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BASA-AM
Técnico Bancário
NV-013-DZ-21
Cód.: 7908428801441
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Nelson Sartori
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS • Sirlo Oliveira, Luís Rezende, Ricardo Barrios, Felipe Pacheco,
Renato Philippini e Ana Philippini
ISBN: 978-65-87525-09-9
Edição:
Dezembro/2021
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LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO DO TEXTO................................................................................................................ 11
ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 26
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO................................................................................................. 34
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 36
MATEMÁTICA.......................................................................................................................75
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS...................................................................................... 75
RAZÕES E PROPORÇÕES................................................................................................................... 81
DIVISÃO PROPORCIONAL.................................................................................................................. 82
PERCENTAGENS................................................................................................................................. 86
FUNÇÕES E GRÁFICOS....................................................................................................................... 91
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS....................................................................................................................110
TAXAS DE JUROS..............................................................................................................................112
LEGISLAÇÃO...................................................................................................................... 127
ESTATUTO SOCIAL DO BANCO DA AMAZÔNIA............................................................................127
REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................213
CONCEITOS DE PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO, TCP/IP, TIPOS E TOPOLOGIAS DE REDES,
INTERNET E INTRANET...................................................................................................................................213
MALWARE........................................................................................................................................................223
PROCEDIMENTOS DE BACKUP.......................................................................................................243
ATENDIMENTO................................................................................................................. 265
MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS...................................................................................265
TELEMARKETING..............................................................................................................................269
ETIQUETA EMPRESARIAL................................................................................................................269
BANCOS COMERCIAIS....................................................................................................................................304
COOPERATIVAS DE CRÉDITO.........................................................................................................................305
BANCOS DE INVESTIMENTO..........................................................................................................................306
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................306
CORPORATE FINANCE....................................................................................................................................338
DESCONTOS DE TÍTULOS...............................................................................................................................355
MERCADO DE CAPITAIS...................................................................................................................356
MERCADO DE CÂMBIO.....................................................................................................................367
TÉCNICAS DE VENDAS.....................................................................................................................388
VANTAGEM COMPETITIVA.............................................................................................................................398
INFERÊNCIA
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
Observe que é possível inferir várias informa- O trecho em destaque na citação do escritor Lima
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento
enunciador é casada (informação comprovada pela
indutivo compõe a interpretação e decodificação de
expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
dor está trabalhando (informação comprovada pela
gias usadas para identificar essa forma de interpretar,
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos ou sequências textuais são unidades que estru- Os textos compostos predominantemente por
turam o texto. Para Bronckart1, “são unidades estrutu- sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”. uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man-
Os tipos textuais marcam uma forma de organiza-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
ção da estrutura do texto, que se molda a depender
do gênero discursivo e da necessidade comunicativa. de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi- partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão
nância de narrações (contos, fábulas, romances, his- de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
argumentação (redação do Enem, teses, dissertações,
artigos de opinião etc.). Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles:
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
seguinte figura, que demonstra como podemos identi- z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí-
ficar os tipos textuais e suas principais características,
brio, o que demanda uma situação conflituosa;
tendo em vista que cada sequência textual apresenta
características próprias que pouco ou nada sofrem em z Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase sentada inicialmente;
LÍNGUA PORTUGUESA
rígida que nos permite classificar os tipos textuais em z Ações (para o clímax): Acontecimentos que
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo,
ampliam a tensão;
Instrucional e Argumentativo).
z Resolução: Momento de solução da tensão;
z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
GÊNERO TEXTUAL
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
a resolução;
FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO z Moral: Apresentação de valores morais que a his-
tória possa ter apresentado.
1 BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 13
Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos
lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.
Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas de organização lin-
guística que são caracterizadas por:
Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias textuais em sua com-
posição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente por uma sequência textual. Por isso, deve-
mos sempre identificar as marcas linguísticas que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e espaciais. São formas
linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico ou temporal em
textos. Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da histó-
ria, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: Atualmente, naquele
dia, nesse momento, aqui, ali, então...
Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é importante aprendermos
a identificar os principais tipos de narrador de um texto:
Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que compõem o texto
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém, não
participa das ações
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti-
14 cipa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia, diário, conto, fábula,
entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos não significa
que não possam apresentar outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial atentar-se às marcas
que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.
Descritivo
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos de
textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de
compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito de
alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.).
A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte
Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,
aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio a seguir:
LÍNGUA PORTUGUESA
Expositivo
O texto expositivo visa a apresentar fatos e ideias a fim de deixar explícito o tema principal do texto. Nesse tipo
textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas e citações diretas e indiretas que servem
para embasar o assunto tratado pelo texto. Para ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
O infográfico mostrado apresenta informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema abordado.
Para isso, o autor dispõe, além de linguagem compreensível e objetiva, de recursos visuais para atingir o objetivo.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argumenta-
tivos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam exemplos
e fatos para fundamentar uma argumentação.
Dica
Atente-se a esta importante diferença entre as sequências expositiva e argumentativa: a argumentativa
apresenta uma opinião pessoal, enquanto a expositiva não abre margem para a argumentação, já que o fato
exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate —
16 apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo: No exemplo dado, podemos destacar a presença de
verbos conjugados no modo imperativo, como baixe,
z Apresenta informações sobre algo ou alguém — toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como
presença de verbos de estado; instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
organizam a informação; cumpridos para a realização correta da tarefa ensina-
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerati- da e também a fim de tornar a leitura mais didática.
vos;
z Presença de figuras de linguagem como metáfora Argumentativo
e comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
final do texto. complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
dade na identificação, bem como em sua análise.
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- O texto argumentativo tem por objetivo a defesa
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa
dade nos leitores, como no exemplo a seguir: de uma tese e a apresentação de argumentos que
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex-
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios
MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 científicos e filosóficos, dentre outros.
Hedy Lamarr - conexão wireless Outro aspecto importante dos textos argumentati-
vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” ticas conhecidas como operadores argumentativos,
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy La- que organizam as orações subordinadas, estruturas
marr foi a inventora de uma tecnologia que permitia contro-
mais comuns nesse tipo textual.
lar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial,
alterando rapidamente os canais de frequência de rádio para A seguir, apresentamos um quadro sintético com
que não fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de algumas estruturas linguísticas que funcionam como
transmissão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimen- operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
to de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. a leitura de textos argumentativos:
Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 30 ago. 2021.
Adaptado. OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Instrucional ou Injuntivo É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
O tipo textual instrucional ou injuntivo é carac- É mister / é fundamental / é essencial...
terizado por estabelecer um “propósito autônomo”2
que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa. Observe o exemplo a seguir:
Esse tipo textual é predominante em gêneros como
bula de remédio, tutoriais na internet, horóscopos e “O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais
manuais de instrução. no tratamento das mais diversas doenças relacio-
A principal marca linguística dessa tipologia é a nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos
presença de verbos conjugados no modo imperati- nem de longe compensam o dinheiro gasto com
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve essas doenças. Além disso, as empresas têm gran-
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e des prejuízos por causa de afastamentos de tra-
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. balhadores devido aos males causados pelo fumo.
Para que possamos identificar corretamente essa Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- propagandas de cigarros em todos os meios de
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o comunicação.”
exemplo a seguir:
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
Como faço para criar uma conta do Instagram? texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021.
Aplicativo do Instagram para Android e iPhone: Adaptado.
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou
Google Play Store (Android). Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
2. Depois de instalar o aplicativo, toque em para abri-lo. te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
LÍNGUA PORTUGUESA
(Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de
confirmação), toque em Avançar. Também é possível tocar em O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS?
Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta do
Facebook.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, Quando pensamos em uma definição para gêneros
crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informa- textuais, somos levados a inúmeros autores que bus-
ções do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o caram definir e classificar esses elementos, e, inicial-
Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros
tenha saído dela. literários que estudamos na escola.
Disponível em: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e comé-
em: 30 ago. 2021. Adaptado. dia, que se referem aos clássicos da literatura grega.
2 CAVALCANTE, 2013, p. 73. 17
Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de No caso do gênero anúncio publicitário, usar outros
Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que gêneros e modificar sua estrutura básica é uma estraté-
esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser gia que é estabelecida a fim de que a principal função do
levado a pensar que nada, além do fato de terem sido anúncio se cumpra, qual seja: vender um produto.
escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura A partir desses exemplos, já podemos enumerar
dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- mais uma característica comum a todos os tipos de
lecido e reconhecido na época em que foram escritas. gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
De maneira análoga, quando pensamos em gêneros propósito de um gênero, para alguns autores, como
textuais, devemos identificar os elementos que caracte- Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
rizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma posição de que o propósito comunicativo é o critério
notícia e um artigo de opinião, por exemplo. de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
Também é fundamental identificar as razões que é vinculado ao poder do autor.
nos levam a classificar cada um desses gêneros com Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
podemos estabelecer como os principais aspectos de qual também pode ser reconhecido como estereótipo
classificação de um gênero textual. textual, que resguarda características básicas do gêne-
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indi- nado anteriormente, identificamos traços do gênero
cado por “rotinas de comportamentos estereotipados contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
que continuam sujeitos a uma variação contínua”3. imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
tificar para classificar um gênero é o papel social,
liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas”
o gênero e também a escrever nesse gênero quando
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por-
necessitarem. Isso é o que torna a característica da
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto
prototipicidade tão importante no reconhecimento e
ser compreendido.
na classificação de um gênero.
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife-
Ademais, os traços estereotipados de um gênero
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos
devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui-
mando o teor social desses elementos e estabelecen-
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O
do a importância de um indivíduo adquirir o hábito
fator social dos gêneros textuais também direcionará
outros aspectos importantes na classificação desses da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêneros se
elementos; justamente devido à dinâmica social em é exposto.
que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alte- Portanto, a partir de todas essas informações sobre
rações em sua estrutura. os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, resumida, os gêneros textuais são ações linguísticas
tornando o gênero completamente modificado, como situadas socialmente que servem a propósitos especí-
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- ficos e são reconhecidos pelos seus traços em comum.
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte-
a uma finalidade específica e momentânea, como rísticas básicas para a correta identificação dos gêne-
aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da ros textuais:
loja O Boticário:
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
� Ações sociais
� Ações com configuração prototípica
� Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
� O propósito de uma ação social
� Divididos em classes
NOTÍCIA
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequências textuais narrativas e descritivas na sua composição
linguística; por isso, é fundamental sempre termos em mente as características basilares de todos os principais
tipos textuais.
Como vimos, os gêneros textuais possuem características que os distinguem dos tipos textuais, dentre elas o
fato de terem um apelo a questões sociais, um propósito comunicativo e apresentarem uma configuração mais ou
menos padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta essas características. Seu propósito comunicativo é informar
uma comunidade sobre assuntos de interesse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com imparcialidade,
ou seja, sem que o meio que a transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra importante característica da
notícia é a sua configuração prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido por leitores de uma comunidade.
Essa configuração própria da notícia é reconhecida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. Vejamos
na prática como reconhecer o esquema prototípico desse gênero:
Casal suspeito de assaltos é preso após colidir carro na contramão enquanto fugia da polícia, em
Manchete
Fortaleza
Foram apreendidos três aparelhos celulares roubados e uma arma de fogo com seis munições Lead
Um casal suspeito de realizar assaltos foi preso após capotar um carro ao dirigir na contramão
enquanto fugia da polícia na tarde desde domingo (13), no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza.
Corpo da
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que os assaltantes dirigiam em alta veloci-
Notícia
dade pelas ruas após abordar de forma fria os pertences. “A mulher estava conduzindo o carro e o
comparsa dela abordava as pessoas colocando a arma na cabeça”, afirmou
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:
O que?
Onde? MANCHETE
Quando?
CORPO DA Como?
NOTÍCIA
Por quê?
É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o gênero
notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais.
Isso democratiza a informação, porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se baseiam
nesse esquema de organização das notícias para buscar alguma credibilidade do público. Por isso, atualmente, é
muito importante atentar-se à fonte de publicação das notícias.
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a reportagem, que guarda sutis diferenças em comparação com a
LÍNGUA PORTUGUESA
REPORTAGEM
A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de um
assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo; essa é
a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa. 19
É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese, desen-
volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como tele-
visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de ampla
repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o avanço do
uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
A respeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam seme-
lhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:
Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
seu caráter essencialmente informativo.
NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
trevistas, dados, imagens, etc.
anteriormente)
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual. Portanto, a
reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais que são objeto de pro-
vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em provas: o artigo de opinião.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011, p. 305).
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamen-
ta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”4.
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem
um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependendo
de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta e convincente.
Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal; porém, ao esco-
lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto, fazendo com que sua
produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
20 4 KOCH, 2011, p. 22.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte estruturação:
z Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição — exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas e
o texto é concluído.
No processo de escrita de qualquer texto é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias do
autor aos seus argumentos. Porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a esse
processo; por isso, atente-se à coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando outro
gênero frequentemente presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
EDITORIAL
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação. Neste tópico,
nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas diferenças em relação ao artigo de opinião.
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou o pro-
blema social a ser debatido no texto; posteriormente, segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e con-
clui-se com a retomada da opinião apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que o editorial representa a opinião de uma corpo-
ração, empresa ou instituição.
Marcas linguísticas:
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.
A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de gêne-
ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros. Apesar
disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse critério,
o próximo gênero estudado é a crônica. 21
CRÔNICA
O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se torna-
ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de con-
curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a competência
gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.
Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmente
podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito divulgado nas redes
sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
Apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais mais atuais. Outra característica presente
nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença do tom sar-
cástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momento em que que a isenção de impostos sobre o objeto primeiro
da cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda mais a leitura de
quem tanto precisa dela.
Um livro é:
— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de um escritor
é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com harmonia.
— A nave espacial que nos permite viajar no tempo para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo em que
foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente, com
todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro com nosso núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para que cada um possa abrir
a sua.
— A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agitam suas
múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram postas nos livros que deram origem às religiões e neles
conservadas.
Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. Adaptado.
Essa crônica trata de um assunto bem atual: o aumento da carga tributária que incide sobre o preço dos livros.
A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na sociedade com um ponto
de vista ladeado pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante fazermos uma observação relevante sobre
o assunto. Para muitos autores, os gêneros não apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer marcadas
pelo discurso. Por isso, em algumas metodologias, os gêneros serão tratados como “do discurso”.
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal. Como todo discurso materializa-se por meio
de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Podemos
distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos gêneros.
CARTA ARGUMENTATIVA
As cartas argumentativas são textos que pretendem advogar pelo ponto de vista de quem escreve e convencer
quem está lendo. São formadas pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura.
O corpo do texto possui três elementos: a ideia principal do escritor, o desenvolvimento dos argumentos e a
conclusão da ideia.
A linguagem utilizada deve ser objetiva, com clareza e formalidade. Usualmente, aparecem verbos no presen-
22 te do indicativo (as vezes, no imperativo), predominantemente na 1ª ou 3ª pessoa.
Confira o modelo a seguir:
Sem querer fazer um julgamento precipitado, mesmo porque todos são inocentes até que
se prove o contrário, o fato é que as denúncias existem e não são simples. São muitos os indícios
de beneficiamento ilícito, como casos de nepotismo e aumento de verba indenizatória, sem publi-
cação nos devidos órgãos de imprensa oficiais. Vossa Excelência aparece ligado a diversos desses
Atos e, por isso, acho que sair, pelo menos temporariamente, seria uma prova de que pretende
colaborar com as investigações.
Tais investigações constituem um elemento decisivo para a transparência pública, uma vez
que a sociedade precisa ter conhecimento de como o dinheiro de seus impostos e tributos estão
sendo aplicados. Num país em que a educação e saúde, só para citarmos duas áreas, costumeira-
mente vão de mal a pior, é inadmissível aceitarmos que ocorrências dessa natureza sejam con-
sideradas normais. Por esse motivo, entendo que o Excelentíssimo Senador deve pedir licença,
visando sempre ao interesse público.
Como cidadão brasileiro, consciente de minhas obrigações e direitos, é este o meu posicio-
namento. Se quem não deve não teme, dê-se a chance de esclarecer o que o Senhor mesmo chama
de denúncias infundadas, e isso só pode ser feito a partir do momento em que não mais ocupar a
Presidência dessa Egrégia Casa, pois a sua imagem estará desvinculada de toda e qualquer “mano-
bra” que porventura exista para não prolongar o caso.
Povo Consciente.
Disponível em: <http://centraldasletras.blogspot.com/2009/08/modelo-de-carta-argumentativa.html>. Acesso em 28 jan. 2021.
INTERTEXTUALIDADE
Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à construção de
sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Como vimos neste material, ao nos referirmos à
ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a estrutura, o propósito comuni-
cativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante para a compreensão textual é a intertextualidade,
que diz respeito à propriedade de um texto se relacionar com outros.
Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se separar a palavra em par-
tes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto, e “textualidade”
tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir da qual podemos dar
origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da internet e
também da publicidade. A seguir, apresentamos esse exemplo retirado da aula da professora Cátia Colares que
resume a ideia de intertextualidade que iremos trabalhar neste material:
LÍNGUA PORTUGUESA
Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda
Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
humorístico que pode variar, dependendo da sua fina-
ed. São Paulo: Contexto, 2015.
lidade textual.
As referências também são muito comuns em textos
PARÁFRASE jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e demais
documentos que sirvam de embasamento teórico.
A paráfrase é uma estratégia intertextual que con-
siste em recuperar aspectos do tema do texto-fonte, o CITAÇÃO
qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada
um tipo de intertextualidade temática. A citação também é um tipo de intertextualidade
explícita e diz respeito às formas de citação de uma
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que do utilizamos as palavras de outros autores, devemos
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada
24 de Luís Vaz de Camões. de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a Esse recurso foi utilizado na letra da canção Amor
citação passa a ser indireta. I love you, de Marisa Monte, na qual a cantora inseriu
Independente da maneira como citamos em um tex- um trecho da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz,
to, é imprescindível dar os créditos aos autores das obras para compor a letra da música.
citadas, por isso, devemos mencioná-los nas citações que
“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
também seguem o padrão estabelecido pela ABNT. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimen-
talidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso
z Citação direta: que saía delas, como um corpo ressequido que se estira
num banho lépido; Sentia um acréscimo de estima por
“A confiabilidade das fontes citadas confere rele- si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim uma existên-
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan- cia superiormente interessante, onde cada hora tinha
to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” o seu intuito diferente, cada passo conduzia um êxtase,
(BOAVENTURA, 2004, p. 81). e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações.”
Ex.: ó, ô, u
EMPREGO DAS LETRAS A letra “I” se apoia na letra “A”, que representa o
núcleo silábico; por isso, nesse caso, a letra “I” é uma
Refere-se ao som produzido pelo falante; é a unidade semivogal e a letra “A” uma vogal.
sonora que compõe as palavras de uma língua. Não é
o mesmo que letra, porém, é sua representação sonora. � Consoantes: Ao serem produzidas, a corrente de
ar que é expirada pelos pulmões encontra “difi-
Ex.: Hebreu culdade” para sair pela boca, fazendo com que se
tornem quase que um “barulhinho”, e por isso não
Letras (6): H, E, B, R, E, U podem ser o núcleo silábico.
Fonemas: (5) /e/, /b/, /r/, /e/, /u/ Ex.: /b/, /t/, /d/, /g/, /q/ etc.
O número de letras e fonemas são diferentes pois,
nesse caso, a letra H não representa nenhum fonema. Emprego do X e do CH
z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, chá; pé, fé,
mês; nó, pó, só.
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, guaraná; Pelé,
você; cipó, mocotó; também, parabéns.
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: bíceps, fór-
ceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen.
Importante!
z Palavras proparoxítonas: A regra mais simples e fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem ser
acentuadas!
Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns vocábulos,
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo crescente no final de
suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as palavras:
HIS-TÓ-RIA/ HIS-TÓ-RI-A
VÁ-CUO/ VA-CU-O
PÁ-TIO/ PÁ-TI-O
Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais TER e VIR:
Percebam que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordância
verbal quando usar esses verbos.
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:
z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
30 Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento Pronomes Indefinidos
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo à e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa PRONOMES INDEFINIDOS5
do singular.
Variáveis Invariáveis
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém
z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo à nenhumas
3ª pessoa).
Todo, toda, todos, todas Quem
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Outro, outra, outros, outras Outrem
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Muito, muita, muitos, muitas Algo
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Certo, certa, certos, certas Nada
e o tipo de poder instituídos pelos falantes. Vários, várias Cada
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Quanto, quanta, quantos, quantas Que
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí- Tanto, tanta, tantos, tantas
zes, reis, clérigos, entre outras. Qualquer, quaisquer
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções Qual, quais
sociais que designam: Um, uma, uns, umas
tamento é importante destacar que o plural de Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, a festa.
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na
maioria das abreviaturas terminadas com a letra
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
Exas.; V. Ema. / V.Emas.; o substantivo, indicando grande, porém incerta,
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
quantidade de algo.
tíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-
blica nunca deve ser abreviado. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
5 Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
quanto-qual.htm>. Acesso em: 14 jul. de 2020. 31
Pronomes Demonstrativos z Referência a um afastamento afetivo.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
apontam elementos a que se referem as pessoas do
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa- z Referência ao espaço textual, indicando o pri-
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço meiro termo de uma relação expositiva.
textual.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas; riu beber chá; aquela, refrigerante.
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas; Dica
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
Usamos este, esta, isto para indicar: ção demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- esqueceu de preencher o gabarito.
dade de algo ao falante. Correto: O candidato fez a prova, porém esque-
ceu de preencher o gabarito.
Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova. Pronomes Relativos
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
to de quem fala e de quem ouve. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? z Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado para
indicar posse e aparecer relacionando dois termos
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
do muito distante.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
32 tas abertas. Bons tempos aqueles! matéria (coisa possuída).
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme- Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
ro com a coisa possuída. a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome a uma coisa.
cujo: Cujo o, cuja a Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
Não podemos substituir cujo por outro pronome pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
relativo. do pronome é com o objeto da posse.
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado. Outras funções dos pronomes possessivos:
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per- z Delimitam o substantivo a que se referem;
gunta: “de quem/do que?” z Concordam com o substantivo que vem depois
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor dele;
do que? Do filme). z Não concordam com o referente;
Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de z O pronome possessivo que acompanha o substan-
quem? Do rapaz). tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � É empregado para marcar o fim de uma frase com
discurso de interlocutor: Ex.: entonação exclamativa:
– Bom dia, Maria! Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Pedro! Coitada dessa criança!
� Serve também para colocar em relevo certas � Aparece após uma interjeição:
expressões, orações ou termos. Pode ser subs- Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
colchetes: � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
marcar uma ênfase:
vamos jantar. (oração intercalada)
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
metros em 20 segundos!!!
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
Reticências
Parênteses
São usadas para:
Têm função semelhante à dos travessões e das
vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- � Assinalar interrupção do pensamento:
mos, expressões ou orações. Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) ― Pode dizer...
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� Indicar partes suprimidas de um texto:
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
jantar. (oração intercalada)
desceu as escadas apressadamente. (Também pode
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ponto Final
depois desceu as escadas apressadamente.)
É o sinal que denota maior pausa. � Para sugerir prolongamento da fala:
Usa-se: Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de
período: � Para indicar hesitação:
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
Carlos Drummond de Andrade vergonha.
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram aqui. z Com função de predicativo do sujeito
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
brasileira. Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
com a soma dos elementos.
z O problema do sistema é/são os impostos.
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z Hoje é/são 22 de agosto. Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação. sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
quanto com o nome mais próximo.
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
vam abandonados a casa e o quintal.
Silepse de Número e de Pessoa Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
Conhecida também como “concordância irregular,
substantivos por um pronome:
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando (substitui-se por “eles”)
do número da palavra referente, para concordar Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
LÍNGUA PORTUGUESA
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem existem complicados”.
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
dade: todas as flores) então é um adjunto adnominal.
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
z Com função de predicativo do objeto
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
diversas etnias, somos multiculturais. Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
Concordância Nominal dância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Define-se como a adaptação em gênero e número Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como seus subordinados. 41
Algumas Convenções � Tal qual
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
� Obrigado / próprio / mesmo com o substantivo posterior.
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
A própria enfermeira virá para o debate. pais.
Elas mesmas conversaram conosco.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais.
Dica Silepse (também chamada concordância
O termo mesmo no sentido de “realmente” será figurada)
invariável. É a que se opera não com o termo expresso, mas o
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
z Só / sós linda!)
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”. Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”. com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
apenas queriam ficar sozinhas.)
leiros, estamos esperançosos.)
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de � Possível
ficar a sós. Concordará com o artigo, em gênero e número, em
� Quite / anexo / incluso frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Concordam com os elementos a que se referem. Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Ex.: Estamos quites com o banco. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Seguem anexas as certidões negativas.
Inclusos, enviamos os documentos solicitados. Plural de Substantivos Compostos
� Meio
O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Quando significar “metade”: concordará com o
te em gênero e número. Se o termo que funciona
elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
Quando significar “um pouco”: será invariável. invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
também é um substantivo; mantém-se no singular)
� Grama
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
um substantivo; mantém-se no singular)
do significar unidade de medida, é masculino.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Plural de Adjetivos Compostos
� É proibido entrada / É proibida a entrada Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
Se o sujeito vier determinado, a concordância do mo elemento concordará com o substantivo referente.
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou Os demais ficarão na forma masculina singular.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda-
Se um dos elementos for originalmente um subs-
rão com o determinante.
tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-
nhada está boa. Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
entrada de crianças. plural, pois ambos são adjetivos.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
� Menos / pseudo
Nesse caso, o termo composto não concorda com o
São invariáveis.
Ex.: Havia menos violência antigamente. plural do substantivo referente, “folhas”.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
to é pseudo-objetivo. O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
bém pode ser um substantivo.
� Muito / bastante
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
Quando modificam o substantivo: concordam com
lógica de “musgo” do exemplo anterior.
ele.
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito Dica
irritados.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
tante irritados.
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
Se ambos os termos puderem ser substituídos por sempre invariáveis.
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
42 tuídos por “bem”, ficarão invariáveis. mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
Lista de Flexão dos Dois Elementos � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
� Nos substantivos compostos formados por pala- re em frases substantivadas e em substantivos
vras variáveis, especialmente substantivos e compostos por um tema verbal e uma palavra
adjetivos: invariável ou outro tema verbal oposto:
segunda-feira – segundas-feiras; o disse me disse – os disse me disse;
matéria-prima – matérias-primas; o leva e traz – os leva e traz;
couve-flor – couves-flores; o cola-tudo – os cola-tudo.
guarda-noturno – guardas-noturnos;
primeira-dama – primeiras-damas.
� Nos substantivos compostos formados por
temas verbais repetidos: REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
corre-corre – corres-corres;
pisca-pisca – piscas-piscas; Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
pula-pula – pulas-pulas. relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
Nestes substantivos também é possível a flexão posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- advérbio) exige complemento preposicionado, esse
-piscas, pula-pulas. nome é um termo regente, e seu complemento é um
termo regido, pois há uma relação de dependência
Flexão apenas do Primeiro Elemento entre o nome e seu complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre
z Nos substantivos compostos formados por subs- iniciado por preposição, exceto se o complemento
tantivo + substantivo em que o segundo termo vier em forma de pronome oblíquo átono.
limita o sentido do primeiro termo: Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
decreto-lei – decretos-lei; foram leais.
cidade-satélite – cidades-satélite; Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
público-alvo – públicos-alvo; to (desprovido de preposição)
elemento-chave – elementos-chave. Pronome oblíquo átono: lhe
Nestes substantivos também é possível a flexão Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, sujeito (desprovido de preposição).
públicos-alvos, elementos-chaves.
Regência Verbal
z Nos substantivos compostos preposicionados:
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; Relação de dependência entre um verbo e seu
pôr do sol – pores do sol; complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
fim de semana – fins de semana; retas, isto é, com ou sem preposição.
pé de moleque – pés de moleque.
Há verbos que admitem mais de uma regência
Flexão apenas do Segundo Elemento sem que o sentido seja alterado.
� Nos substantivos compostos formados por tema Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebi-
verbal ou palavra invariável + substantivo ou dos.
adjetivo: V. T. D: esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto direto: os favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças; Aquela moça não se esquecia dos favores recebi-
arranha-céu – arranha-céus; dos.
ex-namorado – ex-namorados; V. T. I.: se esquecia
vice-presidente – vice-presidentes. Objeto indireto: dos favores recebidos.
� Nos substantivos compostos em que há repeti-
ção do primeiro elemento: No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
zum-zum – zum-zuns; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
tico-tico – tico-ticos; alterando seu significado.
lufa-lufa – lufa-lufas;
reco-reco – reco-recos. Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos)
LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- z Locuções adverbiais formadas por palavras
bios) exigem complementos preposicionados, exceto femininas:
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Advérbios Terminados em “mente” Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo.
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
regência dos adjetivos: z Locuções prepositivas formadas por palavras
femininas:
análoga / analogicamente a Ex.: Ficaram à frente do projeto.
contrária / contrariamente a
compatível / compativelmente com z Locuções conjuntivas formadas por palavras
diferente / diferentemente de femininas:
favorável / favoravelmente a Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
paralela / paralelamente a aumentando.
próxima / proximamente a/de � Quando indicar marcação de horário, no plural
relativa / relativamente a Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
Fique atento ao seguinte: entre números teremos
Preposições Prefixos Verbais que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Alguns nomes regem preposições semelhantes a Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase)
seus “prefixos”:
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
dependente, dependência de aquilo:
inclusão, inserção em Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
inerente em/a àquele outono.
descrente de/em Por favor, entregue as flores àquela moça que está
desiludido de/com sentada.
desesperançado de Dedique-se àquilo que lhe faz bem.
desapego de/a � Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
convívio com de:
convivência com Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
demissão, demitido de Referimo-nos à de preto.
encerrado em
enfiado em � Com o pronome relativo a qual, as quais:
imersão, imergido, imerso em Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
instalação, instalado em de sair.
interessado, interesse em As alunas às quais atribuí tais atividades estão de
intercalação, intercalado entre férias.
supremacia sobre
Casos Proibitivos
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da orientação de quando não usar a crase.
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da � Antes de nomes masculinos
junção da preposição a + os pronomes relativos aque- Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela rial agrada a todos.” (MM)
marcação (`) + (a) = (à). O carro é movido a álcool.
Venda a prazo.
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
� Antes de palavras femininas que não aceitam artigos
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Ex.: Iremos a Portugal.
LÍNGUA PORTUGUESA
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Nomes de Lugares
o pacote.
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio. z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
moro em Copacabana, passo por Copacabana)
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
contrato. Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação passo pela Bahia)
suspeita de fraude.
Eles estavam conservando a certa altura. Macetes
Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade. z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
� Antes de demonstrativos por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa a, com a, à moda de, durante a;
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
personalidades históricas Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin.
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
O pacote foi entregue a ti ontem.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a lado) lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal por a este, a esta e a isto;
de justiça.
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância nomes de cidades quando esses termos estiverem
sem determinante acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h. tância de 200 metros do pico da montanha.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da A compreensão da crase vai muito além da estética
expedição marinha.
gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Vocês o observaram a distância.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
Crase Facultativa
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Nestes casos, podemos escrever as palavras das
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
detalhadamente, observe as seguintes dicas: advérbio de instrumento da ação de pintar.
� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara. Estudo da posição dos pronomes na oração.
As comunicações administrativas devem ser De acordo com a forma como queremos ou deve-
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as informal, empregamos determinados pronomes cha-
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem- mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos:
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
de documentos —, o documento em html etc.), quanto Você (s): para tratamento cerimonioso formal.
para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata- Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca-
mento. Não se trata somente do correto emprego deste ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
ou daquele pronome de tratamento para uma autori- o “você” para qualquer pessoa, independentemente de
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao dizer nada, afinal por que a língua teria os dois prono-
50 assunto do qual cuida a comunicação. mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
Essa informação nos ajuda a entender por que os
AUTORIDADE Vice-Presidente da República
dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono- ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
mes que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao con-
trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias Senhor Vice-Presidente da
VOCATIVO
são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento República,
entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân- TRATAMENTO NO Vossa Excelência
cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO Ao Senhor
Presidente do Supremo Tribu-
AUTORIDADE VOCATIVO Senhor + Posto,
nal Federal
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor CORPO DO TEXTO
Excelentíssimo Senhor Pre- ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
Federal,
AUTORIDADE Senador da República
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Na hipótese de comunicação com particular, pode- No cabeçalho, deverão constar os seguintes elementos:
-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocu- z Brasão de Armas da República: no topo da pági-
tor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc. na. Não há necessidade de ser aplicado em cores.
Exemplos: O uso de marca da instituição deve ser evitado na
correspondência oficial para não se sobrepor ao
Senhora Senadora; Brasão de Armas da República.
Senhor Juiz;
Senhora Ministra.
� Senhora [Nome];
Prezado Senhor.
� Prezado Senhor.
mente quando o signatário for o Presidente da Repú-
blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
FINALIDADE DO EXPEDIENTES OFICIAIS autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,
nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
O padrão Ofício
novembro de 1977.
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
Nome do órgão principal;
de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran- Nomes dos órgãos secundários, quando neces-
do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar sários, da maior para a menor hierarquia; e
nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
chamamos de padrão ofício. Exemplo: 53
z Endereçamento
Nos casos em que não seja usado para enca- z Fechos para comunicações
minhamento de documentos, o expediente
deve conter a seguinte estrutura: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des-
Introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni- tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili-
cação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a
forma direta: Informo, Solicito, Comunico; Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas este Manual estabelece o emprego de somente dois
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que con- fechos diferentes para todas as modalidades de comu-
fere maior clareza à exposição; e nicação oficial:
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. Para autoridades de hierarquia superior à do
remetente, inclusive o Presidente da República:
Quando forem usados para encaminhamento Respeitosamente,
de documentos, a estrutura é modificada: Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Introdução: deve iniciar com referência ao expe- Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
com a informação do motivo da comunicação, que é a rito e tradição próprios.
encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou O fecho da comunicação deve ser formatado
signatário e assunto de que se trata) e a razão pela da seguinte maneira:
qual está sendo encaminhado; e
Exemplos: Alinhamento: alinhado à margem esquerda da
página;
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril
de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, gem esquerda;
que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. Espaçamento entre linhas: simples;
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do
cada parágrafo e não deve ser numerado;
Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente
da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na re- z Identificação do signatário
gião Nordeste.
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-
dente da República, todas as demais comunicações ofi-
Desenvolvimento: se o autor da comunicação
desejar fazer algum comentário a respeito do docu- ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há Nome: nome da autoridade que as expede, gra-
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se
para encaminhamento de documentos.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Formatação e apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
56
A seguir, segue alguns exemplos de Ofício:
LÍNGUA PORTUGUESA
57
(29,7 cm x 21 cm)
58
59
LÍNGUA PORTUGUESA
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;
z Exposição de Motivos
z Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar
o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº
9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito
que permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de moti-
60 vos com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:
LÍNGUA PORTUGUESA
61
z Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
acompanha a mensagem.
As mensagens contêm:
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:
64
z Correio eletrônico (e-mail) z Saudação inicial/vocativo
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
prática comum, não só em âmbito privado, mas tam- por uma saudação. Quando endereçado para outras
bém na administração pública. O termo e-mail pode ser instituições, para receptores desconhecidos ou para
empregado com três sentidos. Dependendo do contex- particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
to, pode significar gênero textual, endereço eletrônico os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- Senhor”, “Prezada Senhora”.
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- Exemplos:
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível Senhor Coordenador;
com uma comunicação oficial. Prezada Senhora;
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido-
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a z Fecho
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens ele- Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
mou-se na principal forma de envio e recebimento de uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
documentos na administração pública; como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
z Valor documental devem ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
documental, isto é, para que possa ser aceito como deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
documento original, é necessário existir certificação outro documento oficial;
digital que ateste a identidade do remetente, segundo
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- z Bloco de texto da assinatura
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra-
sileira – ICP-Brasil. Sugere-se que todas as instituições da administra-
O destinatário poderá reconhecer como válido ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
o e-mail sem certificação digital ou com certificação A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio Exemplo:
documento físico assinado ou por meio eletrônico Maria da Silva
reconhecido pela ICP-Brasil. Assessora
Salvo lei específica, não é dado ao ente público Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
impor a aceitação de documento eletrônico que não (61)XXXX-XXXX;
atenda os parâmetros da ICP-Brasil;
z Anexos
z Forma e estrutura
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
Um dos atrativos de comunicação por correio imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve
sa definir padronização da mensagem comunicada. trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
No entanto, devem-se observar algumas orientações Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele
quanto à sua estrutura; é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo
no corpo do correio eletrônico.
z Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
nhamento de anexos nas mensagens de resposta.
O assunto deve ser o mais claro e específico pos- Os arquivos anexados devem estar em formatos
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará Quando se tratar de documento ainda em discussão,
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do formato que possa ser editado;
LÍNGUA PORTUGUESA
correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- z Recomendações
te o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não Sempre que necessário, deve-se utilizar recur-
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um so de confirmação de leitura. Caso não esteja
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião disponível, deve constar da mensagem pedido
sobre a Reforma da Previdência”; de confirmação de recebimento;
Apesar da imensa lista de fontes disponíveis
z Local e data nos computadores, mantêm-se a recomenda-
ção de tipo de fonte, tamanho e cor dos docu-
São desnecessários no corpo da mensagem, uma mentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12,
vez que o próprio sistema apresenta essa informação; cor preta; 65
Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
documentos oficiais;
O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
utilizados;
Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação.
Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de
logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.
z Ata
Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim;
z Normas
Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº
280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando
mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,
secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande
circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -
tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados
sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo
qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.
Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal , Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal.
z Atestado
Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.
Como fazer:
O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
66 O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar-
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP
z Circular
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,
Fulano de Tal
LÍNGUA PORTUGUESA
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios
z Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de:
67
Título: DECLARAÇÃO;
Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
DECLARAÇÃO
Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.
ClarkKent
_____________________
Super Homem
z Requerimentos
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:
9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados.
68
z Relatório
É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de
z Parecer
A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.
Vocativo;
Identificação do especialista;
Introdução - apresentação do assunto;
Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário). 69
Ref. Ação 001/1.01.0000000-0
Sr. Juiz,
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
(AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de ende-
reçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às redações
oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração em
provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse decreto,
indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n. 9.758, de 11 de
abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimônias das quais o agente público federal participe.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares;
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário;
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e aos presidentes de empresas públicas e sociedades de economia
mista;
6. aos empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da administração pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
70 § 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais; e
2. às comunicações entre agentes públicos da administração pública federal e agentes públicos do Poder Judiciário,
do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de outros entes fede-
rativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra parte, com base em norma aplicável ao órgão, à
entidade ou aos ocupantes dos cargos.
Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”,
independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento, ainda que
abreviadas:
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
2. Vossa Senhoria;
3. Vossa Magnificência;
4. doutor;
5. ilustre ou ilustríssimo;
6. digno ou digníssimo; e
7. respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput, mediante invocação
de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso
haja erro na forma de tratamento empregada.
Endereçamento de comunicações
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamen-
to ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do destinatário nas
hipóteses de:
1. a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do desti-
natário; ou
2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.
Vigência
HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) A frase em que a palavra ou expressão destacada respeita as regras ortográficas e gramati-
cais da norma padrão é:
2. (CESGRANRIO — 2021)
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha pro-
vado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava.
Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha
irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
— Como não acaba?
— Parei um instante na rua, perplexa.
71
— Não acaba nunca, e pronto. segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portu-
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada guesa, é
para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei
a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o a) extra-escolar / médico-cirurgião
elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia b) bem-educado / vagalume
acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às c) portarretratos / dia a dia
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chu- d) arco-íris / contra-regra
par depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com e) subutilizar / sub-reitor
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente,
tornando possível o mundo impossível do qual eu já 4. (CESGRANRIO — 2021)
começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei
afinal pondo o chicle na boca. Privacidade digital: quais são os limites
— E agora que é que eu faço?
Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros
— Perguntei para não errar no ritual que certamente usuários de internet, representando cerca de 69,8% da
deveria haver. população com 10 anos ou mais. Ao redor do mundo,
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede mundial, sen-
e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. do que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo smartphone.
E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase)
já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado utópico. Uma vez na rede, a informação está registra-
do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, da para sempre: deixamos rastros que podem ser des-
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. cobertos a qualquer momento.
— Acabou-se o docinho. E agora? Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição,
— Agora mastigue para sempre. essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é impor-
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a tante, inclusive, para trazer mais clareza e consciência
mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa para os usuários. Vale lembrar, por exemplo, que não
cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. são apenas as redes sociais que expõem as pessoas.
Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser
verdade eu não estava gostando do gosto. E a vanta- rastreado por diferentes empresas e provedores.
gem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de A questão central não se resume somente à política
medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao
infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura modo como cada sociedade vem paulatinamente
da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, estruturando a sua política de proteção de dados.
eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não A segurança da informação já se transformou em
suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei uma área estratégica para qualquer tipo de empre-
um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. sa. Independentemente da demanda de armazena-
— Olha só o que me aconteceu! mento de dados de clientes, as organizações têm um
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza. universo de dados institucionais que precisam ser
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! salvaguardados.
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba Estamos diante de uma realidade já configurada: a
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gen- coleta de informações da internet não para, e esse é
te pode ir mastigando, mas para não engolir no sono um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clien-
agente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia tes, estamos prontos e dispostos a definir o limite da
lhe dou outro, e esse você não perderá. privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse
limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha assim quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo
que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, mui-
Sem o peso da eternidade sobre mim. to possivelmente não. Isso porque, embora muitas
pessoas não saibam, a maioria das redes sociais pre-
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. vê que, a partir do momento em que um conteúdo é
postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
Daí a importância da conscientização. É preciso que
No texto, foram empregadas as palavras aí e ótimo, tanto clientes como empresas busquem mais infor-
ambas acentuadas graficamente. mação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organiza-
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos ções, cabe o desafio de orientar seus clientes, já que,
mesmos motivos que aí e ótimo são, respectivamente, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
limites da privacidade digital.
a) juíz e ébano Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar
b) Icaraí e rítmo permanentemente o que quer. Nesse contexto, a infor-
c) caquís e incrédulo mação deixou de ser algo confiável e cabe a cada um
d) país e sonâmbulo de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisamos
e) abacaxí e econômia de consciência, senso crítico, responsabilidade e cui-
dado para levar a internet a um outro nível. É fato que
3. (CESGRANRIO — 2021) O grupo de palavras que aten- ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de
de às exigências relativas ao emprego ou não do hífen, maneira mais inteligente e contribuir para fortalecer a
72
privacidade digital? Essa é uma causa comum a todos É preciso pensar em como agrupar esses alunos e ave-
os usuários da rede. riguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir
como enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros
Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital- extras, com anos (letivos) de transição.
quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na
No trecho “Esse limite poderia ser dado pelo próprio pandemia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
consumidor, se ele assim quiser?” (parágrafo 6), a for- bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
pandemia.htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.
ma verbal destacada expressa a noção de
9 GABARITO
1 B
2 D
3 E
4 C
5 C
6 B
7 C
8 E
9 A
10 D
11 B
74
Importante!
A soma ou subtração de dois números pares tem
resultado par. Ex.: 12 + 8 = 20; 12 – 8 = 4.
MATEMÁTICA A soma ou subtração de dois números ímpares
tem resultado par. Ex.: 13 + 7 = 20; 13 – 7 = 6.
A soma ou subtração de um número par com
outro ímpar tem resultado ímpar.
Ex.: 14 + 5 = 19; 14 – 5 = 9.
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E A multiplicação de números pares tem resultado
REAIS par. Ex.: 8 · 6 = 48.
A multiplicação de números ímpares tem resul-
Antes de adentrar ao estudo dos números inteiros, tado ímpar: Ex.: 3 · 7 = 21.
faz-se importante fazer uma breve introdução acerca A multiplicação de um número par por um núme-
dos números naturais. ro ímpar tem resultado par. Ex.: 4 · 5 = 20.
Dica
O símbolo do conjunto dos números naturais é a Z N
letra N e podemos ter, ainda, o símbolo N*, que
representa os números naturais positivos, isto é,
excluindo o zero.
consecutivos.
As quatro operações básicas que podemos efetuar
z Números naturais pares: são aqueles que, ao com estes números são: adição, subtração, multiplica-
ção e divisão.
serem divididos por 2, não deixa resto. Por isso, o
zero também é par. Logo, todos os números que
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou
terminam em 0, 2, 4, 6 ou 8 são pares; seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25
z Números naturais ímpares: ao serem divididos
por 2, deixam resto 1. Todos os números que ter- Veja mais alguns exemplos:
minam em 1, 3, 5, 7 ou 9 são ímpares. Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18 75
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85 SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Principais propriedades da operação de adição: Operações Resultados
+ + +
Propriedade comutativa: a ordem dos números - - +
não altera a soma.
+ - -
- + -
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.
z Multiplicação: a multiplicação funciona como se Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
fosse uma repetição de adições. Veja:
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso, tere-
mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
A multiplicação 20 · 3 é igual à soma do número 20
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte · 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
Algo que é muito importante e você deve lembrar sem- Algo que é muito importante e você deve lembrar
76 pre são as regras de sinais na multiplicação de números: sempre são as regras de sinais na divisão de números:
SINAIS NA DIVISÃO Dividendo = 18 · n + 15
Dividendo = 17 · (n+2) + 1
Operações Resultados 18 · n + 15 = 17 · (n+2) + 1
+ + + 18n + 15 = 17n + 34 + 1
18n – 17n = 35 – 15
- - + n = 20. Logo, n · (n+2) = 20 · (20+2) = 20 · 22 = 440.
Resposta: Letra A.
+ - -
a) 13.
Dica b) 15.
� A divisão de números de mesmo sinal tem c) 19.
resultado positivo. d) 22.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3 e) 23.
� A divisão de números de sinais diferentes tem
resultado negativo. Primeiro vamos fazer a multiplicação e depois as
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24 demais operações: 2 + 3 · 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
Resposta: Letra A
Esquematizando:
NÚMEROS RACIONAIS
Dividendo
Divisor São aqueles que podem ser escritos na forma da
30 5 divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja,
0 6 escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B
são números inteiros.
Resto Quociente Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também,
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são
Dividendo = Divisor · Quociente + Resto divididos pelo número 1.
30 = 5 · 6 + 0
Dica
Principais propriedades da operação de divisão:
Qualquer número natural é também inteiro e todo
Propriedade comutativa: a divisão não possui número inteiro é também racional.
essa propriedade.
Propriedade associativa: a divisão não possui O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
essa propriedade. representar por meio de diagramas a relação entre os
Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu- conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:
tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
por 1, o resultado será o próprio número.
Q
Ex.: 15 / 1 = 15.
:10 :10 :10 :10 :10 :10 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos hora —
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades minuto — segundo, que são os mais conhecidos. Veja
diferentes que servem para medir dimensões maiores
como se faz a relação nessa unidade:
ou menores. A conversão de unidades de superfície
Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 MM2
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
:100 :100 :100 :100 :100 :100
Para medir ângulos, a unidade básica é o grau.
Temos, então, as seguintes relações:
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
Para sair do metro quadrado e chegar no centíme-
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
tro quadrado, devemos multiplicar por 10.000 (100 ·
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
100), pois “andamos” duas casas até chegar em centí-
metro quadrado. Logo,
Aqui vale fazer uma observação: os minutos e os
5,3m2 = 5,3 · 10.000 = 53.000 cm2.
segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
Medidas de Volume (Capacidade) (hora — minuto — segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
A unidade principal tomada como referência é o 1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins-
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades tante do dia.
diferentes que servem para medir dimensões maiores 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1.000. Veja o esquema a seguir: Medidas de Massa
z Grama (g);
z Miligrama (mg).
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
Vamos tomar como base as relações a seguir para
Exemplo: Converter 5,3 m para cm : 3 3 converter uma unidade em outra. Observe:
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
cúbico, devemos multiplicar por 1.000.000 (1.000 · 1.000), z 1 t = 1.000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas);
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro z 1 kg = 1.000 g (um quilograma tem mil gramas);
cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 · 1.000.000 = 5.300.000 cm3. z 1 g = 1.000 mg (uma grama tem mil miligramas). 79
Observe o exemplo a seguir de uma conversão: Resolução de Problemas Envolvendo Grandezas
Vamos transformar 3,5 kg em gramas. Após olharmos toda a parte teórica, vamos resolver
Sabemos que 1 kg equivale a 1.000 gramas, logo: algumas questões de diversas bancas que envolvem
as grandezas de comprimento, volume, capacidade,
tempo, massa, temperatura e área.
1 kg — 1.000 g
3,5 Kg — x
1. (ENCCEJA – 2019) Tonel é um recipiente utilizado
x = 3,5 · 1.000
para armazenar líquidos. Uma vinícola utiliza tonéis
x = 3.500 g com capacidade de 1 000 litros cada um, para armaze-
nar sua produção de 50 m³ de vinho.
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3.500 g. Quantos tonéis serão necessários para armazenar
toda a produção dessa vinícola?
Medidas de Temperatura
a) 50.
O instrumento para a medição de temperatura é o b) 20.
termômetro, que é um tubo graduado com um líquido c) 5.
em seu interior (mercúrio ou álcool). As escalas mais d) 2.
comuns para medir temperatura são:
Para responder à questão, é necessário que lembre-
z Celsius: Medida em graus centígrados; mos da seguinte relação:
z Kelvin: Medido em Kelvin; 1 m³ = 1.000 l. Logo, 50 m³ = 50.000 l. Então, a quan-
z Fahrenheit: Medida em graus Fahrenheit. tidade de tonéis é de: 50.000 / 1.000 = 50 tonéis.
Resposta: Letra A.
As conversões entre essas escalas termométricas
2. (ENCCEJA – 2019) De acordo com dados do Instituto
são dadas pelas fórmulas a seguir:
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ-
ção brasileira de café, no segundo semestre de 2014,
De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273;
foi estimada em 47 milhões de sacas de 60 kg cada.
De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-
32) / 9. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2014 (adaptado).
C D
=
3 2
Meio: 3 e x;
Extremos: 2 e 6. z Somas Internas
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: a c a+b c+d
= = =
b d b d
3·X=2·6
3X = 12 É possível, ainda, trocar o numerador pelo denomi-
X = 12/3 nador ao efetuar essa soma interna, desde que o mes-
X=4 mo procedimento seja feito do outro lado da proporção. 81
a
=
c
=
a+b
=
c+d Logo,
b d a c
2A
= 1.000
Vejamos um exemplo: 4
x 2 2A = 4 · 1.000
=
14 - x 5 2A = 4.000
A = 2.000
x + 14 - x 2+5
=
x 2
Fazendo a mesma resolução em B:
14 7 3B
= = 1.000
x 2 9
3B = 9 · 1.000
7 · x = 2 · 14
3B = 9.000
14 · 2
x= =4 B = 3.000
7
Vale lembrar que essa propriedade também ser- 2 · 2.000 + 3 · 3.000 = 4.000 + 9.000 = 13.000
ve para subtrações internas.
Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui A seguir, acompanhe alguns exercícios comenta-
(sinais diferentes). dos para revisar os conhecimentos vistos até aqui.
Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas: 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item seguinte apre-
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade,
DIRETAMENTE
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado porcentagens e descontos.
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com-
INVERSAMENTE prou alimentos em quantidades suficientes para que
PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal eles e seus dois filhos consumissem durante os 30
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
chegou de surpresa para passar o restante do mês
Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
mais como isso tudo funciona. seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construí- tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
do utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
muro de 30 metros nas mesmas condições do ante-
rior, quantos tijolos serão necessários? ( ) CERTO ( ) ERRADO
Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente 4 pessoas ------- 24 dias
proporcional. 6 pessoas ------- x dias
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
12 m -------- 2.160 (tijolos) na horizontal:
30 m -------- X (tijolos) 6x = 4 · 24
6x = 96
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+) x = 96/6
e que para fazermos um muro maior vamos precisar x = 16
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumenta- Como já haviam comido por 6 dias, é só somar:
do (+). Logo, as grandezas são diretamente proporcio- 6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por
nais e vamos resolver multiplicando cruzado. 6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
Observe: Resposta: Errado.
6 2
=
Analisando isoladamente duas a duas: X 6
2X = 36
1000 (panf.) -------- 40 (min)
2000 (panf.) ------ -- X (min) X = 18
Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle- O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá respeitando as novas condições é igual a 18.
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve- Acompanhe as questões comentadas a seguir para
mos manter a razão. revisar os conhecimentos vistos. 85
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipa- 30
30% = (forma de fração)
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, 100
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo 30
30% = = 0,3 (forma decimal)
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- 100
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a
30 3
30% = = (forma de fração simplificada)
a) 2.666. 100 10
b) 2.160.
c) 1.215. Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
d) 1.500. várias maneiras:
e) 1.161.
30 3
30% = = 0,3 =
Primeiro vamos passar para minutos: 100 10
5h = 300min.
4h30min= 270min. Também é possível fazer a conversão inversa, isto
min.-----dias-----pag. é, transformar um número qualquer em porcentual.
300 -------4-------1.800 Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
270 -------3-------X
Resolvendo, temos: 25 · 100 = 2.500%
0,35 · 100 = 35%
300 (Simplifica por 30) 0,586 · 100 = 58,6%
1800 4
X
=
3
#· 270 (Simplifica por 30)
1800 4 10 NÚMERO RELATIVO
= #·
X 3 9
4 · X · 10 = 1.800 · 3 · 9 A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
X = 1.215 páginas que esse mesmo equipamento é um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C. ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
que estamos especificando. Para descobrir a quanto
2. (VUNESP – 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
operando com a mesma capacidade de produção,
10 · 1000 = 100
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 10% de 1000 =
100
horas por dia. O número de dias necessários para que
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
quem dois lotes dessas peças é
que corresponde a 10% de 1000.
a) 11.
b) 12. Dica
c) 13. Quando o todo varia, a porcentagem também varia!
d) 14.
e) 15. Veja um exemplo:
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos por Roberto?
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui- O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
serem entregues (direta).
Resolvendo: 2
=
1
8/x = 1/2 · 8/6 · 4/5 (simplifique 8/6 por 2) 8 4
8/x = 1/2 · 4/3 · 4/5
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
8/x = 8/15 vamos multiplicar a fração por 100:
8x = 120
x = 120/8 1 · 100 = 25%
x = 15 dias. Resposta: Letra E. 4
- 50 parlamentares
Variação percentual = Final Inicial Deputadas = X
Inicial
Deputados = 50 – X
Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor. Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Exemplo 2: parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
Juliano percebeu que ainda não assistiu a 200 cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de valor de X.
aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se 20% x + 10% (50-x) = 7
Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
caído 20%? 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
A variação percentual de uma grandeza corres-
2x + 50 - x = 70
ponde ao índice:
2x - x = 70 - 50
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis-
Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = = lativa. Resposta: Letra D.
Inicial 200
20
– = - 0,10
200
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar 2º GRAUS
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- Conceito
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Vamos lá! Uma equação é uma igualdade na qual uma ou
mais variáveis — geralmente são as letras do nosso
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, alfabeto — denominadas incógnitas são desconhe-
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em cidas. O nosso principal objetivo é encontrar o valor
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- dessa incógnita.
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Resolução e Discussão
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da z Equação do Primeiro Grau
parcela.
A forma geral de uma equação do primeiro grau
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
é: ax + b = 0.
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
chamado de termo independente.
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
( ) CERTO ( ) ERRADO todas as partes que possuem incógnitas de um lado igual
e do outro os termos independentes. Veja um exemplo:
Valor da bicicleta = 1.720,00 10x = 5x + 20
MATEMÁTICA
10x = 5x + 20 –
10 . 4 = 5 . 4 + 20
40 = 40
40 – 40 = 0
Identificamos que os valores < 0 (valores negati-
z Inequação do Primeiro Grau vos) são os valores de x < 4.
Nas inequações temos pelo menos um valor desco- z Equação do Segundo Grau
nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos: Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2.
> maior que Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
< menor que Onde a, b e c são os coeficientes da equação.
≥ maior que ou igual
≤ menor que ou igual a é sempre o coeficiente do termo em x²;
b é sempre o coeficiente do termo em x;
Podemos representar das formas a seguir: c é sempre o coeficiente ou termo independente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4x - y = 5
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que
S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de A principal forma de resolver esse sistema é usan-
idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos do o método da substituição. Este método é muito sim-
dizer que: ples e consiste basicamente em duas etapas:
Idade de S2 = Idade de S4 + 2
Chamando de X1, X2, X3 e X4 para designar as respec- z Isolar uma das variáveis em uma das equações;
tivas idades no ano de 2020, podemos escrever que: z Substituir esta variável na outra equação pela
X2 = X4 + 2 expressão achada no item anterior. 89
Vamos aplicar no nosso exemplo: Veja um outro exemplo em que vamos precisar
Isolando “x” na primeira equação multiplicar:
*
x = 10 – y x + y = 10
(
- x - y = - 10
Logo, voltando na primeira equação, acharemos o
x - 2y = 4
valor de “x”
-3y = -6
x = 10 – y y = -6 / -3
y= 2
x = 10 – 7
x=3
Substituindo o valor de “y” na primeira equação,
achamos o valor de “x”:
Assim, x = 3 e y = 7.
x + y = 10
Dica x + 2 = 10
x = 10 – 2
Método da substituição x=8
� Isolar uma das variáveis em uma das equações;
� Substituir essa variável na outra equação pela Sistemas de Equações do 2º Grau
expressão achada no item anterior.
Vamos usar o mesmo método principal para resol-
Há um outro método para resolver um sistema vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou zamos no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
Método da Substituição. Veja um exemplo:
soma) de equações. Veja:
(
x+y=3
z Multiplicar uma das equações por um número que
2 2
seja mais conveniente para eliminar uma variável; x -y =-3
z Somar as duas equações, de forma a ficar apenas
com uma variável. Isolando x na primeira equação, temos que x =
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
Veja o exemplo a seguir: temos que:
(3 – y)2 – y2 = -3
*
x + y = 10 9 – 6y + y – y2 = -3
y=2
4x - y = 5
Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1
Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
multiplicação, pois já temos a condição necessária ria com exercícios comentados de diversas bancas.
para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos Vamos lá!
fazer apenas a soma das equações. Veja:
1. (VUNESP – 2018) Em um concurso somente para os
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
*
x + y = 10
para um desses cargos. Sabendo que o número de
4x - y = 5 candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades
5x = 15 menor que o número de candidatos inscritos para o
x=3 cargo B, e que a razão entre os respectivos números,
nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o
número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
pondeu, do total de candidatos inscritos, a
achamos o valor de “y”:
a) 3/7.
x + y = 10 b) 5/9.
3 + y = 10 c) 4/7.
y = 10 – 3 d) 2/3.
90 y=7 e) 5/7.
A = B – 3.000 Seja “a” a quantidade de pedidos de patentes da
A/B = 0,4 indústria alimentícia. Foi dito que este total é igual
A = 0,4B à soma dos demais pedidos, que são x e y, ou seja,
Substituindo essa última equação na primeira, temos: a=x+y
0,4B = B – 3.000 O total de pedidos é:
3.000 = B – 0,4B T = a + x + y = a + a = 2a
3.000 = 0,6B Como T = 128, temos
B = 3.000/0,6 128 = 2a
B = 5.000 a = 64
Lembrando que A = 0,4B, podemos obter o valor de A: Resposta: Certo.
A = 0,4 x 5.000
A = 2.000 4. Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos
Total de patentes do produto X foi igual ao dobro da quan-
A + B = 5.000 + 2.000 = 7.000 tidade de pedidos de patentes do produto Y, então a
O número de inscritos para o cargo B, em relação quantidade de pedidos de patentes de produtos da
ao total, será: indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade de
5.000/7.000 = 5/7. Resposta: Letra E. pedidos de patentes de Y.
referido mês, julgue os itens seguintes. encontrado em diversos assuntos, como, por exemplo:
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
3. Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x + depende da quantidade de energia consumida? Será
y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64. que a temperatura influencia o aumento de vendas de
sorvete? Assim, o seu estudo se torna apropriado para
( ) CERTO ( ) ERRADO que sua aplicação ajude na resolução de problemas.
Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo
Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x de associação entre eles que faça corresponder a todo
+ y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64. elemento do primeiro conjunto um único elemento do 91
segundo, ocorre uma função, ou dizemos que um está 𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
em função do outro. Podemos representar uma fun- 𝑓: A → B
ção de duas maneiras, tabela ou fórmula. Veja a seguir x ↦ 𝑓(x)
uma tabela que relaciona dois conjuntos, distância
Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-
percorrida e valor pago em uma corrida de táxi:
ro real x ao número 2x, é expressa da seguinte forma:
Para toda distância percorrida nesta tabela, existe O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
um único correspondente de valor pago por corrida. conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
Um matemático diria que o valor pago na corrida de possíveis elementos do conjunto A (D=A) e, nos gráfi-
táxi está em função da distância percorrida. Se cha- cos, são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir.
marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se O contradomínio (CD=B) é o conjunto de chegada,
escrever então a fórmula que represente essa função: formado por todos os elementos do conjunto B e são
formados por todos os valores que as ordenadas (eixo
VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
y) podem assumir.
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
A imagem (Im) é formada por todos os elementos
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da do contradomínio que se relacionam com algum ele-
função permite escrever a sua correspondente Tabe- mento do domínio. Assim, quando todo elemento x ϵ
la, bastando substituir os valores D e obter seus res- A está associado a um elemento y ϵ B, dizemos que y é
pectivos VP. Podemos dizer, ainda, que o valor fixo na a imagem de x, e denotamos por y = 𝑓(x).
fórmula (cinco) seria o valor da bandeira. Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio e
Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em um contradomínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x) = x +
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota- 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da subs-
do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: tituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, pertencente
⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓. aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1 + 2 = 3,
Na figura a seguir, observa-se que as relações 𝑓 e e assim sucessivamente, de modo geral, a Im( 𝑓) = x + 2.
g não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de
A tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se Importante!
tem todo elemento de A com um único respectivo em
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para Se tivermos um elemento do conjunto de partida
todo elemento de A existe um único respectivo em B, (A) o qual não tem seu respectivo valor em relação
ao conjunto (B), então essa relação não é função.
A f B
O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas
as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
a função a seguir, qual seria seu domínio?
√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x
A
H B
B
z Diagrama para funções injetoras
A
2 0
3 2 -2 -10
5 4 -1 -5
6 0 0
A 8 1 5
10 2 10
B
A B
z Diagrama para funções sobrejetoras
Diagramas para funções par (a) e ímpar (b).
𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 1
𝑓(3) = 3 – 1 = 2 y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
e é raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
tesiano será:
12 – 1
g(1) = =0
1+1 1
(x, y) = ,0
2
22 – 1
g(2) = =1
2+1 FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E
DECRESCENTE
32 – 1
g(3) = =2 Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de
3+1
função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,
Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
∊ A, temos que as funções são iguais.
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
Podemos ter outras relações entre funções, como
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir; assim, o conjunto
a soma de duas funções 𝑓 e g, definida por:
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.
(𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).
FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA função inversa de 𝑓 é definida por:
{
y+1
são funções em que cada subdomínio tem uma função 𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
associada a ela e a união desses subdomínios forma o 2
domínio da função original 𝑓(x). Com isso, consegui-
mos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada sub- Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
domínio, dois exemplos de funções com mais de uma
{
sentença e diferentes subdomínios.
y+1
{
𝑓–1 = (y, x) ∊ B × A | x =
2
–x + 1, se x < –2
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
O domínio da f é A que é a imagem de f , já o
–1
(Figura “a”) 95
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
na próxima figura.
Importante!
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função afim.
Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as duas funções Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
mais a bissetriz em pontilhado. ficiente angular for positivo e decrescente quando o
mesmo for negativo.
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA
Sinal da Função Afim
Função Linear e Afim
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida
A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan- por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com 𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0. Inicialmente, identificamos onde a função é igual
O gráfico da função linear é uma reta que passa a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos
cartesiano (figura a seguir). a raiz sendo:
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
b b
f ( x==
𝑓(x) ) axax
+ b+>b0 >→0x →
> – x > −; ;
a a
b
f ( x=
𝑓(x) =) axax
+ b+<b0 <→0x →
< – x b< −; ;
Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4).
a a
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
96 a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1 os sinais positivos e negativos da função.
2º caso: a < 0 (decrescente): {S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
inequações produto.
Tomemos como exemplo a inequação produto (x +
𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b; 2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x)
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a a = 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos:
b b
f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ; x+2>0→x>–2 b
a a f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
1
3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
3 a
{
2x + 1 = 0 → x = –
2 S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{
3
Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
x+2<0→x<–2 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b a
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a f3x(–x1=
1 b
)< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
1 b
3 a
fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x)
2 a
{
Inequações Produto e Quociente para Função Afim
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ- 3
to delas são dadas por:
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-
𝑓(x) · g(x) ≤ 0 tes delas são dadas por:
De acordo com a regra de sinais do produto de
números reais, temos que (+ · + = +); (– · – = +); (+ · – 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas > 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, g(x) g(x) g(x) g(x)
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto
De acordo com a regra de sinais do quociente de
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou
números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+ ÷ – =
MATEMÁTICA
𝑓(x)
≥0 (x + 2)
g(x) ≥1
(3x – 1)
É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1
⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras é:
inequações quocientes.
{
Tomemos como exemplo a inequação quociente:
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{
ℜ| 3 2
(x + 2)
≥1
(3X – 1)
Quando se está trabalhando algebricamente com
uma inequação, no momento que se tem a necessida-
Ou seja, de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1), não esqueça de também inverter
(x + 2) o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .
(x + 2) (–2x + 3
≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1 Funções Quadráticas
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ (xv, yv) =
3
2
,–
1
4
3 2
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
f ( x )
= ax + b > 0 → x > − ;
2 a
f (3x 1 b
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
3 a
98
Logo seu gráfico segue na próxima figura: Sinal da Função Quadrática
– b ± √∆
x=
2a
Com ∆ = b2 – 4ac.
Agora, teremos os casos para estudo do sinal da
função quadrática, quando o coeficiente a é positivo
(a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando
∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0
Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com vértice: Para ∆ < 0, temos:
(x v, y v = ^ 2 , – h e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
3 1
4
As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ
𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Pela forma canônica, tem-se que a função 𝑓(x) =
ax2 + bx + c pode ser escrita da seguinte forma: No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como
não existe raiz real; logo, a parábola não corta o eixo
[ ]
2 x (abscissa).
b ∆
𝑓(x) = a x+ –
2a 4a2
Para ∆ = 0, temos:
– b ± √∆
x=
2a a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ
Usando essa fórmula, chegamos nas raízes da fun-
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-
zes são iguais (raiz unitária). Logo, a parábola corta o
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
eixo x (abscissa) em apenas um ponto; nesse ponto, a
𝑓(x) = 0.
– (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
2·1 2
– (–3) + √1 3+1
x2 = = =2
2·1 2
Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1, Para ∆ > 0, temos:
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
b
Importante! f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x 0< x→
1 x > −2 ;
ou x > x }
a
MATEMÁTICA
–(–1) – √25 b
fx( x==) ax2+· 1b > 0 →
1
x>− ;
= –2
a
𝑓(x) = 0
fx( x==) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →= 3x < − ;
2
2·1 a
Logo, no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x)
f ( x=
) ax +–(2)
b >±0 √0→ x > −
b
;
a
= x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor g(x) = 0 x =x = = 1 b
f (1x=
) 2 ax + b < 0 → x < − ;
do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim,
2 · (–1) a
concluímos para o estudo de sinal:
Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:
b
f ( x>=
𝑓(x) ) 0, {x
ax∊+ℜb|>x0< →
1 oux x>>−2} ; b
a f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
𝑓(x) > 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3} a
;
a>0→
b
𝑓(x) b f ( x=
) ax + b < 0 → x < −
𝑓(x) < 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
;
f ( x<=
) 0, {x
ax∊+ℜb|<10< →
x <x2}< − ;
a
a
Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
Inequações para Função Quadrática g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx · g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
+ c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0. 0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi- a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}.
ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O No caso de inequação quociente, faz-se o estudo
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
resultado para resolver essa inequação é encontrado
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim, dependendo
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
dos valores de a e de delta, temos algumas combina-
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –). Assim, um conjunto solução (S)
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0:
para uma dessas inequações pode ser encontrado da
seguinte forma: seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então, seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–
x + 2x) < 0, para achar o conjunto solução, primeiro
2
f ( x=
2
b
) –(1) ax b 0 x ;
g
+ < → < −
fx( x==) ax +–b√9> 0 → x>− ;
= –1
b a
1
2·2 a
𝑓(x) = 0
f ( x= –(1) + √9 1 b
x2 =) ax + b < 0 →
= x<− ;
2·2 2 a
= {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2 b
x, se x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
𝑓(x) =
f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. – x, se x < 0
a
a22a
4a a44a
2a ∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16
(=
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V = ax
– √16
+ b > 0 –4 x > − ;
=→
2a2 · 14a 4 a· 14 a2 2·1
1
a
∆
−3− b−
b −∆1
fx( x==) –(4) + √16 b
(= ( xv , yv ) =VV , ,– 4 V =
xM , yM ) V= ) vy , vx ( V =
) My , Mx ( ax + b < 0 =→0 x < − ;
a224a a42a
2
2·1 a 101
As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença E na situação de uma função modular, como a
o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo-
cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja, res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi- ção é dada por:
tiva para a função nas duas sentenças segue o interva-
lo de x a seguir: 3x + 2 = 2x – 3 → x = –5 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
b |3x + 2| = 2x – 3 ⇔ 1
2
x + 4x, x ≤ –4 e x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
f3x( x+= b
𝑓(x) =
a )2 =ax
–2x++b3<→0x→
= x<− ;
f (2x=
) ax + b < 0 → x < −
b
;
5 a
–x – 4x, –4 < x < 0
a
2
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3
b b
; − > x→f (0
x=)> bax
+2x
+ab >)0
= x (→f x > − ;
a a
b S = x∊ℜ|– < x < 2
b
; − < x→f (x
0=)< bax
+3x
+ab <)0
= x (→f x < − ;
a
a
|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8
ou
b |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x
x+2=3→x=1
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a
|x + 2| = 3 ⇔
f ( x= b
) ax + b < 0 → x < − ;
x + 2 = –3 → x = –5
a
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
b
;
x + 1, se x ≥ – 1
a
|x + 1| =
b
f ( x=
–x – 1, se x < –1
) ax + b < 0 → x < − ;
S = {–5, 1} a
Caso tenhamos duas funções modulares, como a Para x ≥ –1, temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:
equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
te forma: S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2}
f
3x( x+=)2 = ax
x –+1 b
→ >x 0
= →
– x > − ; solução:
2 a
|3x + 2| = |x – 1| ⇔ S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
f3x( x+=)2 =ax 1 b
–x + < x0=→– x < − ;
+ 1b →
Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
4 a
b b S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
; − > x → 0 > b+fx(a ) =
3x= )x (1f+b > 0 → x > −
ax ;
a a
b S= – ,–
b
; − < x → 0 < b+fx(a ) =
2x= )x (4f+b < 0 → x < −
ax ;
102 a
a
REFERÊNCIAS Logo,
a) 324.
b) 36.
c) 108.
MATEMÁTICA
d) 216.
≥→ ≥≥5 125
1125
521 ≥ 5≥2≥125 → (5 ) 3 –1 x
≥ 53 → 5–x ≥ 53
55 55
Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e (b)
5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ).
S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
Equações Exponenciais x x x x x x x x
111 x 111 x 111 x 111 –3
521 ≥ ≥≥125
125 → ≥ 5 → ≥ ≥ 125
5 2 1 ≥ ≥ 125
5 2
3 1≥ 5 2
≥ 1
125
≥
Equações exponenciais são aquelas equações onde 555 555 555 555
a incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e 2x – 4x
= 2. x ≤ –3
A forma de solucionar a equação exponencial é S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
deixando todas as potências com a mesma base, como
FUNÇÃO LOGARÍTMICA
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências
iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja, Logaritmo
ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1})
Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu- Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
ção o valor de x igual a: ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
2x = 128 → 2x = 27→ x = 7 exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que
S = {7} não são possíveis deixar os dois membros com a mes-
ma base. Assim define-se o conceito de logaritmo. Seja
Agora para a equação exponencial 52x
2+3x–2
= 1 dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se
temos x igual a: x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se
deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
2 2
52x +3x–2 = 1 → 52x +3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 igual a b, ou seja:
∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25
loga b = x ⇔ ax = b
–b – √∆ –3 – √25b
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –2 Em que a é base do logaritmo; b é o logaritmando
2 · 2a
1
2a e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2
8 = 3 pois 23 = 8.
–b + √∆
fx( x==) ax –3 +√25b 1
+b < 0 →= x<− ; = Logo, dessa definição decorrem algumas proprie-
2
2a 2 · 2a 2 dades. Seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0:
b b z loga 1 = 0
; − > x → 0 > b + x )xx=
a f (= )(1f ax
+b > 0 → x > − ;
a a
b S = – 2,
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < −
ax ; z loga a = 1
a
a
z aloga b = b
Inequações Exponenciais
z loga b = loga c ⇔ b = c
Inequações exponenciais são aquelas inequações
onde a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode
2x – 4x < 2. ser generalizada para:
x x
A forma de solucionar a inequação exponencial é 1n 1 n
deixando todas as potências com a mesma base; como 52a1≥Πbi ≥125
log = Σ log b , n ≥ 2
a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescente 5i =1 5 i = 1 a i
x x
com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a desi- 1b1
gualdade se mantém para as potências quando a fun- z b>0ec>05 →2log
1 ≥a ≥ 125a b – loga c, então loga
= log
x x 5c5
ção é crescente e inverte quando é decrescente, ou seja: 111
521 ≥ ≥ = –125loga c
a > 1 → ax > ay ⇔ x > y; 5c5
106 0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y z α ∊ ℝ → loga bα = α · (loga b)
1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b
n
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a c,
mudança de base com produto
1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b =
loga a
1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b
β Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2 x) e (b)
decrescente (𝑓(x) = log½ x).
Definição, Características, Domínio, Imagem e
Gráfico Equações Logarítmicas
Seja a um número real, tal que seja maior que zero Equações logarítmicas são aquelas equações do
e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+ tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com (a
→ ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é
∊ ℜ*+ –{1}).
conhecida como Função Logarítmica. Assim, funções
A forma de solucionar a equação logarítmica é
como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções
logarítmicas. deixando os logaritmos com a mesma base e igualan-
Da definição de função logarítmica, algumas carac- do as função 𝑓(x) = g(x) > 0, ou aplicando propriedade
terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1} podem se notar: inversa e transformando em equação exponencial,
loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα
z 𝑓: ℝ*+ → ℝ e g: ℝ → ℝ*+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) = Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x +
ax , relação inversa; 5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que
z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1; x > –2/3 e x > –5/2:
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1;
z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0; b
f ( x=
) 0→ ;
z a > 1; x > 1 → loga x > 0; 3x + 2
< ax
0 →+xb>>–2/3 a
x > −
z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0; f ( x=
) 0→ x < −
b
;
z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0. 2x + 5
> ax
0 →+xb><–5/2 a
O domínio da função logarítmica é o conjunto log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3
dos reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ S = {3}
ℝ*+, existe um único y ∊ Im(𝑓). Como a função 𝑓: ℝ*+
→ ℝ, 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = Agora para a equação logarítmica log4 (2x2 + 5x + 4)
ax, assim 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função
= 2 temos x igual a:
assume qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ.
