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BANCO DA AMAZÔNIA S.

BASA-AM
Técnico Bancário

NV-013-DZ-21
Cód.: 7908428801441
Obra

BASA-AM - BANCO DA AMAZÔNIA S.A


Técnico Bancário

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Nelson Sartori

MATEMÁTICA• Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio Mendes

LEGISLAÇÃO • Fernando Paternostro Zantedeschi e Felipe Pacheco

ATUALIDADES (ON-LINE) • Carla Kurz

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

ATENDIMENTO • Cristiano Silva, Ana Philippini, Ricardo Reis e Luís Rezende

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS • Sirlo Oliveira, Luís Rezende, Ricardo Barrios, Felipe Pacheco,
Renato Philippini e Ana Philippini

ISBN: 978-65-87525-09-9

Edição:

Dezembro/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
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Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro
foi organizado de acordo com o Edital nº 02/2021 do Banco da
Amazônia S/A - BASA para o cargo de Técnico Bancário.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-
ritados da banca CESGRANRIO, organizadora do certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-
do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-
ra é com você!

Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con-


teúdos complementares disponíveis on-line para este livro
em nossa plataforma: Conteúdo de Atualidades disponível em
videoaulas. Para acessar, basta seguir as orientações na próxi-
ma página.
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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

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• Atualidades: Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança,


transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, arte e cultura, tecnologia,
energia, conjuntura geopolítica, desenvolvimento sustentável e ecologia, nos contextos
nacional e internacional, suas inter-relações e suas vinculações históricas

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VERSO DA APOSTILA
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO DO TEXTO................................................................................................................ 11

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 26

EMPREGO DAS LETRAS....................................................................................................................................26

EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA...........................................................................................................28

TEMPOS E MODOS VERBAIS............................................................................................................. 28

COLOCAÇÃO E EMPREGO DOS PRONOMES.................................................................................... 30

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO................................................................................................. 34

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 36

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 38

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 43

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE..................................................................................................45

REDAÇÃO OFICIAL (CONFORME MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA,


3ª EDIÇÃO, REVISTA, ATUALIZADA E AMPLIADA).......................................................................... 47

ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO..............................................................................60

MATEMÁTICA.......................................................................................................................75
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS...................................................................................... 75

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS........................................................................................................... 78

RAZÕES E PROPORÇÕES................................................................................................................... 81

DIVISÃO PROPORCIONAL.................................................................................................................. 82

REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS.................................................................................... 83

PERCENTAGENS................................................................................................................................. 86

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS........................................................................... 87

SISTEMAS DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU............................................................................................ 89

FUNÇÕES E GRÁFICOS....................................................................................................................... 91

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS.........................................................................103


FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS................................................................................105

JUROS SIMPLES E COMPOSTOS ...................................................................................................110

CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS....................................................................................................................110

TAXAS DE JUROS..............................................................................................................................112

NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL E APARENTE...........................................112

RENDAS UNIFORMES E VARIÁVEIS................................................................................................113

PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS E CÁLCULO


FINANCEIRO......................................................................................................................................115

CUSTO REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO, EMPRÉSTIMO E INVESTIMENTO...........115

AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO....................................................................117

TAXAS DE RETORNO E TAXA INTERNA DE RETORNO..................................................................118

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS ESTATÍSTICOS..................................119

VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO, MÉDIA, MEDIANA E MODA..........................................................121

LEGISLAÇÃO...................................................................................................................... 127
ESTATUTO SOCIAL DO BANCO DA AMAZÔNIA............................................................................127

CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DA AMAZÔNIA..............................................................................139

FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO NORTE......................................................145

LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989.................................................................................................145

LEI Nº 9.126, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1995................................................................................................147

LEI Nº 10.177, DE 12 DE JANEIRO DE 2001...................................................................................................147

NOÇÕES DE INFORMÁTICA........................................................................................ 149


SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES WINDOWS E LINUX)......................................................149

DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10 ...........................................................................149

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E


PROGRAMAS...................................................................................................................................................161

DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL LINUX........................................................................................163

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE


E LIBREOFFICE).................................................................................................................................169

REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................213
CONCEITOS DE PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO, TCP/IP, TIPOS E TOPOLOGIAS DE REDES,
INTERNET E INTRANET...................................................................................................................................213

AMEAÇAS E PROCEDIMENTOS E MECANISMOS DE PROTEÇÃO ...............................................219

MALWARE........................................................................................................................................................223

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.).................................227

PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT EDGE, MOZILLA FIREFOX,


GOOGLE CHROME E SIMILARES)....................................................................................................230

PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO (MICROSOFT OUTLOOK E SIMILARES) ...................232

PROCEDIMENTOS DE BACKUP.......................................................................................................243

ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM...................................................................................250

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS,


CISCO WEBEX, GOOGLE DRIVE E SKYPE).......................................................................................254

ATENDIMENTO................................................................................................................. 265
MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS...................................................................................265

SATISFAÇÃO E RETENÇÃO DE CLIENTES......................................................................................266

VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE.................................................................................................268

TELEMARKETING..............................................................................................................................269

ETIQUETA EMPRESARIAL................................................................................................................269

COMPORTAMENTO, APARÊNCIA, CUIDADOS NO ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO...................269

INTERAÇÃO ENTRE VENDEDOR E CLIENTE...................................................................................271

QUALIDADE NO ATENDIMENTO A CLIENTES................................................................................272

RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020 .........................................................272

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 26 DE MARÇO DE 2009 .............................................................276

LEI N° 13.146, DE 6 DE JULHO DE (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA).......................277

LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS - LGPD).....284

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS............................................................................ 291


ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL....................................................................291

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL.............................................................................................................291

BANCO CENTRAL DO BRASIL.........................................................................................................................296


COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS........................................................................................................300

CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL............................................................302

BANCOS COMERCIAIS....................................................................................................................................304

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL........................................................................................................................304

COOPERATIVAS DE CRÉDITO.........................................................................................................................305

BANCOS DE INVESTIMENTO..........................................................................................................................306

BANCOS DE DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................306

SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)....................................307

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL..........................................................................................308

SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E SOCIEDADES


DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS..........................................................................309

A BOLSA DE VALORES BRASILEIRA (B3).......................................................................................................309

SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC)........................................................................311

SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO.......................................................................................................311

ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO...........................................................................................311

SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) E SOCIEDADES


ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO...........................................................................312

PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS, TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO, PLANOS DE


APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS E PLANOS DE SEGUROS............................................315

DEPÓSITOS À VISTA, DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB) E LETRAS DE CÂMBIO.....................................329

COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS....................................................................................330

TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS..........................................................................................332

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS..................................................................................332

HOME/OFFICE BANKING E REMOTE BANKING.............................................................................................332

CORPORATE FINANCE....................................................................................................................................338

FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO..........................................................................................................340

HOT MONEY, CONTAS GARANTIDAS, CRÉDITO ROTATIVO, VENDORFINANCE/COMPRORFINANCE,


LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS), CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO E OS REPASSES DE RECURSOS DO BNDES E
CARTÕES DE CRÉDITO....................................................................................................................................343

DESCONTOS DE TÍTULOS...............................................................................................................................355

FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO........................................................................................................355

FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO..............................................................................................................355


CADERNETAS DE POUPANÇA........................................................................................................................355

MERCADO DE CAPITAIS...................................................................................................................356

AÇÕES SUAS CARACTERÍSTICAS E DIREITOS, DEBÊNTURES, DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS


ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS, OPERAÇÕES DE UNDERWRITING, FUNCIONAMENTO DO
MERCADO À VISTA DE AÇÕES, MERCADO DE BALCÃO E COMMERCIAL PAPERS....................................356

OPERAÇÕES COM OURO.................................................................................................................................366

MERCADO DE CÂMBIO.....................................................................................................................367

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR, OPERAÇÕES BÁSICAS, CONTRATOS DE CÂMBIO E


SUAS CARACTERÍSTICAS, TAXAS DE CÂMBIO, REMESSAS E SISCOMEX.................................................367

OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS....................................................................................................371

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO A TERMO, DO MERCADO DE


OPÇÕES, DO MERCADO FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP.................................................................371

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.....................................................................372

AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, HIPOTECA E FIANÇAS


BANCÁRIAS.....................................................................................................................................................372

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC)......................................................................................................377

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO.................................................................................................378

CONCEITO, ETAPAS E PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO


(LEI Nº 9.613/1998 E SUAS ALTERAÇÕES)...................................................................................................378

CIRCULAR BACEN Nº 3.978/2020...................................................................................................381

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 4001/2020......................................................................................386

TÉCNICAS DE VENDAS.....................................................................................................................388

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS..................................................................................................388

Planejamento, Estratégias e Objetivos.......................................................................................................... 388

ANÁLISE DO MERCADO E METAS..................................................................................................................390

TÉCNICAS DE VENDAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS O SETOR BANCÁRIO.......................391

Planejamento e Técnicas............................................................................................................................... 391

MOTIVAÇÃO PARA VENDAS...........................................................................................................................392

PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO.....................................................................................................395

VANTAGEM COMPETITIVA.............................................................................................................................398

COMO LIDAR COM A CONCORRÊNCIA..........................................................................................................399

NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE E VARIABILIDADE


DOS PRODUTOS BANCÁRIOS.........................................................................................................................400
MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA FÍSICA E DE PESSOA JURÍDICA........................................................400

NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONAMENTO........................................................................................404

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA)........404


DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR

INFERÊNCIA
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA

LÍNGUA PORTUGUESA A partir desse esquema, conseguimos visualizar


melhor como o processo de interpretação ocorre.
Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo
as estratégias que compõem cada maneira de inferir
COMPREENSÃO DO TEXTO informações de um texto. Por isso, vamos apresentar
nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nos-
INTERPRETAÇÃO so conhecimento de mundo na interpretação de textos.

A inferência é uma relação de sentido conhecida A INDUÇÃO


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
interpretação de texto. As estratégias de interpretação que observam
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
Dica oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
texto, nas linhas apresentadas. texto e que variam conforme o tipo textual.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos
Porém, apesar de parecer algo subjetivo, existem identificar uma organização cronológica e espacial no
“regras” para se buscar essas pistas. desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo,
A primeira e mais importante delas é identificar a pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode-
orientação do pensamento do autor do texto, que fica mos organizar as ideias do texto a partir da marcação
perceptível quando identificamos como o raciocínio de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado
da análise de dados, informações com fontes confiáveis pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, ideia/ponto de vista.
das consequências, a fim de se identificar as causas. No processo interpretativo indutivo, as ideias são
Por isso, é preciso compreender como podemos organizadas a partir de uma especificação para uma
interpretar um texto mediante estratégias de leitura. generalização. Vejamos um exemplo:
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa
que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
neste material, selecionamos as estratégias mais efica- em que estive na redação do O Globo, foi o bastan-
zes que podem contribuir para sua aprovação em sele- te para não os amar, nem os imitar. São em geral
ções que avaliam a competência leitora dos candidatos. de uma lastimável limitação de ideias, cheios de
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
que focam nas formas de inferência sobre um texto. detalhados e impotentes para generalizar, cur-
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
o processo de inferência, que se dá por dedução ou adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo: dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza.
O marido da minha chefe parou de beber. (BARRETO, 2010, p. 21)

Observe que é possível inferir várias informa- O trecho em destaque na citação do escritor Lima
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
enunciador é casada (informação comprovada pela
indutivo compõe a interpretação e decodificação de
expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
dor está trabalhando (informação comprovada pela
gias usadas para identificar essa forma de interpretar,
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
LÍNGUA PORTUGUESA

da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada ção cronológica de um texto.


pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
interpretar essas informações. A propriedade vocabular leva
Tratando-se de interpretação textual, os processos o cérebro a aproximar as pa-
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso-
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
ciação com o tema do texto
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no Os conectivos (conjunções,
texto junto da articulação com as informações acessa- preposições, pronomes) são
ATENÇÃO AOS
das pelo leitor do texto. marcadores claros de opi-
CONECTIVOS
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre- niões, espaços físicos e lo-
calizadores textuais
senta como ocorre a relação desses processos: 11
A DEDUÇÃO Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
A leitura de um texto envolve a análise de diversos
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou
de maneira implícita no enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
tema; ele estará também postulando uma possí-
vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
vando seu conhecimento prévio, e na testagem
ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
conhecimento.

Fique atento a essa informação, pois é uma das


primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
pretação textual: formular hipóteses, a partir da
macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
entre outras informações que podem vir como “aces-
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
são algumas estratégias de interpretação em que
um objetivo mais definido.
podemos usar métodos dedutivos.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
Conhecimento Textual
z Conhecimento Linguístico;
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
z Conhecimento Textual;
mento linguístico e se desenvolve pela experiência
z Conhecimento de Mundo.
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe-
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque
Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir. prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê
Conhecimento Linguístico uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
reportagem como se lê um poema.
Esse é o conhecimento basilar para compreensão Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento -se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
das formas linguísticas estabelecidas socialmente por discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
nhecimento das regras de uma língua. Conhecimento de Mundo
É importante salientar que as regras de reconhe-
cimento sobre o funcionamento da língua não são, O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras para a boa interpretação textual, por isso, é sempre
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- importante que o candidato a cargos públicos reserve
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver- de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
bo-objeto (SVO) etc. tar seu conhecimento de mundo.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimen- Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
to linguístico é aquele que “abrange desde o conhe- conhecimento de mundo que é relevante para a com-
cimento sobre como pronunciar português, passando preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua, cérebro associar informações, a fim de compreender
chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” o novo texto que está em processo de interpretação.
12 (2016, p. 15).
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- A partir dessa imagem, podemos identificar que a
cício para atestarmos a importância da ativação do orientação gramatical mantida pelas frases apresenta
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
minante que o texto deve manter, organizado pelas
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- TIPO TEXTUAL
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apre-
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
sentadas no texto. Também é chamado de sequência
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
textual
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e GÊNERO TEXTUAL
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Classifica-se conforme a função do texto, atribuída
socialmente
Agora tente responder as seguintes perguntas sobre
o texto:
Uma última informação muito importante sobre
Quem é o herói de que trata o texto?
Quem são as três irmãs? tipos textuais que devemos considerar é que nenhum
Qual é o planeta inexplorado? texto é composto apenas por um tipo textual; o que
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- ocorre é a existência de predominância de algumas
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- sequências em detrimento de outras, de acordo com
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será o texto.
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder às questões; certamente você não terá mais de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac-
as mesmas dificuldades. terísticas e marcas linguísticas.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
vio que é essencial para a interpretação de questões.

CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS Narrativo

Tipos ou sequências textuais são unidades que estru- Os textos compostos predominantemente por
turam o texto. Para Bronckart1, “são unidades estrutu- sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”. uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man-
Os tipos textuais marcam uma forma de organiza-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
ção da estrutura do texto, que se molda a depender
do gênero discursivo e da necessidade comunicativa. de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi- partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão
nância de narrações (contos, fábulas, romances, his- de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
argumentação (redação do Enem, teses, dissertações,
artigos de opinião etc.). Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles:
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
seguinte figura, que demonstra como podemos identi- z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí-
ficar os tipos textuais e suas principais características,
brio, o que demanda uma situação conflituosa;
tendo em vista que cada sequência textual apresenta
características próprias que pouco ou nada sofrem em z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase sentada inicialmente;
LÍNGUA PORTUGUESA

rígida que nos permite classificar os tipos textuais em z Ações (para o clímax): Acontecimentos que
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo,
ampliam a tensão;
Instrucional e Argumentativo).
z Resolução: Momento de solução da tensão;
z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
GÊNERO TEXTUAL
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
a resolução;
FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO z Moral: Apresentação de valores morais que a his-
tória possa ter apresentado.
1 BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 13
Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos
lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.

Era um garoto que como eu


Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
Havia mil garotas afim
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América Complicação: início da tensão
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Clímax
Lutar com vietcongs
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá
Situação final / Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã
[...]
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim
Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas de organização lin-
guística que são caracterizadas por:

z Presença de marcadores temporais e espaciais;


z Verbos, predominantemente, utilizados no passado;
z Presença de narrador e personagens.

Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias textuais em sua com-
posição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente por uma sequência textual. Por isso, deve-
mos sempre identificar as marcas linguísticas que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.

Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e espaciais. São formas
linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico ou temporal em
textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó-
ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele
dia, nesse momento, aqui, ali, então...
Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é importante aprendermos
a identificar os principais tipos de narrador de um texto:

Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que compõem o texto
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém, não
participa das ações
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti-
14 cipa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia, diário, conto, fábula,
entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos não significa
que não possam apresentar outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial atentar-se às marcas
que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.
Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos de
textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de
compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de
alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.

“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.).
A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte
Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio a seguir:

LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-


cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021. 15
Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso
de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de
forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido,
no caso) do cliente.

Expositivo

O texto expositivo visa a apresentar fatos e ideias a fim de deixar explícito o tema principal do texto. Nesse tipo
textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas e citações diretas e indiretas que servem
para embasar o assunto tratado pelo texto. Para ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:

Disponível em: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016.


Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.

O infográfico mostrado apresenta informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema abordado.
Para isso, o autor dispõe, além de linguagem compreensível e objetiva, de recursos visuais para atingir o objetivo.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argumenta-
tivos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam exemplos
e fatos para fundamentar uma argumentação.

Dica
Atente-se a esta importante diferença entre as sequências expositiva e argumentativa: a argumentativa
apresenta uma opinião pessoal, enquanto a expositiva não abre margem para a argumentação, já que o fato
exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate —
16 apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo: No exemplo dado, podemos destacar a presença de
verbos conjugados no modo imperativo, como baixe,
z Apresenta informações sobre algo ou alguém — toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como
presença de verbos de estado; instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
organizam a informação; cumpridos para a realização correta da tarefa ensina-
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerati- da e também a fim de tornar a leitura mais didática.
vos;
z Presença de figuras de linguagem como metáfora Argumentativo
e comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
final do texto. complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
dade na identificação, bem como em sua análise.
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- O texto argumentativo tem por objetivo a defesa
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa
dade nos leitores, como no exemplo a seguir: de uma tese e a apresentação de argumentos que
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex-
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios
MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 científicos e filosóficos, dentre outros.
Hedy Lamarr - conexão wireless Outro aspecto importante dos textos argumentati-
vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” ticas conhecidas como operadores argumentativos,
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy La- que organizam as orações subordinadas, estruturas
marr foi a inventora de uma tecnologia que permitia contro-
mais comuns nesse tipo textual.
lar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial,
alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para A seguir, apresentamos um quadro sintético com
que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de algumas estruturas linguísticas que funcionam como
transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimen- operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
to de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. a leitura de textos argumentativos:
Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 30 ago. 2021.
Adaptado. OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Instrucional ou Injuntivo É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
O tipo textual instrucional ou injuntivo é carac- É mister / é fundamental / é essencial...
terizado por estabelecer um “propósito autônomo”2
que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa. Observe o exemplo a seguir:
Esse tipo textual é predominante em gêneros como
bula de remédio, tutoriais na internet, horóscopos e “O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais
manuais de instrução. no tratamento das mais diversas doenças relacio-
A principal marca linguística dessa tipologia é a nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos
presença de verbos conjugados no modo imperati- nem de longe compensam o dinheiro gasto com
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve essas doenças. Além disso, as empresas têm gran-
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e des prejuízos por causa de afastamentos de tra-
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. balhadores devido aos males causados pelo fumo.
Para que possamos identificar corretamente essa Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- propagandas de cigarros em todos os meios de
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o comunicação.”
exemplo a seguir:
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
Como faço para criar uma conta do Instagram? texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021.
Aplicativo do Instagram para Android e iPhone: Adaptado.
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou
Google Play Store (Android). Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
2. Depois de instalar o aplicativo, toque em para abri-lo. te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
LÍNGUA PORTUGUESA

(Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de
confirmação), toque em Avançar. Também é possível tocar em O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS?
Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta do
Facebook.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, Quando pensamos em uma definição para gêneros
crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informa- textuais, somos levados a inúmeros autores que bus-
ções do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o caram definir e classificar esses elementos, e, inicial-
Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros
tenha saído dela. literários que estudamos na escola.
Disponível em: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e comé-
em: 30 ago. 2021. Adaptado. dia, que se referem aos clássicos da literatura grega.
2 CAVALCANTE, 2013, p. 73. 17
Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de No caso do gênero anúncio publicitário, usar outros
Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que gêneros e modificar sua estrutura básica é uma estraté-
esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser gia que é estabelecida a fim de que a principal função do
levado a pensar que nada, além do fato de terem sido anúncio se cumpra, qual seja: vender um produto.
escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura A partir desses exemplos, já podemos enumerar
dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- mais uma característica comum a todos os tipos de
lecido e reconhecido na época em que foram escritas. gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
De maneira análoga, quando pensamos em gêneros propósito de um gênero, para alguns autores, como
textuais, devemos identificar os elementos que caracte- Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
rizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma posição de que o propósito comunicativo é o critério
notícia e um artigo de opinião, por exemplo. de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
Também é fundamental identificar as razões que é vinculado ao poder do autor.
nos levam a classificar cada um desses gêneros com Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
podemos estabelecer como os principais aspectos de qual também pode ser reconhecido como estereótipo
classificação de um gênero textual. textual, que resguarda características básicas do gêne-
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indi- nado anteriormente, identificamos traços do gênero
cado por “rotinas de comportamentos estereotipados contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
que continuam sujeitos a uma variação contínua”3. imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
tificar para classificar um gênero é o papel social,
liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas”
o gênero e também a escrever nesse gênero quando
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por-
necessitarem. Isso é o que torna a característica da
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto
prototipicidade tão importante no reconhecimento e
ser compreendido.
na classificação de um gênero.
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife-
Ademais, os traços estereotipados de um gênero
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos
devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui-
mando o teor social desses elementos e estabelecen-
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O
do a importância de um indivíduo adquirir o hábito
fator social dos gêneros textuais também direcionará
outros aspectos importantes na classificação desses da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêneros se
elementos; justamente devido à dinâmica social em é exposto.
que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alte- Portanto, a partir de todas essas informações sobre
rações em sua estrutura. os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, resumida, os gêneros textuais são ações linguísticas
tornando o gênero completamente modificado, como situadas socialmente que servem a propósitos especí-
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- ficos e são reconhecidos pelos seus traços em comum.
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte-
a uma finalidade específica e momentânea, como rísticas básicas para a correta identificação dos gêne-
aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da ros textuais:
loja O Boticário:
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
� Ações sociais
� Ações com configuração prototípica
� Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
� O propósito de uma ação social
� Divididos em classes

Outra característica importante que devemos refor-


çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis,
pois existem inúmeros. Justamente pelo fato de os
gêneros sofrerem com as relações sociais, que são instá-
veis, não há um número exato de gêneros textuais que
possamos estudar, diferentemente dos tipos textuais.

GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS


Fonte: https://bit.ly/34yptsR. Acessado em: 12/09/2020.
Relação com aspectos Associação a aspectos
sociais linguísticos
O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
cia ao gênero contos de fadas; porém, a estrutura Não podem sofrer altera-
Podem ser alterados ção, sob pena de serem
desse gênero, que é, predominantemente, narrativo,
reclassificados
foi modificada para que o propósito do anúncio fos-
se alcançado — ou seja, persuadir o leitor e levá-lo a Estabelecem uma função Organizam os gêneros
social textuais
adquirir os produtos da marca.
18 3 MAINGUENEAU, 2018, p. 71.
Apesar de não existir um número quantificável de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos gêneros
mais comuns nas provas de concursos, com o fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo na resolução
de questões que envolvam esse assunto. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais gêneros textuais abor-
dados por importantes bancas de concursos no país.

NOTÍCIA

A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequências textuais narrativas e descritivas na sua composição
linguística; por isso, é fundamental sempre termos em mente as características basilares de todos os principais
tipos textuais.
Como vimos, os gêneros textuais possuem características que os distinguem dos tipos textuais, dentre elas o
fato de terem um apelo a questões sociais, um propósito comunicativo e apresentarem uma configuração mais ou
menos padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta essas características. Seu propósito comunicativo é informar
uma comunidade sobre assuntos de interesse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com imparcialidade,
ou seja, sem que o meio que a transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra importante característica da
notícia é a sua configuração prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido por leitores de uma comunidade.
Essa configuração própria da notícia é reconhecida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. Vejamos
na prática como reconhecer o esquema prototípico desse gênero:

Casal suspeito de assaltos é preso após colidir carro na contramão enquanto fugia da polícia, em
Manchete
Fortaleza

Foram apreendidos três aparelhos celulares roubados e uma arma de fogo com seis munições Lead

Um casal suspeito de realizar assaltos foi preso após capotar um carro ao dirigir na contramão
enquanto fugia da polícia na tarde desde domingo (13), no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza.
Corpo da
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que os assaltantes dirigiam em alta veloci-
Notícia
dade pelas ruas após abordar de forma fria os pertences. “A mulher estava conduzindo o carro e o
comparsa dela abordava as pessoas colocando a arma na cabeça”, afirmou

Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 30 ago. 2021.

Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:

O que?

Onde? MANCHETE

Quando?

CORPO DA Como?
NOTÍCIA
Por quê?

É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o gênero
notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais.
Isso democratiza a informação, porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se baseiam
nesse esquema de organização das notícias para buscar alguma credibilidade do público. Por isso, atualmente, é
muito importante atentar-se à fonte de publicação das notícias.
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a reportagem, que guarda sutis diferenças em comparação com a
LÍNGUA PORTUGUESA

notícia, e que também é muito abordada em provas de concursos.

REPORTAGEM

A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de um
assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo; essa é
a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa. 19
É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese, desen-
volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como tele-
visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de ampla
repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o avanço do
uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
A respeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam seme-
lhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:

O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem?

Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
seu caráter essencialmente informativo.

NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
trevistas, dados, imagens, etc.
anteriormente)
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.

É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual. Portanto, a
reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais que são objeto de pro-
vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em provas: o artigo de opinião.

ARTIGO DE OPINIÃO

O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:

O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011, p. 305).

Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamen-
ta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”4.
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem
um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependendo
de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta e convincente.
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco-
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
20 4 KOCH, 2011, p. 22.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte estruturação:

z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição — exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e
o texto é concluído.

ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO


Introdução Identificação da questão polêmica alvo de debate no texto
Tese do autor (posicionamento defendido)
Desenvolvimento Tese contrária (posicionamentos de terceiros) – aceitação ou refutação
Argumentos a favor da tese do autor do texto
Conclusão Fechamento do texto e reforço do posicionamento adotado

No processo de escrita de qualquer texto é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos. Porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
processo; por isso, atente-se à coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando outro
gênero frequentemente presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.

EDITORIAL

Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação. Neste tópico,
nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas diferenças em relação ao artigo de opinião.

EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS

Expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito de um tema atual


Objetivos: esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma temática importante e/ou persuadir os leitores, mobilizando-
-os a favor de uma causa de interesse coletivo
Estrutura: também baseada em introdução, desenvolvimento e conclusão

O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou o pro-
blema social a ser debatido no texto; posteriormente, segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e con-
clui-se com a retomada da opinião apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que o editorial representa a opinião de uma corpo-
ração, empresa ou instituição.
Marcas linguísticas:

z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;


z Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante;
z Linguagem clara, objetiva e impessoal.

O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.

EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR PARÁGRAFOS


Apresentação do tema (situando o leitor) e já com um posicionamento definido. Ser didático
Parágrafo 1
LÍNGUA PORTUGUESA

ao apresentar o assunto ao leitor


Contextualização do tema, comparando-o com a realidade e trazendo causas e indicativos
Parágrafo 2
concretos do problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto
Análise e possíveis motivações que tornam o tema polêmico (ou justificativas de especialista
Parágrafo 3
da área). É preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a argumentação
Parágrafo 4 Concluir com o posicionamento crítico final, retomando o posicionamento inicial sem se repetir

A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de gêne-
ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros. Apesar
disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse critério,
o próximo gênero estudado é a crônica. 21
CRÔNICA

O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se torna-
ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de con-
curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a competência
gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.

CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA


Defesa de um ponto de vista, relacionado ao assunto em debate
Limita-se a contar fatos do cotidiano
Uso de argumentos e fatos
Pode apresentar um tom humorístico
Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa
Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa
Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo

Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmente
podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito divulgado nas redes
sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
Apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais mais atuais. Outra característica presente
nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença do tom sar-
cástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:

O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro
da cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de
quem tanto precisa dela.
Um livro é:
— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um escritor
é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
— A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que
foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com
todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir
a sua.
— A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam suas
múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
conservadas.
Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.

Essa crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre o preço dos livros.
A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na sociedade com um ponto
de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante fazermos uma observação relevante sobre
o assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas
pelo discurso. Por isso, em algumas metodologias, os gêneros serão tratados como “do discurso”.
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal. Como todo discurso materializa-se por meio
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Podemos
distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos gêneros.

CARTA ARGUMENTATIVA

As cartas argumentativas são textos que pretendem advogar pelo ponto de vista de quem escreve e convencer
quem está lendo. São formadas pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura.
O corpo do texto possui três elementos: a ideia principal do escritor, o desenvolvimento dos argumentos e a
conclusão da ideia.
A linguagem utilizada deve ser objetiva, com clareza e formalidade. Usualmente, aparecem verbos no presen-
22 te do indicativo (as vezes, no imperativo), predominantemente na 1ª ou 3ª pessoa.
Confira o modelo a seguir:

Brasília, 30 de julho de 2009.

Excelentíssimo Senhor Presidente José Sarney,

Com as minhas considerações, venho tratar de um assunto bastante recorrente na mídia


nos últimos meses, o qual envolve diretamente V. Exa., como Presidente do Senado Federal, Casa
pela qual tenho o maior respeito. Trata-se de denúncias de favorecimento a vários senadores, por
via de Atos Secretos, inclusive o Senhor, fato que envergonha a todos nós, brasileiros.

A minha visão é de que o Senhor Presidente deveria pedir afastamento do cargo.

Sem querer fazer um julgamento precipitado, mesmo porque todos são inocentes até que
se prove o contrário, o fato é que as denúncias existem e não são simples. São muitos os indícios
de beneficiamento ilícito, como casos de nepotismo e aumento de verba indenizatória, sem publi-
cação nos devidos órgãos de imprensa oficiais. Vossa Excelência aparece ligado a diversos desses
Atos e, por isso, acho que sair, pelo menos temporariamente, seria uma prova de que pretende
colaborar com as investigações.

Tais investigações constituem um elemento decisivo para a transparência pública, uma vez
que a sociedade precisa ter conhecimento de como o dinheiro de seus impostos e tributos estão
sendo aplicados. Num país em que a educação e saúde, só para citarmos duas áreas, costumeira-
mente vão de mal a pior, é inadmissível aceitarmos que ocorrências dessa natureza sejam con-
sideradas normais. Por esse motivo, entendo que o Excelentíssimo Senador deve pedir licença,
visando sempre ao interesse público.

Como cidadão brasileiro, consciente de minhas obrigações e direitos, é este o meu posicio-
namento. Se quem não deve não teme, dê-se a chance de esclarecer o que o Senhor mesmo chama
de denúncias infundadas, e isso só pode ser feito a partir do momento em que não mais ocupar a
Presidência dessa Egrégia Casa, pois a sua imagem estará desvinculada de toda e qualquer “mano-
bra” que porventura exista para não prolongar o caso.

Com os meus respeitos,

Povo Consciente.
Disponível em: <http://centraldasletras.blogspot.com/2009/08/modelo-de-carta-argumentativa.html>. Acesso em 28 jan. 2021.

INTERTEXTUALIDADE

Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à construção de
sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Como vimos neste material, ao nos referirmos à
ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a estrutura, o propósito comuni-
cativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante para a compreensão textual é a intertextualidade,
que diz respeito à propriedade de um texto se relacionar com outros.
Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se separar a palavra em par-
tes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto, e “textualidade”
tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir da qual podemos dar
origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da internet e
também da publicidade. A seguir, apresentamos esse exemplo retirado da aula da professora Cátia Colares que
resume a ideia de intertextualidade que iremos trabalhar neste material:
LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: COLARES, 2020, informação verbal. 23


Compreendida a ideia de intertextualidade e apre- Monte Castelo – Legião Urbana
sentada sua importância para a análise textual em
provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer Ainda que eu falasse a língua dos homens
algumas das principais formas de realização da inter- E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria. É só o amor, é só o amor
textualidade em textos e em gêneros utilizados por
Que conhece o que é verdade
bancas de concurso. O amor é bom, não quer o mal
Antes, porém, é necessário apontar que, confor- Não sente inveja ou se envaidece [...]
me Koch e Elias (2015), todos os textos são, em algu-
ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor I carta de São Paulo aos Coríntios
acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade,
estamos diante de um processo de intertextualidade 1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
stricto senso. Quando não é possível acessar esse teor dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal
que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que
intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato
tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os
senso. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda
essa divisão mais didática: a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse amor, nada seria [...]
INTERTEXTUALIDADE
11 Soneto – Luis Vaz de Camões

Amor é um fogo que arde sem se ver,


Stricto Senso Lato Senso é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
Temática
Estilística
Explícita É um não querer mais que bem querer;
Implícita é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
PARÓDIA é um cuidar que ganha em se perder.

A paródia é um tipo de intertextualidade estilística É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja
é ter com quem nos mata, lealdade [...]
verbal ou não-verbal. É muito comum tanto em tex-
tos musicais, nos quais são recuperados a melodia e o REFERÊNCIA
estilo do intérprete original, quanto em textos visuais,
como no exemplo a seguir: A referência é um tipo de intertextualidade explí-
cita, muito comum e necessária em trabalhos acadê-
micos, pois ao mencionar uma obra ou autor e suas
ideias, o pesquisador deverá realizar as devidas refe-
rências, indicando os nomes dos títulos mencionados
ao final do trabalho.
Para realizar esse tipo de intertextualidade, deve-
mos seguir as regras da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um
exemplo de referência com a indicação de uma das
obras citadas neste material:
Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acessado em: 12/10/2020.

Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda
Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
ed. São Paulo: Contexto, 2015.
lidade textual.
As referências também são muito comuns em textos
PARÁFRASE jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e demais
documentos que sirvam de embasamento teórico.
A paráfrase é uma estratégia intertextual que con-
siste em recuperar aspectos do tema do texto-fonte, o CITAÇÃO
qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada
um tipo de intertextualidade temática. A citação também é um tipo de intertextualidade
explícita e diz respeito às formas de citação de uma
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que do utilizamos as palavras de outros autores, devemos
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada
24 de Luís Vaz de Camões. de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a Esse recurso foi utilizado na letra da canção Amor
citação passa a ser indireta. I love you, de Marisa Monte, na qual a cantora inseriu
Independente da maneira como citamos em um tex- um trecho da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz,
to, é imprescindível dar os créditos aos autores das obras para compor a letra da música.
citadas, por isso, devemos mencioná-los nas citações que
“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
também seguem o padrão estabelecido pela ABNT. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimen-
talidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso
z Citação direta: que saía delas, como um corpo ressequido que se estira
num banho lépido; Sentia um acréscimo de estima por
“A confiabilidade das fontes citadas confere rele- si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim uma existên-
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan- cia superiormente interessante, onde cada hora tinha
to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” o seu intuito diferente, cada passo conduzia um êxtase,
(BOAVENTURA, 2004, p. 81). e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações.”

Eça de Queirós – O Primo Basílio


z Citação indireta:
Amor I Love You – Marisa Monte
Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao
trabalho acadêmico é diretamente proporcional à Deixa eu dizer que te amo
credibilidade das fontes utilizadas, por isso é neces- Deixa eu pensar em você
sário atentar-se para os diversos tipos de citação Isso me acalma, me acolhe a alma
aqui mencionados. Isso me ajuda a viver
[...]
Dica Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
A citação indireta é um tipo de paráfrase. É o amor que está aqui
Amor, I love you (x8)
ALUSÃO Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam
A alusão é um intertexto que faz referência a uma Aquelas sentimentalidades
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- E o seu orgulho dilatava-se
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí- Ao calor amoroso que saía delas
cita ou implícita. Como um corpo ressequido
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver- Que se estira num banho tépido
dadeiro presente de grego. Sentia um acréscimo de estima por si mesma
A expressão “presente de grego” faz alusão aos
Fonte: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/. Acessado
fatos da Guerra de Tróia, em que os gregos fingiram em: 12/10/2020.
presentear os troianos com um cavalo de madeira
que fazia parte da estratégia grega para conseguirem Tradução
invadir a cidade de Tróia e destruí-la por dentro.
A tradução é uma espécie de paráfrase para muitos
autores, pois, como sabemos, há palavras e expressões
EPÍGRAFE
que só existem na língua de origem do escritor original.
Dessa forma, a tradução de textos em línguas diferen-
A epígrafe é uma pequena citação colocada no iní- tes é uma aproximação de sentidos, construída a par-
cio de capítulos de livros, seções de trabalhos acadê- tir das leituras e do ponto de vista do tradutor. Muitos
micos ou de outros gêneros para manter uma relação escritores brasileiros são considerados como “literatura
dessa citação com o assunto abordado na obra. complexa” por manterem em seus textos expressões
Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colo- tão brasileiras que se tornam difíceis de expressar em
cado a epígrafe: “Sei que às vezes uso palavras repe- outras línguas. É o caso do mineiro de Cordisburgo, Gui-
tidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” marães Rosa, que apresenta uma linguagem peculiar
(trecho da música Quase sem querer da banda Legião repleta de neologismos, como os destacados a seguir:
Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextua-
lidade e as possibilidades de escrevermos algo com- Enxadachim: Designa um trabalhador do campo,
pletamente inédito em nosso contexto atual. que luta pela sobrevivência. A palavra reúne “enxa-
da” e “espadachim”.
LÍNGUA PORTUGUESA

OUTROS POSSÍVEIS PROCESSOS Taurophtongo: Significa mugido, sendo a palavra


INTERTEXTUAIS MENOS COMUNS EM uma junção de dois termos gregos, relativos a touro
CONCURSOS (táuros) e ao som da sala (phtoggos).
Embriagatinhar: A mistura de “embriagado” e
Bricolagem “(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que,
de tão bêbada, chega a engatinhar.
A bricolagem é um tipo de intertextualidade que Velvo: Adaptação do inglês velvet, que significa
atua explicitamente no texto, pois se refere à mescla de “veludo”. Na linguagem de Guimarães Rosa, é o
vários elementos advindos de vários textos ou de várias nome dado para uma planta de folhas aveludadas.
obras de arte, em geral. Assim, a principal característi- Circuntristeza: Como a própria palavra sugere,
refere-se à “tristeza circundante”.
ca da bricolagem é o uso de outros fragmentos textuais
para a formação de uma nova composição textual. Fonte: https://bit.ly/34DFj5D. Acessado em: 16/10/2020. 25
Diante desse complexo léxico, como traduzir expres- Vogais, Semivogais e Consoantes
sões que até para um brasileiro pode ser difícil compreen-
der? Por isso, a tradução é um texto intertextual, pois � Vogais: fonemas sonoros produzidos pela corrente
de ar que sai pela boca, e na língua portuguesa é o
cabe ao tradutor adaptar e parafrasear trechos cuja com- núcleo das sílabas. Ao serem reproduzidas, a boca
plexidade só poderia ser alcançada por falantes nativos. fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
„ Orais: o ar sai apenas pela boca.
Pastiche Ex.: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/;
„ Nasais: o ar sai pela boca e pelas cavidades
É um tipo de intertextualidade que ocorre quando nasais.
um modelo estrutural serve para inspirar um novo qua- Ex.: /ã/ - rã, fã, avelã;
/ẽ/: dente, empero, mensagem;
dro, texto ou programa de TV. Um exemplo bem típico /ĩ/: lindo, mim, inteligente;
deste último era o programa de TV “Os trapalhões”; o /õ/: bonde, congo, ombo;
modelo humorístico criado pelo trio “Os três patetas”, /ũ/ nunca, algum;
na década de 1960, inspirou programas no mundo todo. „ Átonas: pronunciadas com menor intensidade.
Ex.: até, bol;
O pastiche também é comum em textos imagéticos,
„ Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.
como o exemplo a seguir: Ex.: até, bol.

Ao que diz respeito ao timbre, elas ainda podem


ser classificadas como:

„ Abertas: pé, pó, casa, lata;


„ Fechadas: amor, avô, luta;
„ Reduzidas: aparecem quase sempre ao final da
palavra: dedo, gente.

Ao que diz respeito à zona de articulação, podem


ser, ainda:

„ Anteriores/palatais: a língua se eleva em dire-


ção ao céu da boca (palato duro).
Ex.: é, ê, i;

„ Posteriores/velares: a língua se eleva em dire-


ção ao véu palatino (palato mole).

Ex.: ó, ô, u

„ Médias: língua baixa, quase que “parada”.


Fonte: https://bit.ly/3e8lV3V. Acessado em: 12/10/2020. Ex.: a.

� Semivogais: são as vogais que, em algumas pala-


vras, aparecem apoiadas em outras vogais, e por
isso não são o núcleo da sílaba.
ORTOGRAFIA OFICIAL
Ex.: Papai: Pa – pai

EMPREGO DAS LETRAS A letra “I” se apoia na letra “A”, que representa o
núcleo silábico; por isso, nesse caso, a letra “I” é uma
Refere-se ao som produzido pelo falante; é a unidade semivogal e a letra “A” uma vogal.
sonora que compõe as palavras de uma língua. Não é
o mesmo que letra, porém, é sua representação sonora. � Consoantes: Ao serem produzidas, a corrente de
ar que é expirada pelos pulmões encontra “difi-
Ex.: Hebreu culdade” para sair pela boca, fazendo com que se
tornem quase que um “barulhinho”, e por isso não
Letras (6): H, E, B, R, E, U podem ser o núcleo silábico.
Fonemas: (5) /e/, /b/, /r/, /e/, /u/ Ex.: /b/, /t/, /d/, /g/, /q/ etc.
O número de letras e fonemas são diferentes pois,
nesse caso, a letra H não representa nenhum fonema. Emprego do X e do CH

Ex.: Sexo O “X” é utilizado:


Letras (4): S, E, X, O
� Após os ditongos (encontro de duas vogais).
Fonemas: (5): /s/, /e/, /k/, /s/, /o/
Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo,
Nesse caso, o número de fonemas é maior que o de encaixe, paixão, rouxa, frouxo
26 letras, pois a letra X tem som de /ks/. Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho;
� Após as sílabas “en” e “me”. z O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre
Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxugar, vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho. das de uma palavra com “S” no início passam a ser
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/:
Algumas palavras formadas por prefixação (pre- „ Ex.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir
fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente, – Prosseguir.
encharcar etc.).
Exceção: mecha (de cabelo); z O “SS” é utilizado somente entre vogais:
„ Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível.
� Em palavras de origem indígena e africana e pala-
vras inglesas aportuguesadas. Emprego do C e QU
Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante;
É comum encontrarmos algumas palavras que nos
� Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo,
colocam na dúvida: usar C ou QU?
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa-
Existem palavras que podem ser escritas tanto de
ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo, uma forma, como de outra. Veja:
graxa, puxar, rixa. Catorze / quatorze; cociente / quociente; cotidiano
/ quotidiano; cotizar / quotizar.
Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chi- As seguintes palavras só podem ser escritas de
marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto- uma forma:
che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha, Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.
brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche,
mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão, Emprego do K, W e Y
chuchu, charque, cochicho.
Símbolos e siglas
� Há, ainda, algumas palavras homófonas, que
� Kg – quilograma;
podem ser escritas das duas formas, porém têm
� Km – quilômetro;
significados diferentes. Veja algumas:
� k – potássio;
� Brocha (pequeno prego); z Nomes próprios e seus derivados originados de
� Broxa (pincel para caiação de paredes); língua estrangeira;
� Chá (planta para preparo de bebida); � Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo;
� Xá (título do antigo soberano do Irã); z Palavras estrangeiras não adaptadas para o
� Chalé (casa campestre de estilo suíço); português;
� Xale (cobertura para os ombros); � Feedback, hardware, hobby.
� Chácara (propriedade rural);
Emprego do G e do J
� Xácara (narrativa popular em versos);
� Cheque (ordem de pagamento);
O “G” é utilizado em:
� Xeque (jogada do xadrez).
z Palavras terminadas em “–gio”;
Emprego do C, Ç, S e SS � Estágio, relógio, refúgio, presságio;
z Substantivos terminados em “-em”;
Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS � ferrugem, carruagem, passagem, viagem.
costuma causar bastante confusão. Porém, existem
algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando O “J” é utilizado:
usar cada uma das letras. Veja:
z Em palavras de origem indígena:
z O C só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e
“i”: „ Pajé, canjica, jerimum.

„ Ex.: acém, ácido, aceso, macio. z Em palavras de origem africana:


LÍNGUA PORTUGUESA

z Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç: „ Jiló, jagunço, jabá.


„ Ex.: Açougue, açúcar, caçula.
É importante saber:
z Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados.
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer z A conjugação do verbo “viajar”, no Presente do
uma das vogais: Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles(as) viajem.
z Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de “e”
„ Ex.: Sapato, segurança, solteiro, sucesso. ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algumas fle-
xões, para manter o mesmo som:
z O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de
„ Afligir: aflija, aflijo;
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”: „ Agir: ajam, ajo;
„ Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema. „ Eleger: elejam, elejo. 27
EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA

z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, chá; pé, fé,
mês; nó, pó, só.
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, guaraná; Pelé,
você; cipó, mocotó; também, parabéns.
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: bíceps, fór-
ceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen.

Importante!

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.


Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.

z Palavras proparoxítonas: A regra mais simples e fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem ser
acentuadas!

Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns vocábulos,
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo crescente no final de
suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as palavras:

HIS-TÓ-RIA/ HIS-TÓ-RI-A
VÁ-CUO/ VA-CU-O

PÁ-TIO/ PÁ-TI-O

Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais TER e VIR:

Ele tem / Eles têm

Ele vem / Eles vêm

Percebam que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordância
verbal quando usar esses verbos.

TEMPOS E MODOS VERBAIS


TEMPOS

O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:

z Presente:

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).

z Passado:

„ Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente no passado.

Ex.: Estudei até ser aprovado;

„ Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.

Ex.: Estudava todos os dias;

„ Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à outra mais antiga.

28 Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.


z Futuro:

„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.

Ex.: Estudarei bastante ano que vem.

„ Futuro do pretérito: Expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.

Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:

Flexões Modo-temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª
conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª -sse
conjugações)
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.

Ex.: Tenho estudado.

z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.

Ex.: Tinha passado.

z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.

Ex.: Terei saído.

z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.

Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)


LÍNGUA PORTUGUESA

z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.

Ex.: (que eu) Tenha estudado.

z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.

Ex.: (se eu) Tivesse estudado

z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.

Ex.: (quando eu) Tiver estudado. 29


MODOS

Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.

z Indicativo: O modo indicativo exprime atitude de certeza.

Ex.: Estudei muito para ser aprovado.

z Subjuntivo: O modo subjuntivo exprime atitude de dúvida, desejo ou possibilidade.

Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.

z Imperativo: O modo imperativo designa ordem, convite, conselho, súplica ou pedido.

Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

COLOCAÇÃO E EMPREGO DOS PRONOMES


Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:

PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO


1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3º pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3º pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:

z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
30 Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento Pronomes Indefinidos

Os pronomes de tratamento são formas que expres-


Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
apresentam algumas peculiaridades importantes: soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar

z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa PRONOMES INDEFINIDOS5
do singular.
Variáveis Invariáveis
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém
z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à nenhumas
3ª pessoa).
Todo, toda, todos, todas Quem
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Outro, outra, outros, outras Outrem
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Muito, muita, muitos, muitas Algo
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Certo, certa, certos, certas Nada
e o tipo de poder instituídos pelos falantes. Vários, várias Cada
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Quanto, quanta, quantos, quantas Que
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí- Tanto, tanta, tantos, tantas
zes, reis, clérigos, entre outras. Qualquer, quaisquer
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções Qual, quais
sociais que designam: Um, uma, uns, umas

z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-


ques e seus respectivos femininos; As palavras certo e bastante serão pronomes
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover-
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; serão adjetivos quando vierem depois.
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes; Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- A palavra bastante frequentemente gera dúvida
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
cerimonioso a comerciantes importantes; quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa; do. Por isso, atente-se ao seguinte:
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev-
ma.): Bispos.
z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- te ao termo “muito”.
nomes de tratamento e suas respectivas designações
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
Ex.: Elas são bastante famosas.
da Presidência da República. Portanto, essas designa-
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne-
ro textual abordado for um gênero oficial. z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: ao termo “suficiente”.

z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-


LÍNGUA PORTUGUESA

tamento é importante destacar que o plural de Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, a festa.
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na
maioria das abreviaturas terminadas com a letra
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
Exas.; V. Ema. / V.Emas.; o substantivo, indicando grande, porém incerta,
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
quantidade de algo.
tíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-
blica nunca deve ser abreviado. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
5 Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
quanto-qual.htm>. Acesso em: 14 jul. de 2020. 31
Pronomes Demonstrativos z Referência a um afastamento afetivo.

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
apontam elementos a que se referem as pessoas do
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa- z Referência ao espaço textual, indicando o pri-
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço meiro termo de uma relação expositiva.
textual.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas; riu beber chá; aquela, refrigerante.
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas; Dica
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
Usamos este, esta, isto para indicar: ção demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- esqueceu de preencher o gabarito.
dade de algo ao falante. Correto: O candidato fez a prova, porém esque-
ceu de preencher o gabarito.
Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova. Pronomes Relativos

z Referência ao tempo presente. Uma das classes de pronomes mais complexas, os


pronomes relativos têm função muito importante na
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, língua, refletida em assuntos de grande relevância
pagarei a última prestação da casa. em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses
z Referência ao espaço textual. elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro- ou a um pronome substantivo mencionado anterior-
curava um presente para o marido (o pronome refere- mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
-se ao último termo mencionado). nado anteriormente) chamamos de antecedente.
Este artigo científico pretende analisar... (o prono- São pronomes relativos:
me “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar: z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quan-
tos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas;
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
mento de algo de quem fala. z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O
z Indicar distância que se deseja manter. cachorro que estava doente morreu. A caneta que
emprestei nunca recebi de volta.
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
fia nesses políticos. relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
z Referência ao tempo passado.
z Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias ser uma pessoa ou objeto personificado.
estive em São Paulo.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
subentendido: Quem cala consente (aquele que cala).
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nessa z Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
expressão utilizada. deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: vo; pode sofrer flexões.

z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
to de quem fala e de quem ouve. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.

Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? z Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado para
indicar posse e aparecer relacionando dois termos
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
do muito distante.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
32 tas abertas. Bons tempos aqueles! matéria (coisa possuída).
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
ro com a coisa possuída. a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome a uma coisa.
cujo: Cujo o, cuja a Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
Não podemos substituir cujo por outro pronome pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
relativo. do pronome é com o objeto da posse.
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado. Outras funções dos pronomes possessivos:
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per- z Delimitam o substantivo a que se referem;
gunta: “de quem/do que?” z Concordam com o substantivo que vem depois
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor dele;
do que? Do filme). z Não concordam com o referente;
Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de z O pronome possessivo que acompanha o substan-
quem? Do rapaz). tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.

z Emprego do pronome relativo onde: Empregado Colocação Pronominal


para indicar locais físicos.
Estudo da posição dos pronomes na oração.
Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu- z Próclise: Pronome posicionado antes do verbo.
mindo as formas aonde e donde. Casos que atraem o pronome para próclise:
Ex.: Irei aonde você for.
O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente. „ Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.:
Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém. Não me submeto a essas condições.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
z Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual”
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se
do em substituição a outros pronomes relativos,
apresente como um rico investidor, ele nada
sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
tem.
guísticos, como o “queísmo”.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex:
Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin- Em se tratando de futebol, Maradona foi um
guém se lembra. ídolo.
O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão „ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na
textual, desfazendo estruturas ambíguas. esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
Pronomes Interrogativos „ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver-
Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
Quantos anos tem seu pai? „ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
O ponto de interrogação só é usado nas interroga- que estejam conjugados no futuro, caso não
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
interrogativa, indicada por verbos como perguntar, Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. dos nossos estudantes.
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos
tantivos, dando fluidez à leitura. que atraem o pronome para ênclise:
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
zação da atividade. O tempo estava instável).6 to honrada com esse título.
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Pronomes Possessivos „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
LÍNGUA PORTUGUESA

quanto sou importante.


Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir: Casos proibidos:
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas „ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas Dá-me esse caderno! (certo).
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
2ª pessoa nossas -se de nada (correto).
PLURAL
3ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas „ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
Seu, sua / seus, suas (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
6 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021. 33
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO expressa. Conjunções constitutivas: que, porque,
porquanto, pois.
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale
E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO a “pois”)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos
Período Composto por Coordenação com fome.

As orações são sintaticamente independentes. Isso RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES


significa que uma não possui relação sintática com ver- E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO
bos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Formado por orações sintaticamente dependentes,
(Fernando Pessoa) considerando a função sintática em relação a um ver-
Oração coordenada 1: Deus quer bo, nome ou pronome de outra oração.
Oração coordenada 2: o homem sonha Tipos de orações subordinadas:
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da z Substantivas;
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) z Adjetivas;
z Adverbiais.
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
Orações Subordinadas Substantivas
porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
São classificadas nas seguintes categorias:
Conjunção adversativa: mas nada
z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Orações Coordenadas Sindéticas
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
integrantes que e se.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de impostos.
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
Não sei se poderei sair hoje à noite.
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
sindética. Veremos agora cada uma delas: z Orações subordinadas substantivas justapostas:
introduzidas por advérbios ou pronomes interroga-
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou tivos (onde, como, quando, quanto, quem etc.)
simultaneidade. Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- roubadas.
bém, mas ainda, bem como, como também, se- Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
não também, que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
Os convidados não compareceram nem explicaram não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
o motivo. no infinitivo.
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, exercem a função de sujeito. O verbo da oração
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
rir a nenhum termo na oração.
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
morte.” (Laurindo Rabelo)
cional) (or. sub. subst. subje.)
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou
z Orações subordinadas substantivas objetivas
se excluem. diretas: exercem a função de objeto direto de um
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez reto da oração principal.
... talvez). Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Ex.: Ora responde, ora fica calado. Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
Você quer suco de laranja ou refrigerante? subst. obj. dir.)
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica z Orações subordinadas substantivas completi-
sobre um raciocínio. vas nominais: exercem a função de complemento
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início da oração principal.
de frase). Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima mento nominal)
semana. Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
34 Mendes Campos) pl. nom.)
z Orações subordinadas substantivas predicati- � Orações subordinadas adverbiais concessivas:
vas: funcionam como predicativos do sujeito da indica certo obstáculo em relação ao fato expres-
oração principal. Sempre figuram após o verbo de so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
ligação ser. introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
por mais que, se bem que etc.
sujeito)
Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) � Orações subordinadas adverbiais condicionais:
z Orações subordinadas substantivas apositivas: são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois contanto que, a menos que etc.
de dois-pontos ou entre vírgulas. Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto) tal.
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.) � Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
z Orações subordinadas adjetivas: desempenham
função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais do, consoante.
raramente, aposto explicativo). São introduzidas Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os � Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As
são introduzidas por: que (precedido na oração
orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
explicativas e restritivas. anterior de termos intensivos como tão, tanto,
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma
z Orações subordinadas adjetivas explicativas: que, sem que.
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou.
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
São consideradas termo acessório no período, “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles)
das por vírgulas. � Orações subordinadas adverbiais finais: indi-
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas
cria trinta gatos.
por: para que, a fim de que, porque e que (= para
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: que).
especificam ou limitam a significação do termo Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
antecedente, acrescentando-lhe um elemento indis-
tivessem bom estudo.
pensável ao sentido. Não são isoladas por vírgulas.
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é � Orações subordinadas adverbiais proporcio-
incurável. nais: são introduzidas por: à medida que, à pro-
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
Dica Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a aprecio.
Como diferenciar as orações subordinadas adje- � Orações subordinadas adverbiais temporais:
tivas restritivas das orações subordinadas adje- são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
tivas explicativas?
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
agora que etc.
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
Para separar as orações de um período composto, é
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que
mora em Recife) necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
� Orações subordinadas adverbiais: exprimem (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
uma circunstância relativa a um fato expresso em esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
São introduzidas por conjunções subordinativas ções verbais. Exs.:
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin-
LÍNGUA PORTUGUESA

tes grupos: [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª


oração
� Orações subordinadas adverbiais causais: são
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- [para fixar outros] – 2ª oração
que, visto que etc. [que os rodeiam] – 3ª oração
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- [e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
que ficamos sem gasolina. ção (M. de Assis)
� Orações subordinadas adverbiais comparati-
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
qual, como, mais etc. basta, pertencente à 1ª (oração principal).
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
que a importada. ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração. 35
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
PONTUAÇÃO ou adjunto adnominal:
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Uso de Vírgula pelos alunos. (errado)
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
passiva:
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
professor para a feira. (errado)
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
qualquer ambiguidade. � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
Quando se trata de separar termos de uma mesma Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Considero interessantes, as suas aulas. (errado)

� Para separar os termos de mesma função Uso de Ponto e Vírgula


Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de e vírgula (;):
enumeração.
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu,
arrastado pelo tsunami. ficou triste.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas:
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
já apareceu na frase) do verbo
to, exausto.
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, � No lugar do e seguido de elipse do verbo (=
filmes de terror. zeugma):
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
� Para separar palavras ou locuções explicativas, ouvinte.
retificativas Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 sorvete.
anos.
� Em enumerações, portarias, sequências:
� Para separar datas e nomes de lugar Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. o Procurador-Geral da República;
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto o Colégio de Procuradores da República;
e, nem, ou. o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. Dois Pontos
A vírgula também é facultativa quando a expres- Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, não foi concluída.
mas uma palavra só. Exemplos: Servem para:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço � Introduzir uma citação (discurso direto):
em casa. Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Ontem, choveu o esperado para o mês todo. respostas”.
Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso,
distributivo ou uma oração subordinada substan-
ficou com sono durante a aula.
tiva apositiva:
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
amanhã, se não chover. sores, jornalistas, médicos.
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações � Introduzir uma explicação ou enumeração após
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
� Entre o sujeito e o verbo: saber, como:
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
ram a explicação. (errado) Filosofia, Ciências...
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
sertaram minha visão. (errado) (relação semântica de oposição, explicação/causa
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- ou consequência):
dicativo do sujeito: Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- homem culto.
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
ção. (errado)
cautela.
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado) � Marcar invocação em correspondências:
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. Ex.: Prezados senhores:
36 (errado) Comunico, por meio deste, que...
Travessão Ponto de Exclamação

� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � É empregado para marcar o fim de uma frase com
discurso de interlocutor: Ex.: entonação exclamativa:
– Bom dia, Maria! Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Pedro! Coitada dessa criança!

� Serve também para colocar em relevo certas � Aparece após uma interjeição:
expressões, orações ou termos. Pode ser subs- Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
colchetes: � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
marcar uma ênfase:
vamos jantar. (oração intercalada)
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
metros em 20 segundos!!!
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
Reticências
Parênteses
São usadas para:
Têm função semelhante à dos travessões e das
vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- � Assinalar interrupção do pensamento:
mos, expressões ou orações. Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) ― Pode dizer...
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� Indicar partes suprimidas de um texto:
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
jantar. (oração intercalada)
desceu as escadas apressadamente. (Também pode
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ponto Final
depois desceu as escadas apressadamente.)
É o sinal que denota maior pausa. � Para sugerir prolongamento da fala:
Usa-se: Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de
período: � Para indicar hesitação:
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
Carlos Drummond de Andrade vergonha.

� Nas abreviaturas: � Para realçar uma palavra ou expressão, normal-


Ex.: apart. ou apto. = apartamento mente com outras intenções:
sec. = secretário Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
a.C. = antes de Cristo
Uso das Aspas
Dica
São usadas em citações ou em algum termo que pre-
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- cisa ser destacado no texto. Pode ser substituído por itá-
tos químicos não vêm com ponto final: lico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Exemplos: km, m, cm, He, K, C Usam-se nos seguintes casos:

Ponto de Interrogação � Antes e depois de citações:


Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
Marca uma entonação ascendente (elevação da
afirma Dad Squarisi, 64.
voz) em tom questionador. Usa-se:
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
� Em frase interrogativa direta: mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia? conotativas:


Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
� Entre parênteses para indicar incerteza:
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que desejava.
que havia palavra melhor no contexto. Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual.
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
surpresa: � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou às vezes com ironia ou malícia:
!?) Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.
� E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro � Para citar nomes de mídias, livros etc:
que não jogaremos comida fora à toa”). Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. 37
Colchetes Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
(plural/singular).
Representam uma variante dos parênteses, porém O carro atingiu os 220 km/h.
tem uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos: � Para separar os versos de poesias, quando escritos
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
� Para incluir num texto uma observação de nature- barras para indicar a separação das estrofes:
za elucidativa: Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”. te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado não foi escrita na sua totalidade:
que pareça, o texto original é assim mesmo:
Ex.: a/c = aos cuidados de;
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
s/ = sem
do.” (Machado de Assis)
� Para separar o numerador do denominador nos
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
números fracionários, substituindo a barra da
Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy] fração:
Ex.: 1/3 = um terço
� Para suprimir parte de um texto (assim como
parênteses): � Nas datas:
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois Ex.: 31/03/1983
desceu as escadas apressadamente. ou � Nos números de telefone:
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des- Ex.: 225 03 50/51/52
ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
vel segundo as normas da ABNT) � Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
Asterisco
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso.
� É colocado à direita e no canto superior de uma
palavra do trecho para se fazer uma citação ou � Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
comentário qualquer sobre o termo em uma nota Ex.: /s/
de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo Embora não existam regras muito definidas sobre
triste acrescido do sufixo -eza*. a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti- qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu-
vo, o que origina um novo substantivo. lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão
ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
tuição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami- CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
nhado aos responsáveis.
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- Concordância Verbal
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
é, cuja existência é provável, mas não comprovada: É a adaptação em número – singular ou plural –
Ex.: Parecer, do latim *parescere. e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
da gramática: Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
Ex.: * Edifício elaborou projeto o engenheiro. insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros,
Uso da Barra pois houve influências de todos os povos aqui: euro-
peus, asiáticos e africanos.”
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no
substituída pela conjunção “ou”: singular.
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. Destrinchando o período, temos que os termos
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta. essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separa- cado verbal.
ção das conjunções e/ou:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
Ex.: Prefiro natação a futebol.
e/ou escritos.
Verbo bitransitivo: Prefiro
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- Objeto direto: natação
38 ção entre si: Objeto indireto: a futebol
Concordância Verbal com o Sujeito Simples concordar com o especificador dele. Se o numeral
vier precedido de um determinante, o verbo con-
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
sujeito. das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
exorbitante. Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem.
Diferentes situações: Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
multidão gritou entusiasmada. número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
bo posterior ao pronome relativo concorda com o chegou. (Duas horas deram...)
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
badaladas soaram)
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
da escola soou dez badaladas)
quem resolveu a questão.
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos dem-se casas de veraneio aqui.
nós quem resolvemos a questão. Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
interessada.
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- Majestade está preocupada?
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos Suas Excelências precisam de algo?
essa questão. z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Concordância Verbal com o Sujeito Composto
ver artigo definido antes de uma palavra plura-
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
Unidos continuam uma potência. ticais diferentes:
Estados Unidos continua uma potência. Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida- � Núcleos do sujeito ligados pela preposição com:
de de Santos fica em São Paulo.”) Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem.

Importante! � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada


ou nenhum:
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
verbo fica no singular ou no plural. ter o espírito esportivo.
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
singular:
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, davam. (preferencialmente no singular)
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Mais de um aluno compareceu à aula. � Gradação entre os núcleos do sujeito:
Mais de cinco alunos compareceram à aula. Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
me acalmar. (preferencialmente no singular)
A expressão mais de um tem particularidades:
LÍNGUA PORTUGUESA

� Núcleos do sujeito no infinitivo:


se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.: � Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
Mais de um irmão se abraçaram. mitivo (nada, tudo, ninguém):
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. � Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
nem um nem outro:
vam presentes.
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
z Quando o sujeito é formado po um número per- � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem:
centual ou fracionário, o verbo concorda com o Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
numerado ou com o número inteiro, mas pode foco nos estudos. 39
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões implícito “nós”)
bem como, assim como, tanto quanto: Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final. (dois pronomes implícitos: eu, nós)
Até me encontrarem, vocês terão de procurar
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
muito. (preposição no início da oração)
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
como; não só... mas também etc.):
(verbos pronominais)
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
popularidade em alta.
indicando tempo)
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- Estudo para me considerarem capaz de aprova-
co núcleo, o verbo fica no singular concordando ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
com o núcleo único. Mas, se houver determinante Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
sujeito passa a ser composto: posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis particípio)
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
combustíveis aumentaram. z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
Concordância Verbal do Verbo Ser ção verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
� Concorda com o sujeito: sendo sujeito do infinitivo)
Ex.: Nós somos unha e carne.
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no
� Concorda com o sujeito (pessoa): plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o impessoal.
Ex.: Os meninos foram ao supermercado. Ex.: Mandei os garotos sair/saírem.
� Em predicados nominais, quando o sujeito for Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
representado por um dos pronomes tudo, nada, com valor genérico)
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
dará com o predicativo (preferencialmente) ou dido de preposição de ou para)
com o sujeito: Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)
Ex.: No início, tudo é/são flores.
� Concordância do verbo parecer:
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for Flexiona-se ou não o infinitivo.
que ou quem: Ex.: Pareceu-me estarem os candidatos confiantes.
Ex.: Quem foram os classificados? (o equivalente a “Pareceu-me que os candidatos
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância estavam confiantes”, portanto o infinitivo é flexio-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo: nado de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas. Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
É frio aqui. logo o infinitivo será impessoal)
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? � Concordância dos verbos impessoais:
� O verbo fica no singular quando precede termos São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, sempre na 3ª pessoa do singular.
menos etc. junto a especificações de preço, peso, Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
quantidade, distância, e também quando seguido Fazia quinze anos que ele havia se formado.
do pronome o: Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta. Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto. Geou muitas horas no sul.

� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- � Concordância com sujeito oracional:


ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser Quando o sujeito é uma oração subordinada, o ver-
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
verbo concordará com o termo não preposiciona- Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
do entre eles: Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Ficou combinado que sairíamos à tarde.
São eles que sempre chegam cedo. Urge que você estude.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Era preciso encontrar a verdade
trução adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda. Casos mais Frequentes em Provas
(construção inadequada)
Veja agora uma lista com os casos mais abordados
Concordância do Infinitivo em concursos:

z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: � Sujeito posposto distanciado:


Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
40 to esclarecido) brasileira seres estranhos.
� Verbos impessoais (haver e fazer): o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. adjetivos, numerais).
Havia problemas no setor. O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir gênero e número com o nome a que se referem.
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável) Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
� Verbo na voz passiva sintética: Muro alto. / Muros altos.
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
Casos com Adjetivos
� Verbo concordando com o antecedente correto
do pronome relativo ao qual se liga: z Com função de adjunto adnominal: quando o
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
tinham experiência.
ver após os substantivos, poderá concordar com
� Sujeito coletivo com especificador plural: as somas desses ou com o elemento mais próximo.
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram. Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
Encontrei colégios e faculdades ótimos.
� Sujeito oracional:
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no singular)
Há casos em que o adjetivo concordará apenas
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
to ou complemento no plural: tencer somente a este.
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
atrito. (verbo no singular) Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho

Casos Facultativos Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-


minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o estádio.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ Existem complicadas regras e conceitos.
fizeram rir. Quando houver apenas um substantivo qualifica-
do por dois ou mais adjetivos pode-se:
z Fui eu quem faltou/faltei à aula.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura brasileira. francesa e alemã.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
ciência. (1,5% corresponde ao singular) a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Chegaram/Chegou João e Maria. língua inglesa, a francesa e a alemã.

z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram aqui. z Com função de predicativo do sujeito
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
brasileira. Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
com a soma dos elementos.
z O problema do sistema é/são os impostos.
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z Hoje é/são 22 de agosto. Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação. sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
quanto com o nome mais próximo.
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
vam abandonados a casa e o quintal.
Silepse de Número e de Pessoa Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
Conhecida também como “concordância irregular,
substantivos por um pronome:
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando (substitui-se por “eles”)
do número da palavra referente, para concordar Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
LÍNGUA PORTUGUESA

com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem existem complicados”.
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
dade: todas as flores) então é um adjunto adnominal.
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
z Com função de predicativo do objeto
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
diversas etnias, somos multiculturais. Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
Concordância Nominal dância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Define-se como a adaptação em gênero e número Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como seus subordinados. 41
Algumas Convenções � Tal qual
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
� Obrigado / próprio / mesmo com o substantivo posterior.
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
A própria enfermeira virá para o debate. pais.
Elas mesmas conversaram conosco.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais.
Dica Silepse (também chamada concordância
O termo mesmo no sentido de “realmente” será figurada)
invariável. É a que se opera não com o termo expresso, mas o
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
z Só / sós linda!)
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”. Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”. com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
apenas queriam ficar sozinhas.)
leiros, estamos esperançosos.)
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de � Possível
ficar a sós. Concordará com o artigo, em gênero e número, em
� Quite / anexo / incluso frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Concordam com os elementos a que se referem. Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Ex.: Estamos quites com o banco. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Seguem anexas as certidões negativas.
Inclusos, enviamos os documentos solicitados. Plural de Substantivos Compostos

� Meio
O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Quando significar “metade”: concordará com o
te em gênero e número. Se o termo que funciona
elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
Quando significar “um pouco”: será invariável. invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
também é um substantivo; mantém-se no singular)
� Grama
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
um substantivo; mantém-se no singular)
do significar unidade de medida, é masculino.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Plural de Adjetivos Compostos

� É proibido entrada / É proibida a entrada Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
Se o sujeito vier determinado, a concordância do mo elemento concordará com o substantivo referente.
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou Os demais ficarão na forma masculina singular.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda-
Se um dos elementos for originalmente um subs-
rão com o determinante.
tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-
nhada está boa. Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
entrada de crianças. plural, pois ambos são adjetivos.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
� Menos / pseudo
Nesse caso, o termo composto não concorda com o
São invariáveis.
Ex.: Havia menos violência antigamente. plural do substantivo referente, “folhas”.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
to é pseudo-objetivo. O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
bém pode ser um substantivo.
� Muito / bastante
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
Quando modificam o substantivo: concordam com
lógica de “musgo” do exemplo anterior.
ele.
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito Dica
irritados.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
tante irritados.
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
Se ambos os termos puderem ser substituídos por sempre invariáveis.
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
42 tuídos por “bem”, ficarão invariáveis. mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
Lista de Flexão dos Dois Elementos � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
� Nos substantivos compostos formados por pala- re em frases substantivadas e em substantivos
vras variáveis, especialmente substantivos e compostos por um tema verbal e uma palavra
adjetivos: invariável ou outro tema verbal oposto:
segunda-feira – segundas-feiras; o disse me disse – os disse me disse;
matéria-prima – matérias-primas; o leva e traz – os leva e traz;
couve-flor – couves-flores; o cola-tudo – os cola-tudo.
guarda-noturno – guardas-noturnos;
primeira-dama – primeiras-damas.
� Nos substantivos compostos formados por
temas verbais repetidos: REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
corre-corre – corres-corres;
pisca-pisca – piscas-piscas; Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
pula-pula – pulas-pulas. relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
Nestes substantivos também é possível a flexão posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- advérbio) exige complemento preposicionado, esse
-piscas, pula-pulas. nome é um termo regente, e seu complemento é um
termo regido, pois há uma relação de dependência
Flexão apenas do Primeiro Elemento entre o nome e seu complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre
z Nos substantivos compostos formados por subs- iniciado por preposição, exceto se o complemento
tantivo + substantivo em que o segundo termo vier em forma de pronome oblíquo átono.
limita o sentido do primeiro termo: Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
decreto-lei – decretos-lei; foram leais.
cidade-satélite – cidades-satélite; Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
público-alvo – públicos-alvo; to (desprovido de preposição)
elemento-chave – elementos-chave. Pronome oblíquo átono: lhe
Nestes substantivos também é possível a flexão Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, sujeito (desprovido de preposição).
públicos-alvos, elementos-chaves.
Regência Verbal
z Nos substantivos compostos preposicionados:
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; Relação de dependência entre um verbo e seu
pôr do sol – pores do sol; complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
fim de semana – fins de semana; retas, isto é, com ou sem preposição.
pé de moleque – pés de moleque.
Há verbos que admitem mais de uma regência
Flexão apenas do Segundo Elemento sem que o sentido seja alterado.

� Nos substantivos compostos formados por tema Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebi-
verbal ou palavra invariável + substantivo ou dos.
adjetivo: V. T. D: esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto direto: os favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças; Aquela moça não se esquecia dos favores recebi-
arranha-céu – arranha-céus; dos.
ex-namorado – ex-namorados; V. T. I.: se esquecia
vice-presidente – vice-presidentes. Objeto indireto: dos favores recebidos.
� Nos substantivos compostos em que há repeti-
ção do primeiro elemento: No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
zum-zum – zum-zuns; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
tico-tico – tico-ticos; alterando seu significado.
lufa-lufa – lufa-lufas;
reco-reco – reco-recos. Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos)
LÍNGUA PORTUGUESA

� Nos substantivos compostos grafados ligada-


V. T. D.: aspiramos
mente, sem hífen:
Objeto direto: ar poluídos.
girassol – girassóis;
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
pontapé – pontapés;
(aspiram = almejam)
mandachuva – mandachuvas;
V. T. I.: aspiram
fidalgo – fidalgos.
Objeto indireto: a um mês de férias
� Nos substantivos compostos formados com
grão, grã e bel: A seguir, uma lista dos principais verbos que
grão-duque – grão-duques; geram dúvidas quanto à regência:
grã-fino – grã-finos;
bel-prazer – bel-prazeres. � Abraçar: transitivo direto
Não flexão dos elementos Ex.: Abraçou a namorada com ternura. 43
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de predica-
tivo do objeto com sentido de “denominar, qualificar”)
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
to com sentido de “acariciar”) reto; intransitivo
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
no sentido de “ser agradável a”) indireto com sentido de “ser difícil”)
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
transitivo direto e indireto Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
personificado) � Esquecer: admite três possibilidades
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Ex.: Esqueci os acontecimentos.
personificado) Esqueci-me dos acontecimentos.
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Esqueceram-me os acontecimentos.
reto: refere-se a coisas e pessoas) � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto transitivo direto e indireto
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
preposição a, rege indiferentemente objeto direto (transitivo direto com sentido de “acarretar”)
e objeto indireto. Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
direto) disposição”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
indireto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, � Informar: transitivo direto e indireto
rege apenas objeto direto: Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Ajudaram o ladrão a fugir. coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto sobre
direto: Informaram o réu de sua condenação.
Ajudei-o muito à noite. Informaram o réu sobre sua condenação.
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto sa: objeto indireto, com a preposição a
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- Informaram a condenação ao réu.
sitivo direto com sentido de “angustiar”)
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
reto, com as preposições em e por
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
como complemento)
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
tivo direto e indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
vo direto com sentido de “respirar”)
sitivo com sentido de “cortejar”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
indireto no sentido de “desejar”) indireto com sentido de “desejar muito”)
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“prestar assistência” “encantar-se”)
O médico assistia os acidentados. � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
O médico assistia aos acidentados. Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
Não assisti ao final da série.
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
O verbo assistir não pode ser empregado no tivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
particípio.
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
indireto)
res de pessoas.” Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto)
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
direto e indireto � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
vo indireto)
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- indireto)
to e indireto)
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
predicativo do objeto sentido de “ocorrer”)
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire- A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
44 to com sentido de “convocar”) de “vir depois”)
Regência Nominal Casos Convencionados

Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- z Locuções adverbiais formadas por palavras
bios) exigem complementos preposicionados, exceto femininas:
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Advérbios Terminados em “mente” Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo.
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
regência dos adjetivos: z Locuções prepositivas formadas por palavras
femininas:
análoga / analogicamente a Ex.: Ficaram à frente do projeto.
contrária / contrariamente a
compatível / compativelmente com z Locuções conjuntivas formadas por palavras
diferente / diferentemente de femininas:
favorável / favoravelmente a Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
paralela / paralelamente a aumentando.
próxima / proximamente a/de � Quando indicar marcação de horário, no plural
relativa / relativamente a Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
Fique atento ao seguinte: entre números teremos
Preposições Prefixos Verbais que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Alguns nomes regem preposições semelhantes a Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase)
seus “prefixos”:
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
dependente, dependência de aquilo:
inclusão, inserção em Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
inerente em/a àquele outono.
descrente de/em Por favor, entregue as flores àquela moça que está
desiludido de/com sentada.
desesperançado de Dedique-se àquilo que lhe faz bem.
desapego de/a � Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
convívio com de:
convivência com Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
demissão, demitido de Referimo-nos à de preto.
encerrado em
enfiado em � Com o pronome relativo a qual, as quais:
imersão, imergido, imerso em Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
instalação, instalado em de sair.
interessado, interesse em As alunas às quais atribuí tais atividades estão de
intercalação, intercalado entre férias.
supremacia sobre
Casos Proibitivos
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da orientação de quando não usar a crase.
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da � Antes de nomes masculinos
junção da preposição a + os pronomes relativos aque- Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela rial agrada a todos.” (MM)
marcação (`) + (a) = (à). O carro é movido a álcool.
Venda a prazo.
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
� Antes de palavras femininas que não aceitam artigos
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Ex.: Iremos a Portugal.
LÍNGUA PORTUGUESA

Regra geral: haverá crase sempre que o termo Macete de crase:


antecedente exija a preposição a e o termo conse- Se vou a; Volto da = Crase há!
quente aceite o artigo a. Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza.
ge preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + � Antes de forma verbal infinitiva
palavra que não aceita artigo). Ex.: Os produtos começaram a chegar.
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
no uso da crase, mas existem especificidades que aju- com franqueza, parecem dar a entender que o
dam no momento de identificação: fazem por exceção de regra.” (MM) 45
� Antes de expressão de tratamento Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto)
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
Excelência. instrumento)
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto)
a regência do verbo exigir preposição Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes. instrumento)

� Antes dos pronomes relativos quem e cuja Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Nomes de Lugares
o pacote.
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio. z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
moro em Copacabana, passo por Copacabana)
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
contrato. Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação passo pela Bahia)
suspeita de fraude.
Eles estavam conservando a certa altura. Macetes
Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade. z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
� Antes de demonstrativos por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa a, com a, à moda de, durante a;

� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
personalidades históricas Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin.
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
O pacote foi entregue a ti ontem.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a lado) lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal por a este, a esta e a isto;
de justiça.
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância nomes de cidades quando esses termos estiverem
sem determinante acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h. tância de 200 metros do pico da montanha.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da A compreensão da crase vai muito além da estética
expedição marinha.
gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Vocês o observaram a distância.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
Crase Facultativa
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Nestes casos, podemos escrever as palavras das
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
detalhadamente, observe as seguintes dicas: advérbio de instrumento da ação de pintar.

� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara. Estudo da posição dos pronomes na oração.

� Antes de pronomes possessivos no singular z Próclise: Pronome posicionado antes do verbo.


Ex.: Iremos a/à sua residência. Casos que atraem o pronome para próclise:
� Após preposição até, com ideia de limite
Ex.: Dirija-se até a/à portaria. „ Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.:
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até Não me submeto a essas condições.
às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho „ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
afeto.” (CBr. 1, 67) tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se
Casos Especiais apresente como um rico investidor, ele nada tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra. se tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes „ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na espe-
forem femininos, normalmente a crase não será utili- rança de sermos ouvidos, muito lhe agradecemos.
zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para „ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
46 evitar ambiguidades. tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver- redação dos atos normativos no âmbito do Executivo,
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise: da conceituação e exemplificação desses atos e do pro-
cedimento legislativo.
„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi
que estejam conjugados no futuro, caso não necessário fazer uma adequação das formas de comu-
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: nicação usadas na administração aos avanços da infor-
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei mática. Outras alterações decorreram da necessidade
dos nossos estudantes. de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria
e às alterações constitucionais ocorridas no período.
z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro
que atraem o pronome para ênclise: Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú-
blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso,
esperava-se que esta nova edição do Manual contri-
„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de
to honrada com esse título.
uma cultura administrativa de profissionalização
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
dos servidores públicos e de respeito aos princípios
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora-
quanto sou importante. lidade, publicidade e eficiência, com a consequente
melhoria dos serviços prestados à sociedade.
Casos proibidos: Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
significativas, tanto na formatação dos documentos
„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
Dá-me esse caderno! (certo). gem e das normas estruturais
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- E o que é Redação Oficial na concepção dos organi-
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou- zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada
-se de nada (correto). por eles a essa pergunta:
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato “Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do
ponto de vista do Poder Executivo.”
Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para
concursos públicos, quais são as principais características
REDAÇÃO OFICIAL (CONFORME normativas cobradas nas provas de concursos públicos?
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA Percebam que os três motivos principais da preo-
DA REPÚBLICA, 3ª EDIÇÃO, REVISTA, cupação da elaboração do Manual e de suas revisões
são a modernização, a atualização e a eficiência. A
ATUALIZADA E AMPLIADA) passagem do tempo por si só já pediria essas revisões,
haja vista a consequente evolução da linguagem e da
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA sociedade por que passamos.
REPÚBLICA É justamente esse o ponto que originou a partici-
pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
Veremos o manual de redação da presidência da para quem vai trabalhar no setor público, é realmente
república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada. importante saber comunicar-se com habilidade e usar
Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de os meios adequados para isso, se o que se propõe é um
Redação Oficial, já que o tema está presente em mui- serviço eficiente para a sociedade.
tos dos editais de concursos federais. Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se
A fonte de pesquisa básica é a 3ª edição de 29 de dezem- de que vocês têm de saber as características da lin-
bro de 2018 revista, atualizada e ampliada do Manual de guagem da redação oficial, a formatação e a estrutura
Redação Oficial da Presidência da República (MRPR). das redações, especialmente a do padrão ofício, quem
envia determinadas correspondências, quem as rece-
RETROSPECTIVA HISTÓRICA be e qual é a finalidade de cada uma delas.
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto
Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repú- bem simples e objetivo a ser estudado.
blica autorizou a criação de uma comissão, presidida
pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes
Ferreira Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e
LÍNGUA PORTUGUESA

simplificar as normas de redação de atos e comuni- Prefácio


cações oficiais. Depois de 9 meses, foi apresentada a É com grande entusiasmo que recebo a incumbên-
primeira edição do Manual de Redação Oficial da Pre- cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda-
sidência da República. ção da Presidência da República, vinte e sete anos
Esse Manual foi dividido em duas partes: a pri- após presidir a Comissão encarregada da primeira
meira, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., edição desta obra.
tratava das comunicações oficiais, sistematizava seus (...)
aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
expedientes, exibia modelos, simplificava os fechos pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.
que vinham sendo utilizados desde 1937, suprimia (...)
arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical apli- A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-
cada à redação oficial; a segunda parte, a cargo do das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.
Ministro Gilmar Mendes, ocupava-se da elaboração e (...) 47
Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas CLAREZA E PRECISÃO
e legislativas, bem como de maior fiscalização estatal,
instaurou-se um novo método de se fazer administra- z Clareza
ção pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira
edição do Manual de Redação da Presidência Repúbli- A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-
ca possa refletir as evoluções ocorridas nas últimas to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
pelas edições anteriores na construção de uma cultu- concebe que um documento oficial ou um ato nor-
ra administrativa profissional e obediente às normas mativo de qualquer natureza seja redigido de forma
da Constituição da República. obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen-
Gilmar Ferreira Mendes; são. A transparência é requisito do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um
z Panorama da comunicação oficial ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O
princípio constitucional da publicidade não se esgota
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à
pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: necessidade de que o texto seja claro.
Para a obtenção de clareza, sugere-se:
„ Alguém que comunique;
„ Algo a ser comunicado; „ Utilizar palavras e expressões simples, em seu
„ Alguém que receba essa comunicação. sentido comum, salvo quando o texto versar
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili-
No caso da redação oficial, quem comunica é zará nomenclatura própria da área;
sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela „ Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen-
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi- tar as orações na ordem direta e evitar inter-
ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun- calações excessivas. Em certas ocasiões, para
to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da
destinatário dessa comunicação é o público, uma ordem inversa da oração;
instituição privada ou outro órgão ou entidade públi- „ Buscar a uniformidade do tempo verbal em
ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além todo o texto;
disso, deve-se considerar a intenção do emissor e „ Não utilizar regionalismos e neologismos;
a finalidade do documento, para que o texto esteja „ Pontuar adequadamente o texto;
adequado à situação comunicativa. „ Explicitar o significado da sigla na primeira
A necessidade de empregar determinado nível de referência a ela; e
linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decorre, „ Utilizar palavras e expressões em outro idioma
de um lado, do próprio caráter público desses atos e apenas quando indispensáveis, em razão de
comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos ofi- serem designações ou expressões de uso já con-
ciais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, caso, grafe-as em itálico, conforme orientações
ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades do subitem 10.2 deste Manual;
públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração,
for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá z Precisão
com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a
de informar com clareza e objetividade; O atributo da precisão complementa a clareza e
caracteriza-se por:
z O que é redação oficial?
„ Articulação da linguagem comum ou técnica
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é para a perfeita compreensão da ideia veicula-
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica- da no texto;
ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes- „ Manifestação do pensamento ou da ideia com as
sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público. mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní-
A redação oficial não é necessariamente árida e mia com propósito meramente estilístico; e
contrária à evolução da língua. É que sua finalidade „ Escolha de expressão ou palavra que não confi-
básica – comunicar com objetividade e máxima cla- ra duplo sentido ao texto.
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do É indispensável, também, a releitura de todo o tex-
texto jornalístico, da correspondência particular etc. to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos
Apresentadas essas características fundamentais obscuros provém principalmente da falta da releitu-
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
de cada um de seus atributos. de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil
A redação oficial deve caracterizar-se por: compreensão por seu destinatário. O que nos parece
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
„ Clareza e precisão; que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
„ Objetividade; cia de nossa experiência profissional, muitas vezes,
„ Concisão; faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
„ Coesão e coerência; o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
„ Impessoalidade; esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
„ Formalidade e padronização; e siglas e das abreviações e os conceitos específicos que
48 „ Uso da norma padrão da língua portuguesa. não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são “Apurado o resultado da consulta à população
elaboradas certas comunicações quase sempre com- acreana, verificou-se que a maioria da população se
promete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há manifestou pela rejeição da alteração realizada pela
assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, Lei no 11.662/2008. Não satisfeita com a nova hora
com sua indesejável repercussão no texto redigido. legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da popu-
A clareza e a precisão não são atributos que se lação do Acre demonstrou que a ela seria melhor
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos
demais características da redação oficial, apresen- que em Greenwich.”
tadas a seguir.
COESÃO E COERÊNCIA
OBJETIVIDADE
É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se dese- cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har-
ja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conse- monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o
guir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão
texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
qual é a ideia principal e quais são as secundárias.
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
Procure perceber certa hierarquia de ideias que
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
existe em todo texto de alguma complexidade: as
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
coerência de um texto são: referência, substituição,
esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
elipse e uso de conjunção.
cá-las; mas existem também ideias secundárias que
não acrescentam informação alguma ao texto, nem
têm maior relação com as fundamentais, podendo, z Referência
por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
rá mais objetividade ao texto. Diz respeito aos termos que se relacionam a outros
A objetividade conduz o leitor ao contato mais necessários a sua interpretação. Esse mecanismo
direto com o assunto e com as informações, sem sub- pode dar-se por retomada de um termo, relação com
terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra- o que é precedente no texto, ou por antecipação de um
do supor que a objetividade suprime a delicadeza de termo cuja interpretação dependa do que se segue.
expressão ou torna o texto rude e grosseiro. Exemplos:
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup-
CONCISÃO ção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi-
A concisão é antes uma qualidade do que uma natura e de identificação no documento.
característica do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir o máximo de informações com o z Substituição
mínimo de palavras.
Não se deve de forma alguma entendê-la como É a colocação de um item lexical no lugar de
economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar outro(s) ou no lugar de uma oração.
passagens substanciais do texto com o único objetivo Exemplos:
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder
de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.
que nada acrescentem ao que já foi dito. O ofício está pronto. O documento trata da exone-
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto ração do servidor.
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos, Os governadores decidiram acatar a decisão. Em
adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina- seguida, os prefeitos fizeram o mesmo;
ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
construído, prolixo: z Elipse
“Apurado, com impressionante agilidade e preci-
são, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo
população acriana, verificou-se que a esmagadora e
contexto.
ampla maioria da população daquele distante esta-
Exemplo:
do manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,
da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não
LÍNGUA PORTUGUESA

os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão


satisfeita, inconformada e indignada, com a nova
hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da do verbo “regulamenta”).
população do Acre demonstrou que a ela seria melhor
regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos Dica
que em Greenwich.”
Outra estratégia para proporcionar coesão e
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
coerência ao texto é utilizar conjunção para
rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), estabelecer ligação entre orações, períodos ou
o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre- parágrafos.
tudo em texto oficial, que deve primar pela impes- Exemplo:
soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha O Embaixador compareceu à reunião, pois iden-
concisão, harmonia e unidade: tificou o interesse de seu Governo pelo assunto. 49
IMPESSOALIDADE A formalidade de tratamento vincula-se, também,
à necessária uniformidade das comunicações. Ora,
A impessoalidade decorre de princípio constitucio- se a administração pública federal é una, é natural que
nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a as comunicações que expeça sigam o mesmo padrão.
dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste
a administração pública proceda de modo a não pri- Manual, exige que se atente para todas as caracterís-
vilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, ticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da apre-
sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da sentação dos textos.
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes
ação administrativa ser exercida por intermédio de seus para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. necessária a impressão, e a correta diagramação do
A redação oficial é elaborada sempre em nome do texto são indispensáveis para a padronização. Consul-
te o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito
serviço público e sempre em atendimento ao interes-
de normas específicas para cada tipo de expediente.
se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade,
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem
outra forma que não a estritamente impessoal.
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
tos da gramática formal e emprega um léxico compar-
que deve ser dado aos assuntos que constam das tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do
comunicações oficiais decorre: padrão culto é, portanto, imprescindível na redação
oficial por estar definido como padrão para tal ativi-
z Da ausência de impressões individuais de quem dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais,
comunica: embora se trate, por exemplo, de um morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos
expediente assinado por Chefe de determinada vocabulares e as particularidades linguísticas.
Seção, a comunicação é sempre feita em nome do Recomendações: A língua culta é contra a pobre-
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável za de expressão e não contra a sua simplicidade;
padronização, que permite que as comunicações O uso do padrão culto não significa empregar a lín-
elaboradas em diferentes setores da administra- gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de lingua-
ção pública guardem entre si certa uniformidade; gem próprias do estilo literário;
z Da impessoalidade de quem recebe a comuni- A consulta ao dicionário e à gramática é imperati-
cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre va na redação de um bom texto.
concebido como público, ou a uma instituição pri- Pode-se concluir que não existe propriamente
vada, a outro órgão ou a outra entidade pública. um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
Em todos os casos, temos um destinatário concebi- norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais.
do de forma homogênea e impessoal; e É claro que haverá preferência pelo uso de determi-
z Do caráter impessoal do próprio assunto tra- nadas expressões, ou será obedecida certa tradição no
tado: se o universo temático das comunicações emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
oficiais se restringe a questões que dizem respeito necessariamente, que se consagre a utilização de uma
ao interesse público, é natural não caber qualquer forma de linguagem burocrática. O jargão burocráti-
tom particular ou pessoal. co, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sem-
pre sua compreensão limitada.
Não há lugar na redação oficial para impressões
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial A redação das comunicações oficiais deve, antes
de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I,
deve ser isenta da interferência da individualidade de
“Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac-
quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
terísticas específicas de cada tipo de expediente, que
e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas-
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a
alcançada a necessária impessoalidade.
quase todas as modalidades de comunicação oficial.
FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO z Pronomes de tratamento

As comunicações administrativas devem ser De acordo com a forma como queremos ou deve-
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as informal, empregamos determinados pronomes cha-
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem- mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos:
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão „ Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
de documentos —, o documento em html etc.), quanto „ Você (s): para tratamento cerimonioso formal.
para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata- Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca-
mento. Não se trata somente do correto emprego deste ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
ou daquele pronome de tratamento para uma autori- o “você” para qualquer pessoa, independentemente de
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
50 assunto do qual cuida a comunicação. mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
Essa informação nos ajuda a entender por que os
AUTORIDADE Vice-Presidente da República
dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono- ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con-
trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias Senhor Vice-Presidente da
VOCATIVO
são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento República,
entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân- TRATAMENTO NO Vossa Excelência
cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO

z Emprego dos pronomes de tratamento ABREVIATURA V. Exa.

Modernamente, então, temos: AUTORIDADE Ministro de Estado

ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor


„ Você (s): para tratamento informal;
„ Senhor (e flexões): para tratamento cerimonio- VOCATIVO Senhor Ministro,
so formal. TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
tratamento adota a segunda pessoa do plural, de ABREVIATURA V. Exa.
maneira indireta, para referenciar atributos da pes-
soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em Secretário-Executivo de Minis-
três momentos distintos: no endereçamento, no voca- AUTORIDADE tério e demais ocupantes
tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se de cargos de natureza especial
ao destinatário no início do documento. No corpo do ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento
em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça- VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo,
mento é o texto utilizado no envelope que contém a TRATAMENTO NO Vossa Excelência
correspondência oficial. CORPO DO TEXTO
A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
mes de tratamento no texto oficial. ABREVIATURA V. Exa.

AUTORIDADE Presidente da República


AUTORIDADE Embaixador
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Excelentíssimo Senhor Presiden-
VOCATIVO VOCATIVO Senhor Embaixador,
te da República,
TRATAMENTO NO TRATAMENTO NO Vossa Excelência
Vossa Excelência CORPO DO TEXTO
CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA Não se usa ABREVIATURA V. Exa.

Presidente do Congresso Oficial-General das Forças


AUTORIDADE AUTORIDADE
Nacional Armadas
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
VOCATIVO Senhor + Posto,
Excelentíssimo Senhor Presi-
VOCATIVO TRATAMENTO NO Vossa Excelência
dente do Congresso Nacional,
CORPO DO TEXTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ABREVIATURA V. Exa.

ABREVIATURA Não se usa


AUTORIDADE Outros postos militares
LÍNGUA PORTUGUESA

ENDEREÇAMENTO Ao Senhor
Presidente do Supremo Tribu-
AUTORIDADE VOCATIVO Senhor + Posto,
nal Federal
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor CORPO DO TEXTO
Excelentíssimo Senhor Pre- ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
Federal,
AUTORIDADE Senador da República
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor

ABREVIATURA Não se usa VOCATIVO Senhor Senador,


51
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:
CORPO DO TEXTO
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa
ABREVIATURA V. Exa. Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).
Signatário

AUTORIDADE Deputado Federal „ Cargos interino e substituto: na identificação


do signatário, depois do nome do cargo, é pos-
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor sível utilizar os termos interino e substituto,
VOCATIVO Senhor Deputado, conforme situações a seguir: interino é aquele
nomeado para ocupar transitoriamente cargo
TRATAMENTO NO Vossa Excelência público durante a vacância; substituto é aque-
CORPO DO TEXTO le designado para exercer as atribuições de
cargo público vago ou no caso de afastamen-
ABREVIATURA V. Exa. to e impedimentos legais ou regulamentares
do titular. Esses termos devem ser utilizados
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu-
Ministro do Tribunal de Contas
AUTORIDADE la e em minúsculo.
da União
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Exemplos: Diretor-Geral interino;
Senhor Ministro do Tribunal de Secretário-Executivo substituto;
VOCATIVO
Contas da União,
Vossa Excelência „ Signatárias do sexo feminino
TRATAMENTO NO
CORPO DO TEXTO
Na identificação do signatário, o cargo ocupado
ABREVIATURA V. Exa. por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no
gênero feminino.
Exemplos: Ministra de Estado;
Ministro dos Tribunais
AUTORIDADE Secretária-Executiva interina;
Superiores
Técnica Administrativa;
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Coordenadora Administrativa;
VOCATIVO Senhor Ministro,
„ Grafia de cargos compostos: escrevem-se com
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
hífen.
CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA V. Exa. Exemplos:
Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge-
ral, relator-geral, ouvidor-geral;
A profusão de normas estabelecendo hipóteses de Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre-
tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” tário, segundo-secretário;
para categorias específicas tornou inviável arrolar Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, ca-
todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns pitão-tenente;
exemplos mais recorrentes.
Importante!
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Nomes compostos com elemento de ligação
Os pronomes de tratamento apresentam certas preposicionado ficam sem hífen: general de exér-
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi- cito, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar,
nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pes- capitão de mar e guerra.
soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a
concordância para a terceira pessoa. Cargos que denotam hierarquia dentro de uma
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
são utilizados para se comunicar diretamente com o -chefe, sócio-gerente, diretor-executivo;
receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor. Cargos formados por numerais: primeiro-minis-
tro, primeira-dama;
Da mesma forma, os pronomes possessivos refe-
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
ridos a pronomes de tratamento são sempre os da ex-diretor, vice-coordenador.
terceira pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso
substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren-
substituto.”) cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem-
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono- plo: o Presidente francês ou o presidente francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso
mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco-
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que lha para a grafia de todos os elementos hifenizados:
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden-
52 correto é: Vossa Excelência está atarefado. te”, mas não “Vice-presidente”.Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas A distinção básica anterior entre os três era:
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
de vírgula. „ Aviso: era expedido exclusivamente por Minis-
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, tros de Estado, para autoridades de mesma
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou hierarquia;
Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, segui- „ Ofício: era expedido para e pelas demais auto-
dos de vírgula. ridades; e
Exemplos: „ Memorando: era expedido entre unidades
administrativas de um mesmo órgão.
„ Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
„ Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres- Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e
so Nacional; passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
„ Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
Tribunal Federal. ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
aparece no documento oficial.
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas
por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou Partes do Documento no Padrão Ofício
Senhora seguido do cargo respectivo.
Exemplos: z Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na pri-
meira página do documento, centralizado na área
„ Senhora Beneficiária; determinada pela formatação (ver subitem “5.2
„ Senhor Contribuinte. Formatação e apresentação”).

Na hipótese de comunicação com particular, pode- No cabeçalho, deverão constar os seguintes elementos:
-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocu- z Brasão de Armas da República: no topo da pági-
tor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc. na. Não há necessidade de ser aplicado em cores.
Exemplos: O uso de marca da instituição deve ser evitado na
correspondência oficial para não se sobrepor ao
„ Senhora Senadora; Brasão de Armas da República.
„ Senhor Juiz;
„ Senhora Ministra.

Ainda, quando o destinatário for um particu-


lar, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora
seguido do nome do particular ou pode-se utilizar
o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.
Exemplos:

� Senhora [Nome];
„ Prezado Senhor.

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de


Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).

Importante! O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas


da República pode ser localizado no sítio eletrôni-
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente.
co da Presidência da República, na seção Símbolos
O tratamento por meio de Senhor confere a for-
malidade desejada. Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov.
Exemplos: br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
� Senhora [Nome]; brasao/brasao-da-republica.jpg/view
No caso de documento a ser impresso, exclusiva-
LÍNGUA PORTUGUESA

� Prezado Senhor.
mente quando o signatário for o Presidente da Repú-
blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
FINALIDADE DO EXPEDIENTES OFICIAIS autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,
nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
O padrão Ofício
novembro de 1977.
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
„ Nome do órgão principal;
de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran- „ Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar sários, da maior para a menor hierarquia; e
nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que „ Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
chamamos de padrão ofício. Exemplo: 53
z Endereçamento

O endereçamento é a parte do documento que


informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

„ Vocativo: na forma de tratamento adequada


para quem receberá o expediente (ver subitem
“4.1 Pronomes de tratamento”);
„ Nome: nome do destinatário do expediente;
„ Cargo: cargo do destinatário do expediente;
„ Endereço: endereço postal de quem receberá o
expediente, dividido em duas linhas:

Primeira linha: informação de localidade/logra-


douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
órgão, informação do setor;
Segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
ração, separados por espaço simples. Na separação
[Nome do órgão] entre cidade e unidade da federação pode ser substi-
[Secretaria/Diretoria] tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
[Departamento/Setor/Entidade] de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor-
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, mação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
endereço de correspondência eletrônica, site eletrô- cidade/unidade da federação; e
nico oficial da instituição, podem ser informados no
rodapé do documento, centralizados; „ Alinhamento: à margem esquerda da página.
z Identificação do expediente O pronome de tratamento no endereçamento das
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por
Os documentos oficiais devem ser identificados da Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce-
seguinte maneira: lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for
„ Nome do documento: tipo de expediente por Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
extenso, com todas as letras maiúsculas; “Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se
„ Indicação de numeração: abreviatura da utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A
palavra “número”, padronizada como No; Sua Senhoria a Senhora”.
„ Informações do documento: número, ano Exemplos:
(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que A Sua Excelência o Senhor
expede o documento, da menor para a maior [Nome]
hierarquia, separados por barra (/); e Ministro de Estado da Justiça
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. Esplanada dos Ministérios Bloco T
70064-900 Brasília/DF
Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT;
À Senhora
z Local e data do documento [Nome]
Diretora de Gestão de Pessoas
Na grafia de datas em um documento, o conteúdo SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I
deve constar da seguinte forma: 70070-030 Brasília. DF;

„ Composição: local e data do documento; z Assunto


„ Informação de local: nome da cidade onde foi
expedido o documento, seguido de vírgula. Não O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o
se deve utilizar a sigla da unidade da federação documento, de forma sucinta.
depois do nome da cidade; Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
„ Dia do mês: em numeração ordinal se for o
primeiro dia do mês e em numeração cardinal „ Título: a palavra “Assunto” deve anteceder
para os demais dias do mês. Não se deve uti- a frase que define o conteúdo do documento,
lizar zero à esquerda do número que indica o seguida de dois-pontos;
dia do mês; „ Descrição do assunto: a frase que descreve o
„ Nome do mês: deve ser escrito com inicial conteúdo do documento deve ser escrita com
minúscula; inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois da e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
data; e „ Destaque: todo o texto referente ao assun-
„ Alinhamento: o texto da data deve ser alinha- to, inclusive o título, deve ser destacado em
do à margem direita da página. negrito;
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois do as-
Exemplo: sunto; e
54 Brasília, 2 de fevereiro de 2018. „ Alinhamento: à margem esquerda da página.
Exemplos: Numeração dos parágrafos: apenas quando o
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
julho/2018. meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Assunto: Aquisição de computadores;

z Texto do documento Dica


Houve alteração das fontes e símbolos de Times
O texto do documento oficial deve seguir a seguin-
te padronização de estrutura: New Roman para Calibri ou Carlito.

„ Nos casos em que não seja usado para enca- z Fechos para comunicações
minhamento de documentos, o expediente
deve conter a seguinte estrutura: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des-
Introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni- tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili-
cação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a
forma direta: Informo, Solicito, Comunico; Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas este Manual estabelece o emprego de somente dois
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que con- fechos diferentes para todas as modalidades de comu-
fere maior clareza à exposição; e nicação oficial:
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. Para autoridades de hierarquia superior à do
remetente, inclusive o Presidente da República:
„ Quando forem usados para encaminhamento Respeitosamente,
de documentos, a estrutura é modificada: Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Introdução: deve iniciar com referência ao expe- Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
com a informação do motivo da comunicação, que é a rito e tradição próprios.
encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou „ O fecho da comunicação deve ser formatado
signatário e assunto de que se trata) e a razão pela da seguinte maneira:
qual está sendo encaminhado; e
Exemplos: Alinhamento: alinhado à margem esquerda da
página;
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril
de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, gem esquerda;
que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. Espaçamento entre linhas: simples;
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do
cada parágrafo e não deve ser numerado;
Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente
da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na re- z Identificação do signatário
gião Nordeste.
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-
dente da República, todas as demais comunicações ofi-
Desenvolvimento: se o autor da comunicação
desejar fazer algum comentário a respeito do docu- ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há „ Nome: nome da autoridade que as expede, gra-
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se
para encaminhamento de documentos.
LÍNGUA PORTUGUESA

usa linha acima do nome do signatário;


„ Cargo: cargo da autoridade que expede o docu-
„ Tanto na estrutura I quanto na estrutura II,
o texto do documento deve ser formatado da mento, redigido apenas com as iniciais maiús-
seguinte maneira: culas. As preposições que liguem as palavras do
cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
Alinhamento: justificado; „ Alinhamento: a identificação do signatário
Espaçamento entre linhas: simples; deve ser centralizada na página. Para evitar
Parágrafos:
equívocos, recomenda-se não deixar a assina-
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
cada parágrafo; tura em página isolada do expediente. Trans-
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar- fira para essa página ao menos a última frase
gem esquerda; anterior ao fecho. 55
Exemplo:

(espaço para assinatura)


NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

z Numeração das páginas


A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:

„ Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e


„ Fonte: Calibri ou Carlito.

z Formatação e apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:

„ Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);


„ Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
„ Margem lateral direita: 1,5 cm;
„ Margens superior e inferior: 2 cm;
„ Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
„ Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
„ Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso,
as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
„ Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
são colorida para gráficos e ilustrações;
„ Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
matação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
„ Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
„ Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preser-
vado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, prefe-
rencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados
no serviço público, tais como docx, odt ou rtf;
„ Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:

Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do


conteúdo

Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

56
A seguir, segue alguns exemplos de Ofício:

LÍNGUA PORTUGUESA

57
(29,7 cm x 21 cm)

58
59
LÍNGUA PORTUGUESA
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO

z Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;

z Exposição de Motivos

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:


propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado
assunto.
A exposição de Motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil;

z Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

„ Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
„ Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
„ Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar
o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº
9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito
que permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:

„ Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


„ Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
normativas no âmbito do Poder Executivo;
„ Conferir transparência aos atos propostos;
„ Resumir os principais aspectos da proposta; e
„ Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário;

z Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de moti-
60 vos com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:

LÍNGUA PORTUGUESA

61
z Mensagem

A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

„ Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de


lei complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
anuais e créditos adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime nor-
mal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1° a 4°). O projeto pode ser encaminhado
62 sob o regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com ofí-
cio do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro-Secretário da Câmara dos
Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e os res-
pectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constitui-
ção impõe a deliberação congressual em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”.
E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5°), que
comanda as sessões conjuntas.

„ Encaminhamento de medida provisória: para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o


Presidente da República encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com ofício para o
Primeiro-Secretário do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória;
„ Indicação de autoridades: nas mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pessoas para
ocuparem determinados cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do Tribunal de Contas da
União, presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes de missão diplomá-
tica, diretores e conselheiros de agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III e IV do caput do
art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indicação;

O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
acompanha a mensagem.

„ Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se ausentarem do país


por mais de 15 dias: trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, caput, inciso III e art. 83), e
a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da República, tradicional-
mente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do
Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas;
„ Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de concessão de emissoras de rádio e TV: a
obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do art. 49
da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou a renovação da concessão após deliberação
do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista na
Constituição, art. 64, uma vez que o § 1° do art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo administrativo;
„ Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior: o Presidente da República tem o prazo
de 60 dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas referentes
ao exercício anterior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista
permanente (Constituição, art. 166, § 1°), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas
(Constituição, art. 51, caput, inciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno;
„ Mensagem de abertura da sessão legislativa: deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
do país e a solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador da
mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais, porque
vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro;
„ Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): esta mensagem é dirigida aos Membros do
Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde se originaram os autó-
grafos. Nela, se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos rece-
bidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção;
„ Comunicação de veto: dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem
informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu
texto é publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publica-
ção se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo;
„ Outras mensagens remetidas ao Legislativo:

Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).


Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição,
art. 49, caput, inciso I);
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação


(Constituição, art. 155, § 2°, inciso IV);
Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput,
inciso VI);
Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6°);
Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso XI, e art.
128, § 2°);
Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4°);
Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); 63
Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5°);
Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8°);
Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,
art. 188, § 1°). Forma e estrutura:

As mensagens contêm:

„ Brasão: timbre em relevo branco;


„ Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
„ Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,
com o recuo de parágrafo dado ao texto;
„ Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
„ Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:

64
z Correio eletrônico (e-mail) z Saudação inicial/vocativo

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
prática comum, não só em âmbito privado, mas tam- por uma saudação. Quando endereçado para outras
bém na administração pública. O termo e-mail pode ser instituições, para receptores desconhecidos ou para
empregado com três sentidos. Dependendo do contex- particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
to, pode significar gênero textual, endereço eletrônico os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- Senhor”, “Prezada Senhora”.
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- Exemplos:
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível Senhor Coordenador;
com uma comunicação oficial. Prezada Senhora;
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido-
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a z Fecho
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens ele- Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
mou-se na principal forma de envio e recebimento de uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
documentos na administração pública; como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
z Valor documental devem ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
documental, isto é, para que possa ser aceito como deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
documento original, é necessário existir certificação outro documento oficial;
digital que ateste a identidade do remetente, segundo
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- z Bloco de texto da assinatura
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra-
sileira – ICP-Brasil. Sugere-se que todas as instituições da administra-
O destinatário poderá reconhecer como válido ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio Exemplo:
documento físico assinado ou por meio eletrônico Maria da Silva
reconhecido pela ICP-Brasil. Assessora
Salvo lei específica, não é dado ao ente público Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
impor a aceitação de documento eletrônico que não (61)XXXX-XXXX;
atenda os parâmetros da ICP-Brasil;
z Anexos
z Forma e estrutura
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
Um dos atrativos de comunicação por correio imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve
sa definir padronização da mensagem comunicada. trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
No entanto, devem-se observar algumas orientações Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele
quanto à sua estrutura; é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo
no corpo do correio eletrônico.
z Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
nhamento de anexos nas mensagens de resposta.
O assunto deve ser o mais claro e específico pos- Os arquivos anexados devem estar em formatos
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará Quando se tratar de documento ainda em discussão,
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do formato que possa ser editado;
LÍNGUA PORTUGUESA

correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- z Recomendações
te o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não „ Sempre que necessário, deve-se utilizar recur-
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um so de confirmação de leitura. Caso não esteja
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião disponível, deve constar da mensagem pedido
sobre a Reforma da Previdência”; de confirmação de recebimento;
„ Apesar da imensa lista de fontes disponíveis
z Local e data nos computadores, mantêm-se a recomenda-
ção de tipo de fonte, tamanho e cor dos docu-
São desnecessários no corpo da mensagem, uma mentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12,
vez que o próprio sistema apresenta essa informação; cor preta; 65
„ Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
„ A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
documentos oficiais;
„ O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
utilizados;
„ Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
„ Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação.
„ Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
„ Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.

ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO

z Ata

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim;

z Normas

Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.

Comércio de Peças 24 horas Ltda.

DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo
qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.

Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.

z Atestado

Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.

„ Como fazer:

O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
66 O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;

„ A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:

Título, ou seja, a palavra ATESTADO em maiúsculas;


Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identi-
ficação da pessoa que solicitou;
Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.

Secretaria de Segurança Pública


ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES

Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar-
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.

São Paulo, 9 de setembro de 2009.

Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP

z Circular

Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.

CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.

ASSUNTO: Obras no Estacionamento

Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,

Fulano de Tal
LÍNGUA PORTUGUESA

Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios

z Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de:
67
„ Título: DECLARAÇÃO;
„ Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Manaus, 20 de abril de 2007

ClarkKent
_____________________
Super Homem

z Requerimentos

Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:

„ Nome e qualificação do requerente;


„ Exposição e solicitação;
„ Pedido de deferimento;
„ Local e data;
„ Assinatura.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.

Termos em que pede


deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.

João Paulo Silva


Gerente Comercial
Crotalo Nefasto

Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados.

68
z Relatório

É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de

„ Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);


„ Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);
„ Introdução - apresentação do observador e do fato observado;
„ Texto - exposição cronológica do fato observado;
„ Fecho;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO

Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/


DPF/DF,

No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate


ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP).
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de
22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de Inteligência
Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO
CAETANO;ocoordenadordePolíciaCriminalInternacional,DPFALBERTOLASSERREKRATZFILHO;alémdestasignatária;
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul,
Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia,
da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do
Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela M. B. Leite, que destacou as
atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de
InteligênciaPolicial.TodosdestacaramaimportânciadaintegraçãoentreasforçasdesegurançapúblicadoMERCOSUL
e países associados, como fundamental para buscar a eficácia no combate a criminalidade em todos os países.
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Delegado de
PolíciaFederal,GetúlioBezerradosSantos,proferiupalestra,deumahora,abordandootema:CrimeOrganizadonoMercosul.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF
Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária.
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coordenação
e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação continuada
das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de
pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.
Ao final foram entregues certificados a todos os participantes.
Brasília, 3 de janeiro de 2007.

Mariângela Margarida da Nata Leite


Mariângela Margarida da Nata Leite
Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC
LÍNGUA PORTUGUESA

z Parecer

A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.

„ Vocativo;
„ Identificação do especialista;
„ Introdução - apresentação do assunto;
„ Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário). 69
Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Sr. Juiz,

Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
(AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).

Para apreciação de V. Exa.,


Respeitosamente,
Cidade, 7 de abril de 2008.

Eugênio Da Silva Civil


Profissional
Engenheiro Civil

É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de ende-
reçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às redações
oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração em
provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse decreto,
indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n. 9.758, de 11 de
abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.

DECRETO N. 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019

Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimônias das quais o agente público federal participe.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares;
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário;
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e aos presidentes de empresas públicas e sociedades de economia
mista;
6. aos empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da administração pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
70 § 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais; e
2. às comunicações entre agentes públicos da administração pública federal e agentes públicos do Poder Judiciário,
do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de outros entes fede-
rativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra parte, com base em norma aplicável ao órgão, à
entidade ou aos ocupantes dos cargos.

Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”,
independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento, ainda que
abreviadas:
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
2. Vossa Senhoria;
3. Vossa Magnificência;
4. doutor;
5. ilustre ou ilustríssimo;
6. digno ou digníssimo; e
7. respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput, mediante invocação
de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso
haja erro na forma de tratamento empregada.

Endereçamento de comunicações

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamen-
to ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do destinatário nas
hipóteses de:
1. a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do desti-
natário; ou
2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

Vigência

Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio de 2019.


Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO

HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) A frase em que a palavra ou expressão destacada respeita as regras ortográficas e gramati-
cais da norma padrão é:

a) As crianças querem estar aonde a fantasia está.


b) Queremos saber por que a ideia de eternidade nos fascina.
c) O gosto adocicado do chicle mau acaba e queremos outro.
d) Nada como balas e chicletes durante uma seção de cinema.
e) A ideia de viver para sempre persegue o homem a séculos.
LÍNGUA PORTUGUESA

2. (CESGRANRIO — 2021)

Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha pro-
vado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava.
Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha
irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
71
— Não acaba nunca, e pronto. segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portu-
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada guesa, é
para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei
a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o a) extra-escolar / médico-cirurgião
elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia b) bem-educado / vagalume
acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às c) portarretratos / dia a dia
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chu- d) arco-íris / contra-regra
par depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com e) subutilizar / sub-reitor
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente,
tornando possível o mundo impossível do qual eu já 4. (CESGRANRIO — 2021)
começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei
afinal pondo o chicle na boca. Privacidade digital: quais são os limites
— E agora que é que eu faço?
Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros
— Perguntei para não errar no ritual que certamente usuários de internet, representando cerca de 69,8% da
deveria haver. população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo,
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sen-
e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. do que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.
E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase)
já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado utópico. Uma vez na rede, a informação está registra-
do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, da para sempre: deixamos rastros que podem ser des-
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. cobertos a qualquer momento.
— Acabou-se o docinho. E agora? Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição,
— Agora mastigue para sempre. essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é impor-
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a tante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência
mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa para os usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não
cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. são apenas as redes sociais que expõem as pessoas.
Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser
verdade eu não estava gostando do gosto. E a vanta- rastreado por diferentes empresas e provedores.
gem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de A questão central não se resume somente à política
medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao
infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura modo como cada sociedade vem paulatinamente
da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, estruturando a sua política de proteção de dados.
eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não A segurança da informação já se transformou em
suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei uma área estratégica para qualquer tipo de empre-
um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. sa. Independentemente da demanda de armazena-
— Olha só o que me aconteceu! mento de dados de clientes, as organizações têm um
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza. universo de dados institucionais que precisam ser
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! salvaguardados.
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba Estamos diante de uma realidade já configurada: a
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gen- coleta de informações da internet não para, e esse é
te pode ir mastigando, mas para não engolir no sono um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clien-
agente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia tes, estamos prontos e dispostos a definir o limite da
lhe dou outro, e esse você não perderá. privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse
limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha assim quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo
que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, mui-
Sem o peso da eternidade sobre mim. to possivelmente não. Isso porque, embora muitas
pessoas não saibam, a maioria das redes sociais pre-
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. vê que, a partir do momento em que um conteúdo é
postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
Daí a importância da conscientização. É preciso que
No texto, foram empregadas as palavras aí e ótimo, tanto clientes como empresas busquem mais infor-
ambas acentuadas graficamente. mação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organiza-
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos ções, cabe o desafio de orientar seus clientes, já que,
mesmos motivos que aí e ótimo são, respectivamente, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
limites da privacidade digital.
a) juíz e ébano Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar
b) Icaraí e rítmo permanentemente o que quer. Nesse contexto, a infor-
c) caquís e incrédulo mação deixou de ser algo confiável e cabe a cada um
d) país e sonâmbulo de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisamos
e) abacaxí e econômia de consciência, senso crítico, responsabilidade e cui-
dado para levar a internet a um outro nível. É fato que
3. (CESGRANRIO — 2021) O grupo de palavras que aten- ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de
de às exigências relativas ao emprego ou não do hífen, maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a
72
privacidade digital? Essa é uma causa comum a todos É preciso pensar em como agrupar esses alunos e ave-
os usuários da rede. riguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir
como enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital- extras, com anos (letivos) de transição.
quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na
No trecho “Esse limite poderia ser dado pelo próprio pandemia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
consumidor, se ele assim quiser?” (parágrafo 6), a for- bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.
ma verbal destacada expressa a noção de

a) dever 6. (CESGRANRIO — 2021) No trecho “A importância de


b) certeza cultivar interações entre os estudantes, mesmo que
c) hipótese eles não estejam no mesmo ambiente físico” (parágra-
d) obrigação fo 4), a expressão destacada estabelece com a oração
e) necessidade principal a relação de

5. (CESGRANRIO — 2021) O período em que a palavra a) condição


ou a expressão em destaque não está empregada de b) concessão
acordo com a norma-padrão é: c) comparação
d) conformidade
e) proporcionalidade
a) As professoras de que falamos são ótimas.
b) A folha em que deve ser feita a prova é essa.
c) A argumentação onde é provado o crime foi dele. 7. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-pa-
d) O aluno cujo pai chegou é Pedro. drão da língua portuguesa, o emprego adequado da
e) As meninas que querem cortar os cabelos são vírgula está plenamente atendido em:
aquelas.
a) O ensino remoto, com a pandemia de Covid-19 passou
Texto para as questões de 6 a 10 a fazer parte do processo de escolarização em todo o
Brasil.
b) A melhor fase do ensino on-line tem sido vivida, atual-
Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
mente embora permaneça a dúvida se é possível ensi-
nar às crianças de forma remota.
No momento em que se tornam ainda mais comple-
c) Como o país não tinha experiências significativas
xas as discussões sobre a volta às aulas presenciais,
no ensino remoto, precisou aderir à prática de forma
o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas
emergencial.
famílias, atualmente.
d) A qualidade do ensino remoto era questionada, no pas-
Mas um ano sem precedentes na história veio acom- sado porém o aprendizado conta com tecnologias que
panhado de lições inéditas para professores, alunos garantem ótimos resultados. e) Um grande número
e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de de pesquisadores tem procurado avaliar, quais são as
dados ou a dispositivos, a alternativa de muitas famí- vantagens e desvantagens da educação a distância.
lias e professores tem sido se conectar regularmente
via aplicativos de mensagens. 8. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-pa-
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores drão da língua portuguesa, o uso do acento grave indi-
mantinham contato com seus alunos por meio dos cativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas
próprias plataformas de aprendizagem. Esse uso foi a) A prática de ensino remoto levou as famílias a situa-
uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ções difíceis de comunicação com as instituições de
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino ensino.
foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular com- b) As aulas remotas surgem como uma alternativa para
partilhado (entre vários membros da família), o que é a redução dos impactos negativos no processo de
algo muito desafiador. aprendizagem.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, c) As escolas e os professores foram levados a essa prá-
mensagens direcionadas são uma forma relativa- tica de ensino remoto, em função da chegada inespe-
mente barata de comunicação. A importância de rada do vírus.
cultivar interações entre os estudantes, mesmo que d) O interesse pelo ensino on-line não tem diminuído
eles não estejam no mesmo ambiente físico, também porque começou a ser considerado a única opção de
LÍNGUA PORTUGUESA

é uma forma de motivá-los e melhorar seus resulta- escolarização durante a pandemia.


dos. Recentemente, uma pesquisadora afirmou que e) Os bons resultados de desempenho dos alunos são
“Aprendemos que precisamos dos demais: comparar obtidos graças a dedicação dos professores no ensino
estratégias, falar com alunos, com outros professores on-line.
e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo
que seja cada um na sua casa. Além disso, a pande- 9. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-pa-
mia ressaltou a importância do vínculo anterior entre drão da língua portuguesa, a concordância do termo
escolas e comunidades”. em destaque está plenamente respeitada em:
Embora seja difícil prever exatamente como o fecha-
mento das escolas vai afetar o desenvolvimento futu- a) A capacitação dos técnicos e o atendimento aos tra-
ro dos alunos, educadores internacionais estimam que balhadores da área da saúde precisam ser desenvol-
estudantes da educação básica já foram impactados. vidos em todo o país.
73
b) As famílias dos alunos e os professores da rede públi-
ca das diferentes regiões brasileiras devem ser acolhi-
ANOTAÇÕES
das pelas direções das escolas.
c) O estudo das diferentes disciplinas e a realização de
provas bimestrais, após a chegada da Covid-19, têm
sido planejadas com muito cuidado.
d) O tratamento das doenças respiratórias e a vacinação
de toda a população devem ser implementadas pelos
órgãos responsáveis.
e) Os arquivos escolares e as notas dos estudantes
necessitam ser guardadas com o maior sigilo para
recuperação no futuro.

10. (CESGRANRIO — 2021) O trecho em que a palavra des-


tacada evidencia a opinião do autor do texto é:

a) “o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas


famílias, atualmente.” (parágrafo 1)
b) “tem sido se conectar regularmente via aplicativos de
mensagens” (parágrafo 2)
c) “A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geral-
mente, por um celular” (parágrafo 3)
d) “felizmente, mensagens direcionadas são uma forma
relativamente barata de comunicação” (parágrafo 4)
e) “Embora seja difícil prever exatamente” (parágrafo 5)

11. (BASA — 2021) Conforme o Manual de Redação da


Presidência da República, a clareza deve ser a qualida-
de básica de todo texto oficial, não sendo nele admi-
tidas ambiguidades. Tal característica, necessária ao
texto oficial, é encontrada na seguinte frase:

a) A autoridade em exercício comunica aos servidores


que as medidas mencionadas em sua carta aberta
deverão ter prioridade.
b) Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais
deverão encaminhar as informações sobre a área em
estudo consideradas adequadas.
c) Foi cancelada a fala oficial para a cerimônia de posse
na qual investi muito trabalho.
d) O gerente de produção comunicou a seu assessor
direto que ele será exonerado.
e) O advogado criticou o artigo do edital que foi cancelado

9 GABARITO

1 B

2 D

3 E

4 C

5 C

6 B

7 C

8 E

9 A

10 D

11 B

74
Importante!
A soma ou subtração de dois números pares tem
resultado par. Ex.: 12 + 8 = 20; 12 – 8 = 4.
MATEMÁTICA A soma ou subtração de dois números ímpares
tem resultado par. Ex.: 13 + 7 = 20; 13 – 7 = 6.
A soma ou subtração de um número par com
outro ímpar tem resultado ímpar.
Ex.: 14 + 5 = 19; 14 – 5 = 9.
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E A multiplicação de números pares tem resultado
REAIS par. Ex.: 8 · 6 = 48.
A multiplicação de números ímpares tem resul-
Antes de adentrar ao estudo dos números inteiros, tado ímpar: Ex.: 3 · 7 = 21.
faz-se importante fazer uma breve introdução acerca A multiplicação de um número par por um núme-
dos números naturais. ro ímpar tem resultado par. Ex.: 4 · 5 = 20.

NÚMEROS NATURAIS NÚMEROS INTEIROS

Os números construídos com os algarismos de 0 a Os números inteiros são os números naturais e


9 são chamados de naturais. O símbolo desse conjun- seus respectivos opostos (negativos). Veja:
to é a letra N, e podemos escrever os seus elementos Z = {..., -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
entre chaves: O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, …} importante é saber que todos os números naturais
Os três pontos, as reticências, indicam que este são inteiros, mas nem todos os números inteiros são
naturais. Logo, podemos representar através de dia-
conjunto tem infinitos números naturais.
gramas e afirmar que o conjunto de números naturais
O zero não é um número natural propriamente está contido no conjunto de números inteiros ou ain-
dito, pois não é um número de “contagem natural”. da que N é um subconjunto de Z. Observe:
Por isso, utiliza-se o símbolo N* para designar os
números naturais positivos, isto é, excluindo o zero.
Veja: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7…}

Dica
O símbolo do conjunto dos números naturais é a Z N
letra N e podemos ter, ainda, o símbolo N*, que
representa os números naturais positivos, isto é,
excluindo o zero.

Conceitos básicos relacionados aos números naturais:


Podemos destacar alguns subconjuntos de núme-
z Sucessor: é o próximo número natural. ros. Veja:
Exemplo: o sucessor de 4 é 5, e o sucessor de 51 é
z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja
52. E o sucessor do número “n” é o número “n+1”. que são os números naturais.
z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}.
z Antecessor: é o número natural anterior.
Veja que o zero também faz parte deste conjunto,
Exemplo: o antecessor de 8 é 7, e o antecessor de 77 pois ele não é positivo nem negativo.
z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero
é 76. E o antecessor do número “n” é o número “n-1”.
não faz parte.
z Números consecutivos: são números em sequência. z Números inteiros positivos = {5, 6, 7...}. Novamen-
te, o zero não faz parte.
Exemplo: 5, 6, 7 são números consecutivos, porém
10, 9, 11 não são. Assim, (n-1, n e n+1) são números Operações com Números Inteiros
MATEMÁTICA

consecutivos.
As quatro operações básicas que podemos efetuar
z Números naturais pares: são aqueles que, ao com estes números são: adição, subtração, multiplica-
ção e divisão.
serem divididos por 2, não deixa resto. Por isso, o
zero também é par. Logo, todos os números que
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou
terminam em 0, 2, 4, 6 ou 8 são pares; seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25
z Números naturais ímpares: ao serem divididos
por 2, deixam resto 1. Todos os números que ter- Veja mais alguns exemplos:
minam em 1, 3, 5, 7 ou 9 são ímpares. Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18 75
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85 SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Principais propriedades da operação de adição: Operações Resultados
+ + +
„ Propriedade comutativa: a ordem dos números - - +
não altera a soma.
+ - -
- + -
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.

„ Propriedade associativa: quando é feita a adição Dica


de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles,
primeiramente, e depois somar o outro, em qual- � A multiplicação de números de mesmo sinal
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado. tem resultado positivo.
Ex.: 51 · 2 = 102; (-33) · (-3) = 99
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10 � A multiplicação de números de sinais diferen-
tes tem resultado negativo.
„ Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da
Ex.: 25 · (-4) = -100; (-15) · 5 = -75
adição, pois qualquer número somado a zero é
igual a ele mesmo.
Principais propriedades da operação de
Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55. multiplicação:

„ Propriedade do fechamento: a soma de dois núme- „ Propriedade comutativa: A · B é igual a B · A, ou


ros inteiros sempre gera outro número inteiro. seja, a ordem não altera o resultado.

Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o Ex.: 8 · 5 = 5 · 8 = 40.


número inteiro 10 (8 + 2 = 10).
„ Propriedade associativa: (A · B) · C é igual a (C ·
� Subtração: subtrair dois números é o mesmo que dimi- B) · A, que é igual a (A · C) · B.
nuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja, subtrair 7 de
20 significa retirar 7 de 20, restando 13: 20 – 7 = 13.
Ex.: (3 · 4) · 2 = 3 · (4 · 2) = (3 · 2) · 4 = 24.
Veja mais alguns exemplos:
„ Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento
Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11
30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20 neutro da multiplicação, pois ao multiplicar 1
por qualquer número, este número permane-
Principais propriedades da operação de subtração: cerá inalterado.

„ Propriedade comutativa: como a ordem dos Ex.: 15 · 1 = 15.


números altera o resultado, a subtração de núme-
ros não possui a propriedade comutativa. „ Propriedade do fechamento: a multiplicação de
números inteiros sempre gera um número inteiro.
Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130.
Ex.: 9 · 5 = 45
„ Propriedade associativa: não há essa proprie-
dade na subtração. „ Propriedade distributiva: essa propriedade é
„ Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da
exclusiva da multiplicação. Veja como fica: A ·
subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer
número, este número permanecerá inalterado. (B+C) = (A · B) + (A · C)

Ex.: 13 – 0 = 13. Ex.: 3 · (5+7) = 3 · (12) = 36


Usando a propriedade:
„ Propriedade do fechamento: a subtração de 3 · (5+7) = 3 · 5 + 3 · 7 = 15+21 = 36
dois números inteiros sempre gera outro
número inteiro. z Divisão: quando dividimos A por B, queremos
repartir a quantidade A em partes de mesmo
Ex.: 33 – 10 = 23. valor, sendo um total de B partes.

z Multiplicação: a multiplicação funciona como se Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
fosse uma repetição de adições. Veja:
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso, tere-
mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
A multiplicação 20 · 3 é igual à soma do número 20
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte · 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
Algo que é muito importante e você deve lembrar sem- Algo que é muito importante e você deve lembrar
76 pre são as regras de sinais na multiplicação de números: sempre são as regras de sinais na divisão de números:
SINAIS NA DIVISÃO Dividendo = 18 · n + 15
Dividendo = 17 · (n+2) + 1
Operações Resultados 18 · n + 15 = 17 · (n+2) + 1
+ + + 18n + 15 = 17n + 34 + 1
18n – 17n = 35 – 15
- - + n = 20. Logo, n · (n+2) = 20 · (20+2) = 20 · 22 = 440.
Resposta: Letra A.
+ - -

- + - 2. (FGV – 2019) O resultado da operação 2+3×4−1 é

a) 13.
Dica b) 15.
� A divisão de números de mesmo sinal tem c) 19.
resultado positivo. d) 22.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3 e) 23.
� A divisão de números de sinais diferentes tem
resultado negativo. Primeiro vamos fazer a multiplicação e depois as
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24 demais operações: 2 + 3 · 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
Resposta: Letra A
Esquematizando:
NÚMEROS RACIONAIS
Dividendo
Divisor São aqueles que podem ser escritos na forma da
30 5 divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja,
0 6 escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B
são números inteiros.
Resto Quociente Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também,
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são
Dividendo = Divisor · Quociente + Resto divididos pelo número 1.
30 = 5 · 6 + 0
Dica
Principais propriedades da operação de divisão:
Qualquer número natural é também inteiro e todo
„ Propriedade comutativa: a divisão não possui número inteiro é também racional.
essa propriedade.
„ Propriedade associativa: a divisão não possui O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
essa propriedade. representar por meio de diagramas a relação entre os
„ Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu- conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:
tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
por 1, o resultado será o próprio número.
Q
Ex.: 15 / 1 = 15.

„ Propriedade do fechamento: aqui chegamos


em uma diferença enorme dentro das opera-
Z N
ções de números inteiros, pois a divisão não
possui essa propriedade, uma vez que ao divi-
dir números inteiros podemos obter resultados
fracionários ou decimais.

Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos


números inteiros).
A seguir, pratique o conhecimento visto até aqui Representação Fracionária e Decimal
com alguns exercícios comentados.
Há 3 tipos de números no conjunto dos Números
1. (VUNESP – 2015) Dividindo-se um determinado número Racionais:
MATEMÁTICA

por 18, obtém-se quociente n e resto 15. Dividindo-se o


mesmo número por 17, obtém-se quociente (n + 2) e res- z Frações:
to 1. Desse modo, é correto afirmar que n(n + 2) é igual a
8 3 7
a) 440. Ex.: 3 , 5 , 11 etc.
b) 420.
c) 400. z Números decimais:
d) 380.
e) 340. Ex.: 1,75 77
z Dízimas periódicas: Vamos deixar todos na forma decimal. Ou seja,
vamos dividir o numerador pelo denominador da
Ex.: 0,33333... fração. Veja:
5/8 = 0,625
Operações e Propriedades dos Números Racionais ½ = 0,5
1 ¼ = 1 + 0,25 = 1,25
z Adição de números decimais: segue a mesma lógi- ¾ = 0,75
ca da adição comum. 1 ½ = 1 + 0,5 = 1,5
Logo, o maior diâmetro será 1 ½ polegadas, que
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4 corresponde a 1,5 polegadas. Resposta: Letra D.

z Subtração de números decimais: segue a mesma NÚMEROS REAIS


lógica da subtração comum.
O conjunto dos números reais contém os números
Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18 racionais (naturais, inteiros e fracionários) e os núme-
ros irracionais, e é representado pela letra ℜ . Pode-
z Multiplicação de números decimais: aplicamos o -se ilustrar a relação entre todos os conjuntos com o
mesmo procedimento da multiplicação comum. seguinte diagrama:

Ex.: 4,6 · 1,75 = 8,05

z Divisão de números decimais: devemos multipli-


car ambos os números (divisor e dividendo) por
uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.) de
modo a retirar todas as casas decimais presentes.
Após isso, é só efetuar a operação normalmente.

Ex.: 5,7 ÷ 1,3


5,7 × 100 = 570
1,3 × 100 = 130
570 ÷ 130 = 4,38
ℕ = Naturais
Resolva a seguir alguns exercícios comentados para ℤ = Inteiros
praticar seus conhecimentos. ℜ = Reais
ℚ = Racionais
1. (FGV– 2010) Julgue as afirmativas a seguir: I = Irracionais

a) 0,555... é um número racional. Quando relacionamos elementos e conjuntos, usa-


mos os símbolos ∈ (pertence) ou ∉ (não pertence).
( ) CERTO ( ) ERRADO Quando relacionamos conjunto com conjunto, usamos
os símbolos ⊂ (está contido) ou ⊄ (não está contido).
Repare que o número 0,555... é uma dízima periódi-
ca. Vimos na teoria que as dízimas periódicas são N⊂ℤ
um tipo de número racional. Resposta: Certo. I⊄ℚ

b) Todo número inteiro tem antecessor.


SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS
( ) CERTO ( ) ERRADO
MÉTRICA, ÁREAS, VOLUMES, ESTIMATIVAS E
De qualquer número inteiro é possível obter o seu APLICAÇÕES
antecessor. Basta subtrair 1 unidade. Veja: o ante-
cessor de 35 é o 34. O antecessor de 0 é -1. E o ante- Quando estudamos o sistema de medidas, aten-
cessor de -299 é o -300. Resposta: Certo. tamo-nos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
2. (FCC – 2018) Os canos de PVC são classificados de Porém, existem as conversões entre as unidades para
acordo com a medida de seu diâmetro em polegadas. uma melhor interpretação e leitura.
Dentre as alternativas, aquela que indica o cano de
maior diâmetro é Medidas de Comprimento

a) 1/2. A unidade principal tomada como referência é o


b) 1 ¼. metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
c) 3/4. rentes que servem para medir dimensões maiores ou
d) 1 ½. menores. A conversão de unidades de comprimento
78 e) 5/8. segue potências de 10. Veja o esquema a seguir:
Km hm dam m dm cm MM Veja, agora, algumas relações interessantes e que
(hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
(quilômetro)
você precisa ter em mente para resolver diversas
questões:
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Km hm dam m dm cm MM
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)

:10 :10 :10 :10 :10 :10 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)

1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)


Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros:
Para sair do metro e chegar no centímetro, deve- 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
mos multiplicar por 100 (10 · 10), pois “andamos” duas 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
casas até chegar em centímetro. Logo,
5,3m = 5,3 · 100 = 530 cm. 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)

Medidas de Área (Superfície) Medidas de Tempo

A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos hora —
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades minuto — segundo, que são os mais conhecidos. Veja
diferentes que servem para medir dimensões maiores
como se faz a relação nessa unidade:
ou menores. A conversão de unidades de superfície
Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:

Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 MM2 1 hora = 60 minutos


(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
4 h = 4 · 60 = 240 minutos

×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 MM2
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
:100 :100 :100 :100 :100 :100
Para medir ângulos, a unidade básica é o grau.
Temos, então, as seguintes relações:
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
Para sair do metro quadrado e chegar no centíme-
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
tro quadrado, devemos multiplicar por 10.000 (100 ·
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
100), pois “andamos” duas casas até chegar em centí-
metro quadrado. Logo,
Aqui vale fazer uma observação: os minutos e os
5,3m2 = 5,3 · 10.000 = 53.000 cm2.
segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
Medidas de Volume (Capacidade) (hora — minuto — segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
A unidade principal tomada como referência é o 1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins-
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades tante do dia.
diferentes que servem para medir dimensões maiores 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1.000. Veja o esquema a seguir: Medidas de Massa

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 MM3


As unidades a seguir são as mais utilizadas quando
(quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro (centímetro
cúbico) cúbico)
(milímetro
cúbico)
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja
quais são:
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
z Tonelada (t);
z Quilograma (kg);
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 MM3
MATEMÁTICA

z Grama (g);
z Miligrama (mg).
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
Vamos tomar como base as relações a seguir para
Exemplo: Converter 5,3 m para cm : 3 3 converter uma unidade em outra. Observe:
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
cúbico, devemos multiplicar por 1.000.000 (1.000 · 1.000), z 1 t = 1.000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas);
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro z 1 kg = 1.000 g (um quilograma tem mil gramas);
cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 · 1.000.000 = 5.300.000 cm3. z 1 g = 1.000 mg (uma grama tem mil miligramas). 79
Observe o exemplo a seguir de uma conversão: Resolução de Problemas Envolvendo Grandezas

Vamos transformar 3,5 kg em gramas. Após olharmos toda a parte teórica, vamos resolver
Sabemos que 1 kg equivale a 1.000 gramas, logo: algumas questões de diversas bancas que envolvem
as grandezas de comprimento, volume, capacidade,
tempo, massa, temperatura e área.
1 kg — 1.000 g
3,5 Kg — x
1. (ENCCEJA – 2019) Tonel é um recipiente utilizado
x = 3,5 · 1.000
para armazenar líquidos. Uma vinícola utiliza tonéis
x = 3.500 g com capacidade de 1 000 litros cada um, para armaze-
nar sua produção de 50 m³ de vinho.
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3.500 g. Quantos tonéis serão necessários para armazenar
toda a produção dessa vinícola?
Medidas de Temperatura
a) 50.
O instrumento para a medição de temperatura é o b) 20.
termômetro, que é um tubo graduado com um líquido c) 5.
em seu interior (mercúrio ou álcool). As escalas mais d) 2.
comuns para medir temperatura são:
Para responder à questão, é necessário que lembre-
z Celsius: Medida em graus centígrados; mos da seguinte relação:
z Kelvin: Medido em Kelvin; 1 m³ = 1.000 l. Logo, 50 m³ = 50.000 l. Então, a quan-
z Fahrenheit: Medida em graus Fahrenheit. tidade de tonéis é de: 50.000 / 1.000 = 50 tonéis.
Resposta: Letra A.
As conversões entre essas escalas termométricas
2. (ENCCEJA – 2019) De acordo com dados do Instituto
são dadas pelas fórmulas a seguir:
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ-
ção brasileira de café, no segundo semestre de 2014,
„ De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273;
foi estimada em 47 milhões de sacas de 60 kg cada.
„ De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-
32) / 9. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2014 (adaptado).

Veja os exemplos a seguir: A produção brasileira de café, em milhão de quilogra-


mas, segundo essa estimativa, foi de:
Exemplo 1: Transformar 250 K para °C:
a) 107.
TK = ToC + 273 b) 282.
c) 2 420.
250 = ToC + 273 d) 2 820.
ToC = 273 – 250
Para responder à questão, basta fazermos a seguin-
ToC = –23° te multiplicação: 47 milhões · 60 kg.
Como a resposta é pedida em milhão de quilogra-
Exemplo 2: Transformar 85 oC para oF: mas, faremos uma multiplicação direta:
47 · 60 = 2.820 milhões de quilogramas.
ToC / 5 = (ToF-32) / 9 Resposta: Letra D.
85/5 = (ToF-32) / 9
3. (ENCCEJA – 2018) Uma comunidade rural de um esta-
17 = (ToF-32) / 9 do brasileiro possui 4 hectares de terra, em forma qua-
drada, para plantação de cana. Sabe-se que 1 hectare
17 · 9 = ToF-32 equivale a uma área de 10 000 m2.
153 + 32 = ToF Dessa forma, a medida do lado, em metro, das terras
dessa comunidade é:
ToF = 185°
a) 200.
Veja, agora, algumas relações que você precisar ter b) 400.
em mente para resolver diversas questões: c) 20 000.
d) 40 000.
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Extraindo os dados, temos:
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g) 1ha ------ 10.000m2
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg) 4ha ------- x
x = 4 · 10.000
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
x = 40.000 m2
1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3) Como o terreno é quadrado, então sabemos que sua
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2) área é calculada elevando um lado ao quadrado, ou
seja:
80 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2) l2 = 40.000
l = √40.000 Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
l = 200 metros. vendo esse tema são resolvidos utilizando essa proprie-
Logo, a medida do lado é de 200 metros. dade fundamental. Porém, algumas questões acabam
Resposta: Letra A. sendo um pouco mais complexas e pode ser útil conhe-
cer algumas propriedades para facilitar. Vamos a elas.
4. (ENEM – 2020) É comum as cooperativas venderem
seus produtos a diversos estabelecimentos. Uma Propriedade das Proporções
cooperativa láctea destinou 4 m3 de leite, do total
produzido, para análise em um laboratório da região, z Somas Externas
separados igualmente em 4 000 embalagens de mes-
ma capacidade. a c a+c
Qual o volume de leite, em mililitro, contido em cada = =
b d b+d
embalagem?
Vamos entender um pouco melhor resolvendo
a) 0,1
uma questão-exemplo:
b) 1,0
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
c) 10,0
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
d) 100,0
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
e) 1 000,0
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
Vamos fazer as devidas conversões: 4 m3 = 4 · 10 dm3 está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
= 4.000 dm3 = 4.000 litros fábrica. Quanto cada um vai receber?
O volume de leite, em litros, contido em cada emba- Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
lagem é (4.000 litros) ÷ 4.000 = 1 litro. a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Logo, 1 litro = 1.000 ml. Resposta: Letra E. Diego vai receber, temos:

C D
=
3 2

RAZÕES E PROPORÇÕES Utilizando a propriedade das somas externas:


RAZÃO E PROPORÇÃO COM APLICAÇÕES C+D
C D
=
3 2 = 3+2
A razão entre duas grandezas é igual à divisão
entre elas. Veja:
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
2 então podemos substituir na proporção:
5
C D C+D 10.000
= = = = 2.000
3 2 3+2
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está 5
para 5).
Já a proporção é a igualdade entre razões: Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor de 2.000, que chamamos de “Constante
2 4 de Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real
=
3 6 das partes dentro da proporção. Veja:

Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2 C


= 2.000
está para 3 assim como 4 está para 6). 3
Os problemas mais comuns que envolvem razão e
C = 2.000 · 3
proporção é quando se aplica uma variável qualquer
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor
dela. Veja o exemplo: D
= 2.000
2
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6 D = 2.000 · 2
3 6
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Para resolvermos esse tipo de problema, devemos
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor- Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ção: produto dos meios pelos extremos. ber R$4.000.
MATEMÁTICA

Meio: 3 e x;
Extremos: 2 e 6. z Somas Internas
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: a c a+b c+d
= = =
b d b d
3·X=2·6
3X = 12 É possível, ainda, trocar o numerador pelo denomi-
X = 12/3 nador ao efetuar essa soma interna, desde que o mes-
X=4 mo procedimento seja feito do outro lado da proporção. 81
a
=
c
=
a+b
=
c+d Logo,
b d a c
2A
= 1.000
Vejamos um exemplo: 4

x 2 2A = 4 · 1.000
=
14 - x 5 2A = 4.000
A = 2.000
x + 14 - x 2+5
=
x 2
Fazendo a mesma resolução em B:
14 7 3B
= = 1.000
x 2 9

3B = 9 · 1.000
7 · x = 2 · 14
3B = 9.000
14 · 2
x= =4 B = 3.000
7

Portanto, encontramos que x = 4. Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa


receberão R$ 2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
anos de casa receberão R$ 3.000 de bônus.
Importante! O total pago pela empresa será:

Vale lembrar que essa propriedade também ser- 2 · 2.000 + 3 · 3.000 = 4.000 + 9.000 = 13.000
ve para subtrações internas.

z Soma com Produto por Escalar


DIVISÃO PROPORCIONAL
a c a + 2b c + 2d
= = = REGRA DA SOCIEDADE
b d b d

Vejamos um exemplo para melhor entendimento: Diretamente Proporcional


Uma empresa vai dividir o prêmio de R$ 13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Um dos tópicos mais comuns em questões de prova
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na é dividir uma determinada quantia em partes propor-
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. cionais a determinados números. Vejamos um exemplo
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B o para entendermos melhor como esse assunto é cobrado:
prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, temos: A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
A B partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
=
2 3 dessas partes corresponde a:
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
funcionários na categoria B, podemos escrever que a é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
soma total dos prêmios é igual a R$ 13.000. cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
razão. Veja:
2A + 3B = 13.000
X Y Z
= = = constante de proporcionalidade.
Agora, multiplicando em cima e embaixo de um 4 5 6
lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
Usando uma das propriedades da proporção,
2A
=
3B somas externas, temos:
4 9
X+Y+Z 900.000
= 60.000
Aplicando a propriedade das somas externas, 4+5+6 15
podemos escrever o seguinte:
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
2A 3B 2A + 3B a 4, logo:
= =
4 9 4+9
X
= 60.000
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- 4
porção, temos:
X = 60.000 · 4
2A 3B 2A + 3B 13.000
= = = = 1.000
82 4 9 4+9 13 X = 240.000
Inversamente Proporcional A razão entre o número de mulheres e o número
total de alunos é de 5/8:
É um tipo de questão menos recorrente, mas não M 5
menos importante. Consiste em distribuir uma quan- =
T 8
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um A turma tem 120 alunos, então: T = 120
quinhão inversamente proporcional a três números.
Fazendo os cálculos:
Vejamos um exemplo: M 5
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes T
=
8
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. M 5
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- =
120 8
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao 8 x M = 5 · 120
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso 8M = 600
600
cálculo, veja: M=
8
X X X M = 75
+ + = 740.000 A quantidade de homens da sala:
4 5 6
120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
Agora vamos precisar tirar o M.M.C. (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
mos a fração. com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
4–5–6|2 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
2–5–3|2 soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
1–5–3|3 pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
1–5–1|5 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
1 – 1 – 1 | 2 · 2 · 3 · 5 = 60
a) 30.
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e
b) 29.
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
c) 28.
15x 12x 10x d) 27.
+ + e) 26.
60 60 60 = 740.000

37x A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o


= 740.000 número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
60
120 4x total de 9x
=
X = 1.200.000 121 5x
No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
Agora basta substituir o valor de X nas razões para aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
achar cada parte da divisão inversa. a razão em questão passará a ser de 5/8.
120 4x - 2
= = 5
x 1.200.000 121 5x + 2 - 1 8
= 300.000
4 = 4 4x - 2 5
=
x 1.200.000 5x + 1 8
= 240.000 8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
5 = 5
32x – 16 = 25x + 5
x 1.200.000
= 200.000 7x = 21
6 = 6
x=3
Logo, as partes dividas inversamente proporcio- Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300.000, valor de X na primeira equação:
.
240.000 e 200.000. 9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com grupo. Resposta: Letra D.
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!

1. (FAEPESUL - 2016) Em uma turma de graduação em


Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos REGRAS DE TRÊS SIMPLES E
que a razão entre o número de mulheres e o número
MATEMÁTICA

total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de COMPOSTAS


homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120
alunos. REGRA DE TRÊS SIMPLES

a) 43 homens. A Regra de Três Simples envolve apenas duas gran-


b) 45 homens. dezas. São elas:
c) 44 homens.
d) 46 homens. z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se
e) 47 homens. deseja calcular a partir da grandeza explicativa; 83
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque- Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12
la utilizada para calcular a variação da grandeza dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi-
dependente. derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
professores para corrigir as provas?
Existem dois tipos principais de proporcionalida- Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
des que aparecem frequentemente em provas de con- montar a relação e analisar:
cursos públicos. Veja a seguir:
5 (prof.) --------- 12 (dias)
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen- 30 (prof.) -------- X (dias)
to de uma grandeza implica o aumento da outra;
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen- Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
to de uma grandeza implica a redução da outra. aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
pe maior, o trabalho será realizado mais rapidamente.
Vamos esquematizar para sabermos quando será Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Dessa
direta ou inversamente proporcionais: forma, as grandezas são inversamente proporcionais e
vamos resolver multiplicando na horizontal. Observe:
DIRETAMENTE
PROPORCIONAL + / + OU - / - 5 (prof.) 12 (dias)
30 (prof.) X (dias)
30 . X = 5 · 12
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas 30X = 60
(sinais iguais). X=2

PROPORCIONAL + / - OU - / + A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias


para corrigir as provas.

Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui A seguir, acompanhe alguns exercícios comenta-
(sinais diferentes). dos para revisar os conhecimentos vistos até aqui.
Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas: 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item seguinte apre-
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade,
DIRETAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado porcentagens e descontos.
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com-
INVERSAMENTE prou alimentos em quantidades suficientes para que
PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal eles e seus dois filhos consumissem durante os 30
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
chegou de surpresa para passar o restante do mês
Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
mais como isso tudo funciona. seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construí- tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
do utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
muro de 30 metros nas mesmas condições do ante-
rior, quantos tijolos serão necessários? ( ) CERTO ( ) ERRADO
Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente 4 pessoas ------- 24 dias
proporcional. 6 pessoas ------- x dias
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
12 m -------- 2.160 (tijolos) na horizontal:
30 m -------- X (tijolos) 6x = 4 · 24
6x = 96
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+) x = 96/6
e que para fazermos um muro maior vamos precisar x = 16
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumenta- Como já haviam comido por 6 dias, é só somar:
do (+). Logo, as grandezas são diretamente proporcio- 6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por
nais e vamos resolver multiplicando cruzado. 6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
Observe: Resposta: Errado.

12 m -------- 2.160 (tijolos) 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O motorista de uma


empresa transportadora de produtos hospitalares
30 m -------- X (tijolos) deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega
12 · X = 30 · 2.160 de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima-
12X = 64.800 damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des-
X = 5.400 tijolos pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu
veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside-
Assim, comprovamos que realmente são necessá- rou que esse consumo é constante.
84 rios mais tijolos. Considerando essas informações, julgue o item que segue.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de 40 3 1000
= #·
gasolina. X 6 2000

( ) CERTO ( ) ERRADO Agora basta resolver a proporção para acharmos


o valor de X.
Com 1 litro, ele faz 10 km.
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos 40 3000
dizer que com 1dm³ ele faz 10km X
= 12000
Portanto, 3X = 40 · 12
10 km -------- 1dc³ 3X = 480
1.100 km --------- x X = 160
10x = 1.100
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). As três impressoras produziriam 2000 panfletos em
Resposta: Errado.
160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 minutos.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
REGRA DE TRÊS COMPOSTA
vamos analisar mais um exemplo.
Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
A Regra de Três Composta envolve mais de duas
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
número de linhas por página e para 40 o número de
cautelosamente, levando em conta alguns princípios:
letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas
z As análises devem sempre partir da variável depen- condições, determine o número de páginas ocupadas.
dente em relação às outras variáveis; Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
z As análises devem ser feitas individualmente. Ou rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
mantendo as demais constantes; 6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
z A variável dependente fica isolada em um dos lados X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
da proporção. 6 ? ?
= #
X ? ?
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
como isso tudo funciona. Analisando isoladamente duas a duas:
Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem
1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 des- 6 (pág.) -------- 45 (linhas)
sas impressoras produziriam 2000 desses panfletos? X (pág.) -- ----- 30 (linhas)
Da mesma forma que na regra de três simples,
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor di-
cada uma delas isoladamente duas a duas. minui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar (+).
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min) Logo, as grandezas são inversas e devemos inverter a
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min) razão.
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a 6 30 ?
#
45 · ?
=
parte dependente de um lado e igualando às razões da X
seguinte forma: se for direta, vamos manter a razão,
agora, se for inversa, vamos inverter a razão. Observe: Analisando isoladamente duas a duas:
40 ? ?
= #· 6 (pág.) -------- 80 (letras)
X ? ?
X (pág.) ------- 40 (letras)
Analisando isoladamente duas a duas:
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
6 (imp.) -------- 40 (min) ( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
3 (imp.) ---- ---- X (min) as grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras o 6 30 40
valor diminui ( - ) e o tempo irá aumentar ( + ), pois agora = #·
X 45 80
teremos menos impressoras para realizar a tarefa. Logo,
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. 6 2 1
= #·
40 3 ? X 3 2
= #·
X 6 ?
MATEMÁTICA

6 2
=
Analisando isoladamente duas a duas: X 6
2X = 36
1000 (panf.) -------- 40 (min)
2000 (panf.) ------ -- X (min) X = 18
Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle- O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá respeitando as novas condições é igual a 18.
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve- Acompanhe as questões comentadas a seguir para
mos manter a razão. revisar os conhecimentos vistos. 85
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipa- 30
30% = (forma de fração)
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, 100
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo 30
30% = = 0,3 (forma decimal)
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- 100
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a
30 3
30% = = (forma de fração simplificada)
a) 2.666. 100 10
b) 2.160.
c) 1.215. Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
d) 1.500. várias maneiras:
e) 1.161.
30 3
30% = = 0,3 =
Primeiro vamos passar para minutos: 100 10
5h = 300min.
4h30min= 270min. Também é possível fazer a conversão inversa, isto
min.-----dias-----pag. é, transformar um número qualquer em porcentual.
300 -------4-------1.800 Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
270 -------3-------X
Resolvendo, temos: 25 · 100 = 2.500%
0,35 · 100 = 35%
300 (Simplifica por 30) 0,586 · 100 = 58,6%
1800 4
X
=
3
#· 270 (Simplifica por 30)
1800 4 10 NÚMERO RELATIVO
= #·
X 3 9
4 · X · 10 = 1.800 · 3 · 9 A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
X = 1.215 páginas que esse mesmo equipamento é um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C. ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
que estamos especificando. Para descobrir a quanto
2. (VUNESP – 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
operando com a mesma capacidade de produção,
10 · 1000 = 100
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 10% de 1000 =
100
horas por dia. O número de dias necessários para que
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
quem dois lotes dessas peças é
que corresponde a 10% de 1000.
a) 11.
b) 12. Dica
c) 13. Quando o todo varia, a porcentagem também varia!
d) 14.
e) 15. Veja um exemplo:
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos por Roberto?
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui- O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
serem entregues (direta).
Resolvendo: 2
=
1
8/x = 1/2 · 8/6 · 4/5 (simplifique 8/6 por 2) 8 4
8/x = 1/2 · 4/3 · 4/5
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
8/x = 8/15 vamos multiplicar a fração por 100:
8x = 120
x = 120/8 1 · 100 = 25%
x = 15 dias. Resposta: Letra E. 4

SOMA E SUBTRAÇÃO DE PORCENTAGEM

As operações de soma e subtração de porcentagem


PERCENTAGENS são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
A porcentagem é uma medida de razão com base rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
86 como podemos representar um número porcentual. car pelo valor da grandeza.
Exemplo 1: 2. (CESPE-CEBRASPE - 2019) Na assembleia legislati-
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou entre homens e mulheres. Em determinada sessão
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
horas-aula do curso ao final? das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total parlamentares presentes à sessão.
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% + bleia legislativa, havia
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total
de horas-aula do curso será: a) 10 deputadas.
(1 + 0,15) · 200 = 1,15 · 200 = 230 horas-aula b) 14 deputadas.
c) 15 deputadas.
A avaliação do crescimento ou da redução percen-
d) 20 deputadas.
tual deve ser feita sempre em relação ao valor inicial
e) 25 deputadas.
da grandeza.

- 50 parlamentares
Variação percentual = Final Inicial Deputadas = X
Inicial
Deputados = 50 – X
Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor. Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Exemplo 2: parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
Juliano percebeu que ainda não assistiu a 200 cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de valor de X.
aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se 20% x + 10% (50-x) = 7
Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
caído 20%? 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
A variação percentual de uma grandeza corres-
2x + 50 - x = 70
ponde ao índice:
2x - x = 70 - 50
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis-
Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = = lativa. Resposta: Letra D.
Inicial 200

20
– = - 0,10
200
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar 2º GRAUS
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- Conceito
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Vamos lá! Uma equação é uma igualdade na qual uma ou
mais variáveis — geralmente são as letras do nosso
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, alfabeto — denominadas incógnitas são desconhe-
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em cidas. O nosso principal objetivo é encontrar o valor
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- dessa incógnita.
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Resolução e Discussão
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da z Equação do Primeiro Grau
parcela.
A forma geral de uma equação do primeiro grau
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
é: ax + b = 0.
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
chamado de termo independente.
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
( ) CERTO ( ) ERRADO todas as partes que possuem incógnitas de um lado igual
e do outro os termos independentes. Veja um exemplo:
Valor da bicicleta = 1.720,00 10x = 5x + 20
MATEMÁTICA

Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)


Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00 Vamos achar o valor de “x”:
(entrada), logo, vai sobrar (1.720 – 920 = 800,00)
No próximo mês é preciso pagar 920,00, ou seja, 10x – 5x = 20
800,00 + 120,00 de juros. Agora, é pegar 120,00
(juros) e dividir por 800,00. Resultado: Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o
120,00/800,00 = 0,15% ao mês. sinal trocado:
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja, 5x = 20
está errada. Resposta: Errado. x = 20 / 5 87
Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5” 4º: Faça o estudo do sinal da equação, identificando os
dividindo: valores de x que representam a solução da inequa-
ção. Obs.: O gráfico desse tipo de equação é uma
x = 4. reta.

O valor de x que torna a igualdade correta é cha-


mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará
igual a zero em ambos os lados. Observe:
4 + x
Para x = 4

10x = 5x + 20 –
10 . 4 = 5 . 4 + 20
40 = 40
40 – 40 = 0
Identificamos que os valores < 0 (valores negati-
z Inequação do Primeiro Grau vos) são os valores de x < 4.

Nas inequações temos pelo menos um valor desco- z Equação do Segundo Grau
nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos: Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2.
> maior que Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
< menor que Onde a, b e c são os coeficientes da equação.
≥ maior que ou igual
≤ menor que ou igual „ a é sempre o coeficiente do termo em x²;
„ b é sempre o coeficiente do termo em x;
Podemos representar das formas a seguir: „ c é sempre o coeficiente ou termo independente.

ax + b > 0 As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto


ax + b < 0 é, existem 2 valores de x que tornam a igualdade
ax + b ≥ 0 verdadeira.
ax + b ≤ 0
Cálculo das Raízes da Equação
Sendo a e b números reais e a ≠ 0, veja um exemplo
a seguir:
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
Resolva a inequação 5x + 20 < 40:
bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
5x + 20 < 40 colocá-los na seguinte expressão:
5x < 40 – 20
2
5x < 20 -b ! b - 4ac
x=
x < 20 / 5 2a
x<4
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
Podemos resolver uma inequação de uma outra que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano. um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor
No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação. utilizando o sinal negativo (-).
Vamos identificar quais valores de x transformam a Vamos aplicar isso em um exemplo:
desigualdade em uma sentença verdadeira. Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Siga os passos: Identificando os valores de a, b e c.
Resolva a inequação 5x + 20 < 40:
a=1
1º: Coloque todos os termos da inequação em um mes- b = -3
mo lado. c=2

5x + 20 - 40 < 0 Substituindo na fórmula:


5x -20 < 0
-b ! 2
b - 4ac
2º: Substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade. x=
2a
5x -20 = 0
-(-3) ± √(-3)2 - 4 · 1 · 2
3º: Resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz. x=
2·1
5x -20 = 0
5x = 20
x = 20 / 5 3! 9-8
88 x=4 x=
2
x= 3!1 Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
2 140 anos:
3+1 X1 + X2 + X3 + X4 = 140
x1 = =2 32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
2
74 + 2 · X4 = 140
3-1 2.X4 = 66
x2 = =1
2 X4 = 33
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. Assim,
Na fórmula de bhaskara, podemos usar um discrimi- S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985.
nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a: Resposta: Errado.

