C) e aguarde o usuário
atender sua ligação.

Importante!
É possível realizar chamadas telefônicas para números externos por meio do Microsoft Teams. Para tanto, o
usuário precisará ter um pacote de minutos de telefonia contratado junto à Microsoft. O recurso de discagem
está disponível em “Configurações e mais ações”, ao lado do seu nome de usuário.

As chamadas de vídeo apresentam outros recursos, como compartilhamento de tela por exemplo, em que o
usuário pode compartilhar com outro aquilo que está sendo visualizado na tela escolhida por ele.

Ativar vídeo (e fazer uma chamada de


áudio se tornar uma videoconferência)
Ativar mudo (Ctrl+Shift+m)

Mostrar conversa Mais ações

Chamadas de Vídeo

Durante uma chamada de vídeo, feitas as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados
novos controles na janela, que permitem:

Mostrar participantes Vídeo ativo

Mostrar conversa Ativar mudo (Ctrl_Shift+m)

Tempo decorrido

Compartilhar conteúdo (Ctrl+Shift+E


Levantar a mão (Ctrl+Shift+k)
E outros emoticons
Mais opções

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Em “Mais opções” ou “Mais ações” iremos encontrar:

z Configurações de dispositivo: para ajustes de áudio e vídeo em seu hardware;


z Opções de reunião: operação do lobby e quem pode apresentar (aquelas definições realizadas na criação do
evento no Calendário – confira em detalhes no subitem Agendamento de reuniões e gravação);
z Informações sobre a reunião: link de ingresso;
z Galeria: para exibição da imagem no painel de visualização;
z Galeria grande: para exibição de muitas miniaturas de participantes;
z Modo conferência: para exibição do apresentador em tela;
z Foco: ocultar as “distrações” que seriam os controles e elementos da janela de reunião;
z Tela Inteira: exibição em tela inteira;
z Aplicar efeitos de tela de fundo: permite desfocar ou simular uma imagem no fundo da tela de transmissão.
Ideal para não distrair os demais participantes com elementos existentes em seu ambiente de transmissão.
Simula o uso de “chroma key” ou fundo verde;
z Desativar vídeo de entrada: a sua imagem não será mostrada na reunião, apenas o seu avatar de usuário (foto
ou ícone);
z Ativar legendas: quando habilitado, a inteligência artificial procura transcrever as falas dos participantes em
legendas. Disponível para alguns idiomas (julho/2021);
z Iniciar gravação: para gravar a transmissão e disponibilizar posteriormente no OneDrive ou SharePoint (veja
detalhes no item Agendamento de reuniões e gravação);
z Transcrição inicial: disponível para idioma em inglês (julho/2021);
z Não exibir balões do chat: quando alguém envia uma mensagem durante a transmissão, é exibido um balão do
chat caso não esteja com a conversa (de texto) aberta. Nesta opção, você desativa estas notificações;
z Teclado de discagem: quando disponível, é possível realizar chamadas telefônicas para números de telefones
fixos ou móveis.

Utilizando-se do botão Sair, quando for o anfitrião, o usuário poderá sair da reunião (e ela seguirá com os
outros participantes e anfitriões) ou Encerrar a reunião, desconectando todos.

Trabalho em Equipe: Word, Excel, Powerpoint, Sharepoint e Onenote

Os aplicativos do Microsoft Office 365 estão disponíveis no Microsoft Teams, para compartilhamento de con-
INFORMÁTICA

teúdo e funções adicionais.


Na conversa, seja chat ou reunião, acesse a guia Arquivos. Ao clicar no botão Novo (New), é possível criar
arquivos do Word (documento de texto), Excel (planilha de cálculos) ou PowerPoint (apresentação de slides).
A edição será pelo Microsoft 365 (versão online) ou então pelo aplicativo Office correspondente da área de tra-
balho se o mesmo se encontrar instalado no dispositivo.

303
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O carregamento do arquivo, se este se encontrar no PC, poderá ser feito por meio da opção Enviar (Upload).
Você pode arrastar e soltar os arquivos que estiverem sendo exibidos em uma janela do Explorador de Arquivos.
Arquivos vazios (tamanho 0 KB) não podem ser compartilhados.
“Obter link” pode ser utilizado para compartilhar o item com outros usuários: será criado um link de acesso ao
arquivo que será armazenado no OneDrive ou SharePoint.

Coeditando um Arquivo

Os arquivos que foram carregados no Microsoft Teams e compartilhados com a equipe, podem ser acessados
e editados simultaneamente.
Para fazer isso, basta abrir o arquivo e iniciar a edição, que as alterações serão mescladas. Cada usuário faz a
sua parte e o Microsoft Teams/Office se encarrega de manter todos atualizados.
Apenas pessoas da organização com o link de acesso, podem exibir e editar. Usuários externos podem apenas
visualizar. Ao compartilhar um documento, planilha ou apresentação, informe o endereço do e-mail do usuário,
uma mensagem (opcional) e envie. É possível apenas copiar o link do compartilhamento e enviar por outros
canais, como o chat do Teams ou conversa no WhatsApp.
Se o arquivo não ultrapassar 25MB de tamanho, poderá ser enviado como anexo por e-mail. Se for maior,
permanecerá no OneDrive e um link é enviado para o convidado. O convidado precisará usar a versão desktop do
Office instalada no seu computador para acessar o arquivo.

Digite uma nova mensagem

Novo(a) Documento do Microsoft Word.d...


Qualquer pessoa com o link pode editar

A coautoria só é suportada em formatos de arquivo modernos, incluindo: .docx (Word ), .pptx (PowerPoint ) e
.xlsx (Excel ).
Os aplicativos que aceitam a coautoria são o Word e PowerPoint em suas versões mais recentes (Office 2010
ou superior). O Microsoft Excel app móvel e a versão mais recente do Excel do Microsoft 365 também aceitam
coautoria.

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Microsoft PowerPoint, dentro do Microsoft Teams, compartilhado para coautoria com outros editores, apre-
senta controle de versões “avançado” em relação aos outros programas.

A apresentação é aberta pelo Microsoft Teams no navegador de Internet, podendo ser editada localmente

Após ter sido compartilhada com outros editores, via OneDrive ou SharePoint, eles poderão editar o conteúdo
da apresentação de slides.
Durante a edição, será mostrada na parte superior da Faixa de Opções do PowerPoint os avatares dos usuários
que estão editando a apresentação simultaneamente. Um balão colorido com o nome do usuário poderá acompa-
nhar o que cada um está fazendo nos slides da apresentação. Ative esta funcionalidade em Arquivo > Opções >
Avançado > Exibir > Mostrar sinalizadores de presença para itens selecionados.

Enquanto você estava ausente

Diogo fez alterações.


INFORMÁTICA

Como proprietário da apresentação compartilhada, você será notificado das alterações realizadas quando
você não estava online.
Se o controle de alterações estiver ativado, cada modificação será sinalizada para ser aprovada ou rejeitada
pelo dono do arquivo. Esse recurso funciona em documentos compartilhados armazenados no OneDrive e no
SharePoint.

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Histórico de Versões estará disponível para os itens, bastando clicar no nome do arquivo na barra de título
do aplicativo. E caso existam alterações conflitantes, que alteram a apresentação, ao Salvar, será oferecida a com-
paração entre elas.

Microsoft SharePoint

O armazenamento de arquivos na nuvem por usuários “comuns” é realizado pelo Microsoft OneDrive. Nas
edições corporativas e estudantis, é pelo SharePoint (além do OneDrive).
Nas edições corporativas e estudantis, o OneDrive é usado para arquivos em geral que serão compartilhados
com outros usuários externos, e o SharePoint é usado para arquivos compartilhados com os membros da equipe
(que devem pertencer à mesma instituição). Ele não está disponível na edição Office 365 doméstica.
OneDrive é voltado para o compartilhamento de arquivos via Internet, enquanto o SharePoint é voltado para o
compartilhamento de arquivos via Intranet (e Internet). O SharePoint utiliza de tecnologia de nuvem híbrida, para
permitir este compartilhamento em todas as redes.

Recursos gerais disponíveis no SharePoint:

z Notícias: agrupamento de fontes de notícias em um painel (dashoboard) resumido. O administrador da empre-


sa pode escolher as fontes de notícias;
z Sites frequentes: sites visitados frequentemente;
z Sites sugeridos: sites semelhantes aos sites que já visitou;
z Sites seguidos: sites que o usuário acompanha atualizações (semelhante ao recurso RSS de sites na Internet);
z Sites salvos para posterior: sites guardados para leitura posterior;
z Links em destaque: sites que a empresa quer destacar e avisar os colaboradores.

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Biblioteca de Documentos é o local de armazenamento de arquivos do SharePoint, que poderá ser acessada
por outros usuários da instituição.
Compartilhar um documento é gerar um link para acesso de outros usuários aos recursos armazenados. O
SharePoint compartilha apenas com usuários da mesma instituição.
Sincronizar arquivos com o computador é possível. Os dados armazenados no SharePoint estão em servidores
da Microsoft, em nuvens híbridas distribuídas em toda a Internet. O usuário poderá manter uma cópia de todos
os seus arquivos em seu disco rígido local. Ele deverá instalar o OneDrive e configurar com o login e senha que
usa na instituição.
Enquanto a versão doméstica do Office 365 oferece o Microsoft Sway para a criação de sites, nas versões corpo-
rativas a criação de sites é realizada pelo SharePoint. O site poderá ser compartilhado com outros usuários da ins-
tituição e com usuários externos, desde que as permissões de acesso da assinatura Office da empresa permitam.
As páginas web desenvolvidas com o SharePoint utilizam o conceito de Web Parts, para que sejam sites respon-
sivos. Um site responsivo é aquele que se adapta às diferentes telas. As Web Parts modernas são projetadas para
serem mais fáceis de usar, serem mais rápidas e ter uma ótima aparência. Com web parts modernas, não é neces-
sário empregar nenhum código. É importante observar que, por motivos de segurança, as Web Parts modernas
não permitem a inserção de código como JScript.
Todas as informações armazenadas no SharePoint poderão ser editadas, compartilhadas e acompanhadas.
Acompanhar significa que as alterações ou atualizações do arquivo serão notificadas para quem pediu o acom-
panhamento. E também é possível definir Alertas, que são notificações sobre alterações e exclusões específicas
em um item. Você pode especificar se pretende receber os alertas por e-mail ou por mensagem de texto, e com
que frequência.

Microsoft OneNote

Bloco de anotações de Fernando Nishimura


Atualizações Teams
INFORMÁTICA

Anotações Rápidas Atualizações domingo, 1 de agosto de 2021 14:38

Financeira TJSP pós-edital


Atualizar material TJSP
Manutenção Banco do Brasil

Infraestrutura Aula Teams QUI 19h

Adicionar seção Adicionar página

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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Microsoft OneNote é um sistema de compartilhamento de mensagens (páginas) do usuário, que são anota-
ções com textos formatados. São lembretes, que via Microsoft Teams poderão ser compartilhados com a equipe
para a realização de tarefas sincronizadas.
Nos lembretes podemos adicionar:

z Marcas: sinalizadores que definem o tipo de anotação realizada, como Tarefa, Contato, Crítico, Ideia, Senha
etc.;
z Feed: histórico de anotações realizadas no OneNote;
z Nova página: nova anotação;
z Nova seção: nova seção, ou divisão, ou grupo, para separação das anotações;
z Inserir Impressão do Arquivo: adicionar na nota um arquivo PDF ou documento de impressora;
z Áudio: adicionar áudio na anotação;
z Matemática: desenho de fórmulas matemáticas na tela, que poderão ser convertidas em fórmulas como se
tivessem sido digitadas;
z Cor da página: cor da anotação;
z Mostrar autores: visualizar os autores das anotações que aparecem em seu Bloco de Anotações.

O arquivo do OneNote é um “Bloco de Anotações”, as divisões do arquivo são as “Seções” e o conteúdo ou ano-
tações são as “Páginas”.
As páginas com anotações são gravadas na conta Microsoft (OneDrive) e compartilhada com os dispositivos
que estão com o aplicativo OneNote e a mesma conta de acesso.
Os demais recursos são semelhantes aos encontrados no Word, Excel e PowerPoint.

Agendamento de Reuniões e Gravação

A reunião pode ser definida como uma comunicação entre duas ou mais pessoas (participantes), com textos,
vídeo, áudio, arquivos e compartilhamentos de tela.
Uma reunião poderá ser realizada imediatamente ou agendada no Calendário. Ao acessar o item Calendário,
no lado esquerdo da tela do Teams, clique no botão correspondente na barra de ferramentas.

Para realizar o agendamento, basta localizar a data e horário no Calendário e seguir o passo a passo para adi-
cionar um evento. Ou clicar no botão “Nova reunião” e preencher as informações essenciais.

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Preencha os campos solicitados, e ao clicar em “Salvar”, você terá o link de acesso para ser compartilhado com
os participantes.

A repetição do evento poderá ser “Não se repete” (evento único), “Todos os dias de semana (Segundo a Sexta)”,
Diariamente, Semanalmente, Mensalmente, Anualmente ou Personalizada. Em “Personalizada” é possível definir
o início, a frequência (por exemplo, a cada 10 dias) e a data de encerramento da repetição.
A mensagem para os participantes da reunião é uma composição semelhante ao e-mail do Microsoft Outlook,
com formatação, links, tabelas, imagens etc. Reunião criada, link disponível.
Agora o usuário poderá copiar o link e enviar por e-mail ou chat (até no WhatsApp, Facebook Messenger etc.)
para os participantes, ou ainda adicionar no Google Agenda. Quem tem smartphone Android ou usa o Google Agen-
da no iOS, poderá adicionar o evento em seu calendário por meio das opções personalizáveis do Google Agenda.

INFORMÁTICA

Nas opções da reunião, é possível definir as suas configurações.


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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
“Quem pode ignorar o lobby? Somente eu / Todos.” O que isto significa? O lobby é a sala de espera para a reu-
nião. As configurações do lobby poderão ser ajustadas durante a transmissão, acessando “Mais ações” > “Opções
de reunião”.
A reunião via Microsoft Teams, assim como nos demais aplicativos de videoconferência, estão suscetíveis a
ataques do tipo zoombombing, situação que envolve a invasão de pessoas alheias à organização com a intenção
de atrapalhar, distrair ou até mesmo coisas mais graves durante a reunião.
Quando definido como “Somente eu”, apenas o criador da reunião ingressa diretamente na reunião. Os demais
participantes aguardam o ingresso na reunião, que precisará ser autorizado pelo criador do evento. O nome de
identificação do ingressante (e sua foto) será exibido para o anfitrião, que poderá permitir ou negar a participação
na reunião. Esta opção permite o controle total de todos os ingressantes na reunião, evitando o chamado zoom-
bombing, que foi o termo definido para nomear as invasões às transmissões do aplicativo Zoom. Em meados de
2020, os aplicativos de videoconferências começaram a implementar controles como o “lobby”, para minimizar
os ataques virtuais às transmissões online. Quando definido como “Todos”, significa que qualquer usuário com o
link de acesso terá ingresso imediato na reunião.
“Quem pode apresentar?” é outra opção de controle da configuração da reunião. Quando definido como
“Todos”, qualquer um dos participantes poderá interagir e até assumir a apresentação da reunião, comparti-
lhando arquivos, fotos e telas dos seus programas. Se definido como “Somente eu”, apenas o anfitrião terá este
controle.
As configurações da reunião poderão ser editadas depois que foram criadas. Localize ela no Calendário, clique
no link e escolha Editar. O link da reunião será mostrado após o clique, permitindo copiar para a Área de Trans-
ferência e enviar para usuários por e-mail ou redes sociais.

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Ingressando em uma Reunião (pelo Teams)

Ao acessar o Teams e localizar o chat da reunião, o participante poderá ingressar pelo botão “Ingressar agora”.
Na tela inicial, os ajustes preliminares serão apresentados.
É possível ingressar na reunião com a imagem da câmera, ou câmera desligada. É possível também ingressar
na reunião com o áudio do microfone, ou mutado (sem áudio). Em ambos, as Configurações permitem ajustes dos
dispositivos conectados.
O link da reunião será enviado por e-mail para o endereço de correio eletrônico do participante. O participante
pode ingressar na reunião por meio do aplicativo (na área de chat, do lado esquerdo), ou pela tela do navegador
de Internet, ou ainda pelo link de acesso contido na mensagem de e-mail do convite.
Na mensagem também são adicionados links de acesso por e-mail e ID da conferência de VTC (Virtual Teams
Conference). São usados em conexões por telefone convencional, especialmente entre operadoras de telefonia nos
Estados Unidos.

Gravação da Reunião

O organizador (anfitrião) da reunião pode iniciar e parar uma gravação. Outros usuários que pertencem à
mesma organização do anfitrião também poderão iniciar a gravação, que continua mesmo que a pessoa que ini-
ciou a gravação tenha saído da reunião. Os participantes serão informados que a gravação está sendo realizada e
ela para automaticamente quando todos saem da reunião.
Pessoas de fora da organização, convidados e anônimos não podem iniciar ou parar uma gravação de reunião.
Para iniciar a gravação, acesse “Mais ações” ou “Mais opções” e clique em “Iniciar gravação e transcrição” e para
finalizar acesse “Mais ações” ou “Mais opções” e clique em “Parar gravação e transcrição”.
Se uma pessoa começar a gravar uma reunião, essa gravação será armazenada na nuvem e estará disponível
para todos os participantes no OneDrive. A gravação não expira, ou seja, não é apagada automaticamente após
um período de tempo, por exemplo.
No começo, eram armazenadas no Microsoft Stream. O motivo da mudança para o OneDrive ou SharePoint
se deu foi por conta do processamento lento do Stream, tornando a gravação disponível apenas depois de certo
tempo, o que não ocorre nos dois aplicativos mais modernos. Vale notar que apenas o proprietário da gravação
pode deletá-la.
No OneDrive, a gravação poderá ser compartilhada com qualquer usuário, mediante link de acesso e permis-
sões. No SharePoint, a gravação poderá ser acessada diretamente por qualquer usuário da organização que tenha
o link de acesso ou participou da reunião.
INFORMÁTICA

O que determina o local da gravação da reunião? Se a reunião foi realizada por um canal (entre membros da
instituição), ela estará salva no SharePoint. Se for uma simples reunião, ela será armazenada no OneDrive.
A gravação da reunião poderá ser acessada nas guias da reunião, exibidas na parte superior da janela, que
contém o chat de conversas, Arquivos, Detalhes, Anotações, Quadros de Avisos, e Gravações.

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Teclas de Atalhos

No aplicativo Desktop instalado no computador e no acesso por meio do navegador de Internet, alguns atalhos
de teclado poderão ser usados durante a operação do Microsoft Teams.
Confira as principais (todas as teclas de atalhos estão disponíveis na página da Microsoft):

AÇÃO DESEJADA APLICATIVO DESKTOP ACESSO VIA NAVEGADOR


Iniciar uma nova conversa (quando no Ctrl+N Alt + N
Calendário)
Ajuda F1 Ctrl+F1
Abrir histórico Ctrl+Shift+H -
Anexar arquivo Ctrl+O Ctrl+Shift+O
Aceitar chamada de vídeo Ctrl+Shift+A Ctrl+Shift+A
Aceitar chamada de áudio Ctrl+Shift+S Ctrl+Shift+S
Recusar uma chamada Ctrl+Shift+D Ctrl+Shift+D
Iniciar chamada de áudio Ctrl+Shift+C Ctrl+Shift+C
Iniciar videochamada Ctrl+Shift+U Ctrl+Shift+U
Terminar chamada de áudio Ctrl+Shift+B Ctrl+Shift+B
Terminar chamada de vídeo Ctrl+Shift+B Ctrl+Shift+B
Alternar mudo Ctrl+Shift+M Ctrl+Shift+M
Compartilhar conteúdo (tela) Ctrl+Shift+E -
Anunciar mão levantada (pedir atenção) Ctrl+Shift+L Ctrl+Shift+L
Levantar ou baixar a mão Ctrl+Shift+K Ctrl+Shift+K
Aceitar compartilhar a sua tela Ctrl+Shift+A (dentro da chamada de vídeo) -
Recusar compartilhar sua tela Ctrl+Shift+D (dentro da chamada de vídeo) -
Acessar o lobby Ctrl+Shift+Y -
Desfoque de fundo Ctrl+Shift+P -
Agendar reunião Alt+Shift+N (no Calendário) Alt+Shift+N (no Calendário)

No item “Configurações e muito mais”, localizado no canto superior da barra de títulos do Microsoft Teams,
você poderá ver os atalhos de teclado na tela do aplicativo, para consulta rápida.

Configurações

Zoom (100%)

Atalhos do teclado
Sobre
Verificar atualizações
Baixar o aplicativo móvel

Importante!
O Microsoft Teams é um tema novo em concursos públicos e também é um recurso extremamente prático
semelhante ao WhatsApp, em que muitas pessoas aprendem usando. Portanto, fica a sugestão: instale e use
um pouco o Microsoft Teams para se familiarizar com o aplicativo.

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CONCEITO USO COMENTÁRIOS
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET
Conexão remota segura, prote-
A Internet é a rede mundial de computadores que Conexão entre gida com criptografia, entre dois
surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O
para proteger os sistemas de comunicação em caso de ou redes acesso remoto é geralmente su-
portado por uma VPN
ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
procuravam proteger as informações secretas de mas também questionam Extranet. A conexão remota
ambos os países e seus blocos de influência. segura que conecta Intranets através de um ambiente
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced inseguro que é a Internet é naturalmente um resulta-
Research Projects Agency, era um modelo de troca e do das redes de computadores.
compartilhamento de informações que permitia a
descentralização das mesmas, sem um “nó central”,
garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó INTERNET, INTRANET E EXTRANET
fosse desligado.
Redes de
A troca de mensagens começou antes da própria computadores
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
a Internet como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educa- Internet Intranet Extranet
cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca- Rede mundial de Acesso remoto
Rede local de
dêmica. No início dos anos 90, ela se tornou aberta e computadores acesso restrito seguro
comercial, permitindo o acesso de todos.
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet
Padrão de Criptografia em
Família TCP/IP
comunicação VPN
Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso
A Internet é transparente para o usuário. Qual-
Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se quer usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento
conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica técnico dos equipamentos que existem para possibili-
tar a conexão.
A navegação na Internet é possível através da com-
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas). CONCEITOS GERAIS DE SEGURANÇA
A Internet conecta diversos países e grandes cen-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas DA INFORMAÇÃO
de backbones. São conexões de alta velocidade que
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS
O usuário não consegue se conectar diretamente no
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão
uma operadora de telefonia através de um modem e a presentes no mundo virtual. Assim como existem pes-
empresa se conecta na “espinha dorsal”. soas boas e más no mundo real, existem usuários com
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve boas ou más intenções no mundo virtual.
utilizar programas específicos para realizar a navega- Os criminosos virtuais são genericamente deno-
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. minados como hackers, porém o termo mais adequa-
do seria cracker. Um hacker é um usuário que possui
muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
nomeado como White Hat – hacker ético que usa suas
Conhecida como nuvem e tam- habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat
bém como World Wide Web, ou – aquele que comete crimes, mas sem ganho pessoal
WWW, a Internet é um ambiente (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas)
Conexão entre
Internet inseguro, que utiliza o protoco- – e Black Hat – aquele que viola a segurança dos siste-
computadores
lo TCP para conexão em con- mas para obtenção de ganhos pessoais.
junto a outros para aplicações
específicas
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe-
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes
INFORMÁTICA

Ambiente seguro que exige iden- ao uso dos recursos computacionais. São riscos de
tificação, podendo estar restrito segurança digital:
Conexão com a um local, que poderá acessar a
Intranet
autenticação Internet ou não. A Intranet utiliza z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem
o mesmo protocolo da Internet, o
TCP, podendo usar o UDP também
ser exploradas por usuários;
z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas,
sejam elas propositais ou acidentais;
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender
a operação de sistemas.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Devido à crescente integração entre as redes de Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas
comunicação, conexão com novos e inusitados dis- empresas que desenvolveram o sistema por meio da
positivos (IoT – Internet das Coisas) e criminosos distribuição de notificações e correções de segurança. O
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de Windows Update, serviço da Microsoft para atualização
informações tornaram-se particularmente difíceis de do Windows, distribui, mensalmente, os patches (paco-
se proteger. Profissionais altamente qualificados são tes) de correções de falhas de segurança.
formados e contratados pelas empresas com a única
função de proteger os sistemas informatizados. Ataques
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques
são os itens mais questionados. Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em
concursos como no mundo real, são os ataques. Coorde-
Dica nados ou isolados, os ataques procuram romper as bar-
reiras de segurança definidas na Política de Segurança,
com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT?
Os ataques podem ser classificados como:
Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fon-
te oficial de informações sobre ameaças, ata- z Baixa complexidade: exploram falhas de segu-
ques, defesas e segurança digital. Ela pode ser rança de forma isolada e são facilmente identifica-
acessada pelo link: <https://cartilha.cert.br/>. dos e anulados;
(Acesso em: 13 nov. 2020). z Média complexidade: combinam duas ou mais
ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
Ameaças dados, sendo de média complexidade para a solu-
ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
As ameaças são identificadas como aquelas que como a indisponibilidade;
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- z Alta complexidade: refinados e avançados, os
tência dos ativos computacionais, tais como: informa- ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
ções, processos e sistemas. Um ransomware – software novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
solicita o pagamento de resgate para a liberação das difícil a resolução do problema.
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça Lembre-se:
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua
execução ou se medidas de proteção forem implemen- z ameaças existem e podem afetar ou não os siste-
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As mas computacionais;
ameaças à segurança da informação podem ser clas- z falhas existem e podem ser exploradas ou não
sificadas como: pelos invasores;
z ataques são realizados todo o tempo contra todos
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão os tipos de sistemas.
ou tecnologia, sem a devida atualização ou
upgrade; Vírus de Computador
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas; O vírus de computador é a ameaça digital mais
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ambiente, como as catástrofes naturais. orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
As empresas precisam fazer uma avaliação das la de outro organismo. Quando a célula infectada é
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
implementar sistemas de autenticação (Controlar o existirem no organismo, menor será o seu desempe-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti- nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de O vírus de computador é um código malicioso que
infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
do-se para outros arquivos do computador. Quanto
de Negócios).
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
desempenho, fazendo com que recursos computacio-
Falhas
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a
uma falha catastrófica.
As falhas de segurança nos sistemas de informação
poderão ser propositais ou involuntárias. Se o programa- 1. E-mail com vírus de computador é enviado pa ra o usuário
dor insere, no código do sistema, uma falha que produza
danos ou permita o acesso sem autenticação, temos um
exemplo de falha proposital. Já se uma falha for desco-
berta após a implantação do sistema, sem que tenha sido
uma falha proposital, e tenha sido explorada por invaso-
res, temos um exemplo de falha involuntária, inerente
314 ao sistema. E-mail com vírus Usuário Arquivo
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. E-mail é abe rto e o arquivo anexo infectado é executado.
VÍRUS DE
CARACTERÍSTICAS
COMPUTADOR
� O vírus Nimda explora as falhas de
segurança do sistema operacional
� Ele se propaga pelo correio eletrô-
Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
E-mail com vírus Usuário Arquivo rios compartilhados, pelas falhas de
servidor Microsoft IIS e nas trocas
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador de arquivos

Todos os sistemas operacionais são vulneráveis


aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
E-mail com vírus Usuário Arquivo quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
4. Ao executar o arquivo inf ectado, novos arquivos ser ão infectados. O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
são desenvolvidos para atacar sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
O vírus de computador poderá entrar no disposi- Já o Android, software operacional dos smartpho-
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
Internet, entre outras formas de contaminação. segurança de seus aparelhos.
Um vírus de computador poderá ser recebido por
VÍRUS DE e-mail, transferido de sites na Internet, compartilha-
CARACTERÍSTICAS do em arquivos, através do uso de mídias removíveis
COMPUTADOR
infectadas, nas redes sociais e por mensagens instan-
� Infectam o setor de boot do disco tâneas. Vale lembrar, no entanto, que um vírus neces-
de inicialização sita ser executado para que entre em ação, pois ele
Vírus de boot
� Cada vez que o sistema é iniciado, tem um hospedeiro definido e um alvo estabelecido.
o vírus é executado Ele se propaga, inserindo cópias de si em outros arqui-
Armazenados em sites na Internet, vos, alterando ou removendo arquivos do dispositivo
são carregados e executados quan- para propagação e autoproteção, a fim de não ser
Vírus de script
do o usuário acessa a página, usan- detectado pelo antivírus.
do um navegador de Internet
� As macros são desenvolvidas em Worms
linguagem Visual Basic for Applica-
tions (VBA) nos arquivos do Office, O worm é um verme que explora de forma inde-
Vírus de macro pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
para a automatização de tarefas
� Quando desenvolvido com propósi- vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
tos maliciosos, é um vírus de macro lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
cópias de seu código malicioso.
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a Um verme biológico parasita um organismo, con-
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví- sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
mutante rus mantém traços do original, mas Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
é diferente dele mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
São programados para agir em uma de- deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
de dano no dia previamente agendado rio como os vírus de computador e a sua propagação
será rápida caso não existam barreiras de proteção
� Um vírus stealth é um código mali-
que os impeçam.
INFORMÁTICA

cioso muito complexo, que se escon-


de depois de infectar um computador
� Ele mantém cópias dos arquivos
Vírus stealth
que foram infectados para si e, quan-
do um software antivírus realiza a de-
tecção, apresenta o arquivo original,
enganando o mecanismo de proteção

315
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. Dispositivo inf
infectado se conecta na rede do usuário Pragas Virtuais

As diversas pragas virtuais são, genericamente,


chamadas de malwares (softwares maliciosos), por
apresentarem características semelhantes: oferecem
alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
danosas que acabam prejudicando-o.

Smartphone Roteador do Impressora � Cavalo de Troia ou Trojan


com worm Usuário

2. Roteador infectado envia o worm para a impressora É um código malicioso que realiza operações mal-
-intencionadas enquanto realiza uma operação dese-
jada pelo usuário, como um jogo on-line ou reprodução
de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e,
ao ser executado, desativa as proteções do dispositivo,
para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados.
Esse nome está, justamente, relacionado com a his-
tória do presente dado pelos gregos aos troianos, con-
Smartphone Roteador do Impressora sistindo em um cavalo de madeira, com soldados em
com worm Usuário seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os
gregos desativaram as defesas e permitiram o acesso
3. Impressora infectada demora muito para imprimir do seu exército.
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos, como
um tipo de vírus de computador.

1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário

Smartphone Roteador do Impressora


com worm Usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado

E-mail com vírus Usuário

2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado

Smartphone Roteador do Impressora


com worm Usuário

E-mail com vírus Usuário Jogo on-line

Smartphone 3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções

Lembre-se: os worms infectam dispositivos e pro-


pagam-se para outros dispositivos de forma autôno-
ma, sem interferência do usuário.
Os worms podem ser recebidos automaticamen- E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e 4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
para outros dispositivos e usuários conectados. Por
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando Usuário Jogo on-line
ataques na Internet em busca de outras redes remotas.

316
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Spyware
CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
É um programa malicioso que procura monitorar
as atividades do sistema e enviar os dados capturados Gatilho para a execução de outros
durante a espionagem para terceiros. Existem softwa- códigos maliciosos que permanece
Bomba lógica
res espiões considerados legítimos (instalados com o inativa até que um evento acionador
consentimento do usuário) e maliciosos (que execu- seja executado
tam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
Sequestrador de dados que criptogra-
Os softwares espiões podem ser especializados na
fa pastas, arquivos e discos inteiros,
captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli- Ransomware
solicitando o pagamento de resgate
ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação
para liberação
de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário
(adware). Eles, geralmente, são instalados por outros � Simulam janelas do sistema opera-
programas maliciosos, para aumentar a quantidade cional, induzindo o usuário a acionar
de dados capturados. um comando, fazendo a operação
Scareware
continuar normalmente
z Bot � O comando iniciará a instalação de
códigos maliciosos
É um programa malicioso que mantém contato
com o invasor, permitindo que comandos sejam exe- Fraude que engana o usuário, induzin-
cutados remotamente. Phishing do-o a informar seus dados pessoais
O dispositivo controlado por um bot poderá inte- em páginas de captura de dados falsas
grar uma rede de dispositivos zumbis, a chamada
Ataque aos servidores de DNS para
botnet.
Pharming alteração das tabelas de sites, direcio-
Quando o invasor deseja atacar sites para provo-
nando a navegação para sites falsos
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Ataques na rede que simulam tráfego
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da acima do normal com pacotes de
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão Negação de dados formatados incorretamente,
continuar sua propagação através do envio de cópias Serviço fazendo o servidor remoto ocupar-se
para outros contatos do usuário afetado. com os pedidos e erros, negando
acesso para outros usuários
z Backdoor
� Código que analisa ou modifica o
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, tráfego de dados na rede, em busca
além de executar comandos recebidos do invasor, rea- de informações relevantes como
Sniffing
liza ações para desativação de proteções e aberturas de login e senha
portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que � Enquanto o spyware não modifica
estão disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para o conteúdo, o sniffing pode alterar
a instalação de outros códigos maliciosos e roubo de
Falsifica dados de identificação, seja
informações.
do remetente de um e-mail (e-mail
Assim como os spywares, existem backdoors legíti-
Spoofing Spoofing), do endereço IP, dos servi-
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para
ços ARP e DNS, escondendo a real
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para ope-
identidade do atacante
rarem independente do consentimento do usuário).
Intercepta as comunicações da rede
Man-In-The-
z Rootkit para roubar os dados que trafegam
-Midle
na conexão.
É um código malicioso especializado em esconder
e assegurar a presença de outros códigos maliciosos Intercepta as comunicações do apa-
para o invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais Man-In-The- relho móvel, para roubar os dados
podem ser incorporadas em outras pragas, para que o -Mobile que trafegam na conexão do apare-
código que camufla a presença seja executado, escon- lho smartphone
dendo os rastros do software malicioso. Enquanto uma falha não é corrigida
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado pelo desenvolvedor do software, inva-
não se recupera dos dados apagados, sendo necessá- Ataque de dia
sores podem explorar a vulnerabilida-
ria uma cópia segura (backup) para restauração dos zero
de identificada antes da implantação
arquivos. da proteção
INFORMÁTICA

Dica Modificam páginas na Internet, alte-


Defacement rando a sua apresentação (face) para
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Root- os usuários visitantes
kit são as pragas digitais mais questionadas em
concursos públicos. Sequestrador de navegador que
pode desde alterar a página inicial do
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais HiJacker browser, até realizar mudanças do
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci- mecanismo de pesquisas e direciona-
dade dos usuários de sistemas computacionais. mento para servidores DNS falsos
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma das ações mais comuns que procuram comprometer a segurança da informação é o ataque Phishing. O
usuário recebe uma mensagem (por e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em um link mali-
cioso. O link acessa uma página que pode ser semelhante ao site original, induzindo o usuário a fornecer dados
pessoais, como login e senha. Em ataques mais elaborados, as páginas capturam dados bancários e de cartões de
crédito. O objetivo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.

1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso

Usuário

2. O link direciona o usuário par a um site falso

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário

4. Seus dados são enviados para o invasor, que


rouba $$$ das contas bancárias ou fa z
compras no seu cartão de crédito

Usuário

Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Pharming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando as
tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuário acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Phishing,
esse ataque procura capturar dados bancários do usuário e roubar o seu dinheiro.

1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS

Usuário

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2. O link alterado direciona o usuário par a um site falso 1. O usuário tem um vírus de computador instalado

Usuário Usuário Arquivo

3. Ele informa os seus dados pessoais 2. Um software antivírus é acionado para detecção

Usuário
Usuário Arquivo
4. Seus dados são enviados pa ra o invasor, que
rouba $$$ das contas bancárias ou fa z 3. Ele compara o código com sua base de assinaturas
compras no seu cartão de crédito

=
Usuário Arquivo
Usuário
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
PROTEÇÃO CONTRA VÍRUS E OUTRAS FORMAS DE
SOFTWARES OU AÇÕES INTRUSIVAS

Aplicativos Para Segurança (Antivírus, Firewall, Anti-


Arquivo Arquivo
Spyware Etc.) = desinfectado excluído
Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes Usuário Quarentena
ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do usuá- Quando o antivírus encontra um código malicioso
rio. Para todas elas, existem mecanismos de proteção em algum arquivo, que tenha correspondência com a
– softwares ou hardwares que detectam e removem os base de assinaturas de vírus, ele poderá:
códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.
Independentemente da quantidade de sistemas de z remover o vírus que infecta o arquivo;
proteção, o comportamento do usuário poderá levar z criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio- pasta Quarentena, isolado;
ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo z excluir o arquivo infectado.
do usuário mediante autorização dada pelo próprio
usuário. A autorização de acesso poderá estar camu- Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo
flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, através de três métodos de detecção: assinatura dos
ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como vírus conhecidos, verificação heurística e comporta-
o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura mento do código malicioso quando é executado.
começa com a atitude do usuário na rede. O que fazer quando o código malicioso do vírus
não está na base de assinaturas?
z Antivírus A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus
Os vírus de computadores, como conhecemos no detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria-
tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se mente. Para a detecção desses novos códigos malicio-
para outros arquivos quando o hospedeiro é executa-
INFORMÁTICA

sos, os programas oferecem a Análise Heurística.


do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
natura do vírus. z Análise Heurística
Os programas antivírus são desenvolvidos para
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui- O software antivírus poderá analisar os arquivos do
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza- dispositivo através de outros parâmetros, além da base
do, com as últimas definições da base de assinaturas de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi- códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
gos maliciosos.
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Se o código enviado para análise for comprovada-
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza-
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas,


mas não encontra correspondência com vírus conhecidos
Usuário

Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.


O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
= tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
Usuário Arquivo vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para O usuário deve executar um antivírus e antispyware
análise pelo fabricante do software antivírus nos anexos antes de executá-los.

Quarentena E-mail com vírus E-mail com vírus


=
Usuário
Firewall
Usuário
E-mail com trojan E-mail com trojan

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então


Fabricante mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e
chegarão até o usuário.
z Windows Defender
O firewall impede um ataque, seja de um hacker,
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga
terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara- digital que procure acessar a rede ou o computador
mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia por meio de suas portas de conexão. Apenas o con-
a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba- teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será
lham com as configurações padrões dos programas. bloqueado pelo firewall.
O Windows 10 possui uma solução integrada de
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
programa Microsoft Security Essentials como antiví- E-mail Página web
rus padrão do sistema operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows
Defender, para detecção e remoção de outros códigos
maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário
disso, o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro
de conexões para impedir ataques oriundos das redes
conectadas. Propagação Malware
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- de worm
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
opera o firewall do sistema operacional, impedindo Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
ataques e invasões. os ataques provenientes da rede.

z Firewall O firewall não é um antivírus nem um antispyware.


Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
um software, instalado em cada dispositivo, ou um dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
hardware, instalado na conexão da rede, protegendo como o antivírus e o antispyware.
todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
regras úteis para a maioria dos usuários. Importante!
A maioria das portas comuns estão liberadas e a
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um
maioria das portas específicas estão bloqueadas.
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque
e, não, por ser um vírus.
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z Antispyware z Defesa Contra Ataques

Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navegador
contra vírus de computadores, existe uma solução de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing aten-
que procura detectar, impedir a propagação e remo- dem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega disfar-
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um çado, medidas de prevenção devem ser adotadas, como:
hospedeiro.
Em geral, malware é um software malicioso. Generi- „ nunca fornecer informações confidenciais ou
camente, spyware é um software espião. Assim, quando secretas por e-mail;
os softwares maliciosos ganharam destaque e relevância „ resistir à tentação de cliques em links das
para os usuários dos sistemas operacionais, os spywares mensagens;
ganharam destaque. Comercialmente, tornou-se interes- „ observar os downloads automáticos ou não
sante nomear a solução como antispyware. iniciados;
Na prática, um antispyware, ou um antimalware, „ dentro das políticas de segurança para os funcio-
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. nários, destacar que não se deve submeter à pres-
são de pessoas desconhecidas.

Quando os ataques procuram atingir um servidor da


empresa, como ataques DoS (negação de serviço), DDos
Worm Malware (ataque distribuído de negação de serviços) ou spoofing
(fraude de identidade), uma das formas de proteção é
o bloqueio de pacotes externos não convencionais. Se o
usuário está utilizando um dispositivo móvel e sofre um
Usuário Antispyware ataque, ele deve aumentar o nível de proteção do apa-
Trojan Spyware relho e as senhas precisam ser redefinidas o mais breve
possível.
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no Por fim, os ataques contra aplicativos poderão ser
dispositivo do usuário. minimizados ou anulados se o usuário mantiver os pro-
gramas atualizados em seu dispositivo, aplicando as cor-
Para proteção, o usuário deverá: reções de segurança tão logo elas sejam disponibilizadas.
Quando o usuário é envolvido na perpetração de
„ manter o firewall ativado; ataques digitais, ele é considerado o elo mais fraco da
„ manter o antivírus atualizado e ativado; corrente de segurança da informação, por estar sujeito
„ manter o antispyware atualizado e ativado; a enganos e trapaças dos atacantes. A Engenharia Social
„ manter os programas atualizados com as corre- consiste no conjunto de técnicas e atividades que procu-
ções de segurança; ram estabelecer confiança mediante dados falsos, amea-
„ usar uma senha forte para acesso aos sistemas ças ou dissimulação.
e optar pela autenticação em dois fatores quan-
do disponível.

HORA DE PRATICAR!
1. (FCC — 2019) Os dispositivos multicore possuem
mais de um núcleo em um único chip. Um exemplo de
Usuário
multicore é o Intel Core i9-9900K de 9ª geração com 8
núcleos. Intel Core i9-9900K é um tipo de

a) HD.
b) ROM.
Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte
c) SSD.
d) RAM.
Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e
ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares
e) processador.
instaladas e uso de senha forte.
2. (VUNESP — 2023) Em uma pasta do Microsoft Windo-
z UTM ws 11, em sua configuração original, existem 4 arqui-
vos, chamados arquivo1.txt, arquivo2.txt, arquivo3.
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerencia- txt e arquivo4.txt. Um usuário selecionou o arquivo
mento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangen- arquivo1.txt, apenas, e pressionou as teclas CTRL+C.
Em seguida, selecionou o arquivo arquivo2. txt, ape-
INFORMÁTICA

tes que integram diferentes mecanismos de proteção


em apenas um programa. Elas realizam, em tempo nas, e pressionou as teclas CTRL+C. Após, selecionou
real, a filtragem de códigos acessados, otimizam o trá- o arquivo arquivo3.txt, apenas, e pressionou as teclas
fego de dados nas conexões, controlam a execução das CTRL+X. Finalmente, selecionou o arquivo arquivo4.
aplicações, protegem o dispositivo com um firewall, txt, apenas, e pressionou as teclas CTRL+X.
estabelecem uma conexão VPN segura para navega-
ção e entregam relatórios de fácil compreensão para Assinale a alternativa que indica qual(is) arquivo(s)
o usuário. será(ão) colados em uma outra pasta, vazia, ao pres-
sionar as teclas CTRL+V, considerando que o usuário
tem todas as permissões no computador. 321
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) arquivo3.txt e arquivo4.txt, apenas. d) Ferramentas e na opção Formatos.
b) arquivo1.txt e arquivo2.txt, apenas. e) Página Inicial e na opção PDF/XPS.
c) arquivo4.txt, apenas.
d) arquivo1.txt, arquivo2.txt, arquivo3.txt e arquivo4.txt. 7. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No MS Word, a opção de
e) arquivo1.txt, apenas. gravar um documento por meio do comando Salvar
como, selecionando-se o tipo PDF, fará com que
3. (VUNESP — 2023) Têm-se 3 arquivos em um compu-
tador com Microsoft Windows 11 (A, B e C), com o a) a versão anterior .doc seja apagada e seja gerada uma
status do OneDrive exibido no Explorador de Arquivos, nova versão .pdf.
todos em sua configuração padrão. b) um arquivo PDF seja impresso em papel na impresso-
ra padrão.
c) a versão .doc corrente seja mantida e uma cópia dela
em versão .pdf seja criada.
d) qualquer alteração no arquivo .doc gere automatica-
mente a mesma alteração no correspondente arquivo
.pdf.
e) qualquer alteração no arquivo .pdf gere automatica-
mente a mesma alteração no correspondente arquivo
.doc.

8. (CESGRANRIO — 2023) Considere uma empresa que


oferece serviços na área de turismo. Os gestores des-
Assinale a alternativa com o(s) arquivo(s) que não sa empresa querem acompanhar dados de desempe-
consome( m) espaço em disco nesse computador. nho (aumento e diminuição), mês a mês, nos últimos
24 meses, relativos à quantidade de pessoas que com-
a) Atividades.txt e Contrato.docx, apenas. praram pacotes de viagem para Bonito (MS).
b) Financeiro.xlsx, apenas.
c) Contrato.docx, apenas. O tipo de gráfico adequado para visualizar esses
d) Contrato.docx e Financeiro.xlsx, apenas. dados é o seguinte:
e) Atividades.txt, apenas.
a) em rede
4. (FGV — 2022) Joana quer descobrir a capacidade, b) mapa de árvore
o espaço livre e o espaço usado do drive C: do seu c) linha
notebook. d) mapa de calor
e) pizza (ou torta)
Para tanto, depois de clicar com o botão direito sobre
o drive no Explorador de Arquivos do Windows, Joana 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021)
deve usar a opção

a) Configurações.
b) Expandir.
c) Info.
d) Propriedades.
e) Recolher.
Considere que a planilha acima esteja sendo editada
5. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No Explorador de Arqui-
no Microsoft Excel, em português, com sistema Win-
vos do Windows, a opção que permite disponibilizar
dows, e que na célula A4 contenha a seguinte fórmula
um arquivo na nuvem para um usuário, seja por meio
=SOMA
do seu endereço de email ou envio do link de acesso
$A1+A2+A$3).
ao arquivo, é
Considere, ainda, que um usuário tenha selecionado a
célula A4 e clicado simultaneamente as teclas CTRL
a) Exibir online.
e C e, em seguida, selecionado a célula B4 e clicado
b) Compartilhar.
simultaneamente as teclas CTRL e V, Nesse caso, o
c) Conceder acesso a.
resultado a ser apresentado na célula B4 será
d) Abrir com.
e) Enviar para.
a) 6.
b) 7.
6. (FCC — 2023) Após concluir a digitação de um texto
c) 8.
no Word, da suíte de aplicativos do Office 365, em por-
d) 5.
tuguês, um policial precisa gerar o documento no for-
e) 4.
mato PDF ou XPS, preservando o layout, formatação
e fontes. Para isso ele terá que acessar a opção Criar
10. (VUNESP — 2022) A imagem a seguir mostra 3 formas
documento PDF/XPS, disponível após clicar no menu
em um slide do MS-PowerPoint 2016, em sua configu-
ração padrão, um triângulo, um retângulo e um círculo.
a) Arquivo e na opção Exportar.
b) Página Inicial e na opção Converter para.
c) Arquivo e na opção Formatos.
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13. (VUNESP — 2022) O URL (Uniform Resource Locator)
possui algumas partes, como a que indica o protocolo
utilizado.

Essa parte é denominada

a) Esquema.
b) Programa.
c) Parâmetros.
d) Caminho.
O usuário selecionou uma das formas e escolheu uma e) Domínio.
ação (ícone) dentre as disponíveis no ícone Organizar,
do grupo Desenho, da guia Pagina Inicial, cujo resulta- 14. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Um endereço web é com-
do se vê na imagem a seguir: posto por uma sequência de nomes que caracterizam
o protocolo, o serviço, o domínio e o arquivo acessado.
Esse endereço também é chamado de

a) HTTP.
b) WWW.
c) TCP/IP.
d) URL.
e) domínio.

15. (CEBRASPE-CESPE — 2022) As empresas podem


oferecer diversos serviços via web para seus clientes
De acordo com a descrição do enunciado, a forma e a e fornecedores por meio de uma tecnologia de rede
ação escolhidas são, respectivamente, de computadores que permite o compartilhamento
de dados, serviços e aplicações mediante autentica-
ção segura. Assinale a opção que corresponde a essa
a) tecnologia.

a) rede sem fio


b) Internet
b) c) intranet
d) extranet
e) FTP

c) 16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Em segurança da infor-


mação, a característica que garante que a mensagem
é genuína e passível de verificação é a
d)

a) confidencialidade.
e) b) integridade.
c) disponibilidade.
d) autenticidade.
e) responsabilização.
11. (VUNESP — 2022) A camada de aplicação da arquite-
tura TCP/IP utiliza alguns protocolos, dentre eles: 17. (CEBRASPE-CESPE — 2021) A Segurança da Infor-
mação é uma preocupação permanente dos agentes
a) FTP e TCP comerciais, principalmente em relação a assuntos
b) HTTP e UDP contratuais e financeiros e às facilidades advindas
c) ICMP e IPsec dos meios digitais.
d) IP e TELNET
e) SMTP e DNS Os recursos providos pelas áreas de TI das empresas,
no que se refere à segurança da informação, incluem
12. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Uma rede no padrão a irretratabilidade, que deve garantir a
Ethernet transmite dados em uma taxa de 40 Gbps,
que é equivalente a a) manutenção exata e completa do conteúdo das men-
INFORMÁTICA

sagens desde a origem até o destino.


a) 40 milhões de caracteres por segundo. b) impossibilidade de negar a autoria de uma mensagem.
b) 40 milhões de bites por segundo. c) possibilidade do acesso a qualquer mensagem quan-
c) 40 milhões de baites por segundo. do necessário.
d) 40 bilhões de bites por segundo. d) impossibilidade de os conteúdos das mensagens
e) 40 bilhões de baites por segundo. serem lidos e compreendidos por pessoas não
autorizadas.
e) impossibilidade de o destinatário negar o recebimento
de uma mensagem. 323
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18. (CEBRASPE-CESPE — 2022) O programa que combi-
na as características de trojan e de backdoor, já que
ANOTAÇÕES
permite ao atacante acessar o equipamento remota-
mente e executar ações como se fosse o usuário, é
conhecido como

a) RAT.
b) ransomware.
c) bot.
d) zumbi.
e) adware.

19. (CEBRASPE-CESPE — 2022) A ferramenta cujo objeti-


vo é monitorar e impedir que acessos indevidos sejam
feitos a uma rede e a seus computadores é o(a)

a) antivírus.
b) cópia de segurança.
c) bloqueador de pop-up.
d) modem.
e) firewall

20. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Assinale a opção que indica


um programa que, se existente no computador, poderá
protegê-lo de um arquivo malicioso baixado da Internet.

a) Lixeira
b) antivírus
c) Limpeza de Disco
d) Explorador de Arquivos

9 GABARITO

1 E

2 C

3 E

4 D

5 B

6 A

7 C

8 C

9 B

10 C

11 E

12 D

13 A

14 D

15 D

16 D

17 B

18 A

19 E

20 B
324
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Quanto à forma — em quais formatos podem sur-
gir uma constituição:

z Escrita: expressa num único texto. “A Constituição

NOÇÕES DE DIREITO escrita é o mais alto estatuto jurídico de determinada


comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamen-

CONSTITUCIONAL
tal de uma sociedade.” (Moraes, 2018, p. 43);
z Não escrita: não estabelecida em um documento
único e solene, mas é costumeira, baseada e con-
substanciada nos costumes, convenções, jurispru-
dências e práticas sociais preestabelecidas.
CONSTITUIÇÃO
Dica
CONCEITO Arábia Saudita, Líbia, Nova Zelândia e Reino Uni-
do são alguns exemplos de países que não pos-
Constituição vem do ato de constituir, de estabelecer, suem uma constituição escrita.
de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma
coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização,
Quanto ao modo de elaboração — como a consti-
formação. Juridicamente, no entanto, constituição deve
tuição é elaborada:
ser entendida como a lei fundamental e suprema de um
Estado, que contém normas referentes à estruturação
z Dogmática: também chamada de sistemática, é
do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de
sempre escrita e estrutural e surge a partir de dog-
governo e aquisição do poder de governar, distribuição
mas políticos ou sistemas ideológicos prévios;
de competências, direitos, garantias e deveres dos cida-
z Histórica: fruto da lenta e contínua síntese da
dãos. Além disso, é a constituição que individualiza os
história e tradições de um povo, como é o caso da
órgãos competentes para a edição de normas jurídicas,
constituição inglesa.
legislativas ou administrativas (Moraes, 2018).
A constituição é, em síntese, a lei máxima e fun-
Quanto à origem — como se origina:
damental de um país, que geralmente determina a
sua organização social, política, jurídica e econômica.
z Promulgada: também chamada de democrática,
Conjunto de normas jurídicas, normalmente escritas
votada ou popular, é fruto do trabalho de uma assem-
em um texto unitário, que regulam a organização e
bleia nacional constituinte, eleita direta e legitima-
atuação do Estado nas relações sociais.
mente pelo povo, para, em nome dele atuar;
z Outorgada: é a constituição imposta de maneira uni-
A Constituição é, assim, uma norma jurídica e, para
a maior parte dos sistemas, norma jurídica dotada lateral por governante que não recebeu do povo a
de superioridade hierárquica em relação às demais. legitimidade para em nome dele atuar (Lenza, 2019).
Para Hans Kelsen, a Constituição define quem elabo-
ra as normas e como elas vão ser elaboradas, cons- Quanto à estabilidade ou alterabilidade — se pode
tituindo, assim, o ponto de partida e de validade de ou não ser alterada:
todo o sistema jurídico. (Barcellos, 2018, p. 28)
z Imutável: é vedada qualquer alteração;
CLASSIFICAÇÕES z Rígida: exige para a sua alteração um processo
legislativo solene, mais complexo e árduo do que o
Toda tipologia ou classificação depende dos cri- empregado para a modificação das normas infra-
térios adotados por seus estudiosos. É importante constitucionais. Para Alexandre de Moraes (2018), a
esclarecer que existem diferentes classificações entre Constituição Federal, de 1988, pode ser considerada
os juristas mais renomeados. Não se trata, portanto, super-rígida, porque, em regra, pode ser alterada
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
de uma classificação ser mais acertada que outra, por um processo legislativo diferenciado, mas, excep-
mas sim, mais adequada à sua finalidade didática. cionalmente é imutável quanto às suas cláusulas
Segundo Alexandre de Moraes (2018), a tipologia ou a pétreas, previstas em seu § 4º, art. 60. Esta classifica-
classificação das constituições pode ser delimitada de ção, contudo, não tem sido adotada pelo STF;
acordo com diversos princípios. z Semirrígida: algumas regras poderão ser altera-
Quanto ao conteúdo — qual o teor, o que compõe das pelo processo legislativo ordinário, enquanto
a constituição: outras, somente por um processo legislativo especial
e complexo;
z Material: conjunto de regras materialmente cons- z Flexível: não exige um processo legislativo de alte-
titucionais, ou seja, que contém as normas funda- ração mais dificultoso do que as normas infracons-
mentais e estruturais do Estado, a organização de titucionais. Logo, pode ser alterada por processo
seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais, legislativo ordinário.
independentemente da forma em que estejam
organizadas tais disposições; Quanto à extensão e finalidade — qual a sua
z Formal: consubstanciada em um documento sole- amplitude e a que se destina:
ne estabelecido pelo poder constituinte originário.
É levado em consideração o processo de sua for- z Analítica: também chamada de dirigente, é ampla
mação, e não necessariamente a materialidade de e detalhada, trazendo todos os assuntos que podem
suas normas ou conteúdo. ser considerados fundamentais e relevantes à 325
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formação, destinação e funcionamento do Estado. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
É minuciosa e normalmente estabelece regras que
poderiam ser matéria de leis infraconstitucionais; Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
z Sintética: é concisa, breve e sucinta, tratando ape- pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
nas de princípios fundamentais e estruturais do
crático de Direito e tem como fundamentos:
Estado. Geralmente são mais duradouras — um
I - a soberania;
exemplo é a constituição dos Estados Unidos. II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
Além desta classificação básica, alguns doutrina- IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
dores as dividem em outros tipos, de acordo com o tiva; (Vide Lei nº 13.874, de 2019).
que acreditam ser mais adequado para os seus estu- V - o pluralismo político.
dos. Existem ainda as constituições: Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
z Normativas, nominalistas ou semânticas: as cons- tamente, nos termos desta Constituição.
tituições normativas são aquelas que conseguem
estar plenamente conformes com a realidade polí- São, portanto, princípios fundamentais da
tico-social do Estado que regula. Por sua vez, as Constituição:
nominalistas são as que buscam regular plenamen-
te a vida política de seu Estado, mas que ainda não z A soberania: consiste num poder político supre-
alcançam esse objetivo, por não serem totalmente mo, independente na ordem internacional e não
consonantes à sua realidade social; e, por fim, as limitado a nenhum outro na esfera interna. É a
semânticas são as características de poderes autori- capacidade, do país, de editar e reger suas pró-
tários, criadas apenas com a finalidade de legitimar prias normas e ordenamento jurídico;
o poder de quem já o exerce; z A cidadania: condição da pessoa pertencente a
z As dualistas e pactuadas: são oriundas de um pacto um Estado, dotada de direitos e deveres. É o status
entre o Rei e o Poder Legislativo, vinculam o monar- de cidadão inerente a todo jurisdicionado que tem
ca às normas estabelecidas na constituição e, conse- direito de votar e ser votado;
quentemente, limitam seu poder, antes absoluto; z A dignidade da pessoa humana: valor moral per-
z As principiológicas: reúnem mais princípios (abs- sonalíssimo, inerente à própria condição humana.
tratos) do que regras (concretas); e as preceituais, Fundamento consistente no respeito pela vida e
que contêm mais regras que princípios; integridade do ser humano e a garantia de condi-
z As provisórias e definitivas: como o próprio nome ções mínimas de existência com liberdade, autono-
aduz, as provisórias são temporárias e, em regra, mia e igualdade de direitos;
regulam períodos de transição ou visam definir as z Os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
regras de elaboração de uma constituição definitiva; tiva: é através do trabalho que o homem garante
z As heterônomas: são aquelas constituições elabora- sua subsistência e o crescimento do país. Por isso,
das e decretadas por outro Estado que não o próprio a necessidade de se estabelecer a proteção deste
a ser regido, ou, ainda, por organizações internacio- importante direito social. Por sua vez, a livre ini-
nais; e as autônomas, que são as elaboradas dentro ciativa consiste numa doutrina que defende a total
do próprio Estado, sem interferências externas; liberdade para o exercício de atividades econômi-
z As constituições-garantia: visam assegurar direitos cas, sem qualquer interferência do Estado;
fundamentais, balanço, que reflete um degrau de z O pluralismo político: decorre do Estado demo-
crático de direito e permite a coexistência de
evolução socialista; e a dirigente, que estabelecem
várias ideias políticas, consubstanciadas na exis-
um plano de direção, um projeto de Estado através
tência multipartidária e não apenas dualista. O
de normas programáticas, objetivando uma evolu-
Brasil é, portanto, um país de uma política plural,
ção política (Lenza, 2019);
multipartidária e diversificada e não apenas pau-
z As liberais (negativas) ou sociais (dirigentes): levam
tada nos ideais dualistas de esquerda e direita ou
em conta o seu conteúdo ideológico. As liberais refle-
democratas e republicanos.
tem os direitos humanos de primeira dimensão, a
não intervenção do Estado e a proteção das liberda-
des individuais. As sociais refletem a necessidade de Importante mencionar que união indissolúvel dos
atuação estatal e proteção dos direitos sociais (direi- estados, municípios e do Distrito Federal é caracteri-
tos humanos de segunda dimensão) (Lenza, 2019); zada pela impossibilidade de secessão, característi-
z As expansivas: apresentam um “[...] conteúdo ana- ca essencial do princípio federativo ou Federalismo.
tômico e estrutural, destacando-se a estruturação do Em outras palavras, podemos dizer que a indisso-
texto e sua divisão em títulos, capítulos, seções, subse- lubilidade da República Federativa do Brasil decorre
ções, artigos da parte permanente e do ADCT” (Lenza, da impossibilidade de separação de seus entes fede-
2019, p. 189), além de manifestarem dilatação de sua rativos do território brasileiro, pois o vínculo entre
matéria constitucional, se comparadas com as cons- União, estados, Distrito Federal e municípios é indis-
tituições brasileiras precedentes ou com constitui- solúvel e nenhum deles pode abandonar o restante
ções estrangeiras. para se transformar em um novo país.