Note que no gráfico da função 𝑓(x) = loga x, a curva
está toda a direita do eixo y, pois x > 0. Além disso, 2x2 + 5x + 4 > 0
temos que o ponto de encontro da curva com o eixo x, ∆ = b2 – 4ac = 25 – 32 = –7
é no ponto (x, y) = (1, 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊ ℜ
o gráfico para duas funções logarítmicas, crescente (a > 1)
e decrescente (0 < a < 1), segue como na próxima figura: log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4
= 16 → 2x2 + 5x – 12 = 0
– b – √∆ b
– 5 – √121
f
x ( x
= )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –4
2 ·a
MATEMÁTICA
1
2a 2
– b + √∆
fx( x==) ax b
– 5 +√121 3
+b < 0 → = x<− ; =
2
2a 2 ·a2 2
b b
; − > x → 0 > b + x
a f (=
)xx=
)(3f ax
+b > 0 → x > − ;
a a
b S = – 4,
b
; − < x → 0 < b + x
a f (= )(2f
)xx= +b < 0 → x < −
ax ;
a
a 107
Inequações Logarítmicas Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
então, a solução para g(x) ≤ 0 é:
Inequações logarítmicas são aquelas inequações
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com b
f (x )> b
b
;
a
− > x
→ 0= ax 1ab >=)0x (→
++
x x > −
f
a
;
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
b S2 =
x∊ℜ|– ≤x≤3
b
A forma de solucionar a inequação logarítmica é ; − < →
x 0=
f (x )< b
ax 2ab <=)0x (→
x
++ f
x< − ;
a
a
deixando os logaritmos com as mesma base e aplican-
do as desigualdades em casos de bases maiores que Assim, a solução da inequação logarítmica log2 (2x2 –
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções acima:
> 0, ou aplicando propriedade inversa e transforman-
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα.
f ( x;=
b
>0>
b
) −
a
ax1+xb→
> →bx 5a− a=);x ( f
x
+>
Esquematizando, temos: S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | – ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3
f ( x= b
)
; ax
− 2+xb→
< <0< →bx+<2a
x − = ); x ( f
a a
b
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
𝑓(x) > g(x) se a > 1
a
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔ E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
f ( x= b
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
a
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
b
f ( x=
) kax + b > 0 → x > −
𝑓(x) > a se a > 1
a
; 5
loga 𝑓(x) > k ⇔
b
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
f ( x= 3
0 < 𝑓(x) < a se 0 < a < 1
) ax k+ b < 0 → x < − ;
a
b
0 < 𝑓(x) < a se a > 1 Como a solução x > 1 é também maior que:
f ( x=
) ax k+ b > 0 → x > − ;
a
loga 𝑓(x) > k ⇔
f ( x= b
) kax + b < 0 → x < − ;
𝑓(x) > a se 0 < a < 1
a
5
x>–
Seja a inequação logarítmica log2 (2x – 5x) ≤ log23,
2
3
para acharmos a solução, primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x: Logo, temos o intervalo de solução para x sendo:
Logaritmos Decimais
– (–5) – √25 b
fx( x==) ax2+· b2 > 0 →= x 0> − a ;
1
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10
fx( x==) –(–5) + √25 5 b 𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota-
ax + b < 0 →= x < − ; ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de
1
2·2 2 a escrever o valor 10 na base. Todas as características
e propriedades de logaritmos também valem para os
Como para a 𝑓(x) = 2x2 – 5x temos a > 0 e ∆ > 0, logaritmos decimais.
então a solução para 𝑓(x) > 0 é: Seguem algumas propriedades:
b b z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x
; − >xf → )0 >ax
( x= b++xba> 0
=)→x (5fx> − ;
a a < c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ;
S1 =
b
x ∊ ℜ | x < 0 ou x >
b
; − <xf →
( x=
)0 <ax
b++xba< 0
=)→x (2fx< − ; z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1
a
a
é a mantissa;
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
Agora o estudo da inequação logarítmica começa
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
na relação entre os logaritmos de mesma base; como
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
a base é 2, então a função é crescente:
multiplica-se x por potência de 10 com expoente
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda
a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2
quando temos log10p x, p ∊ ℤ.
– 5x – 3 ≤ 0
Valores da característica (c) são dados da seguinte
2x2 – 5x – 3 ≤ 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · (–3) = 25 + 24 = 49 forma:
flog( x0,035
=) ax + b > 0 → x > − ;
→ c = –2 a
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0<x<1
flog( x0,00405 → c = –3 b 46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
=) ax + b < 0 → x < − ; 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
log 0,00053 → c = –4 a 48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o 51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga-
52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
rismo significativo. Sendo a mantissa tabelada para N
= 234 (m = 0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
23,4 = c + m = 1 + 0,3692 = 1,3692. 54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549
(IEZZI; MURAKAMI, 1977).
Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Resolva as questões comentadas a seguir para
exercitar seus conhecimentos.
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755 1. (FCC – 2018) Inicialmente o domínio da função y = –
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106 x² + 2x + 15 é o conjunto dos números reais e essa
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430 função será chamada de função J. Uma outra função,
K, também dada por y = −x² + 2x + 15, tem como domí-
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
nio o conjunto {−4,−3,−2,3,4,5,6,7}. A diferença entre a
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014 maior imagem da função J e a menor imagem da fun-
ção K, nessa ordem, é igual a:
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529 a) 18.
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765 b) 41.
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 c) 36.
d) 4.
20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201 e) 15.
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
Para saber, temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D =
22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598 Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A =
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784 {−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}.
24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962 Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a
maior imagem para a função J, como o coeficiente
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133 a< 0, a concavidade está voltada para baixo e o seu
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298 ponto de máximo será o:
27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456 ∆ 64
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609 yvértice = – =– = 16
4a 4 · (–1)
29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
Fazendo a diferença na ordem mencionada, temos:
30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900 16 – (–20) = 16 + 20 = 36. Resposta: Letra C.
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
2. (FCC – 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
representativo dos trabalhadores de uma empresa de
33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302 alta tecnologia em manufatura de peças para compu-
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428 tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais
uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551 unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670 sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786 12,03 reais por taxa de empreitada por unidade inteira
produzida por hora. Na audiência de negociação, foram
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
estabelecidas equações para o salário por hora de cada
39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
uma das propostas em termos de n, o número inteiro de
MATEMÁTICA
REFERÊNCIAS
J=C·i·t
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v. M=C+J
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. importante saber a unidade de tempo sobre a qual
a taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline apenas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São se essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos
Paulo: FTD, 2016. 3 v. que duas taxas de juros são proporcionais quando
guardam a mesma proporção em relação ao prazo.
Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao se-
mestre, e também é proporcional a 1% ao mês.
Basta efetuar uma regra de três simples. Para
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
é proporcional à taxa de 12% ao ano:
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS
12% ao ano ----------------------- 1 ano
Juros Simples Taxa bimestral ------------------ 2 meses
A premissa que é a base da matemática financeira
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar
temporal, temos:
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso
não haja incidência de juros (ou caso esses juros 12% ao ano ---------------------- 12 meses
sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando Taxa bimestral ------------------ 2 meses
o dinheiro). Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- 12% · 2 = Taxa bimestral · 12
tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
remuneração em cima do valor que ele te emprestou, Taxa bimestral = 2% ao bimestre
pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
ro por um certo tempo. Essa remuneração é expressa Duas taxas de juros são equivalentes quando são
pela taxa de juros. capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
Nos juros simples, a incidência recorre sempre sobre te final M, após o mesmo intervalo de tempo.
o valor original. Veja um exemplo para melhor entender: Uma outra informação muito importante e que você
Exemplo 1: deve memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes,
Digamos que você emprestou 1.000,00 reais, em quando estamos no regime de juros simples, pode ser
um regime de juros simples de 5% ao mês, para um entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semestre
amigo, e que o mesmo ficou de quitar o empréstimo ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital inicial C ao
110 após 5 meses. Então, temos o seguinte: mesmo montante M após o mesmo período de tempo.
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
Importante! B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
No regime de juros simples, taxas de juros propor- Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
cionais são também taxas de juros equivalentes. mos é a seguinte:
Juros Compostos
log bAl = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B
Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea-
igual à subtração dos logaritmos de cada número.
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês.
Também é importante ter em mente que “logA”
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
significa “logaritmo do número A na base 10”.
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. Observe um exemplo:
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- No regime de juros compostos com capitalização
postos. Podemos montar a seguinte tabela: mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
meses que o capital de R$ 100.000 deverá ficar investido
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 para produzir o montante de R$ 120.000 é expressa por:
1º MÊS 11.000,00 log2, 1
2º MÊS 12.100,00 log1, 01 .
3º MÊS 13.310,00
Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
4º MÊS 14.641,00
tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
Logo, ao final de 4 meses, você deverá devolver
M = C · (1+j)t
ao banco R$ 14.641,00, que é a soma da dívida inicial
120.000 = 100.000 · (1+1%)t
(R$10.000,00) e de juros de R$ 4.641,00.
12 = 10 · (1,01)t
Fórmula utilizada em juros compostos
1,2 = (1,01)t
Podemos fazer a comparação entre juros simples e 1. (FEPESE - 2018) Uma TV é anunciada pelo preço de R$
compostos. Observe a tabela a seguir: 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de 159,00. A
mesma TV custa R$ 1.410,00 para pagamento à vista.
JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS Portanto o juro simples mensal incluído na opção par-
Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1 celada é:
No regime simples, sabemos que taxas propor- Taxas Equivalentes são as taxas de juros com uni-
cionais são também equivalentes. Como temos 12 dades de tempo diferentes que, aplicadas sob o regi-
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am me de juros compostos por um mesmo período e a um
é, simplesmente: mesmo capital, produzem o mesmo montante e, por
21% · 12 = 252% ao ano consequência, o mesmo juro.
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também Exemplo prático: qual seria a Taxa composta
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está bimestral Equivalente a 6% ao mês? A Taxa mensal de
certo. Resposta: Certo. 6% capitalizada por 2 meses (1 bimestre) será igual a
que Taxa Equivalente bimestral?
(1 + imensal)2 = (1 + ibimestral)
TAXAS DE JUROS (1 + 0,06)2 = (1 + ibimestral)
1,062 = 1 + ibimestral
NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, 1,1236 = 1 + ibimestral
PROPORCIONAIS, REAL E APARENTE ibimestral = 1,1236 − 1 → ibimestral = 0,1236 ou 12,36%
Onde, Efetiva
O fator que multiplica a Parcela na fórmula do O Valor Atual (VA) é o valor no momento “0”, tam-
Valor Atual é chamado de Fator de Valor Atual. bém chamado de Valor Presente (VP), que equivale à
soma de todas as n rendas certas P descontadas pela
(1+i)n _ 1 mesma taxa de juros i.
�
i · (1+i)n
� → fator de valor atual
Podemos calcular o Valor Atual usando a seguinte
fórmula:
Onde,
;1 E ou E = P · < (1 i) n 1 F
- (1 + i) -n + -
Rendas variáveis são tipos de investimentos que E=P·
i i $ (1 + i) n
não garantem ganho fixo nem devolução do total apli-
cado. Isso pode variar para mais ou para menos. Não é Posteriormente, calculamos os Juros do período.
possível saber antecipadamente como, ou se, ocorrerá Os Juros são calculados pela multiplicação da Taxa de
a rentabilidade. São, dessa forma, investimentos de Juros vezes o Saldo Devedor inicial do período. Veja:
maior risco. Entretanto, o rendimento pode ser maior
que o da renda fixa, pelo fato de não haver limitações
Ji = i · SDinicial i
de taxas de juros. Por isso, a volatilidade aumenta tan-
to os riscos quanto o potencial de rentabilidade.1
E, por fim, encontramos a Amortização do período.
P = Ai + Ji → Ai = P – Ji
PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE
TABELA PRICE E SAC
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS E
CÁLCULO FINANCEIRO Ao financiar o sonho da casa própria, deve-se esco-
lher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
CUSTO REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE seguintes opções: tabela Price ou SAC. Aqui, discutire-
FINANCIAMENTO, EMPRÉSTIMO E INVESTIMENTO mos um pouco a respeito de tais sistemas, para enten-
dermos o que de fato eles são, se há alguma diferença,
Sistema de Amortização Constante (Sac) vantagem e/ou desvantagem entre eles e se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Neste sistema de financiamento, as amortizações Esses sistemas, basicamente, são formas de amor-
são iguais. Elas são calculadas assim: tização e financiamento a longo prazo acertadas ao
banco ou à construtora durante o financiamento da
𝑨 = 𝑬/𝒏 compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran-
cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização
Onde: Constante). Ambos, segundo José Mansini, planejador
A é o valor da cota de amortização financeiro pela Planejar, “São dois cálculos distintos
E é o valor do financiamento (empréstimo) que determinam de que forma o comprador do imó-
n é o número de prestações do financiamento vel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez
para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o
Devemos conhecer algumas características do valor da parcela mensal a ser paga”.
SAC. As Amortizações são constantes, os Juros do SAC
são decrescentes e as Prestações no SAC também são Diferenças entre Tabela Price e SAC
decrescentes. Algo que podemos destacar, ainda, é
que os Juros no último período do SAC são iguais ao Há diferenças entre esses dois sistemas de amor-
módulo da razão da PA de decréscimo dos Juros. tização, mas a diferença que mais se destaca diz res-
peito à forma e à rapidez de amortização (diminuição
SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO (SF) gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até
Neste Sistema de Amortização, as Prestações são a quantidade total de juros. No Sistema SAC, tem-se,
MATEMÁTICA
constantes e iguais em todos os períodos. Atente-se a inicialmente, prestações com valores mais altos e que
quatro observações que devem ser feitas: ficam menores no final, pois (como dito anteriormente)
há amortização mensal do valor financiado. Ou seja, da
z A forma de cálculo dos Juros será a mesma inde- primeira parcela, até a última, o valor vai caindo, por-
pendentemente do Sistema de Amortização. Será que há uma diminuição progressiva dos juros.
1 Fontes: O que é Renda Variável? Aprenda tudo sobre essa forma de investimento. Genial investimentos, 2021. Disponível em: https://blog.genia-
linvestimentos.com.br/o-que-e-renda-variavel/. Acesso em: 10 jan. 2022.
O que é renda variável? Quais são os tipos, os riscos e como investir? Uol Economia. Disponível em: https://economia.uol.com.br/guia-de-econo-
mia/o-que-e-renda-variavel-entenda-e-veja-como-investir.htm. Acesso em: 10 jan. 2022. 115
Na tabela Price, no entanto, as parcelas começam mais baixas, mas são estáticas, o que significa que não sofrem
alteração durante todo o período de financiamento.
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe a ele optar pela forma de pagamento que mais se adequa a
sua realidade financeira. A escolha, notadamente, deve levar em consideração o fator de correção — Taxa Refe-
rencial (TR) ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que julgar mais econômico no momento da
assinatura do contrato do financiamento.
Contudo, é válido ressaltar que, quando se necessita de financiamento, optar por um prazo mais curto, se
possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso porque, em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre o saldo
devedor. Logo, quanto mais amortização houver, menos gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o Sistema de Amortização Constante (SAC) pode ser mais vantajoso que a tabela Price, porque
representa uma economia de cerca de 10%, em média. A tabela Price possui como vantagem sua parcela inicial,
que, normalmente, é bem menor. No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores no começo, há uma
amortização maior da dívida, o que leva a uma economia significativa no final.
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as vantagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Price),
veja o quadro a seguir, representando um financiamento de R$ 200 mil parcelado em 20 anos, com juros de 7% ao
ano e correção pela TR. Perceba que a prestação do SAC começa R$ 439 mais cara, mas o valor total pago no final
é quase R$ 30 mil mais baixo.
SAC PRICE
A Caixa Econômica Federal divulgou em agosto de 2019 uma nova linha de crédito para aquisição de casa pró-
pria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Disponível somente
para contratos novos, esse novo modelo pode ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis novos e usa-
dos, com prazo de até 360 meses.
Importante: a prestação terá seu valor corrigido mensalmente, o que é, geralmente, feito pelo sistema SAC.
O valor da parcela, por sua vez, pode ou não diminuir com o decorrer do tempo, pois depende da trajetória da
inflação, ao passo que, na tabela Price, a correção feita por meio do IPCA descaracteriza totalmente o conceito de
parcelas fixas.
A título de exemplo, leve em consideração o mesmo valor utilizado na situação que vimos anteriormente, de
R$ 200 mil, financiados em 20 anos, diferenciando apenas a taxa, que passa a ser de 4,95%, e uma estimativa de
IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata apenas de uma situação hipotética/simulada, já que não é certa a
previsão da trajetória da inflação por um período tão longo.
SAC PRICE
SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO
Para fazer simulações de financiamentos com tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de bancos, como
Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander, e fazer as simulações.
Dica
O Sistema Price é um caso específico do Sistema Francês de Amortização. Para fins de prova, em resoluções
numéricas, você irá adotá-las como expressões sinônimas.
A única diferença reside na Taxa de Juros do Empréstimo, ou seja: na Tabela Price, a Taxa de Juros fornecida
é a Nominal. Então, para resolver, você precisa inicialmente converter a Taxa Nominal em Taxa Efetiva. Já o
116 Sistema Francês fornece a Taxa Efetiva diretamente.
z VPL = 0: Investimento vai resultar exatamente na
AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE Taxa Interna de Retorno (TIR);
INVESTIMENTO z VPL < 0: Investimento é inviável, isto é, o investi-
mento não é atrativo economicamente.
Só podemos comparar as alternativas de inves-
timentos se as consequências monetárias forem TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
avaliadas em um mesmo ponto no tempo; como o
espaçamento dos fluxos de caixa ao longo do tempo é A taxa de desconto que é aplicada sobre o fluxo de
uma característica das operações de investimento ou caixa futuro, trazendo o valor presente para o investi-
financiamento, os critérios de avaliação econômica mento inicial, é o que chamamos de Taxa Interna de
devem sempre considerar sua atualização no tempo. Retorno, ou seja, a TIR é a taxa que iguala a zero o VPL.
Temos que ficar atentos aos critérios de seleção Para saber se um projeto deve ser aceito ou não, é
que não atualizam fluxos de caixa, como, por exem-
preciso avaliar a Taxa Interna de Retorno que foi uti-
plo, o Método do Retorno Sobre o Investimento (ROI).
lizada no cálculo do valor presente líquido do projeto.
Tais critérios aplicam conceitos contábeis que, apesar
Quando conhecemos a Taxa Interna de Retorno (TIR)
da vantagem e da simplicidade de seu uso, não são
e a Taxa Mínima de Atratividade (𝑖𝑎), podemos anali-
apropriados para medir renda econômica e, por sua
vez, uma alternativa de investimento. sar os cenários econômicos do investimento:
Nossos focos principais de estudo serão o valor
presente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR) z TIR > 𝒊𝒂: Investimento é viável;
e o payback. Vamos agora analisar cada um deles. z TIR = 𝒊𝒂: Investimento é invariável;
z TIR < 𝒊𝒂: Investimento é inviável.
VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
Vamos pensar no seguinte exemplo: uma emprei-
O Valor Presente Líquido (VPL) é o valor do fluxo teira espera que seu projeto tenha um lucro mínimo
de caixa no momento 𝑡 = 0, ou seja, no tempo inicial do de 7%. Perceba que esse valor é definido pela emprei-
investimento. Sua finalidade é calcular, em termos de teira (de forma subjetiva). Logo, podemos dizer que,
valor presente, o impacto dos eventos futuros associa- para o interesse da empreiteira, a Taxa Mínima de
dos a uma alternativa de investimento. Atratividade (ia), o Investimento é de 7%.
Para calcular o VPL, basta transpor todas as entra- Agora, supondo os três cenários para a Taxa Inter-
das e saídas de capital para a data 𝑡 = 0 e verificar o na de Retorno (11%, 7% e 3%), precisamos avaliar o
valor resultante. No cálculo do VPL, todas as parcelas interesse em relação ao Investimento, ou seja, se vale
são submetidas à mesma taxa de juros, denominada a pena ou não.
Taxa Mínima de Atratividade (𝒊𝒂).
z 11% > 7%: Investimento é viável;
Dica z 7% = 7%: Investimento é invariável;
Taxa Mínima de Atratividade (𝒊𝒂) significa a ren- z 3% < 7%: Investimento é inviável.
tabilidade mínima que interessa ao investidor, ou
seja, representa o mínimo que se espera de retor- Note que, se o projeto retornar (TIR) mais do que o
no financeiro que o investimento possa gerar. mínimo que se espera, o investimento será viável. Ou
Em algumas questões de matemática financeira, seja, se o projeto retorna para a empreiteira 11% e ela
a Taxa Mínima de Atratividade poderá ser cha- esperava que, no mínimo, a taxa de atratividade fosse
mada, também, de Custo de Oportunidade ou de 7%, então é claro que o investimento será viável.
Custo de Capital. Já se o projeto retornar (TIR) menos do que o míni-
mo que se espera ganhar, o investimento será inviá-
O VPL tem como objetivo encontrar alternativas vel. Observe que, no último cenário, a empreiteira
de investimento que valham mais para os patrocina- espera ganhar no mínimo 7% e a análise de retorno
dores do que custem, ou seja, alternativas que tenham diz que ela ganhará 3%. Logo, o projeto será inviável.
um VPL positivo. Podemos calcular o VPL com a Por último, se o projeto retornar o mesmo que o
seguinte fórmula: mínimo que se espera ganhar, o projeto será invariá-
vel. Logo, o investimento vai resultar na própria 𝑖𝑎.
n FCt
VPL = - I + / t = 1 t
(1 + K) Desvantagens da TIR
Onde,
Há duas desvantagens da TIR:
FCt = representa o fluxo de caixa no t-ésimo período
I é o investimento inicial
MATEMÁTICA
Payback é o tempo de retorno do investimento. É o prazo no qual as entradas de caixa (receitas) se igualam ao
desembolso inicial. Aqui, falamos do PayBack Simples.
Imagine que temos um fluxo de caixa em que houve um investimento inicial de R$ 5.000 e 5 ganhos anuais de
R$ 1.000 mais 1 ganho de R$ 800.000 no sexto ano.
Note que o Investimento foi recuperado no prazo de 5 anos, pois as receitas (1.000 + 1.000 + 1.000 + 1.000 +
1.000 = 5.000) já igualam ao desembolso inicial. Logo, o Payback desse investimento é de 5 anos.
Dica
Payback Simples não mede a Rentabilidade, apenas o tempo de retorno, ou seja, não leva em conta o valor
do dinheiro no tempo.
Temos, ainda, uma outra modalidade de PayBack, o PayBack Descontado, que é uma forma de diminuir a
limitação do Payback Simples onde neste os valores são absolutos. Ou seja, estima-se o tempo de retorno de um
investimento descontando o fluxo de caixa a valor presente.
Vamos supor que tenhamos um fluxo de caixa no qual fizemos um investimento de R$ 5.800,00 para uma taxa
de desconto de 10% ao ano.
Devemos trazer todas as parcelas a Valor Presente para calcularmos o Payback Descontado. Vamos às contas!
3.630
1 3.630 = 3.300 3.300
(1+0,1)1
3.025
2 3.025 = 2.500 3.300 + 2.500 = 5.800
(1+0,1)2
3.993
3 3.993 = 3.000 5.800 + 3.000 = 8.800
(1+0,1)3
Note que no primeiro ano se recuperou R$ 3.300. Já no segundo ano, R$ 2.500 e, até o segundo ano, o total recu-
perado será igual ao valor recuperado no primeiro ano mais o valor recuperado no segundo ano.
Então, no segundo ano, recuperou-se um total de R$ 5.800. Esse é o valor do nosso investimento inicial. Logo,
o Payback Descontado desse investimento é igual a 2 anos.
Guarde a seguinte dica: o Payback Descontado sempre será maior que o Payback Simples.
Chamamos de Taxa Interna de Retorno (TIR) a taxa de desconto que é aplicada sobre o fluxo de caixa futuro,
trazendo o valor presente para o investimento inicial. Em outras palavras, a TIR é a taxa que iguala a zero o VPL.
No processo de avaliação do aceite ou não de um projeto, é necessário observar a Taxa Interna de Retorno
utilizada no cálculo do valor presente líquido do projeto. Conhecendo a Taxa Interna de Retorno (TIR) e a Taxa
Mínima de Atratividade (ia), é possível analisar os cenários econômicos do investimento:
GRÁFICOS ESTATÍSTICOS
IDADE X FREQUÊNCIA
SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
120 25 - 30 7
Esses dados podem ser resumidos com um histo- MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
grama, como mostra o gráfico a seguir.
Matemática 9,7 4
Salário dos funcionários da empresa de cosméticos X
em milhares de reais Física 8,8 4
Química 7,3 2
História 6,0 1
Biologia 5,7 1
A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5
B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda
Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou
números 5, 10, 15, 20, 50. seja, M1 = 3 e M2=7.
1,64 7
1,71 10
Interpretando a fórmula, temos uma lista de
MATEMÁTICA
1,77 15
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,80 5
pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular 1,81 2
para Engenharia e realizou provas de matemática,
1,89 1
Física, Química, História e Biologia. Suponha que o
peso de Matemática seja 4, de Física seja 4, de Química
seja 2, de História seja 1 e de Biologia seja 1. Suponha Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
ainda que o estudante obteve as seguintes notas: ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77. 121
MEDIANA Considerando a média dos salários, o valor do desvio
do salário de quem ganha R$ 1.400,00 mensais é
Uma outra medida que estudamos em Estatística
é a mediana (ou valor mediano), que é definida como a) −1.000.
número que se encontra no centro de uma série de b) −400.
números, estando estes de forma organizada segundo c) 0.
um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no d) 200.
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mes- e) 400.
mo número de elementos. Veja os exemplos abaixo.
Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms):
A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3. 900+1200+1400+1500+2000
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os Ms = = 1400
dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5. 5
Como estamos estudando e aprendendo sobre o assun-
Agora, observe esse outro exemplo a seguir e per-
to, vou fazer o cálculo de todos os desvios em relação
ceba que os dados não estão ordenados.
à média, mas podemos calcular apenas o valor do des-
vio de quem ganha R$ 1400,00 e achar o gabarito mais
C: {2;3;;7;6;6;8;5;5;5}
rápido. Usamos a nossa relação, temos:
di = xi - m
Para acharmos a mediana, é necessário ordenar d1 = 900 – 1400 = -500
os números primeiro e depois fazer a média entre os d2 = 1200 – 1400 = -200
dois termos centrais, pois o número de elementos é d3 = 1400 – 1400 = 0
par. Vejamos: d4 = 1500 – 1400 = 100
d5 = 2000 – 1400 = 600
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10. 1400 – 1400 = 0. Resposta: Letra C.
Moda: elemento(s) que mais aparece(m). O desvio absoluto médio também pode ser chamado
Mediana: elemento central de um conjunto de de desvio médio. Para calcularmos, usamos a seguinte
números. fórmula:
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então,
a mediana é o termo do centro.
� Se a quantidade de elementos for par, então, a
mediana será a média entre os dois elementos
centrais.
O desvio padrão está inteiramente ligado à variân- O coeficiente de variação é a razão entre o desvio
cia. O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a
sua representação simbólica é dada por σ. seguinte fórmula: Cv = σ / x .
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância( É muito comum que o coeficiente de variação seja
2 = expresso em porcentagem.
v v ). A variância é o quadrado do desvio padrão
2
v ).
Logo, se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
Só há dois casos em que a variância e o desvio
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
VARIÂNCIA RELATIVA
padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
Uma outra medida de dispersão de que podemos
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
falar, ainda, é a variância relativa. A variância relativa
te, a variância será nula e também o desvio padrão.
é simplesmente o quadrado do coeficiente de variação.
Pode ser representada simbolicamente por Vr = (Cv)2.
Usando o mesmo exemplo anterior, temos:
Importante!
Quando os dados são todos iguais, não há dis- Se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos:
persão. Todas as medidas (desvio médio, variân- Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
cia, desvio padrão etc.) são iguais a zero. Logo, Vr = (1/10)2 = 1/100 = 0,01 = 1%.
A seguir, revise seus conhecimentos com alguns
Vamos analisar dois exemplos em que foram exercícios comentados.
cobrados esses tópicos em concurso público. Observe: 1. (VUNESP – 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco
z (VUNESP – 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6, dias de uma semana em determinada empresa.
4, 3, e 5 é, aproximadamente,
NÚMERO DE
a) 2,00. DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS
b) 1,83. FALTANTES
c) 1,65.
d) 1,41. 2ª feira 13
e) 1,29. 3ª feira 9
4ª feira 6
Vamos calcular a média dos valores:
5ª feira 18
2+6+4+3+5 6ª feira 23
x = =4
5
A média diária do número de funcionários que falta-
Agora, vamos calcular a média dos quadrados: ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
a média diária do número de funcionários que falta-
22+62+42+32+52
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
x =
2
= 18
5
a) 7.
Aplicando a fórmula da variância: b) 8.
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 c) 9.
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2 d) 10.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: e) 11.
2 = Vamos calcular a média de segunda e sexta:
σ= v 2 b 1, 41. Resposta: Letra D.
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao
z (UFMT – 2017) Um conjunto de dados sobre a pla- trabalho.
quetopenia de pacientes com dengue tem variân- Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
cia igual a zero. Pode-se concluir que também vale (9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao
zero trabalho.
Como a questão quer a diferença, fica:
MATEMÁTICA
18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
a) a média.
b) o desvio padrão.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A equipe de atendentes
c) a mediana.
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
d) a moda.
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
acordo com a seguinte escala.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se
a variância é igual a zero, então, o desvio padrão
Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6
2 =
vale σ = v 0 = 0 . Resolução: Letra B. h às 12 h. 123
Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das 9 obtém-se um intervalo de comprimento b–a ; após o pas-
h às 15 h. 2
Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das so 2, obtém-se um intervalo de comprimento b–a ; e após
4
12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item b–a
o passo n, obtém-se um intervalo de comprimento .
que se segue. 2n
Esse processo continua até que o intervalo obtido tenha
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida- comprimento menor que o erro máximo desejado para
des das atendentes for de 21 anos e a média das ida- a aproximação. Para aplicar esse método no intervalo
des dos atendentes for de 31 anos, então a média das [1,5], quantos passos serão necessários para obter-se
idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos. um intervalo de comprimento menor que 10−3 ?
( ) CERTO ( ) ERRADO a) 9
b) 10
Total de homens: 7 + 4 + 1 = 12. c) 11
Média dos homens = 31. d) 12
Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan- e) 13
tidade de homens
31 = Soma total / 12 3. (CESGRANRIO — 2021) De quantas formas diferentes,
Soma total = 372 em relação à ordem entre as pessoas, dois homens
Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18. e quatro mulheres poderão ser dispostos em fila
Média das mulheres = 21 indiana, de modo que entre os dois homens haja, pelo
Média = Soma de todas as idades das mulheres / menos, uma mulher?
Quantidade de mulheres
21 = Soma total / 18 a) 10
Soma total = 378
b) 20
Média de todos os atendentes = (372 + 378) /30 = 25
c) 48
A média das idades de todos os 30 atendentes será
d) 480
de 25 anos. Resposta: Errado.
e) 720
a) 1.000 a) R$18.515,00
b) 3.000 b) R$18.815,00
c) 4.000 c) R$20.000,00
d) 5.000 d) R$21.000,00
e) 6.000 e) R$21.115,00 125
14. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa faz um financia-
mento no valor de R$10.000,00 em 10 vezes, a uma
taxa de juros de 4,9% ao mês, sendo que o financia-
mento usa o sistema de amortização constante.
Qual é o valor, em reais, a ser pago na 7ª prestação
desse financiamento?
a) 1.490
b) 1.334
c) 1.292
d) 1.196
e) 1.100
a) 1,0%
b) 1,3%
c) 1,6%
d) 2,3%
e) 2,6%
9 GABARITO
1 A
2 D
3 D
4 B
5 B
6 E
7 E
8 E
9 A
10 C
11 D
12 A
13 C
14 D
15 E
ANOTAÇÕES
126
z Instituição Financeira Pública: essa informação
pode aparecer como “pegadinha” em questão de
prova. Mesmo que o Banco da Amazônia seja pes-
soa jurídica de direito privado, com a presença
de capital privado constituinte, ela é considerada
LEGISLAÇÃO uma Instituição Financeira Pública, de controle do
Governo Federal;
z Sociedade de economia mista: o Banco da Ama-
zônia é uma empresa estatal, mais especificamen-
te uma sociedade de economia mista. Isso significa
ESTATUTO SOCIAL DO BANCO DA que o seu capital constituinte possui, em parte, ori-
AMAZÔNIA gem privada. Isso não ocorre com todas as pessoas
jurídicas de direito privado do Estado. Existem
Os candidatos que desejam atuar dentro do Banco as denominadas empresas públicas, cujo capital
da Amazônia devem estar familiarizados com a sua social é 100% proveniente do próprio Estado (capi-
legislação. Essa matéria costuma ser exigida em ques- tal público);
tões de concurso, sendo imprescindível para o alcance z Forma de sociedade anônima aberta: o Banco da
do tão sonhado cargo público. Amazônia assume a forma de sociedade anônima
Nesta apostila, daremos um grande foco a dois de capital aberto, levando em sua razão social a
documentos redigidos internamente pelo Banco da sigla S.A. Por ser uma sociedade anônima de capi-
Amazônia. São eles: o Estatuto Social e o Código de Éti- tal aberto, os seus títulos poderão ser negociados
ca do referido Banco. pelos seus detentores no mercado de valores mobi-
Estatuto Social é o documento que apresenta a liários, de forma livre. Significa, de modo geral,
criação da própria pessoa jurídica, como se fosse a que as ações do Banco da Amazônia podem ser
sua “certidão de nascimento”. E, assim como ocorre negociadas na Bolsa de Valores.
com as certidões de nascimento, o Estatuto Social tam-
bém é pendente de registro em cartório competente Sobre a sua sede, o art. 2º dispõe que o Banco da
(Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou RCPJ) para fazer Amazônia tem domicílio, sede e foro em Belém, capi-
surtir os efeitos de seu conteúdo. tal do Estado do Pará. Além disso, o Banco também
O Estatuto Social do Banco da Amazônia (BASA) é um pode criar filiais, agências, escritórios, representações
documento dividido em artigos, elaborado pela Assem- ou quaisquer outros estabelecimentos no país, observa-
bleia Geral do próprio Banco, apresentando aspectos dos os requisitos legais. Assim, Belém é a cidade onde
como a sua razão social, os seus objetivos, a sua estru- o BASA se situa e é também a cidade na qual ele res-
tura organizacional e o que cada órgão faz. A análise de ponde pelas ações judiciais que correm contra o Banco.
seus principais dispositivos se faz necessária. O seu prazo de duração é indeterminado, tal
como prevê o art. 3º:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES — DESCRIÇÃO DA
COMPANHIA Art. 3º O prazo de duração do Banco é indeterminado.
z Pessoa jurídica de direito privado: apesar de Pelo texto do caput, percebemos que o BASA apre-
ser uma entidade do Estado (Governo), o banco da senta não um, mas três objetivos sociais. O primeiro
Amazônia possui personalidade jurídica de direito deles é executar a política de Governo no desenvolvi-
privado, podendo exercer atividades econômicas. mento econômico e financeiro da Região Amazônica.
Com isso, o Banco da Amazônia não contrata ser- O segundo objetivo social é a prestação de serviços e
vidores sob regime estatutário, mas empregados a realização de todas as operações inerentes à ativida-
públicos, sob regime celetista; de bancária. E o terceiro objetivo social do BASA é o 127
exercício das funções de agente financeiro dos órgãos
regionais federais de desenvolvimento. Importante!
O art. 3º também apresenta, em seu parágrafo único, Segundo o caput do art. 6º, todas as ações do
algumas vedações aplicáveis ao BASA, para que o Banco BASA são ações ordinárias e, não, preferenciais.
não pratique esses atos enquanto almeja os seus obje- Isso significa que cada ação do Banco enseja
tivos sociais. Essas vedações são também três, a saber: direito a um voto cada. As ações preferenciais
são aquelas que dão preferência aos acionistas
z Realizar operações com garantia exclusiva de quanto aos dividendos da empresa, mas que, em
ações de outras instituições financeiras: isso regra, não lhes concedem direito a voto.
é assim, pois, o BASA possui parte de seu capital
social de origem privada. Por isso, ele somente pode
realizar operações com garantia de suas próprias O texto do parágrafo segundo apresenta a entidade
ações, não podendo solicitar garantias de ações de controladora da maioria das ações. É a União, uma vez
outras entidades ou instituições financeiras; que o BASA é uma instituição financeira a nível federal.
Lembre-se de que o Banco da Amazônia é uma socie-
z Abrir crédito, emprestar, comprar ou vender
dade de economia mista, logo, a maioria de seu capital
bens de qualquer natureza a membros dos Con-
constituinte deve pertencer, sempre, à União.
selhos de Administração e Fiscal, da Diretoria
Executiva e do Comitê de Auditoria: isso geraria DA ASSEMBLEIA GERAL
conflito de interesses dentro do próprio BASA. A
intenção do legislador, ao apresentar essa veda- O Estatuto apresenta toda a estrutura organiza-
ção, é dar maior autonomia ao BASA, evitando que cional do Banco da Amazônia, indicando o que cada
as pessoas que ocupam esses cargos de alta dire- órgão faz. Antes, porém, ele faz algumas pondera-
ção do Banco possam adquirir vantagens ilícitas ções a respeito da Assembleia Geral. Esse é também
devido à natureza de seus cargos; um órgão interno do BASA, composto pelos acionistas
z Emitir debêntures ou partes beneficiárias: do Banco, sejam eles detentores do direito de voto ou
debênture é um título de crédito oferecido geral- não. É isso o que dispõe o art. 8º:
mente por empresas que oferecem direito de cré-
dito ao seu investidor. Logo, o BASA, que é uma Art. 8º A Assembleia Geral é composta por todos os
instituição financeira, não poderia emitir tais acionistas do Banco, independentemente do direito de
voto. Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigi-
títulos de créditos para seus acionistas, proibindo,
dos pelo Presidente do Conselho da Administração do
assim, a captação de recursos dessa forma.
Banco (ou pelo substituto que esse vier a designar),
que escolherá o secretário da Assembleia Geral.
Do Capital Social e das Ações
A Assembleia Geral, assim, é um órgão deliberati-
O Estatuto também dedica parte de suas disposições vo do Banco da Amazônia, em que os seus integrantes
preliminares para estabelecer o capital social consti- se reúnem para decidir sobre diversos aspectos da
tuinte do BASA. Esse dever não é exclusivo do BASA; referida Empresa.
toda empresa enquanto pessoa jurídica de direito Em relação às reuniões da Assembleia, o art. 7º admite
privado deve mencionar em seu Estatuto as quantias duas formas: reunião ordinária e reunião extraordinária.
pelas quais tal entidade se formou, deve determinar o
quanto de dinheiro foi “injetado” para a sua criação. Art. 7º As Assembleias Gerais realizar-se-ão: (a)
Sobre o tema, o caput do art. 6º apresenta a quantia ordinariamente, uma vez por ano, nos 4 (qua-
total (em reais) utilizada para a constituição do referido tro) primeiros meses seguintes ao encerramento de
cada exercício social, para deliberação das maté-
Banco e também a quantia de ações a serem negociadas
rias previstas em lei e (b) extraordinariamente,
abertamente pelos seus titulares. Observe o texto legal: sempre que os interesses sociais, a legislação ou as
disposições deste Estatuto Social exigirem.
Art. 6º O Capital Social do Banco da Amazônia
é de R$1.623.251.785,69 (um bilhão, seiscentos e A reunião ordinária é aquela que apresenta um
vinte e três milhões, duzentos e cinquenta e um mil, prazo determinado para ocorrer. No caso da Assem-
setecentos e oitenta e cinco reais e sessenta e nove bleia do BASA, a sua reunião ordinária ocorre nos
centavos), totalmente subscrito e integralizado, quatro primeiros meses seguintes ao encerramento
dividido em 29.645.967 (vinte e nove milhões, seis- de cada exercício social.
centos e quarenta e cinco mil, novecentos e sessenta As reuniões extraordinárias, por sua vez, não pos-
e sete) ações ordinárias nominativas escriturais e suem prazo fixo para ocorrerem. São aquelas reuniões
sem valor nominal. que devem ocorrer sempre que os interesses sociais, a
§ 1º Cada ação ordinária confere ao seu titular o direi- legislação ou as disposições do Estatuto assim exigirem.
to a 1 (um) voto nas Assembleias Gerais de acionistas. E o que a Assembleia Geral decide? O Estatuto
§ 2º A União é a acionista controladora e, nessa não nos dá uma resposta bem elaborada, pois ele trata
condição, deterá sempre a maioria absoluta das das competências da Assembleia Geral de forma bas-
ações com direito a voto. tante singela em seu art. 11:
§ 3º Sobre os recursos transferidos pela União ou
depositados por acionistas minoritários, para fins Art. 11 A Assembleia Geral, além das matérias pre-
de aumento do capital, incidirão encargos financei- vistas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
ros, na forma da legislação vigente, desde o dia da e no Decreto nº 1.091, de 21 de março de 1994, reu-
128 transferência até a data da capitalização. nir-se-á para deliberar sobre alienação, no todo ou
em parte, de ações do capital social do Banco ou, c) cargo em comissão ou função de confiança equi-
quando não competir ao Conselho de Administra- valente a DAS-4 ou superior no setor público; ou
ção, de suas controladas. d) cargo estatutário em empresa.
II. Experiência mínima de três anos em liderança
A Lei nº 6.404, de 1976, é a lei que regula a atuação de equipe.
das empresas denominadas Sociedades por Ações. O § 2º O Conselho de Administração fará emitir
Decreto nº 1.091, de 2004, por sua vez, é o instrumento recomendação, não vinculante, quanto a novos
normativo que regula a atuação das entidades priva- membros desse colegiado para aprovação da
das controladas pela União, ainda que esse controle Assembleia, desde que, relacionadas aos resultados
do processo de avaliação e às diretrizes da Política
seja de forma direta ou indireta.
de Indicação e Sucessão de Administradores e con-
Assim, as matérias que são objeto dessas duas legis-
forme legislação em vigor.
lações são as matérias levadas em pautas para delibe-
ração dos membros da Assembleia Geral, incluindo
Uma vez analisados os requisitos para a investidura
também a matéria referente ao controle de ações do
em cargo de Administração no BASA, o Estatuto tam-
capital social do BASA e de suas entidades controladas.
bém disciplina como se dá a verificação desses requisi-
tos. Segundo o texto do parágrafo primeiro, do art. 14,
REGRAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DO BANCO
“Os requisitos deverão ser comprovados documental-
mente, na forma exigida pelo formulário padronizado,
Requisitos e Vedações para os Administradores aprovado pela Secretaria de Coordenação e Governança
das Empresas Estatais e disponibilizado em seu sítio ele-
Em seu Capítulo 3, o Estatuto apresenta não apenas trônico”. Essa verificação se dá por uma comissão cria-
a estrutura organizacional do BASA, como também da especialmente para esse fim. É o Comitê de Pessoas,
algumas regras gerais a respeito de seus funcionários Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, cujas atribui-
administradores. ções serão vistas em momento posterior.
Como já mencionamos, o Banco da Amazônia é Uma vez comprovado o preenchimento de todos
uma empresa estatal (sociedade de economia mista). os requisitos expostos no parágrafo anterior, o fun-
Porém, ela não pode contratar quem quiser, como cionário do BASA deve assinar termo de posse, pro-
geralmente ocorre com as empresas da esfera priva- metendo cumprir com as atribuições impostas a ele
da. Os seus membros empregados são escolhidos após devido à natureza de sua função. É o art. 15 o dispo-
a sua aprovação em exame de concurso público. Há, sitivo que apresenta as regras mais específicas a res-
também, alguns cargos em que não se exige prévia peito da posse:
aprovação em concurso público. São os cargos com
funções de direção, chefia e assessoramento. O BASA, Art. 15 Os membros do Conselho de Administração
dessa forma, conta com empregados concursados e e da Diretoria Executiva serão investidos em seus
também com administradores nomeados para cargos cargos, mediante assinatura de Termo de Posse
de provimento em comissão ou função de confiança. no livro de atas do respectivo colegiado, no prazo
No caso dos administradores do BASA, mesmo que máximo de até 30 (trinta) dias, contados a partir da
não haja exigência de sua aprovação em concurso eleição ou nomeação, observado o disposto no § 1º
público, o Estatuto disciplina em seu art. 13 quais são do Art. 149 da Lei nº 6.404/1976.
os requisitos essenciais que eles devem possuir para § 1º O Termo de Posse deverá conter, sob pena de
serem considerados pessoas aptas a ocupar a referida nulidade: a indicação de, pelo menos, um domicílio no
função. Observe atentamente o texto legal: qual o administrador receberá citações e intimações
em processos administrativos e judiciais relativos
Art. 13 Os administradores do Banco, inclusive os a atos de sua gestão, as quais se reputarão cumpri-
conselheiros representantes dos empregados dos das mediante o domicílio indicado, cuja modificação
acionistas minoritários, deverão atender aos requi- somente será válida após comunicação por escrito ao
sitos obrigatórios e observar as vedações para o Escrivão, além da sujeição do administrador ao Códi-
exercício de suas atividades, conforme previsto nas go de Conduta e às Políticas do Banco.
Leis nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, nº 13.303, § 2º Os membros do Conselho Fiscal serão investidos
de 30 de junho de 2016 e Decreto nº 8.945, de 27 de em seus cargos desde a data da respectiva eleição.
dezembro de 2016. § 3º Os membros do Comitê de Auditoria serão
§ 1º Além dos requisitos previstos no caput, para investidos em seus cargos mediante assinatura do
investidura como membro da Diretoria Executiva, termo de posse.
os indicados devem atender aos requisitos esta- § 4º Antes da investidura e ao deixar o cargo, cada
belecidos na Política de Indicação e Sucessão de membro estatutário deverá apresentar ao Banco,
Administradores do Banco da Amazônia e cumula- que zelará pelo sigilo legal, Declaração de Ajuste
tivamente, as seguintes condições: Anual do Imposto de Renda Pessoa Física e respec-
I. ter graduação em curso superior; e tivas retificações apresentadas à RFB ou autoriza-
II. ter exercido, nos últimos cinco anos, por pelo ção de acesso às informações nelas contidas.
menos três anos, uma das seguintes funções: § 5º No caso dos Diretores, a declaração anual
LEGISLAÇÃO
a) cargos gerenciais em instituições integrantes do de bens e rendas também deve ser apresentada à
Sistema Financeiro Nacional de 1º o 2º nível do Pla- Comissão de Ética Pública da Presidência da Repú-
no de Cargos e Salários do nível gerencial da Insti- blica — CEP/PR.
tuição de origem; ou
b) cargos gerenciais na área financeira de outras Em seguida, o Estatuto também disciplina as hipó-
entidades detentoras de patrimônio líquido não teses de vacância dos cargos do Banco da Amazônia.
inferior a um quarto dos limites mínimos de capital Vacância é o termo mais correto para designar o ato
realizado e patrimônio líquido exigidos pela regula- de “esvaziar” um cargo público, tornando-o livre
mentação para o Banco da Amazônia; ou (vago) para ser ocupado por outra pessoa, ou até 129
mesmo para ser excluído do Quadro Ativo. A ideia é z Subtetos: o teto remuneratório, nesses casos, vai
que o BASA é competente tanto para criar como para depender de onde o agente público se situa. Assim:
extinguir os seus próprios cargos.
Sobre o tema, o art. 16 dispõe sobre três diferentes for- o Teto Municipal tem por base os valores dos
mas de vacância dos cargos públicos no BASA. Vejamos: subsídios pagos aos Prefeitos;
o Teto dos Estados e Distrito Federal tem por
Art. 16 Além dos casos previstos em lei, dar-se-á
vacância do cargo quando:
base os subsídios recebidos dos Governado-
I. o membro do Conselho de Administração ou Fiscal res, dos Deputados e dos Desembargadores, a
ou dos Comitês de Assessoramento deixar de com- depender se trata de agente público ocupante
parecer a duas reuniões consecutivas ou três inter- de cargo, respectivamente, dos Poderes Execu-
caladas, nas últimas doze reuniões, sem justificativa. tivo, Legislativo e Judiciário.
II. o membro da Diretoria Executiva se afastar do exer-
cício do cargo por mais de 30 (trinta) dias consecuti- O teto remuneratório individual dos agentes do BASA
vos, salvo em caso de licença, inclusive férias, ou nos está previsto nos parágrafos segundo e terceiro, do art. 17:
casos autorizados pelo Conselho de Administração.
II. o representante dos empregados no Conselho Art. 17 A remuneração dos membros estatutários
de Administração cujo contrato de trabalho seja e, quando aplicável, dos demais comitês de asses-
encerrado durante o prazo de gestão. soramento, será fixada anualmente em Assembleia
Parágrafo único. A perda do cargo não elide a res- Geral, nos termos da legislação vigente, sendo
ponsabilidade civil e penal a que estejam sujeitos os vedado o pagamento de qualquer forma de remune-
membros do Conselho de Administração e da Dire- ração não prevista em Assembleia Geral.
toria Executiva, em virtude do descumprimento de § 1º Os membros dos Conselhos de Administração e
suas obrigações. Fiscal, Comitê de Auditoria e demais órgãos estatu-
tários terão ressarcidas suas despesas de locomo-
Remuneração, Treinamento e Código de Conduta ção e estada necessárias ao desempenho da função,
sempre que residentes fora da cidade em que for
O Estatuto também apresenta algumas regras mais realizada a reunião.
específicas a respeito do regime jurídico dos Adminis- § 2º A remuneração mensal devida aos membros
tradores do BASA. dos Conselhos de Administração e Fiscal da empre-
Ao mencionar a remuneração, o Estatuto disci- sa estatal não excederá a dez por cento da remune-
plina em seu art. 17 que a remuneração será fixada ração mensal média dos diretores do Banco, sendo
anualmente em Assembleia Geral. vedado o pagamento de participação, de qualquer
Levando-se em conta que boa parte do orçamen- espécie, nos lucros do Banco.
§ 3º A remuneração dos membros do Comitê de
to público é destinada ao pagamento de salário dos
Auditoria será fixada em Assembleia Geral em
servidores, foi necessário estabelecer limites quanto a
montante não inferior à remuneração dos Conse-
essa remuneração. Do contrário, os salários sobrecar-
lheiros Fiscais.
regariam a folha de pagamentos, gerando problemas
quanto à gestão financeira do país. Por isso, à remune-
Assim, temos que o limite remuneratório é variá-
ração dos servidores são impostos dois tipos de limites
vel para alguns cargos. Os membros dos Conselhos de
salariais: um limite global e um limite individual.
Administração e do Conselho Fiscal têm como teto limi-
A expressão “teto” é utilizada como um sinônimo
te a remuneração mensal média dos diretores do Ban-
de “valor limite”. O limite global, apesar do nome, faz
co, e os membros do Comitê de Auditoria têm como teto
referência ao limite imposto pelo art. 169, da CF, de
limite a remuneração dos Conselheiros Fiscais.
1988, que assim prevê: “A despesa com pessoal ativo e Uma vez que o administrador entra em efeti-
inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos vo exercício, isto é, quando ele “senta na cadeira” e
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos começa a exercer as atribuições de seu cargo, ele será
em lei complementar”. Essa “lei complementar” à qual submetido a diversos treinamentos especiais. Esses
o dispositivo constitucional faz referência é a Lei Orça- treinamentos estão previstos no art. 18, sendo dispo-
mentária Anual. Como já mencionamos, o salário dos níveis direta ou indiretamente pela empresa. A pre-
agentes públicos não pode exceder o orçamento públi- sença do administrador nesses treinamentos se torna
co da entidade federativa, pois ela é obrigada a apre- essencial, pois, caso ele não compareça, não poderá
sentar todos os seus ganhos e os seus gastos anuais. ser reconduzido ao cargo.
Como se dá o controle sobre o quanto cada
agente público pode ganhar a título de remunera- Art. 18 Os administradores e os conselheiros fiscais,
ção? Justamente para isso existem os tetos remune- inclusive os representantes de empregados acionis-
ratórios. São os limites individuais, que se traduzem tas minoritários, devem participar, na posse e anual-
na remuneração de determinados cargos públicos; mente, de treinamentos especiais, disponibilizados
nenhum outro agente pode ganhar mais do que estes. direta ou indiretamente pela empresa, conforme dis-
Esses tetos remuneratórios estão dispostos no posições da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do
inciso XI, art. 37, também da Constituição Federal, de Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016.
1988. Esse teto remuneratório se divide em: Parágrafo único. É vedada a recondução do admi-
nistrador ou do Conselheiro Fiscal que não partici-
z Teto Geral: é a remuneração de um Ministro do par de nenhum treinamento anual disponibilizado
Supremo Tribunal Federal. É o valor que nenhuma pelo Banco nos últimos dois anos.
remuneração de qualquer agente público pode supe-
rar, independentemente do âmbito federativo. Nin- O Código de Conduta tem previsão no art. 19. É o
guém, nem mesmo um agente público da União, que denominamos de “Código de Ética” do BASA. Esse
130 pode ganhar mais do que um Ministro do STF; Código é essencial para todo funcionário do Banco,
uma vez que ele traça as diretrizes básicas do com- § 4º. A forma da defesa em processos judiciais e adminis-
portamento ético a ser perseguido por todos. O referi- trativos será definida pelo Conselho de Administração.
do documento normativo será analisado em maiores § 5º Na defesa em processos judiciais e administrati-
detalhes posteriormente. vos, se o beneficiário da defesa for condenado em deci-
são judicial transitada em julgado, com fundamento
Art. 19 A empresa disporá de Código de Conduta e em violação de lei ou do Estatuto, ou decorrente de ato
Integridade, elaborado e divulgado na forma da Lei culposo ou doloso, ele deverá ressarcir ao Banco todos
nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do Decreto nº os custos e despesas decorrentes da defesa feita pelo
8.945, de 27 de dezembro de 2016. Banco, além de eventuais prejuízos causados.
va ou judicial, em ações propostas por terceiros, de atos O Conselho de Administração tem a sua composi-
praticados durante seu prazo de gestão ou mandato. ção prevista no art. 25, totalizando sete membros:
§ 3º. O benefício previsto acima aplica-se, no que
couber e a critério do Conselho de Administração, Art. 25 O Conselho de Administração é composto
aos membros do Comitê de Auditoria e àqueles que de 7 (sete) membros, a saber:
figuram no polo passivo de processo judicial ou I. 4 (quatro) indicados pelo Ministro de Estado da
administrativo em decorrência de atos que tenham Economia.
praticado no exercício de competência delegada II. 1 (um) representante dos empregados, nos mol-
pelos administradores. des da Lei nº 12.353, 28 de dezembro de 2010. 131
III. 1 (um) representante dos acionistas minori- Administração para o Banco só poderá ocorrer após
tários, eleito nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de decorrido período equivalente a um prazo de gestão.
dezembro de 1976. § 3º O prazo de gestão dos membros do Conselho de
IV. o Presidente do Banco integrará, também, o Con- Administração se prorrogará até a efetiva investi-
selho de Administração e não poderá exercer, mes- dura dos novos membros.
mo que interinamente, a Presidência do Colegiado.
§ 1º O Presidente do Conselho de Administração e O Conselho, assim como a Assembleia Geral, deve-
seu substituto serão escolhidos na primeira reunião rá reunir-se ordinariamente, com a maioria de seus
do órgão que ocorrer após a eleição de seus mem- membros, ao menos uma vez por mês. O Conselho
bros, devendo o Presidente ser um dos membros também poderá se reunir extraordinariamente, quan-
indicados pelo Ministro de Estado da Economia. do for absolutamente necessário.
§ 2º Os demais membros da Diretoria Executiva da O Estatuto apresenta as competências do Conselho
empresa não poderão compor o Conselho de Admi- de Administração em seu art. 29. De modo geral, pode-
nistração, podendo, no entanto, ser convocados mos dividir as competências do Conselho de Adminis-
por esse colegiado para participar de reuniões, sem tração em cinco grandes grupos:
direito a voto.
§ 3º O Conselho de Administração deve ser composto, z Competências de planejamento e direção: por
no mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de mem- ser um órgão de direção, compete ao Conselho de
bros independentes ou pelo menos 1 (um), caso haja Administração fixar a orientação geral dos negó-
decisão pelo exercício da faculdade do voto múltiplo cios do Banco, avaliar a gestão estratégica, opera-
pelos acionistas minoritários, nos termos da legisla- cional e financeira das participações do Banco ao
ção societária, sendo que os critérios de independên- seu objeto social, promover a análise das metas
cia deverão respeitar os termos do Art. 22, §1º da Lei atingidas pelo BASA, entre outras;
nº 13.303, de 30 de junho de 2016 e do Art. 36, §1º do z Competências contratuais: em relação aos negó-
Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016. cios jurídicos em que o BASA é parte, compete ao
§ 4º Quando, em decorrência da observância do Conselho de Administração se manifestar pre-
percentual acima mencionado, resultar número viamente sobre atos ou contratos relativos à sua
fracionário de conselheiros, proceder-se-á ao arre- alçada decisória. O Conselho também tem poderes
dondamento para o número inteiro:
para autorizar e homologar a contratação de audi-
I. imediatamente superior, quando a fração for
tores independentes, bem como rescindi-los;
igual ou superior a 0,5 (cinco décimos); e
z Competências fiscais: quanto ao exercício de contro-
II. imediatamente inferior, quando a fração for infe-
le fiscal, o Conselho de Administração é competente
rior a 0,5 (cinco décimos).
§ 5º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
para: manifestar-se sobre o relatório da administração
e Remuneração deverá verificar o enquadramento e as contas da Diretoria Executiva, analisar o balan-
dos indicados a conselheiros independentes por cete e demais demonstrativos financeiros elaborados
meio da análise da autodeclaração apresentada e pelo Banco, implementar o sistema de gestão de riscos
respectivos documentos (nos moldes do formulário de controle interno para a prevenção e mitigação dos
padronizado). riscos relativos à integridade das informações contá-
beis, e a prevenção de casos de corrupção e fraude;
A vedação do inciso IV é importante porque o Presi- z Competências administrativas: são as competên-
dente do Banco não pode também presidir o Conselho cias referentes aos funcionários do BASA. O Conse-
de Administração, pois restaria evidente o conflito de lho tem competência para: aprovar as nomeações
interesses com o acúmulo de funções dentro do Banco. e destituições dos titulares da Auditoria Interna,
O Presidente do Conselho de Administração deve tam- eleger e destituir os membros de comitês de asses-
bém ser indicado pelo Ministro de Estado da Economia. soramento ao Conselho de Administração, bem
Observe pela leitura do referido artigo que esta- como do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
mos diante de um órgão com cargos comissionados. e Remuneração. Além disso, é o Conselho o órgão
responsável pelas avaliações tanto dos referidos
Não há a possibilidade de “abrir concurso público”
funcionários dos outros órgãos, como também da
para ocupar uma posição no Conselho de Adminis-
sua própria autoavaliação, determinando os quesi-
tração, seus membros são nomeados mediante indi-
tos a serem considerados nessas avaliações;
cação. Ainda que haja uma indicação pelo Ministro
z Competência normativas: o Conselho de Admi-
da Economia, essa escolha também deve ser analisa-
nistração não tem uma função legislativa, mas tem
da e aprovada pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade,
competência para aprovar documentos que ser-
Sucessão e Remuneração.
vem como normas a serem seguidas pelos demais
Além disso, o caráter de cargo comissionado se tor-
funcionários do BASA (tem “força de Lei”). É o
na ainda mais evidente com o art. 26, ao mencionar
caso, por exemplo, da aprovação do Código de Con-
que a gestão dos Conselheiros de Administração pos-
duta, do Regimento Interno do próprio Conselho
sui prazo unificado de 2 (dois) anos, sendo admitida a
de Administração, do Plano Anual e do Relatório
recondução até três vezes consecutivas: de Atividades de Auditoria Interna.
Art. 26 O Conselho de Administração terá prazo Segue também o texto integral do referido art. 29,
de gestão unificado de 2 (dois) anos, permitidas, no para que o candidato se familiarize com todas as com-
máximo, 3 (três) reconduções consecutivas. petências do Conselho de Administração:
§ 1º No prazo a que se refere o caput serão consi-
derados os períodos anteriores de gestão ocorridos Art. 29 Compete ao Conselho de Administração:
há menos de 2 (dois) anos. I. fixar a orientação geral dos negócios do Banco.
§ 2º Atingido o limite a que se refere o parágra- II. avaliar, a cada 4 (quatro) anos, o alinha-
132 fo anterior, o retorno de membro do Conselho de mento estratégico, operacional e financeiro das
participações do Banco ao seu objeto social, deven- XXII. atribuir formalmente a responsabilidade
do, a partir dessa avaliação, recomendar a sua pelas áreas de Conformidade e Gerenciamento de
manutenção, a transferência total ou parcial de Riscos a membros da Diretoria Executiva.
suas atividades para outra estrutura da administra- XXIII. solicitar auditoria interna periódica sobre
ção pública ou o desinvestimento da participação. as atividades da entidade fechada de previdência
III. eleger e destituir os membros da Diretoria Exe- complementar que administra plano de benefícios
cutiva do Banco, inclusive o Presidente, fixando- da estatal.
-lhes as atribuições. XXIV. realizar a autoavaliação anual de seu desem-
IV. fiscalizar a gestão dos membros da Diretoria penho, observados os quesitos mínimos dispostos
Executiva, examinar, a qualquer tempo, os livros e no inciso III do Art. 13 da Lei nº 13.303, de 30 de
papéis do Banco, solicitar informações sobre con- junho de 2016.
tratos celebrados ou em via de celebração, e quais- XXV. aprovar as nomeações e destituições dos titu-
quer outros atos. lares da Auditoria Interna, e submetê-las à aprova-
V. manifestar-se previamente sobre as propostas a ção da Controladoria Geral da União.
serem submetidas à deliberação dos acionistas em XXVI. conceder afastamento e licença ao Presidente
assembleia. do Banco, inclusive a título de férias.
VI. aprovar a inclusão de matérias no instrumento XXVII. aprovar o Regimento Interno do Conselho
de convocação da Assembleia-Geral, não se admi- de Administração, do Comitê de Auditoria e dos
tindo a rubrica “assuntos gerais”. demais comitês de assessoramento.
VII. convocar a Assembleia Geral. XXVIII. aprovar o Código de Conduta e Integridade.
VIII. manifestar-se sobre o relatório da administra- XXIX. aprovar e manter atualizado um plano de
ção e as contas da Diretoria Executiva. sucessão não-vinculante dos membros do Conselho
IX. manifestar-se previamente sobre atos ou con- de Administração e da Diretoria Executiva, cuja
tratos relativos à sua alçada decisória. elaboração deve ser coordenada pelo Presidente do
X. autorizar a alienação de bens do ativo não circu- Conselho de Administração.
lante, a constituição de ônus reais e a prestação de XXX. aprovar as atribuições dos diretores executi-
garantias a obrigações de terceiros. vos não previstas no Estatuto Social
XI. autorizar e homologar a contratação de audito- XXXI. aprovar o Regulamento de Licitações.
res independentes, bem como a rescisão dos respec- XXXII. aprovar a prática de atos que importem
em renúncia, transação ou compromisso arbitral,
tivos contratos.
observada a política de alçada do Banco.
XII. aprovar as Políticas de Conformidade e Geren-
XXXIII. discutir, deliberar e monitorar práticas de
ciamento de Riscos, Dividendos, Participações
governança corporativa e relacionamento com
Societárias, bem como outras políticas gerais do
partes interessadas.
Banco.
XXXIV. aprovar e divulgar a Carta Anual com expli-
XIII. aprovar e acompanhar o plano de negócios,
cação dos compromissos de consecução de objeti-
estratégico e de investimentos, e as metas de desem-
vos de políticas públicas, na forma prevista na Lei
penho, que deverão ser apresentados pela Diretoria
nº 13.303, de 30 de junho de 2016.
Executiva.
XXXV. avaliar os diretores e membros de comitês
XIV. analisar, ao menos trimestralmente, o balance-
estatutários do Banco, nos termos do inciso h do
te e demais demonstrações financeiras elaboradas
Art. 13 da Lei 13.303, de 30 de junho de 2016, com o
periodicamente pelo Banco, sem prejuízo da atua-
apoio metodológico e procedimental do Comitê de
ção do Conselho Fiscal. Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração.
XV. determinar a implantação e supervisionar os XXXVI. aprovar e fiscalizar o cumprimento das
sistemas de gestão de riscos e controle interno esta- metas e resultados específicos a serem alcançados
belecidos para a prevenção e mitigação dos princi- pelos membros da Diretoria Executiva.
pais riscos a que está exposta a empresa estatal, XXXVII. promover anualmente a análise das metas
inclusive os riscos relacionados à integridade das e resultados na execução do planejamento de negó-
informações contábeis e financeiras e os relaciona- cios e da estratégia de longo prazo, sob pena de
dos à ocorrência de corrupção e fraude. seus integrantes responderem por omissão, deven-
XVI. definir os assuntos e valores para sua alçada do publicar suas conclusões e informá-las ao Comi-
decisória e da Diretoria Executiva tê Nacional e ao Tribunal de Contas.
XVII. identificar a existência de ativos não de XXXVIII. propor à Assembleia Geral a remuneração
uso próprio do Banco e avaliar a necessidade de dos administradores e dos membros dos demais
mantê-los. órgãos estatutários do Banco.
XVIII. deliberar sobre os casos omissos do Estatuto XXXIX. executar e monitorar a remuneração de que
Social do Banco, em conformidade com o disposto trata o inciso XXXVIII deste artigo, inclusive a par-
na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. ticipação nos lucros e resultados, dentro dos limites
XIX. aprovar o Plano Anual de Atividades de Audi- aprovados pelas Assembleia Geral.
toria Interna — PAINT e o Relatório Anual das XL. aprovar o Regulamento de Pessoal, bem como
Atividades de Auditoria Interna — RAINT, sem a quantitativo de pessoal próprio e de cargos em
presença do Presidente do Banco. comissão, acordos coletivos de trabalho, progra-
LEGISLAÇÃO
XX. criar comitês de assessoramento ao Conselho ma de participação dos empregados nos lucros ou
de Administração, para aprofundamento dos estu- resultados, plano de cargos e salários, plano de
dos de assuntos estratégicos, de forma a garantir funções, benefícios de empregados e programa de
que a decisão a ser tomada pelo Colegiado seja tec- desligamento de empregados.
nicamente bem fundamentada. XLI. aprovar o patrocínio a plano de benefícios
XXI. eleger e destituir os membros de comitês de e a adesão a entidade fechada de previdência
assessoramento ao Conselho de Administração, complementar.
bem como do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, XLII. manifestar-se sobre o relatório apresentado
Sucessão e Remuneração. pela Diretoria Executiva resultante da auditoria 133
interna sobre as atividades da entidade fechada de Art. 36 Compete à Diretoria Executiva, no exercí-
previdência cio das suas atribuições e respeitadas as diretrizes
Parágrafo único. Excluem-se da obrigação de publi- fixadas pelo Conselho de Administração:
cação a que se refere o inciso XXXVII as informações I. gerir as atividades do Banco e avaliar os seus
de natureza estratégica cuja divulgação possa ser resultados.
comprovadamente prejudicial ao interesse do Banco II. monitorar a sustentabilidade dos negócios, os
da Amazônia. riscos estratégicos e respectivas medidas de miti-
gação, elaborando relatórios gerenciais com indi-
O Estatuto também apresenta algumas competên- cadores de gestão.
cias especiais para o Presidente do Conselho de Admi- III. elaborar os orçamentos anuais e plurianuais do
nistração, previstas nos incisos do art. 30: Banco e acompanhar sua execução.
IV. definir a estrutura organizacional do Banco e a
Art. 30 Compete ao Presidente do Conselho de distribuição interna das atividades administrativas.
Administração: V. aprovar as normas internas de funcionamento
I. presidir as reuniões do órgão, observando o cum- do Banco.
primento do Estatuto Social e do Regimento Interno. VI. promover a elaboração em cada exercício do
II. interagir com o ministério supervisor, e demais relatório de administração e das demonstrações
representantes do acionista controlador, no senti- financeiras, submetendo essas últimas à Auditoria
do de esclarecer a orientação geral dos negócios, Independente e aos Conselhos de Administração e
assim como questões relacionadas ao interesse Fiscal e ao Comitê de Auditoria.
público a ser perseguido pelo Banco, observado o VII. autorizar previamente os atos e contratos rela-
disposto no Art. 89 da Lei nº 13.303/2016. tivos à sua alçada decisória.
III. estabelecer os canais e processos para intera- VIII. indicar os representantes do Banco nos órgãos
ção entre os acionistas e o Conselho de Adminis- estatutários de suas participações societárias.
tração, especialmente no que tange às questões de IX. submeter, instruir e preparar adequadamente
estratégia, governança, remuneração, sucessão e os assuntos que dependam de deliberação do Con-
formação do Conselho de Administração, observa- selho de Administração, manifestando-se previa-
do o disposto no Art. 89 da Lei nº 13.303/2016. mente quando não houver conflito de interesse.
X. cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as delibe-
Diretoria Executiva rações da Assembleia Geral e do Conselho de Admi-
nistração, bem como avaliar as recomendações do
Conselho Fiscal.
Se o Conselho de Administração é o órgão encarre-
XI. colocar à disposição dos outros órgãos sociais
gado de todo o planejamento das metas e dos objetivos pessoal qualificado para secretariá-los e prestar o
a serem alcançados pelo BASA, é a Diretoria Executiva o apoio técnico necessário.
órgão responsável por dar prosseguimento à execução XII. aprovar o seu Regimento Interno.
desses objetivos e metas traçados pelo referido Conselho. XIII. deliberar sobre os assuntos que lhe submeta
Assim, a Diretoria é introduzida no Estatuto, em seu qualquer Diretor.
art. 31, como um órgão de execução: ele é o órgão que XIV. apresentar, até a última reunião ordinária do
põe no plano concreto as diretrizes, as ideias, os planos e Conselho de Administração do ano anterior, plano
os comandos a serem realizados pelo Banco da Amazônia. de negócios para o exercício anual seguinte e estra-
tégia de longo prazo atualizada com análise de ris-
Art. 31 A Diretoria Executiva é o órgão executivo cos e oportunidades para, no mínimo, os próximos
de administração e representação, cabendo-lhe cinco anos.
assegurar o funcionamento regular do Banco em XV. nos assuntos afetos a governança, riscos e con-
conformidade com a orientação geral traçada pelo troles, a Diretoria Executiva atuará como Comitê
Conselho de Administração. de Governança, Riscos e Controles, com assessora-
mento do titular da Gerência de Controles Internos,
A Diretoria Executiva é composta por seis mem- com as atribuições previstas na Instrução Nor-
bros, um deles o seu Presidente, e cinco Diretores mativa Conjunta nº 1, de 10 de maio de 2016, do
Executivos remanescentes. É exigida, como condição Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e
Controladoria-Geral da União — CGU.
para exercer cargo de Diretor Executivo, tal como
prescreve o parágrafo primeiro, do art. 32, “a assun-
ção de compromisso com metas e resultados específicos De maneira independente das atribuições pre-
a serem alcançados, que deverá ser aprovado pelo Con- vistas no art. 36, o Estatuto também apresenta as
selho de Administração”. competências exclusivas do Presidente da Diretoria
O seu prazo de gestão é idêntico ao do Conselho Executiva, em seu art. 37:
de Administração, com duração de 2 (dois) anos, sen-
do permitidas até três reconduções consecutivas. E, Art. 37 Sem prejuízo das demais atribuições da
Diretoria Executiva, compete especificamente ao
assim como ocorre com o Conselho, a Diretoria Exe-
Presidente do Banco:
cutiva deve se reunir ordinariamente, ao menos uma
I. dirigir, supervisionar, coordenar e controlar as
vez por semana, e poderá se reunir extraordinaria-
atividades e a política administrativa do Banco.
mente quando existir necessidade para tal. II. coordenar as atividades dos membros da Direto-
As suas competências estão previstas no art. 36. É ria Executiva.
um rol com um número considerável de incisos, mas III. representar o Banco em juízo e fora dele, poden-
não tão grande quanto o do Conselho de Administra- do, para tanto, constituir procuradores “ad-negotia”
ção. Novamente, recomenda-se a leitura do referido e “ad-judicia”, especificando os atos que poderão
dispositivo, na sua íntegra, para que o candidato se praticar nos respectivos instrumentos do mandato.
familiarize com a forma em que a competência está IV. assinar, com um Diretor, os atos que constituam
134 descrita no Estatuto: ou alterem direitos ou obrigações do Banco, bem
como aqueles que exonerem terceiros de obrigações impedidas de emissão de debentures conversíveis
para com ela, podendo, para tanto, delegar atribui- em ações).
ções ou constituir procurador para esse fim. IV. denunciar, por qualquer de seus membros, aos
V. expedir atos de admissão, designação, promo- órgãos de administração e, se estes não adota-
ção, transferência e dispensa de empregados. rem as providências necessárias para a proteção
VI. baixar as resoluções da Diretoria Executiva. dos interesses do Banco, à Assembleia Geral, os
VII. criar e homologar os processos de licitação, erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir
podendo delegar tais atribuições providências.
VIII. conceder afastamento e licenças aos demais V. convocar a Assembleia Geral Ordinária, se os
membros da Diretoria Executiva, inclusive a título órgãos da administração retardarem por mais de
de férias. um mês essa convocação, e a Extraordinária, sem-
IX. designar os substitutos dos membros da Direto- pre que ocorrerem motivos graves ou urgentes.
ria Executiva. VI. analisar, ao menos trimestralmente, o balance-
X. convocar e presidir as reuniões da Diretoria te e demais demonstrações financeiras elaboradas
Executiva. periodicamente pelo Banco.
XI. manter o Conselho de Administração e Fiscal VII. fornecer, sempre que solicitadas, informações
informado das atividades do Banco. sobre matéria de sua competência a acionista, ou
XII. exercer outras atribuições que lhe forem fixa- grupo de acionistas, que representem, no mínimo,
das pelo Conselho de Administração. 5% (cinco por cento) do capital social do Banco.
VIII. exercer essas atribuições durante a eventual
Do Conselho Fiscal liquidação do Banco.
IX. examinar o RAINT e PAINT.
Para o exercício do controle interno, de natureza X. assistir às reuniões do Conselho de Administração
ou da Diretoria Executiva em que se deliberar sobre
contábil, orçamentária e financeira, do Banco da Ama-
assuntos que ensejam parecer do Conselho Fiscal.
zônia, há um Conselho Fiscal. Conforme dispõe o art.
XI. aprovar seu Regimento Interno e seu plano de
39, do Estatuto, além dos moldes estabelecidos na Lei trabalho anual.
nº 13.303, de 2016, e sua regulamentação, “aplicam-se XII. realizar a autoavaliação anual de seu desempenho.
aos membros do Conselho Fiscal do Banco as disposi- XIII. acompanhar a execução patrimonial, financei-
ções para esse colegiado previstas na Lei nº 6.404, de ra e orçamentária, podendo examinar livros, quais-
15 de dezembro de 1976, inclusive aquelas relativas a quer outros documentos e requisitar informações.
seus poderes, deveres e responsabilidades, a requisitos XIV. fiscalizar o cumprimento do limite de partici-
e impedimentos para investidura e a remuneração”. pação do Banco no custeio dos benefícios de assis-
Em termos de composição, o Conselho Fiscal con- tência à saúde e de previdência complementar.
ta com quatro membros e seus respectivos suplentes,
sendo três deles indicados pelo Ministro do Estado da Conforme se denota pela leitura do dispositivo,
Economia, e um Conselheiro Fiscal representante dos as principais atribuições do Conselho Fiscal dizem
sócios minoritários. A eleição desses Conselheiros se respeito, justamente, ao exercício do controle fis-
faz mediante Assembleia Geral. cal contábil, financeiro e orçamentário. Entretanto,
o Conselho também apresenta algumas atribuições
Art. 40 O Conselho Fiscal será composto por 4 que não possuem relação com essa tarefa fiscal, tais
(quatro) membros efetivos e respectivos suplentes, como a aprovação de seu Regimento Interno, o exa-
sendo: me do Plano Anual de Atividades da Auditoria Interna
I. 3 (três) indicados pelo Ministro de Estado da Eco- (PAINT) e o exame do Relatório Anual de Atividades
nomia, sendo um deles representante do Tesouro da Auditoria Interna (RAINT).
Nacional, que deverá ser servidor público com vín-
culo permanente com a Administração Pública; e Comitê de Auditoria
II. 1 (um) representante dos acionistas minoritários.
Parágrafo único. Os membros do Conselho Fiscal
O Comitê de Auditoria, por sua vez, é um órgão
são eleitos pela Assembleia Geral.
que atua em conjunto com o Conselho de Administra-
ção. Esse Comitê possui natureza de órgão auxiliar,
O prazo de gestão dos Conselheiros Fiscais é um
prestando assistência ao Conselho de Administração
pouco menor que o dos órgãos anteriores, sendo de 2
durante o exercício de atividades como o monitora-
(dois) anos, admitida a recondução no máximo duas
mento da qualidade das demonstrações financeiras,
vezes consecutivas.
os controles internos, a conformidade, o gerenciamen-
As competências do Conselho Fiscal estão previs-
to de riscos e as auditorias interna e independente.
tas nos incisos do art. 45.
É interessante notar que, nos termos do parágrafo
primeiro, do art. 46, o Comitê de Auditoria também
Art. 45 Compete ao Conselho Fiscal:
“exercerá suas atribuições e responsabilidades junto
I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
dos Administradores e verificar o cumprimento dos
às sociedades controladas pelo Banco, que adotarem o
seus deveres legais e estatutários. regime de Comitê de Auditoria único”.