Δ = b2 - 4ac 2. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em um tanque A, há uma


mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
Assim, podemos escrever a fórmula de bhaskara: álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
-b ! D A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente.
x= Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A
2a
fique igual à do tanque B, é suficiente acrescentar no
O discriminante fornece importantes informações tanque A uma quantidade de álcool que é inferior a 25
de uma equação do 2ª grau: L.
( ) CERTO ( ) ERRADO
z Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e
distintas; A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
z Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e = 1/3.
idênticas; A quantidade X de álcool precisa ser acrescentada
z Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais. no tanque A para ele chegar nesta mesma propor-
ção. A quantidade de álcool passará a ser de 60 +
Soma e Produto das Raízes X, e a de gasolina será 240, de modo que ficaremos
com a razão:
Em uma equação ax2 + bx + c = 0, temos: 1/3 = (60+X) / 240
240 x 1/3 = 60 + X
z A soma das raízes é dada por –b/a. 80 = 60 + X
z O produto das raízes é dado por c/a. 60 + X = 80
X = 80 - 60
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0. X = 20 litros. Resposta: Certo.
Soma: –b/a = -(-3) / 1 = 3
Produto: c/a = 2 / 1 = 2
Quais são os dois números que somados resultam
“3” e multiplicados, “2”? SISTEMAS DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU
Soma: 3 = (2 + 1);
Produto 2 = (2 · 1);
CONCEITO. RESOLUÇÃO, DISCUSSÃO E
Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen-
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA. SITUAÇÕES-
te igual achamos usando a fórmula de bhaskara.
PROBLEMA ENVOLVENDO SISTEMAS DE EQUAÇÕES
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com
exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!
Sistemas de Equações de Primeiro Grau (Sistemas
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Os indivíduos S1, S2, S3 Lineares)
e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram
interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de
depoimento, com relação à responsabilização pela uma incógnita. Imagine que um exercício diga que: x
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse + y = 10.
que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria. Perceba que há infinitas possibilidades de x e y que
A partir dessa situação, julgue o item a seguir. tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5, 15 e -5
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja 8 etc. Por esse motivo, faz-se necessário obter mais uma
anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho que equação envolvendo as duas incógnitas para poder
S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a 140 anos, chegar nos seus valores exatos. Veja o exemplo a seguir:
então é correto afirmar que S2 nasceu antes de 1984.
*
x + y = 10
MATEMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO
4x - y = 5
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que
S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de A principal forma de resolver esse sistema é usan-
idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos do o método da substituição. Este método é muito sim-
dizer que: ples e consiste basicamente em duas etapas:
Idade de S2 = Idade de S4 + 2
Chamando de X1, X2, X3 e X4 para designar as respec- z Isolar uma das variáveis em uma das equações;
tivas idades no ano de 2020, podemos escrever que: z Substituir esta variável na outra equação pela
X2 = X4 + 2 expressão achada no item anterior. 89
Vamos aplicar no nosso exemplo: Veja um outro exemplo em que vamos precisar
Isolando “x” na primeira equação multiplicar:

*
x = 10 – y x + y = 10

Substituindo “x” na segunda equação por “10-y” x - 2y = 4

Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:


4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
40 – 4y – y = 5
(
- x - y = - 10
-5y = 5 – 40
x - 2y = 4
-5y = -35 (multiplica por -1)
5y = 35 Fazendo a soma:
y=7

(
- x - y = - 10
Logo, voltando na primeira equação, acharemos o
x - 2y = 4
valor de “x”
-3y = -6
x = 10 – y y = -6 / -3
y= 2
x = 10 – 7
x=3
Substituindo o valor de “y” na primeira equação,
achamos o valor de “x”:
Assim, x = 3 e y = 7.
x + y = 10
Dica x + 2 = 10
x = 10 – 2
Método da substituição x=8
� Isolar uma das variáveis em uma das equações;
� Substituir essa variável na outra equação pela Sistemas de Equações do 2º Grau
expressão achada no item anterior.
Vamos usar o mesmo método principal para resol-
Há um outro método para resolver um sistema vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou zamos no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
Método da Substituição. Veja um exemplo:
soma) de equações. Veja:

(
x+y=3
z Multiplicar uma das equações por um número que
2 2
seja mais conveniente para eliminar uma variável; x -y =-3
z Somar as duas equações, de forma a ficar apenas
com uma variável. Isolando x na primeira equação, temos que x =
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
Veja o exemplo a seguir: temos que:

(3 – y)2 – y2 = -3
*
x + y = 10 9 – 6y + y – y2 = -3
y=2
4x - y = 5
Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1
Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
multiplicação, pois já temos a condição necessária ria com exercícios comentados de diversas bancas.
para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos Vamos lá!
fazer apenas a soma das equações. Veja:
1. (VUNESP – 2018) Em um concurso somente para os
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
*
x + y = 10
para um desses cargos. Sabendo que o número de
4x - y = 5 candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades
5x = 15 menor que o número de candidatos inscritos para o
x=3 cargo B, e que a razão entre os respectivos números,
nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o
número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
pondeu, do total de candidatos inscritos, a
achamos o valor de “y”:
a) 3/7.
x + y = 10 b) 5/9.
3 + y = 10 c) 4/7.
y = 10 – 3 d) 2/3.
90 y=7 e) 5/7.
A = B – 3.000 Seja “a” a quantidade de pedidos de patentes da
A/B = 0,4 indústria alimentícia. Foi dito que este total é igual
A = 0,4B à soma dos demais pedidos, que são x e y, ou seja,
Substituindo essa última equação na primeira, temos: a=x+y
0,4B = B – 3.000 O total de pedidos é:
3.000 = B – 0,4B T = a + x + y = a + a = 2a
3.000 = 0,6B Como T = 128, temos
B = 3.000/0,6 128 = 2a
B = 5.000 a = 64
Lembrando que A = 0,4B, podemos obter o valor de A: Resposta: Certo.
A = 0,4 x 5.000
A = 2.000 4. Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos
Total de patentes do produto X foi igual ao dobro da quan-
A + B = 5.000 + 2.000 = 7.000 tidade de pedidos de patentes do produto Y, então a
O número de inscritos para o cargo B, em relação quantidade de pedidos de patentes de produtos da
ao total, será: indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade de
5.000/7.000 = 5/7. Resposta: Letra E. pedidos de patentes de Y.

2. (FGV – 2017) O número de balas de menta que Júlia ( ) CERTO ( ) ERRADO


tinha era o dobro do número de balas de morango.
Após dar 5 balas de cada um desses dois sabores Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos de
para sua irmã, agora o número de balas de menta que patentes do produto X foi igual ao dobro da quanti-
Júlia tem é o triplo do número de balas de morango. O dade de pedidos de patentes do produto Y, então a
número total de balas que Júlia tinha inicialmente era: quantidade de pedidos de patentes de produtos da
indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade
a) 42. de pedidos de patentes de Y.
b) 36. Sendo x o dobro de y, ou seja, x =2y, temos que:
c) 30. a=x+y
d) 27. a = 2y + y
e) 24. a=3
Assim, as patentes da indústria alimentícia (“a”)
Me = 2.Mo são o triplo das patentes de Y. Resposta: Errado
Após dar 5 balas = Me – 5 e Mo – 5. Agora, as de
menta são o triplo das de morango: 5. Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do
Me – 5 = 3 · (Mo – 5) que a quantidade y, então a quantidade y foi superior a
Me – 5 = 3 · Mo – 15 25.
Me = 3 · Mo – 10
Na segunda equação, podemos substituir Me por 2 ( ) CERTO ( ) ERRADO
· Mo.
2 · Mo = 3 · Mo – 10 Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do
10 = 3 · Mo – 2 · Mo que a quantidade y, então a quantidade y foi supe-
10 = Mo rior a 25.
O valor de Me é: Se T = 128, temos que x + y = 64. Foi dito ainda que:
Me = 2 · Mo x = y + 18
Me = 2 · 10 Substituindo x por y + 18, temos:
Me = 20 x + y = 64
Total: 10 + 20 = 30 balas. Resposta: Letra C. (y + 18) + y = 64
y = 23 unidades. Resposta: Errado.
(CESPE-CEBRASPE – 2013) Considere que em um
escritório de patentes, a quantidade mensal de pedi-
dos de patentes solicitadas para produtos da indústria
alimentícia tenha sido igual à soma dos pedidos de
patentes mensais solicitadas para produtos de outra FUNÇÕES E GRÁFICOS
natureza. Considere, ainda, que, em um mês, além
dos produtos da indústria alimentícia, tenham sido INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
requeridos pedidos de patentes de mais dois tipos de
produtos, X e Y, com quantidades dadas por x e y, res- O conceito de função é um dos mais importantes
pectivamente. Supondo que T seja a quantidade total em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui-
de pedidos de patentes requeridos nesse escritório, no tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser
MATEMÁTICA

referido mês, julgue os itens seguintes. encontrado em diversos assuntos, como, por exemplo:
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
3. Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x + depende da quantidade de energia consumida? Será
y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64. que a temperatura influencia o aumento de vendas de
sorvete? Assim, o seu estudo se torna apropriado para
( ) CERTO ( ) ERRADO que sua aplicação ajude na resolução de problemas.
Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo
Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x de associação entre eles que faça corresponder a todo
+ y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64. elemento do primeiro conjunto um único elemento do 91
segundo, ocorre uma função, ou dizemos que um está 𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
em função do outro. Podemos representar uma fun- 𝑓: A → B
ção de duas maneiras, tabela ou fórmula. Veja a seguir x ↦ 𝑓(x)
uma tabela que relaciona dois conjuntos, distância
Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-
percorrida e valor pago em uma corrida de táxi:
ro real x ao número 2x, é expressa da seguinte forma:

DISTÂNCIA PERCORRIDA 𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou


10 15 20 25 𝑓: A → B
(KM)
x ↦ 2x
VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55
Domínio, Contradomínio e Imagem da Função

Para toda distância percorrida nesta tabela, existe O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
um único correspondente de valor pago por corrida. conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
Um matemático diria que o valor pago na corrida de possíveis elementos do conjunto A (D=A) e, nos gráfi-
táxi está em função da distância percorrida. Se cha- cos, são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir.
marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se O contradomínio (CD=B) é o conjunto de chegada,
escrever então a fórmula que represente essa função: formado por todos os elementos do conjunto B e são
formados por todos os valores que as ordenadas (eixo
VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
y) podem assumir.
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
A imagem (Im) é formada por todos os elementos
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da do contradomínio que se relacionam com algum ele-
função permite escrever a sua correspondente Tabe- mento do domínio. Assim, quando todo elemento x ϵ
la, bastando substituir os valores D e obter seus res- A está associado a um elemento y ϵ B, dizemos que y é
pectivos VP. Podemos dizer, ainda, que o valor fixo na a imagem de x, e denotamos por y = 𝑓(x).
fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio e
Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em um contradomínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x) = x +
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota- 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da subs-
do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: tituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, pertencente
⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓. aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1 + 2 = 3,
Na figura a seguir, observa-se que as relações 𝑓 e e assim sucessivamente, de modo geral, a Im( 𝑓) = x + 2.
g não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de
A tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se Importante!
tem todo elemento de A com um único respectivo em
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para Se tivermos um elemento do conjunto de partida
todo elemento de A existe um único respectivo em B, (A) o qual não tem seu respectivo valor em relação
ao conjunto (B), então essa relação não é função.
A f B
O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas
as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
a função a seguir, qual seria seu domínio?

√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x

A Assim, o domínio são todos valores possíveis para x


g B
tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restrições na
função, a primeira que não existe raiz quadrada negativa
e que o denominador não seja nulo. Para isso, faremos:
x–2≥0→x≥2e3–x>0→x<3
Note que a desigualdade do denominador exclui o
zero. Assim, a intersecção dessas duas condições é 2 ≤
x < 3. Logo, o domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.

A
H B

Geralmente existe uma expressão y = 𝑓 (x) que


expressa todos os elementos da relação; assim, para
representar uma função 𝑓, de A em B, segundo uma Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contradomínio (CD) e
92 lei de formação, tem-se: imagem (Im).
Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras Diagramas para funções pares

As funções injetoras são funções tais que os distin-


tos elementos do domínio se relacionam com distintos -2
elementos da imagem, ou seja, dois elementos do domí- -1 1
nio não podem ter a mesma imagem (figura a seguir). 0 2
Uma função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora, visto 1 5
2
que para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓 (x2).

B
z Diagrama para funções injetoras
A

2 0
3 2 -2 -10
5 4 -1 -5
6 0 0
A 8 1 5
10 2 10
B
A B
z Diagrama para funções sobrejetoras
Diagramas para funções par (a) e ímpar (b).

Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ,


-2 12 com potências pares são funções pares e com potên-
-1 3 cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x)
1 27 = x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
3 ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3
B = –x3 = –𝑓(x).
Observando o gráfico de uma função par notamos
A
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y).
z Diagrama para funções bijetoras Já a função ímpar é simétrica em relação a origem
((x, y) = (0, 0)).

1 -1 Funções Periódicas e Compostas


4 2
7 5 Funções periódicas, a grosso modo, são funções
9 7 especiais de fácil identificação visual ou gráfica, em
11 9 que se observa uma característica de repetição do
decorrer da curva em intervalos subsequentes.
B Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T
A se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x +
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
As funções sobrejetoras são funções nas quais o T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
seu conjunto imagem (Im) é igual ao contradomínio n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
(CD), isto é, Im=CD=B (figura do meio).
cos(x), são funções periódicas de período T =2π.
Em funções que aconteçam as duas situações ao Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
mesmo tempo, ou seja, a função é injetora e sobreje- cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do
tora, então dizemos que ela é uma função bijetora domínio e contradomínio definido, ou seja, 𝑓: A → B
(figura acima). e g: B → C, então para todo x ϵ A temos um único y ϵ
B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z
ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C,
Funções Pares e Ímpares
MATEMÁTICA

definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg


ou h(x) = 𝑓[g(x)].
Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) = Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A com-
𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x posta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2 = 9x2 +2.
devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] =
3(x2 + 2) = 3x2 + 2.
função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a
Podemos, ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun- tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) =
ções par e ímpar estão na figura a seguir. 2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)? 93
Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam- Supondo duas funções 𝑓(x) = √x + 1 e g(x) = √x – 4 , os
bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo: domínios delas são D𝑓 = [–1, +∞[ e Dg = [4, +∞[. Note que
raiz quadrada pode assumir somente valores positi-
vos incluindo o zero.
x+3 Se fizermos o quociente delas, teremos:
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2
√x + 1
Relações entre Funções (𝑓/g)(x) =
√x – 4
A igualdade entre duas funções, é uma relação
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e nesse caso o denominador não pode ser nulo.
somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A.
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as RAIZ DE UMA FUNÇÃO
funções de A em B definidas por:
Raiz ou raízes de uma função são também conheci-
x2 – 1 das como zero da função, ou seja, é quando o valor de
𝑓(x) = x – 1 e g(x) = x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0.
x+1
Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se: basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:

𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 1
𝑓(3) = 3 – 1 = 2 y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
e é raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
tesiano será:
12 – 1
g(1) = =0
1+1 1
(x, y) = ,0
2
22 – 1
g(2) = =1
2+1 FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E
DECRESCENTE
32 – 1
g(3) = =2 Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de
3+1
função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,
Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
∊ A, temos que as funções são iguais.
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
Podemos ter outras relações entre funções, como
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir; assim, o conjunto
a soma de duas funções 𝑓 e g, definida por:
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.
(𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).

A diferença entre funções, definida por:

(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x).

O produto entre funções:


Função constante 𝑓(x) = c.

(𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x).


Assim, temos exemplos de funções constantes
E o quociente entre funções: como mostra a figura a seguir:

(𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0.

Em cada uma das operações anteriores, o domínio


da função resultante consiste naqueles valores de x que
estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e g, sendo
que quando tivermos o quociente, existe a necessidade
de o denominador ser não nulo; algumas outras fun-
ções também podem ter restrições específicas, como,
y=4 y=–2
por exemplo, a função raiz quadrada, que precisa ser
positiva. Logo, o domínio do resultado delas deve satis-
94 fazer as duas funções ao mesmo tempo. Exemplos de funções constantes.
Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
função crescente em um intervalo, se para dois valo-
res quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo,
se x1 < x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os
valores de x os valores de y também aumentam (figu-
ra “a”).
Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente
nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
todo {x1, x2} ∊ ℝ.
Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
função decrescente em um intervalo, se para dois (Figura “b”)
valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva-
lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando FUNÇÃO INVERSA E SEU GRÁFICO
os valores de x os valores de y diminuem (figura “b”).
Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres- Uma função 𝑓: A → B, bijetora de A em B, ou seja,
cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 > distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
–3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ. distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a
relação inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que
denominamos de função inversa e denotada por 𝑓 -1.
Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
a) b)
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b).
2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da

FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA função inversa de 𝑓 é definida por:

Funções definidas por mais de uma sentença

{
y+1
são funções em que cada subdomínio tem uma função 𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
associada a ela e a união desses subdomínios forma o 2
domínio da função original 𝑓(x). Com isso, consegui-
mos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada sub- Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
domínio, dois exemplos de funções com mais de uma

{
sentença e diferentes subdomínios.
y+1

{
𝑓–1 = (y, x) ∊ B × A | x =
2
–x + 1, se x < –2
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
O domínio da f é A que é a imagem de f , já o
–1

–x + 1, se x > 1 domínio de f é B que é a imagem da f.


–1

(Figura “a”) Na figura a seguir, vemos os gráficos das funções


𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela figura “c” que eles

b) 𝑓(x) = { –x2 + 1, se x < 1


(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
são simétricos em relação à bissetriz nos quadrantes
ímpares do plano cartesiano. Para construir o gráfico,
basta plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções
(Figura “b”)
no plano cartesiano e traçar uma reta.
MATEMÁTICA

(Figura “a”) 95
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
na próxima figura.

Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.

Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).

Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as duas funções Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
mais a bissetriz em pontilhado. ficiente angular for positivo e decrescente quando o
mesmo for negativo.
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA
Sinal da Função Afim
Função Linear e Afim
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida
A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan- por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com 𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0. Inicialmente, identificamos onde a função é igual
O gráfico da função linear é uma reta que passa a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos
cartesiano (figura a seguir). a raiz sendo:

b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a

Agora, teremos dois casos para estudo do sinal da


função afim, um quando o coeficiente angular é posi-
tivo (a > 0) outro quando é negativo (a < 0):
1º caso: a > 0 (crescente):

 b b
 f ( x==
𝑓(x) ) axax
+ b+>b0 >→0x →
> – x > −; ;
 a a

b
 f ( x=
𝑓(x) =) axax
+ b+<b0 <→0x →
< – x b< −; ;
Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4). 
 a a
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
96 a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1 os sinais positivos e negativos da função.
2º caso: a < 0 (decrescente): {S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
inequações produto.
Tomemos como exemplo a inequação produto (x +
 𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b; 2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x)
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a = 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos:

b b
 f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;  x+2>0→x>–2 b
 a a  f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
 1
 3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
 3 a

Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:


Logo, a solução para esse primeiro caso é:
1

{
2x + 1 = 0 → x = –
2 S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
3
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
 x+2<0→x<–2 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
 x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b  a

 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a  f3x(–x1=
1 b
 )< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
1 b 
 3 a
 fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x)
 2 a

Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 =


{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-
ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:

{
Inequações Produto e Quociente para Função Afim
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ- 3
to delas são dadas por:
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-
𝑓(x) · g(x) ≤ 0 tes delas são dadas por:
De acordo com a regra de sinais do produto de
números reais, temos que (+ · + = +); (– · – = +); (+ · – 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas > 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, g(x) g(x) g(x) g(x)
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto
De acordo com a regra de sinais do quociente de
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou
números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+ ÷ – =
MATEMÁTICA

𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.


–). Lembrando que o denominador da fração não pode
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
ser nulo, assim, um conjunto solução (S) para uma
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
dessas inequações pode ser encontrado da seguinte
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
forma. Seja a inequação quociente:
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . 𝑓(x)
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) · ≥0
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S = g(x) 97
Para o produto ser positivo, temos duas situações:
𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0, encontramos a solu-
ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒
Por fim, a solução para a inequação quociente: S4} = {∅}. Assim, o conjunto solução para inequação
quociente:

𝑓(x)
≥0 (x + 2)
g(x) ≥1
(3x – 1)
É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1
⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras é:
inequações quocientes.

{
Tomemos como exemplo a inequação quociente:
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{
ℜ| 3 2
(x + 2)
≥1
(3X – 1)
Quando se está trabalhando algebricamente com
uma inequação, no momento que se tem a necessida-
Ou seja, de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1), não esqueça de também inverter
(x + 2) o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .
(x + 2) (–2x + 3
≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1 Funções Quadráticas

Assim temos: A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-


cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
𝑓(x) ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1 quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
g(x)
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 + bx
+ c, é uma parábola; assim, para sua construção, são
Seguindo os dois passos acima temos: necessários mais que dois pontos, diferentemente do
visto anteriormente na construção da reta.
 – 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b Inicialmente encontra-se os zeros ou raízes da
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ; função, o vértice e o ponto de encontro com o eixo
 2 a y. São três coeficientes na função quadrática, a, b e c.

 f3x( –x1= 1 b O primeiro (a) indica se a concavidade da parábola
) > 0 ax > b<0→ x<−
→ x+ ; está voltada para cima (a > 0) ou para baixo (a < 0),

 3 a
já o terceiro (c) indica onde a parábola corta o eixo
das ordenadas (eixo y), ou seja, quando x = 0 ou y = c.
Seja a função quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, (x, y) = (0,
2) é o ponto onde a parábola corta o eixo y, com mais
alguns pontos pode-se traçar a parábola que represen-
ta a função 𝑓(x). Assim, as raízes da função são y = 0 →
x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2,
Logo, a solução para esse primeiro caso é: 0) e o vértice dado pelo ponto:

{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ (xv, yv) =
3
2
,–
1
4
3 2

 – 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
 f ( x )
= ax + b > 0 → x > − ;
2 a

 f (3x 1 b
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
 3 a
98
Logo seu gráfico segue na próxima figura: Sinal da Função Quadrática

O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida


por y = 𝑓(x) é encontrar para quais valores de x temos
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, x ∊ D𝑓 com.
Inicialmente, identificamos onde a função é igual
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0. Para função quadrática,
vimos que as raízes são:

– b ± √∆
x=
2a

Com ∆ = b2 – 4ac.
Agora, teremos os casos para estudo do sinal da
função quadrática, quando o coeficiente a é positivo
(a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando
∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0
Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com vértice: Para ∆ < 0, temos:
(x v, y v = ^ 2 , – h e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
3 1
4
As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ
𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Pela forma canônica, tem-se que a função 𝑓(x) =
ax2 + bx + c pode ser escrita da seguinte forma: No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como
não existe raiz real; logo, a parábola não corta o eixo

[ ]
2 x (abscissa).
b ∆
𝑓(x) = a x+ –
2a 4a2

Sendo ∆ = b2 – 4ac o discriminante, igualando essa fun-


ção canônica a zero, chegamos nos valores das raízes:

Para ∆ = 0, temos:
– b ± √∆
x=
2a a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Usando essa fórmula, chegamos nas raízes da fun-
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-
zes são iguais (raiz unitária). Logo, a parábola corta o
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
eixo x (abscissa) em apenas um ponto; nesse ponto, a
𝑓(x) = 0.
– (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
2·1 2

– (–3) + √1 3+1
x2 = = =2
2·1 2

Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1, Para ∆ > 0, temos:
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).

 b
Importante!  f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x 0< x→
1 x > −2 ;
ou x > x }
 a
MATEMÁTICA

Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0), não a>0→ 


𝑓(x) b
temos raízes reais, pois raiz quadrada de um f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x0 <→x <x x<2}− ;
número negativo é um número complexo. Quan- 

1
a
do o delta é igual a zero (∆ = 0), as duas raízes
são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá-  b
 f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0 < x < x2} − ;
1 → x >
tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0),  a
teremos então a situação de duas raízes reais. a<0→ 
𝑓(x) b
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<x <0 x→ oux x<>−x2} ;


1
a 99
No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, existem  b
f ( x=
) ax +b > 0 → x > − ;
 ∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
2
 a
as duas raízes reais. Logo, a parábola corta o eixo x ∆ = b – 4ac →
2 
b
 f ( x=
) 2 ax + b < 0 → x < − ;
(abscissa) em dois pontos; nesses pontos, a 𝑓(x) = 0.  ∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a

 –(–1) – √25 b
 fx( x==) ax2+· 1b > 0 →
1
x>− ;
= –2
a
𝑓(x) = 0 
 fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
 2
2·1 a
Logo, no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x) 
 f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 √0→ x > −
b
;
 a
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor g(x) = 0  x =x = = 1 b
 f (1x=
) 2 ax + b < 0 → x < − ;
do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim, 
 2 · (–1) a
concluímos para o estudo de sinal:
Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:
 b
 f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0< →
1 oux x>>−2} ;  b
 a f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
 𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
 ;
a>0→  
b
𝑓(x) b  f ( x=
) ax + b < 0 → x < −
 𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
;
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<10< →
x <x2}< − ;
 a

 a
Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
Inequações para Função Quadrática g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx · g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0. 0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O No caso de inequação quociente, faz-se o estudo
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
resultado para resolver essa inequação é encontrado
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim, dependendo
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
dos valores de a e de delta, temos algumas combina-
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –). Assim, um conjunto solução (S)
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0:
para uma dessas inequações pode ser encontrado da
seguinte forma: seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então, seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–
x + 2x) < 0, para achar o conjunto solução, primeiro
2

encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1


e g(x) = – x2 + 2x:
 b
f ( x )
= ax + b > 0
 ∆ = (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 → x > − ;
2
a
 ∆ = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓
∆ = b2 – 4ac →

 f ( x=
2
b
) –(1) ax b 0 x ;
g

+ < → < −
 fx( x==) ax +–b√9> 0 → x>− ;
= –1
b a
  1
2·2 a
𝑓(x) = 0 
 f ( x= –(1) + √9 1 b
 x2 =) ax + b < 0 →
= x<− ;
 2·2 2 a

No caso de inequação produto, faz-se o estudo de  x = –(2) – √4 = 2 b


 f (1 x=
) ax + b > 0 → x > − ;
sinal de cada uma das funções quadráticas e define-  2 · (–1) a
-se como solução de acordo com a regra de sinais do g(x) = 0 
b
produto de números reais; temos que (+ · + = +); (– · – =  f ( x=) –(2)
ax ++b√4< 0 →
= 0x < − ;
+); (+ · – = –). Assim, um conjunto solução (S) para uma  x2 =
 2 · (–1) a
dessas inequações pode ser encontrado da seguinte
Para 𝑓(x) = 2x2 + x – 1, com ∆ > 0 e a > 0:
forma: seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para
b   b
o produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e ; ( x=
− > xf → )0 >ax
b+ ba> 0
+x =)x

b 1 
( fx > − ;
 𝑓(x) a 
  a
g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.  f ( x; =
)b> 0,
−ax

<x b
+xf →
∊ℜ )00<→
( x>
| xax
b+ x xb
< –1 ou
> ; ( fx
−x0=>)→
a< x < − b ;
 a 

= +
a 2   a
Então, seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2  b
+ 2x – 1) > 0; para achar o conjunto solução, primeiro  f; (ax−=  b  b
) > ax + b < 0 → x < − 1 ; 
x
→ f (0x>
) b ax
= + x+ab = ) x0
> (→f x > − ;
 a
encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e 
 𝑓(x)
;
b < 0,  x ∊ ℜ | –1 < x <
− < x →

f (0x<
) b ax
= + x+ab = a( →
) x0
<

f x < −
b
;
100 g(x) = –x2 + 2x – 1:
a 
 2 
 a
Para g(x) = – x2 + 2x, com ∆ > 0 e a < 0: Sendo a = 1 > 0, então a concavidade da parábola
está voltada para cima e o vértice será ponto de míni-
 b
mo da função.

 g(x) > 0,ax
f ( x=
) {x +
∊ℜ | 00<→
b > x <x2}
>
a
; −
O vértice de uma função quadrática será ponto de

 f ( x=
) ax + b < 0 → x < −
b
; máximo da função quando a < 0 e ponto de mínimo

 g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2}
a
da função quando a > 0.

Assim, para a inequação quociente ser negativa, FUNÇÃO MODULAR


𝑓(x)/g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situa- Definição, Gráfico, Domínio e Imagem
ções: a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0.
Assim, a solução será: Uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida pela associação de cada
x ∊ ℝ a 𝑓(x) = |x| ∊ ℝ é denominada Função Modular.
Considerando a definição de módulo de um núme-
b   b
; − > ( x0
x f→ ) > ax
= b ++xba >=0 (1f
) x→ x
 > − ; ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x
a   a
b 1  x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
S =   ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
; ( x0
− < x f→ ) < ax
= b ++xba <=0 (2f
) x→ 
x < −
b
;
≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função
a 
 
 a modular também da seguinte forma:

= {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2  b
 x, se x ≥ 0
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
𝑓(x) = 
 f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0.  – x, se x < 0
 a

Assim, a solução será:


O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi-
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas
b   b
;
a
− > x →


f0( x>
) b+
= axxa
+ b=
> (1f
) x0 → 

x > −
a
; sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de
b S2 =
 x∊ℜ|–1<x< ⌒{x∊ℜ| 0 < x < 2} origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas
  x < − b
; − < x f 0
( x<
) b+
axxa ) x0
+ b= ( → ;
a



= <
2f 
 a retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran-
b   b
tes do plano (figura a seguir).
; − > x → 0 ( xb
f > )+x
= axa +=
b (1f
) x> 0→ x > − ;
a 
  a O domínio da função modular é o conjunto dos
b =  x∊ℜ|0<x<
 
 b reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
; − < x → 0 ( xb
f < )+x
ax ) x<
a +=
b ( 0 ;
=
2f 
→ x < −
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
a 
  a

valores positivos (reais não negativos (ℝ+)). Logo, Im(𝑓)


Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x = ℜ+. Note que no gráfico da função as retas ficam aci-
– 1)/(–x2 + 2x) < 0 é: ma do eixo x, onde todos valores para y são positivos
(figura a seguir).
 b b 
 ) ; ax
f ( x= >b
− + x>→ 00→ >xb>+1x−a ;= )x ( f 
 a a 
S1 ◡ S2 =  x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x <
 f ( x= b ou
b x >2 

) ; ax 00

 a
−+<bx<→ → <xb<
2 −aa ;=) x ( f
+x

Máximo e Mínimo para Função Quadrática

Dizemos que o número yM ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-


mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, e somente se, yM
≥ y ou yM ≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D𝑓 tal que
yM = 𝑓(xM) chamamos de ponto máximo ou mínimo da
função. Esse ponto também é conhecido como vértice
da função quadrática ou da parábola. Denotamos o Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = |x|.
vértice como:
Para funções modulares com potência quadrática
como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-
 ∆
−–b b −∆
− b–∆
− 
(= yM ,)y
xM , (x (
)V== )
v ,v,yyvv) = V
Vx(x V  ,,  V )v
= v (
y , x Vlar = )M
em yfunções
(
, x definidas por duas sentenças:
M
M M
 a22a
4a a44a2a 
 b
f 2( x=) ax + b > 0 → x > − ;
Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice é  x + 4x
 a
𝑓(x) = 
b
dado por:  f ( x2 =
) ax + b < 0 → x < − ;
 –(x + 4x)
 a
−b b−∆
 ∆−–b − 
–∆
(=
xM , yM ) (V(x
V= xv ,v ,yyv v)) = VV  ,,  V = ) vy , vx ( V =
) My A, Messas
x ( duas funções encontramos as suas raízes:
MATEMÁTICA

 a22a
4a a44a
2a  ∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16

−∆ –((–3) –∆4−· 1 b· −2)


−–b( –3)
( xv , yv ) =VV  , ,   ,  V = ) My , Mx (  fx( x==) –(4) b
2

(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V = ax
– √16
+ b > 0 –4 x > − ;
=→
 2a2 · 14a  4 a· 14 a2   2·1
1
a


−3− b−
b −∆1
 fx( x==) –(4) + √16 b
(= ( xv , yv ) =VV  , ,– 4  V =
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx ( ax + b < 0 =→0 x < − ;
 a224a a42a  
2
2·1 a 101
As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença E na situação de uma função modular, como a
o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo-
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja, res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi- ção é dada por:
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva-
lo de x a seguir:  3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
 a
b |3x + 2| = 2x – 3 ⇔  1
 2
 x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
 f3x( x+= b
𝑓(x) =


a )2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ;
 f (2x=
) ax + b < 0 → x < −
b
; 
 5 a
 –x – 4x, –4 < x < 0
 a

Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2,


Dessa forma, construímos o gráfico para x2 + 4x no então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}.
intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no
intervalo entre –4 e 0 (figura a seguir). Inequações Modulares
As raízes das sentenças definidas pela função
modular podem também ser chamadas de ponto (s) Uma das propriedades de módulo para números
de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta reais, em que para um número k > 0, tem-se |x| < k ⇔
(funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre –k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa pro-
uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse caso priedade, podemos resolver inequações modulares
indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓) = 𝔑+. como |3x – 2| < 4 e sua solução é:

2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3
b   b
; − > x→f (0
x=)> bax
+2x
+ab >)0
= x (→f x > − ;
a   a
b S =  x∊ℜ|– < x < 2 
b
; − < x→f (x
0=)< bax
+3x
+ab <)0
= x (→f x < − ;
a 
 
 a

Mas se a inequação for |5x + 4| ≥ 4, a solução é:

|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8

ou

Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = | x2 + 4x|. 8


5x ≥ 0 ⇔ x ≤ – ou x ≥ 0
5
Equações Modulares
b   b
; −
 > ) 0
f (xx→
= ax bb
>+ +
8> 0→
xa ) xx( >
= f− ;
a   a
Lembrando da definição de módulo de um núme- S=  x∊ℜ|x≤– ou x ≥ 0 
b < b
ro real, em que para um número k > 0, tem-se |x| = k ; − f (xx=
) 0
→ ax bb
<+ 5<
+ 0→
xa = f
) xx( < − ;
a 
 
 a
⇔ x = k ou x = –k. Então, a solução da equação modu-
lar |x + 2| = 3 é: Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0, temos:

 b |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x
 x+2=3→x=1
 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
|x + 2| = 3 ⇔ 
 f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
 x + 2 = –3 → x = –5
 a 
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
b
;
 x + 1, se x ≥ – 1
 a
|x + 1| = 
b
 f ( x=
 –x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
S = {–5, 1}  a

Caso tenhamos duas funções modulares, como a Para x ≥ –1, temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:
equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
te forma: S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}

 3 b Já para x < –1, temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com

 f
3x( x+=)2 = ax
x –+1 b
→ >x 0
= →
– x > − ; solução:
2 a
|3x + 2| = |x – 1| ⇔  S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
 f3x( x+=)2 =ax 1 b
–x + < x0=→– x < − ;
+ 1b →
Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
 4 a
b   b S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
a   a
b S= – ,– 
b
; − < x → 0 < b+fx(a ) =
2x= )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
102 a 
 
 a
REFERÊNCIAS Logo,

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e an = a1 + (n-1)r


aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v. a10 = 1 + (10-1)2
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática a10 = 1 + 2 · 9
Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. a10 = 1 + 18
______. Matemática: ciência e aplicações. 9. ed. São a10 = 19
Paulo: Saraiva, 2016. 3 v.
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
v. podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São posição 200 é:
Paulo: Moderna, 2010. 3 v.
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline an = a1 + (n-1)r
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São a200 = 1 + (200-1)2
Paulo: FTD, 2016. 3 v. a200 = 1 + 2 · 199
a200 = 1 + 198
a200 = 199
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA
GEOMÉTRICAS
A fórmula a seguir permite calcular a soma dos “n”
PROGRESSÃO ARITMÉTICA primeiros termos de uma progressão aritmética:

Uma progressão aritmética é aquela em que os n # (a1 + an)


Sn =
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons- 2
tante, normalmente representada pela letra r.
Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
z Termo inicial: valor do primeiro número que
que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.
compõe a sequência;
Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-
z Razão: regra que permite, a partir de um termo,
te caso, o termo a7, que observando na sequência é o
obter o seguinte.
número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
temos:
Observe o exemplo a seguir:
n # (a1 + an)
{1,3,5,7,9,11,13, ...} Sn =
2

Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9 e assim suces- 7 # (1 + 13)


S7 =
sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Pro- 2
gressão Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r 7 # 14
= 2 e termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo S7 =
2
progressões aritméticas, é importante saber obter o
termo geral e a soma dos termos, conforme veremos 98
S7 = = 49
a seguir. 2
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
Termo Geral da PA
z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei- crescente.
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer
outro termo. Temos a seguinte fórmula: Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3;

an = a1 + (n-1)r z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem


decrescente.
Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1;
a posição do termo na PA.
Usando o nosso exemplo anterior, vamos desco- z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
MATEMÁTICA

brir o termo de posição 10. Já temos as informações iguais.


que precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}
Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0.
z o termo que buscamos é o da décima posição, isto
é, a10; Dica
z a razão da PA é 2, portanto r = 2;
z o termo inicial é 1, logo a1 = 1; PA crescente: se r > 0;
z n, ou seja, a posição que queremos é a de número PA decrescente: se r < 0;
10: n = 10 PA constante: se r = 0. 103
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o Substituindo na fórmula da média aritmética:
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé- (a1 + a2 + a3 + a4 )/4 = 310
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja: (a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) / 4 = 310
4 a1 + 6r = 310 · 4
PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3)/2 4 a1 + 6 · (-24) = 1240
PA (2, 4, 6)  4 = (2+6)/2  4 = 4. 4 a1 - 144 = 1240
a1 = 346
Resolva os exercícios a seguir para praticar os Encontrando a4:
conhecimentos vistos até aqui.
a4= 346 + (4-1).r
a4= 346 + 3r
1. (IBFC – 2015) O total de múltiplos de 4 existentes
a4= 346 + 3. (-24)
entre os números 23 e 125 é:
a4 = 274. Resposta: Letra D.
a) 25.
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
b) 26.
c) 27.
d) 28. Observe a sequência a seguir:
e) 24.
{2, 4, 8, 16, 32...}
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o último
é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma PA de Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2.
razão igual a 4. Então, temos as seguintes informações: Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica,
a1 = 24 ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-
an = 124 do a partir da multiplicação do anterior por um mes-
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para mo número, o que chamamos de razão da progressão
obter os múltiplos). geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos): a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
an = a1 + (n-1)r PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
124 = 24 + (n – 1)4 e a soma dos termos.
124 = 24 + 4n – 4
124 – 24 + 4 = 4n Termo Geral da PG
104 = 4n
n = 26. Resposta: Letra B.
A fórmula a seguir permite obter qualquer termo
2. (FCC – 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em (an) da progressão geométrica, partindo-se do primei-
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá ro termo (a1) e da razão (q):
em cada dia será diferente e formará uma progressão
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme- an = a1 · qn-1
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km.
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô- No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último ser encontrado assim:
dia de viagem será igual a
{2, 4, 8, 16, 32...}
a) 334. a5 = 2 · 25-1
b) 280. a5 = 2 · 24
c) 322. a5 = 2 · 16
d) 274. a5 = 32
e) 310.
Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para A fórmula a seguir permite calcular a soma dos “n”
podermos substituir na média. Usando a fórmula primeiros termos da progressão geométrica:
do termo geral:
r = -24 n
a1 #· (q - 1)
an= a1 + (n-1).r Sn =
Achando a1: q-1
a1 = a1 + (1-1).r Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
a1 = a1 soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
Colocando a2 em função de a1: 16, 32...}
a2= a1+ (2-1)r 4
2 # (2 - 1)
a2 = a1 + r S4 =
Colocando a3 em função de a1: 2-1
a3= a1+ (3-1)r 2 # (16 - 1)
S4 =
a3 = a1 + 2r 1
Colocando a4 em função de a1: 2 # 15
S4 =
a4 = a1 + (4-1)r 1
104 a4 = a1 + 3r S4 = 30
Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
Geométrica FUNÇÕES EXPONENCIAIS E
LOGARÍTMICAS
Suponha que você corra 1000 metros, depois, cor-
ra 500 metros, depois, corra 250 metros e, depois, 125 FUNÇÃO EXPONENCIAL
metros — sempre metade do que você correu ante-
riormente. Quanto você correrá no total? Observe que Definição, Características, Domínio, Imagem e
o que temos é exatamente uma progressão geométri- Gráfico
ca infinita, porém, essa PG é decrescente.
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q < Seja a um número real, tal que seja maior que zero
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ →
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por- ℝ que associa a cada x ∊ ℝ o número 𝑓(x) = ax, é conhe-
tanto, substituindo, teremos: cida como Função Exponencial. Assim funções como:
2x, (√2)x e 10x são exemplos de funções exponenciais.
a1 #· (0 - 1) Da definição de função exponencial, a partir de
S∞ =
q-1 algumas características, pode-se notar:
a1
S∞ = z x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1;
1-q
z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 →
Dica 𝑓(x1) < 𝑓(x2);
z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 <
Em uma progressão geométrica, o quadrado do
x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2);
termo do meio é igual ao produto dos extremos. z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n
{a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 · a3 > 0;
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...} z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente
82 = 4 · 16 se, r > 0;
64 = 64. z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se,
s > r;
Acompanhe os exercícios comentados a seguir z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente
para revisar seus conhecimentos. se, α > 0;
z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b
1. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica represen- > 0;
tada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão Geo- z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente
métrica crescente de razão igual a q, então, é correto se, x1 > x2;
afirmar que o valor de q é igual a: z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente
se, b < 0;
a) 2. z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen-
b) 3. te se, x1 < x2.
c) 4.
d) 8. O domínio da função exponencial é o conjunto
dos reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Vamos substituir os valores que já temos na fórmu- Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
la geral da PG para acharmos a razão: valores positivos não nulos (reais não negativos e não
an = a1 · qn-1 nulo (ℝ*+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note que no gráfico da
a6 = a1 · q6-1 função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x,
192 = 6 · q5 pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ. Além disso, temos que o pon-
192/6 = q5 to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y)
= (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o gráfico para duas
32 = q5
5 funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente
q= 32
(0 < a < 1), segue como na próxima figura:
q = 2. Resposta: Letra A.

2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.


(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a:

a) 324.
b) 36.
c) 108.
MATEMÁTICA

d) 216.

Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto


termo, devemos usar a fórmula do termo geral da
PG. Veja:
a4 = a2 · q4-2
a4 = 12 · 32
a4 = 12 · 9
a4 = 108. Resposta: Letra C. 105
Seja a inequação exponencial 2x < 32 (crescente),
temos a solução igual a:

2x < 32 → 2x < 25 → x < 5


S = {x ∊ ℜ | x < 5}

E na inequação exponencial (decrescente):


x x
11x
521 ≥ 1  ≥≥ 125
125
555
Temos duas formas:
x x x x
 11   11 
x x

≥→   ≥≥5 125
1125
521 ≥   5≥2≥125 → (5 ) 3 –1 x
≥ 53 → 5–x ≥ 53
 55   55 
Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e (b)
5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ).
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
Equações Exponenciais x x x x x x x x
 111 x  111 x  111 x  111 –3
521 ≥     ≥≥125
125 →     ≥ 5 →     ≥     ≥ 125
5 2 1 ≥ ≥ 125
5 2
3 1≥ 5 2
≥ 1
125

Equações exponenciais são aquelas equações onde  555   555   555   555 
a incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x
= 2. x ≤ –3
A forma de solucionar a equação exponencial é S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
deixando todas as potências com a mesma base, como
FUNÇÃO LOGARÍTMICA
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências
iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja, Logaritmo
ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu- Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
ção o valor de x igual a: ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
2x = 128 → 2x = 27→ x = 7 exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que
S = {7} não são possíveis deixar os dois membros com a mes-
ma base. Assim define-se o conceito de logaritmo. Seja
Agora para a equação exponencial 52x
2+3x–2
= 1 dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se
temos x igual a: x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se
deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
2 2
52x +3x–2 = 1 → 52x +3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 igual a b, ou seja:
∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25
loga b = x ⇔ ax = b
 –b – √∆ –3 – √25b
 f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –2 Em que a é base do logaritmo; b é o logaritmando
2 · 2a
1
2a e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2
 8 = 3 pois 23 = 8.
–b + √∆
 fx( x==) ax –3 +√25b 1
+b < 0 →= x<− ; = Logo, dessa definição decorrem algumas proprie-
 2
2a 2 · 2a 2 dades. Seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0:
b   b z loga 1 = 0
; − > x → 0 > b + x )xx=
a f (= )(1f ax
 +b > 0 → x > − ;
a   a
b S =  – 2, 
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx=  +b < 0 → x < −
ax ; z loga a = 1
a 
 
 a
z aloga b = b
Inequações Exponenciais
z loga b = loga c ⇔ b = c
Inequações exponenciais são aquelas inequações
onde a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode
2x – 4x < 2. ser generalizada para:
x x
A forma de solucionar a inequação exponencial é  1n 1  n
deixando todas as potências com a mesma base; como 52a1≥Πbi ≥125
log = Σ log b , n ≥ 2
a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescente  5i =1 5  i = 1 a i
x x
com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a desi-  1b1 
gualdade se mantém para as potências quando a fun- z b>0ec>05 →2log
1 ≥a     ≥ 125a b – loga c, então loga
= log
x x  5c5 
ção é crescente e inverte quando é decrescente, ou seja:  111 
521 ≥     ≥ = –125loga c
a > 1 → ax > ay ⇔ x > y;  5c5 
106 0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y z α ∊ ℝ → loga bα = α · (loga b)
1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b
n
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:

logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a c,
mudança de base com produto

1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b =
loga a
1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b
β Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2 x) e (b)
decrescente (𝑓(x) = log½ x).
Definição, Características, Domínio, Imagem e
Gráfico Equações Logarítmicas

Seja a um número real, tal que seja maior que zero Equações logarítmicas são aquelas equações do
e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+ tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com (a
→ ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é
∊ ℜ*+ –{1}).
conhecida como Função Logarítmica. Assim, funções
A forma de solucionar a equação logarítmica é
como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções
logarítmicas. deixando os logaritmos com a mesma base e igualan-
Da definição de função logarítmica, algumas carac- do as função 𝑓(x) = g(x) > 0, ou aplicando propriedade
terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1} podem se notar: inversa e transformando em equação exponencial,
loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα
z 𝑓: ℝ*+ → ℝ e g: ℝ → ℝ*+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) = Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x +
ax , relação inversa; 5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que
z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1; x > –2/3 e x > –5/2:
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1;
z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0; b

f ( x=
) 0→ ;
z a > 1; x > 1 → loga x > 0;  3x + 2
 < ax
0 →+xb>>–2/3 a
x > −

z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0;  f ( x=
) 0→ x < −
b
;
z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0.  2x + 5
 > ax
0 →+xb><–5/2 a

O domínio da função logarítmica é o conjunto log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3
dos reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ S = {3}
ℝ*+, existe um único y ∊ Im(𝑓). Como a função 𝑓: ℝ*+
→ ℝ, 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = Agora para a equação logarítmica log4 (2x2 + 5x + 4)
ax, assim 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função
= 2 temos x igual a:
assume qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ.
Note que no gráfico da função 𝑓(x) = loga x, a curva
está toda a direita do eixo y, pois x > 0. Além disso, 2x2 + 5x + 4 > 0
temos que o ponto de encontro da curva com o eixo x, ∆ = b2 – 4ac = 25 – 32 = –7
é no ponto (x, y) = (1, 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊ ℜ
o gráfico para duas funções logarítmicas, crescente (a > 1)
e decrescente (0 < a < 1), segue como na próxima figura: log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4
= 16 → 2x2 + 5x – 12 = 0

∆ = b2 – 4ac = 52 – 4 · 2 · (–12) = 25 + 96 = 121

 – b – √∆ b
– 5 – √121
 f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2 ·a
MATEMÁTICA

1
2a 2

– b + √∆
 fx( x==) ax b
– 5 +√121 3
+b < 0 → = x<− ; =
2
2a 2 ·a2 2

b   b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
 +b > 0 → x > − ;
a   a
b S =  – 4, 
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx=  +b < 0 → x < −
ax ;
a 
 
 a 107
Inequações Logarítmicas Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
então, a solução para g(x) ≤ 0 é:
Inequações logarítmicas são aquelas inequações
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com b 
f (x )> b
 b
;
a
− > x


→ 0= ax 1ab >=)0x (→
++
x x > −
f
 a
;
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
b S2 =
 x∊ℜ|– ≤x≤3 
b
A forma de solucionar a inequação logarítmica é ; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
x
++ f
x< − ;
a 
 
 a
deixando os logaritmos com as mesma base e aplican-
do as desigualdades em casos de bases maiores que Assim, a solução da inequação logarítmica log2 (2x2 –
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções acima:
> 0, ou aplicando propriedade inversa e transforman-
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. 
f ( x;=
b
>0>
b 


) −
a
ax1+xb→
> →bx 5a− a=);x ( f
x
+> 

Esquematizando, temos: S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3 
 f ( x= b 
)
; ax
− 2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − = ); x ( f

 a a 

 b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
 𝑓(x) > g(x) se a > 1
 a
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔  E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
 f ( x= b
 0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
 a
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1

ou Entretanto, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então:

 b
f ( x=
) kax + b > 0 → x > −
 𝑓(x) > a se a > 1
 a
; 5
loga 𝑓(x) > k ⇔ 
b
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
 f ( x= 3
 0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
 a
 b
 0 < 𝑓(x) < a se a > 1 Como a solução x > 1 é também maior que:
 f ( x=
) ax k+ b > 0 → x > − ;
a
loga 𝑓(x) > k ⇔ 
 f ( x= b
) kax + b < 0 → x < − ;
 𝑓(x) > a se 0 < a < 1
 a
5
x>–
Seja a inequação logarítmica log2 (2x – 5x) ≤ log23,
2
3
para acharmos a solução, primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x: Logo, temos o intervalo de solução para x sendo:

2x2 – 5x > 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · 0 = 25 S = {x ∊ ℜ | x > 1}

Logaritmos Decimais
 – (–5) – √25 b
 fx( x==) ax2+· b2 > 0 →= x 0> − a ;
1
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10

 fx( x==) –(–5) + √25 5 b 𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
ax + b < 0 →= x < − ; ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de
 1
2·2 2 a escrever o valor 10 na base. Todas as características
e propriedades de logaritmos também valem para os
Como para a 𝑓(x) = 2x2 – 5x temos a > 0 e ∆ > 0, logaritmos decimais.
então a solução para 𝑓(x) > 0 é: Seguem algumas propriedades:

b   b z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x
; − >xf → )0 >ax
( x= b++xba> 0
=)→x (5fx> − ;
a   a < c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ;
S1 =
b
 x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 
b
; − <xf →
( x=
)0 <ax
b++xba< 0
=)→x (2fx< − ; z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1
a 
 
 a
é a mantissa;
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
Agora o estudo da inequação logarítmica começa
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
na relação entre os logaritmos de mesma base; como
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
a base é 2, então a função é crescente:
multiplica-se x por potência de 10 com expoente
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda
a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2
quando temos log10p x, p ∊ ℤ.
– 5x – 3 ≤ 0
Valores da característica (c) são dados da seguinte
2x2 – 5x – 3 ≤ 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · (–3) = 25 + 24 = 49 forma:

 – (–5) – √49 1b  log 2,3 → c = 0 b


 f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x –> − ; f ( x =) ax + b
 log 31,421 → c = 1> 0 → x > − ;
1
2·2 2a a
 x>1 
 fx( x==) – ax
(–5) + √49 b  flog( x204 →c=2 b
+ b < 0 →= x 3< − ; =) ax + b < 0 → x < − ;
108 1
2·2 a  log 6542,3 → c = 3 a
 log 0,2 → c = –1 b Mantissas

 flog( x0,035
=) ax + b > 0 → x > − ;
→ c = –2 a
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0<x<1 
 flog( x0,00405 → c = –3 b 46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
=) ax + b < 0 → x < − ; 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
 log 0,00053 → c = –4 a 48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o 51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga-
52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
rismo significativo. Sendo a mantissa tabelada para N
= 234 (m = 0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
23,4 = c + m = 1 + 0,3692 = 1,3692. 54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549
(IEZZI; MURAKAMI, 1977).
Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Resolva as questões comentadas a seguir para
exercitar seus conhecimentos.
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755 1. (FCC – 2018) Inicialmente o domínio da função y = –
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106 x² + 2x + 15 é o conjunto dos números reais e essa
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430 função será chamada de função J. Uma outra função,
K, também dada por y = −x² + 2x + 15, tem como domí-
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
nio o conjunto {−4,−3,−2,3,4,5,6,7}. A diferença entre a
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014 maior imagem da função J e a menor imagem da fun-
ção K, nessa ordem, é igual a:
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529 a) 18.
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765 b) 41.
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 c) 36.
d) 4.
20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201 e) 15.
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
Para saber, temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D =
22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598 Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A =
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784 {−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}.
24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962 Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a
maior imagem para a função J, como o coeficiente
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133 a< 0, a concavidade está voltada para baixo e o seu
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298 ponto de máximo será o:
27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456 ∆ 64
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609 yvértice = – =– = 16
4a 4 · (–1)
29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
Fazendo a diferença na ordem mencionada, temos:
30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900 16 – (–20) = 16 + 20 = 36. Resposta: Letra C.
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
2. (FCC – 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
representativo dos trabalhadores de uma empresa de
33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302 alta tecnologia em manufatura de peças para compu-
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428 tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais
uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551 unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670 sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786 12,03 reais por taxa de empreitada por unidade inteira
produzida por hora. Na audiência de negociação, foram
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
estabelecidas equações para o salário por hora de cada
39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
uma das propostas em termos de n, o número inteiro de
MATEMÁTICA

peças produzidas por hora. O valor por hora trabalhada


40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
mais a taxa de empreitada que a empresa ofereceu só
41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222 é maior que o valor solicitado pelo sindicato quando:
42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
a) n<2.
b) n=2.
44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
c) n=3.
45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
d) n<3.
e) n>3. 109
Inicialmente, temos as seguintes funções para sindi- CAPITAL EM-
cato e empresa, respectivamente: PRESTADO VALOR REAJUSTADO
yS = 31,25t + 7,05n (1.000,00)
yE = 12,03t + 12,03n
Para a empresa ser maior que a do sindicato, temos: 1° mês = 1.000,00 1.000,00 + (5% de 1.000,00) = 1.050,00
yE > ys → 12,03t + 12,03n > 31,25t + 7,05n 2° mês = 1.050,00 1.050,00 + (5% de 1.000,00) = 1.100,00
Deixando em função de número de peças produzi- 3° mês = 1.100,00 1.100,00 + (5% de 1.000,00) = 1.150,00
das por hora, temos:
4° mês = 1.150,00 1.150,00 + (5% de 1.000,00) = 1.200,00
12,03n – 7,05n > 31,25t – 12,03t → 4,98n > 19,22t →
n > 3,86t 5° mês = 1.200,00 1.200,00 + (5% de 1.000,00) = 1.250,00
Logo, para o valor da empresa ser maior que a do
sindicato, os funcionários terão que produzir mais Ao final do 5° mês, você terá recebido 250,00 reais
que três peças por hora trabalhada, ou seja, n>3. de juros.
Resposta: Letra E. Fórmulas utilizadas em juros simples:

REFERÊNCIAS
J=C·i·t
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v. M=C+J

IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática M = C · (1 + i ·J)


Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. Onde,
J = juros
______. Matemática: ciência e aplicações. 9. ed. São C = capital
Paulo: Saraiva, 2016. 3 v. i = taxa em percentual (%)
t = tempo
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com M = montante
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3
v. TAXAS PROPORCIONAIS E EQUIVALENTES

PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. importante saber a unidade de tempo sobre a qual
a taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline apenas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São se essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos
Paulo: FTD, 2016. 3 v. que duas taxas de juros são proporcionais quando
guardam a mesma proporção em relação ao prazo.
Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao se-
mestre, e também é proporcional a 1% ao mês.
Basta efetuar uma regra de três simples. Para
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
é proporcional à taxa de 12% ao ano:
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS
12% ao ano ----------------------- 1 ano
Juros Simples Taxa bimestral ------------------ 2 meses
A premissa que é a base da matemática financeira
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar
temporal, temos:
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso
não haja incidência de juros (ou caso esses juros 12% ao ano ---------------------- 12 meses
sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando Taxa bimestral ------------------ 2 meses
o dinheiro). Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- 12% · 2 = Taxa bimestral · 12
tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
remuneração em cima do valor que ele te emprestou, Taxa bimestral = 2% ao bimestre
pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
ro por um certo tempo. Essa remuneração é expressa Duas taxas de juros são equivalentes quando são
pela taxa de juros. capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
Nos juros simples, a incidência recorre sempre sobre te final M, após o mesmo intervalo de tempo.
o valor original. Veja um exemplo para melhor entender: Uma outra informação muito importante e que você
Exemplo 1: deve memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes,
Digamos que você emprestou 1.000,00 reais, em quando estamos no regime de juros simples, pode ser
um regime de juros simples de 5% ao mês, para um entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semestre
amigo, e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital inicial C ao
110 após 5 meses. Então, temos o seguinte: mesmo montante M após o mesmo período de tempo.
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
Importante! B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
No regime de juros simples, taxas de juros propor- Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
cionais são também taxas de juros equivalentes. mos é a seguinte:

Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B

Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea-
igual à subtração dos logaritmos de cada número.
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês.
Também é importante ter em mente que “logA”
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
significa “logaritmo do número A na base 10”.
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
meses que o capital de R$ 100.000 deverá ficar investido
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 para produzir o montante de R$ 120.000 é expressa por:
1º MÊS 11.000,00 log2, 1
2º MÊS 12.100,00 log1, 01 .

3º MÊS 13.310,00
Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
4º MÊS 14.641,00
tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses, você deverá devolver
M = C · (1+j)t
ao banco R$ 14.641,00, que é a soma da dívida inicial
120.000 = 100.000 · (1+1%)t
(R$10.000,00) e de juros de R$ 4.641,00.
12 = 10 · (1,01)t
Fórmula utilizada em juros compostos
1,2 = (1,01)t

M = C · (1 + i)t Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:


log1,2 = log (1,01)t
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- log1,2 = t · log 1,01
plo. Veja:
log1, 1
M = 10.000 · (1 + 10%) 4
t= log1, 01
M = 10.000 · (1 + 0,10)4
M = 10.000 · (1,10)4 Logo, questão errada.
M = 10.000 · 1,4641 Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com
M = 14.641,00 reais exercícios comentados de diversas bancas. Vamos lá!

Podemos fazer a comparação entre juros simples e 1. (FEPESE - 2018) Uma TV é anunciada pelo preço de R$
compostos. Observe a tabela a seguir: 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de 159,00. A
mesma TV custa R$ 1.410,00 para pagamento à vista.
JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS Portanto o juro simples mensal incluído na opção par-
Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1 celada é:

Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1 a) Menor que 2%.


Juros capitalizados no Juros capitalizados perio- b) Maior que 2% e menor que 2,5%.
final do prazo dicamente (“juros sobre c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
juros”) d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial e) Maior que 3%.
Valores similares para Valores similares para
prazos e taxas curtos prazos e taxas curtos 1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
J=C·I·t
MATEMÁTICA

z Juros Compostos — Cálculo do Prazo: 498 = 1410 · 12 · i / 100


49.800 = 16.920i
Nas questões em que é preciso calcular o prazo, i = 49.800/16.920
você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo i = 2,94%. Resposta: Letra D.
“t” está no expoente da fórmula de juros compostos.
A propriedade mais importante a ser lembrada é que 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma pessoa atrasou em
sendo dois números A e B, então: 15 dias o pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja
taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de
log AB = B · log A juros simples. 111
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o Perceba que a taxa real reflete, com maior preci-
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. são, o ganho real de um investimento, por considerar
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é a perda com a desvalorização causada pela inflação
equivalente à taxa de 252% ao ano. do período.

( ) CERTO ( ) ERRADO Equivalentes

No regime simples, sabemos que taxas propor- Taxas Equivalentes são as taxas de juros com uni-
cionais são também equivalentes. Como temos 12 dades de tempo diferentes que, aplicadas sob o regi-
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am me de juros compostos por um mesmo período e a um
é, simplesmente: mesmo capital, produzem o mesmo montante e, por
21% · 12 = 252% ao ano consequência, o mesmo juro.
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também Exemplo prático: qual seria a Taxa composta
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está bimestral Equivalente a 6% ao mês? A Taxa mensal de
certo. Resposta: Certo. 6% capitalizada por 2 meses (1 bimestre) será igual a
que Taxa Equivalente bimestral?

(1 + imensal)2 = (1 + ibimestral)
TAXAS DE JUROS (1 + 0,06)2 = (1 + ibimestral)
1,062 = 1 + ibimestral
NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, 1,1236 = 1 + ibimestral
PROPORCIONAIS, REAL E APARENTE ibimestral = 1,1236 − 1 → ibimestral = 0,1236 ou 12,36%

Nominal ou Aparente Logo, 6% ao mês é equivalente a 12,36% ao bimestre.


Diferentemente do que ocorre no Regime de Capi-
As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas talização Simples, em Juros Compostos, as Taxas Equi-
nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. Ima- valentes não são proporcionais.
gine uma propaganda sobre uma aplicação financei-
ra a respeito de um CDB com prazo de aplicação de Proporcionais
2 (dois) anos e rendimento de 10% ao bimestre, capi-
talizados mensalmente. Esse período corresponde à Taxas Proporcionais são taxas de juros que apre-
taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma sentam unidades diferentes de tempo que, quando
taxa de juros em que a unidade de tempo da taxa (ao aplicadas sobre o mesmo capital, produzirão igual
bimestre) não é coincidente com a unidade de tempo montante em regime de juros simples.
do período de capitalização (mensal). Exemplo prático: uma taxa bimestral de 6% terá
sua Taxa de Juros mensal igual a:
Dica Pode-se realizar esse cálculo por meio de uma
regra de três simples. Vejamos:
Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos,
não se pode utilizar a Taxa Nominal ou Aparente. 2 meses -------- 6%
1 mês ------------ x%
Real 2x = 6
x = 6/2 = 3% ao mês.
A Taxa Real representa a remuneração do capital
em unidades de poder aquisitivo, ou seja, ela repre- A taxa de juros, em regime de capitalização simples,
senta as taxas que despontam após ser efetuado o des- comporta-se de maneira linear em relação ao tempo.
conto da inflação. Sendo assim, para calcular a taxa proporcional, basta
Para calcular a taxa real, usamos a fórmula: fazer uma simples regra de três.
Perceba que, nesse regime, a Taxa Equivalente é
(1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii) igual à Taxa Proporcional.

Onde, Efetiva

z ia = taxa aparente A taxa de juros efetiva é aquela em que a unidade


z ir = taxa real de tempo é igual à unidade de tempo dos períodos de
z ii = inflação capitalização.
Veja alguns exemplos para facilitar o entendimento:
Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um inves-
tidor teve 25% de rendimento. Sabendo que, nesse z 4% ao mês capitalizados mensalmente;
período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do z 2% ao bimestre capitalizados bimestralmente;
investimento. z 5% ao ano capitalizados anualmente.

(1 + 0,25) = (1 + ir) · (1 + 0,07) Perceba que, nesses exemplos, é possível simples-


(1 + ir) = 1,25/1,07 mente dizer 4% ao mês, 2% ao bimestre, 5% ao ano etc.
ir = 1,17 – 1 Podemos conceituar a taxa efetiva, ainda, como o
ir = 0,17 período de formação e incorporação dos juros ao capi-
112 ir = 17% tal coincidente com o período em que a taxa é referida.
Vale lembrar que devemos saber a diferença entre taxa inflacionária do período da operação são denomi-
a taxa efetiva e a taxa nominal para trabalharmos nadas, respectivamente, taxas:
dentro da matemática financeira. Veja agora alguns
detalhes sobre taxas nominais. a) Real e Inflacionária.
As taxas aparentes, também chamadas de taxas b) Nominal e de inflação.
nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. c) Constante e nominal.
Imagine uma propaganda sobre uma aplicação d) Equivalente e real.
financeira a respeito de um CDB com prazo de aplica- e) Efetiva e Real.
ção de 2 anos e rendimento de 10% ao bimestre, capi-
Vimos na parte teórica que a taxa efetiva poder ser
talizados mensalmente. Esse período corresponde à
entendida como o período de formação e incorpo-
taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma
ração dos juros ao capital coincidente com o perío-
taxa de juros em que a unidade de tempo da taxa (ao
do em que a taxa é referida. Apenas sabendo dessa
bimestre) não é coincidente com a unidade de tempo
informação, já podemos chegar ao nosso gabarito,
do período de capitalização (mensal).
pois somente a alternativa “e” tem como opção a
taxa efetiva. Resposta: Letra E.
Dica
Nas fórmulas matemáticas de juros compostos, Exemplo 3:
não se pode utilizar a taxa nominal ou aparente.
Qual o valor aproximado de uma taxa efetiva anual
equivalente a uma taxa nominal de 40% ao ano, capita-
Cálculo da Taxa Efetiva
lizada trimestralmente?
Podemos calcular a taxa efetiva de juros através
a) 4%.
da fórmula:
b) 22%.
c) 36%.
Te = (1+i)n – 1
d) 46%.
e) 64%
Onde,
Primeiro, vamos encontrar a taxa trimestral
Te = taxa efetiva 1 ano = 4 trimestres
i = taxa nominal na mesma periodicidade 40/4 = 10% a.t
n = tempo (período) Agora, vamos calcular a taxa efetiva:
Te = (1+i)n – 1
Vamos resolver alguns exemplos sobre taxa de juros Te = (1+0,10)4 – 1
efetiva. Atente-se aos detalhes das questões apresentadas. Te = (1,10)4 – 1
Te = 1,4641 – 1
Exemplo 1: Te = 0,4641 → 0,4641 · 100 = 46,41% = 46%.
Resposta: Letra D.
Para empréstimos a clientes comuns, uma financeira
cobra taxa nominal de juros de 84% ao ano com capi-
talização mensal. Para um empréstimo de dois meses,
a taxa efetiva de juros é, aproximadamente, de:
RENDAS UNIFORMES E VARIÁVEIS
a) 14,1% RENDAS UNIFORMES
b) 14,3%
c) 14,5% Rendas uniformes, anuidades ou rendas certas são
d) 14,7% pagamentos ou recebimentos iguais e em sequência
e) 14,9% efetuados a intervalos de tempo iguais. Podemos
falar, ainda, que consistem em uma série de fluxo de cai-
Sabendo que a taxa nominal é de 84% a.a., a taxa xa efetuada em intervalos de tempos iguais em que as
mensal será de: parcelas são as mesmas, ou seja, pagamentos (ou recebi-
84/12 = 7% = 0,07 mentos) constantes no mesmo intervalo de tempo.
Calculando a taxa efetiva para um período de 2
meses: Tipos de Rendas Uniformes
Te = (1+i)n – 1
Te = (1+0,07)2 – 1 Há três tipos de rendas certas ou anuidades: ren-
Te = (1,07)2 – 1 das certas postecipadas, rendas certas antecipadas e
MATEMÁTICA

Te = 1,1449 – 1 rendas certas diferidas.


Te = 0,1449  0,1449 · 100 = 14,49% = 14,5% apro-
ximadamente. Resposta: Letra C. z Rendas Certas Postecipadas

Exemplo 2: São aquelas rendas em que os pagamentos/recebimen-


tos ocorrem no final de cada período, a partir do primeiro.
O tipo de taxa em que o período de formação e incor- Por exemplo: pagamentos de R$ 50.000,00 para
poração dos juros ao capital coincide com o período ocorrerem ao final de cada ano, a partir da data 1,
em que a taxa é referida e o tipo de taxa corrigida pela durante 5 anos. 113
Data 1 Data 2 Data 3 Data 4 Data 5 Dica
ano
O Fator de Recuperação de Capital (FRC) signi-
50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 fica, matematicamente, o inverso do Fator de
Valor Atual.
z Rendas Certas Antecipadas
1
FRC =
São as rendas em que os pagamentos/recebimentos an¬i
ocorrem no início de cada período, a partir do primeiro.
Por exemplo: recebimentos de R$ 50.000,00 para Valor Futuro de uma Série de Rendas Certas
ocorrerem no início de cada ano, a partir da data 1, Postecipadas
durante 5 anos.
O Valor Futuro (VF) é o valor no momento “n” que
Data 1 Data 2 Data 3 Data 4 Data 5
equivale à soma de todas as n rendas certas P capitali-
50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
zadas pela mesma taxa de juros i. Ou seja, é a soma de
ano
todos os pagamentos/recebimentos na mesma data do
último pagamento/recebimento.
z Rendas Certas Diferidas Podemos calcular o Valor Futuro usando a seguin-
te fórmula:
São as rendas em que os pagamentos/recebimentos
ocorrem a partir de uma data posterior ao fim do pri- (1+i)n _ 1
VF = P · � i

meiro período, ou seja, após um período de carência.
Por exemplo: recebimentos de R$ 50.000,00 para
ocorrerem após 2 anos de carência, a partir da data 1, Onde,
durante 3 anos.
VF = Valor Futuro de toda a série de rendas certas
Data 1 Data 2 Data 3 Data 4 Data 5 postecipadas;
50.000,00 50.000,00 50.000,00 P = Parcela;
𝑛 = número de parcelas iguais;
ano
𝑖 = taxa de juros ou taxa de desconto
Período de carência

Fator de Valor Futuro


Valor Atual de uma Série de Rendas Certas
Postecipadas
O fator que multiplica a Parcela na fórmula do
Valor Futuro é chamado de Fator de Valor Futuro ou
O Valor Atual (VA) é o valor no momento “0”, tam-
Fator de Acumulação de Capitais.
bém chamado de Valor Presente (VP), que equivale à
soma de todas as n rendas certas P descontadas pela
(1+i)n _ 1
mesma taxa de juros i. � � → fator de acumulação de capitais
i
Podemos calcular o Valor Atual usando a seguinte
fórmula:
Onde,
(1+i) 1 n _
1 (1+i) _ –n
VA = P · � � ou VA = P · � � 𝑛 = número de parcelas iguais;
i · (1+i)n i
𝑖 = taxa de juros ou taxa de desconto
Onde,
Dica: o Fator de Formação de Capital (FFC) signi-
VA = Valor Atual de toda a série de rendas certas fica, matematicamente, o inverso do Fator de Valor
postecipadas; Futuro.
P = Parcela; 1
FFC =
𝑛 = número de parcelas iguais; sn¬i
𝑖 = taxa de juros ou taxa de desconto.
Valor Atual de uma Série de Rendas Certas
Fator de Valor Atual Antecipadas

O fator que multiplica a Parcela na fórmula do O Valor Atual (VA) é o valor no momento “0”, tam-
Valor Atual é chamado de Fator de Valor Atual. bém chamado de Valor Presente (VP), que equivale à
soma de todas as n rendas certas P descontadas pela
(1+i)n _ 1 mesma taxa de juros i.

i · (1+i)n
� → fator de valor atual
Podemos calcular o Valor Atual usando a seguinte
fórmula:
Onde,

𝑛 = número de parcelas iguais; (1+i)n _ 1 1 _ (1+i) –n


VA = P · � � · (1 + i) ou VA = P · � � · (1 + i)
114 𝑖 = taxa de juros ou taxa de desconto. i · (1+i)n i
Valor Futuro de uma Série de Rendas Certas sempre igual à Taxa de Juros vezes o Saldo Deve-
Antecipadas dor inicial do Período;
z O Saldo Devedor final do período também não
O Valor Futuro (VF) é o valor no momento “n” que muda de cálculo. Será sempre o Saldo Devedor ini-
equivale à soma de todas as n rendas certas P capitali- cial do período menos a Amortização;
zadas pela mesma taxa de juros i, ou seja, é a soma de z No SF, a Prestação é constante;
todos os pagamentos/recebimentos na mesma data do z Diferentemente do SAC, em que as amortizações eram
último pagamento/recebimento. constantes, no SF, as Amortizações variam e não há
Podemos calcular o Valor Futuro usando a seguin- uma fórmula de cálculo direto para elas. Devemos pri-
te fórmula:
meiro calcular a Prestação, depois, os Juros, e a Amor-
tização será a diferença entre esses fatores.
(1+i)n _ 1
VF = P · � i

No SF, primeiramente, devemos calcular a Presta-
ção de acordo com a seguinte fórmula:
RENDAS VARIÁVEIS

;1 E ou E = P · < (1 i) n 1 F
- (1 + i) -n + -
Rendas variáveis são tipos de investimentos que E=P·
i i $ (1 + i) n
não garantem ganho fixo nem devolução do total apli-
cado. Isso pode variar para mais ou para menos. Não é Posteriormente, calculamos os Juros do período.
possível saber antecipadamente como, ou se, ocorrerá Os Juros são calculados pela multiplicação da Taxa de
a rentabilidade. São, dessa forma, investimentos de Juros vezes o Saldo Devedor inicial do período. Veja:
maior risco. Entretanto, o rendimento pode ser maior
que o da renda fixa, pelo fato de não haver limitações
Ji = i · SDinicial i
de taxas de juros. Por isso, a volatilidade aumenta tan-
to os riscos quanto o potencial de rentabilidade.1
E, por fim, encontramos a Amortização do período.

P = Ai + Ji → Ai = P – Ji
PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE
TABELA PRICE E SAC
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS E
CÁLCULO FINANCEIRO Ao financiar o sonho da casa própria, deve-se esco-
lher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
CUSTO REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE seguintes opções: tabela Price ou SAC. Aqui, discutire-
FINANCIAMENTO, EMPRÉSTIMO E INVESTIMENTO mos um pouco a respeito de tais sistemas, para enten-
dermos o que de fato eles são, se há alguma diferença,
Sistema de Amortização Constante (Sac) vantagem e/ou desvantagem entre eles e se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Neste sistema de financiamento, as amortizações Esses sistemas, basicamente, são formas de amor-
são iguais. Elas são calculadas assim: tização e financiamento a longo prazo acertadas ao
banco ou à construtora durante o financiamento da
𝑨 = 𝑬/𝒏 compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran-
cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização
Onde: Constante). Ambos, segundo José Mansini, planejador
A é o valor da cota de amortização financeiro pela Planejar, “São dois cálculos distintos
E é o valor do financiamento (empréstimo) que determinam de que forma o comprador do imó-
n é o número de prestações do financiamento vel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez
para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o
Devemos conhecer algumas características do valor da parcela mensal a ser paga”.
SAC. As Amortizações são constantes, os Juros do SAC
são decrescentes e as Prestações no SAC também são Diferenças entre Tabela Price e SAC
decrescentes. Algo que podemos destacar, ainda, é
que os Juros no último período do SAC são iguais ao Há diferenças entre esses dois sistemas de amor-
módulo da razão da PA de decréscimo dos Juros. tização, mas a diferença que mais se destaca diz res-
peito à forma e à rapidez de amortização (diminuição
SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO (SF) gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até
Neste Sistema de Amortização, as Prestações são a quantidade total de juros. No Sistema SAC, tem-se,
MATEMÁTICA

constantes e iguais em todos os períodos. Atente-se a inicialmente, prestações com valores mais altos e que
quatro observações que devem ser feitas: ficam menores no final, pois (como dito anteriormente)
há amortização mensal do valor financiado. Ou seja, da
z A forma de cálculo dos Juros será a mesma inde- primeira parcela, até a última, o valor vai caindo, por-
pendentemente do Sistema de Amortização. Será que há uma diminuição progressiva dos juros.
1 Fontes: O que é Renda Variável? Aprenda tudo sobre essa forma de investimento. Genial investimentos, 2021. Disponível em: https://blog.genia-
linvestimentos.com.br/o-que-e-renda-variavel/. Acesso em: 10 jan. 2022.
O que é renda variável? Quais são os tipos, os riscos e como investir? Uol Economia. Disponível em: https://economia.uol.com.br/guia-de-econo-
mia/o-que-e-renda-variavel-entenda-e-veja-como-investir.htm. Acesso em: 10 jan. 2022. 115
Na tabela Price, no entanto, as parcelas começam mais baixas, mas são estáticas, o que significa que não sofrem
alteração durante todo o período de financiamento.

Vantagens Oferecidas pela Tabela Price e pelo SAC

A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe a ele optar pela forma de pagamento que mais se adequa a
sua realidade financeira. A escolha, notadamente, deve levar em consideração o fator de correção — Taxa Refe-
rencial (TR) ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que julgar mais econômico no momento da
assinatura do contrato do financiamento.
Contudo, é válido ressaltar que, quando se necessita de financiamento, optar por um prazo mais curto, se
possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso porque, em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre o saldo
devedor. Logo, quanto mais amortização houver, menos gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o Sistema de Amortização Constante (SAC) pode ser mais vantajoso que a tabela Price, porque
representa uma economia de cerca de 10%, em média. A tabela Price possui como vantagem sua parcela inicial,
que, normalmente, é bem menor. No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores no começo, há uma
amortização maior da dívida, o que leva a uma economia significativa no final.
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as vantagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Price),
veja o quadro a seguir, representando um financiamento de R$ 200 mil parcelado em 20 anos, com juros de 7% ao
ano e correção pela TR. Perceba que a prestação do SAC começa R$ 439 mais cara, mas o valor total pago no final
é quase R$ 30 mil mais baixo.

SAC PRICE

Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89

Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89

Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34

OUTRA FORMA DE CORREÇÃO POSSÍVEL DAS PRESTAÇÕES DE UM FINANCIAMENTO

A Caixa Econômica Federal divulgou em agosto de 2019 uma nova linha de crédito para aquisição de casa pró-
pria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Disponível somente
para contratos novos, esse novo modelo pode ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis novos e usa-
dos, com prazo de até 360 meses.
Importante: a prestação terá seu valor corrigido mensalmente, o que é, geralmente, feito pelo sistema SAC.
O valor da parcela, por sua vez, pode ou não diminuir com o decorrer do tempo, pois depende da trajetória da
inflação, ao passo que, na tabela Price, a correção feita por meio do IPCA descaracteriza totalmente o conceito de
parcelas fixas.
A título de exemplo, leve em consideração o mesmo valor utilizado na situação que vimos anteriormente, de
R$ 200 mil, financiados em 20 anos, diferenciando apenas a taxa, que passa a ser de 4,95%, e uma estimativa de
IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata apenas de uma situação hipotética/simulada, já que não é certa a
previsão da trajetória da inflação por um período tão longo.

SAC PRICE

Parcela inicial R$ 1.645,56 R$ 1.306,69

Parcela final R$ 1.833,30 R$ 2.853,77

Total pago R$ 433.014,03 R$ 475.426,66

SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO

Para fazer simulações de financiamentos com tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de bancos, como
Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander, e fazer as simulações.

Dica
O Sistema Price é um caso específico do Sistema Francês de Amortização. Para fins de prova, em resoluções
numéricas, você irá adotá-las como expressões sinônimas.
A única diferença reside na Taxa de Juros do Empréstimo, ou seja: na Tabela Price, a Taxa de Juros fornecida
é a Nominal. Então, para resolver, você precisa inicialmente converter a Taxa Nominal em Taxa Efetiva. Já o
116 Sistema Francês fornece a Taxa Efetiva diretamente.
z VPL = 0: Investimento vai resultar exatamente na
AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE Taxa Interna de Retorno (TIR);
INVESTIMENTO z VPL < 0: Investimento é inviável, isto é, o investi-
mento não é atrativo economicamente.
Só podemos comparar as alternativas de inves-
timentos se as consequências monetárias forem TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
avaliadas em um mesmo ponto no tempo; como o
espaçamento dos fluxos de caixa ao longo do tempo é A taxa de desconto que é aplicada sobre o fluxo de
uma característica das operações de investimento ou caixa futuro, trazendo o valor presente para o investi-
financiamento, os critérios de avaliação econômica mento inicial, é o que chamamos de Taxa Interna de
devem sempre considerar sua atualização no tempo. Retorno, ou seja, a TIR é a taxa que iguala a zero o VPL.
Temos que ficar atentos aos critérios de seleção Para saber se um projeto deve ser aceito ou não, é
que não atualizam fluxos de caixa, como, por exem-
preciso avaliar a Taxa Interna de Retorno que foi uti-
plo, o Método do Retorno Sobre o Investimento (ROI).
lizada no cálculo do valor presente líquido do projeto.
Tais critérios aplicam conceitos contábeis que, apesar
Quando conhecemos a Taxa Interna de Retorno (TIR)
da vantagem e da simplicidade de seu uso, não são
e a Taxa Mínima de Atratividade (𝑖𝑎), podemos anali-
apropriados para medir renda econômica e, por sua
vez, uma alternativa de investimento. sar os cenários econômicos do investimento:
Nossos focos principais de estudo serão o valor
presente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR) z TIR > 𝒊𝒂: Investimento é viável;
e o payback. Vamos agora analisar cada um deles. z TIR = 𝒊𝒂: Investimento é invariável;
z TIR < 𝒊𝒂: Investimento é inviável.
VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
Vamos pensar no seguinte exemplo: uma emprei-
O Valor Presente Líquido (VPL) é o valor do fluxo teira espera que seu projeto tenha um lucro mínimo
de caixa no momento 𝑡 = 0, ou seja, no tempo inicial do de 7%. Perceba que esse valor é definido pela emprei-
investimento. Sua finalidade é calcular, em termos de teira (de forma subjetiva). Logo, podemos dizer que,
valor presente, o impacto dos eventos futuros associa- para o interesse da empreiteira, a Taxa Mínima de
dos a uma alternativa de investimento. Atratividade (ia), o Investimento é de 7%.
Para calcular o VPL, basta transpor todas as entra- Agora, supondo os três cenários para a Taxa Inter-
das e saídas de capital para a data 𝑡 = 0 e verificar o na de Retorno (11%, 7% e 3%), precisamos avaliar o
valor resultante. No cálculo do VPL, todas as parcelas interesse em relação ao Investimento, ou seja, se vale
são submetidas à mesma taxa de juros, denominada a pena ou não.
Taxa Mínima de Atratividade (𝒊𝒂).
z 11% > 7%: Investimento é viável;
Dica z 7% = 7%: Investimento é invariável;
Taxa Mínima de Atratividade (𝒊𝒂) significa a ren- z 3% < 7%: Investimento é inviável.
tabilidade mínima que interessa ao investidor, ou
seja, representa o mínimo que se espera de retor- Note que, se o projeto retornar (TIR) mais do que o
no financeiro que o investimento possa gerar. mínimo que se espera, o investimento será viável. Ou
Em algumas questões de matemática financeira, seja, se o projeto retorna para a empreiteira 11% e ela
a Taxa Mínima de Atratividade poderá ser cha- esperava que, no mínimo, a taxa de atratividade fosse
mada, também, de Custo de Oportunidade ou de 7%, então é claro que o investimento será viável.
Custo de Capital. Já se o projeto retornar (TIR) menos do que o míni-
mo que se espera ganhar, o investimento será inviá-
O VPL tem como objetivo encontrar alternativas vel. Observe que, no último cenário, a empreiteira
de investimento que valham mais para os patrocina- espera ganhar no mínimo 7% e a análise de retorno
dores do que custem, ou seja, alternativas que tenham diz que ela ganhará 3%. Logo, o projeto será inviável.
um VPL positivo. Podemos calcular o VPL com a Por último, se o projeto retornar o mesmo que o
seguinte fórmula: mínimo que se espera ganhar, o projeto será invariá-
vel. Logo, o investimento vai resultar na própria 𝑖𝑎.
n FCt
VPL = - I + / t = 1 t
(1 + K) Desvantagens da TIR
Onde,
Há duas desvantagens da TIR:
FCt = representa o fluxo de caixa no t-ésimo período
I é o investimento inicial
MATEMÁTICA

K é o custo do capital z O método da TIR pode apresentar mais de um resul-


tado (ou até mesmo não apresentar resultado). Isso
O símbolo , somatório, indica que deve ser realiza- acontece quando há, ao menos, uma inversão de
da a soma da data 1 até a data n dos fluxos de caixa sinal no fluxo de caixa (fluxos não convencionais);
descontados no período inicial. z O método da TIR pressupõe que o fluxo de caixa
O cálculo do VPL pode apresentar três resultados: seja reinvestido com base na própria Taxa Inter-
na de Retorno. Isso é uma desvantagem porque as
z VPL > 0: Investimento é viável, ou seja, o investi- taxas de mercado podem ser muito diferentes das
mento é atrativo economicamente; definidas pelo VPL ou encontradas pela TIR. 117
PAYBACK

Payback é o tempo de retorno do investimento. É o prazo no qual as entradas de caixa (receitas) se igualam ao
desembolso inicial. Aqui, falamos do PayBack Simples.
Imagine que temos um fluxo de caixa em que houve um investimento inicial de R$ 5.000 e 5 ganhos anuais de
R$ 1.000 mais 1 ganho de R$ 800.000 no sexto ano.
Note que o Investimento foi recuperado no prazo de 5 anos, pois as receitas (1.000 + 1.000 + 1.000 + 1.000 +
1.000 = 5.000) já igualam ao desembolso inicial. Logo, o Payback desse investimento é de 5 anos.

Dica
Payback Simples não mede a Rentabilidade, apenas o tempo de retorno, ou seja, não leva em conta o valor
do dinheiro no tempo.

Temos, ainda, uma outra modalidade de PayBack, o PayBack Descontado, que é uma forma de diminuir a
limitação do Payback Simples onde neste os valores são absolutos. Ou seja, estima-se o tempo de retorno de um
investimento descontando o fluxo de caixa a valor presente.
Vamos supor que tenhamos um fluxo de caixa no qual fizemos um investimento de R$ 5.800,00 para uma taxa
de desconto de 10% ao ano.

3.630 3.025 3.993


0
ano
1 2 3
5.800

Devemos trazer todas as parcelas a Valor Presente para calcularmos o Payback Descontado. Vamos às contas!

ANO PARCELA PARCELA A VALOR PRESENTE VALOR RECUPERADO

3.630
1 3.630 = 3.300 3.300
(1+0,1)1

3.025
2 3.025 = 2.500 3.300 + 2.500 = 5.800
(1+0,1)2

3.993
3 3.993 = 3.000 5.800 + 3.000 = 8.800
(1+0,1)3

Note que no primeiro ano se recuperou R$ 3.300. Já no segundo ano, R$ 2.500 e, até o segundo ano, o total recu-
perado será igual ao valor recuperado no primeiro ano mais o valor recuperado no segundo ano.
Então, no segundo ano, recuperou-se um total de R$ 5.800. Esse é o valor do nosso investimento inicial. Logo,
o Payback Descontado desse investimento é igual a 2 anos.
Guarde a seguinte dica: o Payback Descontado sempre será maior que o Payback Simples.

TAXAS DE RETORNO E TAXA INTERNA DE RETORNO


TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

Chamamos de Taxa Interna de Retorno (TIR) a taxa de desconto que é aplicada sobre o fluxo de caixa futuro,
trazendo o valor presente para o investimento inicial. Em outras palavras, a TIR é a taxa que iguala a zero o VPL.
No processo de avaliação do aceite ou não de um projeto, é necessário observar a Taxa Interna de Retorno
utilizada no cálculo do valor presente líquido do projeto. Conhecendo a Taxa Interna de Retorno (TIR) e a Taxa
Mínima de Atratividade (ia), é possível analisar os cenários econômicos do investimento:

z TIR > 𝒊𝒂: Investimento é viável;


z TIR = 𝒊𝒂: Investimento é invariável;
118 z TIR < 𝒊𝒂: Investimento é inviável.
Acompanhe o exemplo a seguir: uma empreiteira Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ferra-
espera que seu projeto tenha um lucro mínimo de 7%. mentas muito importantes.
Observe que esse valor é definido pela empreiteira
(de forma subjetiva). Então, podemos dizer que, para TABELAS
o interesse da empreiteira, a Taxa Mínima de Atrativi-
dade (ia), o Investimento é de 7%. Para descrever um conjunto de dados, um recurso
Agora, supondo os três cenários para a Taxa Interna de muito utilizado são tabelas, como esta a seguir, refe-
Retorno (11%, 7% e 3%), é necessário avaliar o interesse rente à observação da variável “Sexo dos moradores
em relação ao Investimento, ou seja, se vale a pena ou não. de São Paulo”:

z 11% > 7%: Investimento é viável;


z 7% = 7%: Investimento é invariável; VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
z 3% < 7%: Investimento é inviável. Masculino 34
Feminino 26
Veja que se o projeto retornar (TIR) mais do que o
mínimo que se espera, o investimento será viável. Ou Observe que na coluna da esquerda colocamos as
seja, se o projeto retorna para a empreiteira 11% e ela categorias de valores que a variável pode assumir,
esperava que, no mínimo, a taxa de atratividade fosse ou seja, masculino e feminino, e na coluna da direita,
de 7%, então obviamente o investimento será viável. colocamos o número de Frequências, isto é, o número
Agora, se o projeto retornar (TIR) menos do que de observações (ou repetições) relativas a cada um dos
o mínimo que se espera ganhar, o investimento será valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
inviável. Observe que, no último cenário, a empreitei- 60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.
ra espera ganhar no mínimo 7% e a análise de retorno Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
diz que ela ganhará 3%. Logo, o projeto será inviável. mos ainda representar as frequências relativas (per-
Por fim, se o projeto retornar o mesmo que o míni- centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em
mo que se espera ganhar, o projeto será invariável. 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
Assim, o investimento vai resultar na própria 𝑖𝑎.

Desvantagens da TIR VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS


RELATIVAS (Fri)
Veja a seguir as duas desvantagens da TIR: Masculino 56,67%
Feminino 43,33%
z O método da TIR pode apresentar mais de um resul-
tado (ou até mesmo não apresentar resultado). Isso
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,
acontece quando existe, pelo menos, uma inversão
onde Fi é o número de frequências de determinado
de sinal no fluxo de caixa (fluxos não convencionais);
valor da variável, e n é o número total de observações.
z O método da TIR pressupõe que o fluxo de caixa
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
seja reinvestido com base na própria Taxa Interna
pode assumir um grande número de valores distintos.
de Retorno. Essa é uma desvantagem, pois as taxas
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos
de mercado podem diferenciar muito das defini-
das pelo VPL ou encontradas pela TIR. moradores de Campinas”:

Vejamos um exemplo com a questão a seguir: VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)


1,51m 12
1. (QUADRIX – 2019) A respeito de demonstrações finan- 1,54m 17
ceiras e temas correlatos, julgue o item. A taxa interna 1,57m 4
de retorno é uma taxa que iguala o valor presente dos
1,60m 2
fluxos de caixa futuros ao investimento inicial.
1,63m 10
( ) CERTO ( ) ERRADO 1,67m 5
1,75m 13
A Taxa Interna de Retorno é a taxa de desconto que, 1,81m 15
quando aplicada sobre o fluxo de caixa futuro trazi- 1,89m 2
do a valor presente, iguala-o ao investimento inicial.
Falando de maneira mais clara, a TIR é a taxa que Quando isto acontece, é importante resumir os
iguala a zero o VPL. Resposta: Certo. dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
MATEMÁTICA

intervalos que chamaremos de “Classes”.

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)


TABELAS E GRÁFICOS ESTATÍSTICOS 1,50 | - 1,60 33
A apresentação de dados estatísticos por meio de 1,60 | - 1,70 17
tabelas e gráficos faz parte do ramo da Estatística Des- 1,70 | - 1,80 13
critiva. Esta tem por objetivo descrever um conjunto
1,80 | - 1,90 17
de dados, resumindo as suas informações principais. 119
O símbolo “|” significa que o valor que se encontra Gráfico de Setores (ou de Pizza)
ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50 | -
1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a 1,50 são Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapidamen-
contadas entre as que fazem parte dessa classe, porém te a relação com o total de observações. Vamos supor
as pessoas com exatamente 1,60 não são contabilizadas. que analisamos as notas trimestrais de alguns alunos.
Veja a seguir novamente a última tabela, agora com
Veja como fica a disposição usando o gráfico de pizza.
a coluna de frequências absolutas acumuladas à direita:

CLASSE FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS ABSOLU-


(FI) TAS ACUMULADAS (FCA)
1,50 | - 1,60 33 33
1,60 | - 1,70 17 50
1,70 | - 1,80 13 63
1,80 | - 1,90 17 80

A coluna da direita exprime o número de indivíduos


que se encontram naquela classe ou abaixo dela. Ou seja,
o número acumulado de frequências do valor mais baixo
da amostra (1,50m) até o valor superior daquela classe.
Perceba que, para obter o número 50, bastou somar 17
(da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da classe 1,50| - 1,60). Isto
é, podemos dizer que 50 pessoas possuem altura inferior
a 1,70m (limite superior da última classe). Analogamente,
63 pessoas possuem altura inferior a 1,80m.

GRÁFICOS ESTATÍSTICOS

Uma outra maneira muito utilizada para a Estatística


Descritiva são os gráficos. Vejamos a seguir alguns tipos.
Gráfico de Linha
Colunas ou Barras Justapostas
São mais utilizados nas representações de séries
Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapostas temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para
para dados agrupados por valor ou por atributo. Vamos
o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo
supor que estamos interessados nas idades de alguns
alunos. O gráfico relaciona as idades com as respectivas no número de alunos dentre as séries que estão em
frequências. evidência para estudo dentro da escola. Observe:

IDADE X FREQUÊNCIA

Agora suponha, por exemplo, que queremos saber


a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida- Histograma
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar
em usar um gráfico de barras justapostas. Veja: É muito utilizado na representação gráfica de
dados agrupados em classes (distribuição de fre-
CIDADE NATAL X FREQUÊNCIA quências). Imagine que realizamos uma pesquisa
sobre os salários dos funcionários de uma empresa
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
frequências.

SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
120 25 - 30 7
Esses dados podem ser resumidos com um histo- MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
grama, como mostra o gráfico a seguir.
Matemática 9,7 4
Salário dos funcionários da empresa de cosméticos X
em milhares de reais Física 8,8 4

Química 7,3 2

História 6,0 1

Biologia 5,7 1

Vamos calcular a média ponderada das notas des-


se aluno:

9,7 · 4 + 8,8 · 4 + 7,3 · 2 + 6,0 · 2 + 5,7 · 1


X=
É importante destacar que a área de cada retângu-
lo é proporcional à frequência. 4+4+2+1+1

38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7


X=
VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO, MÉDIA, 5
MEDIANA E MODA
100,3
MÉDIA ARITMÉTICA X= =20,06
5
A média aritmética é um valor que pode substituir
todos os elementos de uma lista sem alterar a soma
dos elementos dessa lista. Considere que há uma lista MODA
de n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos des-
ta lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn). A moda é definida como sendo aquele valor ou
Para calcular a média aritmética de uma lista de valores que ocorrem com maior frequência em um
números, basta somar todos os elementos e dividir rol. É interessante saber que a moda pode não existir
pela quantidade de elementos. Ou seja,
e, quando existir, pode não ser única. Veja os exem-
plos abaixo:

A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5
B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda
Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou
números 5, 10, 15, 20, 50. seja, M1 = 3 e M2=7.

5+10+15+20+50 Caminhando um pouco mais dentro do nosso


100
X= = = 20 estudo de Estatística, vejamos agora um exemplo de
5
5 quando temos os dados dispostos em uma tabela com
A média aritmética é igual a 20. frequências e não agrupados em classes. Quando isso
acontece, a localização da moda é imediata, bastando
MÉDIA PONDERADA para isso, verificar na tabela, qual o valor associado à
maior frequência. Observe:
Para o cálculo da média aritmética ponderada (em
que levamos em consideração os pesos de cada parte),
devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo ESTATURA (M) FREQUÊNCIA
peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:
1,53 3

1,64 7

1,71 10
Interpretando a fórmula, temos uma lista de
MATEMÁTICA

1,77 15
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,80 5
pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular 1,81 2
para Engenharia e realizou provas de matemática,
1,89 1
Física, Química, História e Biologia. Suponha que o
peso de Matemática seja 4, de Física seja 4, de Química
seja 2, de História seja 1 e de Biologia seja 1. Suponha Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
ainda que o estudante obteve as seguintes notas: ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77. 121
MEDIANA Considerando a média dos salários, o valor do desvio
do salário de quem ganha R$ 1.400,00 mensais é
Uma outra medida que estudamos em Estatística
é a mediana (ou valor mediano), que é definida como a) −1.000.
número que se encontra no centro de uma série de b) −400.
números, estando estes de forma organizada segundo c) 0.
um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no d) 200.
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mes- e) 400.
mo número de elementos. Veja os exemplos abaixo.
Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms):
A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3. 900+1200+1400+1500+2000
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os Ms = = 1400
dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5. 5
Como estamos estudando e aprendendo sobre o assun-
Agora, observe esse outro exemplo a seguir e per-
to, vou fazer o cálculo de todos os desvios em relação
ceba que os dados não estão ordenados.
à média, mas podemos calcular apenas o valor do des-
vio de quem ganha R$ 1400,00 e achar o gabarito mais
C: {2;3;;7;6;6;8;5;5;5}
rápido. Usamos a nossa relação, temos:
di = xi - m
Para acharmos a mediana, é necessário ordenar d1 = 900 – 1400 = -500
os números primeiro e depois fazer a média entre os d2 = 1200 – 1400 = -200
dois termos centrais, pois o número de elementos é d3 = 1400 – 1400 = 0
par. Vejamos: d4 = 1500 – 1400 = 100
d5 = 2000 – 1400 = 600
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10. 1400 – 1400 = 0. Resposta: Letra C.

Dica DESVIO ABSOLUTO MÉDIO

Moda: elemento(s) que mais aparece(m). O desvio absoluto médio também pode ser chamado
Mediana: elemento central de um conjunto de de desvio médio. Para calcularmos, usamos a seguinte
números. fórmula:
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então,
a mediana é o termo do centro.
� Se a quantidade de elementos for par, então, a
mediana será a média entre os dois elementos
centrais.

DESVIO O desvio médio é uma medida de dispersão que


leva em consideração todos os valores.
Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2, x3, Algo que é importante de se lembrar e precisa ser
… xn} e um número real qualquer m. O desvio de um explanado é que quando os dados estiverem agrupados,
número qualquer do conjunto X em relação ao núme- precisamos calcular a média ponderada dos desvios, em
ro m é a diferença entre eles, que pode ser represen- que os pesos são as frequências. Veja como fica a fórmula:
tada pela fórmula:
di = xi – m

z A soma dos desvios tomados em relação à média


aritmética é sempre nula;
O cálculo do desvio médio com dados agrupados é
z A soma dos quadrados dos desvios é mínima quan-
feito multiplicando cada desvio (em módulo) pela sua
do os desvios são calculados em relação à média
respectiva frequência, somando os resultados e divi-
aritmética;
dindo por n.
z A soma dos módulos (valores absolutos) dos des-
vios é mínima quando os desvios são calculados
VARIÂNCIA
em relação à mediana.

Vamos analisar uma questão de concurso para


sabermos como esse assunto é cobrado nas provas.

1. (VUNESP – 2015) Uma pequena empresa que empre-


ga apenas cinco funcionários paga os seguintes salá- A variância é a média aritmética dos quadrados
rios mensais (em mil reais): dos desvios. Ou seja, para calcular a variância, deve-
mos elevar cada um dos desvios ao quadrado, somar
todos os valores, e dividir por “n”, que é a quantidade
0,9 1,2 1,4 1,5 2,0 de elementos. A variância é representada simbolica-
122 mente por 2.
DESVIO PADRÃO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

O desvio padrão está inteiramente ligado à variân- O coeficiente de variação é a razão entre o desvio
cia. O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a
sua representação simbólica é dada por σ. seguinte fórmula: Cv = σ / x .
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância( É muito comum que o coeficiente de variação seja
2 = expresso em porcentagem.
v v ). A variância é o quadrado do desvio padrão
2
v ).
Logo, se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
Só há dois casos em que a variância e o desvio
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
VARIÂNCIA RELATIVA
padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
Uma outra medida de dispersão de que podemos
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
falar, ainda, é a variância relativa. A variância relativa
te, a variância será nula e também o desvio padrão.
é simplesmente o quadrado do coeficiente de variação.
Pode ser representada simbolicamente por Vr = (Cv)2.
Usando o mesmo exemplo anterior, temos:
Importante!
Quando os dados são todos iguais, não há dis- Se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
persão. Todas as medidas (desvio médio, variân- Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
cia, desvio padrão etc.) são iguais a zero. Logo, Vr = (1/10)2 = 1/100 = 0,01 = 1%.
A seguir, revise seus conhecimentos com alguns
Vamos analisar dois exemplos em que foram exercícios comentados.
cobrados esses tópicos em concurso público. Observe: 1. (VUNESP – 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco
z (VUNESP – 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6, dias de uma semana em determinada empresa.
4, 3, e 5 é, aproximadamente,
NÚMERO DE
a) 2,00. DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS
b) 1,83. FALTANTES
c) 1,65.
d) 1,41. 2ª feira 13
e) 1,29. 3ª feira 9
4ª feira 6
Vamos calcular a média dos valores:
5ª feira 18
2+6+4+3+5 6ª feira 23
x = =4
5
A média diária do número de funcionários que falta-
Agora, vamos calcular a média dos quadrados: ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
a média diária do número de funcionários que falta-
22+62+42+32+52
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
x =
2
= 18
5
a) 7.
Aplicando a fórmula da variância: b) 8.
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 c) 9.
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2 d) 10.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: e) 11.
2 = Vamos calcular a média de segunda e sexta:
σ= v 2 b 1, 41. Resposta: Letra D.
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao
z (UFMT – 2017) Um conjunto de dados sobre a pla- trabalho.
quetopenia de pacientes com dengue tem variân- Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
cia igual a zero. Pode-se concluir que também vale (9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao
zero trabalho.
Como a questão quer a diferença, fica:
MATEMÁTICA

18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
a) a média.
b) o desvio padrão.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A equipe de atendentes
c) a mediana.
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
d) a moda.
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
acordo com a seguinte escala.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se
a variância é igual a zero, então, o desvio padrão
Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6
2 =
vale σ = v 0 = 0 . Resolução: Letra B. h às 12 h. 123
Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das 9 obtém-se um intervalo de comprimento b–a ; após o pas-
h às 15 h. 2
Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das so 2, obtém-se um intervalo de comprimento b–a ; e após
4
12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item b–a
o passo n, obtém-se um intervalo de comprimento .
que se segue. 2n
Esse processo continua até que o intervalo obtido tenha
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida- comprimento menor que o erro máximo desejado para
des das atendentes for de 21 anos e a média das ida- a aproximação. Para aplicar esse método no intervalo
des dos atendentes for de 31 anos, então a média das [1,5], quantos passos serão necessários para obter-se
idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos. um intervalo de comprimento menor que 10−3 ?

( ) CERTO ( ) ERRADO a) 9
b) 10
Total de homens: 7 + 4 + 1 = 12. c) 11
Média dos homens = 31. d) 12
Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan- e) 13
tidade de homens
31 = Soma total / 12 3. (CESGRANRIO — 2021) De quantas formas diferentes,
Soma total = 372 em relação à ordem entre as pessoas, dois homens
Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18. e quatro mulheres poderão ser dispostos em fila
Média das mulheres = 21 indiana, de modo que entre os dois homens haja, pelo
Média = Soma de todas as idades das mulheres / menos, uma mulher?
Quantidade de mulheres
21 = Soma total / 18 a) 10
Soma total = 378
b) 20
Média de todos os atendentes = (372 + 378) /30 = 25
c) 48
A média das idades de todos os 30 atendentes será
d) 480
de 25 anos. Resposta: Errado.
e) 720

4. (CESGRANRIO — 2021) Uma central de assistência


HORA DE PRATICAR! técnica de celulares trabalha com três modelos de um
mesmo fabricante. Para melhor organizar seu sistema,
foi medido o tempo de serviço para o conserto de cada
1. (CESGRANRIO — 2021) Um banco está selecionando
aparelho, desde a chegada do pedido de manutenção
um novo escriturário e recebeu um total de 50 currí-
até a entrega do aparelho consertado, e cada um desses
culos. Para o exercício desse cargo, três habilidades
prazos foi classificado como Curto, Médio ou Longo.
foram especificadas: comunicação, relacionamento
A Tabela abaixo mostra a distribuição dos tempos de
interpessoal e conhecimento técnico. As seguintes
serviço para cada um dos três modelos aos quais a
características foram detectadas entre os candidatos
empresa prestou assistência em 2020.
a essa vaga:
� 15 apresentavam habilidade de comunicação;
� 18 apresentavam habilidade de relacionamento TEMPO DE SERVIÇO
interpessoal; MODELO
� 25 apresentavam conhecimento técnico; Curto Médio Longo
� Seis apresentavam habilidade de relacionamento
Modelo A 10% 20% 70%
interpessoal e de comunicação;
� Oito apresentavam habilidade de relacionamento Modelo B 20% 50% 30%
interpessoal e conhecimento técnico;
� Dois candidatos apresentavam todas as habilidades; Modelo C 40% 20% 40%
� Oito candidatos não apresentavam nenhuma das
habilidades. Considerando-se que, ao longo do ano de 2020, essa
Com base nessas informações, qual o número total empresa reparou 1.000 unidades do modelo A, 600 uni-
de candidatos que apresentam apenas uma das três dades do modelo B e 400 unidades do modelo C, qual
habilidades apontadas? foi a porcentagem destes atendimentos, nesse período,
que tiveram tempo de serviço Curto ou Médio?
a) 28
b) 38 a) 29%
c) 21 b) 48%
d) 13 c) 52%
e) 15 d) 58%
e) 96%
2. (CESGRANRIO — 2021) O método da bisseção é um algo-
ritmo usado para encontrar aproximações das raízes de 5. (CESGRANRIO — 2021) André, Bianca e Carol precisam
uma equação. Começa- -se com um intervalo [a,b], que pintar um painel de 50m2. Para pintar 1m2, André gasta
contém uma raiz, e, em cada passo do algoritmo, reduz- 12 minutos, Bianca gasta 20 minutos, e Carol, 15 minutos.
-se o intervalo pela metade, usando-se um teorema para Supondo-se que os três pintaram, juntos, o mesmo pai-
determinar se a raiz está à esquerda ou à direita do pon- nel, sem fazer pausas e a velocidades constantes, quanto
124 to médio do intervalo anterior. Ou seja, após o passo 1, tempo eles levaram para a conclusão da tarefa?
a) 3h 40min 10. (CESGRANRIO — 2021) Um fungo está se alastrando
b) 4h 10min na parede, e a área contaminada pelo fungo varia no
c) 5h 50min tempo de acordo com a função A : [0, ∞) → R, dada
d) 6h por A(t) = A0 ⋅ bt, em que b ∈ R é uma constante maior
e) 6h 20min que 1; A0 é a área da parede contaminada no instante
inicial; e A(t) é a área contaminada após t dias.
6. (CESGRANRIO — 2021) Um escriturário mantém um
De acordo com esse modelo, depois de quantos dias
desempenho de preencher 30 relatórios por hora e faz
a área contaminada estará triplicada?
uma pausa de 10 minutos às 13h. Durante a pausa,
seu chefe pergunta a que horas receberá todos os rela- a)
b
√3
tórios preenchidos.
b) ∛b
Se falta apenas 1 relatório e meio, e o escriturário pre-
tende manter seu desempenho, a partir de que horas o c) logb3
chefe pode contar com todos os relatórios preenchidos? d) log3b
e) logb� 1�
3
a) 13h02min
b) 13h03min
c) 13h10min 11. (CESGRANRIO — 2021) Um estudante precisa fazer
d) 13h12min um trabalho escolar em seu aparelho de telefone
e) 13h13min celular. Para isso, usará dois aplicativos, A e B, um
de cada vez. Ele sabe que a bateria do seu aparelho,
7. (CESGRANRIO — 2021) J modelou um problema de estando com carga total, é suficiente para até 4 horas
matemática por uma função exponencial do tipo de uso do aplicativo A e sabe também que, com carga
a(x)=1000ekx, e L, trabalhando no mesmo problema, total, a bateria é suficiente para até 1 hora e 20 minu-
chegou à modelagem b(x)=102x+3. tos de uso do aplicativo B. Após se certificar de que a
Considerando-se que ambos modelaram o problema bateria de seu aparelho estava com carga total, deu
corretamente, e que ln x = logex, qual o valor de k?
início ao trabalho com o uso do aplicativo A. Depois de
a) ln 2 algum tempo, ele interrompeu o uso desse aplicativo
b) ln 3 e, imediatamente, iniciou o uso do aplicativo B, até a
c) ln 10 bateria descarregar completamente, 3 horas depois
d) ln 30 do início do trabalho.
e) ln 100 Por quanto tempo o estudante usou o aplicativo A?

8. (CESGRANRIO — 2021) Um garçom ganha um salário a) 2h 10min


fixo por mês mais gorjetas diárias. Como regra, ele se
b) 2h 15min
propôs a cada dia do mês guardar um pouco do que
ganha de gorjetas para fazer uma reserva financeira, que c) 2h 20min
é depositada no banco ao fim do dia 30, exceto em feve- d) 2h 30min
reiro. No dia 1, ele guarda R$ 1,00; no dia 2, guarda R$ e) 2h 50min
2,00; no dia 3, R$ 3,00, e assim, sucessivamente, até que
no dia 30, ele junta R$ 30,00 ao que vinha guardando e 12. (CESGRANRIO — 2021) Qual é a taxa de juros simples
faz o depósito. Em um determinado mês de 30 dias, ele utilizada por uma aplicação para tornar um capital ini-
precisou gastar tudo que havia juntado até o fim do dia cial de R$1.000,00 em um montante de R$1.240,00,
15, mas quis repor esse gasto. Para isso, guardou do dia em um período de um ano?
16 até o dia 30 um valor fixo de x reais por dia, de modo
que, no fim do mês, depositou a mesma quantia que a) 0,02 ao mês
vinha depositando todos os meses, exceto em fevereiro.
b) 0,02% ao mês
Qual é o valor de x?
c) 0,02 ao ano
a) 20 d) 0,02% ao ano
b) 23 e) 0,24% ao ano
c) 25
d) 27 13. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa deixou de pagar
e) 31 a fatura do cartão de crédito, de modo que, após dois
meses, o valor inicial da fatura se transformou em
9. (CESGRANRIO — 2021) Para os seis primeiros meses
uma dívida de R$26.450,00. Nunca foram feitas com-
de um investimento, a evolução, em milhares de reais,
de um certo investimento de R$ 3.000,00 é expres- pras parceladas e não foram feitas compras adicio-
1 nais durante esses dois meses.
sa pela fórmula M(x) = – 4 (x–4)2+7, onde M(x) indica Considerando-se que foram cobrados, indevidamente,
quantos milhares de reais a pessoa poderá retirar
juros compostos de 15% ao mês e que, por determi-
após x meses desse investimento. Um cliente preten-
MATEMÁTICA

nação judicial, o valor inicial deva ser reconsiderado


de deixar esse investimento por seis meses.
para uma nova negociação entre as partes, o valor ini-
Nesse caso, de quanto será a sua perda, em reais, em
cial da dívida era de
relação ao máximo que ele poderia ter retirado?

a) 1.000 a) R$18.515,00
b) 3.000 b) R$18.815,00
c) 4.000 c) R$20.000,00
d) 5.000 d) R$21.000,00
e) 6.000 e) R$21.115,00 125
14. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa faz um financia-
mento no valor de R$10.000,00 em 10 vezes, a uma
taxa de juros de 4,9% ao mês, sendo que o financia-
mento usa o sistema de amortização constante.
Qual é o valor, em reais, a ser pago na 7ª prestação
desse financiamento?

a) 1.490
b) 1.334
c) 1.292
d) 1.196
e) 1.100

15. (CESGRANRIO — 2021) Ao verificar o saldo devido


de seu financiamento de R$ 8.000,00, um cliente per-
cebeu que, após pagar a primeira prestação de R$
1.726,93, ele havia amortizado apenas R$ 1.518,93.
Consultando seu gerente, ele soube que nesse finan-
ciamento foi usado o sistema Price.
Qual é a taxa mensal de juros cobrada nesse financiamento?

a) 1,0%
b) 1,3%
c) 1,6%
d) 2,3%
e) 2,6%

9 GABARITO

1 A

2 D

3 D

4 B

5 B

6 E

7 E

8 E

9 A

10 C

11 D

12 A

13 C

14 D

15 E

ANOTAÇÕES

126
z Instituição Financeira Pública: essa informação
pode aparecer como “pegadinha” em questão de
prova. Mesmo que o Banco da Amazônia seja pes-
soa jurídica de direito privado, com a presença
de capital privado constituinte, ela é considerada
LEGISLAÇÃO uma Instituição Financeira Pública, de controle do
Governo Federal;
z Sociedade de economia mista: o Banco da Ama-
zônia é uma empresa estatal, mais especificamen-
te uma sociedade de economia mista. Isso significa
ESTATUTO SOCIAL DO BANCO DA que o seu capital constituinte possui, em parte, ori-
AMAZÔNIA gem privada. Isso não ocorre com todas as pessoas
jurídicas de direito privado do Estado. Existem
Os candidatos que desejam atuar dentro do Banco as denominadas empresas públicas, cujo capital
da Amazônia devem estar familiarizados com a sua social é 100% proveniente do próprio Estado (capi-
legislação. Essa matéria costuma ser exigida em ques- tal público);
tões de concurso, sendo imprescindível para o alcance z Forma de sociedade anônima aberta: o Banco da
do tão sonhado cargo público. Amazônia assume a forma de sociedade anônima
Nesta apostila, daremos um grande foco a dois de capital aberto, levando em sua razão social a
documentos redigidos internamente pelo Banco da sigla S.A. Por ser uma sociedade anônima de capi-
Amazônia. São eles: o Estatuto Social e o Código de Éti- tal aberto, os seus títulos poderão ser negociados
ca do referido Banco. pelos seus detentores no mercado de valores mobi-
Estatuto Social é o documento que apresenta a liários, de forma livre. Significa, de modo geral,
criação da própria pessoa jurídica, como se fosse a que as ações do Banco da Amazônia podem ser
sua “certidão de nascimento”. E, assim como ocorre negociadas na Bolsa de Valores.
com as certidões de nascimento, o Estatuto Social tam-
bém é pendente de registro em cartório competente Sobre a sua sede, o art. 2º dispõe que o Banco da
(Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou RCPJ) para fazer Amazônia tem domicílio, sede e foro em Belém, capi-
surtir os efeitos de seu conteúdo. tal do Estado do Pará. Além disso, o Banco também
O Estatuto Social do Banco da Amazônia (BASA) é um pode criar filiais, agências, escritórios, representações
documento dividido em artigos, elaborado pela Assem- ou quaisquer outros estabelecimentos no país, observa-
bleia Geral do próprio Banco, apresentando aspectos dos os requisitos legais. Assim, Belém é a cidade onde
como a sua razão social, os seus objetivos, a sua estru- o BASA se situa e é também a cidade na qual ele res-
tura organizacional e o que cada órgão faz. A análise de ponde pelas ações judiciais que correm contra o Banco.
seus principais dispositivos se faz necessária. O seu prazo de duração é indeterminado, tal
como prevê o art. 3º:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES — DESCRIÇÃO DA
COMPANHIA Art. 3º O prazo de duração do Banco é indeterminado.

Razão Social, Sede e Objetivos Os objetivos sociais, isto é, as razões primordiais


para a criação da referida Empresa, estão previstos
O Estatuto começa descrevendo um pouco melhor em seu art. 4º:
o que é o Banco da Amazônia, apresentando a sua
razão social no texto de seu art. 1º. Observe atenta- Art. 4º O Banco da Amazônia tem por objetivo social:
mente o conteúdo do referido dispositivo: I. executar a política do Governo Federal na Região
Amazônica relativa ao crédito para o desenvolvi-
mento econômico-social;
Art. 1º O Banco da Amazônia S.A., instituição
II. prestar serviços e realizar todas as operações
financeira pública federal, constituída sob a formas
inerentes à atividade bancária; e
de sociedade anônima aberta, de economia mista, é
III. exercer as funções de agente financeiro dos
regido por este Estatuto Social, especialmente, pela
órgãos regionais federais de desenvolvimento.
lei de criação nº 5.122, de 28 de setembro de 1966,
Parágrafo único. Ao Banco da Amazônia é vedado,
pelas Leis nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e Lei nº
além das proibições estabelecidas por lei:
6.404, de 15 de dezembro de 1976, pelo Decreto nº
a) realizar operações com garantia exclusiva de
8.945, de 27 de dezembro de 2016; e demais legisla- ações de outras instituições financeiras;
ções aplicáveis. b) abrir crédito, emprestar, comprar ou vender bens
de qualquer natureza a membros dos Conselhos de
Pela leitura do referido dispositivo, podemos apre- Administração e Fiscal, da Diretoria Executiva e do
sentar algumas características importantes a respeito Comitê de Auditoria; e
LEGISLAÇÃO

do BASA: c) emitir debêntures ou partes beneficiárias.

z Pessoa jurídica de direito privado: apesar de Pelo texto do caput, percebemos que o BASA apre-
ser uma entidade do Estado (Governo), o banco da senta não um, mas três objetivos sociais. O primeiro
Amazônia possui personalidade jurídica de direito deles é executar a política de Governo no desenvolvi-
privado, podendo exercer atividades econômicas. mento econômico e financeiro da Região Amazônica.
Com isso, o Banco da Amazônia não contrata ser- O segundo objetivo social é a prestação de serviços e
vidores sob regime estatutário, mas empregados a realização de todas as operações inerentes à ativida-
públicos, sob regime celetista; de bancária. E o terceiro objetivo social do BASA é o 127
exercício das funções de agente financeiro dos órgãos
regionais federais de desenvolvimento. Importante!
O art. 3º também apresenta, em seu parágrafo único, Segundo o caput do art. 6º, todas as ações do
algumas vedações aplicáveis ao BASA, para que o Banco BASA são ações ordinárias e, não, preferenciais.
não pratique esses atos enquanto almeja os seus obje- Isso significa que cada ação do Banco enseja
tivos sociais. Essas vedações são também três, a saber: direito a um voto cada. As ações preferenciais
são aquelas que dão preferência aos acionistas
z Realizar operações com garantia exclusiva de quanto aos dividendos da empresa, mas que, em
ações de outras instituições financeiras: isso regra, não lhes concedem direito a voto.
é assim, pois, o BASA possui parte de seu capital
social de origem privada. Por isso, ele somente pode
realizar operações com garantia de suas próprias O texto do parágrafo segundo apresenta a entidade
ações, não podendo solicitar garantias de ações de controladora da maioria das ações. É a União, uma vez
outras entidades ou instituições financeiras; que o BASA é uma instituição financeira a nível federal.
Lembre-se de que o Banco da Amazônia é uma socie-
z Abrir crédito, emprestar, comprar ou vender
dade de economia mista, logo, a maioria de seu capital
bens de qualquer natureza a membros dos Con-
constituinte deve pertencer, sempre, à União.
selhos de Administração e Fiscal, da Diretoria
Executiva e do Comitê de Auditoria: isso geraria DA ASSEMBLEIA GERAL
conflito de interesses dentro do próprio BASA. A
intenção do legislador, ao apresentar essa veda- O Estatuto apresenta toda a estrutura organiza-
ção, é dar maior autonomia ao BASA, evitando que cional do Banco da Amazônia, indicando o que cada
as pessoas que ocupam esses cargos de alta dire- órgão faz. Antes, porém, ele faz algumas pondera-
ção do Banco possam adquirir vantagens ilícitas ções a respeito da Assembleia Geral. Esse é também
devido à natureza de seus cargos; um órgão interno do BASA, composto pelos acionistas
z Emitir debêntures ou partes beneficiárias: do Banco, sejam eles detentores do direito de voto ou
debênture é um título de crédito oferecido geral- não. É isso o que dispõe o art. 8º:
mente por empresas que oferecem direito de cré-
dito ao seu investidor. Logo, o BASA, que é uma Art. 8º A Assembleia Geral é composta por todos os
instituição financeira, não poderia emitir tais acionistas do Banco, independentemente do direito de
voto. Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigi-
títulos de créditos para seus acionistas, proibindo,
dos pelo Presidente do Conselho da Administração do
assim, a captação de recursos dessa forma.
Banco (ou pelo substituto que esse vier a designar),
que escolherá o secretário da Assembleia Geral.
Do Capital Social e das Ações
A Assembleia Geral, assim, é um órgão deliberati-
O Estatuto também dedica parte de suas disposições vo do Banco da Amazônia, em que os seus integrantes
preliminares para estabelecer o capital social consti- se reúnem para decidir sobre diversos aspectos da
tuinte do BASA. Esse dever não é exclusivo do BASA; referida Empresa.
toda empresa enquanto pessoa jurídica de direito Em relação às reuniões da Assembleia, o art. 7º admite
privado deve mencionar em seu Estatuto as quantias duas formas: reunião ordinária e reunião extraordinária.
pelas quais tal entidade se formou, deve determinar o
quanto de dinheiro foi “injetado” para a sua criação. Art. 7º As Assembleias Gerais realizar-se-ão: (a)
Sobre o tema, o caput do art. 6º apresenta a quantia ordinariamente, uma vez por ano, nos 4 (qua-
total (em reais) utilizada para a constituição do referido tro) primeiros meses seguintes ao encerramento de
cada exercício social, para deliberação das maté-
Banco e também a quantia de ações a serem negociadas
rias previstas em lei e (b) extraordinariamente,
abertamente pelos seus titulares. Observe o texto legal: sempre que os interesses sociais, a legislação ou as
disposições deste Estatuto Social exigirem.
Art. 6º O Capital Social do Banco da Amazônia
é de R$1.623.251.785,69 (um bilhão, seiscentos e A reunião ordinária é aquela que apresenta um
vinte e três milhões, duzentos e cinquenta e um mil, prazo determinado para ocorrer. No caso da Assem-
setecentos e oitenta e cinco reais e sessenta e nove bleia do BASA, a sua reunião ordinária ocorre nos
centavos), totalmente subscrito e integralizado, quatro primeiros meses seguintes ao encerramento
dividido em 29.645.967 (vinte e nove milhões, seis- de cada exercício social.
centos e quarenta e cinco mil, novecentos e sessenta As reuniões extraordinárias, por sua vez, não pos-
e sete) ações ordinárias nominativas escriturais e suem prazo fixo para ocorrerem. São aquelas reuniões
sem valor nominal. que devem ocorrer sempre que os interesses sociais, a
§ 1º Cada ação ordinária confere ao seu titular o direi- legislação ou as disposições do Estatuto assim exigirem.
to a 1 (um) voto nas Assembleias Gerais de acionistas. E o que a Assembleia Geral decide? O Estatuto
§ 2º A União é a acionista controladora e, nessa não nos dá uma resposta bem elaborada, pois ele trata
condição, deterá sempre a maioria absoluta das das competências da Assembleia Geral de forma bas-
ações com direito a voto. tante singela em seu art. 11:
§ 3º Sobre os recursos transferidos pela União ou
depositados por acionistas minoritários, para fins Art. 11 A Assembleia Geral, além das matérias pre-
de aumento do capital, incidirão encargos financei- vistas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
ros, na forma da legislação vigente, desde o dia da e no Decreto nº 1.091, de 21 de março de 1994, reu-
128 transferência até a data da capitalização. nir-se-á para deliberar sobre alienação, no todo ou
em parte, de ações do capital social do Banco ou, c) cargo em comissão ou função de confiança equi-
quando não competir ao Conselho de Administra- valente a DAS-4 ou superior no setor público; ou
ção, de suas controladas. d) cargo estatutário em empresa.
II. Experiência mínima de três anos em liderança
A Lei nº 6.404, de 1976, é a lei que regula a atuação de equipe.
das empresas denominadas Sociedades por Ações. O § 2º O Conselho de Administração fará emitir
Decreto nº 1.091, de 2004, por sua vez, é o instrumento recomendação, não vinculante, quanto a novos
normativo que regula a atuação das entidades priva- membros desse colegiado para aprovação da
das controladas pela União, ainda que esse controle Assembleia, desde que, relacionadas aos resultados
do processo de avaliação e às diretrizes da Política
seja de forma direta ou indireta.
de Indicação e Sucessão de Administradores e con-
Assim, as matérias que são objeto dessas duas legis-
forme legislação em vigor.
lações são as matérias levadas em pautas para delibe-
ração dos membros da Assembleia Geral, incluindo
Uma vez analisados os requisitos para a investidura
também a matéria referente ao controle de ações do
em cargo de Administração no BASA, o Estatuto tam-
capital social do BASA e de suas entidades controladas.
bém disciplina como se dá a verificação desses requisi-
tos. Segundo o texto do parágrafo primeiro, do art. 14,
REGRAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DO BANCO
“Os requisitos deverão ser comprovados documental-
mente, na forma exigida pelo formulário padronizado,
Requisitos e Vedações para os Administradores aprovado pela Secretaria de Coordenação e Governança
das Empresas Estatais e disponibilizado em seu sítio ele-
Em seu Capítulo 3, o Estatuto apresenta não apenas trônico”. Essa verificação se dá por uma comissão cria-
a estrutura organizacional do BASA, como também da especialmente para esse fim. É o Comitê de Pessoas,
algumas regras gerais a respeito de seus funcionários Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, cujas atribui-
administradores. ções serão vistas em momento posterior.
Como já mencionamos, o Banco da Amazônia é Uma vez comprovado o preenchimento de todos
uma empresa estatal (sociedade de economia mista). os requisitos expostos no parágrafo anterior, o fun-
Porém, ela não pode contratar quem quiser, como cionário do BASA deve assinar termo de posse, pro-
geralmente ocorre com as empresas da esfera priva- metendo cumprir com as atribuições impostas a ele
da. Os seus membros empregados são escolhidos após devido à natureza de sua função. É o art. 15 o dispo-
a sua aprovação em exame de concurso público. Há, sitivo que apresenta as regras mais específicas a res-
também, alguns cargos em que não se exige prévia peito da posse:
aprovação em concurso público. São os cargos com
funções de direção, chefia e assessoramento. O BASA, Art. 15 Os membros do Conselho de Administração
dessa forma, conta com empregados concursados e e da Diretoria Executiva serão investidos em seus
também com administradores nomeados para cargos cargos, mediante assinatura de Termo de Posse
de provimento em comissão ou função de confiança. no livro de atas do respectivo colegiado, no prazo
No caso dos administradores do BASA, mesmo que máximo de até 30 (trinta) dias, contados a partir da
não haja exigência de sua aprovação em concurso eleição ou nomeação, observado o disposto no § 1º
público, o Estatuto disciplina em seu art. 13 quais são do Art. 149 da Lei nº 6.404/1976.
os requisitos essenciais que eles devem possuir para § 1º O Termo de Posse deverá conter, sob pena de
serem considerados pessoas aptas a ocupar a referida nulidade: a indicação de, pelo menos, um domicílio no
função. Observe atentamente o texto legal: qual o administrador receberá citações e intimações
em processos administrativos e judiciais relativos
Art. 13 Os administradores do Banco, inclusive os a atos de sua gestão, as quais se reputarão cumpri-
conselheiros representantes dos empregados dos das mediante o domicílio indicado, cuja modificação
acionistas minoritários, deverão atender aos requi- somente será válida após comunicação por escrito ao
sitos obrigatórios e observar as vedações para o Escrivão, além da sujeição do administrador ao Códi-
exercício de suas atividades, conforme previsto nas go de Conduta e às Políticas do Banco.
Leis nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, nº 13.303, § 2º Os membros do Conselho Fiscal serão investidos
de 30 de junho de 2016 e Decreto nº 8.945, de 27 de em seus cargos desde a data da respectiva eleição.
dezembro de 2016. § 3º Os membros do Comitê de Auditoria serão
§ 1º Além dos requisitos previstos no caput, para investidos em seus cargos mediante assinatura do
investidura como membro da Diretoria Executiva, termo de posse.
os indicados devem atender aos requisitos esta- § 4º Antes da investidura e ao deixar o cargo, cada
belecidos na Política de Indicação e Sucessão de membro estatutário deverá apresentar ao Banco,
Administradores do Banco da Amazônia e cumula- que zelará pelo sigilo legal, Declaração de Ajuste
tivamente, as seguintes condições: Anual do Imposto de Renda Pessoa Física e respec-
I. ter graduação em curso superior; e tivas retificações apresentadas à RFB ou autoriza-
II. ter exercido, nos últimos cinco anos, por pelo ção de acesso às informações nelas contidas.
menos três anos, uma das seguintes funções: § 5º No caso dos Diretores, a declaração anual
LEGISLAÇÃO

a) cargos gerenciais em instituições integrantes do de bens e rendas também deve ser apresentada à
Sistema Financeiro Nacional de 1º o 2º nível do Pla- Comissão de Ética Pública da Presidência da Repú-
no de Cargos e Salários do nível gerencial da Insti- blica — CEP/PR.
tuição de origem; ou
b) cargos gerenciais na área financeira de outras Em seguida, o Estatuto também disciplina as hipó-
entidades detentoras de patrimônio líquido não teses de vacância dos cargos do Banco da Amazônia.
inferior a um quarto dos limites mínimos de capital Vacância é o termo mais correto para designar o ato
realizado e patrimônio líquido exigidos pela regula- de “esvaziar” um cargo público, tornando-o livre
mentação para o Banco da Amazônia; ou (vago) para ser ocupado por outra pessoa, ou até 129
mesmo para ser excluído do Quadro Ativo. A ideia é z Subtetos: o teto remuneratório, nesses casos, vai
que o BASA é competente tanto para criar como para depender de onde o agente público se situa. Assim:
extinguir os seus próprios cargos.
Sobre o tema, o art. 16 dispõe sobre três diferentes for- „ o Teto Municipal tem por base os valores dos
mas de vacância dos cargos públicos no BASA. Vejamos: subsídios pagos aos Prefeitos;
„ o Teto dos Estados e Distrito Federal tem por
Art. 16 Além dos casos previstos em lei, dar-se-á
vacância do cargo quando:
base os subsídios recebidos dos Governado-
I. o membro do Conselho de Administração ou Fiscal res, dos Deputados e dos Desembargadores, a
ou dos Comitês de Assessoramento deixar de com- depender se trata de agente público ocupante
parecer a duas reuniões consecutivas ou três inter- de cargo, respectivamente, dos Poderes Execu-
caladas, nas últimas doze reuniões, sem justificativa. tivo, Legislativo e Judiciário.
II. o membro da Diretoria Executiva se afastar do exer-
cício do cargo por mais de 30 (trinta) dias consecuti- O teto remuneratório individual dos agentes do BASA
vos, salvo em caso de licença, inclusive férias, ou nos está previsto nos parágrafos segundo e terceiro, do art. 17:
casos autorizados pelo Conselho de Administração.
II. o representante dos empregados no Conselho Art. 17 A remuneração dos membros estatutários
de Administração cujo contrato de trabalho seja e, quando aplicável, dos demais comitês de asses-
encerrado durante o prazo de gestão. soramento, será fixada anualmente em Assembleia
Parágrafo único. A perda do cargo não elide a res- Geral, nos termos da legislação vigente, sendo
ponsabilidade civil e penal a que estejam sujeitos os vedado o pagamento de qualquer forma de remune-
membros do Conselho de Administração e da Dire- ração não prevista em Assembleia Geral.
toria Executiva, em virtude do descumprimento de § 1º Os membros dos Conselhos de Administração e
suas obrigações. Fiscal, Comitê de Auditoria e demais órgãos estatu-
tários terão ressarcidas suas despesas de locomo-
Remuneração, Treinamento e Código de Conduta ção e estada necessárias ao desempenho da função,
sempre que residentes fora da cidade em que for
O Estatuto também apresenta algumas regras mais realizada a reunião.
específicas a respeito do regime jurídico dos Adminis- § 2º A remuneração mensal devida aos membros
tradores do BASA. dos Conselhos de Administração e Fiscal da empre-
Ao mencionar a remuneração, o Estatuto disci- sa estatal não excederá a dez por cento da remune-
plina em seu art. 17 que a remuneração será fixada ração mensal média dos diretores do Banco, sendo
anualmente em Assembleia Geral. vedado o pagamento de participação, de qualquer
Levando-se em conta que boa parte do orçamen- espécie, nos lucros do Banco.
§ 3º A remuneração dos membros do Comitê de
to público é destinada ao pagamento de salário dos
Auditoria será fixada em Assembleia Geral em
servidores, foi necessário estabelecer limites quanto a
montante não inferior à remuneração dos Conse-
essa remuneração. Do contrário, os salários sobrecar-
lheiros Fiscais.
regariam a folha de pagamentos, gerando problemas
quanto à gestão financeira do país. Por isso, à remune-
Assim, temos que o limite remuneratório é variá-
ração dos servidores são impostos dois tipos de limites
vel para alguns cargos. Os membros dos Conselhos de
salariais: um limite global e um limite individual.
Administração e do Conselho Fiscal têm como teto limi-
A expressão “teto” é utilizada como um sinônimo
te a remuneração mensal média dos diretores do Ban-
de “valor limite”. O limite global, apesar do nome, faz
co, e os membros do Comitê de Auditoria têm como teto
referência ao limite imposto pelo art. 169, da CF, de
limite a remuneração dos Conselheiros Fiscais.
1988, que assim prevê: “A despesa com pessoal ativo e Uma vez que o administrador entra em efeti-
inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos vo exercício, isto é, quando ele “senta na cadeira” e
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos começa a exercer as atribuições de seu cargo, ele será
em lei complementar”. Essa “lei complementar” à qual submetido a diversos treinamentos especiais. Esses
o dispositivo constitucional faz referência é a Lei Orça- treinamentos estão previstos no art. 18, sendo dispo-
mentária Anual. Como já mencionamos, o salário dos níveis direta ou indiretamente pela empresa. A pre-
agentes públicos não pode exceder o orçamento públi- sença do administrador nesses treinamentos se torna
co da entidade federativa, pois ela é obrigada a apre- essencial, pois, caso ele não compareça, não poderá
sentar todos os seus ganhos e os seus gastos anuais. ser reconduzido ao cargo.
Como se dá o controle sobre o quanto cada
agente público pode ganhar a título de remunera- Art. 18 Os administradores e os conselheiros fiscais,
ção? Justamente para isso existem os tetos remune- inclusive os representantes de empregados acionis-
ratórios. São os limites individuais, que se traduzem tas minoritários, devem participar, na posse e anual-
na remuneração de determinados cargos públicos; mente, de treinamentos especiais, disponibilizados
nenhum outro agente pode ganhar mais do que estes. direta ou indiretamente pela empresa, conforme dis-
Esses tetos remuneratórios estão dispostos no posições da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do
inciso XI, art. 37, também da Constituição Federal, de Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016.
1988. Esse teto remuneratório se divide em: Parágrafo único. É vedada a recondução do admi-
nistrador ou do Conselheiro Fiscal que não partici-
z Teto Geral: é a remuneração de um Ministro do par de nenhum treinamento anual disponibilizado
Supremo Tribunal Federal. É o valor que nenhuma pelo Banco nos últimos dois anos.
remuneração de qualquer agente público pode supe-
rar, independentemente do âmbito federativo. Nin- O Código de Conduta tem previsão no art. 19. É o
guém, nem mesmo um agente público da União, que denominamos de “Código de Ética” do BASA. Esse
130 pode ganhar mais do que um Ministro do STF; Código é essencial para todo funcionário do Banco,
uma vez que ele traça as diretrizes básicas do com- § 4º. A forma da defesa em processos judiciais e adminis-
portamento ético a ser perseguido por todos. O referi- trativos será definida pelo Conselho de Administração.
do documento normativo será analisado em maiores § 5º Na defesa em processos judiciais e administrati-
detalhes posteriormente. vos, se o beneficiário da defesa for condenado em deci-
são judicial transitada em julgado, com fundamento
Art. 19 A empresa disporá de Código de Conduta e em violação de lei ou do Estatuto, ou decorrente de ato
Integridade, elaborado e divulgado na forma da Lei culposo ou doloso, ele deverá ressarcir ao Banco todos
nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do Decreto nº os custos e despesas decorrentes da defesa feita pelo
8.945, de 27 de dezembro de 2016. Banco, além de eventuais prejuízos causados.

Por fim, o art. 21 trata da defesa judicial e admi- ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


nistrativa dos funcionários do BASA. Observe:
Uma vez analisados os aspectos mais gerais e
Art. 21 Os Administradores e os Conselheiros Fiscais introdutórios a respeito do Banco da Amazônia, jun-
são responsáveis, na forma da lei, pelos prejuízos ou tamente com as regras básicas de Administração do
danos causados no exercício de suas atribuições. Banco, resta-nos analisar quais são todos os órgãos
que compõem essa importante instituição financeira.
O caput menciona o que a doutrina costuma deno- O Estatuto menciona primeiramente a Assembleia
minar “responsabilidade tríplice dos agentes públi- Geral, mas ela não é o único órgão importante. Em termos
cos”. A responsabilidade é tríplice porque o servidor de estrutura, o BASA é composto pelos seguintes órgãos
responde civil, penal e administrativamente pelo estatutários, conforme prescrevem os incisos do art. 12:
exercício irregular de suas atribuições.
A responsabilidade civil decorre de conduta fun- Art. 12 O Banco terá Assembleia Geral e os seguin-
cional, comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, que tes órgãos estatutários:
acarrete prejuízo para o patrimônio do Estado, de I. Conselho de Administração
suas entidades ou de terceiros. II. Diretoria Executiva
A responsabilidade penal abrange crimes e contraven- III. Conselho Fiscal
ções imputados, por lei, ao funcionário, nesta qualidade. IV. Comitê de Auditoria
A responsabilidade administrativa, por outro V. Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e
lado, consiste na instauração de processo disciplinar Remuneração
VI. Comitê Estratégico de Crédito, Riscos e de Capital
pelo qual haverá a verificação da conduta delituosa do
VII. Comitê Estratégico de Governança e Sustentabilidade
agente, bem como a aplicação da pena mais adequada.
VIII. Comitê Estratégico de Inovação e Tecnologia
Imprescindível reforçar que a aplicação de qual-
§ 1º O Banco será administrado pelo Conselho de
quer pena ao servidor público pressupõe um processo Administração e pela Diretoria Executiva, de acor-
administrativo, sendo assegurado ao acusado direito do com as atribuições e poderes conferidos pela
ao contraditório e a ampla defesa, sendo obrigatória, legislação aplicável e pelo presente Estatuto Social.
inclusive, a presença do advogado em todas as fases § 2º Observadas as normas relativas à administra-
do referido processo (Súmula nº 343, do STJ). Todavia, ção pública indireta, os administradores deverão
tal entendimento vem sofrendo alteração, pois o STF orientar a execução das atividades do Banco com
já reconheceu, na Súmula Vinculante nº 5, entendi- observância dos princípios e das melhores práti-
mento de que a falta de defesa técnica no processo cas adotadas por instituições e fóruns nacionais
administrativo disciplinar não é inconstitucional. e internacionais que sejam referência no tema da
A respeito da defesa administrativa e judicial governança corporativa, desde que compatíveis
dos funcionários do Banco da Amazônia, os parágra- com o ordenamento jurídico brasileiro.
fos do art. 21 apresentam algumas regras especiais
sobre a forma como as suas pretensões devem ser Faremos uma análise pormenorizada de cada um
arguidas em juízo: desses órgãos administrativos do BASA, atribuindo
maior enfoque nas suas diversas competências.
§ 1º O Banco assegurará aos integrantes e ex-inte-
grantes da Diretoria Executiva, dos Conselhos de Conselho de Administração
Administração e Fiscal e do Comitê de Auditoria a
defesa em processos judiciais e administrativos con- Como menciona o parágrafo primeiro, do art. 12, o
tra eles instaurados, pela prática de atos no exercí- Banco da Amazônia é administrado pelo órgão deno-
cio do cargo ou função, nos casos em que não houver minado Conselho de Administração. Esse é um órgão
incompatibilidade com os interesses do Banco.
com amplos poderes de direção colegiada, devendo
§ 2º Fica assegurado aos Administradores e Conse-
perseguir os objetivos sociais do BASA considerando
lheiros Fiscais, bem como aos ex-administradores e
ex-conselheiros, o conhecimento de informações e
os interesses de longo prazo do Banco, os impactos
documentos constantes de registros ou de banco de decorrentes de suas atividades na sociedade e no meio
dados do Banco, indispensáveis à defesa administrati- ambiente e os deveres fiduciários de seus membros.
LEGISLAÇÃO

va ou judicial, em ações propostas por terceiros, de atos O Conselho de Administração tem a sua composi-
praticados durante seu prazo de gestão ou mandato. ção prevista no art. 25, totalizando sete membros:
§ 3º. O benefício previsto acima aplica-se, no que
couber e a critério do Conselho de Administração, Art. 25 O Conselho de Administração é composto
aos membros do Comitê de Auditoria e àqueles que de 7 (sete) membros, a saber:
figuram no polo passivo de processo judicial ou I. 4 (quatro) indicados pelo Ministro de Estado da
administrativo em decorrência de atos que tenham Economia.
praticado no exercício de competência delegada II. 1 (um) representante dos empregados, nos mol-
pelos administradores. des da Lei nº 12.353, 28 de dezembro de 2010. 131
III. 1 (um) representante dos acionistas minori- Administração para o Banco só poderá ocorrer após
tários, eleito nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de decorrido período equivalente a um prazo de gestão.
dezembro de 1976. § 3º O prazo de gestão dos membros do Conselho de
IV. o Presidente do Banco integrará, também, o Con- Administração se prorrogará até a efetiva investi-
selho de Administração e não poderá exercer, mes- dura dos novos membros.
mo que interinamente, a Presidência do Colegiado.
§ 1º O Presidente do Conselho de Administração e O Conselho, assim como a Assembleia Geral, deve-
seu substituto serão escolhidos na primeira reunião rá reunir-se ordinariamente, com a maioria de seus
do órgão que ocorrer após a eleição de seus mem- membros, ao menos uma vez por mês. O Conselho
bros, devendo o Presidente ser um dos membros também poderá se reunir extraordinariamente, quan-
indicados pelo Ministro de Estado da Economia. do for absolutamente necessário.
§ 2º Os demais membros da Diretoria Executiva da O Estatuto apresenta as competências do Conselho
empresa não poderão compor o Conselho de Admi- de Administração em seu art. 29. De modo geral, pode-
nistração, podendo, no entanto, ser convocados mos dividir as competências do Conselho de Adminis-
por esse colegiado para participar de reuniões, sem tração em cinco grandes grupos:
direito a voto.
§ 3º O Conselho de Administração deve ser composto, z Competências de planejamento e direção: por
no mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de mem- ser um órgão de direção, compete ao Conselho de
bros independentes ou pelo menos 1 (um), caso haja Administração fixar a orientação geral dos negó-
decisão pelo exercício da faculdade do voto múltiplo cios do Banco, avaliar a gestão estratégica, opera-
pelos acionistas minoritários, nos termos da legisla- cional e financeira das participações do Banco ao
ção societária, sendo que os critérios de independên- seu objeto social, promover a análise das metas
cia deverão respeitar os termos do Art. 22, §1º da Lei atingidas pelo BASA, entre outras;
nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do Art. 36, §1º do z Competências contratuais: em relação aos negó-
Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016. cios jurídicos em que o BASA é parte, compete ao
§ 4º Quando, em decorrência da observância do Conselho de Administração se manifestar pre-
percentual acima mencionado, resultar número viamente sobre atos ou contratos relativos à sua
fracionário de conselheiros, proceder-se-á ao arre- alçada decisória. O Conselho também tem poderes
dondamento para o número inteiro:
para autorizar e homologar a contratação de audi-
I. imediatamente superior, quando a fração for
tores independentes, bem como rescindi-los;
igual ou superior a 0,5 (cinco décimos); e
z Competências fiscais: quanto ao exercício de contro-
II. imediatamente inferior, quando a fração for infe-
le fiscal, o Conselho de Administração é competente
rior a 0,5 (cinco décimos).
§ 5º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
para: manifestar-se sobre o relatório da administração
e Remuneração deverá verificar o enquadramento e as contas da Diretoria Executiva, analisar o balan-
dos indicados a conselheiros independentes por cete e demais demonstrativos financeiros elaborados
meio da análise da autodeclaração apresentada e pelo Banco, implementar o sistema de gestão de riscos
respectivos documentos (nos moldes do formulário de controle interno para a prevenção e mitigação dos
padronizado). riscos relativos à integridade das informações contá-
beis, e a prevenção de casos de corrupção e fraude;
A vedação do inciso IV é importante porque o Presi- z Competências administrativas: são as competên-
dente do Banco não pode também presidir o Conselho cias referentes aos funcionários do BASA. O Conse-
de Administração, pois restaria evidente o conflito de lho tem competência para: aprovar as nomeações
interesses com o acúmulo de funções dentro do Banco. e destituições dos titulares da Auditoria Interna,
O Presidente do Conselho de Administração deve tam- eleger e destituir os membros de comitês de asses-
bém ser indicado pelo Ministro de Estado da Economia. soramento ao Conselho de Administração, bem
Observe pela leitura do referido artigo que esta- como do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
mos diante de um órgão com cargos comissionados. e Remuneração. Além disso, é o Conselho o órgão
responsável pelas avaliações tanto dos referidos
Não há a possibilidade de “abrir concurso público”
funcionários dos outros órgãos, como também da
para ocupar uma posição no Conselho de Adminis-
sua própria autoavaliação, determinando os quesi-
tração, seus membros são nomeados mediante indi-
tos a serem considerados nessas avaliações;
cação. Ainda que haja uma indicação pelo Ministro
z Competência normativas: o Conselho de Admi-
da Economia, essa escolha também deve ser analisa-
nistração não tem uma função legislativa, mas tem
da e aprovada pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade,
competência para aprovar documentos que ser-
Sucessão e Remuneração.
vem como normas a serem seguidas pelos demais
Além disso, o caráter de cargo comissionado se tor-
funcionários do BASA (tem “força de Lei”). É o
na ainda mais evidente com o art. 26, ao mencionar
caso, por exemplo, da aprovação do Código de Con-
que a gestão dos Conselheiros de Administração pos-
duta, do Regimento Interno do próprio Conselho
sui prazo unificado de 2 (dois) anos, sendo admitida a
de Administração, do Plano Anual e do Relatório
recondução até três vezes consecutivas: de Atividades de Auditoria Interna.
Art. 26 O Conselho de Administração terá prazo Segue também o texto integral do referido art. 29,
de gestão unificado de 2 (dois) anos, permitidas, no para que o candidato se familiarize com todas as com-
máximo, 3 (três) reconduções consecutivas. petências do Conselho de Administração:
§ 1º No prazo a que se refere o caput serão consi-
derados os períodos anteriores de gestão ocorridos Art. 29 Compete ao Conselho de Administração:
há menos de 2 (dois) anos. I. fixar a orientação geral dos negócios do Banco.
§ 2º Atingido o limite a que se refere o parágra- II. avaliar, a cada 4 (quatro) anos, o alinha-
132 fo anterior, o retorno de membro do Conselho de mento estratégico, operacional e financeiro das
participações do Banco ao seu objeto social, deven- XXII. atribuir formalmente a responsabilidade
do, a partir dessa avaliação, recomendar a sua pelas áreas de Conformidade e Gerenciamento de
manutenção, a transferência total ou parcial de Riscos a membros da Diretoria Executiva.
suas atividades para outra estrutura da administra- XXIII. solicitar auditoria interna periódica sobre
ção pública ou o desinvestimento da participação. as atividades da entidade fechada de previdência
III. eleger e destituir os membros da Diretoria Exe- complementar que administra plano de benefícios
cutiva do Banco, inclusive o Presidente, fixando- da estatal.
-lhes as atribuições. XXIV. realizar a autoavaliação anual de seu desem-
IV. fiscalizar a gestão dos membros da Diretoria penho, observados os quesitos mínimos dispostos
Executiva, examinar, a qualquer tempo, os livros e no inciso III do Art. 13 da Lei nº 13.303, de 30 de
papéis do Banco, solicitar informações sobre con- junho de 2016.
tratos celebrados ou em via de celebração, e quais- XXV. aprovar as nomeações e destituições dos titu-
quer outros atos. lares da Auditoria Interna, e submetê-las à aprova-
V. manifestar-se previamente sobre as propostas a ção da Controladoria Geral da União.
serem submetidas à deliberação dos acionistas em XXVI. conceder afastamento e licença ao Presidente
assembleia. do Banco, inclusive a título de férias.
VI. aprovar a inclusão de matérias no instrumento XXVII. aprovar o Regimento Interno do Conselho
de convocação da Assembleia-Geral, não se admi- de Administração, do Comitê de Auditoria e dos
tindo a rubrica “assuntos gerais”. demais comitês de assessoramento.
VII. convocar a Assembleia Geral. XXVIII. aprovar o Código de Conduta e Integridade.
VIII. manifestar-se sobre o relatório da administra- XXIX. aprovar e manter atualizado um plano de
ção e as contas da Diretoria Executiva. sucessão não-vinculante dos membros do Conselho
IX. manifestar-se previamente sobre atos ou con- de Administração e da Diretoria Executiva, cuja
tratos relativos à sua alçada decisória. elaboração deve ser coordenada pelo Presidente do
X. autorizar a alienação de bens do ativo não circu- Conselho de Administração.
lante, a constituição de ônus reais e a prestação de XXX. aprovar as atribuições dos diretores executi-
garantias a obrigações de terceiros. vos não previstas no Estatuto Social
XI. autorizar e homologar a contratação de audito- XXXI. aprovar o Regulamento de Licitações.
res independentes, bem como a rescisão dos respec- XXXII. aprovar a prática de atos que importem
em renúncia, transação ou compromisso arbitral,
tivos contratos.
observada a política de alçada do Banco.
XII. aprovar as Políticas de Conformidade e Geren-
XXXIII. discutir, deliberar e monitorar práticas de
ciamento de Riscos, Dividendos, Participações
governança corporativa e relacionamento com
Societárias, bem como outras políticas gerais do
partes interessadas.
Banco.
XXXIV. aprovar e divulgar a Carta Anual com expli-
XIII. aprovar e acompanhar o plano de negócios,
cação dos compromissos de consecução de objeti-
estratégico e de investimentos, e as metas de desem-
vos de políticas públicas, na forma prevista na Lei
penho, que deverão ser apresentados pela Diretoria
nº 13.303, de 30 de junho de 2016.
Executiva.
XXXV. avaliar os diretores e membros de comitês
XIV. analisar, ao menos trimestralmente, o balance-
estatutários do Banco, nos termos do inciso h do
te e demais demonstrações financeiras elaboradas
Art. 13 da Lei 13.303, de 30 de junho de 2016, com o
periodicamente pelo Banco, sem prejuízo da atua-
apoio metodológico e procedimental do Comitê de
ção do Conselho Fiscal. Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração.
XV. determinar a implantação e supervisionar os XXXVI. aprovar e fiscalizar o cumprimento das
sistemas de gestão de riscos e controle interno esta- metas e resultados específicos a serem alcançados
belecidos para a prevenção e mitigação dos princi- pelos membros da Diretoria Executiva.
pais riscos a que está exposta a empresa estatal, XXXVII. promover anualmente a análise das metas
inclusive os riscos relacionados à integridade das e resultados na execução do planejamento de negó-
informações contábeis e financeiras e os relaciona- cios e da estratégia de longo prazo, sob pena de
dos à ocorrência de corrupção e fraude. seus integrantes responderem por omissão, deven-
XVI. definir os assuntos e valores para sua alçada do publicar suas conclusões e informá-las ao Comi-
decisória e da Diretoria Executiva tê Nacional e ao Tribunal de Contas.
XVII. identificar a existência de ativos não de XXXVIII. propor à Assembleia Geral a remuneração
uso próprio do Banco e avaliar a necessidade de dos administradores e dos membros dos demais
mantê-los. órgãos estatutários do Banco.
XVIII. deliberar sobre os casos omissos do Estatuto XXXIX. executar e monitorar a remuneração de que
Social do Banco, em conformidade com o disposto trata o inciso XXXVIII deste artigo, inclusive a par-
na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. ticipação nos lucros e resultados, dentro dos limites
XIX. aprovar o Plano Anual de Atividades de Audi- aprovados pelas Assembleia Geral.
toria Interna — PAINT e o Relatório Anual das XL. aprovar o Regulamento de Pessoal, bem como
Atividades de Auditoria Interna — RAINT, sem a quantitativo de pessoal próprio e de cargos em
presença do Presidente do Banco. comissão, acordos coletivos de trabalho, progra-
LEGISLAÇÃO

XX. criar comitês de assessoramento ao Conselho ma de participação dos empregados nos lucros ou
de Administração, para aprofundamento dos estu- resultados, plano de cargos e salários, plano de
dos de assuntos estratégicos, de forma a garantir funções, benefícios de empregados e programa de
que a decisão a ser tomada pelo Colegiado seja tec- desligamento de empregados.
nicamente bem fundamentada. XLI. aprovar o patrocínio a plano de benefícios
XXI. eleger e destituir os membros de comitês de e a adesão a entidade fechada de previdência
assessoramento ao Conselho de Administração, complementar.
bem como do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, XLII. manifestar-se sobre o relatório apresentado
Sucessão e Remuneração. pela Diretoria Executiva resultante da auditoria 133
interna sobre as atividades da entidade fechada de Art. 36 Compete à Diretoria Executiva, no exercí-
previdência cio das suas atribuições e respeitadas as diretrizes
Parágrafo único. Excluem-se da obrigação de publi- fixadas pelo Conselho de Administração:
cação a que se refere o inciso XXXVII as informações I. gerir as atividades do Banco e avaliar os seus
de natureza estratégica cuja divulgação possa ser resultados.
comprovadamente prejudicial ao interesse do Banco II. monitorar a sustentabilidade dos negócios, os
da Amazônia. riscos estratégicos e respectivas medidas de miti-
gação, elaborando relatórios gerenciais com indi-
O Estatuto também apresenta algumas competên- cadores de gestão.
cias especiais para o Presidente do Conselho de Admi- III. elaborar os orçamentos anuais e plurianuais do
nistração, previstas nos incisos do art. 30: Banco e acompanhar sua execução.
IV. definir a estrutura organizacional do Banco e a
Art. 30 Compete ao Presidente do Conselho de distribuição interna das atividades administrativas.
Administração: V. aprovar as normas internas de funcionamento
I. presidir as reuniões do órgão, observando o cum- do Banco.
primento do Estatuto Social e do Regimento Interno. VI. promover a elaboração em cada exercício do
II. interagir com o ministério supervisor, e demais relatório de administração e das demonstrações
representantes do acionista controlador, no senti- financeiras, submetendo essas últimas à Auditoria
do de esclarecer a orientação geral dos negócios, Independente e aos Conselhos de Administração e
assim como questões relacionadas ao interesse Fiscal e ao Comitê de Auditoria.
público a ser perseguido pelo Banco, observado o VII. autorizar previamente os atos e contratos rela-
disposto no Art. 89 da Lei nº 13.303/2016. tivos à sua alçada decisória.
III. estabelecer os canais e processos para intera- VIII. indicar os representantes do Banco nos órgãos
ção entre os acionistas e o Conselho de Adminis- estatutários de suas participações societárias.
tração, especialmente no que tange às questões de IX. submeter, instruir e preparar adequadamente
estratégia, governança, remuneração, sucessão e os assuntos que dependam de deliberação do Con-
formação do Conselho de Administração, observa- selho de Administração, manifestando-se previa-
do o disposto no Art. 89 da Lei nº 13.303/2016. mente quando não houver conflito de interesse.
X. cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as delibe-
Diretoria Executiva rações da Assembleia Geral e do Conselho de Admi-
nistração, bem como avaliar as recomendações do
Conselho Fiscal.
Se o Conselho de Administração é o órgão encarre-
XI. colocar à disposição dos outros órgãos sociais
gado de todo o planejamento das metas e dos objetivos pessoal qualificado para secretariá-los e prestar o
a serem alcançados pelo BASA, é a Diretoria Executiva o apoio técnico necessário.
órgão responsável por dar prosseguimento à execução XII. aprovar o seu Regimento Interno.
desses objetivos e metas traçados pelo referido Conselho. XIII. deliberar sobre os assuntos que lhe submeta
Assim, a Diretoria é introduzida no Estatuto, em seu qualquer Diretor.
art. 31, como um órgão de execução: ele é o órgão que XIV. apresentar, até a última reunião ordinária do
põe no plano concreto as diretrizes, as ideias, os planos e Conselho de Administração do ano anterior, plano
os comandos a serem realizados pelo Banco da Amazônia. de negócios para o exercício anual seguinte e estra-
tégia de longo prazo atualizada com análise de ris-
Art. 31 A Diretoria Executiva é o órgão executivo cos e oportunidades para, no mínimo, os próximos
de administração e representação, cabendo-lhe cinco anos.
assegurar o funcionamento regular do Banco em XV. nos assuntos afetos a governança, riscos e con-
conformidade com a orientação geral traçada pelo troles, a Diretoria Executiva atuará como Comitê
Conselho de Administração. de Governança, Riscos e Controles, com assessora-
mento do titular da Gerência de Controles Internos,
A Diretoria Executiva é composta por seis mem- com as atribuições previstas na Instrução Nor-
bros, um deles o seu Presidente, e cinco Diretores mativa Conjunta nº 1, de 10 de maio de 2016, do
Executivos remanescentes. É exigida, como condição Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e
Controladoria-Geral da União — CGU.
para exercer cargo de Diretor Executivo, tal como
prescreve o parágrafo primeiro, do art. 32, “a assun-
ção de compromisso com metas e resultados específicos De maneira independente das atribuições pre-
a serem alcançados, que deverá ser aprovado pelo Con- vistas no art. 36, o Estatuto também apresenta as
selho de Administração”. competências exclusivas do Presidente da Diretoria
O seu prazo de gestão é idêntico ao do Conselho Executiva, em seu art. 37:
de Administração, com duração de 2 (dois) anos, sen-
do permitidas até três reconduções consecutivas. E, Art. 37 Sem prejuízo das demais atribuições da
Diretoria Executiva, compete especificamente ao
assim como ocorre com o Conselho, a Diretoria Exe-
Presidente do Banco:
cutiva deve se reunir ordinariamente, ao menos uma
I. dirigir, supervisionar, coordenar e controlar as
vez por semana, e poderá se reunir extraordinaria-
atividades e a política administrativa do Banco.
mente quando existir necessidade para tal. II. coordenar as atividades dos membros da Direto-
As suas competências estão previstas no art. 36. É ria Executiva.
um rol com um número considerável de incisos, mas III. representar o Banco em juízo e fora dele, poden-
não tão grande quanto o do Conselho de Administra- do, para tanto, constituir procuradores “ad-negotia”
ção. Novamente, recomenda-se a leitura do referido e “ad-judicia”, especificando os atos que poderão
dispositivo, na sua íntegra, para que o candidato se praticar nos respectivos instrumentos do mandato.
familiarize com a forma em que a competência está IV. assinar, com um Diretor, os atos que constituam
134 descrita no Estatuto: ou alterem direitos ou obrigações do Banco, bem
como aqueles que exonerem terceiros de obrigações impedidas de emissão de debentures conversíveis
para com ela, podendo, para tanto, delegar atribui- em ações).
ções ou constituir procurador para esse fim. IV. denunciar, por qualquer de seus membros, aos
V. expedir atos de admissão, designação, promo- órgãos de administração e, se estes não adota-
ção, transferência e dispensa de empregados. rem as providências necessárias para a proteção
VI. baixar as resoluções da Diretoria Executiva. dos interesses do Banco, à Assembleia Geral, os
VII. criar e homologar os processos de licitação, erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir
podendo delegar tais atribuições providências.
VIII. conceder afastamento e licenças aos demais V. convocar a Assembleia Geral Ordinária, se os
membros da Diretoria Executiva, inclusive a título órgãos da administração retardarem por mais de
de férias. um mês essa convocação, e a Extraordinária, sem-
IX. designar os substitutos dos membros da Direto- pre que ocorrerem motivos graves ou urgentes.
ria Executiva. VI. analisar, ao menos trimestralmente, o balance-
X. convocar e presidir as reuniões da Diretoria te e demais demonstrações financeiras elaboradas
Executiva. periodicamente pelo Banco.
XI. manter o Conselho de Administração e Fiscal VII. fornecer, sempre que solicitadas, informações
informado das atividades do Banco. sobre matéria de sua competência a acionista, ou
XII. exercer outras atribuições que lhe forem fixa- grupo de acionistas, que representem, no mínimo,
das pelo Conselho de Administração. 5% (cinco por cento) do capital social do Banco.
VIII. exercer essas atribuições durante a eventual
Do Conselho Fiscal liquidação do Banco.
IX. examinar o RAINT e PAINT.
Para o exercício do controle interno, de natureza X. assistir às reuniões do Conselho de Administração
ou da Diretoria Executiva em que se deliberar sobre
contábil, orçamentária e financeira, do Banco da Ama-
assuntos que ensejam parecer do Conselho Fiscal.
zônia, há um Conselho Fiscal. Conforme dispõe o art.
XI. aprovar seu Regimento Interno e seu plano de
39, do Estatuto, além dos moldes estabelecidos na Lei trabalho anual.
nº 13.303, de 2016, e sua regulamentação, “aplicam-se XII. realizar a autoavaliação anual de seu desempenho.
aos membros do Conselho Fiscal do Banco as disposi- XIII. acompanhar a execução patrimonial, financei-
ções para esse colegiado previstas na Lei nº 6.404, de ra e orçamentária, podendo examinar livros, quais-
15 de dezembro de 1976, inclusive aquelas relativas a quer outros documentos e requisitar informações.
seus poderes, deveres e responsabilidades, a requisitos XIV. fiscalizar o cumprimento do limite de partici-
e impedimentos para investidura e a remuneração”. pação do Banco no custeio dos benefícios de assis-
Em termos de composição, o Conselho Fiscal con- tência à saúde e de previdência complementar.
ta com quatro membros e seus respectivos suplentes,
sendo três deles indicados pelo Ministro do Estado da Conforme se denota pela leitura do dispositivo,
Economia, e um Conselheiro Fiscal representante dos as principais atribuições do Conselho Fiscal dizem
sócios minoritários. A eleição desses Conselheiros se respeito, justamente, ao exercício do controle fis-
faz mediante Assembleia Geral. cal contábil, financeiro e orçamentário. Entretanto,
o Conselho também apresenta algumas atribuições
Art. 40 O Conselho Fiscal será composto por 4 que não possuem relação com essa tarefa fiscal, tais
(quatro) membros efetivos e respectivos suplentes, como a aprovação de seu Regimento Interno, o exa-
sendo: me do Plano Anual de Atividades da Auditoria Interna
I. 3 (três) indicados pelo Ministro de Estado da Eco- (PAINT) e o exame do Relatório Anual de Atividades
nomia, sendo um deles representante do Tesouro da Auditoria Interna (RAINT).
Nacional, que deverá ser servidor público com vín-
culo permanente com a Administração Pública; e Comitê de Auditoria
II. 1 (um) representante dos acionistas minoritários.
Parágrafo único. Os membros do Conselho Fiscal
O Comitê de Auditoria, por sua vez, é um órgão
são eleitos pela Assembleia Geral.
que atua em conjunto com o Conselho de Administra-
ção. Esse Comitê possui natureza de órgão auxiliar,
O prazo de gestão dos Conselheiros Fiscais é um
prestando assistência ao Conselho de Administração
pouco menor que o dos órgãos anteriores, sendo de 2
durante o exercício de atividades como o monitora-
(dois) anos, admitida a recondução no máximo duas
mento da qualidade das demonstrações financeiras,
vezes consecutivas.
os controles internos, a conformidade, o gerenciamen-
As competências do Conselho Fiscal estão previs-
to de riscos e as auditorias interna e independente.
tas nos incisos do art. 45.
É interessante notar que, nos termos do parágrafo
primeiro, do art. 46, o Comitê de Auditoria também
Art. 45 Compete ao Conselho Fiscal:
“exercerá suas atribuições e responsabilidades junto
I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
dos Administradores e verificar o cumprimento dos
às sociedades controladas pelo Banco, que adotarem o
seus deveres legais e estatutários. regime de Comitê de Auditoria único”.
LEGISLAÇÃO

II. opinar sobre o relatório anual da administração O Comitê de Auditoria é composto por apenas três
e as demonstrações financeiras do exercício social. membros. O parágrafo primeiro, art. 47, apresenta
III. manifestar-se sobre as propostas dos órgãos da algumas exigências mínimas para ocupar um cargo
administração, a serem submetidas à Assembleia dentro desse Comitê. Acompanhe também a leitura
Geral, relativas à modificação do capital social, dos demais parágrafos:
emissão de debentures e bônus de subscrição, pla-
nos de investimentos ou orçamentos de capital, Art. 47 O Comitê de Auditoria Estatutário, eleito
distribuição de dividendo, transformação, incorpo- e destituído pelo Conselho de Administração será
ração, fusão ou cisão (as empresas públicas estão integrado por 3 (três) membros. 135
§ 1º Os membros do Comitê de Auditoria Estatutá- VIII. avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que
rio devem ter experiência profissional em assuntos se fundamentam os cálculos atuariais, bem como o
de contabilidade societária e formação acadêmica resultado atuarial dos planos de benefícios manti-
compatível com o cargo, preferencialmente na área dos pelo fundo de pensão, quando a empresa pública
de contabilidade, auditoria ou no setor de atuação ou a sociedade de economia mista for patrocinadora
do Banco, sendo que pelo menos 1 (um) membro de entidade fechada de previdência complementar.
deve ter reconhecida experiência profissional em § 1º Ao menos um dos membros do Comitê de Audi-
assuntos de contabilidade societária e ao menos 1 toria Estatutário deverá participar das reuniões do
(um) deve ser conselheiro independente do Banco. Conselho de Administração que tratem das demons-
§ 2º Os membros do Comitê de Auditoria, em sua pri- trações contábeis periódicas, da contratação do
meira reunião, elegerão o seu Presidente, que deverá auditor independente e do PAINT.
ser membro independente do Conselho de Adminis- § 2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá pos-
tração, a quem caberá dar cumprimento às delibera- suir meios para receber denúncias, inclusive sigi-
ções do órgão, com registro no livro de atas. losas, internas e externas ao Banco, em matérias
§ 3º São condições mínimas para integrar o Comitê relacionadas ao escopo de suas atividades.
de Auditoria as estabelecidas no Art. 25 da Lei nº
13.303/2016 e no Art. 39 do Decreto nº 8.945/2016, Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e
além das demais normas aplicáveis. Remuneração
§ 4º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
e Remuneração deverá opinar sobre a observância
dos requisitos e vedações para os membros.
Mencionamos brevemente o Comitê de Pessoas,
§ 5º É vedada a existência de membro suplente no Elegibilidade, Sucessão e Remuneração. Esse é o órgão
Comitê de Auditoria. encarregado de tratar de todos os aspectos concernen-
§ 6º O Conselho de Administração poderá convidar tes ao regime de pessoal do BASA, visando assessorar
membros do Comitê de Auditoria para assistir às os acionistas e o Conselho de Administração nos pro-
suas reuniões. cessos de indicação, de avaliação, de sucessão e de
remuneração dos administradores, conselheiros fis-
O Comitê de Auditoria é, com certeza, o órgão que cais e demais membros de órgãos estatutários.
deve realizar reuniões com mais frequência, totali- Sobre a sua composição, o art. 53, do Estatuto,
zando quatro reuniões ordinárias por mês. O BASA determina que o Comitê de Pessoas deve conter entre
deve divulgar amplamente a ata dessas reuniões rea- 3 a 5 membros, sendo todos nomeados pelo Conselho
lizadas pelo Comitê de Auditoria. de Administração ou por membros externos. No caso
Em relação às suas competências, elas estão de os membros serem compostos por pessoas que
expostas no art. 51, do Estatuto. Novamente, é reco- também fazem parte do Conselho de Administração,
mendada a leitura do dispositivo na sua íntegra: não será devida remuneração, pois tais pessoas aca-
bariam ganhando uma vantagem econômica indevida
Art. 51 Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutá- (não se admite o recebimento de duas remunerações).
rio, sem prejuízo de outras competências previstas Contudo, se o membro do Comitê de Pessoas for pes-
na legislação: soa estranha aos Quadros do BASA, então tal particu-
I. opinar sobre a contratação e destituição de audi- lar deve ser remunerado pelos serviços prestados.
tor independente.
II. supervisionar as atividades dos auditores inde- Art. 53 O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Suces-
pendentes, avaliando sua independência, a quali- são e Remuneração será formado por 3 (três) a 5
dade dos serviços prestados e a adequação de tais (cinco) membros, nomeados na integralidade pelo
serviços às necessidades do Banco. Conselho de Administração, devendo ser composto
III. supervisionar as atividades desenvolvidas nas por membros do Conselho de Administração, sem
áreas de controle interno, de auditoria interna e remuneração adicional, ou por membros externos
de elaboração das demonstrações financeiras da remunerados, observados os artigos 156 e 165 da
empresa estatal. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
IV. monitorar a qualidade e a integridade dos meca-
nismos de controle interno, das demonstrações
financeiras e das informações e medições divulgadas
As suas competências estão previstas nos incisos
pelo Banco. e parágrafos do art. 54, do qual recomendamos a lei-
V. avaliar e monitorar exposições de risco do Banco, tura na íntegra:
podendo requerer, entre outras, informações deta-
lhadas sobre políticas e procedimentos referentes a: Art. 54 Compete ao Comitê de Pessoas, Elegibilida-
a) remuneração da administração. de, Sucessão e Remuneração:
b) utilização de ativos do Banco. I. opinar, de modo a auxiliar os acionistas na indi-
c) gastos incorridos em nome do Banco. cação de membros do Conselho de Administração
VI. avaliar e monitorar, em conjunto com a admi- e conselheiros fiscais, sobre o preenchimento dos
nistração e a área de auditoria interna, a adequa- requisitos e a ausência de vedações para as respec-
ção e o fiel cumprimento das transações com partes tivas eleições.
relacionadas aos critérios estabelecidos na Polí- II. opinar, de modo a auxiliar os membros do Con-
tica de Transações com Partes Relacionadas e sua selho de Administração na indicação de diretores e
divulgação. membros do Comitê de Auditoria.
VII. elaborar relatório anual com informações sobre III. verificar a conformidade do processo de avalia-
as atividades, os resultados, as conclusões e suas ção e dos treinamentos dos administradores e con-
recomendações, registrando, se houver, as divergên- selheiros fiscais.
cias significativas entre administração, auditoria IV. auxiliar o Conselho de Administração na elabo-
independente e o próprio Comitê de Auditoria Esta- ração e no acompanhamento do plano de sucessão
136 tutário em relação às demonstrações financeiras. de administradores.
V. auxiliar o Conselho de Administração na avalia- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
ção das propostas relativas à política de pessoal e radas por maioria de votos com registro em ata,
no seu acompanhamento. deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
VI. auxiliar o Conselho de Administração na elabo- ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
ração da proposta de remuneração dos administra- ter a transcrição apenas das deliberações tomadas.
dores para submissão à Assembleia Geral. § 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul-
§ 1º O Comitê deverá se manifestar no prazo máxi- gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo
mo de 8 (oito) dias úteis, a partir do recebimento do Banco, apenas o seu extrato será divulgado.
de formulário padronizado da entidade da Admi- § 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior
nistração Pública responsável pelas indicações, sob não será oponível aos órgãos de controle, que terão
pena de aprovação tácita e responsabilização de total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do
seus membros, caso se comprove o descumprimen- Comitê, observada a transferência de sigilo.
to de algum requisito. § 4º A manifestação do Comitê será encaminhada
§ 2º As manifestações do Comitê serão deliberadas ao Conselho de Administração.
por maioria de votos com registro em ata, devendo
ser lavradas na forma de sumário dos fatos ocorri- O Comitê Estratégico de Governança e Susten-
dos, inclusive dissidências e protestos, contendo a tabilidade é o órgão auxiliar que atua em conjunto
transcrição apenas das deliberações tomadas. com o Conselho de Administração para lhe assessorar
§ 3º A manifestação do Comitê será encaminhada
quanto ao exercício de suas atividades sob o enfoque
ao Conselho de Administração, que deverá incluir,
da governança estratégica e da sustentabilidade.
na proposta da administração para a realização
Sua composição é similar à do Comitê Estratégico
da assembleia geral que tenha na ordem do dia a
eleição de membros do Conselho de Administra- de Riscos, Gestão e Capital, contando com 3 a 5 mem-
ção e do Conselho Fiscal, sua manifestação acerca bros. É admitida a ocupação de cargo nesse Comitê por
do enquadramento dos indicados aos requisitos e membros externos, ou membros da Auditoria, ou ainda
vedações legais, regulamentares e estatutários à empregados remanescentes do Banco. Nenhuma des-
luz da autodeclaração e documentos apresentados sas pessoas deverá perceber remuneração adicional.
pelo indicado e da manifestação do Comitê. Suas competências também não estão previstas
§ 4º O mesmo procedimento descrito no §3º aci- em Estatuto, mas sim no seu próprio Regimento Inter-
ma deverá ser observado na eleição de diretores no. O Estatuto apenas explicita em seu art. 62 a divul-
e membros do Comitê de Auditoria, sendo que a gação da ata das reuniões do referido Comitê:
manifestação do Conselho de Administração deve-
rá constar da ata da reunião que tiver como ordem Art. 62 O Comitê terá as competências previstas na
do dia a eleição dos membros desses órgãos. legislação em vigor e no seu Regimento Interno.
§ 5º As atas das reuniões do Conselho de Adminis- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
tração que deliberarem sobre os assuntos acima radas por maioria de votos com registro em ata,
mencionados deverão ser divulgadas. deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
§ 6º Na hipótese de o Comitê de Pessoas, Elegibi- ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
lidade, Sucessão e Remuneração considerar que a ter a transcrição apenas das deliberações tomadas.
divulgação da ata possa pôr em risco interesse legí- § 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul-
timo do Banco, apenas o seu extrato será divulgado. gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo
§ 7º A restrição de que trata o parágrafo anterior do Banco, apenas o seu extrato será divulgado.
não será oponível aos órgãos de controle, que terão § 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior
total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do não será oponível aos órgãos de controle, que terão
Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remu- total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do
neração, observada a transferência de sigilo. Comitê, observada a transferência de sigilo.
§ 4º A manifestação do Comitê será encaminhada
Dos Comitês Estratégicos ao Conselho de Administração.