A Constituição da República Federativa do Brasil,


de 1988, é formal, escrita, dogmática, promulgada, Importante!
rígida (ou super-rígida) e analítica (Moraes, 2018). Quem detém a titularidade do poder político é o
E, ainda, nominalista, principiológica, definitiva, autô- povo. Os governantes eleitos apenas exercem o
noma, de garantia, dirigente, social e expansiva (Len- poder que lhes é atribuído pelo povo.
326 za, 2019).
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TRIPARTIÇÃO DE PODERES PRINCÍPIOS DO ESTADO BRASILEIRO NAS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Art. 2º São poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se
Judiciário. nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
Assim, o Estado brasileiro é marcado pela união I - independência nacional;
indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
Federal e separação dos poderes estatais, de modo
IV - não-intervenção;
que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário V - igualdade entre os Estados;
possam atuar em harmonia. Tais poderes gozam, por- VI - defesa da paz;
tanto, de autonomia e independência no exercício de VII - solução pacífica dos conflitos;
suas funções. VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Não confunda: fundamentos, também chamados IX - cooperação entre os povos para o progresso da
de princípios fundamentais (art. 1º, CF), são diferentes humanidade;
dos objetivos fundamentais da República Federativa X - concessão de asilo político.
do Brasil, também previstos na CF, de 1988. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil
Nos termos do art. 3º, CF, constituem objetivos buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à
fundamentais da República Federativa do Brasil:
formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
Art. 3º [...]
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
A independência nacional se relaciona intimamen-
II - garantir o desenvolvimento nacional;
te à soberania, direito do Estado consistente no poder
III - erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
supremo de gerir e estabelecer suas leis e organização
zir as desigualdades sociais e regionais;
política. Por sua vez, o princípio da prevalência dos
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
direitos humanos aduz um sistema de proteção uni-
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
versal aos direitos e garantias fundamentais.
formas de discriminação.
A autodeterminação dos povos é um princípio que
garante que todo povo de um país tem o direito de se
Assim, enquanto os fundamentos ou princípios
autogovernar, e exercer sua soberania e suas deter-
fundamentais previstos no art. 1º, da Constituição
minações políticas sem intervenção externa, também
Federal, de 1988, representam a essência, causa pri-
relacionado ao princípio da não intervenção, pelo
mária do texto constitucional e a base primordial de qual exige-se o respeito à soberania dos estados em
nossa República Federativa, os objetivos fundamen- suas relações internas e internacionais.
tais do art. 3º, da CF, estão relacionados à destinação, Pela igualdade entre estados, além de reafirmar os
ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas ideais de soberania, autodeterminação dos povos e res-
no texto constitucional que a República Federativa do peito mútuo, estabelece que todos os estados são igual-
Estado brasileiro anseia alcançar. mente soberanos em suas relações internacionais.
A defesa da paz, a solução pacífica dos conflitos,
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO o repúdio ao terrorismo e ao racismo e a cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade são
O Estado, para ser um Estado constitucional, deve princípios que refletem a busca pela paz mundial.
ser um Estado democrático de direito. O Estado bra- Ademais, conforme Moraes (2018),
sileiro é democrático porque é regido por normas
democráticas, pela soberania da vontade popular, Asilo político consiste no acolhimento de estrangei-
com eleições livres, periódicas e pelo povo, e de direi- ro por parte de um Estado que não o seu, em virtude
to porque pauta-se pelo respeito das autoridades de perseguição por ele sofrida e praticada por seu
próprio país ou por terceiro. (Moraes, 2018, p. 58)
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
públicas aos direitos e garantias fundamentais, refle-
tindo a afirmação dos direitos humanos.
O Estado de direito caracteriza-se pela legalidade, A Constituição prevê, ainda, que o Brasil bus-
que a integração com as nações da América Latina.
pelo seu sistema de normas pautado na preservação
A integração dos povos sul-americanos, seguindo a
da segurança jurídica, pela separação dos poderes e
tendência globalizada é fortemente representada na
pelo reconhecimento e garantia dos direitos funda-
doutrina pela criação do Mercosul, oficializada pelo
mentais, bem como pela necessidade do direito ser
Tratado de Assunção (1991).
respeitoso com as liberdades individuais tuteladas
Objetivando criar um mercado comum na Amé-
pelo poder público. rica do Sul, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
Para Moraes (2018), existirá o Estado de direito firmaram o tratado. Em 2012, a Venezuela passou a
onde houver a supremacia da legalidade. Ademais, o ser também um Estado-Parte do Mercosul, encontran-
princípio democrático exprime fundamentalmente a do-se suspensa em todos os direitos e obrigações ine-
exigência da integral participação de todos e de cada rentes à sua condição de Estado-Membro (art. 5º, do
uma das pessoas na vida política do país, a fim de Protocolo de Ushuaia), pela ruptura da ordem demo-
garantir o respeito à soberania popular. crática como obstáculo inaceitável para o processo
O Estado constitucional, portanto, é mais do que o de integração. São Estados associados ao Mercosul:
Estado de direito: é, também, o Estado democrático, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Suriname e a
introduzido no constitucionalismo como garantia de Bolívia, que está em processo de adesão (MERCOSUL,
legitimação e limitação do poder (Moraes, 2018, p. 41). 2020). 327
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REFERÊNCIAS Liberdade de Manifestação do Pensamento e
Vedação do Anonimato, Visando Coibir Abusos e
BARCELLOS, A. P. Curso de Direito Constitucio- Não Responsabilização pela Veiculação de Ideias e
nal. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Práticas Prejudiciais
BRASIL. Constituição Federal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
constituicaocompilado.htm. Acesso em: 21 fev. vedado o anonimato;
2020.
FERREIRA FILHO, M. G. Curso de Direito Consti- Aqui, temos consubstanciada a liberdade de
tucional. São Paulo: Saraiva, 2005. expressão. A Constituição Federal pôs fim à censura,
LENZA, P. Direito constitucional esquematiza- tornando livre a manifestação do pensamento. Entre-
do. 23ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019. tanto, esta liberdade não é absoluta, uma vez que
MERCOSUL. Países do Mercosul. Disponível em: deve se pautar nos princípios da justiça e do direito.
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/pai- Nesse sentido, é vedada a liberdade abusiva, prejudi-
ses-do-mercosul/. Acesso em: 6 nov. 2020. cial aos direitos de outrem, e, também, o anonimato,
MORAES, A. Direito constitucional. 34ª ed. São de forma a coibir práticas prejudiciais sem identifica-
Paulo: Atlas, 2018. ção de autoria.
A vedação constitucional ao anonimato, contudo,
não impede que uma autoridade pública, ao receber
uma denúncia anônima, proceda com as investiga-
ções preliminares, de forma a apurar os indícios de
DIREITOS E GARANTIAS materialidade narrados na denúncia.
FUNDAMENTAIS
Direito de Resposta e Indenização
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
Os direitos e deveres individuais e coletivos encon- ao agravo, além da indenização por dano material,
tram-se elencados no art. 5º, da Constituição: moral ou à imagem;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção De acordo com o inciso acima, o direito de respos-
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- ta, associado à indenização por dano material, moral
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- ou à imagem, é assegurado às pessoas físicas e jurídi-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, cas quando estas, por meio dos canais midiáticos de
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: comunicação, recebem ofensas a:

Princípio da Igualdade entre Homens e Mulheres z sua honra;


z sua reputação;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obri- z seu conceito;
gações, nos termos desta Constituição; z seu nome;
z sua marca;
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igual- z sua imagem etc.
dade de direitos e deveres entre homens e mulheres.
Liberdade Religiosa e de Consciência
Princípio da Legalidade e Liberdade de Ação
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote-
ção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
Todo ser humano é livre e só está obrigado a fazer
assistência religiosa nas entidades civis e militares
ou não algo que esteja previsto em lei. Deste princípio,
de internação coletiva;
decorre a ideia de que “não há crime sem lei anterior VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
que o defina”, ou seja, a concepção de que “crime” é vo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
aquilo que está expressamente previsto na lei penal. política, salvo se as invocar para eximir-se de obri-
gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
Vedação de Práticas de Tortura Física e Moral, prestação alternativa, fixada em lei;
tratamento Desumano e Degradante
O Estado brasileiro é laico, ou seja, não se apoia
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- nem se opõe a nenhuma religião. Por isso, a liber-
mento desumano ou degradante; dade de crença e de consciência são direitos fun-
damentais previstos na magna carta. A Constituição
São vedados a prática de tortura física e moral e assegura, ainda, a liberdade de cultos, a proteção dos
qualquer tipo de tratamento desumano, degradante locais religiosos e a não privação de direitos em razão
ou contrário à dignidade humana realizado por qual- da crença pessoal.
quer autoridade ou até mesmo entre os próprios cida- A escusa de consciência consiste no direito indi-
dãos. A proibição à tortura, cláusula pétrea de nossa vidual de se recusar a cumprir determinada obriga-
Constituição, visa resguardar o direito de uma vida ção ou a praticar determinado ato comum por este ser
digna. A prática da tortura é, ainda, crime inafiançá- contrário às suas crenças religiosas ou à sua convic-
328 vel na legislação penal brasileira. ção filosófica ou política. Nesses casos, de acordo com
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a lei, a pessoa deve cumprir uma prestação alternati- Aqui, mais uma vez, é consubstanciada a liberdade
va, fixada em lei. Serve como exemplo desse direito o de expressão. Além disso, de acordo com o inciso, é
cidadão que deixa de prestar serviço militar obrigató- vedada a censura às atividades intelectuais, artísticas,
rio por motivo de crença. científicas e de comunicação.
Se o cidadão que invocar a escusa de consciência
em seu benefício deixar de cumprir a prestação alter- Proteção à Imagem, Honra e Intimidade da Pessoa
nativa imposta, poderá incorrer na perda dos direitos Humana
políticos, segundo a doutrina majoritária, ou na sus-
pensão destes, a teor do que se estabelece no § 2º, art. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
4º, da Lei nº 8.239, de 1991: a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
§ 2º [...] suspensão dos direitos políticos do inadim- decorrente de sua violação;
plente, que poderá, a qualquer tempo, regularizar
sua situação mediante cumprimento das obriga- Com intuito da proteção, a Constituição Federal
ções devidas. tornou inviolável a imagem, a honra e a intimidade
da pessoa humana, assegurando o direito à reparação
Art. 3º O Serviço Militar inicial é obrigatório a material ou moral em caso de violação.
todos os brasileiros, nos termos da lei.
§ 1º Ao Estado-Maior das Forças Armadas com-
Proteção do Domicílio do Indivíduo
pete, na forma da lei e em coordenação com os
Ministérios Militares, atribuir Serviço Alternativo
aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
imperativo de consciência decorrente de crença guém nela podendo penetrar sem consentimento
religiosa ou de convicção filosófica ou política, para do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
se eximirem de atividades de caráter essencialmen- desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
te militar. dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105,
§ 2º Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de 2015) (Vigência).
de atividades de caráter administrativo, assisten-
cial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substitui- A proteção do domicílio é direito fundamental.
ção às atividades de caráter essencialmente militar. A casa do indivíduo, portanto, é inviolável. De outro
§ 3º O Serviço Alternativo será prestado em orga- modo, não se tratando de casos excepcionais de fla-
nizações militares da ativa e em órgãos de forma- grante delito, prestação de socorro ou ordem judicial,
ção de reservas das Forças Armadas ou em órgãos só podem adentrar, nesta, aqueles que possuem con-
subordinados aos Ministérios Civis, mediante con- sentimento do morador.
vênios entre estes e os Ministérios Militares, desde
que haja interesse recíproco e, também, sejam aten- Proteção do Sigilo das Comunicações
didas as aptidões do convocado.
§ 4º O Serviço Alternativo incluirá o treinamento
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
para atuação em áreas atingidas por desastre, em
comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
situação de emergência e estado de calamidade,
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
executado de forma integrada com o órgão federal
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele-
responsável pela implantação das ações de prote-
cer para fins de investigação criminal ou instrução
ção e defesa civil. (Incluído pela Lei nº 12.608, de
processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
2012)
§ 5º A União articular-se-á com os Estados e o Dis-
trito Federal para a execução do treinamento a que De acordo com a lei básica, o sigilo das comuni-
se refere o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº cações é direito fundamental e, portanto, inviolável,
12.608, de 2012) salvo em casos de ordem judicial.
Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no
§ 2º do art. 3º desta lei, será conferido Certificado Liberdade de Profissão
de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obriga-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tório, com os mesmos efeitos jurídicos do Certifica- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
do de Reservista. ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
§ 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Ser- nais que a lei estabelecer;
viço Alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo
de responsabilidade pessoal do convocado, implica- A liberdade descrita acima não é absoluta, pois se
rá o não-fornecimento do certificado corresponden-
limita às qualificações profissionais que a lei estabe-
te, pelo prazo de dois anos após o vencimento do
lece. Assim, a pessoa é livre para escolher o seu ofí-
período estabelecido.
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o
cio profissional desde que atendidas as qualificações
certificado só será emitido após a decretação, pela legais que cada profissão demanda.
autoridade competente, da suspensão dos direitos
políticos do inadimplente, que poderá, a qualquer Acesso à Informação
tempo, regularizar sua situação mediante cumpri-
mento das obrigações devidas. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
Liberdade de Expressão e Proibição de Censura ao exercício profissional;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, O direito à informação é assegurado constitu-


artística, científica e de comunicação, independen- cionalmente, garantido o sigilo da fonte, quando
temente de censura ou licença; necessário. 329
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Liberdade de Locomoção, Direito de Ir e Vir toda propriedade deve atender a interesses de ordem
pública e privada, não sendo nociva à coletividade em
XV - é livre a locomoção no território nacional em seu uso e fruição.
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
Intervenção do Estado na Propriedade
seus bens;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
Esse inciso consagra o direito de ir e vir e a liber- propriação por necessidade ou utilidade pública,
dade de locomoção. Nesse sentido, todos são livres ou por interesse social, mediante justa e prévia
para entrar, circular, permanecer ou sair do território indenização em dinheiro, ressalvados os casos pre-
nacional em tempos de paz. vistos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a auto-
Direito de Reunião ridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ulterior, se houver dano;
armas, em locais abertos ao público, independen-
temente de autorização, desde que não frustrem O direito de propriedade não é absoluto. Dada a
outra reunião anteriormente convocada para o supremacia do interesse público sobre o particular,
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à nas hipóteses legais, é permitida a intervenção do
autoridade competente; Estado na propriedade.

O direito de reunião pacífica em locais públicos é Pequena Propriedade Rural


assegurado constitucionalmente, independentemente
de autorização. Assim, os cidadãos podem se reunir XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi-
livremente em praças e locais de uso comum do povo, nida em lei, desde que trabalhada pela família,
desde que não venham a interferir ou atrapalhar não será objeto de penhora para pagamento de
outra reunião designada anteriormente para o mes- débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
mo local. dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
Liberdade de Associação
A pequena propriedade rural é impenhorável e
XVII - é plena a liberdade de associação para fins não responde por dívidas decorrentes de sua ativida-
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; de produtiva.
XVIII - a criação de associações e, na forma da
lei, a de cooperativas independem de autoriza- Direito Autoral e Propriedade Industrial
ção, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Com a edição da Constituição de 1988, os direitos
XIX - as associações só poderão ser compulsoria-
autorais encontraram ampla guarida. Além da Lei de
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
Direitos Autorais, a Constituição prevê, assim, uma
o trânsito em julgado; ampla proteção às obras intelectuais.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se
ou a permanecer associado; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo
XXI - as entidades associativas, quando expressa- de utilização, publicação ou reprodução de suas
mente autorizadas, têm legitimidade para repre- obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
No Brasil, são plenas a liberdade de associação e a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz huma-
a criação de associações e cooperativas para fins líci-
nas, inclusive nas atividades desportivas;
tos. Por isso, estas não podem sofrer intervenção do
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco-
Estado.
nômico das obras que criarem ou de que participa-
Forças paramilitares, também conhecidas como rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
milícias, são grupos ou associações civis armadas, representações sindicais e associativas;
normalmente com fins político-partidários, religiosos XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
ou ideológicos, e com estrutura semelhante à militar, industriais privilégio temporário para sua utiliza-
mas que não fazem parte das Forças Armadas ofi- ção, bem como proteção às criações industriais, à
ciais. No Brasil, a Segurança Nacional e Defesa Social propriedade das marcas, aos nomes de empresas e
é atribuição exclusiva do Estado, por isso, as associa- a outros signos distintivos, tendo em vista o inte-
ções paramilitares são vedadas. resse social e o desenvolvimento tecnológico e eco-
nômico do País;
Direito de Propriedade e sua Função Social
A Constituição Federal protege, ainda, a proprie-
XXII - é garantido o direito de propriedade; dade industrial. Nesse sentido, é importante mencio-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; narmos que esta se difere da propriedade intelectual
e, por isso, não é objeto de proteção da Lei de Direitos
Uma importante garantia constitucional é o direi- Autorais, mas, sim, da Lei da Propriedade Industrial.
to de propriedade. Entretanto, este direito não é O direito autoral volta-se às criações artísticas,
absoluto, pois está limitado ao atendimento de sua científicas, musicais, literárias, entre outras. Des-
330 função social, ou seja, além da ideia de pertença, se modo, bem como o direito das empresas de rádio
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fusão e cinematográficas, este protege obras literá- Todo cidadão, independentemente de pagamen-
rias (escritas ou orais), musicais, artísticas, científicas, to de taxa, tem direito à obtenção de informações, a
obras de escultura, pintura e fotografia. protocolo de petição e à obtenção de certidões junto
Pelo direito de exclusividade, o autor é o úni- aos órgãos públicos de acordo com suas necessidades,
co que pode explorar sua obra, gozar dos benefícios salvo a imprescindibilidade do sigilo de determinadas
morais e econômicos resultantes dela ou ceder os informações para segurança jurídica das partes.
direitos de exploração a terceiros.
Por sua vez, a propriedade industrial é o ramo da Princípio da Proteção Judiciária ou da
propriedade intelectual que resguarda os trabalhos Inafastabilidade do Controle Jurisdicional
intelectuais, também chamados de obras utilitárias,
voltados às atividades industriais, abrangendo, por XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
exemplo, o autor de determinado processo, invenção, Judiciário lesão ou ameaça a direito;
modelo, desenho ou produto. Estas criações são pro-
tegidas por meio de patentes e registros (CNJ, 2016). O princípio da inafastabilidade do controle jurisdicio-
Atenção: enquanto a proteção ao direito autoral nal possibilita que o cidadão ingresse em juízo para asse-
busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade gurar seus direitos ameaçados. Este consubstancia-se no
industrial busca conter a concorrência desleal. direito de ação e no dever do magistrado do Judiciário de
apreciar a demanda, solucionando o caso concreto com a
Direito de Sucessão e Herança aplicação da lei na busca da pacificação social.

XXX - é garantido o direito de herança; Segurança Jurídica


XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
País será regulada pela lei brasileira em benefício do XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
Para que entendamos o inciso acima, é importante
O direito de herança ou direito sucessório é o conhecermos alguns conceitos. Vejamos abaixo.
ramo específico do Direito Civil que visa regular as
relações jurídicas decorrentes do falecimento do indi- z Direito Adquirido: incorporado ao patrimônio jurí-
víduo, o de cujus e a transferência de bens e direitos dico de seu titular, cujo começo do exercício tenha
aos seus sucessores. termo pré-fixado ou condição preestabelecida inalte-
rável, a arbítrio de outrem, nos termos do § 2º, art. 6º,
Direito do Consumidor da Lei de Introdução às normas do direito brasileiro;
z Ato Jurídico Perfeito: situação ou direito consu-
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defe- mado e definitivamente exercido, sem quaisquer
sa do consumidor; vícios ou nulidades, segundo a lei vigente ao tem-
po em que se efetuou;
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que z Coisa Julgada: matéria submetida a julgamento cuja
disciplina as relações entre fornecedores/prestadores sentença proferida transitou em julgado e não cabe
de bens e serviços e o consumidor final, parte hipos- mais recurso, não podendo, portanto, ser modificada.
suficiente econômica da relação jurídica. As relações
de consumo, além do amparo constitucional, encon- Tribunal de Exceção
tram proteção no Código de Defesa do Consumidor e
na Legislação Civil. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Além de toda legislação consumerista, o Progra-
ma Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor – O juízo ou tribunal de exceção determina-se como
Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, aquele criado exclusivamente para o julgamento de
é responsável por coordenar a política dos órgãos e um fato específico já acontecido, no qual os julgadores
são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
entidades que atuam na proteção do consumidor, de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a
forma a equilibrar as relações de consumo.
julgamento dos juízes e tribunais já existentes confor-
me suas competências pré-fixadas.
Direito de Informação, Petição e Obtenção de
Certidão Junto aos Órgãos Públicos
Tribunal do Júri
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
públicos informações de seu interesse particular,
organização que lhe der a lei, assegurados:
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
a) a plenitude de defesa;
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
b) o sigilo das votações;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
c) a soberania dos veredictos;
à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamen-
d) a competência para o julgamento dos crimes
to) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
dolosos contra a vida;
XXXIV - são a todos assegurados, independente-
mente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional desti-
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso nado exclusivamente para o julgamento da prática de
de poder; crimes dolosos contra a vida. Mais do que ampla, a
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, defesa no âmbito do Tribunal do Júri é plena e a deci-
para defesa de direitos e esclarecimento de situa- são dos jurados, cidadãos comuns do povo previamen-
ções de interesse pessoal; te alistados e selecionados por sorteio, é soberana. 331
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Princípio da Legalidade, da Anterioridade e da Retroatividade da Lei Penal

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

De acordo com o inciso acima, para que determinada ação se configure como crime, esta deve encontrar-se
expressamente prevista na lei penal. Portanto, se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e,
consequentemente, não há pena.
Ademais, uma nova lei penal não retroage, isto é, não pode ser aplicada a condutas praticadas antes de sua
entrada em vigor, mas, se a nova lei for mais benéfica, esta poderá retroagir para beneficiar o réu.

Princípio da Não Discriminação

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

O princípio da não discriminação garante tratamento igualitário a todas as pessoas em situações iguais e
envolve a existência de normas que estabeleçam tal igualdade, com punição aos atos que resultem em discrimi-
nação atentatória dos direitos e garantias fundamentais.

Crimes Inafiançáveis, Imprescritíveis e Insuscetíveis de Graça e Anistia

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os man-
dantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático.

A tabela abaixo sintetiza o conteúdo dos incisos. Por isso, a título de compreensão destes, vamos estudá-la.

CRIMES INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE


CRIMES INAFIANÇÁVEIS E IMPRESCRITÍVEIS
GRAÇA E ANISTIA

Racismo Prática de Tortura

Tráfico de drogas e entorpecentes


Ação de grupos armados contra a ordem constitucional
Terrorismo
e o Estado Democrático
Crimes hediondos

Atenção:

z Crimes inafiançáveis: são aqueles que não admitem fiança, ou seja, que não dão, ao acusado, o direito de res-
ponder seu processo em liberdade até a sentença condenatória mediante pagamento de determinada quantia
pecuniária ou cumprimento de determinadas obrigações;
z Crimes imprescritíveis: são aqueles que não prescrevem e que podem ser julgados e punidos em qualquer
tempo, independentemente da data em que foram cometidos;
z Crimes insuscetíveis de graça e anistia: são aqueles que não permitem a exclusão do crime com a rescisão
da condenação e extinção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, ainda que parcial
(graça). A graça e a anistia, são, portanto, em linhas gerais, formas de extinção da punibilidade. Estas possuem
as seguintes características:

ANISTIA GRAÇA

Crimes Crimes políticos Crimes comuns

Exclui o crime, rescinde a condenação e extingue


Efeitos Extingue somente a punibilidade
totalmente a punibilidade

Exclusiva do Presidente da
Competência Poder Legislativo
República

Antes da sentença final ou depois da condenação Apenas após o trânsito em julgado


Concessão
irrecorrível da sentença condenatória
332
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Princípio da Intranscendência da Pena Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do con- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integri-
denado, podendo a obrigação de reparar o dano dade física e moral;
e a decretação do perdimento de bens ser, nos ter-
mos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles É direito do apenado o respeito à sua integridade
executadas, até o limite do valor do patrimônio física e moral. É dever do Estado, por sua vez, garantir
transferido; a sua segurança e proteção.

Pelo princípio da intranscendência da pena, a Direito de Permanência e Amamentação dos Filhos


aplicação desta será sempre pessoal e não poderá ser pela Presidiária Mulher
cumprida ou imputada a outro indivíduo. Em caso de
reparação de dano, pode a obrigação ser estendida L - às presidiárias serão asseguradas condições
aos sucessores do responsável até o limite do valor do para que possam permanecer com seus filhos
patrimônio sucedido. durante o período de amamentação;

Individualização da Pena É direito da apenada permanecer com os filhos e


ter condições de amamentá-los no estabelecimento
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e onde cumprir a sua pena.
adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade; Extradição
b) perda de bens;
c) multa; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
d) prestação social alternativa; naturalizado, em caso de crime comum, praticado
e) suspensão ou interdição de direitos; antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
Pelo princípio da individualização da pena, fica afins, na forma da lei;
garantido que, na fixação das penas dos condenados, LII - não será concedida extradição de estrangeiro
sejam levados em consideração o histórico pessoal de por crime político ou de opinião;
cada indivíduo e a sua atuação individual, de forma
que aquelas não sejam igualadas, mesmo que estes Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública
tenham praticado crimes idênticos. Assim, indepen- (2020), a extradição é um ato oficial de cooperação inter-
dentemente da prática de mesma conduta, cada indi- nacional que consiste na entrega de uma pessoa, o extradi-
víduo pode receber apenas a punição que lhe é devida. tando, acusado ou condenado, pela prática de um ou mais
crimes em território estrangeiro, ao país que o reclama.
Proibição de Penas A extradição pode ser:

XLVII - não haverá penas: z Ativa — quando o Brasil solicita, a outro país, a
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos entrega de um indivíduo para julgá-lo e condená-
termos do art. 84, -lo pela prática de um crime praticado em territó-
XIX; rio brasileiro; ou
b) de caráter perpétuo; z Passiva — quando qualquer Estado estrangeiro
c) de trabalhos forçados; solicita, ao Brasil, a entrega de um indivíduo que
d) de banimento; tenha cometido crime no exterior e se encontra em
e) cruéis.
território brasileiro.

Como afirmativa dos direitos e da dignidade da


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Vale mencionar que a Constituição Federal trata
pessoa humana, a Constituição Federal, de 1988, veda: apenas dos casos de extradição passiva.
Nesse sentido, o dispositivo determina que não
z pena de morte; haverá extradição de brasileiro nato em nenhuma
z pena perpétua; hipótese. Quanto aos brasileiros naturalizados, a
z banimento; e regra é que também não sejam extraditados, salvo em
z trabalhos forçados e cruéis. caso de crime comum, praticado antes do processo de
naturalização e comprovado envolvimento em tráfico
Estabelecimentos para Cumprimento de Pena ilícito de entorpecentes e drogas afins a qualquer tem-
po. Também não será concedida extradição de estran-
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos geiro por crime político ou de opinião.
distintos, de acordo com a natureza do delito, a ida- Para o Direito Internacional, nenhum Estado é
de e o sexo do apenado; obrigado a extraditar uma pessoa presente em seu
território, dada a sua soberania.
Também em atenção à dignidade da pessoa huma-
na, a Constituição Federal, de 1988, determina que as Direito ao Julgamento pela Autoridade Competente
penas sejam cumpridas em diferentes tipos de estabe-
lecimento, de acordo com a gravidade e natureza do LIII - ninguém será processado nem sentenciado
delito, a idade e o sexo do apenado. senão pela autoridade competente; 333
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A Publicidade dos Atos Processuais e o Segredo de
Devido Processo Legal Justiça

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
bens sem o devido processo legal; atos processuais quando a defesa da intimidade ou
o interesse social o exigirem;
Contraditório e a Ampla Defesa
Em regra, todos os atos processuais são públicos,
LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis- salvo o segredo de justiça, que pode ser determinado
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o de ofício pelo juiz da causa para:
contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
sos a ela inerentes; z segurança jurídica das partes;
z proteção dos interesses de indivíduos menores de
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o idade;
devido processo legal, onde deverá ser assegurado, z interesse social ou demanda de grande
sob pena de nulidade absoluta, o direito de resposta repercussão;
e ampla defesa, com sentença transitada em julgado z a requerimento justificado das partes do processo.
(que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
autoridade judiciária competente. Legalidade da Prisão

Provas Ilícitas LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito


ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obti- judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
das por meios ilícitos; militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal, Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado
fraudulento, ou que infrinja as normas e princípios preso por autoridade policial mediante ordem judi-
básicos de direito, motivo pelo qual não são aceitas no cial escrita e devidamente fundamentada.
processo judicial. São, em regra, vedadas pela Consti-
tuição e inadmissíveis dentro de um processo, ainda Comunicabilidade da Prisão
que comprovem fato de direito ou cooperem para o
julgamento do feito processual. LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
Presunção de Inocência competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trân-
sito em julgado de sentença penal condenatória; Informação ao Preso

Todo cidadão é considerado inocente até que se LXIII - o preso será informado de seus direitos,
prove o contrário com o trânsito em julgado da sen- entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
tença condenatória. assegurada a assistência da família e de advogado;

Identificação Criminal Identificação dos Responsáveis pela Prisão

LVIII - o civilmente identificado não será submetido LXIV - o preso tem direito à identificação dos res-
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previs- ponsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
tas em lei; (Regulamento). policial;

A identificação criminal será feita diante de fun- Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comu-
dada suspeita da validade e veracidade dos documen- nicação (a sua família e ao juízo competente) de sua
tos cíveis apresentados ou quando já se tem notícias prisão e do local onde se encontra, bem como o conhe-
reputadas a pessoa civilmente identificada sobre uso cimento das autoridades policiais responsáveis por
de diversos nomes e fraude em registros policiais. sua prisão e interrogatório.

Ação Privada Subsidiária da Pública Relaxamento da Prisão Ilegal

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pública, se esta não for intentada no prazo legal; pela autoridade judiciária;

A ação penal privada subsidiária da pública é admiti- O relaxamento da prisão ocorre quando o acusado
da nos casos em que a lei não prevê a ação como privada, é posto em liberdade pela incidência de alguma ilega-
mas, sim, como pública (condicionada ou incondicio- lidade no ato de sua prisão.
nada). Entretanto, o Ministério Público, titular da ação
penal, permanece inerte e não apresenta a denúncia no Garantia da Liberdade Provisória
prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofendi-
do, seu representante legal ou seus sucessores ingressem LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela man-
com a ação penal privada subsidiária da pública. tido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;
334
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A liberdade provisória é o instituto processual que internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo
garante ao acusado o direito de aguardar em liber- Brasil antes das alterações trazidas pela Emenda Cons-
dade o transcorrer do processo criminal até o trân- titucional nº 45, de 2004, ou seja, sem passar pelo
sito em julgado de sua sentença penal condenatória processo de aprovação previsto no § 3º, do art. 5º, deve-
mediante o estabelecimento ou não de determinadas riam ter status supralegal, hierarquicamente inferior
condições, podendo ser revogado a qualquer tempo, às normas constitucionais, mas superior às normas
diante do descumprimento das condições impostas, infraconstitucionais.
da não colaboração com as investigações ou se a auto- Assim, a prisão do depositário infiel não foi consi-
ridade entender que a liberdade pode colocar em ris- derada inconstitucional, pois sua previsão segue na
co o julgamento do processo. Constituição, mas, na prática, passou a ser ilegal, uma
vez que as leis que regulam tal medida coercitiva estão
Prisão Civil abaixo dos tratados internacionais de direitos humanos.
Esse entendimento do caráter supralegal dos tratados
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a devidamente ratificados e internalizados na ordem jurí-
do responsável pelo inadimplemento voluntário e dica brasileira, sem submeter-se ao processo legislativo
inescusável de obrigação alimentícia e a do depo- estipulado pelo § 3º, art. 5º, da CF, de 1988, foi reafirmado
sitário infiel; pela edição da Súmula Vinculante nº 25, STF, em 2009.

A Constituição Federal, de 1988, extinguiu, em Habeas Corpus


regra, a prisão civil por dívidas. Logo, após a pro-
mulgação da carta magna, a prisão não se caracteri- LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
za mais como medida punitiva ao devedor, salvo nos alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
casos de não pagamento de pensão alimentícia e do lência ou coação em sua liberdade de locomoção,
depositário infiel. por ilegalidade ou abuso de poder;
Lembre-se: o depositário infiel, de acordo com a
Constituição, é o indivíduo que ficou responsável pela O Habeas corpus é um remédio constitucional que
guarda de um bem que não lhe pertence e deixou que consiste na ação judicial cabível com o objetivo de
este bem perecesse, desaparecesse ou fosse roubado. proteger o direito de liberdade de locomoção ao lesa-
É importante ressaltar que os direitos e garantias do ou ameaçado por ato ilegal ou abusivo.
previstos em nossa Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela ado- Mandado de Segurança
tados, bem como de tratados internacionais em que o
Brasil seja signatário. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsá-
Importante! vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autorida-
de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
Súmula Vinculante nº 25 É ilícita a prisão civil de de atribuições do Poder Público;
depositário infiel, qualquer que seja a modalida- LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
de do depósito. impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos b) organização sindical, entidade de classe ou asso-
(PIDCP) aduz, em seu art. 11, que “ninguém poderá ser ciação legalmente constituída e em funcionamento
preso apenas por não poder cumprir com uma obriga- há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
ção contratual”. A Convenção Americana sobre Direi- seus membros ou associados;
tos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), por sua
vez, em seu § 7º, art. 7º, assevera: O Mandado de Segurança é uma ação constitucio-
nal que visa tutelar direito líquido e certo ameaçado

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio ou violado por autoridade pública ou por aquele que
não limita os mandados de autoridade judiciária estiver no exercício de funções desta natureza. Esta
competente expedidos em virtude de inadimple- ação tem caráter residual e só é aplicável quando não
mento de obrigação alimentar. for cabível outro remédio constitucional.
Atenção: por direito líquido e certo entende-se aque-
Ainda assim, vale mencionar que restou mantida a le claro e inequívoco, com prova pré-constituída, que
jurisprudência pela constitucionalidade da prisão do não dependa de instrução probatória ou de declaração
depositário infiel, uma vez que o Pacto ingressou no por juízo competente em processo de conhecimento.
ordenamento jurídico na qualidade de norma infra-
constitucional. Após a Emenda Constitucional nº 45, Mandado de Injunção
de 2004, que acrescentou o inciso LXXVIII, § 3º, do art.
5º, os tratados e convenções internacionais de Direitos LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
Humanos dos quais o Brasil for signatário e que forem que a falta de norma regulamentadora torne inviá-
aprovados pelo Congresso Nacional, em votação de vel o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
dois turnos, por três quintos de seus membros, passam nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
a ter status equivalente às Emendas Constitucionais. à soberania e à cidadania;
Contudo, o Pacto de San José da Costa Rica foi apro-
vado por maioria simples. Tal questão acerca do status O Mandado de Injunção é ação constitucional pró-
dos tratados de direitos humanos gerou profundas dis- pria a reivindicar a regularização de um direito cons-
cussões nos tribunais e o STF decidiu que os tratados titucional que necessite de norma regulamentadora. 335
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Habeas Data z registro civil;
z obtenção de certidão de óbito;
LXXII - conceder-se-á habeas data: z ações de habeas corpus e habeas data
a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
Princípio da Celeridade Processual
registros ou bancos de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra-
b) para a retificação de dados, quando não se
tivo, são assegurados a razoável duração do pro-
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua
administrativo;
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004).
O habeas data é um remédio constitucional que
consiste na ação judicial cabível com o objetivo de
Ruy Barbosa (1921)1, jurisconsulto brasileiro, já
conhecer ou retificar informações constantes nos
dizia que a “justiça tardia não é justiça, senão injus-
registros e bancos de dados de entidades governa-
tiça qualificada e manifesta”. Assim, é fundamental a
mentais ou de caráter público.
garantia da razoável duração do processo, de forma a
evitar que direitos se percam no transcorrer proces-
Ação Popular
sual pela demora do Judiciário.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
Proteção de Dados Pessoais
propor ação popular que vise a anular ato lesi-
vo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de digitais.
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
A Emenda Constitucional nº 115, de 10 de fevereiro
A ação popular é o instrumento constitucional ade- de 2022, adicionou o inciso LXXIX ao art. 5º, da Cons-
quado por meio do qual qualquer cidadão pode vir a tituição Cidadã. A partir deste, a proteção de dados
questionar a validade de atos que considera lesivos ao pessoais passou a incluir os direitos e garantias fun-
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao damentais. Quanto a esse tema, cabe ressaltar que a
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. competência para legislar sobre a proteção e o trata-
mento de dados pessoais é privativa da União.
Assistência Judiciária
Aplicabilidade das Normas de Direitos e Garantias
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte- Fundamentais
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos; § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
Todos aqueles que não podem arcar com as custas
judiciárias sem prejuízo de seu sustento pessoal e de Assim, todas as normas relativas aos direitos e
sua família, para se ter o acesso à justiça, têm direito à garantias fundamentais são autoaplicáveis.
assistência judiciária gratuita.
� Rol Exemplificativo
Indenização por Erro Judiciário
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Cons-
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro tituição não excluem outros decorrentes do regime
judiciário, assim como o que ficar preso além do e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
tempo fixado na sentença; internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Os erros do Poder Judiciário são passíveis de
indenização. O rol dos direitos elencados no art. 5º, da CF, de 1988,
não é taxativo, mas, sim, exemplificativo. Os direitos
Gratuidade de Serviços Públicos e garantias ali expressos não excluem outros de cará-
ter constitucional ou infraconstitucional decorrentes de
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
princípios constitucionais, do regime democrático, da
pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) legislação esparsa ou de tratados internacionais.
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e Importante!
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
� Rol taxativo ou numerus clausus: somente o
ao exercício da cidadania (Regulamento).
que está escrito na lei. É determinado e não per-
A Constituição Federal traz, como direito funda- mite interpretações extensivas;
mental, a gratuidade dos seguintes serviços públicos � Rol exemplificativo: trata-se de uma lista de
aos economicamente hipossuficientes: exemplos, como uma amostra, podendo se
estender e permitir novas interpretações.

336 1 BARBOSA, R. Oração aos Moços. Senado Federal, 2022. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/564016. Acesso em: 25 out. 2022.
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Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Do Direito ao Trabalho
Humanos
Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre de duas ordens:
direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por z direitos individuais, previstos no art. 7º, da CF;
três quintos dos votos dos respectivos membros, z direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos
serão equivalentes às emendas constitucionais. arts. 9º a 11, da CF.

Sanando discussões sobre a hierarquia desses Os direitos individuais dos trabalhadores desti-
dispositivos, com a Emenda Constitucional n° 45, de nam-se a proteger a relação de trabalho contra uma
2004, as normas de tratados internacionais sobre profunda desigualdade resultante da não observân-
direitos humanos passaram a ser reconhecidas como cia de preceitos mínimos destinados a compatibili-
normas de hierarquia constitucional, porém, somente zar a função laboral com a dignidade e o bem-estar
se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de do trabalhador, este, parte hipossuficiente da relação
seus membros em dois turnos de votação. trabalhista.
Após longo período de exploração do trabalho
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal escravo e a posterior propagação do trabalho livre,
Internacional passou-se, cada vez mais, de acordo com as circuns-
tâncias dos novos modelos econômicos, a surgir uma
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal certa preocupação com a proteção do trabalho. Nesse
Penal Internacional a cuja criação tenha manifes- ínterim, desenvolveram-se movimentos classistas que
tado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional culminaram, por exemplo, na luta pela liberdade de
nº 45, de 2004). associação e criação de algumas normas trabalhistas.
À vista disso, em 1930, Getúlio Vargas criou o
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, promo-
do Tribunal Penal Internacional (TPI), também conhe- vendo, nos anos seguintes, a edição de vários decretos
cido por Corte ou Tribunal de Haia, instituído pelo de caráter trabalhista que, dentre outros, deram início
Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho de 2002 ao chamado “constitucionalismo social’’. Atualmente,
pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45, de 2004, em nossa Constituição, são contemplados todos os
deu a esta adesão força constitucional. O objetivo do principais direitos e garantias trabalhistas que, dada
TPI é identificar e punir autores de crimes contra a sua importância, não podem ser abolidos nem por
a humanidade. meio de Emendas Constitucionais.
É através do trabalho que o homem pode contri-
DIREITOS SOCIAIS buir para com a sociedade. O direito ao trabalho é,
portanto, o maior mecanismo de inclusão social da
Os chamados direitos sociais são aqueles que pessoa humana, inserindo o homem na vida social de
visam garantir qualidade de vida ou, pelo menos, a maneira participativa. O trabalho faz com que a pes-
melhoria de suas condições por meio do bem-estar soa seja vista pelo que produz e tem sido a forma mais
social e do pleno desenvolvimento da personalidade. eficaz de assegurar à pessoa humana não apenas a
À vista disso, pode-se dizer que são formas de se aten- sua subsistência, mas, também, a manutenção de sua
der ao princípio basilar da dignidade humana. dignidade. Daí, a importância da proteção dos direitos
trabalhistas.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saú-
de, a alimentação, o trabalho, a moradia, o Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
transporte, o lazer, a segurança, a previdência rurais, além de outros que visem à melhoria de
social, a proteção à maternidade e à infância, sua condição social:

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


a assistência aos desamparados, na forma des-
ta Constituição Proteção Contra Despedida Arbitrária ou Sem Justa
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de Causa
vulnerabilidade social terá direito a uma renda
básica familiar, garantida pelo poder público em I - relação de emprego protegida contra despedida
programa permanente de transferência de renda, arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
cujas normas e requisitos de acesso serão determi- complementar, que preverá indenização compensa-
nados em lei, observada a legislação fiscal e orça- tória, dentre outros direitos;
mentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
114, de 2021) Pelos princípios da proteção e da continuidade das
relações laborais, os contratos de trabalho, em regra,
É importante destacar que o parágrafo único, do são feitos por prazo indeterminado e protegidos con-
art. 6º, foi incluído recentemente pela EC nº 114, de tra despedida arbitrária ou sem justa causa. Assim,
2021, estabelecendo que todo brasileiro em situação este inciso estabelece a indenização para dispensa
de vulnerabilidade social terá direito a uma renda arbitrária. Destarte, na hipótese de dispensa arbi-
básica familiar. O trecho “cujas normas e requisitos trária, haverá uma indenização compensatória que,
de acesso serão determinados em lei”, estabelece que de acordo com o entendimento majoritário, diz res-
esta é uma norma de eficácia limitada, pois depende peito a multa complementar de 40% sobre o saldo do
de regulamentação posterior. Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS). 337
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Seguro-Desemprego e o tempo de serviço do trabalhador nos trinta e seis
meses que antecederam a data de dispensa que ori-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego ginou o requerimento do seguro-desemprego, vedado
involuntário; o cômputo de vínculos empregatícios utilizados em
períodos aquisitivos anteriores.
O seguro-desemprego é o direito à assistência finan- Assim, o número de parcelas a receber será deter-
ceira temporária a todo trabalhador que, tendo prestado minado de acordo com o tempo de serviço efetivo do
serviços laborais ao empregador, foi demitido sem justa trabalhador, não só do último vínculo empregatício,
causa. É importante destacar que, para que este direito mas de todos os vínculos dos últimos trinta e seis
seja efetivado, é necessário que sejam atendidos os demais meses que antecederam o requerimento e que não
requisitos previstos no art. 3º, da Lei nº 7.998, de 1990. tenham sido utilizados ou computados para solicita-
ções anteriores, conforme tabela a seguir:
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desem-
prego o trabalhador dispensado sem justa causa que
comprove: SEGURO-DESEMPREGO
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de
pessoa física a ela equiparada, relativos a:(Redação 1ª Solicitação
dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoi- PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
to) meses imediatamente anteriores à data de dis-
pensa, quando da primeira solicitação; (Incluído 4 (quatro) 12 a 23 meses
pela Lei nº 13.134, de 2015)
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) 5 (cinco) 24 meses ou mais
meses imediatamente anteriores à data de dispensa, 2ª Solicitação
quando da segunda solicitação; e (Incluído pela Lei
nº 13.134, de 2015) PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente ante-
riores à data de dispensa, quando das demais solici- 3 (três) 9 a 11 meses
tações;(Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 4 (quatro) 12 a 23 meses
2015)
5 (cinco) 24 meses ou mais
III - não estar em gozo de qualquer benefício pre-
videnciário de prestação continuada, previsto no 3ª Solicitação
Regulamento dos Benefícios da Previdência Social,
excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976,
bem como o abono de permanência em serviço pre- 3 (três) 6 a 11 meses
visto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
4 (quatro) 12 a 23 meses
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V - não possuir renda própria de qualquer natureza 5 (cinco) 24 meses ou mais
suficiente à sua manutenção e de sua família.
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos
termos do regulamento, em curso de formação ini- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
cial e continuada ou de qualificação profissional
habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos Art. 7º […]
do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, III - fundo de garantia do tempo de serviço;
ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador
concedida no âmbito do Programa Nacional de Aces- O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
so ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituí- foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador
do pela Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, ou demitido sem justa causa, mediante a abertura de
de vagas gratuitas na rede de educação profissional uma conta vinculada ao contrato de trabalho. No início
e tecnológica (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015). de cada mês, os empregadores depositam, nas contas
vinculadas de seus funcionários, o valor corresponden-
O seguro-desemprego é regido pela Lei nº 7.998, de te a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador.
1990, alterada pela Lei n° 13.134, de 2015. Também há O FGTS é gerido pela Caixa Econômica Federal e cons-
regulamentação sobre o assunto na Lei n° 10.779, de tituído pelo total desses depósitos mensais. Os valo-
2003, e na Lei Complementar n° 150, de 2015. res pertencem aos empregados, que podem sacá-los
Nos termos do art. 4º, da Lei do seguro-desem- mediante o cumprimento de alguns requisitos legais.
prego, o benefício será “concedido ao trabalhador É importante ressaltar que:
desempregado, por período máximo variável de 3
(três) a 5 (cinco) meses’’, de forma contínua ou alter- Todo trabalhador brasileiro com contrato de traba-
nada, a cada período aquisitivo, contados da data de lho formal, regido pela Consolidação das Leis do Tra-
dispensa que deu origem à última habilitação, cuja balho (CLT), e, também, trabalhadores domésticos,
duração será definida pelo Conselho Deliberativo do rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros
Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). (operários rurais que trabalham apenas no período de
A determinação do período máximo menciona- colheita) e atletas profissionais têm direito ao FGTS. O
do no caput observará a relação entre o número de diretor não empregado pode ser incluído no regime do
parcelas mensais do benefício do seguro-desemprego FGTS, a critério do empregador2.

2 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Quem tem direito ao FGTS? FGTS, 2022. Disponível em: https://www.fgts.gov.br/Pages/sobre-fgts/regras.aspx.
338 Acesso em: 25 out. 2022.
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À vista disso, podemos dizer que o FGTS é uma Remuneração Superior por Trabalho Noturno
espécie de conta poupança compulsória do trabalha-
dor, regida pela Lei nº 8.036, de 1990. IX - remuneração do trabalho noturno superior à
do diurno;
Salário Mínimo
Por questões biológicas, sabe-se que o desempe-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente nho do corpo humano para atividades laborais pode
unificado, capaz de atender a suas necessidades ser reduzido no período noturno, bem como que a
vitais básicas e às de sua família com moradia, ali- redução do sono regular pode comprometer a saúde.
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie- Assim, é garantido, ao trabalhador, a remuneração do
ne, transporte e previdência social, com reajustes trabalho noturno superior à do diurno.
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, Para tais fins, considera-se trabalho noturno:
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
z o desempenhado entre as 22h de um dia até às 5h
O salário mínimo é uma importante garantia do dia seguinte para trabalhadores urbanos;
constitucional. Seu valor, em 2020, correspondia a R$ z o desempenhado entre as 21h de um dia e às 5h
1.045. Importante mencionar que esse valor mínimo é do dia seguinte, para os trabalhadores rurais, das
o estabelecido para jornada padrão de 44 horas sema- atividades de plantio, colheita;
nais, podendo ser proporcional, em caso de jornada z o desempenhado entre as 20h de um dia e às 4h do
inferior. dia seguinte, para os trabalhadores rurais da ativi-
dade pecuária.
Piso Salarial
Nos termos da CLT, o adicional noturno corresponde
V - piso salarial proporcional à extensão e à com- a 20% a mais sobre a hora diurna trabalhada para os tra-
plexidade do trabalho; balhadores urbanos e 25%, para os trabalhadores rurais.

O piso salarial corresponde ao menor salário que Proteção do Salário Contra Retenção Dolosa
determinada categoria profissional pode receber pela
sua jornada de trabalho, considerando a extensão e X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
complexidade do trabalho desenvolvido e devendo do crime sua retenção dolosa;
ser sempre superior ao salário mínimo nacional.
É vedada a retenção salarial dolosa. Assim, só são
Irredutibilidade do Salário permitidos descontos salariais autorizados em lei.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em Participação nos Lucros


convenção ou acordo coletivo;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
A irredutibilidade salarial garante que o empre- lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
gado não venha a ter o seu salário reduzido arbitra-
riamente pelo empregador durante todo o período do
A Participação nos Lucros e Resultados da empresa
contrato de trabalho. É, portanto, uma garantia à esta-
corresponde a uma recompensa pelo reconhecimento
bilidade econômica do trabalhador.
do bom desempenho e produtividade paga a todos os
funcionários de determinada empresa sobre o lucro
Proteção aos que Percebem Remuneração Variável
excedente de determinado período de suas atividades.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
Salário-Família
para os que percebem remuneração variável;

Os empregados que recebem salários com valores


XII - salário-família pago em razão do dependente NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
variáveis, tais como comissões sobre vendas etc., nun- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
ca devem receber salário inferior ao mínimo. Como o de 1998).
salário mínimo mensal estipulado em lei corresponde
a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garan- O salário-família é um benefício da previdência
tia mínima aqui estipulada terá como parâmetro o social correspondente ao valor pago ao empregado
salário mínimo-hora. de baixa renda que receba salário no valor de até
R$ 1.425,56, inclusive ao doméstico e ao trabalhador
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina avulso, e que possua filhos menores de 14 anos de ida-
de ou portadores de deficiência, sem limite de idade.
VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
ração integral ou no valor da aposentadoria; Jornada de Trabalho

O 13º salário é a garantia do recebimento de um XIII - duração do trabalho normal não superior a
salário integral (ou proporcional ao período trabalha- oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
do, se for o caso) por ocasião das comemorações de facultada a compensação de horários e a redução
final de ano a todos os trabalhadores, aposentados e da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
pensionistas do INSS. de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943). 339
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A Constituição Federal garante ao trabalhador jor- Licença à Gestante
nada de trabalho não superior a oito horas diárias
ou quarenta e quatro horas semanais, facultada a XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego
compensação e a redução. e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

Jornada Especial para Turnos Ininterruptos de Também chamada de Licença maternidade, cor-
Revezamento responde ao período em que a mulher está prestes a
ter um filho, acabou de ganhar um bebê ou adotou
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realiza- uma criança. Nesse contexto, a mulher tem direito
do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo a permanecer afastada do seu trabalho e receber o
negociação coletiva; salário maternidade, benefício previdenciário pago à
pessoa nessas condições. Em regra, a licença mater-
Caracteriza-se trabalho em turno ininterrupto de nidade é de 120 dias, podendo ser ampliado para 180
revezamento aquele prestado por trabalhadores que dias, nos casos em que a empregadora for aderente
se revezam nos postos de trabalho nos horários diur- ao Programa Empresa Cidadã, instituído pela Lei n°
no e noturno. Esse tipo de jornada trabalhista é bas- 11.770, de 2008, e regulamentado pelo Decreto n°
tante comum em empresas que funcionam em tempo 7.052, de 2009.
integral, sem pausas. A jornada do trabalhador de tur-
nos ininterruptos deve ser de seis horas diárias.
Licença-Paternidade
Repouso (ou Descanso) Semanal Remunerado (DSR)
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
lei;
XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
mente aos domingos;
A licença-paternidade é período de 5 dias, que
se inicia no primeiro dia útil após o nascimento da
O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado
corresponde a um dia de folga semanal remunerado criança em que o pai tem direito a afastar-se de suas
ao trabalhador. Deve ser concedido preferencialmen- atividades laborais, sem prejuízo de seu salário. Nos
te aos domingos, dado seu objetivo social e de lazer casos em que a empresa esteja cadastrada no progra-
e recreação, mas nada impede que seja gozado nos ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por
outros dias da semana. No caso de empresas que fun- mais 15 dias, totalizando 20 dias.
cionem aos domingos e feriados, devem ser adotadas
regras de escala para seus funcionários, de forma que Proteção da Mulher no Mercado de Trabalho
o trabalhador tenha ao menos um domingo livre no
mês como descanso semanal remunerado e usufrua XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
os demais em outro dia da semana. mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

Pagamentos de Horas Extras Com vias a garantir a isonomia de condições labo-


rais, a proteção ao trabalho da mulher é questão de
XVI - remuneração do serviço extraordinário supe- ordem pública. Assim, são vedadas diferenciações
rior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do nor- arbitrárias, salvo quando a natureza da atividade,
mal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º). pública ou notoriamente, o exigir.
Ademais, são vedadas as diferenciações em razão
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela do gênero para fins de remuneração, formação profis-
remuneração superior em, no mínimo, 50% das horas sional e possibilidades de ascensão. A proteção à gra-
trabalhadas, além da jornada diária, lembrando que a videz e a proibição de revistas íntimas ou de práticas
legislação trabalhista permite o excedente em apenas 2
que venham a ferir a dignidade feminina são alguns
horas extraordinárias diárias, totalizando 10 horas diá-
dos exemplos de medidas de proteção do mercado de
rias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lícita
trabalho da mulher.
também a compensação de jornada (banco de horas),
quando, ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe
é devido, o trabalhador passa a ter direito a usufruir a Aviso Prévio
compensação das horas excedentes em períodos de fol-
ga para descanso e lazer, mediante o cumprimento de XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de servi-
alguns requisitos legais pela empregadora. ço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei;
Férias Remuneradas
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo na comunicação da rescisão do contrato de trabalho
menos, um terço a mais do que o salário normal; por uma das partes, empregador ou empregado, com
a antecedência mínima de 30 dias. O aviso prévio
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisiti- pode ser trabalhado ou indenizado quando concedido
vo), todo trabalhador passa a ter direito a um período por qualquer uma das partes.
de até 30 dias para descanso e lazer, com percebimen-
to de salário integral, acrescido de 1/3 constitucional. Redução dos Riscos do Trabalho
As férias são concedidas a critério do empregador
que, após o término do período aquisitivo, tem até um XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
340 ano para concedê-las (período concessivo). meio de normas de saúde, higiene e segurança;
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É dever da empregadora a redução dos riscos ineren- alguns casos, a insalubridade e a periculosidade
tes às atividades desempenhadas por seus colaboradores, podem ser eliminadas ou parcialmente afastadas pelo
através do cumprimento de todas as normas regulamen- uso de equipamentos de proteção adequados.
tadoras de saúde, higiene e segurança, bem como do for-
necimento de equipamentos de proteção individual e da Aposentadoria
exigência da execução de todas as normas da empresa
por seus funcionários, sob pena de justa causa. XXIV - aposentadoria;

Adicional por Atividades Penosas, Insalubres ou Mais do que o sonho da maioria dos brasileiros,
Perigosas a aposentadoria é um benefício garantido constitu-
cionalmente e concedido pela Previdência Social ao
XXIII - adicional de remuneração para as ativida- trabalhador segurado da previdência que preencher
des penosas, insalubres ou perigosas, na forma da os requisitos legais para sua concessão. De forma bre-
lei; ve, a aposentadoria consiste na prestação pecuniária
recebida mensalmente pelo aposentado, calculada
O trabalho penoso é aquele considerado extrema- conforme suas contribuições à previdência ao longo
mente desgastante para a pessoa humana porque o de toda a sua vida laboral.
trabalhador depreende um esforço além do normal
para o desempenho de suas atividades, as quais, por Assistência aos Filhos Pequenos
sua própria natureza ou em razão de fatores ambien-
tais, provocam acentuado desgaste, com sobrecarga XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
física e psíquica para o trabalhador. São exemplos de desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
atividades penosas: creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
z cortar cana;
z colher café A Constituição Federal, com vistas à proteção do
z carregar e descarregar objetos; trabalho dos genitores de filhos e dependentes peque-
z esforços repetitivos, etc. nos, garante assistência gratuita para o cuidado com
os últimos. Entretanto, tal dispositivo ainda depende
Apesar de sua previsão na Constituição Federal, a de regulamentação para o seu pleno exercício.
percepção de um adicional pelo trabalho penoso não
está regulamentada e quase não ocorre na prática Reconhecimento das Convenções e Acordos
laboral, podendo ser reconhecida em caso de deman- Coletivos de Trabalho
da judicial.
O trabalho insalubre, por sua vez, define-se como XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
aquele no qual o empregado, no exercício de suas ati- coletivos de trabalho;
vidades, expõe-se a qualquer agente físico, químico
ou biológico, nocivo à saúde, e que, com o passar do Por esse inciso, a Constituição Federal reconheceu
tempo, pode ocasionar uma doença ocupacional. as convenções e acordos coletivos feitos conforme o
O adicional de insalubridade pode variar entre: texto constitucional como instrumentos com força de
lei entre as partes. A Reforma Trabalhista reforçou a
z 10% em grau mínimo; regra do “negociado sobre o legislado”, isto é, a con-
z 20% em grau médio; cepção de que a negociação pode estar acima da lei
z 40% em grau máximo de exposição, calculado em determinadas situações.
sobre o salário mínimo, nos termos da lei.
Proteção em Face da Automação
São exemplos de atividades insalubres as exerci-
das por profissionais da saúde, radiologistas, minera- XXVII - proteção em face da automação, na forma
dores, entre outros.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da lei;
Por fim, o trabalho perigoso é aquele que envol-
ve constante risco à integridade física do trabalhador. A proteção em face da automação consiste na salva-
São exemplos as atividades profissionais com: guarda da classe trabalhadora do desemprego pela auto-
mação abusiva, bem como da garantia efetiva à saúde e à
z inflamáveis; segurança no meio ambiente de trabalho automatizado.
z explosivos;
z energia elétrica; Seguro Contra Acidentes de Trabalho
z segurança pessoal ou patrimonial com o uso de
motocicleta, entre outros. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
O adicional de periculosidade é correspondente a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
30% (trinta por cento) do salário-base. culpa;
Lembre-se: a insalubridade é diferente da peri-
culosidade e os adicionais não são cumulativos. Em O seguro contra acidentes de trabalho é uma
síntese, na insalubridade, a saúde do trabalhador é garantia ao empregado, às expensas do empregador,
constantemente afetada por agentes físicos, químicos que assume os riscos da atividade laboral mediante
ou biológicos. Na periculosidade, por sua vez, o ris- pagamento de um adicional sobre folha de salários de
co à vida é acentuado em virtude da exposição per- seus empregados, com administração atribuída à Pre-
manente do trabalhador a situações de perigo. Em vidência Social. Tal seguro tem função de seguridade 341
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
por ser destinado a beneficiários atingidos por doença Pela não discriminação, proibição de distinção do
ou acidente que estejam associados ao sistema previ- trabalho e igualdade ao trabalhador avulso, são veda-
denciário. O Seguro contra acidentes de trabalho está das quaisquer discriminações arbitrárias entre tra-
regulamentado pela Lei nº 8.212, de 1991. balhadores por motivo de sexo, idade, cor ou estado
civil, bem como entre o exercício de trabalho manual,
Ação Trabalhista nos Prazos Prescricionais técnico e intelectual, avulso ou permanente, consubs-
tanciado na isonomia de todos os trabalhadores urba-
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das nos e rurais.
relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, Empregados Domésticos
até o limite de dois anos após a extinção do contra-
to de trabalho; (Redação dada pela Emenda Consti- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
tucional nº 28, de 2000). trabalhadores domésticos os direitos previstos
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
A todo trabalhador é garantido o direito de pro- XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
por Reclamatória (ou Reclamação) Trabalhista dentro XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
dos prazos processuais legais para reaver os créditos lei e observada a simplificação do cumprimento
resultantes da relação laboral. das obrigações tributárias, principais e acessórias,
Atenção! O prazo prescricional de uma reclamação decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari-
trabalhista é de dois anos a partir da rescisão do contrato dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
de trabalho! Esse é o prazo para que o trabalhador possa e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social (Redação dada pela Emenda Constitucional
ingressar com a Ação Trabalhista. O prazo prescricional de
nº 72, de 2013).
cinco anos, previsto no mesmo inciso da Constituição, refe-
re-se ao período cujos direitos podem ser questionados, ou
O trabalho doméstico, predominantemente rea-
seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos cor-
lizado por mulheres, é uma das ocupações mais anti-
respondentes aos últimos cinco anos trabalhados.
gas do mundo. Além disso, a diferenciação entre o
trabalhador doméstico e os demais tem raízes na
Não Discriminação
cultura escravocrata. No caso do Brasil, consideran-
do uma série de problemáticas históricas profunda-
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí-
mente enraizadas em nossa sociedade, mesmo com
cio de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil; a promulgação da Constituição Cidadã, em 1988, e
XXXI - proibição de qualquer discriminação no com a consequente criação de uma série de direitos
tocante a salário e critérios de admissão do traba- para a classe trabalhista, havia, ainda, uma imensa
lhador portador de deficiência; lacuna entre os direitos dos domésticos e dos demais
trabalhadores.
Proibição de Distinção do Trabalho À vista disso, foi a Emenda Constitucional nº 72,
de 2013, que, mesmo fruto de calorosas discussões no
XXXII - proibição de distinção entre trabalho Congresso Nacional, buscou igualar os direitos dos
manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- trabalhadores domésticos aos dos demais trabalhado-
nais respectivos; res, diminuindo, então, a lacuna entre ambos.
Além desta, a Lei Complementar nº 150, de 1º de
Trabalho do Menor junho de 2015, apresentou uma proposta de igualação
jurídica, positivando direitos e garantias dos domés-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou ticos que, até então, dependiam de regulamentação.
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba- Tais mudanças apresentaram grandes reflexos sociais
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição à classe trabalhadora. O reconhecimento e equipara-
de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação ção desses direitos foi uma grande conquista legis-
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). lativa, pautada na igualdade e dignidade da pessoa
humana.
Com vias a combater a exploração infantil e pro- Assim, após a EC nº 72, de 2013, e a LC nº 150, de
mover o acesso à educação, é vedado o exercício de 2015, restaram assegurados e devidamente regula-
atividade laboral ao menor de 14 anos. mentados aos domésticos os seguintes direitos:

z salário mínimo;
DE 14 A 16 Só pode trabalhar na condição de z irredutibilidade do salário;
ANOS aprendiz z garantia de salário nunca inferior ao mínimo;
DE 16 A 18 É vedado o exercício de trabalho no- z décimo terceiro salário com base na remuneração
ANOS turno, perigoso ou insalubre integral;
z proteção do salário na forma da lei;
A PARTIR z duração normal do trabalho não superior a oito
Trabalho normal
DE 18 ANOS horas diárias e quarenta e quatro semanais;
z repouso semanal remunerado;
Igualdade ao Trabalhador Avulso z horas extras;
z férias anuais remuneradas acrescidas de 1/3;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador z licença maternidade e paternidade;
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- z aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
342 dor avulso. z redução dos riscos inerentes ao trabalho;
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z aposentadoria; O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis,
z reconhecimento das convenções e acordos coleti- entretanto, mitigado por critérios do jus sanguinis. O
vos de trabalho; art. 12, da Constituição Federal, elenca os direitos da
z proibição de diferença de salários, de exercício de nacionalidade dividindo os brasileiros em dois gran-
funções e de critério de admissão por motivo de des grupos: os brasileiros natos e os naturalizados.
sexo, idade, cor ou estado civil; Vejamos.
z proibição de qualquer discriminação no tocante a
salário e critérios de admissão do trabalhador por- Art. 12 São brasileiros:
tador de deficiência; I - natos:
z proibição de trabalho noturno, perigoso ou insa- a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
lubre a menores de dezoito anos e de qualquer ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aque- c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou
les exercidos por estes, coletivamente ou no interesse de de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
uma coletividade” (Lenza, 2019, p. 2.038) e compreendem: repartição brasileira competente ou venham a resi-
dir na República Federativa do Brasil e optem, em
z Liberdade de Associação Profissional Sindical: qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
prerrogativa dos trabalhadores para defesa de pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
seus interesses profissionais e econômicos; Emenda Constitucional nº 54, de 2007).
z Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e II - naturalizados:
simultânea do trabalho, de modo organizado para a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionali-
defesa de interesses dos trabalhadores; dade brasileira, exigidas aos originários de países
de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi-
Importante!
dentes na República Federativa do Brasil há mais
Serviços considerados essenciais e inadiáveis à de quinze anos ininterruptos e sem condenação
sociedade não podem ser totalmente paralisados penal, desde que requeiram a nacionalidade brasi-
para o exercício do direito de greve. Ademais, o leira (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994).
STF (2017) entende que servidores que atuam
diretamente na área de segurança pública não
Lembre-se: filho de brasileiro (ainda que natura-
podem entrar em greve em nenhuma hipótese,
lizado) nascido no exterior e que venha a optar pela
pois desempenham atividade essencial à manu- nacionalidade brasileira será brasileiro nato, pois a
tenção da ordem e a conservação da segurança e legislação não diferencia brasileiros natos de naturali-
da paz social deve estar acima dos interesses de zados, e, assim, não os especifica, nos termos da alínea
determinadas categorias de servidores públicos. “c”, inciso I, art. 12, da CF.

Cargos Privativos do Brasileiro Nato


z Direito de Participação Laboral: assegura a par-
ticipação dos trabalhadores e empregadores nos
Nos termos do § 3º, art. 12, da Constituição Federal,
colegiados dos órgãos públicos em que interesses
de 1988, são privativos de brasileiro nato os cargos:
profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão;
§ 3º [...]
z Direito de Representação na Empresa: nos ter- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
mos do art. 11, CF, de 1988: II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Art. 11 nas empresas de mais de duzentos empre- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
gados, é assegurada a eleição de um representante V - da carreira diplomática;
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes VI - de oficial das Forças Armadas;
o entendimento direto com os empregadores. VII - de Ministro de Estado da Defesa.

NACIONALIDADE Naturalização

A nacionalidade é a condição de sujeito que, por A naturalização é um meio de aquisição da nacio-


ser natural do Estado, pode participar dos atos perti- nalidade derivado. Com outras palavras, trata-se de
nentes à nação. uma forma de aquisição secundária da nacionalidade
A atribuição da nacionalidade se dá por dois brasileira permitida ao estrangeiro ou apátrida3 que
critérios: preencher os requisitos necessários.
A Lei nº 13.445, de 2017, que institui a Lei de Migra-
z Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em ção, trata de diversas questões acerca da nacionalida-
território nacional; de e do processo de naturalização.
z Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacio- Por fim, é vedada a diferenciação arbitrária entre
nal, mesmo nascido no exterior. brasileiros natos e naturalizados.
3 Também chamado de heimatlos, o apátrida configura-se como o indivíduo que, por múltiplos motivos, não possui nenhuma nacionalidade. O
Polipátrida, por sua vez, define-se como o sujeito que possui mais de uma nacionalidade. 343
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Nos termos da lei: Por fim, o § 5º prevê a possibilidade do cidadão
que perdeu sua nacionalidade, requerê-la desde que
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre sejam observados os requisitos legais a serem impos-
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos tos diante da situação.
previstos nesta Constituição.
Extradição, Repatriação, Deportação e Expulsão
Portugueses
Extradição, repatriação, deportação e expulsão
Aos portugueses com residência permanente no são medidas, instrumentos do Estado soberano, para
país serão atribuídos os mesmos direitos dos brasilei- enviar uma pessoa que se encontra refugiada em seu
ros, desde que haja reciprocidade. Vejamos. território a outro Estado estrangeiro.
De forma específica, pode-se dizer que a extradição é:
Art. 12 […]
§ 1º Aos portugueses com residência permanente [...] um ato de cooperação internacional que consis-
no País, se houver reciprocidade em favor de bra- te na entrega de uma pessoa, acusada ou condena-
sileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao da por um ou mais crimes, ao país que a reclama4.
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
ção (Redação dada pela Emenda Constitucional de Atenção: não haverá extradição de brasileiro nato.
Revisão nº 3, de 1994). Também não será concedida extradição de estrangei-
ro por crime político ou de opinião.
Perda da Nacionalidade A deportação, por sua vez,
Art. 12 […] [...] será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta-
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do da irregular de estrangeiros no território nacional.
brasileiro que: É de competência do Departamento de Polícia Fede-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença ral e consiste na retirada do estrangeiro que desa-
judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo tender à notificação prévia de deixar o País5.
de naturalização ou de atentado contra a ordem cons-
titucional e o Estado Democrático; (Redação dada
O art. 50, da Lei n° 13.455, de 2017 (Lei de Migra-
pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade ção), aduz que a deportação é medida decorrente de
brasileira perante autoridade brasileira competen- procedimento administrativo que consiste na retirada
te, ressalvadas situações que acarretem apatridia. compulsória de pessoa que se encontre em situação
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, migratória irregular em território nacional.
de 2023) A repatriação, por último:
a) revogada; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 131, de 2023) Ocorre quando o clandestino é impedido de ingres-
b) revogada. (Redação dada pela Emenda Constitu- sar em território nacional pela fiscalização fron-
cional nº 131, de 2023) teiriça e aeroportuária brasileira. A repatriação
§ 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do ocorre a expensas da transportadora ou da pessoa
inciso II do § 4º deste artigo, não impede o interes- responsável pelo transporte do estrangeiro para o
sado de readquirir sua nacionalidade brasileira ori- Brasil. É repatriado o estrangeiro indocumentado
ginária, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda ou que não possui visto para ingressar no País ou
Constitucional nº 131, de 2023) aquele que apresenta visto divergente da finalidade
para a qual veio ao Brasil6.
Temos no § 4º, uma alteração recente trazida pela
Emenda Constitucional nº 131, de 2023, que extinguiu O art. 49, da Lei nº 13.455, de 2017 (Lei de Migração),
a perda da nacionalidade brasileira para aqueles que aduz que a repatriação consiste em medida adminis-
adquirem outra cidadania, o que até então era possí- trativa de devolução de pessoa em situação de impe-
vel acontecer. dimento ao país de procedência ou de nacionalidade.
Com o escopo de garantir uma maior isonomia,
de acordo com a Emenda Constitucional n° 131, de
2023, o cidadão só perderá a sua nacionalidade bra- Importante!
sileira caso seja pedido expressamente por escrito,
A diferença essencial entre as duas medidas de
ou seja, tenha o cidadão manifestado sua vontade de
forma expressa em não mais possuir a nacionalidade
retirada compulsória do estrangeiro, deportação
brasileira. e repatriação, dá-se com relação ao momen-
Além disso, o outro caso de epossível extinção da to em que ocorrem. A repatriação ocorre no
nacionalidade brasileira será nos casos de pedido judi- momento da chegada do estrangeiro que, impe-
cial, julgando que tal processo de naturalização é uma dido de ingressar em território nacional, deve
fraude ou poderá ser capaz de atentar contra a ordem retornar ao país de origem ou nacionalidade.
constitucional e ao Estado Democrático de Direito. Na deportação, por sua vez, o estrangeiro já se
encontra em território nacional.

4 BRASIL. Extradição. Gov.br, 2016. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/cooperacao-internacional/extradicao.


Acesso em: 26 out. 2022.
5 CARVALHO, P. Estrangeiros expulsos podem ser impedidos de retornar ao Brasil. Folha BV, 2018. Disponível em: https://folhabv.com.br/noticia/
CIDADES/Capital/Estrangeiros-expulsos-podem-ser-impedidos-de-retornar-ao-Brasil/42563. Acesso em: 26 out. 2022.
6 RAMOS, L. O impedimento e a repatriação de estrangeiros no Brasil. Jus.br, 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/50095/o-impedi-
344 mento-e-a-repatriacao-de-estrangeiros-no-brasil. Acesso em: 26 out. 2022.
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A expulsão define-se enquanto medida administra- z Iniciativa Popular: direito de uma parcela da
tiva de retirada compulsória de migrante ou visitante população (1% do eleitorado) apresentar, ao Poder
do território nacional conjugada com o impedimento Legislativo, um projeto de lei que deverá ser exa-
de reingresso por prazo determinado. Este, configura- minado e votado. Os eleitores também podem usar
do pela prática de crimes em território brasileiro. deste instrumento em nível estadual e municipal.
O banimento, a entrega de um brasileiro para jul- Para que um Projeto de Lei de iniciativa popular
gamento no exterior, prática comum na época da dita- possa tramitar no Legislativo, este precisa atender
dura militar, é vedado pela Constituição. aos seguintes requisitos:

Idioma e Símbolos Nacionais „ assinatura de 1% do eleitorado brasileiro;


„ possuir o apoio de pelo menos cinco estados
Art. 13 A língua portuguesa é o idioma oficial da brasileiros, manifestando cada um deles no
República Federativa do Brasil. mínimo por 0,3% dos eleitores;
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil „ ser referente a apenas um assunto, nos termos
a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. do art. 13, da Lei nº 9.709, de 1998, que regula-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios menta os instrumentos de democracia semidi-
poderão ter símbolos próprios. reta previstos no art. 14, CF.