LEGISLAÇÃO
II. opinar sobre o relatório anual da administração O Comitê de Auditoria é composto por apenas três
e as demonstrações financeiras do exercício social. membros. O parágrafo primeiro, art. 47, apresenta
III. manifestar-se sobre as propostas dos órgãos da algumas exigências mínimas para ocupar um cargo
administração, a serem submetidas à Assembleia dentro desse Comitê. Acompanhe também a leitura
Geral, relativas à modificação do capital social, dos demais parágrafos:
emissão de debentures e bônus de subscrição, pla-
nos de investimentos ou orçamentos de capital, Art. 47 O Comitê de Auditoria Estatutário, eleito
distribuição de dividendo, transformação, incorpo- e destituído pelo Conselho de Administração será
ração, fusão ou cisão (as empresas públicas estão integrado por 3 (três) membros. 135
§ 1º Os membros do Comitê de Auditoria Estatutá- VIII. avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que
rio devem ter experiência profissional em assuntos se fundamentam os cálculos atuariais, bem como o
de contabilidade societária e formação acadêmica resultado atuarial dos planos de benefícios manti-
compatível com o cargo, preferencialmente na área dos pelo fundo de pensão, quando a empresa pública
de contabilidade, auditoria ou no setor de atuação ou a sociedade de economia mista for patrocinadora
do Banco, sendo que pelo menos 1 (um) membro de entidade fechada de previdência complementar.
deve ter reconhecida experiência profissional em § 1º Ao menos um dos membros do Comitê de Audi-
assuntos de contabilidade societária e ao menos 1 toria Estatutário deverá participar das reuniões do
(um) deve ser conselheiro independente do Banco. Conselho de Administração que tratem das demons-
§ 2º Os membros do Comitê de Auditoria, em sua pri- trações contábeis periódicas, da contratação do
meira reunião, elegerão o seu Presidente, que deverá auditor independente e do PAINT.
ser membro independente do Conselho de Adminis- § 2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá pos-
tração, a quem caberá dar cumprimento às delibera- suir meios para receber denúncias, inclusive sigi-
ções do órgão, com registro no livro de atas. losas, internas e externas ao Banco, em matérias
§ 3º São condições mínimas para integrar o Comitê relacionadas ao escopo de suas atividades.
de Auditoria as estabelecidas no Art. 25 da Lei nº
13.303/2016 e no Art. 39 do Decreto nº 8.945/2016, Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e
além das demais normas aplicáveis. Remuneração
§ 4º O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão
e Remuneração deverá opinar sobre a observância
dos requisitos e vedações para os membros.
Mencionamos brevemente o Comitê de Pessoas,
§ 5º É vedada a existência de membro suplente no Elegibilidade, Sucessão e Remuneração. Esse é o órgão
Comitê de Auditoria. encarregado de tratar de todos os aspectos concernen-
§ 6º O Conselho de Administração poderá convidar tes ao regime de pessoal do BASA, visando assessorar
membros do Comitê de Auditoria para assistir às os acionistas e o Conselho de Administração nos pro-
suas reuniões. cessos de indicação, de avaliação, de sucessão e de
remuneração dos administradores, conselheiros fis-
O Comitê de Auditoria é, com certeza, o órgão que cais e demais membros de órgãos estatutários.
deve realizar reuniões com mais frequência, totali- Sobre a sua composição, o art. 53, do Estatuto,
zando quatro reuniões ordinárias por mês. O BASA determina que o Comitê de Pessoas deve conter entre
deve divulgar amplamente a ata dessas reuniões rea- 3 a 5 membros, sendo todos nomeados pelo Conselho
lizadas pelo Comitê de Auditoria. de Administração ou por membros externos. No caso
Em relação às suas competências, elas estão de os membros serem compostos por pessoas que
expostas no art. 51, do Estatuto. Novamente, é reco- também fazem parte do Conselho de Administração,
mendada a leitura do dispositivo na sua íntegra: não será devida remuneração, pois tais pessoas aca-
bariam ganhando uma vantagem econômica indevida
Art. 51 Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutá- (não se admite o recebimento de duas remunerações).
rio, sem prejuízo de outras competências previstas Contudo, se o membro do Comitê de Pessoas for pes-
na legislação: soa estranha aos Quadros do BASA, então tal particu-
I. opinar sobre a contratação e destituição de audi- lar deve ser remunerado pelos serviços prestados.
tor independente.
II. supervisionar as atividades dos auditores inde- Art. 53 O Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Suces-
pendentes, avaliando sua independência, a quali- são e Remuneração será formado por 3 (três) a 5
dade dos serviços prestados e a adequação de tais (cinco) membros, nomeados na integralidade pelo
serviços às necessidades do Banco. Conselho de Administração, devendo ser composto
III. supervisionar as atividades desenvolvidas nas por membros do Conselho de Administração, sem
áreas de controle interno, de auditoria interna e remuneração adicional, ou por membros externos
de elaboração das demonstrações financeiras da remunerados, observados os artigos 156 e 165 da
empresa estatal. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
IV. monitorar a qualidade e a integridade dos meca-
nismos de controle interno, das demonstrações
financeiras e das informações e medições divulgadas
As suas competências estão previstas nos incisos
pelo Banco. e parágrafos do art. 54, do qual recomendamos a lei-
V. avaliar e monitorar exposições de risco do Banco, tura na íntegra:
podendo requerer, entre outras, informações deta-
lhadas sobre políticas e procedimentos referentes a: Art. 54 Compete ao Comitê de Pessoas, Elegibilida-
a) remuneração da administração. de, Sucessão e Remuneração:
b) utilização de ativos do Banco. I. opinar, de modo a auxiliar os acionistas na indi-
c) gastos incorridos em nome do Banco. cação de membros do Conselho de Administração
VI. avaliar e monitorar, em conjunto com a admi- e conselheiros fiscais, sobre o preenchimento dos
nistração e a área de auditoria interna, a adequa- requisitos e a ausência de vedações para as respec-
ção e o fiel cumprimento das transações com partes tivas eleições.
relacionadas aos critérios estabelecidos na Polí- II. opinar, de modo a auxiliar os membros do Con-
tica de Transações com Partes Relacionadas e sua selho de Administração na indicação de diretores e
divulgação. membros do Comitê de Auditoria.
VII. elaborar relatório anual com informações sobre III. verificar a conformidade do processo de avalia-
as atividades, os resultados, as conclusões e suas ção e dos treinamentos dos administradores e con-
recomendações, registrando, se houver, as divergên- selheiros fiscais.
cias significativas entre administração, auditoria IV. auxiliar o Conselho de Administração na elabo-
independente e o próprio Comitê de Auditoria Esta- ração e no acompanhamento do plano de sucessão
136 tutário em relação às demonstrações financeiras. de administradores.
V. auxiliar o Conselho de Administração na avalia- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
ção das propostas relativas à política de pessoal e radas por maioria de votos com registro em ata,
no seu acompanhamento. deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
VI. auxiliar o Conselho de Administração na elabo- ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
ração da proposta de remuneração dos administra- ter a transcrição apenas das deliberações tomadas.
dores para submissão à Assembleia Geral. § 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul-
§ 1º O Comitê deverá se manifestar no prazo máxi- gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo
mo de 8 (oito) dias úteis, a partir do recebimento do Banco, apenas o seu extrato será divulgado.
de formulário padronizado da entidade da Admi- § 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior
nistração Pública responsável pelas indicações, sob não será oponível aos órgãos de controle, que terão
pena de aprovação tácita e responsabilização de total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do
seus membros, caso se comprove o descumprimen- Comitê, observada a transferência de sigilo.
to de algum requisito. § 4º A manifestação do Comitê será encaminhada
§ 2º As manifestações do Comitê serão deliberadas ao Conselho de Administração.
por maioria de votos com registro em ata, devendo
ser lavradas na forma de sumário dos fatos ocorri- O Comitê Estratégico de Governança e Susten-
dos, inclusive dissidências e protestos, contendo a tabilidade é o órgão auxiliar que atua em conjunto
transcrição apenas das deliberações tomadas. com o Conselho de Administração para lhe assessorar
§ 3º A manifestação do Comitê será encaminhada
quanto ao exercício de suas atividades sob o enfoque
ao Conselho de Administração, que deverá incluir,
da governança estratégica e da sustentabilidade.
na proposta da administração para a realização
Sua composição é similar à do Comitê Estratégico
da assembleia geral que tenha na ordem do dia a
eleição de membros do Conselho de Administra- de Riscos, Gestão e Capital, contando com 3 a 5 mem-
ção e do Conselho Fiscal, sua manifestação acerca bros. É admitida a ocupação de cargo nesse Comitê por
do enquadramento dos indicados aos requisitos e membros externos, ou membros da Auditoria, ou ainda
vedações legais, regulamentares e estatutários à empregados remanescentes do Banco. Nenhuma des-
luz da autodeclaração e documentos apresentados sas pessoas deverá perceber remuneração adicional.
pelo indicado e da manifestação do Comitê. Suas competências também não estão previstas
§ 4º O mesmo procedimento descrito no §3º aci- em Estatuto, mas sim no seu próprio Regimento Inter-
ma deverá ser observado na eleição de diretores no. O Estatuto apenas explicita em seu art. 62 a divul-
e membros do Comitê de Auditoria, sendo que a gação da ata das reuniões do referido Comitê:
manifestação do Conselho de Administração deve-
rá constar da ata da reunião que tiver como ordem Art. 62 O Comitê terá as competências previstas na
do dia a eleição dos membros desses órgãos. legislação em vigor e no seu Regimento Interno.
§ 5º As atas das reuniões do Conselho de Adminis- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
tração que deliberarem sobre os assuntos acima radas por maioria de votos com registro em ata,
mencionados deverão ser divulgadas. deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
§ 6º Na hipótese de o Comitê de Pessoas, Elegibi- ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
lidade, Sucessão e Remuneração considerar que a ter a transcrição apenas das deliberações tomadas.
divulgação da ata possa pôr em risco interesse legí- § 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul-
timo do Banco, apenas o seu extrato será divulgado. gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo
§ 7º A restrição de que trata o parágrafo anterior do Banco, apenas o seu extrato será divulgado.
não será oponível aos órgãos de controle, que terão § 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior
total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do não será oponível aos órgãos de controle, que terão
Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remu- total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do
neração, observada a transferência de sigilo. Comitê, observada a transferência de sigilo.
§ 4º A manifestação do Comitê será encaminhada
Dos Comitês Estratégicos ao Conselho de Administração.
Para o exercício das atividades de planos estraté- Por fim, temos também o Comitê Estratégico de
gicos, gestão de riscos e manuseio do capital social, Inovação e Tecnologia, outro órgão auxiliar que
o Conselho de Administração conta com o apoio do apoia o Conselho de Administração no exercício de
órgão auxiliar denominado Comitê Estratégico de suas atividades, dando maior enfoque aos aspectos
Riscos, Gestão e Capital. referentes à busca por inovações e avanços tecnológi-
Sobre a sua composição, o mencionado Comitê de cos, sobretudo os avanços que ocorrem na esfera digi-
Riscos de Gestão e Capital conta com 3 (três) a 5 (cin- tal (internet, portais eletrônicos).
co) membros, nomeados na integralidade pelo Con- Sua composição segue os mesmos parâmetros das
selho de Administração, devendo ser composto por demais Comissões Estratégicas, e suas competências
2 membros do Conselho de Administração. O Comitê também estão expostas em Regimento Interno pró-
Estratégico também poderá contar com um membro prio. O art. 66, assim como o art. 62, apenas explici-
externo independente, ou um membro do Comitê de ta alguns pontos a respeito da divulgação da ata das
LEGISLAÇÃO
Auditoria, ou um empregado do Banco. Não será devi- reuniões do referido Comitê de Inovação e Tecnologia:
da remuneração adicional a essas pessoas.
Em relação à sua competência, o Estatuto não Art. 66 O Comitê terá as competências previstas na
apresenta um rol com todas as funções do referido legislação em vigor e no seu Regimento Interno.
Comitê Estratégico. Ele apenas faz referência ao Regi- § 1º As manifestações do Comitê, que serão delibe-
mento Interno do Comitê Estratégico: radas por maioria de votos com registro em ata,
deverão ser lavradas na forma de sumário dos fatos
Art. 58 O Comitê terá as competências previstas na ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e con-
legislação em vigor e no seu Regimento Interno. ter a transcrição apenas das deliberações tomadas. 137
§ 2º Na hipótese de o Comitê considerar que a divul- ou quando este se furtar à obrigação de adotar
gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo medidas necessárias em relação à situação a ele
do Banco, apenas o seu extrato será divulgado. relatada.
§ 3º A restrição de que trata o parágrafo anterior § 2º Às áreas de Conformidade e Gerenciamento de
não será oponível aos órgãos de controle, que terão Riscos compete:
total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas do I. propor políticas de Conformidade e Gerencia-
Comitê, observada a transferência de sigilo. mento de Riscos para o Banco, as quais deverão ser
§ 4º A manifestação do Comitê será encaminhada periodicamente revisadas e aprovadas pelo Conse-
ao Conselho de Administração. lho de Administração, e comunicá-las a todo o cor-
po funcional da organização.
Unidades Internas de Governança II. verificar a aderência da estrutura organizacio-
nal e dos processos, produtos e serviços do Banco
O Estatuto prevê, também, o que se denomina “uni- às leis, normativos, políticas e diretrizes internas e
dades internas de governança”; são órgãos encarrega- demais regulamentos aplicáveis.
dos do exercício do controle interno dos atos do BASA. III. comunicar à Diretoria Executiva, aos Conselhos
Essas unidades internas são ao todo três: auditoria inter- de Administração e Fiscal e ao Comitê de Auditoria
na, área de conformidade e gestão de riscos e ouvidoria. a ocorrência de ato ou conduta em desacordo com
A Auditoria Interna está prevista no art. 71, as normas aplicáveis ao Banco.
estando vinculada ao Conselho de Administração por IV. verificar a aplicação adequada do princípio da
meio do Comitê de Auditoria. A sua atuação é muito segregação de funções, de forma que seja evitada a
mais concreta do que o Comitê de Auditoria, encar- ocorrência de conflitos de interesse e fraudes.
regando-se de executar as medidas cabíveis para o V. verificar o cumprimento do Código de Conduta e
efetivo exercício do controle contábil e financeiro, de Integridade, conforme Art. 18 do Decreto nº 8.945,
forma interna. Observe o texto do referido dispositi- de 27 de dezembro de 2016, bem como promover
vo, sobretudo seu parágrafo primeiro, que apresenta treinamentos periódicos aos empregados e dirigen-
as principais atribuições da Auditoria Interna: tes do Banco sobre o tema.
VI. coordenar os processos de identificação, classi-
Art. 71 A Auditoria Interna deverá ser vinculada ficação e avaliação dos riscos a que está sujeito o
ao Conselho de Administração, diretamente ou por Banco.
meio do Comitê de Auditoria Estatutário. VII. coordenar a elaboração e monitorar os planos
§ 1º À Auditoria Interna compete: de ação para mitigação dos riscos identificados,
I. executar as atividades de auditoria de natureza verificando continuamente a adequação e a eficácia
contábil, financeira, orçamentária, administrativa, da gestão de riscos.
patrimonial e operacional do Banco. VIII. estabelecer planos de contingência para os
II. propor as medidas preventivas e corretivas dos principais processos de trabalho da organização.
desvios detectados. IX. elaborar relatórios periódicos de suas ativi-
III. verificar o cumprimento e a implementação
dades, submetendo-os à Diretoria Executiva, aos
pelo Banco das recomendações e determinações da
Conselhos de Administração e Fiscal e ao Comitê de
Controladoria-Geral da União - CGU, do Tribunal
Auditoria.
de Contas da União — TCU e do Conselho Fiscal.
IV. outras atividades correlatas definidas pelo Con- X. disseminar a importância da Conformidade e do
selho de Administração. Gerenciamento de Riscos, bem como a responsabili-
V. avaliar a adequação do controle interno, a efeti- dade de cada área do Banco nestes aspectos.
vidade do gerenciamento dos riscos e dos proces- XI. outras atividades correlatas definidas pelo Dire-
sos de governança e a confiabilidade do processo tor ao qual se vincula.
de coleta, mensuração, classificação, acumulação,
registro e divulgação de eventos e transações, Por fim, a Ouvidoria é o órgão de unidade interna
visando ao preparo de demonstrações financeiras. com maior contato com a população, sendo encarrega-
§ 2º Serão enviados relatórios trimestrais ao Comi- do de receber todas as reclamações, queixas e denún-
tê de Auditoria sobre as atividades desenvolvidas cias por parte dos usuários dos serviços prestados
pela área de auditoria interna. pelo Banco. A Ouvidoria assume um papel importan-
te, pois ela permite que a própria população interessa-
A Área de Conformidade e Gerenciamento de Riscos da possa fiscalizar tudo o que ocorre dentro do Banco,
é o órgão interno submetido ao Presidente do Banco, de
garantindo a maior transparência de seus atos.
forma direta, ou indiretamente ao Presidente, por inter-
As competências da Ouvidoria estão expostas no
médio de outro Diretor Executivo, sendo o seu condutor.
parágrafo primeiro, do art. 73:
As competências do órgão de gerenciamento de ris-
cos estão previstas no parágrafo segundo, do art. 72:
Art. 73 A Ouvidoria se vincula ao Conselho de Admi-
nistração, ao qual deverá se reportar diretamente.
Art. 72 As áreas de Conformidade e Gerenciamento
de Riscos se vinculam: § 1º À Ouvidoria compete:
I. diretamente ao Presidente do Banco e conduzida I. receber e examinar sugestões e reclamações
por ele, ou visando melhorar o atendimento do Banco em rela-
II. ao Presidente do Banco por intermédio de outro ção a demandas de investidores, empregados, for-
Diretor Executivo que irá conduzi-la, podendo este necedores, clientes, usuários e sociedade em geral.
ter outras competências. II. receber e examinar denúncias internas e exter-
§ 1º A área de Conformidade e Gerenciamento de nas, inclusive sigilosas, relativas às atividades do
Riscos se reportará diretamente ao Conselho de Banco.
Administração em situações em que se suspeite III. outras atividades correlatas definidas pelo Con-
138 do envolvimento do Presidente em irregularidades selho de Administração.
§ 2º A Ouvidoria deverá dar encaminhamento aos procedimentos necessários para a solução dos problemas suscita-
dos, e fornecer meios suficientes para os interessados acompanharem as providências adotadas.
Apesar de sua estrutura ser um pouco complexa, procuramos facilitar a memorização dos nomes de todos os
órgãos do Banco da Amazônia com o seguinte fluxograma. Apesar do formato do esquema, gostaríamos de realçar
que esses órgãos administrativos não apresentam relação de hierarquia entre si (um não manda no outro).
BASA
Assembleia
Geral
Área de
Governança
Conformida-
e Sustenta-
de e Geren-
bilidade
ciamento de
Riscos
Inovação e
Tecnologia
Ouvidoria
DO PERFIL CORPORATIVO
Esta “seção” do Código de Ética não possui artigos, pois é um texto introdutório que apresenta alguns aspectos
gerais sobre a atuação do Banco da Amazônia.
Ao tratar do Código de Ética, o documento, inicia-se da seguinte forma:
O Banco da Amazônia S/A, instituição financeira pública federal, constituída sob a forma de sociedade
anônima de capital aberto, de economia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do Ministério da
Fazenda (MF), tem como atribuições a execução da política do Governo Federal na Região Amazônica relativa
ao crédito para o desenvolvimento econômico social; prestação de serviços e realização de todas as operações
inerentes à atividade bancária e execução das funções de agente financeiro dos órgãos regionais federais
de desenvolvimento.
Para cumprir sua missão institucional de desenvolver uma Amazônia Sustentável com crédito e soluções eficazes
LEGISLAÇÃO
o Banco utiliza diversas fontes de recursos oficiais, operando com exclusividade ou de forma compartilhada com
outras instituições financeiras nacionais.
Alinhado com os mais rigorosos padrões de ética e transparência o Banco investe em iniciativas que favoreçam o
desenvolvimento econômico, ambiental e social da Região Amazônica por meio de financiamentos aos setores produ-
tivos e apoio a projetos sociais, culturais e esportivos que valorizam e favoreçam o que é legitimamente amazônico.
O Código de Ética busca definir o que é o Banco da Amazônia, definindo a sua área de atuação. Lembre-se de
que o BASA é uma instituição financeira pública, controlada pelo Governo Federal, assumindo forma de sociedade
de economia mista, na forma de sociedade anônima de capital aberto. 139
Além disso, o parágrafo também apresenta os obje- Todos os abrangidos por este Código de Conduta
tivos primordiais do BASA: o desenvolvimento econô- Ética, ao expressar formalmente sua adesão, decla-
mico e social da região do Amazonas, o exercício de ram estar imbuídos desses princípios e, por sua
operações inerentes à atividade bancária e a execução prática, esperam ser reconhecidos pela sociedade.
de funções de agente financeiro dos órgãos regionais
de desenvolvimento. Apesar de o texto ser um pouco grande, ele apre-
Porém, o terceiro parágrafo dessa introdução do senta justamente qual a razão para a criação do Código
Código apresenta um texto mais próximo com a maté- de Ética. O motivo para a sua criação, conforme grifo
ria a ser analisada. Para que o BASA possa exercer suas nosso, é justamente a implementação de normas de
funções normalmente, ele deverá adotar os padrões conduta e padrões éticos aos funcionários do BASA.
mais modernos e rigorosos de ética e transparência. Tais normas, condutas e padrões éticos possuem
A missão do BASA é a sua razão de existir, é o motivo como base alguns princípios bastante conhecidos
pelo qual o referido Banco foi criado. E, segundo o Códi- para os administradores. O Código de Ética faz men-
go de Ética, o Banco tem como missão “Desenvolver uma ção a princípios expostos no art. 37, da Constituição
Amazônia Sustentável com crédito e soluções eficazes.” Federal, como o princípio da legalidade, da impessoa-
Visão, por sua vez, é uma projeção feita para o futu- lidade, mas também temos o princípio da probidade,
ro, é o que o BASA pretende almejar com a sua missão da transparência e do respeito ao ser humano.
institucional. Nos termos do Código, a visão do BASA é As suas bases, dessa forma, possuem origens múl-
“Ser o principal Banco de fomento da Amazônia, moder- tiplas, seja pelo Texto Constitucional, ou segundo
no, com colaboradores engajados e resultados sólidos.” as normas gerais do Código de Ética dos Servidores
Para alcançar a sua missão institucional, e para Públicos Federais.
projetar a sua visão para tempos futuros, o BASA Possuir como fundamento diversas formas de
necessita incorporar alguns valores, que devem estar legislação faz com que os preceitos do Código de Éti-
presentes em todos seus funcionários, e ser praticados ca se tornem mais rígidos e apresentem maior força
no seu dia a dia. Esses valores são: Integridade, Ética cogente para os funcionários do Banco. Mesmo não
e Transparência, Meritocracia, Desenvolvimento sus- sendo considerada uma Lei de eficácia geral, para
tentável, Valorização do cliente, Decisões técnicas e esses funcionários o Código de Ética funciona como se
colegiadas, Eficiência e inovação, Comprometimento fosse uma legislação, ele tem “força de Lei”.
com o resultado e a gestão de riscos.
DAS DIRETRIZES DE CONDUTA ÉTICA
Dica
Na seção de Disposições Preliminares, o Código de
Os valores do BASA presentes no Código de Éti- Ética procura estabelecer o que são as diretrizes de
ca seguem a sigla IMDDEC conduta ética, bem como a quem se aplicam as regras
Integridade, ética e transparência desse Código.
Meritocracia Primeiramente, o art. 1º apresenta quais pessoas estão
Desenvolvimento sustentável sujeitas às regras do Código de Ética. Veja o texto legal:
Decisões técnicas e colegiadas
Eficiência e inovação Art. 1º Este Código estabelece diretrizes de condu-
Comprometimento com o resultado e a gestão ta ética e prescreve os padrões de comportamento
de riscos profissional, deveres e vedações de acordo com os
princípios éticos, morais e de justiça, aplicados a
todos que, por força de lei, contrato ou qualquer ato
Por fim, temos a seção denominada “Apresenta-
jurídico, prestem serviços de natureza permanen-
ção”, que busca tratar mais especificamente do Códi- te, temporária, excepcional ou eventual, ainda que
go de Ética da BASA, indicando os motivos para a sua sem retribuição financeira ao Banco da Amazônia,
criação. Observe o presente texto: incluídos, mas não se limitando aos:
I - Membros Estatutários: Conselho de Administra-
O Banco da Amazônia reconhece seu papel no res- ção, Conselho Fiscal, Presidente, Diretores e Comitê
gate da importância da Região para o desenvolvi- de Auditoria;
mento de sua gente e contribuição para um país II - Empregados;
melhor, mais justo e equânime. III - Estagiários e menores aprendizes;
Na qualidade de agente financeiro para a imple- IV - Dirigentes, assessores e empregados de empre-
mentação das políticas creditícias para a região, o sas contratadas;
que norteia nossos relacionamentos é a busca do V - Parceiros de negócios e entidades;
bem-estar de todos que compõem a comunidade em VI - Fornecedores.
que atuamos.
Apresentarmo-nos a essa comunidade implica no Pela leitura do dispositivo, percebemos que a apli-
estabelecimento e divulgação de normas de con-
cação do Código de Ética é bastante ampla, abran-
duta que orientam nossas ações, ora expressas
gendo servidores estatutários, os empregados
neste Código de Conduta Ética.
O Código de Conduta Ética do Banco da Amazônia
públicos sob regime celetista, inclusive os estagiários
contém padrões baseados nos princípios da e aprendizes e os funcionários dos órgãos de dire-
legalidade, probidade, impessoalidade, trans- ção e assessoramento. Os incisos V e VI estendem
parência e respeito ao ser humano, presentes na a aplicação das regras do Código para os parceiros
Constituição Federal, no Código de Conduta Ética de negócios e os fornecedores que contratam com
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe- o BASA. Tais pessoas são pertencentes à esfera priva-
cutivo Federal e o Código de Conduta da Alta Admi- da, mas pelo fato de manterem relações jurídicas com
140 nistração Federal. o Banco, pouco importa se de forma permanente ou
temporária, eles também devem ter a sua conduta éti- da qualidade de vida, comprometendo-se com a
ca apurada por este Código. preservação dos valores culturais e políticas regio-
O art. 2º, por sua vez, apresenta uma definição legal nais de desenvolvimento sustentável;
do que vem a ser uma diretriz de conduta ética. Notemos: VII - Incorporar, por meio das ações institucionais,
de forma harmônica, os três principais pilares do
Art. 2º Diretrizes de conduta ética são valores e desenvolvimento sustentável: o social, o econômi-
princípios norteadores das atividades do Banco co, e o ambiental;
da Amazônia, estes que pressupõem credibili- VIII - Promover a cooperação, o respeito mútuo, a
dade, integridade, imparcialidade, profissio- cordialidade, o profissionalismo, o autodesenvolvi-
nalismo, confiança, produtividade, eficácia, mento, o espírito de equipe, a meritocracia e o com-
conformidade com a lei e respeito aos direitos promisso de bem servir, como valores essenciais para
humanos e ao meio ambiente. a convivência harmônica entre empregados, empresa
e a comunidade em que atua, exercendo suas ativida-
des profissionais com competência e diligência;
Diretrizes de conduta ética, assim, são valores
IX - Combater a corrupção em todas as suas formas;
mais abstratos, não necessitam de um caso concreto
X - Usar os recursos naturais de forma racional e
para se idealizarem, uma vez que tais diretrizes têm consciente, evitando qualquer tipo de desperdício;
por fundamento alguns valores intrínsecos do espírito XI - Cumprir a legislação, políticas e normas de
humano, como a integridade, a credibilidade, a con- prevenção a fraudes e lavagem de dinheiro, em
fiança, a boa-fé, a eficácia etc. especial as que regulam o relacionamento da Insti-
tuição com o Setor Público.
Art. 3º O compartilhamento, a disseminação e
a prática das diretrizes de conduta ética serão Considerando que o Banco da Amazônia é uma ins-
decisivos para construir e preservar a imagem e tituição financeira pública, é evidente que ela mantém
a credibilidade do Banco da Amazônia perante a relações com diversos grupos de pessoas e outras entida-
sociedade.
des, e até mesmo relações com o próprio Governo Federal.
O Código acertadamente apresenta em seu art. 5º
O art. 3º dispõe que a observância, disseminação e qual é a forma como o BASA deve proceder para manter
prática das diretrizes estabelecidas levam a preservar e aprimorar as suas relações com essas demais pessoas.
a imagem e credibilidade do BASA. O referido dispositivo apresenta pessoas impor-
tantes para o Banco, como: sociedade, parceiros,
DOS DEVERES GERAIS E MANUTENÇÃO DE associações sindicais, Governo Federal, clientes, for-
RELAÇÕES necedores, concorrentes, mídia, entre outros.
Os deveres gerais do Código de Ética estão previs- Art. 5º Nas interações com os públicos de relaciona-
tos no art. 4º. São condutas que todas as pessoas apre- mento deve-se adotar a seguinte linha de atuação:
sentadas no art. 1º devem seguir, enquanto exercem I - Sociedade: respeitar a cidadania, os direitos
suas funções em prol do Banco da Amazônia. Vejamos humanos, os interesses comuns, o acesso à infor-
o texto legal novamente: mação, o meio ambiente e os valores culturais.
II - Parceiros: proporcionar aos parceiros comer-
Art. 4º São deveres de todos os abrangidos por este ciais e clientes do Banco da Amazônia um rela-
Código de Conduta Ética: cionamento de responsabilidade e de defesa de
I - Conduzir suas ações dentro de elevado padrão interesses comuns.
ético perante os públicos de relacionamento, a fim
de manter a credibilidade e a solidez construídas Observe que as relações com as pessoas dos incisos
pelo Banco da Amazônia em sua atuação para o I e II exigem que o Banco pratique algumas absten-
desenvolvimento sustentável da Região; ções (condutas negativas). O BASA não pode praticar
II - Acreditar que os resultados positivos e o êxi- nenhum ato que enseje em ofensa aos direitos huma-
to decorrem da participação conjunta de todos os nos, liberdades individuais, meio ambiente e aos valo-
componentes da Instituição, superando as dificul-
res culturais.
dades pela confiança, senso criativo e qualidade
das ações;
III - Associações e Entidades: reconhecer a legi-
III - Apoiar a liberdade de associação e o reconheci-
timidade das entidades sindicais, das associações,
mento efetivo do direito à negociação coletiva;
e, ao mesmo tempo, considerá-las como parte inte-
IV - Assumir a responsabilidade de zelar pelos valo-
grante e necessária ao desenvolvimento social, nas
res e pela imagem da Instituição, mantendo postu-
relações de trabalho, priorizando a via negocial na
ra que expresse o compromisso com a defesa dos
resolução de conflitos e interesses.
interesses da Região, dos clientes e da Empresa;
IV - Governo: atuar com responsabilidade e serie-
V - Valorizar e respeitar o ser humano em sua indi-
dade na viabilização das políticas, programas e pro-
vidualidade e privacidade, não tratando com indi-
jetos governamentais de desenvolvimento voltados
ferença, não adotando práticas que, explícita ou
para a Amazônia, para que o Banco da Amazônia
implicitamente, ensejem qualquer forma de discri-
LEGISLAÇÃO
tos, seja como contratante ou contratado, acei- serviços ou a manutenção de relação de negócio
tar documentos falsos, avaliações de bens com pessoa física ou jurídica que tenha interesse
superestimadas, alterar ou deturpar o teor de em decisão do membro estatutário ou empregado
documentos; ou de colegiado do qual este participe;
XI - Adotar postura que coloque em risco a inte- III - Exercer, direta ou indiretamente, atividade
gridade dos empregados ou de terceiros ou que que em razão da sua natureza seja incompatível
causem danos à Instituição, à sua imagem, ao seu com as atribuições do cargo ou função, consi-
patrimônio ou ao meio ambiente; derando-se como tal, inclusive, a atividade desen-
XII - Praticar atos de nepotismo. volvida em áreas ou matérias correlatas; 143
IV - Atuar, ainda que informalmente, como pro- z Recebimento de presentes que podem ser recu-
curador, consultor, assessor ou intermediário de sados: nestes casos o Código recomenda, justa-
interesses privados nos órgãos ou entidades da mente, a recusa do recebimento do presente, uma
administração pública direta ou indireta de qual- vez que isso se configuraria em uma vantagem
quer dos poderes da União, dos estados, do Distrito indevida que o funcionário recebeu em função de
Federal e dos municípios; seu cargo dentro do Banco;
V - Praticar ato em benefício de interesse de
z Recebimento de presentes que não podem ser
pessoa jurídica de que participe o membro estatu-
recusados: se, por outro lado, o funcionário receber
tário ou empregado, seu cônjuge, companheiro ou
parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou uma gratificação a qual não seria ético a sua recu-
colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele sa, então ele deve aceitar o presente, devendo doá-lo
beneficiada ou influir em seus atos de gestão; para entidades carentes cadastradas no Banco de
VI - Receber presente de quem tenha interesse em dados ou incorporados ao patrimônio da Instituição;
decisão do membro estatutário ou empregado ou de z Recebimento de bens não considerados como
colegiado do qual este participe fora dos limites e con- presentes: o Código explicita no parágrafo tercei-
dições estabelecidos em regulamento específico; e ro, do art. 13, que há alguns objetos os quais não
VII - Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa são considerados como “presentes” e que por isso
cuja atividade seja vinculada ao Banco da Amazônia. mesmo o seu recebimento pelo funcionário do
BASA não configura em uma vantagem indevida.
DO OFERECIMENTO E RECEBIMENTO DE
PRESENTES Este último é o caso dos bens desprovidos de
valor comercial ou que sejam distribuídos a título
O Código também trata de uma situação delicada e de cortesia, propaganda ou divulgação habitual por
que costuma cair com bastante frequência em questões ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas.
de concurso. É a questão do oferecimento/recebimen- Todavia, esses bens que apresentam algum tipo de
to de presentes. Muitas vezes algum cliente do Banco valor não devem ultrapassar o valor unitário fixo pela
decide agraciar o funcionário que lhe atendeu pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
doação de um bem de pequeno valor. Essa pode ser
considerada uma situação constrangedora. Lembre-se DAS SANÇÕES ÉTICAS DISCIPLINARES
que o funcionário do BASA não age por conta própria,
ele é um representante do Banco, retirando qualquer Quando um funcionário do BASA deixa de praticar
tipo de caráter nas suas relações com os clientes. uma conduta profissional ou deixa de seguir uma dire-
Além disso, o funcionário não está exercendo seu triz ética, ou, ainda, quando ele pratica uma conduta
trabalho com eficiência e presteza, objetivando o rece- inaceitável, ele deve ser punido disciplinarmente.
bimento de presentes. Ele o faz porque é isso o que se O Código de Ética apresenta, de uma forma bem sin-
espera de todo funcionário público. Assim, paira uma gela, a aplicação de sanções disciplinares quando um
dúvida se o funcionário do BASA deve ou não aceitar de seus funcionários descumpre com os seus preceitos.
esses presentes. Segundo o caput do art. 14, a pena a ser aplicada
Como uma forma de pôr fim a essas dúvidas, o Código para esses agentes que apresentam desvio de sua con-
de Ética trata do assunto em seu art. 13 e seus parágrafos. duta ética é a sanção denominada censura ética. É
uma sanção bastante branda, sendo considerada uma
Art. 13 Não é permitido receber descontos ou abati- admoestação simples. O órgão responsável pela aplica-
mentos em bens ou serviços, prometer, oferecer ou ção da censura ética é a Comissão de Ética do BASA.
receber favores, contribuição financeira de tercei- Apesar de seu caráter sancionatório, é interessan-
ros para realização de eventos, presentes ou vanta- te notar que a referida Comissão não tem poderes
gens de qualquer natureza, em caráter pessoal ou para aplicar sanções mais graves, como uma pena de
para outrem, em razão do cargo ou função exerci- demissão ou cassação de aposentadoria. O art. 14 ape-
da e que possam configurar relacionamento impró- nas explicita que a Comissão deve, ao aplicar a censu-
prio ou prejuízo financeiro ou de imagem para a ra ética, demonstrar a correta fundamentação para a
Instituição. aplicação da referida sanção.
Parágrafo primeiro: É vedado prometer, oferecer
ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida Art. 14 A pena aplicável aos membros estatutários,
a agente público ou privado, nacional ou estrangei- empregados e colaboradores pelo descumprimen-
ro ou a pessoa a ele relacionada. to dos preceitos deste Código de Conduta Ética é a
Parágrafo segundo: Os presentes que, por qual- de censura ética.
quer razão, não possam ser recusados, devem Parágrafo único: A Comissão de Ética fará cons-
ser doados a entidades carentes cadastradas tar a fundamentação da penalidade no respectivo
no Banco de dados ou incorporados ao patri- Relatório de Apuração.
mônio da Instituição.
Parágrafo terceiro: Não se consideram presentes Gostaríamos de reforçar também o caráter discri-
os brindes que por sua natureza sejam desprovidos cionário da aplicação da referida sanção. Os critérios
de valor comercial ou que sejam distribuídos a títu- de aplicação dessas sanções mais brandas são basea-
lo de cortesia, propaganda ou divulgação habitual dos em critérios de conveniência e oportunidade. Por
por ocasião de eventos especiais ou datas comemo-
isso mesmo, o Código apresenta algumas medidas que
rativas, desde que não ultrapassem o valor unitário
a Comissão pode adotar de forma cumulativa com a
fixado pela Comissão de Ética Pública da Presidên-
cia da República.
aplicação da censura, como uma forma de evitar e
sanar os desvios de conduta éticos praticados pelos
agentes do Banco.
É interessante notar que o Código nos apresenta
Essas medidas da Comissão estão previstas nos
três hipóteses distintas:
144 incisos do art. 15.
Art. 15 A Comissão de Ética poderá, cumulativa- z Estimular as atividades sustentáveis;
mente, fazer recomendações, bem como adotar z Apoiar os empreendimentos verdes.
medidas para evitar ou sanar desvios éticos, sem
prejuízo de outras providências ao seu cargo: O FNO apresenta os seguintes eixos setoriais:
I - Sugerir à Diretoria Executiva a exoneração de
ocupante de cargo ou função de confiança z Desenvolvimento Produtivo: Financiamentos
II - Sugerir à Diretoria Executiva o retorno do voltados para os setores rural e não rural (PRO-
empregado ao órgão ou entidade de origem; NAF, Rural, MPO e Empresarial);
III - Sugerir à Diretoria Executiva a remessa de expe- z Ciência, Tecnologia e Inovação: Financiamentos
diente ao setor competente para exame de eventuais voltados para os setores rural e não rural (Rural e
transgressões de naturezas diversas; Empresarial);
IV - Propor conciliação, se for o caso; z Educação e Qualificação Profissional: Financia-
V - Sugerir ao empregado acompanhamento mentos voltados para a educação e qualificação
psicossocial; profissional (Empresarial e FIES);
VI - Sugerir à Gerência de Gestão de Pessoas que z Infraestrutura e Economia Urbana: Financia-
realize acompanhamento de clima organizacional mentos voltados para a melhoria da infraestrutura
na Unidade que ocorreu os desvios éticos. (INFRA);
VII - lavrar Acordo de Conduta Pessoal e Profissio-
z Desenvolvimento Social e Acesso a Serviços
nal (ACPP): acordo que gerará acompanhamento
Públicos Essenciais: Financiamentos voltados para
pela Comissão de Ética e sobrestará o Procedimen-
a melhoria da saúde, cultura, lazer, saneamento
to Preliminar.
VIII - Solicitar à área de gestão de pessoas que básico e segurança pública (Empresarial e INFRA).
oriente o empregado para participação em cursos
Assim, o FNO representa o principal instrumento
ou atividades formativas, de acordo com a nature-
econômico-financeiro para o estímulo das atividades
za do problema identificado.
econômicas desenvolvidas em bases sustentáveis na
Região Norte, sendo que seus recursos são oriundos
da arrecadação do Imposto sobre a Renda e proventos
de qualquer natureza (IR) e do Imposto sobre Produ-
FUNDO CONSTITUCIONAL DE tos Industrializados (IPI).
FINANCIAMENTO DO NORTE A área de atuação do FNO abrange os sete estados
que integram a base político-institucional da Região
CF/1988 Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Rorai-
Art. 159 A União entregará: ma e Tocantins). Para a continuidade do ciclo econô-
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre mico, os recursos do FNO são retroalimentados pelos
renda e proventos de qualquer natureza e sobre retornos e resultados de suas próprias aplicações,
produtos industrializados, 50% (cinquenta por cen- remuneração dos recursos momentaneamente não
to), da seguinte forma: aplicados e disponibilidade de exercícios anteriores.
[...] Anualmente, a execução dos recursos é realizada
c) três por cento, para aplicação em programas de por meio de Programas de Financiamento, elabora-
financiamento ao setor produtivo das Regiões Nor- dos pelo Banco da Amazônia, seguindo as diretrizes e
te, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas insti- orientações gerais do Governo Federal e as prioridades
tuições financeiras de caráter regional, de acordo setoriais e espaciais estabelecidas pela Superintendên-
com os planos regionais de desenvolvimento, fican- cia do Desenvolvimento da Amazônia, em consonância
do assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade com os Planos Regionais de Desenvolvimento.
dos recursos destinados à Região, na forma que a Enquanto administrador dos recursos, o Banco da Ama-
lei estabelecer;
zônia efetua operações que atendam prioritariamente:
[...]
z aos segmentos produtivos de menor porte (mini/
O FNO foi criado pela alínea “c”, inciso I, art. 159, micro, pequenos e pequeno-médios empreendedo-
da Constituição Federal de 1988, e pelo art. 34, do Ato res e microempreendedores individuais);
das Disposições Constitucionais Transitórias. A regu- z à agricultura de base familiar;
lamentação do referido normativo constitucional z a empreendimentos que utilizem matérias-primas
deu-se através da Lei nº 7.827, de 27 de setembro, de e mão de obra local e que produzam alimentos
1989, e tem por objetivos: básicos para consumo da população e projetos sus-
tentáveis, com vista à geração de trabalho e renda
z Desenvolver uma Amazônia sustentável com cré- à população local.
dito e soluções eficazes;
z Induzir práticas sustentáveis nos empreendimen- LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989
tos rurais e urbanos;
z Promover o desenvolvimento socioeconômico A Lei nº 7.827, de 1989, regulamentou a alínea “c”,
LEGISLAÇÃO
a) um
b) dois
c) três
d) quatro
e) cinco
a) Execução
b) Administração
c) Consultoria
d) Fiscalização
e) Riscos
NOÇÕES DE
Windows 10. Ele está configurado com o buscador
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário baixar
INFORMÁTICA novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas;
SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro-
LINUX, WINDOWS 10) gramas para acessar rapidamente;
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão
DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL direito (secundário) do mouse, será mostrado o
WINDOWS 10 menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
O sistema operacional Windows foi desenvolvido ra de acesso rápido;
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em z Central de Ações: centraliza as mensagens de
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- segurança e manutenção do Windows, como as
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores atualizações do sistema operacional. Atalho de
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), teclado: Windows+A (Action). A Central de Ações
canetas e mesas digitalizadoras. não precisa ser carregada pelo usuário, ela é car-
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, regada automaticamente quando o Windows é
que possui suporte para os dispositivos apontadores inicializado;
tradicionais, além de tela touchscreen e câmera (para z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen-
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- te a área de trabalho, ocultando as janelas que
ma Kinect do videogame Xbox). estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
Em concursos públicos, as novas tecnologias e Windows+D (Desktop);
suportes avançados são raramente questionados. As z Bloquear o computador: com o atalho de tecla-
questões aplicadas nas provas envolvem os concei- do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
tos básicos e o modo de operação do sistema opera- computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
cional em um dispositivo computacional padrão (ou trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
tradicional). Ctrl+Alt+Del;
z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
O sistema operacional Windows é um software
tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) dispo-
teclado: Ctrl+Shift+Esc;
nível e o usuário precisa adquirir uma licença de uso
z Minimizar todas as janelas: com o atalho de
da Microsoft.
teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
minimizar todas as janelas abertas, visualizando
relação às versões anteriores, como assistente virtual,
a área de trabalho;
navegador de Internet, locais que centralizam infor-
z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece
mações etc.
o sistema de proteção BitLocker, que criptografa
os dados de uma unidade de disco, protegendo
z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos ins-
contra acessos indevidos. Para uso no computador,
talados no computador, com os itens recentes no uma chave será gravada em um pendrive, e para
início da lista e os demais itens classificados em acessar o Windows, ele deverá estar conectado;
ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
estáticos do Windows 8 com a lista de programas ou biometria, para acesso ao computador sem a
do Windows 7; necessidade de uso de senha;
z Pesquisar: com novo atalho de teclado, a opção z Windows Defender: aplicação que integra recur-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
pesquisar permite localizar, a partir da digitação sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
de termos, itens no dispositivo, na rede local e na e antispyware.
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte
atalho de teclado: Windows+S (Search); O botão direito do mouse aciona o menu de con-
z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas texto, sempre.
de informações no dispositivo, na rede local e na
Internet; Área de Trabalho
Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e estes podem ser ocultados se o usuário escolher “Ocultar
ícones da área de trabalho” no menu de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam atalhos,
arquivos, pastas, unidades de discos e componentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou pela
combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o menu Iniciar será apresentado na interface de blocos que sur-
giu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
(antigo Painel de Controle), programas instalados no computador, apps instalados no computador a partir da
Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou ditar o
nome do recurso que estamos querendo executar e o Windows 10 apresentará a lista de opções semelhantes na
área de trabalho e a possibilidade de buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar o que estamos queren-
do procurar, clicando no microfone no canto direito da caixa de pesquisa.
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma novidade do Windows 10, que permite visualizar os dife-
rentes aplicativos abertos (como o atalho de teclado Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de Trabalho. O
atalho de teclado para Visão de Tarefas é Windows+Tab.
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias áreas de
trabalho independentes, onde os programas abertos em uma não interfere com os programas abertos em outra.
A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário, per-
mitindo o acesso rápido, tanto por clique no mouse, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, Windows+2
para o segundo programa etc.) e também pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que mostrará minia-
turas do que está em execução, e consequente transparência das janelas).
A Área de Notificação mostrará a data, hora, mensagens da Central de Ações (de segurança e manutenção),
processos em execução (aplicativos de segundo plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o atalho de teclado Windows+D mostrará a área de trabalho ao
primeiro clique e mostrará o programa que estava em execução ao segundo clique. Se a opção “Usar Espiar para
visualizar a área de trabalho ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar Área de Trabalho na extremida-
de da barra de tarefas” estiver ativado nas Configurações da Barra de Tarefas, não será necessário clicar. Bastará
apontar para visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface Metro
do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser ativar ou
desativar, pressione e segure o aplicativo (ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o bloco dinâmico
e selecione Ativar bloco dinâmico ou Desativar bloco dinâmico.
150
Navegador padrão Atalhos
do Windows 10
Itens Excluídos
Barra de Tarefas
Mostrar área de trabalho agora está no canto inferior direito, ao lado do relógio, na área de notificação da
Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: Win+D (Desktop)
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.
Aplicativo que está em execução 1 vez apresentará no dispositivo um pequeno traço azul abaixo do ícone.
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez apresentará no dispositivo um pequeno traço segmentado azul no ícone.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1 +1 não está em
execução execução execução
151
Área de Transferência
Um dos itens mais importantes do Windows não é visível como um ícone ou programa. A Área de Transfe-
rência é um espaço da memória RAM, que armazena uma informação de cada vez. A informação armazenada
poderá ser inserida em outro local, e ela acaba trabalhando em praticamente todas as operações de manipulação
de pastas e arquivos.
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo da Área de Transferência, acione o atalho de teclado Windo-
ws+V (View).
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), estamos copiando o item para a memória RAM, para ser inseri-
do em outro local, mantendo o original e criando uma cópia.
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área de Trans-
ferência, para ser inserida em outro local, como em um documento do Microsoft Word ou edição pelo acessório
Microsoft Paint.
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, estamos copiando uma “foto da janela atual” para a Área de
Transferência, desconsiderando outros elementos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o conteúdo que está armazenado na Área de Transferência será
inserido no local atual.
Dica
As três teclas de atalhos mais questionadas em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C e Ctrl+V, que acio-
nam os recursos da Área de Transferência.
As ações realizadas no Windows, em sua quase totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de teclado
Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pressionar Del ou
Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem necessidade de acessar a
Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e Alt+PrintS-
creen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recursos do Windows, que permite o uso de comandos, realização
de ações e controle das ações que serão desfeitas.
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam ser conhecidas para que a operação seja realizada com sucesso.
z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distinção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. Um arqui-
vo chamado documento.docx será considerado igual ao nome Documento.DOCX;
z O Windows não permite que dois itens tenham o mesmo nome e a mesma extensão quando estiverem arma-
zenados no mesmo local;
z O Windows não aceita determinados caracteres nos nomes e extensões. São caracteres reservados, para outras
operações, que são proibidos na hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arquivos e pastas podem ser
compostos por qualquer caractere disponível no teclado, exceto os caracteres * (asterisco, usado em buscas),
? (interrogação, usado em buscas), / (barra normal, significa opção), | (barra vertical, significa concatenador
de comandos), \ (barra invertida, indica um caminho), “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, significa
unidade de disco), < (sinal de menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal de maior, significa direcio-
nador de saída);
z Existem termos que não podem ser usados, como CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa
impressora) e AUX (indica um auxiliar), por referenciar itens de hardware nos comandos digitados no Prompt
de Comandos. (por exemplo, para enviar para a impressora um texto através da linha de comandos, usamos
TYPE TEXTO.TXT > PRN).
Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero à N
caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows como nos sites de busca na Internet.
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas podem estar condiciona-
das ao local onde elas são efetuadas ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no
enunciado da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. As bancas
organizadoras costumam questionar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes, utilizam imagens nas questões.
152
OPERAÇÕES COM TECLADO
Atalhos de teclado Resultado da operação
Ctrl+X e Ctrl+V
Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma mensagem de erro
na mesma pasta
Ctrl+X e Ctrl+V
Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido
em locais diferentes
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia) para diferenciar
na mesma pasta do original
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo o nome e
em locais diferentes extensão
Tecla Delete em um item do Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar depois, se o item
disco rígido estiver em um disco rígido local interno ou externo conectado na CPU
Tecla Delete em um item do Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens de unidades
disco removível removíveis (pendrive), ópticas ou unidades remotas
Shift+Delete Independentemente do local onde estiver o item, ele será excluído definitivamente
Renomear. Trocar o nome e a extensão do item. Se houver outro item com o mesmo
F2 nome no mesmo local, um sufixo numérico será adicionado para diferenciar os itens. Não
é permitido renomear um item que esteja aberto na memória do computador
Lixeira
Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla Delete (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É possível recuperar
com programas de terceiros, mas isso não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar
o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativá-la, excluindo os itens diretamente e configurar
Lixeiras individuais para cada disco conectado.
Arrastar na mesma unidade, será movido. Arrastar entre unidades diferentes, será copiado.
153
OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação
Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT) gem ou do destino da ação
Extensões de Arquivos
O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows.
Importante!
Existem arquivos sem extensão, como itens do sistema operacional. Ela é opcional e procura associar o
arquivo com um programa para visualização ou edição. Se o arquivo não possui extensão, o usuário não
conseguirá executar ele, por se tratar de conteúdo de uso interno do sistema operacional (que não deve ser
manipulado).
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de documento
PDF
portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.
Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser editados
DOCX
pelo LibreOffice Writer.
Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas pelo Li-
XLSX
breOffice calc.
Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOffice
PPTX
Impress.
Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser aberto por
TXT
vários programas do computador.
Rich Text Format — formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este documento de
RTF
texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.
MP4, AVI, Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
MPG do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos de vídeo.
154
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player e o Groo-
MP3
ve Music podem reproduzir o som
BMP, GIF,
Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de imagens
PNG, TIF
Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de programas
ZIP
adicionais, como o formato RAR, que exige o WinRAR
Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que podem ser
DLL
usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo
EXE, COM,
Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem executados
BAT
Uma das extensões menos conhecidas e mais questionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text Format, uma
tentativa da Microsoft em criar um padrão de documento de texto com alguma formatação para múltiplas plata-
formas. A extensão RTF pode ser aberta pelos programas editores de textos, como o Microsoft Word e LibreOffice
Writer, e é padrão do acessório do Windows WordPad.
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenados no Registro do Windows. O
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de
ajustes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exi-
bida a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
a comunicação sem fio do aparelho — que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
demais tipos de uso da rede sem fio.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa-
ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Um dos temas mais questionado em provas anteriores são os modos de exibição do Windows. Se tem um
computador com Windows 10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar
a disciplina no computador ajuda na memorização dos recursos.
1. Barra de menus
6. Barra de Rolagem
1. Barra de menus: são apresentados os menus com os respectivos serviços que podem ser executados no aplicativo;
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo e o nome do aplicativo que está sendo executado na jane-
la. Através dessa barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique
na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique;
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela para
seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de documento ou aplicativo para preencher a tela. Para restaurar a
janela para seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Solicita que você salve quaisquer alterações não salvas antes
de fechar. Alguns aplicativos, como os navegadores de Internet, trabalham com guias ou abas, que possui o seu
próprio controle para fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4;
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do lado direito (e inferior de uma janela de documento).
Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.
No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, documen-
tos ou fotos. O conteúdo dessas listas está diretamente relacionado com o programa ao qual elas estão associadas. O
recurso de Lista de Atalhos, novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões seguintes, possibilita organizar os
arquivos abertos por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possibilidade ainda de fixar o item na lista.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os menus foram trocados por guias, semelhante ao Microsoft Offi-
ce. Ao pressionar ALT, nenhum menu escondido será mostrado (como no Windows 7), mas os atalhos de teclado
para as guias Arquivo, Início, Compartilhar e Exibir.
O botão direito do mouse exibe a janela pop-up chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for clicado,
uma janela diferente será mostrada.
As opções exibidas no menu de contexto contém as ações permitidas para o item clicado naquele local.
Através do menu de contexto da área de trabalho, podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, ou
novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft Word], Formato
Rich Text [RTF WordPad], Documento de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Microsoft Excel [XLSX Microsoft
Excel], Pasta Compactada [extensão ZIP], entre outros).
156
Dica
Arquivos de imagens são editados pelo acessório do Windows Microsoft Paint, que no Windows 10 oferece
a versão Paint 3D.
Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série de informações relacionadas a si próprio. Estas informa-
ções podem ser consultadas em Propriedades, acessado no menu de contexto, exibido quando clicar com o botão
direito do mouse sobre o item.
Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e escolhendo “Esva-
ziar Lixeira”, os itens serão removidos definitivamente, utilizando o Windows, não haverá meio de recuperá-los.
Programas e Aplicativos
Dica
Os acessórios do Windows são aplicativos nativos do sistema operacional, que estão disponíveis para utiliza-
ção mesmo que não existam outros programas instalados no computador. Os acessórios oferecem recursos
básicos para anotações, edição de imagens e edição de textos.
Na primeira categoria encontramos o Configurações (antigo Painel de Controle). Usado para realizar as confi-
gurações de software (programas) e hardware (dispositivos), permite alterar o comportamento do sistema opera-
cional, personalizando a experiência no Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle chama-se Configurações,
e pode ser acessado pelo atalho de teclado Windows+X no menu de contexto, ou diretamente pelo atalho de tecla-
do Windows+I.
Na segunda categoria, temos programas que realizam atividades e outros que produzem mais arquivos. Por
exemplo, a calculadora. É um acessório do Windows 10 que inclui novas funcionalidades em relação às versões
anteriores, como o cálculo de datas e conversão de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas (como peque-
nos post its na tela do computador).
Outros acessórios são o WordPad (para edição de documentos com alguma formatação), Bloco de Notas (para
edição de arquivos de textos), MSPaint (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens (que permite ver uma
imagem e chamar o editor correspondente).
E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfragmentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmentador de
Discos, para organizar clusters2), Verificação de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup do Windows
(para cópia de segurança dos dados do usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre no disco).
Otimizar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Firewall do Windows
Painel de controle
1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 157
A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.
WINDOWS 10 O QUE
Win+S Pesquisar
xBox (Games, músicas = Groove) Integração com xBox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas
Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal
Continuum
para dispositivos conversíveis
Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente per-
Windows Store
mite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em dispo-
Modo tablet
sitivos tipo conversíveis
Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablet, seja iOs ou Android
Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português
Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.
158
O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma forma-
tação, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
159
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
Dica
Os atalhos de teclado do Windows são de termos originais em inglês. Por serem atalhos de teclado do siste-
ma operacional, são válidos para os programas que estiverem sendo executados no Windows.
ATALHO AÇÃO
Alt+Esc Alterna para o próximo aplicativo em execução
Alt+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução
Backspace Volta para a pasta anterior, que estava sendo exibida no Explorador de Arquivos.
Ctrl+A Selecionar tudo
Ctrl+C Copia o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Esc Botão Início
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas
Ctrl+V Cola o item (os itens) da Área de Transferência no local do cursor
Ctrl+X Move o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Y Refazer
Desfaz a última ação. Se acabou de renomear um arquivo, ele volta ao nome original. Se acabou de
Ctrl+Z
apagar um arquivo, ele restaura para o local onde estava antes de ser deletado.
Del Move o item para a Lixeira do Windows
F1 Exibe a ajuda
F11 Tela Inteira
160
ATALHO AÇÃO
Renomear, trocar o nome: dois arquivos com mesmo nome e mesma extensão não podem estar na
F2 mesma pasta, se já existir outro arquivo com o mesmo nome, o Windows espera confirmação, sím-
bolos especiais não podem ser usados, como / | \ ? * “ < > :
F3 Pesquisar, quando acionado no Explorador de Arquivos. Win+S fora dele.
F5 Atualizar
Shift+Del Exclui definitivamente, sem armazenar na Lixeira
Win Abre o menu Início
Win+1 Acessa o primeiro programa da barra de tarefas
Win+2 Acessa o segundo programa da barra de tarefas
Win+B Acessa a Área de Notificação
Win+D Mostra o desktop (área de trabalho)
Win+E Abre o Explorador de Arquivos.
Win+F Feedback — hub para comentários sobre o Windows.
Win+I Configurações (Painel de Controle)
Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)
Win+M Minimiza todas as janelas e mostra a área de trabalho, retornando como estavam antes.
Selecionar o monitor/projetor que será usado para exibir a imagem, podendo repetir, estender ou
Win+P
escolher
Win+S Search, para pesquisas (substitui o Win+F)
Win+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução em 3D (Visão de Tarefas)
Win+X Menu de acesso rápido, exibido ao lado do botão Iniciar
No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas e algumas pastas são especiais, contendo coleções de arqui-
vos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O
usuário poderá criar Bibliotecas para sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam a organização dos arqui-
vos e pastas, inserindo apenas ligações para os itens em seus locais originais.
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
lhões de bytes de capacidade.
Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos comer-
cialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes
de dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória. A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
vo com 75 MB de tamanho levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.
Importante!
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exibido em modo de visualização de Detalhes, nas Propriedades
(botão direito do mouse, menu de contexto) e na barra de status do Explorador de Arquivos. Poderão ter as
unidades KB, MB, GB, TB, indicando quanto espaço ocupam no disco de armazenamento.
Quando os computadores pessoais foram apresentados para o público, a árvore foi usada como analogia para
explicar o armazenamento de dados, criando o termo “árvore de diretórios”.
Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos
Árvore de diretórios
z Pastas
Estruturas do sistema operacional: Arquivos de Programas (Program Files), Usuários (Users), Windows.
A primeira pasta da unidade é chamada raiz (da árvore de diretórios), representada pela barra inverti-
da: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas
Músicas) — bibliotecas;
Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus
Vídeos), Músicas (Minhas Músicas) — bibliotecas;
Área de Trabalho: Desktop, que permite acesso à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, programas
e atalhos;
Lixeira do Windows: Armazena os arquivos de discos rígidos que foram excluídos, permitindo a recupe-
ração dos dados.
162
z Atalhos livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao contrário
do termo freeware, que identifica uma categoria de
Arquivos que indicam outro local: Extensão softwares gratuitos para utilização, o termo free no
LNK, podem ser criados arrastando o item com Linux está relacionada às liberdades de uso.
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado. A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberda-
des “essenciais”:
z Drivers
z A liberdade de executar o programa, para qual-
Arquivos de configuração: Extensão DLL e quer propósito (liberdade nº 0);
outras, usadas para comunicação do software z A liberdade de estudar como o programa funciona
com o hardware e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade nº 1).
O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que esta liberdade;
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento z A liberdade de redistribuir cópias de modo que
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);
manipulação de informações no computador, desde o
z A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan-
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comu-
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado nidade beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao
para executar o Explorador de Arquivos. código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
Como o Windows 10 está associado a uma con-
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Disponível em < https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html
>. Acesso em: 27 nov. 2020.
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado Características Básicas do Sistema Linux
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, O Linux tem as seguintes características básicas:
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados
com outros dispositivos que estejam conectados na z Possui um kernel (núcleo) comum em todas as
mesma conta de usuário. distribuições;
Os atalhos são representados por ícones com uma z FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são as distribuições Linux devem seguir para organi-
independentes dos objetos que os referenciam, por- zar os seus diretórios;
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta z O código fonte está disponível para ser baixado,
ou unidade de disco que estão apontando.
estudado, modificado e distribuído gratuitamente;
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes:
z As distribuições oferecem recursos específicos
para cada proposta, mantendo o núcleo comum do
z Arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
sistema;
e ao soltar, o atalho é criado;
z No menu de contexto (botão direito) escolha z Cada distribuição poderá ter uma ou mais interfa-
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho); ces de usuário, e elas podem ser usadas em outras
z Um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- distribuições;
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser z Possui modo gráfico e terminal de comandos;
criado na área de trabalho arrastando o ícone da z Existem distribuições gratuitas e pagas;
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- z As modificações realizadas pelos usuários serão
-o na área de trabalho. submetidas para avaliação da comunidade de
desenvolvedores, que determinarão a importância
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos e relevância delas, antes de tornar as modificações
somente leitura... os atributos dos itens podem ser oficiais para todo o mundo;
definidos pelo item Propriedades no menu de con- z Como todo sistema operacional, possui suporte
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que para protocolos TCP, permitindo o acesso às redes
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- de computadores com browsers ou navegadores;
ração correspondente. z Geralmente instalado em dispositivos com Windo-
ws, o Linux oferece gerenciador de boot (bootloa-
DEFINIÇÕES DO SISTEMA OPERACIONAL LINUX der) para gerenciar a inicialização, exibindo um
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Shell (interpretador)
Terminal
(linha de comandos)
Interface gráfica
Distribuições Linux
Distribuição é um conjunto de personalizações que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas apresen-
tável de forma diferenciada.
Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat, SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são alguns
exemplos de distribuições.
Ubuntu é a distribuição mais cobrada em concursos públicos, baseada na distribuição Debian. O Ubuntu é uma
versátil distribuição Linux que pode ser instalada em várias construções computacionais, desde que adaptadas
(drivers).
Big Linux Brasil
Gnoppix Alemanha
ImpiLinux África do Sul
Kurumim Brasil
Mint Irlanda
DeMuDi Europa
Finnix EUA
Insigne GNU Brasil
KeeP OS Brasil
Knoppix Alemanha
Linspire EUA
MeNTOPPIX Indonésia
MEPIS EUA
Rxart Argentina
Satux Brasil
Symphony OS
Diretórios Linux
Os diretórios são pastas onde armazenamos e organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A represen-
tação dos diretórios segue o princípio lúdico de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree é a forma como
as pastas dos sistemas Linux estão organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar a organização do sistema,
seus arquivos, bibliotecas e inclusive para melhorar a segurança do sistema.
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o “caule” da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, que representam os galhos de uma árvore. E dentro
dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual à árvore, como flores, folhas e frutos.
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são “sinônimos”. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, provenien-
te do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de
organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações
do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de
164 serem apagados.
Importante!
Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e caracte-
rísticas do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.
Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.
/home home — início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.
Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos
são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.
arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a vários
/boot
sistemas para indicar a inicialização.
sistemas de arquivos montados no sistema (file system table — tabela do sistema de arquivos). O
/etc/fstab
sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.
/etc/group Grupos.
/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.
/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de mount,
/mnt
montagem.
/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.
/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).
/usr/man manuais.
/usr/info informações.
/var Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).
/var/lib Bibliotecas.
Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas, relatórios
/var/log
diversos, entre outros tipos de logs.
Tabela — Diretórios Linux
Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux para treinamento. Acesse https://bellard.org/jsli-
nux/ para conhecer algumas opções.
Comandos Linux
Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras
quando temos o item Linux no conteúdo programático.
166
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO
init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar
sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt Ordena o conteúdo do arquivo arq1.txt
Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto afirmar
que um sistema é melhor que outro, sendo que eles são equivalentes em funcionalidades.
A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Windows e Linux exis-
tem diferenças, tanto operacionais como de comandos. Confira um comparativo de comandos entre o Linux e o Windows. 167
LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Espaço em disco df dir
Processos em execução ps
Finalizar processo kill
Qual o diretório atual? pwd cd
Subir um nível cd .. cd..
Diretório raiz cd / cd \
Voltar ao diretório anterior cd —
Diretório pessoal cd ~
Copiar arquivos cp copy
Mover arquivos mv move
Renomear mv ren
Listar arquivos ls dir
Apagar arquivos rm del
Apagar diretórios rm deltree
Criar diretórios mkdir md
Alterar atributos attrib
Alterar permissões chmod
Alterar proprietário (dono) chown
Alterar grupo chgrp
Comparar arquivos e pastas diff comp
Empacotar arquivos tar
Compactar arquivos gzip compact
Alterar a senha passwd
Concatenar, juntar e mostrar cat
Mostrar, visualizar vi type
Pausa na exibição de páginas more ou less more
Interfaces de rede ifconfig ipconfig
Caminho dos pacotes tracert route
Listar todas as conexões netstat arp -a
Apagar a tela clear Cls
Concatenar comandos | |
Direcionar a entrada para um comando < <
Direcionar a saída de um comando > >
Localizar ocorrências dentro do arquivo grep
Exibir as últimas linhas do arquivo tail
168
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT
OFFICE E LIBREOFFICE)
MS — WORD2016 OU SUPERIOR
Os documentos produzidos com o editor de textos Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilhados com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX contêm formatações que serão aplicadas aos novos documentos
criados a partir dele. O modelo é usado para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM (Document Template Macros — modelo de documento com
macros). Os macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) para a automatização
de tarefas;
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo a orientação, o tamanho do papel e margens. As princi-
pais definições estão na guia layout, mas é possível encontrar algumas definições na guia design.
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem usa-
das configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho da página, orientação, cabeçalhos, numeração
de páginas, entre outras, as seções serão usadas.
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com a tecla Enter, contendo formata-
ção independente do parágrafo anterior e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
quebra de linha, a configuração atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc.
Os arquivos produzidos nas versões anteriores do Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos de
formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade, todavia alguns recursos são suspensos. Para usar todos os
recursos da versão atual, é necessário “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão ser editados pelas versões antigas do Office, desde que ins-
tale um pacote de compatibilidade, disponível para download no site da Microsoft.
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft Word, desde a
versão 2013, possui um recurso que permite editar um arquivo PDF como se fosse um documento do Word.
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:
z Faz a gravação automática dos dados editados enquanto o arquivo não tem um nome ou local de armazena-
mento definidos. Depois, se necessário, o usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação dos arquivos em edição que tenham nome e local definidos,
permitindo recuperar as alterações que não tenham sido salvas;
z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento automático”, associado à conta Microsoft, para arma-
zenamento na nuvem Microsoft OneDrive. Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento será realizado;
z O formato de documento RTF (Rich Text Format) é padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e por
ser portável, também poderá ser editado pelo Microsoft Word;
Dica
Em questões de informática, as extensões dos arquivos produzidos pelo usuário costumam ser questionadas
com regularidade.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z Ao iniciar a edição de um documento, o modo de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.
O documento será mostrado na tela da mesma forma que será impresso no papel;
z O Modo de Leitura permite visualizar o documento sem outras distrações, como, por exemplo, a Faixa de
Opções com os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida;
z O modo de exibição “Layout da Web” é usado para visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse
publicado na Internet como página web;
z Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
de conteúdo;
z O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos
gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele;
z Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
interface do Microsoft Office; 169
Guia atual
Acesso rápido
Item com listagem
Guias ou abas
z Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado;
z A Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos, como será mostrado na tabela a seguir:
Recortar
Copiar
Área de Transferência
Colar
Tamanho da fonte 11
Fonte
Aumentar fonte
Diminuir fonte
Folha de Rosto
Quebra de Página
Inserir
Tabelas Tabela
Imagem
Formas
Importante!
As bancas priorizam o conhecimento do candidato acerca do uso dos recursos para a produção de arquivos
(parte prática dos programas). Nas questões de editores de textos, a produção de documentos formatados
com imagens ilustrativas no formato antes/depois são os assuntos mais abordados.
170
z As guias possuem uma organização lógica sequencial das tarefas que serão realizadas no documento, desde o
início até a visualização do resultado final, como veremos na tabela a seguir:
BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, salvar e enviar
Tarefas iniciais: O início do documento, acesso à área de transferência, formatação de fontes,
Página Inicial
parágrafos e formatação do conteúdo da página
Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe no documento, tabela, ilustrações
Inserir
e instantâneos
Layout da Página Configuração da página: Formatação global do documento e formatação da página
Design Reúne formatação da página e plano de fundo
Referências Índices e acessórios: Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários etc.
Correspondências Mala direta: Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos
Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, comparar, proteger etc.
Exibir Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Essas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados por meio das opções da guia referências, que estão disponíveis, no Microsoft
Word, na guia Página Inicial.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “modelo de formata-
ção no texto”, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação. O conteúdo
não será copiado, somente a formatação. Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários
locais até pressionar a tecla Esc ou iniciar uma digitação.
Seleção
Utilizando-se do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, pará-
grafos e até o documento inteiro.
Dica
Assim como no Windows, as operações com mouse e teclado também são questionadas nos programas do
Microsoft Office. Entretanto, por terem conteúdos distintos (textos, planilhas e apresentações de slides), a
seleção poderá ser diferente para algumas ações.
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Rodapé3.
Poderá ser igual em toda a extensão do documento, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente e verso),
mesmo que a seção anterior, diferente para cada seção do documento, não aparecer na primeira página, entre
várias opções de personalização.
Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como tabelas e ilustrações.
A formatação de cabeçalho e rodapé, é diferente entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft Word o
cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colunas. No Microsoft PowerPoint... depende, podendo ter 2 ou 3 colunas.
A numeração de páginas poderá ser inserida no cabeçalho e/ou rodapé.
(Digite aqui)
Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter. Um parágrafo poderá ter diferentes for-
matações. Confira:
3 O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
172 (no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda)
Os editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).
- - Âncoras de objetos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows e aparecem para todos os
programas do computador.
As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial. 173
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Para facilitar o acesso a essas fontes, o atalho de teclado é: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Vejamos, agora, alguns atalhos de teclado:
z Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo teclado com Ctrl+Shift+<
para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte;
z Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e
sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 — atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
“Concorrentes entre si” significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simulta-
neamente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito.
Por sua vez, Sombra é um efeito independente, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos
Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devendo ser individuais.
Para finalizar esse assunto, temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas se comporta como efeito dentro
de si mesmo. Temos, então, Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem
considerar os espaços entre as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
As questões sobre Fontes são práticas. Portanto, se puder praticar no seu computador, será melhor para a
memorização do tema. As questões são independentes da versão, portanto, você poderá usar o Word 2007 ou
Word 365 para testar as questões de Word 2016.
Colunas
O documento inicia com uma única coluna. Em Layout da Página podemos escolher outra configuração, além
de definir opções de personalização.
As colunas poderão ser definidas para a seção atual (divisão de formatação dentro do documento) ou para o
documento inteiro. Assim como os cadernos de provas de concursos, que possuem duas colunas, é possível inserir
uma “Linha entre colunas”, separando-as ao longo da página.
174
Marcadores Simbólicos e Numéricos
Biblioteca de Marcadores
Nenhum
Marcadores de Documento
Ao pressionar duas vezes “Enter”, sairá da formatação dos marcadores simbólicos, retornando ao Normal.
Os marcadores numéricos são semelhantes aos marcadores simbólicos, mas com números, letras ou algaris-
mos romanos. Podem ser combinados com os Recuos de parágrafos, surgindo o formato Múltiplos Níveis.
Para trabalhar com a formatação de marcadores Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla “TAB” para
aumentar o recuo, passando os itens do primeiro nível para o segundo nível. E também pelo ícone “Aumentar
recuo”, presente na guia Página Inicial, grupo Parágrafo. Usando a régua, pode-se aumentar o recuo também.
Dica
Ao teclar “Enter” em uma linha com marcador ou numeração, mas sem conteúdo, você sai do recurso, voltan-
do à configuração normal do parágrafo. Se forem listas numeradas, itens excluídos dela provocam a renume-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, podendo conter, também, fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma plani-
lha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, Enter (parágrafo) ou outro específico.
175
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente esses
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Em inglês, com referências direcionais
Tabela, Fórmulas Em português, com referências posicionais =SOMA(A1:A5)
=SUM(ABOVE)
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha
Shift+Enter Alt+Enter
manual
Pincel de Copia apenas a primeira formatação da
Copia várias formatações diferentes
Formatação origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual
Impressão
Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a impres-
são permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do Painel
de Controle.
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades), quais serão as páginas (números separados com ponto e
vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
seção específica, e com a letra p uma página específica).
Havendo a possibilidade, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso automático, ou manual.
O agrupamento das páginas permite que várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto Desagrupado, as
páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisagem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser escolhidas no
momento da impressão, ou antes, na guia Layout da Página. A última opção em Imprimir possibilita a impressão
de miniaturas de páginas (várias páginas por folha) em uma única folha de papel.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
177
Controle de Quebras e Numeração de Páginas
Dica
Se envolve configurações diferentes, temos Quebras.
Cabeçalhos diferentes = quebras inseridas. Colunas diferentes = quebras inseridas. Tamanho de página dife-
rente = quebra inserida.
Numeração de Páginas
Disponível na guia Inserir, permite que um número seja apresentado na página, informando a sua numeração
em relação ao documento.
Combinado com o uso das seções, a numeração de página pode ser diferente em formatação a cada seção do
documento, como no caso de um TCC.
178
Conforme observado na imagem acima, o número de página poderá ser inserido no Início da Página (cabeça-
lho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas margens da página, e na posição atual do cursor.
Legendas
Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em Figuras
(que inclui Ilustrações) ou Tabelas.
Disponível na guia Referências (índices), as legendas podem ser inseridas na configuração padrão ou persona-
lizadas. Depois, podemos criar um índice específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências, no Word, encontramos o ícone “Referência Cruzada”. Em
alguns textos, é preciso citar o conteúdo de outro local do documento. Assim, ao criar uma referência cruzada, o
usuário poderá ir para o local desejado pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que estava antes.
Índices
179
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá “Adicionar Texto” no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Dica
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolve
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizada pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
Inserção de Objetos
Disponíveis na guia Inserir, os objetos que poderiam ser inseridos no documento estão organizados em categorias:
z Páginas: objetos em forma de página, como a capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma Quebra de
Página (divisão forçada, quebra de página manual, atalho Ctrl+Enter);
z Tabela: conforme comentado anteriormente, organizam os textos em células, linhas e colunas;
z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador), ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geométricas),
SmartArt (diagramas), Gráfico e Instantâneo (cópia de tela ou parte da janela).
z Links: indicado para acessar a Internet via navegador ou acionar o programa de e-mail ou criação de referên-
cia cruzada;
z Cabeçalho e Rodapé;
z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Partes Rápidas (com organizador de elementos do documen-
to), WordArt (que são palavras com efeitos), Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo com destaque),
Linha de Assinatura (que não é uma assinatura digital válida, dependendo de compra via Office Marketplace),
Data e Hora, ou qualquer outro Objeto, desde que instalado no computador;
z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos especiais.
Campos Predefinidos
Esses campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como Data e Hora, Objeto e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para automação de documento, data e hora, equações e
fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração, vínculos
180 e referências.
Caixas de Texto
Nova Concursos
ATALHO AÇÃO
Ctrl+A Abrir: carrega um arquivo da memória permanente para a memória RAM
Salvar: grava o documento com o nome atual, substituindo o anterior. Caso não tenha nome, será
Ctrl+B
mostrado “Salvar como”
Ctrl+J Justificar: alinhamento do texto distribuído uniformemente entre as margens esquerda e direita
Ctrl+R Refazer
Pincel de Formatação: para copiar a formatação de um local e aplicá-la a outro, seja no mesmo
Ctrl+Shift+C
documento ou outro aberto. Para colar a formatação copiada, use Ctrl+Shift+V
Ctrl+Z Desfazer
F1 Ajuda
LIBREOFFICE WRITER
A interface da versão 6 é mais “leve” que a interface da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um fundo
cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais programas do pacote, permitindo a inserção de fórmulas
avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em uma tabela do documento de textos, por exemplo.