Para o exercício das atividades de planos estraté- Por fim, temos também o Comitê Estratégico de
gicos, gestão de riscos e manuseio do capital social, Inovação e Tecnologia, outro órgão auxiliar que
o Conselho de Administração conta com o apoio do apoia o Conselho de Administração no exercício de
órgão auxiliar denominado Comitê Estratégico de suas atividades, dando maior enfoque aos aspectos
Riscos, Gestão e Capital. referentes à busca por inovações e avanços tecnológi-
Sobre a sua composição, o mencionado Comitê de cos, sobretudo os avanços que ocorrem na esfera digi-
Riscos de Gestão e Capital conta com 3 (três) a 5 (cin- tal (internet, portais eletrônicos).
co) membros, nomeados na integralidade pelo Con- Sua composição segue os mesmos parâmetros das
selho de Administração, devendo ser composto por demais Comissões Estratégicas, e suas competências
2 membros do Conselho de Administração. O Comitê também estão expostas em Regimento Interno pró-
Estratégico também poderá contar com um membro prio. O art. 66, assim como o art. 62, apenas explici-
externo independente, ou um membro do Comitê de ta alguns pontos a respeito da divulgação da ata das
LEGISLAÇÃO

Auditoria, ou um empregado do Banco. Não será devi- reuniões do referido Comitê de Inovação e Tecnologia:
da remuneração adicional a essas pessoas.
Em relação à sua competência, o Estatuto não Art. 66 O Comitê terá as competências previstas na
apresenta um rol com todas as funções do referido legislação em vigor e no seu Regimento Interno.
Comitê Estratégico. Ele apenas faz referência ao Regi- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
mento Interno do Comitê Estratégico: radas por maioria de votos com registro em ata,
deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
Art. 58 O Comitê terá as competências previstas na ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
legislação em vigor e no seu Regimento Interno. ter a transcrição apenas das deliberações tomadas. 137
§ 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul- ou quando este se furtar à obrigação de adotar
gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo medidas necessárias em relação à situação a ele
do Banco, apenas o seu extrato será divulgado. relatada.
§ 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior § 2º Às áreas de Conformidade e Gerenciamento de
não será oponível aos órgãos de controle, que terão Riscos compete:
total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do I. propor políticas de Conformidade e Gerencia-
Comitê, observada a transferência de sigilo. mento de Riscos para o Banco, as quais deverão ser
§ 4º A manifestação do Comitê será encaminhada periodicamente revisadas e aprovadas pelo Conse-
ao Conselho de Administração. lho de Administração, e comunicá-las a todo o cor-
po funcional da organização.
Unidades Internas de Governança II. verificar a aderência da estrutura organizacio-
nal e dos processos, produtos e serviços do Banco
O Estatuto prevê, também, o que se denomina “uni- às leis, normativos, políticas e diretrizes internas e
dades internas de governança”; são órgãos encarrega- demais regulamentos aplicáveis.
dos do exercício do controle interno dos atos do BASA. III. comunicar à Diretoria Executiva, aos Conselhos
Essas unidades internas são ao todo três: auditoria inter- de Administração e Fiscal e ao Comitê de Auditoria
na, área de conformidade e gestão de riscos e ouvidoria. a ocorrência de ato ou conduta em desacordo com
A Auditoria Interna está prevista no art. 71, as normas aplicáveis ao Banco.
estando vinculada ao Conselho de Administração por IV. verificar a aplicação adequada do princípio da
meio do Comitê de Auditoria. A sua atuação é muito segregação de funções, de forma que seja evitada a
mais concreta do que o Comitê de Auditoria, encar- ocorrência de conflitos de interesse e fraudes.
regando-se de executar as medidas cabíveis para o V. verificar o cumprimento do Código de Conduta e
efetivo exercício do controle contábil e financeiro, de Integridade, conforme Art. 18 do Decreto nº 8.945,
forma interna. Observe o texto do referido dispositi- de 27 de dezembro de 2016, bem como promover
vo, sobretudo seu parágrafo primeiro, que apresenta treinamentos periódicos aos empregados e dirigen-
as principais atribuições da Auditoria Interna: tes do Banco sobre o tema.
VI. coordenar os processos de identificação, classi-
Art. 71 A Auditoria Interna deverá ser vinculada ficação e avaliação dos riscos a que está sujeito o
ao Conselho de Administração, diretamente ou por Banco.
meio do Comitê de Auditoria Estatutário. VII. coordenar a elaboração e monitorar os planos
§ 1º À Auditoria Interna compete: de ação para mitigação dos riscos identificados,
I. executar as atividades de auditoria de natureza verificando continuamente a adequação e a eficácia
contábil, financeira, orçamentária, administrativa, da gestão de riscos.
patrimonial e operacional do Banco. VIII. estabelecer planos de contingência para os
II. propor as medidas preventivas e corretivas dos principais processos de trabalho da organização.
desvios detectados. IX. elaborar relatórios periódicos de suas ativi-
III. verificar o cumprimento e a implementação
dades, submetendo-os à Diretoria Executiva, aos
pelo Banco das recomendações e determinações da
Conselhos de Administração e Fiscal e ao Comitê de
Controladoria-Geral da União - CGU, do Tribunal
Auditoria.
de Contas da União — TCU e do Conselho Fiscal.
IV. outras atividades correlatas definidas pelo Con- X. disseminar a importância da Conformidade e do
selho de Administração. Gerenciamento de Riscos, bem como a responsabili-
V. avaliar a adequação do controle interno, a efeti- dade de cada área do Banco nestes aspectos.
vidade do gerenciamento dos riscos e dos proces- XI. outras atividades correlatas definidas pelo Dire-
sos de governança e a confiabilidade do processo tor ao qual se vincula.
de coleta, mensuração, classificação, acumulação,
registro e divulgação de eventos e transações, Por fim, a Ouvidoria é o órgão de unidade interna
visando ao preparo de demonstrações financeiras. com maior contato com a população, sendo encarrega-
§ 2º Serão enviados relatórios trimestrais ao Comi- do de receber todas as reclamações, queixas e denún-
tê de Auditoria sobre as atividades desenvolvidas cias por parte dos usuários dos serviços prestados
pela área de auditoria interna. pelo Banco. A Ouvidoria assume um papel importan-
te, pois ela permite que a própria população interessa-
A Área de Conformidade e Gerenciamento de Riscos da possa fiscalizar tudo o que ocorre dentro do Banco,
é o órgão interno submetido ao Presidente do Banco, de
garantindo a maior transparência de seus atos.
forma direta, ou indiretamente ao Presidente, por inter-
As competências da Ouvidoria estão expostas no
médio de outro Diretor Executivo, sendo o seu condutor.
parágrafo primeiro, do art. 73:
As competências do órgão de gerenciamento de ris-
cos estão previstas no parágrafo segundo, do art. 72:
Art. 73 A Ouvidoria se vincula ao Conselho de Admi-
nistração, ao qual deverá se reportar diretamente.
Art. 72 As áreas de Conformidade e Gerenciamento
de Riscos se vinculam: § 1º À Ouvidoria compete:
I. diretamente ao Presidente do Banco e conduzida I. receber e examinar sugestões e reclamações
por ele, ou visando melhorar o atendimento do Banco em rela-
II. ao Presidente do Banco por intermédio de outro ção a demandas de investidores, empregados, for-
Diretor Executivo que irá conduzi-la, podendo este necedores, clientes, usuários e sociedade em geral.
ter outras competências. II. receber e examinar denúncias internas e exter-
§ 1º A área de Conformidade e Gerenciamento de nas, inclusive sigilosas, relativas às atividades do
Riscos se reportará diretamente ao Conselho de Banco.
Administração em situações em que se suspeite III. outras atividades correlatas definidas pelo Con-
138 do envolvimento do Presidente em irregularidades selho de Administração.
§ 2º A Ouvidoria deverá dar encaminhamento aos procedimentos necessários para a solução dos problemas suscita-
dos, e fornecer meios suficientes para os interessados acompanharem as providências adotadas.

Apesar de sua estrutura ser um pouco complexa, procuramos facilitar a memorização dos nomes de todos os
órgãos do Banco da Amazônia com o seguinte fluxograma. Apesar do formato do esquema, gostaríamos de realçar
que esses órgãos administrativos não apresentam relação de hierarquia entre si (um não manda no outro).

BASA

Assembleia
Geral

Conselho de Diretoria Conselho Comitê de Pessoas, Comitês Governança


Administração Executiva Fiscal Elegibilidade, Estratégicos Interna
Sucessão e
Remuneração
Crédito, Auditoria
Riscos e Interna
Capital

Área de
Governança
Conformida-
e Sustenta-
de e Geren-
bilidade
ciamento de
Riscos
Inovação e
Tecnologia
Ouvidoria

CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DA AMAZÔNIA


Outro texto normativo que devemos analisar em maiores detalhes diz respeito ao Código de Ética do Banco da
Amazônia. Cabe a ele expor como os funcionários do BASA devem atuar no dia a dia.
O conteúdo a ser estudado neste material irá abordar o perfil corporativo do Banco, os princípios gerais, a
conduta pessoal e profissional a serem exigidas para todos os funcionários do Banco e também as condutas ina-
ceitáveis, seja porque são condutas ilícitas ou porque são condutas que vão de encontro com os objetivos sociais
e o perfil corporativo do próprio BASA.

DO PERFIL CORPORATIVO

Esta “seção” do Código de Ética não possui artigos, pois é um texto introdutório que apresenta alguns aspectos
gerais sobre a atuação do Banco da Amazônia.
Ao tratar do Código de Ética, o documento, inicia-se da seguinte forma:

O Banco da Amazônia S/A, instituição financeira pública federal, constituída sob a forma de sociedade
anônima de capital aberto, de economia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do Ministério da
Fazenda (MF), tem como atribuições a execução da política do Governo Federal na Região Amazônica relativa
ao crédito para o desenvolvimento econômico social; prestação de serviços e realização de todas as operações
inerentes à atividade bancária e execução das funções de agente financeiro dos órgãos regionais federais
de desenvolvimento.
Para cumprir sua missão institucional de desenvolver uma Amazônia Sustentável com crédito e soluções eficazes
LEGISLAÇÃO

o Banco utiliza diversas fontes de recursos oficiais, operando com exclusividade ou de forma compartilhada com
outras instituições financeiras nacionais.
Alinhado com os mais rigorosos padrões de ética e transparência o Banco investe em iniciativas que favoreçam o
desenvolvimento econômico, ambiental e social da Região Amazônica por meio de financiamentos aos setores produ-
tivos e apoio a projetos sociais, culturais e esportivos que valorizam e favoreçam o que é legitimamente amazônico.

O Código de Ética busca definir o que é o Banco da Amazônia, definindo a sua área de atuação. Lembre-se de
que o BASA é uma instituição financeira pública, controlada pelo Governo Federal, assumindo forma de sociedade
de economia mista, na forma de sociedade anônima de capital aberto. 139
Além disso, o parágrafo também apresenta os obje- Todos os abrangidos por este Código de Conduta
tivos primordiais do BASA: o desenvolvimento econô- Ética, ao expressar formalmente sua adesão, decla-
mico e social da região do Amazonas, o exercício de ram estar imbuídos desses princípios e, por sua
operações inerentes à atividade bancária e a execução prática, esperam ser reconhecidos pela sociedade.
de funções de agente financeiro dos órgãos regionais
de desenvolvimento. Apesar de o texto ser um pouco grande, ele apre-
Porém, o terceiro parágrafo dessa introdução do senta justamente qual a razão para a criação do Código
Código apresenta um texto mais próximo com a maté- de Ética. O motivo para a sua criação, conforme grifo
ria a ser analisada. Para que o BASA possa exercer suas nosso, é justamente a implementação de normas de
funções normalmente, ele deverá adotar os padrões conduta e padrões éticos aos funcionários do BASA.
mais modernos e rigorosos de ética e transparência. Tais normas, condutas e padrões éticos possuem
A missão do BASA é a sua razão de existir, é o motivo como base alguns princípios bastante conhecidos
pelo qual o referido Banco foi criado. E, segundo o Códi- para os administradores. O Código de Ética faz men-
go de Ética, o Banco tem como missão “Desenvolver uma ção a princípios expostos no art. 37, da Constituição
Amazônia Sustentável com crédito e soluções eficazes.” Federal, como o princípio da legalidade, da impessoa-
Visão, por sua vez, é uma projeção feita para o futu- lidade, mas também temos o princípio da probidade,
ro, é o que o BASA pretende almejar com a sua missão da transparência e do respeito ao ser humano.
institucional. Nos termos do Código, a visão do BASA é As suas bases, dessa forma, possuem origens múl-
“Ser o principal Banco de fomento da Amazônia, moder- tiplas, seja pelo Texto Constitucional, ou segundo
no, com colaboradores engajados e resultados sólidos.” as normas gerais do Código de Ética dos Servidores
Para alcançar a sua missão institucional, e para Públicos Federais.
projetar a sua visão para tempos futuros, o BASA Possuir como fundamento diversas formas de
necessita incorporar alguns valores, que devem estar legislação faz com que os preceitos do Código de Éti-
presentes em todos seus funcionários, e ser praticados ca se tornem mais rígidos e apresentem maior força
no seu dia a dia. Esses valores são: Integridade, Ética cogente para os funcionários do Banco. Mesmo não
e Transparência, Meritocracia, Desenvolvimento sus- sendo considerada uma Lei de eficácia geral, para
tentável, Valorização do cliente, Decisões técnicas e esses funcionários o Código de Ética funciona como se
colegiadas, Eficiência e inovação, Comprometimento fosse uma legislação, ele tem “força de Lei”.
com o resultado e a gestão de riscos.
DAS DIRETRIZES DE CONDUTA ÉTICA
Dica
Na seção de Disposições Preliminares, o Código de
Os valores do BASA presentes no Código de Éti- Ética procura estabelecer o que são as diretrizes de
ca seguem a sigla IMDDEC conduta ética, bem como a quem se aplicam as regras
Integridade, ética e transparência desse Código.
Meritocracia Primeiramente, o art. 1º apresenta quais pessoas estão
Desenvolvimento sustentável sujeitas às regras do Código de Ética. Veja o texto legal:
Decisões técnicas e colegiadas
Eficiência e inovação Art. 1º Este Código estabelece diretrizes de condu-
Comprometimento com o resultado e a gestão ta ética e prescreve os padrões de comportamento
de riscos profissional, deveres e vedações de acordo com os
princípios éticos, morais e de justiça, aplicados a
todos que, por força de lei, contrato ou qualquer ato
Por fim, temos a seção denominada “Apresenta-
jurídico, prestem serviços de natureza permanen-
ção”, que busca tratar mais especificamente do Códi- te, temporária, excepcional ou eventual, ainda que
go de Ética da BASA, indicando os motivos para a sua sem retribuição financeira ao Banco da Amazônia,
criação. Observe o presente texto: incluídos, mas não se limitando aos:
I - Membros Estatutários: Conselho de Administra-
O Banco da Amazônia reconhece seu papel no res- ção, Conselho Fiscal, Presidente, Diretores e Comitê
gate da importância da Região para o desenvolvi- de Auditoria;
mento de sua gente e contribuição para um país II - Empregados;
melhor, mais justo e equânime. III - Estagiários e menores aprendizes;
Na qualidade de agente financeiro para a imple- IV - Dirigentes, assessores e empregados de empre-
mentação das políticas creditícias para a região, o sas contratadas;
que norteia nossos relacionamentos é a busca do V - Parceiros de negócios e entidades;
bem-estar de todos que compõem a comunidade em VI - Fornecedores.
que atuamos.
Apresentarmo-nos a essa comunidade implica no Pela leitura do dispositivo, percebemos que a apli-
estabelecimento e divulgação de normas de con-
cação do Código de Ética é bastante ampla, abran-
duta que orientam nossas ações, ora expressas
gendo servidores estatutários, os empregados
neste Código de Conduta Ética.
O Código de Conduta Ética do Banco da Amazônia
públicos sob regime celetista, inclusive os estagiários
contém padrões baseados nos princípios da e aprendizes e os funcionários dos órgãos de dire-
legalidade, probidade, impessoalidade, trans- ção e assessoramento. Os incisos V e VI estendem
parência e respeito ao ser humano, presentes na a aplicação das regras do Código para os parceiros
Constituição Federal, no Código de Conduta Ética de negócios e os fornecedores que contratam com
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe- o BASA. Tais pessoas são pertencentes à esfera priva-
cutivo Federal e o Código de Conduta da Alta Admi- da, mas pelo fato de manterem relações jurídicas com
140 nistração Federal. o Banco, pouco importa se de forma permanente ou
temporária, eles também devem ter a sua conduta éti- da qualidade de vida, comprometendo-se com a
ca apurada por este Código. preservação dos valores culturais e políticas regio-
O art. 2º, por sua vez, apresenta uma definição legal nais de desenvolvimento sustentável;
do que vem a ser uma diretriz de conduta ética. Notemos: VII - Incorporar, por meio das ações institucionais,
de forma harmônica, os três principais pilares do
Art. 2º Diretrizes de conduta ética são valores e desenvolvimento sustentável: o social, o econômi-
princípios norteadores das atividades do Banco co, e o ambiental;
da Amazônia, estes que pressupõem credibili- VIII - Promover a cooperação, o respeito mútuo, a
dade, integridade, imparcialidade, profissio- cordialidade, o profissionalismo, o autodesenvolvi-
nalismo, confiança, produtividade, eficácia, mento, o espírito de equipe, a meritocracia e o com-
conformidade com a lei e respeito aos direitos promisso de bem servir, como valores essenciais para
humanos e ao meio ambiente. a convivência harmônica entre empregados, empresa
e a comunidade em que atua, exercendo suas ativida-
des profissionais com competência e diligência;
Diretrizes de conduta ética, assim, são valores
IX - Combater a corrupção em todas as suas formas;
mais abstratos, não necessitam de um caso concreto
X - Usar os recursos naturais de forma racional e
para se idealizarem, uma vez que tais diretrizes têm consciente, evitando qualquer tipo de desperdício;
por fundamento alguns valores intrínsecos do espírito XI - Cumprir a legislação, políticas e normas de
humano, como a integridade, a credibilidade, a con- prevenção a fraudes e lavagem de dinheiro, em
fiança, a boa-fé, a eficácia etc. especial as que regulam o relacionamento da Insti-
tuição com o Setor Público.
Art. 3º O compartilhamento, a disseminação e
a prática das diretrizes de conduta ética serão Considerando que o Banco da Amazônia é uma ins-
decisivos para construir e preservar a imagem e tituição financeira pública, é evidente que ela mantém
a credibilidade do Banco da Amazônia perante a relações com diversos grupos de pessoas e outras entida-
sociedade.
des, e até mesmo relações com o próprio Governo Federal.
O Código acertadamente apresenta em seu art. 5º
O art. 3º dispõe que a observância, disseminação e qual é a forma como o BASA deve proceder para manter
prática das diretrizes estabelecidas levam a preservar e aprimorar as suas relações com essas demais pessoas.
a imagem e credibilidade do BASA. O referido dispositivo apresenta pessoas impor-
tantes para o Banco, como: sociedade, parceiros,
DOS DEVERES GERAIS E MANUTENÇÃO DE associações sindicais, Governo Federal, clientes, for-
RELAÇÕES necedores, concorrentes, mídia, entre outros.

Os deveres gerais do Código de Ética estão previs- Art. 5º Nas interações com os públicos de relaciona-
tos no art. 4º. São condutas que todas as pessoas apre- mento deve-se adotar a seguinte linha de atuação:
sentadas no art. 1º devem seguir, enquanto exercem I - Sociedade: respeitar a cidadania, os direitos
suas funções em prol do Banco da Amazônia. Vejamos humanos, os interesses comuns, o acesso à infor-
o texto legal novamente: mação, o meio ambiente e os valores culturais.
II - Parceiros: proporcionar aos parceiros comer-
Art. 4º São deveres de todos os abrangidos por este ciais e clientes do Banco da Amazônia um rela-
Código de Conduta Ética: cionamento de responsabilidade e de defesa de
I - Conduzir suas ações dentro de elevado padrão interesses comuns.
ético perante os públicos de relacionamento, a fim
de manter a credibilidade e a solidez construídas Observe que as relações com as pessoas dos incisos
pelo Banco da Amazônia em sua atuação para o I e II exigem que o Banco pratique algumas absten-
desenvolvimento sustentável da Região; ções (condutas negativas). O BASA não pode praticar
II - Acreditar que os resultados positivos e o êxi- nenhum ato que enseje em ofensa aos direitos huma-
to decorrem da participação conjunta de todos os nos, liberdades individuais, meio ambiente e aos valo-
componentes da Instituição, superando as dificul-
res culturais.
dades pela confiança, senso criativo e qualidade
das ações;
III - Associações e Entidades: reconhecer a legi-
III - Apoiar a liberdade de associação e o reconheci-
timidade das entidades sindicais, das associações,
mento efetivo do direito à negociação coletiva;
e, ao mesmo tempo, considerá-las como parte inte-
IV - Assumir a responsabilidade de zelar pelos valo-
grante e necessária ao desenvolvimento social, nas
res e pela imagem da Instituição, mantendo postu-
relações de trabalho, priorizando a via negocial na
ra que expresse o compromisso com a defesa dos
resolução de conflitos e interesses.
interesses da Região, dos clientes e da Empresa;
IV - Governo: atuar com responsabilidade e serie-
V - Valorizar e respeitar o ser humano em sua indi-
dade na viabilização das políticas, programas e pro-
vidualidade e privacidade, não tratando com indi-
jetos governamentais de desenvolvimento voltados
ferença, não adotando práticas que, explícita ou
para a Amazônia, para que o Banco da Amazônia
implicitamente, ensejem qualquer forma de discri-
LEGISLAÇÃO

possa cumprir seu papel como agente financeiro do


minação em razão da origem, cultura, etnia, gêne-
Governo Federal na Região.
ro, idade, religião, convicção filosófica ou política,
orientação sexual, estado civil, condição familiar,
física ou psíquica ou grau de escolaridade, repu- Em contrapartida, a relação do BASA com o Gover-
diando toda forma discriminatória; no enseja à prestação de deveres e obrigações relacio-
VI - Conjugar esforços para que as ações insti- nados com a responsabilidade do Banco. Nestes casos,
tucionais busquem o contínuo atendimento das exige-se do BASA não uma abstenção, mas uma ação
necessidades econômicas da Região Amazônica, (conduta positiva), um dever de agir com probidade,
mediante o crédito, concorrendo para a melhoria responsabilidade e seriedade. 141
V - Clientes: oferecer tratamento cortês, iguali- respectivos cargos. São condutas exigidas dentro de
tário, digno, com clareza e tempestividade nas seu ambiente de trabalho.
informações, respeito aos direitos do consumidor e O Código apresenta, primeiro, as condutas pro-
empenho na satisfação das necessidades, reconhe- fissionais e pessoais em seu art. 6º. Essas são as
cendo os clientes com células vitais para o forta- condutas que todos esperam que os funcionários do
lecimento da Instituição, atuando com integridade, BASA devam cumprir, pois elas condizem com a boa
confiabilidade, segurança e sigilo nas transações imagem e a reputação do Banco da Amazônia. Essa
realizadas, a fim de assegurar a legitimidade dos nomenclatura, “condutas profissionais e pessoais”,
serviços prestados. alude ao fato de que essas são as condutas as quais
VI - Investidores: adotar relacionamento funda- os agentes da BASA devem perseguir não apenas den-
mentado na transparência da prestação de contas tro do ambiente de trabalho, mas também na sua vida
mediante a divulgação de informações fidedignas pessoal. São condutas que esses agentes devem levar
e tempestivas para melhor acompanhamento do
consigo por toda vida!
desempenho da Instituição. Gerenciar os negócios
Temos, ao todo, doze condutas profissionais e pes-
com base nas boas práticas de governança corpo-
soais, a saber:
rativa, na busca da continuidade da empresa e no
alcance de resultados econômico-financeiros sus-
Art. 6º Pautados pelos valores e princípios constan-
tentáveis para atender às expectativas de retorno
tes deste Código de Conduta Ética, é dever de todos a
de investimentos.
ele sujeitos:
VII - Fornecedores: contratar fornecedores por
I - Manter o sigilo das informações classificadas
meio de critérios técnicos, em estrita observância
como estratégicas, que, dada a sua natureza, a veicu-
às normas legais, adquirindo produtos e serviços
lação externa poderá colocar em risco o conceito do
de fornecedores idôneos cujas práticas respeitem Banco, preservando a imagem da Instituição perante
os princípios da sustentabilidade e cumpram a a comunidade;
legislação trabalhista, previdenciária e fiscal. II - Conscientizar-se de que seu trabalho é regido por
VIII - Concorrentes: manter civilidade no relacio- princípios éticos, que se materializam na adequada
namento com a concorrência, fazendo prevalecer prestação de serviços à clientela e à comunidade e
os valores éticos que expressem respeito à imagem que deve ser conduzido com a devida responsabilida-
da Instituição, à reserva de informações e à concor- de socioambiental;
rência leal. III - Atuar com imparcialidade e profissionalismo
no exercício de suas funções, evitando condutas que
É interessante notar que o Código também exige afetem a credibilidade de seus atos;
que o Banco atue de forma ética e com probidade nas IV - Respeitar a hierarquia, porém sem nenhum
suas relações com seus concorrentes. O respeito às temor de representar contra qualquer compro-
normas de concorrência expostas, tanto em legislação metimento indevido da estrutura em que se funda-
quanto na Constituição Federal, faz com que todos menta o poder institucional;
saiam ganhando. V - Interagir com os colegas de trabalho de forma posi-
tiva e prestar informações técnicas de que necessitem
para o bom desempenho de suas atribuições, de modo
IX - Mídia: manter atitude independente e respei-
a desenvolver o espírito de equipe e de colaboração;
tosa no relacionamento com a mídia e, por meio
VI - Divulgar e informar a existência deste Códi-
de seus representantes legais, prestar informações
go de Conduta Ética, estimulando o seu integral
claras, tempestivas, de caráter institucional dos cumprimento;
fatos relevantes aos clientes, investidores, impren- VII - Estar atento às situações relacionadas à pre-
sa e ao público em geral. venção e combate à lavagem de dinheiro, aplican-
X - Ambiente Interno: valorizar a convivência do os controles presentes nas normas internas e em
interna e os profissionais que exercem suas ativida- cumprimento à legislação e regulamentação vigente.
des no Banco da Amazônia, garantindo o exercício VIII - Adotar ações que constituam modelo de condu-
da liberdade de expressão com responsabilidade e ta para sua equipe, considerando o importante papel
o mérito como principal parâmetro para o acesso de exemplo para os seus pares e subordinados;
a cargos de confiança; manter abertos canais de IX - Compartilhar os conhecimentos técnico-profis-
comunicação que favoreçam o diálogo e ações para sionais adquiridos no exercício de suas atribuições na
a melhoria da qualidade do ambiente interno. Instituição, visando a continuidade das atividades e
XI - Órgãos Reguladores e Fiscalizadores: pri- elevação dos padrões de conhecimento dos demais;
mar pelo relacionamento com os representantes X - Cumprir a missão institucional e desempenhar
dos órgãos fiscalizadores, reguladores e auditorias suas atividades de modo a contribuir para o alcan-
externa e interna de forma transparente e respei- ce da visão estabelecida, engajando-se para o aten-
tosa, observando os princípios éticos estabelecidos dimento dos objetivos do Planejamento Estratégico
neste Código. e contribuindo ativamente para a construção dos
resultados da Instituição;
DAS CONDUTAS PROFISSIONAIS E PESSOAIS, E XI - Agir com franqueza nas situações em que há
DAS CONDUTAS INACEITÁVEIS divergência de opiniões, sendo sincero e transparente,
expondo seu posicionamento com clareza e coerência,
ainda que tal posicionamento possa ser contestado,
Em seguida, o Código de Ética apresenta o que
sem, contudo, desrespeitar seus pares ou superiores
denominamos condutas éticas. Essas condutas se hierárquicos;
diferem dos deveres gerais previstos no art. 3º, pois XII - Atuar com discrição, não se expondo em
os deveres gerais são apenas algumas diretrizes, são ambientes públicos, inclusive em mídias e redes
comandos mais abstratos. Já as condutas apresentam sociais, abstendo-se de realizar comentários nega-
um aspecto muito mais concreto, elas são exigidas tivos contra uma pessoa, grupo de pessoas ou
142 aos funcionários do BASA enquanto atuam nos seus empresas.
Observe que mesmo sendo consideradas condutas DOS CONFLITOS DE INTERESSE
profissionais e pessoais, elas não são apenas condutas
positivas. O próprio inciso I, de início, apresenta-nos Durante o exercício das funções primordiais do
uma abstenção: os funcionários da BASA não podem Banco da Amazônia, pode ocorrer uma situação em
divulgar informações sigilosas. O inciso XII também que os interesses do referido Banco se encontram com
apresenta uma abstenção: os funcionários do BASA interesses privados, ou de outras instituições públi-
devem evitar se expor de forma negativa, sobretudo cas. A esse fenômeno o Código de Ética atribui o nome
em mídias e redes sociais. de conflito de interesses.
Por outro lado, temos também as denominadas O Código procura deixar bastante claro que os
condutas inaceitáveis. Essas condutas, tal como o agentes públicos do BASA devem evitar ao máxi-
seu nome aduz, são atos que os funcionários do BASA mo a ocorrência dessas situações que possam gerar
devem evitar praticar a qualquer custo. São atos que conflitos de interesse, sobretudo no resguardo de
prejudicam a boa imagem e a reputação do referido informações privilegiadas. O art. 8º apresenta uma
Banco, podendo ensejar em uma sanção disciplinar ao definição legal sobre conflito de interesses e informa-
agente infrator. Também temos ao todo doze condu- ção privilegiada:
tas inaceitáveis, conforme se depreende da leitura dos
incisos do art. 7º: Art. 8º No exercício das funções todos os abrangidos
por este Código devem agir de modo a prevenir ou
Art. 7º Segundo princípios e valores éticos que impedir situações que possam configurar conflito de
regem a atuação profissional e pessoal constantes interesses e a resguardar as informações privilegiadas.
deste Código de Conduta Ética as seguintes condu- Parágrafo primeiro: Considera-se conflito de
tas são inaceitáveis, sendo objeto de investiga- interesses a evidência de situação gerada pelo
ção por parte da Comissão de Ética: confronto entre interesses do Banco da Amazônia
I - Usar o posto ocupado como instrumento para e os interesses privados ou de outras instituições
coagir, constranger, depreciar ou subme- públicas que possam comprometer o interesse cole-
ter outro empregado a qualquer tipo de situação tivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desem-
capaz de ferir a dignidade pessoal e profissional ou penho da função pública da Instituição. O conflito
para obter proveito em benefício próprio ou de de interesses é real quando a situação geradora de
terceiros; conflito já se consumou ou potencial quando a pes-
II - Permitir que perseguições, simpatias, antipa- soa tem interesses particulares que podem gerar
tias, caprichos, paixões ou interesses de ordem conflito de interesses em situação futura.
pessoal interfiram no trato com o público ou com Parágrafo segundo: É configurada informação
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; privilegiada a que diz respeito a assuntos sigilosos
III - Usar informações privilegiadas, obtidas no ou relevantes para o processo de decisão no Banco
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, da Amazônia, que tenha repercussão econômica e
de parentes, de amigos ou de terceiros; que não seja de amplo conhecimento público.
IV - Repassar a terceiros tecnologias de proprieda- Parágrafo terceiro: A ocorrência de conflito de
de do Banco ou por ele desenvolvidas, assim como interesses independe de recebimento de ganho
a utilização para fins particulares; ou retribuição.
V - Desenvolver negócios particulares ou acumu-
lar atividades conflitantes, que concorram ou O texto do parágrafo terceiro é, talvez, o mais
interfiram no tempo de trabalho dedicado ao Ban- importante desse dispositivo. O conflito de interesse
co da Amazônia, incluindo, mas não se limitando a configura-se mesmo quando não há o recebimento
prestação de serviços, assessorias ou negócios com de valores ou alguma retribuição ao funcionário do
clientes, fornecedores de produtos e prestadores de Banco. O texto parece remeter aos atos de improbi-
serviço; dade administrativa, apesar de serem duas esferas de
VI - Exercer atividades paralelas, com ou sem con- responsabilidade distintas, a configuração dos atos de
trato de trabalho, que gerem descrédito à atuação improbidade nem sempre ensejam em enriquecimento
do Banco da Amazônia;
ilícito ao infrator, tais como os atos de conflitos de interesse.
VII - Utilizar o patrimônio e instalações do Banco
Quais são as situações que ensejam conflito de
da Amazônia ou de seus recursos humanos para
fins particulares e/ou escusos; interesse? É evidente que existem diversas situações
VIII - Adotar procedimentos que possam con- que possam gerar conflitos de interesses e na divul-
figurar ou facilitar a prática de lavagem de gação de informações privilegiadas. O Código procura
dinheiro; apresentar as principais hipóteses em que se configu-
IX - Praticar atos de retaliação, vingança ou per- ra esse conflito de interesses, nos incisos de seu art. 9º:
seguição contra aquele que, de boa-fé, manifestar
queixa, denúncia, suspeita, dúvida ou preocupação Art. 9º São situações que suscitam conflito de interesses:
relativa a desvios éticos ou de comportamento e/ou I - Divulgar ou fazer uso de informação privile-
fornecer informações ou assistência nas apurações giada, em proveito próprio ou de terceiros, obtida
de desvios; em razão das atividades exercidas;
X - Praticar fraudes em licitações e contra- II - Exercer atividade que implique a prestação de
LEGISLAÇÃO

tos, seja como contratante ou contratado, acei- serviços ou a manutenção de relação de negócio
tar documentos falsos, avaliações de bens com pessoa física ou jurídica que tenha interesse
superestimadas, alterar ou deturpar o teor de em decisão do membro estatutário ou empregado
documentos; ou de colegiado do qual este participe;
XI - Adotar postura que coloque em risco a inte- III - Exercer, direta ou indiretamente, atividade
gridade dos empregados ou de terceiros ou que que em razão da sua natureza seja incompatível
causem danos à Instituição, à sua imagem, ao seu com as atribuições do cargo ou função, consi-
patrimônio ou ao meio ambiente; derando-se como tal, inclusive, a atividade desen-
XII - Praticar atos de nepotismo. volvida em áreas ou matérias correlatas; 143
IV - Atuar, ainda que informalmente, como pro- z Recebimento de presentes que podem ser recu-
curador, consultor, assessor ou intermediário de sados: nestes casos o Código recomenda, justa-
interesses privados nos órgãos ou entidades da mente, a recusa do recebimento do presente, uma
administração pública direta ou indireta de qual- vez que isso se configuraria em uma vantagem
quer dos poderes da União, dos estados, do Distrito indevida que o funcionário recebeu em função de
Federal e dos municípios; seu cargo dentro do Banco;
V - Praticar ato em benefício de interesse de
z Recebimento de presentes que não podem ser
pessoa jurídica de que participe o membro estatu-
recusados: se, por outro lado, o funcionário receber
tário ou empregado, seu cônjuge, companheiro ou
parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou uma gratificação a qual não seria ético a sua recu-
colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele sa, então ele deve aceitar o presente, devendo doá-lo
beneficiada ou influir em seus atos de gestão; para entidades carentes cadastradas no Banco de
VI - Receber presente de quem tenha interesse em dados ou incorporados ao patrimônio da Instituição;
decisão do membro estatutário ou empregado ou de z Recebimento de bens não considerados como
colegiado do qual este participe fora dos limites e con- presentes: o Código explicita no parágrafo tercei-
dições estabelecidos em regulamento específico; e ro, do art. 13, que há alguns objetos os quais não
VII - Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa são considerados como “presentes” e que por isso
cuja atividade seja vinculada ao Banco da Amazônia. mesmo o seu recebimento pelo funcionário do
BASA não configura em uma vantagem indevida.
DO OFERECIMENTO E RECEBIMENTO DE
PRESENTES Este último é o caso dos bens desprovidos de
valor comercial ou que sejam distribuídos a título
O Código também trata de uma situação delicada e de cortesia, propaganda ou divulgação habitual por
que costuma cair com bastante frequência em questões ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas.
de concurso. É a questão do oferecimento/recebimen- Todavia, esses bens que apresentam algum tipo de
to de presentes. Muitas vezes algum cliente do Banco valor não devem ultrapassar o valor unitário fixo pela
decide agraciar o funcionário que lhe atendeu pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
doação de um bem de pequeno valor. Essa pode ser
considerada uma situação constrangedora. Lembre-se DAS SANÇÕES ÉTICAS DISCIPLINARES
que o funcionário do BASA não age por conta própria,
ele é um representante do Banco, retirando qualquer Quando um funcionário do BASA deixa de praticar
tipo de caráter nas suas relações com os clientes. uma conduta profissional ou deixa de seguir uma dire-
Além disso, o funcionário não está exercendo seu triz ética, ou, ainda, quando ele pratica uma conduta
trabalho com eficiência e presteza, objetivando o rece- inaceitável, ele deve ser punido disciplinarmente.
bimento de presentes. Ele o faz porque é isso o que se O Código de Ética apresenta, de uma forma bem sin-
espera de todo funcionário público. Assim, paira uma gela, a aplicação de sanções disciplinares quando um
dúvida se o funcionário do BASA deve ou não aceitar de seus funcionários descumpre com os seus preceitos.
esses presentes. Segundo o caput do art. 14, a pena a ser aplicada
Como uma forma de pôr fim a essas dúvidas, o Código para esses agentes que apresentam desvio de sua con-
de Ética trata do assunto em seu art. 13 e seus parágrafos. duta ética é a sanção denominada censura ética. É
uma sanção bastante branda, sendo considerada uma
Art. 13 Não é permitido receber descontos ou abati- admoestação simples. O órgão responsável pela aplica-
mentos em bens ou serviços, prometer, oferecer ou ção da censura ética é a Comissão de Ética do BASA.
receber favores, contribuição financeira de tercei- Apesar de seu caráter sancionatório, é interessan-
ros para realização de eventos, presentes ou vanta- te notar que a referida Comissão não tem poderes
gens de qualquer natureza, em caráter pessoal ou para aplicar sanções mais graves, como uma pena de
para outrem, em razão do cargo ou função exerci- demissão ou cassação de aposentadoria. O art. 14 ape-
da e que possam configurar relacionamento impró- nas explicita que a Comissão deve, ao aplicar a censu-
prio ou prejuízo financeiro ou de imagem para a ra ética, demonstrar a correta fundamentação para a
Instituição. aplicação da referida sanção.
Parágrafo primeiro: É vedado prometer, oferecer
ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida Art. 14 A pena aplicável aos membros estatutários,
a agente público ou privado, nacional ou estrangei- empregados e colaboradores pelo descumprimen-
ro ou a pessoa a ele relacionada. to dos preceitos deste Código de Conduta Ética é a
Parágrafo segundo: Os presentes que, por qual- de censura ética.
quer razão, não possam ser recusados, devem Parágrafo único: A Comissão de Ética fará cons-
ser doados a entidades carentes cadastradas tar a fundamentação da penalidade no respectivo
no Banco de dados ou incorporados ao patri- Relatório de Apuração.
mônio da Instituição.
Parágrafo terceiro: Não se consideram presentes Gostaríamos de reforçar também o caráter discri-
os brindes que por sua natureza sejam desprovidos cionário da aplicação da referida sanção. Os critérios
de valor comercial ou que sejam distribuídos a títu- de aplicação dessas sanções mais brandas são basea-
lo de cortesia, propaganda ou divulgação habitual dos em critérios de conveniência e oportunidade. Por
por ocasião de eventos especiais ou datas comemo-
isso mesmo, o Código apresenta algumas medidas que
rativas, desde que não ultrapassem o valor unitário
a Comissão pode adotar de forma cumulativa com a
fixado pela Comissão de Ética Pública da Presidên-
cia da República.
aplicação da censura, como uma forma de evitar e
sanar os desvios de conduta éticos praticados pelos
agentes do Banco.
É interessante notar que o Código nos apresenta
Essas medidas da Comissão estão previstas nos
três hipóteses distintas:
144 incisos do art. 15.
Art. 15 A Comissão de Ética poderá, cumulativa- z Estimular as atividades sustentáveis;
mente, fazer recomendações, bem como adotar z Apoiar os empreendimentos verdes.
medidas para evitar ou sanar desvios éticos, sem
prejuízo de outras providências ao seu cargo: O FNO apresenta os seguintes eixos setoriais:
I - Sugerir à Diretoria Executiva a exoneração de
ocupante de cargo ou função de confiança z Desenvolvimento Produtivo: Financiamentos
II - Sugerir à Diretoria Executiva o retorno do voltados para os setores rural e não rural (PRO-
empregado ao órgão ou entidade de origem; NAF, Rural, MPO e Empresarial);
III - Sugerir à Diretoria Executiva a remessa de expe- z Ciência, Tecnologia e Inovação: Financiamentos
diente ao setor competente para exame de eventuais voltados para os setores rural e não rural (Rural e
transgressões de naturezas diversas; Empresarial);
IV - Propor conciliação, se for o caso; z Educação e Qualificação Profissional: Financia-
V - Sugerir ao empregado acompanhamento mentos voltados para a educação e qualificação
psicossocial; profissional (Empresarial e FIES);
VI - Sugerir à Gerência de Gestão de Pessoas que z Infraestrutura e Economia Urbana: Financia-
realize acompanhamento de clima organizacional mentos voltados para a melhoria da infraestrutura
na Unidade que ocorreu os desvios éticos. (INFRA);
VII - lavrar Acordo de Conduta Pessoal e Profissio-
z Desenvolvimento Social e Acesso a Serviços
nal (ACPP): acordo que gerará acompanhamento
Públicos Essenciais: Financiamentos voltados para
pela Comissão de Ética e sobrestará o Procedimen-
a melhoria da saúde, cultura, lazer, saneamento
to Preliminar.
VIII - Solicitar à área de gestão de pessoas que básico e segurança pública (Empresarial e INFRA).
oriente o empregado para participação em cursos
Assim, o FNO representa o principal instrumento
ou atividades formativas, de acordo com a nature-
econômico-financeiro para o estímulo das atividades
za do problema identificado.
econômicas desenvolvidas em bases sustentáveis na
Região Norte, sendo que seus recursos são oriundos
da arrecadação do Imposto sobre a Renda e proventos
de qualquer natureza (IR) e do Imposto sobre Produ-
FUNDO CONSTITUCIONAL DE tos Industrializados (IPI).
FINANCIAMENTO DO NORTE A área de atuação do FNO abrange os sete estados
que integram a base político-institucional da Região
CF/1988 Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Rorai-
Art. 159 A União entregará: ma e Tocantins). Para a continuidade do ciclo econô-
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre mico, os recursos do FNO são retroalimentados pelos
renda e proventos de qualquer natureza e sobre retornos e resultados de suas próprias aplicações,
produtos industrializados, 50% (cinquenta por cen- remuneração dos recursos momentaneamente não
to), da seguinte forma: aplicados e disponibilidade de exercícios anteriores.
[...] Anualmente, a execução dos recursos é realizada
c) três por cento, para aplicação em programas de por meio de Programas de Financiamento, elabora-
financiamento ao setor produtivo das Regiões Nor- dos pelo Banco da Amazônia, seguindo as diretrizes e
te, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas insti- orientações gerais do Governo Federal e as prioridades
tuições financeiras de caráter regional, de acordo setoriais e espaciais estabelecidas pela Superintendên-
com os planos regionais de desenvolvimento, fican- cia do Desenvolvimento da Amazônia, em consonância
do assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade com os Planos Regionais de Desenvolvimento.
dos recursos destinados à Região, na forma que a Enquanto administrador dos recursos, o Banco da Ama-
lei estabelecer;
zônia efetua operações que atendam prioritariamente:
[...]
z aos segmentos produtivos de menor porte (mini/
O FNO foi criado pela alínea “c”, inciso I, art. 159, micro, pequenos e pequeno-médios empreendedo-
da Constituição Federal de 1988, e pelo art. 34, do Ato res e microempreendedores individuais);
das Disposições Constitucionais Transitórias. A regu- z à agricultura de base familiar;
lamentação do referido normativo constitucional z a empreendimentos que utilizem matérias-primas
deu-se através da Lei nº 7.827, de 27 de setembro, de e mão de obra local e que produzam alimentos
1989, e tem por objetivos: básicos para consumo da população e projetos sus-
tentáveis, com vista à geração de trabalho e renda
z Desenvolver uma Amazônia sustentável com cré- à população local.
dito e soluções eficazes;
z Induzir práticas sustentáveis nos empreendimen- LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989
tos rurais e urbanos;
z Promover o desenvolvimento socioeconômico A Lei nº 7.827, de 1989, regulamentou a alínea “c”,
LEGISLAÇÃO

regional; inciso I, art. 159, da Constituição Federal, e instituiu


z Atender de forma satisfatória às demandas dos o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte
segmentos produtivos; (FNO), o Fundo Constitucional de Financiamento do
z Estimular as atividades selecionadas conforme zonea- Nordeste (FNE) e o Fundo Constitucional de Financia-
mento ecológico econômico homologado nos estados. mento do Centro-Oeste (FCO).
Os Fundos Constitucionais têm por objetivo contri-
Para tanto, seus maiores desafios são: buir para o desenvolvimento econômico e social das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através das
z Reduzir as taxas de desmatamento; instituições financeiras federais de caráter regional, 145
mediante a execução de programas de financiamento A Lei também determina que poderão ser bene-
aos setores produtivos, em consonância com os res- ficiários dos recursos do FNO e dos demais fundos,
pectivos planos regionais de desenvolvimento. como expõem os incisos I e II, do art. 4º, da Lei nº
De acordo com a Lei, na aplicação de seus recursos, 7.827, de 1989:
os Fundos Constitucionais de Financiamento do Nor-
te, Nordeste e Centro-Oeste ficam a salvo das restri- Art. 4º [...]
ções de controle monetário de natureza conjuntural, e I - produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, e
devem destinar crédito diferenciado dos usualmente cooperativas de produção que, de acordo com as prio-
adotados pelas instituições financeiras, em função das ridades estabelecidas nos planos regionais de desen-
reais necessidades das regiões beneficiárias. volvimento, desenvolvam atividades produtivas nos
O art. 3º, da Lei nº 7.827, de 1989, define as seguin- setores agropecuário, mineral, industrial, agroindus-
tes diretrizes a serem observadas na formulação dos
trial, de empreendimentos comerciais e de serviços.
programas de financiamento do FNO e dos demais
II - estudantes regularmente matriculados em cur-
fundos constitucionais de financiamento:
sos superiores e de educação profissional, técnica e
tecnológica não gratuitos que contribuirão para o
Art. 3º [...]
desenvolvimento do setor produtivo.
I - concessão de financiamento aos setores produti-
vos das regiões beneficiadas;
II - ação integrada com instituições federais sedia- A legislação determina ainda, em seu art. 6º, que cons-
das nas regiões; tituem fontes de recursos dos Fundos Constitucionais de
III - tratamento preferencial às atividades pro- Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste:
dutivas de pequenos e miniprodutores rurais e
pequenas e microempresas, às de uso intensivo de Art. 6º [...]
matérias-primas e mão-de-obra locais e as que pro- I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação
duzam alimentos básicos para consumo da popu-
do imposto sobre renda e proventos de qualquer
lação, bem como aos projetos de irrigação, quando
natureza (IR) e do imposto sobre produtos indus-
pertencentes aos citados produtores, suas associa-
ções e cooperativas; trializados (IPI), entregues pela União, na forma do
IV - preservação do meio ambiente; art. 159, inciso I, alínea c da Constituição Federal;
V - adoção de prazos e carência, limites de financia- II - os retornos e resultados de suas aplicações;
mento, juros e outros encargos diferenciados ou favo- III - o resultado da remuneração dos recursos
recidos, em função dos aspectos sociais, econômicos, momentaneamente não aplicados, calculado com
tecnológicos e espaciais dos empreendimentos; base em indexador oficial;
VI - conjugação do crédito com a assistência técni- IV - contribuições, doações, financiamentos e recur-
ca, no caso de setores tecnologicamente carentes; sos de outras origens, concedidos por entidades de
VII - orçamentação anual das aplicações dos recursos; direito público ou privado, nacionais ou estrangeiras;
VIII - uso criterioso dos recursos e adequada políti- V - dotações orçamentárias ou outros recursos pre-
ca de garantias, com limitação das responsabilida- vistos em lei.
des de crédito por cliente ou grupo econômico, de
forma a atender a um universo maior de beneficiá-
Dotações orçamentárias são valores autorizados, con-
rios e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e
retorno às aplicações; signados na LOA (Lei Orçamentária Anual), visando aten-
IX - apoio à criação de novos centros, atividades der alguma programação orçamentária estabelecida.
e polos dinâmicos, notadamente em áreas interio- Os recursos dos Fundos Constitucionais de Finan-
ranas, que estimulem a redução das disparidades ciamento são os principais instrumentos de captação
intrarregionais de renda; de recursos e financiamentos da Política Nacional de
X - proibição de aplicação de recursos a fundo perdido.
Desenvolvimento Regional, pois parcela dos recursos
provenientes de tributos arrecadados pela União é
A expressão “fundo perdido”, ou subvenção, refe-
destinada à execução e desenvolvimento das regiões
re-se aos recursos monetários dados pelo Governo
Federal, ou Instituições Privadas, para pessoas físicas em que predomina a desigualdade social.
ou empresas sem que haja a sua devolução, tendo em A Constituição Federal determina que os 3% (três
vista que a aplicação do dinheiro investido objetiva por cento) do produto da arrecadação do IR e do IPI
retornos sociais. No caso do inciso X, não será possível são distribuídos da seguinte forma:
a aplicação desses recursos nos projetos de FNO.
Art. 6º [...]
XI - programação anual das receitas e despesas com Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos
nível de detalhamento que dê transparência à gestão no inciso I deste artigo, será observada a seguinte
dos Fundos e favoreça a participação das lideranças distribuição:
regionais com assento no conselho deliberativo das I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Cons-
superintendências regionais de desenvolvimento; titucional de Financiamento do Norte - FNO;
XII - ampla divulgação das exigências de garantia e de II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para
outros requisitos para a concessão de financiamento; e
o Fundo Constitucional de Financiamento do Nor-
XIII - concessão de financiamento a estudantes
deste - FNE; e
regularmente matriculados em cursos superiores
não gratuitos. III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Cons-
titucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO.
Um exemplo do que está exposto no inciso XIII é o
programa FIES (Financiamento Estudantil), que concede Ou seja, cabe ao FNO 0,6% (seis décimos por cen-
146 financiamento a estudantes de curso superior não gratuito. to) da arrecadação do IR e do IPI.
LEI Nº 9.126, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1995 situação de emergência ou estado de calamidade públi-
ca reconhecidos pelo Poder Executivo Federal.
A Lei nº 9.126, de 1995, foi quase que inteiramente Além disso, determinou que em cada operação
revogada pela Lei nº 10.177, de 2001. No entanto, vale dos Fundos Constitucionais contratada a partir de
destacar alguns aspectos trazidos pela Lei e que ainda 1º de dezembro de 1998 — excluídas as decorrentes
estão em vigor. da renegociação, prorrogação e composição — o ris-
Quanto aos recursos do FNO e dos demais fun- co operacional do banco administrador será de 50%
dos, a Lei define que os saldos diários, enquanto não (cinquenta por cento), cabendo igual percentual ao
desembolsados pelos bancos administradores e ope- respectivo Fundo.
radores (no caso do FNO e o BASA) serão remunerados Eventuais prejuízos decorrentes de valores não
com base na taxa Selic, divulgada pelo Banco Central. liquidados (pagos) em operações de financiamen-
O art. 7º, da Lei nº 10.177, de 2001, determinou to serão rateados entre as partes, segundo disposto
ainda que os bancos administradores aplicarão 10% no art. 6º e parágrafo único. Isso significa dizer que,
(dez por cento) dos recursos dos Fundos Constitucio-
caso uma operação de financiamento contratada com
nais de Financiamento na concessão de financiamen-
recursos do FNO não seja paga pelo devedor, o prejuí-
to a assentados e a colonos nos programas oficiais de
zo será dividido entre o BASA e o FNO.
assentamento, colonização e reforma agrária — apro-
Porém, como exceção a essa regra, conforme esta-
vados pelo Instituto Nacional de Colonização e Refor-
belecido no art. 6º-A, nos financiamentos concedidos
ma Agrária (INCRA) —, bem como a beneficiários do
com recursos do FNO e dos demais Fundos Constitu-
Fundo de Terras e da Reforma Agrária.
cionais de Financiamento, a partir de 1º de julho de
Os contratos de financiamento ainda não benefi-
2004, para beneficiários dos grupos “B”, “A/C”, Pronaf-
ciados com crédito direcionado para essa categoria de
-Semi-árido e Pronaf-Floresta — integrantes da regu-
agricultores serão realizados por bancos oficiais fede-
lamentação do Programa Nacional de Fortalecimento
rais com risco para o respectivo Fundo Constitucional,
da Agricultura Familiar (Pronaf) —, o risco será assu-
à luz do que dispõe o parágrafo único, do art. 7º, da Lei
mido integralmente pelo respectivo Fundo Consti-
nº 10.177, de 2001.
tucional. Ou seja, nesses financiamentos, eventuais
Logo, para que haja o cumprimento do percentual
prejuízos são arcados integralmente pelo FNO.
de aplicação de 10% estabelecido no caput do art. 7º,
da Lei nº 9.126, de 1995, os financiamentos devem
cumprir as finalidades dispostas nos incisos I ao IV, §
3º, art. 7º, desta Lei:
HORA DE PRATICAR!
Art. 7º [...]
§ 3º [...] 1. (CESGRANRIO — 2021) Z, gerente de agência de uma
I - regularização e adequação ambiental dos esta- renomada instituição financeira nacional bancária, foi
belecimentos rurais, reflorestamento, recuperação surpreendida com a comunicação de um depósito de
ou regeneração de áreas degradadas ou formação cinquenta milhões de reais na conta de um cliente cuja
ou melhoria de corredores ecológicos entre áreas movimentação normal nunca atingiu dez mil reais por
prioritárias para conservação da biodiversidade; mês. Diante do ocorrido, contatou o cliente para que
(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) este esclarecesse o volumoso valor depositado em
II - implantação de infraestrutura hídrica e de ati- sua conta corrente, bem como para orientá-lo na apli-
vidades produtivas adequadas à convivência com cação desses valores.
o semiárido; (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Sobre ocorrências dessa natureza e de acordo com o
III - pagamento dos serviços de assistência técni-
Código de Ética do Banco da Amazônia (BASA), deve
ca e extensão rural e remuneração da mão de obra
o empregado do BASA estar atento às situações rela-
familiar para implantação das atividades referen-
cionadas à prevenção e combate à(s)
tes às finalidades constantes dos incisos I e II deste
parágrafo; e (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
IV - outras, a serem definidas pelo Conselho Mone- a) lavagem de dinheiro
tário Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) b) transferências irregulares
c) aplicação irregular dos clientes
Por fim, é importante ressaltar que a Lei definiu d) opção de investimentos ruinosos
que os financiamentos com recursos dos Fundos Cons- e) situação falimentar dos depositantes
titucionais de Financiamento poderão ser contratados
com associações e cooperativas de produtores rurais, 2. (CESGRANRIO — 2018) De acordo com o Estatuto
podendo estas repassarem a seus associados e coope- Social do Banco da Amazônia, o presidente do Banco
rativados bens, produtos e serviços, à luz do art. 9º, da da Amazônia é nomeado pelo Presidente da República
Lei nº 10.177, de 2001. e é por ele demissível “ad nutum”. Ocorrendo substitui-
ção definitiva, poderá o novo titular, após assumir as
LEGISLAÇÃO

LEI Nº 10.177, DE 12 DE JANEIRO DE 2001 funções, solicitar a convocação do Conselho de Admi-


nistração para decidir sobre o mandato dos diretores
A Lei nº 10.177, de 2001, dispôs sobre as operações em exercício em até quantos dias?
com recursos dos Fundos Constitucionais de Financia-
mento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. a) 20
A Lei autorizou o Poder Executivo a instituir linhas b) 30
de crédito especiais com recursos do FNO, do FNE e do c) 40
FCO, destinadas a atender aos setores produtivos rural, d) 50
industrial, comercial e de serviços dos Municípios com e) 60 147
3. (CESGRANRIO — 2018) De acordo com o Estatuto Controladoria, Controles Internos) e gestão de risco
Social do Banco da Amazônia, uma das condições a não podem ficar sob supervisão direta de diretor res-
ser observada para o exercício de cargos na Diretoria ponsável por qualquer outra atividade administrativa,
Executiva do Banco da Amazônia é a de ter experiên- está sendo aplicado o princípio de
cia mínima de três anos em liderança de
a) segregação de funções
a) cargo b) divisão objetiva
b) fornecedora c) administração separada
c) entidade d) diminuição de atividades
d) equipe e) quebra de atos
e) porte
9. (CESGRANRIO — 2018) Nos termos do Estatuto Social do
4. (CESGRANRIO — 2018) De acordo com o Estatuto Banco da Amazônia, a diretoria executiva reunir-se-á ordi-
Social do Banco da Amazônia, a indicação de paren- nariamente uma vez por semana e, extraordinariamente,
te colateral ou afim de membros do Conselho de sempre que convocada pelo presidente do Banco.
Administração e da Diretoria Executiva para integrar o As deliberações são tomadas por maioria de votos,
Conselho de Administração e a Diretoria Executiva é cabendo ao presidente do Banco da Amazônia, além
vedada até o do voto pessoal, o voto de

a) terceiro grau a) maioria


b) quarto grau b) preparo
c) quinto grau c) especialidade
d) sexto grau d) qualidade
e) sétimo grau e) avaliação

5. (CESGRANRIO — 2018) Nos termos do Estatuto Social 9 GABARITO


do Banco da Amazônia, contará o Banco em sua estru-
tura organizacional com um comitê constituído por
três membros. Esses membros têm a competência de 1 A
opinar, de modo a auxiliar os acionistas na indicação
2 E
de administradores e os conselheiros fiscais sobre o
preenchimento dos requisitos e a ausência de veda- 3 D
ções para as respectivas eleições.
Essa estrutura conta com o comitê 4 A
5 E
a) gerencial
b) vital 6 A
c) especial 7 B
d) de competitividade
e) de elegibilidade 8 A
9 D
6. (CESGRANRIO — 2018) Nos termos do Estatuto Social
do Banco da Amazônia, a função de ouvidor será
desempenhada por empregado que compõe o qua-
dro de pessoal próprio do banco, mediante comissão
compatível com as atribuições da ouvidoria.
O ouvidor exercerá mandato pelo prazo de quantos
anos?

a) um
b) dois
c) três
d) quatro
e) cinco

7. (CESGRANRIO — 2018) Nos termos do Estatuto Social


do Banco da Amazônia, o banco disporá de uma audi-
toria interna, diretamente subordinada ao Conselho de

a) Execução
b) Administração
c) Consultoria
d) Fiscalização
e) Riscos

8. (CESGRANRIO — 2018) Nos termos do Estatuto


Social do Banco da Amazônia, quando as unidades
148 responsáveis por funções de controle (Contadoria,
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB;
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do

NOÇÕES DE
Windows 10. Ele está configurado com o buscador
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário baixar
INFORMÁTICA novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas;
SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro-
LINUX, WINDOWS 10) gramas para acessar rapidamente;
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão
DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL direito (secundário) do mouse, será mostrado o
WINDOWS 10 menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
O sistema operacional Windows foi desenvolvido ra de acesso rápido;
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em z Central de Ações: centraliza as mensagens de
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- segurança e manutenção do Windows, como as
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores atualizações do sistema operacional. Atalho de
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), teclado: Windows+A (Action). A Central de Ações
canetas e mesas digitalizadoras. não precisa ser carregada pelo usuário, ela é car-
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, regada automaticamente quando o Windows é
que possui suporte para os dispositivos apontadores inicializado;
tradicionais, além de tela touchscreen e câmera (para z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen-
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- te a área de trabalho, ocultando as janelas que
ma Kinect do videogame Xbox). estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
Em concursos públicos, as novas tecnologias e Windows+D (Desktop);
suportes avançados são raramente questionados. As z Bloquear o computador: com o atalho de tecla-
questões aplicadas nas provas envolvem os concei- do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
tos básicos e o modo de operação do sistema opera- computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
cional em um dispositivo computacional padrão (ou trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
tradicional). Ctrl+Alt+Del;
z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
O sistema operacional Windows é um software
tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) dispo-
teclado: Ctrl+Shift+Esc;
nível e o usuário precisa adquirir uma licença de uso
z Minimizar todas as janelas: com o atalho de
da Microsoft.
teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
minimizar todas as janelas abertas, visualizando
relação às versões anteriores, como assistente virtual,
a área de trabalho;
navegador de Internet, locais que centralizam infor-
z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece
mações etc.
o sistema de proteção BitLocker, que criptografa
os dados de uma unidade de disco, protegendo
z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos ins-
contra acessos indevidos. Para uso no computador,
talados no computador, com os itens recentes no uma chave será gravada em um pendrive, e para
início da lista e os demais itens classificados em acessar o Windows, ele deverá estar conectado;
ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
estáticos do Windows 8 com a lista de programas ou biometria, para acesso ao computador sem a
do Windows 7; necessidade de uso de senha;
z Pesquisar: com novo atalho de teclado, a opção z Windows Defender: aplicação que integra recur-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

pesquisar permite localizar, a partir da digitação sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
de termos, itens no dispositivo, na rede local e na e antispyware.
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte
atalho de teclado: Windows+S (Search); O botão direito do mouse aciona o menu de con-
z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas texto, sempre.
de informações no dispositivo, na rede local e na
Internet; Área de Trabalho

A assistente virtual Cortana é uma novidade do A interface gráfica do Windows é caracterizada


Windows 10 que está aparecendo em provas de con- pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
cursos com regularidade. Semelhante ao Google Assis- Windows exibe ícones de pastas, arquivos, progra-
tente (Android), Siri (Apple) e Alexa (Amazon), essa mas, atalhos, barra de tarefas (com programas que
integra recursos de acessibilidade por voz para os podem ser executados e programas que estão sendo
usuários do sistema operacional. executados) e outros componentes do Windows. 149
A área de trabalho do Windows 10, também conhecida como Desktop, é reconhecida pela presença do papel
de parede ilustrando o fundo da tela. É uma imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP), uma foto (extensão
JPG), além de outros formatos gráficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos que o computador está
pronto para executar tarefas.

Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox


Edge Chrome Thunderbird Secure Co..

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Imagem da área de trabalho do Windows 10.

Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e estes podem ser ocultados se o usuário escolher “Ocultar
ícones da área de trabalho” no menu de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam atalhos,
arquivos, pastas, unidades de discos e componentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou pela
combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o menu Iniciar será apresentado na interface de blocos que sur-
giu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
(antigo Painel de Controle), programas instalados no computador, apps instalados no computador a partir da
Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou ditar o
nome do recurso que estamos querendo executar e o Windows 10 apresentará a lista de opções semelhantes na
área de trabalho e a possibilidade de buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar o que estamos queren-
do procurar, clicando no microfone no canto direito da caixa de pesquisa.
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma novidade do Windows 10, que permite visualizar os dife-
rentes aplicativos abertos (como o atalho de teclado Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de Trabalho. O
atalho de teclado para Visão de Tarefas é Windows+Tab.
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias áreas de
trabalho independentes, onde os programas abertos em uma não interfere com os programas abertos em outra.
A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário, per-
mitindo o acesso rápido, tanto por clique no mouse, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, Windows+2
para o segundo programa etc.) e também pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que mostrará minia-
turas do que está em execução, e consequente transparência das janelas).
A Área de Notificação mostrará a data, hora, mensagens da Central de Ações (de segurança e manutenção),
processos em execução (aplicativos de segundo plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o atalho de teclado Windows+D mostrará a área de trabalho ao
primeiro clique e mostrará o programa que estava em execução ao segundo clique. Se a opção “Usar Espiar para
visualizar a área de trabalho ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar Área de Trabalho na extremida-
de da barra de tarefas” estiver ativado nas Configurações da Barra de Tarefas, não será necessário clicar. Bastará
apontar para visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface Metro
do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser ativar ou
desativar, pressione e segure o aplicativo (ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o bloco dinâmico
e selecione Ativar bloco dinâmico ou Desativar bloco dinâmico.

150
Navegador padrão Atalhos
do Windows 10
Itens Excluídos

Lixeira Microsoft Google Mozilla


Kaspersky Firefox Arquivos
Edge Chrome Thunderbird
Pastas de Secure Co...
Arquivos

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Barra de Área de Central


Botão Iniciar Cortana Visão de Tarefas Acesso rápido Notificação de Ações

Barra de Tarefas

Elementos da área de trabalho do Windows 10.

Mostrar área de trabalho agora está no canto inferior direito, ao lado do relógio, na área de notificação da
Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: Win+D (Desktop)

Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.

Aplicativo que está em execução 1 vez apresentará no dispositivo um pequeno traço azul abaixo do ícone.

Aplicativo que está em execução mais de 1 vez apresentará no dispositivo um pequeno traço segmentado azul no ícone.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 +1 não está em
execução execução execução
151
Área de Transferência

Um dos itens mais importantes do Windows não é visível como um ícone ou programa. A Área de Transfe-
rência é um espaço da memória RAM, que armazena uma informação de cada vez. A informação armazenada
poderá ser inserida em outro local, e ela acaba trabalhando em praticamente todas as operações de manipulação
de pastas e arquivos.
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo da Área de Transferência, acione o atalho de teclado Windo-
ws+V (View).
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), estamos copiando o item para a memória RAM, para ser inseri-
do em outro local, mantendo o original e criando uma cópia.
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área de Trans-
ferência, para ser inserida em outro local, como em um documento do Microsoft Word ou edição pelo acessório
Microsoft Paint.
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, estamos copiando uma “foto da janela atual” para a Área de
Transferência, desconsiderando outros elementos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o conteúdo que está armazenado na Área de Transferência será
inserido no local atual.

Dica
As três teclas de atalhos mais questionadas em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C e Ctrl+V, que acio-
nam os recursos da Área de Transferência.

As ações realizadas no Windows, em sua quase totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de teclado
Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pressionar Del ou
Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem necessidade de acessar a
Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e Alt+PrintS-
creen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recursos do Windows, que permite o uso de comandos, realização
de ações e controle das ações que serão desfeitas.

MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS

Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam ser conhecidas para que a operação seja realizada com sucesso.

z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distinção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. Um arqui-
vo chamado documento.docx será considerado igual ao nome Documento.DOCX;
z O Windows não permite que dois itens tenham o mesmo nome e a mesma extensão quando estiverem arma-
zenados no mesmo local;
z O Windows não aceita determinados caracteres nos nomes e extensões. São caracteres reservados, para outras
operações, que são proibidos na hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arquivos e pastas podem ser
compostos por qualquer caractere disponível no teclado, exceto os caracteres * (asterisco, usado em buscas),
? (interrogação, usado em buscas), / (barra normal, significa opção), | (barra vertical, significa concatenador
de comandos), \ (barra invertida, indica um caminho), “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, significa
unidade de disco), < (sinal de menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal de maior, significa direcio-
nador de saída);
z Existem termos que não podem ser usados, como CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa
impressora) e AUX (indica um auxiliar), por referenciar itens de hardware nos comandos digitados no Prompt
de Comandos. (por exemplo, para enviar para a impressora um texto através da linha de comandos, usamos
TYPE TEXTO.TXT > PRN).

Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero à N
caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows como nos sites de busca na Internet.
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas podem estar condiciona-
das ao local onde elas são efetuadas ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no
enunciado da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. As bancas
organizadoras costumam questionar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes, utilizam imagens nas questões.

152
OPERAÇÕES COM TECLADO
Atalhos de teclado Resultado da operação
Ctrl+X e Ctrl+V
Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma mensagem de erro
na mesma pasta
Ctrl+X e Ctrl+V
Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido
em locais diferentes
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia) para diferenciar
na mesma pasta do original
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo o nome e
em locais diferentes extensão
Tecla Delete em um item do Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar depois, se o item
disco rígido estiver em um disco rígido local interno ou externo conectado na CPU
Tecla Delete em um item do Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens de unidades
disco removível removíveis (pendrive), ópticas ou unidades remotas
Shift+Delete Independentemente do local onde estiver o item, ele será excluído definitivamente
Renomear. Trocar o nome e a extensão do item. Se houver outro item com o mesmo
F2 nome no mesmo local, um sufixo numérico será adicionado para diferenciar os itens. Não
é permitido renomear um item que esteja aberto na memória do computador

Lixeira

Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla Delete (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É possível recuperar
com programas de terceiros, mas isso não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar
o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativá-la, excluindo os itens diretamente e configurar
Lixeiras individuais para cada disco conectado.

OPERAÇÕES COM MOUSE


AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
Clique simples no botão principal Selecionar o item
Clique simples no botão secundário Exibir o menu de contexto do item
Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for editável, com
Duplo clique o programa padrão que está associado. Nos programas do com-
putador, poderá abrir um item através da opção correspondente
Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será sugeri-
Duplo clique pausado
do numerar o item renomeado com um sufixo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arrastar com botão principal pressionado e soltar na


O item será movido
mesma unidade de disco
Arrastar com botão principal pressionado e soltar
O item será copiado
em outra unidade de disco
Arrastar com botão secundário do mouse pressio- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local onde
nado e soltar na mesma unidade soltar)
Arrastar com botão secundário do mouse pressio- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local onde
nado e soltar em outra unidade de disco soltar) ou “Mover aqui”

Arrastar na mesma unidade, será movido. Arrastar entre unidades diferentes, será copiado.

153
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT) gem ou do destino da ação

Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém


Seleção individual de itens
a tecla CTRL pressionada

Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o iní-


Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém
cio, e o último item será o final, de uma região contínua de
a tecla SHIFT pressionada
seleção

Extensões de Arquivos

O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows.

Importante!
Existem arquivos sem extensão, como itens do sistema operacional. Ela é opcional e procura associar o
arquivo com um programa para visualização ou edição. Se o arquivo não possui extensão, o usuário não
conseguirá executar ele, por se tratar de conteúdo de uso interno do sistema operacional (que não deve ser
manipulado).

Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos.

EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de documento
PDF
portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser editados
DOCX
pelo LibreOffice Writer.

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas pelo Li-
XLSX
breOffice calc.

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOffice
PPTX
Impress.

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser aberto por
TXT
vários programas do computador.

Rich Text Format — formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este documento de
RTF
texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.

MP4, AVI, Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
MPG do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos de vídeo.

154
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player e o Groo-
MP3
ve Music podem reproduzir o som

BMP, GIF,
Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de imagens
PNG, TIF

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de programas
ZIP
adicionais, como o formato RAR, que exige o WinRAR

Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que podem ser
DLL
usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo

EXE, COM,
Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem executados
BAT

Uma das extensões menos conhecidas e mais questionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text Format, uma
tentativa da Microsoft em criar um padrão de documento de texto com alguma formatação para múltiplas plata-
formas. A extensão RTF pode ser aberta pelos programas editores de textos, como o Microsoft Word e LibreOffice
Writer, e é padrão do acessório do Windows WordPad.
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenados no Registro do Windows. O
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de
ajustes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exi-
bida a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
a comunicação sem fio do aparelho — que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
demais tipos de uso da rede sem fio.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa-
ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.

Modos de Exibição do Windows 10

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Ícones extras grandes: ícones extra grandes com nome (e extensão);


z Ícones grandes: ícones grandes com nome (e extensão);
z Ícones médios: ícones médios com nome (e extensão) organizados da esquerda para a direita;
z Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados da esquerda para a direita;
z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados de cima para baixo; 155
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de modificação, tipo e tamanho;
z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho, organizados da esquerda para a direita;
z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data de modificação, marcas e tamanho.

Um dos temas mais questionado em provas anteriores são os modos de exibição do Windows. Se tem um
computador com Windows 10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar
a disciplina no computador ajuda na memorização dos recursos.

2. Barra ou linha de título


3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar

1. Barra de menus

Área de trabalho do aplicativo

6. Barra de Rolagem

Elementos de uma janela do Windows 10.

1. Barra de menus: são apresentados os menus com os respectivos serviços que podem ser executados no aplicativo;
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo e o nome do aplicativo que está sendo executado na jane-
la. Através dessa barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique
na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique;
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela para
seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de documento ou aplicativo para preencher a tela. Para restaurar a
janela para seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Solicita que você salve quaisquer alterações não salvas antes
de fechar. Alguns aplicativos, como os navegadores de Internet, trabalham com guias ou abas, que possui o seu
próprio controle para fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4;
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do lado direito (e inferior de uma janela de documento).
Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.

Uso dos Menus

No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, documen-
tos ou fotos. O conteúdo dessas listas está diretamente relacionado com o programa ao qual elas estão associadas. O
recurso de Lista de Atalhos, novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões seguintes, possibilita organizar os
arquivos abertos por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possibilidade ainda de fixar o item na lista.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os menus foram trocados por guias, semelhante ao Microsoft Offi-
ce. Ao pressionar ALT, nenhum menu escondido será mostrado (como no Windows 7), mas os atalhos de teclado
para as guias Arquivo, Início, Compartilhar e Exibir.

O botão direito do mouse exibe a janela pop-up chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for clicado,
uma janela diferente será mostrada.
As opções exibidas no menu de contexto contém as ações permitidas para o item clicado naquele local.
Através do menu de contexto da área de trabalho, podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, ou
novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft Word], Formato
Rich Text [RTF WordPad], Documento de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Microsoft Excel [XLSX Microsoft
Excel], Pasta Compactada [extensão ZIP], entre outros).

156
Dica
Arquivos de imagens são editados pelo acessório do Windows Microsoft Paint, que no Windows 10 oferece
a versão Paint 3D.

Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série de informações relacionadas a si próprio. Estas informa-
ções podem ser consultadas em Propriedades, acessado no menu de contexto, exibido quando clicar com o botão
direito do mouse sobre o item.
Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e escolhendo “Esva-
ziar Lixeira”, os itens serão removidos definitivamente, utilizando o Windows, não haverá meio de recuperá-los.

Programas e Aplicativos

Os programas associados ao Windows 10 podem ser classificados em:

z Componentes do sistema operacional;


z Aplicativos e Acessórios;
z Ferramentas de Manutenção e Segurança.
z App’s — aplicativos disponíveis na Loja (Windows Store) para instalação no computador do usuário.

Dica
Os acessórios do Windows são aplicativos nativos do sistema operacional, que estão disponíveis para utiliza-
ção mesmo que não existam outros programas instalados no computador. Os acessórios oferecem recursos
básicos para anotações, edição de imagens e edição de textos.

Na primeira categoria encontramos o Configurações (antigo Painel de Controle). Usado para realizar as confi-
gurações de software (programas) e hardware (dispositivos), permite alterar o comportamento do sistema opera-
cional, personalizando a experiência no Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle chama-se Configurações,
e pode ser acessado pelo atalho de teclado Windows+X no menu de contexto, ou diretamente pelo atalho de tecla-
do Windows+I.
Na segunda categoria, temos programas que realizam atividades e outros que produzem mais arquivos. Por
exemplo, a calculadora. É um acessório do Windows 10 que inclui novas funcionalidades em relação às versões
anteriores, como o cálculo de datas e conversão de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas (como peque-
nos post its na tela do computador).
Outros acessórios são o WordPad (para edição de documentos com alguma formatação), Bloco de Notas (para
edição de arquivos de textos), MSPaint (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens (que permite ver uma
imagem e chamar o editor correspondente).
E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfragmentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmentador de
Discos, para organizar clusters2), Verificação de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup do Windows
(para cópia de segurança dos dados do usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre no disco).

Desfragmentar e Otimizar Unidades


Aplicativo da área de trabalho

Otimizar e desfragmentar unidade


A otimização das unidades do computador pode
ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.

Otimizar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas do Windows, encontraremos os outros programas, como


por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerenciamento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na parte de segurança
encontramos o Firewall do Windows, um filtro das portas TCP do computador, que autoriza ou bloqueia o acesso
para a rede de computadores, e de acesso externo ao computador.

Firewall do Windows
Painel de controle

1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 157
A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.

WINDOWS 10 O QUE

Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador

Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de discos


Este Computador
e pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador, me-


Desfragmentar e Otimizar Unidades
lhorando o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar

Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador

Home, Pro, Enterprise, Education Edições do Windows

xBox (Games, músicas = Groove) Integração com xBox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One

Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida

Menu Iniciar, Barra de Tarefas e Blo-


Fixar aplicativos
cos Dinâmicos

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explora-


OneDrive integrado
dor de Arquivos

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal
Continuum
para dispositivos conversíveis

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10

Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente per-
Windows Store
mite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela

Windows Update, Windows Update


Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
for Business, Current Branch for Busi-
Windows as a Service — WaaS
ness e Long Term Servicing Branch

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em dispo-
Modo tablet
sitivos tipo conversíveis

Email, Calendário, Notícias, entre


Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
outros — também foram melhorados.

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablet, seja iOs ou Android

Configurações > Sistema >


Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando

Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as mensa-


Central de Notificações
gens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

158
O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma forma-
tação, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.

159
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.

Atalhos de Teclado — Windows 10

Dica
Os atalhos de teclado do Windows são de termos originais em inglês. Por serem atalhos de teclado do siste-
ma operacional, são válidos para os programas que estiverem sendo executados no Windows.

ATALHO AÇÃO
Alt+Esc Alterna para o próximo aplicativo em execução
Alt+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução
Backspace Volta para a pasta anterior, que estava sendo exibida no Explorador de Arquivos.
Ctrl+A Selecionar tudo
Ctrl+C Copia o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Esc Botão Início
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas
Ctrl+V Cola o item (os itens) da Área de Transferência no local do cursor
Ctrl+X Move o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Y Refazer
Desfaz a última ação. Se acabou de renomear um arquivo, ele volta ao nome original. Se acabou de
Ctrl+Z
apagar um arquivo, ele restaura para o local onde estava antes de ser deletado.
Del Move o item para a Lixeira do Windows
F1 Exibe a ajuda
F11 Tela Inteira

160
ATALHO AÇÃO
Renomear, trocar o nome: dois arquivos com mesmo nome e mesma extensão não podem estar na
F2 mesma pasta, se já existir outro arquivo com o mesmo nome, o Windows espera confirmação, sím-
bolos especiais não podem ser usados, como / | \ ? * “ < > :
F3 Pesquisar, quando acionado no Explorador de Arquivos. Win+S fora dele.
F5 Atualizar
Shift+Del Exclui definitivamente, sem armazenar na Lixeira
Win Abre o menu Início
Win+1 Acessa o primeiro programa da barra de tarefas
Win+2 Acessa o segundo programa da barra de tarefas
Win+B Acessa a Área de Notificação
Win+D Mostra o desktop (área de trabalho)
Win+E Abre o Explorador de Arquivos.
Win+F Feedback — hub para comentários sobre o Windows.
Win+I Configurações (Painel de Controle)
Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)
Win+M Minimiza todas as janelas e mostra a área de trabalho, retornando como estavam antes.
Selecionar o monitor/projetor que será usado para exibir a imagem, podendo repetir, estender ou
Win+P
escolher
Win+S Search, para pesquisas (substitui o Win+F)
Win+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução em 3D (Visão de Tarefas)
Win+X Menu de acesso rápido, exibido ao lado do botão Iniciar

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS

No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas e algumas pastas são especiais, contendo coleções de arqui-
vos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O
usuário poderá criar Bibliotecas para sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam a organização dos arqui-
vos e pastas, inserindo apenas ligações para os itens em seus locais originais.

Pasta com Pasta sem Pasta vazia


subpasta subpasta

O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO


Unidade de disco de armazenamento permanente, que possui um sistema de arquivos e
Disco de armazenamento
mantém os dados gravados
Estruturas lógicas que endereçam as partes físicas do disco de armazenamento. NTFS,
Sistema de Arquivos
FAT32, FAT são alguns exemplos de sistemas de arquivos do Windows.
Trilhas Circunferência do disco físico (como um hard disk HD ou unidades removíveis ópticas)
Setores São “fatias” do disco, que dividem as trilhas
Clusters Unidades de armazenamento no disco, identificado pela trilha e setor onde se encontra.
Pastas ou diretórios Estrutura lógica do sistema de arquivos para organização dos dados na unidade de disco
Arquivos Dados. Podem ter extensões.
161
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
Pode identificar o tipo de arquivo, associando com um software que permita visualização
Extensão
e/ou edição. As pastas podem ter extensões como parte do nome.
Arquivos especiais, que apontam para outros itens computacionais, como unidades, pas-
Atalhos tas, arquivos, dispositivos, sites na Internet, locais na rede etc. Os ícones possuem uma
seta, para diferenciar dos itens originais.

O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
lhões de bytes de capacidade.
Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos comer-
cialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes
de dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória. A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
vo com 75 MB de tamanho levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.

Importante!
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exibido em modo de visualização de Detalhes, nas Propriedades
(botão direito do mouse, menu de contexto) e na barra de status do Explorador de Arquivos. Poderão ter as
unidades KB, MB, GB, TB, indicando quanto espaço ocupam no disco de armazenamento.

Quando os computadores pessoais foram apresentados para o público, a árvore foi usada como analogia para
explicar o armazenamento de dados, criando o termo “árvore de diretórios”.

Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos

Pastas e subpastas Tronco e galhos

Diretório raiz Raiz

Árvore de diretórios

No Windows 10, a organização segue a seguinte definição:

z Pastas

„ Estruturas do sistema operacional: Arquivos de Programas (Program Files), Usuários (Users), Windows.
A primeira pasta da unidade é chamada raiz (da árvore de diretórios), representada pela barra inverti-
da: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas
Músicas) — bibliotecas;
„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus
Vídeos), Músicas (Minhas Músicas) — bibliotecas;
„ Área de Trabalho: Desktop, que permite acesso à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, programas
e atalhos;
„ Lixeira do Windows: Armazena os arquivos de discos rígidos que foram excluídos, permitindo a recupe-
ração dos dados.

162
z Atalhos livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao contrário
do termo freeware, que identifica uma categoria de
„ Arquivos que indicam outro local: Extensão softwares gratuitos para utilização, o termo free no
LNK, podem ser criados arrastando o item com Linux está relacionada às liberdades de uso.
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado. A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberda-
des “essenciais”:
z Drivers
z A liberdade de executar o programa, para qual-
„ Arquivos de configuração: Extensão DLL e quer propósito (liberdade nº 0);
outras, usadas para comunicação do software z A liberdade de estudar como o programa funciona
com o hardware e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade nº 1).
O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que esta liberdade;
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento z A liberdade de redistribuir cópias de modo que
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);
manipulação de informações no computador, desde o
z A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan-
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comu-
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado nidade beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao
para executar o Explorador de Arquivos. código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
Como o Windows 10 está associado a uma con-
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Disponível em < https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html
>. Acesso em: 27 nov. 2020.
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado Características Básicas do Sistema Linux
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, O Linux tem as seguintes características básicas:
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados
com outros dispositivos que estejam conectados na z Possui um kernel (núcleo) comum em todas as
mesma conta de usuário. distribuições;
Os atalhos são representados por ícones com uma z FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são as distribuições Linux devem seguir para organi-
independentes dos objetos que os referenciam, por- zar os seus diretórios;
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta z O código fonte está disponível para ser baixado,
ou unidade de disco que estão apontando.
estudado, modificado e distribuído gratuitamente;
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes:
z As distribuições oferecem recursos específicos
para cada proposta, mantendo o núcleo comum do
z Arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
sistema;
e ao soltar, o atalho é criado;
z No menu de contexto (botão direito) escolha z Cada distribuição poderá ter uma ou mais interfa-
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho); ces de usuário, e elas podem ser usadas em outras
z Um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- distribuições;
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser z Possui modo gráfico e terminal de comandos;
criado na área de trabalho arrastando o ícone da z Existem distribuições gratuitas e pagas;
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- z As modificações realizadas pelos usuários serão
-o na área de trabalho. submetidas para avaliação da comunidade de
desenvolvedores, que determinarão a importância
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos e relevância delas, antes de tornar as modificações
somente leitura... os atributos dos itens podem ser oficiais para todo o mundo;
definidos pelo item Propriedades no menu de con- z Como todo sistema operacional, possui suporte
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que para protocolos TCP, permitindo o acesso às redes
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- de computadores com browsers ou navegadores;
ração correspondente. z Geralmente instalado em dispositivos com Windo-
ws, o Linux oferece gerenciador de boot (bootloa-
DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL LINUX der) para gerenciar a inicialização, exibindo um
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

menu para o usuário escolher qual sistema opera-


O sistema operacional Linux é uma opção ao siste- cional será usado na sessão atual;
ma operacional Windows, com outras características z LILO e GRUB são os gerenciadores de boot mais
próprias. comuns nas distribuições Linux;
O sistema operacional Linux é mais utilizado em z O Linux é um sistema operacional do tipo case
sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribui- sensitive, ou seja, diferencia letras maiúsculas de
ções para diferentes modelos de computadores. Por letras minúsculas nos nomes de arquivos, diretó-
ser um sistema de código aberto, deu origem a outros rios e comandos.
sistemas como o iOs (Apple) e o Android (Google).
Por ser um sistema operacional livre e licenciável,
possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto
GNU foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente é
patrocinado pela FSF (Free Software Foundation). Mui-
tos usuários descobrem que no contexto de softwares
163
Kernel (núcleo)

Shell (interpretador)

Terminal
(linha de comandos)

Interface gráfica

Assim como no Windows, o Linux tem camadas que separam os recursos.

Distribuições Linux

Distribuição é um conjunto de personalizações que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas apresen-
tável de forma diferenciada.
Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat, SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são alguns
exemplos de distribuições.
Ubuntu é a distribuição mais cobrada em concursos públicos, baseada na distribuição Debian. O Ubuntu é uma
versátil distribuição Linux que pode ser instalada em várias construções computacionais, desde que adaptadas
(drivers).
Big Linux Brasil
Gnoppix Alemanha
ImpiLinux África do Sul
Kurumim Brasil
Mint Irlanda

DeMuDi Europa
Finnix EUA
Insigne GNU Brasil
KeeP OS Brasil

Knoppix Alemanha
Linspire EUA
MeNTOPPIX Indonésia
MEPIS EUA
Rxart Argentina
Satux Brasil
Symphony OS

Figura 2. Distribuição Ubuntu, derivada do Debian, é a mais questionada.

Diretórios Linux

Os diretórios são pastas onde armazenamos e organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A represen-
tação dos diretórios segue o princípio lúdico de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree é a forma como
as pastas dos sistemas Linux estão organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar a organização do sistema,
seus arquivos, bibliotecas e inclusive para melhorar a segurança do sistema.
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o “caule” da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, que representam os galhos de uma árvore. E dentro
dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual à árvore, como flores, folhas e frutos.
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são “sinônimos”. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, provenien-
te do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de
organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações
do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de
164 serem apagados.
Importante!
Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e caracte-
rísticas do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.

Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.

NOME DESCRIÇÃO CONTEÚDO

/bin binary — binário = executável Contém os comandos (arquivos binários executáveis).

Contém os drivers dos dispositivos de hardware, para comunicação do


/dev device — dispositivo = hardware
sistema operacional com o equipamento.

/home home — início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.

Contém as bibliotecas do sistema Linux, compartilhadas por vários


/lib library — biblioteca
programas.

/usr user — usuário Contém as configurações dos usuários.

Tabela — Diretórios Linux, exemplos básicos

Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos
são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.

DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS


/ raiz do sistema, o diretório que “guarda” todos os outros diretórios.

arquivos/comandos utilizados durante a inicialização do sistema e por usuários (após a inicializa-


/bin
ção). O termo BIN é referência ao tipo de informação, binário.

arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a vários
/boot
sistemas para indicar a inicialização.

/dev drivers de controle de dispositivos. DEV vem de device, dispositivo.

/etc arquivos de configurações do computador.

/etc/sysconfig arquivos de configuração do sistema para os dispositivos.

/etc/passwd dados dos usuários, senhas criptografadas... PASSWORD = senha.

sistemas de arquivos montados no sistema (file system table — tabela do sistema de arquivos). O
/etc/fstab
sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.

/etc/group Grupos.

/etc/include header para programação em C, através do comando include.

/etc/inittab Arquivo (tabela) de configuração do init.

/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.

/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

/lib bibliotecas compartilhadas. LIB vem de library, biblioteca.

/lib/modules módulos externos do kernel usados para inicializar o sistema...

/misc arquivos variados (misc de miscelânea).

ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de mount,
/mnt
montagem.

/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.

/root diretório pessoal do root. Equivalente a pasta raiz da unidade de inicialização C:

/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).

/tmp arquivos temporários.


165
DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS
Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuários de
/usr
sistemas UNIX.

/usr/bin executáveis para todos os usuários.

/usr/sbin executáveis de administração do sistema.

/usr/lib bibliotecas dos executáveis encontrados no /usr/bin.

/usr/local arquivos de programas instalados localmente.

/usr/man manuais.

/usr/info informações.

/usr/X11R6 Arquivos do X Window System e seus aplicativos.

/var Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).

/var/lib Bibliotecas.

Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas, relatórios
/var/log
diversos, entre outros tipos de logs.
Tabela — Diretórios Linux

Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux para treinamento. Acesse https://bellard.org/jsli-
nux/ para conhecer algumas opções.

Comandos Linux

Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:

NOME DESCRIÇÃO AÇÃO


cp copy — copiar Copia os arquivos listados

ls list — listar Lista os arquivos e diretório do local atual

mv move — mover Pode mover ou renomear um arquivo ou diretório

rm remove — remover Apagar arquivos

vi view — visualizar Permite visualizar e editar um arquivo


Tabela — comandos Linux, exemplos básicos

A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras
quando temos o item Linux no conteúdo programático.

COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO

cat arq1.txt >> arq2.txt O arq1.txt será concatenado com arq2.txt


Concatenar, juntar ou mostrar.
Os arq1.txt e arq2.txt serão unidos em
cat Exibir o conteúdo de arquivos ou cat arq1.txt arq2.txt >> arq3.txt
arq3.txt
direcioná-lo para outro.
cat arq1.txt Exibirá arq1.txt

cd Mudar diretório. cd /home Muda para o diretório /home.

Copia o arquivo teste.txt para o diretório


cp Copiar arquivos e diretórios. cp teste.txt /home
/home.

O comando cut pode ser usado para


Lê o conteúdo de um ou mais
mostrar apenas seções específicas de
cut arquivos e tem como saída uma cut arq1.txt
um arquivo de texto ou da saída de ou-
coluna vertical.
tros comandos.

Comparar e mostrar as diferen- Mostra a diferença entre os dois


diff diff arq1.txt arq2.txt
ças entre arquivos e diretórios. arquivos.

exit Sair do usuário atual. exit Sair do usuário atual.

166
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO

Exibe o arq1.txt (comando cat no modo


Seleciona uma linha de texto que
grep cat arq1.txt | grep Nishimura type), com destaque para as linhas que
contenha o texto pesquisado.
contenham Nishimura.

id Informa o usuário atual. id Informa o usuário atual.

Permite listar e configurar as in-


Listar todas as interfaces (all)
ifconfig terfaces de rede (placas de rede) ifconfig -a
No Windows, o comando é ipconfig.
conectadas no computador.

init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar

ln Criar links de arquivos. ln texto.txt Cria um atalho para o arquivo texto.txt.

Lista os arquivos e diretórios existentes


ls Listar arquivos e diretórios. ls
no diretório atual.

kill Eliminar um processo em execução. kill 998 Eliminar o processo 998.

Cria o diretório novo, dentro do diretório


mkdir Criar diretório. mkdir /home/novo
/home.

Move o arquivo texto.txt para o diretório


mv texto.txt /home
Mover e renomear arquivos e /home.
mv
diretórios. Renomeia o arquivo texto.txt para novo.
mv texto.txt novo.txt
txt.

passwd Mudar a senha do usuário. passwd Mudar a senha.

Listam os processos em exe-


ps cução, e com o número poderá ps Listar os processos em execução.
eliminar ele com o comando kill.

pwd Exibe o diretório atual. pwd Mostra onde estou.

rm Deletar arquivos. rm teste.txt Apaga o arquivo teste.txt

Remove o diretório novo que está no


rmdir Remover diretórios. rmdir novo
local atual.

sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt Ordena o conteúdo do arquivo arq1.txt

Executar comandos como supe- Executa o comando ps como


sudo sudo ps
rusuário. Válido por 10 min. superusuário

shutdown -r +10 Reinicia em 10 minutos


shutdown Desligar ou reiniciar o computador.
shutdown -h +5 Desliga em 5 minutos

Exibir as últimas linhas de um


tail tail arq1.txt Exibe as 10 últimas linhas de arq1.txt
arquivo.

Cria um arquivo que contém os outros,


tar Empacotar arquivos. tar teste1.txt
sem compactar.

Criar e modificar data do arqui-


Criar o arquivo vazio teste.txt com a data
touch vo. Se o arquivo não existe, ele touch teste.txt
atual.
é criado vazio, com a data atual.

Cria um novo usuário ou atualiza


Criar o usuário fernando, com os arqui-
useradd as informações padrão de um useradd fernando
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

vos definidos em /etc/skel


usuário no sistema Linux.

Entra em modo de visualização e edição


vi Visualizar um arquivo no editor vi teste.txt
do arquivo teste.txt

Tabela — comandos Linux

Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto afirmar
que um sistema é melhor que outro, sendo que eles são equivalentes em funcionalidades.

Prompt de Comandos (Windows) e Console de Comandos (Linux)

A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Windows e Linux exis-
tem diferenças, tanto operacionais como de comandos. Confira um comparativo de comandos entre o Linux e o Windows. 167
LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Espaço em disco df dir
Processos em execução ps
Finalizar processo kill
Qual o diretório atual? pwd cd
Subir um nível cd .. cd..
Diretório raiz cd / cd \
Voltar ao diretório anterior cd —
Diretório pessoal cd ~
Copiar arquivos cp copy
Mover arquivos mv move
Renomear mv ren
Listar arquivos ls dir
Apagar arquivos rm del
Apagar diretórios rm deltree
Criar diretórios mkdir md
Alterar atributos attrib
Alterar permissões chmod
Alterar proprietário (dono) chown
Alterar grupo chgrp
Comparar arquivos e pastas diff comp
Empacotar arquivos tar
Compactar arquivos gzip compact
Alterar a senha passwd
Concatenar, juntar e mostrar cat
Mostrar, visualizar vi type
Pausa na exibição de páginas more ou less more
Interfaces de rede ifconfig ipconfig
Caminho dos pacotes tracert route
Listar todas as conexões netstat arp -a
Apagar a tela clear Cls

Concatenar comandos | |
Direcionar a entrada para um comando < <
Direcionar a saída de um comando > >
Localizar ocorrências dentro do arquivo grep
Exibir as últimas linhas do arquivo tail

Diretório raiz / (barra normal) \ (barra invertida)

Opção de um comando - (sinal de menos) / (barra normal)

Tabela — comparação de comandos Linux com comandos Windows

168
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT
OFFICE E LIBREOFFICE)
MS — WORD2016 OU SUPERIOR

Estrutura Básica dos Documentos

Os documentos produzidos com o editor de textos Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:

z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilhados com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX contêm formatações que serão aplicadas aos novos documentos
criados a partir dele. O modelo é usado para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM (Document Template Macros — modelo de documento com
macros). Os macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) para a automatização
de tarefas;
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo a orientação, o tamanho do papel e margens. As princi-
pais definições estão na guia layout, mas é possível encontrar algumas definições na guia design.
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem usa-
das configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho da página, orientação, cabeçalhos, numeração
de páginas, entre outras, as seções serão usadas.
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com a tecla Enter, contendo formata-
ção independente do parágrafo anterior e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
quebra de linha, a configuração atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos de
formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade, todavia alguns recursos são suspensos. Para usar todos os
recursos da versão atual, é necessário “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão ser editados pelas versões antigas do Office, desde que ins-
tale um pacote de compatibilidade, disponível para download no site da Microsoft.
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft Word, desde a
versão 2013, possui um recurso que permite editar um arquivo PDF como se fosse um documento do Word.
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:

z Faz a gravação automática dos dados editados enquanto o arquivo não tem um nome ou local de armazena-
mento definidos. Depois, se necessário, o usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação dos arquivos em edição que tenham nome e local definidos,
permitindo recuperar as alterações que não tenham sido salvas;
z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento automático”, associado à conta Microsoft, para arma-
zenamento na nuvem Microsoft OneDrive. Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento será realizado;
z O formato de documento RTF (Rich Text Format) é padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e por
ser portável, também poderá ser editado pelo Microsoft Word;

Dica
Em questões de informática, as extensões dos arquivos produzidos pelo usuário costumam ser questionadas
com regularidade.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Ao iniciar a edição de um documento, o modo de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.
O documento será mostrado na tela da mesma forma que será impresso no papel;
z O Modo de Leitura permite visualizar o documento sem outras distrações, como, por exemplo, a Faixa de
Opções com os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida;
z O modo de exibição “Layout da Web” é usado para visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse
publicado na Internet como página web;
z Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
de conteúdo;
z O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos
gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele;
z Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
interface do Microsoft Office; 169
Guia atual
Acesso rápido
Item com listagem

Guias ou abas

Caixa de diálogo do grupo Grupo Ícone com opções

z Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado;
z A Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos, como será mostrado na tabela a seguir:

GUIA GRUPO ITEM ÍCONE

Recortar

Copiar
Área de Transferência
Colar

Página Inicial Pincel de Formatação

Nome da fonte Calibri (Corp

Tamanho da fonte 11
Fonte
Aumentar fonte

Diminuir fonte

Folha de Rosto

Páginas Página em Branco

Quebra de Página

Inserir
Tabelas Tabela

Imagem

Ilustrações Imagens Online

Formas

Importante!
As bancas priorizam o conhecimento do candidato acerca do uso dos recursos para a produção de arquivos
(parte prática dos programas). Nas questões de editores de textos, a produção de documentos formatados
com imagens ilustrativas no formato antes/depois são os assuntos mais abordados.
170
z As guias possuem uma organização lógica sequencial das tarefas que serão realizadas no documento, desde o
início até a visualização do resultado final, como veremos na tabela a seguir:

BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, salvar e enviar
Tarefas iniciais: O início do documento, acesso à área de transferência, formatação de fontes,
Página Inicial
parágrafos e formatação do conteúdo da página
Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe no documento, tabela, ilustrações
Inserir
e instantâneos
Layout da Página Configuração da página: Formatação global do documento e formatação da página
Design Reúne formatação da página e plano de fundo
Referências Índices e acessórios: Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários etc.
Correspondências Mala direta: Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos
Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, comparar, proteger etc.
Exibir Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?

Edição e Formatação de Textos

A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Essas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados por meio das opções da guia referências, que estão disponíveis, no Microsoft
Word, na guia Página Inicial.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “modelo de formata-
ção no texto”, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação. O conteúdo
não será copiado, somente a formatação. Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários
locais até pressionar a tecla Esc ou iniciar uma digitação.

Seleção

Utilizando-se do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, pará-
grafos e até o documento inteiro.

Dica
Assim como no Windows, as operações com mouse e teclado também são questionadas nos programas do
Microsoft Office. Entretanto, por terem conteúdos distintos (textos, planilhas e apresentações de slides), a
seleção poderá ser diferente para algumas ações.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO


- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento
Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor
Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra
Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo
Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha
Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento


- Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início da linha
- Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final da linha
- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início do documento
- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final do documento
Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra
Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local
Botão principal pressionado Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
Seleção vertical, iniciando no local do
Botão principal pressionado Alt Seleção bloco
cursor
171
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco
e apertar Enter, ele criará um texto “aleatório” com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Nele, você poderá
praticar à vontade.

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Rodapé3.
Poderá ser igual em toda a extensão do documento, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente e verso),
mesmo que a seção anterior, diferente para cada seção do documento, não aparecer na primeira página, entre
várias opções de personalização.
Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como tabelas e ilustrações.
A formatação de cabeçalho e rodapé, é diferente entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft Word o
cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colunas. No Microsoft PowerPoint... depende, podendo ter 2 ou 3 colunas.
A numeração de páginas poderá ser inserida no cabeçalho e/ou rodapé.

(Digite aqui)

(Digite aqui) (Digite aqui) (Digite aqui)

Parágrafos — Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter. Um parágrafo poderá ter diferentes for-
matações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números ou algarismos romanos ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha —


apenas a primeira linha será deslocada
em relação à margem
Margem esquerda Margem direita

Recuo deslocamento — as linhas serão


Recuo esquerdo — todas as linhas deslocadas em relação à margem
serão deslocadas em relação esquerda, exceto a primeira linha Recuo direito — todas as linhas
à margem esquerda serão deslocadas em relação
à margem direita

3 O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
172 (no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda)
Os editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns exemplos:

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR


MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Quebra de Parágrafo — muda de parágrafo e pode


Enter -
mudar a formatação.

Quebra de Linha — muda de linha e mantém a for-


Shift+Enter -
matação atual.

Quebra de página — muda de página, no local atual


do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Páginas,
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
ícone Quebra de Página, e na guia Layout, grupo
Configurar Página, ícone Quebras.

Quebra de coluna — indica que o texto continua na


Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras.

Separador de Estilo — usado para modificar o estilo


Ctrl+Alt+ Enter -
no documento.

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-


TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

Espaço Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Fontes — Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows e aparecem para todos os
programas do computador.
As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial. 173
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Para facilitar o acesso a essas fontes, o atalho de teclado é: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Vejamos, agora, alguns atalhos de teclado:

z Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo teclado com Ctrl+Shift+<
para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte;
z Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e
sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 — atalho Ctrl+Shift+mais)

A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.

“Concorrentes entre si” significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simulta-
neamente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito.
Por sua vez, Sombra é um efeito independente, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos
Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devendo ser individuais.
Para finalizar esse assunto, temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas se comporta como efeito dentro
de si mesmo. Temos, então, Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem
considerar os espaços entre as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
As questões sobre Fontes são práticas. Portanto, se puder praticar no seu computador, será melhor para a
memorização do tema. As questões são independentes da versão, portanto, você poderá usar o Word 2007 ou
Word 365 para testar as questões de Word 2016.

Colunas

O documento inicia com uma única coluna. Em Layout da Página podemos escolher outra configuração, além
de definir opções de personalização.
As colunas poderão ser definidas para a seção atual (divisão de formatação dentro do documento) ou para o
documento inteiro. Assim como os cadernos de provas de concursos, que possuem duas colunas, é possível inserir
uma “Linha entre colunas”, separando-as ao longo da página.

174
Marcadores Simbólicos e Numéricos

• Usados por parágrafos, apresentam símbolos no início de cada, do lado esquerdo;


o Podem ser círculos preenchidos (linha acima), ou círculos vazios, como este;
 Outra forma de apresentação são os quadrados, ou então...
O desenho do Office;
 Um símbolo neutro;
 Setas;
 Check ou qualquer símbolo que o usuário deseja personalizar.

Biblioteca de Marcadores

Nenhum

Marcadores de Documento

Alterar Nível de Lista

Definir Novo Marcador...

Ao pressionar duas vezes “Enter”, sairá da formatação dos marcadores simbólicos, retornando ao Normal.
Os marcadores numéricos são semelhantes aos marcadores simbólicos, mas com números, letras ou algaris-
mos romanos. Podem ser combinados com os Recuos de parágrafos, surgindo o formato Múltiplos Níveis.

NÚMEROS LETRAS ROMANOS MÚLTIPLOS NÍVEIS


1. Exemplo a. Exemplo i. Exemplo 1) Exemplo
2. Exemplo b. Exemplo ii. Exemplo a) Exemplo
3. Exemplo c. Exemplo iii. Exemplo 2) Exemplo
4. Exemplo d. Exemplo iv. Exemplo a) Exemplo

Para trabalhar com a formatação de marcadores Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla “TAB” para
aumentar o recuo, passando os itens do primeiro nível para o segundo nível. E também pelo ícone “Aumentar
recuo”, presente na guia Página Inicial, grupo Parágrafo. Usando a régua, pode-se aumentar o recuo também.

Dica
Ao teclar “Enter” em uma linha com marcador ou numeração, mas sem conteúdo, você sai do recurso, voltan-
do à configuração normal do parágrafo. Se forem listas numeradas, itens excluídos dela provocam a renume-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ração dos demais itens.

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, podendo conter, também, fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma plani-
lha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, Enter (parágrafo) ou outro específico.

175
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente esses
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.

Confira, na tabela a seguir, algumas das diferenças do Word para o Excel.

WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Em inglês, com referências direcionais
Tabela, Fórmulas Em português, com referências posicionais =SOMA(A1:A5)
=SUM(ABOVE)
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha
Shift+Enter Alt+Enter
manual
Pincel de Copia apenas a primeira formatação da
Copia várias formatações diferentes
Formatação origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual

176 Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual


WORD EXCEL
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na célula
Shift+Enter Quebra de linha manual
acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

Impressão

Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a impres-
são permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do Painel
de Controle.
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades), quais serão as páginas (números separados com ponto e
vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
seção específica, e com a letra p uma página específica).
Havendo a possibilidade, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso automático, ou manual.
O agrupamento das páginas permite que várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto Desagrupado, as
páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisagem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser escolhidas no
momento da impressão, ou antes, na guia Layout da Página. A última opção em Imprimir possibilita a impressão
de miniaturas de páginas (várias páginas por folha) em uma única folha de papel.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

177
Controle de Quebras e Numeração de Páginas

As quebras são divisões e podem ser do tipo Página ou de Seção.


Além disso, elas podem ser automáticas, como quando formatamos um texto em colunas, todavia, elas tam-
bém podem ser manuais, como Ctrl+Enter para quebra de página, Shift+Enter para quebra de linha, Ctrl+Shif-
t+Enter para quebra de coluna, e outras.

Dica
Se envolve configurações diferentes, temos Quebras.
Cabeçalhos diferentes = quebras inseridas. Colunas diferentes = quebras inseridas. Tamanho de página dife-
rente = quebra inserida.

Numeração de Páginas

Disponível na guia Inserir, permite que um número seja apresentado na página, informando a sua numeração
em relação ao documento.
Combinado com o uso das seções, a numeração de página pode ser diferente em formatação a cada seção do
documento, como no caso de um TCC.

178
Conforme observado na imagem acima, o número de página poderá ser inserido no Início da Página (cabeça-
lho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas margens da página, e na posição atual do cursor.

Legendas

Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em Figuras
(que inclui Ilustrações) ou Tabelas.
Disponível na guia Referências (índices), as legendas podem ser inseridas na configuração padrão ou persona-
lizadas. Depois, podemos criar um índice específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências, no Word, encontramos o ícone “Referência Cruzada”. Em
alguns textos, é preciso citar o conteúdo de outro local do documento. Assim, ao criar uma referência cruzada, o
usuário poderá ir para o local desejado pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que estava antes.

Índices

Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.


Os índices podem ser construídos a partir dos Estilos usados na formatação do texto ou posteriormente, por
meio da adição de itens manualmente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Sumário: principal índice do documento;


z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões;
z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

179
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá “Adicionar Texto” no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.

Dica
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolve
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizada pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

Inserção de Objetos

Disponíveis na guia Inserir, os objetos que poderiam ser inseridos no documento estão organizados em categorias:

z Páginas: objetos em forma de página, como a capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma Quebra de
Página (divisão forçada, quebra de página manual, atalho Ctrl+Enter);
z Tabela: conforme comentado anteriormente, organizam os textos em células, linhas e colunas;
z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador), ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geométricas),
SmartArt (diagramas), Gráfico e Instantâneo (cópia de tela ou parte da janela).

Na sequência dos objetos para serem inseridos em um documento, encontramos:

z Links: indicado para acessar a Internet via navegador ou acionar o programa de e-mail ou criação de referên-
cia cruzada;
z Cabeçalho e Rodapé;
z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Partes Rápidas (com organizador de elementos do documen-
to), WordArt (que são palavras com efeitos), Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo com destaque),
Linha de Assinatura (que não é uma assinatura digital válida, dependendo de compra via Office Marketplace),
Data e Hora, ou qualquer outro Objeto, desde que instalado no computador;
z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos especiais.

Campos Predefinidos

Esses campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como Data e Hora, Objeto e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para automação de documento, data e hora, equações e
fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração, vínculos
180 e referências.
Caixas de Texto

Possibilita a inserção de caixas de textos pré-formatadas, ou desenhar no documento, aceitando configurações


de direção de texto (semelhante a uma tabela) e também configurações de bordas e sombreamento, semelhante
a uma Forma.
Qualquer forma geométrica composta poderá ser caixa de texto.
Uma nova guia de opções será apresentada após a última, denominada Ferramentas de Caixa de Texto, permi-
tindo Formatar os elementos de Texto e do conteúdo da Caixa de Texto.
Nas opções disponibilizadas, será possível controlar o texto (direção do texto), definir estilos de caixa de texto
(preenchimento da forma, contorno da forma, alterar forma, estilos predefinidos), efeitos de sombra e efeitos 3D.

Nova Concursos

Atalhos de Teclado — Word 2016 ou Superior

ATALHO AÇÃO
Ctrl+A Abrir: carrega um arquivo da memória permanente para a memória RAM

Salvar: grava o documento com o nome atual, substituindo o anterior. Caso não tenha nome, será
Ctrl+B
mostrado “Salvar como”

Ctrl+C Copiar: o texto selecionado será copiado para a Área de Transferência

Ctrl+D Formatar Fonte


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ctrl+E Centralizar: alinhamento de texto entre as margens

Ctrl+F Limpar formatação do parágrafo.

Ctrl+G Alinhar à direita: alinhamento de texto na margem direita

Ctrl+I Estilo Itálico

Ctrl+J Justificar: alinhamento do texto distribuído uniformemente entre as margens esquerda e direita

Ctrl+L Localizar: procurar uma ocorrência no documento

Ctrl+M Aumentar recuo

Ctrl+N Estilo Negrito


181
ATALHO AÇÃO
Ctrl+O Novo documento

Ctrl+P Impressão rápida (imprimir na impressora padrão)

Ctrl+Q Alinhar à esquerda: alinhamento de texto na margem esquerda

Ctrl+R Refazer

Ctrl+S Estilo Sublinhado simples

Ctrl+Shift+ > Aumentar o tamanho da fonte

Ctrl+Shift+ < Reduzir o tamanho da fonte

Pincel de Formatação: para copiar a formatação de um local e aplicá-la a outro, seja no mesmo
Ctrl+Shift+C
documento ou outro aberto. Para colar a formatação copiada, use Ctrl+Shift+V

Ctrl e = Formatação de Fonte = Subscrito

Ctrl e Shift e + Formatação de Fonte = Sobrescrito

Ctrl+T Selecionar tudo: seleciona todos os itens

Ctrl+U Substituir: procurar uma ocorrência e trocar por outra

Ctrl+V Colar: o conteúdo da Área de Transferência é inserido no local do cursor

Ctrl+X Recortar: o selecionado será movido para a Área de Transferência

Ctrl+Z Desfazer

F1 Ajuda

F5 Ir para (navegador de páginas, seção etc)

F7 Verificar ortografia e gramática: procurar por erros ou excesso de digitação no texto

Shift+F1 Revelar formatação

Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas

LIBREOFFICE WRITER

A interface da versão 6 é mais “leve” que a interface da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um fundo
cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais programas do pacote, permitindo a inserção de fórmulas
avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em uma tabela do documento de textos, por exemplo.
O LibreOffice Writer grava documentos com a extensão ODT, mas também poderá gravar em outros formatos
como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos que são gravados pelo programa, também poderão ser abertos por ele.

Importante!
O que você faz no Word, você faz no Writer. Quase tudo tem correspondente entre os aplicativos. Alguns
atalhos de teclado são diferentes, alguns nomes de comandos são diferentes, mas a maioria dos itens são
iguais.

O botão abc é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográfi-
ca o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento
segundo as configurações predeterminadas pelo editor de textos Writer.
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma pala-
vra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já
a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no
início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscu-
la), acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,
definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.

182
Estrutura Básica dos Documentos

Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Micro-
soft Word e conceitos:

z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os
Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documen-
tos criados a partir dele.
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu
Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.

A4

z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem
usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho etc., as seções serão usadas. Disponível no
menu Inserir, item Seção.
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação indepen-
dente do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte.
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha.
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc. Podemos definir a formatação
do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Texto.
A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.

Edição e Formatação de Textos

A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos esses recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração
aplicada.

Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New,
Verdana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico (ata-
lho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U — Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado Ctrl+D
— Double, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado
(riscado simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em
km2 — atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado
de palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Forma-
tar, Texto. Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
183
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P Exemplo de Texto

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B Exemplo de Texto

Sombra - - Exemplo de Texto

Contorno - - Exemplo de Texto

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto

Maiúsculas EXEMPLO DE TEXTO

Minúsculas exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto

Versalete - Ctrl+Shift+K - EXEMPLO DE TEXTO

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

Realce de Texto - - Exemplo de Texto

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de Teclado dos Editores de Textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por essa já estar sendo usada em outra
situação. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
184
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D 4
Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G5 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J 6
Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador

Ctrl+L7 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

Ctrl+M Aumentar recuo8 Limpar formatação direta Ctrl+\

Ctrl+N 9
Negrito Novo documento (New) -

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)

Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -

Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando

Ctrl+igual10 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação

Shift+F311 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -

Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.

No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador, que permite a navegação para:

z Página;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Títulos;
z Tabelas;

4 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
5 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
6 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
7 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
8 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
9 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
10 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
11 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 185
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta;

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de
uso de 4 cliques na seleção. Confira:

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+A Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Selecionar a frase

Botão principal - 4 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.

Inserir

Cabeçalho e rodapé Cabeçalho

Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO

Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar,
Arquivo
imprimir, propriedades).

Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecio-
Editar
nar) e área de transferência do Windows/Linux,

Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
Exibir
interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom

186
MENU SIGNIFICADO

Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos
gráficos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé.

Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numera-
Formatar
ção, tabulações etc. Permite alterar elementos editáveis do documento.

Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser
Estilos
organizadas em um índice.

Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida.

Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de


Formulários
dados padronizados.

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os próxi-


Ferramentas
mos arquivos editados pelo aplicativo.

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos em edição.

Impressão

Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
duais, separadas por traço uma sequência de páginas).

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.

MS-EXCEL 2016 OU SUPERIOR

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
187
O Microsoft 365 é o pacote de aplicações para escritório que possui a versão online acessada pelo navegador de
Internet e a versão de instalação no dispositivo. O Microsoft 365, ou Office 365 como era nomeado até pouco tempo
atrás, é uma modalidade de aquisição da licença de uso mediante pagamentos recorrentes. O usuário assina o ser-
viço, disponibilizado na nuvem da Microsoft, e enquanto perdurarem os pagamentos, poderá utilizar o software.

Importante!
As planilhas de cálculos não são bancos de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do
pacote Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas
em registros, separados em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.

Guias — Excel

BOTÃO/GUIA LEMBRETE

Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar

Tarefas iniciais: O início do trabalho, acesso à Área de Transferência (Colar Especial), formatação
Página Inicial
de fontes, células, estilos etc.

Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe. Tabela, Ilustrações, Instantâneos,
Inserir
Gráficos, Minigráficos, Símbolos etc.

Layout da
Configuração da página: Formatação global da planilha, formatação da página
Página

Funções: Permite acesso a biblioteca de funções, gerenciamento de nomes, auditoria de fórmu-


Fórmulas
las e controle dos cálculos

Informações na planilha: Possibilitam obter dados externos, classificar e filtrar, além de outras
Dados
ferramentas de dados

Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, proteger etc.

Exibição Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?

Atalhos de teclado — Excel

Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctrl+I para itálico, entre outros) são os mesmos do Word.

ATALHO AÇÃO ÍCONE

Ctrl+1 Formatar células

CTRL+PgDn Alterna entre guias da planilha, da direita para a esquerda

CTRL+PgUp Alterna entre guias da planilha, da esquerda para a direita

Ctrl+R Repetir o conteúdo da célula que está à esquerda

Ctrl+G Ir Para (o mesmo que F5) tanto no Word como Excel

Ctrl+J Mostrar fórmulas (guia Fórmulas, grupo Auditoria)

F2 Edita o conteúdo da célula atual

F4 Refazer

F9 Calcular planilha manualmente

188
MS-Excel - Estrutura Básica das Planilhas

A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser impressa em sua totalidade, ou apenas áreas definidas pela
Área de Impressão, ou a seleção de uma área de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou toda a pasta
de trabalho.
Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha com duas informações em cada célula: dados reais e dados formatados.
Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, poderá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calculou e
resultou em 5 (como =10/2)

Conceitos de Células, Linhas, Colunas, Pastas e Gráficos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;

Barra de Acesso Rápido Coluna


Barra de Fórmulas
Faixa de
Opções

Célula
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Linha

z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas (nomea-
das de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas);
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado, mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências); 189
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante;

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar: Une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula;
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: Mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: Mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: Desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráfico

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.

Formatos de Números, Disponível na Guia Página Inicial


Geral
123 Sem formato especifico
Número
12 4,00
Moeda
R$4,00

Contábil
R$4,00

Data Abreviada
04/01/1900
Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
Hora
00:00:00
Porcentagem
400,00%

1 Fração
2 4
Científico
102 4,00E+00
Texto
190 ab 4
Dica
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
plo, na verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.

Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si, mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é “justificado” e o símbolo de R$ fica posicionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.

Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00

O ícone é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)

VALOR FORMATO PORCENTAGEM % PORCENTAGEM E 2 CASAS % ,0 0


ß,0

1 100% 100,00%

0,5 50% 50,00%

2 200% 200,00%

100 10000% 10000,00%

0,004 0% 0,40%

O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.

VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000

1500 R$1.500,00 1.500,00

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

1 R$1,00 1,00

400 R$400,00 400,00

27568 R$27.568,00 27.568,00

,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar
casas decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para cima
ou para baixo, ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED, para arredondar.

Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado. Nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.

191
OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 — 5 Subtrai 5 do valor 20

* (asterisco) Multiplicação =5*4 Multiplica 5 (multiplicando) por 4 (multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

% (percentual) Percentual = 20% Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por 100

Exponenciação Cálculo Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) =3^2=8^(1/3)
de raízes Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) parênteses;
z ^ exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - adição (função SOMA) ou subtração.

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?

z Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos);


z Identificar a simbologia básica do Excel (informática);
z Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática);
z Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico).

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então, mostre 15,


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
senão, mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então, mostre 20,


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
senão, mostre 40

Maior ou Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então,


>= (maior ou igual) = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 )
igual a mostre 5, senão, mostre 1

Menor ou Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então, mos-


<= (menor ou igual) = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 )
igual a tre 11, senão, mostre 23

Se o valor de A1 for diferente de 1, então, mostre


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
100, senão, mostre 8

Se o valor de A1 for igual a 2, então, mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )
senão, mostre 50

Princípios dos Operadores Relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=

OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

=$A1 Trava a célula na coluna A


$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará
192
OPERADORES DE REFERÊNCIA

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
Planilha2

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do


=’C:\FernandoNishimura\
‘ (apóstrofo) Caminho Excel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 );
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.

Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Início de fórmu- = 15 + 3 Faz a soma de 15 e 3


= (igual) la, função ou = SOMA ( 15 ; 3 ) Compara o valor de A1 com 5, e caso seja verda-
comparação =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 ) deiro, mostra 10, caso seja falso, mostra 11

Identifica uma
= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador
função ou os valo-
( ) parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1
res de uma opera-
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2
ção prioritária

; (ponto e Separador de A função SE tem 3 partes, e estas estão separa-


=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
vírgula) argumentos das por ponto e vírgula

Executa uma operação sobre as células em co-


Espaço Intersecção =SOMA(F4:H8 H6:K10)
mum nos intervalos

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Nova


“ (aspas duplas) Texto exato = “Nova”
Se usado em testes, é “igual a”

Exibe os zeros não significativos, 0001 como


‘ (apóstrofo) Número como texto ‘0001
texto (ex: placa de carro)

= “Nova”&” Exibe “Nova Concursos” (sem as aspas), o resul-


& (“E” comercial) Concatenar
Concursos” tado da junção dos textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &. 193
CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Função Operação Exemplos

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a


=CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros
de digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas
de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

z #DIV/0! indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;


z #NOME? indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece;
z #NULO! a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
z #NUM! a fórmula apresenta um valor numérico inválido;
z #REF! indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
z #VALOR! indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;
z ##### indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.

Uso de Fórmulas, Funções e Macros — Funções Básicas

z SOMA(valores): realiza a operação de soma nas células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3;
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5;
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3;
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz “triangulação”, operando
apenas áreas quadrangulares;
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3;
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.

z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.

A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado):


=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15;
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.

z MÉDIA(valores): realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.

z MED(valores): informa a mediana de uma série de valores.

Mediana é o “valor no meio”. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados
e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, os valores (5,6,9,3,4) ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
194
meio. Por exemplo, os valores (2,13,4,10,8,1) ordena- menor que zero, só poderia ser maior do que zero, e a
dos são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
usado somente no início da digitação da célula.
z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das célu- As funções CONT são usadas para informar a quanti-
las selecionadas. dade de células, que atendem às condições especificadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- números;
nas um será mostrado. z CONT.VALORES: quantidade de células que estão
preenchidas;
z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas;
z CONT.SE: quantidade de células que atendem à
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica;
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
las A1 até D6. várias condições simultaneamente.

z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu- „ CONT.VALORES(células): esta função conta
las selecionadas. todas as células em um intervalo, exceto as
células vazias.
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
área de A1 até D6. =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
contagem, informando quantas células estão preen-
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de chidas com valores, quaisquer valores.
uma série, segundo o argumento apresentado.
„ CONT.NÚM (células): conta todas as células
Valores iguais ocupam posições diferentes. em um intervalo, exceto células vazias e célu-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas cé- las com texto.
lulas A1 até D6.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
outro caso seja falso. „ CONT.SE(células;condição): Esta função conta
quantas vezes aparece um determinado valor
Esta função é muito solicitada em todas as bancas. (número ou texto) em um intervalo de células
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na (o usuário tem que indicar qual é o critério a
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na ser contado)
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na última
parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais se- =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
rão realizadas as duas operações, somente uma delas, tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
segundo o resultado do teste. do o valor 5.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- „ CONT.SES(células1;condição1;células2;con-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para dição2): Esta função conta quantas vezes apa-
textos literais. rece um determinado valor (número ou texto)
em um intervalo de células (o usuário tem que
„ =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor indicar qual é o critério a ser contado), aten-
da célula A1 não é 10”) dendo a todas as condições especificadas.
„ =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
valor não é negativo”) =CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
„ =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
valor não é positivo”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

É possível encadear funções, ampliando as áreas o valor 7.


de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. „ CONTAR.VAZIO (células): conta as células
vazias de um intervalo.
„ =SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor
é negativo”;”Valor é positivo”)) =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8.
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
exibe a mensagem e finaliza a função, mas se não for „ SOMASE(células para testar;teste;células para
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo somar)
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
rando a função. Por fim, se não é igual a zero, e não é Efetua um teste nas células especificadas, e soma
as correspondentes nas células para somar.
195
Os intervalos de teste e de soma podem ser os Junta os textos especificados em um intervalo de
mesmos. células para uma nova sequência.

=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores =CONCAT(A1:A5) junta o conteúdo das células A1


de A1 até A10 que sejam maiores que 6. até A5 em uma nova célula. Esta função não funciona
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores nas versões antigas do Office.
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
menores que 3. „ NÚM.CARACT(célula)

„ SOMASES (células para somar; células1; Informa a quantidade de caracteres existentes em


teste1;células2;teste2) uma célula.
Datas contém 5 caracteres, pois o Microsoft Excel
Verifica as células que atendem aos testes e soma armazena datas como números.
as células correspondentes.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os =NÚM.CARACT(“Nova Concursos”) resultado 14
mesmos. =NÚM.CARACT(HOJE()) resultado 5 (a função HOJE
retorna a data de hoje registrada no computador)
„ MÉDIASE(células para testar; teste; células =NÚM.CARACT(AGORA()) resultado 15 (a função
para calcular a média) AGORA retorna a data de hoje registrada no computa-
dor e a hora atual, como 01/08/2021 09:51)
Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
a média das células correspondentes. „ INT(valor)
Os intervalos de teste e de média podem ser os
mesmos. Extrai a parte inteira de um número.

„ PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; =INT(PI()) parte inteira do valor de PI — valor


núm_índice_coluna; [intervalo_pesquisa]) 3,14159 exibe 3.

A função PROCV é utilizada para localizar o va- „ TRUNCAR(valor;casas decimais)


lor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando
encontrar, retornar a enésima coluna informada em Exibe um número com a quantidade de casas deci-
núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA- mais, sem arredondar.
DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V). =TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas
Por exemplo: =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) decimais — valor 3,14159 exibe 3,141.
e =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
A função PROCV é um membro das funções de pes- „ ARRED(valor;casas decimais)
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
Use a função TIRAR ou a função ARRUMAR para Exibe um número com a quantidade de casas deci-
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela. mais, arredondando para cima ou para baixo.

„ ESQUERDA(texto;quantidade) =ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas de-


cimais — valor 3,14159 exibe 3,142.
Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade
de caracteres especificados, a partir do início (esquerda). „ HOJE() Exibe a data atual do computador;
„ AGORA() Exibe a data e hora atuais do
=ESQUERDA(“Nova Concursos”;8) exibe “Nova” computador;
„ DIREITA(texto;quantidade) „ DIA(data)Extrai o número do dia de uma data;
„ MÊS(data) Extrai o número do mês de uma
Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade data;
de caracteres especificados, a partir do final. „ ANO(data) Extrai o número do ano de uma
data;
=DIREITA(“Nova Concursos”;7) exibe “Concursos”. „ DIAS(data1;data2) Informa a diferença em
dias entre duas datas;
„ CONCATENAR(texto1;texto2; ... ) „ DIAS360(data1;data2) Informa a diferença
em dias entre duas datas (ano contábil, de 360
Junta os textos especificados em uma nova sequência. dias);
Esta função foi mantida por compatibilidade com „ POTÊNCIA(base;expoente).
as versões anteriores. Ela concatena apenas células
individuais. Eleva um número (base) ao expoente informado.

=CONCATENAR(“Apostila “;”Nova “;”Concursos”) =POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2 · 2 · 2 · 2 = 16


exibe “Apostila Nova Concursos”.
„ MULT(número;número;número; ... ) Multipli-
196 „ CONCAT(intervalo) ca os números informados nos argumentos.
FUNÇÕES LÓGICAS

Retorna VERDADEIRO se todos os seus argumentos forem


E (Função E)
VERDADEIROS

OU (Função OU) Retorna VERDADEIRO se um dos argumentos for VERDADEIRO

NÃO (Função NÃO) Inverte o valor lógico do argumento

FALSO (Função FALSO) Retorna o valor lógico FALSO

VERDADEIRO (Função VERDADEIRO) Retorna o valor lógico VERDADEIRO

Retornará um valor que você especifica se uma fórmula for avaliada


SEERRO (Função SEERRO)
para um erro; do contrário, retornará o resultado da fórmula

Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste material, não é verdade? Existem milhares de funções no Micro-
soft Excel e LibreOffice Calc. Em concursos públicos, essas são as mais questionadas.

IMPRESSÃO

A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item que o Excel oferece que é exclusiva, a possibilidade de imprimir os títulos das colunas e linhas,
fazendo com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P), temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber em
uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão na tela.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

197
INSERÇÃO DE OBJETOS

A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.

A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados
no Excel.

Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.

Gráficos

Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
“comuns” ou gráficos dinâmicos.
Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas, são construídos com dados existentes em uma ou
várias pastas de trabalho, associando e agrupando informações para a produção de relatórios completos.

z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e 3D.

198
z Os gráficos de Linhas representam valores com z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de jam organizados em preço na alta, preço na baixa
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
100% Empilhada com Marcadores e 3D. de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z Os gráficos de Pizza representam valores propor-


cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon- z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas. Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-


z Os gráficos de Área representam dados de forma lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
semelhante ao gráfico de Linhas, mas com preen- Radar, Radar com Marcadores e Radar Preenchido.
chimento até a base (eixo X). São opções dos grá-
ficos de Área: Área, Área Empilhada, Área 100%
Empilhada, Área 3D, Área 3D Empilhada e Área 3D
100% Empilhada.
z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-
trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar- z O gráfico do tipo Explosão Solar assemelha-se ao
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D. ro da série de dados.

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para


séries de valores com evolução, como idades da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-


grama: Histograma e Pareto.

z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de


z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa
ção de valores.
Coroplético.

199
z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.

z O gráfico do tipo Funil alinha os valores em ordem decrescente.

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de
dados. São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha
no Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.

Campos Predefinidos

Semelhantemente ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na
planilha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.
Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos.
Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas, é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão divididos em 3 partes.

Controle de Quebras e Numeração de Páginas

O Excel é mais simples em relação ao Word, quando o assunto são as Quebras.

E para habilitar esta visualização, basta ativar o item na guia Exibição.

200
A numeração de páginas está associada ao Cabeçalho e Rodapé.

Obtenção de Dados Externos

O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes
de outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo “Obter Dados Externos”, apesar de figurar no edital de alguns
concursos, nunca foi questionado em provas de Noções de Informática, tanto nível médio como nível superior.

De Arquivo

Da Pasta de Trabalho De JSON

De Text/CSV Da Pasta

Do XML Da Pasta SharePoint

De banco de dados

Do Banco de Dados SQL Server


Do Banco de Dados MySQL
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Do Banco de Dados do Microsoft Access


Do Banco de Dados PostgreSQL
Do Analysis Services

Do Banco de Dados do SQL Server Do Banco de Dados Sybase


Analysis Services(Importar)

Do Banco de Dados do Oracle Do Banco de Dados Teradata

Do Banco de Dados IBM DB2


De um Banco de Dados SAP HANA
201
Do Azure

Do Banco de Dados SQL do Azure Do Armazenamento de Blob do Azure

Do SQL Data Warehouse do Azure Do Armazenamento de Tabela do Azure

Do Azure HD Insight (HDFS) Do Azure Data Lake Store

De serviços online

Da Lista Online do SharePoint Do Facebook

Do Microsoft Exchange Online De Objetos do Salesforce

De Relatórios do Salesforce
Do Dynamics 365 (online)

De outras fontes

Da Tabela/Intervalo Do Active Directory

Do Web Do Microsoft Exchange

Do Microsoft Query Do ODBC

De OLEDB
Da Lista do SharePoint

Do Feed OData Consulta Em Branco

Do Arquivo do Hadoop(HDFS)

Classificação de Dados

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou
mais colunas. Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por
formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de classificação
é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por linhas.
Disponível na guia Dados e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
202 por uma coluna sem afetar as demais.
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS

A classificação de dados alfanuméricos poderá se “Classificar de A a Z” em


Classificar texto ordem crescente, ou “Classificar de Z a A” em ordem decrescente. É possível
diferenciar letras maiúsculas e minúsculas.

Quando a coluna possui números, podemos “Classificar do menor para o maior”


Classificar números
ou “Classificar do maior para o menor”

Se houver datas ou horas, podemos “Classificar da mais antiga para a mais nova”
Classificar datas ou horas
ou “Classificar da mais nova para a mais antiga”

Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de células ou


Classificar por cor de célula, cor de uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, poderá classificar por es-
fonte ou ícones sas cores. Também será possível classificar por um conjunto de ícones criados
ao aplicar uma formatação condicional

Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa

Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em Classifi-


Classificar linhas
car da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK

Classificar por mais de uma


Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para ordenação
coluna ou linha

Classificar uma coluna em um


Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o item “Con-
intervalo de células sem afetar as
tinuar com a seleção atual”
demais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.

203
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia A formatação Condicional permite exibir célu-
com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas las de diferentes cores e padrões, segundo condições
na parte inferior da tela de visualização. Cada planilha estipuladas. Por exemplo, quando desejamos que os
é independente das demais, e usamos o sinal de ponto números negativos sejam vermelhos e os positivos em
final para referenciar dados em outras planilhas. azul, é um caso.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de
A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui
Formatar
1024 colunas). As linhas são numeradas com números,
de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Micro-
soft Excel. Entretanto, isso não significa que ele seja
melhor ou pior. Cuidado com as comparações. Quan-
do a banca sugere uma comparação, menosprezando
um dos itens, geralmente está errado.

Conceitos Básicos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encon-


Condiconal
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com
a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomea-
Geranciar...
das com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, nume-
radas com números;
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma
folha de dados. Writer representa com (ponto final).
z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as
planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de
memória RAM disponível, nomeadas como Planilha A formatação condicional pode apresentar visual-
1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS; mente as diferenças existentes nos dados da planilha
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em
célula, permite que um valor seja copiado na direção provas.
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número,
ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência Simbologia Específica
será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência
com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos z Coluna+Linha formato de referência de cada célu-
meses, estas opções criam listas predefinidas; la da planilha. Colunas com letras, linhas com
números. O formato de referência é idêntico no
Excel e Calc.
Exemplo: A1 — coluna A, linha 1, célula A1.

z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou


faz uma comparação dentro de um teste.
Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2.
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) — efetua um
teste e exibe uma mensagem.
z Mesclar células: significa simplesmente juntar. O
LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/
forma como as células serão mescladas. Ao clicar função.
no ícone na barra de ferramentas, a caixa de diálo- Exemplo: +A1+A2 — efetua a soma do valor em A1
go “Mesclar células” será exibida. com o valor em A2.

A célula pode receber diferentes formatações, z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/
especialmente na exibição de valores numéricos. Para função com inversão de resultado.
a exibição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A Exemplo: -A1+A2 — efetua a soma do valor em A1
formação de células, linhas e colunas possibilita defi- com o valor em A2, invertendo o resultado.
nir bordas, sombreamento, e padrões que serão apli-
cados a estas. z * (asterisco) multiplicação.
Uma opção muito utilizada no Calc, e também no Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor
Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande em A1 pelo valor em A2.
(muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e
podemos marcar o intervalo (Definir) que será consi- z / (barra “normal”) divisão.
derado na impressão. Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1
pelo valor em A2.
204
z ^ (acento circunflexo) Exponenciação. Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”-
Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do São iguais”) — separando os três argumentos da
valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2. função.
=SOMA(A1;B2;C3;D4) — separando os quatro argu-
z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o mentos que serão somados.
valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu-
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de
resultado (por cento, por 100). faixa de células.
Exemplo: = SOMA(A1:C3) — efetua a soma dos
z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne valores na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1,
dois ou mais valores em uma única sequência. B2, B3, C1 e C2.
Exemplo:
=”Fernando”&”Nishimura” z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
=15&30 Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
Fernando Nishimura iguais”) — as mensagens são exibidas como digitadas.
1530
z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
z . (ponto final) Significa Planilha. formando a referência relativa em referência mista
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 — efetua ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
valor de A2 que está em Planilha2. Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
=$Planilha2.C17+10 — trava a referência para a
Importante! Planilha2.

Uma das poucas diferenças existentes entre o z # (sinal de sustenido — iniciando uma mensagem,
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma apenas um) Erro.
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final. Mensagens de Erros

Veja a seguir os erros mais comuns que podem


z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes, ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
para comparação.
Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) — z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-
efetua um teste e exibe uma mensagem. trar o conteúdo;
z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
para comparação. valo de valores definido;
Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
— efetua um teste e exibe uma mensagem. resulta em um valor que não corresponde à sua
definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, la contém um texto em vez de um número;
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
para comparação. fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2 lha que contém uma célula referenciada;
é maior que A1”) — teste e exibe uma mensagem. z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
possível avaliar um identificador, por exemplo,
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, não foi possível encontrar uma referência válida,
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
para comparação. na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a reto, suplemento não encontrado;
A2”;”A2 é menor que A1”) — teste e exibe uma z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
mensagem. de divisão / quando o denominador é 0.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti- Funções Básicas


vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o
símbolo ≠ Usado em testes, para comparação. z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São células selecionadas.
iguais”) — teste e exibe uma mensagem.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores, tentes nas células A1, A2 e A3.
expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel =SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na tentes nas células A1 até A5
matemática, apenas parênteses. =SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
função ou separador de células em uma referência. tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz “trian-
Pode significar E em uma referência de valores. gulação”, operando apenas áreas quadrangulares. 205
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
A1 com B1 e C1 até C3. na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 caso seja falso.
com 3 e o valor A1 duas vezes.
z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas
z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação as células em um intervalo, exceto as células vazias.
de soma nas células selecionadas, se uma condição
for atendida. =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
contagem, informando quantas células estão preen-
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo-
chidas com valores, quaisquer valores.
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sinta-
um intervalo, exceto células vazias e células com
xe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja
texto.
somado).
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
z MEDIA (valores) : realiza a operação de média intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan-
tas vezes aparece um determinado valor (número ou
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
indicar qual é o critério a ser contado)
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
vazias não entram no cálculo da média. tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
do o valor 5.
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A
mediana é o valor que está “no meio” dos valores z TEXTO (células;formato) : exibe um valor numéri-
ordenados informados co no formato especificado por uma máscara.

=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,


portanto, 007

z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : per-


mite trocar no texto informado, iniciando na posi-
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.
=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6,
=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o
2 e 1? É o 2.
“José” por “João”
=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2
até C2? (6+2+1)/3 = 3.
z PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_
z MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das célu- índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
las selecionadas.
A função PROCV é utilizada para localizar o
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- encontrar, retornar a enésima coluna informada em
nas um será mostrado. núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA-
DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
z MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).
uma série, segundo o argumento apresentado. Por exemplo:

=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e


las A1 até D6. =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)

z MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das célu- A função PROCV é um membro das funções de pes-
las selecionadas. quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro-
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior
área de A1 até D6.
valor que é menor do que o valor_procurado.
z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de
uma série, segundo o argumento apresentado. z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente ) :
procura um valor na horizontal. Caso encontre, retor-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- na a linha correspondente ao argumento informado.
206 las A1 até D6. E a busca poderá ser exata ou aproximada.
Precedência dos Operadores MICROSOFT POWERPOINT

Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel As apresentações de slides criadas pelo Microsoft
usam precedência de operadores matemáticos para a Powerpoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de
resolução das fórmulas. extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos
A ordem de prioridade é parênteses, depois expo- para automatização de tarefas) será atribuída a exten-
nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi- são .PPTM. E ainda podemos trabalhar com os mode-
são, e por último, adição e subtração. los (extensão .POTX e POTM).
^ Exponenciação A primeira operação que deve Apesar de ser um aplicativo com finalidade dife-
ser executada rente do editor de textos, ele possui muitas semelhan-
* Multiplicação A próxima operação a ser executa- ças que acabam ajudando quem está iniciando nele.
da, assim como a Divisão.
Da mesma forma que o editor de textos, é possível tra-
/ Divisão
balhar com seções (divisões), é possível inserir núme-
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
ros de slides, é possível comparar apresentações etc.
ção e divisão, faça a adição/subtração.
- Subtração.
TIPO DE
- Inversão de sinal. Depois que todo o cálculo for EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
ARQUIVO
realizado, faça a inversão do sinal.
Apresentação Versão 2003 ou
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera- PPT
editável anterior
dores matemáticos.
Apresentação Versão 2003 ou
Utilize o mnemônico a seguir para guardar a PPS
executável anterior
ordem de operação: Modelo de Versão 2003 ou
P.E.M.D.A.S. = Parênteses, Exponenciação, Multi- POT
apresentação anterior
plicação, Divisão, Adição e Subtração. Apresentação Versão 2007 ou
Diferentemente da interface do Microsoft Excel, PPTX
editável superior
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos Versão 2007 ou supe-
e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em Apresentação rior, que não necessita
PPSX
menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para executável de programas para ser
compreender a sequência de comandos e menus do visualizada
Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e Recursos para pa-
Modelo de
LibreOffice Impress. POTX dronização de novas
apresentação
apresentações
Recursos para pa-
MENU SIGNIFICADO Modelo de apre-
dronização e auto-
POTM sentação com
Oferece comandos para o gerencia- matização de novas
macros
apresentações.
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
está em primeiro plano Formato do LibreOffice
Open Document Impress, que pode ser
ODP
Acesso a recursos temporários (loca- Presentation editado e salvo pelo
Editar lizar, substituir, selecionar) e área de Microsoft PowerPoint
transferência do Windows/Linux Formato de documen-
to portável, sem alguns
Acesso aos controles sobre o que será Portable Docu-
PDF/XPS recursos multimídia
Exibir mostrado na tela de edição, e como ment Format
inseridos na apresen-
será exibido tação de slide
Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se esse objeto é
atualizável, será um campo Importante!
Mudar a aparência, mudar a configura-
Apresentações de slides é um tópico pouco
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

em edição questionado em provas de concursos. Conhe-


cendo os conceitos do Microsoft PowerPoint,
Opções de controle da planilha de da- você poderá aproveitá-los quando estudar
Planilha
dos no Calc
LibreOffice Impress.
Oferece comandos para o gerencia-
mento do aplicativo, alterando as
Ferramentas
configurações em todos os próximos As apresentações de slides podem ser gravadas em
arquivos editados pelo aplicativo formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até
transformadas em vídeo (extensão MP4).
Classificação, filtro, filtro avançado, e de-
Dados Os recursos do Powerpoint, como animações, tran-
mais opções de organização dos dados
sições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá
Oferece opções para organizar as jane- ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart
Janela
las dos documentos
TV em totens de propagandas. 207
O Powerpoint trabalha com 4 conceitos principais
de slides:

z Slide (modo de exibição Normal) : cada slide é


mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos
slides mestres, alterando toda a apresentação de
uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout
dos folhetos que serão impressos;
Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, z Anotações Mestras: para alterar o design e layout
menu Exportar, item Criar Vídeo. das folhas de anotações;

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicati-


vo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da


apresentação;
z Slide mestre: slide com o modelo de formatação
que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresenta-
ção. O design combina cores, estilos e padrões para
que a aparência tenha um visual harmonizado. O
Powerpoint oferece “Ideias de Design” a cada obje-
to inserido no slide;
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide.
Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide
de título é apresentado. O usuário poderá alterar Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides
para outro layout. Cada slide da apresentação pode-
rá ter um layout diferente. Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu
uma pequena mudança em relação às versões ante-
riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de
Estrutura de Tópicos:
Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação
Seção Conteúdo
z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquer-
Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com do, o slide atual aparecerá no centro (sendo possí-
Legenda Legenda
vel sua edição) e na área inferior da tela aparecerá
a área de anotações. Ajustar à janela encaixa o sli-
Layout de slide de na área;
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
z Seção: divisão de formatação dentro da apresen- editar e alternar entre slides no painel de estru-
tação (usadas para Apresentações Personalizadas). tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre-
Poderá ter “duas apresentações” dentro de uma, e sentação a partir dos tópicos de um documento do
no início, escolher qual delas será exibida para o Microsoft Word;
público; z Classificação dos Slides: no modo de exibição Clas-
z Transições: animação entre os slides. Ao selecio- sificação de Slides, apenas miniaturas dos slides
nar algum efeito de animação entre os slides (guia serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser orga-
Transições, grupo Transição para este slide), será nizadas, arrastando-as. As operações de slides estão
disponibilizada a opção para configuração do disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide etc.
Intervalo; Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após
z Animação: animação dentro do slide, em um obje- duplo clique será possível a edição do conteúdo;
to do slide. Um objeto poderá ter diversas anima- z Anotações: Exibir a página de anotações para edi-
ções simultaneamente, enquanto a transição do tar as anotações do orador da forma como ficarão
slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saí- quando forem impressas;
da ou Trajetórias de Animação; z Modo de Exibição de Leitura: Exibir a apresenta-
ção como uma apresentação de slides que cabe na
Conceito de Slides janela. A barra de título do PowerPoint continuará
sendo exibida.
Conforme observado no item anterior, os slides são
as unidades de trabalho do Powerpoint. Assim como Noções de Edição e Formatação de Apresentações
as páginas de um documento do Microsoft Word, os
slides possuem configurações como margens, orienta- A preparação de uma apresentação de slides segue
ção, números de páginas (slides, no caso), cabeçalhos uma série de recomendações quanto à quantidade de
208 e rodapés etc. texto, quantidade de slides, ao tempo da apresentação etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
“Do Começo” na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone cor-
respondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquerdo) do mouse exibirá um “laser pointer” na apre-
sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final deixa a tela
preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os princípios do editor de textos Word. E os comandos
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.

FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS


PPTX X X X X X
PPSX X X X X X
PDF - - - - X
MP4 X X X X X
JPG/PNG - - - - -

Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )

O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas dis-
poníveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.

Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5.

A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.

Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ti-la em um navegador da Web.

Apresentação de Slides Personalizada: Criar ou executar uma apresentação de slides personalizada.


Uma apresentação de slides personalizada exibirá somente os slides selecionados. Este recurso permite
que você tenha vários conjuntos de slides diferentes (por exemplo, uma sucessão de slides de 30 minutos
e outra de 60 minutos) na mesma apresentação.

Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides etc.

Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua apre-
sentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
para executar a apresentação automaticamente no futuro.

Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides.

Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada ima-
gem será colocada em um slide individual.

Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você cli-
car nele ou passar o mouse sobre ele.
209
Inserir número do slide: o número do slide reflete sua posição na apresentação.

Inserir vídeo no slide: permite inserir um videoclipe no slide.

Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe de áudio no slide.

Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.

Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e fai-
xas, textos explicativos e botões de ação.

LIBREOFFICE IMPRESS

O aplicativo Microsoft Powerpoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que
estamos apresentando um Powerpoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.

Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP — Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.

O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
citados no enunciado da questão.

z BMP: Windowns Bitmap (*.bmp);


z EMF: Enhanced Metafile (*.emf);
z EPS: Encapsulated PostScript (*.eps);
z GIF: Graphics InterchangeFormat (*.gif);
z JPEG: Joint Photographic Experts Group (*.jpg;*.jpeg;*.jfif;*.jiif;*.jpe);
z PNG: Portable Network Graphic (*.png);
z SVG: Scalable Vector Graphics (*.svg; *.svgz);
z TIFF: Tagged Image File Format (*.tif; *.tiff);
z WMF: Windows Metafile (*.wmf).

Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos organizados por
210 algumas bancas.
Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides — miniaturas para organização).

Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides

z Leiaute: Permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto de
cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro de
cada slide da apresentação;
z Modelos: Permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência da
apresentação;
z Transição: Permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide. Para
não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z Mestre: Permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.

Exibir

Slide mestre

Elementos do slide mestre...


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K.

No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet: endereço URL ou endereço FTP.

Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.

Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.

Novo Documento: para qualquer outro arquivo editável do pacote LibreOffice.


211
Diferentemente da interface do Microsoft Powerpoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.

MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do
Editar
Windows/Linux
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido. Cor,
Exibir
preto e branco, escala de cinza
Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se esse objeto é atualizável,
Inserir
será um campo
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em to-
Ferramentas
dos os próximos arquivos editados pelo aplicativo
Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação perso-
Apresentação de slides
nalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação personalizada
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos

Menu Slide

Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui
opções similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação
dos slides da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.

Slide

Menu Apresentação de Slides

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao Powerpoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
Powerpoint, com dois atalhos de teclado diferentes.

212
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
REDES DE COMPUTADORES
Conexão remota segura, prote-
CONCEITOS DE PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO, Conexão entre gida com criptografia, entre dois
TCP/IP, TIPOS E TOPOLOGIAS DE REDES, INTERNET Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O
ou redes acesso remoto é geralmente su-
E INTRANET
portado por uma VPN

A Internet é a rede mundial de computadores que


surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
para proteger os sistemas de comunicação em caso de mas também questionam Extranet. A conexão remota
ataque nuclear durante a Guerra Fria. segura que conecta Intranet’s através de um ambiente
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta- inseguro que é a Internet é naturalmente um resulta-
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que do das redes de computadores.
procuravam proteger as informações secretas de
ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Internet, Intranet e Extranet
Research Projects Agency, era um modelo de troca e
Redes de
compartilhamento de informações que permitia a computadores
descentralização das mesmas, sem um “nó central”,
garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
fosse desligado. Internet Intranet Extranet
A troca de mensagens começou antes da própria Rede mundial de Rede local de Acesso remoto
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio computadores acesso restrito seguro
a Internet como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educa- Utiliza os mesmos
cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca- Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet
dêmica. No início dos anos 90, ela se tornou aberta e
Padrão de Criptografia em
comercial, permitindo o acesso de todos. comunicação
Família TCP/IP
VPN

A Internet é transparente para o usuário. Qualquer


usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento técni-
Usuário Modem co dos equipamentos que existem para possibilitar a
Provedor de Acesso
Internet conexão.
Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
teúdo disponível na Internet.
As informações armazenadas em servidores,
A navegação na Internet é possível através da com-
sejam páginas web ou softwares como um serviço
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
(SaaS — camada mais alta da Computação na Nuvem),
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
são acessadas por programas instalados em nossos
camadas ou 4 camadas).
dispositivos. São eles:
A Internet conecta diversos países e grandes cen-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas de
z Navegadores de Internet ou browsers, para conteú-
backbones (espinhas dorsais). São conexões de alta velo-
do em servidores web;
cidade que permitem a troca de dados entre as redes
z Softwares de correio eletrônico, para mensagens
conectadas. O usuário não consegue se conectar direta-
em servidores de e-mail;
mente no backbone. Ele deve acessar um provedor de
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
acesso ou uma operadora de telefonia através de um
empresas e usuários;
modem e a empresa se conecta na “espinha dorsal”.
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve
Bing, para encontrar informações na rede mundial;
utilizar programas específicos para realizar a navega-
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.
WhatsApp e Telegram, como no formato clássico
do Facebook e Yahoo Grupos.
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conhecida como nuvem e também Este tópico é muito prático. Nos concursos públi-
como World Wide Web, ou WWW, a cos, são questionados os termos usados nos diferentes
Internet
Conexão entre Internet é um ambiente inseguro, softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
computadores que utiliza o protocolo TCP para informações acessadas por um navegador de Internet.
conexão em conjunto a outros para
aplicações específicas

Ambiente seguro que exige iden- Importante!


tificação, podendo estar restrito
a um local, que poderá acessar Ao navegar na Internet, comece a observar os
Conexão com detalhes do seu navegador e as mensagens que
Intranet a Internet ou não. A Intranet uti-
autenticação
liza o mesmo protocolo da Inter- são exibidas. Esses são os itens questionados
net, o TCP, podendo usar o UDP em concursos públicos.
também
213
As informações armazenadas em servidores web Outra forma de analisar um endereço URL é na
são arquivos (recursos) identificados por um endere- sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
um browser ou navegador de Internet. de símbolos que não parecem legíveis. No entanto,
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet como tudo na Internet está padronizado, vamos ver as
utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da partes de um endereço URL “completão”.
Internet. Confira:
Na Internet, as informações (dados) são arma-
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
servidores são computadores, que utilizam pastas querystring#fragmento
ou diretórios para o armazenamento de arquivos.
Ao acessarmos uma informação na Internet, estamos “Esquema” é o protocolo que será usado na
acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns ques- transferência.
tionamentos: como é a identificação desse arquivo? “Domínio” é o nome da máquina, o nome do site.
Como acessamos essas informações? Isso ocorre atra- “:” e “porta”, indica qual, entre as 65536 portas TCP
vés de um endereço URL. O endereço URL (Uniform será usada na transferência.
Resource Locator) que define o endereço de um recur- “Caminho” indica as pastas no servidor, que é um
so na rede. Na sua tradução literal, é Localizador Uni- computador com muitos arquivos em pastas.
forme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe: “Recurso” é o nome do arquivo que está sendo
acessado.
protocolo://máquina/caminho/recurso “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
usado especialmente em sites seguros.
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- “#” é para especificar qual é a localização da infor-
cação que será usado na transferência de dados. Poderá mação dentro do recurso acessado (marcas)
ser http (Hyper Text Transfer Protocol — protocolo de Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text Trans- ail?path=/mail/inbox#open
fer Protocol Secure — protocolo seguro de transferência esquema: https://
de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocolo — protoco- domínio: outlook.live.com
lo de transferência de arquivos), entre outros. porta: 5012
“://” faz parte do endereço URL, para identificar caminho: /owa/
que é um endereço na rede, e não um endereço local recurso: hotmail
como “/” no Linux ou “:\” no Windows. querystring: path=/mail/inbox
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a fragmento: open
informação que desejamos acessar.
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- Quando o usuário digita um endereço URL no seu
vo está armazenado. navegador, um servidor DNS (Domain Name Server —
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos acessar. servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas mação será localizada e transferida para o navegador
características. que solicitou o recurso.

ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
URL FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare- Servidor DNS
mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos a
divisão multimídia (www) com arqui- Internet
http://www. Endereço URL
vos textuais, vídeos, áudios e imagens. Usuário
abc.com.br/
O recurso acessado é o index.html, Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os dados são
entendido automaticamente pelo na- armazenados em servidores web com números de IP. O servidor DNS
vegador, por não ter nenhuma especi- traduz um URL em número de IP, permitindo a navegação na Internet.
ficação de recurso no fim
As redes locais possuem servidores, estações, siste-
Usando o protocolo https, acessare-
ma operacional de rede, dispositivos de rede e proto-
mos o servidor abc, que é comercial
https://mail. colos de comunicação.
(.com) e pode estar registrado nos
abc.com/caixa Os servidores são usados para prover serviços às
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
s/inbox/ estações (clientes).
tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
As estações acessam os servidores e seus recursos.
saremos o serviço mail no servidor
O servidor utiliza um sistema operacional de rede
Usando o protocolo de transferência para atender à todas as solicitações dos clientes.
de arquivos ftp, acessaremos o servi- A comunicação entre os clientes e servidores é rea-
ftp://ftp.abc.g
dor ftp da instituição governamental lizada por meio de equipamentos de rede.
ov.br/edital.pdf
(gov) brasileira (br) chamada abc, que Atente-se ao paradigma cliente-servidor, que dis-
disponibiliza o recurso edital.pdf põe que somos clientes que acessam recursos ofereci-
dos por servidores.
Os equipamentos usam protocolos para viabilizar
a comunicação entre os dispositivos.
214
Internet
Aplicações
Rede Local
Servidores
Clientes Dispositivos As redes de computadores promovem o compar-
Roteador tilhamento e otimização dos recursos. São inúmeras
Servidor de Servidor aplicações que podem ser usadas em uma estrutura
Switch DNS
rede
Servidor
em rede, entre elas:
DHCP
Hub
Servidor de
impressaõ z Servidor de Arquivos: armazenamento e distribui-
ção de arquivos na rede. Os usuários não precisarão
Rede local com clientes, conectados por dispositivos, acessando usar pendrives e HDs externos, porque os arquivos
serviços de um servidor que permite acesso à Internet. estarão armazenados em um servidor, com pastas
compartilhadas. As pastas compartilhadas poderão
Cada cliente deverá possuir uma identificação úni- ter restrições de acesso associadas à conta de cada
ca, conhecida como número de IP. O servidor da rede usuário da rede. Com os arquivos centralizados em
poderá ter um serviço DHCP para atribuir o número um servidor de arquivos, não existirão cópias “per-
de IP para cada dispositivo. didas” nos computadores e o compartilhamento
Quando um dispositivo deseja acessar a rede mun- colaborativo será possível para edição simultânea.
dial de computadores, ele deverá ter um endereço IP. Nas
redes (e nas residências, nos roteadores Wi-Fi), o servi-
No DAS (Direct Attached Storage) temos um equi-
dor DHCP atribuirá um número de IP para o dispositivo.
pamento de armazenamento ligado diretamente ao
Saiba que alguns serviços são providos por proto-
servidor. Ex.: HD Externo na porta USB
colos, e alguns protocolos são identificados como ser-
viços. A definição das siglas ajuda na identificação de No NAS (Network Attached Storage) trata-se de um
“quem é quem” dentro das redes. servidor de arquivos, geralmente sem periféricos, que
roda um sistema operacional e serve a vários compu-
DHCP tadores de rede, como se fosse uma impressora com-
partilhada. Qualquer usuário com permissão de acesso
O DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol pode utilizá-lo. Esse mapeamento será compartilhado.
- Protocolo de configuração de host dinâmico), refe- No SAN (Storage Area Network) temos um equi-
re-se a um protocolo de serviço TCP/IP que oferece pamento com muito espaço para armazenamento. A
configuração dinâmica de terminais, com concessão diferença para NAS é que, neste caso, ele consegue
de endereços IP de host e outros parâmetros de confi- gerenciar de forma mais granular a quantidade de
guração para clientes de rede. área que será entregue a um solicitante. Esta área
Protocolo UDP porta 67 — servidor disponibilizada será usada apenas por um servidor,
Protocolo UDP porta 68 — cliente e ninguém mais irá mapeá-la. No servidor poderemos
montar essa área (disco de rede no Windows ou usan-
Servidor
do NFS em Unix). Geralmente são chamados de parti-
Clientes
DHCP ções montadas (ou remotas).
Preciso de um IP para acessar a rede

Use o endereço 192.168.0.5 Servidor de


Cliente Arquivos

Com o número de IP, ele poderá ingressar na rede


mundial. Ao buscar alguma informação na Internet, o Cliente
endereço URL (recurso) será traduzido para endere-
ço IP por servidores DNS, que localizam a informação
entre os servidores da nuvem.
Cliente
DNS

O DNS (Domain Name System - Sistema de Nomes de


z Servidor de Impressão: armazenamento e gerên-
Domínios) é um sistema de gerenciamento de nomes
cia da fila de impressão (spool). Assim, poderá com-
hierárquico e distribuído operando segundo duas defi-
partilhar uma impressora com vários usuários da
nições: examinar e atualizar seu banco de dados e resol-
rede. Os usuários que pedirem impressões poderão
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ver nomes de domínios em endereços de rede (IPs).


usar o computador enquanto o servidor de impres-
são gerencia a fila de impressão e seus recursos

Servidor
DNS
Servidor Cliente
de Rede Impressora 1
Cliente www.novaconcursos.com.br
Servidor de
impressão
Estes são os dados disponíveis Cliente
Tabelas
Impressora 2
DNS

Cliente

215
z Servidor de Comunicação: utilizado para VoIP Servidor
Cliente Proxy
e outras aplicações de comunicação. Possibilita www.novaconcursos.com.br

gerenciar o controle das ligações telefônicas, per-


missões para ligações externas, cobrança automá- Estes são os dados disponíveis

tica etc. Conecta os dispositivos VoIP (aparelho de Regras

telefonia) e os softwares de ligações telefônicas


Servidor
(Skype) e videoconferências (Microsoft Teams). Cliente Quero acessar sites de concursos Proxy

Estes são os dados disponíveis

Skype Regras

Servidor de
comunicação
Telefone VoIP Importante!
Pequenas empresas que ainda utilizem o modelo
Microsoft
de computação local, geralmente possuem um
Teams servidor de rede que compartilha todos os outros
serviços (impressão, proxy, DNS, gateway etc.).
O modelo de computação local tem sido trocado
z Servidor Gateway: operando como um roteador,
para o modelo de computação na nuvem.
interliga diferentes redes. Permite que uma rede
interna compartilhe uma conexão de Internet, por-
que no Gateway, serviços como o RRAS (Remote and Topologias
Router Access Service — serviço de roteamento e
acesso remoto) recebem e distribuem o sinal para As topologias de rede podem ser lógicas ou físicas.
vários dispositivos. Devido à sua característica de As topologias físicas tratam da forma como os disposi-
conectar várias redes diferentes, ele pode ser isolado tivos em uma rede são conectados pelos meios físicos;
em uma DMZ, aumentando a segurança do servidor a topologia lógica trata de como a informação é passa-
interno, acerca dos ataques provenientes da Internet. da de um dispositivo em uma rede para outro.
A topologia física mostra a aparência, ou layout, da
rede (estrela, barramento, anel etc.).

z Topologia Barramento: todos os dispositivos estão


conectados no barramento de dados. Um pacote
Usuário ADM
será enviado para todos os dispositivos, que acei-
Usuário OPER
tam ou descartam. O barramento de dados estará
muito ocupado entregando pacotes de dados, dimi-
Servidor gateway
nuindo a performance para os demais dispositivos.
Usuário ADM Usuário OPER
Se o barramento for interrompido, toda a rede para.

VISITANTE Usuário PROD

z Servidor de Rede: gerencia o tráfego de dados,


armazena configurações dos usuários etc. Geral-
mente a empresa possui um servidor “físico” e
nele são criados serviços virtuais, como servidor
de e-mails, servidor de DNS, servidor DHCP, servi- z Topologia Anel “simples”: todos os dispositivos
dor de proxy etc. estão conectados no barramento de dados. Um
z Servidor DHCP: atende aos pacotes de broadcast pacote será enviado da Origem para o Destino,
enviados pela rede, entregando ao destinatário passando pelos dispositivos no caminho. Se o bar-
configurado. Atribuem um número de IP dinâmico ramento for interrompido, toda a rede para.
para cada dispositivo da rede, ou um número de z Topologia Anel “duplo”: todos os dispositivos
uma faixa de valores programados, ou desativado, estão conectados no barramento de dados. Um
permite o uso de IP fixo pelo dispositivo. pacote será enviado da Origem para o Destino, pas-
z Servidor Proxy: instalado ou configurado na sando pelos dispositivos no caminho. Se o barra-
conexão de Internet, o proxy recebe os pedidos de mento for interrompido em uma direção, o pacote
conexão dos usuários, avalia comparando com as será enviado em outra direção.
regras existentes nele, permite ou bloqueia o aces-
so ao endereço solicitado, copia as informações Origem Destino
para o cache (temporários local) e registra a solici-
tação em arquivos log.
Origem
Opera na maioria das vezes de forma transparen-
te para os usuários, e é conhecido como firewall de
aplicação. Quando o servidor proxy avalia os pedidos
Destino
de acessos externos para a rede interna, é conhecido
216 como proxy reverso.
z Topologia Estrela: a mais comum. Os dispositivos PRINCIPAIS PROTOCOLOS E SUA DISTRIBUIÇÃO
são conectados a partir de um dispositivo central NA ARQUITETURA TCP/IP
(que poderá ser um computador, um hub, um swit-
ch etc.) que recebe o pacote da Origem, identifica z A camada de Aplicação provê serviços de rede às
o Destino e entrega para ele. É a topologia que tem aplicações, e tem os protocolos HTTP (transferência
menor atraso na entrega e em caso de falha de um de hipertextos), FTP (transferência de arquivos),
dos nós, os demais continuarão operando. SMTP (envio de e-mails), DNS (serviços de nomes de
domínios), SNMP (gerenciamento da rede), TELNET
(acesso remoto) e SSH (acesso remoto seguro) como
Destino exemplos. No modelo OSI de 7 camadas, eles estão
Origem distribuídos entre as camadas de Aplicação, Apre-
sentação e Sessão;
z A camada de Transporte cuida da transmissão
confiável de dados e sua segmentação. TCP (com
controle de envio), UDP (sem controle de entrega)
e SCTP são exemplos;
z A camada de Rede/Internet faz o endereçamento
lógico e roteamento do tráfego de dados, com con-
trole. Encontramos ali ARP (resolução de endere-
ços MAC), IP (protocolo de Internet — IPv4, IPv6),
IPsec, RARP (Reverse ARP) etc.;
A topologia lógica é a representação de como os
dispositivos estão interligados. Enquanto a topologia z A camada de Interface com a rede, responsável
física procura focar nas conexões diretas, apenas de pelo endereçamento físico, transmissão confiável
um nível, na topologia lógica encontramos represen- dos quadros e interface com o meio físico, encon-
tações mais amplas, com vários níveis. tramos os padrões de comunicação como ETHER-
Combinações de topologias físicas como barra- NET, TOKEN RING, FRAME RELAY, ATM. O meio
mentos com estrelas, em forma de árvore ou mista são físico, formado por equipamentos como modens e
as mais comuns, quando falamos de topologia lógica. roteadores, está nesta “última” camada.
Cada topologia possui suas vantagens e desvan-
tagens. Atualmente, os modelos barramento e anel Modelo de Referência ISO/OSI com 7 Camadas
estão em desuso, priorizando Estrela e suas variações
por oferecerem facilidade para identificação de erros O modelo de referência procura organizar logica-
de comunicação entre o nó central e a estação. mente os protocolos de comunicação entre os diferen-
Dificilmente encontrará uma rede que esteja em tes tipos de sistemas, garantindo a comunicação ponto
total acordo com o modelo proposto. O mais comum é a ponto entre os dispositivos.
encontrarmos topologia de rede híbrida, que combina Modelo OSI (do inglês Open Systems Interconnection),
dois ou mais modelos de topologias para operar para formalizado pela ISO (do inglês International Organiza-
os usuários. Como a topologia é transparente para o tion for Standardization) foi lançado em 1984, organi-
usuário, a apresentação de topologias híbridas, mis- zando em níveis ou camadas, os protocolos e elementos
tas, em malha, em árvore, são comuns para os admi- de cada um, dentro do processo de comunicação.
nistradores dos sistemas.
Camada do modelo ISO/OSI

MODELOS DE ARQUITETURA (OSI/ISO E TCP/IP) E Cabeçalho


SDU (Unidade de Dados do
PROTOCOLOS Dados da camada - PDU
Serviço)
(Unidade de Dados do Protocolo)

Arquitetura TCP/IP de 4 camadas


O modelo OSI é formado por 7 camadas:
Os protocolos de Internet são organizados em cama-
das. As representações foram desenvolvidas para des-
z Aplicação (Application): prover serviços de rede às
crever e organizar os processos e protocolos envolvidos.
aplicações (camada 7);
Existem 3 representações, sendo o modelo de refe-
z Apresentação (Presentation): criptografia, codifica-
rência OSI de 7 camadas o modelo conceitual mais
ção, compressão e formatos de dados (camada 6);
difundido, temos o modelo TCP de 4 camadas que é o
z Sessão (Session): iniciar, manter e finalizações ses-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mais questionado, e o modelo de 5 camadas TCP que


sões (camada 5);
é o mais conhecido por ser uma Pilha de Protocolos
z Transporte (Transport): transmissão confiável de
(com diferenciação na camada Host/Rede, como no
dados e segmentação (camada 4);
modelo OSI).
z Rede (Network): endereçamento lógico e rotea-
Atente-se: em alguns concursos, caem o Modelo de
mento, controle de tráfego (camada 3);
Referência OSI (7 camadas) e o Modelo de Referência
z Enlace de dados (Data Link): endereçamento físico,
TCP (4 camadas). O modelo que representa a pilha de
transmissão confiável de quadros (camada 2);
protocolos da Internet é usado para estudos e classi-
z Físico (Physical): interface com meios de transmis-
ficação, porém é pouco questionado em concursos
são e sinalização (camada 1).
públicos.
O mnemônico F.E.R.T.S.A.A. é usado para lembrar
as iniciais dos nomes das 7 camadas, iniciando na
camada 1.
217
Dados Dados z Usuários: para transferências de dados entre os
Prover serviços de rede dispositivos, como o FTP (File Transfer Protocol —
Protocolo de Aplicação
às aplicações
http, ftp, dns, dhcp,
Aplicação Aplicação protocolo de transferência de arquivos) e SMTP
smtp, Telnet... (Simple Mail Transfer Protocol — protocolo sim-
Criptografia, codificação,
Protocolo de Apresentação ples de transferência de mensagens);
compressão e formatos
Apresentação Apresentação
de dados z Segurança: adicionados aos protocolos dos usuá-
EBCDIC, NDR, XDR, TLS...
rios, para implementar camadas de segurança,
Iniciar, manter e finalizar
Protocolo de Sessão
sessões
Sessão Sessão
protegendo o tráfego de dados contra monitora-
RCP, SSH, SCP, NetBIOS...
mento externo. TLS (Transport Layer Security —
Transmissão confiável de
dados, segmentação
Protocolo de Transporte camada de transporte segura) e seu antecessor
Transporte Transporte
TCP, UDP, NetBEUI, SCTP, SSL (Secure Sockets Layer — camada para conexão
DCCP, RIP...
Endereçamento lógico e segura) são exemplos de padrões de segurança.
roteamento; Controle de
tráfego Rede Rede Rede Rede
IP, IPX, ICMP, ARP, RARP, Dentro dos protocolos, temos os seguintes tipos:
NAT, IPsec...
Endereçamento lógico e
roteamento; Controle de FTP
tráfego Enlace Enlace Enlace Enlace
IP, IPX, ICMP, ARP, RARP,
NAT, IPsec... Protocolo de Transferência de Arquivos (File
Interface com meios de Transfer Protocol) é um protocolo e um programa,
transmissão e sinalização
Modem, camada física, Físico Físico Físico Físico que permite a troca de arquivos entre um Servidor
Ethernet, Wi-Fi,Bluetooth,
USB...
FTP e um Cliente FTP. É um protocolo que utiliza duas
portas de conexão, sendo uma para transferência de
Quando digitamos um endereço de Internet no dados (porta 20) e outra para trocar comandos de
navegador, estamos fazendo na camada de Aplicação. controle da transferência (porta 21). Anteriormente, o
O pedido passará por todas as camadas do modelo FTP anônimo era utilizado pela porta 69, mas caiu em
OSI, entrará na rede de telecomunicações, encontra- desuso, por questões de segurança. E ainda existe o
rá o local onde está a informação desejada, e retor- FFTP, Fast File Transfer Protocol, protocolo “rápido”. O
nará para quem solicitou pelo mesmo caminho (rota) envio é chamado de upload, e o recebimento é chama-
do pedido inicial. Os cabeçalhos de identificação dos do de download. Os dados transferidos poderão ser em
pacotes são usados para que o pedido chegue ao desti- ASCII (padrão de texto com caracteres “legíveis”) ou
no e retorne corretamente para o solicitante dele. binário (bit a bit, para transferência de executáveis).

z A camada física é a mais baixa da hierarquia e


FTP - File Transfer Protocol - protocolo de transferência de arquivos
nela são determinados como serão realizadas as Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)
transferências de bits por meio de um canal de
comunicação; FTP - Comando OPEN (iniciar transferência)

z A camada de enlace é para realizar a formatação FTP - Comando PUT (para upload, adicionar arquivos)

das mensagens e o endereçamento dos pontos de FTP - Comando GET (para download, baixar arquicos
comunicação; Cliente FTP
Servidor FTP
z A camada de rede é para transferir os pacotes da ori- FTP - Dados transferidos para a solicitação GET
gem ao destino, fornecendo uma ligação entre redes; FTP - comando CLOSE (finalizar transferência)

z A camada de transporte provê uma entrega con-


fiável de mensagens processo a processo, além da
recuperação de erros;
HTTP
z A camada de sessão estabelece, gerencia e encer-
ra sessões; Protocolo de Transferência de Hiper Textos (Hyper
z A camada de apresentação é para traduzir, crip- Text Transfer Protocol) é um protocolo para troca de
tografar e comprimir dados; dados entre um Servidor Web e um Cliente Web (nave-
z A camada de aplicação possibilita acesso aos gador de Internet, ou browser). A sua implementação
recursos de rede. para troca de informações levou ao estabelecimento
da World Wide Web (www), formada por documentos
Protocolos escritos em HTML (Hyper Text Markup Language —
linguagem de marcação de hipertextos). O protocolo
Os protocolos são padrões de comunicação. Eles
HTTP usa a porta 80 para transferência de conteúdo
usam portas específicas do computador para a troca
multimídia, como textos, imagens, vídeos e músicas.
de informações. A troca de informações poderá ser de
arquivos, dados de controle ou sinais de sincronização.
Os protocolos podem ser divididos em três catego- HTTP - Hyper Text Transfer Protocol - protocolo de transferência de hipertextos
rias essenciais: Porta TCP 80

z Administrativos: usados pelos administradores de HTTP - request (requisição)


redes para o gerenciamento, seja em nível global
ou local, como o SNMP (Simple Network Manage- HTTP - response (resposta)
Cliente WEB
ment Protocol — protocolo simples de gerencia- Servidor WEB
218 mento da rede);
HTTPS IMAP (Internet Message Access Protocol)

Protocolo de Transferência de Hiper Textos Segu- Porta 143 e utiliza protocolo TCP. Melhoria do
ro (Hyper Text Transfer Protocol Secure) é um pro- POP3. Permite o acesso de vários clientes à mesma
tocolo para troca de dados entre um Servidor Web e caixa de correio, mantendo as mensagens de e-mail
um Cliente Web (navegador de Internet, ou browser) disponíveis no servidor para mais tarde acessar por
sobre uma camada de segurança (SSL ou TLS). A tro-
meio do webmail (online). Exige autenticação.
ca de dados será criptografada, e caso alguém obte-
nha acesso externo ao conteúdo da transferência, não
conseguirá decodificar as informações trafegadas. A
criptografia é implementada pela verificação dos cer-
tificados digitais que garantem a autenticidade da tro- AMEAÇAS E PROCEDIMENTOS E
ca de dados. O protocolo HTTPS usa a porta 443 para MECANISMOS DE PROTEÇÃO
transferência de conteúdo, que assim como o HTTP é
formado por textos, imagens, vídeos e músicas. O que é Segurança da Informação?
Na transferência HTTPS é estabelecida a comuni- Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimentos
cação segura entre o servidor e cliente. Nos navegado-
diversos, para que possa ser respondida. Neste tópico,
res de Internet será apresentado um cadeado fechado
você encontrará as informações necessárias para isso.
e o prefixo https no endereço URL acessado, mostrado
na barra de endereços do navegador. Ao clicar nes- As redes de computadores tornaram-se cada vez
te cadeado, será possível verificar a autenticidade do mais interligadas e complexas. Elas integram, atual-
servidor por meio dos certificados digitais. mente, muitos dispositivos, que, talvez, você não
conheça, mas que estão ali, promovendo a troca de
dados entre o seu equipamento e o servidor remoto
HTTP - Hyper Text Transfer Protocol Secure - protocolo seguro de transferência de
hipertextos - Porta TCP 443 o qual está acessando. No entanto, é sabido que os
criminosos virtuais podem acessar redes de qualquer
HTTPS - request (requisição)
lugar do mundo.
Neste sentido, os profissionais de Segurança da
Cliente WEB
HTTPS - certificado digital Informação procuram proteger os dados armaze-
Identidade confirmada
nados e trafegados entre os dispositivos por meio
Servidor WEB de equipamentos, programas e técnicas direciona-
HTTPS - response (resposta)
das. Para isso, o treinamento dos usuários também é
importante, considerando que eles compreendem o
SMTP elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu-
rança da Informação.
Protocolo de Transferência de Simples de Mensa-
gens (Simple Mail Transfer Protocol Secure) é um pro-
tocolo para troca de mensagens de correio eletrônico
entre um Servidor de e-mails e um Cliente de e-mails.
Além da transferência de mensagens entre servidor e
cliente, também realiza a transferência de mensagens
entre o servidor de e-mails do remetente e o servidor
de mensagens do destinatário. Utiliza a porta 25 e não
exige autenticação. Para troca de mensagens com auten-
ticação, outras portas são usadas, como 587, 465 ou 2525.
A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada por
Alguns servidores recusam mensagens na porta 25 com
diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário final.
o objetivo de reduzir o lixo eletrônico (spam) na Internet.

Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-


SMTP - Simple Mail Transfer Protocol - protocolo de transferência simples de e-mail mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
Porta TCP 25, 587, 465 ou 2525
conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

bridges, gateways) antes de serem apresentadas no


SMTP enviar e-mail SMTP enviar e-mail
dispositivo do usuário.
Cliente E-mail
Servidor E-mail Servidor E-mail
Dica
Paradigma cliente-servidor: Nós somos clientes
POP3 (Post Office Protocol, Version 3) e acessamos informações em servidores remo-
tos. As redes de computadores, em concursos
É mais antigo e menos seguro. Utiliza o protoco-
públicos, são abordadas, seguindo esse paradig-
lo TCP na porta 110. Transfere as mensagens para o
computador do usuário, removendo-as do servidor
ma. Usamos cliente web (browser ou navegador)
de e-mail. Deste modo, os e-mails deixam de estar dis- para acessar um servidor web. Usamos cliente de
poníveis por meio do webmail ou programa de e-mail e-mail para acessar um servidor de e-mail. Usa-
(offline). Exige autenticação. mos um cliente FTP para acessar um servidor FTP. 219
Apesar de existirem soluções integradas e avança-
das para os problemas de Segurança da Informação,
que até usamos em nossos dispositivos, nos concursos
públicos, são questionadas as definições oficiais e as
configurações padrão dos programas.

NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)

O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo interessante para As redes privadas virtuais, popularmente identi-
invasores, vírus de computadores e softwares maliciosos. ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net-
work), são criadas pelas empresas e usuários, para
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
os dados trafegados. Os vírus de computador procu-
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos
ram infectar os arquivos e causar danos aos sistemas.
conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de
Esses softwares maliciosos podem infectar dispositi-
vos e sequestrar arquivos. computadores, de acordo com as suas características
de uso e nível de segurança.

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS


Local Area Network é uma denominação re-
LAN lacionada ao alcance de uma rede, restrita a
um prédio ou pequena região
É uma rede local (pelo seu alcance, é uma
LAN), interna de uma organização, segura,
Intranet
Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma conexão
com acesso restrito aos usuários cadastra-
insegura, criptografando as informações que são enviadas e recebidas. dos no servidor da rede
É o acesso remoto seguro, de um ambiente
O usuário deverá utilizar um protocolo seguro Extranet
inseguro, à intranet da organização
para acessar os dados, manter o seu dispositivo atua-
Rede mundial de computadores de acesso
lizado e protegido, utilizar uma senha forte de acordo
Internet público e considerada insegura. A Internet
com as políticas de segurança e práticas recomenda-
é comumente representada por uma nuvem
das, entre outras ações. Além disso, deverá utilizar
conexões seguras, como as VPN’s — Virtual Private
Network —, para acesso aos serviços remotos (Compu-
tação na Nuvem); proteger-se das ameaças e ataques
à Segurança da Informação, utilizando medidas de
proteção em seu dispositivo, como antivírus, firewall
e anti-spyware).
Iniciaremos nossos estudos sobre Segurança da
Informação com o tópico VPN. Elas são muito impor-
tantes para a comunicação segura e tornaram-se des- A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente inseguro
taque nos últimos anos, por causa do trabalho remoto (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).
(home office). Empresas e usuários que não utilizavam
uma conexão remota segura precisaram adaptar-se
aos novos tempos. Em concursos, a tendência é que Importante!
aumente a frequência de questões sobre esse tema,
pois se tornou popular devido à pandemia. Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é
A seguir, conheceremos como é a Computação na uma Intranet.
Nuvem, suas características, os tipos de nuvem, os ser-
viços oferecidos e as vantagens e desvantagens. Vale
ressaltar que esse tópico já foi bastante abordado em Por que usar uma VPN?
alguns concursos, em provas de diversos cargos. Porque é importante e necessário. A Internet é a
Vírus de computador e softwares maliciosos:
rede mundial de computadores, que conecta diversos
quem nunca foi vítima, não é mesmo? Esse será o ter-
dispositivos entre si, utilizando uma estrutura pública
ceiro tópico sobre Segurança da Informação, no qual
abordaremos os ataques e ameaças, com destaque e insegura oferecida pelos governos e operadoras de
para os principais e mais comuns em provas de con- telefonia. O acesso à Internet é oferecido para todos
cursos. Assim como Computação na Nuvem, o tópico e, por isso, usuários mal intencionados conseguem
“Noções de Vírus, Worms e Pragas Virtuais” também é interceptar a comunicação de outros usuários, moni-
muito questionado em concursos públicos. torando o tráfego de dados e roubando informações.
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa-
Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos,
ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa
o risco na transmissão é muito pequeno. Lembre-se
contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos
de proteção, no entanto, em concursos públicos, geral- de que nada é 100% seguro em Informática, indepen-
mente, são questionados os aplicativos para seguran- dentemente da quantidade de sistemas e proteções
220 ça (antivírus, firewall, anti-spyware etc). implementadas.
Usuários mal intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do usuário
ou empresa.

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Win-
dows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc).
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão
usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles pro-
curam encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se
impossível, uma vez que os dados se tornam criptografados.

Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA


� Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente
VPN de acesso remoto
� A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
(VPN client to site)
� Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
� Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que um
deles opera como cliente VPN e o outro, como servidor VPN
� É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna
VPN site a site de uma filial com a rede interna de uma matriz
� Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias conexões
(matriz)
� Também conhecida como VPN LAN to LAN

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cliente acessa as informações e solicita serviços.


Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim
TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim
Orientar o servidor para criação de uma conexão se-
SSH Secure Shell Sim
gura com o cliente 221
PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?
Extensão do protocolo IP para suprir a falta de seguran-
IPsec IP Security Protocol Sim
ça de informações que trafegam em uma rede pública
Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,
Telnet baseada em texto interativo (comandos), usando uma Não
conexão de terminal virtual
Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Enca-
L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol minhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo de Tu- Não
nelamento Ponto-a-Ponto)
O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza um
PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol túnel GRE Sim
� Algumas questões o apresentam com a sigla PPP
Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site a
OpenVPN VPN de Código aberto site (site to site), usando um protocolo personalizado Sim
baseado no TLS e SSL

Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.

Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.

Programas

Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.

ORIGEM (CLIENTE) DESTINO (SERVIDOR) EXEMPLO DE PROGRAMA PARA VPN


Windows Windows Área de Trabalho Remota
Windows Linux PuTTy
Linux Windows OpenVPN
Linux Linux Network-Manager

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto-
222 colos seguros.
MALWARE As empresas precisam fazer uma avaliação das
ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
presentes no mundo virtual. Assim como existem pes- implementar sistemas de autenticação (Controlar o
soas boas e más no mundo real, existem usuários com Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti-
boas ou más intenções no mundo virtual. ca de Segurança), manter um inventário e realizar o
Os criminosos virtuais são genericamente deno- rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de
minados como hackers, porém o termo mais adequa- Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
do seria cracker. Um hacker é um usuário que possui tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser de Negócios).
nomeado como White Hat — hacker ético que usa suas
habilidades com propósitos éticos e legais —, Gray Hat Falhas
— aquele que comete crimes, mas sem ganho pessoal
(geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) As falhas de segurança nos sistemas de informação
— e Black Hat — aquele que viola a segurança dos sis- poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
temas para obtenção de ganhos pessoais. mador insere, no código do sistema, uma falha que
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe- produza danos ou permita o acesso sem autentica-
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
ao uso dos recursos computacionais. São riscos de falha for descoberta após a implantação do sistema,
segurança digital: sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem involuntária, inerente ao sistema.
ser exploradas por usuários; Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas
z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, empresas que desenvolveram o sistema por meio da
sejam elas propositais ou acidentais; distribuição de notificações e correções de segurança.
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
zação do Windows, distribui, mensalmente, os patches
a operação de sistemas.
(pacotes) de correções de falhas de segurança.
Devido à crescente integração entre as redes de
comunicação, conexão com novos e inusitados dis- Ataques
positivos (IoT — Internet das Coisas) e criminosos
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em
informações tornaram-se particularmente difíceis de concursos como no mundo real, são os ataques. Coorde-
se proteger. Profissionais altamente qualificados são nados ou isolados, os ataques procuram romper as bar-
formados e contratados pelas empresas com a única reiras de segurança definidas na Política de Segurança,
função de proteger os sistemas informatizados. com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques Os ataques podem ser classificados como:
são os itens mais questionados.
z Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
Dica ça de forma isolada e são facilmente identificados
e anulados;
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? z Média complexidade: combinam duas ou mais
Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fon- ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
te oficial de informações sobre ameaças, ata- dados, sendo de média complexidade para a solu-
ques, defesas e segurança digital. Ela pode ser ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
acessada pelo link: <https://cartilha.cert.br/>. como a indisponibilidade;
(Acesso em: 03 jan. 2022). z Alta complexidade: refinados e avançados, os
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
Ameaças novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
As ameaças são identificadas como aquelas que pos- difícil a resolução do problema.
suem potencial para comprometer a oferta ou existên-
cia dos ativos computacionais, tais como: informações, Dica
processos e sistemas. Um ransomware — software que
sequestra dados, utilizando-se de criptografia e solicita � Ameaças existem e podem afetar ou não os
sistemas computacionais;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o pagamento de resgate para a liberação das informa-


ções sequestradas — é um exemplo de ameaça. � Falhas existem e podem ser exploradas ou não
É importante entender que, apesar de a ameaça pelos invasores;
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua � Ataques são realizados todo o tempo contra
execução ou se medidas de proteção forem implemen- todos os tipos de sistemas.
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As
ameaças à segurança da informação podem ser clas- Vírus de Computador
sificadas como:
O vírus de computador é a ameaça digital mais
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade; orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo- mo que possui um código viral que infecta uma célu-
ram vulnerabilidades nos sistemas; la de outro organismo. Quando a célula infectada é
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
ambiente, como as catástrofes naturais. outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus 223
existirem no organismo, menor será o seu desempe-
� As macros são desenvolvidas em
nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
linguagem Visual Basic for Applica-
dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
tions (VBA) nos arquivos do Office,
O vírus de computador é um código malicioso que Vírus de macro
para a automatização de tarefas
infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
� Quando desenvolvido com propó-
é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
sitos maliciosos, é um vírus de macro
do-se para outros arquivos do computador. Quanto
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a
desempenho, fazendo com que recursos computacio- Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví-
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a mutante rus mantém traços do original, mas
uma falha catastrófica. é diferente dele
São programados para agir em uma de-
1. E-mail com vírus de computador é enviado para o usuário
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo
de dano no dia previamente agendado
� Um vírus stealth é um código
malicioso muito complexo, que
se esconde depois de infectar um
computador
E-mail com vírus Usuário Arquivo � Ele mantém cópias dos arqui-
Vírus stealth
vos que foram infectados para si e,
2. E-mail é aberto e o arquivo anexo infectado é executado. quando um software antivírus reali-
za a detecção, apresenta o arquivo
original, enganando o mecanismo
de proteção
� O vírus Nimda explora as falhas de
segurança do sistema operacional
� Ele se propaga pelo correio eletrô-
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador rios compartilhados, pelas falhas de
servidor Microsoft IIS e nas trocas
de arquivos

Todos os sistemas operacionais são vulneráveis


aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
E-mail com vírus Usuário Arquivo
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
4. Ao executar o arquivo infectado, novos arquivos serão infectados
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
O vírus de computador poderá entrar no disposi- conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Já o Android, software operacional dos smartpho-
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
Internet, entre outras formas de contaminação. milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
segurança de seus aparelhos.
VÍRUS DE
CARACTERÍSTICAS Um vírus de computador poderá ser recebido por
COMPUTADOR
e-mail, transferido de sites na Internet, compartilha-
� Infectam o setor de boot do disco do em arquivos, através do uso de mídias removíveis
de inicialização infectadas, nas redes sociais e por mensagens instan-
Vírus de boot
� Cada vez que o sistema é iniciado, tâneas. Vale lembrar, no entanto, que um vírus neces-
o vírus é executado sita ser executado para que entre em ação, pois ele
Armazenados em sites na Internet, tem um hospedeiro definido e um alvo estabelecido.
são carregados e executados quan- Ele se propaga, inserindo cópias de si em outros arqui-
Vírus de script vos, alterando ou removendo arquivos do dispositivo
do o usuário acessa a página, usan-
do um navegador de Internet para propagação e autoproteção, a fim de não ser
detectado pelo antivírus.

224
Worms Os worms podem ser recebidos automaticamen-
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
O worm é um verme que explora de forma inde- de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositivos. poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Geralmente, eles deixam a comunicação na rede lenta, Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
por ocuparem a conexão de dados ao enviarem cópias de de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e
seu código malicioso. por mensagens instantâneas.
Um verme biológico parasita um organismo, con- Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado. dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu- para outros dispositivos e usuários conectados. Por
mindo seus recursos de memória e conexão de rede, serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
deixando o aparelho e a rede de dados lentos. quantidade de recursos computacionais, promovendo
Os worms não precisam ser executados pelo usuá- a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
rio como os vírus de computador e a sua propagação ataques na Internet em busca de outras redes remotas.
será rápida caso não existam barreiras de proteção
que os impeçam. Pragas Virtuais

1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário As diversas pragas virtuais são, genericamente,
chamadas de malwares (softwares maliciosos), por
apresentarem características semelhantes: oferecem
alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
danosas que acabarão prejudicando-o.

� Cavalo de Troia ou Trojan


Smartphone Roteador do Impressora
com worm Usuário É um código malicioso que realiza operações mal-
-intencionadas enquanto realiza uma operação dese-
2. Roteador infectado envia o worm para a impressora jada pelo usuário, como um jogo on-line ou reprodução
de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e,
ao ser executado, desativa as proteções do dispositivo,
para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados.
Esse nome está, justamente, relacionado com a his-
tória do presente dado pelos gregos aos troianos, con-
sistindo em um cavalo de madeira, com soldados em
Smartphone Roteador do seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os
Impressora
com worm Usuário gregos desativaram as defesas e permitiram o acesso
do seu exército.
3. Impressora infectada demora muito para imprimir

Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos,
como um tipo de vírus de computador.
Smartphone Roteador Impressora
com worm do Usuário
1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

E-mail com vírus Usuário


Smartphone Roteador Impressora
com worm do Usuário
2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado

Smartphone
E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
Dica
Os worms infectam dispositivos e propagam-se
para outros dispositivos de forma autônoma,
sem interferência do usuário.
225
3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções Assim como os spywares, existem backdoors legíti-
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para
operarem independente do consentimento do usuário).

E-mail com vírus Usuário Jogo on-line z Rootkit

É um código malicioso especializado em esconder


e assegurar a presença de outros códigos maliciosos
para o invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais
podem ser incorporadas em outras pragas, para que o
4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
código que camufla a presença seja executado, escon-
dendo os rastros do software malicioso.
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não
se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit
Usuário Jogo on-line
são as pragas digitais mais questionadas em concur-
sos públicos.
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci-
dade dos usuários de sistemas computacionais.

CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
z Spyware Gatilho para a execução de outros
códigos maliciosos que permanece
Bomba lógica
É um programa malicioso que procura monitorar inativa até que um evento acionador
seja executado
as atividades do sistema e enviar os dados capturados
durante a espionagem para terceiros. Existem softwa- Sequestrador de dados que criptogra-
res espiões considerados legítimos (instalados com o fa pastas, arquivos e discos inteiros,
Ransomware
consentimento do usuário) e maliciosos (que execu- solicitando o pagamento de resgate
tam ações prejudiciais à privacidade do usuário). para liberação
Os softwares espiões podem ser especializados na � Simulam janelas do sistema opera-
captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli- cional, induzindo o usuário a acionar
ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação um comando, fazendo a operação
de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário Scareware
continuar normalmente
(adware). Eles, geralmente, são instalados por outros � O comando iniciará a instalação de
programas maliciosos, para aumentar a quantidade códigos maliciosos
de dados capturados. Fraude que engana o usuário, induzin-
do-o a informar seus dados pessoais
z Bot Phishing
em páginas de captura de dados
falsas
É um programa malicioso que mantém contato
Ataque aos servidores de DNS para al-
com o invasor, permitindo que comandos sejam exe-
Pharming teração das tabelas de sites, direcio-
cutados remotamente. O dispositivo controlado por
nando a navegação para sites falsos
um bot poderá integrar uma rede de dispositivos zum-
bis, a chamada botnet. Ataques na rede que simulam tráfe-
Quando o invasor deseja atacar sites para provo- go acima do normal com pacotes de
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão Negação de dados formatados incorretamente,
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Serviço fazendo o servidor remoto ocupar-
façam a ação danosa. Além de esconderem os rastros -se com os pedidos e erros, negando
da identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão acesso para outros usuários
continuar sua propagação através do envio de cópias � Código que analisa ou modifica o
para outros contatos do usuário afetado. tráfego de dados na rede, em busca
de informações relevantes como lo-
z Backdoor Sniffing
gin e senha
� Enquanto o spyware não modifica o
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, conteúdo, o sniffing pode alterar
além de executar comandos recebidos do invasor, rea-
liza ações para desativação de proteções e aberturas Falsifica dados de identificação, seja do
de portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP remetente de um e-mail (e-mail Spoo-
que estão disponíveis, consegue acesso ao dispositivo Spoofing fing), do endereço IP, dos serviços ARP
para a instalação de outros códigos maliciosos e roubo e DNS, escondendo a real identidade do
226 de informações. atacante
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas
CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS bancárias ou faz compras no seu cartão de crédito
MALICIOSO
Intercepta as comunicações da rede
Man-In-The-
para roubar os dados que trafegam na
-Midle
conexão.
Intercepta as comunicações do apa-
Man-In-The- relho móvel, para roubar os dados
-Mobile que trafegam na conexão do aparelho
smartphone Usuário
Enquanto uma falha não é corrigida
pelo desenvolvedor do software, inva-
Ataque de dia Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Phar-
sores podem explorar a vulnerabilida-
zero ming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando
de identificada antes da implantação
da proteção as tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuá-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o
Modificam páginas na Internet, alte-
Phishing, esse ataque procura capturar dados bancá-
Defacement rando a sua apresentação (face) para
rios do usuário e roubar o seu dinheiro.
os usuários visitantes
Sequestrador de navegador que pode 1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS
desde alterar a página inicial do bro-
HiJacker wser, até realizar mudanças do meca-
nismo de pesquisas e direcionamento
para servidores DNS falsos

Uma das ações mais comuns que procuram com-


prometer a segurança da informação é o ataque
Usuário
Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági- 2. O link alterado direciona o usuário para um site falso
na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
vo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.

1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário

Usuário
2. O link direciona o usuário para um site falso
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas
bancárias ou faz compras no seu cartão de crédito
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais


Usuário

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,


FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

Usuário Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes


ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do usuá-
rio. Para todas elas, existem mecanismos de proteção
227
— softwares ou hardwares que detectam e removem z Remover o vírus que infecta o arquivo;
os códigos maliciosos ou impedem a sua propagação. z Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
Independentemente da quantidade de sistemas de pasta Quarentena, isolado;
proteção, o comportamento do usuário poderá levar z Excluir o arquivo infectado.
a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-
ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo
do usuário mediante autorização dada pelo próprio através de três métodos de detecção: assinatura dos
usuário. A autorização de acesso poderá estar camu- vírus conhecidos, verificação heurística e comporta-
flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, mento do código malicioso quando é executado.
ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como O que fazer quando o código malicioso do vírus
o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura não está na base de assinaturas?
começa com a atitude do usuário na rede. A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus
Antivírus detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria-
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio-
Os vírus de computadores, como conhecemos no
sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se
para outros arquivos quando o hospedeiro é executa-
z Análise Heurística
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
natura do vírus.
O software antivírus poderá analisar os arquivos
Os programas antivírus são desenvolvidos para detec-
do dispositivo através de outros parâmetros, além da
tarem a assinatura do vírus existente nos arquivos do
base de assinaturas de vírus conhecidos, para encon-
computador. O antivírus precisa estar atualizado, com as
trar novos códigos maliciosos que ainda não foram
últimas definições da base de assinaturas de vírus, para
identificados.
que seja eficiente na remoção dos códigos maliciosos.
Se o código enviado para análise for comprovada-
1. O usuário tem um vírus de computador instalado mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza-
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas, mas não


encontra correspondência com vírus conhecidos

2. Um software antivírus é acionado para detecção

Usuário Arquivo

2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para análise pelo


fabricante do software antivírus

Usuário Arquivo

3. Ele compara o código com sua base de assinaturas


Quarentena
Usuário

Fabricante
Usuário Arquivo

Windows Defender
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo

Em concursos públicos, as soluções de antivírus de


terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
Arquivo a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
Arquivo
desinfectado excluído lham com as configurações padrões dos programas.
Usuário O Windows 10 possui uma solução integrada de
Quarentena
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
Quando o antivírus encontra um código malicioso programa Microsoft Security Essentials como antiví-
em algum arquivo, que tenha correspondência com a rus padrão do sistema operacional.
base de assinaturas de vírus, ele poderá: A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
228 der, para detecção e remoção de outros códigos maliciosos,
como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o Windo- O firewall não é um antivírus nem um antispyware.
ws sempre ofereceu o firewall, um filtro de conexões para Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
impedir ataques oriundos das redes conectadas. TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e como o antivírus e o antispyware.
opera o firewall do sistema operacional, impedindo
ataques e invasões.
Firewall Importante!
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um
um software, instalado em cada dispositivo, ou um ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque
hardware, instalado na conexão da rede, protegendo e, não, por ser um vírus.
todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
Antispyware
regras úteis para a maioria dos usuários.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a
Da mesma forma que existe a solução antivírus con-
maioria das portas específicas estão bloqueadas.
tra vírus de computadores, existe uma solução que procu-
ra detectar, impedir a propagação e remover os códigos
maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim,
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e
relevância para os usuários dos sistemas operacionais,
os spywares ganharam destaque. Comercialmente, tor-
nou-se interessante nomear a solução como antispyware.
Usuário
Na prática, um antispyware, ou um antimalware,
.
O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes detecta e remove vários tipos de pragas digitais.

O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-


tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
Worm Malware
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
Usuário Antispyware

Trojan Spyware

Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no


E-mail com vírus E-mail com vírus dispositivo do usuário.

Para proteção, o usuário deverá:


Firewall Usuário
z Manter o firewall ativado;
E-mail com trojan E-mail com trojan z Manter o antivírus atualizado e ativado;
z Manter o antispyware atualizado e ativado;
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então mensagens com
anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o usuário.
z Manter os programas atualizados com as corre-
ções de segurança;
O firewall impede um ataque, seja de um hacker, z Usar uma senha forte para acesso aos sistemas e optar
de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga pela autenticação em dois fatores quando disponível.
digital que procure acessar a rede ou o computador
por meio de suas portas de conexão. Apenas o con-
teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será
bloqueado pelo firewall.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usuário

E-mail Página web

Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte

Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado,
antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares
instaladas e uso de senha forte.
Propagação Malware
de worm
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede os ataques
provenientes da rede. 229
UTM As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli-
que em links das páginas visitadas, ou clique no link
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen- enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou ata-
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que lho de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou cli-
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas que no link com o botão direito do mouse para acessar
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem o menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com
conexões, controlam a execução das aplicações, protegem o atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4.
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão A janela de navegação “normal” é aberta com o
atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto
VPN segura para navegação e entregam relatórios de fácil
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link
compreensão para o usuário.
com o botão direito do mouse para acessar o menu de
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane-
Defesa Contra Ataques la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de tecla-
do Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela,
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave- com o atalho de teclado Alt+F4 todas serão fechadas.
gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti- Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada,
phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T.
ataque chega disfarçado, medidas de prevenção Os navegadores de Internet permitem a continua-
devem ser adotadas, como: ção da navegação nas guias que estavam abertas na
última sessão. Alterando as configurações do navega-
z Nunca fornecer informações confidenciais ou dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as
secretas por e-mail; últimas guias que foram acessadas na última sessão.
z Resistir à tentação de cliques em links das mensagens; Os navegadores de Internet não permitem a edi-
z Observar os downloads automáticos ou não iniciados; ção de arquivos PDF de forma nativa. O formato PDF
z Dentro das políticas de segurança para os funcio- é o mais popular para distribuição de conteúdo na
nários, destacar que não se deve submeter à pres- Internet e pode ser editado por aplicativos específicos,
são de pessoas desconhecidas. como o Microsoft Word.
Os navegadores de Internet possuem mecanismos
internos que procuram proteger a navegação do usuá-
Quando os ataques procuram atingir um servidor
rio por sites, alertando sobre sites que tenham con-
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
teúdo malicioso, download automático de códigos,
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
arquivos que são potencialmente perigosos se execu-
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de tados, entre outras medidas.
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con-
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi-
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o Importante!
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam
ser redefinidas o mais breve possível. Os navegadores possuem mais recursos em
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão ser comum do que diferenças. As bancas costumam
minimizados ou anulados se o usuário mantiver os pro- perguntar os itens que são diferentes ou exclusivos.
gramas atualizados em seu dispositivo, aplicando as cor-
reções de segurança tão logo elas sejam disponibilizadas.
Quando o usuário é envolvido na perpetração de Microsoft Edge
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fraco da
corrente de segurança da informação, por estar sujei- Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
to a enganos e trapaças dos atacantes. A Engenharia no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o
Social consiste no conjunto de técnicas e atividades kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série
que procuram estabelecer confiança mediante dados de itens semelhantes ao Google Chrome. Integrado com
falsos, ameaças ou dissimulação. o filtro Microsoft Defender SmartScreen, permite o blo-
queio de sites que contenham phishing (códigos mali-
ciosos que procuram enganar o usuário, como páginas
que pedem login/senha do cartão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
(MICROSOFT EDGE, MOZILLA FIREFOX, favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
GOOGLE CHROME E SIMILARES) tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. Ele
substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o visualiza-
Os navegadores de Internet reconhecem os pro- dor padrão de arquivos PDFs no Windows 10. Foram
tocolos da família TCP/IP, os quais permitem a adicionados recursos que permitem “Desenhar” sobre
comunicação entre os dispositivos nas redes de com- o conteúdo do PDF.
putadores. São exemplos de protocolos de transferên- Além disso, mantém as características dos outros
cia de dados: HTTP (hipertextos), HTTPS (hipertextos navegadores de Internet, como a possibilidade de insta-
de forma segura), FTP (arquivos), SMTP (mensagens lação de extensões ou complementos, também chamados
de correio eletrônico), NNTP (grupos de discussão e de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
notícias), entre outros. específicos para a navegação em determinados sites.
Ao navegar na Internet com um navegador ou bro- As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
wser, o usuário está em uma sessão de navegação. sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
A sessão de navegação poderá ser em janelas ou em consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
230 guias dentro das janelas. como PDF no dispositivo do usuário.
Coleções, no Microsoft Edge, é um recurso exclusi- z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
vo que permite que a navegação inicie em um disposi- gle, o navegador armazena localmente as informa-
tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma ções da navegação para o perfil atual do sistema
conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas operacional. Todos os usuários do perfil poderão
nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar consultar as informações armazenadas;
sugestões do Pinterest. z Modo Normal conectado na conta Google: o nave-
Outro recurso específico do navegador é a repro- gador armazena localmente as informações da
navegação e sincroniza com outros dispositivos
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
conectados na mesma conta Google;
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet,
mas não acessa as informações da conta Google
Mozilla Firefox registrada;
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces-
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, sa a Internet e apaga os dados acessados quando a
como os demais browsers, possibilita o acesso ao janela é fechada.
conteúdo armazenado em servidores remotos, tanto
na Internet como na Intranet. É um navegador com O navegador Google Chrome, quando conectado em
código aberto, software livre, que permite download uma conta Google, permite que a exclusão do histórico
para estudo e modificações. Possui suporte ao uso de de navegação seja realizada em todos os dispositivos
applets (complementos de terceiros), que são instala- conectados. Essa funcionalidade não estará disponível
dos por outros programas no computador do usuário, caso não esteja conectado na conta Google.
como o Java. Um dos atalhos de teclado diferente no Google
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização Chrome, em comparação aos demais navegadores,
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con- é F6. Para acessar a barra de endereços nos outros
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- navegadores, pressione F4. No Google Chrome, o ata-
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses lho de teclado é F6.
dados não serão sincronizados. Para verificar a versão atualmente instalada do
Assim como nos outros navegadores, é possível Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e, depois,
definir uma página inicial padrão, uma página inicial “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
a navegação das guias abertas na última sessão. instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
permite copiar, para a Área de Transferência do com- mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
putador, parte da imagem da janela que está sendo com as mesmas credenciais de login.
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário O Google Chrome permite a personalização com
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
mente pelo navegador. das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles
Conceitos e Funções Válidos para Todos os
oferecem pequenas dicas para que você possa apro-
Navegadores
veitar ao máximo o Firefox. Também pode aparecer
novidades sobre produtos Firefox, missão e ativismo z Modo normal de navegação: as informações serão
da Mozilla, notícias sobre integridade da internet e registradas e mantidas pelo navegador. Histórico
muito mais. de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,
Formulários, Favoritos e Downloads;
Google Chrome

O navegador mais utilizado pelos usuários da


Internet é oferecido pela Google, que mantém servi-
ços, como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube),
entre muitos outros. Uma das pequenas diferenças
desse navegador em relação aos outros navegadores z Modo de navegação anônima: as informações de
é a tecla de atalho para acesso à Barra de Endereços, navegação serão apagadas quando a janela for
que, nos demais, é F4 e, nele, é F6. Outra diferença é o fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão
acesso ao site de pesquisas Google, que oferece a pes- mantidos;
quisa por voz se você acessar pelo Google Chrome.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Outro recurso especialmente útil do Chrome é o


Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
Alguns recursos do navegador são “emprestados”
do site de buscas, como a tradução automática de z Dados de formulários: informações preenchidas
páginas pelo Google Tradutor. em campos de formulários nos sites de Internet;
É possível compartilhar o uso do navegador com z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-
cada uma tenha as próprias configurações e arquivos. rio poderão ser exportados do navegador atual e
O navegador Google Chrome possui níveis diferentes importados em outro navegador de Internet;
de acessos, que podem ser definidos quando o usuário z Downloads: arquivos transferidos de um servidor
conecta ou não em sua conta Google. remoto para o computador local. Os gerenciadores 231
de downloads permitem pausar uma transferência
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja PROGRAMAS DE CORREIO
mais disponível;
ELETRÔNICO (MICROSOFT OUTLOOK E
z Uploads: arquivos enviados do computador local
para um servidor remoto; SIMILARES)
z Histórico de navegação: são os endereços URL acessa-
MICROSOFT OUTLOOK
dos pelo navegador em modo normal de navegação;
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos O Microsoft Outlook é um cliente de e-mail do
arquivos acessados durante a navegação;
pacote Microsoft Office. Ao instalar o pacote de aplica-
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para
tivos, o cliente de e-mail estará disponível para confi-
funcionalidades adicionais ou propaganda;
guração e utilização.
z Atualizar página: acessar as informações armaze-
Assim como outros clientes de e-mail, ao acessá-lo
nadas na cópia local (cache);
pela primeira vez, é necessário configurar uma conta,
z Recarregar página: acessar novamente as infor-
mações no servidor, ignorando as informações com nome de usuário e senha, para acessar sua caixa
armazenadas nos arquivos temporários; de mensagens. A configuração é simples e rápida, e
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet poderá ser revisada em Arquivo, Opções, Conta.
no formato PDF podem ser visualizados direta- As versões 2013, 2016 e 2019 são semelhantes, porém,
mente no navegador de Internet, sem a necessida- com novidades exclusivas para recursos integrados.
de de programas adicionais;
Outlook 2013
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
de Internet Com interface redesenhada em relação ao Outlook
2010, o cliente de e-mails do pacote Microsoft Office
z Cookies: arquivos de texto transferidos do servidor
para o navegador com informações sobre as prefe- passou a oferecer recursos para manter a sua caixa de
rências do usuário. Eles não são vírus de compu- entrada organizada. As mensagens poderão ser visua-
tador, pois códigos maliciosos não podem infectar lizadas na forma de lista de e-mails ou como conver-
arquivos de texto sem formatação; sas (agrupando as mensagens com o mesmo Assunto).
z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, o Outra novidade incorporada foi a integração com
navegador receberá atualizações para a página o Microsoft Lync 2013. O Lync é um comunicador ins-
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre tantâneo para uso corporativo, que, semelhantemente
sites para troca de conteúdo; ao programa Skype, permite a troca de mensagens e
z Certificado digital: os navegadores podem utilizar chamadas de áudio e vídeo, restritas a um domínio
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, empresarial.
aceitam certificados digitais para validação de cone-
As ações mais comuns de sinalização e exclusão de
xões e transferências com criptografia e segurança;
z Corretor ortográfico: permite a correção dos tex- mensagens ganharam ícones na lista de mensagens, e
tos digitados em campos de formulários a partir de esta por sua vez, poderá ser organizada em “Todas” as
dicionários on-line disponibilizados pelos desen- mensagens e apenas “Não lidos”.
volvedores dos navegadores. O recurso “Espiar” está disponível no 2013, e per-
mite que o usuário aponte em um item para ver infor-
Atalhos de Teclado mações associadas a ele. Por exemplo, podemos ver
os compromissos do dia apenas apontando no item
z Para acessar a barra de endereços do navegador:
Calendário, sem precisar abrir o conjunto completo.
F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6;
z Para abrir uma nova janela: Ctrl+N;
z Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N. Outlook 2016
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P;
z Para fechar uma janela: Alt+F4; A versão 2016 do Microsoft Outlook trouxe inte-
z Para abrir uma nova guia: Ctrl+T; gração com o OneNote (anotações) e a troca do Lync
z Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W; 2013 pelo Skype for Business (como comunicador
z Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T; instantâneo).
z Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual); Outra novidade foram os e-mails secundários. Com
z Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos); os “clutters”, endereços de e-mail secundário, as men-
z Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero); sagens começam a ser avaliadas de acordo com as nos-
z Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home;
sas reações. Se deixamos de lado uma mensagem ou
z Para visualizar os downloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J; ignoramos o seu remetente, as próximas mensagens
z Localizar um texto no conteúdo textual da página: começaram a ser armazenadas na pasta de e-mails
Ctrl+F; secundários. O usuário poderá adicionar manual-
z Atualizar a página: F5; mente mensagens que deseja ignorar. Observe que
z Recarregar a página: Ctrl+F5. elas não serão apagadas ou bloqueadas, mas apenas
armazenadas fora da caixa de entrada principal.
Nos navegadores de Internet, os links poderão ser Se, até o Outlook 2013, enviar anexos grandes era
abertos de 4 (quatro) formas diferentes. um problema por causa do limite de tamanho, no
z Clique: abre o link na guia atual; Outlook 2016 o usuário tem a opção de armazenamen-
z Clique + CTRL: abre o link em uma nova guia; to de anexos na nuvem OneDrive. Ao invés de enviar
z Clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela; o anexo com a mensagem, os arquivos serão armaze-
z Clique + ALT: faz download do arquivo indicado nados na nuvem e apenas um link será enviado para
232 pelo link. o destinatário.
Existe, ainda, a disponibilização de um app para
smartphones, o que permite levar o Outlook em seu bol-
so, literalmente.

Outlook 2019

O Outlook 2019 pertence ao pacote Microsoft


Office 2019, que é a versão de instalação dos aplica-
tivos no computador. O Office 2019 é adquirido com
o pagamento de uma licença de uso, e não recebe
atualizações de certos recursos. O Outlook 365 per-
tence ao Office 365, que tem pagamento recorrente de
uma assinatura, e recebe atualizações de novidades
mensalmente.
O Outlook 2019 trouxe o Verificador de Acessibili-
dade, para verificar a mensagem quanto aos padrões
internacionais e recomendações úteis para tornar os
e-mails acessíveis para portadores de necessidades
especiais.
A Caixa de Entrada ganhou a opção Destaques,
para armazenar as mensagens importantes (que Configuração de envio de mensagens no Mozilla Thunderbird
foram enviadas com prioridade alta, de remetentes da
organização, ou que foram respondidas pelo usuário). Existem diferenças entre o acesso por um cliente
As mensagens que não possuem essas características de e-mail e pelo webmail? Existem e são simples:
serão armazenadas na nova pasta Outros, dentro da
Caixa de Entrada. z O cliente de e-mail permite múltiplas conexões
Na versão 2016, o usuário conseguiu enviar arqui- simultâneas, enquanto o webmail é individual;
vos anexos gigantes através do armazenamento na z O cliente de e-mail (na configuração padrão, usan-
nuvem. Na versão 2019, aqueles anexos armazena- do SMTP e POP3) copia as mensagens que estão no
dos na nuvem serão baixados com a mensagem, sem servidor de e-mail para o computador local, remo-
necessidade de clicar nos links do OneDrive, como vendo a mensagem do servidor;
ocorria na versão anterior. z O cliente de e-mail (se usar IMAP4) copia as mensa-
Apesar dos novos recursos, os concursos públicos gens que estão no servidor de e-mail para o compu-
questionam de forma predominante os conceitos e tador local, mas mantém as mensagens originais
funcionalidades básicas do correio eletrônico. no servidor;
Para quem utiliza o Outlook como cliente de e-mail, z O webmail (usando IMAP4) acessa as mensagens
as novidades sempre adicionam recursos úteis para no servidor usando um navegador de Internet,
as tarefas cotidianas, otimizando a sua produtividade. mas não remove essas mensagens;
z O webmail não necessita de nenhum aplicativo
Mozilla Thunderbird/Webmail específico (cliente de e-mail), bastando apenas um
navegador de Internet (Internet Explorer, Mozilla
NOMES DE CLIENTES DE E-MAIL, SEGUNDO O Firefox, Google Chrome, Opera, Apple Safari, entre
AMBIENTE outros);
z Na transferência IMAP4 operando via navegador
Mozilla Thunderbird Aplicativo de código aberto
web pelo protocolo HTTP, acontece a sobreposição
e gratuito, que pode ser ins-
dos protocolos, porque todos são da camada 7 do
talado no Windows ou Linux,
modelo OSI.
para operar como cliente de
correio eletrônico
Preparo E Envio De Mensagens
Acessível pelo navegador
de Internet. São exemplos Os campos CC e CCO normalmente não aparecem
de webmail: Gmail (Google), na mensagem em composição. Se quiser usá-los, deve-
Webmail
Outlook.com (Microsoft, anti- rá ir no lado esquerdo e, na seta, selecionar o campo
go Hotmail), Yahoo Mail, en- que será usado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tre outros O campo “Responder a:” permite que a resposta de


um destinatário seja enviada para outro e-mail. Por
Os webmails são acessados a partir de um exemplo: mediugorie@gmail.com enviou um e-mail
navegador web. São exemplos de webmail: Gmail para você, com “Responder a:” definido para mediugo-
(Google), Outlook.com (Microsoft, antigo Hotmail), rie@hotmail.com.
Yahoo Mail, entre outros. Eles possuem suas particu- Quando você responder a mensagem, ela será
laridades, entretanto operam de forma semelhante a enviada para mediugorie@hotmail.com, e não para o
um cliente de e-mail, com os mesmos princípios (cam- remetente original.
pos, ações, pastas etc.).
O Mozilla Thunderbird permite a escolha do méto-
do de acesso quando executamos pela primeira vez.

233
Figura: Mensagem sendo preparada no Mozilla Thunderbird (opção Escrever)

As mensagens de e-mail poderão ser acompanhadas (na Caixa de Entrada, serão destacadas), poderão conter
uma Solicitação de Confirmação de Entrega (que o servidor de e-mails do destinatário responde, se receber a
mensagem em sua Caixa de Entrada) ou Solicitação de Confirmação de Leitura (que o usuário deverá responder,
clicando na barra de alerta que será mostrada quando ele abrir e ler o e-mail).

Ativando as confirmações de leitura e entrega, no menu Opções

O endereço eletrônico é a forma padronizada para identificação de um usuário único em um determinado


servidor de e-mails. A composição do endereço de e-mail é de forma muito parecida com a URL (endereço de
Internet — Uniform Resource Locator). O endereço é definido pela RFC822, redefinido pela RFC2822 e atualmente
é a RFC5322. RFC significa Request for Comments, um documento que descreve os padrões de cada protocolo da
Internet previamente a serem considerados um padrão.

CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL — USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS

Serviço Componente Características

Antes do símbolo de @, identifica um único usuário no serviço de


Usuário
e-mail

Significa at (traduz-se como “em”) e separa a parte esquerda que


@
identifica o usuário da parte à sua direita, que identifica o local

Imediatamente após o símbolo de @, identifica a empresa ou prove-


Correio Nome do domínio dor que armazena o serviço de e-mail (o servidor de e-mail executa
Eletrônico softwares como o Microsoft Exchange, por exemplo)

Identifica o tipo de provedor, por exemplo, .com (comercial), .edu


Categoria do domínio
(educacional), .rec (entretenimento), .gov (governo) etc.

Informação que poderá ser omitida, quando estabelecida nos EUA.


País Indicado por duas letras, sinaliza o país. BR = Brasil, AR = Argentina,
JP = Japão, CN = China, CO = Colômbia etc.

234
Figura: Todos os campos de destinatários (Para, Cc e Cco) exibidos, na tela Escrever

Uma mensagem de e-mail poderá ser redigida a partir do preenchimento de alguns campos. Na tabela a seguir,
está a lista dos componentes de um e-mail:

CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL

Campo Características

Identifica o usuário que está enviando a mensagem eletrônica. Conhecido como remetente, é
DE
preenchido automaticamente pelo sistema de e-mails, a partir da conta escolhida no momento

Identifica o (primeiro) destinatário da mensagem. Poderão ser especificados vários endereços,


PARA separados por vírgula ou ponto-e-vírgula. Todos que receberem a mensagem conhecerão os ou-
tros destinatários informados neste campo e no campo CC

Identifica os destinatários da mensagem que receberão uma cópia do e-mail. CC é o acrônimo


CC
de Carbon Copy (cópia carbono). Todos que receberem a mensagem conhecerão os outros des-
(com cópia)
tinatários informados neste campo e no campo Para

Identifica os destinatários da mensagem que receberão uma cópia do e-mail, mas não terão o
seu endereço exibido para os demais.
CCO CCO, no inglês BCC, é o acrônimo de Blind Carbon Copy (cópia carbono oculta)
(com cópia oculta) Todos que receberem a mensagem não conhecerão os outros destinatários informados neste
campo, seus endereços não serão mostrados para quem estiver no campo PARA ou CC, mas
poderá ver para quem a mensagem foi endereçada como visível (PARA e CC)

Assunto (Subject) Identifica o título para o conteúdo da mensagem. É um campo opcional

Anexar Arquivo: Identifica o(s) arquivo(s) que estão sendo enviados junto com a mensagem. Exis-
Anexar
tem restrições quanto ao tamanho do anexo e tipo (executáveis são bloqueados pelos webmails)

Mensagem O conteúdo da mensagem de e-mail, que poderá conter texto, imagens e outros elementos gráficos

O e-mail organiza as mensagens armazenando-as em pastas. As mensagens poderão ser movidas entre elas.

PASTAS CARACTERÍSTICAS DICA


Armazena as mensagens recebidas, que não foram identifica-
das como lixo eletrônico (spam) ou processadas por algum
filtro definido pelo usuário. O número informado é da quan-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Entrada tidade de mensagens não lidas e estará entre parênteses. A Recebidas


quantidade de mensagens totais de uma pasta aparecerá na
barra de status, na parte inferior da tela, quando a pasta esti-
ver selecionada

Pasta que armazena as mensagens que estão sendo redigi-


das pelo usuário, salvas temporariamente e que poderão ser
Rascunhos editadas posteriormente ou enviadas. O número informado é Salvas e não enviadas
da quantidade de mensagens na pasta de Rascunhos e estará
entre colchetes

E-mails enviados Armazena as mensagens que foram enviadas pelo usuário Enviadas

235
PASTAS CARACTERÍSTICAS DICA
Armazena as mensagens que foram excluídas pelo usuário.
Lixeira Opera como uma Lixeira do e-mail. Geralmente, são excluídas Apagadas
após um período de armazenamento configurado

Armazena as mensagens que foram redigidas pelo usuário,


enviadas, mas que, ainda, não foram processadas pelo prove- Enviadas pelo usuário,
Saída dor de e-mail. Um dos principais motivos para a mensagem serão enviadas para o
permanecer na caixa de saída é a ausência de conexão com servidor de e-mails
a Internet

Armazena as mensagens enviadas por spammers (spam),


mensagens com vários endereços de e-mail em seu cabe-
Spam çalho (que provavelmente seja spam) e mensagens prove- Spam
nientes de endereços de e-mail que foram sinalizados como
spam anteriormente, reconhecidos pelo provedor de e-mails

O usuário poderá criar e organizar pastas locais para ter aces-


Pastas Locais so rapidamente às mensagens de seu interesse, ou como
destino para algum filtro definido

Respondendo Mensagens Recebidas

Quando uma mensagem é recebida, algumas ações poderão ser realizadas. Confira:

AÇÃO TAREFA REALIZADA

Uma resposta será enviada para o remetente

A mensagem será enviada para outros destinatários. Anexos da mensagem original serão
encaminhados para os outros destinatários
A mensagem será arquivada. Ela não será excluída, mas será mantida nos arquivos do Mo-
zilla Thunderbird, fora das pastas do e-mail
A mensagem será movida para a pasta Spam. As próximas mensagens recebidas do mes-
mo remetente serão movidas para a pasta Spam

A mensagem será apagada e armazenada na Lixeira, podendo ser recuperada posteriormente

As mensagens relacionadas com o e-mail, recebidas anteriormente e respondidas, serão


Abrir como conversa
agrupadas em uma sequência denominada “conversa”
Abrir em nova janela
Permite a visualização da mensagem em uma nova janela ou aba
Abrir em nova aba
Ver fonte Exibe o código fonte da mensagem, com o cabeçalho do e-mail
Permite definir um rótulo para a identificação da mensagem

Aplicar etiqueta

A mensagem que acabou de ser visualizada receberá o sinalizador de mensagem não lida e
Marcar como não lida
constará como não lida na Caixa de Entrada
Salvar como... Gravar a mensagem na forma de um arquivo independente do cliente de e-mail
Imprimir Preparar a mensagem para ser impressa na impressora
A mensagem de e-mail poderá ser convertida em um Evento ou Tarefa. O Evento será agen-
Converter para
dado no Calendário e a Tarefa poderá ter acompanhamento
236
Anexação de Arquivos

Anexar um arquivo ao e-mail é uma prática rápida e simples. Se o serviço é webmail, ele possui restrições tanto
de tamanho, como de formatos permitidos. Para iniciar, conheçamos o que as bancas esperam sobre o compor-
tamento do usuário em relação a alguns itens da Internet, como download e anexos e, em seguida, veremos as
restrições existentes nos serviços gratuitos (webmail, com IMAP4) e clientes de e-mail (com SMTP e POP3).

Opções do ícone Anexar na janela de elaboração de um novo e-mail

ANEXOS EM E-MAIL

Item Característica Comentários

O nome do arquivo deve atender aos padrões para nomes de arquivos do am-
Nome Padrão Windows
biente Windows, sem uso de simbologia especial como *, /, \ etc.

Arquivos executáveis não são enviados por webmails. Considerados vetores


de transmissão de vírus de computador, arquivos EXE, COM, PIF, REG, SCR,
Extensão Executáveis CPL, entre muitos outros, não são anexados à mensagem.
Um cliente de e-mail pode anexar executáveis, mas é preciso alterar a confi-
guração padrão

O tamanho de um arquivo enviado como anexo pelo webmail é limitado em


10MB, 20MB, ou outro valor semelhante. No cliente de e-mail, o limite é a
Tamanho Limitado no webmail
quantidade de espaço livre na Caixa de Correio. Por exemplo, se temos 50MB
de espaço livre, podemos enviar um arquivo de 50MB via cliente de e-mail

Não é possível enviar uma pasta.


Para enviar vários arquivos ou uma pasta inteira do computador, devemos
Arquivos Somente arquivos
“enviar para... Pasta Compactada” no Windows. Será criado um arquivo ZIP
com os arquivos ou pastas ou subpastas e esse poderá ser anexado ao e-mail

Os dados de contato do remetente da mensagem podem ser adicionados ao


vCard Cartão de Visitas e-mail que está sendo enviado. O destinatário visualizará um aviso sobre a
existência de um vCard e poderá adicioná-lo em sua lista de contatos

Quando estamos redigindo uma mensagem no Mozilla Thunderbird, podemos


Lembrar-me acionar o alerta “Lembrar-me depois”
Alerta
depois O usuário será notificado, posteriormente, caso não anexe um arquivo no mo-
mento que for enviar o e-mail

GMAIL
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Veremos, nesta seção, as funcionalidades do serviço de e-mail “Gmail”, incluindo as configurações rápidas,
configurações gerais, menus, marcadores, caixas de e-mails, enviados, rascunhos, lixeira, spam, estrela, escrever,
responder, encaminhar, inserir anexos, filtros, entre outros.
O serviço de e-mail da Google tornou-se popular pela simplicidade, capacidade de armazenamento e integra-
ção com outros serviços da Google.
Para ter uma rede social no antigo Google+, o usuário precisava de um login do Gmail. Para ter um canal no
Youtube, precisa de um login no Gmail. Para acesso aos arquivos armazenados no Google Drive (atual Google
One), precisa de um login do Gmail. Até para controles de pesquisas no Google Buscas, uma conta Google (geral-
mente associada a um Gmail) será usada.
Algumas funcionalidades são exclusivas do Gmail, como as estrelas de sinalização.
As Configurações Rápidas, estão disponíveis no ícone Configurações do Gmail.

237
Caixa de entrada (8,379)

Configurações

Configurações Rápidas

z Densidade: exibição das mensagens na área da janela. Poderá ser Padrão, Regular ou Compacto (mais men-
sagens, próximas umas das outras);
z Tema: combinação de cores e imagens para a interface do Gmail;
z Tipo de caixa de entrada: Padrão, Importantes primeiro (sinalizadas com uma seta estilizada na frente do
e-mail), Não lidas primeiro (mensagens que não foram abertas), Com estrela primeiro (mensagens sinalizadas
pelo usuário para acompanhamento), Caixa prioritária (com as configurações do usuário) e Várias Caixas de
Entrada (de várias contas de e-mail);
z Painel de Leitura: exibição do conteúdo das mensagens, sem divisão (mensagem na área visível), à direita da
caixa de entrada (exibidas ao lado das outras mensagens), abaixo da caixa de entrada (exibidas embaixo da
lista de mensagens);
z Conversa por e-mail: quando ativado, o Gmail agrupa as mensagens com mesmo assunto, permitindo que se
tenha rápido acesso às mensagens anteriores da mesma conversa. Quando desativado, cada mensagem será
exibida separadamente.

Configurações Gerais

O usuário poderá personalizar a exibição do Idioma, Números de Telefones e quantidade de mensagens por
página (10,15,20,25,50 ou 100).
Uma das configurações mais interessantes do Gmail está relacionada ao cancelamento do envio. Será possível
cancelar o envio do e-mail dentro do período de tempo definido em Configurações.

Configurações
Geral Marcadores Caixa de entrada Contas e importação

Cancelar envio: Período de cancelamento de envio: 5 segundos


5
10
20
30

Além das opções especiais, as configurações gerais permitem definir o comportamento de resposta padrão (se
enviará sempre para o remetente apenas [Responder], ou se enviará para todos da mensagem [Responder a todos]).
Nas configurações de Marcadores, o usuário poderá definir os sinalizadores das mensagens para as pastas,
categorias e conteúdo. A remoção de um marcador não remove a mensagem que ele sinalizava.
Na definição da Caixa de Entrada, o usuário poderá configurar a exibição dos marcadores (ou não) e dos res-
pectivos filtros.
Um filtro é um critério que será usado para que a mensagem receba um tratamento automatizado. São duas
etapas para criação de um filtro de mensagens. O primeiro passo é definir o critério desejado.
Podem ser filtradas mensagens pelo remetente, pelo destinatário, por Assunto, com determinadas palavras (ou
sem elas), tamanho das mensagens sem anexos, considerar mensagens com anexos e ignorar chats (conversas).

238
De

Para

Assunto

Contém as palavras

Não tem

Tamanho maior que MB

Com anexo Não incluir chats

Criar filtro Pesquisar

Se uma mensagem corresponde ao filtro selecionado, o Gmail poderá aplicar uma ação sobre ela. As ações
possíveis são exibidas na imagem a seguir, como sinalizar mensagens como lidas, marcar com estrela, fazer a
exclusão etc.
As mensagens recebidas na caixa de entrada poderão ser encaminhadas para outro endereço de e-mail, ser-
vindo o Gmail como apenas um endereço “de fachada”. Por exemplo, a empresa ou pessoa divulga o endereço
contatodoprofessorinfor@gmail.com, mas todas as mensagens que forem enviadas para o endereço, serão enca-
minhadas para outro endereço, como fernandoprof@gmail.com.

Quando uma mensagem corresponde exatamente ao critério de pesquisa:

Ignorar a caixa de entrada (Arquivar)

Marcar como lida

Marcar com estrela

Aplicar o marcador: Escolha um marcador...

Encaminhar Adicionar endereço de encaminhamento

Excluir

Nunca enviar para Spam

Sempre marcar como importante

Nunca marcar como importante

Categorizar como: Escolha categoria...

Também aplicar filtro a 0 conversas correspondentes.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Saiba mais Criar filtro

Opcionalmente é possível encaminhar todas as mensagens recebidas para outro endereço sem usar os Filtros
do Gmail. Nas configurações gerais do Gmail, os protocolos de e-mail permitem o encaminhamento das mensagens.

239
Social 9 novos Promoções 77 novos
Principal
Instagram Sophos, Jessica

Configurações
Geral Marcadores importação Filtros e endereços bloqueados Encaminhamento e POP/IMAP

Encaminhamento: Adicionar um endereço de encaminhamento


Saiba mais
Dica: Você também pode encaminhar apenas alguns dos seus e-mails criando um filtro!

O Gmail separa as mensagens recebidas em três pastas:

z Principal: mensagens em geral enviadas para o destinatário;


z Social: mensagens de alertas e notificações das redes sociais do usuário;
z Promoções: mensagens promocionais recebidas de listas que o usuário assinou ou informou em sites de
cadastro para notificações;

Google Apps
Caixa de pesquisa do e-mail

Notificações Google

Exibir ou ocultar
a lista de pastas
Conta Google

Nova mensagem Agenda

Keep

Tarefas

Pastas
Instalar complementos

Estrela — favoritos Anexo


Sinalizador de conversa
importante (on/off)

z Exibir ou ocultar a lista de pastas: permite visualizar no lado esquerdo as pastas do correio eletrônico
(padrão e personalizadas);
z Nova mensagem: inicia a composição de uma nova mensagem em branco;
z Pastas: são as divisões na conta de e-mail do usuário;
z Caixa de entrada: mensagens recebidas;
z Adiados: mensagens que foram sinalizadas como adiadas, para serem destacadas ou lembradas posteriormente;
z Importante: mensagens que foram enviadas diretamente para o destinatário com prioridade pelo remetente.
As mensagens podem ser sinalizadas manualmente pelo destinatário, tornando-se uma mensagem Importante;
z Enviados: mensagens enviadas, que foram efetivamente transferidas para o servidor de e-mails do destinatário;
z Rascunhos: mensagens salvas e não enviadas;
z Spam: mensagens recebidas que foram enviadas para múltiplos destinatários ou possuem conteúdo
publicitário;
z Categorias: mensagens que foram categorizadas manualmente pelo usuário ou a partir de regras do e-mail;
z Boomerang: pasta pessoal. O usuário poderá criar várias pastas para organização de suas mensagens de
e-mail;

A janela do Gmail é simples e intuitiva. Reúne as funções do E-mail, acesso a outros aplicativos Google, conta
Google e controles de complementos. Ao abrir uma mensagem para leitura, os controles mudam.

240
Adiar Marcadores
Arquivar Excluir
Denunciar spam Marcar como não lida Mover para

Próximas

Anteriores

Configurações

Mais opções

z Arquivar: a mensagem será armazenada na pasta Arquivadas;


z Denunciar spam: a mensagem será informada como Lixo Eletrônico, e o remetente adicionado à black list de spam-
mers (as próximas mensagens serão enviadas para a pasta Spam, e outros usuários se beneficiam de sua marcação);
z Excluir: a mensagem será apagada e enviada para a Lixeira. As mensagens armazenadas na Lixeira são
excluídas definitivamente após um período de tempo;
z Marcar como não lida: a mensagem que foi aberta, será sinalizada novamente como mensagem não lida na
listagem da caixa de mensagens;
z Adiar: a mensagem será sinalizada e o Gmail te lembrará dela depois;
z Mover para: escolher uma pasta para armazenar a mensagem;
z Marcadores: sinalizadores que o usuário poderá adicionar na mensagem.

Na composição de um novo e-mail, temos:

Destinatário com cópia


Destinatário

Destinatário com cópia oculta


Título da mensagem

Mensagem

Assinatura
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tamanho Negrito
Itálico Alinhamentos
Fonte Cor do texto
Sublinhado Numeração Menor tabulação
Remover formatação
Citação
Marcadores
Mais opções
Maior tubulação Excluir rascunho
Enviar e-mail
Opções de formatação

O campo “Para” identifica o destinatário (ou destinatários) que receberão a mensagem que está sendo redigida.
241
O campo “CC” identifica o destinatário ou destina-
tários que receberão cópia da mensagem, assim como
os endereços no campo “Para”.
O campo “CCO” é para listar os endereços dos des-
tinatários que receberão cópia da mensagem, mas seu
endereço não será mostrado para outros destinatários.
Não há diferenciação entre os campos de destina-
tários, e todos receberão a mensagem com os anexos
igualmente. Se um endereço inválido for inserido, o
Gmail poderá alertar (se for outro endereço Gmail),
ou após o envio, será devolvido pelo servidor do des-
tinatário com a respectiva mensagem de erro (um
e-mail não existente por exemplo).
Assunto é o título do e-mail, e é opcional. Uma men-
sagem enviada “Sem assunto” poderá ser considerada
como Lixo Eletrônico por alguns destinatários.
No corpo da mensagem, é possível inserir textos,
imagens, gráficos, outras mensagens de e-mail e assi- As mensagens recebidas na caixa de entrada pos-
natura. A assinatura é um conteúdo que será adicio- suem controles para:
nado no final do corpo da mensagem, geralmente com
dados sobre o contato. z Responder: a resposta será enviada para o reme-
O envio de uma mensagem pelo Gmail permite tente da mensagem, sem os anexos;
envio de arquivos anexos ou via Google Drive. Permi- z Responder a todos: a resposta será enviada para
te anexar imagens ou incluir no corpo da mensagem. o remetente e todos os outros destinatários visíveis
da mensagem que está sendo respondida. Os ane-
Anexar arquivos xos da mensagem original não são devolvidos para
Inserir imagens o remetente;
Emojis
z Encaminhar: a mensagem e os anexos serão
Confidencial enviados para outros destinatários;
Google Drive z Filtrar mensagens semelhantes: deixar o Gmail
Inserir hiperlink selecionar mensagens similares à mensagem
atual, para criação de um filtro ou exclusão delas;
z Imprimir: preparar a mensagem para ser
Quando anexamos um arquivo ou imagem, ela impressa;
será enviada junto com a mensagem. O destinatário z Excluir esta mensagem: apenas a mensagem será
precisará fazer o download do item para poder visua- apagada;
lizar ele. z Bloquear: o remetente da mensagem será blo-
Quando enviamos um arquivo via Google Drive, queado, e as próximas mensagens que forem
apenas o link segue no e-mail, e o destinatário preci- enviadas por ele serão automaticamente ignora-
sará acessar a conta do Google Drive para visualizar das pelo Gmail;
ou baixar o item. Se o destinatário não for um usuário z Denunciar spam: avisar ao Gmail que a mensa-
do Gmail (conta Outlook ou Yahoo), será convidado a gem e o remetente estão relacionados com o envio
criar uma conta para acesso ao conteúdo que lhe foi de massa de mensagens para usuários que não
enviado. solicitaram o conteúdo. O Gmail procura avaliar o
Quando enviamos uma imagem inserida no cor- conteúdo e o remetente, sinalizando as próximas
po do e-mail, o usuário não precisa baixar a imagem, mensagens como lixo eletrônico;
porque ela será mostrada diretamente no corpo da z Denuncia phishing: quando mensagens são envia-
mensagem. Este é o formato tradicionalmente adota- das com links que direcionam o usuário para sites
do pelas empresas para o envio de e-mail marketing falsos com o objetivo de coletar informações pes-
com imagem dos produtos. soais, temos um exemplo de phishing. Por ser uma
A gravação das mensagens que são redigidas é técnica que os hackers usam para roubar dados, as
automática na pasta Rascunhos. Caso o usuário desis- mensagens de phishing são sinalizadas e excluídas,
ta de terminar, poderá excluir o rascunho. para evitar que outros usuários recebam a mesma
O Gmail ganhou um novo visual e envio de men- tentativa de golpe;
sagens que se autodestroem. A primeira reformula- z Mostrar original: opção que exibe o cabeçalho
ção do Gmail desde 2011 traz um visual reformulado, completo do e-mail;
agenda de compromissos mais acessível e novas fun- z Traduzir mensagem: exibir o conteúdo da mensa-
ções para facilitar o gerenciamento das mensagens. gem em um idioma diferente do original;
Ao clicar no botão Confidencial (cadeado com reló- z Fazer o download da mensagem: transferir uma
gio), poderá proibir o encaminhamento da mensa- cópia da mensagem de e-mail para o dispositivo do
gem, a cópia do conteúdo, download e impressão do usuário. O arquivo recebe a extensão EML (e-mail)
e-mail, além da autodestruição e acesso protegido com após ser salvo localmente;
senha enviada por SMS. Ou seja, recursos tipo “Missão z Marcar como não lida: a mensagem que acabou
Impossível, com Tom Cruise”. de ser lida será sinalizada na pasta de mensagens
como não lida.

242
PROCEDIMENTOS DE BACKUP
O backup é a cópia de segurança dos dados do usuário.
Neste tópico estudaremos sobre as ferramentas do sistema operacional para proteção dos dados, a fim de com-
preender que cada uma possui um objetivo específico.
As cópias de segurança ganharam destaque nos últimos anos, devido aos ataques de ransomware. Como o
código malicioso reage às tentativas de acessos aos arquivos criptografados, as cópias de segurança, ao serem
restauradas, recuperam os arquivos sem alertar o atacante, prejudicando ainda mais o que já foi comprometido.
Ransomware é um ataque que criptografa os arquivos e as unidades do dispositivo do usuário, solicitando o
pagamento de um resgate para a liberação da chave de descriptografia. O usuário pode receber um arquivo com
o código malicioso por meio do correio eletrônico ou redes sociais e, após a execução do arquivo, seus dados serão
totalmente ou parcialmente criptografados. Alguns códigos ransomware criptografam apenas o início dos arquivos,
tornando-os inacessíveis. A técnica é usada para que o sequestro dos dados seja realizado de forma extremamente
rápida, evitando que alguma ação ou reação do usuário interrompa o processo de criptografia em andamento.

RECUPERAÇÃO USO
Criado como disco de inicialização, permite iniciar o
INICIALIZAÇÃO DO
Arquivos da inicialização do Windows Windows quando os arquivos essenciais do boot forem
SISTEMA
danificados
REPARAÇÃO DO Recupera arquivos alterados, danificados ou Retorna o Windows para suas configurações originais,
SISTEMA excluídos do sistema operacional sem os programas que foram instalados posteriormente
Retorna o sistema e programas para o ponto de restau-
RESTAURAÇÃO DO A cada inicialização ou modificação, um ponto
ração escolhido, descartando alterações posteriores a
SISTEMA de restauração é criado
ele
Recupera os arquivos do usuário que foram co- Restaurar os arquivos do usuário que foram copiados
BACKUP
piados para a cópia de segurança anteriormente no backup

As cópias de segurança são criadas pelo sistema operacional a partir de comandos do usuário, tanto programa-
dos pelo Agendador de Tarefas automaticamente, como, manualmente, pelo utilizador.
O Agendador de Tarefas é um recurso do Windows que permite a programação de comandos nos computa-
dores. O Agendador poderá executar uma vez ou várias vezes de forma recorrente (todos os dias, todas as segun-
das-feiras etc). Ao inserir os comandos de backup (cópia de segurança) no Agendador de Tarefas, quando for o
dia e horário programados, será executado, para que o usuário tome as providências com relação à cópia de seus
arquivos de dados.

Tipos de backup

Atualmente, o usuário dispõe de recursos que realizam o backup na nuvem diretamente, sem sua interferên-
cia no dia a dia. No smartphone Android, com a Conta Google, podemos autorizar a sincronização das imagens
e vídeos da câmera diretamente no Google Fotos. No smartphone iOS, com a Conta iCloud, podemos autorizar a
sincronização das imagens e vídeos da câmera diretamente no Apple iCloud. E outras soluções, como o Google
Drive, Microsoft OneDrive e Dropbox poderão fazer a cópia de segurança na nuvem dos arquivos gravados na
respectiva pasta do dispositivo.
Entretanto, esta modalidade de backup na nuvem não é, exatamente, uma cópia de segurança, mas apenas
uma replicação (duplicação) de dados. Se os dados forem corrompidos ou criptografados por um ransomware,
corre-se o risco de ter as cópias “limpas” sobrepostas pelas cópias infectadas com o malware.
Os sistemas de sincronização de dados, como o Dropbox, OneDrive e Drive permitem o gerenciamento do
histórico de versões, possibilitando a recuperação de arquivos anteriores à última atualização de sincronização.
Em concursos públicos, são questionados os tipos de backup “clássicos”: completo, incremental e diferencial.
Cada um deles possui suas vantagens e desvantagens, as quais veremos a seguir.
As empresas costumam operar diferentes tipos de backup, de acordo com suas necessidades de aplicações,
disponibilidade, segurança e velocidade de acesso às informações copiadas.
A manutenção de cópias de segurança redundantes de arquivos importantes é recomendável. Ou seja, para os
arquivos mais importantes, ter duas ou mais cópias do mesmo backup é uma atitude correta, criando redundân-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cias. Se uma das cópias falhar, ou for comprometida, a outra cópia redundante poderá ser usada para recupera-
ção dos dados.

Backup Completo (ou Full)

O backup completo ou full é aquele no qual todos os arquivos são copiados para outro local de armazenamen-
to. A vantagem desse tipo de backup é a reprodução fiel e completa de todas as informações do ambiente, possibi-
litando a restauração dos dados de forma contínua e imediata.
Entretanto, sua desvantagem é a quantidade de espaço de armazenamento necessário para os dados, além do
tempo para conclusão do procedimento de cópia. Em sistemas críticos, que operam com banco de dados e acesso
24 horas (como uma loja virtual de marketplace, as lojas Americanas), o backup completo poderia copiar dados
que estariam desatualizados alguns minutos depois, por não poder paralisar o sistema para que a cópia de segu-
rança seja realizada.

243
1 TB

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

Backup completo de 1 TB.


Todas as cópias de segurança ocupam 1 TB cada.

Se acontecer um problema no sábado, por exemplo, bastaria pegar o backup completo da sexta-feira e pronto:
arquivos restaurados!
Se o backup completo for realizado em mídias “convencionais”, provavelmente, será necessário que o usuário
troque as mídias quando elas estiverem totalmente ocupadas. Já se o backup completo for realizado dentro da
rede de dados da empresa, o tempo ocupado na conexão poderá atrapalhar o uso de outros recursos pelos usuá-
rios. E se o backup completo for realizado na nuvem (Internet), o tempo de uso da conexão de Internet poderá
atrapalhar o acesso à rede mundial pelos usuários.
Portanto, o backup completo deve ser realizado em horários de menos utilização dos recursos da rede da
empresa, para otimizar sua operação e não atrapalhar os demais sistemas.
O tempo de vida do backup completo dependerá da Política de Segurança da Informação (PSI) definido pela
empresa.

VANTAGENS DESVANTAGENS

� Reprodução fiel e completa � Maior espaço de armazenamento


COMPLETO � Recuperação rápida em caso de desastres � Maior tempo ocupado com backup
(restauração total)

Backup Incremental

Como o backup completo, realizado todos os dias demanda uma grande quantidade de espaço para armazena-
mento ou conexão da rede/Internet, uma alternativa é o backup Incremental.
Neste tipo de backup, serão copiados os dados que foram alterados desde o último backup incremental. Como
a quantidade de dados alterados pode variar de um período para outro, a quantidade de espaço reservado para
as cópias de segurança do tipo incremental será menor, comparado ao backup completo.
Iniciando com um backup completo, as alterações que forem observadas nos dados, em comparação com a
cópia completa, serão adicionadas na cópia incremental.

1 TB
Completo

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

Backup incremental.
Apenas os dados alterados em relação ao completo são copiados.

Se acontecer um problema no sábado, por exemplo, for preciso restaurar os arquivos, será necessária a cópia
do último backup completo realizado e de todos os backups incrementais realizados até a data da ocorrência. A
manutenção das cópias incrementais é trabalhosa, exigindo verificação regular das mídias nas quais estão arma-
244 zenados os arquivos.
VANTAGENS DESVANTAGENS

INCREMENTAL � Rápido para copiar dados A manutenção das cópias é mais trabalhosa
� Rápido para restaurar dados

Backup Diferencial

A cópia diferencial é um pouco parecida com a cópia incremental.


Os dados que são copiados incluem os novos arquivos e os arquivos alterados (diferentes) em relação ao
backup completo.
As cópias são acumulativas, registrando na mídia atual os dados que foram usados na cópia anterior.
O backup diferencial tem facilidade para recuperação dos dados e segurança, pois, se uma das cópias estiver
com problema, as anteriores e posteriores poderão conter a informação desejada.
Depois de um certo tempo, definido pela PSI, o backup completo será realizado novamente, reiniciando a
contagem.

1 TB
Completo

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB


Backup diferencial.
Os dados alterados de um dia acumulam com o anterior, mantendo a última cópia como a mais completa de todas.

Se ocorrer um problema no sábado, por exemplo, basta usar o backup completo e o último backup diferencial
disponível. Entretanto, se o último backup diferencial disponível estiver com problemas nos dados da segunda-fei-
ra, basta resgatar em uma das outras cópias (terça, quarta ou quinta) a parte faltante.

VANTAGENS DESVANTAGENS

DIFERENCIAL � Boa velocidade para copiar dados


� Ocupa mais espaço que o backup incremental
� Maior segurança dos dados

Backup Completo, Incremental e Diferencial

As questões de concursos costumam questionar o backup dentro de algumas diretrizes: tipos, vantagens, des-
vantagens, custo, desempenho e disponibilidade.

VANTAGENS DESVANTAGENS

� Reprodução fiel e completa


COMPLETO � Maior espaço de armazenamento
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

� Recuperação rápida em caso de desastres (res-


� Maior tempo ocupado com backup
tauração total)

INCREMENTAL � Rápido para copiar dados


� Manutenção das cópias é mais trabalhosa
� Rápido para restaurar dados

DIFERENCIAL � Boa velocidade para copiar dados


� Ocupa mais espaço que o backup incremental
� Maior segurança dos dados

CUSTO DESEMPENHO DISPONIBILIDADE


COMPLETO Alto Demorado para fazer, rápido para restaurar Imediata
Imediata, desde que tenham sido tomadas as
INCREMENTAL Médio Rápido para fazer e rápido para restaurar
medidas de manutenção
DIFERENCIAL Médio Rápido para fazer e demorado para restaurar Imediata
245
Outros Tipos de Backup z Originais armazenados no servidor A da matriz
e backup no servidor B da filial, conectados pela
A escolha pelo modelo de backup ideal costuma rede interna e separados fisicamente;
considerar o custo, o desempenho e a disponibili- z Originais armazenados no servidor A da matriz e
dade. Portanto, além dos modelos básicos que caem backup no sistema NAS (Network Area Storage) da
em todas as provas de concursos, outras soluções são empresa, separados fisicamente;
desenvolvidas pelas empresas de tecnologia. z Originais armazenados no servidor A da matriz
Existem soluções, no mercado, que combinam os e backup na nuvem privada, instalada em uma
modelos de backup “básicos”, oferecendo produtos infraestrutura contratada como um serviço em
personalizados. algum lugar do mundo literalmente.

z Backup incremental contínuo: combina a ideia Mídias de Backup


de um backup completo com atualizações seme-
z Fita
lhantes ao backup diferencial, permitindo a recu-
peração com a última cópia incremental contínua; A fita de armazenamento de dados (ou, atualmen-
z Backup completo sintético: combina um backup te, Fita DAT — Digital Audio Tape) é uma forma de
completo com cópias incrementais subsequentes, armazenamento magnético sequencial, que grava os
focando nas alterações para reduzir a carga de dados em uma mídia inserida em um leitor/gravador.
trabalho dos servidores e a ocupação da banda da Muito usada no passado, em servidores de dados,
conexão de rede; devido a sua alta capacidade de armazenamento de
z Backup de espelhamento (o modelo de cópia dados e velocidade de leitura/gravação, atualmente
do Dropbox, Microsoft OneDrive, Google Drive e está obsoleta. Os servidores com discos rígidos ofere-
Apple iCloud é assim): Tudo o que for realizado cem maior proteção às mídias de armazenamento se
no original (aparelho) será repetido na cópia na comparados com as fitas magnéticas removíveis.
nuvem. Se uma foto é apagada, ela poderá ser apa- As fitas de armazenamento de dados, assim como
gada da cópia na nuvem simultaneamente; as fitas cassetes de áudio, populares nos anos 70 e 80,
z Backup local: tanto o dispositivo com o original demandam manutenção constante das mídias e de
como o dispositivo com a cópia estão no mesmo seus leitores. Por serem cobertas por um composto
local físico; magnético, as cabeças de leitura e gravação tendem
z Backup externo: comum em pequenas empresas, a “sujar” com resíduos deste composto, prejudicando
compreende a situação na qual a cópia dos dados as novas leituras/gravações se os cabeçotes não forem
armazenada em um HD externo é levada para a regularmente limpos.
casa do técnico por exemplo; Devido às demandas de segurança e manutenção,
z Backup FTP: um servidor FTP armazena os arqui- elas começaram a desaparecer no início dos anos
vos enviados pelo cliente FTP instalado no servi- 2000. Atualmente, algumas empresas ainda mantém
dor local. Opera de forma semelhante a um backup fitas DAT, mas por outros motivos, especialmente,
na nuvem. para a operação de servidores legados (sistemas aban-
donados que não são mais atualizados e só oferecem o
Backup na Rede de Dados ou Internet recurso de cópias de segurança via fita DAT).

A cópia de segurança deve ser armazenada em


uma mídia protegida contra alterações, preferencial-
mente, em um local físico diferente de onde se encon-
tram os arquivos originais.

Dica
O armazenamento de dados na nuvem é uma
realidade e muitas empresas possuem todas as Fita D2 e DAT comparadas a um smartphone.
suas informações na nuvem ou estão migrando-as Fonte: Wikimedia. Disponível em < https://commons.wikimedia.
para a Internet. A alta disponibilidade e segurança org/wiki/File:D-2_tape_vers._DAT_audio_tape_(6498603845).jpg>
dos serviços contratados com as provedoras de Acesso: 26 mar. 2021.
nuvem torna o investimento mais interessante que
z Disco Rígido
a manutenção de sua estrutura local dedicada.
O disco rígido é uma mídia de armazenamento de
O gerenciamento de mídias, como fitas, discos rígi- dados magnética, que se popularizou nos anos 90 por
dos, discos flexíveis e discos ópticos exige um controle sua capacidade e velocidade de acesso aos dados. Os
preciso sobre o que está armazenado em cada mídia. primeiros modelos populares não ofereciam contro-
Esse controle poderá exigir funcionários e softwares le de erros e, caso ocorressem problemas na mídia,
especializados e, de acordo com o tamanho da empre- alguns softwares específicos seriam executados para
sa, podem aumentar os custos da área de TI de forma o isolamento dos problemas.
significativa. O disco rígido “clássico” possui um ou mais discos
Portanto, uma das soluções está relacionada com metálicos com superfície magnetizável, que giram em
o local onde o armazenamento será realizado, trans- velocidades de 5.400 rpm (rotações por minuto) em
ferindo das mídias removíveis para computadores torno de um eixo central. Os braços de leitura e gra-
remotos e sistemas de armazenamento de dados dedi- vação são posicionados acima da superfície do disco,
cados. Confira alguns exemplos figurativos: efetuando a coleta dos bits registrados ou gravando
novas informações a cada giro do disco.
246
Os braços de leitura e gravação possuem atuadores Os discos rígidos externos são usados para cópia
que identificam a posição na qual a informação está ou de segurança de dados, especialmente, pelos usuários
deverá ser gravada, girando os respectivos discos (ou domésticos e pequenas empresas, dada a facilidade
pratos) para o correto posicionamento. Quando posi- de compra e praticidade de uso ao conectar em uma
cionado no local correto, a cabeça de gravação trans- porta USB, disponível em, praticamente, todos os dis-
fere as informações que precisam ser armazenadas, as positivos computacionais da atualidade.
quais permanecerão disponíveis por um bom tempo,
mesmo sem o fornecimento de energia, tornando o COMPONENTE DE
disco rígido uma forma de armazenamento de dados ARMAZENAMENTO
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
permanente por não ser volátil, como a memória RAM.
Memória se- IDE, SATA, USB
cundária de Permanente, não-
Disco rígido
armazenamento -volátil, “unidade
magnético12. C:”, hard disk (HD)
SATA II, USB
Memória se-
Permanente, não-
cundária de
Disco rígido -volátil, “unidade
armazenamento
C:”, SSD (Solid
memória flash13
State Disk)

Os discos SSD operam como discos rígidos, porém


com velocidade superior para leitura e gravação de
dados, por serem construídos com chips de memória.
Para os programas de backup, não muda nada.
Os discos rígidos e SSDs podem ter mais de uma
Disco Rígido (sem a proteção externa). partição, como letra C: e D:. Entretanto, copiar dados
Fonte: Overbr. Disponível em <https://overbr.com.br > Acesso: 26
mar. 2021.
da partição C: para a partição D: não é considerado
Os primeiros modelos trabalhavam com softwares como um backup.
exclusivos para cada fabricante, que efetuavam a gra- O primeiro motivo é que a origem e o destino estão
vação dos dados, manutenção dos discos e até o “esta- no mesmo local, portanto, em caso de sinistro no disco
cionamento” das cabeças de leitura/gravação para de origem, perde-se a cópia de segurança na partição
transporte do equipamento desligado. de destino, que está no mesmo disco de origem. E o
Os discos são divididos, logicamente, em setores, segundo motivo é que as partições podem ser desfei-
trilhas e clusters. Um cluster é uma unidade de arma- tas com a mesma rapidez com que são criadas por
zenamento de dados, localizado em determinado meio do Gerenciamento de Discos do Windows.
setor do disco, em determinada trilha. Os Discos Rígidos possuem capacidades elevadas,
A divisão lógica de um disco rígido segue o padrão de 240 GB (gigabytes, bilhões de bytes), 320 GB, 500
que foi definido para os primeiros discos flexíveis, GB, 1 TB (terabyte, trilhão de bytes), 2 TB etc. Possuem
com definição no momento da formatação ou particio- um baixo custo de aquisição por megabyte se compa-
namento. A formatação consiste em definir o sistema rados as outras mídias de armazenamento de dados
de arquivos, divisões e endereçamentos para o arma- da atualidade.
zenamento de dados. O particionamento consiste em
dividir o disco em divisões lógicas distintas, que pos-
sibilitam reduzir o espaço físico para endereçamento z Disco Flexível
e redução do tempo de latência das cabeças de leitura
e gravação (tempo que o sistema permanece parado). Com baixa capacidade e facilidade de manuseio,
os discos flexíveis ou disquetes foram muito popula-
A res até meados dos anos 2000. Com novos meios de
armazenamento disponíveis, como os discos ópticos
C e os pendrives, conectados em portas USB, eles caíram
B em desuso.
A capacidade de armazenamento dos discos flexí-
veis era de 180KB (modelo 5 ¼ de face simples) até
Discos: 2.88 MB (modelo 3 ½ de última geração).
Os discos ZIP (ZIP Drive) foram oferecidos no come-
Trilhas (A) ço dos anos 2000, com capacidade de 100 MB, operan-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Setores (B) do de forma semelhante às fitas DAT, com cartuchos


Cluster (C e D) próprios para uso em leitoras dedicadas. Apesar de
sua capacidade aumentada em relação ao disquete,
outras mídias de armazenamento já ofereciam maior
espaço para dados se comparadas aos “disquetes ZIP”.
O armazenamento de dados em discos flexíveis
D tornou-se impossível atualmente, pois as mídias dei-
xaram de ser fabricadas e o tamanho dos arquivos
supera vários megabytes (milhões de bytes) facilmente
Disco Rígido
nos dias de hoje.
Representação da divisão lógica.

12 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
13 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida e, quando o dispositivo é desligado, poderá voltar, rapidamente, para onde
estava antes. 247
Disco flexível 3 ½ desmontado.
Fonte: Wikitionary. Disponível em < https://es.wiktionary.org/wiki/disquete> Acesso em 26 mar. 2021.
z Disco Óptico

Com a popularização das mídias ópticas, especialmente, por substituírem as fitas cassetes, os discos de vinil
e as fitas de vídeo, com qualidade de imagem superior, os usuários enxergaram a possibilidade de reutilizá-los
como cópias de segurança.
No início dos anos 2000, CDs, DVDs e o Blu-Ray eram os queridinhos para o armazenamento de dados. Suas
durabilidade, rapidez para leitura e gravação e grande capacidade (para os padrões da época) fizeram das mídias
ópticas as preferidas para a cópia de segurança.
O HD-DVD usava luz azul-violeta e acabou sendo superado pelo Blu-Ray devido às restrições de gravações e
baixa capacidade, sendo fabricado por cerca de cinco anos pela Toshiba, sem adesão de muitos outros fabricantes.

CAPACIDADE USO

CD — COMPACT DISC 700 MB Usado para música

DVD — DIGITAL VIDEO DISC 4.7 GB Usado para vídeo

HD-DVD - HIGH DENSITY DIGITAL


15 GB Usado para vídeo de alta definição
VERSATILE DISC

BLU-RAY 25 GB Usado para vídeo de alta definição

O CD veio para substituir as fitas cassetes de áudio e os discos de vinil, com a gravação digital do áudio em uma
mídia durável de alta qualidade. Com capacidade de 700 MB e algumas características de construção específicas,
rapidamente se tornaram o padrão para distribuição de instaladores de softwares, substituindo inúmeros disquetes.
Os drives leitores de CD do final dos anos 90 eram substituídos por drives gravadores de CD, permitindo a gra-
vação de áudio digital e arquivos em computadores domésticos equipados com o “kit multimídia”.
Unidades 12x, 24x, 48x e 52x se popularizaram, indicando, com os números, a velocidade de rotação do disco
e, consequentemente, maior velocidade de leitura/gravação em relação aos outros modelos semelhantes.

TIPO USO

CD ROM Somente leitura Gravado pelo distribuidor de software ou música

CD R Gravável Poderia gravar uma vez, ou várias vezes de forma incremental

CD RW Regravável Poderia gravar várias vezes, como um disquete

O DVD foi desenvolvido para substituir as fitas de vídeo, com maior qualidade de imagem e som, permitindo a
inclusão de vários conteúdos extras. Assim como os CDs, também existiram modelos ROM, R e RW de mídia DVD.
Na época dos DVDs, as mídias removíveis do tipo USB começaram a aparecer no mercado, oferecendo capaci-
dade semelhante ou superior aos DVDs. Pendrives com 512 MB (megabyte — milhão de bytes), 1 GB, 2 GB, 4 GB, 8
GB, 16 GB etc, rapidamente, se tornaram os preferidos dos usuários para o armazenamento portátil de dados em
detrimento das mídias ópticas do tipo DVD.
O padrão HD-DVD oferecia gravação de dados em mídias ópticas com densidade superior ao DVD e próximo
do Blu-Ray, mas nem chegou a “emplacar” no mercado.
O Blu-Ray foi desenvolvido para substituir o DVD, com maior capacidade de armazenamento de dados e a
possibilidade de gravações de vídeos em alta resolução (HD — High Definition), que ocupavam mais espaço que
248 um CD poderia armazenar.
Ainda foram propostos outros novos padrões de mídias ópticas, como o HVD (Holographic Versatile Disc), mas
a era dos discos refletivos já estava acabando.
Eles chegaram tarde, pois armazenavam 25 GB e os pendrives já estavam em 128 GB. Poucos usuários utiliza-
ram Blu-Ray em seus computadores, sendo mais usados em aparelhos leitores para a reprodução de filmes em
alta resolução.

Comparativo entre as mídias ópticas.

Fonte: Wikipedia. Disponível em <https://en.wikipedia.org/wiki/File:Comparison_CD_DVD_HDDVD_BD.svg> Acesso em 26 mar. 2021.

O armazenamento de dados em discos ópticos foi a opção ideal no momento errado. A demora na populariza-
ção das mídias com o público e o surgimento de outras formas de armazenamento de maior praticidade ou capa-
cidade tornaram as mídias ópticas as preferidas para o armazenamento de cópias de segurança por quase uma
década nas pequenas e médias empresas, porém sem tanta utilização pelos usuários domésticos.

BACKUP NO WINDOWS

O Windows é o sistema operacional da Microsoft muito popular nos computadores pessoais. Desde a versão
Windows XP, existe uma ferramenta nativa para a realização de backup (cópia de segurança dos dados do usuário).
A seguir, veremos os procedimentos para a realização da cópia de segurança em diferentes versões do sistema
operacional. Os procedimentos básicos são os mesmos, mudando um detalhe ou outro. Confira:

Windows XP

z Executar a ferramenta Utilitário de Backup (nt backup.exe);


z Escolher o Assistente de Backup (para criação da cópia de segurança);
z Para recuperação dos arquivos, use a opção Assistente de Restore;
z Definir o que será copiado: tudo, arquivos selecionados, ou estado do sistema de backup (informações sobre o
gerenciamento das cópias de segurança);
z Escolher o destino (unidade de disco externa, removível ou remota);
z Escolher o nome para o arquivo (extensão BKF — Backup File);
z Iniciar o procedimento e, no caso das mídias removíveis, acompanhar a cópia e trocar quando solicitado.

A extensão BAK (Backup) é usada por programas instalados no computador para cópia de segurança, geral-
mente temporária, de arquivos que estão em edição.

Windows Vista
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Executar a ferramenta Backup e Restauração;


z Escolher entre “Fazer backup de arquivos” ou “do computador inteiro”;
z Escolher o destino (unidade de disco externa, removível ou remota);
z Iniciar o procedimento e, no caso das mídias removíveis, acompanhar a cópia e trocar quando solicitado.

Windows 7

z Executar a ferramenta Backup e Restauração;


z Escolher Configurar backup;
z Escolher o destino (unidade de disco externa, removível ou remota);
z Escolher entre “Deixar o Windows escolher” ou “Deixar que eu escolha”;
z Faça as seleções desejadas e clique em “Salvar configurações”, para executar o backup;
z Iniciar o procedimento e, no caso das mídias removíveis, acompanhar a cópia e trocar quando solicitado. 249
Windows 8 da conexão de banda larga facilitaram a adoção da
Computação nas Nuvens por diferentes empresas.
z Executar a ferramenta “Salvar cópias de backup”;
z Habilitar a opção “Ativar Histórico de Arquivos”;
z Excluir as pastas que não deseja que sejam copia-
das para o backup;
z A cópia de segurança será realizada localmente e o
usuário poderá recuperar os arquivos em “Históri-
co de Arquivos”;
z Para cópia externa, usar backup de cópia (manual-
mente) ou outra ferramenta de terceiros.

O Windows 8 oferece a ferramenta Imagem de


Sistema para criação de uma cópia de todos os dados
do computador. É como um backup completo, mas; no
momento da recuperação dos dados, não é possível
escolher quais arquivos serão recuperados. A imagem
do sistema é uma cópia estática de todo o disco e será
restaurada em sua totalidade.
Os diferentes dispositivos acessarão os recursos disponibilizados na
Windows 10
nuvem (Internet)

z Acionar o menu Iniciar, item Configurações (ou


A Computação na Nuvem pode ser vista como uma
atalho de teclado Windows + I);
z Abrir a opção “Atualização e Segurança”; evolução e, também, uma convergência das tecno-
z Executar a ferramenta “Backup”; logias de virtualização e das arquiteturas (como os
z Habilitar a opção “Ligar backup automático”; clusters computacionais) orientadas a serviços. Atual-
z Excluir as pastas que não deseja que sejam copia- mente, a Computação nas Nuvens é o ponto de partida
das para o backup; para o desenvolvimento de soluções computacionais
z Definir qual a periodicidade da cópia de segurança que necessitem de rapidez, flexibilidade e acesso faci-
em “Fazer backup dos meus arquivos”; litado, oferecendo, instantaneamente, a nível global,
z Definir qual o prazo de validade da cópia de segu- uma solução para problemas do dia a dia.
rança em “Manter meus backups”;
Quem nunca pediu uma refeição ou solicitou um
z Para cópia externa, usar backup de cópia (manual-
meio de transporte através de um aplicativo? O sistema
mente) ou outra ferramenta de terceiros.
de processamento dos pedidos, distribuição das deman-
O Windows 10 oferece a ferramenta Imagem de das, localização dos prestadores de serviços e controle
Sistema, como no Windows 8. Para recuperação dos fiscal das vendas é realizado na nuvem, em servidores
dados, escolha “Restaurar versões anteriores”. que estão distribuídos ao redor do mundo, conectados
As ferramentas do Windows para a realização de em tempo real para o atendimento das demandas.
backup não trabalham com os conceitos de tipos de A computação na nuvem oferece tudo como um
backup (completo, diferencial e incremental). Elas serviço: armazenamento de dados, plataforma para
copiam os dados que o usuário escolher ou todo o dis- execução de aplicações, infraestrutura para o desen-
co. Portanto, elas são ferramentas de backup completo
volvimento de sistemas, espaço para testes de aplicati-
ou personalizado, sem detalhes que poderiam distin-
vos etc. “Webware” ou “software” baseado na Internet
guir uma cópia incremental ou diferencial.
é a denominação para esses programas que operam
como serviços na rede.

ARMAZENAMENTO DE DADOS NA
NUVEM Importante!
Tudo que é oferecido pela nuvem é um serviço
Computação em nuvem (em inglês, cloud compu- escalável e personalizável.
ting) refere-se ao processamento de dados remotos. O
usuário envia informações inseridas em seu dispositi-
vo local e os programas, na nuvem, executam as opera- Armazenamento em nuvem é uma opção de arma-
ções solicitadas, devolvendo para o periférico de saída zenamento remoto que usa o espaço em um provedor
do dispositivo local do usuário os resultados obtidos. de data center e é acessível de qualquer computador
A expressão “nuvem” é usada para designar a
com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft One-
Internet, porém, na prática, pode, também, referen-
Drive, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de servi-
ciar um processamento remoto dentro da rede inter-
ços de armazenamento em nuvem.
na da empresa. Vale ressaltar que existem nuvens
privadas, públicas, híbridas e comunitárias.
A Computação em Nuvem é a evolução do prin- Tecnologias de Serviços na Nuvem
cípio da Computação em Grade. Na Computação em
Grade, uma grande quantidade de clusters computa- Existem várias opções que poderão ser contrata-
cionais (servidores conectados entre si dentro de uma das como serviços, sendo as principais em concursos
250 infraestrutura compartilhada) aliada à disseminação públicos: IaaS, PaaS e SaaS. Vejamos cada uma delas:
z Infrastructure as a Service (IaaS): fornece recursos de computação virtualizados pela Internet. O provedor
hospeda o hardware, o software, os servidores e os componentes de armazenamento;
z Platform as a Service (PaaS): proporciona acesso às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento usados
para entregar os aplicativos;
z Software as a Service (SaaS): permite aos usuários o acesso aos bancos de dados e software de aplicativo. Os
provedores de nuvem gerenciam a infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos servidores do provedor
de nuvem.

Obs.: Novas definições são criadas por empresas com propósitos de marketing. Em concursos públicos, as defi-
nições mais questionadas são SaaS, PaaS e IaaS.
Um sistema de computação legado, ou dedicado, é aquele em que a empresa é responsável por todos os itens
do projeto, desde o fornecimento de energia para a operação dos servidores adquiridos por ela, até a disponibili-
zação de aplicações que foram compradas, por meio de Licenças, para sua utilização.
Na computação em nuvem, é possível contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados,
armazenamento, servidores e sistemas de virtualização. Essa é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
Desenvolvedores podem contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados, armazenamento,
servidores, sistemas de virtualização, sistema operacional, banco de dados e segurança digital. Essa é uma Plata-
forma como um Serviço (PaaS).
Usuários podem contratar de uma operadora de nuvem tudo, desde os data centers até as aplicações. Esse é um
Software como um Serviço (SaaS).

Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas de um acesso à rede.

Como é possível observar, a Computação nas Nuvens é uma forma de disponibilização de recursos equiva-
lente à Computação Local, mas remotamente. Na tabela a seguir, vamos comparar esses dois formatos e suas
responsabilidades.

COMPUTAÇÃO LOCAL COMPUTAÇÃO NAS NUVENS


Teclado, mouse, scanner, monitor touch
Entrada de Dados Enviado para um serviço na rede
screen

Processamento de Dados Processador do computador Computadores remotos, distribuídos na rede

Monitor, impressora, placa de modem, pla- Disponibilizado um link para download, vi-
Saída de Dados
ca de rede, USB, HD etc. sualização ou compartilhamento

Programas (softwares) Instalados no computador Disponíveis na Internet

Serviços (backup) Responsabilidade do usuário Responsabilidade da empresa


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Responsabilidade do sistema operacional


Serviços (desfragmentador) Responsabilidade da empresa
local

Antivírus Responsabilidade do usuário Responsabilidade da empresa

Firewall Responsabilidade do usuário Responsabilidade da empresa

Permissões de acesso Responsabilidade do usuário Oferecido pela empresa, definido pelo usuário

Gerenciamento da estrutura Responsabilidade do usuário Responsabilidade da empresa

251
Benefícios dos Serviços na Nuvem

Ao contratar Infraestrutura como um Serviço (IaaS), o usuário obtém economia de custo (pois não há neces-
sidade de comprar e manter hardwares), tempo de colocação no mercado (pois poderá iniciar suas operações
imediatamente, sem esperar pela instalação de um data center na empresa), disponibilidade em tempo integral
e escalabilidade sob demanda (pela expansão ou contração da empresa de acordo com o dia a dia da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada ao
hardware que não precisa ser adquirido), desenvolvimento simplificado de aplicativos (por conta dos ambientes
de desenvolvimento para diferentes plataformas), colaboração (pela comunicação on-line com outros desenvol-
vedores) e ambiente integrado (para teste, implementação e gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia de gastos (menor custo das licenças de softwares), com-
partilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, o acesso ao
serviço não será impactado com novas instalações e configurações) e independência do sistema operacional (a
troca de dados será realizada pelo protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas operacionais).

Os provedores, desenvolvedores e usuários finais, fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem.

Os softwares são desenvolvidos na Plataforma (PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraestrutura


(IaaS), para serem utilizados pelos usuários finais como um serviço (SaaS). Na tabela a seguir, vamos associar os
itens da computação local com os itens da computação na nuvem, a fim de mostrar que, na Nuvem, ocorre uma
adaptação do nosso computador de casa.

COMPUTAÇÃO LOCAL COMPUTAÇÃO NA NUVEM


Software Microsoft Office (instalado) Microsoft Office (on-line)
Plataforma Microsoft Windows 10 Microsoft Windows Azure
Infraestrutura Hardware e energia elétrica do usuário Hardware e energia elétrica da empresa provedora

Vantagens da Computação em Nuvem

O usuário não precisará se preocupar com atualizações de softwares e hardwares, pois serão realizadas pela
empresa contratada. Elas serão automáticas e disponibilizadas em tempo real para todos.
O compartilhamento de informações será facilitado, bastando que outros usuários tenham acesso à Internet, para
que possam acessar os dados compartilhados. Os serviços serão disponibilizados durante 24 horas por dia, pelos sete
dias da semana, com sistemas de redundância e recuperação de falhas sob responsabilidade da empresa contratada.
Assim, a necessidade de manutenção da infraestrutura física da rede local diminui, bastando para o usuário o
fornecimento de energia elétrica e conexão de rede para acesso aos serviços remotos. Além disso, por ter menos
equipamentos na infraestrutura local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e espaço físico serão reduzidos,
o que, indiretamente, contribui para a preservação e uso racional dos recursos naturais.
Ainda, a Computação em Nuvem traz flexibilidade para o uso e contratação de serviços. O usuário pode con-
tratar um pacote básico de serviços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar parâmetros do contrato,
alterando, de forma dinâmica, os limites de utilização.

252
Por fim, é preciso citar, como uma vantagem, a elasticidade rápida. Os recursos são provisionados dinamica-
mente, atendendo às necessidades pontuais da operação do cliente (uma loja virtual pode aumentar a quantidade
de acessos simultâneos ao site apenas na Black Friday por exemplo). Essa é a sua característica mais marcante.

Desvantagens da Computação em Nuvem

Quanto mais aplicações forem acessadas na nuvem, mais velocidade de transferência de dados será necessá-
ria. Portanto, a principal desvantagem da Nuvem é inerente ao propósito dela mesma.
O tempo de inatividade é outra desvantagem. Quando todos os sistemas estão em uma plataforma, se ela ficar
indisponível, a empresa e os usuários não terão acesso a nada. Felizmente, isso tem mudado e, hoje, as empresas
fornecedoras de serviços na nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso disponível) acima de 99,9999%.
A dificuldade de migração é, sem dúvidas, a principal desvantagem. Quanto mais utilizamos uma determinada
empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados, ela
poderá ser dificultada ou até impossibilitada.
Para minimizar essa desvantagem, a replicação de servidores é uma alternativa quando os dados são replica-
dos entre um servidor local e um servidor na nuvem.

1. Tudo está na nuvem

3. A interface é na nuvem, os dados estão


2. Tudo está duplicado armazenados localmente

Diferentes apresentações para a nuvem

Principais Características da Computação em Nuvem

On Demand Self Service, ou Autoatendimento sob Demanda, significa que o usuário pode usar os serviços,
aumentar ou diminuir as capacidades computacionais alocadas, como o tempo de servidor e armazenamento de
rede, sem a intervenção humana com o provedor de serviços. O limite de crédito do seu cartão de crédito virtual
é um exemplo dessa característica.
Ubiquitous Network Access, ou Amplo Acesso à Rede, significa que os serviços são acessíveis a partir de qual-
quer plataforma. O usuário pode acessar um sistema desenvolvido para Windows, armazenado em um servidor
Linux, a partir de seu smartphone Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem são assim.
Resource Pooling, ou Pool de Recursos, significa que os serviços são armazenados em servidores distribuídos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

globalmente e seus recursos virtuais são dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo cliente, conforme a sua
demanda. É o modelo multi-inquilino (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos clientes, em detrimento
da oferta, pelos clientes atuais. Um usuário em São Paulo pode contratar e acessar um serviço ofertado por uma
empresa em Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma cidade na Índia.
Rapid Elasticy, ou Elasticidade Rápida, significa que a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocorrerá
com agilidade, provisionando e liberando, elasticamente, as demandas solicitadas pelo usuário. Ao contratar um
armazenamento de dados na nuvem, o espaço disponível para uso será imediatamente ajustado após a confirma-
ção do pagamento.
Measured Service, ou Serviços Mensuráveis, significa que todos os serviços são controlados e monitorados
automaticamente pela nuvem, de maneira transparente para o usuário, sem a necessidade de conhecimento téc-
nico sobre a sua operação. É transparente para o usuário, pois ele não precisa conhecer onde estão alocados os
recursos computacionais contratados, acessando apenas a interface para acesso.

253
Tipos de Nuvem

Conforme mencionado anteriormente, podemos classificar as nuvens, de acordo com a infraestrutura ou seus
usuários, em: privada, pública, híbrida ou comunidade (comunitária).
No modelo de Nuvem Privada, a infraestrutura é proprietária ou alugada por uma única organização, para
ser operada exclusivamente por ela mesma, podendo ser local ou remota. A empresa aplica políticas de acesso aos
serviços para os usuários cadastrados e autorizados.
A definição de Nuvem Pública indica que a infraestrutura pertence a uma organização que vende serviços
para o público em geral, podendo ser acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço, não
sendo admitidas técnicas de restrição de acesso ou autenticação.
No formato de Nuvem Híbrida, a infraestrutura é composta por, pelo menos, duas nuvens que preservam as
características originais do seu modelo, as quais estão interligadas por uma tecnologia que possibilita a portabili-
dade de informações e de aplicações. Esse é o tipo mais comum encontrado no mercado.
Na Nuvem Comunidade (Comunitária), a infraestrutura é compartilhada por diversas organizações que,
normalmente, possuem interesses comuns, como requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibilidade e/
ou compatibilidade.

Organização X Organização Z
Organização Y

De acordo com a natureza do acesso e dos interesses envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida ou Comunitária.

Armazenamento de Dados na Nuvem

Ao instalar alguma ferramenta de armazenamento de dados na nuvem, como o Microsoft OneDrive, ou o Goo-
gle Drive, ou Dropbox, é possível associar pastas para serem copiadas para a Internet.
Conforme estudado no tópico sobre as definições de outros tipos de backups, este será um backup do tipo espe-
lhamento, no qual os dados apagados da cópia na nuvem a partir de um dispositivo serão refletidos nos outros
dispositivos conectados na mesma conta.
As ferramentas oferecem espaço gratuito básico, com capacidade entre 2 GB e 15 GB, podendo contratar mais
espaço de armazenamento com 1 TB ou 2 TB de capacidade. O pagamento será por licença de assinatura mensal
ou anual, semelhante ao modelo de licenciamento do Office 365.

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS,


CISCO WEBEX, GOOGLE DRIVE E SKYPE)
MICROSOFT TEAMS

Os comunicadores instantâneos dos anos 90 e 2000 evoluíram. Certamente alguns usaram o ICQ nos anos 90 e
outros usaram o MSN Messenger nos anos 2000.
Substituindo o MSN Messenger, a Microsoft lançou o Skype (na verdade, comprou de outra empresa desenvol-
vedora). Com ele, o usuário poderia realizar conversas por chat e até ligações de áudio/videoconferências entre
os usuários do programa. Se comprassem créditos de telefonia, poderia ligar para um telefone fixo convencional.
254
Para o mercado corporativo, a Microsoft desen- com a equipe (dentro do domínio da empresa) e o
volveu o software de comunicação Lync. O Lync, inte- OneDrive para compartilhar com usuários de fora da
grante das versões corporativas do Office se tornou o equipe, na Internet. A versão gratuita não possui o
Lync for Business. E o Skype virou Skype for Business, recurso Microsoft SharePoint, mas o usuário poderá
para pequenos negócios. Nos últimos anos, com a compartilhar arquivos pelo Microsoft OneDrive.
redução do portifólio de produtos, ela reuniu as fun- Com o Teams, você pode conversar por meio de
cionalidades do Skype for Desktop, do Skype for Busi- texto, realizar videoconferências (com webcam) e
ness e do Microsoft Lync for Business em uma nova trocar arquivos. Você pode utilizá-lo via navegador
ferramenta de colaboração. de Internet ou instalar o app no smartphone e ter os
mesmos recursos de conversação e troca de arquivos.
Outras funcionalidades incluem:

z Editar arquivos com segurança ao mesmo tempo;


z Ver curtidas, @menções e respostas com apenas
um toque;
z Personalizá-lo adicionando anotações, sites e
aplicativos.

Skype for Desktop Se o colaborador não tem o Office 365 em seu com-
putador, poderá instalar a partir do e-mail corporati-
vo/educacional. Acesse o seu webmail (da instituição)
com o e-mail corporativo e senha. No canto superior
esquerdo, acesse Office 365. Faça o download e instala-
ção do Office 365. No primeiro acesso, informe o login
Lynk (for Business) e senha do e-mail corporativo.

Chats, Chamadas de Áudio e Vídeo, Criação de Grupos

Com um grupo no Teams, a mensagem será envia-


da para todos os participantes e todos poderão intera-
gir com todos (semelhante a um grupo de WhatsApp).
Você poderá realizar o chat com apenas um outro
colaborador ou criar um grupo com vários contatos
Skype for Business para realizar uma reunião por texto via Teams.
Para montar um grupo de conversa no Teams, siga
os passos descritos a seguir.
Com o Microsoft Teams, é possível realizar conver-
Em chat, clique em novo chat
sas por chat, por áudio, por vídeo, compartilhar arqui-
vos e recursos, entre várias funcionalidades.

Adicione os participantes do grupo no campo


Componente do Microsoft 365 (Office 365) edições disponível.
corporativas, o Microsoft Teams possui recursos para
conversação por texto (Chat), chamadas de áudio,
chamadas de vídeo, videoconferências, organização
em equipes, armazenamento das gravações no Micro-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

soft Stream/SharePoint e arquivos no OneDrive, entre


outros recursos.
Voltado para o mercado corporativo e educacional,
assim como o Google Meet, teve suas funcionalidades
liberadas por um período para todos os usuários, Clique na seta no canto direito, e defina um nome
devido à pandemia de Covid-19 no ano de 2020. para o seu grupo.
Atualmente (agosto/2021) existem duas versões
disponíveis. O Microsoft Teams para uso pessoal, dis-
ponível para qualquer pessoa que tenha uma conta
Microsoft (Hotmail, Live, Xbox), e a versão corporati-
va integrante do pacote Office 365 “empresarial”.
Na versão pessoal, o OneDrive é usado para arma-
zenar arquivos compartilhados. Na versão empresa-
rial o SharePoint é usado para compartilhar arquivos 255
Depois que o grupo estiver montado, você pode-
rá adicionar participantes. Clique no canto superior
direito e adicione os novos participantes da conversa.

Quando um novo participante é adicionado ao


grupo, você poderá:

z Não incluir o histórico de chats (igual ao WhatsA-


pp, a pessoa não saberá o que foi conversado antes
de seu ingresso no grupo);
z Incluir histórico do número de dias anteriores:
define a quantidade de dias das conversas do gru-
po, que o novo participante terá acesso;
z Incluir todo o histórico de chats (igual ao Telegram,
quem for adicionado no grupo saberá tudo que foi
conversado desde o início).
Para Enviar Arquivos para outros Colaboradores da
Equipe (Usando Microsoft Teams)

z Inicie a conversa com o destinatário no Microsoft


Teams;
z Caso não tenha realizado contato prévio, pesquise
na parte superior pelo nome da pessoa no diretó-
rio de contatos. Digite parte do nome e procure na
lista suspensa;
z Clique no “clipe” de arquivo anexo e envie;
z Apenas arquivos poderão ser enviados;
z Os arquivos serão armazenados no espaço de
Para excluir participantes do grupo, abra a lista e armazenamento SharePoint/OneDrive.
clique no “X” à frente do nome.

Para Enviar Arquivos para Outras Pessoas (Usando


Microsoft OneDrive)

z Localize o arquivo ou pasta que deseja enviar;


z Clique com o botão direito e escolha Compartilhar
(Share);
z Define se o item será somente leitura (apenas exi-
bição) ou se o destinatário poderá alterar o arquivo
(permitir edição);
Conversas e grupos importantes poderão ser fixa- z Defina o destinatário (endereço de e-mail da insti-
dos, mantidos no topo da listagem. Clique em Opções tuição ou externo) e compartilhe.
e marque fixar.

256
Compartilhar

Novo Chat Recebido

Chamada de vídeo Perfil Chamada de áudio

Compartilhamento de tela
Adicionar participantes ao chat

Abrir em nova janela popup

Ao receber um chat ou chamada de alguém que não tenha conversado anteriormente, será apresentada a tela
de boas-vindas em que você poderá visualizar a mensagem, e então aceitar ou bloquear.
Na conversa, é possível realizar chamada de áudio, chamada de vídeo, compartilhar a tela de algum programa
aberto ou de todo o dispositivo, adicionar novos participantes ao chat ou exibir a conversa em nova janela.

Chat Coletivo (Reunião no Teams)

Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
outros locais, é possível trocar mensagens de texto, compartilhar arquivos, imagens, adicionar novos participan-
tes e compartilhar o link para acesso externo.
Ao iniciarmos a nossa participação no chat, é possível definir como ela será (somente texto, com áudio, com
vídeo). Ao clicar no botão Entrar, a janela de acesso ao chat/reunião será exibida.

Arquivos da conversa
Mensagens de texto e avisos
Imagens da conversa

Participantes
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Link do chat

257
Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
outros locais, é possível trocar mensagens de texto, compartilhar arquivos, imagens, adicionar novos participan-
tes e compartilhar o link para acesso externo.
Ao iniciarmos a nossa participação no chat, é possível definir como ela será (somente texto, com áudio, com
vídeo). Ao clicar no botão Entrar, a janela de acesso ao chat/reunião será exibida.

Estas configurações poderão ser ajustadas durante a reunião, acessando o item “Mais opções” ou “Mais ações”
(reticências na barra de ferramentas da reunião) e “Configurações do dispositivo”.

Chamadas de Áudio

Durante uma chamada de áudio, após as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados novos
controles, para deixar mudo o seu microfone e encerrar a chamada (Sair).
A chamada de áudio é realizada utilizando a tecnologia VoIP (Voice over Internet Protocol), sem qualquer cus-
to adicional para quem realiza a ligação. As ligações de áudio são realizadas entre os usuários da organização, ou
para externos se eles possuem o Microsoft Teams.
Para iniciar um chat, clique no ícone “Chamada de áudio” (atalho de teclado Ctrl+Shift+C) e aguarde o usuário
atender sua ligação.

Importante!
É possível realizar chamadas telefônicas para números externos por meio do Microsoft Teams. Para tanto, o
usuário precisará ter um pacote de minutos de telefonia contratado junto à Microsoft. O recurso de discagem
está disponível em “Configurações e mais ações”, ao lado do seu nome de usuário.

As chamadas de vídeo apresentam outros recursos, como compartilhamento de tela por exemplo, em que o
258 usuário pode compartilhar com outro aquilo que está sendo visualizado na tela escolhida por ele.
Ativar vídeo (e fazer uma chamada de
áudio se tornar uma videoconferência)
Ativar mudo (Ctrl+Shift+m)

Mostrar conversa Mais ações

Chamadas de Vídeo

Durante uma chamada de vídeo, feitas as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados
novos controles na janela, que permitem:

Mostrar participantes Vídeo ativo

Mostrar conversa Ativar mudo (Ctrl_Shift+m)

Tempo decorrido

Compartilhar conteúdo (Ctrl+Shift+E


Levantar a mão (Ctrl+Shift+k)
E outros emoticons
Mais opções

Em “Mais opções” ou “Mais ações” iremos encontrar:

z Configurações de dispositivo: para ajustes de áudio e vídeo em seu hardware;


z Opções de reunião: operação do lobby e quem pode apresentar (aquelas definições realizadas na criação do
evento no Calendário — confira em detalhes no subitem Agendamento de reuniões e gravação);
z Informações sobre a reunião: link de ingresso;
z Galeria: para exibição da imagem no painel de visualização;
z Galeria grande: para exibição de muitas miniaturas de participantes;
z Modo conferência: para exibição do apresentador em tela;
z Foco: ocultar as “distrações” que seriam os controles e elementos da janela de reunião;
z Tela Inteira: exibição em tela inteira;
z Aplicar efeitos de tela de fundo: permite desfocar ou simular uma imagem no fundo da tela de transmissão.
Ideal para não distrair os demais participantes com elementos existentes em seu ambiente de transmissão.
Simula o uso de “chroma key” ou fundo verde;
z Desativar vídeo de entrada: a sua imagem não será mostrada na reunião, apenas o seu avatar de usuário (foto
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ou ícone);
z Ativar legendas: quando habilitado, a inteligência artificial procura transcrever as falas dos participantes em
legendas. Disponível para alguns idiomas (julho/2021);
z Iniciar gravação: para gravar a transmissão e disponibilizar posteriormente no OneDrive ou SharePoint (veja
detalhes no item Agendamento de reuniões e gravação);
z Transcrição inicial: disponível para idioma em inglês (julho/2021);
z Não exibir balões do chat: quando alguém envia uma mensagem durante a transmissão, é exibido um balão do
chat caso não esteja com a conversa (de texto) aberta. Nesta opção, você desativa estas notificações;
z Teclado de discagem: quando disponível, é possível realizar chamadas telefônicas para números de telefones
fixos ou móveis.

259
GOOGLE DRIVE

O Google Drive, que antes se chamou Google Disco,


incorporou as funcionalidades do Google Docs e mais
o armazenamento de arquivos na nuvem.
Para acesso aos aplicativos, é exigida uma senha
de conta Google, como o Gmail. O endereço de acesso
é http://drive.google.com.
É possível instalar aplicativos no computador (link
para o Google Drive) e nos smartphones e tablets. Na
opção instalada no smartphone ou tablet, temos os
recursos de compartilhamento de arquivos na nuvem,
visualização de arquivos acessados pelo dispositivo e
transferência de dados para outros aplicativos.
Usuários de contas Google corporativas ou edu-
cacionais possuem recursos extras, assim como o
Microsoft Teams. Em concursos públicos, as bancas
costumam abordar os conceitos básicos válidos para
as contas Google comuns.

SKYPE

É um aplicativo capaz de realizar chamadas com


áudio e vídeo entre dois computadores, usando a
Internet. Além disso, é capaz de realizar chamadas
com áudio para telefones fixos e celulares.
Após o fim do MSN Messenger, outros aplicati-
vos passaram a oferecer recursos de comunicação.
O Skype, por exemplo, adquirido pela Microsoft,
Utilizando-se do botão Sair, quando for o anfitrião, permite conversação de texto, bate-papo com áudio,
o usuário poderá sair da reunião (e ela seguirá com os videoconferências, chamadas telefônicas de Skype
para Skype gratuitamente e realizar ligações telefô-
outros participantes e anfitriões) ou Encerrar a reu-
nicas para aparelhos convencionais. Para a utilização
nião, desconectando todos. de todos esses recursos disponíveis, será necessário
comprar créditos, o que possibilita, por exemplo, a
CISCO WEBEX realização de ligações internacionais para aparelhos
convencionais.
O Cisco Webex (anteriormente WebEx) é uma apli- Atualmente há várias opções para instalação do
cação que existe desde 1995 e foi adquirida pela Cisco Skype em nosso dispositivo. Vejamos:
em 2007. Cumpre destacar que seu software de web
e videoconferência foi, posteriormente, renomeado z Aplicativo para computador — Skype (pessoal);
como Cisco Webex Meetings. z Aplicativo para computador — Skype for Business
Organizar uma reunião no Cisco Webex é simples. (integrante do Office 365);
z Aplicativo para smartphone e tablet.
Na página de perfil de usuário, selecione Agendar
e, em seguida, insira o título, a data e a hora da reu-
Suas funcionalidades foram somadas ao Microsoft
nião, além dos endereços de e-mail dos participantes. Lync e, atualmente, estão disponíveis no Microsoft
Depois disso, o aplicativo gera automaticamente um Teams.
link e uma senha de ID da reunião e enviará um con-
vite de calendário que inclui um número de discagem
para os participantes que se juntam por telefone, além Importante!
de um link para números de discagem internacional
Os usuários desse software estão sendo migra-
para aproximadamente 50 (cinquenta) países.
dos para o Microsoft Teams. Ainda aparecerá
Vale dizer que participar de uma reunião no em editais de concursos, porém cada vez com
Webex é menos intuitivo que em outros aplicativos menor frequência.
de vídeo. O anfitrião poderá definir um lobby (sala de
espera) e a transmissão será no formato de reunião.
Todos os participantes da reunião podem comparti-
lhar suas telas; no entanto, o anfitrião tem a opção de
controlar quem pode ou não compartilhar arquivos e HORA DE PRATICAR!
telas durante a chamada. As transmissões serão arma-
1. (CESGRANRIO — 2021) O armazenamento de dados
zenadas na nuvem da Cisco, para serem acessadas
ou informações em sistemas computacionais é pos-
posteriormente a partir de links compartilhados. sível com a utilização de arquivos, que servem como
Cisco Webex é um aplicativo corporativo pouco importante suporte tecnológico para o atendimento
usado no Brasil. Você pode conhecer suas funciona- das diversas demandas dos usuários.
lidades por meio da página web do programa e sua Do ponto de vista técnico, esses arquivos podem ser
260 interface pelo navegador. considerados
a) abstrações feitas pelo sistema operacional das carac- c) Acompanhar revisões
terísticas lógicas das informações armazenadas. d) Ficar em dia
b) coleções nomeadas de informações relacionadas que e) Novidades
são gravadas em memória secundária do computador.
c) organizações físicas de pastas em um dispositivo de 5. (CESGRANRIO — 2021) O agente comercial de uma
armazenamento volátil. empresa elaborou uma planilha no software Microsoft
d) imagens construídas utilizando os formatos jpeg, png Excel para lançar os débitos de seus clientes. Ele a
ou bmp para identificá-los. configurou para controlar automaticamente as seguin-
e) sequências de caracteres organizados em linhas e tes regras:
possivelmente em páginas, quando forem arquivos de a) admitir, apenas, débitos entre R$ 40.000,00 e R$
vídeo. 110.000,00; e
b) destacar, em cor diferente, os débitos entre R$
2. (CESGRANRIO — 2021) Estações de trabalho que uti- 90.000,00 e R$ 110.000,00.
lizam o sistema operacional Windows 7, 8.1 ou 10 ins- Quais são os recursos do Microsoft Excel que o agente
talado contam com o Windows Media Player. comercial deverá utilizar, respectivamente, para obter
Esse programa é capaz de reproduzir esse controle?

a) arquivos de áudio e CDs, mas não é capaz de reprodu- a) Validação de dados; Formatação condicional
zir arquivos de vídeo. b) Formatação condicional; Gerenciador de cenários
b) arquivos de vídeo e DVDs, mas não é capaz de repro- c) Verificação de erros; Teste de hipóteses
duzir arquivos de áudio. d) Função de consolidação; Formatação condicional
c) CDs e DVDs, mas não é capaz de reproduzir arquivos e) Classificar e Filtrar; Validação de dados
de áudio e de vídeo.
d) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gra- 6. (CESGRANRIO — 2021) Ao chegar para seu primeiro
var DVDs de vídeo. dia de emprego no banco, um novo gerente de TI per-
e) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gra- cebeu que era demandado muito esforço no setor para
var CDs de áudio. controle do número IP de cada computador, o que cau-
sava, também, alguns erros por uso múltiplo do mes-
3. (CESGRANRIO — 2021) Ao visitar uma agência, um mo IP nas redes.
funcionário de TI de um banco percebeu, durante sua Percebendo uma oportunidade de melhoria, o novo
conversa com um bancário, que a cada 15 minutos, gerente decidiu que os computadores passariam a
um alarme tocava no celular do empregado, e que, obter automaticamente um número IP, por meio do
nesse momento, ele executava um programa no com- protocolo
putador servidor do banco, que rodava o Linux SUSE.
Descobriu, depois, que o mesmo se repetia em todas a) DHCP
as agências. Percebendo isso como um sinal de que b) DNS
havia uma demanda interna de executar esse progra- c) HTTP
ma de tempos em tempos, o funcionário de TI resol- d) IMAP
veu mudar o processo, fazendo esse programa ser e) SMTP
executado automaticamente de forma periódica.
Para alcançar esse objetivo, esse funcionário utilizou a 7. (CESGRANRIO — 2021) A área de atendimento ao clien-
funcionalidade do comando te de um determinado banco precisava treinar todos os
atendentes e gerentes em um novo software de apoio
a) cron à negociação de empréstimos. Buscando os meios
b) curl adequados para atender a essa demanda, o respon-
c) jobs sável pela área de Educação a Distância decidiu que
d) timedatectl o curso seria multimídia, com textos e aulas gravadas,
e) touch garantindo assim que os alunos pudessem realizá-lo no
momento em que quisessem, cada um em seu horário.
4. (CESGRANRIO — 2021) Um colaborador da empresa Isso caracteriza o curso proposto como um curso de
utilizou o Word do Microsoft Office 365 para produzir treinamento on-line
um documento. Depois que o documento foi salvo, o
usuário pressionou o botão Compartilhar para acessar a) assíncrono
a janela Enviar link. Nessa janela, selecionou a opção b) concomitante
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Especificar pessoas, marcou a opção Permitir edição, c) síncrono


desativou a opção Abrir somente em modo de revisão d) tautócrono
e pressionou o botão Aplicar. De volta à janela Enviar e) tempestivo
link, forneceu os endereços de e-mail das pessoas que
deveriam receber o link de compartilhamento do docu- 8. (CESGRANRIO — 2021) Portais corporativos reve-
mento e pressionou o botão Enviar. Em seguida, uma lam-se uma interessante alternativa de comunicação
janela com a mensagem de confirmação de envio foi com seu público-alvo. Esses portais permitem que a
apresentada. organização transmita, pela internet, sua mensagem
Depois de abrir o documento novamente no Word do diretamente para o meio externo com um conteúdo
Microsoft Office 365, o usuário poderá saber quem fez organizado. Ao ser desenvolvido, é importante que tal
alterações recentes no seu documento se clicar em conteúdo seja testado nos principais navegadores de
rede. Um importante representante dessa categoria é
a) Acompanhar edição o Mozilla Firefox, sendo a escolha dos temas uma das
b) Acompanhar alterações etapas importantes no projeto de um portal. 261
Qual é a função dos temas no Mozilla Firefox? 11. (CESGRANRIO — 2021) O Google Drive é um sistema
de armazenamento de arquivos em nuvem que permite
a) Configurar a privacidade de informações que pos- o acesso ao seu conteúdo a qualquer pessoa, bastan-
sam identificar o usuário em: normal, rigoroso ou do para isso possuir uma conta do Google e ter acesso
personalizado. à internet. Esse sistema é particularmente interessan-
b) Mudar a aparência, como, por exemplo, o esque- te para o fluxo de trabalho de uma organização, dado
ma de cores ou a imagem de fundo das barras de que seus colaboradores podem, por exemplo, redigir e
ferramentas. acessar textos e relatórios produzidos no Google Docs
c) Organizar as abas abertas em uma única janela, defi- e direcionados ao atendimento dos seus clientes.
nindo sua sequência de apresentação por um critério Uma opção de configuração geral oferecida pelo Goo-
de ordenação. gle Drive é a densidade, que
d) Permitir a edição do controlador de zoom da página
apresentada, adequando-a às configurações de tela. a) aumenta ou reduz a quantidade de informação apre-
sentada na tela do computador.
e) Sincronizar itens favoritos entre os diversos dispositi-
b) controla o tamanho dos arquivos armazenados, geren-
vos de um usuário, tais como senhas ou abas abertas.
ciando o espaço armazenado no Drive.
c) converte arquivos externos enviados para o formato
9. (CESGRANRIO — 2021) Navegadores da internet
adotado pelo editor de documentos do Google.
potencializam consideravelmente a comunicação de
d) importa a quantidade de arquivos externos ao Google
uma organização com os meios externo (clientes e Drive que podem ser carregados no sistema.
fornecedores) e interno (colaboradores). A comuni- e) permite adquirir mais espaço disponível no Google Dri-
cação direta com esses atores viabiliza a identifica- ve, a partir da assinatura do serviço Google One.
ção de percalços ou de oportunidades de forma mais
eficiente. 12. (CESGRANRIO — 2021) O serviço de buscas do Google
O Microsoft Edge, um exemplar dessa categoria de é um dos mais usados em todo o mundo. Para as pes-
software, possui o modo InPrivate, que quisas, o mais comum é a pessoa informar livremente
algumas palavras e verificar se o resultado atende às
a) controla a utilização dos dispositivos móveis de sua suas expectativas.
organização conforme o pacote EMS (Enterprise Como solicitar corretamente ao Google que seja pes-
Mobility + Security). quisada uma correspondência exata da frase “Prédio
b) permite a configuração prévia de sites liberados para mais alto do Brasil”?
navegação, além do ajuste do serviço BingSafeSearch
para o modo rigoroso. a) /Prédio mais alto do Brasil/
c) possibilita a leitura de arquivos PDF que possuem b) -Prédio -mais -alto -do -Brasil
arquitetura de formulários XFA, segundo a política de c) #Prédio #mais #alto #do #Brasil
informações da Microsoft (MIP). d) “Prédio mais alto do Brasil”
d) provê acesso, mediante assinatura, a um provedor e) exato (“Prédio mais alto do Brasil”)
de notícias de alta qualidade, produzido pelos mais
importantes editores premium. 13. (CESGRANRIO — 2021) O LinkedIn é uma plataforma
e) remove os elementos de navegação acessados de que viabiliza o estabelecimento de redes sociais dire-
uma sessão, tais como histórico de navegação, coo- cionadas ao contexto profissional. Estimular os cola-
kies ou dados de formulário. boradores da organização a cadastrarem e manterem
suas informações atualizadas neste ambiente pode
10. (CESGRANRIO — 2021) O envio e o recebimento de ser uma interessante estratégia de visibilizar confiabi-
mensagens de correio eletrônico são atividades corri- lidade institucional. Em uma das possíveis formas de
queiras, tanto nas organizações quanto no dia a dia da divulgação deste ambiente, podem-se cadastrar infor-
mações referentes à experiência profissional (Expe-
grande maioria da população brasileira. No entanto, há
rience), formação acadêmica (Education) e um campo
situações em que as mensagens enviadas são devol-
livre para autodescrição (About).
vidas com um aviso de que não puderam ser entre-
Para acessar esse cadastro, utiliza-se a opção
gues ao destinatário.
Um dos motivos que justificam a não entrega de uma
a) Mensagens (Messaging)
mensagem de correio eletrônico ao destinatário é
b) Minha rede (My Network)
porque c) Notificações (Notifications)
d) Perfil (Profile)
a) a estação de trabalho que o destinatário utiliza está
desligada. 14. (CESGRANRIO — 2021) O Google Drive é uma ferramen-
b) a caixa postal de correio eletrônico do destinatário ta que permite o armazenamento de arquivos na nuvem.
atingiu algum limite predeterminado de tamanho, Suponha que um usuário A tenha criado uma pasta no
como por exemplo, em bytes. Google Drive para arquivos de um Projeto X qualquer.
c) o destinatário possui muitos endereços de correio ele- Para compartilhar essa pasta do Projeto X no Google
trônico cadastrados no domínio internet. Drive com outros usuários, a partir de uma estação de
d) o destinatário não estava utilizando a sua estação de trabalho, é necessário:
trabalho no momento do recebimento da mensagem
de correio eletrônico. a) solicitar o compartilhamento da pasta ao Google, por
e) o destinatário estava utilizando muitos programas e-mail.
ativos na estação de trabalho no momento do recebi- b) dispor do número do telefone celular dos outros usuá-
262 mento da mensagem de correio eletrônico. rios, de modo a cadastrá-los para ter acesso à pasta.
c) notificar os outros usuários que eles precisam estar Para garantir a segurança dessa conexão, essa ins-
usando o Google Drive no momento em que o usuário tituição deve adotar a tecnologia de rede conhecida
A compartilhar a pasta. como
d) enviar aos outros usuários o endereço (link) da pasta.
e) aguardar três dias após a criação da pasta para que a) HTTP
ela possa ser compartilhada. b) PGP
c) VPN
15. (CESGRANRIO — 2021) A Segurança da Informação d) WEK
é uma preocupação permanente dos agentes comer- e) WPA2
ciais, principalmente em relação a assuntos con-
tratuais e financeiros e às facilidades advindas dos 19. (CESGRANRIO — 2021) A segurança da informação
meios digitais. deve fazer parte da postura dos colaboradores da
Os recursos providos pelas áreas de TI das empresas, empresa no dia a dia de trabalho. Com o objetivo de
no que se refere à segurança da informação, incluem garantir a autoria dos seus documentos digitais, o
a irretratabilidade, que deve garantir a colaborador deve executar o processo de assinatura
digital para cada documento criado.
a) manutenção exata e completa do conteúdo das men- A assinatura digital é criada pelo signatário do docu-
sagens desde a origem até o destino. mento com o uso da sua chave
b) impossibilidade de negar a autoria de uma mensagem.
c) possibilidade do acesso a qualquer mensagem quan- a) pública
do necessário. b) privada
d) impossibilidade de os conteúdos das mensagens serem c) simétrica
lidos e compreendidos por pessoas não autorizadas. d) compartilhada
e) impossibilidade de o destinatário negar o recebimento e) certificada
de uma mensagem.
20. (CESGRANRIO — 2021) A integração de dados de
16. (CESGRANRIO — 2021) Os bancos investem em recur- fontes distintas, cada qual com o seu formato, é uma
sos de segurança para minimizar os riscos de fraude importante atividade em processos de tomada de
nas operações bancárias através de Internet Ban- decisão.
king. Os usuários, porém, precisam estar atentos aos Qual situação associa corretamente um tipo de arqui-
golpistas que procuram persuadir vítimas em poten- vo à sua extensão?
cial a acessar sites falsos e a fornecer informações
sensíveis. a) arquivo de áudio – extensão jpg
Esse ataque é conhecido como b) arquivo de imagem – extensão wav
c) arquivo de lote – extensão xls
a) botnet d) arquivo de marcação – extensão exe
b) injection e) arquivo de texto – extensão rtf
c) spyware
d) phishing 21. (CESGRANRIO — 2021) O Microsoft Teams é um soft-
e) ransomware ware que facilita a gestão de equipes, com o propó-
sito de integrar funcionalidades que dão suporte ao
17. (CESGRANRIO — 2021) Existem soluções de hardwa- trabalho dos membros dessas equipes em um único
re e software que buscam minimizar as chances de ambiente.
um ataque a sistemas computacionais ser bem-su- Quanto às equipes do Microsoft Teams e seus mem-
cedido. Dentre tais soluções de segurança, há uma bros, observa-se que
que monitora o tráfego de entrada e saída de rede,
funcionando como um filtro de pacotes, permitindo ou a) a configuração da apresentação automática de canais de
não a sua liberação a partir de um conjunto de regras equipes é feita na opção de gerenciamento de marcas.
específicas. b) as equipes do tipo Classe permitem que seus mem-
Essa solução é o bros trabalhem em metas integradas ou desenvolvi-
mento profissional.
a) Antimalware c) os membros de uma equipe conseguem alterar o
b) Dispositivo USB nome ou a descrição da mesma.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

c) Firewall d) as pessoas externas à organização podem ser mem-


d) Phishing bros de uma equipe na categoria convidado.
e) SQL injection e) o membro de uma equipe pode ter três funções na
mesma equipe: proprietário, membro ou moderador
18. (CESGRANRIO — 2021) Devido à pandemia, muitos de equipe.
funcionários de um determinado banco precisaram
trabalhar de casa. Percebendo que seria necessário
um novo procedimento de acesso remoto que aten-
9 GABARITO
desse às necessidades de segurança, o setor de TI
desse banco determinou o uso de um mecanismo 1 B
seguro que conectasse, via internet pública, o compu-
tador do funcionário, em sua casa, com a rede privada 2 D
da instituição financeira, bloqueando o acesso de ter-
3 A
ceiros ao trânsito de informações. 263
4 D

5 A

6 A

7 A

8 B

9 E

10 B

11 A

12 D

13 D

14 D

15 B

16 D

17 C

18 C

19 B

20 E

21 D

ANOTAÇÕES

264
ATENDIMENTO

MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS


Hoje em dia as instituições bancárias têm suas atividades majoritariamente vinculadas aos meios digitais. Seja
por meio do Mobile Bank ou do Internet Banking, as atividades remotas representam, além de maior celeridade
nas relações bancárias, maior acessibilidade para os clientes.
Portanto, nada mais natural que as ações de marketing dos bancos estejam voltadas para os meios digitais,
situação que gera novos desafios para as instituições bancárias, pois não existe o apoio físico das agências e de
correspondentes bancários para a criação de espaços publicitários, por meio de banners, folhetos, cartazes etc.
O Marketing Digital caracteriza-se por ser 100% intangível, trazendo a necessidade de utilização de estratégias
diferenciadas, como geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; inbound marketing.
Seguem os principais meios de Marketing Digital utilizados pelas instituições:

z Sites das instituições bancárias;


z Sites de terceiros;
z E-mail Marketing;
z Formulários;
z Vídeos Institucionais;
z Mobile Banking;
z Internet Banking;
z Pop-ups em sites.

Tanto os Bancos Comerciais, tradicionais instituições que possuem agências e estruturas físicas, quanto os
novos Bancos Digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis,
como o Banco do Brasil, por exemplo), e e-business (instituições que têm todas as atividades voltadas ao meio digi-
tal e que não existem fisicamente), utilizam no Marketing Digital os mesmos canais, apresentados acima.

GERAÇÃO DE LEADS

Considerando as ações de pré-vendas no Marketing Digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e
a qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.

Site do Banco

Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads

Prospecção

Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, como a apresen-
ATENDIMENTO

tação de conteúdo multimídia, com disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem con-
teúdos auxiliares, tendo como exemplo um texto ou a disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais,
em que esse conteúdo é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição
que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:

z Formulários presentes nos e-mails marketing;


z Captação de interesse do cliente como em oferta por e-mail de análise para aquisição de cartão de crédito;
z Aumento da relevância do site da instituição bancária nos motores de busca, como o Google;
265
z Oferta de produtos ou serviços gratuitos, agrega- Principais formas de geração de gatilhos mentais:
dos à atividade bancária, como controle de gastos
pessoais ou planejamento de investimentos; z Novidade;
z Cursos on-line de educação financeira por meio de z Autoridade;
cadastro prévio. z Prova social;
z Escassez;
TÉCNICAS DE COPYWRITING z Urgência.

O desenvolvimento de técnicas de copywriting repre- Dica


senta a persuasão do cliente para gerar o desejo da com-
pra por meio de palavras-chave e de gatilhos mentais, Os gatilhos mentais não apresentam nenhuma
em que tal necessidade é apresentada ao cliente. relação com propaganda subliminar ou outros
A utilização de tais termos e palavras-chave é fun- métodos de persuasão que tenham a intenção
damental para que seja gerada a persuasão no cliente, de gerar a compra por meio de métodos que
com palavras utilizadas nos momentos adequados, hoje são condenáveis pelas boas práticas do
para o público correto, por meio de canais de comuni- mercado.
cação específicos, com palavras-chave diferenciadas,
em mídias diferenciadas, para que o mesmo produto Processo do Gatilho Mental
ou serviço seja apresentado de forma direcionada.
Por exemplo, o mesmo produto ou serviço bancá-
rio que é apresentado no Instagram, uma rede social
de imagens massiva e generalizada, pode utilizar
técnicas de copywriting diferenciadas daquelas que
são utilizadas para um site de uma fintech do sistema
Cliente Contato com Geração do inte-
financeiro, local em que o público é diferenciado e desinformado o gatilho resse inicial para
mais voltado para as relações mais avançadas de pro- navegando na relacionado ao a realização de
dutos e serviços bancários. internet produto compra

ETAPAS DE VENDAS EM QUE COPYWRITING PODE


GERAR A AÇÃO DA COMPRA

� Geração, por meio do copywriting, da atenção


do cliente para o início da relação de oferta do INBOND MARKETING
A produto ou serviço
O Inbond Marketing ou Marketing de Atração repre-
� Desenvolvimento do interesse por meio da senta uma técnica diferenciada de apresentação do
persuasão para que o cliente dê um passo à
produto ou serviço, não utilizando propaganda direta
I frente e desenvolva a relação inicial de compra
nem espaços adquiridos em sites comerciais, mas sim
� Geração do desejo, que é o desenvolvimento através da oferta de conteúdo de qualidade disponibi-
do momento exato em que a persuasão levou lizado gratuitamente onde o contato do cliente com a
D o cliente até o contato com a instituição instituição bancária é estabelecido inicialmente.
A intenção do método de Marketing de Atração é
de que o cliente, inicialmente, perceba a qualidade
da instituição bancária, por meio da produção de tal
Canais digitais em que as instituições bancárias se conteúdo autoral e de acesso massivo para todos que
utilizam de técnicas de copywriting: tenham interesse.
Após a relação inicial do cliente com a instituição,
z Pop-up; devido ao método do Inbond Marketing, é gerada a
z Grupos de discussão; apresentação de outro produto ou serviço vinculado ao
z Anúncios; que é apresentado qualitativamente de forma gratuita.
z E-mails;
z Blogs; Métodos de Inbond Marketing:
z Notícias em sites;
z Pop-ups em sites. z Cursos gratuitos em plataformas como o Youtube;
z Seminários exclusivos por meio de programas de
GATILHOS MENTAIS videoconferência, como o Google Meet;

Os gatilhos mentais representam os elementos


ocultos ou subjetivos que são apresentados para os
consumidores, tanto nos espaços digitais das institui-
ções bancárias, como em sites de produtos ou serviços
SATISFAÇÃO E RETENÇÃO DE
que não tenham relação direta com os bancos, para CLIENTES
que o consumidor saia da zona de conforto e apresen-
te desejo real de concretizar a sua compra. O cliente avaliará a todo momento a experiência
Os gatilhos mentais podem ser frases em locais estra- para com a organização que lhe presta o serviço ou
tégicos, exemplos de experiências bem sucedidas, ou até oferece o produto e muito provavelmente as duas
266 mesmo imagens que estimulem o desejo de compra. situações de maneira simultânea, pois, quando se
adquire um produto, você também terá um serviço, nem que seja somente no momento da compra, como é o caso
do atendimento.
Então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria da experiência do cliente perante a empresa. Para melhor
entendimento, faz-se necessário conceituar atendimento.
Atendimento: é um serviço oferecido com ou sem produto.
É de suma importância fazer o que estiver ao alcance da organização, visando solucionar problemas, sejam
corriqueiros ou inusitados.
O atendimento também procura ajudar o cliente nos mais variados momentos de maneira sempre respeitosa,
com educação e cortesia. É preciso ter uma escuta ativa, pois o cliente deseja, entre outras coisas, atenção.
Existem certos fatores que influenciam tanto na expectativa do cliente como na experiência com a organiza-
ção. Vejamos:

z Qualidade no local: Veja como é importante você chegar no destino/local e reparar como todas as coisas estão
no seu devido lugar. A organização é um fator determinante, assim como a limpeza e o ambiente arejado. É
um fator tão importante que podemos pegar como exemplo as agências bancárias, normalmente bem organi-
zadas, arejadas e limpas. Isso fará com que você se sinta bem no ambiente;
z Experiência dos colaboradores: Outro fator importante dento dos aspectos que influenciam os clientes.
Reparamos muito nisso, pois é perceptível;
z Desempenho: Nem sempre o colaborador terá a experiência, mas você perceberá se ele está procurando ter o
melhor desempenho possível e assim entregar um atendimento de qualidade;
z Organização no atendimento: Não tem coisa pior do que se deparar com um atendimento desorganizado. Ima-
gine a situação de chegar em uma agência bancária e não saber ao certo quando será atendido ou simplesmente
perceber situações de pessoas sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham chegado à agência depois de você;
z Opinião de outros clientes: Este é o item mais relevante sobre a experiência que o cliente terá com a organi-
zação. Normalmente, compramos ou deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o que os outros têm a
dizer sobre a organização.