DIREITOS POLÍTICOS E CIDADANIA Dica: muitas pessoas confundem o plebiscito com


o referendo. Se esse for o seu caso, tenha a ordem alfa-
Os direitos políticos são medidas assecuratórias da par- bética como referência: sabendo qual vem antes, você
ticipação do indivíduo na vida política e estrutural de seu saberá o momento da consulta em relação à expedi-
próprio Estado, garantindo-lhe a possibilidade de acesso à ção do ato:
condução da coisa pública e à participação na vida políti-
ca. Assim, estes abrangem o poder que qualquer cidadão z Plebiscito  antes;
tem na condução dos destinos de sua coletividade de uma z Referendo  depois.
forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleitos ou elegendo
representantes junto aos poderes públicos. Direitos Políticos Ativos: Alistamento Eleitoral

Cidadania e Nacionalidade Os direitos políticos ativos consistem na capacida-


de de votar, participar de plebiscito e referendo, subs-
Atenção: o termo “nacional” difere-se do termo “cida- crever projeto de lei de iniciativa popular e propor
dão”. Logo, “cidadania” é diferente de “nacionalidade”. ação popular. Dá-se através do alistamento eleitoral.
A condição de nacional é um pressuposto para a de Vejamos o que os §§ 1º e 2º, do art. 14, informam acer-
cidadão. A cidadania, em sentido estrito, é o status de ca da temática:
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, poder
participar do processo governamental, sobretudo § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
pelo voto. Assim, a nacionalidade é condição necessá- I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
ria, mas não suficiente, da cidadania. II - facultativos para:
Vejamos o que dispõe o art. 14 acerca do exercício a) os analfabetos;
da cidadania: b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
Art. 14 A soberania popular será exercida pelo anos.
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estran-
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, geiros e, durante o período do serviço militar obri-
mediante: gatório, os conscritos.
I - plebiscito;
II - referendo; A tabela abaixo apresenta, de forma clara e conci-
III - iniciativa popular sa, o conteúdo do dispositivo. Observemos:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A seguir, apresentam-se as definições de alguns
ALISTAMENTO ELEITORAL
conceitos muito importantes para as provas, vejamos.
Obrigatório Facultativo Proibido
z Sufrágio universal: direito subjetivo, instrumen-
talizado e exteriorizado por intermédio do voto Analfabetos Estrangeiros
ou pela capacidade de ser votado. Desta maneira,
tem-se que o sufrágio é a capacidade eleitoral ativa Maiores Maiores de 70 anos Conscritos
somada à capacidade eleitoral passiva; de 18 anos durante o
z Plebiscito: forma de consulta ao povo acerca de Maiores de 16 e me- serviço militar
determinado tema de grande relevância. Difere- nores de 18 anos obrigatório
-se do referendo quanto ao momento da consulta.
Aqui, a consulta se dá previamente à expedição de Direitos Políticos Passivos: Elegibilidade Eleitoral
determinado ato legislativo ou administrativo;
z Referendo: assim como o plebiscito, o referendo Os direitos políticos passivos consistem na possi-
é uma consulta, porém, é realizado posteriormen- bilidade de ser votado, ou seja, na elegibilidade. Além
te à edição do ato legislativo ou administrativo. de cumprir os requisitos para ser elegível, o indivíduo
Assim, o povo tem o condão de aprovar ou desa- deverá observar as proibições, ou seja, as hipóteses de
provar o ato; inelegibilidade. 345
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§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: recondução por um período somente, no Brasil, após
I - a nacionalidade brasileira; o período de um mandato, o governante pode voltar a
II - o pleno exercício dos direitos políticos; se candidatar para o posto.
III - o alistamento eleitoral; Atente-se ao prazo disposto no § 6º, pois ele é extre-
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; mamente cobrado em provas.
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presi-
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
dente da República e Senador;
houver sucedido, ou substituído no curso dos man-
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador
datos poderão ser reeleitos para um único período
de Estado e do Distrito Federal;
subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitu-
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Depu-
cional nº 16, de 1997).
tado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presi-
juiz de paz;
dente da República, os Governadores de Estado e
d) dezoito anos para Vereador.
do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do
Dica pleito.
Para facilitar sua memorização, lembre-se do
Por sua vez, o militar é elegível se cumpridos
Disk Constituição — telefone: 3530-2118
alguns requisitos:
35 — Presidente, Vice-Presidente e Senador;
30 — Governador, Vice-Governador; § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
21 — Deputado: Federal, Estadual ou Distrital; seguintes condições:
Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de paz; I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
18 — Vereador. afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
Inelegibilidades gado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a
A Constituição não menciona, exaustivamente, inatividade.
todas as hipóteses de inelegibilidade, apenas fixa
algumas, deixando a lei complementar o desdobra- O mandato eletivo pode ser impugnado:
mento dos casos.
Em regra: § 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias conta-
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. dos da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude;
Há, também, a inelegibilidade derivada do casa-
mento ou do parentesco com o Presidente da Repú- A fim de uma melhor compreensão do conteúdo,
blica, com os governadores de Estado e do Distrito observe o fluxograma abaixo.
Federal e com os Prefeitos, ou com quem os substituir
dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
REQUISITOS PARA A
IMPUGNAÇÃO

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do Prazo de 15 dias da


diplomação Abuso de poder
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou econômico
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre- Ação instruída com
sidente da República, de Governador de Estado ou provas de Corrupção
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de Fraude
quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição. § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará
em segredo de justiça, respondendo o autor, na
Portanto, tenha em mente que a cônjuge de um forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
prefeito não poderá se candidatar ao cargo de verea-
dora, mas poderá se candidatar ao cargo de deputada Tenha em mente que, aqui, temos uma exceção
estadual, por exemplo. Em relação ao tema, observe- quanto ao princípio da publicidade. Veja que as ações
mos o que dispõe Súmula Vinculante nº 18: de impugnação de mandato correrão em segredo de
justiça e, em caso de má-fé ou com o intuito temerário,
Súmula Vinculante nº 18 A dissolução da socie- o autor da ação responderá conforme a lei.
dade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, Recentemente, a Emenda Constitucional nº 111, de
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do arti- 2021, incluiu os §§ 12 e 13. Vejamos:
go 14 da Constituição Federal.
§ 12 Serão realizadas concomitantemente às elei-
Atenção! Todo inalistável é inelegível, mas nem ções municipais as consultas populares sobre ques-
todo inelegível é inalistável. tões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa)
Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade dias antes da data das eleições, observados os limi-
de reeleição para o chefe dos Poderes Executivos fede- tes operacionais relativos ao número de quesitos.
ral, estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sis- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de
346 tema americano de reeleição, que permite apenas a 2021)
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§ 13 As manifestações favoráveis e contrárias às Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral entra-
questões submetidas às consultas populares nos rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas cando à eleição que ocorra até um ano da data de
eleitorais, sem a utilização de propaganda gratui- sua vigência.
ta no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 111, de 2021) PARTIDOS POLÍTICOS

Perda e Suspensão dos Direitos Políticos Os partidos políticos encontram-se disciplinados


no Título II, da Constituição Federal, de 1988, que tra-
A perda e a suspensão dos direitos políticos se dão, ta sobre os direitos e garantias fundamentais.
respectivamente, de forma definitiva e temporária. Entende-se por “partido político” a pessoa jurí-
Ocorrerá a perda quando: dica de direito privado que objetiva assegurar e
defender os direitos de uma determinada parcela da
z houver cancelamento da naturalização por sen- população. Em síntese, portanto, o partido político é
tença transitada em julgado; formado por um grupo de pessoas unidas em prol de
� no caso de recusa de cumprir obrigação a todos idealizações políticas e sociais comuns.
imposta ou prestação alternativa (é o caso do ser- Vejamos o que estabelece a CF, de 1988:
viço militar obrigatório).
Art. 17 É livre a criação, fusão, incorporação
Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se e extinção de partidos políticos, resguardados a
dá enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, soberania nacional, o regime democrático, o
enquanto não for retomada sua capacidade civil, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes
indivíduo terá seus direitos políticos suspensos. Read-
preceitos:
quirindo-a, alcançará novamente o status de cidadão.
I - caráter nacional;
Também são passíveis de suspensão os condenados II - proibição de recebimento de recursos finan-
criminalmente (com sentença transitado em julgado). ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
Cumprida a pena, readquirem-se os direitos políticos. subordinação a estes;
No caso de improbidade administrativa, a suspensão III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
será da mesma forma (temporária). IV - funcionamento parlamentar de acordo com
Importante! a lei.

z Perda dos direitos políticos — definitiva; O art. 17 correlaciona a importância dos partidos
z Suspensão dos direitos políticos — temporária; políticos à soberania nacional, ou seja, ao poder do
z Cassação de direitos políticos — vedada. Estado, visto como uma unidade de decisão em um
território, de estabelecer o que é de sua competência
Art. 15 É vedada a cassação de direitos políticos, e o que não lhe cabe decidir.
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; Importante!
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, A soberania pode ser concebida sob duas óti-
enquanto durarem seus efeitos; cas: a soberania interna representa o poder do
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta Estado em relação às pessoas e coisas em seu
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, interior (isto é, ao direito de impor suas regras
VIII; dentro do seu território). A soberania externa,
V - improbidade administrativa, nos termos do art. por sua vez, representa a igualdade jurídica con-
37, § 4º. ferida aos Estados (todos os países são juridica-
mente iguais e possuem direitos e obrigações).

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Cancelamento da naturalização
por sentença transitada em
Perda julgado O art. 17 também discute a respeito do regime
Recusa de cumprir obrigação a democrático. Brevemente, a título de compreensão
DIREITOS todos imposta ou prestação do conteúdo, é importante sabermos que a demo-
POLÍTICOS cracia se define enquanto uma ideologia política que
Incapacidade civil absoluta
enxerga, no povo, a única fonte de legitimidade do
Suspensão
Condenação criminal transitada poder. Isso significa que, de acordo com o pensamen-
em julgado to democrático, o poder emana da população.
Improbidade administrativa O regime democrático pode ser exercido de três
formas, observemos:

Ademais, vejamos o que dispõe o art. 16, bastante z De forma direta: pelo próprio povo;
discutido quando da propositura do projeto de lei que z De forma indireta: pelos representantes do povo;
dispunha sobre o voto impresso. A discussão girava z De forma semidireta ou participativa: pela com-
em torno da aplicação ou não das disposições em caso binação dos dois critérios.
de aprovação.
Caso fosse aprovado antes de um ano das eleições, O regime democrático brasileiro possui traços da
seriam aplicadas às eleições de 2022; do contrário, democracia indireta e da direta. O voto (universal, direto
não poderiam ser utilizadas mesmo que aprovado. e secreto, com igual valor e realizado na localidade do 347
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domicílio eleitoral), por exemplo, é uma característica do se encontra condicionada aos princípios do sistema
regime democrático indireto, pois o povo, a partir de seu democrático-representativo e do pluripartidarismo.
poder de sufrágio, escolhe chefes legislativos e executi- Como consequência, são consideradas constitucionais
vos em âmbito municipal, estadual e federal. as normas que fortalecem o controle quantitativo e
A democracia direta, por sua vez, encontra-se, qualitativo dos partidos, desde que não haja afronta
no território brasileiro, nos plebiscitos, referendos ao princípio da igualdade ou que não causem qual-
e iniciativas populares (I, II e III, art. 14, da CF, de quer ingerência em seu funcionamento interno.
1988), bem como em iniciativas compartilhadas Nos termos da lei:
(XXXVIII e LXXIII, art. 5º; XII e XIII, art. 29; § 3º, art. 37;
§ 2º, art. 74; art. 187; VII, parágrafo único, art. 194; II,
Art. 17 [...]
art. 204; VI, art. 206 e art. 224, da CF, de 1988).
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
Importante! A diferença entre o plebiscito e o para definir sua estrutura interna e estabelecer
referendo encontra-se no fato de que, no plebiscito, regras sobre escolha, formação e duração de seus
a população é chamada para se manifestar antes de o órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
Estado elaborar a lei. Exemplo: no plebiscito de 1993, organização e funcionamento e para adotar os cri-
a população escolheu entre monarquia e república e térios de escolha e o regime de suas coligações nas
entre parlamentarismo e presidencialismo. eleições majoritárias, vedada a sua celebração
Por outro lado, no referendo, o Estado faz a legis- nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade
lação e depois a submete à população. Exemplo: Esta- de vinculação entre as candidaturas em âmbito
tuto do Desarmamento. nacional, estadual, distrital ou municipal, deven-
No fluxograma abaixo, encontram-se as princi- do seus estatutos estabelecer normas de disciplina
pais características do regime democrático. Vamos e fidelidade partidária.
observá-las?
Se o caput, do art. 17, assegura a liberdade para cria-
Direto ção dos partidos políticos, o parágrafo 1º traz a cláusula
Secreto de barreira, também chamada de cláusula de desempe-
Indireta nho, que se refere à necessidade de desempenho mínimo
Voto
do partido para que ele continue existindo.
DEMOCRACIA

Universal
Neste ponto, faz-se necessário realizarmos algu-
Periódico
mas observações. A princípio, o art. 13, da Lei nº
Plebiscito 9.096, de 1995, disciplinava a cláusula de barreira
nos seguintes termos:
Direta Referendo

Iniciativa popular Lei nº 9.096, de 1995


Art. 13 Tem direito a funcionamento parlamentar,
em todas as Casas Legislativas para as quais tenha
Outra característica importante da democracia da elegido representante, o partido que, em cada elei-
República Federativa do Brasil (V, art. 1º, da Consti- ção para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio
tuição Federal, de 1988) é o pluripartidarismo: para de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados,
assegurar o regime democrático e a representativi- não computados os brancos e os nulos, distribuí-
dade na defesa dos direitos fundamentais, devem dos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um
coexistir diferentes entidades formadas pela livre mínimo de dois por cento do total de cada um deles.
associação de pessoas com ideologias comuns. A coe-
xistência pacífica de diferentes pensamentos e posi- No entanto, em dezembro de 2006, o Supremo Tri-
cionamentos ideológicos garante, dentre outros, a bunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstituciona-
defesa e efetivação dos direitos fundamentais. lidade (ADI) nº 1.351, considerou que o art. 13, da Lei nº
Nesse ponto, é importante mencionar que o caput, 9.096, de 1995, era inconstitucional por violar o funda-
do art. 17, trata da liberdade na criação, fusão, incor- mento do pluralismo político, uma vez que o art. 17 asse-
poração e extinção dos partidos, ou seja, o partido é gurava a liberdade para criação dos partidos políticos de
livre para definir sua criação, fusão, incorporação e
forma igualitária (todos os partidos deveriam ser iguais,
extinção. No entanto, para tal, alguns preceitos devem
independentemente do tamanho e ideologia, de modo a
ser observados, vejamos:
não existir partidos de 1ª e 2ª categoria).
Ainda no ano de 2006, o parágrafo 1º foi acrescen-
z o caráter nacional do partido político (não é pos-
sível a existência de partidos regionais ou locais); tado no art. 17, pela Emenda Constitucional (EC) nº 52,
z a proibição de recebimento de recursos financei- disciplinando o fim da verticalização, isto é, da obri-
ros de entidade ou governo estrangeiros ou de gação de que os partidos políticos, em suas candidatu-
subordinação a estes (o partido político trata de ras federais, estaduais ou municipais, se unissem ou
interesse nacional, de modo que não pode possuir se enfrentassem. Portanto, se dois partidos decidem
qualquer vínculo com outro Estado); se enfrentar no plano federal, nada impede que, no
z a prestação de contas à Justiça Eleitoral (que traça âmbito estadual, eles se unam. Trata-se da necessida-
suas regras); de de liberdade das agremiações políticas.
z o funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Pouco mais de 10 anos após a inclusão do parágra-
fo 1º, a EC nº 97, de 2017, alterou o dispositivo com a
Lembre-se: a lei que disciplina os partidos políti- cláusula de barreira, que era apenas uma previsão
cos é a Lei nº 9.096, de 1995. legal (declarada como inconstitucional), para a Cons-
Observa-se, entretanto, que, embora a CF, de 1988, tituição Federal, trazendo, assim, a possibilidade de
tenha assegurado a livre criação, fusão e incorpora- sua implementação. Trata-se do denominado ativismo
348 ção de partidos políticos, esta não é absoluta, visto que congressual ou efeito backlash.
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A cláusula de barreira estabeleceu, por exemplo, Por serem considerados pessoas jurídicas de
novas normas de acesso dos partidos políticos aos direito privado, os partidos políticos adquirem sua
recursos do fundo partidário, bem como ao tempo de personalidade jurídica a partir do registro em car-
propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. Tal tório de registros civis, nos termos do parágrafo 2º,
desempenho eleitoral exigido às legendas partidárias art. 17. A natureza de pessoa jurídica de direito priva-
será aplicado de forma gradual até ser concretizado do também consta do art. 1º, da Lei nº 9.096, de 1995.
nas eleições de 2030, nos termos da EC nº 97, de 2017. Assim, o partido político será criado de acordo com
Há de se mencionar, ainda, a vedação à celebração a lei civil, ou seja, com o Código Civil e com a Lei nº
de coligações nas eleições proporcionais, prevista no 6.015, de 1973 (Lei de Registros Públicos).
parágrafo 1º, do art. 17, que, nos termos da EC nº 97, Verifica-se, ainda, a necessidade de registro do
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas,
de 2017, começou a ser aplicada a partir das eleições
atenção: o registro no TSE não constitui o partido,
de 2020.
pois sua natureza é apenas administrativa.
Vejamos o que dispõem os arts. 2º e 3º, da EC nº 97,
Os requisitos para fundação de partidos políticos
de 2017: encontram-se disciplinados na Lei nº 9.096, de 1995 e
na Resolução do TSE nº 23.571, de 2018.
EC nº 94, de 2017 Importante! O art. 7º, da Lei nº 9.096, de 1995,
Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas basicamente repetiu o § 2º, art. 17, da CF, de 1988, no
eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 que se refere à aquisição da personalidade jurídica.
da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das No entanto, o § 1º, do art. 7º, foi alterado pela Lei nº
eleições de 2020. 13.107, de 2015, de modo a trazer regras de limitações
Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição quanto às assinaturas e tempo mínimo para fusão
Federal quanto ao acesso dos partidos políticos aos
partidária. Como consequência, foi ajuizada, no STF,
recursos do fundo partidário e à propaganda gra-
a ADI nº 5.311. O STF considerou que a norma era
tuita no rádio e na televisão aplicar-se-á a partir
constitucional e que fortalecia o controle quantitati-
das eleições de 2030.
vo e qualitativo dos partidos. Posteriormente, a Lei
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fun-
nº 13.165, de 2015, alterou o parágrafo, incluindo a
do partidário e à propaganda gratuita no rádio e na
necessidade de criação de partidos políticos de assi-
televisão os partidos políticos que:
naturas diferentes a fim de evitar que se conseguisse
I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:
a quantidade necessária para criação de um partido
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Depu-
político e, posteriormente, que as mesmas pessoas
tados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento) dos
criassem outros partidos decorrentes deste primeiro.
votos válidos, distribuídos em pelo menos um ter-
ço das unidades da Federação, com um mínimo de
1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma Art. 17 [...]
delas; ou § 3º Somente terão direito a recursos do fundo
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados partidário e acesso gratuito ao rádio e à tele-
Federais distribuídos em pelo menos um terço das visão, na forma da lei, os partidos políticos que
unidades da Federação; alternativamente:
II - na legislatura seguinte às eleições de 2022: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Depu-
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Depu- tados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
tados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputa-
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
dos Federais distribuídos em pelo menos um ter-
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados
ço das unidades da Federação.
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação;
III - na legislatura seguinte às eleições de 2026: O parágrafo 3º, do art. 17, disciplina a forma de dis-
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Depu- tribuição dos recursos do fundo partidário e direito
tados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento) dos de antena. De acordo com o dispositivo, a distribui-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


votos válidos, distribuídos em pelo menos um ter- ção do dinheiro proveniente do fundo partidário e a
ço das unidades da Federação, com um mínimo de divisão de tempo de rádio e TV leva em consideração
1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em a representação do partido na Câmara dos Deputados.
cada uma delas; ou O fundo partidário é um Fundo Especial de Assis-
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados tência Financeira aos Partidos Políticos que, além do
Federais distribuídos em pelo menos um terço das seu estatuto registrado no TSE, têm prestação de con-
unidades da Federação. tas regular perante a Justiça Eleitoral. Além disso, esta,
principal fonte de verbas dos partidos, é constituída
A EC nº 97, de 2017, gerou, ainda, o fim das coli- por dotações orçamentárias da União, multas, penali-
gações nas eleições proporcionais, implementado a dades, doações e outros recursos financeiros estabele-
partir das eleições de 2020. Consequentemente, só é cidos no art. 38, da Lei nº 9.096, de 1995. Esses valores
possível haver coligações nas eleições majoritárias, ou são repassados aos partidos políticos por meio do art.
seja, para os cargos de Presidente, Governador, Prefei- 41-A, da Lei nº 9.096, de 1995, que assim estabelece:
to e Senador.
Lei nº 9.096, de 1995
Art. 17 [...] Art. 41-A Do total do Fundo Partidário:
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem perso- I - 5% (cinco por cento) serão destacados para
nalidade jurídica, na forma da lei civil, regis- entrega, em partes iguais, a todos os partidos que
trarão seus estatutos no Tribunal Superior atendam aos requisitos constitucionais de acesso
Eleitoral. aos recursos do Fundo Partidário; e 349
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II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuí- Continuemos a análise da lei.
dos aos partidos na proporção dos votos obtidos na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Art. 17 [...]
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso § 5º Ao eleito por partido que não preencher
II, serão desconsideradas as mudanças de filiação os requisitos previstos no § 3º deste artigo é asse-
partidária em quaisquer hipóteses. gurado o mandato e facultada a filiação, sem
perda do mandato, a outro partido que os
Outro ponto importante é a vedação de doação a tenha atingido, não sendo essa filiação considera-
campanhas por pessoas jurídicas. Assim, passou a da para fins de distribuição dos recursos do fundo
ser proibido que empresas doassem quantidades de partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e
dinheiro ou bens para patrocinar a campanha política de televisão.
dos pretensos candidatos.
Se a doação de pessoas jurídicas à campanha é Neste ponto, é importante tratarmos da fidelida-
proibida, o STF entendeu que essa vedação não se de partidária. A parte final do § 1º, art. 17, da CF, de
estende às pessoas físicas, desde que identificadas. 1988, dá autonomia para que os partidos políticos
Ressalta-se, todavia, que o Congresso Nacional criou, estabeleçam normas a respeito da fidelidade e disci-
então, a figura do doador oculto, que, por sua vez, plina partidárias. Em síntese, considera-se infideli-
também foi proibida pelo STF. dade partidária a mudança de partido sem que haja
É importante estudarmos, ainda, as regras nos motivo justificado. Tal transferência de legenda pode
debates eleitorais e a possibilidade de convite por ou não ensejar a perda do cargo eletivo.
emissoras. Segundo a regra anterior, os candidatos
de partidos políticos que não possuíam o número
Dica
mínimo de representantes na Câmara dos Deputados
poderiam participar dos debates apenas se estivessem Segundo o STF, é possível existir o fenômeno dos
bem colocados na disputa eleitoral e se todos os outros “puxadores de votos” (candidatos que, em razão
candidatos concordassem. O STF, entretanto, relativi- do quociente eleitoral para as eleições propor-
zou a regra e permitiu que o convite de participação cionais, recebem um número de votos suficiente
nos debates partisse das próprias emissoras. para eleger outros candidatos), porém, os candi-
No que se refere à representação, o STF entende
datos a serem “puxados” devem demonstrar um
que o tempo a ser considerado é o da representação
do partido na Câmara dos Deputados às vésperas da mínimo de desempenho, ou seja, devem possuir,
eleição e não o resultado da última eleição. Observe- no mínimo, 1/10 do quociente eleitoral.
mos o seguinte exemplo.
Art. 17 [...]
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados
z O DEM elegeu vários deputados federais em 2014,
Estaduais, os Deputados Distritais e os Verea-
mas muitos deles migraram para o PSD, que não
dores que se desligarem do partido pelo qual
existia nessa eleição. Se prevalecesse a tese da elei-
tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo
ção anterior, o DEM teria muito tempo de rádio,
nos casos de anuência do partido ou de outras
enquanto o PSD não teria nenhum.
hipóteses de justa causa estabelecidas em lei,
não computada, em qualquer caso, a migração de
Ademais, é importante lembrar que, de acordo partido para fins de distribuição de recursos do
com o STF, são válidas e possíveis as sátiras e crônicas fundo partidário ou de outros fundos públicos e de
envolvendo os políticos, uma vez que partem do direi- acesso gratuito ao rádio e à televisão.
to à liberdade de expressão.
Por fim, o parágrafo 6º trata das hipóteses de perda
Art. 17 [...] de mandato. A princípio, o STF adotava o posiciona-
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políti- mento de que o mandato pertencia ao partido políti-
cos de organização paramilitar. co, ou seja, se o político saísse do partido pelo qual foi
eleito, o seu mandato seria perdido. Posteriormente,
O parágrafo 4º, do art. 17, veda a utilização de orga- considerando que os eleitores votam no político, não
nização paramilitar pelos partidos políticos. O objeti- no partido, o STF mudou de entendimento no que se
vo do dispositivo é fazer com que as regras da democracia refere às eleições majoritárias (Presidente, Governa-
sejam respeitadas, isto é, impedir que o poder político dor, Prefeito e Senador). Como consequência, a fide-
seja adquirido pela força e não pelas ideologias e posicio- lidade partidária passou a ser aplicada somente nas
namentos defendidos. Complementando esse parágrafo, eleições proporcionais (Deputados Federais, Esta-
o art. 6º, da Lei nº 9.096, de 1995, assim estabelece: duais, Distritais e Vereadores).
Complementando o dispositivo, o art. 26, da Lei nº
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar ins- 9.096, de 1995, estabelece:
trução militar ou paramilitar, utilizar-se de organi-
zação da mesma natureza e adotar uniforme para Art. 26 Perde automaticamente a função ou car-
seus membros. go que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em
virtude da proporção partidária, o parlamentar
Portanto, ao regulamentar esse dispositivo consti- que deixar o partido sob cuja legenda tenha
tucional, a Lei nº 9.096, de 1995, também proibiu que sido eleito.
partido político:
Ainda no que diz respeito à fidelidade partidária,
z ministrasse instrução militar ou paramilitar; é importante conhecermos algumas exceções à per-
z utilizasse de organização da mesma natureza; da do mandato. O ex-deputado Clodovil Hernandes,
350 z adotasse uniforme para seus membros. por exemplo, foi eleito por um partido. No entanto,
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durante seu mandato, sofreu situação de grave per- internamente, como pessoa de direito público inter-
seguição pessoal devido à sua orientação sexual. Por no, componente da Federação e detentor de autono-
essa razão, Clodovil migrou de partido. Analisando o mia financeira, administrativa e política, e um papel
caso, o STF entendeu que, quando Clodovil trocou de internacionalmente, representando a República
partido, ele não perdeu o mandato, uma vez que foi Federativa do Brasil7.
reconhecida a grave perseguição. No entanto, após o A União representa o Estado brasileiro nas rela-
seu falecimento, o STF fixou o posicionamento de que ções internacionais, perante os Estados estrangeiros.
a vaga não seria do partido que o recebeu, mas, sim, Rege-se pelo princípio da independência nacional,
do partido que o elegeu. O deputado Alexandre Frota, prevalência dos direitos humanos, autodetermina-
por sua vez, foi expulso do partido pelo qual foi eleito, ção dos povos, não intervenção, igualdade entre os
porém, a expulsão não acarretou a perda do mandato Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos,
e o deputado manteve-se no cargo em outro partido. repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre
Recentemente, a Emenda Constitucional nº 117, de os povos para o progresso da humanidade e concessão
2022, incluiu os parágrafos 7º e 8º no art. 17. Este tema de asilo político (art. 4º, CF, de 1988).
é importante, pois, por ser novidade, pode ser alvo de As competências da União estão elencadas no texto
questões em concursos públicos. constitucional, organizadas pelo legislador originário
O parágrafo 7º estabelece que os partidos políticos com base no chamado princípio da predominância
devem aplicar, no mínimo, 5% dos recursos do fundo do interesse público pelo particular. Neste sentido, as
partidário na criação e manutenção de programas vol- atribuições de interesse nacional são de competência
tados à participação política das mulheres. Vejamos: da União, por exemplo: declarar guerra e celebrar paz.
As competências da União são classificadas como
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no míni- competência administrativa e legislativa; a pri-
mo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo meira se relaciona com as funções de organização do
partidário na criação e na manutenção de Estado, e a segunda é a competência de legislar. Veja
programas de promoção e difusão da partici-
os exemplos:
pação política das mulheres, de acordo com os
interesses intrapartidários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 117, de 2022) z Competência administrativa: é competência de
a União elaborar e executar planos nacionais e
O parágrafo 8º, por sua vez, dispõe que no míni- regionais de ordenação do território e de desen-
mo 30% do montante do Fundo Especial de Financia- volvimento econômico e social;
mento de Campanha, da parcela do fundo partidário z Competência legislativa: é competência da
destinada às campanhas eleitorais e do tempo de pro- União legislar sobre nacionalidade, cidadania e
paganda gratuita nas mídias, deverá ser distribuído naturalização.
de forma proporcional ao número de candidatas de
cada partido. O parágrafo ainda informa que essa O estudo das competências será abordado de for-
distribuição deverá ser realizada seguindo critérios ma mais aprofundada em tópico específico na sequên-
definidos pelos órgãos de direção e, também, pelas cia deste material.
normas estatutárias de forma que sejam mantidos a Cuidado para não confundir União com República
autonomia e o interesse partidário. Federativa do Brasil:

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financia- z a República Federativa do Brasil é um Estado


mento de Campanha e da parcela do fundo parti- Federado, ou seja, é constituído por um conjunto
dário destinada a campanhas eleitorais, bem como de Estados-Membros. Vale ressaltar que os Esta-
o tempo de propaganda gratuita no rádio e na tele- dos-Membros são autônomos, pois são dotados de
visão a ser distribuído pelos partidos às respecti- autonomia e autogoverno. Por outro lado, não são
vas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% soberanos, uma vez que a soberana é somente a
(trinta por cento), proporcional ao número de Federação como um todo. No nosso pacto federati-
candidatas, e a distribuição deverá ser realiza- vo, o poder é descentralizado, pois a Constituição
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da conforme critérios definidos pelos respectivos prevê núcleos de poder e concede autonomia para
órgãos de direção e pelas normas estatutárias,
os seus entes (União, Estados, Municípios e Distrito
considerados a autonomia e o interesse partidário.
Federal);
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de
2022) z a União é uma entidade federativa, pessoa jurídica
de direito público interno que integra a República
Federativa do Brasil. É através da União que o país
é representado nas relações internacionais.

ORGANIZAÇÃO Os bens da União estão enumerados no art. 20, da


POLÍTICO-ADMINISTRATIVA Constituição Federal, que compreende:

UNIÃO z Terrenos de marinha: são os terrenos situa-


dos nas margens dos rios e lagoas, até onde haja
A União é uma entidade federativa autônoma e influência das marés (vão de 1.831 até 33 metros
exerce as atribuições de soberania do Estado brasilei- para a parte da terra). Além destes, são também os
ro. Conforme preleciona Pedro Lenza (2020), a União que contornam as ilhas situadas em zona onde se
possui “dupla personalidade”, assumindo um papel faça sentir a influência das marés;
7 LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 24ª ed. São Paulo, 2020, p. 497. 351
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z Terreno acrescido de marinha: são terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem formado, natural ou
artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento nos terrenos de marinha (art. 2º, da
Lei nº 3.438, de 1941);
z Mar territorial: é a faixa de doze milhas náuticas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral
continental e insular. No Brasil, a costa é banhada pelo oceano Atlântico;
z Zona contígua: é a faixa do mar que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir
das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial;
z Zona econômica exclusiva: compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas,
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial; é a faixa territorial do
Atlântico. O Brasil tem soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos
naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo;
z Plataforma continental: é a faixa de terra do fundo do mar, que vai até 200 m de profundidade, ou seja,
compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial. É uma
importante área de exploração e pesquisa de petróleo (art. 11, da Lei nº 8.617, de 1993).

Entenda melhor na ilustração a seguir:

Veja o art. 20, do texto constitucional, que enumera os bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

Exemplo: ilhas, rios, mar territorial, entre outros, com exceção das terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto, conforme dispõe a Súmula nº 650, do STF.

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

As terras devolutas são terras que não têm destinação pública e, também, não integram o patrimônio de um particular.
Exemplo: as terras devolutas situadas na Amazônia.

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sir-
vam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;

Exemplo: o Rio Uruguai, que banha o Estado de Santa Catarina e o Estado do Rio Grande do Sul.

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço públi-
co e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

Exemplo: a ilha do Bananal, situada no Estado de Tocantins, considerada a maior ilha fluvial do Brasil, com
25.000 km2.

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

Exemplo: recursos minerais, como petróleo, extraído da plataforma continental.

VI - o mar territorial;
352
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Exemplo: os navios estrangeiros no mar territo- z Autolegislação: tem competência de elaborar sua
rial brasileiro estão sujeitos aos regulamentos estabe- própria Constituição, ou seja, cada Estado tem
lecidos pelo Brasil. autonomia de criar a sua própria constituição esta-
dual, entretanto, esta deve sempre obedecer à lei
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; maior (CF, de 1988).

Exemplo: os imóveis situados à beira-mar (até 33 Os Estados organizam-se e regem-se pelas Consti-
metros para a parte da terra). tuições e leis que adotarem. Ainda, o art. 25, da CF,
consagra aos Estados federados autonomia política e
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
administrativa, com capacidade de elaborar suas pró-
prias Constituições estaduais, obedecendo às diretri-
Para efeito de exploração, os potenciais hidráuli-
cos dos rios pertencem à União, por exemplo, a Usina zes da Constituição Federal, de 1988.
Hidrelétrica de Santo Antônio, localizada na cidade de
Porto Velho, Estado de Rondônia. AUTOGOVERNO

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Exemplo: ferro, ouro, cobre etc.

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios


arqueológicos e pré-históricos; Legislativo Executivo Judiciário
Assembleia Governador do Tribunais e
Exemplo: Sítio Arqueológico, Parque Nacional do Legislativa Estado Juízes
Catimbau, localizado no Estado de Pernambuco.

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos Formação de Novos Estados


índios.
Na forma prevista do inciso VI, do art. 48, da CF,
Exemplo: a terra tradicionalmente ocupada pelos de 1988, a estrutura territorial do Brasil poderá ser
indígenas no oeste de Santa Catarina, localizado entre modificada por meio de alteração dos limites terri-
os rios Chapecó e Chapecósinho, a 70 km de Chapecó, toriais dos diferentes entes federados existentes. Por
denominada como terra indígena Xapecó. exemplo, em 1988 o norte do Estado de Goiás foi des-
Ainda, a redação do § 1º, do mencionado dispositivo, membrado, formando o Estado de Tocantins.
foi modificada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019.
Conforme a atual redação, a Constituição prevê possibili-
Art. 18 A organização político-administrativa da
dade da participação da União, dos Estados, do Distrito
República Federativa do Brasil compreende a União,
Federal e dos Municípios no resultado da exploração de
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais. autônomos, nos termos desta Constituição. [...]
Por conseguinte, a Constituição consagra a terra desig- § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, sub-
nada como faixa de fronteira, sendo esta a faixa de até dividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
fronteiras terrestres, considerada fundamental para defe- Federais, mediante aprovação da população direta-
sa do território nacional. Ainda, determina que a sua ocu- mente interessada, através de plebiscito, e do Con-
pação e utilização devem ser reguladas em lei. (§ 2º, art. gresso Nacional, por lei complementar.
20).
Desse modo, tem-se a seguinte tabela para
ESTADOS associação:

Os Estados possuem autonomia para se organiza- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


rem (auto-organização), caracterizada por um auto- INCORPORA- DESMEMBRA-
SUBDIVISÃO
governo, autoadministração e autolegislação, em que ÇÃO MENTO
o povo escolhe diretamente os seus representantes
no Poder Legislativo e Executivo local, sem que haja Separar uma ou
subordinação por parte da União (arts. 27, 28 e 125, Fusão Cisão mais partes de
da CF). Acompanhe esses conceitos a seguir: um Estado

z Autogoverno: autonomia política para eleger seus Além do mais,


representantes, por exemplo, eleição de Governa-
dor (arts. 27 e 28, da CF, de 1988); Art. 48 Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção
z Autoadministração: decorre das competências do Presidente da República, não exigida esta para
administrativas conferidas aos Estados, por exem- o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre
plo, os Estados poderão, mediante lei complemen- todas as matérias de competência da União, espe-
tar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações cialmente sobre:
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa- [...]
mentos de Municípios limítrofes, para integrar a VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento
organização, o planejamento e a execução de fun- de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as res-
ções públicas de interesse comum (§ 3º, art. 25); pectivas Assembleias Legislativas; 353
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Ainda, conforme o art. 235, da Constituição, nos dez primeiros anos de sua criação, a Assembleia Legislativa será com-
posta de dezessete deputados se a população do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual
ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil. O Governo terá, no máximo, dez secretarias. O Tribunal de
Contas terá três membros nomeados pelo governador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e notório saber.
O Tribunal de Justiça terá sete desembargadores; os primeiros desembargadores serão nomeados pelo governador eleito,
escolhidos conforme dispõe o inciso V, do mencionado dispositivo:

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do
Estado originário;
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico, com dez
anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na Constituição;

Caso o novo Estado seja proveniente de Território Federal, os cinco primeiros desembargadores poderão ser esco-
lhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do país. Em cada Comarca, o primeiro juiz de direito, promotor de
Justiça e defensor público serão nomeados, pelo governador eleito, após concurso público de provas e títulos.
É possível a incorporação, a subdivisão e o desmembramento de Estado, veja:

z Incorporação: quando dois ou mais Estados se unem com outro nome, perdendo sua personalidade por integra-
rem um novo Estado. Por exemplo, se houvesse a incorporação do Estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
passando a ser um só Estado;
z Subdivisão: quando um Estado se divide em novos vários Estados, todos estes com personalidades diferentes. Por
exemplo, o Estado do Rio Grande do Sul deixa de existir, ou seja, o Estado foi dividido em dois ou mais Estados, cada
um com personalidades distintas;
z Desmembramento: hipótese de separar uma ou mais partes de um Estado sem que este perca sua identidade. Por
exemplo, como ocorreu com o Estado de Goiás, formando o Estado de Tocantins.

Veja os requisitos e procedimentos para a incorporação, a subdivisão e o desmembramento do Estado (§ 3º, art. 18,
da CF):

1º: PLEBISCITO 2º: PROPOSITURA DE PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Consulta prévias às populações diretamente interessadas (ex-


pressão da vontade e da opinião do povo, demonstrada através Caso a população seja favorável no plebiscito, será proposto
de votação) projeto de lei complementar perante qualquer uma das casas
Atenção! O plebiscito é condição prévia, caso não houver apro- do Congresso Nacional
vação, não passará para a próxima fase

3º: OITIVA DA ASSEMBLEIA 4º: LEI COMPLEMENTAR

Oitiva das assembleias legislativas dos Estados interessados Aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional
Atenção! Mesmo que a assembleia seja desfavorável, pode Congresso Nacional não é obrigado a aprovar, mas caso assim
continuar o processo de formação do novo Estado, não é decida, deverá ser conforme determina o art. 69, da CF, de 1988,
vinculativo pelo quórum de maioria absoluta

Observação: abordamos o tema sanção e veto presidencial em título específico no tópico em que estudamos o
processo legislativo, mais adiante neste material.

MUNICÍPIOS

No Brasil, não só os Estados-Membros, mas também os Municípios têm autonomia política, ou seja, o nosso
pacto federativo é formado pela União, Estados, Distrito Federal e municípios. Tal autonomia está prevista no
caput, do art. 18, da CF, de 1988, veja.

Art. 18 A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Como exemplo da autonomia municipal, podemos citar a capacidade de normatização, que consiste na capa-
cidade do Município de elaborar a sua própria lei orgânica e demais legislações municipais.
Conforme art. 30, do texto constitucional, os Municípios têm competência legislativa local, ou seja, podem
legislar sobre assuntos de interesse local, suplementando a legislação federal e estadual no que couber. Por exem-
plo, é de competência do Município a fixação do horário de funcionamento do comércio local (Súmula n° 645, do
STF).
Ainda, os Municípios também têm autonomia política, por exemplo, têm a capacidade de eleger Prefeito, Vice-
-Prefeito e Vereadores sem a intervenção do Estado ou da União. Além de autonomia administrativa, ou seja, têm
capacidade de atuar sobre assuntos de interesse local, por exemplo, cabe ao Município promover a proteção do
354 patrimônio histórico-cultural local.
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Formação de Novos Municípios Sendo que os territórios, a partir da CF, de 1988,
não são considerados entes federativos, servem para
Existe, ainda, a autorização constitucional para que a União administre áreas que não possuem um
criação, incorporação, fusão e desmembramento de governo estadual, ou seja, trata-se apenas de uma
Municípios. Veja os requisitos e procedimentos para mera autarquia em regime especial que é designada
a incorporação, a subdivisão e o desmembramento de para administrar parcela de território do país.
Município (§ 4º, art. 18, da CF): Atualmente não existem mais territórios federais
no Brasil, inclusive a própria Constituição Federal, de
1° 2° 1988, no Ato das Disposições Gerais Transitórias, art.
14, transformou os Territórios Federais de Roraima e
Lei Complementar Plebiscito + Estudo de do Amapá em Estados Federados.
viabilidade Como vimos, atualmente no Brasil não existem
Aprovação de lei
complementar, fixando Consulta prévia, mediante mais territórios federais. Entretanto, conforme o § 2º,
o período dentro do qual plebiscito, às populações art. 18, da CF, há uma autorização constitucional para
poderá ocorrer a criação, dos municípios envolvidos, sua criação, a qual deve ser regulada em lei comple-
incorporação, fusão e o após divulgação dos
mentar, veja:
desmembramento estudos de viabilidade
municipal, apresentados e
publicados na forma da lei Art. 18 A organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
3° § 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União,
Lei Estadual e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão regu-
Aprovação de lei ordinária
estadual formalizando a ladas em lei complementar.
criação, incorporação, fusão
ou desmembramento do
município

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DISTRITO FEDERAL
DISPOSIÇÕES GERAIS
A Constituição Federal, de 1988, conferiu ao Dis-
trito Federal natureza de ente federativo autônomo, A Administração Pública tem suas regras discipli-
com capacidade de auto-organização, autogoverno nadas nos arts. 37 a 41, da CF, de 1988.
e autoadministração, sendo proibida a possibilidade
de subdivisão em Municípios (caput, art. 32). Como Art. 37 A administração pública direta e indi-
exemplo de autonomia do Distrito Federal, podemos reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
citar sua capacidade para criar a sua lei orgânica, bem dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
como a capacidade de eleger seu Governador e Vice- aos princípios de legalidade, impessoalidade,
-Governador, sem interferência da União nas eleições. moralidade, publicidade e eficiência e, também,
A sede do governo do Distrito Federal é Brasília, ao seguinte:
conforme consagra a Lei Orgânica do DF, no seu art.
6º. Conforme se observa do caput, do art. 37, a Admi-
Conforme § 1º, art. 32, da CF, ao Distrito Federal nistração Pública divide-se em Administração
são atribuídas as competências legislativas reservadas Pública Direta, que é composta pelos quatro entes
aos Estados e Municípios, cumulativamente. Entretan- federativos (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal), e Administração Pública Indireta, compos-
to, conforme o § 4º, do dispositivo em comento, a lei
ta pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
economia mista e empresas públicas.
DF, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Mili-
Via de regra, a Administração Pública submete-se
tar e do Corpo de Bombeiros Militar, ou seja, estes são
a um regime jurídico de direito público, ou seja, a sua
mantidos diretamente pela União.
atuação independe da concordância dos administra-
dos, pois se funda na própria soberania estatal.
TERRITÓRIOS O regime jurídico de direito público faz com que a
Administração se sujeite a limites, que, por vezes, são
Os territórios federais são divisões administrativas mais estritos do que aqueles a que estão submetidos
da União, sem pertencer a qualquer Estado; podem os particulares. Como exemplo, pode-se citar o dever
surgir da divisão de um Estado-Membro ou desmem- de observância da finalidade pública.
bramento, existindo autonomia administrativa, mas Esse regime de prerrogativas e sujeições para a
não política, ou seja, os Estados podem subdividir-se Administração Pública encontra-se expresso em for-
ou desmembrar-se para formarem territórios fede- ma de princípios. De acordo com o dispositivo, são
rais, mediante aprovação da população diretamente princípios que regem a Administração Pública direta
interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso e indireta: legalidade, impessoalidade, moralidade,
Nacional, por intermédio de lei complementar. publicidade e eficiência.
Entretanto, no caso de criação de um território, o O Princípio da Legalidade estabelece a sujeição
texto constitucional não exige a realização de plebisci- da Administração Pública aos mandamentos da lei. A
to, porém nada impede que possa ocorrer. legalidade traduz o sentido de que a Administração 355
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Pública somente pode fazer o que a lei manda ou Art. 37 [...]
permite, bem como somente pode proibir o que a lei II - a investidura em cargo ou emprego públi-
expressamente proíbe. co depende de aprovação prévia em concurso
O Princípio da Impessoalidade traz a neutrali- público de provas ou de provas e títulos, de
dade necessária para o exercício da atividade admi- acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
nistrativa. Destinado tanto ao administrador como ao
as nomeações para cargo em comissão declarado
administrado, esse princípio impõe a objetividade e a
em lei de livre nomeação e exoneração;
isonomia da conduta administrativa.
O Princípio da Moralidade diz respeito à moral
O inciso II estabelece a necessidade de procedimento
administrativa. Segundo ele, os atos da administra-
administrativo destinado à seleção das pessoas que irão
ção pública devem ser balizados nas matrizes éticas ocupar empregos públicos ou cargos públicos de provi-
dominantes. A finalidade do princípio é fixar limites mento efetivo ou vitalício. Trata-se, portanto, de uma for-
à atuação da Administração, evitando, por exemplo, o ma de escolha para atender aos princípios da igualdade
excesso de poder ou desvio de finalidade. e da moralidade administrativa, evitando-se, com isso,
O Princípio da Publicidade exige a divulgação dos que o ingresso no serviço público se dê por critérios de
atos da Administração Pública com o objetivo de permitir favorecimento pessoal ou nepotismo.
o conhecimento e o controle por toda a sociedade, pois ao Os concursos públicos devem ser abertos a todos
administrador compete agir com transparência. os interessados. Portanto, não se admite que a seleção
Por fim, o Princípio da Eficiência impõe à Adminis- ocorra de forma interna (concursos internos).
tração a obrigação de realizar suas atribuições com rapi- Cabe consignar que os concursos públicos podem
dez, perfeição e rendimento, pois quem administra gere ser de provas ou de provas e títulos. Deste modo,
algo que pertence à sociedade. Assim, cabe ao administra- não se admite concurso apenas de títulos nem admis-
dor zelar pelos interesses públicos com plena satisfação são sem concurso público. Observa-se, no entanto,
do administrado e com o menor custo para a sociedade. que existem exceções à regra relativa aos concur-
sos públicos para os seguintes casos:
Dica
z cargos de mandato eletivo;
Para memorizar os princípios, utilize o mnemô- z cargo comissionado;
nico LIMPE: z contratação temporária por excepcional interesse
Legalidade público;
Impessoalidade z ex-combatente que tenha efetivamente participa-
Moralidade do de operações bélicas durante a Segunda Guerra
Publicidade Mundial (inciso I, art. 53, ADCT);
Eficiência z outras hipóteses: Ministros ou Conselheiros dos
Tribunais de Contas; Ministros do STF, do STJ, TSE,
Art. 37 [...] TST e STM; integrantes do quinto Constitucional
I - os cargos, empregos e funções públicas são dos Tribunais Judiciários.
acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos Art. 37 [...]
estrangeiros, na forma da lei; III - o prazo de validade do concurso público será
de até dois anos, prorrogável uma vez, por
No que se refere à forma de acesso por brasileiro igual período;
naturalizado, há de se esclarecer, inicialmente, que se
trata dos cargos não privativos de brasileiros natos, O inciso III traz o prazo de validade do concurso
uma vez que os cargos privativos de brasileiro nato público, que é de até dois anos. Assim sendo, cabe ao
constam expressamente no § 3º, art. 12, da CF, de 1988. edital definir qual o prazo do concurso, não podendo,
Observa-se que os cargos não privativos de brasilei- no entanto, ser superior a dois anos.
ros natos podem ser preenchidos por brasileiros (natos Além disso, é possível a prorrogação do prazo de vali-
ou naturalizados) de forma ampla. Vale frisar que pode dade por uma única vez e por igual período, ou seja, se
a lei estabelecer requisitos limitadores, tais como forma- o prazo de validade do edital é de um ano, ele somente
ção escolar, idade, entre outros. Em contrapartida, para poderá ser prorrogado por 1 (um) ano. Aqui, cabe uma
que o estrangeiro possa ter acesso a tais cargos, a lei deve observação importante: a prorrogação só é possível ser
feita enquanto não expirado o prazo inicial.
especificar as hipóteses de admissibilidade.
O candidato que for aprovado em concurso público
Há que se fazer, aqui, duas observações quanto à
dentro do número de vagas previstas no edital, estando
aplicabilidade da norma. Com relação aos brasileiros, a
tal concurso dentro do prazo de validade, possui o direito
norma constitucional é de eficácia contida, ou seja, todos
subjetivo de ser nomeado, assim como a prioridade na
os brasileiros têm acesso aos cargos, empregos e funções
nomeação. Em contrapartida, o candidato aprovado fora
públicas. A norma infraconstitucional pode conter tais
do número de vagas possui mera expectativa de direito à
efeitos, estabelecendo critérios diferenciados. Portanto,
nomeação, devendo submeter-se ao juízo de conveniên-
todos os brasileiros têm acesso a todos os cargos, empre-
cia e oportunidade da Administração.
gos e funções desde que a norma não restrinja.
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é Art. 37 [...]
de eficácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro IV - durante o prazo improrrogável previsto no edi-
tenha acesso, faz-se necessária norma infraconstitu- tal de convocação, aquele aprovado em concurso
cional regulando a hipótese. Deste modo, os estran- público de provas ou de provas e títulos será con-
geiros têm acesso somente aos cargos, empregos e vocado com prioridade sobre novos concursa-
356 funções públicos que a lei autorizar. dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
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O inciso IV regula a hipótese de novo concurso em julgado, processo administrativo disciplinar ou
para o mesmo cargo enquanto os candidatos aprova- processo de avaliação periódica de desempenho;
dos em certame anterior e com prazo de validade não z Cargo em comissão: é aquele preenchido de
expirado ainda não foram convocados. Assim, estabe- acordo com a confiança. Como regra, ele deve ser
lece a prioridade de convocação destes em face dos preenchido preferencialmente por servidores de
novos aprovados. carreira. Portanto, para os demais casos (pessoal
Atenção! Segundo entendimento do STF, para de fora da Administração), a nomeação deve ser
gozar da prioridade na nomeação, não basta ao can- exceção.
didato a mera aprovação, sendo necessário que ele
tenha sido classificado dentro do número de vagas Além disso, é importante frisar que a nomeação
disponibilizadas no concurso, ou seja, se o edital pre- aos cargos em comissão somente é possível para os
viu uma vaga e foram aprovados dois candidatos, cargos de chefia, direção ou assessoramento. Portan-
somente o primeiro tem prioridade de nomeação. to, para as atribuições de execução e, não, para as
atribuições técnicas e operacionais. Exemplo: cabe a
Art. 37 [...] nomeação para cargo em comissão de Secretário de
V - as funções de confiança, exercidas exclusiva- Transportes, por demandar conhecimento específico
mente por servidores ocupantes de cargo efeti- e confiança. Já para o motorista, isso não é cabível,
vo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos pois, diferentemente do Secretário, sua atribuição é
por servidores de carreira nos casos, condições meramente operacional e não demanda a relação de
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam- confiança.
-se apenas às atribuições de direção, chefia e Como regra, os cargos em comissão são de livre
assessoramento;
nomeação e exoneração (ad nutum). A exceção a essa
regra é o que se intitula nepotismo (favorecimento
O inciso V trata de duas situações distintas: a fun- de parentes em detrimento de pessoas mais qualifi-
ção de confiança e o cargo de confiança (em comissão). cadas). Importante salientar que essa prática também
Cargo público é a unidade estrutural e funcional em pode ocorrer de forma cruzada. Por exemplo: quando
que o servidor exerce suas atribuições e responsabili- autoridades, a fim de omitir o nepotismo, nomeiam
dades, ou seja, é o local dentro da estrutura organiza- para determinado cargo parentes um do outro de
cional que deve ser atribuído a um servidor. Já função maneira recíproca.
pública é a própria atribuição e responsabilidade. Vejamos, a seguir, o texto da Súmula Vinculante nº
Em regra, os cargos públicos somente podem ser 13, do STF, relativa ao tema:
criados, transformados ou extintos por lei. Assim,
cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônju-
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transforma- ge, companheiro, ou parente, em linha reta, cola-
ção e extinção de cargos, empregos e funções públicas. teral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da
A iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-
cargos, varia conforme o caso. Por exemplo, no caso soa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
dos cargos do Poder Judiciário, dos Tribunais de Con- ou assessoramento, para o exercício de cargo em
tas e do Ministério Público, a lei será de iniciativa dos comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gra-
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais. tificada na administração pública direta e indireta,
Excepciona a regra quando os cargos ou funções se em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
encontrarem vagos, uma vez que a Emenda Constitu- Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o
cional nº 32, de 2001, possibilitou a extinção por meio ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.
de decreto do presidente da República. Com relação
aos governadores e prefeitos, a extinção do cargo A Súmula Vinculante nº 13 aplica-se apenas aos
vago é possível se houver semelhante previsão nas cargos de natureza administrativa, estando de
respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas fora do seu âmbito as nomeações para cargos políti-
(princípio da simetria). cos. Exemplo: o STF considerou válida a nomeação

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


No que se refere às garantias e características para o cargo de Secretário Estadual de Transportes
especiais, os cargos podem ser classificados em vitalí- de irmão de Governador de Estado sob a alegação de
cios, efetivos e comissionados: que o cargo em questão possuía natureza política (Rcl
6.650-MC-AgR).
z Cargo vitalício: é aquele com a maior garantia em Por fim, para o exercício da função de confiança,
relação à permanência. Trata-se daquele destina- o pressuposto é que o nomeado já exerça cargo na
do a receber o ocupante em caráter permanente, Administração. Exemplo: um escrevente técnico é
como no caso dos magistrados (inciso I, art. 95, CF, nomeado para a função de assessor do juiz.
de 1988), os de membros do Ministério Público (alí-
nea “a”, inciso I, § 5º, art. 128, da CF, de 1988) e os
de ministros do Tribunal de Contas (§ 3º, art. 73, CF, Importante!
de 1988). A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois) � Função de confiança: deve ser agente público;
anos de efetivo exercício no cargo e tais servido- � Cargo em confiança: pode ou não ser agente
res só poderão ser demitidos por sentença judicial
público.
transitada em julgado;
z Cargo efetivo: é aquele provido por concurso
público, cujos integrantes possuem a estabilidade, Art. 37 [...]
ou seja, após três anos de efetivo exercício, só pode- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
rão ser demitidos por decisão judicial transitada livre associação sindical; 357
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º, Art. 37 [...]
da CF, de 1988. Lembrem-se: ninguém é obrigado a se IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
associar ou a se manter associado. tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
Art. 37 [...]
VII - o direito de greve será exercido nos termos e O servidor temporário encontra-se disciplinado
nos limites definidos em lei específica; no inciso IX. Trata-se de uma categoria à parte, uma
vez que não titulariza cargo público nem possui
O direito de greve dos servidores públicos é dife- qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, sendo
rente do direito dos demais trabalhadores da inicia- regida por regime especial veiculado por meio de lei
específica de cada ente da federação.
tiva privada. Enquanto estes podem interromper
O servidor público exerce funções públicas sem ocu-
completamente suas atividades, o servidor público
par cargos ou empregos públicos e sua contratação é por
precisa garantir que os serviços sejam mantidos e em
tempo determinado e para atender necessidade tem-
percentual que possa atender à população. Trata-se
porária de excepcional interesse público. Por exem-
da aplicação do princípio da continuidade, uma vez plo: agente sanitário em caso de surto de dengue.
que não é possível a interrupção total das atividades
prestadas pela Administração à população por serem Art. 37 [...]
estas essenciais e necessárias à coletividade. Para tan- X - a remuneração dos servidores públicos e
to, a Norma Constitucional prevê que os termos e limi- o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
tes devem ser estabelecidos em lei. poderão ser fixados ou alterados por lei especí-
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
ao inciso VII. Por essa razão, o STF proferiu a seguinte data e sem distinção de índices;
decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES:
O inciso X trata da remuneração dos servidores
STF, MI 670-ES Mandado de injunção. Garantia públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, que remu-
fundamental (CF, Art. 5º, inciso LXXI). Direito de neração é o gênero, do qual salário, vencimentos e
greve dos servidores públicos civis (CF, Art. 37, subsídios são espécies. Salário é a contraprestação
inciso VII). Evolução do tema na jurisprudência pecuniária paga aos empregados públicos, regidos
do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos pela CLT. Vencimento é a modalidade remunerató-
parâmetros de competência constitucional para ria da maioria dos servidores submetidos a regime
apreciação no âmbito da justiça federal e da jus- jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e
tiça estadual até a edição da legislação específica as vantagens pecuniárias. Já subsídio é uma parcela
pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em única, sem qualquer acréscimo, obrigatória para as
observância aos ditames da segurança jurídica e à seguintes categorias:
evolução jurisprudencial na interpretação da omis-
são legislativa sobre o direito de greve dos servido- z Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos,
res públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta) senadores, deputados, vereadores, magistrados),
dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a detentores de mandato eletivo, Ministros de Esta-
matéria. Mandado de injunção deferido para deter- do e Secretários Estaduais e Municipais;
minar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989. z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
z Membros do Ministério Público;
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988: z Integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia
Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Art. 37 [...] Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Distrito
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e Federal e às Defensorias Públicas da União, DF e Ter-
empregos públicos para as pessoas portado- ritórios e Defensorias Públicas Estaduais (art. 135, CF);
ras de deficiência e definirá os critérios de sua z Servidores policiais integrantes da Polícia Fede-
admissão; ral, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos
O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para de Bombeiros Militares.
pessoas com deficiência. Trata-se de uma norma
constitucional de eficácia limitada, ou seja, que depen- Vejamos, a seguir, o texto da Súmula nº 679, do
de da edição de lei infraconstitucional para poder STF:
gerar os efeitos.
Súmula n° 679 (STF) A fixação de vencimentos dos
Com relação à reserva, cumpre salientar que as
servidores públicos não pode ser objeto de conven-
atribuições do cargo devem ser compatíveis com a ção coletiva.
deficiência. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso, isto é, a CF, No que se refere à revisão, o dispositivo trata ape-
de 1988, fixou apenas o limite máximo (teto) do núme- nas da revisão geral, ou seja, do reajuste anual genéri-
ro a ser reservado. co, que tem por objetivo repor as perdas inflacionárias
O § 1º, art. 37, do Decreto nº 3.298, de 1999, esta- do período, sendo aplicável a todos os servidores. Por-
belece o percentual mínimo de 5% das vagas e, no tanto, não a confunda com reajuste específico, que é
caso de o número obtido ser fracionado, o número de aquele aplicado apenas a alguns cargos ou carreiras
vagas será elevado até o primeiro número inteiro sub- funcionais, com a finalidade de evitar a defasagem
358 sequente, ou seja, arredondado para cima. remuneratória.
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Art. 37 [...] A vedação à vinculação e à equiparação de
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de remunerações encontra-se prevista no inciso XIII.
cargos, funções e empregos públicos da administra- Sobre isso, vejamos o texto da Súmula nº 681:
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Súmula nº 681 (STF) É inconstitucional a vincula-
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores ção do reajuste de vencimentos de servidores esta-
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos duais ou municipais a índices federais de correção
e os proventos, pensões ou outra espécie remu- monetária.
neratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
Atenção! Há duas exceções à regra de não vincu-
outra natureza, não poderão exceder o subsídio
lação, quais sejam:
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta- z A equiparação de vencimentos e vantagens entre
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do os Ministros do TCU e do STJ (§ 3º, art. 73, CF, de
Governador no âmbito do Poder Executivo, o 1988);
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais z A vinculação entre o subsídio dos Ministros dos
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para os Ministros do STF (inciso V, art. 93, da CF).
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Art. 37 [...]
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- servidor público não serão computados nem
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos acumulados para fins de concessão de acréscimos
Defensores Públicos; ulteriores;

Com relação ao teto do funcionalismo público, a O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou
CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune- gem seja repetidamente computada para o cálculo das
ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar
Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta- tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se
dos, Municípios e Distrito Federal. o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo
Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte- de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu-
ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto lo para a concessão de outra gratificação, como, por
único tem, como base, a fixação de um valor máximo exemplo, uma gratificação de produtividade.
estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por
Poderes faz com que cada ente político adote um sub- Art. 37 [...]
teto próprio para a fixação dos subsídios. XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
O Executivo tem, como subteto, os subsídios do Gover- cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal-
nador. O Legislativo tem, como subteto, os subsídios dos vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos
deputados estaduais, que, por sua vez, não poderão exce- arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
der 75% dos subsídios dos deputados federais. Por fim,
o Judiciário adota, como subteto, o valor de 90,25% dos A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
subsídios do Supremo Tribunal Federal, ressaltando que mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
esse subteto se aplica tão somente aos seus servidores e, públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
não, aos membros da Magistratura, pois a estes é aplica- -se da impossibilidade de redução do valor nominal,
do o teto do Supremo Tribunal Federal. ou seja, se a remuneração é de R$ 5.000,00, não pode-
rá reduzi-lo para valor inferior. No entanto, é possível

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Art. 37 [...] que ocorra a redução real, ou seja, que o poder aquisi-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis- tivo desse valor seja atingido pela inflação.
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Art. 37 [...]
XVI - é vedada a acumulação remunerada de
A isonomia dos vencimentos dos servidores dos cargos públicos, exceto, quando houver compa-
três Poderes está disciplinada no inciso XII. Sua finali- tibilidade de horários, observado em qualquer
dade é manter a paridade. caso o disposto no inciso XI:
É importante o texto da Súmula Vinculante nº 37, a) a de dois cargos de professor;
do STF: b) a de um cargo de professor com outro técni-
co ou científico;
Súmula Vinculante nº 37 Não cabe ao Poder Judi- c) a de dois cargos ou empregos privativos
ciário, que não tem função legislativa, aumentar de profissionais de saúde, com profissões
vencimentos de servidores públicos sob fundamen- regulamentadas;
to de isonomia.
O inciso XVI trata da vedação de acumulação de
Art. 37 [...] cargos. Como regra, é vedada a acumulação remu-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de nerada de cargos públicos. No entanto, é possível a
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito acumulação se houver compatibilidade de horários
de remuneração de pessoal do serviço público; entre os cargos e somente em três hipóteses. 359
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A primeira refere-se ao magistério e traz a possibili- Art. 37 [...]
dade de acumular dois cargos de professor (ex.: cargo XIX - somente por lei específica poderá ser criada
de professor da rede municipal no período matutino e autarquia e autorizada a instituição de empre-
cargo de professor da rede estadual no período noturno). sa pública, de sociedade de economia mista e
A segunda hipótese é a acumulação de um cargo de fundação, cabendo à lei complementar, neste
de professor com outro técnico ou científico (ex.: último caso, definir as áreas de sua atuação;
cargo técnico em enfermagem em hospital estadual
com carga horária compatível com cargo de professor Para que uma autarquia seja criada, faz-se neces-
de ensino médio estadual). sária a autorização legislativa (lei específica), de modo
Por fim, é possível a acumulação de dois cargos a adquirir a personalidade jurídica com a própria lei.
privativos de profissionais da saúde, com profissões Em contrapartida, é preciso lei que autorize a criação
regulamentadas (ex.: cargo de dentista, em um muni- das empresas públicas, sociedades de economia mista
cípio, durante o período matutino, com outro cargo de e fundações, devendo, posteriormente, ser registra-
dentista, em outro município, no período vespertino). das, a fim de adquirirem a personalidade jurídica.
Ressalta-se, por fim, que, para as fundações, uma lei
complementar deve definir as áreas de sua atuação.
Importante!
Cargos burocráticos não são considerados como LEI ESPECÍFICA LEI COMPLEMENTAR
técnicos. Para ser enquadrado como cargo téc-
� Cria as autarquias e as funda- � Especifica a área de
nico passível de acumulação, é necessária for- ções públicas de direito públi- atuação das fundações
mação específica na área de atuação. Portanto, co (já que estas últimas são
cargo técnico é aquele que requer conhecimento equiparadas a autarquias)
específico na área de atuação do profissional, � Autoriza a criação das demais
entidades (empresa pública,
com habilitação específica de grau universitário
sociedade de economia mista
ou profissionalizante (ensino médio). e fundações públicas de direi-
to privado)

Em síntese:
Art. 37 [...]
XX - depende de autorização legislativa, em
z Regra: não acumulação de cargos públicos
cada caso, a criação de subsidiárias das enti-
remunerados;
dades mencionadas no inciso anterior, assim
z Exceção: acumulação de cargos públicos remune-
como a participação de qualquer delas em empresa
rados, quando há compatibilidade de horários e
privada;
nas seguintes hipóteses:
Veja que em relação às subsidiárias e à participa-
„ dois cargos de professor;
ção em empresa privada há a necessidade de autori-
„ um cargo de professor com outro técnico ou
científico; zação legislativa, independente da vinculação, ou seja,
„ dois cargos privativos de profissionais de saú- não importa se é vinculada à entidade que é criada
de, com profissões regulamentadas. por lei. Para exemplificar, imaginemos uma subsidiá-
ria XY da autarquia X. A autarquia foi criada por lei, e
Art. 37 [...] sua subsidiária foi criada por autorização legislativa.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empre-
gos e funções e abrange autarquias, fundações, Art. 37 [...]
empresas públicas, sociedades de economia mis- XXI - ressalvados os casos especificados na legisla-
ta, suas subsidiárias, e sociedades controladas, ção, as obras, serviços, compras e alienações
direta ou indiretamente, pelo poder público; serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a
O inciso XVII estende a regra da não acumulação todos os concorrentes, com cláusulas que esta-
para a Administração Indireta. Portanto, a proibição beleçam obrigações de pagamento, mantidas as
aplica-se às autarquias, fundações e empresas públi- condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
cas, sociedades de economia mista, bem como às suas qual somente permitirá as exigências de qualifica-
subsidiárias, além das sociedades controladas direta ção técnica e econômica indispensáveis à garantia
ou indiretamente pelo poder público. do cumprimento das obrigações.