O LibreOffice Writer grava documentos com a extensão ODT, mas também poderá gravar em outros formatos
como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos que são gravados pelo programa, também poderão ser abertos por ele.
Importante!
O que você faz no Word, você faz no Writer. Quase tudo tem correspondente entre os aplicativos. Alguns
atalhos de teclado são diferentes, alguns nomes de comandos são diferentes, mas a maioria dos itens são
iguais.
O botão abc é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográfi-
ca o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento
segundo as configurações predeterminadas pelo editor de textos Writer.
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma pala-
vra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já
a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no
início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscu-
la), acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,
definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.
182
Estrutura Básica dos Documentos
Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Micro-
soft Word e conceitos:
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os
Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documen-
tos criados a partir dele.
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu
Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.
A4
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem
usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho etc., as seções serão usadas. Disponível no
menu Inserir, item Seção.
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação indepen-
dente do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte.
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha.
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc. Podemos definir a formatação
do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Texto.
A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos esses recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração
aplicada.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New,
Verdana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico (ata-
lho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U — Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado Ctrl+D
— Double, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado
(riscado simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em
km2 — atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado
de palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Forma-
tar, Texto. Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
183
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por essa já estar sendo usada em outra
situação. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
184
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)
Ctrl+D 4
Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -
Ctrl+J 6
Justificado Justificado Ctrl+Shift+J
Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador
Ctrl+N 9
Negrito Novo documento (New) -
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
z Página;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z Títulos;
z Tabelas;
4 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
5 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
6 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
7 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
8 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
9 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
10 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
11 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 185
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta;
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de
uso de 4 cliques na seleção. Confira:
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
Inserir
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.
MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar,
Arquivo
imprimir, propriedades).
Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecio-
Editar
nar) e área de transferência do Windows/Linux,
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
Exibir
interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
186
MENU SIGNIFICADO
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos
gráficos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé.
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numera-
Formatar
ção, tabulações etc. Permite alterar elementos editáveis do documento.
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser
Estilos
organizadas em um índice.
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida.
Impressão
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
duais, separadas por traço uma sequência de páginas).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
187
O Microsoft 365 é o pacote de aplicações para escritório que possui a versão online acessada pelo navegador de
Internet e a versão de instalação no dispositivo. O Microsoft 365, ou Office 365 como era nomeado até pouco tempo
atrás, é uma modalidade de aquisição da licença de uso mediante pagamentos recorrentes. O usuário assina o ser-
viço, disponibilizado na nuvem da Microsoft, e enquanto perdurarem os pagamentos, poderá utilizar o software.
Importante!
As planilhas de cálculos não são bancos de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do
pacote Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas
em registros, separados em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.
Guias — Excel
BOTÃO/GUIA LEMBRETE
Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar
Tarefas iniciais: O início do trabalho, acesso à Área de Transferência (Colar Especial), formatação
Página Inicial
de fontes, células, estilos etc.
Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe. Tabela, Ilustrações, Instantâneos,
Inserir
Gráficos, Minigráficos, Símbolos etc.
Layout da
Configuração da página: Formatação global da planilha, formatação da página
Página
Informações na planilha: Possibilitam obter dados externos, classificar e filtrar, além de outras
Dados
ferramentas de dados
Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, proteger etc.
Exibição Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctrl+I para itálico, entre outros) são os mesmos do Word.
F4 Refazer
188
MS-Excel - Estrutura Básica das Planilhas
A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser impressa em sua totalidade, ou apenas áreas definidas pela
Área de Impressão, ou a seleção de uma área de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou toda a pasta
de trabalho.
Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha com duas informações em cada célula: dados reais e dados formatados.
Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, poderá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calculou e
resultou em 5 (como =10/2)
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;
Célula
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Linha
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas (nomea-
das de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas);
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado, mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências); 189
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante;
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:
z Mesclar e Centralizar: Une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula;
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: Mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: Mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: Desfaz o procedimento realizado para a união de células.
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.
Contábil
R$4,00
Data Abreviada
04/01/1900
Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
Hora
00:00:00
Porcentagem
400,00%
1 Fração
2 4
Científico
102 4,00E+00
Texto
190 ab 4
Dica
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
plo, na verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si, mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é “justificado” e o símbolo de R$ fica posicionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00
O ícone é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
1 100% 100,00%
2 200% 200,00%
0,004 0% 0,40%
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.
1 R$1,00 1,00
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar
casas decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para cima
ou para baixo, ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED, para arredondar.
Simbologia Específica
Cada símbolo tem um significado. Nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.
191
OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS
% (percentual) Percentual = 20% Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por 100
z ( ) parênteses;
z ^ exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - adição (função SOMA) ou subtração.
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 );
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.
Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Identifica uma
= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador
função ou os valo-
( ) parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1
res de uma opera-
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2
ção prioritária
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &. 193
CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros
de digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas
de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3;
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5;
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3;
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz “triangulação”, operando
apenas áreas quadrangulares;
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3;
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
z MÉDIA(valores): realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.
Mediana é o “valor no meio”. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados
e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, os valores (5,6,9,3,4) ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
194
meio. Por exemplo, os valores (2,13,4,10,8,1) ordena- menor que zero, só poderia ser maior do que zero, e a
dos são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
usado somente no início da digitação da célula.
z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das célu- As funções CONT são usadas para informar a quanti-
las selecionadas. dade de células, que atendem às condições especificadas.
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- números;
nas um será mostrado. z CONT.VALORES: quantidade de células que estão
preenchidas;
z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas;
z CONT.SE: quantidade de células que atendem à
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica;
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
las A1 até D6. várias condições simultaneamente.
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu- CONT.VALORES(células): esta função conta
las selecionadas. todas as células em um intervalo, exceto as
células vazias.
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
área de A1 até D6. =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
contagem, informando quantas células estão preen-
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de chidas com valores, quaisquer valores.
uma série, segundo o argumento apresentado.
CONT.NÚM (células): conta todas as células
Valores iguais ocupam posições diferentes. em um intervalo, exceto células vazias e célu-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas cé- las com texto.
lulas A1 até D6.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
outro caso seja falso. CONT.SE(células;condição): Esta função conta
quantas vezes aparece um determinado valor
Esta função é muito solicitada em todas as bancas. (número ou texto) em um intervalo de células
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na (o usuário tem que indicar qual é o critério a
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na ser contado)
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na última
parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais se- =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
rão realizadas as duas operações, somente uma delas, tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
segundo o resultado do teste. do o valor 5.
A função SE usa operadores relacionais (maior,
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- CONT.SES(células1;condição1;células2;con-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para dição2): Esta função conta quantas vezes apa-
textos literais. rece um determinado valor (número ou texto)
em um intervalo de células (o usuário tem que
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor indicar qual é o critério a ser contado), aten-
da célula A1 não é 10”) dendo a todas as condições especificadas.
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
valor não é negativo”) =CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
valor não é positivo”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste material, não é verdade? Existem milhares de funções no Micro-
soft Excel e LibreOffice Calc. Em concursos públicos, essas são as mais questionadas.
IMPRESSÃO
A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item que o Excel oferece que é exclusiva, a possibilidade de imprimir os títulos das colunas e linhas,
fazendo com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P), temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber em
uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão na tela.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
197
INSERÇÃO DE OBJETOS
A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.
A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados
no Excel.
Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.
Gráficos
Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
“comuns” ou gráficos dinâmicos.
Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas, são construídos com dados existentes em uma ou
várias pastas de trabalho, associando e agrupando informações para a produção de relatórios completos.
z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e 3D.
198
z Os gráficos de Linhas representam valores com z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de jam organizados em preço na alta, preço na baixa
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
100% Empilhada com Marcadores e 3D. de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.
199
z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.
z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de
dados. São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha
no Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.
Campos Predefinidos
Semelhantemente ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na
planilha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.
Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos.
Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas, é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão divididos em 3 partes.
200
A numeração de páginas está associada ao Cabeçalho e Rodapé.
O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes
de outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo “Obter Dados Externos”, apesar de figurar no edital de alguns
concursos, nunca foi questionado em provas de Noções de Informática, tanto nível médio como nível superior.
De Arquivo
De Text/CSV Da Pasta
De banco de dados
De serviços online
De Relatórios do Salesforce
Do Dynamics 365 (online)
De outras fontes
De OLEDB
Da Lista do SharePoint
Do Arquivo do Hadoop(HDFS)
Classificação de Dados
Se houver datas ou horas, podemos “Classificar da mais antiga para a mais nova”
Classificar datas ou horas
ou “Classificar da mais nova para a mais antiga”
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa
LIBREOFFICE CALC
O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.
203
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia A formatação Condicional permite exibir célu-
com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas las de diferentes cores e padrões, segundo condições
na parte inferior da tela de visualização. Cada planilha estipuladas. Por exemplo, quando desejamos que os
é independente das demais, e usamos o sinal de ponto números negativos sejam vermelhos e os positivos em
final para referenciar dados em outras planilhas. azul, é um caso.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de
A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui
Formatar
1024 colunas). As linhas são numeradas com números,
de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Micro-
soft Excel. Entretanto, isso não significa que ele seja
melhor ou pior. Cuidado com as comparações. Quan-
do a banca sugere uma comparação, menosprezando
um dos itens, geralmente está errado.
Conceitos Básicos
A célula pode receber diferentes formatações, z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/
especialmente na exibição de valores numéricos. Para função com inversão de resultado.
a exibição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A Exemplo: -A1+A2 — efetua a soma do valor em A1
formação de células, linhas e colunas possibilita defi- com o valor em A2, invertendo o resultado.
nir bordas, sombreamento, e padrões que serão apli-
cados a estas. z * (asterisco) multiplicação.
Uma opção muito utilizada no Calc, e também no Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor
Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande em A1 pelo valor em A2.
(muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e
podemos marcar o intervalo (Definir) que será consi- z / (barra “normal”) divisão.
derado na impressão. Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1
pelo valor em A2.
204
z ^ (acento circunflexo) Exponenciação. Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”-
Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do São iguais”) — separando os três argumentos da
valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2. função.
=SOMA(A1;B2;C3;D4) — separando os quatro argu-
z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o mentos que serão somados.
valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu-
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de
resultado (por cento, por 100). faixa de células.
Exemplo: = SOMA(A1:C3) — efetua a soma dos
z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne valores na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1,
dois ou mais valores em uma única sequência. B2, B3, C1 e C2.
Exemplo:
=”Fernando”&”Nishimura” z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
=15&30 Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
Fernando Nishimura iguais”) — as mensagens são exibidas como digitadas.
1530
z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
z . (ponto final) Significa Planilha. formando a referência relativa em referência mista
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 — efetua ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
valor de A2 que está em Planilha2. Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
=$Planilha2.C17+10 — trava a referência para a
Importante! Planilha2.
Uma das poucas diferenças existentes entre o z # (sinal de sustenido — iniciando uma mensagem,
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma apenas um) Erro.
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final. Mensagens de Erros
z MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das célu- A função PROCV é um membro das funções de pes-
las selecionadas. quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro-
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior
área de A1 até D6.
valor que é menor do que o valor_procurado.
z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de
uma série, segundo o argumento apresentado. z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente ) :
procura um valor na horizontal. Caso encontre, retor-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- na a linha correspondente ao argumento informado.
206 las A1 até D6. E a busca poderá ser exata ou aproximada.
Precedência dos Operadores MICROSOFT POWERPOINT
Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel As apresentações de slides criadas pelo Microsoft
usam precedência de operadores matemáticos para a Powerpoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de
resolução das fórmulas. extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos
A ordem de prioridade é parênteses, depois expo- para automatização de tarefas) será atribuída a exten-
nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi- são .PPTM. E ainda podemos trabalhar com os mode-
são, e por último, adição e subtração. los (extensão .POTX e POTM).
^ Exponenciação A primeira operação que deve Apesar de ser um aplicativo com finalidade dife-
ser executada rente do editor de textos, ele possui muitas semelhan-
* Multiplicação A próxima operação a ser executa- ças que acabam ajudando quem está iniciando nele.
da, assim como a Divisão.
Da mesma forma que o editor de textos, é possível tra-
/ Divisão
balhar com seções (divisões), é possível inserir núme-
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
ros de slides, é possível comparar apresentações etc.
ção e divisão, faça a adição/subtração.
- Subtração.
TIPO DE
- Inversão de sinal. Depois que todo o cálculo for EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
ARQUIVO
realizado, faça a inversão do sinal.
Apresentação Versão 2003 ou
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera- PPT
editável anterior
dores matemáticos.
Apresentação Versão 2003 ou
Utilize o mnemônico a seguir para guardar a PPS
executável anterior
ordem de operação: Modelo de Versão 2003 ou
P.E.M.D.A.S. = Parênteses, Exponenciação, Multi- POT
apresentação anterior
plicação, Divisão, Adição e Subtração. Apresentação Versão 2007 ou
Diferentemente da interface do Microsoft Excel, PPTX
editável superior
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos Versão 2007 ou supe-
e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em Apresentação rior, que não necessita
PPSX
menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para executável de programas para ser
compreender a sequência de comandos e menus do visualizada
Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e Recursos para pa-
Modelo de
LibreOffice Impress. POTX dronização de novas
apresentação
apresentações
Recursos para pa-
MENU SIGNIFICADO Modelo de apre-
dronização e auto-
POTM sentação com
Oferece comandos para o gerencia- matização de novas
macros
apresentações.
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
está em primeiro plano Formato do LibreOffice
Open Document Impress, que pode ser
ODP
Acesso a recursos temporários (loca- Presentation editado e salvo pelo
Editar lizar, substituir, selecionar) e área de Microsoft PowerPoint
transferência do Windows/Linux Formato de documen-
to portável, sem alguns
Acesso aos controles sobre o que será Portable Docu-
PDF/XPS recursos multimídia
Exibir mostrado na tela de edição, e como ment Format
inseridos na apresen-
será exibido tação de slide
Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se esse objeto é
atualizável, será um campo Importante!
Mudar a aparência, mudar a configura-
Apresentações de slides é um tópico pouco
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas dis-
poníveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ti-la em um navegador da Web.
Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides etc.
Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua apre-
sentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
para executar a apresentação automaticamente no futuro.
Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides.
Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada ima-
gem será colocada em um slide individual.
Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você cli-
car nele ou passar o mouse sobre ele.
209
Inserir número do slide: o número do slide reflete sua posição na apresentação.
Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e fai-
xas, textos explicativos e botões de ação.
LIBREOFFICE IMPRESS
O aplicativo Microsoft Powerpoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que
estamos apresentando um Powerpoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.
Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP — Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
citados no enunciado da questão.
Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos organizados por
210 algumas bancas.
Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides — miniaturas para organização).
z Leiaute: Permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto de
cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro de
cada slide da apresentação;
z Modelos: Permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência da
apresentação;
z Transição: Permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide. Para
não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z Mestre: Permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.
Exibir
Slide mestre
Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K.
Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.
MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do
Editar
Windows/Linux
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido. Cor,
Exibir
preto e branco, escala de cinza
Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se esse objeto é atualizável,
Inserir
será um campo
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em to-
Ferramentas
dos os próximos arquivos editados pelo aplicativo
Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação perso-
Apresentação de slides
nalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação personalizada
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos
Menu Slide
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui
opções similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação
dos slides da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
Slide
Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao Powerpoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
Powerpoint, com dois atalhos de teclado diferentes.
212
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
REDES DE COMPUTADORES
Conexão remota segura, prote-
CONCEITOS DE PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO, Conexão entre gida com criptografia, entre dois
TCP/IP, TIPOS E TOPOLOGIAS DE REDES, INTERNET Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O
ou redes acesso remoto é geralmente su-
E INTRANET
portado por uma VPN
Conhecida como nuvem e também Este tópico é muito prático. Nos concursos públi-
como World Wide Web, ou WWW, a cos, são questionados os termos usados nos diferentes
Internet
Conexão entre Internet é um ambiente inseguro, softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
computadores que utiliza o protocolo TCP para informações acessadas por um navegador de Internet.
conexão em conjunto a outros para
aplicações específicas
ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
URL FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare- Servidor DNS
mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos a
divisão multimídia (www) com arqui- Internet
http://www. Endereço URL
vos textuais, vídeos, áudios e imagens. Usuário
abc.com.br/
O recurso acessado é o index.html, Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os dados são
entendido automaticamente pelo na- armazenados em servidores web com números de IP. O servidor DNS
vegador, por não ter nenhuma especi- traduz um URL em número de IP, permitindo a navegação na Internet.
ficação de recurso no fim
As redes locais possuem servidores, estações, siste-
Usando o protocolo https, acessare-
ma operacional de rede, dispositivos de rede e proto-
mos o servidor abc, que é comercial
https://mail. colos de comunicação.
(.com) e pode estar registrado nos
abc.com/caixa Os servidores são usados para prover serviços às
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
s/inbox/ estações (clientes).
tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
As estações acessam os servidores e seus recursos.
saremos o serviço mail no servidor
O servidor utiliza um sistema operacional de rede
Usando o protocolo de transferência para atender à todas as solicitações dos clientes.
de arquivos ftp, acessaremos o servi- A comunicação entre os clientes e servidores é rea-
ftp://ftp.abc.g
dor ftp da instituição governamental lizada por meio de equipamentos de rede.
ov.br/edital.pdf
(gov) brasileira (br) chamada abc, que Atente-se ao paradigma cliente-servidor, que dis-
disponibiliza o recurso edital.pdf põe que somos clientes que acessam recursos ofereci-
dos por servidores.
Os equipamentos usam protocolos para viabilizar
a comunicação entre os dispositivos.
214
Internet
Aplicações
Rede Local
Servidores
Clientes Dispositivos As redes de computadores promovem o compar-
Roteador tilhamento e otimização dos recursos. São inúmeras
Servidor de Servidor aplicações que podem ser usadas em uma estrutura
Switch DNS
rede
Servidor
em rede, entre elas:
DHCP
Hub
Servidor de
impressaõ z Servidor de Arquivos: armazenamento e distribui-
ção de arquivos na rede. Os usuários não precisarão
Rede local com clientes, conectados por dispositivos, acessando usar pendrives e HDs externos, porque os arquivos
serviços de um servidor que permite acesso à Internet. estarão armazenados em um servidor, com pastas
compartilhadas. As pastas compartilhadas poderão
Cada cliente deverá possuir uma identificação úni- ter restrições de acesso associadas à conta de cada
ca, conhecida como número de IP. O servidor da rede usuário da rede. Com os arquivos centralizados em
poderá ter um serviço DHCP para atribuir o número um servidor de arquivos, não existirão cópias “per-
de IP para cada dispositivo. didas” nos computadores e o compartilhamento
Quando um dispositivo deseja acessar a rede mun- colaborativo será possível para edição simultânea.
dial de computadores, ele deverá ter um endereço IP. Nas
redes (e nas residências, nos roteadores Wi-Fi), o servi-
No DAS (Direct Attached Storage) temos um equi-
dor DHCP atribuirá um número de IP para o dispositivo.
pamento de armazenamento ligado diretamente ao
Saiba que alguns serviços são providos por proto-
servidor. Ex.: HD Externo na porta USB
colos, e alguns protocolos são identificados como ser-
viços. A definição das siglas ajuda na identificação de No NAS (Network Attached Storage) trata-se de um
“quem é quem” dentro das redes. servidor de arquivos, geralmente sem periféricos, que
roda um sistema operacional e serve a vários compu-
DHCP tadores de rede, como se fosse uma impressora com-
partilhada. Qualquer usuário com permissão de acesso
O DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol pode utilizá-lo. Esse mapeamento será compartilhado.
- Protocolo de configuração de host dinâmico), refe- No SAN (Storage Area Network) temos um equi-
re-se a um protocolo de serviço TCP/IP que oferece pamento com muito espaço para armazenamento. A
configuração dinâmica de terminais, com concessão diferença para NAS é que, neste caso, ele consegue
de endereços IP de host e outros parâmetros de confi- gerenciar de forma mais granular a quantidade de
guração para clientes de rede. área que será entregue a um solicitante. Esta área
Protocolo UDP porta 67 — servidor disponibilizada será usada apenas por um servidor,
Protocolo UDP porta 68 — cliente e ninguém mais irá mapeá-la. No servidor poderemos
montar essa área (disco de rede no Windows ou usan-
Servidor
do NFS em Unix). Geralmente são chamados de parti-
Clientes
DHCP ções montadas (ou remotas).
Preciso de um IP para acessar a rede
Servidor
DNS
Servidor Cliente
de Rede Impressora 1
Cliente www.novaconcursos.com.br
Servidor de
impressão
Estes são os dados disponíveis Cliente
Tabelas
Impressora 2
DNS
Cliente
215
z Servidor de Comunicação: utilizado para VoIP Servidor
Cliente Proxy
e outras aplicações de comunicação. Possibilita www.novaconcursos.com.br
Skype Regras
Servidor de
comunicação
Telefone VoIP Importante!
Pequenas empresas que ainda utilizem o modelo
Microsoft
de computação local, geralmente possuem um
Teams servidor de rede que compartilha todos os outros
serviços (impressão, proxy, DNS, gateway etc.).
O modelo de computação local tem sido trocado
z Servidor Gateway: operando como um roteador,
para o modelo de computação na nuvem.
interliga diferentes redes. Permite que uma rede
interna compartilhe uma conexão de Internet, por-
que no Gateway, serviços como o RRAS (Remote and Topologias
Router Access Service — serviço de roteamento e
acesso remoto) recebem e distribuem o sinal para As topologias de rede podem ser lógicas ou físicas.
vários dispositivos. Devido à sua característica de As topologias físicas tratam da forma como os disposi-
conectar várias redes diferentes, ele pode ser isolado tivos em uma rede são conectados pelos meios físicos;
em uma DMZ, aumentando a segurança do servidor a topologia lógica trata de como a informação é passa-
interno, acerca dos ataques provenientes da Internet. da de um dispositivo em uma rede para outro.
A topologia física mostra a aparência, ou layout, da
rede (estrela, barramento, anel etc.).
z A camada de enlace é para realizar a formatação FTP - Comando PUT (para upload, adicionar arquivos)
das mensagens e o endereçamento dos pontos de FTP - Comando GET (para download, baixar arquicos
comunicação; Cliente FTP
Servidor FTP
z A camada de rede é para transferir os pacotes da ori- FTP - Dados transferidos para a solicitação GET
gem ao destino, fornecendo uma ligação entre redes; FTP - comando CLOSE (finalizar transferência)
Protocolo de Transferência de Hiper Textos Segu- Porta 143 e utiliza protocolo TCP. Melhoria do
ro (Hyper Text Transfer Protocol Secure) é um pro- POP3. Permite o acesso de vários clientes à mesma
tocolo para troca de dados entre um Servidor Web e caixa de correio, mantendo as mensagens de e-mail
um Cliente Web (navegador de Internet, ou browser) disponíveis no servidor para mais tarde acessar por
sobre uma camada de segurança (SSL ou TLS). A tro-
meio do webmail (online). Exige autenticação.
ca de dados será criptografada, e caso alguém obte-
nha acesso externo ao conteúdo da transferência, não
conseguirá decodificar as informações trafegadas. A
criptografia é implementada pela verificação dos cer-
tificados digitais que garantem a autenticidade da tro- AMEAÇAS E PROCEDIMENTOS E
ca de dados. O protocolo HTTPS usa a porta 443 para MECANISMOS DE PROTEÇÃO
transferência de conteúdo, que assim como o HTTP é
formado por textos, imagens, vídeos e músicas. O que é Segurança da Informação?
Na transferência HTTPS é estabelecida a comuni- Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimentos
cação segura entre o servidor e cliente. Nos navegado-
diversos, para que possa ser respondida. Neste tópico,
res de Internet será apresentado um cadeado fechado
você encontrará as informações necessárias para isso.
e o prefixo https no endereço URL acessado, mostrado
na barra de endereços do navegador. Ao clicar nes- As redes de computadores tornaram-se cada vez
te cadeado, será possível verificar a autenticidade do mais interligadas e complexas. Elas integram, atual-
servidor por meio dos certificados digitais. mente, muitos dispositivos, que, talvez, você não
conheça, mas que estão ali, promovendo a troca de
dados entre o seu equipamento e o servidor remoto
HTTP - Hyper Text Transfer Protocol Secure - protocolo seguro de transferência de
hipertextos - Porta TCP 443 o qual está acessando. No entanto, é sabido que os
criminosos virtuais podem acessar redes de qualquer
HTTPS - request (requisição)
lugar do mundo.
Neste sentido, os profissionais de Segurança da
Cliente WEB
HTTPS - certificado digital Informação procuram proteger os dados armaze-
Identidade confirmada
nados e trafegados entre os dispositivos por meio
Servidor WEB de equipamentos, programas e técnicas direciona-
HTTPS - response (resposta)
das. Para isso, o treinamento dos usuários também é
importante, considerando que eles compreendem o
SMTP elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu-
rança da Informação.
Protocolo de Transferência de Simples de Mensa-
gens (Simple Mail Transfer Protocol Secure) é um pro-
tocolo para troca de mensagens de correio eletrônico
entre um Servidor de e-mails e um Cliente de e-mails.
Além da transferência de mensagens entre servidor e
cliente, também realiza a transferência de mensagens
entre o servidor de e-mails do remetente e o servidor
de mensagens do destinatário. Utiliza a porta 25 e não
exige autenticação. Para troca de mensagens com auten-
ticação, outras portas são usadas, como 587, 465 ou 2525.
A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada por
Alguns servidores recusam mensagens na porta 25 com
diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário final.
o objetivo de reduzir o lixo eletrônico (spam) na Internet.
O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo interessante para As redes privadas virtuais, popularmente identi-
invasores, vírus de computadores e softwares maliciosos. ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net-
work), são criadas pelas empresas e usuários, para
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
os dados trafegados. Os vírus de computador procu-
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos
ram infectar os arquivos e causar danos aos sistemas.
conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de
Esses softwares maliciosos podem infectar dispositi-
vos e sequestrar arquivos. computadores, de acordo com as suas características
de uso e nível de segurança.
As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Win-
dows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc).
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão
usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles pro-
curam encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se
impossível, uma vez que os dados se tornam criptografados.
Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
Programas
Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.
A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto-
222 colos seguros.
MALWARE As empresas precisam fazer uma avaliação das
ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
presentes no mundo virtual. Assim como existem pes- implementar sistemas de autenticação (Controlar o
soas boas e más no mundo real, existem usuários com Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti-
boas ou más intenções no mundo virtual. ca de Segurança), manter um inventário e realizar o
Os criminosos virtuais são genericamente deno- rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de
minados como hackers, porém o termo mais adequa- Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
do seria cracker. Um hacker é um usuário que possui tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser de Negócios).
nomeado como White Hat — hacker ético que usa suas
habilidades com propósitos éticos e legais —, Gray Hat Falhas
— aquele que comete crimes, mas sem ganho pessoal
(geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) As falhas de segurança nos sistemas de informação
— e Black Hat — aquele que viola a segurança dos sis- poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
temas para obtenção de ganhos pessoais. mador insere, no código do sistema, uma falha que
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe- produza danos ou permita o acesso sem autentica-
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
ao uso dos recursos computacionais. São riscos de falha for descoberta após a implantação do sistema,
segurança digital: sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem involuntária, inerente ao sistema.
ser exploradas por usuários; Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas
z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, empresas que desenvolveram o sistema por meio da
sejam elas propositais ou acidentais; distribuição de notificações e correções de segurança.
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
zação do Windows, distribui, mensalmente, os patches
a operação de sistemas.
(pacotes) de correções de falhas de segurança.
Devido à crescente integração entre as redes de
comunicação, conexão com novos e inusitados dis- Ataques
positivos (IoT — Internet das Coisas) e criminosos
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em
informações tornaram-se particularmente difíceis de concursos como no mundo real, são os ataques. Coorde-
se proteger. Profissionais altamente qualificados são nados ou isolados, os ataques procuram romper as bar-
formados e contratados pelas empresas com a única reiras de segurança definidas na Política de Segurança,
função de proteger os sistemas informatizados. com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques Os ataques podem ser classificados como:
são os itens mais questionados.
z Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
Dica ça de forma isolada e são facilmente identificados
e anulados;
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? z Média complexidade: combinam duas ou mais
Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fon- ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
te oficial de informações sobre ameaças, ata- dados, sendo de média complexidade para a solu-
ques, defesas e segurança digital. Ela pode ser ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
acessada pelo link: <https://cartilha.cert.br/>. como a indisponibilidade;
(Acesso em: 03 jan. 2022). z Alta complexidade: refinados e avançados, os
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
Ameaças novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
As ameaças são identificadas como aquelas que pos- difícil a resolução do problema.
suem potencial para comprometer a oferta ou existên-
cia dos ativos computacionais, tais como: informações, Dica
processos e sistemas. Um ransomware — software que
sequestra dados, utilizando-se de criptografia e solicita � Ameaças existem e podem afetar ou não os
sistemas computacionais;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
224
Worms Os worms podem ser recebidos automaticamen-
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
O worm é um verme que explora de forma inde- de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositivos. poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Geralmente, eles deixam a comunicação na rede lenta, Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
por ocuparem a conexão de dados ao enviarem cópias de de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e
seu código malicioso. por mensagens instantâneas.
Um verme biológico parasita um organismo, con- Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado. dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu- para outros dispositivos e usuários conectados. Por
mindo seus recursos de memória e conexão de rede, serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
deixando o aparelho e a rede de dados lentos. quantidade de recursos computacionais, promovendo
Os worms não precisam ser executados pelo usuá- a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
rio como os vírus de computador e a sua propagação ataques na Internet em busca de outras redes remotas.
será rápida caso não existam barreiras de proteção
que os impeçam. Pragas Virtuais
1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário As diversas pragas virtuais são, genericamente,
chamadas de malwares (softwares maliciosos), por
apresentarem características semelhantes: oferecem
alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
danosas que acabarão prejudicando-o.
Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos,
como um tipo de vírus de computador.
Smartphone Roteador Impressora
com worm do Usuário
1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Smartphone
E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
Dica
Os worms infectam dispositivos e propagam-se
para outros dispositivos de forma autônoma,
sem interferência do usuário.
225
3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções Assim como os spywares, existem backdoors legíti-
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para
operarem independente do consentimento do usuário).
CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
z Spyware Gatilho para a execução de outros
códigos maliciosos que permanece
Bomba lógica
É um programa malicioso que procura monitorar inativa até que um evento acionador
seja executado
as atividades do sistema e enviar os dados capturados
durante a espionagem para terceiros. Existem softwa- Sequestrador de dados que criptogra-
res espiões considerados legítimos (instalados com o fa pastas, arquivos e discos inteiros,
Ransomware
consentimento do usuário) e maliciosos (que execu- solicitando o pagamento de resgate
tam ações prejudiciais à privacidade do usuário). para liberação
Os softwares espiões podem ser especializados na � Simulam janelas do sistema opera-
captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli- cional, induzindo o usuário a acionar
ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação um comando, fazendo a operação
de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário Scareware
continuar normalmente
(adware). Eles, geralmente, são instalados por outros � O comando iniciará a instalação de
programas maliciosos, para aumentar a quantidade códigos maliciosos
de dados capturados. Fraude que engana o usuário, induzin-
do-o a informar seus dados pessoais
z Bot Phishing
em páginas de captura de dados
falsas
É um programa malicioso que mantém contato
Ataque aos servidores de DNS para al-
com o invasor, permitindo que comandos sejam exe-
Pharming teração das tabelas de sites, direcio-
cutados remotamente. O dispositivo controlado por
nando a navegação para sites falsos
um bot poderá integrar uma rede de dispositivos zum-
bis, a chamada botnet. Ataques na rede que simulam tráfe-
Quando o invasor deseja atacar sites para provo- go acima do normal com pacotes de
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão Negação de dados formatados incorretamente,
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Serviço fazendo o servidor remoto ocupar-
façam a ação danosa. Além de esconderem os rastros -se com os pedidos e erros, negando
da identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão acesso para outros usuários
continuar sua propagação através do envio de cópias � Código que analisa ou modifica o
para outros contatos do usuário afetado. tráfego de dados na rede, em busca
de informações relevantes como lo-
z Backdoor Sniffing
gin e senha
� Enquanto o spyware não modifica o
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, conteúdo, o sniffing pode alterar
além de executar comandos recebidos do invasor, rea-
liza ações para desativação de proteções e aberturas Falsifica dados de identificação, seja do
de portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP remetente de um e-mail (e-mail Spoo-
que estão disponíveis, consegue acesso ao dispositivo Spoofing fing), do endereço IP, dos serviços ARP
para a instalação de outros códigos maliciosos e roubo e DNS, escondendo a real identidade do
226 de informações. atacante
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas
CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS bancárias ou faz compras no seu cartão de crédito
MALICIOSO
Intercepta as comunicações da rede
Man-In-The-
para roubar os dados que trafegam na
-Midle
conexão.
Intercepta as comunicações do apa-
Man-In-The- relho móvel, para roubar os dados
-Mobile que trafegam na conexão do aparelho
smartphone Usuário
Enquanto uma falha não é corrigida
pelo desenvolvedor do software, inva-
Ataque de dia Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Phar-
sores podem explorar a vulnerabilida-
zero ming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando
de identificada antes da implantação
da proteção as tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuá-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o
Modificam páginas na Internet, alte-
Phishing, esse ataque procura capturar dados bancá-
Defacement rando a sua apresentação (face) para
rios do usuário e roubar o seu dinheiro.
os usuários visitantes
Sequestrador de navegador que pode 1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS
desde alterar a página inicial do bro-
HiJacker wser, até realizar mudanças do meca-
nismo de pesquisas e direcionamento
para servidores DNS falsos
Usuário
Usuário
2. O link direciona o usuário para um site falso
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas
bancárias ou faz compras no seu cartão de crédito
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usuário
Usuário Arquivo
Usuário Arquivo
Fabricante
Usuário Arquivo
Windows Defender
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
Trojan Spyware
Usuário
Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado,
antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares
instaladas e uso de senha forte.
Propagação Malware
de worm
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede os ataques
provenientes da rede. 229
UTM As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli-
que em links das páginas visitadas, ou clique no link
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen- enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou ata-
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que lho de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou cli-
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas que no link com o botão direito do mouse para acessar
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem o menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com
conexões, controlam a execução das aplicações, protegem o atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4.
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão A janela de navegação “normal” é aberta com o
atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto
VPN segura para navegação e entregam relatórios de fácil
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link
compreensão para o usuário.
com o botão direito do mouse para acessar o menu de
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane-
Defesa Contra Ataques la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de tecla-
do Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela,
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave- com o atalho de teclado Alt+F4 todas serão fechadas.
gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti- Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada,
phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T.
ataque chega disfarçado, medidas de prevenção Os navegadores de Internet permitem a continua-
devem ser adotadas, como: ção da navegação nas guias que estavam abertas na
última sessão. Alterando as configurações do navega-
z Nunca fornecer informações confidenciais ou dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as
secretas por e-mail; últimas guias que foram acessadas na última sessão.
z Resistir à tentação de cliques em links das mensagens; Os navegadores de Internet não permitem a edi-
z Observar os downloads automáticos ou não iniciados; ção de arquivos PDF de forma nativa. O formato PDF
z Dentro das políticas de segurança para os funcio- é o mais popular para distribuição de conteúdo na
nários, destacar que não se deve submeter à pres- Internet e pode ser editado por aplicativos específicos,
são de pessoas desconhecidas. como o Microsoft Word.
Os navegadores de Internet possuem mecanismos
internos que procuram proteger a navegação do usuá-
Quando os ataques procuram atingir um servidor
rio por sites, alertando sobre sites que tenham con-
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
teúdo malicioso, download automático de códigos,
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
arquivos que são potencialmente perigosos se execu-
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de tados, entre outras medidas.
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con-
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi-
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o Importante!
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam
ser redefinidas o mais breve possível. Os navegadores possuem mais recursos em
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão ser comum do que diferenças. As bancas costumam
minimizados ou anulados se o usuário mantiver os pro- perguntar os itens que são diferentes ou exclusivos.
gramas atualizados em seu dispositivo, aplicando as cor-
reções de segurança tão logo elas sejam disponibilizadas.
Quando o usuário é envolvido na perpetração de Microsoft Edge
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fraco da
corrente de segurança da informação, por estar sujei- Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
to a enganos e trapaças dos atacantes. A Engenharia no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o
Social consiste no conjunto de técnicas e atividades kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série
que procuram estabelecer confiança mediante dados de itens semelhantes ao Google Chrome. Integrado com
falsos, ameaças ou dissimulação. o filtro Microsoft Defender SmartScreen, permite o blo-
queio de sites que contenham phishing (códigos mali-
ciosos que procuram enganar o usuário, como páginas
que pedem login/senha do cartão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
(MICROSOFT EDGE, MOZILLA FIREFOX, favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
GOOGLE CHROME E SIMILARES) tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. Ele
substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o visualiza-
Os navegadores de Internet reconhecem os pro- dor padrão de arquivos PDFs no Windows 10. Foram
tocolos da família TCP/IP, os quais permitem a adicionados recursos que permitem “Desenhar” sobre
comunicação entre os dispositivos nas redes de com- o conteúdo do PDF.
putadores. São exemplos de protocolos de transferên- Além disso, mantém as características dos outros
cia de dados: HTTP (hipertextos), HTTPS (hipertextos navegadores de Internet, como a possibilidade de insta-
de forma segura), FTP (arquivos), SMTP (mensagens lação de extensões ou complementos, também chamados
de correio eletrônico), NNTP (grupos de discussão e de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
notícias), entre outros. específicos para a navegação em determinados sites.
Ao navegar na Internet com um navegador ou bro- As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
wser, o usuário está em uma sessão de navegação. sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
A sessão de navegação poderá ser em janelas ou em consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
230 guias dentro das janelas. como PDF no dispositivo do usuário.
Coleções, no Microsoft Edge, é um recurso exclusi- z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
vo que permite que a navegação inicie em um disposi- gle, o navegador armazena localmente as informa-
tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma ções da navegação para o perfil atual do sistema
conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas operacional. Todos os usuários do perfil poderão
nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar consultar as informações armazenadas;
sugestões do Pinterest. z Modo Normal conectado na conta Google: o nave-
Outro recurso específico do navegador é a repro- gador armazena localmente as informações da
navegação e sincroniza com outros dispositivos
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
conectados na mesma conta Google;
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet,
mas não acessa as informações da conta Google
Mozilla Firefox registrada;
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces-
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, sa a Internet e apaga os dados acessados quando a
como os demais browsers, possibilita o acesso ao janela é fechada.
conteúdo armazenado em servidores remotos, tanto
na Internet como na Intranet. É um navegador com O navegador Google Chrome, quando conectado em
código aberto, software livre, que permite download uma conta Google, permite que a exclusão do histórico
para estudo e modificações. Possui suporte ao uso de de navegação seja realizada em todos os dispositivos
applets (complementos de terceiros), que são instala- conectados. Essa funcionalidade não estará disponível
dos por outros programas no computador do usuário, caso não esteja conectado na conta Google.
como o Java. Um dos atalhos de teclado diferente no Google
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização Chrome, em comparação aos demais navegadores,
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con- é F6. Para acessar a barra de endereços nos outros
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- navegadores, pressione F4. No Google Chrome, o ata-
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses lho de teclado é F6.
dados não serão sincronizados. Para verificar a versão atualmente instalada do
Assim como nos outros navegadores, é possível Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e, depois,
definir uma página inicial padrão, uma página inicial “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
a navegação das guias abertas na última sessão. instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
permite copiar, para a Área de Transferência do com- mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
putador, parte da imagem da janela que está sendo com as mesmas credenciais de login.
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário O Google Chrome permite a personalização com
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
mente pelo navegador. das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles
Conceitos e Funções Válidos para Todos os
oferecem pequenas dicas para que você possa apro-
Navegadores
veitar ao máximo o Firefox. Também pode aparecer
novidades sobre produtos Firefox, missão e ativismo z Modo normal de navegação: as informações serão
da Mozilla, notícias sobre integridade da internet e registradas e mantidas pelo navegador. Histórico
muito mais. de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,
Formulários, Favoritos e Downloads;
Google Chrome
Outlook 2019
233
Figura: Mensagem sendo preparada no Mozilla Thunderbird (opção Escrever)
As mensagens de e-mail poderão ser acompanhadas (na Caixa de Entrada, serão destacadas), poderão conter
uma Solicitação de Confirmação de Entrega (que o servidor de e-mails do destinatário responde, se receber a
mensagem em sua Caixa de Entrada) ou Solicitação de Confirmação de Leitura (que o usuário deverá responder,
clicando na barra de alerta que será mostrada quando ele abrir e ler o e-mail).
234
Figura: Todos os campos de destinatários (Para, Cc e Cco) exibidos, na tela Escrever
Uma mensagem de e-mail poderá ser redigida a partir do preenchimento de alguns campos. Na tabela a seguir,
está a lista dos componentes de um e-mail:
Campo Características
Identifica o usuário que está enviando a mensagem eletrônica. Conhecido como remetente, é
DE
preenchido automaticamente pelo sistema de e-mails, a partir da conta escolhida no momento
Identifica os destinatários da mensagem que receberão uma cópia do e-mail, mas não terão o
seu endereço exibido para os demais.
CCO CCO, no inglês BCC, é o acrônimo de Blind Carbon Copy (cópia carbono oculta)
(com cópia oculta) Todos que receberem a mensagem não conhecerão os outros destinatários informados neste
campo, seus endereços não serão mostrados para quem estiver no campo PARA ou CC, mas
poderá ver para quem a mensagem foi endereçada como visível (PARA e CC)
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arquivo(s) que estão sendo enviados junto com a mensagem. Exis-
Anexar
tem restrições quanto ao tamanho do anexo e tipo (executáveis são bloqueados pelos webmails)
Mensagem O conteúdo da mensagem de e-mail, que poderá conter texto, imagens e outros elementos gráficos
O e-mail organiza as mensagens armazenando-as em pastas. As mensagens poderão ser movidas entre elas.
E-mails enviados Armazena as mensagens que foram enviadas pelo usuário Enviadas
235
PASTAS CARACTERÍSTICAS DICA
Armazena as mensagens que foram excluídas pelo usuário.
Lixeira Opera como uma Lixeira do e-mail. Geralmente, são excluídas Apagadas
após um período de armazenamento configurado
Quando uma mensagem é recebida, algumas ações poderão ser realizadas. Confira:
A mensagem será enviada para outros destinatários. Anexos da mensagem original serão
encaminhados para os outros destinatários
A mensagem será arquivada. Ela não será excluída, mas será mantida nos arquivos do Mo-
zilla Thunderbird, fora das pastas do e-mail
A mensagem será movida para a pasta Spam. As próximas mensagens recebidas do mes-
mo remetente serão movidas para a pasta Spam
Aplicar etiqueta
A mensagem que acabou de ser visualizada receberá o sinalizador de mensagem não lida e
Marcar como não lida
constará como não lida na Caixa de Entrada
Salvar como... Gravar a mensagem na forma de um arquivo independente do cliente de e-mail
Imprimir Preparar a mensagem para ser impressa na impressora
A mensagem de e-mail poderá ser convertida em um Evento ou Tarefa. O Evento será agen-
Converter para
dado no Calendário e a Tarefa poderá ter acompanhamento
236
Anexação de Arquivos
Anexar um arquivo ao e-mail é uma prática rápida e simples. Se o serviço é webmail, ele possui restrições tanto
de tamanho, como de formatos permitidos. Para iniciar, conheçamos o que as bancas esperam sobre o compor-
tamento do usuário em relação a alguns itens da Internet, como download e anexos e, em seguida, veremos as
restrições existentes nos serviços gratuitos (webmail, com IMAP4) e clientes de e-mail (com SMTP e POP3).
ANEXOS EM E-MAIL
O nome do arquivo deve atender aos padrões para nomes de arquivos do am-
Nome Padrão Windows
biente Windows, sem uso de simbologia especial como *, /, \ etc.
GMAIL
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Veremos, nesta seção, as funcionalidades do serviço de e-mail “Gmail”, incluindo as configurações rápidas,
configurações gerais, menus, marcadores, caixas de e-mails, enviados, rascunhos, lixeira, spam, estrela, escrever,
responder, encaminhar, inserir anexos, filtros, entre outros.
O serviço de e-mail da Google tornou-se popular pela simplicidade, capacidade de armazenamento e integra-
ção com outros serviços da Google.
Para ter uma rede social no antigo Google+, o usuário precisava de um login do Gmail. Para ter um canal no
Youtube, precisa de um login no Gmail. Para acesso aos arquivos armazenados no Google Drive (atual Google
One), precisa de um login do Gmail. Até para controles de pesquisas no Google Buscas, uma conta Google (geral-
mente associada a um Gmail) será usada.
Algumas funcionalidades são exclusivas do Gmail, como as estrelas de sinalização.
As Configurações Rápidas, estão disponíveis no ícone Configurações do Gmail.
237
Caixa de entrada (8,379)
Configurações
Configurações Rápidas
z Densidade: exibição das mensagens na área da janela. Poderá ser Padrão, Regular ou Compacto (mais men-
sagens, próximas umas das outras);
z Tema: combinação de cores e imagens para a interface do Gmail;
z Tipo de caixa de entrada: Padrão, Importantes primeiro (sinalizadas com uma seta estilizada na frente do
e-mail), Não lidas primeiro (mensagens que não foram abertas), Com estrela primeiro (mensagens sinalizadas
pelo usuário para acompanhamento), Caixa prioritária (com as configurações do usuário) e Várias Caixas de
Entrada (de várias contas de e-mail);
z Painel de Leitura: exibição do conteúdo das mensagens, sem divisão (mensagem na área visível), à direita da
caixa de entrada (exibidas ao lado das outras mensagens), abaixo da caixa de entrada (exibidas embaixo da
lista de mensagens);
z Conversa por e-mail: quando ativado, o Gmail agrupa as mensagens com mesmo assunto, permitindo que se
tenha rápido acesso às mensagens anteriores da mesma conversa. Quando desativado, cada mensagem será
exibida separadamente.
Configurações Gerais
O usuário poderá personalizar a exibição do Idioma, Números de Telefones e quantidade de mensagens por
página (10,15,20,25,50 ou 100).
Uma das configurações mais interessantes do Gmail está relacionada ao cancelamento do envio. Será possível
cancelar o envio do e-mail dentro do período de tempo definido em Configurações.
Configurações
Geral Marcadores Caixa de entrada Contas e importação
Além das opções especiais, as configurações gerais permitem definir o comportamento de resposta padrão (se
enviará sempre para o remetente apenas [Responder], ou se enviará para todos da mensagem [Responder a todos]).
Nas configurações de Marcadores, o usuário poderá definir os sinalizadores das mensagens para as pastas,
categorias e conteúdo. A remoção de um marcador não remove a mensagem que ele sinalizava.
Na definição da Caixa de Entrada, o usuário poderá configurar a exibição dos marcadores (ou não) e dos res-
pectivos filtros.
Um filtro é um critério que será usado para que a mensagem receba um tratamento automatizado. São duas
etapas para criação de um filtro de mensagens. O primeiro passo é definir o critério desejado.
Podem ser filtradas mensagens pelo remetente, pelo destinatário, por Assunto, com determinadas palavras (ou
sem elas), tamanho das mensagens sem anexos, considerar mensagens com anexos e ignorar chats (conversas).
238
De
Para
Assunto
Contém as palavras
Não tem
Se uma mensagem corresponde ao filtro selecionado, o Gmail poderá aplicar uma ação sobre ela. As ações
possíveis são exibidas na imagem a seguir, como sinalizar mensagens como lidas, marcar com estrela, fazer a
exclusão etc.
As mensagens recebidas na caixa de entrada poderão ser encaminhadas para outro endereço de e-mail, ser-
vindo o Gmail como apenas um endereço “de fachada”. Por exemplo, a empresa ou pessoa divulga o endereço
contatodoprofessorinfor@gmail.com, mas todas as mensagens que forem enviadas para o endereço, serão enca-
minhadas para outro endereço, como fernandoprof@gmail.com.
Excluir
Opcionalmente é possível encaminhar todas as mensagens recebidas para outro endereço sem usar os Filtros
do Gmail. Nas configurações gerais do Gmail, os protocolos de e-mail permitem o encaminhamento das mensagens.
239
Social 9 novos Promoções 77 novos
Principal
Instagram Sophos, Jessica
Configurações
Geral Marcadores importação Filtros e endereços bloqueados Encaminhamento e POP/IMAP
Google Apps
Caixa de pesquisa do e-mail
Notificações Google
Exibir ou ocultar
a lista de pastas
Conta Google
Keep
Tarefas
Pastas
Instalar complementos
z Exibir ou ocultar a lista de pastas: permite visualizar no lado esquerdo as pastas do correio eletrônico
(padrão e personalizadas);
z Nova mensagem: inicia a composição de uma nova mensagem em branco;
z Pastas: são as divisões na conta de e-mail do usuário;
z Caixa de entrada: mensagens recebidas;
z Adiados: mensagens que foram sinalizadas como adiadas, para serem destacadas ou lembradas posteriormente;
z Importante: mensagens que foram enviadas diretamente para o destinatário com prioridade pelo remetente.
As mensagens podem ser sinalizadas manualmente pelo destinatário, tornando-se uma mensagem Importante;
z Enviados: mensagens enviadas, que foram efetivamente transferidas para o servidor de e-mails do destinatário;
z Rascunhos: mensagens salvas e não enviadas;
z Spam: mensagens recebidas que foram enviadas para múltiplos destinatários ou possuem conteúdo
publicitário;
z Categorias: mensagens que foram categorizadas manualmente pelo usuário ou a partir de regras do e-mail;
z Boomerang: pasta pessoal. O usuário poderá criar várias pastas para organização de suas mensagens de
e-mail;
A janela do Gmail é simples e intuitiva. Reúne as funções do E-mail, acesso a outros aplicativos Google, conta
Google e controles de complementos. Ao abrir uma mensagem para leitura, os controles mudam.
240
Adiar Marcadores
Arquivar Excluir
Denunciar spam Marcar como não lida Mover para
Próximas
Anteriores
Configurações
Mais opções
Mensagem
Assinatura
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tamanho Negrito
Itálico Alinhamentos
Fonte Cor do texto
Sublinhado Numeração Menor tabulação
Remover formatação
Citação
Marcadores
Mais opções
Maior tubulação Excluir rascunho
Enviar e-mail
Opções de formatação
O campo “Para” identifica o destinatário (ou destinatários) que receberão a mensagem que está sendo redigida.
241
O campo “CC” identifica o destinatário ou destina-
tários que receberão cópia da mensagem, assim como
os endereços no campo “Para”.
O campo “CCO” é para listar os endereços dos des-
tinatários que receberão cópia da mensagem, mas seu
endereço não será mostrado para outros destinatários.
Não há diferenciação entre os campos de destina-
tários, e todos receberão a mensagem com os anexos
igualmente. Se um endereço inválido for inserido, o
Gmail poderá alertar (se for outro endereço Gmail),
ou após o envio, será devolvido pelo servidor do des-
tinatário com a respectiva mensagem de erro (um
e-mail não existente por exemplo).
Assunto é o título do e-mail, e é opcional. Uma men-
sagem enviada “Sem assunto” poderá ser considerada
como Lixo Eletrônico por alguns destinatários.
No corpo da mensagem, é possível inserir textos,
imagens, gráficos, outras mensagens de e-mail e assi- As mensagens recebidas na caixa de entrada pos-
natura. A assinatura é um conteúdo que será adicio- suem controles para:
nado no final do corpo da mensagem, geralmente com
dados sobre o contato. z Responder: a resposta será enviada para o reme-
O envio de uma mensagem pelo Gmail permite tente da mensagem, sem os anexos;
envio de arquivos anexos ou via Google Drive. Permi- z Responder a todos: a resposta será enviada para
te anexar imagens ou incluir no corpo da mensagem. o remetente e todos os outros destinatários visíveis
da mensagem que está sendo respondida. Os ane-
Anexar arquivos xos da mensagem original não são devolvidos para
Inserir imagens o remetente;
Emojis
z Encaminhar: a mensagem e os anexos serão
Confidencial enviados para outros destinatários;
Google Drive z Filtrar mensagens semelhantes: deixar o Gmail
Inserir hiperlink selecionar mensagens similares à mensagem
atual, para criação de um filtro ou exclusão delas;
z Imprimir: preparar a mensagem para ser
Quando anexamos um arquivo ou imagem, ela impressa;
será enviada junto com a mensagem. O destinatário z Excluir esta mensagem: apenas a mensagem será
precisará fazer o download do item para poder visua- apagada;
lizar ele. z Bloquear: o remetente da mensagem será blo-
Quando enviamos um arquivo via Google Drive, queado, e as próximas mensagens que forem
apenas o link segue no e-mail, e o destinatário preci- enviadas por ele serão automaticamente ignora-
sará acessar a conta do Google Drive para visualizar das pelo Gmail;
ou baixar o item. Se o destinatário não for um usuário z Denunciar spam: avisar ao Gmail que a mensa-
do Gmail (conta Outlook ou Yahoo), será convidado a gem e o remetente estão relacionados com o envio
criar uma conta para acesso ao conteúdo que lhe foi de massa de mensagens para usuários que não
enviado. solicitaram o conteúdo. O Gmail procura avaliar o
Quando enviamos uma imagem inserida no cor- conteúdo e o remetente, sinalizando as próximas
po do e-mail, o usuário não precisa baixar a imagem, mensagens como lixo eletrônico;
porque ela será mostrada diretamente no corpo da z Denuncia phishing: quando mensagens são envia-
mensagem. Este é o formato tradicionalmente adota- das com links que direcionam o usuário para sites
do pelas empresas para o envio de e-mail marketing falsos com o objetivo de coletar informações pes-
com imagem dos produtos. soais, temos um exemplo de phishing. Por ser uma
A gravação das mensagens que são redigidas é técnica que os hackers usam para roubar dados, as
automática na pasta Rascunhos. Caso o usuário desis- mensagens de phishing são sinalizadas e excluídas,
ta de terminar, poderá excluir o rascunho. para evitar que outros usuários recebam a mesma
O Gmail ganhou um novo visual e envio de men- tentativa de golpe;
sagens que se autodestroem. A primeira reformula- z Mostrar original: opção que exibe o cabeçalho
ção do Gmail desde 2011 traz um visual reformulado, completo do e-mail;
agenda de compromissos mais acessível e novas fun- z Traduzir mensagem: exibir o conteúdo da mensa-
ções para facilitar o gerenciamento das mensagens. gem em um idioma diferente do original;
Ao clicar no botão Confidencial (cadeado com reló- z Fazer o download da mensagem: transferir uma
gio), poderá proibir o encaminhamento da mensa- cópia da mensagem de e-mail para o dispositivo do
gem, a cópia do conteúdo, download e impressão do usuário. O arquivo recebe a extensão EML (e-mail)
e-mail, além da autodestruição e acesso protegido com após ser salvo localmente;
senha enviada por SMS. Ou seja, recursos tipo “Missão z Marcar como não lida: a mensagem que acabou
Impossível, com Tom Cruise”. de ser lida será sinalizada na pasta de mensagens
como não lida.
242
PROCEDIMENTOS DE BACKUP
O backup é a cópia de segurança dos dados do usuário.
Neste tópico estudaremos sobre as ferramentas do sistema operacional para proteção dos dados, a fim de com-
preender que cada uma possui um objetivo específico.
As cópias de segurança ganharam destaque nos últimos anos, devido aos ataques de ransomware. Como o
código malicioso reage às tentativas de acessos aos arquivos criptografados, as cópias de segurança, ao serem
restauradas, recuperam os arquivos sem alertar o atacante, prejudicando ainda mais o que já foi comprometido.
Ransomware é um ataque que criptografa os arquivos e as unidades do dispositivo do usuário, solicitando o
pagamento de um resgate para a liberação da chave de descriptografia. O usuário pode receber um arquivo com
o código malicioso por meio do correio eletrônico ou redes sociais e, após a execução do arquivo, seus dados serão
totalmente ou parcialmente criptografados. Alguns códigos ransomware criptografam apenas o início dos arquivos,
tornando-os inacessíveis. A técnica é usada para que o sequestro dos dados seja realizado de forma extremamente
rápida, evitando que alguma ação ou reação do usuário interrompa o processo de criptografia em andamento.
RECUPERAÇÃO USO
Criado como disco de inicialização, permite iniciar o
INICIALIZAÇÃO DO
Arquivos da inicialização do Windows Windows quando os arquivos essenciais do boot forem
SISTEMA
danificados
REPARAÇÃO DO Recupera arquivos alterados, danificados ou Retorna o Windows para suas configurações originais,
SISTEMA excluídos do sistema operacional sem os programas que foram instalados posteriormente
Retorna o sistema e programas para o ponto de restau-
RESTAURAÇÃO DO A cada inicialização ou modificação, um ponto
ração escolhido, descartando alterações posteriores a
SISTEMA de restauração é criado
ele
Recupera os arquivos do usuário que foram co- Restaurar os arquivos do usuário que foram copiados
BACKUP
piados para a cópia de segurança anteriormente no backup
As cópias de segurança são criadas pelo sistema operacional a partir de comandos do usuário, tanto programa-
dos pelo Agendador de Tarefas automaticamente, como, manualmente, pelo utilizador.
O Agendador de Tarefas é um recurso do Windows que permite a programação de comandos nos computa-
dores. O Agendador poderá executar uma vez ou várias vezes de forma recorrente (todos os dias, todas as segun-
das-feiras etc). Ao inserir os comandos de backup (cópia de segurança) no Agendador de Tarefas, quando for o
dia e horário programados, será executado, para que o usuário tome as providências com relação à cópia de seus
arquivos de dados.
Tipos de backup
Atualmente, o usuário dispõe de recursos que realizam o backup na nuvem diretamente, sem sua interferên-
cia no dia a dia. No smartphone Android, com a Conta Google, podemos autorizar a sincronização das imagens
e vídeos da câmera diretamente no Google Fotos. No smartphone iOS, com a Conta iCloud, podemos autorizar a
sincronização das imagens e vídeos da câmera diretamente no Apple iCloud. E outras soluções, como o Google
Drive, Microsoft OneDrive e Dropbox poderão fazer a cópia de segurança na nuvem dos arquivos gravados na
respectiva pasta do dispositivo.
Entretanto, esta modalidade de backup na nuvem não é, exatamente, uma cópia de segurança, mas apenas
uma replicação (duplicação) de dados. Se os dados forem corrompidos ou criptografados por um ransomware,
corre-se o risco de ter as cópias “limpas” sobrepostas pelas cópias infectadas com o malware.
Os sistemas de sincronização de dados, como o Dropbox, OneDrive e Drive permitem o gerenciamento do
histórico de versões, possibilitando a recuperação de arquivos anteriores à última atualização de sincronização.
Em concursos públicos, são questionados os tipos de backup “clássicos”: completo, incremental e diferencial.
Cada um deles possui suas vantagens e desvantagens, as quais veremos a seguir.
As empresas costumam operar diferentes tipos de backup, de acordo com suas necessidades de aplicações,
disponibilidade, segurança e velocidade de acesso às informações copiadas.
A manutenção de cópias de segurança redundantes de arquivos importantes é recomendável. Ou seja, para os
arquivos mais importantes, ter duas ou mais cópias do mesmo backup é uma atitude correta, criando redundân-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
cias. Se uma das cópias falhar, ou for comprometida, a outra cópia redundante poderá ser usada para recupera-
ção dos dados.
O backup completo ou full é aquele no qual todos os arquivos são copiados para outro local de armazenamen-
to. A vantagem desse tipo de backup é a reprodução fiel e completa de todas as informações do ambiente, possibi-
litando a restauração dos dados de forma contínua e imediata.
Entretanto, sua desvantagem é a quantidade de espaço de armazenamento necessário para os dados, além do
tempo para conclusão do procedimento de cópia. Em sistemas críticos, que operam com banco de dados e acesso
24 horas (como uma loja virtual de marketplace, as lojas Americanas), o backup completo poderia copiar dados
que estariam desatualizados alguns minutos depois, por não poder paralisar o sistema para que a cópia de segu-
rança seja realizada.
243
1 TB
Se acontecer um problema no sábado, por exemplo, bastaria pegar o backup completo da sexta-feira e pronto:
arquivos restaurados!
Se o backup completo for realizado em mídias “convencionais”, provavelmente, será necessário que o usuário
troque as mídias quando elas estiverem totalmente ocupadas. Já se o backup completo for realizado dentro da
rede de dados da empresa, o tempo ocupado na conexão poderá atrapalhar o uso de outros recursos pelos usuá-
rios. E se o backup completo for realizado na nuvem (Internet), o tempo de uso da conexão de Internet poderá
atrapalhar o acesso à rede mundial pelos usuários.
Portanto, o backup completo deve ser realizado em horários de menos utilização dos recursos da rede da
empresa, para otimizar sua operação e não atrapalhar os demais sistemas.
O tempo de vida do backup completo dependerá da Política de Segurança da Informação (PSI) definido pela
empresa.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Backup Incremental
Como o backup completo, realizado todos os dias demanda uma grande quantidade de espaço para armazena-
mento ou conexão da rede/Internet, uma alternativa é o backup Incremental.
Neste tipo de backup, serão copiados os dados que foram alterados desde o último backup incremental. Como
a quantidade de dados alterados pode variar de um período para outro, a quantidade de espaço reservado para
as cópias de segurança do tipo incremental será menor, comparado ao backup completo.
Iniciando com um backup completo, as alterações que forem observadas nos dados, em comparação com a
cópia completa, serão adicionadas na cópia incremental.
1 TB
Completo
Backup incremental.
Apenas os dados alterados em relação ao completo são copiados.
Se acontecer um problema no sábado, por exemplo, for preciso restaurar os arquivos, será necessária a cópia
do último backup completo realizado e de todos os backups incrementais realizados até a data da ocorrência. A
manutenção das cópias incrementais é trabalhosa, exigindo verificação regular das mídias nas quais estão arma-
244 zenados os arquivos.
VANTAGENS DESVANTAGENS
INCREMENTAL � Rápido para copiar dados A manutenção das cópias é mais trabalhosa
� Rápido para restaurar dados
Backup Diferencial
1 TB
Completo
Se ocorrer um problema no sábado, por exemplo, basta usar o backup completo e o último backup diferencial
disponível. Entretanto, se o último backup diferencial disponível estiver com problemas nos dados da segunda-fei-
ra, basta resgatar em uma das outras cópias (terça, quarta ou quinta) a parte faltante.
VANTAGENS DESVANTAGENS
As questões de concursos costumam questionar o backup dentro de algumas diretrizes: tipos, vantagens, des-
vantagens, custo, desempenho e disponibilidade.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Dica
O armazenamento de dados na nuvem é uma
realidade e muitas empresas possuem todas as Fita D2 e DAT comparadas a um smartphone.
suas informações na nuvem ou estão migrando-as Fonte: Wikimedia. Disponível em < https://commons.wikimedia.
para a Internet. A alta disponibilidade e segurança org/wiki/File:D-2_tape_vers._DAT_audio_tape_(6498603845).jpg>
dos serviços contratados com as provedoras de Acesso: 26 mar. 2021.
nuvem torna o investimento mais interessante que
z Disco Rígido
a manutenção de sua estrutura local dedicada.
O disco rígido é uma mídia de armazenamento de
O gerenciamento de mídias, como fitas, discos rígi- dados magnética, que se popularizou nos anos 90 por
dos, discos flexíveis e discos ópticos exige um controle sua capacidade e velocidade de acesso aos dados. Os
preciso sobre o que está armazenado em cada mídia. primeiros modelos populares não ofereciam contro-
Esse controle poderá exigir funcionários e softwares le de erros e, caso ocorressem problemas na mídia,
especializados e, de acordo com o tamanho da empre- alguns softwares específicos seriam executados para
sa, podem aumentar os custos da área de TI de forma o isolamento dos problemas.
significativa. O disco rígido “clássico” possui um ou mais discos
Portanto, uma das soluções está relacionada com metálicos com superfície magnetizável, que giram em
o local onde o armazenamento será realizado, trans- velocidades de 5.400 rpm (rotações por minuto) em
ferindo das mídias removíveis para computadores torno de um eixo central. Os braços de leitura e gra-
remotos e sistemas de armazenamento de dados dedi- vação são posicionados acima da superfície do disco,
cados. Confira alguns exemplos figurativos: efetuando a coleta dos bits registrados ou gravando
novas informações a cada giro do disco.
246
Os braços de leitura e gravação possuem atuadores Os discos rígidos externos são usados para cópia
que identificam a posição na qual a informação está ou de segurança de dados, especialmente, pelos usuários
deverá ser gravada, girando os respectivos discos (ou domésticos e pequenas empresas, dada a facilidade
pratos) para o correto posicionamento. Quando posi- de compra e praticidade de uso ao conectar em uma
cionado no local correto, a cabeça de gravação trans- porta USB, disponível em, praticamente, todos os dis-
fere as informações que precisam ser armazenadas, as positivos computacionais da atualidade.
quais permanecerão disponíveis por um bom tempo,
mesmo sem o fornecimento de energia, tornando o COMPONENTE DE
disco rígido uma forma de armazenamento de dados ARMAZENAMENTO
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
permanente por não ser volátil, como a memória RAM.
Memória se- IDE, SATA, USB
cundária de Permanente, não-
Disco rígido
armazenamento -volátil, “unidade
magnético12. C:”, hard disk (HD)
SATA II, USB
Memória se-
Permanente, não-
cundária de
Disco rígido -volátil, “unidade
armazenamento
C:”, SSD (Solid
memória flash13
State Disk)
12 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
13 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida e, quando o dispositivo é desligado, poderá voltar, rapidamente, para onde
estava antes. 247
Disco flexível 3 ½ desmontado.
Fonte: Wikitionary. Disponível em < https://es.wiktionary.org/wiki/disquete> Acesso em 26 mar. 2021.
z Disco Óptico
Com a popularização das mídias ópticas, especialmente, por substituírem as fitas cassetes, os discos de vinil
e as fitas de vídeo, com qualidade de imagem superior, os usuários enxergaram a possibilidade de reutilizá-los
como cópias de segurança.
No início dos anos 2000, CDs, DVDs e o Blu-Ray eram os queridinhos para o armazenamento de dados. Suas
durabilidade, rapidez para leitura e gravação e grande capacidade (para os padrões da época) fizeram das mídias
ópticas as preferidas para a cópia de segurança.
O HD-DVD usava luz azul-violeta e acabou sendo superado pelo Blu-Ray devido às restrições de gravações e
baixa capacidade, sendo fabricado por cerca de cinco anos pela Toshiba, sem adesão de muitos outros fabricantes.
CAPACIDADE USO
O CD veio para substituir as fitas cassetes de áudio e os discos de vinil, com a gravação digital do áudio em uma
mídia durável de alta qualidade. Com capacidade de 700 MB e algumas características de construção específicas,
rapidamente se tornaram o padrão para distribuição de instaladores de softwares, substituindo inúmeros disquetes.
Os drives leitores de CD do final dos anos 90 eram substituídos por drives gravadores de CD, permitindo a gra-
vação de áudio digital e arquivos em computadores domésticos equipados com o “kit multimídia”.
Unidades 12x, 24x, 48x e 52x se popularizaram, indicando, com os números, a velocidade de rotação do disco
e, consequentemente, maior velocidade de leitura/gravação em relação aos outros modelos semelhantes.
TIPO USO
O DVD foi desenvolvido para substituir as fitas de vídeo, com maior qualidade de imagem e som, permitindo a
inclusão de vários conteúdos extras. Assim como os CDs, também existiram modelos ROM, R e RW de mídia DVD.
Na época dos DVDs, as mídias removíveis do tipo USB começaram a aparecer no mercado, oferecendo capaci-
dade semelhante ou superior aos DVDs. Pendrives com 512 MB (megabyte — milhão de bytes), 1 GB, 2 GB, 4 GB, 8
GB, 16 GB etc, rapidamente, se tornaram os preferidos dos usuários para o armazenamento portátil de dados em
detrimento das mídias ópticas do tipo DVD.
O padrão HD-DVD oferecia gravação de dados em mídias ópticas com densidade superior ao DVD e próximo
do Blu-Ray, mas nem chegou a “emplacar” no mercado.
O Blu-Ray foi desenvolvido para substituir o DVD, com maior capacidade de armazenamento de dados e a
possibilidade de gravações de vídeos em alta resolução (HD — High Definition), que ocupavam mais espaço que
248 um CD poderia armazenar.
Ainda foram propostos outros novos padrões de mídias ópticas, como o HVD (Holographic Versatile Disc), mas
a era dos discos refletivos já estava acabando.
Eles chegaram tarde, pois armazenavam 25 GB e os pendrives já estavam em 128 GB. Poucos usuários utiliza-
ram Blu-Ray em seus computadores, sendo mais usados em aparelhos leitores para a reprodução de filmes em
alta resolução.
O armazenamento de dados em discos ópticos foi a opção ideal no momento errado. A demora na populariza-
ção das mídias com o público e o surgimento de outras formas de armazenamento de maior praticidade ou capa-
cidade tornaram as mídias ópticas as preferidas para o armazenamento de cópias de segurança por quase uma
década nas pequenas e médias empresas, porém sem tanta utilização pelos usuários domésticos.
BACKUP NO WINDOWS
O Windows é o sistema operacional da Microsoft muito popular nos computadores pessoais. Desde a versão
Windows XP, existe uma ferramenta nativa para a realização de backup (cópia de segurança dos dados do usuário).
A seguir, veremos os procedimentos para a realização da cópia de segurança em diferentes versões do sistema
operacional. Os procedimentos básicos são os mesmos, mudando um detalhe ou outro. Confira:
Windows XP
A extensão BAK (Backup) é usada por programas instalados no computador para cópia de segurança, geral-
mente temporária, de arquivos que estão em edição.
Windows Vista
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows 7
ARMAZENAMENTO DE DADOS NA
NUVEM Importante!
Tudo que é oferecido pela nuvem é um serviço
Computação em nuvem (em inglês, cloud compu- escalável e personalizável.
ting) refere-se ao processamento de dados remotos. O
usuário envia informações inseridas em seu dispositi-
vo local e os programas, na nuvem, executam as opera- Armazenamento em nuvem é uma opção de arma-
ções solicitadas, devolvendo para o periférico de saída zenamento remoto que usa o espaço em um provedor
do dispositivo local do usuário os resultados obtidos. de data center e é acessível de qualquer computador
A expressão “nuvem” é usada para designar a
com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft One-
Internet, porém, na prática, pode, também, referen-
Drive, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de servi-
ciar um processamento remoto dentro da rede inter-
ços de armazenamento em nuvem.
na da empresa. Vale ressaltar que existem nuvens
privadas, públicas, híbridas e comunitárias.
A Computação em Nuvem é a evolução do prin- Tecnologias de Serviços na Nuvem
cípio da Computação em Grade. Na Computação em
Grade, uma grande quantidade de clusters computa- Existem várias opções que poderão ser contrata-
cionais (servidores conectados entre si dentro de uma das como serviços, sendo as principais em concursos
250 infraestrutura compartilhada) aliada à disseminação públicos: IaaS, PaaS e SaaS. Vejamos cada uma delas:
z Infrastructure as a Service (IaaS): fornece recursos de computação virtualizados pela Internet. O provedor
hospeda o hardware, o software, os servidores e os componentes de armazenamento;
z Platform as a Service (PaaS): proporciona acesso às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento usados
para entregar os aplicativos;
z Software as a Service (SaaS): permite aos usuários o acesso aos bancos de dados e software de aplicativo. Os
provedores de nuvem gerenciam a infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos servidores do provedor
de nuvem.
Obs.: Novas definições são criadas por empresas com propósitos de marketing. Em concursos públicos, as defi-
nições mais questionadas são SaaS, PaaS e IaaS.
Um sistema de computação legado, ou dedicado, é aquele em que a empresa é responsável por todos os itens
do projeto, desde o fornecimento de energia para a operação dos servidores adquiridos por ela, até a disponibili-
zação de aplicações que foram compradas, por meio de Licenças, para sua utilização.
Na computação em nuvem, é possível contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados,
armazenamento, servidores e sistemas de virtualização. Essa é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
Desenvolvedores podem contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados, armazenamento,
servidores, sistemas de virtualização, sistema operacional, banco de dados e segurança digital. Essa é uma Plata-
forma como um Serviço (PaaS).
Usuários podem contratar de uma operadora de nuvem tudo, desde os data centers até as aplicações. Esse é um
Software como um Serviço (SaaS).
Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas de um acesso à rede.
Como é possível observar, a Computação nas Nuvens é uma forma de disponibilização de recursos equiva-
lente à Computação Local, mas remotamente. Na tabela a seguir, vamos comparar esses dois formatos e suas
responsabilidades.
Monitor, impressora, placa de modem, pla- Disponibilizado um link para download, vi-
Saída de Dados
ca de rede, USB, HD etc. sualização ou compartilhamento
Permissões de acesso Responsabilidade do usuário Oferecido pela empresa, definido pelo usuário
251
Benefícios dos Serviços na Nuvem
Ao contratar Infraestrutura como um Serviço (IaaS), o usuário obtém economia de custo (pois não há neces-
sidade de comprar e manter hardwares), tempo de colocação no mercado (pois poderá iniciar suas operações
imediatamente, sem esperar pela instalação de um data center na empresa), disponibilidade em tempo integral
e escalabilidade sob demanda (pela expansão ou contração da empresa de acordo com o dia a dia da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada ao
hardware que não precisa ser adquirido), desenvolvimento simplificado de aplicativos (por conta dos ambientes
de desenvolvimento para diferentes plataformas), colaboração (pela comunicação on-line com outros desenvol-
vedores) e ambiente integrado (para teste, implementação e gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia de gastos (menor custo das licenças de softwares), com-
partilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, o acesso ao
serviço não será impactado com novas instalações e configurações) e independência do sistema operacional (a
troca de dados será realizada pelo protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas operacionais).
O usuário não precisará se preocupar com atualizações de softwares e hardwares, pois serão realizadas pela
empresa contratada. Elas serão automáticas e disponibilizadas em tempo real para todos.
O compartilhamento de informações será facilitado, bastando que outros usuários tenham acesso à Internet, para
que possam acessar os dados compartilhados. Os serviços serão disponibilizados durante 24 horas por dia, pelos sete
dias da semana, com sistemas de redundância e recuperação de falhas sob responsabilidade da empresa contratada.
Assim, a necessidade de manutenção da infraestrutura física da rede local diminui, bastando para o usuário o
fornecimento de energia elétrica e conexão de rede para acesso aos serviços remotos. Além disso, por ter menos
equipamentos na infraestrutura local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e espaço físico serão reduzidos,
o que, indiretamente, contribui para a preservação e uso racional dos recursos naturais.
Ainda, a Computação em Nuvem traz flexibilidade para o uso e contratação de serviços. O usuário pode con-
tratar um pacote básico de serviços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar parâmetros do contrato,
alterando, de forma dinâmica, os limites de utilização.
252
Por fim, é preciso citar, como uma vantagem, a elasticidade rápida. Os recursos são provisionados dinamica-
mente, atendendo às necessidades pontuais da operação do cliente (uma loja virtual pode aumentar a quantidade
de acessos simultâneos ao site apenas na Black Friday por exemplo). Essa é a sua característica mais marcante.
Quanto mais aplicações forem acessadas na nuvem, mais velocidade de transferência de dados será necessá-
ria. Portanto, a principal desvantagem da Nuvem é inerente ao propósito dela mesma.
O tempo de inatividade é outra desvantagem. Quando todos os sistemas estão em uma plataforma, se ela ficar
indisponível, a empresa e os usuários não terão acesso a nada. Felizmente, isso tem mudado e, hoje, as empresas
fornecedoras de serviços na nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso disponível) acima de 99,9999%.
A dificuldade de migração é, sem dúvidas, a principal desvantagem. Quanto mais utilizamos uma determinada
empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados, ela
poderá ser dificultada ou até impossibilitada.
Para minimizar essa desvantagem, a replicação de servidores é uma alternativa quando os dados são replica-
dos entre um servidor local e um servidor na nuvem.
On Demand Self Service, ou Autoatendimento sob Demanda, significa que o usuário pode usar os serviços,
aumentar ou diminuir as capacidades computacionais alocadas, como o tempo de servidor e armazenamento de
rede, sem a intervenção humana com o provedor de serviços. O limite de crédito do seu cartão de crédito virtual
é um exemplo dessa característica.
Ubiquitous Network Access, ou Amplo Acesso à Rede, significa que os serviços são acessíveis a partir de qual-
quer plataforma. O usuário pode acessar um sistema desenvolvido para Windows, armazenado em um servidor
Linux, a partir de seu smartphone Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem são assim.