Qualidade no Local Experiência

Desempenho

Opinião de
outros clientes

Além dos fatores, algumas competências são necessárias quando se trata de atendimento ao público para que
a experiência do cliente melhore:

z Confiança: É preciso criar um laço de confiança e isso, claro, não se consegue da noite para o dia; o estreita-
mento ocorre à medida que a organização soluciona os problemas do cliente, sejam corriqueiros ou inusitados;
z Fidelidade: Como consequência, o cliente se torna fiel e sempre procurará fazer negócios com a organização.
ATENDIMENTO

Um bom exemplo disso é quando você vai ao shopping e normalmente acaba escolhendo o mesmo local para
almoçar;
z Comunicação: Deve ser clara e precisa, utilizando termos que sejam entendidos por todos. A empatia (colocar-
-se no lugar do outro) contribuirá para o sucesso no momento de se comunicar com o cliente;
z Organização: Mais uma vez este assunto, pois a ordem levará à organização e consequentemente melhorará
a experiência do cliente;
z Atenção: Imagine chegar a um local para ser atendido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da linha de
frente; sem sombra de dúvidas, isso deixará o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é primordial para
melhorar a experiência do cliente e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir. Aliás, é mais importante
ouvir do que falar; 267
z Agilidade: Ninguém gosta de passar minutos ou
horas, dependendo do que está sendo entregue, VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
ção para o problema. Pense em quando você vai Inicialmente, é preciso entender o significado de
até uma agência bancária e pega uma fila na inten- “valor percebido pelo cliente”, o que, talvez, para mui-
ção de pagar uma conta; cada minuto ali será uma tos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa
eternidade. Por isso, o atendimento deve ser ágil, do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
perfeito e eficaz. em comparação aos custos ou quantia real paga. Nes-
te sentido, pode-se compreender que a quantia real
paga não corresponde somente ao custo em termos
Confiança Fidelidade Comunicação
de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo,
energia psíquica e física despendidos para adquirir
um produto ou serviço.

Agilidade Atenção Organização


Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte
Portanto, para melhoria da experiência do clien- equação:
te é preciso desenvolver a confiança dele, criar meios VEC = VT — CT
para ele se sentir seguro na hora de fechar negócios. Em que VEC corresponde ao valor entregue ao
Para isso, a organização ou a pessoa que está aten-
cliente;
dendo o cliente deverá atender às suas expectativas/
necessidades, saber se comunicar, ser articulado e VT corresponde ao valor total;
ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se CT corresponde ao custo total.
entender; tome cuidado para não confundir com ser
comunicativo, pois nem sempre ser comunicativo
fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser O valor entregue ao cliente é igual ao valor total
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma para o cliente menos o custo total para o cliente. O
informação conseguir ser clara e objetiva. valor total para o cliente pode ser entendido como o
conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja,
Dica a imagem, o valor pessoal, o valor dos serviços, o pró-
prio valor do produto e quaisquer outros benefícios
Para não confundir:
que agreguem valor sob a ótica do cliente.
Comunicabilidade: Fazer com que as pessoas
entendam a mensagem de forma clara e precisa.
Comunicativo: Gostar de conversar, de se comu- Valor do Produto
nicar com as pessoas.
VALOR TOTAL

É preciso estar sempre em alerta em relação às Valor dos Serviços


demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor-
mações que chegam e por muitas vezes dominar a ten-
Valor do Pessoal
são dos problemas que inevitavelmente acontecerão, ou
seja, ter paciência e tolerância para domar as emoções.
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- Valor da Imagem
to do trabalho que exercemos, mas também resolver
uma gava variada de problemas; por isso, é necessá-
rio participar de eventos como treinamentos e pales- Já o custo total vai além do monetário, como é o
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para caso do custo de tempo. Quando necessitamos adqui-
melhorar as habilidades ou desenvolver novas.
rir um bem ou serviço, calculamos o tempo que será
Imagine que você conheça o trabalho dos outros
gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quan-
departamentos e inicia no seu setor; ao conhecer as
outras etapas ou os outros estágios, poderá repassar do você fica na fila do caixa do banco para pagar uma
as informações ao cliente, informando-o como será conta — situação na qual cinco minutos parecem uma
daqui para frente. Assim, o cliente ficará satisfeito e eternidade. Agora, se você tiver que aguardar duas
não será “pego de surpresa”. horas ou mais para que o gerente do banco o(a) aten-
Outro requisito importante é apresentar-se de da para que consiga um financiamento imobiliário,
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de você nem perceberá o tempo passar.
acordo com a função.
Outros custos levados em consideração são as
Além disso, as organizações, principalmente a
energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao
rede bancária, vêm se modernizando de maneira
muito rápida no uso da tecnologia e seus colaborado- gasto psicológico para a tomada de decisão numa
res necessitam também ter conhecimento das novas situação conflitante de escolhas e a segunda diz res-
tecnologias para uma melhor fluidez de dados e peito ao gasto físico para encontrar o produto/marca
268 informações. ideal, para suprir a sua necessidade.
z Informações sobre procedimentos e campanhas
Monetário
empresariais;
z Orientações sobre a utilização de produtos.

CUSTO TOTAL
Tempo
A fim de que o atendimento de telemarketing apre-
sente reais resultados à organização, é preciso que a
Energia Física prestadora de serviços seja qualificada e possua cre-
dibilidade no segmento. Ademais, deve-se dispor de
uma equipe de profissionais capacitados e constante-
Energia Psíquica
mente treinados para a execução do trabalho.
Pode-se afirmar, por fim, que todos os envolvidos no
Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possí- processo de prestação de serviço de telemarketing têm
vel aumentar o valor percebido pelo cliente? benefícios. Essa é uma modalidade de comunicação bem
Pode-se, por exemplo: assertiva e que demanda menos gastos às empresas,
pois, ao contratá-la, os recursos e o tempo podem ser uti-
z Melhorar os benefícios do produto ou serviço: des- lizados em outros setores da empresa.
sa maneira, aumentará o valor total;
z Reduzir os cursos não monetários (tempo, ener-
gias psíquica e física);
z Reduzir os custos monetários. ETIQUETA EMPRESARIAL
É fato que a organização necessita obter a satis- COMPORTAMENTO, APARÊNCIA, CUIDADOS NO
fação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal
ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO
satisfação:
Uma empresa pode ser definida como um sistema
É alcançada quando suas percepções satisfazem ou
excedem suas expectativas. A satisfação, propicia-
de pessoas e recursos que procura alcançar objetivos.
da por um produto, serviço ou sentimento é função Os recursos estão disponíveis para qualquer organi-
direta do desempenho percebido e das expectativas. zação que tenha capital para investir, diferentemente
Se o desempenho ficar distante das expectativas, o das pessoas que representam o elemento humano da
cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas expec- organização, dotados de uma maior complexidade na
tativas, ficará satisfeito. Se exceder às expectativas sua gestão.
ficará altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. Neste sentido, as pessoas (recursos humanos,
28) capital humano, talentos) levam suas características
pessoais, inteligência, expertise, percepções, atitude
Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal e habilidades até a empresa que, em contrapartida,
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos precisa gerenciar tais recursos para a promoção do
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos desenvolvimento e aquisição de vantagens para a
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco
organização.
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa-
Dessa maneira, especialmente nas atividades
ção do cliente.
de serviços, a qualidade no atendimento ao público
torna-se crucial para satisfação das necessidades do
consumidor final. Atualmente, o atendimento com a
máxima qualidade é considerado como um grande
TELEMARKETING diferencial, o qual proporciona a tão sonhada vanta-
gem competitiva.
O telemarketing é uma estratégia de vendas por Como podemos definir essa qualidade no atendi-
telefone a qual consiste em uma prática comunicati- mento tanto valorizada?
va bastante utilizada pelas empresas em todo o mun-
Atender com qualidade é saber entender às neces-
do. Trata-se de um serviço indispensável para que as
sidades e exigências dos clientes e assim utilizar da
organizações mantenham vínculos efetivos com seus
maneira mais eficiente os recursos disponíveis para
clientes, uma vez que favorece a comunicabilidade
satisfazer (ou até superar) o desejo do cliente!
entre o consumidor e a empresa.
Neste sentido, para alcançar a qualidade total e
Em busca de soluções práticas e eficientes, as quais
elevem o alcance de resultados, as organizações veem garantir a fidelização, é de suma importância atentar-
na prestação do serviço de telemarketing uma exce- -se para os seguintes pontos:
lente saída. Aliás, não são necessários grandes investi-
ATENDIMENTO

mentos para a contratação desse serviço. Comunicação


A prestação de serviço de telemarketing atua no
sentido de oferecer soluções inerentes à empresa con- A comunicação deve ser compreensível, objetivan-
tratante. Em geral, esse serviço contempla os seguin- do a transmissão integral da mensagem e a elimina-
tes tópicos: ção máxima de ruídos.
Deve-se evitar a utilização de termos técnicos e
z Comercialização de produtos e serviços; científicos que possam dificultar a compreensão por
z Recuperação de créditos provenientes das dívidas parte dos clientes e ainda estar atento às solicitações,
de clientes; demonstrando interesse e atenção. 269
Cordialidade e educação são fatores essenciais na Discrição
boa comunicação!
Vejamos um exemplo prático: o consumidor vai A discrição é um fator essencial no bom atendi-
até a uma concessionária de veículos para realizar a mento; por isso, deve-se evitar comentários e ações
revisão do seu carro e é atendido com um sorriso e que possam ofender os clientes e com isso gerar
um sonoro bom dia, além de uma explicação de todo o situações constrangedoras. Nesse quesito, o menos é
serviço de revisão de forma compreensível, com total mais! Não é aconselhável se intrometer em assuntos
transparência nos preços cobrados (evitando “surpre- particulares da pessoa atendida, deixando claro que o
sas” na hora do pagamento). papel da organização é ajudar a resolver o problema.

Apresentação Conduta

Como sabemos, a primeira impressão é a que fica! Para um bom atendimento é necessário mostrar
Desse modo, o primeiro atendimento irá formar a ima- interesse, demonstrando uma conduta proativa e que
gem da organização perante a percepção do cliente. passe confiança e credibilidade para o cliente. Ao fim,
Assim, é fundamental transmitir confiabilidade e o cliente tem que se sentir importante e ter a certeza
segurança em todos os aspectos ligados à apresenta- que o seu problema vai ser atendido com o máximo
ção inicial, tais como: vestimenta adequada, ambiente esforço.
de trabalho limpo e organizado, tom de voz agradável,
empatia e receptividade
Objetividade
Para facilitar o entendimento, imagine a seguin-
te situação: você está sendo atendido em um hotel 5
Ser objetivo é focar na resolução das necessidades
estrelas em seu primeiro dia de férias como servidor
do cliente, evitando ações ou assuntos que protelam
público. Logicamente, até pelo preço pago, você espe-
desnecessariamente a conclusão do pleito. O cliente
ra que tudo esteja impecável no atendimento para
está ali para ter seu problema solucionado e nada
realização do check-in (lobby agradável e limpo, aten-
dente educado e receptivo, champagne gelada e bor- mais que isso.
bulhando, receptividade). Desse modo, inferimos que o atendimento ao
público se torna peça principal na estratégia da orga-
Atenção, Cortesia e Interesse nização na fidelização dos clientes atuais e na con-
quista de novos consumidores. Como sempre é dito
O responsável pelo atendimento deve prestar aten- no mercado: é muito mais barato manter o cliente do
ção única e exclusiva ao cliente, mostrando interesse que conquistar novos.
total em entender e resolver o problema exposto. Exemplificando o exposto acima, a rede McDon-
O atendimento deve ser prestado de forma profis- ald’s estabelece em seu manual de boas práticas que
sional e cortês, evitando invadir a intimidade da pes- seu pessoal de atendimento de balcão deve “mostrar
soa. No momento do atendimento, é importante que o traços como sinceridade, entusiasmo, confiança e sen-
cliente se sinta o centro das atenções. so de humor “.
Para garantir que o atendimento presencial ao
Presteza e Eficiência público seja o mais prestativo e eficiente, é importante
internalizar as ações e planejar o ambiente de modo
Presteza é oferecer um serviço de maneira ágil
mais propício para atender as boas práticas do proces-
(rápida, célere) e com foco na resolução do problema,
so de atendimento. Neste sentido, podemos dividir as
sem deixar de lado a qualidade, pois nada adianta ser
estratégias em 3 tipos. São eles:
célere e pecar na qualidade oferecida.
As palavras-chave são foco no cliente, não medin-
z Estratégias Verbais
do esforços para que se chegue em uma solução satis-
fatória e rápida para o problema apresentado.
Consistem em ações da comunicação ativa.
Desse modo, a eficiência caminha junto com a preste-
Exemplificando: identificar e tratar, quando possí-
za, ou seja, ao se ofertar um serviço com eficiência máxi-
ma, consequentemente, ele será célere. É importante o vel, o cliente pelo seu nome.
cliente perceber que todos os esforços possíveis estão
sendo empenhados para satisfazer a sua necessidade. z Estratégias Não Verbais

Tolerância Consistem na postura e nas ações do corpo.


Exemplificando: sempre prestar a máxima aten-
No atendimento ao público, são frequentes as situa- ção ao cliente, olhando-o diretamente.
ções que podem gerar conflitos. Neste caso, é fundamen-
tal ao atendente manter-se calmo e receptivo, sabendo z Estratégias Ambientais
controlar a situação para que não acabe ocorrendo uma
discussão. Portanto, é responsabilidade do atendente Consiste no preparo mais adequado do ambiente
demonstrar profissionalismo e tolerância para contor- do atendimento.
nar a situação e, assim, chegar em um denominador Exemplificando: manter sempre organizado e lim-
270 comum no qual satisfaça os desejos do cliente. po o ambiente de trabalho.
� Identifique e trate o cliente pelo nome
� Apresente soluções
Estratégias verbais � Peça desculpas
� Escute atentamente e responda
com clareza
� Olhe para o cliente diretamente
QUALIDADE NO � Preste a máxima atenção
ATENDIMENTO AO
Estratégias não
PÚBLICO verbais � Não atenda o celular enquanto estiver
no atendimento

Estratégias � Mantenha o ambiente organizado e limpo


ambientais � Proporcione acomodações adequadas

Seguindo esse raciocínio, listamos no quadro a seguir as posturas desejadas para um atendimento de qualidade:

CARACTERÍSTICAS DE UM ATENDIMENTO DE QUALIDADE

Acolher com atenção e ouvir atentamente


Proatividade
Foco nas necessidades do cliente
Atenção, cortesia e interesse
Comunicação clara e compreensível
Postura amigável
Empatia
Objetividade
Cumprimento dos prazos estipulados
Paciência e respeito às diversidades

INTERAÇÃO ENTRE VENDEDOR E CLIENTE


O comportamento do consumidor pode ser compreendido como um estudo que tem como objetivo analisar
os sentimentos e as percepções que direcionam o possível cliente a comprar. As decisões tomadas pelo cliente
baseiam-se nessas duas situações (sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a organização seja efetiva e
saiba lidar com as dificuldades do dia a dia. Podemos entender esse processo como uma jornada, avançando um
passo de cada vez para fazer com que o cliente tome a decisão de adquirir o produto ou o serviço.
Os gestores devem, por meio da gestão estratégica e do marketing, estudar o comportamento dos clientes ou
potenciais clientes. O propósito é compreender possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as ações de
vendas para que o cliente continue comprando da organização.

O comportamento de compra complexo envolve um processo de três etapas. Primeiro, o comprador desenvolve
crenças sobre o produto. Segundo, ele desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele faz uma escolha refletida.
(KOTLER, 2000, p. 199).

Há todo um processo envolvido e, para garantir o sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com que o
cliente crie uma relação com o processo de vendas e negociação.
Deve-se, primeiramente, fazer com que o cliente perceba a existência de um problema (às vezes, o cliente
desconhece o seu próprio problema). Após o reconhecimento, é preciso que a área de vendas e negociação desen-
volva um trabalho capaz de mostrar que a organização solucionará o problema. Quando já se tem a consideração
da solução, entra-se na fase de ativar gatilhos mentais, como urgência e exclusividade. Por fim, vem a decisão de
compra, pois o cliente já compreende o seu próprio problema e também que existe uma solução; agora, cabe às
vendas e à negociação oferecer o produto ou serviço que atenda a essa necessidade.
O que fará um cliente fechar com uma organização ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo que
realmente agregue valor, buscando sempre o dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento interpessoal
ATENDIMENTO

entre vendedores e clientes.

Vínculos sociais e a amizade recíproca entre compradores e vendedores têm um resultado favorável para as empre-
sas de venda, tanto no lado financeiro, quanto na confiança com cliente, no compromisso e na cooperação nos negó-
cios, sendo importante um bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98).

Podemos perceber que a venda vai depender do relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e vendedor);
por isso, o vendedor deve demonstrar empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se relacionar com as pessoas,
aparentar-se bem e possuir excelente capacidade de negociação. Além disso, precisa conhecer bem o produto ou
serviço que negocia e saber lidar com todos os tipos de emoções. 271
seus gastos de marketing e publicidade de maneira
surpreendente.
Relacionamento Negociação Venda Para que uma empresa possa ter seu foco nos
clientes já existentes e não somente na angariação de
novos, consiga apostar no marketing relacional e fide-
lizar seus clientes, deverá ter em atenção alguns pon-
tos: conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar
as suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade.
Problemas com relacionamento e atendimento
QUALIDADE NO ATENDIMENTO A existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem
CLIENTES potencializar a perda de clientes, que normalmente
ocorrem por negligência em alguma área.
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci- No atendimento, as negligências são conhecidas
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces- como sete pecados capitais:
sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
das organizações. Como observamos anteriormente, z Apatia: Relacionada à indiferença no tratamento,
o cliente terá uma determinada experiência e a sua sem demonstração de interesse;
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa z Má vontade: Falta de ação ou atitude por parte do
maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua atendente;
fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje z Frieza: Atendimento entendido como distante,
é o relacionamento. sem observar os desejos do cliente;
Existem certos pontos interessantes que serão z Desdém: Quando o atendente demonstra um “ar” de
benéficos para se manter um padrão de qualidade, superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele z Robotismo: Atendimento engessado;
é um serviço e você já conhece as características que z Apego às normas: Atendimento sem flexibilidade;
norteiam o serviço. z Jogo de Responsabilidade: Quando o atendente
O atendimento tem certas utilidades, a começar: não assume a responsabilidade e “joga” para os
demais ou outros setores.
z Recepcionar: É o primeiro momento com o cliente
e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
quesito, é importante o cumprimento adequado,
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE
(independentemente da idade); OUTUBRO DE 2020
z Informar: Todos nós esperamos receber informa-
ções compreensíveis e concisas de forma correta. A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020, dispõe
Se você não souber uma determinada informação, sobre a constituição e o funcionamento de componente
peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente; organizacional de ouvidoria pelas instituições autori-
z Orientação: Um dos papéis da linha de atendi- zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
mento é orientar o cliente, seja nos próximos pas- A intenção da Resolução é explicitada no art. 1º:
sos ou nas situações do momento;
z Amenizar: É de responsabilidade também do pes- Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e
soal da linha de frente acalmar o cliente em um o funcionamento de componente organizacional de
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar ouvidoria pelas instituições que especifica.
com uma situação de conflito e “destempero”;
z Agilidade: O cliente tem pressa e, a depender do O art. 2º aponta quais instituições devem consti-
tipo de serviço de que necessita, será menos fle- tuir as ouvidorias:
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
imprescindível; Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria
z Comunicação: É o elo entre as partes, por isso, é deve ser constituído pelas instituições autoriza-
preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja das a funcionar pelo Banco Central do Brasil que
entendimento no que está sendo repassado. tenham clientes pessoas naturais, inclusive empre-
sários individuais, ou pessoas jurídicas classifica-
das como microempresas e empresas de pequeno
Você percebeu a necessidade de certos padrões
porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de
para manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a
14 de dezembro de 2006.
organização conseguirá alcançar os objetivos do aten- Parágrafo único. Ficam dispensados de consti-
dimento e do relacionamento interpessoal, como: a tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con-
satisfação dos clientes, a diferenciação, o aumento trole societário de bolsas de valores, de bolsas
de clientes, a boa interação e, claro, a qualidade no de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo-
atendimento. res e de mercadorias e futuros que desempenhem
exclusivamente funções de liquidante e custodiante
MARKETING DE RELACIONAMENTO central, prestando serviços às bolsas e aos agen-
tes econômicos responsáveis pelas operações
O foco do marketing de relacionamento está nos nelas cursadas.
clientes já existentes. É claro que toda organização
deseja conquistar novos clientes, mas apostar em De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
uma relação permanente e duradoura fará até mes- rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
272 mo com que a organização consiga uma economia nos seguir:
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A o § 1º; ou
FUNCIONAR PELO BANCO CEN- b) na associação de classe a que seja filiada ou na
TRAL DO BRASIL, QUE TENHAM bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros
COMO CLIENTES ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas
quais realize operações;
III - a cooperativa singular de crédito filiada a coo-
perativa central pode compartilhar a ouvidoria
constituída na respectiva cooperativa central, con-
Pessoas federação de cooperativas de crédito ou banco do
Pessoas
Naturais sistema cooperativo; e
Jurídicas
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria
constituída em cooperativa central, federação de
cooperativas de crédito, confederação de cooperati-
z Microempresas de Incluindo os vas de crédito ou associação de classe da categoria.
pequeno porte empresários § 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a»,
z Microempresas individuais do caput, consideram-se ligadas entre si as institui-
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil:
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capítu-
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou
lo II, desta Resolução, “Da finalidade”, que aponta as mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e
finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido- II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou
ria. Vejamos: mais do capital de uma participem com 10% (dez
por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: indiretamente.
I - atender em última instância as demandas dos § 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput,
clientes e usuários de produtos e serviços que não não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
tiverem sido solucionadas nos canais de aten- tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
dimento primário da instituição; e financiamento e investimento, associações de pou-
II - atuar como canal de comunicação entre a pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
instituição e os clientes e usuários de produtos mercantil que realizem operações de arrendamento
e serviços, inclusive na mediação de conflitos. mercantil financeiro.
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con- § 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do
sidera-se primário o atendimento habitual realiza- caput, somente se aplica a associação de classe ou
do em quaisquer pontos ou canais de atendimento, bolsa que possuir código de ética ou de autorregu-
incluídos os correspondentes no País e o Serviço de lação efetivamente implantado, ao qual a institui-
Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o ção tenha aderido.
Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
O Capítulo IV, da Resolução, trata especificamen-
Perceba que o inciso I, do art. 3º, aponta que as
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas
ouvidorias somente irão atender as demandas em
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres,
última instância, o que quer dizer que as deman-
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com
das deverão passar primeiramente por outros meios
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as
e canais de atendimento primário da instituição e,
seguintes atividades:
somente caso estas não puderem ser solucionadas,
então serão destinadas às ouvidorias.
Já o Capítulo III, desta Resolução, trata da organi- ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º)
zação e estrutura da ouvidoria:
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí- formal e adequado às demandas dos clientes e usuá-
vel com a natureza e a complexidade dos produtos, rios de produtos e serviços
serviços, atividades, processos e sistemas de cada
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca
instituição.
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
do andamento das demandas, informando o prazo pre-
culada a componente organizacional da insti- visto para resposta
tuição que configure conflito de interesses ou de III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda
atribuições, a exemplo das unidades responsáveis
no prazo previsto
por negociação de produtos e serviços, gestão de ris-
cos, auditoria interna e conformidade (compliance). IV - manter o conselho de administração, ou, na sua
ATENDIMENTO

Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvi- ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os


doria pelas instituições, observadas as seguintes problemas e deficiências detectados no cumprimento
situações e regras: de suas atribuições e sobre o resultado das medidas
I - a instituição integrante de conglomerado com- adotadas pelos administradores para solucioná-los
posto por pelo menos duas instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das Dentre as atividades realizadas pela ouvidoria,
instituições autorizadas a funcionar; está o atendimento adequado às demandas dos clien-
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso tes e usuários de produtos e serviços. Esse atendimen-
I do caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: to deverá atender os critérios expostos a seguir: 273
Art. 6º [...] Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria: natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for-
I - deve ser identificado por meio de número de ma expressa, sobre os seguintes aspectos:
protocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante; I - a finalidade, as atribuições e as atividades
II - deve ser gravado, quando realizado por tele- da ouvidoria;
fone, e, quando realizado por meio de documento II - os critérios de designação e de destituição do
escrito ou por meio eletrônico, arquivada a res- ouvidor;
pectiva documentação; e III - o tempo de duração do mandato do ouvi-
III - pode abranger: dor, fixado em meses; e
a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas IV - o compromisso formal no sentido de:
inicialmente pelos canais de atendimento primário; e a) criar condições adequadas para o funcionamen-
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central to da ouvidoria, bem como para que sua atuação
do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida- seja pautada pela transparência, independên-
des públicas ou privadas. cia, imparcialidade e isenção; e
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa-
pode ultrapassar dez dias úteis, podendo ser pror- ções necessárias para a elaboração de resposta
rogado, excepcionalmente e de forma justificada, adequada às demandas recebidas, com total apoio
uma única vez, por igual período, limitado o núme- administrativo, podendo requisitar informações e
ro de prorrogações a 10% (dez por cento) do total documentos para o exercício de suas atividades no
de demandas no mês, devendo o demandante ser cumprimento de suas atribuições.
informado sobre os motivos da prorrogação. § 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri-
Já o art. 7º refere-se às outras instituições que meira alteração que ocorrer após a constituição da
devem atender aos critérios elencados. São essas ins- ouvidoria.
tituições aquelas autorizadas a funcionar pelo Banco § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
Central do Brasil que tenham clientes pessoas natu- das por esta Resolução relativas às instituições que
rais, inclusive empresários individuais, ou pessoas optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
jurídicas classificadas como microempresas e empre- I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
sas de pequeno porte, vide art. 2º, desta Resolução. ção que constituir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem: própria em decorrência da faculdade prevista no
I - manter sistema de informações e de controle art. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na
das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a: primeira assembleia geral ou na primeira reunião
a) registrar o histórico de atendimentos, as informa- de diretoria realizada após tal decisão.
ções utilizadas na análise e as providências adotadas;
b) controlar o prazo de resposta; Retomando novamente o conceito e as instituições
II - dar ampla divulgação sobre a existência da referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio-
ouvidoria, sua finalidade, suas atribuições e for- nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes
mas de acesso, inclusive nos canais de comunica- pessoas naturais, inclusive empresários individuais,
ção utilizados para difundir os produtos e serviços; ou pessoas jurídicas classificadas como microempre-
III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
usuários ao atendimento da ouvidoria, por meio essas instituições deverão designar os nomes do ouvi-
de canais ágeis e eficazes, inclusive por telefone, dor e do direito responsável pela ouvidoria:
cujo número deve ser:
a) divulgado e mantido atualizado em local
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig-
visível ao público no recinto das suas dependên-
nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do
cias e nas dependências dos correspondentes no
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria.
País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode
na internet, acessível pela sua página inicial;
desempenhar outras funções na instituição,
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi-
eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e
nistração de recursos de terceiros.
de publicidade e demais documentos que se desti-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múl-
nem aos clientes e usuários; e
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
c) inserido e mantido permanentemente atua- financiamento e investimento, associações de pou-
lizado em sistema de registro de informações pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
do Banco Central do Brasil. mercantil que realizem operações de arrendamento
Parágrafo único. As informações relativas às mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obri-
demandas recebidas pela ouvidoria devem perma- gatoriedade de constituição de comitê de audito-
necer registradas no sistema mencionado no inci- ria, na forma da regulamentação, o ouvidor não
so I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da poderá desempenhar outra função, exceto a de
data da protocolização da ocorrência. diretor responsável pela ouvidoria.
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempe-
O Capítulo V trata das exigências formais que ver-
nhe outra atividade na instituição, essa atividade
sam sobre as ouvidorias e engloba pontos específi- não pode configurar conflito de interesses ou de
cos, como formulação do estatuto ou contrato social, atribuições.
designação de responsáveis, designação de nomes do Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I,
ouvidor, entre outras disposições. Neste momento, é III e IV, o ouvidor deve:
importante o contato com a legislação pura, vez que, I - responder por todas as instituições que compar-
usualmente, as bancas cobram a literalidade da lei. tilharem a ouvidoria; e
Realizamos destaques na legislação para que tornem II - integrar os quadros da instituição que constituir
274 a leitura mais fluida e de fácil memorização: a ouvidoria.
Para auxiliar seu entendimento, vejamos esquematicamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos do art.
5º mencionados:

Ouvidor deve:

z I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo menos duas instituições autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer das instituições;
z III - a cooperativa singular de crédito filiada à cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria constituída
na respectiva cooperativa central, confederação de cooperativas de crédito ou branco do sistema cooperativo;
z IV - a cooperativa singular de credito não filiada
z à cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa central, federação de coope-
rativas de crédito, confederação de cooperativas de crédito ou associação de classe da categoria:

„ I - responder por todas as instituições que compartilharem a ouvidoria;


„ II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.

Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições
referidas no art. 2º devem:
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de
mercadorias e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da entidade ou empresa que constituir
a ouvidoria.

Por fim, o Capítulo VI trata da prestação de informações e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:

Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar relatório semestral quantitativo e qualitativo refe-
rente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria,
quando constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem divulgar semestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet,
as informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, inclusive os dados relativos à avaliação
direta da qualidade do atendimento de que trata o art. 16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de
dados e de informações relativos às atividades da ouvidoria.

A avaliação direta da qualidade do atendimento mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfação dos
usuários e clientes, que avaliam o atendimento prestado pela ouvidoria.
Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860, de 2020, o Capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocorrerá
um exame de certificação para que os integrantes da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º, desta Reso-
lução, sejam considerados aptos. Acompanhe a seguir:

Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem adotar providências para que os integrantes da ouvidoria que
realizem as atividades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por
entidade de reconhecida capacidade técnica.
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do consumidor e à
mediação de conflitos.
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no caput fica condicionada à comprovação de aptidão no
exame de certificação, além do atendimento às demais exigências desta Resolução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a capacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em rela-
ção aos temas mencionados no § 1º.
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formalidade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da
associação de classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas no art. 6º.

O Capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de avaliação direta da qualidade do atendimento prestado pela
ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente abordado quando tratamos do art. 13. Observe como será realizada a
avaliação direta de qualidade:

Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem implementar instrumento de avaliação direta da qualidade do
atendimento prestado pela ouvidoria a clientes e usuários.
ATENDIMENTO

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de
investimento, caixas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento.

275
Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito
Bancos à ouvidoria e os dados relativos ao diretor respon-
Comerciais sável pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseri-
dos e mantidos permanentemente atualizados em
sistema de registro de informações do Banco Cen-
tral do Brasil.
Bancos Parágrafo único. O disposto no caput deve ser
Múltiplos observado, inclusive, pela instituição que não cons-
tituir componente de ouvidoria próprio em decor-
rência da faculdade prevista no art. 5º.
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as
Bancos de medidas necessárias à execução do disposto nesta
Investimento Resolução.

AVALIAÇÃO DE QUALI-
DADE DO ATENDIMEN-
TO PRESTADO PELA Caixa
OUVIDORIA Econômicas RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 26 DE
APLICA-SE A MARÇO DE 2009
Por se tratar de um ato normativo extremamente
Sociedades reduzido e com uma alta probabilidade de ser inci-
de Crédito dente em sua prova — ser cobrada a letra seca do tex-
to —, abordaremos em sua totalidade os dispositivos
expostos para um estudo completo.
Esta resolução disporá sobre a prevenção de riscos
Sociedades de na contratação de operações e na prestação de serviços
Financiamento por parte de instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
As instituições financeiras, bem como as autoriza-
das a funcionar pelo Bacen, deverão assegurar algu-
Sociedades de mas garantias, as quais encontram-se elencadas nos
Investimento incisos do art. 1º:

I - a adequação dos produtos e serviços oferta-


dos ou recomendados às necessidades, interesses e
Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendi-
objetivos dos clientes e usuários;
mento de que trata o art. 16 deve ser:
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5,
sigilo das transações realizadas, bem como a legi-
sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível
timidade das operações contratadas e dos serviços
de satisfação mais alto;
prestados;
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em
III - a prestação das informações necessárias
até um dia útil após o encaminhamento da à livre escolha e à tomada de decisões por par-
resposta conclusiva de que trata o art. 6º, inciso te de clientes e usuários, explicitando, inclusive,
III, e § 2º; e direitos e deveres, responsabilidades, custos ou
III - concluída em até cinco dias úteis após o ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na
prazo de que trata o inciso II. execução de operações e na prestação de serviços;
Art. 18 Os dados relativos à avaliação mencionada
no art. 16 devem ser: É importante ressaltar que, a relação do inciso
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem supracitado com o § único, do art. 1º:
cronológica, permanecendo à disposição do Ban-
co Central do Brasil pelo prazo de cinco anos, Parágrafo único. Para fins do cumprimento do dis-
contados da data da avaliação realizada pelo posto no inciso III, no caso de abertura de conta de
cliente ou usuário; e depósitos ou de conta de pagamento, deve ser forne-
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na cido também prospecto de informações essenciais,
forma por ele definida. explicitando, no mínimo, as regras básicas, os ris-
cos existentes, os procedimentos para contratação
As disposições finais da Resolução CMN nº 4.860, e para rescisão, as medidas de segurança, inclusive
de 2020, estão inseridas no Capítulo IX. Podemos des- em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e
tacar as seguintes informações: a periodicidade e forma de atualização pelo cliente
de seus dados cadastrais.
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuá-
z O relatório e a documentação, bem como a gra-
rio de contratos, recibos, extratos, comprovantes e
vação telefônica do atendimento realizado pelas
outros documentos relativos a operações e a serviços;
ouvidorias, deverão permanecer à disposição do V - a utilização de redação clara, objetiva e ade-
Bacen pelo prazo mínimo de 5 anos; quada à natureza e à complexidade da opera-
z O número de telefone da ouvidoria, os dados do ção ou do serviço, em contratos, recibos, extratos,
diretor responsável e os dados do ouvidor deve- comprovantes e documentos destinados ao público,
rão ser inseridos e mantidos permanentemente de forma a permitir o entendimento do conteúdo e
atualizados em sistema de registro de informa- a identificação de prazos, valores, encargos, multas,
276 ções do Banco Central do Brasil. datas, locais e demais condições;
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de época, simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até
contratos; mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada
VII - a formalização de título adequado estipulan- pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela,
do direitos e obrigações para abertura, utilização e decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialis-
manutenção de conta de pagamento pós-paga; mo e pautada na perspectiva médica e biológica de
VIII - o encaminhamento de instrumento de que a deficiência era uma patologia e, como tal, deve-
pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ria ser curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os
ou a sua habilitação somente em decorrência de
direitos humanos, despontando os direitos à inclusão
sua expressa solicitação ou autorização;
social, com ênfase na relação da pessoa com deficiên-
IX - a identificação dos usuários finais benefi-
ciários de pagamento ou transferência em demons-
cia e do meio em que ela está inserida.
trativos e faturas do pagador, inclusive nas situações Até mesmo a forma de se referir a essas pessoas é
em que o serviço de pagamento envolver instituições fruto de uma construção histórica. A partir de 1993,
participantes de diferentes arranjos de pagamento. a nomenclatura mudou para portadores de necessi-
dades especiais, pessoas com necessidades especiais,
O art. 2º trata da regularização da publicidade das pessoas especiais, portadores de direitos especiais ou
informações prestadas pelas instituições financeiras e pessoas com deficiência.
instituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen. Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o
divulgar, em suas dependências e nas dependên- pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili-
cias dos estabelecimentos onde seus produtos são tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com
ofertados, em local visível e em formato legível, autonomia e participação.
informações relativas a situações que impliquem Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção
recusa à realização de pagamentos ou à recep- internacional, exigindo dos Estados um tratamento
ção de cheques, fichas de compensação, docu- especializado para proteção aos direitos das pessoas
mentos, inclusive de cobrança, contas e outros. com deficiência. Entre os instrumentos de proteção
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi-
Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às veda- tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta
ções impostas a essas instituições. Vejamos: convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado
ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º pelo Decreto nº 6.949.
recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de A importância do Decreto nº 6.949, de 2009, é
seus produtos e serviços, o acesso aos canais de imensa, uma vez que ele foi o primeiro tratado inter-
atendimento convencionais, inclusive guichês de nacional de direitos humanos a adotar a norma do §
caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento 3º, art. 5º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o
alternativo ou eletrônico. mesmo rito de aprovação cabível para as emendas
§ 1º O disposto no caput não se aplica às depen- constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres-
dências exclusivamente eletrônicas nem à pres-
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
tação de serviços de cobrança e de recebimento
dos respectivos membros).
decorrentes de contratos ou convênios que preve-
jam canais de atendimento específicos.
Como resultado, tal decreto passou a ter status de
§ 2º A opção pela prestação de serviços por norma constitucional (mesmo valor normativo das
meios alternativos aos convencionais é admi- normas colocadas na Constituição Federal mesmo
tida desde que adotadas as medidas necessá- sem fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessi-
rias para preservar a integridade, a confiabilidade, tou promover alterações legislativas para “assegurar e
a segurança e o sigilo das transações realizadas, promover o pleno exercício de todos os direitos humanos
assim como a legitimidade dos serviços presta- e liberdades fundamentais por todas as pessoas com defi-
dos, em face dos direitos dos clientes e dos usuá- ciência”, em conformidade com o item 1 da Convenção.
rios, devendo as instituições informá-los dos riscos Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei nº
existentes. 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à Convenção.
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
LEI N° 13.146, DE 6 DE JULHO DE tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomi-
(ESTATUTO DA PESSOA COM na “literalidade das ideias”, ou seja, os pontos princi-
DEFICIÊNCIA) pais de cada artigo com base em sua estrutura, não
havendo, para tanto, a necessidade de decorá-los.
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- Considerando concursos anteriores, o estudo deve ter
ATENDIMENTO

cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- especial atenção à parte relativa aos crimes e às infra-
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa ções administrativas, por serem esses os pontos mais
parcela da população faz parte de um discurso atual, cobrados pelas bancas examinadoras.
resultado da forma como essas pessoas passaram a
ser percebidas. NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
É possível visualizar, ao longo da história, que as DEFICIÊNCIA
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro
modos diferentes, conforme cada período temporal. A A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes- tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
soas com deficiência, pois, para as pessoas daquela princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas 277
com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a Importante
parte especial é composta dos meios de proteção, A competência é do Poder Executivo e, não, do
quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual Poder Legislativo.
perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.

O art. 3º apresenta outros conceitos para aplicação


e entendimento da legislação. São eles: acessibilidade;
Lei nº 13.146/2015
desenho universal; tecnologia assistiva ou ajuda téc-
nica; barreiras; comunicação; adaptações razoáveis;
elemento de urbanização; mobiliário urbano; pessoa
com mobilidade reduzida; residências inclusivas;
Parte geral moradia para a vida independente da pessoa com
Parte especial
deficiência; atendente pessoal; profissional de apoio
princípios e direitos escolar; acompanhante.
meio de proteção
fundamentais
z Acessibilidade: possibilidade e condição de alcan-
ce para utilização, com segurança e autonomia, de
Iniciando pela parte geral, os arts. de 1º a 3º, da men- espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi-
cionada Lei, introduzem o tema, estabelecendo suas dis- ficações, transportes, informação e comunicação,
posições gerais. De acordo com o art. 1º, o objetivo da inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
legislação é assegurar e promover o exercício dos direi- outros serviços e instalações abertos ao público, de
tos e das liberdades fundamentais da pessoa com defi- uso público ou privados de uso coletivo, tanto na
ciência em iguais condições com os demais, de modo a zona urbana como na rural, por pessoa com defi-
garantir sua inclusão social e cidadania. Seu parágrafo ciência ou com mobilidade reduzida.
único deixa claro que a Lei nº 13.146, de 2015, decorre
da Convenção (juntamente com seus protocolos), sendo Observe que a palavra-chave para entender o con-
incorporada no ordenamento jurídico brasileiro com ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu-
status de Emenda Constitucional, conforme explanado. lar com autonomia em espaços públicos e privados
O art. 2º preocupou-se em dar o conceito de pessoa de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia
com deficiência. Em termos gerais, considera-se pes- para utilizar a tecnologia).
soa com deficiência aquela que possui impedimento
de longo prazo, sendo este de natureza física, men- z Desenho universal: concepção de produtos,
tal, intelectual ou sensorial, que pode, de alguma ambientes, programas e serviços a serem usados
forma, causar barreiras ou obstruir sua participa- por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
ção plena e efetiva na sociedade em igualdades de ção ou de projeto específico, incluindo os recursos
condições com as demais pessoas. de tecnologia assistiva.

Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve


Impedimento de longo prazo ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
te de ter ou não alguma deficiência.
PESSOA COM Natureza física, mental,
DEFICIÊNCIA z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
intelectual ou sensorial
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que objetivem pro-
Causar barreiras ou obstruir mover a funcionalidade, relacionada à atividade e
sua participação plena e à participação da pessoa com deficiência ou com
efetiva na sociedade em mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
igualdades de condições com independência, qualidade de vida e inclusão social.
as demais pessoas
Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar determi-
Além de conceituar pessoas com deficiência, o nado produto ou serviço às necessidades da pessoa com
art. 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deficiência, para que possa exercê-lo de forma autônoma.
deve ser procedida a avaliação para caracterizar
essas pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que z Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
a avaliação será realizada por uma equipe multipro- comportamento que limite ou impeça a participa-
fissional e interdisciplinar, de modo a considerar os ção social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
aspectos que permeiam o indivíduo (todo o contexto exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberda-
social). Para determinar ou não a deficiência, a equi- de de movimento e de expressão, à comunicação, ao
pe analisará três enfoques: biológico, psicológico e acesso à informação, à compreensão, à circulação
social, considerando, para tanto, os impedimentos com segurança, entre outros, classificadas em:
nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores
socioambientais, psicológicos e pessoais; a limita- „ barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
ção no desempenho de atividades e a restrição de e nos espaços públicos e privados abertos ao
participação. O parágrafo segundo, por sua vez, estabe- público ou de uso coletivo;
lece que compete ao Poder Executivo a criação dos ins- „ barreiras arquitetônicas: as existentes nos edi-
278 trumentos normativos para a verificação da deficiência. fícios públicos e privados;
„ barreiras nos transportes: as existentes nos sis- z Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que
temas e meios de transportes; tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movi-
„ barreiras nas comunicações e na informação: mentação, permanente ou temporária, gerando
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou com- redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da
portamento que dificulte ou impossibilite a coordenação motora ou da percepção, incluindo
idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de
expressão ou o recebimento de mensagens e
colo e obeso.
de informações por intermédio de sistemas de
z Residências inclusivas: unidades de oferta do
comunicação e de tecnologia da informação; Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assis-
„ barreiras atitudinais: atitudes ou comporta- tência Social (SUAS) localizadas em áreas residen-
mentos que impeçam ou prejudiquem a par- ciais da comunidade, com estruturas adequadas,
ticipação social da pessoa com deficiência em que possam contar com apoio psicossocial para o
igualdade de condições e oportunidades com as atendimento das necessidades da pessoa acolhida,
demais pessoas; destinadas a jovens e adultos com deficiência, em
„ barreiras tecnológicas: as que dificultam ou situação de dependência, que não dispõem de condi-
impedem o acesso da pessoa com deficiência às ções de autossustentabilidade e com vínculos fami-
tecnologias. liares fragilizados ou rompidos.

Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que As residências inclusivas têm caráter de assis-
tência para aquelas pessoas com deficiência que são
impeça ou limite a participação social da pessoa com
dependentes, porém não possuem vínculos familiares
deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
capazes de lhes dar suporte.
públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas z Moradia para a vida independente da pessoa
comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul- com deficiência: moradia com estruturas adequa-
dade de acesso às tecnologias (tecnológicas). das capazes de proporcionar serviços de apoio cole-
tivos e individualizados que respeitem e ampliem
z Comunicação: forma de interação dos cidadãos o grau de autonomia de jovens e adultos com
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu- deficiência.
sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua-
lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
ampliarão o seu grau de autonomia.
os dispositivos multimídia, assim como a lingua-
gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e
z Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
os meios de voz digitalizados e os modos, meios e
família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
formatos aumentativos e alternativos de comunica- presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
ção, incluindo as tecnologias da informação e das deficiência no exercício de suas atividades diárias,
comunicações. excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi-
z Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e cados com profissões legalmente estabelecidas.
ajustes necessários e adequados que não acarretem z Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce
ônus desproporcional e indevido, quando requeri- atividades de alimentação, higiene e locomoção do
dos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa estudante com deficiência e atua em todas as ativi-
com deficiência possa gozar ou exercer, em igualda- dades escolares nas quais se fizer necessária, em
de de condições e oportunidades com as demais pes- todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas
soas, todos os direitos e liberdades fundamentais.
ou os procedimentos identificados com profissões
z Elemento de urbanização: quaisquer componen-
legalmente estabelecidas.
tes de obras de urbanização, tais como os referen- z Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
tes a pavimentação, saneamento, encanamento com deficiência, podendo ou não desempenhar as
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de funções de atendente pessoal.
gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não
os que materializam as indicações do planejamento discriminação, consubstanciados no princípio da
urbanístico. promoção da igualdade presente na Convenção sobre
z Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
1º, do art. 4º, preocupou-se em definir discrimina-
ATENDIMENTO

nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adi-


cionados aos elementos de urbanização ou de edifi- ção em razão da deficiência como toda forma de
distinção, restrição ou exclusão, quer por ação quer
cação, de forma que sua modificação ou seu traslado
por omissão, com o objetivo de impedir, prejudicar ou
não provoque alterações substanciais nesses ele-
anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e
mentos, tais como semáforos, postes de sinalização das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência.
e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recu-
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, sa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tec-
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de nologias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como
natureza análoga. pelo particular. 279
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos O art. 7º trouxe o dever de vigilância geral aplicá-
esquematizá-lo para você: vel a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem
comunicar às autoridades qualquer tipo de ameaça
DISTINÇÃO EM RAZÃO DA ou violação aos direitos da pessoa com deficiência.
DEFICIÊNCIA Ressalta-se que seu parágrafo único dispõe que, uma
vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o
Ministério Público deve ser informado para que adote
as providências para o devido cumprimento da Lei,
Distinção inclusive na forma penal.
Restrição O art. 8º estabelece que é dever Estado, da socie-
Exclusão dade e da família assegurar a efetivação dos direi-
tos das pessoas com deficiência.
Encerrando a parte relativa à igualdade, o art. 9º
dispõe sobre o atendimento prioritário, com as fina-
Ação Omissão lidades de:

z proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;


z atendimento em todas as instituições e serviços de
atendimento ao público;
impedir, prejudicar ou anular o z disponibilização de recursos, tanto humanos
reconhecimento ou o exercício dos quanto tecnológicos, que garantam atendimento
direitos e das liberdades fundamentais em igualdade de condições com as demais pessoas;
de pessoa com deficiência. z disponibilização de pontos de parada, estações e
terminais acessíveis de transporte coletivo de pas-
sageiros e garantia de segurança no embarque e
Importante esclarecer que a igualdade trazida pela
no desembarque;
Lei nº 13.146, de 2015, não é impositiva, ou seja, as
z acesso a informações e disponibilização de recur-
ações afirmativas constante da Lei não são obrigatórias
sos de comunicação acessíveis;
às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se
z recebimento de restituição de imposto de renda;
beneficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas.
z tramitação processual e procedimentos judiciais e
Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada
administrativos em que for parte ou interessada,
a se inscrever para as vagas reservadas, podendo con-
em todos os atos e diligências.
correr às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O art. 5º, por vez, trata da proteção da pessoa com
deficiência, de modo a afastar toda forma de tortu- Com exceção da restituição de imposto de renda e
ra ou outro mecanismo de redução da dignidade da da tramitação processual prioritária, todos os demais
pessoa humana ao assegurar a proteção contra negli- itens relativos ao atendimento prioritário são exten-
gência, discriminação, exploração, violência, tortu- sivos ao acompanhante da pessoa com deficiência
ra, crueldade, opressão e tratamento desumano ou ou ao seu atendente pessoal. Como consequência, o
degradante. Seu parágrafo único traz um importante acompanhante tem direito à preferência de atendi-
conceito: especialmente vulneráveis. Considerando mento, ao socorro, entre outros.
que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas
esta razão, merece a proteção especial, maior deve ser com deficiência e são eles que vamos estudar neste
a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e momento:
idosos quando estes possuem deficiência.
Importante é, também, o art. 6º da Lei, que conce- Vida
deu às pessoas com deficiência plena capacidade para
o exercício de seus direitos, inclusive para: Habitação e
Reabilitação
z casar ou constituir união estável;
Saúde
z exercer direitos sexuais e reprodutivos;
z exercer o direito de decidir sobre o número de
Educação
filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;
z conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri- Moradia
lização compulsória;
DIREITOS Trabalho
z exercer o direito à família e à convivência familiar
FUNDAMENTAIS
e comunitária;
z exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à Assistência Social
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas. Previdência Social

Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, as Cultura, Esporte,


pessoas com deficiência eram tidas, em regra, como Turismo e Lazer
absoluta ou relativamente incapazes pelo Código
Transporte
Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente
capazes, só sendo consideradas relativamente inca-
Mobilidade
pazes se, por causa transitória ou permanente, não
280 puderem exprimir sua vontade.
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 O direito à moradia, cuja previsão encontra-
ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os -se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi-
outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34
de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso.
pleno exercício. Como consequência, permite-se que a pessoa com
Importante assinalar que a pessoa com deficiência deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie à profissão ou ao trabalho que deseje desempenhar.
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que O direito à assistência social encontra-se contem-
é indispensável seu livre consentimento para a rea- plado nos arts. 39 ao 40, além de fazer parte do rol dos
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos direitos sociais previstos no art. 6º, da Constituição
de atendimento de emergência em saúde e risco de Federal de 1988. A assistência social faz parte do sub-
morte e nos casos em que se encontra impossibilitada sistema da Seguridade Social, juntamente com a saúde
de manifestar a sua vontade. Quando possuir curador, e a previdência social. Por assistência social entende-
este supre o seu consentimento (aplica-se apenas às -se o conjunto de medidas institucionalizadas de assis-
pessoas submetidas ao instituto da Curatela). tência gratuita a ser prestada a quem dela necessitar.
Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
a proteção das pessoas com deficiência em situações com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações garantir um benefício mensal àqueles que não têm
de risco, como nos casos de estado de emergência ou meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
calamidade pública. O direito à previdência social, também integrante
O direito à habilitação e reabilitação está disci- do subsistema da Seguridade Social, encontra-se previs-
plinado nos arts. 14 ao 17, dizendo respeito à garantia to no art. 41. Trata de garantir à pessoa com deficiência
de se adotar medidas que promovam a recuperação segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
física, cognitiva e psicológica, bem como a proteção, o direito à aposentadoria nos termos da Lei Comple-
a reabilitação e a reinserção social das pessoas com mentar nº 142, de 8 de maio de 2013 — redução de até
deficiência. 10 (dez) anos de contribuição, conforme o grau da defi-
Esse direito se relaciona, diretamente, com a ques- ciência aferido em avaliação médica e social.
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste- O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao
ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos um de seus principais objetivos, a promoção isonômi-
responsáveis por prestar informações e orientações ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência
adequadas com relação às políticas públicas dispo- na vida em sociedade em todos os seus aspectos.
níveis, de modo a favorecer a plena participação das Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor
pessoas com deficiência. maior pelo ingresso de pessoas com deficiência.
O direito à saúde encontra-se estabelecido nos O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
estabelece garantias às pessoas de modo geral, estan- ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na
do, também, arrolado na Constituição Federal como vida da pessoa com deficiência.
um direito social. O direito à acessibilidade encontra-se previsto
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade
deficiência contempla o acesso a um atendimento de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade, pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
seja de caráter preventivo ou para fins de tratamento, Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
sem qualquer discriminação ou custos adicionais, com ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
direito ao acompanhante, em ambientes acessíveis, a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
sem se submeter a qualquer tipo de discriminação ou barreiras impostas a elas.
violência, estabelecendo, portanto, o acesso igualitário. O direito ao acesso à informação e à comunica-
O direito à educação está previsto nos arts. 27 ção está disposto nos arts. 63 ao 73, da Lei. Trata-se de
ao 30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais, dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
previstos no art. 6º, da Constituição Federal de 1988. lidade à informação, de maneira a contemplar qual-
Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação deve quer serviço ou produto.
ser garantido por meio de um sistema educacio-
nal inclusivo, que deve atender, com qualidade e Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva,
de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O conceituando-a como qualquer forma de apoio neces-
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação sário à promoção da autonomia e independência da
ATENDIMENTO

dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que pessoa com deficiência. Cabe ao Poder Público a res-
advenham dessa condição e favorecer a sua integra- ponsabilidade de desenvolver um plano específico de
ção na comunidade. medidas, a ser renovado no período de quatro anos,
para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias.
Dica Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados,
pelo menos, a cada dois anos.
É a escola que deve se adaptar ao aluno, buscan- O direito à participação na vida pública e políti-
do compreender suas necessidades e caracterí- ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
sitcas e não o contrário. da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são 281
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei- Direta: praticar
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas

ART. 88 - CONDUTAS
de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
Regionais Eleitorais.
Por último, também é estabelecido, na Lei nº Indireta: induzir
13.146, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele
está previsto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, esti-
mular a criação de cursos de pós-graduação na área
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos Indireta: instigar
humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
área de conhecimento. Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela, tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
constam disposições acerca do direito de acesso à discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
a tipificação de determinadas condutas, como crimes tar o exercício pleno de direitos.
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao Poder Público realizar as adaptações e propor- § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
para a plena participação da pessoa com deficiência do agente.
no âmbito do Poder Judiciário.
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de cau-
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons-
sa de aumento de pena. Trata-se do fato de o agen-
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno te, que praticou uma das condutas elencadas, ser o
exercício de suas capacidades. responsável (legal ou não) por aquele que sofreu a
discriminação. O aumento de 1/3 da pena decorre da
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS proximidade e do dever de cuidado para com a pes-
soa com deficiência. São exemplos: pais, tutores, cura-
Os crimes e as infrações administrativas estão dis- dores, guardiões, professores, médicos, cuidadores,
postos nos arts. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape- entre outros.
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os
demais apresentam pena de reclusão. § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
Detenção e reclusão são modalidades de penas pri- te artigo é cometido por intermédio de meios de
vativas de liberdade. comunicação social ou de publicação de qual-
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais quer natureza:
severas, por ser a única a admitir o regime inicial de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
cumprimento fechado. Essa modalidade admite os três
regimes de cumprimento: fechado, semiaberto e aberto. O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
Já a pena de detenção é aplicada a condenações me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mais leves, uma vez que o regime inicial de cum- da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
primento será o semiaberto. A detenção admite os meios de comunicação social ou de publicação de
regimes de cumprimento semiaberto e aberto, não qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
admitindo o fechado. de, chegando ao conhecimento de um número maior
Vamos ao estudo dos crimes: de pessoas.
A qualificadora altera o patamar da pena (penas
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- mínima e máxima constantes do tipo penal — precei-
ção de pessoa em razão de sua deficiência: to secundário) em razão de novas elementares acres-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. centadas, o que faz com que ele seja um tipo derivado
autônomo ou independente. Por outro lado, a causa
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos:
de aumento (majorante) é apenas uma hipótese para
z Participação direta do agente na conduta deli- que a pena possa ser aumentada.
tuosa: Aqui, o agende age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
no verbo praticar; determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
z Participação indireta do agente na conduta deli- do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência:
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exempla-
de que ela pratique a discriminação: Aqui, temos
res do material discriminatório;
dois agentes, um que desperta a atenção de outro II - interdição das respectivas mensagens ou pági-
para a prática do crime e outro que, efetivamente, nas de informação na internet.
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir;
z Participação indireta do agente na conduta O parágrafo terceiro dispõe a consequência do
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes- crime cometido por intermédio de meios de comu-
soa a praticar a discriminação: Diferentemente nicação social ou de publicação de qualquer nature-
da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já za. Trata-se de medida para evitar a propagação da
tinha a intenção de discriminar, havendo apenas discriminação, uma vez que, verificada a ocorrência
um reforço/encorajamento. Temos, também, dois de discriminação da pessoa com deficiência por esses
agentes, um que reforça e outro que pratica. A con- meios, é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério
duta está no verbo instigar. Público ou a pedido deste, determinar o recolhimento
282
de todo o material em que está descrita a discrimina- Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
ção. No caso de divulgação em site de internet, pode-se terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
determinar a retirada do ar da página ou do conteúdo.
O crime do art. 91 pode ser praticado por duas
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito condutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- agente fica na posse ou utiliza-se de cartão magnéti-
são, a destruição do material apreendido. co ou meio eletrônico ou documento pessoal, com a
finalidade de obter vantagem indevida para si ou para
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá outrem. Exemplo: utilização de carteira de passe livre
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. em transporte coletivo com a intenção de não pagar
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- a passagem. Trata-se de crime mais brando do que o do
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso art. 89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa
cabível), todo o material apreendido será destruído. com deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8º, da
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
outro rendimento de pessoa com deficiência: soas com deficiência. Vejamos:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
(dois) a 5 (cinco) anos e multa:
O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- deficiência;
dimento da pessoa com deficiência. Já no desvio, o II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
agente dá um destino diferente ao bem, proventos, de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
em razão de sua deficiência;
pensões, benefícios ou qualquer outro rendimento da
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
pessoa com deficiência. As duas condutas são punidas
ção à pessoa em razão de sua deficiência;
com pena de reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou
deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiência;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
fissão para o cometimento do crime. subjetivos para indeferimento de inscrição, de
aprovação e de cumprimento de estágio probatório
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em em concursos públicos não exclui a responsabilida-
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- de patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
multa. dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não planos privados de assistência à saúde, inclusive
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa (um terço).
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inci-
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar so I a conduta de cobrar valores adicionais por parte
assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado da instituição de ensino. Exemplos clássicos são as
ATENDIMENTO

e proteção. mensalidades diferenciadas para alunos autistas


(com valores a mais). O inciso II refere-se à discrimi-
Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual- nação com relação a emprego, trabalho ou promoção.
quer meio eletrônico ou documento de pessoa com O inciso III, ao atendimento médico e ambulatorial. O
deficiência destinados ao recebimento de benefícios, inciso IV, à omissão de dados quando estes são essen-
proventos, pensões ou remuneração ou à realiza- ciais à propositura de ação civil pública ou quando
ção de operações financeiras, com o fim de obter houver requisição.
vantagem indevida para si ou para outrem: A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas
e multa. de aumento de pena ao crime. 283
Por fim, importante mencionar que todos os cri- II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete tratamento de dados de indivíduos localizados no
ao Ministério Público promover a ação independente- território nacional; ou
mente da vontade da vítima.
Nesta hipótese, tem-se que, mesmo que a sede da
empresa seja localizada em outro país, a LGPD será
aplicada, já que existe o tratamento de dados de pes-
soas situadas dentro do território nacional.
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE
2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham
sido coletados no território nacional.
DADOS — LGPD) § 1º Consideram-se coletados no território
nacional os dados pessoais cujo titular nele se
Neste material, faremos apontamentos sobre os encontre no momento da coleta.
artigos mais relevantes, os quais serão abordados de
forma que seja apresentada a letra seca da Lei. Cabe
deixar claro que a leitura dos demais artigos é de
Dica
suma importância aos seus estudos. Veja que, em todos os casos, é imprescindível
que haja relação com o território brasileiro. Por-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES tanto, caso alguma questão da sua prova traga
assertivas que tratem de operação de tratamen-
A legislação que será estudada teve, como refe- to exclusivamente de âmbito estrangeiro, tenha
rência, o Regulamento Geral de Proteção de Dados — em mente que a LGPD não será aplicada.
GDPR, o qual foi instituído pela União Europeia. Em
âmbito nacional, a LGPD tutela tão somente a prote-
Vistas as hipóteses de aplicação, vejamos, agora, o
ção de dados pessoais, sendo compreendidos, dentre
contrário: a vedação à aplicação.
eles, os disponíveis em meios físicos e digitais.
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de
dados pessoais:
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por
I - realizado por pessoa natural para fins exclusiva-
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
mente particulares e não econômicos;
público ou privado, com o objetivo de proteger os
II - realizado para fins exclusivamente:
direitos fundamentais de liberdade e de priva-
a) jornalístico e artísticos; ou
cidade e o livre desenvolvimento da personali-
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts.
dade da pessoa natural.
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta 7º e 11 desta Lei;
Lei são de interesse nacional e devem ser obser- III - realizado para fins exclusivos de:
vadas pela União, Estados, Distrito Federal e a) segurança pública;
Municípios. b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infra-
O art. 2º trouxe os fundamentos da LGPD, quais sejam:
ções penais; ou
IV - provenientes de fora do território nacional e
z O respeito à privacidade; que não sejam objeto de comunicação, uso compar-
z A autodeterminação informativa; tilhado de dados com agentes de tratamento brasi-
z A liberdade de expressão, de informação, de comu- leiros ou objeto de transferência internacional de
nicação e de opinião; dados com outro país que não o de proveniência,
z A inviolabilidade da intimidade, da honra e da desde que o país de proveniência proporcione grau
imagem; de proteção de dados pessoais adequado ao previs-
z O desenvolvimento econômico e tecnológico e a to nesta Lei.
inovação;
z A livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa O art. 5º é uma espécie de dicionário para a legisla-
do consumidor; ção, do qual recomendamos a leitura. Os termos pró-
z Os direitos humanos, o livre desenvolvimento da prios utilizados ao longo da Lei 13.709, de 2018, são
personalidade, a dignidade e o exercício da cida- conceituados nos seus incisos; assim, caso haja algum
dania pelas pessoas naturais. termo do qual tenha esquecido o significado, recorra
a esse dispositivo.
Logo em seguida, temos a regulação da aplicação Alguns princípios, além do princípio da boa-fé (já
da legislação. Vejamos: que se trata de dados pessoais), são expressamente
previstos na LGPD, possuindo, inclusive, suas defini-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de ções (art. 6º). Vejamos:
tratamento realizada por pessoa natural ou por
pessoa jurídica de direito público ou privado, inde-
z Finalidade: realização do tratamento para propó-
pendentemente do meio, do país de sua sede ou do
país onde estejam localizados os dados, desde que: sitos legítimos, específicos, explícitos e informados
I - a operação de tratamento seja realizada no ter- ao titular, sem possibilidade de tratamento poste-
ritório nacional; rior de forma incompatível com essas finalidades;
Assim, mesmo que a empresa seja estrangeira, ten- z Adequação: compatibilidade do tratamento com
do a operação de dados sido realizada dentro do as finalidades informadas ao titular, de acordo
284 território brasileiro, a LGPD será aplicada. com o contexto do tratamento;
z Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo Observamos, até aqui, a imposição às empresas de
necessário para a realização de suas finalidades, requisitos não cumulativos — visto que é suficiente o
com abrangência dos dados pertinentes, propor- atendimento a, pelo menos, um deles — para o trata-
cionais e não excessivos em relação às finalidades mento de dados pessoais. Trata-se, portanto, da base
do tratamento de dados; legal para a atividade.
z Livre Acesso: garantia, aos titulares, de consulta
facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso
tratamento, bem como sobre a integralidade de é público deve considerar a finalidade, a boa-
seus dados pessoais; -fé e o interesse público que justificaram sua
z Qualidade dos Dados: garantia, aos titulares, de disponibilização.
exatidão, clareza, relevância e atualização dos § 4º É dispensada a exigência do consentimen-
dados, de acordo com a necessidade e para o cum- to previsto no caput deste artigo para os dados
primento da finalidade de seu tratamento; tornados manifestamente públicos pelo titular,
z Transparência: garantia, aos titulares, de infor- resguardados os direitos do titular e os princípios
mações claras, precisas e facilmente acessíveis previstos nesta Lei.
sobre a realização do tratamento e os respectivos § 5º O controlador que obteve o consentimento refe-
agentes de tratamento, observados os segredos
rido no inciso I do caput deste artigo que necessitar
comercial e industrial;
comunicar ou compartilhar dados pessoais
z Segurança: utilização de medidas técnicas e admi-
com outros controladores deverá obter con-
nistrativas aptas a proteger os dados pessoais de
sentimento específico do titular para esse fim,
acessos não autorizados e de situações acidentais
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comuni- ressalvadas as hipóteses de dispensa do consenti-
cação ou difusão; mento previstas nesta Lei.
z Prevenção: adoção de medidas para prevenir a
ocorrência de danos em virtude do tratamento de O art. 8º dispõe sobre o consentimento do titular
dados pessoais; de dados. Vejamos:
z Não discriminação: impossibilidade de realiza-
ção do tratamento para fins discriminatórios ilíci- Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do
tos ou abusivos; art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito
z Responsabilização e Prestação de Contas: ou por outro meio que demonstre a manifesta-
demonstração, pelo agente, da adoção de medidas ção de vontade do titular.
eficazes e capazes de comprovar a observância e § 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri-
o cumprimento das normas de proteção de dados to, esse deverá constar de cláusula destacada
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. das demais cláusulas contratuais.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS consentimento foi obtido em conformidade com o
disposto nesta Lei.
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento Nesse caso, há a inversão do ônus da prova, pois,
pelo titular; se o titular dos dados ingressar com uma ação judicial,
II - para o cumprimento de obrigação legal ou não precisará fazer prova acerca do não consentimen-
regulatória pelo controlador; to, visto que seria de notória dificuldade a produção
III - pela administração pública, para o trata- da prova negativa.
mento e uso compartilhado de dados necessá-
rios à execução de políticas públicas previstas
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais
em leis e regulamentos ou respaldadas em contra-
tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser- mediante vício de consentimento.
vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de Importa enumerar tais vícios [...] de tais vícios, já
pesquisa, garantida, sempre que possível, a anoni- que existe, mesmo que mínima, a possibilidade da sua
mização dos dados pessoais; cobrança em uma questão de prova prática. Vejamos,
V - quando necessário para a execução de contra- portanto, os seguintes vícios de consentimento expos-
to ou de procedimentos preliminares relacio-
nados a contrato do qual seja parte o titular, a
tos no Código Civil (CC):
pedido do titular dos dados;
VI - para o exercício regular de direitos em pro- z Erro: cometido sem influência externa; ocorre em
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse últi- decorrência de percepção errônea da própria pessoa;
mo nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro z Dolo: é o ato de enganar alguém; neste caso, é um
de 1996 (Lei de Arbitragem) ; erro induzido por terceiro;
VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
z Coação Moral: espécie de pressão, como, por
ATENDIMENTO

de física do titular ou de terceiro;


VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em exemplo, uma ameaça potencial;
procedimento realizado por profissionais de saúde, z Estado de Perigo: é quando uma pessoa impõe a
serviços de saúde ou autoridade sanitária; si mesma uma obrigação excessivamente onerosa
IX - quando necessário para atender aos interesses em decorrência de um perigo; nesse caso, é neces-
legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no sário que a parte beneficiada tenha conhecimento
caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
da situação;
mentais do titular que exijam a proteção dos dados
pessoais; ou z Lesão: desproporção entre as obrigações em razão
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao de necessidade (excetuada a decorrente de perigo)
disposto na legislação pertinente. ou inexperiência. 285
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finali- z Com relação ao exposto no item anterior, os con-
dades determinadas, e as autorizações genéricas troladores deverão manter pública a informação
para o tratamento de dados pessoais serão nulas. sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qual- utilização e os procedimentos para o exercício dos
quer momento mediante manifestação expressa do direitos a que se refere o art. 18, desta Lei;
titular, por procedimento gratuito e facilitado, rati- z Poderão ser coletados dados pessoais de crianças
ficados os tratamentos realizados sob amparo do sem o consentimento a que se refere o primeiro
consentimento anteriormente manifestado enquan- item, quando a coleta for necessária para contatar
to não houver requerimento de eliminação, nos ter- os pais ou o responsável legal, utilizados uma única
mos do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei. vez e sem armazenamento, ou para a sua proteção e,
em nenhum caso, poderão ser repassados a terceiro
Portanto, não há empecilho para a revogação, bas-
sem o consentimento dos responsáveis pelo menor;
tando a mera vontade do titular dos dados tratados e
z O controlador deve realizar todos os esforços razoá-
a formalização da revogação.
veis, para verificar que o consentimento a que se
Conforme disposto na parte principiológica da
refere o primeiro item foi dado pelo responsável pela
LGPD, o art. 9º reforça a ideia de facilitação de acesso
criança, consideradas as tecnologias disponíveis;
pelo titular dos dados tratados.
z As informações sobre o tratamento de dados de
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às crianças e adolescentes deverão ser fornecidas de
informações sobre o tratamento de seus dados, que maneira simples, clara e acessível, consideradas as
deverão ser disponibilizadas de forma clara, ade- características físico-motoras, perceptivas, senso-
quada e ostensiva acerca de, entre outras carac- riais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de
terísticas previstas em regulamentação para o recursos audiovisuais quando adequado, de forma
atendimento do princípio do livre acesso: a proporcionar a informação necessária aos pais
I - finalidade específica do tratamento; ou ao responsável legal e adequada ao entendi-
II - forma e duração do tratamento, observados os mento da criança.
segredos comercial e industrial;
III - identificação do controlador; Haverá o término do tratamento de dados se houver:
IV - informações de contato do controlador;
V - informações acerca do uso compartilhado de
I - verificação de que a finalidade foi alcançada
dados pelo controlador e a finalidade;
ou de que os dados deixaram de ser necessários
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
ou pertinentes ao alcance da finalidade específica
tratamento; e
almejada;
VII - direitos do titular, com menção explícita aos
II - fim do período de tratamento;
direitos contidos no art. 18 desta Lei.
III - comunicação do titular, inclusive no exercício
de seu direito de revogação do consentimento con-
forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar-
Importante! dado o interesse público; ou
Ocorrendo alteração quanto às previsões dos IV - determinação da autoridade nacional, quando
incisos I, II, III ou V, o controlador é obrigado a houver violação ao disposto nesta Lei.
informar ao titular dos dados.
DIREITOS DO TITULAR

Mais adiante, tem-se a tratativa dos dados sensí- Os direitos do titular dos dados tratados são regu-
veis, sendo encaixados, aqui, os dados sobre origem lamentados pelos artigos compreendidos entre o 17 e
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, o 22. Neste capítulo, disciplina a LGPD que:
filiação a sindicato ou à organização de caráter reli-
gioso, filosófico ou político, entre outros. Art. 17 Toda pessoa natural tem assegurada a
Na presente temática, muito se fala sobre a trata- titularidade de seus dados pessoais e garantidos
tiva feita de forma anônima. Isso quer dizer que os os direitos fundamentais de liberdade, de inti-
dados pessoais sensíveis serão tratados sem a especi- midade e de privacidade, nos termos desta Lei.
ficação da titularidade.
Sobre os dados anonimizados, tem-se o seguinte: Ademais, o titular dos dados poderá requisitar ao
controlador:
Art. 12 Os dados anonimizados não serão conside-
rados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo z Confirmação da existência de tratamento;
quando o processo de anonimização ao qual foram z Acesso aos dados;
submetidos for revertido, utilizando exclusivamen- z Correção de dados incompletos, inexatos ou
te meios próprios, ou quando, com esforços razoá- desatualizados;
veis, puder ser revertido. z Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados
desnecessários, excessivos ou tratados em descon-
Em relação ao tratamento de dados de crianças e formidade com o disposto nesta Lei;
adolescentes, preceitua-se que deverá ser feito em seu z Portabilidade dos dados a outro fornecedor de
melhor interesse, havendo, no entanto, algumas pecu- serviço ou produto, mediante requisição expres-
liaridades. Vejamos: sa, de acordo com a regulamentação da autorida-
de nacional, observados os segredos comercial e
z O tratamento de dados pessoais de crianças deve- industrial;
rá ser realizado com o consentimento específico e z Eliminação dos dados pessoais tratados com o con-
em destaque dado por, pelo menos, um dos pais ou sentimento do titular, exceto nas hipóteses previs-
286 pelo responsável legal; tas no art. 16, desta Lei;
z Informação das entidades públicas e privadas com Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em
as quais o controlador realizou uso compartilhado decorrência do tratamento de dados pessoais por
de dados; órgãos públicos, a autoridade nacional poderá
enviar informe com medidas cabíveis para fazer
z Informação sobre a possibilidade de não fornecer
cessar a violação.
consentimento e sobre as consequências da negativa; Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a
z Revogação do consentimento. agentes do Poder Público a publicação de relatórios
de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a
Os dados fornecidos pelo titular não poderão ser adoção de padrões e de boas práticas para os trata-
usados em seu prejuízo, conforme o art. 21. Vejamos: mentos de dados pessoais pelo Poder Público.

Art. 21 Os dados pessoais referentes ao exercício TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS


regular de direitos pelo titular não podem ser utili-
zados em seu prejuízo. Os dados pessoais não poderão, em regra, ser sub-
metidos à transferência internacional. Entretanto, o
Por fim, cumpre salientar que as ações que tenham, art. 33 estabelece que:
por mérito, a defesa dos direitos elencados neste capí-
tulo, poderão ser propostas tanto de forma individual Art. 33 A transferência internacional de dados pes-
quanto de forma coletiva: soais somente é permitida nos seguintes casos:
I - para países ou organismos internacionais que
proporcionem grau de proteção de dados pes-
Art. 22 A defesa dos interesses e dos direitos dos soais adequado ao previsto nesta Lei;
titulares de dados poderá ser exercida em juízo, II - quando o controlador oferecer e compro-
individual ou coletivamente, na forma do disposto var garantias de cumprimento dos princípios,
na legislação pertinente, acerca dos instrumentos dos direitos do titular e do regime de proteção de
de tutela individual e coletiva. dados previstos nesta Lei, na forma de:
a) cláusulas contratuais específicas para determi-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO nada transferência;
PODER PÚBLICO b) cláusulas-padrão contratuais;
c) normas corporativas globais;
d) selos, certificados e códigos de conduta regular-
Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas pes-
mente emitidos;
soas jurídicas de direito público referidas no pará-
III - quando a transferência for necessária para a
grafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de
cooperação jurídica internacional entre órgãos
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), públicos de inteligência, de investigação e de per-
deverá ser realizado para o atendimento de sua secução, de acordo com os instrumentos de direito
finalidade pública, na persecução do interesse internacional;
público, com o objetivo de executar as compe- IV - quando a transferência for necessária para a
tências legais ou cumprir as atribuições legais proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
do serviço público, desde que: lar ou de terceiro;
V - quando a autoridade nacional autorizar a
As pessoas jurídicas aqui mencionadas são as inte- transferência;
grantes da Administração Direta (União, Estados e VI - quando a transferência resultar em compromis-
so assumido em acordo de cooperação internacional;
Municípios) e Indireta (autarquias, fundações públicas,
VII - quando a transferência for necessária para a
empresas públicas e sociedades de economia mista). execução de política pública ou atribuição legal do
serviço público, sendo dada publicidade nos termos
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exer- do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
cício de suas competências, realizam o tratamento VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con-
de dados pessoais, fornecendo informações claras e sentimento específico e em destaque para a trans-
atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os ferência, com informação prévia sobre o caráter
procedimentos e as práticas utilizadas para a exe- internacional da operação, distinguindo claramen-
cução dessas atividades, em veículos de fácil aces- te esta de outras finalidades; ou
so, preferencialmente em seus sítios eletrônicos; IX - quando necessário para atender as hipóteses
III - seja indicado um encarregado quando realiza- previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
rem operações de tratamento de dados pessoais, Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste arti-
nos termos do art. 39 desta Lei go, as pessoas jurídicas de direito público referidas
no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de
18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa-
Os dados tratados pelas pessoas jurídicas de direi- ção) , no âmbito de suas competências legais, e res-
to público somente poderão ser fornecidos à pessoa ponsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão
jurídica de direito privado, havendo comunicação à requerer à autoridade nacional a avaliação do nível
ATENDIMENTO

autoridade nacional e com o consentimento do titular de proteção a dados pessoais conferido por país ou
dos dados. organismo internacional.
Entretanto, como toda regra tem suas exceções,
poderá haver o compartilhamento sem que haja o DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
consentimento do titular nos casos de dispensa de
consentimento prevista na LGPD, nos casos de uso Os controladores e operadores (agentes de trata-
compartilhado de dados e nas exceções previstas no mento) deverão pautar-se nas medidas de segurança
§ 1º, do art. 26. de natureza técnica e administrativas, preservando,
Quanto à responsabilidade do Poder Público, dis- assim, a segurança dos dados, inclusive após o térmi-
põem os arts. 31 e 32 o seguinte: no do tratamento. 287
Art. 46 Os agentes de tratamento devem adotar novos produtos e serviços, conceder benefícios e seg-
medidas de segurança, técnicas e administrativas mentar os clientes, visando à ampliação da carteira do
aptas a proteger os dados pessoais de acessos não banco.
autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de Uma ferramenta muito utilizada pelos bancos com
destruição, perda, alteração, comunicação ou qual- esse propósito é a(o)
quer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
Art. 47 Os agentes de tratamento ou qualquer a) CRM
outra pessoa que intervenha em uma das fases b) ERP
do tratamento obriga-se a garantir a segurança c) BtoB
da informação prevista nesta Lei em relação aos d) BtoE
dados pessoais, mesmo após o seu término. e) E-Business
Caso haja risco ou dano relevante, dispõe o art. 48 que: 2. (CESGRANRIO — 2015) Em relação às mensagens
empregadas na promoção e venda de produtos e ser-
Art. 48 O controlador deverá comunicar à autori-
viços, incluindo os bancários, não devem ser feitas
dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente
ofertas de ação negativa.
de segurança que possa acarretar risco ou dano
São ofertas de ação negativa aquelas que
relevante aos titulares.
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o con-
trolador e o operador levarão em consideração, em a) esclarecem o que não é fornecido na prestação do serviço.
relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o b) exigem uma manifestação de não aceitação pelo cliente.
escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravida- c) impactam os clientes que não fazem parte do público-
de dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata- -alvo da empresa.
mento de dados do titular. d) são dirigidas especificamente ao público da terceira idade.
e) utilizam mensagens subliminares para convencimen-
DA FISCALIZAÇÃO to do público.

Em caso de infringência das disposições contidas 3. (CESGRANRIO — 2015) Ao selecionar um determina-


na LGPD, os agentes de tratamentos estarão sujeitos a do banco para abrir uma conta, um empresário anali-
sanções administrativas, sendo elas: sou os benefícios que a instituição lhe proporcionaria
em relação aos custos que lheseriam cobrados pelos
z Advertência, com indicação de prazo para adoção serviços prestados. Entre os atributos de sua análise
de medidas corretivas; constavam a solidez do banco, as conveniências pro-
z Multa simples de até 2% do faturamento da pessoa porcionadas, a qualidade dos serviços prestados e o
jurídica de direito privado, grupo ou conglomera- relacionamento interpessoal estabelecido.
do, no Brasil, no seu último exercício, excluídos os Essa análise realizada pelo empresário compõe o que
tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cin- se denomina
quenta milhões de reais) por infração;
z Multa diária, observado o limite total a que se a) lealdade do cliente
refere o inciso II; b) valor percebido pelo cliente
z Publicização da infração após devidamente apu- c) benevolência
rada e confirmada a sua ocorrência; d) análise de marketing
z Bloqueio dos dados pessoais a que se refere a e) potencial de mercado
infração até a sua regularização;
z Eliminação dos dados pessoais a que se refere a 4. (CESGRANRIO — 2015) Uma instituição financeira
infração; pretende implantar um treinamento para aumentar as
z Suspensão parcial do funcionamento do banco vendas sugestivas junto aos clientes cadastrados no
de dados a que se refere a infração pelo período seu banco de dados.
máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual Um exemplo de ação de venda sugestiva é o(a)
período, até a regularização da atividade de trata-
mento pelo controlador; a) orientação às operadoras de telemarketing para não
z Suspensão do exercício da atividade de tra- ofertarem novos produtos para clientes que tiverem
tamento dos dados pessoais a que se refere a declarado expressamente esse desejo.
infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, b) utilização de dados sobre a movimentação da con-
prorrogável por igual período; ta-corrente para envio de propostas oportunas para
z Proibição parcial ou total do exercício de ativi- empréstimos.
dades relacionadas a tratamento de dados. c) monitoramento dos hábitos de consumo dos clien-
tes para dar-lhes informações sobre as vantagens de
empresas parceiras.
d) oferecimento de informações sobre a cobrança de
HORA DE PRATICAR! impostos que impactam os investimentos da família.
e) revisão dos financiamentos dos clientes preferenciais
1. (CESGRANRIO — 2015) O setor bancário, caracteris- quando os juros baixam, informando-lhes os novos
ticamente de prestação de serviços, oferece também valores a serem pagos.
ao mercado uma grande quantidade de produtos. Um
grande aliado desse setor é o marketing bancário que 5. (CESGRANRIO — 2015) Um banco estabeleceu como
utiliza diversas ferramentas para captar informações ação obrigatória em seu relacionamento com clien-
sobre seus clientes atuais e potenciais, possibilitan- tes corporativos a retomada de contato com esses
288 do, assim, de forma diferenciada e específica, ofertar clientes nas seguintes ocasiões: um mês, seis meses
e um ano após a venda de qualquer serviço ou pro- 10. (CESGRANRIO — 2015) O ouvidor de uma instituição
duto. Dessa forma, seria possível não só mensurar o financeira exerce a sua função com diligência, procu-
nível de satisfação dos clientes e, em função desse rando resolver a contento todas as reclamações dos
resultado, oferecer-lhes a possibilidade de orientação, clientes, inclusive recomendando mecanismos para
como também acolher sugestões de melhoria em rela- evitar problemas similares aos já detectados no curso
ção ao que foi adquirido. da sua atividade.
Essa ação implantada pelo banco refere-se à(ao) Possuindo parca estrutura administrativa, acumula
a resolução de problemas com a gerência de uma
a) lean marketing reduzida equipe e a elaboração de relatórios que, nos
b) serviço de pós-venda termos da Resolução CMN nº 4.433/2015, devem ser
c) venda programada encaminhados a algumas instâncias, entre as quais o
d) reversão de demanda declinante
e) individual marketing a) Sindicato dos Bancos
b) Órgão de Defesa do Consumidor
6. (CESGRANRIO — 2015) Roupas adequadas para o c) Banco Central
trabalho demonstram uma postura profissional no d) Presidente do Banco
atendimento aos clientes porque o modo como o e) Comitê de Auditoria
escriturário se veste
11. (CESGRANRIO — 2021) Um determinado banco pro-
a) é um elemento da comunicação não verbal com o gramou uma campanha de empréstimos a juros
cliente. baixos, com o escopo de angariar clientes para
b) significa um dos fatores da pré-abordagem ao sua carteira de mutuários. Após ampla campanha
correntista. de divulgação, vários pretendentes compareceram
c) amplia as possibilidades de encerramento da venda. às agências bancárias, onde receberam informações
d) convence o cliente em caso de alguma objeção à venda. de que deveriam subscrever fichas com informações
e) reforça os benefícios do produto para o cliente. pessoais e autorizar que o banco as divulgasse sem-
pre que julgasse necessário e sem que houvesse
7. (CESGRANRIO — 2015) Como forma de manter o necessidade de essa divulgação ser previamente
relacionamento com os clientes, a estratégia dos ban- comunicada à clientela. Nos termos da Lei nº 13.709,
cos é a de procurar reforçar os benefícios dos servi- de 14 de agosto de 2018, a cláusula de divulgação
ços. Durante o atendimento, esses benefícios devem deve obedecer ao princípio da
ser reforçados pelo escriturário, principalmente os
de natureza psicológica, os quais se relacionam à a) negociação
maneira como os clientes percebem a capacidade de b) taxação
a empresa atender às suas necessidades. c) menção
Ao apresentar ao cliente o Brasil Prev, por exemplo, d) referência
que benefício psicológico pode ser invocado pelo e) transparência
escriturário?
12. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente comparece ao ban-
a) Índice de retorno do investimento co em que possui conta salário para comprovação de
b) Valor compatível das mensalidades vida, seguindo norma legal sobre o tema. Aproveitando
c) Conforto e segurança no futuro sua presença na instituição financeira, resolve agen-
d) Desconto no imposto de renda dar reunião com o gerente de relacionamento, que,
e) Maior rendimento da categoria com toda presteza, combina recebê-lo em meia hora.
Após as conversas iniciais, ele questiona o gerente
8. (CESGRANRIO — 2015) Dos elementos que compõem sobre os melhores investimentos disponíveis. Algu-
o marketing mix de um banco, os seguintes represen- mas opções são apresentadas, e o interesse final
tam o “P” de praça: é dirigido a dois novos produtos. O gerente, então,
comunica ao cliente a necessidade de atualização
a) equipe de atendimento, gerentes e marca de sua ficha cadastral, pois surgiu nova legislação
b) poupança, seguros e empréstimos sobre proteção de dados. Diante da aquiescência,
c) agências, caixa eletrônico e internet o gerente apresenta formulário padronizado para o
d) clientes, software de gestão e equipamentos correntista autorizar, expressamente, o compartilha-
e) lucro operacional, taxas e volume captado mento dos seus dados com integrantes do grupo eco-
nômico do banco (corretoras, entre outras).
9. (CESGRANRIO — 2015) Na ocasião do atendimento, Nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018,
seja na definição do preço e das condições de venda, essa autorização
seja na aceitação ou não da proposta, é inaceitável a(o)
a) seria desnecessária, por ser decorrente do contrato
a) discriminação de qualquer pessoa com base em raça,
ATENDIMENTO

originário.
cor, religião. b) está correta, se considerado o claro consentimento do
b) divisão dos correntistas com base na capacidade de correntista.
investimento. c) seria exigível para quebra de sigilo bancário por ordem
c) omissão de informações importantes sobre a vida judicial.
particular do atendente. d) deve ser ponderada com as necessidades negociais
d) separação dos clientes por idade, sexo, renda ou esta- do banco.
do civil. e) decorre da novidade dos produtos apresentados, não
e) discernimento em relação à condição financeira do se aplicando a produtos já constantes da carteira do
cliente. banco. 289
9 GABARITO

1 A

2 B

3 B

4 B

5 B

6 A

7 C

8 C

9 A

10 E

11 E

12 B

ANOTAÇÕES

290
+ Art. 3º [...]
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições
financeiras;

CONHECIMENTOS
A liquidez e a solvência das instituições financei-
ras impactam na segurança e no grau de confiabilida-
de do Sistema Financeiro Nacional. Trata-se, portanto,
ESPECÍFICOS de permanente preocupação do CMN.

Art. 3º [...]
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia,
orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO externa.
NACIONAL
O CMN é, portanto, o grande coordenador das polí-
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL ticas econômicas do país.
Lembre-se: O CMN é um órgão apenas normati-
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o princi- vo, não é um órgão executivo. Formular a política da
pal órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi-
(SFN), e tem, conforme o previsto no art. 2º da Lei nº co e social do país, é sua principal atribuição. Então,
4.595, de 1964, a finalidade de formular a política da tudo que a ele se referir estará relacionado à emissão
moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi- de normas, à definição de regras.
co e social do país. Atente-se, sempre, ao verbo utilizado na questão.
O CMN é responsável pelas diretrizes e normas Verbos de ação (fazer, executar, efetuar, realizar, fis-
das políticas monetária, creditícia e cambial. É ele, calizar) geralmente não se enquadram nas atividades
portanto, que coordena a política macroeconômica do do CMN, que não possui atividades executivas e, sim,
governo. dá ordens, por ser o “chefe”.
Nosso primeiro passo será conhecer os seus objeti-
vos. Na prática, para que o CMN foi criado?
COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS
OBJETIVOS
Estabelecidos os objetivos do CMN, vamos conhe-
cer algumas competências e características que mere-
A melhor forma de conhecer os objetivos do CMN
cem atenção e que estão definidas em diferentes
é analisá-los, um por um, conforme dispostos no art.
legislações.
3º da Lei nº 4.595, de 1964. Vejamos:
Existem quatro legislações que nos interessam
para a prova. Qualquer questão que trate do CMN terá
Importante! embasamento em uma dessas quatro normas. São
elas:
Alguns incisos desse artigo foram revogados
pela Lei Complementar nº 179, de 2021. z Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
Portanto, apresentaremos a seguir apenas os z Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
incisos que permanecem vigentes. z Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995;
z Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999.
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional
Vamos seguir a ordem cronológica, aprendendo
objetivará: [...]
o que cada uma dessas legislações atribuiu ao CMN.
IV - Orientar a aplicação dos recursos das insti-
tuições financeiras, quer públicas, quer privadas; Você não precisa ir até essas normas e estudar a “lei
tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do seca”, pois o que nos interessa está aqui.
País, condições favoráveis ao desenvolvimento har-
mônico da economia nacional; LEI Nº 4.595, DE 31 DEZEMBRO DE 1964
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O CMN define regras gerais de atuação para os O art. 4º da Lei nº 4.595, de 1964, traz as competên-
diversos tipos de instituições financeiras, estabele- cias do CMN previstas naquela Lei, e seu estudo aju-
cendo os segmentos em que podem atuar. Pode ainda dará a formar o conceito sobre o que é o CMN e qual
diferenciar certas regras conforme as regiões do país, a sua função.
buscando diminuir desigualdades regionais.
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional,
Art. 3º [...] segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e República:
dos instrumentos financeiros, com vistas à maior I - Revogado;
eficiência do sistema de pagamentos e de mobiliza- II - Revogado;
ção de recursos; III - Aprovar os orçamentos monetários, prepara-
dos pelo Banco Central da República do Brasil, por
O CMN deve buscar também o aperfeiçoamento meio dos quais se estimarão as necessidades glo-
das instituições financeiras e de seus produtos e servi- bais de moeda e crédito;
ços, objetivando facilitar e fortalecer a intermediação IV - Determinar as características gerais das cédu-
financeira. las e das moedas; 291
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
inclusive quanto a compra e venda de ouro e quais- das sociedades de economia mista e empresas do
quer operações em Direitos Especiais de Saque e em Estado;
moeda estrangeira; XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valo-
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas moda- res e dos corretores de fundos públicos;
lidades e as operações creditícias em todas as XXII - Estatuir normas para as operações das ins-
suas formas, inclusive aceites, avais e prestações tituições financeiras públicas, para preservar sua
de quaisquer garantias por parte das instituições solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos
financeiras; desta lei;
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º des- XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital
ta Lei com a de investimentos do Governo Federal; realizado e reservas livres, o limite além do qual os
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fisca- excedentes dos depósitos das instituições financei-
lização dos que exercerem atividades subordinadas ras serão recolhidos ao Banco Central da República
a esta lei, bem como a aplicação das penalidades do Brasil ou aplicados de acordo com as normas
previstas; que o Conselho estabelecer;
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de XXIV - Decidir de sua própria organização; elabo-
juros, descontos, comissões e qualquer outra forma rando seu regimento interno no prazo máximo de
de remuneração de operações e serviços bancários trinta (30) dias;
ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas Central da República do Brasil;
favorecidas aos financiamentos que se destinem a XXVI - Revogado;
promover: XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas
- recuperação e fertilização do solo; do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu
- reflorestamento; orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade,
- combate a epizootias e pragas, nas atividades bem como sobre a forma e prazo de transferência
rurais; de seus resultados para o Tesouro Nacional, sem
- eletrificação rural; prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
- mecanização; União.
- irrigação; XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que fun-
- investimento indispensáveis às atividades cionem no País as mesmas vedações ou restrições
agropecuárias; equivalentes, que vigorem nas praças de suas
matrizes, em relação a bancos brasileiros ali insta-
Obs.: Esse inciso dá competência ao CMN para lados ou que nelas desejem estabelecer - se;
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instru-
autorizar taxas de juros diferenciadas para operações
ção dos processos de empréstimos externos dos
direcionadas ao crédito agrícola em geral. É um bene-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para
fício que a lei traz para o setor do agronegócio e da cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Cons-
agricultura familiar. tituição Federal;
XXX - Expedir normas e regulamentação para as
X - Determinar a percentagem máxima dos recur- designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.
sos que as instituições financeiras poderão empres- XXXI - Baixar normas que regulem as operações
tar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
XI - Estipular índices e outras condições técnicas prazos e outras condições.
sobre encaixes, mobilizações e outras relações XXXII - Regular os depósitos a prazo de instituições
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a fun-
financeiras; cionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
estatística a serem observadas pelas instituições coligadas.
financeiras; § 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercí-
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a cio das atribuições previstas no inciso VIII deste
dois anos o capital mínimo das instituições finan- artigo, poderá determinar que o Banco Central da
ceiras privadas, levando em conta sua natureza, República do Brasil recuse autorização para o fun-
bem como a localização de suas sedes e agências cionamento de novas instituições financeiras, em
ou filiais; função de conveniências de ordem geral.
XIV - Revogado; § 2º Competirá ao Banco Central da República do
XV - Estabelecer para as instituições financeiras Brasil acompanhar a execução dos orçamentos
públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídi- monetários e relatar a matéria ao Conselho Mone-
cas de direito público que lhes detenham o controle tário Nacional, apresentando as sugestões que con-
acionário, bem como dos das respectivas autar- siderar convenientes.
quias e sociedades de economia mista, no cálculo a § 3º Revogado;
que se refere o inciso anterior; § 4º O Conselho Monetário nacional poderá convi-
XVI - Revogado; dar autoridades, pessoas ou entidades para prestar
XVII - Revogado; esclarecimentos considerados necessários.
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do
do Brasil o monopólio das operações de câmbio art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar
quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de homologação à emissão extraordinária efetuada,
pagamentos ou houver sérias razões para prever a as autoridades responsáveis serão responsabiliza-
iminência de tal situação; das nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
XIX - Revogado; § 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará
XX - Autorizar o Banco Central da República do ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano,
Brasil e as instituições financeiras públicas federais relatório da evolução da situação monetária e cre-
292 a efetuar a subscrição, compra e venda de ações ditícia do País no ano anterior, no qual descreverá,
minudentemente as providências adotadas para Em seu art. 2º, a Lei 6.385, de 1976, apresenta o que
cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta são os valores mobiliários:
lei, justificando destacadamente os montantes das
emissões de papel-moeda que tenham sido feitas Art. 2º São valores mobiliários sujeitos ao regime
para atendimento das atividades produtivas. desta Lei:
§ 7º O Banco Nacional da Habitação* é o prin- I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
cipal instrumento de execução da política habi- II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e cer-
tacional do Governo Federal e integra o sistema tificados de desdobramento relativos aos valores
financeiro nacional, juntamente com as sociedades mobiliários [...];
de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, III - os certificados de depósito de valores
coordenação e fiscalização do Conselho Monetário mobiliários;
Nacional e do Banco Central da República do Bra- IV - as cédulas de debêntures;
sil, quanto à execução, nos termos desta lei, revoga- V - as cotas de fundos de investimento em valores
das as disposições especiais em contrário. mobiliários ou de clubes de investimento em quais-
quer ativos;
VI - as notas comerciais;
* Observação: O Banco Nacional da Habitação foi
VII - os contratos futuros, de opções e outros deri-
extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal (que vativos, cujos ativos subjacentes sejam valores
o sucedeu em todos os seus direitos e obrigações) pelo mobiliários;
Decreto-Lei nº 2.291, de 1986. VIII - outros contratos derivativos, independente-
Sobre as competências do CMN previstas no art. 4º mente dos ativos subjacentes; e
da Lei nº 4.595, de 1964, é importante observar que: IX - quando ofertados publicamente, quaisquer
outros títulos ou contratos de investimento coleti-
z As competências listadas estão relacionadas a: vo, que gerem direito de participação, de parceria
ou de remuneração, inclusive resultante de presta-
„ Política monetária (moeda); ção de serviços, cujos rendimentos advêm do esfor-
ço do empreendedor ou de terceiros.
„ Política creditícia (crédito e juros);
§ 1º Excluem-se do regime desta Lei:
„ Política cambial;
I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou
„ Aperfeiçoamento das instituições e instrumen- municipal;
tos financeiros e solidez do SFN. II - os títulos cambiais de responsabilidade de insti-
tuição financeira, exceto as debêntures.
z Os verbos utilizados sempre estão relacionados
com o fato de o CMN ser um órgão normativo, e A Lei 6.385, de 1976, também traz alguns dispositi-
não executivo. Veja que os incisos começam com vos que definem competências e atribuições ao CMN.
“autorizar”, “estabelecer”, “aprovar”, “determi- Veja o que dizem os arts. 3º e 4º:
nar”, “fixar”, “disciplinar”, “coordenar”, “regular”,
“estipular” etc. Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:
I - definir a política a ser observada na organiza-
É importante compreender e fixar essas caracte- ção e no funcionamento do mercado de valores
rísticas para resolver questões que abordem as com- mobiliários;
petências do CMN na sua prova. II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
III - fixar, a orientação geral a ser observada pela
Comissão de Valores Mobiliários no exercício de
LEI Nº 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976 suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores
A Lei nº 6.385, de 1976, é o diploma legal que insti- Mobiliários que devem ser exercidas em coordena-
tuiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entida- ção com o Banco Central do Brasil.
de supervisora responsável por fiscalizar, normatizar, V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da
disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobi- Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a
liários no Brasil. Vejamos o que dizem o art. 1º e seus retribuição do presidente, diretores, ocupantes de
respectivos incisos: funções de confiança e demais servidores. (Inciso
Incluído Pela Lei nº 6.422, de 8.6.1977)
VI - estabelecer, para fins da política monetária e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo


cambial, condições específicas para negociação de
com esta Lei as seguintes atividades:
contratos derivativos, independentemente da natu-
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários
reza do investidor, podendo, inclusive: (Incluído
no mercado;
pela Lei nº 12.543, de 2011)
II - a negociação e intermediação no mercado de
a) determinar depósitos sobre os valores nocionais
valores mobiliários; dos contratos; e (Incluído pela Lei nº 12.543, de
III - a negociação e intermediação no mercado de 2011)
derivativos; b) fixar limites, prazos e outras condições sobre as
IV - a organização, o funcionamento e as operações negociações dos contratos derivativos. (Incluído
das Bolsas de Valores; pela Lei nº 12.543, de 2011)
V - a organização, o funcionamento e as operações § 1º Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização
das Bolsas de Mercadorias e Futuros; do mercado financeiro e de capitais continuará a
VI - a administração de carteiras e a custódia de ser exercida, nos termos da legislação em vigor,
valores mobiliários; pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº
VII - a auditoria das companhias abertas; 12.543, de 2011)
VIII - os serviços de consultor e analista de valores § 2º As condições específicas de que trata o inciso
mobiliários. VI do caput deste artigo não poderão ser exigidas 293
para as operações em aberto na data de publica- I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá;
ção do ato que as estabelecer. (Incluído pela Lei nº II - Presidente do Banco Central do Brasil; e
12.543, de 2011) III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério
Art. 4º O Conselho Monetário Nacional e a Comis- da Economia.
são de Valores Mobiliários exercerão as atribuições § 1º O Conselho deliberará mediante resoluções,
previstas na lei para o fim de: por maioria de votos, cabendo ao Presidente a
I - estimular a formação de poupanças e a sua apli- prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência
cação em valores mobiliários; e relevante interesse, ad referendum dos demais
II - promover a expansão e o funcionamento eficien- membros.
te e regular do mercado de ações, e estimular as § 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho,
aplicações permanentes em ações do capital social o Presidente submeterá a decisão ao colegiado na
de companhias abertas sob controle de capitais pri- primeira reunião que se seguir àquela deliberação.
vados nacionais; § 3º O Presidente do Conselho poderá convidar
III - assegurar o funcionamento eficiente e regular Ministros de Estado, bem como representantes de
dos mercados da bolsa e de balcão; entidades públicas ou privadas, para participar
IV - proteger os titulares de valores mobiliários e os das reuniões, não lhes sendo permitido o direito de
voto.
investidores do mercado contra:
a) emissões irregulares de valores mobiliários; § 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma
b) atos ilegais de administradores e acionistas con- vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que
troladores das companhias abertas, ou de adminis- for convocado por seu Presidente.
tradores de carteira de valores mobiliários. § 5º O Banco Central do Brasil funcionará como
c) o uso de informação relevante não divulgada no secretaria-executiva do Conselho.
mercado de valores mobiliários. § 6º O regimento interno do Conselho Monetário
V - evitar ou coibir modalidades de fraude ou mani- Nacional será aprovado por decreto do Presidente
pulação destinadas a criar condições artificiais de da República, no prazo máximo de trinta dias, con-
demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários tados da publicação desta Lei.
negociados no mercado; § 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos
VI - assegurar o acesso do público a informações os mandatos de membros do Conselho Monetário
sobre os valores mobiliários negociados e as com- Nacional nomeados até aquela data.
panhias que os tenham emitido; Art. 9º É criada junto ao Conselho Monetário
VII - assegurar a observância de práticas comer- Nacional a Comissão Técnica da Moeda e do Crédi-
ciais equitativas no mercado de valores mobiliários; to, composta dos seguintes membros:
VIII - assegurar a observância no mercado, das I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central
condições de utilização de crédito fixadas pelo Con-
do Brasil;
selho Monetário Nacional.
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
III - Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro
A Lei nº 6.385, de 1976 traz, portanto, competên- Nacional e de Política Econômica do Ministério da
cias e atribuições do CMN relacionadas ao mercado Economia;
de capitais. § 1º A Comissão será coordenada pelo Presidente
do Banco Central do Brasil.
§ 2º O regimento interno da Comissão Técnica da
Importante! Moeda e do Crédito será aprovado por decreto do
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão Presidente da República.
Art. 10 Compete à Comissão Técnica da Moeda e
normativo responsável por definir as regras para
do Crédito:
os mercados monetário, de crédito, de câmbio e
I - propor a regulamentação das matérias tratadas
de capitais. na presente Lei, de competência do Conselho Mone-
Subordinadas ao CMN, temos duas entidades tário Nacional;
supervisoras: o Banco Central e a Comissão de II - manifestar-se, na forma prevista em seu regi-
Valores Mobiliários (CVM). mento interno, previamente, sobre as matérias
O Banco Central é o supervisor dos mercados de competência do Conselho Monetário Nacional,
monetário, de crédito e de câmbio. Já a CVM é o especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595,
órgão supervisor do mercado de capitais. de 31 de dezembro de 1964;
III - outras atribuições que lhe forem cometidas
pelo Conselho Monetário Nacional.
LEI Nº 9.069, DE 29 DE JUNHO DE 1995 Art. 11 Revogado.

A Lei nº 9.069, de 1995, foi a Lei que instituiu o O CMN é composto pelos seguintes membros:
Plano Real. Ela alterou a composição do CMN e a lista
das Comissões que atuam junto ao Conselho (anterior- z Ministro de Estado da Economia, que é o seu pre-
mente previstas nos arts. 6º e 7º da Lei nº 4.595, de sidente;
1964, que não estão mais em vigor), e foi recentemen- z Presidente do Banco Central do Brasil;
te modificada pela Lei nº 13.844, de 2019, em função
z Secretário Especial de Fazenda do Ministério da
da nova organização ministerial estabelecida pelo
Economia.
atual governo.
Além disso, essa lei traz outros pontos importantes
sobre o CMN que são frequentemente abordados em Nos casos de urgência e relevante interesse, o
concursos. Vamos a ela: Presidente do CMN pode deliberar ad referendum do
Conselho, submetendo a decisão ao colegiado na pri-
Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado meira reunião que se seguir àquela deliberação. Isso
pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa significa que, havendo urgência e relevante interesse,
294 a ser integrado pelos seguintes membros: o Presidente do CMN (o Ministro da Economia) pode
deliberar sobre determinado assunto e submeter sua V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e
decisão aos demais membros na próxima reunião do Infra-Estrutura Urbana;
Conselho. VI - de Endividamento Público;
O Conselho reúne-se, ordinariamente, uma vez por VII - de Política Monetária e Cambial.
mês, e, extraordinariamente, sempre que for convoca-
do por seu Presidente. Importante! A Lei nº 13.844, de 2019, em seu art.
63, alterou a Lei nº 9.069, de 1995, estabelecendo que
De acordo com seu Regimento Interno (Decreto nº
o CMN agora é composto da seguinte forma:
1.307, de 1994), participam das reuniões do CMN:
Art. 63 [...]
Art. 16 [...]
I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá;
I - os Conselheiros; II - Presidente do Banco Central do Brasil; e
II - os membros da Comoc; III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério
III - os Diretores do Banco Central, não integrantes da Economia.
da COMOC;
IV - Representantes das Comissões Consultivas, A Lei nº 13.844, de 2019, também atualizou a com-
quando convocados pelo Presidente do CMN. posição da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito
(Comoc), que passou a ser composta dos seguintes
Ainda de acordo com o Regimento Interno, pode- membros:
rão assistir as reuniões do CMN:
z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
Art. 16 [...] Brasil;
§ 1º [...]
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
a) assessores credenciados individualmente pelos
conselheiros; z Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro
b) convidados do presidente do conselho [...]; Nacional e de Política Econômica do Ministério da
c) funcionários da secretaria-executiva do conse- Economia.
lho, credenciados pelo Presidente do Banco Central
do Brasil. A Comissão é coordenada pelo Presidente do Ban-
co Central do Brasil.
As decisões do CMN são tomadas por maioria sim-
ples de votos. Somente aos conselheiros é dado o direi- Dica
to de voto (§ 2º, art. 16).
A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) As bancas de concursos públicos costumam
é composta pelos seguintes membros: perguntar sobre a composição do CMN e/ou da
Comoc.
z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
Brasil; DECRETO Nº 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
z Secretário-Executivo do Ministério da Economia; Com o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999,
z Secretário do Tesouro Nacional; o Brasil passou a adotar como um dos pilares de sua
z Secretário de Política Econômica. política monetária o regime de metas para a inflação.
Trata-se de um regime monetário no qual o Banco
A Comoc é coordenada pelo Presidente do Banco Central compromete-se a atuar de forma a garantir
Central, e atua como órgão de assessoramento técnico que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta
na formulação da política da moeda e do crédito. A pré-estabelecida, anunciada publicamente.
Comoc manifesta-se previamente sobre assuntos de O Decreto trouxe, então, novas atribuições ao CMN:
competência do CMN.
Segundo seu regimento interno, são quatro dire- Art. 1º Fica estabelecida, como diretriz para fixa-
tores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu ção do regime de política monetária, a sistemática
Presidente1, que participarão da Comissão. Como essa de “metas para a inflação”.
indicação é alterada de acordo com a pauta das reu- § 1º As metas são representadas por variações
niões, todos os diretores do BC tornam-se membros anuais de índice de preços de ampla divulgação.
potenciais da Comoc.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º As metas e os respectivos intervalos de tole-


O Banco Central do Brasil exerce a Secretaria- rância serão fixados pelo Conselho Monetário
-Executiva do CMN e também da Comoc. Compete ao Nacional - CMN, mediante proposta do Ministro de
Banco Central organizar e assessorar as sessões deli- Estado da Economia [...].
berativas (preparar, assessorar e dar suporte duran- Art. 2º Ao Banco Central do Brasil compete execu-
te as reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo tar as políticas necessárias para cumprimento das
histórico). metas fixadas.
Além da Comoc, funcionam junto ao Conse- Art. 3º O índice de preços a ser adotado para os fins
lho Monetário Nacional as seguintes Comissões previstos neste Decreto será escolhido pelo CMN,
Consultivas: mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda.
Art. 4º Considera-se que a meta foi cumprida quan-
Art. 5º [...] do a variação acumulada da inflação - medida pelo
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; índice de preços referido no artigo anterior, relati-
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; va ao período de janeiro a dezembro de cada ano
III - de Crédito Rural; calendário - situar-se na faixa do seu respectivo
IV - de Crédito Industrial; intervalo de tolerância.

1 Inciso VII, do art. 2º, do Decreto nº 1.304, de 9 de novembro de 1994. 295


Parágrafo único. Caso a meta não seja cumprida, Ao mesmo tempo em que estudamos a Lei, conhe-
o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará ceremos as atribuições da Autoridade Monetária,
publicamente as razões do descumprimento, por como o Bacen também é chamado. Lembre-se: o
meio de carta aberta ao Ministro de Estado da Bacen é a principal entidade supervisora do SFN.
Fazenda, que deverá conter:
I - descrição detalhada das causas do Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do
descumprimento; Crédito é transformada em autarquia federal, ten-
II - providências para assegurar o retorno da infla- do sede e foro na Capital da República, sob a deno-
ção aos limites estabelecidos; e minação de Banco Central da República do Brasil,
III - o prazo no qual se espera que as providências com personalidade jurídica e patrimônio próprios
produzam efeito. este constituído dos bens, direitos e valores que
Art. 5º O Banco Central do Brasil divulgará, até lhe são transferidos na forma desta Lei e ainda
o último dia de cada trimestre civil, Relatório de da apropriação dos juros e rendas resultantes, na
Inflação abordando o desempenho do regime de data da vigência desta lei, do disposto no art. 9º do
“metas para a inflação”, os resultados das decisões Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositi-
passadas de política monetária e a avaliação pros- vo que ora é expressamente revogado.
pectiva da inflação. Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco
Central do Brasil, consideradas as receitas e des-
Cabe ao CMN, portanto: pesas de todas as suas operações, serão, a partir
de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de
z Fixar as metas e os respectivos intervalos de competência e transferidos para o Tesouro Nacio-
tolerância para a inflação anual. nal, após compensados eventuais prejuízos de exer-
cícios anteriores.
Para este ano de 2021, a meta foi fixada em 3,75%,
com intervalo de tolerância de 1,50%. Esse é o artigo que criou o Banco Central, suceden-
Já para o ano de 2022, a meta foi fixada em 3,50%, do a antiga Superintendência da Moeda e do Crédito
com intervalo de tolerância de 1,50%. (SUMOC).
Destaca-se também que o resultado obtido pelo
z Escolher, mediante proposta do Ministro de Esta- Bacen em suas operações é transferido ao Tesouro
do da Fazenda (atual Ministro de Estado da Eco- Nacional, compondo o resultado primário do Governo
nomia), o índice de preços a ser adotado como Central.
referência para o cumprimento da meta.
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do
Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que
Atualmente, adota-se o Índice de Preços ao Con-
lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as nor-
sumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Bra-
mas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do
Como sabemos, o Banco Central é (enquanto enti-
Banco Central do Brasil divulgará publicamente as
dade supervisora do SFN responsável pela implemen-
razões do descumprimento, por meio de carta aberta
tação das políticas monetária, creditícia e cambial)
ao Ministro de Estado da Fazenda (atual Ministro da
subordinado às determinações da lei e do Conselho
Economia).
Monetário Nacional.
Na sequência, temos os arts. 10 e 11, que definem
BANCO CENTRAL DO BRASIL as competências do Banco Central. Há alguns incisos
que estão desatualizados e outros que merecem com-
O Banco Central (Bacen ou BC) é uma autarquia plementação. Acompanhe nos tópicos a seguir.
federal vinculada — mas não subordinada — ao
Ministério da Economia, criada pela Lei nº 4.595, de BANCO EMISSOR
31 de dezembro de 1964. É a entidade supervisora dos
mercados monetário, de crédito e de câmbio. Sua mis- Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
são é “assegurar a estabilidade do poder de compra da República do Brasil:
da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condi-
Assim, o Banco Central é o responsável pelo con- ções e limites autorizados pelo Conselho Monetário
trole da inflação, atuando para regular a quantidade Nacional
de moeda na economia, de maneira a manter a esta- II - Executar os serviços do meio-circulante;
bilidade de preços. Além disso, ele é responsável pela
segurança e confiabilidade do Sistema Financeiro A lei definiu que cabe ao Conselho Monetário
Nacional (SFN). Por isso, regula e supervisiona as Nacional (CMN) autorizar a emissão de moeda, e ao
instituições financeiras. Atua sempre executando as Banco Central emiti-la. Ao BC também cabe executar
orientações do Conselho Monetário Nacional. É, por- os serviços do meio circulante, sendo responsável pela
tanto, órgão executivo. emissão, distribuição e controle do dinheiro nacional.
No exercício de suas atribuições, conduz as políti- Para entendermos esse ponto, é necessário pri-
cas monetária, cambial, de crédito e de relações finan- meiro conhecermos o “ciclo do dinheiro”. Pense que
ceiras com o exterior, a administração do Sistema de o dinheiro (cédulas e notas) nada mais é do que um
Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio produto industrializado como outro qualquer; assim,
circulante. ele precisa ser produzido.
Agora, veremos o que a Lei nº 4.595, de 1964, que o No Brasil, o dinheiro é produzido pela Casa da
criou, dispõe sobre o Banco Central. Vamos dissecar os Moeda do Brasil (CMB), que é uma empresa pública.
296 arts. 8º a 16, que trazem o conteúdo que nos interessa. O BC, portanto, contrata a Casa da Moeda para que
fabrique o dinheiro brasileiro, e paga por isso. Você financeiras, seja na forma de subscrição de Letras
já deve ter ouvido a frase “dinheiro custa dinheiro”. ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de
E custa mesmo! títulos da Dívida Pública Federal, seja através de
Entretanto, é fundamental compreender que recolhimento em espécie, em ambos os casos entre-
a fabricação das cédulas e moedas e a emissão do gues ao Banco Central do Brasil, a forma e condi-
dinheiro são dois processos diferentes. ções por ele determinadas, podendo:
O conceito de emissão de moeda não está rela- a) adotar percentagens diferentes em função:
1. das regiões geoeconômicas;
cionado à impressão de papel moeda. Emitir moeda
2. das prioridades que atribuir às aplicações;
significa ampliar a base monetária, que é o total de
3. da natureza das instituições financeiras;
dinheiro em circulação na economia, e que considera
b) determinar percentuais que não serão recolhi-
tanto cédulas e moedas emitidas quanto as reservas dos, desde que tenham sido reaplicados em finan-
que os bancos possuem no Banco Central. Ou seja, um ciamentos à agricultura, sob juros favorecidos e
crédito em conta de Reservas Bancárias pode emitir outras condições por ele fixadas.
moeda sem que para isso tenha ocorrido impressão IV - receber os recolhimentos compulsórios de que
de papel moeda. trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos volun-
O dinheiro, enquanto o Banco Central não o emi- tários à vista das instituições financeiras, nos ter-
te (ou seja, não o contabiliza como parte do meio cir- mos do inciso III e § 2° do art. 19.
culante e o coloca à disposição do público), é apenas V - realizar operações de redesconto e empréstimo
papel impresso. Ele não passa a valer automatica- com instituições financeiras públicas e privadas,
mente após a sua fabricação, mas somente após a sua consoante remuneração, limites, prazos, garantias,
emissão. formas de negociação e outras condições estabele-
O monopólio da emissão pertence ao BC. Uma vez cidos em regulamentação por ele editada;
emitido, o dinheiro será distribuído aos bancos, que [...]
fazem encomendas de numerário ao Banco Central. XII - efetuar, como instrumento de política mone-
Ao mesmo tempo, o BC preocupa-se com o aspecto tária, operações de compra e venda de títulos
públicos federais, consoante remuneração, limites,
físico do dinheiro em circulação. A Autoridade Mone-
prazos, formas de negociação e outras condições
tária recolhe e retira de circulação cédulas e moedas
estabelecidos em regulamentação por ele editada,
sem condições de uso. É o chamado “saneamento”
sem prejuízo do disposto no art. 39 da Lei Comple-
do meio circulante, que compreende as atividades mentar nº 101, de 4 de maio de 2000;
de recebimento, conferência, seleção e troca, pelo [...]
Bacen, de cédulas e moedas danificadas, que serão § 3º O Banco Central do Brasil informará previa-
destruídas. mente ao Conselho Monetário Nacional sobre o
Esses são os serviços do meio circulante. O dinhei- deferimento de operações na forma estabelecida no
ro “novo” (cédulas e moedas), após emitido, precisa inciso V do caput deste artigo, sempre que identifi-
ser distribuído aos bancos para “circular”. Da mesma car a possibilidade de impacto fiscal relevante.
forma, o dinheiro “velho” (sujo, rasgado, rabiscado)
precisa ser retirado de circulação. Nesses trechos, a lei traz funções do BC enquanto
Essas competências retratam uma das funções executor da política monetária, talvez a principal fun-
clássicas do Banco Central: a de banco emissor, aque- ção de um banco central. Além disso, há funções que
le que possui o monopólio da emissão. também o classificam como o banco dos bancos.
A Lei nº 13.416, de 23 de fevereiro de 2017, autori- Através da execução da política monetária, o Ban-
zou o Banco Central do Brasil a adquirir papel-moeda co Central controla os meios de pagamento, o crédito
e moeda metálica fabricados fora do país por fornece- e a taxa de juros.
dor estrangeiro. Em situações de recessão, o Bacen adota uma polí-
A condição imposta pela norma é de que haja tica monetária expansionista, aumentando a liquidez
situação de emergência, caracterizada quando hou- e a oferta de moeda, estimulando o crédito, o consumo
ver inviabilidade ou fundada incerteza quanto ao e o investimento.
atendimento da demanda de cédulas e moedas pela Já em situações de avanço inflacionário, o Banco
Casa da Moeda. Central adotará uma política monetária contracionis-
O inciso I, do § 1º, do art. 2º, da Lei nº 13.416, de ta ou restritiva, diminuindo a liquidez e aumentando
2017, traz um exemplo de situação de emergência a taxa de juros.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para a aquisição de papel-moeda e moeda metálica Os instrumentos de política monetária fazem parte
fabricados por fornecedor estrangeiro: do nosso conteúdo, e serão apresentados mais adiante.

Art. 2º [...] EXECUTOR DA POLÍTICA CAMBIAL


I - o atraso acumulado de 15% (quinze por cento)
das quantidades contratadas, por denominação, de Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
papel-moeda ou de moeda metálica. da República do Brasil:
[...]
EXECUTOR DA POLÍTICA MONETÁRIA E BANCO VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros,
DOS BANCOS nos termos da lei;
[...]
Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central XV - efetuar, como instrumento de política cambial,
da República do Brasil: operações de compra e venda de moeda estrangei-
[...] ra e operações com instrumentos derivativos no
III - determinar o recolhimento de até cem por cento mercado interno, consoante remuneração, limites,
do total dos depósitos à vista e de até sessenta por prazos, formas de negociação e outras condições
cento de outros títulos contábeis das instituições estabelecidos em regulamentação por ele editada. 297
[...] monetária e cambial; e da autoridade fiscal (Secre-
Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú- taria do Tesouro Nacional — STN), responsável pela
blica do Brasil; condução da política fiscal.
[...]
III - Atuar no sentido do funcionamento regular SUPERVISOR DO SISTEMA FINANCEIRO
do mercado cambial, da estabilidade relativa das
taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de paga- Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
mentos, podendo para esse fim comprar e vender da República do Brasil:
ouro e moeda estrangeira, bem como realizar ope- [...]
rações de crédito no exterior, inclusive as referentes VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas
aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mer- formas;
cados de câmbio financeiro e comercial; [...]
IX - Exercer a fiscalização das instituições financei-
Toda regulação do mercado de câmbio também ras e aplicar as penalidades previstas;
é efetuada pelo BC. É o Banco Central que executa a X - Conceder autorização às instituições financei-
política cambial do país. ras, a fim de que possam:
A responsabilidade pela normatização das opera- a) funcionar no País;
ções da política cambial, das reservas e das demais b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependên-
atribuições da área financeira externa é do CMN. A cias, inclusive no exterior;
execução da política cambial cabe ao BC. Para isso, c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou
o Bacen mantém ativos em ouro, títulos e moedas encampadas;
estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio, d) praticar operações de câmbio, crédito real e
venda habitual de títulos da dívida pública fede-
que compõem as reservas internacionais do país, de
ral, estadual ou municipal, ações Debêntures,
forma a contribuir para a sustentabilidade das con-
letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou
tas externas e evitar variações excessivas no valor do
mobiliários;
Real frente às demais moedas. e) ter prorrogados os prazos concedidos para
funcionamento;
BANQUEIRO DO GOVERNO
f) alterar seus estatutos.
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir
Art. 10 Compete privativamente ao Banco Central
o seu controle acionário.
da República do Brasil:
[...]
[...]
XI - Estabelecer condições para a posse e para o
VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e
exercício de quaisquer cargos de administração de
moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque
instituições financeiras privadas, assim como para
e fazer com estas últimas todas e quaisquer opera-
o exercício de quaisquer funções em órgãos consul-
ções previstas no Convênio Constitutivo do Fundo
tivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que
Monetário Internacional;
forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;
[...]
[...]
Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú-
XIII - Determinar que as matrizes das instituições
blica do Brasil;
financeiras registrem os cadastros das firmas que
I - Entender-se, em nome do Governo Brasilei-
operam com suas agências há mais de um ano.
ro, com as instituições financeiras estrangeiras e
[...]
internacionais;
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inci-
II - Promover, como agente do Governo Federal, a
so X deste artigo, com base nas normas estabelecidas
colocação de empréstimos internos ou externos,
pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central
podendo, também, encarregar-se dos respectivos
da República do Brasil, estudará os pedidos que lhe
serviços;
sejam formulados e resolverá conceder ou recusar a
[...]
autorização pleiteada, podendo incluir as cláusulas
que reputar convenientes ao interesse público.
No inciso VIII, do art. 10, e nos incisos I e II, do art. § 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as
11, surgem competências que colocam o Banco Cen- instituições financeiras estrangeiras dependem de
tral no exercício de outra função clássica: a de ban- autorização do Poder Executivo, mediante decreto,
queiro do governo. para que possam funcionar no País.
Como banqueiro do governo, o Banco Central atua [...]
nos leilões de títulos públicos federais em nome do
Tesouro Nacional, administra as reservas internacio- Os incisos VI, IX, X, XI e XIII trazem atribuições da
nais do país, representa o Brasil junto a organismos função de supervisor do sistema financeiro. Lem-
internacionais e recebe em depósito as disponibilida- bra-se de que parte da missão do BC é assegurar um
des de caixa da União. sistema financeiro sólido e eficiente? No cumprimen-
O Banco Central não concede empréstimos ao to dessa missão, o BC é responsável por autorizar
Tesouro Nacional e não pode financiar déficits fiscais. entidades a funcionar, regular o seu funcionamento e
Isso já ocorreu no passado, mas está proibido desde a executar a fiscalização, supervisão e monitoramento
Constituição de 1988. das entidades e de suas operações.
Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Atualmente, essa supervisão tem ênfase na avalia-
Complementar nº 101, de 2000) também proibiu que ção dos riscos assumidos pelas entidades e na qualida-
o Banco Central emita títulos da dívida pública. Só o de dos controles existentes para mitigar esses riscos.
Tesouro Nacional emite títulos públicos. Especialmente em operações que envolvam parti-
Essas medidas foram de extrema importância para cipação estrangeira, a autorização para aquisição de
tornar clara a separação entre as atividades da auto- participação societária em instituições financeiras
298 ridade monetária (BC), responsável pelas políticas nacionais, o aumento de participação já existente ou
a instalação de nova instituição financeira dependem Art. 11 [...]
de autorização via decreto presidencial. Ou seja, no § 2º O Banco Central da República do Brasil ins-
caso de instituições estrangeiras, é o Presidente da talará delegacias, com autorização do Conselho
República, e não o Banco Central, quem autoriza a Monetário Nacional, nas diferentes regiões geo-eco-
operação no Brasil. nômicas do País, tendo em vista a descentralização
administrativa para distribuição e recolhimento da
Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú- moeda e o cumprimento das decisões adotadas pelo
blica do Brasil; mesmo Conselho ou prescritas em lei.
[...]
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados O Banco Central possui, além da sede em Brasília,
financeiros e de capitais sobre empresas que, direta DF, representações em outras nove capitais brasilei-
ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em ras. Essa capilaridade facilita principalmente as ativi-
relação às modalidades ou processos operacionais dades relacionadas ao meio circulante.
que utilizem;
[...]
Art. 12 O Banco Central da República do Brasil ope-
rará exclusivamente com instituições financeiras
O inciso VII, do art. 11, reforça o papel do BC como
públicas e privadas, vedadas operações bancárias
supervisor do sistema financeiro.
de qualquer natureza com outras pessoas de direito
Destaque para o fato de que, atualmente, o mer-
público ou privado, salvo as expressamente autori-
cado de capitais é supervisionado pela Comissão de zadas por lei.
Valores Mobiliários (CVM), e não pelo BC. Art. 13 Os encargos e serviços de competência do
Banco Central, quando por ele não executados dire-
OUTRAS ATRIBUIÇÕES
tamente, serão contratados de preferência com o
Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da Repú- Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmen-
blica do Brasil; te autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
[...] Art. 14 Revogado.
VI - Regular a execução dos serviços de compensa- Art. 15 O regimento interno do Banco Central da
ção de cheques e outros papéis; República do Brasil, a que se refere o inciso XXVII,
[...] do art. 4º, desta lei, prescreverá as atribuições do
Presidente e dos Diretores e especificará os casos
A compensação de cheques entre instituições que dependerão de deliberação da Diretoria, a qual
financeiras é um serviço regulado pelo Banco Central. será tomada por maioria de votos, presentes no
A execução do serviço é atribuição do Banco do mínimo o Presidente ou seu substituto eventual e
Brasil, que o realiza por através da Centralizadora da dois outros Diretores, cabendo ao Presidente tam-
Compensação de Cheques (Compe). bém o voto de qualidade.
A competência do Banco do Brasil para executar Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordina-
riamente, uma vez por semana, e, extraordinaria-
a compensação está definida na própria Lei nº 4.595,
mente, sempre que necessário, por convocação do
de 1964, em seu art. 19. Vejamos: “Ao Banco do Bra-
Presidente ou a requerimento de, pelo menos, dois
sil S. A. competirá precipuamente, sob a supervisão do
de seus membros.
Conselho Monetário Nacional e como instrumento de
execução da política creditícia e financeira do Governo
O Regimento Interno do Banco Central dispõe
Federal [...]”.
que a Diretoria Colegiada é composta por até nove
Art. 11 [...] membros, um dos quais o Presidente, todos nomea-
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário dos pelo Presidente da República, entre brasileiros de
Nacional, os serviços de sua Secretaria. ilibada reputação e notória capacidade em assuntos
econômico-financeiros, após aprovação pelo Senado
O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva Federal. São demissíveis ad nutum, o que significa que
do CMN, sendo responsável por organizar e assesso- são cargos de livre nomeação e exoneração, a juízo da
rar suas reuniões. autoridade competente.
Atualmente, o Bacen possui oito diretorias, ocu-
Art. 11 [...] pando todos os nove cargos previstos (Presidente + 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o Diretores).


inciso IX do artigo 10 desta lei, o Banco Central do
Brasil poderá examinar os livros e documentos das Art. 16 Constituem receita do Banco Central do
pessoas naturais ou jurídicas que detenham o con- Brasil as rendas:
trole acionário de instituição financeira, ficando I - de operações financeiras e de outras aplicações
essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo 44, § de seus recursos;
8º, desta lei. II - das operações de câmbio, de compra e venda
[...] de ouro e de quaisquer outras operações em moeda
estrangeira;
Trata-se de uma prerrogativa do BC no exercício III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de
da atribuição de supervisor do sistema financeiro: ter juros de mora aplicados por força do disposto na
acesso a quaisquer documentos que julgar necessá- legislação em vigor.
rios para o exercício da função. A própria Lei nº 4.595,
de 1964, prevê que a negativa de atendimento será Por fim, o art. 16 aponta as receitas do Banco Cen-
considerada como embaraço à fiscalização, sujeito à tral. O resultado obtido pelo Bacen em suas operações
pena de multa, sem prejuízo de outras medidas e san- é transferido ao Tesouro Nacional e integra o resulta-
ções cabíveis. do primário do Governo Central. 299
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada A Comissão de Valores Mobiliários foi instituída
pela Lei nº 6.385, de 1976, é a entidade supervisora como entidade autárquica em regime especial, vin-
do SFN responsável pelo mercado de capitais. A CVM culada ao Ministério da Economia, com personalidade
observa, no exercício de suas atribuições, as orienta- jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
ções gerais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional administrativa independente, ausência de subordina-
(CMN), órgão normativo máximo do SFN. ção hierárquica, mandato fixo e estabilidade para seus
É importante relembrar o conceito de intermedia- dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária,
ção financeira inserido no tópico Sistema Nacional conforme disposto no art. 5º, da Lei nº 6.385, de 1976.
Financeiro. De acordo com o art. 6º da mesma lei, a CVM é
O mercado de capitais tem como objetivo canali- administrada por um Colegiado composto por um Pre-
zar recursos de médio e longo prazo para agentes sidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente
deficitários que necessitem de recursos financeiros da República, depois de aprovados pelo Senado Federal,
para realizar investimentos produtivos. Esses agen- dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida com-
tes buscam esses recursos através da venda de títu- petência em matéria de mercado de capitais.
los e valores mobiliários. Por isso, o mercado de O § 1º, do art. 6º, da Lei nº 6.385, de 1976, dispõe
capitais também é chamado de mercado de valores que o mandato dos dirigentes da CVM é de cinco anos,
mobiliários. vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano
O mercado de valores mobiliários é, portanto, o um quinto dos membros do Colegiado. Ou seja, a cada
segmento do sistema financeiro que viabiliza a trans- ano, um dos dirigentes deverá ser afastado e dar lugar
ferência de recursos de maneira direta entre agentes a um novo membro, a ser nomeado pelo Presidente da
econômicos deficitários e superavitários. Nesse mer- República após a aprovação pelo Senado.
cado, as instituições financeiras, responsáveis pela No curso do mandato, os dirigentes da CVM somen-
intermediação, geralmente atuam como meras pres- te o perderão em virtude de renúncia, de condenação
tadoras de serviço. judicial transitada em julgado ou de processo admi-
Se você, por acaso, resolver investir seu décimo- nistrativo disciplinar.
-terceiro em ações de uma companhia aberta (aque- O § 2º e seguintes do art. 6º apresentam as hipóte-
la que tem seus valores imobiliários admitidos para ses em que os dirigentes da CMV perderão o mandato.
negociação em Bolsa de Valores — por exemplo, a Vejamos:
Petrobrás), procurará uma instituição financeira para
intermediar essa operação. Ao realizar a compra das § 2º Os dirigentes da Comissão somente perderão
ações, você se tornará um acionista da empresa (um o mandato em virtude de renúncia, de condenação
de seus sócios), e não um credor de uma instituição judicial transitada em julgado ou de processo admi-
financeira, como se tivesse feito um depósito na pou- nistrativo disciplinar.
pança. Dessa forma, você estará financiando direta- § 3º Sem prejuízo do que prevêem a lei penal e a lei
mente a empresa com recursos de longo prazo, que de improbidade administrativa, será causa da per-
poderão ser utilizados para expansão das atividades, da do mandato a inobservância, pelo Presidente ou
construção de fábricas, investimento em inovação etc. Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao
Por isso, um dos objetivos estratégicos da CVM cargo.
é estimular a formação de poupança e a sua aplica- § 4º Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda ins-
taurar o processo administrativo disciplinar, que
ção em valores mobiliários. A teoria econômica afir-
será conduzido por comissão especial, competindo
ma que o mercado de capitais é fundamental para o
ao Presidente da República determinar o afasta-
desenvolvimento econômico, pois permite a captação
mento preventivo, quando for o caso, e proferir o
de recursos que serão utilizados para a ampliação de julgamento.
atividades empresariais, gerando riqueza, emprego e § 5º No caso de renúncia, morte ou perda de man-
renda. dato do Presidente da Comissão de Valores Mobi-
Tanto as operações que ocorrem no mercado de liários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais
valores mobiliários quanto os seus participantes são idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem pre-
regulados pela Comissão de Valores Mobiliários. A juízo de suas atribuições.
CVM tem, portanto, o objetivo de fiscalizar, normati- § 6º No caso de renúncia, morte ou perda de man-
zar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores dato de Diretor, proceder-se-á à nova nomeação
mobiliários no Brasil. pela forma disposta nesta Lei, para completar o
Cabe à CVM ser a “gerente” desse mercado. Nenhu- mandato do substituído.
ma distribuição pública de valores mobiliários (ações,
debêntures etc.) será efetivada no mercado sem pré- ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
vio registro na Comissão de Valores Mobiliários.
A CVM mantém registros das autorizações: Nos termos da legislação vigente, o exercício das
atribuições da CVM tem como objetivos:
z Para emissões públicas de valores mobiliários,
z Para negociação na bolsa; z Estimular a formação de poupança e sua aplicação
z Para negociação no mercado de balcão, organiza- em valores mobiliários;
do ou não. z Promover a expansão e o funcionamento eficiente
e regular do mercado de ações e estimular as apli-
Somente os valores mobiliários emitidos por com- cações permanentes em ações do capital social de
panhia registrada na CVM podem ser negociados na companhias abertas sob controle de capitais priva-
300 bolsa e no mercado de balcão. dos nacionais;
z Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente investidores em decorrência da ação ou omissão de
dos mercados regulamentados de valores mobiliá- agentes do mercado.
rios (bolsas de valores, mercado de balcão e bolsas As providências adotadas pela CVM com relação a
de Mercadorias e Futuros); casos concretos limitam-se à esfera administrativa,
z Proteger os titulares de valores mobiliários e os de acordo com as atribuições que lhe foram conferi-
investidores do mercado contra: das pela Lei nº 6.385, de 1976.
No entanto, caso o investidor sinta-se lesado em
„ Emissões irregulares de valores mobiliários; decorrência da ação ou omissão de agentes do mer-
„ Atos ilegais de administradores e acionistas das cado, pode recorrer ao Poder Judiciário e, no curso de
companhias abertas, ou de administradores de ação judicial, provocar a atuação da CVM na função
carteira de valores mobiliários; de amicus curiae (amigo da corte, em latim), provo-
„ O uso de informação relevante não divulgada cando sua manifestação técnica sobre o caso específi-
no mercado de valores mobiliários. co em julgamento.
Em relação ao seu poder punitivo, a Lei nº 6.385,
z Evitar ou coibir modalidades de fraude ou mani- de 1976, em seu art. 11 define que a CVM poderá
pulação destinadas a criar condições artificiais de impor aos infratores das normas cujo cumprimento
demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas
negociados no mercado; ou cumulativamente:
z Assegurar o acesso do público a informações sobre
os valores mobiliários negociados e as companhias Art. 11 [...]
que os tenham emitido; I - advertência;
z Assegurar a observância de práticas comerciais II - multa;
III - revogado
equitativas no mercado de valores mobiliários;
IV - inabilitação temporária, até o máximo de 20
z Fazer cumprir a Lei nº 6.404, de 1976, chamada de
(vinte) anos, para o exercício de cargo de admi-
Lei das Sociedade Anônimas (S/A), em relação aos nistrador ou de conselheiro fiscal de companhia
participantes do mercado de valores mobiliários; aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de
z Realizar atividades de credenciamento e fiscali- outras entidades que dependam de autorização ou
zação dos participantes do mercado de valores registro na Comissão de Valores Mobiliários;
mobiliários; V - suspensão da autorização ou registro para
z Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e o exercício das atividades de que trata esta Lei;
os fundos de investimento; VI - inabilitação temporária, até o máximo de 20
z Apurar, mediante inquérito administrativo, atos (vinte) anos, para o exercício das atividades de
ilegais e práticas não-equitativas de administra- que trata esta lei (atuação no mercado de valores
dores, membros do conselho fiscal e acionistas de mobiliários);
companhias abertas, de intermediários e de quais- VII - proibição temporária, até o máximo de 20
quer participantes do mercado de valores mobiliá- (vinte) anos, de praticar determinadas ativida-
rios, aplicando as penalidades previstas em lei. des ou operações, para os integrantes do sistema
de distribuição ou de outras entidades que depen-
dam de autorização ou registro na Comissão de
A esfera de competência da CVM, portanto, abran- Valores Mobiliários;
ge as companhias de capital aberto e incentivadas, VIII - proibição temporária, até o máximo de 10
fundos de investimento, ofertas públicas de valores (dez) anos, de atuar, direta ou indiretamente, em
mobiliários e as instituições participantes do sistema uma ou mais modalidades de operação no mercado
de distribuição, assim como os clientes e investidores de valores mobiliários.
que operam no mercado de valores mobiliários.
Além disso, o auditor independente, para exercer Quanto à aplicação de multas, o § 1º, do art. 11, da
atividade no âmbito do mercado de valores mobi- Lei nº 6.385, de 1976, prevê que deve-se observar, para
liários, está sujeito ao registro na CVM. As demons- fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e
trações financeiras das companhias abertas serão da razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e
obrigatoriamente submetidas à auditoria por audito- os motivos que justifiquem sua imposição, e não deverá
res independentes registrados na CVM. exceder o maior destes valores:
Atenção! Somente os valores mobiliários de emis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

são de companhia registrada na Comissão de Valores Art. 11 [...]


Mobiliários podem ser negociados no mercado de § 1º [...]
valores mobiliários. Da mesma forma, nenhuma dis- I - R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); ou
tribuição pública de valores mobiliários será efetiva- II - o dobro do valor da emissão ou da operação
da no mercado sem prévio registro na Comissão de irregular; ou
Valores Mobiliários. III - 3 (três) vezes o montante da vantagem econô-
Além disso, dependem de prévia autorização da mica obtida ou da perda evitada em decorrência do
CVM o exercício das atividades de distribuição e de ilícito; ou
IV - o dobro do prejuízo causado aos investidores
emissão no mercado, mediação ou corretagem de
em decorrência do ilícito.
operações com valores mobiliários e compensação e
§ 2º Nas hipóteses de reincidência, poderá ser apli-
liquidação de operações com valores mobiliários. cada multa de até o triplo dos valores fixados no §
1º deste artigo.
PODER PUNITIVO [...]
§ 5º A Comissão de Valores Mobiliários, após aná-
Quanto à apuração de práticas legais, cabe salien- lise de conveniência e oportunidade, com vistas a
tar que a CVM não tem competência para determinar atender ao interesse público, poderá deixar de ins-
o ressarcimento de eventuais prejuízos sofridos pelos taurar ou suspender, em qualquer fase que preceda 301
a tomada da decisão de primeira instância, o pro- Créditos subordinados são aqueles que, em caso de
cedimento administrativo destinado à apuração de insolvência de devedor (quando o devedor não dispõe
infração prevista nas normas legais e regulamen- de recursos financeiros para cumprir sua obrigação
tares cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar, se o de pagar), serão pagos por último.
investigado assinar Termo de Compromisso no
As penalidades impostas são passíveis de recurso
qual se obrigue a:
para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
I - cessar a prática de atividades ou atos considera-
dos ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e Nacional (CRSFN).
II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive
indenizando os prejuízos. CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA
§ 6º O Termo de Compromisso não importará con- FINANCEIRO NACIONAL
fissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimen-
to de ilicitude da conduta analisada. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
§ 7º O Termo de Compromisso deverá ser publica- Nacional (CRSFN) tem previsão no Decreto nº 9.889, de
do no sítio eletrônico da CVM, com discriminação 27 de junho de 2019. Trata-se de um órgão colegiado,
do prazo para cumprimento das obrigações even-
de segundo grau, integrante da estrutura do Ministé-
tualmente assumidas, e constituirá título executivo
extrajudicial.
rio da Economia, e que tem por finalidade julgar, em
§ 8º Não cumpridas as obrigações no prazo, a CVM última instância administrativa, os recursos contra as
dará continuidade ao procedimento administrati- sanções aplicadas pelo Bacen e pela CVM e, nos pro-
vo anteriormente suspenso, para a aplicação das cessos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas
penalidades cabíveis. pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras
§ 9º Serão considerados, na aplicação de penalida- (COAF), pela Superintendência de Seguros Privados
des previstas, o arrependimento eficaz e o arrepen- (SUSEP) e pelas demais autoridades competentes.
dimento posterior, ou a circunstância de qualquer Sabe-se que o Banco Central, ao exercer sua função
pessoa, espontaneamente, confessar ilícito ou pres- de supervisor do sistema financeiro, é responsável
tar informações relativas à sua materialidade. pela fiscalização das instituições financeiras. No exer-
[...]
cício dessa competência, ele pode aplicar penalidades
às instituições financeiras, às demais instituições por
Por arrependimento eficaz entende-se aquele em
ele supervisionadas e aos integrantes do Sistema de
que sujeito que praticou a infração atua no sentido
Pagamentos Brasileiro.
de impedir a efetivação do ato ilícito. Já o arrependi-
O Bacen também pode punir pessoas físicas ou
mento posterior consiste na reparação voluntária do
dano causado pela prática da infração. jurídicas que:

z Exerçam, sem a devida autorização, atividade


§ 11 A multa aplicada pela inexecução de ordem
sujeita à sua supervisão ou à sua vigilância;
da Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do
inciso II do caput e do inciso IV do § 1º do art. 9º
z Prestem serviço de auditoria independente para as
desta Lei, independentemente do processo adminis- instituições que ele supervisiona;
trativo previsto no inciso V do caput do art. 9º desta z Atuem como administradores, membros da dire-
Lei, não excederá, por dia de atraso no seu cumpri- toria, do conselho de administração, do conselho
mento, o maior destes valores: fiscal, do comitê de auditoria e de outros órgãos
I - 1/1.000 (um milésimo) do valor do faturamento previstos no estatuto ou no contrato social de insti-
total individual ou consolidado do grupo econômico, tuição por ele supervisionada.
obtido no exercício anterior à aplicação da multa; ou
II - R$ 100.000,00 (cem mil reais). O Bacen pode aplicar as seguintes penalidades:
§ 12 Da decisão que aplicar a multa prevista no
parágrafo anterior caberá recurso voluntário, no Lei nº 13.506, de 2017
prazo de dez dias, ao Colegiado da Comissão de
Valores Mobiliários, sem efeito suspensivo. Art. 5º [...]
§ 13 Adicionalmente, pode haver ainda a proibição I - admoestação pública (advertência pública que
de contratar, por até de 5 (cinco) anos, com institui- consiste na publicação de notícia sobre a imposição
ções financeiras oficiais; e de participar de licitação da pena e do texto especificado na decisão condena-
que tenha por objeto aquisições, alienações, reali- tória no site do Banco Central);
zações de obras e serviços e concessões de serviços II - multa;
públicos, no âmbito da administração pública fede- III - proibição de prestar determinados servi-
ral, estadual, distrital e municipal e das entidades ços para as instituições mencionadas no caput
da administração pública indireta. do art. 2º desta Lei (instituições financeiras, as
§ 14 Os créditos oriundos de condenação do ape-
demais instituições supervisionadas pelo Banco
nado ao pagamento de indenização em ação civil
Central do Brasil e os integrantes do Sistema de
pública movida em benefício de investidores e
Pagamentos Brasileiro);
demais credores do apenado e os créditos do Fun-
IV - proibição de realizar determinadas ativi-
do Garantidor de Crédito (FGC) ou de outros meca-
nismos de ressarcimento aprovados pelo Banco dades ou modalidades de operação;
Central do Brasil ou pela Comissão de Valores V - inabilitação para atuar como administra-
Mobiliários, se houver, preferirão aos créditos dor e para exercer cargo em órgão previsto em
oriundos da aplicação da penalidade de multa. estatuto ou em contrato social de pessoa men-
§ 15 Em caso de falência, liquidação extrajudicial cionada no caput do art. 2º desta Lei;
ou qualquer outra forma de concurso de credores VI - cassação de autorização para funciona-
do apenado, os créditos da Comissão de Valores mento.
Mobiliários oriundos da aplicação da penalidade
de multa de que trata o inciso II do caput deste arti- No caso da Comissão de Valores Mobiliários (CMV),
302 go serão subordinados. tivemos conhecimento sobre o seu poder punitivo. Em
ambos os casos, estamos falando de punições que ocorrem na esfera administrativa e que são passíveis de recur-
sos a uma segunda e última instância, que é o CRSFN.

ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO

O CRSFN é um órgão paritário. Isso significa que é composto por um número igual de representantes de
órgãos governamentais e de representantes de entidades representativas do mercado financeiro e de capitais.
Todos os conselheiros titulares e suplentes são designados pelo Ministro de Estado da Economia, com man-
dato de três anos, renovável por igual período por até duas vezes. Os conselheiros devem ter competência
reconhecida e conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN.
O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e respectivos suplen-
tes) indicados por órgãos governamentais (conforme quadro a seguir) e oito (quatro titulares e respectivos suplen-
tes) indicados em lista tríplice por entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais.
A composição do CRSFN foi definida pela Portaria do Ministério da Fazenda nº 246, de 2 de maio de 2011, alte-
rada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, e está demonstrada a seguir:

REPRESENTANTES DE ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS


Responsável pela indicação Número de Conselheiros
Ministério da Economia 4 (sendo 2 titulares e 2 suplentes)
Comissão de Valores Mobiliários 2 (sendo 1 titular e 1 suplente)
Banco Central do Brasil (BACEN) 2 (sendo 1 titular e 1 suplente)

REPRESENTANTES DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS


Indicação de membro titular Indicação de membro suplente
Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização das
Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN)
Cooperativas Brasileiras (OCB/CECO)
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi- Associação Brasileira de Administradores de Consórcio
nanceiros e de Capitais (ANBIMA) (ABAC)
Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC)
(ANCORD)
Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON)
(ABRASCA)

Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia, assim designado pelo
Ministro. O Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro de Estado da Economia dentre os conselheiros
indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados financeiro e de capitais.
Mais recentemente, a Portaria do Ministério da Fazenda (MF) nº 352, de 24 de julho de 2018 (art. 2º), definiu
que as indicações do setor público para a composição do CRSFN recairão sobre servidores públicos com mais
de trinta anos de idade, que possuam formação superior, reconhecida capacidade técnica e pelo menos 5
(cinco) anos de experiência profissional nas matérias relacionadas à competência do CRSFN.
Já as indicações das entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais deverão compor
lista tríplice e recairão sobre brasileiros natos ou naturalizados que possuam mais de 30 anos de idade, formação
superior, reconhecida capacidade técnica, notório conhecimento especializado nas matérias de competência do
CRSFN e pelo menos 10 anos de atuação nos mercados financeiros ou de capitais, segundo o art. 3º da Portaria
352, de 2018.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

De acordo com o disposto no Decreto nº 9.889/2019, compete ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
Nacional julgar, em última instância administrativa, os recursos contra:

z Decisões cautelares do Banco Central;


z Ato que determinar o cancelamento do registro especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil
S/A. (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal;
z Penalidades impostas pela Comissão de Valores Mobiliários;
z Das decisões do Coaf relativas às aplicações de penas administrativas ao Conselho de Recursos do Sistema
Financeiro Nacional;
z Penalidades impostas por decisões proferidas pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobi-
liários em função de infrações às normas legais e regulamentares que regem o sistema de pagamentos;
z Decisões do Banco Central do Brasil:
z Referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural; 303
z Relacionadas à retificação de informações, à apli- z Crédito rural;
cação de custos financeiros associados ao recolhi- z Captação de recursos para repasse (linhas de cré-
mento compulsório, ao encaixe obrigatório e ao dito com recursos do BNDES por exemplo);
direcionamento obrigatório de recursos; z Operações acessórias e prestação de serviços (cus-
z Decisões das autoridades competentes relativas à tódia de valores por exemplo).
aplicação das sanções de que trata a Lei nº 9.613,
de 1998, que dispõe sobre os crimes de “lavagem” CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
ou ocultação de bens, direitos e valores.
Caixas econômicas são instituições financeiras
BANCOS COMERCIAIS públicas constituídas sob a forma de empresas públi-
cas. Exercem atividades típicas de banco comercial,
Se eu pedisse a você que pensasse em uma institui- mas têm como prioridade institucional a concessão
ção financeira, muito provavelmente, o que lhe viria de empréstimos e financiamentos de programas e
à cabeça é um banco comercial. São essas instituições projetos de natureza social.
que desenvolvem a atividade bancária clássica, mais Tais instituições podem captar recursos atra-
comum no nosso dia a dia. vés de depósitos à vista, depósitos de poupança e
Os bancos comerciais são instituições financeiras, depósitos a prazo (Certificados de Depósito Bancário
privadas ou públicas, que têm a captação de depósitos — CDBs — e Recibos de Depósito Bancário — RDBs).
à vista como sua atividade típica, o que os classifica São, portanto, instituições financeiras bancárias ou
como instituição financeira bancária ou monetária. monetárias.
Depósito à vista é aquele recebido em contas de depósi- No passado, alguns estados tiveram as próprias
tos popularmente conhecidas como “contas correntes”. caixas econômicas, como a Nossa Caixa, do Estado de
As contas correntes, portanto, constituem o produ- São Paulo, e a Caixa Econômica Estadual do Rio Gran-
to utilizado pelos bancos para a captação dos depósi- de do Sul.
tos à vista, uma captação a custo zero, já que os bancos Atualmente, a única em atividade é a Caixa
não remuneram esses recursos. Seu objetivo principal Econômica Federal (Caixa), empresa pública
é a intermediação entre agentes econômicos supe- federal vinculada ao Ministério da Economia. Como
ravitários e deficitários, possibilitando o acesso a instituição participante do Sistema Financeiro Nacio-
recursos de crédito (empréstimos e financiamentos) nal (SFN), sujeita-se às normas e decisões dos órgãos
de curto e médio prazos ao comércio, à indústria, às normativos do SFN e à supervisão e fiscalização do
empresas prestadoras de serviços, às pessoas físicas, Banco Central.
ou seja, a terceiros em geral. A Caixa tem forte presença na execução de polí-
ticas públicas patrocinadas pelo Governo Federal,
especialmente em programas e ações que beneficiam,
Importante! prioritariamente, a população de baixa renda, com
destaque para as áreas de habitação e saneamento.
Saiba distinguir empréstimos de financiamen- Ainda, integra o Sistema Brasileiro de Poupança e
tos: os recursos obtidos através de um emprés- Empréstimo (SBPE), que tem por finalidade promo-
timo não têm destinação específica. Já no ver o financiamento imobiliário em geral por meio da
financiamento, há uma destinação específica captação e do direcionamento dos recursos de depósi-
para os recursos tomados, como, por exemplo, tos de poupança.
a aquisição de um veículo ou de um bem imóvel. Compõem o SBPE os bancos múltiplos com car-
Por isso é que se fala em “financiamento da casa teira de crédito imobiliário; as caixas econômicas; as
própria”, “financiamento de veículo” e “emprés- sociedades de crédito imobiliário; as associações de
timo pessoal” — nos dois primeiros dizeres, o poupança e empréstimo; as cooperativas de crédito
recurso tem um destino específico; no terceiro, autorizadas a captar depósitos de poupança. Mais
não. adiante, trataremos dos bancos múltiplos, das socie-
dades de crédito imobiliário e das associações de pou-
pança e empréstimo.
Os bancos comerciais também podem captar A Caixa também é gestora dos recursos do Fun-
depósitos a prazo (Certificados de Depósito Bancário do de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e de
— CDBs — e Recibos de Depósito Bancário — RDBs) outros fundos do Sistema Financeiro de Habita-
e depósitos de poupança. Obrigatoriamente, devem ção (SFH). O SFH é destinado a facilitar e promover
ser constituídos sob a forma de sociedade anônima a construção e a aquisição da casa própria ou mora-
(S/A) e possuir a palavra “Banco” em sua denomina- dia, especialmente pelas classes de menor renda da
ção social. Além disso, nenhum estabelecimento ban- população.
cário privado pode usar, em sua denominação social, Ainda, a Caixa é responsável pelo Programa de
a palavra “Central”. Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego. Ela
Entre seus principais produtos e serviços estão: administra e detém o monopólio de venda das loterias
federais e das operações de penhor civil, e por fim,
z Depósitos à vista (conta-corrente); atua como operadora de programas sociais do gover-
z Depósitos a prazo (CDBs e RDBs) e de poupança; no, como o Bolsa Família, o FIES e o Programa Minha
z Operações de crédito de curto e médio prazos; Casa Minha Vida.
z Desconto de títulos (duplicatas); Um dos principais objetivos da Caixa é receber
z Cartão de crédito; depósitos da economia popular com o propósito de
z Crédito Rotativo (o famoso “cheque especial”); incentivar e educar a população brasileira nos hábitos
z Conta Garantida (espécie de “cheque especial” da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões
304 para pessoas jurídicas); do país.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO federações de cooperativas objetivam organizar,
em comum e em maior escala, os serviços econô-
Cooperativa de crédito é uma instituição financei- micos e assistenciais de interesse das filiadas, inte-
ra formada pela associação de pessoas para prestar grando e orientando suas atividades, bem como
serviços financeiros exclusivamente aos seus asso- facilitando a utilização recíproca dos serviços.
ciados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e Para a prestação de serviços de interesse comum,
usuários da cooperativa, participando de sua gestão e é permitida a constituição de cooperativas centrais
usufruindo de seus produtos e serviços. às quais se associem outras cooperativas de objeto
Nas cooperativas de crédito, os associados encon- e finalidades diversas;
tram os principais serviços disponíveis nos bancos, z Confederações de Cooperativas Centrais: São
como depósitos à vista (conta corrente), aplicações as constituídas por pelo menos três cooperativas
financeiras, cartão de crédito, empréstimos e finan- centrais ou federações de cooperativas, da mes-
ciamentos. Os associados têm poder igual de voto, ma ou de diferentes modalidades. As confedera-
independentemente da sua cota de participação no ções de cooperativas têm por objetivo orientar e
capital social da cooperativa. O cooperativismo não coordenar as atividades das filiadas, nos casos em
visa lucros. Os direitos e deveres de todos são iguais, que o vulto dos empreendimentos transcender o
e a adesão é livre e voluntária. âmbito de capacidade ou conveniência de atuação
das centrais e das federações.

Importante! As instituições financeiras constituídas sob a for-


ma de cooperativas de crédito submetem-se — além
Desde 2019, as cooperativas de crédito também da legislação sobre as sociedades cooperativas, em
podem captar depósitos de poupança. Os recur- especial à Lei nº 5.764, de 1971 — à Lei Complemen-
sos captados podem ser destinados a operações tar nº 130, de 2009, que dispôs sobre o Sistema Nacio-
de crédito rural e para a concessão de financia- nal de Crédito Cooperativo, e à legislação do Sistema
mentos imobiliários. Essas são alterações recen- Financeiro Nacional.
tes nas normas, por isso, atente-se a elas. De acordo com a Lei Complementar nº 130, de
2009, as cooperativas de crédito destinam-se, pre-
cipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a
Por meio da cooperativa de crédito, o cidadão tem prestação de serviços financeiros a seus associados,
a oportunidade de obter atendimento personalizado sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do
para suas necessidades. O resultado positivo da coo- mercado financeiro.
perativa é conhecido como sobra, e é repartido entre Instituições financeiras constituídas sob a forma
os cooperados em proporção com as operações que de cooperativas de crédito deverão conter em sua
cada associado realiza com a cooperativa. Assim, os denominação a expressão “cooperativa de crédito”,
ganhos voltam para a comunidade dos cooperados. sendo vedada a utilização da expressão “Banco”.
No entanto, assim como partilha das sobras, o coo- Cooperativas de crédito são, portanto, instituições
perado está sujeito a participar do rateio de eventuais financeiras formadas pela associação de pessoas para
perdas, em ambos os casos na proporção dos serviços prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus
usufruídos. associados.
A captação de recursos e a concessão de crédi-
As cooperativas de crédito (e só as de crédito) são
tos e garantias devem ser restritas aos associados,
autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central,
ressalvados:
ao contrário dos outros ramos do cooperativismo, tais
como transporte, educação e agropecuária.
z A captação de recursos dos Municípios, de seus
Importante destacar que as cooperativas poderão
órgãos ou entidades e das empresas por eles
adotar por objeto qualquer gênero de serviço, opera-
controladas;
ção ou atividade. Ou seja, cooperativas de crédito não z As operações realizadas com outras instituições
são a única espécie do gênero cooperativas. Existem financeiras;
também cooperativas agrícolas, cooperativas habita- z Os recursos obtidos de pessoas jurídicas, em cará-
cionais, cooperativas de pesca etc. ter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de
As cooperativas devem possuir área de admissão remuneração.
de associados limitada às possibilidades de reunião,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

controle, operações e prestação de serviços. Essa área Além disso, as cooperativas de créditos, nos termos
geográfica de atuação deve estar expressamente defi- de legislação específica, poderão ter acesso a recursos
nida no projeto e no estatuto social. No caso das coo- oficiais para o financiamento das atividades de seus
perativas de crédito, cabe ao Banco Central aprovar associados.
ou não a área de atuação. Porém, excetuando-se a captação de recursos e a
São três os tipos de cooperativas: concessão de créditos e garantias, é permitida a pres-
tação de outros serviços de natureza financeira e
z Cooperativas Singulares: São as constituídas pelo afins a associados e a não associados.
número mínimo de vinte pessoas, sendo permi- Geralmente são encontrados nas cooperativas de
tida a admissão de pessoas jurídicas que tenham crédito os principais serviços disponíveis nos bancos,
por objeto atividades econômicas correlatas às de como conta corrente (depósitos à vista), poupança,
pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrati- aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos,
vos. As cooperativas singulares caracterizam-se cobrança e custódia. Destaque para as operações de
pela prestação direta de serviços aos associados; crédito rural em favor de associados produtores rurais.
z Cooperativas Centrais ou Federações de Coope- Como podem captar depósitos à vista, as cooperati-
rativas: São as constituídas de, no mínimo, três vas de crédito, portanto, são instituições financeiras
singulares filiadas. As cooperativas centrais e bancárias ou monetárias. 305
Portanto, as cooperativas de crédito podem con- Tais instituições devem ser, obrigatoriamente,
ceder crédito e captar depósitos à vista, a prazo constituídas sob a forma de sociedade anônima e,
(apenas RDB) e de poupança dos respectivos asso- em sua denominação, adotar a expressão “Banco de
ciados, realizar recebimentos e pagamentos por conta Investimento”.
de terceiros, realizar operações com outras institui- De acordo com a Resolução CMN nº 2.624, de 1999,
ções financeiras e obter recursos de pessoas jurídicas, aos bancos de investimento também é permitido:
em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de
remuneração, além de outras operações. Resolução CMN nº 2.624, de 1999
Os depósitos em cooperativas de crédito têm a Art. 1º [...]
proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo § 2º [...]
I - praticar operações de compra e venda, por con-
de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósi-
ta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no
tos e os créditos mantidos nas cooperativas singula-
mercado físico, e de quaisquer títulos e valores
res de crédito em caso de intervenção ou liquidação
mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais;
extrajudicial dessas instituições. O valor limite dessa II - operar em bolsas de mercadorias e de futuros,
proteção é o mesmo em vigor para os depositantes de bem como em mercados de balcão organizados, por
bancos via Fundo Garantidor de Crédito (FGC). conta própria e de terceiros;
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma III - operar em todas as modalidades de concessão de
cooperativa será garantido até o valor de R$ 250.000,00 crédito para financiamento de capital fixo e de giro;
(duzentos e cinquenta mil reais). Devem ser somados IV - participar do processo de emissão, subscrição
todos os créditos de cada credor identificado pelo CPF para revenda e distribuição de títulos e valores
ou CNPJ na mesma cooperativa. Nas contas conjuntas, mobiliários;
o valor de garantia é limitado a R$ 250.000,00 ou ao V - operar em câmbio, mediante autorização espe-
saldo da conta, quando inferior a esse limite, dividi- cífica do Banco Central do Brasil;
do pelo número de titulares, sendo o crédito do valor VI - coordenar processos de reorganização e rees-
garantido feito de forma individual. truturação de sociedades e conglomerados, finan-
O capital social das cooperativas de crédito é sub- ceiros ou não, mediante prestação de serviços de
dividido em quotas-partes, que são subscritas e inte- consultoria, participação societária e/ou concessão
gralizadas pelos associados. de financiamentos ou empréstimos;
VII - realizar outras operações autorizadas pelo
A integralização das quotas-partes do capital de
Banco Central do Brasil.
cooperativa de crédito, tanto na constituição quanto
nas subscrições posteriores, deve ser sempre feita em A mesma Resolução prevê que os bancos de inves-
moeda corrente, não podendo ser feita com bens ou timento podem captar através de:
mediante retenção de determinada percentagem do
valor do movimento financeiro de cada associado. Art. 2º [...]
Esses associados são, ao mesmo tempo, donos e I - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certi-
usuários da cooperativa, participando de sua gestão e ficado (CDBs e RDBs);
usufruindo de seus produtos e serviços. II - recursos oriundos do exterior, inclusive por
A administração da cooperativa será exercida meio de repasses interbancários;
por uma diretoria ou por um conselho de adminis- III - repasse de recursos oficiais;
tração, composto, em qualquer dos casos, exclusiva- IV - depósitos interfinanceiros (DIs); e
mente de associados eleitos pela assembleia geral, V - outras formas de captação autorizadas pelo
com mandato máximo de quatro anos, sendo obriga- Banco Central do Brasil.
tória a renovação, no caso de conselho de administra-
Bancos de Investimento não são instituições ban-
ção, de no mínimo 1/3 (um terço) dos seus membros,
cárias, portanto não oferecem contas-correntes, não
observado que, caso o cálculo resulte em número fra-
podem captar depósitos à vista e não têm o poder
cionário, deve ser considerado o número inteiro ime-
de criar moeda bancária ou escritural. Podem, porém,
diatamente superior.
manter contas, sem juros e não movimentáveis por
No entanto, as cooperativas de crédito com con-
cheque, relativas a recursos de terceiros recebidos
selho de administração podem criar diretoria exe-
para aplicação em títulos e valores mobiliários e
cutiva a ele subordinada, na qualidade de órgão
outros ativos financeiros e/ou modalidades operacio-
estatutário composto por pessoas físicas associadas
nais disponíveis nos mercados financeiro e de capi-
ou não, indicadas por aquele conselho.
tais. Essas contas são utilizadas, exclusivamente, para
As cooperativas singulares de crédito poderão
a movimentação dessas aplicações.
constituir cooperativas centrais de crédito com o obje-
tivo de organizar, em comum acordo e em maior esca- BANCOS DE DESENVOLVIMENTO
la, os serviços econômicos e assistenciais de interesse
das filiadas, integrando e orientando suas ativida- Bancos de Desenvolvimento são instituições
des, bem como facilitando a utilização recíproca dos financeiras públicas não federais que têm como
serviços. objetivo principal proporcionar o suprimento opor-
tuno e adequado dos recursos necessários ao finan-
BANCOS DE INVESTIMENTO ciamento, a médio e longo prazos, de programas e
projetos que visem a promover o desenvolvimento
Bancos de investimento são instituições financei- econômico e social de seus Estados.
ras privadas especializadas em operações estrutura- Excepcionalmente, quando o empreendimento
das para empresas. Essas operações podem envolver visar benefícios de interesse comum, os bancos de
participação societária de caráter temporário, finan- desenvolvimento podem prestar assistência a progra-
ciamento da atividade produtiva para suprimento de mas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à
306 capital fixo e de giro e administração de recursos. sua área de atuação.
São constituídos sob a forma de Sociedade Anô- z Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias,
nima e adotam em sua denominação, obrigatória e bem como endosso de títulos hipotecários previs-
privativamente, a expressão “Banco de Desenvolvi- tos em lei para o crédito rural;
mento” seguida do nome do Estado em que tenham z Letras financeiras.
sede.
De acordo com a Resolução CMN nº 394, de 1976, O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
os bancos de desenvolvimento podem apoiar iniciati- e Social (BNDES) é uma empresa pública federal, e não
vas que visem a: um banco de desenvolvimento.
Note que, por definição, Bancos de Desenvolvi-
Art. 5º [...] mento são instituições financeiras públicas não fede-
I - Ampliar a capacidade produtiva da econo- rais. Portanto, o BNDES, apesar de atuar como banco
mia, mediante implantação, expansão e/ou reloca- de desenvolvimento, não recebe essa classificação. No
lização de empreendimentos; entanto, o BNDES é instituição integrante do Sistema
II - Incentivar a melhoria da produtividade, Financeiro Nacional e, como tal, é supervisionado
por meio de reorganização, racionalização, moder- pelo Banco Central.
nização de empresas e formação de estoques - em
níveis técnicos adequados - de matérias primas e de
SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E
produtos finais, ou por meio da formação de empre-
sas de comercialização integrada;
INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)
III - Assegurar melhor ordenação de setores
da economia regional e o saneamento de empre- As Sociedades de Crédito, Financiamento e Inves-
sas por meio de incorporação, fusão, associação, timento (SCFI), mais conhecidas como “financeiras”,
assunção de controle acionário e de acervo e/ou são instituições privadas que fornecem emprésti-
liquidação ou consolidação de passivo ou ativo mos e financiamentos para a aquisição de bens, ser-
onerosos; viços e capital de giro. Em suma, emprestam recursos
IV - Incrementar a produção rural por meio de que possibilitam às pessoas efetuarem compras a pra-
projetos integrados de investimentos destinados à zo de eletrodomésticos, carros, entre outros.
formação de capital fixo ou semifixo; e Tal operação é popularmente conhecida como Cré-
V - Promover a incorporação e o desenvolvi- dito Direto ao Consumidor (CDC). Além disso, essas
mento de tecnologia de produção, o aperfeiçoa- instituições podem conceder empréstimos pessoais.
mento gerencial, a formação e o aprimoramento de Cumpre mencionar que existem financeiras inde-
pessoal técnico, podendo, para este fim, patrocinar pendentes — que atuam sem qualquer vínculo com
programas de assistência técnica, preferencialmen-
outra instituição financeira — e financeiras que fazem
te através de empresas e entidades especializadas.
parte de conglomerados financeiros, atuando como
um braço de um grande banco. Há, ainda, financei-
A mesma Resolução prevê que os Bancos de Desen-
ras que fazem parte de conglomerados econômicos e
volvimento são instituições que operam basicamen-
operam como braço financeiro de grupos comerciais
te com empréstimos e financiamentos, e que só
ou industriais. É o caso de financeiras que pertencem
podem fornecer apoio financeiro a:
a lojas de departamento ou montadoras de veículos.
Sabe quando você está em uma loja de depar-
Art. 19 [...]
tamento e o(a) vendedor(a) pergunta se você tem
I - Pessoas físicas residentes e domiciliadas no
o cartão da loja? Esse, geralmente, é um serviço da
País, desde que os recursos concedidos sejam vin-
culados à execução de projeto aprovado pelo banco Financeira daquele grupo, a qual financia as suas
e/ou à realização de capital social, ou à aquisição aquisições através do cartão.
do controle acionário de empresas cujas atividades As Sociedades de Crédito, Financiamento e Inves-
tenham importância para a economia estadual ou timento também operam em nichos que, normalmen-
regional; te, não são atendidos pelos conglomerados bancários,
II - Pessoas jurídicas de direito privado, sedia- principalmente nos empréstimos e financiamentos
das no País [...]; com características específicas e/ou risco mais ele-
III - Pessoas jurídicas de direito público ou enti- vado, como no caso do financiamento de veículos
dade direta ou indiretamente por elas controladas. usados.
As financeiras devem ser constituídas sob a forma
Além de empréstimos e financiamentos, os Ban- de sociedade anônima e, em sua denominação social,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cos de Desenvolvimento podem efetuar investimen- deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e
tos (subscrição de ações ou debêntures para revenda Investimento”. Trata-se de instituições financeiras
no mercado, garantia de subscrição, participação no supervisionadas pelo Banco Central.
capital social de empresas) e operações de arrenda- Vale destacar que não é possível abrir uma conta
mento mercantil. corrente em uma SCFI. Logo, elas não captam depó-
Os Bancos de Desenvolvimento podem captar sitos à vista. As financeiras captam recursos por meio
recursos através de (art. 28): de:

z Depósitos a prazo fixo (prazo nunca inferior a z Certificados de Depósitos Bancários — CDB;
360 dias); z Recibos de Depósitos Bancários — RDB;
z Operações de crédito, assim entendidas as prove- z Depósitos Interfinanceiros — DI;
nientes de empréstimos e financiamentos obtidos z Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo
no país ou no exterior, na forma da legislação e Garantidor de Créditos — DPGE;
regulamentação vigentes; z Letras de Câmbio;
z Operações de crédito ou contribuições do setor z Letra de Crédito do Agronegócio — LCA;
público federal, estadual ou municipal; z Letra Financeira — LF; 307
z Letra Imobiliária Garantida — LIG;
z Operações compromissadas;
z Operações de cessão de créditos.