Art. 37 [...] Outra regra contida na Constituição é a exigência


XVIII - a administração fazendária e seus servi- de licitação pública para contratação de obras, ser-
dores fiscais terão, dentro de suas áreas de com-
viços, compras e alienações, ressalvados os casos
petência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei; de dispensa e inexigibilidade previstos em lei.
Vale frisar, aqui, que é assegurada a todos a igual-
O inciso XVIII trata da precedência da Administração dade de condições, com cláusulas que estabeleçam
Fazendária e seus servidores fiscais aos demais setores obrigações de pagamento, mantidas as condições efe-
administrativos. Isso significa dizer que, dentro da estru- tivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente
tura da Administração Pública, esta deverá dar prioridade permitirá as exigências de qualificação técnica e eco-
para os serviços atinentes à arrecadação dos tributos, por nômica indispensáveis à garantia do cumprimento
360 se tratar dos recursos essenciais ao seu funcionamento. das obrigações.
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Art. 37 [...] O § 3º remete à preocupação do legislador para que
XXII - as administrações tributárias da União, haja um controle social, de modo a estabelecer meios
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para que qualquer pessoa comunique as irregularida-
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, des ou ilegalidades praticadas pelos agentes públicos.
exercidas por servidores de carreiras específicas, Trata-se, portanto, da possibilidade de controle para
terão recursos prioritários para a realização evitar os atos de improbidade administrativa, ou seja,
de suas atividades e atuarão de forma integrada, de condutas ilegais, desonestas, abusivas e incorretas.
inclusive com o compartilhamento de cadastros e
de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Art. 37 [...]
§ 4º Os atos de improbidade administrativa
O inciso XXII traz mais uma regra de prioridade importarão a suspensão dos direitos políticos,
da parte fiscal e de arrecadação. Assim, a Adminis- a perda da função pública, a indisponibilidade
tração tributária de qualquer dos entes da federação dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
possui recurso prioritário para a realização de suas e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
atividades. penal cabível.

Art. 37 [...] De acordo com o § 4º, as penalidades para os atos


§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, de improbidade são as seguintes: suspensão dos
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá direitos políticos; perda de função pública; indispo-
ter caráter educativo, informativo ou de orien- nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem
tação social, dela não podendo constar nomes, prejuízo da ação penal cabível, ou seja, aplica-se a
símbolos ou imagens que caracterizem promoção penalidade administrativa cumulativamente com a
pessoal de autoridades ou servidores públicos. sanção penal (se o fato constituir crime).

O § 1º trata das regras de publicidade dos atos, Dica


programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
Para decorar os atos de improbidade administra-
públicos. Esse dispositivo é consequência direta do
tiva, memorize o mnemônico PARIS:
princípio da impessoalidade, pois tal publicidade deve
Perda de função pública
ser de caráter informativo, educativo ou de orienta-
Ação penal cabível (se for o caso)
ção social, ou seja, a propaganda pública não pode ser
um meio para promoção pessoal.
Ressarcimento ao erário
É por esse motivo que não é permitido ao Governa- Indisponibilidade de bens
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar Suspensão dos direitos políticos
o slogan de campanha após ser eleito, uma vez que
Art. 37 [...]
vincularia aquela atividade pública à sua pessoa.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente,
Art. 37 [...] servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.
Nos termos do § 5º, os prazos prescricionais e as
ações de ressarcimento serão disciplinadas em lei.
O § 2º traz a responsabilidade do agente público Vale lembrar que a lei que disciplina as regras apli-
pela não observância da regra de que, para contrata- cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade
ção de pessoal, o concurso público é indispensável. administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992.
Consequentemente, se houver ingresso de pessoal
sem o devido processo de seleção, haverá nulidade da Art. 37 [...]
nomeação, devendo a autoridade sofrer as punições § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
em conformidade com a norma infraconstitucional. as de direito privado prestadoras de serviços
Além disso, o prazo de validade do concurso também públicos responderão pelos danos que seus NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
implica em nulidade da nomeação e responsabilidade agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
do agente. assegurado o direito de regresso contra o respon-
sável nos casos de dolo ou culpa.
Art. 37 [...]
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação O § 6º trata da responsabilidade civil objetiva
do usuário na administração pública direta e do Estado, o que significa que o Estado é responsável
indireta, regulando especialmente: civilmente pelos atos praticados por seus agentes ou
I - as reclamações relativas à prestação dos servi- pelos prestadores de serviço público de forma obje-
ços públicos em geral, asseguradas a manutenção tiva, isto é, independentemente de culpa. Trata-se da
de serviços de atendimento ao usuário e a avalia- chamada Teoria do Risco Administrativo.
ção periódica, externa e interna, da qualidade dos Portanto, o Estado é responsável quando um de seus
serviços; agentes, no desempenho da função, gera dano a um ter-
II - o acesso dos usuários a registros administrati- ceiro, independentemente da comprovação de dolo
vos e a informações sobre atos de governo, obser- ou culpa, sendo necessário, apenas, demonstrar o nexo
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; causal da atividade do agente e o dano de terceiro.
III - a disciplina da representação contra o exercí- Cumpre mencionar, por necessário, que é pos-
cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun- sível ao Estado ingressar com ação regressiva para
ção na administração pública. cobrar do agente o valor que pagou a esse terceiro. 361
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No entanto, ao contrário do que ocorre com o Esta- Art. 37 [...]
do, a responsabilidade do agente é subjetiva, ou seja, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre-
para que ele seja responsabilizado civilmente, é pre- sas públicas e às sociedades de economia mis-
ciso demonstrar que houve dolo ou culpa. Em relação ta, e suas subsidiárias, que receberem recursos
a isso, vejamos, de forma simples o exposto no fluxo- da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
grama a seguir: Municípios para pagamento de despesas de pes-
soal ou de custeio em geral.

Agente causa dano a As regras com relação ao teto e subteto da remunera-


um terceiro por dolo ou ção são estendidas aos empregados das empresas públicas
culpa e sociedades de economia mista, bem como às suas subsi-
diárias. No entanto, conforme o disposto no § 9º, incidirá
sobre as remunerações de diretores de empresas estatais
Estado pleiteia o que receberem recursos dos entes da federação para paga-
ressarcimento em Terceiro entra com ação mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, como,
decorrência do fato contra o Estado por exemplo, nos casos da EMBRAPA e da Radiobras.
praticado pelo terceiro O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as
empresas públicas e sociedades de economia mis-
Estado indeniza o ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”,
terceiro lesado expressão disposta no § 9º.

Art. 37 [...]
§ 10 É vedada a percepção simultânea de pro-
Entende-se por pessoa jurídica de direito privado
ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
prestadora de serviços públicos as empresas públicas, ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de car-
sociedades de economia mista e as concessionárias e go, emprego ou função pública, ressalvados os
permissionárias, isto é, aquelas empresas seleciona- cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
das por procedimento licitatório para desempenhar ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão
serviço público. Por exemplo: serviço de transporte declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
público urbano.
O § 10 veda a percepção simultânea de proventos
Art. 37 [...] de aposentadoria com remuneração de cargo, empre-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restri- go ou função pública, ressalvada a hipótese de cargos
ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis- acumuláveis, na forma da Constituição, cargos eleti-
tração direta e indireta que possibilite o acesso a vos e cargos em comissão. Esse dispositivo foi acres-
informações privilegiadas. centado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
que também resguardou o direito daqueles servidores
O § 7º pressupõe a existência de regras éticas de aposentados que, até a data da promulgação da Emen-
conduta das autoridades da Administração Pública, da, retornaram à atividade antes da proibição.
de modo a tentar minimizar a possibilidade de con- A proibição aplica-se aos servidores públicos efe-
flito entre o interesse privado e o dever funcional. tivos e aos militares, tanto das Forças Armadas como
Ainda, objetiva-se a criação de mecanismos, a fim de das polícias militares e corpos de bombeiros militares.
regulamentar o acesso às informações. Vejamos a repercussão geral reconhecida com
mérito julgado pelo STF:
Art. 37 [...]
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e Há remansosa jurisprudência desta Corte nesse sen-
financeira dos órgãos e entidades da admi- tido, afirmando a impossibilidade da acumulação
nistração direta e indireta poderá ser amplia- tríplice de cargos públicos, ainda que os provimen-
da mediante contrato, a ser firmado entre seus tos nestes tenham ocorrido antes da vigência da EC
administradores e o poder público, que tenha por 20/1998. [...] o art. 11 da EC 20/1998 possibilita a acu-
objeto a fixação de metas de desempenho para o mulação, apenas, de um provento de aposentadoria
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: com a remuneração de um cargo na ativa, no qual se
I - o prazo de duração do contrato; tenha ingressado por concurso público antes da edi-
II - os controles e critérios de avaliação de desem- ção da referida emenda, ainda que inacumuláveis os
penho, direitos, obrigações e responsabilidade dos cargos. Em qualquer hipótese, é vedada a acumula-
dirigentes; ção tríplice de remunerações, sejam proventos, sejam
III - a remuneração do pessoal. vencimentos. (ARE 848.993 RG)

O § 8º busca alcançar melhores resultados na Art. 37 [...]


Administração Pública por meio da criação de novos § 11 Não serão computadas, para efeito dos limi-
instrumentos no âmbito do Direito Público, de modo tes remuneratórios de que trata o inciso XI do
a conferir maior autonomia ou estabelecer parcerias caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
com entidades privadas sem fins lucrativos. Dessas nizatório previstas em lei.
medidas, atente-se para o contrato de gestão.
Entende-se por contrato de gestão o contrato admi- O § 11 traz uma regra com relação ao teto e subte-
nistrativo firmado pelo Poder Público na condição de to do funcionalismo público. Trata-se do não cômputo
contratante e entidade privada ou da Administração das verbas indenizatórias, tais como diárias, ajuda de
362 Indireta, no qual é instrumentalizada parceria. custo, entre outras, no limite remuneratório.
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Art. 37 [...] Art. 37 [...]
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput § 15 É vedada a complementação de aposenta-
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distri- dorias de servidores públicos e de pensões por
to Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda morte a seus dependentes que não seja decorrente
às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
limite único, o subsídio mensal dos Desembarga- seja prevista em lei que extinga regime próprio de
dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado previdência social.
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre- O § 15 proíbe toda espécie de complementação que
mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto não seja aquela decorrente de Regime de Previdência
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Complementar, como, por exemplo, as complementa-
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. ções com base na Lei Estadual (São Paulo) nº 200, de
1974, pagas a ex-empregados e a seus dependentes da
O dispositivo regulamenta a possibilidade de fixa- Nossa Caixa, BANESPA, SABESP, VASP e FEPASA.
ção do subteto de forma única. Nesse caso, o valor
máximo da remuneração para todo e qualquer servi- Art. 37 [...]
dor corresponderá ao subsídio dos desembargadores § 16 Os órgãos e entidades da administração públi-
do Tribunal de Justiça, ficando de fora desse subteto ca, individual ou conjuntamente, devem realizar
apenas o subsídio dos deputados e dos vereadores. avaliação das políticas públicas, inclusive com
Vejamos a decisão do STF no julgamento da ADI divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
6.221 MC: dos alcançados, na forma da lei.

A faculdade conferida aos Estados para a regulação O § 16 foi acrescido pela Emenda Constitucional nº
do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da 109, de 2021, e tem como objetivo aprimorar o meca-
CF) não permite que a regulamentação editada com nismo de participação da sociedade na Administração
fundamento nesse permissivo inove no tratamento Pública.
do teto dos servidores municipais, para quem o art.
37, XI, da CF, já estabelece um teto único. SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 37 [...] Art. 38 Ao servidor público da administração
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo direta, autárquica e fundacional, no exercício
poderá ser readaptado para exercício de cargo
de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatí-
disposições:
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
condição, desde que possua a habilitação e o nível
ou função;
de escolaridade exigidos para o cargo de destino,
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
mantida a remuneração do cargo de origem.
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
O § 13 trata da possibilidade de readaptação do ser- III - investido no mandato de Vereador, havendo
vidor público. A readaptação é o provimento derivado compatibilidade de horários, perceberá as vanta-
que consiste na investidura do servidor em cargo de atri- gens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
buições e responsabilidades compatíveis com a limi- da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
tação que tenha sofrido em sua capacidade física ou compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
mental verificada em inspeção médica. Deste modo, o anterior;
servidor será efetivado em cargo com atribuições seme- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
lhantes, respeitando-se a habilitação exigida, assim como o exercício de mandato eletivo, seu tempo de servi-
o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos. ço será contado para todos os efeitos legais, exceto
No caso de inexistir cargo vago, o servidor exercerá para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
suas atribuições como excedente, permanecendo nessa
situação até a ocorrência de vaga no cargo compatível. de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem.
Art. 37 [...]
§ 14 A aposentadoria concedida com a utiliza- O art. 38 estabelece regras relativas ao servidor
ção de tempo de contribuição decorrente de público da Administração direta, autárquica e funda-
cargo, emprego ou função pública, inclusive do cional que passar a desempenhar cargo eletivo, ou
Regime Geral de Previdência Social, acarretará o seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
rompimento do vínculo que gerou o referido Ao servidor público estadual, quando eleito para
tempo de contribuição. cargo eletivo federal, estadual e distrital, aplica-
-se a seguinte regra: afastamento do cargo público
O § 14 disciplina o rompimento do vínculo quan- estadual para se dedicar exclusivamente ao man-
do o agente público solicita aposentadoria e utiliza-se dato, recebendo obrigatoriamente a remuneração
do tempo de contribuição decorrente daquele cargo, do cargo para o qual foi eleito. Em contrapartida,
emprego ou função pública. Assim, o servidor será quando o servidor público estadual é eleito para car-
desligado da Administração Pública. go eletivo municipal, podem ocorrer duas situações
Neste sentido, o agente público que pretende se distintas. Se o cargo é de prefeito, ele será afastado
aposentar não poderá mais continuar a trabalhar no para dedicação exclusiva do cargo e pode escolher
local em que utilizou o tempo para comprovação de entre a remuneração do cargo público ou do cargo
contribuição. eletivo. 363
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Já se o cargo é de vereador, é necessário saber z Empregados públicos: possuem emprego público
se há ou não compatibilidade de horário. Se houver e vinculam-se às regras da Consolidação das Leis
compatibilidade de horários, ele não precisa se do Trabalho (CLT);
afastar, podendo exercer as duas atividades ao mes- z Servidores temporários: categoria à parte, por-
mo tempo, recebendo pelos dois. Se não houver com- que não titularizam cargo público nem possuem
patibilidade, aplica-se a mesma regra do prefeito, qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, como
ou seja, será afastado para dedicação exclusiva do os empregados públicos. São contratados por tem-
cargo, podendo escolher entre a remuneração do po determinado para atender à necessidade tem-
cargo público ou do cargo eletivo. porária de excepcional interesse público por meio
de um processo de seleção simplificado. Exercem
funções públicas sem ocupar cargos ou empregos
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL
públicos e são regidos por regime especial, veicu-
Eleito para cargo federal,
Eleito para cargo municipal
lado por meio de lei específica.
estadual ou distrital

Prefeito Vereador Os servidores da Administração Pública direta,


das autarquias e das fundações públicas estão sujei-
Afastamento
� Com compatibilidade tos ao regime jurídico de direito público adminis-
Afastamento do cargo de horário: não se
do cargo e trativo, instituído em lei, a qual também instituirá
público e remuneração do afasta do cargo
cargo eletivo
opção entre a planos de carreira. O regime adotado é o estatutário.
remuneração � Sem compatibilidade
eletiva ou do de horário: aplica-se Não obstante, lei assegurará aos servidores isonomia
cargo a mesma regra do de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
prefeito assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, exce-
Para que a Administração Pública possa desem- tuadas as vantagens de caráter individual e as relati-
vas à natureza ou ao local de trabalho.
penhar suas atividades, ela necessita de pessoas que
A partir do art. 39, da CF, de 1988, inicia-se o tema
exerçam as atribuições dos órgãos públicos, ou seja,
quanto às regras aplicadas aos servidores públicos.
de agentes públicos. A expressão agente público é
Vejamos o que dispõem esses artigos:
utilizada como gênero, designando toda e qualquer
pessoa que exerça uma função pública, quer de for- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ma remunerada ou gratuita, quer de natureza política Municípios instituirão conselho de política de admi-
ou administrativa, quer com investidura definitiva ou nistração e remuneração de pessoal, integrado por
transitória. servidores designados pelos respectivos Poderes.
Os agentes públicos dividem-se em quatro catego- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
rias, quais sejam: demais componentes do sistema remuneratório
observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
Agentes políticos complexidade dos cargos componentes de cada
carreira;
II - os requisitos para a investidura;
Servidores públicos III - as peculiaridades dos cargos.
AGENTES § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal man-
PÚBLICOS terão escolas de governo para a formação e
Particulares em
o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
público
constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira,
Militares facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-
Os agentes políticos são aqueles que exercem as go público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
típicas atividades de governo, ou seja, são responsá- XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
veis por fixar as metas e diretrizes políticas do Estado, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
tais como os chefes do Poder Executivo (Presidente,
§ 4º O membro de Poder, o detentor de manda-
Governador e Prefeito e seus vices) e seus auxiliares to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá-
diretos (Ministros e Secretários) e os membros do rios Estaduais e Municipais serão remunerados
Poder Legislativo (Senadores, Deputados federais, exclusivamente por subsídio fixado em parcela
Deputados estaduais e Vereadores). única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
Os particulares em colaboração com o Poder ção, adicional, abono, prêmio, verba de representa-
Público são aqueles que prestam serviços ao Estado, ção ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
porém sem vínculo estatutário ou celetista de tra- qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
balho, podendo ou não ter remuneração. Exemplo: § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
jurados, mesários, notários e registradores (serviços dos Municípios poderá estabelecer a relação entre
a maior e a menor remuneração dos servido-
notariais).
res públicos, obedecido, em qualquer caso, o dis-
Os servidores públicos civis dividem-se em: posto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
z Servidores públicos estatutários: exercem cargo publicarão anualmente os valores do subsí-
público (vitalício, efetivo ou comissionado) e estão dio e da remuneração dos cargos e empregos
364 vinculados a um estatuto; públicos.
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§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e É importante conhecer o texto da Súmula Vincu-
dos Municípios disciplinará a aplicação de recur- lante nº 6 do STF:
sos orçamentários provenientes da economia com
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fun- Súmula Vinculante nº 6 Não viola a Constituição
dação, para aplicação no desenvolvimento de pro- o estabelecimento de remuneração inferior ao salá-
gramas de qualidade e produtividade, treinamento e rio mínimo para as praças prestadoras de serviço
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e militar inicial.
racionalização do serviço público, inclusive sob a for-
ma de adicional ou prêmio de produtividade. Art. 40 O regime próprio de previdência social
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- dos servidores titulares de cargos efetivos terá
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. caráter contributivo e solidário, mediante contri-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de
buição do respectivo ente federativo, de servidores
caráter temporário ou vinculadas ao exercício
ativos, de aposentados e de pensionistas, observa-
de função de confiança ou de cargo em comis-
dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro
são à remuneração do cargo efetivo.
e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de
No que tange ao art. 39, a primeira observação a previdência social será aposentado:
ser feita é que o caput foi alterado pela Emenda Cons- I - por incapacidade permanente para o tra-
titucional nº 19, de 1998. No entanto, como sua eficá- balho, no cargo em que estiver investido, quando
cia se encontra suspensa devido à decisão do STF na insuscetível de readaptação, hipótese em que será
ADI nº 2.135-4, é a redação original que se encontra obrigatória a realização de avaliações periódicas
em vigor. Vejamos: para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os de lei do respectivo ente federativo;
Municípios instituirão, no âmbito de sua competên- II - compulsoriamente, com proventos propor-
cia, regime jurídico único e planos de carreira para cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
os servidores da administração pública direta, das anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
autarquias e das fundações públicas. idade, na forma de lei complementar;
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois)
A CF, de 1988, estabelece regras para a fixação dos anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
padrões de vencimento e dos demais componentes cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
do sistema remuneratório, que deverá observar: a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
natureza, o grau de responsabilidade e a comple- na idade mínima estabelecida mediante emenda às
xidade dos cargos que compõem cada carreira; respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-
os requisitos para a investidura nos cargos e as vados o tempo de contribuição e os demais
demais peculiaridades dos cargos. Tais requisitos requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.
poderão influenciar na fixação dos vencimentos e
§ 2º Os proventos de aposentadoria não pode-
dependem de aprovação de lei específica, assim como
rão ser inferiores ao valor mínimo a que se refe-
para o seu aumento, alteração ou criação de nova van-
re o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
tagem pecuniária. estabelecido para o Regime Geral de Previdência
Por lei, também serão estabelecidos os reajustes Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
diferenciados para corrigir equívocos, como no caso § 3º As regras para cálculo de proventos de
de servidores que desempenham atividades seme- aposentadoria serão disciplinadas em lei do res-
lhantes, mas percebem valores muito diferentes. pectivo ente federativo.
Salienta-se que a revisão geral da remuneração dos § 4º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
servidores públicos, sem distinção de índices entre rios diferenciados para concessão de benefícios
civis e militares, será feita. em regime próprio de previdência social, ressalva-
Com objetivo de garantir o aperfeiçoamento do do o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
profissional, o dispositivo estabelece a realização § 4º-A Poderão ser estabelecidos por lei comple-
de cursos oficiais como requisito obrigatório para mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
promoção na carreira, sendo facultada, para tanto, de contribuição diferenciados para aposentadoria NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
a celebração de convênios com os demais entes da de servidores com deficiência, previamente sub-
federação. metidos a avaliação biopsicossocial realizada por
Outra regra de extrema importância é a que equipe multiprofissional e interdisciplinar.
assegura ao servidor público civil da Administração § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei comple-
Pública direta, autárquica e fundacional os direi- mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
tos previstos nos incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, de contribuição diferenciados para aposentadoria
de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, art. 7º,
agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
da CF, de 1988, e aos direitos que, nos termos da lei,
que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
visem à melhoria de sua condição social e da pro-
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput
dutividade e da eficiência no serviço público, em do art. 144.
especial o prêmio por produtividade e o adicional de § 4º-C Poderão ser estabelecidos por lei comple-
desempenho. mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
Atente-se aos limites de remuneração de de contribuição diferenciados para aposentadoria
servidores: de servidores cujas atividades sejam exercidas com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
z Mínimo: salário mínimo; lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
z Máximo: vide inciso XI, art. 37, da CF (EC 41, de agentes, vedada a caracterização por categoria
2003). profissional ou ocupação. 365
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§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão ida- instituição do correspondente regime de previdên-
de mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação cia complementar.
às idades decorrentes da aplicação do disposto § 17 Todos os valores de remuneração considera-
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo dos para o cálculo do benefício previsto no § 3º
de efetivo exercício das funções de magistério na serão devidamente atualizados, na forma da lei.
educação infantil e no ensino fundamental e médio § 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de
fixado em lei complementar do respectivo ente aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
federativo. de que trata este artigo que superem o limite máxi-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos mo estabelecido para os benefícios do regime geral
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é de previdência social de que trata o art. 201, com
vedada a percepção de mais de uma aposentado- percentual igual ao estabelecido para os servidores
ria à conta de regime próprio de previdência social, titulares de cargos efetivos.
aplicando-se outras vedações, regras e condições § 19 Observados critérios a serem estabelecidos em
para a acumulação de benefícios previdenciários lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
estabelecidas no Regime Geral de Previdência de cargo efetivo que tenha completado as exigên-
Social. cias para a aposentadoria voluntária e que opte
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quan- por permanecer em atividade poderá fazer jus a um
do se tratar da única fonte de renda formal auferida abono de permanência equivalente, no máximo, ao
pelo dependente, o benefício de pensão por morte valor da sua contribuição previdenciária, até com-
será concedido nos termos de lei do respectivo ente pletar a idade para aposentadoria compulsória.
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a § 20 É vedada a existência de mais de um regime
hipótese de morte dos servidores de que trata o § próprio de previdência social e de mais de um órgão
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou ou entidade gestora desse regime em cada ente
em razão da função. federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefí- entidades autárquicas e fundacionais, que serão
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o responsáveis pelo seu financiamento, observados
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, definidos na lei complementar de que trata o § 22.
distrital ou municipal será contado para fins § 21 (Revogado).
de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º § 22 Vedada a instituição de novos regimes pró-
e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspon- prios de previdência social, lei complementar
dente será contado para fins de disponibilidade. federal estabelecerá, para os que já existam, nor-
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma mas gerais de organização, de funcionamento e de
de contagem de tempo de contribuição fictício. responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma outros aspectos, sobre:
total dos proventos de inatividade, inclusive quando I - requisitos para sua extinção e consequente migra-
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos ção para o Regime Geral de Previdência Social;
públicos, bem como de outras atividades sujeitas II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utiliza-
a contribuição para o regime geral de previdência ção dos recursos;
social, e ao montante resultante da adição de pro- III - fiscalização pela União e controle externo e
ventos de inatividade com remuneração de cargo social;
acumulável na forma desta Constituição, cargo em IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
comissão declarado em lei de livre nomeação e exo- V - condições para instituição do fundo com finali-
neração, e de cargo eletivo. dade previdenciária de que trata o art. 249 e para
§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observa- vinculação a ele dos recursos provenientes de con-
dos, em regime próprio de previdência social, no tribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
que couber, os requisitos e critérios fixados para o natureza;
Regime Geral de Previdência Social. VI - mecanismos de equacionamento do deficit
§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusi- atuarial;
vamente, de cargo em comissão declarado em lei de VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
livre nomeação e exoneração, de outro cargo tem- regime, observados os princípios relacionados com
porário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego governança, controle interno e transparência;
público, o Regime Geral de Previdência Social. VIII - condições e hipóteses para responsabilização
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os daqueles que desempenhem atribuições relacio-
Municípios instituirão, por lei de iniciativa do res- nadas, direta ou indiretamente, com a gestão do
pectivo Poder Executivo, regime de previdência regime;
complementar para servidores públicos ocupantes IX - condições para adesão a consórcio público;
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
benefícios do Regime Geral de Previdência Social definição de alíquota de contribuições ordinárias e
para o valor das aposentadorias e das pensões em extraordinárias.
regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto no § 16. O art. 40, da CF, de 1988, regulamenta o Regime
§ 15 O regime de previdência complementar de que
Previdenciário Próprio de Previdência Social. Em
trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente
síntese, o sistema previdenciário do servidor públi-
na modalidade contribuição definida, observará o
disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio co foi alterado com a EC nº 103, de 2019, da seguinte
de entidade fechada de previdência complementar forma:
ou de entidade aberta de previdência complementar.
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa z desconstitucionalização das regras de previdência,
opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser apli- de modo que vários regramentos sobre aposenta-
cado ao servidor que tiver ingressado no servi- doria e pensão passaram a ser de competência de
366 ço público até a data da publicação do ato de lei infraconstitucional;
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z nova mudança no cálculo da pensão; „ atividades que prejudiquem à saúde (aquelas
z maior aproximação do RGPS e RPPS; exercidas com efetiva exposição a agentes quí-
z modificações no abono de permanência; micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
z previsão de readaptação antes de aposentadoria ou associação desses agentes).
por incapacidade permanente;
z inclusão dos agentes políticos ocupantes de man- Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exer-
dato eletivo nas regras do RGPS; cício os servidores nomeados para cargo de provi-
z exclusão da aposentadoria apenas por tempo de mento efetivo em virtude de concurso público.
contribuição; § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
z regras especiais para carreiras policiais previstas I - em virtude de sentença judicial transitada em
na CF. julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe
No que tange à aposentadoria, suas modalidades seja assegurada ampla defesa;
são: III - mediante procedimento de avaliação periódi-
ca de desempenho, na forma de lei complementar,
z Voluntária: quando se dá por livre e espontânea assegurada ampla defesa.
vontade, desde que cumpridos os requisitos dis- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão
postos a seguir: do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
HOMEM MULHER de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
IDADE 65 anos 62 anos ração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desneces-
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 25 anos 25 anos
sidade, o servidor estável ficará em disponibilida-
TEMPO NO SERVIÇO PÚBLICO 10 anos 10 anos de, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
TEMPO NA CARREIRA 5 anos 5 anos cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabili-
No caso dos professores dos ensinos infantil, fun- dade, é obrigatória a avaliação especial de desem-
damental e médio, conta-se com a redução de 5 anos penho por comissão instituída para essa finalidade.
do requisito etário, ou seja, 60 anos para os homens e
57 anos para as mulheres. Atenção! Essa regra não se Por fim, o art. 41, da CF, de 1988, trata da estabi-
aplica aos professores do ensino superior. lidade, que prevê a regra de que a estabilidade é
Vejamos o texto da Súmula nº 726, do STF: adquirida após três anos de efetivo exercício. Tra-
ta-se de uma garantia constitucional de permanência
Súmula nº 726 Para efeito de aposentadoria espe- no serviço público outorgada ao servidor aprovado
cial de professores, não se computa o tempo de ser- em concurso público e nomeado a cargo de provimen-
viço prestado fora da sala de aula. to efetivo que tenha transposto o período de estágio
probatório e sido aprovado na avaliação especial de
z Involuntária: quando se dá independentemente desempenho. Uma vez efetivo, o servidor só perderá
da vontade do servidor, em virtude de: o cargo em três hipóteses: sentença judicial transi-
tada em julgado; processo administrativo e procedi-
„ incapacidade permanente, sendo necessário mento de avaliação periódica de desempenho.
que se proceda à readaptação do servidor antes Explicando melhor, para a contratação de pessoal
do procedimento para a aposentadoria; na Administração Pública, é realizado concurso públi-
„ adimplemento de idade limite (aposentadoria co para preenchimento de cargos públicos. Com isso,
compulsória aos 70 ou aos 75 anos de idade, na a pessoa que foi aprovada dentro do número de vagas
forma da Lei Complementar nº 152, de 2015).
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
previstas no certame tem o direito de ser nomeada
para o cargo público. Com a nomeação, essa pessoa
A CF, de 1988, estabelece, ainda, o direito de uti-
assina o termo de posse e pode, a partir de então, exer-
lizar, para fins de aposentadoria, o tempo de servi-
cer efetivamente o cargo público.
ço desempenhado em outro ente da Federação ou
Nos primeiros três anos de exercício, esse servi-
na iniciativa privada. Por exemplo: uma pessoa que
dor passa por um período de avaliação. Trata-se do
trabalhou 8 (oito) anos em uma empresa antes de ser
aprovada em concurso público estadual pode consi- estágio probatório, ou seja, um período durante o qual
derar esse tempo no cálculo final do tempo de serviço. será analisado seu desempenho funcional. Completa-
dos três anos de serviço público e tendo sido aprovado
z Regra: veda-se a aposentadoria especial; no estágio probatório, o servidor adquire a denomina-
z Exceção: vide §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º, art. 40. Em da estabilidade.
síntese: O dispositivo estabelece, ainda, a possibilidade de
reintegração, ou seja, o retorno, por meio de decisão
„ servidores com deficiência; judicial, do servidor público ilegalmente desligado
„ agente penitenciário; ao cargo de origem ou ao cargo resultante de sua
„ agente socioeducativo; transformação. Salienta-se que ele fará jus ao rece-
„ policial das carreiras do art. 144 (Segurança bimento de todas as vantagens que teria auferido no
Pública) e policiais da Câmara e do Senado período em que ficou desligado, inclusive das promo-
Federal; ções por antiguidade que teria conquistado. 367
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As Comissões podem ser permanentes — defi-
Importante! nidas pelos respectivos regimentos internos, com o
É possível, também, que decisão administrativa poder para discutir e votar alguns projetos de lei sem
invalide a demissão. passar pelo Plenário — e temporárias, criadas para
tratar de assuntos específicos. As Comissões também
podem realizar audiências públicas com entidades
No caso de o cargo anteriormente ocupado pelo da sociedade civil e convocar autoridades e cidadãos
servidor ter sido extinto, ele será reintegrado ao ser- para prestar informações.
viço público, porém ficará em disponibilidade remu- O Plenário é a instância máxima e soberana no
nerada até seu adequado aproveitamento em outro Legislativo para qualquer decisão. Nas votações, a
cargo. Já no caso de o cargo provido ter sido ocupado decisão de cada um dos parlamentares é influen-
por outro servidor, o ocupante será reconduzido ao ciada por vários fatores, dentre eles o programa do
cargo de origem, sem direito à indenização, ou apro- partido político ao qual cada parlamentar é filiado e
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi- os compromissos assumidos com as chamadas bases
bilidade enquanto o servidor reintegrado voltará a eleitorais.
exercer o seu cargo.
Os Senadores e Deputados

Os deputados são representantes do povo, eleitos


pelo sistema proporcional.
PODER LEGISLATIVO Sistema proporcional é o modo eleitoral utilizado
para a eleição de candidatos a deputados estaduais e
CONGRESSO NACIONAL federais e vereadores, por meio do sistema de lista aber-
ta. Os votos computados são os de cada partido ou coli-
O Poder Legislativo no Brasil é bicameral, ou seja, gação e, em uma segunda etapa, os de cada candidato.
é composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados Para conhecer os vencedores, deve-se, antes, saber quais
e o Senado Federal, sendo a primeira constituída por foram os partidos políticos vitoriosos para, depois, den-
representantes do povo e a segunda, por representan- tro de cada agremiação partidária que conseguiu um
tes dos estados-membros e do Distrito Federal (Lenza, número mínimo de votos, observar quais são os mais
2019). A Câmara dos Deputados e o Senado Federal votados. Encontram-se, assim, os eleitos.
formam, por sua vez, o Congresso Nacional. Para chegar ao resultado, aplicam-se os chamados
Já o Poder Legislativo, em âmbito estadual, munici- quocientes eleitoral e partidário. O quociente eleitoral
pal, distrital e dos territórios federais, é do tipo unica- é definido pela soma do número de votos válidos divi-
meral, composto por uma única Casa Legislativa. Nesse dida pelo número de cadeiras em disputa (CNJ, 2019).
caso, a Assembleia Legislativa é composta pelos deputa-
dos estaduais, em âmbito estadual, a Câmara Legislati- Art. 45 A Câmara dos Deputados compõe-se de
va, no âmbito do Distrito Federal, e a Câmara Municipal, representantes do povo, eleitos, pelo sistema pro-
constituída pelos vereadores, em âmbito municipal. porcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
Art. 44 O Poder Legislativo é exercido pelo Con- § 1º O número total de Deputados, bem como a
gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos representação por Estado e pelo Distrito Federal,
Deputados e do Senado Federal. será estabelecido por lei complementar, proporcio-
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração nalmente à população, procedendo-se aos ajustes
de quatro anos. necessários, no ano anterior às eleições, para que
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
A legislatura é o período de quatro anos correspon- menos de oito ou mais de setenta Deputados.
dente ao mandato de cada assembleia eleita, durante § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46 O Senado Federal compõe-se de represen-
o qual as assembleias legislativas exercem suas fun-
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
ções. O mandato dos senadores tem duração de duas
segundo o princípio majoritário.
legislaturas (oito anos), enquanto o dos deputados § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
dura apenas quatro anos (uma legislatura). Senadores, com mandato de oito anos.
As Casas Legislativas são geralmente formadas por § 2º A representação de cada Estado e do Distrito
três instâncias: mesa diretora, Comissões e Plenário. Federal será renovada de quatro em quatro anos,
A mesa diretora tem funções administrativas sobre o alternadamente, por um e dois terços.
funcionamento da Casa, e o presidente da mesa é o res- § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
ponsável pelo processo legislativo. É ele quem organiza
a pauta das reuniões e, portanto, decide quais assuntos Os senadores, por sua vez, são representantes
serão examinados pelo Plenário. Tem o poder de obstruir dos estados e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema
as decisões do Executivo ou os projetos de lei dos parla- majoritário.
mentares se não os colocar em votação. O sistema majoritário é o modo eleitoral utilizado
A mesa do Congresso Nacional é presidida pelo para a eleição do presidente da República, governado-
presidente do Senado, e os demais cargos (Primei- res de estado e do Distrito Federal, senadores e prefei-
ra- Vice-Presidência, Segunda-Vice-Presidência, tos de municípios com mais de 200 mil eleitores. Será
Primeira-Secretaria, Segunda-Secretaria, Terceira-Se- eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos.
cretaria, Quarta-Secretaria e suplentes) são exercidos, A exigência de maioria absoluta visa dar maior
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equiva- representatividade ao eleito. Nessas hipóteses, caso o
lentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, candidato com maior número de votos não obtenha a
368 nos termos do § 5º, art. 57, CF. maioria absoluta, deverá ser realizado segundo turno
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entre os dois candidatos mais votados, em razão do estrangeiras transitem pelo território nacional ou
disposto no inciso II, art. 29, e no art. 77, da Constitui- nele permaneçam temporariamente, ressalvados
ção Federal (CNJ, 2019). os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente
Art. 47 Salvo disposição constitucional em contrá- da República a se ausentarem do País, quando a
rio, as deliberações de cada Casa e de suas Comis- ausência exceder a quinze dias;
sões serão tomadas por maioria dos votos, presente IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção fede-
a maioria absoluta de seus membros. ral, autorizar o estado de sítio, ou suspender qual-
quer uma dessas medidas;
Atribuições e Competência do Congresso Nacional V - sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limi-
tes de delegação legislativa;
A maioria das pessoas se preocupam muito com
VI - mudar temporariamente sua sede;
as eleições para os cargos do Executivo, dando menos VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados
importância aos deputados federais, estaduais, sena- Federais e os Senadores, observado o que dispõem
dores e vereadores municipais. Entretanto, a esses os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
representantes compete uma função típica tão impor- VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Pre-
tante quanto a de governar e administrar: a legisla- sidente da República e dos Ministros de Estado,
tura. São eles os responsáveis por pensar e fazer as observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
leis que regem todo o país e são aplicadas pelo Poder 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Judiciário. IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo
Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República e apreciar os relatórios
presidente da República, nos termos do art. 48, CF, de sobre a execução dos planos de governo;
1988, dispor sobre todas as matérias de competência X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qual-
da União, especialmente sobre: quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;
Art. 48 […] XI - zelar pela preservação de sua competência
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de legislativa em face da atribuição normativa dos
rendas; outros Poderes;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, XII - apreciar os atos de concessão e renovação de
orçamento anual, operações de crédito, dívida concessão de emissoras de rádio e televisão;
pública e emissões de curso forçado; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal
III - fixação e modificação do efetivo das Forças de Contas da União;
Armadas; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo refe-
IV - planos e programas nacionais, regionais e seto- rentes a atividades nucleares;
riais de desenvolvimento; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e
marítimo e bens do domínio da União; o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento e lavra de riquezas minerais;
de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as res- XVII - aprovar, previamente, a alienação ou conces-
pectivas Assembléias Legislativas; são de terras públicas com área superior a dois mil
VII - transferência temporária da sede do Governo e quinhentos hectares.
Federal;
VIII - concessão de anistia; CÂMARA DOS DEPUTADOS
IX - organização administrativa, judiciária, do
Ministério Público e da Defensoria Pública da A Câmara dos Deputados é composta por deputa-
União e dos Territórios e organização judiciária e dos federais, representantes do povo, que, uma vez
do Ministério Público do Distrito Federal; eleitos, devem manifestar a vontade popular em um
X - criação, transformação e extinção de cargos, mandato de quatro anos. O número de deputados
empregos e funções públicas, observado o que esta-
federais será proporcional à população de cada esta-
belece o art. 84, VI, b;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
do e do Distrito Federal, não podendo cada estado e
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da
o DF ter menos que oito nem mais que 70 deputados
administração pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão; federais. Além disso, devem: ser brasileiros natos ou
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, ins- naturalizados, maiores de 21 anos, ter feito o alista-
tituições financeiras e suas operações; mento eleitoral e estar em pleno exercício dos direi-
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da tos políticos, ter domicílio eleitoral na circunscrição e
dívida mobiliária federal. filiação partidária (Lenza, 2019).
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo As matérias de competência privativa dos deputa-
Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. dos federais não dependerão de sanção presidencial,
39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. nos termos do caput, art. 48, CF, e estão previstas no
art. 51, CF. Tais atribuições geram espécies normati-
Também compete exclusivamente ao Congresso vas materializadas por meio de resoluções.
Nacional, nos termos do art. 49, CF:
Art. 51 Compete privativamente à Câmara dos
Art. 49 […] Deputados:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos I - autorizar, por dois terços de seus membros, a ins-
ou atos internacionais que acarretem encargos ou tauração de processo contra o Presidente e o Vice-
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; -Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - autorizar o Presidente da República a decla- II - proceder à tomada de contas do Presidente da
rar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças República, quando não apresentadas ao Congresso 369
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Nacional dentro de sessenta dias após a abertura dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
da sessão legislativa; de suas autarquias e demais entidades controladas
III - elaborar seu regimento interno; pelo Poder Público federal;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, VIII - dispor sobre limites e condições para a con-
polícia, criação, transformação ou extinção dos cessão de garantia da União em operações de crédi-
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini- to externo e interno;
ciativa de lei para fixação da respectiva remunera- IX - estabelecer limites globais e condições para o
ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis-
de diretrizes orçamentárias; trito Federal e dos Municípios;
V - eleger membros do Conselho da República, nos X - suspender a execução, no todo ou em parte, de
termos do art. 89, VII. lei declarada inconstitucional por decisão definiti-
va do Supremo Tribunal Federal;
SENADO FEDERAL XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secre-
to, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
O Senado Federal é composto de representantes República antes do término de seu mandato;
dos estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o sis- XII - elaborar seu regimento interno;
tema majoritário puro ou simples em um único turno, XIII - dispor sobre sua organização, funcionamen-
sendo que cada estado e o Distrito Federal terão três to, polícia, criação, transformação ou extinção dos
senadores com mandato de oito anos. cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini-
Será considerado vencedor o candidato que obti- ciativa de lei para fixação da respectiva remunera-
ver maior número de votos, por maioria simples. O ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei
Senado tem a mesma relevância e força dada à Câma- de diretrizes orçamentárias
ra dos Deputados (Moraes, 2018). XIV - eleger membros do Conselho da República,
Segundo Lenza (2019), cada estado e o Distrito nos termos do art. 89, VII.
Federal elegerão três senadores, sendo que cada um XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do
será eleito com dois suplentes para o mandato de oito Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e
anos, portanto, duas legislaturas. seus componentes, e o desempenho das administra-
São requisitos para a candidatura dos senadores: ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito
Federal e dos Municípios
z ser brasileiro nato ou naturalizado; Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos
z maior de 35 anos; I e II, funcionará como Presidente o do Supremo
z estar em pleno exercício dos direitos políticos; Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
z ter domicílio eleitoral na circunscrição; somente será proferida por dois terços dos votos do
z alistamento eleitoral; Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação,
z filiação partidária. por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Art. 52 Compete privativamente ao Senado
Federal: DEPUTADOS E SENADORES
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presi-
dente da República nos crimes de responsabilidade, Imunidade Parlamentar
bem como os Ministros de Estado e os Comandan-
tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos A imunidade parlamentar é também conhecida
crimes da mesma natureza conexos com aqueles como imunidade legislativa, que pode ser material ou
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
formal, veja:
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Públi-
co, o Procurador-Geral da República e o Advogado- z Imunidade Material
-Geral da União nos crimes de responsabilidade
III - aprovar previamente, por voto secreto, após Absoluta inviolabilidade. Parlamentares são imu-
arguição pública, a escolha de: nes civil e penalmente para suas opiniões, palavras
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta e votos, desde que no exercício da atividade par-
Constituição; lamentar. Todos os parlamentares possuem esse
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indica- direito.
dos pelo Presidente da República; A imunidade material está consagrada no art. 53,
c) Governador de Território; do texto constitucional, que prevê que deputados e
d) Presidente e diretores do banco central;
senadores são invioláveis civis e penalmente, veja:
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis,
arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de civil e penalmente, por quaisquer de suas opi-
missão diplomática de caráter permanente; niões, palavras e votos.
V - autorizar operações externas de natureza finan- § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedi-
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distri- ção do diploma, serão submetidos a julgamento
to Federal, dos Territórios e dos Municípios; perante o Supremo Tribunal Federal.
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
limites globais para o montante da dívida consoli- Congresso Nacional não poderão ser presos,
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e salvo em flagrante de crime inafiançável. Nes-
dos Municípios; se caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
VII - dispor sobre limites globais e condições para quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto
370 as operações de crédito externo e interno da União, da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
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A imunidade é uma espécie de proteção aos par- sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles rece-
lamentares no exercício de suas funções, para que beram informações.
eles tenham ampla liberdade de expressão e debate § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputa-
de ideias nas questões de interesse de seus represen- dos e Senadores, embora militares e ainda que em
tados. Ainda, a imunidade material é absoluta, o que tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
significa que as palavras e opiniões do parlamentar Casa respectiva.
ficam excluídas de ação condenatória. § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
Por exemplo, determinado senador, ao discutir
ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
temas políticos com outro parlamentar, profere pala-
membros da Casa respectiva, nos casos de atos pra-
vras de injúria e acusa o parlamentar de praticar ticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
fatos definidos como crime. Nesse caso, o parlamentar sejam incompatíveis com a execução da medida.
ofendido não pode mover processo contra o Senador,
pois as ofensas proferidas estão relacionadas ao exer- Caso seja determinada a prisão de algum Depu-
cício da atividade parlamentar. tado ou Senador após a diplomação, os autos serão
Além disso, o parlamentar não pode renunciar à enviados para a respectiva casa, para que, pelo voto
imunidade ou ao foro privilegiado. da maioria de seus membros, seja resolvido sobre a
Conforme o inciso VIII, art. 29, da CF, de 1988, os prisão; assim, poderá ser determinada a sustação do
vereadores têm essa proteção, mas somente na cir- andamento da ação até o final do mandato.
cunscrição do Município.
Art. 54 Os Deputados e Senadores não poderão:
Art. 29 O Município reger-se-á por lei orgânica, I - desde a expedição do diploma:
votada em dois turnos, com o interstício mínimo de a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídi-
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros ca de direito público, autarquia, empresa pública,
da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos sociedade de economia mista ou empresa conces-
os princípios estabelecidos nesta Constituição, na sionária de serviço público, salvo quando o contra-
Constituição do respectivo Estado e os seguintes to obedecer a cláusulas uniformes;
preceitos: b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
[...] remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi- “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea
niões, palavras e votos no exercício do mandato e anterior;
na circunscrição do Município; II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de
z Imunidade Formal empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exer-
É relativa. Na imunidade formal, há a possibilida- cer função remunerada;
de de suspensão da prisão e do processo para a maio- b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
ria absoluta dos membros da respectiva casa. Consiste “ad nutum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
no julgamento pelo STF, desde a expedição do Diplo- c) patrocinar causa em que seja interessada qual-
ma. Note que os vereadores não podem ser presos, quer das entidades a que se refere o inciso I, “a”;
salvo em flagrante de crime inafiançável. d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato
público eletivo.

Importante! O art. 54, por sua vez, aborda sobre o que os Depu-
tados e Senadores não poderão realizar desde a expe-
A diplomação ocorre antes da posse, pois é um dição do diploma, bem como desde a posse, sendo, a
ato que comprova que o candidato foi eleito e certo modo, restringidos.
está apto para tomar a posse da carreira. É neste
ato que ocorre a entrega do documento (diplo- Art. 55 Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
ma) pela justiça eleitoral. I - que infringir qualquer das proibições estabeleci-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


das no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível
Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis, com o decoro parlamentar;
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, III - que deixar de comparecer, em cada sessão legis-
palavras e votos. lativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa
[...] a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
§ 3º Recebida à denúncia contra o Senador ou autorizada;
Deputado, por crime ocorrido após a diploma- IV - que perder ou tiver suspensos os direitos
ção, o Supremo Tribunal Federal dará ciência políticos;
à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
político nela representado e pelo voto da maioria de previstos nesta Constituição;
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o VI - que sofrer condenação criminal em sentença
andamento da ação. transitada em julgado.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar,
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e além dos casos definidos no regimento interno, o
cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
enquanto durar o mandato. indevidas.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obriga- § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do
dos a testemunhar sobre informações recebidas ou mandato será decidida pela Câmara dos Deputa-
prestadas em razão do exercício do mandato, nem dos ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, 371
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mediante provocação da respectiva Mesa ou de VI - dispor, mediante decreto, sobre:
partido político representado no Congresso Nacio- a) organização e funcionamento da administração
nal, assegurada ampla defesa. (Redação dada federal, quando não implicar aumento de despesa
pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) nem criação ou extinção de órgãos públicos;
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a per- b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
da será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de vagos;
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus VII - manter relações com Estados estrangeiros e acre-
membros, ou de partido político representado no ditar seus representantes diplomáticos;
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio-
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a pro-
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
cesso que vise ou possa levar à perda do mandato,
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos
X - decretar e executar a intervenção federal;
até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-
3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revi-
são nº 6, de 1994) gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou legislativa, expondo a situação do País e solicitando
Senador: as providências que julgar necessárias;
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Gover- XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên-
nador de Território, Secretário de Estado, do Distri- cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
to Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma-
chefe de missão diplomática temporária; das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exérci-
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de to e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais
doença, ou para tratar, sem remuneração, de inte- e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
resse particular, desde que, neste caso, o afasta- XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal,
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tri-
legislativa. bunais Superiores, os Governadores de Territórios, o
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, Procurador-Geral da República, o presidente e os dire-
de investidura em funções previstas neste artigo ou tores do banco central e outros servidores, quando
de licença superior a cento e vinte dias. determinado em lei;
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far- XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis-
-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de tros do Tribunal de Contas da União;
quinze meses para o término do mandato.
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nes-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador
ta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
poderá optar pela remuneração do mandato.
XVII - nomear membros do Conselho da República,
nos termos do art. 89, VII;
Já o art. 55, da Constituição Federal, lista as hipó- XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
teses em que os deputados e governadores perderão Conselho de Defesa Nacional;
o mandato em virtude de realizarem qualquer um XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangei-
dos atos dispostos no artigo ora referido acima. Além ra, autorizado pelo Congresso Nacional ou referenda-
disso, estabelece o art. 56 sobre as conjecturas das do por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
quais os deputados e governadores não perderão seu legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total
mandato, como no caso de ser investido nos cargos ou parcialmente, a mobilização nacional;
mencionados no dispositivo ora arguido, ser licencia- XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
do pela respectiva Casa por motivo de doença ou de Congresso Nacional;
interesse familiar. desde que não ultrapasse o prazo XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
de cento e vinte dias. XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
tar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
PODER EXECUTIVO nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
Atribuições do Presidente da República legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
na forma da lei;
Como chefe de governo e Estado, compete ao presi-
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
dente da República as atribuições e responsabilidades
termos do art. 62;
trazidas no art. 84, da CF:
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
Constituição.
Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação
República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; do estado de calamidade pública de âmbito nacional
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e
direção superior da administração federal; 167-G desta Constituição.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos Parágrafo único. O Presidente da República poderá
casos previstos nesta Constituição; delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
bem como expedir decretos e regulamentos para Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral
sua fiel execução; da União, que observarão os limites traçados nas res-
372 V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; pectivas delegações.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Responsabilidade do Presidente da República

Os arts. 85 e 86, da Constituição Federal, tratam sobre os atos do presidente da República que consistem em
crimes de responsabilidade.

Art. 85 São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Fede-
ral e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais
das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86 Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.

Recebimento Suspensão de suas funções,


ACUSAÇÃO Crime comum
da denúncia ou por até 180 dias, com ou
CONTRA O (STF)
queixa sem julgamento
PRESIDENTE
DA
REPÚBLICA Crime de Suspensão de suas funções,
Instauração por até 180 dias, com ou
(2/3 DA responsabilidade do processo sem julgamento
CÂMARA) (Senado)

Condenação (por
Pena
maioria)
Julgamento
CRIME COMUM
(STF)
Absolvição

Pena de perda do
cargo, com
Julgamento Condenação (por inabilitação, por até
no Senado pelo 2/3)
CRIME DE cinco anos, para o
presidente do STF
RESPONSABILIDADE exercício de qualquer
(parágrafo único,
Absolvição função pública
art. 52, CF)

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


ATRIBUIÇÕES DOS MINISTROS DE ESTADO

Os ministros de Estado são membros auxiliares do Executivo livremente nomeados pelo presidente, desde que
maiores de 21 anos e em pleno exercício de seus direitos políticos.
Compete aos ministros a direção do Ministério ou da seção administrativa que lhe houver sido confiada. Podem tam-
bém referendar atos presidenciais, expedir instruções para a boa execução de leis, decretos e regulamentos e, inclusive,
receber delegação do presidente da República para a realização de atos próprios da chefia do Poder Executivo.

z Atribuições dos Ministros de Estado

Art. 87 Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. 373
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Os ministros de Estado são auxiliares do presi- Órgãos do Poder Judiciário
dente da República, escolhidos e nomeados por este,
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
podendo ser exonerados a qualquer momento.
Os requisitos para assumir as funções de ministro são STF CNJ
estabelecidas no caput, do art. 87, sendo eles a naciona-
lidade brasileira (nato ou naturalizado), ser maior de 21
anos e estar no exercício dos direitos políticos. JUSTIÇA COMUM
Suas atribuições estão previstas no parágrafo úni-
co, do art. 87, da CF, de 1988. STF JUSTIÇA ESPECIALIZADA

Art. 88 A lei disporá sobre a criação e extinção de ESTADUAL FEDERAL TST TSE STM
Ministérios e órgãos da administração pública.
TJ TRF TRT TRE JUÍZES
O Ministério é órgão administrativo, integrante da
MILITARES
administração pública direta. Sua criação e extinção
dependerão de lei.
Juízes Juízes Juízes do Juiz
Estaduais Federais Trabalho Eleitoral

PODER JUDICIÁRIO Conforme dispõe o art. 93, da CF, o ingresso na


carreira da magistratura é feito através de concurso
público de provas e títulos, inicialmente, no cargo de
DISPOSIÇÕES GERAIS
juiz substituto, que exige do Bacharel em Direito, no
mínimo, três anos de atividade jurídica.
O poder judiciário está consagrado no texto cons-
titucional do art. 92 ao 126, da CF, e tem o objetivo de
exercer a jurisdição — administrar justiça, aplicar o
direito com o objetivo de solucionar conflito de inte-
Importante!
resses —, bem como, no âmbito de sua função atípica, CNJ não tem competência jurisdicional.
atividade administrativa, como exemplo. Para ilus-
trar, podemos citar o inciso I-A, art. 92, da CF, incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que cria Quinto Constitucional
como órgão do poder judiciário, também, o “Conselho
Nacional de Justiça”. Conforme o art. 94, da CF, um quinto dos lugares
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Art. 92 São órgãos do Poder Judiciário: Estados, e do Distrito Federal e Territórios são com-
I-A o Conselho Nacional de Justiça. postos de membros do Ministério Público e Advoga-
dos. Composto por membros:
De acordo com a Constituição Federal, compete ao
CNJ zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cum- TJ Ministério Público
primento do Estatuto da Magistratura, definir os planos, com +10 anos de carreira
1/5
metas e programas de avaliação institucional do Poder
TRF
Judiciário, receber reclamações, petições eletrônicas e
representações contra membros ou órgãos do Judiciário. JUSTIÇA ESPECIALIZADA ADVOGADOS:
Além disso, o CNJ é responsável por julgar processos dis- notório saber jurídico e reputação ilibada
ciplinares e melhorar práticas e celeridade, publicando + 10 anos de efetiva atividade jurídica
semestralmente relatórios estatísticos referentes à ativi-
dade jurisdicional em todo o país.8 É composto por mem- A indicação dos profissionais é feita por meio de
bros do Ministério Público, Advogados e representantes nomeações, feitas através de uma lista (lista sêxtu-
da sociedade civil. pla) pelos órgãos de representação das respectivas
O Poder judiciário, por sua vez, é dividido em duas classes. Enviada esta lista para o Tribunal, este esco-
esferas: Justiça Federal (Comum — art. 109, da CF) e lherá três nomes (lista tríplice) de sua preferência e
a Justiça Estadual (Especializada — art. 111, art. 118, enviará ao Poder Executivo. Entenda:
art. 124 e incisos I e II, do art. 98).
Com previsão no art. 92, da CF, de 1988, veja os
Chefe do Poder
órgãos que compõem o Poder Judiciário: Lista Tríplice
Executivo
Lista Sêxtupla
decide qual
Tribunal
z STF: Supremo Tribunal Federal; dos três nomes
OAB indica seis escolhe três
z CNJ: Conselho Nacional de Justiça; nomes nomes e exclui
será escolhido
z STJ: Superior Tribunal de Justiça; no prazo de 20
os demais
dias
z TJ: Tribunal de Justiça (Estados);
z TRF: Tribunal Regional Federal (Justiça Federal);
z TST: Tribunal Superior do Trabalho;
A Emenda Constitucional n° 45, de 2004, inseriu o
z TRT: Tribunal Regional do Trabalho;
quinto constitucional na Justiça do Trabalho, nos Tri-
z TSE: Tribunal Superior Eleitoral;
bunais Regionais do Trabalho (I, art. 115, da CF) e no
z TRE: Tribunal Regional Eleitoral;
Tribunal Superior de Justiça (art. 111-A, da CF).
z STM: Superior Tribunal Militar.

374 8 Disponível em: http://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj. Acesso em: 20 set. 2020.


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Garantias Constitucionais dos Magistrados O foro por prerrogativa de função se aplica apenas
aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
A Constituição Federal, em seu art. 95, assegura aos relacionados às funções desempenhadas.
magistrados as garantias da vitaliciedade, inamovibilida- Note que, após o final da instrução processual, com
de e irredutibilidade de subsídios. a publicação do despacho de intimação para apresenta-
ção de alegações finais, a competência para processar e
z Vitaliciedade: só pode ser demitido depois do trânsi- julgar ações penais não será mais afetada em razão de o
to em julgado da decisão judicial: agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo
que ocupava, por qualquer que seja o motivo10.
„ no primeiro grau de jurisdição, somente é adqui-
rida depois de dois anos de estágio probatório, ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E COMPETÊNCIAS
que se inicia com o efetivo exercício da posse;
„ no segundo grau de jurisdição, esse benefício se Supremo Tribunal Federal (STF)
dá com o efetivo exercício (quando o nome deste
Magistrado já está no quinto constitucional). O STF é o órgão máximo e a mais alta instância
do Judiciário brasileiro. É o guardião da Constituição
z Inamovibilidade: proibição de remoção do magis- Federal.
trado de um cargo para outro, salvo por motivo de
interesse público, mediante voto da maioria absoluta Art. 101 O Supremo Tribunal Federal compõe-se
do respectivo tribunal, assegurada a ampla defesa; de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com
z Irredutibilidade de subsídios: assegura que o mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de
magistrado não tenha diminuído o valor de seus sub- idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
sídios, salvo imposição constitucional. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal serão nomeados pelo Presidente da
Vale lembrar que tais garantias são asseguradas tam- República, depois de aprovada a escolha pela maio-
bém aos membros do Ministério Público e Conselheiros ria absoluta do Senado Federal.
e Ministros dos Tribunais de Contas. Além disso cabe res-
saltar que os magistrados também têm foro especial por Todas as competências do STF estão elencadas no
prerrogativa de função, sendo julgados, originalmente, art. 102, CF:
por tribunais indicados na Constituição Federal. Veja:
Art. 102 Compete ao Supremo Tribunal Fede-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição,
ÓRGÃO cabendo-lhe:
AUTORIDADE INFRAÇÃO
JULGADOR I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou
Juízes Esta- Comum/res- TJ ato normativo federal ou estadual e a ação declara-
duais e do DF ponsabilidade Inciso III, art. 96 tória de constitucionalidade de lei ou ato normati-
vo federal;
Juízes Fede- b) nas infrações penais comuns, o Presidente da
rais, bem como Comum/res- TRF República, o Vice-Presidente, os membros do Con-
Juízes da Jus- ponsabilidade “a”, inciso I, art. gresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procu-
tiça Militar e do 108 rador-Geral da República;
Trabalho c) nas infrações penais comuns e nos crimes de res-
ponsabilidade, os Ministros de Estado e os Coman-
Membros: STJ dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
Comum/res- ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
TJ, TRF, TER e “a”, inciso I, art.
ponsabilidade Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da
TRT 105
União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente;
Membros d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


dos Tribunais STF pessoas referidas nas alíneas anteriores; o man-
Comum/res- dado de segurança e o habeas data contra atos
Superiores: “c”, inciso I, art.
ponsabilidade do Presidente da República, das Mesas da Câmara
STJ, TST, TSE e 102
STM dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da Repúbli-
STF ca e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Ministros STF Comum “b”, inciso I, art. e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
102 internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal
ou o Território;
Responsabili- Senado Federal f) as causas e os conflitos entre a União e os Esta-
Ministros STF
dade Inciso II, art. 52 dos, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da admi-
nistração indireta;
O foro especial, por prerrogativa de função, não se
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
estende a magistrados aposentados9. Conforme Súmu-
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal
la nº 451, do STF, a competência especial por prerroga- Superior ou quando o coator ou o paciente for auto-
tiva de função não se estende ao crime cometido após ridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
a cessação definitiva do exercício funcional.