Resource Pooling, ou Pool de Recursos, significa que os serviços são armazenados em servidores distribuídos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
globalmente e seus recursos virtuais são dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo cliente, conforme a sua
demanda. É o modelo multi-inquilino (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos clientes, em detrimento
da oferta, pelos clientes atuais. Um usuário em São Paulo pode contratar e acessar um serviço ofertado por uma
empresa em Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma cidade na Índia.
Rapid Elasticy, ou Elasticidade Rápida, significa que a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocorrerá
com agilidade, provisionando e liberando, elasticamente, as demandas solicitadas pelo usuário. Ao contratar um
armazenamento de dados na nuvem, o espaço disponível para uso será imediatamente ajustado após a confirma-
ção do pagamento.
Measured Service, ou Serviços Mensuráveis, significa que todos os serviços são controlados e monitorados
automaticamente pela nuvem, de maneira transparente para o usuário, sem a necessidade de conhecimento téc-
nico sobre a sua operação. É transparente para o usuário, pois ele não precisa conhecer onde estão alocados os
recursos computacionais contratados, acessando apenas a interface para acesso.
253
Tipos de Nuvem
Conforme mencionado anteriormente, podemos classificar as nuvens, de acordo com a infraestrutura ou seus
usuários, em: privada, pública, híbrida ou comunidade (comunitária).
No modelo de Nuvem Privada, a infraestrutura é proprietária ou alugada por uma única organização, para
ser operada exclusivamente por ela mesma, podendo ser local ou remota. A empresa aplica políticas de acesso aos
serviços para os usuários cadastrados e autorizados.
A definição de Nuvem Pública indica que a infraestrutura pertence a uma organização que vende serviços
para o público em geral, podendo ser acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço, não
sendo admitidas técnicas de restrição de acesso ou autenticação.
No formato de Nuvem Híbrida, a infraestrutura é composta por, pelo menos, duas nuvens que preservam as
características originais do seu modelo, as quais estão interligadas por uma tecnologia que possibilita a portabili-
dade de informações e de aplicações. Esse é o tipo mais comum encontrado no mercado.
Na Nuvem Comunidade (Comunitária), a infraestrutura é compartilhada por diversas organizações que,
normalmente, possuem interesses comuns, como requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibilidade e/
ou compatibilidade.
Organização X Organização Z
Organização Y
De acordo com a natureza do acesso e dos interesses envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida ou Comunitária.
Ao instalar alguma ferramenta de armazenamento de dados na nuvem, como o Microsoft OneDrive, ou o Goo-
gle Drive, ou Dropbox, é possível associar pastas para serem copiadas para a Internet.
Conforme estudado no tópico sobre as definições de outros tipos de backups, este será um backup do tipo espe-
lhamento, no qual os dados apagados da cópia na nuvem a partir de um dispositivo serão refletidos nos outros
dispositivos conectados na mesma conta.
As ferramentas oferecem espaço gratuito básico, com capacidade entre 2 GB e 15 GB, podendo contratar mais
espaço de armazenamento com 1 TB ou 2 TB de capacidade. O pagamento será por licença de assinatura mensal
ou anual, semelhante ao modelo de licenciamento do Office 365.
Os comunicadores instantâneos dos anos 90 e 2000 evoluíram. Certamente alguns usaram o ICQ nos anos 90 e
outros usaram o MSN Messenger nos anos 2000.
Substituindo o MSN Messenger, a Microsoft lançou o Skype (na verdade, comprou de outra empresa desenvol-
vedora). Com ele, o usuário poderia realizar conversas por chat e até ligações de áudio/videoconferências entre
os usuários do programa. Se comprassem créditos de telefonia, poderia ligar para um telefone fixo convencional.
254
Para o mercado corporativo, a Microsoft desen- com a equipe (dentro do domínio da empresa) e o
volveu o software de comunicação Lync. O Lync, inte- OneDrive para compartilhar com usuários de fora da
grante das versões corporativas do Office se tornou o equipe, na Internet. A versão gratuita não possui o
Lync for Business. E o Skype virou Skype for Business, recurso Microsoft SharePoint, mas o usuário poderá
para pequenos negócios. Nos últimos anos, com a compartilhar arquivos pelo Microsoft OneDrive.
redução do portifólio de produtos, ela reuniu as fun- Com o Teams, você pode conversar por meio de
cionalidades do Skype for Desktop, do Skype for Busi- texto, realizar videoconferências (com webcam) e
ness e do Microsoft Lync for Business em uma nova trocar arquivos. Você pode utilizá-lo via navegador
ferramenta de colaboração. de Internet ou instalar o app no smartphone e ter os
mesmos recursos de conversação e troca de arquivos.
Outras funcionalidades incluem:
Skype for Desktop Se o colaborador não tem o Office 365 em seu com-
putador, poderá instalar a partir do e-mail corporati-
vo/educacional. Acesse o seu webmail (da instituição)
com o e-mail corporativo e senha. No canto superior
esquerdo, acesse Office 365. Faça o download e instala-
ção do Office 365. No primeiro acesso, informe o login
Lynk (for Business) e senha do e-mail corporativo.
256
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Compartilhamento de tela
Adicionar participantes ao chat
Ao receber um chat ou chamada de alguém que não tenha conversado anteriormente, será apresentada a tela
de boas-vindas em que você poderá visualizar a mensagem, e então aceitar ou bloquear.
Na conversa, é possível realizar chamada de áudio, chamada de vídeo, compartilhar a tela de algum programa
aberto ou de todo o dispositivo, adicionar novos participantes ao chat ou exibir a conversa em nova janela.
Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
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tes e compartilhar o link para acesso externo.
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Arquivos da conversa
Mensagens de texto e avisos
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Participantes
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Link do chat
257
Quando o anfitrião cria uma reunião e adiciona os participantes, o chat se torna uma reunião. Assim como em
outros locais, é possível trocar mensagens de texto, compartilhar arquivos, imagens, adicionar novos participan-
tes e compartilhar o link para acesso externo.
Ao iniciarmos a nossa participação no chat, é possível definir como ela será (somente texto, com áudio, com
vídeo). Ao clicar no botão Entrar, a janela de acesso ao chat/reunião será exibida.
Estas configurações poderão ser ajustadas durante a reunião, acessando o item “Mais opções” ou “Mais ações”
(reticências na barra de ferramentas da reunião) e “Configurações do dispositivo”.
Chamadas de Áudio
Durante uma chamada de áudio, após as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados novos
controles, para deixar mudo o seu microfone e encerrar a chamada (Sair).
A chamada de áudio é realizada utilizando a tecnologia VoIP (Voice over Internet Protocol), sem qualquer cus-
to adicional para quem realiza a ligação. As ligações de áudio são realizadas entre os usuários da organização, ou
para externos se eles possuem o Microsoft Teams.
Para iniciar um chat, clique no ícone “Chamada de áudio” (atalho de teclado Ctrl+Shift+C) e aguarde o usuário
atender sua ligação.
Importante!
É possível realizar chamadas telefônicas para números externos por meio do Microsoft Teams. Para tanto, o
usuário precisará ter um pacote de minutos de telefonia contratado junto à Microsoft. O recurso de discagem
está disponível em “Configurações e mais ações”, ao lado do seu nome de usuário.
As chamadas de vídeo apresentam outros recursos, como compartilhamento de tela por exemplo, em que o
258 usuário pode compartilhar com outro aquilo que está sendo visualizado na tela escolhida por ele.
Ativar vídeo (e fazer uma chamada de
áudio se tornar uma videoconferência)
Ativar mudo (Ctrl+Shift+m)
Chamadas de Vídeo
Durante uma chamada de vídeo, feitas as definições das configurações na tela inicial, serão apresentados
novos controles na janela, que permitem:
Tempo decorrido
ou ícone);
z Ativar legendas: quando habilitado, a inteligência artificial procura transcrever as falas dos participantes em
legendas. Disponível para alguns idiomas (julho/2021);
z Iniciar gravação: para gravar a transmissão e disponibilizar posteriormente no OneDrive ou SharePoint (veja
detalhes no item Agendamento de reuniões e gravação);
z Transcrição inicial: disponível para idioma em inglês (julho/2021);
z Não exibir balões do chat: quando alguém envia uma mensagem durante a transmissão, é exibido um balão do
chat caso não esteja com a conversa (de texto) aberta. Nesta opção, você desativa estas notificações;
z Teclado de discagem: quando disponível, é possível realizar chamadas telefônicas para números de telefones
fixos ou móveis.
259
GOOGLE DRIVE
SKYPE
a) arquivos de áudio e CDs, mas não é capaz de reprodu- a) Validação de dados; Formatação condicional
zir arquivos de vídeo. b) Formatação condicional; Gerenciador de cenários
b) arquivos de vídeo e DVDs, mas não é capaz de repro- c) Verificação de erros; Teste de hipóteses
duzir arquivos de áudio. d) Função de consolidação; Formatação condicional
c) CDs e DVDs, mas não é capaz de reproduzir arquivos e) Classificar e Filtrar; Validação de dados
de áudio e de vídeo.
d) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gra- 6. (CESGRANRIO — 2021) Ao chegar para seu primeiro
var DVDs de vídeo. dia de emprego no banco, um novo gerente de TI per-
e) arquivos de áudio e de vídeo, mas não é capaz de gra- cebeu que era demandado muito esforço no setor para
var CDs de áudio. controle do número IP de cada computador, o que cau-
sava, também, alguns erros por uso múltiplo do mes-
3. (CESGRANRIO — 2021) Ao visitar uma agência, um mo IP nas redes.
funcionário de TI de um banco percebeu, durante sua Percebendo uma oportunidade de melhoria, o novo
conversa com um bancário, que a cada 15 minutos, gerente decidiu que os computadores passariam a
um alarme tocava no celular do empregado, e que, obter automaticamente um número IP, por meio do
nesse momento, ele executava um programa no com- protocolo
putador servidor do banco, que rodava o Linux SUSE.
Descobriu, depois, que o mesmo se repetia em todas a) DHCP
as agências. Percebendo isso como um sinal de que b) DNS
havia uma demanda interna de executar esse progra- c) HTTP
ma de tempos em tempos, o funcionário de TI resol- d) IMAP
veu mudar o processo, fazendo esse programa ser e) SMTP
executado automaticamente de forma periódica.
Para alcançar esse objetivo, esse funcionário utilizou a 7. (CESGRANRIO — 2021) A área de atendimento ao clien-
funcionalidade do comando te de um determinado banco precisava treinar todos os
atendentes e gerentes em um novo software de apoio
a) cron à negociação de empréstimos. Buscando os meios
b) curl adequados para atender a essa demanda, o respon-
c) jobs sável pela área de Educação a Distância decidiu que
d) timedatectl o curso seria multimídia, com textos e aulas gravadas,
e) touch garantindo assim que os alunos pudessem realizá-lo no
momento em que quisessem, cada um em seu horário.
4. (CESGRANRIO — 2021) Um colaborador da empresa Isso caracteriza o curso proposto como um curso de
utilizou o Word do Microsoft Office 365 para produzir treinamento on-line
um documento. Depois que o documento foi salvo, o
usuário pressionou o botão Compartilhar para acessar a) assíncrono
a janela Enviar link. Nessa janela, selecionou a opção b) concomitante
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5 A
6 A
7 A
8 B
9 E
10 B
11 A
12 D
13 D
14 D
15 B
16 D
17 C
18 C
19 B
20 E
21 D
ANOTAÇÕES
264
ATENDIMENTO
Tanto os Bancos Comerciais, tradicionais instituições que possuem agências e estruturas físicas, quanto os
novos Bancos Digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis,
como o Banco do Brasil, por exemplo), e e-business (instituições que têm todas as atividades voltadas ao meio digi-
tal e que não existem fisicamente), utilizam no Marketing Digital os mesmos canais, apresentados acima.
GERAÇÃO DE LEADS
Considerando as ações de pré-vendas no Marketing Digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e
a qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.
Site do Banco
Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads
Prospecção
Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, como a apresen-
ATENDIMENTO
tação de conteúdo multimídia, com disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem con-
teúdos auxiliares, tendo como exemplo um texto ou a disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais,
em que esse conteúdo é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição
que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:
z Qualidade no local: Veja como é importante você chegar no destino/local e reparar como todas as coisas estão
no seu devido lugar. A organização é um fator determinante, assim como a limpeza e o ambiente arejado. É
um fator tão importante que podemos pegar como exemplo as agências bancárias, normalmente bem organi-
zadas, arejadas e limpas. Isso fará com que você se sinta bem no ambiente;
z Experiência dos colaboradores: Outro fator importante dento dos aspectos que influenciam os clientes.
Reparamos muito nisso, pois é perceptível;
z Desempenho: Nem sempre o colaborador terá a experiência, mas você perceberá se ele está procurando ter o
melhor desempenho possível e assim entregar um atendimento de qualidade;
z Organização no atendimento: Não tem coisa pior do que se deparar com um atendimento desorganizado. Ima-
gine a situação de chegar em uma agência bancária e não saber ao certo quando será atendido ou simplesmente
perceber situações de pessoas sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham chegado à agência depois de você;
z Opinião de outros clientes: Este é o item mais relevante sobre a experiência que o cliente terá com a organi-
zação. Normalmente, compramos ou deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o que os outros têm a
dizer sobre a organização.
Desempenho
Opinião de
outros clientes
Além dos fatores, algumas competências são necessárias quando se trata de atendimento ao público para que
a experiência do cliente melhore:
z Confiança: É preciso criar um laço de confiança e isso, claro, não se consegue da noite para o dia; o estreita-
mento ocorre à medida que a organização soluciona os problemas do cliente, sejam corriqueiros ou inusitados;
z Fidelidade: Como consequência, o cliente se torna fiel e sempre procurará fazer negócios com a organização.
ATENDIMENTO
Um bom exemplo disso é quando você vai ao shopping e normalmente acaba escolhendo o mesmo local para
almoçar;
z Comunicação: Deve ser clara e precisa, utilizando termos que sejam entendidos por todos. A empatia (colocar-
-se no lugar do outro) contribuirá para o sucesso no momento de se comunicar com o cliente;
z Organização: Mais uma vez este assunto, pois a ordem levará à organização e consequentemente melhorará
a experiência do cliente;
z Atenção: Imagine chegar a um local para ser atendido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da linha de
frente; sem sombra de dúvidas, isso deixará o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é primordial para
melhorar a experiência do cliente e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir. Aliás, é mais importante
ouvir do que falar; 267
z Agilidade: Ninguém gosta de passar minutos ou
horas, dependendo do que está sendo entregue, VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
ção para o problema. Pense em quando você vai Inicialmente, é preciso entender o significado de
até uma agência bancária e pega uma fila na inten- “valor percebido pelo cliente”, o que, talvez, para mui-
ção de pagar uma conta; cada minuto ali será uma tos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa
eternidade. Por isso, o atendimento deve ser ágil, do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
perfeito e eficaz. em comparação aos custos ou quantia real paga. Nes-
te sentido, pode-se compreender que a quantia real
paga não corresponde somente ao custo em termos
Confiança Fidelidade Comunicação
de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo,
energia psíquica e física despendidos para adquirir
um produto ou serviço.
CUSTO TOTAL
Tempo
A fim de que o atendimento de telemarketing apre-
sente reais resultados à organização, é preciso que a
Energia Física prestadora de serviços seja qualificada e possua cre-
dibilidade no segmento. Ademais, deve-se dispor de
uma equipe de profissionais capacitados e constante-
Energia Psíquica
mente treinados para a execução do trabalho.
Pode-se afirmar, por fim, que todos os envolvidos no
Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possí- processo de prestação de serviço de telemarketing têm
vel aumentar o valor percebido pelo cliente? benefícios. Essa é uma modalidade de comunicação bem
Pode-se, por exemplo: assertiva e que demanda menos gastos às empresas,
pois, ao contratá-la, os recursos e o tempo podem ser uti-
z Melhorar os benefícios do produto ou serviço: des- lizados em outros setores da empresa.
sa maneira, aumentará o valor total;
z Reduzir os cursos não monetários (tempo, ener-
gias psíquica e física);
z Reduzir os custos monetários. ETIQUETA EMPRESARIAL
É fato que a organização necessita obter a satis- COMPORTAMENTO, APARÊNCIA, CUIDADOS NO
fação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal
ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO
satisfação:
Uma empresa pode ser definida como um sistema
É alcançada quando suas percepções satisfazem ou
excedem suas expectativas. A satisfação, propicia-
de pessoas e recursos que procura alcançar objetivos.
da por um produto, serviço ou sentimento é função Os recursos estão disponíveis para qualquer organi-
direta do desempenho percebido e das expectativas. zação que tenha capital para investir, diferentemente
Se o desempenho ficar distante das expectativas, o das pessoas que representam o elemento humano da
cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas expec- organização, dotados de uma maior complexidade na
tativas, ficará satisfeito. Se exceder às expectativas sua gestão.
ficará altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. Neste sentido, as pessoas (recursos humanos,
28) capital humano, talentos) levam suas características
pessoais, inteligência, expertise, percepções, atitude
Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal e habilidades até a empresa que, em contrapartida,
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos precisa gerenciar tais recursos para a promoção do
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos desenvolvimento e aquisição de vantagens para a
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco
organização.
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa-
Dessa maneira, especialmente nas atividades
ção do cliente.
de serviços, a qualidade no atendimento ao público
torna-se crucial para satisfação das necessidades do
consumidor final. Atualmente, o atendimento com a
máxima qualidade é considerado como um grande
TELEMARKETING diferencial, o qual proporciona a tão sonhada vanta-
gem competitiva.
O telemarketing é uma estratégia de vendas por Como podemos definir essa qualidade no atendi-
telefone a qual consiste em uma prática comunicati- mento tanto valorizada?
va bastante utilizada pelas empresas em todo o mun-
Atender com qualidade é saber entender às neces-
do. Trata-se de um serviço indispensável para que as
sidades e exigências dos clientes e assim utilizar da
organizações mantenham vínculos efetivos com seus
maneira mais eficiente os recursos disponíveis para
clientes, uma vez que favorece a comunicabilidade
satisfazer (ou até superar) o desejo do cliente!
entre o consumidor e a empresa.
Neste sentido, para alcançar a qualidade total e
Em busca de soluções práticas e eficientes, as quais
elevem o alcance de resultados, as organizações veem garantir a fidelização, é de suma importância atentar-
na prestação do serviço de telemarketing uma exce- -se para os seguintes pontos:
lente saída. Aliás, não são necessários grandes investi-
ATENDIMENTO
Apresentação Conduta
Como sabemos, a primeira impressão é a que fica! Para um bom atendimento é necessário mostrar
Desse modo, o primeiro atendimento irá formar a ima- interesse, demonstrando uma conduta proativa e que
gem da organização perante a percepção do cliente. passe confiança e credibilidade para o cliente. Ao fim,
Assim, é fundamental transmitir confiabilidade e o cliente tem que se sentir importante e ter a certeza
segurança em todos os aspectos ligados à apresenta- que o seu problema vai ser atendido com o máximo
ção inicial, tais como: vestimenta adequada, ambiente esforço.
de trabalho limpo e organizado, tom de voz agradável,
empatia e receptividade
Objetividade
Para facilitar o entendimento, imagine a seguin-
te situação: você está sendo atendido em um hotel 5
Ser objetivo é focar na resolução das necessidades
estrelas em seu primeiro dia de férias como servidor
do cliente, evitando ações ou assuntos que protelam
público. Logicamente, até pelo preço pago, você espe-
desnecessariamente a conclusão do pleito. O cliente
ra que tudo esteja impecável no atendimento para
está ali para ter seu problema solucionado e nada
realização do check-in (lobby agradável e limpo, aten-
dente educado e receptivo, champagne gelada e bor- mais que isso.
bulhando, receptividade). Desse modo, inferimos que o atendimento ao
público se torna peça principal na estratégia da orga-
Atenção, Cortesia e Interesse nização na fidelização dos clientes atuais e na con-
quista de novos consumidores. Como sempre é dito
O responsável pelo atendimento deve prestar aten- no mercado: é muito mais barato manter o cliente do
ção única e exclusiva ao cliente, mostrando interesse que conquistar novos.
total em entender e resolver o problema exposto. Exemplificando o exposto acima, a rede McDon-
O atendimento deve ser prestado de forma profis- ald’s estabelece em seu manual de boas práticas que
sional e cortês, evitando invadir a intimidade da pes- seu pessoal de atendimento de balcão deve “mostrar
soa. No momento do atendimento, é importante que o traços como sinceridade, entusiasmo, confiança e sen-
cliente se sinta o centro das atenções. so de humor “.
Para garantir que o atendimento presencial ao
Presteza e Eficiência público seja o mais prestativo e eficiente, é importante
internalizar as ações e planejar o ambiente de modo
Presteza é oferecer um serviço de maneira ágil
mais propício para atender as boas práticas do proces-
(rápida, célere) e com foco na resolução do problema,
so de atendimento. Neste sentido, podemos dividir as
sem deixar de lado a qualidade, pois nada adianta ser
estratégias em 3 tipos. São eles:
célere e pecar na qualidade oferecida.
As palavras-chave são foco no cliente, não medin-
z Estratégias Verbais
do esforços para que se chegue em uma solução satis-
fatória e rápida para o problema apresentado.
Consistem em ações da comunicação ativa.
Desse modo, a eficiência caminha junto com a preste-
Exemplificando: identificar e tratar, quando possí-
za, ou seja, ao se ofertar um serviço com eficiência máxi-
ma, consequentemente, ele será célere. É importante o vel, o cliente pelo seu nome.
cliente perceber que todos os esforços possíveis estão
sendo empenhados para satisfazer a sua necessidade. z Estratégias Não Verbais
Seguindo esse raciocínio, listamos no quadro a seguir as posturas desejadas para um atendimento de qualidade:
O comportamento de compra complexo envolve um processo de três etapas. Primeiro, o comprador desenvolve
crenças sobre o produto. Segundo, ele desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele faz uma escolha refletida.
(KOTLER, 2000, p. 199).
Há todo um processo envolvido e, para garantir o sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com que o
cliente crie uma relação com o processo de vendas e negociação.
Deve-se, primeiramente, fazer com que o cliente perceba a existência de um problema (às vezes, o cliente
desconhece o seu próprio problema). Após o reconhecimento, é preciso que a área de vendas e negociação desen-
volva um trabalho capaz de mostrar que a organização solucionará o problema. Quando já se tem a consideração
da solução, entra-se na fase de ativar gatilhos mentais, como urgência e exclusividade. Por fim, vem a decisão de
compra, pois o cliente já compreende o seu próprio problema e também que existe uma solução; agora, cabe às
vendas e à negociação oferecer o produto ou serviço que atenda a essa necessidade.
O que fará um cliente fechar com uma organização ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo que
realmente agregue valor, buscando sempre o dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento interpessoal
ATENDIMENTO
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre compradores e vendedores têm um resultado favorável para as empre-
sas de venda, tanto no lado financeiro, quanto na confiança com cliente, no compromisso e na cooperação nos negó-
cios, sendo importante um bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98).
Podemos perceber que a venda vai depender do relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e vendedor);
por isso, o vendedor deve demonstrar empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se relacionar com as pessoas,
aparentar-se bem e possuir excelente capacidade de negociação. Além disso, precisa conhecer bem o produto ou
serviço que negocia e saber lidar com todos os tipos de emoções. 271
seus gastos de marketing e publicidade de maneira
surpreendente.
Relacionamento Negociação Venda Para que uma empresa possa ter seu foco nos
clientes já existentes e não somente na angariação de
novos, consiga apostar no marketing relacional e fide-
lizar seus clientes, deverá ter em atenção alguns pon-
tos: conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar
as suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade.
Problemas com relacionamento e atendimento
QUALIDADE NO ATENDIMENTO A existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem
CLIENTES potencializar a perda de clientes, que normalmente
ocorrem por negligência em alguma área.
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci- No atendimento, as negligências são conhecidas
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces- como sete pecados capitais:
sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
das organizações. Como observamos anteriormente, z Apatia: Relacionada à indiferença no tratamento,
o cliente terá uma determinada experiência e a sua sem demonstração de interesse;
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa z Má vontade: Falta de ação ou atitude por parte do
maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua atendente;
fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje z Frieza: Atendimento entendido como distante,
é o relacionamento. sem observar os desejos do cliente;
Existem certos pontos interessantes que serão z Desdém: Quando o atendente demonstra um “ar” de
benéficos para se manter um padrão de qualidade, superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele z Robotismo: Atendimento engessado;
é um serviço e você já conhece as características que z Apego às normas: Atendimento sem flexibilidade;
norteiam o serviço. z Jogo de Responsabilidade: Quando o atendente
O atendimento tem certas utilidades, a começar: não assume a responsabilidade e “joga” para os
demais ou outros setores.
z Recepcionar: É o primeiro momento com o cliente
e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
quesito, é importante o cumprimento adequado,
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE
(independentemente da idade); OUTUBRO DE 2020
z Informar: Todos nós esperamos receber informa-
ções compreensíveis e concisas de forma correta. A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020, dispõe
Se você não souber uma determinada informação, sobre a constituição e o funcionamento de componente
peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente; organizacional de ouvidoria pelas instituições autori-
z Orientação: Um dos papéis da linha de atendi- zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
mento é orientar o cliente, seja nos próximos pas- A intenção da Resolução é explicitada no art. 1º:
sos ou nas situações do momento;
z Amenizar: É de responsabilidade também do pes- Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e
soal da linha de frente acalmar o cliente em um o funcionamento de componente organizacional de
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar ouvidoria pelas instituições que especifica.
com uma situação de conflito e “destempero”;
z Agilidade: O cliente tem pressa e, a depender do O art. 2º aponta quais instituições devem consti-
tipo de serviço de que necessita, será menos fle- tuir as ouvidorias:
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
imprescindível; Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria
z Comunicação: É o elo entre as partes, por isso, é deve ser constituído pelas instituições autoriza-
preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja das a funcionar pelo Banco Central do Brasil que
entendimento no que está sendo repassado. tenham clientes pessoas naturais, inclusive empre-
sários individuais, ou pessoas jurídicas classifica-
das como microempresas e empresas de pequeno
Você percebeu a necessidade de certos padrões
porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de
para manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a
14 de dezembro de 2006.
organização conseguirá alcançar os objetivos do aten- Parágrafo único. Ficam dispensados de consti-
dimento e do relacionamento interpessoal, como: a tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con-
satisfação dos clientes, a diferenciação, o aumento trole societário de bolsas de valores, de bolsas
de clientes, a boa interação e, claro, a qualidade no de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo-
atendimento. res e de mercadorias e futuros que desempenhem
exclusivamente funções de liquidante e custodiante
MARKETING DE RELACIONAMENTO central, prestando serviços às bolsas e aos agen-
tes econômicos responsáveis pelas operações
O foco do marketing de relacionamento está nos nelas cursadas.
clientes já existentes. É claro que toda organização
deseja conquistar novos clientes, mas apostar em De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
uma relação permanente e duradoura fará até mes- rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
272 mo com que a organização consiga uma economia nos seguir:
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A o § 1º; ou
FUNCIONAR PELO BANCO CEN- b) na associação de classe a que seja filiada ou na
TRAL DO BRASIL, QUE TENHAM bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros
COMO CLIENTES ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas
quais realize operações;
III - a cooperativa singular de crédito filiada a coo-
perativa central pode compartilhar a ouvidoria
constituída na respectiva cooperativa central, con-
Pessoas federação de cooperativas de crédito ou banco do
Pessoas
Naturais sistema cooperativo; e
Jurídicas
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria
constituída em cooperativa central, federação de
cooperativas de crédito, confederação de cooperati-
z Microempresas de Incluindo os vas de crédito ou associação de classe da categoria.
pequeno porte empresários § 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a»,
z Microempresas individuais do caput, consideram-se ligadas entre si as institui-
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil:
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capítu-
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou
lo II, desta Resolução, “Da finalidade”, que aponta as mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e
finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido- II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou
ria. Vejamos: mais do capital de uma participem com 10% (dez
por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: indiretamente.
I - atender em última instância as demandas dos § 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput,
clientes e usuários de produtos e serviços que não não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
tiverem sido solucionadas nos canais de aten- tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
dimento primário da instituição; e financiamento e investimento, associações de pou-
II - atuar como canal de comunicação entre a pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
instituição e os clientes e usuários de produtos mercantil que realizem operações de arrendamento
e serviços, inclusive na mediação de conflitos. mercantil financeiro.
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con- § 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do
sidera-se primário o atendimento habitual realiza- caput, somente se aplica a associação de classe ou
do em quaisquer pontos ou canais de atendimento, bolsa que possuir código de ética ou de autorregu-
incluídos os correspondentes no País e o Serviço de lação efetivamente implantado, ao qual a institui-
Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o ção tenha aderido.
Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
O Capítulo IV, da Resolução, trata especificamen-
Perceba que o inciso I, do art. 3º, aponta que as
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas
ouvidorias somente irão atender as demandas em
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres,
última instância, o que quer dizer que as deman-
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com
das deverão passar primeiramente por outros meios
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as
e canais de atendimento primário da instituição e,
seguintes atividades:
somente caso estas não puderem ser solucionadas,
então serão destinadas às ouvidorias.
Já o Capítulo III, desta Resolução, trata da organi- ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º)
zação e estrutura da ouvidoria:
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí- formal e adequado às demandas dos clientes e usuá-
vel com a natureza e a complexidade dos produtos, rios de produtos e serviços
serviços, atividades, processos e sistemas de cada
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca
instituição.
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
do andamento das demandas, informando o prazo pre-
culada a componente organizacional da insti- visto para resposta
tuição que configure conflito de interesses ou de III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda
atribuições, a exemplo das unidades responsáveis
no prazo previsto
por negociação de produtos e serviços, gestão de ris-
cos, auditoria interna e conformidade (compliance). IV - manter o conselho de administração, ou, na sua
ATENDIMENTO
Ouvidor deve:
z I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo menos duas instituições autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer das instituições;
z III - a cooperativa singular de crédito filiada à cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria constituída
na respectiva cooperativa central, confederação de cooperativas de crédito ou branco do sistema cooperativo;
z IV - a cooperativa singular de credito não filiada
z à cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa central, federação de coope-
rativas de crédito, confederação de cooperativas de crédito ou associação de classe da categoria:
Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições
referidas no art. 2º devem:
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de
mercadorias e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da entidade ou empresa que constituir
a ouvidoria.
Por fim, o Capítulo VI trata da prestação de informações e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:
Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar relatório semestral quantitativo e qualitativo refe-
rente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria,
quando constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem divulgar semestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet,
as informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, inclusive os dados relativos à avaliação
direta da qualidade do atendimento de que trata o art. 16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de
dados e de informações relativos às atividades da ouvidoria.
A avaliação direta da qualidade do atendimento mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfação dos
usuários e clientes, que avaliam o atendimento prestado pela ouvidoria.
Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860, de 2020, o Capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocorrerá
um exame de certificação para que os integrantes da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º, desta Reso-
lução, sejam considerados aptos. Acompanhe a seguir:
Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem adotar providências para que os integrantes da ouvidoria que
realizem as atividades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por
entidade de reconhecida capacidade técnica.
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do consumidor e à
mediação de conflitos.
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no caput fica condicionada à comprovação de aptidão no
exame de certificação, além do atendimento às demais exigências desta Resolução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a capacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em rela-
ção aos temas mencionados no § 1º.
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formalidade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da
associação de classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas no art. 6º.
O Capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de avaliação direta da qualidade do atendimento prestado pela
ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente abordado quando tratamos do art. 13. Observe como será realizada a
avaliação direta de qualidade:
Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem implementar instrumento de avaliação direta da qualidade do
atendimento prestado pela ouvidoria a clientes e usuários.
ATENDIMENTO
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de
investimento, caixas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento.
275
Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito
Bancos à ouvidoria e os dados relativos ao diretor respon-
Comerciais sável pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseri-
dos e mantidos permanentemente atualizados em
sistema de registro de informações do Banco Cen-
tral do Brasil.
Bancos Parágrafo único. O disposto no caput deve ser
Múltiplos observado, inclusive, pela instituição que não cons-
tituir componente de ouvidoria próprio em decor-
rência da faculdade prevista no art. 5º.
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as
Bancos de medidas necessárias à execução do disposto nesta
Investimento Resolução.
AVALIAÇÃO DE QUALI-
DADE DO ATENDIMEN-
TO PRESTADO PELA Caixa
OUVIDORIA Econômicas RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 26 DE
APLICA-SE A MARÇO DE 2009
Por se tratar de um ato normativo extremamente
Sociedades reduzido e com uma alta probabilidade de ser inci-
de Crédito dente em sua prova — ser cobrada a letra seca do tex-
to —, abordaremos em sua totalidade os dispositivos
expostos para um estudo completo.
Esta resolução disporá sobre a prevenção de riscos
Sociedades de na contratação de operações e na prestação de serviços
Financiamento por parte de instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
As instituições financeiras, bem como as autoriza-
das a funcionar pelo Bacen, deverão assegurar algu-
Sociedades de mas garantias, as quais encontram-se elencadas nos
Investimento incisos do art. 1º:
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- especial atenção à parte relativa aos crimes e às infra-
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa ções administrativas, por serem esses os pontos mais
parcela da população faz parte de um discurso atual, cobrados pelas bancas examinadoras.
resultado da forma como essas pessoas passaram a
ser percebidas. NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
É possível visualizar, ao longo da história, que as DEFICIÊNCIA
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro
modos diferentes, conforme cada período temporal. A A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes- tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
soas com deficiência, pois, para as pessoas daquela princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas 277
com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a Importante
parte especial é composta dos meios de proteção, A competência é do Poder Executivo e, não, do
quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual Poder Legislativo.
perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.
Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que As residências inclusivas têm caráter de assis-
tência para aquelas pessoas com deficiência que são
impeça ou limite a participação social da pessoa com
dependentes, porém não possuem vínculos familiares
deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
capazes de lhes dar suporte.
públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas z Moradia para a vida independente da pessoa
comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul- com deficiência: moradia com estruturas adequa-
dade de acesso às tecnologias (tecnológicas). das capazes de proporcionar serviços de apoio cole-
tivos e individualizados que respeitem e ampliem
z Comunicação: forma de interação dos cidadãos o grau de autonomia de jovens e adultos com
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu- deficiência.
sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua-
lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
ampliarão o seu grau de autonomia.
os dispositivos multimídia, assim como a lingua-
gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e
z Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
os meios de voz digitalizados e os modos, meios e
família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
formatos aumentativos e alternativos de comunica- presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
ção, incluindo as tecnologias da informação e das deficiência no exercício de suas atividades diárias,
comunicações. excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi-
z Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e cados com profissões legalmente estabelecidas.
ajustes necessários e adequados que não acarretem z Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce
ônus desproporcional e indevido, quando requeri- atividades de alimentação, higiene e locomoção do
dos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa estudante com deficiência e atua em todas as ativi-
com deficiência possa gozar ou exercer, em igualda- dades escolares nas quais se fizer necessária, em
de de condições e oportunidades com as demais pes- todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas
soas, todos os direitos e liberdades fundamentais.
ou os procedimentos identificados com profissões
z Elemento de urbanização: quaisquer componen-
legalmente estabelecidas.
tes de obras de urbanização, tais como os referen- z Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
tes a pavimentação, saneamento, encanamento com deficiência, podendo ou não desempenhar as
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de funções de atendente pessoal.
gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não
os que materializam as indicações do planejamento discriminação, consubstanciados no princípio da
urbanístico. promoção da igualdade presente na Convenção sobre
z Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
1º, do art. 4º, preocupou-se em definir discrimina-
ATENDIMENTO
dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que pessoa com deficiência. Cabe ao Poder Público a res-
advenham dessa condição e favorecer a sua integra- ponsabilidade de desenvolver um plano específico de
ção na comunidade. medidas, a ser renovado no período de quatro anos,
para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias.
Dica Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados,
pelo menos, a cada dois anos.
É a escola que deve se adaptar ao aluno, buscan- O direito à participação na vida pública e políti-
do compreender suas necessidades e caracterí- ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
sitcas e não o contrário. da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são 281
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei- Direta: praticar
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
ART. 88 - CONDUTAS
de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
Regionais Eleitorais.
Por último, também é estabelecido, na Lei nº Indireta: induzir
13.146, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele
está previsto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, esti-
mular a criação de cursos de pós-graduação na área
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos Indireta: instigar
humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
área de conhecimento. Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela, tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
constam disposições acerca do direito de acesso à discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
a tipificação de determinadas condutas, como crimes tar o exercício pleno de direitos.
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao Poder Público realizar as adaptações e propor- § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
para a plena participação da pessoa com deficiência do agente.
no âmbito do Poder Judiciário.
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de cau-
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons-
sa de aumento de pena. Trata-se do fato de o agen-
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno te, que praticou uma das condutas elencadas, ser o
exercício de suas capacidades. responsável (legal ou não) por aquele que sofreu a
discriminação. O aumento de 1/3 da pena decorre da
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS proximidade e do dever de cuidado para com a pes-
soa com deficiência. São exemplos: pais, tutores, cura-
Os crimes e as infrações administrativas estão dis- dores, guardiões, professores, médicos, cuidadores,
postos nos arts. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape- entre outros.
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os
demais apresentam pena de reclusão. § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
Detenção e reclusão são modalidades de penas pri- te artigo é cometido por intermédio de meios de
vativas de liberdade. comunicação social ou de publicação de qual-
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais quer natureza:
severas, por ser a única a admitir o regime inicial de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
cumprimento fechado. Essa modalidade admite os três
regimes de cumprimento: fechado, semiaberto e aberto. O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
Já a pena de detenção é aplicada a condenações me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mais leves, uma vez que o regime inicial de cum- da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
primento será o semiaberto. A detenção admite os meios de comunicação social ou de publicação de
regimes de cumprimento semiaberto e aberto, não qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
admitindo o fechado. de, chegando ao conhecimento de um número maior
Vamos ao estudo dos crimes: de pessoas.
A qualificadora altera o patamar da pena (penas
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- mínima e máxima constantes do tipo penal — precei-
ção de pessoa em razão de sua deficiência: to secundário) em razão de novas elementares acres-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. centadas, o que faz com que ele seja um tipo derivado
autônomo ou independente. Por outro lado, a causa
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos:
de aumento (majorante) é apenas uma hipótese para
z Participação direta do agente na conduta deli- que a pena possa ser aumentada.
tuosa: Aqui, o agende age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
no verbo praticar; determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
z Participação indireta do agente na conduta deli- do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência:
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exempla-
de que ela pratique a discriminação: Aqui, temos
res do material discriminatório;
dois agentes, um que desperta a atenção de outro II - interdição das respectivas mensagens ou pági-
para a prática do crime e outro que, efetivamente, nas de informação na internet.
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir;
z Participação indireta do agente na conduta O parágrafo terceiro dispõe a consequência do
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes- crime cometido por intermédio de meios de comu-
soa a praticar a discriminação: Diferentemente nicação social ou de publicação de qualquer nature-
da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já za. Trata-se de medida para evitar a propagação da
tinha a intenção de discriminar, havendo apenas discriminação, uma vez que, verificada a ocorrência
um reforço/encorajamento. Temos, também, dois de discriminação da pessoa com deficiência por esses
agentes, um que reforça e outro que pratica. A con- meios, é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério
duta está no verbo instigar. Público ou a pedido deste, determinar o recolhimento
282
de todo o material em que está descrita a discrimina- Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
ção. No caso de divulgação em site de internet, pode-se terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
determinar a retirada do ar da página ou do conteúdo.
O crime do art. 91 pode ser praticado por duas
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito condutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- agente fica na posse ou utiliza-se de cartão magnéti-
são, a destruição do material apreendido. co ou meio eletrônico ou documento pessoal, com a
finalidade de obter vantagem indevida para si ou para
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá outrem. Exemplo: utilização de carteira de passe livre
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. em transporte coletivo com a intenção de não pagar
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- a passagem. Trata-se de crime mais brando do que o do
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso art. 89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa
cabível), todo o material apreendido será destruído. com deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8º, da
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
outro rendimento de pessoa com deficiência: soas com deficiência. Vejamos:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
(dois) a 5 (cinco) anos e multa:
O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- deficiência;
dimento da pessoa com deficiência. Já no desvio, o II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
agente dá um destino diferente ao bem, proventos, de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
em razão de sua deficiência;
pensões, benefícios ou qualquer outro rendimento da
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
pessoa com deficiência. As duas condutas são punidas
ção à pessoa em razão de sua deficiência;
com pena de reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou
deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiência;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
fissão para o cometimento do crime. subjetivos para indeferimento de inscrição, de
aprovação e de cumprimento de estágio probatório
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em em concursos públicos não exclui a responsabilida-
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- de patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
multa. dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não planos privados de assistência à saúde, inclusive
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa (um terço).
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inci-
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar so I a conduta de cobrar valores adicionais por parte
assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado da instituição de ensino. Exemplos clássicos são as
ATENDIMENTO
Mais adiante, tem-se a tratativa dos dados sensí- Os direitos do titular dos dados tratados são regu-
veis, sendo encaixados, aqui, os dados sobre origem lamentados pelos artigos compreendidos entre o 17 e
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, o 22. Neste capítulo, disciplina a LGPD que:
filiação a sindicato ou à organização de caráter reli-
gioso, filosófico ou político, entre outros. Art. 17 Toda pessoa natural tem assegurada a
Na presente temática, muito se fala sobre a trata- titularidade de seus dados pessoais e garantidos
tiva feita de forma anônima. Isso quer dizer que os os direitos fundamentais de liberdade, de inti-
dados pessoais sensíveis serão tratados sem a especi- midade e de privacidade, nos termos desta Lei.
ficação da titularidade.
Sobre os dados anonimizados, tem-se o seguinte: Ademais, o titular dos dados poderá requisitar ao
controlador:
Art. 12 Os dados anonimizados não serão conside-
rados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo z Confirmação da existência de tratamento;
quando o processo de anonimização ao qual foram z Acesso aos dados;
submetidos for revertido, utilizando exclusivamen- z Correção de dados incompletos, inexatos ou
te meios próprios, ou quando, com esforços razoá- desatualizados;
veis, puder ser revertido. z Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados
desnecessários, excessivos ou tratados em descon-
Em relação ao tratamento de dados de crianças e formidade com o disposto nesta Lei;
adolescentes, preceitua-se que deverá ser feito em seu z Portabilidade dos dados a outro fornecedor de
melhor interesse, havendo, no entanto, algumas pecu- serviço ou produto, mediante requisição expres-
liaridades. Vejamos: sa, de acordo com a regulamentação da autorida-
de nacional, observados os segredos comercial e
z O tratamento de dados pessoais de crianças deve- industrial;
rá ser realizado com o consentimento específico e z Eliminação dos dados pessoais tratados com o con-
em destaque dado por, pelo menos, um dos pais ou sentimento do titular, exceto nas hipóteses previs-
286 pelo responsável legal; tas no art. 16, desta Lei;
z Informação das entidades públicas e privadas com Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em
as quais o controlador realizou uso compartilhado decorrência do tratamento de dados pessoais por
de dados; órgãos públicos, a autoridade nacional poderá
enviar informe com medidas cabíveis para fazer
z Informação sobre a possibilidade de não fornecer
cessar a violação.
consentimento e sobre as consequências da negativa; Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a
z Revogação do consentimento. agentes do Poder Público a publicação de relatórios
de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a
Os dados fornecidos pelo titular não poderão ser adoção de padrões e de boas práticas para os trata-
usados em seu prejuízo, conforme o art. 21. Vejamos: mentos de dados pessoais pelo Poder Público.
autoridade nacional e com o consentimento do titular de proteção a dados pessoais conferido por país ou
dos dados. organismo internacional.
Entretanto, como toda regra tem suas exceções,
poderá haver o compartilhamento sem que haja o DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
consentimento do titular nos casos de dispensa de
consentimento prevista na LGPD, nos casos de uso Os controladores e operadores (agentes de trata-
compartilhado de dados e nas exceções previstas no mento) deverão pautar-se nas medidas de segurança
§ 1º, do art. 26. de natureza técnica e administrativas, preservando,
Quanto à responsabilidade do Poder Público, dis- assim, a segurança dos dados, inclusive após o térmi-
põem os arts. 31 e 32 o seguinte: no do tratamento. 287
Art. 46 Os agentes de tratamento devem adotar novos produtos e serviços, conceder benefícios e seg-
medidas de segurança, técnicas e administrativas mentar os clientes, visando à ampliação da carteira do
aptas a proteger os dados pessoais de acessos não banco.
autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de Uma ferramenta muito utilizada pelos bancos com
destruição, perda, alteração, comunicação ou qual- esse propósito é a(o)
quer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
Art. 47 Os agentes de tratamento ou qualquer a) CRM
outra pessoa que intervenha em uma das fases b) ERP
do tratamento obriga-se a garantir a segurança c) BtoB
da informação prevista nesta Lei em relação aos d) BtoE
dados pessoais, mesmo após o seu término. e) E-Business
Caso haja risco ou dano relevante, dispõe o art. 48 que: 2. (CESGRANRIO — 2015) Em relação às mensagens
empregadas na promoção e venda de produtos e ser-
Art. 48 O controlador deverá comunicar à autori-
viços, incluindo os bancários, não devem ser feitas
dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente
ofertas de ação negativa.
de segurança que possa acarretar risco ou dano
São ofertas de ação negativa aquelas que
relevante aos titulares.
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o con-
trolador e o operador levarão em consideração, em a) esclarecem o que não é fornecido na prestação do serviço.
relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o b) exigem uma manifestação de não aceitação pelo cliente.
escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravida- c) impactam os clientes que não fazem parte do público-
de dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata- -alvo da empresa.
mento de dados do titular. d) são dirigidas especificamente ao público da terceira idade.
e) utilizam mensagens subliminares para convencimen-
DA FISCALIZAÇÃO to do público.
originário.
cor, religião. b) está correta, se considerado o claro consentimento do
b) divisão dos correntistas com base na capacidade de correntista.
investimento. c) seria exigível para quebra de sigilo bancário por ordem
c) omissão de informações importantes sobre a vida judicial.
particular do atendente. d) deve ser ponderada com as necessidades negociais
d) separação dos clientes por idade, sexo, renda ou esta- do banco.
do civil. e) decorre da novidade dos produtos apresentados, não
e) discernimento em relação à condição financeira do se aplicando a produtos já constantes da carteira do
cliente. banco. 289
9 GABARITO
1 A
2 B
3 B
4 B
5 B
6 A
7 C
8 C
9 A
10 E
11 E
12 B
ANOTAÇÕES
290
+ Art. 3º [...]
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições
financeiras;
CONHECIMENTOS
A liquidez e a solvência das instituições financei-
ras impactam na segurança e no grau de confiabilida-
de do Sistema Financeiro Nacional. Trata-se, portanto,
ESPECÍFICOS de permanente preocupação do CMN.
Art. 3º [...]
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia,
orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO externa.
NACIONAL
O CMN é, portanto, o grande coordenador das polí-
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL ticas econômicas do país.
Lembre-se: O CMN é um órgão apenas normati-
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o princi- vo, não é um órgão executivo. Formular a política da
pal órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi-
(SFN), e tem, conforme o previsto no art. 2º da Lei nº co e social do país, é sua principal atribuição. Então,
4.595, de 1964, a finalidade de formular a política da tudo que a ele se referir estará relacionado à emissão
moeda e do crédito, objetivando o progresso econômi- de normas, à definição de regras.
co e social do país. Atente-se, sempre, ao verbo utilizado na questão.
O CMN é responsável pelas diretrizes e normas Verbos de ação (fazer, executar, efetuar, realizar, fis-
das políticas monetária, creditícia e cambial. É ele, calizar) geralmente não se enquadram nas atividades
portanto, que coordena a política macroeconômica do do CMN, que não possui atividades executivas e, sim,
governo. dá ordens, por ser o “chefe”.
Nosso primeiro passo será conhecer os seus objeti-
vos. Na prática, para que o CMN foi criado?
COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS
OBJETIVOS
Estabelecidos os objetivos do CMN, vamos conhe-
cer algumas competências e características que mere-
A melhor forma de conhecer os objetivos do CMN
cem atenção e que estão definidas em diferentes
é analisá-los, um por um, conforme dispostos no art.
legislações.
3º da Lei nº 4.595, de 1964. Vejamos:
Existem quatro legislações que nos interessam
para a prova. Qualquer questão que trate do CMN terá
Importante! embasamento em uma dessas quatro normas. São
elas:
Alguns incisos desse artigo foram revogados
pela Lei Complementar nº 179, de 2021. z Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
Portanto, apresentaremos a seguir apenas os z Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
incisos que permanecem vigentes. z Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995;
z Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999.
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional
Vamos seguir a ordem cronológica, aprendendo
objetivará: [...]
o que cada uma dessas legislações atribuiu ao CMN.
IV - Orientar a aplicação dos recursos das insti-
tuições financeiras, quer públicas, quer privadas; Você não precisa ir até essas normas e estudar a “lei
tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do seca”, pois o que nos interessa está aqui.
País, condições favoráveis ao desenvolvimento har-
mônico da economia nacional; LEI Nº 4.595, DE 31 DEZEMBRO DE 1964
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O CMN define regras gerais de atuação para os O art. 4º da Lei nº 4.595, de 1964, traz as competên-
diversos tipos de instituições financeiras, estabele- cias do CMN previstas naquela Lei, e seu estudo aju-
cendo os segmentos em que podem atuar. Pode ainda dará a formar o conceito sobre o que é o CMN e qual
diferenciar certas regras conforme as regiões do país, a sua função.
buscando diminuir desigualdades regionais.
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional,
Art. 3º [...] segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e República:
dos instrumentos financeiros, com vistas à maior I - Revogado;
eficiência do sistema de pagamentos e de mobiliza- II - Revogado;
ção de recursos; III - Aprovar os orçamentos monetários, prepara-
dos pelo Banco Central da República do Brasil, por
O CMN deve buscar também o aperfeiçoamento meio dos quais se estimarão as necessidades glo-
das instituições financeiras e de seus produtos e servi- bais de moeda e crédito;
ços, objetivando facilitar e fortalecer a intermediação IV - Determinar as características gerais das cédu-
financeira. las e das moedas; 291
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
inclusive quanto a compra e venda de ouro e quais- das sociedades de economia mista e empresas do
quer operações em Direitos Especiais de Saque e em Estado;
moeda estrangeira; XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valo-
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas moda- res e dos corretores de fundos públicos;
lidades e as operações creditícias em todas as XXII - Estatuir normas para as operações das ins-
suas formas, inclusive aceites, avais e prestações tituições financeiras públicas, para preservar sua
de quaisquer garantias por parte das instituições solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos
financeiras; desta lei;
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º des- XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital
ta Lei com a de investimentos do Governo Federal; realizado e reservas livres, o limite além do qual os
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fisca- excedentes dos depósitos das instituições financei-
lização dos que exercerem atividades subordinadas ras serão recolhidos ao Banco Central da República
a esta lei, bem como a aplicação das penalidades do Brasil ou aplicados de acordo com as normas
previstas; que o Conselho estabelecer;
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de XXIV - Decidir de sua própria organização; elabo-
juros, descontos, comissões e qualquer outra forma rando seu regimento interno no prazo máximo de
de remuneração de operações e serviços bancários trinta (30) dias;
ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas Central da República do Brasil;
favorecidas aos financiamentos que se destinem a XXVI - Revogado;
promover: XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas
- recuperação e fertilização do solo; do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu
- reflorestamento; orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade,
- combate a epizootias e pragas, nas atividades bem como sobre a forma e prazo de transferência
rurais; de seus resultados para o Tesouro Nacional, sem
- eletrificação rural; prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
- mecanização; União.
- irrigação; XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que fun-
- investimento indispensáveis às atividades cionem no País as mesmas vedações ou restrições
agropecuárias; equivalentes, que vigorem nas praças de suas
matrizes, em relação a bancos brasileiros ali insta-
Obs.: Esse inciso dá competência ao CMN para lados ou que nelas desejem estabelecer - se;
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instru-
autorizar taxas de juros diferenciadas para operações
ção dos processos de empréstimos externos dos
direcionadas ao crédito agrícola em geral. É um bene-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para
fício que a lei traz para o setor do agronegócio e da cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Cons-
agricultura familiar. tituição Federal;
XXX - Expedir normas e regulamentação para as
X - Determinar a percentagem máxima dos recur- designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.
sos que as instituições financeiras poderão empres- XXXI - Baixar normas que regulem as operações
tar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
XI - Estipular índices e outras condições técnicas prazos e outras condições.
sobre encaixes, mobilizações e outras relações XXXII - Regular os depósitos a prazo de instituições
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a fun-
financeiras; cionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
estatística a serem observadas pelas instituições coligadas.
financeiras; § 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercí-
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a cio das atribuições previstas no inciso VIII deste
dois anos o capital mínimo das instituições finan- artigo, poderá determinar que o Banco Central da
ceiras privadas, levando em conta sua natureza, República do Brasil recuse autorização para o fun-
bem como a localização de suas sedes e agências cionamento de novas instituições financeiras, em
ou filiais; função de conveniências de ordem geral.
XIV - Revogado; § 2º Competirá ao Banco Central da República do
XV - Estabelecer para as instituições financeiras Brasil acompanhar a execução dos orçamentos
públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídi- monetários e relatar a matéria ao Conselho Mone-
cas de direito público que lhes detenham o controle tário Nacional, apresentando as sugestões que con-
acionário, bem como dos das respectivas autar- siderar convenientes.
quias e sociedades de economia mista, no cálculo a § 3º Revogado;
que se refere o inciso anterior; § 4º O Conselho Monetário nacional poderá convi-
XVI - Revogado; dar autoridades, pessoas ou entidades para prestar
XVII - Revogado; esclarecimentos considerados necessários.
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do
do Brasil o monopólio das operações de câmbio art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar
quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de homologação à emissão extraordinária efetuada,
pagamentos ou houver sérias razões para prever a as autoridades responsáveis serão responsabiliza-
iminência de tal situação; das nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
XIX - Revogado; § 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará
XX - Autorizar o Banco Central da República do ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano,
Brasil e as instituições financeiras públicas federais relatório da evolução da situação monetária e cre-
292 a efetuar a subscrição, compra e venda de ações ditícia do País no ano anterior, no qual descreverá,
minudentemente as providências adotadas para Em seu art. 2º, a Lei 6.385, de 1976, apresenta o que
cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta são os valores mobiliários:
lei, justificando destacadamente os montantes das
emissões de papel-moeda que tenham sido feitas Art. 2º São valores mobiliários sujeitos ao regime
para atendimento das atividades produtivas. desta Lei:
§ 7º O Banco Nacional da Habitação* é o prin- I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
cipal instrumento de execução da política habi- II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e cer-
tacional do Governo Federal e integra o sistema tificados de desdobramento relativos aos valores
financeiro nacional, juntamente com as sociedades mobiliários [...];
de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, III - os certificados de depósito de valores
coordenação e fiscalização do Conselho Monetário mobiliários;
Nacional e do Banco Central da República do Bra- IV - as cédulas de debêntures;
sil, quanto à execução, nos termos desta lei, revoga- V - as cotas de fundos de investimento em valores
das as disposições especiais em contrário. mobiliários ou de clubes de investimento em quais-
quer ativos;
VI - as notas comerciais;
* Observação: O Banco Nacional da Habitação foi
VII - os contratos futuros, de opções e outros deri-
extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal (que vativos, cujos ativos subjacentes sejam valores
o sucedeu em todos os seus direitos e obrigações) pelo mobiliários;
Decreto-Lei nº 2.291, de 1986. VIII - outros contratos derivativos, independente-
Sobre as competências do CMN previstas no art. 4º mente dos ativos subjacentes; e
da Lei nº 4.595, de 1964, é importante observar que: IX - quando ofertados publicamente, quaisquer
outros títulos ou contratos de investimento coleti-
z As competências listadas estão relacionadas a: vo, que gerem direito de participação, de parceria
ou de remuneração, inclusive resultante de presta-
Política monetária (moeda); ção de serviços, cujos rendimentos advêm do esfor-
ço do empreendedor ou de terceiros.
Política creditícia (crédito e juros);
§ 1º Excluem-se do regime desta Lei:
Política cambial;
I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou
Aperfeiçoamento das instituições e instrumen- municipal;
tos financeiros e solidez do SFN. II - os títulos cambiais de responsabilidade de insti-
tuição financeira, exceto as debêntures.
z Os verbos utilizados sempre estão relacionados
com o fato de o CMN ser um órgão normativo, e A Lei 6.385, de 1976, também traz alguns dispositi-
não executivo. Veja que os incisos começam com vos que definem competências e atribuições ao CMN.
“autorizar”, “estabelecer”, “aprovar”, “determi- Veja o que dizem os arts. 3º e 4º:
nar”, “fixar”, “disciplinar”, “coordenar”, “regular”,
“estipular” etc. Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:
I - definir a política a ser observada na organiza-
É importante compreender e fixar essas caracte- ção e no funcionamento do mercado de valores
rísticas para resolver questões que abordem as com- mobiliários;
petências do CMN na sua prova. II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
III - fixar, a orientação geral a ser observada pela
Comissão de Valores Mobiliários no exercício de
LEI Nº 6.385, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976 suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores
A Lei nº 6.385, de 1976, é o diploma legal que insti- Mobiliários que devem ser exercidas em coordena-
tuiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entida- ção com o Banco Central do Brasil.
de supervisora responsável por fiscalizar, normatizar, V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da
disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobi- Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a
liários no Brasil. Vejamos o que dizem o art. 1º e seus retribuição do presidente, diretores, ocupantes de
respectivos incisos: funções de confiança e demais servidores. (Inciso
Incluído Pela Lei nº 6.422, de 8.6.1977)
VI - estabelecer, para fins da política monetária e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A Lei nº 9.069, de 1995, foi a Lei que instituiu o O CMN é composto pelos seguintes membros:
Plano Real. Ela alterou a composição do CMN e a lista
das Comissões que atuam junto ao Conselho (anterior- z Ministro de Estado da Economia, que é o seu pre-
mente previstas nos arts. 6º e 7º da Lei nº 4.595, de sidente;
1964, que não estão mais em vigor), e foi recentemen- z Presidente do Banco Central do Brasil;
te modificada pela Lei nº 13.844, de 2019, em função
z Secretário Especial de Fazenda do Ministério da
da nova organização ministerial estabelecida pelo
Economia.
atual governo.
Além disso, essa lei traz outros pontos importantes
sobre o CMN que são frequentemente abordados em Nos casos de urgência e relevante interesse, o
concursos. Vamos a ela: Presidente do CMN pode deliberar ad referendum do
Conselho, submetendo a decisão ao colegiado na pri-
Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado meira reunião que se seguir àquela deliberação. Isso
pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa significa que, havendo urgência e relevante interesse,
294 a ser integrado pelos seguintes membros: o Presidente do CMN (o Ministro da Economia) pode
deliberar sobre determinado assunto e submeter sua V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e
decisão aos demais membros na próxima reunião do Infra-Estrutura Urbana;
Conselho. VI - de Endividamento Público;
O Conselho reúne-se, ordinariamente, uma vez por VII - de Política Monetária e Cambial.
mês, e, extraordinariamente, sempre que for convoca-
do por seu Presidente. Importante! A Lei nº 13.844, de 2019, em seu art.
63, alterou a Lei nº 9.069, de 1995, estabelecendo que
De acordo com seu Regimento Interno (Decreto nº
o CMN agora é composto da seguinte forma:
1.307, de 1994), participam das reuniões do CMN:
Art. 63 [...]
Art. 16 [...]
I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá;
I - os Conselheiros; II - Presidente do Banco Central do Brasil; e
II - os membros da Comoc; III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério
III - os Diretores do Banco Central, não integrantes da Economia.
da COMOC;
IV - Representantes das Comissões Consultivas, A Lei nº 13.844, de 2019, também atualizou a com-
quando convocados pelo Presidente do CMN. posição da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito
(Comoc), que passou a ser composta dos seguintes
Ainda de acordo com o Regimento Interno, pode- membros:
rão assistir as reuniões do CMN:
z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
Art. 16 [...] Brasil;
§ 1º [...]
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
a) assessores credenciados individualmente pelos
conselheiros; z Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro
b) convidados do presidente do conselho [...]; Nacional e de Política Econômica do Ministério da
c) funcionários da secretaria-executiva do conse- Economia.
lho, credenciados pelo Presidente do Banco Central
do Brasil. A Comissão é coordenada pelo Presidente do Ban-
co Central do Brasil.
As decisões do CMN são tomadas por maioria sim-
ples de votos. Somente aos conselheiros é dado o direi- Dica
to de voto (§ 2º, art. 16).
A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) As bancas de concursos públicos costumam
é composta pelos seguintes membros: perguntar sobre a composição do CMN e/ou da
Comoc.
z Presidente e quatro Diretores do Banco Central do
Brasil; DECRETO Nº 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999
z Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
z Secretário-Executivo do Ministério da Economia; Com o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999,
z Secretário do Tesouro Nacional; o Brasil passou a adotar como um dos pilares de sua
z Secretário de Política Econômica. política monetária o regime de metas para a inflação.
Trata-se de um regime monetário no qual o Banco
A Comoc é coordenada pelo Presidente do Banco Central compromete-se a atuar de forma a garantir
Central, e atua como órgão de assessoramento técnico que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta
na formulação da política da moeda e do crédito. A pré-estabelecida, anunciada publicamente.
Comoc manifesta-se previamente sobre assuntos de O Decreto trouxe, então, novas atribuições ao CMN:
competência do CMN.
Segundo seu regimento interno, são quatro dire- Art. 1º Fica estabelecida, como diretriz para fixa-
tores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu ção do regime de política monetária, a sistemática
Presidente1, que participarão da Comissão. Como essa de “metas para a inflação”.
indicação é alterada de acordo com a pauta das reu- § 1º As metas são representadas por variações
niões, todos os diretores do BC tornam-se membros anuais de índice de preços de ampla divulgação.
potenciais da Comoc.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para a aquisição de papel-moeda e moeda metálica Os instrumentos de política monetária fazem parte
fabricados por fornecedor estrangeiro: do nosso conteúdo, e serão apresentados mais adiante.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada A Comissão de Valores Mobiliários foi instituída
pela Lei nº 6.385, de 1976, é a entidade supervisora como entidade autárquica em regime especial, vin-
do SFN responsável pelo mercado de capitais. A CVM culada ao Ministério da Economia, com personalidade
observa, no exercício de suas atribuições, as orienta- jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
ções gerais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional administrativa independente, ausência de subordina-
(CMN), órgão normativo máximo do SFN. ção hierárquica, mandato fixo e estabilidade para seus
É importante relembrar o conceito de intermedia- dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária,
ção financeira inserido no tópico Sistema Nacional conforme disposto no art. 5º, da Lei nº 6.385, de 1976.
Financeiro. De acordo com o art. 6º da mesma lei, a CVM é
O mercado de capitais tem como objetivo canali- administrada por um Colegiado composto por um Pre-
zar recursos de médio e longo prazo para agentes sidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente
deficitários que necessitem de recursos financeiros da República, depois de aprovados pelo Senado Federal,
para realizar investimentos produtivos. Esses agen- dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida com-
tes buscam esses recursos através da venda de títu- petência em matéria de mercado de capitais.
los e valores mobiliários. Por isso, o mercado de O § 1º, do art. 6º, da Lei nº 6.385, de 1976, dispõe
capitais também é chamado de mercado de valores que o mandato dos dirigentes da CVM é de cinco anos,
mobiliários. vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano
O mercado de valores mobiliários é, portanto, o um quinto dos membros do Colegiado. Ou seja, a cada
segmento do sistema financeiro que viabiliza a trans- ano, um dos dirigentes deverá ser afastado e dar lugar
ferência de recursos de maneira direta entre agentes a um novo membro, a ser nomeado pelo Presidente da
econômicos deficitários e superavitários. Nesse mer- República após a aprovação pelo Senado.
cado, as instituições financeiras, responsáveis pela No curso do mandato, os dirigentes da CVM somen-
intermediação, geralmente atuam como meras pres- te o perderão em virtude de renúncia, de condenação
tadoras de serviço. judicial transitada em julgado ou de processo admi-
Se você, por acaso, resolver investir seu décimo- nistrativo disciplinar.
-terceiro em ações de uma companhia aberta (aque- O § 2º e seguintes do art. 6º apresentam as hipóte-
la que tem seus valores imobiliários admitidos para ses em que os dirigentes da CMV perderão o mandato.
negociação em Bolsa de Valores — por exemplo, a Vejamos:
Petrobrás), procurará uma instituição financeira para
intermediar essa operação. Ao realizar a compra das § 2º Os dirigentes da Comissão somente perderão
ações, você se tornará um acionista da empresa (um o mandato em virtude de renúncia, de condenação
de seus sócios), e não um credor de uma instituição judicial transitada em julgado ou de processo admi-
financeira, como se tivesse feito um depósito na pou- nistrativo disciplinar.
pança. Dessa forma, você estará financiando direta- § 3º Sem prejuízo do que prevêem a lei penal e a lei
mente a empresa com recursos de longo prazo, que de improbidade administrativa, será causa da per-
poderão ser utilizados para expansão das atividades, da do mandato a inobservância, pelo Presidente ou
construção de fábricas, investimento em inovação etc. Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao
Por isso, um dos objetivos estratégicos da CVM cargo.
é estimular a formação de poupança e a sua aplica- § 4º Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda ins-
taurar o processo administrativo disciplinar, que
ção em valores mobiliários. A teoria econômica afir-
será conduzido por comissão especial, competindo
ma que o mercado de capitais é fundamental para o
ao Presidente da República determinar o afasta-
desenvolvimento econômico, pois permite a captação
mento preventivo, quando for o caso, e proferir o
de recursos que serão utilizados para a ampliação de julgamento.
atividades empresariais, gerando riqueza, emprego e § 5º No caso de renúncia, morte ou perda de man-
renda. dato do Presidente da Comissão de Valores Mobi-
Tanto as operações que ocorrem no mercado de liários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais
valores mobiliários quanto os seus participantes são idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem pre-
regulados pela Comissão de Valores Mobiliários. A juízo de suas atribuições.
CVM tem, portanto, o objetivo de fiscalizar, normati- § 6º No caso de renúncia, morte ou perda de man-
zar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores dato de Diretor, proceder-se-á à nova nomeação
mobiliários no Brasil. pela forma disposta nesta Lei, para completar o
Cabe à CVM ser a “gerente” desse mercado. Nenhu- mandato do substituído.
ma distribuição pública de valores mobiliários (ações,
debêntures etc.) será efetivada no mercado sem pré- ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
vio registro na Comissão de Valores Mobiliários.
A CVM mantém registros das autorizações: Nos termos da legislação vigente, o exercício das
atribuições da CVM tem como objetivos:
z Para emissões públicas de valores mobiliários,
z Para negociação na bolsa; z Estimular a formação de poupança e sua aplicação
z Para negociação no mercado de balcão, organiza- em valores mobiliários;
do ou não. z Promover a expansão e o funcionamento eficiente
e regular do mercado de ações e estimular as apli-
Somente os valores mobiliários emitidos por com- cações permanentes em ações do capital social de
panhia registrada na CVM podem ser negociados na companhias abertas sob controle de capitais priva-
300 bolsa e no mercado de balcão. dos nacionais;
z Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente investidores em decorrência da ação ou omissão de
dos mercados regulamentados de valores mobiliá- agentes do mercado.
rios (bolsas de valores, mercado de balcão e bolsas As providências adotadas pela CVM com relação a
de Mercadorias e Futuros); casos concretos limitam-se à esfera administrativa,
z Proteger os titulares de valores mobiliários e os de acordo com as atribuições que lhe foram conferi-
investidores do mercado contra: das pela Lei nº 6.385, de 1976.
No entanto, caso o investidor sinta-se lesado em
Emissões irregulares de valores mobiliários; decorrência da ação ou omissão de agentes do mer-
Atos ilegais de administradores e acionistas das cado, pode recorrer ao Poder Judiciário e, no curso de
companhias abertas, ou de administradores de ação judicial, provocar a atuação da CVM na função
carteira de valores mobiliários; de amicus curiae (amigo da corte, em latim), provo-
O uso de informação relevante não divulgada cando sua manifestação técnica sobre o caso específi-
no mercado de valores mobiliários. co em julgamento.
Em relação ao seu poder punitivo, a Lei nº 6.385,
z Evitar ou coibir modalidades de fraude ou mani- de 1976, em seu art. 11 define que a CVM poderá
pulação destinadas a criar condições artificiais de impor aos infratores das normas cujo cumprimento
demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas
negociados no mercado; ou cumulativamente:
z Assegurar o acesso do público a informações sobre
os valores mobiliários negociados e as companhias Art. 11 [...]
que os tenham emitido; I - advertência;
z Assegurar a observância de práticas comerciais II - multa;
III - revogado
equitativas no mercado de valores mobiliários;
IV - inabilitação temporária, até o máximo de 20
z Fazer cumprir a Lei nº 6.404, de 1976, chamada de
(vinte) anos, para o exercício de cargo de admi-
Lei das Sociedade Anônimas (S/A), em relação aos nistrador ou de conselheiro fiscal de companhia
participantes do mercado de valores mobiliários; aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de
z Realizar atividades de credenciamento e fiscali- outras entidades que dependam de autorização ou
zação dos participantes do mercado de valores registro na Comissão de Valores Mobiliários;
mobiliários; V - suspensão da autorização ou registro para
z Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e o exercício das atividades de que trata esta Lei;
os fundos de investimento; VI - inabilitação temporária, até o máximo de 20
z Apurar, mediante inquérito administrativo, atos (vinte) anos, para o exercício das atividades de
ilegais e práticas não-equitativas de administra- que trata esta lei (atuação no mercado de valores
dores, membros do conselho fiscal e acionistas de mobiliários);
companhias abertas, de intermediários e de quais- VII - proibição temporária, até o máximo de 20
quer participantes do mercado de valores mobiliá- (vinte) anos, de praticar determinadas ativida-
rios, aplicando as penalidades previstas em lei. des ou operações, para os integrantes do sistema
de distribuição ou de outras entidades que depen-
dam de autorização ou registro na Comissão de
A esfera de competência da CVM, portanto, abran- Valores Mobiliários;
ge as companhias de capital aberto e incentivadas, VIII - proibição temporária, até o máximo de 10
fundos de investimento, ofertas públicas de valores (dez) anos, de atuar, direta ou indiretamente, em
mobiliários e as instituições participantes do sistema uma ou mais modalidades de operação no mercado
de distribuição, assim como os clientes e investidores de valores mobiliários.
que operam no mercado de valores mobiliários.
Além disso, o auditor independente, para exercer Quanto à aplicação de multas, o § 1º, do art. 11, da
atividade no âmbito do mercado de valores mobi- Lei nº 6.385, de 1976, prevê que deve-se observar, para
liários, está sujeito ao registro na CVM. As demons- fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e
trações financeiras das companhias abertas serão da razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e
obrigatoriamente submetidas à auditoria por audito- os motivos que justifiquem sua imposição, e não deverá
res independentes registrados na CVM. exceder o maior destes valores:
Atenção! Somente os valores mobiliários de emis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO
O CRSFN é um órgão paritário. Isso significa que é composto por um número igual de representantes de
órgãos governamentais e de representantes de entidades representativas do mercado financeiro e de capitais.
Todos os conselheiros titulares e suplentes são designados pelo Ministro de Estado da Economia, com man-
dato de três anos, renovável por igual período por até duas vezes. Os conselheiros devem ter competência
reconhecida e conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN.
O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e respectivos suplen-
tes) indicados por órgãos governamentais (conforme quadro a seguir) e oito (quatro titulares e respectivos suplen-
tes) indicados em lista tríplice por entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais.
A composição do CRSFN foi definida pela Portaria do Ministério da Fazenda nº 246, de 2 de maio de 2011, alte-
rada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, e está demonstrada a seguir:
Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia, assim designado pelo
Ministro. O Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro de Estado da Economia dentre os conselheiros
indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados financeiro e de capitais.
Mais recentemente, a Portaria do Ministério da Fazenda (MF) nº 352, de 24 de julho de 2018 (art. 2º), definiu
que as indicações do setor público para a composição do CRSFN recairão sobre servidores públicos com mais
de trinta anos de idade, que possuam formação superior, reconhecida capacidade técnica e pelo menos 5
(cinco) anos de experiência profissional nas matérias relacionadas à competência do CRSFN.
Já as indicações das entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais deverão compor
lista tríplice e recairão sobre brasileiros natos ou naturalizados que possuam mais de 30 anos de idade, formação
superior, reconhecida capacidade técnica, notório conhecimento especializado nas matérias de competência do
CRSFN e pelo menos 10 anos de atuação nos mercados financeiros ou de capitais, segundo o art. 3º da Portaria
352, de 2018.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
De acordo com o disposto no Decreto nº 9.889/2019, compete ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
Nacional julgar, em última instância administrativa, os recursos contra:
controle, operações e prestação de serviços. Essa área Além disso, as cooperativas de créditos, nos termos
geográfica de atuação deve estar expressamente defi- de legislação específica, poderão ter acesso a recursos
nida no projeto e no estatuto social. No caso das coo- oficiais para o financiamento das atividades de seus
perativas de crédito, cabe ao Banco Central aprovar associados.
ou não a área de atuação. Porém, excetuando-se a captação de recursos e a
São três os tipos de cooperativas: concessão de créditos e garantias, é permitida a pres-
tação de outros serviços de natureza financeira e
z Cooperativas Singulares: São as constituídas pelo afins a associados e a não associados.
número mínimo de vinte pessoas, sendo permi- Geralmente são encontrados nas cooperativas de
tida a admissão de pessoas jurídicas que tenham crédito os principais serviços disponíveis nos bancos,
por objeto atividades econômicas correlatas às de como conta corrente (depósitos à vista), poupança,
pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrati- aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos,
vos. As cooperativas singulares caracterizam-se cobrança e custódia. Destaque para as operações de
pela prestação direta de serviços aos associados; crédito rural em favor de associados produtores rurais.
z Cooperativas Centrais ou Federações de Coope- Como podem captar depósitos à vista, as cooperati-
rativas: São as constituídas de, no mínimo, três vas de crédito, portanto, são instituições financeiras
singulares filiadas. As cooperativas centrais e bancárias ou monetárias. 305
Portanto, as cooperativas de crédito podem con- Tais instituições devem ser, obrigatoriamente,
ceder crédito e captar depósitos à vista, a prazo constituídas sob a forma de sociedade anônima e,
(apenas RDB) e de poupança dos respectivos asso- em sua denominação, adotar a expressão “Banco de
ciados, realizar recebimentos e pagamentos por conta Investimento”.
de terceiros, realizar operações com outras institui- De acordo com a Resolução CMN nº 2.624, de 1999,
ções financeiras e obter recursos de pessoas jurídicas, aos bancos de investimento também é permitido:
em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de
remuneração, além de outras operações. Resolução CMN nº 2.624, de 1999
Os depósitos em cooperativas de crédito têm a Art. 1º [...]
proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo § 2º [...]
I - praticar operações de compra e venda, por con-
de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósi-
ta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no
tos e os créditos mantidos nas cooperativas singula-
mercado físico, e de quaisquer títulos e valores
res de crédito em caso de intervenção ou liquidação
mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais;
extrajudicial dessas instituições. O valor limite dessa II - operar em bolsas de mercadorias e de futuros,
proteção é o mesmo em vigor para os depositantes de bem como em mercados de balcão organizados, por
bancos via Fundo Garantidor de Crédito (FGC). conta própria e de terceiros;
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma III - operar em todas as modalidades de concessão de
cooperativa será garantido até o valor de R$ 250.000,00 crédito para financiamento de capital fixo e de giro;
(duzentos e cinquenta mil reais). Devem ser somados IV - participar do processo de emissão, subscrição
todos os créditos de cada credor identificado pelo CPF para revenda e distribuição de títulos e valores
ou CNPJ na mesma cooperativa. Nas contas conjuntas, mobiliários;
o valor de garantia é limitado a R$ 250.000,00 ou ao V - operar em câmbio, mediante autorização espe-
saldo da conta, quando inferior a esse limite, dividi- cífica do Banco Central do Brasil;
do pelo número de titulares, sendo o crédito do valor VI - coordenar processos de reorganização e rees-
garantido feito de forma individual. truturação de sociedades e conglomerados, finan-
O capital social das cooperativas de crédito é sub- ceiros ou não, mediante prestação de serviços de
dividido em quotas-partes, que são subscritas e inte- consultoria, participação societária e/ou concessão
gralizadas pelos associados. de financiamentos ou empréstimos;
VII - realizar outras operações autorizadas pelo
A integralização das quotas-partes do capital de
Banco Central do Brasil.
cooperativa de crédito, tanto na constituição quanto
nas subscrições posteriores, deve ser sempre feita em A mesma Resolução prevê que os bancos de inves-
moeda corrente, não podendo ser feita com bens ou timento podem captar através de:
mediante retenção de determinada percentagem do
valor do movimento financeiro de cada associado. Art. 2º [...]