Importante!
As financeiras foram autorizadas a captar recursos por meio de Certificados de Depósitos Bancários (CDB)
pela Resolução CMN nº 4.812, de 30 de abril de 2020. Trata-se de alteração recente e relevante, pois tem
cheiro de prova!

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

As Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) têm como principal operação o arrendamento de bens
móveis e imóveis. Esses bens são adquiridos pela SAM, que, em seguida, os “aluga” para os clientes, chamados de
arrendatários, mediante o pagamento de prestações chamadas de contraprestações. Assim, o cliente arrenda-
tário tem a posse e o direito ao uso do bem sem, no entanto, possuir sua propriedade.
A lógica disso está no fato de que o lucro de uma atividade produtiva não depende da propriedade dos bens de
produção, mas sim da sua utilização. Assim, uma empresa não precisa ser dona de seu maquinário, por exemplo,
precisa apenas explorá-lo para produzir e gerar receitas.
Há outros fatores que podem ser vantajosos na opção pelo arrendamento mercantil, especialmente relaciona-
dos a questões tributárias.
A operação de arrendamento mercantil é conhecida como leasing. O leasing, portanto, assemelha-se a uma
locação; o cliente, ao final do contrato, tem as opções de renová-lo, de adquirir o bem ou de devolvê-lo à empresa.
As Sociedades de Arrendamento Mercantil devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, e em
sua denominação social deve constar a expressão “Arrendamento Mercantil”.
A constituição e o funcionamento das Sociedades de Arrendamento Mercantil dependem de autorização do
Banco Central do Brasil.
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central e realizem operações com características de um financiamento,
essas sociedades não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
financeiras.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades principais: leasing
financeiro e leasing operacional.
A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo é usualmente maior e o arrendatário tem a possibili-
dade de adquirir o bem pelo valor residual garantido (VRG), predeterminado em contrato. Ao final do leasing
financeiro, em geral o cliente já terá pago a maior parte do valor do bem, não sendo a devolução, embora possível,
financeiramente vantajosa.
No leasing operacional, o preço para o exercício da opção de compra é o valor de mercado do bem arren-
dado. Não há previsão de pagamento de VRG.
Há outros tipos de leasing, como o leaseback (o cliente arrendatário é o próprio fornecedor do bem) e o leasing
importação (arrendamento de bens fabricados no exterior, adquiridos pela Sociedade de Arrendamento Mercan-
til diretamente do fornecedor estrangeiro, para uso de arrendatário brasileiro).
O quadro a seguir demonstra as principais diferenças entre o leasing financeiro e o leasing operacional.

CARACTERÍSTICAS LEASING FINANCEIRO LEASING OPERACIONAL


2 anos para bens com vida útil ≤ 5 anos
Prazo mínimo de duração 90 dias
3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor Residual Garantido (VRG) Permitido Não permitido
Opção de compra Pactuada no contrato, normalmente pelo VRG Conforme valor de mercado
Por conta do arrendatário ou da SAM,
Manutenção do bem Por conta do cliente arrendatário
conforme contrato
Total dos pagamentos, incluindo VRG, deve A soma dos pagamentos devidos no
Pagamentos garantir à SAM o retorno financeiro da aplica- contrato não pode exceder 90% do
ção (valor pago pelo bem + juros) valor do bem

Além de recursos próprios, as Sociedades de Arrendamento Mercantil podem captar recursos através de:

z Empréstimos contraídos no exterior;


z Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive de repasses de recursos
externos;
z Recursos de instituições financeiras oficiais, destinados a repasses de programas específicos;
z Colocação de debêntures de emissão pública ou particular e de notas promissórias destinadas à oferta
pública (lembre-se: Sociedades de Arrendamento Mercantil não são instituições financeiras, são equiparadas
a instituições financeiras. Por isso, podem emitir debêntures);
z Cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem como dos direitos creditórios deles decorrentes;
308 z Depósitos interfinanceiros.
SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS z Subscrever emissões de títulos e valores mobiliá-
E VALORES MOBILIÁRIOS E SOCIEDADES rios no mercado;
DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES z Exercer funções de agente fiduciário;
MOBILIÁRIOS z Instituir, organizar e administrar fundos e clubes
de investimento;
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobi- z Intermediar operações de compra e venda de
liários (CTVM) e Sociedades Distribuidoras de Títulos moeda estrangeira, além de outras operações no
e Valores Mobiliários (DTVM) são instituições que mercado de câmbio;
atuam no mercado financeiro e de capitais e, também, z Praticar operações de compra e venda de metais
no mercado cambial, intermediando a negociação preciosos no mercado físico por conta própria e
de títulos e valores mobiliários entre investidores de terceiros;
e tomadores de recursos. z Realizar operações compromissadas;
Até 2009, havia uma diferença básica entre essas z Praticar operações de conta margem;
instituições: somente as Corretoras eram autoriza- z Emprestar títulos e valores mobiliários inte-
das a operar diretamente nos ambientes e sistemas grantes das respectivas carteiras aos seus comiten-
de negociação dos mercados organizados de Bolsa de tes, exclusivamente para oferta de garantia;
Valores. As Distribuidoras necessitavam contratar os z Emitir moeda eletrônica;
serviços de uma Corretora, para efetuar suas opera- z Prestar serviços de intermediação e de assesso-
ções no mercado de ações. ria ou assistência técnica em operações e ativida-
Ocorre que, naquele ano, uma decisão conjunta des nos mercados financeiro e de capitais.
do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliá-
rios — CVM (Decisão Conjunta 17/2009) — autorizou Como vimos, operações de conta margem são
as Distribuidoras a operar diretamente em Bolsas financiamentos para a compra de ações que as Cor-
de Valores, eliminando a principal diferença entre as retoras e Distribuidoras podem conceder aos seus
corretoras e as distribuidoras, as quais, hoje, podem clientes. Com exceção das operações de conta mar-
realizar, praticamente, as mesmas operações. Por essa gem, é vedado a Corretoras e Distribuidoras realizar
razão, iremos estudá-las conjuntamente. operações que caracterizem, sob qualquer forma, a
Corretoras e Distribuidoras, na atividade de inter- concessão de financiamentos, empréstimos ou adian-
mediação, oferecem serviços, como plataformas de tamentos a seus clientes, inclusive através da cessão
investimento pela internet (home broker), consultoria de direitos.
financeira, clubes de investimentos, financiamento
para compra de ações (conta margem) e administra- A BOLSA DE VALORES BRASILEIRA (B3)
ção e custódia de títulos e valores mobiliários de seus
clientes. Inicialmente, é preciso que você compreenda o
Repare que Corretoras e Distribuidoras não cap- objetivo e a importância das Bolsas de Valores para o
tam ou repassam recursos diretamente aos seus mercado de valores mobiliários. Adiante, estudaremos
clientes. Elas atuam como prestadoras de serviços, sobre o funcionamento do mercado à vista de ações
intermediando as negociações e cobrando comissões e sobre os conceitos de mercado primário e mercado
e taxas por essa prestação de serviço. Por isso, são secundário de maneira detalhada.
também conhecidas como instituições auxiliares do O mercado secundário é aquele no qual ocorrem a
SFN. compra e a venda de ações que haviam sido lançadas,
As corretoras e as distribuidoras devem ser cons- anteriormente, em uma oferta pública inicial (chama-
tituídas sob a forma de sociedade anônima ou por das de IPO — Initial Public Offering) do mercado pri-
quotas de responsabilidade limitada. Trata-se de ins- mário. Perceba que o mercado secundário é, ao mesmo
tituições que dependem de autorização do Banco tempo, causa e consequência do mercado primário.
Central para sua constituição e funcionamento. É no mercado secundário que ocorre a renegocia-
Ainda, para operarem no mercado de valores ção dos títulos originalmente emitidos e negociados
mobiliários, também precisam de prévia e expres- no mercado primário. Então, o mercado secundário só
sa autorização da Comissão de Valores Mobiliários existe, porque, antes, existe o mercado primário.
que, como se sabe, é a entidade supervisora do SFN Cumpre ressaltar, porém, que, se ações são lança-
responsável pelo mercado de valores mobiliários. das no mercado primário, é porque há um mercado
Deste modo, Corretoras e Distribuidoras são super- secundário que lhes dá segurança e liquidez (facilidade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

visionadas e fiscalizadas tanto pelo Banco Central de negociação, de conversão do ativo em dinheiro). É
quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. As por isso que elas se tornam ativos financeiros atraen-
Bolsas de Valores também têm competência para fis- tes para investidores e, consequentemente, eficientes
calizar as operações realizadas por essas instituições. enquanto forma de captação de recursos para aquelas
As principais atividades das corretoras e distri- empresas que necessitam de recursos.
buidoras de títulos e valores mobiliários são: Esse é o objetivo da Bolsa de Valores: oferecer um
ambiente organizado, transparente e líquido para a
z Comprar e vender títulos e valores mobiliários negociação de valores mobiliários.
por conta própria e de terceiros;
z Operar em bolsas de mercadorias e de futuros O desenvolvimento do mercado primário de valo-
por conta própria e de terceiros; res mobiliários, pode-se dizer, depende da solidez
z Intermediar a oferta pública e distribuição de do mercado secundário relacionado. Ou seja, da
títulos e valores mobiliários no mercado; possibilidade de os investidores subscritores das
z Operar em Bolsas de Valores; emissões conseguirem negociar posteriormente
z Administrar carteiras e custodiar títulos e valo- os valores mobiliários entre si. Evidentemente,
res mobiliários; cada investidor poderia negociar diretamente com
309
outro, mas esse sistema seria evidentemente inefi- Nos ambientes de Bolsa, todas as informações sobre
ciente no que diz respeito ao encontro de propostas, os negócios, como os preços, as quantidades e horários,
à definição de preços, transparência e divulgação entre outras, devem ser publicadas continuamente,
das informações, segurança na liquidação, entre com, no máximo, 15 minutos de atraso. As Entidades
outros. Os mercados de bolsa e balcão buscam jus- Administradoras de mercados de bolsa devem manter
tamente eliminar essa ineficiência. sistemas de controle de riscos e, especialmente, manter
Assim, pode-se dizer que a principal função dos mecanismo de ressarcimento de prejuízos, para asse-
mercados de bolsa e de balcão é organizar, man- gurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos
ter, controlar e garantir ambientes ou sistemas decorrentes de erros ou omissões das instituições inter-
propícios para o encontro de ofertas e a realiza- mediadoras ou seus administradores e empregados.
ção de negócios com formação eficiente de preços, Com o passar do tempo, os mercados de bolsa e bal-
transparência e divulgação de informações e segu- cão assumiram, também, a responsabilidade pela autor-
rança na compensação e liquidação dos negócios. regulação dos seus ambientes, sistemas e operadores,
Funções essas que aumentariam a confiança dos com autonomia suficiente para normatizar, fiscalizar
investidores no mercado secundário, de maneira a e punir as operações realizadas em seus mercados. A
fomentar o mercado primário e, portanto, as cap- função do Estado, nesse modelo, reduz-se à supervisão
tações públicas de recursos pelas companhias, fun- e orientação do sistema, estabelecendo requisitos míni-
ção econômica principal do mercado de capitais2. mos necessários, objetivos a serem atingidos e controles.
Lembre-se: nenhuma distribuição pública de valo- Os mercados organizados de valores mobiliários
res mobiliários será efetivada no mercado sem prévio devem ser estruturados, mantidos e fiscalizados por Enti-
registro na Comissão de Valores Mobiliários. dades Administradoras autorizadas pela CVM, que podem
se constituir como sociedade anônima ou associação.
A Comissão de Valores Mobiliários mantém regis- Até 2007, as Bolsas organizavam-se sob a forma de
tros das: uma associação de Corretoras, sendo detentoras de títu-
los patrimoniais. Além disso, até 2009, as Corretoras eram
z Autorizações para emissões públicas de valores as únicas habilitadas a operar nos recintos das Bolsas.
mobiliários; Com o desenvolvimento do mercado, essa forma
z Autorizações para negociação na Bolsa; de organização evoluiu para um modelo em que as
z Autorizações para negociação no mercado de bal- Bolsas se constituem sob a forma de sociedades anô-
cão, organizado ou não. nimas, com fins lucrativos, em que a habilitação para
operar em seus recintos independe da posse de ações
Dica ou qualquer outro vínculo, estando vinculada apenas
a quesitos estruturais, tecnológicos e formais.
Somente os valores mobiliários emitidos por Embora a legislação não impeça a criação de outras
companhia registrada na CVM podem ser nego- Bolsas, atualmente, há uma única Bolsa de Valores, Mer-
ciados na Bolsa e no mercado de balcão. cadorias e Futuros em operação no Brasil: a B3 — Brasil,
Bolsa, Balcão. A seguir, apresentamos um breve históri-
De acordo com a Lei nº 6.385, de 1976, as Bolsas de co, para que você compreenda a origem da B3.
Valores, as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as enti- Até 1999, a principal Bolsa de Valores do país era a
dades do mercado de balcão organizado e as entida- BOVESPA — Bolsa de Valores de São Paulo. Existiam, no
des de compensação e liquidação de operações com entanto, outras Bolsas com menor volume de negociação,
valores mobiliários têm autonomia administrativa, como a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e a Bolsa
financeira e patrimonial, e operam sob a supervisão de Valores Minas-Espírito Santo-Brasília (BOVMESB).
da Comissão de Valores Mobiliários. No ano 2000, ocorreu um processo de integração
A lei também prevê a autorregulação. As Bol- entre as Bolsas, e a BOVESPA passou a concentrar toda
sas de Valores, as Bolsas de Mercadorias e Futuros, a negociação de ações.
as entidades do mercado de balcão organizado e as Em 2007, a BOVESPA deixa de ser uma associação
entidades de compensação e liquidação de operações civil sem fins lucrativos e, oficialmente, torna-se uma
com valores mobiliários devem fiscalizar os respecti- empresa de capital aberto com ações negociadas em
vos membros e as operações com valores mobiliários seu próprio mercado de ações.
nelas realizadas, sendo consideradas órgãos auxilia- Em 2008, a BOVESPA integrou-se à Bolsa de Merca-
res da Comissão de Valores Mobiliários. dorias & Futuros (BM&F), tornando-se a única Bolsa de
De acordo com a Instrução CVM nº 461, de 2007, Valores, Mercadorias e Futuros em operação no Brasil.
consideram-se mercados de bolsa aqueles que fun- A instituição passou a se chamar BM&FBOVESPA. Vere-
cionam regularmente como sistemas centralizados mos, adiante, sobre as Bolsas de Mercadorias e Futuros.
e multilaterais de negociação e que possibilitam o Por último, em março de 2017, a partir da combina-
encontro e a interação de ofertas de compra e de ven- ção de atividades da BM&FBOVESPA, Bolsa de Valores,
da de valores mobiliários, ou que permitem a execu- Mercadorias e Futuros com a Cetip, empresa prestado-
ção de negócios, tendo como contraparte formador de ra de serviços financeiros no mercado de balcão orga-
mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas nizado, surgiu a B3 S.A. — Brasil, Bolsa, Balcão.
firmes de compra e de venda, respeitadas algumas A B3 é, hoje, uma sociedade de capital aberto, cujas
condições estabelecidas na norma. ações são negociadas em seu próprio mercado. Além
Entendem-se como sistemas centralizados e de ser a única Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
multilaterais de negociação aqueles em que todas em operação no Brasil, também é a maior depositária
as ofertas relativas a um mesmo valor mobiliário são de títulos de renda fixa da América Latina e a maior
direcionadas a um mesmo canal de negociação, fican- câmara de ativos privados do país. Tornou-se uma das
do expostas à aceitação e concorrência por todas as maiores empresas provedoras de infraestrutura para
partes autorizadas a negociar no sistema. o mercado financeiro do mundo.
2Portal do Investidor. Mercados Regulamentados de Bolsa e Balcão. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/siste-
310 ma_distribuicao/mercados_regulamentos.html. Acesso em: 13 set. 2021.
SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA O Sistema Selic é fundamental em possíveis casos
(SELIC) de falência ou insolvência de instituições financeiras. A
liquidação bruta em tempo real (LBTR) — as opera-
O Selic é o sistema no qual se efetua a custódia e se
ções são liquidadas uma a uma por seus valores brutos
faz o registro das transações com títulos públicos
em tempo real — e o registro das transações com títu-
federais. Esse sistema é gerido pelo Banco Central e
los públicos federais em seu banco de dados pode coibir
constitui uma infraestrutura do mercado financei-
fraudes e prevenir o contágio em outras instituições.
ro (IMF). Como infraestrutura, o Selic faz parte do Sis-
tema de Pagamentos Brasileiros (SPB).
Atualmente, o sistema Selic possui: SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

z Aproximadamente, 500 participantes; Sociedades de Crédito Imobiliário são instituições


z Em torno de 160 mil clientes individualizados; financeiras integrantes do Sistema Financeiro de
z 8 tipos de títulos distribuídos em cerca de 380 ven- Habitação (SFH) especializadas em operações de
cimentos, que estão depositados e equivalem a financiamento imobiliário.
99% da carteira de títulos públicos federais; São constituídas sob a forma de sociedade anô-
z Mensalmente, cerca de 40 leilões de títulos para o nima, devendo constar em sua denominação social a
Tesouro Nacional, que movimentam um montante expressão “crédito imobiliário”. São supervisionadas
de R$ 78 bilhões. pelo Banco Central.
A área de atuação da SCI é o financiamento
para construção de habitações, a abertura de crédi-
Importante! to para compra ou construção de casa própria e o
Não confunda Sistema Selic com Taxa Selic. financiamento de capital de giro a empresas incor-
poradoras, produtoras e distribuidoras de material de
construção.
Sistema Selic x Taxa Selic As Sociedades de Crédito Imobiliário não captam
recursos do público. Elas apenas repassam recur-
sos captados por outras instituições pertencentes
O Copom - Comitê de Política ao Sistema Financeiro de Habitação.
Monetária do BC - determina Por conta disso, atuam de forma mais limitada,
a meta da taxa Selic voltando-se para operações específicas, como o pro-
adequada para assegurar a grama Minha Casa, Minha Vida.
estabilidade de preço
ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO

As Associações de Poupança e Empréstimo (APE)


O BC é o gestor do Selic e atua são instituições constituídas sob a forma de socieda-
no mercado aberto para que a de civil, sendo de propriedade comum de seus asso-
média das taxas acordadas em ciados. Sua atuação é de âmbito regional, restrita à
operações compromissadas determinada região.
com prazo de um dia útil entre Elas foram criadas para facilitar aos associados
as instituições financeira (IFs) a aquisição da casa própria e captar, incentivar
situe-se próxima da meta e disseminar a poupança. Os depositantes tornam-
definida pelo Copom -se associados da instituição e são considerados seus
acionistas. Por isso, não recebem rendimentos e, sim,
dividendos.
O Selic é a infraestrutura do As APE fazem parte do Sistema Financeiro da
mercado financeiro para Habitação (SFH). De acordo com o Decreto-lei nº 70,
compra e venda de títulos de 1966, as APE têm como marcantes características:
públicos federais
Art. 2º [...]
Em cada negociação, o Selic em I - a formação de vínculo societário, para todos os
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tempo real transfere os títulos efeitos legais, através de depósitos em dinheiro efe-
para o comprador e determina o tuados por pessoas físicas interessadas em delas
crédito na conta do vendedor participar;
II - a distribuição aos associados, como dividendos,
da totalidade dos resultados líquidos operacionais,
uma vez deduzidas as importâncias destinadas à
constituição dos fundos de reserva e de emergência
e a participação da administração nos resultados
A taxa Selic é a taxa média das associações.
das operações
compromissadas com prazo Os recursos dos depositantes são, assim, classifi-
de um dia útil ocorridas cados no patrimônio líquido da associação, e não no
diariamente no Selic passivo exigível.
Os associados podem participar da APE de duas
formas básicas: ao adquirir financiamento imo-
biliário ou ao depositar seu dinheiro para formar
Fonte: site do Banco Central. poupança. 311
Suas operações ativas (aplicação de recursos) são, A legislação tributária citada na Resolução do CMN
basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e prevê que Factorings são pessoas jurídicas que exploram
ao SFH, através de financiamentos imobiliários. as atividades de prestação cumulativa e contínua
Já as operações passivas, de captação de recursos, de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
além dos depósitos de poupança, são constituídas de: gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, compras de direitos cre-
z Letras Hipotecárias (LH); ditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou
z Repasses e refinanciamentos contraídos no país; de prestação de serviços. Já o referido Projeto de Lei,
z Empréstimos e financiamentos contraídos no que está parado no Congresso Nacional e, embora ainda
exterior; não tenha sido aprovado, serve de referência para a ati-
z Letras de Crédito Imobiliário (LCI); vidade, define que se entende por fomento mercantil a
z Depósitos interfinanceiros. prestação contínua por sociedade de fomento mercantil
de um ou mais dos seguintes serviços a sociedades ou
As APEs compõem o Sistema Brasileiro de Poupan- firmas que tenham por objetivo o exercício das ativida-
ça e Empréstimo (SBPE) e são supervisionadas pelo des mercantis ou de prestação de serviços, bem como
Banco Central. a pessoas que exerçam atividade econômica em nome
Hoje, a Poupex (Associação de Poupança e Emprés- próprio e de forma organizada:
timo) é a única APE em funcionamento. Como foi dito,
as APEs têm, por definição, âmbito de atuação regio- z Acompanhamento de processo produtivo ou
nal. No entanto, curiosamente, a Poupex tem a parti- mercadológico;
cularidade de atuar em âmbito nacional. Ela é gerida z Acompanhamento de contas a receber e a pagar;
pela Fundação Habitacional do Exército (FHE). z Seleção e avaliação de clientes, devedores ou
fornecedores.

Segundo o Projeto de Lei, o contrato de fomento mer-


SOCIEDADES DE FOMENTO cantil poderá prever, conjugadamente com a prestação
de serviços, a compra à vista, total ou parcial, pela
MERCANTIL (FACTORING) E sociedade de fomento mercantil de direitos creditórios
SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE no mercado nacional ou internacional.
Como você pode ver, as Factorings atuam, basica-
CARTÕES DE CRÉDITO mente, como assessorias creditícias e mercadológicas. No
Ao estudar as Sociedades de Fomento Mercantil, ou entanto, sua principal atividade é a compra de direitos
Factorings, como são conhecidas, a primeira infor- creditórios originados de contratos de venda mercan-
til a prazo. Esta é, aliás, a definição de uma operação de
mação que você deve guardar é a de que elas não são
factoring: aquisição de direitos creditórios resultantes de
instituições financeiras e, como tais, não são regu-
vendas mercantis a prazo.
ladas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil
As Factorings (Sociedades de Fomento Mercantil) são
ou pela Comissão de Valores Mobiliários. Trata-se assim chamadas porque realizam operações de factoring,
de uma atividade comercial que deve ser legalmente ou seja, as Sociedades de Fomento Mercantil prestam
constituída e registrada na Junta Comercial, não serviços e compram créditos (direitos) de empresas resul-
necessitando de autorização ou registro no Banco tantes de suas vendas mercantis a prazo. A transação do
Central ou na CVM para funcionamento. factoring é mercantil. Trata-se de uma compra definitiva
A propósito, o Conselho Monetário Nacional pro- em que a Sociedade de Fomento Mercantil assume os ris-
nunciou-se através da Resolução CMN nº 2144, de 1995, cos de insolvência dos direitos creditórios que adquiriu.
em que afirmou que qualquer operação praticada Apesar da semelhança com o desconto bancário, as
por empresa de fomento mercantil que não se ajuste operações de factoring dele se diferenciam, pois não há
ao previsto na legislação tributária e que caracterize o chamado direito de regresso, ao contrário da opera-
operação privativa de instituição financeira, nos ção bancária. Caso o crédito adquirido pela Sociedade de
termos do art. 17, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro Fomento Mercantil não seja pago pelo devedor, não há
de 1964, constitui ilícito administrativo e criminal. previsão para que a empresa cliente que cedeu (vendeu)
o crédito arque com o pagamento. Por se tratar de ope-
Art. 17 Consideram instituições financeiras, para ração mercantil (de compra e venda), ao adquirir o cré-
os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídi- dito, a Factoring assume o risco de um eventual não
cas públicas ou privadas, que tenham como ativi- pagamento. Vale ressaltar que há algumas divergências
dade principal ou acessória a coleta, intermediação na doutrina sobre o tema, mas essa tem sido a posição
ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de adotada pelas bancas de concursos.
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a Resumindo, o factoring (o termo em português, que é
custódia de valor de propriedade de terceiros. pouco utilizado, é faturização) consiste em um negócio
complexo no qual a empresa-cliente pode contratar dife-
Neste sentido, Sociedades de Fomento Mercantil rentes serviços de apoio e assessoria empresarial, aí com-
não podem coletar, intermediar ou aplicar recur- preendida a venda à vista para a Sociedade de Fomento
sos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda Mercantil dos direitos de suas vendas mercantis (crédi-
nacional ou estrangeira, e tampouco custodiar valo- tos), materializados em títulos de crédito, gerando recur-
res de propriedade de terceiros. sos imediatos para aplicação em seu ciclo operacional.
O que as Factorings fazem? Quais as atividades Essa empresa cliente (faturizada) transfere os direitos
que desenvolvem? de suas vendas mercantis para a Sociedade de Fomento
Não há uma lei específica que regule essa ativida- Mercantil (faturizadora), que, no vencimento, vai cobrar
de no Brasil. No entanto, um Projeto de Lei sobre o do comprador (sacado, devedor). Trata-se, portanto, de
assunto tramita no Congresso Nacional desde o ano uma autêntica transação mercantil realizada à vista
2000 e está parado na Mesa Diretora da Câmara dos com recursos próprios da empresa de fomento mercantil
312 Deputados desde julho de 2012. e, não, de uma operação de crédito.
Vale destacar, também, que a operação de factoring de Pagamento. Mais recentemente, o Banco Central
é uma atividade comercial mista atípica, que agrega definiu, de forma mais esclarecedora, que uma das
prestação de serviços com compra de créditos (direi- modalidades das instituições de pagamento é a de
tos creditórios) resultantes de vendas mercantis. Em emissor de instrumento de pagamento pós-pago,
geral, Sociedades de Fomento Mercantil têm como foco que vem a ser a instituição de pagamento que geren-
principal atender pequenas e médias empresas, nor- cia conta de pagamento de usuário final pagador, do
malmente com mais dificuldade de acesso a serviços no tipo pós-paga, e disponibiliza transação de pagamento
sistema financeiro, fomentando-as de modo a ajudá-las com base nessa conta. Essa definição aprimorou o texto
a solucionar problemas operacionais e de fluxo de caixa. anteriormente trazido pela Lei nº 12.865, de 2013, des-
crevendo, de forma clara, a atuação de uma sociedade
administradora de cartões de crédito.
Importante!
INSTITUIÇÕES DE PAGAMENTO
Apesar de o factoring não ser considerado uma ope-
ração financeira, de acordo com a legislação tributá- A Lei nº 12.865, de 2013, definiu que Instituições
ria, ao cliente vendedor dos direitos creditórios cabe de Pagamento são pessoas jurídicas que, aderin-
arcar com o pagamento de IOF — imposto sobre do a um ou mais arranjos de pagamento, tenham
operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas como atividade principal ou acessória, alternativa ou
cumulativamente:
a Títulos ou Valores Mobiliários, mais conhecido
como Imposto sobre Operações Financeiras. z Disponibilizar serviço de aporte ou saque de
recursos mantidos em conta de pagamento;
z Executar ou facilitar a instrução de pagamento
MODALIDADES DE FACTORING relacionada a determinado serviço de pagamen-
z Convencional: É a compra de direitos de crédi- to, inclusive transferência originada de ou desti-
to das empresas (clientes) fomentadas, formaliza- nada à conta de pagamento;
da através de um contrato de fomento mercantil. z Gerir conta de pagamento;
Quase que a totalidade das operações realizadas z Emitir instrumento de pagamento (caso em que se
no Brasil são dessa espécie; enquadram as Administradoras de Cartão de Crédito);
z Maturity: A Sociedade de Fomento Mercantil admi- z Credenciar a aceitação de instrumento de
nistra as contas a receber do cliente, eliminando pagamento;
gastos e profissionalizando as operações de cobrança; z Executar remessa de fundos;
z Trustee: Trata-se de uma prestação de serviços z Converter moeda física ou escritural em moeda
mais completa, conjugada com a compra de cré- eletrônica, ou vice-versa, credenciar a aceitação
ditos. A Factoring compra os títulos de crédito, ou gerir o uso de moeda eletrônica;
assume a cobrança e presta assessoria adminis- z Outras atividades relacionadas à prestação de ser-
trativa e financeira ao cliente; viço de pagamento, designadas pelo Banco Central
z Exportação: A exportação é intermediada por do Brasil.
duas Factorings, uma em cada país envolvido na
Um dos objetivos da Lei foi, justamente, tornar cla-
operação comercial, que garantem a operacionali-
ro que a prestação de serviços de pagamento não
dade e liquidação do negócio;
é exclusividade de instituições financeiras, permi-
z Fomento à matéria-prima: A sociedade de Fomento
tindo, assim, que instituições não financeiras prestem
Mercantil opera como intermediária entre seu cliente
e um fornecedor de matéria-prima. A Factoring com- esses serviços. Além disso, a disseminação e pulveri-
pra a matéria-prima à vista e adquire o direito futu- zação do mercado de cartões e o aumento vertiginoso
ro do fornecedor. Posteriormente, o cliente paga a das compras pela internet, causando o surgimento de
empresa de fomento mercantil com o faturamento novas formas de pagamento, tornaram necessária a
gerado após a transformação da matéria-prima. implementação de um novo marco regulatório para o
setor. É importante ressaltar, no entanto, que é veda-
SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE da às Instituições de Pagamento a realização de
CRÉDITO atividades privativas de instituições financeiras.
De acordo com Resolução BCB nº 80, de 25 de mar-
Sociedades Administradoras de Cartão de Crédito ço de 2021, existem quatro modalidades de insti-
são instituições não financeiras emissoras de car- tuições de pagamento definidas pelo Banco Central,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tão de crédito. conforme os serviços de pagamento prestados:


A princípio, é necessário compreender que exis-
tem dois tipos de instituição que podem emitir cartões Art. 3º [...]
de crédito, quais sejam: I - emissor de moeda eletrônica: instituição de
pagamento que gerencia conta de pagamento de usuá-
z Instituições financeiras: Notadamente, são ban- rio final, do tipo pré-paga, disponibiliza transação de
cos que emitem e administram cartões próprios ou pagamento que envolva o ato de pagar ou transferir,
de terceiros e concedem financiamento direto aos com base em moeda eletrônica previamente aportada
portadores; nessa conta, converte tais recursos em moeda física
z Sociedades Administradoras de Cartão de Cré- ou escritural, ou vice-versa, podendo habilitar a acei-
dito: São instituições não financeiras que emitem tação da moeda eletrônica com a liquidação em conta
e administram cartões próprios ou de terceiros, de pagamento por ela gerenciada;
mas não financiam para os seus clientes. II - emissor de instrumento de pagamento pós-
-pago: instituição de pagamento que gerencia con-
A partir de 2013, com o advento da Lei nº 12.865, de ta de pagamento de usuário final pagador, do tipo
2013, as Sociedades Administradoras de Cartão de Cré- pós-paga, e disponibiliza transação de pagamento
dito foram incluídas no rol das chamadas Instituições com base nessa conta; 313
III - credenciador: instituição de pagamento que, É preciso compreender as diferenças entre insti-
sem gerenciar conta de pagamento: tuição de pagamento e arranjo de pagamento.
a) habilita recebedores para a aceitação de instru- Segundo o Banco Central, um arranjo de paga-
mento de pagamento emitido por instituição de mento é o conjunto de regras e procedimentos que
pagamento ou por instituição financeira partici- disciplina a prestação de determinado serviço de
pante de um mesmo arranjo de pagamento; e pagamento ao público. São exemplos os procedimentos
b) participa do processo de liquidação das transa- utilizados para realizar compras com cartões de crédito,
ções de pagamento como credor perante o emissor, débito e pré-pago, seja em moeda nacional ou em moeda
de acordo com as regras do arranjo de pagamento; e estrangeira. Os serviços de transferência e remessas de
IV - iniciador de transação de pagamento: ins- recursos também são arranjos de pagamentos.
tituição de pagamento que presta serviço de inicia- Já as instituições de pagamento são pessoas jurí-
ção de transação de pagamento:
dicas não financeiras que executam os serviços de
a) sem gerenciar conta de pagamento; e
pagamento no âmbito do arranjo e que são respon-
b) sem deter em momento algum os fundos transfe-
sáveis pelo relacionamento com os usuários finais do
ridos na prestação do serviço.
serviço de pagamento. São exemplos os credenciado-
Por fim, cumpre mencionar que Instituições de Paga- res de estabelecimentos comerciais para a aceitação
mento devem constituir-se como sociedade empresá- de cartões (Cielo, Redecard etc.) e as instituições não
ria limitada ou anônima. financeiras que acolhem recursos do público para
Vejamos, a seguir, uma imagem a qual ilustra o assun- fazerem pagamentos ou transferências ou que admi-
to em comento. nistram contas de pagamento (Nubank, Mercado
Pago, Pag Seguro, Paypal, PicPay etc.).
A regulamentação de arranjos e instituições do
pagamento cabe ao Banco Central. No entanto, o
Bacen eximiu o cumprimento da maior parte das
regras às instituições de pagamento consideradas
de propósito limitado, por entender que não ofere-
cem risco ao normal funcionamento das transa-
ções de pagamentos de varejo. Por exemplo, não são
regulados pelo Banco Central os cartões conhecidos
como “private label”, comumente emitidos por gran-
des comerciantes, como lojas de departamento, e que
só podem ser usados no estabelecimento que o emitiu
ou em estabelecimentos pertencentes a uma mesma
rede, como franquia ou licenciados.
O Banco Central somente regula esses cartões emi-
tidos por lojas no que se refere ao eventual financia-
mento concedido por uma instituição financeira ao
cliente para pagamento da fatura. Porém, o emissor
de instrumento de pagamento pós-pago deve, neces-
sariamente, solicitar ao Banco Central autorização
para funcionamento quando alcançar movimenta-
ção financeira superior a R$500.000.000,00 (quinhen-
tos milhões de reais), considerando o somatório dos
valores correspondentes às transações de pagamento
autorizadas nos últimos doze meses.
O que são Contas de Pagamento?
A conta de pagamento é uma conta que pode ser
utilizada pelo cliente para a realização de saques, paga-
mentos de contas e pagamentos de transações realizadas
por cartões de débito ou crédito, ou para a realização de
transferências entre contas mantidas na mesma institui-
ção e em outras instituições de pagamento ou institui-
ções financeiras (via PIX, TED ou DOC).
A conta de pagamento surgiu para fomentar a
inclusão bancária e facilitar a vida de seus titulares.
Tudo o que é relacionado a ela — abertura, operações,
relacionamento entre cliente e instituição — pode ser
feito digitalmente. Além disso, ela pode ser oferecida
por instituições de pagamento, bancos, cooperativas
de crédito e por outras instituições financeiras.
Os recursos mantidos em contas de pagamento não
respondem diretamente por nenhuma obrigação da
instituição de pagamento e não podem ser objeto de
arresto, sequestro, busca e apreensão ou de qualquer
outro ato ocasionado por débitos de responsabilidade
da instituição de pagamento. Esses recursos não com-
põem o ativo da instituição para efeito de falência ou
Arranjos de Pagamento. Banco Central do Brasil. Disponível em: liquidação judicial e extrajudicial e ficam alocados em
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjospagamento. conta específica mantida no Banco Central ou são apli-
314 Acesso em: 2 jan. 2022. cados em Títulos Públicos Federais.
z Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores
PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS, dos mercados supervisionados;
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO, PLANOS z Promover o aperfeiçoamento das instituições e
DE APOSENTADORIA E PENSÃO dos instrumentos operacionais a eles vinculados,
com vistas à maior eficiência do Sistema Nacio-
PRIVADOS E PLANOS DE SEGUROS nal de Seguros Privados e do Sistema Nacional de
Capitalização;
SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS z Promover a estabilidade dos mercados sob sua
jurisdição, assegurando sua expansão e o funcio-
O Subsistema Normativo namento das entidades que neles operem;
z Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
Dentro do sistema de seguros privados, nós temos, integram o mercado;
assim como no sistema financeiro que vimos anterior- z Disciplinar e acompanhar os investimentos daque-
mente, uma estrutura composta por órgão normativo, las entidades, em especial os efetuados em bens
entidade supervisora e os operadores. garantidores de provisões técnicas;
Neste sistema, nós temos como órgão normativo z Cumprir e fazer cumprir as deliberações do
o Conselho Nacional de Seguros Privados, o CNSP, CNSP e exercer as atividades que por este forem
responsável por fixar as diretrizes e normas da políti- delegadas;
ca de seguros privados. Ele é composto pelo Ministro z Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
da Economia (Presidente), representante do Ministé-
rio da Justiça, representante da Secretaria da Previ- O Subsistema Operador do Sistema de Seguros
dência Social, Superintendente da Superintendência Privados
de Seguros Privados, representante do Banco Central
do Brasil e representante da Comissão de Valores
As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP
Mobiliários.
e a SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e
São atribuições do CNSP:
fiscalizam suas atuações neste mercado.
z Fixar diretrizes e normas da política de seguros
Sociedades de Capitalização
privados;
z Regular a constituição, organização, funcionamen-
Constituídas sob a forma de sociedades anô-
to e fiscalização dos que exercem atividades subor-
nimas, elas negociam contratos (títulos de capita-
dinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
lização) que têm por objeto o depósito periódico de
bem como a aplicação das penalidades previstas;
prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá,
z Fixar as características gerais dos contratos de
seguro, previdência privada aberta, capitalização depois de cumprido o prazo contratado, o direito de
e resseguro; resgatar parte dos valores depositados corrigidos por
z Estabelecer as diretrizes gerais das operações de uma taxa de juros estabelecida contratualmente; con-
resseguro; ferindo, ainda, quando previsto, o direito de concor-
z Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do rer a sorteios de prêmios em dinheiro.
IRB;
z Prescrever os critérios de constituição das Socie- O Título de Capitalização (Circular 569/2028)
dades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com É um produto em que parte dos pagamentos
fixação dos limites legais e técnicos das respectivas realizados pelo subscritor (adquirente) e usado
operações; para formar um capital mínimo, segundo cláusulas
z Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão e regras aprovadas e mencionadas no próprio título
de corretor. (Condições Gerais do Título), e que, além disso, será
pago em moeda corrente nacional em um prazo
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superin- máximo estabelecido no contrato, dando também
tendência de Seguros Privados) que é a autarquia ao adquirente/subscritor o direito a participação em
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados sorteios.
Os prazos dos títulos de capitalização são:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de seguro, previdência privada aberta, capitalização
e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da
Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de z Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o
novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os Subscritor compromete-se a efetuar os pagamen-
mercados supervisionados, assegurando sua estabili- tos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra
dade e os direitos do consumidor. possibilidade, como colocada acima, é a de o título
São atribuições da SUSEP: ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento
Único (PU);
z Fiscalizar a constituição, organização, funciona- z Prazo de Vigência: é o período durante o qual o
mento e operação das Sociedades Seguradoras, de Título de Capitalização está sendo administrado
Capitalização, Entidades de Previdência Privada pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital
Aberta e Resseguradores, na qualidade de execu- relativo ao título, em geral, atualizado monetaria-
tora da política traçada pelo CNSP; mente pela TR e capitalizado pela taxa de juros
z Atuar no sentido de proteger a captação de pou- informada nas Condições Gerais. É o prazo que
pança popular que se efetua através das operações compreende o início e o fim do título, ou seja, o
de seguro, previdência privada aberta, de capitali- prazo em que o cliente ou subscritor concorre aos
zação e resseguro; sorteios; 315
z Prazo de Carência: é o período em que o subscri- O subscritor neste caso é a empresa que compra o
tor (cliente) não pode solicitar o resgate da capita- título e o cede total ou parcialmente (somente o direi-
lização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo to ao sorteio) aos clientes consumidores do produto
de 24 meses em qualquer modalidade. utilizado no evento promocional.
Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias e prazo
Formas de pagamento: de 60 dias de carência para resgate.

z Por Mês (PM) z Modalidade de instrumento de garantia:


É um título que prevê um pagamento a cada mês
Permite que o título de capitalização seja utiliza-
de vigência do título.
do como uma garantia ou caução. Com isso, o título
de capitalização passa a ser uma alternativa ao segu-
z Por Período (PP)
ro garantia e à fiança à locação ou obrigação com
É um título em que não há correspondência entre terceiros.
o número de pagamentos e o número de meses de O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso
vigência do título. o contrato seja quebrado pelo subscritor/adquirente
do título, desta forma não se fala de carência para res-
z Pagamento Único (PU) gate. O subscritor/ adquirente poderá resgatar o título
durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com
É um título em que o pagamento é único (realiza- a anuência do terceiro.
do uma única vez), tendo sua vigência estipulada na A vigência mínima será de 6 meses.
proposta. (no mínimo 12 meses). Note que nem sem-
pre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir. z Modalidade de filantropia premiável:

Modalidades: É um instrumento para que entidades beneficen-


tes de assistência social angariem recursos. Nessa
z Modalidade Tradicional: modalidade, o direito de resgate do valor do título de
capitalização é cedido para a entidade beneficente,
Define-se como Modalidade Tradicional o Título de permanecendo o cliente apenas com o direito de par-
Capitalização que tem por objetivo restituir ao titular,
ticipar de sorteios.
ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor
total dos pagamentos efetuados pelo subscritor Só pode ser estruturado na forma PU (pagamento
(cliente), desde que todos os pagamentos previstos único), vigência mínima de 60 dias e para resgate ape-
tenham sido realizados nas datas programadas. nas após 60 dias contados da aplicação.
Deve possuir prazo de vigência mínimo de 12
meses e tem carência mínima de 30 dias para resgate. Categoria Instantânea

z Modalidade Compra-Programada: A famosa raspadinha agora pode ser atrelada a


título de capitalização. Este procedimento já era feito
Define-se como Modalidade Compra-Programa- há anos no Brasil, mas não era regulamentado pela
da o Título de Capitalização em que a sociedade de SUSEP, o que mudou após a publicação da Circular
capitalização garante ao titular, ao final da vigência, 569/2018. É importante frisar que Categoria Instantâ-
o recebimento do valor de resgate em moeda corrente nea não pode ser confundida com modalidade.
nacional, sendo disponibilizada ao titular a faculdade
de optar, se este assim desejar e sem qualquer outro
Como é estruturado um título de capitalização?
custo, pelo recebimento do bem ou serviço referen-
ciado na ficha de cadastro, subsidiado por acordos
comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou Os títulos de capitalização são estruturados com
empresas comerciais. prazo de vigência igual ou superior a 12 meses e em
Devem ser estruturados na forma PM (Por Mês) ou séries cujo tamanho deve ser informado no próprio
PP (Por Período), possuem prazo de vigência míni- título, sendo no mínimo de 10.000 títulos. Por exem-
mo de 6 meses e 30 dias de carência para resgate. plo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida
por até 100.000 clientes diferentes, que são regidos
z Modalidade Popular: pelas mesmas condições gerais e se for o caso, concor-
rerão ao mesmo tipo de sorteio.
Define-se como Modalidade Popular o Título de O título prevê pagamentos a serem realizados pelo
Capitalização que tem por objetivo propiciar a partici- subscritor. Cada pagamento apresenta, em geral, três
pação do titular em sorteios, sem que haja devolução componentes:
integral dos valores pagos. Tem vigência mínima de
12 meses e carência mínima de 60 dias para resgate.
z Cota de Capitalização: parte que é destinada a
A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade.
acumulação do capital, corrigira monetariamente
z Modalidade Incentivo: por um índice fixado no contrato. Deve ser maior
que as demais cotas;
Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de z Cota de sorteio: parte destinada ao pagamento
Capitalização que está vinculado a um evento promo- dos prêmios aos sorteados;
cional de caráter comercial instituído pelo Subscritor z Cota de Carregamento: parte destinada as despe-
para alavancar as vendas de seus produtos ou servi- sas administrativas da sociedade de capitalização
316 ços ou para fidelizar seus clientes. com a administração do título.
Os valores dos pagamentos são fixos? limite de 12% da sua renda bruta anual. Assim, pode-
Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os paga- rá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar
mentos são obrigatoriamente fixos. Já nos títulos com sua restituição de IR. Vamos supor que um contribuin-
vigência superior, é facultada a atualização dos paga- te tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil.
mentos, a cada período de 12 meses, por aplicação de Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil.
um índice oficial estabelecido no próprio título. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL,
só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção:
O resgate é sempre inferior ao valor total que foi esse benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que
fazem a declaração do Imposto de Renda pelo for-
pago?
mulário completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é
Não. Alguns títulos possuem ao final do prazo de tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é ideal.
vigência um percentual de resgate igual ou até mesmo Ele é indicado também para quem deseja diversificar
superior a 100%, isto é, se fosse, por exemplo 100%, seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais
significaria que o titular receberia ao final do prazo de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto por-
de vigência, tudo o que pagou, além da atualização que, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre
monetária, que é o caso do produto Tradicional. o ganho de capital.

ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL


COMPLEMENTAR (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano
Gerador de Benefício Livre)? Não, a portabilidade só
Entidades abertas de previdência complementar é permitida entre planos do mesmo segmento, isto
é, entre planos de previdência complementar aberta
- são entidades constituídas unicamente sob a forma
(PGBL para PGBL), ou entre planos de seguro de vida
de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir
com cobertura por sobrevivência (VGBL para VGBL).3
e operar planos de benefícios de caráter previden-
ciário, concedidos em forma de renda continuada,
Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o
pagamentos por período determinado ou paga-
período de diferimento, terão como critério de remu-
mento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. neração da provisão matemática de benefícios a con-
ceder, a rentabilidade da carteira de investimentos
Os Planos de Previdência Complementar Abertos do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituí-
do para o plano, ou seja, DURANTE O PERÍODO DE
Os planos são comercializados por bancos e segu- DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNE-
radoras, e podem ser adquiridos por qualquer pessoa RAÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.
física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de pla-
dita as regras dos planos de Previdência Privada é a nos de previdência.
Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é
ligada ao Ministério da Economia. PGBL X VGBL
Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL.
PGBL significa Plano Gerador de Benefício Livre e Abatimento das Tratamento Durante o período
VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre. contribuições no Fiscal de acumulação, os
São planos previdenciários que permitem que você Imposto de Renda recursos aplicados
acumule recursos por um prazo contratado. Durante (até o limite de estão isentos de
esse período, o dinheiro depositado vai sendo investi- 12% da Renda tributação sobre
do e rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido. Bruta anual) du- os rendimentos.
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa rante o período de Somente no mo-
por duas fases: o período de investimento e o período acumulação. So- mento do recebi-
de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando bre os valores de mento de renda ou
estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase resgate e rendas resgate haverá a
de formação de patrimônio. Já o período de benefício haverá a incidên- incidência de Im-
começa a partir da idade que você escolhe para come- cia de tributação posto de Renda
çar a desfrutar do dinheiro acumulado durante anos de
Mais atraente Para quem Para quem é isento,
trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é você
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para quem de- é indicado declara Imposto de


quem escolhe. É possível resgatar o patrimônio acumu-
clara Imposto de Renda simplificado
lado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para
Renda completo, ou tem previdência
passar a receber, mensalmente, da empresa seguradora.
podendo aprovei- complementar e/
É importante lembrar que tanto o período de
tar o abatimento ou já abate o limite
investimento quanto o período de benefício não preci-
da Renda Bruta máximo de 12% da
sam ser contratados com a mesma seguradora. Desta
anual na fase de Renda Básica anual
forma, uma vez encerrado o período de investimento,
contribuição
o participante fica livre para contratar uma renda na
instituição que escolher.
Fonte: Conde Consultoria Atuarial

Diferença entre PGBL e VGBL


Os planos de Previdência Privada cobram dois
A principal distinção entre eles está na tributação. tipos de taxa que devem ser observados na hora da
No PGBL, você pode deduzir o valor das contribui- contratação: a taxa de administração financeira e a
ções da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com taxa de carregamento.

3 Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-complementar-aberta#duvidasfaq 317


A taxa de administração financeira é cobrada o resgate, terá de fazer um ajuste no seu imposto de
pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de renda para mais ou para menos, a depender o valor do
investimento exclusivo, criado para o seu plano, e seu salário e da alíquota cobrada, por isso o nome Pro-
pode variar de acordo com as condições comerciais gressiva, pois aumenta conforme seu salário progride.
do plano contratado. Os que têm fundos com investi- Por exemplo, eu ganho 10 mil reais por ano, por-
mentos em ações, por serem mais complexos, normal- tanto não preciso declarar imposto de renda, e se eu
mente têm taxas um pouco maiores do que aqueles declarar não preciso pagar imposto, logo minha pre-
que investem apenas em renda fixa. vidência está sujeita a imposto de 15% e quando você
efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você
não deve pagar imposto de renda, pode receber o
Importante! valor cobrado de volta como restituição.
Agora um outro exemplo:
A taxa de administração financeira é cobrada Ganho 70 mil reais por ano, logo, devo declarar
diariamente sobre o valor total da reserva e a imposto de renda e devo pagar imposto, ou esse pode
rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o ser retido no meu salário pelo meu empregador se eu
valor da taxa de administração já debitado. for assalariado. Para quem ganha 70 mil reais por ano o
imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previdência
sairá de um imposto de 15% para um imposto de 27,5%.
A taxa de carregamento incide sobre cada depó-
Desta forma você deverá pagar imposto a mais por ela
sito que é feito no plano. Ela serve para cobrir des-
e não receberá nada de volta a título de restituição.
pesas de corretagem e administração. Na maioria dos
Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhi-
casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5%, sen-
da com cuidado, e com o pensamento no fato de que
do o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o
se sua renda subir demais você pagará mais imposto.
valor de cada contribuição que você fizer. No mercado
há três formas de taxa de carregamento, dependendo
A Alíquota Regressiva
do plano contratado. São elas:
Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na
z Antecipada: incide no momento do aporte. Esta
forma inversa a Progressiva, ou seja, começará alto,
taxa é decrescente em função do valor do aporte
em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou
e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior
seja, a alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modali-
o valor do aporte ou quanto maior o montante
dade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no
acumulado, menor será a taxa de carregamento
plano de previdência por muito tempo, e que queiram
antecipada.
utilizar a aplicação como benefício futuro de aposenta-
z Postecipada: incide somente em caso de porta-
doria. Indicada para aqueles clientes que estão pensan-
bilidade ou resgates. É decrescente em função do
do em muito longo prazo. Deve, também, ser escolhida
tempo de permanência no plano, podendo chegar
com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou
a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de perma-
Regressiva é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
nência, menor será a taxa.
Tome cuidado, pois existe a possibilidade de troca
z Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no
de regime tributário de Progressivo para Regressivo, e
ingresso de aportes ao plano), quanto na saída (na
isso encontra amparo na Lei 11.053. Embora a lei não
ocorrência de resgates ou portabilidades). Como
seja muito clara, ela faz menção ao fato de que o clien-
você pode ver, existem produtos que extinguem a
te que tenha uma previdência na moralidade tributária
cobrança dessa taxa após certo tempo de aplica-
progressiva possa migrar para a alíquota regressiva,
ção. Outros atrelam esse percentual ao saldo inves-
mas isso só pode ser feito uma única vez e é irreversível.
tido: quanto maior o volume aplicado, menor a
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC
taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes
assinaram um acordo em março daquele ano para
de escolher seu plano de previdência.
que fosse possível a migração entre previdência
complementar aberta para fechada e vice-versa,
Alíquotas do Imposto de Renda (IR)
entretanto o acordo não especifica como e em que ter-
mo essa migração é feita, ficando clara apenas a auto-
A alíquota do imposto de renda serve para tributar rização para migração.
a renda que você receberá ao final do plano, quando
for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
única vez. Claro que a receita federal não ficaria de
fora desse seu dinheiro, não é? Logo, esta alíquota
Como vimos anteriormente, além das Sociedades
pode ser cobrada de duas formas de acordo com a
de Capitalização, das seguradoras e das Entidades
escolha do cliente.
Abertas de Previdência Complementar, existem as
Entidades Fechadas de Previdência complemen-
A Alíquota Progressiva
tar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP
nem, tampouco, são fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:
Esta forma de tributação é ideal para quem não
declara imposto de renda ou se declara como isento,
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
pois o imposto cobrado na previdência no momento
COMPLEMENTAR
do resgate será de 15%, independente do prazo.
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou
Conselho Nacional de Previdência Complementar
seja, você passe a ganhar o suficiente para pagar impos-
(CNPC) é um órgão colegiado que integra a estrutura
to de renda, a tributação que era 15% passa a acompa-
do Ministério da Economia, reunindo-se trimes-
nhar a tributação do seu salário, e quando você efetuar
318 tralmente, e cuja competência é regular o regime de
previdência complementar operado pelas entidades A Superintendência Nacional de Previdência Com-
fechadas de previdência complementar (fundos de plementar (PREVIC) é uma autarquia vinculada ao
pensão). Ministério da Economia, responsável por fiscalizar
O CNPC é o novo órgão com a função de regular as atividades das entidades fechadas de previdência
o regime de previdência complementar operado complementar (fundos de pensão).
pelas entidades fechadas de previdência comple- Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos
mentar, nova denominação do Conselho de Gestão da recursos das reservas é orientada pelo CMN.
Previdência Complementar.

SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR (PREVIC)

Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009

Art. 1º Fica criada a Superintendência Nacional de


Previdência Complementar - PREVIC, autarquia de
natureza especial, dotada de autonomia administra-
tiva e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao
Ministério da Economia, com sede e foro no Distri-
to Federal e atuação em todo o território nacional.
Parágrafo único. A Previc atuará como entidade
de fiscalização e de supervisão das atividades das SOCIEDADES SEGURADORAS
entidades fechadas de previdência complementar
e de execução das políticas para o regime de pre- São entidades, constituídas sob a forma de socie-
vidência complementar operado pelas entidades dades anônimas, especializadas em pactuar contrato,
fechadas de previdência complementar, observadas
por meio do qual assumem a obrigação de pagar
as disposições constitucionais e legais aplicáveis.
ao contratante (segurado), ou a quem este designar,
Art. 2º Compete à Previc:
I - proceder à fiscalização das atividades das enti- uma indenização, no caso em que advenha o risco
dades fechadas de previdência complementar e indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio
de suas operações; estabelecido.
II - apurar e julgar infrações e aplicar as penali-
dades cabíveis; O Seguro
III - expedir instruções e estabelecer procedimen-
tos para a aplicação das normas relativas à sua Contrato mediante o qual uma pessoa denomina-
área de competência, de acordo com as diretrizes da Segurador, se obriga, mediante o recebimento de
do Conselho Nacional de Previdência Complemen- um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada
tar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no Segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros,
10.683, de 28 de maio de 2003; previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).
IV - autorizar: Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado
a) a constituição e o funcionamento das enti-
e em troca disto recebe um prêmio em dinheiro, logo,
dades fechadas de previdência complementar,
cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do
bem como a aplicação dos respectivos estatutos e
regulamentos de planos de benefícios;
segurado.
Para se proteger as seguradoras se valem de pes-
quisas e questionários sobre o segurado para buscar
Entidades Fechadas de Previdência Complementar
calcular a probabilidade de um evento acontecer ou
não. Estes eventos são os fatos geradores ou, simples-
As entidades fechadas de previdência complemen-
mente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o
tar (fundos de pensão) são organizadas sob a forma
segurador deve indenizar o segurado conquanto que
de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos
o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados
de uma empresa ou grupo de empresas ou aos ser- dois. Este contrato chamamos de apólice. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios, entes denominados patrocinadores As partes da proposta de seguro:
ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de
caráter profissional, classista ou setorial, denomina- z Apólice: proposta formal aceita pela seguradora;
das instituidores. z Endosso: poder que se tem de mudar o bem em
As entidades de previdência fechada devem seguir garantia ou características do bem garantido;
as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Mone- z Prêmio: prestação paga periodicamente pelo
tário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 segurado;
de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos z Sinistro: prejuízo causado a um bem segurado;
recursos dos planos de benefícios. z Indenização: valor que segurado recebe caso o
sinistro ocorra;
O Plano de Previdência Fechado z Franquia: contribuição do segurado para libera-
ção da indenização, é a coparticipação do segura-
Também conhecido como fundos de pensão, é cria- do no prejuízo.
do por empresas e voltado exclusivamente aos seus
funcionários, não podendo ser comercializado para Dentro do mercado de seguros, nós temos dois
quem não é funcionário daquela empresa. grandes grupos de seguros: 319
Seguros de Acumulação O seguro individual é uma relação entre uma pes-
soa ou uma família e uma seguradora. A seguradora,
Onde eu invisto um capital por um determinado pra- evidentemente, terá de aferir corretamente o risco
zo e, ao final, recebo o valor de volta, corrigido por um segurado e pulverizá-lo, colocando-o numa carteira
indexador de juros. Então é chamado de acumulação onde existem diversos riscos semelhantes, mas inde-
porque há um acúmulo de dinheiro que ao final poderá pendentes entre si.
ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra. O seguro em grupo é o seguro de um conjunto
Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL, de pessoas ligadas entre si de modo que se estabelece
VGBL), Títulos de Capitalização. uma relação triangular entre a seguradora, o segura-
do e o grupo a que ele pertence.
Seguros de Risco O grupo pode ser constituído por uma empresa, por
uma organização sem fins lucrativos, por uma associação
São os famosos fatos geradores. Esses seguros profissional, ou por uma pessoa física. Os seguros contra-
foram criados para o segurado contribuir com um tados por empresas são chamados de empresariais ou
valor, e por meio dessa contribuição ele recebe uma corporativos. É um seguro em grupo, formalizado por
uma única apólice que garante coberturas estabeleci-
indenização caso algum sinistro aconteça com o bem
das de acordo com um critério objetivo e uniforme, não
segurado, que pode ser um bem material ou até mes-
dependente exclusivamente da vontade do segurado.
mo a própria vida.
A seguradora, com base nos contratos de adesão ao
Neste tipo de seguro, o acúmulo de capital não é seguro, emite para cada segurado um documento que
devolvido ao segurado ao final do prazo contratado, comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro).
pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segu- Nesse documento constam a identificação do segura-
rador para assumir o risco do sinistro do segurado. do e a designação dos seus beneficiários.
Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde, Os seguros diferem também segundo o regime de
residenciais e viagem. financiamento, ou seja, a técnica atuarial que deter-
mina a forma de financiamento das indenizações e
O RESSEGURO OU RETROCESSÃO benefícios integrantes do contrato.
Os regimes se dividem em repartição e capitaliza-
O Resseguro é o Seguro das Seguradoras ção. O regime de repartição, por sua vez, se divide entre
repartição simples e repartição de capitais de cobertura.
É um contrato em que o ressegurador assume o No regime de repartição simples, todos os prêmios
compromisso de indenizar a companhia segurado- pagos pelos segurados em determinado período for-
ra (cedente) pelos danos que possam vir a ocorrer em mam um fundo que se destina ao custeio de indeniza-
decorrência de suas apólices de seguro. ções a serem pagas por todos os sinistros ocorridos no
Para garantir com precisão um risco aceito, as próprio período (e às demais despesas da seguradora).
seguradoras usualmente repassam parte dele para Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de
uma resseguradora que concorda em indenizá-las por forma que corresponda à importância necessária para
eventuais prejuízos que venham a sofrer em função cobrir o valor das indenizações relativas aos sinistros
esperados. Não há, assim, a possibilidade de devolu-
da apólice de seguro que vendeu. O contrato de resse-
ção ou resgate de prêmios e contribuições capitali-
guro pode ser feito para cobrir um determinado risco
zadas ao segurado, ao beneficiário ou ao estipulante,
isoladamente ou para garantir todos os riscos assumi-
como nos casos de planos de previdência.
dos por uma seguradora em relação a uma carteira ou Tipicamente, esse regime se aplica aos planos pre-
ramo de seguros. O seguro dos riscos assumidos por videnciários ou de seguro de vida em grupo, em situa-
uma seguradora é definido por meio de um contrato ções em que a massa de participantes é estacionária e
de indenização. as despesas com pagamento de benefícios são estáveis
Os Resseguradores fornecem proteção a varia- e de curta duração. É usado também na previdência
dos riscos, inclusive para aqueles de maior vulto e social estatal (INSS e regimes próprios do Estado),
complexidade que são aceitos pelas seguradoras. Em porém, sem a condição de estabilidade mencionada.
contrapartida, a cedente (segurador direto) paga um É o caso também dos seguros de vida em grupo, de
prêmio de resseguro, comprometendo-se a fornecer seguros de automóveis, de saúde etc.
informações necessárias para análise, fixação do pre- Ocorrido o sinistro, o segurado recebe uma inde-
ço e gestão dos riscos cobertos pelo contrato. nização pré-estabelecida independentemente do
Resumindo, a seguradora fica com medo de dar valor que pagou. No mercado de seguros, entretanto,
um problema sério na apólice de seguro, ou o valor a para garantia da solvência das empresas, a legislação
indenizar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir impõe a formação de provisões de prêmios não ganhos,
o risco, dividindo com uma resseguradora. É o seguro de oscilação de riscos e de sinistros, devidamente ates-
do Seguro. tadas pelos atuários em Nota Técnica e Avaliação Anual.
O regime de repartição de capitais de cobertura é
O Cosseguro o método em que há formação de reserva apenas para
garantir os pagamentos das indenizações e benefí-
O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice cios iniciados no período, ou seja, arrecada-se apenas
o necessário e suficiente para formação de reserva
de seguro e distribuí-la para mais de uma seguradora,
garantidora do cumprimento dos benefícios futuros
ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras
que se iniciam neste período.
dividem, entre elas, o risco daquela apólice, pois caso
Em outras palavras, há formação de um fundo
haja algum problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido
correspondente ao valor atual dos benefícios de pres-
entre elas. tação continuada iniciados no período em questão.
Aqui há algumas características dos seguros: Nesse regime, há a obrigação de constituição de pro-
Os seguros podem ser classificados em seguros
visão de benefícios concedidos.
320 individuais ou em grupo.
O regime de capitalização é o método que consiste em determinar a contribuição necessária para atender
determinado fluxo de pagamento de benefícios, estabelecendo que o valor da série de contribuições efetuadas ao
longo do tempo seja igual ao valor da série de pagamentos de benefícios que se fará no futuro.
Esse modelo de financiamento constitui reservas tanto para os participantes assistidos, como para os ativos e
obviamente pressupõe a aplicação das contribuições nos mercados financeiros, de capitais e imobiliários a fim de
adicionar valor à reserva que se está constituindo. A capitalização é dividida em duas fases distintas: a primeira
denominada “fase contributiva” e a segunda “fase do benefício”.
A legislação vigente torna obrigatória a utilização do regime financeiro de capitalização para os benefícios de
pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas. Nesse regime, obriga-se a empresa a constituir
provisão de benefícios concedidos, como no caso anterior, e provisão de benefícios a conceder. Assim, no regime
de capitalização, o objetivo não é apenas pagar indenização ou benefício pré-estabelecido, mas permitir ao
segurado ou participante retirar ao final do contrato uma poupança que, idealmente, cubra os riscos de morte,
invalidez, aposentadoria etc.

RAMOS DE SEGUROS

GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS

Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros compreensivos re-
1 Patrimonial
sidenciais, condominiais e empresariais

2 Riscos Especiais Seguros contra riscos de petróleo, nucleares e satélites

Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais a terceiros por
3 Responsabilidades
culpa involuntária do segurado

4 Cascos em (“run off”) Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos e de hangar

Seguros contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade civil contra tercei-


5 Automóvel
ros e DPVAT

Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade civil de cargas,


6 Transporte
do transportador e do operador

7 Riscos Financeiros Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locatícia

8 Crédito em (“run off”) Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos

Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de so-
9 Pessoas Coletivo
brevivência, prestamista e educacional

10 Habitacional Seguros contra riscos de morte e invalidez do devedor e de danos ao imóvel financiado

11 Rural Seguros agrícola, pecuário, de florestas e penhor rural

12 Outros Seguros no exterior de sucursais e de seguradoras no exterior

Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de
13 Pessoa Individual
sobrevivência, prestamista e educacional

Seguros compreensivos para operadores portuários, responsabilidade civil facultativa


14 Marítimos
para embarcações e marítimos

Seguros de responsabilidade facultativa para aeronaves, aeronáuticos, responsabili-


15 Aeronáutico
dade civil de hangar e responsabilidade do explorador ou transportador aéreo

16 Microsseguros Microsseguros de pessoas, microsseguros de danos


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

17 Saúde Seguro Saúde

Fonte: Susep

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTAÇÃO BÁSICA

Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir alguém abrir uma con-
ta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e como tal precisa de regras e de orientações
sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço residencial e comercial
completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da conta e o número dessa conta, e a assina-
tura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753, de 2019, que dita às regras básicas que devem
nortear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de contas de depósito. 321
Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre
sobre isso: serviços que não podem ser cobrados;
z Saldo médio mínimo exigido para manutenção
No caso de pessoa física: da conta se houver essa exigência.
z Documento de identificação (carteira de identifica-
ção ou equivalente, como, por exemplo, a carteira
Importante!
nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carrei-
ras de órgão de classe); A Ficha-Proposta somente poderá ser microfil-
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); mada depois de transcorridos no mínimo cinco
z Comprovante de residência. anos, a contar do início do relacionamento com
o cliente.
Para que exista uma pessoa física, basta que esta
nasça com vida. Ela se extingue com a morte do
indivíduo. É facultado à instituição financeira abrir, man-
ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente
No caso de pessoa jurídica: esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che-
ques sem Fundos.
z Documento de constituição da empresa (contrato O cliente será incluído no CCF nas seguintes
social e registro na junta comercial); condições:
z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ); z Devolução de cheque sem provisão de fundos na
z Documentos que qualifiquem e autorizem os segunda apresentação;
representantes, mandatários ou prepostos a movi- z Devolução de cheque por conta encerrada;
mentar a conta. z Devolução de cheque por pratica espúria. (práti-
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado cas ilegais).
exista é necessário que o contrato social seja regis-
trado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a Veremos com mais detalhes mais a frente.
empresa se situa. Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar conta veja:
o estatuto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral. Quando se fala em serviços do Banco, lembramos
(estes são pessoas jurídicas de direito privado). que são 4 categorias de serviços:
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito
Público Interno: União, Estados, Distrito Federal e z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser
Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são cobrados
criados por Lei)
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que „ Emissão da primeira via do cartão de débito.
são os territórios e entidades governamentais no (segundas vias, exceto nos casos decorrentes de
exterior. perda, roubo, furto, danificação e outros moti-
vos não imputáveis a Instituição emitente);
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução „ 4 saques durante o mês. (No caso de poupança
desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto são 2 saques por mês);
judicial, exceto para as públicas, que serão por meios „ Até 10 folhas de cheque durante o mês;
específicos. „ 2 extratos por mês;
Além disso, a instituição financeira pode estabe- „ Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco
lecer critérios próprios para abertura de conta de deve enviar ao cliente um extrato consolida-
depósito, desde que seguidos os procedimentos pre- do, mostrando seus rendimentos no ano ante-
vistos na regulamentação vigente (Resolução CMN rior, geralmente para fins de Imposto de Renda;
4753/2019). „ 2 Transferências entre contas da mesma insti-
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir tuição por mês. (No caso da poupança 2 transfe-
outros documentos ou termos para abrir esta conta, rências entre contas de mesma titularidade);
mas desde que não firam a resolução acima. „ Consultas via internet;
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos. „ Prestação de qualquer serviço por meios eletrô-
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora. nicos, no caso de contas cujos contratos prevejam
Esta deve conter no mínimo: utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
„ Compensação de cheques.
z Condições para fornecimento de talonário de
cheques; z Serviços prioritários: O banco é obrigado a for-
z Necessidade de comunicação pelo depositante, necer um pacote básico destes serviços priori-
por escrito, de qualquer mudança de endereço ou tários, que são aqueles relacionados a contas de
número de telefone ou no cadastro; depósitos, transferências de recursos, operações
z Condições para inclusão do nome do depositante de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos de crédito básico e cadastro, somente podendo ser
(CCF); cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
z Informação de que os cheques liquidados, uma ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de
vez microfilmados, poderão ser destruídos; 2010, devendo ainda ser observados a padroni-
(estas microfilmagens devem permanecer por no zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
322 mínimo 10 anos no arquivo); também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e inclusive, que estes boletos transitam pelo SILOC, até o
regulamentação específicas definem as tarifas VLB 25mil. Boletos de valor igual ou superior ao VLB
e as condições em que aplicáveis, a exemplo 250 mil transitam diretamente no STR.
dos serviços referentes ao crédito rural, ao Siste- Nesta história nós temos três personagens:
ma Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá
PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem emitir ou contratar os serviços de emissão boletos
como às operações de microcrédito de que trata a de cobrança;
Resolução CMN 4.000, de 2011; z O Banco – instituição que disponibiliza o programa
z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser para emissão destes boletos, e que pode realizar a
cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada².
usuário as condições de utilização e de pagamento. z O devedor ou sacado – cliente do credor que adqui-
riu produto ou serviço, e pagará o boleto emitido.
No encerramento da conta é necessário tomar
alguns cuidados: A cobrança como falamos anteriormente, é um
produto de relacionamento entre banco e cliente
z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente
(cedente). Com isso o cedente possui conta no banco
ou banco, desde de que acompanhada de aviso
e os valores resultantes da cobrança são creditados
prévio, por meio de carta registrada ou meio
diretamente na conta do cedente, em D+0 ou D+1, a
eletrônico;
depender do que for pactuado.
z Informar se há cheques a serem compensados,
Graças ao sistema de compensação, o sacado
pois havendo, o banco pode ser negar encerrar
(devedor) pode pagar o título em qualquer praça, até
a conta, sem a devida comprovação de que eles
a data do vencimento. Após o vencimento, somente na
foram liquidados;
agencia bancaria do cedente ou emissor do título.
z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla-
rar que as inutilizou;
z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos.
z Deixar depositado na conta valores para com-
O cedente preenche, emite, envia e especifica o ban-
pensar débitos e compromissos assumidos na
co onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao
relação do cliente com o banco.
banco. Quando do pagamento, o banco envia uma
Atente para algumas informações: informação ao cliente e credita em sua conta;
z A cobrança registrada é mais completa, pois o ban-
z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não co vai processar a emissão dos títulos, com base em
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e informações previamente enviadas pelo cedente, e
acesso a crédito também, desde que na abertura vai processar inclusive a cobrança do pagamento
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco
seus responsáveis legais!; pode lançar o nome do sacado em protesto ou até
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre-
sentadas por seus representantes legais; Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem float, que nada mais é do que quando o banco recebe
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X,
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas porém só repassa a quantia correspondente depois
testemunhas e que o contrato seja lido em voz alta; de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco perma-
z Os residentes e domiciliados no exterior podem nece com o recurso, a custo zero, investe a quantia.
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor- Para que isso existe deve estar previsto no contrato da
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí- prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual ao banco deixa as tarifas de cobrança mais baratas.
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova-
ção documental, registro no sistema informatizado
do Banco Central e identificação da proveniência Cedente Mercadoria Sacado
e destinação dos recursos, da natureza dos paga-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mentos e da identidade dos depositantes e dos Credor Devedor


beneficiários das transferências efetuadas. (Lem- Aceita A
brando que só instituições autorizadas a operar
com câmbio podem ter esse tipo de conta).

COBRANÇA
Banco
Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos
atualmente é a cobrança, um serviço indispensável para Cobrador
qualquer banco comercial. Com este instrumento, os
bancos estreitaram seu relacionamento com os clien-
tes, PF e PJ, e engordaram as aplicações com recursos FUNDOS DE INVESTIMENTOS
transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.
Quando um cliente vende algo para alguém, bem ou Um fundo de investimento é uma comunhão de
serviço, emite um boleto ou bloqueto, estes possuem recursos, captados de pessoas físicas ou jurídicas,
código de barras, logo podem transitar pelos serviços com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir
de compensação, sem sua movimentação física. Vimos, da aplicação em títulos e valores mobiliários. Um 323
fundo é organizado sob a forma de condomínio, e seu Caso o investidor que comprou parte desse fun-
patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calcu- do queira vender, ele pode?
lado diariamente por meio da divisão do patrimô-
nio líquido pelo número de cotas em circulação. Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos:
Em outras palavras é como um condomínio que reúne Abertos e Fechados.
recursos de um conjunto de investidores (cotistas), Os Fundos Abertos permitem que o investidor
com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da resgate o valor aplicado a qualquer momento, ou
aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobi- seja, ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fun-
liários. Se o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o do de alta liquidez. O resgate será feito com base
patrimônio do fundo aumentará, aumentando o valor no valor em que a cota estiver valendo no mercado.
das cotas do fundo. Embora existam fundos que pedem prazo de carência
Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja, para resgate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a apli-
lucro, este valor é distribuído proporcionalmente ao cação; os fundos são considerados como tendo alta
número de cotas de cada participante. liquidez.
É a comunhão de recursos sob a forma de condo- Já os Fundos Fechados não permitem o resgate
mínio em que os cotistas têm os mesmos interesses antecipado, ou seja, se você comprar vai ter de ficar
e objetivos ao investir no mercado financeiro e de com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entre-
capitais, ou seja, todos têm os mesmos direitos, e o tanto, como nada é eterno, você pode vender as cotas
valor das cotas é igual para todos. para outra pessoa, mas como elas já foram comer-
Funciona exatamente como um condomínio de cializadas a primeira vez com você, você terá de ven-
apartamentos, em que cada condômino é dono de dê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de
uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para valores ou no mercado de balcão.
administrar e coordenar as tarefas do prédio (o síndi-
co). Nele são estabelecidas as regras de funcionamen- ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE
to (horário de funcionamento da piscina, do salão de INVESTIMENTOS
festas, de música alta nas dependências dos aparta-
mentos, entre outras). Essas regras são seguidas por Mas o que são esse Regulamento e o Formulário de
todos os moradores, sem exceção. Informações Complementares?
Um fundo de investimento funciona da mes- O Regulamento é o documento de constituição
ma forma. Os cotistas (os moradores) compram uma do fundo. Nele estão estabelecidas todas as informa-
quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa ções e as regras essenciais relacionadas, entre outras
de administração a um terceiro (o Gestor, o síndico) estabelecidas no capítulo IV da instrução CVM 409: (i)
para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus à administração; (ii) à espécie, se aberto ou fechado;
recursos no mercado. Ao comprar cotas de um deter- (iii) ao prazo de duração, se determinado ou indeter-
minado fundo, o cotista está aceitando suas regras minado; (iv) à gestão; (v) aos prestadores de serviço;
de funcionamento (aplicação, resgate, horários, cus- (vi) à política de investimento, de forma a caracte-
tos etc.), e passa a ter os mesmos direitos dos demais rizar a classe do fundo; (vii) à taxa de administra-
cotistas, independentemente da quantidade de cotas ção e, se o caso, às taxas de performance, entrada
que cada um possui. e saída; (ix) às condições de aplicação e resgate de
Agora, imagine que você não mora num prédio, cotas. As alterações no regulamento dependem de
portanto está fora do condomínio, e precisa escolher prévia aprovação da assembleia geral de cotistas e
quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra devem ser comunicadas à CVM. É importante saber
esportiva ou quem vai contratar os seguranças. Pro- que as alterações feitas no regulamento do Fundo de
vavelmente, terá mais trabalho para encontrar esses Investimento implicam modificações nas condições
prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse de funcionamento do Fundo. Portanto, o cotista deve
num condomínio, essa seria uma tarefa para o sín- analisar as modificações propostas de acordo com
dico, com a vantagem de poder ratear com os outros seus interesses como investidor.
condôminos esses custos. O formulário de informações complementares
Situação semelhante poderia acontecer com você, é documento de natureza virtual, que deve ser dispo-
caso estivesse sozinho no mercado financeiro. Cabe- nibilizado pelo administrador e pelo distribuidor do
ria a você escolher os ativos para compor uma car- fundo em seus sites.
teira de investimento. Isso significa analisar com Trata-se de um documento de característica mais
frequência riscos, nível de endividamento e expecta- dinâmica, que fornece informações complementares
tiva de resultados de cada empresa da qual você com- sobre o fundo, contendo, entre outras:
prou ação ou de cada banco do qual você adquiriu um
z Local, meio e forma de divulgação de informações
CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando do fundo;
em um grupo, este grupo terá um gestor, e esse gestor z Local, meio e forma de solicitação de informações
se preocupará com isso para você. pelo cotista;
z Exposição dos fatores de riscos inerentes à compo-
Fonte: XP Investimentos
sição da carteira do fundo;
z Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus
Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou cotistas, contemplando a política a ser adotada
condomínio, ele deve atestar, mediante termo apro- pelo administrador quanto ao tratamento tributá-
priado, que recebeu o Regulamento, e que tomou rio perseguido;
ciência da política de investimentos e dos riscos do z Descrição da política de administração de risco;
produto, além disso deve ser disponibilizado para z Política de distribuição de cotas, inclusive no que
eletronicamente o Formulário de Informações se refere à descrição da forma de remuneração
324 Complementares. dos distribuidores.
Lâmina de Informações Essenciais

A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012, que promoveu alterações na instrução 409, trouxe modificações
na Lâmina de Informações Essenciais, documento já utilizado no mercado para a venda de fundos de investimen-
to para investidores de varejo. A ideia é padronizar o material utilizado, de forma que os investidores possam
melhor comparar os fundos.
Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informações mais importantes em formato simples e sempre na
mesma ordem. Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retornos dos últi-
mos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de anos com rentabilidade negativa, além de outras mudan-
ças, conforme disposto na instrução.
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados relativos ao mês ime-
diatamente anterior, e enviá-la imediatamente à CVM. O administrador deve entregar a lâmina ao futuro cotista
antes do seu ingresso no fundo e divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet, e sem proteção de
senha, a lâmina atualizada.

Importante!
Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar, por meio de termo próprio, que recebeu o regulamento e o
prospecto (a partir de 1º de janeiro de 2013, a lâmina), que tomou ciência dos riscos envolvidos e da política
de investimentos, como também da possibilidade de ocorrência de patrimônio negativo e de sua responsabili-
dade por contribuições adicionais de recursos, quando for o caso. Por isso, atenção ao ler esses documentos,
pois neles o investidor vai encontrar informações muito importantes.

Os Papéis das Pessoas

z O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de investimentos, muitas vezes
atraído por ganhos superiores ao de investimentos tradicionais como poupança, CDB e RDB e que foge de risco
elevados como os investimentos diretos em ações;
z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento sobre investimentos ou
que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que estão dispostas a aplicar de forma diferenciada.

São considerados investidores qualificados:

I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus
recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
por Municípios. IN CVM 450.

Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurídicas que possuam
investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente,
atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio.

z Os Administradores dos Fundos: São Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que serão os responsá-
veis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o mercado financei-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econômico, toma decisão sobre quais ativos
comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais e a política de investimentos do fundo;
z Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos anteriormente, pode ser o
próprio administrador, ou outra instituição que integre o sistema de distribuição de valores mobiliários;
z O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o mesmo esteja disponível
quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou caso não seja credenciado pela CVM para essa atri-
buição, uma instituição contratada.

325
Estruturas e Responsabilidades dos Fundos de Investimento no Brasil

Investigadores e proprietários Representação legal; Contrata-


das cotas do Fundo de Investi-
Cotistas
ção de prestadores de serviços;
mento, que representam frações Documentação (regulamentados
ideais de seu patrimônio líquido; e prospectos); Controle de enqua-
Fundos de Investimentos
Confiam seus recursos aos presta- dramento e compliance; Gestão
dores de serviço. de risco; Assembleias de cotistas;
Relatórios e extratos a cotistas,
Administrador incluindo informes de rendimen-
tos; Retenção de impostos; Relató-
rios a órgãos reguladores; Abertura
Gestor de contas em contrapartes, KYC e
PLD de prestadores de serviços e
cotistas.
z Escolha dos investimentos;
z Compra e venda de ativos;
z Definição da estratégia de investimentos;
z Ajuste do portfólio, em caso de desenquadramento.

Custodiante

z Recepção de instruções de investimentos;


z Guarda e liquidação física e financeira dos ativos que compõem a carteira do Fundo;
z Reconciliação;
z Controle de eventos corporativos;
z Abertura de contas em clearings e agentes depositários.

Controlador

z Cálculo do valor da cota do fundo;


z Precificação e marcação a mercado dos ativos do fundo;
z Contabilidade;
z Geração de relatórios de posição para gestores.

Distribuidor

z Marketing e vendas das cotas do Fundo;


z Suitability de cotistas;
z KYC e PLD de cotistas;
z Serviço de atendimento a cotistas.

Escriturador

z Receber ordens de aplicação e resgate de cotistas ou distribuidores;


z Controlar e manter a posição de cotas detidas por cada um dos cotistas;
z Envio de relatórios e extratos mensais a cotistas;
z Cálculo e retenção de Impostos.

Auditor Independente

z Realizar auditoria anual do Fundo.

A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o administrador irá conduzir o
Fundo, procura-se retorno de curto ou longo prazo, no que irá aplicar e qual o tipo de risco que ele está disposto
a correr na compra dos papeis.
Essa política pode ser ativa ou passiva:

z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta ultrapassar esse índice;
z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta acompanhar esse fundo,
mas apenas acompanhar.
z Benchmark: É o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a referência para
saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda fixa p mais usado é o CDI e para os de
renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice Brasil;
326
z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de gerenciamento do
fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e são cobrados diariamente. Esses recur-
sos servem para remunerar o administrador, ou seja, é o salário do administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam seu benchmark, ou seja,
rende mais do que o esperado. Ocorre quando o administrador faz o dever de casa muito bem, e por isso
ganha uma recompensa;
z Taxa de entrada ou de saída: É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando da aquisição de cotas
do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o investidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse
caso a taxa de entrada ou de saída não está computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do
fundo divulgado pelo administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas, essa também deverá
estar definida no regulamento e no prospecto do fundo;

Vejamos um conceito importante.

z Chinese Wall: Embora cada fundo de investimentos tenha seu CNPJ próprio, os recursos do administrador
poderiam, eventualmente, se misturar com os recursos dos investidores, para isso, esse termo foi criado para
separar estes recursos, ou seja, o dinheiro do administrador não pode ficar junto ao dinheiro do investidor,
para evitar que o dinheiro dos investidores fosse utilizado pelo administrador em proveito próprio.

Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos ver o que pode haver
dentro deles.

Os Tipos de Fundos Quanto a sua Rentabilidade

Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda Fixa ou de Renda
Variável.

z Renda Fixa: Rendimento pactuado no momento da emissão do título. Podem ser pré ou pós-fixados. Os pré-fi-
xados são aqueles que temos uma remuneração determinada no momento da contratação, já os pós-fixados são
aqueles em que atrelamos a um índice pactuado previamente (TR, IPCA, IGP-M etc.);
z Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade não pode ser avaliada na emissão, podendo ao final gerar
ganhos ou prejuízos, ou seja, o mercado dirá quando aquele papel irá valer no futuro. O maior exemplo que
temos são as ações.

Os Tipos de Fundos Quanto ao seu Prazo

Curto Prazo

Os fundos de investimento de curto prazo têm por objetivo reproduzir as variações das taxas de juros e das
taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em títulos públicos federais ou em títulos privados de baixo risco de
crédito com prazo médio de cada ativo de até 365 dias.

Longo Prazo

Os fundos de investimento classificados como de longo prazo são aqueles que têm uma carteira de títulos com
prazo médio acima de 365 dias.

A NOVA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS – IN CVM 555

z Renda Fixa: Os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%) composta por títulos de
renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos e títulos privados de bancos de baixo risco de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

crédito. Este fundo não pode ter taxa de performance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qua-
lificado. Na modalidade renda fixa existe um segundo nível chamada fundos simples que nada mais são do
que os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de rentabilidade, proporcionar uma rentabilidade
atrelada a um indexador financeiro, e a sua carteira de investimento deverá ser composta por, no mínimo,
95% da carteira em títulos públicos e títulos de bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os
fundos simples também têm a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não
podem cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por (80%) títulos de renda
fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a variação de preços de uma determinada
moeda estrangeira;
z Multimercados: Os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente, a partir de várias
operações arriscadas. Os derivativos financeiros são contratos que visam a simular um conjunto de opera-
ções de modo a permitir que o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada
estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio
do fundo em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de variação
de preços elevadas;
327
z Ações: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67% (no mínimo) em
ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.

Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova categoria, que entra
no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são incluídos os fundos com carteiras que têm
mais de 40% dos ativos alocados em papéis internacionais.

FRAME DA CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS

Regulação Regulação

Nível 1 Nível 2 Nível 3

Simples Simples

Indexados Índice

Ativos
Soberano
z Duração Baixa
Renda Fixa Grau de Investimento
z Duração Média
Crédito Livre
z Duração Alta
z Duração Livre

Investimento no Exterior
Investimento no Exterior
Dívida Externa

Balanceados
Flexível
Macro
Alocação Trading
Long and Short - Direcional
Multimercados Por Estratégia Long and Short - Neutro
Juros e Moedas
Investimento no Exterior Livre
Capital Protegido
Estratégia Específica
Investimento no Exterior

Indexados índices

Valor/Crescimento
Setoriais
Dividendos
Ações Ativos Small cap
Sustentabilidade/Governança
índice Ativo
Livre

Investimento no Exterior Investimento no Exterior

Fundos Fechados de Ações


Específicos Fundos de Ações FMP-FGTS
Fundos de Mono Ação

Cambial Cambial Cambial

Fonte: comoinvestir.com.br

Outros Tipos de Fundos

z Direitos Creditórios: A carteira de investimento desses fundos é composta em sua totalidade por títulos que
representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de arrenda-
mento mercantil e de prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos pos-
suem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações);
z Fundos de Previdência: São fundos de investimento destinados a acolher os recursos captados pelo plano
gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL);

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z Imobiliário: São fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para empreendimentos
imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modifica-
ções). (Isentos de Imposto de Renda.);

z Riscos em Fundos de Investimentos.

É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investimento temos duas
dimensões para o risco:

z Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o
valor do título no seu vencimento;
z Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo
não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se
isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo;
z Risco de Liquidez: Ocorre quando os fundos encontram dificuldade para liquidar as vendas de cotas dos
cotistas por desinteresse do mercado ou por deficiência de caixa do fundo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está cor-
rendo ao investir em um fundo de investimento.

A Marcação a Mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia o preço. Ou seja, mes-
mo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma taxa determinada (prefixada ou pós-fixada),
é necessário que, diariamente, seu valor seja atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se faz necessário, a
cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes em relação ao rendimento definido
na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimento e carteiras admi-
nistradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua necessidade de caixa ou de seleção de novas
modalidades de aplicação financeira para suas carteiras.
Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do momento composta da
taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas variáveis de risco que envolvem o título negociado.
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda fixa podem ter volatilidade.

A Tributação dos Fundos

A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que diminui o número de
cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto de renda cobrado no momento do resgate
da aplicação.
O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6 meses entre um e
outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.
Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%, exceto os fundos de
ações que não sofrem com o come cotas.
O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus valores, sendo descon-
tado o que já foi cobrado no come cotas.

No momento do resgate os fundos de Curto Prazo seguem a tebela:

PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS ACIMA DE 180 DIAS

Alíquota 22,5% 20%

No momento do resgate os fundos de Longo Prazo seguem a tebela:


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS DE 181 A 360 DIAS DE 361 A 720 DIAS ACIMA DE 720 DIAS

Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15%

IOF

O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a zero no 30º dia após
a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF.

DEPÓSITOS À VISTA, DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB) E LETRAS DE CÂMBIO

z Depósitos à vista ou depósitos em conta corrente ou depósitos a Custo Zero:

São a captação de recursos junto ao público em geral, pessoas físicas e jurídicas. Os depósitos à vista têm
como características não são remunerados e permanecem no banco por prazo indeterminado, sendo livres as
suas movimentações.
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Para o banco, geram fundos (funding) para lastrear deficitários. O CDB – Certificado de Depósito Bancário
operações de créditos de curto prazo, porém, uma é materializado quando o cliente faz um depósito, em
parte deve ser recolhida ao BACEN, como depósito um banco comercial e o banco entrega um certificado
compulsório, servindo portando como instrumento de que o cliente depositou aquele dinheiro, e pagará
de política monetária. Outra parte destina-se ao cré- uma remuneração em forma de taxa de juros, geral-
dito contingenciado, conforme parâmetros definidos mente atrelada a outro certificado de depósito, cha-
pelo CMN, e o restante são os recursos livres para mado CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro.
aplicações, pelo banco. A vantagem deste papel é que pode ser “passa-
A movimentação das contas correntes, cujos recur- do para frente”, ou seja, pode ser endossado (para
sos são de livre movimentação pelos seus titulares, quem nunca viu este termo, nada mais é do que poder
são movimentadas por meio de depósitos, cheques, passar para frente). O CDB possui duas modalidades:
ordens de pagamento, documentos de créditos (DOC),
transferências eletrônicas disponíveis (TED) e outros. z Pré-fixado, quando determinamos a remuneração
A abertura e movimentação de contas correntes do cliente no momento da contratação;
são normatizadas pelo CMN, por meio das Resoluções z Pós-fixado quando a remuneração do cliente está
n. 2025 e 2.747 e dispositivos complementares. atrelada a um índice futuro.
De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco,
que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito, Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalida-
que vale como prova de que foi feito o depósito e que de chamada flutuante, esta modalidade permite que
o cliente entregou tal dinheiro ao Banco. a remuneração varie todo dia, ou seja, o cliente será
As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo remunerado por período que deixar o dinheiro apli-
cliente ou por funcionário do Banco, constando, espe- cado. Neste caso dizemos que o CDB possui liquidez
cificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sen- diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é pos-
do que uma das vias da ficha será entregue ao cliente sível resgatar os valores obtendo juros proporcionais
e a outra será o documento contábil do caixa. ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Ban-
O depósito tanto pode ser feito em dinheiro cor- cário é materializado quando o cliente faz uma entre-
rente, como em cheques, que serão resgatados pelo ga de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta
Banco depositário junto ao serviço de compensação não pode emitir um certificado, pois não capta em
de cheques, ou pelo serviço de cobrança. contas correntes. A instituição, então, emite apenas
Os depósitos em dinheiro produzem o imediato
um recibo, um simples recibo, que diz: “este cliente
crédito na conta corrente em que foi depositado, mas
deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma
os depósitos em cheque só terão o crédito liberado
taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
após seu resgate.
O problema deste papel é que, por não ser um cer-
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO tificado, e sim apenas um recibo, não pode ser pas-
sado para frente, ou seja, não pode ser endossado.
É importante mencionar que o depósito à vista é As instituições são as Sociedades de Crédito e as Coo-
uma das principais formas que as Instituições Finan- perativas de Crédito, pois só podem captar depósito
ceiras têm de criar moeda escritural, ou seja, moedas a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas
que são dados em um computador, que não existem RDB. O RDB possui duas modalidades: Pré-fixado e
materialmente. Logo, só os captadores de depósito à Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez
vista criam moeda escritural. diária, visto que não pode ser resgatado, sob hipótese
alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com
z Depósito a prazo ou depósito a prazo fixo:
a instituição financeira.
São depósitos em que o cliente dá ao banco um pra-
zo para sacar o dinheiro, ou seja, o cliente não pode- COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS
rá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso, o banco
A cobrança e o recebimento de boletos, títulos e car-
fica mais seguro para emprestar esse dinheiro captado,
nês constituem um dos principais produtos ofertados
portanto, paga uma remuneração, em forma de taxa de
pelos bancos aos seus clientes e ao público em geral.
juros, pelo prazo que o dinheiro permanecer aplicado.
Com esses valores o banco empresta-os para os O produto cobrança é um conjunto de serviços
deficitários e nesta ponta realiza uma operação ativa, financeiros oferecidos pelos bancos que têm por fina-
pois está em posição superior, uma vez que o cliente lidade o recebimento de valores (referentes à venda,
agora deverá devolver o dinheiro ao banco. à disponibilização de produtos e serviços ou ao recebi-
mento de doações) por meio de boletos de pagamento.
Para os pagadores (sacados), a grande vantagem é
Importante que os boletos bancários podem ser pagos em todos os
canais de atendimento da rede bancária, o que facilita
Se sua prova pedir para você definir se tal opera-
a sua quitação. Já para os beneficiários (cedentes),
ção é ativa ou passiva, atente para um referencial
a vantagem reside na maior facilidade de pagamento
que a questão estiver indicando, caso contrário,
oferecida aos seus clientes devedores, o que aumenta
poderá se confundir. Nosso referencial acima foi o percentual de adimplemento (pagamento em dia) de
o BANCO. seus créditos a receber.
Os boletos podem ser emitidos pelos clientes usuá-
Os Depósitos a Prazo Mais Comuns São o CDB e o rios do serviço de cobrança por meio de sistemas pró-
RDB prios ou por sistema de cobrança disponibilizado pelo
banco contratado. Esses sistemas disponibilizados
O CDB e o RDB nada mais são do que, como vimos pelos bancos oferecem funcionalidades que possibili-
acima, o cliente superavitário emprestando dinhei- tam ao cliente utilizá-lo como ferramenta de gerencia-
330 ro ao banco, para que este empreste dinheiro aos mento de sua carteira de cobrança.
Atualmente, boletos bancários são registrados vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado
na Nova Plataforma de Cobrança, um software do (devedor), o cliente que descontou o título (cedente)
mercado financeiro que centraliza toda a base de assume a obrigação pelo pagamento. Trata-se do
registros de boletos. A Nova Plataforma de Cobrança chamado direito de regresso que o banco possui em
começou a operar em julho de 2017, quando passaram relação ao cliente cedente dos títulos.
a ser processados os boletos de valor igual ou acima Em suma, a Nova Plataforma de Cobrança é um
de R$50 mil, e chegou a sua fase final de implemen- sistema que foi criado para atualizar o processo de
tação em novembro de 2018 com a migração de todos liquidação dos boletos bancários, com a implantação
os boletos. de mecanismos que trazem mais controle e segurança
Com a Nova Plataforma, foi encerrado o uso de a esse meio de pagamento. Trata-se de uma iniciativa
boletos sem registro. Antes disso, o cliente podia tomada pelo próprio setor bancário após as institui-
emitir boletos sem registrá-los no sistema do banco ções financeiras entenderem que o sistema de liqui-
emissor. dação para os boletos de pagamento precisava ser
O sistema agora permite a troca on-line de infor- modernizado.
mações sobre os boletos no sistema financeiro, admi-
tindo que um boleto de qualquer banco seja validado LETRA DE CÂMBIO
na base centralizadora previamente a sua liquida-
A Letra de Câmbio consiste em um título de crédito
ção. Isso evita o risco de pagamentos indevidos ou
escrito que emana uma ordem de pagamento deter-
inconsistências.
minada por dada pessoa (sacador) em face de outra
O software possibilita, também, a inclusão, altera-
(sacado). Ordem esta que determina que se pague ao
ção, exclusão e consulta de boletos pelas instituições
beneficiário estampado no título ou àquele que esteja
financeiras ou instituições de pagamento participan-
recebendo a ordem dele.
tes, o que também reduz o risco de fraudes e ilicitu-
des através do uso de boletos bancários. O título em questão necessita de três elementos
Outra vantagem da Nova Plataforma de Cobrança pessoais para sua constituição:
é evitar os pagamentos em duplicidade, pois o siste-
ma não permite a aceitação de pagamentos em dupli- z Sacador: consiste na pessoa que determina a
cidade. Ademais, o pagador de um boleto vencido não ordem de pagamento;
precisa mais ir até o banco emissor do boleto para qui- z Sacado: é a pessoa que recebe a ordem;
tar seu débito. O sistema viabiliza que um boleto, z Beneficiário (Tomador): é a pessoa que se benefi-
mesmo que vencido, seja pago em qualquer insti- cia da ordem de pagamento.
tuição financeira ou canal de atendimento dispo-
nível, tais como agências, correspondentes bancários, Por exemplo, Natália é devedora da quantia de R$
internet banking, mobile banking e ATMs (Automated 2.000,00 (dois mil reais) à Ana. Contudo, Natália não
Teller Machine), os famosos caixas eletrônicos. tem o dinheiro para pagá-la, mas possui um crédito
Ainda sobre boletos, o Banco Central determina com Maciel no valor de exato de R$ 2.000,00 (dois mil
que todo boleto de pagamento apresente os seguintes reais). Assim, visando quitar sua dívida e extinguir a
dados: CPF ou CNPJ do beneficiário e do pagador, obrigação em face de Ana, ela saca uma letra de câm-
valor e data de vencimento. A inserção do CPF é fun- bio em favor de Ana, que deverá apresentar o título
damental, também, para proporcionar mais seguran- em face de Maciel, o qual deverá pagá-lo à Ana.
ça e facilidade nos processos de DDA (Débito Direto Importa esclarecer que, para que a letra de câmbio
Autorizado) e na prevenção de fraudes. produza efeitos, deve ela possuir:

z Denominação letra de câmbio, isto é, possuir o


Importante! nome “letra de câmbio”.
z Ordem de pagamento sem nenhuma cláusula de
Desde 28 de maio de 2018, é vedado às ins- condicionante;
tituições financeiras o recebimento de bole- z Nome do Sacado;
to de pagamento de valor igual ou superior a z Nome do beneficiário (tomador) ou à ordem de
R$10.000,00 (dez mil reais) com a utilização quem o título deve ser pago;
de recursos em espécie. Por outro lado, os z Data do saque;
bancos somente podem recusar o recebimen- z Subscrição (assinatura)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

to de boletos de pagamento de valor inferior a


Apesar de a letra de câmbio não admitir nenhu-
R$10.000,00 (dez mil reais) com a utilização de
ma cláusula condicionante, a própria legislação —
recursos em espécie, se houver indício de tenta-
Lei Uniforme de Genebra, inserida no ordenamento
tiva de burlar a vedação. Isso pode ocorrer, por jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 57.663, de
exemplo, através do fracionamento do pagamen- 1966 — que regula a matéria estabelece que é possível
to. Não havendo indícios dessa tentativa, as insti- inserir:
tuições são obrigadas a receber pagamentos de
boletos de valor inferior a R$10.000,00 (dez mil z A data de pagamento;
reais) com a utilização de recursos em espécie. z Local do saque;
z Lugar do pagamento.

Logicamente, ao apresentar um título a vencer As letras de câmbio podem ser classificadas em:
para desconto, o cliente não recebe o valor integral do
título apresentado — o valor do título é descontado z Letra de Câmbio do Banco Central: É um título de
por uma taxa de desconto (a taxa de juros da opera- crédito público de responsabilidade do Banco Cen-
ção), além de impostos e tarifas administrativas. No tral que se destina a servir como um instrumento 331
de política monetária, isto é, um instrumento que Trata-se de um serviço que oferece inúmeras van-
serve para, além de outras coisas, controlar a ques- tagens às partes envolvidas, veja:
tão inflacionária do Brasil;
z Letra de Câmbio Financeira: É uma espécie de z Vantagens para o banco
título público de crédito que pode ser emitido
por instituições financeiras, que, sob o controle e „ aumenta as aplicações e receitas por conta dos
supervisão do Banco Central, podem sacar, emitir valores arrecadados;
ou aceitar tais títulos; „ desperta o interesse de clientes novos;
z Letra do Tesouro Nacional: Consiste em um título „ clientes mais fixos para o Banco (domicílio
bancário).
público de crédito, que, como o próprio nome suge-
re, é emitido pelo Tesouro Nacional no mercado
z Vantagens para o cliente/instituição pública
aberto, com o findo de cobrir déficits orçamentá-
rios e/ou para realização de operações financeiras
„ garantia de rigidez no cumprimento das cláu-
de crédito por antecipação de receita; sulas contratuais;
z Letra Hipotecária: É um título de crédito que pos- „ sem custos administrativos;
sui como principal característica a emissão limi- „ maior segurança no manuseio dos valores.
tada às instituições financeiras que atuam com
financiamentos de imóveis com recursos oriundos z Vantagens para o cliente/contribuinte
do Sistema Financeiro de habitação.
„ praticidade e segurança no recolhimento/paga-
TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS mento do tributo;
„ rapidez para efetuar o pagamento em diferen-
A transferência automática de fundos consis- tes órgãos;
te em um procedimento por meio do qual o banco „ financiamento/ remuneração dos recolhimentos.
movimenta as contas do cliente. O processo pode ser
realizado de forma automática, mediante prévia auto- Em suma, os bancos utilizam desse serviço como
rização, envolvendo uma ou mais contas em uma ou uma das formas de repassar o capital para o comércio,
mais agências do banco. Além disso, pode ser feito de para a indústria e para as empresas, seja por meio de
modo programado, buscando atender à ordem direta financiamentos, seja por meio de empréstimos capa-
do correntista. zes de custear as atividades produzidas.
A passagem de recursos financeiros de uma conta
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING
para outra ocorre com o objetivo de suprir a carên-
cia de provisão. O cliente deve informar, previamen-
A ligação entre o computador do cliente e o com-
te, qual o saldo que deseja manter e em que contas, a putador do banco, é o que basicamente se define como
fim de que o banco possa movimentar seus recursos Home Banking.
financeiros, conforme solicitado. Para que houvesse uma redução de custos de inter-
Sem dúvidas, a evolução tecnológica foi o que per- mediação financeira, os bancos concluíram que havia
mitiu a realização desse procedimento. A transferên- necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes
cia automática de fundos é feita, geralmente, no final nas agências.
do dia por meio do software utilizado pelo banco. O Esse é o motivo para o aprimoramento dos Bancos
sistema verifica as várias contas que o cliente possui 24 horas, onde se dá o atendimento remoto – fora das
em diversas agências do banco e realiza a passagem agências – da clientela.
de fundos, de acordo com o estabelecido pelo cliente. Esse tipo de atendimento se utiliza da rede ban-
Cabe destacar, por fim, que o processo de trans- co 24 horas (saques, depósitos, pagamento de con-
tas, solicitação de entrega de talões de cheques etc.),
ferência automática de fundos é possível, somente,
empresas tipo balcão eletrônico, cartões magnéticos
entre contas diferentes da mesma agência ou de agên-
em redes de postos de gasolina, redes de lojas.
cias diferentes do mesmo banco. Não se pode, por-
Pode-se, então, obter uma integração dos requisi-
tanto, movimentar saldos entre contas de instituições tos de conveniência, segurança, eficácia e relaciona-
bancárias distintas. mento, exigidos pelo conceito de remote bank.
A segurança na transmissão de dados é garan-
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS tia pelo perfil que o banco, concede por meio de
uma palavra-chave-password que limita o acesso às
A arrecadação de Tributos e Tarifas é um serviço informações.
prestado pelos bancos às instituições públicas e con- Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
cessionárias dos serviços públicos. São acordos e con- contabilidade/remote-banking-(banco-virtual)/24984
vênios que delimitam as condições de tais tributos/
tarifas. BANCO DIGITAL

Muito além de oferecer serviços por internet ban-


Importante! king ou aplicativos que auxiliem clientes a realizar
suas transações financeiras, o banco digital se carac-
Cada tributo/tarifa possui seus próprios prazos teriza por apresentar uma proposta de valor onde a
de retenção, fluxos de documentos e formas. maioria dos seus produtos e serviços sejam oferecidos
332 de forma digital.
É um modelo operacional com infraestrutura econômico, a empresa vai atingir um grande número
capaz de responder às interações de seus clientes em de clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem haver
tempo real e criar uma cultura que se adeque às ino- um aumento significativo dos custos.
vações tecnológicas de forma ágil.
De acordo com a pesquisa FEBRABAN de tec- Mobile Banking
nologia bancária 2014, o Banco digital possui um
processo não presencial no momento da abertu- Banco móvel (às vezes utilizado o termo em inglês
ra de contas, com captura digital de documentos mobile banking) são ferramentas que disponibilizam
e informações e coleta eletrônica de assinatura. alguns serviços tipicamente bancários através de dis-
Com relação à consulta e resolução de problemas, positivos móveis, como um celular.
o banco digital possui acesso a canais eletrônicos “Mobile Banking (operação bancária móvel) refere-
para todas as consultas e contratação de produtos. -se à disposição e vantagem dos serviços da operação
A resolução de problemas é feita por múltiplos canais bancária e financeiros com a ajuda dos dispositivos
sem a necessidade da ida à agência. móveis da telecomunicação. A variedade de serviços
oferecidos pode incluir facilidades para realizar ope-
Relação entre Bancos Digitais e FinTechs ou Startups rações bancárias e transações do mercado acionário,
para administrar clientes e para ter acesso a informa-
Fintechs são as startups que criam inovações no ções personalizadas.”
setor financeiro, baseados em tecnologia. Elas têm Serviços de informação, por outro lado, pode ser
sido uma aposta dos bancos tradicionais para acele- oferecido como um módulo independente.
rar a inovação tecnológica e se inserir na era digital.
Os bancos beneficiam-se da interação com essas Open Banking
empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na
criação e aprimoramento de produtos e serviços. Se fôssemos traduzir ipsis litteris, Open Banking
Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma significaria Banco Aberto. Mas esse é um termo que
maneira de validar o negócio, receber investimentos remete aos métodos de Inovação Aberta pensados
e ganhar experiência. exclusivamente para o setor bancário.
Além disso, os bancos possuem uma base ampla, Dentro do que chamamos de Open Banking está a
consolidada e crescente de clientes e oferecem estabi-
prática da colaboração entre instituições bancárias
lidade, confiança e experiência em atender à regula-
tradicionais com startups, fintechs e empresas de tec-
mentação do Sistema Financeiro Nacional.
No Brasil, diversas instituições financeiras têm nologia. Essas parcerias resultam em soluções e apli-
promovido programas que dialogam com as FinTechs. cações inovadoras.
O Bradesco, por exemplo, criou em 2014 o programa E isso só acontece por que as Interfaces de Progra-
InovaBra, que promove a interação do banco com mação de Aplicativos (APIs) permitem que terceiros
startups com potencial de desenvolvimento de negó- acessem informações financeiras com eficiência, o
cios e produtos relacionados a serviços financeiros. que promove o desenvolvimento de novos aplicativos
Dentro desse ecossistema, foi criado, em 2017, o Ino- e serviços. Elas também facilitam a coleta e a análises
vaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas sofisticadas de volumes exponenciais de dados.
participantes. Um espaço onde empresas, startups, APIs abertas são ótimas oportunidades para criar
investidores, mentores e empreendedores geram novos modelos de negócios bancários, iniciando o tão
novos negócios e buscam soluções inovadoras com necessário processo de Transformação Digital, res-
base no networking e na colaboração. ponsável por tirar as instituições financeiras da área
Outro exemplo dessa interação é o Cubo, um espa- de conforto e guiá-las rumo a estratégias fundamenta-
ço de coworking lançado pelo Itaú em parceria com
das em user-centric.
a Redpoint, localizado na zona sul de São Paulo. Ele
O Open Banking propõe elaboração de produtos e
comporta e apoia até cinquenta startups, sendo seis
delas, FinTechs. serviços online, 100% digitais que geram vantagens
O banco digital representa uma evolução na for- para o usuário final. Sim, a ideia não é resolver o pro-
ma de se relacionar com o cliente tendo como base blema do banco e de seus desenvolvedores, mas o do
a inovação tecnológica. Ou seja, busca uma relação seu consumidor.
mais personalizada e próxima do consumidor a fim Idealmente, uma estratégia de Open Banking deve
de atender uma nova geração de clientes mais exigen- resultar em uma melhor experiência para os consu-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tes e conectados. midores. A diferença entre o conceito e outras estra-


Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor- tégias rotineiras no mercado é o novo cenário criado
financeiro/ por ele, em que correntistas acessam serviços e fun-
cionalidades do banco a partir de sites e aplicativos
Startup terceiros.
A instituição financeira deixa de existir apenas
Startup significa o ato de começar algo, normal- em seus próprios domínios e passa a ter contato com
mente relacionado com companhias e empresas que seu cliente em outros espaços digitais, ampliando sua
estão no início de suas atividades e que buscam explo-
atuação, público, portfólio de serviços e tempo de
rar atividades inovadoras no mercado.
contato.
Empresas startup são jovens e buscam a inovação
A plataforma de API aberta do banco deve ser
em qualquer área ou ramo de atividade, procurando
desenvolver um modelo de negócio escalável e que capaz de conectar o correntista, mais especificamente
seja repetível. os dados dele, à outras plataformas de sua escolha. O
Um modelo de negócio é a forma como a empre- poder de escolha é do usuário, o de conexão de dados
sa gera valor para os clientes. Um modelo escalá- é da instituição financeira.
vel e repetível significa que, com o mesmo modelo Fonte: https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/open-banking/ 333
O Comportamento do Consumidor na Relação com o z Teste variáveis
Banco
Durante a publicação da campanha é fundamental
O perfil do cliente de serviços bancários tem muda-
criar variantes de público para entender a receptivida-
do nos últimos anos. Bancos tradicionais já não conse-
guem suprir as necessidades de clientes que nasceram de de cada um. Segmentações diferentes influenciam
mergulhados na era digital, como a geração Y. resultados diferentes, por isso ter públicos segmenta-
Por isso, a fim de oferecer um relacionamento dos permite elevar seu entendimento da audiência a
mais personalizado, é essencial compreender quais cada interação da campanha, permitindo resultados
são os interesses e necessidades dessa nova geração cada vez melhores;
de consumidores, assim como o que eles esperam dos
serviços financeiros. z Mensure os resultados
A geração digital deseja ser localizada por seus
interesses específicos e características peculiares e Acompanhar os dados de demografia, renda, enga-
não ser somente um número em amplos dados demo- jamento, tempo de visita e conversão, disponibiliza-
gráficos. Ela é composta por clientes participativos e dos ao analisar as campanhas, possibilita que a cada
que desejam ser questionados sobre os produtos e ser- publicação você conheça melhor seu público. A partir
viços que o banco oferece. disso é possível ajustar a nova etapa da ação e seg-
São consumidores que esperam que o banco tenha mentar de forma ainda mais precisa, provocando
uma visão ampla de seu relacionamento, atuando de impacto na hora certa e na pessoa certa.
forma antecipatória, observando possíveis problemas Fonte: https://infographya.com.br/segmentacao-de-publico-no-
e criando soluções. Eles querem ser surpreendidos com ambiente-digital/
serviços especiais em momentos inesperados e espe-
ram que a instituição financeira esteja ao seu lado no A Importância da Segmentação Pública
longo prazo, nos diversos momentos da sua vida.
Estes clientes também esperam que o banco tenha É difícil até hoje mensurar o quanto a internet está
caráter informativo e orientador. Além de terem inte- transformando a humanidade em todos os aspectos:
resse em assuntos financeiros, querem que a institui- social, cultural, econômico, mas, algumas caracterís-
ção os eduque através de dicas e canais on-line, assim ticas dessa nova era digital já são bastante evidentes,
como os informe sobre o atual cenário econômico, mensuráveis e aplicáveis em estratégias de marketing.
alertando-os sobre mudanças financeiras. Na época de ouro da TV aberta, o grande público
Desejam sentir que estão seguros e protegidos, que geral era o objetivo final de qualquer campanha. Ven-
podem escolher os melhores canais para interagir dia mais quem tinha mais espaço publicitário, quem
com o banco. conseguia anunciar nos programas de maior audiên-
Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor- cia. Essa realidade mudou completamente desde que
financeiro/
a internet se popularizou, principalmente com o uso
SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS em massa de redes sociais.

O marketing digital é essencial para a comunicação Direcionando Investimento e Mensagem


das atividades de uma marca, afinal neste ambiente é
possível se posicionar e garantir uma audiência quali- Hoje, a grande oportunidade de consolidação no
ficada. Neste sentido, a estratégia é ainda mais asser- mercado e fortalecimento de marca não está mais na
tiva quando as ações e campanhas de marketing são divulgação para grandes públicos, mas na identificação
personalizadas de acordo com o público e comparti- e foco em nichos de mercado onde se concentram as
lhadas no momento certo para atingir o cliente. pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
Ao estabelecer um planejamento para a divul- A segmentação é uma forma de otimizar investi-
gação de uma campanha no Facebook é necessário mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
selecionar, dentre os diversos filtros demográficos e com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se
perfis de interação, quem deverá ser impactado por menos com tempo de exibição em horário nobre, por
sua publicação. Saiba como começar: outro ganha-se mais relevância em campanhas dese-
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
z Crie ‘personas’
no mundo corporativo de fazer mais com muito menos.
Definir as características da pessoa que você quer
atingir por meio da associação com seus valores e Criando uma Identidade
informações facilita a seleção de interesses que con-
tribuam para uma segmentação eficaz. Selecione fato- O Marketing Digital surgiu dessa necessidade de
res como idade, profissão, hobbies, gostos culturais e aproximar marca e público de forma como nunca antes
atividades praticadas regularmente; foi possível. O termo do momento em divulgação publi-
citária é “conexão emocional”. Campanhas segmenta-
z Utilize a mídia correta das e que se apoiam em redes sociais para passar uma
mensagem tornam a empresa mais próxima do público,
Saber quem é o seu público alvo ideal é a chave como mais uma amiga em sua rede de relacionamentos.
para descobrir onde o seu cliente está e, a partir dis- Dessa forma, é possível criar uma identidade bem
so, estabelecer qual a mídia deve ser prioritária na definida para o negócio e seus produtos. A marca é
ação. Conhecer as opções de segmentação, uso e perfis personificada em uma mensagem e é muito mais fácil
existentes em cada ambiente é essencial para que sua se relacionar afetivamente com uma persona do que
334 campanha tenha bom desempenho; apenas um nome na tela.
Aumentando Taxas de Conversão Segmentando de Forma Inteligente

Ou seja, a segmentação de público é hoje a fórmu- E a segmentação do Marketing Digital, principal-


la mais rápida e eficiente para aumentar a sua taxa mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao
gosto de um público. Com a captação de mais infor-
de conversão (a porcentagem de pessoas atingidas
mações sobre clientes e visitantes por meio de site e
pela mensagem que realmente fazem uma compra ou
redes sociais, é possível segmentar com muito mais
assinam um serviço), além de necessitar de um custo precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por
menor para manter esse cliente fidelizado. exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
Conexão emocional é barata de criar e difícil de ser até um horário do dia.
quebrada — duas características que qualquer empre-
sa busca em suas campanhas de marketing. Segmen- Retendo Clientes Através de Relacionamento
tar seu público é a forma mais eficiente de alcançar
esse resultado. Por último, uma das grandes vantagens do Marke-
ting Digital na segmentação de público é a capacidade
de separar a aquisição da fidelização de clientes.
Marketing Digital e a Estratégia de Segmentação
Em campanhas de massa, não há como fazer essa
diferenciação — a mesma mensagem é divulgada
Agora que a importância da segmentação de públi- para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital
co ficou clara, é hora de entender melhor como o possibilita campanhas específicas de remarketing e
Marketing Digital pode fazer isso na prática. São bene- relacionamento que tratem apenas sua base já con-
fícios que vão muito além da mensagem em si e sua quistada, otimizando o investimento menor na manu-
plataforma de divulgação, mas também estratégias tenção desse público fidelizado com engajamento e a
de Business Intelligence para garantir que seu inves- tão desejada conexão emocional.
timento em divulgação seja feito de forma assertiva. Fonte: https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-na-
segmentacao-de-publico
Entendendo o seu Público
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN,
O primeiro passo para uma divulgação adequada BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS
a esse novo público é entender quem são seus clientes
potenciais. Por meio de pesquisas e aplicação de téc- Moedas Virtuais
nicas de prospecção, é possível identificar nichos de
mercado potenciais para divulgar e engajar. As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip-
A prática de mais sucesso atualmente é a criação tográficas” são representações digitais de valor que
de buyer personas, perfis fictícios que representam não são emitidas por Banco Central ou outra autorida-
seus consumidores e ajudam a elaborar e implementar de monetária. O seu valor decorre da confiança depo-
campanhas de marketing mais segmentadas e focadas. sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia
de participantes.
Criando Campanhas em Plataformas Unificadas Veremos agora algumas perguntas quando fala-
mos de moedas virtuais:
Parte de entender seu público passa também por
mapear seu comportamento na internet e hábitos ao O Banco Central do Brasil regula as “moedas
virtuais”?
consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan-
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre-
tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for-
sença nesses ambientes.
ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul-
trata de moedas oficiais, a exemplo do real.
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar
As “moedas virtuais” não devem ser confundidas
estratégias se todos os dados coletados em diversas
com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe-
fontes estiverem centralizados em um bom sistema
das eletrônicas se caracterizam como recursos em
de monitoramento. reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao
usuário realizar pagamentos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Economia de Dinheiro
O Banco Central do Brasil autoriza o funcionamento
O resultado mais relevante que o Marketing Digi- das empresas que negociam “moedas virtuais” e/
tal traz para a segmentação do público é otimizar a ou guardam chaves, senhas ou outras informações
taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com cadastrais dos usuários, empresas conhecidas como
menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi- “exchanges”?
co e ter um sistema integrado de monitoramento, a
divulgação se torna mais barata e eficiente. Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza-
Imagine uma campanha em TV aberta que atinja das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há
um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam legislação ou regulamentação específica sobre o tema
seu público alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing no Brasil.
Digital à mesma campanha, é possível conseguir o O cidadão que decidir utilizar os serviços presta-
mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas de eventuais fraudes ou outras condutas de negó-
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais cio inadequadas, que podem resultar em perdas
propício ao engajamento. patrimoniais. 335
É possível realizar compras de bens ou serviços no Mineração de Criptomoeda
Brasil utilizando “moedas virtuais”?
Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa-
A compra e venda de bens ou de serviços depende ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos
de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma quando alguém descobre um “quebra-cabeças”.
de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir- O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori-
tuais”, as partes assumem todo o risco associado. thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma
Qual o risco para o cidadão se as moedas virtuais função matemática e criptográfica.
forem utilizadas para atividades ilícitas? São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois
exigem uma rapidez além do normal. Assim, foram
Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode criados hardwares de mineração para solucionar
estar sujeito à investigação por autoridades públicas. esses cálculos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algo-
As “moedas virtuais” podem ser utilizadas como ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço
investimento? no blockchain para registrar suas transações com as
bitcoins.
Blockchains são conhecidos por serem extrema-
A compra e a guarda de “moedas virtuais” estão
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso
sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido,
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica-
além da variação de seu preço. O cidadão que investir
mente, são regras que definem a forma (justa) em que
em “moedas virtuais” deve também estar ciente dos
uma rede cripto deve funcionar.
riscos de fraudes.
Os dois principais mecanismos de consenso exis-
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo-
É permitido realizar transferência internacional f-of-stake (PoS).
utilizando “moedas virtuais”? O algoritmo proof-of-work garante a segurança da
rede blockchain pela mineração de criptomoedas —
Não. Transferências internacionais devem ser fei- processo em que poder computacional é aplicado para
tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a encontrar uma solução matemática complicada que
operar no mercado de câmbio, que devem observar as dá o direito de transmissão de um bloco de transações.
normas cambiais. Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin
Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a
perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
mineração cripto para garantir sua segurança.
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine-
BlockChain
ração mais potentes têm mais chances de encontrar
essa solução matemática mais rápido e garantir a
O BlockChain espécie de banco de dados, onde segurança e confiabilidade do blockchain.
ficam armazenadas todas as informações sobre as Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto
transações de Bitcoins. O mais legal é que este grande não é algo sustentável, já que milhares de máqui-
arquivo é acessível a todos os usuários. nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em
Dessa forma, você pode acessar essa base de dados uma grande competição tecnológica, a fim de obter
pelo seu computador e ver uma negociação que ocor- a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans-
reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale- missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa
manha, por exemplo. muita energia elétrica, que polui o meio ambiente.
Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs-
possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake.
sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra- Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá-
vada na blockchain para sempre. tico, um nó (participante da rede) garante o direito de
E falamos para sempre no sentido literal. Afinal, transmitir o bloco de transações à rede com base na
não é possível desfazer ou alterar uma transação após quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou
ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar seja, a quantia em staking de seus criptoativos.
atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit- Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe
coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain? uma recompensa na forma do token principal da rede.
Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip-
Dica toativos em staking pode ser “queimada”, como um
tipo de punição para maus agentes.
Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome, (Fonte: moneytimes.com.br-Daniela do Nascimento)
que fazem parte de um sistema de registro cole-
tivo. Isso quer dizer que as informações não Arranjos de Pagamento
estão guardadas em um lugar só, pois em vez
de estarem armazenadas em um único compu- Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e
tador, todas as informações da blockchain estão procedimentos que disciplina a prestação de determi-
distribuídas entre os diversos computadores nado serviço de pagamento ao público. As regras do
ligados a ela. arranjo facilitam as transações financeiras que usam
dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com
Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-o- dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o
336 que-e arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É
o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de z Exclusivos para pagamento de serviços públicos,
cartão de crédito numa compra que só é possível por- como água, luz e transporte;
que o vendedor aceita receber daquela bandeira. z Baseados em moedas virtuais, como programas de
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro- benefícios, como de milhagem aérea e outros pro-
cedimentos utilizados para realizar compras com car- gramas que tenham como objetivo incentivar uso
tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional e a fidelidade do cliente por meio de prêmios;
ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes- z Decorrentes de programas governamentais de
sas de recursos também são arranjos de pagamentos. benefícios, a exemplo de vale-alimentação, vale-
As pessoas jurídicas não financeiras que executam os -refeição e vale-cultura;
serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins- z De saque e aporte, nos quais as condições de pres-
tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio- tação desses serviços são estabelecidas por meio
namento com os usuários finais do serviço. Instituições de contratos comerciais entre as operadoras de
financeiras também podem operar com pagamentos. caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de
A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo pagamento, e que, atualmente, não são submeti-
de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável dos à aprovação do BC; e
pela criação do arranjo de pagamento e pela manu- z Destinados ao recebimento de doações eleitorais.
tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
organizar e criar regras para o funcionamento do
arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen- Importante!
tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
estão seguindo as regras e os procedimentos estabele- O Banco Central (BC) supervisiona todos os
cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos arranjos de pagamento que não se enquadrem
de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui- nas condições descritas acima.
dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri- Ainda, segundo a Lei 12.865, de 2013, em seu arti-
vate label – emitidos por grandes varejistas e que só go 7º Os arranjos de pagamento e as instituições de
podem ser usados no estabelecimento que o emitiu pagamento observarão os seguintes princípios, con-
ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos forme parâmetros a serem estabelecidos pelo Banco
à supervisão do BC os arranjos para pagamento de Central do Brasil, observadas as diretrizes do Conse-
serviços públicos (como provisão de água, energia lho Monetário Nacional:
elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos
de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, I - Interoperabilidade ao arranjo de pagamento e
ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação. entre arranjos de pagamento distintos;
O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga- II - Solidez e eficiência dos arranjos de pagamen-
mento, passará a ser o padrão único para QR Codes to e das instituições de pagamento, promoção da
(código de barras bidimensional) a serem utilizados competição e previsão de transferência de saldos
em moeda eletrônica, quando couber, para outros
para a iniciação de transações em arranjos de paga-
arranjos ou instituições de pagamento;
mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor
III - Acesso não discriminatório aos serviços e às
em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga-
infraestruturas necessários ao funcionamento dos
mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR arranjos de pagamento;
Codes ao BR Code. IV - Atendimento às necessidades dos usuários
Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá finais, em especial liberdade de escolha, segurança,
utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação proteção de seus interesses econômicos, tratamen-
em diferentes arranjos – a depender do aplicativo to não discriminatório, privacidade e proteção de
escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres- dados pessoais, transparência e acesso a informa-
tadores de serviço de pagamento devem informar ao ções claras e completas sobre as condições de pres-
usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili- tação de serviços;
zado naquela transação. V - Confiabilidade, qualidade e segurança dos ser-
A legislação proíbe que instituições de pagamento viços de pagamento; e
prestem serviços privativos de instituições financeiras, VI - Inclusão financeira, observados os padrões
como a concessão de empréstimos e financiamentos ou de qualidade, segurança e transparência equivalen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a disponibilização de conta bancária e de poupança. tes em todos os arranjos de pagamento.


Não são regulados e supervisionados pelo BC os
seguintes arranjos de pagamento: PIX – PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS

z Que apresentem volumetria inferior a: RESOLUÇÃO BCB Nº 1, DE 12 DE AGOSTO DE 2020

„ R$500 milhões de valor total das transações, A participação no PIX é obrigatória para as insti-
acumulado nos últimos doze meses; e tuições financeiras e para as instituições de pagamen-
„ 25 milhões de transações, acumuladas nos últi- to autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
mos doze meses. Brasil com mais de quinhentas mil contas de clientes
ativas, consideradas as contas de depósito à vista, as
z Cujos cartões sejam emitidos para uso exclusivo contas de depósito de poupança e as contas de paga-
em uma rede de estabelecimento de um gran- mento pré-pagas.
de comerciante, como lojas de departamento, ou Consideram-se contas de clientes ativas as contas
em estabelecimentos pertencentes a uma rede de de depósito à vista, as contas de depósito de poupança
franquia ou de licenciados; e as contas de pagamento pré-pagas não encerradas. 337
É facultada a adesão ao PIX: Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre-
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta
I - das demais instituições financeiras e instituições específica em uma ou mais instituições financeiras.
de pagamento No total existem 5 chaves possíveis:
II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição
de ente governamental. z Seu CPF ou CNPJ;
z Seu número de telefone;
z Seu e-mail;
Importante! z Chave aleatória;
z Pix Copia e Cola.
As instituições de pagamento que optarem por
aderir ao PIX, e não se enquadrarem nos crité- Eu posso ter várias chaves cadastradas na mesma
rios previstos na regulamentação em vigor para conta, mas nunca várias contas vinculadas a mesma
serem autorizadas a funcionar pelo Banco Cen- chave, pois a chave só poderá abrir uma conta de
tral do Brasil, serão consideradas integrantes do cliente.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) a partir
do momento em que apresentarem pedido de Shadow banking
adesão ao PIX.
O shadow banking, também conhecido em portu-
guês como “sistema bancário sombra”, é um con-
Os processos e estruturas de governança do PIX junto de operações e intermediários financeiros que
devem garantir: fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo-
bal de forma “informal”.
I - a representatividade e a pluralidade de institui- Ou seja, por meio de uma série de atividades
ções e de segmentos participantes; paralelas ao sistema bancário, algumas instituições
II - o acesso não discriminatório; e e agentes conseguem realizar financiamentos de for-
III - a mitigação de conflitos de interesse. ma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou
O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente regulação.
que tem como objetivo subsidiar o Banco Central do
Dentre os intermediários não-regulamentados que
Brasil na definição das regras e dos procedimentos
que disciplinam o funcionamento do Pix.
podem fazer parte do shadow banking estão os:
O Fórum Pix é integrado por:
I - participantes do arranjo, individualmente ou z Bancos de investimento;
por meio de associações representativas de âmbito z Fundos de hedge;
nacional; z Operações com derivativos e títulos securitizados;
II - provedores e potenciais provedores de serviços z Fundos do mercado monetário;
de tecnologia da informação, z Companhias de seguros;
III - usuários pagadores e recebedores, por meio de z Fundos de capital privado;
associações representativas de âmbito nacional; e z Fundos de direitos creditórios;
IV - câmaras e prestadores de serviços de compen-
z Factorings e fomentadoras mercantis;
sação e de liquidação que ofertem mecanismos de
provimento de liquidez no âmbito do Pix. z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending).

A Coordenação do Fórum Pix será Exercida pelo Por que o Shadow Banking Existe?
Banco Central do Brasil.
Instituições que praticam o shadow banking geral-
Compete ao Coordenador do Fórum Pix: mente servem como intermediários entre credores
e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de capital para investidores e corporações.
sugestão de participante, propostas de acréscimos Mas como essas instituições não são bancárias, elas
ou de alterações de regras que possam ensejar a não recebem depósitos tradicionais como um banco
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
quando referentes a temas que impactem a atuação instituições possuem maiores riscos de mercado, de
dos participantes e seus correspondentes modelos crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
de negócio; va de capital para servir como garantia.
II - analisar e responder as contribuições dos parti-
Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que
trata o inciso I;
bais e a estruturação de operações cada vez mais
III - definir os temas a serem discutidos pelo Fórum complexas, o shadow banking passou a desempenhar
Pix; um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
IV - definir a periodicidade das reuniões do Fórum financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
Pix; que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
balho temáticos, com objeto delimitado, de forma
permanente ou por prazo determinado, e sobre a CORPORATE FINANCE
composição, a coordenação, os produtos, os prazos
e as diretrizes de atuação desses grupos;
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclu-
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
sive de autorregulação, sua composição e objeto de
atuação; e É uma autarquia em regime especial, vinculada
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas ao Ministério da Fazenda, a qual é responsável espe-
338 no encaminhamento das soluções aprovadas. cificadamente pela regulamentação, fiscalização e
controle do mercado de títulos e valores mobiliários As companhias abertas devem atender a diversos
emitidos pelas Sociedades Anônimas de Capital Aber- requisitos, definidos na Lei das S.As. e nas regulamen-
to — S/A. tações da CVM, com o objetivo de garantir a confiabi-
lidade das informações e demonstrações financeiras
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — Sansões divulgadas. O mercado considera que a plena abertu-
ra de capital ocorre quando há o lançamento de ações
z Advertência;
ao público, em função das transformações impostas
z Multa;
à empresa e pelo incremento no volume de negócios
z Suspensão ou inabilitação para o exercício do car-
com seus títulos.
go, ou cassação da autorização ou do registro, bem
como a proibição por prazo determinado para o
CONCEITOS DE CORPORATE FINANCE5
exercício de atividades e operações do sistema de
distribuição;
Corporate Finance (Finanças corporativas) é o
z O investidor pode ser proibido temporariamente
nome dado à divisão das finanças que lida com situa-
de atuar, direta ou indiretamente, no mercado.
ções como: fontes de financiamento, estruturação de
Atribuições do CVM capital e decisões de investimento. A principal preo-
cupação aqui, na Corporate, é maximizar o valor do
z Estimular a formação de poupança e sua aplicação acionista nas decisões, tanto de curto como de longo
em valores mobiliários; prazo, da companhia.
z Promover a expansão e o funcionamento eficiente Uma das principais atribuições dada aos departa-
e regular do mercado de ações e estimular as apli- mentos de Finanças Corporativas é o de investimento.
cações permanentes em ações do capital social de Não só administrar e supervisionar, mas tomar deci-
companhias abertas sob controle de capitais priva- sões que façam sentido dado o momento e o segmento
dos nacionais; da firma. Como exemplo, podemos citar um empreen-
z Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos dimento realizado por uma empresa de Real Estate.
mercados de bolsa e de balcão; A firma sabe que precisa fazer algum projeto que
z Proteger os titulares de valores mobiliários e os rentabilize seu capital. Cabe então ao departamento
investidores do mercado contra: de Corporate não só analisar as melhores oportuni-
dades, mas também a estratégia a se seguir. Algumas
„ emissões irregulares de valores mobiliários; perguntas a serem feitas em relação a estratégia: qual
„ atos ilegais de administradores e acionistas das investimento devo fazer? Qual investimento maximi-
companhias abertas, ou de administradores de zara meu retorno? Devo fazer com capital próprio, de
carteira de valores mobiliários; terceiros ou através de Equity?
„ o uso de informação relevante não divulgada Dentro das Finanças Corporativas, há uma série
no mercado de valores mobiliários. de instrumentos usados para calcular a viabilidade de
um projeto ou investimento. Passaremos por todos,
COMPANHIAS ABERTAS — CONCEITO, REGISTRO, citando exemplos e suas respectivas fórmulas com o
POLÍTICA DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES uso na HP 12C. Antes de tudo, é importante ressaltar
que aqui lidaremos com o assunto de Finanças Corpo-
Quando uma instituição pública ou privada decide rativas, o que envolve o uso de matemática financeira.
abrir seu capital para captação de recursos na bolsa de Iremos apresentar termos, fórmulas e explicar cada
valores, ela se torna uma companhia aberta e realiza a um.
oferta inicial de suas ações na bolsa de valores brasileira.
Essa oferta inicial de ações visa apresentar a com- Future Value e Present Value
panhia para investidores no chamado mercado pri-
mário, que representa a oferta da ação da companhia Começaremos com Future Value (Valor futuro),
(após análise da companhia de seu capital e de deci- que chamaremos de FV. O FV de um número nada
são sobre montante ofertado de ações), após a devida mais é que um montante de dinheiro hoje, avalia-
regulamentação na Comissão de Valores Mobiliários. do em um dado ponto do futuro. Já o Present Value
(Valor Presente), é o próprio montante avaliado hoje.
Companhias Abertas4 Podemos usar uma fórmula para ambos os termos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Uma companhia é considerada aberta quando pro- FV = PV · (1 + R)n


move a colocação de valores mobiliários em bolsas de
valores ou no mercado de balcão. FV = Future Value
São considerados valores mobiliários: ações, PV = Presente Value
bônus de subscrição, debêntures, partes beneficiárias R = Taxa de juros ou Custo de Capital
e notas promissórias para distribuição pública.
As operações de abertura de capital precisam Assim, temos que o FV é o PV multiplicado por 1
ter autorização da Comissão de Valores Mobiliários mais o custo de capital do investimento, elevado ao
(CVM), o órgão fiscalizador do mercado de capitais número de anos da duração do investimento ou pro-
brasileiro, o qual também registra e autoriza a emis- jeto. Para acharmos o PV quando tivermos o FV, basta
são dos valores mobiliários para distribuição pública. reorganizar os termos da equação para isolar o PV.
4 O que é uma companhia aberta? Google, 2022. Disponível em: <https://sites.google.com/site/mdecapitais/conceitos-basicos/1-o-que-e-uma-
-companhia-aberta>. Acesso em: 10 jan. 2022.
5 JAHN, David. Introdução à Corporate Finance. Clube de Finanças, 2020. Disponível em: <http://clubedefinancas.com.br/materias/introducao-
-corporate-finance/>. Acesso em: 10 jan. 2022. 339
Net Present Value (NPV) ou Valor Presente Líquido Contudo, a indústria de fundos apresentou um
(VPL) fraco desempenho nos primeiros anos da década de
1960. As reduzidas dimensões do mercado acioná-
Agora, entrando a fundo no conceito de Corporate, rio brasileiro conferiam baixa liquidez aos fundos,
começaremos a aplicar funções mais úteis. Iniciando
enquanto a instabilidade macroeconômica, especial-
pelo Net Present Value (Valor Presente Líquido, VPL)
mente o avanço da inflação, estimulou a preferência
que chamaremos de NPV. O NPV é muito utilizado
por papéis de curtíssimo prazo. Esses dois fatores
para fazer valuation (estimar o valor econômico de
algo, nesse caso, um projeto/investimento) para se estão entre os mais importantes dentre aqueles que
obter uma ideia da viabilidade do projeto. De forma respondem pela limitada dimensão do setor de mer-
resumida, o NPV é o valor presente de todos os flu- cado de capitais.
xos de caixa que estão relacionados ao projeto. É dado A Lei 4.728, de 1965, denominada Lei do Mercado
pela fórmula: de Capitais, deu início à regulamentação dos fundos.
Porém, apenas em 1970, com a resolução 145 do Ban-
CFt co Central do Brasil, surgiu uma regulamentação mais
NPV = CF0 +
(1+r)t específica. A resolução 145 definia que os fundos de
investimentos deveriam ser formalizados na forma de
NPV = Net Presente Value condomínios que teriam como intuito reunir recursos
CF0 = Investimento de vários investidores, por meio da emissão de títu-
CFt = Fluxo de Caixa no período t los próprios, objetivando adquirir ativos em conjunto,
assim como tornou sem efeito a Portaria 309, de 1959,
É interessante ressaltar que o Investimento entra- e foram definidas as instituições aptas a exercer admi-
rá com sinal negativo, visto que há uma saída de cai- nistração de fundos mútuos (Bancos de Investimento,
xa, não uma entrada. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
e Sociedades Corretoras).
FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO Ainda, com o propósito de fomentar as empresas
no Brasil, em 1967 o Decreto-lei 157 passou a permitir
FUNDOS DE INVESTIMENTOS NO BRASIL6 que pessoas físicas (e, inicialmente, também pessoas
jurídicas) aplicassem uma fração do imposto de ren-
O nascimento da indústria de fundos no Brasil se da devido em fundos mútuos fiscais, conhecidos como
deu meio século mais tarde do que nos EUA. Embora fundos 157. Estes seriam administrados por bancos de
existam divergências a respeito do primeiro fundo de
investimento, corretoras ou financeiras, e os recursos
investimento a entrar em operação no Brasil7, o fundo
deveriam ser majoritariamente investidos em ações
de investimento fechado Valéria Primeira, do grupo
ou em debêntures conversíveis.
Deltec, foi o pioneiro no Brasil, tendo iniciado sua ope-
ração em 1952. Em 1954, surgiu o Fundo Brasil e em Criados com o objetivo de investir seus recursos
1957 foi criado por Nelson Rockefeller8 o fundo Cres- em novas ações, os Fundos 157 ganharam mais liber-
cinco do Grupo Rockefeller junto com o grupo Deltec, dade em março de 1967, através da Resolução 49 do
que tinha por objetivo fomentar o mercado de capi- BCB, passando a ser permitido que os fundos com-
tais no Brasil. prassem ações em bolsa, até o limite de 10% dos recur-
O Ministério da Fazenda, por meio da Portaria 309 sos, e, depois, pela Resolução 60 do BCB, aplicar 1/3 de
de 30 de novembro de 1959, autorizou a constituição seus recursos no mercado secundário.
de fundos em condomínio, quando então foi criado Na década de 60, foram criados vários fundos
em 1960 o fundo Atlântico, depois o Condomínio Del- mútuos, chegando a um total de 43 em 1969; em 1971,
tec em 1961 e em 1964 o Halles e Vera Cruz. eram 121 fundos. No período entre 1972 a 1981, o
Com isso, constata-se um paralelo entre o incremen- número de fundos sofreu uma redução.
to nas operações de bolsa de valores e o surgimento dos Seguindo a evolução histórica da regulamenta-
primeiros fundos de investimento em 1961, em espe- ção dos fundos de investimento no Brasil, tem-se um
cial em 1964, quando o Governo Federal implementou marco importante em 7 de dezembro de 1976 com a
medidas para fomentar o mercado de capitais. Lei 6.385, que criou a Comissão de Valores Mobiliá-
Podemos dizer que a legislação existente na época
rios (CVM) sob supervisão do Banco Central do Bra-
(Lei 3.470, de 1958) foi responsável pela criação dos
sil (BCB) e do Conselho Monetário Nacional (CMN). A
fundos em forma de condomínio, visto que tais fundos
CVM foi criada com o objetivo de disciplinar, normati-
teriam tributação diferenciada em relação às socie-
dades anônimas. Ademais, a opção pelo formato de zar e fiscalizar mercado de valores mobiliários, tendo
condomínio impediria limites legais das sociedades poder geral de normatizar todas as matérias.
anônimas, tais como: Até agosto de 2004 a regulação dos fundos ficou
dividida entre a Instrução CVM 302 de maio de 1999 e
z a proibição à venda contínua de títulos de própria a Circular BCB 2616 de setembro de 1995. Objetivando
emissão; centralizar a regulação dos fundos de investimento
z a proibição da recompra de suas ações, o que no Brasil, a CVM em 18 de agosto de 2004 publicou a
impediria a emissão e o resgate das participações. Instrução 409.
6 NEVES, Ricardo Botós da Silva. Fundos de investimentos no Brasil. Migalhas, 2019. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depe-
so/302858/fundos-de-investimentos-no-brasil. Acesso em: 10 jan. 2022. As próximas notas de rodapé foram retiradas da mesma fonte.
7 Andrezo e Lima (1999:83) “o primeiro fundo de investimento, no Brasil, formou-se em 1957, com a criação do Fundo Crescinco, que, até o início
dos anos 70, era o maior fundo brasileiro”.
340 8 Vice-Presidente dos E.U.A., governador do estado de Nova Iorque, filantropista e empresário.
Fundos de Investimento — Definição Por sua vez, nos fundos fechados o número de uni-
dades de participação (cotas) é fixo, podendo os inves-
Fundo de investimento, no Brasil, pode ser defini- tidores proceder à sua subscrição num determinado
do como: um veículo de aplicação financeira, resulta- período e o seu resgate ocorre numa data predefinida
do da união de múltiplos investidores com o objetivo para a liquidação (não é permitida a saída do cotista).
de realizar um investimento financeiro, para obter Nos fundos fechados, depois de encerrado o período de
um objetivo ou retorno esperado, sem personalidade captação de recursos, não se admite a entrada de novos
jurídica. No fundo, as receitas geradas e as despesas cotistas, tampouco novos investimentos pelos antigos. O
necessárias para o empreendimento são divididas resgate antecipado por decisão do cotista é vedado. Por-
proporcionalmente a participação do investidor no tanto, a saída antes do encerramento do fundo fechado
condomínio.9 somente é possível com a venda das cotas a terceiros.
Desta forma, nos fundos fechados as cotas somente
Formas de Constituição são resgatadas (o capital retornado ao investidor) ao
término do prazo de duração do fundo ou em virtude
No Brasil a forma imposta pela norma para cons- de sua liquidação. Contudo, será possível a realização
tituição dos fundos foi a contratual em condomínio de amortizações de cotas por disposição do regula-
aberto ou fechado10, sendo a atividade atualmente regu- mento ou por decisão da assembleia geral de cotistas.
lamentada de maneira ampla pela Instrução CVM 555, Entretanto, as cotas em fundos fechados podem
de 17 de dezembro de 2014, com as mudanças introdu- ser registradas para negociação em mercados admi-
zidas pelas instruções 563, de 2015; 564, de 2015; 572, nistrados pela bolsa de valores. Destarte, se um cotis-
de 2015; 582, de 2016; 587, de 2017; 604, de 2018; 605, de ta pretende comprar ou vender cotas de um fundo
2019; e 606, de 2019 (existem outras regras específicas fechado, pode registrar a sua intenção no sistema de
aplicáveis aos chamados fundos de investimento estru- negociação da bolsa na qual a cota esteja registrada
turados, mas que pela característica de pouca diluição (por uma corretora).
dos cotistas aqui não serão tratadas).
A mesma forma do Brasil foi adotada em outros Espécies — Composição de Carteira
países, entre eles: França, Portugal, Holanda, Alema-
nha, Itália e Espanha. Por sua vez, Jersey, Hong Kong, A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no art.
Japão e Reino Unido adotam a forma contratual, mas 108 da instrução 555, complementada pela Associação
através de um trust.11 Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID), classi-
O funcionamento dos fundos deve obedecer às fica os fundos de investimento quanto à composição
normas estipuladas pela CVM e por um regulamento das diferentes carteiras.
próprio. O regulamento é o principal e mais impor- Curto prazo: aplicações exclusivamente em títu-
tante documento do fundo, pois nele as regras são los públicos federais pré-fixados ou indexados à taxa
estabelecidas, tais como: o objetivo, a política de SELIC, ou títulos indexados a índices de preços, com
investimento, os tipos de ativo negociados, os riscos prazo máximo de 375 dias, e prazo médio da carteira
envolvidos nas operações, as taxas de administração, do fundo inferior a 60 dias, sendo permitida a utiliza-
assim como outras despesas do fundo, além do seu ção de derivativos somente para proteção da carteira
regime de tributação e outras informações relevantes. e a realização de operações compromissadas lastrea-
Contudo, vale informar para conhecimento que das em títulos públicos federais.
existe ainda a forma de sociedades, sendo elas adota- Referenciado: deve identificar na denominação
das, entre outros países, nos Estados Unidos da Améri- a referência do seu indicador de desempenho — que
ca, na Irlanda, em Luxemburgo, nas Ilhas Cayman, no deve estar expressamente definido na denominação
México e na Suíça. do fundo — em função da estrutura dos ativos finan-
Os fundos de investimentos no Brasil podem ser ceiros integrantes da respectiva carteira, desde que
divididos pelo tipo como aberto ou fechado e pela atendidas, cumulativamente. Os fundos referenciados
espécie (composição de carteira) como de curto pra- têm que atender as condições de ter 80%, no míni-
zo, referenciados, renda fixa, ações, cambial, dívida mo, de seu patrimônio líquido representado, isolada
externa, multimercados, mistos e fundos de fundos. ou cumulativamente, por títulos públicos federais, e
títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emis-
Tipos — Fundos Abertos e Fechados sor esteja classificado na categoria baixo risco de cré-
dito ou equivalente, com certificação por agência de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os fundos de investimentos pelo tipo podem ser classificação de risco localizada no país, exceto em
classificados como abertos ou fechados. relação aos fundos referenciados em índices do mer-
Os fundos de investimento abertos são aqueles em cado de ações; estipule que 95%, no mínimo, da car-
que os investidores podem subscrever e resgatar as teira seja composta por ativos financeiros de forma a
unidades de participação (cotas) a qualquer momen- acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do
to, sendo o número de unidades de participação em indicador de desempenho (“benchmark”) escolhido; e
circulação variável e, normalmente, constituídos para restrinja a respectiva atuação nos mercados de deri-
existir por tempo indeterminado. vativos à realização de operações com o objetivo de
proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.

9 In 555 CVM “Art. 3º O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em
ativos financeiros.”
10 In 555 CVM “Art. 4º O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas
conforme estabelecido em seu regulamento, ou fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo”.
11 De acordo com a definição da Lex Universal, a palavra “trust” (fideicomisso) significa a custódia e administração de bens, interesses ou valores
de terceiros. Trata-se de qualquer tipo de negócio jurídico que consista na entrega de um bem ou um valor a uma pessoa (fiduciário). Esses recur-
sos passam a ser administrados em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (beneficiário). 341
Renda fixa: deve possuir, no mínimo, 80% da cartei- Fundos de Investimento Imobiliário (“FII”):
ra em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados os recursos devem ser destinados a empreendimen-
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe. tos imobiliários, podendo ser aplicados na aquisição
Ações: deve possuir, no mínimo, 80% da carteira de uma série de ativos imobiliários, dentre os quais:
em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados direitos reais sobre imóveis (para fins de locação
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe comercial, residencial ou industrial, por exemplo),
(variação de preços de ações admitidas à negociação as ações e debêntures de empresas do setor imobiliá-
no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade rio, certificado de potencial adicional de construção
do mercado de balcão organizado); deve possuir, no (CEPAC), letras hipotecárias, letras de créditos imobi-
mínimo, 67% da carteira em ações admitidas à nego- liários, cotas de outros fundos de investimentos imo-
ciação no mercado à vista de bolsa de valores ou enti- biliários, dentre outros ativos. Base legal: Instrução
dade do mercado de balcão organizado. CVM 472, modificada pelas instruções CVM 478, de
Cambial: deve possuir, no mínimo, 80% da cartei- 2009; 498, de 2011; 517, de 2011; 528, de 2012; 554, de
ra em ativos relacionados diretamente, ou sintetiza- 2014; 571, de 2015; 580, de 2016; e 604, de 2018.
dos via derivativos, ao fator de risco que dá nome à Fundos de Investimentos em Direitos Creditó-
classe (variação de preços de moeda estrangeira ou rios (“FIDC”): onde no mínimo 50% do patrimônio
simplesmente variação cambial), ou a variação do líquido deve ser destinado para a aplicação em direi-
cupom cambial. tos creditórios. Somente captam recursos mediante
Dívida externa: deve aplicar, no mínimo, 80% de seu distribuição de cotas, cuja remuneração e resgate
patrimônio em títulos representativos da dívida externa estão atrelados fundamentalmente ao desempenho
de responsabilidade da União, sendo permitida a aplica- dos direitos creditórios integrantes do fundo.12 Os
ção de até 20% do patrimônio líquido em outros títulos FIDC podem ser “padronizados” ou “não padroniza-
de crédito transacionados no mercado internacional. dos”, de acordo com os ativos que forem objeto de
Multimercado: deve possuir políticas de investi- investimento.
mento que envolvam vários fatores de risco, sem o FIDC “padronizado” somente pode investir em
compromisso de concentração em nenhum fator em títulos de crédito convencionais, mais seguros e que
especial ou em fatores diferentes das demais classes não apresentam nenhuma particularidade. Por sua
previstas. vez, no FIDC “não padronizado” (NP), além dos títu-
Mistos: investem de forma diversificada, manten- los convencionais, pode-se também adquirir direitos
do percentagens do seu capital alocadas a instrumen- creditórios com maior risco, como, por exemplo, mas
tos de mercado monetário, obrigações e ações. não limitados:
Fundos de fundos: o capital é investido, na sua
maioria, em unidades de participação de outros fun- z créditos já vencidos ou com o pagamento pendente;
dos de investimento. z créditos em litígio ou recuperação judicial;
z precatórios;
Fundos Fechados por Propósitos — Principais Tipos z créditos de existência futura e montante incerto.