9 RE 549.560, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22.3.2012, DJe 30.5.2014.


10 AP 937 QO, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03.05.2018, DJe 11.12.2018. 375
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diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal A súmula vinculante visa impor a unidade de
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma juris- interpretação jurídica não só aos jurisdicionados, mas
dição em uma única instância; também aos próprios órgãos jurisdicionais de instân-
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus cias inferiores, dando segurança jurídica e solucio-
julgados; nando parte da sobrecarga do Judiciário com decisões
l) a reclamação para a preservação de sua compe- repetidas.
tência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua com-
Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá, de
petência originária, facultada a delegação de atri-
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
buições para a prática de atos processuais;
terços dos seus membros, após reiteradas decisões
n) a ação em que todos os membros da magistra- sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
tura sejam direta ou indiretamente interessados, e a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
aquela em que mais da metade dos membros do tri- efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
bunal de origem estejam impedidos ou sejam direta Poder Judiciário e à administração pública direta e
ou indiretamente interessados; indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
o) os conflitos de competência entre o Superior Tri- bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,
bunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tri- na forma estabelecida em lei.
bunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a inter-
tribunal; pretação e a eficácia de normas determinadas, acer-
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de ca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
inconstitucionalidade; judiciários ou entre esses e a administração pública
q) o mandado de injunção, quando a elaboração que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
da norma regulamentadora for atribuição do Pre- multiplicação de processos sobre questão idêntica.
sidente da República, do Congresso Nacional, da § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmu-
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribu- la poderá ser provocada por aqueles que podem
nal de Contas da União, de um dos Tribunais Supe- propor a ação direta de inconstitucionalidade
riores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contrariar a súmula aplicável ou que indevidamen-
contra o Conselho Nacional do Ministério Público; te a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribu-
II - julgar, em recurso ordinário: nal Federal que, julgando-a procedente, anulará o
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
habeas data e o mandado de injunção decididos em reclamada, e determinará que outra seja proferi-
única instância pelos Tribunais Superiores, se dene- da com ou sem a aplicação da súmula, conforme
gatória a decisão; o caso.
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição; O STJ é a corte jurisdicional responsável por uni-
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou formizar a interpretação da lei federal em todo o Bra-
lei federal; sil, sendo composta por 33 ministros.
c) julgar válida lei ou ato de governo local contesta-
do em face desta Constituição. Art. 104 O Superior Tribunal de Justiça compõe-se
d) julgar válida lei local contestada em face de lei de, no mínimo, trinta e três Ministros.
federal. Parágrafo único. Os Ministros do Superior
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Pre-
fundamental, decorrente desta Constituição, será sidente da República, dentre brasileiros com
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na for- mais de trinta e cinco e menos de setenta anos
ma da lei. de idade, de notável saber jurídico e reputa-
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas ção ilibada, depois de aprovada a escolha pela
pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
de constitucionalidade produzirão eficácia contra Federais e um terço dentre desembargadores dos
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice ela-
órgãos do Poder Judiciário e à administração públi- borada pelo próprio Tribunal;
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e
municipal. membros do Ministério Público Federal, Estadual,
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá do Distrito Federal e Territórios, alternadamente,
demonstrar a repercussão geral das questões cons- indicados na forma do art. 94.
titucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a
fim de que o Tribunal examine a admissão do recur- Segundo dados do próprio site do STJ (2020), é de
so, somente podendo recusá-lo pela manifestação sua responsabilidade a solução definitiva dos casos civis
de dois terços de seus membros. e criminais que não envolvam matéria constitucional
nem a justiça especializada. O principal tipo de processo
Com a Emenda Constitucional nº 45, de 2004, julgado pelo STJ é o recurso especial, que serve, funda-
alguns julgados e decisões do STF passaram a ter efei- mentalmente, para que o tribunal resolva interpretações
to vinculante. Desde então, o STF, de ofício ou por divergentes sobre um determinado dispositivo de lei.
provocação de qualquer de seus membros, e median- É ainda de responsabilidade do STJ resolver crimes
te decisão de 2/3, pode aprovar o efeito vinculante de de autoridades, magistrados e políticos, federalizar
376 reiteradas decisões sobre determinada matéria. processos de grande violação de direitos humanos,
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julgar habeas corpus, habeas data ou mandado de limites territoriais da respectiva jurisdição, servin-
segurança, contra ato ilegal de governadores, desem- do-se de equipamentos públicos e comunitários.
bargadores ou conselheiros de tribunais de contas e § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão fun-
outras autoridades, bem como habeas corpus e man- cionar descentralizadamente, constituindo Câma-
dados de segurança negados em segunda instância ras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso
pelos Tribunais de Justiça ou Federais. do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
É também responsável pela administração da Jus- processo.
tiça Federal e por solucionar conflitos de competên- Art. 108 Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
cia entre tribunais. Todas as suas competências estão
a) os juízes federais da área de sua jurisdição,
expressas no art. 105, CF.
incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Tra-
balho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e
Dos Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais os membros do Ministério Público da União, ressal-
vada a competência da Justiça Eleitoral;
Os Tribunais Regionais Federais (TRFs) represen- b) as revisões criminais e as ações rescisórias de
tam a segunda instância, e os juízes federais, a primei- julgados seus ou dos juízes federais da região;
ra, de nossa Justiça federal. Atualmente, existem cinco c) os mandados de segurança e os habeas data con-
TRFs, divididos em diferentes regiões do país: tra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora
z TRF1: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Ama- for juiz federal;
pá, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, e) os conflitos de competência entre juízes federais
Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal; vinculados ao Tribunal;
z TRF2: Rio de Janeiro e Espírito Santo; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas
z TRF3: São Paulo e Mato Grosso do Sul; pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
z TRF4: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; exercício da competência federal da área de sua
z TRF5: Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Per- jurisdição.
nambuco, Alagoas e Sergipe. Art. 109 Aos juízes federais compete processar e
julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica
A Emenda Constitucional nº 73, de 2013, criou
ou empresa pública federal forem interessadas na
outros quatro TRFs (6ª a 9ª Região), que deveriam ser
condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-
instalados em Curitiba (TRF da 6ª Região), em Belo
tes, exceto as de falência, as de acidentes de traba-
Horizonte (TRF da 7ª Região), em Salvador (TRF da 8ª
lho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Região) e em Manaus (TRF da 9ª Região). Entretanto, Trabalho;
o ministro do STF Luiz Fux bloqueou a EC por incons- II - as causas entre Estado estrangeiro ou organis-
titucionalidade. O projeto de ampliação dos Tribunais mo internacional e Município ou pessoa domicilia-
Federais teve então, proposta de retomada em 2019 da ou residente no País;
com a anunciada construção do TRF6, em Belo Hori- III - as causas fundadas em tratado ou contrato
zonte, para atender aos processos do TRF1 originários da União com Estado estrangeiro ou organismo
de Minas Gerais. internacional;
Em resumo, pode-se dizer que a Justiça Federal é IV - os crimes políticos e as infrações penais prati-
a competente para processar e julgar as causas cíveis cadas em detrimento de bens, serviços ou interes-
em que a União, suas entidades autárquicas e empre- se da União ou de suas entidades autárquicas ou
sas públicas federais figurem como partes ou interes- empresas públicas, excluídas as contravenções e
sadas, polo passivo ou ativo, além de outras questões ressalvada a competência da Justiça Militar e da
de interesse relevante da União, previstas na Consti- Justiça Eleitoral;
tuição Federal. V - os crimes previstos em tratado ou convenção
internacional, quando, iniciada a execução no
Art. 106 São órgãos da Justiça Federal: País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
I - os Tribunais Regionais Federais; estrangeiro, ou reciprocamente;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


II - os Juízes Federais. V-A as causas relativas a direitos humanos a que se
Art. 107 Os Tribunais Regionais Federais com- refere o § 5º deste artigo;
põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, VI - os crimes contra a organização do trabalho e,
quando possível, na respectiva região e nomeados nos casos determinados por lei, contra o sistema
pelo Presidente da República dentre brasileiros com financeiro e a ordem econômico-financeira;
mais de trinta e menos de setenta anos de idade, VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua
sendo: competência ou quando o constrangimento provier
I - um quinto dentre advogados com mais de dez de autoridade cujos atos não estejam diretamente
anos de efetiva atividade profissional e membros do sujeitos a outra jurisdição;
Ministério Público Federal com mais de dez anos de VIII - os mandados de segurança e os habeas data
carreira; contra ato de autoridade federal, excetuados os
II - os demais, mediante promoção de juízes fede- casos de competência dos tribunais federais;
rais com mais de cinco anos de exercício, por anti- IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aero-
guidade e merecimento, alternadamente. naves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de X - os crimes de ingresso ou permanência irregu-
juízes dos Tribunais Regionais Federais e determi- lar de estrangeiro, a execução de carta rogatória,
nará sua jurisdição e sede. após o “exequatur”, e de sentença estrangeira, após
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a a homologação, as causas referentes à nacionalida-
justiça itinerante, com a realização de audiências de, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
e demais funções da atividade jurisdicional, nos XI - a disputa sobre direitos indígenas. 377
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º As causas em que a União for autora serão II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
outra parte. administrativa, orçamentária, financeira e patri-
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão monial da Justiça do Trabalho de primeiro e segun-
ser aforadas na seção judiciária em que for domici- do graus, como
liado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja processar e julgar, originariamente, a reclamação
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. para a preservação de sua competência e garantia
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de compe- da autoridade de suas decisões
tência da Justiça Federal em que forem parte insti- Art. 112 A lei criará varas da Justiça do Traba-
tuição de previdência social e segurado possam ser lho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
processadas e julgadas na justiça estadual quando sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com
a comarca do domicílio do segurado não for sede de recurso para o respectivo Tribunal Regional do
vara federal (Redação dada pela Emenda Constitu- Trabalho.
cional nº 103, de 2019). Art. 113 A lei disporá sobre a constituição, inves-
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso tidura, jurisdição, competência, garantias e condi-
cabível será sempre para o Tribunal Regional Fede- ções de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
ral na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos Nos termos do art. 114, da Constituição Federal,
humanos, o Procurador-Geral da República, com compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
a finalidade de assegurar o cumprimento de obri-
gações decorrentes de tratados internacionais de Art. 114 […]
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, I - as ações oriundas da relação de trabalho, abran-
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de gidos os entes de direito público externo e da admi-
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, nistração pública direta e indireta da União, dos
incidente de deslocamento de competência para a Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Justiça Federal. II - as ações que envolvam exercício do direito de
Art. 110 Cada Estado, bem como o Distrito Federal, greve;
constituirá uma seção judiciária que terá por sede III - as ações sobre representação sindical, entre
a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
estabelecido em lei. sindicatos e empregadores;
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a juris- IV - os mandados de segurança, habeas corpus e
dição e as atribuições cometidas aos juízes federais habeas data , quando o ato questionado envolver
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. matéria sujeita à sua jurisdição;
V - os conflitos de competência entre órgãos com
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais 102, I, o;
Regionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho VI - as ações de indenização por dano moral ou
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
Nos termos do art. 111, CF, são órgãos da Justiça VII - as ações relativas às penalidades administra-
do Trabalho o Tribunal Superior do Trabalho (TST); tivas impostas aos empregadores pelos órgãos de
os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e os Juízes fiscalização das relações de trabalho;
do Trabalho, que são os titulares responsáveis pelas VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais
Varas do Trabalho. O juiz do trabalho é um juiz fede- previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
ral e, portanto, não é um juiz de direito. As Varas do legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Trabalho não seguem exatamente a divisão territorial IX - outras controvérsias decorrentes da relação de
e podem abranger mais de uma comarca. trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes
poderão eleger árbitros.
Art. 111-A O Tribunal Superior do Trabalho com-
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negocia-
põe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
ção coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo
setenta anos de idade, de notável saber jurídico e de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da balho decidir o conflito, respeitadas as disposições
República após aprovação pela maioria absoluta mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como
do Senado Federal, sendo: as convencionadas anteriormente.
I - um quinto dentre advogados com mais de dez § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
anos de efetiva atividade profissional e membros possibilidade de lesão do interesse público, o Minis-
do Ministério Público do Trabalho com mais de dez tério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
anos de efetivo exercício, observado o disposto no coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir
art. 94; o conflito.
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais Art. 115 Os Tribunais Regionais do Trabalho com-
do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
indicados pelo próprio Tribunal Superior. quando possível, na respectiva região e nomeados
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal pelo Presidente da República dentre brasileiros com
Superior do Trabalho. mais de trinta e menos de setenta anos de idade,
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do sendo:
Trabalho: I - um quinto dentre advogados com mais de dez
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoa- anos de efetiva atividade profissional e membros
mento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
dentre outras funções, regulamentar os cursos ofi- anos de efetivo exercício, observado o disposto no
378 ciais para o ingresso e promoção na carreira; art. 94;
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - os demais, mediante promoção de juízes e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sen-
do trabalho por antigüidade e merecimento, do os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
alternadamente. pelo mesmo processo, em número igual para cada
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão categoria.
a justiça itinerante, com a realização de audiências § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal
e demais funções de atividade jurisdicional, nos Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
limites territoriais da respectiva jurisdição, servin- Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou
do-se de equipamentos públicos e comunitários. mandado de segurança.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleito-
funcionar descentralizadamente, constituindo rais somente caberá recurso quando:
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces- I - forem proferidas contra disposição expressa des-
so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do ta Constituição ou de lei;
processo. II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre
dois ou mais tribunais eleitorais;
É importante mencionar que a EC nº 24, de 1999, III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamento e os diplomas nas eleições federais ou estaduais;
juízes classistas, que eram representantes dos traba- IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
lhadores e dos empregadores. mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem habeas corpus, mandado de segu-
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais rança, habeas data ou mandado de injunção.

Art. 118 São órgãos da Justiça Eleitoral: O presidente e o vice-presidente do TSE serão elei-
I - o Tribunal Superior Eleitoral; tos entre os ministros que vêm do STF. Por sua vez, o
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; corregedor eleitoral será um dos ministros que vêm
III - os Juízes Eleitorais; do STJ. No TSE não se fala em idade mínima ou máxi-
IV - as Juntas Eleitorais. ma de seus ministros.
Art. 119 O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, A organização e a competência dos tribunais, juí-
no mínimo, de sete membros, escolhidos: zes e juntas eleitorais devem se dar por meio de lei
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
complementar (LC).
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tri-
Em regra, as decisões do TSE são irrecorríveis,
bunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tri- salvo as que contrariarem a Constituição Federal e
bunal de Justiça; as denegatórias de mandado de segurança ou habeas
II - por nomeação do Presidente da República, dois corpus. O prazo para interposição de recurso extraor-
juízes dentre seis advogados de notável saber jurí- dinário contra decisão do TSE é de três dias (Súmula
dico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo nº 728, STF).
Tribunal Federal. Nos TREs, mesmo diante de alegada violação à
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral ele- Constituição, não caberá recurso extraordinário dire-
gerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os tamente para o STF, mas, primeiramente, ao TSE —
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Cor- uma exceção no Judiciário, dada a especialidade da
regedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior matéria eleitoral.
Tribunal de Justiça.
Art. 120 Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na
Dos Tribunais e Juízes Militares
Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
Art. 122 São órgãos da Justiça Militar:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
I - o Superior Tribunal Militar;
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tri-
bunal de Justiça; II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos lei.
pelo Tribunal de Justiça; Art. 123 O Superior Tribunal Militar compor-se-á
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presi-

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, dente da República, depois de aprovada a indicação
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-ge-
qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal nerais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais
respectivo; do Exército, três dentre oficiais-generais da Aero-
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de náutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
dois juízes dentre seis advogados de notável saber carreira, e cinco dentre civis.
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribu- Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhi-
nal de Justiça. dos pelo Presidente da República dentre brasileiros
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos
seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os de idade, sendo:
desembargadores. I - três dentre advogados de notório saber jurídico
Art. 121 Lei complementar disporá sobre a orga- e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
nização e competência dos tribunais, dos juízes de atividade profissional;
direito e das juntas eleitorais. II - dois, por escolha paritária, dentre juízes audi-
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e tores e membros do Ministério Público da Justiça
os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de Militar.
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de Art. 124 À Justiça Militar compete processar e jul-
plenas garantias e serão inamovíveis. gar os crimes militares definidos em lei.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo moti- Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização,
vo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. 379
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Diferentemente de outros ramos do Judiciário, a § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
Justiça Militar não conta, necessariamente, com três julgar os militares dos Estados, nos crimes milita-
instâncias. Isso porque os Tribunais Militares só exis- res definidos em lei e as ações judiciais contra atos
tem em tempos de guerra, e, na prática, o STM fun- disciplinares militares, ressalvada a competência
ciona como uma segunda instância da Justiça Militar. do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribu-
A Constituição não especifica as competências da nal competente decidir sobre a perda do posto e da
Justiça Militar. Em suma, a Justiça Militar da União é patente dos oficiais e da graduação das praças
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
responsável por julgar os casos que envolvam milita-
processar e julgar, singularmente, os crimes mili-
res das Forças Armadas — Exército, Marinha e Aero-
tares cometidos contra civis e as ações judiciais
náutica —, enquanto a Justiça Militar dos estados e do contra atos disciplinares militares, cabendo ao Con-
DF julga os integrantes das forças auxiliares do Exér- selho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito,
cito, que correspondem à Polícia Militar e ao Corpo processar e julgar os demais crimes militares.
de Bombeiros. Assim, PMs e bombeiros militares, nos § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descen-
casos de crimes militares, serão julgados pelas Varas tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
de Auditoria Militar ou Conselhos de Justiça Militar. fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
Em caso de recurso, este deverá ser para o Tribunal justiça em todas as fases do processo.
de Justiça Militar e, após, ao STJ ou STF. § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça iti-
Em se tratando de crime doloso contra a vida pra- nerante, com a realização de audiências e demais
ticado por militar das Forças Armadas contra civis, funções da atividade jurisdicional, nos limites ter-
aquele será julgado pela Justiça Militar. Já os milita- ritoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
res dos estados serão julgados pelo Tribunal do Júri. É equipamentos públicos e comunitários
importante frisar que apenas crimes dolosos contra Art. 126 Para dirimir conflitos fundiários, o Tribu-
a vida praticados por militar vão a júri. Em se tratan- nal de Justiça proporá a criação de varas especia-
do de homicídio culposo, a competência será sempre lizadas, com competência exclusiva para questões
agrárias
da Justiça Militar estadual. Homicídio de militar por
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
outro militar também será de competência da Justiça
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no
Militar, e não do Tribunal do Júri.
local do litígio.

Dos Tribunais e Juízes dos Estados CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ):


COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS
Os Tribunais de Justiça compreendem a segunda
instância do Judiciário brasileiro, e os juízes estaduais Segundo conceitua o próprio site do CNJ (2020), o
ou juízes de direito correspondem à primeira instân- Conselho Nacional de Justiça é uma instituição pública
cia da Justiça Comum. Cada estado tem seu tribunal. que visa aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário
Ademais, os Tribunais de Justiça são também res- brasileiro, principalmente no que diz respeito ao con-
ponsáveis pelos Juizados Especiais Cíveis e Criminais trole e à transparência administrativa e processual.
e suas Turmas Recursais, regidos pela Lei nº 9.099, de Desenvolve políticas judiciárias que promovem a efe-
1995, e os Centros Judiciários de Solução de Conflitos tividade e a unidade do Poder Judiciário, orientadas
e Cidadania (CEJUSCs). Em sede de primeira instância, para os valores de justiça e paz social, impulsionando
os juízes de direito são os responsáveis pelas diversas cada vez mais a efetividade da Justiça brasileira.
varas, espalhadas nas comarcas. Cada tribunal será Criado com a Emenda Constitucional nº 45, o Con-
responsável por sua organização estrutural. selho Nacional de Justiça é composto por 15 mem-
bros com mandato de dois anos, sendo admitida uma
Dica recondução, nos termos do art. 103-B, CF, sendo:
A competência da Justiça Comum estadual é
Art. 103-B […]
residual, ou seja, abrangerá apenas o que não I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
for cargo da Justiça Especializada — Trabalhista, II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça,
Eleitoral e Militar —, dos Tribunais Superiores ou indicado pelo respectivo tribunal;
da Justiça Federal. III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,
indicado pelo respectivo tribunal;
Art. 125 Os Estados organizarão sua Justiça, IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indi-
observados os princípios estabelecidos nesta cado pelo Supremo Tribunal Federal;
Constituição. V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribu-
§ 1º A competência dos tribunais será definida na nal Federal;
Constituição do Estado, sendo a lei de organização VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. pelo Superior Tribunal de Justiça;
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribu-
de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos nal de Justiça;
estaduais ou municipais em face da Constituição VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
agir a um único órgão. IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta Superior do Trabalho;
do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, X - um membro do Ministério Público da União,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi- indicado pelo Procurador-Geral da República;
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, XI - um membro do Ministério Público estadual,
pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de escolhido pelo Procurador-Geral da República den-
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar tre os nomes indicados pelo órgão competente de
380 seja superior a vinte mil integrantes cada instituição estadual;
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XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Fede- Como defensor da ordem jurídica, o Ministério
ral da Ordem dos Advogados do Brasil; Público é o fiscal da lei, ou seja, trabalha para que
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e ela seja fielmente cumprida. Para tanto, possui
reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos autonomia funcional, administrativa e financei-
Deputados e outro pelo Senado Federal. ra, não fazendo parte nem estando subordinado
aos Poderes Executivo, legislativo ou Judiciário.
É sempre presidido pelo presidente do STF, e seus (MPMG, [s.d.])
conselheiros devem:
Assim, constitucionalmente, o Ministério Públi-
z elaborar projetos, propostas ou estudos sobre co abrange duas grandes instituições, sem que haja
matérias de competência do CNJ e apresentá- qualquer relação de hierarquia e subordinação entre
-los nas sessões plenárias ou reuniões de comis- elas: o Ministério Público da União, que compreen-
sões, observada a pauta fixada pelos respectivos de o Ministério Público Federal, o Ministério Público
presidentes; do Trabalho, o Ministério Público Militar, o Ministério
z requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciá- Público do Distrito Federal e territórios; e o Ministé-
rio, do CNJ e de outras autoridades competentes as rio Público dos Estados (Moraes, 2018).
informações e os meios que considerem úteis para Os membros do Ministério Público Federal são os
o exercício de suas funções; procuradores da República, e os do Ministério Público
z propor à presidência a constituição de grupos de dos estados e do Distrito Federal são os promotores e
trabalho ou Comissões necessários à elaboração de procuradores de justiça.
estudos, propostas e projetos a serem apresenta- São princípios institucionais do Ministério Público:
dos ao Plenário do CNJ;
z propor a convocação de técnicos, especialistas, „ a unidade;
representantes de entidades ou autoridades para „ a indivisibilidade;
prestar os esclarecimentos que o CNJ entenda „ a independência funcional;
convenientes; „ o princípio do promotor natural.
z pedir vista dos autos de processos em julgamento;
z participar das sessões plenárias para as quais
Ao Ministério Público compete a função de custos
forem regularmente convocados;
legis (fiscal da lei), a defesa do patrimônio público e
z despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou
os direitos constitucionais do cidadão, além de ele ter
expedientes que lhes forem dirigidos;
poder investigativo, dentre tantas outras funções de
z desempenhar as funções de relator nos processos
grande relevância elencadas no art. 129, CF, e na Lei
que lhes forem distribuídos (CNJ, 2020).
Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625,
de 1993).

Art. 129 São funções institucionais do Ministério


FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública,
MINISTÉRIO PÚBLICO na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos
Para a efetiva prestação jurisdicional, não basta e dos serviços de relevância pública aos direitos
que existam os juízes e tribunais. O acesso à justiça assegurados nesta Constituição, promovendo as
só é possível graças a algumas funções essenciais: o medidas necessárias a sua garantia;
Ministério Público, a advocacia pública, a advocacia e III - promover o inquérito civil e a ação civil públi-
a defensoria pública. ca, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos;
z Ministério Público (Arts. 127 a 130, CF)
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
representação para fins de intervenção da União e
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
O Ministério Público é instituição permanente,
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
V - defender judicialmente os direitos e interesses
bindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
das populações indígenas;
democrático e dos interesses sociais e individuais
VI - expedir notificações nos procedimentos admi-
indisponíveis. (Moraes, 2018, p. 791)
nistrativos de sua competência, requisitando infor-
mações e documentos para instruí-los, na forma da
Estruturalmente, dada sua natureza jurídica,
lei complementar respectiva;
existem divergências quanto ao pertencimento ou VII - exercer o controle externo da atividade poli-
enquadramento do Ministério Público nos Poderes da cial, na forma da lei complementar mencionada no
República. Muito embora alguns estudiosos acreditem artigo anterior;
que o MP faça parte do Executivo e não do Judiciário, VIII - requisitar diligências investigatórias e a
é corrente majoritária que o parquet esteja fora da instauração de inquérito policial, indicados os
estrutura dos demais poderes da República, por conta fundamentos jurídicos de suas manifestações
da sua função de custos legis ou fiscal da lei, consa- processuais;
grando-se sua total autonomia e independência para IX - exercer outras funções que lhe forem conferi-
o cumprimento de suas funções — sempre em defesa das, desde que compatíveis com sua finalidade,
dos direitos, garantias e prerrogativas da sociedade. sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
Isso porque é a própria Constituição Federal que pre- sultoria jurídica de entidades públicas.
vê expressamente a sua autonomia e independência § 1º A legitimação do Ministério Público para as
funcional, nos termos dos §§ 1º e 2º, do art. 127, CF. ações civis previstas neste artigo não impede a de 381
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terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o dispos- Também não se pode confundir procuradores do
to nesta Constituição e na lei. Estado com procuradores de Justiça ou procurado-
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser res da República, que não são advogados, mas, sim,
exercidas por integrantes da carreira, que deverão membros dos Ministérios Públicos estadual e federal.
residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. z Advocacia
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público
far-se-á mediante concurso público de provas e
Art. 133 O advogado é indispensável à adminis-
títulos, assegurada a participação da Ordem dos
tração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-
manifestações no exercício da profissão, nos limites
-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
da lei.
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,
a ordem de classificação.
Logo, sem advogados não há justiça. A finalida-
de primordial da advocacia é a orientação jurídica e
ADVOCACIA PÚBLICA
a defesa do cidadão em todos os graus. Para atuar, o
bacharel em direito deve estar regularmente inscrito
A advocacia pública é a instituição que representa
e ativo nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil
a União, judicial e extrajudicialmente, que, assim como
(OAB), entidade sui generis, que presta serviço público
todo ente jurídico, tem seus problemas e interesses, que
independente e relevante ao direito brasileiro.
precisam ser defendidos perante o poder público. Assim,
A presença do advogado pode ser dispensada, embo-
é a Advocacia-Geral da União, chefiada por um advoga-
ra isso seja desaconselhado, como se observa, nos juiza-
do-geral da União de livre nomeação pelo presidente da
dos especiais, para a impetração do habeas corpus, na
República dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notá-
Justiça do Trabalho, para a propositura de ações revisio-
vel saber jurídico e reputação ilibada, e integrada por
nais, nas hipóteses da Súmula Vinculante nº 5.
muitos advogados que atuam vinculados e subordinados
O advogado se submete ao Estatuto da Advocacia,
à defesa dos interesses da nação.
ao Código de Ética e ao Regimento da OAB e goza de
imunidade no exercício de sua profissão. Entretan-
Art. 131 A Advocacia-Geral da União é a institui-
to, tal inviolabilidade por seus atos e manifestações
ção que, diretamente ou através de órgão vinculado,
no exercício da profissão não é absoluta, devendo se
representa a União, judicial e extrajudicialmente,
cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dis- sujeitar aos limites legais e morais.
puser sobre sua organização e funcionamento, as ati-
vidades de consultoria e assessoramento jurídico do DEFENSORIA PÚBLICA
Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Função essencial individualizada da advocacia
Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014, a Defen-
Presidente da República dentre cidadãos maiores de soria Pública é instituição permanente do Estado, que
trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu- também tem como finalidade primordial a orienta-
tação ilibada. ção jurídica e a defesa do cidadão em todos os graus,
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da caracterizando-se por garantir o acesso à justiça aos
instituição de que trata este artigo far-se-á mediante mais necessitados.
concurso público de provas e títulos. Possui autonomia funcional e administrativa,
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tribu- competindo-lhe a promoção dos direitos humanos, a
tária, a representação da União cabe à Procuradoria-
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em
direitos individuais e coletivos e a orientação jurídi-
lei.
ca dos cidadãos que não possuem recursos financei-
ros suficientes para a contratação de um advogado
Também os estados-membros e o Distrito Federal têm
particular.
seus advogados, chamados de procuradores do Estado.
A independência funcional no desempenho de
suas atribuições, a inamovibilidade, a irredutibili-
Art. 132 Os Procuradores dos Estados e do Dis-
dade de vencimentos e a estabilidade são também
trito Federal, organizados em carreira, na qual o
garantias dos defensores públicos. São princípios ins-
ingresso dependerá de concurso público de provas
e títulos, com a participação da Ordem dos Advo- titucionais da Defensoria Pública:
gados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das „ a unidade;
respectivas unidades federadas. „ a indivisibilidade;
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste „ a independência funcional.
artigo é assegurada estabilidade após três anos de
efetivo exercício, mediante avaliação de desempe- O ingresso na carreira de defensor também deve
nho perante os órgãos próprios, após relatório cir- dar-se por concurso público.
cunstanciado das corregedorias. Diante da omissão constitucional sobre a neces-
sidade de o defensor público continuar inscrito nos
Não confunda advocacia pública com advoca- quadros da OAB, dada a similitude das atividades da
cia gratuita ou assistência judiciária. A assessoria Defensoria Pública com a advocacia, discute-se nos
jurídica prestada gratuitamente ao cidadão dá-se tribunais superiores a obrigatoriedade da inscrição
pela Defensoria Pública ou por órgãos de assistência na OAB para os defensores públicos.
judiciária, normalmente municipais, que contratam
profissionais para tal fim, ou ainda por nomeação de Art. 134 A Defensoria Pública é instituição perma-
382 advogados dativos feita pelos tribunais. nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do a) seguro-desemprego, em caso de desemprego involun-
regime democrático, fundamentalmente, a orien- tário; fundo de garantia por tempo de serviço; remu-
tação jurídica, a promoção dos direitos humanos neração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudi- em cinquenta por cento à do normal.
cial, dos direitos individuais e coletivos, de forma b) seguro-desemprego, em caso de desemprego, seja
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do voluntário ou involuntário; fundo de garantia por tem-
inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. po de serviço; remuneração do serviço extraordinário
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria superior, no mínimo, em cem por cento à do normal.
Pública da União e do Distrito Federal e dos Territó-
c) seguro-desemprego, em caso de desemprego, seja
rios e prescreverá normas gerais para sua organi-
voluntário ou involuntário; aviso prévio proporcional ao
zação nos Estados, em cargos de carreira, providos,
tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
na classe inicial, mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a seus integrantes a termos da lei; remuneração do serviço extraordinário
garantia da inamovibilidade e vedado o exercício superior, no mínimo, em cem por cento à do normal.
da advocacia fora das atribuições institucionais. d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asse- máximo de trinta dias, nos termos da lei; fundo de garantia
guradas autonomia funcional e administrativa e a por tempo de serviço; remuneração do serviço extraordi-
iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos nário superior, no mínimo, em cem por cento à do normal.
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen- e) seguro-desemprego, em caso de desemprego volun-
tárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. tário; remuneração do serviço extraordinário superior,
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias no máximo, em cinquenta por cento à do normal; avi-
Públicas da União e do Distrito Federal. so prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria máximo de trinta dias, nos termos da lei.
Pública a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
dência funcional, aplicando-se também, no que cou- 4. (FCC — 2022) Victor e Angela, chilenos, vieram ao Bra-
ber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 sil passar férias e se apaixonaram pelo país, decidin-
desta Constituição Federal. do, então, fixar residência aqui, onde nasceu o primeiro
filho do casal, Juan. Joana, brasileira nata, viajou grá-
vida para a Itália para visitar uma parte da família que
morava lá e, poucos dias após ter chegado, prematu-
HORA DE PRATICAR! ramente deu à luz Maria Clara. Adalberto, brasileiro, foi
morar no Canadá a serviço do Brasil, juntamente com
1. (VUNESP — 2022) Constitui objetivo fundamental da sua esposa, Marilene, onde nasceu o filho caçula do
República Federativa do Brasil, segundo a Constitui- casal, Anthony. Em conformidade com a Constituição
ção Federal de 1988, dentre outros: Federal, são brasileiros natos:

a) solução pacífica dos conflitos. a) apenas Anthony e Maria Clara, desde que ela seja regis-
b) independência nacional. trada em repartição brasileira competente ou venha a
c) a dignidade da pessoa humana. residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas b) apenas Maria Clara, desde que seja registrada em
de discriminação. repartição brasileira competente ou venha a residir no
e) repúdio ao terrorismo e ao racismo. Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
2. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Relativamente aos direi- c) apenas Juan.
tos e deveres individuais e coletivos, assinale a opção d) apenas Anthony.
correta. e) Juan; Anthony; e Maria Clara, desde que ela seja regis-
trada em repartição brasileira competente ou venha a
a) Pessoas jurídicas de direito público são obrigadas a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de
respeitar os direitos fundamentais, de modo que não atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
podem ser titulares deles.
b) Prevalece o entendimento de que as pessoas jurídicas 5. (FCC — 2022) A Constituição Federal prevê que são
podem ser titulares de direitos fundamentais, mesmo privativos de brasileiros natos os cargos
na falta de atribuição expressa na CF, desde que esses
direitos sejam compatíveis com a condição dos referi- a) de Governador.
dos entes. b) da mesa diretora da Câmara dos Deputados.
c) Direitos fundamentais somente podem sofrer as limita- c) de Ministro de Estado.
ções expressamente previstas no texto constitucional. d) de carreira diplomática.
d) Como desdobramento do direito fundamental à priva- e) de Ministro dos Tribunais Superiores.
cidade, o sigilo de dados fiscais e bancários somente
pode ser afastado por ordem judicial. 6. (FGV — 2023) Ana, nascida no território brasileiro, filha de
e) Locais não destinados à residência de pessoas não pais franceses que se encontravam no Brasil por traba-
são abrangidos pela proteção constitucional da invio- lharem em uma sociedade empresária privada francesa,
labilidade de domicílio. foi levada para a Europa logo após o nascimento.
Ana, após atingir a maioridade, decidiu livremente,
3. (FCC — 2023) Ana é trabalhadora rural. Em conformi- considerando os laços afetivos que criara, se tornar
dade com a Constituição Federal, além de outros que nacional de determinado país da América Central. Ao
visem à melhoria de sua condição social, são direitos ser acusada da prática de crime neste último país,
de Ana decidiu fugir para o Brasil. 383
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
À luz dessa narrativa, é correto afirmar que, caso seja b) inelegível, mas a inelegibilidade seria afastada apenas
solicitada a extradição de Ana, ela se ocorresse a ruptura do vínculo conjugal com Maria
no curso do mandato, qualquer que fosse a causa;
a) deve ser negada, considerando que Ana é brasileira nata. c) elegível, já que Maria exercia as funções afetas ao
b) pode ser admitida, já que Ana jamais teve a nacionali- mandato eletivo no plano estadual, enquanto João
dade brasileira. pretendia concorrer a cargo eletivo no plano federal;
c) somente pode ser admitida caso Ana não tenha opta- d) elegível, já que Maria tinha um mandato eletivo no
do pela nacionalidade brasileira após residir no territó- âmbito do Poder Executivo, enquanto João pretendia
rio nacional. concorrer a cargo do Poder Legislativo;
d) pode ser admitida, porque tanto o brasileiro nato e) inelegível, mas a inelegibilidade seria afastada apenas
como o naturalizado pode ser extraditado, desde que se Maria renunciasse até seis meses antes do término
o crime que lhe foi atribuído seja o de tráfico ilícito de do seu mandato.
entorpecentes.
e) pode ser admitida, considerando que Ana perdeu a 10. (FCC — 2022) A Constituição Federal veda a cassação
nacionalidade brasileira, o que deve ser declarado pela de direitos políticos, porém admite sua perda ou sus-
autoridade competente. pensão em determinados casos, dentre os quais,

7. (VUNESP — 2022) Rômulo se tornou brasileiro natura- a) improbidade administrativa e cancelamento da natu-
lizado no ano de 2012 e cometeu crime de estupro no ralização, por decisão administrativa definitiva.
ano de 2013 quando residia na Itália. E Remo é cidadão b) condenação criminal transitada em julgado, enquanto
chileno, residente no Brasil, mas que havia sido conde- durarem seus efeitos, e cancelamento da naturaliza-
nado no ano de 2015 em seu país por crime político. No ção, por sentença judicial transitada em julgado.
ano de 2021, a Itália e o Chile apresentaram ao Estado c) incapacidade civil absoluta e recusa de cumprir obri-
brasileiro, pelas vias adequadas, os respectivos pedi- gação legal a todos imposta, por motivo de convicção
dos de extradição de Rômulo e Remo. Considerando o científica ou política.
disposto na Constituição Federal sobre a extradição, é d) cancelamento da naturalização, por sentença judicial
correto afirmar, nessa situação hipotética, que transitada em julgado, e incapacidade civil relativa,
enquanto durarem os seus efeitos.
a) ambos poderão ser extraditados. e) cancelamento da naturalização, por decisão adminis-
b) nenhum deles poderá ser extraditado. trativa definitiva, e recusa de cumprir obrigação legal
c) Rômulo não poderá ser extraditado, mas Remo, sim. a todos imposta, por motivo de convicção religiosa ou
d) Rômulo poderá ser extraditado, mas Remo, não. filosófica.
e) Rômulo não poderá ser extraditado, mas Remo, sim,
se a decisão condenatória for homologada no Brasil. 11. (FGV — 2022) O Partido Político Alfa, pela primeira vez
em sua história, teve filiados eleitos para cargos eleti-
8. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca de democracia, vos do Congresso Nacional.
representação e participação social no Brasil, assinale
a opção correta. Para que esse partido faça jus aos recursos do fundo
partidário, preenchidos os demais requisitos exigidos,
a) No Brasil, o exercício da democracia efetiva-se unica- é necessário que, nas eleições para:
mente por meio do voto nas eleições.
b) Plebiscito é a convocação do povo para ratificar ou a) o Senado Federal, tenha elegido pelo menos três
rejeitar ato legislativo ou administrativo previamente senadores;
aprovado pelo Poder Legislativo. b) a Câmara dos Deputados, tenha elegido pelo menos
c) No caso de alteração territorial relativa à divisão de quinze deputados federais;
estado para originar novos estados, o respectivo pro- c) o Congresso Nacional, considerado em sua inteireza,
jeto de lei proposto no Congresso Nacional deverá ser, tenha elegido pelo menos quinze parlamentares;
depois de aprovado, submetido a referendo da popula- d) a Câmara dos Deputados e para o Senado Federal,
ção interessada. tenha elegido pelos menos três parlamentares em
d) A iniciativa popular é uma forma de democracia cada Casa;
indireta. e) a Câmara dos Deputados e para o Senado Federal,
e) No Brasil, é possível a participação da população em tenha elegido pelos menos cinco parlamentares em
decisões relativas a formulação, deliberação, moni- cada Casa.
toramento, avaliação e financiamento de políticas
públicas. 12. (FGV — 2023) O Estado Alfa, a partir de uma união de
esforços dos setores público e privado, logrou êxito
9. (FGV — 2022) João pretendia iniciar sua carreira políti- em instalar um grande polo industrial em seu território.
ca como deputado federal pelo Estado Alfa, mas tinha A medida era particularmente necessária em razão do
dúvida sobre a possível incidência de alguma causa elevado nível de desemprego, sensivelmente superior
de inelegibilidade por ser marido de Maria, atual gover- àquele verificado nos demais Estados da federação.
nadora desse Estado. Ocorre que, mesmo após o início da plena operação
das indústrias que ali se instalaram, o nível de desem-
Após consultar um advogado, foi informado a João prego não foi reduzido, já que os postos de trabalho
que ele estava: estavam sendo preenchidos com pessoas oriundas de
outras regiões do país, que migraram para esse local.
a) inelegível, mas a inelegibilidade seria afastada se Maria Para obstar a sedimentação desse quadro, o Estado
falecesse ou renunciasse até seis meses antes da elei- Alfa aprovou a Lei nº X, segundo a qual as indústrias
384 ção, mas não se ocorresse o divórcio entre João e Maria; situadas no referido polo somente poderiam contratar
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trabalhadores brasileiros que fossem naturais de c) independentemente de qualquer especificidade, sem-
outros Estados caso nenhum trabalhador natural de pre pertencem ao Município.
Alfa se apresentasse por ocasião da divulgação da d) pertencem ao Estado, excluídas apenas aquelas que,
vaga existente. por imperativo constitucional e legal, pertencem à
União.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar, e) pertencem ao Município, excluídas apenas aquelas
sob a perspectiva do conteúdo veiculado, que a Lei nº que, por imperativo constitucional e legal, pertencem
X é: à União ou ao Estado.

a) constitucional, pois é dever do Estado Alfa conferir 15. (CEBRASPE-CESPE — 2023) No que se refere aos
posições preferentes àqueles que sejam naturais do municípios, assinale a opção correta.
seu território;
b) inconstitucional, pois é vedado ao Estado Alfa conferir a) É permitido aos municípios aprovar lei que atribua
posição preferente aos brasileiros nascidos em seu uma de suas secretarias a representante de denomi-
território; nação religiosa com predominância local.
c) constitucional, pois o Estado Alfa tem a faculdade de b) Embora a CF preveja a competência do tribunal de
conferir posições preferentes àqueles que sejam natu- justiça estadual para julgar crimes de prefeitos muni-
rais do seu território; cipais, o julgamento de crime de competência federal
d) inconstitucional, salvo se a medida for proporcional, praticado por agente com foro por prerrogativa de fun-
considerando o nível de desemprego verificado nas ção cabe ao tribunal regional federal correspondente.
demais regiões do país; c) Os municípios não podem promover ação direta de
e) inconstitucional, salvo se a União tiver editado lei com- inconstitucionalidade perante o STF, mas têm legitimi-
plementar autorizando que os demais entes federati- dade para provocá-lo diretamente, por meio de argui-
vos adotem esse critério de preferência. ção de descumprimento de preceito fundamental.
d) Apesar do princípio da simetria, o processo legislativo
13. (FGV — 2022) A Constituição da República de 1988, municipal não admite a iniciativa popular para projetos
em matéria de competência material e legislativa rela- de lei.
cionada, de alguma forma, ao Direito Ambiental, dis- e) A prerrogativa de membros de guarda municipal porta-
põe que rem arma não letal em serviço é exclusiva das guardas
dos municípios com mais de cinquenta mil habitantes.
a) compete privativamente à União legislar sobre jazidas,
minas, outros recursos minerais e metalurgia. 16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Relativamente aos ter-
b) é competência material privativa da União fomentar a ritórios federais, assinale a opção correta, de acordo
produção agropecuária e organizar o abastecimento com a Constituição Federal de 1988 (CF).
alimentar.
c) compete privativamente à União legislar sobre flo- a) É necessária emenda à CF para a criação de territórios
restas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, federais.
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do b) As contas do governo do território devem ser submeti-
meio ambiente e controle da poluição. das ao Congresso Nacional.
d) compete à União e aos Municípios legislar concor- c) Cada território federal constitui um ente federativo.
rentemente sobre responsabilidade por dano ao meio d) É permitida a criação de territórios federais a partir do
ambiente, a bens e direitos de valor artístico, estéti- desmembramento de município.
co, histórico, turístico e paisagístico e sobre recursos e) Os territórios federais gozam de autonomia política.
minerais.
e) é competência material privativa da União proteger os 17. (VUNESP — 2023) O tratamento imparcial dado aos
documentos, as obras e outros bens de valor históri- cidadãos pelos agentes políticos e públicos observa
co, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens os seguintes princípios constitucionais da Administra-
naturais notáveis e os sítios arqueológicos. ção Pública:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
14. (FGV — 2023) O Deputado Estadual João constatou a) impessoalidade e transparência.
que determinada faixa de terras situada na área terri- b) moralidade e publicidade.
torial do Município Beta e, por via reflexa, no território c) impessoalidade e eficiência.
do Estado Alfa, no qual Beta estava inserido, jamais d) legalidade e eficiência.
integrou o patrimônio de um particular e, além disso, e) legalidade e impessoalidade.
jamais teve qualquer destinação atribuída pelo Poder
Público. 18. (FCC — 2022) Assinale com V (verdadeiro) ou com F
(falso) as seguintes afirmações sobre o regime jurídi-
Com o intuito de saber se essas terras efetivamente co constitucional dos servidores públicos:
pertenciam ao Estado Alfa, de modo que pudessem
ser objeto de alguma política pública, João consultou ( ) A incorporação de vantagens de caráter temporário ou
sua assessoria, que respondeu corretamente no senti- vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
do de que terras dessa natureza, cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo
é permitida pela Constituição Federal desde 2019 e
a) independentemente de qualquer especificidade, sem- deve ser disciplinada por lei complementar.
pre pertencem à União. ( ) São estáveis após três anos de efetivo exercício os
b) independentemente de qualquer especificidade, sem- servidores nomeados para cargo de provimento efeti-
pre pertencem ao Estado. vo em virtude de concurso público. 385
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( ) A aquisição da estabilidade do servidor público inde- c) sujeito a controle pelo Poder Legislativo, que poderá
pende de avaliação especial de desempenho por sustar os atos normativos do Poder Executivo que
comissão instituída para essa finalidade. A sequência sejam considerados exorbitantes.
correta de preenchimento dos parênteses, de cima d) concedido exclusivamente ao Senado Federal, que o
para baixo, é: exerce por meio de suas comissões.
e) a faculdade conferida ao Supremo Tribunal Federal para
a) F – F – V. complementar as leis por meio de Súmulas Vinculantes.
b) V – F – V.
c) F – V – V. 23. (FCC — 2022) Para responder à questão abaixo, conside-
d) V – V – F. re a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência do
e) F – V – F. Supremo Tribunal Federal (STF).

19. (FCC — 2019) Considerando os dispositivos constitu- Considere os seguintes processos administrativos,
cionais a respeito do Poder Legislativo, relativos a apurações disciplinares no âmbito do Poder
Judiciário:
a) o Senado Federal compõe-se de representantes dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Territórios, eleitos segundo I. Em trâmite perante o órgão correicional competente,
o princípio majoritário. visando à apuração de infração disciplinar de servidor de
b) cada unidade da Federação com representação no Sena- Judiciário estadual sujeita à penalidade de demissão.
do Federal elegerá 3 Senadores, com mandato de 8 anos. II. Instaurado para apuração de conduta de magistrado
c) a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes sujeita à penalidade de aposentadoria compulsória, julga-
do povo, eleitos, pelo sistema majoritário, em cada Esta- do e arquivado pelo Tribunal Regional Federal de origem,
do, em cada Território e no Distrito Federal. sem que tenha havido a imposição de penalidade.
d) o número de representantes de cada unidade da Fede-
ração na Câmara dos Deputados será estabelecido de O Conselho Nacional de Justiça possui competência
forma paritária, por meio de lei complementar, no ano para
anterior às eleições, a fim de garantir o equilíbrio da
Federação.
a) avocar os processos I e II, desde que instaurado o pri-
e) cada Senador será eleito com 3 suplentes.
meiro e encerrado o segundo há menos de um ano, bem
como para imposição das penalidades respectivas.
20. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Conforme o texto consti-
b) avocar o processo I, desde que instaurado há menos de
tucional, a sustação de atos normativos editados pelo
um ano, e rever, a qualquer tempo, de ofício ou mediante
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
provocação, o processo II, bem como para imposição das
é competência
penalidades respectivas.
c) avocar, antes de seu término, o processo I, bem como
a) exclusiva do Poder Judiciário.
para imposição da penalidade respectiva, não possuindo,
b) exclusiva do Senado Federal.
no entanto, competência, revisional ou originária, relativa-
c) privativa do Congresso Nacional, podendo haver
mente ao processo II e à penalidade respectiva.
delegação.
d) rever, de ofício ou mediante provocação, o processo II,
d) exclusiva do Congresso Nacional.
desde que julgado há menos de um ano, bem como para
e) privativa da Câmara dos Deputados, podendo haver
a penalidade respectiva, não possuindo, no entanto, com-
delegação.
petência, revisional ou originária, relativamente ao pro-
cesso I e à penalidade respectiva.
21. (VUNESP — 2023) Compete privativamente ao Senado
Federal e) avocar, antes de seu término, o processo I, e rever, de
ofício ou mediante provocação, o processo II, desde que
julgado há menos de um ano, bem como para imposição
a) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
atos internacionais que acarretem encargos ou com- das penalidades respectivas.
promissos gravosos ao patrimônio nacional.
b) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, 24. (CEBRASPE-CESPE — 2019) De acordo com a Constitui-
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer ção Federal de 1988, exercem função essencial à justiça
uma dessas medidas.
c) sustar os atos normativos do Poder Executivo que a) os órgãos integrantes do sistema de controle interno.
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de b) os tribunais de contas estaduais.
delegação legislativa. c) as procuradorias dos estados.
d) dispor sobre limites e condições para a concessão de d) os juízes de paz.
garantia da União em operações de crédito externo e e) os órgãos da administração fazendária.
interno.
e) escolher dois terços dos membros do Tribunal de Con- 25. (FCC — 2022) A Defensoria Pública é tratada na Constitui-
tas da União. ção Federal de 1988 como

22. (FCC — 2021) Nos termos da Constituição Federal de a) órgão autônomo, integrante do Poder Judiciário e incum-
1988, o poder regulamentar é bido da prestação jurisdicional aos necessitados.
b) função essencial à Justiça, integrante da Advoca-
a) conferido ao Chefe do Poder Executivo para sancionar cia Pública e incumbida da prestação de assistência
ou vetar as leis. social aos necessitados.
b) a competência que os Estados e Municípios têm para c) órgão autônomo, equivalente à Secretaria de Estado e
386 suplementar a legislação nacional. incumbido da prestação jurisdicional aos necessitados.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) função essencial à Justiça, desvinculada da Advocacia e
incumbida da prestação de assistência jurídica integral e
gratuita aos necessitados.
e) órgão autônomo, vinculado ao Poder Judiciário e incum-
bido da defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

9 GABARITO

1 D

2 B

3 A

4 E

5 D

6 E

7 B

8 E

9 A

10 B

11 B

12 B

13 A

14 D

15 B

16 B

17 E

18 E

19 B

20 D

21 D

22 C

23 E

24 C
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
25 D

ANOTAÇÕES

387
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ANOTAÇÕES

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ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

ÉTICA E MORAL
O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebida: a diferença entre
ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
fundamentais das ações e do comportamento humano, englobando um conjunto de teorias e conceitos que visam
definir as condições ideais para as ações humanas e as escolhas que devem ser feitas para alcançar referidas con-
dições. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo assim, está condicionada à sociedade que a cerca,
que a contém. A moral, que pode ser transmitida por meio de religião, família e outras instituições sociais, tem um
aspecto muito mais objetivo e é baseada em valores, crenças e costumes, que são compartilhados por um grupo
de pessoas.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais relevantes. Além disso, a
ética é uma matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a verdade final das coisas. A dis-
cussão e a oposição de ideias estabilizam os conceitos para que não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou
verdades que superam o tempo. A ética é estável, ou seja, é atemporal.
Já a moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma aplicação temporal e
muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita a determinadas localizações geográ-
ficas e sociais. Ou seja, diferentes contextos históricos, sociais, culturais e econômicos podem variar o entendi-
mento moral de um determinado grupo. Por exemplo, para praticantes de religiões como judaísmo e islamismo
é imoral comer carne de porco, contudo, para grande parte da população é algo totalmente comum e aceitável. A
moral respeita a continência, ou seja, está contida pela sociedade que a cerca.
Atenção! Alguns autores frequentemente trazem ética e moral como sinônimos, mas cuidado, as bancas dos
concursos frequentemente estabelecem distinções entre esses termos.
Veja uma distinção um pouco mais clara:

Princípios fundamentais e ações


ÉTICA Universal, atemporal
do comportamento

Construção social, ligada à sua Representa um momento e uma


MORAL
sociedade cultura

A ética tem um caráter científico, por isto suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilidade é
muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento, espera-se que mudanças em concei-
tos éticos ocorram, mas, para execução de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabilidade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofundar um pouco nos
seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.
É conveniente analisar no estudo da ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo grego “ethos”,
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. O termo “ethos” era usado pelos antigos gregos para descrever as
características distintivas de um grupo ou comunidade, incluindo seus costumes, tradições e valores. A origem da palavra
nos remete instantaneamente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único,
nos envia a um conjunto de princípios morais ou valores que dão condição à convivência humana em sociedade.
Em seguida, temos a origem do termo “moral”, que advém do latim, da palavra “moralis”. Os antigos romanos utiliza-
vam esse termo para descrever os costumes e comportamentos que eram considerados aceitáveis ou corretos na sociedade.
Nota-se que, apesar de etimologicamente as palavras terem significados parecidos, o termo “moralis” desde
sua origem se restringe ao que é aceitável ou correto em uma determinada sociedade, já incorporando essa
restrição a um espaço seja geográfico, social ou temporal.
É importante ressaltar que a moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o século XIX, por
exemplo, considerava-se normal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de termos uma legislação
especial (Estatuto da Criança e do Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade
de tratamento diferenciado a esse grupo vulnerável.
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, preparamos uma tabela bastante objetiva que
vai ajudar nas revisões sobre este assunto cobrado em provas. 389
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ÉTICA MORAL

Conceito voltado para a prática social


Estudo filosófico, científico, universal e atemporal,
Definição em um determinado local e em um
baseado em princípios, por isso, estável
determinado tempo

Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um Seu alcance está contido ao local em
estudo filosófico e científico. Partindo da dialética, a que se aplica e ao período cultural em
Alcance
ética pretende comparar verdades até que se alcance que é observada. A moral, portanto,
um conceito final e estável continuamente mudará

Fica relacionada a longas reflexões de caráter


Base A moral transforma a reflexão em ação
especulativo

As provas de concurso costumam cobrar esta matéria com questões que trazem expressões como: “bom com-
portamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundindo o candidato na hora de definir se estão tra-
tando de ética ou moral, pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: a moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.

ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES


Seguimos nosso estudo abordando, agora, o tema ética, princípios e valores. Fique atento aos detalhes; este docu-
mento foi preparado para ajudá-lo a alcançar um bom resultado no dia de sua prova. Tendo em vista que a revisão dos
conceitos é necessária, relembraremos a definição de ética e conheceremos os conceitos de princípios e valores.
É importante destacar que a ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu obje-
to de estudo são os princípios fundamentais das ações e do comportamento humano. Ou seja, podemos inferir
que a ética é uma ciência.
A ética, como ciência, debruça-se no estudo da moral, que está diretamente relacionada à conduta das pessoas
e à noção de certo e errado, que, por sua vez, possui relação direta com os valores e princípios.
Vamos à nossa tabela de diferenças que pode nos auxiliar na compreensão deste assunto:

ÉTICA MORAL

Baseia-se em princípios Estabelece condutas

Busca a permanência e estabilidade Mutável, temporal e coletiva

Busca a universalidade Está contida na cultura daquela sociedade

Estabelece regras (verdades) Executa as condutas regradas

É uma ciência, portanto, teórica Tem espírito prático

OS PRINCÍPIOS

Princípios são preceitos, normas ou valores fundamentais que orientam o comportamento humano em deter-
minado contexto. Eles são considerados universais e atemporais, sendo aplicáveis em diversas situações e cultu-
ras. Em síntese, os princípios podem ser entendidos como regras básicas que regem o comportamento humano
em determinado contexto, estabelecendo limites e orientando as ações dos indivíduos.
Apesar de os princípios serem conceitos abstratos, eles têm por característica orientar a interpretação da
regra. Vejamos um exemplo que a Constituição apresenta:

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

Princípios são vetores de interpretação

390
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A Constituição, no caput, do art. 37, elenca princípios, mas não apresenta uma medida para cumprimento de
cada princípio. Lembre-se: princípios são vetores de interpretação, ou seja, determinam sentido e direção. A nor-
ma, neste momento, não define quais os limites da legalidade, impessoalidade, publicidade ou eficiência. Por isso,
os princípios são abstratos. Esse papel de definir “os limites de aplicação” dos princípios e de apresentá-los como
valores será exercido em um nível seguinte, por meio das regras ou normas a serem estabelecidas.
Confira a definição de princípios nas palavras de Francisco Amaral (2017):

[...] são pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica, critérios para a ação e para a constituição de nor-
mas e de institutos jurídicos [...] Como diretrizes gerais e básicas, servem também para fundamentar e dar unidade
a um sistema ou a uma instituição.

Importante!
Regras são prescrições de conduta claras e objetivas. Já os princípios são juízos abstratos de valor que orien-
tam a interpretação e a aplicação das regras. A distinção entre princípios e regras traduz uma diferenciação
entre dois tipos de norma.

OS VALORES

O direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais, apontando-os como diretri-
zes importantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das
chamadas “normas jurídicas”, devendo incorporar a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico.
Na ótica do direito, valores são princípios fundamentais que orientam e regem a conduta humana, tanto no
âmbito individual como no coletivo. São exemplos de valores: a liberdade, a igualdade, a justiça, a solidariedade,
a dignidade da pessoa humana, a democracia, entre outros.
Lembre-se: valores são objeto de uma escolha moral!
Veja um exemplo desse processo: inicialmente, estabelecemos um princípio, como a impessoalidade. Em
seguida, temos que a impessoalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor, e vamos
respeitá-la. Nesse momento, só nos faltaria determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa
definição de valor é feita informando às pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade. Ou seja, trazendo
esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma improbidade administrativa, que con-
figura crime e possui pena. Nesse momento, temos um princípio consistente, um valor definido e uma norma
apresentada. Segue esquema ilustrado:

Impessoalidade é um princípio

Igualdade é um valor

Disso, deriva uma norma de conduta

Descumprir a impessoalidade é
improbidade administrativa
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

LEI DE
IMPROBIDADE
IMPESSOALIDADE:
ADMINISTRATIVA:
PRINCÍPIOS
GARANTIA DE
PRINCÍPIO

Regra Valor
Princípio
O papel de definir e Valores são ideias abstratas
Os princípios são juízos de
determinar será exercido em que indicam aquilo que é
valor. Ou seja, são abstratos
um nível seguinte por meio importante ou desejável em
e possuem indefinição
das regras determinado contexto
391
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Definimos os conceitos de princípios e valores e z Cidadania: conjunto de direitos e deveres que
relacionamos esses pontos ao direito, que é o cam- uma pessoa possui em relação à sociedade em que
po onde vamos aplicá-los. Posteriormente, teremos vive. É um status jurídico-político que confere ao
outras oportunidades para aplicar os conceitos de éti- indivíduo a condição de membro ativo e partici-
ca, moral, princípios, valores, regras jurídicas, regras pante da comunidade política.
morais e regras deontológicas, dentre outros.
O exercício da cidadania plena acontece quando o
cidadão tem direitos civis, políticos e sociais. Ou seja, é
a capacidade do cidadão de exercer o conjunto de direi-
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA tos e liberdades políticas e socioeconômicas de seu país.
O exercício da cidadania é um complexo que abrange
CIDADANIA direitos e deveres de forma constante. O cidadão recebe
benesses1 por fazer parte de uma comunidade, mas se
Neste tópico, iniciaremos um ponto importante, sujeita a mandamentos impostos por essa comunidade.
que é a aplicação dos conceitos de ética e democracia Segundo afirma Nelson Dacio Tomazi (2010):
de forma conjunta. Primeiramente, cumpre salientar
que a união de ética com democracia se afirma como [...] o conceito de cidadania foi gerado nas lutas que
o exercício da cidadania. estruturaram os direitos universais do cidadão. Des-
de o século XVIII, muitas ações e movimentos foram
ÉTICA necessários para que se ampliassem o conceito e a
prática de cidadania. Nesse sentido, pode-se afirmar
A ética é uma área da filosofia, sendo esta um estu- que defender a cidadania é lutar pelos direitos e, por-
do amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo tanto, pelo exercício da democracia, que é a constante
são os princípios fundamentais das ações e do com- criação de novos direitos. (Tomazi, 2010, p. 139)
portamento humano. Finalmente, podemos inferir
que a ética é uma ciência. Se pudéssemos esquematizar esses conceitos,
Atente-se: a filosofia deve ser entendida como a teríamos que montar um fluxo de eventos que dar-se-
ciência por definição, justamente por se ocupar dos -ia da seguinte forma:
temas mais relevantes.
Dentre suas muitas áreas de atuação, a ética se
debruça sobre a moral, ou seja, a moral é um dos cam- Democracia (povo
Cidadania:
pos de estudo da ética. Entendamos que: ética e moral Ética: área da qualidade que o
+ poder): regime de
filosofia homem ostenta em
são conceitos distintos, mas a ética estuda a moral. E governo
sua comunidade
a moral é uma aplicação prática, pessoal, temporal e
limitada de princípios éticos.
De posse desse conceito mais complexo, podemos
iniciar um entendimento sobre a aplicação do termo
Cidadão: pessoa
“democracia” neste ponto de estudo. que faz parte de
Moral: conceito
Democracia é uma palavra de origem grega for- temporal, limitado
Exercício: prática uma comunidade,
e correspondente
mada por dois vocábulos: demos + kratos, que signi- reiterada possuindo
a uma realidade —
ficam respectivamente “povo” e “poder”. Ou seja, a direitos e deveres
define valores
concomitantes
tradução literal da palavra é “governo do povo” ou
“poder do povo”. Desta forma, o nosso ponto de estu-
do é o conjunto da ética, do povo e de seu poder como
forma de exercer a cidadania. Valores: oriundos Regras jurídicas:
Regras morais:
Lembre-se do que preconiza o parágrafo único, do da moral, são são as leis,
definições de certo
usados para positivadas por
art. 1º, da Constituição Federal, de 1988: “Todo o poder construir regras meio do sistema
ou errado que não
emana do povo, que o exerce por meio de representan- são leis no seu
jurídicas, morais ou legislativo ou dos
sentido formal
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitui- de costume decretos executivos
ção”. Deste modo, o poder é único e emana sempre
do povo.
Para fixar o entendimento, reveja os conceitos a Atenção! Immanuel Kant diferencia o direito da
seguir. moral de forma bastante objetiva:

z Ética: a ética é a parte da filosofia que estuda a z a moral relaciona-se com as condutas internas, que
moral, ou seja, temos uma ciência — a filosofia — definem regras que respeitam o dever, o amor e o bem;
e, dentro dela, uma grande área — a ética. A moral z o direito preocupa-se com a conduta e com seus
é um campo de estudo dentro da ética. Este campo aspectos exteriores, que definem as regras e as ins-
reflete e questiona sobre as regras morais. Uma tituições que garantem a convivência pacífica e a
ação ética pode ser um tipo de comportamento proteção dos direitos individuais na sociedade.
regrado por princípios e valores morais;
z Democracia: palavra de origem grega formada DEMOCRACIA — ORIGEM
por dois vocábulos (demos + kratos ou “povo” +
“poder”). Podemos inferir, então, que, neste regi- Podemos usar como marco inicial da democra-
me governamental, o poder de governar emana do cia as cidades-estado: Esparta, Atenas e Tebas. Estas
e é exercido pelo povo; cidades exerciam uma espécie de democracia direta,
392 1 Vantagem recebida sem trabalho nem empenho; benefício.
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primitiva. Considerando que apenas uma pequena
parcela dos habitantes ostentava o status de cidadão,
era viável a discussão e a tomada de decisões com a Povo Elege o representante
participação de todos dessa minoria.
Tal regime de governo garante a soberania popu-
lar. Esta soberania visa extrair o melhor de cada
cidadão e, por meio dessa reunião, buscar a máxima
qualidade nas decisões. Leis são aprovadas
Representante
O regime democrático pode se instalar em um sis- exerce o poder
pelos representantes
emanado do povo
tema presidencialista, parlamentarista, republicano
ou monárquico. Entretanto, deverá ser conferido aos
cidadãos o poder de tomar decisões políticas, seja na
forma de uma monarquia constitucional, na forma
direta (como nas pólis da Grécia Antiga) ou na forma
Representante
indireta (por meio de representantes eleitos, como
cria leis
ocorre no Brasil).
Por outro lado, temos ainda momentos em que o
z Democracia direta: Grécia Antiga;
exercício direto da democracia irá ocorrer. São eles:
z Democracia indireta: por meio de representantes
lei de iniciativa popular, ação popular, plebiscito
eleitos.
e referendo. Em todas estas situações, a população
poderá, de forma individual, manifestar-se de acordo
A organização política brasileira é de suma impor- com seus interesses.
tância. Acerca disso, atente-se ao quadro a seguir: Compreendamos que a democracia indireta é pre-
dominantemente adotada no Brasil e colocada em
ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA prática por meio do sufrágio universal (direito de
todos de votarem e de serem votados) e do voto
Forma de governo República direto e secreto com igual valor para todos.
Sistema de governo Presidencialista A respeito da democracia brasileira, expõe Pedro
Lenza (2011) que ela constitui um “sistema híbri-
Regime de governo Democrático do”, atuando como democracia semidireta ou, ainda,
participativa. Estamos diante de uma democracia
Forma de Estado Federação representativa, com peculiaridades e atributos da
democracia direta.
A Democracia Brasileira Acerca da ação popular, é importante saber que
qualquer cidadão é parte legítima para propor uma
O Brasil adota um regime democrático e presiden- ação popular que vise anular qualquer ato lesivo
cialista. Todavia, sua democracia é direta ou indireta ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
a depender do caso. Como isso é possível? Da seguinte do participe, à moralidade administrativa, ao meio
maneira: geralmente, seguimos um plano de demo- ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Nesse
cracia indireta, ou seja, efetivamos nossa participação tipo de ação, o cidadão que se manifesta como autor
como cidadãos por meio de nossos representantes fica liberado dos custos da ação, desde que comprove
eleitos. Porém, em alguns momentos, exercemos par- não estar agindo de má-fé.
ticipação direta. Nesses momentos (de participa-
ção direta), o povo é consultado sobre a tomada de Dica
decisões.
Como exemplo do exercício da democracia de Democracia indireta: regra;
forma indireta, temos, em nosso país, o seguinte: Democracia direta: exceção.
eleições para representantes do Poder Legislativo,
vereadores, deputados estaduais e federais e sena-
dores. Os representantes eleitos vão, então, propor
projetos de lei em suas respectivas esferas de atuação: ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA
municipal, estadual ou federal. Assim, os represen-
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

tantes eleitos, a partir dessa representação indireta, A ética é uma área ampla, atemporal e universal
votam e aprovam as leis que se adaptam aos anseios da filosofia. Seu objeto de estudo são os princípios fun-
de suas comunidades. damentais das ações e do comportamento humano. A
De forma simples e resumida, esse é o processo moral é uma construção social e, por isso, está condi-
de construção da maioria das leis no Brasil. O poder cionada aos comportamentos e às ideologias de cada
legislativo recebe projetos de lei de seus represen- sociedade. A última, portanto, tem um aspecto mais
tantes e, por meio de seus membros, aprova ou não objetivo e representa um momento, uma cultura.
as temáticas propostas. Entendamos o seguinte: os A função pública, por sua vez, é o termo utilizado
vereadores, deputados e senadores representam a para se referir às atividades e responsabilidades exer-
população; por isso, sendo as leis aprovadas por eles, cidas pelos servidores públicos em nome do Estado.
indiretamente foram aprovadas pela população, ou Isso inclui todas as funções e cargos desempenhados
seja, pelos cidadãos. pelos funcionários públicos em diferentes setores,
como administração pública, segurança pública, saú-
de pública, educação pública, entre outros. 393
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A ética é um elemento fundamental no exercício
da função pública, pois os servidores públicos são ÉTICA NO SETOR PÚBLICO
responsáveis por prestar serviços à sociedade, gerir
recursos públicos e tomar decisões que afetam dire- Neste material, abordaremos a ética no serviço
tamente a vida dos cidadãos. Desta forma, é funda- público. Este conteúdo é bastante importante e tem
mental que os servidores públicos sempre ajam com grande incidência em provas de concurso.
transparência, integridade e responsabilidade, colo- A ética, como sabemos, é uma área da filosofia.
cando o interesse público acima dos seus interesses Desta forma, apresenta-se como uma ciência e possui
pessoais. as seguintes características:
A ideia de ética no setor público tem elementos
específicos, dentre os quais, sem dúvida, a moralidade z atemporal;
é um dos principais. Quando pensamos em um ser- z universal;
vidor público, temos uma construção diversa de um z estável.
funcionário de setores privados, pois o setor público
Dentro das áreas de estudo da ética, especifica-
estabelece normas de conduta para seus servidores e,
mente dentro de seu campo de análise, encontramos
não bastasse isto, determina, também, valores e prin-
a moral. A moral, por sua vez, apresenta outras carac-
cípios que deverão ser cumpridos com força de lei,
terísticas, quais sejam:
conforme apontamos a seguir.
z vinculada ao local;
z Um servidor público tem o dever de ser, entre
z influenciada pela época;
outros aspectos: z mutável.

„ moral; A moral está contida em seu tempo e em sua gen-


„ probo; te, por isto apresenta-se como mutável e influenciada
„ leal; pelo tempo e pela coletividade.
„ correto; Considerando essas diferenças, podemos formular
„ honrado; as seguintes indagações: será que a ética no âmbito
„ justo; público é estabelecida por meio de código de ética? Se
„ impessoal. sim, para que servem tais códigos de ética?
A resposta para a primeira pergunta é sim! A éti-
Quando um servidor, exercendo sua função, aten- ca no serviço público é regulada através de códigos
de um cidadão, todas essas características precisam de ética, que servem como diretrizes para orientar as
se manifestar. Entenda: um servidor público deve ações dos servidores públicos em determinadas ativi-
compreender e aceitar sua situação, seu encargo, seu dades, momentos e locais.
ônus. Esse é o motivo de suas obrigações possuírem E não é só! A ética no serviço público está abso-
características morais significativas. lutamente ligada ao estudo da moral, e não pode ser
A Administração Pública, por meio dos agentes diferente. A ética no serviço público é prescrição de
públicos, tem a missão de conduzir o Estado para o conduta, é teoria aplicada na prática, é ação. As ati-
alcance de seus objetivos, edificando uma sociedade vidades desenvolvidas são, sobretudo, de execução e,
solidária, de qualidade e justa. Ou seja, o agente públi- justamente por isso, seu regramento deverá ser um
co, no cumprimento de sua função pública, deve, além espelho da moral de um local em um período.
de cumprir as leis, ter condutas éticas. Observe o fluxograma a seguir para auxiliar a
compreensão do desenvolvimento da matéria.
Vejamos o conceito de “funcionário público” do
Decreto nº 1.171, de 1994:

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento Moral:


Ética:
ético, entende-se por servidor público todo aquele pessoal,
ciência,
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato vinculada ao
atemporal
local e ao
jurídico, preste serviços de natureza permanente, e universal
tempo
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
valeça o interesse do Estado.