Esses associados são, ao mesmo tempo, donos e I - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certi-
usuários da cooperativa, participando de sua gestão e ficado (CDBs e RDBs);
usufruindo de seus produtos e serviços. II - recursos oriundos do exterior, inclusive por
A administração da cooperativa será exercida meio de repasses interbancários;
por uma diretoria ou por um conselho de adminis- III - repasse de recursos oficiais;
tração, composto, em qualquer dos casos, exclusiva- IV - depósitos interfinanceiros (DIs); e
mente de associados eleitos pela assembleia geral, V - outras formas de captação autorizadas pelo
com mandato máximo de quatro anos, sendo obriga- Banco Central do Brasil.
tória a renovação, no caso de conselho de administra-
Bancos de Investimento não são instituições ban-
ção, de no mínimo 1/3 (um terço) dos seus membros,
cárias, portanto não oferecem contas-correntes, não
observado que, caso o cálculo resulte em número fra-
podem captar depósitos à vista e não têm o poder
cionário, deve ser considerado o número inteiro ime-
de criar moeda bancária ou escritural. Podem, porém,
diatamente superior.
manter contas, sem juros e não movimentáveis por
No entanto, as cooperativas de crédito com con-
cheque, relativas a recursos de terceiros recebidos
selho de administração podem criar diretoria exe-
para aplicação em títulos e valores mobiliários e
cutiva a ele subordinada, na qualidade de órgão
outros ativos financeiros e/ou modalidades operacio-
estatutário composto por pessoas físicas associadas
nais disponíveis nos mercados financeiro e de capi-
ou não, indicadas por aquele conselho.
tais. Essas contas são utilizadas, exclusivamente, para
As cooperativas singulares de crédito poderão
a movimentação dessas aplicações.
constituir cooperativas centrais de crédito com o obje-
tivo de organizar, em comum acordo e em maior esca- BANCOS DE DESENVOLVIMENTO
la, os serviços econômicos e assistenciais de interesse
das filiadas, integrando e orientando suas ativida- Bancos de Desenvolvimento são instituições
des, bem como facilitando a utilização recíproca dos financeiras públicas não federais que têm como
serviços. objetivo principal proporcionar o suprimento opor-
tuno e adequado dos recursos necessários ao finan-
BANCOS DE INVESTIMENTO ciamento, a médio e longo prazos, de programas e
projetos que visem a promover o desenvolvimento
Bancos de investimento são instituições financei- econômico e social de seus Estados.
ras privadas especializadas em operações estrutura- Excepcionalmente, quando o empreendimento
das para empresas. Essas operações podem envolver visar benefícios de interesse comum, os bancos de
participação societária de caráter temporário, finan- desenvolvimento podem prestar assistência a progra-
ciamento da atividade produtiva para suprimento de mas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à
306 capital fixo e de giro e administração de recursos. sua área de atuação.
São constituídos sob a forma de Sociedade Anô- z Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias,
nima e adotam em sua denominação, obrigatória e bem como endosso de títulos hipotecários previs-
privativamente, a expressão “Banco de Desenvolvi- tos em lei para o crédito rural;
mento” seguida do nome do Estado em que tenham z Letras financeiras.
sede.
De acordo com a Resolução CMN nº 394, de 1976, O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
os bancos de desenvolvimento podem apoiar iniciati- e Social (BNDES) é uma empresa pública federal, e não
vas que visem a: um banco de desenvolvimento.
Note que, por definição, Bancos de Desenvolvi-
Art. 5º [...] mento são instituições financeiras públicas não fede-
I - Ampliar a capacidade produtiva da econo- rais. Portanto, o BNDES, apesar de atuar como banco
mia, mediante implantação, expansão e/ou reloca- de desenvolvimento, não recebe essa classificação. No
lização de empreendimentos; entanto, o BNDES é instituição integrante do Sistema
II - Incentivar a melhoria da produtividade, Financeiro Nacional e, como tal, é supervisionado
por meio de reorganização, racionalização, moder- pelo Banco Central.
nização de empresas e formação de estoques - em
níveis técnicos adequados - de matérias primas e de
SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E
produtos finais, ou por meio da formação de empre-
sas de comercialização integrada;
INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)
III - Assegurar melhor ordenação de setores
da economia regional e o saneamento de empre- As Sociedades de Crédito, Financiamento e Inves-
sas por meio de incorporação, fusão, associação, timento (SCFI), mais conhecidas como “financeiras”,
assunção de controle acionário e de acervo e/ou são instituições privadas que fornecem emprésti-
liquidação ou consolidação de passivo ou ativo mos e financiamentos para a aquisição de bens, ser-
onerosos; viços e capital de giro. Em suma, emprestam recursos
IV - Incrementar a produção rural por meio de que possibilitam às pessoas efetuarem compras a pra-
projetos integrados de investimentos destinados à zo de eletrodomésticos, carros, entre outros.
formação de capital fixo ou semifixo; e Tal operação é popularmente conhecida como Cré-
V - Promover a incorporação e o desenvolvi- dito Direto ao Consumidor (CDC). Além disso, essas
mento de tecnologia de produção, o aperfeiçoa- instituições podem conceder empréstimos pessoais.
mento gerencial, a formação e o aprimoramento de Cumpre mencionar que existem financeiras inde-
pessoal técnico, podendo, para este fim, patrocinar pendentes — que atuam sem qualquer vínculo com
programas de assistência técnica, preferencialmen-
outra instituição financeira — e financeiras que fazem
te através de empresas e entidades especializadas.
parte de conglomerados financeiros, atuando como
um braço de um grande banco. Há, ainda, financei-
A mesma Resolução prevê que os Bancos de Desen-
ras que fazem parte de conglomerados econômicos e
volvimento são instituições que operam basicamen-
operam como braço financeiro de grupos comerciais
te com empréstimos e financiamentos, e que só
ou industriais. É o caso de financeiras que pertencem
podem fornecer apoio financeiro a:
a lojas de departamento ou montadoras de veículos.
Sabe quando você está em uma loja de depar-
Art. 19 [...]
tamento e o(a) vendedor(a) pergunta se você tem
I - Pessoas físicas residentes e domiciliadas no
o cartão da loja? Esse, geralmente, é um serviço da
País, desde que os recursos concedidos sejam vin-
culados à execução de projeto aprovado pelo banco Financeira daquele grupo, a qual financia as suas
e/ou à realização de capital social, ou à aquisição aquisições através do cartão.
do controle acionário de empresas cujas atividades As Sociedades de Crédito, Financiamento e Inves-
tenham importância para a economia estadual ou timento também operam em nichos que, normalmen-
regional; te, não são atendidos pelos conglomerados bancários,
II - Pessoas jurídicas de direito privado, sedia- principalmente nos empréstimos e financiamentos
das no País [...]; com características específicas e/ou risco mais ele-
III - Pessoas jurídicas de direito público ou enti- vado, como no caso do financiamento de veículos
dade direta ou indiretamente por elas controladas. usados.
As financeiras devem ser constituídas sob a forma
Além de empréstimos e financiamentos, os Ban- de sociedade anônima e, em sua denominação social,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cos de Desenvolvimento podem efetuar investimen- deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e
tos (subscrição de ações ou debêntures para revenda Investimento”. Trata-se de instituições financeiras
no mercado, garantia de subscrição, participação no supervisionadas pelo Banco Central.
capital social de empresas) e operações de arrenda- Vale destacar que não é possível abrir uma conta
mento mercantil. corrente em uma SCFI. Logo, elas não captam depó-
Os Bancos de Desenvolvimento podem captar sitos à vista. As financeiras captam recursos por meio
recursos através de (art. 28): de:
z Depósitos a prazo fixo (prazo nunca inferior a z Certificados de Depósitos Bancários — CDB;
360 dias); z Recibos de Depósitos Bancários — RDB;
z Operações de crédito, assim entendidas as prove- z Depósitos Interfinanceiros — DI;
nientes de empréstimos e financiamentos obtidos z Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo
no país ou no exterior, na forma da legislação e Garantidor de Créditos — DPGE;
regulamentação vigentes; z Letras de Câmbio;
z Operações de crédito ou contribuições do setor z Letra de Crédito do Agronegócio — LCA;
público federal, estadual ou municipal; z Letra Financeira — LF; 307
z Letra Imobiliária Garantida — LIG;
z Operações compromissadas;
z Operações de cessão de créditos.
Importante!
As financeiras foram autorizadas a captar recursos por meio de Certificados de Depósitos Bancários (CDB)
pela Resolução CMN nº 4.812, de 30 de abril de 2020. Trata-se de alteração recente e relevante, pois tem
cheiro de prova!
As Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) têm como principal operação o arrendamento de bens
móveis e imóveis. Esses bens são adquiridos pela SAM, que, em seguida, os “aluga” para os clientes, chamados de
arrendatários, mediante o pagamento de prestações chamadas de contraprestações. Assim, o cliente arrenda-
tário tem a posse e o direito ao uso do bem sem, no entanto, possuir sua propriedade.
A lógica disso está no fato de que o lucro de uma atividade produtiva não depende da propriedade dos bens de
produção, mas sim da sua utilização. Assim, uma empresa não precisa ser dona de seu maquinário, por exemplo,
precisa apenas explorá-lo para produzir e gerar receitas.
Há outros fatores que podem ser vantajosos na opção pelo arrendamento mercantil, especialmente relaciona-
dos a questões tributárias.
A operação de arrendamento mercantil é conhecida como leasing. O leasing, portanto, assemelha-se a uma
locação; o cliente, ao final do contrato, tem as opções de renová-lo, de adquirir o bem ou de devolvê-lo à empresa.
As Sociedades de Arrendamento Mercantil devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, e em
sua denominação social deve constar a expressão “Arrendamento Mercantil”.
A constituição e o funcionamento das Sociedades de Arrendamento Mercantil dependem de autorização do
Banco Central do Brasil.
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central e realizem operações com características de um financiamento,
essas sociedades não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
financeiras.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades principais: leasing
financeiro e leasing operacional.
A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo é usualmente maior e o arrendatário tem a possibili-
dade de adquirir o bem pelo valor residual garantido (VRG), predeterminado em contrato. Ao final do leasing
financeiro, em geral o cliente já terá pago a maior parte do valor do bem, não sendo a devolução, embora possível,
financeiramente vantajosa.
No leasing operacional, o preço para o exercício da opção de compra é o valor de mercado do bem arren-
dado. Não há previsão de pagamento de VRG.
Há outros tipos de leasing, como o leaseback (o cliente arrendatário é o próprio fornecedor do bem) e o leasing
importação (arrendamento de bens fabricados no exterior, adquiridos pela Sociedade de Arrendamento Mercan-
til diretamente do fornecedor estrangeiro, para uso de arrendatário brasileiro).
O quadro a seguir demonstra as principais diferenças entre o leasing financeiro e o leasing operacional.
Além de recursos próprios, as Sociedades de Arrendamento Mercantil podem captar recursos através de:
visionadas e fiscalizadas tanto pelo Banco Central de negociação, de conversão do ativo em dinheiro). É
quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. As por isso que elas se tornam ativos financeiros atraen-
Bolsas de Valores também têm competência para fis- tes para investidores e, consequentemente, eficientes
calizar as operações realizadas por essas instituições. enquanto forma de captação de recursos para aquelas
As principais atividades das corretoras e distri- empresas que necessitam de recursos.
buidoras de títulos e valores mobiliários são: Esse é o objetivo da Bolsa de Valores: oferecer um
ambiente organizado, transparente e líquido para a
z Comprar e vender títulos e valores mobiliários negociação de valores mobiliários.
por conta própria e de terceiros;
z Operar em bolsas de mercadorias e de futuros O desenvolvimento do mercado primário de valo-
por conta própria e de terceiros; res mobiliários, pode-se dizer, depende da solidez
z Intermediar a oferta pública e distribuição de do mercado secundário relacionado. Ou seja, da
títulos e valores mobiliários no mercado; possibilidade de os investidores subscritores das
z Operar em Bolsas de Valores; emissões conseguirem negociar posteriormente
z Administrar carteiras e custodiar títulos e valo- os valores mobiliários entre si. Evidentemente,
res mobiliários; cada investidor poderia negociar diretamente com
309
outro, mas esse sistema seria evidentemente inefi- Nos ambientes de Bolsa, todas as informações sobre
ciente no que diz respeito ao encontro de propostas, os negócios, como os preços, as quantidades e horários,
à definição de preços, transparência e divulgação entre outras, devem ser publicadas continuamente,
das informações, segurança na liquidação, entre com, no máximo, 15 minutos de atraso. As Entidades
outros. Os mercados de bolsa e balcão buscam jus- Administradoras de mercados de bolsa devem manter
tamente eliminar essa ineficiência. sistemas de controle de riscos e, especialmente, manter
Assim, pode-se dizer que a principal função dos mecanismo de ressarcimento de prejuízos, para asse-
mercados de bolsa e de balcão é organizar, man- gurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos
ter, controlar e garantir ambientes ou sistemas decorrentes de erros ou omissões das instituições inter-
propícios para o encontro de ofertas e a realiza- mediadoras ou seus administradores e empregados.
ção de negócios com formação eficiente de preços, Com o passar do tempo, os mercados de bolsa e bal-
transparência e divulgação de informações e segu- cão assumiram, também, a responsabilidade pela autor-
rança na compensação e liquidação dos negócios. regulação dos seus ambientes, sistemas e operadores,
Funções essas que aumentariam a confiança dos com autonomia suficiente para normatizar, fiscalizar
investidores no mercado secundário, de maneira a e punir as operações realizadas em seus mercados. A
fomentar o mercado primário e, portanto, as cap- função do Estado, nesse modelo, reduz-se à supervisão
tações públicas de recursos pelas companhias, fun- e orientação do sistema, estabelecendo requisitos míni-
ção econômica principal do mercado de capitais2. mos necessários, objetivos a serem atingidos e controles.
Lembre-se: nenhuma distribuição pública de valo- Os mercados organizados de valores mobiliários
res mobiliários será efetivada no mercado sem prévio devem ser estruturados, mantidos e fiscalizados por Enti-
registro na Comissão de Valores Mobiliários. dades Administradoras autorizadas pela CVM, que podem
se constituir como sociedade anônima ou associação.
A Comissão de Valores Mobiliários mantém regis- Até 2007, as Bolsas organizavam-se sob a forma de
tros das: uma associação de Corretoras, sendo detentoras de títu-
los patrimoniais. Além disso, até 2009, as Corretoras eram
z Autorizações para emissões públicas de valores as únicas habilitadas a operar nos recintos das Bolsas.
mobiliários; Com o desenvolvimento do mercado, essa forma
z Autorizações para negociação na Bolsa; de organização evoluiu para um modelo em que as
z Autorizações para negociação no mercado de bal- Bolsas se constituem sob a forma de sociedades anô-
cão, organizado ou não. nimas, com fins lucrativos, em que a habilitação para
operar em seus recintos independe da posse de ações
Dica ou qualquer outro vínculo, estando vinculada apenas
a quesitos estruturais, tecnológicos e formais.
Somente os valores mobiliários emitidos por Embora a legislação não impeça a criação de outras
companhia registrada na CVM podem ser nego- Bolsas, atualmente, há uma única Bolsa de Valores, Mer-
ciados na Bolsa e no mercado de balcão. cadorias e Futuros em operação no Brasil: a B3 — Brasil,
Bolsa, Balcão. A seguir, apresentamos um breve históri-
De acordo com a Lei nº 6.385, de 1976, as Bolsas de co, para que você compreenda a origem da B3.
Valores, as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as enti- Até 1999, a principal Bolsa de Valores do país era a
dades do mercado de balcão organizado e as entida- BOVESPA — Bolsa de Valores de São Paulo. Existiam, no
des de compensação e liquidação de operações com entanto, outras Bolsas com menor volume de negociação,
valores mobiliários têm autonomia administrativa, como a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e a Bolsa
financeira e patrimonial, e operam sob a supervisão de Valores Minas-Espírito Santo-Brasília (BOVMESB).
da Comissão de Valores Mobiliários. No ano 2000, ocorreu um processo de integração
A lei também prevê a autorregulação. As Bol- entre as Bolsas, e a BOVESPA passou a concentrar toda
sas de Valores, as Bolsas de Mercadorias e Futuros, a negociação de ações.
as entidades do mercado de balcão organizado e as Em 2007, a BOVESPA deixa de ser uma associação
entidades de compensação e liquidação de operações civil sem fins lucrativos e, oficialmente, torna-se uma
com valores mobiliários devem fiscalizar os respecti- empresa de capital aberto com ações negociadas em
vos membros e as operações com valores mobiliários seu próprio mercado de ações.
nelas realizadas, sendo consideradas órgãos auxilia- Em 2008, a BOVESPA integrou-se à Bolsa de Merca-
res da Comissão de Valores Mobiliários. dorias & Futuros (BM&F), tornando-se a única Bolsa de
De acordo com a Instrução CVM nº 461, de 2007, Valores, Mercadorias e Futuros em operação no Brasil.
consideram-se mercados de bolsa aqueles que fun- A instituição passou a se chamar BM&FBOVESPA. Vere-
cionam regularmente como sistemas centralizados mos, adiante, sobre as Bolsas de Mercadorias e Futuros.
e multilaterais de negociação e que possibilitam o Por último, em março de 2017, a partir da combina-
encontro e a interação de ofertas de compra e de ven- ção de atividades da BM&FBOVESPA, Bolsa de Valores,
da de valores mobiliários, ou que permitem a execu- Mercadorias e Futuros com a Cetip, empresa prestado-
ção de negócios, tendo como contraparte formador de ra de serviços financeiros no mercado de balcão orga-
mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas nizado, surgiu a B3 S.A. — Brasil, Bolsa, Balcão.
firmes de compra e de venda, respeitadas algumas A B3 é, hoje, uma sociedade de capital aberto, cujas
condições estabelecidas na norma. ações são negociadas em seu próprio mercado. Além
Entendem-se como sistemas centralizados e de ser a única Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
multilaterais de negociação aqueles em que todas em operação no Brasil, também é a maior depositária
as ofertas relativas a um mesmo valor mobiliário são de títulos de renda fixa da América Latina e a maior
direcionadas a um mesmo canal de negociação, fican- câmara de ativos privados do país. Tornou-se uma das
do expostas à aceitação e concorrência por todas as maiores empresas provedoras de infraestrutura para
partes autorizadas a negociar no sistema. o mercado financeiro do mundo.
2Portal do Investidor. Mercados Regulamentados de Bolsa e Balcão. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/siste-
310 ma_distribuicao/mercados_regulamentos.html. Acesso em: 13 set. 2021.
SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA O Sistema Selic é fundamental em possíveis casos
(SELIC) de falência ou insolvência de instituições financeiras. A
liquidação bruta em tempo real (LBTR) — as opera-
O Selic é o sistema no qual se efetua a custódia e se
ções são liquidadas uma a uma por seus valores brutos
faz o registro das transações com títulos públicos
em tempo real — e o registro das transações com títu-
federais. Esse sistema é gerido pelo Banco Central e
los públicos federais em seu banco de dados pode coibir
constitui uma infraestrutura do mercado financei-
fraudes e prevenir o contágio em outras instituições.
ro (IMF). Como infraestrutura, o Selic faz parte do Sis-
tema de Pagamentos Brasileiros (SPB).
Atualmente, o sistema Selic possui: SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
tempo real transfere os títulos efeitos legais, através de depósitos em dinheiro efe-
para o comprador e determina o tuados por pessoas físicas interessadas em delas
crédito na conta do vendedor participar;
II - a distribuição aos associados, como dividendos,
da totalidade dos resultados líquidos operacionais,
uma vez deduzidas as importâncias destinadas à
constituição dos fundos de reserva e de emergência
e a participação da administração nos resultados
A taxa Selic é a taxa média das associações.
das operações
compromissadas com prazo Os recursos dos depositantes são, assim, classifi-
de um dia útil ocorridas cados no patrimônio líquido da associação, e não no
diariamente no Selic passivo exigível.
Os associados podem participar da APE de duas
formas básicas: ao adquirir financiamento imo-
biliário ou ao depositar seu dinheiro para formar
Fonte: site do Banco Central. poupança. 311
Suas operações ativas (aplicação de recursos) são, A legislação tributária citada na Resolução do CMN
basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e prevê que Factorings são pessoas jurídicas que exploram
ao SFH, através de financiamentos imobiliários. as atividades de prestação cumulativa e contínua
Já as operações passivas, de captação de recursos, de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
além dos depósitos de poupança, são constituídas de: gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, compras de direitos cre-
z Letras Hipotecárias (LH); ditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou
z Repasses e refinanciamentos contraídos no país; de prestação de serviços. Já o referido Projeto de Lei,
z Empréstimos e financiamentos contraídos no que está parado no Congresso Nacional e, embora ainda
exterior; não tenha sido aprovado, serve de referência para a ati-
z Letras de Crédito Imobiliário (LCI); vidade, define que se entende por fomento mercantil a
z Depósitos interfinanceiros. prestação contínua por sociedade de fomento mercantil
de um ou mais dos seguintes serviços a sociedades ou
As APEs compõem o Sistema Brasileiro de Poupan- firmas que tenham por objetivo o exercício das ativida-
ça e Empréstimo (SBPE) e são supervisionadas pelo des mercantis ou de prestação de serviços, bem como
Banco Central. a pessoas que exerçam atividade econômica em nome
Hoje, a Poupex (Associação de Poupança e Emprés- próprio e de forma organizada:
timo) é a única APE em funcionamento. Como foi dito,
as APEs têm, por definição, âmbito de atuação regio- z Acompanhamento de processo produtivo ou
nal. No entanto, curiosamente, a Poupex tem a parti- mercadológico;
cularidade de atuar em âmbito nacional. Ela é gerida z Acompanhamento de contas a receber e a pagar;
pela Fundação Habitacional do Exército (FHE). z Seleção e avaliação de clientes, devedores ou
fornecedores.
SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR (PREVIC)
RAMOS DE SEGUROS
Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros compreensivos re-
1 Patrimonial
sidenciais, condominiais e empresariais
Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais a terceiros por
3 Responsabilidades
culpa involuntária do segurado
8 Crédito em (“run off”) Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos
Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de so-
9 Pessoas Coletivo
brevivência, prestamista e educacional
10 Habitacional Seguros contra riscos de morte e invalidez do devedor e de danos ao imóvel financiado
Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de
13 Pessoa Individual
sobrevivência, prestamista e educacional
Fonte: Susep
Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir alguém abrir uma con-
ta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e como tal precisa de regras e de orientações
sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço residencial e comercial
completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da conta e o número dessa conta, e a assina-
tura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753, de 2019, que dita às regras básicas que devem
nortear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de contas de depósito. 321
Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre
sobre isso: serviços que não podem ser cobrados;
z Saldo médio mínimo exigido para manutenção
No caso de pessoa física: da conta se houver essa exigência.
z Documento de identificação (carteira de identifica-
ção ou equivalente, como, por exemplo, a carteira
Importante!
nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carrei-
ras de órgão de classe); A Ficha-Proposta somente poderá ser microfil-
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); mada depois de transcorridos no mínimo cinco
z Comprovante de residência. anos, a contar do início do relacionamento com
o cliente.
Para que exista uma pessoa física, basta que esta
nasça com vida. Ela se extingue com a morte do
indivíduo. É facultado à instituição financeira abrir, man-
ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente
No caso de pessoa jurídica: esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che-
ques sem Fundos.
z Documento de constituição da empresa (contrato O cliente será incluído no CCF nas seguintes
social e registro na junta comercial); condições:
z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ); z Devolução de cheque sem provisão de fundos na
z Documentos que qualifiquem e autorizem os segunda apresentação;
representantes, mandatários ou prepostos a movi- z Devolução de cheque por conta encerrada;
mentar a conta. z Devolução de cheque por pratica espúria. (práti-
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado cas ilegais).
exista é necessário que o contrato social seja regis-
trado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a Veremos com mais detalhes mais a frente.
empresa se situa. Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar conta veja:
o estatuto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral. Quando se fala em serviços do Banco, lembramos
(estes são pessoas jurídicas de direito privado). que são 4 categorias de serviços:
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito
Público Interno: União, Estados, Distrito Federal e z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser
Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são cobrados
criados por Lei)
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que Emissão da primeira via do cartão de débito.
são os territórios e entidades governamentais no (segundas vias, exceto nos casos decorrentes de
exterior. perda, roubo, furto, danificação e outros moti-
vos não imputáveis a Instituição emitente);
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução 4 saques durante o mês. (No caso de poupança
desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto são 2 saques por mês);
judicial, exceto para as públicas, que serão por meios Até 10 folhas de cheque durante o mês;
específicos. 2 extratos por mês;
Além disso, a instituição financeira pode estabe- Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco
lecer critérios próprios para abertura de conta de deve enviar ao cliente um extrato consolida-
depósito, desde que seguidos os procedimentos pre- do, mostrando seus rendimentos no ano ante-
vistos na regulamentação vigente (Resolução CMN rior, geralmente para fins de Imposto de Renda;
4753/2019). 2 Transferências entre contas da mesma insti-
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir tuição por mês. (No caso da poupança 2 transfe-
outros documentos ou termos para abrir esta conta, rências entre contas de mesma titularidade);
mas desde que não firam a resolução acima. Consultas via internet;
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos. Prestação de qualquer serviço por meios eletrô-
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora. nicos, no caso de contas cujos contratos prevejam
Esta deve conter no mínimo: utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
Compensação de cheques.
z Condições para fornecimento de talonário de
cheques; z Serviços prioritários: O banco é obrigado a for-
z Necessidade de comunicação pelo depositante, necer um pacote básico destes serviços priori-
por escrito, de qualquer mudança de endereço ou tários, que são aqueles relacionados a contas de
número de telefone ou no cadastro; depósitos, transferências de recursos, operações
z Condições para inclusão do nome do depositante de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos de crédito básico e cadastro, somente podendo ser
(CCF); cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
z Informação de que os cheques liquidados, uma ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de
vez microfilmados, poderão ser destruídos; 2010, devendo ainda ser observados a padroni-
(estas microfilmagens devem permanecer por no zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
322 mínimo 10 anos no arquivo); também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e inclusive, que estes boletos transitam pelo SILOC, até o
regulamentação específicas definem as tarifas VLB 25mil. Boletos de valor igual ou superior ao VLB
e as condições em que aplicáveis, a exemplo 250 mil transitam diretamente no STR.
dos serviços referentes ao crédito rural, ao Siste- Nesta história nós temos três personagens:
ma Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá
PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem emitir ou contratar os serviços de emissão boletos
como às operações de microcrédito de que trata a de cobrança;
Resolução CMN 4.000, de 2011; z O Banco – instituição que disponibiliza o programa
z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser para emissão destes boletos, e que pode realizar a
cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada².
usuário as condições de utilização e de pagamento. z O devedor ou sacado – cliente do credor que adqui-
riu produto ou serviço, e pagará o boleto emitido.
No encerramento da conta é necessário tomar
alguns cuidados: A cobrança como falamos anteriormente, é um
produto de relacionamento entre banco e cliente
z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente
(cedente). Com isso o cedente possui conta no banco
ou banco, desde de que acompanhada de aviso
e os valores resultantes da cobrança são creditados
prévio, por meio de carta registrada ou meio
diretamente na conta do cedente, em D+0 ou D+1, a
eletrônico;
depender do que for pactuado.
z Informar se há cheques a serem compensados,
Graças ao sistema de compensação, o sacado
pois havendo, o banco pode ser negar encerrar
(devedor) pode pagar o título em qualquer praça, até
a conta, sem a devida comprovação de que eles
a data do vencimento. Após o vencimento, somente na
foram liquidados;
agencia bancaria do cedente ou emissor do título.
z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla-
rar que as inutilizou;
z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos.
z Deixar depositado na conta valores para com-
O cedente preenche, emite, envia e especifica o ban-
pensar débitos e compromissos assumidos na
co onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao
relação do cliente com o banco.
banco. Quando do pagamento, o banco envia uma
Atente para algumas informações: informação ao cliente e credita em sua conta;
z A cobrança registrada é mais completa, pois o ban-
z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não co vai processar a emissão dos títulos, com base em
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e informações previamente enviadas pelo cedente, e
acesso a crédito também, desde que na abertura vai processar inclusive a cobrança do pagamento
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco
seus responsáveis legais!; pode lançar o nome do sacado em protesto ou até
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre-
sentadas por seus representantes legais; Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem float, que nada mais é do que quando o banco recebe
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X,
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas porém só repassa a quantia correspondente depois
testemunhas e que o contrato seja lido em voz alta; de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco perma-
z Os residentes e domiciliados no exterior podem nece com o recurso, a custo zero, investe a quantia.
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor- Para que isso existe deve estar previsto no contrato da
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí- prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual ao banco deixa as tarifas de cobrança mais baratas.
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova-
ção documental, registro no sistema informatizado
do Banco Central e identificação da proveniência Cedente Mercadoria Sacado
e destinação dos recursos, da natureza dos paga-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
COBRANÇA
Banco
Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos
atualmente é a cobrança, um serviço indispensável para Cobrador
qualquer banco comercial. Com este instrumento, os
bancos estreitaram seu relacionamento com os clien-
tes, PF e PJ, e engordaram as aplicações com recursos FUNDOS DE INVESTIMENTOS
transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.
Quando um cliente vende algo para alguém, bem ou Um fundo de investimento é uma comunhão de
serviço, emite um boleto ou bloqueto, estes possuem recursos, captados de pessoas físicas ou jurídicas,
código de barras, logo podem transitar pelos serviços com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir
de compensação, sem sua movimentação física. Vimos, da aplicação em títulos e valores mobiliários. Um 323
fundo é organizado sob a forma de condomínio, e seu Caso o investidor que comprou parte desse fun-
patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calcu- do queira vender, ele pode?
lado diariamente por meio da divisão do patrimô-
nio líquido pelo número de cotas em circulação. Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos:
Em outras palavras é como um condomínio que reúne Abertos e Fechados.
recursos de um conjunto de investidores (cotistas), Os Fundos Abertos permitem que o investidor
com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da resgate o valor aplicado a qualquer momento, ou
aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobi- seja, ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fun-
liários. Se o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o do de alta liquidez. O resgate será feito com base
patrimônio do fundo aumentará, aumentando o valor no valor em que a cota estiver valendo no mercado.
das cotas do fundo. Embora existam fundos que pedem prazo de carência
Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja, para resgate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a apli-
lucro, este valor é distribuído proporcionalmente ao cação; os fundos são considerados como tendo alta
número de cotas de cada participante. liquidez.
É a comunhão de recursos sob a forma de condo- Já os Fundos Fechados não permitem o resgate
mínio em que os cotistas têm os mesmos interesses antecipado, ou seja, se você comprar vai ter de ficar
e objetivos ao investir no mercado financeiro e de com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entre-
capitais, ou seja, todos têm os mesmos direitos, e o tanto, como nada é eterno, você pode vender as cotas
valor das cotas é igual para todos. para outra pessoa, mas como elas já foram comer-
Funciona exatamente como um condomínio de cializadas a primeira vez com você, você terá de ven-
apartamentos, em que cada condômino é dono de dê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de
uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para valores ou no mercado de balcão.
administrar e coordenar as tarefas do prédio (o síndi-
co). Nele são estabelecidas as regras de funcionamen- ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE
to (horário de funcionamento da piscina, do salão de INVESTIMENTOS
festas, de música alta nas dependências dos aparta-
mentos, entre outras). Essas regras são seguidas por Mas o que são esse Regulamento e o Formulário de
todos os moradores, sem exceção. Informações Complementares?
Um fundo de investimento funciona da mes- O Regulamento é o documento de constituição
ma forma. Os cotistas (os moradores) compram uma do fundo. Nele estão estabelecidas todas as informa-
quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa ções e as regras essenciais relacionadas, entre outras
de administração a um terceiro (o Gestor, o síndico) estabelecidas no capítulo IV da instrução CVM 409: (i)
para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus à administração; (ii) à espécie, se aberto ou fechado;
recursos no mercado. Ao comprar cotas de um deter- (iii) ao prazo de duração, se determinado ou indeter-
minado fundo, o cotista está aceitando suas regras minado; (iv) à gestão; (v) aos prestadores de serviço;
de funcionamento (aplicação, resgate, horários, cus- (vi) à política de investimento, de forma a caracte-
tos etc.), e passa a ter os mesmos direitos dos demais rizar a classe do fundo; (vii) à taxa de administra-
cotistas, independentemente da quantidade de cotas ção e, se o caso, às taxas de performance, entrada
que cada um possui. e saída; (ix) às condições de aplicação e resgate de
Agora, imagine que você não mora num prédio, cotas. As alterações no regulamento dependem de
portanto está fora do condomínio, e precisa escolher prévia aprovação da assembleia geral de cotistas e
quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra devem ser comunicadas à CVM. É importante saber
esportiva ou quem vai contratar os seguranças. Pro- que as alterações feitas no regulamento do Fundo de
vavelmente, terá mais trabalho para encontrar esses Investimento implicam modificações nas condições
prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse de funcionamento do Fundo. Portanto, o cotista deve
num condomínio, essa seria uma tarefa para o sín- analisar as modificações propostas de acordo com
dico, com a vantagem de poder ratear com os outros seus interesses como investidor.
condôminos esses custos. O formulário de informações complementares
Situação semelhante poderia acontecer com você, é documento de natureza virtual, que deve ser dispo-
caso estivesse sozinho no mercado financeiro. Cabe- nibilizado pelo administrador e pelo distribuidor do
ria a você escolher os ativos para compor uma car- fundo em seus sites.
teira de investimento. Isso significa analisar com Trata-se de um documento de característica mais
frequência riscos, nível de endividamento e expecta- dinâmica, que fornece informações complementares
tiva de resultados de cada empresa da qual você com- sobre o fundo, contendo, entre outras:
prou ação ou de cada banco do qual você adquiriu um
z Local, meio e forma de divulgação de informações
CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando do fundo;
em um grupo, este grupo terá um gestor, e esse gestor z Local, meio e forma de solicitação de informações
se preocupará com isso para você. pelo cotista;
z Exposição dos fatores de riscos inerentes à compo-
Fonte: XP Investimentos
sição da carteira do fundo;
z Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus
Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou cotistas, contemplando a política a ser adotada
condomínio, ele deve atestar, mediante termo apro- pelo administrador quanto ao tratamento tributá-
priado, que recebeu o Regulamento, e que tomou rio perseguido;
ciência da política de investimentos e dos riscos do z Descrição da política de administração de risco;
produto, além disso deve ser disponibilizado para z Política de distribuição de cotas, inclusive no que
eletronicamente o Formulário de Informações se refere à descrição da forma de remuneração
324 Complementares. dos distribuidores.
Lâmina de Informações Essenciais
A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012, que promoveu alterações na instrução 409, trouxe modificações
na Lâmina de Informações Essenciais, documento já utilizado no mercado para a venda de fundos de investimen-
to para investidores de varejo. A ideia é padronizar o material utilizado, de forma que os investidores possam
melhor comparar os fundos.
Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informações mais importantes em formato simples e sempre na
mesma ordem. Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retornos dos últi-
mos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de anos com rentabilidade negativa, além de outras mudan-
ças, conforme disposto na instrução.
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados relativos ao mês ime-
diatamente anterior, e enviá-la imediatamente à CVM. O administrador deve entregar a lâmina ao futuro cotista
antes do seu ingresso no fundo e divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet, e sem proteção de
senha, a lâmina atualizada.
Importante!
Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar, por meio de termo próprio, que recebeu o regulamento e o
prospecto (a partir de 1º de janeiro de 2013, a lâmina), que tomou ciência dos riscos envolvidos e da política
de investimentos, como também da possibilidade de ocorrência de patrimônio negativo e de sua responsabili-
dade por contribuições adicionais de recursos, quando for o caso. Por isso, atenção ao ler esses documentos,
pois neles o investidor vai encontrar informações muito importantes.
z O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de investimentos, muitas vezes
atraído por ganhos superiores ao de investimentos tradicionais como poupança, CDB e RDB e que foge de risco
elevados como os investimentos diretos em ações;
z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento sobre investimentos ou
que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que estão dispostas a aplicar de forma diferenciada.
I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus
recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
por Municípios. IN CVM 450.
Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurídicas que possuam
investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente,
atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio.
z Os Administradores dos Fundos: São Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que serão os responsá-
veis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o mercado financei-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econômico, toma decisão sobre quais ativos
comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais e a política de investimentos do fundo;
z Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos anteriormente, pode ser o
próprio administrador, ou outra instituição que integre o sistema de distribuição de valores mobiliários;
z O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o mesmo esteja disponível
quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou caso não seja credenciado pela CVM para essa atri-
buição, uma instituição contratada.
325
Estruturas e Responsabilidades dos Fundos de Investimento no Brasil
Custodiante
Controlador
Distribuidor
Escriturador
Auditor Independente
A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS
É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o administrador irá conduzir o
Fundo, procura-se retorno de curto ou longo prazo, no que irá aplicar e qual o tipo de risco que ele está disposto
a correr na compra dos papeis.
Essa política pode ser ativa ou passiva:
z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta ultrapassar esse índice;
z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta acompanhar esse fundo,
mas apenas acompanhar.
z Benchmark: É o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a referência para
saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda fixa p mais usado é o CDI e para os de
renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice Brasil;
326
z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de gerenciamento do
fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e são cobrados diariamente. Esses recur-
sos servem para remunerar o administrador, ou seja, é o salário do administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam seu benchmark, ou seja,
rende mais do que o esperado. Ocorre quando o administrador faz o dever de casa muito bem, e por isso
ganha uma recompensa;
z Taxa de entrada ou de saída: É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando da aquisição de cotas
do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o investidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse
caso a taxa de entrada ou de saída não está computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do
fundo divulgado pelo administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas, essa também deverá
estar definida no regulamento e no prospecto do fundo;
z Chinese Wall: Embora cada fundo de investimentos tenha seu CNPJ próprio, os recursos do administrador
poderiam, eventualmente, se misturar com os recursos dos investidores, para isso, esse termo foi criado para
separar estes recursos, ou seja, o dinheiro do administrador não pode ficar junto ao dinheiro do investidor,
para evitar que o dinheiro dos investidores fosse utilizado pelo administrador em proveito próprio.
Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos ver o que pode haver
dentro deles.
Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda Fixa ou de Renda
Variável.
z Renda Fixa: Rendimento pactuado no momento da emissão do título. Podem ser pré ou pós-fixados. Os pré-fi-
xados são aqueles que temos uma remuneração determinada no momento da contratação, já os pós-fixados são
aqueles em que atrelamos a um índice pactuado previamente (TR, IPCA, IGP-M etc.);
z Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade não pode ser avaliada na emissão, podendo ao final gerar
ganhos ou prejuízos, ou seja, o mercado dirá quando aquele papel irá valer no futuro. O maior exemplo que
temos são as ações.
Curto Prazo
Os fundos de investimento de curto prazo têm por objetivo reproduzir as variações das taxas de juros e das
taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em títulos públicos federais ou em títulos privados de baixo risco de
crédito com prazo médio de cada ativo de até 365 dias.
Longo Prazo
Os fundos de investimento classificados como de longo prazo são aqueles que têm uma carteira de títulos com
prazo médio acima de 365 dias.
z Renda Fixa: Os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%) composta por títulos de
renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos e títulos privados de bancos de baixo risco de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
crédito. Este fundo não pode ter taxa de performance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qua-
lificado. Na modalidade renda fixa existe um segundo nível chamada fundos simples que nada mais são do
que os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de rentabilidade, proporcionar uma rentabilidade
atrelada a um indexador financeiro, e a sua carteira de investimento deverá ser composta por, no mínimo,
95% da carteira em títulos públicos e títulos de bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os
fundos simples também têm a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não
podem cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por (80%) títulos de renda
fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a variação de preços de uma determinada
moeda estrangeira;
z Multimercados: Os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente, a partir de várias
operações arriscadas. Os derivativos financeiros são contratos que visam a simular um conjunto de opera-
ções de modo a permitir que o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada
estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio
do fundo em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de variação
de preços elevadas;
327
z Ações: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67% (no mínimo) em
ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.
Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.
Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova categoria, que entra
no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são incluídos os fundos com carteiras que têm
mais de 40% dos ativos alocados em papéis internacionais.
Regulação Regulação
Simples Simples
Indexados Índice
Ativos
Soberano
z Duração Baixa
Renda Fixa Grau de Investimento
z Duração Média
Crédito Livre
z Duração Alta
z Duração Livre
Investimento no Exterior
Investimento no Exterior
Dívida Externa
Balanceados
Flexível
Macro
Alocação Trading
Long and Short - Direcional
Multimercados Por Estratégia Long and Short - Neutro
Juros e Moedas
Investimento no Exterior Livre
Capital Protegido
Estratégia Específica
Investimento no Exterior
Indexados índices
Valor/Crescimento
Setoriais
Dividendos
Ações Ativos Small cap
Sustentabilidade/Governança
índice Ativo
Livre
Fonte: comoinvestir.com.br
z Direitos Creditórios: A carteira de investimento desses fundos é composta em sua totalidade por títulos que
representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de arrenda-
mento mercantil e de prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos pos-
suem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações);
z Fundos de Previdência: São fundos de investimento destinados a acolher os recursos captados pelo plano
gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL);
328
z Imobiliário: São fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para empreendimentos
imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modifica-
ções). (Isentos de Imposto de Renda.);
É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investimento temos duas
dimensões para o risco:
z Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o
valor do título no seu vencimento;
z Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo
não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se
isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo;
z Risco de Liquidez: Ocorre quando os fundos encontram dificuldade para liquidar as vendas de cotas dos
cotistas por desinteresse do mercado ou por deficiência de caixa do fundo.
Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está cor-
rendo ao investir em um fundo de investimento.
A Marcação a Mercado
Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia o preço. Ou seja, mes-
mo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma taxa determinada (prefixada ou pós-fixada),
é necessário que, diariamente, seu valor seja atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se faz necessário, a
cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes em relação ao rendimento definido
na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimento e carteiras admi-
nistradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua necessidade de caixa ou de seleção de novas
modalidades de aplicação financeira para suas carteiras.
Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do momento composta da
taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas variáveis de risco que envolvem o título negociado.
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda fixa podem ter volatilidade.
A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que diminui o número de
cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto de renda cobrado no momento do resgate
da aplicação.
O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6 meses entre um e
outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.
Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%, exceto os fundos de
ações que não sofrem com o come cotas.
O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus valores, sendo descon-
tado o que já foi cobrado no come cotas.
PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS DE 181 A 360 DIAS DE 361 A 720 DIAS ACIMA DE 720 DIAS
IOF
O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a zero no 30º dia após
a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF.
São a captação de recursos junto ao público em geral, pessoas físicas e jurídicas. Os depósitos à vista têm
como características não são remunerados e permanecem no banco por prazo indeterminado, sendo livres as
suas movimentações.
329
Para o banco, geram fundos (funding) para lastrear deficitários. O CDB – Certificado de Depósito Bancário
operações de créditos de curto prazo, porém, uma é materializado quando o cliente faz um depósito, em
parte deve ser recolhida ao BACEN, como depósito um banco comercial e o banco entrega um certificado
compulsório, servindo portando como instrumento de que o cliente depositou aquele dinheiro, e pagará
de política monetária. Outra parte destina-se ao cré- uma remuneração em forma de taxa de juros, geral-
dito contingenciado, conforme parâmetros definidos mente atrelada a outro certificado de depósito, cha-
pelo CMN, e o restante são os recursos livres para mado CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro.
aplicações, pelo banco. A vantagem deste papel é que pode ser “passa-
A movimentação das contas correntes, cujos recur- do para frente”, ou seja, pode ser endossado (para
sos são de livre movimentação pelos seus titulares, quem nunca viu este termo, nada mais é do que poder
são movimentadas por meio de depósitos, cheques, passar para frente). O CDB possui duas modalidades:
ordens de pagamento, documentos de créditos (DOC),
transferências eletrônicas disponíveis (TED) e outros. z Pré-fixado, quando determinamos a remuneração
A abertura e movimentação de contas correntes do cliente no momento da contratação;
são normatizadas pelo CMN, por meio das Resoluções z Pós-fixado quando a remuneração do cliente está
n. 2025 e 2.747 e dispositivos complementares. atrelada a um índice futuro.
De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco,
que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito, Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalida-
que vale como prova de que foi feito o depósito e que de chamada flutuante, esta modalidade permite que
o cliente entregou tal dinheiro ao Banco. a remuneração varie todo dia, ou seja, o cliente será
As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo remunerado por período que deixar o dinheiro apli-
cliente ou por funcionário do Banco, constando, espe- cado. Neste caso dizemos que o CDB possui liquidez
cificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sen- diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é pos-
do que uma das vias da ficha será entregue ao cliente sível resgatar os valores obtendo juros proporcionais
e a outra será o documento contábil do caixa. ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Ban-
O depósito tanto pode ser feito em dinheiro cor- cário é materializado quando o cliente faz uma entre-
rente, como em cheques, que serão resgatados pelo ga de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta
Banco depositário junto ao serviço de compensação não pode emitir um certificado, pois não capta em
de cheques, ou pelo serviço de cobrança. contas correntes. A instituição, então, emite apenas
Os depósitos em dinheiro produzem o imediato
um recibo, um simples recibo, que diz: “este cliente
crédito na conta corrente em que foi depositado, mas
deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma
os depósitos em cheque só terão o crédito liberado
taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
após seu resgate.
O problema deste papel é que, por não ser um cer-
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO tificado, e sim apenas um recibo, não pode ser pas-
sado para frente, ou seja, não pode ser endossado.
É importante mencionar que o depósito à vista é As instituições são as Sociedades de Crédito e as Coo-
uma das principais formas que as Instituições Finan- perativas de Crédito, pois só podem captar depósito
ceiras têm de criar moeda escritural, ou seja, moedas a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas
que são dados em um computador, que não existem RDB. O RDB possui duas modalidades: Pré-fixado e
materialmente. Logo, só os captadores de depósito à Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez
vista criam moeda escritural. diária, visto que não pode ser resgatado, sob hipótese
alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com
z Depósito a prazo ou depósito a prazo fixo:
a instituição financeira.
São depósitos em que o cliente dá ao banco um pra-
zo para sacar o dinheiro, ou seja, o cliente não pode- COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS
rá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso, o banco
A cobrança e o recebimento de boletos, títulos e car-
fica mais seguro para emprestar esse dinheiro captado,
nês constituem um dos principais produtos ofertados
portanto, paga uma remuneração, em forma de taxa de
pelos bancos aos seus clientes e ao público em geral.
juros, pelo prazo que o dinheiro permanecer aplicado.
Com esses valores o banco empresta-os para os O produto cobrança é um conjunto de serviços
deficitários e nesta ponta realiza uma operação ativa, financeiros oferecidos pelos bancos que têm por fina-
pois está em posição superior, uma vez que o cliente lidade o recebimento de valores (referentes à venda,
agora deverá devolver o dinheiro ao banco. à disponibilização de produtos e serviços ou ao recebi-
mento de doações) por meio de boletos de pagamento.
Para os pagadores (sacados), a grande vantagem é
Importante que os boletos bancários podem ser pagos em todos os
canais de atendimento da rede bancária, o que facilita
Se sua prova pedir para você definir se tal opera-
a sua quitação. Já para os beneficiários (cedentes),
ção é ativa ou passiva, atente para um referencial
a vantagem reside na maior facilidade de pagamento
que a questão estiver indicando, caso contrário,
oferecida aos seus clientes devedores, o que aumenta
poderá se confundir. Nosso referencial acima foi o percentual de adimplemento (pagamento em dia) de
o BANCO. seus créditos a receber.
Os boletos podem ser emitidos pelos clientes usuá-
Os Depósitos a Prazo Mais Comuns São o CDB e o rios do serviço de cobrança por meio de sistemas pró-
RDB prios ou por sistema de cobrança disponibilizado pelo
banco contratado. Esses sistemas disponibilizados
O CDB e o RDB nada mais são do que, como vimos pelos bancos oferecem funcionalidades que possibili-
acima, o cliente superavitário emprestando dinhei- tam ao cliente utilizá-lo como ferramenta de gerencia-
330 ro ao banco, para que este empreste dinheiro aos mento de sua carteira de cobrança.
Atualmente, boletos bancários são registrados vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado
na Nova Plataforma de Cobrança, um software do (devedor), o cliente que descontou o título (cedente)
mercado financeiro que centraliza toda a base de assume a obrigação pelo pagamento. Trata-se do
registros de boletos. A Nova Plataforma de Cobrança chamado direito de regresso que o banco possui em
começou a operar em julho de 2017, quando passaram relação ao cliente cedente dos títulos.
a ser processados os boletos de valor igual ou acima Em suma, a Nova Plataforma de Cobrança é um
de R$50 mil, e chegou a sua fase final de implemen- sistema que foi criado para atualizar o processo de
tação em novembro de 2018 com a migração de todos liquidação dos boletos bancários, com a implantação
os boletos. de mecanismos que trazem mais controle e segurança
Com a Nova Plataforma, foi encerrado o uso de a esse meio de pagamento. Trata-se de uma iniciativa
boletos sem registro. Antes disso, o cliente podia tomada pelo próprio setor bancário após as institui-
emitir boletos sem registrá-los no sistema do banco ções financeiras entenderem que o sistema de liqui-
emissor. dação para os boletos de pagamento precisava ser
O sistema agora permite a troca on-line de infor- modernizado.
mações sobre os boletos no sistema financeiro, admi-
tindo que um boleto de qualquer banco seja validado LETRA DE CÂMBIO
na base centralizadora previamente a sua liquida-
A Letra de Câmbio consiste em um título de crédito
ção. Isso evita o risco de pagamentos indevidos ou
escrito que emana uma ordem de pagamento deter-
inconsistências.
minada por dada pessoa (sacador) em face de outra
O software possibilita, também, a inclusão, altera-
(sacado). Ordem esta que determina que se pague ao
ção, exclusão e consulta de boletos pelas instituições
beneficiário estampado no título ou àquele que esteja
financeiras ou instituições de pagamento participan-
recebendo a ordem dele.
tes, o que também reduz o risco de fraudes e ilicitu-
des através do uso de boletos bancários. O título em questão necessita de três elementos
Outra vantagem da Nova Plataforma de Cobrança pessoais para sua constituição:
é evitar os pagamentos em duplicidade, pois o siste-
ma não permite a aceitação de pagamentos em dupli- z Sacador: consiste na pessoa que determina a
cidade. Ademais, o pagador de um boleto vencido não ordem de pagamento;
precisa mais ir até o banco emissor do boleto para qui- z Sacado: é a pessoa que recebe a ordem;
tar seu débito. O sistema viabiliza que um boleto, z Beneficiário (Tomador): é a pessoa que se benefi-
mesmo que vencido, seja pago em qualquer insti- cia da ordem de pagamento.
tuição financeira ou canal de atendimento dispo-
nível, tais como agências, correspondentes bancários, Por exemplo, Natália é devedora da quantia de R$
internet banking, mobile banking e ATMs (Automated 2.000,00 (dois mil reais) à Ana. Contudo, Natália não
Teller Machine), os famosos caixas eletrônicos. tem o dinheiro para pagá-la, mas possui um crédito
Ainda sobre boletos, o Banco Central determina com Maciel no valor de exato de R$ 2.000,00 (dois mil
que todo boleto de pagamento apresente os seguintes reais). Assim, visando quitar sua dívida e extinguir a
dados: CPF ou CNPJ do beneficiário e do pagador, obrigação em face de Ana, ela saca uma letra de câm-
valor e data de vencimento. A inserção do CPF é fun- bio em favor de Ana, que deverá apresentar o título
damental, também, para proporcionar mais seguran- em face de Maciel, o qual deverá pagá-lo à Ana.
ça e facilidade nos processos de DDA (Débito Direto Importa esclarecer que, para que a letra de câmbio
Autorizado) e na prevenção de fraudes. produza efeitos, deve ela possuir:
Logicamente, ao apresentar um título a vencer As letras de câmbio podem ser classificadas em:
para desconto, o cliente não recebe o valor integral do
título apresentado — o valor do título é descontado z Letra de Câmbio do Banco Central: É um título de
por uma taxa de desconto (a taxa de juros da opera- crédito público de responsabilidade do Banco Cen-
ção), além de impostos e tarifas administrativas. No tral que se destina a servir como um instrumento 331
de política monetária, isto é, um instrumento que Trata-se de um serviço que oferece inúmeras van-
serve para, além de outras coisas, controlar a ques- tagens às partes envolvidas, veja:
tão inflacionária do Brasil;
z Letra de Câmbio Financeira: É uma espécie de z Vantagens para o banco
título público de crédito que pode ser emitido
por instituições financeiras, que, sob o controle e aumenta as aplicações e receitas por conta dos
supervisão do Banco Central, podem sacar, emitir valores arrecadados;
ou aceitar tais títulos; desperta o interesse de clientes novos;
z Letra do Tesouro Nacional: Consiste em um título clientes mais fixos para o Banco (domicílio
bancário).
público de crédito, que, como o próprio nome suge-
re, é emitido pelo Tesouro Nacional no mercado
z Vantagens para o cliente/instituição pública
aberto, com o findo de cobrir déficits orçamentá-
rios e/ou para realização de operações financeiras
garantia de rigidez no cumprimento das cláu-
de crédito por antecipação de receita; sulas contratuais;
z Letra Hipotecária: É um título de crédito que pos- sem custos administrativos;
sui como principal característica a emissão limi- maior segurança no manuseio dos valores.
tada às instituições financeiras que atuam com
financiamentos de imóveis com recursos oriundos z Vantagens para o cliente/contribuinte
do Sistema Financeiro de habitação.
praticidade e segurança no recolhimento/paga-
TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS mento do tributo;
rapidez para efetuar o pagamento em diferen-
A transferência automática de fundos consis- tes órgãos;
te em um procedimento por meio do qual o banco financiamento/ remuneração dos recolhimentos.
movimenta as contas do cliente. O processo pode ser
realizado de forma automática, mediante prévia auto- Em suma, os bancos utilizam desse serviço como
rização, envolvendo uma ou mais contas em uma ou uma das formas de repassar o capital para o comércio,
mais agências do banco. Além disso, pode ser feito de para a indústria e para as empresas, seja por meio de
modo programado, buscando atender à ordem direta financiamentos, seja por meio de empréstimos capa-
do correntista. zes de custear as atividades produzidas.
A passagem de recursos financeiros de uma conta
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING
para outra ocorre com o objetivo de suprir a carên-
cia de provisão. O cliente deve informar, previamen-
A ligação entre o computador do cliente e o com-
te, qual o saldo que deseja manter e em que contas, a putador do banco, é o que basicamente se define como
fim de que o banco possa movimentar seus recursos Home Banking.
financeiros, conforme solicitado. Para que houvesse uma redução de custos de inter-
Sem dúvidas, a evolução tecnológica foi o que per- mediação financeira, os bancos concluíram que havia
mitiu a realização desse procedimento. A transferên- necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes
cia automática de fundos é feita, geralmente, no final nas agências.
do dia por meio do software utilizado pelo banco. O Esse é o motivo para o aprimoramento dos Bancos
sistema verifica as várias contas que o cliente possui 24 horas, onde se dá o atendimento remoto – fora das
em diversas agências do banco e realiza a passagem agências – da clientela.
de fundos, de acordo com o estabelecido pelo cliente. Esse tipo de atendimento se utiliza da rede ban-
Cabe destacar, por fim, que o processo de trans- co 24 horas (saques, depósitos, pagamento de con-
tas, solicitação de entrega de talões de cheques etc.),
ferência automática de fundos é possível, somente,
empresas tipo balcão eletrônico, cartões magnéticos
entre contas diferentes da mesma agência ou de agên-
em redes de postos de gasolina, redes de lojas.
cias diferentes do mesmo banco. Não se pode, por-
Pode-se, então, obter uma integração dos requisi-
tanto, movimentar saldos entre contas de instituições tos de conveniência, segurança, eficácia e relaciona-
bancárias distintas. mento, exigidos pelo conceito de remote bank.
A segurança na transmissão de dados é garan-
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS tia pelo perfil que o banco, concede por meio de
uma palavra-chave-password que limita o acesso às
A arrecadação de Tributos e Tarifas é um serviço informações.
prestado pelos bancos às instituições públicas e con- Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
cessionárias dos serviços públicos. São acordos e con- contabilidade/remote-banking-(banco-virtual)/24984
vênios que delimitam as condições de tais tributos/
tarifas. BANCO DIGITAL
Economia de Dinheiro
O Banco Central do Brasil autoriza o funcionamento
O resultado mais relevante que o Marketing Digi- das empresas que negociam “moedas virtuais” e/
tal traz para a segmentação do público é otimizar a ou guardam chaves, senhas ou outras informações
taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com cadastrais dos usuários, empresas conhecidas como
menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi- “exchanges”?
co e ter um sistema integrado de monitoramento, a
divulgação se torna mais barata e eficiente. Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza-
Imagine uma campanha em TV aberta que atinja das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há
um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam legislação ou regulamentação específica sobre o tema
seu público alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing no Brasil.
Digital à mesma campanha, é possível conseguir o O cidadão que decidir utilizar os serviços presta-
mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas de eventuais fraudes ou outras condutas de negó-
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais cio inadequadas, que podem resultar em perdas
propício ao engajamento. patrimoniais. 335
É possível realizar compras de bens ou serviços no Mineração de Criptomoeda
Brasil utilizando “moedas virtuais”?
Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa-
A compra e venda de bens ou de serviços depende ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos
de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma quando alguém descobre um “quebra-cabeças”.
de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir- O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori-
tuais”, as partes assumem todo o risco associado. thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma
Qual o risco para o cidadão se as moedas virtuais função matemática e criptográfica.
forem utilizadas para atividades ilícitas? São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois
exigem uma rapidez além do normal. Assim, foram
Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode criados hardwares de mineração para solucionar
estar sujeito à investigação por autoridades públicas. esses cálculos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algo-
As “moedas virtuais” podem ser utilizadas como ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço
investimento? no blockchain para registrar suas transações com as
bitcoins.
Blockchains são conhecidos por serem extrema-
A compra e a guarda de “moedas virtuais” estão
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso
sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido,
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica-
além da variação de seu preço. O cidadão que investir
mente, são regras que definem a forma (justa) em que
em “moedas virtuais” deve também estar ciente dos
uma rede cripto deve funcionar.
riscos de fraudes.
Os dois principais mecanismos de consenso exis-
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo-
É permitido realizar transferência internacional f-of-stake (PoS).
utilizando “moedas virtuais”? O algoritmo proof-of-work garante a segurança da
rede blockchain pela mineração de criptomoedas —
Não. Transferências internacionais devem ser fei- processo em que poder computacional é aplicado para
tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a encontrar uma solução matemática complicada que
operar no mercado de câmbio, que devem observar as dá o direito de transmissão de um bloco de transações.
normas cambiais. Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin
Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a
perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
mineração cripto para garantir sua segurança.
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine-
BlockChain
ração mais potentes têm mais chances de encontrar
essa solução matemática mais rápido e garantir a
O BlockChain espécie de banco de dados, onde segurança e confiabilidade do blockchain.
ficam armazenadas todas as informações sobre as Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto
transações de Bitcoins. O mais legal é que este grande não é algo sustentável, já que milhares de máqui-
arquivo é acessível a todos os usuários. nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em
Dessa forma, você pode acessar essa base de dados uma grande competição tecnológica, a fim de obter
pelo seu computador e ver uma negociação que ocor- a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans-
reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale- missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa
manha, por exemplo. muita energia elétrica, que polui o meio ambiente.
Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs-
possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake.
sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra- Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá-
vada na blockchain para sempre. tico, um nó (participante da rede) garante o direito de
E falamos para sempre no sentido literal. Afinal, transmitir o bloco de transações à rede com base na
não é possível desfazer ou alterar uma transação após quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou
ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar seja, a quantia em staking de seus criptoativos.
atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit- Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe
coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain? uma recompensa na forma do token principal da rede.
Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip-
Dica toativos em staking pode ser “queimada”, como um
tipo de punição para maus agentes.
Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome, (Fonte: moneytimes.com.br-Daniela do Nascimento)
que fazem parte de um sistema de registro cole-
tivo. Isso quer dizer que as informações não Arranjos de Pagamento
estão guardadas em um lugar só, pois em vez
de estarem armazenadas em um único compu- Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e
tador, todas as informações da blockchain estão procedimentos que disciplina a prestação de determi-
distribuídas entre os diversos computadores nado serviço de pagamento ao público. As regras do
ligados a ela. arranjo facilitam as transações financeiras que usam
dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com
Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-o- dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o
336 que-e arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É
o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de z Exclusivos para pagamento de serviços públicos,
cartão de crédito numa compra que só é possível por- como água, luz e transporte;
que o vendedor aceita receber daquela bandeira. z Baseados em moedas virtuais, como programas de
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro- benefícios, como de milhagem aérea e outros pro-
cedimentos utilizados para realizar compras com car- gramas que tenham como objetivo incentivar uso
tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional e a fidelidade do cliente por meio de prêmios;
ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes- z Decorrentes de programas governamentais de
sas de recursos também são arranjos de pagamentos. benefícios, a exemplo de vale-alimentação, vale-
As pessoas jurídicas não financeiras que executam os -refeição e vale-cultura;
serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins- z De saque e aporte, nos quais as condições de pres-
tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio- tação desses serviços são estabelecidas por meio
namento com os usuários finais do serviço. Instituições de contratos comerciais entre as operadoras de
financeiras também podem operar com pagamentos. caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de
A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo pagamento, e que, atualmente, não são submeti-
de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável dos à aprovação do BC; e
pela criação do arranjo de pagamento e pela manu- z Destinados ao recebimento de doações eleitorais.
tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
organizar e criar regras para o funcionamento do
arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen- Importante!
tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
estão seguindo as regras e os procedimentos estabele- O Banco Central (BC) supervisiona todos os
cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos arranjos de pagamento que não se enquadrem
de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui- nas condições descritas acima.
dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri- Ainda, segundo a Lei 12.865, de 2013, em seu arti-
vate label – emitidos por grandes varejistas e que só go 7º Os arranjos de pagamento e as instituições de
podem ser usados no estabelecimento que o emitiu pagamento observarão os seguintes princípios, con-
ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos forme parâmetros a serem estabelecidos pelo Banco
à supervisão do BC os arranjos para pagamento de Central do Brasil, observadas as diretrizes do Conse-
serviços públicos (como provisão de água, energia lho Monetário Nacional:
elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos
de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, I - Interoperabilidade ao arranjo de pagamento e
ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação. entre arranjos de pagamento distintos;
O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga- II - Solidez e eficiência dos arranjos de pagamen-
mento, passará a ser o padrão único para QR Codes to e das instituições de pagamento, promoção da
(código de barras bidimensional) a serem utilizados competição e previsão de transferência de saldos
em moeda eletrônica, quando couber, para outros
para a iniciação de transações em arranjos de paga-
arranjos ou instituições de pagamento;
mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor
III - Acesso não discriminatório aos serviços e às
em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga-
infraestruturas necessários ao funcionamento dos
mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR arranjos de pagamento;
Codes ao BR Code. IV - Atendimento às necessidades dos usuários
Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá finais, em especial liberdade de escolha, segurança,
utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação proteção de seus interesses econômicos, tratamen-
em diferentes arranjos – a depender do aplicativo to não discriminatório, privacidade e proteção de
escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres- dados pessoais, transparência e acesso a informa-
tadores de serviço de pagamento devem informar ao ções claras e completas sobre as condições de pres-
usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili- tação de serviços;
zado naquela transação. V - Confiabilidade, qualidade e segurança dos ser-
A legislação proíbe que instituições de pagamento viços de pagamento; e
prestem serviços privativos de instituições financeiras, VI - Inclusão financeira, observados os padrões
como a concessão de empréstimos e financiamentos ou de qualidade, segurança e transparência equivalen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
R$500 milhões de valor total das transações, A participação no PIX é obrigatória para as insti-
acumulado nos últimos doze meses; e tuições financeiras e para as instituições de pagamen-
25 milhões de transações, acumuladas nos últi- to autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
mos doze meses. Brasil com mais de quinhentas mil contas de clientes
ativas, consideradas as contas de depósito à vista, as
z Cujos cartões sejam emitidos para uso exclusivo contas de depósito de poupança e as contas de paga-
em uma rede de estabelecimento de um gran- mento pré-pagas.
de comerciante, como lojas de departamento, ou Consideram-se contas de clientes ativas as contas
em estabelecimentos pertencentes a uma rede de de depósito à vista, as contas de depósito de poupança
franquia ou de licenciados; e as contas de pagamento pré-pagas não encerradas. 337
É facultada a adesão ao PIX: Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre-
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta
I - das demais instituições financeiras e instituições específica em uma ou mais instituições financeiras.
de pagamento No total existem 5 chaves possíveis:
II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição
de ente governamental. z Seu CPF ou CNPJ;
z Seu número de telefone;
z Seu e-mail;
Importante! z Chave aleatória;
z Pix Copia e Cola.
As instituições de pagamento que optarem por
aderir ao PIX, e não se enquadrarem nos crité- Eu posso ter várias chaves cadastradas na mesma
rios previstos na regulamentação em vigor para conta, mas nunca várias contas vinculadas a mesma
serem autorizadas a funcionar pelo Banco Cen- chave, pois a chave só poderá abrir uma conta de
tral do Brasil, serão consideradas integrantes do cliente.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) a partir
do momento em que apresentarem pedido de Shadow banking
adesão ao PIX.
O shadow banking, também conhecido em portu-
guês como “sistema bancário sombra”, é um con-
Os processos e estruturas de governança do PIX junto de operações e intermediários financeiros que
devem garantir: fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo-
bal de forma “informal”.
I - a representatividade e a pluralidade de institui- Ou seja, por meio de uma série de atividades
ções e de segmentos participantes; paralelas ao sistema bancário, algumas instituições
II - o acesso não discriminatório; e e agentes conseguem realizar financiamentos de for-
III - a mitigação de conflitos de interesse. ma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou
O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente regulação.
que tem como objetivo subsidiar o Banco Central do
Dentre os intermediários não-regulamentados que
Brasil na definição das regras e dos procedimentos
que disciplinam o funcionamento do Pix.
podem fazer parte do shadow banking estão os:
O Fórum Pix é integrado por:
I - participantes do arranjo, individualmente ou z Bancos de investimento;
por meio de associações representativas de âmbito z Fundos de hedge;
nacional; z Operações com derivativos e títulos securitizados;
II - provedores e potenciais provedores de serviços z Fundos do mercado monetário;
de tecnologia da informação, z Companhias de seguros;
III - usuários pagadores e recebedores, por meio de z Fundos de capital privado;
associações representativas de âmbito nacional; e z Fundos de direitos creditórios;
IV - câmaras e prestadores de serviços de compen-
z Factorings e fomentadoras mercantis;
sação e de liquidação que ofertem mecanismos de
provimento de liquidez no âmbito do Pix. z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending).
A Coordenação do Fórum Pix será Exercida pelo Por que o Shadow Banking Existe?
Banco Central do Brasil.
Instituições que praticam o shadow banking geral-
Compete ao Coordenador do Fórum Pix: mente servem como intermediários entre credores
e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de capital para investidores e corporações.
sugestão de participante, propostas de acréscimos Mas como essas instituições não são bancárias, elas
ou de alterações de regras que possam ensejar a não recebem depósitos tradicionais como um banco
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
quando referentes a temas que impactem a atuação instituições possuem maiores riscos de mercado, de
dos participantes e seus correspondentes modelos crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
de negócio; va de capital para servir como garantia.
II - analisar e responder as contribuições dos parti-
Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que
trata o inciso I;
bais e a estruturação de operações cada vez mais
III - definir os temas a serem discutidos pelo Fórum complexas, o shadow banking passou a desempenhar
Pix; um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
IV - definir a periodicidade das reuniões do Fórum financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
Pix; que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
balho temáticos, com objeto delimitado, de forma
permanente ou por prazo determinado, e sobre a CORPORATE FINANCE
composição, a coordenação, os produtos, os prazos
e as diretrizes de atuação desses grupos;
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclu-
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
sive de autorregulação, sua composição e objeto de
atuação; e É uma autarquia em regime especial, vinculada
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas ao Ministério da Fazenda, a qual é responsável espe-
338 no encaminhamento das soluções aprovadas. cificadamente pela regulamentação, fiscalização e
controle do mercado de títulos e valores mobiliários As companhias abertas devem atender a diversos
emitidos pelas Sociedades Anônimas de Capital Aber- requisitos, definidos na Lei das S.As. e nas regulamen-
to — S/A. tações da CVM, com o objetivo de garantir a confiabi-
lidade das informações e demonstrações financeiras
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — Sansões divulgadas. O mercado considera que a plena abertu-
ra de capital ocorre quando há o lançamento de ações
z Advertência;
ao público, em função das transformações impostas
z Multa;
à empresa e pelo incremento no volume de negócios
z Suspensão ou inabilitação para o exercício do car-
com seus títulos.
go, ou cassação da autorização ou do registro, bem
como a proibição por prazo determinado para o
CONCEITOS DE CORPORATE FINANCE5
exercício de atividades e operações do sistema de
distribuição;
Corporate Finance (Finanças corporativas) é o
z O investidor pode ser proibido temporariamente
nome dado à divisão das finanças que lida com situa-
de atuar, direta ou indiretamente, no mercado.
ções como: fontes de financiamento, estruturação de
Atribuições do CVM capital e decisões de investimento. A principal preo-
cupação aqui, na Corporate, é maximizar o valor do
z Estimular a formação de poupança e sua aplicação acionista nas decisões, tanto de curto como de longo
em valores mobiliários; prazo, da companhia.
z Promover a expansão e o funcionamento eficiente Uma das principais atribuições dada aos departa-
e regular do mercado de ações e estimular as apli- mentos de Finanças Corporativas é o de investimento.
cações permanentes em ações do capital social de Não só administrar e supervisionar, mas tomar deci-
companhias abertas sob controle de capitais priva- sões que façam sentido dado o momento e o segmento
dos nacionais; da firma. Como exemplo, podemos citar um empreen-
z Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos dimento realizado por uma empresa de Real Estate.
mercados de bolsa e de balcão; A firma sabe que precisa fazer algum projeto que
z Proteger os titulares de valores mobiliários e os rentabilize seu capital. Cabe então ao departamento
investidores do mercado contra: de Corporate não só analisar as melhores oportuni-
dades, mas também a estratégia a se seguir. Algumas
emissões irregulares de valores mobiliários; perguntas a serem feitas em relação a estratégia: qual
atos ilegais de administradores e acionistas das investimento devo fazer? Qual investimento maximi-
companhias abertas, ou de administradores de zara meu retorno? Devo fazer com capital próprio, de
carteira de valores mobiliários; terceiros ou através de Equity?
o uso de informação relevante não divulgada Dentro das Finanças Corporativas, há uma série
no mercado de valores mobiliários. de instrumentos usados para calcular a viabilidade de
um projeto ou investimento. Passaremos por todos,
COMPANHIAS ABERTAS — CONCEITO, REGISTRO, citando exemplos e suas respectivas fórmulas com o
POLÍTICA DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES uso na HP 12C. Antes de tudo, é importante ressaltar
que aqui lidaremos com o assunto de Finanças Corpo-
Quando uma instituição pública ou privada decide rativas, o que envolve o uso de matemática financeira.
abrir seu capital para captação de recursos na bolsa de Iremos apresentar termos, fórmulas e explicar cada
valores, ela se torna uma companhia aberta e realiza a um.
oferta inicial de suas ações na bolsa de valores brasileira.
Essa oferta inicial de ações visa apresentar a com- Future Value e Present Value
panhia para investidores no chamado mercado pri-
mário, que representa a oferta da ação da companhia Começaremos com Future Value (Valor futuro),
(após análise da companhia de seu capital e de deci- que chamaremos de FV. O FV de um número nada
são sobre montante ofertado de ações), após a devida mais é que um montante de dinheiro hoje, avalia-
regulamentação na Comissão de Valores Mobiliários. do em um dado ponto do futuro. Já o Present Value
(Valor Presente), é o próprio montante avaliado hoje.
Companhias Abertas4 Podemos usar uma fórmula para ambos os termos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os fundos de investimentos pelo tipo podem ser classificação de risco localizada no país, exceto em
classificados como abertos ou fechados. relação aos fundos referenciados em índices do mer-
Os fundos de investimento abertos são aqueles em cado de ações; estipule que 95%, no mínimo, da car-
que os investidores podem subscrever e resgatar as teira seja composta por ativos financeiros de forma a
unidades de participação (cotas) a qualquer momen- acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do
to, sendo o número de unidades de participação em indicador de desempenho (“benchmark”) escolhido; e
circulação variável e, normalmente, constituídos para restrinja a respectiva atuação nos mercados de deri-
existir por tempo indeterminado. vativos à realização de operações com o objetivo de
proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.
9 In 555 CVM “Art. 3º O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em
ativos financeiros.”
10 In 555 CVM “Art. 4º O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas
conforme estabelecido em seu regulamento, ou fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo”.
11 De acordo com a definição da Lex Universal, a palavra “trust” (fideicomisso) significa a custódia e administração de bens, interesses ou valores
de terceiros. Trata-se de qualquer tipo de negócio jurídico que consista na entrega de um bem ou um valor a uma pessoa (fiduciário). Esses recur-
sos passam a ser administrados em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (beneficiário). 341
Renda fixa: deve possuir, no mínimo, 80% da cartei- Fundos de Investimento Imobiliário (“FII”):
ra em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados os recursos devem ser destinados a empreendimen-
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe. tos imobiliários, podendo ser aplicados na aquisição
Ações: deve possuir, no mínimo, 80% da carteira de uma série de ativos imobiliários, dentre os quais:
em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados direitos reais sobre imóveis (para fins de locação
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe comercial, residencial ou industrial, por exemplo),
(variação de preços de ações admitidas à negociação as ações e debêntures de empresas do setor imobiliá-
no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade rio, certificado de potencial adicional de construção
do mercado de balcão organizado); deve possuir, no (CEPAC), letras hipotecárias, letras de créditos imobi-
mínimo, 67% da carteira em ações admitidas à nego- liários, cotas de outros fundos de investimentos imo-
ciação no mercado à vista de bolsa de valores ou enti- biliários, dentre outros ativos. Base legal: Instrução
dade do mercado de balcão organizado. CVM 472, modificada pelas instruções CVM 478, de
Cambial: deve possuir, no mínimo, 80% da cartei- 2009; 498, de 2011; 517, de 2011; 528, de 2012; 554, de
ra em ativos relacionados diretamente, ou sintetiza- 2014; 571, de 2015; 580, de 2016; e 604, de 2018.
dos via derivativos, ao fator de risco que dá nome à Fundos de Investimentos em Direitos Creditó-
classe (variação de preços de moeda estrangeira ou rios (“FIDC”): onde no mínimo 50% do patrimônio
simplesmente variação cambial), ou a variação do líquido deve ser destinado para a aplicação em direi-
cupom cambial. tos creditórios. Somente captam recursos mediante
Dívida externa: deve aplicar, no mínimo, 80% de seu distribuição de cotas, cuja remuneração e resgate
patrimônio em títulos representativos da dívida externa estão atrelados fundamentalmente ao desempenho
de responsabilidade da União, sendo permitida a aplica- dos direitos creditórios integrantes do fundo.12 Os
ção de até 20% do patrimônio líquido em outros títulos FIDC podem ser “padronizados” ou “não padroniza-
de crédito transacionados no mercado internacional. dos”, de acordo com os ativos que forem objeto de
Multimercado: deve possuir políticas de investi- investimento.
mento que envolvam vários fatores de risco, sem o FIDC “padronizado” somente pode investir em
compromisso de concentração em nenhum fator em títulos de crédito convencionais, mais seguros e que
especial ou em fatores diferentes das demais classes não apresentam nenhuma particularidade. Por sua
previstas. vez, no FIDC “não padronizado” (NP), além dos títu-
Mistos: investem de forma diversificada, manten- los convencionais, pode-se também adquirir direitos
do percentagens do seu capital alocadas a instrumen- creditórios com maior risco, como, por exemplo, mas
tos de mercado monetário, obrigações e ações. não limitados:
Fundos de fundos: o capital é investido, na sua
maioria, em unidades de participação de outros fun- z créditos já vencidos ou com o pagamento pendente;
dos de investimento. z créditos em litígio ou recuperação judicial;
z precatórios;
Fundos Fechados por Propósitos — Principais Tipos z créditos de existência futura e montante incerto.