Antes de adentrar ao tema deste tópico, mister se Dessa forma, como um FIDC-NP investe em ativos
faz esclarecer que os fundos de investimento em con- de maior risco e menor liquidez, costumam oferecer
domínios abertos não serão analisados, pois a diversi- rendimentos maiores do que a média.
dade de propósitos dificulta ao ponto de inviabilizar a Não há regime fiduciário para o patrimônio do
formulação de uma intitulação. fundo, de forma que todos os cotistas têm direitos
Portanto, serão comentados os principais fundos sobre o patrimônio total do fundo; no entanto, estão
fechados que pelo propósito de investimento podem divididos de acordo com os dois tipos de cotas que um
ter a nomeação de: FIDC pode emitir, que são sêniores13 e subordinadas14.
Base legal: Instrução CVM 356.
z investimento imobiliário; Fundos de Investimentos em Participações
z investimentos em direitos creditórios (“FIP”): destinados à aquisição de ações, debêntu-
z mútuo em empresas emergentes; res, bônus de subscrição ou outros títulos e valores
z em participações; mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de
z cultural e artístico; emissão de companhias, abertas ou fechadas, partici-
z aposentadora programa individual; pando do processo decisório da companhia investida,
z financiamento da indústria cinematográfica nacional; com efetiva influência na definição de sua política
z garantidor de parcerias público-privadas. estratégica e em sua gestão, notadamente através da
indicação de membros do Conselho de Administração,
As definições a seguir não têm por propósito esgo- sendo que somente investidores qualificados podem
tar a análise de cada um dos fundos, pois o espaço participar desses fundos. Base legal: Instrução CVM
destinado aqui não comportaria essa discussão. A 578, de 2016.
intenção é ser um informativo com o intuito de tornar Fundos Mútuos de Investimentos em Empre-
a cognição sobre os fundos fechados mais compreen- sas Emergentes (“FMIEE”): são obrigados a destinar
sível ao leitor, e de dar uma base inicial de conheci- no mínimo 75% de seus investimentos em carteira
mento sobre tais veículos de investimento. diversificada de valores mobiliários de emissão de
12 Dicionário de Finanças Uqbar. Consultado em 31 de maio de 2017.
13 São as quotas que têm preferência para amortização e resgate. Por estarem protegidas, até um limite, de inadimplementos, as quotas prefe-
renciais possuem risco significativamente menor.
14 São as quotas que somente são remuneradas após as cotas seniores terem sido totalmente pagas. Por terem um risco maior, em muitos casos
342 trazem um maior retorno no caso de adimplemento.
empresas emergentes, assim entendida a compa- pois estão regulamentados por normas que protegem
nhia que apresente faturamento líquido anual, ou os investidores, tendo os seus funcionamentos devida-
faturamento líquido anual consolidado, inferior a mente fiscalizados pela CVM.
R$150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais), Isso não significa que não existam riscos, mas com
apurado no balanço de encerramento do exercício os fundos de investimento a decisão de assumir maior
anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua ou menor risco é do investidor (poupador) que bus-
emissão. Base legal: Instrução CVM 209, de 1994, alte- ca maiores ou menores retornos. A principal caracte-
rada para Instrução CVM 447, de 2009. rística dos fundos de investimentos é permitir que o
Fundos de Investimento Cultural e Artístico poupador comum tenha uma diversificação de seus
(“FICART”): compostos de recursos destinados à apli- investimentos. Por isso, um investidor pode destinar
cação em projetos culturais e artísticos. Base legal: recursos para diversos fundos de forma a ter uma
Instrução CVM 186, de 1992, com as alterações intro- carteira mais rentável e com mitigação dos riscos,
duzidas pelas instruções CVM 200, de 1993 e 213, de parecendo-nos ser uma postura mais bem estrutura-
1994. da do que a de simplesmente deixar seus recursos sob
Fundos de Aposentadoria Programada Indivi- administração indireta de um banco ou gestora de ati-
dual (“FAPI”): popularmente conhecidos como fundo vos, o que nem sempre significa a melhor eficiência
de pensão, são uma modalidade de fundo de aposen- de resultados.
tadoria que tem como objetivo a acumulação de recur- O mercado de capitais é uma das principais fer-
sos a partir, exclusivamente, dos aportes feitos pelo ramentas de investimento para o crescimento da
titular do contrato (trabalhador) que, normalmente, é economia de um país, sendo importante maneira de
seu futuro beneficiário (assemelha-se às tontinas, ori- fomento econômico e de democratização do capital.
gens dos fundos de investimento). Base legal: Instru- Nenhum país é forte se não tem um mercado de capi-
ção CVM 423, de 2005. tais robusto. Dentro dos veículos de aplicação exis-
Fundo de Financiamento da Indústria Cinema- tentes, os fundos de investimento representam uma
tográfica Nacional (“FUNCINES”): tem por objetivo importante ferramenta de financiamento da econo-
a aplicação de no mínimo 90% dos recursos captados mia, com remuneração justa para o investidor que
alocados em projetos aprovados pela Agência Nacio- participa na realização do lucro do fundo, mitigando
nal de Cinema — ANCINE. A parcela remanescente do seu risco com a diversificação entre os vários tipos e
patrimônio do fundo será constituída por títulos emi- propósitos existentes.
tidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central do Contudo, existe uma necessidade de tornar o assun-
Brasil. É vedada a aplicação de recursos de FUNCINES: to mais acessível à maioria das pessoas, o que somente
será possível com educação financeira mediante apre-
z em projetos que tenham participação majoritária sentações didáticas do que são os fundos de investi-
de cotista de próprio Fundo; mento, da legislação e dos resultados positivos obtidos,
z em obras audiovisuais de natureza publicitá- com a gestão de uma carteira diversificada em diferen-
ria, esportiva ou jornalística, que não podem se tes tipos de fundos, obtendo riqueza para o investidor e
beneficiar de recursos dos Funcines ou do Fundo permitindo que a economia do país cresça.
Nacional de Cultura (FNC) alocados na catego-
ria de programação específica Fundo Setorial do HOT MONEY, CONTAS GARANTIDAS, CRÉDITO
Audiovisual. ROTATIVO, VENDORFINANCE/COMPRORFINANCE,
LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS),
Base legal: Regulado pela Instrução CVM, de 2003, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO
com as alterações introduzidas pelas instruções CVM RURAL, FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À
435, de 2006; 451, de 2007; 498, de 2011; e 545, de 2014. EXPORTAÇÃO E OS REPASSES DE RECURSOS DO
Fundo Garantidor de Parcerias Público-privadas BNDES E CARTÕES DE CRÉDITO
(“FGP”): finalidade de prestar garantias ao parceiro
privado sobre o pagamento da contraprestação pelo Crédito é um conceito presente no dia a dia das
parceiro público. Trata-se de iniciativa inédita no mun- pessoas e empresas, mais do que possamos imaginar
do que objetiva conferir ao parceiro privado a segu- a princípio. Todos nós estamos continuamente às vol-
rança de que os valores devidos pelo parceiro público tas com o dilema de uma equação simples: a constante
serão pagos. Base legal: Lei 11.079, de 30 de dezembro combinação de nossos recursos finitos com o conjun-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de 2004. Instrução CVM 468, de 2005, e Instrução CVM to de nossas imaginações e necessidades infinitas,
305, de 1999.15 gerando desta forma a procura por Crédito.
Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é
Considerações Finais um assunto de extrema importância para o concessor
de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam
A exposição trazida demonstra que o mercado na hora da decisão de emprestar ou não, funcionando
de capitais no Brasil, apesar de existir há mais de 50 como orientadores da concessão.
anos, teve uma postura mais ativa no final dos anos E como a literatura técnica define crédito?
90 e início de 2000. Os fundos de investimento no Bra-
sil são ainda muito recentes, pois foram instalados Crédito é todo ato de vontade ou disposição de
somente depois de 111 anos da criação do primeiro alguém de destacar ou ceder, temporariamen-
fundo na Suíça (1849) e 300 anos depois das primeiras te, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a
tontinas (1653). Diferentemente do que possa parecer, expectativa de que esta parcela volte a sua posse
os fundos de investimento são ferramentas de relativa integralmente, após decorrido o tempo estipula-
simplicidade e com segurança jurídica para aplicar, do. (Wolfgang Kurt Schrickel)

15 Dispõe sobre as demonstrações contábeis dos fundos de investimento em títulos e valores mobiliários. 343
Em outras palavras: “crédito é a expectativa gera- Surge como compensação pela antecipação do
da através da disponibilidade de uma quantia em montante necessário para a satisfação das necessida-
dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de des de consumo ou bem-estar. Do ponto de vista das
tempo limitado”. Entidades Financiadoras ou Bancos é considerado o
Para uma instituição financeira, a palavra crédito lucro, ou a variável que carrega a parte dos lucros.
é sinônima de confiança. A atividade bancária funda- Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variá-
menta-se nesse princípio, que envolve a instituição vel sendo que a primeira permite maiores níveis de
propriamente dita, seu universo de clientes, empre- segurança para o consumidor, pois permite saber
gados e o público em geral. Afinal, confiança é um antecipadamente o valor de todos os reembolsos. Já a
sentimento, uma convicção que se constrói ao longo segunda reflete a evolução do mercado, sendo que, o
do tempo, através de acontecimentos e experiências consumidor terá ganhos, se a variação for para menos
reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade e terá gastos adicionais se a variação for para mais.
de propósitos, cumprimento de regulamentos e com- De igual modo, a finalidade e garantia associada
promissos assumidos. ao pedido de crédito define o prêmio ou juros que
O banco, no exercício da sua função principal, que terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao
é a de intermediar recursos de terceiros, promover a consumo ou crédito de consumo, como os cartões de
captação de riquezas e poupanças, apoia-se nos prin- crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de
cípios da segurança e confiança para consolidação de juro que os créditos hipotecários para compra de casa,
um relacionamento construtivo. denominados créditos habitacionais.
São 3 os elementos fundamentais do crédito, Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como
sendo eles: Montante; Prazo e Prêmio ou Juros. as variáveis determinantes do valor do dinheiro no
tempo, pois permite atualizar e compensar as Enti-
z Montante (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a ins- dades financiadoras do custo em conceder o crédito
tituição vai liberar para você) em detrimento de outras opções de investimento.
O prêmio ou juros está igualmente condicionado
à finalidade e garantia da operação, pois este será tão
É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que
elevado quanto menor a importância da necessidade,
irá receber emprestado para a satisfação das suas
menor o valor da garantia ou maior nível de risco da
necessidades que, posteriormente, terá que devolver
operação.
à Entidade Financiadora, o banco.
É da conjugação destes três elementos que surge a
No entanto, são as necessidades ou finalidades
prestação do crédito, pois esta é a junção do capital,
que determinam o montante do crédito, pois, não
prazo e os juros.
é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado
A prestação terá maior ou menor valor a depender
para comprar um carro.
da taxa de juros e o tempo do empréstimo, mantendo-
É igualmente aceitável que o risco que a Entidade
-se o capital constante.
Financeira está disposta a correr pela concessão de
Em outras palavras, o reembolso do montante
determinado montante seja condicionado a um cola-
financiado pode ser efetuado mediante o pagamento
teral ou garantia que lhe proporcionará a segurança
de prestações que serão determinadas em função do
ou conforto para disponibilização desse montante. tempo e do prazo.
Assim sendo, o montante, de grosso modo, está con-
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-
dicionado pela finalidade, risco e garantias associadas. fundamentais-do-credito-3840068.html

z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao Tendo por base a confiança, a concessão de crédito
banco acrescido dos juros da operação) também é baseada em dois elementos fundamentais:

Período no qual o montante terá que ser resti- z A vontade do devedor de liquidar suas obrigações
tuído à Entidade Financeira, este varia de acordo dentro das normas contratuais estabelecidas;
com as preferências e necessidades subjacentes ao z A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja,
pedido de crédito. de pagar.
A título de exemplo, não é considerado correto,
proporcionar um crédito para comprar carro com um A vontade de pagar pode ser colocada sob o título
prazo demasiado alargado, pois se considera que o Caráter, enquanto que a habilidade para pagar pode
prazo de 4 a 6 anos é um período aceitável para este ser nominada tanto como Capacidade, quanto como
tipo de crédito. Capital e Condições.
De igual modo, a garantia do crédito surge nova-
mente como variável determinante na definição PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO
do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como cola-
teral o penhor de um depósito a prazo, então pode- Para nossa prova consideramos mercado de cré-
rá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior dito tudo relacionado a crédito, entretanto vamos
flexibilidade. salientar os tipos que nossa banca mais gosta de
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e rela- cobrar. Lembrando que quando uma instituição
ciona-se com a finalidade do crédito e a garantia financeira está liberando recursos, ela se encontra na
associada. posição Ativa, ou seja, está liberando dinheiro para
um deficitário e este deficitário deverá devolver o
z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros
você dá à instituição para ela te emprestar o pactuada entre as partes. As principais operações ati-
344 dinheiro) vas são:
z O CDC – Crédito Direto ao Consumidor caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador
do contrato, o próprio comprador é que funciona
Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é como tal.
direcionada para diversas áreas, como: Automático, Trata-se, na verdade, de um instrumento que dila-
Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debi- ta o prazo de pagamento de compra sem envolver o
tado do contracheque) e o CDC para bens de consu- vendedor (fornecedor).
mo duráveis: carros, motos etc. O título a pagar funciona como “lastro” para o
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data
mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o CDC-I (Cré- futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem
dito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é incidência imediata da CPMF no empréstimo. Como o
realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do Vendor, este produto também exige um contrato mãe
cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito definido as condições básicas da operação que será
ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da efetivada quando do envio ao banco dos contratos-fi-
operação junto ao banco, para que este libere o recur- lhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que
so parcelado ao cliente. serão financiados.
z Hot Money
z Adiantamentos ou Descontos
Inicialmente uma aplicação financeira de curto
prazo, com alta rentabilidade. Trazido para o Brasil, Consistem basicamente em adiantar ao cliente
ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada ou credor, um valor referente a um crédito que este
a Pessoas Jurídicas. receberá somente em uma data futura. Logo, aquele
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se con- crédito já contará no caixa do cliente ou da empresa.
trata por até 10 dias. O banco, por não ser mãe do cliente, cobra uma taxa
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de de juros, que dimunui do valor de face do título, ou
caixa. valor nominal.
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de Exemplo: Um cliente possui um título, que tem
juros por ter como principal característica o curto prazo. valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00. De posse
desse título o cliente vai até o banco e solicita ao ban-
z Vendor Finance co que adiante a ele o valor referente àquele título. O
banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor
É uma operação de financiamento de vendas de face do título um determinado valor, exemplo: o
baseadas no princípio da cessão de crédito, que per- banco irá cobrar R$200,00 pela antecipação. Logo, o
mite a uma empresa vender seu produto a prazo e banco faz o crédito na conta do cliente no valor de
receber o pagamento à vista. R$800,00. O banco fica com a custódia do papel, e
A operação de Vendor supõe que a empresa com- quando o devedor pagar o título, o banco ficará com
pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois será o valor de R$1.000,00. Lucrando, assim, R$200,00 na
esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. operação.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao Esses títulos podem ser boleto, cartões de cré-
banco e este, em troca de uma taxa de intermediação, dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
paga o vendedor à vista e financia o comprador. promissórias.
A principal vantagem para a empresa vendedora é Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
a de que, como a venda não é financiada diretamente ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de banco tem direito de regresso contra o credor, ou
fabricação, torna-se menor. cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai
É uma modalidade de financiamento de vendas atrás do cliente (credor), para que este efetue o paga-
para empresas na qual quem contrata o crédito é mento ao banco.
o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o
comprador. Assim, as empresas vendedoras deixam z Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal
de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma produto das Sociedades de Arrendamento Mercan-
param de recorrer aos empréstimos de capital de giro til (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na
nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se legislação brasileira como “arrendamento mer-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa. cantil”. As partes desse contrato são denominadas
Como em todas as operações de crédito, ocorre a “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam,
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento, de um lado, um banco ou sociedade de arrenda-
que é calculado proporcionalmente ao período do mento mercantil, o arrendador, e, de outro, o clien-
financiamento. te, o arrendatário.
A operação é formalizada com a assinatura de um
convênio, com direito de regresso entre o banco e a O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário
de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
vendedora, banco e empresa compradora). proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto,
durante a vigência do contrato, são do arrendatário.
z Compror Finance Residindo aí a principal vantagem do leasing, pois o
arrendatário, ou seja o cliente que irá usar o bem, o
Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o
nada Compror, que ocorre quando pequenas indús- que em um financiamento comum não será possível,
trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste pois o cliente estaria comprando o bem e não apenas 345
alugando. Desta forma, o Leasing é um serviço e, por isso, não incide sobre suas operações o IOF, mas sim o Impos-
to Sobre Serviço, o ISS.
O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de
propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no momento da contratação.
Caso o cliente deseje/almeje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual Garantido
(VRG) que nada mais é do que um valor de mercado do bem. Este VRG pode ser diluído nas parcelas do aluguel
durante todo o contrato se assim for pactuado.
Duas das principais vantagens do Leasing são:

z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despesa operacional as
parcelas do Leasing.

Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no Contrato?

Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação (art.
8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato não perde as características de arrenda-
mento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracte-
rização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo
(art. 10 do citado Regulamento).
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa descaracterização pode
acarretar.

Bem objeto do
leasing

Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário

Deve vender o
bem após o fim do
Pode optar por ficar
contrato caso o
com o bem no final
cliente não o adquira
no final

QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil < 5 anos
Prazo mínimo de duração do leasing 90 dias
3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor residual garantido - VRG Permitido Não permitido
Pactuada no início do contrato, normalmente
Opção de compra Conforme valor de mercado
igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o VRG, deve- O somatório de todos os pagamen-
rá garantir à arrendadora o retorno financeiro tos devidos no contrato não pode-
Pagamentos
da aplicação, incluindo juros sobre o recurso rá exceder 90% do valor do bem
empregado para a aquisição do bem arrendado
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)

OBS. 1: Os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os estran-
geiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o dono de um imóvel o
vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem
para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados ao próprio fabrican-
te do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.
346
Consórcio Conta Garantida

Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídi- Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo
cas em grupo, com prazo de duração e número de cotas banco ao cliente em uma conta de não livre movimen-
previamente determinados, promovida por adminis- tação, onde o mesmo só pode movimentá-la por che-
tradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a que ou transferência.
seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso
bens ou serviços, por meio de autofinanciamento. o cliente não tenha fundos na sua conta corrente de
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica livre movimentação, esta conta cobre a emissão de
prestadora de serviços com objeto social principal volta- cheques e outros compromissos, desde que haja aviso
do à administração de grupos de consórcio, constituída prévio do pedido de movimentação, além da prová-
sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. vel exigência de garantias para a liberação do recurso
A adesão de um consorciado a um grupo de con- solicitado.
sórcio se dá mediante assinatura de contrato de par-
ticipação. Nesse contrato, devem estar previstos os Cheque Especial
direitos e os deveres das partes, tais como a descrição
do bem a que o contrato está referenciado e seu res- Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir
pectivo preço (que será adotado como referência para emissão de cheques de clientes PF ou PJ que não
o valor do crédito e para o cálculo das parcelas men- tenham saldo disponível em sua conta. Estes valores
sais do consorciado). No contrato deve haver, ainda, ficam disponíveis para o cliente movimentá-los com
as condições para concorrer à contemplação por sor- seus cheques, cartões, TED e DOC. Os juros são men-
teio, bem como as regras da contemplação por lance. sais e não há necessidade de amortização mensal do
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre saldo devedor, bastando o cliente pagar os juros e IOF
o interesse individual do consorciado. Os grupos de do período utilizado.
consórcio caracterizam-se como sociedade não perso- Para conta de depósitos à vista titulada por pes-
nificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser soas naturais, ou seja, pessoas físicas e por microem-
confundido com o patrimônio dos demais grupos nem preendedores individuais (MEI), as taxas de juros
com o da administradora. ​ remuneratórios cobradas sobre o valor utilizado do
Contemplação no consórcio: cheque especial estão limitadas a, no máximo, 8%
(oito por cento) ao mês.
z A contemplação é atribuição de crédito ao consor- É vedado à instituição financeira impor limite
ciado para a aquisição de bem ou serviço; superior a R$500,00 (quinhentos reais), se o cliente
z As contemplações podem ocorrer por meio de sor- optar pela contratação de limite mais baixo, ou seja,
teios ou lances; se o cliente disser que quer o menor limite possível, o
z A contemplação por lance somente pode ocorrer banco não pode exigir que sejam 500 reais, pode ser
depois de efetuadas as contemplações por sorteio menor.
ou se estas não forem realizadas por insuficiência A alteração de limites, quando não realizada por
de recursos do grupo de consórcio; iniciativa do cliente, deve ser feita da seguinte forma:
z Uma vez contemplado, o consorciado terá a facul-
dade de escolher o fornecedor e o bem desde que z No caso de redução, ser precedida de comuni-
respeitada a categoria em que o contrato estiver cação ao cliente, com no mínimo trinta dias de
referenciado; antecedência;
z O fato de a administradora eventualmente ser vin- z No caso de majoração, ser condicionada à pré-
culada a alguma concessionária, revendedora ou via autorização do cliente, obtida a cada oferta de
montadora de bens não pode restringir a liberda- aumento de limite.
de de escolha do consorciado.
Os limites podem ser reduzidos sem observância
O Banco Central (BC) é responsável pela normati- do prazo da comunicação prévia, desde que verificada
zação, autorização, supervisão e controle das ativida- deterioração do perfil de risco de crédito do cliente,
des do sistema de consórcios, com foco na eficiência e conforme critérios definidos na política de gerencia-
solidez das administradoras e cumprimento da regu- mento do risco de crédito.
lamentação específica.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As questões inerentes às relações de consumo Cartão de Crédito


entre clientes e usuários das instituições financeiras
e das administradoras de consórcio estão sujeitas ao Consistem, basicamente, em uma linha de crédito
Código de Defesa do Consumidor, cabendo aos órgãos rotativo, onde o cliente compra com o cartão e pode
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consu- pagar de uma só vez ou parcelado.
midor (SNDC) fazer a mediação dessas questões. Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sen-
As administradoras de consórcio devem remeter do liberado novamente e pode ser reutilizado.
periodicamente ao BC informações contábeis e não- As atividades de emissão de cartão de crédito
-contábeis sobre as operações de consórcio. exercidas por instituições financeiras estão sujeitas
Fonte: bcb.gov.br à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos
CRÉDITOS ROTATIVOS termos dos arts. 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964. Toda-
via, nos casos em que a emissão do cartão de crédito
Os créditos rotativos nada mais são do que opera- não tem a participação de instituição financeira,
ções em que o devedor pode reutilizar o valor liberado não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco
pelo banco sempre que liquidar a operação anterior. Central. 347
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financei-
ras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem
a regulamentação do CMN e do Bacen.
Hoje no Brasil prevalece a Circular 3.885, de 2018, que exige solicitação de autorização para funcionamento
de instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o
parâmetro de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Desta forma, não há uma regra que o Bacen autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando
obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO


Gerencia conta de pagamento do tipo pré- Exemplo: emissores dos cartões de vale-
Emissor de moeda eletrônica -paga, na qual os recursos devem ser de- -refeição e cartões pré-pagos em moeda
positados previamente. nacional.
Gerencia conta de pagamento do tipo
Exemplo: instituições não financeiras emis-
Emissor de instrumento de pa- pós-paga, na qual os recursos são de-
soras de cartão de crédito (o cartão de cré-
gamento pós-pago positados para pagamento de débitos já
dito é o instrumento de pagamento).
assumidos.
Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
a aceitação de instrumento de pagamento. para aceitação de cartão de pagamento.
Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
a aceitação de instrumento de pagamento. para aceitação de cartão de pagamento.
Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)

Tipos de Cartão de Crédito

Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado
somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado
é aquele cartão que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está
associado a programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas
de milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior
etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras de cartão de crédito,
quando possuem o produto cartão de crédito em seu portifólio. Esse cartão básico pode ser nacional ou interna-
cional, mas o valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferen-
ciado, por este motivo o cartão básico não tem direito a participar de programas de recompensas oferecidos
pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja especifica,
por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Branded Cards, que são cartões de crédito que fazem parcerias com
outras empresas de grande nome no mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra classifi-
cação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão com rotativo
não regular.
O rotativo regular: Pagamento apenas do mínimo e não parcela o restante, situação em que adere ao crédito
rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos
em contrato, sendo vedada a cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: Pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica inadimplen-
te, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato para situações de inadimplemento: juros do
crédito rotativo (por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de 2%
sobre o principal; e juros de mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de
30 dias, até o vencimento da fatura subsequente.

Tarifas Cobradas

Os bancos só podem cobrar 5 tarifas, consideradas prioritárias, referentes à prestação de serviços de car-
tão de crédito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa para uso na função saque (nacional ou
internacional), para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação emergencial do limite
de crédito.
Podem ser cobradas ainda tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem automática relativa
à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo fornecimento de
plástico de cartão de crédito em formato personalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de segunda
via de cartão de crédito. Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela administradora do
cartão.

348
sediadas no País, de controle nacional, que exer-
Importante! çam atividade econômica compatíveis com as Políti-
Atualmente não existe valor mínimo para paga- cas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam
mento de fatura de cartão de crédito, ficando as em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais.
instituições financeiras livres para decidir qual O cartão BNDES Agro é também um produto
o valor mínimo para o pagamento das faturas baseado no conceito de cartão de crédito, entretanto é
pelos clientes. voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar
investimentos em produtos rurais em seus negócios.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar
Vale destacar que caso o cliente não pague a fatu- exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
ra por completo, o saldo devedor será financiado pelo rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
Banco e não pela administradora do cartão, e cabe por fornecedores previamente credenciados.
ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamen- As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do
to alternativas mais baratas que os juros cobrados no Cartão BNDES são:
rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente
queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de efe-
tuar o pagamento total, quem parcelará será o Ban- Banco do
co e não a administradora do cartão, pois estas estão Brasil
proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação. Banco
Sicredi do
Nordeste
Na verdade, os financiamentos são feitos por ban-
cos, pois administradoras de cartão de crédito são
proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos,
Sicoob Santander
o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
como cliente do banco, que é o real financiador da
operação intermediada pela administradora de
cartão de crédito.
Emissores
Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN
Itaú Banestes
Com base nisto que aprendemos, é bom saber que
para que o cartão funcione, é preciso uma estrutura
completa de instituições financeiras, credenciadores,
bandeiras e estabelecimentos. Mas quem é quem?
Instituições Financeiras ou Emissor: É o banco Caixa Banrisul
ou uma instituição não bancária que fornece o car-
tão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do
cartão). É quem se relaciona com o titular do cartão, BRDE Bradesco
estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão
para utilização, emitindo as faturas e aprovando as
compras realizadas nas lojas.
Credenciador: Responsável pela filiação dos esta- Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, Mas-
belecimentos comerciais para uso de cartões nas ope- terCard e Visa.
rações de venda. É responsável pelo fornecimento e
manutenção dos equipamentos de captura, a trans-
missão dos dados das transações eletrônicas e os cré-
ditos em conta corrente do estabelecimento comercial.
Estabelecimento Credenciado: Empresa de qual-
quer porte, incluindo o empreendedor individual ou As condições financeiras em vigor são: Limite
profissional autônomo que aceita o sistema de cartões de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco
com suas respectivas bandeiras nas vendas de bens emissor.
ou serviços.
Bandeira: É quem licencia a marca para o emissor
z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses.
e para o credenciador e coordena o sistema de apro-
z Taxa de juros pré-fixada (informada na página ini-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa,


Mastercard, Diners Club e American Express são exem- cial do Portal).
plos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo,
Sorocred, Sicred são bandeiras nacionais ou regionais Obs. 1: O limite de crédito de cada cliente será atri-
buído pelo banco emissor do cartão, após a respecti-
Cartão BNDES va análise de crédito. Uma empresa pode obter um
Cartão BNDES de cada bandeira por banco emissor,
O Cartão BNDES é um produto que, baseado no podendo somar seus limites numa única transação.
conceito de cartão de crédito, visa financiar os inves- Obs. 2: O cliente pode obter um Cartão BNDES em
timentos dos Micro Empreendedores Individuais quantos bancos emissores ele desejar. Caso um ban-
(MEI), Micro Empresas e das micro, pequenas e co emissor trabalhe com mais de uma bandeira de
médias empresas de controle nacional. cartão de crédito, o cliente poderá ter, nesse ban-
Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com fatu- co, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que
ramento bruto anual de até R$ 300 milhões), (caso a soma dos limites não ultrapasse R$2 milhões.
a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o fatu- Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): Os bancos
ramento bruto total de todas as participantes deve ser estão autorizados a cobrar a TAC desde que esta
somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), não exceda 2% do limite de crédito concedido. OF 349
(Imposto sob Operação Financeira) no cartão BNDES Não controlados: todos os demais. O banco capta
agora pode ser cobrado, devido ao Decreto Nº 8.511 de se quiser e empresta como quiser.
agosto de 2015.
Quais são as modalidades da operação? Resolução
Crédito Rural CMN 4.899/21

Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos


É uma linha de crédito barata, com taxas determi-
ciclos produtivos como aquisição de bens e insumos,
nadas por legislação que buscam ajudar aos produ-
suplemento do capital de trabalho, além de atender às
tores rurais e suas cooperativas em suas atividades. pessoas dedicadas à extração de produtos vegetais. (é
Beneficiários: comprar insumos para plantar grãos, vegetais, etc.).
Investimentos: destina-se às aplicações em bens
z Produtor rural (pessoa física ou jurídica); ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários
z Cooperativa de produtores rurais; períodos de produção. (Modernização)
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo Comercialização: destina-se a assegurar ao pro-
produtor rural, dedique-se a uma das seguintes dutor ou cooperativas os recursos necessários à
atividades: colocação de seus produtos no mercado, podendo
compreender a pré-comercialização, os descontos
„ Pesquisa ou produção de mudas ou sementes de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o
fiscalizadas ou certificadas; Empréstimo do Governo Federal (EGF).
„ Pesquisa ou produção de sêmen para insemina- Crédito de industrialização: destina-se a pro-
ção artificial e embriões; dutor rural para industrialização de produtos agro-
„ Prestação de serviços mecanizados de nature- pecuários em sua propriedade rural, desde que, no
za agropecuária, em imóveis rurais, inclusive mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção a ser
para proteção do solo; beneficiada ou processada seja de produção própria;
„ Prestação de serviços de inseminação artificial, e a cooperativas, na forma definida no Manual do Cré-
dito Rural, desde que, no mínimo, 50% (cinquenta por
em imóveis rurais;
cento) da produção a ser beneficiada ou processada
„ Medição de lavouras;
seja de produção própria ou de associados.
„ Atividades florestais.
Taxa de Juros
Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não
podem ser beneficiários do crédito rural. A taxa de juros máxima admitida no crédito rural
Pode ser concedido, com finalidades especiais, é de 6% a.a. (seis por cento), podendo ser reduzidas a
crédito rural a pessoa física ou jurídica que se dedi- critério da instituição financeira e escalonada confor-
que à exploração da pesca e da aquicultura, com me origem dos recursos dos Fundos Constitucionais
fins comerciais, incluindo-se os armadores de pes- (FNE, FNO e FCO).
ca. (Resolução BACEN 4.106/2012) Quais são os limites de financiamento?
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da
Instituição Financeira. O limite de crédito de custeio rural, por benefi-
ciário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional
Da origem dos Recursos de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três
milhões de reais), devendo ser considerados, na apu-
Controlados/Obrigatórios: são controlados por ração desse limite, os créditos de custeio tomados com
Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao cré- recursos controlados, exceto aqueles tomados no
dito rural. âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
Caso os bancos descumpram esta exigência, regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as
pagam multa e o valor desta multa será revertida Letras de Crédito do Agronegócio.
em recursos ao credito rural. Nas operações de investimento, o limite de crédi-
to dependerá do objeto a ser adquirido e da disponibi-
z Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibili- lidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar
dade de depósito à vista); recursos controlados/obrigatórios para operações de
z Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervi- investimentos, exceto se disposto em norma específi-
são do Ministério da Economia; ca, que são as linhas que utilizam recursos da Poupan-
ça Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além disso
z Os de qualquer fonte destinados ao crédito
devem ser observados os seguintes prazos:
rural na forma da regulação aplicável, quando
sujeitos à subvenção da União, sob a forma de
z Investimento fixo: 12 (doze) anos;
equalização de encargos financeiros, inclusive os
z Investimento semifixo: 6 (seis) anos, exceto
recursos administrados pelo Banco Nacional de quando se tratar de aquisição de animais para
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); reprodução ou cria, cujo prazo será de até 5 (cin-
z Os oriundos da poupança rural, quando aplicados co) anos, incluído até 12 (doze) meses de carência.
segundo as condições definidas para os recursos
obrigatórios; Para a comercialização o valor máximo será libera-
z Os dos fundos constitucionais de financiamento do de acordo com a garantia ofertada que poderá ser de
regional; até 4,5 milhões se as garantias forem de Nota Promis-
z Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Fun- sória Rural ou uma Duplicata Rural, podendo chegar
café). a 25 milhões para Financiamento Especial de Estoca-
350 z Letra de Crédito do Agro Negócio/LCA. (Novo!) gem (FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização limite do cré- z Hipoteca comum ou cedular;
dito para as operações de industrialização, ao ampa- z Aval ou fiança;
ro dos recursos controlados, é de R$1.500.000,00 (um z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garan-
milhão e quinhentos mil reais) por tomador, em cada tia da Atividade Agropecuária (Proagro); (Isento de
ano agrícola e em todo o SNCR, onde, no mínimo, 50% IOF)
(cinquenta por cento) da produção a ser beneficiada z Proteção de preço futuro da commodity agrope-
ou processada deve ser de produção própria do pro- cuária, inclusive por meio de penhor de direitos,
dutor rural, da cooperativa de produção ou de asso- contratual ou cedular;
ciados; podendo chegar a 400 milhões, com recursos z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.
dos fundos constitucionais, se tomado por cooperati-
vas de produção agropecuárias A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?
O que é Nota Promissória Rural?
z Remuneração financeira (taxa de juros);
Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de z Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quan- Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e
do efetuadas diretamente por produtores rurais ou por Valores Mobiliários (IOF);
suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperati- z Custo de prestação de serviços;
vas, de produtos da mesma natureza entregues pelos z As previstas no Programa de Garantia da Ativida-
seus cooperados, e nas entregas de bens de produção de Agropecuária (Proagro);
ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus asso-
ciados. O devedor é, geralmente, pessoa física. O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária. É um programa do governo federal que
O que é Duplicata Rural? garante o pagamento de financiamentos rurais quan-
do a lavoura sofrer danos provocados por eventos cli-
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de nature- máticos adversos ou causados por doenças e pragas
za agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas sem controle.
diretamente por produtores rurais ou por suas coo-
perativas, poderá ser utilizada também, como título z Prêmio de seguro rural, observadas as normas
do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural divulgadas pelo Conselho Nacional de Seguros
pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a Privados;
remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de z Sanções pecuniárias, as famosas MULTAS por
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica. descumprimento de normas, que acabam virando
recursos para o crédito rural.
Como pode ser liberado o crédito rural? z Prêmios em contratos de opção de venda, do mes-
mo produto agropecuário objeto do financiamento
De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em
de custeio ou comercialização, em bolsas de merca-
conta de depósitos, de acordo com as necessidades do
dorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos
empreendimento, devendo sua utilização obedecer a
referentes a essas operações de contratos de opção.
cronograma de aquisições e serviços.
Para liberação do crédito rural a instituição finan- Nenhuma outra despesa pode ser exigida do
ceira pode exigir um projeto, podendo este ser dis- mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à
pensado caso haja garantias de Notas Promissórias sua conta pela instituição financeira ou decorrente de
Rurais ou Duplicatas Rurais. expressas disposições legais. Cuidaso! A Alíquota do
Os objetivos do crédito rural são: IOF é zero, mas existe um IOF adicional de 0,38%
sobre o Crédito Rural.
z Estimular os investimentos rurais efetuados pelos
produtores ou por suas cooperativas; Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito
z Favorecer o oportuno e adequado custeio da rural?
produção e a comercialização de produtos
agropecuários; Deve ser efetuada nos seguintes momentos:
z Fortalecer o setor rural;
z Crédito de custeio agrícola: antes da época previs-
z Incentivar a introdução de métodos racionais
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ta para colheita;
no sistema de produção, visando ao aumento de
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso
produtividade, à melhoria do padrão de vida das
da operação;
populações rurais e à adequada utilização dos
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez
recursos naturais; no curso da operação, em época que seja possível
z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regu- verificar sua correta aplicação;
larização de terras pelos pequenos produtores, pos- z Crédito de investimento para construções, refor-
seiros e arrendatários e trabalhadores rurais; mas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Estimular a geração de renda e o melhor uso da z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após
mão-de-obra na agricultura familiar. cada utilização, para comprovar a realização das
obras, serviços ou aquisições.
As garantias da operação:
Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos
z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou recursos orçamentários, o desenvolvimento das ati-
cedular; vidades financiadas e a situação das garantias, se
z Alienação fiduciária; houver. 351
FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E z Aval: Ato pelo qual alguém, pela aposição de sua
IMPORTAÇÃO – BNDES assinatura no verso ou anverso de um título de
crédito, declara-se responsável solidariamente
Financiamentos à importação - são linhas de
com o devedor pelo pagamento da quantia expres-
crédito captadas no exterior para financiamento aos
sa no título.
importadores por um prazo negociado com o banco.
Podem ser obtidas pelo importador com o banqueiro
Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de
no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação - são linhas de cré- Crédito e é solidária, ou seja, tanto o devedor como
dito que podem ser com recursos do BNDES (Banco seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), credor na ordem que este preferir. Desta forma, dize-
dos bancos nacionais e do Tesouro Nacional, já que é mos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e
de interesse do país que ocorra a exportação para que sem ordem de execução.
ocorra a entrada de divisas no país. O novo Código Civil exige a autorização do cônju-
Entre as linhas de financiamento, podemos citar: ge, casado sob o regime de comunhão parcial e total
de bens, para a prestação de aval, sob pena de invali-
1. ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio - For- dade das respectivas garantias.
ma de antecipação de receita para exportadores que No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso
já tenha fechado o contrato de venda e que, portan- o devedor não o faça. Vencido o título, o credor pode
to, já tenham uma data prevista para o embarque das cobrar indistintamente do devedor ou do avalista.
mercadorias e posterior ingresso das divisas. O aval é uma garantia tipicamente cambiária, ou seja,
não vale em contrato, somente pode ser passado
O contrato de câmbio será negociado com um em títulos de crédito e o avalista se responsabiliza
banco local, que adianta ao exportador os reais equi- apenas pelo valor expresso no título avalizado.
valentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual
pode ser encerrado, também, sem liquidação financei- alguém, chamado fiador, garante o cumprimento da
ra. É quando o ACC vira um ACE. obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante
o pagamento de uma indenização ou multa pelo não
2. ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues -
cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não
Com o embarque das mercadorias e a entrega dos
fazer do afiançado. A fiança é uma garantia dada em
documentos, o ACC poderá ser contabilmente trans-
contratos, ou seja, diferentemente do aval, a fiança
formado em ACE ou, no caso do exportador não ter
exige um contrato para ser formalizada.
feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias
Na fiança, existem três figuras distintas:
após o embarque.

ACE é, portanto, um financiamento após o embar- z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obriga-
que das mercadorias com a entrega de documentos ção, caso o devedor não o faça;
e depende da necessidade do exportador em esten- z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação
der o prazo de pagamento para seus compradores originária da fiança,
(importadores). z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual
a obrigação deve ser cumprida.
GARANTIAS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO
A fiança, em relação ao crédito, representa uma
As Garantias de operações de crédito existem como obrigação subsidiária, ou seja, ela só existe até o
uma forma de proteção para os bancos e credores em limite estabelecido e somente pode ser cobrada
geral que querem garantir o pagamento, por parte do caso o devedor não pague a dívida afiançada.
devedor, de compromissos assumidos por este para A fiança é subsidiária, o que permite o direito
com os credores. As garantias possuem dois grandes de ordem na execução da dívida, ou seja, o fiador,
grupos: Fidejussórias e as Reais. ou codevedor, só efetivamente será executado após
As garantias Fidejussórias são relacionadas a pes- cobrança ao devedor principal.
soas, ou seja, a garantia passa a ser uma pessoa física Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa
ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou ser compelido a pagar, independentemente de o deve-
direitos que são dados em garantia do cumprimento dor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá
de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis, conter cláusula específica.
títulos de crédito e até direitos de crédito. A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz
física ou jurídica. Quando o fiador, pessoa física for
Garantias Fidejussórias casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge.
Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se con-
Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença, ta o bem de família – único imóvel residencial – por
confiança, crédito, esse tipo de garantia está baseada força da impenhorabilidade prevista na Lei 8.009/90
na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, e no Código Civil. Esse bem de família somente pode
caso o devedor não o faça e, de outro lado, na confian- responder pela dívida se for recebido em garantia
ça do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte hipotecária.
do devedor ou por parte do garantidor. Fiança Bancária: Nada mais é do que um contra-
Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a to por meio do qual o banco, que é o fiador, garante
garantia do cumprimento das obrigações assumidas o cumprimento da obrigação de seus clientes (afian-
pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do çado) e poderá ser concedido em diversas modalida-
garantidor respondem pelo cumprimento da dívida des de operações e em operações ligadas ao comércio
352 do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a fiança. internacional.
A fiança nada mais é do que uma obrigação escri-
ta, acessória, assumida pelo banco, e que, por se tratar Importante!
de uma garantia e não de uma operação de crédito, O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente
está isenta do IOF. fica na posse do banco ou de quem este indi-
Os Bancos somente poderão prestar fiança que tenha
car como fiel depositário. A Propriedade é do
perfeita caracterização do valor em moeda nacional e
vencimento, ou seja, o prazo de validade da fiança. devedor!
Além disso, os bancos não poderão contratar fianças
que acumulem valor superior a 5 vezes o montante dos O contrato lastreado por garantia de penhor mer-
seus capitais realizados e reservas livres, bem como as
cantil é levado a registro no Cartório de Títulos e
fianças não poderão, isoladamente, superar a metade
Documentos, para que surta os efeitos legais contra
da soma dos recursos livres e dos capitais realizados.
terceiros. A origem/propriedade do bem a ser penho-
É vedado aos bancos:
rado é comprovada através de documentação hábil.
z A assunção de responsabilidades por aval ou De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor:
outorga de aceite;
z A concessão de fiança ou qualquer outra garantia z Extinguindo-se a obrigação;
que possa, direta ou indiretamente, ensejar aos z Perecendo a coisa;
favorecidos a obtenção de empréstimos em geral, z Renunciando o credor;
ou o levantamento de recursos junto ao público; z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
z A concessão de aval ou fiança em moeda estran- de credor e de dono da coisa;
geira ou que envolva risco de variação de taxas z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
de câmbio, exceto quando se tratar de operações venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou
ligadas ao comércio exterior. por ele autorizada.

A prestação de fiança pela Caixa Econômica Fede- Alienação Fiduciária: É a garantia representa-
ral depende de prévia e expressa autorização deste da pela transferência da propriedade resolúvel
Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédi-
do bem móvel para o credor fiduciante, ficando o
to, Financiamento e Investimentos não poderão pres-
devedor fiduciário na posse direta desse bem, na
tar fiança nem aval.
condição de fiel depositário, até o cumprimento total
As informações anteriores não se aplicam aos ban-
das obrigações.
cos privados de investimento ou de desenvolvimento,
Essa garantia veio resolver o problema das Socie-
os quais ficam regulados, no particular, pela Resolu-
ção nº 18, de 18 de fevereiro de 1966. As demais Insti- dades Financeiras que, ao financiar a aquisição de
tuições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para
e Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não pode- garantir o pagamento da obrigação. Esta garantia é
rão outorgar aceite, fiança ou aval. típica em financiamento de bens duráveis.
Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novi-
Garantias Reais dade de, caso o devedor não liquide sua obrigação
no vencimento, poderá requerer a ação de busca e
Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do apreensão do bem alienado e, após se apossar des-
garantidor asseguram o cumprimento da obrigação. se, vendê-lo a terceiros, aplicando o valor de venda
Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou no pagamento de seu crédito, ou seja, com a alienação
garantidor destaca um bem específico que garantirá fiduciária, o bem pode ser executado sem o tramite
o ressarcimento do credor, na hipótese de inadim- judicial completo, bastando o devedor ser declara-
plência do devedor. Diante da hipótese de inadimple- do irremediavelmente insolvente, ou seja, não vai
mento do devedor, o credor pode oferecer à venda o
pagar de jeito nenhum.
bem onerado, pagando-se com o preço obtido, devol-
No entanto, convém salientar que o credor não
vendo ao devedor a diferença entre o valor da dívida
pode ficar com o bem objeto da garantia, devendo
e o preço alcançado na venda. Caso o preço da venda
vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquida-
não baste para a liquidação da dívida, o devedor
ção da operação.
continua obrigado ao pagamento da diferença.
O credor com garantia real não necessita habilitar- Hipoteca – Direito real de garantia, constituído
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

-se em concordata do devedor, visto que o bem garan- sobre imóvel do devedor ou de terceiros, sem tirá-
tidor da operação já está destacado em sua garantia. -lo da posse direta do proprietário, objetivando sujei-
Na hipótese de falência, vendido o objeto garantidor, tá-lo ao pagamento da dívida.
primeiramente o credor é pago e, restando algum Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária,
valor, é esse distribuído entre os credores quirogra- aqui o devedor dá o bem em garantia, mas continua
fários. Se o valor da venda não for suficiente para o o dono dele, ou seja, não há transferência de pro-
ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no priedade do devedor para o credor, mas apenas a
processo de falência pela diferença, na qualidade de sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de
credor quirografário. uma operação de crédito e, caso ele seja vendido, o
valor arrecadado será voltado preferencialmente a
Penhor quitação da dívida contraída.
A hipoteca pode ser formalizada em um Instru-
Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, mento à parte ou por cláusula adjeta a contratos de
em que o devedor, ou outra pessoa por ele, entrega empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a
ao credor um ou vários bens móveis, como garantia averbação na matrícula do imóvel junto ao Cartório
de obrigação. de Registro de Imóveis. 353
Quando o imóvel for de propriedade de pessoa O FGC possui norma legal que explicita os critérios
física casada, é obrigatório o comparecimento de seu e limites de proteção ao Sistema Financeiro Nacional
cônjuge na hipoteca. - Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.
Finalmente, convém salientar que toda garan-
tia é acessória de uma obrigação principal e que, Depósitos Garantidos
portanto, com a extinção da obrigação principal, a
z Depósitos à vista (contas correntes)
garantia deixa de existir. Por outro lado, a garantia
z Depósitos de poupança;
se prende somente à obrigação garantida, não poden-
z Depósitos a prazo CDB e RDB;
do, por ato unilateral do credor se estender a outra
z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas.
por cheques destinadas a salários;
z Letras de câmbio;
FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO z Letras hipotecárias;
z Letras de crédito imobiliário;
Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, z Letras de crédito do agronegócio (LCA);
de 31/08/1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN z Operações compromissadas que têm como objeti-
autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins vo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por
lucrativos, destinada a administrar mecanismos de empresa ligada.
proteção a titulares de créditos contra instituições
financeiras”. Para que o fundo possua recursos, são necessárias
Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento contribuições MENSAIS das instituições que fizeram
da nova entidade são aprovados. Cria-se, portanto, adesão ao FGC.
o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação A contribuição ordinária é de 0,01% e as espe-
civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí- ciais, para garantir os DPGEs (Depósitos a Prazo com
dica de direito privado, através da Resolução 2.211, Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e
de 16/11/1995. 0,03% sem garantias reais. Essas garantias reais, são
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos bens ofertados em garantia pela instituição financeira
contra instituições dele associadas, nas situações de: para cobrir eventuais problemas de liquidez.
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais
z Decretar da intervenção ou da liquidação extraju- garantidas pelo FGC.
dicial de instituição associada; A regra padrão é que o FGC garante os depósitos
z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, até 250 mil reais por CPF/conta ou conglomerado
do estado de insolvência de instituição associada financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Pra-
que, nos termos da legislação em vigor, não estiver zo com Garantia Especial do FGC – a garantia é de até
sujeita aos regimes referidos no item anterior. 40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale des-
tacar que nesta modalidade de investimentos não se
Integra também o objeto do FGC, consideradas admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
as finalidades de contribuir para a manutenção da forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pre- 2 ou mais pessoas na mesma conta.
venção de crise sistêmica bancária, a contratação de Essa modalidade de depósitos exige valor míni-
operações de assistência ou de suporte financeiro, mo inicial de 1 milhão de reais e prazo mínimo de 12
incluindo operações de liquidez com as instituições meses e máximo de 24 meses.
associadas, diretamente ou por intermédio de empre- Algumas mudanças que ocorreram no FGC em
sas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas 2017.
controladores.
COMO ERA
Critérios para Pagamento Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomera-
do financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garan-
O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por insti- tidor de Créditos e emitidos por instituições associadas
tuição financeira ou conglomerado. à entidade.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou
Limite de Cobertura Ordinária CNPJ em qualquer período.
Investidores não-residentes não contavam com a garan-
Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglome- tia do FGC.
rado financeiro. Se a conta possuir mais de um titular,
o valor de 250 mil será dividido pelo número de titu- COMO FICOU
lares, ou seja, não são 250 mil por cada, mas sim por Limite permanece inalterado.
todos, ok? Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de
4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
Adesão Compulsória
Investidores não-residentes passam a contar com a ga-
rantia, para investimentos elegíveis.
A adesão das instituições financeiras e as associa-
ções de poupança e empréstimo em funcionamento
no País - não contemplando as cooperativas de crédito O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo
e as seções de crédito das cooperativas, é realizada de
forma compulsória. As autorizações do Banco Central O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou
do Brasil para funcionamento de novas instituições resolução que estabelece a forma de contribuição
354 financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC. das instituições associadas ao Fundo Garantidor do
Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bem como
aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previs-
to na Resolução nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo
terá como instituições associadas todas as cooperati-
vas singulares de crédito do Brasil e os bancos coo-
perativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo (SNCC).
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por obje- O BASA, por exemplo, possui as linhas Giro Essen-
tivo prestar garantia de créditos nos casos de decreta- cial, destinada às micro e pequenas empresas, para
ção de intervenção ou de liquidação extrajudicial de aquisição de matéria-prima, insumos, bens ou pro-
instituição associada, até o limite de R$250 mil reais dutos para a formação ou manutenção de estoque
por pessoa, bem como contratar operações de assis- do empreendimento. O Giro Amazônia destinado às
médias e grandes empresas exportadoras não rurais
tência, de suporte financeiro e de liquidez com essas
da Região Norte, para aquisição de matéria - prima,
instituições.
insumos, bens ou produtos para a formação ou manu-
A contribuição mensal ordinária das instituições
tenção de estoque do empreendimento do beneficiá-
associadas ao Fundo será de 0,01% dos saldos das
rio, objetivando exclusivamente a exportação.
obrigações garantidas, que abrangem as mesmas
modalidades protegidas pelo Fundo Garantidor de
FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO
Créditos dos bancos, o FGC.
São financiamentos de longo prazo destinados a
financiar a implantação, expansão e modernização
Importante!
de empresas, a construção ou reformas de imóveis,
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Coope- ou a aquisição ou reposição de máquinas, equipa-
rativos não fazem mais parte do FGC, apenas mentos, móveis, utensílios e veículos.
fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo São operações que financiam os ativos imobili-
Garantidor do Cooperativismo) que tem as mes- zados das empresas destinados ao funcionamento de
mas coberturas do FGC, mesmos critérios e suas atividades.
mesmos objetivos. Esses financiamentos geralmente são operados
por bancos de investimento, bancos de desenvolvi-
mento, agências de fomento e pelo BNDES.
DESCONTOS DE TÍTULOS O BASA opera linhas de financiamento de capital
fixo repassando recursos do BNDES/FINAME e do Fun-
O desconto de títulos é a operação na qual o clien- do Constitucional de Financiamento do Norte — FNO.
te antecipa o recebimento de suas vendas a prazo,
garantindo o retorno imediato de seu capital de giro. CADERNETAS DE POUPANÇA
Em outras palavras, é uma operação de crédito em
que o cliente recebe, antecipadamente, o valor dos As instituições financeiras captadoras de poupan-
títulos descontados (duplicatas, notas promissórias, ça são geralmente as que aplicam em financiamen-
cheques pré-datados) junto à instituição financeira. tos habitacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado
na poupança e emprestam boa parte do valor em
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO financiamentos habitacionais. Existem, no entanto,
as poupanças rurais que são captadas pelos bancos
O financiamento de capital de giro envolve opera- comerciais, para empréstimos no setor rural.
ções de crédito destinadas a suprir necessidades As instituições que captam poupança no País são:
de caixa de uma empresa. Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações
de Poupança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econô-
Mas, afinal, o que é capital de giro?
mica Federal (CEF), além de outras instituições que
O capital de giro é o dinheiro utilizado no dia
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

queiram captar, mas deverão assumir o compromisso


a dia para assegurar o funcionamento de uma
de emprestar parte dos recursos em financiamentos
empresa. São os recursos que devem estar disponí-
habitacionais.
veis para manter os estoques de matéria - prima e/ou
A caderneta de poupança constitui um instru-
mercadorias no nível adequado e pagar fornecedores,
mento de aplicação de recursos muito antigo, que
salários, impostos etc. Representa, portanto, o mon- visa, entre outras coisas, a aplicação com uma ren-
tante necessário para manter em dia os pagamentos tabilidade razoável para o cliente. Esta rentabilidade
de custos e despesas operacionais. é composta por duas parcelas sendo uma básica e a
Os bancos costumam oferecer diferentes linhas outra variável. A parcela básica chamamos de TR ou
de crédito destinadas ao financiamento do capital de Taxa de referência, que nada mais é do que a média
giro. Geralmente, tratam-se de operações de emprésti- das Letras do Tesouro Nacional (tipo de título públi-
mos de curto ou médio prazo e pagamentos mensais. co federal pré-fixado) negociadas no mercado secun-
Nessas operações, os bancos podem ou não exigir dário e registradas na Selic. Já a parcela Variável é a
a apresentação de garantias. A existência e o tipo de remuneração adicional, que pode ser de 0,5% ao mês,
garantia oferecida pelo cliente terão impacto na taxa aproximadamente 6,17% ao ano; ou 70% da Meta da
de juros cobrada pela instituição financeira. taxa Selic. 355
Desta forma, para conciliar os dois pensamen-
tos, podemos consolidar que a poupança só rende-
rá se completar aniversário, e este aniversário é do
mês corrido para pessoas físicas e entidades sem fins
lucrativos; e para os demais será o trimestre corrido.
Para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem
fins lucrativos, não há incidência de tributação de
imposto de renda, entretanto devem ser declarados
no imposto de renda; mas declarar é diferente de
pagar imposto, ok? para as pessoas jurídicas com
fins lucrativos há incidência de imposto de renda
nos rendimentos trimestrais da poupança, a alíquota
a ser cobrada será de 22,5% sobre os rendimentos.

MERCADO DE CAPITAIS
Para que você possua direito à rentabilidade da AÇÕES, SUAS CARACTERÍSTICAS E DIREITOS,
poupança, existem algumas regrinhas que você deve DEBÊNTURES, DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS
obedecer, conforme a Lei 8.177, 1991, que é a lei que ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS, OPERAÇÕES
determinar remuneração da poupança e suas regras. DE UNDERWRITING, FUNCIONAMENTO DO
MERCADO À VISTA DE AÇÕES, MERCADO DE
z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor BALCÃO E COMMERCIAL PAPERS
saldo apresentado em cada período de rendimen-
to. Mas o que é um período de rendimento? O mercado de capitais é um sistema de distri-
buição de valores mobiliários que tem o propósito
I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
des sem fins lucrativos, o período de rendimento empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É
é o mês corrido, a partir da data de aniversário constituído pelas bolsas de valores, sociedades cor-
da conta de depósito de poupança; retoras distribuidoras e outras instituições finan-
II - para os demais depósitos, o período de ren- ceiras autorizadas.
dimento é o trimestre corrido a partir da data Anteriormente, quando falamos de autoridades
de aniversário da conta de depósito de poupança. monetárias, vimos uma delas como principal supervisora
e reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.
E essa tal data de aniversário? O que é? A CVM é a principal autarquia responsável por
garantir o adequado funcionamento do mercado de
A data de aniversário da conta de depósito de valores mobiliários. Logo, para que qualquer compa-
poupança será o dia do mês de sua abertura, consi- nhia possa operar nesse mercado, dependerá de auto-
derando-se a data de aniversário das contas abertas rização prévia da CVM para realizar suas atividades.
nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários?

z 2ª O crédito dos rendimentos será efetuado: Em alguns casos, o mercado de crédito não é
capaz de suprir as necessidades de financiamento
I - mensalmente, na data de aniversário da conta, dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por
para os depósitos de pessoa física e de entidades exemplo, quando um determinado agente, em geral
sem fins lucrativos; e uma empresa, deseja um volume de recursos muito
II - trimestralmente, na data de aniversário superior ao que uma instituição poderia, sozinha,
no último mês do trimestre, para os demais emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos
depósitos. dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações,
Resumindo, para você receber o rendimento da serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note de Valores Mobiliários.
que para isso você deve deixar o valor depositado até No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon- investidores emprestam recursos diretamente aos
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques-
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre-
o dia do depósito do recurso. sentam parcela do capital social de sociedades anô-
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos nimas, e as debêntures, que representam títulos de
de bancos vêm afirmando que a conta poupança pode dívida dessas mesmas sociedades.
ter 28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depó- Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
sitos, uma vez que posso realizar depósitos todo dia, basicamente, como prestadoras de serviços, asses-
e que os depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabiliza- sorando as empresas no planejamento das emissões
dos como efetivamente realizados no dia 01 do mês de valores mobiliários, ajudando na colocação deles
356 seguinte. para o público investidor, facilitando o processo de
formação de preços e a liquidez, assim como criando NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
condições adequadas para as negociações secundárias.
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen- Para as Companhias Abertas, que admitem nego-
to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse ciação de seus papéis no mercado público, há distri-
mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento buição em dois tipos de mercados: o primário e o
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo, secundário.
é da emissora, e não da instituição financeira que a Oferta pública de distribuição, primária ou secun-
tenha assessorado ou participado do processo de colo- dária, é o processo de colocação, junto ao público, de cer-
cação dos títulos no mercado. São participantes desse to número de títulos e valores mobiliários para venda.
mercado, como exemplo, os Bancos de Investimen- Envolve desde o levantamento das intenções do mer-
to, as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores cado em relação aos valores mobiliários ofertados até
Mobiliários, as entidades administradoras de merca- a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divul-
do de bolsa e balcão, além de diversos outros presta- gação de informações, o período de subscrição, entre
dores de serviços. outras etapas.
No mercado de capitais, os principais títulos nego- As ofertas podem ser primárias ou secundárias.
ciados são: Quando a empresa vende novos títulos e os recursos
dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofer-
z Ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, tas são chamadas de primárias.
por empresas; Por outro lado, quando não envolvem a emissão
z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição; de novos títulos, caracterizando apenas a venda de
z Commercial papers ou Notas Promissórias Comer- ações já existentes – em geral dos sócios que querem
ciais, que permitem a circulação de capital para “desinvestir” ou reduzir a sua participação no negócio
custear o desenvolvimento econômico. – e os recursos vão para os vendedores e não para o
caixa da empresa, a oferta é conhecida como secun-
O mercado de capitais abrange, ainda, as nego- dária (block trade).
ciações com direitos e recibos de subscrição de valo- Além disso, quando a empresa está realizando a
sua primeira oferta pública, ou seja, quando está
res mobiliários, certificados de depósitos de ações e
abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de ofer-
demais derivados autorizados à negociação pela CVM.
ta pública inicial ou IPO (do termo em inglês, Inicial
Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja,
Public Offer).
são uma forma de uma empresa ou companhia arreca-
Quando a empresa já tem o capital aberto e já rea-
dar dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou
lizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são
credores. Isso decorre do fato de que, muitas vezes,
conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo
arrecadar dinheiro através da emissão de títulos é em inglês, follow on.
mais barato para a empresa do que contratar emprés-
timos em instituições financeiras.
z Mercado Primário
EMPRESAS E COMPANHIAS „ Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos);
„ Sensibilizam o caixa da empresa;
As Companhias são as empresas que são emissoras „ Pode ter valor nominal ou valor de mercado.
dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
empresas têm um objetivo em comum: captar recur- z Mercado Secundário
sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM „ Negociação dos títulos já emitidos anteriormente;
autorização para emitir e comercializar seus papéis. „ Não sensibiliza o caixa da empresa;
Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni- „ Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de
mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de mercado.
constituição, elas passam a ter uma quantidade de
sócios maior do que teriam se fossem empresas de A Lei 6.385, de 1976, que disciplina o mercado
responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo. de capitais, estabelece que nenhuma emissão públi-
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta ca de valores mobiliários poderá ser distribuída no
ou fechada. Vejamos as diferenças: mercado sem prévio registro na Comissão de Valores
As S/A abertas admitem negociação dos seus Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão dispensar o registro em determinados casos, e delega
Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis competência para a CVM disciplinar as emissões.
negociados restritamente entre pessoas da própria Além disso, exemplifica algumas situações que
empresa ou próximas à empresa. caracterizam a oferta como pública, por exemplo: a
utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou
COMPANHIAS anúncios destinados ao público; a negociação feita em
Abertas Fechadas loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público,
entre outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado
considerando as características específicas da ofer-
Características ta em questão, como, por exemplo, a oferta pública
de valores mobiliários de emissão de empresas
Atuam nas bolsas de valo- Nº de cotistas limitados a
de pequeno porte e de microempresas, assim defi-
res ou mercados de balcão 20 patrimônio pequeno não
nidas em lei, que são dispensadas automaticamente
organizados operam em bolsas de valo-
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois
res ou balcões organizados milhões e quatrocentos mil reais) em cada período de 357
12 meses, desde que observadas as condições estabe- ofereça certas condições de atratividade econômica,
lecidas nos §§ 4º ao 8º, do art. 5º, da instrução CVM bem como supõe um estudo da conjuntura econômica
400/03. global a fim de evitar que não obtenha êxito por falta de
As ofertas públicas devem ser realizadas por inter- senso de oportunidade. É preciso que se avaliem, pelo
médio de instituições integrantes do sistema de dis- menos, os seguintes aspectos: existência de um clima
tribuição de valores mobiliários, como os bancos de confiança nos resultados da economia, estudo seto-
de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas rial, estabilidade política, inflação controlada, mercado
instituições poderão se organizar em consórcios com secundário e motivações para oferta dos novos títulos.
o fim específico de distribuir os valores mobiliários no
mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem- MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS
pre sob a organização de uma instituição líder, que
assume responsabilidades específicas. Para participar No mercado organizado de valores mobiliários,
de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas- temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen-
trado em uma dessas instituições. tos que propiciam a existência de um ambiente segu-
Essas instituições integrantes do Sistema de Dis- ro para que os investidores negociem seus recursos e
tribuição de Valores Mobiliários são os chamados movimentem a economia do país. No Brasil, existem
agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas
agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi- de Valores e os Balcões Organizados de negociação.
nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
isso o nome underwhiting. � Bolsas de Valores:
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
„ Ambiente no qual se negociam os papéis das
z Underwhiting Firme: Modalidade de lançamen- S/A abertas;
to na qual a instituição financeira, ou consórcio „ Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos
de instituições, subscreve a emissão total, encar- ou S/A com fins lucrativos;
regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la „ Opera via pregão eletrônico, não havendo mais
no mercado junto aos investidores individuais o pregão viva voz, que era chamado presen-
(público) e institucionais. Nesse tipo de operação, cial. Agora, as transações são feitas por telefone
no caso de um eventual fracasso, a empresa já através dos escritórios das instituições finan-
recebeu integralmente o valor correspondente às ceiras autorizadas;
ações emitidas. O risco é inteiramente do under- „ Registra, supervisiona e divulga as execuções
writer (intermediário financeiro que executa uma dos negócios e as suas liquidações.
operação de underwriting).
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem
O fato de uma emissão ser colocada por meio de um ambiente que pode ser físico ou eletrônico.
underwriting firme oferece uma garantia adicional ao Nele, são realizadas negociações entre investidores e
investidor, porque, se as instituições financeiras do entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato
consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera- de as empresas que operam na Bolsa serem grandes
ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão
vez que não há interesse de sua parte em imobilizar começando têm dificuldade para serem tão atrativas
recursos por muito tempo; quanto elas.
Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de
z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esfor- Mercados de Balcão, que são, também, ambientes
ços): Modalidade de lançamento de ações na qual virtuais nos quais empresas menores podem nego-
a instituição financeira assume apenas o com- ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que
promisso de fazer o melhor esforço para colocar o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não
o máximo de uma emissão junto à sua clientela, Organizado.
nas melhores condições possíveis e em um deter-
minado período de tempo. As dificuldades de colo-
cação das ações irão se refletir diretamente na
Organizado Não Organizado
empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve
proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto
das perspectivas da empresa quanto das institui-
ções financeiras encarregadas do lançamento;
z Residual ou stand-by underwriting: Nessa for- Utiliza exclusivamente
Não existe sistema
o Sistema Eletrônico
ma de subscrição pública, a instituição financeira de Negociação
padrão
não se responsabiliza, no momento do lançamen-
to, pela integralização total das ações emitidas.
Há um comprometimento, entre a instituição e a
empresa emitente, de negociar as novas ações jun- Supervisiona a Não existe padrão na
to ao mercado durante certo tempo findo, no qual Liquidação dos papéis supervisão dos papéis
poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins-
tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
ações que não foram absorvidas pelos investidores Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem
individuais e institucionais. normas e é bastante confiável. Já o Não Organizado é
uma verdadeira bagunça.
Aspectos Operacionais do underwriting: A decisão Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um mer-
de emitir ações, seja pela oferta pública, seja para aber- cado de títulos sem local físico definido para a reali-
358 tura ou aumento do capital, pressupõe que a sociedade zação das transações que são feitas por telefone entre
as instituições financeiras. Ele é chamado de Organiza- z Quotas de fundos fechados de investimento, incluin-
do quando se estrutura como um sistema de negociação do os fundos imobiliários e os fundos de investimen-
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organi- to em direitos creditórios;
zado como um sistema eletrônico de negociação por z Certificados de investimento audiovisual;
terminais, que interliga as instituições credenciadas z Certificados de recebíveis imobiliários.
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e
venda e fechando os negócios eletronicamente. Sistemática do Mercado Organizado
O Mercado de Balcão Organizado é um ambien-
te administrado por instituições autorreguladoras, 1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa
que propiciam sistemas informatizados e regras
A empresa decide Busca autorização A empresa decide
para a negociação de títulos e valores mobiliários. tornar-se Companhia junto à CVM, para em qual mercado de
Essas instituições são autorizadas a funcionar pela – se S/A aberta ou entrar nos mercados atuação deseja estar
S/A fechada de atuação
CVM e por ela são supervisionadas.
Atualmente, a maior administradora de balcão
organizado do país era a CETIP. Atualmente, ela foi
comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a
B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Quais os Títulos Negociados no Mercado de Balcão CVM Autoriza Mercado de Balcão


Se S/A Aberta
Organizado? ou não Organizado

O Mercado de Balcão Organizado pode admitir a


negociação somente as ações de companhias aber- Vale destacar que a companhia pode trocar de
tas com registro para negociação em mercado de mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro-
balcão organizado. As debêntures de emissão de cracia que envolve recomprar todos os papéis em
companhias abertas podem ser negociadas simulta- circulação em um mercado para poder migrar para
neamente em Bolsa de Valores e Mercado de Bal- o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as
cão Organizado desde que cumpram os requisitos de regras para a mudança de mercado de atuação.
ambos os mercados. Para as ações, é proibida a comercialização em
Conforme vimos, antes de ter seus títulos nego- ambos os mercados simultaneamente. Já para as
ciados no mercado primário, a companhia deverá debêntures, é permitida a negociação simultânea nos
requerer o registro de companhia aberta junto à dois mercados.
CVM e, neste momento, deverá especificar onde seus
títulos serão negociados no mercado secundário, se Qual a diferença entre uma Bolsa de Valores e as
em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado. entidades que administram o Mercado de Balcão
Essa decisão é muito importante, pois, uma vez Organizado?
concedido o registro para negociação em mercado
As Bolsas de Valores também são responsáveis por
de balcão organizado, este só pode ser alterado com
administrar o mercado secundário de ações, debêntu-
um pedido de mudança de registro junto à CVM.
res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade,
A companhia aberta é responsável por divulgar
ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou
para a entidade administradora do Mercado de Bal-
tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi-
cão Organizado todas as informações financeiras e
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de
atos ou fatos relevantes sobre suas operações. A enti-
valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de
dade administradora do Mercado de Balcão Organi-
valores são companhias de grande porte.
zado, por sua vez, irá disseminar essas informações
através de seus sistemas eletrônicos ou impressos Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de
para todo o público. menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos
No Mercado de Balcão Organizado, a companhia ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em
aberta pode requerer a listagem de seus títulos atra- muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados
vés de seu intermediário financeiro ou este poderá segregados especializados para a negociação de ações
requerer a listagem independentemente da vontade e outros títulos emitidos por empresas de menor
porte.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
da companhia. Por exemplo, se o intermediário pos-
suir uma grande quantidade de ações de uma deter- Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão
minada companhia, ele poderá requerer a listagem da Organizado é admitido um conjunto mais amplo de
mesma e negociar esses ativos no Mercado de Balcão intermediários do que em Bolsas de Valores, o que
Organizado. Nesse caso, a entidade administradora do pode aumentar o grau de exposição de companhias
Mercado de Balcão Organizado disseminará as infor- de médio porte ou novas empresas ao mercado.
mações que a companhia aberta tiver encaminhado Assim, o objetivo da regulamentação do mercado
à CVM. de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer-
Além de ações e debêntures, no mercado de balcão cado para novas companhias, criando um segmento
organizado, são negociados diversos outros títulos, voltado à negociação de valores emitidos por empre-
tais como: sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo
grau de exposição e visibilidade.
z Bônus de subscrição; Para os investidores, a principal diferença entre
z Índices representativos de carteira de ações; as operações realizadas em bolsas de valores e aque-
z Opções de compra e venda de valores mobiliários; las realizadas no mercado de balcão organizado é
z Direitos de subscrição; que, nesse último, não existe um fundo de garantia
z Recibos de subscrição; que respalde suas operações. 359
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o ressar-
cimento de prejuízos decorrentes de execução infiel de ordens por parte de uma corretora membro, entrega de
valores mobiliários ilegítimos ao investidor, decretação de liquidação extrajudicial da corretora de valores, entre
outras.
Uma segunda diferença refere-se aos procedimentos especiais que as bolsas de valores devem adotar no
caso de variação significativa de preços ou no caso de uma oferta, representando uma quantidade significativa
de ações. Nesses casos, as bolsas de valores devem interromper a negociação do ativo.
Para as companhias, a regra para se tornar uma companhia aberta é a mesma, independentemente de buscar
uma listagem em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado.

Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia em bolsa de valores
e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.

MERCADO DE AÇÕES

Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações. Nele,
são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possuidor um sócio
da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das ações geradas por
empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser entendida como
a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial
e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações
possuídas.
Uma ação é um valor mobiliário expressamente previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei 6.385, de 1976. No entan-
to, apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as
ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser negociadas publi-
camente no mercado de valores mobiliários.
Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome dos
titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela companhia para a prestação desse serviço, em
que a propriedade é comprovada pelo “Extrato de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas,
não mais sendo permitida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis.

Espécies de Ações

As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus acionistas. O Estatuto
Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cumprido pelos administradores e acionistas,
define as características de cada espécie de ações, que podem ser:

z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)

Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de acionistas;

z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial Nominativa)

Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras
vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda,
possuir prioridades específicas se admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:

z Quando a empresa passar mais de três anos sem distribuir lucros;


z Quando houver votação para eleição dos membros do Conselho Administrativo da companhia.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS FRUIÇÃO OU GOZO


Voto Lucro Ex.: Ações
51% controlador � Pelo menos, 10% maior que as ordinárias Ações que foram compradas de volta pelo emi-
� Se a empresa passar mais de 3 anos sem dar tente, mas que o titular recebeu um novo títu-
lucro, essas ações adquirem o direito ao voto lo representativo do valor que é negociável e
endossável.

360
Características das Ações „ Bônus de Subscrição: Quando alguém adquire
ações, passa a ser titular de uma fração do capi-
z Quanto ao valor: tal social de uma companhia. Todavia, quando o
capital é aumentado e novas ações são emitidas,
„ Nominais: o valor da ação vai descrito na escri- as ações até então detidas por tal acionista pas-
tura de emissão no momento do lançamento; sam a representar uma fração menor do capital,
„ Não nominais: o valor da ação será dito pelo ainda que o valor em moeda seja o mesmo.
mercado, mas não pode ser inferior ao valor
dado na emissão das ações (essa manobra é Para evitar que ocorra essa diminuição na partici-
mais arriscada, porém pode dar maior retorno). pação percentual detida pelo acionista no capital da
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como
z Quanto à forma: um direito essencial, a preferência na subscrição
das novas ações que vierem a ser emitidas em um
„ Nominativas: há o registro do nome do pro- aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.),
prietário no cartório de registro de valores na proporção de sua participação no capital, anterior-
mente ao aumento proposto.
mobiliários e a emissão física do certificado;
Da mesma forma, os acionistas também terão
„ Nominativas Escriturais: não há a emissão
direito de preferência nos casos de emissão de títu-
física do certificado, mas apenas o registro no
los conversíveis em ações, tais como debêntures
Livro de Registros de Acionistas; as ações são
conversíveis e bônus de subscrição.
representadas por um saldo em conta. Neste período, o acionista deverá manifestar sua
intenção de subscrever as novas ações emitidas no
Obs.: ações ao portador não são mais permiti- âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver-
das no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o
lavagem de dinheiro. direito de preferência caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe-
Importante! rência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre-
Termo que pode aparecer na prova: mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes
empresas e, por isso, possuem muita segurança „ Bonificação: Ao longo das atividades, a Com-
e tradição. São ações usadas como referência panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
para índices econômicos. para a constituição de uma conta de “Reservas”
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
exercício social posterior, distribuir aos acio-
z Quanto à remuneração das ações: nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden-
Elas podem ser remuneradas de quatro formas: do efetuar o pagamento em espécie ou com a
distribuição de novas ações. É importante des-
„ Dividendos: compreendem a parcela do lucro tacar que, atualmente, as empresas não mais
líquido que, após a aprovação da Assembleia distribuem bonificação na forma de dinheiro,
Geral Ordinária, será alocada aos acionistas da pois preferem fidelizar ainda mais os sócios,
companhia. O montante dos dividendos deve- dando-lhes mais ações.
rá ser dividido entre as ações existentes, para
sabermos quanto será devido aos acionistas a Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos
cada ação por eles detida.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
Para garantir a efetividade do direito do acionista preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi-
ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o do ou restrito por disposição do estatuto social da compa-
sistema do dividendo obrigatório, de acordo com o nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma
qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, vantagem econômica em relação às ações ordinárias.
Além disso, a Lei permite que as companhias aber-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
destinar parte dele aos acionistas a título de divi-
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que
dendo. Porém, a referida Lei confere às companhias
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre
liberdade para estabelecer, em seus estatutos sociais,
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com-
o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem
ser distribuído anualmente aos acionistas, desde que como opinar sobre as matérias objetos de deliberação,
o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a deter- mas não poderão votar.
minação do seu valor ao exclusivo arbítrio de seus As vantagens econômicas a serem conferidas às
administradores e acionistas controladores. ações preferenciais em troca dos direitos políticos
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir
direito a recebimento do dividendo obrigatório em prioridade de distribuição de dividendo, fixo ou
equivalente a 50% do lucro líquido ajustado nos ter- mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prê-
mos do art. 202, da Lei das S.A; mio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens (art.
17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.).
„ Ganhos de Capital: Ocorrem quando um inves- Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon-
tidor compra uma ação por um preço baixo e tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em
vende a mesma ação por um preço mais alto, ou montante certo em moeda corrente, seja em percen-
seja, realiza um ganho; tual certo do capital, do valor nominal da ação ou, 361
ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa Quanto à mudança de controlador – o acionista
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
seja, uma vez atingido o montante determinado no bém edita norma que regula essa troca, para evitar
Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, que diz que, para a troca do controlador, o novo
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- controlador deve garantir que, caso queira fechar o
renciais de outras classes se houver. capital da S/A, deverá comprar as ações dos mino-
Dividendo mínimo é aquele também previamen- ritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas
te quantificado no Estatuto, seja com base em montan- ações do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM
te certo em moeda corrente, seja em percentual certo garante que os acionistas minoritários não terão pre-
do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do juízos, pois o novo controlador poderia comprar as
valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con- ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas
trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
do controlador anterior. É preciso dizer que, para que
ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
isso ocorra, deve haver uma concordância mínima
centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
entre os acionistas gerais. A esse princípio chama-
ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias mos de tag along.
caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí- Existem, ainda, manobras que o mercado de capi-
do será partilhado entre ambas as espécies de ações tais faz, as quais geram impacto sobre o valor das
em igualdade de condições. ações no mercado e sua capacidade de comercializa-
O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações ção. Vejamos:
preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo
cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido z Desdobramento ou Split
lucros durante o exercício em montante suficiente
para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos É uma estratégia utilizada pelas empresas com
ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas
exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de ações. Acontece quando as cotações estão muito ele-
expressa previsão estatutária. vadas, o que dificulta a entrada de novos investidores
No caso das companhias abertas que tenham ações no mercado.
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve- Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150,
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote
vantagens a seguir (art. 17, § 1º, da Lei 6.404/1964, dessas ações, o investidor teria que desembolsar R$
Lei das S/A.): 15.000, que é uma quantia considerável para a maior
parte dos investidores (pessoa física).
� Direito a participar de uma parcela correspon-
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
exercício, sendo que, desse montante, garante- ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim,
-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3% quem possuísse 100 ações, passaria a possuir 300
do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda, ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja,
o direito de participar de eventual saldo desses passaria de R$ 150 para R$ 50.
lucros distribuídos, em igualdade de condições Na prática, o desdobramento de ações não altera,
com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a de forma alguma, o valor do investimento ou o valor
elas dividendo igual ao mínimo prioritário; da empresa. É apenas uma operação de multiplicação
z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10% de ações e divisão dos preços, para aumentar a liqui-
maiores que os pagos às ações ordinárias; dez das ações.
z Direito de serem incluídas na oferta pública em Agora, depois do desdobramento, o investidor que
decorrência de eventual alienação de controle. quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gasta-
ria apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía
Com relação aos direitos dos acionistas, existem 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$
algumas situações que as bancas de concursos gostam 15.000, ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém dis-
de cobrar em prova e, por isso são importantes. tribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, Com as ações mais baratas, mais investidores se
Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino- interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as
ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das cotações subam em curto prazo, devido à maior entra-
ações. A esse evento chamamos de amortização de
da de investidores no mercado, porém não há como
ações. O personagem que mais ganha nessa história é
prever se isso irá ou não acontecer. A companhia tam-
o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
bém pode utilizar os desdobramentos como parte de
seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
ou de ações diminui, aumentando seu percentual. sua estratégia de governança corporativa, para mos-
A CVM, vendo esse aumento de poder do contro- trar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas
lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em minoritários.
outras palavras, diz que a recompra de ações, uma Os desdobramentos podem acontecer em qual-
vez feita, finda por aumentar o poder do controlador quer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para
da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom- 2, de 1 para 3 e de 1 para 4 ações.
pradas devem permanecer em tesouraria por, no
máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas z Grupamento ou Inplit
ou canceladas.
Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de Exatamente oposto ao desdobramento, o grupa-
poder do controlador, para evitar que os acionistas mento serve para melhorar a liquidez e os preços das
minoritários percam sua participação na administra- ações quando estão cotadas a preços muito baixos no
362 ção da empresa. mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.

DESDOBRAMENTO OU SPLIT GRUPAMENTO OU INPLIT


� Manobra feita para tornar as ações mais baratas e atra-
tivas para novos investidores � Manobra feita para tornar as ações mais caras e, aparen-
� Diminui o valor das ações, mas mantém o valor aplicado temente, elevar seu valor
pelo investidor � Aumenta valor das ações, mas mantém o valor aplicado
� Aumenta a quantidade de ações do investidor
� Não altera o capital do investidor � Diminui a quantidade de ações
� Aumenta a liquidez das ações, pois ficam mais baratas e � Não altera o capital do investidor
fáceis de serem comercializadas

Mercado à Vista de Ações

O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
No mercado à vista de ações, temos:

� Operações imediatas ou de curto prazo;


z Operacionalizado na Bolsa de Valores;
z Sistema eletrônico de negociação;
z Câmara de liquidação de ações – antiga CBLC.

Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.

Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

18h, em 2020, o After Market foi extinto.

Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:

z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado; 363
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).

DÁ A ORDEM

� Investidor

EXECUTA A ORDEM

� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos

REALIZA A ORDEM

� After Market
� Sistema de negociação eletrônico

As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.

Lei 6.404 (art. 64) – DEBÊNTURES

O que são debêntures?

São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:

Agente fiduciário viabiliza

Investidor do Mercado que deseja


Companhia que emite a Debênture e
emprestar seu dinheiro ao emissor
deseja captar recursos
em troca de juros previamente pactuados
(Envia a Debênture)
(Envia o Dinheiro)

Agente underwritter

Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:

z Deve constar o nome debênture com a indicação da espécie e suas garantias;


z Nº de emissão, série e ordem;
z Data da emissão;
z Vencimento (determinado ou indeterminado – perpétua – e se poderá ou não ter seu prazo de vencimento
antecipado);
z O índice que vai ser usado para corrigir o valor da debênture. (ex.: CDI, IPCA, IGP-M);
z Quantidade de debêntures que irão ser emitidas (limitada ao capital próprio da empresa);
364 z Valor nominal da debênture (ou valor de face);
z As condições para conversão ou permuta e seus „ Antes do vencimento: quando ocorrer um
respectivos prazos; colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
z Se a debênture terá garantias ou não (e, se tiver, que o debenturista corre algum risco.
quais serão). Tais garantias podem ser:
Agente Fiduciário
„ Real: a mais valiosa, pois a garantia existe
fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens A Lei nº 6.404, de 1976, estabelece que a escritura
determinados); de emissão, por instrumento público ou particular, de
„ Flutuante: não existe um bem específico; a debêntures distribuídas ou admitidas à negociação
garantia é uma parte do patrimônio da empre- no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de
sa (até 70% do valor do capital social); agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá-
„ Quirografária: nenhuma garantia ou privilé- rio é quem representa a comunhão dos debenturistas
gio (a garantia em caso de falência será o que perante a companhia emissora, com deveres específi-
sobrar e se sobrar alguma coisa); cos de defender os direitos e interesses dos debentu-
„ Subordinada: em caso de falência, oferece pre- ristas, entre outros citados na Lei.
ferência apenas sobre o crédito dos acionistas. Para tanto, possui poderes próprios também atri-
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
Agora, você já sabe o que é necessário para fazer da companhia emissora, declarar, observadas as
condições da escritura de emissão, antecipadamen-
uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
que podem ser usadas ou não. Porém, de que forma
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi-
é possível materializar, ou seja, transformar essa
rem, requerer a falência da companhia, entre outros.
debênture em algo que se possa ver? Existem duas
Esse personagem viabiliza a operação de compra
formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme-
z Nominativas
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve,
acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele
„ Título físico; representa o debenturista em caso de colapso do
„ Registrado na CETIP; mercado, ou para:
„ Emite o certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures z Proteção do debenturista;
Nominativas. z Executar garantias reais da emissora;
z Requerer falência da emissora.
z Nominativas Escriturais
Vale dizer que o agente fiduciário pode reque-
„ Informação Eletrônica; rer essas situações para garantir ao debenturista o
„ CETIP registra e custodia; recebimento dos créditos.
„ Não emite certificado; São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Bancos de Investimento, CTVM e DTVM.
Nominativas. Quanto aos tipos ou classes de debêntures, po-
dem ser:

Importante! z Simples: Um simples direito de crédito contra a


emissora ou empresa;
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a
z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da
emissão do certificado é facultativa; empresa emitente das debêntures;
� Não é comum o debenturista solicitar o certifi- z Existe prazo máximo para que o debenturista
cado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empre- decida se irá querer converter em ações ou não e,
sa deve emiti-lo; nesse prazo, a empresa não pode mudar nada
� As Debêntures só podem ser emitidas por ins- nos seus papéis;
tituições que não sejam instituições financeiras. z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o debenturista tem de trocar as debêntures por


ações de outras companhias, depois de haver
Quanto aos prazos das debêntures, que devem passado um prazo mínimo.
constar na escritura da emissão, podem ser:
Já quanto à remuneração, pode-se ter:
z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture;
z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não z Juros (fixos ou variáveis);
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
ção do emitente, a empresa; cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
z Antecipado: Básica Financeira;

„ Antes do resgate: deve constar na escritura o z Participação nos Lucros;


prazo para resgate e a possibilidade de isso z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
ocorrer; xado a TR, TBF ou TJLP. 365
Medição dos Riscos nas Debêntures OURO — ATIVO FINANCEIRO

z Alta qualidade: baixa taxa de retorno; O ouro como ativo financeiro é negociado em bol-
z Baixa qualidade: alta taxa de retorno. sas de mercadoria e de futuros. No Brasil, essas opera-
ções ocorrem na B3 — Brasil, Bolsa, Balcão —, única
Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana; bolsa em atividade no país.
quanto menos risco, menos grana. Ele é negociado sob quatro diferentes formas: o
Ouro à Vista, o Termo de Ouro, o Futuro de Ouro e
As Ofertas das Debêntures Opções sobre Disponível de Ouro.

z Pública Ouro à Vista

„ Público em geral; A negociação do ouro como produto financeiro no


„ Há registro na CVM; Brasil é realizada na B3 sob forma de lingotes de ouro
„ Assembléia Geral ou Conselho Administrativo fino, fundido por empresa refinadora e custodiado em
decidem; instituição depositária, ambas credenciadas pela B3.
„ Agente Fiduciário; O ouro pode ser negociado em lote padrão de ouro
fino, correspondente a um lingote de 250 gramas,
z Privada lotes fracionários de 10g e lotes fracionários de
0,225g, com teor de pureza de 999,0 partes de ouro
„ Grupo restrito de investidores; fino para cada 1.000 partes de metal.
„ Não há registro na CVM. O ouro enquanto ativo financeiro apresenta as
seguintes vantagens:
Os Mercados das Debêntures
z Representa uma reserva de valor durável;
z Tem liquidez internacional;
z É aceito como garantia, com menor grau de desá-
Primário Secundário
� Debêntures já gio, para negociação de outros ativos na B3;
� Emissão pela 1ª vez
existentes z Opção para diversificação de investimentos;
� Compra e venda por
investidores
z Alternativa de investimento para épocas de crise
financeira.
� Balcão Organizado
� Influi no caixa da
(Sistema Nacional Termo de Ouro
de Debêntures -
empresa
administrado pela
CETIP S/A) O Termo de Ouro foi desenvolvido com o objetivo
de ser uma ferramenta para a gestão do risco de osci-
lação de preço (hedge). Diferentemente das bolsas
Commercial Papers estrangeiras, em que o contrato é negociado em relação
à onça troy, a bolsa negocia ouro em reais por grama.
Commercial Papers são títulos, papéis que No Contrato a Termo, duas partes, a vendedora e
valem dinheiro. São uma aplicação. Parecem muito a compradora, fixam um preço para uma negocia-
com as debêntures e com as notas promissórias que ção de ouro em data futura, em quantidades do lote
estudamos no tópico sobre Títulos de Crédito (a famo- padrão de 250 gramas de ouro fino.
sa amarelinha). Ele difere do futuro de ouro, pois, ao contrário do
São títulos de curto prazo, que têm prazo míni- contrato futuro, é um contrato não padronizado,
mo de 30 dias e máximo de 360 dias, emitidos por em que as partes envolvidas definem o preço do com-
instituições não financeiras, ou seja, as instituições promisso e a data futura em que vencerá o contrato.
financeiras estão fora, pois podem captar recursos Por não ser padronizado, não há liquidez, e as
de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve partes compradora e vendedora ficam vinculadas
para captar recursos no mercado interno, pois cons-
uma à outra até a liquidação do contrato, ou seja:
titui uma promessa de pagamento na qual incidem
juros a favor do investidor.
z O comprador do termo leva o contrato até o final
do prazo contratado, paga pelo ativo objeto do con-
trato (ouro) e quer recebê-lo;
Importante! z O vendedor quer levar o contrato até o final, quer
As debêntures podem ser emitidas para fora entregar o ativo objeto (ouro) e receber o corres-
do país com garantia real de bens situados no pondente pagamento.
Brasil. Já os Commercial Papers não podem.
Eles podem ser emitidos apenas para dentro do Futuro de Ouro
Brasil.
Assim como o Termo de Ouro, o Contrato Futuro de
Ouro foi desenvolvido com o objetivo de ser uma fer-
OPERAÇÕES COM OURO ramenta para a gestão do risco de oscilação de preço
(hedge). O contrato também é negociado pela cotação
Existem diferentes operações no sistema financei- em reais por grama. A cotação do contrato futuro de
ro envolvendo o ouro como ativo financeiro ou como ouro reflete as expectativas do mercado internacional
366 instrumento cambial. Acompanhe a seguir. atreladas ao mercado interno e à variação do dólar.
Os contratos futuros são negociados em lotes
padrão de 250 gramas de ouro fino, e têm venci- MERCADO DE CÂMBIO
mento, todos os meses, na última sessão de negocia-
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR,
ção do mês anterior ao mês de vencimento.
OPERAÇÕES BÁSICAS, CONTRATOS DE CÂMBIO
A diferença do contrato a termo é que, no con- E SUAS CARACTERÍSTICAS, TAXAS DE CÂMBIO,
trato futuro, como os contratos são padronizados, REMESSAS E SISCOMEX
fazendo com que haja liquidez, os contratos podem
ser negociados antes do vencimento no mercado O que é Câmbio?
secundário.
Câmbio é a operação de troca de moeda de um
Opções de Ouro país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando
um turista brasileiro vai viajar para o exterior e pre-
Na opção de ouro, compra-se o direito de com- cisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo
prar ou de vender ouro a um determinado preço Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe
do turista brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe
no futuro.
(vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um turis-
Há, portanto, opções de compra e opções de venda.
ta estrangeiro quer converter moeda estrangeira em
Por esse direito, paga-se o prêmio, cotado em reais, o agente autorizado a operar no mercado de
reais por grama de ouro. câmbio compra a moeda estrangeira do turista estran-
Aquele que vende a opção (lançador) fica com geiro, entregando-lhe os reais correspondentes.
a obrigação de comprar ou de vender o ouro pelo No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente
preço de exercício na data de vencimento da opção. no qual se realizam as operações de câmbio entre
Aquele que compra a opção (titular) fica com o os agentes autorizados pelo Banco Central e entre
direito de comprar ou de vender o ouro pelo preço estes e seus clientes, diretamente ou por meio de
de exercício na data de vencimento da opção. seus correspondentes. Esse mercado é regulamen-
tado e fiscalizado pelo Banco Central e compreen-
Na data de vencimento, caso seja financeiramente
de as operações de compra e de venda de moeda
vantajoso, o exercício da opção é realizado pelo titu- estrangeira, as operações em moeda nacional entre
lar da opção. O não exercício da opção incorrerá no residentes, domiciliados ou com sede no país e resi-
encerramento das obrigações por parte do vendedor. dentes, domiciliados ou com sede no exterior e as
operações com ouro-instrumento cambial realiza-
OURO — INSTRUMENTO CAMBIAL das por intermédio das instituições autorizadas a
operar no mercado de câmbio pelo Banco Central,
O ouro pode ser classificado como instrumento diretamente ou por meio de seus correspondentes.
cambial por instituições autorizadas pelo Banco Cen- Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as
tral a operar no mercado de câmbio. operações relativas aos recebimentos, pagamentos e
transferências do e para o exterior, mediante a utili-
Nesse caso, o ouro é considerado equivalente a
zação de cartões de uso internacional, bem como as
uma moeda estrangeira.
operações referentes às transferências financeiras
O ouro-instrumento cambial é aquele constante postais internacionais, inclusive vales postais e reem-
da posição de câmbio das instituições autorizadas bolsos postais internacionais.
pelo BC a atuar no mercado de câmbio, e é decor- À margem da lei, funciona um segmento denomi-
rente de operações: nado Mercado Paralelo. São ilegais os negócios rea-
lizados nesse mercado, bem como a posse de moeda
z de compra de ouro-ativo financeiro da própria estrangeira oriunda de atividades ilícitas.
instituição;
z de compra ou de venda de ouro ao Banco Central Quem Opera no Mercado de Câmbio?
do Brasil com essa finalidade;
Bancos Múltiplos, Comerciais, de Investimentos,
z de compra ou de venda de ouro-instrumento cam-
de Desenvolvimento, CEF, SCFI, CTVM, DTVM, Agên-
bial entre instituições financeiras que operam no
cias de Fomento e Corretoras de Câmbio são institui-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mercado de câmbio; ções habilitadas a operarem no Mercado de Câmbio.


z de arbitragem com outra instituição integrante do Cabe destacar que apenas os Bancos e a CEF,
Sistema Financeiro Nacional ou com instituição do exceto os Bancos de Desenvolvimento, podem operar
exterior, na forma da regulamentação cambial. livremente nele. Já algumas instituições operam com
restrições, ou seja, não podem fazer qualquer opera-
Uma vez incorporado à posição de câmbio da insti- ção, mas somente as especificadas pelo BACEN. São
tuição, o ouro somente pode ser negociado com outra elas:
instituição integrante do sistema financeiro autoriza-
da a operar no mercado de câmbio, com instituição z Bancos de Desenvolvimento;
z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
externa ou com o Banco Central do Brasil, observadas
z Agências de Fomento.
as mesmas condições estabelecidas para a negociação
de moeda estrangeira. Com exceção dessas três, as demais podem reali-
As operações com ouro-instrumento cambial zar todas as operações do Mercado de Câmbio, embo-
devem ser registradas no Sistema Câmbio tomando por ra algumas tenham restrições de valor, mas não
unidade o grama e ser classificadas como moeda XAU. de operações. As sociedades corretoras de títulos e 367
valores mobiliários, as sociedades distribuidoras de para uso particular, pagamento de aluguel de veículos,
títulos e valores mobiliários e as sociedades correto- multas, doações. Por meio dos vales postais interna-
ras de câmbio têm algumas restrições quanto ao valor cionais, a ECT também pode dar curso a recebimentos
das operações: ou pagamentos conduzidos sob a sistemática de câm-
bio simplificado de exportação ou de importação,
� Operações de câmbio com clientes para liquidação observado o limite de US$ 50 mil, ou seu equivalente
pronta de até US$ 300 mil ou o seu equivalente em em outras moedas, por operação.
outras moedas;
z Operações no mercado interbancário (arbitra- � Memorize os limites elencados pelo resumo a
gens no país) e por meio de banco autorizado a seguir:
operar no mercado de câmbio (arbitragem com o
exterior). „ CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil
dólares por operação;
Além desses agentes, o Banco Central também con- „ Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dóla-
cedia autorização para agências de turismo e meios res por operação;
de hospedagem de turismo para operarem no Merca- „ Correspondentes Bancários e Agências de
do de Câmbio. Atualmente, não se concede mais auto- Turismo ainda em operação: 1 mil dólares por
rização para esses agentes, permanecendo, ainda, operação – em contrapartida, em espécie – e 3
apenas aquelas agências de turismo cujos proprietá- mil dólares em operações escriturais (Resolu-
rios pediram ao Banco Central autorização para cons- ção nº 4.811/20).
tituírem instituição autorizada a operar em câmbio.
Enquanto o Banco Central está analisando tais pedi-
dos, as agências de turismo ainda autorizadas podem Importante!
continuar a realizar operações de compra e venda de
moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de As instituições são obrigadas a informar o VET –
viagem relativamente a viagens internacionais. Valor Efetivo Total nas operações.
Em resumo: Isso deve-se ao fato de que nas operações de
câmbio há custos embutidos como:
z Os meios de hospedagem não podem mais operar � Tarifa de Conversão das moedas
câmbio de jeito nenhum; � IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
z As agências de turismo que pediram autorização Vale destacar que o IOF é um imposto que incide
ao BACEN continuam até que ele decida se elas sobre quase todas as operações financeiras.
ficam efetivamente ou não.

Ainda, as Instituições Financeiras podem contratar Resolução nº 3.568/2008 com Alterações


correspondentes para operar câmbio por elas. Nesse Posteriores pela Resolução nº 4.811/20
caso, teríamos um plano B para as agências de Turis-
mo que tiverem seus pedidos negados pelo BACEN, Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem
pois, se elas se filiarem a uma Instituição Financeira, comprar e vender moeda estrangeira ou realizar
não mais precisarão da autorização deste. transferências internacionais em reais, de qualquer
Pela Resolução nº 4.811, de 2020, as operações natureza, sem limitação de valor, sendo contra-
realizadas pelos correspondentes são de total respon- parte na operação agente autorizado a operar
sabilidade da instituição contratante, devendo ela no mercado de cambio, observada a legalidade da
estabelecer as regras e condutas que os corresponden- transação, tendo como base a fundamentação eco-
tes deverão seguir, quais sejam: nômica e as responsabilidades definidas na respec-
tiva documentação.
z Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento
relativa à transferência unilateral (ex.: manuten- Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa
ção de residentes, transferência de patrimônio, física ou jurídica pode comprar e vender moeda
prêmios em eventos culturais e esportivos) do ou estrangeira desde que a outra parte na operação de
para o exterior, limitada ao valor equivalente a câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a
U$$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, em espé- operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden-
cie e 1 mil dólares por operação; te para tais operações) e que seja observada a regu-
z Compra e venda de moeda estrangeira em espécie, lamentação em vigor, incluindo a necessidade de
cheque ou cheque de viagem, bem como carga de identificação em todas as operações.
moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao É dispensado o respaldo documental das opera-
valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser-
Unidos, por operação e em espécie 1 mil dólares; vando-se, no entanto, a necessidade de identificação
z Recepção e encaminhamento de propostas de do cliente.
operações de câmbio.
Banda Cambial no Brasil
A ECT – Empresa de Correios e Telégrafos do
Brasil – também é autorizada pelo Banco Central a Uma Banda Cambial é a forma como um país defi-
realizar operações com vales postais internacio- ne suas taxas de câmbio, quer sejam fixas ou livres,
nais, emissivos e receptivos, destinadas a atender ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas
compromissos diversos, tais como: manutenção de bandas cambiais, a Livre e a Flutuante. A primeira,
pessoas físicas, contribuições previdenciárias, apo- por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de
368 sentadorias e pensões, aquisição de medicamentos dinheiro do Brasil para fora e vice-versa.
No entanto, operar com duas bandas cambiais era Nas operações de compra ou de venda de moeda
muito burocrático, pois cada uma tinha suas especi- estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em
ficações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for-
banda cambial, que foi resultante da junção das ban- malização do contrato de câmbio. O agente do merca-
das Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a
o Governo intervém indiretamente no mercado, com- operação no Sistema Câmbio.
prando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu o O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos
nome de flutuação suja. legais para ter validade, devendo ser registrado no
SISBACEN, constando:
As Operações no Mercado de Câmbio

As operações mais comuns são: z Qual a moeda em questão;


z A taxa cobrada;
z Compra e Venda de moeda estrangeira; z O valor correspondente em moeda nacional;
z Arbitragem (operação em que há a compra de z Nome do comprador e do vendedor.
moeda estrangeira com outra moeda estrangeira);
z Exportação e Importação.
Importante!
Como se Efetivam as Trocas de Moedas?
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato
As trocas de moedas podem ser: de Câmbio. No entanto, o registro da operação é
obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17).
z Manuais: em espécie;
z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas,
sim, papéis que valem dinheiro. Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A
seguir, listaremos os que são mais comumente cobra-
Quando falamos de câmbio, pensamos, também, dos em prova. Vejamos:
nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que revelam
quanto uma moeda vale em relação a outra moeda. z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio
Entre elas, as mais comuns são:
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca-
z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos nismos de financiamento à exportação. Trata-se de
e o BACEN;
financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
z Dólar Pronto: para as operações com entrega em
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar
até 48 horas ou D+2;
um banco comercial autorizado a operar em câmbio.
z PTAX: Média das compras e vendas de moedas
Tendo limite de crédito com o banco, o exportador cele-
estrangeiras entre as Instituições Financeiras den-
bra com este um contrato de câmbio no valor corres-
tro do país – sempre em dólar americano. Essa é a
pondente às exportações que deseja financiar, ou seja, o
taxa de câmbio que é divulgada diariamente pelo
Banco Central e serve de referência para várias contrato de câmbio é celebrado antes mesmo do expor-
operações no mercado cambial. tador receber do importador o pagamento de sua venda.
Neste sentido, o exportador pede ao banco o adian-
Taxa de Câmbio nominal x Taxa de Câmbio Real tamento do valor, em reais, correspondente ao contra-
to de câmbio. Assim, além de obter um financiamento
A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati- competitivo para a produção da mercadoria a ser
vo financeiro, enquanto que a Taxa de Câmbio Real exportada, o exportador também fixa a taxa de câm-
indica o preço relativo entre duas moedas, o que per- bio da sua operação.
mite medir a competitividade relativa entre os dois Cabe destacar que o ACC pode ser realizado em
países em questão. algumas exportações de serviços e, ainda, em até 360
Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo dias antes do embarque da mercadoria. A liquidação
limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
real é o preço do ativo comparado entre duas moedas to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
– dessa forma, é possível saber quanto aquele deter- mento dos juros devidos pelo exportador, ou pode
ser feita com encadeamento com um financiamento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

minado ativo vale em um país e noutro.


pós-embarque.
A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O
Contrato de Câmbio z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O
ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – é
Contrato de câmbio é o documento que forma- um mecanismo similar ao ACC, só que contratado
liza a operação de compra ou de venda de moeda na fase de comercialização ou pós-embarque.
estrangeira.
Nele, são estabelecidas as características e as con- Após o embarque dos bens, o exportador entrega
dições sob as quais se realiza a operação de câmbio, os documentos da exportação e as cambiais (saques)
revelando informações relativas à moeda estrangeira da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
que um cliente está comprando ou vendendo, à taxa bio para liquidação futura. Então, o exportador pede
contratada, ao valor correspondente em moeda nacio- ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres-
nal e aos nomes do comprador e do vendedor. Os con- pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter
tratos de câmbio devem ser registrados no Sistema um financiamento competitivo para conceder prazo
Câmbio pelo agente autorizado a operar no mercado de pagamento ao importador, o exportador também
de câmbio. fixa a taxa de câmbio da sua operação. 369
O ACE pode ser contratado com prazo de até 390 z Habilitação simplificada: destinada às pessoas
dias após o embarque da mercadoria. A liquidação físicas, às empresas públicas e às sociedades de
da operação ocorre com o recebimento do pagamen- economia mista – entidades sem fins lucrativos;
to efetuado pelo importador, acompanhado do paga- z Habilitação especial: destinada aos órgãos da
mento dos juros devidos pelo exportador. Administração Pública direta, autarquias, funda-
ções públicas, órgãos públicos autônomos e orga-
nismos internacionais;
ACC ACE z Habilitação restrita: destinada à pessoa física ou
Adiantamento Sob Contrato Adiantamento Sob Contrato
de Câmbio de Exportação
jurídica que tenha operado anteriormente no
comércio exterior exclusivamente para realização
de consulta ou retificação de declaração.
Pré-Embarque Pós-Embarque

� Financia a mercadoria a ser � Antecipa os recursos


No mercado de Câmbio temos, também, as ope-
exportada a serem recebidos do rações de Remessas. As remessas são operações de
Comprador
� Deve ser contratado até 360 envio de recursos para o exterior, por meio de ordens
dias antes do embarque da � Deve ser feito até 390 dias
mercadoria posteriores ao embarque da
de pagamento (cheque, ordem por conta, fax, internet,
mercadoria cartões de crédito). Em suma, são formas de enviar
dinheiro para fora do país através de instituições.
Existem remessas do Exterior para o Brasil e vice-
O pagamento é feito quando O pagamento da operação -versa. Elas podem ser:
no embarque da mercadoria deverá ser feito quando o
ou no ingresso do dinheiro importador enviar os recursos
pago pelo importador z Em espécie: por Instituição Financeira ou pelo
ECT;
z Via cartão de crédito: seguem a mesma lógica da
Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan- remessa em espécie, entretanto o pagamento é fei-
ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e to por cartão de crédito.
não incidem IOF sobre essas operações, por se trata-
rem de incentivos à exportação. O que é Posição de Câmbio?
As operações de Exportação e Importação devem
ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX – A posição de câmbio é representada pelo saldo
Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utiliza- das operações de câmbio (compra e venda de moeda
do em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio estrangeira, de títulos e documentos que os represen-
Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo tem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para
BACEN, para fiscalizar a entrada e a saída de recursos liquidação futura realizadas pelas instituições autori-
do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários zadas pelo Banco Central do Brasil a operar no merca-
benefícios aos processos de exportação e importação, do de câmbio.
quais sejam:
O que é Posição de Câmbio Comprada?
z Harmonização de conceitos e uniformização de
códigos dos processos; A posição de câmbio comprada é o saldo em moe-
z Ampliação de pontos de atendimento; da estrangeira registrado em nome de uma instituição
z Eliminação de coexistências de controles e siste- autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou
mas paralelos de coleta de dados; para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
los e documentos que as representem e de ouro-ins-
z Diminuição, simplificação e padronização de do-
trumento cambial em valores superiores às vendas.
cumentos;
z Agilidade nos processos e diminuição dos custos
O que é Posição de Câmbio Vendida?
administrativos.
A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda
O SISCOMEX é um sistema e, como tal, é neces-
estrangeira registrado em nome de uma instituição
sário que as pessoas se cadastrem nele para operar.
autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou
Existem 4 (quatro) tipos de cadastros para o seu aces- para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
so. Vejamos: los e documentos que as representem e de ouro-ins-
trumento cambial em valores superiores às compras.
z Habilitação ordinária: destinada à pessoa jurí-
dica que atue habitualmente no comércio exte- O que é Prêmio de Risco?
rior. Nesta modalidade, a empresa está sujeita ao
acompanhamento da Receita Federal com base Para melhor explicar isso, retomaremos alguns
na análise prévia da sua capacidade econômica e conceitos já estudados.
financeira; Sabemos que a taxa de câmbio é livremente pac-
tuada entre os agentes autorizados a operar no mer-
Obs.: essa é a modalidade mais completa de habi- cado de câmbio ou entre estes e seus clientes, podendo
litação, a qual permite aos operadores realizar qual- as operações de câmbio ser contratadas para liquida-
quer tipo de operação. Quando o volume de suas ção pronta ou futura. Neste sentido, temos a possibi-
operações for incompatível com a capacidade econô- lidade de realizar operações com vencimento futuro,
mica e financeira evidenciada, a empresa estará sujei- ou seja, a operação só será finalizada em uma data
370 ta a procedimento especial de fiscalização. previamente acordada entre as partes.
Ocorre que, no caso de operações interbancárias, O contrato a termo se caracteriza por:
a termo (contrato), as partes devem observar que, nas
operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de z ser muito detalhado;
câmbio deve refletir exclusivamente o preço da moe- z ter movimentação financeira somente na liquidação.
da negociada para a data da contratação da operação
de câmbio, sendo facultada a pactuação de prêmio Suas desvantagens operacionais são:
ou bonificação nas operações para liquidação futura.
Esse prêmio a que o Banco Central se refere no Capí- z baixa liquidez;
tulo 1, da série “Regulamento do Mercado de Câmbio z pouca transparência;
e Capitais Internacionais”, é o Prêmio de Risco. Ele z risco de crédito.
nada mais é que um viés (uma tendência) entre a taxa
de câmbio no mercado futuro e a esperança do câm- MERCADO DE OPÇÕES
bio no futuro.
Por fim, vale lembrar que podemos analisar o Prê- No mercado de opções, negocia-se o direito de
mio de Risco, comparando a paridade coberta dos comprar ou de vender um bem por um preço fixo
juros à paridade descoberta destes. numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar
um prêmio ao vendedor. Este prêmio não é o preço do
bem, mas apenas um valor pago para ter a opção (pos-
sibilidade) de comprar ou vender o referido bem em
OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS uma data futura por um preço previamente acordado.
O objeto de negociação pode ser um ativo finan-
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO ceiro ou uma mercadoria, negociados em pregão, com
DO MERCADO A TERMO, DO MERCADO DE OPÇÕES, ampla transparência. O comprador da opção, também
DO MERCADO FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP chamado titular, sempre terá o direito do exercício,
mas não obrigação de exercê-lo. O vendedor da opção,
Derivativos são contratos que derivam a maior parte também chamado lançador, terá a obrigação de aten-
de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência der ao exercício caso o titular opte por exercer seu
ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro direito.
etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros etc.), negociado
no mercado à vista ou não (é possível construir um deri- z Preço de exercício: É o preço que o titular paga
vativo sobre outro derivativo). Os derivativos podem (ou recebe) pelo bem em caso de exercício da
ser classificados em contratos termo, contratos futuros, opção;
opções de compra e venda, operações de swaps, entre z Prêmio: É o valor pago pelo titular (e recebido
outros, cada qual com suas características. pelo lançador) para adquirir o direito de comprar
Os derivativos, em geral, são negociados sob a ou vender o ativo pelo preço de exercício em data
forma de contratos padronizados, isto é, previamen- futura.
te especificados (quantidade, qualidade, prazo de
liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre Assim como no mercado futuro, é possível uma
os quais se efetuam as negociações), em mercados contraparte transferir a um terceiro o seu compro-
organizados, com o fim de proporcionar, aos agen- misso, desde que execute a operação inversa àquela
tes econômicos, oportunidades para a realização que originou a posição inicial; quem comprou, vende
de operações que viabilizem a transferência de ris- a mesma opção; ou quem vendeu originalmente, com-
co das flutuações de preços de ativos e de variáveis pra uma opção para a mesma série e vencimento, o
macroeconômicas.16 que dispensa a necessidade das contrapartes originais
permanecerem atreladas até a data de vencimento da
MERCADO A TERMO17 obrigação.
É importante destacar que, no mercado de opções,
É aquele em que as partes assumem compromisso o titular pode perder no máximo o prêmio pago,
de compra e venda de quantidade e qualidade deter- enquanto para o lançador de uma opção os riscos são
minadas de um ativo dito real (mercadoria). ilimitados.
Exemplo: contratação de compra/venda de um lote
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

padronizado de ouro para entrega em 30 dias. MERCADO FUTURO18


As partes compradora e vendedora ficam vincula-
das uma à outra até a liquidação do contrato, ou seja: O mercado futuro pode ser entendido como uma
evolução do mercado a termo. Nele, os participantes
z O comprador do termo leva o contrato até o final se comprometem a comprar ou vender certa quan-
do prazo contratado, paga pelo ativo objeto do con- tidade de um ativo por um preço estipulado para a
trato e quer recebê-lo; liquidação em data futura.
z O vendedor quer levar o contrato até o final, quer A definição é semelhante, tendo como princi-
entregar o ativo objeto e receber o correspondente pal diferença a liquidação de seus compromissos.
pagamento. Enquanto no mercado a termo os desembolsos
16 INTRODUÇÃO: o que são derivativos? Portal do Investidor, [20--?]. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/deriva-
tivos/Derivativos_introducao.html. Acesso em: 10 jan. 2022.
17 MERCADO a termo. Portal do Investidor, [20--?]. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/derivativos/mercado_ter-
mo.html. Acesso em: 10 jan. 2022.
18 MERCADO futuro. Portal do Investidor, [20--?]. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/derivativos/mercado_futu-
ro.html. Acesso em: 10 jan. 2022. 371
ocorrem somente no vencimento do contrato, no mer- z Cambial
cado futuro os compromissos são ajustados diaria-
mente. Todos os dias são verificadas as alterações de Em um swap cambial, as partes trocam o principal
preços dos contratos para apuração das perdas de um e os juros em uma moeda pelo principal mais os juros
lado e dos ganhos do outro, realizando-se a liquidação em uma segunda moeda. Fica acordado que uma das
das diferenças do dia. Além disso, os contratos futuros partes faz pagamentos em uma moeda e a outra parte
são negociados somente em bolsas. faz pagamentos na outra, em datas futuras.
O contrato futuro se caracteriza por:
z Índices
z Padronização acentuada;
Nos swaps de índices, o que se prevê no contrato
z Elevada liquidez;
é uma troca de fluxos de caixa associados ao retorno
z Negociação transparente em bolsa mediante pregão; ou desempenho de índices de preços — como IPCA ou
z Possibilidade de encerramento da posição com IGP-M — ou ainda de um índice de ações — como Ibo-
qualquer participante em qualquer momento, gra- vespa, IBrX-100 ou outros calculados pela B3.
ças ao ajuste diário do valor dos contratos; Um exemplo é um swap de Ibovespa contra a taxa
z Utilização do mecanismo das margens depositadas do DI, um dos principais indicadores de retorno de
em garantia e do ajuste diário para evitar a acumu- renda fixa. Nesse caso, as partes trocariam um fluxo
lação de perdas. de caixa indexado ao retorno do Ibovespa (normal-
mente acrescido de uma taxa de juros) por outro fluxo
As desvantagens operacionais do mercado futuro são: atrelado à variação do DI.

z Exigir elevada movimentação financeira devi- z Taxas de Juros


do aos ajustes diários (instabilidade no fluxo de
No caso dos swaps de taxas de juros, as partes tro-
caixa);
cam indexadores associados aos seus ativos ou passi-
z Custo mais elevado do que os contratos a termo; vos, e uma das variáveis é uma taxa de juros.
z Necessitar de depósito de garantias. Um exemplo desse tipo de negociação é um swap
de taxa do DI contra o dólar. Aqui, as partes trocam
OPERAÇÕES DE SWAP19 fluxos de caixa indexados ao DI por outros fluxos,
indexados à variação cambial somada a uma taxa
Um swap é um tipo de derivativo. Representa um de juros negociada entre elas. Outra possibilidade
acordo entre duas partes — duas empresas, dois inves- são swaps de taxa do DI contra taxas prefixadas, que
tidores, uma empresa e um investidor, entre outras pos- seguem a mesma lógica, com indexadores diferentes.
sibilidades — para que troquem entre si fluxos de caixa
baseados em um valor de referência, um prazo e outras
condições e critérios preestabelecidos. Um contrato de
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO
swap valoriza ou não segundo essas regras e parâmetros.
Os swaps também costumam ser definidos como NACIONAL
uma troca de “riscos”, em que os participantes nego-
AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO
ciam as rentabilidades de dois ativos ou mercadorias FIDUCIÁRIA, HIPOTECA E FIANÇAS BANCÁRIAS
diferentes.
Eles são bastante usados em estratégias de prote- O Papel das Garantias
ção — ou hedge — que podem se estender por bastan-
te tempo. É comum que sejam adotados por empresas, Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias
têm por objetivo dar maior segurança, maior prote-
porque elas podem estar expostas a variados tipos de
ção, às operações de crédito. A garantia é, portanto,
riscos relacionados às suas atividades. O livro “Merca-
algo acessório à obrigação principal, que é a obriga-
do de Capitais: Fundamentos e técnicas” lista algumas ção de pagar do devedor.
situações frequentes, como: Em regra, como toda garantia é acessória a uma
obrigação principal, com a extinção da obrigação
z Empresas importadoras ou exportadoras, afetadas principal (ou seja, com o pagamento da dívida), a
por variações no câmbio; garantia também se extingue, deixa de existir.
z Empresas aéreas, que convivem com mudanças no Aparentemente, pode parecer que essa “seguran-
preço dos combustíveis; ça” dada pela garantia, na realidade, só é vantajosa
z Gestoras de fundos, impactadas pela volatilidade para quem empresta. Para os tomadores de recursos,
do mercado de ações. a exigência de garantia muitas vezes soa como uma
dificuldade a mais na obtenção de crédito. Entretan-
to, observando atentamente, você perceberá que a
Tipos de Swap
existência de uma garantia é vantajosa para ambos os
lados da operação.
Existem vários tipos de swaps que costumam ser Não há dúvidas de que para o credor (aquele que
realizados no mercado. Eles mudam de acordo com empresta recursos), a garantia significa uma maior
os ativos ou mercadorias envolvidas nos contratos de probabilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afi-
troca de fluxos — que são uma espécie de indexador nal, a garantia ofertada pelo cliente em uma operação
da operação. Alguns dos swaps mais conhecidos são: reduz o chamado risco de crédito.
372 19 O que é swap e para que serve. InfoMoney, c2022. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/guias/swap/. Acesso em: 10 jan. 2022.
De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, define-se o risco de crédito como a possibilidade de ocorrência
de perdas associadas a:

Art. 21 [...]
I - não cumprimento pela contraparte de suas obrigações nos termos pactuados;
II - desvalorização, redução de remunerações e ganhos esperados em instrumento financeiro decorrentes da dete-
rioração da qualidade creditícia da contraparte, do interveniente ou do instrumento mitigador;
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou
IV - custos de recuperação de exposições caracterizadas como ativos problemáticos.

Em resumo, o risco de crédito é o risco que a instituição financeira tem de não receber, de que seu cliente fique
inadimplente.
As perdas com a inadimplência são um dos principais elementos na formação do custo do crédito. Quanto
maior a inadimplência de uma determinada linha de crédito, maior será a taxa de juros cobrada pela instituição
financeira de seus clientes.
Porém, diversos fatores podem potencializar ou mitigar o efeito da inadimplência sobre o custo do crédito;
entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo tomador de crédito. As garantias estão diretamente relaciona-
das à capacidade das instituições financeiras de recuperar a dívida não paga.
Entretanto, para o devedor (aquele que toma recursos emprestados) também há vantagens. Oferecer uma
garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito mais barato.
Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absurdas taxas de juros cobradas pelos bancos? Diversas, com
certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certamente, os juros do cartão de crédito e os juros do cheque
especial. Eis que o motivo principal é o fato de que nessas operações não há garantias.
Por mais que também sejam altos, os juros do financiamento da casa própria ou do financiamento de veículos,
por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento chamado “Relatório de Economia Bancária”. No relatório
lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o Bacen analisou, dentre outros assuntos, a relação entre
garantias e taxas de juros das operações de crédito a pessoas físicas.
Foram encontradas evidências de que operações de crédito com garantias têm taxas de juros significativamen-
te menores. Adicionalmente, observou-se que, quanto maior a qualidade da garantia fornecida pelo tomador de
crédito, menor a taxa de juros cobrada.

Fonte: site do Banco Central.

Para melhor compreensão do tema, é interessante diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das
garantias reais.

Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias Reais

A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza pela
obrigação de honrar o compromisso estabelecido caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro — que
não está na relação principal entre credor e devedor — assume a responsabilidade pelo pagamento da dívida
caso o devedor principal fique inadimplente.
É uma garantia baseada na confiança que merece o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua “boa
fama”, e, logicamente, na sua capacidade de honrar o compromisso caso o devedor não honre. O Direito prevê
dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o aval.
Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendimentos de
certos e determinados bens, móveis ou imóveis, do próprio devedor ou de terceiros.
Nosso edital cobra três modalidades de garantia real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação fiduciá-
ria. A seguir, detalharemos cada um deles.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

373
Relátório de Economia Bancária 2018
Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito

Modalidades Crédito pessoal Crédito pessoal


Rotativas não consignado não consignado Consignado Veículos Imobiliário
sem garantia com garantia
Medidas mensais do periodo
entre jan/16 e dez/18
**Taxas de juros anuais
Operação com garantia
(crédito imobiliário e
financeiro de veículos)
possuem taxas de juros
menores

Fiança

A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam, perante
o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma de garantia que
poderá efetivar-se mediante a entrega de bens móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor
(afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva (além do estabe-
lecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as condições da fiança. Isso quer dizer que não
se admite a fiança verbal, e que a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-
-se interpretar a questão favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também é prorrogada, mesmo
sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja prevista em cláusula contratual.
São três os personagens na fiança:

z Fiador: Aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
z Afiançado: O devedor principal;
z Credor (beneficiário): Aquele que detém o direito de crédito.

A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (devedor prin-
cipal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos
de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:

Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
374 fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreende- z Avalizado: Aquele que recebe o aval, o devedor
rá todos os acessórios da dívida principal, inclusive principal;
as despesas judiciais, desde a citação do fiador. z Credor (beneficiário): Aquele que detém o direito
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao de crédito.
da obrigação principal e contraída em condições
menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívi- O aval pode ser lançado no próprio título ou em
da, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão
folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
até ao limite da obrigação afiançada.
título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis
de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
ciente para configurar o aval.
incapacidade pessoal do devedor. O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalis-
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste arti- ta é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código
go não abrange o caso de mútuo feito a menor. Civil, o avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, car, ou seja, o avalista se obriga no mesmo nível do
o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não avalizado.
for pessoa idônea, domiciliada no município onde A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
tenha de prestar a fiança, e não possua bens sufi- responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
cientes para cumprir a obrigação. dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou inca- dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
paz, poderá o credor exigir que seja substituído. o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
[...] inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará o devedor principal.
desobrigado:
A obrigação do avalista é independente da obriga-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder
ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
moratória ao devedor;
obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-roga-
ção nos seus direitos e preferências; ção que ele garantiu seja nula.
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar O aval em branco ocorre quando há a simples
amigavelmente do devedor objeto diverso do que assinatura do avalista no título, sem especificar
este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
a perdê-lo por evicção. feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
[...] aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do separação absoluta de bens.
outro, exceto no regime da separação absoluta: O avalista possui o chamado direito de regresso.
[...] Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-
III - prestar fiança ou aval. teriormente, cobrá-la do avalizado.
Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
Aval mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
desde que seja antes do protesto do título, ainda
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for- assim, será válido.
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em de 2002) sobre o aval:
um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu
pagamento, solidariamente com o devedor ou com Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física ser garantido por aval.
ou jurídica, garante o pagamento de um título de Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, so do próprio título.
todos são solidários com o avalizado no cumprimen- § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

demais da obrigação. Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome


O aval é uma garantia específica dos títulos cambiais indicar; na falta de indicação, ao emitente ou deve-
(aqueles passíveis de transferência para outras pessoas), dor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regres-
que se aplica exclusivamente a títulos de crédito.
so contra o seu avalizado e demais coobrigados
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras
anteriores.
de câmbio, notas promissórias e duplicatas.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda
que nula a obrigação daquele a quem se equipara,
Dica a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
Duplicata: Título de crédito em que o comprador
mesmos efeitos do anteriormente dado.
se obriga a pagar dentro do prazo estipulado o [...]
valor contido na fatura. Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648,
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
Tem-se, portanto, três personagens na relação de aval: outro, exceto no regime da separação absoluta:
[...]
z Avalista: Aquele que presta o aval; III - prestar fiança ou aval. 375
Hipoteca No penhor mercantil, temos dois personagens:

A hipoteca é uma garantia real que recai, geral- z Devedor;


mente, sobre imóveis de propriedade do devedor z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.
ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande
valor também podem ser objeto de hipoteca, como Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc. I - à posse da coisa empenhada;
Assim como na alienação fiduciária, que será vista II - à retenção dela, até que o indenizem das des-
mais adiante, a posse do bem móvel ou imóvel hipo- pesas devidamente justificadas, que tiver feito, não
tecado permanece com o devedor. Por outro lado, na sendo ocasionadas por culpa sua;
hipoteca, não há a transferência da propriedade do III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofri-
bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gra- do por vício da coisa empenhada;
vando-o para garantia de uma obrigação, permane- IV - a promover a execução judicial, ou a venda ami-
cendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-lo), gável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou
ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento lhe autorizar o devedor mediante procuração;
de outra dívida sua ou de terceiros. V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada
Trata-se de uma garantia que abrange todas as que se encontra em seu poder;
acessões (os aumentos), melhoramentos ou constru- VI - a promover a venda antecipada, mediante pré-
ções do imóvel. O credor não a perde, caso o bem seja via autorização judicial, sempre que haja receio
alienado. Para o credor, a hipoteca consiste em um fundado de que a coisa empenhada se perca ou
direito real em coisa alheia. deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono
A hipoteca deve ser registrada no Cartório de da coisa empenhada pode impedir a venda anteci-
Registro de Imóveis do município em que se localiza o pada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia
imóvel hipotecado. No caso de bens móveis, o registro real idônea.
deve ser feito nos órgãos competentes (Registro Aero-
náutico, Registro de Propriedade Marítima etc.) O credor não pode ser constrangido (obrigado) a
O credor é chamado de credor hipotecário e o devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes
devedor, de devedor hipotecário. A hipoteca é feita de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requeri-
mediante contrato acessório e formal. mento do proprietário, determinar que seja vendida
É nula a cláusula que proíbe o proprietário de ven- apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
der imóvel hipotecado. No entanto, o contrato pode suficiente para o pagamento do credor, conforme o
definir que vencerá o crédito hipotecário, caso o imó- art. 1.434.
vel seja vendido.
O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do I - extinguindo-se a obrigação;
mesmo ou de outro credor. II - perecendo a coisa;
Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor III - renunciando o credor;
da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
executar o imóvel antes de vencida a primeira. de credor e de dono da coisa;
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
Penhor Mercantil venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por
ele autorizada.
O penhor mercantil, também chamado de Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor
penhor industrial, é a entrega de um bem móvel depois de averbado o cancelamento do registro, à
para garantia de uma dívida. Podem ser objeto de vista da respectiva prova.
penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumen-
tos, instalados e em funcionamento, com os acessó- Alienação Fiduciária
rios ou sem eles; animais utilizados na indústria; sal e
bens destinados à exploração das salinas; produtos de A alienação fiduciária em garantia é o contrato
suinocultura; animais destinados à industrialização pelo qual o devedor (fiduciante), como garantia de
de carnes e derivados; matérias-primas e produtos uma dívida, pactua a transferência da propriedade
industrializados. fiduciária de bem móvel ou imóvel ao credor (fidu-
Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, ciário) de acordo com cláusula resolutiva.
mediante instrumento público ou particular, registra- A cláusula resolutiva pode ser expressa ou tácita
do no Cartório de Registro de Imóveis da circunscri- (não consta no contrato e, para se fazer valer, é neces-
ção onde estiverem situadas as coisas empenhadas. sária interpelação judicial). Tem previsão no art. 475
O devedor não pode, sem o consentimento por do Código Civil.
escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou
mudar-lhes a situação, nem delas dispor. Art. 475 A parte lesada pelo inadimplemento pode
O devedor que, anuindo o credor, alienar as coi- pedir a resolução (fim) do contrato, se não preferir
sas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. dos casos, indenização por perdas e danos.
Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por Para o credor, a propriedade fiduciária é um
si ou por pessoa que credenciar. direito real em coisa própria. O devedor, no entanto,
As coisas empenhadas continuam em poder do permanece com a posse do bem. Ou seja, continua uti-
376 devedor, que as deve guardar e conservar. lizando e usufruindo do bem.
Cumprindo a obrigação, o devedor retoma a pro- z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil,
priedade do bem. Caso o devedor não honre a obriga- do estado de insolvência de instituição associada
ção, a posse do bem é transferida para o credor. que, nos termos da legislação em vigor, não estiver
A alienação fiduciária é comumente utilizada sujeita aos regimes referidos no item anterior.
como garantia em financiamentos para aquisição
de bens móveis, como veículos, por exemplo. No Integra também o objeto do FGC, consideradas
entanto, ela também pode ser utilizada em financia- as finalidades de contribuir para a manutenção da
mentos imobiliários (bens imóveis). estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pre-
Os dois personagens da alienação fiduciária, por- venção de crise sistêmica bancária, a contratação de
tanto, são: operações de assistência ou de suporte financeiro,
incluindo operações de liquidez com as instituições
z Fiduciante (devedor); associadas, diretamente ou por intermédio de empre-
z Fiduciário (credor). sas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas
controladores.
A alienação fiduciária em garantia não tem por
finalidade a transmissão da propriedade ou da pos- Critérios para Pagamento
se do bem ao credor, mas sim a constituição de uma
garantia contra a inadimplência do devedor. Por isso, O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por insti-
é um contrato acessório. tuição financeira ou conglomerado.
O credor, portanto, é o proprietário e possuidor
indireto ou mediato do bem, enquanto o devedor fica Limite de Cobertura Ordinária
com a posse direta ou imediata, sendo seu usuário e
depositário. Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglome-
A propriedade por parte do credor é limitada, rado financeiro. Se a conta possuir mais de um titular,
somente sendo exercida para os fins previstos na lei, o valor de 250 mil será dividido pelo número de titu-
e é resolúvel, pois retorna automaticamente para o lares, ou seja, não são 250 mil por cada, mas sim por
devedor fiduciante no momento em que for cumprida todos, ok?
integralmente a obrigação.
Adesão Compulsória
Fianças Bancárias
A adesão das instituições financeiras e as associa-
A fiança bancária é um produto bancário dispo- ções de poupança e empréstimo em funcionamento
no País - não contemplando as cooperativas de crédito
nibilizado a clientes que necessitam oferecer garantia
e as seções de crédito das cooperativas, é realizada de
para obrigações assumidas perante terceiros.
forma compulsória. As autorizações do Banco Central
Através da fiança bancária, o banco emissor da
do Brasil para funcionamento de novas instituições
carta de fiança garante as obrigações de seu cliente.
financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC.
O banco é, portanto, o fiador, e o cliente, o afiançado.
O FGC possui norma legal que explicita os critérios
A fiança bancária pode ser usada para:
e limites de proteção ao Sistema Financeiro Nacional
- Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.
z Obtenção de empréstimos e financiamentos;
z Habilitação em concorrência pública;
Depósitos Garantidos
z Locações;
z Adiantamento por encomenda de bens.
z Depósitos à vista (contas correntes)
z Depósitos de poupança;
A grande vantagem da fiança bancária é a de não z Depósitos a prazo CDB e RDB;
comprometer o caixa ou os bens do cliente. z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
por cheques destinadas a salários;
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC) z Letras de câmbio;
z Letras hipotecárias;
Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, z Letras de crédito imobiliário;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de 31/08/1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN z Letras de crédito do agronegócio (LCA);


autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins z Operações compromissadas que têm como objeti-
lucrativos, destinada a administrar mecanismos de vo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por
proteção a titulares de créditos contra instituições empresa ligada.
financeiras”.
Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento Para que o fundo possua recursos, são necessárias
da nova entidade são aprovados. Cria-se, portanto, contribuições MENSAIS das instituições que fizeram
o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação adesão ao FGC.
civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí- A contribuição ordinária é de 0,01% e as espe-
dica de direito privado, através da Resolução 2.211, ciais, para garantir os DPGEs (Depósitos a Prazo com
de 16/11/1995. Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos 0,03% sem garantias reais. Essas garantias reais, são
contra instituições dele associadas, nas situações de: bens ofertados em garantia pela instituição financeira
para cobrir eventuais problemas de liquidez.
z Decretar da intervenção ou da liquidação extraju- Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais
dicial de instituição associada; garantidas pelo FGC. 377
A regra padrão é que o FGC garante os depósitos
até 250 mil reais por CPF/conta ou conglomerado CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO
financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Pra-
zo com Garantia Especial do FGC – a garantia é de até CONCEITO, ETAPAS E PREVENÇÃO E COMBATE
40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale des- AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI N.º
tacar que nesta modalidade de investimentos não se 9.613/1998 E SUAS ALTERAÇÕES)
admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para Também conhecida como Lei de Lavagem de Capi-
2 ou mais pessoas na mesma conta. tais, a Lei nº 9.613, de 1998, visa combater a ocultação
Essa modalidade de depósitos exige valor míni- ou dissimulação de bens ou valores que tenham sido
mo inicial de 1 milhão de reais e prazo mínimo de 12 obtidos de forma ilícita (frutos de infrações penais).
meses e máximo de 24 meses. O termo lavagem diz respeito à necessidade de
Algumas mudanças que ocorreram no FGC em 2017. se dar aparência de legalidade — “lavar” o dinheiro
ilicitamente obtido (“sujo”). A expressão tem origem
COMO ERA no direito estadunidense, “money laundering”, com a
descoberta de que criminosos, na década de 1920, usa-
Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomera-
do financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garan- vam lavanderias para esconder a origem criminosa de
tidor de Créditos e emitidos por instituições associadas bens (alguns países utilizam a expressão “branquea-
à entidade. mento de capitais”, mas seu uso não é muito aceito,
tendo em vista a conotação racista).
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou Um exemplo de lavagem é a compra de obras de
CNPJ em qualquer período. arte para revenda com dinheiro obtido por meio do
Investidores não-residentes não contavam com a garan- tráfico ilícito de drogas.
tia do FGC. Uma das grandes novidades trazidas pela Lei nº
COMO FICOU 9.613, de 1998, é que, antes dela, apenas o tráfico de
drogas poderia configurar um crime antecedente que
Limite permanece inalterado.
pudesse gerar a lavagem de dinheiro. Com sua entrada
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de em vigência, outros crimes podiam ser antecedentes
4 anos, para a garantia paga pelo FGC. da lavagem. Em 2012, a Lei nº 12.683, de 2012, alterou
Investidores não-residentes passam a contar com a ga- a Lei nº 9.613, de 1998, de modo que, hoje, qualquer
rantia, para investimentos elegíveis. infração penal (crime ou contravenção, como, por
exemplo, o jogo do bicho) podem ser considerados cri-
mes antecedentes para a lavagem.
O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo
CONCEITO E FORMAS DE LAVAGEM
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou
resolução que estabelece a forma de contribuição Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, ori-
das instituições associadas ao Fundo Garantidor do gem, localização, disposição, movimentação
Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bem como ou propriedade de bens, direitos ou valores
aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previs- provenientes, direta ou indiretamente, de
to na Resolução nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
terá como instituições associadas todas as cooperati- de 2012)
vas singulares de crédito do Brasil e os bancos coo- Pena – reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
perativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo (SNCC). O art. 1º traz o conceito de lavagem de dinheiro (ou
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por capitais). De maneira simples, temos que a lavagem
objetivo prestar garantia de créditos nos casos de de dinheiro consiste no ato ou atos praticados com a
decretação de intervenção ou de liquidação extraju- finalidade de dar aparência lícita a bens, direitos ou
dicial de instituição associada, até o limite de R$250 valores que tenham origem na prática de uma infra-
mil reais por pessoa, bem como contratar operações ção penal (crime ou contravenção).
de assistência, de suporte financeiro e de liquidez com Veja que os núcleos do tipo (verbos) são ocultar e
essas instituições. dissimular. Se o agente pratica os dois, dentro do mes-
A contribuição mensal ordinária das instituições mo contexto, responde por um único crime.
associadas ao Fundo será de 0,01% dos saldos das A lavagem é chamada de “crime parasitário”.
obrigações garantidas, que abrangem as mesmas Observe bem que a lavagem (que é crime) tem relação
modalidades protegidas pelo Fundo Garantidor de com a prática de uma infração (crime ou contraven-
Créditos dos bancos, o FGC. ção) anterior. De acordo com o art. 1º, o julgamento
independe do processo e do julgamento das infrações
penais antecedentes.
Importante! Neste sentido, para que seja punível a lavagem,
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Coope- deve haver um fato típico e ilícito anterior. No entan-
rativos não fazem mais parte do FGC, apenas to, não é necessária a condenação no crime anterior,
fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo somente será excluída a lavagem. Ou seja, se a infra-
Garantidor do Cooperativismo) que tem as mes- ção penal antecedente foi atípica (fato inexistente) e,
mas coberturas do FGC, mesmos critérios e por isso, não constituir infração penal, ou, ainda, se
mesmos objetivos. houve causa que excluísse a ilicitude, não há como o
378 agente responder por lavagem de dinheiro.
Seguindo com o nosso estudo, incorrerá na mes- O § 4º do art. 1º, traz uma causa de aumento de
ma, pena prevista no caput do art. 1º, quem pratica as pena (de 1/3 a 2/3) se os crimes previstos na Lei de
condutas que estão no § 1º, do art. 1º: Lavagem forem cometidos:
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou z De forma reiterada; ou
valores provenientes de infração penal z Por intermédio de organização criminosa.
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou Dica
recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere; O conceito de organização criminosa se encon-
III - importa ou exporta bens com valores não tra § 1°, do art. 1°, na Lei nº 12.850/13.
correspondentes aos verdadeiros.

O inciso I trata da hipótese de a lavagem dar-se Já vimos que existe hipótese de aumento de pena
com a conversão dos bens, direitos ou valores em ati- nos crimes de lavagem. E será que existe alguma hipó-
vos lícitos, como, por exemplo, ações na Bolsa. Por esse tese de diminuição? Sim, ela se encontra prevista no §
viés, pode-se falar na chamada “lavagem em cadeia” 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613., de 1998.
(lavagem da lavagem), que é a ocultação ou dissimu-
lação de bens, dinheiro ou valores, provenientes de COLABORAÇÃO PREMIADA
lavagens anteriores (neste caso, o delito antecente é
outra lavagem). Um exemplo da lavagem em cadeia § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois
seria a aplicação, na Bolsa de Valores, de rendimentos terços e ser cumprida em regime aberto ou
obtidos numa lavagem anterior. semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-
O inciso II trata da figura do receptador dos bens, -la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena res-
direitos ou valores. tritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
Já o inciso III cuida da hipótese específica de lava- colaborar espontaneamente com as autoridades,
gem por meio de operações de importação e exportação. prestando esclarecimentos que conduzam à apu-
O parágrafo 2º, do art. 1º, apresenta outras hipóte- ração das infrações penais, à identificação dos
ses equiparadas à lavagem de dinheiro: autores, coautores e partícipes, ou à localização
dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
§ 2º Incorre ainda, na mesma pena quem:
I – Utiliza, na atividade econômica ou financei-
ra, bens, direitos ou valores provenientes da Para ser beneficiado pela colaboração premiada, o
infração penal; indivíduo deve colaborar, a qualquer tempo (ou seja, na
II - participa de grupo, associação ou escri- fase investigatória ou processual), de uma das três formas
tório tendo conhecimento de que sua atividade previstas (basta uma; os requisitos não são cumulativos):
principal ou secundária é dirigida à prática de cri-
mes previstos nesta Lei. I - conduzir à apuração das infrações penais;
II - conduzir à identificação de autores, coautores
O inciso I do § 2º pune a lavagem no exercício de e partícipes; ou
atividade econômica ou financeira e o inciso II pune a III - conduzir à localização dos bens, direitos ou
associação para fins de lavagem de capitais. Vejamos: valores objeto do crime.

§ 2° Incorre, ainda, na mesma pena quem:


z Formas de colaboração (alternativas) (§ 5º , do
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira,
bens, direitos ou valores provenientes de infração
art. 1º, da Lei nº 9.613/98)
penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório ten-
do conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos Apuração de infrações
nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágra-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

fo único do art. 14 do Código Penal.


Identificação de Autores, Coautores
O § 3º traz importante disposição no sentido de e Partícipes
que é punível a tentativa de lavagem de capitais.

§ 4º A pena será aumentada de um a dois ter-


ços, se os crimes definidos nesta Lei forem come- Localização dos Bens, Direitos
tidos de forma reiterada ou por intermédio de ou Valores
organização criminosa.

Crimes cometidos de forma reiterada significa


aquelas infrações praticadas repetidamente. Lado Colaborando, o indivíduo tem a possibilidade de
outro, por organização entende-se um grupo de 4 ou obter os seguintes benefícios (“prêmios”; daí se cha-
mais pessoas que se organiza com divisão de tarefas mar de colaboração premiada).
para a prática destes crimes com o objetivo de obter
vantagem de qualquer natureza de forma direta ou z Benefícios ao colaborador na lavagem de
indireta. dinheiro (§ 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613/98) 379
z Quando a infração penal antecedente for de com-
Diminuição da pena de 1 a 2/3 e fixação petência da Justiça Federal.
do regime inicial aberto ou semiaberto
Por sua vez, o art. 4º prevê a possibilidade de o juiz,
de ofício, a requerimento ou mediante represen-
tação do delegado de polícia (ouvido o Ministério
Substituição da pena privativa de Público), desde que haja indícios suficientes de infra-
libertada por pena restritiva de direitos ção penal, decretar, em 24 horas, medidas assecura-
tórias de bens direitos ou valores do investigado
ou acusado, ainda que estejam em nome de terceiros,
Perdão judicial (causa extintiva se constituam instrumento, produto ou proveito dos
de punibilidade) crimes de lavagem ou de crimes antecedentes.
As medidas assecuratórias são aquelas que asse-
guram o direito do ofendido e a responsabilização
Esses benefícios aplicam-se somente à colaboração pecuniária do criminoso. As medidas assecuratórias
premiada nos crimes de lavagem de dinheiro. possíveis são o sequestro, a hipoteca legal e o arresto.
Existem outras formas de colaboração premiada
previstas em outras leis (como a Lei de Organizações Medidas Assecuratórias
Criminosas, por exemplo) que oferecem ao colabora- z Sequestro:
dor outros “prêmios” (como o não oferecimento de
denúncia). É a decisão judicial, bem como a consequente
retenção por depósito da coisa litigiosa em mãos de
AÇÃO CONTROLADA E INFILTRAÇÃO DE AGENTES terceiros estranhos à lide, com o fim de preservar o
direito sobre ela (Mirabete).
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este Na esfera penal, o sequestro é a retenção de bem
artigo, admite-se a utilização da ação controlada imóvel ou móvel, havido com os proventos da infra-
e da infiltração de agentes. ção, com o fim de assegurar as obrigações civis deste
- (Magalhães Noronha).
A fim de efetivar a apuração do crime de lavagem
de dinheiro, a Lei admite a utilização dos meios espe- z Hipoteca Legal:
ciais de investigação da ação controlada (situação
excepcional na qual o flagrante, que deve ser imedia- Art. 134 do Código Processo Penal A hipote-
to, é retardado para que se consiga descobrir outros ca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser
sujeitos envolvidos na prática do delito, reunindo-se requerida pelo ofendido em qualquer fase do pro-
provas mais robustas ou, ainda, recuperando-se o pro- cesso, desde que haja certeza da infração e indícios
duto ou proveito do crime — é chamado de flagrante suficientes da autoria.
prorrogado, retardado ou diferido) e da infiltração
de agentes (prevista no art. 10 da Lei de Organiza- O dispositivo recai sobre os bens imóveis e serve
ções Criminosas, que tem como objetivo permitir que para assegurar a reparação do dano.
policiais ingressem legalmente em organizações cri-
minosas, utilizando-se de identidades falsas, a fim de z Arresto:
investigar suas atividades).
Uma das formas de ação controlada é a conheci- Art. 137 do Código de Processo Penal Se o res-
da “entrega vigiada”, prevista no Decreto nº 5.015, de ponsável não possuir bens imóveis ou os possuir
2004, que consiste na permissão de remessas inter- de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens
nacionais ilícitas ou suspeitas, feitas com o conheci- móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é
facultada a hipoteca legal dos imóveis.
mento e controle das autoridades com o objetivo de
permitir a colheita de mais provas e a identificação
dos envolvidos. Recai sobre o patrimônio lícito ou ilícito do sujei-
to e tornam indisponível. Ou seja, se o investiga-
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS do com o lucro obtido por meio da prática de crime
de contrabando, adquiriu um veículo, este pode ser
sequestrado.
A partir do art. 2º, a Lei nº 9.613, de 1998, passa a
tratar de disposições que se aplicam ao proceso cri-
minal da lavagem de dinheiro. Veremos, a seguir, os EFEITOS DA CONDENAÇÃO
pontos mais relevantes.
O primeiro ponto que merece destaque diz respei- O art. 7º estabelece alguns efeitos da condenação
to à competência. Os crimes de lavagem, via de regra, por crimes de lavagem, além dos que constam no
são de competência da Justiça Estadual. Código Penal:
Excepcionalmente, a competência será da Justiça
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos
Federal, nas hipóteses do inciso III do art. 2°, quais
previstos no Código Penal:
sejam:
I - a perda, em favor da União - e dos Estados,
nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
z Crimes praticados contra o sistema financeiro e a todos os bens, direitos e valores relacionados,
ordem econômico-financeira; direta ou indiretamente, à prática dos crimes
z Crimes praticados em detrimento de bens, serviços previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados
ou interesses da União ou de suas entidades autár- para prestar a fiança, ressalvado o direito do
380 quicas ou empresas públicas; lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - a interdição do exercício de cargo ou fun- a prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação
ção pública de qualquer natureza e de diretor, de de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº
membro de conselho de administração ou de 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento
gerência das pessoas jurídicas referidas no art. do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de
9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de março de 2016.
liberdade aplicada. Parágrafo único. Para os fins desta circular, os cri-
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas com- mes referidos no caput serão denominados generi-
petências, regulamentarão a forma de destinação camente “lavagem de dinheiro” e “financiamento
dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido do terrorismo”.
declarada, assegurada, quanto aos processos de
competência da Justiça Federal, a sua utilização POLÍTICA DE PREVENÇÃO
pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos cri- Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º
mes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de devem implementar e manter política formulada
competência da Justiça Estadual, a preferência dos com base em princípios e diretrizes que busquem
órgãos locais com idêntica função. prevenir a sua utilização para as práticas de lava-
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômi- gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
co cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu A política de prevenção ao crime de lavagem de
criminal ou a entidade pública, se houver interesse dinheiro, de acordo com o parágrafo único do art. 2º
na sua conservação. desta Circular, deve ser adequada ao perfil:

O art. 7º estabelece, como efeito da condenação, z Dos clientes, da instituição e dos funcionários, par-
a perda de todos os bens e valores ligados direta ou ceiros e prestadores;
indiretamente aos crime de lavagem, preservando o z Das operações, transações, produtos e serviços.
direito do lesado ou terceiro de boa-fé. Por exemplo, z Resumidamente, essa política de prevenção deve
se o crime antecedente for um roubo, o bem ou valor contemplar, conforme disposição do art. 3º:
z Diretrizes para definir responsabilidades, proce-
é devolvido ao legítimo dono.
dimentos, avaliação interna do risco, promoção da
O dispositivo estabelece, ainda, que, se os condena-
cultura organizacional, seleção correta de funcio-
dos forem funcionários públicos ou diretores, mem-
nários etc.;
bros de conselho de administração ou de gerente das
z Diretrizes para implementar procedimentos de
pessoas jurídicas elencadas no art. 9º (Bolsa de Valo-
coleta, verificação, registro, monitoramento, comu-
res, seguradoras, administradoras de cartão de crédi-
nicação ao Conselho de Controle de Atividades
to, empresas de leasing etc), estes ficarão interditados
Financeiras (COAF), entre outras.
de exercerem seus cargos ou funções pelo dobro de
tempo da pena privativa de liberdade imposta.
Segundo o inciso III do art. 3º, é necessário o com-
prometimento da alta administração com a efetivi-
dade e a melhoria contínua da política.
De acordo com o art. 4º, admite-se a adoção de polí-
CIRCULAR BACEN Nº 3.978/2020 tica de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
ciamento do terrorismo única por conglomerado
A presente circular lista procedimentos de com- prudencial e por sistema cooperativo de crédito. Essa
pliance, ou seja, de controles internos para que se política de prevenção deve ser:
previna o crime de lavagem de dinheiro. De maneira
geral, temos que a circular: z Documentada, aprovada pelo Conselho ou Direto-
ria e mantida atualizada;
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os z Divulgada aos envolvidos em linguagem
controles internos a serem adotados pelas insti- compreensível.
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil visando à prevenção da utilização do Nos termos literais dos arts. 6º e 7º:
sistema financeiro para a prática dos crimes
de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divul-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

valores de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de gada aos funcionários da instituição, parceiros e
1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na prestadores de serviços terceirizados, mediante lin-
Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. guagem clara e acessível, em nível de detalhamento
compatível com as funções desempenhadas e com a
Lembre-se de que todas as instituições autori- sensibilidade das informações.
zadas a funcionar pelo Banco Central devem adotar Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser:
esta circular. Trata-se de uma circular extensa, com I - documentada;
muito detalhamento técnico. Nosso objetivo neste II - aprovada pelo conselho de administração ou, se
tópico será extrair desse documento os pontos que inexistente, pela diretoria da instituição; e
mais acreditamos que possam ser cobrados em prova. III - mantida atualizada.
Então, vamos lá:
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À
Art. 1º Esta circular dispõe sobre a política, os LAVAGEM DE DINHEIRO
procedimentos e os controles internos a serem
adotados pelas instituições autorizadas a fun- Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem
cionar pelo Banco Central do Brasil visando à dispor de estrutura de governança visando a assegu-
prevenção da utilização do sistema financeiro para rar o cumprimento da política referida no art. 2º e 381
dos procedimentos e controles internos de preven- § 2º No processo de identificação do cliente devem
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ser coletados, no mínimo:
terrorismo previstos nesta circular. I - o nome completo, o endereço residencial e o
número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas
Dica (CPF), no caso de pessoa natural; e
II - a firma ou denominação social, o endereço
Governança tem a ver com boas práticas da sede e o número de registro no
administrativas. Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ),
no caso de pessoa jurídica.
As instituições devem indicar formalmente ao
Banco Central do Brasil diretor responsável, nos ter- Se o cliente for do exterior, desobriga-se o CPF. Se
mos do art. 9º. Esse diretor pode desempenhar outras a empresa for com sede no exterior, desobriga-se o
funções na instituição, contanto que isso não gere CNPJ.
conflito de interesses.
Qualificação dos Clientes
AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
Art. 18 As instituições mencionadas no art. 1º
Art. 10 As instituições referidas no art. 1º devem devem adotar procedimentos que permitam quali-
realizar avaliação interna com o objetivo de iden- ficar seus clientes por meio da coleta, verificação e
tificar e mensurar o risco de utilização de validação de informações, compatíveis com o perfil
seus produtos e serviços na prática da lavagem de de risco do cliente e com a natureza da relação de
dinheiro e do financiamento do terrorismo. negócio.
Sem segredos, a avaliação interna:
As instituições deverão avaliar sempre:
z Deve considerar o perfil das operações e das pes-
soas envolvidas; z A capacidade financeira do cliente;
z Deve ser documentada e aprovada; z O perfil de risco.
z As categorias de risco devem ser definidas para
maior possibilidade de mitigação; A qualificação do cliente deve ser reavaliada e
z Pode ser realizada de forma centralizada em ins- sempre atualizada.
tituição do conglomerado prudencial e do sistema
cooperativo de crédito, nos termos do art. 11. z Pontos de Atenção na Qualificação

PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER OS Nos termos do art. 19, os procedimentos de qua-


CLIENTES lificação devem incluir a verificação da condição do
cliente como:
Art. 13 As instituições mencionadas no art. 1º
devem implementar procedimentos destinados a
„ Pessoa politicamente exposta: Detentores de
conhecer seus clientes, incluindo procedimentos
que assegurem a devida diligência na sua identifi-
mandato, ocupantes de cargos de natureza espe-
cação, qualificação e classificação cial, tais como ministros e altas autoridades
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser públicas;
compatíveis com: „ Familiar: Parentes até o segundo grau;
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medi- „ Estreito colaborador: Pessoa conhecida por
das reforçadas para clientes classificados em cate- ter qualquer tipo de estreita relação com pessoa
gorias de maior risco, de acordo com a avaliação exposta politicamente.
interna de risco referida no art. 10;
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao Para esses clientes, devem ser adotados procedi-
financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º; e mentos de qualificação compatíveis com sua condição.
III - a avaliação interna de risco de que trata o art.
10. Classificação dos Clientes

É importante notar que os procedimentos devem Art. 20 As instituições mencionadas no art. 1º


ser formalizados em manual específico, que deve ser devem classificar seus clientes nas categorias de
aprovado pela diretoria da instituição e mantido atua- risco definidas na avaliação interna de risco men-
lizado, de acordo com os parágrafos 2º e 3º do art. 13. cionada no art. 10, com base nas informações obti-
das nos procedimentos de qualificação do cliente
Identificação dos Clientes referidos no art. 18.
Parágrafo único. A classificação mencionada no
Art. 16 As instituições referidas no art. 1º devem caput deve ser:
adotar procedimentos de I - realizada com base no perfil de risco do cliente e
identificação que permitam verificar e validar a na natureza da relação de negócio;
identidade do cliente. II - revista sempre que houver alterações no per-
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem fil de risco do cliente e na natureza da relação de
incluir a obtenção, a verificação negócio.
e a validação da autenticidade de informações de
identificação do cliente, inclusive, se As instituições devem classificar seus clientes:
necessário, mediante confrontação dessas infor-
mações com as disponíveis em bancos de dados de z Nas categorias de risco definidas na avaliação
caráter público e privado. interna de risco;
382
z Usando como base as informações obtidas nos pro- Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Jus-
cedimentos de qualificação. tiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;
IV - os membros do Conselho Nacional do Minis-
Essa classificação deve ser revista sempre que tério Público, o Procurador-Geral da República, o
houver alterações no perfil do cliente. Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-
Segundo o art. 23, é vedado às instituições iniciar -Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça
Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e
relação de negócios sem que os procedimentos de iden-
os Procuradores Gerais de Justiça dos Estados e do
tificação e de qualificação do cliente estejam concluídos.
Distrito Federal;
Admite-se, por um período máximo de 30 dias, o V - os membros do Tribunal de Contas da União, o
início da relação de negócios em caso de insuficiên- Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do
cia de informações relativas à qualificação do clien- Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
te, desde que não haja prejuízo aos procedimentos de União;
monitoramento e seleção, de acordo com o parágrafo VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou
único do mesmo artigo. equivalentes, de partidos políticos;
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e
Identificação e da Qualificação do Beneficiário Final do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Dis-
tritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades
Art. 24 Os procedimentos de qualificação do cliente da administração pública indireta estadual e distri-
pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de tal e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribu-
participação societária até a identificação da pes- nais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes
soa natural caracterizada como seu beneficiário dos Estados e do Distrito Federal; e
final, observado o disposto no art. 25. [...] VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários
Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de enti-
É também considerado beneficiário final o repre-
dades da administração pública indireta municipal
sentante, inclusive o procurador e o preposto, que
e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equiva-
exerça o comando sobre as atividades da pessoa jurí- lentes dos Municípios.
dica. Esse procedimento não é necessário em relação § 2º São também consideradas expostas politica-
às pessoas jurídicas constituídas sob a forma de com- mente as pessoas que, no exterior, sejam:
panhia aberta ou entidade sem fins lucrativos e as I - chefes de estado ou de governo;
cooperativas. II - políticos de escalões superiores;
III - ocupantes de cargos governamentais de esca-
Art. 25 As instituições mencionadas no art. 1º lões superiores;
devem estabelecer valor mínimo de referência de IV - oficiais-generais e membros de escalões supe-
participação societária para a identificação de riores do Poder Judiciário;
beneficiário final. V - executivos de escalões superiores de empresas
§ 1º o valor mínimo de referência de partici- públicas; ou
pação societária de que trata o caput deve ser VI - dirigentes de partidos políticos.
estabelecido com base no risco e não pode ser
superior a 25% (vinte e cinco por cento), consi-
REGISTRO DE OPERAÇÕES
derada, em qualquer caso, a participação dire-
ta e a indireta.
§ 2º o valor de referência de que trata o caput Disposições Gerais
deve ser justificado e documentado no manual
de procedimentos referido no art. 13, § 2º. As instituições devem manter registros de todas
as operações realizadas, produtos e serviços contrata-
Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, nos ter-
Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º devem mos do art. 28 desta Circular:
implementar procedimentos que permitam qualifi-
car seus clientes como pessoa exposta politicamente. Art. 28 [...]
§ 1º os registros referidos no caput devem conter,
Consideram-se pessoas expostas politicamente, entre no mínimo, as seguintes informações sobre cada
outros: operação:
I - tipo;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - valor, quando aplicável;


Art. 27 [...]
III - data de realização;
§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
IV - nome e número de inscrição no cpf ou no cnpj
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes
do titular e do beneficiário da operação, no caso de
Executivo e Legislativo da União;
pessoa residente ou sediada no país; e
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da
V - canal utilizado.
União, de:
a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) Natureza Especial ou equivalente; Registro de Operações Envolvendo Pessoa do
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equiva- Exterior
lentes, de entidades da administração pública indi-
reta; e Art. 28 [...]
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natu-
(DAS), nível 6, ou equivalente; ral residente no exterior desobrigada de inscrição
III - os membros do Conselho Nacional de Justi- no cpf, na forma definida pela secretaria da receita
ça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais federal do brasil, as instituições devem incluir no
Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos registro as seguintes informações:
Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais I - nome; 383
II - tipo e número do documento de viagem e respec- Art. 35 No caso de operações de saque, inclusi-
tivo país emissor; e ve as realizadas por meio de cheque ou ordem de
III - organismo internacional de que seja represen- pagamento, de valor individual igual ou superior
tante para o exercício de funções específicas no a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições
país, quando for o caso. referidas no art. 1º devem incluir no registro, além
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurí- das informações previstas nos arts. 28 e 30:
dica com domicílio ou sede no exterior desobrigada I - o nome e o respectivo número de inscrição no
de inscrição no cnpj, na forma definida pela secre- CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do destinatário
taria da receita federal do brasil, as instituições dos recursos;
devem incluir no registro as seguintes informações: II - o nome e o respectivo número de inscrição no
I - nome da empresa; e CPF do portador dos recursos;
II - número de identificação ou de registro da III - a finalidade do saque; e
empresa no respectivo país de origem. IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º,
inciso II
Registro de Operações de Pagamento, Recebimento
e Transferência de Recursos Perceba que saques de grande valor podem indi-
car operações suspeitas, daí a necessidade de registro
Art. 30 No caso de operações relativas a pagamen- das operações. Os saques de grande valor também
tos, recebimentos e transferências de recursos, por não possuem a obrigatoriedade de estarem disponí-
meio de qualquer instrumento, as instituições refe-
veis de imediato nos bancos; dessa forma, deve haver
ridas no art. 1º devem incluir nos registros men-
solicitação de provisionamento com, no mínimo, 3
cionados no art. 28 as informações necessárias à
identificação da origem e do destino dos recursos.
dias úteis de antecedência, das operações de valor
igual ou superior a R$ 50.000,00.
As instituições devem incluir nos registros: As instituições devem:

Art. 36 [...]
z Identificação da origem;
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por
z Identificação do destino dos recursos.
meio do sítio eletrônico da instituição na internet e
das agências ou Postos de Atendimento;
§ 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput,
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou
devem ser incluídas no registro das operações, no
ao sacador não cliente, no qual devem ser infor-
mínimo, as seguintes informações, quando couber:
mados o valor da operação, a dependência na qual
I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ
deverá ser efetuado o saque e a data programada
do remetente ou sacado;
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ para o saque; e
III - registrar, no ato da solicitação de provisiona-
do recebedor ou beneficiário;
mento, as informações indicadas no art. 35, confor-
III - códigos de identificação, no sistema de liquida-
me o caso.
ção de pagamentos ou de transferência de fundos,
das instituições envolvidas na operação; e
IV - números das dependências e das contas envol-
Atenção: é vedado postergar saques em espécie de
vidas na operação contas de depósitos à vista de valor igual ou inferior a
R$5.000,00, admitida a postergação para o expediente
seguinte de saques de valor superior ao estabelecido.
Registro das Operações em Espécie
MONITORAMENTO, SELEÇÃO E ANÁLISE DE
Art. 33 No caso de operações com utilização de
OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
recursos em espécie de valor individual superior
a r$2.000,00 (dois mil reais), as instituições referi-
das no art. 1º devem incluir no registro, além das As instituições devem implementar procedimen-
informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o tos de monitoramento, seleção e análise de operações
respectivo número de inscrição no cpf do portador e situações com o objetivo de identificar e dispensar
dos recursos. especial atenção às suspeitas de lavagem de dinhei-
Art. 34 No caso de operações de depósito ou apor- ro e de financiamento do terrorismo, nos termos do
te em espécie de valor individual igual ou superior caput do art. 38. Lembre-se de que operações suspei-
a r$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições tas requerem maior atenção.
referidas no art. 1º devem incluir no registro, além Os procedimentos devem:
das informações previstas nos arts. 28 e 30:
I - o nome e o respectivo número de inscrição no cpf Art. 38 [...]
ou no cnpj, conforme o caso, do proprietário dos I - ser compatíveis com a política de prevenção
recursos; à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
II - o nome e o respectivo número de inscrição no terrorismo de que trata o art. 2º;
cpf do portador dos recursos; e II - ser definidos com base na avaliação interna
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. de risco de que trata o art. 10;
III - considerar a condição de pessoa exposta
politicamente, nos termos do art. 27, bem como
Segundo o parágrafo único do art. 34, na hipótese a condição de representante, familiar ou estreito
de recusa do cliente ou do portador dos recursos em colaborador da pessoa exposta politicamente, nos
prestar a informação, a instituição deve registrar o termos do art. 19; e
fato e utilizar essa informação nos procedimentos de IV - estar descritos em manual específico, apro-
384 monitoramento. vado pela diretoria da instituição.
Monitoramento e Seleção de Operações e Situações O período para a execução dos procedimentos de
Suspeitas monitoramento e de seleção das operações e situações
suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, conta-
Existem diversos procedimentos que as institui- dos a partir da data de ocorrência da operação ou da
ções devem implementar. Essas hipóteses estão elen- situação.
cadas no art. 39 desta Circular. Vejamos o dispositivo Todas as instituições, nos termos do art. 40, devem
na íntegra:
assegurar que os sistemas utilizados no monitoramento
e na seleção de operações e situações suspeitas conte-
Art. 39 As instituições referidas no art. 1º devem
implementar procedimentos de monitoramento nham informações detalhadas das operações. As institui-
e seleção que permitam identificar operações e ções também devem manter documentação detalhada
situações que possam indicar suspeitas de lava- Os procedimentos de monitoramento e seleção
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, podem ser realizados de forma centralizada em insti-
especialmente: tuição do conglomerado prudencial e do sistema coo-
I - as operações realizadas e os produtos e ser- perativo de crédito.
viços contratados que, considerando as partes
envolvidas, os valores, as formas de realização, os
Procedimentos de Análise de Operações e Situações
instrumentos utilizados ou a falta de fundamento
econômico ou legal, possam configurar a existência Suspeitas
de indícios de lavagem de dinheiro ou de financia-
mento do terrorismo, inclusive: Art. 43 As instituições referidas no art. 1º devem
a) as operações realizadas ou os serviços presta- implementar procedimentos de análise das opera-
dos que, por sua habitualidade, valor ou forma, ções e situações selecionadas por meio dos proce-
configurem artifício que objetive burlar os proce- dimentos de monitoramento e seleção de que trata
dimentos de identificação, qualificação, registro, o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não
monitoramento e seleção previstos nesta Circular; como suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan-
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, ciamento do terrorismo.
saque em espécie, ou pedido de provisionamento
para saque que apresentem indícios de ocultação Esquematicamente:
ou dissimulação da natureza, da origem, da locali-
zação, da disposição, da movimentação ou da pro-
priedade de bens, direitos e valores; z As instituições devem implementar procedimentos
c) as operações realizadas e os produtos e serviços de análise das operações e situações selecionadas
contratados que, considerando as partes e os valo- por meio dos procedimentos de monitoramento e
res envolvidos, apresentem incompatibilidade com seleção. O prazo para essa análise é de 45 dias con-
a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren- tados da operação;
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no z É vedada a contratação de terceiros para a reali-
caso de pessoa jurídica, e o patrimônio; zação da análise.
d) as operações com pessoas expostas politica-
mente de nacionalidade brasileira e com represen- PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
tantes, familiares ou estreitos colaboradores de
pessoas expostas politicamente; Art. 48 As instituições referidas no art. 1º devem
e) as operações com pessoas expostas politicamen- comunicar ao Coaf as operações ou situações sus-
te estrangeiras; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento
f) os clientes e as operações em relação aos quais do terrorismo.
não seja possível identificar o beneficiário final; § 1º A decisão de comunicação da operação ou
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou situação ao Coaf deve:
territórios com deficiências estratégicas na imple- I - ser fundamentada com base nas informações
mentação das recomendações do Grupo de Ação contidas no dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
Financeira (Gafi); II - ser registrada de forma detalhada no dossiê
h) as situações em que não seja possível manter mencionado no art. 43, § 2º; e
atualizadas as informações cadastrais de seus III - ocorrer até o final do prazo de análise referido
clientes; e no art. 43, § 1º.
II - as operações e situações que possam indicar § 2º A comunicação da operação ou situação
suspeitas de financiamento do terrorismo. suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia útil
seguinte ao da decisão de comunicação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em suma, podemos destacar que as instituições


devem implementar procedimentos em operações O prazo referido no inciso III, do art. 48, será de
que possam indicar suspeitas, especialmente: 45 dias da operação. A comunicação da operação ou
situação suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia
z Operações atípicas que envolvam valor suspeito útil seguinte ao da decisão de comunicação.
ou forma de operacionalização suspeita, tais como
depósitos e saques fracionados; Comunicação de Operações em Espécie
z Operações de depósito ou saque em espécie que
apresentem indícios de ocultação ou dissimulação; Art. 49 As instituições mencionadas no art. 1º
z Operações com pessoas expostas politicamente devem comunicar ao Coaf:
de nacionalidade brasileira e estrangeira; I - as operações de depósito ou aporte em espécie
z Clientes e operações em relação aos quais não seja ou saque em espécie de valor igual ou superior a
possível identificar o beneficiário final; r$50.000,00 (cinquenta mil reais);
z Operações oriundas ou destinadas a países ou II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos
territórios com deficiências estratégicas na imple- e transferências de recursos, por meio de qualquer ins-
mentação das recomendações do Grupo de Ação trumento, contra pagamento em espécie, de valor igual
Financeira (Gafi). ou superior a r$50.000,00 (cinquenta mil reais); e 385
III - a solicitação de provisionamento de saques em z Percebe-se que toda a circular é repetitiva no sen-
espécie de valor igual ou superior a r$50.000,00 tido de que os procedimentos devem ser contro-
(cinquenta mil reais) de que trata o art. 36. lados sempre para evitar as ocorrências que a
circular se destina a prevenir;
Dica z Devem ser adotadas medidas de avaliação da efe-
tividade dos controles previstos nesta circular.
A Circular deixa como “gatilho” o valor de R$
50.000,00 em variadas situações.