Lembre-se: o servidor público deve compreender


o dever e a honra que existem no servir à sociedade.
O servidor público é remunerado com recursos do
Estado. Por óbvio, está imbuído da prestação de ser-
viço de interesse público, interesse coletivo. Existe,
entre o servidor e a sociedade, um dever ético, deli- Regras de conduta
mitado pelo Código de Ética do Servidor Federal do
394 Poder Executivo, Decreto-Lei nº 1.171, de 1994.
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Definidos esses contornos tão importantes para o z Moralidade: um dos princípios mais abrangentes,
entendimento da matéria, vamos seguir desenvolven- pois a moral administrativa exige a conformação
do nosso conteúdo. A ética profissional é um conjunto do ato com a lei e com o interesse coletivo;
de normas que formam a mentalidade do profissional e z Publicidade: a publicidade é um princípio neces-
representam ordem para a sua conduta. O profissional sário e que deve ser a todo momento repensado,
ciente da sua ética profissional, ou seja, dos regramentos ou seja, deve ser preparado para que seja presen-
que deve seguir em suas atividades laborais, cumpre as te e funcional. Dessa forma, o cidadão deve ter
atividades de sua profissão seguindo os valores e princí- acesso à informação, que tem de ser completa e
pios impostos pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. inteligível;
Quando pensamos nos funcionários públicos, seja z Eficiência: é mais moderno que os demais, fruto
qual for seu vínculo com o serviço público, temos pes- da Emenda Constitucional nº 19, de 1998. É um
soas obrigadas a aplicar um conjunto de valores éticos e princípio importante e legítimo, pois impõe ao ser-
normas de comportamento para que os cidadãos possam vidor o dever de executar as condutas de maneira
acreditar na eficiência da máquina pública. A própria eficiente, ou seja, o trabalho deve ser desenvolvido
lei possui formas de coerção para penalizar o servidor com bom rendimento e poucos erros.
público que age em desacordo com suas atividades.
Lembre-se: os códigos de ética de cada categoria
sintetizam e aplicam os conceitos que apresentamos
Legalidade
aqui. Ou seja, prescrevem condutas, determinam
direitos e deveres, além de regrar como se dariam as
punições e qual o seu alcance.
Neste ponto, aproveitando os conhecimentos que
estamos trabalhando, vamos falar sobre o texto do art.
37, da Constituição da República Federativa do Brasil
(CRFB), de 1988. Esse artigo traz os princípios que devem Eficiência Impessoalidade
ser seguidos pela Administração Pública direta e indire-
ta. Tais princípios serão estudados aqui e desdobrados INTERESSE
nos estatutos ou códigos de ética de cada categoria. PÚBLICO
A Constituição determina que:

Art. 37 A administração pública direta e indireta


de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- Publicidade Moralidade
de, publicidade e eficiência.

A CRFB, de 1988, não impõe limites e definições


aos princípios, mas nós precisaremos desses contor-
nos para, mais adiante, estudarmos os procedimentos
administrativos disciplinares, o Código de Ética Pro-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo DECRETO Nº 1.171, DE 1994 (CÓDIGO
Federal e a Lei de Improbidade Administrativa.
O mnemônico LIMPE é uma forma eficiente de
DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO
lembrar destes princípios que são materializados em PÚBLICO)
regras de conduta:
O Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
co Civil do Poder Executivo Federal está disposto
L Legalidade no Decreto n° 1.171, de 22 de junho de 1994, e tem
como base a normativa principal disposta no art. 37,
I Impessoalidade da Constituição Federal, de 1988, e leis esparsas tais
como Lei nº 8.112, de 1990 e nº 8.429, de 1992.
M Moralidade Este decreto estabelece as normas de conduta éti-
ca e de comportamento que os servidores públicos
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

P Publicidade federais devem seguir no exercício de suas atividades,


visando garantir a integridade, a moralidade e a efi-
E Eficiência ciência da administração pública.
O cumprimento do código de ética é fundamental
para a construção de uma administração pública efi-
z Legalidade: faz referência ao respeito estrito da ciente, transparente e comprometida com os valores
lei. Também é chamado de princípio do procedi- éticos, que atenda aos interesses da sociedade. Para
mento formal. Obriga o poder público a atuar em isso, é importante que os servidores públicos conhe-
conformidade com a lei, na consecução do interes- çam e respeitem as normas estabelecidas pelo decreto.
se público; Atente-se ao decreto:
z Impessoalidade: na Administração Pública, não
há vontade pessoal, há apenas o condicionamen- Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
to à norma legal. O administrador público age em Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissio-
defesa dos interesses públicos coletivos, e nunca nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo
em seu interesse pessoal ou de apenas alguns; Federal, que com este baixa. 395
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Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração se integre no Direito, como elemento indissociável
Pública Federal direta e indireta implementarão, de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
em sessenta dias, as providências necessárias à ple- consequência, em fator de legalidade.
na vigência do Código de Ética, inclusive mediante
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, O artigo em questão reforça a importância da ética e
integrada por três servidores ou empregados titu- da responsabilidade na administração pública, destacan-
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. do que a remuneração dos servidores públicos é finan-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éti- ciada pela sociedade e que, por isso, é necessário que a
ca será comunicada à Secretaria da Administração moralidade administrativa seja integrada no direito como
Federal da Presidência da República, com a indica-
elemento indissociável de sua aplicação e finalidade.
ção dos respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
publicação.
perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
O Código inicia suas disposições estabelecendo as cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
regras deontológicas. Estas são normas que orientam o trabalho pode ser considerado como seu maior
comportamento de profissionais de uma determinada patrimônio.
área de atuação. No caso do Decreto nº 1.171, de 1994, VI - A função pública deve ser tida como exercí-
as regras de conduta aplicam-se aos servidores do Poder cio profissional e, portanto, se integra na vida
Executivo federal na administração direta e indireta. particular de cada servidor público. Assim, os
fatos e atos verificados na conduta do dia-a-
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS -dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
Terminado o texto da lei, a partir daqui vamos
nos ater às regras deontológicas que fazem parte do
anexo. Assim, todos os incisos presentes no Capítulo I, Importante!
Seção I, são de leitura obrigatória e alguns merecem o A vida privada do servidor importa na qualidade
devido comentário. São eles:
do seu exercício profissional.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a
consciência dos princípios morais são primados Nesse ponto, o Código de Ética afirma que a vida
maiores que devem nortear o servidor público, seja privada do servidor é relevante para o desempenho
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
de sua profissão. Notemos que os atos do profissional
refletirá o exercício da vocação do próprio poder
em sua vida privada podem afetar diretamente sua
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
carreira no serviço público.
serão direcionados para a preservação da honra e
da tradição dos serviços públicos.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investi-
gações policiais ou interesse superior do Estado e da
As palavras destacadas são de suma importância para
Administração Pública, a serem preservados em pro-
esta primeira parte, pois trata-se de primados maiores. cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
II - O servidor público não poderá jamais desprezar constitui requisito de eficácia e moralidade, ense-
o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que jando sua omissão comprometimento ético contra o
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o bem comum, imputável a quem a negar.
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
Segundo Hely Lopes Meirelles (2020):
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput, e § 4º, da Constituição Federal.
Ato administrativo é toda manifestação unilateral de
vontade da Administração Pública que, agindo nessa
O servidor público deverá decidir sobretudo entre qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
o honesto e o desonesto. Vejamos que o servidor deve- transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou
rá decidir com base em diversos valores, todavia, seu impor obrigações aos administrados ou a si própria.
eixo principal de orientação é o bem comum.
O artigo supracitado destaca a importância da
III - A moralidade da Administração Pública não transparência na administração pública como funda-
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo mento ímpar para a eficácia e a moralidade dos atos
ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem administrativos. Este reforça a ideia de que a publi-
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida- cidade é um elemento essencial para a garantia dos
de, na conduta do servidor público, é que poderá direitos e interesses da sociedade como um todo, e
consolidar a moralidade do ato administrativo. que a omissão da publicidade pode ser considerada
uma violação ética e uma ameaça ao bem comum.
Sempre que falamos de moralidade ou de moral,
estamos nos referindo a normas de conduta ou conjunto VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi-
de normas; esse conjunto de valores, necessariamente, dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
depende do equilíbrio entre a legalidade e a finalidade. contrária aos interesses da própria pessoa interes-
sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
IV - A remuneração do servidor público é custeada pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor-
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men-
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade
396 contrapartida, que a moralidade administrativa humana quanto mais a de uma Nação.
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O servidor tem o dever de dar voz à verdade, ainda b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
que em prejuízo da administração ou do interessado. ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
ritariamente resolver situações procrastinatórias,
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- principalmente diante de filas ou de qualquer outra
po dedicados ao serviço público caracterizam o espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
que paga seus tributos direta ou indiretamen- evitar dano moral ao usuário;
te significa causar-lhe dano moral. Da mesma c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa mais vantajosa para o bem comum;
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas
a todos os homens de boa vontade que dedicaram
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus SERVIDOR
esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à Probo Justo Reto Leal
espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de d) jamais retardar qualquer prestação de con-
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na tas, condição essencial da gestão dos bens,
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
principalmente grave dano moral aos usuários dos aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
serviços públicos. to com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
Atentemo-nos ao fato de que filas longas, lentas ou princípios éticos que se materializam na adequada
sem motivo configuram dano moral. Novamente, o prestação dos serviços públicos;
Código de Ética demonstra seu interesse pelo desem- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
penho do serviço público. Dessa vez, apresenta condu- atenção, respeitando a capacidade e as limitações
tas que demonstram falta de comprometimento. individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
ordens legais de seus superiores, velando atenta- cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a forma, de causar-lhes dano moral;
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e h) ter respeito à hierarquia, porém sem
o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis nenhum temor de representar contra qual-
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência quer comprometimento indevido da estrutura
no desempenho da função pública. em que se funda o Poder Estatal;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
seu local de trabalho é fator de desmoralização quicos, de contratantes, interessados e outros que
do serviço público, o que quase sempre conduz à visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
desordem nas relações humanas. gens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
Notemos o fato de que as faltas devem ser injusti- j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
ficadas para configurarem desmoralização do serviço exigências específicas da defesa da vida e da
público. segurança coletiva;

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com A conduta de greve é mencionada e defendida pelo
a estrutura organizacional, respeitando seus cole- Código de Ética. A greve é um direito constitucional
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode a ser exercido, entretanto, procura-se um equilíbrio
receber colaboração, pois sua atividade pública entre a busca de direitos e a manutenção de serviços
é a grande oportunidade para o crescimento e o essenciais, tais como saúde e segurança.
engrandecimento da Nação.
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
O artigo acima destaca que o servidor público deve que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
trabalhar em harmonia com a estrutura organizacio- nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

nal, ou seja, deve agir de forma colaborativa e integra-


da com os demais colegas, respeitando as hierarquias Novamente, o servidor é impelido a demonstrar
e as normas internas da administração pública. rendimento e presença no local de trabalho. O exercí-
cio desses valores termina por beneficiar o rendimen-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR to e o ambiente de trabalho e sua ordem.
PÚBLICO
m) comunicar imediatamente a seus superiores
Neste ponto, o Código de Ética foca-se nos deve- todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
res do servidor. Novamente, vamos separar algumas público, exigindo as providências cabíveis;
expressões que são essenciais para o estudo deste n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
assunto. balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: o) participar dos movimentos e estudos que se rela-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, cionem com a melhoria do exercício de suas fun-
função ou emprego público de que seja titular; ções, tendo por escopo a realização do bem comum; 397
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-
quadas ao exercício da função; quer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- soa, para o cumprimento da sua missão ou para
mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão influenciar outro servidor para o mesmo fim;
onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e Em resumo, o servidor, familiar ou indicado não
as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou poderá receber qualquer vantagem de qualquer espé-
função, tanto quanto possível, com critério, segu- cie para o cumprimento de suas atividades ou para
rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa influenciar outro servidor a cumpri-las.
ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
por quem de direito;
deva encaminhar para providências;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces-
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
site do atendimento em serviços públicos;
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
usuários do serviço público e dos jurisdicionados
resse particular;
administrativos;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha
pertencente ao patrimônio público;
ao interesse público, mesmo que observando as for-
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
malidades legais e não cometendo qualquer viola-
no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
ção expressa à lei;
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
dele habitualmente;
mulando o seu integral cumprimento.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
Dica de da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
Os deveres do servidor são sempre verbos e, seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
obviamente, indicam ações positivas, tendentes
a realizar o trabalho com rendimento e qualidade. DAS COMISSÕES DE ÉTICA

DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração


Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
XV - E vedado ao servidor público; cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser
tempo, posição e influências, para obter qualquer criada uma Comissão de Ética, encarregada de
favorecimento, para si ou para outrem; orientar e aconselhar sobre a ética profissional
b) prejudicar deliberadamente a reputação do servidor, no tratamento com as pessoas e com
de outros servidores ou de cidadãos que deles o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
dependam; concretamente de imputação ou de procedimen-
to susceptível de censura.
Atenção: para que ocorra a vedação acima, é preci-
so que exista dolo (vontade e consciência) do servidor Em suma, as comissões de ética são formadas por
em prejudicar a reputação dos demais. três servidores ou empregados com cargo efetivo ou
emprego permanente.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
conivente com erro ou infração a este Código de Éti- XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
ca ou ao Código de Ética de sua profissão; organismos encarregados da execução do quadro
de carreira dos servidores, os registros sobre sua
O servidor não poderá ser indulgente com as con- conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen-
dutas transgressoras. tar promoções e para todos os demais procedimen-
tos próprios da carreira do servidor público.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar XXII - A pena aplicável ao servidor público pela
o exercício regular de direito por qualquer pessoa, Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen-
causando-lhe dano moral ou material; tação constará do respectivo parecer, assinado por
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cien- todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
tíficos ao seu alcance ou do seu conhecimento
para atendimento do seu mister; Atenção! Censura é a única penalidade imposta
pelo Código de Ética.
Nesse caso, o servidor tem a missão de se manter
atualizado. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
ético, entende-se por servidor público todo aquele
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal jurídico, preste serviços de natureza permanente,
interfiram no trato com o público, com os jurisdi- temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
cionados administrativos ou com colegas hierar- ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
quicamente superiores ou inferiores; tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber as autarquias, as fundações públicas, as entidades
398 qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
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de economia mista, ou em qualquer setor onde pre- Vamos dar especial destaque para a composição
valeça o interesse do Estado. das comissões, uma vez que tal assunto é muito cobra-
do em concursos e deve ser, se possível, decorado:
A definição de servidor público feita no Decre-
to nº 1.171, de 1994, só se aplica aos servidores do z CEP: sete integrantes brasileiros com idoneidade
Poder Executivo Federal na Administração Dire- moral, reputação ilibada e notória experiência
ta e Indireta. Isso se deve ao fato de que o decreto é designados pelo presidente da República. O man-
do Presidente da República. Caso fosse lei aprovada dato será de três anos, não coincidentes e com
no Congresso Nacional, teríamos uma abrangência aceitação de uma recondução.
muito maior. Atente-se ao fato de que o decreto não
abrange os servidores do Judiciário ou do Legislativo, O trabalho desenvolvido na CEP não enseja remu-
nem mesmo os servidores dos estados, municípios ou neração, mas é considerado serviço público relevante.
do Distrito Federal. A CEP apresenta diversas competências, todas
listadas no art. 4º, do Decreto nº 6.029, de 2007. Den-
tre elas, a mais importante é a seguinte: “[...] atuar
como instância consultiva do Presidente da República
DECRETO Nº 6.029, DE 2007 (INSTITUI e Ministros de Estado em matéria de ética pública”. Ou
SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO seja, a CEP deverá ser capaz de dirimir dúvidas na
área da gestão da ética no Executivo federal, por isso
PODER EXECUTIVO FEDERAL) a comissão possui um departamento jurídico para
prestar assessoria.
SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER Além disso, deverá apurar informações recebidas
EXECUTIVO FEDERAL E COMISSÕES DE ÉTICA por meio de denúncias ou de ofício, quando presentes
condutas fiquem em desacordo com suas normas. Por
O Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, ins- fim, coordenará, avaliará e supervisionará o sistema
titui o sistema de gestão da ética do Poder Executivo de gestão da ética pública do Poder Executivo federal.
federal, com objetivo de promover a ética e a inte- Em síntese, a comissão de ética pública é respon-
gridade no serviço público, por meio de ações de sável pela orientação, supervisão e fiscalização do
prevenção e combate à corrupção e outras condu- cumprimento do Código da Alta Administração Fede-
tas antiéticas. ral, que estabelece que os padrões de ética e conduta
Como forma de organizar e padronizar os conse-
para ocupantes de cargos de direção e assessoramen-
lhos de ética, foi instituído o sistema de gestão da ética
to superior do Poder Executivo federal.
do Poder Executivo federal tendo a finalidade de pro-
As instâncias superiores dos órgãos e entidades do
mover atividades que dispõem sobre a conduta ética
Poder Executivo federal, abrangendo a Administra-
no âmbito do Executivo federal. As competências do
ção direta e indireta, deverão observar as normas éti-
sistema são as seguintes:
cas e de disciplina, constituir as próprias comissões de
ética e atender com prioridade às solicitações da CEP.
z integrar os órgãos, programas e ações relaciona-
Considerando o alto impacto que as ações desen-
das com a ética pública;
volvidas pela CEP podem causar nos servidores que
z contribuir para a implementação de políticas
forem investigados, algumas medidas rígidas foram
públicas tendo a transparência e o acesso à infor-
adotadas para preservar os investigados.
mação como instrumentos fundamentais para o
Deverá ser protegida a honra e a imagem das pes-
exercício de gestão da ética pública;
soas investigadas, assim como a imagem do denun-
z promover, com apoio dos segmentos pertinentes,
ciante deverá ser mantida em sigilo, se este for o seu
a compatibilização e interação de normas, pro-
desejo, e os membros da CEP deverão ter independên-
cedimentos técnicos e de gestão relativos à ética
cia e imparcialidade para apurar os fatos, com todas
pública;
as garantias presentes no Decreto nº 6.029, de 2007.
z articular ações com vistas a estabelecer e efeti-
Possui legitimidade para provocar a atuação da CEP
var procedimentos de incentivo e incremento ao
desempenho institucional na gestão da ética públi- qualquer cidadão (servidor ou não), pessoa jurídica de
ca do Estado brasileiro. direito privado, associação ou entidade de classe, visan-
do à apuração de infração ética imputada ao agente
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

O sistema de gestão da ética do Poder Executivo público, órgão ou setor específico do ente estatal.
federal é composto de três grandes grupos:
Dica
z a comissão de ética pública (CEP), instituída pelo
Definição de “agente público” do Decreto nº
decreto de 26 de maio de 1999;
6.029, de 2007, que consta no parágrafo único,
z as comissões de ética de que trata o Decreto nº
art. 11.
1.171, de 22 de junho de 1994;
z as demais comissões de ética, que são equivalentes “Entende-se por agente público, todo aquele
nas entidades e órgãos do Poder Executivo federal. que, por força de lei, contrato ou qualquer ato
jurídico, preste serviços de natureza permanen-
Cada uma dessas instâncias tem um papel especí- te, temporária, excepcional ou eventual, ainda
fico na implementação do sistema, visando garantir a que sem retribuição financeira, a órgão ou enti-
observância dos princípios éticos no desempenho das dade da administração pública federal, direta e
funções públicas. indireta.” 399
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Da Apuração dos Atos O artigo supracitado estabelece uma importante
responsabilidade das comissões de ética no serviço
O decreto organiza procedimento de apuração dos público, que, além de realizarem seu dever, deverão
atos praticados em seu desacordo. Desta forma, privi- estar atentas aos possíveis desdobramentos que pode-
legia o contraditório e a ampla defesa. As apurações rão ocorrer em função das condutas praticadas.
poderão ser praticadas de ofício (sem provocação) ou Os trabalhos nas comissões de ética que são dispos-
por meio de denúncias. tas nos incisos II e III, do art. 2º, do Decreto nº 6.029,
É importante frisar que o processo inicia com um de 2007, são considerados relevantes e têm priorida-
prazo de defesa prévia, fato importante, posto que de sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus
acusações com pouca fundamentação poderão ser membros, quando estes não atuarem com exclusivi-
combatidas desde logo. dade na comissão.
Nos termos do decreto, atentemo-nos: Atenção! Lembre-se, o Código de Conduta da Alta
Administração Federal, o Código de Ética Profissional
Art. 12 O processo de apuração de prática de ato do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
em desrespeito ao preceituado no Código de Con- e o Código de Ética do órgão ou entidade serão aplica-
duta da Alta Administração Federal e no Código dos ao servidor ainda que essas autoridades e agentes
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do públicos estejam em gozo de licença.
Poder Executivo Federal será instaurado, de ofí-
cio ou em razão de denúncia fundamentada,
respeitando-se, sempre, as garantias do contraditó-
rio e da ampla defesa [...]. HORA DE PRATICAR!
As apurações serão feitas pela comissão de ética 1. (FGV — 2021) Com base nas características utilizadas
pública ou pelas demais comissões de ética. Em todos usualmente para a conceituação dos termos ética e
os casos, será notificado o investigado para manifes- moral, assinale a afirmativa correta.
tar-se, por escrito, no prazo de 10 dias. Além dis-
so, o investigado poderá produzir prova documental a) A ética é uma normatização de comportamentos,
necessária à sua defesa, e as comissões de ética terão enquanto a moral é uma disciplina filosófica.
o poder de requisitar os documentos que entenderem b) A ética possui caráter científico, enquanto a moral tem
necessários à instrução probatória e, também, de pro- caráter prático.
mover diligências e solicitar parecer de especialista. c) A ética possui caráter temporal, enquanto a moral tem
Após a conclusão do processo, poderão ser adota- caráter permanente.
das as seguintes medidas: d) A ética está relacionada ao costume, enquanto a moral
à qualidade do ser.
z encaminhamento de sugestão de exoneração de e) A ética é cultural, enquanto a moral é teórica.
cargo ou função de confiança à autoridade hie-
rarquicamente superior ou devolução ao órgão de 2. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando a doutrina
origem, conforme o caso; de Kant acerca da ética, assinale a opção correta.
z encaminhamento, conforme o caso, para a Con-
troladoria-Geral da União ou unidade específica a) A ética é limitada a determinado grupo social.
do Sistema de Correição do Poder Executivo Fede- b) A ética independe da razão.
ral de que trata o Decreto nº 5.480, de 30 de junho c) A ética está relacionada à religião e ao divino.
de 2005, para exame de eventuais transgressões d) A ética é impessoal, no sentido de ser aplicável para
disciplinares; todos de forma uniforme.
z recomendação de abertura de procedimento e) A ética é variável de acordo com as consequências da
administrativo, se a gravidade da conduta assim o conduta.
exigir.
3. (VUNESP — 2020) Um dos objetos de estudo da ética
Fica assegurado a todos os investigados, em respei- e que tem um caráter normativo é
to ao contraditório e ampla defesa, o conhecimento do
teor das acusações e o acesso integral aos autos (ainda a) a percepção.
que no recinto das comissões de ética). Por fim, fica b) a moral.
garantido o acesso à cópias integrais dos processos e c) a intuição.
de certidão do seu teor. d) o comportamento.
As comissões de ética têm por dever proferir deci- e) o costume.
são sobre os temas de sua competência, independen-
temente de omissão do Código de Conduta da Alta 4. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Todas as posturas éticas,
Administração Pública. Eventuais omissões poderão sejam quais forem suas orientações, suas premissas,
ser supridas por uso da analogia ou dos princípios da seus engajamentos e suas preocupações, sempre ele-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade gem “o melhor” como a finalidade do comportamento
e eficiência. Confira-se in verbis: humano e para o direcionamento da ação humana.

Art. 17 As Comissões de Ética, sempre que consta- Eduardo C. B. Bittar. Curso de ética geral e profissional. 15.ª ed. São
tarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, Paulo, 2017, p. 52 (com adaptações)
de improbidade administrativa ou de infração dis-
ciplinar, encaminharão cópia dos autos às auto- Considerando o fragmento de texto apresentado aci-
ridades competentes para apuração de tais fatos, ma como referência inicial, é correto afirmar que a éti-
400 sem prejuízo das medidas de sua competência. ca e a moral
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a) subordinam a validade da lei na busca do que é ‘o d) ao engessamento da norma jurídica, que limita o aces-
melhor’. so à Justiça;
b) exteriorizam as melhores normas de conduta dos e) à universalização, generalização ou normalização
seres humanos que convivem em sociedade. como mecanismo de dominação simbólica.
c) são normas jurídicas ideais à evolução da sociedade.
d) têm por atributo serem cogentes e heterônomas. 9. (FGV — 2022) João, pessoa muito popular em cer-
e) são subordinadas entre si, com prevalência da moral tos círculos sociais, decidiu promover uma profunda
sobre a ética, de modo que o que for moralmente acei- mudança de rumo em seus ideais e aspirações. Pas-
tável será ético. sou a adotar, em sua vida pessoal e profissional, pos-
tura diametralmente oposto àquela que caracterizava
5. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Considerando a doutrina sua conduta no passado, que, não raro, se mostrava
de Kant, julgue os itens a seguir. francamente contrária à base de valores do ambiente
social, não raro caracterizando a prática de infrações
I. Existe uma lei moral universal. penais. Apesar do decurso de algumas décadas des-
II. O imperativo categórico representa uma ação objeti- de a ocorrência dos fatos, João constatou que ainda
vamente necessária dada pela razão. era possível identificar a veiculação, na internet, de
III. O conceito moral de boa vontade está obrigatoriamen- notícias da época, o que lhe causava grande cons-
te interligado ao resultado da ação. trangimento. Por tal razão, procurou um advogado e
o questionou a respeito desse conflito de interesses,
Assinale a opção correta. que opunha a sua esfera jurídica à dos provedores.

a) Apenas o item II está certo. À luz dessa narrativa e dos balizamentos oferecidos
b) Apenas o item III está certo. pela ordem jurídica, é correto afirmar que
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos. a) os direitos individuais de João, por serem a forma de
e) Todos os itens estão certos. exteriorização de sua personalidade, sempre deverão
preponderar em caráter abstrato.
6. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Em relação à ética e b) os aspectos jurídicos e circunstanciais afetos ao caso
democracia no exercício da cidadania, assinale a evidenciam que a esfera jurídica de João, concebida
opção correta. em abstrato, está sendo aviltada de maneira ilícita.
c) no conflito entre direitos transindividuais e os direitos
a) A necessidade de prestar contas do emprego de individuais de João, os primeiros sempre deverão pre-
recursos públicos caracteriza costume administrati- ponderar, sobre os últimos, em caráter abstrato.
vo desassociado de qualquer preceito ético ou norma d) os aspectos circunstanciais afetos ao caso concreto
legal. apontam para a veracidade da informação e a licitude
b) Ética e democracia são valores que se complementam de sua obtenção, o que forma uma posição definitiva
mutuamente e contribuem para a formação de uma favorável aos provedores, ainda que, prima facie, o
sociedade mais justa e transparente. interesse de João seja desatendido.
c) O combate à corrupção é tarefa própria dos órgãos e e) os direitos envolvidos apresentam contornos pri-
entidades destinados a esse fim, não cabendo ao cida- ma facie, mas só será possível delinear o seu exato
dão qualquer ação nesse âmbito. alcance a partir das peculiaridades do caso concreto,
d) As decisões políticas em um regime democrático pres- quando assumirão contornos definitivos, com prepon-
cindem do julgamento de seus fundamentos éticos. derância da esfera individual.
e) Democracia e ética não se relacionam, pois estão
colocadas em dimensões opostas 10. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca do exercício da
cidadania, assinale a opção correta.
7. (FGV — 2022) A universalização do acesso a direi-
tos básicos, como saúde, educação e assistência, de a) Cidadania substantiva é a capacidade que o nacional
modo a fazer dos direitos uma via para a equidade e a detém para participar da vida política, seja como eleitor
justiça social, está relacionada ao conceito de: ou como eleito, observando as regras descritas pela legis-
lação eleitoral.
a) cidadania; b) Cidadania democrática é a capacidade de se exercer,
b) democracia; ativamente, influência na vida política, seja formal, seja
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

c) autocracia; informalmente, acatando-se os princípios da tolerância e


d) direitos humanos; da pluralidade de ideias.
e) pluralismo. c) Cidadania é um privilégio reconhecido somente àqueles
que detêm poder econômico para ocupar cargos eletivos.
8. (FGV — 2022) “A luta democrática pelo Direito deve ser d) Cidadania é uma parcela do poder exercida ocasional-
uma luta pela aplicação do direito vigente, tanto quan- mente por grupos paramilitares que procuram, paralela-
to uma luta pela mudança do Direito”. mente ao poder público, efetivar o bem comum em certa
comunidade.
Essa afirmação refere-se: e) Cidadania é a faculdade conferida a determinadas pes-
soas para, querendo, exercer o seu direito de voto nas
a) ao conceito de “cidadania de papel”, que descreve o diversas eleições.
conjunto de direitos adquiridos, mas não usufruídos;
b) à Constituição da República de 1988, que legitima a 11. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Considerando as regras
ordem vigente; que regem a ética no serviço público, julgue os itens
c) ao formalismo elitista do Direito; que se seguem. 401
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I O elemento ético nunca poderá ser desprezado pelo 15. (CEBRASPE-CESPE — 2019) A ética dos direitos
servidor, cuja atuação não deve se limitar a decidir humanos extrapola o pensamento binário do “isto é
entre o legal e o ilegal, mas deve prezar pela efetivação certo” e “aquilo é errado”, criando espaço para que o
da moralidade pública. agente público tenha liberdade para formar seu juízo
II Os deveres morais e éticos permeiam toda a vida de valor. Partindo da premissa da moral inclusiva, é
funcional do servidor público, porém não alcançam a correto afirmar que o agente público
sua vida privada, que é tutelada pelos direitos e pelas
garantias fundamentais do indivíduo. a) deverá zelar pelo princípio da lealdade para com seus
III Ressalvadas as exceções legais, a publicidade do pares, ainda que conivente com alguma falta à lei.
ato administrativo constitui requisito de eficácia e b) poderá mentir, contrariamente aos interesses da pes-
moralidade. soa interessada, em favor da administração pública,
porque isso demonstra zelo pelo interesse público.
Assinale a opção correta. c) deverá zelar pelo decoro, pela sociabilidade e pela
saúde no local de trabalho, à luz do espírito de
a) Nenhum item está certo. solidariedade.
b) Apenas os itens I e II estão certos. d) poderá desrespeitar o público, caso venha a ser des-
c) Apenas os itens I e III estão certos. respeitado, em nome do princípio da reciprocidade.
d) Apenas os itens II e III estão certos. e) poderá se eximir de atender ao público, caso essa ati-
e) Todos os itens estão certos. vidade não esteja entre as atribuições de seu cargo.

12. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Os deveres fundamen- 16. (FGV — 2022) A comissão de ética, prevista no Decre-
tais do servidor público incluem to Federal nº 1171/1994, deve ser, obrigatoriamente,
criada em qualquer órgão ou entidade que exerça atri-
a) escolher sempre, quando estiver diante de duas buições delegadas pelo Poder Público, competindo a
opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem essa comissão a orientação sobre a ética profissional
pessoal. do servidor, no tratamento com as pessoas e com o
b) guardar segredo sobre atos contrários ao interesse patrimônio público.
público, a fim de preservar a integridade administrativa.
c) ter consciência de que seu trabalho é regido unica- A comissão de ética, tem capacidade punitiva de apli-
mente por preceitos legais. car pena de
d) respeitar incondicionalmente a hierarquia.
e) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
a) demissão a servidores.
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva.
b) declaração de inidoneidade.
c) suspensão.
13. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Assinale a alternativa que
d) advertência.
indica corretamente uma conduta ética a ser observa-
e) censura a servidores.
da por um funcionário da Administração Pública.
17. (FGV — 2021) A função pública deve ser exercida
a) Responsabilizar terceiros por possíveis erros cometi-
segundo os preceitos estabelecidos pela Adminis-
dos em suas atividades.
tração Pública, tendo, como parâmetro, o Código de
b) Utilizar sua função em situações que configurem práti-
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
cas autoritárias.
Executivo Federal, materializado por meio do Decreto
c) Exigir os motivos de solicitação de informações de
interesse público. nº 1171/94.
d) Retardar deliberadamente ou fornecer de forma incor-
reta uma informação requerida. Com base no Decreto nº 1171/94, assinale a opção
e) Evitar ações ou relações conflitantes com suas res- que indica um dever fundamental do servidor público.
ponsabilidades profissionais.
a) Postergar a prestação de contas, quando for necessá-
14. (VUNESP — 2021) A ética é um aspecto fundamen- rio ao interesse social.
tal às relações sociais, sendo relevante sobretudo no b) Respeitar à igualdade, afastando-se de comportamen-
setor público. Nesse sentido, é correto afirmar que se tos que podem favorecer a hierarquia funcional.
coaduna com a expectativa de comportamento ético c) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas que consi-
de um servidor público: dere mais confortáveis.
d) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços
a) a realização, em horário de expediente, de atividades por quem de direito.
de interesse particular e não relacionadas ao cargo e) Exercer suas atribuições com calma e tranquilidade,
público ocupado. sem apressar-se diante de imprevistos.
b) o patrocínio de interesses privados junto à Administra-
ção Pública, aproveitando-se do cargo ocupado. 18. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando as rela-
c) a abstenção da prática de atos discriminatórios no ções entre ética, democracia e exercício da cidadania,
ambiente de trabalho, seja em razão de cor, gênero, assinale a opção correta.
raça, idade ou doença.
d) a realização de ato político-eleitoral no ambiente da a) Ofende o princípio da proporcionalidade lei que isen-
repartição pública. te os reconhecidamente pobres de pagamento de
e) a utilização de recursos humanos e materiais do emolumentos devidos pela expedição dos registros
órgão público para a realização de pequenos trabalhos civis de nascimento e de óbito, e da primeira certidão
402 particulares. respectiva.
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b) Na democracia constitucional deve ser observado 9 GABARITO
estritamente o princípio majoritário, de modo que as
minorias têm de se curvar às maiorias.
c) É inconstitucional norma estadual que assegure, no 1 B
âmbito da educação superior de instituições esta-
2 D
duais públicas, a livre criação e a auto-organização de
centros e diretórios acadêmicos, seu funcionamento 3 B
no espaço físico da faculdade, a livre circulação das
ideias por eles produzidas, o acesso dos seus mem- 4 B
bros às salas de aula e a participação em órgãos
5 C
colegiados.
d) Entre as regras deontológicas previstas no Código de 6 B
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal consta que deixar o servidor público 7 B
qualquer pessoa à espera de solução que compete ao
8 A
setor em que exerça suas funções, permitindo a for-
mação de longas filas, ou qualquer outra espécie de 9 D
atraso na prestação do serviço, não caracteriza ape-
nas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, 10 B
mas principalmente grave dano moral aos usuários
11 C
dos serviços públicos.
12 E
19. (FGV — 2021) De acordo com as regras dispostas no
Código de Ética do Servidor Público, é correto afirmar 13 E
que a função pública
14 C
a) integra-se à vida particular do servidor público. 15 C
b) deve restringir-se às atividades exercidas dentro da
repartição. 16 E
c) concede ao servidor a omissão da verdade, quando
17 D
contrária aos interesses da Administração Pública.
d) permite tratar mal um cidadão que esteja inadimplente. 18 D
e) estimula a formação de filas, desde que em prol da
moralidade. 19 A

20 B
20. (VUNESP — 2019) A ética no serviço público deve ser
observada pelos funcionários que atuam na área públi-
ca. Nesse contexto, são vedados ao servidor público o
exposto na alternativa:
ANOTAÇÕES
a) filiar-se a partidos políticos e disseminar suas convic-
ções ideológicas; vender produtos de quaisquer ativi-
dade ou setor econômico no mesmo horário e local
de trabalho; realizar trabalho voluntário em atividades
que se relacionam às atividades exercidas no serviço
público.
b) usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tem-
po, posição e influências, para obter qualquer favoreci-
mento, para si ou para outrem; desviar servidor público
para atendimento a interesse particular; apresentar-se
habitualmente embriagado no serviço ou fora dele.
c) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências; agir em benefício pró-
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA

prio e de acordo com suas convicções religiosas no


ambiente de trabalho; usar a influência do cargo para
fins pessoais ou de terceiros de forma a contribuir
com o Estado.
d) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
cente ao patrimônio público; economizar recursos físi-
cos, técnicos, materiais e humanos eximindo o Estado
de suas obrigações.
e) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros; oferecer acesso
aos serviços públicos aos cidadãos sem privilégio, de
forma transparente e de acordo com as funções esta-
belecidas pela gestão pública.
403
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ANOTAÇÕES

404
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também constam nas normas de direito interno dos
estados. Dentre tais direitos, temos: o direito à vida; à
liberdade; à educação, e à saúde. No Brasil, estão elen-
cados na Constituição Federal. São os direitos funda-

DIREITOS HUMANOS mentais e sociais.


A questão da nomenclatura é técnica, porém em
nada interfere no fato de que esses direitos devem ser
garantidos a todos os cidadãos nacionais ou estran-
geiros, que estejam ou não no território de sua terra
CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS natal, e de que é obrigação dos estados respeitarem os
direitos humanos de cada um.
Estabelecer um conceito de direitos humanos, Recomendamos, para aprofundamento sobre a
embora pareça simples, exige que se faça uma análise história da Organização das Nações Unidas e para
histórica para compreensão de como surgiu a defini- informações mais detalhadas a respeito do marco ini-
ção. Mesmo que todos saibam mencionar quais são cial dos direitos humanos, o acesso à página da ONU1.
esses direitos, há que se entender como se chegou a
um conceito.
Como dito, o conceito de direitos humanos foi Importante!
construído ao longo do tempo, razão pela qual se tor-
na necessário abordar alguns aspectos referentes à Direitos humanos são os direitos de cada indi-
sua evolução histórica. víduo reconhecidos em seu país e em âmbito
A princípio, é possível dizer que os direitos huma- internacional.
nos, tamanha sua importância, decorrem da dignida-
de inerente a cada ser humano. Porém, em verdade,
tais direitos não foram, desde o início, efetivamente
previstos e protegidos.
A preocupação em se estabelecer um conceito aos EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
direitos humanos decorreu do período pós 2ª Guerra
Mundial. Tal evento, de total relevância para a histó-
E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O CAMPO
ria mundial, encerrou-se em setembro de 1945. EDUCACIONAL
Em decorrência desse fato histórico, em 24 de
outubro de 1945 foi criada a Organização das Nações Os direitos humanos não foram reconhecidos de
Unidas (ONU) por meio da Carta da ONU. A ONU se uma única vez, sendo resultado de um processo lento
estruturou a partir da união de países de diferentes e gradual. Deste processo advém a noção de “gerações
continentes que tinham um único objetivo: a promo- de direitos humanos”. Neste ponto, cabe mencionar
ção da paz em todo o mundo e a proteção dos estados, que a nomenclatura “gerações” foi dada pelo jurista
de forma que pudessem se reestruturar no pós-guerra. francês Karel Vasak e inspirada no lema da Revolução
O ano de 1948 é um marco histórico para a defe- Francesa. Para ele, cada um dos temas envolvia uma
sa dos direitos humanos, tendo em vista ter havido das gerações dos direitos humanos.
a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Observe:
Humanos.
Então, tenha em mente que os dois importantes z Liberdade: associado aos direitos civis e políticos;
momentos para os direitos humanos foram a Carta da z Igualdade: associada aos direitos econômicos,
ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. sociais e culturais;
Vale esclarecer, ainda, que não se pode dizer que z Fraternidade: associada aos direitos de
os direitos humanos surgiram a partir da definição de solidariedade.
um conceito. Isto porque é possível defender que se
tratam de direitos inerentes à condição humana, ou
Para compreender a associação entre o lema da
seja, segundo a doutrina são direitos naturais.
Revolução Francesa e o reconhecimento dos direitos
No entanto, seu reconhecimento decorre, de fato,
humanos é preciso entender que no período inicial da
da positivação, que se refere ao momento em que um
existência humana somente tinham direitos aqueles
direito é reconhecido, sendo escrito por meio de uma
lei que tramita em um processo legislativo e que, a que possuíam força física ou que estavam do lado de
partir da aprovação, passa a ser de observância obri- quem a possuía, visto que era sempre o mais forte que
gatória por parte de todos. impunha a sua vontade aos demais.
Atenção à informação a seguir, que é muito impor- Posteriormente, a aquisição de direitos passou a
DIREITOS HUMANOS

tante para sua aprovação: é possível dizer que os ser resultado da vontade das divindades, ou seja, de
direitos humanos são inerentes à condição humana um Deus ou de diversos deuses. Já com a formação
dos indivíduos. São os chamados “direitos naturais”. dos Estados absolutistas, o poder de impor as regras
Quando estes mesmos direitos passam a ser previstos passou a ser dos reis. Assim, foi apenas com a forma-
em uma lei escrita devidamente aprovada por meio ção dos Estados Modernos que as pessoas passaram a
do processo legislativo de cada estado, dizemos que ser tidas como possuidoras de direitos, uma vez que o
estão positivados. poder dos Estados passou a ser limitado.
Quando falamos em direitos humanos, estamos Como consequência, os direitos humanos passa-
mencionando um rol de direitos pertencentes ao indi- ram a ser reconhecidos por categorias.
víduo. São reconhecidos internacionalmente, mas
1 https://nacoesunidas.org/conheca/. 405
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Lembre-se: a denominação “gerações” dos direi- Assim sendo, não é possível efetuar gradações da
tos humanos foi o termo original criado por Vasak e, dignidade humana, uma vez que a dignidade não
posteriormente, passou a ser denominado de dimen- pode ser retirada ou desprezada pela prática de con-
são dos direitos humanos. Isto ocorreu porque grande dutas tidas como reprováveis pela sociedade.
parte da doutrina passou a entender que essa classifi- Outro desdobramento do direito à vida é o direi-
cação correspondia a uma visão histórica infundada, to à vida privada, que corresponde ao poder que as
pois os direitos humanos não se sucedem ou se substi- pessoas têm de decidir quais informações, condutas,
tuem. Assim, a utilização do termo “gerações” poderia escolhas, preferências, entre outros, querem levar ao
levar à conclusão de que os direitos de primeira gera- conhecimento público e quais querem manter como
ção foram substituídos pelos de segunda e, assim por exclusivamente suas, ou seja, privadas.
diante; o que não é o correto, uma vez que os direitos
O direito à igualdade também faz parte da pri-
se expandem e se acumulam, de modo que um fortale-
meira categoria de direitos reconhecidos. Trata-se,
ce o outro. É por este motivo que a doutrina optou por
portanto, da garantia de que a norma não será aplica-
utilizar o termo “dimensões”, pois este traz a ideia de
da de modo discriminatório, negando direitos básicos
que os direitos se complementam.
aos indivíduos em razão de qualquer condição pes-
A primeira categoria de direitos reconhecidos
foi aquela ligada à proteção das pessoas contra o soal, como sexo, cor, origem, entre outros.
poder do Estado, ou seja, os direitos individuais e
políticos. Trata-se, portanto, dos direitos ligados à pró- Dica
pria pessoa, como, por exemplo, o direito de viver, de
ter bens, de se locomover.
O direito à igualdade reconhecido nesta catego-
Cumpre esclarecer, entretanto, que somente os ria não se refere à igualdade de fato perante a
direitos mínimos foram reconhecidos. Consequente- lei. Esta faz parte da segunda categoria de direi-
mente, esta primeira fase refere-se à defesa das pes- tos reconhecidos.
soas contra o abuso do poder do Estado, de modo a
abranger tanto as liberdades dos indivíduos, ou seja, Outro direito reconhecido foi o direito à seguran-
seus direitos civis e individuais, como os direitos de ça, ou seja, o direito de exercer com tranquilidade os
participação popular na administração do Estado, ou demais direitos humanos. Assim, segurança abrange
seja, os direitos políticos. os direitos relativos à segurança do indivíduo, como,
O direito à liberdade é um destes direitos. A por exemplo, a que veda prisão arbitrária ou abusiva
Declaração Universal dos Direitos Humanos, por
e estabelece que a restrição da liberdade só será legí-
exemplo, iniciou seu rol de direitos estipulando que
tima quando respeitados os parâmetros da lei, como
todos os indivíduos nascem com a possibilidade de
fazer escolhas, de dar rumo à própria vida de acor- também os direitos ligados à segurança das relações
do com a própria inteligência e consciência e não por jurídicas, como, por exemplo, as garantias proces-
estipulações alheias, sendo que, ainda que o meio suais decorrentes dos princípios da duração razoável
social possa influenciar em suas escolhas, a pessoa é do processo, do devido processo legal, do contraditó-
livre para mudar o rumo dado pela sociedade. rio e da ampla defesa, entre outros.
Atenção! Nascer igual significa poder gozar de Há de se mencionar, também, o direito à proprie-
todos os direitos, independentemente de qualquer dade, ou seja, o direito que as pessoas têm de usar,
condição, ou seja, de ser homem ou mulher, de ser gozar e dispor da coisa, assim como retomá-la de
rico ou pobre, do país, da religião, entre outros. Assim quem injustamente a detenha.
sendo, direitos e liberdades independem de qualquer O direito à nacionalidade também foi um dos pri-
condição pessoal ou de distinções fundadas em condi- meiros direitos reconhecidos. Trata-se do direito que
ção política ou jurídica. todos possuem de se vincular política e juridicamente
Além da liberdade de fazer escolhas, o direito à a um Estado soberano para que este possa lhe assegu-
liberdade envolve o direito de locomoção, o direito de rar a proteção aos seus direitos fundamentais.
ter convicções religiosas, filosóficas, políticas, entre Finalizando este primeiro rol de direitos, tem-se os
outros, o direito de expressar livremente seus pensa- direitos políticos, que são os direitos de participação
mentos e o direito de reunião e associação.
diretamente no governo ou indiretamente por meio
O direito à vida também é um dos direitos garan-
de seus representantes escolhidos pelo voto. Portanto,
tidos nesta primeira categoria. Ele engloba não só a
refere-se ao direito de votar e ser votado.
garantia do indivíduo de não ter interrompido o seu
Atenção! Observe que estes direitos, indepen-
processo vital, salvo pela morte espontânea e inevi-
dentemente de serem tidos como civis ou políticos,
tável, mas o direito de não ter sua integridade física e
moral violada, assim como o direito de ter uma vida exigem postura negativa do Estado, isto é, de não
digna e justa. Como consequência, tanto a escravidão interferência.
como a tortura violam o direito à vida. A segunda categoria de direitos reconhecidos
Neste ponto, é importante consignar que o direi- foram aqueles ligados aos direitos sociais, de modo a
to à vida envolve, ainda, o reconhecimento da perso- incluir os direitos voltados ao trabalho, à educação, à
nalidade humana. Isto significa dizer que os Estados saúde, entre outros. Parte-se, portanto, da ideia de que
devem reconhecer a todos os direitos e deveres sem os Estados têm o dever não só de conceder e respeitar
qualquer valoração, pois todas as pessoas merecem as liberdades, mas também proporcionar a igualdade
proteção. entre as pessoas para reequilibrar os desníveis sociais.
406
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Para compreender esta categoria, é preciso ter em Lembre-se: as regras no que tange à educação
mente que as pessoas não são iguais, seja em termos brasileira encontram-se previstas nos arts. 205 a 214,
econômico, sociais ou culturais. Como consequên- da Constituição Federal, de 1988.
cia, de nada adiantaria garantir o direito à vida, por Há de se mencionar, ainda, o direito cultural, tanto
exemplo, se a pessoa não tiver acesso à saúde. Assim, no que diz respeito ao direito de ter acesso aos meios
os direitos reconhecidos nesta segunda categoria são de cultura e artes, bem como aos meios científicos,
voltados a estabelecer a igualdade entre os indivíduos. assim como a proteção do direito do autor, quer em
Portanto, se em um primeiro momento houve um seu aspecto material, quer em seu aspecto moral. Em
olhar para o indivíduo para reconhecer as suas liber- suma, a cultura encontra-se disciplinada nos arts.
dades, agora o Estado passa a visualizá-lo como mem- 215 e 216 da Constituição Federal de 1988.
bro de uma sociedade. Consequentemente, é dever A terceira categoria de direitos reconhecidos
do Estado reconhecer que as pessoas são diferentes e são aqueles atrelados ao ideal de fraternidade, por
ter um papel mais ativo para garantir oportunidades dizerem respeito a toda coletividade. Neste ponto,
iguais aos indivíduos por meio de políticas públicas. observe que a primeira categoria se refere à proteção
Atente-se: atualmente, é exigida uma ação do individual, enquanto os segundos à proteção da socie-
Estado e não mais uma omissão, ou seja, as liberdades dade. Assim, a terceira categoria é voltada à coletivi-
positivas ou prestacionais. dade como um todo.
Nesta categoria são englobados os direitos ao tra- Estes direitos são constituídos por interesses indi-
balho e os direitos dos trabalhadores, a assistência visíveis, que podem abranger um número indeter-
e proteção econômica em determinados momen- minado de pessoas, com sujeitos indeterminados e
tos, tais como incapacidade temporária ou definitiva, indetermináveis, denominados de direitos difusos,
como, por exemplo, o direito ao meio ambiente eco-
velhice, maternidade, entre outros; o direito à educa-
logicamente equilibrado, o direito à autodetermina-
ção, o direito à cultura e ao lazer, o direito à saúde,
ção dos povos, o direito à comunicação, entre outros.
entre outros.
Podem também abranger um grupo ou categoria
Atente-se: o direito à educação faz parte desta
determinada de pessoas determináveis unidas pelo
categoria (segunda geração/dimensão) dos direitos
mesmo interesse jurídico, denominados de direito
fundamentais. coletivo, como, por exemplo, a proteção de determi-
No que diz respeito ao direito à educação, obser- nados grupos sociais tidos como vulneráveis.
ve que uma instrução de qualidade é essencial à for- Observe que tais direitos refletem na vida de todas
mação integral dos indivíduos, uma vez que somente as pessoas e tem como objetivo evitar a deteriora-
com uma educação adequada as pessoas podem exer- ção da qualidade de vida humana. É por este motivo
cer seus demais direitos, tais como a liberdade de que são chamados de direitos de solidariedade, pois
expressão, a liberdade de associação, os direitos polí- demandam a participação do conjunto e não de um só
ticos, entre outros. indivíduo ou grupo.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, por Salienta-se, por necessário, que existem outras
exemplo, estabelece que cabe aos Estados assegurar subdivisões em categorias, como, por exemplo, a pro-
o acesso à educação e garantir que esta será gratui- posta por Paulo Bonavides que acrescenta uma quarta
ta ao menos nos níveis elementares e fundamentais. e quinta dimensão aos direitos, referindo-se ao direito
Quanto à obrigatoriedade, estabelece que a educação à informação, à democracia e ao pluralismo político e
deve ser apenas da instrução elementar, assegurando, ao direito à paz.
porém, o acesso aos demais níveis de instrução. Neste
ponto é importante observar que, embora o dispositi-
vo estabeleça o direito prioritário dos pais na escolha
do gênero de instrução, ele também limita sua liber-
dade de escolha ao dar caráter obrigatório à instrução
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
elementar, uma vez que os pais não poderão privar DIREITOS HUMANOS
seus filhos do ensino elementar formal.
Já, a Constituição Federal, de 1988, ao disciplinar o Direitos Humanos são os direitos inerentes aos
dever do Estado brasileiro com a educação, estabele- seres humanos como um todo, independentemente de
ce a obrigatoriedade e gratuidade da educação básica, qualquer condição, tais como sexo, idade, nacionali-
que segundo a norma constitucional é aquela oferta- dade, religião, entre outros. No entanto, tais direitos
da para os alunos entre quatro e 17 (dezessete) anos são constantemente relativizados, por ser objeto de
de idade, assegurada, ainda, sua oferta gratuita para interpretações equivocadas, normalmente ligados à
proteção de grupos específicos, como, por exemplo,
aqueles que não puderam ter acesso à ela na idade
a proteção de criminosos. Todavia, não é possível
própria.
reduzi-lo dessa forma, uma vez que sua proteção é
DIREITOS HUMANOS

Além disso, assegura a progressiva universaliza-


bastante abrangente.
ção do ensino médio gratuito; o atendimento educa-
Entender que absolutamente todas as pessoas pos-
cional especializado aos estudantes com deficiência, suem direitos é o primeiro passo para compreender o
preferencialmente na rede regular de ensino; a edu- que são os direitos humanos. Portanto, eu, você, seu
cação infantil, tanto em creche como em pré-escola, vizinho, seu amigo, seu inimigo, aquele vendedor da
para as crianças até cinco anos de idade; o acesso aos esquina, aquela senhora que frequenta a igreja, o pas-
níveis mais elevados de ensino, pesquisa e criação tor, a moça da lanchonete, o rapaz da academia e, até
artística; a oferta de ensino noturno de forma regular mesmo, os desconhecidos: todos nós somos titulares
e adequada; e o atendimento por meio de programas dos direitos humanos.
suplementares de material didático escolar, transpor- O segundo passo para entender os direitos huma-
te, alimentação e assistência à saúde em todas as eta- nos é abandonar os preconceitos, isto é, os conceitos
pas da educação básica. preconcebidos, ou melhor, os conceitos invisíveis que 407
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carregamos sem perceber, assim como os esterióti- garantir a todos, que não os europeus, a consecução
pos, como, por exemplo, rotulações relativas ao sexo, desses direitos. Se todos tivessem os mesmos direitos,
envolvendo generalizações sobre as capacidades físi- como seria justificado a violência e o desrespeito no
cas, emocionais e intelectuais de mulheres e homens, processo de colonização? Como se justificaria o pro-
tais como “homens são naturalmente provedores”, cesso de escravidão dos povos nativos? Consequen-
“feministas odeiam os homens”, “filhos de pais sepa- temente, até a primeira metade do século XX, todos
rados são desajustados”, entre outras. os acordos estavam voltados para a Europa e seus
Assim sendo, os direitos humanos não estão liga- interesses.
dos a nenhum grupo, então generalizar e estereotipar Com a Segunda Guerra Mundial, muita coisa
os direitos e as pessoas somente ajuda a perpetuar o mudou. Primeiro, a participação importante de países
desrespeito e a impedir a igualdade, além de contri- de outros continentes fizeram com que o foco deixas-
buir para a propagação do desconhecimento, pois, se de recair somente na Europa. Além disso, os atos
quando se relativiza os direitos humanos, aqueles que cometidos durante a guerra deram ensejo a um movi-
deveriam lutar por seus direitos não sabem que os
mento de reconstrução dos direitos. Esse movimento
têm, muito menos sabem como se proteger.
nasceu consubstanciado na concepção de que todos
Observa-se que, embora os direitos humanos
os Estados têm a obrigação de respeitar os direitos
sejam inerentes à própria humanidade, o Sistema de
humanos e que compete à comunidade internacional
Proteção dos Direitos Humanos, que visa a assegu-
rar a tutela de tais direitos, é um fenômeno recente a responsabilidade de exigir o cumprimento dessa
na história. Nos primórdios, os direitos estavam atre- obrigação.
lados ao uso da força, de modo que, para saber se a Surgiu, assim, o Sistema de Proteção dos Direitos
pessoa estava segura ou não, dependia do seu grupo Humanos, que teve, como marco, a Declaração Uni-
estar na posição de vencedor ou vencido. Populações versal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948.
derrotadas eram escravizadas e perdiam seus direi- Antes de iniciar o estudo da DUDH, é preciso ter
tos, tanto que o primeiro esboço de declaração de em mente que, para melhor compreendê-la, é primor-
direitos humanos foi quando o rei persa, Ciro II, após dial entender a estrutura e identificar as ideias mais
conquistar a Babilônia, em 539 a.C., permitiu que os importantes da Declaração. Por essa razão, é extrema-
povos exilados regressassem às suas terras de origem. mente importante ler os artigos e tentar compreender
É possível visualizar, também, alguns esboços os pontos mais importantes, sem precisar, contudo,
de direitos humanos na Grécia e Roma Antiga, onde decorá-los.
se consolidou a ideia de lei do mais forte, ou seja, lei Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
natural, com direitos pertencentes ao ser humano por
sua própria natureza. ESTRUTURA DA DUDH
Com o passar dos tempos, esse conceito de lei natu-
ral foi adquirindo contornos de um direito universal, A Declaração Universal dos Direitos Humanos
estabelecido pela própria natureza, ou seja, de um (DUDH) foi adotada e proclamada em 10 de dezem-
direito natural. Em princípio, estabeleceu-se no Esta- bro de 1948, por meio da Resolução nº 217 A III, da
do Moderno, com a Magna Carta Inglesa (conhecida Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
como Carta de João Sem Terra), de 1215, primeiro (ONU). Ela não é, tecnicamente, um tratado interna-
documento que reconheceu que ninguém pode anular cional, sendo, apenas, uma declaração política e, não,
os direitos do povo, nem mesmo o rei. Posteriormente,
jurídica, que apenas delineia os direitos humanos.
com a Petição de Direitos, de 1628, uma declaração de
Isso significa dizer que ela não é obrigatória? Bem,
liberdade civil inglesa, que reafirmou alguns direitos
temos, aqui, dois posicionamentos doutrinários dife-
mínimos e limitou, também, o poder dos soberanos.
rentes. Para parte da doutrina, por não ser a DUDH
Aos poucos, esse direito natural e universal adqui-
riu contornos dentro do ordenamento jurídico de um tratado propriamente dito, ela não possui obri-
cada Estado, passando a ser positivado, ou seja, viran- gatoriedade legal e, consequentemente, funcionaria
do norma interna, elaborada segundo as peculiarida- como uma espécie de recomendações aos Estados.
des e interesses de cada país. Foi assim na Revolução É por essa razão que quem defende esse caráter
Inglesa, com a Declaração Inglesa de Direitos, de 1689, de soft law (quase direito ou direito flexível) da DUDH
a qual consagrou a supremacia do parlamento e o afirma que os direitos humanos previstos na Decla-
império da lei; na Revolução Americana, com a inde- ração somente se tornaram obrigatórios com a trans-
pendência das colônias britânicas na América do Nor- formação dela em dois pactos, o Pacto Internacional
te e a elaboração da Constituição estadunidense, de dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional
1787; e, por fim, na Revolução Francesa, com a Decla- dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de
ração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1966, pois apenas quando os Estados firmam o tratado
de 1789, um marco para a proteção de direitos huma- é que eles assumem os compromissos nele contidos.
nos no plano nacional. Em contrapartida, para outra parte da doutrina, a
No entanto, para sua plena efetivação, fazia-se DUDH é uma norma jus cogens2, ou seja, uma norma
necessário um processo de internacionalização desses de direito internacional tida como aceita e reconheci-
direitos, o que significa dizer que era preciso que esses da por todos os Estados independentemente de estar
direitos fossem normatizados pelos Estados de forma positivada ou não em tratado, sendo, por essa razão,
conjunta, de modo a formar um conjunto de direitos imperativa e vinculante. Deste modo, mesmo sendo
positivos universais. Observa-se, entretanto, que os uma declaração política e não ter sido firmada pelos
países da Europa não estavam muito interessados em Estados, os direitos contidos nela independem da
2 A noção de jus cogens foi elaborada, expressamente, pela primeira vez, no art. 53 da Convenção de Viena, sobre direito dos tratados de 1969,
que assim estabeleceu “É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral.
Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade
internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de
408 Direito Internacional geral da mesma natureza”.
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aquiescência dos Estados, por serem inderrogáveis.
Por exemplo, nos dias de hoje, tanto a tortura como 7 (sete) Considerandos
a escravidão são tidas como condutas inaceitáveis, de (Considerações)
forma que não haveria a necessidade de ser feito um
tratado pelos Estados para transformar tais condutas
em proibidas.
Direitos Civis e
Preâmbulo
Políticos
Dica Artigo 1°
Artigos 21 e 22
Natureza jurídica da DUDH – Duas posições
doutrinárias:
Direitos Econômicos,
� recomendação (não é um tratado); Sociais e Culturais
� norma imperativa (norma jus cogens).
Artigos 28, 29 e 30
A DUDH é composta por um preâmbulo e trinta
artigos. O preâmbulo, que é a parte que precede o tex- PREÂMBULO
to articulado da Declaração, é composto por sete Con-
siderandos (considerações). A DUDH inovou na concepção dos direitos huma-
Diferentemente do que ocorre com o preâmbulo nos ao introduzir algumas das características ineren-
da Constituição, sobre o qual o interesse das bancas tes aos direitos humanos em seus Considerandos. Na
examinadoras é muito pequeno, por ter a função de realidade, ela reafirmou os conceitos e fundamentos
servir de interpretação e integração da própria norma que baseiam toda a sua formulação. Vejamos cada
uma das considerações, com as características e fun-
constitucional ao reafirmar as intenções do Estado-
damentos trazidos.
-membro com a elaboração da Constituição, o preâm-
bulo da DUDH traz considerações importantes, como, Considerando que o reconhecimento da dignidade
por exemplo, a característica da indivisibilidade dos inerente a todos os membros da família humana
direitos humanos e, por essa razão, é necessário ser e de seus direitos iguais e inalienáveis é o funda-
estudado da mesma forma que seus artigos. mento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
[...].
Com relação aos artigos, os trinta, contidos na
DUDH, podem ser divididos em dois grandes grupos: A primeira consideração traz as características
da universalidade e a inalienabilidade dos direi-
z Liberdades Civis e Direitos Políticos: arts. 1º ao tos humanos. Universal no sentido de que se aplica a
21; todos os seres humanos e inalienável na medida em
z Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: arts. 22 que, por terem como fundamento a liberdade, justi-
ao 28. ça e paz no mundo, não podem ser transferidos ou
negociados.
Os arts. 29 e 30 não se enquadram nem em um gru- Os direitos são conferidos a todos os seres huma-
nos, os quais deles não podem se desfazer, porque são
po nem no outro. Eles tratam de deveres e regras de
indisponíveis, tendo em vista a proteção da pessoa
interpretação, fazendo o fechamento da declaração. humana.
Deste modo, há uma combinação de discurso libe- Do seu caráter universal decorre a garantia da dig-
ral com o discurso social da cidadania, ou seja, o valor nidade da pessoa humana, uma vez que o direito de
da liberdade com o valor da igualdade. possuir condições mínimas para ter uma vida plena
Explicando melhor: a Declaração combina os e digna é inerente a todos os indivíduos. Observa-se,
direitos ligados às prerrogativas inerentes ao indiví- ainda, que o reconhecimento da dignidade traz con-
sigo o fundamento da igualdade, por não comportar
duo, como a vida, a liberdade, a propriedade, denomi-
distinções relacionadas à raça, sexo, língua, religião,
nados de direitos civis ou individuais e os direitos de origem social ou nacional, entre outros.
cidadania, que envolve o direito de votar e ser votado,
de ocupar cargos ou funções políticas e de permane- Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos
cer nesses cargos, os denominados direitos políticos, direitos humanos resultaram em atos bárbaros
com os direitos ligados à concepção de que é dever do que ultrajaram a consciência da humanidade e que
o advento de um mundo em que mulheres e homens
DIREITOS HUMANOS

Estado garantir igualdade de oportunidades a todos


gozem de liberdade de palavra, de crença e da liber-
através de políticas públicas, sendo os denominados dade de viverem a salvo do temor e da necessidade
direitos econômicos, sociais e culturais. foi proclamado como a mais alta aspiração do ser
Neste primeiro momento, basta entender que a humano comum, [...].
DUDH é uma junção de dois tipos de direitos. Quan-
do nosso estudo adentrar nos artigos propriamente A segunda consideração traz a historicidade
como uma das características, visto que os direitos
ditos, as diferenças ficarão mais visíveis e será mais
humanos são frutos de um desenvolvimento histó-
fácil compreender a proteção e o papel dos Estados. rico marcado por lutas, barbáries e desrespeitos. Os
Então, guarde essa informação, para que ela possa ser direitos humanos não surgiram em 1948 com a DUDH.
bem compreendida quando os artigos começarem a Eles nasceram aos poucos, quer na Babilônia, quer na
ser analisados: Inglaterra, quer nos Estados Unidos, quer na França, 409
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entre outros países. Foi por meio destes esboços que os A essencialidade e a inviolabilidade dos direitos
direitos humanos puderam se desenvolver até, final- humanos são as características trazidas no sexto Con-
mente, se firmarem na ordem jurídica internacional. siderando. Os direitos humanos, por serem essenciais,
Entender o contexto histórico é extremamente devem gozar de status diferenciado perante o ordena-
importante para compreender o porquê da proteção mento jurídico dos Estados. Da essencialidade decorre a
dada pelos direitos humanos em cada momento da inviolabilidade, destacando que é dever tanto dos Esta-
história mundial. dos como dos indivíduos respeitar os direitos humanos.
Por conseguinte, os Estados-membros da ONU compro-
metem-se a não violar os direitos humanos.
Considerando ser essencial que os direitos huma-
nos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último Considerando que uma compreensão comum des-
ses direitos e liberdades é da mais alta importância
recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
para o pleno cumprimento desse compromisso, [...].
[...].
Por fim, a sétima consideração traz a característica
A característica da efetividade dos direitos huma- da indivisibilidade desses direitos. Não existe hierar-
nos é encontrada na terceira consideração, uma vez que quia entre os direitos humanos, pois todos possuem
é dever do Estado a sua tutela. Os direitos humanos o mesmo valor como direito. Consequentemente, eles
devem ser protegidos pelo “império da lei”, ou seja, por são indivisíveis na medida em que a garantia dos
normas gerais e abstratas aplicáveis a todos. No entan- direitos civis e políticos é condição para a observância
to, de nada adianta a mera previsão abstrata do direito dos direitos econômicos, sociais e culturais. Portanto,
se o Estado não agir para a sua concretização, pois é quando um deles é violado, os outros também o são.
seu dever agir de maneira eficaz, de modo a permitir o Agora, portanto, a Assembleia Geral proclama a
pleno desenvolvimento e efetividade dos direitos. presente Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos como o ideal comum a ser atingido por todos os
Considerando ser essencial promover o desen- povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
volvimento de relações amistosas entre as indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre
nações, [...]. em mente esta Declaração, esforcem-se, por meio do
ensino e da educação, em promover o respeito a esses
A quarta consideração não traz uma característica direitos e liberdades e pela adoção de medidas pro-
em si, mas uma regra no que tange à resolução dos gressivas de caráter nacional e internacional, por
conflitos internacionais. Observa-se que os Estados assegurar o seu reconhecimento e a sua observância
universais e efetivos, tanto entre os povos dos pró-
são diferentes uns dos outros, seja em termos cultu-
prios Países-Membros quanto entre os povos dos ter-
rais, históricos, geográficos, políticos, entre outros.
ritórios sob sua jurisdição.
Entretanto, por mais que os países sejam diferentes,
Assim sendo, após essas sete considerações, foi pro-
deve-se primar pela resolução pacífica das contro-
clamada a DUDH.
vérsias, ou seja, para que os problemas sejam solu-
A proclamação da DUDH contém uma das caracte-
cionados pela paz. Para tanto, faz-se necessário que as
rísticas dos direitos humanos: a vedação ao retroces-
relações amistosas sejam desenvolvidas.
so. Os direitos humanos jamais podem regredir, ou
seja, ser diminuídos ou reduzidos no seu aspecto de
Considerando que os povos das Nações Unidas
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fun-
proteção. Eles devem ser progressivos, o que significa
damentais do ser humano, na dignidade e no dizer que os Estados não podem proteger menos do
valor da pessoa humana e na igualdade de direitos que já protegem.
do homem e da mulher e que decidiram promover Passaremos, agora, à análise de seus artigos.
o progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla, [...]. DUDH

A quinta consideração remete a um dos propósitos A estrutura bipartite da DUDH decorre da ideia de
da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU). progressividade dos direitos humanos, contida, inclu-
Com o final da Segunda Guerra Mundial e criação da sive, em sua proclamação.
ONU, uma organização internacional, com o objetivo de É importante lembrar de que os direitos não sur-
manter a paz e a segurança internacional, foi observado giram de uma vez só. Eles são frutos de um desen-
pelos Estados-membros que não existia, no âmbito inter- volvimento histórico. Se, no início, os seres humanos
nacional, um documento que pudesse tutelar os direitos
não tinham direitos, com o decorrer dos tempos, eles
inerentes a todos os seres humanos. Assim, a Carta da
começaram a ser firmados.
ONU deu respaldo à proteção dos direitos humanos.
Os primeiros direitos reconhecidos foram aque-
A Carta da ONU trouxe, pela primeira vez, a expres-
les ligados ao próprio indivíduo, como, por exemplo,
são direitos humanos. No entanto, a Carta prestou-se
o direito de viver, de possuir bens, de se locomover.
somente a mencionar a expressão em seus dispositi-
É como se fosse um primeiro olhar do Estado para
vos, sem dar sentido ou definição a ela.
o indivíduo. Um olhar que reconheceu que os seres
Por conseguinte, para dar interpretação à expres-
humanos possuem direitos mínimos e que o poder do
são direitos humanos contida na Carta, foi elaborada
Estado não é ilimitado. Tratou-se, portanto, da defe-
a Resolução nº 217 A III, da Assembleia Geral, a qual
sa do indivíduo diante do abuso do poder do Esta-
proclamou a DUDH.
do. Neste primeiro momento, foram reconhecidas as
Considerando que os Países-Membros se com- liberdades dos indivíduos, ou seja, seus direitos civis
prometeram a promover, em cooperação com e individuais, que abrangem todas as pessoas, sem
as Nações Unidas, o respeito universal aos direi- qualquer distinção. Também foram reconhecidos os
tos e liberdades fundamentais do ser humano e a direitos de participação popular na administração do
410 observância desses direitos e liberdades, [...]. Estado, isto é, os direitos políticos. No entanto, esses
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direitos de cidadania eram bem limitados, pois esta- Vamos, então, estudar cada um desses direitos.
vam restritos a quem detinha a qualidade de cidadão
e, por isso, atingiam somente os eleitores. As mulhe- Direitos Civis e Políticos
res, por exemplo, não eram consideradas cidadãs,
assim como os estrangeiros e, consequentemente, não Englobam os arts. 1º ao 21, da DUDH. Vejamos cada
possuíam os direitos políticos, embora fossem titula- um deles:
res dos direitos civis mínimos garantidos pelo Estado.
A esses direitos dá-se o nome de direitos de primei- Art. 1º Todas as pessoas nascem livres e iguais em
ra geração/dimensão, por serem os primeiros direitos dignidade e direitos. São dotadas de razão e cons-
tutelados pelo Estado. ciência e devem agir em relação umas às outras
Usa-se tanto a expressão geração como dimensão. com espírito de fraternidade.
Trata-se de uma classificação elaborada por Karel
Vasak para classificar os direitos em categorias, con- Pela leitura desse artigo, depreende-se que os indi-
forme o contexto histórico do qual surgiram. Dida- víduos nascem com direitos iguais e com todas as
liberdades inerentes aos seres humanos. Nascer livre
ticamente, o jurista atrelou as três categorias dos
significa nascer com a possibilidade de fazer escolhas,
direitos humanos aos princípios da Revolução Fran-
de dar rumo à própria vida de acordo com a pró-
cesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, os pria inteligência e consciência e, não, por estipulações
direitos de primeira geração/dimensão são os direitos alheias.
de liberdade; os de segunda, igualdade e, os de tercei- É saber que, por mais que o meio social possa
ra, fraternidade. influenciar nas escolhas, a pessoa é livre para mudar
Os segundos direitos reconhecidos foram aqueles o rumo dado a ela por aquela sociedade. Só que de
voltados a estabelecer a igualdade entre os indivíduos. nada adiantaria nascer com liberdade se os direitos
Depois do olhar inicial para o indivíduo, reconhecendo fossem diferentes. Portanto, nascer igual significa
suas liberdades, o Estado passou a visualizá-lo como poder gozar de todos os direitos, independente de ser
membro da sociedade. Assim, foi possível reconhecer
homem ou mulher, rico ou pobre, religioso ou não, da
as diferenças entre as pessoas. Como consequência,
cor da pele, da nacionalidade, entre outros fatores.
passou-se a exigir um papel mais ativo do Estado para
Lembre-se: a menção “espírito de fraternidade”
garantir direitos de oportunidade iguais aos indiví-
não guarda relação com os direitos de terceira dimen-
duos, por meio de políticas públicas, como, por exem-
são/geração. A expressão é no sentido de evitar condu-
plo, o acesso à educação e à saúde, o voto feminino, a
tas individualistas.
regulamentação das regras trabalhistas e previdenciá-
rias, entre outros. Por conseguinte, passa-se a exigir
Art. 2º 1. Todo ser humano tem capacidade para
uma ação e, não mais, uma omissão do Estado3.
gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
A esses direitos dá-se o nome de direitos de segun-
Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
da geração/dimensão, estando ligados ao poder de
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião políti-
exigir do Estado a consecução dos direitos econô-
ca ou de outra natureza, origem nacional ou social,
micos, sociais e culturais. riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Por fim, os terceiros direitos reconhecidos encon- 2. Não será também feita nenhuma distinção fun-
tram-se atrelados ao ideal de fraternidade, por dize- dada na condição política, jurídica ou inter-
rem respeito à coletividade. O olhar é mais amplo, nacional do país ou território a que pertença
visualizando direitos que transcendem os indivíduos, uma pessoa, quer se trate de um território inde-
ou seja, direitos transindividuais. Esses direitos são pendente, sob tutela, sem governo próprio, quer
constituídos por interesses indivisíveis, que podem sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
abranger um número indeterminado de pessoas,
sujeitos indeterminados e indetermináveis, denomi- Esse artigo é composto de dois itens. O primeiro
nados de direitos difusos, como, por exemplo, o direi- item estabelece que os direitos e liberdades contidos
to ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, na DUDH podem ser invocados por todos os indiví-
o direito à autodeterminação dos povos, o direito à duos independentemente de qualquer condição pes-
comunicação, entre outros. Podem, também, abran- soal, tais como sexo, raça, nacionalidade, condição
ger um grupo ou categoria determinada de pessoas social, entre outros. Trata-se, portanto, da não distin-
determináveis unidas pelo mesmo interesse jurídico,
ção fundada em atributo pessoal. Em contrapartida,
denominados de direito coletivo, como, por exem-
o segundo item amplia a abrangência do dispositivo,
plo, a proteção de determinados grupos sociais, tidos
para vedar as distinções fundadas em condições polí-
como vulneráveis.
tica, jurídica ou internacional do país ou território
Assim sendo, a DUDH inicia seus dispositivos com
a que pertença o indivíduo. Deste modo, os posicio-
os direitos de primeira geração/dimensão, ou seja,
namentos políticos e jurídicos adotados pelo Estado,
os direitos civis e políticos, que exigem uma postura
interna ou externamente, não podem servir de moti-
DIREITOS HUMANOS

negativa do Estado (uma não interferência). Depois,


passa a disciplinar os direitos de segunda geração/ vo para tratamentos diferenciados entre as pessoas.
dimensão, isto é, os direitos econômicos, sociais e cul- Entenda a diferença:
turais, que demandam uma postura positiva do Esta- Item 1 – tratamento distinto por ser brasileiro
do (uma prestação). (condição pessoal);
Item 2 – tratamento distinto ao brasileiro, devido à
uma determinada postura adotada pelo Brasil (condi-
Importante! ção política e jurídica do Estado).