Antes de adentrar ao tema deste tópico, mister se Dessa forma, como um FIDC-NP investe em ativos
faz esclarecer que os fundos de investimento em con- de maior risco e menor liquidez, costumam oferecer
domínios abertos não serão analisados, pois a diversi- rendimentos maiores do que a média.
dade de propósitos dificulta ao ponto de inviabilizar a Não há regime fiduciário para o patrimônio do
formulação de uma intitulação. fundo, de forma que todos os cotistas têm direitos
Portanto, serão comentados os principais fundos sobre o patrimônio total do fundo; no entanto, estão
fechados que pelo propósito de investimento podem divididos de acordo com os dois tipos de cotas que um
ter a nomeação de: FIDC pode emitir, que são sêniores13 e subordinadas14.
Base legal: Instrução CVM 356.
z investimento imobiliário; Fundos de Investimentos em Participações
z investimentos em direitos creditórios (“FIP”): destinados à aquisição de ações, debêntu-
z mútuo em empresas emergentes; res, bônus de subscrição ou outros títulos e valores
z em participações; mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de
z cultural e artístico; emissão de companhias, abertas ou fechadas, partici-
z aposentadora programa individual; pando do processo decisório da companhia investida,
z financiamento da indústria cinematográfica nacional; com efetiva influência na definição de sua política
z garantidor de parcerias público-privadas. estratégica e em sua gestão, notadamente através da
indicação de membros do Conselho de Administração,
As definições a seguir não têm por propósito esgo- sendo que somente investidores qualificados podem
tar a análise de cada um dos fundos, pois o espaço participar desses fundos. Base legal: Instrução CVM
destinado aqui não comportaria essa discussão. A 578, de 2016.
intenção é ser um informativo com o intuito de tornar Fundos Mútuos de Investimentos em Empre-
a cognição sobre os fundos fechados mais compreen- sas Emergentes (“FMIEE”): são obrigados a destinar
sível ao leitor, e de dar uma base inicial de conheci- no mínimo 75% de seus investimentos em carteira
mento sobre tais veículos de investimento. diversificada de valores mobiliários de emissão de
12 Dicionário de Finanças Uqbar. Consultado em 31 de maio de 2017.
13 São as quotas que têm preferência para amortização e resgate. Por estarem protegidas, até um limite, de inadimplementos, as quotas prefe-
renciais possuem risco significativamente menor.
14 São as quotas que somente são remuneradas após as cotas seniores terem sido totalmente pagas. Por terem um risco maior, em muitos casos
342 trazem um maior retorno no caso de adimplemento.
empresas emergentes, assim entendida a compa- pois estão regulamentados por normas que protegem
nhia que apresente faturamento líquido anual, ou os investidores, tendo os seus funcionamentos devida-
faturamento líquido anual consolidado, inferior a mente fiscalizados pela CVM.
R$150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais), Isso não significa que não existam riscos, mas com
apurado no balanço de encerramento do exercício os fundos de investimento a decisão de assumir maior
anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua ou menor risco é do investidor (poupador) que bus-
emissão. Base legal: Instrução CVM 209, de 1994, alte- ca maiores ou menores retornos. A principal caracte-
rada para Instrução CVM 447, de 2009. rística dos fundos de investimentos é permitir que o
Fundos de Investimento Cultural e Artístico poupador comum tenha uma diversificação de seus
(“FICART”): compostos de recursos destinados à apli- investimentos. Por isso, um investidor pode destinar
cação em projetos culturais e artísticos. Base legal: recursos para diversos fundos de forma a ter uma
Instrução CVM 186, de 1992, com as alterações intro- carteira mais rentável e com mitigação dos riscos,
duzidas pelas instruções CVM 200, de 1993 e 213, de parecendo-nos ser uma postura mais bem estrutura-
1994. da do que a de simplesmente deixar seus recursos sob
Fundos de Aposentadoria Programada Indivi- administração indireta de um banco ou gestora de ati-
dual (“FAPI”): popularmente conhecidos como fundo vos, o que nem sempre significa a melhor eficiência
de pensão, são uma modalidade de fundo de aposen- de resultados.
tadoria que tem como objetivo a acumulação de recur- O mercado de capitais é uma das principais fer-
sos a partir, exclusivamente, dos aportes feitos pelo ramentas de investimento para o crescimento da
titular do contrato (trabalhador) que, normalmente, é economia de um país, sendo importante maneira de
seu futuro beneficiário (assemelha-se às tontinas, ori- fomento econômico e de democratização do capital.
gens dos fundos de investimento). Base legal: Instru- Nenhum país é forte se não tem um mercado de capi-
ção CVM 423, de 2005. tais robusto. Dentro dos veículos de aplicação exis-
Fundo de Financiamento da Indústria Cinema- tentes, os fundos de investimento representam uma
tográfica Nacional (“FUNCINES”): tem por objetivo importante ferramenta de financiamento da econo-
a aplicação de no mínimo 90% dos recursos captados mia, com remuneração justa para o investidor que
alocados em projetos aprovados pela Agência Nacio- participa na realização do lucro do fundo, mitigando
nal de Cinema — ANCINE. A parcela remanescente do seu risco com a diversificação entre os vários tipos e
patrimônio do fundo será constituída por títulos emi- propósitos existentes.
tidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central do Contudo, existe uma necessidade de tornar o assun-
Brasil. É vedada a aplicação de recursos de FUNCINES: to mais acessível à maioria das pessoas, o que somente
será possível com educação financeira mediante apre-
z em projetos que tenham participação majoritária sentações didáticas do que são os fundos de investi-
de cotista de próprio Fundo; mento, da legislação e dos resultados positivos obtidos,
z em obras audiovisuais de natureza publicitá- com a gestão de uma carteira diversificada em diferen-
ria, esportiva ou jornalística, que não podem se tes tipos de fundos, obtendo riqueza para o investidor e
beneficiar de recursos dos Funcines ou do Fundo permitindo que a economia do país cresça.
Nacional de Cultura (FNC) alocados na catego-
ria de programação específica Fundo Setorial do HOT MONEY, CONTAS GARANTIDAS, CRÉDITO
Audiovisual. ROTATIVO, VENDORFINANCE/COMPRORFINANCE,
LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS),
Base legal: Regulado pela Instrução CVM, de 2003, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO
com as alterações introduzidas pelas instruções CVM RURAL, FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À
435, de 2006; 451, de 2007; 498, de 2011; e 545, de 2014. EXPORTAÇÃO E OS REPASSES DE RECURSOS DO
Fundo Garantidor de Parcerias Público-privadas BNDES E CARTÕES DE CRÉDITO
(“FGP”): finalidade de prestar garantias ao parceiro
privado sobre o pagamento da contraprestação pelo Crédito é um conceito presente no dia a dia das
parceiro público. Trata-se de iniciativa inédita no mun- pessoas e empresas, mais do que possamos imaginar
do que objetiva conferir ao parceiro privado a segu- a princípio. Todos nós estamos continuamente às vol-
rança de que os valores devidos pelo parceiro público tas com o dilema de uma equação simples: a constante
serão pagos. Base legal: Lei 11.079, de 30 de dezembro combinação de nossos recursos finitos com o conjun-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de 2004. Instrução CVM 468, de 2005, e Instrução CVM to de nossas imaginações e necessidades infinitas,
305, de 1999.15 gerando desta forma a procura por Crédito.
Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é
Considerações Finais um assunto de extrema importância para o concessor
de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam
A exposição trazida demonstra que o mercado na hora da decisão de emprestar ou não, funcionando
de capitais no Brasil, apesar de existir há mais de 50 como orientadores da concessão.
anos, teve uma postura mais ativa no final dos anos E como a literatura técnica define crédito?
90 e início de 2000. Os fundos de investimento no Bra-
sil são ainda muito recentes, pois foram instalados Crédito é todo ato de vontade ou disposição de
somente depois de 111 anos da criação do primeiro alguém de destacar ou ceder, temporariamen-
fundo na Suíça (1849) e 300 anos depois das primeiras te, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a
tontinas (1653). Diferentemente do que possa parecer, expectativa de que esta parcela volte a sua posse
os fundos de investimento são ferramentas de relativa integralmente, após decorrido o tempo estipula-
simplicidade e com segurança jurídica para aplicar, do. (Wolfgang Kurt Schrickel)
15 Dispõe sobre as demonstrações contábeis dos fundos de investimento em títulos e valores mobiliários. 343
Em outras palavras: “crédito é a expectativa gera- Surge como compensação pela antecipação do
da através da disponibilidade de uma quantia em montante necessário para a satisfação das necessida-
dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de des de consumo ou bem-estar. Do ponto de vista das
tempo limitado”. Entidades Financiadoras ou Bancos é considerado o
Para uma instituição financeira, a palavra crédito lucro, ou a variável que carrega a parte dos lucros.
é sinônima de confiança. A atividade bancária funda- Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variá-
menta-se nesse princípio, que envolve a instituição vel sendo que a primeira permite maiores níveis de
propriamente dita, seu universo de clientes, empre- segurança para o consumidor, pois permite saber
gados e o público em geral. Afinal, confiança é um antecipadamente o valor de todos os reembolsos. Já a
sentimento, uma convicção que se constrói ao longo segunda reflete a evolução do mercado, sendo que, o
do tempo, através de acontecimentos e experiências consumidor terá ganhos, se a variação for para menos
reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade e terá gastos adicionais se a variação for para mais.
de propósitos, cumprimento de regulamentos e com- De igual modo, a finalidade e garantia associada
promissos assumidos. ao pedido de crédito define o prêmio ou juros que
O banco, no exercício da sua função principal, que terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao
é a de intermediar recursos de terceiros, promover a consumo ou crédito de consumo, como os cartões de
captação de riquezas e poupanças, apoia-se nos prin- crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de
cípios da segurança e confiança para consolidação de juro que os créditos hipotecários para compra de casa,
um relacionamento construtivo. denominados créditos habitacionais.
São 3 os elementos fundamentais do crédito, Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como
sendo eles: Montante; Prazo e Prêmio ou Juros. as variáveis determinantes do valor do dinheiro no
tempo, pois permite atualizar e compensar as Enti-
z Montante (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a ins- dades financiadoras do custo em conceder o crédito
tituição vai liberar para você) em detrimento de outras opções de investimento.
O prêmio ou juros está igualmente condicionado
à finalidade e garantia da operação, pois este será tão
É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que
elevado quanto menor a importância da necessidade,
irá receber emprestado para a satisfação das suas
menor o valor da garantia ou maior nível de risco da
necessidades que, posteriormente, terá que devolver
operação.
à Entidade Financiadora, o banco.
É da conjugação destes três elementos que surge a
No entanto, são as necessidades ou finalidades
prestação do crédito, pois esta é a junção do capital,
que determinam o montante do crédito, pois, não
prazo e os juros.
é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado
A prestação terá maior ou menor valor a depender
para comprar um carro.
da taxa de juros e o tempo do empréstimo, mantendo-
É igualmente aceitável que o risco que a Entidade
-se o capital constante.
Financeira está disposta a correr pela concessão de
Em outras palavras, o reembolso do montante
determinado montante seja condicionado a um cola-
financiado pode ser efetuado mediante o pagamento
teral ou garantia que lhe proporcionará a segurança
de prestações que serão determinadas em função do
ou conforto para disponibilização desse montante. tempo e do prazo.
Assim sendo, o montante, de grosso modo, está con-
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-
dicionado pela finalidade, risco e garantias associadas. fundamentais-do-credito-3840068.html
z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao Tendo por base a confiança, a concessão de crédito
banco acrescido dos juros da operação) também é baseada em dois elementos fundamentais:
Período no qual o montante terá que ser resti- z A vontade do devedor de liquidar suas obrigações
tuído à Entidade Financeira, este varia de acordo dentro das normas contratuais estabelecidas;
com as preferências e necessidades subjacentes ao z A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja,
pedido de crédito. de pagar.
A título de exemplo, não é considerado correto,
proporcionar um crédito para comprar carro com um A vontade de pagar pode ser colocada sob o título
prazo demasiado alargado, pois se considera que o Caráter, enquanto que a habilidade para pagar pode
prazo de 4 a 6 anos é um período aceitável para este ser nominada tanto como Capacidade, quanto como
tipo de crédito. Capital e Condições.
De igual modo, a garantia do crédito surge nova-
mente como variável determinante na definição PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO
do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como cola-
teral o penhor de um depósito a prazo, então pode- Para nossa prova consideramos mercado de cré-
rá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior dito tudo relacionado a crédito, entretanto vamos
flexibilidade. salientar os tipos que nossa banca mais gosta de
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e rela- cobrar. Lembrando que quando uma instituição
ciona-se com a finalidade do crédito e a garantia financeira está liberando recursos, ela se encontra na
associada. posição Ativa, ou seja, está liberando dinheiro para
um deficitário e este deficitário deverá devolver o
z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros
você dá à instituição para ela te emprestar o pactuada entre as partes. As principais operações ati-
344 dinheiro) vas são:
z O CDC – Crédito Direto ao Consumidor caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador
do contrato, o próprio comprador é que funciona
Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é como tal.
direcionada para diversas áreas, como: Automático, Trata-se, na verdade, de um instrumento que dila-
Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debi- ta o prazo de pagamento de compra sem envolver o
tado do contracheque) e o CDC para bens de consu- vendedor (fornecedor).
mo duráveis: carros, motos etc. O título a pagar funciona como “lastro” para o
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data
mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o CDC-I (Cré- futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem
dito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é incidência imediata da CPMF no empréstimo. Como o
realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do Vendor, este produto também exige um contrato mãe
cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito definido as condições básicas da operação que será
ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da efetivada quando do envio ao banco dos contratos-fi-
operação junto ao banco, para que este libere o recur- lhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que
so parcelado ao cliente. serão financiados.
z Hot Money
z Adiantamentos ou Descontos
Inicialmente uma aplicação financeira de curto
prazo, com alta rentabilidade. Trazido para o Brasil, Consistem basicamente em adiantar ao cliente
ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada ou credor, um valor referente a um crédito que este
a Pessoas Jurídicas. receberá somente em uma data futura. Logo, aquele
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se con- crédito já contará no caixa do cliente ou da empresa.
trata por até 10 dias. O banco, por não ser mãe do cliente, cobra uma taxa
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de de juros, que dimunui do valor de face do título, ou
caixa. valor nominal.
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de Exemplo: Um cliente possui um título, que tem
juros por ter como principal característica o curto prazo. valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00. De posse
desse título o cliente vai até o banco e solicita ao ban-
z Vendor Finance co que adiante a ele o valor referente àquele título. O
banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor
É uma operação de financiamento de vendas de face do título um determinado valor, exemplo: o
baseadas no princípio da cessão de crédito, que per- banco irá cobrar R$200,00 pela antecipação. Logo, o
mite a uma empresa vender seu produto a prazo e banco faz o crédito na conta do cliente no valor de
receber o pagamento à vista. R$800,00. O banco fica com a custódia do papel, e
A operação de Vendor supõe que a empresa com- quando o devedor pagar o título, o banco ficará com
pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois será o valor de R$1.000,00. Lucrando, assim, R$200,00 na
esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. operação.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao Esses títulos podem ser boleto, cartões de cré-
banco e este, em troca de uma taxa de intermediação, dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
paga o vendedor à vista e financia o comprador. promissórias.
A principal vantagem para a empresa vendedora é Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
a de que, como a venda não é financiada diretamente ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de banco tem direito de regresso contra o credor, ou
fabricação, torna-se menor. cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai
É uma modalidade de financiamento de vendas atrás do cliente (credor), para que este efetue o paga-
para empresas na qual quem contrata o crédito é mento ao banco.
o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o
comprador. Assim, as empresas vendedoras deixam z Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal
de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma produto das Sociedades de Arrendamento Mercan-
param de recorrer aos empréstimos de capital de giro til (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na
nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se legislação brasileira como “arrendamento mer-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa. cantil”. As partes desse contrato são denominadas
Como em todas as operações de crédito, ocorre a “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam,
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento, de um lado, um banco ou sociedade de arrenda-
que é calculado proporcionalmente ao período do mento mercantil, o arrendador, e, de outro, o clien-
financiamento. te, o arrendatário.
A operação é formalizada com a assinatura de um
convênio, com direito de regresso entre o banco e a O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário
de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
vendedora, banco e empresa compradora). proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto,
durante a vigência do contrato, são do arrendatário.
z Compror Finance Residindo aí a principal vantagem do leasing, pois o
arrendatário, ou seja o cliente que irá usar o bem, o
Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o
nada Compror, que ocorre quando pequenas indús- que em um financiamento comum não será possível,
trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste pois o cliente estaria comprando o bem e não apenas 345
alugando. Desta forma, o Leasing é um serviço e, por isso, não incide sobre suas operações o IOF, mas sim o Impos-
to Sobre Serviço, o ISS.
O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de
propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no momento da contratação.
Caso o cliente deseje/almeje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual Garantido
(VRG) que nada mais é do que um valor de mercado do bem. Este VRG pode ser diluído nas parcelas do aluguel
durante todo o contrato se assim for pactuado.
Duas das principais vantagens do Leasing são:
z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despesa operacional as
parcelas do Leasing.
Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no Contrato?
Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação (art.
8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato não perde as características de arrenda-
mento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracte-
rização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo
(art. 10 do citado Regulamento).
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa descaracterização pode
acarretar.
Bem objeto do
leasing
Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário
Deve vender o
bem após o fim do
Pode optar por ficar
contrato caso o
com o bem no final
cliente não o adquira
no final
QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil < 5 anos
Prazo mínimo de duração do leasing 90 dias
3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor residual garantido - VRG Permitido Não permitido
Pactuada no início do contrato, normalmente
Opção de compra Conforme valor de mercado
igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o VRG, deve- O somatório de todos os pagamen-
rá garantir à arrendadora o retorno financeiro tos devidos no contrato não pode-
Pagamentos
da aplicação, incluindo juros sobre o recurso rá exceder 90% do valor do bem
empregado para a aquisição do bem arrendado
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)
OBS. 1: Os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os estran-
geiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o dono de um imóvel o
vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem
para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados ao próprio fabrican-
te do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.
346
Consórcio Conta Garantida
Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídi- Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo
cas em grupo, com prazo de duração e número de cotas banco ao cliente em uma conta de não livre movimen-
previamente determinados, promovida por adminis- tação, onde o mesmo só pode movimentá-la por che-
tradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a que ou transferência.
seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso
bens ou serviços, por meio de autofinanciamento. o cliente não tenha fundos na sua conta corrente de
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica livre movimentação, esta conta cobre a emissão de
prestadora de serviços com objeto social principal volta- cheques e outros compromissos, desde que haja aviso
do à administração de grupos de consórcio, constituída prévio do pedido de movimentação, além da prová-
sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. vel exigência de garantias para a liberação do recurso
A adesão de um consorciado a um grupo de con- solicitado.
sórcio se dá mediante assinatura de contrato de par-
ticipação. Nesse contrato, devem estar previstos os Cheque Especial
direitos e os deveres das partes, tais como a descrição
do bem a que o contrato está referenciado e seu res- Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir
pectivo preço (que será adotado como referência para emissão de cheques de clientes PF ou PJ que não
o valor do crédito e para o cálculo das parcelas men- tenham saldo disponível em sua conta. Estes valores
sais do consorciado). No contrato deve haver, ainda, ficam disponíveis para o cliente movimentá-los com
as condições para concorrer à contemplação por sor- seus cheques, cartões, TED e DOC. Os juros são men-
teio, bem como as regras da contemplação por lance. sais e não há necessidade de amortização mensal do
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre saldo devedor, bastando o cliente pagar os juros e IOF
o interesse individual do consorciado. Os grupos de do período utilizado.
consórcio caracterizam-se como sociedade não perso- Para conta de depósitos à vista titulada por pes-
nificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser soas naturais, ou seja, pessoas físicas e por microem-
confundido com o patrimônio dos demais grupos nem preendedores individuais (MEI), as taxas de juros
com o da administradora. remuneratórios cobradas sobre o valor utilizado do
Contemplação no consórcio: cheque especial estão limitadas a, no máximo, 8%
(oito por cento) ao mês.
z A contemplação é atribuição de crédito ao consor- É vedado à instituição financeira impor limite
ciado para a aquisição de bem ou serviço; superior a R$500,00 (quinhentos reais), se o cliente
z As contemplações podem ocorrer por meio de sor- optar pela contratação de limite mais baixo, ou seja,
teios ou lances; se o cliente disser que quer o menor limite possível, o
z A contemplação por lance somente pode ocorrer banco não pode exigir que sejam 500 reais, pode ser
depois de efetuadas as contemplações por sorteio menor.
ou se estas não forem realizadas por insuficiência A alteração de limites, quando não realizada por
de recursos do grupo de consórcio; iniciativa do cliente, deve ser feita da seguinte forma:
z Uma vez contemplado, o consorciado terá a facul-
dade de escolher o fornecedor e o bem desde que z No caso de redução, ser precedida de comuni-
respeitada a categoria em que o contrato estiver cação ao cliente, com no mínimo trinta dias de
referenciado; antecedência;
z O fato de a administradora eventualmente ser vin- z No caso de majoração, ser condicionada à pré-
culada a alguma concessionária, revendedora ou via autorização do cliente, obtida a cada oferta de
montadora de bens não pode restringir a liberda- aumento de limite.
de de escolha do consorciado.
Os limites podem ser reduzidos sem observância
O Banco Central (BC) é responsável pela normati- do prazo da comunicação prévia, desde que verificada
zação, autorização, supervisão e controle das ativida- deterioração do perfil de risco de crédito do cliente,
des do sistema de consórcios, com foco na eficiência e conforme critérios definidos na política de gerencia-
solidez das administradoras e cumprimento da regu- mento do risco de crédito.
lamentação específica.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado
somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado
é aquele cartão que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está
associado a programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas
de milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior
etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras de cartão de crédito,
quando possuem o produto cartão de crédito em seu portifólio. Esse cartão básico pode ser nacional ou interna-
cional, mas o valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferen-
ciado, por este motivo o cartão básico não tem direito a participar de programas de recompensas oferecidos
pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja especifica,
por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Branded Cards, que são cartões de crédito que fazem parcerias com
outras empresas de grande nome no mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra classifi-
cação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão com rotativo
não regular.
O rotativo regular: Pagamento apenas do mínimo e não parcela o restante, situação em que adere ao crédito
rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos
em contrato, sendo vedada a cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: Pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica inadimplen-
te, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato para situações de inadimplemento: juros do
crédito rotativo (por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de 2%
sobre o principal; e juros de mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de
30 dias, até o vencimento da fatura subsequente.
Tarifas Cobradas
Os bancos só podem cobrar 5 tarifas, consideradas prioritárias, referentes à prestação de serviços de car-
tão de crédito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa para uso na função saque (nacional ou
internacional), para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação emergencial do limite
de crédito.
Podem ser cobradas ainda tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem automática relativa
à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo fornecimento de
plástico de cartão de crédito em formato personalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de segunda
via de cartão de crédito. Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela administradora do
cartão.
348
sediadas no País, de controle nacional, que exer-
Importante! çam atividade econômica compatíveis com as Políti-
Atualmente não existe valor mínimo para paga- cas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam
mento de fatura de cartão de crédito, ficando as em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais.
instituições financeiras livres para decidir qual O cartão BNDES Agro é também um produto
o valor mínimo para o pagamento das faturas baseado no conceito de cartão de crédito, entretanto é
pelos clientes. voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar
investimentos em produtos rurais em seus negócios.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar
Vale destacar que caso o cliente não pague a fatu- exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
ra por completo, o saldo devedor será financiado pelo rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
Banco e não pela administradora do cartão, e cabe por fornecedores previamente credenciados.
ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamen- As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do
to alternativas mais baratas que os juros cobrados no Cartão BNDES são:
rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente
queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de efe-
tuar o pagamento total, quem parcelará será o Ban- Banco do
co e não a administradora do cartão, pois estas estão Brasil
proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação. Banco
Sicredi do
Nordeste
Na verdade, os financiamentos são feitos por ban-
cos, pois administradoras de cartão de crédito são
proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos,
Sicoob Santander
o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
como cliente do banco, que é o real financiador da
operação intermediada pela administradora de
cartão de crédito.
Emissores
Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN
Itaú Banestes
Com base nisto que aprendemos, é bom saber que
para que o cartão funcione, é preciso uma estrutura
completa de instituições financeiras, credenciadores,
bandeiras e estabelecimentos. Mas quem é quem?
Instituições Financeiras ou Emissor: É o banco Caixa Banrisul
ou uma instituição não bancária que fornece o car-
tão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do
cartão). É quem se relaciona com o titular do cartão, BRDE Bradesco
estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão
para utilização, emitindo as faturas e aprovando as
compras realizadas nas lojas.
Credenciador: Responsável pela filiação dos esta- Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, Mas-
belecimentos comerciais para uso de cartões nas ope- terCard e Visa.
rações de venda. É responsável pelo fornecimento e
manutenção dos equipamentos de captura, a trans-
missão dos dados das transações eletrônicas e os cré-
ditos em conta corrente do estabelecimento comercial.
Estabelecimento Credenciado: Empresa de qual-
quer porte, incluindo o empreendedor individual ou As condições financeiras em vigor são: Limite
profissional autônomo que aceita o sistema de cartões de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco
com suas respectivas bandeiras nas vendas de bens emissor.
ou serviços.
Bandeira: É quem licencia a marca para o emissor
z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses.
e para o credenciador e coordena o sistema de apro-
z Taxa de juros pré-fixada (informada na página ini-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ta para colheita;
no sistema de produção, visando ao aumento de
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso
produtividade, à melhoria do padrão de vida das
da operação;
populações rurais e à adequada utilização dos
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez
recursos naturais; no curso da operação, em época que seja possível
z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regu- verificar sua correta aplicação;
larização de terras pelos pequenos produtores, pos- z Crédito de investimento para construções, refor-
seiros e arrendatários e trabalhadores rurais; mas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Estimular a geração de renda e o melhor uso da z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após
mão-de-obra na agricultura familiar. cada utilização, para comprovar a realização das
obras, serviços ou aquisições.
As garantias da operação:
Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos
z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou recursos orçamentários, o desenvolvimento das ati-
cedular; vidades financiadas e a situação das garantias, se
z Alienação fiduciária; houver. 351
FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E z Aval: Ato pelo qual alguém, pela aposição de sua
IMPORTAÇÃO – BNDES assinatura no verso ou anverso de um título de
crédito, declara-se responsável solidariamente
Financiamentos à importação - são linhas de
com o devedor pelo pagamento da quantia expres-
crédito captadas no exterior para financiamento aos
sa no título.
importadores por um prazo negociado com o banco.
Podem ser obtidas pelo importador com o banqueiro
Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de
no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação - são linhas de cré- Crédito e é solidária, ou seja, tanto o devedor como
dito que podem ser com recursos do BNDES (Banco seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), credor na ordem que este preferir. Desta forma, dize-
dos bancos nacionais e do Tesouro Nacional, já que é mos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e
de interesse do país que ocorra a exportação para que sem ordem de execução.
ocorra a entrada de divisas no país. O novo Código Civil exige a autorização do cônju-
Entre as linhas de financiamento, podemos citar: ge, casado sob o regime de comunhão parcial e total
de bens, para a prestação de aval, sob pena de invali-
1. ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio - For- dade das respectivas garantias.
ma de antecipação de receita para exportadores que No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso
já tenha fechado o contrato de venda e que, portan- o devedor não o faça. Vencido o título, o credor pode
to, já tenham uma data prevista para o embarque das cobrar indistintamente do devedor ou do avalista.
mercadorias e posterior ingresso das divisas. O aval é uma garantia tipicamente cambiária, ou seja,
não vale em contrato, somente pode ser passado
O contrato de câmbio será negociado com um em títulos de crédito e o avalista se responsabiliza
banco local, que adianta ao exportador os reais equi- apenas pelo valor expresso no título avalizado.
valentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual
pode ser encerrado, também, sem liquidação financei- alguém, chamado fiador, garante o cumprimento da
ra. É quando o ACC vira um ACE. obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante
o pagamento de uma indenização ou multa pelo não
2. ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues -
cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não
Com o embarque das mercadorias e a entrega dos
fazer do afiançado. A fiança é uma garantia dada em
documentos, o ACC poderá ser contabilmente trans-
contratos, ou seja, diferentemente do aval, a fiança
formado em ACE ou, no caso do exportador não ter
exige um contrato para ser formalizada.
feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias
Na fiança, existem três figuras distintas:
após o embarque.
ACE é, portanto, um financiamento após o embar- z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obriga-
que das mercadorias com a entrega de documentos ção, caso o devedor não o faça;
e depende da necessidade do exportador em esten- z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação
der o prazo de pagamento para seus compradores originária da fiança,
(importadores). z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual
a obrigação deve ser cumprida.
GARANTIAS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO
A fiança, em relação ao crédito, representa uma
As Garantias de operações de crédito existem como obrigação subsidiária, ou seja, ela só existe até o
uma forma de proteção para os bancos e credores em limite estabelecido e somente pode ser cobrada
geral que querem garantir o pagamento, por parte do caso o devedor não pague a dívida afiançada.
devedor, de compromissos assumidos por este para A fiança é subsidiária, o que permite o direito
com os credores. As garantias possuem dois grandes de ordem na execução da dívida, ou seja, o fiador,
grupos: Fidejussórias e as Reais. ou codevedor, só efetivamente será executado após
As garantias Fidejussórias são relacionadas a pes- cobrança ao devedor principal.
soas, ou seja, a garantia passa a ser uma pessoa física Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa
ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou ser compelido a pagar, independentemente de o deve-
direitos que são dados em garantia do cumprimento dor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá
de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis, conter cláusula específica.
títulos de crédito e até direitos de crédito. A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz
física ou jurídica. Quando o fiador, pessoa física for
Garantias Fidejussórias casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge.
Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se con-
Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença, ta o bem de família – único imóvel residencial – por
confiança, crédito, esse tipo de garantia está baseada força da impenhorabilidade prevista na Lei 8.009/90
na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, e no Código Civil. Esse bem de família somente pode
caso o devedor não o faça e, de outro lado, na confian- responder pela dívida se for recebido em garantia
ça do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte hipotecária.
do devedor ou por parte do garantidor. Fiança Bancária: Nada mais é do que um contra-
Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a to por meio do qual o banco, que é o fiador, garante
garantia do cumprimento das obrigações assumidas o cumprimento da obrigação de seus clientes (afian-
pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do çado) e poderá ser concedido em diversas modalida-
garantidor respondem pelo cumprimento da dívida des de operações e em operações ligadas ao comércio
352 do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a fiança. internacional.
A fiança nada mais é do que uma obrigação escri-
ta, acessória, assumida pelo banco, e que, por se tratar Importante!
de uma garantia e não de uma operação de crédito, O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente
está isenta do IOF. fica na posse do banco ou de quem este indi-
Os Bancos somente poderão prestar fiança que tenha
car como fiel depositário. A Propriedade é do
perfeita caracterização do valor em moeda nacional e
vencimento, ou seja, o prazo de validade da fiança. devedor!
Além disso, os bancos não poderão contratar fianças
que acumulem valor superior a 5 vezes o montante dos O contrato lastreado por garantia de penhor mer-
seus capitais realizados e reservas livres, bem como as
cantil é levado a registro no Cartório de Títulos e
fianças não poderão, isoladamente, superar a metade
Documentos, para que surta os efeitos legais contra
da soma dos recursos livres e dos capitais realizados.
terceiros. A origem/propriedade do bem a ser penho-
É vedado aos bancos:
rado é comprovada através de documentação hábil.
z A assunção de responsabilidades por aval ou De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor:
outorga de aceite;
z A concessão de fiança ou qualquer outra garantia z Extinguindo-se a obrigação;
que possa, direta ou indiretamente, ensejar aos z Perecendo a coisa;
favorecidos a obtenção de empréstimos em geral, z Renunciando o credor;
ou o levantamento de recursos junto ao público; z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
z A concessão de aval ou fiança em moeda estran- de credor e de dono da coisa;
geira ou que envolva risco de variação de taxas z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
de câmbio, exceto quando se tratar de operações venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou
ligadas ao comércio exterior. por ele autorizada.
A prestação de fiança pela Caixa Econômica Fede- Alienação Fiduciária: É a garantia representa-
ral depende de prévia e expressa autorização deste da pela transferência da propriedade resolúvel
Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédi-
do bem móvel para o credor fiduciante, ficando o
to, Financiamento e Investimentos não poderão pres-
devedor fiduciário na posse direta desse bem, na
tar fiança nem aval.
condição de fiel depositário, até o cumprimento total
As informações anteriores não se aplicam aos ban-
das obrigações.
cos privados de investimento ou de desenvolvimento,
Essa garantia veio resolver o problema das Socie-
os quais ficam regulados, no particular, pela Resolu-
ção nº 18, de 18 de fevereiro de 1966. As demais Insti- dades Financeiras que, ao financiar a aquisição de
tuições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para
e Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não pode- garantir o pagamento da obrigação. Esta garantia é
rão outorgar aceite, fiança ou aval. típica em financiamento de bens duráveis.
Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novi-
Garantias Reais dade de, caso o devedor não liquide sua obrigação
no vencimento, poderá requerer a ação de busca e
Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do apreensão do bem alienado e, após se apossar des-
garantidor asseguram o cumprimento da obrigação. se, vendê-lo a terceiros, aplicando o valor de venda
Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou no pagamento de seu crédito, ou seja, com a alienação
garantidor destaca um bem específico que garantirá fiduciária, o bem pode ser executado sem o tramite
o ressarcimento do credor, na hipótese de inadim- judicial completo, bastando o devedor ser declara-
plência do devedor. Diante da hipótese de inadimple- do irremediavelmente insolvente, ou seja, não vai
mento do devedor, o credor pode oferecer à venda o
pagar de jeito nenhum.
bem onerado, pagando-se com o preço obtido, devol-
No entanto, convém salientar que o credor não
vendo ao devedor a diferença entre o valor da dívida
pode ficar com o bem objeto da garantia, devendo
e o preço alcançado na venda. Caso o preço da venda
vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquida-
não baste para a liquidação da dívida, o devedor
ção da operação.
continua obrigado ao pagamento da diferença.
O credor com garantia real não necessita habilitar- Hipoteca – Direito real de garantia, constituído
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
-se em concordata do devedor, visto que o bem garan- sobre imóvel do devedor ou de terceiros, sem tirá-
tidor da operação já está destacado em sua garantia. -lo da posse direta do proprietário, objetivando sujei-
Na hipótese de falência, vendido o objeto garantidor, tá-lo ao pagamento da dívida.
primeiramente o credor é pago e, restando algum Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária,
valor, é esse distribuído entre os credores quirogra- aqui o devedor dá o bem em garantia, mas continua
fários. Se o valor da venda não for suficiente para o o dono dele, ou seja, não há transferência de pro-
ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no priedade do devedor para o credor, mas apenas a
processo de falência pela diferença, na qualidade de sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de
credor quirografário. uma operação de crédito e, caso ele seja vendido, o
valor arrecadado será voltado preferencialmente a
Penhor quitação da dívida contraída.
A hipoteca pode ser formalizada em um Instru-
Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, mento à parte ou por cláusula adjeta a contratos de
em que o devedor, ou outra pessoa por ele, entrega empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a
ao credor um ou vários bens móveis, como garantia averbação na matrícula do imóvel junto ao Cartório
de obrigação. de Registro de Imóveis. 353
Quando o imóvel for de propriedade de pessoa O FGC possui norma legal que explicita os critérios
física casada, é obrigatório o comparecimento de seu e limites de proteção ao Sistema Financeiro Nacional
cônjuge na hipoteca. - Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.
Finalmente, convém salientar que toda garan-
tia é acessória de uma obrigação principal e que, Depósitos Garantidos
portanto, com a extinção da obrigação principal, a
z Depósitos à vista (contas correntes)
garantia deixa de existir. Por outro lado, a garantia
z Depósitos de poupança;
se prende somente à obrigação garantida, não poden-
z Depósitos a prazo CDB e RDB;
do, por ato unilateral do credor se estender a outra
z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas.
por cheques destinadas a salários;
z Letras de câmbio;
FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO z Letras hipotecárias;
z Letras de crédito imobiliário;
Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, z Letras de crédito do agronegócio (LCA);
de 31/08/1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN z Operações compromissadas que têm como objeti-
autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins vo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por
lucrativos, destinada a administrar mecanismos de empresa ligada.
proteção a titulares de créditos contra instituições
financeiras”. Para que o fundo possua recursos, são necessárias
Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento contribuições MENSAIS das instituições que fizeram
da nova entidade são aprovados. Cria-se, portanto, adesão ao FGC.
o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação A contribuição ordinária é de 0,01% e as espe-
civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí- ciais, para garantir os DPGEs (Depósitos a Prazo com
dica de direito privado, através da Resolução 2.211, Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e
de 16/11/1995. 0,03% sem garantias reais. Essas garantias reais, são
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos bens ofertados em garantia pela instituição financeira
contra instituições dele associadas, nas situações de: para cobrir eventuais problemas de liquidez.
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais
z Decretar da intervenção ou da liquidação extraju- garantidas pelo FGC.
dicial de instituição associada; A regra padrão é que o FGC garante os depósitos
z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, até 250 mil reais por CPF/conta ou conglomerado
do estado de insolvência de instituição associada financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Pra-
que, nos termos da legislação em vigor, não estiver zo com Garantia Especial do FGC – a garantia é de até
sujeita aos regimes referidos no item anterior. 40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale des-
tacar que nesta modalidade de investimentos não se
Integra também o objeto do FGC, consideradas admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
as finalidades de contribuir para a manutenção da forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pre- 2 ou mais pessoas na mesma conta.
venção de crise sistêmica bancária, a contratação de Essa modalidade de depósitos exige valor míni-
operações de assistência ou de suporte financeiro, mo inicial de 1 milhão de reais e prazo mínimo de 12
incluindo operações de liquidez com as instituições meses e máximo de 24 meses.
associadas, diretamente ou por intermédio de empre- Algumas mudanças que ocorreram no FGC em
sas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas 2017.
controladores.
COMO ERA
Critérios para Pagamento Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomera-
do financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garan-
O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por insti- tidor de Créditos e emitidos por instituições associadas
tuição financeira ou conglomerado. à entidade.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou
Limite de Cobertura Ordinária CNPJ em qualquer período.
Investidores não-residentes não contavam com a garan-
Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglome- tia do FGC.
rado financeiro. Se a conta possuir mais de um titular,
o valor de 250 mil será dividido pelo número de titu- COMO FICOU
lares, ou seja, não são 250 mil por cada, mas sim por Limite permanece inalterado.
todos, ok? Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de
4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
Adesão Compulsória
Investidores não-residentes passam a contar com a ga-
rantia, para investimentos elegíveis.
A adesão das instituições financeiras e as associa-
ções de poupança e empréstimo em funcionamento
no País - não contemplando as cooperativas de crédito O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo
e as seções de crédito das cooperativas, é realizada de
forma compulsória. As autorizações do Banco Central O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou
do Brasil para funcionamento de novas instituições resolução que estabelece a forma de contribuição
354 financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC. das instituições associadas ao Fundo Garantidor do
Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bem como
aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previs-
to na Resolução nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo
terá como instituições associadas todas as cooperati-
vas singulares de crédito do Brasil e os bancos coo-
perativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo (SNCC).
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por obje- O BASA, por exemplo, possui as linhas Giro Essen-
tivo prestar garantia de créditos nos casos de decreta- cial, destinada às micro e pequenas empresas, para
ção de intervenção ou de liquidação extrajudicial de aquisição de matéria-prima, insumos, bens ou pro-
instituição associada, até o limite de R$250 mil reais dutos para a formação ou manutenção de estoque
por pessoa, bem como contratar operações de assis- do empreendimento. O Giro Amazônia destinado às
médias e grandes empresas exportadoras não rurais
tência, de suporte financeiro e de liquidez com essas
da Região Norte, para aquisição de matéria - prima,
instituições.
insumos, bens ou produtos para a formação ou manu-
A contribuição mensal ordinária das instituições
tenção de estoque do empreendimento do beneficiá-
associadas ao Fundo será de 0,01% dos saldos das
rio, objetivando exclusivamente a exportação.
obrigações garantidas, que abrangem as mesmas
modalidades protegidas pelo Fundo Garantidor de
FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO
Créditos dos bancos, o FGC.
São financiamentos de longo prazo destinados a
financiar a implantação, expansão e modernização
Importante!
de empresas, a construção ou reformas de imóveis,
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Coope- ou a aquisição ou reposição de máquinas, equipa-
rativos não fazem mais parte do FGC, apenas mentos, móveis, utensílios e veículos.
fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo São operações que financiam os ativos imobili-
Garantidor do Cooperativismo) que tem as mes- zados das empresas destinados ao funcionamento de
mas coberturas do FGC, mesmos critérios e suas atividades.
mesmos objetivos. Esses financiamentos geralmente são operados
por bancos de investimento, bancos de desenvolvi-
mento, agências de fomento e pelo BNDES.
DESCONTOS DE TÍTULOS O BASA opera linhas de financiamento de capital
fixo repassando recursos do BNDES/FINAME e do Fun-
O desconto de títulos é a operação na qual o clien- do Constitucional de Financiamento do Norte — FNO.
te antecipa o recebimento de suas vendas a prazo,
garantindo o retorno imediato de seu capital de giro. CADERNETAS DE POUPANÇA
Em outras palavras, é uma operação de crédito em
que o cliente recebe, antecipadamente, o valor dos As instituições financeiras captadoras de poupan-
títulos descontados (duplicatas, notas promissórias, ça são geralmente as que aplicam em financiamen-
cheques pré-datados) junto à instituição financeira. tos habitacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado
na poupança e emprestam boa parte do valor em
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO financiamentos habitacionais. Existem, no entanto,
as poupanças rurais que são captadas pelos bancos
O financiamento de capital de giro envolve opera- comerciais, para empréstimos no setor rural.
ções de crédito destinadas a suprir necessidades As instituições que captam poupança no País são:
de caixa de uma empresa. Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações
de Poupança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econô-
Mas, afinal, o que é capital de giro?
mica Federal (CEF), além de outras instituições que
O capital de giro é o dinheiro utilizado no dia
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MERCADO DE CAPITAIS
Para que você possua direito à rentabilidade da AÇÕES, SUAS CARACTERÍSTICAS E DIREITOS,
poupança, existem algumas regrinhas que você deve DEBÊNTURES, DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS
obedecer, conforme a Lei 8.177, 1991, que é a lei que ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS, OPERAÇÕES
determinar remuneração da poupança e suas regras. DE UNDERWRITING, FUNCIONAMENTO DO
MERCADO À VISTA DE AÇÕES, MERCADO DE
z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor BALCÃO E COMMERCIAL PAPERS
saldo apresentado em cada período de rendimen-
to. Mas o que é um período de rendimento? O mercado de capitais é um sistema de distri-
buição de valores mobiliários que tem o propósito
I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
des sem fins lucrativos, o período de rendimento empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É
é o mês corrido, a partir da data de aniversário constituído pelas bolsas de valores, sociedades cor-
da conta de depósito de poupança; retoras distribuidoras e outras instituições finan-
II - para os demais depósitos, o período de ren- ceiras autorizadas.
dimento é o trimestre corrido a partir da data Anteriormente, quando falamos de autoridades
de aniversário da conta de depósito de poupança. monetárias, vimos uma delas como principal supervisora
e reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.
E essa tal data de aniversário? O que é? A CVM é a principal autarquia responsável por
garantir o adequado funcionamento do mercado de
A data de aniversário da conta de depósito de valores mobiliários. Logo, para que qualquer compa-
poupança será o dia do mês de sua abertura, consi- nhia possa operar nesse mercado, dependerá de auto-
derando-se a data de aniversário das contas abertas rização prévia da CVM para realizar suas atividades.
nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários?
z 2ª O crédito dos rendimentos será efetuado: Em alguns casos, o mercado de crédito não é
capaz de suprir as necessidades de financiamento
I - mensalmente, na data de aniversário da conta, dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por
para os depósitos de pessoa física e de entidades exemplo, quando um determinado agente, em geral
sem fins lucrativos; e uma empresa, deseja um volume de recursos muito
II - trimestralmente, na data de aniversário superior ao que uma instituição poderia, sozinha,
no último mês do trimestre, para os demais emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos
depósitos. dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações,
Resumindo, para você receber o rendimento da serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note de Valores Mobiliários.
que para isso você deve deixar o valor depositado até No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon- investidores emprestam recursos diretamente aos
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques-
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre-
o dia do depósito do recurso. sentam parcela do capital social de sociedades anô-
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos nimas, e as debêntures, que representam títulos de
de bancos vêm afirmando que a conta poupança pode dívida dessas mesmas sociedades.
ter 28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depó- Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
sitos, uma vez que posso realizar depósitos todo dia, basicamente, como prestadoras de serviços, asses-
e que os depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabiliza- sorando as empresas no planejamento das emissões
dos como efetivamente realizados no dia 01 do mês de valores mobiliários, ajudando na colocação deles
356 seguinte. para o público investidor, facilitando o processo de
formação de preços e a liquidez, assim como criando NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
condições adequadas para as negociações secundárias.
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen- Para as Companhias Abertas, que admitem nego-
to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse ciação de seus papéis no mercado público, há distri-
mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento buição em dois tipos de mercados: o primário e o
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo, secundário.
é da emissora, e não da instituição financeira que a Oferta pública de distribuição, primária ou secun-
tenha assessorado ou participado do processo de colo- dária, é o processo de colocação, junto ao público, de cer-
cação dos títulos no mercado. São participantes desse to número de títulos e valores mobiliários para venda.
mercado, como exemplo, os Bancos de Investimen- Envolve desde o levantamento das intenções do mer-
to, as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores cado em relação aos valores mobiliários ofertados até
Mobiliários, as entidades administradoras de merca- a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divul-
do de bolsa e balcão, além de diversos outros presta- gação de informações, o período de subscrição, entre
dores de serviços. outras etapas.
No mercado de capitais, os principais títulos nego- As ofertas podem ser primárias ou secundárias.
ciados são: Quando a empresa vende novos títulos e os recursos
dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofer-
z Ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, tas são chamadas de primárias.
por empresas; Por outro lado, quando não envolvem a emissão
z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição; de novos títulos, caracterizando apenas a venda de
z Commercial papers ou Notas Promissórias Comer- ações já existentes – em geral dos sócios que querem
ciais, que permitem a circulação de capital para “desinvestir” ou reduzir a sua participação no negócio
custear o desenvolvimento econômico. – e os recursos vão para os vendedores e não para o
caixa da empresa, a oferta é conhecida como secun-
O mercado de capitais abrange, ainda, as nego- dária (block trade).
ciações com direitos e recibos de subscrição de valo- Além disso, quando a empresa está realizando a
sua primeira oferta pública, ou seja, quando está
res mobiliários, certificados de depósitos de ações e
abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de ofer-
demais derivados autorizados à negociação pela CVM.
ta pública inicial ou IPO (do termo em inglês, Inicial
Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja,
Public Offer).
são uma forma de uma empresa ou companhia arreca-
Quando a empresa já tem o capital aberto e já rea-
dar dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou
lizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são
credores. Isso decorre do fato de que, muitas vezes,
conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo
arrecadar dinheiro através da emissão de títulos é em inglês, follow on.
mais barato para a empresa do que contratar emprés-
timos em instituições financeiras.
z Mercado Primário
EMPRESAS E COMPANHIAS Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos);
Sensibilizam o caixa da empresa;
As Companhias são as empresas que são emissoras Pode ter valor nominal ou valor de mercado.
dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
empresas têm um objetivo em comum: captar recur- z Mercado Secundário
sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM Negociação dos títulos já emitidos anteriormente;
autorização para emitir e comercializar seus papéis. Não sensibiliza o caixa da empresa;
Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni- Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de
mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de mercado.
constituição, elas passam a ter uma quantidade de
sócios maior do que teriam se fossem empresas de A Lei 6.385, de 1976, que disciplina o mercado
responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo. de capitais, estabelece que nenhuma emissão públi-
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta ca de valores mobiliários poderá ser distribuída no
ou fechada. Vejamos as diferenças: mercado sem prévio registro na Comissão de Valores
As S/A abertas admitem negociação dos seus Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão dispensar o registro em determinados casos, e delega
Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis competência para a CVM disciplinar as emissões.
negociados restritamente entre pessoas da própria Além disso, exemplifica algumas situações que
empresa ou próximas à empresa. caracterizam a oferta como pública, por exemplo: a
utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou
COMPANHIAS anúncios destinados ao público; a negociação feita em
Abertas Fechadas loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público,
entre outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado
considerando as características específicas da ofer-
Características ta em questão, como, por exemplo, a oferta pública
de valores mobiliários de emissão de empresas
Atuam nas bolsas de valo- Nº de cotistas limitados a
de pequeno porte e de microempresas, assim defi-
res ou mercados de balcão 20 patrimônio pequeno não
nidas em lei, que são dispensadas automaticamente
organizados operam em bolsas de valo-
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois
res ou balcões organizados milhões e quatrocentos mil reais) em cada período de 357
12 meses, desde que observadas as condições estabe- ofereça certas condições de atratividade econômica,
lecidas nos §§ 4º ao 8º, do art. 5º, da instrução CVM bem como supõe um estudo da conjuntura econômica
400/03. global a fim de evitar que não obtenha êxito por falta de
As ofertas públicas devem ser realizadas por inter- senso de oportunidade. É preciso que se avaliem, pelo
médio de instituições integrantes do sistema de dis- menos, os seguintes aspectos: existência de um clima
tribuição de valores mobiliários, como os bancos de confiança nos resultados da economia, estudo seto-
de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas rial, estabilidade política, inflação controlada, mercado
instituições poderão se organizar em consórcios com secundário e motivações para oferta dos novos títulos.
o fim específico de distribuir os valores mobiliários no
mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem- MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS
pre sob a organização de uma instituição líder, que
assume responsabilidades específicas. Para participar No mercado organizado de valores mobiliários,
de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas- temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen-
trado em uma dessas instituições. tos que propiciam a existência de um ambiente segu-
Essas instituições integrantes do Sistema de Dis- ro para que os investidores negociem seus recursos e
tribuição de Valores Mobiliários são os chamados movimentem a economia do país. No Brasil, existem
agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas
agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi- de Valores e os Balcões Organizados de negociação.
nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
isso o nome underwhiting. � Bolsas de Valores:
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
Ambiente no qual se negociam os papéis das
z Underwhiting Firme: Modalidade de lançamen- S/A abertas;
to na qual a instituição financeira, ou consórcio Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos
de instituições, subscreve a emissão total, encar- ou S/A com fins lucrativos;
regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la Opera via pregão eletrônico, não havendo mais
no mercado junto aos investidores individuais o pregão viva voz, que era chamado presen-
(público) e institucionais. Nesse tipo de operação, cial. Agora, as transações são feitas por telefone
no caso de um eventual fracasso, a empresa já através dos escritórios das instituições finan-
recebeu integralmente o valor correspondente às ceiras autorizadas;
ações emitidas. O risco é inteiramente do under- Registra, supervisiona e divulga as execuções
writer (intermediário financeiro que executa uma dos negócios e as suas liquidações.
operação de underwriting).
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem
O fato de uma emissão ser colocada por meio de um ambiente que pode ser físico ou eletrônico.
underwriting firme oferece uma garantia adicional ao Nele, são realizadas negociações entre investidores e
investidor, porque, se as instituições financeiras do entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato
consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera- de as empresas que operam na Bolsa serem grandes
ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão
vez que não há interesse de sua parte em imobilizar começando têm dificuldade para serem tão atrativas
recursos por muito tempo; quanto elas.
Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de
z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esfor- Mercados de Balcão, que são, também, ambientes
ços): Modalidade de lançamento de ações na qual virtuais nos quais empresas menores podem nego-
a instituição financeira assume apenas o com- ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que
promisso de fazer o melhor esforço para colocar o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não
o máximo de uma emissão junto à sua clientela, Organizado.
nas melhores condições possíveis e em um deter-
minado período de tempo. As dificuldades de colo-
cação das ações irão se refletir diretamente na
Organizado Não Organizado
empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve
proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto
das perspectivas da empresa quanto das institui-
ções financeiras encarregadas do lançamento;
z Residual ou stand-by underwriting: Nessa for- Utiliza exclusivamente
Não existe sistema
o Sistema Eletrônico
ma de subscrição pública, a instituição financeira de Negociação
padrão
não se responsabiliza, no momento do lançamen-
to, pela integralização total das ações emitidas.
Há um comprometimento, entre a instituição e a
empresa emitente, de negociar as novas ações jun- Supervisiona a Não existe padrão na
to ao mercado durante certo tempo findo, no qual Liquidação dos papéis supervisão dos papéis
poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins-
tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
ações que não foram absorvidas pelos investidores Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem
individuais e institucionais. normas e é bastante confiável. Já o Não Organizado é
uma verdadeira bagunça.
Aspectos Operacionais do underwriting: A decisão Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um mer-
de emitir ações, seja pela oferta pública, seja para aber- cado de títulos sem local físico definido para a reali-
358 tura ou aumento do capital, pressupõe que a sociedade zação das transações que são feitas por telefone entre
as instituições financeiras. Ele é chamado de Organiza- z Quotas de fundos fechados de investimento, incluin-
do quando se estrutura como um sistema de negociação do os fundos imobiliários e os fundos de investimen-
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organi- to em direitos creditórios;
zado como um sistema eletrônico de negociação por z Certificados de investimento audiovisual;
terminais, que interliga as instituições credenciadas z Certificados de recebíveis imobiliários.
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e
venda e fechando os negócios eletronicamente. Sistemática do Mercado Organizado
O Mercado de Balcão Organizado é um ambien-
te administrado por instituições autorreguladoras, 1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa
que propiciam sistemas informatizados e regras
A empresa decide Busca autorização A empresa decide
para a negociação de títulos e valores mobiliários. tornar-se Companhia junto à CVM, para em qual mercado de
Essas instituições são autorizadas a funcionar pela – se S/A aberta ou entrar nos mercados atuação deseja estar
S/A fechada de atuação
CVM e por ela são supervisionadas.
Atualmente, a maior administradora de balcão
organizado do país era a CETIP. Atualmente, ela foi
comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a
B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia em bolsa de valores
e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.
MERCADO DE AÇÕES
Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações. Nele,
são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possuidor um sócio
da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das ações geradas por
empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser entendida como
a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial
e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações
possuídas.
Uma ação é um valor mobiliário expressamente previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei 6.385, de 1976. No entan-
to, apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as
ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser negociadas publi-
camente no mercado de valores mobiliários.
Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome dos
titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela companhia para a prestação desse serviço, em
que a propriedade é comprovada pelo “Extrato de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas,
não mais sendo permitida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis.
Espécies de Ações
As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus acionistas. O Estatuto
Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cumprido pelos administradores e acionistas,
define as características de cada espécie de ações, que podem ser:
Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras
vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda,
possuir prioridades específicas se admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:
360
Características das Ações Bônus de Subscrição: Quando alguém adquire
ações, passa a ser titular de uma fração do capi-
z Quanto ao valor: tal social de uma companhia. Todavia, quando o
capital é aumentado e novas ações são emitidas,
Nominais: o valor da ação vai descrito na escri- as ações até então detidas por tal acionista pas-
tura de emissão no momento do lançamento; sam a representar uma fração menor do capital,
Não nominais: o valor da ação será dito pelo ainda que o valor em moeda seja o mesmo.
mercado, mas não pode ser inferior ao valor
dado na emissão das ações (essa manobra é Para evitar que ocorra essa diminuição na partici-
mais arriscada, porém pode dar maior retorno). pação percentual detida pelo acionista no capital da
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como
z Quanto à forma: um direito essencial, a preferência na subscrição
das novas ações que vierem a ser emitidas em um
Nominativas: há o registro do nome do pro- aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.),
prietário no cartório de registro de valores na proporção de sua participação no capital, anterior-
mente ao aumento proposto.
mobiliários e a emissão física do certificado;
Da mesma forma, os acionistas também terão
Nominativas Escriturais: não há a emissão
direito de preferência nos casos de emissão de títu-
física do certificado, mas apenas o registro no
los conversíveis em ações, tais como debêntures
Livro de Registros de Acionistas; as ações são
conversíveis e bônus de subscrição.
representadas por um saldo em conta. Neste período, o acionista deverá manifestar sua
intenção de subscrever as novas ações emitidas no
Obs.: ações ao portador não são mais permiti- âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver-
das no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o
lavagem de dinheiro. direito de preferência caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe-
Importante! rência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre-
Termo que pode aparecer na prova: mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes
empresas e, por isso, possuem muita segurança Bonificação: Ao longo das atividades, a Com-
e tradição. São ações usadas como referência panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
para índices econômicos. para a constituição de uma conta de “Reservas”
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
exercício social posterior, distribuir aos acio-
z Quanto à remuneração das ações: nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden-
Elas podem ser remuneradas de quatro formas: do efetuar o pagamento em espécie ou com a
distribuição de novas ações. É importante des-
Dividendos: compreendem a parcela do lucro tacar que, atualmente, as empresas não mais
líquido que, após a aprovação da Assembleia distribuem bonificação na forma de dinheiro,
Geral Ordinária, será alocada aos acionistas da pois preferem fidelizar ainda mais os sócios,
companhia. O montante dos dividendos deve- dando-lhes mais ações.
rá ser dividido entre as ações existentes, para
sabermos quanto será devido aos acionistas a Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos
cada ação por eles detida.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
Para garantir a efetividade do direito do acionista preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi-
ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o do ou restrito por disposição do estatuto social da compa-
sistema do dividendo obrigatório, de acordo com o nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma
qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, vantagem econômica em relação às ações ordinárias.
Além disso, a Lei permite que as companhias aber-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
destinar parte dele aos acionistas a título de divi-
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que
dendo. Porém, a referida Lei confere às companhias
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre
liberdade para estabelecer, em seus estatutos sociais,
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com-
o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem
ser distribuído anualmente aos acionistas, desde que como opinar sobre as matérias objetos de deliberação,
o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a deter- mas não poderão votar.
minação do seu valor ao exclusivo arbítrio de seus As vantagens econômicas a serem conferidas às
administradores e acionistas controladores. ações preferenciais em troca dos direitos políticos
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir
direito a recebimento do dividendo obrigatório em prioridade de distribuição de dividendo, fixo ou
equivalente a 50% do lucro líquido ajustado nos ter- mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prê-
mos do art. 202, da Lei das S.A; mio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens (art.
17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.).
Ganhos de Capital: Ocorrem quando um inves- Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon-
tidor compra uma ação por um preço baixo e tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em
vende a mesma ação por um preço mais alto, ou montante certo em moeda corrente, seja em percen-
seja, realiza um ganho; tual certo do capital, do valor nominal da ação ou, 361
ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa Quanto à mudança de controlador – o acionista
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
seja, uma vez atingido o montante determinado no bém edita norma que regula essa troca, para evitar
Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, que diz que, para a troca do controlador, o novo
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- controlador deve garantir que, caso queira fechar o
renciais de outras classes se houver. capital da S/A, deverá comprar as ações dos mino-
Dividendo mínimo é aquele também previamen- ritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas
te quantificado no Estatuto, seja com base em montan- ações do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM
te certo em moeda corrente, seja em percentual certo garante que os acionistas minoritários não terão pre-
do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do juízos, pois o novo controlador poderia comprar as
valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con- ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas
trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
do controlador anterior. É preciso dizer que, para que
ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
isso ocorra, deve haver uma concordância mínima
centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
entre os acionistas gerais. A esse princípio chama-
ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias mos de tag along.
caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí- Existem, ainda, manobras que o mercado de capi-
do será partilhado entre ambas as espécies de ações tais faz, as quais geram impacto sobre o valor das
em igualdade de condições. ações no mercado e sua capacidade de comercializa-
O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações ção. Vejamos:
preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo
cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido z Desdobramento ou Split
lucros durante o exercício em montante suficiente
para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos É uma estratégia utilizada pelas empresas com
ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas
exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de ações. Acontece quando as cotações estão muito ele-
expressa previsão estatutária. vadas, o que dificulta a entrada de novos investidores
No caso das companhias abertas que tenham ações no mercado.
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve- Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150,
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote
vantagens a seguir (art. 17, § 1º, da Lei 6.404/1964, dessas ações, o investidor teria que desembolsar R$
Lei das S/A.): 15.000, que é uma quantia considerável para a maior
parte dos investidores (pessoa física).
� Direito a participar de uma parcela correspon-
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
exercício, sendo que, desse montante, garante- ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim,
-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3% quem possuísse 100 ações, passaria a possuir 300
do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda, ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja,
o direito de participar de eventual saldo desses passaria de R$ 150 para R$ 50.
lucros distribuídos, em igualdade de condições Na prática, o desdobramento de ações não altera,
com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a de forma alguma, o valor do investimento ou o valor
elas dividendo igual ao mínimo prioritário; da empresa. É apenas uma operação de multiplicação
z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10% de ações e divisão dos preços, para aumentar a liqui-
maiores que os pagos às ações ordinárias; dez das ações.
z Direito de serem incluídas na oferta pública em Agora, depois do desdobramento, o investidor que
decorrência de eventual alienação de controle. quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gasta-
ria apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía
Com relação aos direitos dos acionistas, existem 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$
algumas situações que as bancas de concursos gostam 15.000, ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém dis-
de cobrar em prova e, por isso são importantes. tribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, Com as ações mais baratas, mais investidores se
Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino- interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as
ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das cotações subam em curto prazo, devido à maior entra-
ações. A esse evento chamamos de amortização de
da de investidores no mercado, porém não há como
ações. O personagem que mais ganha nessa história é
prever se isso irá ou não acontecer. A companhia tam-
o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
bém pode utilizar os desdobramentos como parte de
seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
ou de ações diminui, aumentando seu percentual. sua estratégia de governança corporativa, para mos-
A CVM, vendo esse aumento de poder do contro- trar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas
lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em minoritários.
outras palavras, diz que a recompra de ações, uma Os desdobramentos podem acontecer em qual-
vez feita, finda por aumentar o poder do controlador quer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para
da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom- 2, de 1 para 3 e de 1 para 4 ações.
pradas devem permanecer em tesouraria por, no
máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas z Grupamento ou Inplit
ou canceladas.
Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de Exatamente oposto ao desdobramento, o grupa-
poder do controlador, para evitar que os acionistas mento serve para melhorar a liquidez e os preços das
minoritários percam sua participação na administra- ações quando estão cotadas a preços muito baixos no
362 ção da empresa. mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.
O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
No mercado à vista de ações, temos:
Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.
Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:
z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado; 363
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).
DÁ A ORDEM
� Investidor
EXECUTA A ORDEM
� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
� After Market
� Sistema de negociação eletrônico
As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.
São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
Agente underwritter
Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:
z Alta qualidade: baixa taxa de retorno; O ouro como ativo financeiro é negociado em bol-
z Baixa qualidade: alta taxa de retorno. sas de mercadoria e de futuros. No Brasil, essas opera-
ções ocorrem na B3 — Brasil, Bolsa, Balcão —, única
Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana; bolsa em atividade no país.
quanto menos risco, menos grana. Ele é negociado sob quatro diferentes formas: o
Ouro à Vista, o Termo de Ouro, o Futuro de Ouro e
As Ofertas das Debêntures Opções sobre Disponível de Ouro.
Art. 21 [...]
I - não cumprimento pela contraparte de suas obrigações nos termos pactuados;
II - desvalorização, redução de remunerações e ganhos esperados em instrumento financeiro decorrentes da dete-
rioração da qualidade creditícia da contraparte, do interveniente ou do instrumento mitigador;
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou
IV - custos de recuperação de exposições caracterizadas como ativos problemáticos.
Em resumo, o risco de crédito é o risco que a instituição financeira tem de não receber, de que seu cliente fique
inadimplente.
As perdas com a inadimplência são um dos principais elementos na formação do custo do crédito. Quanto
maior a inadimplência de uma determinada linha de crédito, maior será a taxa de juros cobrada pela instituição
financeira de seus clientes.
Porém, diversos fatores podem potencializar ou mitigar o efeito da inadimplência sobre o custo do crédito;
entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo tomador de crédito. As garantias estão diretamente relaciona-
das à capacidade das instituições financeiras de recuperar a dívida não paga.
Entretanto, para o devedor (aquele que toma recursos emprestados) também há vantagens. Oferecer uma
garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito mais barato.
Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absurdas taxas de juros cobradas pelos bancos? Diversas, com
certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certamente, os juros do cartão de crédito e os juros do cheque
especial. Eis que o motivo principal é o fato de que nessas operações não há garantias.
Por mais que também sejam altos, os juros do financiamento da casa própria ou do financiamento de veículos,
por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento chamado “Relatório de Economia Bancária”. No relatório
lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o Bacen analisou, dentre outros assuntos, a relação entre
garantias e taxas de juros das operações de crédito a pessoas físicas.
Foram encontradas evidências de que operações de crédito com garantias têm taxas de juros significativamen-
te menores. Adicionalmente, observou-se que, quanto maior a qualidade da garantia fornecida pelo tomador de
crédito, menor a taxa de juros cobrada.
Para melhor compreensão do tema, é interessante diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das
garantias reais.
A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza pela
obrigação de honrar o compromisso estabelecido caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro — que
não está na relação principal entre credor e devedor — assume a responsabilidade pelo pagamento da dívida
caso o devedor principal fique inadimplente.
É uma garantia baseada na confiança que merece o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua “boa
fama”, e, logicamente, na sua capacidade de honrar o compromisso caso o devedor não honre. O Direito prevê
dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o aval.
Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendimentos de
certos e determinados bens, móveis ou imóveis, do próprio devedor ou de terceiros.
Nosso edital cobra três modalidades de garantia real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação fiduciá-
ria. A seguir, detalharemos cada um deles.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
373
Relátório de Economia Bancária 2018
Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito
Fiança
A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam, perante
o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma de garantia que
poderá efetivar-se mediante a entrega de bens móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor
(afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva (além do estabe-
lecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as condições da fiança. Isso quer dizer que não
se admite a fiança verbal, e que a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-
-se interpretar a questão favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também é prorrogada, mesmo
sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja prevista em cláusula contratual.
São três os personagens na fiança:
z Fiador: Aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
z Afiançado: O devedor principal;
z Credor (beneficiário): Aquele que detém o direito de crédito.
A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (devedor prin-
cipal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos
de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
374 fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreende- z Avalizado: Aquele que recebe o aval, o devedor
rá todos os acessórios da dívida principal, inclusive principal;
as despesas judiciais, desde a citação do fiador. z Credor (beneficiário): Aquele que detém o direito
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao de crédito.
da obrigação principal e contraída em condições
menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívi- O aval pode ser lançado no próprio título ou em
da, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão
folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
até ao limite da obrigação afiançada.
título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis
de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
ciente para configurar o aval.
incapacidade pessoal do devedor. O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalis-
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste arti- ta é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código
go não abrange o caso de mútuo feito a menor. Civil, o avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, car, ou seja, o avalista se obriga no mesmo nível do
o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não avalizado.
for pessoa idônea, domiciliada no município onde A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
tenha de prestar a fiança, e não possua bens sufi- responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
cientes para cumprir a obrigação. dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou inca- dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
paz, poderá o credor exigir que seja substituído. o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
[...] inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará o devedor principal.
desobrigado:
A obrigação do avalista é independente da obriga-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder
ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
moratória ao devedor;
obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-roga-
ção nos seus direitos e preferências; ção que ele garantiu seja nula.
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar O aval em branco ocorre quando há a simples
amigavelmente do devedor objeto diverso do que assinatura do avalista no título, sem especificar
este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
a perdê-lo por evicção. feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
[...] aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do separação absoluta de bens.
outro, exceto no regime da separação absoluta: O avalista possui o chamado direito de regresso.
[...] Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-
III - prestar fiança ou aval. teriormente, cobrá-la do avalizado.
Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
Aval mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
desde que seja antes do protesto do título, ainda
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for- assim, será válido.
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em de 2002) sobre o aval:
um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu
pagamento, solidariamente com o devedor ou com Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física ser garantido por aval.
ou jurídica, garante o pagamento de um título de Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, so do próprio título.
todos são solidários com o avalizado no cumprimen- § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O inciso I trata da hipótese de a lavagem dar-se Já vimos que existe hipótese de aumento de pena
com a conversão dos bens, direitos ou valores em ati- nos crimes de lavagem. E será que existe alguma hipó-
vos lícitos, como, por exemplo, ações na Bolsa. Por esse tese de diminuição? Sim, ela se encontra prevista no §
viés, pode-se falar na chamada “lavagem em cadeia” 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613., de 1998.
(lavagem da lavagem), que é a ocultação ou dissimu-
lação de bens, dinheiro ou valores, provenientes de COLABORAÇÃO PREMIADA
lavagens anteriores (neste caso, o delito antecente é
outra lavagem). Um exemplo da lavagem em cadeia § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois
seria a aplicação, na Bolsa de Valores, de rendimentos terços e ser cumprida em regime aberto ou
obtidos numa lavagem anterior. semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-
O inciso II trata da figura do receptador dos bens, -la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena res-
direitos ou valores. tritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
Já o inciso III cuida da hipótese específica de lava- colaborar espontaneamente com as autoridades,
gem por meio de operações de importação e exportação. prestando esclarecimentos que conduzam à apu-
O parágrafo 2º, do art. 1º, apresenta outras hipóte- ração das infrações penais, à identificação dos
ses equiparadas à lavagem de dinheiro: autores, coautores e partícipes, ou à localização
dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
§ 2º Incorre ainda, na mesma pena quem:
I – Utiliza, na atividade econômica ou financei-
ra, bens, direitos ou valores provenientes da Para ser beneficiado pela colaboração premiada, o
infração penal; indivíduo deve colaborar, a qualquer tempo (ou seja, na
II - participa de grupo, associação ou escri- fase investigatória ou processual), de uma das três formas
tório tendo conhecimento de que sua atividade previstas (basta uma; os requisitos não são cumulativos):
principal ou secundária é dirigida à prática de cri-
mes previstos nesta Lei. I - conduzir à apuração das infrações penais;
II - conduzir à identificação de autores, coautores
O inciso I do § 2º pune a lavagem no exercício de e partícipes; ou
atividade econômica ou financeira e o inciso II pune a III - conduzir à localização dos bens, direitos ou
associação para fins de lavagem de capitais. Vejamos: valores objeto do crime.
O art. 7º estabelece, como efeito da condenação, z Dos clientes, da instituição e dos funcionários, par-
a perda de todos os bens e valores ligados direta ou ceiros e prestadores;
indiretamente aos crime de lavagem, preservando o z Das operações, transações, produtos e serviços.
direito do lesado ou terceiro de boa-fé. Por exemplo, z Resumidamente, essa política de prevenção deve
se o crime antecedente for um roubo, o bem ou valor contemplar, conforme disposição do art. 3º:
z Diretrizes para definir responsabilidades, proce-
é devolvido ao legítimo dono.
dimentos, avaliação interna do risco, promoção da
O dispositivo estabelece, ainda, que, se os condena-
cultura organizacional, seleção correta de funcio-
dos forem funcionários públicos ou diretores, mem-
nários etc.;
bros de conselho de administração ou de gerente das
z Diretrizes para implementar procedimentos de
pessoas jurídicas elencadas no art. 9º (Bolsa de Valo-
coleta, verificação, registro, monitoramento, comu-
res, seguradoras, administradoras de cartão de crédi-
nicação ao Conselho de Controle de Atividades
to, empresas de leasing etc), estes ficarão interditados
Financeiras (COAF), entre outras.
de exercerem seus cargos ou funções pelo dobro de
tempo da pena privativa de liberdade imposta.
Segundo o inciso III do art. 3º, é necessário o com-
prometimento da alta administração com a efetivi-
dade e a melhoria contínua da política.
De acordo com o art. 4º, admite-se a adoção de polí-
CIRCULAR BACEN Nº 3.978/2020 tica de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
ciamento do terrorismo única por conglomerado
A presente circular lista procedimentos de com- prudencial e por sistema cooperativo de crédito. Essa
pliance, ou seja, de controles internos para que se política de prevenção deve ser:
previna o crime de lavagem de dinheiro. De maneira
geral, temos que a circular: z Documentada, aprovada pelo Conselho ou Direto-
ria e mantida atualizada;
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os z Divulgada aos envolvidos em linguagem
controles internos a serem adotados pelas insti- compreensível.
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil visando à prevenção da utilização do Nos termos literais dos arts. 6º e 7º:
sistema financeiro para a prática dos crimes
de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divul-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
valores de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de gada aos funcionários da instituição, parceiros e
1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na prestadores de serviços terceirizados, mediante lin-
Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. guagem clara e acessível, em nível de detalhamento
compatível com as funções desempenhadas e com a
Lembre-se de que todas as instituições autori- sensibilidade das informações.
zadas a funcionar pelo Banco Central devem adotar Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser:
esta circular. Trata-se de uma circular extensa, com I - documentada;
muito detalhamento técnico. Nosso objetivo neste II - aprovada pelo conselho de administração ou, se
tópico será extrair desse documento os pontos que inexistente, pela diretoria da instituição; e
mais acreditamos que possam ser cobrados em prova. III - mantida atualizada.
Então, vamos lá:
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À
Art. 1º Esta circular dispõe sobre a política, os LAVAGEM DE DINHEIRO
procedimentos e os controles internos a serem
adotados pelas instituições autorizadas a fun- Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem
cionar pelo Banco Central do Brasil visando à dispor de estrutura de governança visando a assegu-
prevenção da utilização do sistema financeiro para rar o cumprimento da política referida no art. 2º e 381
dos procedimentos e controles internos de preven- § 2º No processo de identificação do cliente devem
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ser coletados, no mínimo:
terrorismo previstos nesta circular. I - o nome completo, o endereço residencial e o
número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas
Dica (CPF), no caso de pessoa natural; e
II - a firma ou denominação social, o endereço
Governança tem a ver com boas práticas da sede e o número de registro no
administrativas. Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ),
no caso de pessoa jurídica.
As instituições devem indicar formalmente ao
Banco Central do Brasil diretor responsável, nos ter- Se o cliente for do exterior, desobriga-se o CPF. Se
mos do art. 9º. Esse diretor pode desempenhar outras a empresa for com sede no exterior, desobriga-se o
funções na instituição, contanto que isso não gere CNPJ.
conflito de interesses.
Qualificação dos Clientes
AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
Art. 18 As instituições mencionadas no art. 1º
Art. 10 As instituições referidas no art. 1º devem devem adotar procedimentos que permitam quali-
realizar avaliação interna com o objetivo de iden- ficar seus clientes por meio da coleta, verificação e
tificar e mensurar o risco de utilização de validação de informações, compatíveis com o perfil
seus produtos e serviços na prática da lavagem de de risco do cliente e com a natureza da relação de
dinheiro e do financiamento do terrorismo. negócio.
Sem segredos, a avaliação interna:
As instituições deverão avaliar sempre:
z Deve considerar o perfil das operações e das pes-
soas envolvidas; z A capacidade financeira do cliente;
z Deve ser documentada e aprovada; z O perfil de risco.
z As categorias de risco devem ser definidas para
maior possibilidade de mitigação; A qualificação do cliente deve ser reavaliada e
z Pode ser realizada de forma centralizada em ins- sempre atualizada.
tituição do conglomerado prudencial e do sistema
cooperativo de crédito, nos termos do art. 11. z Pontos de Atenção na Qualificação
Art. 36 [...]
z Identificação da origem;
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por
z Identificação do destino dos recursos.
meio do sítio eletrônico da instituição na internet e
das agências ou Postos de Atendimento;
§ 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput,
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou
devem ser incluídas no registro das operações, no
ao sacador não cliente, no qual devem ser infor-
mínimo, as seguintes informações, quando couber:
mados o valor da operação, a dependência na qual
I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ
deverá ser efetuado o saque e a data programada
do remetente ou sacado;
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ para o saque; e
III - registrar, no ato da solicitação de provisiona-
do recebedor ou beneficiário;
mento, as informações indicadas no art. 35, confor-
III - códigos de identificação, no sistema de liquida-
me o caso.
ção de pagamentos ou de transferência de fundos,
das instituições envolvidas na operação; e
IV - números das dependências e das contas envol-
Atenção: é vedado postergar saques em espécie de
vidas na operação contas de depósitos à vista de valor igual ou inferior a
R$5.000,00, admitida a postergação para o expediente
seguinte de saques de valor superior ao estabelecido.