A comunicação da operação ou situação suspeita


ao Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da CARTA-CIRCULAR BACEN Nº
ocorrência da operação. As comunicações alteradas 4001/2020
ou canceladas após o quinto dia útil seguinte ao da
sua realização devem ser acompanhadas de justifica-
Esta é uma circular de texto repetitivo, pois trata-
tiva da ocorrência.
-se de uma lista de operações e situações que podem
Art. 53 As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 configurar indícios de ocorrência dos crimes de “lava-
devem especificar, quando for o caso, se a pessoa gem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
objeto da comunicação: Esta circular possui apenas dois artigos, sendo o
I - é pessoa exposta politicamente ou representante, art. 1º responsável por listar as operações e situações
familiar ou estreito colaborador dessa pessoa; descritas acima. Não é interessante incluir todas as
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou disposições do artigo; deste modo, selecionamos as
tenha intentado praticar atos terroristas ou deles mais pertinentes para sua prova e a simplificamos,
participado ou facilitado o seu cometimento; e sem que se perca o sentido original e sem suprir as
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indi- informações necessárias.
retamente, recursos na instituição, no caso do inci- Por ser uma lista, o mais importante é compreen-
so II.
der sua essência, que busca citar quais operações
As instituições que não tiverem efetuado comu- podem ser consideradas suspeitas, entendendo que a
nicações ao Coaf em cada ano civil deverão prestar “relação” apresentada na circular é exemplificativa.
declaração, até dez dias úteis após o encerramento do
referido ano, atestando a não ocorrência de operações SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES
ou situações passíveis de comunicação. EM ESPÉCIE COM A UTILIZAÇÃO DE CONTAS DE
DEPÓSITOS OU PAGAMENTO
PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER
FUNCIONÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE z Depósitos atípicos em relação à atividade econô-
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS mica do cliente ou incompatíveis com a sua capa-
cidade financeira;
Art. 56 As instituições mencionadas no art. 1º devem z Movimentações em espécie por clientes que nor-
implementar procedimentos destinados a conhecer malmente não depositam em espécie;
seus funcionários, parceiros e prestadores de servi-
z Fragmentação de depósitos, saques em espécie,
ços terceirizados, incluindo procedimentos de identi-
que possam burlar o valor total da operação;
ficação e qualificação.
z Depósitos ou aportes em espécie em contas de clien-
Nos termos do art. 60, as instituições, na celebração tes que exerçam atividade comercial relacionada
de contratos com terceiros não sujeitos à autorização com negociação de bens de luxo ou alto valor;
para funcionar do Banco Central do Brasil, participan- z Depósitos com cédulas em mal estado de
tes de arranjo de pagamento do qual a instituição tam- conservação;
bém participe, devem: z Depósitos para troca de grandes quantidades de
cédulas de pequeno valor;
Art. 60 [...] z Depósitos em espécie relevantes em contas de servi-
I - obter informações sobre o terceiro que permitam dores públicos ou pessoas politicamente expostas.
compreender a natureza de sua atividade e a sua
reputação; SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação EM ESPÉCIE E CARTÕES PRÉ-PAGOS EM MOEDA
ou de ação de autoridade supervisora relacionada ESTRANGEIRA
com lavagem de dinheiro ou com financiamento do
terrorismo;
Essas situações são extremamente similares àque-
III - certificar que o terceiro tem licença do institui-
las em moeda nacional, sendo:
dor do arranjo para operar, quando for o caso;
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro
relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao z Depósitos atípicos em relação à atividade econô-
financiamento do terrorismo; e mica do cliente ou incompatíveis com a sua capa-
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado cidade financeira;
no art. 9º. z Movimentações em espécie por clientes que nor-
malmente não depositam em espécie;
DISPOSIÇÕES FINAIS z Fragmentação de depósitos, saques em espécie,
que possam burlar o valor total da operação;
As disposições finais estão dispostas no capítu- z Negociações de moeda estrangeira, realizadas por
lo XII desta circular nº 3.078. Podemos sintetizar as diferentes pessoas, não relacionadas entre si, que
386 informações mais importantes nos itens seguintes: informem os mesmos dados de origem/destino;
z Negociações envolvendo taxas de câmbio com va- SITUAÇÕES RELACIONADAS COM A
riação significativa em relação às praticadas pelo MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS ORIUNDOS DE
mercado; CONTRATOS COM O SETOR PÚBLICO
z Utilização de diversas fontes de recursos para car-
ga e recarga de cartões pré-pagos; z Movimentações atípicas relacionadas a patrocí-
nio, propaganda, marketing, consultorias, assesso-
z Depósitos com cédulas em mal estado de conservação;
rias e capacitação;
z Depósitos para troca de grandes quantidades de
z Movimentações atípicas de recursos por organiza-
cédulas de pequeno valor.
ções sem fins lucrativos;
z Movimentações atípicas de recursos por pessoa
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM A
natural ou jurídica relacionadas a licitações.
IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE CLIENTES
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM ATIVIDADES
Aqui, são situações relativas ao fornecimento de
INTERNACIONAIS
dados pelos clientes para sua identificação e qualifi-
cação, tais como: z Operações com pessoas que não apliquem ou apli-
quem insuficientemente as recomendações do
z Resistência ao fornecimento de informações neces- Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o
sárias para o início de relacionamento ou para a Financiamento do Terrorismo (Gafi);
atualização cadastral; z Operações complexas e com custos mais ele-
z Oferecimento de informação falsa ou de difícil vados que visem a dificultar o rastreamento dos
verificação; recursos;
z Abertura, movimentação de contas ou realização z Pagamentos de importação e recebimentos de expor-
de operações por detentor de procuração ou de tação, antecipados ou não, por empresa sem tradição
qualquer outro tipo de mandato; ou cuja capacidade financeira seja incompatível;
z Cadastramento de várias contas em uma mesma z Transferências unilaterais atípicas;
data, ou em curto período, com depósitos de valo- z Exportações ou importações aparentemente fic-
res idênticos ou aproximados; tícias ou com indícios de superfaturamento ou
z Operações em que não seja possível identificar o subfaturamento;
beneficiário final; z Pagamentos de frete ou de outros serviços que apre-
z Incompatibilidade da atividade econômica ou fa- sentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade;
turamento informados com o padrão apresentado z Transações em uma mesma data, ou em curto
por clientes com o mesmo perfil. período, de valores idênticos ou aproximados;
z Transferências relacionadas a investimentos não
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE convencionais.
INVESTIMENTO NO PAÍS
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM FUNCIONÁRIOS,
z Operações ou conjunto de operações de compra ou PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS
de venda de ativos financeiros a preços incompa- TERCEIRIZADOS
tíveis com os praticados no mercado;
z Operações atípicas que resultem em elevados Neste tópico, estão situações relacionadas aos ope-
ganhos para os agentes intermediários, em despro- radores, sendo estes funcionários, parceiros, presta-
porção com a natureza dos serviços efetivamente dores etc. São elas:
prestados;
z Alteração inusitada nos padrões de vida e de com-
z Investimentos significativos em produtos de baixa
portamento do empregado, do parceiro ou de pres-
rentabilidade e liquidez;
tador de serviços terceirizados, sem causa aparente;
z Resgates de investimentos no curtíssimo prazo.
z Qualquer negócio realizado de modo diverso ao
procedimento formal da instituição por funcionário;
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE
z Fornecimento de auxílio ou informações, remu-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CRÉDITO NO PAÍS
nerados ou não, a cliente em prejuízo do programa
de prevenção à lavagem de dinheiro.
Operações de crédito relacionam-se a emprés-
timos tomados. Em geral, são atípicas as seguintes SITUAÇÕES RELACIONADAS A CAMPANHAS
situações: ELEITORAIS

z Operações de crédito no país liquidadas com recur- z Recebimento de doações, em contas (eleitorais ou
sos aparentemente incompatíveis com a situação não) de candidatos ou partidos políticos, de valo-
financeira do cliente; res que desrespeitem as vedações ou extrapolem
z Operação de crédito no país seguida de remessa de os limites definidos na legislação em vigor;
recursos ao exterior que demonstrem atipicidade; z Uso incompatível com as exigências regulatórias
z Operações de crédito no país, simultâneas ou con- do fundo eleitoral;
secutivas, liquidadas antecipadamente ou em pra- z Transferências, a partir das contas de candidatos,
zo muito curto; para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativida-
z Concessão de garantias de operações de crédito no de não guarde aparente relação com contas de
país por terceiros não relacionados ao tomador. campanha. 387
SITUAÇÕES RELACIONADAS A BNDU E OUTROS z Nível Estratégico: É o nível institucional, pois en-
ATIVOS globa toda a organização e, consequentemente, te-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar
BNDU é a sigla para Bens Não de Uso Próprio, ou a organização como um todo. O nível estratégico
seja, um ativo que é adquirido apenas para venda, também pode ser chamado de alto ou global e, nes-
sendo exemplos de situações atípicas: se nível, estão os altos executivos, diretores da or-
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,
z Negociação para pessoas naturais ou jurídicas sem que veremos mais para frente;
capacidade financeira;
z Negociação mediante pagamento em espécie;
z Negociação por preço significativamente superior
Dica
ao de avaliação; Algumas palavras-chave para ter em mente
z Negociação de outro ativo não financeiro em bene- quando uma questão se referir ao nível estraté-
fício de terceiros. gico: global, geral, todo, amplo, ambientes, inter-
no e externo, diretores, executivos, alto escalão,
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES cúpula.
REALIZADAS EM MUNICÍPIOS LOCALIZADOS EM
REGIÕES DE RISCO z Nível Tático: É o nível departamental ou setorial
que se preocupa com o planejamento a médio pra-
z Operação atípica em municípios localizados em zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni-
regiões de fronteira; dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é
z Operação atípica em municípios localizados em o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
regiões de extração mineral; sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
z Operação atípica em municípios localizados em cionar o departamento da organização;
outras regiões de risco. z Nível Operacional: Nível de execução da organi-
zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
CONSIDERAÇÕES FINAIS figura encontrada é a do executor; procure guar-
dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e
Como visto, tratam-se de exemplos que podem assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
indicar lavagem de dinheiro ou financiamento ao ter- cionadas ao tema.
rorismo. Como a lista repete-se em vários fatores, é
importante compreender a lógica da situação.
Agora que já expusemos os níveis organizacionais,
podemos avançar no tema e compreender os tipos de
planejamento.

TÉCNICAS DE VENDAS TIPOS DE PLANEJAMENTO

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS

Planejamento, Estratégias e Objetivos Estratégico

Este é um assunto que merece destaque em nos-


so estudo e requer atenção por parte do candidato Tático
que almeja a aprovação no concurso, pois trata-se do
planejamento estratégico das organizações. Primeira-
mente, explicaremos alguns conceitos relacionados Operacional
ao tema. Iniciaremos falando a respeito dos níveis
organizacionais.

NÍVEIS ORGANIZACIONAIS
z Planejamento Estratégico: O mais importante
Observe no fluxograma a seguir os níveis organi- para seu estudo – aliás, os títulos deste capítulo
zacionais. são voltados a ele. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
“todo”, pois visa compreender o ambiente interno
Estratégico Institucional e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,
realizado no nível institucional e pelos executivos/
Tático Departamental Gerencial diretores da organização.

Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-


Não-
titucional, todos da organização estarão envolvidos.
Operacional Execução
Administrativo Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para
os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de
388 Agora, precisamos entender cada um deles: todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece: as
decisões gerais da organização, escolhas das estratégias, a definição da missão, visão e dos valores institucionais.
Perceba como todos de uma certa forma acabam se envolvendo.

z Planejamento Tático: Visa criar plano a médio prazo e a sua abordagem é setorial ou departamental. Como
verificamos anteriormente, o nível intermediário é que se preocupa com o planejamento tático. Aqui, você
sempre avaliará da seguinte forma: o planejamento é feito por gerentes e coordenadores visando objetivos de
médio prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial ou departamental;
z Planejamento Operacional: Já aqui, a abordagem é de execução, pois visa realizar as tarefas que ocorrem
na organização. Nesse caso, teremos a figura dos supervisores/executores estabelecendo os objetivos e metas
operacionais; vale lembrar que elas são mais minuciosas e detalhadas porque estão voltadas para uma tarefa
específica.

TIPO DE CONTEÚDO DO ESCOPO E


TEMPO FOCO
PLANEJAMENTO PLANO ABRANGÊNCIA
Estratégico Longo Prazo Amplo e Genérico Toda Organização Efetividade
Tático Médio Prazo Pouco Detalhado Setor ou Área Eficácia
Operacional Curto Prazo Detalhado Atividades / Tarefas Eficiência
Fonte: Planejamento Governamental, Atlas, 2011, Ampliado.

Agora que já temos uma noção dos tipos de planejamento, precisamos compreender as funções administra-
tivas. Se estamos tratando de noções de estratégia empresarial, devemos compreender como ocorre o processo
organizacional.

Dica
Processo Organizacional / Processo Administrativo (Administração): o mesmo que funções administrativas.

FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

As funções da Administração são quatro: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Vejamos a seguir
detalhadamente cada uma delas:

Planejamento

Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão do
futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é possível
ter todas as informações e dados. Lembre-se de que quando tratamos de planejamento, é preciso coletar dados e
informações, pois são eles que dão sustentação para um bom planejamento.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para compreender
melhor o planejamento:

z Objetivo: Tudo aquilo que se pretende alcançar ou onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objetivo é
“ser aprovado no concurso público do banco X”. O objetivo deve ser claro, concreto e necessita de prazo, não
importando se esse prazo será curto, médio ou longo;
z Meta: Também pode ser entendida como algo que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa e detalhada em
comparação ao objetivo. Exemplo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no concurso do banco X. Reparou
em uma mudança aí? O termo “primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é a ideia da meta, ser mais
minuciosa ou detalhada, trazer quantificação e qualificação do objetivo;
z Estratégias: São os caminhos, meios, métodos, para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a organização
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

necessitará fazer uma análise antes e aí sim escolher a melhor estratégia.

Agora que compreendemos alguns conceitos a respeito do planejamento, continuemos com outras funções
administrativas.

Organização

Essa função visa implementar, implantar e alocar os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi planeja-
do precisar ser implantado e, para isso, a função organização tem como foco a distribuição e divisão do trabalho.

Direção

É a parte da coordenação da organização no intuito de harmonizar o planejamento com a execução, o que


levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para que realmente as coisas aconteçam. Aqui também ocorrerá
a liderança e motivação, afinal de contas as pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem ser motivadas a
cumprir o planejamento. A figura do líder faz-se importante nesse momento. 389
Controle � Forças � Oportunidades
� Pontos Fortes � Variável
Fortalezas externa
Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de �
� Variável
quatro etapas: interna

z Definir um padrão de desempenho: Para seguir e F O


alcançar um determinado objetivo, é preciso estar
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
z Acompanhar o desempenho: Essa etapa conta
com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
está sendo feito conforme foi definido;
z Avaliação de desempenho: Já esta é uma etapa � Fraquezas
F A � Ameaças
� Ponto Fraco � Variável
voltada a um processo “posteriori”, pois leva em � Variável externa
consideração avaliar os resultados obtidos; interna

z Ação corretiva: Etapa necessária quando se verifica


que há certos desvios, gaps ou lacunas no processo.

ANÁLISE DO MERCADO E METAS Pense em situações que ocorrem dentro de uma


organização. Exemplo: A empresa X comprou um
É chegado o momento de nos envolvermos de vez novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
nos conceitos ligados às estratégias empresariais. radores não foram treinados para usufruir da nova
Queremos relembrar um assunto abordado anterior-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que
mente, tratando do planejamento estratégico, lembra-
-se? O planejamento estratégico é o mais abrangente momento é complicado, porque os clientes não têm
e, consequentemente, tudo que for decidido será rele- poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea-
vante para toda a organização. Estamos retornando a gindo com o anúncio do governo de redução das taxas
esse assunto para compreendermos que é no planeja- de impostos (oportunidade).
mento estratégico que ocorre a análise de mercado. Viu só as situações que trouxemos como exemplo?
Interessante perceber o seguinte: para escolha do Pode acontecer isso em uma questão, ou seja, a neces-
melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então, sidade de analisar a situação para conseguir marcar a
posteriormente, define-se o plano. alternativa correta.
Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás, Outra ferramenta que pode ser utilizada para
atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto-
sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá dologia desenvolvida para medição do desempenho
exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti- de aspectos financeiros e não financeiros.
co é compreender as potencialidades e deficiências A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta-
da organização, ou seja, identificar quais são os pon- dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
tos fortes e fracos da organização e também analisar perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá
as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
fazem parte das variáveis internas e oportunidades e internos, aprendizado e crescimento e clientes.
ameaças, das variáveis externas.
Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths, Recursos
Weaknesses, Opportunities e Threats.
Claro que vamos traduzir para facilitar a nossa
vida. SWOT = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Amea-
ças (Threats).
Dividimos a análise em duas partes: Visão e
Clientes Processos
Estratégia
z Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
z Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
são controláveis).

Importante! Aprendizado

Variáveis internas são controláveis por fazerem


parte do escopo da organização, estão próxi-
mas e, por isso, é mais fácil fazer alterações ou
Partimos do princípio de que não adianta somente
mudanças.
medir o aspecto financeiro, é preciso também anali-
Variáveis externas não são controláveis, pois
sar outras perspectivas. Por isso, a organização deve
estão “fora” da organização e não tem como a
instituição fazer alterações, podendo somente compreender como andam seus processos internos
monitorar para se aproveitar das oportunidades e (conjunto de ações/atividades) e o quanto está apren-
minimizar os problemas advindos das ameaças. dendo com o mercado (inclusive concorrentes) e tam-
390 bém com seus clientes.
Após a organização examinar seus pontos fortes, A junção das variáveis será determinante para
fracos, suas oportunidades e ameaças, o passo seguin- escolha das estratégias. Predominância das variáveis:
te é fazer o prognóstico, ou seja, escolher a estratégia.
z Oportunidades e Pontos Fortes: Estratégia de
Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
Porter) Desenvolvimento;
z Oportunidades e Pontos Fracos: Estratégia de
As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
Crescimento;
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
z Ameaças e Pontos Fortes: Estratégia de Manutenção;
z Estratégia de Custo: A organização escolhe ter z Ameaças e Pontos Fracos: Estratégia de Sobrevivência.
um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
lor acessível; � Oportunidades � Oportunidades +
z Estratégia de Diferenciação: A ideia é agregar + Fortalezas Fraquezas
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
conveniência e outros; Desenvolvimento Crescimento
z Estratégia do Enfoque: A organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG. Manutenção Sobrevivência

Matriz de Ansoff � Ameaças � Ameaças +


+ Fortalezas Fraquezas
Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
duto/serviço e mercado.
TÉCNICAS DE VENDAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS
z Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra- FINANCEIROS O SETOR BANCÁRIO
tégia de Penetração;
z Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia Planejamento e Técnicas
de Desenvolvimento de Produto;
z Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia Tratar sobre vendas é pensar em como ofere-
de Desenvolvimento de Mercado;
cer um produto ou serviço para o cliente; portanto,
z Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
versificação. haverá necessidade de negociação. Aliás, a ideia de
negociar passa pela situação de ganha-ganha, pois,
Produtos/Serviços as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
caso da negociação, observamos um conjunto de ações
(etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
auxiliando no processo geral de vendas.
Desenvolvimento Vejamos então as etapas:
Penetração
de Produto

z Planejamento: Preparação para o processo de ven-


das. Estabelecer objetivos e metas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

z Organização: Compreende a abertura do processo


Desenvolvimento da venda, a apresentação do produto/serviço (de-
Diversificação
de Mercado
monstração), o tratamento das objeções e o fecha-
mento da venda;
z Controle: Avaliação dos resultados e pós-vendas.

Estratégias de Acordo com as Variáveis Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon-


tramos os elementos que as compõem, que são: pré-
A organização escolherá as suas estratégias confor- -venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são
me as variáveis internas e externas. Em algum momen-
três grandes fases, pois dentro delas existem certas
to, podemos ter mais oportunidades em relação às
ameaças ou mais ameaças que oportunidades; também etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção,
poderá acontecer de ter mais pontos fortes que pontos pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha-
fracos ou mais pontos fracos que pontos fortes. mento e acompanhamento. 391
VENDA
Prospecção ou Qualificação
Fase em que haverá a apresentação, propriamente
dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocorre
7 Etapas de Venda Kotler
Pré-abordagem
a necessidade de se descobrir os aspectos e fatores deter-
Abordagem minantes que podem levar o cliente a fechar negócio.
Existem certos pontos que visam estimular o cliente
a comprar. É o caso do custo, dos serviços que serão
Demonstração do Produto ou Serviço
prestados, do resultado esperado, da tecnologia, segu-
rança e até mesmo responsabilidade social e ambiental.
Fechamento
z Demonstração
Acompanhamento ou Avaliação
Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto de
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten- impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar muito
dermos melhor as três grandes fases: cuidado para não colocar tudo a perder, como fazer com-
parações com concorrentes de maneira depreciativa.
PRÉ-VENDA Lembre-se de que a apresentação é o momento de
valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
direção da venda, que pode ser compreendida como desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
uma maneira de preparação, como observamos ante- mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
riormente na etapa de planejamento. zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior poten-
cial, suas necessidades e motivações, estuda-se o com- „ Atenção: Saber, conhecer ou ter noção de que
portamento de compra, a melhor forma de chegar até o produto ou serviço existe;
ele (abordagem) e quais são os concorrentes que atuam. „ Interesse: Importante passo no qual se faz com
Olhando para as 7 etapas de acordo com Kotler, que o possível cliente se concentre nos benefí-
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das cios do produto/serviço;
três primeiras. „ Desejo: Despertar a vontade de obter os benefí-
cios agora já conhecidos;
Prospecção „ Ação: Atitude de comprar o bem ou serviço.

A prospecção visa identificar possíveis clientes z Tratamento das Objeções


e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles,
encontrá-los. Para lidar com as objeções, é preciso manter a
É bom saliente que nem toda pessoa (lead) é um tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
cliente potencial. Para ser entendido como cliente de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces- de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder
aquisitivo. z Fechamento

Dica O negociador deve conduzir o cliente a fechar


negócio e uma das melhores formas para fazer isso
Lead: Termo utilizado no mundo do marketing é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
digital que indica um possível cliente. É alguém pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
que forneceu informações de contato – pode ser to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
nome e telefone, nome e e-mail ou até mesmo encorajar o cliente a fechar o negócio.
as três informações. Normalmente, as pessoas
deixam seu contato em troca de algo. PÓS-VENDAS

Pré-Abordagem É chegado o momento de cumprir aquilo que foi


prometido na apresentação do produto ou serviço.
Esta é a etapa da busca de informações possíveis: O acompanhamento faz-se importante e inclui fazer
quem são as pessoas que tomam decisões e quais as pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim,
suas características, e dos estudos focados em com- melhorar todo o processo. Lembre-se de que esse é
preender a melhor maneira de abordagem. um processo cíclico, contínuo e dinâmico.

Abordagem MOTIVAÇÃO PARA VENDAS

Indica como será feita a abordagem ao cliente: de ELEMENTOS DE VENDAS


maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e Técnicas de vendas é um tema presente em diversos
outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese – concursos para cargos administrativos, e não apenas
mala direta – encaminhar uma mensagem persuasiva para carreiras bancárias. Caracteriza-se por ter uma
para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual na abordagem técnica, sendo que um dos principais teóri-
392 atualidade) ou via correio (cada vez mais raro). cos é o professor norte-americano Philip Kotler.
Para que exista a relação de vendas, são necessá- de relacionamento, e o objetivo final é a Fidelização
rios os seguintes elementos: do cliente, pois quando isto ocorre, existe a disposição
de pagar preços maiores pelo bem ou serviço em que
z Vendedor; o cliente é fidelizado.
z Produto ou serviço (tangível ou intangível);
z Cliente (Pessoa Física ou Pessoa Jurídica). z Análises de Mercado

Visão do Vendedor „ Market Share (Percentual de vendas);


„ Mind Share (Memória da marca);
Ao longo dos anos as organizações foram adaptan- „ Top of Mind (Marca líder de memória).
do a visão do vendedor, que deixou de ser burocrático
e se torna mais gerencial. MODELO AIDA (ELMO LEWIS)
z Visão tradicional: O vendedor é um mero divulga-
O modelo AIDA é um dos mais conhecidos e utilizados
dor de produtos e seu foco não é atender as neces-
em atendimento de vendas, foi desenvolvido por Lewis
sidades do cliente, e por este motivo não é bem
em 1897, e corresponde ao comportamento do cliente.
visto pelo cliente;
z Visão contemporânea: O vendedor é um concilia-
dor, entre os interesses do banco e os interesses do z Atenção: O primeiro passo é chamar a atenção do
cliente, e neste sentido é melhor visto pelo cliente. cliente para o objeto de venda, o bem ou o serviço,
para que ele perceba a possibilidade de venda;
Existem termos técnicos que são vinculados à z Interesse: É necessário que o cliente perceba van-
visão do vendedor, e estes têm relação direta com o tagens e a necessidade de maiores informações
foco que o vendedor tem no momento da venda. sobre o bem ou serviço ofertados;
z Desejo: O cliente percebe a necessidade de aquisição
z Hard Selling (Foco no produto): Visão clássica e e compra, pois as vantagens geram desejo de posse;
tradicional, não é indicada para vendas em bancos; z Ação: É a efetivação da compra de um bem ou con-
z Soft Selling (Foco no cliente): Visão contemporâ- tratação de um serviço.
nea, que é indicada para vendas em bancos.
VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE (TEORIA DE PHILIP
Satisfação e Retenção Dos Clientes KOTLER)

A conquista é mais onerosa para a organização do Apenas existe satisfação quando o valor percebido
que a retenção. Manter um cliente que já tem um rela-
pelo cliente é positivo, e o valor percebido pelo cliente é
cionamento com a instituição, além de representar
o resultado do Valor Total (aquilo que é positivo e agre-
um esforço menor, demanda um investimento menor
ga) e o Custo Total (aquilo que é negativo e não agrega).
em propagandas e promoções.

z Valor Percebido pelo Cliente Etapas de vendas — Kotler

Apenas existe satisfação quando o valor percebido A venda não se resume ao momento de oferta e
pelo cliente é positivo, e o valor percebido pelo cliente é convencimento do bem ou serviço para o cliente, e
o resultado do Valor Total (aquilo que é positivo e agre- sim antes deste processo e termina após a concretiza-
ga) e o Custo Total (aquilo que é negativo e não agrega). ção da venda, e se divide em três momentos: Pré-ven-
z Satisfação da, Venda e Pós-venda.

Representa a relação entre as expectativas existentes Pré-venda


e os resultados percebidos, e quando os resultados perce-
bidos estão abaixo das expectativas não existe satisfação. É o momento anterior à venda propriamente dita,
que tem a função de levantar o público alvo e suas
„ Cliente insatisfeito: As expectativas não são características. São momentos desta etapa:
atendidas, e os resultados ficam aquém daque-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

les que são esperados pelo cliente na aquisição z Prospecção: Representa o levantamento e pesqui-
do bom ou serviço;
sa de potenciais clientes, a localização do público
„ Cliente satisfeito: As expectativas são atendi-
alvo, e é fundamental no planejamento de vendas;
das e vão de encontro com aquilo que é espera-
z Qualificação: Após a prospecção levantar os poten-
do pelo cliente, gerando a satisfação;
„ Cliente altamente satisfeito (encantado): As ciais clientes, na pré-venda é feita a qualificação,
expectativas foram superadas pelo cliente, e o com o detalhamento das características dos clien-
resultado vai muito além daquele que era espe- tes e determinação dos bens ou serviços ideais
rado anteriormente à compra. para cada grupo de clientes.

z Retenção Venda

A retenção ocorre quando o cliente é recorrente na Representa o momento propriamente dito de rela-
compra, e gera lucratividade constante na instituição ção entre vendedor e cliente, com a apresentação e
bancária. A retenção pode ser desenvolvida através de negociação para aquisição do bem ou serviço. São
várias ferramentas de marketing, como o marketing momentos desta etapa: 393
z Pré-abordagem: Representa o momento imediata- Contudo, de que forma é possível “tocar seus
mente anterior ao processo de atendimento do cliente, espíritos” e, ao mesmo tempo, causar boa impressão
que pode ser através de cartazes, banners, ou instru- quando essa pessoa procurar informações sobre a sua
ções sobre o bem ou produto que será apresentado; marca? Kotler diz que é possível a partir da criação de
z Abordagem: É o contato inicial de atendimento uma boa história, ressaltando os motivos que fazem
ao cliente, quando o contato é estabelecido e tem do seu produto melhor que os da concorrência, citan-
início a venda propriamente dita. Nesse momento do como exemplo a marca de frangos norte-america-
são levantadas as necessidades do cliente; na “Perdue Chicken”. Todos compram a marca porque
z Apresentação: Momento em que as características o fundador (Frank Perdue) tratava as aves de maneira
do bem ou serviço são detalhadas, assim como as diferente, sem processos maléficos, deixando a carne
condições para sua aquisição, como o preço e cus- do frango mais macia.
tos vinculados; “Há uma história com a marca, uma história que te
z Superação de objeções: Momento em que o res- toca enquanto os competidores estão apenas dizendo
ponsável pela venda argumenta ao cliente sobre ‘nós vendemos frango’”.
barreiras existentes por parte deste, como preço, Com o Marketing contemporâneo, criar uma boa rela-
características, custo-benefício etc; ção com o consumidor deve ser mais importante do que
z Fechamento: Momento em que a venda é finalizada, apenas vender produtos a ele, pensando sempre em uma
e as condições para a aquisição do bem ou serviço forma em que sua marca e o consumidor cresçam juntos.
determinadas e acordadas entre as partes envolvi- “Nos dias de hoje apenas vender é estupidez. Seu tra-
das. É a venda propriamente dita e finalizada. balho não é produzir uma venda, mas criar posse do con-
sumidor… Mudamos do Marketing de transação para o
Pós-venda Marketing de relacionamento… Mais e mais empresas
estão focando em fazer mais pelo consumidor”.
A venda não termina no momento da contratação
A maioria dos empresários constroem suas rela-
do bem ou do serviço, e é fundamental o momento
ções comerciais baseadas apenas em vender o que
posterior, para a manutenção da relação do cliente
o consumidor está precisando, “mas há companhias
para vendas futuras, visando a fidelização do cliente
que vendem, por um preço alto, algo que pode ser
com a organização, visando a lucratividade contínua.
encontrado em qualquer lugar. E se dão bem”. Para
São momentos desta etapa:
explicar essa tendência, Kotler citou o Starbucks.
z Acompanhamento: É o processo imediato a concreti- “Eles vendem café caro e são bem-sucedidos no
zação da venda, e que a instituição acompanha os pri- Brasil, um dos países com maior produção mundial
meiros momentos da relação de propriedade do bem do grão. Isso é possível com a construção de uma
por parte do cliente ou de recebimento do serviço; marca. O Starbucks é a segunda casa dos clientes. Lá,
z Manutenção: Acompanhamento permanente da insti- tem internet e é confortável. As pessoas gostam disso.
tuição e contato esporádico para se manter a relação Empresários precisam pensar em algo semelhante na
de vendas futuras e garantir a satisfação do cliente. hora de promover os seus negócios”.
Sempre valorize o design. Philip Kotler diz que
Atualmente, o uso de plataformas online tem contri- o design de um produto é tão – ou mais – importante
buído muito para o crescimento de empresas. Para Phi- que o nome da empresa em si e citou como exemplo a
lip Kotler — um dos maiores especialistas em Marketing Harley Davidson. Ele revelou que a sua esposa queria
— é inaceitável que uma empresa não tenha presença uma moto da marca apenas para colocar na sala de
online. Mas, além disso, é preciso fazer com que todas as estar de sua casa como objeto de decoração. E comple-
mídias (online e off-line) tenham sinergia. Aposte nas tou dizendo que a marca cria um universo em torno
novas mídias e aumente sua presença online. da marca, com relógios, jaquetas e até barbas para
Com os smartphones e o crescimento acelerado da quem quiser incorporar um “estilo de vida”.
internet móvel, as pessoas possuem acesso à informa- Segundo o professor, o Marketing B2B e a presta-
ção a qualquer momento, disponível na palma de suas ção de serviços são áreas negligenciadas pela maioria
mãos “tomando decisões de compra baseadas naquilo dos profissionais do mercado e cita o case “Intel Insi-
que pesquisam na hora”. de” como exemplo. Com essa campanha, a multinacio-
“Os consumidores agora estão no poder, eles nal de tecnologia praticamente obriga os fabricantes
sabem muito mais do que você mesmo sobre as com- a colocarem seus chips em computadores, tablets e
panhias… Antigamente, a única coisa que você sabia smartphones apenas ressaltando o selo junto de seus
sobre uma empresa era o que ela te dizia naquele produtos como se fosse um ingrediente mágico.
comercial de 30 segundos”, palavras de Philip Kotler. “Só falamos de produtos físicos… Queria que nossos
No Marketing 1.0, uma propaganda tradicional bus- estudantes tivessem mais excitação sobre o mundo B2B”.
ca convencer que aquele produto é ideal para as suas Qualquer produto “invisível” que buscasse uma
necessidades (algo que não funciona tão bem atualmen- campanha mais agressiva poderia virar uma nova
te, devido a uma enorme concorrência). Já o Marketing “Intel”. Outro exemplo citado por Kotler foi o carro,
2.0 engaja o consumidor e busca um relacionamento com suas centenas de peças, mas cada uma delas feita
duradouro (quase que como um namoro). “No 2.0 você por empresas diferentes.
não compra mais pelo que sua mente diz, mas por sua Se você possui uma loja física é preciso alinhar a
emoção”, explica Kotler, analisando também que o futu- sua logística num processo de produção que envolva
ro será das empresas que aderirem ao “Marketing 3.0”. compras online. Pois as lojas físicas terão de repensar
A marca de uma empresa precisa tocar o espírito sua razão de ser. Não significa que elas vão desapare-
das pessoas. “Pense no consumidor não em termos de cer, mas que precisam achar uma razão mais convin-
alguém que vai comprar seu produto, mas alguém que cente para existir. Philip Kotler cita as lojas Ikea como
deseja que o mundo seja um lugar bom para viver. O que exemplo, dizendo que podemos perder um dia todo
394 você está fazendo para mostrar a ele que se importa?” numa daquelas lojas.
“Minha esposa não compra de lojas físicas, ela vista a satisfação de necessidades do cliente. Com-
acha mais fácil comprar online… Uma alternativa é preende um conjunto de benefícios, com elementos
transformar as lojas numa experiência”. tangíveis e intangíveis, resultando na soma da satis-
Há outra questão a ser levada em consideração, a fação física e psicológica do consumidor quando reali-
existência de um “funil de vendas” e o seu dever de za uma compra. Inclui bens, serviços, ideias, pessoas,
ser obedecido. organizações, ou a combinação desses elementos.
Philip Kotler diz que um funil de vendas perfeito
possui seis etapas (prospectar os clientes, entender as Três níveis de produto têm de ser pensados quan-
necessidades do público-alvo, desenvolver soluções, do do seu planejamento:
fazer a proposta, negociar os contratos e fechar a ven-
da, respectivamente) e afirma que as três primeiras z Produto central ou básico (Core product): corres-
deveriam ser feitas pelo Marketing, enquanto outras ponde aos benefícios procurados pelo consumidor
três são feitas pelo departamento de vendas, desde quando compra um produto;
que a empresa tenha esses profissionais. Assim, cada z Produto real (Actual product): resulta da trans-
passo é tomado por quem sabe o que está fazendo. formação do benefício básico num produto real,
“O Marketing é responsável pela criatividade e através de características como qualidade, marca,
pelas estratégias apropriadas para chegar ao cliente, características, estilo e embalagem;
enquanto a execução fica com o pessoal de vendas”. z Produto ampliado ou aumentado (Augmented
Além disso, é papel do profissional de Marketing product): compreende serviços e benefícios adicio-
ser um representante de seus clientes, visto que “uma
nais, acrescentados ao produto básico e real, como
decisão que não contempla a satisfação do consumi-
serviços pós-venda, entrega ao domicílio, crédito,
dor tem tudo para ser equivocada”.
instalação e garantia.
“A Apple, por exemplo, deixa uma cadeira vazia
nas reuniões de diretores. Ela representa, simbolica-
Uma possível classificação de produtos distingue
mente, o consumidor. Pergunte a um “applemaníaco”
entre produto de consumo e produto industrial. Pro-
sobre os pontos positivos da empresa. Ele provavel-
dutos de consumo são aqueles adquiridos pelo con-
mente vai falar do cuidado da empresa em ser uma
sumidor final, para consumo pessoal. A classificação
amiga dos clientes”.
O ócio do profissional de Marketing deve ser res- desses produtos pode incluir:
peitado, como diz Philip Kotler: “Planejamento estra-
tégico é importante, mas não deve se sobrepor ao z Produtos de conveniência (Convenience pro-
processo criativo…. O marketeiro precisa de tempo ducts): são bens ou serviços comprados frequen-
para pensar e conceber as melhores ideias”. temente, normalmente, com preços baixos e que
envolvem, por parte do consumidor, pouco esforço
REFERÊNCIAS financeiro e risco de que o produto não providen-
cie os benefícios procurados;
REZ, Rafael. Lições de Philip Kotler para o Novo z Produtos de aquisição ou de compra compara-
Marketing. Nova Escola de Marketing, 2016. Dis- da (Shopping products): os compradores estarão
ponível em: https://novaescolademarketing.com. dispostos a dispensar uma significativa quanti-
br/licoes-de-philip-kotler-para-o-novo-marketing. dade de tempo e dinheiro na procura e avaliação
Acesso em: 2 jan. 2022. desses produtos, comparando alternativas em ter-
mos de qualidade, preço, estilo e adequação (e.g.,
PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO tamanho);
z Produtos de especialidade (Speciality products):
INSUMOS DO MARKETING são bens para os quais o consumidor está dispos-
to a realizar um certo esforço financeiro para o
O marketing mix é um conjunto de variáveis adquirir, pelo facto deste apresentar “característi-
controláveis que influenciam a forma como os con- cas únicas”.21 Os consumidores não escolhem por
sumidores respondem ao mercado e consiste naquilo entre as alternativas do mercado, mas procuram,
que a empresa pode fazer no sentido de influenciar especificamente, determinada marca. É o produto
a procura pelo seu produto, visando alcançar o nível que envolve maior esforço e risco.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

desejado de vendas junto do seu mercado-alvo. O z Produtos industriais são adquiridos para futuro
conceito, apresentado por Neil Borden em 1949 como processamento, i.e., são utilizados na produção de
sendo uma lista de elementos importantes ou “ingre- outros bens ou serviços. Podem ser classificados
dientes” que permitem desenvolver o programa de como:
marketing de uma empresa, foi baseado na expressão z Materiais e partes (Raw materials and parts): cons-
utilizada por James Culliton na caracterização de um tituídos por matérias-primas, que se tornam parte
executivo de marketing como sendo um “misturador do produto final, através do seu processamento ou
de ingredientes”. como componentes (e.g., trigo, algodão, hortíco-
las), ou de produtos e partes manufaturados, nos
PRODUTO (OBJETO) quais se incluem “materiais componentes” (e.g.,
ferro, cimento, cabos), passíveis de futuro proces-
É tudo o que se refere aos “bens e serviços” que samento, e “partes componentes” (e.g., pequenos
uma empresa disponibiliza ao mercado-alvo, para motores, pneus), que, geralmente, irão compor o
“atenção, aquisição, uso ou consumo”20, tendo em produto final sem mais modificações;
20 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 500.
21 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 503. 395
z Itens de capital (Capital itens): distinguindo-se z Preço pelo justo valor (Good-value pricing): con-
entre instalações — construções como fábricas e siste em oferecer a “combinação essencial”23 de
escritórios, e equipamento fixo como geradores, qualidade ao seu produto a um preço justo, o que
elevadores ou computadores — e equipamento envolve estabelecer preços “razoavelmente bai-
acessório — ferramentas, equipamentos portáteis xos”24 mas, ainda assim, com elevada qualidade, o
e equipamento de escritório. Estes produtos não que pode envolver a introdução de versões menos
integram o produto final, sendo a sua função a de caras de produtos já estabelecidos no mercado
colaborar na sua produção ou nas operações da ou redesenhar o produto no sentido de oferecer
empresa; maior qualidade pelo mesmo preço ou a mesma
z Fornecimentos e serviços (Supplies and services): qualidade a um preço inferior;
os fornecimentos compreendem fornecimentos z Preço pelo valor acrescentado (Value-added pri-
operacionais (e.g., papel, lubrificantes, lápis) e cing): a empresa acrescenta valor à sua oferta de
material de reparação e manutenção (e.g., tintas, mercado, diferenciando o seu produto, proporciona-
pregos), enquanto os serviços incluem serviços de do um retorno do investimento “adequado”25, justifi-
manutenção e reparação (e.g., reparação de um cando a opção pelo produto, com o objetivo de evitar
computador) ou serviços de aconselhamento (e.g., uma guerra de preços entre empresas concorrentes.
serviços jurídicos, consultoria, publicidade).
Estabelecer o preço deverá ter em conta, também,
PREÇO o ciclo de vida do produto. Na fase do lançamento de
um produto no mercado, particularmente no que diz
É a quantia monetária cobrada na aquisição de respeito a ofertas inovadoras, a empresa pode esco-
um bem ou serviço, i.e., aquilo de que se abdica na lher entre duas estratégias:
aquisição de um produto, ou, em sentido mais lato, «a
soma de todos os valores que os consumidores trocam z Preço de desnatação do mercado (Market-skim-
pelos benefícios de ter ou usar um bem ou serviço»22 ming pricing): a empresa, quando lança um novo
e serve como medida de avaliação entre diferentes produto, estabelece, inicialmente, preços elevados
alternativas de produtos, quer em termos do sacrifí- no sentido de tirar partido de segmentos do merca-
cio que se faz na sua compra (e.g., o custo monetário do mais propensos a novos produtos ou cujo poder
ou temporal), quer como forma de inferir acerca da de compra faça destes menos sensíveis ao preço, de
sua qualidade. forma a recuperar os custos de desenvolvimento;
O processo de definição de um preço para o pro- z Preço de penetração no mercado (Market-pene-
duto, incluindo descontos e financiamentos, tem em tration pricing): consiste em estabelecer um preço
vista o impacto não apenas econômico, mas também baixo para um novo produto, abaixo do preço dos
psicológico de uma precificação. O responsável por produtos concorrentes, de forma a atrair o maior
essa área deve cuidar da lista de preços e passar aos número de clientes no menor espaço de tempo
vendedores os descontos por quantidades adquiridas possível, tirando partido de economias de escala e
e, principalmente, se o preço será competitivo diante da capacidade produtiva da empresa.
da concorrência.
A definição do preço de um produto deve ter em No entanto, a opção por estabelecer o preço quan-
conta o valor criado para o consumidor. No entanto, do este integra um conjunto de produtos pode levar a
há empresas que produzem produtos com qualidade, empresa a optar por entre várias estratégias de defi-
mas com pouco valor para o cliente, lógica essa que nição de preço, visando a maximização dos lucros do
está por trás da definição de preços baseados nos cus- seu mix, tais como:
tos (Cost-based pricing). Duas formas comuns de defi-
nição de preços segundo este método são: z Preço da linha de produtos (Product line pricing):
ao invés de definir o preço “produto-a-produto”26,
z Preço custo-mais (Cost-plus pricing): o preço é a opção pode passar por estabelecer ou ajustar o
estabelecido acrescentando, aos custos de produ- preço do conjunto de ofertas que constituem a sua
ção, uma margem de lucro fixa, ou uma percenta- linha de produtos (product line), tendo em conta as
gem desses mesmos custos; suas diferenças ao nível de custos, a avaliação dos
z Preço mark-up (Mark-up pricing): consiste no cál- consumidores e preços concorrentes;
culo do preço do produto através de uma percenta- z Preço do produto cativo (Captive-product pri-
gem sobre os custos ou sobre o preço de venda, que cing): o preço do produto básico é baixo, enquanto
permita fazer face aos custos correntes (overhead o preço de produtos necessários ao seu funciona-
costs) e atingir determinada taxa de retorno, pre- mento ou para a melhoria da sua performance é
definida pela empresa. elevado;
z Preço em duas partes (Two-part pricing): no caso
Quanto à definição de preço baseado no valor dos serviços, o seu preço pode ser dividido numa
(value-based pricing), que reverte o processo de defi- parte fixa e noutra variável, consoante a frequên-
nição de preço através dos custos, centrando-a no cia da sua utilização. O montante fixo deve ser
cliente, i.e., tem em conta a sua percepção de valor, baixo o suficiente para incentivar a compra, sendo
distingue-se entre: que o lucro advém das taxas de utilização;

22 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 639.
23 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 641.
24 FERRELL, O. C.; HARTLINE, M. Marketing strategy (5ª ed.) Cengage Learning, 2010, p. 248.
25 BERENDS, W. Price & profit: The essential guide to product & service pricing and profit forecasting. Berends & Associates, 2004, p. 45.
396 26 PRIDE, W. M.; FERRELL, O. C. Foundations of marketing. Cengage Learning, 2008, p. 332.
z Preço pelo conjunto (Product-bundle pricing): qual os intervenientes agem de forma indepen-
consiste em combinar vários produtos e colocar dente dos demais, sendo que a relação se baseia,
este conjunto no mercado a um preço reduzido, simplesmente, na compra e venda uns aos outros.
juntando dois ou mais produtos, habitualmente Nenhum dos membros tem muito controle sobre
complementares, e estabelecer um preço único, os restantes, procurando apenas maximizar os
frequentemente mais baixo do que o preço a ser seus próprios lucros;
cobrado caso esses produtos fossem adquiridos z Sistema de integração vertical (Vertical marke-
individualmente. ting system): é um sistema no qual se verifica uma
“cooperação formal”29 entre vários canais, como
PRAÇA (DISTRIBUIÇÃO) produtores, grossistas e/ou retalhistas, no sentido
de maximizar a eficiência dos canais de distribui-
Preocupa-se com a disponibilização dos produtos ção, reduzindo custos, através de um conjunto de
aos seus mercados consumidores. Produzir um pro- acordos orientados para “a produção e distribui-
duto e disponibilizá-lo ao consumidor final exige a ção de um produto ou conjunto de produtos espe-
existência de uma rede de relações entre clientes, for- cíficos”.30 A sua gestão encontra-se centralizada e
necedores e revendedores, integrados na cadeia logís- podem ser integrados, controlados e contratuais;
tica da empresa. Assim, a distribuição refere-se aos z Sistema de integração horizontal (Horizontal
canais através dos quais o produto chega aos clientes marketing system): ocorre quando duas ou mais
e inclui pontos de vendas, pronta-entrega, horários e empresas do mesmo nível do canal de distribuição
dias de atendimento e diferentes vias de compra. acordam trabalhar em conjunto, de forma provisó-
A cadeia de distribuição inclui as “atividades rio e permanente investindo recursos, no sentido
necessárias à transformação de matérias primas em de tirar partido de uma oportunidade de negócio.
bens ou serviços e colocá-las nas mãos dos consumi-
dores ou clientes empresariais”27. A gestão da cadeia O número de membros do canal a ser utilizado em
de distribuição tem como objetivo sincronizar as exi- cada nível do mesmo define a sua amplitude, na qual
gências dos clientes com o fluxo de matérias primas três escolhas são possíveis:
dos fornecedores, que se traduz em relações duradou-
z Distribuição intensiva (Intensive distribution):
ras entre os membros da cadeia logística, de forma
consiste em disponibilizar o produto no maior
a reduzir ineficiências, custos e maximizar lucros. O
número de locais de venda possível, com o objeti-
movimento do produto através da cadeia logística é
vo de maximizar a cobertura do mercado. É utili-
facilitado através dos canais de distribuição ou canais
zada, sobretudo, para bens de conveniência;
de marketing, definidos como “o conjunto de organi-
z Distribuição exclusiva (Exclusive distribution):
zações interdependentes envolvidas no processo de
quando o produtor, intencionalmente, limita o
disponibilizar o produto para uso ou consumo”.28 A
número de intermediários que distribuem os seus
maioria desses canais possui intermediários, (também
produtos numa determinada área geográfica,
denominados como membros do canal, revendedores
sobretudo quando se trata de produtos comprados
ou agentes), que facilitam o processo de distribuição,
esporadicamente, com elevado preço e de elevada
entre o produtor e o consumidor. O número de inter-
qualidade (e.g., carros de luxo);
mediários define a extensão do canal de distribuição:
z Distribuição seletiva (Selective distribution): o
produtor utiliza apenas alguns intermediários na
z Canal de marketing direto (ou venda direta; Direct
distribuição, sendo particularmente utilizado no
distribution channel): consiste na venda do produ-
caso de produtos de aquisição, cujo modelo de
to diretamente ao consumidor, sem a existência de
negócio obriga a uma distribuição mais intensa do
intermediários (e.g., venda por catálogo ou compras
que a distribuição exclusiva mas cujos custos de
online, “lojas de fábrica” e os próprios prestadores
venda e distribuição ou questões relacionadas com
de serviço que executam o serviço diretamente ao
a diferenciação do produto tornam a distribuição
consumidor, como os cabeleireiros e dentistas);
intensiva desadequada, permitindo quer uma boa
z Canal de marketing indireto (Indirect distribu-
cobertura do mercado quer um maior controlo da
tion channel): contém, pelo menos, um interme-
cadeia de distribuição.
diário (e.g., grossista ou retalhista, supermercados,
conveniências e até as próprias livrarias). PROMOÇÃO (COMUNICAÇÃO)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na tentativa de racionalizar custos, controlar os A promoção ou comunicação é utilizada para


canais de distribuição, organizar o trabalho de cada “informar, persuadir e lembrar os potenciais compra-
canal, estabilizar os fornecimentos e aumentar a coor- dores de um produto, com o propósito de influenciar
denação dos seus integrantes, são possíveis diversos a sua opinião ou fomentar uma resposta”31, resultan-
tipos de acordos, entre estes: do “[n]a coordenação dos esforços de comunicação no
sentido de influenciar atitudes e comportamentos”.32
z Sistema convencional de marketing (Conven- Concretiza-se através de um conjunto de ferramen-
tional marketing system): é um sistema multiní- tas que mistura publicidade, promoção de vendas,
vel de organização de canais de distribuição, no relações públicas, venda pessoal, marketing direto e

27 SOLOMON, M. R.; MARSHALL, G. W.; STUART, E. W. Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 448.
28 Kotler, P.; Keller, K. Marketing and Management (12ª ed.). Pearson Prentice Hall, 2006, p. 468.
29 Solomon, M. R.; Marshall, G. W.; Stuart, E. W. Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 463
30 Etgar, M. Effects of administrative control on efficiency of vertical marketing systems. Journal of Marketing Research, 13 (1), 1976, p. 12
31 Lamb, C. W.; Hair Jr, J. F.; McDaniel, C. D. MKTG 5 (5ª ed.). Cengage Learning, 2011.
32 Solomon, M. R.; Marshall, G. W., Stuart, E. W. (2011). Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 350. 397
online marketing que a empresa utiliza, no sentido z Marketing direto (Direct marketing): consiste na
de comunicar a sua proposta de valor, desenvolver e comunicação da empresa diretamente a um indi-
manter relações favoráveis com o cliente, informan- víduo pertencente ao seu mercado-alvo, através de
do-o e persuadindo-o, de forma a melhor aceitar o diversos média não pessoais (e.g., televisão, rádio,
produto da empresa, fomentando, assim, a procura. imprensa escrita, telefone [telemarketing], correio
Uma vez que os clientes entram em contato com [correio direto; direct mail], e-mail ou websites,
a oferta de uma empresa através de vários pontos de catálogos);
contato, pelos quais a empresa pretende fazer passar z Online Marketing: é a comunicação realizada
a sua mensagem, torna-se necessário transmitir uma através da internet. A internet permite uma comu-
mensagem clara, consistente e convincente acerca da nicação em tempo real com o consumidor, através
empresa e das suas marcas, através da comunicação dos websites criados pelas próprias empresas ou
integrada de marketing, de forma a evitar que o con- pelas redes sociais (e.g., e-commerce).
sumidor absorva “mensagens conflituosas de diferen-
tes fontes que podem resultar em imagens confusas VANTAGEM COMPETITIVA
sobre a empresa, posicionamentos da marca e rela-
ções com o consumidor”33 e maximizar o impacto no RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO
consumidor.
Dentre as principais ferramentas de promoção, A competitividade do mercado, cada vez mais acir-
encontram-se: rada, tem levado organizações a buscar novas estraté-
gias para sobreviver. O marketing de relacionamento,
z Propaganda (Advertising): é uma forma paga, não ou novo marketing — aquele embasado em relaciona-
pessoal e unidirecional de promoção de ideias, mentos de longo prazo, duradouros e na satisfação das
bens, serviços ou pessoas. Os principais veículos necessidades e expectativas dos clientes — tem sido uma
da propaganda são os mass media (e.g., televisão, estratégia muito válida utilizada para a fidelização, reten-
rádio, imprensa escrita, outdoors). Tem como van- ção e consequentemente aumento da lucratividade.
tagens o fato de atingir um elevado número de pes- Ao longo do tempo, muitas mudanças vêm ocor-
soas de um só vez, tornando o custo por contacto rendo na economia globalizada, essas mudanças
reduzido, embora os custos totais de investimento trouxeram como consequência um acirramento da
tendam a ser elevados, e a empresa tem controle concorrência e da competição, trouxeram mais riscos
sobre a mensagem transmitida. No entanto, a men- e oportunidades para todos e impulsiona empresas a
suração dos seus resultados pode ser difícil e pode fazer melhorias significativas não apenas para com-
ser pouco eficiente como meio de atingir determi- petir e prosperar, mas simplesmente para sobreviver.
nados mercados-alvo; Ninguém está imune ao impacto da globalização
z Promoção de vendas (Sales promotion): consiste e muitas organizações têm sido impelidas a aplicar as
em incentivos de curto-prazo à compra ou venda mudanças através de novas estratégias, programas de
de um produto ou serviço, (e.g., amostras grátis, qualidade, reestruturação ou fusões e aquisições para
cupões, concursos, prémios), com o objetivo de acompanhar as transformações que vêm ocorrendo,
estimular a sua comercialização, encorajando, pois as estratégias utilizadas anteriormente não produ-
por exemplo, a aquisição de novos produtos ou zem os mesmos resultados nesta nova era competitiva
chamando a atenção de clientes mais sensíveis ao que está sendo estabelecida rapidamente nas empresas.
preço; O marketing de relacionamento tem sido ampla-
z Relações públicas (Public relations): consiste em mente utilizado pelas empresas como diferencial
manter relações com os diversos públicos (e.g., con- competitivo, principalmente no setor de serviços,
sumidores, fornecedores, acionistas, agentes gover- para a retenção e fidelização dos clientes. O marke-
namentais, empregados e a comunidade na qual ting de relações é necessário para o desenvolvimento
a empresa opera) com os quais a empresa lida, de de liderança, fidelidade do cliente e a rápida aceitação
forma a criar e a manter uma boa imagem sobre a de novos produtos e serviços no mercado.
empresa, a fim de obter boa publicidade, definida Relações sólidas e duradouras com clientes não
como informação pública, não paga, sobre a empre- constituem tarefas fáceis, sua manutenção e perma-
sa ou a sua proposta de valor sob a forma de notícia nência são difíceis, porém em um tempo em que o
num veículo de mass media, mas também trabalhar cliente tem cada vez mais possibilidades, uma rela-
o consumidor acerca dos objetivos da empresa, ção pessoal é a única forma de manter a fidelidade do
introduzir novos produtos e colaborar nas vendas. cliente. Embora a satisfação dos clientes seja primor-
Para além disso, preocupa-se em apresentar notí- dial para qualquer empresa bem sucedida, é compro-
cias negativas sobre a empresa na perspectiva o vado que a satisfação isoladamente não é suficiente
mais otimista possível, procurando resolver situa- para manter a fidelidade do cliente.
ções de conflito e acordo entre as partes; Atualmente, uma das palavras que mais está em
z Venda pessoal (Personal selling): ocorre quando é evidência é a globalização. No início parecia que não
a própria força de vendas da empresa a comuni- teria tanta influência na vida das empresas e das pes-
car os seus produtos, numa relação diática entre soas, mas hoje está consolidada e é quase unanimi-
o vendedor e comprador, que tentam fazer valer dade mundial a importância para a continuidade dos
os seus objetivos (o vendedor procura maximizar mercados e da sobrevivência das empresas.
receitas e lucros, enquanto o comprador pretende A globalização trouxe consigo a abertura dos mer-
minimizar custos). Apesar de ser mais cara do que cados e o aumento da concorrência no mundo todo.
a propaganda, é, geralmente, mais eficaz no senti- Hoje as empresas concorrem tanto com os mercados
do de fomentar a compra; internos, quanto com o mercado internacional.
398 33 Kotler, P.; Armstrong, G.; Wong, V.; Saunders, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 696.
Cada cliente, individualmente, pode ter seu valor REFERÊNCIAS
maximizado de acordo com o seu potencial de negó-
cios em relação à determinada organização. Nesta DUARTE, Joslaine Chemim. Marketing de Rela-
perspectiva, não só a aquisição, mas também a reten- cionamento: Uma Estratégia para a Fidelidade
ção de clientes passa a ser estrategicamente relevante. do cliente numa Agência Bancária. Florianópo-
Se, pela perspectiva organizacional, a retenção lis, 2003. Disponível em: https://www.passeidireto.
pode implicar em maior rentabilidade, na perspectiva com/arquivo/95404195/46096-01. Acesso em: 12
do cliente, a manutenção e a fidelidade de suas com- jan. 2022.
pras com determinada organização implicam em um
estado de fidelidade. Entre os resultados de pesquisas, COMO LIDAR COM A CONCORRÊNCIA
a satisfação do cliente é apontada como antecedente
da fidelidade, clientes satisfeitos voltam a fazer negó- Peter Druker constitui uma das mais importantes
cios com as empresas, e, por conseguinte, permane- referências teóricas da administração em vendas, pois
cem fiéis e são retidos pela empresa. se debruçou sobre questões contemporâneas, como os
A partir do exposto das relações cliente-empresa efeitos da globalização na economia. Para ele, a orga-
no mercado, verifica-se que a satisfação é fator impor- nização adapta-se à globalização quando consegue
tante para a construção da fidelidade, pois, quanto oferecer o produto ou serviço prestado certo para o
maior a satisfação, maior a fidelidade. público certo e no momento certo, realizando adequa-
As empresas buscam a satisfação das necessida- da distribuição e estipulação de preço.
des dos seus clientes, sendo assim, o marketing pos- A organização nunca pode parar de aprender sobre
sui uma função extremamente importante dentro da o mercado em que atua e seus rivais, devendo procu-
organização, proporcionando uma maneira diferen- rar formas de melhorar sua posição competitiva.
te de enfocar o relacionamento da empresa com seu No mesmo sentido, Michel Porter, teórico da com-
mercado consumidor. petitividade e da vantagem competitiva, trouxe gran-
Neste sentido é que ocorreu a grande mudança em des contribuições na área. Cumpre mencionar como
relação à estratégia de atuação em marketing, passan- exemplo as “Cinco Forças de Porter”, as quais serão
do do marketing tradicional com vistas a uma visão vistas mais adiante.
de distribuição focado no produto, para uma visão
de relacionamento com o foco no cliente. Assim as GLOBALIZAÇÃO NAS EMPRESAS
empresas começam a ampliar seus mercados, e tam-
bém, procuram reter os seus clientes, tornando-se Considerando que o monopólio é nocivo para as
cada vez mais competitivas. organizações, Peter Drucker defende que o aprendi-
A manutenção de um relacionamento de longo zado sobre o mercado em que se atua seja constan-
prazo com os clientes é importante, pois leva à vanta- te. Além disso, a fim de obter vantagem competitiva
gem econômica e ao crescimento das receitas e lucra- e diminuir os custos com propaganda, a organização
tividade ao longo do tempo. O foco na manutenção da deve ter a capacidade de chegar a um nível de exce-
fidelidade dos clientes poderá conservar a sua organi- lência no mercado e de alcançar proveito que a leve às
zação bem à frente da concorrência, à frente até mes- seguintes condições:
mo daqueles cujos custos unitários são inferiores aos
seus. z Oferecer o produto certo;
É interessante preocupar-se com a fidelidade tam- z Apresentar esse produto na hora certa;
bém, pois existem diversas fontes que dão evidências z Focar esse produto para o público certo.
de que os custos de captação de clientes são signifi-
cativamente superiores aos de manutenção. É cerca COMPETIÇÃO E MERCADO (MICHAEL PORTER)
de seis vezes mais caro conseguir um cliente novo,
que manter um já existente. Esse valor pode variar Michael Porter desenvolveu, na vantagem compe-
de acordo com o setor, no entanto ainda há excesso titiva, aquelas que são consideradas as cinco forças,
de esforços na captação de clientes, embora exista a dentre elas duas maiores ameaças as quais a organi-
conscientização da rentabilidade ocasionada pela zação deve dominar e se preparar para influenciar no
fidelidade. mercado em que atua.
Em contrapartida, o cliente fiel é mais barato pois
Rivalidade entre concorrentes;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

realiza compras adicionais; possui a possibilidade z


de adquirir serviços diferentes e complementares z Poder de negociação do Cliente;
daqueles que foram contratados; não se preocupa em z Poder de barganha do fornecedor;
fazer pesquisas de preço; conhece os processos, logo z Ameaça de produtos substitutos;
tem menos dúvidas, exigindo menor tempo dos aten- z Ameaça de novos concorrentes.
dentes; e faz divulgações de serviços através da pro-
paganda “boca-a-boca”. BENCHMARKING
A proposta deste trabalho realizado na empre-
sa “Foco Informática Ltda” — empresa do ramo de Uma importante ferramenta para obtenção de vanta-
aplicações baseadas em Tecnologia da Informação gem competitiva e qualificação do atendimento, prestação
e Comunicação, com revenda de equipamentos de de serviços ou processos de produção é o benchmarking.
informática, celulares e Assistência Técnica —, con- O termo representa uma pesquisa feita no mercado, para
sistiu em verificar a influência da satisfação na fideli- que, analisando melhores práticas, qualifique-se aquilo
dade do cliente, servindo de diretriz estratégica para que a organização oferece aos seus clientes.
definir políticas de fidelização, relacionando os fato-
res considerados falhos e os atributos considerados z Benchmarking Governamental: Feito junto aos
importantes pelos clientes em relação à satisfação. governos de outros países; 399
z Benchmarking Competitivo: Feito junto aos concor- a decoração, mas, ainda assim, é complicado de
rentes e rivais; experimentar antes. Vamos pensar, como exem-
z Benchmarking Funcional: Feito junto aos concor- plo, em um corte de cabelo. Você nunca cortou o
rentes ou outro departamento da mesma organi- cabelo na “Barbearia do Manuel” e foi até lá pela
zação, buscando um elemento específico; primeira vez. Você só vai ter certeza de que o corte
z Benchmarking Setorial (Departamental): Feito inter- de cabelo é bom depois de cortar, não é mesmo?
namente, junto a outro setor ou departamento da O que provavelmente você faria é ficar atento ao
mesma organização. redor, buscando a sensação de experimentação.

REFERÊNCIAS Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por


isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compramos ou
Como as 5 forças de Porter podem ajudar o posi- adquirimos algo pela reputação da organização. Veja
cionamento da empresa. HSM University, 2021. a importância de um atendimento personalizado;
Disponível em: https://hsmuniversity.com.br/blog/
5-forcas-de-porter/. Acesso em: 12 jan. 2022. z Inseparabilidade: Serviços, diferentemente de
MENDES, Tatyane. Conheça Peter Druker, consi- produtos, são consumidos no momento em que são
derado o “pai” da Administração moderna. Na criados, portanto de maneira simultânea e não são
Prática, 2019. Disponível em: https://www.naprati- separados no instante em que é oferecido. Podemos
ca.org.br/peter-drucker-pai-da-administracao-mo- dizer que é indissociável. Tomemos, como exem-
derna/. Acesso em: 12 jan. 2022. plo, uma aula presencial. Caso você acabe perden-
do a aula, não terá como voltar. Mesmo que você
NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU combine com o professor de repetir essa aula, ela
INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE E nunca será a mesma, pois são muitas variáveis que
VARIABILIDADE DOS PRODUTOS BANCÁRIOS influenciam o momento de realização de uma aula;
z Variabilidade: Diferentemente dos produtos, que
Para tratar do tema, precisarei, primeiro, comen- são homogêneos, os serviços são heterogêneos,
tar sobre o setor bancário, pois, nele, há muita com- pois não têm uma certa uniformidade. O serviço
petitividade, não é mesmo? Basicamente, os bancos é único e, cada vez que é feito, a entrega será dife-
oferecem produtos e serviços bem semelhantes, sen- rente. Aqui, serve o exemplo da aula também: por
do o marketing bancário algo necessário.
mais que a organização se esforce para entregar
Nesse momento, você deve estar se perguntando o
que isso tem a ver com as características do serviço. Ini- um serviço igual, nunca será. A variabilidade ocor-
cialmente, é preciso que saiba que, em termos comuns re da combinação tanto de quem está entregando
de comparação, os termos produto e serviço consti- o serviço quanto do cliente. É um resultado da
tuem coisas diferentes. Os bancos, apesar de oferece- interação das partes;
rem produtos, necessitam de um ótimo serviço, para z Perecibilidade: Os serviços devem ser consumi-
persuadir (influenciar) o cliente. Neste sentido, o mar- dos assim que são criados/produzidos, simples-
keting bancário é bem diferente dos de outros setores. mente pelo fato de não ser mais possível a sua
O marketing diferencial dos bancos é a imateriali- utilização. Não é estocável/armazenável e não será
dade de seus produtos. Como exemplo, imagine uma feito de maneira antecipada.
venda de seguros. O cliente, normalmente, fecha o
seguro, por causa do contato personalizado que terá
com a empresa, ou seja, pelo contato pessoal. Eviden- Imateriais
temente, outros aspectos são também importantes,
como: o layout, o ambiente, os recursos físicos e tudo
o que se possa ter uma noção de tangibilidade. Aliás, Bancários Inseparáveis
esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo PRODUTOS
que é intangível e deixá-lo mais tangível. Prestação de
Variáveis
Após essa breve introdução, vamos ao tema! Serviços

z O que é produto?
Perecíveis
Produto é algo material, tangível, estocável, dura-
douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade,
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA FÍSICA E DE
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita PESSOA JURÍDICA
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro-
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, GERENCIAMENTO DA CARTEIRA DE CLIENTES34
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen-
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os Essa é uma atividade estratégica e fundamental,
produtos são mais facilmente experimentados, dife- que permite conhecer melhor o seu público-alvo e
rentemente dos serviços. saber quais compradores estão ativos.
Características dos Serviços Mais que isso, a prática ajuda a ampliar a carteira
de clientes de forma saudável. Tudo isso porque você
z Intangibilidade: Não são vistos ou provados antes traça estratégias de atração e fidelização. O resultado é
de serem adquiridos, pois a experimentação é o melhor custo-benefício, com maior aproveitamento
difícil de ocorrer. Aliás, usamos outras manei- das oportunidades de venda e potencial para alcançar
ras de experimentar, como o visual do local ou mais sucesso no relacionamento com os compradores.
34 GERENCIAMENTO da carteira de clientes: como prever riscos e encontrar oportunidades? Serasa Experian, 2020. Disponível em: https://empre-
400 sas.serasaexperian.com.br/blog/gerenciamento-da-carteira-de-clientes/. Acesso em: 10 jan. 2022.
Para atingir todos esses benefícios, é necessário De toda forma, lembre-se de que o foco deve ser
entender o que significa gerenciar a carteira de clien- uma parceria duradoura e saudável. Por isso, cole-
tes e quais são as boas práticas. É o que vamos mos- te dados para saber o que os compradores gostam
trar neste artigo. e entre em contato em datas importantes, como as
comemorativas, os aniversários e os períodos de cam-
O que é o Gerenciamento da Carteira de Clientes? panha promocional.

Gerenciar a carteira de clientes significa organi- z Desenvolvimento de Relacionamentos


zar e sanear as informações dos consumidores para
identificar oportunidades, saber quais estão ativos e A gestão de carteira tem como foco o desenvol-
antecipar necessidades. Portanto, é uma prática fun- vimento de relacionamentos. Essa é a chave para a
damental para melhorar os resultados da empresa e retenção e a fidelização de clientes. É importante des-
estabelecer relacionamentos de longo prazo. tacar que a prática de gerenciamento abrange seleção,
Nesse contexto, é preciso saber o que a carteira contatos, custo-benefício, definição de metas e análise
de clientes significa. Ela é formada por consumidores de indicadores.
frequentes da sua empresa. Esses são os ativos. No Por isso, é preciso dedicar atenção especial àqueles
entanto, ela também é composta por pessoas que já que valem a pena. A triagem é necessária para focar
adquiriram algum produto ou serviço, mas deixaram os clientes que trazem mais retorno e lucratividade.
de comprar há algum tempo. Eles estão inativos. De toda forma, lembre-se de ser flexível e responsá-
Nesse segundo caso, é possível reativá-los a par- vel. Em alguns casos, é preferível preservar um consu-
tir de estratégias específicas de retenção de compra- midor estratégico, ainda que ele esteja inativo.
dores. Como dizia o pai do marketing, Philip Kotler, A razão para isso é simples: o cliente inativo
“conquistar um novo cliente custa de 5 a 7 vezes mais pode indicar seu negócio para outras pessoas, como
que manter um atual”. amigos e familiares. Assim, ainda que ele não com-
A frase resume bem por que é importante geren- pre, você consegue obter benefícios e desenvolver
ciar a carteira de clientes. Por meio dessa abordagem, relacionamentos.
você traça estratégias precisas, que permitem aumen-
tar a receita e alcançar uma base suficiente para man- z Fidelização de Clientes
ter vendas constantes.
A fidelização ocorre quando um cliente sempre
Como o Gerenciamento da Carteira Impacta o compra na sua empresa, em detrimento da concor-
Relacionamento com Clientes? rência. O ideal é ter um grande número de consumi-
dores fiéis, porque tende a aumentar a recorrência e a
previsibilidade de receita do seu negócio.
Um relacionamento sólido com os compradores é
Para controlar as informações, vale a pena contar
o que faz sua empresa girar. Sem clientes, o negócio
com um sistema de gerenciamento da carteira. Com
não se sustenta — e é fácil perceber isso. Por mais que
ele, você identifica objeções dos consumidores e defi-
colaboradores, estoque e dinheiro sejam fundamen-
ne o que pode ser feito para atraí-los e retê-los. Da
tais, nada disso existe sem pessoas para adquirir pro-
mesma forma, traça estratégias para os vendedores
dutos ou serviços.
adotarem processos padronizados.
Esse é um dos pilares essenciais de qualquer negó-
cio. Por isso, criar um relacionamento de longo prazo
Por que o Gerenciamento da Carteira é Importante
com os clientes é fundamental para um bom gerencia-
para as Finanças do seu Negócio?
mento de carteira de compradores. Como esses dois
aspectos se relacionam? Explicamos melhor, a seguir.
Apresentar um alto nível de inadimplência é um
perigo. A falta de pagamentos desequilibra as finan-
z Compreensão das Necessidades
ças, prejudica o nível do capital de giro e pode fazer
sua empresa deixar de honrar os compromissos em
Os motivos para alguém deixar de comprar no seu dia.
estabelecimento são variados. Muitas vezes, a opção Ao gerenciar a carteira de clientes, você controla o
pela concorrência acontece devido a: índice de maus pagadores e descobre quem está nes-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sa lista. Desse modo, você desenvolve estratégias de


„ mau atendimento; cobranças e ajusta o limite de crédito conforme o risco
„ falta de qualidade nos itens comercializados; de inadimplência.
„ baixo mix de produtos; É o caso de um comprador sempre adquirir seus
„ preços elevados; produtos ou serviços, mas nos últimos 5 meses, ele
„ redução do custo-benefício. atrasou os pagamentos. Pode ser que ele esteja desem-
pregado ou passando por algum problema financeiro.
A gestão da carteira permite compreender quais Nessa situação, é possível criar algumas ações, como
são as necessidades dos clientes ativos e inativos, a oferecer descontos para o pagamento das compras à
fim de atendê-las e evitar a perda de consumidores. vista e a realização de acordos.
Em relação àquelas pessoas que já deixaram de com- Lembre-se de que é importante fazer a consulta
prar na sua empresa, é importante fazer uma triagem. ao CPF e CNPJ a cada operação. Isso porque um com-
Veja o perfil, as oportunidades e os riscos implica- prador pode deixar de ser um bom pagador, se algum
dos. A partir disso, trace estratégias para recuperar imprevisto acontecer na sua vida financeira.
somente aqueles que forem bons clientes. Essa deci- Além desse benefício, existem outros que podem
são deve ser tomada porque nem todos os comprado- ser citados ao fazer o gerenciamento da carteira. Veja
res valem o esforço. quais são eles! 401
z Diminuição dos Riscos de Fraude e Perdas Tenha em mente que o acompanhamento da car-
Relacionadas teira de clientes é uma responsabilidade de vende-
dores e gestores. Junto aos colaboradores, você tem o
Conhecer as características dos seus clientes per- dever de analisar os dados e verificar oscilações nas
mite elaborar ações corretas. As perdas com compra- vendas. Desse modo, é possível agir de maneira proa-
dores de alto risco são reduzidas. Ao identificar esses tiva e identificar os gargalos, em vez de só descobrir
compradores, é possível antecipar o recebimento do algum problema quando ele já estiver instalado.
crédito concedido ou oferecer a possibilidade de com-
pras somente à vista. z Aumento da Eficiência

z Avaliação de Novas Oportunidades de Negócio A triagem realizada na carteira de clientes contri-


bui para o bom gerenciamento. Por meio dessa prática,
Conduzir vendas com segurança é importante, você deixa de empregar esforços em compradores que
mas as novas oportunidades de negócio precisam ser não trazem bons resultados, e foca aqueles que surtirão
identificadas sempre. A gestão da carteira de clientes efeitos positivos. Desse modo, sua gestão se torna mais
ajuda nesse propósito. Ao descobrir as características eficiente e de acordo com o planejamento estratégico.
dos compradores, fica mais fácil saber do que eles gos-
tam e fazer ofertas direcionadas. z Segurança em Relação a Fornecedores
Esse conhecimento também serve de base para a
elaboração de estratégias. Os softwares contribuem O gerenciamento da carteira previne problemas
para esse objetivo, porque permitem descobrir quais de venda e produção, porque você identifica a deman-
épocas são mais arriscadas e quais clientes geram da — inclusive, as sazonais — e analisa os riscos dos
mais oportunidades. fornecedores. Da mesma forma, investe na atuação
dos vendedores para que eles também passem segu-
z Aumento das Vendas rança aos clientes. Assim, o relacionamento entre sua
empresa e esses dois lados parceiros é fortalecido.
Gerir a carteira de clientes aumenta o faturamento
e as vendas pelo aproveitamento das oportunidades Quais Informações Precisam Ser Monitoradas?
e melhoria da lucratividade. Os fatores que ajudam a
atingir esses objetivos são a organização das informa- Ter uma visão completa da carteira de clientes
ções e o conhecimento aprofundado do público-alvo. requer um acompanhamento abrangente. Diferentes
Dessa maneira, sua empresa se diferencia no mer- informações devem ser analisadas para chegar aos
cado e tem maior chance de maximizar o lucro e o insights esperados e à definição da saúde financeira do
sucesso do seu negócio. Aqui, também entra a análise cliente, ou seja, sua capacidade de manter os pagamen-
de dados. A coleta e o processamento das informações tos em dia. Então, em quais aspectos sua empresa deve
favorecem a mensuração da eficiência das ações e a focar?
previsão de demanda. Assim, são corrigidos desvios e
identificadas tendências. z Informações Cadastrais

Quais são os Benefícios do Gerenciamento da Contemplam dados pessoais ou empresariais do


Carteira de Clientes? cliente, que pode ser pessoa física ou jurídica. Do
primeiro caso, é importante conferir endereço, tele-
Os aspectos apresentados antes mostram bem a fone, e-mail, RG e CPF. Por sua vez, se você vender
importância de gerenciar a carteira de clientes. Sua para outras companhias, analise a situação do CNPJ,
empresa precisa dessa prática para entender o públi- da razão social, do setor de atividades e do controle
co-alvo, criar estratégias e melhorar seus resultados. societário. Ainda não deixe de confirmar o telefone e
No entanto, ainda há mais benefícios. endereço.
A confirmação dos dados garante que você entra-
z Auxílio às Tomadas de Decisão rá em contato sempre que quiser. Assim, em caso de
inadimplência, será possível conversar com o cliente
Os dados coletados ao gerenciar a carteira de clien- e fazer um acordo para o pagamento. Além disso, a
tes permitem definir o que sua empresa deve fazer. A prática evita golpes, já que o vendedor garante que os
partir deles, você descobre qual é o melhor momento documentos realmente são da pessoa que está com-
para realizar pedidos de produtos, quais estratégias de prando o produto ou o serviço.
venda são mais eficientes e as ofertas mais indicadas
para o público-alvo, de acordo com suas preferências. z Classificação de Risco de Crédito

z Acompanhamento Diário das Informações dos Mostra se o consumidor mudou seus hábitos de
Clientes pagamento. Para isso, é preciso usar uma ferramenta
especializada, que vai avaliar os últimos 12 meses de
Os sistemas de gestão da carteira informam como rotinas de compras. Se ele permanecer um bom paga-
está o status da empresa e se é preciso fazer alguma dor, pode continuar oferecendo as mesmas condições
mudança para aproveitar as oportunidades. Com eles, e até oferecer descontos em algumas situações.
você realiza a confirmação cadastral do comprador Por sua vez, se houve alguma alteração, ajuste o
e verifica se houve alguma mudança no histórico de limite de crédito para evitar problemas. Em alguns
pagamentos. Caso seja uma tentativa de fraude, tam- casos, a depender do histórico negativo, vale a pena
402 bém fica mais fácil identificar e evitar. negar a concessão de vendas a prazo para evitar riscos.
Além disso, uma solução especializada vai medir Assim, você consulta o CPF e CNPJ, verifica como
a probabilidade de inadimplência futura a partir de está o score de crédito do consumidor, descobre seu
score e rating. Essas duas pontuações são determina- histórico de pagamento e evita golpes e fraudes.
das a partir dos dados do cliente. Outras ações eficazes executadas pelo software são:

z Anotações de Inadimplência „ acompanhamento do número de vendas em


tempo real;
Sinalizam se os clientes têm ampla probabilidade „ monitoramento do desempenho dos vendedores;
de deixarem o débito em aberto. Entre as anotações „ identificação do risco de inadimplência;
de inadimplência estão incluídos: „ enriquecimento e higienização da base de
dados por meio da triagem;
„ protestos; „ automação das pesquisas em bancos de dados
„ ações executivas; externos;
„ falências; „ identificação de pendências no nome do cliente;
„ participações em falências; „ manutenção de um relacionamento de longo
„ cheques; prazo e saudável com os compradores.
„ pendências comerciais;
„ pendências financeiras. Junto a isso, pode realizar um planejamento eficaz
para conquistar mais clientes e fidelizar os antigos.
O objetivo é verificar como está o perfil do com-
prador, seja pessoa física, seja pessoa jurídica. Assim, z Desenvolvimento de Metas
você toma decisões mais precisas para evitar proble-
mas financeiros no futuro. O planejamento da empresa sempre deve contem-
plar metas — e o gerenciamento da carteira de clien-
Como Desenvolver uma Boa Gestão da Carteira de tes também requer esse cuidado. Pense nos objetivos
Clientes? estratégicos e defina quais metas devem ser atingidas.
Nesse momento, é importante pensar em algumas
O bom relacionamento com os compradores é questões. Veja as principais:
um dos objetivos do gerenciamento da carteira. Para
ser eficiente, é preciso aplicar as boas práticas, que
„ Qual é seu foco no momento atual?
incluem mais do que a organização e a triagem dos
„ Quais são as expectativas de médio e longo
nomes. A estratégia é essencial nesse trabalho.
prazos?
O que traz resultados positivos? Acompanhe algu-
„ O que é importante conquistar na atualidade?
mas ideias.
Pode ser que seu propósito seja atrair clientes,
z Criação de Hábitos e Rotinas para o Monitoramento
aumentar o ticket médio, realizar uma divulgação
mais eficiente etc. Qualquer que seja o objetivo, é
O gerenciamento da carteira de clientes exige
importante verificar o que é preciso fazer para alcan-
monitoramento constante. O ideal é verificar se hou-
çar o patamar esperado.
ve mudança nos hábitos de consumo e pagamento dos
Aqui, tenha em mente que as metas devem ser
compradores, se houve alterações no score de crédito
desafiadoras, mas nunca impossíveis. O propósito é
e outros sinais que indicam potenciais riscos.
Da mesma forma, o monitoramento pode apre- que elas incentivem a busca de bons resultados, mas
sentar o crescimento de um cliente empresarial, por não deixem a equipe desmotivada.
exemplo. Aí está uma oportunidade de vender mais e Ainda é importante cuidar da qualidade das
aumentar o ticket médio desse comprador. vendas, em vez da quantidade. Quando o foco é o
Lembre-se sempre de também controlar a inadim- aumento, por si só, podem ser gerados pedidos com
plência. Aqui, pode ser usada a análise de crédito, que faturamento baixo, o atendimento pode ter uma piora
abrange a avaliação do histórico financeiro, a capaci- com o maior número de clientes e várias boas opor-
dade de pagamentos e a identificação de pendências. tunidades podem ser perdidas. É preferível perder
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tenha em mente que, quanto mais completo for esse uma venda hoje e oferecer um bom atendimento, que
trabalho, mais confiável será a carteira de clientes. traga bons frutos no futuro, a fazer a comercialização
Por fim, o monitoramento da inadimplência do produto de forma ineficiente e ter sua reputação
mostra o comportamento de compra dos consumi- afetada com isso.
dores ao longo do ano. Desse modo, são identifica-
dos os períodos mais arriscados e quais geram mais z Elaboração de Políticas de Crédito
oportunidades.
Sua empresa deve definir uma boa política de
z Uso de Tecnologia crédito e cobrança, a fim de evitar a inadimplência
e garantir a eficiência do gerenciamento da carteira.
A automação de atividades ajuda a alcançar Para isso, é importante identificar o perfil do clien-
melhores resultados. Mesmo que sua empresa seja de te inadimplente e estabelecer os parâmetros usados
pequeno porte, é fundamental contar com um sistema para determinar quando a venda a prazo será conce-
de gerenciamento da carteira de clientes. Ele ajuda a dida ao comprador.
controlar as tarefas e simplificam a troca de informa- Algumas boas práticas para elaborar a política de
ções e de comunicação. crédito são: 403
„ fazer um levantamento de dados para conhe- z Agilidade: O cliente tem pressa e, a depender do
cer a situação da sua empresa e definir o que tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
precisa ser feito; xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
„ utilizar os 5 Cs do crédito, ou seja, caráter do imprescindível;
cliente para honrar os compromissos assumi- z Comunicação: É o elo entre as partes, por isso, é
dos, capacidade de pagamento dele, capital preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
(representa a saúde financeira), condições que entendimento no que está sendo repassado.
podem afetar a quitação da dívida (como o
desemprego) e colateral, que é o engajamento Você percebeu a necessidade de certos padrões
do comprador em outros débitos em aberto; para manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a
„ criar um manual para servir de base e ser con- organização conseguirá alcançar os objetivos do aten-
sultado sempre que necessário; dimento e do relacionamento interpessoal, como: a
„ implementar a política de crédito, para coletar satisfação dos clientes, a diferenciação, o aumento
dados para verificação posterior; de clientes, a boa interação e, claro, a qualidade no
„ mensurar os resultados e fazer ajustes, a fim atendimento.
de saber se as determinações condizem com as
necessidades da empresa. MARKETING DE RELACIONAMENTO

z Uso de Outras Ferramentas para a Consulta de O foco do marketing de relacionamento está nos
Crédito clientes já existentes. É claro que toda organização
deseja conquistar novos clientes, mas apostar em
A tecnologia também pode ajudar de outras formas. uma relação permanente e duradoura fará até mes-
Você pode adotar ferramentas de pagamento via inter- mo com que a organização consiga uma economia nos
net, por exemplo, para facilitar a quitação dos valores seus gastos de marketing e publicidade de maneira
em aberto e diminuir a chance de inadimplência. surpreendente.
A régua de cobrança é outra possibilidade. A Para que uma empresa possa ter seu foco nos
ideia é definir quando mensagens automáticas serão clientes já existentes e não somente na angariação de
enviadas para lembrar o consumidor da necessidade novos, conseguir apostar no marketing relacional e
de pagamento. Isso evita esquecimentos e mantém o fidelizar seus clientes, deverá ter em atenção alguns
bom relacionamento com o cliente. pontos: conhecer bem o cliente, saber comunicar
e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua
NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONAMENTO fidelidade.
Problemas com relacionamento e atendimento
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci- existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces- potencializar a perda de clientes, que normalmente
sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco ocorrem por negligência em alguma área.
das organizações. Como observamos anteriormente, No atendimento, as negligências são conhecidas
o cliente terá uma determinada experiência e a sua como sete pecados capitais:
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua z Apatia: Relacionada à indiferença no tratamento,
fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje sem demonstração de interesse;
é o relacionamento. z Má vontade: Falta de ação ou atitude por parte do
Existem certos pontos interessantes que serão atendente;
benéficos para se manter um padrão de qualidade, z Frieza: Atendimento entendido como distante,
claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele sem observar os desejos do cliente;
é um serviço e você já conhece as características que z Desdém: Quando o atendente demonstra um
norteiam o serviço. “ar” de superioridade e trata o cliente com certo
O atendimento tem certas utilidades, a começar: desprezo;
z Robotismo: Atendimento engessado;
z Recepcionar: É o primeiro momento com o cliente z Apego às normas: Atendimento sem flexibilidade;
e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse z Jogo de Responsabilidade: Quando o atendente
quesito, é importante o cumprimento adequado, não assume a responsabilidade e “joga” para os
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo demais ou outros setores.
nome e use as expressões de senhor ou senhora
(independente da idade); CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:
z Informar: Todos nós esperamos receber informa- (LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA)
ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Se você não souber uma determinada informa- A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhe-
ção, peça um instante para obtê-la e a repasse ao cida como Código de Defesa do Consumidor (CDC),
cliente; estabeleceu as regras de proteção ao consumidor. Sua
z Orientação: Um dos papéis da linha de atendi- edição foi necessária, porque, até a promulgação da
mento é orientar o cliente, seja nos próximos pas- Constituição Federal de 1988 (CF/88), os adquirentes
sos ou nas situações do momento; de produtos e serviços não possuíam normas próprias,
z Amenizar: É de responsabilidade também do pes- tendo que fundamentar a defesa de seus direitos no
soal da linha de frente acalmar o cliente em um antigo Código Civil de 1916 e nas seguintes legislações:
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar Decreto nº 869/1938 (Lei de Crimes Contra a Econo-
com uma situação de conflito e “destempero”; mia Popular); Decreto-Lei nº 22.626/1943 (Lei da Usu-
404 ra); Lei Delegada nº 4/1962, que cuida da intervenção
estatal no domínio econômico para a garantia de dis- do consumidor promovida por meio do Estado é uma
tribuição de produtos de primeira necessidade; Lei nº das denominadas cláusulas pétreas.
4.137/1962 (Lei de Repressão do Poder Econômico), Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
que instituiu o Sistema Brasileiro de Defesa da Con- objeto de modificação por meio de qualquer proposta
corrência e criou o CADE – Conselho Administrativo de Emenda Constitucional tendente a abolir ou esva-
de Defesa Econômica, estruturado, atualmente, pela ziar a defesa dos direitos do consumidor.
Lei nº 12.529, de 2011. A segunda proteção encontra-se no art. 170, da CF,
Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui- de 198836, de modo que a defesa do consumidor cons-
riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a
tituiu um dos princípios pelo qual a ordem econômica
defesa do consumidor passou a ser tida como um
direito fundamental, tornou-se, também, um prin- brasileira é estabelecida. Assim, a defesa do consumi-
cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio dor é princípio de ação política do Estado brasileiro,
legislador constituinte que determinou a elaboração uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
de um código para a defesa do consumidor. Assim, o para o consumidor. Como consequência, o Estado
Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990 e poderá intervir na ordem econômica fundamentado
deu efetividade ao comando constitucional para inau- na defesa e interesses dos consumidores.
gurar um novo microssistema de proteção. Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitu-
cionais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cen-
Dica to e vinte) dias da promulgação da CF/88 para que o
Sabe o porquê de estudar o CDC para o concur- Congresso Nacional elaborasse o Código de Defesa do
so almejado? Porque o CDC é aplicado às ins- Consumidor. Trata-se, portanto, de uma resposta legal
tituições financeiras. É neste sentido a Súmula protetiva.
297, do Superior Tribunal de Justiça: “O Código Embora a CF, de 1988, tenha estabelecido o prazo
de Defesa do Consumidor é aplicável às institui- para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-
ções financeiras”. poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi
observado, uma vez que o Código foi promulgado em
O CDC é uma norma relativamente enxuta, com- 11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
posta por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados reu em 11 de março de 1991.
em seis títulos. Em concursos públicos, a cobrança Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
do CDC envolve, basicamente, os tópicos conceituais; cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
as hipóteses de aplicabilidade e a própria letra da lei de proteção ao consumidor são de ordem pública e
(legislação “seca”). Deste modo, o presente estudo será
interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri-
voltado para esses pontos, tendo, como parâmetro, o
concurso de carreiras bancárias, em especial, os dois gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica-
primeiros títulos da norma. das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica,
em mente que, para melhor compreendê-la, é primor- equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
dial entender sua estrutura e identificar as ideias mais Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regular
importantes da legislação. Por essa razão, é extre- os contratos de consumo e limitar a autonomia da von-
mamente importante ler o texto de lei e tentar com- tade, além de impossibilitar a renúncia do consumidor
preender os pontos mais importantes dos artigos, sem quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo os casos
precisar, contudo, decorá-los.
de expressa disposição em sentido contrário. Vale lem-
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
brar que normas de ordem pública são aquelas que
TÍTULO I – DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR revestem valores importantes para toda a coletividade,
isto é, que transcendem aos interesses particulares.
Os direitos do consumidor compreendem o pri- Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela-
meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou seja,
do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada um deles: a presença de um consumidor e de um fornecedor,
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga
Art. 1 O presente código estabelece normas de pro- respeito ao fornecimento de um produto ou serviço.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
teção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. Relação Jurídica de
48 de suas Disposições Transitórias. Consumo

O art. 1º, do CDC, reporta-se a três dispositivos


constitucionais. A primeira proteção encontra-se no
art. 5º, XXXII, da CF/8835, isto é, no Título “Dos Direitos
Elementos subjetivos:
e Garantias Fundamentais”. Assim sendo, a proteção Consumidor e
Elemento objetivo:
ao consumidor constitui um dos direitos e deveres Produto ou Serviço
Fornecedor
individuais e coletivos. Como consequência, a defesa
35 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá,
na forma da lei, a defesa do consumidor.
36 Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor. 405
Para tanto, o CDC traz os seguintes conceitos nos por fim, que a teoria finalista mitigada leva em consi-
arts. 2º e 3º: consumidor, fornecedor, produto e servi- deração a vulnerabilidade, conceito que será estuda-
ço. Vejamos tais conceitos: do posteriormente.
Se o caput traz o conceito de consumidor em senti-
Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica do estrito, o Parágrafo Único estabelece o conceito de
que adquire ou utiliza produto ou serviço como des- consumidor em sentido coletivo, de modo a equipa-
tinatário final. rar ao consumidor a coletividade de pessoas, mesmo
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a cole- que indetermináveis, que aja intervindo nas relações
tividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que de consumo, como, por exemplo, no caso de compra
haja intervindo nas relações de consumo. de um alimento por uma pessoa, para ser consumido
Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, por diversas outras em sua residência, de modo que,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem se todos sofrem lesão em decorrência do produto,
como os entes despersonalizados, que desenvolvem todos serão consumidores por equiparação, por terem
atividade de produção, montagem, criação, cons- intervindo na relação de consumo, mesmo que sem
trução, transformação, importação, exportação, firmar o contrato de consumo.
distribuição ou comercialização de produtos ou A finalidade do conceito é garantir a proteção cole-
prestação de serviços.
tiva do consumidor, de modo a ampliar a abrangência
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
do CDC para além do consumidor individualmente
material ou imaterial.
considerado na sua relação com o fornecedor, uma
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mer-
vez que se trata de interesse que transcende ao indi-
cado de consumo, mediante remuneração, inclusi-
ve as de natureza bancária, financeira, de crédito
víduo, ou seja, interesse difuso, coletivo e individual
e securitária, salvo as decorrentes das relações de homogêneo dos consumidores, conforme veremos
caráter trabalhista. pela leitura do texto do art. 81, do CDC. Atente-se ao
fato de que o art. 17 traz o conceito de consumidor
O caput do art. 2º traz o conceito de consumidor bystander e o art. 29, o conceito de consumidor em
em sentido estrito, que comporta três elementos: sentido amplo, exposto ou virtual. Portanto, são
mais dois dispositivos que ampliam o conceito de con-
sumidor e serão tratados posteriormente.
z Elemento Subjetivo: pessoa física ou jurídica;
Por outro lado, o caput do art. 3º conceitua for-
z Elemento Objetivo: que adquire ou utiliza produ-
necedor como aquele que desenvolve a atividade
to ou serviço;
profissional no mercado de consumo com habitua-
z Elemento Teleológico: como destinatário final.
lidade, especialização e com finalidade econômica.
Trata-se, portanto, de um conceito amplo que engloba
Portanto, consumidor é toda pessoa física ou jurí- as seguintes espécies: produtor, montador, criador,
dica, independentemente se brasileira ou não, que fabricante, construtor, transformador, importador,
adquire ou utiliza um produto ou serviço na qualida- exportador, distribuidor, comerciante e o prestador
de de destinatário final. de serviços.
O núcleo do conceito de fornecedor é a atividade
desempenhada, ou seja, somente é considerado forne-
Importante! cedor aquele que exerce a atividade de forma profis-
O conceito de consumidor abrange não só o sional, com habitualidade e com finalidade econômica.
Os §§ 1º e 2º, do art. 3º, trazem os conceitos dos obje-
adquirente, como também o usuário de produtos
tos da relação de consumo, ou seja, de produto e servi-
ou serviços colocados no mercado de consumo.
ço. Por produto, entende-se qualquer bem, seja móvel
ou imóvel, material ou imaterial, podendo ser forneci-
Cumpre mencionar, ainda, que o ponto central do do de forma remunerada ou não (ex.: amostra grátis).
conceito envolve compreender e delimitar o âmbi- As normas sobre as classificações dos bens não
to de incidência da expressão destinatário final, estão no CDC, mas no Código Civil.
ou seja, distinguir relação de consumo e a relação Por serviço, entende-se qualquer atividade for-
empresarial. Nesse sentido, três correntes dominam necida no mercado de consumo por meio de remu-
os debates. A primeira é a corrente objetiva ou mar- neração, seja ela direta ou indireta. A remuneração
xista, que dá à expressão “destinatário final” a maior indireta ocorre quando o custo do serviço já está
amplitude possível ao considerar o adquirente como embutido no preço de outro produto ou serviço ofer-
destinatário fático do produto ou serviço, por ter reti- tado pelo estabelecimento, como, por exemplo, no
rado este do mercado, sendo indiferente se o destina- caso de serviços de estacionamento em supermerca-
tário adquiriu o produto ou serviço com finalidades dos e shoppings ou o oferecimento de lavagem de veí-
lucrativas ou não, como, por exemplo, a empresa que culos em estacionamentos ou postos de combustível.
compra couro para produzir sapatos. Portanto, há a incidência do CDC mesmo em caso de
A segunda corrente é a corrente subjetiva ou
prestação de serviços aparentemente gratuitos.
finalista, que considera consumidor somente aque-
Sobre serviço, cumpre mencionar, ainda, que,
le não profissional que adquire produto ou contrata
serviço, de modo a esgotar em si mesmo o consumo, quando a prestação de serviços se dá com pessoalida-
sem qualquer finalidade lucrativa, como, por exem- de e subordinação, aplica-se a Consolidação das Leis
plo, a pessoa que adquire o sapato. Por fim, a terceira do Trabalho (CLT) e, não, o CDC, por se tratar de rela-
corrente é a finalista mitigada ou mista, que opta ção de trabalho. Já no caso dos profissionais liberais,
por analisar o caso concreto, para enquadrar como em regra, eles podem ser enquadrados como fornece-
destinatário final, como, por exemplo, o motorista de dores de serviços, ressalvando-se sua responsabiliza-
caminhão quando adquire o veículo ou a costureira ção mediante aferição de culpa nos termos do art. 14,
406 quando adquire a máquina de costura. Cabe destacar, § 4º, do CDC, que será explicado a frente.
Política Nacional das Relações de Consumo A vulnerabilidade pode ocorrer por fatores fáticos,
técnicos ou jurídicos. A vulnerabilidade fática refe-
A Política Nacional das Relações de Consumo é tra- re-se à própria situação socioeconômica do consumi-
tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos: dor face ao fornecedor, ou seja, em razão do poder
econômico do fornecedor ou do monopólio ou essen-
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu- cialidade do produto oferecido. A vulnerabilidade
mo tem por objetivo o atendimento das necessida- técnica está relacionada ao processo de elaboração,
des dos consumidores, o respeito à sua dignidade, fabricação ou prestação, uma vez que o consumidor,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses por não fazer parte desse processo, não detém conhe-
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, cimento pleno sobre o produto ou serviço. Por fim, a
bem como a transparência e harmonia das relações vulnerabilidade jurídica está ligada ao desconheci-
de consumo, atendidos os seguintes princípios: mento do consumidor com relação aos efeitos da obri-
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi- gação que contrai junto ao fornecedor ou aos casos
dor no mercado de consumo; de contratos de adesão, que, por ser produzido unila-
II - ação governamental no sentido de proteger efe-
teralmente pelo fornecedor, não há possibilidade de
tivamente o consumidor:
discussão de suas cláusulas pelo consumidor.
a) por iniciativa direta;
O segundo princípio é o Princípio da Intervenção
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
Estatal, que impõe a atuação do Estado no sentido de
associações representativas;
proteger o consumidor. Tal proteção pode ser feita
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso de
d) pela garantia dos produtos e serviços com
criação dos Serviços de Proteção ao Consumidor (Pro-
padrões adequados de qualidade, segurança, dura-
bilidade e desempenho.
con); por incentivos à criação e ao desenvolvimento
III - harmonização dos interesses dos participan- de associações representativas, de modo a oportuni-
tes das relações de consumo e compatibilização zar a organização dos consumidores; por meio da pre-
da proteção do consumidor com a necessidade sença do Estado no mercado de consumo, como nos
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de casos das atividades essenciais ou que digam respeito
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda ao interesse público; pela garantia dos produtos e ser-
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede- viços com padrões adequados de qualidade, seguran-
ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas ça, durabilidade e desempenho, de maneira a atender
relações entre consumidores e fornecedores; não só às necessidades dos consumidores, como a pró-
IV - educação e informação de fornecedores e con- pria viabilidade de inserção de produtos e serviços no
sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com mercado em razão dos padrões de exigência.
vistas à melhoria do mercado de consumo; O terceiro princípio tratado no art. 4º, do CDC, é o
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios Princípio da Harmonização dos Interesses. Tal prin-
eficientes de controle de qualidade e segurança de cípio busca equacionar os interesses dos participantes
produtos e serviços, assim como de mecanismos das relações de consumo, de modo a compatibilizar a
alternativos de solução de conflitos de consumo; proteção do consumidor com a necessidade de desen-
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu- volvimento econômico e tecnológico do fornecedor.
sos praticados no mercado de consumo, inclusive Em síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se
a concorrência desleal e utilização indevida de funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela-
inventos e criações industriais das marcas e nomes ções entre consumidor e fornecedor.
comerciais e signos distintivos, que possam causar O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza-
prejuízos aos consumidores; ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti-
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e
VIII - estudo constante das modificações do merca- a informação tanto do fornecedor, como do consu-
do de consumo. midor. Por conscientização, entende-se a busca tan-
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio- inclusão do tema nas grades curriculares das escolas,
nal e enumera os princípios aplicáveis a sua elabo- como na educação informal, como, por exemplo, nas
ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da ações dos Procons ou das associações civis.
Política Nacional das Relações de Consumo são cinco: O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC,
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se
z Atendimento das necessidades dos consumidores; do incentivo à criação de meios eficientes de contro-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

z Respeito a sua dignidade, saúde e segurança; le de qualidade e segurança de produtos e serviços


z Proteção de seus interesses econômicos; pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis-
z Melhoria da sua qualidade de vida; mos alternativos de solução de conflitos, tais como os
z Transparência e harmonia das relações de consumo. métodos extrajudiciais de solução de controvérsias,
como a arbitragem, mediação e conciliação.
Com relação aos princípios elencados no dispo- O sexto princípio é o Princípio da Coibição do
sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe- Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir
cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do e reprimir os abusos praticados no mercado de consu-
Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti-
a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em lização indevida de inventos e criações industriais de
regra, o fornecedor possui situação econômica supe- marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que
rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas possam causar prejuízos aos consumidores.
de elaboração do produto e execução do serviço, entre O sétimo princípio previsto é o Princípio da
outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de Racionalização e Melhoria dos Serviços Públicos,
vulnerabilidade, de modo que, para equilibrar a rela- ou seja, os serviços devem ser prestados de modo
ção jurídica de consumo, o CDC trata de forma desi- adequado e racional. Esse princípio será retomado
gual fornecedor e consumidor. quando for analisado o art. 22, do CDC, que trata da 407
obrigatoriedade de os serviços serem fornecidos de VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
forma adequada, eficiente, segura e, no caso de servi- vos com vistas à prevenção ou reparação de danos
ço essencial, de modo contínuo por parte dos órgãos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
públicos ou por intermédio de suas concessionárias. difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
O oitavo e último princípio disposto no art. 4º, do trativa e técnica aos necessitados;
CDC, é o Princípio do Estudo Constante das Modifi- VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi-
cações do Mercado de Consumo, ou seja, a necessi- ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
dade de constante averiguação da evolução de oferta processo civil, quando, a critério do juiz, for veros-
de produtos e serviços no mercado de consumo em símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;
decorrência do desenvolvimento de novas tecnologias
IX - (Vetado);
ou de novos hábitos.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
Por outro lado, o art. 5º, do CDC, estabelece os ins-
públicos em geral.
trumentos a serem utilizados na sua execução da polí- XI - a garantia de práticas de crédito responsável,
tica Nacional das Relações de Consumo. São eles: de educação financeira e de prevenção e tratamen-
to de situações de superendividamento, preservado
I - manutenção de assistência jurídica, integral e o mínimo existencial, nos termos da regulamenta-
gratuita para o consumidor carente; ção, por meio da revisão e da repactuação da dívi-
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa da, entre outras medidas;
do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter-
III - criação de delegacias de polícia especializadas mos da regulamentação, na repactuação de dívidas
no atendimento de consumidores vítimas de infra- e na concessão de crédito;
ções penais de consumo; XIII - a informação acerca dos preços dos produ-
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- tos por unidade de medida, tal como por quilo, por
sas e Varas Especializadas para a solução de lití- litro, por metro ou por outra unidade, conforme o
gios de consumo;
caso.
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi-
Parágrafo único. A informação de que trata o inci-
mento das Associações de Defesa do Consumidor.
so III do caput deste artigo deve ser acessível à
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tra-
pessoa com deficiência, observado o disposto em
tamento extrajudicial e judicial do superendivida-
regulamento.
mento e de proteção do consumidor pessoa natural;
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
VII - instituição de núcleos de conciliação e media- O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito
ção de conflitos oriundos de superendividamento. de proteção à vida, saúde e segurança como direito
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) fundamental contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados
Pode-se dizer que se trata de um rol meramente perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir,
exemplificativo. os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e
à segurança do consumidor e à responsabilização do
Dos Direitos Básicos do Consumidor fornecedor pelos acidentes de consumo.
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à
Os arts. 6º e 7º, do CDC, trazem os direitos funda- educação e divulgação sobre consumo adequado,
uma vez que é direito do consumidor a educação e
mentais do consumidor. Trata-se, portanto, dos prin-
a divulgação sobre consumo adequado dos produtos
cípios que regem as relações de consumo, tais como
e serviços, visando que as escolhas sejam realizadas
proteção à vida, saúde e segurança, educação e infor-
de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo
mação, não abusividade, equilíbrio contratual, pre-
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de
venção e reparação integral, entre outros.
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros
consumidores.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os
O inciso III estabelece o direito à informação, de
riscos provocados por práticas no fornecimento modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas
de produtos e serviços considerados perigosos ou as informações adequadas e claras sobre os diferentes
nocivos; produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua
II - a educação e divulgação sobre o consumo ade- prestação. O dever de informação refere-se à especifi-
quado dos produtos e serviços, asseguradas a liber- cação correta de quantidade, característica, composi-
dade de escolha e a igualdade nas contratações; ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos
III - a informação adequada e clara sobre os dife- riscos que podem apresentar o produto ou serviço.
rentes produtos e serviços, com especificação cor-
reta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como Importante!
sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e São desdobramentos do direito à informação a
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des- garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46,
leais, bem como contra práticas e cláusulas abu- do CDC, e as regras de redação dos contratos de
sivas ou impostas no fornecimento de produtos e adesão trazidas nos §§ 3º e 4º, art. 54, do CDC.
serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua O inciso IV trata do direito a não abusividade, ou
revisão em razão de fatos supervenientes que as seja, a proteção contra a publicidade enganosa e abu-
tornem excessivamente onerosas; siva, contra métodos comerciais coercitivos ou des-
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri- leais, assim como contra práticas e cláusulas abusivas
408 moniais e morais, individuais, coletivos e difusos; ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
Os conceitos de publicidade enganosa e abusiva, Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
inclusive por omissão, estão previstos no art. 37, do e da Reparação dos Danos
CDC. O elenco das práticas abusivas foi exemplifica-
do no art. 39. Por fim, a garantia de não exposição a Com relação à qualidade do produto e serviço, à
qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra-
ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis- tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo
ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais as regras preventivas.
consideradas abusivas no art. 51, do CDC.
O inciso V do art. 6º, do CDC, estabelece o direito Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer-
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual cado de consumo não acarretarão riscos à saúde
entende-se a garantia de modificação de cláusulas ou segurança dos consumidores, exceto os conside-
rados normais e previsíveis em decorrência de sua
contratuais que estabeleçam prestações despropor-
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores,
cionais ou sua revisão em razão de fatos superve-
em qualquer hipótese, a dar as informações neces-
nientes que as tornem excessivamente onerosas. Esse sárias e adequadas a seu respeito.
direito também é denominado de princípio da modi- § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri-
ficação das prestações desproporcionais ou princípio cante cabe prestar as informações a que se refere
da preservação. este artigo, através de impressos apropriados que
O inciso VI, do art. 6°, do CDC, trata do direito à devam acompanhar o produto.
prevenção e reparação integral, de modo a impor a § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos
completa reparação de danos patrimoniais e morais, e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ou serviços, ou colocados à disposição do consumi-
quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,
dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada,
depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde-
quando for o caso, sobre o risco de contaminação.
nização por dano moral nos contratos de consumo,
ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os
Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro-
valores indenizatórios com base nas características.
duto ou o serviço da relação de consumo não devem
O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus-
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi-
tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso
dores. No entanto, existem riscos considerados nor-
aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
mais e previsíveis, que são da própria natureza de
prevenção ou reparação de danos.
determinados produtos ou serviços, como, por exem-
Esse princípio deve ser conjugado com o art. 5º, do
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
CDC, que prevê, como instrumentos de execução da
podem trazer determinado risco no seu manuseio.
Política Nacional das Relações de Consumo, a institui-
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de
ção ou a manutenção de assistência jurídica, integral periculosidade ou de nocividade é mais acentuada,
e gratuita para o consumidor carente, a instituição tais como no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de
de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor dedetização. Nesses casos, face à utilidade gerada com
e a criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas sua colocação no mercado, é necessário que o produto
e Varas Especializadas para a solução de litígios de ou serviço seja acompanhado de informações ostensi-
consumo. vas e adequadas sobre sua nocividade e periculosida-
O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o de, sem prejuízo de outras medidas no caso concreto,
direito à facilitação da defesa dos direitos, mani- nos termos do art. 9º.
festada por diversos mecanismos, tais como a soli-
dariedade passiva na reparação de danos (art. 7º), Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
a responsabilização objetiva por fato do produto ou cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
serviço (arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da rança deverá informar, de maneira ostensiva e
lide (art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no adequada, a respeito da sua nocividade ou periculo-
domicílio do consumidor-autor (art. 101, inciso I, do sidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas
CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova. cabíveis em cada caso concreto.
Por fim, o inciso X estabelece o direito à adequa-
da e eficaz prestação dos serviços públicos. A Lei nº 13.486, de 2017, inseriu os dois parágra-
Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe- fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata
da obrigação do fabricante de produto industrial de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lecidos pela norma não excluem outros decorrentes


de tratados ou convenções internacionais, da legis- prestar as informações relativas à segurança por meio
lação interna ordinária, de regulamentos expedidos de impressos apropriados que o acompanhem. Já o
pelas autoridades administrativas competentes, bem segundo trata da exigência de higienização dos equi-
como dos que derivem dos princípios gerais do direi- pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de
to, analogia, costumes e equidade. produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa-
damente sobre eventual risco de contaminação.
Art. 7º Os direitos previstos neste código não O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou
excluem outros decorrentes de tratados ou conven- nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá-
ções internacionais de que o Brasil seja signatário, vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo-
da legislação interna ordinária, de regulamentos cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de
expedidos pelas autoridades administrativas com- medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais
petentes, bem como dos que derivem dos princípios superam os benefícios trazidos.
gerais do direito, analogia, costumes e equidade. No entanto, existem casos em que esse risco só
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, é detectado após a colocação do produto ou serviço
todos responderão solidariamente pela reparação no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga-
dos danos previstos nas normas de consumo. do a comunicar o fato imediatamente às autoridades 409
competentes e aos consumidores, mediante anúncios § 1º O produto é defeituoso quando não oferece a
publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi- segurança que dele legitimamente se espera, levan-
são, às suas expensas. do-se em consideração as circunstâncias relevan-
tes, entre as quais:
Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer- I - sua apresentação;
cado de consumo produto ou serviço que sabe ou II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
deveria saber apresentar alto grau de nocividade esperam;
ou periculosidade à saúde ou segurança. III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos- § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
teriormente à sua introdução no mercado de con- fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
sumo, tiver conhecimento da periculosidade que no mercado.
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen- § 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou
te às autoridades competentes e aos consumidores, importador só não será responsabilizado quando
mediante anúncios publicitários. provar:
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § ante- I - que não colocou o produto no mercado;
rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, II - que, embora haja colocado o produto no merca-
às expensas do fornecedor do produto ou serviço. do, o defeito inexiste;
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de pericu- III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
losidade de produtos ou serviços à saúde ou segu-
rança dos consumidores, a União, os Estados, o z Tipos de Responsabilidade Civil no CDC:
Distrito Federal e os Municípios deverão informá-
-los a respeito. „ Responsabilidade objetiva (3 elementos): Con-
duta (ação ou omissão) + Dano (resultado) + Nexo
Trata-se do chamado recall. de Causalidade (a conduta gerou o resultado);
Se por um lado o CDC busca privilegiar a prevenção, „ Responsabilidade subjetiva (4 elementos):
por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por esse Conduta (ação ou omissão) + Dano (resultado) +
motivo que um dos direitos fundamentais do consumi- Nexo de Causalidade (a conduta gerou o resul-
dor é a reparação integral, sendo que a responsabilida- tado) + Culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
de é solidária, conforme estudado no inciso VI, do art.
6º e Parágrafo Único, do art. 7º, respectivamente. Assim O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri-
sendo, o CDC dedicou seção própria para disciplinar a buir a responsabilidade objetiva do fabricante,
responsabilidade civil do fornecedor/prestador. produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou
importador pelos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons-
Importante! trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
A responsabilidade pode ser apurada em três como por informações insuficientes ou inadequadas
esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra- sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto,
ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil, de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde-
ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a pende da existência de culpa.
conduta gere um dano ao consumidor. Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é,
desde a concepção do produto até a sua divulgação.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilida- Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo.
de civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei-
o fato do produto ou serviço. Vício refere-se a uma tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede
impropriedade ou inadequação do objeto de consumo ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam
quanto a sua qualidade ou quantidade, atingindo a os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris-
esfera econômica do consumidor, como, por exemplo, cos decorrentes da própria natureza do produto, ten-
um aparelho eletrônico que não liga ou não funciona do em consideração sua apresentação, uso e riscos
adequadamente ou um alimento embalado como 1 razoáveis e a época em que foi colocado em circula-
(um) quilo, mas que contém somente 900 (novecentos) ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou
gramas. Fato diz respeito ao denominado acidente de
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente.
consumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de
que vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer-
como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli-
de forma errada e que pode explodir ou um alimento
cando melhor: o fato de existirem computadores ou
contaminado. telefones celulares com novas tecnologias não torna
Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade os produtos anteriores defeituosos.
civil pelo fato do produto ou serviço: O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden-
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri-
Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor, nacio-
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que:
nal ou estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores z Não colocou o produto no mercado, como, por
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons- exemplo, nos casos decorrentes de falsificação do
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen- produto;
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem z Embora tenha colocado o produto no mercado, o
como por informações insuficientes ou inadequadas defeito inexiste, ou seja, que o produto foi devida-
410 sobre sua utilização e riscos. mente fabricado ou o serviço regularmente prestado;
z A culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei- O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje-
ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili- tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre
zado em voltagem incorreta e pega fogo. com o produto, o acidente de consumo decorrente
de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon-
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do sabilização do fornecedor, independentemente da
comerciante. Como regra, o acidente de consumo existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
ocorre por um defeito no processo de fabricação do dos aos consumidores pela existência de defeito ou
produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro- informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo:
duto, diferente do que ocorre com o vício, a responsa- serviço de dedetização com aplicação de veneno em
bilidade principal é sempre do fabricante, construtor, dosagem acima do recomendado, de modo a causar
produtor ou importador, respondendo o comerciante intoxicação ao consumidor.
apenas quando o fabricante, o construtor, o produtor O § 1º, do art. 14, que traz o conceito de serviço
ou o importador não puderem ser identificados ou, defeituoso, ou seja, aquele que não fornece a segu-
podendo, não o são de fato. rança esperada ao consumidor, tendo em vista as cir-
Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto cunstâncias relevantes, entre as quais o modo do seu
é, aqueles colocados no mercado sem processos indus- fornecimento, o resultado e risco que dele são espera-
triais ou de transformação, como uma refeição servi- dos e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência
da em restaurante ou a venda de cereais a granel no de informação adequada sobre a profundidade de
varejo. Também há responsabilidade do comerciante uma piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede
no caso de o produto fornecido sem identificação cla- que mergulhou no local.
ra do seu fabricante, produtor, construtor ou impor- O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13.
tador. Por fim, há a responsabilidade no caso de má Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da
conservação do produto, como nas hipóteses de pro- evolução das técnicas de execução de um serviço.
duto com lacre violado ou mau acondicionado. Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
somente pelo fato de existirem técnicas mais moder-
Art. 13 O comerciante é igualmente responsável, nas para sua execução.
nos termos do artigo anterior, quando:
Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu-
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o impor-
tador não puderem ser identificados;
dentes de responsabilidade. De acordo com o
II - o produto for fornecido sem identificação clara do dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon-
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o
III - não conservar adequadamente os produtos defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor
perecíveis. ou de terceiro.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje-
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi-
contra os demais responsáveis, segundo sua parti- lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto,
cipação na causação do evento danoso. deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais
para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço
prestado por um médico em seu consultório, a res-
Importante! ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve
Em decorrência da dificuldade de prova, o Pará- negligência, imprudência ou imperícia.
grafo Único, do art. 13, estabelece a possibilidade Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor
de o consumidor ingressar com a demanda em para proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do
face de todos os integrantes da cadeia de produ- denominado consumidor bystander, ou seja, aque-
ção/fornecimento por meio de ação regressiva, la vítima que não participou diretamente do negócio,
de modo a resolver entre si a questão em confor- mas sofreu as consequências do evento danoso. São
midade com sua participação no evento danoso. exemplos:

z Aparelho celular que explode com terceiro que


Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen- não aquele que comprou o aparelho;
dentemente da existência de culpa, pela reparação z Avião que cai em uma residência e mata, além de
dos danos causados aos consumidores por defeitos seus passageiros, os moradores do local.
relativos à prestação dos serviços, bem como por
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

informações insuficientes ou inadequadas sobre Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se
sua fruição e riscos. aos consumidores todas as vítimas do evento.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias rele- Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil
vantes, entre as quais: pelo vício do produto ou serviço. Vejamos:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
se esperam; duráveis ou não duráveis respondem solidariamen-
III - a época em que foi fornecido. te pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
adoção de novas técnicas. que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- como por aqueles decorrentes da disparidade, com
bilizado quando provar: a indicações constantes do recipiente, da embala-
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; gem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei-
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tadas as variações decorrentes de sua natureza,
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- podendo o consumidor exigir a substituição das
rais será apurada mediante a verificação de culpa. partes viciadas. 411
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de produto, a responsabilidade civil por vício do produ-
trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa- to também é objetiva, recaindo tanto sobre produtos
mente e à sua escolha: duráveis como não duráveis.
I - a substituição do produto por outro da mesma A durabilidade do produto ou serviço está relacio-
espécie, em perfeitas condições de uso; nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-
II - a restituição imediata da quantia paga, mone- midor. Assim, considera-se produto durável aquele
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
que não se consuma imediatamente, possuindo vida
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
útil com duração razoável, tais como, automóveis,
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução celulares, computadores; já os serviços duráveis são
ou ampliação do prazo previsto no § anterior, não aqueles cujos efeitos são por prazo também razoáveis,
podendo ser inferior a sete nem superior a cento e tais como reforma ou pintura de imóvel ou assistência
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula técnica de eletrodoméstico, entre outros.
de prazo deverá ser convencionada em separado, Em contrapartida, produtos não duráveis são
por meio de manifestação expressa do consumidor. aqueles cujo consumo importa em destruição imedia-
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das ta da substância ou em lapso temporal muito peque-
alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de
razão da extensão do vício, a substituição das par- higiene pessoal; serviços não duráveis são aqueles
tes viciadas puder comprometer a qualidade ou que perduram por um prazo bem curto, tais como ser-
características do produto, diminuir-lhe o valor ou viços de transporte, lavagem de automóvel, manicure,
se tratar de produto essencial.
entre outros.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
De acordo com o caput do art. 18, complementado
do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
a substituição do bem, poderá haver substituição
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, consumo os produtos cujos prazos de validade este-
mediante complementação ou restituição de even- jam vencidos; os produtos deteriorados, alterados,
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
nos incisos II e III do § 1º deste artigo. fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou,
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, ainda, aqueles em desacordo com as normas regula-
será responsável perante o consumidor o fornece- mentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
dor imediato, exceto quando identificado claramen- os produtos que, por qualquer motivo, se revelem ina-
te seu produtor. dequados ao fim a que se destinam. São exemplos: os
§ 6º São impróprios ao uso e consumo: produtos perecíveis, tais como alimentos, cujo prazo
I - os produtos cujos prazos de validade estejam se encontra fora da validade ou brinquedo falsificado
vencidos; ou que não atenda às normas técnicas de fabricação
II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
ou segurança.
dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º
dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamen-
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve- destas possibilidades:
lem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente z Pedir a substituição do produto por outro da mes-
pelos vícios de quantidade do produto sempre que, ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por
respeitadas as variações decorrentes de sua natu- produto diverso mediante complementação ou
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações restituição de eventual diferença de preço;
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem z Pedir a restituição imediata da quantia paga, mo-
ou de mensagem publicitária, podendo o consumi- netariamente atualizada, sem prejuízo de even-
dor exigir, alternativamente e à sua escolha: tuais perdas e danos;
I - o abatimento proporcional do preço; z Pedir o abatimento proporcional do preço.
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o res-
IV - a restituição imediata da quantia paga, mone- sarcimento do valor pago ou a diminuição do seu
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais preço.
perdas e danos. O consumidor não precisa aguardar o prazo legal
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do para fazer uso dessas alternativas se, em razão da
artigo anterior. extensão do vício, a substituição das partes viciadas
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quan- puder comprometer a qualidade ou características do
do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto
utilizado não estiver aferido segundo os padrões essencial.
oficiais. O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
que, em razão da qualidade ou quantidade, se tornem mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes dimi- cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes de Ao consumidor, cabe optar por uma destas alter-
disparidade. Exemplo: computador cuja memória ou nativas:
processador é inferior ao informado nas suas especi-
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior z Abatimento proporcional do preço;
412 ao especificado na embalagem. Semelhante ao fato do z Complementação do peso ou medida;
z Substituição do produto por outro da mesma espé- Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
cie, ou por produto diverso, mediante comple- total ou parcial, das obrigações referidas neste arti-
mentação ou restituição de eventual diferença de go, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
preço; pri-las e a reparar os danos causados, na forma
z Restituição imediata da quantia paga. prevista neste código.

O art. 20, do CDC, disciplina a responsabilida- Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne-
de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja, cedor desconhecer o vício de qualidade por inade-
aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou quação dos produtos e serviços não o exime de sua
que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aqueles responsabilidade.
decorrentes de disparidade com relação à oferta pu-
blicitária. Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios
serviços impróprios, isto é, aqueles que se mostram de qualidade por inadequação dos produtos e servi-
inadequados para o fim que dele se espera, assim co- ços não o exime de responsabilidade.
mo aquele que não atende às normas regulamentares
de prestabilidade, tais como serviço de funilaria de O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
automóvel que descasca na semana seguinte à reali- produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia
zação; planos de prestadoras de telefonia móvel com decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
serviço indisponível; planos de saúde sem cobertura ela é assegurada ao consumidor independentemente
prevista, entre outros. Nesses casos, pode o consumi- de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
dor optar pelas seguintes alternativas: reexecução dos por vício no serviço ou produto.
serviços, sem custo adicional ou realização deste por
terceiro capacitado, por conta e risco do fornecedor; Art. 24 A garantia legal de adequação do produto
restituição imediata da quantia paga; abatimento pro- ou serviço independe de termo expresso, vedada a
porcional do preço. exoneração contratual do fornecedor.

Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos São modalidades de garantia:


vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por z Garantia legal
aqueles decorrentes da disparidade com as indica-
ções constantes da oferta ou mensagem publicitá- „ É obrigatória;
ria, podendo o consumidor exigir, alternativamente „ Independe de termo expresso;
e à sua escolha: „ Vedada exoneração do fornecedor;
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e „ 30 dias produtos e serviços não duráveis;
quando cabível; „ 90 dias produtos e serviços duráveis.
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
z Garantia contratual
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada „ Não é obrigatória;
a terceiros devidamente capacitados, por conta e „ Depende de termo expresso;
risco do fornecedor. „ É complementar à garantia legal.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem
inadequados para os fins que razoavelmente deles Portanto, quem fixa a garantia legal é o CDC. Já as
se esperam, bem como aqueles que não atendam as partes podem fixar a garantia contratual, que é com-
normas regulamentares de prestabilidade. plementar a legal. Deste modo, este prazo começa a
valer após expirado o prazo da garantia legal. Exem-
Dica plo: se para determinado produto a garantia legal é de
30 (trinta) dias, mas o fornecedor concede 7 (sete) dias
Não há, no CDC, previsão expressa de vício de de garantia contratual. Na realidade, serão 37 (trinta
quantidade do serviço. No entanto, aplica-se, por e sete) dias no total.
analogia, o artigo do CDC que trata do vício de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

quantidade do produto. Dica


O art. 22 trata dos serviços públicos, sejam estes O prazo de garantia legal não está no art. 24. Ele
prestados pelos órgãos públicos diretamente ou indi- é expresso no art. 26.
retamente pelas empresas concessionárias, permis-
sionárias ou autorizadas. Complementando o art. 24, o art. 25, do CDC, veda
A responsabilidade pelos serviços públicos é obje- a exoneração ou atenuação da garantia legal por meio
tiva e deve o serviço ser fornecido de modo adequado, de contrato, ou seja, o fato de não estar previsto em
eficiente, seguro e, no caso de serviço essencial, como contrato não retira a garantia do produto. Exemplo, o
serviço de água, iluminação e segurança pública, por fato de um estacionamento fixar placas dizendo que
exemplo, de forma contínua. não se responsabiliza pelo veículo não o exime de sua
responsabilidade.
Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláu-
outra forma de empreendimento, são obrigados a sula que impossibilite, exonere ou atenue a obri-
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, gação de indenizar prevista nesta e nas seções
quanto aos essenciais, contínuos. anteriores. 413
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação Se a decadência tem por efeito extinguir o direito,
do dano, todos responderão solidariamente pela a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para
reparação prevista nesta e nas seções anteriores. o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina-
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça da no art. 27, do CDC. Assim, o prazo para que o consu-
incorporada ao produto ou serviço, são responsá- midor ingresse com a ação para reparação dos danos
veis solidários seu fabricante, construtor ou impor- causados por fato do produto ou do serviço prescreve
tador e o que realizou a incorporação. em 5 (cinco) anos, contados a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria.
Os arts. 26 e 27, do CDC, estabelecem as regras
sobre decadência e prescrição. Assim: VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO –
Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes INADEQUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS
ou de fácil constatação caduca em: 30 produtos e serviços não duráveis
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser- Decadência
90 para produtos e serviços duráveis
viço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de Fato do produto ou do serviço – acidente de consumo
serviço e de produtos duráveis. Prescrição 5 anos
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término
da execução dos serviços. O art. 28, do CDC, trata da Desconsideração da
§ 2º Obstam a decadência: Personalidade Jurídica:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personali-
consumidor perante o fornecedor de produtos e ser-
dade jurídica da sociedade quando, em detrimento
viços até a resposta negativa correspondente, que
do consumidor, houver abuso de direito, excesso
deve ser transmitida de forma inequívoca;
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio-
II - (Vetado).
lação dos estatutos ou contrato social. A descon-
III - a instauração de inquérito civil, até seu encer-
sideração também será efetivada quando houver
ramento.
falência, estado de insolvência, encerramento ou
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decaden-
inatividade da pessoa jurídica provocados por má
cial inicia-se no momento em que ficar evidenciado
administração.
o defeito.
§ 1º(Vetado).
Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários
reparação pelos danos causados por fato do pro-
e as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
conhecimento do dano e de sua autoria.
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
Parágrafo único. (Vetado).
código.
Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz § 4º As sociedades coligadas só responderão por
culpa.
a responsabilidade do fornecedor para os casos de
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa
vícios aparentes ou de fácil constatação e não
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu-
somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá- causados aos consumidores.
veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim,
o consumidor possui 30 dias para reclamar de um Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio
alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de particular das pessoas que compõem o quadro socie-
um eletrodoméstico ou eletrônico. tário de determinada empresa, sempre que haja des-
Nos termos do § 1º, do art. 26, o prazo decadencial vio de finalidade ou abuso de direito em relação à
tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér- autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica.
mino da execução do serviço. Isto significa dizer que Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do con-
se um objeto, por exemplo, é comprado como presen- sumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, quer
te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen- abusivos quer fraudulentos quer ilícitos.
teado e não com a data da compra. Além disso, resguarda o consumidor no caso de
atos culposos graves, tais como a má administração,
que levem à falência, insolvência ou extinção da pes-
Importante! soa jurídica, permitindo também a desconsideração
Este dispositivo é aplicado no caso de vício apa- da pessoa jurídica.
rente ou de fácil constatação, ou seja, aquele que A desconsideração da personalidade jurídica pre-
pode ser facilmente detectado. Caso se trate de vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil.
vício oculto, o prazo decadencial terá início no A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é
momento em que ficar evidenciado o defeito, maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi-
com conformidade com o § 3º. dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de
direito, fraude ou confusão patrimonial.

O § 2º, do art. 26, traz as hipóteses de obstaculi- Das Práticas Comerciais


zação da decadência. São elas: reclamação formulada
pelo consumidor até a resposta negativa do fornece- As práticas comerciais estão disciplinadas nos
dor e a instauração de inquérito civil a cargo do Minis- arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici-
tério Público, até seu encerramento. Portanto, nestas dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de
414 hipóteses não computa o prazo. dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores.
O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con- composição, preço, garantia, prazos de validade
ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou e origem, entre outros dados, bem como sobre os
virtual. Assim: riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte, Parágrafo único. As informações de que trata este
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
determináveis ou não, expostas às práticas nele consumidor, serão gravadas de forma indelével.
previstas.
O art. 31, por sua vez, trata das características da
Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra- viços. São característica da oferta:
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º a todas
as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas z Informação correta, ou seja, verdadeira, não po-
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten- dendo ser engnosa;
cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do Puffing é uma técnica admitida no ordenamento
mercado, tais como oferta e publicidade. juridico em que há um exagero publicitário, denomi-
As regras acerca da oferta são tratadas nos arts. 30 nado dolus bônus. Exemplo: “melhor hamburger do
a 35 do CDC. Vejamos os dispositivos: mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
esta técnica só é permitida se a informação que cons-
Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien- ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele
temente precisa, veiculada por qualquer forma ou que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser
meio de comunicação com relação a produtos e ser- melhor hamburger do mundo para Fulano e não ser
viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece- para Beltrano.
dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra
o contrato que vier a ser celebrado. z Informação clara e de entendimento de imediato;
z Informação precisa e exata. Exemplo: pacote com
O princípio da vinculação da oferta está previsto 20kg;
no art. 30 do CDC. Por oferta, entende-se toda e qual- z Informação ostensiva, sendo fácil percepção e ca-
quer manifestação de vontade do fornecedor com o pitação;
objetivo de externar sua intenção de contratar e as z Informação em língua portuguesa;
condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
espécie de informação pré-contratual.
A oferta possui as seguintes características: Importante!
z Deve abranger toda informação ou publicidade, É possível a utilização de Língua Estrangeira
desde que suficientemente precisa, de modo a para produtos e serviços importados, porém de
identificar o produto ou serviço ofertado pelo for- forma excepcional.
necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
z Informação indelével, ou seja, que não se apaga com
são, folheto, cartaz, entre outros;
o tempo;
z A oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
z Informação legível (visível).
mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produ-
to a R$ 100,00 (cem reais), mesmo que alegue que
o valor correto seria R$ 130,00 (cento e trinta), é Quanto ao modo de apresentação, os produtos
obrigado a cumprir intregalmente a oferta, pouco ou serviços devem conter as características, qualida-
importando a alegação de que o anúncio saiu com des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos
erro. de validade e origem, entre outros dados, tais como
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran-
ça do consumidor.
Fornecedor fez a oferta e vinculou, sua responsabi-
lidade é objetiva, ou seja, independe de culpa/dolo na O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado-
oferta errada, salvo no caso de a oferta possuir erro res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

grosseiro, patente e identificável, como, por exemplo, o fabricante disponibiliza um determinado equipa-
vinculou o produto por R$ 100,00 (cem reais), mas ele mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize
custa R$ 1.000,00 (um mil). tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as
peças para reposição deste na versão antiga.
z A oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
mesmo que não constante expressamente do teor Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão
das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento assegurar a oferta de componentes e peças de repo-
da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na sição enquanto não cessar a fabricação ou impor-
aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a tação do produto.
concessionária se compromete a entregá-lo com o Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa-
tanque de combustível completo, mesmo que isso ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá-
não conste do contrato a ser celebrado. vel de tempo, na forma da lei.

Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser 415
utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura- Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos, abusiva.
ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi- § 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
ção por este prazo. ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transparên- modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
cia nas relações de consumo, de modo que haja a correta erro o consumidor a respeito da natureza, carac-
identificação do fabricante e do seu domicílio empresa- terísticas, qualidade, quantidade, propriedades,
rial tanto na embalagem, publicidade ou em todos os origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
seus impressos. Já o seu Parágrafo Único proíbe a publi- dutos e serviços.
cidade de bens e serviços por telefone, quando a chama- § 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis-
da for onerosa ao consumidor que a original. Exemplo: criminatória de qualquer natureza, a que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
operadora de celular que liga para oferecer um determi-
veite da deficiência de julgamento e experiência da
nado produto ao cliente quando este se encontra fora da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que
área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela cha-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor-
mada realizada pela própria operadora.
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
enganosa por omissão quando deixar de informar
te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
sobre dado essencial do produto ou serviço.
os impressos utilizados na transação comercial.
§ 4º (Vetado).
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção
serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina. da informação ou comunicação publicitária cabe a
quem as patrocina.
O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
atos dos prepostos ou representantes autônomos. Assim, a publicidade é a prática utilizada para a
Assim, o fornecedor é solidariamente responsável promoção de bens e serviços colocados no mercado,
pelos atos de seus agentes. com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor
da sua existência e convencê-lo a adquiri-lo. Nos ter-
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli- mos do art. 37, a publicidade deve se pautar pelo prin-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos- cípio da boa-fé, sendo proibida publicidade enganosa
tos ou representantes autônomos. ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor deve ter
consciência do que se trata a publicidade ao ser expos-
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o to a ela, sendo vedada a publicidade subliminar, isto
consumidor diante da recusa do fornecedor em cum- é, aquela oculta.
prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha, optar por
exigir o cumprimento forçado da oferta; aceitar outro Importante!
produto/serviço equivalente; rescindir o contrato.
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí-
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços pio da identificação da publicidade.
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
te e à sua livre escolha: O § 1º, do art. 37, traz o conceito de publicidade
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos enganosa. Por publicidade enganosa entende-se aque-
termos da oferta, apresentação ou publicidade; la que induz o consumidor a erro, independentemen-
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço te de ter sido a intenção do fornecedor de enganar ou
equivalente; não o consumidor.
III - rescindir o contrato, com direito à restituição Portanto, a responsabilidade do fornecedor por
de quantia eventualmente antecipada, monetaria- uma publicidade enganosa é objetiva. Exemplos de
mente atualizada, e a perdas e danos. publicidade enganosa: pacote turístico que afirma
contemplar o aéreo e a hospedagem e, no momento
Uma das espécies de oferta é a publicidade. Ofer- da estadia, o consumidor é surpreendido com a infor-
ta é gênero do qual comporta toda e qualquer decla- mação de que a hospedagem não está contemplada ou
ração de vontade voltada à celebração da relação de o fornecedor que não informa na embalagem que o
consumo, ao passo que publicidade é a informação produto contém glúten e lactose e o consumidor que o
que promove comercialmente o produto ou serviço. adquiriu é alergico e acaba sofendo danos.
As normas que disciplinam a publicidade são trata- Já o § 2º do art. 37 traz um rol exemplificativo
das nos arts. 36 a 38 do CDC. Vejamos os dispositivos: do que considera como publicidade abusiva, tais
como a publicidade discriminatória; a exploradora
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for-
do medo ou superstição; a incitadora de violência; a
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden-
tifique como tal.
antiambiental; a indutora de insegurança; a dirigida
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de a crianças.
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
para informação dos legítimos interessados, os do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten- publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
416 tação à mensagem. dade não é enganosa ou abusiva.
Das Práticas abusivas esta razão, as promoções de aquisição de mais de um
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2
As regras sobre as práticas abusivas encontram- pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri-
-se nos arts. 39 a 41, do CDC. Vejamos os dispositivos: gatório, pois é permitido ao consumidor a alternati-
va de efetuar a aquisição de apenas um produto da
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser- espécie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o
viços, dentre outras práticas abusivas: caso. Quanto a limitação máxima de quantidades de
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser- produtos, esta só é possível em situações justificá-
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
veis, como, por exemplo, nos casos de adversida-
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
des climáticas ou em hipótese de racionamento de
II - recusar atendimento às demandas dos consumido-
determinado produto.
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto-
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; O inciso II, do art. 39, trata da recusa imotivada
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita- ao atendimento de demanda do consumidor, ou
ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer seja, recusar o fornecimento de um determinado pro-
serviço; duto/serviço quer em relação aos consumidores de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con- um modo geral, quer em relação a um consumidor
sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci- específico. Exemplo: ter um determinado produto em
mento ou condição social, para impingir-lhe seus estoque, mas recusar vendê-lo a um consumidor por
produtos ou serviços; ter com ele problemas de ordem pessoal.
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente O inciso III trata do fornecimento não solicitado
excessiva; do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de disponibiliza crédito em conta do correntista como for-
orçamento e autorização expressa do consumidor, ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.
entre as partes; O fornecimento não solicitado não se confunde
VII - repassar informação depreciativa, referente a
com amostras grátis, uma vez que neste caso, o con-
ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto
direitos;
ou serviço.
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas O inciso IV trata do abuso da condição de espe-
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o for-
normas específicas não existirem, pela Associação necedor prevaleça da vulnerabilidade ou ignorância
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade do consumidor para forçar a aquisição do produto ou
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili-
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); dade para o mercado de consumo, como nos casos de
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser- idade, conhecimento, condição social, entre outros.
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta-
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor
de intermediação regulados em leis especiais; exigir vantagem manifestamente excessiva do consu-
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de
serviços. categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti-
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando zação da vantagem pleiteada.
da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí-
de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré-
inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso via elaboração de orçamento e autorização expressa
do legal ou contratualmente estabelecido. do consumido.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC,
comerciais ou de serviços de um número maior de que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen-
consumidores que o fixado pela autoridade admi- to prévio elaborado pelo fornecedor.
nistrativa como máximo. O inciso VII trata do repasse de informações
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produ-


tos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipó- ticado por este no exercício de seus direitos, com o
tese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de
grátis, inexistindo obrigação de pagamento. dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar
uma lista de “maus pagadores”.
O art. 39 do CDC traz, em seus incisos, rol exempli- O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser-
ficativo das práticas abusivas na relação de consumo. vação das normas técnicas, ou seja, se há norma
técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes
No inciso I trata do condicionamento no forneci-
regulamentando o fornecimento de produto/serviço,
mento do produto ou serviço ao fornecimento de
compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac-
outro produto ou serviço, ou seja, a denominada terização de prática abusiva.
venda casada. Exemplo: concessão de empréstimo O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
bancário condicionado a aquisição de seguro de vida, isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen-
consulta oftalmológica condicionada à compra dos te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
óculos, entre outros. pagamento, ressalvando nos casos em que a interme-
O inciso I do art. 39 também impede o fornecedor diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi-
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em
mínima ou máxima de um determinado produto. Por casos em que a lei não faz tal exigência. 417
O inciso X trata da elevação de preço sem justa em excesso, monetariamente atualizada, podendo o
causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa, consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do
como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
da pandemia da COVID-19.
O inciso XII trata do prazo para cumprimento de As normas acerca da cobrança de dívida estão
obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe disciplinadas nos arts. 42 e 42-A, do CDC. Vejamos os
de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga- dispositivos:
ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo,
construtoras que deixam de fixar prazo para conclu- Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina-
são das obras. dimplente não será exposto a ridículo, nem será
O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de ameaça.
fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen- Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan-
te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde tia indevida tem direito à repetição do indébito,
fora do pactuado ou do permitido pela lei. por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe- acrescido de correção monetária e juros legais, sal-
lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo, vo hipótese de engano justificável.
constitui prática abusiva permitir o ingresso de um Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de
número maior ao máximo permitido de consumido- débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
res em estabelecimentos comerciais ou de serviços. tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
autoridade está relacionada à segurança. Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor
do produto ou serviço correspondente.
Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a
entregar ao consumidor orçamento prévio discri- O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá
equipamentos a serem empregados, as condições ser submetido a qualquer tipo de constrangimento
de pagamento, bem como as datas de início e tér- ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou
mino dos serviços. invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina-
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança
terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
recebimento pelo consumidor.
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-
mento obriga os contraentes e somente pode ser publicação em rede social, por exemplo).
alterado mediante livre negociação das partes. Semelhante ao art. 940, do Código Civil, o Parágrafo
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer Único do art. 42 impõe a restituição em dobro daqui-
ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de lo que o consumidor pagou em excesso em razão da
serviços de terceiros não previstos no orçamento cobrança indevida, acrescido de correção monetária
prévio. e juros legais, exceto nos casos de engano justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como
O art. 40, do CDC, estabelece as regras acerca do deve ser procedida a cobrança.
orçamento prévio que deve ser entregue pelo forne- Com relação aos bancos de dados e cadastro de
cedor. Neste, devem estar discriminandos: valor da consumidores, suas regras estão dispostas nos arts.
mão-de-obra, valor dos materiais e equipamentos a 43 a 44, do CDC. Vejamos os dispositivos:
serem utilizados, as condições para pagamento e as
datas de início e término. Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamento art. 86, terá acesso às informações existentes em
é válido pelo prazo de 10 (dez) dias, contados do rece- cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
bimento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
a estipulação de forma diversa. suas respectivas fontes.
O § 2º, do art. 40, estabelece que, no caso de apro- § 1º Os cadastros e dados de consumidores devem
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de
vação do orçamento prévio pelo consumidor, este
fácil compreensão, não podendo conter informações
vinculará fornecedor e consumidor, podendo ser alte- negativas referentes a período superior a cinco anos.
rado apenas pela vontade das partes. § 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados
O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da pessoais e de consumo deverá ser comunicada por
contratação de serviços de terceiros não previstos no escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for- § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
necedor e não do consumidor. dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
Finalizando a parte atinente as práticas abusivas,
de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- tuais destinatários das informações incorretas.
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
de responder pela restituição da quantia recebida em neres são considerados entidades de caráter público.
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
cio desfeito pelo consumidor. débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
quer informações que possam impedir ou dificultar
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe- § 6o Todas as informações de que trata o caput des-
lamento de preços, os fornecedores deverão respei- te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
418 responderem pela restituição da quantia recebida mediante solicitação do consumidor.
O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido- entregue um orçamento prévio ao consumidor, ele
res, que são: estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e pelo
preço orçado.
z Direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
informações existentes em cadastros, fichas e Art. 48 As declarações de vontade constantes de
registo de dados pessoais e de consumo, além de escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
acesso às fontes que originaram tais informações;
tivos às relações de consumo vinculam o fornece-
z Direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
dor, ensejando inclusive execução específica, nos
não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
z Direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado termos do art. 84 e parágrafos.
incorreto constante dos arquivos de consumo; Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
z Direito à comunicação, isto é, de ser comunicado prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do
quando seus dados forem inseridos nos arquivos ato de recebimento do produto ou serviço, sempre
de consumo. que a contratação de fornecimento de produtos e
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer-
O art. 44, do CDC, disciplina acerca do chamado cial, especialmente por telefone ou a domicílio.
cadastro de reclamações fundamentadas, que é Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi-
uma espécie de banco de dados de maus fornecedores. to de arrependimento previsto neste artigo, os valo-
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante
Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
manterão cadastros atualizados de reclamações monetariamente atualizados.
fundamentadas contra fornecedores de produtos e
serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
A divulgação indicará se a reclamação foi atendida O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre-
ou não pelo fornecedor. pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com-
§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons- pras realizadas fora do estabelecimento comercial.
tantes para orientação e consulta por qualquer Seus requisitos são:
interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do z Exercício do direito potestativo37 dentro do prazo
Parágrafo Único do art. 22 deste código. legal;
z Contratação ocorrida fora do estabelecimento
Da Proteção Contratual comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo-
gos, entre outros.
Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
sobre a Proteção Contratual no Código de Defesa do O prazo legal para arrependimento é de 7 dias,
Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi- contados da assinatura do contrato ou do ato de rece-
deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
bimento do produto ou serviço.
requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Dica
Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
consumo não obrigarão os consumidores, se não Não se trata de qualquer inadequação por vício
lhes for dada a oportunidade de tomar conheci- do produto ou serviço, mas do direito do consu-
mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos midor de desistir da relação contratual. Não se
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar demanda motivos ou explicações, desde que
a compreensão de seu sentido e alcance.
obedecido o prazo legal e a condição de ter sido
a aquisição realizada fora do estabelecimento
As normas gerais de proteção contratual têm iní-
cio no art. 46, do CDC, que traz a denominada garan- comercial.
tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
do direito à informação disciplinado no inciso III do Art. 50 A garantia contratual é complementar à
art. 6º, do CDC. Como consequência, o contrato não legal e será conferida mediante termo escrito.
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva-
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

clausulado, como nos casos em que a falta de clareza adequada em que consiste a mesma garantia, bem
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
obrigará apenas o fornecedor. exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
a parte vulnerável da relação de consumo. de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
duto em linguagem didática, com ilustrações.
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor. O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual,
ou seja, aquela que complementa a garantia legal
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de von- disciplinada no art. 26, sendo facultativa e conferi-
tade constantes de escritos particulares, recibos e da mediante termo escrito, observados os seguintes
pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou decla- requisitos:
ração constante desses escritos particulares obriga-
rão os fornecedores. Assim sendo, caso o fornecedor z Ser padronizada;
37 Direito incontroverso e que não cabe discussões. 419
z Esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o § 4º É facultado a qualquer consumidor ou entida-
prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os de que o represente requerer ao Ministério Público
ônus a cargo do consumidor; que ajuíze a competente ação para ser declarada
z Ser entregue ao consumidor devidamente preen- a nulidade de cláusula contratual que contrarie o
chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento; disposto neste código ou de qualquer forma não
z Estar acompanhada de manual de instrução, de assegure o justo equilíbrio entre direitos e obriga-
instalação e uso do produto em linguagem didáti- ções das partes.
ca, com ilustrações. Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que
envolva outorga de crédito ou concessão de financia-
Ainda com relação à proteção contratual, os arts. mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente
abusivas. Vejamos os dispositivos:
nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva
Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
anual de juros;
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
III - acréscimos legalmente previstos;
produtos e serviços que:
IV - número e periodicidade das prestações;
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
natureza dos produtos e serviços ou impliquem § 1º As multas de mora decorrentes do inadimple-
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de mento de obrigações no seu termo não poderão ser
consumo entre o fornecedor e o consumidor pes- superiores a dois por cento do valor da prestação.
soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação ante-
situações justificáveis; cipada do débito, total ou parcialmente, mediante
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
da quantia já paga, nos casos previstos neste código; § 3º (Vetado).
III - transfiram responsabilidades a terceiros; Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, ou imóveis mediante pagamento em prestações,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan- bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
boa-fé ou a eqüidade; que estabeleçam a perda total das prestações pagas
V - (Vetado); em benefício do credor que, em razão do inadimple-
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre- mento, pleitear a resolução do contrato e a retoma-
juízo do consumidor; da do produto alienado.
VII - determinem a utilização compulsória de § 1º (Vetado).
arbitragem; § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro-
VIII - imponham representante para concluir ou dutos duráveis, a compensação ou a restituição
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou descontada, além da vantagem econômica auferida
não o contrato, embora obrigando o consumidor; com a fruição, os prejuízos que o desistente ou ina-
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen- dimplente causar ao grupo.
te, variação do preço de maneira unilateral; § 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato serão expressos em moeda corrente nacional.
unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
do ao consumidor; Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque-
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa
de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli-
lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilate- ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é
ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
após sua celebração; co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela-
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de nor- ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
mas ambientais; termos, salvo impossibilidade.
XV - estejam em desacordo com o sistema de prote- A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
ção ao consumidor; direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indeniza- em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
ção por benfeitorias necessárias. a Súmula nº 381 do Superior Tribunal de Justiça: “Nos
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
vantagem que: ofício, da abusividade das cláusulas”.
I - ofende os princípios fundamentais do sistema O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
jurídico a que pertence; adesão:
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais
inerentes à natureza do contrato, de tal modo a Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; tenham sido aprovadas pela autoridade competente
III - se mostra excessivamente onerosa para o con- ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de
sumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
contrato, o interesse das partes e outras circuns- discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
tâncias peculiares ao caso. § 1º A inserção de cláusula no formulário não desfi-
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusi- gura a natureza de adesão do contrato.
va não invalida o contrato, exceto quando de sua § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
ausência, apesar dos esforços de integração, decor- la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
rer ônus excessivo a qualquer das partes. escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
420 § 3º (Vetado). no § 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi- comissões permanentes para elaboração, revisão
dos em termos claros e com caracteres ostensivos e e atualização das normas referidas no § 1º, sen-
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao do obrigatória a participação dos consumidores e
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão fornecedores.
pelo consumidor. § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi- aos fornecedores para que, sob pena de desobediên-
to do consumidor deverão ser redigidas com desta- cia, prestem informações sobre questões de interesse
que, permitindo sua imediata e fácil compreensão. do consumidor, resguardado o segredo industrial.
§ 5º (Vetado)
O art. 55 trata do poder de regulamentação e
O contrato de adesão é uma das modalidades de
fiscalização. De acordo com o caput do dispositivo,
comercialização e comunicação em massa. Trata-se
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal,
do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
para conferir agilidade às transações comerciais, ou de modo concorrente, elaborar as normas relativas
seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de à produção, industrialização, distribuição e ao con-
estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- sumo de produtos e serviços. Por se tratar de compe-
ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, tência “conjunta”, a União deve cuidar das normas de
nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- caráter geral, isto é, aplicadas a todo o país, reservan-
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade- do aos Estados e ao Distrito Federal as normas de inte-
são é trazido no art. 54, do CDC. resse regional.
Características do contrato de adesão: O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
z Predeterminação: O consumidor não participa da estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
composição das cláusulas do contrato, pois são pre- ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
viamente estabelecidas pelo fornecedor ou pela auto- cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
ridade competente; além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
z Uniformidade: Não possui variação significativa Deste modo, compete à União estabelecer as regras do
de um contrato para outro; Estado brasileiro como um todo, tendo como parâme-
z Rigidez contratual: É estável. tro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
Cumpre salientar que, nos termos do § 1º do art. mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de os Municípios, as regras locais.
descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo, Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
pequenas modificações não são capazes de retirar seu ração, além de criar normas sobre as relações de
caráter de adesão. consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de
zação e controle da produção, industrialização, distri-
cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que
buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
alternativa e a escolha seja do consumidor.
de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos
de adesão, que são redação em termos claros e com var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
não inferior ao corpo 12. O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
visão de cláusulas restritivas de direitos do consu- estabelece que os entes da federação deverão manter
midor. No entanto, estas devem constar de maneira comissões permanentes para elaboração, revisão e
compreensível e de fácil percepção ao consumidor. atualização das normas regulatórias.
No entanto, para que essa atividade seja efetiva,
Das Sanções Administrativas estabelece, ainda, a composição de tais comissões.
Assim, será obrigatória a participação tanto dos con-
Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou sumidores quanto dos fornecedores, para que os dois
seja, da função administrativa para promover o inte- lados da relação de consumo possam tratar de seus
resse comum por meio da atividade estatal de disci- interesses.
plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os Por fim, o § 4º, do art. 55, dispõe acerca da possi-
dispositivos: bilidade de notificação dos fornecedores, para que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

estes prestem informações sobre questões de interes-


Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em se do consumidor, resguardado o segredo industrial.
caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
atuação administrativa, baixarão normas relativas Art. 56 As infrações das normas de defesa do con-
à produção, industrialização, distribuição e consu- sumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguin-
mo de produtos e serviços. tes sanções administrativas, sem prejuízo das de
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os natureza civil, penal e das definidas em normas
Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, específicas:
industrialização, distribuição, a publicidade de pro- I - multa;
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interes- II - apreensão do produto;
se da preservação da vida, da saúde, da segurança, III - inutilização do produto;
da informação e do bem-estar do consumidor, bai- IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
xando as normas que se fizerem necessárias. competente;
§ 2º (Vetado). V - proibição de fabricação do produto;
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito VI - suspensão de fornecimento de produtos ou
Federal e municipais com atribuições para fiscali- serviço;
zar e controlar o mercado de consumo manterão VII - suspensão temporária de atividade; 421
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de de interdição e de suspensão temporária da ativi-
atividade; dade, bem como a de intervenção administrativa,
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, serão aplicadas mediante procedimento adminis-
de obra ou de atividade; trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-
XI - intervenção administrativa; cedor reincidir na prática das infrações de maior
XII - imposição de contrapropaganda. gravidade previstas neste código e na legislação de
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo consumo.
serão aplicadas pela autoridade administrativa, § 1º A pena de cassação da concessão será aplicada
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- à concessionária de serviço público, quando violar
das cumulativamente, inclusive por medida cau- obrigação legal ou contratual.
telar, antecedente ou incidente de procedimento § 2º A pena de intervenção administrativa será
administrativo. aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
conselharem a cassação de licença, a interdição ou
O art., 56, por sua vez, trata das sanções admi- suspensão da atividade.
nistrativas. Observa-se que são três as espécies de § 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta
sanções: a imposição de penalidade administrativa, não
haverá reincidência até o trânsito em julgado da
sentença.
z Sanções pecuniárias: Multas que decorrem do não
Art. 60 A imposição de contrapropaganda será
adimplemento dos deveres relativos ao consumo; cominada quando o fornecedor incorrer na prática
z Sanções objetivas ou reais (incidem no produ- de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
to ou serviço): Apreensão, inutilização do pro- art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator.
duto, cassação do registro do produto, proibição § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-
de fabricação e suspensão de fornecimento de ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
produtos/serviços; e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa-
z Sanções subjetivas (vinculadas à atividade): In- ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
terdição, total ou parcial, de estabelecimento, de da publicidade enganosa ou abusiva.
obra ou atividade; suspensão temporária da ati-
vidade; revogação de concessão ou permissão de
uso; cassação de licença do estabelecimento ou de
atividade; intervenção administrativa; imposição HORA DE PRATICAR!
de contrapropaganda, entre outros.
1. (CESGRANRIO — 2021) K é correntista do Banco S e
O parágrafo único do art. 56 trata da responsabi- possui cartões de crédito e de débito expedidos pela
lidade administrativa do fornecedor. Ele estabele- instituição financeira. Diante de dificuldades momen-
ce que tais sanções serão aplicadas pela autoridade tâneas, não conseguiu cobrir o total das despesas
administrativa em conformidade com sua atribuição. realizadas com o seu cartão de crédito. No dia do ven-
Essas sanções podem ser aplicadas cumulativamen- cimento, o banco, mediante autorização contratual,
te ou não. Podem, também, ser aplicadas de manei- retirou da conta corrente de K o valor mínimo para
ra antecedente ou incidente no procedimento efeito de pagamento parcial da dívida. Houve contes-
administrativo. tação, que foi indeferida pelo órgão interno do banco.
Além da responsabilidade administrativa, o forne- Segundo as regras do Código de Defesa do Consu-
cedor poderá responder tanto civilmente como penal- midor, Lei nº 8.078/1990, essa norma contratual deve
mente por seus atos. ser considerada
Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma
de aplicação de cada uma das sanções administrativas: a) abusiva, por retirar o poder de controle das finanças do
correntista.
Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com b) regular, pois não se fundamenta em poder superior do
a gravidade da infração, a vantagem auferida e a banco.
condição econômica do fornecedor, será aplicada c) questionável, pois quebra a isonomia entre os
mediante procedimento administrativo, revertendo contratantes.
para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de d) passível de impugnação administrativa.
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para e) ampla demais, por não conter previsão de valor a ser
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao debitado.
consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não 2. (CESGRANRIO — 2021) K pretende realizar atividades
inferior a duzentas e não superior a três milhões de financeiras no Brasil, buscando maximizar os lucros
vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
dos seus inúmeros clientes sediados no exterior. A
ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
quase totalidade dos investidores atua nos denomina-
Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
dos “paraísos fiscais”.
produtos, de proibição de fabricação de produtos,
de suspensão do fornecimento de produto ou servi- De acordo com as regras da Carta-Circular nº
ço, de cassação do registro do produto e revogação 4001/2020, do Banco Central do Brasil, essas opera-
da concessão ou permissão de uso serão aplicadas ções devem ser monitoradas na seguinte categoria:
pela administração, mediante procedimento admi-
nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem a) custos de empresas
constatados vícios de quantidade ou de qualidade b) operações de crédito
por inadequação ou insegurança do produto ou c) contratos operacionais
422 serviço. d) atividades internacionais
e) investimentos mercadológicos d) BC e CVM
e) Instituições de Pagamento e CNSP
3. (CESGRANRIO — 2021) No Brasil, a fixação da taxa
básica de juros da economia (a Selic) está sob a alça- 8. (CESGRANRIO — 2021) A Comissão de Valores Mobi-
da do liários (CVM) foi criada em 07/12/1976, pela Lei nº
6.385/76.
a) Comitê de Política Monetária A CVM
b) Conselho Monetário Nacional
c) Ministério da Economia a) é um órgão emissor de moeda-papel.
d) Banco do Brasil b) é vinculada à Casa Civil.
e) mercado financeiro c) fornece crédito às instituições.
d) é responsável por formular a política de crédito.
4. (CESGRANRIO — 2021) É função precípua da Tesoura- e) regula mercados da Bolsa de balcão.
ria, em um determinado banco,
9. (CESGRANRIO — 2021) Na reunião do dia 09/12/2020,
a) acompanhar as operações em atraso, visando à ins- o Conselho de Política Monetária (Copom) do Ban-
tauração do processo de recuperação de crédito. co Central do Brasil decidiu manter a taxa básica de
b) estreitar o relacionamento com os clientes do banco. juros (Selic) em 2% a.a. Considere que, no período
c) fixar as formas de garantias exigidas em função dos subsequente, a autoridade monetária observasse que
tipos de operação de crédito. as taxas de juros médias praticadas no mercado inter-
d) gerenciar os descasamentos existentes entre os flu- bancário eram bem inferiores à meta da taxa Selic,
xos de caixa das captações e as aplicações do banco. definida na reunião retromencionada.
e) ativar as atividades de marketing e publicidade do Nesse contexto, para que as taxas de juros médias no
banco. mercado interbancário venham a convergir para a taxa
Selic de 2% a.a., fixada pelo Copom, o Banco Central
5. (CESGRANRIO — 2021) Sistema Financeiro Nacional é do Brasil deverá
constituído por um conjunto de instituições financei-
ras, cada uma delas caracterizada pelas funções mais a) vender títulos públicos no overnight.
importantes que assume. b) comprar títulos públicos no overnight.
As instituições financeiras que financiam investimen-
c) comprar títulos de longo prazo do setor privado.
tos, com juros subsidiados ou não pelo governo, com
d) emitir maior quantidade de papel moeda.
o objetivo de fomentar a atividade econômica de uma
e) aumentar a liquidez do sistema bancário.
região ou de um país no longo prazo são os bancos
10. (CESGRANRIO — 2021) Fundado em 1930, o Banco
a) centrais
de Compensações Internacionais (BIS) é a mais anti-
b) múltiplos
ga instituição financeira do mundo. Dentre suas atri-
c) comerciais
buições, identificam-se a de auxiliar na manutenção
d) de investimento
da estabilidade monetária e financeira e a de fomentar
e) de desenvolvimento
a cooperação internacional nessas áreas de interesse,
coordenando diversos comitês ao redor do globo.
6. (CESGRANRIO — 2021) M é correntista do Banco
No Brasil, a instituição que representa o BIS em
FTW, que está em dificuldades de liquidez e não está
honrando diversos pedidos de resgate das aplicações comitês, como Comitê da Basileia de Supervisão
realizadas. Bancária, o Comitê do Sistema Financeiro Global, o
Nesse caso, de acordo com as normas aplicáveis à Comitê de Pagamentos e Infraestruturas de Mercado
espécie, proteger depositantes e investidores no âmbi- e o Comitê de Mercados, é
to do sistema financeiro, até os limites estabelecidos
pelaregulamentação própria, é uma das funções do a) CVM
b) Susep
a) Fundo de Recuperação de Investimentos c) Previc
b) Fundo Especial de Privatização d) Bacen
c) Fundo Garantidor de Créditos e) BNDES
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Fundo Privado Interbancário


e) Fundo Público de Refinanciamento 11. (CESGRANRIO — 2021) Essencialmente, o mercado
de capitais canaliza a poupança da sociedade para
7. (CESGRANRIO — 2021) Responsável pela formulação suprir as necessidades das empresas por recursos
da política da moeda e do crédito, o Conselho Mone- produtivos. Promover o fortalecimento de mercados
tário Nacional (CMN) é um órgão normativo. Dentre de capitais locais para que se tornem pilares para
suas atribuições, estão a definição da meta para a o desenvolvimento econômico tem sido um objeti-
inflação, a formulação das diretrizes para o câmbio e vo constante, em praticamente toda a comunidade
o estabelecimento das normas principais para o fun- internacional.
cionamento das instituições financeiras. A sociedade é beneficiada à medida que o mercado
Além do CMN, outros dois órgãos normativos do sis- de capitais cumpre aquelas que são suas quatro prin-
tema financeiro são cipais funções:

a) CNPC e CNSP a) aumento do consumo imediato, maior propensão


b) Susep e Previc ao risco, alocação de recursos em poucos ativos e
c) Bolsa de Valores e CNPC aumento da autonomia gerencial corporativa. 423
b) desmobilização do investimento, maior aversão ao ris-
co, alocação enviesada de recursos e afrouxamento 4 D
da rígida disciplina de capital corporativa. 5 E
c) mobilização da poupança, gestão de riscos, aloca-
ção eficiente de recursos e aumento da disciplina 6 C
corporativa.
7 A
d) transferência do investimento para o futuro, elimina-
ção dos riscos sistemáticos, construção de carteiras 8 E
diversificadas e estímulo à governança.
e) estabilidade da propensão a consumir, redução do 9 A
risco assistemático, alocação aleatória de recursos e
10 D
extinção dos custos de agência.
11 C
12. (CESGRANRIO — 2021) Dentre as escolhas mais
populares de investimentos, a caderneta de poupança 12 D
é uma das opções mais utilizadas pelos brasileiros,
13 C
sendo considerada um investimento de renda fixa.
São também investimentos de renda fixa 14 D

a) as Ações
b) as Opções
c) as Commodities
d) os CDB ANOTAÇÕES
e) os ETF de Ações

13. (CESGRANRIO — 2021) A inserção dos bancos digi-


tais no Sistema Financeiro Nacional acarreta a disse-
minação de tecnologias e culturas inovadoras, dentre
as quais merece menção o (a)

a) maior contato físico entre bancos e clientes


b) dispensa do armazenamento de dados dos clientes
c) uso de inteligência artificial
d) generalização de plataformas off-line
e) utilização mínima de big-data

14. (CESGRANRIO — 2021) Um dos fatos mais comemo-


rados pelos analistas econômicos no Brasil foi a que-
da histórica das taxas de juros básicas de curto prazo
(Selic), ocorrida nos últimos três anos. Entre fevereiro
de 2018 e janeiro de 2021, a Selic havia recuado de
6,75% a.a. para 2,00% a.a.
Considerando-se o arcabouço da política monetária
vigente no Brasil, baseado no regime de metas para
a inflação, os dois fatores que permitiram tamanha
queda dos juros básicos no Brasil no período foram a

a) redução da dívida bruta do setor público como pro-


porção do PIB e a prolongada recessão ocorrida no
período.
b) queda dos preços das commodities e o menor impac-
to da desvalorização do real sobre os preços internos.
c) eficácia dos controles de preços e a melhora das con-
dições externas.
d) ancoragem das expectativas de inflação e o elevado
nível médio de capacidade ociosa registrado na eco-
nomia brasileira no período.
e) queda dos preços dos alimentos e a redução dos
spreads bancários.

9 GABARITO

1 B

2 D

3 A
424

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