A DUDH não traz os direitos de terceira geração/ Art. 3º Todo ser humano tem direito à vida, à
dimensão. liberdade e à segurança pessoal.

3 São chamados de liberdades positiva ou prestacional. 411


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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 3º traz três direitos distintos: vida, liberdade e II - submetê-la a trabalho em condições análogas à
segurança. O direito à vida engloba não só a garantia do de escravo;
indivíduo de não ter interrompido o seu processo vital, III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
salvo pela morte espontânea e inevitável, como tam- IV - adoção ilegal; ou
bém o direito de não ter violada a sua integridade físi- V - exploração sexual.
ca e moral, o direito de ter uma vida digna, justa, entre Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
outros. O direito à liberdade é a faculdade de fazer ou multa.
não algo, ou seja, de efetuar escolhas, mesmo que estas § 1º A pena é aumentada de um terço até a metade
não sejam exteriorizadas. É ter a liberdade tanto para se:
pensar como para exteriorizar esse pensamento. I - o crime for cometido por funcionário públi-
Por fim, o direito à segurança refere-se à possibili- co no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las;
dade de exercer com tranquilidade os direitos huma-
II - o crime for cometido contra criança, adolescen-
nos. Segurança abrange não só os direitos relativos à
te ou pessoa idosa ou com deficiência;
segurança do indivíduo, como também os direitos à
III - o agente se prevalecer de relações de paren-
segurança das relações jurídicas.
tesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade,
de dependência econômica, de autoridade ou de
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão ou superioridade hierárquica inerente ao exercício de
servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
emprego, cargo ou função; ou
proibidos em todas as suas formas.
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do
território nacional.
O art. 4º veda a escravatura e o comércio de escravos. § 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o
O conceito de escravidão, no direito internacional, com- agente for primário e não integrar organização
porta dois elementos fundamentais4. O primeiro é o esta- criminosa.
do ou condição do indivíduo, ou seja, basta a restrição
ou controle sistemático da autonomia individual e liber- Art. 5º Ninguém será submetido à tortura, nem
dade de movimento independentemente da condição a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
jurídica. Isso significa dizer que, mesmo que a norma do degradante.
Estado não permita a escravidão ou que não exista um
documento formal, se a pessoa tiver sua liberdade indi- O art. 5º trata da tortura, que é um dos desdobra-
vidual controlada ou restrita de forma ilícita e sistemá- mentos do direito à vida, por decorrer da violação à
tica, será caracterizado o primeiro elemento. O segundo integridade humana, tanto física como psicológica.
elemento envolve o exercício de algum dos atributos ati- Torturar5 é causar, ao indivíduo, sofrimento físico
nentes ao direito de propriedade, como, por exemplo, o ou mental como forma de intimidação ou castigo. É,
controle que restrinja ou prive, significativamente, a pes- também, utilizar-se de métodos como forma de anu-
soa de sua liberdade individual com intenção de explora- lar a personalidade ou diminuir a capacidade física
ção. Exemplo: execução de trabalho forçado, exploração ou mental, mesmo que sem dor (física ou mental).
sexual, entre outros.
É importante considerar que, no Código Penal,
encontram-se previstos dois crimes relacionados a
Dica
essa proibição, a saber: Embora a Constituição Federal, de 1988, pos-
sua um dispositivo semelhante, ela não traz a
Art. 149 Reduzir alguém a condição análoga à de expressão “castigo cruel”. Como é possível que
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados
seja cobrado a literalidade do artigo, é importan-
ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condi-
ções degradantes de trabalho, quer restringindo, te perceber a diferença entre os dispositivos:
por qualquer meio, sua locomoção em razão de
dívida contraída com o empregador ou preposto: Art. 5º[...]
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além III, CF/88 Ninguém será submetido a tortura nem a
da pena correspondente à violência. tratamento desumano ou degradante.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: Art. 6º Todo ser humano tem o direito de ser, em
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por todos os lugares, reconhecido como pessoa
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local perante a lei.
de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de traba- O art. 6º trata do reconhecimento da personalida-
lho ou se apodera de documentos ou objetos pes- de humana, ou seja, da qualidade de pessoa, indepen-
soais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local dente da análise de condutas praticadas. Significa que
de trabalho. a lei deve reconhecer todos os seres humanos como
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é detentores de direitos e deveres sem valorações, pois
cometido:
todos são merecedores de proteção. Consequente-
I – contra criança ou adolescente;
mente, não é possível efetuar gradações da dignida-
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou origem. de humana, uma vez que a dignidade da pessoa não
Art. 149-A Agenciar, aliciar, recrutar, transpor- pode ser retirada ou desprezada pela prática de con-
tar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, dutas tidas como reprováveis pela sociedade. Por essa
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude razão, até mesmo os criminosos devem ser considera-
ou abuso, com a finalidade de: dos sujeitos de direito.
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

4 Conforme art. 6º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
412 5 Conforme art. 2º da Convenção Interamericana, para prevenir e punir a tortura.
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Em termos simples, ser reconhecido como pessoa Art. 10 Todo ser humano tem direito, em plena
é pressuposto para ter direito a possuir direitos, inde- igualdade, a uma justa e pública audiência por
pendentemente de qualquer análise de suas condutas. parte de um tribunal independente e imparcial,
para decidir seus direitos e deveres ou fundamento
Art. 7º Todos são iguais perante a lei e têm direi- de qualquer acusação criminal contra ele.
to, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer O art. 10 também estabelece uma garantia processual,
discriminação que viole a presente Declaração e ou seja, o direito que todas as pessoas têm de serem julga-
contra qualquer incitamento a tal discriminação. das por um tribunal independente e imparcial. Trata-se,
portanto, do desdobramento do direito à segurança (jurí-
O art. 7º traz o direito à igualdade. Trata-se da dica) somado ao direito à igualdade. Isso significa dizer
necessidade da lei reconhecer que todos os seres que a prestação jurisdicional não deve estar atrelada a
humanos possuem os mesmos direitos e as mesmas
outros interesses que não os amparados e tutelados pela
proteções. Além disso, a lei não pode ser aplicada de
lei. E mais além, que ela seja prestada igualmente a todas
modo discriminatório, de modo a negar direitos bási-
as pessoas, de forma independente e imparcial.
cos aos indivíduos em razão de qualquer condição
Por mais que a interpretação do artigo conduza à
pessoal, como sexo, cor, origem, entre outros.
Atenção! A ideia de igualdade possui duas esfera penal, sua abrangência não pode estar limitada
acepções: a essa área do direito. Isso porque a prestação jurisdi-
cional igualitária não se restringe a questões penais.
z Igualdade formal: todos são iguais perante a lei. Ela pode envolver outros âmbitos do direito, como, por
Tratar a todos de forma igual; exemplo, a garantia de acesso de todos os indivíduos
z Igualdade material: igualdade, de fato, perante a à Justiça, independentemente de sua condição econô-
lei (tratar igualmente os iguais e, desigualmente, mica. Assim, a possibilidade de pessoas sem condições
os desiguais. econômicas pleitearem a tutela do Estado por intermé-
dio da Defensoria Pública (Estado prestando assistên-
Art. 8º Todo ser humano tem direito a receber dos cia jurídica) é um exemplo de prestação igualitária.
tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que Art. 11
lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso
tem o direito de ser presumido inocente até que a
O art. 8º estabelece que a prestação jurisdicional sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
dada pelo Estado aos indivíduos deve ser efetiva. Tra- com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham
ta-se de um dos desdobramentos do direito à seguran- sido asseguradas todas as garantias necessárias à
ça, por trazer a ideia de segurança jurídica. Envolve as sua defesa.
garantias processuais, tais como os princípios da dura- 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
ção razoável do processo, do devido processo legal, do ou omissão que, no momento, não constituíam
contraditório e da ampla defesa, entre outros, além de delito perante o direito nacional ou interna-
seu reconhecimento pelas constituições ou pelas leis. cional. Também não será imposta pena mais forte
A expressão “remédio efetivo” não tem relação de que aquela que, no momento da prática, era apli-
direta com os remédios constitucionais previstos na CF,
cável ao ato delituoso.
de 1988 (habeas corpus, habeas data, mandado de segu-
rança, mandado de injunção, e ação popular). O senti-
O art. 11 é composto de dois itens. O primeiro item
do dado pelo artigo diz respeito à efetividade da tutela
traz o princípio da presunção de que todos os seres
jurisdicional, para evitar, por exemplo, a justiça tardia
ou a não apreciação da demanda por parte do Estado. humanos acusados de práticas delituosas são inocen-
tes até que a culpabilidade tenha sido provada. Isso
Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso, significa dizer que não é o acusado que tem que pro-
detido ou exilado. var que é inocente, mas o Estado que tem a responsa-
bilidade de demonstrar a responsabilidade criminal
A liberdade é a regra e a sua restrição só é legítima deste. Portanto, por essa garantia processual, decor-
quando efetuada nos estritos limites legais. Assim, o rente do direito à segurança, compete ao Estado o
art. 9º protege os indivíduos da força do Estado, uma ônus de provar a culpa do indivíduo.
vez que veda a prisão arbitrária ou abusiva e esta-
belece que a restrição da liberdade só será legítima z Presunção de inocência = ônus da prova do Estado
quando respeitados os parâmetros da lei. Trata-se,
também, de um dos desdobramentos do direito à A inocência é presumida, porque quem deve pro-
DIREITOS HUMANOS

segurança, por envolver garantias processuais. var a culpa do indivíduo é o Estado.


No Brasil, as garantias processuais relacionadas à O segundo item do art. 11 estabelece uma regra de
prisão estão previstas no art. 5º, da CF, de 1988. Abai- aplicação da norma penal, trazendo a ideia de anterio-
xo, estão dispostas duas dessas garantias: ridade da lei penal. Trata-se de mais uma garantia pro-
cessual decorrente do direito à segurança, no sentido
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
de que é necessário que exista de uma norma penal
bens sem o devido processo legal;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito anterior estabelecendo tanto a conduta (primeira parte
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade do item) como a sanção (segunda parte do item), para
judiciária competente, salvo nos casos de transgres- que os indivíduos possam ser condenados pela sua prá-
são militar ou crime propriamente militar, definidos tica. Veda-se, portanto, o direito penal retroativo.
em lei; 413
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Neste sentido, a conduta tem que ser considerada Art. 14
crime antes da sua prática (anterioridade da lei penal). 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direi-
A pena imposta deve ser aquela prevista pela lei no to de procurar e de gozar asilo em outros países.
momento de sua prática, mesmo que a lei a modifique 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de
posteriormente (irretroatividade da lei penal mais grave). perseguição legitimamente motivada por cri-
mes de direito comum ou por atos contrários aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
Art. 12 Ninguém será sujeito à interferência na sua
vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
O art. 14 disciplina o instituto de proteção internacio-
correspondência, nem a ataque à sua honra e repu-
nal denominado de asilo. Asilo é o acolhimento, pelo Esta-
tação. Todo ser humano tem direito à proteção da
do, do indivíduo que está sendo perseguido injustamente.
lei contra tais interferências ou ataques.
Essa proteção pode ser tanto no próprio território do
Estado (asilo territorial) como em órgão de representação
O art. 12 disciplina um dos diretos decorrentes do em Estado estrangeiro, como embaixada ou consulado
direito à vida, ou seja, o direito à vida privada. Trata- (asilo diplomático). Assim, o primeiro item estabelece o
-se da proteção da intimidade como essencial aos seres direito à proteção territorial ou diplomática, enquanto o
humanos, o que significa dizer que as pessoas têm o segundo item disciplina o caso de não aplicação do insti-
poder de decidir quais informações, condutas, esco- tuto, ou seja, no caso de a perseguição ser legitimamente
lhas, preferências, entre outros, quer levar ao conhe- motivada por crime comum ou por ato contrário aos pro-
cimento público e quais quer manter exclusivamente pósitos ou princípios das Nações Unidas. Assim, se uma
em sigilo. Para tanto, cabe à lei garantir a privacidade. determinada pessoa comete um crime, tal perseguição
São exemplos de proteção à esfera privada, trazidas não pode ser considerada como injusta.
pela CF, de 1988, a inviolabilidade do domicílio (art. 5º, É importante ressaltar que, quando uma pessoa
XI) e a inviolabilidade do sigilo da correspondência e comete um crime em um Estado e vai para outro, para
das comunicações telegráficas, de dados e das comuni- evitar a punição, o direito internacional estabelece o
cações telefônicas (art. 5º, XII), além do direito de inde- instituto da extradição como forma de os países cola-
nização por dano material ou moral no caso de violação borarem uns com os outros. Assim, é possível que um
Estado entregue uma pessoa para à Justiça de outro
da intimidade, vida privada, honra e imagem (art. 5º, X).
Estado. Aqui, a perseguição (para processar e punir) é
legítima, diferentemente do asilo, em que a persegui-
Art. 13 ção é ilegítima, como nos casos de crimes políticos e de
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomo- opinião.
ção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qual-
Art. 15
quer país, inclusive o próprio e a esse regressar.
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de
O art. 13, que decorre do direito à liberdade, é divi- sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
dido em dois itens. O primeiro item estabelece o direi- nacionalidade.
to que todas as pessoas têm de se locomoverem em
decorrência da própria vontade, ou seja, o direito de O art. 15 estabelece o direito à nacionalidade, ou seja,
acesso, de ingresso ou de trânsito dentro dos limites ter um vínculo político-jurídico com um país, pois todos
territoriais do seu País. Ressalta-se que o item também os seres humanos têm direito de se vincularem a um Esta-
disciplina a liberdade de residência. do soberano para que este possa lhe assegurar proteção
Embora a Constituição Federal, de 1988, possua aos seus direitos fundamentais. A ausência de vínculo
um dispositivo semelhante, a liberdade de locomoção enseja a condição de apátrida e impede que o indivíduo
da CF, de 1988, é limitada ao tempo de paz, diferente- pleiteie proteção jurídica básica por não estar vinculado
mente da DUDH, que não estabelece restrição tempo- a nenhum estatuto pessoal. Deste modo, o primeiro item
estabelece o direito à proteção jurídica e política por parte
ral. Como é possível que seja cobrado a literalidade
de um Estado, ou seja, o direito de ter uma nacionalidade.
do artigo, é importante perceber a diferença entre os
A nacionalidade pode ser originária ou derivada.
dispositivos:
Nacionalidade originária é aquela que decorre do
nascimento e, a depender do Estado, pode seguir o cri-
Art. 5º, XV, CF/88: é livre a locomoção no território
tério de vínculo biológico (jus sanguinis) ou o critério
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pes-
soa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou do local do nascimento (jus solis), ou os dois, como no
dele sair com seus bens; caso do Brasil. Nesse tipo de nacionalidade (originá-
ria), é possível a coexistência de mais de uma nacio-
Se o primeiro item estabelece a liberdade de loco- nalidade. Exemplo: filho de italiano nascido no Brasil
moção interna, o segundo item trata da liberdade de é italiano por sangue e brasileiro por solo.
locomoção externa e, portanto, do direito de locomo- Nacionalidade derivada é aquela que decorre de
ção entre os Estados, ou seja, o direito de entrar, per- qualquer outro fator que não o nascimento, como,
manecer ou sair de um país. por exemplo, passar a residir em um país ou casar-se
Assim como qualquer um dos direitos humanos, a com um estrangeiro e adquirir a nacionalidade deste
liberdade de locomoção, tanto interna como externa, (essa hipótese não existe no direito brasileiro, pois o
não é ilimitada. Exemplo: mesmo possuindo o direito casamento com brasileiro, por si só, não dá o direito
de locomoção, não é possível ingressar em uma pro- à nacionalidade brasileira). Para adquirir a naciona-
priedade alheia fora das hipóteses previstas na CF, de lidade derivada é necessário um procedimento cha-
1988 (convite, desastre, flagrante delito, prestar socorro mado de naturalização. Em regra, ao se adquirir uma
ou ordem judicial durante o dia), podendo, inclusive, nova nacionalidade, por ser esta voluntária, perde-se a
caracterizar o crime de invasão de domicílio. Do mesmo nacionalidade anterior (direito de opção).
modo, a Lei nº 13.445, de 2017 (Lei de Migração), estabe- O segundo item, por sua vez, estabelece que o direito
lece as hipóteses de ingresso e permanência do estran- à nacionalidade não pode ser retirado arbitrariamen-
414 geiro no Brasil. te, assim como não pode ser imposto. Neste sentido, o
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
brasileiro continuará a ser brasileiro, independente de Art. 18 Todo ser humano tem direito à liberdade
qualquer conduta praticada, porém, se quiser adquirir de pensamento, consciência e religião; esse direito
outra nacionalidade, como, por exemplo, passar a resi- inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e
dir em outro país e tornar-se nacional deste, não será a liberdade de manifestar essa religião ou crença
compelido a continuar como brasileiro. Essa hipótese é pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou
muito comum entre atletas, que optam por outra nacio- em particular.
nalidade, para poderem competir por estes países em
uma Copa do Mundo ou Olimpíada. O direito à liberdade está disciplinado no art. 18,
da DUDH. De acordo com o dispositivo, os seres huma-
Art. 161 Os homens e mulheres de maior idade, nos têm direito de liberdade de foro íntimo, ou seja,
sem qualquer restrição de raça, nacionalidade de ter convicções religiosas, filosóficas, políticas, entre
ou religião, têm o direito de contrair matrimônio outros. Portanto, têm direito de pensar e de expres-
e fundar uma família. Gozam de iguais direi- sar livremente esses pensamentos. Com relação à
tos em relação ao casamento, sua duração e sua religião, assegura tanto a liberdade de crença (foro
dissolução. íntimo), ou seja, de ter uma religião, como a liberdade
2. O casamento não será válido senão com o livre e de expressão, isto é, de culto. Além disso, estabelece a
pleno consentimento dos nubentes. liberdade religiosa, de mudar de crença ou religião e
3. A família é o núcleo natural e fundamental de manifestação desta.
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade
O pensamento, em si, é absolutamente livre, por
e do Estado.
ser uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode
pensar em que quiser sem que o Estado possa interfe-
O art. 16 estabelece o direito de contrair matrimô-
rir. No entanto, quando esse pensamento é exteriori-
nio, ou seja, de se casar. Ele é dividido em três itens.
zado, passa a ser possível a tutela e proteção do Estado
O primeiro item traz duas importantes proteções. A
primeira refere-se à idade núbil, ou seja, que o casa-
Art. 19 Todo ser humano tem direito à liberdade
mento seja possível somente a partir de uma deter-
de opinião e expressão; esse direito inclui a liber-
minada idade. Observa-se, no entanto, que o item
dade de, sem interferência, ter opiniões e de procu-
não estabelece nenhuma idade, mencionando apenas rar, receber e transmitir informações e ideias por
“maior idade”. Por conseguinte, a idade núbil pode quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
ser fixada a critério da legislação de cada país, não se
podendo admitir casamento de crianças. A outra pro- Complementando o art. 18, o art. 19 trata do direito
teção importante decorre do princípio da igualdade,
à liberdade de opinião e expressão, ou seja, de expres-
ou seja, da igualdade entre homens e mulheres nas
sar livremente os pensamentos em qualquer evento
relações conjugais.
ou área do conhecimento. Cumpre mencionar que é
A idade núbil, no Brasil, é 16 (dezesseis) anos e a
da liberdade de expressão que decorrem a proibição
igualdade entre homem e mulher nas relações conju-
de censura e a vedação do anonimato por exemplo.
gais passou a ser protegida com a CF, de 1988. Como
A expressão do pensamento é livre, porém não é
exemplo, pode-se citar a transformação do pátrio
absoluta. Assim, a pessoa é livre para expor sua opi-
poder em poder familiar, em que a vontade do cônju-
nião, mas se esta atingir a honra de alguém, por exem-
ge varão deixou de ser preponderante.
plo, ela poderá ser responsabilizada civil e penalmente.
O segundo item do art. 16 refere-se ao consen-
timento do nubente, que deve ser livre e pleno. O
Art. 20
casamento é uma escolha e, por essa razão, não pode
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
ser imposto. Busca-se, portanto, evitar casamentos
reunião e associação pacífica
arranjados ou forçados. Por fim, o terceiro item trata 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
da proteção que deve ser concedida à família, tanto associação.
pela sociedade como pelo Estado, pois é da família que
advêm os indivíduos, ou seja, é o núcleo natural e fun-
A liberdade de reunião e associação encontram-
damental de onde emana a sociedade.
-se disciplinadas no art. 20, da DUDH. Por reunião
depreende-se o agrupamento organizado de pessoas
Art. 17
para uma determinada finalidade e com caráter tran-
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só
ou em sociedade com outros. sitório. Se o caráter do agrupamento for permanente,
2. Ninguém será arbitrariamente privado de tem-se uma associação. Importante mencionar que
sua propriedade. tanto a reunião como a associação devem servir para
fins pacíficos. Além disso, ninguém poderá ser com-
O art. 17 trata do direito à propriedade. Trata-se pelido a se associar e, uma vez associado, será livre,
do direito que todos os seres humanos têm de usar, também, para decidir se permanece ou não associado.
DIREITOS HUMANOS

gozar e dispor da coisa, assim como retomá-la de


quem, injustamente, a detenha. O primeiro item esta-
belece que a propriedade pode ser individual ou em Importante!
conjunto. Já o segundo item veda a perda arbitrária No Brasil, é proibida a associação para fins ilíci-
da propriedade. Deste modo, para que a pessoa seja
tos e paramilitares.
privada de sua propriedade, deve a lei estabelecer os
critérios e as hipóteses. Por exemplo, o direito brasi-
leiro autoriza a expropriação de propriedade em que Art. 21
for encontrado trabalho escravo. 1. Todo ser humano tem o direito de tomar
A CF, de 1988, garante o direito à propriedade e que parte no governo de seu país diretamente ou
esta deve atender a sua função social (art. 5º, XXII e por intermédio de representantes livremente
XXIII). escolhidos 415
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2. Todo ser humano tem igual direito de acesso assegure, assim como à sua família, uma existên-
ao serviço público do seu país. cia compatível com a dignidade humana e a que se
3. A vontade do povo será a base da autoridade do acrescentarão, se necessário, outros meios de pro-
governo; essa vontade será expressa em eleições teção social.
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, 4. Todo ser humano tem direito a organizar sin-
por voto secreto ou processo equivalente que dicatos e a neles ingressar para proteção de seus
assegure a liberdade de voto. interesses.

O art. 21 encerra o rol dos direitos civis e políticos O art. 23 assegura às pessoas o direito ao trabalho
previstos na DUDH. Na realidade, o dispositivo é o úni- e à livre escolha do emprego, ou seja, a liberdade de
co que disciplina os direitos políticos, sendo dividido escolha profissional. Para tanto, deve o Estado estipu-
em três itens. O primeiro item dá ênfase ao regime lar as condições necessárias para a realização do tra-
democrático de governo, ao estabelecer os indivíduos balho e adotar medidas de proteção ao trabalhador
como titulares da soberania. Desse modo, os seres contra o desemprego.
humanos podem participar diretamente do governo Considerando-se que todo trabalho tem direito
(democracia direta) ou indiretamente, por meio de a uma contraprestação, essa remuneração deve ser
seus representantes escolhidos pelo voto (democracia pautada pelo princípio da igualdade, evitando que
indireta). Trata-se, também, do direito de votar e ser pessoas que exerçam as mesmas funções e nos mes-
votado. mos locais recebam valores diferentes de acordo com
O segundo item refere-se aos serviços prestados suas características pessoais, como sexo, cor, naciona-
pelo Estado, os quais devem respeitar o direito à igual- lidade, religião, entre outros. Assim sendo, também é
dade, ou seja, todos os indivíduos tem acesso aos mes- dever do Estado adotar medidas de proteção ao traba-
mos serviços prestados.
lhador contra tratamentos discriminatórios.
Por fim, o terceiro item trata do direito de voto,
O dispositivo garante, ainda, que a remuneração
que deve ser periódico, legítimo, universal e secreto.
seja justa e suficiente para assegurar ao trabalhador
É importante frisar que, no Brasil, não é possível
e à sua família uma vida digna. Por fim, estabelece
alterar as regras com relação ao voto direto, secreto,
o direito à livre criação de sindicatos, para que estes
universal e periódico (são cláusulas pétreas). A obri-
possam garantir os meios de proteção aos direitos dos
gatoriedade do voto, por sua vez, pode ser alterada
trabalhadores.
(tornar-se facultativo).
Sobre isso, vale ressaltar que a CF, de 1988, disci-
plina os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
em seu art. 7º.
Conforme visto, esta segunda parte engloba os direi-
Art. 24 Todo ser humano tem direito a repouso e
tos de segunda geração/dimensão, ou seja, aqueles que
lazer, inclusive a limitação razoável das horas
demandam a atuação e proteção do Estado para assegu-
de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
rar a todas as pessoas a igualdade. Eles estão previstos
nos arts. 22 ao 28 da DUDH. Vejamos cada um deles:
O art. 24 também assegura um direito dos traba-
lhadores. Trata-se de duas regras para evitar que o
Art. 22 Todo ser humano, como membro da socie-
dade, tem direito à segurança social, à reali- trabalhador seja levado à exaustão. A primeira é a
zação pelo esforço nacional, pela cooperação estipulação de períodos de descanso, ou seja, da pro-
internacional e de acordo com a organização teção do repouso e do lazer, assim como a garantia de
e recursos de cada Estado, dos direitos econômi- gozo de férias remuneradas e periódicas. A segunda é
cos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignida- a limitação da jornada do trabalho.
de e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Art. 25
O art. 22 assegura aos indivíduos um sistema de 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida
assistência e proteção econômica em determinados capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-
momentos, tais como incapacidade temporária ou defi- -estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
nitiva, velhice, maternidade, entre outros, ou seja, um cuidados médicos e os serviços sociais indispensá-
programa de proteção social para amparar as pessoas veis e direito à segurança em caso de desemprego,
em determinados eventos. Também garante a consecu- doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
ção de esforços nacionais, de cooperação internacional perda dos meios de subsistência em circunstâncias
e de organização e gerenciamento dos recursos dispo- fora de seu controle.
níveis pelos Estados com o objetivo de garantir as con- 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dições indispensáveis a uma vida com dignidade.
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma
Desse artigo, advém a ideia de “reserva do possí-
proteção social.
vel”, pois o Estado deve garantir os direitos em confor-
midade com seus recursos.
O art. 25 traz a ideia de mínimo existencial, ou
Art. 23
seja, de um padrão mínimo de condições materiais
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre aceitáveis para uma vida com dignidade. Nestes ter-
escolha de emprego, a condições justas e favorá- mos, deve-se assegurar que a quantidade de alimen-
veis de trabalho e à proteção contra o desemprego. tos deve ser suficiente para o indivíduo e sua família,
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem que ele possa se vestir, ter moradia, acesso aos servi-
direito a igual remuneração por igual trabalho. ços médicos, sociais e segurança em caso de impre-
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a vistos, tais como desemprego, incapacidade, velhice
416 uma remuneração justa e satisfatória que lhe etc. Além disso, devem-se assegurar os cuidados e
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assistência devidos à maternidade e à infância, sem Art. 28 Todo ser humano tem direito a uma ordem
qualquer distinção entre os filhos. social e internacional em que os direitos e liberda-
É importante saber que, antes da CF, de 1988, a des estabelecidos na presente Declaração possam
proteção aos filhos concebidos no casamento era dife- ser plenamente realizados.
rente dos gerados fora do matrimônio. Por exemplo,
uma pessoa casada não poderia registrar filho havido Finalizando os direitos econômicos, sociais e cul-
fora deste casamento. turais, o art. 28 reafirma os direitos elencados na
DUDH e estabelece que uma ordem social condizente
Art. 26 com os valores da dignidade humana somente poderá
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A ins- ser efetivada com a consecução de todos os direitos
trução será gratuita, pelo menos nos graus elemen- previstos na declaração. Portanto, os Estados devem
tares e fundamentais. A instrução elementar será se comprometer a adotar a Declaração, tanto em seu
obrigatória. A instrução técnico-profissional será âmbito interno como em seu âmbito externo.
acessível a todos, bem como a instrução superior,
esta baseada no mérito. Outros Dispositivos
2. A instrução será orientada no sentido do pleno
desenvolvimento da personalidade humana e do Os arts. 29 e 30 da DUDH não se enquadram como
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser direitos civis e políticos nem como direitos econômi-
humano e pelas liberdades fundamentais. A ins- cos, sociais e culturais. A eles compete fazer o fecha-
trução promoverá a compreensão, a tolerância e a mento da Declaração.
amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Art. 29
Unidas em prol da manutenção da paz. 1. Todo ser humano tem deveres para com a comu-
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do nidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento
gênero de instrução que será ministrada a seus de sua personalidade é possível.
filhos. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo
ser humano estará sujeito apenas às limitações
O art. 26 assegura aos seres humanos o direito à determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
educação. O dispositivo traz a ideia de que a formação de assegurar o devido reconhecimento e respeito
integral da pessoa depende de instrução, pois somente dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer
com uma instrução adequada o indivíduo pode exer- as justas exigências da moral, da ordem pública e
cer outros direitos, tais como a liberdade de expres- do bem-estar de uma sociedade democrática.
são, a liberdade de associação, os direitos políticos, 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipó-
entre outros. Deste modo, cabe ao Estado assegurar o tese alguma, ser exercidos contrariamente aos
acesso à instrução e garantir sua gratuidade ao menos objetivos e princípios das Nações Unidas.
nos níveis elementares e fundamentais.
Quanto à obrigatoriedade, esta deve ser apenas Depois de vinte e oito artigos estabelecendo os
da instrução elementar, assegurando o acesso nos direitos inerentes aos seres humanos, o art. 29 é o
demais níveis de instrução. Nesse ponto é importante único que traz os deveres. Assim, cabe ao indivíduo
observar que, embora o dispositivo estabeleça o direi- contribuir para o desenvolvimento da comunidade, o
to prioritário dos pais na escolha do gênero de instru- que significa dizer que, se por um lado a sociedade se
ção, ele também limita sua liberdade de escolha ao compromete a garantir a consecução dos direitos das
estipular caráter obrigatório à instrução elementar, pessoas, por outro, essas pessoas também se compro-
uma vez que os pais não poderão privar seus filhos do metem com a sociedade.
ensino elementar formal. Além disso, o dispositivo estabelece que os direitos
e liberdades somente podem ser limitados pela lei, de
modo a evitar, por exemplo, o abuso do direito. Por
Importante! fim, o artigo estabelece a relação entre a DUDH e a
Carta das Nações Unidas, de maneira que nenhum
A DUDH não define o que é ensino elementar. direito tutelado possa ser exercido contrariando os
objetivos e princípios da outra.
A título de conhecimento, os propósitos e princí-
Art. 27 pios da ONU são:
1. Todo ser humano tem o direito de participar
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
Art. 1º
as artes e de participar do progresso científico e de 1. Manter a paz e a segurança internacionais e,
seus benefícios. para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efe-
DIREITOS HUMANOS

2. Todo ser humano tem direito à proteção dos tivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos
interesses morais e materiais decorrentes de qual- de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e
quer produção científica literária ou artística da chegar, por meios pacíficos e de conformidade com
qual seja autor. os princípios da justiça e do direito internacional,
a um ajuste ou solução das controvérsias ou situa-
O art. 27 busca assegurar o acesso dos indivíduos ções que possam levar a uma perturbação da paz;
ao direito cultural. O primeiro item do artigo refere- 2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, basea-
das no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de
-se ao direito de participar, ou seja, de ter acesso aos
autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas
meios de cultura e artes, bem como aos meios cientí- apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
ficos. Já o segundo item estabelece os meios de prote- 3. Conseguir uma cooperação internacional para
ção ao direito do autor, quer em seu aspecto material, resolver os problemas internacionais de caráter
quer em seu aspecto moral. econômico, social, cultural ou humanitário, e para 417
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promover e estimular o respeito aos direitos huma- Deste modo, para que os alunos tenham acesso a
nos e às liberdades fundamentais para todos, sem uma educação integral e de qualidade, há a necessida-
distinção de raça, sexo, língua ou religião; e de de as escolas proporcionarem não só o ensino básico,
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das mas também ensino complementar à formação humana
nações para a consecução desses objetivos comuns.
e social. É por esse motivo que o Ministério da Educação
Art. 2º
1. A Organização é baseada no princípio da igual- (MEC) estipulou que as instituições de ensino de todo o
dade de todos os seus Membros. país têm o dever de incorporar em seus planos pedagó-
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para gicos os chamados “temas transversais”.
todos em geral os direitos e vantagens resultantes De acordo com o MEC, temas transversais na educa-
de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de ção são aqueles voltados à compreensão e construção
boa fé as obrigações por eles assumidas de acordo da realidade social, dos direitos e das responsabilidades
com a presente Carta. relacionas à vida pessoal e coletiva e na afirmação do
3. Todos os Membros deverão resolver suas contro-
princípio da participação política, tais como ética, saúde,
vérsias internacionais por meios pacíficos, de modo
que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a meio ambiente, orientação sexual, trabalho, consumo,
justiça internacionais. pluralidade e cultura.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas rela- Tais temas são denominados de transversais por
ções internacionais a ameaça ou o uso da força serem trabalhados nas áreas e disciplinas já existentes,
contra a integridade territorial ou a dependência ou seja, são temas que não pertencem a nenhuma disci-
política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação plina específica, porém são pertinentes a todas elas.
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. Os temas transversais fazem parte dos Parâmetros
5. Todos os Membros darão às Nações toda assis-
tência em qualquer ação a que elas recorrerem de
Curriculares Nacionais (PCNs) como propostas para que
acordo com a presente Carta e se absterão de dar as Secretarias e Unidades Escolares elaborem os pró-
auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Uni- prios planos de ensino. Trata-se, portanto, de questões
das agirem de modo preventivo ou coercitivo. presentes na vida cotidiana que passaram a compor o
6. A Organização fará com que os Estados que não currículo nas áreas convencionais, porém de forma
são Membros das Nações Unidas ajam de acordo transversal, de modo a relacionar as questões da atua-
com esses Princípios em tudo quanto for necessário lidade à disciplina.
à manutenção da paz e da segurança internacionais.
Como exemplo, é possível citar que o estudo do cor-
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autoriza-
rá as Nações Unidas a intervirem em assuntos que
po humano não se restringe à sua dimensão biológica,
dependam essencialmente da jurisdição de qualquer mas também ao comportamento de meninos e meninas
Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais na puberdade (compreensão de gênero — conteúdo de
assuntos a uma solução, nos termos da presente Car- orientação sexual) e do respeito às diferenças (conteúdo
ta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação de ética).
das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII. Importante esclarecer que os temas transversais não
são temas trabalhados de forma paralela ao conteúdo
Vejamos, agora, o art. 30, o qual encerra a DUDH. didático, uma vez que não representam pontos isolados.
Trata-se de questões sociais que possibilitam aos alunos
Art. 30 Nenhuma disposição da presente Declara- que o conhecimento escolar seja utilizado em sua vida
ção poder ser interpretada como o reconhecimento
fora da escola. É por esse motivo que tais temas devem
a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ser incluídos pelos professores de forma articulada ao
ato destinado à destruição de quaisquer dos direi- conteúdo e área disciplinada, pois agregam ao exercício
tos e liberdades aqui estabelecidos. da cidadania.
De acordo com o Conselho Nacional de Educação
O art. 30 traz a regra de interpretação da Decla- (CNE):
ração para garantir a adequação entre os direitos
estabelecidos e a consecução da dignidade da pessoa A transversalidade orienta para a necessidade
humana. Consequentemente, não é possível a redu- de se instituir, na prática educativa, uma analo-
ção da proteção, a exclusão do direito, a distorção de gia entre aprender conhecimentos teoricamente
acesso a algum direito baseado em uma interpretação sistematizados (aprender sobre a realidade) e as
errônea do conteúdo e estrutura. Portanto, a interpre- questões da vida real (aprender na realidade e da
tação deve respeitar a própria DUDH. realidade). Dentro de uma compreensão interdis-
ciplinar do conhecimento, a transversalidade tem
significado, sendo uma proposta didática que possi-
bilita o tratamento dos conhecimentos escolares de
forma integrada. Assim, nessa abordagem, a ges-
TEMAS TRANSVERSAIS, PROJETOS tão do conhecimento parte do pressuposto de que
INTERDISCIPLINARES E EDUCAÇÃO os sujeitos são agentes da arte de problematizar e
EM DIREITOS HUMANOS interrogar, e buscam procedimentos interdiscipli-
nares capazes de acender a chama do diálogo entre
diferentes sujeitos, ciências, saberes e temas.
O art. 1º, da Lei nº 9.394, de 1996 (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional — LDB) assim estabelece:
Trata-se, portanto, de temas que aparecem trans-
Art. 1º A educação abrange os processos formativos versalizados nas diversas áreas do conhecimento, e
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência que por esse motivo devem ser trabalhados de forma
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e significativa e expressiva nas temáticas curriculares,
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da por constituírem temas que envolvem um aprender
418 sociedade civil e nas manifestações culturais. sobre a realidade.
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No que tange aos temas transversais constituídos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, verifica-se seis áreas:

z Ética: respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade;


z Orientação sexual: corpo — matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenções das doenças sexualmente
transmissíveis;
z Meio ambiente: ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental;
z Saúde: autocuidado e vida coletiva;
z Pluralidade cultural: pluralidade cultural e a vida das crianças no Brasil, constituição da pluralidade cultural
no Brasil, ser humano como agente social e produtor de cultura, pluralidade cultural e cidadania;
z Trabalho e consumo: relações de trabalho; trabalho, consumo, meio ambiente e saúde; consumo, meios de
comunicação de massas, publicidade e vendas; direitos humanos, cidadania.

Atenção! Cada escola possui autonomia para incluir dentro da proposta do PCN outros assuntos tidos como
relevantes para o aprendizado dos estudantes. No entanto, os seis temas transversais previstos no PCN devem
estar presentes no plano de ensino da educação básica.
Observe que são temas que expressam conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania e, embora não
constituam disciplinas autônomas, permeiam todas as áreas do conhecimento.
Memorize:

TEMAS TRANSVERSAIS Saúde


NOS PCNs Ética
Trabalho e consumo
Pluralidade cultural
Orientação sexual

Neste sentido, os PCNs estabelecem os seguintes temas transversais no Ensino Fundamental:

ESTRUTURA PARA PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS


Ensino Fundamental

OBJETIVOS
GERAIS

Área de Área de Área de Área de


Área de Área de Área de
Língua Ciências Área de Artes Educação Língua
Matemática História Geografia
Portuguesa Naturais Física Estrangeira

Meio Orientação Pluralidade


Ética Saúde Trabalho Consumo
Ambiente Sexual Cultural

Fonte: MEC. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ttransversais.pdf. Acesso em 4 jun. 2023.

Enquanto os PCNs abordavam seis temas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aponta seis macroáreas
temáticas (Cidadania e Civismo, Ciência e Tecnologia, Economia, Meio Ambiente, Multiculturalismo e Saúde), de
modo a englobar 15 temas contemporâneos que afetam a vida humana, quer em escala nacional, regional ou local.
Memorize:

TEMAS TRANSVERSAIS NA BNCC

Cidadania e civismo Ciência e Economia Meio Multiculturalismo Saúde


tecnologia ambiente
DIREITOS HUMANOS

Vida familiar e social Ciência e Trabalho Educação Diversidade cultural Saúde


Educação para o tecnologia Educação ambiental Educação para Educação
trânsito financeira Educação valorização do alimentar e
Educação em Educação para multiculturalismo nas nutricional
direitos humanos fiscal consumo matrizes históricas
Direitos da criança e culturais brasileiras
do adolescente
Processo de
envelhecimento
e respeito e
valorização do idoso
419
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Cumpre mencionar, por necessário, a existência a proposta de transversalidade traz a necessida-
de outras Resoluções do CNE que estabeleceram dire- de de a escola refletir e atuar conscientemente na
trizes específicas para que outros temas contemporâ- educação de valores e atitudes em todas as áreas,
neos possam ser incluídos nos planos de ensino. garantindo que a perspectiva político-social se
Neste ponto, destacam-se: expresse no direcionamento do trabalho pedagógi-
co; influencia a definição de objetivos educacionais
z a Resolução CNE/CP nº 1, de 2004, que estabelece e orienta eticamente as questões epistemológicas
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa- mais gerais das áreas, seus conteúdos e, mesmo, as
ção das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de orientações didáticas;
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; a perspectiva transversal aponta uma transforma-
z a Resolução CNE/CP nº 1, de 2012, que estabelece ção da prática pedagógica, pois rompe o confina-
as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direi- mento da atuação dos professores às atividades
pedagogicamente formalizadas e amplia a respon-
tos Humanos;
sabilidade com a formação dos alunos. Os Temas
z a Resolução CNE/CP nº 2, de 2012, que estabelece
Transversais permeiam necessariamente toda a
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
prática educativa que abarca relações entre os alu-
ção Ambiental.
nos, entre professores e alunos e entre diferentes
membros da comunidade escolar;
Cumpre esclarecer que os critérios adotados na
a inclusão dos temas implica a necessidade de um
escolha de tais temas transversais envolvem múlti- trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda
plos aspectos e diferentes dimensões da vida social. a escolaridade, o que possibilitará um tratamento
Deste modo, para a definição e escolha desses temas cada vez mais aprofundado das questões eleitas.
os PCNs adotaram os seguintes critérios: Por exemplo, se é desejável que os alunos desen-
volvam uma postura de respeito às diferenças, é
z Urgência social: temas que envolvem questões fundamental que isso seja tratado desde o início
graves e que se apresentam como obstáculos para da escolaridade e que continue sendo tratado cada
a concretização da plenitude da cidadania, afron- vez com maiores possibilidades de reflexão, com-
tam a dignidade das pessoas e deterioram a quali- preensão e autonomia. Muitas vezes essas questões
dade de vida; são vistas como sendo da “natureza” dos alunos
z Abrangência nacional: temas que contemplem (eles são ou não são respeitosos), ou atribuídas ao
questões pertinentes a todo o país, porém sem fato de terem tido ou não essa educação em casa.
impedir que as redes estaduais e municipais acres- Outras vezes são vistas como aprendizados possí-
centem outros temas relevantes à sua realidade; veis somente quando jovens (maiores) ou quando
z Possibilidade de ensino e aprendizagem no adultos. Sabe-se, entretanto, que é um processo de
ensino fundamental: tema que pode ser desen- aprendizagem que precisa de atenção durante toda
volvido nesta etapa da escolaridade; a escolaridade e que a contribuição da educação
z Favorecer a compreensão da realidade e a par- escolar é de natureza complementar à familiar: não
ticipação social: possibilidade de desenvolver a se excluem nem se dispensam mutuamente. A pro-
capacidade dos alunos de se posicionarem dian- posta de transversalidade pode acarretar algumas
te de questões que interferem na vida coletiva, discussões do ponto de vista conceitual como, por
de superar a indiferença e de intervir de forma exemplo, a da sua relação com a concepção.
responsável.
Há de se mencionar, também, a possibilidade de
De acordo com os PCNs, a relação entre os temas tais temas serem abordados de forma interdisciplinar
transversais e as disciplinas deve desenvolver-se da em razão da complexidade e da necessidade de consi-
seguinte forma: derar as diversas relações existentes.
Como consequência, para a consecução das pro-
[...] as diferentes áreas contemplem os objetivos e postas de temas transversais, os PCNs indicam a
os conteúdos (fatos, conceitos e princípios; procedi- elaboração de projetos como forma de organizar o
mentos e valores; normas e atitudes) que os temas trabalho didático e integrar os diferentes modos de
da convivência social propõem; organização curricular.
haja momentos em que as questões relativas aos Assim sendo, existem diversas possibilidades de
temas sejam explicitamente trabalhadas e conteú- projetos, tais como aqueles que envolvem a questão
dos de campos e origens diferentes sejam colocados
do lixo, do desperdício, da necessidade de reciclagem
na perspectiva de respondê-las.
e de reaproveitamento de materiais, da qualidade
ambiental da comunidade, que podem ter como resul-
Portanto, cabe aos professores correlacionar suas
tados a mudança de atitudes e práticas dos alunos e
disciplinas com as questões importantes do cotidiano
familiares, de modo a desenvolver o conceito de cida-
para a formação integral de seus alunos.
dania do discente.
Os PCNs estabelecem, ainda, que a proposta de
transversalidade deve ser definida em torno de qua-
tro pontos: Dica
No estado de Minas Gerais é possível citar como
[...] os temas não constituem novas áreas, pres-
supondo um tratamento integrado nas diferentes
exemplo o Programa Dignidade e Saúde em
áreas; Ciclo (PDSC), normatizado nas escolas públicas
da rede estadual de ensino por meio da Resolu-
420 ção SEE nº 4.826, de 2023.
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A NATUREZA JURÍDICA DA INCORPORAÇÃO DE
DIREITOS HUMANOS NA NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS
HUMANOS AO DIREITO INTERNO BRASILEIRO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Diante da grandiosidade e importância dos trata-
Com a promulgação da Constituição Federal de
dos que versam sobre direitos humanos, uma impor-
1988, o Brasil foi definido como um Estado Democrá-
tante inovação foi trazida em 2004, com a Emenda
tico de Direito. Em razão disso, é certo que a Constitui-
Constitucional nº 45, inserida na Constituição Federal
ção trouxe importantes direitos e garantias. No art. 5º,
brasileira. Este é um assunto muito importante, por
os direitos fundamentais; nos arts. 6º ao 11, os direitos
isso, atente-se à informação a seguir.
sociais e, nos arts. 14 e 15, os direitos políticos. Foi acrescentado ao art. 5º, da Constituição Federal,
A inserção desses direitos em nosso ordenamento o § 3º, que passou a prever que os tratados e convenções
jurídico decorre de o Brasil ter aderido a tratados e internacionais que versem sobre direitos humanos
convenções internacionais, como a Declaração Uni- e forem votados pelo Congresso Nacional — em cada
versal dos Direitos Humanos, o Pacto de Direitos Civil uma das Casas, em dois turnos e que obtivessem três
e Políticos da ONU e o Pacto dos Direitos Econômicos, quintos dos votos dos seus membros — serão aprova-
Sociais e Culturais. dos e terão equivalência a uma emenda constitucional.
O direito à vida e a preservação à integridade Lembre-se: 2; 2; 3/5: ou seja, duas casas, sendo
física e moral, bem como à liberdade e à igualdade, necessária a votação em dois turnos com a necessida-
à propriedade e à segurança constituem os direitos e de de três quintos de votos (3/5) para sua aprovação.
garantias fundamentais que estão previstos no caput Daí, vê-se a importância que se atribuiu aos direi-
do art. 5º, da Constituição Federal. tos humanos, pois, tendo havido a adesão pelo Brasil
Esses direitos e garantias constitucionais corres- a qualquer convenção ou tratado que trate de uma
pondem aos direitos humanos previstos em pactos matéria relativa aos direitos humanos, essa regra pas-
dos quais o Brasil se tornou signatário. Diante disso, sa a valer com força de emenda constitucional.
tornou-se necessária a inclusão desses direitos em Está claro que, com isso, os tratados e convenções
nosso ordenamento jurídico, o que ocorreu pela Cons- de direitos humanos, quando ratificados pelo Brasil,
tituição Federal, de 1988. ganham a mesma relevância das normas previstas na
É importante dizer que, assim como os direitos Constituição Federal, razão pela qual devem ser cum-
humanos, os direitos fundamentais mencionados pos- pridos e observados por todos.
suem algumas características: Lembre-se: tratados de direitos humanos ratifica-
dos pelo Brasil terão valor de norma constitucional,
quando obedecido o critério previsto no § 3º, do art.
São direitos garantidos a
5º, da Constituição Federal.
todos que estejam sob a
égide, ou seja, vivendo no
UNIVERSALIDADE POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS
território brasileiro e, por-
tanto, sob a vigência da
Constituição Federal A Posição do Supremo Tribunal Federal

O titular dos direitos e ga- Até então, o que vigorava em relação aos trata-
rantias fundamentais não dos era o § 2º, do art. 5º, da Constituição Federal, que
pode deles renunciar. Po- determina o seguinte:
IRRENUNCIÁVEL
derá, contudo, não exercer
o direito, mas jamais dele Art. 5º [...]
abrir mão § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Cons-
tituição não excluem outros decorrentes do regime
Ainda como consequência e dos princípios por ele adotados, ou dos tratados
da característica acima, internacionais em que a República Federativa do
o titular de um direito fun- Brasil seja parte.
damental também não po-
INALIENABILIDADE derá aliená-lo, ou seja, não Não restam dúvidas que, a partir desse dispositivo, já
pode realizar qualquer tipo estava expresso na Constituição que os tratados vigoram
de transação abrindo mão sem qualquer problema no ordenamento jurídico. Mas
de seu direito, pois não há havia certa discussão se teriam ou não status de uma nor-
conteúdo econômico ma constitucional ou infraconstitucional, ou seja, que não
Esses direitos são impres- está prevista no texto constitucional. Entretanto, após a
DIREITOS HUMANOS

critíveis. Diante disso, a emenda acima mencionada, a questão está pacificada.


qualquer tempo, aquele que Os tratados que tratam de matérias relacionadas aos
sofrer lesão a um de seus direitos humanos, quando aprovados nos mesmos trâ-
direitos ou garantias fun- mites das emendas constitucionais, gozam desse status.
damentais poderá buscar a Nesse sentido, é importante mencionar a conclu-
IMPRESCRITIBILIDADE são de Ricardo Castilho:
reparação diante do Poder
Judiciário. Assim, o lapso
temporal não terá o condão Em síntese, os tratados internacionais de direitos
de impedir que a pessoa le- humanos, por força do art. 5º, § 2º, possuirão sem-
sada busque exigir a prote- pre status jurídico de norma constitucional. São
ção de seu direito materialmente constitucionais, não importando
se foram ratificados antes ou depois da Emenda 421
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Constitucional n. 45. A inovação trazida pelo § 3º do Porém, é de fato pela Constituição Federal (CF), de
dispositivo mencionado diz respeito apenas à pos- 1988, que a cidadania passou a ser efetivamente um
sibilidade de atribuição de um status formalmente valor prezado pelo ordenamento jurídico. Ela defi-
constitucional aos tratados, visto que equiparados
ne que o Brasil constitui um Estado Democrático de
em sua formação às emendas constitucionais.6
Direito. Em razão disso, o parágrafo único, do art. 1º,
Há ainda que se mencionar que o Supremo Tribu- da CF, define o seguinte:
nal Federal firmou jurisprudência no sentido de que os
tratados que versem sobre direitos humanos que foram Art. 1º [...]
incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro antes Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
da Emenda Constitucional nº 45, de 2004 (ou seja, sem exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
observar o disposto no § 3º, do art. 5º, da Constituição mente, nos termos desta Constituição.
Federal) terão status supralegal ou infraconstitucional.
Importa dizer que a doutrina diverge sobre o Portanto, se o poder emana do povo, resta claro
assunto. Uma primeira corrente defendeu o que foi que, por ser detentor desse poder, cabe a cada um dos
mencionado acima, ou seja, que embora esses tratados brasileiros o exercício da cidadania. Ou seja, deverá
tenham sido ratificados antes da Emenda Constitucio- fazer valer seus direitos, bem como deve agir diaria-
nal nº 45, de 2004, deveriam ser recepcionados como mente de forma comprometida com sua nação.
normas equivalentes às emendas constitucionais. É possível dizer, então, que a relação entre direitos
Por sua vez, uma segunda corrente doutrinária ado-
humanos e cidadania ocorre quando a pessoa age em
tou posicionamento pelo qual não poderia um tratado
observância às leis do país em que vive e também bus-
de direitos humanos aprovado por quórum de lei ordi-
nária ser incorporado como emenda constitucional. ca que seus direitos sejam cumpridos.
Finalmente, uma última corrente entendeu que O cidadão é assim definido como aquele que pro-
seria possível a transformação dessa lei ordinária em tege o meio ambiente em que vive e também exige de
norma de status constitucional, podendo ser reapre- seus governantes a efetivação de políticas públicas
ciado em consonância com o parágrafo 3º, do art. 5º. por meio de medidas práticas que protejam reservas
Atualmente, no Brasil, os tratados de direitos humanos ambientais, promovam a limpeza de rios, proteção da
que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacio- fauna e da flora, por exemplo.
nal, em dois turnos, por três quintos dos votos de seus A cidadania também é exercida quando a popula-
membros, terão equivalência à emenda constitucional. ção exerce seu direito ao voto para a escolha dos seus
governantes, e também quando sai às ruas em mani-
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
festações pacíficas contra corrupção.
Percebe-se, portanto, que o exercício da cidada-
Mostra-se necessário verificar a relação entre os
nia está intimamente ligado aos direitos humanos. É
direitos humanos e a cidadania, sendo que ambos
devem caminhar de forma harmônica e conjunta. A o meio pelo qual a pessoa dispõe para fazer com que
cidadania é um dos fundamentos da República Fede- seus direitos fundamentais sejam observados. O cida-
rativa do Brasil, assim como a dignidade da pessoa dão, portanto, é o sujeito que goza de direitos políticos
humana. Está assim prevista no inciso II, do art. 1º, da no Estado em que vive.
Constituição Federal. Como visto, a cidadania é um dos fundamentos da
Mas, afinal, o que é cidadania? Sua origem históri- República. Dessa forma, todo aquele que vive em territó-
ca remonta à Grécia Antiga. Tratava-se do reconheci- rio brasileiro tem assegurada sua cidadania. Já vimos a
mento atribuído àqueles detentores de direitos e que origem dela e também como pode ser, de fato, exercida.
participavam das decisões políticas da polis (palavra Quando falamos em direitos da cidadania, podemos
de origem grega que se refere a um modelo de cida-
falar nos direitos fundamentais previstos na Constitui-
de antiga) em que habitavam. Porém, tratava-se de um
ção Federal e já mencionados, como o direito à igual-
atributo apenas daqueles que possuíam propriedades
e, portanto, detinham poder para participação política. dade, à manifestação do pensamento, à liberdade de
O conceito de cidadania e sua concretização tam- consciência e de crença e à inviolabilidade do domicí-
bém é atribuído às Revoluções Inglesas, no século lio. Lembre-se que o rol de direitos é muito mais exten-
XVII, e à Revolução Francesa, no ano de 1789. Trata-se so e está previsto no art. 5º, da Constituição Federal.
do reconhecimento do indivíduo como membro inte- Também de grande importância para a cidada-
grante de uma nação, detentor de direitos e deveres nia são os direitos políticos. É por meio deles que o
para a vida em sociedade. É aquele que goza de direi- cidadão tem em suas mãos o poder para a escolha de
tos políticos. seus governantes, bem como o de se manifestar sobre
O exercício da cidadania, portanto, é a vivência questões relevantes para a nação.
experimentada por todos nós, cumprindo deveres de Quanto aos deveres do cidadão, incluem-se aí o
respeito às leis e ao próximo, bem como a exigência
respeito às leis e também ao próximo. Isso porque,
de ver nossos direitos efetivados e de participar dos
para que uma pessoa faça parte de uma nação como
rumos do país por meio de seus direitos políticos.
No Brasil, a cidadania apareceu de forma muito um cidadão, deverá também respeitar os demais, não
tímida ao prever o direito de voto universal na Cons- agindo de forma que sua liberdade possa tolher a dos
tituição, de 1891 — embora com exceções àqueles que outros. A cidadania é um fundamento da República
de fato podiam votar — e na de 1934, que trouxe o Federativa do Brasil.
direito de voto à mulher.
422 6 CASTILHO, R. Direitos Humanos. Sinopses Jurídicas. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL FREITAS - 064.255.671-71, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a
sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DOS decorre da garantia fundamental de que todos gozam
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS de ter preservada sua integridade física ou moral.
Caso ocorra qualquer violação, a pessoa ofendida
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos terá garantido seu direito a ingressar em juízo e obter
indenização pelos prejuízos materiais (econômicos)
Como já vimos anteriormente, os direitos e garan- que tenham decorrido dessa ofensa, bem como morais.
tias fundamentais estão previstos no art. 5º, da Consti- Por dano moral, entende-se qualquer violação que
tuição Federal, que traz a seguinte redação: uma pessoa sofra que lhe cause mágoa, tristeza, inten-
so sofrimento, desgosto, vergonha, enfim, que seja
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção capaz de gerar sentimentos extremamente negativos.
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- Portanto, ninguém poderá expor o nome, a honra, a
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- imagem, a intimidade e a vida privada do outro, sem
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, que haja a devida autorização da pessoa envolvida.
à segurança e à propriedade, nos seguintes termos. Essa situação pode ser exemplificada quando lem-
bramos de certos quadros veiculados em programas tele-
É necessário verificar as particularidades e des- visivos conhecidos popularmente como “pegadinhas”. A
dobramentos de alguns destes direitos e garantias pessoa exposta àquela situação autorizou a veiculação
fundamentais. daquelas imagens. Se não o tivesse feito, certamente
poderia buscar, diante de um juiz, indenização por danos
z Direito à vida: é possível dizer que o direito à vida materiais e morais que teriam surgido daquela situação.
garante à pessoa o direito de preservação de sua Nos tempos atuais, as redes sociais também se tor-
vida, bem como o de poder viver de forma digna. nam um importante meio de possíveis violações. Diaria-
Como desdobramento desse direito, é possível mente, internautas se envolvem em situações que podem
mencionar a vedação à pena de morte, exceto em constituir possíveis danos aos direitos fundamentais da
situação de guerra declarada. pessoa. É o caso dos chamados haters, pessoas que aces-
sam a rede com o exclusivo intuito de ofender o outro,
Inclusive, importa frisar que, por se tratar de uma expondo seu nome, imagem e intimidade.
decorrência do direito à vida, referida proibição cons- Essas situações certamente constituem violações
titui cláusula pétrea, ou seja, assim como os demais
que serão levadas ao Poder Judiciário para a res-
direitos e garantias fundamentais, não poderá ser
ponsabilização dos ofensores e reparação de danos
objeto de alteração ou supressão.
(indenização por dano material e moral). Lembre-se
Além disso, em razão desse direito, é garantido a
sempre de que isso decorre da garantia constitucio-
todos viver de forma digna, ou seja, ter acesso a ser-
nal de preservação da integridade física e moral a que
viços de saúde, saneamento básico, medicamentos
todos fazem jus.
e também a garantia de um valor mínimo para sua
sobrevivência (como o benefício decorrente da Lei
z Direito à igualdade: o direito à igualdade está
Orgânica da Assistência Social, conhecido popular-
previsto também no caput, do art. 5º, da Constitui-
mente como LOAS).
ção Federal. Assim, é definido:
Também se relaciona ao direito à vida a previsão
do aborto como um crime. Assim, é certo que, com
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
exceção dos casos previstos no Código Penal, a inter-
de qualquer natureza [...].
rupção de uma gestação é considerada um crime. Há
grande controvérsia em torno do assunto atualmente.
Trata-se da igualdade formal, ou seja, a garantia,
Porém, a previsão do aborto como uma conduta cri-
prevista na lei (Constituição Federal) de que todas as
minosa decorre do direito ora estudado;
pessoas, independentemente de raça, gênero ou qual-
quer outra característica física ou comportamental,
z Preservação da integridade física e moral (hon-
são iguais, tendo os mesmos direitos e garantias asse-
ra, imagem, nome, intimidade e vida privada):
gurados pela Constituição Federal.
o inciso X, do art. 5º, da Constituição Federal, pre-
Porém, a igualdade também é analisada sobre
ceitua o seguinte:
outro aspecto: o material. Por igualdade material,
Art. 5º [...] temos que a lei deve tratar os iguais de forma igual
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a e os desiguais, de forma desigual, na medida de sua
honra, a imagem das pessoas, assegurado o direito desigualdade.
a indenização pelo dano material ou moral decor- Em um primeiro momento, isso parece bastante
rente de sua violação. confuso. Entretanto, vamos entender como todos são
DIREITOS HUMANOS

iguais, mas podem ser tratados de forma desigual


Em razão disso, todos terão a garantia de que sua quando houver uma desigualdade que justifique.
integridade física e moral será respeitada. Porém, A Constituição Federal traz alguns exemplos de situa-
caso o indivíduo sofra qualquer forma de violação, ções que são tratadas de forma desigual, pois há uma
poderá buscar reparação, tendo garantido o direito a desigualdade que justifique: por exemplo, a licença-ma-
ser indenizado pelo dano material ou moral decorren- ternidade e licença-paternidade, previstas, respectiva-
te de sua violação. mente, nos incisos XVIII e XIX, do art. 7º, da Constituição
Assim, aquele que tenha sua honra, imagem, nome, Federal, ou ainda, o serviço militar obrigatório, que isen-
intimidade e vida privada expostos de qualquer for- ta as mulheres e os eclesiásticos (§ 2º, art. 143).
ma, sem que tenha havido sua autorização para tanto, Percebe-se assim que, embora esses sejam exemplos
terá direito a buscar, junto ao Poder Judiciário, inde- de possíveis direitos desiguais, eles se justificam em razão
nização pelos danos sofridos. Isso porque tal proteção da desigualdade que envolve os detentores dos direitos. 423
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Também podemos falar sobre o direito à igualdade Pela liberdade de locomoção:
no tocante às cotas previstas para ingresso nas univer-
sidades. Atualmente, os vestibulares para ingresso nas Art. 5º [...]
universidades estabelecem cotas específicas para pessoas XV - é livre a locomoção no território nacional em
egressas do ensino público. Justifica-se porque, ao longo tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
dos tempos, verificou-se que os alunos que frequentaram
com seus bens.
escolas de ensino público apresentaram maiores dificul-
dades para ingresso em universidades públicas do que
Assim, em decorrência da liberdade, também é
aqueles que frequentaram o ensino privado.
garantido pela Constituição Federal que todos vivam
Além disso, hoje também é comum que existam conforme suas convicções, seguindo a crença religiosa
cotas nos editais de concursos públicos para negros. que melhor lhe convier, bem como tendo respeitado
Isso se justifica porque os negros, em virtude do pre- seu pensamento em relação à política ou convicções
conceito perpetrado na sociedade, encontram, ainda filosóficas. Isso está previsto no inciso VIII, do art. 5º:
hoje, diversas barreiras que impedem o acesso aos
estudos e, posteriormente, ao mercado de trabalho Art. 5º [...]
em igualdade de condições com pessoas brancas. VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
Trata-se das chamadas ações afirmativas, que de crença religiosa ou convicção filosófica ou políti-
são medidas pontuais e que serão adotadas por cer- ca, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
to período de tempo com o objetivo de amenizar ou legal a todos imposta e recusar-se a cumprir pres-
mesmo cessar as diferenças históricas havidas entre tação alternativa, fixada em lei.
os indivíduos. Vale dizer que as ações afirmativas
estão previstas no Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº Assim, é certo que cabe a cada indivíduo fazer
suas escolhas de vida e manter seus pensamentos, não
12.288, de 20 de julho de 2010), em seu inciso VI, pará-
podendo o Estado criar qualquer óbice ou punir aque-
grafo único, do art. 1º:
les que pensem de forma diversa.
Também merece ser mencionado o inciso IV do
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade
mesmo artigo:
Racial, destinado a garantir à população negra a
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa
Art. 5º [...]
dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
e o combate à discriminação e às demais formas de vedado o anonimato.
intolerância étnica. [...]
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, consi-
E, ainda, o inciso IX:
dera-se: [...]
VI - ações afirmativas: os programas e medidas
Art. 5º [...]
especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
vada para a correção das desigualdades raciais e artística, científica e de comunicação, independen-
para a promoção da igualdade de oportunidades. temente de censura ou licença;