Registro das Operações em Espécie
MONITORAMENTO, SELEÇÃO E ANÁLISE DE
Art. 33 No caso de operações com utilização de
OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
recursos em espécie de valor individual superior
a r$2.000,00 (dois mil reais), as instituições referi-
das no art. 1º devem incluir no registro, além das As instituições devem implementar procedimen-
informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o tos de monitoramento, seleção e análise de operações
respectivo número de inscrição no cpf do portador e situações com o objetivo de identificar e dispensar
dos recursos. especial atenção às suspeitas de lavagem de dinhei-
Art. 34 No caso de operações de depósito ou apor- ro e de financiamento do terrorismo, nos termos do
te em espécie de valor individual igual ou superior caput do art. 38. Lembre-se de que operações suspei-
a r$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições tas requerem maior atenção.
referidas no art. 1º devem incluir no registro, além Os procedimentos devem:
das informações previstas nos arts. 28 e 30:
I - o nome e o respectivo número de inscrição no cpf Art. 38 [...]
ou no cnpj, conforme o caso, do proprietário dos I - ser compatíveis com a política de prevenção
recursos; à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
II - o nome e o respectivo número de inscrição no terrorismo de que trata o art. 2º;
cpf do portador dos recursos; e II - ser definidos com base na avaliação interna
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. de risco de que trata o art. 10;
III - considerar a condição de pessoa exposta
politicamente, nos termos do art. 27, bem como
Segundo o parágrafo único do art. 34, na hipótese a condição de representante, familiar ou estreito
de recusa do cliente ou do portador dos recursos em colaborador da pessoa exposta politicamente, nos
prestar a informação, a instituição deve registrar o termos do art. 19; e
fato e utilizar essa informação nos procedimentos de IV - estar descritos em manual específico, apro-
384 monitoramento. vado pela diretoria da instituição.
Monitoramento e Seleção de Operações e Situações O período para a execução dos procedimentos de
Suspeitas monitoramento e de seleção das operações e situações
suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, conta-
Existem diversos procedimentos que as institui- dos a partir da data de ocorrência da operação ou da
ções devem implementar. Essas hipóteses estão elen- situação.
cadas no art. 39 desta Circular. Vejamos o dispositivo Todas as instituições, nos termos do art. 40, devem
na íntegra:
assegurar que os sistemas utilizados no monitoramento
e na seleção de operações e situações suspeitas conte-
Art. 39 As instituições referidas no art. 1º devem
implementar procedimentos de monitoramento nham informações detalhadas das operações. As institui-
e seleção que permitam identificar operações e ções também devem manter documentação detalhada
situações que possam indicar suspeitas de lava- Os procedimentos de monitoramento e seleção
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, podem ser realizados de forma centralizada em insti-
especialmente: tuição do conglomerado prudencial e do sistema coo-
I - as operações realizadas e os produtos e ser- perativo de crédito.
viços contratados que, considerando as partes
envolvidas, os valores, as formas de realização, os
Procedimentos de Análise de Operações e Situações
instrumentos utilizados ou a falta de fundamento
econômico ou legal, possam configurar a existência Suspeitas
de indícios de lavagem de dinheiro ou de financia-
mento do terrorismo, inclusive: Art. 43 As instituições referidas no art. 1º devem
a) as operações realizadas ou os serviços presta- implementar procedimentos de análise das opera-
dos que, por sua habitualidade, valor ou forma, ções e situações selecionadas por meio dos proce-
configurem artifício que objetive burlar os proce- dimentos de monitoramento e seleção de que trata
dimentos de identificação, qualificação, registro, o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não
monitoramento e seleção previstos nesta Circular; como suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan-
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, ciamento do terrorismo.
saque em espécie, ou pedido de provisionamento
para saque que apresentem indícios de ocultação Esquematicamente:
ou dissimulação da natureza, da origem, da locali-
zação, da disposição, da movimentação ou da pro-
priedade de bens, direitos e valores; z As instituições devem implementar procedimentos
c) as operações realizadas e os produtos e serviços de análise das operações e situações selecionadas
contratados que, considerando as partes e os valo- por meio dos procedimentos de monitoramento e
res envolvidos, apresentem incompatibilidade com seleção. O prazo para essa análise é de 45 dias con-
a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren- tados da operação;
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no z É vedada a contratação de terceiros para a reali-
caso de pessoa jurídica, e o patrimônio; zação da análise.
d) as operações com pessoas expostas politica-
mente de nacionalidade brasileira e com represen- PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
tantes, familiares ou estreitos colaboradores de
pessoas expostas politicamente; Art. 48 As instituições referidas no art. 1º devem
e) as operações com pessoas expostas politicamen- comunicar ao Coaf as operações ou situações sus-
te estrangeiras; peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento
f) os clientes e as operações em relação aos quais do terrorismo.
não seja possível identificar o beneficiário final; § 1º A decisão de comunicação da operação ou
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou situação ao Coaf deve:
territórios com deficiências estratégicas na imple- I - ser fundamentada com base nas informações
mentação das recomendações do Grupo de Ação contidas no dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
Financeira (Gafi); II - ser registrada de forma detalhada no dossiê
h) as situações em que não seja possível manter mencionado no art. 43, § 2º; e
atualizadas as informações cadastrais de seus III - ocorrer até o final do prazo de análise referido
clientes; e no art. 43, § 1º.
II - as operações e situações que possam indicar § 2º A comunicação da operação ou situação
suspeitas de financiamento do terrorismo. suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia útil
seguinte ao da decisão de comunicação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CRÉDITO NO PAÍS
nerados ou não, a cliente em prejuízo do programa
de prevenção à lavagem de dinheiro.
Operações de crédito relacionam-se a emprés-
timos tomados. Em geral, são atípicas as seguintes SITUAÇÕES RELACIONADAS A CAMPANHAS
situações: ELEITORAIS
z Operações de crédito no país liquidadas com recur- z Recebimento de doações, em contas (eleitorais ou
sos aparentemente incompatíveis com a situação não) de candidatos ou partidos políticos, de valo-
financeira do cliente; res que desrespeitem as vedações ou extrapolem
z Operação de crédito no país seguida de remessa de os limites definidos na legislação em vigor;
recursos ao exterior que demonstrem atipicidade; z Uso incompatível com as exigências regulatórias
z Operações de crédito no país, simultâneas ou con- do fundo eleitoral;
secutivas, liquidadas antecipadamente ou em pra- z Transferências, a partir das contas de candidatos,
zo muito curto; para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativida-
z Concessão de garantias de operações de crédito no de não guarde aparente relação com contas de
país por terceiros não relacionados ao tomador. campanha. 387
SITUAÇÕES RELACIONADAS A BNDU E OUTROS z Nível Estratégico: É o nível institucional, pois en-
ATIVOS globa toda a organização e, consequentemente, te-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar
BNDU é a sigla para Bens Não de Uso Próprio, ou a organização como um todo. O nível estratégico
seja, um ativo que é adquirido apenas para venda, também pode ser chamado de alto ou global e, nes-
sendo exemplos de situações atípicas: se nível, estão os altos executivos, diretores da or-
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,
z Negociação para pessoas naturais ou jurídicas sem que veremos mais para frente;
capacidade financeira;
z Negociação mediante pagamento em espécie;
z Negociação por preço significativamente superior
Dica
ao de avaliação; Algumas palavras-chave para ter em mente
z Negociação de outro ativo não financeiro em bene- quando uma questão se referir ao nível estraté-
fício de terceiros. gico: global, geral, todo, amplo, ambientes, inter-
no e externo, diretores, executivos, alto escalão,
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES cúpula.
REALIZADAS EM MUNICÍPIOS LOCALIZADOS EM
REGIÕES DE RISCO z Nível Tático: É o nível departamental ou setorial
que se preocupa com o planejamento a médio pra-
z Operação atípica em municípios localizados em zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni-
regiões de fronteira; dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é
z Operação atípica em municípios localizados em o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
regiões de extração mineral; sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
z Operação atípica em municípios localizados em cionar o departamento da organização;
outras regiões de risco. z Nível Operacional: Nível de execução da organi-
zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
CONSIDERAÇÕES FINAIS figura encontrada é a do executor; procure guar-
dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e
Como visto, tratam-se de exemplos que podem assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
indicar lavagem de dinheiro ou financiamento ao ter- cionadas ao tema.
rorismo. Como a lista repete-se em vários fatores, é
importante compreender a lógica da situação.
Agora que já expusemos os níveis organizacionais,
podemos avançar no tema e compreender os tipos de
planejamento.
NÍVEIS ORGANIZACIONAIS
z Planejamento Estratégico: O mais importante
Observe no fluxograma a seguir os níveis organi- para seu estudo – aliás, os títulos deste capítulo
zacionais. são voltados a ele. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
“todo”, pois visa compreender o ambiente interno
Estratégico Institucional e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,
realizado no nível institucional e pelos executivos/
Tático Departamental Gerencial diretores da organização.
z Planejamento Tático: Visa criar plano a médio prazo e a sua abordagem é setorial ou departamental. Como
verificamos anteriormente, o nível intermediário é que se preocupa com o planejamento tático. Aqui, você
sempre avaliará da seguinte forma: o planejamento é feito por gerentes e coordenadores visando objetivos de
médio prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial ou departamental;
z Planejamento Operacional: Já aqui, a abordagem é de execução, pois visa realizar as tarefas que ocorrem
na organização. Nesse caso, teremos a figura dos supervisores/executores estabelecendo os objetivos e metas
operacionais; vale lembrar que elas são mais minuciosas e detalhadas porque estão voltadas para uma tarefa
específica.
Agora que já temos uma noção dos tipos de planejamento, precisamos compreender as funções administra-
tivas. Se estamos tratando de noções de estratégia empresarial, devemos compreender como ocorre o processo
organizacional.
Dica
Processo Organizacional / Processo Administrativo (Administração): o mesmo que funções administrativas.
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
As funções da Administração são quatro: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Vejamos a seguir
detalhadamente cada uma delas:
Planejamento
Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão do
futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é possível
ter todas as informações e dados. Lembre-se de que quando tratamos de planejamento, é preciso coletar dados e
informações, pois são eles que dão sustentação para um bom planejamento.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para compreender
melhor o planejamento:
z Objetivo: Tudo aquilo que se pretende alcançar ou onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objetivo é
“ser aprovado no concurso público do banco X”. O objetivo deve ser claro, concreto e necessita de prazo, não
importando se esse prazo será curto, médio ou longo;
z Meta: Também pode ser entendida como algo que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa e detalhada em
comparação ao objetivo. Exemplo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no concurso do banco X. Reparou
em uma mudança aí? O termo “primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é a ideia da meta, ser mais
minuciosa ou detalhada, trazer quantificação e qualificação do objetivo;
z Estratégias: São os caminhos, meios, métodos, para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a organização
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Agora que compreendemos alguns conceitos a respeito do planejamento, continuemos com outras funções
administrativas.
Organização
Essa função visa implementar, implantar e alocar os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi planeja-
do precisar ser implantado e, para isso, a função organização tem como foco a distribuição e divisão do trabalho.
Direção
Importante! Aprendizado
A conquista é mais onerosa para a organização do Apenas existe satisfação quando o valor percebido
que a retenção. Manter um cliente que já tem um rela-
pelo cliente é positivo, e o valor percebido pelo cliente é
cionamento com a instituição, além de representar
o resultado do Valor Total (aquilo que é positivo e agre-
um esforço menor, demanda um investimento menor
ga) e o Custo Total (aquilo que é negativo e não agrega).
em propagandas e promoções.
Apenas existe satisfação quando o valor percebido A venda não se resume ao momento de oferta e
pelo cliente é positivo, e o valor percebido pelo cliente é convencimento do bem ou serviço para o cliente, e
o resultado do Valor Total (aquilo que é positivo e agre- sim antes deste processo e termina após a concretiza-
ga) e o Custo Total (aquilo que é negativo e não agrega). ção da venda, e se divide em três momentos: Pré-ven-
z Satisfação da, Venda e Pós-venda.
les que são esperados pelo cliente na aquisição z Prospecção: Representa o levantamento e pesqui-
do bom ou serviço;
sa de potenciais clientes, a localização do público
Cliente satisfeito: As expectativas são atendi-
alvo, e é fundamental no planejamento de vendas;
das e vão de encontro com aquilo que é espera-
z Qualificação: Após a prospecção levantar os poten-
do pelo cliente, gerando a satisfação;
Cliente altamente satisfeito (encantado): As ciais clientes, na pré-venda é feita a qualificação,
expectativas foram superadas pelo cliente, e o com o detalhamento das características dos clien-
resultado vai muito além daquele que era espe- tes e determinação dos bens ou serviços ideais
rado anteriormente à compra. para cada grupo de clientes.
z Retenção Venda
A retenção ocorre quando o cliente é recorrente na Representa o momento propriamente dito de rela-
compra, e gera lucratividade constante na instituição ção entre vendedor e cliente, com a apresentação e
bancária. A retenção pode ser desenvolvida através de negociação para aquisição do bem ou serviço. São
várias ferramentas de marketing, como o marketing momentos desta etapa: 393
z Pré-abordagem: Representa o momento imediata- Contudo, de que forma é possível “tocar seus
mente anterior ao processo de atendimento do cliente, espíritos” e, ao mesmo tempo, causar boa impressão
que pode ser através de cartazes, banners, ou instru- quando essa pessoa procurar informações sobre a sua
ções sobre o bem ou produto que será apresentado; marca? Kotler diz que é possível a partir da criação de
z Abordagem: É o contato inicial de atendimento uma boa história, ressaltando os motivos que fazem
ao cliente, quando o contato é estabelecido e tem do seu produto melhor que os da concorrência, citan-
início a venda propriamente dita. Nesse momento do como exemplo a marca de frangos norte-america-
são levantadas as necessidades do cliente; na “Perdue Chicken”. Todos compram a marca porque
z Apresentação: Momento em que as características o fundador (Frank Perdue) tratava as aves de maneira
do bem ou serviço são detalhadas, assim como as diferente, sem processos maléficos, deixando a carne
condições para sua aquisição, como o preço e cus- do frango mais macia.
tos vinculados; “Há uma história com a marca, uma história que te
z Superação de objeções: Momento em que o res- toca enquanto os competidores estão apenas dizendo
ponsável pela venda argumenta ao cliente sobre ‘nós vendemos frango’”.
barreiras existentes por parte deste, como preço, Com o Marketing contemporâneo, criar uma boa rela-
características, custo-benefício etc; ção com o consumidor deve ser mais importante do que
z Fechamento: Momento em que a venda é finalizada, apenas vender produtos a ele, pensando sempre em uma
e as condições para a aquisição do bem ou serviço forma em que sua marca e o consumidor cresçam juntos.
determinadas e acordadas entre as partes envolvi- “Nos dias de hoje apenas vender é estupidez. Seu tra-
das. É a venda propriamente dita e finalizada. balho não é produzir uma venda, mas criar posse do con-
sumidor… Mudamos do Marketing de transação para o
Pós-venda Marketing de relacionamento… Mais e mais empresas
estão focando em fazer mais pelo consumidor”.
A venda não termina no momento da contratação
A maioria dos empresários constroem suas rela-
do bem ou do serviço, e é fundamental o momento
ções comerciais baseadas apenas em vender o que
posterior, para a manutenção da relação do cliente
o consumidor está precisando, “mas há companhias
para vendas futuras, visando a fidelização do cliente
que vendem, por um preço alto, algo que pode ser
com a organização, visando a lucratividade contínua.
encontrado em qualquer lugar. E se dão bem”. Para
São momentos desta etapa:
explicar essa tendência, Kotler citou o Starbucks.
z Acompanhamento: É o processo imediato a concreti- “Eles vendem café caro e são bem-sucedidos no
zação da venda, e que a instituição acompanha os pri- Brasil, um dos países com maior produção mundial
meiros momentos da relação de propriedade do bem do grão. Isso é possível com a construção de uma
por parte do cliente ou de recebimento do serviço; marca. O Starbucks é a segunda casa dos clientes. Lá,
z Manutenção: Acompanhamento permanente da insti- tem internet e é confortável. As pessoas gostam disso.
tuição e contato esporádico para se manter a relação Empresários precisam pensar em algo semelhante na
de vendas futuras e garantir a satisfação do cliente. hora de promover os seus negócios”.
Sempre valorize o design. Philip Kotler diz que
Atualmente, o uso de plataformas online tem contri- o design de um produto é tão – ou mais – importante
buído muito para o crescimento de empresas. Para Phi- que o nome da empresa em si e citou como exemplo a
lip Kotler — um dos maiores especialistas em Marketing Harley Davidson. Ele revelou que a sua esposa queria
— é inaceitável que uma empresa não tenha presença uma moto da marca apenas para colocar na sala de
online. Mas, além disso, é preciso fazer com que todas as estar de sua casa como objeto de decoração. E comple-
mídias (online e off-line) tenham sinergia. Aposte nas tou dizendo que a marca cria um universo em torno
novas mídias e aumente sua presença online. da marca, com relógios, jaquetas e até barbas para
Com os smartphones e o crescimento acelerado da quem quiser incorporar um “estilo de vida”.
internet móvel, as pessoas possuem acesso à informa- Segundo o professor, o Marketing B2B e a presta-
ção a qualquer momento, disponível na palma de suas ção de serviços são áreas negligenciadas pela maioria
mãos “tomando decisões de compra baseadas naquilo dos profissionais do mercado e cita o case “Intel Insi-
que pesquisam na hora”. de” como exemplo. Com essa campanha, a multinacio-
“Os consumidores agora estão no poder, eles nal de tecnologia praticamente obriga os fabricantes
sabem muito mais do que você mesmo sobre as com- a colocarem seus chips em computadores, tablets e
panhias… Antigamente, a única coisa que você sabia smartphones apenas ressaltando o selo junto de seus
sobre uma empresa era o que ela te dizia naquele produtos como se fosse um ingrediente mágico.
comercial de 30 segundos”, palavras de Philip Kotler. “Só falamos de produtos físicos… Queria que nossos
No Marketing 1.0, uma propaganda tradicional bus- estudantes tivessem mais excitação sobre o mundo B2B”.
ca convencer que aquele produto é ideal para as suas Qualquer produto “invisível” que buscasse uma
necessidades (algo que não funciona tão bem atualmen- campanha mais agressiva poderia virar uma nova
te, devido a uma enorme concorrência). Já o Marketing “Intel”. Outro exemplo citado por Kotler foi o carro,
2.0 engaja o consumidor e busca um relacionamento com suas centenas de peças, mas cada uma delas feita
duradouro (quase que como um namoro). “No 2.0 você por empresas diferentes.
não compra mais pelo que sua mente diz, mas por sua Se você possui uma loja física é preciso alinhar a
emoção”, explica Kotler, analisando também que o futu- sua logística num processo de produção que envolva
ro será das empresas que aderirem ao “Marketing 3.0”. compras online. Pois as lojas físicas terão de repensar
A marca de uma empresa precisa tocar o espírito sua razão de ser. Não significa que elas vão desapare-
das pessoas. “Pense no consumidor não em termos de cer, mas que precisam achar uma razão mais convin-
alguém que vai comprar seu produto, mas alguém que cente para existir. Philip Kotler cita as lojas Ikea como
deseja que o mundo seja um lugar bom para viver. O que exemplo, dizendo que podemos perder um dia todo
394 você está fazendo para mostrar a ele que se importa?” numa daquelas lojas.
“Minha esposa não compra de lojas físicas, ela vista a satisfação de necessidades do cliente. Com-
acha mais fácil comprar online… Uma alternativa é preende um conjunto de benefícios, com elementos
transformar as lojas numa experiência”. tangíveis e intangíveis, resultando na soma da satis-
Há outra questão a ser levada em consideração, a fação física e psicológica do consumidor quando reali-
existência de um “funil de vendas” e o seu dever de za uma compra. Inclui bens, serviços, ideias, pessoas,
ser obedecido. organizações, ou a combinação desses elementos.
Philip Kotler diz que um funil de vendas perfeito
possui seis etapas (prospectar os clientes, entender as Três níveis de produto têm de ser pensados quan-
necessidades do público-alvo, desenvolver soluções, do do seu planejamento:
fazer a proposta, negociar os contratos e fechar a ven-
da, respectivamente) e afirma que as três primeiras z Produto central ou básico (Core product): corres-
deveriam ser feitas pelo Marketing, enquanto outras ponde aos benefícios procurados pelo consumidor
três são feitas pelo departamento de vendas, desde quando compra um produto;
que a empresa tenha esses profissionais. Assim, cada z Produto real (Actual product): resulta da trans-
passo é tomado por quem sabe o que está fazendo. formação do benefício básico num produto real,
“O Marketing é responsável pela criatividade e através de características como qualidade, marca,
pelas estratégias apropriadas para chegar ao cliente, características, estilo e embalagem;
enquanto a execução fica com o pessoal de vendas”. z Produto ampliado ou aumentado (Augmented
Além disso, é papel do profissional de Marketing product): compreende serviços e benefícios adicio-
ser um representante de seus clientes, visto que “uma
nais, acrescentados ao produto básico e real, como
decisão que não contempla a satisfação do consumi-
serviços pós-venda, entrega ao domicílio, crédito,
dor tem tudo para ser equivocada”.
instalação e garantia.
“A Apple, por exemplo, deixa uma cadeira vazia
nas reuniões de diretores. Ela representa, simbolica-
Uma possível classificação de produtos distingue
mente, o consumidor. Pergunte a um “applemaníaco”
entre produto de consumo e produto industrial. Pro-
sobre os pontos positivos da empresa. Ele provavel-
dutos de consumo são aqueles adquiridos pelo con-
mente vai falar do cuidado da empresa em ser uma
sumidor final, para consumo pessoal. A classificação
amiga dos clientes”.
O ócio do profissional de Marketing deve ser res- desses produtos pode incluir:
peitado, como diz Philip Kotler: “Planejamento estra-
tégico é importante, mas não deve se sobrepor ao z Produtos de conveniência (Convenience pro-
processo criativo…. O marketeiro precisa de tempo ducts): são bens ou serviços comprados frequen-
para pensar e conceber as melhores ideias”. temente, normalmente, com preços baixos e que
envolvem, por parte do consumidor, pouco esforço
REFERÊNCIAS financeiro e risco de que o produto não providen-
cie os benefícios procurados;
REZ, Rafael. Lições de Philip Kotler para o Novo z Produtos de aquisição ou de compra compara-
Marketing. Nova Escola de Marketing, 2016. Dis- da (Shopping products): os compradores estarão
ponível em: https://novaescolademarketing.com. dispostos a dispensar uma significativa quanti-
br/licoes-de-philip-kotler-para-o-novo-marketing. dade de tempo e dinheiro na procura e avaliação
Acesso em: 2 jan. 2022. desses produtos, comparando alternativas em ter-
mos de qualidade, preço, estilo e adequação (e.g.,
PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO tamanho);
z Produtos de especialidade (Speciality products):
INSUMOS DO MARKETING são bens para os quais o consumidor está dispos-
to a realizar um certo esforço financeiro para o
O marketing mix é um conjunto de variáveis adquirir, pelo facto deste apresentar “característi-
controláveis que influenciam a forma como os con- cas únicas”.21 Os consumidores não escolhem por
sumidores respondem ao mercado e consiste naquilo entre as alternativas do mercado, mas procuram,
que a empresa pode fazer no sentido de influenciar especificamente, determinada marca. É o produto
a procura pelo seu produto, visando alcançar o nível que envolve maior esforço e risco.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
desejado de vendas junto do seu mercado-alvo. O z Produtos industriais são adquiridos para futuro
conceito, apresentado por Neil Borden em 1949 como processamento, i.e., são utilizados na produção de
sendo uma lista de elementos importantes ou “ingre- outros bens ou serviços. Podem ser classificados
dientes” que permitem desenvolver o programa de como:
marketing de uma empresa, foi baseado na expressão z Materiais e partes (Raw materials and parts): cons-
utilizada por James Culliton na caracterização de um tituídos por matérias-primas, que se tornam parte
executivo de marketing como sendo um “misturador do produto final, através do seu processamento ou
de ingredientes”. como componentes (e.g., trigo, algodão, hortíco-
las), ou de produtos e partes manufaturados, nos
PRODUTO (OBJETO) quais se incluem “materiais componentes” (e.g.,
ferro, cimento, cabos), passíveis de futuro proces-
É tudo o que se refere aos “bens e serviços” que samento, e “partes componentes” (e.g., pequenos
uma empresa disponibiliza ao mercado-alvo, para motores, pneus), que, geralmente, irão compor o
“atenção, aquisição, uso ou consumo”20, tendo em produto final sem mais modificações;
20 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 500.
21 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 503. 395
z Itens de capital (Capital itens): distinguindo-se z Preço pelo justo valor (Good-value pricing): con-
entre instalações — construções como fábricas e siste em oferecer a “combinação essencial”23 de
escritórios, e equipamento fixo como geradores, qualidade ao seu produto a um preço justo, o que
elevadores ou computadores — e equipamento envolve estabelecer preços “razoavelmente bai-
acessório — ferramentas, equipamentos portáteis xos”24 mas, ainda assim, com elevada qualidade, o
e equipamento de escritório. Estes produtos não que pode envolver a introdução de versões menos
integram o produto final, sendo a sua função a de caras de produtos já estabelecidos no mercado
colaborar na sua produção ou nas operações da ou redesenhar o produto no sentido de oferecer
empresa; maior qualidade pelo mesmo preço ou a mesma
z Fornecimentos e serviços (Supplies and services): qualidade a um preço inferior;
os fornecimentos compreendem fornecimentos z Preço pelo valor acrescentado (Value-added pri-
operacionais (e.g., papel, lubrificantes, lápis) e cing): a empresa acrescenta valor à sua oferta de
material de reparação e manutenção (e.g., tintas, mercado, diferenciando o seu produto, proporciona-
pregos), enquanto os serviços incluem serviços de do um retorno do investimento “adequado”25, justifi-
manutenção e reparação (e.g., reparação de um cando a opção pelo produto, com o objetivo de evitar
computador) ou serviços de aconselhamento (e.g., uma guerra de preços entre empresas concorrentes.
serviços jurídicos, consultoria, publicidade).
Estabelecer o preço deverá ter em conta, também,
PREÇO o ciclo de vida do produto. Na fase do lançamento de
um produto no mercado, particularmente no que diz
É a quantia monetária cobrada na aquisição de respeito a ofertas inovadoras, a empresa pode esco-
um bem ou serviço, i.e., aquilo de que se abdica na lher entre duas estratégias:
aquisição de um produto, ou, em sentido mais lato, «a
soma de todos os valores que os consumidores trocam z Preço de desnatação do mercado (Market-skim-
pelos benefícios de ter ou usar um bem ou serviço»22 ming pricing): a empresa, quando lança um novo
e serve como medida de avaliação entre diferentes produto, estabelece, inicialmente, preços elevados
alternativas de produtos, quer em termos do sacrifí- no sentido de tirar partido de segmentos do merca-
cio que se faz na sua compra (e.g., o custo monetário do mais propensos a novos produtos ou cujo poder
ou temporal), quer como forma de inferir acerca da de compra faça destes menos sensíveis ao preço, de
sua qualidade. forma a recuperar os custos de desenvolvimento;
O processo de definição de um preço para o pro- z Preço de penetração no mercado (Market-pene-
duto, incluindo descontos e financiamentos, tem em tration pricing): consiste em estabelecer um preço
vista o impacto não apenas econômico, mas também baixo para um novo produto, abaixo do preço dos
psicológico de uma precificação. O responsável por produtos concorrentes, de forma a atrair o maior
essa área deve cuidar da lista de preços e passar aos número de clientes no menor espaço de tempo
vendedores os descontos por quantidades adquiridas possível, tirando partido de economias de escala e
e, principalmente, se o preço será competitivo diante da capacidade produtiva da empresa.
da concorrência.
A definição do preço de um produto deve ter em No entanto, a opção por estabelecer o preço quan-
conta o valor criado para o consumidor. No entanto, do este integra um conjunto de produtos pode levar a
há empresas que produzem produtos com qualidade, empresa a optar por entre várias estratégias de defi-
mas com pouco valor para o cliente, lógica essa que nição de preço, visando a maximização dos lucros do
está por trás da definição de preços baseados nos cus- seu mix, tais como:
tos (Cost-based pricing). Duas formas comuns de defi-
nição de preços segundo este método são: z Preço da linha de produtos (Product line pricing):
ao invés de definir o preço “produto-a-produto”26,
z Preço custo-mais (Cost-plus pricing): o preço é a opção pode passar por estabelecer ou ajustar o
estabelecido acrescentando, aos custos de produ- preço do conjunto de ofertas que constituem a sua
ção, uma margem de lucro fixa, ou uma percenta- linha de produtos (product line), tendo em conta as
gem desses mesmos custos; suas diferenças ao nível de custos, a avaliação dos
z Preço mark-up (Mark-up pricing): consiste no cál- consumidores e preços concorrentes;
culo do preço do produto através de uma percenta- z Preço do produto cativo (Captive-product pri-
gem sobre os custos ou sobre o preço de venda, que cing): o preço do produto básico é baixo, enquanto
permita fazer face aos custos correntes (overhead o preço de produtos necessários ao seu funciona-
costs) e atingir determinada taxa de retorno, pre- mento ou para a melhoria da sua performance é
definida pela empresa. elevado;
z Preço em duas partes (Two-part pricing): no caso
Quanto à definição de preço baseado no valor dos serviços, o seu preço pode ser dividido numa
(value-based pricing), que reverte o processo de defi- parte fixa e noutra variável, consoante a frequên-
nição de preço através dos custos, centrando-a no cia da sua utilização. O montante fixo deve ser
cliente, i.e., tem em conta a sua percepção de valor, baixo o suficiente para incentivar a compra, sendo
distingue-se entre: que o lucro advém das taxas de utilização;
22 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 639.
23 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.; WONG, V.; SAUNDERS, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 641.
24 FERRELL, O. C.; HARTLINE, M. Marketing strategy (5ª ed.) Cengage Learning, 2010, p. 248.
25 BERENDS, W. Price & profit: The essential guide to product & service pricing and profit forecasting. Berends & Associates, 2004, p. 45.
396 26 PRIDE, W. M.; FERRELL, O. C. Foundations of marketing. Cengage Learning, 2008, p. 332.
z Preço pelo conjunto (Product-bundle pricing): qual os intervenientes agem de forma indepen-
consiste em combinar vários produtos e colocar dente dos demais, sendo que a relação se baseia,
este conjunto no mercado a um preço reduzido, simplesmente, na compra e venda uns aos outros.
juntando dois ou mais produtos, habitualmente Nenhum dos membros tem muito controle sobre
complementares, e estabelecer um preço único, os restantes, procurando apenas maximizar os
frequentemente mais baixo do que o preço a ser seus próprios lucros;
cobrado caso esses produtos fossem adquiridos z Sistema de integração vertical (Vertical marke-
individualmente. ting system): é um sistema no qual se verifica uma
“cooperação formal”29 entre vários canais, como
PRAÇA (DISTRIBUIÇÃO) produtores, grossistas e/ou retalhistas, no sentido
de maximizar a eficiência dos canais de distribui-
Preocupa-se com a disponibilização dos produtos ção, reduzindo custos, através de um conjunto de
aos seus mercados consumidores. Produzir um pro- acordos orientados para “a produção e distribui-
duto e disponibilizá-lo ao consumidor final exige a ção de um produto ou conjunto de produtos espe-
existência de uma rede de relações entre clientes, for- cíficos”.30 A sua gestão encontra-se centralizada e
necedores e revendedores, integrados na cadeia logís- podem ser integrados, controlados e contratuais;
tica da empresa. Assim, a distribuição refere-se aos z Sistema de integração horizontal (Horizontal
canais através dos quais o produto chega aos clientes marketing system): ocorre quando duas ou mais
e inclui pontos de vendas, pronta-entrega, horários e empresas do mesmo nível do canal de distribuição
dias de atendimento e diferentes vias de compra. acordam trabalhar em conjunto, de forma provisó-
A cadeia de distribuição inclui as “atividades rio e permanente investindo recursos, no sentido
necessárias à transformação de matérias primas em de tirar partido de uma oportunidade de negócio.
bens ou serviços e colocá-las nas mãos dos consumi-
dores ou clientes empresariais”27. A gestão da cadeia O número de membros do canal a ser utilizado em
de distribuição tem como objetivo sincronizar as exi- cada nível do mesmo define a sua amplitude, na qual
gências dos clientes com o fluxo de matérias primas três escolhas são possíveis:
dos fornecedores, que se traduz em relações duradou-
z Distribuição intensiva (Intensive distribution):
ras entre os membros da cadeia logística, de forma
consiste em disponibilizar o produto no maior
a reduzir ineficiências, custos e maximizar lucros. O
número de locais de venda possível, com o objeti-
movimento do produto através da cadeia logística é
vo de maximizar a cobertura do mercado. É utili-
facilitado através dos canais de distribuição ou canais
zada, sobretudo, para bens de conveniência;
de marketing, definidos como “o conjunto de organi-
z Distribuição exclusiva (Exclusive distribution):
zações interdependentes envolvidas no processo de
quando o produtor, intencionalmente, limita o
disponibilizar o produto para uso ou consumo”.28 A
número de intermediários que distribuem os seus
maioria desses canais possui intermediários, (também
produtos numa determinada área geográfica,
denominados como membros do canal, revendedores
sobretudo quando se trata de produtos comprados
ou agentes), que facilitam o processo de distribuição,
esporadicamente, com elevado preço e de elevada
entre o produtor e o consumidor. O número de inter-
qualidade (e.g., carros de luxo);
mediários define a extensão do canal de distribuição:
z Distribuição seletiva (Selective distribution): o
produtor utiliza apenas alguns intermediários na
z Canal de marketing direto (ou venda direta; Direct
distribuição, sendo particularmente utilizado no
distribution channel): consiste na venda do produ-
caso de produtos de aquisição, cujo modelo de
to diretamente ao consumidor, sem a existência de
negócio obriga a uma distribuição mais intensa do
intermediários (e.g., venda por catálogo ou compras
que a distribuição exclusiva mas cujos custos de
online, “lojas de fábrica” e os próprios prestadores
venda e distribuição ou questões relacionadas com
de serviço que executam o serviço diretamente ao
a diferenciação do produto tornam a distribuição
consumidor, como os cabeleireiros e dentistas);
intensiva desadequada, permitindo quer uma boa
z Canal de marketing indireto (Indirect distribu-
cobertura do mercado quer um maior controlo da
tion channel): contém, pelo menos, um interme-
cadeia de distribuição.
diário (e.g., grossista ou retalhista, supermercados,
conveniências e até as próprias livrarias). PROMOÇÃO (COMUNICAÇÃO)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
27 SOLOMON, M. R.; MARSHALL, G. W.; STUART, E. W. Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 448.
28 Kotler, P.; Keller, K. Marketing and Management (12ª ed.). Pearson Prentice Hall, 2006, p. 468.
29 Solomon, M. R.; Marshall, G. W.; Stuart, E. W. Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 463
30 Etgar, M. Effects of administrative control on efficiency of vertical marketing systems. Journal of Marketing Research, 13 (1), 1976, p. 12
31 Lamb, C. W.; Hair Jr, J. F.; McDaniel, C. D. MKTG 5 (5ª ed.). Cengage Learning, 2011.
32 Solomon, M. R.; Marshall, G. W., Stuart, E. W. (2011). Marketing: Real people, real choices (7ª ed.). Prentice Hall, 2011, p. 350. 397
online marketing que a empresa utiliza, no sentido z Marketing direto (Direct marketing): consiste na
de comunicar a sua proposta de valor, desenvolver e comunicação da empresa diretamente a um indi-
manter relações favoráveis com o cliente, informan- víduo pertencente ao seu mercado-alvo, através de
do-o e persuadindo-o, de forma a melhor aceitar o diversos média não pessoais (e.g., televisão, rádio,
produto da empresa, fomentando, assim, a procura. imprensa escrita, telefone [telemarketing], correio
Uma vez que os clientes entram em contato com [correio direto; direct mail], e-mail ou websites,
a oferta de uma empresa através de vários pontos de catálogos);
contato, pelos quais a empresa pretende fazer passar z Online Marketing: é a comunicação realizada
a sua mensagem, torna-se necessário transmitir uma através da internet. A internet permite uma comu-
mensagem clara, consistente e convincente acerca da nicação em tempo real com o consumidor, através
empresa e das suas marcas, através da comunicação dos websites criados pelas próprias empresas ou
integrada de marketing, de forma a evitar que o con- pelas redes sociais (e.g., e-commerce).
sumidor absorva “mensagens conflituosas de diferen-
tes fontes que podem resultar em imagens confusas VANTAGEM COMPETITIVA
sobre a empresa, posicionamentos da marca e rela-
ções com o consumidor”33 e maximizar o impacto no RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO
consumidor.
Dentre as principais ferramentas de promoção, A competitividade do mercado, cada vez mais acir-
encontram-se: rada, tem levado organizações a buscar novas estraté-
gias para sobreviver. O marketing de relacionamento,
z Propaganda (Advertising): é uma forma paga, não ou novo marketing — aquele embasado em relaciona-
pessoal e unidirecional de promoção de ideias, mentos de longo prazo, duradouros e na satisfação das
bens, serviços ou pessoas. Os principais veículos necessidades e expectativas dos clientes — tem sido uma
da propaganda são os mass media (e.g., televisão, estratégia muito válida utilizada para a fidelização, reten-
rádio, imprensa escrita, outdoors). Tem como van- ção e consequentemente aumento da lucratividade.
tagens o fato de atingir um elevado número de pes- Ao longo do tempo, muitas mudanças vêm ocor-
soas de um só vez, tornando o custo por contacto rendo na economia globalizada, essas mudanças
reduzido, embora os custos totais de investimento trouxeram como consequência um acirramento da
tendam a ser elevados, e a empresa tem controle concorrência e da competição, trouxeram mais riscos
sobre a mensagem transmitida. No entanto, a men- e oportunidades para todos e impulsiona empresas a
suração dos seus resultados pode ser difícil e pode fazer melhorias significativas não apenas para com-
ser pouco eficiente como meio de atingir determi- petir e prosperar, mas simplesmente para sobreviver.
nados mercados-alvo; Ninguém está imune ao impacto da globalização
z Promoção de vendas (Sales promotion): consiste e muitas organizações têm sido impelidas a aplicar as
em incentivos de curto-prazo à compra ou venda mudanças através de novas estratégias, programas de
de um produto ou serviço, (e.g., amostras grátis, qualidade, reestruturação ou fusões e aquisições para
cupões, concursos, prémios), com o objetivo de acompanhar as transformações que vêm ocorrendo,
estimular a sua comercialização, encorajando, pois as estratégias utilizadas anteriormente não produ-
por exemplo, a aquisição de novos produtos ou zem os mesmos resultados nesta nova era competitiva
chamando a atenção de clientes mais sensíveis ao que está sendo estabelecida rapidamente nas empresas.
preço; O marketing de relacionamento tem sido ampla-
z Relações públicas (Public relations): consiste em mente utilizado pelas empresas como diferencial
manter relações com os diversos públicos (e.g., con- competitivo, principalmente no setor de serviços,
sumidores, fornecedores, acionistas, agentes gover- para a retenção e fidelização dos clientes. O marke-
namentais, empregados e a comunidade na qual ting de relações é necessário para o desenvolvimento
a empresa opera) com os quais a empresa lida, de de liderança, fidelidade do cliente e a rápida aceitação
forma a criar e a manter uma boa imagem sobre a de novos produtos e serviços no mercado.
empresa, a fim de obter boa publicidade, definida Relações sólidas e duradouras com clientes não
como informação pública, não paga, sobre a empre- constituem tarefas fáceis, sua manutenção e perma-
sa ou a sua proposta de valor sob a forma de notícia nência são difíceis, porém em um tempo em que o
num veículo de mass media, mas também trabalhar cliente tem cada vez mais possibilidades, uma rela-
o consumidor acerca dos objetivos da empresa, ção pessoal é a única forma de manter a fidelidade do
introduzir novos produtos e colaborar nas vendas. cliente. Embora a satisfação dos clientes seja primor-
Para além disso, preocupa-se em apresentar notí- dial para qualquer empresa bem sucedida, é compro-
cias negativas sobre a empresa na perspectiva o vado que a satisfação isoladamente não é suficiente
mais otimista possível, procurando resolver situa- para manter a fidelidade do cliente.
ções de conflito e acordo entre as partes; Atualmente, uma das palavras que mais está em
z Venda pessoal (Personal selling): ocorre quando é evidência é a globalização. No início parecia que não
a própria força de vendas da empresa a comuni- teria tanta influência na vida das empresas e das pes-
car os seus produtos, numa relação diática entre soas, mas hoje está consolidada e é quase unanimi-
o vendedor e comprador, que tentam fazer valer dade mundial a importância para a continuidade dos
os seus objetivos (o vendedor procura maximizar mercados e da sobrevivência das empresas.
receitas e lucros, enquanto o comprador pretende A globalização trouxe consigo a abertura dos mer-
minimizar custos). Apesar de ser mais cara do que cados e o aumento da concorrência no mundo todo.
a propaganda, é, geralmente, mais eficaz no senti- Hoje as empresas concorrem tanto com os mercados
do de fomentar a compra; internos, quanto com o mercado internacional.
398 33 Kotler, P.; Armstrong, G.; Wong, V.; Saunders, J. A. Principles of marketing (5ª ed.). Financial Times/Prentice Hall, 2008, p. 696.
Cada cliente, individualmente, pode ter seu valor REFERÊNCIAS
maximizado de acordo com o seu potencial de negó-
cios em relação à determinada organização. Nesta DUARTE, Joslaine Chemim. Marketing de Rela-
perspectiva, não só a aquisição, mas também a reten- cionamento: Uma Estratégia para a Fidelidade
ção de clientes passa a ser estrategicamente relevante. do cliente numa Agência Bancária. Florianópo-
Se, pela perspectiva organizacional, a retenção lis, 2003. Disponível em: https://www.passeidireto.
pode implicar em maior rentabilidade, na perspectiva com/arquivo/95404195/46096-01. Acesso em: 12
do cliente, a manutenção e a fidelidade de suas com- jan. 2022.
pras com determinada organização implicam em um
estado de fidelidade. Entre os resultados de pesquisas, COMO LIDAR COM A CONCORRÊNCIA
a satisfação do cliente é apontada como antecedente
da fidelidade, clientes satisfeitos voltam a fazer negó- Peter Druker constitui uma das mais importantes
cios com as empresas, e, por conseguinte, permane- referências teóricas da administração em vendas, pois
cem fiéis e são retidos pela empresa. se debruçou sobre questões contemporâneas, como os
A partir do exposto das relações cliente-empresa efeitos da globalização na economia. Para ele, a orga-
no mercado, verifica-se que a satisfação é fator impor- nização adapta-se à globalização quando consegue
tante para a construção da fidelidade, pois, quanto oferecer o produto ou serviço prestado certo para o
maior a satisfação, maior a fidelidade. público certo e no momento certo, realizando adequa-
As empresas buscam a satisfação das necessida- da distribuição e estipulação de preço.
des dos seus clientes, sendo assim, o marketing pos- A organização nunca pode parar de aprender sobre
sui uma função extremamente importante dentro da o mercado em que atua e seus rivais, devendo procu-
organização, proporcionando uma maneira diferen- rar formas de melhorar sua posição competitiva.
te de enfocar o relacionamento da empresa com seu No mesmo sentido, Michel Porter, teórico da com-
mercado consumidor. petitividade e da vantagem competitiva, trouxe gran-
Neste sentido é que ocorreu a grande mudança em des contribuições na área. Cumpre mencionar como
relação à estratégia de atuação em marketing, passan- exemplo as “Cinco Forças de Porter”, as quais serão
do do marketing tradicional com vistas a uma visão vistas mais adiante.
de distribuição focado no produto, para uma visão
de relacionamento com o foco no cliente. Assim as GLOBALIZAÇÃO NAS EMPRESAS
empresas começam a ampliar seus mercados, e tam-
bém, procuram reter os seus clientes, tornando-se Considerando que o monopólio é nocivo para as
cada vez mais competitivas. organizações, Peter Drucker defende que o aprendi-
A manutenção de um relacionamento de longo zado sobre o mercado em que se atua seja constan-
prazo com os clientes é importante, pois leva à vanta- te. Além disso, a fim de obter vantagem competitiva
gem econômica e ao crescimento das receitas e lucra- e diminuir os custos com propaganda, a organização
tividade ao longo do tempo. O foco na manutenção da deve ter a capacidade de chegar a um nível de exce-
fidelidade dos clientes poderá conservar a sua organi- lência no mercado e de alcançar proveito que a leve às
zação bem à frente da concorrência, à frente até mes- seguintes condições:
mo daqueles cujos custos unitários são inferiores aos
seus. z Oferecer o produto certo;
É interessante preocupar-se com a fidelidade tam- z Apresentar esse produto na hora certa;
bém, pois existem diversas fontes que dão evidências z Focar esse produto para o público certo.
de que os custos de captação de clientes são signifi-
cativamente superiores aos de manutenção. É cerca COMPETIÇÃO E MERCADO (MICHAEL PORTER)
de seis vezes mais caro conseguir um cliente novo,
que manter um já existente. Esse valor pode variar Michael Porter desenvolveu, na vantagem compe-
de acordo com o setor, no entanto ainda há excesso titiva, aquelas que são consideradas as cinco forças,
de esforços na captação de clientes, embora exista a dentre elas duas maiores ameaças as quais a organi-
conscientização da rentabilidade ocasionada pela zação deve dominar e se preparar para influenciar no
fidelidade. mercado em que atua.
Em contrapartida, o cliente fiel é mais barato pois
Rivalidade entre concorrentes;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
z O que é produto?
Perecíveis
Produto é algo material, tangível, estocável, dura-
douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade,
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA FÍSICA E DE
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita PESSOA JURÍDICA
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro-
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, GERENCIAMENTO DA CARTEIRA DE CLIENTES34
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen-
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os Essa é uma atividade estratégica e fundamental,
produtos são mais facilmente experimentados, dife- que permite conhecer melhor o seu público-alvo e
rentemente dos serviços. saber quais compradores estão ativos.
Características dos Serviços Mais que isso, a prática ajuda a ampliar a carteira
de clientes de forma saudável. Tudo isso porque você
z Intangibilidade: Não são vistos ou provados antes traça estratégias de atração e fidelização. O resultado é
de serem adquiridos, pois a experimentação é o melhor custo-benefício, com maior aproveitamento
difícil de ocorrer. Aliás, usamos outras manei- das oportunidades de venda e potencial para alcançar
ras de experimentar, como o visual do local ou mais sucesso no relacionamento com os compradores.
34 GERENCIAMENTO da carteira de clientes: como prever riscos e encontrar oportunidades? Serasa Experian, 2020. Disponível em: https://empre-
400 sas.serasaexperian.com.br/blog/gerenciamento-da-carteira-de-clientes/. Acesso em: 10 jan. 2022.
Para atingir todos esses benefícios, é necessário De toda forma, lembre-se de que o foco deve ser
entender o que significa gerenciar a carteira de clien- uma parceria duradoura e saudável. Por isso, cole-
tes e quais são as boas práticas. É o que vamos mos- te dados para saber o que os compradores gostam
trar neste artigo. e entre em contato em datas importantes, como as
comemorativas, os aniversários e os períodos de cam-
O que é o Gerenciamento da Carteira de Clientes? panha promocional.
z Acompanhamento Diário das Informações dos Mostra se o consumidor mudou seus hábitos de
Clientes pagamento. Para isso, é preciso usar uma ferramenta
especializada, que vai avaliar os últimos 12 meses de
Os sistemas de gestão da carteira informam como rotinas de compras. Se ele permanecer um bom paga-
está o status da empresa e se é preciso fazer alguma dor, pode continuar oferecendo as mesmas condições
mudança para aproveitar as oportunidades. Com eles, e até oferecer descontos em algumas situações.
você realiza a confirmação cadastral do comprador Por sua vez, se houve alguma alteração, ajuste o
e verifica se houve alguma mudança no histórico de limite de crédito para evitar problemas. Em alguns
pagamentos. Caso seja uma tentativa de fraude, tam- casos, a depender do histórico negativo, vale a pena
402 bém fica mais fácil identificar e evitar. negar a concessão de vendas a prazo para evitar riscos.
Além disso, uma solução especializada vai medir Assim, você consulta o CPF e CNPJ, verifica como
a probabilidade de inadimplência futura a partir de está o score de crédito do consumidor, descobre seu
score e rating. Essas duas pontuações são determina- histórico de pagamento e evita golpes e fraudes.
das a partir dos dados do cliente. Outras ações eficazes executadas pelo software são:
Tenha em mente que, quanto mais completo for esse uma venda hoje e oferecer um bom atendimento, que
trabalho, mais confiável será a carteira de clientes. traga bons frutos no futuro, a fazer a comercialização
Por fim, o monitoramento da inadimplência do produto de forma ineficiente e ter sua reputação
mostra o comportamento de compra dos consumi- afetada com isso.
dores ao longo do ano. Desse modo, são identifica-
dos os períodos mais arriscados e quais geram mais z Elaboração de Políticas de Crédito
oportunidades.
Sua empresa deve definir uma boa política de
z Uso de Tecnologia crédito e cobrança, a fim de evitar a inadimplência
e garantir a eficiência do gerenciamento da carteira.
A automação de atividades ajuda a alcançar Para isso, é importante identificar o perfil do clien-
melhores resultados. Mesmo que sua empresa seja de te inadimplente e estabelecer os parâmetros usados
pequeno porte, é fundamental contar com um sistema para determinar quando a venda a prazo será conce-
de gerenciamento da carteira de clientes. Ele ajuda a dida ao comprador.
controlar as tarefas e simplificam a troca de informa- Algumas boas práticas para elaborar a política de
ções e de comunicação. crédito são: 403
fazer um levantamento de dados para conhe- z Agilidade: O cliente tem pressa e, a depender do
cer a situação da sua empresa e definir o que tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
precisa ser feito; xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
utilizar os 5 Cs do crédito, ou seja, caráter do imprescindível;
cliente para honrar os compromissos assumi- z Comunicação: É o elo entre as partes, por isso, é
dos, capacidade de pagamento dele, capital preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
(representa a saúde financeira), condições que entendimento no que está sendo repassado.
podem afetar a quitação da dívida (como o
desemprego) e colateral, que é o engajamento Você percebeu a necessidade de certos padrões
do comprador em outros débitos em aberto; para manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a
criar um manual para servir de base e ser con- organização conseguirá alcançar os objetivos do aten-
sultado sempre que necessário; dimento e do relacionamento interpessoal, como: a
implementar a política de crédito, para coletar satisfação dos clientes, a diferenciação, o aumento
dados para verificação posterior; de clientes, a boa interação e, claro, a qualidade no
mensurar os resultados e fazer ajustes, a fim atendimento.
de saber se as determinações condizem com as
necessidades da empresa. MARKETING DE RELACIONAMENTO
z Uso de Outras Ferramentas para a Consulta de O foco do marketing de relacionamento está nos
Crédito clientes já existentes. É claro que toda organização
deseja conquistar novos clientes, mas apostar em
A tecnologia também pode ajudar de outras formas. uma relação permanente e duradoura fará até mes-
Você pode adotar ferramentas de pagamento via inter- mo com que a organização consiga uma economia nos
net, por exemplo, para facilitar a quitação dos valores seus gastos de marketing e publicidade de maneira
em aberto e diminuir a chance de inadimplência. surpreendente.
A régua de cobrança é outra possibilidade. A Para que uma empresa possa ter seu foco nos
ideia é definir quando mensagens automáticas serão clientes já existentes e não somente na angariação de
enviadas para lembrar o consumidor da necessidade novos, conseguir apostar no marketing relacional e
de pagamento. Isso evita esquecimentos e mantém o fidelizar seus clientes, deverá ter em atenção alguns
bom relacionamento com o cliente. pontos: conhecer bem o cliente, saber comunicar
e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua
NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONAMENTO fidelidade.
Problemas com relacionamento e atendimento
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci- existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces- potencializar a perda de clientes, que normalmente
sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco ocorrem por negligência em alguma área.
das organizações. Como observamos anteriormente, No atendimento, as negligências são conhecidas
o cliente terá uma determinada experiência e a sua como sete pecados capitais:
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua z Apatia: Relacionada à indiferença no tratamento,
fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje sem demonstração de interesse;
é o relacionamento. z Má vontade: Falta de ação ou atitude por parte do
Existem certos pontos interessantes que serão atendente;
benéficos para se manter um padrão de qualidade, z Frieza: Atendimento entendido como distante,
claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele sem observar os desejos do cliente;
é um serviço e você já conhece as características que z Desdém: Quando o atendente demonstra um
norteiam o serviço. “ar” de superioridade e trata o cliente com certo
O atendimento tem certas utilidades, a começar: desprezo;
z Robotismo: Atendimento engessado;
z Recepcionar: É o primeiro momento com o cliente z Apego às normas: Atendimento sem flexibilidade;
e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse z Jogo de Responsabilidade: Quando o atendente
quesito, é importante o cumprimento adequado, não assume a responsabilidade e “joga” para os
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo demais ou outros setores.
nome e use as expressões de senhor ou senhora
(independente da idade); CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:
z Informar: Todos nós esperamos receber informa- (LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA)
ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Se você não souber uma determinada informa- A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhe-
ção, peça um instante para obtê-la e a repasse ao cida como Código de Defesa do Consumidor (CDC),
cliente; estabeleceu as regras de proteção ao consumidor. Sua
z Orientação: Um dos papéis da linha de atendi- edição foi necessária, porque, até a promulgação da
mento é orientar o cliente, seja nos próximos pas- Constituição Federal de 1988 (CF/88), os adquirentes
sos ou nas situações do momento; de produtos e serviços não possuíam normas próprias,
z Amenizar: É de responsabilidade também do pes- tendo que fundamentar a defesa de seus direitos no
soal da linha de frente acalmar o cliente em um antigo Código Civil de 1916 e nas seguintes legislações:
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar Decreto nº 869/1938 (Lei de Crimes Contra a Econo-
com uma situação de conflito e “destempero”; mia Popular); Decreto-Lei nº 22.626/1943 (Lei da Usu-
404 ra); Lei Delegada nº 4/1962, que cuida da intervenção
estatal no domínio econômico para a garantia de dis- do consumidor promovida por meio do Estado é uma
tribuição de produtos de primeira necessidade; Lei nº das denominadas cláusulas pétreas.
4.137/1962 (Lei de Repressão do Poder Econômico), Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
que instituiu o Sistema Brasileiro de Defesa da Con- objeto de modificação por meio de qualquer proposta
corrência e criou o CADE – Conselho Administrativo de Emenda Constitucional tendente a abolir ou esva-
de Defesa Econômica, estruturado, atualmente, pela ziar a defesa dos direitos do consumidor.
Lei nº 12.529, de 2011. A segunda proteção encontra-se no art. 170, da CF,
Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui- de 198836, de modo que a defesa do consumidor cons-
riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a
tituiu um dos princípios pelo qual a ordem econômica
defesa do consumidor passou a ser tida como um
direito fundamental, tornou-se, também, um prin- brasileira é estabelecida. Assim, a defesa do consumi-
cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio dor é princípio de ação política do Estado brasileiro,
legislador constituinte que determinou a elaboração uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
de um código para a defesa do consumidor. Assim, o para o consumidor. Como consequência, o Estado
Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990 e poderá intervir na ordem econômica fundamentado
deu efetividade ao comando constitucional para inau- na defesa e interesses dos consumidores.
gurar um novo microssistema de proteção. Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitu-
cionais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cen-
Dica to e vinte) dias da promulgação da CF/88 para que o
Sabe o porquê de estudar o CDC para o concur- Congresso Nacional elaborasse o Código de Defesa do
so almejado? Porque o CDC é aplicado às ins- Consumidor. Trata-se, portanto, de uma resposta legal
tituições financeiras. É neste sentido a Súmula protetiva.
297, do Superior Tribunal de Justiça: “O Código Embora a CF, de 1988, tenha estabelecido o prazo
de Defesa do Consumidor é aplicável às institui- para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-
ções financeiras”. poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi
observado, uma vez que o Código foi promulgado em
O CDC é uma norma relativamente enxuta, com- 11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
posta por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados reu em 11 de março de 1991.
em seis títulos. Em concursos públicos, a cobrança Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
do CDC envolve, basicamente, os tópicos conceituais; cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
as hipóteses de aplicabilidade e a própria letra da lei de proteção ao consumidor são de ordem pública e
(legislação “seca”). Deste modo, o presente estudo será
interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri-
voltado para esses pontos, tendo, como parâmetro, o
concurso de carreiras bancárias, em especial, os dois gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica-
primeiros títulos da norma. das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica,
em mente que, para melhor compreendê-la, é primor- equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
dial entender sua estrutura e identificar as ideias mais Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regular
importantes da legislação. Por essa razão, é extre- os contratos de consumo e limitar a autonomia da von-
mamente importante ler o texto de lei e tentar com- tade, além de impossibilitar a renúncia do consumidor
preender os pontos mais importantes dos artigos, sem quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo os casos
precisar, contudo, decorá-los.
de expressa disposição em sentido contrário. Vale lem-
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
brar que normas de ordem pública são aquelas que
TÍTULO I – DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR revestem valores importantes para toda a coletividade,
isto é, que transcendem aos interesses particulares.
Os direitos do consumidor compreendem o pri- Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela-
meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou seja,
do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada um deles: a presença de um consumidor e de um fornecedor,
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga
Art. 1 O presente código estabelece normas de pro- respeito ao fornecimento de um produto ou serviço.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
teção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. Relação Jurídica de
48 de suas Disposições Transitórias. Consumo
informações insuficientes ou inadequadas sobre Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se
sua fruição e riscos. aos consumidores todas as vítimas do evento.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias rele- Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil
vantes, entre as quais: pelo vício do produto ou serviço. Vejamos:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
se esperam; duráveis ou não duráveis respondem solidariamen-
III - a época em que foi fornecido. te pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
adoção de novas técnicas. que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- como por aqueles decorrentes da disparidade, com
bilizado quando provar: a indicações constantes do recipiente, da embala-
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; gem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei-
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tadas as variações decorrentes de sua natureza,
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- podendo o consumidor exigir a substituição das
rais será apurada mediante a verificação de culpa. partes viciadas. 411
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de produto, a responsabilidade civil por vício do produ-
trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa- to também é objetiva, recaindo tanto sobre produtos
mente e à sua escolha: duráveis como não duráveis.
I - a substituição do produto por outro da mesma A durabilidade do produto ou serviço está relacio-
espécie, em perfeitas condições de uso; nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-
II - a restituição imediata da quantia paga, mone- midor. Assim, considera-se produto durável aquele
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
que não se consuma imediatamente, possuindo vida
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
útil com duração razoável, tais como, automóveis,
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução celulares, computadores; já os serviços duráveis são
ou ampliação do prazo previsto no § anterior, não aqueles cujos efeitos são por prazo também razoáveis,
podendo ser inferior a sete nem superior a cento e tais como reforma ou pintura de imóvel ou assistência
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula técnica de eletrodoméstico, entre outros.
de prazo deverá ser convencionada em separado, Em contrapartida, produtos não duráveis são
por meio de manifestação expressa do consumidor. aqueles cujo consumo importa em destruição imedia-
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das ta da substância ou em lapso temporal muito peque-
alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de
razão da extensão do vício, a substituição das par- higiene pessoal; serviços não duráveis são aqueles
tes viciadas puder comprometer a qualidade ou que perduram por um prazo bem curto, tais como ser-
características do produto, diminuir-lhe o valor ou viços de transporte, lavagem de automóvel, manicure,
se tratar de produto essencial.
entre outros.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
De acordo com o caput do art. 18, complementado
do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
a substituição do bem, poderá haver substituição
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, consumo os produtos cujos prazos de validade este-
mediante complementação ou restituição de even- jam vencidos; os produtos deteriorados, alterados,
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
nos incisos II e III do § 1º deste artigo. fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou,
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, ainda, aqueles em desacordo com as normas regula-
será responsável perante o consumidor o fornece- mentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
dor imediato, exceto quando identificado claramen- os produtos que, por qualquer motivo, se revelem ina-
te seu produtor. dequados ao fim a que se destinam. São exemplos: os
§ 6º São impróprios ao uso e consumo: produtos perecíveis, tais como alimentos, cujo prazo
I - os produtos cujos prazos de validade estejam se encontra fora da validade ou brinquedo falsificado
vencidos; ou que não atenda às normas técnicas de fabricação
II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
ou segurança.
dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º
dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamen-
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve- destas possibilidades:
lem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente z Pedir a substituição do produto por outro da mes-
pelos vícios de quantidade do produto sempre que, ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por
respeitadas as variações decorrentes de sua natu- produto diverso mediante complementação ou
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações restituição de eventual diferença de preço;
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem z Pedir a restituição imediata da quantia paga, mo-
ou de mensagem publicitária, podendo o consumi- netariamente atualizada, sem prejuízo de even-
dor exigir, alternativamente e à sua escolha: tuais perdas e danos;
I - o abatimento proporcional do preço; z Pedir o abatimento proporcional do preço.
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o res-
IV - a restituição imediata da quantia paga, mone- sarcimento do valor pago ou a diminuição do seu
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais preço.
perdas e danos. O consumidor não precisa aguardar o prazo legal
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do para fazer uso dessas alternativas se, em razão da
artigo anterior. extensão do vício, a substituição das partes viciadas
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quan- puder comprometer a qualidade ou características do
do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto
utilizado não estiver aferido segundo os padrões essencial.
oficiais. O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
que, em razão da qualidade ou quantidade, se tornem mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes dimi- cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes de Ao consumidor, cabe optar por uma destas alter-
disparidade. Exemplo: computador cuja memória ou nativas:
processador é inferior ao informado nas suas especi-
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior z Abatimento proporcional do preço;
412 ao especificado na embalagem. Semelhante ao fato do z Complementação do peso ou medida;
z Substituição do produto por outro da mesma espé- Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
cie, ou por produto diverso, mediante comple- total ou parcial, das obrigações referidas neste arti-
mentação ou restituição de eventual diferença de go, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
preço; pri-las e a reparar os danos causados, na forma
z Restituição imediata da quantia paga. prevista neste código.
O art. 20, do CDC, disciplina a responsabilida- Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne-
de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja, cedor desconhecer o vício de qualidade por inade-
aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou quação dos produtos e serviços não o exime de sua
que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aqueles responsabilidade.
decorrentes de disparidade com relação à oferta pu-
blicitária. Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios
serviços impróprios, isto é, aqueles que se mostram de qualidade por inadequação dos produtos e servi-
inadequados para o fim que dele se espera, assim co- ços não o exime de responsabilidade.
mo aquele que não atende às normas regulamentares
de prestabilidade, tais como serviço de funilaria de O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
automóvel que descasca na semana seguinte à reali- produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia
zação; planos de prestadoras de telefonia móvel com decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
serviço indisponível; planos de saúde sem cobertura ela é assegurada ao consumidor independentemente
prevista, entre outros. Nesses casos, pode o consumi- de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
dor optar pelas seguintes alternativas: reexecução dos por vício no serviço ou produto.
serviços, sem custo adicional ou realização deste por
terceiro capacitado, por conta e risco do fornecedor; Art. 24 A garantia legal de adequação do produto
restituição imediata da quantia paga; abatimento pro- ou serviço independe de termo expresso, vedada a
porcional do preço. exoneração contratual do fornecedor.
grosseiro, patente e identificável, como, por exemplo, o fabricante disponibiliza um determinado equipa-
vinculou o produto por R$ 100,00 (cem reais), mas ele mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize
custa R$ 1.000,00 (um mil). tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as
peças para reposição deste na versão antiga.
z A oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
mesmo que não constante expressamente do teor Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão
das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento assegurar a oferta de componentes e peças de repo-
da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na sição enquanto não cessar a fabricação ou impor-
aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a tação do produto.
concessionária se compromete a entregá-lo com o Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa-
tanque de combustível completo, mesmo que isso ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá-
não conste do contrato a ser celebrado. vel de tempo, na forma da lei.
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser 415
utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura- Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos, abusiva.
ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi- § 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
ção por este prazo. ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transparên- modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
cia nas relações de consumo, de modo que haja a correta erro o consumidor a respeito da natureza, carac-
identificação do fabricante e do seu domicílio empresa- terísticas, qualidade, quantidade, propriedades,
rial tanto na embalagem, publicidade ou em todos os origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
seus impressos. Já o seu Parágrafo Único proíbe a publi- dutos e serviços.
cidade de bens e serviços por telefone, quando a chama- § 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis-
da for onerosa ao consumidor que a original. Exemplo: criminatória de qualquer natureza, a que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
operadora de celular que liga para oferecer um determi-
veite da deficiência de julgamento e experiência da
nado produto ao cliente quando este se encontra fora da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que
área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela cha-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor-
mada realizada pela própria operadora.
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
enganosa por omissão quando deixar de informar
te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
sobre dado essencial do produto ou serviço.
os impressos utilizados na transação comercial.
§ 4º (Vetado).
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção
serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina. da informação ou comunicação publicitária cabe a
quem as patrocina.
O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
atos dos prepostos ou representantes autônomos. Assim, a publicidade é a prática utilizada para a
Assim, o fornecedor é solidariamente responsável promoção de bens e serviços colocados no mercado,
pelos atos de seus agentes. com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor
da sua existência e convencê-lo a adquiri-lo. Nos ter-
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli- mos do art. 37, a publicidade deve se pautar pelo prin-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos- cípio da boa-fé, sendo proibida publicidade enganosa
tos ou representantes autônomos. ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor deve ter
consciência do que se trata a publicidade ao ser expos-
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o to a ela, sendo vedada a publicidade subliminar, isto
consumidor diante da recusa do fornecedor em cum- é, aquela oculta.
prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha, optar por
exigir o cumprimento forçado da oferta; aceitar outro Importante!
produto/serviço equivalente; rescindir o contrato.
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí-
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços pio da identificação da publicidade.
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
te e à sua livre escolha: O § 1º, do art. 37, traz o conceito de publicidade
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos enganosa. Por publicidade enganosa entende-se aque-
termos da oferta, apresentação ou publicidade; la que induz o consumidor a erro, independentemen-
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço te de ter sido a intenção do fornecedor de enganar ou
equivalente; não o consumidor.
III - rescindir o contrato, com direito à restituição Portanto, a responsabilidade do fornecedor por
de quantia eventualmente antecipada, monetaria- uma publicidade enganosa é objetiva. Exemplos de
mente atualizada, e a perdas e danos. publicidade enganosa: pacote turístico que afirma
contemplar o aéreo e a hospedagem e, no momento
Uma das espécies de oferta é a publicidade. Ofer- da estadia, o consumidor é surpreendido com a infor-
ta é gênero do qual comporta toda e qualquer decla- mação de que a hospedagem não está contemplada ou
ração de vontade voltada à celebração da relação de o fornecedor que não informa na embalagem que o
consumo, ao passo que publicidade é a informação produto contém glúten e lactose e o consumidor que o
que promove comercialmente o produto ou serviço. adquiriu é alergico e acaba sofendo danos.
As normas que disciplinam a publicidade são trata- Já o § 2º do art. 37 traz um rol exemplificativo
das nos arts. 36 a 38 do CDC. Vejamos os dispositivos: do que considera como publicidade abusiva, tais
como a publicidade discriminatória; a exploradora
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for-
do medo ou superstição; a incitadora de violência; a
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden-
tifique como tal.
antiambiental; a indutora de insegurança; a dirigida
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de a crianças.
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
para informação dos legítimos interessados, os do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten- publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
416 tação à mensagem. dade não é enganosa ou abusiva.
Das Práticas abusivas esta razão, as promoções de aquisição de mais de um
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2
As regras sobre as práticas abusivas encontram- pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri-
-se nos arts. 39 a 41, do CDC. Vejamos os dispositivos: gatório, pois é permitido ao consumidor a alternati-
va de efetuar a aquisição de apenas um produto da
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser- espécie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o
viços, dentre outras práticas abusivas: caso. Quanto a limitação máxima de quantidades de
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser- produtos, esta só é possível em situações justificá-
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
veis, como, por exemplo, nos casos de adversida-
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
des climáticas ou em hipótese de racionamento de
II - recusar atendimento às demandas dos consumido-
determinado produto.
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto-
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; O inciso II, do art. 39, trata da recusa imotivada
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita- ao atendimento de demanda do consumidor, ou
ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer seja, recusar o fornecimento de um determinado pro-
serviço; duto/serviço quer em relação aos consumidores de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con- um modo geral, quer em relação a um consumidor
sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci- específico. Exemplo: ter um determinado produto em
mento ou condição social, para impingir-lhe seus estoque, mas recusar vendê-lo a um consumidor por
produtos ou serviços; ter com ele problemas de ordem pessoal.
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente O inciso III trata do fornecimento não solicitado
excessiva; do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de disponibiliza crédito em conta do correntista como for-
orçamento e autorização expressa do consumidor, ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.
entre as partes; O fornecimento não solicitado não se confunde
VII - repassar informação depreciativa, referente a
com amostras grátis, uma vez que neste caso, o con-
ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto
direitos;
ou serviço.
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas O inciso IV trata do abuso da condição de espe-
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o for-
normas específicas não existirem, pela Associação necedor prevaleça da vulnerabilidade ou ignorância
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade do consumidor para forçar a aquisição do produto ou
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili-
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); dade para o mercado de consumo, como nos casos de
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser- idade, conhecimento, condição social, entre outros.
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta-
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor
de intermediação regulados em leis especiais; exigir vantagem manifestamente excessiva do consu-
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de
serviços. categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti-
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando zação da vantagem pleiteada.
da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí-
de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré-
inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso via elaboração de orçamento e autorização expressa
do legal ou contratualmente estabelecido. do consumido.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC,
comerciais ou de serviços de um número maior de que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen-
consumidores que o fixado pela autoridade admi- to prévio elaborado pelo fornecedor.
nistrativa como máximo. O inciso VII trata do repasse de informações
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza adequada em que consiste a mesma garantia, bem
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
obrigará apenas o fornecedor. exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
a parte vulnerável da relação de consumo. de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
duto em linguagem didática, com ilustrações.
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor. O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual,
ou seja, aquela que complementa a garantia legal
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de von- disciplinada no art. 26, sendo facultativa e conferi-
tade constantes de escritos particulares, recibos e da mediante termo escrito, observados os seguintes
pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou decla- requisitos:
ração constante desses escritos particulares obriga-
rão os fornecedores. Assim sendo, caso o fornecedor z Ser padronizada;
37 Direito incontroverso e que não cabe discussões. 419
z Esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o § 4º É facultado a qualquer consumidor ou entida-
prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os de que o represente requerer ao Ministério Público
ônus a cargo do consumidor; que ajuíze a competente ação para ser declarada
z Ser entregue ao consumidor devidamente preen- a nulidade de cláusula contratual que contrarie o
chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento; disposto neste código ou de qualquer forma não
z Estar acompanhada de manual de instrução, de assegure o justo equilíbrio entre direitos e obriga-
instalação e uso do produto em linguagem didáti- ções das partes.
ca, com ilustrações. Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que
envolva outorga de crédito ou concessão de financia-
Ainda com relação à proteção contratual, os arts. mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente
abusivas. Vejamos os dispositivos:
nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva
Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
anual de juros;
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
III - acréscimos legalmente previstos;
produtos e serviços que:
IV - número e periodicidade das prestações;
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
natureza dos produtos e serviços ou impliquem § 1º As multas de mora decorrentes do inadimple-
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de mento de obrigações no seu termo não poderão ser
consumo entre o fornecedor e o consumidor pes- superiores a dois por cento do valor da prestação.
soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação ante-
situações justificáveis; cipada do débito, total ou parcialmente, mediante
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
da quantia já paga, nos casos previstos neste código; § 3º (Vetado).
III - transfiram responsabilidades a terceiros; Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, ou imóveis mediante pagamento em prestações,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan- bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
boa-fé ou a eqüidade; que estabeleçam a perda total das prestações pagas
V - (Vetado); em benefício do credor que, em razão do inadimple-
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre- mento, pleitear a resolução do contrato e a retoma-
juízo do consumidor; da do produto alienado.
VII - determinem a utilização compulsória de § 1º (Vetado).
arbitragem; § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro-
VIII - imponham representante para concluir ou dutos duráveis, a compensação ou a restituição
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou descontada, além da vantagem econômica auferida
não o contrato, embora obrigando o consumidor; com a fruição, os prejuízos que o desistente ou ina-
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen- dimplente causar ao grupo.
te, variação do preço de maneira unilateral; § 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato serão expressos em moeda corrente nacional.
unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
do ao consumidor; Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque-
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa
de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli-
lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilate- ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é
ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
após sua celebração; co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela-
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de nor- ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
mas ambientais; termos, salvo impossibilidade.
XV - estejam em desacordo com o sistema de prote- A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
ção ao consumidor; direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indeniza- em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
ção por benfeitorias necessárias. a Súmula nº 381 do Superior Tribunal de Justiça: “Nos
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
vantagem que: ofício, da abusividade das cláusulas”.
I - ofende os princípios fundamentais do sistema O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
jurídico a que pertence; adesão:
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais
inerentes à natureza do contrato, de tal modo a Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; tenham sido aprovadas pela autoridade competente
III - se mostra excessivamente onerosa para o con- ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de
sumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
contrato, o interesse das partes e outras circuns- discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
tâncias peculiares ao caso. § 1º A inserção de cláusula no formulário não desfi-
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusi- gura a natureza de adesão do contrato.
va não invalida o contrato, exceto quando de sua § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
ausência, apesar dos esforços de integração, decor- la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
rer ônus excessivo a qualquer das partes. escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
420 § 3º (Vetado). no § 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi- comissões permanentes para elaboração, revisão
dos em termos claros e com caracteres ostensivos e e atualização das normas referidas no § 1º, sen-
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao do obrigatória a participação dos consumidores e
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão fornecedores.
pelo consumidor. § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi- aos fornecedores para que, sob pena de desobediên-
to do consumidor deverão ser redigidas com desta- cia, prestem informações sobre questões de interesse
que, permitindo sua imediata e fácil compreensão. do consumidor, resguardado o segredo industrial.
§ 5º (Vetado)
O art. 55 trata do poder de regulamentação e
O contrato de adesão é uma das modalidades de
fiscalização. De acordo com o caput do dispositivo,
comercialização e comunicação em massa. Trata-se
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal,
do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
para conferir agilidade às transações comerciais, ou de modo concorrente, elaborar as normas relativas
seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de à produção, industrialização, distribuição e ao con-
estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- sumo de produtos e serviços. Por se tratar de compe-
ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, tência “conjunta”, a União deve cuidar das normas de
nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- caráter geral, isto é, aplicadas a todo o país, reservan-
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade- do aos Estados e ao Distrito Federal as normas de inte-
são é trazido no art. 54, do CDC. resse regional.
Características do contrato de adesão: O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
z Predeterminação: O consumidor não participa da estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
composição das cláusulas do contrato, pois são pre- ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
viamente estabelecidas pelo fornecedor ou pela auto- cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
ridade competente; além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
z Uniformidade: Não possui variação significativa Deste modo, compete à União estabelecer as regras do
de um contrato para outro; Estado brasileiro como um todo, tendo como parâme-
z Rigidez contratual: É estável. tro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
Cumpre salientar que, nos termos do § 1º do art. mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de os Municípios, as regras locais.
descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo, Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
pequenas modificações não são capazes de retirar seu ração, além de criar normas sobre as relações de
caráter de adesão. consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de
zação e controle da produção, industrialização, distri-
cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que
buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
alternativa e a escolha seja do consumidor.
de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos
de adesão, que são redação em termos claros e com var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
não inferior ao corpo 12. O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
visão de cláusulas restritivas de direitos do consu- estabelece que os entes da federação deverão manter
midor. No entanto, estas devem constar de maneira comissões permanentes para elaboração, revisão e
compreensível e de fácil percepção ao consumidor. atualização das normas regulatórias.
No entanto, para que essa atividade seja efetiva,
Das Sanções Administrativas estabelece, ainda, a composição de tais comissões.
Assim, será obrigatória a participação tanto dos con-
Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou sumidores quanto dos fornecedores, para que os dois
seja, da função administrativa para promover o inte- lados da relação de consumo possam tratar de seus
resse comum por meio da atividade estatal de disci- interesses.
plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os Por fim, o § 4º, do art. 55, dispõe acerca da possi-
dispositivos: bilidade de notificação dos fornecedores, para que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) as Ações
b) as Opções
c) as Commodities
d) os CDB ANOTAÇÕES
e) os ETF de Ações
9 GABARITO
1 B
2 D
3 A
424