Também são previstas nos editais de concursos Assim, também decorrem da liberdade o direito de
públicos vagas destinadas exclusivamente para pes- manifestação do pensamento e de qualquer atividade
soas que tenham alguma deficiência. Ou seja, em intelectual, artística, científica e de comunicação. Por-
razão de uma desigualdade em relação aos demais tanto, não pode ser estabelecida qualquer forma de
ocasionada pela deficiência, aquele que pleitear uma censura pelo Poder Público. Ademais, todos os indiví-
vaga em concurso público deverá concorrer conforme duos podem expor sua atividade intelectual ou artísti-
suas condições. ca de forma livre, sem necessitar de eventual aval dos
Diante disso, verifica-se que a igualdade está pre- governantes. Destaca-se que é em razão disso que são
sente ainda que em situações que aparentam uma livres quaisquer manifestações.
possível desigualdade, pois, em verdade, deve ser Ainda sobre o direito à liberdade, cabe mencionar,
observado todo o contexto ao redor desses direitos, de ainda que brevemente, um fato notório ocorrido há
forma a garantir efetivamente que todos sejam trata- pouco tempo. Atente-se, pois há grande chance deste
dos da mesma forma perante a lei, consoante prevê o assunto ser cobrado em sua prova:
art. 5º, da Constituição Federal. Uma associação de artistas ingressou com uma ação
no Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de
impedir que fossem publicadas biografias não auto-
z Direito à liberdade: a liberdade também é uma
rizadas. A alegação deles era de que essas biografias
decorrência do direito à vida.
ofendiam a integridade moral dos biografados, visto
que expunham fatos desconhecidos pelas pessoas ou
O direito à liberdade, previsto no art. 5º, manifes-
mesmo situações que poderiam causar-lhes constran-
ta-se em diversos pontos da Constituição Federal, e gimentos se viessem ao conhecimento público.
em muitos aspectos: liberdade de locomoção (inciso Contudo, a Corte entendeu que eles não tinham
XV); liberdade de pensamento (inciso IV); liberdade razão pois, ao necessitar de autorização para a publi-
de expressão (inciso IX); liberdade de associação (inci- cação das biografias, os escritores teriam violado seu
so XVII); liberdade religiosa (inciso VI), liberdade de direito à liberdade de manifestação e à liberdade inte-
exercício de trabalho (inciso XIII). lectual e artística.
Alguns aspectos devem ser destacados em relação Finalmente, é necessário dizer que, diante da
à liberdade: garantia de liberdade, o indivíduo apenas poderá ser
424 preso em situação de flagrante delito ou por meio de
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ordem escrita e fundamentada da autoridade compe- Ademais, a função social também inclui um impor-
tente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime tante elemento subjetivo daqueles que estão relacio-
propriamente militar, conforme estabelece o inciso nados à propriedade, qual seja: devem ser respeitadas
LXI, do art. 5º: as relações trabalhistas daqueles que trabalham na
propriedade, bem como seu bem-estar, além do bem-
Art. 5º [...] -estar do proprietário.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito Finalmente, o direito de propriedade pode ser rela-
ou por ordem escrita e fundamentada de autorida-
tivizado pela desapropriação. Prevista no inciso XXIV,
de judiciária competente, salvo nos casos de trans-
do art. 5º, a desapropriação poderá ser ordenada pelo
gressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei. Poder Público em razão de necessidade, utilidade
pública e interesse social. Nesses casos, será determi-
z Direito à propriedade: o direito à propriedade, nada a perda da propriedade da pessoa em favor do
embora previsto na Constituição Federal, não é Poder Público mediante o pagamento de uma indeni-
absoluto, em primeiro lugar, porque o direito está zação justa e prévia, que deverá ser paga em dinheiro.
condicionado ao atendimento da função social.
Art. 5º [...]
A Constituição Federal, em dois dispositivos —§ 2º, XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desa-
art. 182, e art. 186 —, fala sobre o tema: propriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia
Art. 182 A política de desenvolvimento urbano, indenização em dinheiro, ressalvados os casos pre-
executada pelo Poder Público municipal, confor- vistos nesta Constituição.
me diretrizes gerais fixadas em lei, tem por obje-
tivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções Dos Direitos Sociais
sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes. [...] O art. 6º, da Constituição Federal, preceitua os
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função direitos sociais.
social quando atende às exigências fundamentais
da ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
[...]
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
Art. 186 A função social é cumprida quando a pro-
o lazer, a segurança, a previdência social, a prote-
priedade rural atende, simultaneamente, segundo
ção à maternidade e à infância, a assistência aos
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos: desamparados, na forma desta Constituição.
I- aproveitamento racional e adequado;
II- utilização adequada dos recursos naturais dis- Conforme verifica-se, tratam-se dos direitos míni-
poníveis e preservação do meio ambiente; mos necessários para que a pessoa viva com dignida-
III- observância das disposições que regulam as de em um Estado de Direito. Esses direitos constituem
relações de trabalho; prestações positivas que o Estado deve garantir a
IV- exploração que favoreça o bem-estar dos pro- todos os cidadãos. Terão eficácia imediata, à medida
prietários e dos trabalhadores. que não podem depender de outra norma para sua
implementação pelo Poder Público.
Segundo previsto nesses dois dispositivos, em rela- Destaca-se o direito à saúde, por meio do qual o
ção à propriedade urbana, a função social é cumprida Poder Público deverá promover ações de promoção,
quando as exigências de ordenação da cidade cons-
proteção e recuperação da saúde:
tantes no plano diretor estiverem sendo observadas.
Quanto à propriedade rural, a função social será
Art. 196 Constituição Federal. A saúde é direito de
preenchida quando os seguintes requisitos estiverem
todos e dever do Estado, garantido mediante polí-
sendo cumpridos: aproveitamento racional e adequa-
ticas sociais e econômicas que visem à redução do
do da área; utilização adequada dos recursos naturais
risco de doença e de outros agravos e ao acesso
disponíveis e preservação do meio ambiente; obser- universal e igualitário às ações e serviços para sua
vância das disposições que regulam as relações de promoção, proteção e recuperação.
trabalho, ou seja, daqueles que estiverem prestando
serviços na propriedade; exploração que favoreça o
Ou seja, a obrigação do Estado com a população,
bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
em princípio, é de manter políticas públicas que
Assim, embora o direito de propriedade seja
previnam e protejam de doenças. Em um segundo
DIREITOS HUMANOS

garantido na Constituição Federal, ele não é absoluto.


momento, se a pessoa já apresenta uma doença, cabe
Como visto, a função social deve ser atendida. Enten-
de-se por função social, como visto acima, no caso da ao Estado prestar-lhe atendimento médico e fornecer
propriedade urbana, que sejam atendidas e respeita- medicamentos para a recuperação de sua saúde.
das as determinações do plano diretor. Em síntese, o É necessário dizer que todos os direitos sociais são
plano diretor é um documento que deve ser elaborado universais. Portanto, caberá ao Poder Público imple-
por cada município para o ordenamento das cidades. mentá-los sem qualquer distinção. Assim, mesmo que
No caso da propriedade rural, para que seja efe- a pessoa não apresente uma situação de vulnerabili-
tivamente aproveitada, é necessário que sejam uti- dade econômica, poderá buscar atendimento hospi-
lizados os recursos naturais de forma consciente e talar público ou mesmo matricular-se em uma escola
adequada, sem desperdício e depredação ambiental. estadual ou municipal.
425
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Lembre-se: direitos sociais são universais. Art. 61 [...]
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
Direitos Políticos apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
Os direitos políticos estão previstos nos arts. 14 eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
a 16, da Constituição Federal, em seu Capítulo IV, no cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.
Título II. São os meios efetivos pelos quais a pessoa
exerce sua cidadania, pois é por meio desses direitos
que a pessoa vota e também pode ser votada. Importa dizer que os direitos políticos são dividi-
O art. 14 preceitua o seguinte: dos entre capacidade eleitoral ativa e capacidade elei-
toral passiva. A capacidade eleitoral ativa refere-se ao
Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrá- direito de votar. Já a capacidade eleitoral passiva refe-
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor re-se ao direito de ser votado. Assim, em regra, todos
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: os brasileiros podem votar e ser votados.
I - plebiscito; O art. 15, da Constituição Federal, estabelece que é
II - referendo; vedada a cassação de direitos políticos. Porém, é pos-
III - iniciativa popular. sível que uma pessoa sofra a perda ou suspensão de
seus direitos políticos. Isso pode ocorrer nas seguintes
Assim, dentre os direitos políticos, o mais conhe- situações previstas no art. 15:
cido deles é o sufrágio universal, que nada mais é do
que o voto, estabelecido como direto e secreto e tam- z por meio do cancelamento da naturalização por
bém o direito de ser votado. sentença transitada em julgado (inciso I);
Percebe-se que o voto de todos tem o mesmo valor, z incapacidade civil absoluta, ou seja, aquele que
superada a questão que já permeou em constituições tenha sua incapacidade reconhecida terá seus
anteriores em que o voto tinha valor diverso depen- direitos suspensos (inciso II);
dendo da posição social de seu titular. z condenação criminal transitada em julgado
Por sua vez, plebiscito e referendo referem-se a enquanto durarem seus efeitos (inciso III);
formas por meio das quais o cidadão é instado a se z recusa de cumprimento de obrigação a todos
manifestar sobre algum assunto de grande relevância imposta ou prestação alternativa, nos termos do
para o país. Assim, por meio de decretos legislativos, inciso VIII, art. 5º (vide também inciso IV);
as pessoas são convocadas para expressar sua opinião z improbidade administrativa, nos termos do inciso
sobre determinado tema colocado em pauta. Diver- V, § 4º, do art. 37.
gem no seguinte: enquanto o plebiscito é estabelecido
de forma prévia e a população se manifesta a favor ou Dica
contrária a um tema que lhe é apresentado, o referen-
do é convocado posteriormente sobre um assunto que Não podem ser cassados os direitos políticos de
já faz parte do dia a dia dos cidadãos, cabendo a eles uma pessoa; porém, poderão ser suspensos em
ratificá-lo ou rejeitá-lo. situações previstas na lei.
Na história recente brasileira, houve um plebisci-
to em 21 de abril de 1993 em que os cidadãos foram Nacionalidade
chamados a manifestar-se sobre a forma e sistema
de governo. Foram colocadas as opções de forma de Nacionalidade, conforme bem nos define o jurista
governo: monarquia ou república, e sistema de gover- Pedro Lenza (2019),
no: presidencialismo ou parlamentarismo. Prevale-
ceu que a forma deveria ser mantida como república [...] pode ser definida como o vínculo jurídico-polí-
e o sistema presidencialista. tico que liga um indivíduo a determinado Estado,
Já, como exemplo de referendo, temos o ocorrido em fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o
23 de outubro de 2005, quando a população foi instada povo daquele Estado e, por consequência, desfrute
a posicionar-se sobre a seguinte questão: “O comércio de direitos e submeta-se a obrigações.7
de armas de fogo e munição deve ser proibido no Bra-
sil?”. Importa destacar que estava vigente desde 2003 o Diante disso, temos que um sujeito pode ser bra-
Estatuto do Desarmamento, no qual já havia sido proi- sileiro nato ou naturalizado. O brasileiro nato,
bido o comércio de armas de fogo e munições. Contudo, conforme preceitua a alínea “a”, inciso I, art. 12, da
havia previsão legal de que, para entrar em vigor, seria Constituição Federal, é qualquer pessoa cujo nasci-
necessária a ratificação da população por meio de um mento ocorreu em território brasileiro. Assim, perce-
referendo, podendo, é claro, também rejeitar o disposi- be-se que a regra adotada no país é do jus solis.
tivo que, então, não vigoraria. É necessário ressaltar, porém, o caso da pessoa
A maioria dos cidadãos votou pela ratificação do dis- que nasceu no Brasil, mas é filha de pais estrangeiros
positivo, respondendo “não” à questão formulada men- e que estejam à serviço de seu país. Esse sujeito não
cionada acima, o que fez com que vigorasse o artigo que será brasileiro. Isso porque a Constituição Federal,
proibia o comércio de armas de fogo e munições no Brasil. ainda na alínea “a”, inciso I, art. 12, é clara ao dizer
Outro direito político que deve ser mencionado é a que também será brasileiro aquele que tiver nascido
iniciativa popular. Trata-se da iniciativa que garante a aqui, mesmo filho de estrangeiros, desde que os pais
todo cidadão o direito de apresentar um projeto de lei. não estejam a serviço do seu país. Também será con-
Esse direito está regulamentado pelo § 2º, do art. 61, siderado brasileiro aquele que tem pai ou mãe bra-
da Constituição Federal, cabendo, para tanto, serem sileiros, mas nasceu no estrangeiro quando um deles
preenchidos os requisitos ali previstos. estava no exterior a serviço do Brasil.
426 7 LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva Jur, 2019.
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É necessário que apenas um dos genitores seja bra-
sileiro, situação definida na alínea “b”, inciso I, art. 12. DIREITOS ÉTNICO-RACIAIS
Finalmente, a alínea “c”, também desse dispositi-
vo, define que será brasileiro nato aquele nascido no Para compreender os conceitos básicos que envol-
estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros quando: vem as questões étnico-raciais, faz-se necessário
entender o porquê da existência de divisão de pes-
z for registrado em repartição brasileira competente, soas em raças. De início, é preciso ter em mente que
ou seja, quando do nascimento, seus pais o registra- quando se fala em raças humanas, o que existe é um
ram perante consulado brasileiro no exterior; conteúdo político e social, fruto das relações de poder.
z venha a residir no Brasil e, após atingida a maiori- Isto ocorre porque as teorias raciais surgiram como
dade, opte pela nacionalidade brasileira. forma de tentar justificar a ordem social e as relações
de subordinação entre os povos.
Nessa última hipótese, mesmo que a pessoa tenha Em termos simples, a divisão em raças é utilizada
nascido no exterior e lá tenha sido registrada, se seu para descrever um grupo de seres vivos que comparti-
pai ou sua mãe forem brasileiros e o sujeito tenha lham características morfológicas homogêneas. Deste
vindo morar no Brasil, poderá, após completar dezoi- modo, a separação serve para diferenciar por crité-
to anos, optar pela nacionalidade. Vale ressaltar que rios físicos ou biológicos os seres, tendo como base
deve-se atingir a maioridade para fazer essa escolha, as características fenotípicas iguais. Observa-se, no
tendo em vista ser esse o momento em que se alcança entanto, que tanto em termos biológicos como em ter-
a capacidade jurídica plena. mos genéticos, não é possível separar os seres huma-
Ademais, o sujeito poderá ser brasileiro naturali- nos. Isto ocorre porque as diferenças mais aparentes
zado. Será naturalizada, conforme determina o inciso entre as pessoas, tais como coloração da pele, textura
II, do art. 12: dos cabelos, formato do nariz, entre outros, são insig-
nificantes para dividir os seres humanos em grupos
z a pessoa nascida em país cujo idioma seja a língua homogêneos. Para se ter uma ideia, a diferença entre
portuguesa, tendo, para tanto, que comprovar a resi- um preto africano e um branco nórdico compreende
dência em solo brasileiro por um ano ininterrupto e 0,005% do genoma humano.
idoneidade moral (alínea “a”, inciso II, art. 12); Como consequência, só existe uma raça: a raça
z a pessoa nascida em qualquer país, desde que resi- humana.
dente no Brasil há mais de quinze anos ininterrup- No entanto, ainda que não existindo biológica e
tos e sem condenação penal (alínea “b”, inciso III, geneticamente esta divisão em raças, era interessante
art. 12). para algumas pessoas que o poder fosse conservado
apenas nas mãos de alguns. Assim, com os seres huma-
Assim, a pessoa poderá requerer a naturalização nos divididos em subespécies era possível sustentar
brasileira, desde que se enquadre em alguma das um conjunto de relações de exclusão, encarceramen-
situações acima e preencha os requisitos determina- to e morte daqueles considerados hierarquicamente
dos pela Constituição Federal. inferiores, como, por exemplo, para justificar a colo-
Ademais, existe uma situação peculiar em relação nização e escravidão dos povos africanos.
ao cidadão português: Trata-se, portanto, de uma estratégia desenvolvida
Conforme preceitua o § 1º, do art. 12, da Consti- por meio de uma biopolítica da população em que as
tuição Federal, o português terá os mesmos direitos raças tidas como inferiores deveriam ser eliminadas
do brasileiro, desde que tenha residência permanente ou escravizadas para a regeneração e purificação da
no Brasil e se houver reciprocidade de Portugal em raça. Assim, atente-se, pois, embora a classificação
relação aos brasileiros, ou seja, se no país europeu o em raças seja rejeitada, o conceito passou a desig-
brasileiro gozar do mesmo privilégio. nar linhagem e descendência, isto é, pessoas que
O § 4º, do art. 12, define que o brasileiro perderá a possuem características físicas em comum por
nacionalidade nas seguintes situações: decorrerem de um ancestral comum.
Cumpre esclarecer que, no decorrer da história da
z o inciso I traz a situação daquele que tiver cance- humanidade, a relação de dominação entre as pessoas
lada sua naturalização por sentença judicial moti- gerou tanto subordinação quanto exclusão de grupos,
vada por atividade nociva ao interesse nacional; formando, como consequência, o estabelecimento de
z o inciso II define que deixará de ser brasileiro o um padrão predeterminado de identidade cultural e
sujeito que adquirir outra nacionalidade, exceto se social — fenômeno este chamado de etnocentrismo.
houver o reconhecimento de nacionalidade origi- Lembre-se: no etnocentrismo tem-se a formação
nária (brasileira) pela lei estrangeira ou, ainda, se a de um grupo padrão, de modo que todos os demais
pessoa tiver que se naturalizar, em virtude de nor- passam a ser avaliados e classificados com base nas
DIREITOS HUMANOS

ma estrangeira, como condição para permanência referências trazidas por ele. Note, por exemplo, que
em seu território ou exercício de direitos civis. como a Europa no século XIX era tida como centro de
qualquer desenvolvimento humano, era plenamente
Finalmente, é necessário dizer que a lei não pode- aceitável a colonização e a escravidão dos povos nati-
rá fazer qualquer distinção entre o brasileiro nato e vos da África, Ásia, América e Oceania, assim como
o naturalizado. A Constituição Federal, no § 2º, do art. ocorreu com algumas culturas e religiões, que eram
12, porém, determina que alguns cargos são privativos tidas como inferiores.
de brasileiros natos, quais sejam: Presidente e Vice- Assim sendo, o termo etnia expressa a realidade
-Presidente da República; Presidente da Câmara dos cultural das pessoas em grupos, tendo como base as
Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do percepções comuns e as experiências compartilhadas,
Supremo Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial enquanto raça refere-se aos traços biológicos comuns e
das Forças Armadas e Ministro do Estado de Defesa. as áreas continentais ocupadas desde tempos remotos. 427
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Observa-se que do etnocentrismo adveio o racis- estabelecidas no Artigo 1.1, ou as coloca em des-
mo, que é uma ideologia baseada na superioridade de vantagem, a menos que esse dispositivo, prática ou
determinadas pessoas em decorrência de característi- critério tenha um objetivo ou justificativa razoável e
cas fenotípicas ou genotípicas. legítima à luz do Direito Internacional dos Direitos
Humanos.
3) Discriminação múltipla ou agravada é qualquer
preferência, distinção, exclusão ou restrição basea-
Importante! da, de modo concomitante, em dois ou mais crité-
O termo racismo é decorrente do biopoder e da rios dispostos no Artigo 1.1, ou outros reconhecidos
denominada “guerra de raças”, ou seja, a supe- em instrumentos internacionais, cujo objetivo ou
rioridade da denominada “raça branca”, ligando resultado seja anular ou restringir o reconhecimen-
to, gozo ou exercício, em condições de igualdade,
as demais “raças” à barbárie e selvageria (raças
de um ou mais direitos humanos e liberdades fun-
tidas como inferiores). O racismo pode abarcar damentais consagrados nos instrumentos interna-
tanto as diferenças de cor, tipo físico e intelec- cionais aplicáveis aos Estados Partes, em qualquer
tual, bem como aquelas decorrentes de exclu- área da vida pública ou privada.
são, desigualdade social, encarceramento e 4) Racismo consiste em qualquer teoria, doutrina,
abandono. ideologia ou conjunto de ideias que enunciam um
vínculo causal entre as características fenotípicas
ou genotípicas de indivíduos ou grupos e seus traços
Deste modo, tanto o etnocentrismo como o racis- intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive
mo, são ideologias baseadas na falsa concepção de o falso conceito de superioridade racial. O racismo
superioridade e hierarquização de pessoas. Para ocasiona desigualdades raciais e a noção de que as
tanto, a fim de eliminar as distorções criadas pelo relações discriminatórias entre grupos são moral
etnocentrismo e pelo racismo foram implementadas e cientificamente justificadas. Toda teoria, doutri-
na, ideologia e conjunto de ideias racistas descritas
políticas para resguardar a igualdade de todas as pes-
neste Artigo são cientificamente falsas, moralmen-
soas por meio de um sistema normativo de proteção
te censuráveis, socialmente injustas e contrárias
dos direitos humanos. aos princípios fundamentais do Direito Interna-
Este processo de proteção teve início após a Segun- cional e, portanto, perturbam gravemente a paz e
da Guerra Mundial com o movimento de reconstrução a segurança internacional, sendo, dessa maneira,
dos direitos humanos. Tal movimento decorreu da con- condenadas pelos Estados Partes.
cepção de que todos os Estados têm a obrigação de res- 5) As medidas especiais ou de ação afirmativa
peitar os direitos humanos. Seu marco foi a Declaração adotadas com a finalidade de assegurar o gozo
Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em 1948. ou exercício, em condições de igualdade, de um ou
Com o decorrer dos anos, este sistema foi aperfei- mais direitos humanos e liberdades fundamentais
çoado para abarcar a proteção de pessoas, ou grupos de grupos que requeiram essa proteção não consti-
de pessoas particularmente vulneráveis, como no tuirão discriminação racial, desde que essas medi-
caso das vítimas de discriminação por etnia e raça. das não levem à manutenção de direitos separados
Para tanto, foi aprovado em 1965, a Convenção Inter- para grupos diferentes e não se perpetuem uma vez
alcançados seus objetivos.
nacional sobre Eliminação de Todas as Formas de
6) Intolerância é um ato ou conjunto de atos ou
Discriminação Racial, de modo a proibir não só a dis-
manifestações que denotam desrespeito, rejeição ou
criminação racial como também qualquer distinção, desprezo à dignidade, características, convicções ou
exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, opiniões de pessoas por serem diferentes ou contrá-
cor descendência ou origem nacional ou étnica. rias. Pode manifestar-se como a marginalização e a
Já no âmbito regional, o Sistema Interamericano de exclusão de grupos em condições de vulnerabilidade
Proteção dos Direitos Humanos firmou a Convenção da participação em qualquer esfera da vida pública
Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação ou privada ou como violência contra esses grupos.
Racial e Formas Correlatas de Intolerância em 2013.
Este tratado foi ratificado pelo Brasil neste mesmo ano A primeira das seis definições contidas no artigo é
e incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro por a de discriminação racial, que se baseia no tratamento
meio do Decreto nº 10.932, de 10 de janeiro de 2022. desigual entre pessoas e que tem como objetivo man-
Alguns pontos importantes desta Convenção. ter tais desigualdades, de modo a evitar o reconheci-
mento dos direitos destas pessoas. Salienta-se que a
Art. 1 Para os efeitos desta Convenção: Convenção considera como discriminação racial qual-
1) Discriminação racial é qualquer distinção, exclu- quer distinção, exclusão, restrição ou preferência fun-
são, restrição ou preferência, em qualquer área da dada na raça, cor descendência ou origem nacional ou
vida pública ou privada, cujo propósito ou efeito étnica, que tenha como objetivo anular ou comprome-
seja anular ou restringir o reconhecimento, gozo ter o reconhecimento, o gozo ou o exercício no mesmo
ou exercício, em condições de igualdade, de um ou plano a todos os direitos e liberdades humanas, tan-
mais direitos humanos e liberdades fundamentais to no domínio político, econômico ou social, como na
consagrados nos instrumentos internacionais apli- esfera da vida privada.
cáveis aos Estados Partes. A discriminação racial A discriminação pode ser direta ou indireta. Diz-se
pode basear-se em raça, cor, ascendência ou origem discriminação direta aquela que contém em si a inten-
nacional ou étnica. ção de discriminar, ou seja, o tratamento desigual é
2) Discriminação racial indireta é aquela que ocor- resultado de conduta intencional do agente. Exemplo:
re, em qualquer esfera da vida pública ou privada, negar emprego ou atendimento a uma determinada
quando um dispositivo, prática ou critério aparen- pessoa em decorrência da coloração de sua pele ou
temente neutro tem a capacidade de acarretar nacionalidade. Por outro lado, considera-se discrimina-
uma desvantagem particular para pessoas perten- ção indireta o tratamento que aparece de forma indi-
428 centes a um grupo específico, com base nas razões reta, dissimulada ou desprovida de intenção. Trata-se
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de uma prática ou política ou critério tido como apa- coletivo, de todos os direitos humanos e liberdades
rentemente neutro, porém, que coloca a pessoa com fundamentais consagrados na legislação interna
características em relação de desvantagem às demais, e nos instrumentos internacionais aplicáveis aos
sem que exista um motivo justo para isso. Por exemplo, Estados Partes.
a proibição de determinados trajes para entradas em
alguns estabelecimentos comerciais, como chinelo, ou O art. 3º baseia-se no direito à igualdade e reafirma
a contratação de pessoas de uma única faculdade. os direitos de não discriminação contidos tanto nos
A discriminação múltipla ou agravada é aquela que tratados internacionais como nos regionais. A come-
acrescenta outros critérios à conduta de restringir ou çar pela Carta da Organização das Nações Unidas de
anular direitos, tais como gênero, religião, orientação 1945, que estabeleceu em seu preâmbulo a igualdade
sexual, deficiência e idade. Trata-se, portanto, de um de direitos entre homens e mulheres, assim como o
fenômeno múltiplo e complexo cuja discriminação art. 1º, que ao prever o respeito aos direitos humanos,
abrange mais de um fator de discriminação. Exemplo: acrescentou a expressão “sem distinção de raça, sexo,
mulheres pretas sofrem mais discriminação do que língua ou religião”. Na sequência, em 1948, a Declara-
homens pretos ou mulheres brancas. ção Universal dos Direitos Humanos trouxe a ideia de
O racismo é um dos diversos tipos de preconceito, universalidade dos direitos humanos, ou seja, eles são
baseando-se na pré-concepção a respeito de uma etnia inerentes a todas as pessoas, sejam homens ou mulhe-
ou grupo social. Por racismo depreende-se a ideologia res. Já, no que se refere à proteção interamericana
que exalta a superioridade de determinadas pessoas em dos direitos humanos, tem-se a Convenção Americana
decorrência de características fenotípicas ou genotípicas. sobre Direitos Humanos, mais conhecida como Pacto
Atenção! O termo racismo é decorrente do bio- de São José da Costa Rica, estabelecendo a igualdade
poder e da denominada “guerra de raças”, ou seja, a de direitos entre as pessoas.
superioridade da denominada “raça branca”, ligando Atente-se: as duas acepções de igualdade são
as demais “raças” à barbárie e selvageria (raças tidas igualdade formal e igualdade material. A igualdade
como inferiores). O racismo pode abarcar tanto as formal corresponde ao tratamento de todos em igual
diferenças de cor, tipo físico e intelectual, bem como forma, enquanto a igualdade material conduz tratar
aquelas decorrentes de exclusão, desigualdade social, igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na
encarceramento e abandono. medida de sua desigualdade.
Destarte, as medidas especiais ou ações afirmativas
correspondem ao conjunto de ações voltadas a grupos Art. 4 Os Estados comprometem-se a prevenir, eli-
discriminados ou vitimados pela exclusão racial, tendo minar, proibir e punir, de acordo com suas normas
como objetivo eliminar as desigualdades e segregações. constitucionais e com as disposições desta Con-
Tratam-se, portanto, de medidas públicas que propiciem venção, todos os atos e manifestações de racismo,
uma maior participação de determinados grupos (gru- discriminação racial e formas correlatas de intole-
pos discriminados) na educação, emprego, saúde, entre rância, inclusive:
outros. São exemplos: o acesso aos cargos públicos e uni- i. apoio público ou privado a atividades racialmen-
versidades por meio do sistema de cotas raciais. te discriminatórias e racistas ou que promovam a
A intolerância é uma atitude de violência, física ou intolerância, incluindo seu financiamento;
moral, baseada na negação de que a pessoa é titular ii. publicação, circulação ou difusão, por qualquer
de direitos por pertencer a um grupo étnico-racial. forma e/ou meio de comunicação, inclusive a inter-
net, de qualquer material racista ou racialmente
Assim, ela está fundamentada na construção ideoló-
discriminatório que:
gica do racismo, de modo a justificar ações violentas
a) defenda, promova ou incite o ódio, a discrimina-
de não aceitação das diferenças sob a justificativa de ção e a intolerância; e
subordinação, objetificação ou exclusão dos direitos b) tolere, justifique ou defenda atos que constituam
de determinadas pessoas por serem consideradas ou tenham constituído genocídio ou crimes contra
como “raças” menos desenvolvidas. Exemplo: negar a humanidade, conforme definidos pelo Direito
ser atendido por uma pessoa preta. Internacional, ou promova ou incite a prática des-
ses atos;
Art. 2 Todo ser humano é igual perante a lei e tem iii. violência motivada por qualquer um dos crité-
direito à igual proteção contra o racismo, a discri- rios estabelecidos no Artigo 1.1;
minação racial e formas correlatas de intolerância, iv. atividade criminosa em que os bens da vítima
em qualquer esfera da vida pública ou privada. sejam alvos intencionais, com base em qualquer um
dos critérios estabelecidos no Artigo 1.1;
O art. 2º decorre do princípio da isonomia ou da v. qualquer ação repressiva fundamentada em qual-
igualdade. Tal princípio tem como fundamento o fato quer dos critérios enunciados no Artigo 1.1, em vez
de que todos nascem e vivem com os mesmos direitos e de basear-se no comportamento da pessoa ou em
obrigações. Portanto, são destinatários do princípio da informações objetivas que identifiquem seu envol-
DIREITOS HUMANOS

vimento em atividades criminosas;


igualdade tanto o legislador como os aplicadores da lei.
vi. restrição, de maneira indevida ou não razoável,
Igualdade na lei – direcionado ao legislador, de
do exercício dos direitos individuais à propriedade,
modo a vedar a elaboração de dispositivos que esta- administração e disposição de bens de qualquer
beleçam desigualdades ou privilégio entre as pessoas. tipo, com base em qualquer dos critérios enuncia-
Igualdade perante a lei – direcionado aos aplica- dos no Artigo 1.1;
dores da lei, uma vez que não é possível utilizar crité- vii. qualquer distinção, exclusão, restrição ou prefe-
rios discriminatórios na aplicação da norma, salvo nos rência aplicada a pessoas, devido a sua condição de
casos de medidas especiais ou políticas afirmativas. vítima de discriminação múltipla ou agravada, cujo
propósito ou resultado seja negar ou prejudicar o
Art. 3 Todo ser humano tem direito ao reconhe- reconhecimento, gozo, exercício ou proteção, em
cimento, gozo, exercício e proteção, em condições condições de igualdade, dos direitos e liberdades
de igualdade, tanto no plano individual como no fundamentais; 429
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
viii. qualquer restrição racialmente discriminató- intolerância. Além disso, deixa claro que tais políticas,
ria do gozo dos direitos humanos consagrados nos por ter como finalidade corrigir as distorções existen-
instrumentos internacionais e regionais aplicáveis tes, não podem ser consideradas como uma prática
e pela jurisprudência dos tribunais internacionais e discriminatória ou incompatível com a Convenção.
regionais de direitos humanos, especialmente com
relação a minorias ou grupos em situação de vulne- Art. 6 Os Estados Partes comprometem-se a for-
rabilidade e sujeitos à discriminação racial; mular e implementar políticas cujo propósito seja
ix. qualquer restrição ou limitação do uso de idio- proporcionar tratamento equitativo e gerar igual-
ma, tradições, costumes e cultura das pessoas em dade de oportunidades para todas as pessoas, em
atividades públicas ou privadas; conformidade com o alcance desta Convenção; entre
x. elaboração e implementação de material, méto- elas políticas de caráter educacional, medidas traba-
dos ou ferramentas pedagógicas que reprodu- lhistas ou sociais, ou qualquer outro tipo de política
zam estereótipos ou preconceitos, com base em promocional, e a divulgação da legislação sobre o
qualquer critério estabelecido no Artigo 1.1 desta assunto por todos os meios possíveis, inclusive pelos
Convenção; meios de comunicação de massa e pela internet.
xi. negação do acesso à educação pública ou pri-
vada, bolsas de estudo ou programas de financia-
Complementando o art. 5º, o art. 6º estabelece o
mento educacional, com base em qualquer critério
compromisso dos Estados em formular as medidas
estabelecido no Artigo 1.1 desta Convenção;
especiais, enquanto as políticas afirmativas se referem
xii. negação do acesso a qualquer direito econômi-
co, social e cultural, com base em qualquer critério ao âmbito econômico, social e cultural. Em outras pala-
estabelecido no Artigo 1.1 desta Convenção; vras, não basta adotar medidas de reconhecimento dos
xiii. realização de pesquisas ou aplicação dos direitos, sendo também necessário estabelecer ações
resultados de pesquisas sobre o genoma huma- estatais para propiciar que estes direitos sejam efeti-
no, especialmente nas áreas da biologia, genética vados, na medida em que é dever do Estado garantir
e medicina, com vistas à seleção ou à clonagem igualdade de oportunidades a todos.
humana, que extrapolem o respeito aos direitos Lembre-se: o dispositivo assegura alguns dos
humanos, às liberdades fundamentais e à dignidade direitos denominados de segunda geração/dimensão,
humana, gerando qualquer forma de discriminação tais como o direito à educação, ao trabalho, à cultura,
fundamentada em características genéticas; entre outros.
xiv. restrição ou limitação, com base em qualquer
dos critérios enunciados no Artigo 1.1 desta Con- Art. 7 Os Estados Partes comprometem-se a ado-
venção, do direito de toda pessoa de obter acesso tar legislação que defina e proíba expressamente o
à água, aos recursos naturais, aos ecossistemas, à racismo, a discriminação racial e formas correlatas
biodiversidade e aos serviços ecológicos que cons- de intolerância, aplicável a todas as autoridades
tituem o patrimônio natural de cada Estado, prote- públicas, e a todos os indivíduos ou pessoas físicas
gido pelos instrumentos internacionais pertinentes e jurídicas, tanto no setor público como no privado,
e suas próprias legislações nacionais, bem como de especialmente nas áreas de emprego, participação
usá-los de maneira sustentável; e em organizações profissionais, educação, capacita-
xv. restrição do acesso a locais públicos e locais pri- ção, moradia, saúde, proteção social, exercício de
vados franqueados ao público pelos motivos enun- atividade econômica e acesso a serviços públicos,
ciados no Artigo 1.1 desta Convenção. entre outras, bem como revogar ou reformar toda
legislação que constitua ou produza racismo, discri-
O art. 4º condena qualquer tipo de racismo, dis- minação racial e formas correlatas de intolerância.
criminação e práticas correlatas, enquanto a Conven-
ção estabelece um rol exemplificativo de condutas a O art. 7º traz mais um tipo de compromisso dos
serem praticadas pelos Estados com o objetivo de pre- Estados partes, o de adotar em seu ordenamento jurí-
venir, proibir, punir e eliminar tais práticas. dico interno normas que proíbam expressamente o
racismo, a discriminação racial e a intolerância.
Art. 5 Os Estados Partes comprometem-se a adotar
as políticas especiais e ações afirmativas necessá-
rias para assegurar o gozo ou exercício dos direitos Importante!
e liberdades fundamentais das pessoas ou grupos
sujeitos ao racismo, à discriminação racial e for- No Brasil, a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010,
mas correlatas de intolerância, com o propósito de também denominada de Estatuto da Igualdade
promover condições equitativas para a igualdade Racial, é a norma jurídica que traz as ferramen-
de oportunidades, inclusão e progresso para essas tas para proteção dos direitos humanos deste
pessoas ou grupos. Tais medidas ou políticas não grupo da sociedade.
serão consideradas discriminatórias ou incompa-
tíveis com o propósito ou objeto desta Convenção,
não resultarão na manutenção de direitos separa- Art. 8 Os Estados Partes comprometem-se a garan-
dos para grupos distintos e não se estenderão além tir que a adoção de medidas de qualquer natureza,
de um período razoável ou após terem alcançado inclusive aquelas em matéria de segurança, não
seu objetivo. discrimine direta ou indiretamente pessoas ou gru-
pos com base em qualquer critério mencionado no
O art. 5º estabelece atenção especial dos Estados Artigo 1.1 desta Convenção.
partes da Convenção em elaborarem as medidas
especiais e de políticas afirmativas no âmbito civil e Outro compromisso a ser adotado pelos Estados
político, com o objetivo de atingir a igualdade mate- signatários da Convenção é o estabelecido no art. 8º.
rial. Portanto, trata-se do reconhecimento dos direitos Assim, não pode o Poder Público, sob a alegação de pro-
430 das pessoas em situação de racismo, discriminação e teção de qualquer outro direito, adotar medidas que
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reforcem a discriminação já existente. Exemplo: com o Outra medida de prevenção é a estabelecida no art.
objetivo de prevenir crimes, adotar revista pessoal de 13. De acordo com o dispositivo, cada Estado signatá-
todas as pessoas pretas e de apenas alguns brancos. rio deve possuir uma instituição própria para monito-
rar o cumprimento do tratado e informar à OEA.
Art. 9 Os Estados Partes comprometem-se a garan-
tir que seus sistemas políticos e jurídicos reflitam Art. 14 Os Estados Partes comprometem-se a pro-
adequadamente a diversidade de suas sociedades, mover a cooperação internacional com vistas ao
a fim de atender às necessidades legítimas de todos intercâmbio de ideias e experiências, bem como a
os setores da população, de acordo com o alcance executar programas voltados à realização dos obje-
desta Convenção. tivos desta Convenção.

O art. 9º estabelece a necessidade de os Estados Por fim, art. 14 incentiva a promoção de coope-
membros da Convenção compreenderem as diversida- ração internacional, com a finalidade de que as tro-
des da sociedade e, em razão disso, comprometem-se cas de ideias e experiências possam contribuir para
em ter sistemas políticos e jurídicos que reconheçam melhor efetividade do sistema de proteção.
que, embora as pessoas sejam diferentes, o tratamento
prestado a eles deve ser igual, haja vista que os direitos
humanos são inerentes a todos indistintamente.
HORA DE PRATICAR!
Art. 10 Os Estados Partes comprometem-se a
garantir às vítimas do racismo, discriminação
1. (FGV — 2023) O Art. XXII da Declaração dos Direitos
racial e formas correlatas de intolerância um tra-
do Homem de 1793 afirma que:
tamento equitativo e não discriminatório, acesso
igualitário ao sistema de justiça, processo ágeis e
eficazes e reparação justa nos âmbitos civil e crimi- “A instrução é a necessidade de todos. A sociedade
nal, conforme pertinente. deve favorecer com todo o seu poder o progresso da
inteligência pública e colocar a instrução ao alcance
O art. 10 traz outra responsabilidade dos Estados de todos os cidadãos.”
partes, que é a de garantir às vítimas de racismo, dis- Com o amadurecimento da ideia da educação como
criminação e intolerância, acesso à Justiça, proces- direito humano universal, muitos avanços foram feitos
so célere e indenização justa, uma vez que de nada no sentido de aprofundar o que declara o artigo aci-
adiantaria fixar compromissos se o Estado não adotar ma. As opções abaixo listam alguns desses avanços,
postura para reprimir estas modalidades de violência. à exceção de uma. Assinale-a.

Art. 11 Os Estados Partes comprometem-se a con- a) Inclusão de uma educação em direitos humanos nos
siderar agravantes os atos que resultem em discri- sistemas nacionais de ensino.
minação múltipla ou atos de intolerância, ou seja, b) Determinação de um nível elementar obrigatório de
qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada educação para todas as crianças.
em dois ou mais critérios enunciados nos Artigos c) Proclamação do direito à educação nas constituições
1.1 e 1.3 desta Convenção. nacionais de países democráticos.
d) Responsabilização do Estado e da família na promo-
Outro compromisso para repressão da prática de ção e incentivo à educação.
racismo, discriminação e intolerância é o estabelecido e) Definição de que o Estado abdicará da transmissão de
no art. 11. Neste dispositivo, os Estados signatários da valores éticos específicos na educação.
convenção comprometem-se em considerar a discri-
minação múltipla e a intolerância de forma mais rigo- 2. (VUNESP — 2022) Leia um trecho da Carta de São
rosa na docimetria da pena. Francisco, de 26 de junho de 1945, que deu origem à
Organização das Nações Unidas.
Art. 12 Os Estados Partes comprometem-se a rea-
lizar pesquisas sobre a natureza, as causas e as Desenvolver relações entre as nações, baseadas no
manifestações do racismo, da discriminação racial
respeito ao princípio da igualdade de direitos e da auto-
e formas correlatas de intolerância em seus respec-
determinação dos povos, e tomar outras medidas apro-
tivos países, em âmbito local, regional e nacional,
bem como coletar, compilar e divulgar dados sobre priadas ao fortalecimento da paz universal; conseguir
a situação de grupos ou indivíduos que sejam víti- uma cooperação internacional para resolver os proble-
mas do racismo, da discriminação racial e formas mas internacionais de caráter econômico, social, cultural
correlatas de intolerância. ou humanitário, e para promover e estimular o respeito
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para
DIREITOS HUMANOS

O art. 12 traz um compromisso para a prevenção todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião…
da prática de racismo, discriminação racial e intole-
rância, que é a realização de pesquisas sobre o tema, (José Damião de Lima Trindade. História social dos direitos
humanos, 2002.)
com coleta de dados e divulgação, com o objetivo de
poder atuar nestas causas para a solução do problema.
A Carta de São Francisco almejava
Art. 13 Os Estados Partes comprometem-se a
estabelecer ou designar, de acordo com sua legis- a) protestar contra a forma como os governos totalitá-
lação interna, uma instituição nacional que será rios europeus lidavam com as questões humanas.
responsável por monitorar o cumprimento desta b) cunhar um sentido abstrato de direitos difundidos glo-
Convenção, devendo informar essa instituição à balmente a despeito das condições de desigualdade
Secretaria-Geral da OEA. extrema dos povos. 431
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c) barrar a participação de regimes políticos antidemo- b) ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento
cráticos nas reuniões periódicas de assembleias para ou castigo cruel, desumano ou degradante, salvo em
a promoção da paz. período de guerra declarada de acordo com as leis de
d) encerrar a bipolarização mundial do período gerada caráter nacional e internacional.
pelas potências capitalistas e soviéticas. c) todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito
e) garantir o cumprimento de preceitos comuns aos indi- de procurar e de gozar asilo em outros países, ainda
víduos e nações com a finalidade de evitar novos con- que a perseguição seja motivada por crimes de direito
flitos bélicos. comum ou por atos contrários aos objetivos e princí-
pios das Nações Unidas.
3. (FCC — 2019) Considere o seguinte excerto da obra d) ninguém será mantido em escravidão ou servidão,
doutrinária ao final identificada: sendo a escravidão e o tráfico de escravos proibidos
em todas as suas formas.
“Outra característica associada aos direitos funda- e) ninguém poderá ser culpado por ação ou omissão que,
mentais diz com o fato de estarem consagrados em no momento, não constituíam delito, admitindo-se
preceitos da ordem jurídica. Essa característica serve apenas a imposição de pena mais grave do que aquela
de traço divisor entre as expressões direitos funda- que, no momento da prática, era aplicável ao ato deli-
mentais e direitos humanos. tuoso, se previsto em norma de direito internacional.
A expressão direitos humanos, ou direitos do homem,
é reservada para aquelas reivindicações de perene 5. (VUNESP — 2023) A Declaração Universal dos Direi-
respeito a certas posições essenciais ao homem. São tos Humanos marcou uma nova etapa do sistema de
direitos postulados em bases jusnaturalistas, contam valores no âmbito internacional, situando no mesmo
índole filosófica e não possuem como característica plano os direitos civis, políticos, econômicos, sociais
básica a positivação numa ordem jurídica particular. e culturais. Assim é que o artigo 22 da Declaração faz
A expressão direitos humanos, ainda, e até por con- expressa menção ao direito a que todo ser humano
ta da sua vocação universalista, supranacional, é tem, como membro da sociedade, à segurança social,
empregada para designar pretensões de respeito à à realização pelo esforço nacional, pela cooperação
pessoa humana inseridas em documentos de direito internacional e de acordo com a organização e recur-
internacional. sos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais
Já a locução direitos fundamentais é reservada aos e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
direitos relacionados com posições básicas das desenvolvimento
pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada
Estado. São direitos que vigem numa ordem jurídica a) comunitário.
concreta, sendo, por isso, garantidos e limitados no b) de seu pensamento ético.
espaço e no tempo, pois são assegurados na medida c) de seu arbítrio.
em que cada Estado os consagra.” d) laboral.
e) da sua personalidade.
(MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso
de Direito Constitucional, 13.ed., São Paulo: Saraiva Educação, 2018,
p. 147) 6. (FGV — 2022) Após a Segunda Guerra Mundial, mais
precisamente em 10 de dezembro de 1948, foi procla-
Com base no texto transcrito, mada a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
reconhecendo a dignidade como direito a toda catego-
a) não há como distinguir doutrinariamente as expres- ria humana, além de outros direitos iguais e inaliená-
sões direitos fundamentais e direitos humanos, dada a veis cujo fundamento é a liberdade e a justiça. Assim
vocação universalista da proteção da pessoa humana, sendo, tendo por norte a aludida Declaração e a nossa
reconhecida nos documentos do direito internacional. Constituição da República de 1988, analise os tópicos
b) a expressão direitos humanos possui natureza univer- a seguir.
salista, oriunda de uma concepção filosófica derivada
do Direito Natural. I. Segundo prescreve a Declaração Universal dos Direi-
c) a expressão direitos humanos diz respeito ao direi- tos Humanos, de 1948, todos os homens nascem
to positivado por cada Estado soberano e, por essa livres e iguais em dignidade e direito. Dotados de razão
razão, se afasta das concepções jusnaturalistas. e consciência, devem agir uns para com os outros em
d) a expressão direitos humanos, dado o caráter nacional espírito de fraternidade.
da positivação jurídica, não constitui objeto do Direito II. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em
Internacional Público. determinado dispositivo, estabelece que ninguém
e) por se tratar de concepção filosófica jusnaturalista, pode ser exilado.
não limitada ao tempo e ao espaço, os direitos funda- III. No ordenamento constitucional brasileiro vigente, o
mentais não possuem conteúdo jurídico. princípio do primado do trabalho é a base da ordem
social. A falta de trabalho (direito social) afeta a igual-
4. (FCC — 2023) Nos termos da Declaração Universal dade entre os homens, dando azo às desigualdades
dos Direitos Humanos, de 1948, sociais.
IV. A Declaração Universal prevê a possibilidade de que
a) todo ser humano tem capacidade para gozar os direi- toda pessoa tem o direito de abandonar o país em que
tos e as liberdades estabelecidos na Declaração, sem se encontra e o direito de retornar ao seu país.
distinção, salvo se fundada na condição política, jurídi- V. Toda pessoa individual tem direito à propriedade, a
ca ou internacional do país ou território a que pertença coletiva não, conforme consta da Declaração Univer-
432 a pessoa. sal dos Direitos Humanos.
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Está correto somente o que se afirma em: 9. (CEBRASPE-CESPE — 2021) Considerando que a
Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como
a) I, II e IV; ideal a prática costumeira entre os povos e as nações
b) I, II e V; de importantes valores para a sociedade, é correto
c) I, III e IV; afirmar que o documento, no Brasil, tem natureza
d) II, III e IV;
e) II, III e V. a) de recomendação a respeito da aceitação e promoção
de suas deliberações.
7. (FGV — 2022) Maria e Joana, estudiosas da Declara- b) inderrogável, podendo ser revogada somente por outra
ção Universal dos Direitos Humanos (DUDH), busca- norma de igual valor.
ram identificar os traços estruturais desse importante c) de tratado internacional, valendo como norma interna-
ato de direito internacional. lizada pelo ordenamento jurídico.
Maria afirmava que a DUDH consagrava exclusivamen- d) de direito positivo, conforme prescreve a Constituição
te o discurso liberal, não amparando a tese da existên- da República.
cia e exigibilidade de direitos prestacionais perante o e) vinculativa, acarretando sanção internacional o seu
Estado. Joana, por sua vez, defendia que a DUDH tam- descumprimento.
bém se harmonizava com o discurso social, necessá-
rio à construção da igualdade, embora as dimensões 10. (FGV — 2019) Após a II Guerra Mundial, foi criada a
da liberdade e da igualdade sejam vistas de maneira Organização das Nações Unidas, e uma de suas pri-
separada e dividida. meiras atividades foi aprovar uma Declaração de
Direitos Humanos que vinculasse o conceito e a ideia
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa desses direitos a valores fundamentais afirmados na
correta. modernidade.

a) Maria está totalmente certa e Joana, totalmente errada. Isso fica expresso no próprio preâmbulo da Declara-
b) Joana está totalmente certa e Maria, totalmente errada. ção de 1948 ao afirmar que:
c) Joana está totalmente errada, enquanto Maria está erra-
da apenas ao negar a exigibilidade de direitos prestacio- a) os direitos humanitários limitam os efeitos de confli-
nais perante o Estado.
tos armados para proteger pessoas que não partici-
d) Maria está totalmente certa, enquanto Joana está errada
pam ou que deixaram de participar das hostilidades da
apenas ao afirmar que o discurso social é necessário à
guerra;
construção da igualdade.
b) o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
e) Maria está totalmente errada, enquanto Joana está erra-
membros da família humana e de seus direitos iguais
da apenas ao afirmar que as dimensões da liberdade e da
e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça
igualdade são vistas de maneira separada e dividida.
e da paz no mundo;
c) os direitos humanos devem ser reconhecidos e expres-
8. (VUNESP — 2022) Assinale a alternativa que está
sos pelo lema “o amor por princípio, a ordem por base
expressamente de acordo com a Declaração Univer-
e o progresso por fim”;
sal dos Direitos Humanos da Organização das Nações
d) os estados nacionais somente poderão viver em paz
Unidas.
e apreço mútuo de seus cidadãos na medida em que
respeitem os princípios de liberdade, igualdade e
a) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o
fraternidade;
direito de ser presumido inocente até que a sua culpa-
bilidade tenha sido provada de acordo com a lei, não e) a soberania é o valor maior a ser protegido nas rela-
podendo ser encarcerado antes do trânsito em julgado ções internacionais, pois é ela que permite a verdadei-
da sentença condenatória. ra autodeterminação de povos livres.
b) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou
omissão que, no momento, não constituíam delito 11. (VUNESP — 2019) Com relação à Declaração Universal
perante o direito nacional ou internacional. Também dos Direitos Humanos, assinale a alternativa correta.
não será imposta pena mais benéfica que aquela que,
no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. a) Todo ser humano tem capacidade para gozar os
c) Todo ser humano tem direito à instrução, que será gratui- direitos e as liberdades estabelecidos na Declaração
ta, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A Universal dos Direitos Humanos, com as distinções
instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico- previstas nas legislações de cada Estado.
-profissional será acessível a todos, bem como a instru- b) Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os
DIREITOS HUMANOS

ção superior, esta baseada no mérito. lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
d) No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser huma- c) Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento
no estará sujeito apenas às limitações determinadas ou castigo cruel, desumano ou degradante, exceto nas
pelo Poder Executivo, com o fim de assegurar o respeito situações de acusação por terrorismo.
dos direitos e liberdades e de satisfazer as exigências da d) Ninguém será mantido em escravidão ou servidão,
moral, da ordem pública e do bem- -estar da sociedade. exceto se já estiver nessa condição quando da publi-
e) Todo ser humano que trabalha tem direito a uma cação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure e) Todo ser humano tem o dever de receber dos tribunais
uma existência compatível com a dignidade humana, nacionais e internacionais competentes remédio efe-
bem como repouso e lazer, inclusive direito a férias tivo para os atos que violem os direitos fundamentais
remuneradas com um terço a mais e décimo terceiro que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela
salário. lei. 433
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sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12. (VUNESP — 2019) A Declaração Universal dos Direi- Defensoria Pública ajuizou ação civil pública em face
tos Humanos foi elaborada sob o impacto das atro- do Estado Alfa, ressaltando na inicial que, conforme
cidades cometidas durante a 2a Guerra Mundial, se entendimento do Supremo Tribunal Federal e previsão
apresentando como o ideal comum a ser atingido por na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é
todos os povos e todas as nações. O artigo 16 decla- lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obri-
ra que a família é o núcleo natural e fundamental da gação de fazer, consistente na promoção de medidas
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e ou na execução de obras emergenciais em estabele-
cimentos prisionais para dar efetividade ao postula-
a) do Estado. do da dignidade da pessoa humana e assegurar aos
b) das entidades. detentos o respeito à sua integridade física e moral,
c) do seu responsável legal. nos termos do que preceitua o Art. 5º, XLIX, da Consti-
d) do município. tuição da República de 1988:
e) dos órgãos de segurança.
a) não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do
13. (FGV — 2022) Maria foi nomeada e empossada no cargo possível nem o princípio da separação dos poderes, no
de professora municipal, após aprovação em concurso entanto, não se decidirá com base em valores jurídicos
público. Durante seu estágio probatório, Maria foi desig- abstratos sem considerar as consequências práticas da
nada para lecionar em diversas turmas, uma delas com decisão;
aula em dia e horário em que sua crença religiosa a impe- b) sendo oponível à decisão o argumento da reserva do pos-
dia de trabalhar. Maria comunicou formalmente o fato à sível e o princípio da separação dos poderes, mas deverá
direção da escola e à Secretaria Municipal de Educação o Judiciário privilegiar a dignidade da pessoa humana,
que, além de não lhe oportunizarem atividade diversa, sem adentrar as consequências administrativas práticas
alegaram violação do dever funcional de assiduidade e da decisão, que é matéria de mérito administrativo;
c) sendo oponível à decisão o argumento da reserva do
determinaram a instauração de processo administrativo
possível e o princípio da separação dos poderes, mas
disciplinar (PAD), que foi determinante para a reprovação
deverá o Judiciário decidir com base principiológica e
da servidora no estágio probatório.
levando em conta valores jurídicos abstratos, sem juí-
Inconformada, Maria buscou assistência jurídica na
zo de valor sobre consequências práticas da decisão,
Defensoria Pública, que impetrou mandado de segu-
que é matéria de mérito administrativo;
rança, alegando que, com base no Pacto de São José
d) não sendo oponível à decisão o argumento da reserva
da Costa Rica e na jurisprudência do Supremo Tribunal
do possível nem o princípio da separação dos pode-
Federal, é possível a Administração Pública estabelecer
res, e deverá o Judiciário decidir com base em valores
critérios alternativos para o regular exercício dos deveres
jurídicos abstratos sem necessidade de considerar as
funcionais inerentes aos cargos públicos, em face de ser- consequências práticas da decisão, desde que haja a
vidores que invoquem escusa de consciência por moti- devida fundamentação principiológica.
vos de crença religiosa:
15. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Acerca da Constituição
a) para eximir-se de obrigação legal imposta a todos ser- brasileira e dos tratados internacionais de direitos
vidores, podendo Maria recusar-se a cumprir prestação humanos, assinale a opção correta.
alternativa, para evitar violação ao princípio da isono-
mia com os demais servidores aprovados no mesmo a) Todos os tratados de direitos humanos promulgados
concurso; após a Emenda Constitucional n.º 45/2004 têm status
b) desde que presente a razoabilidade da alteração, não se de lei ordinária.
caracterize o desvirtuamento no exercício de suas fun-
b) O STF definiu, por unanimidade, que os tratados inter-
ções e não acarrete ônus desproporcional à Administra-
nacionais de direitos humanos promulgados antes de
ção Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada;
2004 possuem caráter supralegal.
c) desde que o servidor já tenha adquirido a estabilidade
c) A Emenda Constitucional n.º 45/2004 institui uma
após estágio probatório, mas que, no caso em tela, Maria
dupla hierarquia para os tratados internacionais de
não pode ser duplamente sancionada pelo mesmo fato,
direitos humanos.
devendo incidir somente falta funcional leve, e não repro-
d) O caso do depositário infiel demonstra a supremacia
vação no estágio probatório;
d) pois o princípio da laicidade se confunde com laicismo, das normas internacionais de direitos humanos em
de maneira que, em ponderação de interesses, o direito qualquer circunstância.
à liberdade religiosa deve prevalecer sobre o princípio da e) Os tratados internacionais que versam sobre direitos
laicidade estatal, e Maria não está obrigada a aceitar as humanos, aprovados em cada casa do Congresso
atividades alternativas que lhe forem ofertadas. Nacional, em dois turnos, por maioria simples dos
votos dos respectivos membros, são equivalentes às
14. (FGV — 2022) Defensores públicos do Núcleo de Direi- emendas constitucionais.
tos Humanos da Defensoria Pública do Estado Alfa
realizaram vistoria em certa Cadeia Pública estadual 16. (FGV — 2022) Maria, presidente da Associação das
e constataram uma série de violações ao Art. 5º, XLIX, Pessoas com Deficiência do Estado Alfa, travou inten-
da Constituição da República de 1988, que dispõe que so debate com um representante do governo federal
é assegurado aos presos o respeito à integridade físi- a respeito da existência de uma faculdade ou de um
ca e moral. Além da superlotação da unidade prisional, dever jurídico na promoção de medidas de conscien-
os defensores constataram irregularidades sanitárias, tização da sociedade a respeito dessa camada da
ambientais e nas instalações físicas do prédio, como população, estimulando a observância aos seus direi-
pane da rede elétrica, com risco de incêndio, rachadu- tos, combatendo estereótipos e ressaltando suas con-
ras em paredes e tetos, falta de circulação de ar etc. tribuições e capacidades.
Após tentativa frustrada de solução consensual com a
434 Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, a Ao final, concluíram corretamente que se está perante
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a) um dever jurídico previsto em norma internacional e e) pelas duas Casas do Congresso Nacional, em reunião
que foi incorporado à ordem jurídica interna com o conjunta, pelo voto de três quintos dos respectivos
status de norma legal, incluindo ainda o dever de lan- membros, com a sanção do Presidente da República.
çar e dar continuidade a campanhas publicitárias de
conscientização. 20. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Nas hipóteses de grave
b) um dever jurídico previsto em norma internacional e violação de direitos humanos, a fim de se assegurar
que foi incorporado à ordem jurídica interna com o sta- o cumprimento de obrigações decorrentes de tratado
tus de norma constitucional, incluindo ainda o dever internacional, o incidente de deslocamento de compe-
de fomentar o respeito a essas pessoas em todos os tência para a justiça federal poderá ser suscitado ao
níveis de educação.
c) um dever jurídico previsto em norma internacional e a) STF pelo procurador-geral da República ou pelo advo-
que foi incorporado à ordem jurídica interna com o gado-geral da União.
status de norma supralegal, mas infraconstitucional, b) STJ pelo procurador-geral da República ou pelo advo-
incluindo ainda o dever de favorecer atitudes recepti- gado-geral da União.
vas em relação a essas pessoas. c) STJ pelo procurador-geral da República.
d) uma faculdade jurídica sujeita à avaliação política das d) STF pelo procurador-geral da República.
maiorias ocasionais, que não decorre de compromis- e) STF pelo procurador-geral da República, pelo advo-
sos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro, gado-geral da União ou pelo presidente do Senado
mas, sim, da necessidade mais ampla de proteção da Federal.
dignidade humana.
e) uma faculdade jurídica contemplada em norma inter-
nacional, que deve ser implementada em conjunto
9 GABARITO
pelos Estados-partes, de modo que possam alcançar
padrões universais uniformes de proteção às pessoas 1 E
com deficiência.
2 E
17. (CEBRASPE-CESPE — 2022) De acordo com o Supre- 3 B
mo Tribunal Federal, a proibição de discriminação em
razão de orientação sexual encontra amparo no princí- 4 D
pio constitucional da
5 E
a) cidadania. 6 C
b) dignidade da pessoa humana.
c) solidariedade. 7 E
d) independência.
e) moralidade. 8 C

9 A
18. (FCC — 2022) A ratificação de tratados internacionais
de direitos humanos na forma do artigo 5º, § 3º, da 10 B
Constituição Federal, implica a recepção do respectivo
tratado com status: 11 B

12 A
a) de emenda constitucional.
b) infraconstitucional. 13 B
c) supraconstitucional.
d) supralegal. 14 A
e) infralegal. 15 C

19. (FGV — 2021) Determinado tratado de proteção aos 16 B


Direitos Humanos foi assinado pelo Estado brasilei-
ro e, a partir desse momento, iniciou-se um intenso 17 B
movimento, capitaneado pelas entidades de proteção 18 A
aos Direitos Humanos, para que fosse incorporado,
à ordem interna, com eficácia jurídica equivalente às 19 A
emendas constitucionais.
20 C
DIREITOS HUMANOS

Para que isto ocorra, é preciso que seja aprovado

a) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,


pelo voto de três quintos dos respectivos membros. ANOTAÇÕES
b) em cada Casa do Congresso Nacional, em turno único,
pelo voto de três quintos dos respectivos membros.
c) pelas duas Casas do Congresso Nacional, em reunião
conjunta, pelo voto de dois terços dos respectivos
membros.
d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
pelo voto de dois terços dos respectivos membros,
com a sanção do Presidente da República. 435
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ANOTAÇÕES

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